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Numero do processo: 13984.720304/2012-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008, 2009, 2010, 2011
NULIDADE DE LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA.
Não padece de nulidade o Lançamento Fiscal que seja lavrado por autoridade competente, após realizadas diversas diligências, tendo sido observadas todas as provas e documentos produzidos nos autos, com observância ao art. 142 do CTN e art. 10 do Decreto nº 70.235/72, contendo a descrição dos fatos e enquadramentos legais, permitindo ao contribuinte o pleno conhecimento da matéria fática e legal, tanto que exercido seu legítimo direito de defesa nos prazos devidos.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA FÍSICA.
Comprovado, por documentação hábil e idônea, que o contribuinte omitiu valores recebidos, nos anos-calendário de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, a título de honorários advocatícios, provenientes de decisões de mérito favoráveis em ações judiciais nas quais atuou como patrono, fica mantido o lançamento.
ÔNUS DA PROVA. MEIOS DE PROVA - TODOS OS MEIOS LEGAIS E OS MORALMENTE LEGÍTIMOS SÃO ACEITOS
O ônus da prova existe afetando tanto o Fisco como o sujeito passivo.
Assim, cabe ao contribuinte produzir argumentos acompanhados de provas que se contraponham à ação fiscal e ao Fisco produzir provas que sustente o lançamento, lastreando seus relatos com documentos, termos, depoimentos, laudos e demais elementos de provas que não deixem dúvida da fidedignidade dos fatos e da autoria da infração.
Todos os meios de prova legais e moralmente legítimos são admitidos no Direito processual. Entre estes estão as perícias, oitiva de testemunhas, depoimentos e outros elementos produzidos por autoridades policiais, judiciais e fiscais.
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO.
Em se tratando de omissão de rendimentos, o prazo para o lançamento tributário efetuado nos casos em que haja comprovação de dolo, fraude ou simulação desloca o dies a quo do prazo decadencial para o primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante determinado pelo art. 173, I, do CTN.
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. INOCORRÊNCIA.
A multa de lançamento de ofício é devida em face da infração às regras instituídas pelo Direito Tributário e, por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária prevista em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto na Constituição Federal.
MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.
A partir da vigência da Medida Provisória 351, de 22 de janeiro de 2007 (convertida na Lei 11.488, de 2007) é devida a multa isolada pela falta de recolhimento do carnê-leão, independentemente da aplicação, relativamente ao mesmo período, da multa de ofício pela falta de recolhimento ou recolhimento a menor de imposto, apurado no ajuste anual.
Recurso Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.500
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos a relatora e o Dr. Ivacir Julio de Souza, que cancelavam o lançamento referente à multa isolada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro João Bellini Junior.
João Bellini Junior - Presidente e Redator Designado.
Alice Grecchi - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi.
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não padece de nulidade o Lançamento Fiscal que seja lavrado por autoridade competente, após realizadas diversas diligências, tendo sido observadas todas as provas e documentos produzidos nos autos, com observância ao art. 142 do CTN e art. 10 do Decreto nº 70.235/72, contendo a descrição dos fatos e enquadramentos legais, permitindo ao contribuinte o pleno conhecimento da matéria fática e legal, tanto que exercido seu legítimo direito de defesa nos prazos devidos. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA FÍSICA. Comprovado, por documentação hábil e idônea, que o contribuinte omitiu valores recebidos, nos anoscalendário de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011, a título de honorários advocatícios, provenientes de decisões de mérito favoráveis em ações judiciais nas quais atuou como patrono, fica mantido o lançamento. ÔNUS DA PROVA. MEIOS DE PROVA TODOS OS MEIOS LEGAIS E OS MORALMENTE LEGÍTIMOS SÃO ACEITOS O ônus da prova existe afetando tanto o Fisco como o sujeito passivo. Assim, cabe ao contribuinte produzir argumentos acompanhados de provas que se contraponham à ação fiscal e ao Fisco produzir provas que sustente o lançamento, lastreando seus relatos com documentos, termos, depoimentos, laudos e demais elementos de provas que não deixem dúvida da fidedignidade dos fatos e da autoria da infração. Todos os meios de prova legais e moralmente legítimos são admitidos no Direito processual. Entre estes estão as perícias, oitiva de testemunhas, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 72 03 04 /2 01 2- 54 Fl. 1232DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 depoimentos e outros elementos produzidos por autoridades policiais, judiciais e fiscais. IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. Em se tratando de omissão de rendimentos, o prazo para o lançamento tributário efetuado nos casos em que haja comprovação de dolo, fraude ou simulação desloca o dies a quo do prazo decadencial para o primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante determinado pelo art. 173, I, do CTN. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. INOCORRÊNCIA. A multa de lançamento de ofício é devida em face da infração às regras instituídas pelo Direito Tributário e, por não constituir tributo, mas penalidade pecuniária prevista em lei, é inaplicável o conceito de confisco previsto na Constituição Federal. MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. A partir da vigência da Medida Provisória 351, de 22 de janeiro de 2007 (convertida na Lei 11.488, de 2007) é devida a multa isolada pela falta de recolhimento do carnêleão, independentemente da aplicação, relativamente ao mesmo período, da multa de ofício pela falta de recolhimento ou recolhimento a menor de imposto, apurado no ajuste anual. Recurso Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos a relatora e o Dr. Ivacir Julio de Souza, que cancelavam o lançamento referente à multa isolada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro João Bellini Junior. João Bellini Junior Presidente e Redator Designado. Alice Grecchi Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros João Bellini Junior (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Marcelo Malagoli da Silva, Luciana de Souza Espindola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi. Relatório Fl. 1233DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.233 3 Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até a apresentação da impugnação pelo contribuinte, adoto de forma livre o relatório do Acórdão proferido pela 7ª Turma da DRJ/RJ1, nº 1259.488, constante em fls. 1.143/1.164 (PDF): Trata o presente processo de crédito tributário constituído por meio do Auto de Infração às fls.1007/10033, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física dos anoscalendários 2007, 2008, 2009 e 2010, exercícios 2008, 2009, 2010 e 2011, no valor total de R$ R$ 3.310.349,81, assim composto: Imposto 826.114,71 Juros de Mora (calculados até 08/2012) 212.005,86 Multa Proporcional (passível de redução) 1.858.758,11 Multa Exigida Isoladamente Valor do Crédito Tributário Apurado 413.471,13 3.310.349,81 Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal às fls. 1009/1012, o crédito tributário decorre da apuração de Omissão de Rendimentos do Trabalho Sem Vínculo Empregatício Recebidos de Pessoa Física. O demonstrativo de apuração do imposto devido encontrase às fls. 1013/1020, o da multa exigida isoladamente, às fls. 1021/1024, e o de Multa e Juros de Mora, às fls. 1032. No Termo de Verificação Fiscal (fls. 1033/1039) descreve a autoridade lançadora o andamento de todo o trabalho fiscal, desde o Termo de Início da Ação Fiscal, as Intimações e Reintimações feitas à contribuinte, as respostas da fiscalizada e as diligências efetuadas, visando apurar os valores recebidos pela contribuinte em decorrência da prestação de serviços de advocacia a inúmeros clientes. Dos documentos existentes no processo e do Termos de Verificação Fiscal de fls. 1033/1039, extraise que a fiscalizada é advogada que atua na área de Direito Previdenciário, em escritório comum com seu cônjuge, o advogado Edelson Hortêncio Alves Júlio, situado na Rua Hercílio Luz, 766 – Centro – LagesSC. Explica a autoridade que o procedimento fiscal teve como objeto inicial a apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa física nos anos calendário 2008 e 2009, tendo sido o período ampliado para os anos calendário 2007 e 2010. Informa, ainda, que o início do procedimento fiscal baseouse nos recibos apresentados em procedimentos de Malha Fiscal, em ações previdenciárias e em Ofícios da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal. Esclarece a fiscalização que havia indícios de omissão de rendimentos, uma vez que a fiscalizada e seu cônjuge declararam rendimentos de pessoa física ínfimos, em descompasso com as quantidades de ações previdenciárias em que atuaram como patronos. De acordo com os Fl. 1234DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 documentos e informação da autoridade fiscal, as ações, em sua totalidade, referiramse ao reconhecimento pela Justiça Federal de aposentadorias não acatadas administrativamente pelo INSS. A concessão do benefício de aposentaria pela Justiça Federal gerou o pagamento de valores atrasados, que é a parte da aposentadoria devida ao segurado referente a período anterior ao provimento judicial. Do Termo de Verificação Fiscal destacase, ainda, as seguintes informações: A interessada teve ciência do início da ação fiscal em 28/09/2011 e foi intimada a informar os valores recebidos a título de honorários contratuais, nos anoscalendário 2007,2008, 2009 e 2010. Planilha com informações do número da ação judicial originária, do número da ação de requisição e do beneficiário da ação judicial foram encaminhadas à contribuinte a fim de que informasse os valores de honorários contratuais recebidos em cada ação. Esgotado o prazo previsto no termo, a fiscalizada não se manifestou. A fiscalizada foi novamente intimada por meio dos Termos de Intimação Fiscal nos. 002 e 003/2012 a apresentar Livro Caixa, considerando que os rendimentos são recebidos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas sem vínculo empregatício. Novamente, a fiscalizada não atendeu às intimações. Tendo em vista as intimações não atendidas, foram emitidos Mandados de Procedimento Fiscal de Diligência a fim de buscar as informações referente aos honorários contratuais junto aos representados da fiscalizada e de seu cônjuge. Questionados sobre os valores de honorários contratados pagos à fiscalizada ou a seu cônjuge, os diligenciados apresentaram documentos comprobatórios ou prestaram depoimentos, afirmando categoricamente que pagaram 50% da geração dos atrasados apurados na ação judicial. Os documentos levantados nas diligências foram depósitos, transferências bancárias, recibos e contratos de prestação de serviços advocatícios. Os diligenciados que não possuíam documentos comprobatórios do pagamento dos honorários, em sua maioria por não lhes terem sido fornecidos recibos, prestaram depoimentos sobre os valores e procedimentos da fiscalizada e/ou de seu cônjuge quando do recebimento dos atrasados. Da leitura dos depoimentos, concluiuse que a conduta dos fiscalizados era a seguinte: ao ter informação da disponibilidade dos recursos da ação judicial, a fiscalizada ou seu esposo e, por vezes, as suas secretárias, compareciam à instituição bancária na companhia dos beneficiários. O beneficiário sacava o valor disponível e ali mesmo era feita a divisão, cabendo ao beneficiário 50% e ao advogado 50% (um ou outro advogado). Fl. 1235DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.234 5 Apesar de receberem valores expressivos, os advogados recebiam em espécie sua parte, que em alguns casos passou de R$ 100.000,00, evitando assim o trânsito de recursos em contacorrente bancária e comprovando a clara intenção de passar despercebidos pela Receita Federal. Recibos ou outro tipo de comprovante de recebimento somente eram fornecidos após muita insistência de seus representados, sendo que nem todos obtiveram êxito. Explica a autoridade fiscal que na análise das Declarações de Imposto de Renda (DIRPF) da fiscalizada, foi verificado que historicamente ela não oferece os rendimentos recebidos de pessoas físicas à tributação, à exceção do ano 2009, quando foi motivada por inquérito policial, em decorrência de representação formulada por um de seus clientes junto ao Ministério Público Federal a fazer Declaração Retificadora (ex 2010) para informar o rendimento recebido do cliente e representante no valor de R$ 96.261,71 e recolher o imposto de renda correspondente. As condutas referentes a patrimônio e rendas mostram a intenção de esconder a real situação financeira e fugir da tributação Corroborando essa conclusão, um caso concreto evidencia ainda mais o intuito de fraude. Tratase do Ofício nº 0307/2011 IPL 0109/20104 da Delegacia da Polícia Federal em Lages. O referido ofício encaminha cópia do Inquérito Policial no qual figuravam como investigados Adriane Santana Costa Júlio (fiscalizada) e Edelson Hortêncio Alves Júlio (esposo da fiscalizada). A investigação recaía sobre os artigos 1º e 2º, da Lei nº 8.137/90 (Crimes contra a Ordem Tributária) e artigos 168 e 171 do Código Penal. O inquérito foi instaurado tendo em vista representação do senhor ANTÔNIO DE MORAES ao Ministério Público Federal, no qual informou ter sido lesado pelos referidos advogados. A fiscalizada, ao tomar conhecimento da investigação, apressouse em apresentar declaração DIRPF 2010 retificadora, em 13/09/2010, incluindo nos rendimentos recebidos de pessoa física o valor pago por ANTONIO DE MORAES a título de honorários contratuais e, não por acaso, foi o único rendimento de pessoa física declarado pela fiscalizada nos anos calendário de 2007 a 2010. Não fossem a Representação ao MPF e o consequente Inquérito Policial, o valor pago por ANTONIO DE MORAES talvez nunca fosse oferecido à tributação, como também não foram os demais valores apurados por esta Fiscalização. A fiscalizada e seu cônjuge apostaram no fato de que, recebendo os honorários em dinheiro (evitando o trânsito por contacorrente), não fornecendo recibos ou comprovantes de recebimento aos seus clientes e omitindo os valores de honorários na DIRPF, fossem escapar da tributação desses valores. Informa a autoridade fiscal que os valores de honorários recebidos de pessoas físicas omitidos foram aferidos levando em consideração três formas de levantamento: Fl. 1236DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 6.1.a – Com base em Documentos Parte dos valores de honorários é comprovada com documentos apresentados pelos diligenciados (TED/DOC, Cópia de Cheque, Recibo, Contrato de Prestação de Serviços, Sentença). Os documentos nominados “SENTENÇA” são ações ajuizadas na Justiça Estadual que têm por objeto a anulação da cláusula contratual que estipula honorários de 50% do valor da geração dos atrasados. Nesses casos o valor dos honorários é incontroverso, tendo em vista que os próprios advogados reconhecem ter recebido valores correspondentes a 50% dos atrasados. Os valores de honorários apurados com base em documentos constam da planilha HONORÁRIOS DOCUMENTOS (anexo 1). 6.1.b – Com base em Termos de Depoimento Os representados prestaram depoimentos, afirmando que fizeram pagamentos à fiscalizada e seu cônjuge a título de honorários contratuais. Os depoimentos reforçam a estipulação dos honorários em 50% da geração dos atrasados e confirmam que os advogados dão preferência a receber os honorários em dinheiro. Os depoentes afirmaram ainda que os advogados não lhe forneceram qualquer documento que comprovasse o pagamento dos honorários. Os valores de honorários com base em depoimentos constam da planilha denominada HONORÁRIOS DEPOIMENTOS (anexo 2). 6.1.c – Com base em Aferição a partir da documentação do procedimento A fiscalização não teve acesso a alguns representados, seja pelo fato de existirem endereços de difícil acesso, tais como áreas rurais, seja pelo fato de alguns representados não terem atendido à intimação fiscal. Pra estes casos, os valores de honorários foram aferidos em 50% e estão demonstrados na planilha HONORÁRIOS AFERIÇÃO (anexo 3). O percentual de 50% fica respaldado pela vasta documentação juntada ao procedimento fiscal, que demonstra que o valor padrão da prestação de serviços advocatícios para as ações de cunho previdenciário era de 50% do valor da geração dos atrasados. Corroborando este percentual aferido, temos ainda: a) Sentenças da Justiça Estadual nas quais a fiscalizada e seu esposo confirmam, em contestação, que o valor estipulado de honorários é de 50% da geração dos atrasados; b) Os depoimentos prestados; c) Contratos de prestação de serviços juntados ao procedimento; d) Representações encaminhadas pelo Ministério Público Federal; Fl. 1237DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.235 7 e) Inquérito Policial 0109/20104; f) Procedimento Fiscal anterior instaurado contra a fiscalizada, quando também restou comprovado o percentual de 50%; g) Resposta da fiscalizada, informando que “existiram contratos de 20%, 50% e alguns raros de 100%”. Sobre os procedimentos que se seguiram, assim escreve a autoridade fiscal: Para garantir o direito de a fiscalizada se pronunciar sobre o valor aferido, foi emitido Termo de Intimação nº005/2012, intimandoa a se manifestar sobre o levantamento dos honorários recebidos de Pessoas Físicas e de Pessoas Jurídicas. Em resposta conjunta, a contribuinte e seu cônjuge “refutam totalmente os cálculos apresentados, bem como a forma que a Receita Federal computou a renda auferida pelos Contribuintes auditados”. Os contribuintes afirmam, entre outras coisas, que “em muitos casos os Contratantes não efetuaram o pagamento de nenhum valor referente a honorários, bem como em outros ocorreu o pagamento parcial do acordado, ficando o Contratante devedor da obrigação contraída, além de em outras situações terem ocorrido renegociações do contrato!”. Por fim, requerem “a disponibilização do processo administrativo, ou cópia completa de todos os documentos utilizados (...), a fim de não se ferirem os sagrados princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa!!”. Considerando que a fiscalização tem caráter inquisitório, não cabe alegar contraditório e ampla defesa. Ainda, desde o início do procedimento, os fiscalizados foram intimados a informar os valores de honorários advocatícios recebidos das pessoas físicas listadas, e, mesmo refutando os cálculos apresentados por esta fiscalização, eles não informaram os valores que considerariam corretos. Foi dada nova oportunidade, por meio do Termo de Intimação Fiscal nº 006/2012, para que a fiscalizada informasse os valores recebidos das pessoas físicas, preenchendo a planilha com os honorários recebidos das pessoas físicas nas ações discriminadas. Novamente a contribuinte, em resposta conjunta com o cônjuge, questiona os valores levantados, pede cópias dos documentos de posse desta Fiscalização, mas não informa os valores recebidos das pessoas físicas listadas na planilha. Fl. 1238DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 Assim, recusandose a fiscalizada a informar os valores recebidos de pessoas físicas e ainda, de contestar individualmente os valores levantados por esta fiscalização, só cabe encerrar o presente procedimento, lançando a omissão de rendimentos apurada. Sobre o valores considerados omitidos, explica a autoridade fiscal que: De posse dos valores de honorários constantes das planilhas HONORÁRIOS DOCUMENTOS, HONORÁRIOS DEPOIMENTOS e HONORÁRIOS AFERIÇÃO, levantamos os rendimentos mensais de honorários, por representado, da fiscalizada e seu esposo, na planilha denominada TOTAL MENSAL DE HONORÁRIOS (anexo 4). O valor de honorários para os quatro anoscalendário objetos da fiscalização totalizou R$ 6.200.630,39. Considerando que Adriane Santana da Costa Júlio e Edelson Hortêncio Alves Júlio são legalmente casados, conforme consta de seus respectivos documentos de identidade; considerando que os contratos de serviços advocatícios são sempre convencionados tendo em um dos pólos o cliente e do outro sempre a fiscalizada e seu esposo; considerando que o casal apresenta declaração em separado, o total dos rendimentos auferidos com base na prestação de serviços advocatícios deve ser rateado, cabendo a cada um 50% dos rendimentos. Assim, serão considerados como rendimentos tributáveis recebidos de pessoas físicas da fiscalizada R$3.100.315,19, (TRÊS MILHÕES, CEM MIL, TREZENTOS E QUINZE REAIS E DEZENOVE CENTAVOS) 50% do total dos honorários obtidos com os serviços advocatícios empreendidos pelo casal. Os rendimentos mensais atribuídos a cada um constam da planilha RESUMO MENSAL POR ADVOGADO (anexo 5). Para fins de cálculo do imposto devido tomamos por base que: a) A fiscalizada foi intimada (Intimação nº 002/2011) e reintimada (Reintimação 003/2012) a apresentar Livro Caixa, onde poderia comprovar deduções que seriam consideradas no cálculo do imposto devido, porém no prazo estipulado não apresentou; b) Não houve nenhum pagamento de carnêleão no período fiscalizado; c) Foi apenas declarado um rendimento recebido de pessoa física nos quatro anos fiscalizados, no valor de R$ 96.261,71, referente ao anocalendário 2009. Considerando essas informações, levantamos o CÁLCULO DO IMPOSTO DEVIDO, considerando os rendimentos apurados atribuídos à fiscalizada, os valores declarados a título de rendimentos recebidos de pessoa física. Com isso chegamos aos valores omitidos, mês a mês, objetos de lançamento (anexo 6). Em relação às Multas Qualificada e Agravada, bem como em relação à Multa Isolada, reproduzo o conteúdo do termo elaborado pela fiscalização. Da Multa Qualificada e Agravada Fl. 1239DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.236 9 Conforme relatado, a fiscalizada omitiu rendimentos recebidos de pessoas físicas decorrentes de processos judiciais em que ela e seu marido, Edelson Hortêncio Alves Júlio, trabalharam como patronos das causas. A omissão ocorreu durante todos os anoscalendário objeto da fiscalização, com o fim específico de impedir que a Receita Federal tomasse conhecimento da ocorrência do fato gerador. A fiscalizada já é reincidente neste tipo de conduta, visto que já foi autuada pela Receita Federal do Brasil, pelo mesmo motivo, em anos calendário anteriores, conforme consta do processo administrativo fiscal nº 13984.000003/200824. Além do intuito de fraudar o Fisco, a fiscalizada não atendeu as intimações e reintimações descritas nos parágrafos 6 a 9 da presente Termo de Verificação Fiscal. Caracterizado o evidente intuito de fraude pela omissão de rendimentos por quatro anos consecutivos e o não atendimento pelo sujeito passivo das intimações para prestar esclarecimentos, nos termos do artigo 44, inciso II e parágrafo 2º, da Lei nº 9.430/96, a multa a ser aplicada é de 225% em relação ao valor omitido. Da multa isolada por falta de recolhimento do IRPF CarnêLeão Fiscalizada e cônjuge receberam rendimentos de pessoas físicas oriundos de honorários recebidos em ações previdenciárias em que atuaram como patronos nos anoscalendário 2007, 2008, 2009 e 2010, conforme foi demonstrado no decorrer do presente Termo de Verificação. Sobre esses rendimentos não foi efetuado o recolhimento mensal obrigatório do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF devido a título de carnêleão, incidindo a fiscalizada na multa prevista na legislação. A multa calculada corresponde a 50% do Imposto de Renda devido a título de carnêleão que não foi recolhido, conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal. Cientificada da autuação, a interessada apresentou impugnação (fls. 1072/1085, na qual solicita seja afastado o lançamento, invocando inicialmente, com o respaldo de doutrinadores e jurisprudência, afronta aos princípios do contraditório e ampla defesa por desconhecer as razões determinantes do lançamento e os elementos em que se apoiou. Para tanto, alega em síntese, que: Após tomar ciência do Termos de Início de Fiscalização, que vieram acompanhados de planilhas contendo informações relativas a ações judiciais por ela postuladas, solicitou, sem resposta da Receita Federal, a disponibilização de cópias do processo administrativo no intuito de conhecer todos os atos e documentos que ensejaram a fiscalização. Fl. 1240DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 10 Houve cerceamento do direito ao contraditório e ampla defesa na medida em que pertenceu a apenas uma das partes os documentos que alicerçaram a autuação. Em momento algum os responsáveis pela fiscalização manifestaram se em relação ao requerido A fiscalização apontou uma extensa lista de beneficiários com valores presumidos a título de honorários, alguns sustentados apenas com base em depoimentos, que não garantem a veracidade dos relatos, e contratos de honorários, que não comprovam os recebimentos do que foi acordado. A não observância dos princípios do contraditório e ampla defesa, em se tratando de matéria tributária, são extremamente lesivos ao contribuinte. A garantia do contraditório oportuniza as partes apontar suas versões sobre os fatos, analisar as peças, documentos, perícias e todos os demais atos que corroboram o procedimento realizado. Reclama a contribuinte que a abordagem realizada pela fiscalização junto aos seus clientes gerou desconforto e insegurança, podendo induzilos a erros. Neste sentido, diz que seus clientes relataram a ela que foram procurados pela fiscalização em suas residências e, quando não encontrados, comunicados através de bilhetes, solicitando o contato direto para o telefone da Receita Federal a fim de esclarecerem fatos relacionados ao pagamento de honorários profissionais. Que alguns de seus clientes a procuraram desorientados e acuados por temerem os benefícios obtidos nas ações serem cessados, motivo pelo qual teve que esclarecêlos e garantirlhes que o procedimento de fiscalização era unicamente direcionada a impugnante, sem possibilidade de prejuízos aos segurados. Citando os art 196 do CTN e art. 35 do Decreto 70.235/70, ressalta que a doutrina é específica e taxativa quanto a obrigatoriedade de lavratura do auto de infração no local do estabelecimento fiscalizado, considerandose ineficaz e inválida a peça básica do procedimento administrativo fiscal. Diz, ainda, que a lavratura fora do estabelecimento fiscalizado quebra a segurança jurídica e a própria seriedade nas relações que devem existir entre fisco e contribuinte. Quanto aos depoimentos, defende que não podem ser admitidos no processo. Aduz que a preferência pela prova documental deve ser absoluta, tendo em vista que a prova testemunhal é tida como parcial, incerta e passível de vícios. Sobre os valores apurados, aduz que do processo constam uma série de documentos relativos ao que a fiscalização presume serem valores recebidos a título de honorários contratuais e que auditor não pode valerse de uma lista de precatórios constantes do site do TRF e neles “passar uma régua” , dividindo pela metade os valores lá existentes, como consta da tabela anexa ao Termo de Início do Procedimento Fiscal.O auditor não procedeu a análise pormenorizada do crédito, conforme prescreve o parágrafo terceiro do art. 42 da Lei 9.430/1996. Fl. 1241DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.237 11 Quanto aos contratos de honorários apresentados por seus clientes, aduz que, como o próprio nome já revela “Contrato” não é pagamento, mas tão somente um acordo, um pacto, uma convenção sobre a forma de haver um pagamento resultante de alguma ação entre as partes. A existência de um contrato não comprova pagamento e considerar assim significa presumir. Que os valores foram baseados apenas em uma modalidade de contrato por meio dos quais se presumiu que foram recebidos valores correspondentes a metade dos rendimentos obtidos nas ações judiciais, sem a devida comprovação individualizada em todos os casos. Diz que a fiscalização entrou em contradição e baseou o lançamento em presunção por meio de declarações sob as quais não guardam nenhuma segurança jurídica. Em momento algum ficou comprovado neste procedimento o efetivo ingresso de renda de todos os valores apontados. Requer, ao final, seja anulado o lançamento. A Turma de Primeira Instância, julgou improcedente a impugnação. A contribuinte foi cientificada do Acórdão n° 1259.488 da 7ª Turma da DRJ/RJ1 em 20/09/2013 (fl. 1.169). Sobreveio Recurso Voluntário em 21/10/2014 (fls. 1.174/1.187), no qual, a contribuinte, em suma, ratificou as razões da impugnação, acrescentando acerca de decadência/prescrição, do caráter confiscatório da multa no percentual de 75% e insurgiuse sobre a multa isolada. É o relatório. Passo a decidir. Voto Vencido Conselheira Relatora Alice Grecchi O recurso voluntário ora analisado possui os requisitos de admissibilidade do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. Alega a Recorrente cerceamento do direito de defesa sob o fundamento de que não foi dada vista dos autos durante a fiscalização. Contudo, não assiste razão à Recorrente, uma vez que foi dado conhecimento dos autos à interessada, que teve ampla oportunidade de apresentar impugnação e discutir o crédito tributário, como foi feito. Fl. 1242DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 12 Em casos como este, em que é dado ao contribuinte amplo conhecimento dos fatos, assim como acesso aos autos e tempo admissível para comprovar suas alegações de defesa, sendolhe garantido o prazo legal para apresentação de impugnação, é cediço o entendimento deste E. Conselho no sentido da inocorrência do cerceamento de defesa. Neste sentido: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005 NULIDADE DE LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. SÚMULA Nº 46 DO CARF. Não padece de nulidade o Lançamento Fiscal que seja lavrado por autoridade competente, após realizadas diversas diligências, tendo sido observadas todas as provas e documentos produzidos nos autos, com observância ao art. 142 do CTN e art. 10 do Decreto nº 70.235/72, contendo a descrição dos fatos e enquadramentos legais, permitindo ao contribuinte o pleno conhecimento da matéria fática e legal, tanto que exercido seu legítimo direito de defesa nos prazos devidos. [...] (Acórdão nº 2101002.684, Processo 10980.015068/200735, Relator Cons. Eduardo de Souza Leão, 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, Sessão de 22 de janeiro de 2015)" "Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Ano calendário: 2005 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Seguidas todas as formalidades legalmente exigidas e lavrado auto de infração claro que não impossibilite a compreensão da infração imputada, não há que se falar em cerceamento de defesa. [...] (Acórdão nº 2202002.278, Processo 10640.004075/200843, Relator Cons. Rafael Pandolfo, 2ª TO / 2ª CÂMARA / 2ª SEJUL/CARF/MF, Data de Publicação: 12/07/2013)" Portanto, rejeito esta preliminar. No que tange a decadência/prescrição alegada pela Recorrente, com base no art. 173 do CTN, também não merece guarida. Conforme se extraí do Termo de Verificação Fiscal em fl. 1.091: "[...] 52. a fiscalizada omitiu rendimentos recebidos de pessoas físicas decorrentes de processos judiciais em que ela e seu marido, Edelson Hortêncio Alves Júlio, trabalharam como patronos das causas. 53. A omissão ocorreu durante todos os anoscalendário objeto da fiscalização, com o fim específico de impedir que a Receita Federal tomasse conhecimento da ocorrência do fato gerador. Fl. 1243DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.238 13 54. A fiscalizada já é reincidente neste tipo de conduta, visto que já foi autuada pela Receita Federal do Brasil, pelo mesmo motivo, em anoscalendário anteriores, conforme consta do processo administrativo fiscal nº 13984.000003/200824. 55. Além do intuito de fraudar o Fisco, a fiscalizada não atendeu as intimações e reintimações descritas nos parágrafos 6 a 9 da presente Termo de Verificação Fiscal 56. Caracterizado o evidente intuito de fraude pela omissão de rendimentos por quatro anos consecutivos e o não atendimento pelo sujeito passivo das intimações para prestar esclarecimentos, nos termos do artigo 44, inciso II e parágrafo 2º, da Lei nº 9.430/96, a multa a ser aplicada é de 225% em relação ao valor omitido." Notadamente, em razão da conduta reiterada da Contribuinte em omitir os rendimentos e oferecêlos à tributação, entendese que estão presentes os pressupostos que configuram o intuito de fraude à legislação Tributária, a teor do disposto nos artigos 71 a 73 da Lei nº 4.502/1964. Aplicandose, pois, o disposto no art. 173, inciso I, do CTN, relativamente aos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2007, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/2009. O lançamento poderia ser efetuado em 2008, em tese, a partir do dia seguinte à data limite prevista para entrega tempestiva da declaração;então, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/2009. Definido, portanto, que no presente caso a decadência de lançamento de ofício deve ser determinada exclusivamente à luz do que dispõe o inciso I do artigo 173 do CTN, constatase que, para o caso concreto, o prazo para se constituir o lançamento, relativamente ao anocalendário de 2007, esgotarseia em 31/12/2013. Assim, tendo a Recorrente sido cientificada do lançamento em 08/08/2012 (fl. 1.117), não há que se falar em decadência. Conforme resta comprovado nos excertos do AgRg no AResp 252942/PE, o STJ, na interpretação ao recurso repetitivo REsp 973.733/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.9.2009, submetido ao art. 543C do CPC, dá guarida ao entendimento desta conselheira conforme pode ser constatado na citação abaixo, vejamos: [...] 6. De acordo com a jurisprudência consolidada do STJ, a decadênciado direito de constituir o crédito tributário é regida pelo art.173, I, do CTN, quando se trata de tributo sujeito a lançamento por homologação e o contribuinte não realiza o respectivo pagamento parcial antecipado (REsp 973.733/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.9.2009, submetido ao art. 543C do CPC). 7. In casu, ocorrido o fato gerador em 31 de dezembro de 1994, o lançamento somente poderia ter sido realizado no decorrer do ano de 1995, de modo que o termo inicial da decadência é 1° de janeiro de 1996. Como o prazo decadencial de cinco anos se Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 14 encerraria em 31 de dezembro de 2000, e a constituição do crédito tributário deuse em junho de 2000 (fl. 593), não há falar em decadência do direito de lançar o tributo. 8. Agravos Regimentais não providos. Tanto na súmula CARF N.º 38, abaixo transcrita, bem como na jurisprudência do STJ, no caso de Imposto de Renda Pessoa Física, restou consolidado o entendimento de que o fato gerador ocorre em 31 de dezembro do respectivo anocalendário. Súmula CARF nº 38: O fato gerador do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, relativo à omissão de rendimentos apurada a partir de depósitos bancários de origem não comprovada, ocorre no dia 31 de dezembro do anocalendário. De acordo com o art. 62 do Regimento Interno do CARF esta conselheira não pode afastar a aplicação dos recursos repetitivos do STJ e, sobre a matéria da aplicabilidade do art. 173,I do CTN em relação a contagem do prazo decadencial o REsp 973.733/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 18.9.2009, submetido ao art. 543C do CPC, nos excertos abaixo transcritos, assim determina: [...] 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). [...] Sendo que fato imponível e fato gerador são sinônimos, contando o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível no caso em análise relativamente aos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2007, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/2008 o prazo decadencial se esgotaria em 31.12.2012. Sendo que a Recorrente foi cientificada do lançamento em 08/08/2012 (fl. 1.117), não há que se falar em decadência. Inclusive, a fim de evitar quaisquer dúvidas quanto à questão, ainda que fosse aplicado o art. 150, §4º, do CTN, também não poderia se falar em decadência, pois neste caso, o prazo de contagem iniciaria a partir da ocorrência do fator gerador, no caso, em 01/01/2008, e se esgotaria em 31/12/2012. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.239 15 administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [....] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Portanto seja qual for a interpretação dada na contagem do decadencial não há o que ser falar em decadência. Por fim, tampouco há que se falar em prescrição, cuja contagem encontrase suspensa por força do art. 151, III, do CTN. Argumenta a Recorrente sobre o caráter confiscatório da multa de 75%. Em síntese alega que "A lei 9.430, em seu artigo 61, limita o percentual máximo em 20% (vinte por cento), enquanto o mencionado auto de infração atinge o percentual de 75% (setenta e cinco por cento) a título de multa, sendo, portanto abusiva, imoral e injusta, tendo a conotação de confisco." Todavia, equivocase a Recorrente, pois a multa embora fixada em 75% (setenta e cinco por cento), fora aplicada na modalidade qualificada (150%), uma vez que presentes os pressupostos que configuram o intuito de fraude à legislação Tributária, a teor do disposto no artigo 44, §1º da Lei n 9.430/1996 e arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502/1964. Ademais, sobre o caráter confiscatório da multa aplicada, deve ser esclarecido que não compete a este Conselho Administrativo declarar a ilegitimidade da norma legalmente constituída. A legalidade de dispositivos aplicados ao lançamento deve ser questionada, exclusivamente, perante o Poder Judiciário. O exame da obediência das leis tributárias aos princípios constitucionais (vedação ao confisco e da proporcionalidade) é matéria que não deve ser abordada na esfera administrativa, conforme se infere da Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." Assim, diante da conduta da Recorrente de omitir seus rendimentos à fiscalização, não há que se falar em confisco quanto à multa de ofício aplicada. Quanto a insurgência relativamente à cumulação da multa de ofício e multa isolada, assiste razão à Recorrente. A fim de elucidar melhor a questão, se faz as seguintes considerações. Por necessitar de recursos para executar suas funções, Administração não pode aguardar o encerramento do período de apuração para receber os tributos cujos fatos geradores irão ocorrer no final do exercício. Neste contexto, antes da ocorrência do fato Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 16 gerador, criouse obrigações impondo ao sujeito passivo o dever de antecipar recolhimentos no decorrer do anocalendário. Os valores recolhidos a título de carnêleão, no caso de pessoa física, os recolhimentos a título de estimativas, no caso de pessoas jurídicas, são deduzidos do imposto apurado no final do exercício. Se deduzidos do valor do imposto devido não há como negar que têm natureza de tributo e correspondem, assim como o IRRF, em pagamento antecipado. Quando se estabelece obrigação do sujeito passivo em recolher carnêleão ou estimativa não se está imputando a ele qualquer omissão relacionada a fato gerador. Nestas circunstâncias o fato gerador ainda não ocorreu e, encerrado o período de apuração, pode haver situações em que sequer se verificará a existência da situação descrita em lei que resulte na obrigação de pagar tributo. Se no mês de março o contribuinte pessoa física ou jurídica deixar de recolher, por exemplo, carnêleão ou estimativa, respectivamente, no mês seguinte a autoridade fiscal pode exigir o valor não recolhido com multa de 50%. Contudo, encerrado o anocalendário não há o que se falar em recolhimento de carnêleão ou de estimativa, mas sim no efetivo imposto devido. Aqui, diferentemente do carnêleão ou das estimativas, temse infração que diz respeito ao não pagamento de tributo e, portanto, cominada com penalidade mais grave. Quando se fala em multa isolada esta só pode estar relacionada ao não recolhimento do carnêleão ou das estimativas devidas durante o anocalendário. Encerrado o anocalendário sem que os rendimentos sejam oferecidos à tributação exigese o imposto com multa de 75%. A não ser a adoção desta lógica jamais se aplicaria, em relação ao carnêleão ou as estimativas o disposto no artigo 138 do CTN. Observemos que a multa de ofício é exigida sempre que houver omissão de rendimentos e não estivermos diante de denúncia espontânea, acompanhada do pagamento do tributo e juros, conforme previsto no artigo 138, do CTN. A multa isolada, por sua vez, é devida até o momento previsto para apuração do imposto devido. Verificado o fato gerador sem que o sujeito ofereça os rendimentos à tributação, não há o que se falar em multa isolada, mas sim em exigência dos tributos devidos com multa de 75%. Igualmente, não subsiste o argumento de que a multa isolada deve ser exigida após o encerramento do período de apuração, ainda que em concomitância com a multa de ofício, em virtude de estar prevista em norma autônoma e por não ter o sujeito passivo adimplido a obrigação na data do vencimento. Não se pode interpretar um dispositivo legal desconsiderando as demais normas que integram o sistema. Se assim fosse, pressupondo atraso do sujeito passivo em relação ao vencimento do tributo, chegaríamos ao ponto de formar raciocínio equivocado cumulando multa de ofício com multa moratória. Para tal, bastaria dizer que sendo a multa moratória devida nos casos de atraso no pagamento e que nos casos de omissão há atraso, ter seia situação em que ambas as multas seriam devidas. Mais, sempre que uma conduta de menor gravidade se constituir em pressuposto para que ocorra uma infração punida com penalidade mais grave, esta absorve a menor. Na linha do presente voto, à título de exemplo cito os seguintes precedentes deste E. Conselho: Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.240 17 "Processo nº 18471.003099/200886 Acórdão nº 2202002.924 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 3 de dezembro de 2014 Matéria IRPF MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA;CONCOMITÂNCIA É incabível, por expressa disposição legal, a aplicação concomitante de multa de lançamento de ofício exigida com o tributo ou contribuição, com multa de lançamento de ofício exigida isoladamente. (Artigo 44, inciso I, § 1º, itens II e III, da Lei nº. 9.430, de 1996)." "Processo nº 10840.720592/200815 Acórdão nº 2801003.110 – 1ª Turma Especial Sessão de 17 de julho de 2013 Matéria IRPF MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA. CUMULAÇÃO. CARNÊ LEÃO. A cumulação da multa de ofício com a multa isolada, sobre a mesma base de cálculo, acarreta bis in idem e é incompatível com o regime estabelecido pelo art. 112, do CTN. Jurisprudência consolidada deste Conselho." "Processo nº 10530.004512/200876 Acórdão nº 1101001.234 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 04 de dezembro de 2014 Matéria IRPJ Incentivos Fiscais MULTA ISOLADA. APLICAÇÃO CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFÍCIO. A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no artigo 44, parágrafo 1º., inciso IV da Lei Nº 9.430, de 1.996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício." Com estes fundamentos, ao entender que encerrado o anocalendário não há o que se falar em recolhimento de carnêleão e, por consequência, também incabível a aplicação de multa isolada sobre. Desta forma, deve ser cancelada a multa isolada aplicada no percentual de 50%. No que tange as demais questões constantes do presente recurso voluntário, as quais foram as mesmas insurgidas na impugnação, entendo correta a decisão a quo, de modo Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 18 que à ratifico por seus próprios fundamentos. Por pertinente, transcrevo excertos baixo, que utilizo como razões para julgar. In verbis: "[...] Também não prevalece o pedido de anulação do Auto de Infração sob o argumento de que desconhece as razões que motivaram a fiscalização. É o representante da Fazenda que avalia a necessidade, ou não, de aprofundamento investigativo, pois a legislação o autoriza a efetuar o lançamento tributário a partir dos elementos de prova de que dispõe, conforme o Regulamento do Imposto de Renda RIR/99 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999): [...] Na fase oficiosa, a fiscalização atua com poderes amplos de investigação,tendo liberdade para interpretar os elementos de que dispõe para efetuar o lançamento; o princípio do contraditório é garantido pela fase litigiosa do processo administrativo (fase contenciosa), a qual se inicia com o oferecimento da impugnação. Na realidade, na fase de apuração das infrações (fase oficiosa), o fisco submetese à regra geral do ônus da prova no Processo Civil, que serve como fonte subsidiária ao PAF. Incumbe ao fisco, como autor, o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito. Ou seja, cabe à autoridade fazendária provar a ocorrência do fato gerador e demais circunstâncias necessárias à constituição do crédito tributário, aplicandose o disposto no Código de Processo Civil: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A suficiência ou não das provas, desde que estas não sejam obtidas de forma ilícita, é questão relacionada ao próprio mérito do lançamento. [...] Nesse ponto, cabe ressaltar que o processo administrativo aceita todos os meios legais e os moralmente legítimos de provas, aplicandoselhe o previsto no art. 332, do CPC: [...] Evidentemente, os elementos constantes destes autos encaixam se perfeitamente como fontes legítimas de pesquisa e obtenção de provas. Tratamse da análise de documentos encaminhados pelo Ministério Público Federal e Justiça Federal, que deram início à fiscalização, respostas insuficientes do contribuinte e diligencias junto a terceiros que resultaram na obtenção de documentos e depoimentos, perfazendo um conjunto rico e exaustivo de investigação dos fatos relacionados todos ao recebimento de honorários advocatícios. [...] Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.241 19 Do Procedimento Fiscal e da Apuração da Omissão de Rendimentos A fiscalizada, que é advogada atuante na área de Direito Previdenciário, em escritório comum com seu cônjuge, foi alvo de denúncia por parte do Ministério Público Federal pela prática de sonegação fiscal em comum com seu esposo, também advogado. O MPF, por meio do Ofício 120/2011 (fls. 2) dirigido ao Delegado da Receita Federal do Brasil em Lages, encaminhou solicitação para a realização de procedimento fiscal, que veio acompanhada dos documentos que instruíram o Inquérito Policial (fls. 3 a 132). A análise de tais documentos evidencia que um dos clientes da impugnante em ação de reconhecimento de aposentadoria, representou ao MPF o fato de ter sido lesado pela advogada e seu esposo. Relatou que seus representantes exigiramlhe o pagamento de 50% do valor total recebido na ação e que, ao final, recebeu valor maior do que seu representado, considerando também os honorários da sucumbência. Foi instaurado inquérito e a investigação recaiu sobre os artigos 1º e 2º, da Lei nº 8.137/90 (Crimes contra a Ordem Tributária) e artigos 168 e 171 do Código Penal. Ficou evidenciado, também, que a fiscalizada, ao tomar conhecimento da investigação, apresentou a DIRPF retificadora incluindo nos rendimentos recebidos de pessoa física o valor de R$ 96.261,71, que foi o valor pago por seu cliente a título de honorários contratuais, sendo este o único rendimento de pessoa física declarado pela fiscalizada nos anoscalendário de 2007 a 2010. O inquérito policial também evidencia que a advogada, juntamente com seu cônjuge, recebeu os honorários em dinheiro, evitando o trânsito por contacorrente, sem o fornecimento de qualquer recibo ou comprovante. Tendo em vista o indício de omissão de rendimentos apontado pelo Ministério Público, a investigação fiscal iniciouse com o intuito de apurar os fatos relacionados aos rendimentos oriundos de sua profissão, para averiguação quanto à tributação. Foi constatado pela autoridade fiscal que a fiscalizada e seu cônjuge declararam valores incompatíveis com as quantidades de ações previdenciárias em que atuam como patronos. Cerca de 1500 ações de acordo com o site do TRF 4ª Região, segundo a autoridade fiscal. Foi apurado também pela fiscalização que todas as ações referiamse ao reconhecimento pela Justiça Federal de aposentadorias não acatadas administrativamente pelo INSS. A concessão do benefício de aposentaria pela Justiça Federal gerou o pagamento de valores atrasados, que é a parte da aposentadoria devida ao segurado autor da causa referente a período anterior ao provimento judicial. O Termo de Início de Fiscalização (fls 133) levou ao conhecimento da contribuinte que a fiscalização abrangeria os Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 20 anos de 2007 e 2008 e, posteriormente, ampliação para os anos de 2009 e 2010 (fls. 140). Foi emitido regularmente o Mandado de Procedimento Fiscal no. 09.2.05.002010002393, referindo se ao Imposto de Renda Pessoa Física dos exercícios de 2008, 2009, 2010 e 2011. Junto ao Termo de Início de Fiscalização (fls. 133) e Termo de Intimação (fls. 140), foi encaminhado à contribuinte planilhas (fls. 141/144), contendo a relação das ações ajuizadas perante a justiça federal em face do INSS em que figurou, juntamente com seu esposo, como patronos. A planilha foi elaborada com a indicação do numero da ação, número da ação de requisição e do beneficiário da ação judicial. A contribuinte foi instada a informar os valores correspondentes aos honorários recebidos em cada ação bem como juntar os contratos de prestação de serviço. Foi emitido novo Termo de Intimação (no. 002/2011 – fls. 154), através do qual a autoridade solicita a apresentação de Livro Caixa e dos documentos relacionados. Em seguida, por meio do Termo de Intimação no. 004/2012 foi solicitada a relação de bens e direitos possuídos pela fiscalizada no período de 2007 a 2012. Os termos de Reintimação Fiscal 002/2012 e 003/12 foram emitidos com a reiteração da solicitação para apresentação de informações sobre os honorários recebidos nas ações na planilha elaborada inicialmente e apresentação de Livro Caixa. Diante da dificuldade em obter esclarecimentos da contribuinte por meio dos 4 termos de intimação emitidos, a autoridade fiscal diligencia no sentido de intimar todos os beneficiários dos precatórios, clientes da contribuinte nas causas previdenciárias. [...] Em face da ausência de qualquer esclarecimento solicitado nas quatro primeiras intimações, autoridade fiscal estendeu suas investigações na busca de informações junto aos beneficiários e clientes da contribuinte em relação aos honorários por eles pagos. Foram emitidos os Termos de Intimação nºs 005 e 006, que acompanharam planilhas, agora com a inserção do valor constante dos respectivos precatórios e o valor que teria sido pago a título de honorários advocatícios, na proporção de 50% do valor dos precatórios. Tal planilha foi elaborada com base nas informações colhidas junto aos clientes, que trouxeram aos autos documentos e depoimentos de que pagaram aos advogados o valor correspondente a 50% do montante obtida nas ações judiciais. Foi solicitado à contribuinte, neste momento, que se manifestasse quanto à exatidão dos valores levantados. Informa a autoridade fiscal naquele termo que: Considerando que o fiscalizado, anteriormente intimado e reintimado, não se manifestou sobre os honorários advocatício, considerando que a totalidade dos contratos previa o mínimo de 50% de honorários. Considerando que nas ações de revisão de Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.242 21 contratos citados o fiscalizado afirma que cobra 50% de honorários, não coube a esta fiscalização outra presunção. Em resposta aos termos de Intimação nºs 5 e 6 (fls. 188/189), a contribuinte manifestase pela primeira vez no autos (fls. 188/189), dizendo que a fiscalização concluiu erroneamente que ocorreu o pagamento de valor correspondente a 50% dos valores atrasados obtidos judicialmente a título de honorários. Diz que, em muitos casos, os contratantes não efetuaram o pagamento de honorários, em outros, houve o pagamento parcial e em outros houve renegociação do contrato. Diz, ainda, que, na justiça, em alguns processos de ação de revisão de contratos, foram prolatadas sentenças anulando os contratos ou arbitrando com base no mínimo da Tabela da OAB. Aduz que diante da incompreensível forma de cálculo adotada pelos auditores refuta totalmente o cálculo, solicitando a fundamentação que embasou os cálculos de honorários advocatícios listados. Finaliza por requerer a disponibilização completa dos autos e de todos os documentos nele existentes que embasaram os valores apresentados, a fim de que os princípios do contraditório e ampla defesa não restassem feridos. Limitandose a solicitar cópia dos documentos do processo, não apresenta, contudo, qualquer dado concreto relacionado às ações das quais evidentemente participou, trazendo argumentos em contrário à fiscalização. Manifestouse, em síntese, por desconhecer informações e valores relacionados às ações judiciais que patrocinou. . A contribuinte, insisto, limitase a refutar o percentual de 50% incidente sobre os honorários, mas não traz qualquer elemento concreto em relação ao recebimento de honorários, pretendendo apenas desqualificar o trabalho fiscal que colheu, nos documentos e depoimentos, informações bastantes sobre as cifras que recebeu a contribuinte em função dos serviços advocatícios prestados nas ações previdenciárias. [...] A autoridade fiscal descreve no Termo de Verificação Fiscal que, com base nos elementos colhidos nas Diligências junto aos clientes, utilizouse de três formas de apuração dos honorários recebidos de pessoa física, cujos valores foram omitidos: [...] Como visto, durante o procedimento fiscal, a contribuinte não trouxe qualquer explicação referente às ações e precatórios listados pela fiscalização. A autoridade fiscal, ao longo de 6 Termos de Intimação, solicitou que documentos, como contratos de honorários e livro caixa, fossem apresentados a fim de apurar os valores recebidos pela prestação de serviços de advocacia exercidos nas ações em que listou. Repiso também que, ante a não apresentação de qualquer elemento concreto, foram emitidos Mandados de Procedimento Fiscal de Diligência, com o objetivo de buscar, junto aos Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 22 representados da fiscalizada e de seu cônjuge, informações referente aos honorários contratuais. Quanto ao ônus da prova na relação jurídicotributária, registrese que este incumbe a quem alega o direito. Assim, à autoridade fiscal compete investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência ou não do fato tributário, observando os princípios do devido processo legal e da verdade material. Ao sujeito passivo, por sua vez, cabe apresentar prova em contrário, por meio dos elementos que demonstrem a efetividade do direito alegado, bem como hábeis para afastar a imputação da irregularidade apontada. A legislação autoriza os Auditores Fiscais da Receita Federal a requisitarem informações de interesse tributário, conforme estabelecem os arts. 844, 927 e 928, entre outros, do Decreto nº 3.000, de 26/03/1999, Regulamento do Imposto de Renda RIR/99. A Autoridade Fiscal, com base em regular emissão de Mandados de Procedimento Fiscal de Diligência – MPFD, cumpriu seu papel na busca da comprovação efetiva da omissão de rendimentos por ser dele o ônus da prova nestas situações. A contribuinte aduz que a autoridade fiscal teria cometido, quando das diligências, excessos na obtenção de informações requeridas a seus clientes, constrangendoos, levandoos a insegurança, induzindoos a possível erro e fazendolhes pensar que perderiam os os benefícios obtidos pelas ações em que tiveram êxito. Pelos elementos disponíveis nos autos, não se verifica, contudo, nenhuma manifestação de constrangimento ou desconforto por parte das pessoas que prestaram informações à fiscalização. Ao revés, a grande maioria dos diligenciados prestaram depoimentos de que pagaram aos advogados o valor correspondente à 50% dos recursos obtidos nas ações. Deve ainda ser frisado que as informações requeridas ficaram restritas às relações de interesse da Administração Tributária ocorridas entre o interessado e seus clientes e isto ficou absolutamente claro nas Intimações. Foi também por meio das Diligências que a fiscalização logrou colher vasto e concreto conjunto probatório, consistentes em documentos e depoimentos dos autores das causas patrocinadas pela impugnante. Para o presente caso, insisto, a investigação estendeuse à busca de informações junto aos beneficiários dos clientes da contribuinte em relação aos honorários por eles pagos, em decorrência da resposta destituída de elementos concretos dada pela fiscalizada. A contribuinte limitase a refutar o percentual de 50% incidente sobre os honorários, mas não traz qualquer elemento concreto em relação ao recebimento de honorários, pretendendo desqualificar o trabalho fiscal. Da Omissão Apurada com Base nos Documentos Coletados Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.243 23 Os documentos levantados nas diligências foram depósitos, transferências bancárias, recibos e contratos de prestação de serviços advocatícios. Os documentos deram suporte ao levantamento elaborado na planilha de fls. fls. 1042/1044. Este levantamento apurou um valor de honorários advocatícios total de R$ 7.968.156,13, sendo que o valor correspondente ao 50% atribuído à contribuinte foi de R$ 3.176.487,74. A materialidade está, pois rigorosamente comprovada. Friso que, em relação aos documentos apresentados, a contribuinte limitase apenas a contestar a validade dos contratos. Defende que sua existência não comprova que houve pagamento, implicando numa presunção. A impugnante conhecendo os documentos apresentados por seus clientes, não produziu prova em contrário, tendo apresentado somente sua própria afirmação para contrapor o conteúdo dos contratos, o que não é suficiente para descaracterizar o conjunto probatório construído pela fiscalização. Da Omissão Apurada com base nos Depoimentos Coletados Os depoimentos coletados deram suporte à elaboração da planilha de fls. 1045, com a apuração de um valor total omitido total de R$ 1.707.485,18, sendo R$ 783.198,03 atribuídos à contribuinte. Esclarece a autoridade fiscal que os diligenciados que não possuíam documentos comprobatórios do pagamento dos honorários, em sua maioria por não lhes terem sido fornecidos recibos, prestaram depoimentos sobre os valores e procedimentos da fiscalizada e/ou de seu cônjuge quando do recebimento dos atrasados. Diz a autoridade fiscal que todos os depoentes afirmam, categoricamente, que pagaram aos advogados o valor correspondente a 50% da geração dos atrasados obtidos na ação judicial. [...] Aduz a contribuinte, por sua vez, que os depoimentos não podem ser aceitos no processo. Defende que a preferência pela prova documental deve ser absoluta, tendo em vista que a prova testemunhal é tida como parcial, incerta e passível de vícios. Defende também que os depoimentos não tem o condão de comprovar o efetivo ingresso de renda de todos os valores apontados. O processo administrativo aceita todos os meios legais e os moralmente legítimos de provas, aplicandoselhe o previsto no art. 332, do CPC: [...] Evidentemente, os depoimentos constantes destes autos encaixamse perfeitamente como fontes legítimas de pesquisa e obtenção de provas. Juntamente com a análise dos documentos apresentados, perfazem um conjunto rico e exaustivo de Fl. 1254DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 24 investigação dos fatos relacionados ao recebimento de honorários. Portanto, as provas testemunhais obtidas são legais e legítimas. Assim é que dos vários depoimentos confirmouse que a impugnante, juntamente com seu esposo, cobrava de seus clientes o percentual de 50% do valor dos precatórios a título de honorários advocatícios. A impugnante, mais uma vez, conhecendo tais depoimentos, não produziu prova em contrário, tendo apresentado somente sua própria afirmação para contrapor tais afirmações, o que, repisese, também não é suficiente para descaracterizar o conjunto probatório construído pela fiscalização. Portanto, não vislumbramos, nesse particular, nenhum reparo a fazer no trabalho da autoridade fiscalizadora. Citando, ainda, os art 196 do CTN e art. 35 do Decreto 70.235/70, ressalta que a doutrina é específica e taxativa quanto à obrigatoriedade de lavratura do auto de infração no local do estabelecimento fiscalizado, considerandose ineficaz e inválida a peça básica do procedimento administrativo fiscal. Diz, ainda, que a lavratura fora do estabelecimento fiscalizado quebra a segurança jurídica e a própria seriedade nas relações que devem existir entre fisco e contribuinte. Impõese elucidar que o art. 10 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF) estatui que ele deve ser lavrado no local de verificação da falta, que, no caso da pessoa física, ocorre, via de regra, na repartição pública. No caso em apreço, foram necessárias, ainda, diligências a fim de se apurar corretamente a infração. O local da verificação significa que o Auto de Infração deve ser lavrado no âmbito de jurisdição da Unidade autuante, e não no endereço do contribuinte. Este entendimento é homologado pelo Conselho de Contribuintes mediante o Acórdão a seguir transcrito, ainda que se refira a estabelecimento de empresa, mas, pela sua clareza, é perfeitamente aplicado ao caso concreto: [...] Muito bem, a contribuinte reside na cidade de Lages, domicílio que está contido na área de jurisdição da Delegacia autuante. Dessa forma, não há qualquer incorreção no procedimento da fiscalização, que efetuou a lavratura do Auto de Infração nas dependências da Unidade da RFB, de jurisdição sobre o domicílio fiscal do contribuinte, corroborado por diligências efetuadas junto a terceiros. Da Omissão Apurada com Base na Aferição a Partir da Documentação do Procedimento Descreve a autoridade fiscal que não teve acesso a todos os representados, clientes da impugnante, pois alguns possuíam endereços de difícil acesso, tais como áreas rurais, e outros não atenderam às intimações. Informa, ainda, que, para estes casos, os valores dos honorários foram aferidos em 50% do valor dos precatórios, tomandose por base toda a documentação juntada ao procedimentos fiscal, como as sentenças da Justiça Federal Fl. 1255DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.244 25 em ações de revisão de contrato de honorários, depoimentos prestados, contratos de prestação de serviços, representação encaminhada pelo Ministério Público, Inquérito policial e respostas da fiscalizada. A respeito, eis o que disse a Autoridade Fiscal: [...] Foi elaborada, por conseguinte, a planilha “Honorários Aferição” de fls. 1046/1049. Esta planilha aponta uma omissão de rendimentos no total de 4.481.889,24, sendo atribuído à contribuinte o valor de R$ 2.240.944,62. Defende a contribuinte que o auditor baseou o lançamento em presunção por meio de declarações sob as quais não guardam nenhuma segurança jurídica e que em momento algum ficou comprovado neste procedimento o efetivo ingresso de renda de todos os valores apontados. Aduz, ainda, que os valores foram baseados apenas em uma modalidade de contrato por meio dos quais se presumiu que foram recebidos valores correspondentes à metade dos rendimentos obtidos nas ações judiciais, sem a devida comprovação individualizada em todos os casos. Pelo conjunto probatório colhido e pela contextualização evidenciada no Termo de Verificação Fiscal, a autoridade fiscal conseguiu demonstrar não obstante a total falta de informações do contribuinte ter efetivamente ocorrido um “esquema” para fraudar o fisco, que consistiu no recebimento de honorários advocatícios sem emissão de comprovantes e sem a circulação de valores em contas bancárias. Foi relatado pelos diligenciados que os valores eram sacados diretamente no banco e entregue aos advogados ou sua secretária. Além de indícios, foram carreadas provas concretas do procedimento da autuada, do percentual cobrado pelos serviços advocatícios e dos valores envolvidos no esquema. Assim, considero suficientes para provar o liame da contribuinte com o recebimento do valor correspondente ao percentual de 50% dos precatórios obtidos. Não se pode olvidar que o Auto de Infração deve está devidamente instruído com provas que demonstrem infração à legislação tributária. Essa regra de direito está contida no art. 9º da chamada Lei do PAF – Processo Administrativo Fiscal, Decreto 70.235/72, litteris: [...] Nesse ponto, cabe novamente enfatizar que o processo administrativo aceita todos os meios legais e os moralmente legítimos de provas, aplicandoselhe o previsto no art. 332, do CPC: [...] Evidentemente, elementos extraídos de um inquérito policial, careados com depoimentos, sentenças, contratos, além dos Fl. 1256DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 26 depoimentos pessoais de vários contribuintes obtidos pela autoridade fiscal, têm, em conjunto, o condão de estabelecer um padrão de comportamento da fiscalizada em omitir rendimentos no percentual apurado. Tudo o que foi careado aos autos encaixase como fonte legítima de pesquisa e obtenção de provas, especialmente quando composto de documentos produzidos por autoridades policial, judicial e fiscal. Tudo isso perfaz um conjunto rico e exaustivo de investigação dos fatos relacionados à omissão dos rendimentos recebidos a título de honorários nas ações patrocinadas pela fiscalizada. Assim, pela robustes probatória é pela falta da apresentação de qualquer elemento concreto a descaracterizar a apuração da fiscalização, resta configurada a omissão no montante apurado pela fiscalização. Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR AS PRELIMINARES e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso para cancelar a multa isolada no percentual de 50%. (Assinado digitalmente) Relatora Alice Grecchi Voto Vencedor Peço vênia à insigne relatora para discordar unicamente de seu posicionamento em relação à imposição de multa isolada por falta de recolhimento do IRPF calculado na forma do art. 8º da Lei 7713, de 1988 (carnêleão), que entendo deva ser mantida. A imposição da multa isolada tem previsão expressa no art. 44, II, da Lei 9430, de 1996, com a redação dada pelo art. 14 da Lei 11.488, de 2007: Art. 14. O art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformandose as alíneas a, b e c do § 2º nos incisos I, II e III: "Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8º da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; Lei 7713, de 1988: Art. 8º Fica sujeito ao pagamento do imposto de renda, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei, a Fl. 1257DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13984.720304/201254 Acórdão n.º 2301004.500 S2C3T1 Fl. 1.245 27 pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exterior, rendimentos e ganhos de capital que não tenham sido tributados na fonte, no País. § 1º O disposto neste artigo se aplica, também, aos emolumentos e custas dos serventuários da justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros, quando não forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos. § 2º O imposto de que trata este artigo deverá ser pago até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente ao da percepção dos rendimentos. Verificase que o art. 14 da Lei 11.288, de 2007, é explícito ao prever a incidência da multa “de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal”, nos casos de falta de pagamento do carnêleão (art. 8º da Lei 7713, de 1988). Nesse mesmo sentido a jurisprudência deste Carf: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2007, 2008 Ementa: IRRF. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. A falta de retenção/recolhimento do IRRF após o prazo fixado enseja a aplicação da multa do inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2009, 2010 IRRF. FALTA DE RETENÇÃO/RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. A falta de retenção/recolhimento do IRRF enseja a aplicação da multa do inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/1996. (acórdão: 2201002.442, Relator: Eduardo Tadeu Farah) Assim, voto pela manutenção do lançamento relativo à multa isolada por falta de recolhimento do IRPF calculado na forma do art. 8º da Lei 7713, de 1988 (carnêleão). (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Redator designado para o acórdão Fl. 1258DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10240.000964/2005-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: SIMPLES NACIONAL
Exercício: 2002
EFEITOS DA EXCLUSÃO. RETROATIVIDADE.
Os efeitos da exclusão do SIMPLES operam-se a partir do mês subsequente ao que ocorrida a situação excludente, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996.
Numero da decisão: 1101-000.982
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
PROVIMENTO ao recurso voluntário.
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR
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RETROATIVIDADE. Os efeitos da exclusão do SIMPLES operamse a partir do mês subsequente ao que ocorrida a situação excludente, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente), José Ricardo da Silva (vicepresidente), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Mônica Sionara Schpallir Callijuri e Nara Cristina Takeda Taga. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 09 64 /2 00 5- 00 Fl. 141DF CARF MF Impresso em 02/12/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 2 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado após a exclusão do contribuinte do SIMPLES, em que se exige multa por atraso na entrega de DCTF referente ao período em que não faria jus ao SIMPLES, mas nele estava inscrito. O contribuinte alterou seu contrato social em 01/11/2001, passando a desempenhar atividade de produção de filmes e fitas de vídeo, exceto estúdios cinematográficos. Empresas desse ramo são expressamente vedadas a optar pelo SIMPLES. Mesmo atuando em atividade vedada, o contribuinte optou pelo SIMPLES em 01/01/2002, nele permanecendo até agosto de 2003, quando foi excluída pelo ADE DRF/PV0 n. 451.900. Apresentou em outubro de 2003 as DCTFs referentes ao anocalendário de 2002, tendo sido reputado atraso no cumprimento dessa obrigação acessória, na medida em que o ADE consignou que os efeitos da exclusão se operariam desde a opção indevida do contribuinte ao SIMPLES, porque a ele nunca fizera jus. Em impugnação, o contribuinte alega, em síntese, que os efeitos da exclusão do SIMPLES só podem ter eficácia sobre os fatos posteriores à notificação do Ato Declaratório de Exclusão. A DRJ julgou improcedente a impugnação, arguindo que não houve retroatividade da lei, porquanto o ADE apenas ratificara a exclusão do contribuinte do SIMPLES. Os efeitos da exclusão operarseiam ab ovo, porque a situação excludente haveria se consubstanciado antes mesmo da opção do contribuinte ao regime do SIMPLES. Conclusão baseado na letra do art. 24, II, da IN/SRF n. 250/2003, que estabelece: Art. 24. A exclusão do Simples nas condições de que tratam os arts. 22 e 23 surtirá efeito: I a partir do anocalendário subseqüente, na hipótese de que trata o inciso I do art. 22; II a partir do mês subseqüente àquele em que incorrida a situação excludente, nas hipóteses de que tratam os incisos III a XVIII do art. 20; (grifamos) Em seu Recurso Voluntário, novamente alega que os efeitos da exclusão do SIMPLES só podem incidir sobre os fatos posteriores ao Ato Declaratório de Exclusão; não alcançando, portanto, as situações jurídicas perfeitamente ocorridas antes da exclusão. Como, durante o período em que o contribuinte era optante do SIMPLES, ele não estaria obrigado a apresentar DCTF, a cominação de multa por descumprimento de uma obrigação acessória a que não estava submetido, viola o princípio da irretroatividade tributária. Viola, outrossim, o disposto no art. 15, II, da lei n. 9.317/96, que estabelece que os efeitos da exclusão do SIMPLES se dariam a partir do mês subsequente ao da exclusão. Reproduzo o dispositivo: Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: (...) Fl. 142DF CARF MF Impresso em 02/12/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 10240.000964/200500 Acórdão n.º 1101000.982 S1C1T1 Fl. 3 3 II – a partir do mês subsequente àquele em que se proceder à exclusão, ainda que de ofício, em virtude de constatação de situação excludente prevista nos incisos III a XVIII do art. 9º Alega ainda ser ilegal a exigência constante do art. 33, § 2º, do Decreto n. 70.235/72, que condiciona a apresentação de recurso administrativo ao depósito de 30% do valor da cobrança. O processo foi distribuído à 3ª Seção de Julgamento que apreciou o feito de 22 de maio de 2009, decidindo por converter o julgamento em diligência, porque, ante a falta de data na folha do Recurso que comprovasse sua tempestividade, duvidosa era a tempestividade do Recurso. A autoridade preparadora esclareceu que houve opção do contribuinte de encaminhar o documento via postal, tendo sido utilizada a data da postagem como termo para aferição da tempestividade. Restando carcaterizada a tempestividade, voltou o Recurso a este Conselho para ser apreciado. E foi a este relator distribuído. É o relatório. Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Primeiramente, cabe destacar que se tornou inócua a alegação de ilegalidade do art. 33, § 2º, do Decreto n. 70.235/72, conquanto foi declara sua inconstitucionalidade em sede de controle concentrado de constitucionalidade. Dessa maneira, terão seguimento todos os recursos voluntários que preencherem os requisitos legais, independentemente de depósito. Necessário destacar que a controvérsia diz respeito à multa por falta de entrega das DCTF, em função da exclusão do Recorrente SIMPLES, sob a hipótese de ter realizado a atividade expressamente vedada à opção do regime simplificado. O que veio a este colegiado para ser apreciado foram os efeitos da exclusão do SIMPLES. A este respeito, cabenos investigar qual era a norma vigente à época dos fatos, porque a ela se subsumem os fatos narrados, porque esta é um discussão eminentemente de direito temporal. Por oportuno, entendo pertinente lembrar que é incontroverso o fato de a situação excludente terse efetuado dois meses antes da opção do contribuinte ao regime simplificado. A contribuinte fez opção pelo Simples Federal em 01/01/2002, incidiu na hipótese tratada no art. 9º, inciso XIII da Lei nº 9.317/96 desde sua constituição em 01/01/2002 e a exclusão foi promovida em agosto de 2003. Assim, os efeitos da exclusão verificamse a partir de 01/01/2002, mormente tendo em conta que esta determinação foi incluída na Lei nº 9.317/96 pela Medida Provisória nº 2.15835/ 2001, restabelecendo sua redação original Fl. 143DF CARF MF Impresso em 02/12/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 4 alterada pela Lei nº 9.732/98, a qual postergou os efeitos da exclusão para o momento que ela fosse promovida: Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: [...] II a partir do mês subseqüente ao em que incorrida a situação excludente, nas hipóteses de que tratam os incisos III a XVIII do art. 9º; II a partir do mês subseqüente àquele em que se proceder à exclusão, ainda que de ofício, em virtude de constatação de situação excludente prevista nos incisos III a XVIII do art. 9o; (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.1998) II a partir do mês subseqüente ao que incorrida a situação excludente, nas hipóteses de que tratam os incisos III a XIX do art. 9º; .(Redação dada pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) (Revogado pela Lei nº 11.196, de 2005) Como a situação excludente é anterior à opção, constatase que a contribiunte jamais fizera jus ao regime especial do SIMPLES, de maneira que os efeitos de sua exclusão devem remontarse à data de sua pretensão de inclusão ao regime. Diante de todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Fl. 144DF CARF MF Impresso em 02/12/2013 por JOSE ANTONIO DA SILVA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 19/11/2013 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 15868.720129/2013-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009
CRÉDITO PRESUMIDO.AGROINDÚSTRIA. LEI N. 10.925/04.
O crédito do presumido de que trata o artigo 8o, da Lei n. 10.925/04 corresponderá a 60% ou a 35% daquele a que se refere o artigo 2o, da Lei n.10.833/03 em função da natureza do produto a que a agroindústria dá saída e não da origem do insumo que aplica para obtê-lo. Inteligência do artigo 33, da Lei n. 12.865/2013 que acrescentou o §10o ao art. 8o da Lei n. 10.925/2004.
Numero da decisão: 3201-001.956
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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LEI N. 10.925/04. O crédito do presumido de que trata o artigo 8o, da Lei n. 10.925/04 corresponderá a 60% ou a 35% daquele a que se refere o artigo 2o, da Lei n.10.833/03 em função da natureza do “produto” a que a agroindústria dá saída e não da origem do insumo que aplica para obtêlo. Inteligência do artigo 33, da Lei n. 12.865/2013 que acrescentou o §10o ao art. 8o da Lei n. 10.925/2004. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza– Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mercia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 86 8. 72 01 29 /2 01 3- 38 Fl. 7796DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Relatório Referese o presente processo a pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, da Lei n° 9.363 de 1996, pelo sistema alternativo previsto na Lei n° 10.276/2001. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: O sujeito passivo supracitado, na qualidade de sucessora de Bertin S/A, foi autuado por falta de recolhimento da contribuição para o PIS e a Cofins, no mês de outubro de 2009, bem como a glosa de créditos constituídos indevidamente nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2009. Resultou num crédito tributário de PIS no valor de R$ 3.724.269,20 (principal, multa e juros de mora) e glosa de créditos de R$ 4.579.057,43 (outubro), de R$ 540.942,77 (novembro) e de R$ 659.393,54 (dezembro), conforme Auto de Infração de fls.7.536/7.544, e de Cofins no valor de R$ 17.240.678,52 (principal, multa e juros de mora) e glosa de créditos de R$ 21.191.416,01 (outubro), de R$ 2.515.578,55 (novembro) e de R$ 3.058.902,63 (dezembro), conforme Auto de Infração de fls.7.545/7.555, ambos cientificados em 12/09/2013 (A . R. de fl.7.556). No Termo de Verificação de Infração Fiscal, de fls.7.494/7.529, componente dos Autos de Infração, nos é informado como foi iniciado o procedimento fiscal, a fiscalização propriamente dita, com os meios/instrumentos utilizados para sua realização (intimações, reintimações, diligências e conferência e validação/apuração da fidedignidade dedocumentos e valores), e os resultados da atividade fiscal, fundamentados na legislação e nos dados obtidos, sobre o pleito de ressarcimento dos meses de outubro, novembro e dezembro de 2009, além de apreciação da responsabilidade da sucessora pela multa aplicada a empresa incorporada por ato praticado antes da sucessão e informações sobre o mandado de segurança nº 000380565.2011.4.03.6107. Sobre como foi iniciado o procedimento fiscal, o Termo de Verificação de Infração Fiscal nos informa que: “dando cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal n° 08.1.90.002011034024 (Regional), que determinou a realização dos procedimentos necessários para o exame dos dados, valores e demais informações constantes de pedidos de ressarcimento de créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins e declarações de compensação, consubstanciados em diversos processos administrativos em nome da empresa Bertin S/A CNPJ n° 09.112.489/000168, que foi incorporada pela JBS S/A, CNPJ n° 02.916.265/000160, bem assim, a análise dos aspectos legais e formais dos referidos pedidos de ressarcimento.. Logo de início, registramos que houve autorização da autoridade competente para a realização de novo exame em relação às contribuições e períodos objeto do presente procedimento fiscal... Fl. 7797DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 94 3 Apesar da existência de autorização para realização de novo exame, devemos registrar que o procedimento fiscal anterior, objeto do MPFF n° 08.1.90.002010036007, abrangeu os períodos de apuração de outubro de 2007 a dezembro de 2008. Portanto, para os períodos de apuração de janeiro a dezembro de 2009 não houve exame anterior. ... Também devemos registrar que antes do início deste procedimento fiscal de fiscalização já havia procedimento fiscal de diligência em andamento (MPF n° 08.1.02.00.2011005382), que deu suporte a diversas intimações e reintimações encaminhadas ao sujeito passivo para que apresentasse os arquivos digitais dos registros fiscais de 2007 e 2008.” Nos procedimentos realizados pela Fiscalização e das análises efetuadas, o Termo de Verificação de Infração Fiscal, conforme trechos deste, nos informa que: “ Esta fiscalização optou por realizar as verificações por período de apuração trimestral começando pelo mais antigo. Os procedimentos e as análises a seguir delitos referemse aos pedidos de ressarcimento/declarações de compensação do 4° t mestre de 2009 (PIS/Pasep e Cofins). ... Em 08/04/2013 iniciamos os trabalhos relacionados ao 4o trimestre de 2009, ocasião em que intimamos o sujeito passivo para que, no prazo de vinte dias, apresentasse diversos elementos e informações para que pudéssemos realizar as verificações determinadas. .... ... Como já dissemos anteriormente, o sujeito passivo, apesar de intimado e reintimado, não apresentou nenhuma planilha ou qualquer outro documento equivalente contendo a memória de cálculo demonstrativa da forma de apuração dos valores das aquisições de bens e serviços utilizados como insumos, de gado bovino de pessoas físicas, bem como das devoluções de vendas, por ele considerados e informados nos Dacons, para a apuração dos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. Também não apresentou os arguivos digitais complementares do PIS/Cofins. Constatouse ainda que em 10/10/2007 houve cisão parcial do sujeito passivo Bracol Holding Ltda., sendo que parte dos bens foi transferida para a empresa Bertin S/A de CNPJ n° 09.112.489/000168. Posteriormente, em 31/12/2009, a Bertin S/A foi incorporada pela JBS S/A de CNPJ n° 02.916.265/000160, conforme ata de reratificação da ata da assembléia, realizada em 10/10/2007. Diante do exposto no penúltimo parágrafo, só restou uma alternativa para esta fiscalização. Qual seja? Fazer a apuração Fl. 7798DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 dos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins com base nos arquivos digitais dos registros fiscais que foram apresentados pelo próprio sujeito passivo e na Escrituração Fiscal Digital EFD constante do Sped (Fiscal e Contábil). Para isso, inicialmente, elaboramos as planilhas 1, 2 e 3, que foram encaminhadas ao sujeito passivo juntamente com o Termo de Constatação e de Intimação Fiscal, de 08/04/2013, para conhecimento, conferência e manifestação, inclusive sobre as notas explicativas constantes no final das referidas planilhas. Nas planilhas 1 a 3 foram discriminadas diversas operações que, em princípio, dão direito ao crédito de PIS/Pasep e Cofins. A seguir descrevemos sobre o conteúdo de tais planilhas. As planilhas 1, 2 e 3 (uma para cada mês do 4o trimestre de 2009) foram elaboradas com base nos arquivos digitais dos registros fiscais apresentados pelo próprio sujeito passivo e na Escrituração Fiscal Digital EFD constante do Sped (Fiscal) e nelas estão discriminadas todas as operações que, em princípio, dão direito ao crédito da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. O sujeito passivo atendendo à intimação desta fiscalização respondeu que não era possível avaliar os dados constantes das referidas planilhas. Juntamente com o Termo de Constatação e de Intimação Fiscal, de 08/04/2013, também foram encaminhadas ao sujeito passivo as planilhas 5, 6 e 7, para conhecimento, conferência e manifestação. Em tais planilhas foram discriminadas todas as aquisições de gado bovino de fornecedores pessoas físicas nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2009, respectivamente. Na resposta escrita datada de 29/04/2013 o sujeito passivo informou que nelas NÃO identificou incorreções. Ressaltese que desde o início do procedimento fiscal o sujeito passivo foi intimado e reintimado por mais de uma vez para que apresentasse a memória de cálculo da apuração dos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem como diversas outras informações e esclarecimentos, e não o fez. O único elemento que apresentou, passível de utilização pela fiscalização para a apuração da base de cálculo dos créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins foram os arquivos digitais dos registros fiscais e contábeis. Pois bem, as planilhas 1, 2 e 3 foram elaboradas pela fiscalização com base nesses arquivos digitais apresentados pelo próprio sujeito passivo, bem como na Escrituração Fiscal Digital EFD constante do Sped fiscal. Diante disso, concluise que o sujeito passivo não tem interesse em apresentar os demais elementos exigidos pela fiscalização. Portanto, a apuração dos créditos será feita por esta fiscalização partindose da análise detalhada dos dados constantes das planilhas 1, 2, 3, 5, 6 e 7. Os procedimentos adotados por esta fiscalização para a referida apuração serão detalhados mais adiante. Fl. 7799DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 95 5 ....... Por que o sujeito passivo, apesar de insistentemente intimado e reintimado, não quer detalhar a forma de apuração dos valores informados nas linhas 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 10, 12 e 13 das fichas 06A e 16A e linhas 01 e 02 das fichas 06B e 16B dos Dacons? Não quer detalhar porque ou constituiu créditos sobre valores que não estão descritos no artigo 3° da Lei n° 10.637 de 2002 e da Lei n° 10.833 de 2003. ou porque fez a apuração dos créditos de maneira incorreta, ou porque não tem os documentos comprobatórios dos valores informados como base de cálculo para apuração dos créditos. Vejamos como o sujeito passivo se contradiz. Respondeu que não era possível avaliar os dados constantes das planilhas 1, 2 e 3 elaboradas pela fiscalização e a ele encaminhadas para conferência e manifestação, nem elaborar Dacons retificadores com valores corretos. No entanto, respondeu à intimação desta fiscalização por meio da resposta datada de 29/04/2013, onde informou a linha e ficha do Dacon onde foram informadas parte das aquisições que listamos na "planilha 4". Também respondeu que não identificou incorreções nas planilhas 5, 6 e 7. Observese que todas as informações constantes nas planilhas 5, 6 e 7 também constam nas planilhas 1, 2 e 3. ..... Importante aqui deixarmos registrado o que foi constatado em 17/08/2011 quando realizamos diligência no estabelecimento da JBS S/A localizado no Parque Industrial, s/n° em Lins (SP), o que fazemos no parágrafo seguinte. Em 17/08/2011 estivemos no estabelecimento da JBS S/A localizado no Parque Industrial, s/n° em Lins (SP), ocasião em que vistoriamos as instalações onde se localizam os arquivos de documentos da empresa Bertin S/A. Durante tal vistoria, fotografamos diversas caixas e instalações do arquivo e constatamos que além de documentos da Bertin S/A, lá existem documentos da Bracol Holding Ltda. de diversos períodos. Tudo foi registrado no Termo de Diligência Fiscal, de 17/08/2011. Cópia daquele termo, bem como de três fotos de caixas que contêm documentos relativos à apuração de PIS/COFINS em nome da Bracol Holding Ltda. e da Bertin S/A consubstanciarão o processo administrativo digital n° 15868.720129/201338 e também serão entregues ao sujeito passivo juntamente com o presente termo e autos de infração do PIS/Pasep e da Cofins. ....... Mais uma vez fica demonstrado como o sujeito passivo se contradiz. Na resposta datada de 29/04/2013 informou que não identificou incorreções em planilha elaborada pela fiscalização. Fl. 7800DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 Posteriormente, apresentou resposta datada de 24/06/2013, onde apontou diversas incorreções existentes em planilha que continha os mesmos dados constantes da planilha anterior. Nas alíneas seguintes discriminamos as demais planilhas, que foram elaboradas pela fiscalização: a) Planilha 8 (Discriminação das aquisições não consideradas pela fiscalização para apuração de créditos bens e serviços utilizados como insumos adquiridos de pessoas físicas Outubro a Dezembro de 2009); b) Planilha 9 (Discriminação das aquisições não consideradas pela fiscalização bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas e bens para revenda Outubro a Dezembro de 2009); c) Planilha 10 (Devoluções de vendas Outubro a Dezembro de 2009); d) Planilha 11 (Serviços utilizados como insumos Outubro a Dezembro de 2009); e) Planilha 12 (Aquisições para revenda Outubro a Dezembro de 2009); f) Planilha 13 (Insumos que dão direito ao crédito presumido agroindústria, aquisições de pessoas jurídicas e físicas em outubro de 2009); g) Planilha 14 (Insumos que dão direito ao crédito presumido agroindústria, aquisições de pessoas jurídicas e físicas em novembro de 2009); h)Planilha 15 (Insumos que dão direito ao crédito presumido agroindústria, aquisições de pessoas jurídicas e físicas em dezembro de 2009); i) Planilha 16 (Despesas de energia elétrica Outubro a Dezembro de 2009); j) Planilha 17 (Despesas de armazenagem e fretes na operação de venda Outubro a Dezembro de 2009); k) Planilha 18 (Importações para industrialização Outubro a Dezembro de 2009); I) Planilha 19 (Demonstrativo de redução das importações para industrialização Outubro a Dezembro de 2009); m) Planilha 20 (Importações para revenda Outubro a Dezembro de 2009); n) Planilha 21 (Resumo dos valores das aquisições de bens e serviços, bens para revenda, valores não considerados, devoluções de vendas e base de cálculo do crédito presumido da agroindústria apurados pela fiscalização Outubro de 2009); o) Planilha 22 (Resumo dos valores das aquisições de bens e serviços, bens para revenda, valores não considerados, Fl. 7801DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 96 7 devoluções de vendas e base de cálculo do crédito presumido da agroindústria apurados pela fiscalização Novembro de 2009); e p) Planilha 23 (Resumo dos valores das aquisições de bens e serviços, bens para revenda, valores não considerados, devoluções de vendas e base de cálculo do crédito presumido da agroindústria apurados pela fiscalização Dezembro de 2009). .... Todas as dezesseis planilhas acima mencionadas (8 a 23), bem como a "planilha 1 CORRIGIDA" e a "planilha 5 CORRIGIDA", que foram alteradas, estão contidas em um CDR, que foi validado e autenticado pelo programa "SVA Sistema de Validação e Autenticação de Arquivos Digitais" e está sendo entregue ao sujeito passivo juntamente com este termo e com os autos de infração (PIS/Pasep e Cofins). Tal CDR possui como código de identificação geral dos arquivos (ou chave de identificação digital) a sequência de n° a877856fc90797b5a4af5b49350d84b8. ... Após a apuração da base de cálculo dos créditos a descontar, bem como dos créditos presumidos atividades agroindustriais na forma acima consignada, utilizamos o próprio programa disponibilizado pala Receita Federal do Brasil e elaboramos os Dacons completos (de outubro a dezembro de 2009) para demonstrar o total de créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins que o sujeito passivo tem direito, bem pomo os demais valores que devem constar em todas as demais fichas dos Dacons. Todas as fichas dos Dacons elaborados por esta fiscalização acompanham os autos de infração (PIS/Pasep e Cofins) e também foram juntadas por cópia ao processo administrativo digital n° 15868.720129/201338.” As planilhas acima citadas no Termo de Verificação de Infração Fiscal constam das fls.190/3.893 e das fls.4.077/7.392 do presente processo administrativo. Por sua vez, na conclusão do Termo de Verificação de Infração Fiscal conta que: “Realizados os procedimentos fiscais, na forma acima consignada, concluímos que o sujeito passivo não possui os créditos calculados sobre os valores que foram por ele informados nas fichas 06A, 16A, 6B e 16B dos Dacons de outubro a dezembro de 2009, pelas inúmeras razões já expostas anteriormente. Consequentemente, fizemos a apuração dos créditos a que tem direito com base nos arquivos digitais dos registros fiscais apresentados pelo próprio sujeito passivo e na Escrituração Fiscal Digital constante do Sped (Fiscal e Contábil), que foram demonstrados nas planilhas já mencionadas e nos Dacons completos elaborados por esta fiscalização. Fl. 7802DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 8 ... Também em decorrência do crédito glosado acima demonstrado lançaremos de ofício: Os valores da contribuição para o PIS/Pasep constantes das linhas 01 e 02 da ficha 15B do Dacon de outubro de 2009 que foi elaborado por esta fiscalização, considerandose o desconto dos créditos apurados pela fiscalização, cujos valores estão acima demonstrados. O valor da contribuição para o PIS/Pasep a pagar, que será exigido de ofício, está indicado na linha 29 da ficha 15B do Dacon de outubro de 2009 (R$ 1.771.774,12), elaborado pela fiscalização; e, Os valores da Cofins constantes das linhas 01 e 02 da ficha 25B do Dacon de outubro de 2009 que foi elaborado por esta fiscalização, considerandose o desconto dos créditos apurados pela fiscalização, cujos valores estão acima demonstrados. O valor da Cofins a pagar, que será exigido de ofício, está indicado na linha 29 da ficha 25B do Dacon de outubro de 2009 (R$ 8.202.035,45), elaborado pela fiscalização. Para formalizar a exigência lavraremos dois autos de infração, um referente ao PIS/Pasep para o valor mencionado na alínea "a" retro e outro referente à Cofins para o valor mencionado na alínea "b" retro. Estes dois autos de infração consubstanciarão o processo administrativo digital n° 15868.720129/201338.” Ainda consta no Termo de Verificação de Infração Fiscal mais dois itens/tópicos. O primeiro trata das razões de fato e de direito que levaram a Fiscalização a atribuir a responsabilidade da sucessora pela multa aplicada à empresa incorporada por ato praticado antes da sucessão. O segundo trata de informações sobre o mandado de segurança nº 000380565.2011.4.03.6107, nas quais consta que o mesmo não está relacionado com a exigência tributária ora formalizada e que a decisão judicial ressalva ao FISCO a sua autoridade de constituir os créditos tributários porventura existentes, inclusive com base na pretensa solidariedade, mas sem poder inscrevêlos em dívida ativa e tampouco executálos até o desfecho do processo na esfera administrativa, não havendo desrespeito à decisão judicial por parte dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil responsáveis pelo presente processo administrativo. A legislação infringida consta das fls.7538/7543 (PIS) e das fls.7547/7552 (Cofins), compondo os Autos de Infração. Irresignado, o sujeito passivo apresenta contestação, de fls.7560/7595. Nesta, após um breve resumo da exigência fiscal, começa a contestála. Fl. 7803DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 97 9 Inicia a contestação com preliminares de nulidade e ilegitimidade passiva e depois contesta o mérito da exigência fiscal. Inicia as preliminares com a alegação de nulidade dos Autos de Infração em razão da ilegitimidade ativa da Autoridade Fiscal da Delegacia da Receita Federal de Araçatuba SP para lavrá los. Como tanto o sujeito passivo como a empresa Bertin S/A tem sede na cidade de São Paulo – SP, qualquer atividade fiscal deveria ser efetuada pela pelo órgão fiscal com jurisdição sobre esta cidade (Delegacia da Receita Federal do Brasil da Administração Tributária em São Paulo DERAT/ SP), não pela Autoridade Fiscal da Fiscal da Delegacia da Receita Federal de Araçatuba – SP. A autorização para fiscalização contida no Termo de Infração Fiscal que instruiu o lançamento somente teria autorizado o reexame de período já transferência de competência para uma DRF que tem outra jurisdição. Outrossim, o §4º do art.6º da Portaria RFB nº 3.014/2011 prescreve que os procedimentos de fiscalização a serem realizados em outra jurisdição, na jurisdição de outra unidade descentralizada, subordinada à mesma região fiscal, serão autorizados pelo respectivo Superintendente, não havendo possibilidade de exceção. Por isso, Como o Superintendente somente emitiu autorização para o reexame dos períodos, o Chefe da Divisão de Fiscalização não poderia emitir o MPF para a DRF que tem outra jurisdição, acarretando a ilegitimidade da Autoridade da Fiscal da Delegacia da Receita Federal de Araçatuba – SP em lavrar os Autos de Infração. Ademais, o Mandado de Procedimento Fiscal foi emitido pelo Chefe da Divisão de Fiscalização, nos termos do art.6º, inciso III, §3°, I, da Portaria RFB nº 3.014/2011, mas cuja delegação de competência para tal ato teria ocorrido em através da Portaria de Delegação de Competência nº 36, de 08/07/2004, na égide da Portaria nº 3.007/2001. Então, tal Portaria de Delegação deveria ser feita na vigência da Portaria RFB n° 3.014/2011, mostrandose nula a emissão do MPF que ensejou a presente autuação. Ainda cita que não foi aprovada Súmula no CARF que dizia que irregularidade no MPF não acarretava nulidade do lançamento. Continuando sua alegação preliminar, apresenta a argumentação de cerceamento de defesa unidade da RFB que promoveu a fiscalização e lavrou a autuação dista aproximadamente 600 quilômetros da impugnante, dificultando a impugnante exercer plenamente seu direito de defesa, de modo a infringir o art.5º, inciso LV da Constituição e acarretar a nulidade do lançamento. Fl. 7804DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 10 Posteriormente, alega ilegitimidade passiva da contribuinte (BERTIN S/A) e da, conseqüente, responsabilização por sucessão para o impugnante. Alega que a responsabilidade deveria ser pessoal e exclusiva dos administradores da empresa (BERTIN S/A) na época dos fatos, nos termos do art.135, inciso III do Código Tributário Nacional, por terem agido com infração à lei e ao estatuto social da companhia, conforme doutrina e jurisprudência. Por isso, os administradores da contribuinte, citados nos autos pela impugnante, é que deveria seriam ser lançados, excluindo a contribuinte (BERTIN S/A) e a conseqüente responsabilização por sucessão para a impugnante. Ainda preliminarmente, a impugnante alega que há nulidade em razão do descumprimento do "múnus" atribuído à autoridade fiscal, que deveria exaustivamente obter informações perante os administradores da Bertin S/A à época dos fatos, em busca da efetivação do princípio da verdade material, nos termos da doutrina e acórdão do CARF, inclusive diligência para intimação dos citados administradores, cujo rol é apresentado nos autos, a fim de que prestem esclarecimentos e apresentem documentos necessários à composição dos créditos requeridos, sob pena de se solicitar a apuração de eventual crime de prevaricação. Neste ponto estaria outra nulidade do julgamento de primeira instância, que seria o indeferimento da realização da diligência solicitada, conforme abordará em item de contestação posterior. No mérito, o impugnante alega que a glosa dos créditos realizados é incorreta, fazendo jus a todos os créditos solicitados e acarretando o cancelamento do lançamentos dos Autos de Infração. Inicia a defesa de mérito argumentando a empresa Bertin S/A (incorporada pela impugnante) adquiriu estabelecimentos da empresa Bertin Ltda ( cuja denominação teve alterações posteriores), sendo que a maior parte dos crédito glosado é de insumos adquiridos por tais estabelecimentos. Logo, por motivos burocráticos ou jurídicos, pode ser que grande parte dos documentos de aquisições da Bertin S/A estejam em nome da empresa Bertin Ltda. Todavia, em respeito ao princípio da verdade material, independente de quem as notas fiscais de aquisição foram emitidas, tais aquisições eram insumos para a adquirente, passíveis de crédito nos moldes das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003, e, por não serem analisados, reforça a presunção de liquidez e certeza dos créditos apurados pela empresa Bertin S/A (incorporada pela impugnante), pois estes foram regularmente escriturados e utilizados em seu processo produtivo. Continuando no mérito, ataca as glosas sobre créditos presumidos calculados pela sistemática do art.8º da Lei nº 10.925/2004, pois teriam sido calculados em função do produto adquirido e não do fabricado. O impugnante entende que a interpretação correta da citada norma legal é que o percentual do crédito presumido deve levar em conta o produto produzido Fl. 7805DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 98 11 pelo contribuinte e não as mercadorias adquiridas para realizar a produção, conforme doutrina e jurisprudência do CARF. Então, o impugnante alega que teria direito ao crédito presumido, à ordem de 60% (sessenta por cento) sob as aquisições de gado, nos moldes do artigo 8° da Lei 10.925/2004. Além disso, o percentual de 60% sobre as mercadorias que constituemse em insumo deve ser aplicado porque na cadeia produtiva da indústria frigorífica justifica a fruição do crédito presumido em maior patamar, a fim de equilibrar as relações comerciais, em comparação com outros ramos da economia, em razão dos elevados custos para o cumprimento das inúmeras exigências sanitárias e com o próprio abate do animal, , de forma que a nota fiscal de entrada não é aquela de aquisição do produto, mas sim a que considera todo os gastos com obtenção da carne, que seria a nota fiscal de operação. Ainda solicita diligência, em razão do princípio da verdade material, para apreciar o direito ao crédito presumido pleiteado. Por sua vez, em relação às glosas de créditos de bens para revenda, de bens utilizados como insumos de serviços utilizados como insumos, de despesas de energia elétrica e energia térmica, de despesas de armazenagem e fretes na operação de venda e de devolução de vendas sujeitas à alíquota de 1,65% e 7,6%, constaria, conforme Termo de Verificação de Infração, que foram elaboradas planilhas, extraídas dos arquivos digitais apresentados pelo sujeito passivo, que foram analisadas e fundamentaram a elaboração de outras planilhas com os valores considerados e os valores não considerados para a apuração dos créditos a descontar. Entretanto, no citado Termo de Verificação de Infração não haveria qualquer justificativa para as referidas glosas, pois os “valores não considerados” como créditos são justificados apenas por meio de meras planilhas, devendo ser reconhecidos estes créditos como válidos por falta de justificação para as glosas. Prosseguindo sua defesa, o impugnante, caso não sejam aceitas suas anteriores alegações preliminares de nulidade e de mérito, alega a necessidade de diligência pela DRF de São Paulo – SP para a análise dos documentos fiscais da sucedida (Bertin S/A) intimandose, ainda, a empresa Bracol Holding Ltda. e seus dirigentes, a fim de apresentarem documentos relativos ao período da autuação, reabrindose toda a discussão sobre o mérito da autuação. Fundamenta a alegação acima na suposta existência da incompetência dos Auditores da Receita Federal do Brasil da DRF em Araçatuba – SP, por ilegitimidade ativa, conforme já argumentado em preliminar de nulidade anteriormente alegada. Do mesmo modo, argumenta a imparcialidade dos Auditores da Receita Federal do Brasil da DRF em Araçatuba – SP, pois não teriam cumprido a decisão judicial no mandado de segurança n° 000380565.2011.4.03.6107 de forma integral, que caracterizaria, Fl. 7806DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 12 segundo o impugnante, em ato de improbidade administrativa, e não teriam intimado os administradores da empresa Bertin S/A na época dos fatos geradores, que ensejaria, segundo o impugnante, apuração de crime de eventual crime de prevaricação. No final deste tópico de defesa, o impugnante alega que restaria caracterizada, portando, a nulidade da decisão da DRJ Ribeirão Preto, pelo indeferimento do pedido de diligência (sic). Em outro tópico da defesa de mérito, alega da impossibilidade do impugnante, na qualidade de sucessor, responder pela multa e juros moratórios, pois nos moldes do artigo 132, do CTN, somente há responsabilidade por eventuais "tributos", ou, ainda resta indevida a responsabilidade pela multa e juros em razão do auto de infração ter sido lavrado em data posterior à incorporação, conforme doutrina e jurisprudência apresentada. Destaca que a JBS S/A não era controlada pela "Família Bertin", o que por si comprova que não eram (BERTIN S/A e JBS S/A) empresas do mesmo grupo, tampouco tinham controle comum, sendo que o fato da "Família Bertin" possuir participação indireta na impugnante, não é suficiente para atrair a responsabilidade desta pela multa e os juros, até porque estas deveriam ser proporcional a cada participante da sociedade. Por fim, requer que, durante todo o curso do presente feito, todas as publicações e intimações sejam realizadas em nome de Fábio Augusto Chilo, OAB/SP 221.616, com escritório profissional sito à Avenida Marginal Direita do Tietê, 500, Vila Jaguará, São Paulo/SP, CEP 05118100, inclusive para se fazer presente no julgamento e realizar sustentação oral A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade, em decisão assim ementada: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 PRELIMINARES DE NULIDADE AUTOS DE INFRAÇÃO PREENCHENDO OS REQUISITOS LEGAIS INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA IMPROCEDÊNCIA Não ocorre a nulidade, seja por falta de requisitos legais da exigência fiscal ou por cerceamento de defesa, do Auto de Infração que contém todos os requisitos legais exigidos pela legislação e quando o sujeito passivo se pronunciou sobre o assunto em litígio, abrangendo as questões de mérito, de forma a demonstrar o conhecimento dos fatos apontados. ILEGITIMIDADE ATIVA INOCORRÊNCIA. Inocorre a ilegitimidade ativa quando a Autoridade Fiscal que lavra o Auto de Infração preenche os requisitos legais. ILEGITIMIDADE DO SUJEITO PASSIVO SUCESSOR/INCORPORADOR IMPUTAÇÃO A OUTREM FALTA DE COMPROVAÇÃO IMPROCEDÊNCIA. Fl. 7807DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 99 13 O sujeito passivo incorporador/sucessor é responsável pelo crédito tributário da sucedida/incorporada, conforme prescreve a Lei das Sociedades Anônimas e o Código Tributário Nacional, sendo que a ilegitimidade deste, através de imputação à outrem, embora responsabilidade não possa ser transferida, mas sim compartilhada de forma subsidiária/solidária, deve ser cabalmente comprovada, sob pena de indeferimento. ALEGAÇÃO FALTA DE COMPROVAÇÃO. A comprovação da alegação é ônus do contribuinte, nos termos do art.333 do Código de Processo Civil, sendo incabível a transferência da responsabilidade ao Fisco. DILIGÊNCIA LIVRE CONVICÇÃO DA AUTORIDADE JULGADORA INDEFERIMENTO. A Autoridade Julgadora determina, seja de ofício ou a pedido, a realização de diligência, de acordo com sua livre convicção fundamentada, indeferindo as desnecessárias ou impraticáveis. SUSTENTAÇÃO ORAL E INTIMAÇÃO PARA SE FAZER/ACOMPANHAR O JULGAMENTO ADMINISTRATIVO NO ÂMBITO DA DRJ CONTRARIEDADE À LEGISLAÇÃO FALTA DE PREVISÃO LEGAL INDEFERIMENTO. A solicitação de intimação pessoal do advogado de todos os atos do processo administrativo, e não somente do sujeito passivo, inclusive de sustentação oral e intimação para se fazer/acompanhar o julgamento administrativo no âmbito da DRJ (órgão julgador de 1ª instância administrativa), devem ser indeferida por contrariedade ou falta de previsão legal destes em relação à legislação que rege o processo administrativo fiscal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 CRÉDITO PRESUMIDO PRODUTO DE ORIGEM VEGETAL E ANIMAIS VIVOS. Os produtos de origem vegetal e animais vivos adquiridos pela contribuinte têm a aplicação do percentual de 35% para definição do crédito presumido, nos termos da legislação. CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA CONCESSÃO SEGUNDO PREVISÃO E REGULAMENTAÇÃO. Os créditos da contribuição não cumulativa devem ser concedidos e negados nos termos da previsão legal e regulamentação normativa sobre o assunto. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 Fl. 7808DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 14 CRÉDITO PRESUMIDO PRODUTO DE ORIGEM VEGETAL E ANIMAIS VIVOS. Os produtos de origem vegetal e animais vivos adquiridos pela contribuinte têm a aplicação do percentual de 35% para definição do crédito presumido, nos termos da legislação. CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA CONCESSÃO SEGUNDO PREVISÃO E REGULAMENTAÇÃO. Os créditos da contribuição não cumulativa devem ser concedidos e negados nos termos da previsão legal e regulamentação normativa sobre o assunto. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 MULTA DE OFÍCIO JUROS DE MORA RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR/INCORPORADOR. A multa de ofício e os juros de mora integram o crédito tributário, sendo responsabilidade do sucessor/incorporador. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Na decisão ora recorrida entendeuse, em síntese, que: i. Sobre a Nulidade do Mandado de Procedimento Fiscal e a consequente ilegitimidade ativa da Autoridade Fiscal (DRF Araçatuba) para lavrar os Autos de Infração. O art. 6º da Lei nº 10.593, de 2002 (com redação dada pelo art. 9º da Lei nº 11.457, 2007) c/c com o art. 7o do Decreto n. 70.235/72, que define que a constituição do crédito tributário mediante lançamento, determinam que este é de atribuição privativa dos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Portanto, a norma permite que o procedimento fiscal seja formalizado por servidor competente de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo, sendo que a formalização da exigência previne a jurisdição e prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer, como corroborado pela Súmula 27 do CARF. ii. Sobre o Cerceamento do direito de defesa em razão da Delegacia Fiscal que promoveu a fiscalização e autuação estar localizada há aproximadamente 600 quilômetros de distância da sede da impugnante. O art. 59 do Decreto 70.235/1972 determina que somente são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, bem assim os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A distância entre o sujeito passivo e a DRF de fiscalização/autuação não gera cerceamento de defesa e os Autos de Infração obedeceram o disposto normativo (art.10 do Decreto 70.235/1972 e art.142 do CTN) , tendo sido o sujeito passivo cientificado de todos os Fl. 7809DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 100 15 documentos e facultado o acesso aos autos para realizar sua defesa, conforme analisado acima, de forma que apresentou defesa preliminar e de mérito no prazo legal, demonstrando o conhecimento dos fatos que levaram a lavratura dos autos. iii. Sobre a ilegitimidade passiva da contribuinte (BERTIN S/A) e da, consequente, responsabilização por sucessão para a impugnante, pois a responsabilidade deveria ser pessoal e exclusiva dos administradores da empresa (BERTIN S/A) na época dos fatos, nos termos do art.135, inciso III do Código Tributário Nacional. Não consta dos autos a responsabilização dos administradores do contribuinte (BERTIN S/A), conforme lista apresentada pelo impugnante, mas sim do impugnante ( JBS S/A) na qualidade de sucessor do contribuinte. Logo, trata de um assunto que não consta dos Autos de Infração de PIS e Cofins. iv. Sobre a nulidade em razão do descumprimento do "múnus" atribuído à autoridade fiscal, que deveria exaustivamente obter informações perante os administradores da Bertin S/A à época dos fatos, em busca da efetivação do princípio da verdade material Considerandose a incorporação do sujeito passivo (JBS S/A) do contribuinte (BERTIN S/A), a incorporadora responde pelos direitos e deveres da incorporada/sucedida, conforme preceitua o art.227 da Lei 6404/1964. Portanto, coube aos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil proceder a intimação do sujeito passivo (JBS S/A) para poder fiscalizar a contribuinte (BERTIN S/A), já que este estava com a contabilidade e documentação da sucedida/incorporada. MÉRITO i. Sobre a presunção de liquidez e certeza dos créditos apurados pela empresa Bertin S/A (incorporada pela impugnante), pois estes foram regularmente escriturados e utilizados em seu processo produtivo Caberia ao sujeito passivo a apresentação de todos os dados solicitados pela fiscalização para fins de verificação da fidedignidade dos valores de créditos e de débitos do PIS e da Cofins auditados no período. Entretanto, o sujeito passivo, mesmo tendo sido intimado e reintimado várias vezes, não conseguiu comprovar a fidedignidade de seus valores de créditos e de débitos do PIS e da Cofins auditados no período, seja porque constituiu créditos sobre valores que não estão descritos no artigo 3° da Lei n° 10.637 de 2002 e da Lei n° 10.833 de 2003 ou porque fez a apuração dos créditos de maneira incorreta, ou porque não tem os documentos comprobatórios dos valores informados como base de cálculo para apuração dos créditos. ii. Sobre os créditos presumidos calculados pela sistemática do art.8º da Lei nº 10.925/2004 Fl. 7810DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 16 O cálculo do crédito presumido pela sistemática do art.8º ,§3º da Lei nº 10.925/2004, é determinado em função do produto adquirido e não do fabricado, nos termos do art. 8o, §1°, inciso I , da IN SRF n° 660/2006, do Parecer PGFN/CAT n° 1.712/2012, e da jurisprudência administrativa. Ademais, afirma que as autoridade fiscais obtiveram os valores dos animais adquiridos dos registros e documentação obtidos junto ao sujeito passivo e procederam ao cálculo do crédito presumido nos termos da legislação, conforme Termo de Verificação de Infração Fiscal, nas fls.7511/7513, e das planilhas de fls.5151/5278, 6017/6360. Querer que os valores considerados não sejam as notas fiscais de aquisição dos animais, como determina a legislação, mas em outras notas fiscais de operação, não tem fundamento nas normas que regem o crédito presumido. O sujeito passivo não demonstra onde estariam os erros de apuração dos valores de crédito presumido, nem faz nenhum comparativo. Apenas traz duas notas fiscais,( fl.7646, que seria uma nota fiscal de entrada, e outra de fl.7652, que seria a nota fiscal de operação), que não comprovam o alegado, sendo impossível estabelecer que uma das notas se refere a outra. Portanto, devese indeferir de realização de diligência solicita, pois a interpretação da legislação não é correta e não há provas de sua necessidade para a solução do litígio. iii. Sobre os créditos de insumos/gastos glosados As glosas de créditos de bens para revenda, de bens utilizados como insumos de serviços utilizados como insumos, de despesas de energia elétrica e energia térmica, de despesas de armazenagem e fretes na operação de venda e de devolução de vendas sujeitas à alíquota de 1,65% e 7,6%, constaria das planilhas, extraídas dos arquivos digitais apresentados pelo sujeito passivo, que foram analisadas e fundamentaram a elaboração de outras planilhas com os valores considerados e os valores não considerados para a apuração dos créditos a descontar. No Termo de Verificação de Infração Fiscal, de fls.7.494/7.529, consta as razões de fato e direito dos valores de créditos concedidos e glosados, cujos valores são detalhados nas planilhas de fls.190/3.893 e das fls.4.077/7.392, sendo que estas também trazem informações sobre os valores glosados. Sequer o impugnante apresentou documentação contábil/fiscal para contestar as glosas efetuadas e analisadas neste tópico, muito menos apontou onde haveria erro nestas, valendose de alegação vazia e sem conteúdo. iv. Necessidade de diligência Considerandose que o processo administrativo fiscal é informado pelo princípio da concentração das provas na contestação, a pretensão fazendária e/ou as alegações pertinentes à defesa devem ser oferecidas pelo sujeito passivo na impugnação. Nesse sentido, as determinações do Decreto 70.235/1972, art.15, caput e parágrafos, que foram reproduzidos no art. 57 do Decreto nº 7.574, de 29/09/2011. A distribuição do ônus da prova possui ainda certas características quando se trata de lançamentos tributários decorrentes de glosa de créditos de PIS/Cofins no regime da não cumulatividade, pois neste regime mantêmse a premissa de que compete à autoridade Fl. 7811DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 101 17 fiscal comprovar a ausência de recolhimentos em relação matéria tributável daquelas contribuições, qual seja a receita bruta do contribuinte. No que se refere aos créditos, todavia, verificase que eles se encontram na esfera do dever probatório dos contribuintes/sujeito passivo, aquele que pleiteia um direito tem o dever de provar os fatos que geram este direito. Sendo os créditos deste regime tributário um benefício que permite ao contribuinte diminuir o valor do tributo a ser recolhido, cumpre ao contribuinte/sujeito passivo que quer usufruir deste benefício o ônus de provar que possui este direito. O direito aos créditos da nãocumulatividade exige que o contribuinte comprove a existência dos fatos que geram este direito, exigindose a apresentação de documentos comprobatórios da existência do direito creditório, ou seja, documentos que atestem, de forma inequívoca, a origem e a natureza do crédito. Caso o contribuinte/sujeito passivo não comprove possuir este direito, seus créditos devem ser cancelados, sendo exigida a contribuição devida que estava acobertada por estes créditos. O sujeito passivo, Conforme consta do Termo de Verificação de Infração Fiscal, de fls.7.494/7.529, mesmo tendo sido intimado e reintimado várias vezes, não conseguiu comprovar a fidedignidade de seus valores de créditos e de débitos do PIS e da Cofins auditados no período, seja porque constituiu créditos sobre valores que não estão descritos no artigo 3° da Lei n° 10.637 de 2002 e da Lei n° 10.833 de 2003 ou porque fez a apuração dos créditos de maneira incorreta, ou porque não tem os documentos comprobatórios dos valores informados como base de cálculo para apuração dos créditos. v.Exclusão responsabilidade da multa e dos juros de mora Os sucessores responsáveis pelo crédito tributário em sua integralidade, incluídos multa de ofício e juros, mesmo porque o art. 132 do CTN excluiu a responsabilidade por eventuais penalidades, mas sim destacou a obrigatoriedade dos sucessores responderem também pelo tributos devidos pelas sucedidas, constituídos antes ou após a sucessão. vi. Solicitação para que as publicações e intimações sejam realizadas em nome do advogado constituído, inclusive para se fazer presente no julgamento e realizar sustentação oral. As publicações e intimações devem ser dirigidas ao domicílio fiscal do sujeito passivo, conforme determina a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN), no art. 127, que dispõe sobre a existência do domicílio tributário, e o art. 23 do Decreto nº 70.235, de 1972, havendo, portanto, previsão legal para o endereçamento dos atos processuais. Assim, feita a eleição pelo sujeito passivo, não é possível a admissão de domicílio especial para o processo administrativo fiscal. No mesmo sentido, indeferiuse o pedido de sustentação oral na sessão de julgamento e a intimação para se fazer/acompanhar o julgamento administrativo no âmbito da DRJ (1ª instância administrativa), pois não há previsão legal no Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal. Fl. 7812DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 18 Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da impugnação, apenas em relação ao percentual de apuração dos créditos presumidos calculados pela sistemática da Lei 10.925/04. Em síntese, afirma a Recorrente que a única interpretação possível para este parágrafo seria justamente em consonância com o que determina o caput do artigo 8o, caso contrário estarseia garantindo o direito sobre a aquisição de insumos independente da mercadoria que será produzida, gerando não só um novo direito ao crédito presumido, mas também um direito genérico para toda e qualquer mercadoria Assim, não haveria como prosperar a manutenção da decisão no que concerne a este aspecto, já que se demonstraria ser incoerente, além de prejudicial ao próprio Fisco, já que haveria grande quantidade de contribuintes requerendo o tal direito ao crédito presumido genérico. Sob outro viés, em atendimento ao princípio da eventualidade, ainda que se entenda que o crédito presumido em questão tenha a alíquotas determinadas, em relação aos bens adquiridos, a Recorrente também faz jus ao crédito de 60%, posto que adquire carne. Discorre longamente sobre o seu processo produtivo, comparandoo à indústria automotiva e a de sabão, para concluir que : "a)A emissão da Nota Fiscal com valor fixo por animal se dá, exclusivamente, para amparar o transporte do animal até o frigorífico. b)A permanência do animal "vivo" nas dependências do frigorífico se presta para o cumprimento de questões sanitárias e de garantia de qualidade. c)Há efetiva aquisição de carne, onde é somado o peso das carcaças dianteiras e traseiras, devidamente discriminadas no romaneio de abate e nota fiscal da operação. d)A ínfima quantidade de créditos existentes na cadeia produtiva da indústria frigorífica justifica a fruição do crédito presumido em maior patamar, a fim de equilibrar as relações comerciais. e) O eventual aproveitamento de material descartado no processo de abate se justifica em razão dos elevados custos para o cumprimento das inúmeras exigências sanitárias e com o próprio abate do animal. Por fim, aponta para a edição da Lei n° 12.865/13 e em seu artigo 33 acrescentou o §10 ao art. 8o da Lei n° 10.925/2004, passando a constar a seguinte redação: §10. Para efeito de interpretação do inciso I do § 3o. o direito ao crédito na alíquota de 60% (sessenta por cento) abrange todos os insumos utilizados nos produtos ali referidos." (NR)" Referido dispositivo teria sido incluído de maneira interpretativa, ou seja, aplicase ao benefício em tela desde a sua instituição de maneira retroativa nos moldes do art. 106, I, do Código Tributário Nacional. Fez sustentação oral, pela Recorrente, a advogada Carolina Hamaguchi, OAB/SP nº 195705. Fl. 7813DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 102 19 É o relatório. Voto Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche as condições de admissibilidade, pelo que dele tomo conhecimento. Tal como relatado, o recurso voluntário circunscrevese ao percentual de apuração dos créditos presumidos calculados pela sistemática da Lei 10.925/04, conforme acusação do Termo de Verificação de Infração Fiscal. Prescreve o dispositivo que fundamenta o direito aos créditos, com a redação à época: Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) [...] § 3o O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: (Vide Medida Provisória nº 582, de 2012) (Vide Medida Provisória nº 609, de 2013) (Vide Lei nº 12.839, de 2013) I 60% (sessenta por cento) daquela prevista no art. 2o das Leis ns. 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4, 16, e nos códigos 15.01 a 15.06, 1516.10, e as misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18; e II 50% (cinqüenta por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de Fl. 7814DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 20 dezembro de 2003, para a soja e seus derivados classificados nos Capítulos 12, 15 e 23, todos da TIPI; e (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (Revogado pela Lei nº 12.865, de 2013) III 35% (trinta e cinco por cento) daquela prevista no art. 2º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os demais produtos. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) Da leitura dos dispositivos, temse que o crédito presumido para a agroindústria ser calculado sobre o valor dos insumos adquiridos pela agroindústria, nos percentuais de 60%, nas hipóteses do inciso I, de 50%, nas hipóteses do inciso II ou, de 35%, nas hipóteses do inciso III, previstos no artigo 3o das Leis ns. 10.637/2002 e 10.833/2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. Assim, os produtos de origem animal, do inciso I conferem crédito presumido de 0,99% e 4.56%; os de origem vegetal proporcionam créditos menores, com alíquotas equivalentes a 0,5775% e 2,66%. A controvérsia reside no critério de determinação o percentual se determinado pela natureza das aquisições ou insumos, ou pelo tipo de produto a que dá saída o seu beneficiário. Aplicandose o raciocínio ao caso concreto, se o percentual for definido pelas aquisições, apenas aquelas de origem animal, elencadas no inciso I, dariam crédito de 60% para a Recorrente, posição esta exposta na decisão recorrida. Por outro lado, caso seja definido o percentual pelo tipo de produto a que dá saída, quaisquer insumos, nos moldes da não cumulatividade do PIS e da Cofins, dariamlhe direito ao crédito. No recurso voluntário, a Recorrente argumenta que a leitura sistemática do art.8o da Lei n. 10.925 e seus parágrafos, leva ao único entendimento possível, de que o critério de definição dos percentuais de crédito é a natureza dos produtos a que dá saída, produtos de origem animal, por conseguinte, fazendo jus ao percentual de 60%. Pensar de forma contrária, acabaria por estender o benefício dos créditos presumidos a quaisquer insumos, indiscriminadamente, em detrimento da natureza do benefício. Considerandose que a matéria prima da indústria frigorífica é, fundamentalmente, "apensas carcaças de carne", justificarseia um percentual maior à título de crédito presumido para manter o equilíbrio das relações comerciais. Alega, ademais, que após a edição da Lei n° 12.865/13 que em seu artigo 33 acrescentou o §10o ao art. 8o da Lei n° 10.925/2004, a controvérsia estaria dirimida, posto que o dispositivo prescreve que: §10. Para efeito de interpretação do inciso I do § 3o. o direito ao crédito na alíquota de 60% (sessenta por cento) abrange todos os insumos utilizados nos produtos ali referidos." (NR)" Referido teria sido incluído de maneira interpretativa, ou seja, aplicase ao benefício em tela desde a sua instituição de maneira retroativa nos moldes do art. 106, I, do Código Tributário Nacional. No Termo de Verificação Fiscal, quando abordado o tópico do crédito presumido, afirmase que: Fl. 7815DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 103 21 Em relação à apuração do crédito presumido referente ao mês de outubro de 2009, é importante destacarmos que a "mercadoria adquirida" é o animal vivo. Isto é o que consta nas inúmeras notas fiscais apresentadas pelo sujeito passivo, que foram digitalizadas e juntadas no processo administrativo digital n° 15868.720129/201338. Em todas elas constam "bois para abate", "novilhos precoces para abate" ou "vacas para abate" como sendo produto adquirido. Também na DIPJ 2009 o sujeito passivo declarou na "Ficha 24 Entradas de Insumos/Mercadorias" aquisições de bovinos. A título de exemplo vejamos o que o sujeito passivo declarou na ficha 24 da DIPJ 2009 para alguns de seus estabelecimentos: [...] O percentual de apuração da alíquota aplicável sobre os créditos, prevista no art. 8o, §3°, da Lei n° 10.925, de 2004, é determinado em função do produto adquirido e não do fabricado. De acordo com a legislação vigente para o período de apuração do mês de outubro de 2009 o percentual corresponde a 35%. Os 'bovinos vivos' constituem insumos utilizados na produção de mercadorias destinadas à alimentação humana ou animal, classificadas no capítulo 2 da NCM(Nomenclatura Comum do Mercosul), que corresponde ao capítulo 2 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). Segundo as disposições contidas no art. 8o, §1°, inciso I, da IN SRF n° 660/2006, que regulamentou os art. 8o, 9o e 15 da Lei n° 10.925/04, o comando legal é claro, não deixando margens à dúvida: o percentual de 60% (1,65% x 60%= 0,99% PIS, por exemplo) é aplicável, somente, nos casos de aquisições de insumos de origem animal, classificados nos Capítulos 2 a 4 e 16; nos códigos 15.01 a 15.06 e 1516.10 da NCM; e das misturas ou preparações de gorduras ou de óleos animais dos códigos 15.17 e 15.18 da NCM. Quanto à aquisição de outros insumos (como por exemplo, de 'bovino vivo', classificado no capítulo 1 da NCM, posição 01.02), aplicase sobre o valor dos seus custos de aquisição, o percentual de 0,5775% para o PIS/Pasep e 2,66% para a Cofins (isto é, 35% das alíquotas básicas). Observese que, por ser de 2006, a mencionada instrução normativa não traz a alíquota prevista no inciso II, § 3o, do art. 8o da Lei n° 10.925, de 2004 (50% das alíquotas básicas para a soja e derivados), que só foi incluída pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007. Porém, o conteúdo dispositivo da mesma é claro e suficiente para estabelecer que as alíquotas são fixadas em razão da natureza dos insumos adquiridos. Não poderia, aliás, ser de outra forma: o objetivo de tal crédito presumido é desonerar o PIS/Pasep e a Cofins, incidentes sobre os insumos empregados pelos produtores agropecuários na sua Fl. 7816DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 22 produção; assim, o legislador estabeleceu, de forma geral, a presunção de que na produção pecuária haja uma carga maior de incidência que na produção agrícola. Fixar as alíquotas, de acordo com a atividade da agroindústria, ou seja, de acordo com a natureza do produto industrializado, fugiria ao objetivo de desoneração do crédito presumido em questão, pois a atividade de seus filiados não guarda qualquer relação com a carga de contribuições incidentes sobre os insumos adquiridos. Dito de outra forma, tornase descabido que um mesmo insumo possibilite creditamento por alíquotas distintas, se adquirido por esta ou por aquela agroindústria. No caso em tela, vale a pena frisar, os bovinos vivos são classificados no capítulo 1 da NCM, mais precisamente na posição 01.02. Sendo assim, o crédito presumido deve ser calculado com base no inciso III, § 3o, do art. 8o da Lei n° 10.925, de 2004 (e não, no inciso I do parágrafo 3o desse dispositivo) e na forma estabelecida no art. 8o, caput e § 1o, inciso II, da IN SRF n° 660, de 2006. Ou seja, o crédito presumido da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins de outubro de 2009 deve ser calculado mediante a aplicação, sobre o valor de aquisição dos insumos, do percentual de 0,5775% (35% da alíquota de 1,65%) e de 2,66% (35% da alíquota de 7,6%), respectivamente. Sobre o assunto a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN, no Parecer PGFN/CAT/n° 1.712/2012, concluiu que os percentuais de creditamento utilizados na determinação do montante de crédito presumido de que cuida o § 3o do art. 8o da Lei n° 10.925, de 2004, depende do produto adquirido pela pessoa jurídica para ser utilizado como insumo na elaboração dos produtos listados no caput do mencionado art. 8°. Cópia integral deste parecer será juntada ao processo administrativo digital n° 15868.720129/201338. De fato, o § 3o do art. 8o da Lei n° 10.925/2004, referese explicitamente às "aquisições" e seus incisos delimitam os bens adquiridos que ensejarão a apropriação do crédito presumido em cada percentual. Portanto, a utilização da palavra "produtos" nos incisos do § 3o não está se referindo à produção própria do adquirente, mas às suas aquisições. Tal constatação é evidenciada, por exemplo, pelo confronto entre a previsão dos beneficiários do crédito presumido consoante o caput do art. 8o {As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, ...") e a previsão dos bens a serem adquiridos que ensejam a apropriação do crédito, conforme descrito no inciso I, do § 3o do mesmo artigo ("O montante do crédito a que se referem o caput e o § 1o deste artigo será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a: I 60% (sessenta por cento) daquela prevista no art. 2o das Leis n°s 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e Fl. 7817DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 104 23 10.833, de 29 de dezembro de 2003, para os produtos de origem animal classificados nos Capítulos 2 a 4). Como se vê, o caput do artigo 8o determina expressamente que os produtores de produtos vivos do capítulo 3 da NCM não se enquadram entre os beneficiários do crédito presumido. Já o §3°, inciso I, define que a aquisição de produtos classificados no capítulo 3 da NCM, inclusive os produtos vivos, enseja a apropriação do crédito em comento. Portanto, se os incisos do § 3o se referissem aos bens produzidos pelo adquirente (e não aos insumos adquiridos), teria que se admitir, entre os beneficiários do crédito presumido, os produtores de produtos vivos classificados no Capítulo 3 da NCM, o que contraria expressamente o caput do art. 8o da Lei n° 10.925/04. Adicionalmente, na Mensagem n° 443 de 23 de julho de 2004 em que o Presidente da República comunica ao Presidente do Senado as razões do veto ao inciso VIII do art. 1o da Projeto de Lei de Conversão n° 40 (Conversão da MP 183/04 na Lei n° 10.925/04), que tratava da tributação à alíquota zero de rações e concentrados, vemos explícito o entendimento de que os incisos do § 3o do art 8o da lei em comento referemse aos insumos adquiridos, conforme reproduzimos a seguir: "O inciso I do § 3o do art. 8o do projeto de lei de conversão concede crédito presumido, destinado a compensar, na sistemática da nãocumulatividade, a incidência das referidas contribuições sobre os insumos, incluídos os produtos relacionados no inciso VIII do art. 1o , equivalente a 60% (sessenta por cento) do valor dos produtos de origem animal, adquiridos de produtores rurais pessoas físicas, classificados nos Capítulos 2 a 4, a serem utilizados como matériaprima para a produção de mercadorias destinadas com alimentação humana ou animal, e a 35% (trinta e cinco por cento) do valor dos produtos de origem vegetal com idêntica destinação, (grifo nosso) Nesse sentido, a IN SRF n° 660/06, dirimiu qualquer dúvida sobre a questão, ao enunciar com clareza que a definição dos percentuais de crédito presumido, é comandada pela classificação dos insumos adquiridos e não dos produtos produzidos. Destarte, a INSRFB n. 660/2006, firmou interpretação no sentido de que o cálculo do crédito presumido dáse em função dos insumos adquiridos, como se depreende do de seu art.8º, que estabelece no § 1º que "o crédito de que trata o caput será calculado mediante a aplicação, sobre o valor de aquisição dos insumos" , dos percentuais de:0,99% (noventa e nove centésimos por cento) e 4,56% (quatro inteiros e cinqüenta e seis centésimos por cento), nos casos de produtos do inciso I do a § 3o, da Lei n. 10.925, produtos de origem \ Fl. 7818DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 24 animal, ou de "0,5775% (cinco mil e setecentos e setenta e cinco décimos de milésimo por cento) e 2,66% (dois inteiros e sessenta e seis centésimos por cento)", no caso dos demais insumos. No também mencionado Parecer PGFN/CAT/n° 1.712/2012, opinase pelo critério dos insumos adquiridos, considerandose que o § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, dispõe que o montante do crédito a que se refere o caput e o § 1º do mesmo art. 8º será determinado mediante aplicação,"sobre o valor das mencionadas aquisições", e que essas aquisições referemse àquelas referidas no caput do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, ou, aqueles "adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física". Ainda, o § 1º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, reza que o disposto no caput do artigo aplicase também às aquisições efetuadas pelas pessoas listadas em seus incisos I, II e III. O § 2º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, por sua vez, dispõe que o direito ao crédito presumido de que tratam o caput e o § 1º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, só se aplica aos bens adquiridos ou recebidos, no mesmo período de apuração, de pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no país. Observese que o próprio parecer consigna que a expressão “produtos” utilizada no inciso I do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, dá margem a interpretações dúbias, no sentido de a referência é a de produtos finais elaborados pela pessoa jurídica beneficiária. Por essa razão, ao final do parecer, sugere a edição de norma interpretativa sobre o assunto: 14. Em conclusão, opinase na direção que os percentuais de creditamento utilizados na determinação do montante de crédito presumido de que cuida o § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, depende do produto adquirido pela pessoa jurídica para ser utilizado como insumo na elaboração dos produtos listados no caput do mencionado art. 8º. Objetivando conferir maior segurança jurídica aos atores envolvidos, sugerese a edição de norma interpretativa sobre o assunto, uma vez que tal norma se aplicaria, inclusive, aos casos pretéritos, de acordo com o inciso I do art. 106 do Código Tributário Nacional. De fato, sobreveio a aludida "norma interpretativa", com Lei n. 12.865/2013 que em seu artigo 33 acrescentou o §10o ao art. 8o da Lei n. 10.925/2004, com a seguinte redação: §10. Para efeito de interpretação do inciso I do § 3o. o direito ao crédito na alíquota de 60% (sessenta por cento) abrange todos os insumos utilizados nos produtos ali referidos." Após a edição do referido dispositivo, a construção exegética da Recorrente encontra respaldo, ou seja, ao se referir ao termo "produto", a lei não faz sentido que o § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, tenha disposto do termo “produtos” faria menção ao produto final elaborado pela pessoa jurídica beneficiária, e não ao produtos adquiridos pela pessoa jurídica para servir de insumo produtivo, enquanto componente de um produto final. Ademais, entendese que, embora palpitante seja a discussão sobre a possibilidade do caráter "interpretativo" das normas jurídicas, objeto por exemplo da tese dos "cinco mais cinco" para a repetição de indébito dos tributos sujeitos a lançamento por Fl. 7819DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15868.720129/201338 Acórdão n.º 3201001.956 S3C2T1 Fl. 105 25 homologação, e dirimidas, em definitivo, pelo Judiciário, não encontra ressonância nos limites da competência do CARF. Por essa razão, embora pudesse a presente análise alongarse sobre as possibilidades interpretativas do crédito presumido em questão, havendo posicionamentos em ambas as direções no CARF, no Acórdão 3202000831 e 330200788, este último da relatoria do Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz , que traz um interessante apanhado da evolução histórica e dos motivos econômicos subjacentes para o benefício, em face da alteração legislativa, deve se entender procedente o pedido da Recorrente. Em face do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, quanto à aplicação do percentual inscrito no inciso I, do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, para os insumos adquiridos pela Recorrente. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 7820DF CARF MF Impresso em 15/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 17/12/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalmente em 18/12/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10680.003329/2008-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Sep 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2008
SIMPLES. DATA DA INCLUSÃO.
A Recorrente deve observar o prazo para inclusão da atividade a que se refere as Resoluções CGSN nº 4 e 14, de 2007.
Numero da decisão: 1202-001.009
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Presidente da Segunda Câmara
(documento assinado digitalmente)
Plínio Rodrigues Lima - Redator ad hoc.
EDITADO EM: 24/09/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plínio Rodrigues Lima (Presidente à época do julgamento) Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta (relatora à época do julgamento), Orlando Jose Gonçalves Bueno e Geraldo Valentim Neto.
O Redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, c/c o art. 18, XVII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09/06/2015, publicada no DOU em 10/06/2015, formalizou a seguir o relatório e o voto da presente resolução, considerando:
(I) a publicação no Diário Oficial da União (DOU) n° 66, de 08/04/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 186, que dispensou, a pedido, NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA do mandato de Conselheira, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF;
(II) a designação inicial de MARCELO BAETA IPPOLITO para redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, do RICARF(Fls.1.181);
(III) a publicação no DOU n° 102, de 01/06/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 314, que dispensou, a pedido, em razão do Decreto n° 8.441, publicado no DOU em 30 de abril de 2015, MARCELO BAETA IPPOLITO do mandato de Conselheiro Suplente, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF; e
(IV) a extinção da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção por meio da Portaria CARF n° 34, de 31 de agosto de 2015.
Nome do relator: NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo - Presidente da Segunda Câmara (documento assinado digitalmente) Plínio Rodrigues Lima - Redator ad hoc. EDITADO EM: 24/09/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plínio Rodrigues Lima (Presidente à época do julgamento) Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta (relatora à época do julgamento), Orlando Jose Gonçalves Bueno e Geraldo Valentim Neto. O Redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, c/c o art. 18, XVII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09/06/2015, publicada no DOU em 10/06/2015, formalizou a seguir o relatório e o voto da presente resolução, considerando: (I) a publicação no Diário Oficial da União (DOU) n° 66, de 08/04/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 186, que dispensou, a pedido, NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA do mandato de Conselheira, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF; (II) a designação inicial de MARCELO BAETA IPPOLITO para redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, do RICARF(Fls.1.181); (III) a publicação no DOU n° 102, de 01/06/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 314, que dispensou, a pedido, em razão do Decreto n° 8.441, publicado no DOU em 30 de abril de 2015, MARCELO BAETA IPPOLITO do mandato de Conselheiro Suplente, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF; e (IV) a extinção da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção por meio da Portaria CARF n° 34, de 31 de agosto de 2015.
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DATA DA INCLUSÃO. A Recorrente deve observar o prazo para inclusão da atividade a que se refere as Resoluções CGSN nº 4 e 14, de 2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo Presidente da Segunda Câmara (documento assinado digitalmente) Plínio Rodrigues Lima Redator ad hoc. EDITADO EM: 24/09/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Plínio Rodrigues Lima (Presidente à época do julgamento) Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta (relatora à época do julgamento), Orlando Jose Gonçalves Bueno e Geraldo Valentim Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 33 29 /2 00 8- 30 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 2 O Redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, c/c o art. 18, XVII, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF n° 343, de 09/06/2015, publicada no DOU em 10/06/2015, formalizou a seguir o relatório e o voto da presente resolução, considerando: (I) a publicação no Diário Oficial da União (DOU) n° 66, de 08/04/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 186, que dispensou, a pedido, NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA do mandato de Conselheira, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF; (II) a designação inicial de MARCELO BAETA IPPOLITO para redator ad hoc, nos termos do art. 17, III, do RICARF(Fls.1.181); (III) a publicação no DOU n° 102, de 01/06/2015, da Portaria do Ministério da Fazenda n° 314, que dispensou, a pedido, em razão do Decreto n° 8.441, publicado no DOU em 30 de abril de 2015, MARCELO BAETA IPPOLITO do mandato de Conselheiro Suplente, representante dos Contribuintes, junto a Segunda Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF; e (IV) a extinção da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção por meio da Portaria CARF n° 34, de 31 de agosto de 2015. Relatório Segundo a relatora: "Rossi Consultoria e Serviços Ltda. (CNPJ 09.393.415/000147) requereu sua em 18 de março de 2008 sua inclusão retroativa à data de abertura no Simples Nacional (fl. 01). Analisando a questão, a DRF Belo Horizonte, emitiu o DESPACHO DECISÓRIO DRF/BHE n° 740/2009 (fl. 12/13), indeferindo o pedido, fundamentando com as seguintes justificativas: A solicitação de opção foi efetuada em 19 de março de 2008, não tendo sido anexado ao processo documento de inscrição municipal ou estadual que comprovasse a data do último deferimento de inscrição, o que inviabilizaria a demonstração de que o prazo de 10 dias ainda estava em curso quando da tentativa de opção via internet. A atividade exercida pela empresa – consultoria em tecnologia da informação – incluise entre as atividades cujo ingresso é vedado ao Sistema do Simples Nacional. Irresignada, apresentou Impugnação (fl.16/17). Inicialmente, indica que a alegação de já ter ultrapassado o prazo para o requerimento de sua inclusão no Simples não procede, sendo que o fisco não requereu a apresentação da comprovação da data do último deferimento no cadastro sincronizado. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 10680.003329/200830 Acórdão n.º 1202001.009 S1C2T2 Fl. 3 3 Ainda, ante o transcurso de prazo de 10 dias após o deferimento de sua inscrição municipal, a saber, 4 de março de 2008, solicita sua inclusão como empresa em início de atividade, o que é permitido desde que não tenha se experimentado o transcurso de prazo superior a 180 da data de abertura constante no CNPJ. Em relação à classificação da atividade dada pelo auditor fiscal, aponta que foi incluído no Contrato Social a atividade de consultoria, mas que esta nunca teria sido exercida pela empresa. Aponta que sua atividade principal é a “Elaboração de Programas de Computadores, Automação e Outras Atividade de Tecnologia da Informação”, com a devida comprovação conforme as notas fiscais juntadas. Sustenta que seu pleito é amparado pelos dispositivos da Lei Complementar nº 123/2006 e Resolução nº 4 da CGN, com alteração pela Resolução nº 50, indicando que a atividade por ela exercida se inclui entre as permitidas para o ingresso no Simples Nacional. Assim, requer seja afastado o indeferimento, sendo permitida sua inclusão no Simples Nacional retroativamente, desde a data de sua abertura. A 4ª Turma da DRJ/BHE, ao julgar o feito no Acórdão n. 0224.097 (fl. 36/39), decidiu pela improcedência da impugnação. Analisando a questão, transcreve trecho do Despacho Decisório impugnado, onde há a indicação de que a contribuinte prestaria serviços de natureza vedada ao ingresso no Sistema SIMPLES, a saber, consultoria em tecnologia da informação, sendo que o contrato social da empresa, também transcrito no acórdão recorrido, contém a informação a seguir transcrita: "O objetivo social será a Prestação de Serviços de Consultoria em Tecnologia da Informação, Suporte Técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação, Processamento de dados e informática". Indica ainda que há documento relativo ao CNAE da empresa (fl. 10), com o número 6204000 – Consultoria em Tecnologia da Informação. Analisando as notas fiscais trazidas pela contribuinte ao processo com escopo de corroborar suas alegações de elabora programas de computadores, automação e outras atividades de tecnologia da informação, mas jamais de serviços de consultoria, aponta que referidas notas tem como data de emissão o anocalendário de 2009, sendo que o presente processo versa sobre o anocalendário de 2008. Assim, entende que as notas fiscais trazidas não se prestam à comprovação da real atividade do contribuinte no período objeto do indeferimento. Prossegue, indicando que o CNPJ da contribuinte aponta como atividade principal o CNAE 62.04000, com o indicativo de atividades secundárias de suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação, indicativos do CNAE 62.09100 e tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet CNAE 63.11900. Aponta que o Anexo I da Resolução CGSN n° 20/2007, não aloca tais atividades como impeditivas, mas que, no Anexo II Códigos previstos na CNAE que Fl. 82DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 4 abrangem concomitantemente atividade impeditiva e permitida ao Simples Nacional, relaciona as atividades 62040/00 e 62091/00, de onde deduz que para que a contribuinte seja impedida de exercer a opção ao Simples Nacional, é imprescindível que sejam trazidos aos autos, pela autoridade administrativas provas cabais de que se exerça atividade caracterizada como impeditiva e que a mera enunciação do objetivo social não é suficiente para a não inclusão, inclusive tendose em vista que o Anexo II permite a opção. Menciona ainda que a hipótese de vedação discutida “ pressupõe a efetiva caracterização dos serviços prestados, a demonstração da relação existente entre a situação de fato e o enunciado legal e da obtenção de receita da atividade indicada como impeditiva”. Assim, ante a ausência de comprovação da real atividade do contribuinte, entende que não há impedimento a opção ao Simples Nacional. Ao analisar as questões de prazo de opção para empresas em início de atividades, aponta que o artigo 70, §3º da Resolução CGSN nº 4/2007, traz o prazo de 10 dias, contados do último deferimento de inscrição via internet. Indica que, embora a contribuinte tenha alegado que o documento comprobatório do último deferimento não lhe foi exigido no ato do protocolo, cabe a ela a iniciativa de sua apresentação, pelo que foi considerado como parâmetro a data de abertura, indicada em fl. 10, a saber, 18 de fevereiro de 2008. Ainda, indica que o mesmo documento foi apresentado pela contribuinte em sede de impugnação, com o indicativo de, no acompanhamento via internet da inscrição no CNPJ, em 04 de março de 2008, consta a indicação do deferimento de inscrição municipal, acompanhado do respectivo número cadastral, apontando que este é o último documento de deferimento constante dos autos, e a solicitação de inclusão foi apresentada em 20 de março de 2008, em prazo superior aos 10 dias apontados por lei. Afirma que, ainda que seja considerada a data constante da ficha de Inscrição Cadastral (fl. 30) – 07 de março de 2008, o prazo também teria transcorrido, o que teria sido reconhecido pela contribuinte em sede de impugnação, em trecho transcrito pelo acórdão recorrido e que reproduzo aqui, para maior clareza: "Tendo em vista decorrido o prazo de 10 (dez) dias após o deferimento da nossa inscrição municipal, ou seja, 04/03/2008 (doc. Anexo) para ingresso no Simples Nacional, solicitamos através do processo acima referido nossa inclusão conforme previsto na legislação como empresa em início de atividades, cujo termo é definido que na hipótese da empresa estar em início de atividades a opção pelo Simples Nacional poderá ser solicitada desde que não tenha decorridos 180 (cento e oitenta) dias da data de abertura constante do CNPJ (doc. Anexo)." Aponta que no afã de sustentar sua argumentação, a contribuinte junta tela de consulta constante de fl.32, onde há o indicativo do prazo de 180 dias, após a abertura da empresa para inclusão no Sistema. Indica que a informação contida na tela ratifica o entendimento contido na Resolução CGSN n° 4, de 30/05/2007, artigos 7°, § 3°, I e § 6°, com redação dada pela Resolução CGSN n°41, de 1° de setembro de 2008 e Resolução CGSN n°29, de 21 de janeiro de 2008. Destaca ainda que a Resolução n. 41 de 1º de setembro de 2008, embora tenha entrado em vigor na data de sua publicação, produz efeitos a partir de 1º de janeiro de Fl. 83DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 10680.003329/200830 Acórdão n.º 1202001.009 S1C2T2 Fl. 4 5 2009, o que leva a aplicar no caso sob análise a Resolução CGSN n. 4, de 30.05.07, que estabelece o prazo de 10 dias para a opção do sistema. A respeito do aludido prazo de 180 dias, entende que carece de fundamentação os argumentos da contribuinte. Aponta que, contrariamente ao esposado pela empresa, as Resoluções mencionadas determinam que após decorridos os 180 dias da data de abertura constante do CNPJ, a ME ou EPP não mais poderá efetuar a opção na condição de empresa no início das atividades. Assim, julga improcedente o pedido. A contribuinte foi intimada, via postal, em 3 de novembro de 2009, apresentando o Recurso Voluntário tempestivo, Manifestação de Inconformidade (fls 42). Em 12 de março de 2010, foi juntado por anexação ao presente feito o Processo Administrativo n. 15504019396200910 (fls 40). Aponta, inicialmente, que reitera os argumentos trazidos na impugnação, indicando que não exerce nenhuma atividade vedada à opção no Simples Nacional, juntando notas fiscais referentes ao anocalendário de 2008. Diz que se necessário, irá proceder à adequação do código a atividade realmente exercida, alterando o Contrato Social e o CNPJ. Em relação ao mérito, aponta o disposto na Resolução CGSN n. 4 de 30.05.2007, artigo 7º, §3º, inciso I e §6º, onde há a indicação de que a ME ou EPP, em início de atividade no anocalendário de opção, poderá efetuar esta opção antes de decorridos 180 dias da data de abertura do CNPJ. Diz que procedeu conforme esta disposição, o que está evidenciado nos documentos anexos. Em relação à Resolução nº 41 CGSN, de 1.9.2008, informa que esta não pode ser utilizada na análise do caso, eis que redigida em data posterior ao início das atividades empresariais. Ainda que tal redação fosse aplicável, esta lhe seria benéfica, pois, no artigo 7º, §3º, I, aponta como prazo para opção ao sistema 30 dias a contar do último deferimento. Nesse sentido, indica que o último deferimento ocorreu em 4.3.2008 e a opção ocorreu em 17.03.08, dentro do prazo estipulado. Pelo exposto, requer o provimento, para que se inclua a empresa a partir do anocalendário de 2008 no regime do Simples". Foi o relatório da Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta Voto Conselheiro Plínio Rodrigues Lima, Redator ad hoc Segundo a relatora: "Tratam os Autos de pedido de reinclusão no SIMPLES que foi indeferido, através do DESPACHO DECISÓRIO DRF/BHE n° 740/2009 (fl. 12/13), com as seguintes justificativas: Fl. 84DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 6 A solicitação de opção foi efetuada em 19 de março de 2008, não tendo sido anexado ao processo documento de inscrição municipal ou estadual que comprovasse a data do último deferimento de inscrição, o que inviabilizaria a demonstração de que o prazo de 10 dias ainda estava em curso quando da tentativa de opção via internet. A atividade exercida pela empresa – consultoria em tecnologia da informação – incluise entre as atividades cujo ingresso é vedado ao Sistema do Simples Nacional. Com o referido Despacho Decisório DRF/BHE n° 740/2009, esclareceuse que o período foi considerado inválido pelo sistema pois a data de abertura da empresa é 18/02/2008, e a solicitação de opção foi feita em 19/03/2008, além do que não foi anexado ao processo documento de inscrição municipal ou estadual, para comprovação da data de último deferimento no cadastro sincronizado. Logo, não há como concluir se havia mais de 10 dias após o último deferimento de inscrição quando se fez a tentativa de opção via internet. O mesmo Despacho Decisório também esclarece que a atividade exercida pela empresa — consultoria em tecnologia da informação — é vedada à opção ao SIMPLES. Consoante os Autos, fls 1, temos o indeferimento da solicitação de “PEDIDO DE INCLUSÃO NO SIMPLES NACIONAL”, tendo em vista que o período foi considerado inválido para adesão ao Simples Nacional de empresa em início de atividades. Nas fls 5, temos o protocolo de registro da Junta com registro em 18 de fevereiro de 2008. Nas fls 7 e 8, temos o pedido com identificação de “PERIODO INVÁLIDO PARA ADESÃO AO SIMPLES NACIONAL DE EMPRESA EM INICIO DE ATIVIDADES”. Em relação ao prazo para a solicitação da inclusão de empresas em início de atividades, a DRJ alega que não foi atendido o prazo designado no artigo 7º, §3º da Resolução CGSN N° 4/2007, o qual estabelece que a opção pelo Simples Nacional deve ser efetuada no prazo de 10 (dez) dias, contados do último deferimento de inscrição, por meio da internet. Nos termos do artigo 7º da Resolução CGSN nº 4, de 30 de maio de 2007, com nova redação dada pela redação dada pela Resolução CGSN nº 14, de 23 de julho de 2007, temos que: “§ 3º No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: I a ME ou a EPP, após efetuar a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), bem como obter a sua inscrição estadual e municipal, caso exigíveis, terá o prazo de até 10 (dez) dias, contados do último deferimento de inscrição, para efetuar a opção pelo Simples Nacional; II – após a formalização da opção, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) disponibilizará aos Estados, Distrito Federal e Municípios a relação dos contribuintes para verificação das informações prestadas; III – os entes federativos deverão, no prazo de até 10 (dez) dias, contados da disponibilização das informações, comunicar à RFB acerca da verificação prevista no inciso II; III os entes federativos deverão efetuar a comunicação à RFB acerca da verificação prevista no inciso II: ( Redação dada pela Resolução CGSN nº 14, de 23 de julho de 2007 )” Fl. 85DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO Processo nº 10680.003329/200830 Acórdão n.º 1202001.009 S1C2T2 Fl. 5 7 Logo, o entendimento exarado pela DRJ está correto, isto é, o prazo estipulado na legislação, de 10 dias, não foi atendido. A recorrente faz referência às Resoluções CGSN n°41, de 1° de setembro de 2008, e n°29, de 21 de janeiro de 2008, todavia, são aplicáveis somente a partir de 1º de janeiro de 2009, enquanto que no caso sob análise ocorreu durante o anocalendário de 2008. Quanto às atividades da empresa, segundo a autoridade fiscal são vedadas as atividades de consultoria em tecnologia da informação. A recorrente, por sua vez, alega que suas atividade principal é a “Elaboração de Programas de Computadores, Automação e Outras Atividade de Tecnologia da Informação”; e as notas fiscais apresentadas tem o descritivo de “Serviços de Automação”. Portanto, podemos depreender que a recorrente exerce atividades relacionadas à programas de computadores e que não se resume a mera consultoria. A restrição para opção do SIMPLES foi afastada pelo art. 4º da Lei 10.964/2004 com nova redação dada pela Lei nº 11.051/2004, a saber: “Art. 4º )Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9 o da Lei n o 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: (...) IV – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; (...)” Também ficou decidido pelo Superior Tribunal de Justiça, 1ª Turma, no Recurso Especial nº 760.496 / SC, em 18 de dezembro de 2007, que a vedação (artigo 9º, XIII, da Lei nº 9.317/96) atinge às empresas que prestam assistência técnica e consultoria em relação a tais equipamentos e que tal restrição foi afastada pelo referido artigo 4º da Lei 10.964/2004 (com as alterações promovidas pela Lei 11.051/2004). Essa decisão ficou assim ementada: “Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SIMPLES. EMPRESA QUE PRESTA SERVIÇOS REFERENTES À ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA. RESTRIÇÃO CONTIDA NA LEI 9.317/96. 1. O TRF da 4ª Região entendeu que a recorrente, ao prestar serviços "de assistência técnica em equipamentos de informática e equipamentos de escritório, exerce atividade 'assemelhada' à de engenheiro" (fl. 123verso). Esse entendimento coadunase com o disposto no art. 9º, I, da Resolução 218/73 (que regulamentou a Lei 5.194/66), segundo o qual "compete ao Engenheiro Eletrônico ou ao Engenheiro Eletricista, Modalidade Eletrônica ou ao Engenheiro de Comunicação" a assistência técnica e consultoria em relação "a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistema de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos". Considerando que os equipamentos de informática enquadramse no conceito de equipamentos eletrônicos, é imperioso concluir que a vedação contida no art. 9º, XIII, da Lei Fl. 86DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO 8 9.317/96, atinge as empresas que prestam assistência técnica e consultoria em relação a tais equipamentos. 2. É certo que a restrição em comento foi afastada pelo art. 4º da Lei 10.964/2004 (com as alterações promovidas pela Lei 11.051/2004). Contudo, a orientação prevalente nas Turmas de Direito Público deste Tribunal firmouse no sentido de que o direito à opção pelo SIMPLES, com fundamento na legislação superveniente, somente pode ser exercido a partir da vigência de tal legislação. 3. Recurso especial desprovido. Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora. Os Srs. Ministros José Delgado, Luiz Fux e Teori Albino Zavascki (Presidente) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 18 de dezembro de 2007(Data do Julgamento).” Por todo o exposto, o voto é no sentido de NEGAR provimento ao Recurso Voluntário, tendo em vista que, apesar de não ser atividade vedada à opção, a recorrente não observou a data aprazada para a inclusão nos termos das Resoluções nº 4 e 14, de 2007". Foi como votou a relatora. Plínio Rodrigues Lima Fl. 87DF CARF MF Impresso em 25/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/09/2015 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/201 5 por PLINIO RODRIGUES LIMA, Assinado digitalmente em 24/09/2015 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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Numero do processo: 10930.907110/2011-18
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Oct 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 13/06/2003
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO.
O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR).
Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal.
REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
Conforme o disposto no art. 62-A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos
ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO.
Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3802-004.173
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki - Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015).
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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LEI Nº 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO. O Tribunal Pleno do STF declarou em definitivo a inconstitucionalidade do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que promoveu o alargamento da base de cálculo da Cofins em virtude da alteração do conceito de Receita Bruta (REsp nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR). Considerando o disposto no art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, fica facultado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação de Lei que já tenha sido declarada inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. Conforme o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF decisões de mérito em sede de repercussão geral e recurso repetitivo proferidas pelo STJ e STF deverão ser reproduzidas pelos conselheiros nos julgamentos ANÁLISE DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. JUNTADA DOS EXCERTOS DOS LIVROS DIÁRIO E RAZÃO EM SEDE RECURSAL, APÓS PROVOCAÇÃO PELA DECISÃO RECORRIDA. POSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. Nos termos do art. 16, § 4o, c, do Decreto 70.235/72, é possível a apreciação de documentação comprobatória do crédito suscitado, caso esta tenha sido juntada para embasar direito já alegado mediante planilha em sede de Manifestação de Inconformidade. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 71 10 /2 01 1- 18 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciação do mérito. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki Presidente da 2ª Câmara/3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator designado ad hoc (art. 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015). Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim (Presidente), Waldir Navarro Bezerra, Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Bruno Mauricio Macedo Curi (Relator), Francisco Jose Barroso Rios e Solon Sehn. Relatório Preliminarmente, ressaltase que nos termos do artigo 17, inciso III, do anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF/2015, fui designado como redator ad hoc (fl. 91), para formalização do respectivo Acórdão, considerando o resultado do julgado, conforme o constante da ATA da respectiva sessão de julgamento. A Recorrente MOINHO GLOBO ALIMENTOS S/A., interpôs o presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0641.496, proferido em primeira instância pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba/PR, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade declarada pelo contribuinte por recolhimento vinculado a débito confessado, negando o direito creditório. Por bem explicitar os atos e fases processuais ultrapassados até o momento da análise da impugnação, adotase o relatório elaborado pela autoridade julgadora a quo: Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do indeferimento de pedido de restituição (PER), de nº 27682.53522.300605.1.2.047701, nos termos do despacho decisório emitido em 02/12/2011 (rastreamento nº 013472468). No aludido PER, transmitido eletronicamente em 30/06/2005, a contribuinte indicou um crédito de R$ 2.336,54, referente ao pagamento efetuado em 13/06/2003, de Cofins, código de receita 2172, no valor total de R$ 172.863,73. Segundo o despacho decisório recorrido, a restituição foi indeferida porque o Darf indicado como crédito estava totalmente utilizado para extinção de débito de Cofins, 2172, do Fl. 93DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907110/201118 Acórdão n.º 3802004.173 S3TE02 Fl. 93 3 período de apuração de 31/05/2003, de acordo com a informação da DCTF transmitida pela Interessada. Cientificada em 22/12/2011, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 19/01/2012. Alega que recolheu valores indevidos de PIS/Pasep e de Cofins que incidiram sobre outras parcelas que não se compreendem no conceito de faturamento, relativamente às competências de 07/2000 a 01/2004, 03/2004 e 07/2004. Diz que nos referidos períodos (anos de 2000 a 2004) informou em DCTF os valores devidos a título de PIS/Pasep e de Cofins levando em conta a legislação vigente à época, que alargava a suas bases de cálculo ao considerar as receitas financeiras como integrantes do conceito de faturamento. Aduz, porém, que o STF considerou inconstitucional tal ampliação da base de cálculo. Anexa jurisprudência do STF e do CARF. Em função disso, entende que as “declarações prestadas à época da vigência plena do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98, hoje declarada inconstitucional, hão de ser revistas de modo a se adequarem a tal entendimento, em prol da realidade material que passou a existir com a declaração de inconstitucionalidade pelo E. STF”. Anexa planilha demonstrando as diferenças pleiteadas, as quais “correspondem exatamente às receitas não operacionais, não integrantes da base de cálculo do PIS/Cofins após a declaração de inconstitucionalidade do §1o do art. 3o da Lei n° 9.718/98”. Argumenta que para o deferimento do pedido de restituição basta que a autoridade julgadora exclua das DCTF apresentadas as receitas não operacionais (financeiras), tendo por base a planilha anexa, a fim de adaptar à realidade as declarações prestadas. Pede o provimento integral do presente recurso... É o relatório. Indeferida a Manifestação de Inconformidade apresentada, o órgão julgador de primeira instância sintetizou as razões para a procedência do crédito tributário na forma da Ementa que segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 13/06/2003 RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o pagamento alegado Fl. 94DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER INTER PARTES. É perfeitamente aplicável a disposição § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, só atingindo as partes envolvidas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Cientificada acerca da decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ em Curitiba – DRJ/CTA, a interessada interpôs o presente Recurso Voluntário, no qual reitera os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, anexa trechos de seus livros Diário e Razão nos quais constam as rubricas de receitas financeiras, requer a homologação da compensação declarada por evidente a origem do crédito e, por conseguinte, o direito à compensação do mesmo. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, redator ad hoc designado para formalizar a decisão (fl. 91), uma vez que o Conselheiro Relator Bruno Maurício Macedo Curi, não mais compõe este colegiado e que a respectiva Turma Especial foi extinta, retratando hipótese de que trata o artigo 17, inciso III, do Anexo II, do Regimento Interno deste CARF, aprovado pela Portaria MF no 343, de 09 de junho de 2015. Ressalvado o meu entendimento pessoal, no sentido de dar a este e a outros processos nessa situação tratamento diverso. Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso e passo à análise das razões recursais. Conforme exposto nas linhas acima, a Declaração de Compensação da Recorrente teve como causa a tributação indevida de PIS e COFINS sobre receitas financeiras, especialmente diante da inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins promovida pela Lei nº 9.718/98, tendo em vista a ausência de mandamento constitucional (ou, doutra maneira, a edição de Lei Complementar que estabelecesse novas fontes de custeio da seguridade social) que validasse a incidência da contribuição em referência sobre receitas financeiras e outras receitas operacionais, não inseridas no conceito de faturamento. Como bem observado pela decisão recorrida, o Tribunal Pleno da Egrégia Corte examinou os Recursos Extraordinários nºs 346.084/PR, 358.273/RS, 357.950/RS e 390.840/PR, declarando, incidentalmente e por maioria, a inconstitucionalidade do §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, na forma da ementa assim redigida: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907110/201118 Acórdão n.º 3802004.173 S3TE02 Fl. 94 5 "CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (Supremo Tribunal Federal, Tribunal Pleno, RE 346.084/PR, Relator Ministro Ilmar Galvão, Julgamento 09/11/2005, Publicação 01/09/2006)." Ainda que, como destacado pela DRJ, a decisão não tenha efeito erga omnes à luz da legislação de regência das decisões exaradas pelo STF, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, autoriza este Colegiado a afastar a aplicação de tratado, acordo internacional, lei ou decreto “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Superior Tribunal Federal”. Ora, não é outra a hipótese do caso sob exame. Portanto, sendo a observância do decisum proferido pelo STF facultada a este órgão julgador, devese reconhecer o direito de a Recorrente pleitear a restituição do montante indevidamente recolhido a título de Cofins em virtude da aplicação do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarado inconstitucional pelo STF, em consonância com o repertório jurisprudencial do CARF, do qual se traz, a título exemplificativo, a decisão adiante: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002 DIREITO CREDITÓRIO. RESTITUIÇÃO. PRAZO. Para os pedidos de restituição apresentados até o dia 08/06/2005, o direito de pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente, ou em valor maior que o devido, extinguese com o decurso do prazo de cinco Fl. 96DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 anos, contados da data da homologação (tácita ou expressa) do pagamento antecipado, nos casos de tributos lançados por homologação. Observância ao princípio da segurança jurídica. INCONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. APLICAÇÃO Tendo o plenário do STF declarado, de forma definitiva, a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, deve o CARF aplicar esta decisão para reconhecer o direito à restituição das importâncias pagas com fulcro no referido dispositivo legal. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO PER/DCOMP. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição apresentado em formulário impresso após 29/09/2003. Recurso Voluntário Provido em Parte. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, RV 501572, Acórdão 3302001.245, Relator Conselheiro Walber José da Silva, Julgamento 06/10/2011)" Assim é que, em tese, assiste direito ao Recorrente. No entanto, ultrapassada a questão de direito, tornase fundamental apreciar a matéria de prova. No caso em tela, a análise da prova restou prejudicada, pois a DRJ não aceitou a planilha apresentada pelo Recorrente. Como forma de fundamentar a planilha apresentada à época da manifestação, o contribuinte apresentou excertos de seus livros Diário e Razão para buscar comprovar o direito de crédito indicado na planilha que anexou em sua primeira peça defensiva. Tais documentos podem excepcionalmente ser juntados aos autos, diante da previsão do art. 16, § 4o, c, do RPAF, que permite a apresentação de documentos posteriormente à peça defensiva inaugural para contrapor razões trazidas em momento processual seguinte, pelo que se vê abaixo: "§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos." Todavia, a análise da documentação acostada aos autos pode levar à supressão de instância. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10930.907110/201118 Acórdão n.º 3802004.173 S3TE02 Fl. 95 7 Assim, e considerando que a supressão de instância somente pode ser realizada se esta for favorável ao sujeito passivo, forte no art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/72, entendo que devem os autos retornar para julgamento da DRJ quanto à matéria de prova, de modo a se averiguar a liquidez e certeza do crédito oferecido à compensação. Nesse mesmo sentido já decidiu essa Eg. Turma Especial, no Acórdão 3802 001.857, de relatoria do Conselheiro Solon Sehn: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). Assim, deve ser aplicado o disposto no art. 62A do Regimento Interno do Carf, o que implica a obrigatoriedade do reconhecimento da inconstitucionalidade do referido dispositivo legal. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DECORRENTE DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718/1998. MATÉRIA NÃO CONHECIDA NA INSTÂNCIA A QUO. PRELIMINAR QUE IMPEDIU O CONHECIMENTO DO MÉRITO. AFASTAMENTO. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA EXAME DA MATÉRIA. A DRJ, ao acolher a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, não chegou a apreciar o mérito da existência do direito creditório, isto é, o valor do crédito e do débito e outras circunstâncias relevantes ao desate da questão, inclusive a efetiva inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição no período alegado pelo interessado. Destarte, os autos devem retornar à DRJ para exame da matéria de mérito, sob pena de supressão de instância. Recurso Voluntário Provido em Parte. Aguardando Nova Decisão." No mesmo sentido, aplicáveis à espécie os somase os nºs Acórdãos 3802 001.959 e 3802001.960, de relatoria do Conselheiro Bruno Mauricio Macedo Curi. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 8 Conclusão Diante de todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário para darlhe provimento parcial, determinandose o retorno dos autos à instância a quo, para fins de apreciação do mérito. Formalizado o voto em razão do disposto no artigo 17, inciso III, do Anexo II do RICARF/2015, subscrevo o presente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra – Redator ad hoc. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 20/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 19/10/20 15 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 19/10/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Numero do processo: 10980.724043/2010-21
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2008
MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.784
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator
EDITADO EM: 19/02/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM: 19/02/2016 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 40 43 /2 01 0- 21 Fl. 125DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.062 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Trata o presente processo de auto de infração, às efls. 02 a 05, com relatório fiscal às efls. 10 e 11, em razão de a empresa ter apresentado Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP, com informações incorretas ou omitidas,por informar ser optante pelo SIMPLES sem sêlo e ter deixado de informar dados relativos a a trabalhadores autônomos. Há no relatório fiscal, referência aos autos de infração relativos às contribuições previdenciárias dos segurados, contribuintes individuais, bem como relativo à parte patronal. Em sua impugnação, às efls. 32 a 42, a empresa contestou o auto de infração. A 6ª Turma da DRJ/BHE considerou improcedente a impugnação, por unanimidade, conforme disposto no acórdão n° 0235.495 de 13/10/2011, às efls. 53 a 60, mantendo a integralidade do crédito lançado. Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário, às efls. 62 a 73, no qual argumenta, em síntese: que se enquadraria na sistemática de apuração do SIMPLES e teria havido exclusão daquela sistemática de forma arbitrária e unilateral; e pleiteia nulidade por erro formal no relatório fiscal e falha na “fiel descrição do fato infringente. O recurso voluntário foi apreciado pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento em 19/02/2013, pelo acórdão 2402003.342, às efls. 98 a 105, que tem a seguinte ementa: OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCUMPRIMENTO. INFRAÇÃO Consiste em descumprimento de obrigação acessória a empresa apresentar a GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. ADESÃO AO SIMPLES. FACULDADE DO CONTRIBUINTE A legislação que trata do SIMPLES é clara no sentido de que a adesão ao referido sistema simplificado de tributação é uma faculdade que pode ser exercita pelas empresas mediante opção formal que, após análise, poderá ser ou não deferida pela autoridade administrativa. Não há possibilidade de a empresa absterse do recolhimento das contribuições abrangidas pelo SIMPLES, se não efetuou a opção. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.063 3 ERROS DE ESCRITA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA Meros erros de escrita contidos no Relatório Fiscal que não prejudicam a compreensão da origem do lançamento não são capazes de levar a sua nulidade. LEGISLAÇÃO POSTERIOR. MULTA MAIS FAVORÁVEL. APLICAÇÃO A lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte. Relativamente às matérias recorridas, houve manutenção unânime do entendimento da DRJ. Contudo, foi modificada de ofício, por unanimidade, a multa aplicada no auto de infração. O Relator afirmou que, em face de alteração da sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP trazida pela Lei n° 11.941/2009 do art. 32A a Lei n° 8.212/1991, a infração do caso em tela passaria a se enquadrar no art. 32A, inciso I, da referida lei. Outrossim, em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, o cálculo de acordo com a nova norma deveria ser comparado ao da norma anterior para que seja aplicado o mais benéfico à contribuinte. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência RE, às efls. 106 a 115, em 04/06/2013, entendendo que o acórdão recorrido merece ser reformado. Tal entendimento seria suportado pelos acórdãos paradigmas: 240100784 e 920202.086. Argumenta que, nos paradigmas, consignouse que o dispositivo legal a ser aplicado passa a ser o art. 35A da Lei 8.212/91, que nos remete ao art. 44, I da Lei 9430/96, e não o art. 32A da Lei 8.212/91, conforme entendeu a Câmara recorrida, haja vista que este preceito normativo somente se aplica às situações em que somente tenha havido descumprimento de obrigação acessória relacionada à GFIP. Havendo lançamento de tributo, a multa passa a ser aplicada nos termos do art. 35A da Lei 8.212/91. Por fim, solicita que seja adotada a tese dos paradigmas para que se verifique, na fase de execução do julgado qual a norma mais benéfica ao contribuinte: se a soma das duas multas anteriores (art. 35, II, e 32, IV, da norma revogada); ou aquela prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/91. Pelas razões expostas, o Procurador pleiteou o provimento do RE para que se reforme o acórdão recorrido. O Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF através do Despacho n° 2400636/2013, às efls. 116 a 119, deu seguimento ao RE por entender preenchidos os requisitos legais para sua admissibilidade em 01/07/2013. Cientificada do resultado do julgamento de seu recurso voluntário e do prosseguimento do RE da Fazenda por edital (efl. 123), a contribuinte não apresentou recurso ou contrarrazões no prazo previsto no art. 69 do RICARF. É o relatório. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.064 4 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Julgo, inicialmente, não haver como se afastar a aplicabilidade, ao caso, da retroatividade benéfica prevista no art. 106, inciso II, alínea “c”, da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Para tanto, trago à colação os dispositivos de interesse ao caso sob análise, bem como excertos do brilhante voto do Ilustre Conselheiro Marcelo Oliveira no âmbito do Acórdão no 9.202003.070, proferido por esta mesma 2a Turma, em 13 de fevereiro de 2014, por concordar integralmente com os seus fundamentos, na forma a seguir transcrita: Lei 5.172/66 (CTN) Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.(g.n.) Lei 8.212/1991 (Redação anterior): Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (g.n.): a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (g.n.): a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 128DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.065 5 c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: (...) Lei 8.212/1991 (nova redação): Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora (g.n.), nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício (g.n.) relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar, nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.066 6 Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade Fl. 130DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.067 7 primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora propriamente ditas e b) as multas lançadas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada, uma vez caracterizada a ocorrência de lançamento de ofício da obrigação principal através de NFLD(s) ou AI(s) correspondente(s), não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da estabelecida pela anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o. ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991 (aplicável para os casos de descumprimento de obrigação acessória relativa a prestação de informações em GFIP mesmo nos casos como o sob análise em que havia concomitante constituição de ofício da obrigação principal através de NFLD ou AI) com a do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, incluído pela Lei nº 11.941, de 2009, uma vez que a aplicação desta última, em meu entendimento, deve se cingir a casos em que há o efetivo recolhimento da contribuição previdenciária lançada, com somente a obrigação acessória tendo sido descumprida, sem lançamento de ofício. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.068 8 Fundamental notar ter decorrido a constituição da multa, originada pelo descumprimento de obrigação acessória em questão nos presentes autos, de procedimento de ofício. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa por descumprimento de obrigação acessória (regrada na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou §5o da Lei nº 8.212, de 1991), quando somada à multa aplicada no âmbito do(s) NFLD(s) ou AI(s) de obrigação principal conexo(s) (regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício, consoante disposto no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991. Outrossim, analisandose a planilha de cálculo da multa do AI CFL 68, nas e fls. 26 e 27, podese observar que, no tocante às contribuições previdenciárias, houve a aplicação da comparação acima descrita. Destarte, voto no sentido de conhecer do recurso para dar provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional e para que seja mantida a multa conforme calculada no lançamento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 132DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.724043/201021 Acórdão n.º 9202003.784 CSRFT2 Fl. 1.069 9 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 26/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 10980.007223/98-51
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1988 a 31/08/1994
PIS/PASEP. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO.
PIS-RESTITUIÇÃO-543-C do CPC
Recolhimentos indevidos e pleito de restituição efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação compreende o período de dez anos.
No caso vertente, o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de 07/1988 a 08/1994. O que, aplicando-se o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, tem-se que não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriormente a 5.6.88.
Recurso Especial do Procurador negado
Numero da decisão: 9303-003.454
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO. PISRESTITUIÇÃO543C do CPC Recolhimentos indevidos e pleito de restituição efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação compreende o período de dez anos. No caso vertente, o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de 07/1988 a 08/1994. O que, aplicandose o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, temse que não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriormente a 5.6.88. Recurso Especial do Procurador negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 72 23 /9 8- 51 Fl. 295DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de Recursos Especial apresentado pela Fazenda Nacional contra Acórdão nº 20178.523, do 2º Conselho de Contribuintes que, por maioria de de votos, deu provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, conforme decisão proferida com a seguinte ementa: "PIS/PASEP. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO. O direito de pleitear a restituição do PIS/Pasep recolhido com base nos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.449/88 tem como termo a quo a data da publicação da Resolução n 249 do Senado Federal, ocorrida em 09/10/95. Precedentes. Recurso provido." O Colegiado, em síntese, depreendendose da leitura do voto constante do acórdão recorrido, acordou que o prazo decadencial para repetir ou compensar o PIS recolhido com base nos malsinados decretosleis iniciouse com a publicação da Resolução do Senado acima mencionada e que o prazo para a interposição dos pedidos de restituição/compensação deveriam obedecer o lapso de 05 (cinco) anos a contar de tal evento. Como a referida resolução foi publicada em 09 de outubro de 1995, os processos protocolados até tal data, cinco anos depois, estão dentro do prazo. Insatisfeita, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, requerendo a reforma do acórdão recorrido, no sentido de se restabelecer o prazo de cinco anos de restituição e/ou compensação para o PIS a partir de recolhimento, consagrado pela primeira instância administrativa. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 565 3 O apelo da Fazenda Nacional foi admitido em sua integralidade nos termos do Despacho de fls. 260/261 apreciado pelo Presidente da Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes em exercício à época. O sujeito passivo tomou conhecimento do Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional, apresentando Contrarrazões às fls. 266 a 273, requerendo que seja negado provimento ao Recurso Especial. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama. Depreendendose da análise dos autos, o Recurso é tempestivo e deve ser admitido. O que concordo integralmente com a análise feita em Despacho de fls. 260/261, eis que se trata de decisão não unânime e restou demonstrada a contrariedade à lei. Vêse, então, que única questão a ser considerada no presente processo é a da decadência do direito de se pleitear a restituição/compensação do PIS relativo aos recolhimentos efetuados sob a égide dos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.449/88, cuja suspensão da eficácia foi declarada por resolução do Senado Federal. Para melhor elucidar, importante transcrever o relatório constante do acórdão recorrido (Grifos Meus): "A contribuinte em epígrafe pleiteou a restituição/compensação do PIS relativo aos valores recolhidos indevidamente em face da inconstitucionalidade declarada dos DecretosLeis nas 2.445/88 e 2.449/88. O pedido foi deferido parcialmente para reconhecer o direito creditório, salvo em relação aos recolhimentos anteriores a maio de 1993, alcançados pela decadência. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 4 Relativamente aos valores concedidos, houve cálculo com base nos débitos devidos pela sistemática do PIS/Repique e os recolhidos com base na receita operacional. A contribuinte recorreu para a DRF em Curitiba PR pedindo a integralidade do período relativo ao direito pretendido, bem como repeliu os cálculos efetuados, que lhe negaram o direito em valores versados em períodos não decaídos. A decisão manteve o entendimento da Delegacia da Receita Federal em Curitiba PR exarado no despacho decisório objeto da manifestação de inconformidade, mencionando não ter havido a recusa da compensação relativa aos exercícios de 1993 e 1994. A contribuinte interpõe, então, o presente recurso voluntário; onde resume a sua inconformidade somente quanto à decadência atacada. É o relatório." Não obstante, no que tange à discussão acerca do termo inicial a ser considerado para a contagem do prazo prescricional/decadencial, importante trazer que, com a alteração promovida pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, que introduziu o art. 62A ao Regimento Interno do CARF, determinando que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (dispositivo atual – art. 62, § 2º, Anexo I, do RICARF/15 – Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015)), essa questão não mais comportaria debates. Vêse que tal matéria foi objeto de decisão do STJ em sede de recursos repetitivos, na apreciação do REsp nº 1110578/SP, de relatoria do Ministro Luiz Fux (data do julgamento 12/05/2010). O que peço licença para transcrever a ementa (Grifos meus): “Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO Fl. 298DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 566 5 1. O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, qual seja, a data do efetivo pagamento do tributo, a teor do disposto no artigo 168, inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. (Precedentes: REsp 947.233/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 10/08/2009 AgRg no REsp 759.776/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 20/04/2009; REsp 857.464/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, DJe 02/03/2009; AgRg no REsp 1072339/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2009, DJe 17/02/2009; AgRg no REsp. 404.073/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJU 31.05.07; AgRg no REsp. 732.726/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, Primeira Turma, DJU 21.11.05) 2. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Precedentes: EREsp 435835/SC, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2004, DJ 04/06/2007; AgRg no Ag 803.662/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ 19/12/2007) 3. In casu, os autores, ora recorrentes, ajuizaram ação em 04/04/2000, pleiteando a repetição de tributo indevidamente recolhido referente aos exercícios de 1990 a 1994, ressoando inequívoca a ocorrência da prescrição, porquanto transcorrido o lapso temporal quinquenal entre a data do efetivo pagamento do tributo e a da propositura da ação. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 6 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008". (Resp nº 1110578/SP, Rel. Min. Luiz Fux, data do julgamento 12052010, DJe de 21/05/2010; RT vol. 900 p. 204) (Negritos acrescentados)” Portanto, quanto ao termo inicial para a contagem do prazo prescricional/decadência, notase que assiste razão à Fazenda Nacional, vez que não se deve considerar como termo a quo a data de 10.10.95 – data da publicação da Resolução do Senado n° 49/95. Não obstante ao termo inicial, vêse que há outra questão sob lide, qual seja, o prazo para se pleitear a repetição de indébito – que, por sua vez, também tratou da definição do termo a quo para a aplicação do prazo decadencial – na discussão acerca do prazo de 5 anos ou 10 anos Nesse ponto, a matéria também foi decidida pelo STJ sob procedimento de recursos repetitivos, no julgamento do Recurso Especial n°1.002.932 SP, ao apreciar o texto trazido pela Lei Complementar n° 118/05. Após apreciação da matéria, o STJ firmou o entendimento de que, relativamente aos pagamentos indevidos efetuados anteriormente à Lei Complementar n° 118/05, o prazo prescricional para a restituição do indébito permaneceria regido pela tese dos “cinco mais cinco”, isto é, pelo prazo de dez anos, limitado, porém, a cinco anos contados a partir da vigência daquela lei. O Supremo Tribunal Federal, por conseguinte, enfrentando o tema, decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário 566.621RS (04/08/2011), ser aplicável o novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Ou seja, para os pedidos de repetição de indébito apresentados anteriormente a 9 de junho de 2005, poderseia considerar o prazo prescricional/decadencial de 10 anos. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 567 7 Para melhor compreensão, transcrevo a ementa do referido acórdão: “PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 Rio GRANDE DO Sul. RELATORA: MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE '9 DE JUNHO DE 2005. O que resta reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. No caso vertente, temse que, em 5.6.98, o sujeito passivo protocolou pedido de restituição de PIS relativo ao período compreendido entre julho de 1988 a agosto de 1994. Em respeito ao o decidido pelo STF, no RE nº 566.621, e pelo STJ, no REsp nº 1.002.932, segundo o que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 10 (dez) anos, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar nº 118, de fevereiro de 2005, ocorrida em 09/06/2005; ou seja, de 5 (cinco) anos para homologar (artigo 150, § 4° do CTN) mais 5 (cinco) anos, a partir dessa homologação, para pleitear restituição (artigo 168, inc. I, do CTN), inevitável afastar a decadência. Eis que o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de julho/1988 a agosto/1994. O que, aplicandose o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, temse que Fl. 301DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 8 não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriomente a 5.6.88. Dessa forma, admito o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, negandolhe provimento. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 302DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
score : 1.0
Numero do processo: 15504.005969/2010-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 11 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2401-000.468
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros da Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, por CONVERTER o julgamento em diligência fiscal, para que se aguarde o resultado do julgamento do Ato Cancelatório que ensejou a lavratura do presente Auto de Infração ou, caso o julgamento já tenha sido concluído, que sejam prestadas as respectivas informações.
(assinado digitalmente)
André Luís Mársico Lombardi Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Luciana Matos Pereira Barbosa (Vice-Presidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rayd Santana Ferreira, Carlos Henrique de Oliveira e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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Resolvem os membros da Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, por CONVERTER o julgamento em diligência fiscal, para que se aguarde o resultado do julgamento do Ato Cancelatório que ensejou a lavratura do presente Auto de Infração ou, caso o julgamento já tenha sido concluído, que sejam prestadas as respectivas informações. (assinado digitalmente) André Luís Mársico Lombardi – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Luís Mársico Lombardi (Presidente), Luciana Matos Pereira Barbosa (VicePresidente), Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rayd Santana Ferreira, Carlos Henrique de Oliveira e Arlindo da Costa e Silva. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 04 .0 05 96 9/ 20 10 -5 3 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 09/ 01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 15504.005969/201053 Resolução nº 2401000.468 S2C4T1 Fl. 299 2 RELATÓRIO e VOTO Tratase de Auto de Infração (AI) nº 37.246.1654, lavrado em 08/04/2010, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições de terceiros, conforme informações encontradas em Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações Previdência Social (GFIP), referentes ao período de 01/2006 a 12/2007, tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 2.563.087,24, fls. 01. O lançamento foi realizado com base em fatos apurados em procedimento de cancelamento de isenção, que deu origem ao Ato Cancelatório de 26/01/2007, fls. 23. Em razão da inexistência de informação nos autos a respeito da definitividade de tal discussão no âmbito administrativo, o julgamento do recurso voluntário, anteriormente de competência da 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção do CARF (Relatoria do exConselheiro Mauro José Silva), foi convertido em diligência para que se aguardesse a solução definitiva do processo que trata do Ato Cancelatório de Isenção 11.401.1/006 12007. Após tal evento, deveriam ser juntadas aos autos cópias das decisões e despachos daquele processo que demonstrem o desfecho definitivo da discussão a respeito da isenção/imunidade da recorrente no período do lançamento atual. Em seguida, deveria a interessada ser cientificada com prazo de dez dias (art. 44 da Lei 9.784/99). Encaminhados os autos à origem, estes foram devolvidos com a alegação de que o processo administrativo relativo ao Ato Cancelatório encontravase pendente de julgamento neste Conselho. Todavia, ao invés de os autos aguardarem o julgamento, instrução, cientificação e manifestação, nos termos da Resolução 2301000.267 (fls. 283 e seguintes), foram a mim distribuídos para relatoria. Como não foram ainda tomadas as providências anteriormente determinadas, voto por converter os autos novamente em diligência: (i) para que se aguarde a solução definitiva do processo que trata do Ato Cancelatório de Isenção 11.401.1/006 12007 (aguardar na Secam, nos termos do artigo 12 da Portaria CARF n° 34/2015); (ii) para que sejam juntadas aos autos cópias das decisões e despachos daquele processo que demonstrem o desfecho definitivo da discussão a respeito da isenção/imunidade da recorrente no período do lançamento atual; (iii) em seguida, que retornem os autos à origem para que a interessada seja cientificada com prazo de dez dias (art. 44 da Lei 9.784/99). CONCLUSÃO: Voto pela CONVERSÃO do julgamento EM DILIGÊNCIA, para que se aguarde o resultado do julgamento do Ato Cancelatório que ensejou a lavratura do presente Fl. 308DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 09/ 01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI Processo nº 15504.005969/201053 Resolução nº 2401000.468 S2C4T1 Fl. 300 3 Auto de Infração ou, caso o julgamento já tenha sido concluído, que sejam prestadas as respectivas informações. (assinado digitalmente) André Luís Mársico Lombardi Relator Fl. 309DF CARF MF Impresso em 11/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 09/ 01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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Numero do processo: 10980.009414/2009-16
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Nov 06 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2802-000.151
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria, sobrestar o julgamento nos termos do §1º do art. 62-A do Regimento Interno do CARF c/c Portaria CARF nº 01/2012. Vencidos os Conselheiros Jaci de Assis Júnior e Jorge Cláudio Duarte Cardoso.
(assinado digitalmente)
Jorge Cláudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
German Alejandro San Martín Fernández - Relator.
EDITADO EM: 18/07/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martín Fernández, Jaci de Assis Junior, Carlos André Ribas de Mello, Dayse Fernandes Leite e Julianna Bandeira Toscano.
Nome do relator: Não se aplica
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Numero do processo: 10380.006014/2004-03
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004
Embargos Inominados. Inexatidões Materiais. Inocorrência.
A inexistência do vício (erro material) apontado pela embargante, implica em improvimento dos embargos por ela manejados.
Embargos Negados
Numero da decisão: 9303-003.409
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos inominados apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza - CE.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente.
Henrique Pinheiro Torres Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Recorrente Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza CE Interessado Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S.A. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 Embargos Inominados. Inexatidões Materiais. Inocorrência. A inexistência do vício (erro material) apontado pela embargante, implica em improvimento dos embargos por ela manejados. Embargos Negados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos inominados apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza CE. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente. Henrique Pinheiro Torres – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de processo devolvido pela DRF Fortaleza, mediante Informação Fiscal e despacho de fls.436 e 437, em que aponta empecilho na intelecção da decisão, a impedir a perfeita execução do Acórdão 9303002.182. A referida decisão foi assim ementada: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 60 14 /2 00 4- 03 Fl. 440DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 Base de Cálculo. Alargamento. Aplicação de Decisão Inequívoca do STF. Possibilidade. Nos termos regimentais, podese afastar aplicação de dispositivo de lei que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária do Supremo Tribunal Federal. Afastado o disposto no § 1° do art. 3° da Lei n° 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, com trânsito em julgado, a base de cálculo da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, até a vigência da Lei 10.833/2003, voltou a ser o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e de mercadorias e de serviços. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. Esta turma julgadora deu provimento parcial ao recurso especial para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente a recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. Segundo o entendimento da unidade preparadora, para determinar as parcelas a serem excluídas das bases de cálculo mensais da COFINS, seria necessário o esclarecimento da dúvida levantada pelo SECAT da DRF Fortaleza, constante da Informação Fiscal de fls. 405 e 406. A dúvida residiria no fato de que a decisão de primeira instância determinou a dedução de indenização de seguro por reparação, até os montantes dos bens sinistrados, conforme registrado no ativo, deduzidos os valores de depreciação. Entretanto, os valores que foram incluídos na base de cálculo seriam sinistros de mercadorias e não de bens do ativo permanente, sujeitos depreciação. O processo retornou ao Conselho, por conta do Recurso Especial, mas a dúvida levantada pelo SECAT não teria sido esclarecida. A unidade preparadora questiona também o fato de a decisão ter tratado a decadência com base em dispositivo tachado pelo STF como inconstitucional. No despacho de admissibilidade dos Embargos de Declaração, o i. Senhor Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais acolheu parcialmente a manifestação da DRFFORCE como embargos inominados, provocando a 3ª Turma da CSRF a se pronunciar sobre a exclusão da base de cálculo de COFINS dos valores correspondentes à recuperação de despesas, referente a sinistros de mercadorias, de forma a permitir a perfeita execução do decidido pelo acórdão ora embargado (despacho às fls.438 a 439). Por outro lado, não foi admitido como embargos o óbice levantado pela autoridade preparadora quanto ao decidido a respeito da decadência, por não se tratar de qualquer vício ensejador de embargos. É o relatório. Voto Fl. 441DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 10380.006014/200403 Acórdão n.º 9303003.409 CSRFT3 Fl. 441 3 Conselheiro HENRIQUE PINHEIRO TORRES Conheço parcialmente dos embargos interpostos recepcionados como embargos inominados de que trata o art. 66 do RICARF/2015, na parte que trata sobre a exclusão da base de cálculo de COFINS dos valores correspondentes à recuperação de despesas, referente a sinistros de mercadorias. O Acórdão n° 9303002.182, de 5 de fevereiro de 2013, deu provimento parcial ao recurso especial para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS, dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente a recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. Transcrevo trecho do voto condutor do Acórdão, de minha lavra, na parte em que delimito a lide e fundamento meu voto: A questão posta em debate cingese a decidir se os valores relativos à denominada recuperação de despesas devem ser excluídos da base de cálculo da COFINS, como defende o Sujeito Passivo em seu recurso especial ou se deve ser mantido, como postula a Fazenda Nacional em suas contrarrazões. [...] De todo o exposto, podese concluir que, anteriormente a 1º de fevereiro de 2004, data de vigência dos arts. 1º a 15 e 25 da Lei nº 10.833/2003, a base de cálculo da Cofins era o faturamento, assim entendido a receita bruta correspondente ao produto da venda de bens, serviços ou de bens e de serviços relacionados à atividade operacional da pessoa jurídica. Neste período as receitas correspondentes às recuperações de custos (de despesas), não integravam a base de cálculo da contribuição. A partir dessa data, por força do art. 1º desse diploma legal, as sociedades empresárias sujeitas à incidência nãocumulativa da Cofins estavam sujeitas ao pagamento da contribuição em comento sobre o total das receitas auferidas (receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica), independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso apresentado pelo sujeito passivo para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS, dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. A unidade preparadora alega que, para determinar as parcelas a serem excluídas das bases de cálculo mensais da COFINS, seria necessário o esclarecimento da dúvida levantada pelo SECAT da DRF Fortaleza, constante da Informação Fiscal de fls. 396 e 397: a dúvida residiria no fato de que a decisão de primeira instância teria determinado a dedução de indenização de seguro por reparação, até os montantes dos bens sinistrados, conforme registrado no ativo, deduzidos os valores de depreciação; entretanto, os valores que Fl. 442DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 4 foram incluídos na base de cálculo seriam sinistros de mercadorias e não de bens do ativo permanente, sujeitos depreciação. Apreciando as alegações da DRF Fortaleza, entendo que a decisão não padece de omissão ou erro. O Acórdão 9303002.182 deu provimento parcial ao recurso especial apresentado pelo sujeito passivo, determinando a exclusão da base de cálculo da COFINS dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, na qual os valores relativos a sinistros de mercadorias estavam incluídos, para os períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e a inclusão para os períodos iniciados a partir do referido mês, inclusive. Esta foi a decisão que deverá ser executada, e não o Acórdão 20311.769, da Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que foi reformado. Tanto a decisão embargada quanto aquela referida pela DRJ Fortaleza (Acórdão 20311.769, de 25 de janeiro de 2007), foi no sentido de se excluir da base de cálculo da COFINS os valores referentes às indenizações por ativos sinistrados, configurados como recuperação de despesas. A questão acerca da classificação contábil dos ativos sinistrados, se deveriam ser classificados no ativo circulante (o que foi o caso, por se tratarem de sinistros de mercadorias), ou classificados no ativo permanente, sujeitos à depreciação, não impede a perfeita execução do acórdão, nem tem o condão de viciar a decisão ora embargada. A decisão reformada (Acórdão 20311.769) tratou da questão das indenizações de seguro tanto para aqueles sinistros ocorridos com bens do ativo permanente quanto para sinistros ocorridos com bens do ativo circulante. Reproduzo trecho do voto condutor do referido julgado (fls.244 e 245): No tocante às indenizações de seguro, relativas a reparações de dano em virtude de sinistros ocorridos com bens do ativo permanente ou do ativo circulante, considero que estão excluídas da base de cálculo do PIS Faturamento e da COFINS, mesmo após a Lei n° 9.718/98. [...] Como as indenizações em tela se enquadram como reparat6rias, posto que recebidas em função de sinistro de bens registrados no ativo circulante ou no permanente, devem ser excluídas da base de cálculo da Contribuição. Tal exclusão fica limitada ao valor escriturado do bem reparado, no momento do sinistro. Assim, do valor total de aquisição devem ser deduzidas as depreciações já realizadas, de modo a limitar a exclusão da base de cálculo da Contribuição ao montante residual do bem sinistrado. A constatação de que o bem não estava sujeito à depreciação, por se tratar de bem do ativo circulante, não impede a exclusão determinada pelo Acórdão 9303002.182, nem impedia a exclusão determinada pelo Acórdão 20311.769 posteriormente reformado. O limite seria o valor escriturado do bem: o valor de aquisição, deduzidas as depreciações, caso existentes. Dessa forma, a unidade preparadora deverá executar o Acórdão 9303 002.182 excluindo da base de cálculo da COFINS aqueles valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, na qual os valores relativos a sinistros Fl. 443DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 10380.006014/200403 Acórdão n.º 9303003.409 CSRFT3 Fl. 442 5 de mercadorias estão incluídos, para os períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, observando o limite do valor escriturado do bem, ou seja, o seu valor de custo, com base nos registros contábeis da interessada e/ou notas fiscais de aquisição das mercadorias sinistradas. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento aos embargos inominados, mantendo integralmente a decisão recorrida. Henrique Pinheiro Torres Relator Fl. 444DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES
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