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Numero do processo: 10708.001508/2002-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997
DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO.
As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento.
Numero da decisão: 3101-001.344
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 19/03/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO. As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 19/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 70 8. 00 15 08 /2 00 2- 91 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 11/19, em virtude da apuração de falta de recolhimento do PIS no período de apuração (PA) 09/97, exigindolhe contribuição de R$ 5.041,41, multa de ofício de R$ 3.781,06 e juros de mora (calculados até 31/05/2002) de R$ 4.714,22, perfazendo o total de R$ 13.536,69. O enquadramento legal encontrase às fls. 14 e 16. Após ter sido cientificado do auto de infração em 10/06/2002 (cf. Aviso de Recebimento – AR à fl. 20), o autuado, irresignado, apresentou, em 03/07/2002, a impugnação acostada às fls. 01/02 e documentos anexos de fls. 03/19 (cópia do Contrato Social; cópia da carteira de identidade do sócio e signatário da impugnação; cópia do CPF do sócio; cópia do cartão do CNPJ; cópia do cartão do CNPJ; cópia de Darf; Auto de Infração e anexos), argumentando, em síntese, que: Em que pese a repartição fiscalizadora não ter localizado o Darf de recolhimento do PIS informado na DCTF do 3º trimestre de 1997, o recolhimento foi efetuado pelo Darf anexo (fl. 10), não alocado pela repartição, originando a autuação, que se faz, assim, indevida; Em face do exposto, está certo o impugnante sejam acolhidas as razões e provas que importem o cancelamento total do Auto de Infração lavrado. Após a impugnação de fls. 01/19, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Volta Redonda Rio de Janeiro (DRF/VRA/RJ) determinou à fl. 39, em procedimento de revisão de lançamento (revisão de ofício), o prosseguimento da cobrança do crédito tributário nos exatos termos e valores em que lançado, conforme demonstrativos de fls. 36/38, ao argumento de que o pagamento apresentado pelo autuado à fl. 10 já se encontrava previamente alocado a crédito tributário da matriz em consonância com o que fora informado em DCTF pela matriz (cf. fls. 24 e 30), não havendo, desse modo, pagamento disponível para quitar o crédito tributário de responsabilidade da filial, segundo as informações prestadas em DCTF por esta (cf. fls. 25 e 33), além do que no ano calendário de 1997 a DCTF não era centralizada pela matriz, cientificandose o autuado do despacho exarado. Intimado da exigência acima mencionada em 29/10/2007, conforme Aviso de Recebimento (AR) de fl. 44, o autuado apresentou, em 13/11/2007, contestação de fls. 49/50 contra a cobrança perpetrada pela Administração – por ele denominada de “recurso voluntário” e documentos anexos de fls. 51/78 (cópia de procuração, fl. 51; cópia de folhas do Livro Diário da matriz, fls. 52/55; cópia de recibo de entrega e da DCTF referente ao 3º trimestre de 1997, fls. 56/74; cópia de recibo de Fl. 106DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 86 3 entrega e da Ficha 12 da DIRPJ/98, exercício 98, anobase 99, fls. 75/78), argumentando, em síntese, que: A DCTF da filial de Angra (referindose ao autuado, com número no CNPJ de ordem 0004, v. fl. 84) relativa ao 3º trimestre de 1997 foi preenchida indevidamente, já que não havia valor de PIS a recolher referente à citada filial, havendo somente PIS a recolher da sede localizada no Município do Rio de Janeiro (referindose à matriz, com CNPJ de ordem 0001); Podese comprovar a afirmativa acima através do Livro Diário (fls. 52/55) e da DIPJ do anocalendário 1997 (fls. 75/78); Naquela época, a entrega da DCTF não era centralizada, mas a DIPJ e a contabilidade da empresa já eram centralizadas; Conferindose o faturamento do Livro Diário e a DIPJ, podese verificar que o valor do PIS a recolher está mencionado na matriz, não existindo o valor (PIS) atribuído a recolher na filial de Angra, inexistindo, portanto, o débito mencionado na autuação; À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o recorrente seja acolhido o presente recurso, cancelandose ou modificandose o débito fiscal reclamado. A DRJ no RIO DE JANEIRO II/RJ julgou o lançamento procedente em parte, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 PIS. AUTO DE INFRAÇÃO. DCTF. É cabível o lançamento formalizado para exigir débito do PIS vinculado em DCTF a pagamento, quando não se comprove a existência do referido recolhimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. JULGAMENTO. Embora o débito declarado, a princípio, dispense o lançamento, os procedimentos fiscais perpetrados, assim como eventuais impugnações ou recursos tempestivos apresentados pelo sujeito passivo no curso do processo administrativo fiscal, constituemse atos perfeitos, motivo pelo qual devem ser apreciados pelas instâncias julgadoras administrativas. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em face da retroatividade benigna, cancelase a multa de lançamento de ofício. Lançamento Procedente em Parte. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, no qual invoca prescrição intercorrente, reprisa os argumentos esgrimidos na peça vestibular de defesa e aduz que houve má vontade dos julgadores a quo, ao analisar os documentos, pois no livro Diário estão todas as receitas da pessoa jurídica, que não recolhia de forma centralizada à época, porém escriturava centralizadamente, e as notas fiscais acostadas aos autos referemse apenas à receita da filial autuada. Ainda sugere realização de diligência, de maneira genérica. Por fim, requer a reforma do acórdão a quo, para que seja cancelado o auto de infração. Ato seguido, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau. Relatados, passo a votar. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Embora tenha ocorrido um error in procedendo neste expediente, no momento em que a Delegacia da Receita Federal em Volta Redonda/RJ operou revisão de ofício sem que houvesse competência para tanto (uma vez que a impugnação estava tempestiva), penso que o vício veio de ser sanado ao longo do contencioso, na medida em que o lançamento não foi alterado, e os elementos de fato trazidos com a revisão de ofício foram objeto de análise por parte da recorrente, durante a manifestação nominada de recurso. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento levou tudo isso em consideração quando do julgamento em primeiro grau. E a recorrente, em sua defesa efetiva, não mencionou qualquer cerceamento do direito de defesa. Aplicase ao caso vertente o princípio pas de nullité sans grief, porquanto não houve prejuízo algum para as partes; ao revés, houve sim mais oportunidade para a busca da verdade material. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 87 5 Sem embargo disso, as provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Nesse desiderato, a recorrente trouxe duas folhas do livro Diário da matriz da pessoa jurídica, que não está escriturado por estabelecimentos, e cópias de notas fiscais de prestação de serviços da filial autuada, as quais não se encontram reportadas no livro Diário da matriz, como afirma a recorrente. Demais disso, o valor da contribuição devida em função das receitas registradas no Diário não fecha com o valor do DARF de PIS pago pela recorrente. Vale aqui trazer as observações da decisão recorrida: Inicialmente, analisandose os elementos constantes da impugnação de fls. 01/02 e demais documentos a ela anexados (fls. 03/19), vislumbrase que o autuado nela alega não ter havido a falta de pagamento, que consiste na infração apontada pelo auto de infração. Apresenta, nesse sentido, o Darf de fl. 10, arrecadado pela matriz do autuado, que, todavia, não se faz hábil ao pretendido cancelamento do lançamento, porquanto citado pagamento prestase, em verdade, à extinção de débito da matriz declarado em DCTF, e que possui valor inteiramente diverso daquele débito do PIS, também declarado em DCTF pela filial (autuado), mas que, por sua vez, ensejou essa última DCTF (da filial) a presente autuação, em função da constatada inexistência do pagamento vinculado na referida DCTF (v. fls. 24/25). Por sua vez, a documentação anexada ao denominado “recurso voluntário” de fls. 49/50 também não comprova, por si só, o alegado erro de preenchimento na DCTF da filial (autuado), na qual se declarou PIS para o PA 09/97, no valor de R$ 5.041,41. É que as cópias anexadas às fls. 52/55 referemse a Livro Diário, escriturado exclusivamente para a matriz da empresa. Ora, como esta informou à RFB a centralização do recolhimento da contribuição somente a partir de 01/03/1998 (cf. pesquisa no sistema CENTRIB de fl. 83), nada impede – e, até mesmo em contrário, tudo indica que matriz e filial, à época de ocorrência dos fatos geradores do PIS objeto de autuação, mantivessem escrituração contábil distinta, sendo que aquela (escrituração) correspondente ao autuado (filial de ordem 0004 no CNPJ) em momento nenhum foi carreada pelo impugnante ao presente processo. Além disso, muito embora o valor da base de cálculo da contribuição informado na DIRPJ/98 (anobase 1997), R$ 1.184.970,82 (v. fl. 78), coincida com a totalidade das receitas de vendas anotadas no Livro Diário da matriz, fato é que o PIS resultante de citada base perfaz a importância de R$ 7.702,31, a qual, por sua vez, não guarda conformidade com o PIS recolhido pela matriz da empresa, R$ 7.591,52 (v. Darf de fl. 10). Ou seja, e em resumo: não há comprovação de que as receitas de vendas anotadas no Diário às fls. 53/54 contemplem a totalidade das receitas auferidas não somente pela matriz, mas também por todos os estabelecimentos da empresa, até mesmo porque o Livro em questão referese exclusivamente à matriz da empresa, além do que, no citado Diário, as receitas em comento não se Fl. 109DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 encontram, vale registrar, escrituradas para cada um dos estabelecimentos da empresa. Cabível, por conseguinte, a manutenção do lançamento fiscal aqui em análise. Ante o exposto, voto por DESPROVER do recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Sala das Sessões, em 28 de fevereiro de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 110DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 11080.905080/2008-21
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO.
Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável - art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-001.784
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luiz Bordignon - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: JOSE LUIZ BORDIGNON
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável - art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
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LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Não comprovada a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo, não é cabível a compensação com débitos próprios, nos termos da legislação aplicável art. 170 do CTN e art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 90 50 80 /2 00 8- 21 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.905080/200821 Acórdão n.º 3801001.784 S3TE01 Fl. 69 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório emitido eletronicamente pela DRFB Porto Alegre relativo à supostos direitos creditórios de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, em virtude de exame de declaração de compensação nos quais não foi homologado o encontro de contas por ausência/insuficiência de créditos oponíveis contra a Fazenda Pública. A interessada contesta o Parecer alegando que, ao fazer levantamento de importâncias pagas a título de Pis e Cofins, constatou a existência de valores pagos a maior a título das contribuições. Afirma que houve tributação indevida sobre valores repassados a terceiros, que deveriam ter sido excluídos da base tributável da contribuição com base no disposto no art. 3º, §2º, inciso III da Lei n° 9.718/1998, o que teria gerado indébitos compensáveis. Transcreve decisões judiciais favoráveis ao seu pleito. Outrossim, alega que tem o direito de compensar nos moldes da legislação e que os débitos compensados estariam suspensos, forte no art.151, inciso III, do CTN e no art.48, parágrafo 3° do inciso I da IN SRF 600/2005. A Delegacia de Julgamento em Porto Alegre (RS) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/1999 a 30/09/1999 EMENTA: RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 70DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho reproduzindo as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade, acrescentando, em síntese: · Que resta evidente que o período compreendido entre a resolução n° 49 de 09 de outubro de 1995, que suspendeu a execução dos DecretosLei citados, e a promulgação da Lei n° 9.715 de 25 de novembro de 1998, restou configurado um período de vacatio legis. · Que no período compreendido entre outubro de 1995 e outubro de 1998, não há que se falar em contribuição para o PIS. Não existia regramento legal a incidir sobre os recolhimentos, tendo o contribuinte recolhido tributo indevidamente no período supracitado, em discordância com o Princípio Constitucional da Legalidade. REQUER: 1. O provimento ao presente Recurso Voluntário, com a conseqüente reforma da decisão, nos termos anteriormente expostos; 2. O reconhecido o direito líquido e certo da contribuinte de compensar a importância recolhida indevidamente; 3. Seja reconhecido o direito creditório da mesma e para que seja homologada a compensação objeto do presente; É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.905080/200821 Acórdão n.º 3801001.784 S3TE01 Fl. 70 5 Voto Conselheiro José Luiz Bordignon, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Trata o presente caso de PER/DCOMP apresentada em 11/12/2003, na qual é informado como origem do crédito um pagamento a maior de PIS/Pasep ou Cofins, compensado com débito da própria contribuição. Tal pretensão foi indeferida pela DRF/Porto Alegre, uma vez que não foi confirmada a existência do crédito informado. Em seu recurso, a Recorrente defende seu direito de compensar débitos com valores recolhidos, supostamente indevidos, em razão do que dispõe o art. 3º, §2º, III, da Lei nº 9.718, de 19981 ou por entender que no período compreendido entre outubro de 1995 e outubro de 1998 não existia regramento legal permitindo a incidência de Pis/Pasep e Cofins. Com relação à sua pretensão, não resta dúvida que a legislação autoriza a compensação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) com créditos originados de pagamento indevido ou a maior. No entanto, o crédito contra a Fazenda Nacional deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), caso contrário, não há como homologar a compensação declarada. Na situação em concreto, a interessada postula a compensação de débito próprio com um crédito juridicamente inexistente, ou seja, esse possível crédito não goza de liquidez e certeza. Não é demais lembrar que o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito compete ao autor ( art. 333 do Código de processo Civil). Importa registrar que, ao contrário do alegado, não consta dos autos qualquer documentação comprobatória da liquidez e certeza dos direitos creditórios alegados. Destarte, verificase que a recorrente não apresentou sequer um demonstrativo de cálculo do seu suposto crédito, de sorte que o pedido de compensação nos moldes requeridos não deve prosperar. A postulante, ao apresentar a manifestação de inconformidade, tinha a obrigação de carrear aos autos os elementos comprobatórios de sua pretensão, conforme dispõe o art. 333, do Código de Processo Civil (CPC) e o art. 16, inciso III, do Decreto nº 70.235, de 1 Art. 3°. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (...) §2° Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º excluemse da receita bruta: (..) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; Fl. 72DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 6 1972, no entanto, limitouse a alegar ser detentora de crédito em razão de pagamentos feitos indevidamente, invocando doutrina e jurisprudência acerca de seu suposto direito creditório. Consignese que o artigo 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo, in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda. (grifouse) No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não o comprovou por meio de provas documentais hábeis. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, não reconhecendo o direito creditório pleiteado, e, por conseguinte, não homologando a compensação. É assim que voto. (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Fl. 73DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 16327.906391/2008-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3102-000.180
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA FILHO
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Relator (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro – Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Luis Marcelo Guerra de Castro(presidente), Ricardo Paulo Rosa, Nanci Gama, Álvaro Almeida Filho e Mara Cristina Sifuentes. Relatório O recurso voluntário visa a reforma do acórdão nº 0531.283 da 3ª Turma da DRJ/CPS, que entendeu pela improcedência da manifestação de inconformidade procedência parcial do lançamento. Observando o relato da decisão recorrida é possível constatar que: Tratase de Despacho Decisório que não homologou Declaração de Compensação eletrônica. Na fundamentação do ato, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do Fl. 214DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 2 2 contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que efetuou recolhimento a maior e que apresentou outra declaração de compensação a partir do mesmo recolhimento que dá suporte à que é objeto do presente processo. As duas declarações não foram homologadas por falta de demonstração do crédito em DCTF. Prossegue a contribuinte: Tendo em vista que as duas Per/Dcomps acima mencionadas decorrem do mesmo crédito e também porque ambas foram transmitidas de forma autônoma, a requerente demonstrará a necessidade de análise conjunta (...) Mas o fundamental é que o pagamento a maior realmente existe e a Requerente tem direito de crédito sobre tais valores, como se pode depreender nos argumentos a seguir demonstrados. Antes da demonstração da origem do crédito, cabe uma explicação sobre as Operações de Crédito efetuadas entre a Requerente e seus clientes, bem como a incidência do 10F sabre tais operações. A Requerente, Instituição Financeira, efetuou operações de crédito (empréstimo) com diversos clientes (pessoas jurídicas). Para tais operações, o art. 7°, I, 'b', do Decreto n° 4.494/02 previu a incidência do 10F: Art.7° A base de cálculo e respectiva alíquotas reduzida do IOF são (Lei n° 8.894, de 1994, art. 1°, parágrafo único, e Lei no 5.172, dc 1966, art. 64, inciso I): I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: () b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada urna das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; 0 mesmo Decreto, no art. 7°, § 1°, limitou a incidência do I0F sobre as operações de crédito financiamento ao 'valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias (365 dias x 0,0041%). Tal limitação ocorre, inclusive, quando há prorrogação da operação de crédito. o que diz o § 7º do art. 7° do Decreto n°4.494/02: Fl. 215DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 3 3 § 7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de divida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a aliquota em vigor it época da operação inicial. Conclusão: nas operações de crédito (empréstimos) efetuadas pela Requerente com seus clientes, o IOF devido é aquele relativo ao valor objeto do empréstimo a alíquota diária de 0,0041% (limitada a 365 dias). 0 referido recolhimento a maior ocorreu sobre operações de crédito (...), onde a Requerente recolheu valor de 10F em montante superior à alíquota máxima prevista no decreto citado no item anterior. 0 valor original indevidamente retido a titulo de IOF foi de: Quebecor (R$ 4.343,33) e (R$ 2.675,25) e (Vide planilha de cálculo do 10F e extrato da conta corrente demonstrando a retenção do 10F — Doc. 4). Tal equivoco ocorreu por erro de sistema, que considerou novamente o IOF em cada prorrogação do prazo da operação, dessa forma não limitou o cálculo do IOF até a alíquota máxima de 0,0041% x 365 dias (Vide comprovantes da prorrogação — Doc. 5). Diante disso, para que pudesse fazer jus ao direito de restituição/compensação dos créditos decorrentes dos pagamentos a maior de I0F, a Requerente apurou os pagamentos efetuados a maior, ou seja, aqueles cuja alíquota aplicada ultrapassou o limite de 0,0041% x 365 dias, previsto no Decreto do I0F. Por ser mera responsável pela retenção do I0F, a Requerente providenciou, ainda, a devolução dos valores indevidamente retidos aos clientes, acrescidos de juros e correção monetária (Vide extrato da conta corrente — Doc. 6). Logo, a Requerente demonstra que, de fato, assumiu o encargo financeiro do recolhimento a maior do I0F indevidamente recolhido, razão pela qual tem direito a sua restituição/compensação. Vale ressaltar que, o JOE discutido no presente processo (R$ 7.018,58) foi recolhido a maior em conjunto com o montante de R$ 28.276,54 (...) bem como com outros débitos de 10F decorrentes de diversas retenções ocorridas no mesmo período de apuração, o qual resultou no recolhimento de R$ 586.402,03. Analisada a impugnação ao auto de infração e a informação fiscal, decidiu a 3ª Turma da DRJ/CPS, pela improcedência da manifestação de inconformidade, conforme demonstra ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Data do fato gerador: 12/02/2003 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 4 4 O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Na fundamentação do acórdão recorrido se observa que dentre os documentos apresentados não se identifica o extrato bancário que demonstre o depósito inicial dos recursos emprestados, o que teria comprometido a comprovação do próprio empréstimo, bem como a identificação da renovação que seria objeto do próprio crédito. Inconformada com a decisão acima a contribuinte apresentou recurso voluntário alegando que: 1) Decorre o presente de DECOMP formulada pela recorrente visando compensar crédito de IOF com débito do mesmo imposto, a qual não foi homologada por inexistência de crédito; 2) O crédito é proveniente do recolhimento realizado com base em alíquota superior à prevista na legislação de 0,0041% (limitada a 365 dias), em operações de crédito realizadas junto a cliente pessoas jurídicas; 3) Realizou a retificação de sua DCTF para excluir R$ 7.018,58 (sete mil, dezoito reais e cinquenta e oito centavos), indicados erroneamente como débito do IOF, entretanto esse valor não foi reconhecido, pois a decisão recorrida entendeu necessário a comprovação do depósito inicial dos recursos emprestados. 4) Preliminarmente existe a necessidade do julgamento ser realizado em conjunto com demais processos administrativos referentes a compensação de IOF, decorrentes de operações de mútuo bancário cujo o prazo ultrapassou 365 dias, relacionando todos os processo decididos pela DRJ/CPS, os quais se identificam quanto à matéria e aos elementos de prova, e foram julgados simultaneamente pela DRJ, obstando assim decisões distintas sobre a mesma matéria; 5) No mérito alega que foi reconhecida pela DRJ a limitação de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias para a aplicação da alíquota diária do IOF, e que na respectiva decisão restou consignado que os valores guardam coerência numérica com as alegações formuladas, entretanto, a decisão de piso, entendeu que não é possível identificar a concessão do empréstimo pela fatal de apresentação dos extratos constando o depósito inicial dos recursos emprestados, fundamentação Fl. 217DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 5 5 essa que não poderia prosperar, já que a documentação é capaz de demonstrar o empréstimo e as renovações; 6) Em 01/02/2002 e 13/02/2002 foram celebrados contratos de mútuo com a empresa Quebecor, nos valores respectivamente de R$ 674.743,90 e R$ 450.000,00. 7) O IOF foi recolhido de acordo com cada período da seguinte forma “R$[valor do contrato] x 0,0041% x quantidade de dias de cada período contratado”, assim após os 365(trezentos e sessenta e cinco dias) não há mais o que recolher, entretanto continuou erradamente a debitar de sua cliente. 8) Percebido o erro o IOF deduzido da empresa foi devolvido acrescido de SELIC, e assim a recorrente apresenta autorização nos termos do art. 166 do CTN para requerer o IOF recolhido a maior; 9) As planilhas, as declarações, os contratos e extratos analisados em conjunto, são capazes de comprovar o empréstimo, independentemente prova da materialização do empréstimo. Após os argumentos acima busca a recorrente a reforma decisão recorrida para homologar integralmente a declaração de compensação; VOTO Conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Como demonstrado o cerne do recurso apresentado é o reconhecimento do crédito de IOF sob o argumento de que há elementos nos autos capazes de comprovar o empréstimo realizado com as empresas Quebecor., no qual teria ocorrido um recolhimento a maior de IOF no montante de R$ 7.018,58 (sete mil e dezoito reais e cinquenta e oito centavos). A Constituição, no inciso V art. 153, atribuiu competência a União para instituir imposto sobre operações financeiras, o qual já havia sido instituído através do Código Tributário Nacional, recepcionado como lei complementar, nos termos do art. 63 a 67 do CTN. O critério material do IOF é a formalização das operações definidas nos incisos do art. 63 do CTN, já a base de cálculo é o valor da respectiva operação, cabendo ao poder executivo alterar as alíquotas e base de cálculo nos limites legais, objetivando os ajustes a política monetária, dentro desta ótica foi editado o decreto 6.306/2007, que revogou o decreto 4.494/2002, em vigor a época dos fatos, o qual quanto à alíquota e ao limite legal sobre as operações de crédito assim disciplinava : Art.6º O IOF será cobrado à alíquota máxima de um vírgula cinco por cento ao dia sobre o valor das operações de crédito (Lei nº 8.894, de 1994, art. 1º). Fl. 218DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 6 6 Art.7º A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF são: Ina operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: ... b)quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; §1º O IOF, cuja base de cálculo não seja apurada por somatório de saldos devedores diários, não excederá o valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias, ainda que a operação seja de pagamento parcelado.(grifo nosso) §2º No caso de operação de crédito não liquidada no vencimento, cuja tributação não tenha atingido a limitação prevista no §1º, a exigência do IOF fica suspensa entre a data do vencimento original da obrigação e a da sua liquidação ou a data em que ocorrer qualquer das hipóteses previstas no §7º. §3º Na hipótese do §2º, será cobrado o IOF complementar, relativamente ao período em que ficou suspensa a exigência, mediante a aplicação da mesma alíquota sobre o valor não liquidado da obrigação vencida, até atingir a limitação prevista no §1º. ... §7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a alíquota em vigor à época da operação inicial. Observando as normas acima, no tocante incidência do IOF nas hipóteses de renovação de contrato com o mesmo mutuário, a decisão singular concluiu que: Nesses termos, o disposto no referido artigo regulamentar citado define a aplicação de tratamento de tributação complementar à renovação do contrato junto ao mesmo mutuário, sem a liberação de novo valor. Nessa hipótese, o § 7º do art. 7º, acima transcrito, aplicase a alíquota vigente à época da operação originária multiplicada pelo número de dias pactuados na renovação. Esse cômputo dos dias repactuados, para efeitos de determinação de alíquota, fica limitado a um total de 365 (trezentos e sessenta e cinco), levados em conta os dias do prazo já vencido e já objeto da tributação originária. Vale dizer, a tributação, incluída a originária e a complementar, não pode ultrapassar o limite máximo de 365 dias multiplicados pela alíquota vigente. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 7 7 Como a prorrogação se trata, na realidade, de uma extensão da mesma operação de crédito, o limite máximo também inclui a tributação complementar, que é apenas a correção do aumento de prazo em relação à tributação originalmente prevista. Esse aumento de prazo não traz nenhuma repercussão em termos de IOF se o prazo original sobre o qual foi pago o imposto for superior a 365 dias. A partir da premissa, acima referida, a DRJ passou a examinar todos os créditos de IOF requeridos pela recorrente, observando se a documentação apresentada permite identificar os empréstimos da contribuinte com renovação/prorrogação, sem a substituição do devedor e que tenham ultrapassado o limite de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias com a dedução do IOF. Utilizando as planilhas anexas a declaração de fls. 198 assinadas pela cliente Quebecor World São Paulo S/A, a recorrente procura provar a existência dos mútuos, entretanto, apesar de juntar os contratos aos autos não comprova se houve a efetiva transferência dos valores, o que poderia ter sido realizado com o extrato do cliente ou com o comprovante de transferência da própria recorrente, assim não há como identificar se houve ingresso da quantia nos cofres de suas clientes, e quando foi esse ingresso. Ora a data do empréstimo é imprescindível para demonstrar o prazo de dedução errônea do IOF após decorridos os 365(trezentos e sessenta e cinco) dias, e assim identificar o crédito tributário. Acontece que, em sessão o contribuinte através de seu patrono demonstra que os extratos foram protocolados, em 06/10/2011, na sede do CARF, razão pela qual, portanto convertese o presente julgamento em diligência para determinar que a secretaria proceda a juntada e posteriormente intimação da Procuradoria da Fazenda Nacional para conhecimento dos documentos apresentados. Sala de sessões 06 de outubro de 2011. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho – Relator Fl. 220DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10730.012444/2010-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008
MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS IMPORTADAS. PROVA.
Uma vez que a fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que a declarante tenha incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, o lançamento não tem como se sustentar.
Numero da decisão: 3101-001.366
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 13/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Leonardo Mussi da Silva, Valdete Aparecida Marinheiro, e Corintho Oliveira Machado. O Conselheiro Rodrigo Mineiro declarou-se impedido de participar do julgamento.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008 MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS IMPORTADAS. PROVA. Uma vez que a fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que a declarante tenha incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, o lançamento não tem como se sustentar. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício. Henrique Pinheiro Torres Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 01 24 44 /2 01 0- 87 Fl. 4080DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 13/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Leonardo Mussi da Silva, Valdete Aparecida Marinheiro, e Corintho Oliveira Machado. O Conselheiro Rodrigo Mineiro declarouse impedido de participar do julgamento. Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Trata o presente processo de auto de infração de fls. 01 a 42, lavrado para a cobrança de crédito tributário no valor de R$ 42.567.009,00 (quarenta e dois milhões, quinhentos e sessenta e sete mil e nove reais), referente à exigência da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas, prevista no artigo 23, inciso V e §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976, com a redação dada pelo artigo 59 da Lei nº 10.637/2002. Do relatório de fls. 09 a 18 depreendese que o lançamento em apreço decorreu da suspeita suscitada com a deflagração da denominada “Operação Dilúvio”, que tinha por finalidade investigar e desarticular as ações perpetradas pelo denominado “Grupo Man”, liderado pelo Sr. Marco Antônio Mansur, acusado de ser o mandante de um grupo de empresas constituídas, em diversas regiões do país, para a prática de diversos crimes econômicotributários e demais ilícitos fiscais. Diante desse panorama, a fiscalização esclarece que a ora autuada permaneceu, de 05.01.2007 a 11.06.2007, em procedimento especial de fiscalização de que trata a IN/SRF nº 228/2002 (Interposição Fraudulenta de Terceiros), que foi encerrado sem resultado. Não obstante, evidencia que a fiscalizada permaneceu em procedimento especial por conta de que realizava importação por conta e ordem de empresas que se encontravam, à época, sob fiscalização especial. Inúmeros expedientes, solicitações e diligências foram efetuadas e as respostas e documentos apresentados, tanto entre a fiscalização e a contribuinte, quanto entre as diversas unidades fiscais que jurisdicionavam as empresas suspeitas de irregularidade fiscal ou que participavam direta ou indiretamente do mencionado “Grupo Man”. Fl. 4081DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 3 3 Nesse sentido, visando fundamentar a ocultação do real adquirente, as autoridades lançadoras assim se manifestam no citado relatório (fls. 17/18): “As operações realizadas pela fiscalizada, por conta e ordem da empresa Support Importação e Exportação Ltda. – CNPJ: 07.551.496/000130, ocorreram no período de 01/02;/2006 a 15/08/2006, perfazendo um total de 285 (Duzentas e oitenta e cinco) Declarações de Importação somando um valor aduaneiro total de US$ 18.836.392,00 (Dezoito milhões, oitocentos e trinta e seis mil, trezentos e noventa e dois dólares americanos), equivalente a R$ 42.535.449,00 (Quarenta e dois milhões, quinhentos e trinta e cinco mil, quatrocentos e quarenta e nove reais). Em todas estas importações, pelo exame apurado da documentação apreendida pela DPF no estabelecimento do importador, bem como nos demais documentos apreendidos, em função do IPL nº 009/2006DPF/PRA/PR e amparado pelo mandado de Busca e Apreensão nº 129/06DILÚVIO, os quais se encontravam na empresa INTERLOGISTIC CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. – CNPJ: 06.974.682/000110, que então se localizava na Av. das Américas, 500, Bloco 2, sala 313, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, ficou evidente, evidência esta que se comprova pelas cópias extraídas dos documentos componentes do citado IPL e que compõem este Auto de Infração, que nos denominados “processos de importação”, ou sejam, os conjuntos de documentos reunidos relativos a cada uma das operações que resultariam em um despacho de importação, já constavam nitidamente informações sobre os reais adquirentes das mercadorias importadas pela RIO LAGOS, mas que, indicava como adquirente perante a Receita Federal a empresa SUPPORT. Estas informações ora apareciam sob a forma de siglas de três letras acompanhada de números de controle, relacionadas a cada um dos adquirentes finais que as obtinham mediante o adquirente “disfarçado” SUPPORT, e ora eram explicitadas mediante planilhas denominadas “Fechamento” constantes dos mesmos processos, nas quais figuram a informação Empresa Destino, além do código já mencionado. Ainda que o importador, ora autuado, alegue seu desconhecimento do “modus operandi”, que se deve frisar foi autorizado por ele próprio, através da prestação de serviços mantida pela empresa INTERLOGISTIC em seu favor, verifica se ainda que nas Notas Fiscais de Entrada e Saída emitidas pela RIO LAGOS, em todas constam as mesmas siglas informadas nos processos de importação confeccionados pela INTERLOGISTIC.”. Diante dos fatos acima narrados, a fiscalização conclui seu relatório final nos seguintes termos (fl. 18): “Dos fatos acima narrados, comprovados pelos documentos anexos a este Auto de Infração, extraídos do material apreendido e constantes dos Autos do IPL nº 009/2006, concluise que Fl. 4082DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 ocorreu de fato a ocultação dos reais adquirentes das mercadorias, apresentandose ficticiamente como adquirente, responsável solidário nas operações por conta e ordem de terceiros a empresa Support Importação e Exportação Ltda. – CNPJ: 07.551.496/000130, utilizandose como importador o contribuinte definido em lei a empresa ora autuada, conforme preceituam os artigos 31, inciso I, do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pelo DecretoLei nº 2.472/88, art. 1º) e 32, § único, alínea “c” do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pela Lei nº 11.281/06, art. 12). A lei vigente imputa a responsabilidade pela infração conjuntamente ao importador e ao adquirente de mercadorias de procedência estrangeira, no caso de importação por conta e ordem deste, por intermédio de pessoa jurídica importadora, conforme o artigo 95, inciso V, do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835/01, art. 78), ainda que de forma involuntária e independendo da intenção do agente de acordo com o artigo 94, caput e § 2º do mesmo DecretoLei nº 37/66. Portanto, lavrase o presente Auto de Infração para constituição do crédito tributário incorrido por infringir DANO AO ERÁRIO, nos termos do art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76 (com redação dada pela Lei nº 10.637/02, art. 59), convertido e multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias já consumidas, determinado pelo § 3º, do artigo 59 da Lei nº 10.637/02.”. Cientificada do lançamento em questão, a interessada apresentou a impugnação de fls. 4002 a 4012, acompanhada dos documentos de fls. 4013 a 4018. A impugnante relata o histórico do procedimento especial de fiscalização a que foi submetida, defendendo, basicamente, que atendeu às intimações e os questionamentos feitos pela fiscalização. Discorda das conclusões da fiscalização, especialmente porque referido procedimento fiscal valeuse tão somente de relatório produzido e fornecido pela IRF/RJ, que trata de uma suposta triangulação entre empresas do denominado “Grupo Principal”, cujos produtos importados teriam sido destinado à empresa Sharp, ocasião em que concluiu que a “Rio Lagos” utilizase de empresa que controla, a “Support”, para constar como falso adquirente. Assevera que os fundamentos da presente autuação não são aptos para sustentála porque não foram carreadas aos autos qualquer prova de que agiu como interposta pessoa da adquirente (Support) no mercado interno, nem mesmo nas importações dos produtos Sharp. A impugnante aduz que além da ausência de prova da interposição, esclarece que a Support não é empresa controlada pela Rio Lagos, que por sua vez não pertence ao Grupo Principal ou tem qualquer relação com a empresa Plena. Alerta que o próprio relatório produzido pela outra repartição fiscal (IRF/RJ) aponta que a Support realizava importações por meio Fl. 4083DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 4 5 de diversas trading companies, sendo a Rio Lagos apenas uma dentre tantas outras. Ademais, salienta a absoluta falta de individualização das condutas dos agentes citados na autuação, pois a fiscalização apenas estendeu a acusação de fraude para considerar que todas as importações feitas pela autuada (Rio Lagos) para a adquirente (Support) foram fraudulentas. Afirma também não existir prova que a “Rio Lagos” tivesse, ela própria e não a “Support”, agido como interposta pessoa desses terceiros agentes, os compradores no mercado interno, quer fosse a Sharp ou qualquer outro. Salienta que a “Rio Lagos” atuou nas importações em causa na condição de prestador de serviços, não tendo, portanto, qualquer participação quanto à destinação das mercadorias depois de nacionalizadas. Adverte que nenhuma das observações constantes do relatório fiscal são suficientes para desqualificar sua condição de importadora por conta e ordem e tampouco de ser acusada de ter agido irregularmente. Acrescenta que não existe conexão entre a autuada e as empresas Support, Plena, Principal ou qualquer outra que eventualmente tenha adquirido mercadorias no mercado interno. Portanto, o fato de a fiscalização constatar a existência de siglas nas notas fiscais emitidas pela impugnante tampouco é prova da interposição fraudulenta da impugnante. Ademais, como já explicitado, tais menções tratamse apenas de uma referência informada pelo cliente, para que o mesmo possa identificar a operação com melhor clareza junto aos seus próprios controles. Igualmente o fato de a Interlogistic prestar serviços à impugnante não autoriza àquela utilizar esta como interposta pessoa de quem quer que seja. Prosseguindo, aduz que se a fiscalização tivesse agido corretamente em relação à demonstração do ilícito fiscal em comento, ainda assim não caberia a imposição da multa de 100% e, sim, a de 10% do valor aduaneiro de que trata a Lei nº 11.488/2007, posto que foi autuada sob a acusação de haver cometido a infração descrita como interposição fraudulenta de terceiros na importação, não podendo ser considerada o real sujeito passivo da obrigação tributária. Por fim, adverte que em decorrência da decisão proferida pelo STJ, nos autos do Hábeas Corpus nº 142.045PR (2009/01377931), publicada no DJE em 28.06.2010, que considerou ilícitas as provas resultantes de interceptação das comunicações telefônicas, ocorridas no bojo da operação policial denominada “Dilúvio”, é de se concluir que os documentos resultantes desta são inaproveitáveis e não podem servir como suporte ao lançamento. Pelo exposto, requer seja declarado improcedente o auto de infração, exonerandose a impugnante do crédito tributário lançado. Fl. 4084DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 A DRJ em FLORIANÓPOLIS/SC julgou a Impugnação Procedente, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008 INFRAÇÃO. PROVAS. PENALIDADE. É ônus da fiscalização instruir o lançamento com todos os elementos de prova dos fatos constituintes do direito da Fazenda, sem as quais a penalidade respectiva não pode ser aplicada. Impugnação Procedente. Crédito Tributário Exonerado. Após intimação da autuada, do resultado do julgamento de primeiro grau, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau em virtude do recurso necessário (exoneração de crédito tributário superior ao valor de alçada). É o relatório. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator Fl. 4085DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 5 7 O crédito tributário exonerado no julgamento de primeira instância supera o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008 (um milhão de reais), razão pela qual tomo conhecimento do Recurso de Ofício. Para exonerar o valor da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas pela autuada, a decisão recorrida, após tecer longas considerações acerca da legislação aplicada ao caso, assim fundamentou: Verificandose o caso sob exame à luz da legislação aplicável, temse que o procedimento especial de fiscalização levado a efeito na fiscalizada (Rio Lagos), ocorrido entre “05/01/2007 a 11/06/2007”, “por determinação da COANA/SRRF 7ª RF”, foi “encerrado à época sem resultado, permanecendo, entretanto, em procedimento especial devido ao fato dela estar importando, por conta e ordem, par empresas também sob fiscalização especial” (fl. 10). Iniciada a ação fiscal em 26.02.2007, foi solicitada a apresentação da última alteração contratual e os balanços de 2005 e 2006, entregues em 08.03.2007 e lavrada a Representação Fiscal em 22.05.2007, cuja documentação foi encaminhada para análise fiscal, bem assim aquela recebida de Curitiba, a fiscalização procedeu ao levantamento das “empresas que apresentavam prováveis sinais de envolvimento ilícito com a fiscalizada” e em 17.09.2008, por meio da expedição de diversos memorando, acionou as chefias das Equipes de Fiscalização Aduaneira das unidades com jurisdição sobre referidas empresas (DRF/Nova Iguaçu, IRF/São Paulo, IRF/Rio de Janeiro, DRF/Campinas, ALF/Aeroporto de Viracopos, DRF/Taubaté, DRF/RJ/Corat, DRF/Varginha, ALF/Porto Itaguaí, DRF/Volta Redonda, ALF/Porto Santos e AFL/Porto Vitória), a fim de informarem sobre possíveis irregularidades encontradas em relação à fiscalizada. Em resposta aos referidos expedientes, dentre as unidades que responderam, observouse a inexistência, sequer, de indícios de irregularidade por parte da Rio Lagos. Prosseguindo, a fiscalização, por meio das intimações expedidas em 04.02.2009, 17.03.2009 e 31.03.2009, solicitou à fiscalizada a apresentação dos Livros Registros de Saídas referentes aos anos de 2005 e 2006, a documentação comprobatória das respectivas movimentações financeiras e a elaboração de fluxograma retratando o modusoperandi da empresa em relação aos demais intervenientes nas operações de comércio exterior, bem assim a apresentação dos talonários de Notas Fiscais de Entrada e Saída, referentes aos anos de 2005 e 2006. Em relação ao seu modusoperandi, a fiscalizada explicou que efetuou exclusivamente exportações e importações sob a modalidade por conta e ordem de terceiros, conforme disciplinada pela IN/SRF nº 225/2002 e que nunca constou como adquirente em qualquer contrato de câmbio e que todos os recursos empregados nas operações foram depositados pelo adquirente em contacorrente da Rio Lagos. Fl. 4086DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 8 Com relação aos “Dados Adicionais” contidos nas Notas Fiscais auditadas explicou que “A Rio lagos, ao receber a primeira comunicação do seu adquirente sobre a existência de algum processo que a ela se destina para o desembaraço aduaneiro, juntamente com o primeiro documento (que pode ser a cópia de um BL, cópia de uma “invoice”, etc) ao mesmo tempo, já recebe de seu adquirente uma referência para acompanhamento do processo, pois é através desta referência que o cliente solicita informações sobre o andamento e as providências já tomadas visando o desembaraço da carga. Para manter os controles internos do cliente, no campo observações complementares, a Rio Lagos, além de colocar as informações exigidas pela norma legal, também mantém a referência informada pelo cliente, para que o mesmo possa identificar a operação com melhor clareza junto aos seus próprios controles”. Diante dessas informações a fiscalização, com amparo nas mencionadas referências (siglas) concluíra, a título de exemplo, que uma parcela das importações sob análise, registradas pela Rio Lagos e por conta e ordem da Support eram de fato adquiridas pela empresa Agis, haja vista constar “nas notas fiscais de Saída da Rio Lagos nº 1351 e 1352, no campo “Dados Adicionais” as seguintes informações: PROC.REF. AGI012/06 e 06/09164699; nas notas de saída Nº 1261, 1262 e 1263 temse: PROC.REF. AGI011/06 e 06/08468503”. No entanto, referidas autoridades lançadoras, mesmo diante da mencionada suspeição concluem afirmando que: “Embora tudo fez crer, que estas observações seriem “lembretes” para a Support, indicações dos reais adquirentes, não se conseguiu comprovar, que a fiscalizada tivesse conhecimento desta irregularidade, ou seja, de que o real adquirente na transação seria a empresa representada por aquela sigla, no caso “AGI” (AGIS). Não foi identificado qualquer repasse financeiro direto entre Agis e a fiscalizada, isto é, somente se verificou a fiscalizada atuando dentro dos limites de seus contratos “Por Conta e Ordem”.” Ademais, conforme se depreende do relatório, a descrição dos fatos e enquadramento legal que justificaram a lavratura do auto de infração do presente processo foram amparados basicamente em conclusões advindas de procedimentos fiscais diversos do presente, em especial os afetos à IRFRJO/SEFIA e às operações “Dilúvio”, que tratam dos denominados Grupos “Man”, “Principal” e “Plena”. Igualmente, é incontroverso que, além das respectivas declarações de importação e cópia dos memorandos enviados às chefias de equipes de fiscalização de diversas unidades da Receita Federal, as autoridades lançadoras sustentaram a ação fiscal ora questionada tão somente nos documentos colhidos das operações realizadas conjuntamente com a Polícia Federal, no âmbito do IPL nº 009/2006DPF/PRA/PR e da diligência realizada com amparo no Mandado de Busca e Apreensão nº 129/DILÚVIO, para, ao final, de forma desconexa, concluir pela ocultação, mediante simulação, da real adquirente, qual seja a Interlogistic, sob a mera alegação de que as notas fiscais de entrada e de saída emitidas pela ora autuada, constam siglas Fl. 4087DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 6 9 semelhantes às informadas nos processos de importação confeccionados pela referida empresa (Interlogistic). A impugnante (Rio Lagos), por sua vez, traz vários argumentos tendentes a demonstrar a legalidade de suas operações e principalmente com relação às mencionadas referências (siglas), entendendo que as operações que realizou são legais e perfeitamente normais nas relações comerciais. Em síntese, a Rio Lagos afirma que para aplicação da pena de perdimento, tendo em conta a acusação de ocultação do real adquirente, é preciso que a conduta se enquadre em infrações como a fraude e simulação, de apuração subjetiva, sendo indispensável a prova concreta de sua ocorrência; razão pela qual, a presunção do artigo 27 da Lei nº 10.637/2002 é inaplicável e como não foi comprovada a fraude ou simulação, é indevida a aplicação da pena em comento. De fato, tem razão a autuada. Os autos não foram instruídos com os elementos de prova das acusações consubstanciadas no auto de infração. A fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que a declarante tenha incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias. Assim, não havendo nos autos prova, sequer indícios de que a autuada (Rio Lagos) agiu intencionalmente para acobertar a Interlogistic, ou seja, que nas operações de importação processadas pelas declarações de importação registradas pela Rio Lagos por conta e ordem da Support se deu de forma irregular ou fraudulentamente, é de se concluir por sua regularidade, pois como se sabe, no direito penal vigora o princípio “In Dubio Pro Reu”. Logo, no campo das infrações e das sanções tributárias, preceito análogo é utilizado ao prescrever o Código Tributário Nacional a interpretação benigna, isto é, favorável ao acusado, quando houver dúvida acerca da capitulação do fato, sua natureza ou circunstâncias materiais, ou sobre a natureza ou extensão dos seus efeitos, bem como sobre a autoria, imputabilidade ou punibilidade e ainda sobre a natureza ou graduação da penalidade aplicável (artigo 112). Dessa forma, ainda que, restassem dúvidas, o que a meu ver não é o caso dos presentes autos, ou que eventualmente persistissem indícios de irregularidade cometida pela autuada (Rio Lagos), os fatos apontados para caracterizar a infração imputada são insuficientes, uma vez que a exação deve necessariamente estar embasada em provas que demonstrem, inclusive, o intuito doloso da, no caso, da declarante. Diante do exposto, voto por considerar improcedente o presente lançamento por falta de prova da infração acusada, exonerando, Fl. 4088DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 10 por conseguinte, o crédito tributário constituído no valor de R$ 42.567.009,00. Do trecho do voto explicitado supra, resta claro que o lançamento não se sustentou porque à míngua de provas de que a autuada agiu de forma irregular ou fraudulenta, não há razão para aplicação da pena de perdimento, e por via de consequência a multa resultante da conversão. Assim é que a fundamentação lançada naquela instância merece ser ratificada em segundo grau. No vinco do exposto, voto por DESPROVER o recurso de ofício. Sala das Sessões, em 20 de março de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 4089DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 13660.000035/2003-78
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 30/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. As aquisições de energia elétrica e combustíveis apenas geram direito ao crédito presumido de IPI no regime alternativo previsto na Lei nº 10.276/01. Aplicação ao caso da Súmula CARF no. 19, segundo a qual “não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no. 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria-prima ou produto intermediário”. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PRÓPRIA PESSOA JURÍDICA. INSUMOS. EXTRAÇÃO MINERAL. As transferências de insumos entre estabelecimentos da pessoa jurídica não geram direito ao crédito presumido de IPI, uma vez que ausentes operações de “aquisição” de mercadorias, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 9.363/96. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES PARA SIMPLES REVENDA. A aquisição de mercadorias para simples revenda, em relação às quais não houver processo de industrialização pela pessoa jurídica destinatária, não confere direito ao crédito presumido de IPI. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ACRÉSCIMO DE TAXA SELIC. De acordo com precedente do E. STJ submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e aplicável ao processo administrativo fiscal por força do artigo 62- A, do RICARF (REsp no. 1.035.847), o ressarcimento de créditos de IPI está sujeito a acréscimo da Taxa SELIC entre as datas do protocolo do pedido e aquela em que o postulante fruir efetivamente o direito.
Numero da decisão: 3403-001.651
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à correção do ressarcimento pela Taxa Selic a partir da data de formalização do pedido.
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 30/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS. As aquisições de energia elétrica e combustíveis apenas geram direito ao crédito presumido de IPI no regime alternativo previsto na Lei nº 10.276/01. Aplicação ao caso da Súmula CARF no. 19, segundo a qual “não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no. 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário”. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. TRANSFERÊNCIAS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PRÓPRIA PESSOA JURÍDICA. INSUMOS. EXTRAÇÃO MINERAL. As transferências de insumos entre estabelecimentos da pessoa jurídica não geram direito ao crédito presumido de IPI, uma vez que ausentes operações de “aquisição” de mercadorias, nos termos do artigo 1º, da Lei nº 9.363/96. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES PARA SIMPLES REVENDA. A aquisição de mercadorias para simples revenda, em relação às quais não houver processo de industrialização pela pessoa jurídica destinatária, não confere direito ao crédito presumido de IPI. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ACRÉSCIMO DE TAXA SELIC. De acordo com precedente do E. STJ submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e aplicável ao processo administrativo fiscal por força do artigo 62 A, do RICARF (REsp no. 1.035.847), o ressarcimento de créditos de IPI está sujeito a acréscimo da Taxa SELIC entre as datas do protocolo do pedido e aquela em que o postulante fruir efetivamente o direito. Fl. 384DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à correção do ressarcimento pela Taxa Selic a partir da data de formalização do pedido. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, relativo ao 2º trimestre/2002, formulado em 28.01.2003, sob o amparo da Lei n° 9.363/96. A ele, vincularamse declarações de compensação, visando compensar débitos de IRPJ e de CSLL relativos ao 1º trimestre de 2003. Por meio de despacho decisório, a DRF/VarginhaMG, tendo por base o trabalho fiscal, deferiu em parte o direito creditório e homologou também em parte a compensação declarada. Para tanto, salientou a DRF que, para o trimestre considerado: (a) nem todas as notas fiscais que a recorrente foi intimada a exibir, a fim de comprovar a aquisição de insumos aplicados na industrialização, foram entregues; (b) parte das notas fiscais exibidas para análise se referia a bens não catalogáveis como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, cuja aquisição, salienta a fiscalização, não proporciona direito de crédito. Cientificada, a recorrente apresentou inconformidade, de cujos argumentos se extrai o seguinte: (a) nem todas as notas fiscais aptas a comprovar a aquisição de alegados insumos teriam sido analisadas pela fiscalização, embora estivessem disponíveis para tanto na sede da pessoa jurídica; a recusa da auditoria em considerálas macularia o procedimento de nulidade; Fl. 385DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 2 3 (b) entre as notas fiscais supostamente negligenciadas pela auditoria estariam aquelas emitidas para documentar transferências de insumos entre estabelecimentos da própria recorrente; (c) entre as notas fiscais entregues pela recorrente ao exame da fiscalização porém não admitidas para o creditamento, estariam algumas destinadas a documentar a aquisição de energia elétrica consumida nas máquinas de beneficiamento e das próprias pedras de “São Tomé” e ardósia, seus principais insumos industriais; e (d) seria aplicável atualização monetária aos créditos oriundos de pedidos de ressarcimento, conforme precedentes deste Órgão Julgador. Em 27 de abril de 2007, a DRJ/Juiz de ForaMG proferiu acórdão julgando improcedente a inconformidade. Sobre a aquisição de energia elétrica, ponderou que apenas os contribuintes optantes pelo regime da Lei nº 10.276/01 fariam jus ao crédito e, sobre as “pedras de São Tomé”, considerou que referidos materiais não teriam se sujeitado a processo industrial no estabelecimento da recorrente, tendo sido adquiridos somente para revenda. No mais, ratificou a aplicabilidade do Parecer Normativo CST 65/79 e afirmou que caberia ao recorrente o ônus probatório de trazer aos autos as notas fiscais supostamente não analisadas pela auditoria. Apresentouse voluntário, no qual o recorrente reforça os argumentos já expostos e traz aos autos as notas fiscais de transferências de insumos entre seus estabelecimentos. Em 4 de dezembro de 2008, o julgamento foi convertido em diligência, com o intuito de que o órgão de origem esclarecesse, em síntese, o processo de industrialização efetuado pelo recorrente. Em resposta à diligência, a DRJ esclarece que: (a) a recorrente promove transferências de pedras brutas extraídas de sua filial estabelecida em São Tomé das LetrasMG para beneficiamento em sua matriz, em BeapendiMG; (b) as notas fiscais de transferência entre estabelecimentos não autorizam a apropriação de crédito presumido de IPI, uma vez que o regramento tipificado pela Lei nº 9.363/96 exige que tenha havido a aquisição dos insumos; (c) não há elementos que comprovem que as “pedras de São Tomé” e as ardósias adquiridas de terceiros sofreram beneficiamento em estabelecimentos da recorrente. As NFs descrevem transações com produtos já beneficiados e cujos CFOPs (5.12 e 6.12) sugerem que as compras foram efetuadas para comercialização; e (d) em torno de 95% dos produtos comercializados pela empresa (seja decorrente de produção própria, seja decorrente de compra para revenda) são destinados ao mercado externo, conforme comprovam o DCP – Demonstrativo de Crédito Presumido, as DCTFs e o livro Registro de Saídas. É o relatório. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz O recurso é tempestivo e, observadas as demais formalidades aplicáveis, dele conheço. O recorrente se insurge no voluntário contra a glosa de supostos créditos presumidos de IPI decorrentes de: (i) aquisição de energia elétrica, óleo diesel e GLP; (ii) transferências de insumos entre estabelecimentos próprios; (iii) aquisição das pedras de São Tomé e ardósia que, segundo sustenta, seriam seus principais insumos. Requer ainda que o montante do direito creditório reconhecido seja remunerado pela Taxa Selic. Antes, porém, de adentrarmos ao exame individual das espécies de crédito debatidas no recurso, convém dizer algo acerca do procedimento de análise empreendido pela fiscalização, na origem. Ao término das verificações tendentes ao exame do ressarcimento reivindicado, a auditoria propôs o deferimento apenas parcial do pedido. De início, limitouse a reconhecer somente o direito creditório documentado pela recorrente por meio das notas fiscais comprobatórias das respectivas aquisições. Aí reside o primeiro motivo do descontentamento da recorrente, para quem não apenas as notas fiscais, mas também os livros fiscais destinados à escrituração das operações de entrada e apuração do IPI seriam idôneos à documentação do direito de crédito. Dizendo, ainda, que a fiscalização teve pleno acesso à sua contabilidade comercial e fiscal durante a auditoria, argumenta que a própria autoridade poderia ter trazido aos autos a complementação documental para os créditos cujas aquisições deu por incomprovadas. Observo, neste particular, que a exigência imposta pela fiscalização quanto à exibição das notas fiscais pertinentes às aquisições dos insumos não foi, in casu, fortuita. Com efeito, ainda durante o procedimento de auditoria, a autoridade chamava à atenção para as irregularidades formais e defeitos materiais encontrados no Livro Registro de Apuração do IPI, a exemplo da inexistência de registro no órgão fazendário, da falta de escrituração das operações de saída e, ainda, da suspensão da escrituração das operações de entrada a partir de julho de 2001. Nesse contexto, tenho que andou bem o v. acórdão recorrido no que, argumentando com a inconsistência dos livros exibidos pela recorrente, deu guarida ao procedimento seguido pela fiscalização. Vejase: “O contribuinte também menciona que muitas das notas fiscais de aquisições não foram analisadas pela fiscalização que teve à disposição toda a documentação fiscal e contábil (...). Pois bem, na cópia do Livro Registro de Apuração do IPI, às fls. 05/11, a contribuinte relaciona montantes de compra para industrialização em valores totalmente discrepantes tanto com Fl. 387DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 3 5 a Apuração do Crédito Presumido informada na DCTF, às fl. 61, Linha 13, quanto no Livro Registro de Apuração do ICMS, às fls. 35/41. Na computação da base de cálculo do crédito presumido, a contribuinte apresentou valores que mais se aproximam daqueles constantes do Livro Registro de Apuração do ICMS. Em suma, aos livros fiscais apresentados não se pode dar fé. Entretanto, se escrituração destes devese respaldar nas respectivas notas fiscais para que tenham valor probatório, optou o auditor fiscal por analisálas deixando de lado os livros apresentados. Se nessa verificação vários documentos estiveram ausentes, caberia a contribuinte, então, no momento da manifestação de inconformidade apresentálos.” Nenhum vício, portanto, acomete o despacho decisório no que, ante as imperfeições constatadas nos livros fiscais da recorrente, condicionou o reconhecimento do crédito à exibição das notas fiscais que documentassem as aquisições dos insumos geradores do direito. A rigor, aliás, ainda que a escrituração estivesse revestida das formalidades exigíveis, nada impediria que o órgão de origem se debruçasse também sobre as notas fiscais, a fim de conferir a exatidão dos lançamentos que encontrasse no livro. Se, contudo, diante de irregularidades constatadas, como in casu, o contribuinte não reage exibindo os documentos que tenham dado suporte ao que consignou nos livros, aí sim nasce um motivo relevante a que o direito não seja reconhecido senão para aqueles lançamentos com correspondência documental. Nesta situação – de aquisições sequer comprovadas por notas fiscais e em relação às quais mantenho a glosa – se encontra a pretensão ao creditamento por insumos que a recorrente alega terem sido comprados diretamente por suas filiais. Isso posto, passemos à análise das aquisições cuja ocorrência está bem documentada nos autos, agora a fim de concluir sobre se qualificamse ou não como insumos os respectivos bens, considerando o regime de apuração do crédito presumido disciplinado pela Lei no. 9.363/96, pelo qual optou a ora recorrente. Inicio pela pretensão à apropriação do crédito presumido sobre aquisições de energia elétrica, óleo diesel e GLP. Sob o regime da Lei no. 9.363/96 – o v. acórdão recorrido já o disse bem – é inadmissível o creditamento sobre estas rubricas, o que só veio a se modificar com o advento da sistemática alternativa, instituída pela Lei no. 10.276/01. Colaciono abaixo os dispositivos legais pertinentes: Lei nº 9.363/96: “Art. 1º. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” Fl. 388DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 Lei nº 10.276/01: “Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matérias primas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo;” Nesse sentido, inclusive, é pacífica a jurisprudência neste Órgão Administrativo de julgamento, tanto que, a respeito, vigora a Súmula no. 19, de observância obrigatória a teor do artigo 72, do Anexo II, do Regimento Interno, do seguinte teor: “Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei no 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matéria prima ou produto intermediário.” Daí porque não vislumbro motivo a justificar a reforma do julgado de Primeiro Grau, neste particular. No capítulo seguinte de seu recurso voluntário, prossegue a recorrente deduzindo pretensão ao crédito presumido de IPI sobre o valor das transferências de insumos praticadas entre diferentes estabelecimentos seus. De pronto, consigno que as notas fiscais que documentam as remessas em questão somente vieram aos autos por ocasião da interposição do recurso voluntário, quando nenhuma razão aparentemente explica não terem sido produzidas já com a interposição da manifestação de inconformidade. Já por este aspecto, por imposição do artigo 16, §4o do Decreto no. 70.235/72, seria o caso de se desprover a pretensão, precluso que está o direito à produção da prova. Os obstáculos ao acolhimento do pleito, entretanto, não se encerram aí. É que, ao tratar do fato gerador do direito de crédito, a Lei no. 9.363/96 textualmente refere à “aquisição” de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem para emprego no processo produtivo. É a “aquisição” dos insumos que proporciona ao industrial direito ao crédito presumido. E “aquisição” denota quaisquer espécies de negócios jurídicos aptos a produzir a transferência, de um sujeito de direito a outro, da propriedade sobre a coisa. Este requisito que, a meu ver, subordina a apropriação do direito, claramente não se faz presente nos atos de mera transferência dos insumos entre unidades distintas da mesma pessoa jurídica. Tais ocorrências implicam movimentação geográfica do bem, sem importar, todavia, modificação de titulação jurídica. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 4 7 Não é sem sentido que seja assim, digase de passagem. Estamos a falar do ressarcimento, via escrituração do IPI, do PIS e da COFINS incidentes nas etapas de circulação econômica que antecedem a produção e a exportação da mercadoria ao exterior. Estamos a falar, portanto, de tributos incidentes sobre a receita, cuja existência pressupõe a prática de um negócio jurídico oneroso, versando a transferência do insumo para o estabelecimento produtor. Desde o advento da Lei no. 9.779/99, aliás, a apuração do crédito presumido do IPI é centralizada na matriz da pessoa jurídica (art. 15), a significar que, de então em diante, o produtorexportador aproveitaria créditos presumidos sobre aquisições realizadas por quaisquer de seus estabelecimentos, ainda que o processo industrial ou a exportação sejam concluídas exclusivamente em um deles. O importante, aqui, é prevenir o aproveitamento do benefício em duplicidade quanto a um mesmo insumo, o que, a rigor, poderia resultar aqui caso as transferências entre os estabelecimentos fossem admitidas como geradoras do direito. É verdade que, no passado, o Conselho de Contribuintes acolheu em algumas oportunidades pretensão análoga. Isso se deu, porém, enquanto a apuração descentralizada do crédito presumido ainda era legalmente possível e em ocasiões em que o Órgão pôde certificar que o aproveitamento não se daria duas vezes, isto é, no estabelecimento adquirente e no estabelecimento destinatário do insumo. Vejase: “IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS. TRANSFERÊNCIAS. O valor dos insumos adquiridos e posteriormente transferidos a outro estabelecimento da mesma empresa, o qual postula o ressarcimento, desde que não aproveitado por aquele que transfere, entra no calculo do beneficio a que alude a Lei 9.363/96, uma vez comprovada sua utilização nos produtos exportados. (...) Como esclarecido pelo ilustre Relator, o estabelecimento que transferiu os insumos não exportava e o estabelecimento postulante do beneplácito fiscal efetivamente realizou as exportações, portanto, não dando margem à dúvida de que haveria aproveitamento duplo do valor daqueles no cômputo do beneficio. Demais disso, controvérsia não há que, desde a edição da MP n° 1.48427, de 22.11.96, o beneficio sob discussão aplicase a "empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais". Portanto, pouco importando qual estabelecimento que adquiriu os insumos. O importante é que a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, comprados por algum estabelecimento da empresa, tenham sido efetivamente empregados em produto industrializado pelo estabelecimento exportador, e que não tenha sido aproveitado no cálculo de outro beneficio a gerar duplicidade (...)” (2º C.C., 1ª Câmara, processo nº 13971.000366/9721, acórdão nº 20176.160, j. em 19.06.2002) “IPI — CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS — INSUMOS ADQUIRIDOS POR Fl. 390DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 TRANSFERÊNCIA DE OUTRO ESTABELECIMENTO DA MESMA EMPRESA. No caso de apuração descentralizada do beneficio, o estabelecimento produtorexportador poderá incluir no cálculo do crédito presumido o valor dos insumos adquiridos por transferência de outro estabelecimento da mesma empresa”. (2º C.C., 2ª Câmara, processo nº 13877.000131/9636, acórdão nº 20214.833, j. em 10.06.2003) No caso dos autos, de acordo com o relatório fiscal elaborado por ocasião da diligência, outra peculiaridade fragiliza os argumentos do recorrente. É que as transferências em questão são, todas elas, de minerais extraídos, pelo próprio estabelecimento remetente, de jazidas pertencentes à própria empresa. Daí porque, como sequer o estabelecimento de onde partem as transferências para a matriz adquiriu os respectivos insumos, não vejo, por mais este motivo, como reconhecer o direito de crédito. Na sequência, notas fiscais trazidas aos autos documentam a aquisição, junto a terceiros, de “pedras de São Tomé” e de “ardósia”, às quais, não obstante, a fiscalização recusou o creditamento, no que foi acompanhada pelo v. acórdão recorrido. Sustentam a autoridade de origem e o Órgão de Primeiro Grau se tratar da compra de materiais já previamente submetidos a beneficiamento e simplesmente comercializados pela recorrente. Concorrem para a conclusão não somente a descrição dos produtos conforme as respectivas notas fiscais, mas também os códigos CFOP nelas utilizado para identificar a espécie de operação envolvida (5.120 e 6.120, indicativas da inexistência de qualquer processo industrial subseqüente). Como, diante destas evidências muito bem notadas pelas autoridades recorridas, a recorrente nada produziu em contrário, não vejo como solucionar a controvérsia senão admitindo se tratar, de fato, de atividade de mera revenda, sem aplicação de atividade industrial. O pleito final do voluntário, enfim, respeita à atualização monetária (ou à remuneração) do crédito presumido reivindicado nos autos por meio da Taxa SELIC. Recordo, nesse particular, que originalmente a pretensão fora formulada sob a forma de pedido de ressarcimento de saldos credores (em 28.01.2003), seguida, depois, de declaração de compensação por meio da qual a recorrente aplicou a totalidade do direito de que se diz titular na extinção de obrigações tributárias a seu cargo (em 22.05.2003). Em outras palavras, semanas depois de requerer o ressarcimento em pecúnia, a recorrente consumiu por inteiro seu suposto crédito em compensação realizada com valores devidos à Fazenda Nacional. Sobre o tema, este Colegiado da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF decidiu recentemente, sob inspiração do acórdão prolatado pelo E. STJ no recurso especial no. 1.035.847, julgado sob o rito do artigo 543C do CPC, que o postulante ao ressarcimento de créditos tributários têm direito à remuneração do principal a partir da data em que formaliza sua pretensão perante a administração tributária. Reportome ao votovencedor do Conselheiro Robson José Bayerl no acórdão no. 340301.569: “(...), em minha opinião, o fundamento para o reconhecimento do direito à atualização monetária não reside especificamente no óbice ao aproveitamento do crédito, caracterizado pela oposição de ato estatal ou vedação à sua utilização, mas sim no indesejado enriquecimento sem causa por parte do Estado, quando ocorrente tais hipóteses, como restou demarcado no voto Fl. 391DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 13660.000035/200378 Acórdão n.º 340301.651 S3C4T3 Fl. 5 9 condutor do REsp 1.035.847/RS, citado no REsp 993.164/MG, cujo excerto transcrevo: ‘Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco.’ Em meu sentir, a oposição de ato estatal ou vedação à percepção do direito creditório pode se concretizar tanto de forma comissiva, pela expedição de ato administrativo que restrinja o direito, como de forma omissiva, pela inércia em examinar o pleito formulado em prazo razoável. (...) Não se está aqui a defender o direito à correção monetária de créditos escriturais registrados extemporaneamente, mas, na esteira do raciocínio engendrado pelo STJ, a necessária atualização monetária do crédito requerido e garantido por lei a partir do protocolo do pedido junto à RFB, quando então passaria a Administração Tributária a incorrer em mora perante o contribuinte. Mais uma vez, o obstáculo à fruição de um direito assegurado pela lei pode se verificar tanto por um “fazer o que não é devido” (comissão), como um “não fazer o que é devido” (omissão), de modo que qualquer destes comportamentos, adotados a partir do protocolo do pedido, enseja o direito à atualização monetária. Importante acentuar que o caso concreto examinado no REsp 1.035.847/RS, paradigma do recurso repetitivo (art. 543C do Código de Processo Civil), envolvia ressarcimento de saldo credor de IPI, requerido com lastro no art. 11 da Lei nº 9.779/99. Demais disso, aquela corte judicial deferiu a correção monetária desde a data de apuração do saldo até a sua utilização, do que se depreende que, com maior razão, deverá ser admitido para aquelas hipóteses em que o reajuste do valor tenha como dies a quo a formulação do pedido. Em conclusão, deve ser admitida a atualização do valor a ser ressarcido pela taxa selic, não porém a partir da apuração, pois até então a Fazenda Nacional não estaria em mora, por assim dizer, mas sim, como marco inicial, o protocolo do pedido administrativo, podendo, daí, configurar o obstáculo no reconhecimento do direito, seja pela oposição de ato estatal, seja pela inação em prontamente examinar o pleito, até a data da utilização por compensação ou, no caso de ressarcimento em espécie, até a sua efetivação.” Partilhando das conclusões acima, aplicoas à hipótese em análise para assegurar à recorrente o direito ao acréscimo da Taxa SELIC sobre o crédito que lhe foi Fl. 392DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 reconhecido nestes autos, contada a aplicação do índice da data de protocolo do pedido (28.01.2003) até a data em que extinto o direito em virtude de compensação (22.05.2003). Isto posto, voto pelo provimento parcial do recurso para reconhecer à recorrente, exclusivamente, o direito à remuneração dos créditos que lhe foram reconhecidos nas instâncias anteriores, observados os limites temporais traçados acima. Marcos Tranchesi Ortiz Relator Fl. 393DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 06/08/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Numero do processo: 11442.000092/2010-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Período de Apuração: 01/10/1995 a 29/02/1996 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Ausência de julgamento de primeira instância.
Recurso não conhecido por supressão de instância.
Numero da decisão: 3201-000.865
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Ausência de julgamento de primeira instância. Recurso não conhecido por supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño,Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 Relatório A Prefeitura de Assis solicitou através do Pedido de Restituição de fl. 02, protocolado em 04/06/2010, a restituição de crédito que alega ter no montante de R$ 7.152.525,00, correspondente a valores pagos indevidamente, a titulo de contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP, recolhidos a maior no período de 1995 a 1999, com base na decisão do STF no Recurso Extraordinário n° 232.896 3/PA, que declarou a inconstitucionalidade do artigo 15 da Medida Provisória n.° 1.212, de 28/11/95, e suas reedições, convertida na Lei 9.715/98, artigo 18. Juntamente com o pedido, protocolou a comunicação de fl. 01, onde alega que não foi possível efetuar o pedido de restituição através do programa PER/DCOMP, pois para isso seria necessário o n° do processo administrativo protocolizado na Receita Federal do Brasil e, na impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, utilizou o formulário Pedido de Restituição, conforme art. 3°, § 2° da Instrução Normativa RFB n° 900/2008, de 30 de dezembro de 2008. O pleito foi analisado conforme Despacho Decisório n° 2010/346, de 29/06/2010, onde considera não formulado o Pedido de Restituição de fl. 02, uma vez que não será considerada impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, a restrição nele incorporada em cumprimento ao disposto na legislação tributária, nos termos do artigo 39, § 10 c/c art. 98, § 5° da IN RFB n° 900/2008, porquanto o direito de solicitar restituição de crédito relativo aos pagamentos realizados entre os anos de 1995 a 1999, relativos a contribuição ao PIS/PASEP, extinguiuse com o transcurso do prazo de 5 anos da data de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 168 da Lei n° 5.172, de 1966 (CTN). Consta comunicação à interessada que não cabe manifestação de inconformidade contra a decisão exarada no aludido despacho, nos termos do art.66, § 8° da IN RFB n° 900/2008 e facultase interposição de recurso hierárquico. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Como relatado, consta nos autos, o pedido de restituição, o despacho decisório e finalmente a comunicação que não cabe a manifestação de inconformidade e sim a interposição de recurso hierárquico. Foi quando o processo no CARF foi a mim distribuído. Logo, a meu ver sem a apreciação da impugnação, defesa, argumentos, manifestação da interessada não inaugurou a fase litigiosa do processo administrativofiscal, nos termos do Decreto n.º 70.235/1972, de 06/03/1972, arts.14 e 15, com a redação dada pela Lei n.º 8.748, de 09/12/1993. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 11442.000092/201025 Acórdão n.º 320100.865 S3C2T1 Fl. 2 3 Consta, nos autos, a defesa, logo, impedindo, que a autoridade julgadora de segunda instância adentre no mérito sem a análise dessas alegações veiculadas nessa peça, pela primeira instância, por supressão da mesma. De qualquer sorte, dispõem os inciso I e o II do art. 25 do Dec. 70.235/72, verbis: “Art. 25 – O julgamento do processo de exigência de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal compete: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) I – em primeira instância, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento, órgãos de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal (redação da MP nº 2.15835/01); (Destaquei). .......................................... II – em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” (Destaquei). Nesse passo, o art. 1º do Regimento Interno dos Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – , estabelece que “O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.” (Destaquei). Logo, a inexistência de julgamento de primeira instância impede Este Conselho de se pronunciar a respeito da matéria, inteligência do art. 25, I e II, do Dec. 70.235/72 e do art. 1º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Ante o exposto, inclusive em homenagem ao princípio da supressão de instância, deixo de conhecer do recurso voluntário. Em assim sendo, retornem os autos para a Delegacia de julgamento para efetuar o devido julgamento. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 83DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 7/09/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10283.900063/2009-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3101-000.203
Decisão: Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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Recorrida DRJ/BELÉMPA Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Henrique Pinheiro Torres Presidente Luiz Roberto Domingo Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Tarásio Campelo Borges, Valdete Aparecida Marinheiro, Corintho Oliveira Machado, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente) Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente contra decisão proferida pela DRJ que indeferiu a Manifestação de Inconformidade apresentada contra o despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação pela suposta ausência de crédito de COFINS. Contra o referido despacho decisório, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade alegando que, de forma equivocada, declarou em sua DCTF o valor a pagar de R$ 4.768,34, referente à COFINS do mês de fevereiro de 2003. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 117 2 Alega a Recorrente que o pagamento de COFINS considerado indevido decorre da isenção que possuí em razão dos benefícios fiscais concedidos na Zona Franca de Manaus, e, por isso, pleiteou a restituição do pagamento de COFINS – fevereiro de 2003 mediante a transmissão do PER/DCOMP nº 36248.45415.280105.1.3.041818, para compensação com débito de IRPJ referente ao 4º trimestre de 2004. Ocorre que, como a Recorrente somente retificou sua DCTF após perceber que seu pedido de compensação não foi homologado, a compensação foi indeferida por ausência de crédito, já que o pagamento indevido estava integralmente relacionado ao débito da COFINS. Ao analisar a Manifestação de Inconformidade da Recorrente, a DRJ proferiu decisão no sentido de indeferir o pedido com base nos fundamentos consubstanciados na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Contra decisão proferida pela DRJ, foi interposto Recurso Voluntário requerendo a juntada de novos documentos, uma vez que a alegação de que a Recorrente não apresentou os documentos fiscais hábeis a comprovar o direito creditório constituí argumento novo, abrindo a oportunidade para apresentação de documentos para “contrapor fatos ou razões trazidas aos autos”, conforme alínea ‘c’ do §4º do art. 16 do Decreto 70.235/72, bem como a homologação da compensação efetuada. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Recorrente requerendo a juntada de novos documentos para contrapor novos fatos ou razões, artigo 16, § 4º, alínea ‘c’ do Decreto nº 70.235/72, e, consequentemente, o reconhecimento do direito creditório. O §4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 estabelece a preclusão ao direito de produzir provas após a apresentação da Impugnação pelo Autuado, ressalvada as exceções previstas em suas alíneas. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 118 3 Para afastar a preclusão e juntar documentos extemporaneamente, a Recorrente fundamenta seu pedido sob alegação de que a DRJ, ao julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade pela falta de comprovação do direito creditório, trouxe argumento novo aos autos, passível de contraposição. No entanto, muito embora a DRJ tenha indeferido o pleito por falta de documentos “capazes de indicar o quantum do tributo efetivamente devido”, entendo que os documentos necessários para comprovação do direito creditório foram devidamente apresentados na Manifestação de Inconformidade, quais sejam, o PER/DCOMP (fls. 12/17), o comprovante de recolhimento do tributo (fls. 18) e a DCTF retificadora (fls. 19/37), devendo ser confirmados pela Fiscalização, como será demonstrado a seguir. A compensação é hipótese de extinção do crédito tributário – artigo 156, II do CTN, disciplinada pelo artigo 170 do mesmo diploma, que estabelece o princípio da estrita legalidade: “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.” Analisandose o dispositivo acima, verificase que a compensação pressupõe a constituição de credor (sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo) recíprocos, condicionada a existência de norma reconhecendo o direito aos Contribuintes de efetuarem a compensação. Na época do encontro de contas – transmissão do PER/DCOMP , a restituição, ressarcimento e compensação era disciplinada pelo artigo 74 da Lei nº 9.430/96, alterado pela Lei nº 10.637/2002: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” [...] Assim, a compensação poderia ser utilizada no caso de credor e devedor recíprocos, de créditos passíveis de restituição ou ressarcimento apurados pelo Contribuinte. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 119 4 No caso em tela, o direito creditório pleiteado pela Recorrente decorre de pagamento a maior, previsto como hipótese de restituição pelo inciso I do artigo 2º da IN SRF nº 460/2004: “Art. 2º Poderão ser restituídas pela SRF as quantias recolhidas a título de tributo ou contribuição sob sua administração, nas seguintes hipóteses: I – cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou em valor maior que o devido;” Demonstrado que a Recorrente possuía o direito de efetuar a compensação dos valores supostamente recolhidos a maior, basta verificar a existência do direito creditório pleiteado. O crédito objeto da presente compensação não homologada decorre de suposto pagamento a maior a título de COFINS, espécie de tributo sujeito ao lançamento por homologação, jungido às regras previstas no art. 150, §§ 1º a 4º do CTN, e segundo as quais a atividade do Contribuinte compreende a de apurar o montante do tributo devido e efetuar o recolhimento antecipado. Para estes casos, o crédito tributário propriamente dito constituise com a formalização da obrigação tributária mediante a apuração e entrega pelo sujeito passivo da Declaração de Débitos e Créditos Tributário Federais – DCTF. A DCTF, inicialmente denominada Declaração de Contribuições e Tributos Federais foi instituída pela IN SRF nº 129/1986 para prestação de informações de débitos, e, posteriormente, substituída pela Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais instituída pela já revogada IN SRF nº 126/1998, a qual, na época dos fatos, era regulamentada pela IN SRF nº 255/2002, instrumento este que tem o condão de confissão de dívida e constituição do crédito tributário. Os efeitos de constituição do crédito e confissão de dívida das declarações prestadas pelo Contribuinte estão previstos no § 1º do artigo 5º do DecretoLei nº 2.124/84: “Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. § 2º Não pago no prazo estabelecido pela legislação o crédito, corrigido monetariamente e acrescido da multa de vinte por cento e dos juros de mora devidos, poderá ser imediatamente inscrito em dívida ativa, para efeito de cobrança executiva, observado o disposto no § 2º do artigo 7º do Decretolei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983.” Corroborando o Decretolei nº 2.341/84, foi editada a IN SRF nº 77/98, que veio justamente confirmar a constituição do crédito pela DCTF, determinando a remessa direta dos Fl. 124DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 120 5 débitos declarados e não quitados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa: “Art. 1º Os saldos a pagar, relativos a tributos e contribuições, constantes das declarações de rendimentos das pessoas físicas e jurídicas e da declaração do ITR, quando não quitados nos prazos estabelecidos na legislação, e da DCTF, serão comunicados à Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de inscrição como Dívida Ativa da União.” Constatado que a DCTF é o instrumento que constituí o crédito tributário e confissão de dívida, é consequência lógica que a restituição/compensação de eventual pagamento a maior se apura com o confronto do montante recolhido com os valores constituídos em sua DCTF. No presente caso, o recolhimento a maior se concretizou no momento em que a Recorrente retificou sua DCTF para isentála do pagamento da COFINS, já que a retificadora substituí integralmente a original, podendo inclusive reduzir o valor do crédito tributário confessado, conforme §1º do artigo 11 da IN SRF nº 903/2008 (vigente à época da declaração retificadora): “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados.” Diante do exposto, apesar de reconhecer que a DCTF retificadora é bastante e suficiente para retificar a confissão de dívida, em prol da segurança jurídica da Fazenda e do Contribuinte, entendo necessário converter o julgamento em diligência a fim de que a repartição de origem confirme na escrituração contábil e fiscal da Recorrente a correlação entre a materialidade da base de cálculo declarada, confirmando sua procedência e informando qual o valor do crédito tributário devido decorrente dessa apuração. Concluída a diligência, intimese a Recorrente para, querendo, manifestarse acerca da diligência, no prazo de 30 dias, sendo que, após, os autos devem retornar para julgamento Luiz Roberto Domingo Fl. 125DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10855.004897/2003-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 01/01/1999
NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DRAWBACK. DECADÊNCIA.
A Câmara Superior de Recursos Fiscais pacificou o entendimento que a contagem do prazo decadencial no Drawback inadimplido é regulada pelo art. 173, inciso I, do CTN (Acórdão n° 9303-00.147), inclusive aplicável o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça (REsp 973733/SC) segundo o qual, não havendo antecipação do pagamento nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo decadencial é deslocado para o art. 173, inciso I, do CTN.
EMBARGOS PROVIDOS PARA SUPRIR A OBSCURIDADE
Numero da decisão: 3101-001.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial aos embargos de declaração, para suprir a obscuridade.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Luiz Roberto Domingo - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Mineiro Fernandes (Suplente), Leonardo Mussi da Silva (Suplente), Luiz Roberto Domingo (Relator) e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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Interessado DRJSÃO PAULO/SP ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 01/01/1999 NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DRAWBACK. DECADÊNCIA. A Câmara Superior de Recursos Fiscais pacificou o entendimento que a contagem do prazo decadencial no Drawback inadimplido é regulada pelo art. 173, inciso I, do CTN (Acórdão n° 930300.147), inclusive aplicável o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça (REsp 973733/SC) segundo o qual, não havendo antecipação do pagamento nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo decadencial é deslocado para o art. 173, inciso I, do CTN. EMBARGOS PROVIDOS PARA SUPRIR A OBSCURIDADE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial aos embargos de declaração, para suprir a obscuridade. Henrique Pinheiro Torres Presidente Luiz Roberto Domingo Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Mineiro Fernandes (Suplente), Leonardo Mussi da Silva (Suplente), Luiz Roberto Domingo (Relator) e Henrique Pinheiro Torres (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 48 97 /2 00 3- 02 Fl. 417DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 418 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela Contribuinte no qual aduz que o Relator , ao tratar da decadência, não fundamentou as razões para aplicação do prazo decadencial com base no art, 173, inciso I do CTN, limitandose ao que segue: "Inicialmente, no que concerne A ocorrência da decadência, sem maior embargos de argumentação e em que pese meu entendimento contrário da questão, tem sido pacifico neste Conselho, em especial a Câmara Superior de Recursos Fiscais que o termo "a quo" do prazo decadencial em caso de drawback deve ser contado a partir do primeiro dia útil ao ano seguinte da data do recebimento do relatório de comprovação de drawback, aplicandose ao caso o artigo 173, inciso I, do CTN. (...) em face da impossibilidade de ser aferido o adimplemento do compromisso vinculado ao regime aduaneiro especial antes de esgotado o prazo concedido no ato administrativo de outorga do beneficio". Aduz que, desta forma, resta omisso o acórdão, requerendo seja aplicado ao caso o art. 150, § 4o, do CTN, por tratarse de lançamento por homologação. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator Conheço do Recurso por ser tempestivo. Cabe razão à Recorrente quando aduz que o Acórdão não explicitou os fundamentos para deslocar o prazo decadencial do art. 150, §4o, para o art. 173, inciso I, do CTN. Ocorre que, a par de minha opinião pessoal, a questão da decadência nos casos de descumprimento de DRAWBACK já foi pacificado pela CSRF, No Acórdão n° 930300.147, de 11/08/2009, cujo voto condutor foi do Ilustre Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, colho os fundamentos da aplicação do regime jurídico da decadência com base no art. 173, inciso I: “A primeira questão que se apresenta a debate diz respeito à decadência para lançamento do crédito tributário quando o sujeito passivo encontrase ao abrigo de regime aduaneiro especial em que o lançamento fiscal não pode ser feito enquanto durar o RAE. Aqui, não se pode falar em homologação de pagamentos ou de atos preparatórios efetuados pelo sujeito passivo, pois, na vigência do regime, não há Fl. 418DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 419 3 lançamento ou atos preparatórios a serem praticados. Desta feita, o § 4° do art. 150 não se aplica ao caso em discussão, o qual é regido pelo disposto no inciso I do artigo 173 do CTN, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado. De outro lado, temse que, nas hipóteses de drawback, modalidade suspensão, o lançamento não pode ser efetuado na data da importação vinculada ao ato concessório, em virtude da suspensão, mas, tãosomente, a partir do momento em que se encerra o regime, posto que, até essa data, o sujeito passivo poderia adimplir as condições, e, com isso, resolver a pertinente obrigação tributária. Já no caso de drawback isenção, o prazo da Fazenda tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao do registro da Declaração de Importação. Assim, como os registros das declarações de importação ocorreram nos dias 29 (DIs n° 9703433456, 9703432719 e 9703433170) e 30 de abril (DIs n° 9703486827, 9703487130 e 9703492070) e 2 de maio de 1997 (Dl n° 9703506500), fl. 293, o termo inicial da decadência é 1° de janeiro de 1998 e o final, 1° de janeiro de 2003. Compulsandose os autos, verificase que a ciência do lançamento foi dada em 20 de dezembro de 2002, portanto, antes de exaurido o prazo decadencial. Esclareçase, por oportuno, que a exigência do tributo ora em comento refere se a fatos geradores ocorridos quando da entrada no território aduaneiro das mercadorias estrangeiras acobertadas pelas DIs listadas no parágrafo precedente, que foram registradas nas datas anotadas linhas acima. As importações foram realizadas sob o regime de drawback, modalidade isenção. Não se está aqui tratando das importações de mercadorias desembaraçadas com pagamentos de tributos e que, supostamente, foram utilizadas na fabricação de produtos que vieram a ser exportados pela reclamante, e, por conseguinte, habilitaram a reclamante a pleitear o ato concessório do aludido drawback isenção. Assim, não se pode pretender, como o fez a reclamante, que o termo inicial da decadência seja contado da data do registro das Dls das mercadorias desembaraçadas com tributação normal, posto que os tributos que se está exigindo nestes autos não são os incidentes nessas importações mais remotas (realizadas com pagamento dos impostos aduaneiros), mas sim, nas mais recentes (desembaraçadas com isenção). Inobstante, o STJ já pacificou o entendimento acerca da contagem do prazo decadencial, quando o contribuinte não antecipa o pagamento, como é o caso: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou Fl. 419DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 420 4 simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) e Fl. 420DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 421 5 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. INADIMPLEMENTO DO REGIME DE DRAWBACK, MODALIDADE SUSPENSÃO. DESNECESSIDADE DE LANÇAMENTO. NÃOOCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA. OMISSÃO QUANTO À PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO DOS EMBARGOS. 1. Não há omissão deste Tribunal Superior quanto à verificação da ocorrência de prescrição para a cobrança do crédito tributário se, ao interpor o recurso especial, o contribuinte limitase a indicar violação e interpretação divergente do art. 173, I, do CTN (que estabelece o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito), requerendo, ao final, o conhecimento e provimento do recurso "a fim de que seja reconhecida a decadência". 2. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 658.404/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 13/03/2006, p. 198) Diante do exposto, dou provimento aos Embargos de Declaração, sem efeitos infringentes, para ratificar o Acórdão recorrido e suprir a obscuridade acerca do fundamento para aplicação do art. 173, inciso I, do CTN, na apreciação da decadência. Luiz Roberto Domingo Fl. 421DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10314.003876/2002-06
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 19/05/1999 a 12/07/2000 Embargos de Declaração. Contradição. Ausência Cabem embargos de declaração quando o acórdão estiver maculado de contradição entre a decisão e os seus fundamentos. Não se revela contraditório o acórdão que, analisando os fundamentos manejados, decide de maneira diversa da assentada no julgamento de primeira instância ou em outros acórdãos de segunda instância. Trata-se de inconformismo a ser enfrentado em sede de recurso especial, se admitido. Embargos Rejeitados
Numero da decisão: 3102-001.374
Decisão: Acordam os mebros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração opostos em desfavor do Acórdão 3102-00.433, de 9 de julho de 2009.
Matéria: II/IE/IPIV - ação fiscal - classificação de mercadorias
Nome do relator: LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Contradição. Ausência Cabem embargos de declaração quando o acórdão estiver maculado de contradição entre a decisão e os seus fundamentos. Não se revela contraditório o acórdão que, analisando os fundamentos manejados, decide de maneira diversa da assentada no julgamento de primeira instância ou em outros acórdãos de segunda instância. Tratase de inconformismo a ser enfrentado em sede de recurso especial, se admitido. Embargos Rejeitados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os mebros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração opostos em desfavor do Acórdão 310200.433, de 9 de julho de 2009. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mara Cristina Sifuentes Luciano Pontes de Maya Gomes, Álvaro Almeida Filho, Winderley Pereira, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Relatório Fl. 284DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10314.003876/200206 Acórdão n.º 310201.374 S3C1T2 Fl. 274 2 Tratamse de embargos de declaração manejados pelo r. Delegado da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo –II, em desfavor do Acórdão 310200.433, de 9 de julho de 2009. Aponta a autoridade embargante contradição na interpretação acerca dos efeitos vinculantes da decisão proferida em sede de solução de consulta. Essencialmente, sustenta que a solução proferida em processos dessa natureza, como resposta oficial do Estado, vincularia a Administração, de modo que, na hipótese de insurgência, caberia exclusivamente recorrer ao Poder Judiciário. Cita doutrina e jurisprudência dos extintos Conselhos de Contribuintes. É o Relatório. Voto Conselheiro LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Relator Em face do encerramento do mandato da relatora original, promovi. a autodistribuição ad hoc dos autos. Notar que, além da Conselheira Nanci Gama, que se dedica exclusivamente à relatoria de processos da Câmara Superior de Recursos Fiscais, este Conselheiro é o único que compunha o Colegiado que participou da votação . Como é cediço, a avaliação da admissibilidade dos embargos de declaração, até certo ponto, confundese com o seu mérito. Vejase o que diz o art. 65 do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. De fato, se não se revela omissão, contradição ou obscuridade na decisão embargada, não há porque admitir o recurso que, regra geral, não tem o condão de alterar o mérito do decisum, apenas garantirlhe a integração. Não se pode, portanto olvidar dessa finalidade, assim demarcada por Tereza Arruda Alvim Wambier1, para quem os embargos: Prestamse a garantir o direito que tem o jurisdicionado a ver seus conflitos (lato sensu) apreciados pelo Poder Judiciário. As tendências contemporaneamente predominantes só permitiriam entender que este direito estaria satisfeito sendo efetivamente garantida ao jurisdicionado a prestação jurisdicional feita por 1 Apud Luiz Rodrigues Wambier, Flávio Renato de Almeida e Eduardo Talamini Curso Avançado de Processo Civil, volume 1 : teoria geral do processo de conhecimento; coordenação Luiz Rodrigues Wambier. São Paulo. 2007, Revista dos Tribunais, 9ª ed. p. 595 Fl. 285DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10314.003876/200206 Acórdão n.º 310201.374 S3C1T2 Fl. 275 3 meio de decisões claras, completas e coerentes interna corporis”. Igualmente útil para o presente exame de admissibilidade é a lição de Candido Rangel Dinamarco2: Contradição é a colisão de dois pensamentos que se repelem (p.ex., negar a medida principal pedida e conceder a acessória, que dela depende; julgar improcedente a reintegração de posse e procedente o pedido de indenização etc.). Omissão é a falta de exame de algum fundamento da demanda ou da defesa, ou de alguma prova, ou de algum pedido etc. (decidir sobre a demanda principal sem se pronunciar sobre a acessória, deixar de indicar o nome de algum dos litisconsortes ativos ou passivos etc.). Tomando tais conceitos como referência, analisando as razões de embargo, juntamente com o acórdão embargado, forçoso é concluir que o recurso deve ser rejeitado. A meu ver, não se vislumbra contradição entre a decisão e os seus fundamentos. Com efeito, a falha descrita na Resolução nº 942/2010, equívoco na interpretação da legislação de regência, com a devida vênia, se confirmada, caracterizaria divergência jurisprudencial ou, no máximo, error in judicando, a serem enfrentados por meio de recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, manejado por quem detenha competência para tanto e lograr êxito em demonstrar o cumprimento dos requisitos para sua admissibilidade. Com essas considerações, rejeito os embargos de declaração. Sala das Sessões, em 14 de fevereiro de 2012 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro 2 Instituições de Direito Processual Civil. São Paulo, Malheiros, 2005, 5ª ed., pp. 687/688. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 11030.905000/2009-11
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 19 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3801-000.457
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Flávio De Castro Pontes, Presidente,.José Luiz Bordignon, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl, Relator
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Flávio De Castro Pontes, Presidente,.José Luiz Bordignon, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl, Relator
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Flávio De Castro Pontes, Presidente,.José Luiz Bordignon, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl, Relator RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 30 .9 05 00 0/ 20 09 -1 1 Fl. 42DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 11030.905000/200911 Resolução nº 3801000.457 S3TE01 Fl. 43 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de Salvador/BA, abaixo transcrito: Tratase de Manifestação de Inconformidade, fls. 12 e 13, contra despacho decisório eletrônico da DRF/Passo Fundo, nº. 842600886, fl. 08, que não homologou a compensação declarada no Per/Dcomp nº 37932.04975.100306.1.3.043150, em virtude do crédito apontado ter sido utilizado integralmente para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no Per/Dcomp. Cientificada do despacho decisório, em 29/06/2009, a interessada apresentou, em 28/07/2009, manifestação de inconformidade, fls. 12 e 13, alegando, em síntese, que: c efetuou a opção pelo regime não cumulativo e refez a apuração da Cofins faturamento, referente ao mês de mai/2004, em função da lei nº 10.892/2004, que, no seu art. 4º, facultava às cooperativas de produção agropecuária adotarem antecipadamente o regime de incidência não cumulativo da COFINS, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2004, e no parágrafo único do art. 4º, que deu o prazo de até o décimo dia do mês subseqüente ao da publicação da referida lei; após a retificação da apuração do referido mês, o débito que havia sido apurado deixou de existir. A DCTF do período foi retificada; requer o recebimento da manifestação de inconformidade e homologação Per/Dcomp n° 37932.04975.100306.1.3.043150. A DRJ em Salvador (BA) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/05/2004 COMPENSAÇÃO. DISPONIBILIDADE DO CRÉDITO. O crédito usado em compensação tem que estar disponível na data da transmissão do PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. RECOLHIMENTOS INDEVIDOS. COMPROVAÇÃO. A insuficiência da apresentação de prova inequívoca mediante documentação hábil e idônea acarreta a negação de reconhecimento do direito creditório, em face da impossibilidade da autoridade administrativa aferir a liquidez e certeza do pretenso crédito. Fl. 43DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 11030.905000/200911 Resolução nº 3801000.457 S3TE01 Fl. 44 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente ] Direito Creditório Não Reconhecido Não concordando com a decisão da DRJ a contribuinte apresenta o presente Recurso Voluntário utilizandose dos mesmos argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. É o relatório, Fl. 44DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 11030.905000/200911 Resolução nº 3801000.457 S3TE01 Fl. 45 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre da apuração da Cofins faturamento, referente ao mês de maio/2004, em função da lei nº 10.892/2004, que, no seu art. 4º, facultava às cooperativas de produção agropecuária adotarem antecipadamente o regime de incidência não cumulativo da COFINS, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2004, e no parágrafo único do art. 4º, que deu o prazo de até o décimo dia do mês subseqüente ao da publicação da referida lei para que fosse feita a opção pelo regime não cumulativo. Do exame do despacho decisório que indeferiu a compensação, verificase que essa matéria não foi apreciada. A autoridade fiscal, em síntese, apenas considerou os dados apresentados na DCTF original. Tal fundamentação, por certo, decorre de análise superficial, realizada nos limites de sistema informatizado de informações (batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não), no qual não se está analisando efetivamente o mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Registrese, por oportuno, que a DCTF retificadora foi apresentada antes da ciência do despacho decisório. Assim, a interessada não foi intimada a justificar a origem de seu crédito, o que de fato lhe trouxe prejuízo. Convém ressaltar que o simples erro de preenchimento da DCTF não pode resultar em enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional. Ademais, não há óbice legal para a apresentação de DCTF retificadora antes da emissão do despacho decisório. De sorte que o mero erro de fato no preenchimento da DCTF não é elemento suficiente para afastar o direito à restituição de tributo pago a maior indevidamente. No mérito, analisemos os arts. 4º e 5º da lei nº 10.892/2004: Art. 4oAs sociedades cooperativas de produção agropecuária e as de consumo poderão adotar antecipadamente o regime de incidência não cumulativo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. Parágrafo único. A opção será exercida até o 10o(décimo) dia do mês subseqüente ao da data de publicação desta Lei, de acordo com as normas e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal, produzindo efeitos em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1ode maio de 2004. Art. 5oEsta Lei entra em vigor em 1ode outubro de 2004, exceto em relação ao seu art. 4o, que entra em vigor na data da sua publicação. Fl. 45DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 11030.905000/200911 Resolução nº 3801000.457 S3TE01 Fl. 46 5 A recorrente, por se tratar de sociedade cooperativa de produção agropecuária, tendo efetuado a opção de antecipação do regime de nãocumulatividade de que trata o art. 4º da Lei nº 10.892, de 2004, deveria apurar as contribuições nesse regime a partir de 1º de maio de 2004. Como a publicação da Lei nº 10.892 ocorreu em 14.7.2004, essa opção deuse de forma retroativa em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de maio de 2004, o que poderia ocasionar divergências em relação às contribuições apuradas pelo regime de incidência cumulativo Neste sentido, os dados da DCTF retificadora apontados no acórdão recorrido e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constata se que, no caso vertente, os documentos apresentados são insuficientes para se apurar o valor correto da contribuição para a COFINS referente ao período de apuração em discussão. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) Intime a contribuinte para no prazo de 30 dias apresentar a cópia do documento comprobatório da adesão antecipada a que aduz o § único do artigo 4º da Lei nº 10.892/2004, ou confirme a DRF a realização da opção por parte da contribuinte; b) anexe cópia da DCTF retificadora ativa referente ao 2º trimestre de 2004; c) apure o valor devido a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidente sobre o faturamento com base na escrituração fiscal e contábil, período de apuração de maio/2004, segundo o regime de incidência não cumulativo, nos termos do art. 4º da Lei nº 10.892/2004; d) cientifique a interessada quanto ao teor dos cálculos para, desejando, manifestarse no prazo de dez dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. É assim que voto. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 46DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 18/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL
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