Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10945.001460/2009-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. NECESSIDADE CUMPRIMENTO REQUISITOS PREVISTOS EM LEI ORDINÁRIA.
As entidades beneficentes que prestam assistência social, inclusive no campo da educação e da saúde, para gozarem da imunidade constante do § 7º do art. 195 da Constituição Federal, deveriam, à época dos fatos geradores, atender ao rol de exigências determinado pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91.
MULTA DE OFÍCIO. ART. 35-A DA LEI Nº 8.212/91.
As multas previstas anteriormente no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 ostentavam natureza mista, punindo a mora e a necessidade de atuação de ofício do aparato estatal (multa de ofício), de sorte que aqueles percentuais devem ser comparados com as disposições hoje contidas no artigo 35-A da Lei n° 8.212/91, para fins de apuração da multa mais benéfica (art. 106, II, c do CTN). Para fatos geradores ocorridos antes da alteração legislativa, aplicam-se as multas então estipuladas no artigo 35 da Lei n° 8.212/91, observado o limite máximo de 75%.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2302-003.064
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. Vencidos na votação os Conselheiros Bianca Delgado Pinheiro, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96).
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. NECESSIDADE CUMPRIMENTO REQUISITOS PREVISTOS EM LEI ORDINÁRIA. As entidades beneficentes que prestam assistência social, inclusive no campo da educação e da saúde, para gozarem da imunidade constante do § 7º do art. 195 da Constituição Federal, deveriam, à época dos fatos geradores, atender ao rol de exigências determinado pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91. MULTA DE OFÍCIO. ART. 35-A DA LEI Nº 8.212/91. As multas previstas anteriormente no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 ostentavam natureza mista, punindo a mora e a necessidade de atuação de ofício do aparato estatal (multa de ofício), de sorte que aqueles percentuais devem ser comparados com as disposições hoje contidas no artigo 35-A da Lei n° 8.212/91, para fins de apuração da multa mais benéfica (art. 106, II, c do CTN). Para fatos geradores ocorridos antes da alteração legislativa, aplicam-se as multas então estipuladas no artigo 35 da Lei n° 8.212/91, observado o limite máximo de 75%. Recurso Voluntário Provido em Parte
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10945.001460/2009-95
anomes_publicacao_s : 201405
conteudo_id_s : 5351077
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2302-003.064
nome_arquivo_s : Decisao_10945001460200995.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
nome_arquivo_pdf_s : 10945001460200995_5351077.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. Vencidos na votação os Conselheiros Bianca Delgado Pinheiro, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96). (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 19 00:00:00 UTC 2014
id : 5471789
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:22:35 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812770697216
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2462; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 211 1 210 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.001460/200995 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2302003.064 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 19 de março de 2014 Matéria Entidade Beneficente de Assistência Social Recorrente SOCIEDADE HOSPITAL E MATERNIDADE NOSSA SENHORA DO CARAVAGGIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. NECESSIDADE CUMPRIMENTO REQUISITOS PREVISTOS EM LEI ORDINÁRIA. As entidades beneficentes que prestam assistência social, inclusive no campo da educação e da saúde, para gozarem da imunidade constante do § 7º do art. 195 da Constituição Federal, deveriam, à época dos fatos geradores, atender ao rol de exigências determinado pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91. MULTA DE OFÍCIO. ART. 35A DA LEI Nº 8.212/91. As multas previstas anteriormente no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 ostentavam natureza mista, punindo a mora e a necessidade de atuação de ofício do aparato estatal (multa de ofício), de sorte que aqueles percentuais devem ser comparados com as disposições hoje contidas no artigo 35A da Lei n° 8.212/91, para fins de apuração da multa mais benéfica (art. 106, II, c do CTN). Para fatos geradores ocorridos antes da alteração legislativa, aplicamse as multas então estipuladas no artigo 35 da Lei n° 8.212/91, observado o limite máximo de 75%. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, devendo a multa aplicada ser calculada considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. Vencidos na votação os Conselheiros Bianca Delgado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 14 60 /2 00 9- 95 Fl. 211DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Pinheiro, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Leonardo Henrique Pires Lopes, por entenderem que a multa aplicada deve ser limitada ao percentual de 20% em decorrência das disposições introduzidas pela MP 449/2008 (art. 35 da Lei n.º 8.212/91, na redação da MP n.º 449/2008 c/c art. 61, da Lei n.º 9.430/96). (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vicepresidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 212DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10945.001460/200995 Acórdão n.º 2302003.064 S2C3T2 Fl. 212 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação da recorrente, mantendo o crédito tributário lançado. Adotamos trecho do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 185 e seguintes), que bem resume o quanto consta dos autos: O presente /de Auto de Infração, lançado contra a empresa acima identificada, tem por finalidade apurar e constituir crédito relativo a contribuições da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho — Gilrat, arrecadadas pela Receita Federal do Brasil e destinadas à seguridade social, não recolhidas pela empresa e incidentes sobre remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestaram serviços nas competências de janeiro de 2006 a dezembro de 2007 , perfazendo um total de R$130.078,55. Diz a Fiscalização (fls.63): A empresa declarou as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social — GFIP's como Entidade Beneficente de Assistência Social (FPAS 639), não sendo portador do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social emitido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CEBAS) nem possuindo o Ato Declaratório de Isenção Previdenciária emitido pela Receita Federal do Brasil, motivo pelo qual não faz jus à isenção da parcela patronal da contribuição previdenciária, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho —GILRAT. A empresa foi cientificada em 28/10/2009. Em 25/11/2009, ingressou com defesa alegando, em síntese, o que segue: (...) Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada improcedente, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso de fls. 200 e seguintes, no qual alega, em apertada síntese, que: O Auto de Infração é ilegal por não descrever a infração e tampouco qualquer especificação relativa ao caso concreto, sendo que o relatório de fiscalização não integrou o Auto de Infração; Fl. 213DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 A entidade é beneficente de assistência social, declarada de utilidade pública e, portanto, isenta de contribuição para a seguridade social. Sendo assim, a exigência imposta não encontraria respaldo na legislação. É o relatório. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10945.001460/200995 Acórdão n.º 2302003.064 S2C3T2 Fl. 213 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Descrição da Infração e Fundamentação Legal. Alega a recorrente que o Auto de Infração é ilegal por não descrever a infração e tampouco qualquer especificação relativa ao caso concreto, sendo que o relatório de fiscalização não integrou o Auto de Infração. Ocorre que a fundamentação legal do lançamento encontrase registrada no relatório Fundamentos Legais do Débito — FLD, de fls. 21/23 dos autos, que aponta os fundamentos relativos à competência para fiscalizar, arrecadar e cobrar; os fundamentos relativos aos acréscimos legais sobre contribuições previdenciárias recolhidas em atraso; os fundamentos relativos à contribuição da empresa sobre a remuneração de empregados e à contribuição das empresas para o financiamento dos benefícios em razão da incapacidade laborativa; os fundamentos relativos ao prazo e a obrigação de recolhimento, aos acréscimos legais (multa e juros), à falta de pagamento, falta de declaração ou declaração inexata. Quanto à suposta ilegalidade por ausência de descrição da infração cometida, cumpre observar que se trata de não recolhimento de contribuições devidas pela recorrente, o que resta claro no relatório fiscal. Não é verdade que o relatório fiscal não integra o auto de infração. Como se observa às fls. 01, a ciência deste Auto de Infração se deu de forma pessoal e ali consta textualmente (antes da assinatura de recebimento do AI), a seguinte frase: Declarome ciente deste Auto de Infração e Anexos, dos quais recebi a 2ª via. E entre os referidos Anexos, consta o REFIS — Relatório Fiscal com a motivação do Auto de Infração. Portanto, dentro do que entende a recorrente do que seja motivo do ato e motivo legal, entendese que ambos, por meio do relatório FLD — Fundamentos legais do Débito e do Relatório Fiscal REFIS, foram devidamente observados neste lançamento. Entidade Beneficente. Alega a recorrente ser entidade beneficente de assistência social, declarada de utilidade pública e, portanto, isenta de contribuição para a seguridade social. Sendo assim, a exigência imposta não encontraria respaldo na legislação. Referese a recorrente à imunidade relativa às contribuições previdenciárias, que foi estabelecida pelo art. 195, § 7°, da Constituição Federal: Art. 195. (..) § 7° São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 A recorrente tece argumentos no sentido de que e uma entidade sem fins lucrativos, tendo por objetivo organizar e manter os serviços médicos hospitalares à beneficência para pessoas reconhecidamente necessitadas, sem distinção de raça, cor, condição social, credo religioso ou político, ou seja, entidade filantrópica. De fato, deve ter sido justamente essa a razão que fundamentou o estabelecimento da imunidade para as entidades beneficentes em relação às contribuições para a seguridade social, nos termos do citado § 7° do art. 195 da Constituição Federal. Entretanto, esse mesmo dispositivo ressalva em seu final que devem ser atendidas as exigências estabelecidas em lei. E é justamente aqui que se encontra o cerne do presente litígio. A recorrente afirmar atender ao que está previsto no inciso I do art. 55 da Lei no 8.212, de 1991, que estabelecia, dentre os requisitos necessários à isenção das contribuições previdenciárias, o reconhecimento da entidade como sendo de utilidade pública federal e estadual ou do distrito federal ou municipal. Olvidouse, no entanto, que caput prescreve a necessidade de atendimento cumulativo dos pressupostos indicados em seus incisos: Um dos requisitos ou dos pressupostos então exigidos é que a entidade fosse portadora do Certificado de Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social e renovado a cada três anos (inciso II). Ocorre que a entidade não apresentou tal documento. Ademais, também não consta dos autos que a entidade tenha obtido o Ato Declaratório de Isenção Previdenciária emitido pela Receita Federal do Brasil (§ 1° do artigo 55 da Lei n° 8.212/91). Sendo assim, deve ser mantido o lançamento, Multas. Direito Intertemporal. Impõese a esta instância julgadora analisar questão de ordem pública, referente à retroatividade benigna da multa aplicada. O art. 35 da Lei n ° 8.212/1991, na época dos fatos geradores, assim dispunha a respeito das multas de mora, aplicáveis, inclusive, nas hipóteses de lançamento de ofício: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) quatro por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) sete por cento, no mês seguinte; c) dez por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 216DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10945.001460/200995 Acórdão n.º 2302003.064 S2C3T2 Fl. 214 7 c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) doze por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) quinze por cento, após o 15º dia do recebimento da notificação; c) vinte por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) vinte e cinco por cento, após o 15º dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) trinta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) trinta e cinco por cento, se houve parcelamento; c) quarenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; d) cinqüenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008)(Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 217DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 8 § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) (destaques nossos) Verificase dos trechos destacados que a multa prevista anteriormente no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 era aplicável em diversas situações, inclusive no lançamento de ofício (“créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento”) e com percentuais que avançavam não só em relação ao tempo de mora como também em razão da fase processual ou procedimental (lançamento, inscrição em dívida ativa, ajuizamento da execução fiscal, etc.). Nesse sentido, concluise que, a despeito de ser intitulada de multa de mora, punia não só a prática do atraso, mas também a necessidade de movimentação do aparato estatal que cumpria o dever de ofício de se mobilizar para compelir o contribuinte ao recolhimento do tributo, agora, acompanhado da denominada multa de ofício. Ora, multa de mora pressupõe o recolhimento espontâneo pelo contribuinte e a multa de ofício tem como premissa básica a atuação estatal. Destarte, se o dispositivo reuniu duas hipóteses de naturezas jurídicas distintas, pouco importa a denominação utilizada pelo legislador (“multa de mora”), sendo de se reconhecer, conforme o caso, de que instituto jurídico efetivamente está se tratando. Isso importa no caso em comento porque os dispositivos legais que disciplinavam a cominação de penalidades pecuniárias decorrentes do não recolhimento tempestivo de contribuições previdenciárias sofreram profundas alterações pela Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009. Podese afirmar, de pronto, que a legislação ora vigente faz distinção mais precisa entre multa de mora e multa de ofício, não incidindo no equívoco terminológico da redação vigente à época dos fatos geradores. É sabido que em razão do que dispõe o art. 144 do CTN, vigora com intensidade no Direito Tributário o princípio geral de direito intertemporal do tempus regit actum, de sorte que o lançamento tributário é regido pela lei vigente à data de ocorrência do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Ocorre que, apesar do princípio de direito intertemporal citado, o art. 106, II, ‘c’ do CTN, prevê a retroatividade benigna em matéria de infrações tributárias: Fl. 218DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 10945.001460/200995 Acórdão n.º 2302003.064 S2C3T2 Fl. 215 9 Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Portanto, é preciso reconhecer que se aplica a lei vigente à data da ocorrência do fato gerador, exceto se nova legislação cominar penalidade menos severa. Importanos aqui, não a multa de mora, que continua prevista no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 c.c. artigo 61 da Lei n° 9.430/96, mas a multa de ofício, hoje estabelecida no artigo 35A da Lei n° 8.212/91 c.c. artigo 44 da Lei n° 9.430/96: Lei n° 8.212/91: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto noart. 44 da Lei no9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Lei n° 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata;(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (...) Se cotejarmos os percentuais de multa previstos no antigo artigo 35 da Lei n° 8.212/91 com o percentual de multa previsto no artigo 44, I, da Lei n° 9.430/96, concluiremos que, a princípio, a multa prevista na legislação pretérita, vigente à época dos fatos geradores, é menor e, portanto, mais benéfica que a multa estabelecida na novel legislação. Sendo assim, entendese que deveria a autoridade fiscal lançadora ter comparado a multa prevista na redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 com a multa hoje prevista no artigo 35A da Lei n° 8.212/91. Se tivesse efetuado tal comparativo, concluiria pela aplicação, a princípio, da multa prevista na redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91. Todavia, a autoridade fiscal, aplicando o Parecer PGFN CAT nº 443/2009, efetuou comparativo considerando, a soma da sanção decorrente de infração à obrigação principal (recolhimento do tributo) com a sanção decorrente de infração à obrigação acessória (declaração em GFIP), como se ambas tivessem sido substituídas pela multa de ofício ora estipulada no artigo 35A da Lei n° 8.212/91. Assim, foi levada ao equívoco de que a Fl. 219DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 10 legislação superveniente seria mais benéfica (multa de ofício de 75%) em parte das competências. Como a sanção por descumprimento de obrigação principal e a sanção por descumprimento de obrigação acessória têm natureza distintas, o comparativo sempre deve ser feito entre sanções decorrentes de infrações às obrigações principais ou entre sanções decorrentes de infrações às obrigações acessórias, nunca mesclando ou somando umas e outras. Como afirmado, se tivesse procedido na forma proposta, concluiria pela aplicação, a princípio, da multa prevista na redação anterior do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 para todas as competências. E afirmase “a princípio”, pois, em certas circunstâncias, ainda que eventuais e futuras, os percentuais antes previstos no artigo 35 podem se mostrar mais gravosos, na hipótese de crédito inscrito em dívida ativa, após o ajuizamento da ação fiscal (antigo artigo 35, III, alíneas c e d, da Lei n° 8.212/91). Portanto, apenas nestas situações específicas é que a aplicação da novel legislação deve prevalecer. Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL devendo, à multa pelo descumprimento de obrigação principal, ser aplicadas as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 01/04/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001349/2008-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jul 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2006
GFIP. INFORMAÇÃO RELATIVA A FATOS GERADORES. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS APURADAS EM AUTO DE INFRAÇÃO MANTIDO.
Tendo sido considerada procedente a exigência das contribuições previdenciárias, em relação às competências em questão, é obrigado o sujeito passivo a informar as remunerações pagas aos em GFIP.
MULTA. RETROATIVIDADE DO ARTIGO 106 DO CTN.
Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Numero da decisão: 2301-003.941
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2006 GFIP. INFORMAÇÃO RELATIVA A FATOS GERADORES. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS APURADAS EM AUTO DE INFRAÇÃO MANTIDO. Tendo sido considerada procedente a exigência das contribuições previdenciárias, em relação às competências em questão, é obrigado o sujeito passivo a informar as remunerações pagas aos em GFIP. MULTA. RETROATIVIDADE DO ARTIGO 106 DO CTN. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jul 11 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 16327.001349/2008-81
anomes_publicacao_s : 201407
conteudo_id_s : 5358746
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jul 11 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2301-003.941
nome_arquivo_s : Decisao_16327001349200881.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ADRIANO GONZALES SILVERIO
nome_arquivo_pdf_s : 16327001349200881_5358746.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32-A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35-A da Lei 8.212/1991, deduzindo-se as multas aplicadas nos lançamentos correlatos e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira - Presidente. Adriano Gonzales Silvério - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
id : 5517693
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:24:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812793765888
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2401; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 95 1 94 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.001349/200881 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2301003.941 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 18 de março de 2014 Matéria Obrigação Acessória. GFIP Recorrente PORTO SEGURO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2006 GFIP. INFORMAÇÃO RELATIVA A FATOS GERADORES. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS APURADAS EM AUTO DE INFRAÇÃO MANTIDO. Tendo sido considerada procedente a exigência das contribuições previdenciárias, em relação às competências em questão, é obrigado o sujeito passivo a informar as remunerações pagas aos em GFIP. MULTA. RETROATIVIDADE DO ARTIGO 106 DO CTN. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para aplicar ao cálculo da multa o art. 32A, da Lei 8.212/91, caso este seja mais benéfico à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para determinar que a multa seja recalculada, nos termos do I, art. 44, da Lei n.º 9.430/1996, como determina o Art. 35A da Lei 8.212/1991, deduzindose as multas aplicadas nos lançamentos correlatos e que se utilize esse valor, caso seja mais benéfico à Recorrente; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 13 49 /2 00 8- 81 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 11/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 03/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério. Relatório Tratase de Auto de Infração 37.121.2111, o qual exige multa pelo fato de o sujeito passivo não ter declarado em GFIP as contribuições previdenciárias apuradas pela fiscalização no AI nº 37.121.2103 decorrentes do levantamento PLA – Participação nos Lucros dos Administradores (04/2004, 04/2005, 04/2006). O sujeito passivo apresentou sua impugnação sustentando que apresentou defesa tempestiva em face do auto de infração que apurou as contribuições previdenciárias e que sendo indevida a exigência dessas sobre o pagamento de participação nos lucros ou resultados, não merece subsistir o presente lançamento, o qual exige multa por descumprimento de obrigação acessória. A DRJ de São Paulo julgou improcedente a impugnação, o que motivou o sujeito passivo a interpor recurso voluntário no qual repisou argumentos suscitados em sede de impugnação, bem como pleiteou a aplicação do artigo 32A da Lei 8.212/91. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. Primeiramente esclareço que o Auto de Infração nº 37.121.2103 (PAF nº 16327.001350/200814) que exige as contribuições previdenciárias decorrentes do pagamento de PLR aos administradores foi julgado procedente pela 1ª Turma da 4ª Câmara da 2ª Seção em 07/02/2012. Não há registro de interposição de recursos, sendo que os autos foram encaminhados à origem em 11/04/2012, lá se encontrando atualmente, conforme informações extraídas do sítio do CARF e do Comprot. Tal fato por si só afasta a alegação recursal no sentido de que a presente multa não pode subsistir em decorrência do resultado da autuação principal. Isto, porque, como visto, o CARF decidiu pela procedência da exigência das contribuições previdenciárias. Sendo assim, evidenciase que nas competências de 04/2004, 04/2005 e 04/2006 a recorrente deveria ter informado as remunerações pagas aos administradores em GFIP. Retroatividade da multa – artigo 106 do CTN. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 11/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 03/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 16327.001349/200881 Acórdão n.º 2301003.941 S2C3T1 Fl. 96 3 No tocante à GFIP segundo as novas disposições legais, a multa prevista no artigo 32, § 6º da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, qual seja, aquela aplicada em razão de erro no preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores, a qual culminava com determinado valor por campo inexato, omisso ou incompleto, passou a ser prevista no artigo 32A, cujo inciso I, limita o valor a R$20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas. Incabível a multa prevista no artigo 35A da Lei 8.212/91, uma vez que este dispositivo, ao fazer referência ao artigo 44 da Lei 9.430/61, restringe sua aplicação ao lançamento de créditos relativos às contribuições previdenciárias e não o descumprimento de obrigação acessória. Tanto isso é verdade que o novel artigo 35A acima mencionado faz referência “às contribuições referidas no art. 35 desta Lei”. Seguindo essa linha vemos que o artigo 35, ao tratar das contribuições faz nova remissão, agora às alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do artigo 11 da Lei 8.212/91, o qual dispõe que constituem contribuições sociais as das empresas, as dos empregadores domésticos e as dos trabalhadores. Não há, portanto, permissão para que a multa do artigo 35A seja lançada em decorrência do descumprimento de dever instrumental. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 32A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Ante o exposto, VOTO no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para aplicar a multa do artigo 32A da Lei 8.212/91, se mais benéfica ao sujeito passivo. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 97DF CARF MF Impresso em 11/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 03/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 10830.000714/2003-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3102-000.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, conhecer do Recurso Voluntário na parte em que se discutia o direito de crédito. Vencido o Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator, que não tomava conhecimento do Recurso Voluntário. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Nanci Gama.
E, em seguida, RESOLVEM, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência para que a Unidade de Origem aguarde a decisão definitiva do processo do auto de infração correspondente.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
(assinado digitalmente)
Nanci Gama Redatora Designada.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Mônica Monteiro Garcia de los Rios, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Nanci Gama. O Conselheiro Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo participou do julgamento em substituição à Conselheira Andréa Medrado Darzé, que se declarou impedida.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201401
camara_s : Primeira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10830.000714/2003-50
anomes_publicacao_s : 201407
conteudo_id_s : 5359901
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 17 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3102-000.297
nome_arquivo_s : Decisao_10830000714200350.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
nome_arquivo_pdf_s : 10830000714200350_5359901.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, conhecer do Recurso Voluntário na parte em que se discutia o direito de crédito. Vencido o Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator, que não tomava conhecimento do Recurso Voluntário. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Nanci Gama. E, em seguida, RESOLVEM, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência para que a Unidade de Origem aguarde a decisão definitiva do processo do auto de infração correspondente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. (assinado digitalmente) Nanci Gama Redatora Designada. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Mônica Monteiro Garcia de los Rios, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Nanci Gama. O Conselheiro Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo participou do julgamento em substituição à Conselheira Andréa Medrado Darzé, que se declarou impedida.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 29 00:00:00 UTC 2014
id : 5521579
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:24:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812806348800
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2023; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 100 1 99 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.000714/200350 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3102000.297 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 29 de janeiro de 2014 Assunto Solicitação de diligência Recorrente KORBACH VOLLET ALIMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por maioria, conhecer do Recurso Voluntário na parte em que se discutia o direito de crédito. Vencido o Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator, que não tomava conhecimento do Recurso Voluntário. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Nanci Gama. E, em seguida, RESOLVEM, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência para que a Unidade de Origem aguarde a decisão definitiva do processo do auto de infração correspondente. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. (assinado digitalmente) Nanci Gama – Redatora Designada. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, Mônica Monteiro Garcia de los Rios, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Nanci Gama. O Conselheiro Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo participou do julgamento em substituição à Conselheira Andréa Medrado Darzé, que se declarou impedida. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .0 00 71 4/ 20 03 -5 0 Fl. 543DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 101 ___________ Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento (fl. 3) de saldo crédito básico do IPI apurado no 1º trimestre de 2002, no valor de R$ 82.600,14, acompanhado do Pedido de Compensação de fl. 4, em que pleiteada a compensação do referido crédito com os débitos da Contribuição para PIS/Pasep e Cofins, discriminados no extrato de fls. 71/76. Com respaldo na Informação Fiscal de fls. 107/111, a autoridade julgadora da unidade da Receita Federal de origem, por intermédio do Despacho Decisório de fl. 115, indeferiu o pedido de ressarcimento e não homologou as compensações pleiteadas, com base no argumento de que a contribuinte dera saída a produtos de sua fabricação com classificação fiscal equivocada e sem o lançamento do imposto devido. Em consequência, fora reconstituída a escrita fiscal da interessada e, ao invés saldo credor, foi apurado saldo devedor do IPI no referido trimestre. Em sede de manifestação de inconformidade, a interessada apresentou as suas razões de defesa que foram assim resumidas no relatório encartado na decisão recorrida: 1. O mérito desse processo de ressarcimento/compensação é dependente e vinculado ao processo de auto de infração de IPI n° 10830.006632/200661, assim, o exame do mérito desses autos deve ser sobrestado até o julgamento final do auto de infração relativo à mesma matéria, ou ter julgamento simultâneo com este; 2. Contesta a reconstituição da escrita fiscal efetuada pela fiscalização, questionando os critérios adotados na lavratura do auto de infração. 3. Protesta contra a cobrança dos débitos compensados enquanto estiver pendente a discussão sobre a legitimidade dos procedimentos adotados pela contribuinte; requereu, ainda, seja sustada a precipitada cobrança, consignandose a suspensão da exigibilidade das parcelas indicadas nesta. Por fim, requer o reconhecimento da improcedência do Despacho Decisório. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 347/387), em que, por unanimidade de votos, foi deferido parcialmente a solicitação e reconhecido o direito creditório no valor de R$ 925,94, com base nos fundamentos resumidos no enunciado da ementa que segue transcrito: ASSUNTO: IMPOSTOS SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 RESSARCIMENTO DE IPI. SALDO CREDOR DO TRIMESTRECALENDÁRIO. Havendo redução do saldo credor de IPI do trimestrecalendário, em virtude de lançamento de imposto, deferese o ressarcimento do novo saldo credor, após a reconstituição da escrita fiscal. Solicitação Indeferida Em 23/9/2008, a recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância (fls. 457/459). Inconformada, em 14/10/2008, apresentou o recurso voluntário de fls. 461/491, em que Fl. 544DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.000714/200350 Resolução nº 3102000.297 S3C1T2 Fl. 102 3 reafirmou os argumentos suscitados na manifestação de inconformidade e reiterou que fossem considerados os créditos das mercadorias devolvidas, assim como o pedido de diligência apresentado na manifestação de inconformidade, para fim de confirmar tais devoluções. Em 31/8/2011, por meio da petição de fls. 521/522, a recorrente apresentou pedido de desistência parcial do recurso voluntário, por meio do qual renunciou às alegações suscitadas em relação às compensações e manteve as razões recursais atinentes ao direito creditório pleiteado. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, mas, em face do pedido de desistência apresentado pela recorrente, não pode ser conhecido. Em 31/8/2011, a recorrente apresentou pedido de desistência parcial do recurso voluntário, com renúncia apenas das razões de defesa suscitadas em relação às compensações pleiteadas, mas com a manutenção das razões que foram aduzidas em relação ao pedido de ressarcimento formulado. Na vigência da redação originária do art. 741 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e da Instrução Normativa SRF nº 21, de 10 de março de 1997, a compensação a requerimento era realizada mediante apresentação de pedido de restituição ou ressarcimento acompanhado de pedido de compensação. Essa sistemática vigeu até 1/10/2002, quando entrou em vigor o regime de compensação declarada, introduzida pelo artigo 49 da Lei nº 10.637, de 2002, e que deu nova redação ao art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi regulamentada, inicialmente, pela Instrução Normativa SRF nº 210, de 30 de setembro de 2002. Nesta nova modalidade, a compensação passou a ser realizada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, apenas de declaração de compensação, em que prestada as informações tanto dos créditos utilizados quanto dos débitos compensados. Além disso, a compensação passou a ser um procedimento de extinção do crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação por parte da autoridade competente da Receita Federal. De acordo com a nova legislação, a compensação declarada passou a ser um procedimento autônomo, realizado por iniciativa do contribuinte, mediante apresentação de um único documento, a declaração de compensação. Tratase, portanto, de procedimento em que não há necessidade de apresentação de pedido de restituição ou ressarcimento e a principal análise recai sobre a regularidade da extinção dos débito compensados, que depende da comprovação da existência dos requisitos da certeza e liquidez do crédito utilizado. 1 "Art. 74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração." Fl. 545DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.000714/200350 Resolução nº 3102000.297 S3C1T2 Fl. 103 4 Na transição do velho para o novo regime de compensação, os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa, em 1/10/2002, receberam tratamento especial, isto é, todos eles, por vontade do legislador, foram transformados em declaração de compensação, desde a data do protocolo. Em consequência, também passaram a ser submetidos ao novo procedimento de homologação aplicáveis às declarações de compensação e sujeitos aos mesmos efeitos jurídico do novo regime de compensação, conforme expressamente estabeleceu o § 4º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, com a nova redação da Lei nº10.637, de 2002, que segue transcrito: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...]§ 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...] (grifos não originais). A conversão dos pedidos de compensação em declaração de compensação foi, inicialmente, regulamentada no art. 642 da Instrução Normativa SRF nº 460, de 18 de outubro de 2004. Atualmente, a matéria encontrase disciplinada no art. 97 da Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012, a seguir transcrito: Art. 97. Os pedidos de compensação que, em 1º de outubro de 2002, encontravamse pendentes de decisão pela autoridade administrativa da RFB serão considerados Declaração de Compensação, para efeitos do previsto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos pedidos de compensação pendentes de apreciação em 1º de outubro de 2002 que têm por objeto créditos de terceiros, "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 1969, título público, crédito decorrente de decisão judicial não transitada em julgado e crédito que não se refira a tributos administrados pela RFB. (grifos não originais) 2 "Art. 64. Serão considerados Declaração de Compensação, para os efeitos previstos no art. 74 da Lei nº9.430, de 1996, com a redação determinada pelo art. 49 da Lei nº 10.637, de 2002, e pelo art. 17 da Lei n° 10.833, de 2003, os pedidos de compensação que, em 1ºde outubro de 2002, encontravamse pendentes de decisão pela autoridade administrativa da SRF." Fl. 546DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.000714/200350 Resolução nº 3102000.297 S3C1T2 Fl. 104 5 No caso, o pedido de compensação apresentado pela recorrente encontravase pendente de apreciação em 1/10/2002, consequentemente, por força do disposto no § 4º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, inexoravelmente, converteuse em declaração de compensação. Nesse sentido, no Despacho Decisório colacionado aos autos, prolatado em 8/5/2006 e cientificado a interessada em 16/5/2006, que deu origem a controvérsia, a autoridade julgadora da unidade da Receia Federal de origem deixou expressamente consignado que os pedidos de compensação analisados foram tratados como declaração de compensação, conforme se constata no excerto que segue transcrito: Os pedidos de compensação aqui apresentados serão tratados como Declaração de Compensação, por força do § 4° do artigo 74 da Lei 9430/96, com a redação dada pelo artigo 49 da lei 10637/2002. Dessa forma, em consonância com o disposto na citada legislação, em 1/10/2002, o pedido de ressarcimento colacionados aos autos, juridicamente, foi extinto e o valor do crédito nele consignado, juntamente com os débitos discriminados no pedido de compensação acostado aos autos, também juridicamente extinto, passaram a compor a nova declaração de compensação criada por determinação legal, que fora submetida a julgamento único em consonância com o estabelecido no citado Despacho Decisório. Por força dessas circunstâncias e tendo em conta que o objeto da controvérsia e do recurso interposto pela recorrente limitavase apenas às questões atinentes à compensação, logo, com a desistência do recurso em relação matéria principal (a compensação), consequentemente, fica prejudicada a análise das questões acessórias e configurada a renúncia integral do recurso, nos termos do art. 78 da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (Regimento Interno do CARF RICARF), com as alterações posteriores, a seguir transcrito: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1° A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente, descabendo recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional por falta de interesse. (grifos não originais) No caso, ainda que não houvesse sido apresentado o citado pedido de desistência, uma vez formalizado o parcelamento dos débitos compensados (fls. 299/301), a renúncia ao recurso também restou caracterizada. Com base no exposto, votase por NÃO CONHECER do recurso voluntário, por desistência manifesta da recorrente. Fl. 547DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.000714/200350 Resolução nº 3102000.297 S3C1T2 Fl. 105 6 (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Voto Vencedor Nanci Gama, Redatora Designada. Ouso divergir do ilustre Conselheiro Relator. A meu ver, o recurso deve ser conhecido, eis que a questão principal em um pedido de ressarcimento mediante compensação é especialmente a existência do crédito apresentado pelo contribuinte e não, com a devida vênia, a compensação, como entendido pelo relator. A compensação somente existira se o crédito for confirmado. Em outras palavras, não há que se falar em compensação sem antes analisar, constatar, a existência do crédito. Ademais, conforme evidenciado pela autoridade preparadora, o contribuinte realizou dois procedimentos distintos. Um pedido apresentado separadamente postulando o ressarcimento de IPI e outro veiculando pedidos de compensação a esse pedido original. Assim, diante de dois requerimentos correlatos, mas inquestionavelmente distintos, revelase possível a segregação do processo como requerido pelo contribuinte, sem qualquer prejuízo para o Fisco. O fato dos pedidos de compensação terem sido convertidos em declaração de compensação desde a data do seu protocolo, data vênia, não implica concluir que o pedido de ressarcimento perde a sua autonomia. Logo, entendo pertinente e viável o pedido de desistência parcial apresentado pelo contribuinte, cuja finalidade foi proteger o direito de crédito lhe conferido por lei, o que foi a meu ver acatado corretamente pela DRF/Campinas. Assim, voto pelo conhecimento do recurso do contribuinte e proponho que o julgamento seja convertido em diligência para que a unidade de origem aguarde a decisão definitiva do auto de infração correspondente ao pedido de ressarcimento em exame. (assinado digitalmente) Nanci Gama Fl. 548DF CARF MF Impresso em 17/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 29 /05/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por NANCI GAMA, Assin ado digitalmente em 16/07/2014 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 12963.000735/2010-14
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2008 a 28/02/2009
AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA.
A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, conforme art. 126, § 3º, da Lei no 8.213/91, combinado com o art. 307 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99.
Numero da decisão: 2403-002.619
Decisão: Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por se tratar do mesmo objeto de ação judicial.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas e Daniele Souto Rodrigues.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201405
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2008 a 28/02/2009 AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, conforme art. 126, § 3º, da Lei no 8.213/91, combinado com o art. 307 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99.
turma_s : Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 12963.000735/2010-14
anomes_publicacao_s : 201407
conteudo_id_s : 5363390
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2403-002.619
nome_arquivo_s : Decisao_12963000735201014.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
nome_arquivo_pdf_s : 12963000735201014_5363390.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por se tratar do mesmo objeto de ação judicial. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas e Daniele Souto Rodrigues.
dt_sessao_tdt : Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5544580
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:24:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812842000384
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1545; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T3 Fl. 2 1 1 S2C4T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12963.000735/201014 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2403002.619 – 4ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 14 de maio de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente MUNICÍPIO DE POÇOS DE CALDAS PREFEITURA MUNICIPAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2008 a 28/02/2009 AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, conforme art. 126, § 3º, da Lei no 8.213/91, combinado com o art. 307 do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por se tratar do mesmo objeto de ação judicial. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 96 3. 00 07 35 /2 01 0- 14 Fl. 230DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Ivacir Julio de Souza, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas e Daniele Souto Rodrigues. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12963.000735/201014 Acórdão n.º 2403002.619 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora, Acórdão 0935.192 da 5ª Turma, que julgou a impugnação improcedente, conforme ementa abaixo transcrita. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, O julgamento administrativo limitase à matéria diferenciada, se na impugnação houver matéria distinta da constante do processo judicial. COMPENSAÇÃO. GLOSA. Serão glosados pelo Fisco os valores compensados indevidamente pelo sujeito passivo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Tratase de processo de Auto de Infração de Obrigação Principal. DEBCAD 37.277.5110. no valor de R$6.857.346.70 (seis milhões, oitocentos e cinquenta e sete mil e trezentos e quatro e seis reais e setenta centavos), relativo à glosa de compensação indevida efetuada pelo ente público, no período de 01/06/2008 a 30/02/2009, de pagamentos de contribuições previdenciárias patronais incidentes sobre a remuneração de agentes políticos (prefeito, vice prefeito e vereadores), do período de 02/1998 a 09/2004. A ciência do sujeito passivo deuse em 28/07/2010 mediante o recebimento pessoal do representante legal do órgão público, conforme recibo constante da folha inicial do processo de lançamento. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 14/19. e demonstrativos de fls 20/23. os valores compensados indevidamente foram Fl. 232DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 apurados nas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações para a Previdência Social (GFIP). constantes do sistema eletrônico denominado GFIPWEB. Ainda de acordo com o mesmo relatório, foram indevidamente compensados nas GFIP da Prefeitura Municipal, os valores das contribuições patronais incidentes sobre a remuneração dos vereadores da Câmara Municipal de Poços de Caldas, órgão com CNPJ próprio (21.401.757/000167) e administração financeira e tributária distintas. Além disso, verificouse que o órgão público efetuou a compensação sem promover a necessária retificação das GFIP. Finalmente, verificouse que foram compensados valores do período de 02/1998 a 05/2003, já alcançados pela prescrição, nos termos da Instrução Normativa MPS/SRP n° 15. de 12/09/2006. Em relação aos valores lançados, a autoridade fiscal esclarece que foi apurado o valor das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração de prefeito e vice prefeito, recolhidas no período de 01/06/2003 a 18/09/2004 e procedeu às devidas atualizações monetárias, obtendo os créditos hábeis para compensação (planilha DISCRIMINATIVO DE VALORES A SEREM COMPENSADOS). Em seguida, demonstrou, por competência, os valores de crédito e os valores compensados (planilha DISCRIMINATIVO DA AMORTIZAÇÃO DOS VALORES COMPENSADOS), constatando que. a partir da competência 06/2008, houve o exaurimento dos créditos, sendo consideradas indevidas as compensações realizadas parcialmente nesta competência e nas seguintes. Foi aplicada a multa de 20%. conforme previsto na legislação de regência (Relatório Fundamentos Legais do Débito, em anexo). O órgão público apresentou impugnação, juntada às Os. 70/94. na qual alega, em síntese, o que vem abaixo descrito. Inicialmente, alega ser equivocada a argumentação da RFB acerca da ilegitimidade da Prefeitura Municipal para a reparação das contribuições indevidamente recolhidas, conforme decisão que transcreve. Esclarece que se trata de compensação da cota patronal das contribuições previdenciárias. declarada inconstitucional pela Resolução n° 26 do Senado Federal e colaciona decisões. Alega que o Município, à medida que é responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias descontadas da remuneração de seus agentes eletivos, é titular da relação jurídica de direito material, podendo questionar tais contribuições quando entender serem indevidas. Em relação ao direito creditório originário de pagamentos efetuados pela Câmara Municipal, afirma ser pacifico na jurisprudência que as Câmaras de Vereadores não possuem legitimidade para discutir em juízo a validade da cobrança de Fl. 233DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12963.000735/201014 Acórdão n.º 2403002.619 S2C4T3 Fl. 4 5 contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de pagamentos de seus vereadores. Cita decisões judiciais. Reitera que a legitimidade para figurar na relação processual é do Município de Poços de Caldas, pessoa jurídica de direito público interno. Em seguida, alega a impossibilidade de retificação das GFIP pelo contribuinte. Seu entendimento é de que. em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, o agente autorizado a realizar qualquer ato de retificação é a autoridade fiscal, pelo que são ilegais a Portaria MPS n° 133. de 02/05/2006. e a Instrução Normativa MPS/SRP n° 15, de 12/09/2006, as quais dispuseram sobre a exigência da retificação da GFIP para efetivação da compensação. Entende que a prescrição sobre o direito de pleitear a compensação de tributo pago em virtude de lei que tenha sido declarada inconstitucional somente nasce com a referida declaração, pelo STF, em ação direta ou. em caso de controle incidental, quando da promulgação de Resolução do Senado retirando a norma do mundo jurídico, aplicandose. nessa situação, extensivamente, o disposto nos artigos 165, III, e 168, II, do CTN. Alega, ainda, que deve prevalecer, especialmente para as situações com pagamentos ocorridos antes de 2005, a tese dos "'cinco mais cinco anos'*, consagrada peia jurisprudência do STJ, não alcançando a prescrição de todo o débito. Contesta, em seguida, os valores apurados, afirmando que a Planilha Levantamento Completo, anexa à defesa, discrimina de maneira pormenorizada, os valores recolhidos indevidamente, a competência, os pagamentos, o saldo do valor nominal e a atualização pela taxa Selic. em observância ao arl. 333, I, do CPC. Aduz que caberia a RFB fazer prova contrária dos cálculos, até porque a planilha juntada resulta de informações transmitidas à própria RFB, além do que. sobre os referidos valores, milita presunção de veracidade, a teor do art. 334, III, do CPC. Conclui ser o Município de Poços de Caldas credor do INSS, tendo direito à restituição de valores recolhidos indevidamente sobre a cota patronal dos agentes políticos, e o valor de R$ 699.849.57 a compensar, conforme quadro que apresenta c legislação que colaciona. Destaca a existência da ação judicial ajuizada na Justiça Federal, na vara única de Pouso Alegre MG, sob número processual: 2008.38.10.0030755. Requer, ao fim, a improcedência da autuação. Em 01/12/2010. através do Despacho n° 646. juntado às lis. 101 dos autos, o processo foi baixado em diligência, a qual solicitou Fl. 234DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 a apresentação do inteiro teor da petição inicial da ação judicial referida na impugnação, bem como das sentenças porventura existentes, para verificação de possível renúncia ao contencioso administrativo. As fls. 103, foi juntada Certidão emitida pela Subseção Judiciária de Pouso Alegre, a qual informava a tramitação da ação judicial já mencionada, objetivando "seja declarado o direito de compensar o que foi pago a título de contribuição social incidente sobre os subsídios dos exercentes de mandato eletivo municipal no período de janeiro de 1998 a agosto de 2004, sem os limites preconizados pela Lei Complementar n° 118. Leis 9032 o 9129/95". Em 17/03/2011 foi emitida a Resolução n° 36 pela 5a Turma de Julgamento, às lis. 105/107, cujos julgadores, à exceção da então relatora, votaram pela conversão do julgamento em nova diligência, para juntada da petição inicial na íntegra, que passou a constar às fls. 117/133 dos autos. Tratase de Ação Declaratória do direito à compensação tributária, com as seguintes razões de fato e de direito: inconstitucionalidade da Lei n° 9.506, de 1997. e, por conseguinte, do art. 12.1. "h" da Lei n° 8.212. de 1991: possibilidade de compensação integral e acima do limite estabelecido pela Lei n°9.129. de 1995; inaplicabilidade do disposto na Lei Complementar n° 118, de 2005. em relação ao prazo prescricional, devendo ser observada a tese dos "cinco mais cinco anos", consagrada pelo STJ; impossibilidade de retificação da GFIP, posto que qualquer ato de retificação deve ser realizado pela própria autoridade fiscal, e ilegalidade da Portaria MPS n° 133. de 2006, e IN MPS/SRP n° 15, de 2006. que a instituíram; existência de interesse público primário do município cm face de interesse público secundário do INSS; indispensabilidade do reconhecimento da inexistência de débitos e devolução dos valores recolhidos indevidamente, para não haver bloqueio de repasses de verbas. Após ajuntada dos documentos solicitados, o processo foi encaminhado a esta Delegacia para julgamento. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Direito à compensação. Ação judicial. · Origem dos créditos. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12963.000735/201014 Acórdão n.º 2403002.619 S2C4T3 Fl. 5 7 · Decadência e prescrição. · Discute a glosa. Justiça decidiu pelo direito à compensação. · Direitos creditórios originários de pagamentos efetuados pela Câmara de Vereadores. É o relatório. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator Conforme especificado na impugnação e no recurso, o presente lançamento referese às contribuições previdenciárias que estão sendo discutidas judicialmente através do Processo 2008.38.10.0030755. O Princípio da Tutela Jurisdicional Absoluta, previsto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, veda que sejam afastadas da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Quem se sentir ameaçado ou violado em seus direitos pode recorrer ao judiciário e este não pode eximirse da apreciação e solução da matéria. Sobrepondose suas decisões às soluções na esfera administrativa sobre a mesma matéria, seria inócuo um julgamento por este colegiado que, após a decisão judicial, observaria o afastamento da solução proposta. Nesse sentido, ocorrerá renúncia ao contencioso quando a ação judicial tiver “mesmo objeto” sobre o qual versa o processo administrativo. Esse procedimento está padronizado pela Súmula CARF nº 1. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 12963.000735/201014 Acórdão n.º 2403002.619 S2C4T3 Fl. 6 9 CONCLUSÃO Pelo exposto, considerando que a renúncia caracteriza perda do objeto, não conheço do recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 238DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 9/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000737/2008-31
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jun 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. VERBA NÃO SALARIAL. NÃO INCIDÊNCIA.
Não há nulidade no lançamento, quando encontra-se devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o processo administrativo fiscal, notadamente o art. 50, da Lei n.º 9.784/99.
O seguro de vida em grupo não está sob o campo de incidência de contribuição previdenciária, por não se amoldar ao conceito de salário de contribuição previsto no art. 28, I da Lei nº. 8.212/91.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2803-003.282
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir dos autos a verba paga a título de seguro de vida em grupo, mantendo o lançamento, por tratar-se de valor fixo, e, por abranger outras infrações. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Lara dos Santos e Helton Carlos Praia de Lima que votaram pelo não provimento do recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Natanael Vieira dos Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Paulo Roberto Lara dos Santos e Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201404
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. VERBA NÃO SALARIAL. NÃO INCIDÊNCIA. Não há nulidade no lançamento, quando encontra-se devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o processo administrativo fiscal, notadamente o art. 50, da Lei n.º 9.784/99. O seguro de vida em grupo não está sob o campo de incidência de contribuição previdenciária, por não se amoldar ao conceito de salário de contribuição previsto no art. 28, I da Lei nº. 8.212/91. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Terceira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 03 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 18088.000737/2008-31
anomes_publicacao_s : 201406
conteudo_id_s : 5351459
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 04 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2803-003.282
nome_arquivo_s : Decisao_18088000737200831.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS
nome_arquivo_pdf_s : 18088000737200831_5351459.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir dos autos a verba paga a título de seguro de vida em grupo, mantendo o lançamento, por tratar-se de valor fixo, e, por abranger outras infrações. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Lara dos Santos e Helton Carlos Praia de Lima que votaram pelo não provimento do recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Paulo Roberto Lara dos Santos e Eduardo de Oliveira.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 15 00:00:00 UTC 2014
id : 5475672
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:22:44 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812865069056
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2087; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 150 1 149 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 18088.000737/200831 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2803003.282 – 3ª Turma Especial Sessão de 15 de abril de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente LENC LABORATÓRIO DE ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. LANÇAMENTO FISCAL. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. VERBA NÃO SALARIAL. NÃO INCIDÊNCIA. Não há nulidade no lançamento, quando encontrase devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o processo administrativo fiscal, notadamente o art. 50, da Lei n.º 9.784/99. O seguro de vida em grupo não está sob o campo de incidência de contribuição previdenciária, por não se amoldar ao conceito de salário de contribuição previsto no art. 28, I da Lei nº. 8.212/91. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para excluir dos autos a verba paga a título de seguro de vida em grupo, mantendo o lançamento, por tratarse de valor fixo, e, por abranger outras infrações. Vencidos os Conselheiros Paulo Roberto Lara dos Santos e Helton Carlos Praia de Lima que votaram pelo não provimento do recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos Relator. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 07 37 /2 00 8- 31 Fl. 150DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 151 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato, Natanael Vieira dos Santos, Paulo Roberto Lara dos Santos e Eduardo de Oliveira. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 152 3 Relatório 1. Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte LENC LABORATÓRIO DE ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeiro Preto (SP), que, por unanimidade de votos, negou provimento à impugnação e manteve o crédito tributário exigido. 2. Na espécie, a contribuinte teve contra si lavrado o Auto de Infração nº. 37.183.2756, relativo à multa por ter deixado de preparar folha(s) de pagamento(s) das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, no perído de janeiro a dezembro de 2003, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, conforme previsto na Lei n. 8.212, de 24/07/91, art 32, I, combinado com o art. 225, I e paragrafo 9º., do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº. 3.048, de 06/05/99. 3. Transcrevos excertos do relatório fiscal (fls. 07), nos quais se verifica a motivação da lavratura dos autos de infração, in verbis: “Deixou a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, infringindo assim a Lei 8.212, de 24/07/1991, art. 32, I, combinado com art. 225, I e parágrafo nono, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048, de 06/05/1999, nas competências de janeiro a dezembro de 2003. (...) deixou de incluir na folha de pagamento, rubricas de incidência de contribuição previdenciária, tais como: seguro de vida (não previsto em Convenção Coletiva) . Fatos estes identificados nos livro Diários de n. 24 e 25 e na Folha de Pagamento.” (Grifei). 4. A contribuinte foi intimada da constituição do crédito tributário e, por não se conformar, apresentou impugnação (fls. 103/107) ao lançamento fiscal. 5. De sua vez, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), ao julgar o feito rejeitou os argumentos da impugnação da contribuinte, proferiu acórdão lavrado com a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 N° do processo na origem DEBCAD n° 37.183.2756 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Constitui infração ao disposto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, I, combinado com art. 225, I e § 9°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de Fl. 152DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 153 4 06/05/1999, deixar a empresa de preparar folha(s) de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e das pagas ou devidas aos contribuintes individuais, a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela RFB. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido.” 6. A contribuinte foi intimada do referido acórdão em 12/04/2010, conforme faz prova o AR da ECT de fls. 139, tendo interposto o Recurso Voluntário de fls. 141/145. 7. Em suas razões recursais, o Recorrente argumenta que não há nenhum formalismo desobedecido a ensejar a penalidade aplicada pela autoridade fiscal. 8. Acerca dos pagamentos a título de seguro de vida, aponta que não foram incluídos nas GFIPs, porque não se trata de parcela paga aos empregados, mas sim de custo ou despesa paga a seguradora e não ao empregado, não se configurando salário. 9. Ademais, sustenta que os indivíduos relacionados no relatório fiscal não foram incluídos na folha de pagamentos, por não se tratarem de segurados empregados. 10. Ao final, postula a decretação da improcedência do auto de infração. 11. Não tendo havido contrarrazões por parte da Fazenda Nacional, os autos foram remetidos a este Colegiado para apreciação do Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 154 5 Voto Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, Relator. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos de admissibilidade, razão porque dele conheço. DA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE 2. Preliminarmente, aduz o contribuinte que há caducidade do direito de a fiscalização constituir seus créditos, uma vez que os fatos foram identificados no Livro Diário, o qual não foi aceito, sendo inclusive objeto de outros dois autos de infração, e na Folha de Pagamento. 3. Não obstante o bom arrazoado trazido pela recorrente na busca de ver seu pleito acolhido, razão não lhe assiste. Cumpre ressaltar que o lançamento encontrase devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o processo administrativo fiscal, notadamente o art. 59, do Dec; 70.235//72, cujas hipóteses de nulidades ali previstas não se detecta no presente caso. Desta forma, não há que se falar em anulação do lançamento fiscal, por não haver vício. DO LANÇAMENTO – SEGURO DE VIDA 4. Conforme narrado no Relatório Fiscal, parte do lançamento do débito fiscal se deu por falta de recolhimento das contribuições sociais incidentes sobre as verbas de seguro de vida não previsto em convenção coletiva (fls. 07). 5. Sobre a questão, entendo que a tese da autoridade administrativa não merece prosperar conforme se passa a demonstrar. No meu sentir, para os efeitos de recolhimento das contribuições sociais, a utilidade ora em questão não integra o salário de contribuição. 6. Importante ressaltar que a norma celetista expressamente excluiu da definição legal de remuneração a parcela referente ao segurosaúde e ao seguro de vida e de acidentes pessoais, inclusive sem o requisito de que a utilidade fosse oferecida à totalidade dos empregados. Senão vejamos: "Art. 458 Além do pagamento em dinheiro, compreendese no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (...) Fl. 154DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 155 6 § 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (...). IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante segurosaúde V seguros de vida e de acidentes pessoais;” 7. Evidentemente que, em atendimento ao princípio da especificidade das normas, a lei trabalhista deve ser considerada sempre com muita cautela para que não invada a esfera do ordenamento legal previdenciário, notadamente no que se refere à cobrança de contribuições sociais. 8. Ocorre que o conceito jurídico de salário não é originário do direito previdenciário, mas sim do direito trabalhista. Assim é que, para a exata definição de salário contribuição, foi que o art. 28, inciso I, da Lei nº 8.212/91 utilizou a expressão “remuneração”, termo técnico advindo do direito do trabalho. 9. Nesse sentido, transcrevese ementa do Acórdão da lavra da Juíza Tânia Terezinha Cardozo Escobar, do TRT da 4ª Região, que deu correto tratamento a questão: “GRATIFICAÇÃO NÃO EVENTUAL. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 28, DA LEI Nº 8.212/91. 1. Para definir o saláriodecontribuição, o art. 28, I, da Lei n.º 8.212/91, utiliza a expressão ‘remuneração’. Tratase de termo técnico próprio do Direito do Trabalho. Portanto, devemos entendêlo tal como formulado no campo desta ciência. E neste campo, remuneração é a soma das parcelas de natureza salarial com as gorjetas recebidas pelo empregado, conforme arts. 457 e 458 da CLT. Se a gratificação eventual paga pela empregadora aos seus empregados não é salário, também não é remuneração. Logo, não há incidência de contribuições previdenciárias. (..)” (AC 9504540686/PR) 10. É dizer: para a incidência de contribuição previdenciária sobre os pagamentos realizados a título de utilidade devese levar em conta o conceito construído pelo direito privado, por força do disposto no art. 110, do CTN. Este dispositivo traz uma relevante regra de conduta tributária ao dispor que “A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias”. 11. A rigorosa discriminação de campos materiais para o exercício da atividade tributária, tendo estatura constitucional, por si só já determina essa inalterabilidade, de maneira que, a definição de cada instituto utilizada pela Carta Magna não pode ser manipulada pelo fiscal tão somente no afã de ampliar o campo de incidência tributária. 12. Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça já se manifestou pela não incidência da contribuição sobre os valores do seguro de vida em grupo pago pelo empregador para todos os empregados, uma vez que não pode ser considerado como espécie de benefício ao empregado, uma vez que o empregado nada usufrui pelo seguro de vida em grupo, o que descarta a possibilidade de considerarse o valor pago, se generalizado para todos os Fl. 155DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 156 7 empregados, como sendo salárioutilidade (v.g. REsp 441096/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJ 04/10/2004, p. 231; REsp 677751/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 21/11/2005, p. 137, REPDJ 10/04/2006, p. 135). 13. Para reforçar a tese, citase trecho do voto da Ministra Eliana Calmon, relatora do REsp 695724/RS (DJ 16/05/2006, p. 205): “Temse entendido que a incidência da contribuição previdenciária está afeta às parcelas que se constituem em salário, seja pago de forma direta ou de forma indireta, de tal modo que a liberalidade patronal, se em caráter habitual passa a integrar o salário e, como tal, a servir de base de cálculo para efeito de incidência da exação de que se cuida. Na hipótese, estamos a tratar especificamente do que é pago pelo empregador a título de seguro de vida em grupo, sendo certo que a partir da Lei 9.528, de 10∕12∕97, não se tem dúvida, porque prevista a exclusão de forma expressa no art. 28, § 9º, letra "p" da Lei 8.212∕91, o qual enuncia o expurgo da base de cálculo do que for pago a título de programa de previdência complementar. (...). Dentro de uma interpretação teleológica, à vista da previsão legislativa que antecedeu a reforma da Lei 8.212∕91, temos que o seguro de vida em grupo pago pelo empregador para todos os empregados, de forma geral, não pode ser considerado como espécie de benefício ao empregado, o qual não terá nenhum benefício direto ou indireto, eis que estendido a todos uma espécie de garantia familiar, em caso de falecimento. Se de seguro individual se tratasse, não haveria dúvida quanto à incidência, o que, entretanto, não ocorre em relação ao seguro de vida em grupo.” 14. O seguro não está previsto na Lei nº. 8.212/91 como verba tributável, apenas indiretamente no Decreto n. 3.048/1999 (art. 214, §9º, inc. XXV), o que não é suficiente para se confirmar a exação. 15. O CARF tem se posicionado em uníssono com o Superior Tribunal de Justiça, verbis: “Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 30/11/1999 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. NFLD. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇAO PREVIDENCIARIA. O Seguro de Vida em Grupo não está sob o campo de incidência de contribuição previdenciária por não se amoldar ao conceito de salário de contribuição previsto no art. 28, I da Lei nº 8.212/91. Recurso Voluntário Provido” (Segundo Conselho de Contribuintes. 6ª Câmara. Turma Ordinária; Acórdão nº 20600747 do Processo 35138000064200714. Conselheiro Rogerio de Lellis Pinto, Relator designado. Data 10/04/2008).” Fl. 156DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA Processo nº 18088.000737/200831 Acórdão n.º 2803003.282 S2TE03 Fl. 157 8 16. Frisase que o empregado nada usufrui pelo seguro de vida, o que descarta então a possibilidade de considerarse o valor pago como sendo salário utilidade para efeitos de cobrança de contribuições previdenciárias. 17. Enfim, cobrar contribuições sociais sobre estes benefícios é penalizar as empresas e desestimular a colaboração da sociedade no bem estar e segurança dos trabalhadores, para que os familiares não passem dificuldades em caso de falecimento do mantenedor da família. CONCLUSÃO 18. Diante do exposto, conheço do recurso para, no mérito, darlhe provimento parcial, nos termos acima alinhavados, para excluir dos autos a verba paga a título de seguro de vida em grupo, mantendo, contudo, o lançamento por tratarse de valor fixo, e, por abranger outras infrações. É como voto. (Assinado digitalmente) Natanael Vieira dos Santos. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/05/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 01/0 5/2014 por NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, Assinado digitalmente em 15/05/2014 por HELTON CARLOS PRAIA D E LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 16682.720657/2011-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2008 a 30/06/2010
MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
LANÇAMENTOS. DISCUSSÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A exigência das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos termos da lei cujo cumprimento o contribuinte discute perante o Poder Judiciário, configura concomitância com a instância administrativa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-002.194
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, quanto à matéria de mérito discutida concomitantemente nesta esfera administrativa e na judicial, e, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo César Antunes Macera, OAB/RJ nº 2192-A.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
José Adão Vitorino de Morais - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Mônica Elisa de Lima, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Fábia Regina Freitas.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201402
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/2008 a 30/06/2010 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. LANÇAMENTOS. DISCUSSÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A exigência das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos termos da lei cujo cumprimento o contribuinte discute perante o Poder Judiciário, configura concomitância com a instância administrativa. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 16682.720657/2011-66
anomes_publicacao_s : 201406
conteudo_id_s : 5356202
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jun 27 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.194
nome_arquivo_s : Decisao_16682720657201166.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
nome_arquivo_pdf_s : 16682720657201166_5356202.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, quanto à matéria de mérito discutida concomitantemente nesta esfera administrativa e na judicial, e, na parte conhecida, negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo César Antunes Macera, OAB/RJ nº 2192-A. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Mônica Elisa de Lima, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Fábia Regina Freitas.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5503754
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:23:52 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812868214784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2146; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 847 1 846 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16682.720657/201166 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.194 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de fevereiro de 2014 Matéria PIS e COFINS AIs Recorrente AZUL COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2008 a 30/06/2010 MATÉRIA DISCUTIDA NA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. LANÇAMENTOS. DISCUSSÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A exigência das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), nos termos da lei cujo cumprimento o contribuinte discute perante o Poder Judiciário, configura concomitância com a instância administrativa. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, quanto à matéria de mérito discutida concomitantemente nesta esfera administrativa e na judicial, e, na parte conhecida, negarlhe provimento, nos termos do voto do Relator. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo César Antunes Macera, OAB/RJ nº 2192A. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 06 57 /2 01 1- 66 Fl. 863DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Mônica Elisa de Lima, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Fábia Regina Freitas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ no Rio de Janeiro I (RJ) que julgou improcedente a impugnação apresentada contra os lançamentos das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) referente aos fatos geradores ocorridos nos períodos de competência de setembro de 2008 a junho de 2010. As exigências tributárias decorreram de diferenças entre os valores declarados e os efetivamente devidos, apuradas com base na escrita fiscal, pelo fato de a recorrente ter excluído das bases de cálculo daquelas contribuições, as receitas financeiras e as decorrentes de aluguéis de imóveis, conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de cada auto de infração e Termo de Verificação Fiscal às fls. 568/586. Inconformada com os lançamentos, a recorrente impugnouos (fls. 609/620 e 700/711), alegando razões assim resumidas por aquela DRJ: “preliminarmente que à impugnação ora apresentada não se aplica a Súmula n° 1 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no sentido de que ‘importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo’. O processo judicial e a presente impugnação apresentam aspectos totalmente diferenciados, porquanto o debate sobre estarem ou não as receitas financeiras e de imóveis contidas no conceito de receita operacional é alheio ao processo judicial e, no caso, representa o único ponto que diz respeito à presente impugnação, fato, aliás, que em momento algum é contestado pela fiscal autuante. No mérito alega não há dúvidas de que a autoridade fiscal, ao entender pela inclusão das receitas financeiras e de imóveis de rendas na base de cálculo do PIS e da Cofins, desconsiderou a posição já pacificada do STF na qual deixa claro que o alargamento da base de cálculo instituído pela Lei 9.718/98 é inconstitucional. A análise do plano de contas ditado e imposto pela Superintendência de Seguros Privados SUSEP, bastando a tanto a verificação da Resolução CNSP n° 86/2002 e, mais recentemente, da Circular SUSEP n° 424/2011, já situa e resolve todo o debate. Com efeito, no Anexo I da referida resolução, cuja redação é copiada na Circular SUSEP n° 424/2011, nas contas de resultado (Classe 3), grupo 31 (OPERAÇÕES DE SEGUROS), são considerados, apenas e tão somente, os subgrupos 311, 312, 313 e 314, respectivamente, ‘prêmios ganhos’, ‘sinistros retidos’, ‘despesas de comercialização’ e ‘outras receitas e despesas operacionais’. Bem mais além, no grupo 36 (RESULTADO FINANCEIRO), subgrupo 361, o plano de contas prevê as receitas financeiras (Subgrupo 361–Receitas Financeiras). É importante dar ênfase ao fato de que as atividades securitárias e as financeiras não se assemelham. Não se pode legitimamente afirmar que seguradoras e bancos Fl. 864DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16682.720657/201166 Acórdão n.º 3301002.194 S3C3T1 Fl. 848 3 tenham receitas e despesas similares, por serem, enfim, atividades inconfundíveis e impossíveis de serem tratadas uniformemente. Afirma não ser da essência do seguro gerir recursos financeiros, sem esquecer que o artigo 73 do DecretoLei 73/66 veda terminantemente que a seguradora pratique qualquer ato alheio ao seguro em si. Certo é que, ao considerar as receitas financeiras e de imóveis de renda cuja clara natureza, para a impugnante, empresa seguradora, é de receita não operacional – na base de cálculo do PIS e da Cofins, a autoridade fiscal se apoiou em entendimento que se afasta daquilo que se legitima, com base na lei e na decisão judicial especifica, como apto a ser tributado por estas contribuições. Valioso destacar que a circunstância de ambos estarem citados no Acordo Geral sobre Comércio e Serviços GATT 1994 não justifica ignorar as evidentes diferenças entre suas atividades econômicas. Os objetos sociais das seguradoras e dos bancos são claramente diferentes, explorando aquelas exclusivamente contratos de seguro, como estipulam os artigos 757 e 776 do Código Civil, e os bancos e as demais instituições financeiras, a ‘coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros’, como descreve o artigo 17 da Lei n° 4.595/64. Desta forma, ao contrário do que quer fazer crer a fiscalização, as receitas financeiras e as de imóveis estão excluídas da incidência da contribuição social aqui discutida, por diversas decisões reiteradas do STF.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme acórdão nº 1249.769, datado de 26/09/2012, às fls. 797/810, sob as seguintes ementas: “COFINS. BASE DE CÁLCULO. O faturamento corresponde ao resultado econômico das operações empresariais típicas, e constitui a base de cálculo da Cofins apurada em regime cumulativo, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado. PIS. BASE DE CÁLCULO. O faturamento corresponde ao resultado econômico das operações empresariais típicas, e constitui a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep apurada em regime cumulativo, enquanto representação quantitativa do fato econômico tributado.” Cientificada dessa decisão, inconformada, a recorrente interpôs o recurso voluntário (fls. 822/835), requerendo a sua reforma a fim de que se julgue improcedente as autuações e extintos os créditos tributários, alegando, em síntese, as mesmas razões expendidas na impugnação, ou seja, (i) em preliminar a ausência de similaridade entre a matéria debatida na ação judicial interposta por ela; e (ii), no mérito, o direito de excluir das bases de cálculo do PIS e da Cofins, as receitas financeiras e as de imóveis de rendas, aplicandose a decisão do STF, no RE 585.235 em que se reconheceu a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo dessas contribuições, nos termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998. É o relatório. Voto Fl. 865DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim, dele conheço. Em relação à preliminar suscitada, de não concomitância, ao contrário do entendimento da recorrente, há similaridade entre a matéria debatida na ação judicial e as dos lançamentos em discussão. Os lançamentos em discussão tiveram como fundamento a Lei nº 9.718, de 27/11/1998, art. 2º e 3º, que assim dispõem: “Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1º (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; [...]. § 5º Na hipótese das pessoas jurídicas referidas no §1º do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, serão admitidas, para os efeitos da COFINS, as mesmas exclusões e deduções facultadas para fins de determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP. § 6º Na determinação da base de cálculo das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, as pessoas jurídicas referidas no § 1o do art. 22 da Lei no 8.212, de 1991, além das exclusões e deduções mencionadas no §5º, poderão excluir ou deduzir: [...]; II no caso de empresas de seguros privados, o valor referente às indenizações correspondentes aos sinistros ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de cosseguro e resseguro, salvados e outros ressarcimentos. [...].” Fl. 866DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16682.720657/201166 Acórdão n.º 3301002.194 S3C3T1 Fl. 849 5 Conforme demonstrado nos autos, a recorrente interpôs os mandados de segurança nº 99.0010822 e nº 2000.51.01.0051178, visando, respectivamente, não pagar a Cofins e o PIS, nos termos da referida lei. Ora, a opção da recorrente pela via judiciária para a discussão de matéria tributária com idêntico pedido na instância administrativa implicou renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos da Lei nº 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único, e do Decretolei nº 1.737, de 1979, art. 1º, § 2º. Tratase de matéria já sumulada pelo CARF por meio da Súmula nº 01, nos seguintes termos: “Súmula CARF nº 01. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Assim, por força no disposto no § 4º do art. 72, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), obrigatoriamente, aplicase esta súmula ao presente caso. No mérito, conforme demonstrado as matérias foram opostas concomitantemente, nas esferas administrativas e judicial, ficando prejudicado seu julgamento administrativo, nesta fase recursal. Em face do exposto, não conheço do recurso voluntário, em relação às matérias de mérito, exigência das contribuições para o PIS e Cofins, nos termos da Lei nº 9.718, de 1998, discutida concomitantemente nas esferas administrativa e judicial e, na parte conhecida, negolhe provimento, cabendo á autoridade administrativa competente, após o trânsito em julgado das decisões judiciais, nos mandados de segurança nº 99.0010822 e nº 2000.51.01.0051178, cumprilas, na íntegra. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 867DF CARF MF Impresso em 27/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /03/2014 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 12448.735954/2011-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006, 2009
GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE AÇÕES. CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS E RESERVAS REFLETIDOS NAS HOLDINGS. MAJORAÇÃO ARTIFICIAL DO CUSTO DE AQUISIÇÃO.
Na incorporação societária é indevida a majoração do custo de aquisição na capitalização de lucros ou reservas de lucros apurados pela empresa investidora (operacional) refletidos nas investidas (holdings), apurados pelo Método de Equivalência Patrimonial, por se tratar de serem os mesmos lucros refletidos da investidora e das investidoas - holdings.
MULTA QUALIFICADA. REQUISITOS. ASPECTO SUBJETIVO DO INFRATOR.
Diferente da multa de oficio de 75%, que é objetiva e decorre do tipo (lei), imposta com culpa ou dolo, na imposição da multa qualificada de 150% é necessério aferir o aspecto subjetivo do infrator, consistente na vontade livre e consciente, deliberada e premeditada ou de assumuir o risco da sonegação. A imposição da multa qualificada exige, assim, a comprovação da intensidade dolosa do infrator, de forma firme e estreme de dúvidas.
JUROS SOBRE A MULTA DE OFÍCIO.
São devidos os juros de mora sobre a multa de oficio na esteira dos precedentes da Câmara Superior deste Conselho e do C. Superior Tribunal de Justiça.
Numero da decisão: 2201-002.196
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e Gustavo Lian Haddad, que deram provimento integral ao recurso. A Conselheira Nathalia Mesquita Ceia fará declaração de voto. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Luís Claudio Gomes Pinto, OAB/RJ 88.704 e pela Fazenda Nacional a Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra.
(Assinatura digital)
Maria Helena Cotta Cardozo- Presidente.
(Assinatura digital)
Odmir Fernandes Relator.
(Assinatura digital)
Nathalia Mesquita Ceia Declaração de voto vencido.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Marcio de Lacerda Martins, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia e Odmir Fernandes. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201308
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2006, 2009 GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE AÇÕES. CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS E RESERVAS REFLETIDOS NAS HOLDINGS. MAJORAÇÃO ARTIFICIAL DO CUSTO DE AQUISIÇÃO. Na incorporação societária é indevida a majoração do custo de aquisição na capitalização de lucros ou reservas de lucros apurados pela empresa investidora (operacional) refletidos nas investidas (holdings), apurados pelo Método de Equivalência Patrimonial, por se tratar de serem os mesmos lucros refletidos da investidora e das investidoas - holdings. MULTA QUALIFICADA. REQUISITOS. ASPECTO SUBJETIVO DO INFRATOR. Diferente da multa de oficio de 75%, que é objetiva e decorre do tipo (lei), imposta com culpa ou dolo, na imposição da multa qualificada de 150% é necessério aferir o aspecto subjetivo do infrator, consistente na vontade livre e consciente, deliberada e premeditada ou de assumuir o risco da sonegação. A imposição da multa qualificada exige, assim, a comprovação da intensidade dolosa do infrator, de forma firme e estreme de dúvidas. JUROS SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. São devidos os juros de mora sobre a multa de oficio na esteira dos precedentes da Câmara Superior deste Conselho e do C. Superior Tribunal de Justiça.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 12448.735954/2011-28
anomes_publicacao_s : 201405
conteudo_id_s : 5351042
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 30 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2201-002.196
nome_arquivo_s : Decisao_12448735954201128.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ODMIR FERNANDES
nome_arquivo_pdf_s : 12448735954201128_5351042.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e Gustavo Lian Haddad, que deram provimento integral ao recurso. A Conselheira Nathalia Mesquita Ceia fará declaração de voto. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Luís Claudio Gomes Pinto, OAB/RJ 88.704 e pela Fazenda Nacional a Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. (Assinatura digital) Maria Helena Cotta Cardozo- Presidente. (Assinatura digital) Odmir Fernandes Relator. (Assinatura digital) Nathalia Mesquita Ceia Declaração de voto vencido. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Marcio de Lacerda Martins, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia e Odmir Fernandes. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 13 00:00:00 UTC 2013
id : 5471202
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:22:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812953149440
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 19; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2365; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12448.735954/201128 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201002.196 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de agosto de 2013 Matéria IRPF Recorrente BRUNO MEDEIROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006, 2009 GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE AÇÕES. CAPITALIZAÇÃO DE LUCROS E RESERVAS REFLETIDOS NAS HOLDINGS. MAJORAÇÃO ARTIFICIAL DO CUSTO DE AQUISIÇÃO. Na incorporação societária é indevida a majoração do custo de aquisição na capitalização de lucros ou reservas de lucros apurados pela empresa investidora (operacional) refletidos nas investidas (holdings), apurados pelo Método de Equivalência Patrimonial, por se tratar de serem os mesmos lucros refletidos da investidora e das investidoas holdings. MULTA QUALIFICADA. REQUISITOS. ASPECTO SUBJETIVO DO INFRATOR. Diferente da multa de oficio de 75%, que é objetiva e decorre do tipo (lei), imposta com culpa ou dolo, na imposição da multa qualificada de 150% é necessério aferir o aspecto subjetivo do infrator, consistente na vontade livre e consciente, deliberada e premeditada ou de assumuir o risco da sonegação. A imposição da multa qualificada exige, assim, a comprovação da intensidade dolosa do infrator, de forma firme e estreme de dúvidas. JUROS SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. São devidos os juros de mora sobre a multa de oficio na esteira dos precedentes da Câmara Superior deste Conselho e do C. Superior Tribunal de Justiça. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Nathalia Mesquita Ceia e Gustavo Lian Haddad, que deram AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 73 59 54 /2 01 1- 28 Fl. 1317DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 2 provimento integral ao recurso. A Conselheira Nathalia Mesquita Ceia fará declaração de voto. Fez sustentação oral pelo Contribuinte o Dr. Luís Claudio Gomes Pinto, OAB/RJ 88.704 e pela Fazenda Nacional a Dra. Indiara Arruda de Almeida Serra. (Assinatura digital) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. (Assinatura digital) Odmir Fernandes– Relator. (Assinatura digital) Nathalia Mesquita Ceia – Declaração de voto vencido. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Marcio de Lacerda Martins, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia e Odmir Fernandes. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe. Fl. 1318DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 21ª Turma de Julgamento da DRJ do Rio de Janeiro/RJ, que manteve a autuação do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF, dos anoscalendário 2006 e 2009, no valor de 12.726.692,30, sobre omissão de rendimentos no ganho de capital na alienação de participação societária de ações. Contra o contribuinte foi lavrado o Auto de Infração (fls.981 a 987 ) com ciência em 05/11/2011 (AR fls. 988) referente ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF, dos anoscalendário 2006, 2009, no valor de 12.726.692,30, sobre omissão de ganhos na alienação de ações/quotas não negociadas em bolsa. O Termo de Verificação Fiscal (fls. 921 a 980) relata: A ação fiscal teve como objeto a análise da operação de alienação das ações do Banco Pactuai S/A, CNPJ n° 30.306.294/000145, de propriedade do sócio Bruno Medeiros, precedida por reorganização societária ocorrida entre sociedades holdings, as quais detinham todas as ações do Banco Pactuai. A referida reorganização consistiu na extinção das holdings que detinham participação societária no Banco, por meio de sucessivas incorporações às avessas, culminando com a alienação das ações do Banco Pactual diretamente pelos acionistas pessoas físicas da instituição. Por meio da reorganização societária foi adotado um planejamento tributário inconsistente, por meio do qual se verificou a majoração ilícita do custo das ações alienadas, gerando, como consequência, a redução indevida do ganho de capital tributável obtido pelo acionista pessoa física. Através de contrato firmado em 09/05/2006, entre a pessoa jurídica UBS AG, a pessoa jurídica Pactual S.A (controladora direta do Banco Pactual S.A.) e as pessoas físicas que possuíam participação indireta sobre o patrimônio do Banco Pactual S.A., ficou definido, entre outras cláusulas, que as holdings detentoras de todas as ações do Banco Pactual S.A seriam extintas mediante a reorganização, para que os sócios pessoas físicas assumissem a condição de proprietários diretos das ações negociadas. O pagamento pela compra das ações do Banco Pactual S.A. foi dividido em parcelas, sendo a primeira paga na data de "Fechamento" da compra e venda das ações, ocorrido em dezembro de 2006 e a segunda em data posterior denominada de "Pagamento Diferido". Além desses pagamentos, os alienantes das ações receberiam ainda outros valores denominados "Pagamentos Especiais; Usufruto". Fl. 1319DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 4 Os sócios pessoas físicas providenciaram uma reestruturação societária no anocalendário 2006, mediante incorporações às avessas das holdings controladoras do Banco, para permitir que a transferência das ações do Banco Pactual S.A. ao UBS AG fosse feita diretamente pelos sócios pessoas físicas. No dia 13/10/2006, a Nova Pactual Participações Ltda (NPP) formalizou: uma distribuição desproporcional de lucros, em valores que somam o montante global de R$ 693.018.369,69; o aumento do seu capital social de R$ 70.118.786,40 para R$ 756.118.786,40; e a sua incorporação pela investida Pactual S.A. (PSA). A incorporação se fez com o aumento do capital social da PSA, pela versão do acervo líquido da NPP, cujo patrimônio foi avaliado a valor contábil de R$ 33.593.148,46, já deduzida a participação societária que a NPP detinha do patrimônio da PSA. Em 01/11/2006 a PSA realizou: um aumento de capital social no valor de R$ 3.862.542,92, resultante da capitalização de créditos de dois acionistas; e ii) uma cisão parcial no valor de R$ 5.000,00. No dia 03/11/2006, foram realizados pela PSA uma distribuição de dividendos no valor de R$ 996.087.876,00 e um novo aumento do seu capital social neste mesmo montante. Após menos de 1 mês, em 01/12/2006, foi aprovada a incorporação da PSA pelo Banco Pactual, seu investido, com a versão do acervo líquido da PSA, avaliado a valor contábil de 10/11/2006 em R$ 1.149.597.660,18, para o Banco Pactual. Tal como ocorreu na incorporação da NPP pela PSA, os lucros de incorporada PSA, os lucros de equivalência patrimonial da PSA foram utilizados tanto para aumento de capital na incorporada PSA, quanto para compor o patrimônio líquido a ser substituído pelas ações do Banco Pactual S.A. por incorporação. No anocalendário de 2006 o contribuinte aumentou o custo das ações do Banco Pactuai S.A., mediante prévia capitalização de lucros nas holdings a serem incorporadas, em valor total de R$ 32.781.997,00, sendo R$ 15.350.457,00 na Nova Pactual Participações Ltda e R$ 17.431.540,00 na Pactual S/A. Nas incorporações às avessas, da sociedade investidora que só auferia lucros pela equivalência patrimonial com a sociedade investida, os lucros em curso de equivalência patrimonial da investidora incorporada não tinham capacidade, por si só, de imentar o capital social da investida incorporadora, porque eram meros reflexos dos lucros desta. Houve no anocalendário 2006 um substancial aumento de capital social nas holdings do Banco Pactual S.A., seguido de incorporações às avessas, até que restasse somente a pessoa jurídica do Banco Pactual S.A. Mas, no entanto, não houve qualquer aumento de capital social do Banco Pactual S.A. no anocalendário 2006. Não há como manter a projeção contábil (resultado de equivalência patrimonial da incorporada) do lucro, nominada de capital social, ao lado do lucro da sociedade investida Fl. 1320DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 4 5 incorporadora, ambos dentro do próprio patrimônio desta, pois, senão, restaria duplicidade na representação contábil dos mesmos recursos. O aumento de capital social na pessoa jurídica incorporada com os lucros de equivalência patrimonial auferidos no exercício social em que ocorreu a incorporação, sem que estes restassem capitalizados ao fim do processo de reorganização societária, tinha a utilidade de fazer com que o benefício fiscal dos lucros isentos aparentasse ser maior do que de fato poderia ser usufruído. Os lucros do Banco Pactual S.A. auferidos no anocalendário 2006, além de terem sido utilizados como suporte para aumentar desproporcionalmente o custo de aquisição do sócio pessoa física, mediante capitalização do resultado de equivalência patrimonial nas holdings incorporadas, cumulativamente foram pagos no anocalendário 2007 ao mesmo sócio pessoa física alienante das ações do Banco Pactual S.A. Foram glosados os seguintes aumentos do custo de aquisição das ações: R$ 2.918.265,00, referentes à capitalização de lucros na investidora/incorporada Pactual Participações Ltda em 31/12/2005; R$ 15.350.457,00, referentes à capitalização de lucros na investidora/incorporada Nova Pactual Participações Ltda em 13/10/2006; e R$ 17.431.540,00 referentes à capitalização de lucros na investidora/incorporada Pactual S.A. em 03/11/2006. Com as glosas, tendo em vista que não pode ser atribuída qualquer atualização monetária aos bens adquiridos após 31/12/1995 (Lei n° 9.249/95, art. 17, inciso II) e que o Sr. Bruno Medeiros constou como adquirente de participações indiretas do Banco Pactual S.A, desde 03/06/2002, foi admitido como custo de aquisição o valor pago pelo Sr. Bruno Medeiros, segundo os arquivamentos societários, de R$ 10.923.058,14. Tendo o Contribuinte informado na Declaração de Ajuste Anual Simplificada a tributação exclusiva do ganho de capital obtido pela alienação de suas ações do Banco Pactual S.A., referente à parcela do valor de alienação recebida no anocalendário 2006, com base em um custo de aquisição total de R$ 46.623.071,26, foi ilicitamente omitido o ganho de capital no montante de R$ 35.700.013,12 (R$ 46.623.071,26 menos R$ 10.923.058,14). Foi prestada pelo Contribuinte informação falsa ao declarar a maior, de forma desproporcional e ilícita, o custo de aquisição das ações, omitindo parte do ganho de capital obtido, reduzindo a base de cálculo do imposto e, consequentemente, declarando e recolhendo um imposto de renda menor do que o devido. Tanto pelo aspecto objetivo da antijuridicidade (tipicidade), quanto pelo aspecto subjetivo (culpabilidade), estão presentes vestígios materiais suficientes a evidenciar a conduta dolosa do contribuinte em reduzir o imposto de renda devido, mediante prestação de informação falsa à Secretaria da Receita Federal. Fl. 1321DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 6 Por valerse o Contribuinte de uma falsa idéia de capitalização, na intenção de impedir o conhecimento da autoridade fazendária acerca das verdadeiras circunstâncias materiais em que ocorreu o fato gerador, sua conduta subsumese, em tese, no conceito legal de sonegação fiscal do art. 71, da Lei n° 4.502/64. Restando caracterizado o evidente intuito de fraude definido na citada norma, foi aplicada a multa de ofício qualificada de 150%, consoante art. 44, II, da Lei n° 9.430/1996. Foi formalizada Representação Fiscal para Fins Penais Processo n° 12448.735955/201172, para comunicação ao Ministério Público da prática de fatos que, em tese, configuram crime contra a ordem tributária. Impugnação (fls. 1058 a 1091) A decisão recorrida (fls. 1131 a 1162 ) com ciência em 09.10.2012 (fls. 1164), mantida sob os seguintes fundamentos: a) A permanência dos lucros na sociedade investida produtora da riqueza (Banco Pactual) todas as capitalizações destes mesmos lucros na cadeia de investidoras foram irregulares; b) Não podem ser utilizados como passíveis de capitalização os lucros que apesar de retidos na sociedade no momento da alienação do Banco Pactual, foram posteriormente restituídos aos sócios sob o título de usufruto; c) O alienante é obrigado a manter os documentos comprobatórios da composição dos custos de aquisição e de alienação do bem; d) As capitalizações de lucros oriundos do MEP nas holdings sem repercussão na contabilização dos lucros no Banco Pactual, tiveram com fim específico a majoração indevida do custo das ações dos sócios, evidenciando o intuito de fraude do contribuinte; e) Tem plena previsão legal a incidência de juros moratórios sobre multa aplicada, haja vista esta compor o crédito tributário; Recurso Voluntário (fls. 1169 a 1217) protocolado em 26.10.2012, foram reproduzidos os argumentos desenvolvidos na impugnação: a) O caminho trilhado pelos acionistas para se tornarem vendedores do Banco foi o mais lógico, rápido e econômico entre todos os disponíveis, e o acréscimo do custo de seus investimentos é mera conseqüência da aplicação das normas em vigor, em especial do art. 135 do RIR; b) Não procede a assertiva constante do Termo de Verificação Fiscal de que a Reestruturação foi realizada com o objetivo de aumentar fraudulentamente o custo de aquisição dos investimentos do Recorrente. As incorporações reversas eram as variantes disponíveis para a realização do negócio; era a lógica, admitida por lei e conveniente para os acionistas; c) A opção pela capitalização de lucros antes das incorporações era irrelevante em termos fiscais, especificamente no que tange as participações. A razão desta conduta vinculase ao fato de a mesma distribuir lucros de forma desproporcional, conforme autoriza o art. 1007, do CC/02; Fl. 1322DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 5 7 d) Na incorporação inversa, os acionistas da incorporada recebem ações da incorporadora por custo idêntico ao das ações da incorporada por eles detidas e, por outro lado, ocorre capitalização de lucros ou reservas eventualmente existentes na incorporada; e) O aumento do custo de aquisição do valor dos investimentos do Recorrente no Banco se verificaria de qualquer forma, quer houvesse deliberação expressa e específica no sentido da capitalização dos lucros das sociedades holdings; f) Tratando da alienação de quotas ou ações e em sendo o alienante uma pessoa física, o custo de aquisição corresponde ao custo original do investimento acrescido do montante dos lucros e reservas de lucros capitalizados, nos termos do § 1º do art. 130 e do art. 135, do RIR/99; g) O montante dos lucros capitalizados somase ao custo dos investimentos a que correspondem, ainda que eles tenham sido reconhecidos em razão da aplicação do MEP – Método da Equivalência Patrimonial; h) Mesmo que a reestruturação tivesse sido levada a efeito nas bases que o Termo de Verificação Fiscal consideraria adequada, os R$ 29.191.780,14 corresponderiam ao custo dos investimentos do Recorrente no Banco; i) A interpretação que o Recorrente conferiu ao art. 135 do RIR/99 não pode ser absurda a ponto de, por si só, justificar a aplicação de penalidade com intuito de fraude; j) A aplicação de juros de mora sobre o valor da multa qualificada contraria as recentes decisões do CARF. É o breve relatório. Voto. Fl. 1323DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 8 Voto Conselheiro Odmir Fernandes – Relator. Cuidase de autuação do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF mantida pela decisão recorrida, com a multa qualificada de 150%, sobre ganho de capital na apuração do custo de aquisição das ações alienadas pelo Recorrente, após a reorganização societária de incorporações inversas e extinção das sociedades investidoras (holdings) detentoras das ações alienadas. O Relatório de Fiscalização e a decisão recorrida dão conta que os lucros e reservas de lucros foram capitalizados nas empresas investidoras (holdings) e na investida com a utilização dos mesmos lucros ou reservas no custo de aquisição. Entendeu a autuação e a decisão recorrida que houve majoração artificial do custo da participação das ações alienadas com a apropriação indevida dos mesmos lucros e reservas refletidos da sociedade da investida (geradora dos lucros) e nas sociedades investidoras – holdings, apurados pelo método da equivalência patrimonial. Sustenta o Recorrente que o art. 135, do RIR/99, que regulamentou o Par. Único art.10, da Lei nº 9.249, de 1995, ampara seu procedimento. Vejamos: Art. 135. No caso de quotas ou ações distribuídas em decorrência de aumento de capital ou incorporação de lucros apurados a partir do mês de janeiro de 1996, ou de reservas constituídas com esses lucros, o custo de aquisição será igual à parcela do lucro ou reserva capitalizado, que corresponder ao sócio ou acionista (Lei nº 9.249, de 1995, art.10, parágrafo único). De fato, o dispositivo autoriza computar no custo de aquisição, para efeito da apuração do ganho de capital os lucros ou reservas de lucros em razão do aumento de capital ou incorporação dos resultados apurados pela sociedade. A conduta do Recorrente estaria perfeita se não houvesse a extinção e incorporação inversa nas sociedades holdings, ou se os lucros ou reservas de lucros – gerados pela sociedade operacional – pudessem existir de forma autônoma e isolados nas sociedades investidoras, sem mero reflexo da sociedade operacional investida. O efeito contábil de os mesmos resultados da investida, geradora dos lucros, refletir nas sociedades investidoras existe para efeito da demonstração dos resultados apurados pelo método da equivalência patrimonial, exigência contábil e da legislação societária, e existe enquanto sociedades autônomas, sem a incorporação e a extinção delas. Mas sociedades que não geram resultados próprios para compor o custo de aquisição na alienação da participação societária, como entendeu o Recorrente na leitura do art. 135, do RIR/99. Não houvesse a incorporação e a extinção das sociedades holdings não teríamos a discussão porque não se somam ao custo de aquisição na apuração do ganho de capital os resultados refletidos entre as sociedades investidas e investidoras. Não se somam pela simples razão de as sociedades, não sendo extintas, elas conservarem entre si a Fl. 1324DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 6 9 independencia e a autonomia patrimonial, e o investidor, cotista ou acionista, não detem a participação direta entre as sociedades investida e investidora. O duplo ou triplo efeito é mera ficção, necessária na apuração de resultados da participação acionária em cada sociedade e somente se tornou possível no imaginário do autuado em face da incorporação e a extinção das holdings. No Balanço Patrimonial Consolidado, se houvesse nos autos, seria espelhada a total impropriedade da tese do Recorrente, que não se sustenta, com o conhecimento dos fatos, ao menor argumento. A independência e a autonomia patrimonial entre as sociedades investida, investidoras, entre os sócios, acionistas e controladores, não socorre o Recorrente para permitir a dupla ou tripla utilização dos mesmos lucros e reservas no custo na composição do custo de aquisição, se eles apenas refletem na demonstração dos resultados das sociedades investidoras, extintas pela incorporação. Diferente do que sustenta o Recorrentre, não há qualquer equivoco na lei e na sua interpretação. O detalhe é qualificação do fato – que é único – os lucros ou as reservas de lucros da sociedade operaciona investidora refletir nas holdings investida, mas isto, repetimos, não permite artificialmente – computar o mesmo resultado no custo de aquisição. Sustentou ainda o Recorrente em memoriais e na tribuna não no recurso , erro e defeito no critério com outras autuações da mesma operação de alienação da participação societária do Banco Pactual, em razão de o fisco arbitrar o custo de aquisição e não apurar o efetivo custo de aquisição do ganho de capital. Busca, com isso, a nulidade da autuação, pelo possível erro no critério de apuração do custo de aquisição. Alguns critérios de apuração do custo de aquisição podem ser apontados, sem desqualificar o lançamento se não houver comprovação firme do desacerto da autuação, com a demonstração de prejuízo, no devido contraditório. Esses critérios podem ser assim resumidos, sem exclusão de outros: a) Custo inicial de aquisição da participação societária, com as incorporações dos lucros e reservas de lucros capitalizados; b) Exclusão do custo artificial (indevido); ou c) Participação societária do autuado, após a incorporação e a extinção das holdings, em relação ao PL Patrimônio Liquido, da sociedade investida. Pois bem, erro ou defeito do critério da apuração do custo de aquisição pode existir, mas é necessário demonstrar e comprovar a existência de prejuízo para o autuado. Comprovado prejuízo, podase o excesso, sem nulidade da autuação. Não se descarta nesse critério possa existir também prejuízo ao fisco, em beneficio e vantagem do autuado, sem que isto nulifique a autuação. Fl. 1325DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 10 Na hipótese, não vemos qualquer reparo na autuação e na decisão recorrida em relação ao crietrio da apuração do custo de aquisiação, apenas lamento, justo, do jus sperniandi do Recorrente. Com acerto também foi o desconto do custo apurado, dos lucros em usufruto de serem pagos e não capitalizados. Também não se cuida de tributar o efeito econômico do fato gerador, mas de qualificar o fato representado pelos lucros ou reservas de lucros refletidos nos resultadas das sociedades holdings investida. Caberia ao Recorrente demonstrar e comprovar, com provas firmes, seguras e estremes de dúvidas, sequer aventado nas razões de recurso, o possível prejuízo com o combatido abuso, arbítrio e erro no critério da apuração do custo de aquisição. Vamos ao exame dos juros sobre a multa. Em oportunidade anterior nos posicionamos de forma diversa, favorável à tese do Recorrente. Melhor examinando a matéria queremos crer que o melhor direito está com a Fazenda, daí nossa mudança de posição no sentido de manter os juros sobre a multa de oficio, na esteira dos precedentes da Câmara Superior, deste Conselho e do C. Superior Tribunal de Justiça, conforme decisões abaixo: JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. (Carf,CSRF, 1ª T., Acordão 910101.191, Rel. Cons. Karen Jureidini Dias, vencida, Rel. Designado, Cons. Claudomir Rodrigues Malaquias, j., 17.10.2011). JUROS DE MORA COM BASE NA TAXA SELIC SOBRE A MULTA DE OFÍCIO APLICABILIDADE. O art. 161 do Código Tributário Nacional CTN autoriza a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício, isto porque a multa de ofício integra o “crédito” a que se refere o caput do artigo Recurso especial negado. É legítima a incidência de juros sobre a multa de ofício, sendo que tais juros devem ser calculados pela variação da SELIC. Precedentes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Precedente da 2ª Turma da CSRF: Acórdão nº 920201.806. Recurso especial negado. (Carf. CSRF, 2ª T., Acórdão 9202 01.991, Rel. Cons. Elias Sampaio Freire, m.v, j. 16.02.2012) JUROS DE MORA SOBRE MULTA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMA QUE COMPÕEM A PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ. 1. Entendimento de ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ no sentido de que: "É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário." (REsp 1.129.990∕PR, Rel. Min. Castro Meira, Fl. 1326DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 7 11 DJ de 14∕9∕2009). De igual modo: REsp 834.681∕MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 2∕6∕2010. 2. Agravo regimental não provido. (STJ, 1ª T., AgRg no REsp. 1.335.688 – PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, v.u, j., 04.12.20120. O mesmo sentido: STJ, REsp 1.129.990PR e REsp 834.681MG. Vemos assim que tanto a autuação e a decisão recorrida agiram com inteiro acerto, devem ser mantidas e prestigiadas. Contudo, o mesmo não corre com relação a multa qualificada. A decisão recorrida manteve a qualificadora por entender que houve fraude à fiscalização tributária e informação de elementos inexatos no custo de aquisição das ações, e assim teria havido dolo e crime na conduta adotada pelo Recorrente. O Relatório de Fiscalização no item 3.2, qualifica a conduta do autuado Recorrente em dolo e crime da Lei 8.137, de 1990, por omitir e falsear informações ao fisco. Em seguida faz considerações sobre culpabilidade para aferir a existência do dolo. Dolo e culpa, na aplicação da penalidade são elementos distintos que não se confundem. Culpa sempre há, mas ela não qualifica penalidade do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996, c/c os arts. 71, 72 e 73, da Lei n° 4.502, 1964. O dolo qualifica a penalidade, mas em toda infração pode o dolo ou a culpa. Agora, qual dolo para qualificar a penalidade? Continua o Relatório de Fiscalização no exame da imputabilidade em razão do notório conhecimento dos fatos, em especial do patrimônio do Banco alienado e da participação indireta do autuado. Adentra ao exame da ilicitude do ato e a exigibilidade de conduta diversa. Esses aspectos não possuem qualquer relação para aferir a existência do dolo, da fraude ou da simulação dos arts.71 a 73 da Lei n° 4.502, de 1964, menos ainda a possível existência de crime para qualificar a penalidade, como entendeu a fiscalização. O direito tributário penal qualifica a penalidade com multa de valor, dinheiro e exige a existência do dolo, fraude, simulação ou conluio. Diferente é o direito penal tributário com condutas tipificadas pelo Código Penal e pela Lei 8.137, de 1990, onde os aspectos levantados pela fiscalização devem ser valorados para a imposição da pena privativa de liberdade. Não podemos confundir a violção do direito penal tributário, com a sanção na pena privativa de liberdade e disciplina no Código Penal e leis especiais, com o direito tributário penal, com sanção patrimonial e disciplina da lei tributária. Sonegação houve, do contrário não poderia haver autuação, mas precisamos saber se houve dolo, fraude, simulação ou conluio, para permitir a qualificadora da multa. Fl. 1327DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 12 Vamos ao fato. O negócio da compra e venda das ações existiu, as incorporações e a extinção das empresas holding existiram, foi justificada a necessidade da venda das ações por intermédio das pessoas físicas e não pelas sociedades holdings, em da face exigência de responsabilidade pessoal e personalíssima assumida na realização do negócio, conforme admitiu expressamente a decisão recorrida. Não houve qualquer fraude ou simulação no negócio realizado e não há prova do dolo, a vontade livre e consciente de sonegar e cometer a infração. O Recorrente se utilizou da dupla ou tripla capitação dos lucros apenas por eles refletirem nas sociedades holdings. Na aparência os resultados da investida existem na investidora, tem sua finalidade, desde que mantida a sociedade, sem incorporar um a outra sociedade, do contrário, incorporadas, são mesmos resultados da sociedade investidora. Observando os resultados de forma individualizada, na figura da autonomia patrimonial das sociedades investidas e das investidoras eles existem, a diferença é de serem os mesmos resultados de uma ou de outra sociedade, face à incorporação realizada. Os resultados aparentes existem e possuem representação necessária nas sociedades investidas e investidoras por decorrência da equivalência patrimonial, da legislação societária e fiscal. Não há falsidade nos resultados refletidos, a lei exige que sejam assim, mas são apenas resultados aparentes, reflexos de uma em outra. Também não houve fraude ou simulação no negócio realizado. Qualificouse a penalidade apenas pelo dolo, situação que exige, pela natural subjetividade, maiores elementos d de prova da intenção ou do concurso deliberado, consciente e premeditado de sonegar ou assumir o risco consciente da conduta dolosa. Prova difícil de produzir. A fiscalização não costuma possuir a habitualidade dessa tarefa, por não ser própria do seu cotidiano. À Policia, Ministério Público, Juízo Criminal é coisa simples e corriqueira. Para qualificar a penalidade pelo dolo é necessário comprovar a conduta do infrator, a vontade livre, consciente, deliberara e premeditada de sonegar. Isto porque em toda sonegação sempre há dolo ou culpa. Agora, qual o dolo qualifica e duplicar penalidade. Na fraude e sua variantes da simulação e dissimulação a prova é relativamente fácil. De modo geral os documentos comprovam a qualificadora. A prova é objetiva. No dolo, não. Há necessidade de se aferir o aspecto subjetivo do infrator, a vontade livre, consciente, deliberada, premeditada de sonegar. Ai esta a diferença. A multa de oficio de 75% decorre do tipo, é objetiva, independe da conduta do agente, embora sempre exista culpa ou dolo, mas dolo do próprio tipo (lei). A multa qualificada é da lei, mas é necessário aferir o aspecto subjetivo do infrator, a conduta para comprovar os aspectos dos arts. 71 a 73 da Lei 4.502, de 1964. Para isso, é necessário, no mínimo ouvir o infrator, interrogálo, saber a razão da conduta, foi deliberado ou premedito, assumiu o risco consciente da ilicitude pelo ato de sonegar. Permeando dúvida sobre a conduta do infrator de aproveitar a brecha da lei, ou de levar vantagem na interpretação da lei e do art. 135, do RIR/99, sem se comprovar a vontade livre, consciente, deliberada ou premedita de sonegar, a qualificadora sempre deve ser cancelada. Fl. 1328DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 8 13 Ante o exposto, pelo meu voto, conheço e dou parcial provimento ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. (Assinatura digital) Odmir Fernandes Declaração de Voto Conselheira Nathália Mesquita Ceia. 1. Custo de Aquisição – Elemento formador da base de cálculo Ganho de capital é base de cálculo do imposto sobre a renda e consiste na diferença positiva entre o valor de venda e o custo de aquisição de investimento. Assim, como o custo de aquisição e o valor de venda são elementos formadores da base de cálculo, ambos devem ser devidamente definidos na norma tributária, com vistas a garantir a segurança jurídica e evitar critérios subjetivos e casuísticos. A definição do custo de aquisição não pode ser entendida como um conceito aberto, sujeito a interpretações subjetivas e casuísticas. Por se tratar de elemento formador da base de cálculo do tributo sua definição deve ser clara e objetiva. No caso em questão, a discussão se trava quanto à possibilidade de incremento do custo de aquisição do investimento detido pelo Recorrente, especialmente em face da capitalização de lucros/reserva de lucros resultantes única e exclusivamente de equivalência patrimonial. Logo, tratase de tema que impacta a base de cálculo do imposto de renda. A norma tributária dispõe, no artigo 135 do RIR/99, como é definido o custo de aquisição do investimento quando da capitalização de lucros ou reserva de lucros, confira se: Custo de Participações Societárias Adquiridas com Incorporação de Lucros e Reservas Art.135. No caso de quotas ou ações distribuídas em decorrência de aumento de capital ou incorporação de lucros apurados a partir do mês de janeiro de 1996, ou de reservas constituídas com esses lucros, o custo de aquisição será igual à parcela do lucro ou reserva capitalizado, que corresponder ao sócio ou acionista (Lei nº 9.249, de 1995, art.10, parágrafo único). Logo, percebese que a definição do custo de aquisição encontrase prevista em lei e, portanto, não cabe definição casuística. O dispositivo em questão goza de caráter Fl. 1329DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 14 genérico e deve ser aplicado de forma indistinta a todos os fatos que se enquadrem na sua disposição. No caso em apreço, tanto a fiscalização quanto o Recorrente não discordam que o referido dispositivo legal se aplica, porém não há concordância acerca da interpretação do dispositivo legal. Se por um lado a autoridade tributária entende que é a capitalização de lucros ou reserva de lucros resultantes única e exclusivamente de equivalência patrimonial representa a mesma riqueza e, portanto apenas passível de incrementar o custo de aquisição do investimento uma única vez, por outro lado o Recorrente entende que não há vedação legal para se proceder ao incremento do custo de aquisição do investimento em face lucros ou reserva de lucros oriundos de equivalência patrimonial. Em face das interpretações apresentadas, a lei faculta ao contribuinte o acréscimo ao custo de aquisição de investimento a capitalização de lucros ou reserva de lucros, mesmo que esses tenham sido apurados única e exclusivamente com base em resultado de equivalência patrimonial. Isso porque não há dispositivo legal que impeça o incremento do custo de aquisição com base em resultados oriundos de equivalência patrimonial e como mencionado anteriormente por ser elemento formador da base de cálculo do imposto sobre a renda, a definição do custo de aquisição deve ser clara e objetivamente determinada, não sendo possíveis interpretações que se afastem do caráter objetivo da norma. Logo, onde o legislador não restringiu não cabe ao intérprete fazêlo. Assim, procedeu de forma correta o Recorrente ao acrescer ao custo de aquisição do investimento as capitalizações de lucro e reservas de lucros oriundos de resultados única e exclusivamente apurados com base em equivalência patrimonial. Porém, esse não é o único argumento pelo qual o auto de infração não deve ser mantido. A diferenciação entre os efeitos econômicos e jurídicos para fins tributários também é de importante análise para esses fins. 2. Tributação Jurídica x Econômica Sob a alegação que a capitalização de lucros e reserva de lucros resultantes de equivalência patrimonial não deve ser considerada para fins de aumento do custo de aquisição, a fiscalização pretende reduzir o custo de aquisição do Recorrente utilizado para apurar o ganho de capital na venda do investimento. O lucro resultante de equivalência patrimonial nada mais é que a riqueza auferida pela investida (Banco Pactual) refletida nos registros contábeis das investidoras (holdings). Assim, no entendimento da fiscalização, permitir que o custo de aquisição seja aumentado em face da capitalização de lucros oriundos de equivalência patrimonial, seria permitir que a mesma riqueza representasse aumento do custo de aquisição mais de uma vez, fato que acaba por refletir na apuração do ganho de capital e, por consequência, em pagamento a menor de tributo. Sob a ótica econômica, é certo que o lucro da investida é refletido no lucro da investidora por equivalência patrimonial e se isolarmos esse fato e apenas pensarmos economicamente, chegamos à conclusão que é a mesma riqueza e de o fato é. A partir desse raciocínio que a autoridade tributária desconsidera parte dos lucros capitalizados, pois já que é Fl. 1330DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 9 15 economicamente a mesma riqueza, não poderiam aumentar o custo de aquisição (elemento integrante da base de cálculo do ganho de capital) duplamente. Porém, os efeitos econômicos não devem ser utilizados para exigir indistintamente a tributação, especialmente quando há norma formal expressa sobre o tema. A tributação econômica ocorre diariamente e não deve ser tomada como base para fins de cobrança de imposto ou para fins de nãopagamento de imposto. Para tanto devemos considerar a tributação jurídica, aquela prescrita nas normas tributárias que garantem aos jurisdicionados a segurança jurídica. Proponho um exercício sob outra perspectiva, qual seja, quando o contribuinte, sob a ótica econômica, paga duas vezes tributo sobre a mesma riqueza. Imaginemos um profissional assalariado que recebe mensalmente seu ordenado e é descontado na fonte o imposto de renda. Tal profissional recebe seu rendimento líquido de imposto e contrata os serviços de um arquiteto para reformar sua residência. Pois bem. O profissional assalariado remunera o arquiteto pelos serviços prestados e o arquiteto, por também ser contribuinte do imposto de renda, deve recolher imposto sobre esse rendimento auferido. Percebase que sob a ótica econômica tratase do mesmo rendimento, qual seja da mesma riqueza (salário e honorários do arquiteto). Porém, não há possibilidade de o arquiteto não pagar imposto de renda sobre o rendimento auferido sob a alegação que se trata de riqueza economicamente já tributada no nível do profissional assalariado. Isso porque o ordenamento jurídico brasileiro é pautado na tributação jurídica da renda e não em sua tributação econômica. Devese tributar aquilo que a lei prescreve como tributável, independente do efeito econômico. Assim, não se pode sob o pretexto de uma tributação econômica desconsiderar por completo a legislação posta. A tributação não pode ser decidida casuisticamente e com base em critérios econômicos, aritméticos ou matemáticos como defende a fiscalização. A tributação deve observar a norma legal, mesmo que essa por algumas vezes, não se coadune de forma perfeita com a realidade econômica dos fatos. Desta forma, tendo em vista que a presente autuação é exclusivamente baseada em critérios econômicos, entendo que o auto de infração não deve prosperar. 3. Afastamento da multa de ofício qualificada A fiscalização entende aplicável multa de ofício qualificada por restar caracterizado o evidente intuito de fraude do Recorrente no sentido de impedir ou retardar, total ou parcialmente a ocorrência do fato gerador do imposto de renda ou a excluir ou modificar as suas características essenciais Com vistas a respaldar o entendimento acima, a fiscalização elenca uma série de condutas do Recorrente e dos exacionistas do Grupo Pactual. Vejamos a seguir os argumentos levantados pela fiscalização e o contraponto do Recorrente. Fl. 1331DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 16 3.1. Estrutura do Grupo Pactual em holdings A estrutura societária do Grupo Pactual com holdings já existia antes do processo de venda. Era a forma societária pela qual o Grupo executava suas atividades. De acordo com o apresentado pelo Recorrente, a referida estrutura vale por uma questão de assegurar a divisão da gestão e controle do Grupo, bem como para repartir os lucros em face dos acionistas que mais contribuíram para alcançar resultado, com base no sistema da meritocracia. Ou seja, aqueles acionistas que gerem melhor suas áreas de atuação recebem mais retorno financeiro. A estrutura da forma que se encontra é validamente aceitável perante o ordenamento jurídico brasileiro e atinge aos objetivos a que se propõe. Ou melhor, a estrutura de holding não foi criada para fins de planejamento tributário. Assim, a argumentação no sentido de que a estrutura societária com holdings objetiva redução do pagamento de imposto devido em face da operação de alienação não pode ser acatada, pois a estrutura de holdings apresentada pelo Grupo existe muito antes de se cogitar a venda do Banco Pactual, bem como a estrutura apresenta propósito jurídico válido, ou seja, organizar não apenas a divisão do controle e gestão do Grupo Pactual, mas também repartir os resultados de forma meritória entre aos acionistas. 3.2. Incorporação inversa A fiscalização entende que as incorporações inversas tiveram como único objetivo incrementar artificialmente o custo de aquisição do investimento detido pelo Recorrente. Argumentar que a incorporação inversa não seria o processo “normal”, parece uma limitação aquilo que o legislador não pretendeu limitar. Não há na lei processo normal ou alternativo à operação de incorporação. De acordo com o artigo 227 da Lei nº 6.404/76, temse que: A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Verificase da leitura do dispositivo legal que não há “processo normal” de incorporação. A incorporação é uma operação societária que visa absorção de sociedades com a sucessão de direitos e obrigações. Não há na lei menção há investidoras e investidas. A ilação da fiscalização busca conceder à operação um caráter escuso que essa não apresenta. O Recorrente argumenta que efetuar a reestruturação societária para fins de venda da forma que a fiscalização sugere é um processo mais gravoso, burocrático e demorado, além de por em risco negócios firmados pelo Banco Pactual, tendo em vista que nos contratos financeiros há cláusulas expressas que vedam a incorporação da instituição financeira por outra sociedade, cláusula que visa garantir a integridade do banco para seus credores. Ademais, a atividade financeira apresenta como principal característica a fidúcia, ou seja, seus clientes e credores devem ter a confiança que a instituição vai ali permanecer sem alterações substanciais. Logo, tendo em vista o fato concreto em questão, promover a reestruturação com a incorporação do Banco Pactual pela sua investidora acabaria por prejudicar as atividades do Banco e possivelmente influenciaria de forma negativa a operação de alienação. Fl. 1332DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 10 17 Além disso, a incorporação do Banco Pactual pela sua investidora, especialmente porque sua investidora não é qualificada como instituição financeira perante o Banco Central do Brasil, acabaria por acarretar necessidade de um tempo maior, com vistas a serem atendidos os requisitos regulatórios nacionais para que a investidora pudesse assumir as atividades do Banco Pactual. Portanto, não há ilícito na forma pela qual a reestruturação societária foi efetuada. Ilicitude haveria se tal reestruturação fosse realizada para dissimular ou fraudar o real objetivo das partes. São coerentes, razoáveis e justificáveis os fatos apresentados pelo Recorrente para justificar a reestruturação da forma que ocorreu. 3.3. Atos societários sucessivos A fiscalização também se prende à questão dos atos societários terem sido praticados em curto espaço de tempo, fato que pode ser entendido como um planejamento ilícito. Como demonstrado pelo Recorrente, o fato dos atos societários terem sido praticados de forma sucessiva e em curto espaço de tempo decorrem única e exclusivamente do caráter negocial da operação. Ou melhor, os então acionistas do Grupo Pactual possuíam uma “janela de oportunidade” para alienar o Banco Pactual. Em face da oportunidade, os exacionistas se deparam com a condição do comprador que deseja apenas adquirir a unidade operacional do Grupo, qual seja, o Banco Pactual. Ao comprador não interessa a aquisição de uma estrutura de holdings que apenas faz sentido da forma que o Grupo Pactual era estruturado em face da sua multiplicidade de acionistas, sendo preciso um mecanismo societário eficaz que conseguisse alocar poder de decisão, gestão e repartição de resultados. Assim, em face da premência do fechamento do negócio, os vendedores envidam seus melhores esforços para que em um espaço de tempo reduzido apenas reste o Banco Pactual como ativo a ser alienado ao comprador. Daí, os atos societários terem sido realizados em curto espaço de tempo e quase que em dias sucessivos. Argumenta o Recorrente que a incorporação da investidora pela investida foi adotada como forma de extinção das holdings, pois era o procedimento mais célere e menos burocrático dentre todos os possíveis. Portanto, entendo que o fato de os atos societários das incorporações terem ocorrido de forma sucessiva e em curto espaço de tempo mantém total alinhamento com o objetivo dos negócios nos tempos atuais, qual seja, celeridade. Não resta comprovado haver intuito de fraude, abuso de direito ou simulação nos atos societários que foram praticados para fins de incorporação. Os mesmos observaram seus objetivos, quais sejam reduzir o Grupo Pactual a uma única empresa para venda e foram praticados em linha com o ordenamento jurídico pátrio. 3.4. Estratégia de alienação do investimento A fiscalização ainda no auto de infração buscou simular operações onde haveria pagamento a maior ou a menor de imposto. De fato, a operação adotada pelo Recorrente resulta no pagamento de menos imposto quando comparada a outra, porém ambas encontram respaldo na legislação, não há óbices ou ilícitos em adotar uma ou outra. Não pode a fiscalização exigir do contribuinte o comportamento que resulte em pagamento maior de Fl. 1333DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES 18 tributos quando há alternativa lícita e legal que resulte em menos pagamento de tributo. Isso seria interferir na vontade, nas intenções, na vida privada dos contribuintes. Desta forma, não pode a fiscalização impor ao contribuinte que efetue o negócio jurídico da forma que mais onerosa, especialmente quando a operação tem fundado propósito negocial, quer para fins civis quanto para fins comerciais e econômicos. 3.5. Abuso de direito, fraude ou simulação Apesar da argumentação da fiscalização no sentido de restar caracterizado abuso de direito fraude ou simulação, o caso não se trata de abuso de direito, mas sim de divergência de interpretação da norma. A norma pode ser interpretada de várias formas a depender do operador do direito que a esteja manejando. A interpretação literal e a interpretação teleológica são formas de interpretação aceitas pelo ordenamento jurídico pátrio e lançar mão de uma ou de outra para observar a norma não caracteriza de forma alguma abuso de direito. A fiscalização interpreta a letra e o espírito da norma sob o viés econômico, enquanto o contribuinte compreende o disposto na norma sob uma acepção jurídica. Interpretações antagônicas não caracterizam abuso de direito, mas sim divergência. E, quando há divergência de interpretação, cabe aos julgadores nortearem o melhor sentido para aplicação da norma. Ademais, não houve prestação de informação falsa pelo Recorrente, esse de fato ao elaborar o cálculo do ganho de capital entende estar aplicando a legislação fiscal vigente. O máximo que poderia ter ocorrido, e já afasto essa hipótese, seria um equívoco de interpretação legislativa do contribuinte. Logo, resta comprovado o propósito negocial da estrutura, não havendo que se ventilar simulação, fraude ou abuso de direito. Pelo contrário os atos praticados isoladamente, bem como os atos vistos dentro de um conjunto têm como objetivo a alienação do Banco Pactual ao comprador da forma mais célere e menos onerosa possível, dentro dos limites e ditames legais. Em resumo, pelos fatos e argumentos acima narrados, a aplicação de multa de ofício qualificada não condiz com a realidade fática e deve ser afastada. 4. Juros de Mora sobre a Multa de Ofício O Recorrente em antecipação já defende a não incidência de juros de mora sobre a multa de ofício aplicada, em razão da ausência de respaldo legal, bem como se tratar de uma dupla penalização. A cobrança de juros sobre multa de oficio ocorre em face do Parecer MF nº. 28, de 02.04.1998, emitido pela Coordenação Geral do Sistema de Tributação (COSIT), cuja conclusão deixa exposto que: “O referido Parecer conclui, com base no disposto nos arts. 29 e 30 da Medida Provisória n. 1.62131, de 13.1.98, no art. 84 da Lei n. 8.981/95 e no art. 13 da Lei n. 9.065/95, que as multas de ofício, associadas a fatos geradores ocorridos até 21.12.94, que não tenham sido objeto de parcelamento requerido até 31.8.95, estão sujeitas à incidência de juros de mora, se recolhidas em atraso. Conclui, igualmente, com apoio no art. 61 e seu Fl. 1334DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES Processo nº 12448.735954/201128 Acórdão n.º 2201002.196 S2C2T1 Fl. 11 19 parágrafo 3º, da Lei n. 9.430/96, que, com relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1.1.97, incidirão juros moratórios sobre os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições – inclusive, pois, relativos às multas de ofício não pagas nos respectivos vencimentos.” Contudo, essa conclusão parte de uma exegese equivocada, porquanto o art. 61 da Lei nº. 9.430/96 trata da possibilidade de cobrança de juros de mora sobre débitos decorrentes de tributos e contribuições, não havendo qualquer menção às multas de oficio, que não são espécie tributária, conforme previsão do art. 3º do Código Tributário Nacional. Assim, não é cabível a cobrança de juros de mora sobre a multa de oficio. (Assinatura digital) Conselheira Nathália Mesquita Ceia, declaração de voto vencido Fl. 1335DF CARF MF Impresso em 30/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 16/05/2014 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 21/04/2014 por NATHALIA MESQUITA CEIA, Assinado digitalmente em 16/04/2014 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10240.000424/2007-80
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
Ementa:
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE FISCALIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA.
Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa antes de iniciado o prazo para a impugnação do lançamento, haja vista que, no decurso da ação fiscal, inexiste litígio ou contraditório, por força do artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972.
MATÉRIA SUMULADA - LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. SÚMULA CARF Nº 6
É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte.
DEPOSITO BANCÁRIO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS.
É licito ao Fisco examinar informações relativas ao contribuinte constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial, mormente após a edição da Lei Complementar 105 de 2001.
MATÉRIA SUMULADA - INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
PRESUNÇÃO LEGAL - OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DA ORIGEM.
Caracterizam-se como omissão de receita ou de rendimento, por presunção legal - juris tantum - os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
ÔNUS DA PROVA
Cabe ao contribuinte desfazer a presunção legal com documentação própria e individualizada que justifique os ingressos ocorridos em suas contas correntes de modo a garantir que os créditos/depósitos bancários não constituem fato gerador do tributo devido, haja vista que pela mencionada presunção, a sua existência (créditos/depósitos bancários), desacompanhada da prova da operação que lhe deu origem, espelha omissão de receitas, justificando-se sua tributação a esse título.
LANÇAMENTOS REFLEXOS.
Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa
Numero da decisão: 1802-002.246
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, Marciel Eder Costa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201407
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002 Ementa: CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE FISCALIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa antes de iniciado o prazo para a impugnação do lançamento, haja vista que, no decurso da ação fiscal, inexiste litígio ou contraditório, por força do artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972. MATÉRIA SUMULADA - LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. SÚMULA CARF Nº 6 É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. DEPOSITO BANCÁRIO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS. É licito ao Fisco examinar informações relativas ao contribuinte constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial, mormente após a edição da Lei Complementar 105 de 2001. MATÉRIA SUMULADA - INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. PRESUNÇÃO LEGAL - OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DA ORIGEM. Caracterizam-se como omissão de receita ou de rendimento, por presunção legal - juris tantum - os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ÔNUS DA PROVA Cabe ao contribuinte desfazer a presunção legal com documentação própria e individualizada que justifique os ingressos ocorridos em suas contas correntes de modo a garantir que os créditos/depósitos bancários não constituem fato gerador do tributo devido, haja vista que pela mencionada presunção, a sua existência (créditos/depósitos bancários), desacompanhada da prova da operação que lhe deu origem, espelha omissão de receitas, justificando-se sua tributação a esse título. LANÇAMENTOS REFLEXOS. Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10240.000424/2007-80
anomes_publicacao_s : 201408
conteudo_id_s : 5364593
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 1802-002.246
nome_arquivo_s : Decisao_10240000424200780.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
nome_arquivo_pdf_s : 10240000424200780_5364593.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, Marciel Eder Costa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
id : 5550350
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:25:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812968878080
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2056; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 36 1 35 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10240.000424/200780 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1802002.246 – 2ª Turma Especial Sessão de 30 de julho de 2014 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente TONIN SOLDAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 Ementa: CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE FISCALIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa antes de iniciado o prazo para a impugnação do lançamento, haja vista que, no decurso da ação fiscal, inexiste litígio ou contraditório, por força do artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972. MATÉRIA SUMULADA LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. SÚMULA CARF Nº 6 É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. DEPOSITO BANCÁRIO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. ACESSO ÀS INFORMAÇÕES BANCÁRIAS. É licito ao Fisco examinar informações relativas ao contribuinte constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial, mormente após a edição da Lei Complementar 105 de 2001. MATÉRIA SUMULADA INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 04 24 /2 00 7- 80 Fl. 333DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 37 2 PRESUNÇÃO LEGAL OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM COMPROVAÇÃO DA ORIGEM. Caracterizamse como omissão de receita ou de rendimento, por presunção legal juris tantum os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ÔNUS DA PROVA Cabe ao contribuinte desfazer a presunção legal com documentação própria e individualizada que justifique os ingressos ocorridos em suas contas correntes de modo a garantir que os créditos/depósitos bancários não constituem fato gerador do tributo devido, haja vista que pela mencionada presunção, a sua existência (créditos/depósitos bancários), desacompanhada da prova da operação que lhe deu origem, espelha omissão de receitas, justificandose sua tributação a esse título. LANÇAMENTOS REFLEXOS. Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, Marciel Eder Costa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 38 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém (PA), que por unanimidade de votos julgou improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por economia processual, passo a adotar o relatóorio da DRJ: “Versa o presente processo sobre auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, Programa de Integração Social — PIS e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social — COFINS, no valor total de R$ 60.108,51, incluídos os acréscimos legais, referente 1° trimestre, anocalendário de 2002. A autuação fiscal arbitrou o lucro com base na receita bruta conhecida e fundamentouse nos depósitos bancários não comprovados, embora tendo sido o contribuinte devidamente intimado. Cientificado do lançamento em 30/03/2007 apresenta impugnação em 30/04/2007 onde alega em síntese que: 1. houve cerceamento do direito de defesa, considerando que não foi possível acompanhar de perto as etapas do trabalho fiscal, já que auditoria foi realizada fora da sede da empresa; 2. é impossível a correta defesa do autuado considerando que não há uma descrição dos fatos precisa e pormenorizada, impedindo o direito de defesa; 3. os auditores solicitaram a impugnante que apresentasse livros fiscais exigidos pelo fisco Estadual sendo que não podia o fisco valerse de livros fiscais de tributo de competência estadual para embasar o lançamento da Contribuição Social, do PIS e da Cofins; 4. falta de autorização judicial para proceder à quebra de sigilo da impugnante, sigilo bancário é garantia constitucional; 5. o contribuinte não tomou conhecimento de que haveria fiscalização das contribuições sociais CSLL, PIS e Cofins; 6. dos autos não constam outras provas de ocorrência de operações mercantis que dessem origem ao fato gerador da obrigação tributaria; Fl. 335DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 39 4 7. não existe nenhum indicio de prática de fraude ou sonegação visando reduzir pagamento de tributos. Ao se confrontar receitas e despesas, não se encontram indícios de omissão de receitas. É o relatório.” A Belém (PA) julgou parcialmente procedente a impugnação, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2002 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE FISCALIZATÓRIA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa antes de iniciado o prazo para a impugnação do lançamento, haja vista que, no decurso da ação fiscal, inexiste litígio ou contraditório, por força do artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972. NULIDADE. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. Sendo o mandado de procedimento fiscal norma de natureza procedimental, servindo de instrumento, na essência, de afirmação da validade da ação fiscal e, portanto, com efeitos preponderantemente "intra corporis", não há porque se acatar os argumentos de nulidade. INFORMAÇÕES DO FISCO ESTADUAL. ICMS. É licito ao Fisco Federal valerse de informações colhidas por outras autoridades públicas para efeito de lançamento tributário, desde que estas guardem pertinência com os fatos cuja prova se pretenda oferecer. SIGILO BANCÁRIO. Ê licito ao fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n° 105/2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. A obtenção de informações junto as instituições financeiras, por parte da administração tributária, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o Fl. 336DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 40 5 sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de oficio. CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Os lançamentos reflexos devem observar o mesmo procedimento adotado no principal, em virtude da relação de causa e efeito que os vincula. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Inconformada com essa decisão da qual tomou ciência em 27/01/2010, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário (efls. 147 e segs.) em 19/02/2010. Na peça recursal a Recorrente reitera os mesmos argumentos expendidos na impugnação, portanto, desnecessário repetilos porque já relatados acima. A defesa está assentada nos seguintes tópicos: 1 DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA e DA NULIDADE DOS AUTOS DE INFRAÇÃO 1.1 Sobre a fiscalização realizada fora da sede da empresa; 1.2 Sobre a descrição dos fatos contendo incorreções e imprecisões 1.3 Sobre o Mandado de Procedimento Fiscal 1.4 Sobre a fiscalização de tributos não informados no MPF 2 DOS FATOS 2.1 Sobre a autuação somente com base em extratos bancários 2.2 Sobre os procedimentos operacionais da Recorrente 2.3 Sobre a receita tributada duas vezes Diante do exposto a Recorrente requer que: a) sejam declarados nulos os Autos de Infração do IRPJ, PIS, COFINS e CSLL por terem, os Auditores, cerceado o seu direito de defesa ao realizar a auditoria fora de seu domicílio fiscal; b) em relação ao Mandado de Procedimento Fiscal, sejam declarados nulos os Autos de Infração do IRPJ, PIS, COFINS e CSLL por terem, os Auditores, deixado de apresentar à Recorrente prorrogação de prazo do mesmo; c) em relação ao Mandado de Procedimento Fiscal, sejam cancelados os Autos de Infração pertinentes ao PIS, COFINS e CSLL por não terem, os Auditores, informado à Recorrente que fiscalizariam as referidas contribuições; Fl. 337DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 41 6 d) em relação ao aspecto formal dos Autos de Infração do IRPJ, do PIS, da COFINS e da CSLL, sejam os mesmos declarados nulos, por terem, os Auditores, cerceado o direito de defesa da Recorrente ao apresentar a descrição dos fatos com erros e imprecisões de data; e) em relação aos elementos de prova, sejam cancelados os Autos de Infração do IRPJ, do PIS, da COFINS e da CSLL, por terem, os Auditores, procedido a quebra do sigilo bancário da Recorrente sem provar sua indispensabilidade e utilizado os extratos bancários como prova, sem a devida autorização judicial; f) em relação à base de cálculo, sejam cancelados os Autos de Infração do IRPJ, do PIS, da COFINS e da CSLL, por não terem, os Auditores, subtraído a receita declarada do valor total encontrado nos extratos bancários, tributando a mesma receita por duas vezes; e, g) em relação à base de cálculo, sejam cancelados os Autos de Infração do IRPJ, do PIS, da COFINS e da CSLL, pois, os Auditores abandonaram o elemento contábil estabelecido em lei para fundarse unicamente em base apurada através de extratos bancários. Em 13/06/2012, a teor do § 1º do artigo 62A do RICARF o presente processo restou sobrestado. Todavia, o mencionado dispositivo normativo foi revogado mediante a Portaria nº 545, de 18 de novembro de 2013. Assim, não havendo mais determinação ao sobrestamento passase ao julgamento do presente processo. Este é o Relatório. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 42 7 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, pelo que dele tomo conhecimento. O voto seguirá os pontos abordados no recurso voluntário. 1 O cerceamento do direito de defesa 1.1 e 1.2 Sobre a fiscalização realizada fora da sede da empresa e sobre a descrição dos fatos contendo incorreções e imprecisões A Recorrente alega cerceamento do direito de defesa porque diz não haver acompanhado as etapas da auditoria que culminou nos Autos de Infração ora rechaçados, em virtude de a fiscalização não ter sido realizada nas dependências da empresa. E que, isto trouxe insanáveis prejuízos à Recorrente por desconhecer totalmente o andamento dos trabalhos de fiscalização que se realizava em seu documentário fiscal, em flagrante desrespeito aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Não assiste razão à Recorrente, pois, não constitui hipótese de prejuízo ao contribuinte, procedimento de fiscalização tendente ao lançamento sem que o contribuinte acompanhe o andamento dos trabalhos de fiscalização no interesse do Fisco ainda que desses trabalhos resultem na lavratura de Autos de Infração. Para que seja possível a cobrança do crédito tributário, é necessária a comprovação da sua existência. O procedimento de fiscalização é realizado pela juntada de elementos que comprovem o crédito tributário e possam configurar possível infração tributária. Durante o procedimento de fiscalização não há lide, nem processo, pela inexistência de acusação formal ou imputação de infração, o que torna incabível a alegação de cerceamento na fase de investigação fiscal, pois os princípios do contraditório e da ampla defesa são de aplicação na fase do devido processo legal administrativo. Com efeito, antes de iniciado o prazo para a impugnação do lançamento não há que se falar em cerceamento do direito de defesa haja vista que no decurso da ação fiscal não existe litígio ou contraditório, pois, de acordo com o artigo 14 do Decreto n° 70.235/1972, a fase litigiosa do procedimento fiscal se instaura com a impugnação, verbis: "Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. " O fato de a fiscalização não ter sido realizada nas dependências da empresa em nada desqualifica o procedimento fiscal tampouco enseja nulidade dos autos de infração como se depreende da Súmula CARF nº 6, verbis: Fl. 339DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 43 8 “É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte (Súmula CARF nº 6).” A Recorrente alega que os Auditores, cercearam o direito de defesa da Recorrente ao apresentar a descrição dos fatos com erros e imprecisões de data. Alega que, sendo a autuação realizada somente com base nos extratos bancários e os lançamentos a crédito, deles constantes, foram considerados como receita omitida, não poderiam, os autuantes, ter encontrado os referidos lançamentos em dias que caíram em sábados e domingos, pois, nesses dias, os bancos não abrem suas portas. Os Auditores informaram, em sua descrição dos fatos, a ocorrência de fatos geradores em datas nas quais eles não poderiam ter acontecido. Conclui que, a descrição dos fatos está totalmente sem sentido em todos os Autos de Infração, na medida em que, neste dia não ocorreu fato gerador de nenhum dos tributos relacionados, lançados que foram com base nos extratos bancários. Impossível entender tais autos. Impossível defenderse de tal situação. Pois, os Auditores fizeram uso de extratos bancários para basear seu lançamento e desses extratos não consta nenhuma das datas acima relatadas. A questão foi bem explicada na decisão de primeira instância ao esclarecer que está correta a referida descrição dos fatos em função de que os tributos lançados são apurados mensalmente e trimestralmente, conforme a legislação de cada um, e que seu fato gerador ocorre no último dia do mês ou do trimestre, independentemente de ser dia útil ou não. O Código Tributário Nacional (CTN Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) ao tratar do aspecto temporal do fato gerador, ou seja, do momento em que se considera o seu acontecimento, assim dispõe: “Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existente os seus efeitos: I – tratandose de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;” A regra começa com a observação, salvo disposição de lei em contrário, o que significa dizer que o legislador tem liberdade para a escolha do tempo em que o fato gerador poderá ser tido como ocorrido. A Lei nº 9.430, de 27/12/1996 determina qual o momento de apuração do Imposto de Renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que se entende como sendo o momento de concretização do fato gerador, verbis: “Art. 1º A partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. (...) Fl. 340DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 44 9 Art. 28. Aplicamse à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente e as correspondentes aos arts. 1o a 3º, 5º a 14, 17 a 24B, 26, 55 e 71.” No caso dos presentes autos o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) foram apurados com base no Lucro Presumido, modalidade de tributação também adotada pelo contribuinte, de acordo com a legislação tributária e, não as datas dos depósitos bancários como momento da ocorrência do fato gerador. O mesmo raciocínio aplicase ao PIS e à Cofins. Ademais, compulsandose os autos, verificase a seguinte descrição dos fatos nos autos de infração (fls. 08/31): “Valor referente a depósitos e demais lançamentos a crédito, realizados junto a instituições financeiras, não escriturados em sua contabilidade, em que o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Seguem em anexo ao presente auto de infração o Termo de Verificação de Infração,com descrição detalhada dos fatos, e planilhas com os valores individualizados dos depósitos e demais lançamentos a crédito citados anteriormente.” Como se vê, não assiste razão à Recorrente. Ao contrário do que alega, constatase que foram explicitados nos autos os motivos da autuação, mediante os autos de infração e Termo de Verificação de Infração, as disposições consideradas infringidas e os procedimentos no curso da ação fiscal para obtenção dos valores tributáveis. Portanto, não há falar de nulidade por falta de motivação ou por cerceamento de defesa, mormente se de tudo foi a contribuinte regularmente cientificada e se lhe foi assegurado o direito de questionar as exigências nos termos das normas que regulam o processo administrativo fiscal. Como visto no relatório acima, a autuada revela pleno conhecimento das acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas, mediante substanciosa defesa e não demonstra o prejuízo sofrido em razão do ato dito viciado, razão pela qual descabe a proposição de nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa ou por vício formal. 1.3 e 1.4 Sobre o Mandado de Procedimento Fiscal e Sobre a fiscalização de tributos não informados no MPF A Recorrente alega que o Mandado de Procedimento Fiscal, recebido juntamente com o Termo de Início de fiscalização, estabeleceu prazo para a conclusão do procedimento fiscal. Vencido esse prazo, a Recorrente continuou a receber documentos sem ter sido informada de que o referido prazo havia sido prorrogado, em total desrespeito ao contribuinte. E que, esse vício formal interfere na compreensão da ação do fisco por parte do contribuinte sob fiscalização, além de ferir um comando legal instituído pela própria Secretaria da Receita Federal do Brasil. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 45 10 Outra questão diz respeito aos tributos que foram objeto da fiscalização, já que do citado Mandado de Procedimento Fiscal consta que o tributo a ser fiscalizado seria o IRPJ. Porém, as demais contribuições também foram objeto da ação fiscal. A Recorrente aduz que, não constando a informação dos outros tributos no MPF, é justo ao contribuinte entender que somente o IRPJ será revisitado pela fiscalização, não podendo aceitar, posteriormente, a lavratura de Autos de Infração da CSLL, do PIS e da Cofins. Os Mandados de Procedimento Fiscal e prorrogações constam a data de sua validade. No tocante ao Mandado de Procedimento Fiscal como causa de nulidade dos autos de infração, a matéria encontra assento nesse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), no sentido de que o Mandado de Procedimento Fiscal, instituído pela Portaria SRF nº 1.265, de 22 de novembro de 1999, é um instrumento de planejamento e controle interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, que confere transparência ao processo de fiscalização. O artigo 7º do Decreto nº 70.235, de 1972, dispõe que o procedimento fiscal tem início com o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto. Portanto, tendo o Auditor Fiscal competência outorgada por lei para fiscalizar e constituir o crédito tributário pelo lançamento, eventuais omissões ou incorreções no Mandado de Procedimento Fiscal não são causa de nulidade do auto de infração. Assim, não há vícios ou nulidades passíveis de determinar qualquer prejuízo ao contribuinte, sobretudo, não se identifica as hipóteses descritas no artigo 59 do Decreto n° 70.235/72 que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF) : Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Sem a configuração dessas hipóteses, não há que se falar em vícios no procedimento de fiscalização ainda que os autos de infração tenham sido lavrados fora da sede Fl. 342DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 46 11 da empresa ou porque no MPF não se faça referência às Contribuições Sociais (CSLL, PIS e Cofins) lançamentos reflexos do IRPJ. Assim rejeito todas as preliminares invocadas. 2 – Os Fatos 2.1, 2.2 e 2.3 Sobre a autuação somente com base em extratos bancários, sos procedimentos operacionais da Recorrente e sobre a receita tributada duas vezes A Recorrente alega que os autuantes em vez de aterse à escrituração contábil da Recorrente, suas notas fiscais, declarações de renda, promissórias, duplicatas e outros documentos de suporte contábil, conforme determina a legislação tributária, os Auditores optaram pelo caminho mais fácil de analisar somente os extratos bancários de suas contas correntes. Optaram, evidentemente, pelo meio mais injusto e menos apropriado de se eleger a base de cálculo tributária. A Recorrente diz que os extratos não representam a verdadeira base de cálculo dos tributos em questão e, em seguida discorre sobre várias situações e procedimentos operacionais. A Recorrente argumentou que a fiscalização não descreveu os fatos corretamente, ou o fez de forma incorreta tendente a criar uma confusão de datas que lhe impediu o correto conhecimento da ocorrência dos fatos geradores. Diz que a própria descrição da infração DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS declara, de forma equivocada, a ocorrência de fatos geradores em datas que eles verdadeiramente não ocorreram. Pois, se a autuação foi realizada somente com base nos extratos bancários e os lançamentos a crédito, deles constantes, foram considerados como receita omitida, não poderiam, os autuantes, ter encontrado os referidos lançamentos em dias que caíram em sábados e domingos, pois, nesses dias, os bancos não abrem suas portas. A Recorrente argumenta que os Auditores consideraram os créditos nas contas bancárias como receita extra além daquela já declarada, quando deveriam ter subtraído a referida receita do total dos créditos bancários. Diz que os Auditores deveriam considerar que a receita que imaginavam estar representada nos créditos em conta corrente é um conjunto e que a receita apresentada na DIPJ e na DCTF um subconjunto que está contido no primeiro. Se válido fosse, do ponto de vista contábil, tributar, indistintamente, todos os créditos listados nas contas correntes da Recorrente, um eventual lançamento baseado nesses créditos haveria, necessariamente, que ser deduzido das receitas declaradas, pois, sobre essas receitas já foram recolhidos todos os tributos. É preciso salientar que a Lei nº 9.430/96 permite à autoridade fiscal perquirir junto ao contribuinte qual a origem daqueles depósitos ou investimentos existentes em suas contas bancárias sendo que a ausência da comprovação de sua origem faz presumir tratarse de omissão de receitas próprias da atividade da pessoa jurídica. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 47 12 As receitas omitidas apuradas com fundamento na presunção legal instituída pela Lei nº 9.430/96, art. 42, baseada nos depósitos bancários com recursos de origem não comprovada, são considerados, por presunção, como receita bruta da pessoa jurídica. Ressaltese de plano, que aqui não cabe a necessidade de comprovação por parte do Fisco. Os enunciados das súmulas abaixo são esclarecedores, portanto desnecessária outra explicação sobre o assunto, vejamos: Súmula CARF Nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada Súmula CARF Nº 30 Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subseqüentes. Intimado o contribuinte a comprovar a origem dos recursos utilizados em relação aos valores creditados nas contas bancárias em comento e, na ausência de tal comprovação foram os mesmos valores tributados como receita omitida, em consonância com a Lei nº 9.430/96, art. 42. Cabe ao contribuinte desfazer a presunção legal com documentação própria e individualizada que justifique os ingressos ocorridos em suas contas correntes de modo a garantir que os créditos/depósitos bancários não constituem fato gerador do tributo devido, haja vista que pela mencionada presunção, a sua existência (créditos / depósitos bancários), desacompanhada da prova da operação que lhe deu origem, espelha omissão de receitas, justificandose sua tributação a esse título. A tributação dessa receita, por sua vez, encontra abrigo e visibilidade na mencionada lei tributária que estabeleceu uma presunção de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do tributo correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Concluise, por conseguinte, que a presunção legal de renda, caracterizada por depósitos bancários, é do tipo júris tantum. A empresa autuada, para descaracterizar a presunção de omissão de receitas, por depósitos bancários, deveria produzir a prova que se lhe impunha, fato de que não se desincumbiu. Desse modo, não se pode afastar a omissão de receita, eis que não restou comprovada a origem dos valores que foram depositados ou creditados nas contas bancária da Recorrente ou que possuem origem nas receitas declaradas. Os valores mensais dos créditos não comprovados foram objeto de lançamento de ofício, pois ficou caracterizada a omissão de receita à qual não há contestação cabal. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 48 13 Conforme esclarecido acima a empresa autuada é acusada de omissão de receita, caracterizada pela falta de comprovação da origem dos depósitos/créditos efetuados em suas contas bancária, tendo por base legal a Lei nº 9.430, de 1996, art. 42, que assim dispõe: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Como se vê, a partir da Lei nº 9.430/96, comporta a tributação por presunção de omissão de receitas caracterizada por depósitos mantidos junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. É o caso dos autos. Nessa realidade erigida pelo legislador à condição de presunção legal, a caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda e reflexos não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, isoladamente considerada, mas sim pela falta de esclarecimentos da origem dos numerários depositados. Ou seja, há uma correlação lógica estabelecida pelo legislador entre o fato conhecido (ser beneficiado com um depósito bancário sem demonstração de sua origem) e o fato desconhecido (auferir rendimentos), e é esta correlação que dá fundamento à presunção legal em comento, de que o dinheiro surgido na conta bancária, sem qualquer justificativa, provém de receitas ou rendimentos omitidos. Tratase, na hipótese, de indícios que conduzem à presunção juris tantum de omissão de receita, com fulcro na Lei n° 9.430/96, art. 42, tendo em vista que não fora oportunizado à fiscalização detectar a real proveniência dos recursos depositados em conta corrente da empresa. Portanto, caberia ao contribuinte apresentar justificativas válidas com documentação hábil e idônea para os ingressos ocorridos em suas contas correntes. Durante o procedimento fiscal o contribuinte foi reintimado algumas vezes, tudo no sentido de possibilitar ao mesmo a oportunidade de esclarecer suas operações e de comprovar a origem dos valores depositados/creditados em suas contas bancárias. No entanto, nenhum documento que pudesse comprovar a origem dos valores foi apresentado. Assim, à mingua de comprovação, mantémse os valores apurados e descritos pela fiscalização como depósitos bancário sem origem dos recursos. A Recorrente também alega que a os Auditores não poderiam ter se utilizado das informações bancárias obtidas com REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA por considerar que tais informações estão protegidas pelo sigilo bancário. Assim, a Recorrente agiu de acordo com a lei, não atendendo a ordem ilegal oriunda de parte ilegítima que pretendia acesso a informações protegidas pelo manto constitucional sem a devida ordem judicial. A argumentação da Recorrente não tem fundamento legal haja vista que, de acordo com o artigo 8º da Lei nº 8.021, de 1990, em vigor, a autoridade fiscal poderá solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive Fl. 345DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10240.000424/200780 Acórdão n.º 1802002.246 S1TE02 Fl. 49 14 extratos de contas bancárias, desde que iniciado o procedimento fiscal, como é o caso dos presentes autos. A obtenção de provas pelo Fisco junto à instituição financeira não constitui violação às garantias individuais asseguradas na Constituição Federal, nem quebra de sigilo, nem ilicitude, porquanto é um procedimento fiscal com amparo legal. Ademais, a norma contida na Lei Complementar 105/01, permite a utilização de informações bancárias para fins de apuração e constituição de credito tributário, e, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não cabe o controle de constitucionalidade das leis, conforme, inclusive, dispõe a Súmula nº 02, verbis: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. A conclusão que se impõe é que o Fisco examinar informações relativas ao contribuinte constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial, mormente após a edição da Lei Complementar nº 105 de 2001. Decorrendo as exigências da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada a mesma decisão proferida para o imposto de renda, para a CSLL, o PIS e a Cofins, na medida em que não há fatos ou argumentos novos a ensejar conclusão diversa. Diante do exposto, voto no sentido de afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 346DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/08/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 11543.002429/99-70
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II
Período de apuração: 16/01/1995 a 27/03/1998
DRAWBACK. MODALIDADE SUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES.
A concessão do regime condiciona-se ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decreto-Lei nº 37/1966). O descumprimento das exigências estabelecidas em Ato Concessório e na legislação de regência enseja a cobrança de tributos suspensos relativos às mercadorias importadas sob esse regime aduaneiro especial, acrescidos dos encargos legais.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9303-002.174
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López e Antônio Lisboa Cardoso, que negavam provimento. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Mércia Helena Trajano D’Amorim.
Nome do relator: Nanci Gama
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201210
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO - II Período de apuração: 16/01/1995 a 27/03/1998 DRAWBACK. MODALIDADE SUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES. A concessão do regime condiciona-se ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do Decreto-Lei nº 37/1966). O descumprimento das exigências estabelecidas em Ato Concessório e na legislação de regência enseja a cobrança de tributos suspensos relativos às mercadorias importadas sob esse regime aduaneiro especial, acrescidos dos encargos legais. Recurso Especial do Procurador Provido.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
numero_processo_s : 11543.002429/99-70
conteudo_id_s : 5364209
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 02 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 9303-002.174
nome_arquivo_s : Decisao_115430024299970.pdf
nome_relator_s : Nanci Gama
nome_arquivo_pdf_s : 115430024299970_5364209.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López e Antônio Lisboa Cardoso, que negavam provimento. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Mércia Helena Trajano D’Amorim.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
id : 5546237
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:25:06 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812989849600
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1972; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 977 1 976 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11543.002429/9970 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303002.174 – 3ª Turma Sessão de 18 de outubro de 2012 Matéria DRAWBACK Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BRASVIT GRANITOS E MINERAÇÃO S/A ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 16/01/1995 a 27/03/1998 DRAWBACK. MODALIDADE SUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES. A concessão do regime condicionase ao cumprimento dos termos e condições estabelecidos no seu regulamento (art. 78 do DecretoLei nº 37/1966). O descumprimento das exigências estabelecidas em Ato Concessório e na legislação de regência enseja a cobrança de tributos suspensos relativos às mercadorias importadas sob esse regime aduaneiro especial, acrescidos dos encargos legais. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama (Relatora), Rodrigo Cardozo Miranda, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Maria Teresa Martínez López e Antônio Lisboa Cardoso, que negavam provimento. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Mércia Helena Trajano D’Amorim. Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto Nanci Gama Relatora Mércia Helena Trajano D’Amorim Redatora Designada AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 24 29 /9 9- 70 Fl. 1114DF CARF MF Impresso em 22/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalm ente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Mércia Helena Trajano D’Amorim, Maria Teresa Martínez López, Antônio Lisboa Cardoso e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional com fulcro no artigo 5º, inciso II do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, em face ao acórdão de n.º 30332.707, proferido pela Terceira Câmara do extinto Terceiro Conselho de Contribuintes, que, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário para reconhecer que a ausência de vinculação, em cada Registro de Exportação, ao respectivo Ato Concessório, se trata de mero erro formal e não é suficiente para se considerar descumprido o regime de drawback, tendo em vista ter sido comprovado o que o contribuinte cumpriu com o seu compromisso de exportar no prazo, conforme ementa a seguir: “DRAWBACK. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO. Considerase cumprido o compromisso no “Drawback” quando efetivamente há a exportação de produtos na quantidade e no prazo pactuados, sendo irrelevantes para este fim eventuais falhas formais no preenchimento dos Registros de Exportação. Recurso provido.” Inconformada, a Fazenda Nacional interpôs, em 04/05/2007, recurso especial suscitando que o acórdão recorrido teria sido divergente do acórdão de nº 30235138, proferido pela Segunda Câmara do extinto Terceiro Conselho de Contribuintes, a qual teria entendido que o regime de drawback apenas pode ser considerado como cumprido se o Registro de Exportação estiver devidamente vinculado ao Ato Concessório, conforme sua ementa a seguir: “DRAWBACK". COMPROVAÇÃO DE EXPORTAÇÃO Somente serão aceitos como comprovação do regime "Drawback", Registros e Exportações devidamente vinculados ao Ato Concessório, e que contenham a informação de que se referem a uma operação de "Drawback". Em despacho de admissibilidade de fls. 945/947 foi recebido e dado seguimento ao recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional. Regularmente intimado, o contribuinte apresentou suas contrarrazões às fls. 955/971 requerendo fosse negado provimento ao recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional para que fosse integralmente mantido o acórdão a quo. É o relatório. Fl. 1115DF CARF MF Impresso em 22/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalm ente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11543.002429/9970 Acórdão n.º 9303002.174 CSRFT3 Fl. 978 3 Voto Vencido Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional com fulcro no artigo 5º, II do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. A divergência consiste em determinar se a ausência de vinculação, nos Registros de Exportação, ao respectivo Ato Concessório se trata de erro suficiente para descaracterizar o regime de drawback em sua modalidade suspensão, quando o contribuinte efetiva as exportações a que se comprometera dentro do prazo previsto para tanto e cumpre todas as demais exigências necessárias. O regime de drawback em sua modalidade suspensão se trata de um benefício concedido para incentivar exportações, no qual é crucial que o contribuinte efetive as exportações dos insumos importados utilizados na fabricação das mercadorias exportadas no prazo previsto para tanto e nos termos constantes do Ato Concessório. Tendo o contribuinte cumprido os requisitos previstos, e deixado, apenas, de fazer referência ao Ato Concessório nos Registros de Exportação (REs), entendo que o mesmo cumpriu o regime de drawback, eis que, inclusive, o próprio regulamento aduaneiro não prevê que a ausência de indicação do Ato Concessório nos REs se trate de razão apta a afastar o benefício e a ensejar a exigência dos impostos devidos na importação. A meu ver, a ausência de indicação do Ato Concessório nos REs no máximo poderia ensejar a exigência de uma multa por descumprimento de obrigação acessória e não impor o pagamento de tributos cuja condição para a seu não pagamento foi devidamente cumprida pelo contribuinte. Nesse sentido, inclusive, entendeu o i. Conselheiro Nelson Mallmann, quando da prolação do acórdão de nº 10417.249, o qual foi citado no acórdão de nº 303 31.595, cujas palavras peço vênia para transcrever: “Sob o manto da verdade material, todo erro ou equívoco deve ser reparado tanto quanto possível, da forma menos injusta tanto para o fisco quanto para o contribuinte. Erros ou equívocos não têm o condão de se transformarem em fatos geradores de obrigação tributária.” Em face do exposto, voto no sentido de conhecer o recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional para, no mérito, negarlhe provimento. Nanci Gama Fl. 1116DF CARF MF Impresso em 22/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalm ente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Voto Vencedor Conselheira Mércia Helena Trajano D’Amorim, Redatora Designada O voto vencedor reportase sobre a irregularidade apontada pela fiscalização da falta de vinculação do Registro de ExportaçãoRE ao Ato ConcessórioAC. Ou seja, referências aos AC 028794/0000022, 028795/0000033 e 028794/0000041, ensejando a não comprovação de compromissos de drawback suspensão, firmados através dos Atos Concessórios mencionados. Constitui regime aduaneiro, o tratamento aplicável às mercadorias submetidas a controle aduaneiro, de acordo com as leis e regulamentos aduaneiros, segundo a natureza e os objetivos da operação. São chamados regimes aduaneiros especiais, de acordo com o Decreto lei 37/66 com redação do DL 2472/88, porque escapam à regra geral do regime comum de importação que, salvo exceções legais (isenção, Acordos Internacionais) implicam no pagamento do II. O regime Drawback é considerado um incentivo à exportação e pode ser aplicado em três modalidades: suspensão, isenção e restituição e tem como objetivo, dar poder competitivo à produção nacional, tendo por fundamento eliminar do custo final dos produtos exportáveis o ônus tributário relativo às mercadorias estrangeiras neles utilizadas. Acontecem, portanto, o incremento das exportações e o aumento da competitividade do produto final no mercado externo, uma vez que os produtos beneficiados, desonerados da carga tributária comum às importações, agregamse ao processo produtivo de um país, possibilitando o barateamento de custos. Criado para incentivar as exportações, o Drawback enquadrase dentre os regimes especiais previstos no Regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 91.030, de 05/03/85 RA/85, à época dos fatos. Para tanto, o beneficiário deve observar os termos, limites e condições estabelecidos pelo órgão concedente. Logo, são suspensivos, tendo em vista o aspecto jurídico da suspensão da exigibilidade da obrigação tributária que acarretam. Drawback suspensão é a modalidade que permite ao beneficiário importar, com suspensão de tributos, mercadoria a ser exportada após beneficiamento ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada, que foi o utilizado pela empresa, de uma forma geral, por exemplo. A competência para conceder o Ato Concessório é da Secretaria de Comércio Exterior Secex, órgão pertencente ao Ministério do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio – MDIC. Assim como a solicitação do Ato Concessório, também deverão ser encaminhados à Secex, os pedidos de retificações e adendos, previstos em seus aditivos e anexos. Ressaltese que o benefício de drawback, modalidade de suspensão, está previsto no art. 78 do Decretolei nº 37/1966, verbis: “Art. 78. Poderá ser concedida nos termos e condições estabelecidos no regulamento: ......................................................................................................... I – Suspensão do pagamento dos tributos incidentes sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, Fl. 1117DF CARF MF Impresso em 22/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalm ente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11543.002429/9970 Acórdão n.º 9303002.174 CSRFT3 Fl. 979 5 ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada; ......................................................................................................” Observase de forma clara a vinculação entre a mercadoria importada e a mercadoria a ser exportada no regime, seja quanto à espécie, quantidade, valor e prazo, bem como ainda quanto ao beneficiário do regime e em consequência a imposição do cumprimento de vários requisitos de modo a tornar inequívoca a vinculação entre a importação e a exportação, para fins de controle do emprego e destinação dos bens. Como já comentado, versam os autos sobre a inadmissibilidade dos Registros de ExportaçãoRE com fins de comprovação do adimplemento do compromisso relacionado ao Drawback, em virtude de não terem sido vinculados aos respectivos Atos Concessórios, objeto de recurso especial da PGFN. Pois bem, o art. 325 do Regulamento Aduaneiro/85 dispõe: “Art. 325 – A utilização do benefício previsto neste Capítulo será anotada no documento comprobatório da exportação.” Logo, existe campo próprio no RE para a informação do número do ato concessório. Portanto, a averbação no Registro de ExportaçãoRE do número do ato concessório visa o controle do incentivo, caso contrário, poderia o beneficiário do regime comprovar dois ou mais atos concessórios com os mesmo documentos de exportação. Destarte, tal obrigatoriedade fazse necessária para que o interessado comprove o preenchimento das condições e cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para a concessão do benefício, conforme art. 134 do Regulamento Aduaneiro e art. 179 do CTN; :assim como o art. 325 do Regulamento Aduaneiro/85; art. 37 da Portaria Secex nº 4/1997; item 19.3 do Comunicado Decex nº 21/1997. Portanto, e pela necessidade da vinculação, por ser uma exigência legal, não merece reparo o auto de infração, quanto à descaracterização das exportações correspondentes aos Registros de Exportação com o código de exportação comum e tampouco a vinculação a Ato Concessório. Por todo o exposto, dáse provimento do recurso especial do Procurador. Mércia Helena Trajano D’Amorim Fl. 1118DF CARF MF Impresso em 22/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2013 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalm ente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 23034.000084/2005-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
CONTRIBUIÇÃO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. PROVA DE RECOLHIMENTO
Comprovado o recolhimento da contribuição ao salário-educação, torna-se insubsistente a autuação.
Numero da decisão: 2301-003.929
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antonio de Souza Correa, Luciana de Souza Espíndola Reis, Adriano Gonzales Silvério e Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201402
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÃO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. PROVA DE RECOLHIMENTO Comprovado o recolhimento da contribuição ao salário-educação, torna-se insubsistente a autuação.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jul 03 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 23034.000084/2005-11
anomes_publicacao_s : 201407
conteudo_id_s : 5357349
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 03 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 2301-003.929
nome_arquivo_s : Decisao_23034000084200511.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ADRIANO GONZALES SILVERIO
nome_arquivo_pdf_s : 23034000084200511_5357349.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira - Presidente. Adriano Gonzales Silvério - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antonio de Souza Correa, Luciana de Souza Espíndola Reis, Adriano Gonzales Silvério e Manoel Coelho Arruda Junior.
dt_sessao_tdt : Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
id : 5509547
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:24:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713046812991946752
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1570; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 245 1 244 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 23034.000084/200511 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2301003.929 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de fevereiro de 2014 Matéria Contribuição Salário Educação. Recorrente EMPRESA AUTO VIAÇÃO SÃO JOSE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÃO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. PROVA DE RECOLHIMENTO Comprovado o recolhimento da contribuição ao salárioeducação, tornase insubsistente a autuação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antonio de Souza Correa, Luciana de Souza Espíndola Reis, Adriano Gonzales Silvério e Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 00 00 84 /2 00 5- 11 Fl. 245DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Tratase de crédito tributário relativo à contribuição para o Salário Educação, lançado contra a empresa acima identificada, por meio da Notificação Para Recolhimento de Débito — NRD n° 63/2005, (Sicob n° 49.900.4302), emitida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE, no valor de R$ 7.559,85, com ciência do contribuinte em 24/02/2005, referente ao crédito tributário correspondente ao período de 07/1999 a 03/2002. De acordo coma a fiscalização do FNDE, a empresa efetuou recolhimento a menor das contribuições devidas no período citado. Os valores foram apurados do comparativo entre a contribuição declarada em GFIP destinado a Terceiras Entidades, e os valores efetivamente recolhidos pelo impugnante. Consta dos autos, fls. 94/95, planilha de apuração com os valores declarados e os recolhidos, na qual consta a diferença lançada na presente notificação de débito. Devidamente intimada a Recorrente apresentou tempestivamente impugnação, sustentando basicamente: “Vimos por meio deste informar a esta fundação, que todas as alterações necessárias para a correção do código (3075) informado na GFIP já foram corrigidos através de documentos apresentados a Caixa Econômica Federal.” Após ser a defesa submetida à apreciação da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, foi proferida decisão cancelando parcial o crédito tributário em decorrência da ocorrência da decadência em relação ao período de 07/1999 a 01/2000, mantendo, assim, o valor residual não decaído. Inconformada com a r. decisão acima transcrita, a Recorrente interpôs, dentro do prazo legal, Recurso Voluntário perante este E. Conselho, informando que o valor pertencente ao período em discussão fora depositado judicialmente e que esta quantia fora convertida em renda, motivo pelo qual estaria extinto o crédito não decaído. Em fevereiro de 2013 essa E. 1ª Turma determinou a conversão dos autos em diligência para os presentes autos fossem remetidos à DRJ de origem para que confirmar a citada conversão, bem como se os valores depositados judicialmente corresponde ao pagamento dos valores aqui discutidos e se pertence ao mesmo período. Cumprida a diligência os autos retornaram ao CARF para análise do recurso voluntário É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso voluntário reúne as condições de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Como visto, a recorrente afirma que o valor pertencente ao período em discussão fora depositado judicialmente e que esta quantia fora convertida em renda, motivo pelo qual estaria extinto o crédito não decaído. Fl. 246DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 23034.000084/200511 Acórdão n.º 2301003.929 S2C3T1 Fl. 246 3 A DRF em Florianópolis, conforme despacho de fls. 242 a 243 afirma que houve a quitação da contribuição ao Salário Educação no período de 02/2000 a 03/2002, vejamos: Às (fls. 192) dos autos, a empresa apresenta demonstrativo dos valores declarados em GFIP para outras entidades e valores pagos em GPS, para o período (02/2000 a 03/2002), bem como os valores relativos aos depósitos judiciais. No confronto dos valores constantes da planilha apresentada pela empresa, com os valores constantes no Sistema CCORGFIP/ÁGUIA/PLENUS, confirmase que a empresa efetuou corretamente os recolhimentos devidos a terceiros a título de Salário Educação para o período de 02/2000 a 03/2002. Importante destacar que como as competências de 07/1999 a 01/2000 foram consideradas decadentes, a discussão nos presentes centrou nas demais competências, ou seja, 02/2000 a 03/2002, as quais, conforme diligência realizada, foram consideradas devidamente quitadas. Assim, VOTO no sentido de CONHECER o recurso voluntário e, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 247DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/07 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0