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Numero do processo: 10830.005020/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (não-homologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário.
Numero da decisão: 1401-000.722
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04- 0843.
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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Recorrente SOTREQ S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DUPLICIDADE DE DECLARAÇÕES PARA MESMO DÉBITO. DESCABIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE DUPLA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. Nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória (nãohomologação pelo Fisco). É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que o primeiro pedido de compensação extingue o débito e, via de conseqüência, este mesmo débito não pode servir de substrato para outro pedido de compensação. Se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE POR TER EFEITO CONFISCATÓRIO. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em der provimento parcial ao recurso, apenas para cancelar a multa isolada relativa à Dcomp 13710.48934.110405.1.3.04 0843. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 632DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 632 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 0523.794, proferido pela Quinta Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, que, por unanimidade de votos, decidiu “DEFERIR PARCIALMENTE a manifestação de inconformidade contida no processo apenso n° 10830.001321/200614, ratificando o ato de nãohomologação, mas afastando parcialmente a cobrança dele decorrente, bem como JULGAR PROCEDENTES as exigências de multa isolada formalizadas nestes autos, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.” Por descrever os fatos com a riqueza de detalhes necessária para a compreensão da controvérsia, adoto e transcrevo o relatório elaborado pela DRJ: Trata o presente processo de multa de ofício isolada por compensação indevida mediante Declarações de Compensação DCOMP, apontando crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior verificado nos autos do processo administrativo n° 10830.504124/200563, no valor original de R$ 10.000.000,00. Tal crédito foi utilizado na quitação de débitos de Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF, Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição para o Programa de Integração Social PIS. A estes autos foram apensados os seguintes processos administrativos: • 10830.001321/200614, que trata de nãohomologação de compensações formalizadas em DCOMP apresentadas de 11/04/2005 e 15/04/2005; • 10830.005066/200832, que abriga representação fiscal para fins penais, associada ao lançamento formalizado nos autos do processo principal n° 10830.005020/200813. Às fls. 324 do processo apenso n° 10830.001321/200614 consta despacho produzido por esta Relatora nos seguintes termos: O presente processo referese à nãohomologação das DCOMP nº 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, objeto do despacho decisório de fls. 161/162, contra o qual o interessado Fl. 633DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 172/182, enviada a esta DRJ para julgamento. Verificase que, em paralelo, a DRF/Campinas também promoveu o lançamento da multa de ofício isolada, em razão das compensações assim consideradas indevidas, formalizandoa sob n° 10830.005020/200813. Contra tal lançamento, o interessado interpôs impugnação, também remetida a esta DRJ para julgamento. Ocorre que, o art. 18 da Medida Provisória n" 135/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, e já alterada pela Lei n° 11.051/2004, assim dispôs: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da nãohomologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964. [...] § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. [...] Assim, é necessário que os feitos sejam reunidos para julgamento simultâneo, razão pela qual encaminho este processo ao SECOJ desta DRJ, para que se promova a sua juntada por apensação ao processo administrativo n° 10830.005020/200813, haja vista que a juntada por anexação é inviável, na medida em que os autos controlam créditos tributários cadastrados em diferentes sistemas (PROFISC e SIEF). Seguindo a ordem cronológica dos atos praticados, vêse no processo apenso n° 10830.001321/200614, às fls. 54/55, que as DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e 36921.01195.150405.1.3.046080 foram selecionadas para trabalho manual neste processo em virtude de haver dúvidas quanto à pertinência do direito creditório oferecido como contrapartida aos débitos apresentados para compensação, já que o processo informado pela contribuinte como origem do crédito (n° 10830.504124/200563) trata de inscrição na dívida ativa da União IRRF, conforme se comprova nas consultas aos sistemas Comprot e Projetos PGFN, fls. 28, 29 e 51 a 54, ou seja, não diz respeito a reconhecimento de direito creditório. Fl. 634DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 633 5 Ressaltando que, com base nas mesmas consultas, verificouse que a dívida era oriunda de 2 (dois) débitos de IRRF no anocalendário de 1999, e que foi quitada através de pagamento realizado em 31.05.2005, no valor de RS 4.794,92, o Serviço de Orientação e Análise Tributária SEORT da DRF/Campinas encaminhou os autos, em 22/03/2006, ao Serviço de Fiscalização (Sefis) desta Delegacia da Receita Federal (DRF) para apuração das informações prestadas pela interessada nas 2 (duas) declarações de compensação objeto destes, principalmente em relação ao crédito informado. Em continuidade a ação fiscal já em curso, os auditores responsáveis iniciaram os questionamentos acerca das referidas DCOMP em termo cientificado ao contribuinte em 03/04/2006 (fls. 110/111), e em 27/04/2007 informaram ao SEORT/DRF Campinas que o contribuinte não prestou os esclarecimentos solicitados em 03/04/2006, 04/05/2006 e 15/05/2006, relativamente à origem do crédito pleiteado. Consignaram também que: Por conseguinte, em 13/03/2007 (fls 131 e 132), cientificamos o contribuinte do Termo de Constatação e Intimação Fiscal 12/03/2007, tendo sido solicitado as seguintes informações: “... Em resposta ao Termo de Constatação e Intimação Fiscal datado de 04/05/2006, relacionado à PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843. transmitida em 11/04/2005, bem como à PER/DCOMP 36921.01195.15 0405.1.3.046080, transmitida em 15/04/2005. Vsa declarou: “2. Informamos que toda documentação hábil e idônea que comprove a existência do crédito especificados nos referidos Per/Dcomp, já foram apresentados no início dessa fiscalização, em atendimento ao termo de intimação datado em 23 de junho de 2005” Entretanto, em análise aos documentos apresentados por Vsa em resposta ao termo de intimação de 23/06/2006, NÃO foram encontrados documentos relacionados ao aludido crédito pleiteado nas Per/Dcomp. Isto posto: Fl. 635DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 6 1. Esclarecer qual é a origem do crédito tributário (Processo Administrativo mencionado nas PER/DCOMP: 10830.504124/200563) pleiteado nas Per/Dcomp retromencionadas, 2. Apresentar ou reapresentar a documentação hábil e idônea coincidentes em datas e valores que comprovem a origem do crédito tributário pleiteado por Vsa, no montante original de RS 10.000.000,00 (dez milhões de reais). Em 27/03/2007 (fls 133 a 147), o contribuinte apresentou petição e, novamente, NÃO comprovou a origem do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00 limitandose a informar que os processos de compensações haviam sido efetuados por terceiros que já havia solicitado à SRF a retificação dos mesmos, não teriam sido aceitas as retificações tendo em vista a ação fiscal em andamento. Também, não esclareceu o PAF 10830.504124/200563. Portanto, o contribuinte em epígrafe, regularmente intimado e com amplo prazo para o atendimento, NÃO comprovou, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, a origem do crédito pleiteado (R$ 10.000.000,00) compensado nas PER/DCOMP 13710.48935.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405. 1.3.046080. Diante do exposto, PROPOMOS o encaminhamento do presente processo ao SEORT para elaboração do Despacho Decisório em face da não comprovação do crédito pleiteado no montante de R$ 10.000.000,00. Diante destas circunstâncias, formalizouse o Despacho Decisório que integra o processo administrativo apenso n° 10830.001321/200614 (fls. 161/162), no qual dispôsse o que segue: [...] Tendo em vista que à época do início da análise das Declarações de Compensação tratadas neste processo, havia procedimento da fiscalização em curso junto à contribuinte, foi proposto através do despacho de fl. 55, anteriormente mencionado, o encaminhamento deste processo ao Serviço de Fiscalização – SEFIS – desta Delegacia, para apuração das informações prestadas pela interessada referente às duas Declarações de Compensação, principalmente em relação ao crédito informado. Estas informações contidas nas Declarações de Compensação, foram aferidas em análise efetuada pelo Serviço de Fiscalização SEFIS, desta Delegacia, Fl. 636DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 634 7 consoante Informação fiscal elaborada em 27/04/2007, fls. 148 e 150 documento este que passa a ser parte integrante deste despacho. De acordo com esta análise, o SEFIS alega que o crédito, objeto das Declarações de Compensação, no montante de RS 10.000.000,00, não foi comprovado. Diante do exposto, considerando tudo o mais que do processo consta, PROPONHO: 1. A não homologação das Declarações de Compensação; 2. O encaminhamento deste processo ao SEFIS para: a) Verificar a pertinência ou não do lançamento da multa isolada prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003. b) No caso de aplicação da multa supracitada, dar ciência ao contribuinte deste despacho junto com o(s) auto(s) de infração, e efetuar a cobrança de todos os débitos declarados nas compensações, conforme extrato do sistema SINCORPROFISC de fls. 151156; caso contrário, retornar o processo a este SEORT. Em 30/05/2008 o interessado foi cientificado do referido despacho decisório, bem como do Auto de Infração e do Termo de Verificação Fiscal que integram este processo principal n° 10830.005020/200813, formalizandose a exigência de R$ 13.017.613,72, correspondente à multa de ofício isolada no percentual de 150%, calculada sobre o valor total dos débitos compensados nas referidas DCOMP. Firmouse no Termo de Verificação Fiscal que diante dos fatos apresentados, pelos quais exsurge inquestionável a intenção do contribuinte em fraudar o sistema de cobrança da Receita Federal, provocando a extinção indevida de tributos, concluímos pela aplicação da multa prevista no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003 (observadas as redações dadas pelas Leis nos 11.051/2004 e 11.196/2005), no percentual de 150%. Manifestando sua inconformidade contra o despacho decisório proferido nos autos do processo apenso n° 10830.001321/2006 14, o interessado, por intermédio de seus advogados e procuradores, apresentou sua defesa em 27/06/2008 (fls. 172/182 do processo apenso n° 10830.001321/200614), alegando, em síntese, o que segue: • Em preliminar assevera que apresenta a presente Manifestação de Inconformidade com fundamento no artigo 48, da Instrução Normativa n° 600 de 2005 c/c § 7º a § 11º, do artigo 74, da Lei nº 9.430/96, em razão de compensações nãohomologadas, para destacar que ela tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário, não se admitindo, portanto, que os Fl. 637DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 8 lançamentos dela advindos sejam óbice a expedição de futuras Certidões Negativas de Débitos. • Relata sua fundação em 1941, e sua condição de revendedora exclusiva dos produtos, serviços e sistemas Caterpillar, bem como a dimensão de sua estrutura operacional de serviços, para acrescentar que para estes 67 anos de crescimento, sua idoneidade foi atributo indispensável, e mais à frente afirmar que em harmonia com sua sempre ilibada conduta, foi que a própria Requerente protocolizou em janeiro de 2005, perante a Secretaria da Receita Federal, um pedido de revisão quanto a uma Declaração de Compensação indeferida nos autos do Processo Administrativo 10166.000251/200578. • Reportase ao processo de fiscalização ocorrido em 2006, no qual se verificou a compensação de créditos oriundos do Processo n" 696/1949 (RESP037056STJ), mencionando o desprezo à realização de uma análise detalhada da origem do crédito compensado e o fato de se ter sugerido arbitrariamente que as DCOMP's entregues até 30 de dezembro de 2004 não deveriam ser homologadas, além de que fossem consideradas "não declaradas " as Declarações de Compensações, entregues após aquela data. • Menciona que ali ressalvouse que não se analisaria as DCOMP que são objeto do Despacho Decisório ora atacado, cita que a Ilustríssima Delegada da Receita Federal em Campinas, sem qualquer espécie de fundamentação, limitouse a proferir despacho decisório "acatando” a manifestação da fiscalização no sentido de considerar não homologadas as DCOMPs entregues até 30 de dezembro de 2004, bem como que em razão de sua boafé pagou os tributos compensados em 15/01/2007, no valor total de R$ 21.346.880,06. • Posteriormente, relata que foi cientificada de auto de infração exigindolhe o pagamento de R$ 2.639.366,47, com o acréscimo de multa de 150%, por conta de PERD/COMP'S considerados não declarados pelo Fisco, em razão do qual efetuou pagamento de R$ 2.723.627,40 em 27/04/2007, para na seqüência afirmar: Ocorre que para a surpresa da Requerente, mediante o Despacho Decisório ora atacado, proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10830.01321/200614, estão sendo exigidos NOVAMENTE tributos cujas compensações foram consideradas nãohomologadas pelo Fisco, os quais foram objeto dos PERDCOMP's identificados sob o n° 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080. No entanto, tal exigência não merece prosperar em razão de dois fatores que serão abordados no próximo tópico, abaixo resumidamente expostos: a) as Duas Declarações de Compensação foram objeto dos PERD/Comp's recepcionados sob números 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080, os quais foram objeto de dois pedidos expressos de cancelamento em razão de duplicidade de envio, Fl. 638DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 635 9 e o que é pior: b) os tributos ora exigidos ESTÃO EXTINTOS NOS TERMOS DO INCISO I, DO ARTIGO 156. DO CTN. pois foram QUITADOS quando da liquidação dos lançamentos perpetrados em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n° 10166.000251/200578 e do Auto de Infração nº 10830.001497/200749. • Reportase à existência de assessoria técnica especializada contratada para adequação das compensações realizadas à legislação pátria e que, em meados de 2005, já na posse da documentação relativa às compensações, a ora requerente constatou vários erros nas transmissões dos PERDCOMP'S, as quais poderiam resultar em sérios prejuízos, tais como: duplicidade e triplicidade de transmissões. Daí as tentativas de retificações e cancelamentos, inclusive das DCOMP em referência, sem contudo obter êxito, fato que foi devidamente comunicado ao Delegado da Receita Federal em Campinas mediante petições protocolizadas em várias oportunidades, dentre elas em 25 de junho de 2005 e 24 de fevereiro de 2006. • Invoca a espontaneidade e o direito de petição, que se respeitados evitaria o lançamento de tributos ora discutidos e ensejaria a reforma do Despacho Decisório, que sequer adentrou no fato de que os PERDCOM'S n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.04 6080 já foram objeto de pedido de cancelamento em razão de duplicidades constatadas internamente pela companhia, o que por si só, faria com que perdesse seu objeto. Aliás, a veracidade dessa alegação (duplicidade) pode ser facilmente constatada pelo fato dos tributos/períodos exigidos em razão de Despacho Decisório ora atacado, estarem compreendidos dentre aqueles que foram lançados e quitados pela Requerente, em razão do Despacho Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n" 10166.000251/2005 78 e do Auto de Infração n° 10830.01497/200749. Assim, mesmo que não sejam acatada a alegação de que os PERDCOMP'S em questão foram objeto de pedido de cancelamento não atendido pelo Fisco, o que se admite apenas a título de argumentação, o fato é que os valores exigidos em razão do Despacho Decisório ora guerreado, encontramse extintos por pagamento nos termos do inciso I, do artigo 156, do Código Tributário Nacional, como a seguir será demonstrado. • Em quadro demonstrativo, contendo os códigos tributos, período de apuração e vencimentos dos tributos exigidos pela nãohomologação em tela, associa os valores quitados relativos a processo administrativo 10166000.251/200578* e do Auto de Infração 10830.001497/200749**, e conclui que todos os lançamentos oriundos de Despacho Decisório em tela, guardam Fl. 639DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 10 relação com exigências já QUITADAS em outros processos administrativos (10166.000251/200578 e 10830.0014797/2007 49), RAZÃO PELA QUAL NÃO PODEM PREVALECER SOB PENA DE VERDADEIRO BIS IN IDEM. Assim, a Requerente que já arcou com o pagamento de dezenas de milhões de reais, certamente não se sujeitará a COBRANÇA EM DUPLICIDADE COMO ESTÁ DE QUASE SETE MILHÕES DE REAIS E RESPECTIVA MULTA DE 13 MILHÕES DE REAIS, DELA DECORRENTE EXIGIDA NO AUTO DE INFRAÇÃO 10830.005020/200813. Tal situação, portanto, carece de imediata revisão por parte da Delegacia da Receita Federal em Campinas, pois é INADMISSÍVEL que a Requerente fique a mercê de trabalhos fiscais que lhe imputam créditos tributários já pagos e ainda autuações deles decorrentes objetivando a aplicação de penalidade de multa de 150% por suposta "fraude", caracterizando, tais atos arbitrários, num tratamento desigual e de total descaso a um dos maiores contribuintes da jurisdição desta E. Delegacia, e a "maior empresa do setor em faturamento no Estado de São Paulo e no país". Não obstante, apesar de nada dever ao erário, a Requerente ainda é submetida a Representação Penal, que culminará em Inquérito Policial, situação extremamente constrangedora e que certamente trará danos irreparáveis a companhia. Ainda, impugnando o lançamento de multa de ofício isolada presente neste processo principal n° 10830.005020/200813, o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores, deduz as seguintes razões de fato e de direito em 26/06/2008: • Reprisa os mesmos argumentos tecidos na manifestação de inconformidade, para concluir que o Termo Decisório proferido nos autos do Processo Administrativo n. ° 10830.001321/2006 14, não pode sob nenhum aspecto prevalecer, pois a não homologação das compensações resultou na exigência de créditos tributários já QUITADOS. E acrescenta que, se a não homologação dos créditos tributários não surtiu qualquer efeito jurídico ou financeiro, tendo em vista que os objetos das compensações já haviam sido recolhidos ao erário anteriormente, não há porque prevalecer a multa ora atacada. • Na seqüência, entende necessária a recapitulação da multa aplicada, na medida em que a utilização do percentual de 150% depende da plena caracterização e comprovação da prática de uma conduta fraudulenta por parte do contribuinte, conforme doutrina que reproduz, no sentido da demonstração da própria materialidade da conduta fraudulenta, bem como o dolo específico do agente, evidenciando não somente a intenção mas também o seu objetivo, uma vez que a fraude não pode ser presumida mas deve sim ser comprovada através de elementos contundentes apuráveis, inclusive, através do devido processo legal. Fl. 640DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 636 11 • Reportase à responsabilidade objetiva do art. 136 do CTN, mas ressalva que à fraude é imprescindível a comprovação do dolo, o qual, por sua vez, é excluído pelo erro do agente que crê na licitude de sua conduta – ainda que tenha sido induzido a erro por terceiros e não tem a intenção de praticar fraude. • Conclui, assim, que não estão presentes os requisitos necessários à caracterização da fraude. Em suas palavras: a Requerente não praticou qualquer conduta omissiva ou comissiva que visasse reduzir o montante do imposto devido, tendo declarado e compensado os tributos de forma a possibilitar a presente averiguação fiscal; não houve dolo na redução do imposto devido, ou seja, intenção de provocar um evento ou resultado contrário ao Direito, eis que a Requerente contratou uma consultoria jurídica que previamente lhe assegurou a legalidade da operação, levandoa a engano; não restou comprovado pelo Fisco a prática de simulação quanto à ocorrência ou ao momento da ocorrência do fato gerador, uma vez que a Requerente ofereceu inúmeros documentos à Receita Federal, como escrituras e contratos, que demonstravam não só a ocorrência do fato gerador, mas as suas particularidades. • Acrescenta que realizou de boafé todos os procedimentos referentes à compensação de créditos, e para isso contratou a consultoria referida, que comprometeuse a prestar serviço de "advocacia e assessoria tributária na aquisição de crédito por cessão para quitação de tributos incidentes na contratante, de natureza federal". Inclusive, na referida contratação foram previstos a seleção do crédito e a qualidade dele, o trânsito em julgado e a conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal [...], bem como assegurado que a compensação seria válida nos termos do art. 170 do CTN. • Acreditou, assim, que agiu dentro da mais absoluta legalidade, sem qualquer intenção de cometer qualquer tipo de infração, e não está aqui, pretendendo opor convenção particular ao Fisco, mas sim demonstrar que não agiu com dolo em fraudar os cofres públicos, em prejuízo alheio, Inclusive, tais serviços prestados pelo escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C, que não se prestaram para o fim contratado, qual seja, para aquisição e compensação de créditos tributários, levaram a Requerente a ingressar com ação de indenização contra o mesmo, a qual tramita perante o Foro Central da capital (doe. n" 14). • Teria havido, assim, no máximo culpa "in eligendo", pela má escolha do prestador de serviços jurídicos, na medida em que sua conduta foi exclusivamente embasada no referido contrato. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 12 • Reportase à responsabilidade decorrente da culpa "in eligendo" pelos danos causados, mas entende que estaria automaticamente descartada a suposta fraude alegada pela Requerida. Em reforço à sua boafé, menciona também sua colaboração no curso do procedimento fiscal, demonstrando claramente como toda a operação de compensação foi realizada, oferecendo documentos e indicando inclusive os valores que foram adquiridos bem como os créditos que foram utilizados no procedimento administrativo. • Menciona, também que levada à engano pela assessoria contratada, a Requerente jamais negou intencionalmente a legislação pátria, inexistindo portanto o próprio nexo de causalidade. Reproduz doutrina que exige a prática voluntária do antijurídico, e conseqüente culpa subjetiva para imputação da responsabilidade por infração, e conclui que a multa deveria ser reduzida, no mínimo, a 75%, na ausência de prova da fraude. • Reportase a julgados administrativos do Terceiro Conselho de Contribuintes que demonstram a necessidade de descaracterização da multa isolada quando não restar devidamente comprovado o intuito de fraude, e acrescenta: Portanto, não há como se pretender sustentar a prática de atividade dolosa que visasse evitar ou diferir o pagamento dos tributos, sendo que nenhuma prova foi apresentada neste sentido, restando comprovada a boafé da Requerente no ato da contratação dos serviços prestados pela assessoria do escritório Walmir Barroso Advogados Associados S/C Consultoria Empresarial, que indicoulhe a compensação como em “conformidade com as normativas impostas pela Receita Federal e outros órgãos pertinentes a pronta aquisição e conclusão do processo de transferência”. • Recorda que a fiscalização em tela somente foi iniciada a partir da provocação da própria Requerente, ou seja, a partir do processo n° 10166.000251/200578, onde se pretendia a declaração de regularidade da compensação, a evidenciar a total boa fé da empresa, não se realizando meramente na contabilidade da empresa, consoante julgado administrativo mencionado em sua defesa. Considerados tais esclarecimentos, onde estaria a tentativa de impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo na reduzir o montante do imposto devido ou a evitar ou diferir o seu pagamento, necessária à tipificação da fraude? Mais complexa ainda é a tentativa do Auditor Fiscal da Receita Federal imputar uma atitude fraudulenta à Requerente, que ressaltou sua boafé com o pagamento dos tributos apontados como devidos pela autoridade fiscal. • Conclui, assim, que não está tipificada a fraude, e demonstrada a sua boafé, passa a apontar o caráter inconstitucional da multa de ofício aplicada pelo Fisco, na medida em que, acrescido da multa de mora exigida para o recolhimento do Fl. 642DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 637 13 valor compensado, resta evidente que o percentual assim totalizado em 170%, é confiscatório. • Ressalta que tal limitação constitucional é referida apenas no âmbito dos tributos, mas a doutrina pacificamente a estende às multas, na medida em que estas não devem ter caráter arrecadatório, mas tão só sancionatório, com respeito aos princípios da proporcionalidade e isonomia com relação a situações similares. • Entende caracterizado o confisco nas multas que ultrapassam em muito o valor do próprio tributo, ou mesmo o valor do bem ou riqueza que ensejou a tributação, extrapolando o dimensionamento necessário para desestimular o ilícito. • Assevera que a indenização ao Fisco se faz pela aplicação de juros de mora e correção monetária, e a utilização da taxa SELIC para cálculo dos juros, associada a multas superiores a 100%, ofende o princípio da proporcionalidade e tem feição confiscatória. • Apenas o tributo deve ter função arrecadatória. A multa deve ser fixada para incentivar o cumprimento do dever pelo contribuinte e, para manter as suas funções de punir, reprimir e ressocializar, deve também observar o princípio do não confisco. • Cita também o princípio da razoabilidade, reportandose a precedentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Regionais Federais, e acrescenta que o valor excessivo da penalidade é suficiente para inviabilizar a vida financeira da empresa punida. E, por fim, menciona que o alcance do preceito constitucional que veda o confisco é também extensivo às penalidades, por ser desdobramento da garantia do direito de propriedade, previsto no inciso XXII, do artigo 5º, e inciso II do artigo 170, ambos da Constituição Federal. • Requer, por todo o exposto, a declaração de nulidade do presente lançamento, eis que demonstrado que os créditos tributários não homologados nos autos do Processo Administrativo n° 10830.001321/200618, já foram devidamente recolhidos, ou então que seja ele julgado improcedente, por inaplicabilidade da multa de 150%, ou que este percentual seja reduzido para 75%, tendo em vista que a Requerente não praticou a aquisição e compensação dos créditos com intuito de fraude. Submetidas a Manifestação de Inconformidade e a Impugnação à apreciação da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, esta houve por bem julgar procedente em parte a manifestação, ratificando o ato de não homologação, mas afastando parcialmente a cobrança dela decorrente. Entretanto, julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da multa isolada formalizada nestes autos. O acórdão restou assim ementado: Fl. 643DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 14 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. INEXISTÊNCIA. ORIGEM EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DE INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO. Inadmissível a compensação de suposto crédito de natureza tributária, oriundo de processo administrativo destinado à inscrição em Dívida Ativa da União de débito cujo valor é irrisório, se comparado com o crédito alegado. FALSIDADE EM DCOMP. IMPOSSIBILIDADE. IMPOSIÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. PROCEDÊNCIA. Inserir informação falsa em DCOMP, a fim de possibilitar o seu envio por meio eletrônico e dar aparência de regularidade à utilização de créditos de natureza tributária inexistentes, demonstra a falsidade e o evidente intuito de fraude que devem ser penalizados com o lançamento de multa qualificada no percentual de 150%. DÉBITOS PAGOS EM RAZÃO DE PROCEDIMENTO ANTERIOR. NÃO HOMOLOGAÇÃO. NECESSIDADE. Se o interessado não providencia espontaneamente o cancelamento das DCOMP cujos débitos foram posteriormente pagos, necessário é o ato de não homologação para desfazer seu efeito extintívo evitar eventual alegação de pagamento indevido. COBRANÇA. Descabe nova cobrança de débitos que, embora objeto de DCOMP nãohomologada, já se encontram pagos ou foram objeto de representação para cobrança em razão de procedimento fiscal anterior. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. O pagamento posterior dos débitos compensados não afasta a multa isolada por compensação indevida, na medida em que ela decorre do efeito extintivo das DCOMP, e visa coibir seu uso em hipóteses distintas daquelas autorizadas na lei, mormente se vinculada a créditos inexistentes de natureza tributária e com inserção de elementos falsos. MULTA DE OFÍCIO POR COMPENSAÇÃO INDEVIDA COM EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. ATOS PRATICADOS POR TERCEIROS. Imprópria é a alegação de culpa in eligendo da assessoria contratada, se inexiste qualquer evidência de que o procedimento questionado tenha sido promovido por terceiros. MULTA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARGUIÇÃO DE EFEITO CONFISCATÓRIO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de considerações acerca da graduação da penalidade, definida objetivamente em lei, não compete à autoridade administrativa, mas sim ao Poder Judiciário. COBRANÇA DOS DÉBITOS COMPENSADOS. COEXISTÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO ISOLADA E MULTA Fl. 644DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 638 15 MORA. A multa isolada de que trata o art. 18 da Lei nº e 10.833, de 2003, é penalidade nova, aplicável sobre o valor total do débito indevidamente compensado nos casos de abuso de forma e/ou fraude no uso da DCOMP como meio extintivo do crédito tributário. Assim, não se caracteriza como acréscimo do principal não recolhido e coexiste com eventual exigência deste acrescido de multa de mora ou de ofício. Lançamento Procedente. Vale mencionar que, ao longo do voto condutor do julgado acima, a DRJ reconheceu que os débitos que constavam na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 (cuja manifestação de inconformidade fora apresentada nos autos do PTA nº 10830.001321/200614, apenso a este processo quando da análise pela SRJ) já haviam sido objeto de compensação anterior e integralmente pagos pelo contribuinte nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749. Entendeu, assim, que nova cobrança dos mesmos débitos, dessa vez consubstanciada no PTA nº 10830.001321/200614 (destinado à cobrança dos débitos relativos a não homologação das compensações formalizadas em DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843 e 36921.01195.150405.1.3.046080) caracterizaria a duplicidade na exigência dos mesmos débitos relacionados à DCOMPs n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Com relação à multa isolada, o seu lançamento foi realizado em Auto de Infração próprio, consubstanciado no presente PTA 10830.005020/200813. No entendimento da DRJ, embora tenha considerado válido e necessário o ato de não homologação da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, decidiu que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos a ela correspondentes, já que foram integralmente pagos, conforme acima noticiado. Já com relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.04 6080, como não foram comprovados os pagamentos dos débitos nela compensados, não havendo qualquer relação com a aqueles cobrados em procedimentos anteriores, entendeu que não seria a mesma situação da outra DCOMP (n° 13710.48934.110405.1.3.040843). Por esse motivo, manteve integralmente a cobrança dos débitos daquela DCOMP. No que diz respeito à multa isolada lançada nos presentes autos (PTA nº 10830.005020/200813), exigida em sua modalidade agravada (150%), a DRJ houve por bem manter integralmente o seu lançamento ao fundamento de que, apesar de as compensações realizadas em duplicidade envolverem os mesmos débitos, elas se valeram de créditos distintos, submetendo o infrator a tantas punições quantas forem as condutas praticadas em inobservância de norma, reunindo as características necessárias para a aplicação da multa isolada pela não homologação da compensação. Manteve, ainda, a penalidade em sua forma qualificada e, para tanto, justificou ser: “indubitável que a inserção de informações cujas características não estão de acordo com a legalidade que ampararia o direito de compensação de créditos junto ao Fisco tipifica a conduta do agente que deliberadamente inseriu a informação com o fim de ser eximir de recolhimento de tributos. Da inserção de dados Fl. 645DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 16 relativos a créditos inexistentes, ou ente diverso da fazenda pública federal, ou que seja de natureza nãotributária, depreendese que, regra geral, a conduta não foi, em tese, culposa, mas sim dolosa. No mínimo, ocorreu o dolo eventual, pois o agente vislumbrou o resultado (extinção do crédito tributário) e o assumiu, no esteio de que o último risco seria a simples nãohomologação da compensação.” (fl. 570) Regularmente intimado do acórdão acima, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário de fls. 594/620, informando que o saldo remanescente do PTA nº 10830.001321/200614 será devidamente quitado, tendo em vista a sua inclusão no Parcelamento nº 18043.000091/200999. Não é, portanto, objeto de discussão no presente recurso. A matéria em debate limitase a discutir a cobrança da multa isolada, bem como o seu enquadramento na modalidade qualificada (150%). Depois de interposto o recurso voluntário supramencionado, foi certificado à fl. 621 que apenas o presente processo (PTA 10830.005020/200813) foi encaminhado à ARF/Sumaré para continuidade, já que o processo apenso 10830.001321/200614 foi parcelado. Na sequência, certificouse à fl. 622 que, em 21/06/2010, o PTA nº 10830001321200614 foi desapensado do PTA n° 10830.005020/200813. Desse modo, apenas o Recurso Voluntário discutindo a multa isolada é objeto de análise por este Conselho. Recebido o feito para apreciação, passo a analisálo. É o relatório. Fl. 646DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 639 17 Voto Conselheiro Relator Alexandre Antonio Alkmim Teixeira O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Da leitura do Auto de Infração, verificase à fl. 35 que o enquadramento legal da multa isolada em razão da não homologação da compensação foi embasado no art. 18 da Lei 10.833/2003, com redação dada pela Lei nº 11.051/04. Confirase: 001 MULTA ISOLADA COMPENSAÇÃO INDEVIDA COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO O contribuinte efetuou compensação indevida de valores em declaração prestada, conforme Termo de Verificação Fiscal, parte integrante e indissociável do presente Auto de Infração. Data Valor Multa Regulamentar 30/04/2005 R$ 10.702.357,98 30/04/2005 R$ 2.315.255,74 ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 18 da Lei n° 10.833/03, com redação dada pela Lei n° 11.051/04. A aplicação da multa isolada sobre o débito objeto de compensação não homologada tem embasamento legal no art. 18 da Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que, em sua redação original, assim dispunha: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n°4.502, de 30 de novembro de 1964. § 1º Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6º a 11 do art. 74 da Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 647DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 18 § 2º A multa isolada a que se refere o caput é a prevista nos incisos I e II ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso. § 3º Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. No ano seguinte, o citado art. 18 da Lei nº 10.833/2003 foi modificado pela Lei n° 11.051, de 27 de dezembro de 2004, que alterou a redação do caput e do § 2°, bem como incluiu o § 4°, o qual passou a tratar da incidência da multa isolada para os casos em que a compensação for considerada não declarada, restringindo expressamente a aplicação dessa penalidade às hipóteses enquadradas no II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Confirase: Art. 25. Os arts. 10, 18, 51 e 58 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: "(...) Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ............................................................................ § 4º A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996." (NR) A Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, por sua vez, ao alterar a redação do citado § 4° do art. 18 da Lei nº 10.833/2003, o fez apenas para definir que a multa será aplicada sobre o total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada, bem como para estabelecer os percentuais que seriam aplicados para cada situação, inclusive os casos de qualificação da multa. Não realizou, entretanto, nenhuma alteração em relação à estrita incidência da referida multa isolada, que deve ser aplicada somente se verificada as hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Para que não restem dúvidas, veja a redação abaixo: Art. 117. O art. 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 18. ........................................................................................ ........................................................................................ Fl. 648DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 640 19 § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado, quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose os percentuais previstos: I no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; II no inciso II do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas no § 4º deste artigo." (NR) Novamente a redação do art. 18 foi modificada, agora pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007, que atribuiu nova redação ao caput do art. 18, bem como aos parágrafos, 2º, 4º e 5º, definindo a redação atualmente em vigor. Todavia, manteve a mesma restrição de que a multa isolada será aplicada apenas quando “a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996”: Art. 18. Os arts. 3º e 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a seguinte redação: (...) "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitar seá à imposição de multa isolada em razão de não homologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. ........................................................................... § 2º A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. ........................................................................... § 4º Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1º, quando for o caso. Fl. 649DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 20 § 5º Aplicase o disposto no § 2º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2º e 4º deste artigo." (NR) Feitas essas considerações iniciais acerca da multa isolada prevista para compensação não homologada e compensação não declarada, passase a delimitar o campo de aplicação das penalidades impostas pelo art. 18 da Lei nº 10.833/2003, bem como analisar se o caso em tela é passível de ser considerado uma compensação não homologada ou não declarada. Inicialmente, é importante salientar que pedido de compensação é causa extintiva do crédito tributário, sob condição resolutória, nos termos do art. 156, inciso II, do CTN e o art. 74, § 2o, da Lei nº 9.430/96. Nos dizeres de Paulo de Barros Carvalho, no seu livro “Direito Tributário, linguagem e método”, 4ª edição, “na compensação tributária são dissolvidas, simultaneamente, essas duas relações: (i) de crédito tributário e (ii) de débito do Fisco. Direitos e deveres funcionam como vetores de mesma intensidade e direção, mas de sentidos opostos que se anulam. A compensação é forma extintiva das obrigações em geral, encontrando fundamento de validade no art. 368 do Código Civil: ‘Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações se extinguem, até onde se compensarem’. No que concerne à obrigação do tributo, o Código Tributário Nacional acolhe o instituto, desde que, em homenagem ao princípio da indisponibilidade dos bens públicos, seja autorizado em lei.” De acordo com o § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, “a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” O efeito de extinção do crédito, pela compensação, operase de imediato, portanto, a partir da entrega da declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. Contudo, somente irá vigorar enquanto não haja despacho decisório indeferindo o pedido de compensação. Essa é a condição resolutória e está relacionada ao prazo de cinco de que dispõe a Administração Pública para verificar a regularidade do ato e homologálo. Caso ela não se manifeste durante o prazo acima assinalado, a compensação será tacitamente homologada, permanecendo o crédito extinto. Caso ela se manifeste indeferindo o pedido de compensação, o crédito tributário será exigido. Ou seja, a implementação da condição poderá desfazer o ato jurídico perfeito que resultou na extinção do crédito tributário e, assim, este passará a ser novamente exigido com todos os encargos cabíveis. A extinção do crédito tributário é, portanto, condicional, ocorrendo em razão da apresentação de declaração de compensação e deixando de existir em função da implementação de condição resolutória, qual seja, a sua nãohomologação pelo Fisco. É o mesmo raciocínio aplicado para o pagamento antecipado dos lançamentos por homologação (art. 150, § 4º do CTN). Nessa hipótese, a extinção do crédito ocorre na data do pagamento antecipado. Entretanto, por ser uma condição resolutória, caso a administração tributária, em posterior procedimento de fiscalização, venha a apurar que o sujeito passivo não efetuou o pagamento adequadamente, cuidará de adotar todas as providências necessárias para exigir os valores que deixaram de ser pagos, acrescidos das penalidades cabíveis. Fl. 650DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 641 21 A lógica é tão semelhante que, durante o período em que o pedido de compensação estiver pendente de análise, os débitos informados na DCOMP são tratados como inexistentes pelo sistema da RFB, que permite, inclusive, a renovação de certidão negativa de débitos. Tendose em vista que a compensação extingue o débito, resta impossível apresentar novo pedido de compensação quanto o débito encontrase extinto. É pressuposto básico do pedido de compensação a existência do débito a ser compensado. A este respeito, confirase a opinião de Sacha Calmon1: A compensação pode ser legal, jurídica ou voluntária. A compensação legal é feita nos termos da lei, ipso jure. É o caso da compensação fiscal porque o tributo é ex lege, indisponível pelo EstadoAdministração. A compensação é voluntária quando resulta de convenção entre as partes. Dela se diz que é judicial quando a dívida se faz líquida e certa por decisão judicial. São pressupostos da compensação legal: a) Duas dívidas que sejam recíprocas; b) Fungíveis; e c) Exigíveis. É dizer: não há como existir a compensação legal (que é a compensação ora analisada) diante da inexistência do débito a ser compensado. Assim, como a Recorrente havia apresentado declaração de compensação anterior, cujo efeito foi extinguir os débitos, a declaração de compensação posterior visando extinguir os mesmos débitos que já se encontravam extintos não pode existir juridicamente vez que ausente o pressuposto da existência do débito a ser compensado. Isso porque, a compensação anula, sob condição resolutória, o débito, como bem explica o professor Paulo de Barros Carvalho, vez que no quadro da fenomenologia das extinções, a compensação ocupa o tópico de modalidade extintiva tanto do direito subjetivo como do dever jurídico, uma vez que o crédito do sujeito pretensor, num dos vínculos, é anulado pelo seu débito, no outro, o mesmo se passando com o sujeito devedor. A jurista Misabel Abreu Machado Derzi2 também realiza considerações interessantes sobre o instituto da compensação, valendo conferir os seguintes trechos: a peculiaridade da compensação no Direito Tributário, realçada especialmente nos tributos lançados por homologação, conforme modelo adotado pela Lei nº 8.383/91, está exatamente no fato de que ela extingue a obrigação sob condição resolutória, como é 1 Curso de Direito Tributário Brasileiro. 11ª ed. Forense, p.735. 2 Direito Tributário Brasileiro. Aliomar Baleeiro. Editora Forense. 11ª Edição. Fl. 903 Fl. 651DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 22 próprio do pagamento antecipado (art. 150, § 4º do CTN). A certeza e a liquidez serão apuradas pelo sujeito passivo, que procederá à compensação, ficando os atos assim praticados sujeitos à fiscalização futura pelo prazo de cinco anos. (...) O fenômeno é ordinário. Afinal, os impostos e contribuições mais importantes do sistema tributário brasileiro são sujeitos a lançamento por homologação, em que o sujeito passivo, calculando e apurando o montante a pagar, antecipa o pagamento, que se sujeita a ato administrativo de homologação posterior, expresso ou tácito, como condição resolutória de extinção. No ICMS e no IPI, ordinariamente, o contribuinte também realiza as compensações inerentes ao princípio da não cumulatividade. Seria estranho ao regime do próprio tributo e mesmo impraticável que o contribuinte, que pagou o que não devia, para compensar o seu crédito – como forma de restituição do indébito – se sujeitasse à conferência prévia pela Fazenda Pública de todos os atos praticados” Não se trata, portanto, de DCOMP não homologada ou não declarada, vez que a ausência de débito impossibilita a apresentação de DCOMP. Explicase. A lógica corrobora para impossibilitar a existência de duas declarações de compensação sobre o mesmo débito. Em síntese, sobre a matéria envolvendo vários pedidos de compensação relativos aos mesmos débitos, três hipóteses distintas são possíveis: (i) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada quando a primeira DCOMP ainda não foi analisada: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal, ela deve ser interpretada como retificadora da primeira e esta, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. A segunda DCOMP, portanto, substitui a primeira, devendo somente aquela ser analisada, já que a primeira deixa de produzir efeitos; (ii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o início do procedimento fiscal, mas antes do despacho decisório: quando a segunda DCOMP é apresentada antes do despacho decisório, mas depois de iniciado o procedimento fiscal (não podendo a primeira ser retificada), ela perde o seu objeto, devendo ser considerada inexistente, já que, iniciado o procedimento fiscal o contribuinte não pode retificar a primeira declaração, e o débito, antes do despacho não homologatório está extinto, podendo, portanto, a segunda DCOMP produzir nenhum efeito sobre aqueles débitos; (iii) A segunda DCOMP, com débitos apresentados em DCOMP anterior, é apresentada após o despacho que não homologa a primeira: havendo despacho acerca da não homologação da primeira DCOMP, aplicandose a multa isolada competente e realizandose a cobrança dos débitos correspondentes, a segunda DCOMP, quando apresentada após o referido despacho decisório, deve ser considerada como não declarada (nos termos do §3º, V, e §12, do art. 74 da Lei nº 9.430/96), já que a legislação não permite a coexistência dessas duas declarações sobre os mesmos débitos. Aplicandose os conceitos acima ao caso em tela, é de se concluir que, em relação aos débitos consubstanciados DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843, transmitida em 11/04/2005, como já haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, e, como confirmado pela DRJ, já haviam sido integralmente pagos nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, a cobrança da multa isolada exigida por meio do meio do presente PTA não deve subsistir. Explicome: Fl. 652DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 642 23 A DRJ de Campinas teve o cuidado de realizar uma análise muito detalhada dos débitos envolvidos, visando justamente evitar a duplicidade na cobrança. Assim, constatou que todos os débitos informados na DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 haviam sido objeto de pedidos de compensação anteriores, sendo que todas as DCOMPs envolvidas foram transmitidas no período de outubro/2004 e janeiro/2005, ou seja, anteriores à DCOMP ora analisada, que, como dito, foi transmitida em abril/2005. Ressaltou, ainda, que todos os débitos constantes da DCOMP nº 13710.48934.110405.1.3.040843 já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Veja o trecho abaixo, extraído do acórdão nº 0523.794, elaborado pela DRJ, fl. 549: Concluise, desta forma, a análise dos débitos compensados na DCOMP n° 13710.48935.110405.1.3.040843, evidenciandose que todos os valores ali constantes já haviam sido cobrados do contribuinte e por ele pagos. Para maior clareza, o número de ordem atribuído a cada um dos débitos analisados está referenciado na cobrança/lançamento evidenciado nos extratos dos processos administrativos n° 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749 (fls. 352/374). Ali, apenas deixam de ser consignados os débitos de n° 1, 6 e 29, que embora não constem naqueles autos, foram indicados para cobrança na ordem de intimação do Acórdão DRJ/CPS n° 18.644. Apenas para que não restem dúvidas quanto às compensações realizadas, convém notar os trechos a seguir, os quais demonstram que todas as DCOMPs mencionadas e analisadas pela DRJ, em relação à DCOMPs n°s 13710.48934.110405.1.3.040843, foram transmitidas no período entre 10/2004 e 01/2005. Confirase: 1) Código 0561, PA 110/2004, valor original de RS 761.445.08: Código 0561, PA 510/2004, valor original de R$ 761.445,08 O contribuinte aponta compensações de: R$ 761.445,08 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878 (retificadora da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640); R$ 942.135,99 (principal de R$ 761.445,08) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; (...) Como se vê, o débito de R$ 761.445,08, aqui indicado como referente à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5 a semana de outubro/2004 na DCTF deste período. O mesmo se infere da DCOMP aqui tratada (n° 13710.48935.110405.1.3.040843), na qual ele é associado ao vencimento de 04/11/2004, e não 06/10/2004, como seria esperado para débitos da 1ª semana de outubro/2004. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. Fl. 653DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 24 2) Código 0561. PA 112/2004. valor original de R$ 577.998.86: Código 0561, PA 112/2004, valor original de RS 615.229,22 O contribuinte aponta compensações de: R$ 615.229,22 na DCOMP 22107.55657.261104.1.3.571445; R$ 615.229,22 na DCOMP 39819.06004.071204.1.3.572423; R$ 686.778,23 (principal de R$ 577.998,86) e de R$ 1.999,84 (principal de R$ 1.683,09) na DCOMP 38486.24773.070105. 1.3.570600; e R$ 42.237,26 (principal de R$ 35.547,27) na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300. (...) Observase, do exposto, que o débito de IRRF, sob código 0561, apurado na 1ª semana de dezembro/2004 seria, em todos os documentos apresentados, de R$ 615.229,22. Apenas que este valor foi decomposto nas parcelas de R$ 577.998,86 e R$ 1.999,84 indicadas na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e da parcela de R$ 35.547,27 compensada na DCOMP n° 24322.97492.070105.1.3.573300, as quais totalizam também R$ 615.229,22. Confirmase, ainda, que a parcela de R$ 615.229,22 foi objeto de cobrança no processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, na medida em que o débito de R$ 577.998,86 integra o valor de R$615.229,22, cobrado naquele processo administrativo, descabe nova exigência. 3) Código 0561. PA 212/2004, valor original de R$ 1.683.09: Como se vê acima, o valor de R$ 1.683,09 foi apontado como parcela integrante do débito de R$ 615.229,22, apurado na 1ª semana de dezembro/2004, sendo objeto de compensação na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600. Aqui, não obstante ele tenha sido indicado como referente à 2 a semana de dezembro/2004, seu vencimento foi declarado como sendo 08/12/2004, o mesmo apontado para o débito de R$ 577.998,86. Concluise, daí, que esta parcela, à semelhança do débito de R$ 577.998,86, também integra o valor de R$ 615.229,22 cobrado e pago no processo administrativo n° 10166.000251/200578, devendo ser interrompida esta nova cobrança. 4 e 5) Código 0561. PA 112/2004. valor original de RS 23.152.85. e Código 0561, PA 212/2004. valor original de RS 112,94: (...)Código 0561, PA 212/2004, valores originais de R$ 112,94 e R$ 23.152,85, informados na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrados, pelo valor total de R$ 23.265,79, em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito R$ 23.152,85 (1 12/2004) estaria incorreto; Fl. 654DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 643 25 Aqui, também, o débito compensado de R$ 23.152,85 foi novamente vinculado à 1ª semana de dezembro/2004, mas tendo como data de vencimento 15/12/2004, prevista para a 2ª semana de dezembro2004. Daí a evidência de incorreção do período de apuração indicado na DCOMP 13710.48935.110405.1.3.04 0843 e, conseqüentemente, da sua anterior cobrança nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, juntamente com a parcela de R$ 112,94, o que totaliza R$ 23.265,79 no período de 212/2004 e impõe o afastamento da cobrança renovada nestes autos. 6) Código 1708, PA 110/2004. valor original de RS 11.239.66: Código 1708, PA 510/2004, valor original de R$ 11.239,66 O contribuinte aponta compensações de: R$ 11.239,66 na DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878; R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 36750.45364.050105.1.3.570527; e R$ 13.906,82 (principal de R$ 11.239,66) na DCOMP 17421.01212.060105.1.3.574064. (...) Como se vê, o débito de RS 11.239,66, aqui também indicado como referente ao código 1708 e à 1ª semana de outubro/2004, em verdade consta como pertinente à 5ª semana de outubro/2004 na DCTF deste período, aspecto confirmado no processo administrativo n° 10166.000251/200578. (...) Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 7 e 8) Código 1708. PA 211/2004. valor principal de RS 29.669.72. e Código 1708, PA 112/2004. valor original de R$ 2.930.11: À semelhança dos itens 4 e 5, verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fis. 285/286: [...] Código 1708, PA 211/2004, valor original de RS 29.669,72, informado na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 24408.15721.171104.1.3.574925; Fl. 655DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 26 [...] Código 1708, PA 212/2004, valor original de RS 2.930,11, informado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600 para o débito RS 2.930,11 (1 12/2004) estaria incorreto; Evidente, portanto, a anterior cobrança dos débitos de R$ 29.669,72 e R$ 2.930,11 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, o que impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 9) Código 2172, PA 08/2004, valor original de R$ 10.067,00: No Acórdão n° 18.644 esta Relatora verificou a compensação de débito com estas características por meio da DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, a qual foi considerada não declarada e ensejou o lançamento de ofício dos valores correspondentes nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, não impugnado e quitado pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que o referido débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido, mas agora em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749. Assim, não deve prosseguir a cobrança correspondente, aqui promovida. 10) Código 2172. PA 09/2004. valor original de RS 18.268.50: Código 5979, PÁ 209/2004, valor original de R$ 28.316,17 Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de R$ 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de RS 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de RS 4.897,43 (principal de RS 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. Confirmase, daí que, como alegado pelo impugnante, a COFINS apurada em setembro/2004 no valor de R$ 18.268,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, razão pela qual descabe a renovação desta exigência. 11.12 e 13) Código 2172. PA 10/2004, valor original de R$ 34.021,73; PA 11/2004, valor original de R$ 68.405,08; e PA 12/2004, valor original de RS 70.354.78: Fl. 656DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 644 27 À semelhança do descrito no débito n° 9, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. Os valores assim exigidos nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foram pagos pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que os referidos débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos. Observese, apenas, que todos assim o foram em razão do lançamento de ofício formalizado nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749, muito embora o recorrente vincule os débitos de R$ 68.405,08 e R$ 70.354,78 a recolhimento decorrente da cobrança efetuada nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não deve prosseguir a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 14 e 15) Código 2362. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83: À semelhança dos itens 4, 5, 7 e 8 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2362, PA 10/2004, valores originais de R$ 263.434,83 e R$ 542.152,53, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721.171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Portanto, também aqui, a cobrança anterior dos débitos de R$ 542.152,53 e R$ 263.434,83 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impõe o afastamento das cobranças renovadas nestes autos. 16) Código 2372. PA 1/2004. valor original de RS 3.355,67: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12 e 13, o valor em referência também foi identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo Fl. 657DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 28 administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tal débito foi objeto de compensação anterior, e também recolhido. Portanto, descabe a cobrança a eles correspondente, aqui promovida. 17) Código 2372. PA 3/2004. valor original de R$ 6.089,50: Código 5979, PA 209/2004, valor original de RS 28.316,17. Este código de receita corresponde a retenções da Contribuição ao PIS sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado. No período em questão, o contribuinte aponta, no demonstrativo à fl. 287, compensações de: R$ 3.997,36 (principal de R$ 3.958,17), R$ 18.449,36 (principal de R$ 18.268,50), R$ 6.149,79 (principal de RS 6.089,50) na DCOMP 09370.80623.111004.1.3.573903; R$ 34.616,51 (principal de R$ 28.316,17) na DCOMP 38948.41809.081204.1.3.573800; R$ 22.603,21 (principal de R$ 18.268,50), R$ 7.534,53 (principal de R$ 6.089,50) e de R$ 4.897,43 (principal de R$ 3.958,17) na DCOMP 38486.24773.070105.1.3.570600. (...) Confirmase, portanto o alegado pelo impugnante, no sentido de que a CSLL apurada no 3 o trimestre/2004 no valor de R$ 6.089,50 foi objeto de cobrança e pagamento no processo administrativo n° 10166.000251/200578, não devendo prosseguir a cobrança nestes autos. 18. 19. 20 e 211 Código 2372. PA 2/2004. valor original de R$ 1.085,12; PA 4/2004. valor original de R$ 22.801,69: PA 3/2004, valor original de R$ 11.340,58: e PA 2/2004. valor original de R$ 10.203,16: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13 e 16, os valores em referência também foram identificados como compensados na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de ter sido considerada não declarada a compensação. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado. (...) Confirmase, daí, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram objeto de compensação anterior, e também recolhidos após lançamento de ofício. Portanto, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 22 e 23) Código 2484. PA 10/2004. nos valores originais de R$ 65.261,60 e R$ 199.974,29: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14 e 15 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria Fl. 658DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 645 29 autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 2484, PA 10/2004, valores originais de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60, informados na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrados em razão da nãohomologação das DCOMP 24408.15721. 171104.1.3.57 4925 e 05223.55367.231104.1.3.572278; Assim, a cobrança anterior dos débitos de R$ 199.974,29 e R$ 65.261,60 nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, impede, aqui, que se prossiga na cobrança dos débitos em referência. 24) Código 3208. PA 112/2004. no valor original de RS 3.549,00: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22 e 23 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 3208, PA 212/2004, valor original de RS 3.549,00, informado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322.151204.1.3.577088, com implícita admissibilidade de que o período de apuração indicado na DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 para o débito RS 3.549,00 (1 12/2004) estaria incorreto; [...] Como se vê, o débito de R$ 3.549,00, sob código 3208, foi objeto de compensações anteriores, muito embora vinculado ao período de apuração 212/2004 na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, e cobrado em razão da DCOMP n° 39228.04322.151204.1.3.577088, na qual foi atribuído ao período de apuração 112/2004, como nas compensações aqui tratadas. Logo, descabe nova cobrança deste valor. 25 e 26) Código 5706. PA 211/2004 no valor original de RS 122.117,66; e PA 311/2004. no valor original de R$ 33.882,03: Código 5706, PA 311/2004, valor original de RS 156.000,01 Fl. 659DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 30 O contribuinte aponta compensações de: R$ 156.000,01 na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278; e R$ 149.569,70 (principal de R$ 122.117,66) e de R$ 41.498,78 (principal de R$ 33.882,03) na DCOMP 24322.97492. 070105.1.3.573300. Na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300 o valor principal de R$ 122.117,66foi informado no PÁ 21172004, e a parcela de R$ 33.882,03 no PA 311/2004 (fl. 335 do processo apenso n° 10166.000251/200578). Já na DCOMP 05223.55367.231104.1.3.572278, o débito de R$ 156.000,01 foi indicado para o PA 311/2004 (fl. 257 do processo apenso n° 10166.000251/200578). (...) Tais constatações infirmam a indicação contida na impugnação (fl. 181), de que os débitos de R$ 33.882,03 e R$ 122.117,66 integrariam o valor de R$ 156.000,01 recolhido em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Apenas a parcela de R$ 33.882,03 foi admitida como integrante do débito sob código 5706, no período de apuração 311/2004. De toda sorte, a outra parcela de R$ 122.117,66, que se entendeu relativa ao período de apuração 211/2004, foi objeto de lançamento de ofício n° 10830.001497/200749, também pago. Assim, descabe prosseguir na cobrança de ambos os débitos. 27) Código 5856. PA 10/2004, valor original de R$ 964.147,68: À semelhança do descrito nos débitos n° 9, 11, 12, 13, 16, 18, 19, 20 e 21, o valor em referência também foi identificados como compensado na DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.570600, conforme consta no Acórdão n° 18.644, mas sem que isto suscitasse seu lançamento de ofício, e sim a sua cobrança em razão de ter sido considerada nãodeclarada a compensação, possivelmente em razão de o débito ter sido também declarado em DCTF. Tal cobrança acompanhou as demais promovidas no processo administrativo n° 10166.000251/200578 e foi paga pelo interessado. (...) Confirmase, portanto, a alegação do impugnante, nestes autos, de que tais débitos foram recolhidos em razão da cobrança promovida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578. Assim, não se deve prosseguir, aqui, na cobrança dos mesmos valores. 28) Código 5856. PA 11/2004, no valor original de RS 1.638.587,68: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23 e 24 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes Fl. 660DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 646 31 débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de fls. 285/286: [...] Código 5856, PA 11/2004, valor originai de R$ 1.638.587,68, informado nas DCOMP 38486.24773. 070105.1.3.570600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 39228.04322. 151204.1.3.577088; [...] Considerando que a cobrança acima referida foi paga no processo administrativo n° 10166.000251/200578, como alegado pelo impugnante, descabe aqui repetila. 29 ) Código 6912. PA 09/2004. no valor original de R$ 126.141.65: Concluída a análise dos valores questionados pelo contribuinte no demonstrativo de fls. 285/288, cumpre ainda observar que, dentre os débitos por ele indicados como declarados em DCTF e compensados, notase que o valor de R$ 126.141,65 (atualizado em R$ 156.075,06 na DCOMP 24322.97492.070105.1.3.573300), relativo ao período de apuração de setembro/2004 e informado sob código 6912, não foi objeto de cobrança. (...) Como se vê, à semelhança dos débitos n° 1 e 6, embora o valor de R$ 126.141,65 não tenha sido cobrando nos autos n° 10166.000251/200578 como acima relatado, esta Relatora, no mesmo Acórdão n° 18.644, fez constar de sua ordem de intimação o encaminhamento à DRF jurisdicionante do contribuinte para que: “Adote as providências necessárias relativamente aos débitos abaixo indicados que, nos termos do voto deste julgado, foram indevidamente compensados, mas não constam da carta cobrança de fls. 521/529 do processo apenso n° 10166.000251/200578: Tributo PA Valor DCOMP 6912 09/2004 126.141,65 24322.97492.070105.1.3.573300 [...]” Observese, inclusive, que o impugnante também se reporta a este débito em sua impugnação classificandoo dentre os valores que ainda serão objeto de levantamento interno (fl. 179). Portanto, uma vez procedida a cobrança complementar naqueles autos, como determinado em razão do julgamento, descabe repetila aqui. 30. 31. 32 e 33) Código 6912, PA 08/2004, no valor original de RS 2.181.18: PA 10/2004. no valor original de R$ 7.371,37; PA Fl. 661DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 32 U/2004, no valor original de R$ 14.821,11: PA 12/2004. no valor original de R$ 15.243,54: À semelhança do descrito nos débitos n° 9,11,12,13,16,18,19, 20, 21 e 27, os valores em referência também foram identificados como compensados nas DCOMP n° 38486.24773.070105.1.3.57 0600 e 24322.97492.070105.1.3.573300, conforme consta no Acórdão n° 18.644, com o seu conseqüente lançamento de ofício em razão de terem sido consideradas nãodeclaradas as compensações. O valor assim exigido nos autos do processo administrativo n° 10830.001497/200749 foi pago pelo interessado.(...) 34) Código 8045. PA 110/2004. valor original de R$ 668,33: À semelhança dos itens 4, 5, 7, 8, 14, 15, 22, 23, 24 e 28 verificouse nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578 a duplicidade de débitos compensados, dado que a própria autoridade administrativa deixou de cobrar débitos indicados em DCOMPs que não foram admitidas: [...] A partir destas informações, já de plano podese confirmar a duplicidade de compensações relativamente aos seguintes débitos alegados pelo impugnante em seu demonstrativo de jls. 285/286: [...] Código 8045, PA 110/2004, valor original de RS 668,33, informado nas DCOMP 36750A5364.050105.1.3.570527 e 17421.01212.060105A.3.574064, mas cobrado em razão da nãohomologação da DCOMP 29705.87825.031104.1.3.571640 (retificada pela DCOMP 26981.24560.030105.1.7.573878). E, muito embora o impugnante não cite tal ocorrência em seu demonstrativo de fls. 179/181, tendo em conta o pagamento da cobrança acima referida, procedida nos autos do processo administrativo n° 10166.000251/200578, descabe aqui renová la. Relacionando tudo o que foi dito até o momento com o caso em análise, vêse que a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 foi transmitida em 11/04/2005. Desse modo, (i) sendo posterior às demais DCOMPs acima mencionadas (transmitidas entre 10/2004 a 01/2005) e (ii) tendo sido apresentada antes do despacho decisório e antes do início do procedimento fiscal que resultou nas cobranças realizadas nos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/200749, devidamente pagas pela Recorrente, é de se declarar indevida a cobrança da multa isolada, já exigida da contribuinte nos autos do PTA nº 10830.006690/2006 95. Isso porque, a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843 deveria ter sido interpretada como retificadora das DCOMPs anteriores, que diziam respeito aos mesmos débitos. Ao analisar as DCOMPs apresentadas primeiramente (entre outubro/2004 e janeiro/2005), não deveria a Autoridade Fiscal simplesmente ter desprezado a existência da DCOMP posterior que, por versar sobre os mesmos débitos que as anteriores, evidenciava a necessidade de se promover a substituição das outras declarações, evitandose a duplicidade de pedidos de compensação para os mesmos débitos. Inclusive, a própria contribuinte, ao constatar a duplicidade de pedidos de compensação, pediu o cancelamento da DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, cujos Fl. 662DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10830.005020/200813 Acórdão n.º 1401000.722 S1‐C4T1 Fl. 647 33 débitos foram quitados nos autos dos PTAs nº 10166.000251/200578 e 10830.001497/2007 49. Contudo, o pedido de cancelamento não foi acolhido por ter sido formulado no curso da ação fiscal. Assim, a Autoridade Fiscal desprezou a existência de DCOMP posterior que tentava compensar débitos que constavam nas DCOMPs anteriores e, ao não homologar as primeiras DCOMPs, exigiu o pagamento do débito acrescido da multa isolada na modalidade qualificada. O aspecto mais relevante sobre a discussão deixou de ser analisado: se o pedido de compensação extingue os débitos sob condição resolutória, é impossível coexistirem duas declarações sobre um mesmo débito, já que ele é extinto no momento da entrega da declaração de compensação, deixando de existir até ulterior condição resolutória. Desse modo, não se pode permitir a cobrança de nova multa isolada, na modalidade qualificada, pela não homologação de compensação que versava sobre débitos constantes de DCOMPs anteriores, as quais já foram não homologadas e a multa isolada já imposta. É juridicamente impossível que os mesmos débitos sejam objeto de pedidos de compensação diferentes, haja vista que, ao apresentar o primeiro pedido de compensação, o débito é extinto e, via de conseqüência, não pode servir de substrato para outro pedido de compensação que verse sobre o mesmo débito, ainda que aborde créditos distintos. É admissível, entretanto, a retificação da declaração de compensação, situação em que a segunda declaração deve substituir a primeira que, por conseqüência, perde o seu objeto, dispensando a sua análise. Assim, somente a segunda DCOMP deveria ser analisada, de modo que a primeira deixa de produzir efeitos naquilo em que alterado. Além disso, não pode prosperar a aplicação de multa por não homologação de compensação que sequer existiu, vez que na apresentação da segunda DCOMP, conforme explanado nas linhas acima, inexistia pressuposto básico do instituto da compensação – o débito (que estava extinto por compensação anterior, que ainda não havia sido não homologada). Logo, se não é admitida a duplicidade de declarações, muito menos é admitida a dupla penalidade. No entendimento da DRJ, embora tenha decidido que não deveria prosseguir a cobrança dos débitos correspondentes a DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843, manteve a exigência da penalidade nos presentes autos, mesmo sabendo que ela já havia sido fixada no PTA nº 10830.006690/200695. Na verdade, entendo que o procedimento mais adequado seria a aplicação da presente penalidade apenas nos presentes autos, haja vista que somente aqui foi analisada a DCOMP retificadora. Contudo, como a Recorrente já fora naqueles autos (PTA nº 10830.006690/200695) condenada ao pagamento da multa isolada pela não homologação do pedido de compensação, entendo não incabível repetir a penalidade nos presentes autos. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 34 Assim, afasto a exigência da multa isolada em relação à DCOMP n° 13710.48934.110405.1.3.040843. Entretanto, por se tratar de situação absolutamente diferente, mantenho, pelos fundamentos adotados pela DRJ, a exigência da multa isolada e qualificada em relação à DCOMP nº 36921.01195.150405.1.3.046080, já que não foram comprovadas compensações anteriores e o pagamento dos débitos nela compensados. Tanto que a Recorrente, em seu recurso, informa que irá efetuar o pagamento dos débitos por meio de parcelamento. Em relação à existência de dolo específico que enseje a aplicação da multa na modalidade qualificada, entendo estar presente um conjunto de indícios consistentes e convergentes no sentido da inverdade das informações apresentadas nas DCOMPs, vez que verificase a apresentação de diversas DCOMPs com créditos inexistentes ou indicando como créditos processos administrativos que, na verdade, tratavamse de débitos não quitados pela contribuinte. Por fim, quanto à argüição de inconstitucionalidade da multa aplicada pelo Fisco, entendo que este Conselho não deve se manifestar sobre discussões que versem sobre essa matéria, visto que não é sua função afastar a aplicação de leis validamente inseridas no ordenamento jurídico pátrio. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira relator Fl. 664DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
score : 1.0
Numero do processo: 11060.720500/2008-39
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2801-000.130
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Sandro Machado dos Reis, Tânia Mara Paschoalin, Carlos César Quadros Pierre, Walter Reinaldo Falcão Lima e Eivanice Canário da Silva. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Luiz Claudio Farina Ventrilho. RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 1ª Turma da DRJ/CGE/MS. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: “Trata o presente processo de Notificação de Lançamento (f.01/05), mediante a qual se exige a diferença de Imposto Territorial Rural — ITR, Exercício 2004, no valor total de R$ 34.871,94, do imóvel rural inscrito na Receita Federal sob o n° 1.031.0282, localizado no município de São Gabriel RS. Na descrição dos fatos, o fiscal autuante relata que foi apurada a falta de recolhimento do ITR, decorrente de glosa da área declarada como de preservação permanente. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N Processo nº 11060.720500/200839 Resolução n.º 2801000.130 S2TE01 Fl. 98 2 Houve alteração do valor da terra nua, em adequação aos valores constantes do SIPT. Em conseqüência, houve aumento da base de cálculo, da alíquota e do valor devido do tributo. A interessada apresentou a impugnação de f.28/35. Preliminarmente, levanta preliminar de nulidade do lançamento. Argumenta que as áreas de preservação permanente existem, de fato, no imóvel, conforme comprovado em Laudo. Alega que a legislação não obriga que o contribuinte comprove previamente o que foi declarado como área isenta. Aduz que a maior parte do imóvel não pode ser explorada economicamente. Alega que apresentou o ADA junto ao IBAMA. Anexa cópia de:ADA protocolado em 29 de outubro de 2007. Questiona o valor da terra nua atribuído no lançamento, que afirma não corresponder às características do imóvel e à realidade de mercado da região. Afirma que deve ser aceito o valor veiculado por Laudo de Avaliação que apresentou. Solicita a realização de perícia.” A impugnação foi julgada improcedente, conforme Acórdão de fls. 71/79, que restou assim ementado: ÁREAS ISENTAS. PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RESERVA LEGAL. REQUISITOS. Por exigência de Lei, para ser considerada isenta, a área de reserva legal deve estar averbada na Matricula do imóvel junto ao Cartório de Registro de Imóveis e ser reconhecida mediante Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado dentro do prazo estipulado. O ADA é igualmente exigido para a comprovação das áreas de preservação permanente. VALOR DA TERRA NUA. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização, em procedimento de oficio nos termos do art. 14 da Lei 9.393/96, não é passível de alteração, quando o contribuinte não apresentar elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. Regularmente cientificada daquele Acórdão em 02/03/2010 (AR fl. 82), a interessada, representada por seus advogados (fl. 36), interpôs o recurso de fls. 83/93, em 31/03/2010. Em sua defesa, pretende seja considerada a área de preservação permanente declarada na DITR sob exame, tendo em vista o Cadastro Técnico Federal, o Certificado de Regularidade e o Recibo do Ato Declaratório Ambiental ADA, relativo ao período de 2001 a 2007, que foi protocolado em 29 de outubro de 2007, bem como o Laudo Técnico contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites do imóvel rural georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e o Memorial Descrito da área em questão. Também aduz, que o Laudo Técnico apresentado, apesar de não ter sido realizado de acordo com a NBR 14.6533, e sim de acordo com a NBR 8.79985, exibe uma tabela com mais de cinco valores de mercado, coletados na data da base de cálculo do ITR, onde resta demonstrado vários valores de terra nua (hectares) de propriedades localizadas na mesma região do imóvel rural em questão. É o relatório. VOTO Fl. 107DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N Processo nº 11060.720500/200839 Resolução n.º 2801000.130 S2TE01 Fl. 99 3 Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. O lançamento cuida de glosa da Área de Preservação Permanente e alteração do Valor da Terra Nua (VTN) declarado. Quanto à alteração procedida pela fiscalização do VTN, verificase que não constam dos autos as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que foram utilizadas pela autoridade fiscal para proceder o arbitramento contestado pela recorrente. Dessa forma, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a autoridade competente anexe aos autos as informações disponíveis no SIPT, para o exercício em análise e o município de localização do imóvel, que embasaram o procedimento fiscal em apreço. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 108DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por VILMA PINHEIRO TORRES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 21/08/201 2 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALHA, Assinado digitalmente em 14/08/2012 por TANIA MARA PASCHOALI N
score : 1.0
Numero do processo: 10980.009571/2004-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.256
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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Recorrente PAULO ROBERTO DE FREITAS PAULINO Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Julianna Bandeira Toscano, Rafael Pandolfo e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Pedro Anan Junior, Odmir Fernandes e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 84 2 Relatório 1 Pedido de Restituição O recorrente efetuou pedido de restituição de multa de mora (fls. 0410), que considerava ter pagado erroneamente por ocasião do recolhimento do tributo antes do início do procedimento de fiscalização. Como a confissão e o pagamento do tributo devido antes do procedimento de fiscalização implica a aplicação do art. 138 do CTN, o recorrente afirma que a denúncia espontânea importaria a exclusão da multa de mora. O pedido de restituição foi indeferido por despacho decisório (fls. 2930), sob o argumento de que a exclusão da responsabilidade prevista no art. 138 do CTN abarca apenas as multas punitivas do lançamento de ofício. Por este motivo, a multa de mora recolhida seria devida. Ainda, o despacho decretou a decadência do direito de restituir os valores anteriores a 30/04/1999, vez que o prazo decadencial para a restituição de quantias pagas indevidamente é de cinco anos. 2 Manifestação de Inconformidade O recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 3342), arguindo o seguinte: a) o prazo decadencial para a restituição de indébito é de 10 anos (5 anos contados da homologação do lançamento, que ocorre 5 anos após o fato gerador); b) o art. 138 do CTN traz norma que incentiva o contribuinte a reconhecer sua irregularidade e resolver as pendências com o fisco, e abarca todos os tipos de multas relativas ao crédito tributário, inclusive a de mora; c) os valores identificados como não recolhidos pelo despacho decisório foram efetivamente pagos, motivo pelo qual colaciona DARF’s (fls. 4347 do processo). 3 Acórdão da DRJ A 1ª Turma da DRJ de Curitiba acordou (fls. 5364), por unanimidade, pelo reconhecimento da decadência do direito à restituição dos pagamentos efetuados nos períodos de 25/08/94 a 30/04/99, e pelo descabimento da restituição das parcelas recolhidas entre 30/04/99 a 29/05/02, vez que o pagamento seria devido. a) de acordo com a doutrina e a jurisprudência mais avalizada, a decadência do direito do contribuinte de restituir o indébito tributário é de cinco anos após o pagamento; b) o art. 138 do CTN exclui as multas de caráter punitivo, não as de caráter indenizatório, como a multa de mora cuja restituição é requisitada pelo contribuinte. A multa moratória tem a finalidade de coibir o descumprimento dos prazos legais, de modo que seria contraditório excluir a sua aplicação àquele que paga fora do prazo; 4 Recurso Voluntário Não satisfeito com o julgamento da DRJ, o recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando os argumentos alinhados na impugnação, acrescentando que: Fl. 84DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 85 3 a) existe jurisprudência do STJ no sentido de que as situações ocorridas antes do advento da Lei Complementar nº 118/05 terão respeitada a regra de prescrição do 5+5, desde que este prazo não ultrapasse 5 anos a partir da vigência da Lei; b) se é penalidade, é punitiva, e enseja a aplicação do art. 138 do CTN, seja ela de mora ou de ofício. A parcela indenizatória corresponde aos juros aplicados. Tal entendimento é corroborado pela melhor doutrina e pela jurisprudência da CSRF. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 86 4 Voto Conselheiro Relator Rafael Pandolfo O recurso atende aos requisitos legais do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. A matéria de fundo, tratada no presente recurso, diz respeito à configuração de denúncia espontânea entabulada no art. 138 do CTN e suas consequências, notadamente, a exclusão de multa moratória. Após amplo debate doutrinário e jurisprudencial, consolidouse, no STJ, o entendimento de que a não incidência de multa depende do momento em que ocorre o pagamento total do crédito tributário, se antes ou depois da constituição da relação jurídica tributária pela Fazenda (lançamento de ofício) ou pelo contribuinte (autolançamento). A ementa abaixo reproduzida (REsp 1.062.139) retrata esse contexto: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CONFIGURAÇÃO. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento dos recursos repetitivos REsp n. 962.379 e REsp 886.462, reafirmou o entendimento já assentado pela Corte no sentido de que não existe denúncia espontânea quando o pagamento se referir a tributos já noticiados pelo contribuinte por meio de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei e pagos a destempo. Considerase que, nessas hipóteses, a simples declaração é apta a constituir o crédito tributário, sendo desnecessário, para tanto, o lançamento, de modo que, constituído o crédito tributário, o seu recolhimento a destempo, ainda que pelo valor integral, não enseja o benefício do art. 138 do CTN. 2. Contudo, in casu, o acórdão recorrido, com fundamento na prova dos autos, concluiu pela configuração da denúncia espontânea, porquanto não vislumbrou indício algum de que "realmente tenha havido declaração dos tributos anteriormente ao pagamento" ou de que o débito fora objeto de parcelamento. 3. Conclusão baseada em permissa fática cuja revisão é vedada a esta Corte por força do óbice da Súmula 7/STJ. 4. Assim, não havendo comprovação da ocorrência de parcelamento ou prévia declaração pelo contribuinte, configurase a denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, em razão da confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral ter ocorrido em momento anterior a qualquer ação fiscalizatória ou processo administrativo. 5. No que tange à natureza da multa cujo perdão está previsto no artigo 138 do CTN, a jurisprudência desta Corte já assentou que, não havendo, no dispositivo legal, nenhuma distinção entre multa punitiva e moratória, ambas devem ser excluídas quando do reconhecimento da denúncia espontânea. Precedentes. 6. Recurso especial nãoprovido. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 87 5 (STJ. Primeira Turma. Rel. Min. Benedito Gonçalves. julg. 11 de nov. de 2008) Além do supracitado REsp, que trago à baila por sintetizar a jurisprudência do STJ acerca do assunto, é importante citar os dois REsp’s julgados sob o regime do art. 543C do CPC, aos quais esta Corte está vinculada por força do art. 62A do Regimento Interno deste Conselho: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543 C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 962.379. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) TRIBUTÁRIO. ICMS. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E NÃO PAGO NO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1 Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido . 2. Recurso especial parcialmente conhecido e, no ponto, improvido Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 886.462. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) Sendo assim, para que se aplique o benefício da denúncia espontânea em relação à multa de mora, o relevante é averiguar se (a) a declaração é retificadora e/ou extemporânea; (b) o pagamento foi efetuado antes ou em conjunto com a declaração; (c) ambos ocorreram antes do início do procedimento fiscal. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 88 6 Assim, o correto deslinde do feito demanda a análise das DCTFS enviadas pelo recorrente, documento que apresenta campo próprio no qual está constituída a obrigação relativa ao IRRF. Com base no acima exposto, proponho que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade lançadora confirme se os pagamentos realizados pelo recorrente ocorreram antes ou após o envio da DCTF relativa à competência paga, nos seguintes termos: data do pagamento data do envio da DCTF Competência (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Fl. 88DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO
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Numero do processo: 13855.002038/2006-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2005
EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO.
É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
Numero da decisão: 1202-000.770
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1834; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T2 Fl. 239 1 238 S1C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13855.002038/200610 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 120200.770 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 9 de maio de 2012 Matéria SIMPLES Recorrente NETRADIO COMUNICAÇÕES LTDA. EPP (antiga denominação NETRADIO MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA LTDA EPP) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Losso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho (Presidente), Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno Fl. 253DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 2 Relatório Cuidase de Representação Fiscal intentada contra a contribuinte Netradio Manutenção e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 07.448.886/000180), atual Netradio Comunicações Ltda. – EPP, que culminou com a exclusão da sistemática do SIMPLES. Após representação administrativa, iniciada pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social (fl.01), com posterior remessa do processo à SRF – Secretaria da Receita Federal, onde se emitiu o Parecer DRF/FCA/SORAT n. 134/2006 KVS (fl. 3337), que fundamenta que a natureza das atividades da contribuinte são de prestação de serviços de manutenção e operação de sistema de rede. Tal entendimento tem origem nas notas fiscais acostadas ao processo, bem como da análise das informações de sua página na internet, onde consta que a empresa é especializada em rádio corporativa interna, com tecnologia própria. Dali também se verifica que os serviços são prestados em mais de 170 cidades e seu principal cliente é a rede de Lojas Magazine Luíza S/A. Por fim, conclui que a atividade é a de prestação de serviços de engenharia, situação vedada para opção à sistemática do Simples. Com isso, foi emitido o Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA n. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, fundamentando a exclusão na prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. Foi apresentado pela contribuinte a Solicitação de Revisão de Exclusão do Simples – SRS (fls. 5152), onde aduziu que suas atividades referemse a prestação de serviços de manutenção de equipamentos de informática, que é manutenção referente aos computadores interligados nas lojas (por rede interna), tendo como único cliente a rede de lojas acima citada. Destaca que não se trata de atividade exclusiva de engenheiro. A SRS foi indeferida (fl. 52), por se entender que a atividade exercida é vedada, podendo caracterizarse como prestação de serviço profissional na área de engenharia. Foi intimada da decisão em 16 de outubro de 2006. Irresignada, apresentou impugnação (fls. 84/100), onde aduz que a empresa, optante pelo Simples desde 20 de junho de 2005, foi notificada da exclusão do sistema em 8 de setembro de 2006, por meio do Ato Declaratório Executivo nº 19, de 28 de agosto de 2006, bem como da existência de processo administrativo (nº 002038/200610). Informa que em 7 de junho de 2006 a empresa enviou ao INSS pedido de Certidão Negativa de Débito, negada na ocasião em virtude de alegadas restrições, o que não se mostrou verdadeiro, já que a intentada certidão foi emitida em 14 de junho de 2006. A partir desses fatos, informa que a Auditora Fiscal da Previdência Social, Sra. Elisabete Chaves, com base na análise do Contrato Social da empresa e do confronto com notas fiscais presumiu a vedação ao Simples prevista no artigo 9º, inciso XIII da Lei nº 9317/96. Informa que o equívoco se deu em virtude de utilizar em algumas notas fiscais a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”. Corrobora que à época, a empresa prestava essencialmente serviços de manutenção de equipamentos de serviços de informática num único cliente, a saber, o Magazine Luíza S.A. Destaca que a “atividade consistia na manutenção dos computadores que são interligados nas lojas (via rede interna) atividade esta, descrita nas notas fiscais como “manutenção e operação de sistema da Rádio Luiza” (fl. 85), informando que as lojas deste grupo possuem um software que regula transmissões de música e Fl. 254DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 240 3 anúncios internos, tal como um sistema de auto falantes. Ou seja, a função da empresa era a manutenção dos equipamentos onde funciona este programa. Alega que não há vedação para a atividade descrita na sistemática do Simples, destacando que a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”, além de genérica, não esta prevista no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, nem se relaciona com a atividade exclusiva de Engenheiro, como está descrito na norma. Informa que, em virtude da alteração do contrato socia,l em 3 de julho de 2006 (protocolo na JUCESP em 24/7/06), pela expansão de suas atividades, a empresa requereu “seu desenquadramento do sistema Simples” (fl. 86), ou seja, em data anterior à expedição e publicação do Ato Declaratório Executivo retro. Ainda, cita que é dever constitucional o tratamento diferenciado dado pelo legislador às micro e pequenas empresas, por força do artigo 179 da Constituição Federal, sendo expedido em complemento ao dispositivo constitucional a Lei nº 9.317/96, que, em seu artigo 2º, define micro empresa e empresa de pequeno porte. Adiciona que sua receita não ultrapassa o valor legal de renda bruta auferida, evidenciandose como microempresa, mais um motivo para que mereça tratamento jurídicotributário diferenciado, fazendo jus à opção pela sistemática do Simples. Traz ementas de julgamentos do TRF de diversas regiões: "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. ART. 9°, DA LEI N° 9.317/96. PODER REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL. EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. Art. 108, §1° CTN. REMESSA OFICIAL. I — A atividade econômica de instalação elétrica, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de veículos normativos inferiores, ensanchando os lindes interpretativos do art. 108, § 1 0 do CTN. 2 — Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividade típicas cujo desempenho nãoprescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3—Consectários legais mantidos, em face da ausência de recursos voluntários e sob pena de incorrerse em reformatio in pejus. 4—Remessa oficial improvida.". (REO no 2003371070124649RS, Rel. Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU de 07122005, p. 676). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. MANUTENÇÃO E CONSERTO DE EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS. ARTIGO 9° DA LEI N° 9.317/96. PODER Fl. 255DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 4 REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. ART. 108, § 1°, CTN. I — A atividade econômica de comércio varejista de artigos, manutenção e reparação de equipamentos no ramo odontológico, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, COSIFEA, ensanchando os lindes• interpretativos do art. 108, § 1° do CTN. 2Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividades típicas cujo desempenho não prescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3 — Apelação improvida." (AMS no 2004 71000274171RS, Relator Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU, de 30112005, p. 599). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. ART. 9°, XIII, DA LEI 9.317/96. ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS DE ARTESANATO. EXCLUSÃO DO SIMPLES. IMPOSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA. 1 — Consoante entendimento pacificado no STF (no julgamento da ADIN 1643/DF), para que as empresas sejam enquadradas no SIMPLES não basta que ostentem a condição de pequena ou microempresa, sendo necessário, ainda, que a atividade que desenvolvem não esteja enquadrada dentre as hipóteses do art. 9º, XIII, da Lei 9.317/96 e não seja requerida qualificação profissional especifica. 2— Tratandose de pequena empresa, e de atividade que não demanda qualificação profissional específica exigida em lei (organização de feiras de artesanato), ao menos por este fundamento não pode ser excluída do SIMPLES. 3— Ato declaratório que se anula para manter a empresa inscrita no SIMPLES desde sua inscrição. 4 Verba honorária fixada em R$ 300,00." (AC n° 200372010052510SC, Rel. Juiz Dirceu de Almeida Soares, TRF 4ª Região, DJU, de 16112005, p. 668). (grifouse). Cita também que o STJ se manifestou sobre o mesmo tema e transcreve as ementas: "TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS , E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE: DÉ. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA.INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL. SÚMULAS N° S. 5 E 7, DO STJ. As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 90, § 40, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante. (Resp 380761). Fl. 256DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 241 5 Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 90, inciso XII, alínea f da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretaçãomais benéfica (art. 106, I,CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ). Recurso Especial não conhecido.". (Resp n°4O3568/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 27052002, p. 138) “EMENTA. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (SIMPLES). LEI N°9.317/96. AGÊNCIAS DE VIAGENS. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO. 1 — Em se tratando de interpretação da legislação tributária acerca de atividades similares, não se presta a analogia para legitimar ato administrativo concebido com o propósito de obstaculizar isenção fiscal prevista em lei. 2 — O inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317/96, ao relacionar as pessoas jurídicas impedidas de aderir ao"SIMPLES", somente alcança aquelas atividades cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, situação na qual não se enquadram as agências de viagens. 3 — Recurso especial provido". (grifouse). (REsp n° 437051/PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 03082006, p. 239). Traz na Impugnação que a Lei n°10.964/2004 que,em seu artigo 4°, expressamente excluiu a empresa de manutenção de informática da vedação, a saber: "Art. 4°. Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1966, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: I — serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, e outros veículos pesados (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). II serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores (redação dada pela Lei n°11.051/2004). III — serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas (Redação dada pelaLei n°11.051/2004). Fl. 257DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 6 IV — serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). V serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). § 1° Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004). § 2° As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9° da Lei n°9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema com efeitos retroativos à data da opção desta, nos termos prazos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, desde que não (se enquadrem nas demais i hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004).” A atividade da empresa, como cita o Parecer do INSS, é “Manutenção, Reparação e Instalação de Equipamentos de Informática" e consta nas notas fiscais "Manutenção e Operação de Sistema de Rede", isto é, a atividade que pode optar pelo SIMPLES. Reforça que a vedação prevista no inciso XIII, artigo 9º da Lei nº 9317/96 é no sentido de impedir “prestação de serviços profissionais” ou de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, o que não é o caso das atividades desenvolvidas pela impugnante. Não há, na legislação que regulamenta o Estatuto dos Engenheiros, Arquitetos e Engenheiros Agrônomos (lei 5194/66), qualquer exigência para a prática das atividades descritas, profissional habilitado como engenheiro. Acresce que, em decorrência do princípio da legalidade tributária, conforme artigo 150, I, da Constituição Federal temse o impedimento ao emprego da analogia para exigência de tributo sem previsão legal. Ao final, requer a anulação do Ato Declaratório Executivo n. 19/2006, e da decisão SORAT n. 3351/2006 da DRF Franca, ante a afronta a dispositivos legais expressos, requerendo também a produção de todos os meios de prova, especialmente pericial e documental, bem como a intimação do procurador que subscreveu a impugnação de todos os atos praticados no processo administrativo em apreço. A 1ª Turma da DRJ/RPO, ao proferir sua decisão no Acórdão nº 1422.242 (fls. 151/157), houve por bem indeferir a solicitação. Inicialmente, reconhece a presença dos requisitos de admissibilidade da manifestação de inconformidade. Em relação ao pedido de encaminhamento das intimações ao advogado da contribuinte, esclarece que, para a validade da intimação por via postal, cabe a entrega no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, entendido como o fornecido para fins cadastrais, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72. Dada a atuação vinculada à lei da autoridade administrativa, descabido é o envio também ao advogado da contribuinte. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 242 7 O pedido de perícia restou indeferido, já que se apresentavam nos autos os elementos para a formação da livre convicção do julgador, conforme as regras do Processo Administrativo Fiscal (artigo 18, Decreto nº 70.235/72), sendo prescindível para a solução do processo a prova solicitada. Destaca que os requisitos de admissibilidade da prova pericial refletem simples formalidade processual, mas elemento essencial para que se analise a necessidade da perícia. No mais, em virtude do pleito ter sido efetuado de maneira genérica, sem a precisão necessária e tampouco sem considerar a forma prevista no artigo 18 do Decreto nº. 70.235/72, considerouse o pedido de prova pericial não formulado. Lembra que o inciso III do supracitado dispositivo determina que “a impugnação mencionará os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir”, informando que eventual prova documental deveria ter sido apresentada pela contribuinte com sua manifestação de inconformidade. Informa que embora a contribuinte alegue que sua atividade ao tempo dos fatos descritos no Processo Administrativo, consistia somente na prestação de serviços de manutenção em equipamentos de informática realizados no único cliente deste, a saber, o Magazine Luiza S/A, não é esta a situação que as provas espelham. O Contrato Social vigente à época dos fatos apurados consta a atividade de “manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática”, todavia da análise das notas fiscais (fls. 1421) depreendese a prestação de serviços de “manutenção e operação da rede de rádio Luiza”, serviços prestados ao Magazine Luíza. Reforçado pelas descrições das atividades desenvolvidas pela contribuinte, através de reprodução de páginas de internet (28 32), verificase que se trata de “empresa especializada em rádio corporativa interna, com estrutura que reúne avançados recursos, trabalhando com tecnologia própria”. Assim, não há que se falar que as atividades eram restritas ao alegado pela contribuinte, não sendo cabível, desta feita, a aplicação da previsão do artigo 4º, IV, da Lei nº 10.964/2004. Da análise dos fatos, temse que a situação excludente prevista no Ato Declaratório Executivo n. 19/2005 é a descrita no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, de cuja interpretação evidenciase que não podem optar pelo Simples o rol de atividades previstas no dispositivo, o qual não é exaustivo. Demais disso, informa que a autoridade administrativa não possui competência para examinar alegação de inconstitucionalidade ou invalidade de norma inserida no ordenamento jurídico nacional, matérias estas reservadas ao exame do Poder Judiciário. Destaca que a atividade na esfera administrativa é vinculada ao cumprimento da lei, sendo neste mesmo sentido o Parecer COSIT/SRF n.329/1970, acostando jurisprudência dos colegiados administrativos no mesmo sentido. Assim, entende ter sido o Ato Declaratório Executivo nº 19/2006 corretamente emitido pela DRF/Franca, já que a atividade exercida pela contribuinte é própria e exige conhecimentos de engenheiro, programador e analista de sistemas ou assemelhados, destacando que o sócio da empresa, Alberto Eliezer Neto é engenheiro. Para o acórdão recorrido, “ A atividade do contribuinte exige não apenas a instalação e manutenção de placas de som e de vídeo para a transmissão de som e imagem, mas também a elaboração e aplicação de software apropriado para tanto e, ainda, o desenvolvimento de sistema apropriado ao cliente” (cf. fl. 157), votando pelo indeferimento da solicitação. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 8 Cientificada em 27 de abril de 2009 (fl. 160), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 13 de maio do mesmo ano (fls. 161/177), aduzindo, em síntese, as razões trazidas com sua impugnação. Com o recurso, vieram os autos para julgamento perante este Conselho. Voto Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, o presente processo trata de pedido de revisão da exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), que ocorreu mediante a edição do Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, isto é, a prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. O retromencionado artigo 9°, inciso XIII, da Lei n° 9.317, de 1996,dispõe que: "Artigo 9o Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: (...) XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor. ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (grifei) Por seu turno, o Parecer do INSS se fundamentou: no contrato social, cláusula segunda, fl. 7, que descreve o objeto social da empresa como segue: “CLÁUSULA SEGUNDA — DO OBJETO SOCIAL O objeto social será manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática.” nas notas fiscais de prestação de serviços dos anos de 2005 e 2006, anexadas por amostragem, que comprovam a prestação de serviços de "Manutenção e Operação de Sistema de Rede" Segundo a interessada, o exercício dessas atividades não prescinde de profissional com habilitação legalmente exigida (engenheiro). A prestação de serviços que faz para o seu cliente Magazine Luíza é a manutenção, reparação e instalação do sistema de rede, como consta do seu objeto social. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 243 9 Primeiramente, cabe uma análise da Resolução CONFEA N° 218, de 1973, mencionado no Acórdão da DRJ. Da leitura dessa Resolução, podese constatar que as atividades privativas de engenheiro são apenas aquelas listadas nos itens de 01 a 08, pois as demais, de 09 a 18, são concorrentes com os Tecnólogos e os Técnicos de Grau Médio. Vale dizer, são privativas de engenheiro somente as atividades de supervisão, estudo, planejamento, projeto, estudo de viabilidade técnicoeconômica, assessoria, consultoria, direção de obra, ensino, pesquisa, vistoria, perícia, dentre outros, conforme ressaltado pelos artigos 23 e 24 dessa Resolução. Ou seja, não há exigência ou prérequisito legal algum para que o exercício das atividades da interessada seja feito por engenheiro. Suas atividades estão elencadas dentre aquelas descritas nos itens 15 a 17 do artigo 1º da Resolução acima referida, as quais podem ser exercidas por profissional Técnico de Nível Médio, consoante art. 24 da mesma Resolução, sem a necessidade de profissional de engenharia como entendeu a DRJ. Há serviços de prestação de serviços de manutenção e reparos de máquinas industriais que até podem requerer a supervisão de engenheiro, porém, pelos elementos que compõem os autos, isto é, notas fiscais e contrato social, não parece ser o caso. Ainda, é indubitável que um engenheiro possa exercer tais atividades de supervisão, manutenção e reparos de máquinas industriais; mas nao é imprescindivel que quem as execute possua a habilitação legal de engenheiro, a qual requer tão somente mãodeobra técnica treinada para a execução desses serviços. Assim, ter um sócio que seja engenheiro, não configura a exigência de se ter um engenheiro ou faz que a atividade seja exclusiva de engenheiro, portanto, também não fundamenta a necessidade alegada pela DRJ. Ainda, consta no Parecer da DRF, fl. 33, que a empresa possui como atividade principal cadastrada a de "Outras Telecomunicações", CNAE: 64203/99 e que foi verificado no sistema CNPJ a transmissão do evento 302, em 07/8/2006, que é a Exclusão do SIMPLES por opção da contribuinte, com efeitos a partir de 01/1/2007. Ficou esclarecido pela recorrente que efetuou a exclusão por ter alterado seu contrato social expandindo suas atividades para atividades vedadas, assim solicitou a exclusão. A solicitação de exclusão posterior não significa que exercia atividades vedadas desde o início de suas atividades em 20/06/2005. A autoridade fiscal observou os fatos na data em que procedia sua análise e, não, no período a que se refere a exclusão, assim, não pode fundamentar a emissão do ADE da forma que procedeu. Seria de se esperar que, por prudência, a apreciação fosse feita no período correto para descaracterizar uma situação jurídica existente na época. Da sua análise, feita nas Notas Fiscais apenas, sem diligência no local da prestação do serviço, depreendese que a atividade não prescinde de profissão regulamentada, portanto, não há como caracterizar que a empresa que pratique serviços de engenharia, arquitetura ou assemelhado. Da mesma forma, o fato de ter um sócio engenheiro, não quer dizer que seja exercida atividade de engenharia. Esse colegiado também tem se posicionado nesse sentido, consoante a Súmula nº 57 do CARF, in verbis: “A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.” Fl. 261DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 10 Também o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 403568, também se alinha com o entendimento acima esposado, conforme ementa que se transcreve: TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL SÚMULAS N.°S 5 E 7, DO STJ. "As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 9º, § 4o, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante" (Resp 380761) Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 9o, inciso XII, alínea "f" da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretação mais benéfica (art. 106, I, CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ).”(grifei) Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para cancelar Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº 19/2006 (fl. 38), referente à exclusão do SIMPLES. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 262DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT
score : 1.0
Numero do processo: 11853.001015/2007-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/05/1996 a 30/10/2004
DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL.
A diligência e a perícia requeridas são indeferidas, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento.
CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES SEM CONCURSO PÚBLICO POR ÓRGÃO PÚBLICO OU FUNDAÇÃO PÚBLICA. NULIDADE DA CONTRATAÇÃO QUE NÃO AFETA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JURISPRUDÊNCIA DO TST. Não obstante tenha sido reconhecida a nulidade da contratação em virtude da inexistência de concurso público, foram pagas aos trabalhadores considerados contribuintes individuais verbas de natureza nitidamente salarial, o que enseja a incidência da contribuição previdenciária. Harmonia com a Súmula 363 do TST.
DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN).
No caso concreto aplica-se a regra prevista no artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional, haja vista que haja vista que houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias, considerando-se a totalidade da folha de salários.
MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA DO ARTIGO 106 DO CTN, NECESSIDADE DE AVALIAR AS ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA LEI 11.941/09. Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte.
TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91. Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia - Selic para títulos federais. Acrescente-se que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-002.530
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para excluir do lançamento as contribuições apuradas até a competência 01/2001, anteriores a 02/2001, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os Conselheiros Mauro José Silva e Marcelo Oliveira, que votaram em aplicar a regra decadencial expressa no I, Art. 173 do CTN; b) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Redator Designado. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a) Designado(a). Vencido o Conselheiro Marcelo Oliveira, que votou em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS Recorrente FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1996 a 30/10/2004 DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO POR SER PRESCINDÍVEL. A diligência e a perícia requeridas são indeferidas, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratar de medida absolutamente prescindível, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES SEM CONCURSO PÚBLICO POR ÓRGÃO PÚBLICO OU FUNDAÇÃO PÚBLICA. NULIDADE DA CONTRATAÇÃO QUE NÃO AFETA A INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JURISPRUDÊNCIA DO TST. Não obstante tenha sido reconhecida a nulidade da contratação em virtude da inexistência de concurso público, foram pagas aos trabalhadores considerados contribuintes individuais verbas de natureza nitidamente salarial, o que enseja a incidência da contribuição previdenciária. Harmonia com a Súmula 363 do TST. DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). No caso concreto aplicase a regra prevista no artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional, haja vista que haja vista que houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias, considerandose a totalidade da folha de salários. Fl. 606DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA DO ARTIGO 106 DO CTN, NECESSIDADE DE AVALIAR AS ALTERAÇÕES PROVOCADAS PELA LEI 11.941/09. Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. TAXA SELIC. LEGALIDADE. SÚMULA 4 DO CARF E ART. 34 DA LEI 8.212/91. Em conformidade com a Súmula do CARF, é cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liqüidação e Custódia Selic para títulos federais. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para excluir do lançamento as contribuições apuradas até a competência 01/2001, anteriores a 02/2001, nos termos do voto do Redator Designado. Vencidos os Conselheiros Mauro José Silva e Marcelo Oliveira, que votaram em aplicar a regra decadencial expressa no I, Art. 173 do CTN; b) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Redator Designado. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a) Designado(a). Vencido o Conselheiro Marcelo Oliveira, que votou em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. (assinado digitalmente) Adriano González Silvério – Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 611 3 Relatório Tratase de lançamento lavrado em 21/02/2006, por ter o contribuinte acima identificado, segundo Relatório Fiscal, fls. 86/91, deixado de incluir na base de cálculo da contribuição previdenciária da empresa remunerações pagas a contribuintes individuais, no período de 05/1996 a 10/2004, tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 246.932,08, fls. 01. Após tomar ciência pessoal da autuação em 22/02/2006, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 106/121, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. Na DecisãoNotificação de fls. 553/562, a DRP/Distrito Federal concluiu pela procedência integral do lançamento, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 18/09/2006, fls. 564. O recurso voluntário, apresentado em 18/10/2006, fls. 567/579, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. Sustenta a nulidade da decisão de primeira instância por não ter sido apreciado seu argumento de inconstitucionalidade. Insiste que a negativa de prova pericial resulta em violação do devido processo legal, pretendendo a aplicação do art. 745 do CPC. Pleiteia a exclusão do lançamento de fatos geradores atingidos pela decadência, tendo esta prazo de cinco anos e dies a quo aquele do art. 150, §4º do CTN. Argumenta que, como as contratações foram declaradas nulas, os salários pagos seriam, na verdade, indenizações sobre as quais não incidiriam contribuições previdenciárias. Vários pagamentos teriam sido desconsiderados e a recorrente não teria tido oportunidade de produzir provas de sua alegação. Entende que a Taxa Selic não pode ser aplicada, pois utiliza componentes e cálculos não especificamente previstos em lei, mas em norma do BACEN. Requer diligência para apurar os pagamentos já realizados e promover o encontro de contas quanto aos apagamentos realizados em todos os CNPJs da FUB. Foram apresentadas contrarazões, fls. 583/595, que defenderam a posição adotada pela decisão de primeira instância. O julgamento da 4ª Câmara de Julgamento de 13/111/2006, fls. 592/600, foi convertido em diligência para que a fiscalização informasse se todas as guias apresentadas pela recorrente haviam sido consideradas no lançamento e, em caso negativo, fosse providenciada a retificação do débito. Fl. 608DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Na Informação Fiscal de fls. 603/604, a fiscalização esclareceu que as guias apresentadas foram aproveitadas nos respectivos levantamentos, porém estavam relacionadas a fatos geradores até 11/1999 somente. Outras guias apresentadas não se relacionavam com o período do lançamento ou não comprovavam o recolhimento da contribuição e sim o pagamento da folha de salários. A recorrente foi cientificada da informação fiscal e nada acrescentou. É o relatório. Fl. 609DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 612 5 Voto Vencido Conselheiro Mauro José Silva, Relator Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Não podem ser apreciados os argumentos baseados em inconstitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto pelas razões que a seguir serão expostas. A competência para decidir sobre a constitucionalidade de normas foi atribuída especificamente ao Judiciário pela Constituição Federal no Capítulo III do Título IV. Em tais dispositivos, o constituinte teve especial cuidado ao definir quem poderia exercer o controle constitucional das normas jurídicas. Decidiu que caberia exclusivamente ao Poder Judiciário exercêla, especialmente ao Supremo Tribunal Federal. Por seu turno, a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, in verbis: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” Acatando tais imposições constitucionais e legais, o Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais insiste na referida vedação, bem como já foi editada Súmula do Colegiado sobre o assunto, conforme podemos conferir a seguir: “Portaria MF nº 256, de 23 de junho de 2009 (que aprovou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Fl. 610DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 Portanto, deixamos de apreciar todos os argumentos da recorrente fundados em discussão sobre constitucionalidade de tratado, acordo internacional, lei ou decreto. Diligência requerida – indeferimento As diligências requeridas são indeferidas, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, com as alterações da Lei nº 8.748/1993, por se tratarem de medidas absolutamente prescindíveis, já que constam dos autos todos os elementos necessários ao julgamento. Nulidade da decisão de primeira instância. Inocorrência. A nulidade da decisão de primeira instância é declarada naqueles casos nos quais o decisório a quo deixa de apreciar argumento relevante da recorrente, em obediência ao disposto nos arts. 31 e 59, inciso II do Decreto 70.235/72. Destacamos que se faz necessário que a omissão esteja relacionada com questão que tenha relevância, ou seja, tenha o poder de modificar algum item do decisório. O não enfrentamento de alegação sem nenhuma importância para lide ou o acréscimo de algum esclarecimento que não altera o deslinde desta, não torna, necessariamente, nula a decisão recorrida. Na peça recursal, a recorrente pretende a nulidade da decisão a quo por entender ter faltado apreciar seus argumentos sobre inconstitucionalidade e por ter sido indeferido seu pedido de perícia.. No entanto, não vislumbramos ter ocorrido qualquer omissão no decisório que enseje a nulidade, tendo este analisado e fundamentado todos os aspectos jurídicos relevantes da defesa apresentada. As inconstitucionalidades, como vimos acima, não podem, de fato, ser analisadas no curso do processo administrativo fiscal. O pedido de perícia teve seu indeferimento motivado adequadamente. Ademais, o objetivo da perícia foi atingido com a diligência solicitada pela 4ª CAJ, tendo ficado esclarecido tudo quanto estava relacionado com pagamentos de contribuições. Afastamos, portanto, a nulidade suscitada. Decadência. Prazo de cinco anos e dies a quo tomando a regra do art. 173, inciso I ou art. 150, §4º, conforme detalhes do caso. Aplicação do Resp 973.733SC. A aplicação da decadência suscita o esclarecimento de duas questões essenciais: o prazo e o dies a quo ou termo de início. O prazo decadencial para as contribuições sociais especiais para a seguridade social, que era objeto de disputa com relação à aplicação do que dispunha a Lei 8.212/1991 – dez anos ou o CTN – cinco anos, suscitou o surgimento de súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). Fl. 611DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 613 7 Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a Fl. 612DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos devem acatar o conteúdo da Súmula Vinculante n°. 08. Temos, então, que a partir da edição da Súmula Vinculante nº 08 o prazo decadencial das contribuições sociais especiais destinadas para a seguridade social é de cinco anos. Definido o prazo decadencial, resta o esclarecimento sobre o seu dies a quo. Como podemos extrair dos trechos citados acima, a referida súmula trata, no que se refere â decadência, da definição de seu prazo – 05 anos – em harmonia com o previsto no CTN , deixando o dies a quo do prazo decadencial para ser definido segundo as regras constantes do art. 150,§4º ou do art. 173, inciso I do CTN. A regra geral para aplicação dos termos iniciais da decadência encontrase disciplinada no art. 173 CTN: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” Quis o legislador dispensar tratamento diferenciado para os contribuintes que antecipassem seus pagamentos, cumprindo suas obrigações tributárias corretamente junto a Fazenda Pública, fixando o termo inicial do prazo decadencial anterior ao do aplicado na regra geral, no dispositivo legal do §4o do art. 150 do CTN, in verbis : Fl. 613DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 614 9 "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. (...). § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” Observese, pois que, da definição do termo inicial do prazo de decadência, há de se considerar o cumprimento pelo sujeito passivo do dever de interpretar a legislação aplicável para apurar o montante devido e efetuar o pagamento ou o recolhimento do tributo ou contribuição correspondente a determinados fatos jurídicos tributários. Nesta mesma linha transcrevemos algumas posições doutrinárias: Misabel Abreu Machado Derzi, Comentários ao Código Tributário Nacional, coordenado por Carlos Valder do Nascimento, Ed. Forense, 1997, pág. 160 e 404: “A inexistência do pagamento devido ou a eventual discordância da Administração com as operações realizadas pelo sujeito passivo, nos tributos lançados por homologação, darão ensejo ao lançamento de ofício, na forma disciplinada pelo art. 149 do CTN, e eventual imposição de sanção.” (auto de infração). “O prazo para homologação do pagamento, em regra, é de cinco anos, contados a partir da data da ocorrência do fato gerador da obrigação. Portanto a forma de contagem é diferente daquela estabelecida no art. 173, própria para os demais procedimentos, inerentes ao lançamento com base em declaração ou de ofício. Tratase de prazo mais curto, menos favorável a Administração, em razão de ter o contribuinte cumprido com seu dever tributário e realizado o pagamento do tributo.”. Luciano Amaro , Direito Tributário Brasileiro, Ed. Saraiva, 4a Ed., 1999, pág. 352: “Se porém o devedor se omite no cumprimento do dever de recolher o tributo, ou efetua recolhimento incorreto, cabe a autoridade administrativa proceder ao lançamento de ofício (em substituição ao lançamento por homologação, que se frustrou em razão da omissão do devedor), para que possa exigir o pagamento do tributo ou da diferença do tributo devido.”. Fl. 614DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 Sob o mesmo enfoque, no Acórdão CSRF/0101.994, manifestouse o Relator: “O lançamento por homologação pressupõe o pagamento do crédito tributário apurado pelo contribuinte, prévio de qualquer exame da autoridade lançadora. Segundo preceitua o art. 150 do Código Tributário Nacional, o direito de homologar o pagamento decai em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, exceto nos casos de fraude, dolo ou simulação, situações previstas no § 4º do referido artigo 150. O que se homologa é o pagamento efetuado pelo contribuinte, consoante dessumese do referido dispositivo legal. O que não foi pago não se homologa, porque nada há a ser homologado. Se o contribuinte nada recolheu, se houve insuficiência de recolhimento e estas situações são identificadas pelo Fisco, estamos diante de uma hipótese de lançamento de ofício. Tratase de lançamento ex officio cujo termo inicial da contagem do prazo de decadência é aquele definido pelo artigo 173 do Código Tributário Nacional, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.” (negrito da transcrição). O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que durante anos foi bastante criticado pela doutrina por adotar a tese jurídica da aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, julgou em maio de 2009 o Recurso Especial 973.733 – SC (transitado em julgado em outubro de 2009) como recurso repetitivo e definiu sua posição mais recente sobre o assunto, conforme podemos conferir na ementa a seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, Fl. 615DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 615 11 consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadência regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Extraise do julgado acima transcrito que o STJ, além de afastar a aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, definiu que o dies a quo para a decadência nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente será aquele da data do fato gerador quando o contribuinte tiver realizado o pagamento antecipado. Nos demais casos, deve ser aplicado o dispositivo do art. 173, inciso I. Apesar de contribuir para clarificar a aplicação da decadência, tal julgado não eliminou por completo as possíveis dúvidas do aplicador da lei. Entre elas, a que nos interessa no momento é a seguinte: qualquer pagamento feito pelo contribuinte relativo ao tributo e ao período analisado desloca a regra do dies a quo da decadência do art. 173, inciso I para o art. 150, § 4º? Nossa resposta é: não. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente. Fatos não considerados no cálculo, seja por omissão dolosa ou culposa, se identificados pelo fisco durante procedimento fiscal que antecede o lançamento, permanecem com o dies a quo do prazo decadencial regido pelo art. 173, inciso I. Vale dizer que a aplicação da regra decadencial do art. 150, §4º referese aos aspectos materiais dos fatos geradores já admitidos pelo contribuinte. Afinal, não se homologa, não se confirma o que não existiu. Assim, mesmo estando obrigados a reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ, por conta da alteração do Regimento do CARF pela Portaria 586 de 26/12/2010, manteremos nossa posição quanto a esse aspecto, uma vez que a decisão daquele Tribunal Superior não esclarece a dúvida quanto à abrangência do pagamento antecipado. Definida a aplicação da regra decadencial do art. 173, inciso I, precisamos tomar seu conteúdo para prosseguirmos: Fl. 616DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Da leitura do dispositivo, extraímos que este define o dies a quo do prazo decadencial como o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. Mas ainda precisamos definir a partir de quando o lançamento pode ser efetuado. O texto do item 3 do Resp 973.733 fala que tal data “corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível”. ,Se considerássemos isoladamente tal trecho da ementa do Resp 973.733 poderíamos concluir que o dies a quo da decadência para aplicação do art. 173, inciso I do CTN seria o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível. Um fato gerador ocorrido em 31/12/20XX teria como dies a quo do prazo decadencial 01/01/20(X+1), o que levaria o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+5). Tal conclusão, entretanto, estaria em desalinho com a lógica, uma vez que um fato gerador que se constata ocorrido em 31/12/20XX só poderá ser lançado a partir de 01/01/20(X+1), dada a cristalina premissa de que só existe obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador. Se só poderia ser lançado em 01/01/20(X+1) , o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/20(X+2), o que leva o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+6). Ainda sobre o assunto, estamos cientes que após o trânsito em julgado do Resp 973.733, em 22/10/2009, a Segunda Turma do STJ já se manifestou no sentido de admitir que os fatos geradores ocorridos em dezembro de 200X só tem seu dies a quo em relação à decadência em 01 de janeiro de 20(X+2), conforme podemos conferir na ementa a seguir: EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782) Julgado em 09/02/2010. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Fl. 617DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 616 13 Dessa maneira, já podemos afirmar que o próprio STJ já expressou, por uma de suas Turmas, que a afirmação categórica do item 3 do Resp 973.733 serviu apenas para afastar a tese da decadência decendial que houvera sido adotada por aquele Tribunal. Ademais, ao adotarmos a interpretação mais formalista do item 3 do Resp 973.733, estaríamos em contradição com a própria finalidade da norma regimental que criou a obrigatoriedade de os conselheiros seguirem as decisões do STJ tomadas em Recursos Repetitivos. O art. 62A do RICARF tem nítida finalidade de evitar que o CARF continue emitindo decisões que serão revistas pelo Poder Judiciário, o que estaria em desacordo com o princípio da eficiência, da moralidade administrativa e acarretaria despesas para o Erário Público na forma de ônus de sucumbência. Como o próprio STJ já vem adotando uma interpretação alinhada com lógica do texto do art. 173, inciso I do CTN, a continuidade de uma interpretação formalista resultaria em não atingimento da finalidade da norma regimental. Resulta, então, em síntese, que para fatos geradores ocorridos em 31/12/20XX (competência 12/20XX das contribuições previdenciárias, por exemplo) teremos o fim do prazo decadencial em 31/12/20(X+6) no caso de aplicação da regra do art. 173, inciso I do CTN. Assim, para o lançamento do crédito tributário de contribuições sociais especiais destinadas à seguridade social, seja este oriundo de tributo ou de penalidade pelo não pagamento da obrigação principal, o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir do primeiro do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, no caso dos fatos geradores para os quais não houve qualquer pagamento por parte do contribuinte, em atendimento ao disposto no art. 173, inciso I do CTN. Para o lançamento de ofício em relação aos aspectos materiais dos fatos geradores relacionados a pagamentos efetuados pelo contribuinte nas situações em que não haja caracterização de dolo, fraude ou sonegação, o dies a quo da decadência é a data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, §4º do CTN. Para a aplicação do art. 150, § 4º, entretanto, temos que atentar para o texto do referido dispositivo: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Notamos que o texto legal referese a uma homologação tácita por parte da Fazenda Pública – “considerase homologado” é a expressão utilizada no caso de expirado o prazo de cinco anos do fato gerador sem que o fisco “se tenha pronunciado”. A interpretação mais comum desse trecho conclui que o pronunciamento a que se refere o dispositivo deve ser entendido como a homologação expressa ou a conclusão do lançamento de ofício com a ciência do sujeito passivo. Discordamos de tal entendimento. A expressão “pronunciado” não conduz a uma interpretação inequívoca de que equivale a homologação expressa ou lançamento de ofício. O verbo pronunciar, no dicionário Michaelis, é associado a diversos sentidos possíveis, entre eles, “emitir a sua opinião, manifestar o que pensa ou sente “. Quando a Fazenda Pública inicia fiscalização sobre um tributo em um período, está se manifestando, se pronunciando no sentido de que irá realizar a atividade prevista no art. 142 do CTN. Caso o §4º do art. 150 Fl. 618DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 14 quisesse exigir a homologação expressa e não um simples pronunciamento, teria feito referência ao conteúdo do caput do mesmo artigo que define os contornos de tal atividade, mas preferiu a expressão ”pronunciado”. Com esse entendimento concluímos que, iniciada a fiscalização, a decadência em relação a todos os fatos geradores ainda não atingidos pela homologação tácita, passa a ser submetida à regra geral de tal instituto, ou seja, passa a ser regida pelo art. 173, inciso I. Ressaltamos que não se trata de interrupção ou suspensão do prazo decadencial, mas de um deslocamento da regra aplicável. Vejamos um exemplo. Considerando que uma fiscalização tenha sido iniciada em 06/20XX em relação a um tributo para o qual o sujeito passivo exerceu a atividade dele exigida pela lei, ou seja, o sujeito passivo realizou sua escrituração, prestou as informações ao fisco e antecipou, se foi o caso, algum pagamento. Nesse caso teria ocorrido a homologação tácita em relação aos fatos geradores ocorridos até 05/20(XX5). Os fatos geradores ocorridos depois de 05/20(XX5) poderão ser objeto de lançamento de ofício válido, desde que este seja cientificado ao sujeito passivo antes de transcorrido o prazo previsto no art. 173, inciso I. Feitas tais considerações jurídicas gerais sobre a decadência, passamos a analisar o caso concreto. Observamos a inexistência de pagamentos relativos aos fatos geradores que interessam para a discussão sobre a decadência, logo, conforme acima explanado, é de ser aplicada a regra do art. 173, inciso I do CTN. Tendo sido o lançamento cientificado em 22/02/2006, o fisco poderia efetuar o lançamento para fatos geradores posteriores a 11/2000. Todos os fatos geradores anteriores a tal competência, inclusive esta, estão atingidos pelo prazo de caducidade. Nulidade de contratação sem concurso público. Verbas pagas com natureza salarial. A recorrente alega que o poder judiciário já declarou a nulidade da contratação de prestadores de serviço sem concurso público e que a estes trabalhadores a Súmula 363 do TST só assegura o depósito do FGTS. Para apontarmos nossa divergência em relação a tal entendimento transcrevemos a Súmula 363: Súmula nº 363 do TST CONTRATO NULO. EFEITOS (nova redação) Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS. Fl. 619DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 617 15 Da leitura da Súmula 363 podemos extrair que o TST decidiu que os valores pagos aos trabalhadores contratados irregularmente representa contraprestação pelo trabalho e não indenização como pretende a recorrente. Sendo contraprestação pelo trabalho, deve sofrer a incidência da contribuição previdenciária nos moldes previstos no art. 22, inciso IV da Lei 8.212/91. A jurisprudência do TST já se assentou nessa mesma toada, conforme podemos conferir: Processo: RR 14160081.2002.5.04.0202 Data de Julgamento: 31/08/2005, Relator Ministro: Antônio José de Barros Levenhagen, 4ª Turma, Data de Publicação: DJ 20/04/2006. (...). II RECURSO DE REVISTA DO INSS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. EXECUÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXISTÊNCIA DE CONDENAÇÃO EM VERBAS DE NATUREZA SALARIAL. Não obstante tenha sido reconhecida a nulidade da contratação em virtude da inexistência de concurso público, foram deferidas verbas de natureza nitidamente salarial, o que enseja a incidência da contribuição previdenciária e o reconhecimento da competência da Justiça do Trabalho para apurar e executar as contribuições em destaque, na esteira da Súmula nº 368 desta Corte. Isso posto e versando a causa matéria exclusivamente de direito, não há necessidade de os autos baixarem ao Tribunal de origem, com fulcro nos arts. 515, § 3º, do CPC e 5º, inciso LXXVII, da Constituição Federal, razão pela qual a questão deve ser analisada de plano. A incidência da contribuição social tem como fato gerador os rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, mesmo que sem vínculo empregatício, segundo a dicção do art. 195, I, "a", da Constituição Federal, devendo ser considerados fatos geradores os valores pagos relacionados ao número de horas trabalhadas. Recurso provido. (...) Sem razão, portanto, a recorrente quando alega que a nulidade da contratação resulta na impossibilidade de incidência da contribuição previdenciária sobre os valores pagos aos prestadores de serviço. Quanto à desconsideração de pagamentos, concluímos que, após a diligência solicitada pela 4ª CAJ, o aproveitamento dos pagamentos feitos pela recorrente ficou devidamente esclarecido, sendo estes relativos somente a períodos já atingidos pela decadência. Fl. 620DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 16 Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009. Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, sejam aquelas já declaradas em GFIP, omitidas da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de duas situações: • lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores esta; • lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP Fl. 621DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 618 17 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP relacionada a fatos geradores de contribuições: o art. 32A da Lei 8.212/91 e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Numa primeira análise, vislumbramos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 seria aplicável para os casos relacionados à existência de diferença de contribuição ao passo que o art. 32A da Lei 8.212/91 seria aplicável aos casos nos quais não houvesse diferença de contribuição. No entanto, tal conclusão não se sustenta se analisarmos mais detidamente o conteúdo do art. 32A da Lei 8.212/91. No inciso II, temos a previsão da multa de “de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, (...)”. Claramente, o dispositivo em destaque estipula a multa aplicável quando houver contribuições apuradas, recolhidas ou não, nos casos nos quais a GFIP não for apresentada ou for apresentada fora de prazo. Logo, podemos concluir que tal inciso aplicase também àquelas situações em que há apuração de diferença de contribuição. Confirmando tal conclusão, temos o inciso II do §3º do mesmo artigo que estipula a multa mínima aplicável nos casos de omissão de declaração com ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária. Portanto, diversamente do que preliminarmente concluímos, tanto o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 quanto o art. 32A da Lei 8.212/91 são aplicáveis aos casos de falta de declaração ou declaração inexata de GFIP quando for apurada diferença de contribuição em procedimento de ofício. Temos, então, configurado um aparente conflito de normas que demanda a aplicação das noções da teoria geral do Direito para sua solução. Três critérios são normalmente levados em conta para a solução de tais antinomias: critério cronológico, critério da especialidade e critério hierárquico. O critério cronológico (norma posterior prevalece sobre norma anterior) não nos ajuda no presente caso, uma vez que a determinação de aplicarmos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e a inclusão do art. 32A da Lei 8.212/91 foram veiculados pela mesma Lei 11.941/2009. O critério hierárquico também não soluciona a antinomia, posto que são normas de igual hierarquia. Restanos o critério da especialidade. Observamos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/86 referese, de maneira genérica, a uma falta de declaração ou declaração inexata, sem especificar qual seria a declaração. Diversamente, o art. 32A faz menção específica em seu caput à GFIP no trecho em que diz “o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei(...)”. Logo, consideramos que no conflito entre o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e o art. 32A da Lei 8.212/91, este último é norma específica no tocante à GFIP e, Fl. 622DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 18 seguindo o critério da especialidade, deve ter reconhecida a prevalência de sua força vinculante. Em adição, a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91 pode ser justificada pelo nítido caráter indutor que a penalidade do art. 32A assume, facilitando , no futuro, o cálculo do benefício previdenciário. Pretende a norma do art. 32A estimular a apresentação da GFIP na medida em que a penalidade é reduzida à metade se a declaração for apresentada antes de qualquer procedimento de ofício (§2º, inciso I); ou reduzida a 75% se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação(§2º, inciso II). Esse estímulo pode ser compreendido em benefício do trabalhador na medida em que as informações da GFIP servirão como prova a favor deste no cálculo da benefício previdenciário, tendo em conta que, segundo o §3º do art. 29 da Lei 8.213/91, “serão considerados para cálculo do saláriodebenefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação natalina).” Se o cálculo do saláriodebenefício considerará a base de cálculo das contribuições, certamente a GFIP é um importante meio de prova dos valores sobre os quais incidiram as contribuições. Se aplicássemos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96, não haveria qualquer mecanismo de estímulo ao empregador para apresentar a GFIP. Iniciado o procedimento de ofício, seria aplicada, no mínimo, a multa de 75% sobre a diferença das contribuições sem que a apresentação da GFIP pudesse alterar tal valor. O empregador poderia simplesmente pagar a multa e continuar omisso em relação à GFIP, deixando o empregado sem este importante meio de prova para o cálculo do benefício de aposentadoria. Assim, a hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário reforça a necessidade de prevalência do art. 32A. Portanto, seja pela aplicação do critério da especialidade ou pela hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário, temos justificada a aplicação do art. 32A no caso de omissão na apresentação da GFIP ou apresentação desta com informações inexatas. Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável à outra situação, ou seja, para os casos de lançamento relacionado aos fatos geradores anteriores à edição da MP porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Fl. 623DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 619 19 Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. Nossa conclusão de afastar a multa de mora pode também ser amparada no princípio da isonomia. Vejamos um exemplo. Duas empresas, A e B, atuam no mesmo ramo, tem a mesma estrutura de pessoal e de remuneração, bem como utilizam o mesmo escritório contábil para tratar de sua vida fiscal. Fl. 624DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 20 A empresa A foi fiscalizada em 2007 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, a multa de mora e a multa por incorreções na GFIP prevista no art. 32, §5º da Lei 8.212/91. Quando do julgamento de seu processo, considerando o novo regime de multas segundo nossa interpretação, o órgão julgador manteve o lançamento, mas determinou que a multa relacionada à GFIP fosse comparada com a multa do 32A da Lei 8.212/91. A empresa B foi fiscalizada em 2009 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, sem aplicação de multa de mora, e a multa pela declaração inexata da GFIP com base no art. 32A da Lei 8.212/91 ou com base no art. 32, §5º da Lei 8.212/91, o que lhe for mais favorável. Facilmente pode ser notado que a empresa B responde por crédito tributário menor que a empresa A, pois não foi aplicada a multa de mora. Somente com a aplicação do art. 106, inciso II, alínea “a” do CTN para afastar a multa de mora no caso da empresa A é que teremos restaurada a situação de igualdade entre as empresas A e B. No tocante às penalidades relacionadas com a GFIP, deve ser feito o cotejamento entre o novo regime – aplicação do art. 32A para as infrações relacionadas com a GFIP – e o regime vigente à data do fato gerador – aplicação dos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, prevalecendo a penalidade mais benéfica ao contribuinte em atendimento ao art. 106, inciso II, alínea “c”. Tal procedimento aplicase, inclusive, para a multa de ofício aplicada com fundamento no art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 motivada por falta de declaração ou declaração inexata. Legalidade da Taxa SELIC como juros de mora A insurgência da recorrente contra a aplicação da Taxa Selic como juros moratórios não pode prosperar, uma vez que se trata de matéria sumulada neste Tribunal Administrativo no sentido de sua legalidade, conforme podemos conferir a seguir: Súmula CARF No 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.. Acrescentese que, para os tributos regidos pela Lei 8.212/91, o art. 34 do referido diploma legal prevê a aplicação da Taxa Selic. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, de modo a: (i) afastar os fatos geradores ocorridos até 11/2000, inclusive, por ter ocorrido a decadência; (ii) afastar a multa de mora. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Fl. 625DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 620 21 Fl. 626DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 22 Voto Vencedor Conselheiro Adriano González Silvério – Redator Designado Decadência Em relação à contagem do prazo decadencial ouso divergir em parte da Ilustre Conselheira Relatora, uma vez que a meu ver deve ser aplicado como regra decadencial nesse caso apenas aquela prevista no artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional, cujo dies a quo é o da ocorrência do fato gerador. Isto porque, conforme vem decidindo a Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão nº 920201.418, Processo nº 36918.002963/200575), a decadência, no âmbito das contribuições previdenciárias, deve ser considerada em relação à totalidade da folha de salários. No caso concreto, a fiscalização apurou que não houve recolhimentos tão somente em relação aos contribuintes individuais, sendo certo que o contribuinte, no mesmo período, recolheu contribuições sobre as demais remunerações pagas. Assim, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, havendo de ser aplicado o prazo decadencial qüinqüenal, que tem como termo inicial de contagem a ocorrência do fato gerador, como decidiu o Colendo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática de recurso repetitivo, nos autos do Recurso Especial 973.733/SC, entendimento esse que deve ser acatado, por força do disposto no mencionado artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A ementa do paradigma está assim redigida: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050∕PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758∕SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142∕SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra Fl. 627DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11853.001015/200755 Acórdão n.º 2301002.530 S2C3T1 Fl. 621 23 da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163∕210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa∕concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91∕104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396∕400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183∕199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08∕2008.” Assim, tendo sido o lançamento cientificado em 22/02/2006, estão decaídas, pela aplicação da regra prevista no artigo 150, § 4º do CTN, as contribuições apuradas até a competência 01/2001, anteriores a 02/2001. Multa Não obstante o aprofundado voto do Ilustre Conselheiro relator há de se registrar que o dispositivo legal da multa aplicada foi alterado pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), Fl. 628DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA 24 uma vez que submetida às disposições do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Incabível a comparação da multa prevista no artigo 35A da Lei nº 8.212/91, já que este dispositivo veicula multa de ofício, a qual não existia na legislação previdenciária à época do lançamento e, de acordo com o 106 do Código Tributário Nacional deve ser verificado o fato punido. Ora se o fato “atraso” aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do artigo 35 acima citado. Aqui reside a divergência com o voto do Ilustre Conselheiro Relator. Em princípio houve beneficiamento da situação do contribuinte, motivo pelo qual incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário de modo a afastar, pela regra decadencial prevista no artigo 150, § 4º, do CTN os fatos geradores até 01/2001, anteriores a 02/2001, bem como para determinar a aplicação da multa prevista no artigo 35 caput da Lei 8.212/91, se mais benéfica ao contribuinte. Adriano Gonzáles Silvério Conselheiro Fl. 629DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 06/06 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 22/05/2012 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 12963.000287/2007-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/04/2000 a 31/08/2007
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN.
INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições.
Numero da decisão: 2302-001.839
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, reconhecendo a fluência do prazo decadencial nos termos do art. 173, inciso I do CTN. Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior que entendeu aplicar-se o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o período. Para o período não decadente não houve divergência.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Recorrente ASSOCIAÇÃO DOS SERVENTUÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS SERVPOÇOS Recorrida DRJ JUIZ DE FORA MG ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2000 a 31/08/2007 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, reconhecendo a fluência do prazo decadencial nos termos do art. 173, inciso I do CTN. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior que entendeu aplicarse o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o período. Para o período não decadente não houve divergência. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato e Manoel Coelho Arruda Júnior. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 175 3 Relatório O presente lançamento tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa. O período do levantamento abrange as competências abril de 2000 a agosto de 2007, conforme relatório fiscal às fls. 45 a 47. Segundo a fiscalização, os fatos geradores referemse a valores pagos a cooperativas de trabalho (UNIMED) por serviços prestados por cooperados. Por não concordar com o lançamento, a autuada apresentou impugnação ao lançamento, conforme fls. 65 a 85. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento analisou os argumentos de defesa e confirmou a procedência, em parte, do lançamento, fls. 118 a 129. Houve retificação do débito para algumas competências. Não concordando com a decisão de primeira instância, a autuada interpôs recurso, conforme fls. 133 a 171. Em suma, o recorrente alegou o seguinte: a) era inconstitucional a Lei n. 9.876 de 1999; b) devia ser reconhecida a decadência parcial; Não foram apresentadas contrarrazões pelo órgão fazendário. É o Relato suficiente. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 173. Pressuposto de admissibilidade superado, passase para o exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO: A primeira questão a ser enfrentada é a decadência, após serão analisadas as questões de mérito propriamente ditas. Quanto à questão preliminar relativa à fluência do prazo decadencial, a mesma não deve ser reconhecida, seguindo orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) e observando o art. 173, inciso I do CTN. O STF, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Dessa forma, não é mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, e devem ser observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional (CTN). As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo então o pagamento antecipado, observarseá a extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN (operase a homologação tácita). Entretanto, se não houver o pagamento antecipado não se aplica o disposto no art. 156, inciso VII do CTN; deve, assim, ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN; há a necessidade de lançamento de ofício substitutivo, conforme previsto no art. 149, inciso V do CTN. Nessa hipótese, caso não ocorra o lançamento, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN (decadência). Fl. 183DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 176 5 Destacase que, nas hipóteses de ocorrências de dolo, fraude, ou simulação; não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Nesses casos deve ser aplicado necessariamente o previsto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. Para aplicação dos arts. 150, parágrafo 4º, ou 173, inciso I do CTN, há que se analisar o recolhimento rubrica por rubrica, pois na hipótese de o contribuinte não reconhecer determinada parcela como incidente, essa somente conseguiria ser apurada em uma ação fiscal. Caso o sujeito passivo não antecipe o pagamento, porque entende que o tributo não é devido, obviamente não haverá crédito a ser extinto por homologação. Por não ter pago nem ter declarado em Gfip, os valores somente conseguiriam ser apurados em ação fiscal, daí a aplicabilidade do art. 173, inciso I do CTN – para efeitos da contagem do prazo decadencial – relativamente ao levantamento cooperativa de trabalho. No presente caso o lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em novembro de 2007, fl. 01. Assim, os fatos geradores anteriores a novembro de 2001, inclusive esta, estão abrangidos pela decadência. A competência dezembro de 2001 não decaiu, uma vez que o vencimento da obrigação ocorreu em 1º de janeiro de 2002 e teve como termo de início da contagem 1º de janeiro de 2003, o que findaria em 31 de dezembro de 2007. Nesse sentido da contagem é o entendimento exarado pelo STJ nos Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial n 674.497, cuja ementa foi publicada nestas palavras: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. O art. 22, IV da Lei n ° 8.212/1991 prevê a obrigatoriedade de as empresas tomadoras de serviço efetuarem o recolhimento das contribuições devidas sobre a nota fiscal, quando a prestadora de serviço for uma cooperativa de trabalho. Assim, a cota patronal sobre os segurados cooperados filiados à cooperativa de trabalho é custeada pela tomadora de serviços e não pela própria cooperativa de trabalho. Fl. 184DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Caso a cooperativa também tivesse que arcar com as contribuições haveria mais de um ente colaborando para a previdência dos segurados cooperados filiados à cooperativa de trabalho. No caso, a recorrente tomou serviços das cooperativas arroladas no relatório fiscal, conforme demonstram as cópias dos contratos juntados pela fiscalização previdenciária, bem como as notas fiscais. Portanto, nesse ponto, não merece reparo a presente notificação fiscal. Ao contrário do afirmado pela recorrente, o Fisco não possui obrigação de apreciar inconstitucionalidade. Não há possibilidade para a autoridade administrativa recursar o cumprimento de norma supostamente inconstitucional. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Conforme expressamente previsto no art. 26A do Decreto n 70.235 de 1972, na redação conferida pela Lei n 11.941 de 2009, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. De acordo com a Súmula n ° 2 aprovada pelo Conselho Pleno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não pode ser declarada a inconstitucionalidade de norma pela Administração. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo conhecimento do recurso e pelo provimento parcial a ele, reconhecendo que parte do lançamento foi atingido pela fluência do prazo decadencial, na forma do art. 173, inciso I do CTN. É o voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 185DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 177 7 Fl. 186DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10120.002180/96-77
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1991
IRPF. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4º, DO CTN.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4º, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações.
No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda retido na fonte, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador.
Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do ano-calendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995.
Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-002.214
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda retido na fonte, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 522 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres – PresidenteSubstituto (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM: 05/07/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (PresidenteSubstituto), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório O Acórdão nº 10246.415, da 2a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes (fls. 344 a 362), julgado na sessão plenária de 07 de julho de 2004, por maioria de votos, rejeitou a preliminar de decadência do anobase de 1990, e, no mérito, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso. Transcrevese a ementa do julgado: NORMAS PROCESSUAIS DECADÊNCIA O prazo para o exercício do direito de formalizar o crédito tributário que deixou de ser recolhido, antes sujeito à modalidade de lançamento por homologação, é de 5 (cinco) anos com marco inicial de contagem no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, na forma dos artigos 149, V, e 173, I, do CTN. IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL NÃO JUSTIFICADO PROVAS Em havendo nos autos provas da aquisição de bens imóveis e móveis e tendo sido reconhecido no "fluxo financeiro" todos os rendimentos do sujeito passivo e da esposa e, ainda, considerando que as aplicações foram superiores aos recursos, resulta, à evidência, acréscimo patrimonial a descoberto, mormente quando o contribuinte deixa de apresentar provas e documentos que pudessem contrapor os fatos constatados pela fiscalização. Preliminar rejeitada. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 523 3 Recurso negado. Cientificado dessa decisão, o contribuinte apresentou embargos de declaração (fls. 367 a 374), indicando omissões e erros materiais. Após converter o julgamento em diligência (fls. 382 a 389), 2a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes acolheu os embargos e deu provimento parcial ao recurso para reduzir o imposto devido relativo ao ano de 1994, por meio do Acórdão no 10248.552, de 24 de maio de 2007 (fls. 402 a 413). A Fazenda Nacional não recorreu dessa decisão (fl. 414). Cientificado dessa decisão em 11/07/2008 (fl. 437), contribuinte manejou, em 24/07/2008, recurso especial de divergência (fls. 438 a 501), onde pugnava pela decadência do acréscimo patrimonial de julho de 1990, e questionava o acréscimo patrimonial de outubro e de dezembro de 1994. Os despachos de fls. 505 a 507 deram seguimento parcial ao recurso especial para a matéria decadência, mas não o admitiram para a discussão do acréscimo patrimonial de 1994 por falta de comprovação de divergência jurisprudencial. Para a matéria admitida, o recorrente alega que, como o lançamento é por homologação, aplicase a regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN. Em sede de contrarrazões (fls. 510 a 519), a Fazenda Nacional defende inexistir decadência, devido à inexistência de recolhimento antecipado, o que obriga a utilização da regra de decadência do art. 173, inciso I, do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Sabese que a discussão da decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa, que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 524 4 Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, Fl. 4DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 525 5 iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. Recentemente, a Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010, introduziu o art. 62A no Regimento Interno do CARF RICARF, com a seguinte redação: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Tem sido esse o entendimento da 2a Turma da CSRF, como demonstram os acórdãos a seguir transcritos: DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO, AO RESPECTIVO PRAZO DECADENCIAL, DO ARTIGO 150, PARÁGRAFO 4º. DO CTN. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STJ PROFERIDA EM JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 526 6 Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, se houve pagamento antecipado, o respectivo prazo decadencial é regido pelo artigo 150, parágrafo 4º. do CTN, nos termos do entendimento pacificado pelo STJ, em julgamento de recurso especial, sob o rito de recurso repetitivo, tendo em vista o previsto no artigo 62A do Regimento Interno do CARF. (Acórdão nº 920201.61, sessão de 10/05/2011, Relatora Susy Gomes Hoffmann) TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). (Acórdão nº 920201.376, sessão de 11/04/2011, Relator Gustavo Lian Haddad) Neste processo, a questão é de fácil deslinde, pois existiu antecipação de pagamento na forma de imposto de renda retido na fonte, devidamente deduzido na declaração de ajuste do exercício de 1991 (fl. 4), não tendo sido imputada a existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que faz com que, no presente caso, ele tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996 (fl. 48), o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 527 7 Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, dar provimento ao recurso especial do contribuinte, para reconhecer a decadência dos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 1990. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 7DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS
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Numero do processo: 15540.720419/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada.
O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano-calendário.
Numero da decisão: 1302-001.050
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri.
EDUARDO DE ANDRADE - Presidente.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator.
EDITADO EM: 13/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada. O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano-calendário.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri. EDUARDO DE ANDRADE - Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha.
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Falta de pagamento do IR sobre a base estimada. O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano calendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri. EDUARDO DE ANDRADE Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 72 04 19 /2 01 1- 11 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 2 Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão no 1246.918 da 6a Turma da DRJ/RJ1, na parte que manteve a multa isolada sobre o imposto sobre as bases estimadas que deixaram de ser recolhidos, se não vejamos o seguinte excerto da ementa: “MULTA ISOLADA. MULTA ACOMPANHADA DO TRIBUTO. CONCOMITÂNCIA. A multa de ofício aplicada isoladamente sobre o valor do imposto apurado por estimativa, que deixou de ser recolhido, no curso do ano calendário, é aplicável concomitantemente com a multa de ofício calculada sobre o imposto devido com base no lucro real anual igualmente não recolhido, em face de se tratar de infrações distintas.”. Em sua peça recursal, a contribuinte alega as seguintes razões de defesa: a) que o autuante levantou débitos complementares de IRPJ com acréscimo da multa de ofício, e, ao mesmo tempo, lançou multas isoladas por falta de recolhimento das antecipações mensais, ou seja, a ora recorrente foi penalizada duas vezes em função de uma mesma infração; b) que a posição deste Colegiado é favorável ao contribuinte no que tange à aplicação da multa isolada após o encerramento do exercício; c) que foi demonstrado ao autuante, durante sua verificação, que existia um erro material quanto ao preenchimento da DIPJ, sendo este o único elemento de convicção do mesmo; d) que há necessidade de realização de diligência para apuração do alegado pela verificação dos livros da ora recorrente. É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Preliminarmente, com relação ao pedido de diligência, ratifico tudo quanto fora sustentado no acórdão recorrido. Ademais, ao se compulsar os autos, não se encontra qualquer demonstração do aludido erro material, como alegar ter feito a contribuinte na sua peça recursal. Ora, a contribuinte teve já duas oportunidades para demonstrar o referido erro material, a primeira na fase impugnatória e a segunda nesta fase recursal, podendo fazêlo já Fl. 133DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 133 3 que estava de posse de sua escrita contábil, mas nada demonstrou, o que revela que o seu pleito tem função meramente protelatória do feito. Por essa razão afasto a preliminar suscitada. No mérito, a questão reside em saber se há possibilidade ou não de aplicação da multa isolada por falta de pagamento do imposto sobre a base estimada após o encerramento do período de apuração. Inicialmente, friso que este Colegiado tem firmado diferentes posições sobre o tema, se não vejamos: a) há quem sustente que não se aplica a multa isolada após o encerramento do anocalendário, pois, a partir desse momento, só caberia a multa de ofício sobre o imposto de renda devido sobre o lucro real, já que não se pode penalizar duas vezes pela mesma infração; b) há quem sustente que só se aplica a multa isolada sobre o valor que o montante do imposto sobre as bases estimadas superarem o imposto de renda sobre o lucro real devido ao final do ano; c) há quem sustente que, até a entrada em vigor da redação dada pela Lei 11.488/07, a literalidade da redação original do art. 44, § 1o , IV, da Lei 9.430/96 impunha que a multa isolada só fosse devida quando a pessoa jurídica deixasse de pagar o IRPJ e a CSLL e que os valores calculados sobre a base estimada são meras antecipações, logo não se confundem com tais tributos; d) há quem sustente que a multa isolada não é devida juntamente com a multa de ofício por ser aplicável o instuto do Direito Penal da “consunção”. Tratase assim de questão de amplo conhecimento deste Colegiado, razão pela qual, peço vênia aos meus pares para reproduzir voto proferido em outras assentadas, no qual enfrentei cada uma dessas posições. Da inviabilidade de aplicação do princípio da consunção O princípio da consunção é princípio específico do Direito Penal, aplicável para solução de conflitos aparentes de normas penais, ou seja, situações em que duas ou mais normas penais podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato. Primeiramente, há que se ressaltar que a norma sancionatória tributária não é norma penal stricto sensu. Vale aqui a lembrança que o parágrafo único do art. 273 do anteprojeto do CTN (hoje, art. 112 do CTN), elaborado por Rubens Gomes de Sousa, previa que os princípios gerais do Direito Penal se aplicassem como métodos ou processos supletivos de interpretação da lei tributária, especialmente da lei tributária que definia infrações. Esse dispositivo foi rechaçado pela Comissão Especial de 1954 que elaborou o texto final do anteprojeto, sendo que tal dispositivo não retornou ao texto do CTN que veio a ser aprovado pelo Congresso Nacional. À época, a Comissão Especial do CTN acolheu os fundamentos de que o direito penal tributário não tem semelhança absoluta com o direito penal (sugestão 789, p. 513 dos Trabalhos da Comissão Especial do CTN) e que o direito penal tributário não é autônomo ao direito tributário, pois a pena fiscal mais se assemelha a pena cível do que a criminal (sugestão 787, p.512, idem). Não é difícil, assim, verificar que, na sua gênese, o CTN afastou a possibilidade de aplicação supletiva dos princípios do direito penal na interpretação Fl. 134DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 4 da norma tributária, logicamente, salvo aqueles expressamente previstos no seu texto, como por exemplo, a retroatividade benigna do art. 106 ou o in dubio pro reo do art. 112. Das condutas infracionais diferentes Ainda que aplicável fosse o princípio da consunção para solucionar conflitos aparentes de norma tributárias, não há no caso em tela qualquer conflito que justificasse a sua aplicação. Conforme já asseverado, o conflito aparente de normas ocorre quando duas ou mais normas podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato, o que não ocorre in casu, já que temos duas situações fáticas diferentes: a primeira, o não recolhimento do tributo devido; a segunda, a não observância das normas do regime de recolhimento sobre bases estimadas. Ressaltese que o simples fato de alguém, optante pelo lucro real anual, deixar de recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada não enseja per se a aplicação da multa isolada, pois esta multa só é aplicável quando, além de não recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada, o contribuinte deixar de levantar balanço de suspensão, conforme dispõe o art. 35 da Lei no 8.981/95. Assim, a multa isolada não decorre unicamente da falta de recolhimento do IRPJ mensal, mas da inobservância das normas que regem o recolhimento sobre bases estimadas, ou seja, do regime. Temos, então, duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas também diferentes. O art. 44 da Lei no 9.430/96 (na sua redação vigente à época do lançamento) já albergava várias normas, das quais vale pinçar as duas sub examine: a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o aplicável por falta de pagamento do tributo; e a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do § 1o – aplicável pela não observância das normas do regime de recolhimento por estimativa. Ora, a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o do art. 44 jamais poderia ser aplicada pela falta de recolhimento do IRPJ sobre a base estimada, então, como se falar em consunção, para que esta absorva a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do mesmo § 1o . Assim, demonstrado que temos duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas diferentes, resta irrefutável que não há unidade de conduta, logo não existe qualquer conflito aparente entre as normas dos incisos I e IV do § 1º do art. 44 e, consequentemente, indevida a aplicação do princípio da consunção no caso em tela. Noutro ponto, refuto os argumentos expendidos no acórdão recorrido, os quais concluem que a falta de recolhimento da estimativa mensal seria uma conduta menos grave, por atingir um bem jurídico secundário – que seria a antecipação do fluxo de caixa do governo. Conforme já demonstrado, a multa isolada é aplicável pela não observância do regime de recolhimento pela estimativa e a conduta que ofende tal regime jamais poderia ser tida como menos grave, já que põe em risco todo o sistema de recolhimento do IRPJ sobre o lucro real anual – pelo menos no formato desenhado pelo legislador. Em verdade, a sistemática de antecipação dos impostos ocorre por diversos meios previstos na legislação tributária, sendo exemplos disto, alem dos recolhimentos por estimativa, as retenções feitas pelas fontes pagadoras e o recolhimento mensal obrigatório (carnêleão), feitos pelos contribuintes pessoas físicas. O que se tem, na verdade são diferentes formas e momentos de exigência da obrigação tributária. Todos esses instrumentos visam ao mesmo tempo assegurar a efetividade da arrecadação tributária e o fluxo de caixa para a execução do orçamento fiscal pelo governo, impondose igualmente a sua proteção (como bens jurídicos). Portanto, não há um bem menor, nem uma conduta menos grave que possa ser englobada pela outra, neste caso. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 134 5 Ademais, é um equívoco dizer que o não recolhimento do IRPJestimada é uma ação preparatória para a realização da “conduta mais grave” – não recolhimento do tributo efetivamente devido no ajuste. O não pagamento de todo o tributo devido ao final do exercício pode ocorrer independente do fato de terem sido recolhidas as estimativas, pois o resultado final apurado não guarda necessariamente proporção com os valores devidos por estimativa. Ainda que o contribuinte recolha as antecipações, ao final pode ser apurado um saldo de tributo a pagar, com base no resultado do exercício. As infrações tributárias que ensejam a multa isolada e a multa de ofício nos casos em tela são autônomas. A ocorrência de uma delas não pressupõe necessariamente a existência da outra, logo inaplicável o princípio da consunção, já que não existe conflito aparente de normas. Das diferentes bases para cálculos das multas A tese de que as multas isolada e de ofício, no presente caso, estariam incidindo sobre a mesma base, também, não deve prosperar, seja porque as bases não são idênticas, seja porque, ainda que idênticas, o bis in idem só ocorreria se as duas sanções fossem aplicadas pela ocorrência da mesma conduta, o que já ficou demonstrado que não ocorre, se não vejamos. A multa isolada corresponde a um percentual do IRPJ calculado sobre a base estimada, na qual o valor das despesas e custos decorrem de uma estimativa legal, ou seja, o legislador quando determina a aplicação de um percentual sobre a receita bruta, para o cálculo da base estimada, está, em verdade, estimando custos e despesas. A multa de ofício, in casu, corresponde a um percentual sobre o IRPJ calculado sobre o lucro real, na qual se leva em conta as despesas e custos efetivamente incorridos. Em suma, se a base estimada difere do lucro real, se são valores distintos, inclusive com previsões legais distintas, os impostos delas resultantes são também valores distintos e, consequentemente, as multas ad valorem que incidem sobre elas, também, são valores que não se confundem. Todavia, ainda que as multas isolada e de ofício fossem calculadas sobre o IRPJ incidente sobre a mesma base de cálculo, isso não significaria um bis in idem, pois, como já asseverado acima, a ocorrência de uma infração não importa necessariamente na ocorrência da outra, o que torna irrefutável que as infrações decorrem de condutas diversas. O contribuinte pode ter recolhido todo o IRPJ devido sobre a base estimada em cada mês do anocalendário e não recolher a diferença calculada ao final do período, ficando sujeito assim a multa de ofíco, mas não a multa isolada. Ao contrário, pode deixar de recolher o IRPJ sobre a base estimada, mas pagar, ao final do ano, todo o IRPJ sobre o lucro real, hipótese na qual só ficará sujeito à multa isolada. A definição da infração, da base de cálculo e do percentual da multa aplicável é matéria exclusiva de lei, nos termos do art. 97, V do CTN, não cabendo ao intérprete questionar se a dosimetria aplicada em tal e qual caso é adequada ou excessiva, a não ser que adentre a seara da sua constitucionalidade, o que está expressamente vedado pela Súmula CARF no 2. Da redação original do art. 44, § 1o, IV, da Lei 9430/96 Aditese ainda, que o legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa ao final do ano, deixando claro, assim, que: Fl. 136DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 6 a) primeiro, que estava se referindo ao imposto ou contribuição calculado sobre a base estimada, já que em caso de prejuízo fiscal e base negativa, não há falar em tributo devido no ajuste; e b) segundo, que o valor apurado como base de cálculo do tributo ao final do ano é irrelevante para se saber devida ou não a multa isolada; e c) terceiro, que a multa isolada é devida ainda que lançada após o encerramento do anocalendário, já que pode ser lançada mesmo após apurado prejuízo fiscal ou base negativa. Da negativa de vigência de lei federal Peço vênia aos meus pares, para expressar minha profunda discordância com as referidas posições adotadas por este Colegiado: Entendo que tais posicionamentos têm, em verdade, por via oblíqua, negado vigência a uma lei federal, pois afrontam literalmente o disposto nos art. 2o e 44, § 1o , IV, da Lei no 9.430/96 (vigente à época do lançamento) e no art. 35 da Lei 8.981/95. É demais imaginar que se coaduna com os mais comezinhos princípios do direito a permissão dada ao contribuinte, por tais decisões, para, em janeiro de um determinado ano calendário, decidir se obedece ou não o art. 2o e segs. da Lei no 9.430/96. Em outras palavras, os referidos posicionamentos deste Colegiado desnaturam a norma tributária tornandoa uma norma facultativa, já que a sua não observância não traz, à luz de tais posicioamentos, qualquer consequência jurídica. Alfim, ressalto que a autoridade lançadora, em observância ao disposto no art. 106, II, c, do CTN, já aplicou a multa no percentual de 50%, conforme previsto no art. 44 da Lei 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007. Assim, por todo o exposto, voto no sentido de afastar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 137DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE
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Numero do processo: 10925.002478/2004-38
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.
Numero da decisão: 1803-001.346
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: WALTER ADOLFO MARESCH
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.
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GRATT Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Fl. 1017DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 502 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (presidente), Walter Adolfo Maresch, Sergio Rodrigues Mendes, Victor Humberto Da Silva Maizman, Viviani Aparecida Bacchmi e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório B. J. GRATT, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ BELO HORIZONTE (MG), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. A optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES foi excluída de oficio pelo Ato Declaratório Executivo DRF/JOA n° 552.135, de 02 de agosto de 2004, fl. 13 com efeitos a partir de 01/01/2002, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: Data da opção pelo Simples: 01/01/1997 Situação excludente: (evento 306): Descrição atividade econômica vedada: 29297102 Instalação, reparação e manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral Data da ocorrência: 28/03/1996 Fundamentação legal: Lei n° 9.317, de 05/12/1996, art. 9° XIII; art. 12; art. 14, I art. 15, II. Medida Provisória n" 2.15834, de 27/07/2001. art. 73. Instrução Normativa SRF n° 355, de 29/08/2003, art. 20, XII; art. 21; art. 23, I; art. 24, II, c/c parágrafo único. A empresa manifestouse contrariamente ao procedimento, apresentando a Solicitação de Revisão a Exclusão do Simples — SRS, fl. 14, com pedido de revisão do ato em rito sumário. A decisão administrativa considerou improcedente a SRS, fl. 15, nos seguintes termos: 1..1 as empresas que se dedicam as atividades de: auto mecânica, autoelétrica, serviços de latoaria, funilaria, pintura, manutenção, reparação e substituição de peças, por assemelharemse à profissão legalmente habilitada estão impedidas pela legislação de optarem pelo SIMPLES. Cientificada em 13/10/2004, fls. 15 e 21, a optante em 12/11/2004 apresentou manifestação de inconformidade, fls. 01/12, com as alegações abaixo sintetizadas. Discorre sobre a exclusão efetuada de ofício contra a qual se insurge. Aduz que efeito retroativo é imotivado, uma vez que sua opção foi efetuada e então cumpre com suas obrigações tributárias. Esclarece que presta serviços de conservação de máquinas industriais, manutenção e conservação de máquinas agrícolas, comércio varejista e transporte rodoviário de cargas em geral. Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 503 3 Informa que não aufere receita de serviço profissional de engenheiro ou assemelhado e que o exercício da sua atividade não depende de habilitação profissional legalmente exigida, tampouco está expressamente indicada do inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 1996. Esclarece que não está sujeita à inscrição no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia — CREA. Alega novamente que essa matéria está prevista na Lei n° 9.317, de 1996 e que a indicação de um código Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE) não pode inovar na ordem jurídica (art. 110 e art. 111 do Código Tributário Nacional — CTN), em conformidade com o princípio da legalidade. Com o objetivo de sustentar o instrumento jurídico de que quer se socorrer interpreta a legislação de regência e cita entendimentos jurisprudenciais. Em face do exposto requer o cancelamento do ato de exclusão e que seja intimação da decisão. Houve alteração da competência de julgamento deste processo pela Portaria 10.621, de 06/07/2007. Tendo em vista Despacho DRJ/BHE n° 48, de 16/08/2007, fls. 38/40, em observância do disposto no art. 10, § 8°, do art. 15 e § 2º do art. 22, da Portaria MF nº 58, de 17 de março de 2006, para retorno do processo à unidade de origem para caracterizar a prestação de serviço profissional que a pessoa jurídica exerce e qual a receita auferida a partir de 01/01/2002, fl. 41. A requerente foi cientificada em 12/12/2007, fls. 42, e de acordo com a Informação SACAT n° 175/2008 de 20/06/2008, fls. 45/46 ela se absteve de se pronunciar a respeito. A DRJ BEL HORIZONTE (MG), através do acórdão nº 0218.449, de 17 de julho de 2007 (fls. 47/53), julgou procedente em parte o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – SIMPLES Exercício: 2003 OPÇÃO. Vedada a opção pelo Simples pela pessoa jurídica que presta serviço profissional de engenheiro. Solicitação Indeferida Ciente da decisão em 07/08/2008, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 55), apresentou o recurso voluntário em 29/08/2008 fls. 480/487, onde reitera os argumentos da inicial aduzindo que há ofensa ao princípio da isonomia e que a Lei 10.964, de 01/01/2004 (alterada pela Lei 11.054/2004), permitiu a inclusão e manutenção retroativa da atividade no SIMPLES FEDERAL. Fl. 1019DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 504 4 Por oportuno, registrese a existência da informação SACAT nº 246/2008 (fls. 475/476), que analisando as notas fiscais apresentadas extemporaneamente pela contribuinte (fls. 56/473), apenas consignou as diversas atividades detectadas através das notas fiscais apresentadas. A informação SACAT foi cientificada à contribuinte e que em 21/09/2008, apenas ratificou suas declarações anteriores afirmando não haver exercício de atividade vedada e solicitando o prosseguimento do feito (fls. 494/495). É o relatório. Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de exclusão do SIMPLES conforme ADE (fl. 13), por exercício de atividade vedada, com base no CNAE Fiscal 29297/02 – Instalações, Reparos, manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral . Alega a recorrente que não exerce qualquer atividade vedada para ingresso ou manutenção do SIMPLES FEDERAL e que a sua exclusão implica ofensa ao princípio da isonomia. A decisão de primeira instância merece reforma. Com efeito, a elástica ampliação de atividades vedadas com base na restritiva interpretação do inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317/96, conduziu a absurda exclusão de milhares de pequenos estabelecimentos de prestação de serviços principalmente no ramo de manutenção e reparação de veículos, máquinas e equipamentos como aqui se observa. Não há nos autos qualquer evidência de que a recorrente atue utilizando os serviços de engenheiro ou mesmo de profissão regulamentada (por lei) sendo que o Ato Declaratório Executivo (fl. 13), tem por base única e exclusivamente o CNAE Fiscal informado no CNPJ. Ao revés temse que a recorrente apresentou embora extemporaneamente, a totalidade ou grande parte das notas fiscais emitidas no período de 2002 a 2007. Nestas, conforme verificou a própria Administração Tributária, constatase em sua esmagadora maioria, simples serviços de torno e solda ou manutenção e reparação de máquinas, equipamentos e veículos, bem como usinagem e jato de areia. Embora possa ser afirmado que algumas atividades exercidas pela recorrente, ultrapassem de certa forma o conceito de simples serviços pois tem nítida conotação de fabrico de pequenas peças de reposição principalmente de máquinas utilizadas em agroindústrias, não Fl. 1020DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 505 5 há qualquer elemento que possa conduzir a conclusão de que utilizem ou sejam equiparadas ou assemelhadas a de engenheiro ou outra profissão legalmente regulamentada. Neste diapasão, pacificouse o entendimento no CARF consubstanciado na Súmula CARF nº 57, com o seguinte teor: Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Destarte, entendo que o CNAE Fiscal apontado pelo Ato Declaratório de Exclusão não caracteriza qualquer exercício de atividade vedada, segundo exegese extraída da Súmula CARF nº 57. Conforme consignado pela recorrente, a própria legislação que rege a sistemática de recolhimento simplificado foi melhor elucidada com o advento da Lei 10.964/2004 (com a redação que lhe foi dada pela Lei 11.051/2004): (verbis) Art. 4o Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) II – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) III – serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) IV – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V – serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 506 6 § 2o As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema, com efeitos retroativos à data de opção desta, nos termos, prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal – SRF, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 3o Na hipótese de a exclusão de que trata o § 2o deste artigo ter ocorrido durante o anocalendário de 2004 e antes da publicação desta Lei, a Secretaria da Receita Federal – SRF promoverá a reinclusão de ofício dessas pessoas jurídicas retroativamente à data de opção da empresa. § 4o Aplicase o disposto no art. 2o da Lei no 10.034, de 24 de outubro de 2000, a partir de 1o de janeiro de 2004. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Destarte, conforme dispõe o § 2º do dispositivo legal transcrito, considerando seu caráter interpretativo, já poderia ter a Administração Tributária procedido de ofício a inclusão em caráter definitivo da recorrente pois equivocada a exegese adotada como fundamento para o Ato Declaratório Executivo de Exclusão. À toda evidência, mediante uma exegese de integração entre os dispositivos da Lei nº 10.964/2004 e a Súmula CARF nº 57, constatase não haver qualquer óbice ou impedimento para a permanência da recorrente na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), desde 01/01/2002 até sua exclusão voluntária requerida a partir de 01/01/2006 (fl. 499). Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH
score : 1.0
Numero do processo: 10855.001065/99-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996, 1997
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS.
Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus.
Numero da decisão: 1401-000.708
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendo-se o reformatio in pejus.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1996, 1997 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS. Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendose o reformatio in pejus. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 808DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 Relatório Trata o presente feito de embargos de declaração opostos pela Delegacia da Receita Federal de Sorocaba, em que argui contradição na decisão proferida por este Conselho Administrativo de Recurso Fiscais, consubstanciada no acórdão nº 140100410, da 4ª Turma Ordinária da 1ª Seção. Na processo em questão, pretende, a Contribuinte, a restituição de saldo negativo de imposto de renda dos anoscalendário 1996 e 1997, no valor de R$2.886.506,55 (dois milhões, oitocentos e oitenta e seis mil, quinhentos e seis reais e cinquenta e cinco centavos). Por meio do despacho decisório nº 461, de 22 de setembro de 2006, a SEORTR deferiu parcialmente o pedido da Contribuinte, reconhecendo um direito de crédito no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146). Inconformada, a Contribuinte aviou manifestação de inconformidade, alegando equívoco na apreciação do seu direito creditório, tendo o pedido sido negado pela Delegacia Regional d Julgamento. Inconformada, a Contribuinte aviou recurso voluntário pata este Conselho, acostando farta documentação comprobatória do seu direito creditório. Tendo o processo sido distribuído para minha relatoria, e tendo em vista o princípio da verdade material, a 3ª Câmara do então 1º Conselho de Contribuintes determinou a baixa do feito em diligência para que fossem confrontadas as documentações apresentadas pela Contribuinte. Em retorno da diligência, restou reconhecido o direito de crédito no montante de R$1.244.556,47. Diante disso, a 4ª Câmara da 1ª Seção deste CARF decidiu por dar pracial provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório postulado no montante de R$ 1.244.556,47, homologando as respectivas compensações neste limite. Todavia, como o valor do crédito reconhecido nesta Instância foi inferior àquele reconhecido pelo despacho decisório original, a Delegacia da Receita Federal em Sorocaba embargou de declaração, postulando a solução da contradição da decisão. É este o relatório. Fl. 809DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10855.001065/9924 Acórdão n.º 1401 S1‐C4T1 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Relator: Os embargos são tempestivos e a parte embargante é legítima em razão da matéria invocada, razão pela qual conheço dos embargos de declaração. Revisitando o relatório da diligência realizado pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba às fls. 484 e seguintes, identifico que a Autoridade Fiscal recompôs os recolhimentos por estimativa e antecipações de IRRF dos anoscalendário de 1996 e 1997, assim como das compensações de saldo negativo de 196 nos anoscalendário de 1997 e 1998, de forma a apurar eventual saldo negativo passível de restituição, tendo encontrado direito creditório no montante de R$1.244.556,47. Todavia, a decisão original havia reconhecido direito creditório no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146), não podendo, o recurso voluntário, implicar em decisão mais prejudicial do que aquela objeto de recurso. De fato, segundo o princípio da reformatio in pejus, a decisão do recurso não pode ser mais gravosa do que a decisão recorrida, pelo que o resultado do recurso voluntário apresentado pela Recorrente não poderia ser mais gravoso do que a decisão originária que reconheceu o direito creditório em R$2.135.987,88. Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração e lhe dou efeito infringente, para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Fl. 810DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 Fl. 811DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
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