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Numero do processo: 10480.913706/2009-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
Ementa:
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO NA DECLARAÇÃO.
A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente (art. 19 da MP 1.990-26/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001), devendo ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo.
INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. No caso dos autos, o contribuinte não logrou êxito em comprovar a existência do crédito pleiteado.
Numero da decisão: 1301-002.896
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Roberto Silva Junior, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Nelso Kichel, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO NA DECLARAÇÃO. A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente (art. 19 da MP 1.990-26/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001), devendo ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. No caso dos autos, o contribuinte não logrou êxito em comprovar a existência do crédito pleiteado.
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ERRO NA DECLARAÇÃO. A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente (art. 19 da MP 1.99026/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001), devendo ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. No caso dos autos, o contribuinte não logrou êxito em comprovar a existência do crédito pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Roberto Silva Junior, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Nelso Kichel, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Bianca Felicia Rothschild. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 91 37 06 /2 00 9- 88 Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Cuida o presente processo de pedido de compensação DCOMP, o qual visa compensar crédito de CSLL com débito de sua responsabilidade, a título de pagamento indevido ou a maior da contribuição apurada. A DRF, por meio de Despacho Decisório, ao analisar as informações prestadas na referida DCOMP, acabou por não homologar a compensação declarada por entender que não há crédito disponível para compensação dos débitos informados no pedido de compensação, tendo em vista que os pagamentos foram integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte. Inconformado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando em síntese que apurava o imposto e a contribuição com o percentual presumido de 32%, enquanto o correto seria de 8% e 12%, respectivamente. Dessa forma, o contribuinte requer a homologação dos despachos decisórios, bem como o devido reconhecimento dos recolhimentos antecipados e a inclusão da DCTF retificadora para o processo do crédito. A decisão da DRJ prolatou o Acórdão mantendo a negativa em relação a compensação, uma vez que constatou que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. Contra a decisão, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiteirando os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, destacando, destacando o seu equívoco quando da apuração de base de cálculo do IPRJ e CSLL, o que não obstaria o seu direito creditório. Eis a síntese do necessário. Passo a decidir. Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301002.889, de 16.03.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10480.913699/200914, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301002.889): Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 4 3 O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, dele, portanto, conheço. Tratase de procedimento de Declaração de Compensação em que se almeja a extinção de débito com suposto crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, conforme DARF e DCTF apresentada. Ocorre que, a Fiscalização, após realizada análise das bases dos sistemas disponíveis da Receita Federal, verificou que os pagamentos tidos como indevidos ou a maior foram utilizados integralmente para a extinção anterior de débito do contribuinte, não havendo direito creditório em favor do contribuinte. Ao analisar a documentação apresentada pela contribuinte, a decisão de primeira instância concluiu o quanto segue: A DRF/Recife constatou a existência do pagamento, todavia observou que o recolhimento fora vinculado ao próprio débito da CSLL apurado no 1º trimestre do anocalendário de 2008, conforme declarado em DCTF pela contribuinte. Dessa forma, não poderia a autoridade a quo ter reconhecido crédito algum, dado que o valor recolhido já fora, ao tempo do decisório, integralmente alocado a débito regularmente confessado pelo sujeito passivo. E, não sendo líquido e certo o crédito contra a Fazenda Pública, não pode ser postulada sua compensação para extinguir débitos do sujeito passivo (art. 170 do Código Tributário Nacional CTN) nessa esteira, em vão a discussão acerca dos índices de presunção. Por fim, não é possível observar a declaração retificadora para efeito de reconhecimento da disponibilidade do crédito, pois que apresentada após o despacho decisório uma vez que a disponibilidade do crédito é pressuposto da homologação da compensação, o despacho decisório não prescinde de seu prévio reconhecimento. Em sua defesa, a Recorrente se insurge alegando que apurou de modo equivocado toda sua base de cálculo de IRPJ e CSLL do período da autuação, no percentual de 32%, tanto para serviços realizados com emprego de materiais como para os realizados sem materiais não fazendo assim a devida distinção entre eles, para fins apuração do imposto e contribuição devida, conforme o arts. 15 e 20 da Lei 9.249/95, in verbis: Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 5 4 Com base na leitura supra, a Recorrente alega que, em regra, aplicamse os percentuais de 8% e de 12% sobre a receita bruta auferida na determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, respectivamente, às pessoas jurídicas optantes ao lucro presumido ou estimado. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 6 5 Adiante, colaciona o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 06/97 , que interpretou o art. 15 da Lei 9.249/95, ao declarar que: I Na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo para o imposto de renda será: a) 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais em qualquer quantidade; b) 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mão de obra, ou seja, sem o emprego de materiais II As pessoas jurídicas enquadradas no inciso I, letra "a" deste Ato Normativo, não poderão optar pela tributação com base no lucro presumido. Destacou que a partir de 1ª de janeiro de 1999, o emprego de materiais pelas empreiteiras passou a não mais constituir impedimento à opção das empresas pela tributação através do lucro presumido, como estabelece o art. 14 da Lei 9718/98. Assim, a vedação para a opção do lucro presumido contida no ato normativo supracitado, em seu inciso II, foi extinta a partir dessa data. Assim, trouxe aos autos, que a Recorrente obteve a Solução de Consulta nº 41 SRRF/4ª RF/DISIT de 19 de agosto de 2008, estabelecendo que a pessoa jurídica que apure o IRPJ e CSLL com base no resultado presumido e que exerça a atividade construção por empreitada, com emprego de mãodeobra e materiais, em qualquer quantidade, deverá aplicar os percentuais de 8% e de 12% sobre a receita bruta auferida, na determinação da base de cálculo do imposto e da contribuição (DOC 02 do Recurso). Com efeito, a Recorrente informa retificou a DCTF posteriormente ao despacho decisório emitido pela DRF competente, o que impossibilitou o agente fiscal a verificar o pagamento a maior de forma eletrônica. Juntou a DCTF retificada (DOC 03 do Recurso) para visualização do crédito pleiteado (DOC 04 do Recurso) que consubstanciou a DCOMP (DOC 05 do Recurso), visando a sua homologação, conforme se extrai da tabela abaixo: [...] Adicionalmente, pugnou pela verdade material relativa aos fatos tributários, de modo que juntou provas que corroboram suas alegações. Pois bem, o cerne da questão cingese no direito creditório pleiteado pela Recorrente gerado por ocasião da retificação da DCTF, quando a alíquota de presunção de sua atividade para fins de IRPJ seria a de 8%.(atividade de mão de obra e materiais) e 12% (sobre a receita bruta auferida) em vez de Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 7 6 32%, conforme orientação jurisprudencial dos tribunais superiores. Inicialmente entendo pela possibilidade de retificação da DCTF, posto que a legislação em vigor prevê que a declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente (art. 19 da MP 1.99026/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001). Assim, em regra, a última declaração apresentada pelo contribuinte é a que prevalece para todos os fins. Ressaltase ainda que o processo administrativo fiscal regese pelo princípio da verdade material, segundo o qual fatos inexistentes ou erros evidentes não devem prosperar em detrimento da verdade material, inobstante a presunção de veracidade relativa dos atos administrativos. Igualmente, em decorrência deste princípio, impõese sejam sanadas as falhas, omissões e enganos eventualmente cometidos pelo Fisco. No entanto, a Recorrente não trouxe aos autos autos nenhuma prova do alegado erro do percentual de presunção, de forma a evidenciar suas receitas individualmente, permitindo o confronto com sua alegação. Nesse ponto, ressalvo que a atividade probatória é fundamental à convicção daqueles que não participaram do procedimento de ofício, configurandose imperiosa para a inteligibilidade dos motivos de fato e de direito que embasaram a exigência fiscal, bem como para a análise do conteúdo do Auto de Infração. A exigência do crédito tributário deve ser sempre pautada em elementos probatórios sólidos para fins de comprovação do ilícito. Dessa forma, ao Fisco incumbe apresentar os elementos probatórios que comprovem a ocorrência do fato gerador, bem como o não cumprimento da obrigação tributária pelo contribuinte. Por sua vez, o contribuinte poderá apenas negar os fatos alegados pelo Fisco ou, ainda, poderá alegar outro fato que ateste a inexistência do fato objeto da autuação, incumbindolhe produzir provas somente para consubstanciar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. No caso concreto, incube a Recorrente o ônus da prova, isto é, o dever de prova existência do crédito pleiteado, por meio de documentos hábeis e idôneos. Entendo, pois, não restou provado a alegação do erro do percentual de presunção. Diante o exposto, conheço do Recurso Voluntário, para no mérito negarlhe provimento. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 8 7 (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10480.913706/200988 Acórdão n.º 1301002.896 S1C3T1 Fl. 9 8 Fl. 170DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.005722/2005-29
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994
INDÉBITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DE 9/6/2005. PRAZO DECADENCIAL DE 10 (DEZ ANOS) CONTADO DO FATO GERADOR.
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91).
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO APÓS EXPIRADO O PRAZO DECENDIAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REPETIR O INDÉBITO.
Ainda que formulado antes de 9 de junho de 2005, considera-se alcançado pela decadência o pedido restituição protocolado após o expirado o prazo decendial de decadência fixado na jurisprudência do STF e STJ.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OBSCURIDADE/CONTRADIÇÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE.
Uma vez demonstrada a existência de vícios de contradição e omissão, acolhe-se os embargos de declaração, para aclarar e integrar o acórdão embargado e, no caso, retificá-lo, com efeitos infringentes, mediante alteração do resultado do julgamento de dar provimento parcial ao recurso voluntário para negar provimento ao recurso voluntário.
Embargos Acolhidos.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-005.386
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de dar provimento parcial ao recurso voluntário para negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994 INDÉBITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DE 9/6/2005. PRAZO DECADENCIAL DE 10 (DEZ ANOS) CONTADO DO FATO GERADOR. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91). PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO APÓS EXPIRADO O PRAZO DECENDIAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REPETIR O INDÉBITO. Ainda que formulado antes de 9 de junho de 2005, considera-se alcançado pela decadência o pedido restituição protocolado após o expirado o prazo decendial de decadência fixado na jurisprudência do STF e STJ. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OBSCURIDADE/CONTRADIÇÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE. Uma vez demonstrada a existência de vícios de contradição e omissão, acolhe-se os embargos de declaração, para aclarar e integrar o acórdão embargado e, no caso, retificá-lo, com efeitos infringentes, mediante alteração do resultado do julgamento de dar provimento parcial ao recurso voluntário para negar provimento ao recurso voluntário. Embargos Acolhidos. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de dar provimento parcial ao recurso voluntário para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus.
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(VOTORANTIM CIMENTOS S/A.) ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994 INDÉBITO TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DE 9/6/2005. PRAZO DECADENCIAL DE 10 (DEZ ANOS) CONTADO DO FATO GERADOR. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador (Súmula CARF nº 91). PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO APÓS EXPIRADO O PRAZO DECENDIAL. DECADÊNCIA DO DIREITO DE REPETIR O INDÉBITO. Ainda que formulado antes de 9 de junho de 2005, considerase alcançado pela decadência o pedido restituição protocolado após o expirado o prazo decendial de decadência fixado na jurisprudência do STF e STJ. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/1994 a 30/11/1994 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADA A OBSCURIDADE/CONTRADIÇÃO. INTEGRAÇÃO DO JULGADO EMBARGADO. POSSIBILIDADE. Uma vez demonstrada a existência de vícios de contradição e omissão, acolhese os embargos de declaração, para aclarar e integrar o acórdão embargado e, no caso, retificálo, com efeitos infringentes, mediante alteração do resultado do julgamento de “dar provimento parcial ao recurso voluntário” para negar provimento ao recurso voluntário. Embargos Acolhidos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 57 22 /2 00 5- 29 Fl. 327DF CARF MF 2 Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de “dar provimento parcial ao recurso voluntário” para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus. Relatório Tratase de Embargos de Declaração, tempestivamente opostos pela Fazenda Nacional, com o objetivo de suprir supostos vícios de contradição e omissão no acórdão nº 3302003.010, de 26 de janeiro de 2016. A embargante alegou vício de contradição, sob o argumento de que o voto condutor da decisão embargada invocara a Súmula CARF nº 91, que estabelece o prazo de dez anos contado do fato gerador do tributo para a repetição do indébito, mas, ao mesmo tempo, declarara que não estava prescrito pedido de repetição protocolado em 8 de junho de 2005, que buscava ressuscitar o tributo recolhido entre 1988 e 1990. E haveria vício de omissão, porque o referido voto nada dissera sobre a tese suscitada no recurso voluntário, acerca da utilização da data da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, de 9 de outubro de 1995, como termo a quo da contagem do prazo prescricional. No despacho de admissibilidade colacionados aos autos, sob o argumento de que estava caracterizados os alegados vícios de contradição e omissão, os embargos foram admitidos, para fim de correção do julgado embargado. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Uma vez atendido os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise dos alegados vícios de contradição e omissão. Fl. 328DF CARF MF Processo nº 19679.005722/200529 Acórdão n.º 3302005.386 S3C3T2 Fl. 187 3 Em relação ao primeiro vício, a recorrente alegou que o condutor do julgado embargado conflitava com sua conclusão, vez que no referido voto citara a Súmula CARF nº 91, que estabelece o prazo de dez anos, contado do fato gerador, para a repetição do indébito, mas na conclusão do voto declarara que não estava prescrito o pedido de repetição do indébito, protocolado em 8 de junho de 2005. O deslinde da questão exige a leitura dos excertos pertinentes do voto vergastado, que seguem transcritos: Diante desta decisão do STF, extraída da página de jurisprudência do Tribunal e do disposto no art. 62A do RICARF, os Conselheiros estão vinculados à interpretação fixada pela Suprema Corte no sentido de que o prazo prescricional de cinco anos, contados da data do pagamento indevido, aplicase somente a pleitos formalizados a partir de 09 de junho de 2005. Esse assunto encontra pacificado nesse E. Conselho por meio da Súmula CARF 91: “Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador” No caso em exame o indébito pleiteado se refere aos fatos mencionados no preâmbulo do relatório, cujo pedido foi protocolado em 08 junho de 2005. De modo que, solicitado a restituição antes de 09 de junho de 2005, implica em afastar à decadência e assegurar o exame da matéria de fundo pela instância a quo. Em face do exposto, voto no sentido de afastar a decadência e determinar o retorno dos autos à origem para o exame da matéria de fundo. A simples leitura dos textos transcritos não deixam qualquer dúvida que a motivação da decisão foi baseada na aplicação da jurisprudência consolidada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 566.621, sob regime de repercussão geral, e sumulada por este Conselho, por meio da referida Súmula CARF nº 91. Assim, não resta qualquer dúvida que o fundamento da decisão prolatada no acórdão embargado foi adoção do prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador, para os pedidos de restituição de tributo sujeito a lançamento por homologação, protocolados nas unidades da RFB antes de 9 de junho de 2005. No caso, é incontroverso que o pedido de restituição de fls. 2/3 foi protocolado no dia 8 de junho de 2005, portanto, um dia antes do prazo estabelecido nas referenciadas jurisprudências. Assim, retroagindo a contagem do prazo a partir da data do protocolo, verificase que o interstício de 10 (dez) anos teve como termo inicial o dia 9 de junho de 1995. Logo, em conformidade com as citadas jurisprudências, os indébitos com fato gerador ocorridos antes dessa data, inequivocamente, entravamse fulminados pelo decadência. Fl. 329DF CARF MF 4 E no caso em tela, de acordo com as planilhas de fls. 8/10, o fato gerador mais recente referese à Contribuição para o PIS/Pasep do mês de maio de 1994, cujo fato gerador ocorreu no dia 30 de novembro de 1994, o vencimento ocorreu no dia 9 de dezembro de 1994 e o pagamento foi feito na data de vencimento. E como os fatos geradores de todos os créditos objeto do presente pedido de restituição ocorreram bem antes do termo inicial do prazo decadencial acima mencionado, chegase a inevitável conclusão que, na data em que protocolado o referido pedido, o direito de pleitear a restituição dos mencionados créditos já se encontrava extinto pela decadência. Dessa forma, revelase flagrantemente contraditória a conclusão do voto condutor do julgado recorrido em cotejo com fundamentos nele próprio apresentados, em decorrência, acolhese os presentes embargos para reconhecer e declara a decadência do direito de restituição dos supostos indébitos objeto do presente pedido de restituição. Também resta configurado o alegado vício de omissão, posto que, no referido julgado embargado, não fora feita qualquer menção à alegação suscitada pela embargada no recurso voluntário acerca da utilização da data da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, de 9 de outubro de 1995, como termo a quo da contagem do prazo decadencial em comento. E para suprir o mencionado vício, passase analisar a referida alegação. Para a recorrente, as regras sobre prescrição (decadência, no entendimento deste Relator) do direito de pedir o indébito, previstas nos arts. 168 e 169 do CTN, não se aplicavam aos casos de pagamento indevido por inconstitucionalidade da norma instituidora do tributo declarada pelo STF ou por resolução do Senado Federal, nos casos previstos no art. 52, X, da CF/1988. Nesse sentido, alegou a recorrente que, in verbis: [...] a Resolução nº 49, editada pelo Senado Federal com base no artigo 52, X, da CF/88, tem os mesmos efeitos das declarações de inconstitucionalidade oriundas do controle concentrado exercido pelo Supremo Tribunal Federal, quais sejam, atingem a todos (efeito ergo omnes) e desde o inicio da norma impugnada (efeito ex tunc). Com base nesse entendimento, a recorrente alegou que o prazo prescricional seria contado a partir da data da publicação do acórdão do STF em Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ou da Resolução do Senado. Essa alegação, sabidamente conflita com a jurisprudência do STF, consolidada no julgamento do RE nº 566.621, sob regime de repercussão geral, e deste Conselho, objeto da Súmula CARF nº 91, ambas de aplicação obrigatória pelos membros deste Conselho, por expressa determinação do art. 45, VI, e do art. 62, § 2º, ambos do Anexo II do RICARF/2015. Por essas razões, fica demonstrada a improcedência da alegação da recorrente de que o termo do prazo decadencial em comento seria contado a partir da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49, de 9 de outubro de 1995. No caso, em consonância com as referidas jurisprudências, de aplicação obrigatória pelos membros deste Conselho, o prazo decadencial decendial em comento conta se a partir da data da ocorrência do fato gerador. Fl. 330DF CARF MF Processo nº 19679.005722/200529 Acórdão n.º 3302005.386 S3C3T2 Fl. 188 5 Por todo exposto, acolhese os presentes embargos, para retificar o acórdão embargado e, com efeitos infringentes, alterar o resultado do julgamento de “dar provimento parcial ao recurso voluntário” para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 331DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18019.720544/2014-61
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2002-000.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a RFB esclareça a data de ciência do contribuinte quanto a decisão da DRJ e se o contribuinte se aproveitou dos créditos em outros anos.
(Assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(Assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgilio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a RFB esclareça a data de ciência do contribuinte quanto a decisão da DRJ e se o contribuinte se aproveitou dos créditos em outros anos. (Assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (Assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgilio Cansino Gil. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 80 19 .7 20 54 4/ 20 14 -6 1 Fl. 141DF CARF MF Processo nº 18019.720544/201461 Resolução nº 2002000.012 S2C0T2 Fl. 96 2 RELATÓRIO Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (efls. 17 a 21), relativa a omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício. Desta forma, implicou na autuação de imposto suplementar no valor de R$ 2.271,83. Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, às efls. 02 a 13 dos autos. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BSB que por unanimidade, em 26/02/2017, no acórdão 0372.680, às efls. 37 a 46, julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário exigido. Recurso voluntário Ainda inconformado, o contribuinte, apresentou recurso voluntário, às efls. 56 a 95, no qual alega, em resumo, que: · Os rendimentos não devem ser tributados por tratarse de resgate de contribuições efetuadas junto a entidades de previdência privada no período de 01/01/1989 a 31/12/1995, conforme Instrução Normativa nº 1.343/2013 da Receita Federal do Brasil; É o relatório. VOTO Conselheiro Thiago Duca Amoni Relator O contribuinte foi autuado pela omissão de rendimentos do trabalho com vínculo e/ou sem vínculo empregatício, implicando na autuação de imposto suplementar no valor de R$ 2.271,83. Inconformado, o recorrente alega que os rendimentos gozam de isenção pois oriundos de resgate de contribuições efetuadas junto a entidades de previdência privada no período de 01/01/1989 a 31/12/1995, conforme Instrução Normativa nº 1.343/2013 da Receita Federal do Brasil. O Poder Judiciário, após provocado por inúmeros contribuintes, pacificou a matéria reconhecendo a isenção tanto aos valores resgatados quanto aos valores aportados pelas pessoas físicas no período de 1/1/89 a 31/12/95. Segue excerto do julgamento proferido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em recurso repetitivo: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. LEI 7.713/88 (ART. 6º, VII, B), LEI 9.250/95 (ART. 33). Fl. 142DF CARF MF Processo nº 18019.720544/201461 Resolução nº 2002000.012 S2C0T2 Fl. 97 3 1. Pacificouse a jurisprudência da 1ª Seção do STJ no sentido de que, por força da isenção concedida pelo art. 6º, VII, b, da Lei 7.713/88, na redação anterior à que lhe foi dada pela Lei 9.250/95, é indevida a cobrança de imposto de renda sobre o valor da complementação de aposentadoria e o do resgate de contribuições correspondentes a recolhimentos para entidade de previdência privada ocorridos no período de 1º.01.1989 a 31.12.1995 (...) (Resp nº 1.012.903/RJ, DJe 13/10/2008) Ainda, restou pacificado pelo tribunal superior que eventual apuração de valor recolhido no período de isenção, devidamente atualizados, teria o condão de gerar créditos a serem abatidos da base de cálculo do imposto de renda. Para normatizar o entendimento do STJ, a Receita Federal do Brasil (RFB) editou a Instrução Normativa RFB nº 1.343/13. Desta forma, o contribuinte tem direito a restituição do valor do imposto de renda retido na fonte sobre a complementação de aposentadoria correspondente às contribuições efetuadas entre 1º/01/89 a 31/12/1995 e eventual saldo pode ser aproveitado, na forma de dedução, nas DAA dos exercícios seguintes, até o exaurimento. Logo, a isenção das contribuições para previdência complementar vigeu apenas no período de 1º/01/89 a 31/12/1995. Como o processo trata do anocalendário de 2010, a referida Instrução Normativa dispôs sobre o tratamento tributário relativo à apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) aplicável aos valores pagos ou creditados por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria, resgate e rateio de patrimônio, correspondente às contribuições efetuadas, exclusivamente pelo beneficiário, no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Ainda, no referido processo, há um possível erro quanto a notificação do contribuinte para ciência do acórdão da DRJ, às efls. 52. Ante o exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que a RFB informe a real data de ciência do contribuinte quanto a decisão da DRJ e se o contribuinte se valeu de eventuais créditos em anos de outros anos, conforme aplicação da IN nº 1.343/13 (Assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Fl. 143DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.001183/2004-53
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004
PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO.
O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade.
PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOAS JURÍDICAS INEXISTENTES. IMPOSSIBILIDADE.
Correta a glosa dos créditos quando a fiscalização comprova a inexistência de fato das pessoas jurídicas e, além disso, demonstra com efetividade a inexistência da relação negocial de aquisição das mercadorias, ante a falta de comprovação dos pagamentos. Cumpre à pessoa jurídica comprovar de maneira inequívoca o seu direito creditório.
REP Negado e REC Negado
Numero da decisão: 9303-006.383
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama, que lhe deu provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Rodrigo da Costa Pôssas, que lhe deram provimento.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOAS JURÍDICAS INEXISTENTES. IMPOSSIBILIDADE. Correta a glosa dos créditos quando a fiscalização comprova a inexistência de fato das pessoas jurídicas e, além disso, demonstra com efetividade a inexistência da relação negocial de aquisição das mercadorias, ante a falta de comprovação dos pagamentos. Cumpre à pessoa jurídica comprovar de maneira inequívoca o seu direito creditório. REP Negado e REC Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama, que lhe deu provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Rodrigo da Costa Pôssas, que lhe deram provimento. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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RESSARCIMENTO. Recorrentes VITAPELLI LTDA. EM RECUPERACAO JUDICIAL E FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade. PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. PESSOAS JURÍDICAS INEXISTENTES. IMPOSSIBILIDADE. Correta a glosa dos créditos quando a fiscalização comprova a inexistência de fato das pessoas jurídicas e, além disso, demonstra com efetividade a inexistência da relação negocial de aquisição das mercadorias, ante a falta de comprovação dos pagamentos. Cumpre à pessoa jurídica comprovar de maneira inequívoca o seu direito creditório. REP Negado e REC Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a conselheira Tatiana Midori Migiyama, que lhe deu provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Rodrigo da Costa Pôssas, que lhe deram provimento. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 00 11 83 /2 00 4- 53 Fl. 4400DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratamse de recursos interpostos pelo sujeito passivo e pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3102001.474, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 EMPRESA INAPTA. Aquisição de insumos junto a empresas inaptas por inexistência de fato. Art. 82 da lei n° 9.430/96. Não comprovada a eletiva operação. Os documentos emitidos por pessoa jurídica declarada inexistente de fato são inidôneos desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde sua constituição, nos termos do art. 43 § 3º, IV da IN n° 200 de 2002. CESSÃO DE CRÉDITO. PAGAMENTO A TERCEIROS. Não caracterizada relação jurídica negocial. RESSARCIMENTO PIS/COFINS. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI não integra a base de cálculo da Cofins e do PIS. PIS E COFINS NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS. INCIDÊNCIA DE JUROS. VEDAÇÃO LEGAL. Dada a expressa determinação legal vedando a atualização de créditos do PIS e da Cofins não cumulativos é inadmissível a aplicação de correção monetária e incidência de juros aos créditos objeto de pedido de ressarcimento. ” Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão na parte em que houve reconhecimento pelo Colegiado a quo da não incidência de PIS/Cofins sobre o crédito presumido de IPI. Mediante Despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pelo sujeito passivo, defendendo que o crédito presumido de IPI não possui natureza de receita. Fl. 4401DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 4 3 Insatisfeito, o sujeito passivo também interpôs Recurso Especial contra o acórdão nº 3102001.474 na parte desfavorável, requerendo o afastamento das glosas de créditos das contribuições relativos às aquisições efetuadas perante fornecedores inexistentes de fato e a correção dos créditos pela Selic. Mediante Despacho do Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção do CARF foi dado seguimento parcial ao recurso interposto pelo sujeito passivo, apenas quanto à discussão acerca das aquisições perante fornecedores inexistentes de fato. O Despacho de Reexame de Admissibilidade manteve, na íntegra, o Despacho do Presidente de Câmara. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pela Fazenda Nacional, requerendo que seja negado provimento ao recurso do contribuinte, mantendose a decisão recorrida nesse ponto. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.324, de 20/02/2018, proferido no julgamento do processo 10835.000067/200689, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão, quanto à admissibilidade e quanto ao mérito (Acórdão 9303006.324): Da Admissibilidade "Depreendendose da análise dos recursos interpostos pela Fazenda Nacional e pelo sujeito passivo, entendo que devo conhecêlos – eis que atendidos, para tanto, os pressupostos constantes do art. 67 do RICARF/2015 – Portaria MF 343/2015 com alterações posteriores. Para melhor elucidar, importante recordar que, quanto ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, houve insurgência da discussão acerca da incidência ou não de PIS/Cofins sobre as receitas referentes a crédito presumido de IPI. O acórdão recorrido entendeu que o crédito presumido do IPI não integra a base de cálculo da contribuição, por não ter natureza de receita, mas de recuperação de custos. Enquanto, o acórdão indicado como paradigma decidiu que “o valor correspondente ao benefício fiscal instituído pela Lei 9.363/96, receita que é, inclui se naquela base”. Fl. 4402DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 5 4 Sendo assim, no que tange ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que devo conhecêlo, vez que comprovada a divergência suscitada. Quanto ao recurso interposto pelo sujeito passivo que, por sua vez, suscitou divergências em relação às aquisições perante fornecedores inexistentes de fato, vêse que o acórdão recorrido considerou como não comprovada a operação de aquisição de insumos junto as empresas inaptas por inexistência de fato. Argumenta que os documentos emitidos por pessoa jurídica declarada inexistente de fato são inidôneos desde a paralisação das atividades da pessoa jurídica ou desde sua constituição, nos termos do art. 43 § 3º, IV da IN nº 200 de 2002. Enquanto, o acórdão indicado como paradigma firma entendimento diverso, ao tratar das aquisições junto as pessoas jurídicas fornecedoras inexistentes de fato, considerando que a inidoneidade de documentos fiscais, originadores de créditos, emitidos pelas pessoas jurídicas declaradas inidôneas, com fundamento na inexistência de fato, nas circunstâncias presentes, geraria efeitos a partir da publicação do Ato Declaratório Executivo. Em vista do exposto, é de se conhecer o recurso especial interposto pelo sujeito passivo. Do Mérito Ventiladas tais considerações, passo a discorrer sobre a discussão trazida em Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional – qual seja, sobre a incidência ou não de PIS/Cofins sobre o crédito presumido de IPI. Em relação a essa discussão, antecipo meu entendimento de que tais créditos não conferem a natureza de receita. Para melhor elucidar, importante trazer os ensinamentos de ALIOMAR BALEEIRO no livro “Uma introdução é Ciência das Finanças” ao tratar o conceito de receita: "Receita pública é a entrada que, integrandose no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, MI, acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo.” Frisese também o entendimento de Aires Barreto em seu artigo “A nova Cofins: primeiros apontamentos” contemplado na saudosa Revista Dialética de Direito Tributário: "receita é [...] a entrada que, sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, se integra ao patrimônio da empresa, acrescendoo, incrementandoo”. Cabe trazer que em consonância com o entendimento de que o conceito de receita bruta independe do que está classificado contabilmente como receita, além do referido precedente do STF – firmado sob a sistemática do artigo 543B do CPC – a jurisprudência pacífica de ambas as Turmas de Direito Público do Superior Tribunal de Justiça, como inclusive ressaltado pelos Ministros Teori Albino Zavascki e Luiz Fux ao proferirem seus votos (Grifos meus): “CRÉDITO PRESUMIDO. ICMS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO FISCAL. RESSARCIMENTO DE CUSTOS. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". LC Nº 118/2005. APLICAÇÃO RETROATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 4403DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 6 5 I "Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1ª Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3º da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita – do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. A norma do art. 3º da LC 118/05, que estabelece como termo inicial do prazo prescricional, nesses casos, a data do pagamento indevido, não tem eficácia retroativa. É que a Corte Especial, ao apreciar Incidente de Inconstitucionalidade no Eresp 644.736/PE, sessão de 06/06/2007, declarou inconstitucional a expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional", constante do art. 4º, segunda parte, da referida Lei Complementar. (REsp nº 890.656/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 20/08/07). II O Estado do Rio Grande do Sul concedeu benefício fiscal às empresas gaúchas, por meio do Decreto Estadual nº 37.699/97, para que pudessem adquirir aço das empresas produtoras em outros estados, aproveitando o ICMS devido em outras operações realizadas por elas, limitado ao valor do respectivo frete, em atendimento ao princípio da isonomia. III Verificase que, independentemente da classificação contábil que é dada, os referidos créditos escriturais não se caracterizam como receita, porquanto inexiste incorporação ao patrimônio das empresas industriais, não havendo repasse dos valores aos produtos e ao consumidor final, pois se trata de mero ressarcimento de custos que elas realizam com o transporte para a aquisição de matériaprima em outro estado federado. IV Não se tratando de receita, não há que se falar em incidência dos aludidos créditospresumidos do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. V Recurso especial improvido.” (Grifouse) (RESP nº 1.025.833 / RS, 1ª Turma do STJ, Rel. Min. Francisco Falcão, Publicado no DJe do dia 17.11.2008)” Consoante esse entendimento, disse o Ministro Luiz Galloti no julgamento do RE 71.758: “Se a lei pudesse chamar de compra e venda o que não é compra, de exportação o que não é exportação, de renda o que não é renda, ruiria todo o sistema tributário inscrito na Constituição”. Sendo assim, temse claro que o conceito de receita bruta independe do que está classificado contabilmente como receita, se subvenção ou recuperação de custo. A discussão, de per si, gira em torno da abrangência dos conceitos de receita e faturamento para fins de base de cálculo do PIS e da COFINS e, no caso dos créditos presumidos de IPI. Para melhor compreensão e por não considerar tal crédito presumido como receita, podese ainda aproveitar para decompor a norma tributária que trata da incidência do PIS e da Cofins, invocando a Regra Matriz de Incidência Tributária: 1. 1ª Regra Matriz – relação obrigacional Autoridade Fazendária/Contribuinte: 1.1. Hipótese: Fl. 4404DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 7 6 Critério Material: auferir receita. Critério Espacial: perímetro nacional; Critério temporal: mensal 1.2. Consequente: Critério Pessoal: (i) sujeito ativo, Estado – via “autoridade fazendária”; (ii) sujeito passivo – quem aufere receita bruta. Critério Quantitativo: alíquota de 3,65% sobre a receita bruta 2. 2ª Regra Matriz – dever de lançamento pela Administração: Hipótese: Critério Material: ser autoridade fazendária Critério Espacial: perímetro nacional; Critério Temporal: até o último dia útil da primeira quinzena subsequente ao de ocorrência dos correspondentes fatos geradores. Consequente: Critério Pessoal: Estado – autoridade fazendária Critério Prestacional: realizar o lançamento 3. 3ª Regra matriz: sancionadora do não pagamento Hipótese: Critério material: não pagar a importância devida; Critério Espacial: perímetro nacional Critério temporal: até o último dia útil da primeira quinzena subsequente ao de ocorrência dos correspondentes fatos geradores Consequente: Critério pessoal: Estado – autoridade fazendária e pessoa jurídica que aufere receita bruta Critério Prestacional: pagar com multa e juros de mora. Depreendendose da análise da regra matriz de incidência, é possível identificar que o critério material constante da 1ª Regra Matriz de Incidência Tributária somente se satisfaz para quem efetivamente aufere receita. Portanto, crucial afastar o r. crédito da tributação das contribuições, pois não se configura juridicamente como tal, independentemente do registro contábil adotado ou adotável. O que, na hipótese dos autos não se deve chegar ao questionamento de que a lei não previu sua exclusão e que, portanto, deverseia tributar o referido crédito pelo PIS e Cofins pois de receita auferida não se trata, tampouco de um ingresso que configuraria recomposição do patrimônio, até então decomposto pelo custo arcado com o pagamento do tributo. Indiscutível que seu efeito econômico não caracteriza nova riqueza, comportando somente a recomposição do patrimônio anteriormente desfalcado ou recomposição da mesma disponibilidade preexistente. Sendo assim, o crédito presumido de IPI não ostenta natureza de receita ou faturamento, mas mera recomposição do patrimônio, não integrando, portanto, a base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. Vêse que a operação de obtenção dos créditos, considerando até mesmo a essência contábil e sua primazia, deve ocorrer com a escrituração na contabilidade da empresa para posterior utilização. O que, por consequência, constatase que os créditos não utilizados se constituem em meros direitos. Fl. 4405DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 8 7 E, em respeito à Regra Matriz de incidência das contribuições ao PIS e Cofins, bem como a análise da essência do r. crédito, não há que se falar em tributação, pois forçoso se tributar tais direitos pelas r. contribuições. Nesse ínterim, é de se ressurgir com o conceito trazido pelo CPC 30: “Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período observado no curso das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido relacionados às contribuições dos proprietários. ” O que, por conseguinte, facilmente constatável que contabilmente tais créditos também não conferem natureza de receita. Frisese ainda tal entendimento o acórdão 9303005.495 de nossa turma, que consignou a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pela Cofins no regime da não cumulatividade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 PIS. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. NÃO INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, não se constitui em receita do contribuinte e, portanto, não é tributável pelo PIS no regime da não cumulatividade. ” O que, para melhor elucidar o entendimento desse Colegiado acerca da matéria, peço licença para transcrever parte do voto vencedor escrito pelo ilustre ex Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas: [...] No mérito, entendo que o crédito presumido previsto na Lei nº 9.363/96 não representa receita nova. É uma importância para corrigir o custo. O motivo da existência do crédito decorre dos insumos utilizados no processo de produção, em cujo preço foram acrescidos os valores do PIS e COFINS, cumulativamente, os quais devem ser devolvidos ao industrial exportador. A exigência do Fisco centrase no argumento de que a Lei nº 9.718/98 ampliou a base de cálculo de ambas as contribuições, constituindo regra a inclusão de qualquer receita auferida, inclusive os valores em questão, considerados como outras receitas operacionais, e exceção apenas as exclusões expressamente previstas na Lei. Assevera que, apesar de o crédito instituído pela Lei nº 9.363/96 ter como objetivo o ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre matérias Fl. 4406DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 9 8 primas, produtos intermediários e material de embalagem aplicados em produtos exportados, o ressarcimento em si é meramente presumido, não havendo como assemelhálo a uma restituição de tributos, porque não houve pagamento indevido de PIS e COFINS. Conclui afirmando que o crédito é receita nova, decorrente de benefício concedido, e não recuperação de custos. Em relação ao crédito presumido, o legislador, dentro da máxima econômica de que 'não se exportam tributos, buscou dar incentivo às exportações, ressarcindo as contribuições de PIS e COFINS, embutidas no preço das matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos pelo fabricante para a industrialização de produtos exportados, concebendo um benefício fiscal consubstanciado no crédito presumido de IPI, para ser lançado na escrita fiscal contra o próprio IPI. Ou seja, o produtorexportador se apropria de créditos do IPI que serão descontados, na conta gráfica da empresa, dos valores devidos a título de IPI. Entretanto, a seguir a dicção da Lei, o incentivo não se direciona precipuamente ao imposto em comento, senão que o intento primeiro foi exonerar o pagamento das exações previstas nas Leis Complementares nº 7 e 8/70 e 70/91. Daí que a perspectiva adotada pelo criador da norma não pode ser distorcida de modo a colocar na base de cálculo do PIS e da COFINS importâncias que derivam, em última análise, da dispensa do pagamento das próprias contribuições. Isso implicaria diminuir o benefício fiscal, fazendo com que a desoneração pretendida ocorra de forma parcial. Do ponto de vista econômicofinanceiro e contábil, o incentivo instituído pela Lei nº 9.363/96, na verdade, não constitui receita, mas um valor retificador de custo. O que efetivamente gera o crédito presumido são os insumos comprados pelo industrial, em cujo preço foram adicionados os valores do PIS e COFINS, de forma cumulativa. Se a legislação oferecesse a esses tributos o mesmo tratamento jurídico dado ao IPI, a conta de insumos refletiria apenas o custo efetivo da matériaprima, produtos intermediários e materiais de embalagem, pois dele seriam expungidas as contribuições ao PIS e à COFINS, cujos valores seriam lançados na conta contábil pertinente, para posterior recuperação. Logo, ainda que o PIS e a COFINS a recuperar constituíssem um direito da empresa contra o Fisco, não representam ingresso de receita, seja na acepção contábil, seja na econômicofinanceira. Cumpre assinalar que esse raciocínio fundase na teleologia da norma inserta na Lei nº 9.363/96, uma vez que não há que falar, obviamente, em nãocumulatividade de PIS e COFINS, antes do advento da Lei nº 10.637/2002. Há que terse em vista a finalidade a ser atingida pelo incentivo às exportações. Se o crédito presumido receber o mesmo tratamento jurídico de rendimentos obtidos em aplicações financeiras, por exemplo, a empresa, na prática, pagará PIS e COFINS sobre os insumos consumidos no processo de industrialização, os quais são a causa da existência do crédito. Concordo que o crédito presumido não se equipara a restituição de tributos, mas também não entendo que seja equiparado a uma receita de venda, para fins contábeis e tributários. Na análise contábil, se a aquisição do insumo utilizado na industrialização de produtos exportados não estivesse onerada de PIS e COFINS, o valor lançado à conta de "Estoque de MatériaPrima" estaria livre de tributos e, consequentemente, o valor apurado na conta "Custo dos Produtos Vendidos" seria menor. Fl. 4407DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 10 9 Melhor explicando, o valor do crédito presumido apurado, dentro do mês de competência a que se referem as exportações, não transitaria por conta de resultado a título de receita, mas sim como recuperação de custo, creditandose o valor do crédito presumido apurado na conta "Custo dos Produtos Vendidos" e debitandose na conta "IPI a recuperar". Lançamento: IPI a Recuperar a Custo dos Produtos Vendidos Supondose, no entanto, que os contribuintes devessem incluir na base de cálculo do PIS e da COFINS sobre o faturamento o valor do crédito presumido em questão, então, estarseia pagando PIS e COFINS sobre insumos aplicados no processo industrial de fabricação dos produtos exportados, quando foi justamente esta a razão da criação deste crédito: desonerar o custo de produção dos produtos exportados. De qualquer modo, o referido crédito presumido é ressarcimento de custo e ressarcimento de custo não é receita. Desse modo, se o objetivo da norma é desonerar as exportações, é irracional qualquer pretensão de exigir tais contribuições justamente sobre o benefício fiscal instituído para incentivar tais operações. O acórdão recorrido também traz que as próprias Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, ao disporem no §3º sobre as receitas que integram a base de cálculo, conferem natureza de receita às reversões de provisões e às recuperações de crédito baixados como perda, que foram expressamente excluídas da base, indicando a abrangência da definição de receita e a necessidade de a lei definir expressamente as exclusões. Também não concordo com tais argumentos, pois só haveria sentido que as Leis citadas previssem expressamente a exclusão do crédito presumido do conceito de receita se, em algum momento de todo o histórico normativo sobre o tema, as normas tivessem o considerado como receita, o que não me parece ter ocorrido.” Em vista de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional." (...)1 "Com a devida venia à ilustre conselheira relatora, mas divirjo do seu entendimento nas matérias relativas a ambos recursos. Porém fui designado para redigir o voto vencedor somente em relação ao recurso especial interposto pelo contribuinte, já que restei vencido quanto ao recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional. A matéria do recurso especial do contribuinte referese à possibilidade de aproveitamento de créditos de PIS, da não cumulatividade, nas aquisições efetuadas de pessoas jurídicas inexistentes de fato. Antes de adentrar o mérito, é importante registrar que o contribuinte obteve provimento judicial em agravo de instrumento nos seguintes termos, conforme noticia os documentos de efls. 4345/4431: 1 Deixouse de transcrever, do voto da relatora do processo paradigma, a parte que tratou das glosas dos créditos de aquisições efetuadas perante fornecedores inexistentes de fato, pois seu entendimento foi vencido, não se aplicando na solução do litígio dos presentes autos. A íntegra do voto encontrase no Acórdão 9303006.324 (processo 10835.000067/200689 paradigma). Fl. 4408DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 11 10 (...) Ante o exposto, julgo prejudicado o agravo interno e, com fulcro no art. 932, V, "b", do Código de Processo Civil, dou provimento ao agravo de instrumento, para reformar a r. decisão agravada e determinar à parte agravada que aprecie no prazo máximo de 30 dias os processos de ressarcimento de PIS e COFINS protocolados há mais de 360 dias pela agravante, bem como que o faça com observância do decidido pelo E. STJ no REsp repetitivo n° 1.148.444/MG. (efl. 4353) (...) Portanto, transcrevese abaixo a ementa do que foi decidido pelo STJ no REsp nº 1.148.444/MG: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS DE ICMS. APROVEITAMENTO (PRINCÍPIO DA NAO CUMULATIVIDADE). NOTAS FISCAIS POSTERIORMENTE DECLARADAS INIDÔNEAS. ADQUIRENTE DE BOAFÉ. 1. O comerciante de boafé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da nãocumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação (Precedentes das Turmas de Direito Público: EDcl nos EDcl no REsp 623.335/PR , Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 11.03.2008, DJe 10.04.2008; REsp 737.135/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 14.08.2007, DJ 23.08.2007; REsp 623.335/PR , Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 07.08.2007, DJ 10.09.2007; REsp 246.134/MG , Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 06.12.2005, DJ 13.03.2006; REsp 556.850/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.04.2005, DJ 23.05.2005; REsp 176.270/MG , Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 27.03.2001, DJ 04.06.2001; REsp 112.313/SP , Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Segunda Turma, julgado em 16.11.1999, DJ 17.12.1999; REsp 196.581/MG , Rel. Ministro Garcia Vieira, Primeira Turma, julgado em 04.03.1999, DJ 03.05.1999; e REsp 89.706/SP , Rel. Ministro Ari Pargendler, Segunda Turma, julgado em 24.03.1998, DJ 06.04.1998). 2. A responsabilidade do adquirente de boafé reside na exigência, no momento da celebração do negócio jurídico, da documentação pertinente à assunção da regularidade do alienante, cuja verificação de idoneidade incumbe ao Fisco, razão pela qual não incide, à espécie, o artigo 136, do CTN, segundo o qual "salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato" (norma aplicável, in casu , ao alienante). 3. In casu , o Tribunal de origem consignou que: "(...) os demais atos de declaração de inidoneidade foram publicados após a realização das operações (f. 272/282), sendo que as notas fiscais declaradas inidôneas têm aparência de regularidade, havendo o destaque do ICMS devido, tendo sido escrituradas no livro de registro de entradas (f. 35/162). No que toca à prova do pagamento, há, nos autos, comprovantes de pagamento às empresas cujas notas fiscais foram declaradas inidôneas (f. 163, 182, 183, 191, 204), sendo a matéria incontroversa, como admite o fisco e entende o Conselho de Contribuintes ." Fl. 4409DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 12 11 4. A boafé do adquirente em relação às notas fiscais declaradas inidôneas após a celebração do negócio jurídico (o qual fora efetivamente realizado), uma vez caracterizada, legitima o aproveitamento dos créditos de ICMS. 5. O óbice da Súmula 7/STJ não incide à espécie, uma vez que a insurgência especial fazendária reside na tese de que o reconhecimento, na seara administrativa, da inidoneidade das notas fiscais opera efeitos ex tunc , o que afastaria a boafé do terceiro adquirente, máxime tendo em vista o teor do artigo 136, do CTN. 6. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Como percebese tal decisão segue o rito dos recursos repetitivos previstos no art. 543C, do CPC, e, seu entendimento deve ser obrigatoriamente seguido no âmbito dos julgamentos deste colegiado. Portanto era desnecessário o contribuinte ter obtido provimento judicial neste sentido. O que necessitamos então é verificar se a situação fática do presente processo encaixase ao ditame do que foi decidido no âmbito do citado repetitivo. Observemos então que a tese firmada pelo próprio STJ em relação a este julgamento é a seguinte: O comerciante de boafé que adquire mercadoria, cuja nota fiscal (emitida pela empresa vendedora) posteriormente seja declarada inidônea, pode engendrar o aproveitamento do crédito do ICMS pelo princípio da não cumulatividade, uma vez demonstrada a veracidade da compra e venda efetuada, porquanto o ato declaratório da inidoneidade somente produz efeitos a partir de sua publicação.(Tema 272 do STJ) Na minha avaliação, a tese firmada pelo STJ é perfeita e visa proteger o adquirente de boa fé, que adquire a mercadoria e comprova a veracidade da compra e venda efetuada. Mas, com a devida venia, os fatos minuciosamente levantados pela fiscalização no presente processo demonstram que o contribuinte, além de não agir de boa fé, não comprovou a veracidade da compra e venda efetuada. Penso que tal situação está inequivocamente demonstrada nos presentes autos. Referida fiscalização teve início em 16/01/2006, para análise dos créditos relativos ao período de outubro/2002 a junho/2007. Importante registrar que no TVF a justificativa para as glosas não foram a existência de Atos Declaratórios de Inaptidão da Pessoa Jurídica, mas sim as diligências realizadas nos supostos fornecedores, as quais comprovaram a impossibilidade de ter havido a transação comercial, quer pela inexistência destes, quer pela falta de comprovação do pagamento. Podese ver que no item "10. Das Glosas", efl. 1933, seu item "10.1 Diligências a empresas fornecedoras" seu conteúdo demonstra que a razão das glosas foram as diligências realizadas pela fiscalização. Transcrevo abaixo excertos retirados do Termo de Verificação Fiscal TVF (efls. 1916/1949), no qual consta todas as evidências que justificaram a glosa dos referidos créditos: (...) Após análise das notas fiscais de compras, e pesquisas aos Sistemas Corporativos da Receita Federai do Brasil, bem como do Sintegra, na internet, constatouse que parte dos fornecedores encontramse em situações irregulares, tais como: empresa inexistente de fato, empresa inativa, empresa não cadastrada na Secretaria da Fazenda do Estado (não habilitada no Sintegra), empresa omissa na entrega de declarações, etc. Diante de tal situação, foram realizadas diligências em várias empresas fornecedoras, sendo que o resultado da maioria delas foi a constatação de inexistência de fato, com Representação Fiscal propondo a Inaptidão das mesmas. As empresas que se encontram nesta situação estão relacionadas abaixo: Fl. 4410DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 13 12 (...) Tal fato demonstra que a fiscalização somente emitiu os ADE DE INAPTIDÃO após comprovar a inexistência das pessoas jurídicas, ou seja, ditos atos declaratórios não foram o ponto de partida para a glosa. Seguimos com mais excertos do TVF: (...) No decorrer da ação fiscal, foram analisados pagamentos relativos às notas fiscais de fornecimento de couro das empresas acima à empresa fiscalizada. Foram constatados diversos pagamentos realizados a terceiras pessoas, através de autorização do fornecedor por via de "Cessão de Crédito". Ato contínuo, intimamos os beneficiários de tais pagamentos a confirmarem a relação comercial com a empresa "Vitapelli Ltda". As respostas às intimações foram, quase na totalidade, as mesmas, ou seja, as pessoas intimadas não reconhecem qualquer relação comercial com a empresa "Vitapelli Ltda". Diante deste fato, fica descaracterizada a operação comercial amparada pelas notas fiscais. Anexamos cópias das intimações e respostas aos autos. Posto isto, efetuamos as glosas de créditos do PIS/COFINS, referentes às aquisições das empresas supracitadas, visto que as mesmas nunca existiram de fato. Conseqüentemente, haverá lavratura de auto de infração para constituição dos créditos tributários, bem como representação fiscal para fins penais. (...) Também efetuamos glosas de créditos do PIS/COFINS referentes a aquisições de empresas representadas pela Delegacia Regional Tributária 10 (Presidente Prudente), relacionadas através de Ofício proveniente do Delegado Regional Tributário. As empresas, bem como os motivos para a glosa, estão relacionadas abaixo: a) Frigorífico São Matheus, nome fantasia da empresa CARD ALIMENTOS LTDA, CNPJ n° 02.987.722/000107. A data de início da situação é 03/10/2002. Os motivos descritos na representação são: Simulação da existência do estabelecimento e Simulação da realização de operações comerciais. Portanto, podese concluir pela inexistência de fato da empresa a partir de 03/10/2002, glosando os créditos solicitados a partir desta data. Além disso, houve diligência à referida empresa, conforme item 10.1. b) Comércio e Transportes Castelo de Serpa Ltda, CNPJ n° 04.842.983/000164. O motivo da representação é a inidoneidade de documentos fiscais. No presente caso, a empresa estava na condição "não habilitada" no Sintegra desde 11/03/1999. Portanto, não estava autorizada a emitir notas fiscais a partir da data em tela. A glosa dos créditos deverá ocorrer a partir das notas fiscais emitidas posteriormente à data em questão. (...) A empresa Vitapelli Ltda em vez de efetuar pagamento diretamente ao fornecedor efetuou pagamentos para outras empresas através de Cessão de Créditos a terceiros com autorização do fornecedor. Para subsidiar a fiscalização foram selecionadas, por amostragem, algumas empresas abaixo relacionadas, que receberam tais créditos, e estas foram intimadas a responderem alguns quesitos, conforme abaixo, in verbis: (...) Após esse trecho segue o relato da investigação em diversos cessionários de crédito e não se conseguiu comprovar a operação de pagamento. Os que a fiscalização obteve êxito em encontrálos, todos negaram relação negocial com o contribuinte. Alguns que não foram encontrados comprovouse que sequer tinham movimentação bancária no período como no exemplo a seguir: (...) 11.2. Fábio Benvindo Freitas Maia Fl. 4411DF CARF MF Processo nº 10835.001183/200453 Acórdão n.º 9303006.383 CSRFT3 Fl. 14 13 A pesquisa no sistema Dossiê Integrado da SRF revela que a referida empresa não apresentou nenhuma movimentação financeira nos anoscalendário de 2002, 2003, 2004 e 2005, e apresentou DIPJ na condição de "INATIVA" nos anoscalendário de 2002 a 2005. (...) Em conclusão, a razão principal das glosas não foi em decorrência de procedimentos formais nos quais a inexistência da relação comercial dáse por presunção, como são os casos decorrentes da simples existência de atos declaratórios de inaptidão da pessoa jurídica. Ao contrário, como visto, a fiscalização efetuou um minucioso trabalho de investigação e demonstrou a inexistência de relação negocial entre o contribuinte e vários de seus supostos fornecedores. Tal fato, afasta todo o argumento do voto vencido e do contribuinte de que as glosas só poderiam realizarse a partir da data de emissão dos atos declaratórios de inaptidão das pessoas jurídicas. Cumpre destacar que o contribuinte teve todo direito de defesa, com apresentação de impugnação, recurso voluntário e agora o presente recurso especial. Poderia ter se dedicado mais a descontruir as provas da fiscalização, comprovando de forma inequívoca a regularidade de seus créditos. Porém não obteve sucesso e tenta afastar as glosas utilizando, a meu ver, indevidamente, com apego a aspectos meramente formais, o que foi decidido pelo STJ no julgamento do REsp 1148444, definitivamente não aplicável ao presente caso. Além de tudo o que já foi exposto, é importante ressaltar que estamos diante de um pedido de ressarcimento decorrentes de créditos de PIS e Cofins, no qual cumpre ao contribuinte, de maneira inequívoca, comprovar a certeza e liquidez do seu direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN, abaixo transcrito: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial do contribuinte." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, os recursos especiais da Fazenda Nacional e do contribuinte foram conhecidos e, no mérito, o colegiado negoulhes provimento. assinado digitalmente Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 4412DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.913702/2009-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
Ementa:
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO NA DECLARAÇÃO.
A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindo-a integralmente (art. 19 da MP 1.990-26/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001), devendo ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo.
INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. No caso dos autos, o contribuinte não logrou êxito em comprovar a existência do crédito pleiteado.
Numero da decisão: 1301-002.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Roberto Silva Junior, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Nelso Kichel, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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ERRO NA DECLARAÇÃO. A declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente (art. 19 da MP 1.99026/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001), devendo ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. No caso dos autos, o contribuinte não logrou êxito em comprovar a existência do crédito pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Roberto Silva Junior, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Nelso Kichel, José Eduardo Dornelas Souza, Milene de Araújo Macedo e Bianca Felicia Rothschild. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 91 37 02 /2 00 9- 08 Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Cuida o presente processo de pedido de compensação DCOMP, o qual visa compensar crédito de CSLL com débito de sua responsabilidade, a título de pagamento indevido ou a maior da contribuição apurada. A DRF, por meio de Despacho Decisório, ao analisar as informações prestadas na referida DCOMP, acabou por não homologar a compensação declarada por entender que não há crédito disponível para compensação dos débitos informados no pedido de compensação, tendo em vista que os pagamentos foram integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte. Inconformado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando em síntese que apurava o imposto e a contribuição com o percentual presumido de 32%, enquanto o correto seria de 8% e 12%, respectivamente. Dessa forma, o contribuinte requer a homologação dos despachos decisórios, bem como o devido reconhecimento dos recolhimentos antecipados e a inclusão da DCTF retificadora para o processo do crédito. A decisão da DRJ prolatou o Acórdão mantendo a negativa em relação a compensação, uma vez que constatou que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. Contra a decisão, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiteirando os argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade, destacando, destacando o seu equívoco quando da apuração de base de cálculo do IPRJ e CSLL, o que não obstaria o seu direito creditório. Eis a síntese do necessário. Passo a decidir. Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301002.889, de 16.03.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10480.913699/200914, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301002.889): Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 4 3 O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, dele, portanto, conheço. Tratase de procedimento de Declaração de Compensação em que se almeja a extinção de débito com suposto crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, conforme DARF e DCTF apresentada. Ocorre que, a Fiscalização, após realizada análise das bases dos sistemas disponíveis da Receita Federal, verificou que os pagamentos tidos como indevidos ou a maior foram utilizados integralmente para a extinção anterior de débito do contribuinte, não havendo direito creditório em favor do contribuinte. Ao analisar a documentação apresentada pela contribuinte, a decisão de primeira instância concluiu o quanto segue: A DRF/Recife constatou a existência do pagamento, todavia observou que o recolhimento fora vinculado ao próprio débito da CSLL apurado no 4º trimestre do anocalendário de 2006, conforme declarado em DCTF pela contribuinte. Dessa forma, não poderia a autoridade a quo ter reconhecido crédito algum, dado que o valor recolhido já fora, ao tempo do decisório, integralmente alocado a débito regularmente confessado pelo sujeito passivo. E, não sendo líquido e certo o crédito contra a Fazenda Pública, não pode ser postulada sua compensação para extinguir débitos do sujeito passivo (art. 170 do Código Tributário Nacional CTN) nessa esteira, em vão a discussão acerca dos índices de presunção. Por fim, não é possível observar a declaração retificadora para efeito de reconhecimento da disponibilidade do crédito, pois que apresentada após o despacho decisório uma vez que a disponibilidade do crédito é pressuposto da homologação da compensação, o despacho decisório não prescinde de seu prévio reconhecimento. Em sua defesa, a Recorrente se insurge alegando que apurou de modo equivocado toda sua base de cálculo de IRPJ e CSLL do período da autuação, no percentual de 32%, tanto para serviços realizados com emprego de materiais como para os realizados sem materiais não fazendo assim a devida distinção entre eles, para fins apuração do imposto e contribuição devida, conforme o arts. 15 e 20 da Lei 9.249/95, in verbis: Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 5 4 Com base na leitura supra, a Recorrente alega que, em regra, aplicamse os percentuais de 8% e de 12% sobre a receita bruta auferida na determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, respectivamente, às pessoas jurídicas optantes ao lucro presumido ou estimado. Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 6 5 Adiante, colaciona o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 06/97 , que interpretou o art. 15 da Lei 9.249/95, ao declarar que: I Na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo para o imposto de renda será: a) 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais em qualquer quantidade; b) 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mão de obra, ou seja, sem o emprego de materiais II As pessoas jurídicas enquadradas no inciso I, letra "a" deste Ato Normativo, não poderão optar pela tributação com base no lucro presumido. Destacou que a partir de 1ª de janeiro de 1999, o emprego de materiais pelas empreiteiras passou a não mais constituir impedimento à opção das empresas pela tributação através do lucro presumido, como estabelece o art. 14 da Lei 9718/98. Assim, a vedação para a opção do lucro presumido contida no ato normativo supracitado, em seu inciso II, foi extinta a partir dessa data. Assim, trouxe aos autos, que a Recorrente obteve a Solução de Consulta nº 41 SRRF/4ª RF/DISIT de 19 de agosto de 2008, estabelecendo que a pessoa jurídica que apure o IRPJ e CSLL com base no resultado presumido e que exerça a atividade construção por empreitada, com emprego de mãodeobra e materiais, em qualquer quantidade, deverá aplicar os percentuais de 8% e de 12% sobre a receita bruta auferida, na determinação da base de cálculo do imposto e da contribuição (DOC 02 do Recurso). Com efeito, a Recorrente informa retificou a DCTF posteriormente ao despacho decisório emitido pela DRF competente, o que impossibilitou o agente fiscal a verificar o pagamento a maior de forma eletrônica. Juntou a DCTF retificada (DOC 03 do Recurso) para visualização do crédito pleiteado (DOC 04 do Recurso) que consubstanciou a DCOMP (DOC 05 do Recurso), visando a sua homologação, conforme se extrai da tabela abaixo: [...] Adicionalmente, pugnou pela verdade material relativa aos fatos tributários, de modo que juntou provas que corroboram suas alegações. Pois bem, o cerne da questão cingese no direito creditório pleiteado pela Recorrente gerado por ocasião da retificação da DCTF, quando a alíquota de presunção de sua atividade para fins de IRPJ seria a de 8%.(atividade de mão de obra e materiais) e 12% (sobre a receita bruta auferida) em vez de Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 7 6 32%, conforme orientação jurisprudencial dos tribunais superiores. Inicialmente entendo pela possibilidade de retificação da DCTF, posto que a legislação em vigor prevê que a declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente (art. 19 da MP 1.99026/1999, em vigor em virtude da EC 32/2001). Assim, em regra, a última declaração apresentada pelo contribuinte é a que prevalece para todos os fins. Ressaltase ainda que o processo administrativo fiscal regese pelo princípio da verdade material, segundo o qual fatos inexistentes ou erros evidentes não devem prosperar em detrimento da verdade material, inobstante a presunção de veracidade relativa dos atos administrativos. Igualmente, em decorrência deste princípio, impõese sejam sanadas as falhas, omissões e enganos eventualmente cometidos pelo Fisco. No entanto, a Recorrente não trouxe aos autos autos nenhuma prova do alegado erro do percentual de presunção, de forma a evidenciar suas receitas individualmente, permitindo o confronto com sua alegação. Nesse ponto, ressalvo que a atividade probatória é fundamental à convicção daqueles que não participaram do procedimento de ofício, configurandose imperiosa para a inteligibilidade dos motivos de fato e de direito que embasaram a exigência fiscal, bem como para a análise do conteúdo do Auto de Infração. A exigência do crédito tributário deve ser sempre pautada em elementos probatórios sólidos para fins de comprovação do ilícito. Dessa forma, ao Fisco incumbe apresentar os elementos probatórios que comprovem a ocorrência do fato gerador, bem como o não cumprimento da obrigação tributária pelo contribuinte. Por sua vez, o contribuinte poderá apenas negar os fatos alegados pelo Fisco ou, ainda, poderá alegar outro fato que ateste a inexistência do fato objeto da autuação, incumbindolhe produzir provas somente para consubstanciar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. No caso concreto, incube a Recorrente o ônus da prova, isto é, o dever de prova existência do crédito pleiteado, por meio de documentos hábeis e idôneos. Entendo, pois, não restou provado a alegação do erro do percentual de presunção. Diante o exposto, conheço do Recurso Voluntário, para no mérito negarlhe provimento. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 8 7 (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10480.913702/200908 Acórdão n.º 1301002.892 S1C3T1 Fl. 9 8 Fl. 172DF CARF MF
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Numero do processo: 11610.007383/2003-36
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DEDUÇÃO DO IRRF SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
O direito creditório condiciona-se à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte, mediante apresentação dos correspondentes Informes de Rendimentos Pagos, conforme previsto na legislação de regência. Não é admitida como prova de retenção de imposto de renda na fonte ajuntada de demonstrativos produzidos pela contribuinte. Para o interessado constituir prova a seu favor, não basta carrear aos autos elementos por ele mesmo elaborados; deverá ratificá-los por outros meios probatórios cuja produção não decorra exclusivamente de seu próprio ato de vontade.
Numero da decisão: 1001-000.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: EDGAR BRAGANCA BAZHUNI
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SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DEDUÇÃO DO IRRF SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O direito creditório condicionase à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte, mediante apresentação dos correspondentes Informes de Rendimentos Pagos, conforme previsto na legislação de regência. Não é admitida como prova de retenção de imposto de renda na fonte ajuntada de demonstrativos produzidos pela contribuinte. Para o interessado constituir prova a seu favor, não basta carrear aos autos elementos por ele mesmo elaborados; deverá ratificálos por outros meios probatórios cuja produção não decorra exclusivamente de seu próprio ato de vontade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 73 83 /2 00 3- 36 Fl. 350DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 351 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 74/80) interposto pela ora recorrente contra o Acórdão nº 1521.598, de 01/11/2009, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador/BA (efls. 65/69), objetivando a reforma do referido julgado. O relatório elaborado por ocasião do julgamento em primeira instância bem sintetiza o ocorrido, pelo que peço vênia para transcrevêlo, com a finalidade de privilegiar o princípio da celeridade processual: (grifos não constam do original) 1. METROSISTEMAS LTDA, manifesta inconformidade com Despacho Decisório, proferido pela Divisão de Orientação c Análise Tributária/EQPIR, da Delegacia de Administração Tributária em São Paulo 4 DERAT (fls. 64 a 69) que homologou parcialmente as compensações declaradas relativas ao saldo negativo de IRPJ e CSLL do anocalendário 2002. 2. Ao analisar o crédito declarado, o auditor fiscal observou que, vinculados a esse crédito mais TRÊS processos administrativos, com DCOMP vinculadas ao mesmo crédito e que estão listados às fls. 64 (NO DESPACHO DECISÁRIO). Saldo negativo do anocalendário 2002 3. A contribuinte declarou à ficha 12 A da DIPJ/2003 (fls. 21), os seguintes valores: Descrição (R$) IRPJ devido alíquota 15% 0,00 IRPJ devidoadicional 0,00 Deduções () IRRF 255.482,39 () Imposto de Renda Mensal pago por Estimativa 7.091,52 IRPJ a pagar 262.573,91 4. Relativamente ao IRRF, além da importância declarada à ficha 12A, a contribuinte utilizou também IRRF, no valor de R$ 7.091,52 para compensar estimativa mensal de IRRF. 5. Em consulta ao sistema SIEF/DIRF (fls. 22 a 47) verificouse que a empresa é beneficiária de IRRF na importância de R$ 258.255,51, menor que a soma de IRRF declarado (RS 262.573,91). Foi constatado que a empresa ofereceu à tributação receitas de prestação de serviços e receitas financeiras suficientes para suportar esse montante de IRRF, conforme se observa às linhas 08 e 24 da ficha 06A da DIPJ/2001 (fls. 18). Desse modo foi reconhecido o valor de IRRF de R$ 255.482,39, conforme declarado à linha 13 da ficha 12 A, além de R$ 2.773,12 como pagamento de estimativa, totalizando R$ 258.255,51 de saldo negativo de IRPJ, conforme se observa no quadro a seguir: Descrição Declarado(R$) Confirmado(R$) Fl. 351DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 352 3 IRPJ devido alíquota 15% 0,00 0,00 IRPJ devidoadicional 0,00 0,00 Deduções () IRRF 255.482,39 255.482,39 () Imposto de Renda Mensal pago por Estimativa 7.091,52 2.773,12 IRPJ a pagar 262.573,91 258.255,51 6. Relativamente a CSLL, a ficha 16 CÁLCULO DA CSLL MENSAL POR ESTIMATIVA (fls. 55), em conjunto com a DCTF do 1° trimestre .de 2002 (fls. 58) e a do 3 ° trimestre do mesmo ano (fls. 62), verificase que o valor indicado a título de estimativa, R$ 3.845,34 é constituído de pagamentos comprovados no sistema SIEF, cujos extratos se encontram às fls. 57 a 63. 7. O restante do valor declarado, ou seja R$ 284,00, referente ao mês de setembro, não foi declarado em DCTF e não foi considerado. 8. Desse modo, o valor comprovado de CSLL paga a título de estimativas mensais é R$ 3.845,34, constituindo o saldo credor de CSLL do anocalendário de 2002. 9. Assim foram homologadas as compensações até o limite dos créditos reconhecidos de IRPJ e CSLL, corrigidos pela taxa Selic. 10. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade de fls. 72 a 80, considerada tempestiva, conforme informação do EODIC/DIORT/DERAT/SP, às fls. 201, uma vez que o AR foi extraviado. 11. Na citada manifestação de inconformidade a contribuinte apresenta as seguintes razões, a seguir, em síntese. 11.1. Alega a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, até o final da lide administrativa. 11.2. Investe contra o que denomina de raciocínio simplista do Fisco Federal, ao calcular por meio de “regra de três”, o valor proporcional de IRRF aos valores constantes da DIRF, alegando que realmente auferiu receita de prestação de serviços no valor de R$ 6.638.968,95 e que esses serviços sofreram retenção de IRF, tendo direito ao IRRF integral, pois declarou as receitas na DIPJ. 11.3. Discorre sobre o regime de competência, alegando que uma empresa não é um relógio com todas atividades cronometradas, argumentando que valores recebidos por prestação de serviços e seu IRRF são assim contabilizados e desse modo não haveria qualquer sustentação legal para o procedimento adotado no sentido de considerar que a receita da recorrente foi apenas de RS 6.305.607,79, apresentando provas que entende suficientes a comprovar o alegado: planilhas, cópias de notas fiscais, cópia do livro Razão conta Banco Alfa, cópia do extrato bancário, cópia do livro Razão, conta prestação de serviços. 11.4. Assim entende que não há como se exigir a existência de IRRF registrado na Receita Federal em nome da recorrente em dezembro de 2002 se os pagamentos dos valores registrados sob o regime de competência foram recebidos tão somente em janeiro de 2003, citando vários acórdãos de várias DRJ. 11.5. Quanto à diferença encontrada da CSLL alega que o valor se refere a importância subjúdice onde a contribuinte discutia a possibilidade da dedutibilidade da CSLL da sua própria base de cálculo, no processo Fl. 352DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 353 4 98.00.0040811 que, segundo informa, desistiu parcialmente , com a emissão da MP n° 38/2002, informando ter recolhido integralmente em 31/07/2002, o valor devido, concluindo ter direito a valor adicional de R$ 284,00, como saldo credor de CSLL no anocalendário 2002. 11.6. Por fim requer o reconhecimento integral dos valores declarados, e a homologação das compensações ainda não homologadas no presente processo 12. É o relatório. A DRJ julgou procedente em parte a Manifestação de Inconformidade apresentada, reconhecendo o direito creditório de R$ 284,86 de saldo credor de CSLL do ano calendário de 2002; alem do valor já anteriormente reconhecido, que deve ser utilizado nas compensações declaradas constantes do presente processo e processos apensos. O acórdão ficou com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP SALDO NEGATIVO DE IRPJ. DEDUÇÃO DO IRRF SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O direito creditório condicionase à demonstração da existência e da liquidez do direito, o que inclui a comprovação do Imposto de Renda Retido na Fonte, mediante apresentação dos correspondentes Informes de Rendimentos Pagos, conforme previsto na legislação de regência. Não é admitida como prova de retenção de imposto de renda na fonte ajuntada de demonstrativos produzidos pela contribuinte. Para o interessado constituir prova a seu favor, não basta carrear aos autos elementos por ele mesmo elaborados; deverá ratificálos por outros meios probatórios cuja produção não decorra exclusivamente de seu próprio ato de vontade. Manifestação de Inconformidade Precedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte A Recorrente apresentou recurso voluntário em 02/08/2010, conforme carimbo aposto à efl. 256. Não encontro nos autos prova da data da ciência, porém, no despacho de encaminhamento, à efl. 346, a DIORT da DERAT/SP afirmou que a apresentação do recurso voluntário foi tempestiva. É o Relatório. Voto Fl. 353DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 354 5 Conselheiro Edgar Bragança Bazhuni, Relator O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativofiscal (PAF). Dele conheço. No recurso interposto, a recorrente apresenta, em suma, os mesmos argumentos apresentados em sede de primeira instância, ou seja: · pede a suspensão da exigibilidade do crédito tributário até a apreciação final; · Repete o argumento da "regra de três"com base na afirmação (DRF e DRJ) de que “o valor de IRRF constante no extrato do sistema SIEF/DIRF juntado a fls. 22/47 não confirma a retenção do total do valor declarado”. Alega que o raciocínio simplista desenvolvido pelo órgão responsável pela análise da compensação, ao constatar uma receita inferior à receita declarada de R$333.361,16 (R$6.638.968,95 R$6.305.607,79), foi a proporcionalização nas retenções identificadas (R$ 94.575,37), arbitrando o rendimento de R$ 6.305.607,79. Entende que o procedimento correto para a apuração dos valores a serem compensados é a realização "de intimações e diligências". · Discorre novamente sobre o regime de competência, alegando que "uma empresa não é um relógio com todas atividades cronometradas", argumentando que valores recebidos por prestação de serviços e seu IRRF são assim contabilizados e desse modo não haveria qualquer sustentação legal para o procedimento adotado no sentido de considerar que a receita da recorrente foi apenas de RS 6.305.607,79, apresentando provas que entende suficientes a comprovar o alegado: planilhas, cópias de notas fiscais, cópia do livro Razão conta Banco Alfa, cópia do extrato bancário, cópia do livro Razão, conta prestação de serviços (excerto do relatório do acórdão de manifestação de inconformidade, item 11.3). · Acrescenta no recurso voluntário a alegação de que "é importante ressaltar que a apreciação dos argumentos trazidos à baila nesta fase recursal é medida imprescindível, em atenção ao princípio da busca pela verdade material, que rege o contencioso administrativo" e transcreve entendimentos doutrinários; mas reconhece a necessidade de se comprovar o direito através de documentação hábil e idônea, entretanto entende que "a emissão de nota fiscal consignando a receita bruta do serviço prestado, a comprovação do recebimento do valor líquido do serviço menos o tributo retido na fonte, a identificação das fontes retentoras e a cabal comprovação do registro contábil dessas operações servirão como meio de prova para demonstrar o direito ao abatimento das importâncias relativas ao imposto de renda retido na fonte"; Esses argumentos foram fundamentadamente afastados em sede de primeira instância, pelo que peço vênia para transcrever excertos do voto condutor do acórdão recorrido, nas partes que interessam à presente fase, adotandoo desde já como razões de decidir, nos termos do § 1º do art. 50 da Lei nº 9.784/1999, completandoo ao final: (grifos constam do original) (...) 14. Primeiramente informase que a cobrança dos débitos não compensados fica suspensa, em face da apresentação de manifestação contrária por parte da Fl. 354DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 355 6 contribuinte, até a decisão final administrativa e, desse modo, a contribuinte tem o direto de defesa amplo e irrestrito, durante os prazos impugnatórios da decisão. 15. Informase também à contribuinte que, embora suas opiniões e sugestões sobre como o Fisco deveria ter procedido na análise do seu crédito possam até ser bem intencionadas, é prerrogativa do auditor fiscal que analisa o crédito, utilizar documentos produzidos pela própria empresa somente quando entender ser necessário, caso contrario a apuração do crédito é feita com documentos fornecidos pelas empresas que pagaram a contribuinte e efetuaram a retenção de fonte. 16. Relativamente ao IRRF que a reclamante entende ter direito além dos valores reconhecidos pelo despacho decisório, cabe informar a douta contribuinte que, relativamente ao IRRF sobre serviços prestados, por expressa disposição legal, o meio probatório adequado para comprovar a retenção do imposto incidente sobre rendimentos pagos ou creditados é aquele previsto no art. 943, § 2°, do RIR/99, ou seja, o Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados. Vejase: “Art. 943. A Secretaria da Receita Federal poderá instituir formulário próprio para prestação das informações de que tratam os arts. 941 e 942 (DecretoLei nº 2.124, de 1984, art. 3º, parágrafo único). § 1°. O beneficiário dos rendimentos de que trata este artigo é obrigado instruir sua declaração com o mencionado documento (Lei nº 4.154, de 1962, art. 13, §1º). § 2°. O imposto retido na fonte sobre quaisquer rendimentos ou ganhos de capital somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, quando for o caso, se o contribuinte possuir comprovante da retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora, ressalvado o disposto nos §§ 1° e 2 do art. 7º, e no § 1°do art. 8º (Lei nº 7.450, de 1985, art. 55). "(negrejouse) 17. Citase no caso presente o RIR/99 em vigor quando da apresentação do referido Pedido de Compensação em 13/05/2003. 18. Não se olvida que a responsabilidade pela apresentação da DIRF e fornecimento do Comprovante de Rendimentos Pagos ou Creditados e do Imposto de Renda Retido na Fonte é da fonte pagadora, a teor dos artigos 929 e 942 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 RIR/99. 19. Porém, a contribuinte tem o dever de exigir o Comprovante de Rendimentos da fonte pagadora, cuja obrigação de fornecimento é prevista nas normas de regência (art. 733 do RIR/99), ou em caso de a própria empresa beneficiada efetuar o recolhimento do IRRF, é necessária a apresentação dos DARF de recolhimento do tributo. 20. Cabe também lembrar à douta reclamante que é seu dever manter em boa ordem e à disposição do Fisco, toda a documentação que faça prova a seu favor enquanto durar a lide fiscal, conforme determina o art. 264 do RIR/99 (art. 210 do RIR/94). 21. A apresentação de meros demonstrativos feito por ela própria onde nem sequer consta o nome do responsável pelas informações, não se mostra suficiente Fl. 355DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 356 7 para comprovar a efetividade e/ou o valor da retenção do imposto pelas fontes pagadoras, fazendose necessária a participação das empresas destinatárias dos documentos, com o fornecimento do informe de rendimentos à prestadora de serviços, bem como o registro em DIRF dos valores retidos. 22. Frisese que documentos da própria emissão da contribuinte, tais como as citadas notas fiscais de serviços, produzidas pela própria reclamante, não fazem prova a seu favor, havendose que recorrer as empresas participantes da transação, para confirmação dos valores constantes das faturas e/ou notas fiscais. 23. Nesse sentido, é clara a jurisprudência do Conselho de Contribuintes: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1993, 1994, 1995, 1996, 1997. Ementa: COMPROVANTE DE RETENÇÃO D0 IRRF A escrituração e os documentos subscritos pela própria pessoa, contra ela fazem prova; o contrário, porém, não é verdadeiro. Para o interessado constituir prova a seu favor, não basta carrear aos autos elementos por ele mesmo elaborados; devera ratificálos por outros meios probatórios cuja produção não decorra exclusivamente de seu próprio ato de vontade. No que se refere à comprovação do imposto de renda na fonte, o meio probatório adequado, por expressa disposição legal, é o “comprovante de retenção " emitido pelo responsável por substituição. Meras notas fiscais da própria emissão do interessado não são documentos suficientes para o reconhecimento do imposto supostamente retido. "Publicado no D. O. U. n° 57, de 25/03/2008. [Acórdão 10323022, de 23/05/2007] “IRRF COMPROVANTE DE RETENÇÃO Não é admitida como prova de retenção de imposto de renda na fonte a juntada de notas fiscais. O reconhecimento de tal retenção se faz através do valor registrado a título de IR FONTE no documento fornecido pela fonte pagadora denominado de “Comprovante de Retenção de Imposto de Renda na Fonte".[Acórdão 10514858, de 01/12/2004] (negrejouse) 24. À falta da documentação comprobatória pertinente, impõese indeferir o pleito, relativo ao IRRF de prestação de serviços que não constaram em DIRF, pois a empresa limitouse a apresentar as notas fiscais emitidas por ela própria e demonstrativos também de sua própria lavra. 25. Nada valem também os argumentos que contabilizou os serviços pelo regime de competência, reclamando que a diferença entre o valor do IRRF declarado e o reconhecido (R$ 4.3l8,40), estaria toda na prestação de serviços do mês de dezembro de 2002, que teria sido paga em janeiro de 2003 e não estaria na DIRF/2002. 26. De fato, conforme se observa na DIPJ/2003 da contribuinte, ficha 43 (fls. 54), onde a própria contribuinte declarou as fontes pagadoras que retiveram IRRF, as únicas fontes pagadoras que não constam da pesquisa no sistema DIRF/SIEF (fls. 24 a 47) são as seguintes: Razão social CNPJ Valor (R$) IRRF(R$) Alfa Participações Comerciais Ltda 04.043.147/000110 1.320,00 189,85 Transamérica Comercial e serviços Ltda 56.548.779/000996 28.578,13 428,27 Televisão Exclusiva Ltda 91.731.86l/000141 2.502,60 37,53 Fl. 356DF CARF MF Processo nº 11610.007383/200336 Acórdão n.º 1001000.556 S1C0T1 Fl. 357 8 Exclusiva Produções c Propaganda S/C Ltda 87.907.834/000187 1.512,60 22,68 TOTAL 33.913,33 678,33 27. Ou seja, a própria contribuinte parece não saber o que declarou na sua DIPJ/2003, uma vez que a soma de todas as fontes da ficha 43 da DIPJ/2003 que não constam na DIRF/2002, somam meros RS 33.913,33, com retenção de IRF no valor de RS 678,33, muito longe do valor de R$ 333.361,16 que alega ter recebido e contabilizado e declarado na DIPJ/2003, anocalendário 2002, mas que somente teria recebido em 2003. Cabe ressaltar que todas as fontes constantes da DIPJ e na pesquisa do sistema SIEF/DIRF, foram consideradas pelo auditor fiscal, para chegar ao valor de R$ 258.255,51 28. Observase ainda que a contribuinte não apresentou qualquer informe de rendimentos relativos às fontes listadas acima que não constam na DIRF/2002, e está correto o auditor fiscal em desconsiderálas. 29. Concluise portanto não haver qualquer direito creditório de IRPJ além do já reconhecido pelo despacho decisório. 30. Por outro, assiste razão à contribuinte relativamente ao valor de R$ 284,86 estimativa devida de CSLL que foi recolhida sem acréscimo, dentro do prazo legal, por desistência de ação judicial em 2002, conforme comprovante de recolhimento à fls. 139. 31. Assim sendo reconhecese o valor creditório de R$ 284,86. 32. Para concluir e por todo o exposto, VOTO por considerar a manifestação de inconformidade apresentada parcialmente procedente, reconhecendo o direito creditório de R$ 284,86 de saldo credor de CSLL do anocalendário de 2002; além do valor já anteriormente reconhecido, que será utilizado nas compensações declaradas constantes do presente processo e processos apensos. Quanto às alegações acrescentadas nesta fase, da busca da verdade material, a própria recorrente reconhece a necessidade de se comprovar o direito através de documentação hábil e idônea, argumentos estes devidamente enfrentados na fundamentação da decisão de primeira instância, quanto ao meio probatório adequado, por expressa disposição legal, para comprovar a retenção do imposto incidente sobre rendimentos pagos. Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendose in totum a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Fl. 357DF CARF MF
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Numero do processo: 10768.014973/99-30
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1996 a 30/06/1996
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 10/1996. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.
A aplicação da EC nº 10/1996, que majorou a alíquota do PIS para 0,75% para as pessoas jurídicas expressamente mencionadas no §1º do art. 22 da Lei n° 8.212/91, dar-se-á após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias da data de sua publicação, em observância ao princípio da anterioridade nonagesimal do art. 195, §6º da Constituição Federal de 1988. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 9303-006.599
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: VANESSA MARINI CECCONELLO
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1996 a 30/06/1996 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 10/1996. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. A aplicação da EC nº 10/1996, que majorou a alíquota do PIS para 0,75% para as pessoas jurídicas expressamente mencionadas no §1º do art. 22 da Lei n° 8.212/91, darseá após o transcurso do prazo de 90 (noventa) dias da data de sua publicação, em observância ao princípio da anterioridade nonagesimal do art. 195, §6º da Constituição Federal de 1988. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Jorge Olmiro Lock Freire, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 01 49 73 /9 9- 30 Fl. 580DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 581 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso especial de divergência do Contribuinte BANCO PACTUAL S/A (fls. 201 a 216) com fulcro no artigo 5º, inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, vigente à época da sua interposição, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 20309.286 (fls. 184 a 194) proferido pela outrora Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, em 04/11/2003, negando provimento ao recurso voluntário, com ementa nos seguintes termos: NORMAS PROCESSUAIS. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADES. Não se encontra abrangida pela competência da autoridade tributária administrativa a apreciação da inconstitucionalidade das leis, uma vez que neste juízo os dispositivos legais se presumem revestidos do caráter de validade e eficácia, não cabendo, pois, na hipótese negarlhes execução. Recurso negado. Para comprovar a divergência jurisprudencial, a Contribuinte trouxe como paradigma o acórdão nº 10514.021. Nas suas razões recursais, consigna os seguintes argumentos: (a) restou comprovada a divergência de entendimento entre a decisão ora recorrida, no sentido de que não pode a autoridade administrativa reconhecer que a Emenda Constitucional nº 10/96 somente poderia produzir efeitos a partir de julho de 1996 em razão de tratarse de controle de constitucionalidade, matéria afeta ao Poder Judiciário e do acórdão paradigma apresentado que demonstra não se tratar de apreciação de inconstitucionalidade, mas sim de correção do procedimento de aplicação da norma; Fl. 581DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 582 3 (b) a contribuição para o PIS, instituída pela LC nº 07/70 e recepcionada pelo art. 239 da Carta Magna de 1988, teve sua base de cálculo e alíquota significativamente modificadas por meio dos Decretosleis nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988, passando a ser, respectivamente, a receita operacional bruta e alíquota de 0,65%. Tais normativos foram declarados como inconstitucionais pelo STF, voltando o PIS a viger nos termos da LC nº 07/70, sendo devida na forma de duas parcelas PISREPIQUE, uma descontada do IR, a alíquota de 5% e outra a ser paga pelo próprio contribuinte; (c) com a EC de revisão nº 01/94, foi criado o art. 72, inciso V, do ADCT, determinando a incidência do PIS a uma alíquota de 0,75% sobre a receita bruta operacional, tal como definida na legislação do imposto de renda. Com a EC nº 10/96, foi mantida previsão diferenciada do PIS para as pessoas jurídicas expressamente mencionadas no §1º do art. 22 da Lei n° 8.212/91. (d) conforme inciso V, art. 72, do ADCT, com a redação da EC nº 10/96, o legislador procurou que a contribuição para o PIS alcançasse fatos geradores a partir de janeiro de 1996, isto é, ocorridos anteriormente à sua própria publicação, que se deu em 07 de março de 1996; (e) defende ser necessária a observância do princípio da anterioridade nonagesimal, previsto no art. 195, §6º da CF, exigindose o PIS nos moldes da EC nº 10/96 tão somente aos fatos imponíveis ocorridos a partir dos 90 (noventa) dias após a publicação da referida Emenda, consoante §1º, do art. 72 do ADCT. Não pretende a declaração da inconstitucionalidade da norma, mas sim que sua aplicabilidade se dê a partir de 90 (noventa) dias de sua publicação, não podendo ser submetida ao recolhimento do PIS no período de janeiro a junho de 1996 nos moldes da EC nº 10/96; (f) por fim, requer o provimento do recurso especial e o cancelamento da autuação. Por meio do despacho nº 203255, de 14/12/2006 (fls. 315 a 316), inicialmente negouse seguimento ao recurso especial, sob o fundamento da ausência de comprovação da divergência jurisprudencial e da impossibilidade deste Conselho Administrativo julgar a validade/constitucionalidade de dispositivos vigentes no ordenamento jurídico. Interposto agravo pela Contribuinte (fls. 322 a 329) para ver reexaminada a admissibilidade do apelo especial, ao mesmo foi dado seguimento nos termos do Despacho nº 9303023 (fls. 341 a 344) por entender comprovado o dissenso e não haver pretensão de declaração de inconstitucionalidade com a discussão quanto à necessidade de observância da anterioridade nonagesimal para aplicação da EC nº 10, de 1996. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões (fls. 536 a 538) requerendo a improcedência do recurso especial. Fl. 582DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 583 4 O presente processo foi distribuído a essa Relatora, estando apto o feito a ser relatado e submetido à análise desta Colenda 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o Relatório. Fl. 583DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 584 5 Voto Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Relatora Admissibilidade O recurso especial de divergência interposto pela Contribuinte atende aos pressupostos de admissibilidade constantes artigo 5º, inciso II, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, vigente à época da sua interposição, devendo, portanto, ter prosseguimento. Mérito No mérito, cingese a controvérsia à possibilidade de ser apreciada a necessidade de observância da anterioridade nonagesimal para aplicação da emenda constitucional nº 10/1996 que majorou a alíquota do PIS, sem implicar em declaração de inconstitucionalidade. O acórdão recorrido manteve a exigência do PIS à alíquota de 0,75% por entender que a vigência da norma é aspecto inerente à sua validade e/ou constitucionalidade, não sendo de competência do julgador administrativo a sua apreciação. A decisão colacionada como paradigma, por sua vez, consignou que a discussão não implica em declarar a inconstitucionalidade da norma, e afastou a exigência do PIS à alíquota majorada de 0,75%, mantendose a alíquota de 0,65%, pois seria necessária a observância da anterioridade nonagesimal para aplicação da EC nº 10/96. Consoante argumentos a seguir expostos, assiste razão à Contribuinte. O artigo 150, inciso III, letra "a", da Constituição Federal de 1988 trata do princípio da irretroatividade das normas, previsto de forma genérica no art. 5º, inciso XXXVI da mesma Constituição, vedando a cobrança de tributos de fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os instituiu ou aumentou. De outro lado, o art. 195, §6º da Carta Magna, trata do princípio da anterioridade nonagesimal, aplicável a todas as contribuições da seguridade social, que só podem ser exigidas após decorridos 90 (noventa) dias da data da publicação da Lei que as houver instituído ou modificado. A discussão posta nos presentes autos é delimitar a necessidade ou não de observância, pela EC nº 10/1996, do princípio da anterioridade nonagesimal para a sua vigência, sem que isso implique em declaração de (in)constitucionalidade da norma. A EC nº 10/96 não foi simples prorrogação da EC nº 01/94, que inseriu o art. 72, inciso V, no ADCT, mas sim trouxe a majoração de alíquota do PIS para 0,75%, razão pela qual só poderá ser exigida após decorridos 90 (noventa) dias da sua data de publicação. Fl. 584DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 585 6 A aplicação da anterioridade nonagesimal, para eficácia da exigência relativa ao PIS, decorre da interpretação conjunta do art. 72 do ADCT, do art. 150, inciso III, "a" e art. 195, §6º, ambos da Constituição Federal de 1988. Isto é, decorre da própria norma. A correta interpretação e aplicação da regra, portanto, não implica na sua declaração de inconstitucionalidade, razão pela qual é cabível ao CARF a apreciação da matéria. Por conseguinte, no sentido da necessidade de observância da anterioridade nonagesimal para exigência do PIS na forma da EC nº 10/96, decidiu o Supremo Tribunal Federal nos autos do AgR no RE 953074/SP, cuja ementa foi redigida nos seguintes termos: EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. PIS. EC nº 10/1996. Majoração de alíquota. Anterioridade. Irretroatividade. Necessidade de observância. 1. A Emenda Constitucional nº 10/96 não foi mera prorrogação da Emenda Constitucional nº 01/94. Em consequência, a majoração da alíquota da Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) somente será devida após o decurso de noventa dias, contados a partir da publicação da referida emenda, em observância aos princípios da anterioridade nonagesimal e da irretroatividade das normas. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 953074 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 30/09/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe222 DIVULG 18102016 PUBLIC 19102016) Com a decisão proferida no RE nº 953074, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, acima citado, entendeu a Procuradoria da Fazenda Nacional ter sido sepultada qualquer dúvida sobre a possibilidade de a matéria da anterioridade nonagesimal para a EC nº 10/96 vir a ser julgada em definitivo no tema nº 665 da repercussão geral (RE nº 578.846/SP). Na fundamentação, o Ministro Relator, após discorrer sobre o RE nº 578.846/SP que tratou da anterioridade nonagesimal para a CSLL, afirmou que o mesmo raciocínio deve ser aplicado à exigibilidade da contribuição para o PIS na EC nº 10/96 (art. 72, inciso V, do ADCT). Nessa esteira, a Procuradoria da Fazenda Nacional editou a NOTA PGFN/CRJ/Nº 1224/2016, para extensão da dispensa de recurso prevista no art. 2º, §4º, da Portaria PGFN nº 502/2016 à discussão da anterioridade nonagesimal para exigência do PIS na forma da EC nº 10/96. As conclusões do estudo dos precedentes foram inseridas na Nota PGFN/CRJ/Nº 1224/2016, nos seguintes termos: [...] 7. Feitos tais esclarecimentos, e então anotando a excepcionalidade da medida (que se deve exclusivamente às peculiaridades do tema específico), entendese pela possibilidade de extensão do decidido nos temas nº 107 e 894 de repercussão geral à questão intertemporal do PIS na EC nº 10/96, tendo em vista que a ratio decidendi dos precedentes se amolda com perfeição a essa terceira hipótese e o próprio STF vem sinalizando nesse sentido. 8. Propõese, consequentemente, a retificação do tema nº 1.31, “n” da lista do art. 2º, § 4º, da Portaria PGFN n° 502/2016, nos termos que se seguem: Fl. 585DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 586 7 Anterioridade nonagesimal e irretroatividade – EC 17/1997 – EC 10/1996 RE nº 848.353/SP (tema nº 894 de repercussão geral) Resumo: o STF, observando a diretriz do tema nº 107 de repercussão geral, definiu que a contribuição ao PIS só pode ser exigida, na forma estabelecida pelo art. 2º da EC 17/97, após decorridos noventa dias da data da publicação da referida emenda constitucional. Em outras palavras, decidiu o STF que, por força dos princípios constitucionais da anterioridade nonagesimal e da irretroatividade tributária, a alíquota majorada do PIS prevista no art. 72, V, da Constituição Federal não poderia ser exigida no período entre julho/1997 e o decurso do prazo de noventa dias após a publicação (25/11/1997) da EC nº 17/97 (fevereiro/1998), incidindo o disposto na Lei complementar nº 07/1970. Conforme decidido pelo STF no julgamento do AgRg no RE nº 953.074/SP, o mesmo entendimento se aplica ao PIS na EC 10/96 (art. 72, V, do ADCT), tendo em vista o decidido no tema nº 107 de repercussão geral. Referências: Nota PGFN/CRJ/Nº 730/2016 e Nota PGFN/CRJ/Nº XX/2016. 9. Propõese, ainda, a inclusão de observação no tema nº 1.12, “b” da lista do art. 2º, § 4º, da Portaria PGFN n° 502/2016, nos seguintes termos: Majoração de alíquota – EC nº 10/96 RE 587.008/SP (tema nº 107 de repercussão geral) Resumo: O STF reconheceu a necessidade de aplicação do princípio da anterioridade nonagesimal à Emenda Constitucional nº 10/96. Segundo a Suprema Corte, o poder constituinte derivado não é ilimitado, devendo se submeter aos limites materiais, circunstanciais e temporais inscritos nos §§ 1º, 4º e 5º do art. 60 da Constituição Federal. Nesse contexto, o princípio da anterioridade, por constituir garantia individual e, como tal, cláusula pétrea, não pode ser suprimido por força de emenda constitucional. Acrescentou que a EC 10/06 não prorrogou o conteúdo da ECR nº 1/94, pois houve solução de continuidade entre o término da vigência daquela e a promulgação da EC, concluindose que a referida emenda é um novo texto e veicula nova norma, devendo, portanto, observância ao princípio da anterioridade nonagesimal, porquanto majorou a alíquota da CSLL para as pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22 da Lei 8.212/91. Fl. 586DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 587 8 Observação: O STF estende o mesmo entendimento ao PIS (art. 72, V, do ADCT), vide AgRg no RE nº 953.074/SP. [...] (grifos no original) Portanto, em caso similar aos dos presentes autos, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a necessidade de observância do princípio da anterioridade nonagesimal para a exigência do PIS, na forma do art. 2º da EC nº 17/1997, nos autos do RE nº 848.353, com julgamento em sede de repercussão geral, in verbis: Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS). EMENDA CONSTITUCIONAL 17/1997. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL (CF/88, ART. 195, § 6º). PRECEDENTES. 1. A contribuição ao PIS só pode ser exigida, na forma estabelecida pelo art. 2º da EC 17/1997, após decorridos noventa dias da data da publicação da referida emenda constitucional. 2. Recurso extraordinário a que se dá provimento, com o reconhecimento da repercussão geral do tema e a reafirmação da jurisprudência sobre a matéria. (RE 848353 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 12/05/2016, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe105 DIVULG 20052016 PUBLIC 23052016 ) Para reforço de argumentação, também para a CSLL foi determinada a necessidade de observância da anterioridade nonagesimal para aplicação da EC nº 10/1996, consoante os termos do julgamento do RE nº 587008, em sede de repercussão geral: EMENTA Recurso extraordinário – Emenda Constitucional nº 10/96 – Art. 72, inciso III, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL) – Alíquota de 30% (trinta por cento) Pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/91 – Alegada violação ao art. 195, § 6º, da Constituição Federal. 1. O poder constituinte derivado não é ilimitado, visto que se submete ao processo consignado no art. 60, §§ 2º e 3º, da Constituição Federal, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e temporais dos §§ 1º, 4º e 5º do aludido artigo. 2. A anterioridade da norma tributária, quando essa é gravosa, representa uma das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma limitação ao poder impositivo do Estado. 3. A emenda Constitucional nº 10/96, especialmente quanto ao inciso III do art. 72 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias – objeto de questionamento é um novo texto que veicula nova norma, e não mera prorrogação da emenda anterior. 4. Hipótese de majoração da alíquota da CSSL para as pessoas jurídicas referidas no § 1º do art. 22 da Lei nº 8.212/91. 5. Necessidade de observância Fl. 587DF CARF MF Processo nº 10768.014973/9930 Acórdão n.º 9303006.599 CSRFT3 Fl. 588 9 do princípio da anterioridade nonagesimal contido no art. 195, § 6º, da Constituição Federal. 6. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. (RE 587008, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 02/02/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe084 DIVULG 0505 2011 PUBLIC 06052011 EMENT VOL0251602 PP00433 RDDT n. 191, 2011, p. 163176 RT v. 100, n. 912, 2011, p. 544567) No mesmo sentido, decidiu a 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Conselho Administrativo em sessão realizada em 08/10/2014, cujos fundamentos foram consignados no Acórdão nº 9101002.012, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1996 CSLL ALÍQUOTA. MAJORAÇÃO. VIGÊNCIA. PRAZO NONAGESIMAL. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 10/96. INCONSTITUCIONALIDADE. A Emenda Constitucional nº 10/96, especialmente quanto ao inciso III do art. 72 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias objeto de questionamento é um novo texto que veicula nova norma, e não mera prorrogação da emenda anterior. Necessidade de observância do princípio da anterioridade nonagesimal contido no art. 195, § 6º, da Constituição Federal. Repercussão geral reconhecida pelo STF. RE 587.008/SP, Ministro Dias Toffoli. 02/02/2011 Plenário. Recurso Especial do Procurador Negado. Diante do exposto, dáse provimento ao recurso especial da Contribuinte. É o Voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 588DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.917344/2016-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2009
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. ALEGAÇÕES E DOCUMENTOS TRAZIDOS POR MEIO DE PEÇA IMPUGNATÓRIA. ANÁLISE. AUSÊNCIA. NULIDADE.
A ausência de análise de argumentos e documentos trazidos aos autos por meio de interposição de peça impugnatória implica nulidade da decisão exarada, eis que presentes circunstâncias reveladoras de cerceamento do direito de defesa.
Numero da decisão: 1401-002.413
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em por unanimidade de votos, declarar nula a decisão de primeira instância e determinar o retorno do processo à Autoridade Julgadora a quo para que seja proferida nova decisão, considerando as razões aduzidas no voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
LucinanaYoshihara Arcangelo Zanin- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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ALEGAÇÕES E DOCUMENTOS TRAZIDOS POR MEIO DE PEÇA IMPUGNATÓRIA. ANÁLISE. AUSÊNCIA. NULIDADE. A ausência de análise de argumentos e documentos trazidos aos autos por meio de interposição de peça impugnatória implica nulidade da decisão exarada, eis que presentes circunstâncias reveladoras de cerceamento do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em por unanimidade de votos, declarar nula a decisão de primeira instância e determinar o retorno do processo à Autoridade Julgadora a quo para que seja proferida nova decisão, considerando as razões aduzidas no voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) LucinanaYoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 73 44 /2 01 6- 11 Fl. 5564DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do 0655.950 2ª Turma da DRJ/CTA julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade e manteve o despacho decisório. O objeto da lide são as declarações de compensação número 23711.87750.291015.1.3.033402, em que foi pleiteado crédito de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2010, para compensar débitos ali declarados. Conforme Despacho Decisório emitido pela DERAT da 8ª RF, em 05/04/2016, à fl. 35, a autoridade fiscal homologou parcialmente a compensação. tendo reiterado a homologação das compensações relativas aos PER/DCOMPs nºs 12112.24214.160811.1.7.039475, 22276.54196.170811.1.3.030899 e 29424.36251.150911.1.3.039034 (Docs. 05 a 07 da Manifestação de Inconformidade); e homologado parcialmente a compensação relativa ao PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402. Em face da não homologação mencionada, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, apontando os motivos pelos quais o Despacho Decisório deveria ser reformado para que, considerando o Saldo Negativo de CSLL informado pela Recorrente em sua Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (“DIPJ”) retificadora, fosse deferido/homologado, na íntegra, o pedido de restituição/compensação pleiteado no PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402, a qual foi julgada improcedente. Inconformada, apresentou Recurso Voluntário requerendo seja anulado o v. acórdão recorrido, remetendose os autos à DERAT para que as devidas diligências sejam realizadas para a análise do crédito da Recorrente; ou caso não se entenda pela nulidade do v. acórdão recorrido, seja reformado o v. acórdão para que, considerando o Saldo Negativo de CSLL informado pela Recorrente em sua DIPJ retificadora, seja deferido/homologado, na íntegra, o pedido de restituição/compensação pleiteado no PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402. É o relatório do essencial. Tabela do plano Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. O recurso é tempestivo e apresentam os demais requisitos de admissibilidade, por isso, dele conheço. Durante seu Recurso Voluntário, a contribuinte trás os seguintes esclarecimentos fáticos, cuja comprovação foi localizada nos autos: Em 2011, ao elaborar a sua DIPJ referente ao anocalendário 2010 (Doc. 09 da Manifestação de Inconformidade), a Recorrente verificou que o valor recolhido de CSLL por estimativa mensal ao longo do ano (R$ 55.154.014,75) seria superior ao realmente devido (R$ 46.410.715,30). Fl. 5565DF CARF MF Processo nº 10880.917344/201611 Acórdão n.º 1401002.413 S1C4T1 Fl. 5565 3 Por essa razão, em 16/08/2011, transmitiu o PER/DCOMP nº 10291.97196.300311.1.3.039907 (posteriormente retificado pelo PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475), detalhando a existência de Saldo Negativo de CSLL, no valor original de R$ 8.743.299,45, bem como requerendo a compensação parcial do crédito com débito de IRPJ no valor de R$ 6.034.871,48. Posteriormente, a Recorrente apresentou os PER/DCOMPs nºs 22276.54196.170811.1.3.030899 e 29424.36251.150911.1.3.039034, por meio dos quais requereu a compensação do saldo remanescente do crédito de CSLL com débitos de PIS e COFINS. Entretanto, em 24/09/2015, em função de alterações na apuração do Saldo Negativo de CSLL já no âmbito do Regime Tributário de Transição (“RTT”), a Recorrente transmitiu DIPJ retificadora em relação ao anocalendário 2010 (Doc. 10 da Manifestação de Inconformidade), indicando um Saldo Negativo de CSLL superior aquele indicado na DIPJ original. Diante disso, a Recorrente tentou efetuar a retificação do PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475, a fim de retificar o valor do crédito de CSLL apurado no ano de 2010. No entanto, recebeu mensagem automática da Receita Federal do Brasil (“RFB”), por meio do Programa PER/DCOMP, informando que não seria possível efetuar a retificação, devido ao fato de que o documento já havia sido objeto de decisão administrativa (doc. 11 da Manifestação de Inconformidade): Assim, diante da impossibilidade imposta pela própria Receita Federal de retificar o PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475, e objetivando pleitear a restituição/compensação do valor remanescente de crédito de CSLL, a Recorrente, em 29/10/2015, apresentou novo PER/DCOMP (qual seja, o PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402). Nessa ocasião, informou apenas a diferença do crédito de CSLL (R$ 14.891.747,74), requerendo a compensação deste crédito com débitos de IRPJ e CSLL referentes ao mês de setembro de 2015. Como consequência, a restituição do Saldo Negativo de CSLL apurado no anocalendário 2010 restou pleiteada da seguinte forma: Fl. 5566DF CARF MF 4 Ao receber o novo PER/DCOMP, a Receita Federal emitiu o Termo de Intimação nº 110776644 (Doc. 12 da Manifestação de Inconformidade), intimando a Recorrente para regularizar o PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, uma vez que o crédito de CSLL nele indicado, referente ao anocalendário 2010, já havia sido informado no PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475, apresentado em 2011. De acordo com o Termo de Intimação, a Recorrente deveria alterar as informações contidas no PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402, de 2015, para que: (i) tal pedido fosse transformado em pedido retificador do PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475, de 2011; ou (ii) fosse informado outro crédito a ser utilizado no pedido de compensação pleiteado. O Termo ainda asseverou que a não regularização do PER/DCOMP no prazo estipulado implicaria na vinculação dos débitos de IRPJ e CSLL aos créditos de CSLL detalhados pela Recorrente no PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.03 9475, de 2011, com a consequente nãohomologação da compensação pleiteada, caso o crédito não fosse suficiente. Em resposta à intimação, a Recorrente apresentou manifestação (Doc. 13 da Manifestação de Inconformidade), em 22/12/2015, explicando que: (i) estava impossibilitada de retificar o PER/DCOMP nº 12112.24214.160811.1.7.039475, de 2011, que já havia sido objeto de decisão administrativa; e (ii) o crédito pleiteado no novo PER/DCOMP era complementar àquele informado no PER/DCOMP de 2011. Ao final, requereu o prosseguimento do expediente fiscal para a homologação do PER/DCOMP nº 23711.87750.291015.1.3.033402. Notase que o v. acórdão de fls., ao analisar o caso, identificou a DIPJ retificadora. No entanto, ao invés de determinar o retorno dos autos à d. Autoridade Fiscal competente para a análise detalhada do crédito de CSLL, preferiu negar provimento à manifestação de inconformidade, sob o fundamento de que a Recorrente não justificou as razões para o aumento do saldo negativo de CSLL. A meu ver, em convergência com o alegado pela Recorrente, a falta de apreciação, por parte da autoridade julgadora, dos argumentos e documentos trazidos pela peça inaugural do litígio, importam em cerceamento direito de defesa. Entendo que a questão da suficiência do direito creditório é extremamente relevante para o desfecho de um processo de compensação. No entanto, a verificação da suficência/insuficiência só é possível a partir da aglutinação de todos os débitos que o contribuinte pretende compensar com um mesmo direito creditório. A decisão recorrida conclui pela insuficiência do direito creditório sem considerar os valores constantes na DCTF retificadora elaborada em momento que lhe precedeu. Assim, notório que a Delegacia de Julgamento não apreciou a alegação de que um mero erro na apresentação do pedido não tem o condão de invalidar o direito creditório do contribuinte. A Constituição Federal assegura no inciso LV do seu art.5°, o contraditório e a amplitude do direito de defesa do acusado, seja em processo judicial ou administrativo. A falta de apreciação pela autoridade julgadora de primeira instância de razões de defesa apresentadas na impugnação constitui preterição do direito de defesa da parte, ensejando a nulidade da decisão assim proferida, "ex vi" do disposto no art. 59, item II, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 5567DF CARF MF Processo nº 10880.917344/201611 Acórdão n.º 1401002.413 S1C4T1 Fl. 5566 5 Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. OCORRÊNCIA. Nos termos do artigo 59, inciso II, parágrafo 3º, do Decreto nº 70.235/1972, é nula a decisão de primeira instância, quando não enfrenta os argumentos dispendidos, deixando claro as razões de direito que nortearam seu decisium, de forma seja garantida o contraditório e a ampla defesa. Caracterizada a preterição ao direito de defesa, deve ser anulada a decisão de piso, para que outra seja proferida enfrentando todas as questões suscitadas nas peças impugnatórias. Acórdão 1301002.556 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2004 Ementa: DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. ALEGAÇÕES E DOCUMENTOS TRAZIDOS POR MEIO DE PEÇA IMPUGNATÓRIA. ANÁLISE. AUSÊNCIA. NULIDADE. A ausência de análise de argumentos e documentos trazidos aos autos por meio de interposição de peça impugnatória implica nulidade da decisão exarada, eis que presentes circunstâncias reveladoras de cerceamento do direito de defesa. Acórdão 130200.668 Ante todo o exposto, voto no sentido de se anular a decisão de primeira instância para que outra seja proferida, apreciandose todas as razões aduzidas pela contribuinte. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. Fl. 5568DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13876.720047/2017-92
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. OMISSÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NOS CÁLCULOS.
EXCLUSÃO QUANDO DOC CONTEXTO DE DESPEDIDO OU RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
Numero da decisão: 2002-000.115
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2011 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. OMISSÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NOS CÁLCULOS. EXCLUSÃO QUANDO DOC CONTEXTO DE DESPEDIDO OU RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo.
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OMISSÃO. INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA NOS CÁLCULOS. EXCLUSÃO QUANDO DOC CONTEXTO DE DESPEDIDO OU RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 6. 72 00 47 /2 01 7- 92 Fl. 169DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão de primeira instância que negou provimento à impugnação do sujeito passivo. Foi lavrado o auto de infração por Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica Decorrentes de Ação Trabalhista. Pelas informações e documentos apresentados pela contribuinte, constatouse Omissão de Rendimentos Tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de processo judicial trabalhista, no valor de R$ 32.133,88, auferidos pela titular. Na complementação da descrição dos fatos, o valor de R$ 169.540,55 declarado pela contribuinte é o valor líquido recebido do advogado, não é o valor do rendimento tributável. O valor tributável apurado é R$ 201.674,43, já excluídos os juros de mora e o valor pago ao advogado. Inconformada, com o auto de infração, a contribuinte apresentou impugnação requerendo que seja acolhida. Diz que apresentou Declaração de Imposto de Renda, exercício 2012 com valor a restituir de R$ 23.570,27, já restituído em junho de 2016, e que em abril de 2014 apresentou “justificativas” que com o pagamento dos honorários advocatícios devidamente declarados, a restituição correta seria de R$ 49.762,59, porém deixou de apresentar declaração retificadora, a qual fez em julho de 2016. Alega, inicialmente, que tem uma diferença a receber de R$ 26.192,32, a título de restituição, e posteriormente que o valor seria de R$ 8.856,50. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento negou provimento a impugnação, para manter o auto de infração, apesar de ter apurado no Acórdão uma omissão de rendimentos em valor superior ao apurado durante o procedimento de ofício, na instância de julgamento, não podendo agravar o valor lançado e ano calendário 2011, porque abrangido pelo prazo decadencial, o que impede que seja feito em lançamento complementar. Mantendo a Omissão de Rendimentos no valor de R$ 32.133,88. Inconformada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação, e adicionalmente, que não houve omissão de rendimentos acumulados, muito pelo contrário a recorrente deveria ter recebido a importância de R$ 91.201,77, no ato do recebimento da ação trabalhista, pois se tratava de juros e correção monetária referente ao valor principal, que recolhido erroneamente pela empresa como se fosse Imposto de Renda na Fonte, porém não o fez causando prejuízo a recorrente. Diz ainda que para se chegar a base de cálculo reajustada não pode ser somada as verbas recebidas com o Imposto de Renda na Fonte, (mais uma vez mencionado) referese a juros de mora e correção monetária que deveria ter sido pago diretamente a requerente. Requer por final, que seja modificado o entendimento da decisão. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Fl. 170DF CARF MF Processo nº 13876.720047/201792 Acórdão n.º 2002000.115 S2C0T2 Fl. 3 3 Recurso Voluntário, aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. Pois bem, o Agravo de Petição (fls. 116/117), onde figura a recorrente como Agravante, tinha como objeto a correção da retenção e pagamento de IR feito pela executada, que segundo a contribuinte foi feita erroneamente, exatamente como continua a asseverar em sede de Recurso Voluntário. Porém o TRT da 15ª Região, julgou que a insurgência improcedente, assim dizendo: “Todavia, a insurgência não procede. Primeiro, porque não há que se falar em recolhimento efetuado de forma errônea, pois a executada efetuou o pagamento do imposto e renda baseada em um comando sentencial. Embora assistindo razão à agravante em solicitar o recálculo dos citados valores, face à alteração legislativa, o certo que referido pedido ocorreu posteriormente à quitação do débito fiscal, cuja monta, à época, era tido como devida, não se podendo atribuir qualquer responsabilidade à executada. Desse modo, não há como exigir que a executada lhe efetue o pagamento das referidas diferenças, porque caracterizaria pagamento em duplicidade, haja vista que, como já foi dito, os recolhimento discais foram devida efetuados. Quanto a alegação de prejuízos, ao contrário das afirmações, não vislumbro a existência de qualquer dano tributário na medida em que poderá a agravante pleitear diretamente à Receita Federal a devolução das diferenças recolhidas à maior, tendo em vista que a executada já informou inclusive, o valor lançado na Guia DIRF, conforme determinado pelo Juízo.”. Correto o entendimento exarado pela decisão do Agravo de Petição, pois quando do recolhimento do exação, o IR era lançado inclusive sobre os juros de mora, sendo que a mudança legislativa ocorreu após a quitação do débito fiscal. Registro, por relevante, que a decisão da DRJ (fls. 148/156) em pormenorizado cálculo baseado em documentos dos autos juntados pela própria contribuinte, mostrou que se o AFR, que lavrou o ato impugnado, não tivesse excluído os juros de mora no cálculo do IR a ser restituído, ato que se pede em sede de Recurso Voluntário, o valor da omissão de rendimentos seria quase 3 vezes a considerada e a contribuinte sequer teria direito às duas restituições que já recebeu. Isto posto e pelo que mais consta nos autos, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 171DF CARF MF 4 Fl. 172DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.720959/2013-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO.
Diante da inexistência de comprovação dos créditos escriturados, deverá ser mantida a glosa.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
MPF. FALHAS PROCEDIMENTAIS. VÍCIO. INOCORRÊNCIA.
Eventual desrespeito às regras relativas ao MPF não implica a nulidade dos atos administrativos posteriores, haja vista seu caráter subsidiário.
CONSTITUCIONALIDADE.
Escapa à competência da autoridade administrativa a apreciação de argüições relativas à constitucionalidade de leis.
MULTA QUALIFICADA.
Caracterizado elemento doloso, conforme provas dos autos, aplica-se a multa duplicada, nos termos do artigo 80, §6º, e artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64.
MULTA MAJORADA
A majoração da multa em 50%, prevista no art. 80, §7º da Lei 4.502/64, decorre do descumprimento de intimação do Fisco, para apresentação de elemento obrigatório, com eventual prejuízo à apuração correta dos tributos.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GESTÃO COM INFRAÇÃO À LEI
A gestão empresarial com infração à lei enseja a responsabilidade tributária dos sócios administradores, nos termos do artigo 135, III, do CTN.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3201-003.686
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, apenas para reconhecer a decadência em relação aos períodos de janeiro a novembro de 2007. Vencido o conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima (relator), que lhe deu provimento parcial em maior extensão, para também reduzir a multa de ofício aplicada para o percentual de 112,5% e excluir a responsabilidade solidária dos sócios da pessoa jurídica autuada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Giovani Vieira.
(assinatura digital)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinatura digital)
Pedro Rinaldi de Oliveira Lima - Relator
(assinatura digital)
Marcelo Giovani Vieira Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: 31154744825 - CPF não encontrado.
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO. Diante da inexistência de comprovação dos créditos escriturados, deverá ser mantida a glosa. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 MPF. FALHAS PROCEDIMENTAIS. VÍCIO. INOCORRÊNCIA. Eventual desrespeito às regras relativas ao MPF não implica a nulidade dos atos administrativos posteriores, haja vista seu caráter subsidiário. CONSTITUCIONALIDADE. Escapa à competência da autoridade administrativa a apreciação de argüições relativas à constitucionalidade de leis. MULTA QUALIFICADA. Caracterizado elemento doloso, conforme provas dos autos, aplica-se a multa duplicada, nos termos do artigo 80, §6º, e artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64. MULTA MAJORADA A majoração da multa em 50%, prevista no art. 80, §7º da Lei 4.502/64, decorre do descumprimento de intimação do Fisco, para apresentação de elemento obrigatório, com eventual prejuízo à apuração correta dos tributos. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GESTÃO COM INFRAÇÃO À LEI A gestão empresarial com infração à lei enseja a responsabilidade tributária dos sócios administradores, nos termos do artigo 135, III, do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, apenas para reconhecer a decadência em relação aos períodos de janeiro a novembro de 2007. Vencido o conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima (relator), que lhe deu provimento parcial em maior extensão, para também reduzir a multa de ofício aplicada para o percentual de 112,5% e excluir a responsabilidade solidária dos sócios da pessoa jurídica autuada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Giovani Vieira. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente (assinatura digital) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima - Relator (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
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NÃO COMPROVAÇÃO. Diante da inexistência de comprovação dos créditos escriturados, deverá ser mantida a glosa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 MPF. FALHAS PROCEDIMENTAIS. VÍCIO. INOCORRÊNCIA. Eventual desrespeito às regras relativas ao MPF não implica a nulidade dos atos administrativos posteriores, haja vista seu caráter subsidiário. CONSTITUCIONALIDADE. Escapa à competência da autoridade administrativa a apreciação de argüições relativas à constitucionalidade de leis. MULTA QUALIFICADA. Caracterizado elemento doloso, conforme provas dos autos, aplicase a multa duplicada, nos termos do artigo 80, §6º, e artigos 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64. MULTA MAJORADA A majoração da multa em 50%, prevista no art. 80, §7º da Lei 4.502/64, decorre do descumprimento de intimação do Fisco, para apresentação de elemento obrigatório, com eventual prejuízo à apuração correta dos tributos. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. GESTÃO COM INFRAÇÃO À LEI A gestão empresarial com infração à lei enseja a responsabilidade tributária dos sócios administradores, nos termos do artigo 135, III, do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 09 59 /2 01 3- 16 Fl. 1105DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, apenas para reconhecer a decadência em relação aos períodos de janeiro a novembro de 2007. Vencido o conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima (relator), que lhe deu provimento parcial em maior extensão, para também reduzir a multa de ofício aplicada para o percentual de 112,5% e excluir a responsabilidade solidária dos sócios da pessoa jurídica autuada. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Giovani Vieira. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinatura digital) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima Relator (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira – Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 954 e 1037 apresentado em face da decisão de primeira instância deste procedimento administrativo fiscal proferida pela DRJ/PA em fls. 924, que manteve o lançamento de IPI, consubstanciado no Termo de Verificação Fiscal de fls. 516 e Auto de Infração de fls. 741, por aproveitamento indevido de crédito. Como de costume nesta Turma de julgamento, transcrevese o relatório constante na decisão de primeira instância para apreciação dos fatos, matérias e trâmite do processo: "Tratase de auto de infração lavrado contra a empresa acima identificada, em que foi lançado crédito tributário de IPI no valor total de R$ 2.394.210,66 (incluídos nesse valor o principal, multa proporcional e juros de mora). 2. Segundo relato contido no Termo de Verificação Fiscal de fls. 516/520, a fiscalização esclarece que a presente ação foi aberta em decorrência e como continuidade da ação fiscal instaurada Fl. 1106DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.106 3 em outra pessoa jurídica (IWS PRODUTOS PARA LIMPEZA LTDA), na qual foram encontradas diversas irregularidades (inexistência de fato; grande divergência entre a receita comprovada através de circularização de clientes e receita declarada em DIPJ; DCTF com valores irrisórios se comparados com as receitas; inexistência de DIRF em 2007; nunca apresentou GFIP; assinaturas nos contratos e cheques emitidos pela empresa não conferem com os documentos originais da sócia que supostamente assinava os cheques; além dessa, outra sócia foi localizada trabalhando em outra cidade em serviços gerais, sendo que ambas alegaram que nunca foram sócias de empresa alguma; etc.). 3. No caso, no ano de 2007 a Alfatronic, juntamente com terceira empresa (Alfacom), eram responsáveis por mais de 88% das vendas daquela citada no parágrafo acima, tendo nesse ano os mesmos sócios e diretores. A Alfatronic apresentou várias notas fiscais relativas às compras realizadas junto a IWS durante o ano de 2007 totalizando R$ 7.050.016,58. 4. Diante desses fatos, a fiscalização intimou a Alfatronic a apresentar as cópias dos documentos que comprovassem os efetivos pagamentos das mercadorias adquiridas durante o ano de 2007 junto a IWS, relativas às notas fiscais enviadas anteriormente, além das cópias dos livros de entrada, saída, diário e razão, e informar nome e número das contas contábeis onde foram contabilizados os pagamentos citados. 5. Somente após expirado o prazo concedido, a impugnante entregou um CD contendo apenas as cópias digitalizadas dos livros de entrada (nos quais encontramse registradas as notas fiscais relativas às compras realizadas junto à IWS no ano de 2007) e saída de mercadorias e de uma Ata de Assembléia. Os demais itens não foram entregues dentre eles os arquivos digitais da contabilidade e os comprovantes de pagamento, sem apresentação de qualquer justificativa para o não atendimento ao que foi solicitado. 6. Instaurado o procedimento fiscal, em 18.02.2013 foi emitido o Termo de Início de Fiscalização e enviado via postal ao endereço do contribuinte cadastrado junto a Receita Federal do Brasil e na Jucesp. Foram feitas três tentativas de entrega, todas retornando como “destinatário ausente”. Por esse motivo o responsável pela fiscalização compareceu ao endereço constante do cadastro, constatando que a empresa não opera no mesmo. Afixado o edital para a ciência, compareceu à empresa o procurador, tomando ciência pessoal do termo de início. 7. A impugnante foi reintimada a apresentar os documentos anteriormente solicitados, tendo, novamente, deixado de atender o solicitado pela fiscalização, não comprovando a devida contabilização das notas fiscais de compras efetuadas junta a IWS e nem mesmo os pagamentos relativos a essas mesmas notas. Por tal motivo, a fiscalização adotou o seguinte procedimento: Fl. 1107DF CARF MF 4 “Como a empresa não apresentou nenhum documento que pudesse comprovar que efetivamente essas compras e esses pagamentos ocorreram restou a esta fiscalização a GLOSA dos créditos considerandose então esses valores de IPI como não recolhidos e o conseqüente lançamento de ofício dos desses valores além da multa de 75% conforme disposto nos Art. 80 da Lei 4.502 de 1964. O valor da multa foi duplicado para 150% por ter o contribuinte incorrido no disposto Art. 80, § 6o,inciso II da Lei 4.502 de 1964 pois o mesmo enquadrase nos artigos 72 e 73 dessa mesma lei. O valor de 150% de multa será ainda aumentado em 50% pelo fato de o contribuinte não ter prestado os devidos esclarecimentos a esta fiscalização incorrendo no disposto no § 7o do Art. 80 da Lei. 4.502/64.” 8. Cientificada em 29.05.2013, a interessada apresentou, tempestivamente, em 01.07.2013, impugnação (fls. 766/793) na qual apresenta as seguintes alegações: a) Falta de competência da autoridade emissora do MPF (Dalmo Restum de Macedo Rocha), o qual não seria o Chefe da Divisão de Fiscalização, mas Chefe de Equipe, violando a Portaria do Delegado da Defis/SP. Entende que não se trata de mera formalidade e que “a violação da norma, pela própria administração tributária, revela a insegurança jurídica, a violação aos princípios da moralidade e da estrita legalidade em matéria tributária, além de revelar o prejuízo moral e material (de ordem patrimonial) da contribuinte e administrada, ora impugnante”. Acrescenta: “Portanto, um procedimento fiscal instaurado em desacordo com as normas da legislação e de forma contrária às normas fixadas na portaria regulamentadora, restará contaminado de vício insanável o bastante para tornálo nulo de pleno de direito.” b) No que diz respeito à multa aplicada, alega: “Ora, tal percentual ou alíquota é desprovida de razoabilidade ou proporcionalidade e revela claramente a intenção confiscatória por parte da administração tributária, que atenta contra o patrimônio da contribuinte e administrada, ora impugnante. A Constituição da República (artigo 150, inciso IV) veda expressamente a instituição de tributos com efeito de confisco. Esse princípio deve ter interpretação em harmonia com a garantia inserta no artigo 5o , inciso XXII, do texto constitucional, atinente ao direito de propriedade. Concluise que o fisco não pode imputar imposto que possua caráter confiscatório, por ofender o princípio constitucional da vedação ao confisco. A rigor, ainda que não se possa invocar o artigo 150, inciso IV, da Constituição da República, como fundamento para se opor à multa confiscatória, porque o referido inciso trata de tributo e multa não é tributo (artigo 3o , CTN), a doutrina interpreta que a multa excessiva viola o princípio constitucional da vedação ao confisco, ofende o princípio da capacidade contributiva e ofende Fl. 1108DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.107 5 o princípio da proporcionalidade (...)”c) Quanto à qualificação da multa, aduz: “Agiu com excesso de poderes ou precipitouse a autoridade executora. Ou seja, não basta asseverar que a conduta da contribuinte e administrada, ora impugnante, ‘enquadrase nos artigos 72 e 73 dessa mesma lei’. E a mera repetição de dispositivo legal (às fls. 519, item 8.4) é insuficiente para aplicar a multa de 225%. Ora, ao afirmar que se trata de fraude e conluio, a autoridade executora deveria produzir tais provas, ou melhor, não trouxe aos autos os fundamentos que sustentam tais assertivas. Ademais, não foi a contribuinte e administrada, ora impugnante quem deu causa ‘às evidências de emissão de notas frias’ (item 5, de fls. 518), sendo somente adquirente de produtos para revenda; o adquirente, ora impugnante, à época, desconhecia, por óbvio, a situação fiscal de seus diversos fornecedores. E não é possível pesquisar cada um e exigir documentos e informações, como a regular inscrição cadastral e a exatidão ou a autenticidade das declarações contidas nas notas fiscais emitidas, tendo em vista ainda a confiança mútua que rege os negócios mercantis. A propósito, qual é a irregularidade, quanto ao seu aspecto, a sua aparência, a sua impressão e a sua emissão? O que quis dizer a autoridade executora com a expressão ‘notas frias’? Se opõem às chamadas ‘notas quentes’, ‘notas calçadas’, ‘notas clonadas’, ‘notas roubadas’, ‘notas laranjas’, espécies do gênero notas inidôneas? Onde está a declaração de inidoneidade? E mais, onde está o laudo pericial, relativamente às ‘notas frias’? E mais, por que instaurar a representação fiscal (PAF n° 19515.720749/201328) para que seja declarada inapta a inscrição no CNPJ/MF, se a contribuinte e administrada, ora impugnante, foi intimada e constituiu defensores? Em síntese apertada, certamente a nota fiscal representa uma presunção de regularidade da origem da venda. E, nos autos, não consta, para buscar a verdade, o laudo relativo ao exame pericial nesses documentos fiscais nem a autoridade executora declarou a inidoneidade desses documentos. Enfim, apesar dos esforços, não é possível saber qual seja a fraude perpetrada pela contribuinte e administrada, ora impugnante. E, será que o dolo, o conluio, a fraude têm nexo causal com a omissão quanto à entrega da escrituração fiscal, contábil e dos Fl. 1109DF CARF MF 6 comprovantes de pagamentos? Não se trata de hipótese de culpa? Está claro que deixar de apresentar registros contábeis, fiscais e os comprovantes dos pagamentos efetuados não caracterizam fraude nem conluio nem pode a contribuinte e administrada, ora impugnante, ser responsabilizada por ato de terceiros. Em outras palavras, a autoridade fiscal não demonstrou de forma cabal e inconteste o dolo nem individualizou a conduta, supostamente praticada pela contribuinte e administrada, ora impugnante, para aplicar a multa de 225%. ....... Em outras palavras, por que as alegações de dolo, conluio e fraude não constam na referida representação fiscal para fins penais? Impõese a declaração de nulidade, por vício insanável, da multa de 225%, aplicada ao IPI; alternativamente, no caso concreto, impõese sua redução a 75% (setenta e cinco por cento), se se admitir a constitucionalidade deste percentual.” d) Ao final, requer: “A) seja acolhida totalmente a presente impugnação. B) seja declarado nulo, de pleno direito, o referido auto de infração lavrado e o referido crédito tributário constituído em favor do fisco. C) seja expurgada a multa de 225%. D) alternativamente, seja reduzida a multa de 225% para 75%, se admitida sua constitucionalidade. E) seja juntada esta peça aos autos” 9. A fiscalização lavrou Termos de Sujeição Passiva Solidária para os sócios diretores da empresa Daniela Aparecida das Dores (fl. 843), Marcus Richetti (fl. 880) e Moracy Oswaldo das Dores (fl. 917), com o seguinte teor: “1. Diante dos fatos relatados nos Termos de Verificação/Relatório Fiscal dos processos 19515.720.958/201371. e 19515.720.959/201316 e cujas cópias estão sendo encaminhadas ao responsável solidário juntamente com este termo, cumpre a esta autoridade fazendária considerar o sócio/diretor (...), acima identificado, SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEL pelas infrações à lei, cometidas na administração do Sujeito Passivo, no decorrer do período fiscalizado, imputando àquele as obrigações que lhe competem, segundo a. Lei 5.172/1966 (Código Tributário, Nacional), arts. 124 e 135, abaixo transcritos: ‘Art. 124. São solidariamente obrigadas: Fl. 1110DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.108 7 I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.’ ‘Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.’.......” 10. Inexistindo no processo comprovante da data da ciência dos sócios acima citados, consideramse tempestivas as impugnações apresentadas (Daniela fls.795/825), (Marcus fls.845/875) e (Moracy fls.882/912), com semelhante teor, de onde se destacam os seguintes argumentos: “Ou seja, no referido Termo, a autoridade executora apenas reproduz o texto legal, sem individualizar a conduta do ora impugnante, sem demonstrar especificamente as infrações praticadas, ou que poderia evitar, para que o ora impugnante se torne pessoalmente responsável pelo crédito constituído em desfavor de pessoa jurídica. Em outras palavras, a autoridade executora, em mera reprodução de texto legal, não trouxe a suficiente fundamentação para caracterizar a conduta, a materialidade e a autoria, o que inviabiliza o exercício da defesa, assegurada constitucionalmente, além de gerar insegurança jurídica. Ademais, no Termo de Verificação/Relatório Fiscal, às fls. 516/520 do PAF n° 19515.720959/201316, não consta qualquer informação relativa à sujeição passiva solidária. Ora, como a autoridade executora pode incluir no Termo de Sujeição Passiva Solidária o crédito constituído em processo fiscal que absolutamente silencia sobre a responsabilidade solidária (o que não está nos autos não está no mundo)? Por outro lado, a qualificação de responsável solidário pelo crédito tributário, constituído nos autos do processo administrativo fiscal n° 19515.720959/201316 (relativo ao IPI) e nos autos do processo administrativo fiscal n° 19515.720958/201371 (relativo ao IRPJ, à CSLL, à COFINS e ao PIS/Pasep) é competência exclusiva da Procuradoria da Fazenda Nacional, quando da execução fiscal. Portanto, a autoridade executora, ocupante do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB), não é competente para praticar o ato de lavrar o referido Termo de Solidariedade Passiva. Fl. 1111DF CARF MF 8 Em outras palavras, encerradas as instâncias recursais, no âmbito administrativo, se inalterado o crédito tributário constituído, somente na fase de cobrança será possível chamar o responsável solidário para fazer parte do pólo passivo da relação jurídícotributária. ........” Esta decisão de primeira instância proferida pela DRJ/PA em fls. 924 foi publicada com a seguinte Ementa: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO. Diante da inexistência de comprovação dos créditos escriturados, deverá ser mantida a glosa dos mesmos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 MPF. FALHAS PROCEDIMENTAIS. VÍCIO. INOCORRÊNCIA. Eventual desrespeito às regras relativas ao MPF não implica a nulidade dos atos administrativos posteriores, haja vista seu caráter subsidiário. CONSTITUCIONALIDADE. Escapa à competência da autoridade administrativa a apreciação de argüições relativas à constitucionalidade de leis. MULTA QUALIFICADA. Restando comprovada hipótese normativa prevista no art. 71 da Lei nº 4.502, de 1964, fazse aplicável a multa qualificada imposta sob tais fundamentos. MULTA AGRAVADA. Correto o agravamento da multa, pois o sujeito passivo não prestou os esclarecimentos solicitados. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com infração de lei, dentre outros, os mandatários, prepostos e empregados da pessoa jurídica, além de seus diretores, gerentes ou representantes. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido." Fl. 1112DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.109 9 Em Recurso Voluntário o contribuinte Alfatronic S.A. reforçou suas argumentações apresentadas em impugnação e alegou que havia sim contestado a matéria relacionada ao aproveitamento indevido de crédito. Os demais autuados foram intimados tanto por correio quanto por edital, conforme fls. 948 e seguintes, mas não apresentaram Recurso Voluntário. Em fls. 1022 este Conselho proferiu um despacho e determinou a juntada do Recurso Voluntário do contribuinte que não havia sido digitalizado corretamente. A providência foi cumprida e o Recurso Voluntário foi juntado às fls. 1037. Este processo administrativo fiscal digital foi distribuído e pautado em acordo com as regras do regimento interno deste Conselho. Relatório proferido. Voto Vencido Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Relator. Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros Titulares, conforme Portaria de Condução e Regimento Interno, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, o tempestivo Recurso Voluntário do contribuinte Alfatronic de fls. 954 deve ser conhecido. Forma apresentadas as impugnações de Daniela Aparecida das Dores (fl. 843), Marcus Richetti (fl. 880) e Moracy Oswaldo das Dores (fl. 917), mas mesmo após intimação do Acórdão de primeira instância, com avisos de recebimento e intimação por edital em fls. 948 e seguintes, os respectivos Recursos VoluntárioS não foram apresentados. Com relação à preliminar de decadência, verificase que o contribuinte foi cientificado do Auto de Infração em 29/05/13, sendo que os fatos geradores são de 01 a 12 de 2007. Com a aplicação do Art. 173 do CTN, verificase que decaiu o lançamento após o primeiro dia de 2007, visto que, contando do primeiro dia útil do exercício seguinte (2008), até o primeiro dia útil de 2013, se passaram mais de 05 anos. Assim, não decaiu somente o mês de dezembro 2007. Com relação à alegação de aplicação do Art. 150, §4.º do CTN, mesmo em observação ao RESP 973.733 SC do STJ (em sede de recurso repetitivo), esta não merece provimento, visto que o contribuinte não declarou e também não comprovou pagamento parcial do IPI nestas operações. Fl. 1113DF CARF MF 10 Também não merece provimento a alegação de nulidade do lançamento por vício no MPF, visto que este tem caráter subsidiário ao lançamento, nos mesmos moldes e fundamentos de decidir da decisão de primeira instância. Com relação ao mérito, o lançamento não possui prova inequívoca e não possui um conjunto de evidências que justifiquem sua manutenção integral. Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 516, a empresa fiscalizada foi a IWS Comércio de Produtos de Limpeza e não o contribuinte autuado, que ora recorre. Inclusive, não há nos autos nenhuma cópia do processo administrativo em que consta a fiscalização da empresa IWS e, sem juntar nos autos a comprovação do que se alegou nos autos a respeito da empresa IWS, a fiscalização concluiu que todas as compras que a Alfatronic realizou com a IWS são fraudulentas, visto que possuem os mesmo sócios. É o que se verifica do exposto nas fls. 518 dos autos, trecho principal do TVF em que a fiscalização descreve o seguinte: São "evidências de emissão de notas frias" a alegação da fiscalização de que a IWS era uma empresa inexistente sem que nada tenha sido juntado nos autos que comprove tal afirmação? Por muitos motivos, é importante reconhecer que não. Sequer há nos autos a comprovação de que os sócios da IWS e da Alfatronic são os mesmos. Assim, ainda que o contribuinte não tenha contestado o aproveitamento indevido de crédito, contestou o lançamento como um todo e solicitou a não aplicação da multa de 225%, algo que neste caso em concreto merece provimento, porque a situação deve ser interpretada de forma favorável ao contribuinte, em razão do disposto no Art. 112 do Código Tributário Nacional. Em caso semelhante (multa qualificada em 150% e não em 225%) este conselho reforçou este entendimento. Assim, utilizase das sábias palavras do nobre Conselheiro Fábio Piovesan como referência temática, ao tratar da aplicação de caráter excessivo da multa de 150% no julgamento do Acórdão 2301004.797, conforme transcrito a seguir: "Do Caráter Excessivo da Multa Qualificada de 150% Nos termos do art. 44 da Lei nº 9.430/96, a multa de ofício de 75% será duplicada sempre nos casos previstos nos art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Referidos dispositivos tratam das figuras da sonegação, fraude e conluio, nos seguintes termos: Art. 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: Fl. 1114DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.110 11 I – da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II – das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. A caracterização das figuras de agravamento da multa demanda a comprovação (e não a mera alegação) de que o contribuinte agiu propositalmente com o objetivo de impedir o conhecimento do fato gerador por parte da fiscalização (sonegação); ou de modificar as características essenciais do fato gerador – o que pressupõe a ocorrência do fato gerador seguida de modificações naquelas características – introduzidas pelo contribuinte para se evadir da obrigação já existente (fraude); ou que duas ou mais pessoas ajustaram a realização de atos visado a qualquer um desses efeitos (conluio). Nessas situações, o contribuinte utilizasse de meios ilícitos, como a falsidade consubstanciada na rasura de documentos fiscais ou no registro de fatos inverídicos, para criar uma aparência não verdadeira perante o Fisco. A qualificação da multa não se contenta apenas com o ilícito tributário, ainda que realizado de forma reiterada. É preciso demonstrar que, no caso concreto, o contribuinte erigiu dolosa e indevidamente um obstáculo, um anteparo à adequada aplicação da norma tributária, a exigir da fiscalização um esforço adicional para desarmálo, sem o qual não seria possível alcançar o fato gerador da obrigação tributária. É esse comportamento reprovável do contribuinte com o fito de ludibriar os órgãos de controle, ofensivo a todo ordenamento jurídico, que autoriza a aplicação da multa qualificada. E tal comportamento deve ser provado pela fiscalização, com a apresentação da respectiva materialidade, sob pena de banalizar o instituto. Nesse contexto, é possível invocar a Súmula CARF nº 25, não pela matéria tributável tratada (imposto de renda incidente sobre omissão de rendimentos), mas pela obrigatória demonstração do contexto fraudulento pela fiscalização: Súmula CARF nº 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, Fl. 1115DF CARF MF 12 sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. No caso ora analisado, reputo não haver justificativa plausível para o lançamento da multa qualificada de 150%, devendo esta ser reduzida ao patamar comum das autuações de ofício, isto é, 75%, uma vez que: (a) a responsabilidade solidária restou insubsistente, em razão da ausência de conduta dolosa, fraudulenta ou simulada dos sócios Lúcio e Francélio, a partir do período de apuração janeiro/2010; e (...).” Neste caso, diante da impossibilidade de verificar nos autos a fraude supostamente ocorrida pela empresa IWS, não há razão para a aplicação da multa de ofício qualificada de 225%. Mas, ao mesmo tempo em que não é adequado aplicar a multa qualificada, é importante reconhecer que a fiscalização identificou um possível aproveitamento indevido de crédito em operações possivelmente fictícias de compra e venda de mercadoria e fiscalizou a Alfatronic (recorrente). O contribuinte, por sua vez, não apresentou o que foi solicitado durante a fiscalização e não comprovou o pagamento e recebimento das mercadorias. Situação que, por outro lado, justifica a manutenção da cobrança principal do IPI, por aproveitamento indevido de seu crédito básico. Com relação à responsabilidade dos sócios, apesar de não apresentados os seus Recursos Voluntários, a empresa Alfatronic os representa e apresentou Recurso Voluntário como já informado. Nesta oportunidade, a empresa solicitou a nulidade dos Termos de Sujeição Passiva Solidária. Verificase nos autos que não há qualquer descrição pormenorizada que informe a participação de Moracy Oswaldo das Dores nos fatos, informação que deixou de ser instruída pela fiscalização. Além desta constatação, é possível verificar nos Termos de Sujeição Passiva Solidária de fls. 843, 880 e 917, que estes foram lavrados em uma única vez, para dois processos, conforme print screen a seguir: Novamente verificase que os autos não foram suficientemente instruídos, visto que não há no Auto de Infração (fls. 741) e não há no Termo de Verificação Fiscal (fls. 516), nenhuma descrição individualizada a respeito da responsabilidade dos demais sócios ou pessoas físicas e as possíveis práticas de atos com excessos de poder. Diante de casos como este, é possível aplicar o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal, em Repercussão Geral, no Acórdão do RE 562.276, reforçado por recente decisão proferida no âmbito do STJ no RESP 1.656.723/SP, reproduzida a seguir: Fl. 1116DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.111 13 "Tratase de Recurso Especial interposto pela FAZENDA NACIONAL, contra acórdão prolatado, por unanimidade, pela 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, assim ementado (fl. 266e): AGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. RESPONSABILIDADE. GERÊNCIA/ADMINISTRAÇÃO. JUCESP. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A decisão agravada foi proferida em consonância com o entendimento jurisprudencial do C. STJ deste E. Tribunal, com supedâneo no art. 557, do CPC, inexistindo qualquer ilegalidade ou abuso de poder. 2. Conforme entendimento jurisprudencial pacificado, apesar de ser encargo da empresa o recolhimento de tributos, o mero inadimplemento ou atraso no pagamento não caracteriza a responsabilidade tributária disposta no artigo 135, III, do CTN. (...)." Desse modo, havendo uma mera indicação de responsabilidade dos sócios por parte da fiscalização, não há como manter suas responsabilidades neste caso, não devendo prosperar os Termos de Sujeição Passiva Solidária. CONCLUSÃO. Em face do exposto, votase para dar provimento parcial para o Recurso Voluntário, para reconhecer a decadência parcial, reduzir de 225% ao patamar legal de 112,5% e os sócios sejam excluídos do pólo passivo. Voto proferido. (assinado digitalmente) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 1117DF CARF MF 14 Voto Vencedor Marcelo Giovani Vieira, Redator Designado Peço licença ao Relator para divergir quanto aos seguintes pontos: Agravamento da Multa A multa aplicada foi agravada em 50%, nos termos do artigo 80, §7º da Lei 4.502/64: § 7o Os percentuais de multa a que se referem o caput e o § 6o deste artigo serão aumentados de metade nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos. Com efeito, a recorrente deixou de apresentar diversos elementos que foram intimados, conforme o seguinte trecho do Termo de Verificação Fiscal fl. 518: “De posse dessas informações e devido às evidências de emissão de notas frias intimamos a Alfatronic através do Termo de Intimação 003, lavrado em 19/10/2012 e cuja ciência se deu via postal através de aviso de recebimento (AR) em 16/11/2012, a apresentar os seguintes documentos/esclarecimentos: ‘5.1 – Cópias digitalizadas, em formato PDF, dos documentos que comprovem os efetivos pagamentos das mercadorias adquiridas durante o ano de 2007 pela ALFATRONIC junto a IWS COMERCIO DE PRODUTOS PARA LIMPEZA CNPJ: 01.395.980/0001 31 relativas às notas fiscais enviadas anteriormente em resposta ao termo de intimação 001. 5.2 – Cópias digitalizadas, em formato PDF, do(s) livro(s) de entrada e saída de mercadorias relativos ao ano de 2007. 5.3 – Cópias digitalizadas do Estatuto Social e das Atas das Assembléias. 5.4 – Livros Diário e Razão, relativos ao ano de 2007, em arquivos digitais utilizando o leiaute previsto na Instrução Normativa MPS/SRP nº 12 de 20 de junho de 2006. 5.5 – Informar nome e número das contas contábeis nas quais os pagamentos citados no item 1 acima encontramse contabilizados’ 6. Somente após expirado o prazo concedido, a Alfatronic entregou um CD contendo apenas e tão somente cópias digitalizadas dos livros de entrada (nos quais encontramse inclusive registradas as notas fiscais relativas às compras realizadas junto a IWS no ano de 2007) e saída de mercadorias e de uma Ata de Assembléia. O recibo SVA referente ao CD entregue encontrase no Anexo 13. Os demais itens não foram entregues dentre eles os arquivos digitais da contabilidade (item 5.4 acima) e os comprovantes de pagamento (item 5.1 acima) e Fl. 1118DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.112 15 nem sequer apresentou qualquer justificatyiva para o não atendimento ao que foi solicitado.” Como visto, diversos elementos não foram apresentados, inclusive livros Diário e Razão. Não é necessário dizer que tais livros são fundamentais para a auditoria das atividades da empresas. A recorrente não contesta esses fatos. A defesa, quanto à multa, alega vedação ao confisco, desproporcionalidade a ausência de dolo. Nenhuma dessas alegações atinge a tipicação da majoração da multa, tendo em vista a súmula Carf nº 21. Alega ainda que entregou o livro de entradas. Ora, os livros Diário e Razão contém muito mais informações que o livro de entradas, que poderiam resultar em outras infrações. Portanto, a fiscalização ficou sim prejudicada pela omissão da recorrente. Portanto, entendo perfeitamente caracterizada a majoração da multa, e nego provimento nesta parte. Qualificação da multa de ofício A qualificação da multa, pelo dobro, foi tipificada no art. 80, §6º, 71, 72 e 73 da Lei 4.502/64: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. (...) § 6o O percentual de multa a que se refere o caput deste artigo, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis, será: (...) II duplicado, ocorrendo reincidência específica ou mais de uma circunstância agravante e nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 desta Lei. (...) Art . 71. Sonegação é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; 1 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 1119DF CARF MF 16 II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Os fatos relatados dão conta de que houve creditamento, por parte da empresa, relativo a aquisições da empresa IWS, no montante de R$ 7.050.016,58. Todavia, a IWS tinha os mesmos sócios e diretores, e a recorrente não logrou comprovar tais aquisições, do que decorre a evidente constatação de criação fictícia de créditos, por meio de lastros confiáveis, como pagamentos ou qualquer outro meio. Mais uma vez, não houve, no Recurso Voluntário, contestação específica desses fatos, apenas alegações genéricas de ausência de prova. No caso, a convicção do julgador (art. 29 do PAF, Decreto 70.235/722) se forma pelo benefício auferido, sem lastro, e a completa falta de provas da recorrente. Portanto, nego provimento nesta parte. Responsabilidade solidária de Moracy Oswaldo das Dores Caracterizadas as infrações dolosas, os sócios administradores da empresa devem ser responsabilizados por gestão fraudulenta, nos termos do artigo 135, III do CTN. O Sr. Moracy Oswaldo das Dores era sócio administrador (Diretor Presidente) da empresa, conforme se constata nas Atas das assembléias, fls. 72/73, 82/83, durante grande parte do período fiscalizado, cf. fl. 86. Portanto, mantenho a responsabilidade solidária do Sr. Moracy, no período em que foi administrador da empresa. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira, Redator Designado. 2 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Fl. 1120DF CARF MF Processo nº 19515.720959/201316 Acórdão n.º 3201003.686 S3C2T1 Fl. 1.113 17 Fl. 1121DF CARF MF
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