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Numero do processo: 10580.000920/2001-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996
RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO.
Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas.
Numero da decisão: 3401-002.069
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente.
ANGELA SARTORI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. ANGELA SARTORI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 09 20 /2 00 1- 97 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de pedido de compensação de débito no valor de R$ 4.183,26, com crédito decorrente da Ação Ordinária n. 1997.33.5810, que tramitou na 1ª Vara Federal em Salvador/BA que reconheceu o crédito de R$ 431.433,29 (quatrocentos e trinta e um mil quatrocentos e trinta e três reais e vinte e nove centavos). Além do pedido do processo ora analisado, diversos outros foram protocolados, tendo recebido apenas o acima epigrafado. Referida ação tinha por objeto o reconhecimento do direito de compensar o PIS recolhido com base nos Decretos n. 2.445/1988 e 2.449/1988, com débitos declarados contra a Fazenda Nacional. Esta é a conclusão que se tem das cópias do processo cível anexadas aos autos, tanto da decisão do Tribunal Regional Federal da 1a Região, Apelação Cível n. 99.01.0256958/BA, que manteve a sentença de primeiro grau, reformandoa apenas no tocante à atualização monetária (fls. 17/24); quanto da sentença de primeiro grau (fls. 29/37). Para tanto, colacionase trecho da parte dispositiva da sentença, fl. 34: Ante o exposto, e considerando o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para reconhecer o direito da parte autora à repetição dos valores recolhidos a maior a título de contribuição para o PIS com base nos Decretosleis n.s 2.445 e 2.449, ambas de 1988, devidamente corrigidos, conforme apurados em liquidação de sentença, autorizando a compensação pleiteada com parcelas vincendas de contribuição da mesma espécie. Destaquese que o acórdão do TRF1 transitou em julgado em 01/03/2000 e dois dias depois foi remetido à vara de origem para os procedimentos de praxe, fl. 25. Três meses depois, os autos foram vistos em inspeção pelo juiz competente, o qual determinou a intimação das partes acerca do retorno dos autos, para se manifestarem no prazo de 05 dias, apresentando a competente memória de cálculo, fl. 26. O Recorrente protocolou o pedido de restituição em 20 de julho de 2001, fl. 39/40, ou seja, após o trânsito em julgado do acórdão que reconheceu o direito creditório. Em análise, fl. 47, a Secretaria da Receita Federal em Salvador – Serviço de Orientação e Análise Tributária informou que: Na situação em tela, verificase que o contribuinte possui decisão judicial transitada em julgado no processo de conhecimento, encontrandose a sentença que fundamenta o seu pedido em fase de execução, conforme consulta processual em anexo. Não é possível, portanto, a homologação da compensação pleiteada antes do encerramento do processo de execução ou da desistência da execução na via judicial. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 5 3 Assim, em face do exposto, proponho que a análise do pedido de compensação se dê após a manifestação do TRF da 1a Região sobre o crédito controvertido, ficando os débitos suspensos em face da discussão judicial quanto ao valor deste, até que se profira decisão definitiva na aludida ação executiva. Posteriormente, em despacho decisório de fls. 51/54 a autoridade fiscal não homologou a compensação pleiteada tendo em vista que a sentença favorável aos interesses do Recorrente transitou em julgado e se encontra em fase de execução, conforme ementa abaixo: COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. No caso de haver título judicial em fase de execução, cujo objeto seja idêntico a Pedido ou Declaração de Compensação, esta só será realizada, perante a RFB, se o contribuinte comprovar a desistência da ação judicial, fazendo a opção pela via administrativa. Compensação não homologada. Cientificado em 05/06/2009, apresentou manifestação de inconformidade em 18/06/2009, na qual argumenta que em virtude da revogação dos efeitos suspensivos relativos aos débitos do PAF ora discutido, foi impedido de emitir CND razão pela qual ingressou com medida liminar em mandado de segurança n. 2002.33.00.0232244 junto à 1ª Vara da Justiça Federal, com o único objetivo de restaurar tal suspensão o que foi concedido, fls. 86/87. Alega, ainda que o princípio da verdade material deve ser buscado pela fiscalização, restando clara a afronta por parte da DRF ao disposto no art. 151 do CTN. Requereu, ao final, o imediato afastamento dos efeitos da exigibilidade do crédito tributário, sob pena de infração ao referido princípio. A 4ª Turma da DRJ/SDR, no acórdão n. 1521.105, manteve a decisão exarada pela DRF de Salvador, no tocante à não homologação da compensação pleiteada, conforme ementa que transcrevemos a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 Ementa: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Crédito Tributário Mantido Em razão da insuficiência de informações da ementa, transcrevese trecho do voto: Fl. 167DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Nos termos da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal – RFB n° 21, 10 de março de 1997, consolidada pela IN 73, 15 de setembro de 1997, a utilização de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, para compensação, somente poderá ser efetuada, no caso de título judicial em fase de execução, se o contribuinte comprovar junto à unidade da RFB a desistência da execução e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, uma vez obtida a satisfação do bem pretendido na ação ordinária n. 1997.33.5810, a lei faculta ao impetrante o direito de repetir o indébito ou a compensação dos valores devidos, devendo ser feita a opção naqueles autos com a desistência da execução. Reiterese que o interessado não pode, todavia, por via oblíqua, obter outro provimento jurisdicional, dado o risco de tornarse detentor de dois títulos executivos, na esfera judicial, a execução, e no processo administrativo, a restituição e compensações a esta vinculada, fato que foi levado em consideração na apreciação do processo n. 10580.000290/0017, para indeferilo, sendo vedado ao interessado utilizar novamente os créditos para compensação administrativa após ter obtido judicialmente o direito à repetição dos valores pagos a maior, do contrário haveria um enriquecimento ilícito às custas dos cofres públicos. Em recurso voluntário tempestivo, o ora recorrente aponta que o indeferimento do pedido de compensação prejudicao, haja vista que o crédito admitido pela autoridade fiscal difere consideravelmente do montante apontado em laudo pelo perito nomeado pelo Juiz da 1ª Vara Federal – R$ 408.931,58. Argumenta, ainda, que a decisão recorrida afronta dispositivo constitucional, a saber, o inciso XXXVI, do art. 5º, da CF/88, ao não observar o princípio da irretroatividade. Defende que o art. 170A do CTN não se aplica ao caso em comento, bem como, que o protocolo do pedido se deu em 12/02/2001, portanto dentro do período da anterioridade tributária, conforme o art. 195, §6º da CF/88. Não obstante, aduz que o decisum ignora determinação judicial quanto à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, no montante de R$ 408.931,58, obtida através de mandado de segurança, o que resultaria em ato de inconstitucionalidade. Ademais, repisa os argumentos utilizados para defender a aplicação do princípio da verdade material, e ao final, requer o integral provimento do recurso voluntário, com a consequente homologação do pedido de compensação e a reforma do acórdão hostilizado. Protesta, ainda, pela juntada posterior de documentos, com fundamento no art. 16, §4º do Decreto n. 70.235/72. É o relatório. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Relator Angela Sartori O recurso é tempestivo, contudo dele não tomarei conhecimento pelo que passo a explanar a seguir. Da Impossibilidade de Apreciação da Inconstitucionalidade de Lei Tributária pelo CARF A respeito das alegações de inconstitucionalidade expendidas no bojo do recurso que se aprecia, já está pacificado nesta corte administrativa o entendimento que o CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária, cabendo tal prerrogativa tão somente ao Poder Judiciário, justamente em razão da jurisdição por ele exercida. Oportunamente, trazemos à baila o enunciado da súmula n. 2 do CARF que elucida terminantemente a questão: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Tecidas as considerações preliminares, há que se apreciar o mérito da questão. DO MÉRITO O Recorrente transmitiu pedido de compensação, em 09/02/2001 (fl.01), por intermédio do qual busca compensar créditos de PIS, com débitos da mesma contribuição social, no valor de R$ 4.183,26, além de outros mais, noticiados pela autoridade judicial na fl. 86/87. O crédito, por sua vez, está lastreado em sentença proferida nos autos da ação ordinária n. 1997.33.5810, onde o ora recorrente logrou êxito no reconhecimento do direito de compensar o PIS, recolhido indevidamente com base nos Decretos n. 2.445/1988 e 2.449/1988, com débitos declarados contra a Fazenda Nacional. A SEORT em Salvador identificou a existência de ação judicial e acostou em fls. 41/44 e 46 cópias de consulta processual que permitem verificar que a sentença se encontra em fase de execução desde 26/09/2000. Em outras palavras, quando da transmissão do pedido de compensação, a Bom Brasil Óleo de Mamona Ltda já contava com decisão transitada em julgado, contudo, em fase de execução na via judicial. Notificada por diversas vezes a apresentar a desistência do pedido, ante a impossibilidade de trâmite simultâneo entre as demandas administrativas e judiciais, o ora Fl. 169DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 recorrente optou por prosseguir com a execução, limitandose a justificar em sede de recurso voluntário que, caso o fizesse, ficaria irreparavelmente prejudicado, fl. 113. Diante do exposto, temse que é fato incontroverso nos autos que o contribuinte optou por continuar com a execução judicial, não desejando desistir daquela ação, com base em mérito próprio. No tocante à possibilidade de compensação do título executivo com o débito declarado, entendo que não há reparos a se fazer isto porque, o art. 17 da IN SRF n. 21/97, com as alterações conferidas pela IN SRF n. 73/97, determina que nos casos de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, quando o título executivo se encontre em fase de execução, deverá o contribuinte primeiro desistir da esfera judicial e comprovar a desistência junto à unidade da SRF, assumindo todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios, para depois ingressar na via administrativa: Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. (Redação dada pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) § 1° No caso de título judicial em fase de execução, a restituição, o ressarcimento ou a compensação somente poderão ser efetuados se o contribuinte comprovar junto à unidade da SRF a desistência, perante o Poder Judiciário, da execução do título judicial e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. (Redação dada pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) § 2° Não poderão ser objeto de pedido de restituição, ressarcimento ou compensação os créditos decorrentes de títulos judiciais já executados perante o Poder Judiciário, com ou sem emissão de precatório. (Incluído pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) Desta feita, obtido o provimento, a legislação faculta ao contribuinte a opção de prosseguir pela via judicial ou desistir da ação e repetir o indébito via PAF, devendo a opção ser feita nos autos do processo judicial e posteriormente comprovada na SRF. Cumpre destacar que o dispositivo legal se encontrava em plena vigência quando da transmissão do pedido de compensação, sendo esta a principal razão do impedimento para o aproveitamento de seus créditos. Certo é que não se pode questionar a razão de ser do dispositivo acima transcrito, pois os valores pleiteados nas compensações e restituições poderiam ser recebidos em duplicidade tendo em vista a concomitância. Ademais, cumpre observar que o método expresso na Instrução Normativa e que até hoje se mantém, já foi objeto de apreciação pelo Superior Tribunal de Justiça, que a considerou válida e em adequação com o art. 26 do Código de Processo Civil, conforme se percebe do seguinte aresto: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. OPÇÃO PELA COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO EXECUTÓRIA. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 7 7 1. O acórdão recorrido analisou todas as questões necessárias ao desate da controvérsia, só que de forma contrária aos interesses da parte. Logo, não padece de vícios de omissão, contradição ou obscuridade, a justificar sua anulação por esta Corte. Tese de violação do art. 535 do CPC repelida. 2. Entendimento desta Corte no sentido de que a pretensão pela compensação dos créditos reconhecidos judicialmente contra a Fazenda, requer expressa desistência da ação de execução, a fim de evitar cobrança em duplicidade. Precedentes: AgRg no REsp 1090228/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe de 29.9.2010; AgRg no REsp 936230/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 10.9.2010; REsp 828262/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe de 25.5.2006. 3. A previsão disposta no art. 51, § 2º, V, da IN/SRF n. 600/2005, que exige, além da comprovação da desistência da execução dos créditos, a assunção de todas as custas e honorários advocatícios referentes ao processo executório, se encontra em harmonia com o preceituado no art. 26 do CPC, o qual dispõe que "se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu". Logo, não há falar em qualquer ilegalidade do procedimento adotado pela SRF. 4. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1273277/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 03/05/2012) Portanto, a opção pela via judicial implica na renúncia da via administrativa, bem como dos recursos eventualmente interpostos pelo sujeito passivo, tal qual o caso. Vejamos o teor da súmula nº 01 do CARF: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Do mesmo modo, não se pode admitir o prosseguimento do feito, pois se estaria abrindo a possibilidade de o Recorrente tornarse detentor de dois títulos executivos e do recebimento em duplicidade, tanto via precatório, quanto por compensação. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 CONCLUSÃO: Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário para manter a decisão da DRJ em sua integralidade. Ângela Sartori (assinado digitalmente) Relator Angela Sartori Relator Fl. 172DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000162/2009-12
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/1997 a 30/11/1998
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 2403-001.718
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 62 /2 00 9- 12 Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000162/200912 Acórdão n.º 2403001.718 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília, Acórdão 0335.292 da 7ª Turma, que julgou improcedente a impugnação. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal — AIOP, lavrado em nome do contribuinte em epígrafe, sob DEBCAD n° 37.210.0171, em 03/02/2009, no qual foram incluidas as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga a segurados (cota patronal e cota destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho), além dos juros e multa correspondentes, totalizando o crédito tributário no valor de R$ 61.681,50. 0 período fiscalizado é de 03/1996 a 03/2001, sendo que o lançamento abrange a(s) competência(s) 09/1997 a 11/1998. O Relatório Fiscal de fls. 25/33 informa que o presente lançamento é realizado em substituição às Notificações de Lançamento de Débito — NFLD, no 35.019.6095 e 35.019.6087, lavradas em nome do contribuinte Via Engenharia S/A. Referidas notificações foram anuladas pelo Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS por erro de fundamentação legal. A anulação das NFLD mencionadas foi cientificada à. Via Engenharia S/A a partir de 18/02/2004, de forma, que, considerando o disposto no artigo 173, II, do CTN, a Fazendo Pública pode constituir do crédito em epígrafe em até 5 anos contados da data em que se tomar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado. Nas notificações julgadas nulas considerouse a existência da responsabilidade solidária entre os prestadores (e subempreiteiros) e o tomador de serviços por cessão de mãode obra (Via Engenharia S/A), diante da ausência de recolhimentos pelos prestadores e em razão de o tomador não Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 ter apresentado os documentos de elisão da responsabilidade solidária (folha de pagamento, GFIP, GRPS/GPS, etc). As NFLD foram julgadas nulas por erro de fundamentação legal, já que estavam amparadas somente no artigo 30, VI da Lei 8.212/91, e deveriam, no caso de solidariedade de subempreitada, estar fundamentadas também no artigo 124, I, do Código Tributário Nacional — CTN. Isto porque o artigo 30, VI, da Lei 8.212/91, à época do período lançado, não tratava de subempreitada, tratando apenas de cessão de mãodeobra. Assim, para aquela parcela do débito, a fundamentação legal seria a aplicação da solidariedade em razão da existência de interesse em comum na situação que constitui o fato gerador, prevista no artigo 124, I, do CTN. 0 Relatório Fiscal informa ainda que os fatos geradores foram verificados mediante análise dos seguintes elementos: Livros Diário e Razão, Notas Fiscais de serviço/faturas, Contratos de prestação de serviços, Folhas de Pagamentos e Guias de recolhimento de prestadores de serviço/subempreiteiros, contas correntes de prestadores de serviço/subempreiteiros, Declarações de existência de contabilidade formalizada dos prestadores de serviço/subempreiteiros, apresentados pela empresa Via Engenharia S/A na ocasião da lavratura das NFLD substituídas. Nas NFLD substituídas também consta planilha, na qual foram relacionados os pagamentos de faturas/notas fiscais de prestadores de serviço de mãodeobra e subempreiteiras, contendo informações referentes à data do pagamento, conta em que foi efetuado o lançamento, centro de custo, valor da nota fiscal/fatura, observações sobre o serviço prestado, número da nota fiscal/fatura, prestador de serviço/CNPJ, percentual aplicado sobre o valor da nota fiscal, salário de contribuição apurado, abatimento de eventuais salários de contribuição contidos em guias apresentadas e salário de contribuição do débito apurado. A empresa Via Engenharia S/A foi intimada a apresentar as Guias de Recolhimento e folhas de pagamento ou GFIP referentes aos pagamentos constantes da planilha, com fins de elidir a responsabilidade solidária. Também foi oportunizada a referida empresa a apresentação de outros elementos, caso discordasse dos percentuais aplicados para efeitos de aferição do salário de contribuição. Em análise dos contacorrentes dos prestadores de serviços, verificouse que a maior parte não apresentava recolhimentos compatíveis com os serviços prestados e outros sequer apresentavam recolhimento. Não foram incluídos para efeito de aferição indireta os prestadores de serviços que apresentaram recolhimento compatível com os valores das notas fiscais/faturas, desde que a natureza dos mesmos permitia a apresentação de uma guia de recolhimento genérica com recolhimento englobado no CGC/CNPJ, e os prestadores de serviços que, mesmo tendo apresentado guia de recolhimento com valor inferior ao Fl. 110DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000162/200912 Acórdão n.º 2403001.718 S2C4T3 Fl. 4 5 previsto, apresentaram declaração de contabilidade firmada pelo responsável pela empresa e pelo contador. Por fim, foram abatidos do débito os recolhimentos efetuados por aqueles prestadores que apresentaram recolhimentos inferiores e não houve apresentação de declaração de contabilidade. Na substituição dos débitos anulados, foram excluídos os períodos em que as prestadoras de serviço eram optantes pelo SIMPLES e os levantamentos atinentes a prestadores de serviço que, no período, tiveram seus débitos incluídos no REFIS. Portanto, diante da não elisão da responsabilidade solidária, o presente débito foi apurado por aferição indireta, sendo que o salário, de contribuição foi calculado aplicando percentuais sobre os valores das notas fiscais/faturas, conforme detalhado às fls. 24/25 dos autos. No que concerne à responsabilidade solidária, o Relatório Fiscal acrescenta que, conforme artigo 896 do Código Civil, a mesma não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes. No caso, o arbitramento pelo faturamento para apurar a base de cálculo das contribuições previdenciárias, na hipótese de fiscalização de prestadores de serviços mediante cessão de mãodeobra, está previsto no artigo 33 da Lei 8.212/91. 0 procedimento previsto no diploma legal foi detalhado, na época do lançamento, na OS/INSS/DAF n° 176/1997 e, antes, pela OS/INSS/DAF n° 83/1993. Para o período anterior a vigência da Lei 9.528/97, a solidariedade de débitos de subempreiteiros está fundamentada no artigo 124, inciso I, do Código Tributário Nacional. A partir da Lei 9.528/97, o fundamento legal da solidariedade de débitos de subempreiteiros passa a ser o artigo 30, inciso VI, da Lei 8.212/91. Em relação à. solidariedade de débitos de empresas contratantes de serviços por cessão de mãodeobra, seu fundamento legal, para os fatos geradores ocorridos até 01/1999, é o artigo 31 da Lei 8.212/91. Consta, às fls. 34/35, Termo de Sujeição Passiva Solidária, cientificado em 11/02/2009 ao sujeito passivo solidário S. S dos Santos Diniz ME, 02.049.321/000106, conforme documento de fls. 36, juntamente com o Auto de Infração sob comento. |Do resultado do julgamento foi dado ciência exclusivamente à Via Engenharia em 25/02/2010. Inconformada com a decisão, a empresa Via Engnharia apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: Fl. 111DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 · Nulidade do crédito lançado. · Os acórdãos administrativos de última instância que reconheceram a nulidade do crédito lançado foram prolatados em 31 de outubro de 2003. A notificação do contribuinte, todavia, ocorreu por conveniência da administração pública fazendária apenas na data em fevereiro de 2004. · Decadência. · Até o momento da apresentação da impugnação não havia sido notificado o contribuinte do lançamento do crédito tributário em discussão. Disso decorre que o crédito, indiscutivelmente, também já decaiu para o contribuinte. · A cobrança da multa é indevida por que a contribuinte não participou do comportamento, nada sonegou, nenhum ato ilícito cometeu daí a inviabilidade de ser punida por ato de terceiro. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000162/200912 Acórdão n.º 2403001.718 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator Apesar do vício constatado, somente dar ciência a 1 devedor do resultado do julgamento de primeira instância, por economia processual, passo a analisar o presente processo. DECADÊNCIA – PRESTADOR DO SERVIÇO Consta do processo, folhas 34/35, Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado contra a empresa S.S DOS SANTOS DINIZ ME em 03/02/2009. A ciência ao contribuinte foi dada em 11/02/2009. Os fatos geradores ocorreram entre 09/1997 e 11/1998. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do prazo decenal para a decadência dos créditos previdenciários devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Pelo intervalo de tempo decorrido entre os fatos geradores e a ciência do sujeito passivo constatase que ocorreu a decadência do crédito tributário por qualquer critério estabelecido pelo CTN. DECADÊNCIA – TOMADOR DO SERVIÇO O acórdão administrativo de última instância (CaJ/CRPS) que reconheceu a nulidade do crédito lançado foi prolatado em 31 de outubro de 2003. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 A notificação do contribuinte ocorreu em 2004. Segundo o CTN, a decadência opera decorridos 5 anos da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Estabelece o Decreto 70.235/72 que são definitivas as decisões de segunda instância de que não caiba recurso. Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. O Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, vigente à época da anulação, estabelecia a Câmara de Julgamento como única instância para julgar os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes. PORTARIA MPAS Nº 2.740, DE 26 DE JULHO DE 2001 DOU DE 03/08/2001 Art. 13.Compete às Câmaras de Julgamento: Fl. 114DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000162/200912 Acórdão n.º 2403001.718 S2C4T3 Fl. 6 9 I julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento ou ato normativo ministerial; e II julgar, em única instância, os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes, inclusive a que indefere o pedido de isenção de contribuições, bem como, com efeito suspensivo, a decisão cancelatória da isenção já concedida podendo, para tanto, anular os atos da constituição do crédito previdenciário e os que impõem penalidade administrativa. Entendo que quando prolatada a decisão pela Câmara de Julgamento do CRPS, a decisão tornouse definitiva. Com base no acima exposto, entendo que se operou a decadência visto que o prazo, da data em que se tornou definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado (31/10/2003) até o novo lançamento (18/02/2009) foi maior que 5 anos. CONCLUSÃO Voto pelo provimento do recurso em razão da decadência. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 115DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 19515.000257/2002-60
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1997, 1998
IRPF - VERBAS RECEBIDAS A TÍTULO DE AUXÍLIO GABINETE DESTINADAS AO CUSTEIO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR. NÃO INCIDÊNCIA.
As verbas concedidas aos parlamentares, a título de auxílio gabinete, destinadas ao custeio do exercício da atividade parlamentar, não estão sujeitas à incidência do imposto de renda pessoa física, uma vez não se caracterizarem como renda, mas, sim, em recursos para o trabalho e não pelo trabalho, salvo na hipótese em que a fiscalização lograr comprovar que o parlamentar utilizou referidos valores em benefício próprio, não relacionado à sua atividade, o que não se vislumbra no caso vertente.
Recurso especial do Procurador negado e do Contribuinte provido.
Numero da decisão: 9202-002.384
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso da Fazenda Nacional e em dar provimento ao recurso do Contribuinte.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Relator
EDITADO EM: 12/11/2012
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1997, 1998 IRPF - VERBAS RECEBIDAS A TÍTULO DE AUXÍLIO GABINETE DESTINADAS AO CUSTEIO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR. NÃO INCIDÊNCIA. As verbas concedidas aos parlamentares, a título de auxílio gabinete, destinadas ao custeio do exercício da atividade parlamentar, não estão sujeitas à incidência do imposto de renda pessoa física, uma vez não se caracterizarem como renda, mas, sim, em recursos para o trabalho e não pelo trabalho, salvo na hipótese em que a fiscalização lograr comprovar que o parlamentar utilizou referidos valores em benefício próprio, não relacionado à sua atividade, o que não se vislumbra no caso vertente. Recurso especial do Procurador negado e do Contribuinte provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso da Fazenda Nacional e em dar provimento ao recurso do Contribuinte. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Relator EDITADO EM: 12/11/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire.
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NÃO INCIDÊNCIA. As verbas concedidas aos parlamentares, a título de auxílio gabinete, destinadas ao custeio do exercício da atividade parlamentar, não estão sujeitas à incidência do imposto de renda pessoa física, uma vez não se caracterizarem como renda, mas, sim, em recursos para o trabalho e não pelo trabalho, salvo na hipótese em que a fiscalização lograr comprovar que o parlamentar utilizou referidos valores em benefício próprio, não relacionado à sua atividade, o que não se vislumbra no caso vertente. Recurso especial do Procurador negado e do Contribuinte provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso da Fazenda Nacional e em dar provimento ao recurso do Contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 02 57 /2 00 2- 60 Fl. 302DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator EDITADO EM: 12/11/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório CARLOS ALBERTO BEL CORREIA, contribuinte, pessoa física, já devidamente qualificado nos autos do processo administrativo em epígrafe, teve contra si lavrado Auto de Infração, em 26/07/2002, exigindolhe crédito tributário concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente de omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica (Assembléia Legislativa de São Paulo – ALESP), em relação aos anoscalendário 1997 e 1998, mais precisamente de 05/1997 a 12/1998, conforme peça inaugural do feito, às fls. 37/41, e demais documentos que instruem o processo. Após regular processamento, interposto recurso voluntário ao então Primeiro Conselho de Contribuintes contra Decisão da 6a Turma da DRJ em São Paulo/SP, consubstanciada no Acórdão nº 8.380/2004, às fls. 85/98, que julgou procedente o lançamento fiscal em referência, a Egrégia 6a Câmara, em 06/03/2008, por maioria de votos, achou por bem DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO VOLUNTÁRIO DO CONTRIBUINTE, o fazendo sob a égide dos fundamentos inseridos no Acórdão nº 106 16.799, sintetizados na seguinte ementa: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1998, 1999 IRPF LANÇAMENTO DE OFÍCIO COMPETÊNCIA DA UNIÃO FEDERAL Somente entes políticos dotados de poder legislativo têm competência para instituir tributos, sendo tal poder indelegável. A competência constitucional para instituir o imposto de renda é da União Federal, cujo lançamento é atribuído por lei aos AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil. Assim, mesmo no caso de tributos sujeitos à repartição constitucional das receitas tributárias da União Federal para Estados e Municípios, a União é a entidade que detém competência sobre o imposto de renda. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 19515.000257/200260 Acórdão n.º 9202002.384 CSRFT2 Fl. 297 3 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. AUXÍLIOENCARGOS GERAIS DE GABINETE E HOSPEDAGEM. Compete à União instituir imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, bem corno estabelecer a definição do fato gerador da respectiva obrigação. As verbas recebidas por parlamentar como auxilio de gabinete e hospedagem estão contidas no âmbito da incidência tributária e devem ser consideradas como rendimento tributável na Declaração de Ajuste Anual. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. A responsabilidade da fonte pagadora pela retenção na fonte do recolhimento do tributo não exclui a responsabilidade do beneficiário do respectivo rendimento de s MULTA DE OFÍCIO EXCLUSÃO Deve ser excluída do lançamento a multa de oficio quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. JUROS SELIC segundo a Súmula 1° CC n° 4: "A partir de 10 de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa .referencial Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais". Recurso voluntário parcialmente provido.” Irresignada, a Procuradoria interpôs Recurso Especial, às fls. 204/210, com arrimo no artigo 7o, inciso II, do então Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, procurando demonstrar a insubsistência do Acórdão recorrido, desenvolvendo em síntese as seguintes razões: Após breve relato das fases ocorridas no decorrer do processo administrativo fiscal, insurgese contra o Acórdão atacado, alegando ter contrariado entendimento levado a efeito pelas demais Câmaras dos Conselhos de Contribuintes/CARF e, bem assim, da Câmara Superior de Recursos Fiscais a respeito da mesma matéria, impondo seja conhecido o recurso especial da recorrente, uma vez comprovada à divergência arguida. Em defesa de sua pretensão, sustenta que a jurisprudência deste Colegiado, traduzida no Acórdão n° 10247.268, ora adotado como paradigma, impõe que a declaração inexata, nos termos do inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430, é causa para aplicação da multa de ofício, independentemente da intenção do agente, ao contrário do que restou assentado pelo decisum recorrido, entendendo que o contribuinte fora induzido a erro pela fonte pagadora. Reitera que a responsabilidade por infrações à legislação tributária independe da intenção do agente, razão pela qual não deve ser afastada a penalidade por força de um suposto erro do contribuinte. Contrapõese ao Acórdão atacado, por entender que a eventual informação incorreta prestada pela fonte pagadora não tem o condão de macular o lançamento fiscal, cabendo ao contribuinte, a princípio, requerer o ressarcimento em face da empresa, sobretudo por inexistir dispositivo legal dispensando a aplicação da multa de ofício, não podendo a Fl. 304DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 4 Câmara recorrida assim proceder, sob pena de afronta ao artigo 97, inciso VI, do Código Tributário Nacional. Assevera que, ao excluir a multa de ofício, em virtude de um suposto erro do contribuinte, a Câmara a quo deixou de aplicar uma norma vigente com base em um subjetivismo, malferindo o disposto no artigo 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96, c/c artigo 136 do CTN, sendo defeso ao aplicador da lei, de forma discricionária, deixar ou não de aplicar a multa, a partir de mera conveniência. Por fim, requer o conhecimento e provimento do Recurso Especial, impondo a reforma do decisum ora atacado, nos termos encimados. Submetido a exame de admissibilidade, a ilustre Presidente da 6ª Câmara do 1o Conselho de Contribuintes, entendeu por bem negar seguimento ao Recurso Especial da Procuradoria, sob o argumento de que a recorrente não logrou comprovar que o Acórdão recorrido divergiu do entendimento consubstanciado em outras decisões contemplando matéria idêntica, conforme Despacho nº DDF106158317_352/2008, às fls. 212/214, razão pela qual a Fazenda Nacional interpôs Agravo, de fls. 217/220, reiterando a existência de dissídio jurisprudencial, tendo obtido êxito em sua empreitada, nos termos do Despacho n° 2101 0108/2009, às fls. 222/223, da lavra do Presidente da 1a Câmara da 2a SJ do CARF. Instado a se manifestar a propósito do Recurso Especial da Fazenda Nacional, o contribuinte apresentou suas contrarrazões, às fls. 232/238, corroborando as razões de decidir do Acórdão recorrido, em defesa de sua manutenção. Igualmente, o contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência, às fls. 239/265, com arrimo no artigo 67 do RICARF, contra parte do Acórdão ora guerreado, mais precisamente em relação à natureza indenizatória das verbas de gabinete, independentemente da prestação de contas, reiterando as razões de fato e de direito esposadas em seu recurso voluntário, adotando como paradigma o Acórdão nº 10248.798, de maneira a comprovar a divergência pretendida, sobretudo quanto à destinação de tais verbas, ou seja, para o trabalho e não pelo trabalho, de maneira a lhe conferir caráter não remuneratório. Levado, o Recurso Especial de Divergência do contribuinte à análise da observância dos pressupostos de admissibilidade, o nobre Presidente da 2ª Câmara da 2a SJ do CARF, vislumbrou a divergência arguida, dando seguimento ao recurso do autuado, nos termos do Despacho nº 220000.332/2010, às fls. 288/290, tendo a Fazenda Nacional apresentado suas contrarrazões, às fls. 293/294, requerendo o improvimento do recurso, com a consequente manutenção do Acórdão atacado. É o relatório. Fl. 305DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 19515.000257/200260 Acórdão n.º 9202002.384 CSRFT2 Fl. 298 5 Voto Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, sendo tempestivos e acatadas pelo ilustre Presidente da 2ª Câmara da 2a Seção de Julgamento do CARF as divergências suscitadas, conheço dos Recursos Especiais da Procuradoria e do Contribuinte e passo à análise das razões recursais. Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, em face do contribuinte fora lavrado Auto de Infração exigindolhe crédito tributário concernente ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente de omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica (Assembléia Legislativa de São Paulo – ALESP), em relação aos anoscalendário 1997 e 1998, mais precisamente de 05/1997 a 12/1998. Por sua vez, a Câmara recorrida entendeu por bem rechaçar em parte a exigência fiscal, excluindo a multa de ofício, utilizando como fundamento ao decisum o fato de o contribuinte ter agido de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, ensejando a interposição dos recursos especiais da Procuradoria e do Contribuinte. De um lado, a Fazenda Nacional pretende seja reformado o decisum em vergasta, alegando ter contrariado a jurisprudência administrativa a respeito do tema, representada pelo Acórdão n° 10247.268, ora adotado como paradigma, o qual impõe que a declaração inexata, nos termos do inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430, é causa para aplicação da multa de ofício, independentemente da intenção do agente, ao contrário do que restou assentado pelo decisório recorrido, entendendo que o contribuinte fora induzido a erro pela fonte pagadora. A fazer prevalecer seu entendimento, aduz que a eventual informação incorreta prestada pela fonte pagadora não tem o condão de macular o lançamento fiscal, cabendo ao contribuinte, a princípio, requerer o ressarcimento em face da empresa, sobretudo por inexistir dispositivo legal dispensando a aplicação da multa de ofício, não podendo a Câmara recorrida assim proceder, sob pena de afronta ao artigo 97, inciso VI, do Código Tributário Nacional. De outra banda, o contribuinte, igualmente, se opõe ao decisório combatido, mais precisamente em relação à natureza indenizatória das verbas de gabinete, independentemente da prestação de contas, reiterando as razões de fato e de direito esposadas em seu recurso voluntário, adotando como paradigma o Acórdão nº 10248.798, de maneira a comprovar a divergência pretendida, notadamente quanto à destinação de tais verbas, ou seja, para o trabalho e não pelo trabalho, de maneira a lhe conferir caráter não remuneratório. Antes mesmo de contemplar as razões meritórias propriamente ditas, impende explicitar que analisaremos primeiramente as razões recursais suscitadas pelo contribuinte, por se referir à própria procedência do lançamento (principal), de maneira que, Fl. 306DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 6 uma vez acolhida a sua pretensão, automaticamente, cai por terra o requerimento da Fazenda Nacional (acessório – multa de ofício). Consoante se infere dos autos, concluise que a pretensão do Contribuinte merece acolhimento, por espelhar a melhor interpretação a respeito do tema. Do exame dos elementos que instruem o processo, constatase que o Acórdão recorrido apresentase em descompasso com a jurisprudência deste Colegiado, como passaremos a demonstrar. Com efeito, essa Colenda Câmara Superior de Recursos Fiscais já se manifestou em diversas ocasiões a respeito da matéria, decidindo pela não incidência do imposto de renda sobre as importâncias pagas a título de auxílio gabinete, conforme se extrai do decisum da lavra do ilustre Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, exarado nos autos do processo nº 19515.000482/200204, Acórdão nº 920200053 (Sessão de 17/08/2009), o qual peço vênia para transcrever ementa e excerto do voto e adotar como razões de decidir, in verbis: “Ementa: Assunto: Imposto de Renda Pessoa Fisica IRPF VERBA GABINETE. IMPOSTO DE RENDA. VALORES UTILIZADOS NO EXERCICIO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR NÃO INCIDÊNCIA Os valores recebidos pelos parlamentares, a titulo de verba de gabinete, necessários ao exercício da atividade parlamentar, não se incluem no conceito de renda por se constituirem em recursos para o trabalho e não pelo trabalho. A premissa exposta no item anterior não se aplica nos casos em que a Fiscalização apurar que o parlamentar utilizou ditos recursos em beneficio próprio não relacionado à atividade Parlamentar. Recurso especial negado VOTO: [...] Sem entrar no mérito político da decisão da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo de aprovar a Resolução 783, de 1997, cujo artigo 11 prevê a instituição do denominado “Auxílio Encargos Gerais de Gabinete de Deputado e Auxílio Hospedagem” destinado a cobrir gastos com o funcionamento e manutenção dos Gabinetes, hospedagens, combustível, lubrificantes, extração de cópias reprográficas, expedição de cartas e telegramas, assinaturas de jornais e revistas, fornecimento de materiais de escritório, impressão de livretos e tablóides parlamentares, periódicos e demais despesas inerentes ao pleno exercício das atividades parlamentares”, cabe perquirir se a referida verba tinha natureza indenizatória ou remuneratória. Em regra, nas verbas de natureza indenizatória, a fonte que alcança os recursos necessários ao seu adimplemento exige prestação de contas. No caso dos autos, entretanto, no período em questão, apesar da Assembléia Legislativa mencionar que tais verbas destinavamse ao pagamento das despesas inerentes ao exercício do mandado de Deputado Estadual (art. 11, § 2°, I Fl. 307DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 19515.000257/200260 Acórdão n.º 9202002.384 CSRFT2 Fl. 299 7 a VII da Resolução 783, de 01 de julho de 1997), não exigia prestação de contas, exigência que somente iniciou a fazer a partir da Resolução n° 822, de 14 de dezembro de 2001, cujos artigos 1° e 2°, assim dispõem: [...] Questão a ser enfrentada diz respeito à natureza jurídica do citado “auxílio” antes da Resolução n° 822, de 14 de dezembro de 2001, em que a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo não exigia a devida comprovação das despesas. O fato da fonte que aporta os recursos não exigir a comprovação das despesas seria suficiente para mudar a natureza jurídica dos valores correspondentes? Entendo que a exigência ou não de comprovação das despesas não transforma em renda aquilo que não é renda. Se eu digo que a comprovação dos valores correspondentes aos meios necessários ao exercício de determinada atividade não se constitui em rendimentos, não será o fato da fonte que alcança os recursos, destinados ao mesmo fim, dispensar a respectiva comprovação, que tais valores se transformarão em renda, aqui entendida como riqueza nova, acréscimo patrimonial. [...] Tenho que as “verbas de gabinete” se constituem nos meios necessários para que o parlamentar possa exercer seu mandado. A não exigência de prestação de contas da forma com que foi gasta a citada verba é questão que diz respeito ao controle e a transparência da Administração. Isto, todavia, não transporta a “verba de gabinete” do campo da indenização para o campo dos rendimentos caracterizados por acréscimo patrimonial. Em certos casos, a Administração, por exemplo, quando paga diária com valor previamente fixado, pode exigir que o servidor comprove sua participação no evento, sem precisar o quanto foi gasto. Em tais hipóteses, se o servidor gastar mais do que o valor presumido como meio suficiente à finalidade a que se destina, não terá direito de reclamar a diferença. Entretanto, se o mesmo servidor que recebeu os recursos destinados à alimentação e, por qualquer razão, resolver ficar sem se alimentar, tais recursos não se transformarão em rendimentos para sobre eles incidir contribuição social, imposto de renda e reflexos no cálculo do valor da aposentadoria. Nas palavras de Luigi Vittorio Berliri, citado por Roque Antonio Carrazza, em sua Obra Imposto sobre a Renda, 2a. Edição, Ed. Malheiros, 2006, pág. 37, “A renda tributável não pode ser constituída senão por uma nova riqueza, produzida do capital, do trabalho ou de um e outro conjuntamente, e que seja destacada de uma causa produtiva, conquistando uma autonomia própria e uma aptidão própria e independentemente para produzir concretamente outra riqueza.” Fl. 308DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 8 Dito de outro modo, segundo o autor citado, “renda e proventos de qualquer natureza são acréscimo patrimoniais experimentados pelo contribuinte ao longo de um determinado período de tempo. Ou, se preferirmos, são o resultado positivo de uma subtração que tem por diminuendo os rendimentos brutos auferidos pelo contribuinte entre dois marcos temporais, e por subtraendo o total das deduções e abatimentos, que a Constituição e as leis que com ela se afirmam permitem fazer.” No exame do caso concreto ainda se pode considerar as disposições do artigo 11, § 2°, I a VII, da Resolução 783, de 1997, que instituiu a citada “verba de gabinete”, “in verbis”: Art. 11 – Ficam instituídos os AuxíliosEncargos gerais de Gabinete de Deputado e Auxílio Hospedagem, devidos mensalmente, correspondentes a 1.250 (hum mil duzentos e cinqüenta) UPFs., destinados a cobrir gastos com o funcionamento e manutenção dos gabinetes, previstos nos artigos, 1°, inciso I, alínea “I” e 8° da Resolução n° 776/96, com hospedagem e demais despesas inerentes ao pleno exercício das atividades parlamentares. [...] § 2° Em razão da instituição do Auxílio de que trata o artigo 11, ficam cessados: I – fornecimento de combustível e lubrificantes; II – reembolso de despesas efetuadas com reparos de avarias mecânicas, inclusive com troca de peças e componentes, bem como de aquisição de combustível e lubrificantes; III impressão de livretos e tablóides parlamentares; IV – extração de cópias reprográficas; V – expedição de cartas e telegramas; VI – expedição de cartas e telegramas; VI – fornecimento de materiais de escritório classificados como despesas de consumo, e VII – assinaturas de jornais e periódicos. Pelo que se depreende da norma ora transcrita, as despesas acima referidas são necessárias para que o parlamentar possa desempenhar o seu mandato. Assim, têm natureza indenizatória. Não é pelo fato da Casa Legislativa editar norma prevendo que o reembolso das referidas despesas seria feito, mensalmente, mediante valor fixo, que tais rubricas transportarseão do campo da indenização para a esfera da remuneração. Pelos fundamentos acima expostos, concluo que as verbas de gabinete recebidas pelos Senhores Deputados, destinadas ao custeio do exercício das atividades parlamentares, não se constituem em acréscimos patrimoniais, razão pela qual estão fora do conceito de renda especificado no artigo 43 do CTN.[...]” Fl. 309DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 19515.000257/200260 Acórdão n.º 9202002.384 CSRFT2 Fl. 300 9 Na esteira desse entendimento, uma vez firmado o posicionamento deste Egrégio Conselho, no sentido da não incidência do imposto de renda sobre as verbas sub examine, despiciendas maiores elucubrações a propósito da matéria, impondo seja restabelecida a ordem legal neste sentido, reformando o Acórdão recorrido, reconhecendo a improcedência do feito em sua plenitude. Partindo dessas premissas, acolhendose o pleito do contribuinte, afastando a incidência do imposto de renda sobre as verbas em comento (de gabinete), não há como prosperar o insurgimento da Procuradoria, relativamente à aplicabilidade da multa de ofício. Por todo o exposto, estando o Acórdão guerreado em dissonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DA PROCURADORIA e DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL DO CONTRIBUINTE, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. (Assinado digitalmente) Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 310DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13609.001535/2009-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2008, 2009
COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. IMPOSSIBILIDADE.
Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF No. 02.
Recurso Voluntário negado
Numero da decisão: 3202-000.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2008, 2009 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. IMPOSSIBILIDADE. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF No. 02. Recurso Voluntário negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2008, 2009 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEIS. IMPOSSIBILIDADE. Não cabe a órgão administrativo apreciar arguição de ilegalidade ou inconstitucionalidade de leis ou mesmo de violação a qualquer princípio constitucional de natureza tributária. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARF No. 02. Recurso Voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 15 35 /2 00 9- 47 Fl. 220DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque. Relatório O presente litígio decorre de Pedido de Restituição (fls. 01/ss), datado de 23/11/2009, no valor de R$ 2.769.273,11, cumulado com Declaração de Compensação – PER/DCOMP 07217.66995.251109.1.3.048204 (fls. 126/134), por meio do qual a interessada pretende compensar supostos créditos da PIS e COFINS (período de apuração: maio/2008 a outubro/2009), decorrentes da aquisição de óleo diesel e gasolina como consumidor final com débitos de PIS e da COFINS, no montante de R$ 2.739.427,18 (períodos de apuração: novembro/2008 a setembro de 2009). Por bem sintetizar os fatos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: O interessado apresentou pedido de restituição no valor de R$ 2.769.273,11, relativo à Cofins e ao PIS/Pasep do período de 21/05/2008 a 15/10/2009, referente a compras de combustível como consumidor final (fls. 01/23). Posteriormente apresentou a Dcomp n° 07217.66995.251109.1.3.048204, visando compensar os débitos nela declarados com o suposto crédito retro mencionado. Essa declaração foi selecionada para tratamento manual por meio do presente processo; A DRFUberlândia/MG emitiu o Despacho Decisório n° 1.337/2009, no qual não reconhece o direito creditório e não homologa as compensações pleiteadas (fls. 139/144); A empresa apresenta manifestação de inconformidade (fls. 148/159), na qual alega, em síntese, que: a) a MP. 1.991/2000 seria inconstitucional por violar o § 7o do artigo 150 e o artigo 246, ambos da Constituição Federal e que o valor do crédito a que tem direito deve ser atualizado; É o breve relatório. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora proferiu o Acórdão n.º 0934.870 de 11 de maio de 2011 (folhas 173/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2008, 2009 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 221DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13609.001535/200947 Acórdão n.º 3202000.581 S3C2T2 Fl. 221 3 A interessada foi cientificada do Acórdão da DRJ – Florianópolis em 24/05/2011 (folhas 192/193) e interpôs Recurso Voluntário (fls. 195/ss), em 21/06/2011, onde aduz que: a solicitação de compensação dos créditos do PIS e da COFINS foi indeferida pela DRFUberlândia, uma vez que o Fisco entendeu que a partir de 01/07/2000 tais tributos passaram a ser cobrados não mais pelo regime de substituição tributária, nos termos do inciso II do art. 46 da MP n° 1.99115 (art. 92 da MP n° 2.15835, atualmente); deve ser reconhecido o direito de restituição na medida em que as leis editadas fizeram tábula rasa ao preceito contido no artigo 150, parágrafo 7º, da Constituição Federal; as distribuidoras de derivados de petróleo e álcool hidratado recolhiam o PIS como substitutas tributárias das operações subsequentes praticadas pelos comerciantes varejistas desde a edição da MP n° 1.212/95, posteriormente convertida na Lei n° 9.715/98, até a edição da Lei n° 9.718/98, quando então, além da unificação das regras da COFINS e do PIS, se elegeram como substitutas tributárias as refinarias; com a edição de número 15 da MP n° 1.991, de 10/03/2000, o seu artigo 43, inciso II, fez por cessar a partir de 01/07/2000 os efeitos dos artigos 4º e 6º da citada Lei n° 9.718/98, “extinguindo” o instituto da substituição tributária da COFINS e do PIS pelas refinarias. Referida norma se fez presente nas demais reedições da citada MP, inclusive da MP n° 2.15835, de 24/08/2001, cuja reedição não se fez mais necessária por força do artigo 2º da EC n° 32/2001; com a edição número 18 da MP n° 1.991/2000 alteraramse as alíquotas das referidas contribuições, sem alterar as diretrizes traçadas pela edição 15 da MP (“extinção da substituição tributária”). Tais alíquotas foram adotadas pela Lei n° 9.990; todas essas mudanças no cenário legislativo trouxeram sérios prejuízos aos contribuintes, uma vez que nem as distribuidoras e tampouco as refinarias se submetessem mais às regras da substituição tributária, muito embora a carga tributária tenha sido mantida inalterada; após a edição das referidas Medidas Provisórias o encargo tributário passou a ser embutido no preço dos combustíveis praticados pelas refinarias e repassado veladamente aos contribuintes, que não mais puderam requerer o ressarcimento pela IN SRF n° 06/99, porque, aparentemente, não se aplicaria mais a regra prevista pelo parágrafo 7º, do artigo 150, da CF/88; podese dizer que com isso o Fisco fez com que o preceito contido no parágrafo 7º, do artigo 150, da CF/88 fosse revogado, já que deu nova roupagem à natureza das incidências do PIS e da COFINS nas operações de compra de combustíveis; que subsiste aos contribuintes o direito de restituição dos valores do PIS e da COFINS pagos nas aquisições de combustíveis diretamente das distribuidoras, pelo encargo tributário veladamente embutido de uma operação inexistente, em respeito ao preceito contido no parágrafo 7º, do artigo 150, da CF/88; também foi violado o preceito contido no artigo 110 do CTN a extinção da substituição tributária pelas citadas Medidas Provisórias (n° 1.99115, de 2000 e n° 2.15835/2001) não encontra amparo legal porque afronta o disposto no artigo 246 da CF/88; Fl. 222DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES 4 aos valores requeridos deve ser acrescida a devida atualização, nos termos da farta jurisprudência citada; a referida declaração de compensação deve permanecer com a exigibilidade suspensa até decisão final do presente processo de restituição; por fim, requer que seja declarado procedente o Recurso Voluntário para reconhecer o direito à restituição e consequente homologação da compensação, acrescida da devida atualização. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Não há reparos a fazer na decisão de primeira instancia administrativa. Pela mera leitura da peça recursal verificase que o contribuinte manifestou sua inconformidade com a extinção do regime de “substituição tributária”, trazida pela Medida Provisória n° 1.991, de 2000 (artigo 46), para o PIS/COFINS nas operações de aquisição de combustíveis. A Recorrente, na verdade, pretende discutir constitucionalidade das Medidas Provisórias n° 1.99115, de 2000 e n° 2.15835, de 2001 em relação ao disposto no parágrafo 7º, do artigo 150, da Constituição Federal, assim como a suposta ilegalidade dessas Medidas Provisórias em confronto com o artigo 110 do CTN. Esta discussão não é possível de se fazer no Contencioso Administrativo por expressa vedação legal contida no artigo 26A do Decreto n° 70.235/72, com a redação dada pela Lei n° 11.941/2009, verbis: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. No mesmo sentido dispõe o artigo 62, parágrafo único, inciso I, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho de Contribuintes (aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009), ao vedar ao membros do Tribunal Administrativo a discussão sobre inconstitucionalidades de normas, verbis: Art. 62 Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 13609.001535/200947 Acórdão n.º 3202000.581 S3C2T2 Fl. 222 5 Ademais, essa matéria – a incompetência do CARF para se pronunciar sobre inconstitucionalidades já se encontra, inclusive, sumulada no CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Na esfera administrativa se faz o controle da legalidade na aplicação da legislação tributária nos casos concretos, sem adentrar no mérito de eventuais inconstitucionalidades de leis ou medidas provisórias regularmente editadas segundo o processo legislativo, tarefa essa reservada constitucionalmente ao Poder Judiciário (artigo 102 da CF/88). Este Colegiado pode reconhecer apenas inconstitucionalidades já declaradas, definitivamente, pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal, ou nas demais situações expressamente previstas nos termos do art. 26A do Decreto nº 70.235/1972, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941/2009, condições que não se apresentam no presente caso. Destarte, fica prejudicada a análise das supostas ilegalidades e inconstitucionalidades arguidas pela Recorrente nesta esfera de julgamento administrativo. Ante o exposto, voto por não conhecer o Recurso Voluntário e, por conseguinte, pelo não reconhecimento do direito creditório e pela não homologação das compensações efetuadas. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 224DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 05/11/2012 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10283.902682/2008-87
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2005
ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO.
O art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando-se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit nº 19, de 2011)
Numero da decisão: 1803-001.535
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Selene Ferreira de Moraes - Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Viviani Aparecida Bacchmi.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2005 ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando-se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit nº 19, de 2011)
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2005 ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicando se, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. (SCI Cosit nº 19, de 2011) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 26 82 /2 00 8- 87 Fl. 178DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.902682/200887 Acórdão n.º 1803001.535 S1TE03 Fl. 179 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Viviani Aparecida Bacchmi. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.902682/200887 Acórdão n.º 1803001.535 S1TE03 Fl. 180 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 122verso): Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitido em 15.12.2004, através do qual foi pedida restituição de IRPJ (PA janeiro/2004 lucro real estimativa mensal) no valor original de R$ 5.331,26 e efetivada a compensação de débitos da interessada acima identificada com parte desse crédito (fl. 05). 2. A DRF/Manaus, através de despacho decisório eletrônico (fl. 06), indeferiu o pedido de restituição e considerou “não homologada” a referida compensação, “por tratarse de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) ou Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período”. 3. Cientificada em 21.08.2008 (fl. 09) a interessada apresentou, tempestivamente, em 19.09.2008, manifestação de inconformidade (fl. 10/22) na qual, em síntese: a) Afirma que há, no Despacho Decisório, confusão entre os conceitos de pagamento por estimativa e pagamento a maior, sendo que, no seu caso, os recolhimentos das estimativas foram feitos em valor superior ao exigido pela legislação, caracterizando o pagamento a maior; b) Relaciona os recolhimentos feitos ao longo do anocalendário, a título de estimativas mensais, reiterando que o valor a ser restituído não compõe esse rol, tratandose, na verdade, de pagamentos feitos a maior que os apurados a título de estimativa; c) Cita decisão da segunda instância administrativa que vai ao encontro do seu entendimento; d) Como argumento adicional, alega que a autoridade administrativa deveria ter feito o confronto com os valores recolhidos de estimativas e os devidos ao final do período, quando teria verificado a existência de saldo negativo e aproveitado esse valor para compensar, de ofício, os débitos do PER/DCOMP, em vez de considerála não homologada; e) Acrescenta, ainda, que, mantida a não homologação, o débito objeto do PER/DCOMP “não pode mais ser questionado, uma vez que, após o encerramento do anocalendário, somente haveria que se falar em cobrança do valor apurado no ajuste anual”. Cita decisão administrativa nesse sentido; f) Ao final, requer a revisão do Despacho Decisório. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 122): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 180DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.902682/200887 Acórdão n.º 1803001.535 S1TE03 Fl. 181 4 Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004 RESTITUIÇÃO. ESTIMATIVAS MENSAIS. LUCRO REAL. Na vigência das Instruções Normativas SRF nº 460, de 2004, e nº 600, de 2005, os valores pagos a título de estimativa somente poderiam ser utilizados na dedução do imposto devido ao final do período de apuração em que houve o pagamento indevido ou para compor o saldo negativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 3. Cientificada da referida decisão em 03/02/2011 (fls. 129 numeração digital ND), a tempo, em 02/03/2011, apresenta a interessada Recurso de fls. 130ND a 147ND, instruído com os documentos de fls. 148ND a 175ND, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos. 4. É o que importa relatar. Em mesa para julgamento. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.902682/200887 Acórdão n.º 1803001.535 S1TE03 Fl. 182 5 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. 5. O Despacho Decisório de fls. 6 não homologou a compensação declarada mediante Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp), com fundamento no art. 10 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005. 6. Observo, contudo, a superveniência do entendimento contido na Solução de Consulta Interna Cosit nº 19, de 5/12/2011, assim ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO ESTIMATIVAS. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. O art. 11 da IN RFB nº 900, de 2008, que admite a restituição ou a compensação de valor pago a maior ou indevidamente de estimativa, é preceito de caráter interpretativo das normas materiais que definem a formação do indébito na apuração anual do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, aplicandose, portanto, aos PER/DCOMP originais transmitidos anteriormente a 1º de janeiro de 2009 e que estejam pendentes de decisão administrativa. 7. Esse entendimento, porém, tem por pressuposto a ocorrência de erro no cálculo ou no recolhimento da estimativa, não abrangendo a mera mudança de opção (com base na receita bruta e acréscimos ou em balanços ou balancetes de suspensão ou redução). 8. Claro está, também, que o sujeito passivo, quando do encerramento do ano calendário, deve confrontar, apenas, as estimativas que considerou devidas, sob pena de duplo aproveitamento do mesmo crédito. 9. Dessa forma, a homologação expressa exige que o sujeito passivo comprove, perante a autoridade administrativa que o jurisdiciona: (a) o erro cometido no cálculo ou no recolhimento da estimativa; (b) a sua adequação para a formação do indébito; e (c) a correspondente disponibilidade, mediante prova de que já não se valeu desse indébito para liquidação do IRPJ devido no ajuste anual ou para formação do correspondente saldo negativo. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10283.902682/200887 Acórdão n.º 1803001.535 S1TE03 Fl. 183 6 Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação, por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o consequente retorno dos autos ao órgão de origem, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 183DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/10/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/10/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10380.021721/2008-45
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jan 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 24/12/2008
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO
Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido.
Numero da decisão: 2403-001.748
Decisão: Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito tributário Mantido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em decorrência da sua intempestividade.
Carlos Alberto Mees Stringari
Relator/Presidente
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhaes Peixoto, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 24/12/2008 INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em decorrência da sua intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Relator/Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 02 17 21 /2 00 8- 45 Fl. 140DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhaes Peixoto, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Carolina Wanderley Landim. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.021721/200845 Acórdão n.º 2403001.748 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza, Acórdão 0817.392, que julgou a impugnação procedente em parte por considerar improcedente o agravamento da penalidade. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de Auto de Infração de Obrigações Acessórias — AIOA lavrado em 24/12/2008 por a empresa em epígrafe, doravante mencionada simplesmente como empresa ou autuada, ter descumprido a Lei n° 8.212/91, art. 33, §2°. Consta no Relatório Fiscal da Infração: ... A Empresa apresentou os livros contábeis Caixa, com informações diversas da realidade, omitindo informações verdadeiras, relativas ao período 01/2003 a 12/2006, motivo pelo qual foi lavrado o presente Auto de Infração ... observou se que a empresa apresentou os livros contábeis Caixa de 01/2003 a 12/2006, com omissão de fatos geradores de contribuições previdenciárias. ... Foram verificadas circunstâncias agravantes, de acordo com Art. 290, inciso IV do Regulamento da Previdência Social — RPS, tendo em vista que a Empresa obstou a Ação da Fiscalização na medida em que apresentou os documentos com deficiência de informações, ou seja, com informações diversas da realidade. Foram anexados pelo Auditor Fiscal os seguintes documentos: a) Termo de Abertura do Livro Caixa n° 07, datado de 31/12/2006; b) folhas 02 e 03 do Livro Caixa, referentes ao mês janeiro/2006; c) controle do pagamento em espécie da folha de salários, no valor de R$ 12.090,00 (doze mil e noventa reais), com data de 28/04/2006; d) controle do pagamento em espécie da folha de prólabore, no valor de R$ 13.450,00 (treze mil, quatrocentos e cinqüenta reais), com data de 31/01/2006; e) planilha com os valores dos pagamentos quinzenais de salário da 2a quinzena de Janeiro e la quinzena de abril; Fl. 142DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 planilha com os valores dos pagamentos quinzenais de pró labore do mês de janeiro; g) pedidos de compra nºs 012/06 e 13/06. A aplicação da multa baseouse na Lei n° 8.212/91, arts. 92 e 102, e no Regulamento da Previdência Social — RPS, aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, art. 283, II, "j", c/c art. art. 373, sendo calculada em seu valor mínimo, atualizado pela Portaria MPS n° 77/08, multiplicado em duas vezes, o que resultou no valor de R$ 25.097,54 (vinte e cinco mil, noventa e sete reais e cinqüenta e quatro centavos). Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · O procedimento de fiscalização teve inicio em 23/8/2007 e foi finalizado somente em 24/12/2008, tendo sido fiscalizado o período de janeiro de 2003 a julho de 2007. · Foi constatado pelo citado auditor que não havia a presença de nenhum livro diário e razão referente à empresa América do Sul Distribuidora de Alimentos Ltda. · Tais livros não estavam a disposição da Receita Federal em virtude da indevida apreensão por parte da Policia Federal, nos qual foram apreendidos todos os documentos fiscais e contábeis. · Após pressão sem precedente efetuada pelo auditor, foram ofertados livros sem qualquer valor legal, com a finalidade absurda do citado representante da Receita Federal proceder com a suposta fiscalização · O auditor não tinha meios legais de efetuar a fiscalização, pois os documentos necessários, que foram apreendidos, encontramse até hoje em pode da Policia Federal e do Ministério Público Federal. · Dever de investigação da verdade material. · Requer perícia. É o relatório. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10380.021721/200845 Acórdão n.º 2403001.748 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso foi interposto intempestivamente, o que impede a sua admissibilidade. O contribuinte tomou ciência do Acórdão recorrido em 21/05/2010, conforme aviso de recebimento, folha 113, e o prazo para interposição de recurso é de 30 (trinta) dias, considerandose que na contagem é excluído o dia do início, o prazo venceria no dia 22/06/2010. O notificado interpôs o recurso no dia 16/07/2010, conforme protocolo de folha 115, portanto fora do prazo normativo, previsto no artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de maio de 1972. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO, em decorrência da sua intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 144DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 11065.002713/2009-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 30/06/2009
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL QUE NÃO INTEGRAVA O QUADRO SOCIETÁRIO.
A distribuição de lucros realizada a contribuinte individual, como se segurado empresário fosse, deve compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias.
PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA DO FISCO.
Não é necessária a produção de prova pericial quando o relatório fiscal e as demais peças constantes no auto de infração demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara.
RETROATIVIDADE BENIGNA. POSSIBILIDADE.
Tendo-se em conta a alteração da legislação que trata das multas previdenciárias, deve-se analisar a situação específica de cada caso e optar pela penalidade que seja mais benéfica ao contribuinte.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-002.926
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para recálculo da multa nos termos do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 vigente à época dos fatos geradores, observado o limite de 75%, vencido o Conselheiro Thiago Taborda Simões que limitava a multa ao percentual de 20%.
Julio César Vieira Gomes - Presidente.
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Thiago Taborda Simões, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 30/06/2009 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL QUE NÃO INTEGRAVA O QUADRO SOCIETÁRIO. A distribuição de lucros realizada a contribuinte individual, como se segurado empresário fosse, deve compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias. PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA DO FISCO. Não é necessária a produção de prova pericial quando o relatório fiscal e as demais peças constantes no auto de infração demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara. RETROATIVIDADE BENIGNA. POSSIBILIDADE. Tendo-se em conta a alteração da legislação que trata das multas previdenciárias, deve-se analisar a situação específica de cada caso e optar pela penalidade que seja mais benéfica ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para recálculo da multa nos termos do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 vigente à época dos fatos geradores, observado o limite de 75%, vencido o Conselheiro Thiago Taborda Simões que limitava a multa ao percentual de 20%. Julio César Vieira Gomes - Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Thiago Taborda Simões, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
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DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL QUE NÃO INTEGRAVA O QUADRO SOCIETÁRIO. A distribuição de lucros realizada a contribuinte individual, como se segurado empresário fosse, deve compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias. PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ÔNUS DA PROVA DO FISCO. Não é necessária a produção de prova pericial quando o relatório fiscal e as demais peças constantes no auto de infração demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara. RETROATIVIDADE BENIGNA. POSSIBILIDADE. Tendose em conta a alteração da legislação que trata das multas previdenciárias, devese analisar a situação específica de cada caso e optar pela penalidade que seja mais benéfica ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 27 13 /2 00 9- 16 Fl. 218DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, em dar provimento parcial para recálculo da multa nos termos do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 vigente à época dos fatos geradores, observado o limite de 75%, vencido o Conselheiro Thiago Taborda Simões que limitava a multa ao percentual de 20%. Julio César Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Thiago Taborda Simões, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 11065.002713/200916 Acórdão n.º 2402002.926 S2C4T2 Fl. 219 3 Relatório Tratase de NFLD lavrada em 23/11/2009, decorrente do não recolhimento dos valores referentes às contribuições da empresa sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, aos segurados empregados e contribuintes individuais e da contribuição ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), no período de 01/01/2004 a 30/06/2009. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 134/193) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre – RS, ao analisar o presente caso (fls. 197/201), julgou o lançamento procedente, entendendo que: (i) as circunstâncias que ensejaram o lançamento estão descritas com suficiente clareza e especificidade, de modo a circunscrever o objeto do processo administrativo e à permitir a ampla defesa do contribuinte; (ii) insustentável o pedido de perícia contábil de caráter genérico, sem a formalização de quesitos e a indicação de assistente técnico; (iii) as contribuições previdenciárias estão sujeitas à atualização pela taxa SELIC; (iv) nas competências compreendidas entre 01/2004 a 11/2005 e 10/2007 a 10/2008 aplicouse a multa de ofício de 75%, por ser mais benéfica, e nas demais competências a multa vigente à época dos fatos geradores; e (v) a DRF deverá diligenciar sobre a alegação de inclusão destes valores em parcelamento. Por ocasião do julgamento da DRJ, a julgadora Cecilia Dutra Pillar proferiu declaração de voto (fl. 202) informando que concordou com as conclusões proferidas, todavia destacou que: (i) a Recorrente não comprova que incluiu as contribuições desta presente autuação no pedido de parcelamento; e (ii) a DRJ deveria diligenciar para verificar se realmente parte dos valores foram parcelados. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 208/215) argumentando que: (i) os valores pagos a Alberto Blazina Krieger e Rafael Plangg a título de remuneração são, na verdade, valores decorrentes de distribuição de lucros de exercícios passados, não podendo integrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias; e (ii) é necessária a produção de prova pericial. É o relatório. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente defende que os valores pagos a Alberto Blazina Krieger e Rafael Plangg a título de remuneração são, na verdade, valores decorrentes de distribuição de lucros de exercícios passados, não podendo integrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Alega que “a parcela dos rendimentos pagos ou creditados a sócio ou acionista ou ao titular da pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro real, presumido ou arbitrado, a título de lucros ou dividendos distribuídos, ainda que por conta de período base não encerrado, que exceder ao valores apurado com base na escrituração, será imputada aos lucros acumulados ou reservas de lucros de exercícios anteriores, ficando sujeita a incidência do imposto de renda calculado segundo o disposta na legislação específica, com acréscimos legais. Essa disposição não abrange a distribuição do lucro presumido, calculado conforme indicado nesse item, após o encerramento do trimestre correspondente”. Na sequência, conclui que “nesta senda, no caso dos Sr. Alberto Blazina Krieger e Rafael Plangg, não, em sendo distribuição de lucros, não podem integrar a base de cálculo dos presente Auto de Infração, para apuração de contribuição social, sobre rubrica inaplicável” (fl. 213). Contudo, em que pese a argumentação desenvolvida pela empresa, ficou constatado que o Sr. Alberto Blazina Krieger integrou a sociedade como sócio somente em 15/09/2006, ou seja, apenas a partir deste período fazia jus a distribuição de lucros por parte da Recorrente sem a incidência das contribuições previdenciárias, mediante redução da conta de lucros acumulados, conforme previsto no art. 201, § 1º do Decreto nº 3.048/99, in verbis: “Art. 201. A contribuição a cargo da empresa, destinada à seguridade social, é de: (...) § 1º São consideradas remuneração as importâncias auferidas em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive os ganhos habituais sob a forma de utilidades, ressalvado o disposto no § 9º do art. 214 e excetuado o lucro distribuído ao segurado empresário, observados os termos do inciso II do § 5º”. Desta forma, considerando que em 30/12/2004 o Sr. Alberto Blazina Krieger não integrava os quadros societários da Recorrente, o pagamento a ele realizado, mediante redução da conta de lucros acumulados, como destacado no relatório fiscal, foi corretamente considerado como remuneração à contribuinte individual. Ademais, os argumentos desenvolvidos no recurso voluntário apresentado condizem apenas com o tópico 4.3 do relatório fiscal (fl. 58), uma vez que se insurgem apenas quanto a nãoincidência das contribuições previdenciárias sobre as parceladas relativas a Fl. 221DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 11065.002713/200916 Acórdão n.º 2402002.926 S2C4T2 Fl. 220 5 distribuição de lucros aos sócios, não tratando em nenhum ponto sobre as remunerações pagas a título de “comissão de vendas”, “assessoria técnica” e “prólabore”. Vale destacar, também, que embora a Recorrente mencione em seu recurso que sobre os valores pagos a título de distribuição de lucros ao Sr. Rafael Plangg não deveria incidir as contribuições previdenciárias, cumpre ressaltar que este não recebeu qualquer remuneração sobre esta rubrica, mas sim, somente a título de “assessoria técnica”, questão esta sobre a qual a Recorrente não se insurge. Por sua vez, a Recorrente alega que seria necessária uma perícia para que, de fato, fosse constatada a situação trazida na presente autuação, em prol da verdade material. Ocorre que, analisando o relatório fiscal e os argumentos apresentados pela Recorrente em seu recurso, verificase que esta não pretendeu rebater nenhuma das situações expostas, as quais demonstram claramente as infrações cometidas, limitandose a Recorrente à alegar que a presente autuação carece de uma perícia técnica, sem demonstrar, efetivamente, quais são os pontos que devem ser esclarecidos e juntado documentos que sustentem a eventual irregularidade cometida pela fiscalização. Por fim, constatase que foi aplicada em parte dos valores exigidos a penalidade prevista no art. 44 da Lei nº 9.430/96, multa de ofício de 75%, e em outra as penalidades trazidas pelos arts. 32, § 5º e 35 da Lei nº 8.212/91, antes da alteração promovida pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Contudo, o cálculo realizado pelo fiscal está totalmente equivocado (fls. 70/71), haja vista que utiliza como parâmetro não só a penalidade por descumprimento de obrigação principal, como também a penalidade por descumprimento de obrigação acessória para aferir qual seria a penalidade mais benéfica a ser aplicada. Em relação ao descumprimento de obrigação principal, a penalidade anteriormente prevista, que variava de acordo com a fase processual do lançamento, conforme a redação revogada do art. 35 da Lei nº 8.212/19911, passou a ser regulamentada pelo art. 44, da Lei nº 9.430/962, que prevê multa de 75%, e que foi utilizada pela Autoridade Fiscal na presente autuação. Ademais, quando do descumprimento de alguma obrigação acessória, na sistemática anterior, a infração relativa à omissão de fatos geradores em GFIP era punida com a 1 “Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (...)” 2 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007) Fl. 222DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES 6 multa correspondente a 100% da contribuição não declarada, ficando a penalidade limitada a um teto calculado em função do número de segurados da empresa, conforme o extinto § 5º do art. 32 da Lei nº 8.212/19913. Pois bem. Analisando as sanções aplicadas no presente caso à luz das alterações levadas a efeito pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, verificase, através do quadro comparativo da multa aplicada (fls. 70/71), que a Autoridade Tributária equivocouse em suas premissas, trazendo na coluna correspondente ao que seria devido antes do advento da MP nº 449/2008 os valores relativos ao descumprimento da obrigação principal e acessória, e na coluna correspondente ao que seria devido após o advento da já mencionada lei apenas o valor da multa decorrente do descumprimento da obrigação principal. Para esclarecer a presente questão, em relação à primeira competência objeto desta autuação (01/2004), exemplificativamente, a multa por não ter recolhido a contribuição previdenciária no valor de R$ 2.145,46, antes da nova lei, seria de R$ 514,91 (24%), e após o advento da lei seria de R$ 1.609,10 (75%). No entanto, para fins de compor o valor devido pela legislação antiga, a autoridade fiscal somou a multa anteriormente aplicada para os casos de não recolhimento do tributo (24%) com a multa anteriormente aplicada para os casos de descumprimento de obrigação acessória (100% do valor não declarado), chegando no valor parâmetro de R$ 2.660,37 (R$ 514,91 + R$ 2.145,46). Ou seja, pelo cálculo da autoridade fiscal, a multa atualmente vigente sempre será mais benéfica, posto que se está comparando a alíquota de 75% contra uma alíquota de 124%. Na prática, se a autoridade fiscal deixasse de realizar o tendencioso quadro comparativo de multas, e lavrasse duas notificações independentes, uma com base no antigo art. 35 e outra com base no atual art. 35A da Lei nº 8.212/1991, restaria claro que o valor consubstanciado na notificação efetuada com base na legislação antiga seria inferior, em conclusão totalmente contrária ao presenciado neste caso. Da mesma forma, a autoridade administrativa deveria comparar separadamente as multas decorrentes do descumprimento de obrigação acessória, ou seja, contrapondo o cálculo feito com base no antigo art. 32 da Lei nº 8.212/1991 com o atual art. 32A da Lei nº 8.212/1991, vez que ambos versam sobre como proceder nas suas respectivas épocas nos casos de penalidade por descumprimento de obrigação acessória. Destarte, verificase que a autoridade fiscal não pode considerar a multa por descumprimento de obrigações acessórias nos casos em que sequer está se discutindo essa natureza de infração (tal como aqui presenciado), sob pena de negativa de vigência ao art. 106 do CTN. Sendo assim, para que seja dado o efetivo cumprimento à retroatividade benigna de que trata o art. 106, inc. II, “c”, do CTN, é mister que a multa seja recalculada, a fim de que seja imposta a penalidade mais benéfica ao contribuinte, qual seja, a prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/91, visto que, até o presente momento, a multa não atingiria o patamar de 75% previsto no art. 44, da Lei nº 9.430/96. 3 “§ 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior”. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 11065.002713/200916 Acórdão n.º 2402002.926 S2C4T2 Fl. 221 7 Por fim, em que pese a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/91 (antes da alteração promovida pela Lei nº 11.941/2009) seja mais benéfica na atual situação em que se encontra a presente autuação, caso esta venha a ser executada judicialmente, poderá ser reajustada para o patamar de até 100% do valor principal. Neste caso, considerando que a multa prevista pelo art. 44 da Lei nº 9.430/96 limitase ao percentual de 75% do valor principal, deve esta ser aplicada caso a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/91 (antes da alteração promovida pela Lei nº 11.941/2009) supere o seu patamar. Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO, para redução da multa aplicada, a qual deverá ser exigida nos termos do artigo 35 da Lei n° 8.212/91, conforme a fundamentação supra, limitandose ao percentual de 75%, previsto no art. 44 da Lei nº 9.430/96 É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Fl. 224DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10976.000308/2010-61
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL.
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
A responsabilidade pela infração é objetiva, independe da culpa ou da intenção do agente para que surja a imposição do auto de infração. Conforme disposto no art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, a não ser que haja disposição em contrário.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2803-001.906
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vetoratto, André Luís Mársico Lombardi e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL. A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. A responsabilidade pela infração é objetiva, independe da culpa ou da intenção do agente para que surja a imposição do auto de infração. Conforme disposto no art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, a não ser que haja disposição em contrário. Recurso Voluntário Negado.
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CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL. 1. A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. 2. A responsabilidade pela infração é objetiva, independe da culpa ou da intenção do agente para que surja a imposição do auto de infração. Conforme disposto no art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, a não ser que haja disposição em contrário. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 97 6. 00 03 08 /2 01 0- 61 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vetoratto, André Luís Mársico Lombardi e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração – AI (CFL 38) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, com fundamento no artigo 33, §§ 2º e 3º da Lei nº 8.212/91, com redação da MP 449/08, convertida na Lei nº 11.941/09, combinado com os artigos 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, devido a não apresentação de documentos solicitados no decorrer da ação fiscal. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 15 de fevereiro de 2011 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Constatado o cometimento de infração a dispositivos da lei previdenciária deverá ser lavrado o respectivo auto de infração e cominada a penalidade cabível. NÃO APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO. Constitui infração deixar a empresa e demais contribuintes de exibir à Fiscalização quaisquer livros e/ou documentos solicitados, necessários à verificação de sua situação perante o INSS. MANDO DE PROCEDIMENTO FISCAL – MPF. REGULARIDADE. Tendo a autoridade fiscal observado o cumprimento dos requisitos legais indispensáveis à validade do lançamento do crédito tributário, eventuais questionamentos acerca da emissão ou execução do MPF, por constituir essencialmente um instrumento de controle administrativo, não importam em nulidade do procedimento fiscal. RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. PÓLO PASSIVO. Na fase administrativa, a informação de interesse da administração acerca dos representantes da sociedade empresária não implica em redirecionamento automático da execução fiscal. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 5 4 No polo passivo está incluída a pessoa jurídica responsável pelo pagamento do crédito lançado, no caso a sociedade empresária – na condição de contribuinte. DOUTRINA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ATIVIDADE VINCULANTE. Textos doutrinários não podem ser opostos aos ditames das disposições legais em face da vinculação da atividade fiscal. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS ENTRE AS PARTES. As decisões judiciais, mesmo que reiteradas, não têm efeito vinculante em relação às decisões proferidas pelas Delegacias de Julgamento da Receita federal do Brasil. INCONSTITUCIONALIDADE – ILEGALIDADE – IMPOSSIBILIDADE DO DEBATE NO ÂMBITO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. É vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação da lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade salvo se já houver sido reconhecida pelo supremo Tribunal Federal ou nos casos previstos no Art. 26A do Decreto 70.235/72 que regula o processo administrativo. JUROS. TAXA SELIC. MULTA. LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. Sobre as contribuições sociais em atraso incidem juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, e multa de mora, que não podem ser relevados. (art. 34 e 35, da lei nº 8212/91). PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Considerarseá não formulado o pedido de perícia considerado desnecessário ou apresentado sem a devida formulação dos quesitos; outrossim, sem o nome, o endereço e a qualificação profissional de seu perito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: Fl. 106DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 6 5 A cobrança proveniente do lançamento fiscal em comento, relativa a pretensos débitos de contribuições previdenciárias, demonstrase ilegal sob vários aspectos. A autoridade fiscal fundamenta a aplicação da referida multa no descumprimento de obrigação acessória, qual seja, deixar o contribuinte, ora impugnante, de apresentar documentos contábeis relativos aos lançamentos efetuados nas contas elencadas no Relatório Fiscal de Infração. Tratase, contudo, de exigência arbitrária, data máxima vênia, por parte da autoridade fiscal, eis que não há que se falar em incidência de qualquer contribuição (no âmbito da Lei nº 8.212/91 sobre os valores suportados pela impugnante referentes a alimentação, lanches e refeições fornecidos aos empregados, bem como despesas com copa e bar, fretes e carretos, honorários advocatícias/contábeis, despesas advocatícias/contábeis, assessoria e consultoria jurídica e pro labore. Um procedimento fiscal instaurado em desacordo com as normas da legislação e de forma contrária às normas fixadas na portaria regulamentadora, restará contaminado de vício insanável o bastante para tornalo nulo de pleno direito. Como se não bastassem as irregularidades até então apontadas, a indigitada autuação arrola como devedores subsidiários, os sócios e contadores da empresa recorrente, sem comprovar, contudo, a existência de culpa ou dolo por parte dos mesmos na supôs infração fiscal. É aplicável ao caso a pacífica jurisprudência do STJ no sentido de que o pagamento in natura do auxílioalimentação não sofre a incidência de contribuição previdenciária. Na eventualidade de se entender pela procedência do lançamento fiscal efetuado, o que se admite tão somente para fins de argumentação, é forçoso esclarecer que o contribuinte, ora recorrente, em momento algum agiu com dolo ou máfé, descabendo, portanto, a aplicação à tão onerosa sanção. Da não incidência da Taxa SELIC. À vista de todo o exposto, requer o recorrente seja conhecido e provido o presente Recurso Voluntário a fim de reformar a decisão de primeira instância para, demonstrada a insubsistência da ação fiscal, cancelar e arquivar o auto de infração em questão. Ad argumentandum, requer a exclusão dos sócios e diretores do polo passivo da presente ação fiscal, e cancelamento ou redução da multa aplicada. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Como é do conhecimento geral, a responsabilidade pela infração é objetiva, independe de culpa ou da intenção do agente para que surja a imposição do auto de infração. Assim, o fato de trazer ou não prejuízo ao Fisco é irrelevante, pois a obrigação sendo instrumental, qualquer descumprimento por presunção legal, acarreta dificuldade na ação fiscal. Conforme disposto no art. 136 do CTN, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, a não ser que haja disposição em contrário. Assim, não resta qualquer dúvida de que o lançamento, bem como a decisão de primeira instância administrativa foi pautado em conformidade com as determinações contidas na legislação tributária, em especial aquelas previstas no art. 142 do CTN. Ademais, não se pode perder de vista que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, in verbis: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou fiscalização dos tributos. § 3º. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A legislação engloba as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes, conforme dispõe o art. 96 do CTN. Na situação vertente, não há dúvida da ocorrência do fato imponível, tendo em vista que o recorrente não apresentou a documentação solicitada pela fiscalização; Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 8 7 tampouco há dúvida quanto ao dispositivo legal a ser aplicado, no caso, o art. 33, §§ 2º e 3º, da Lei nº 8.212, de 1991. O descumprimento de obrigações instrumentais está amplamente evidenciado, conforme se pode observar do Relatório Fiscal do Auto de Infração (fls. 37) dos autos, in verbis: 1.1) Conforme TIF – Termo de Intimação Fiscal nº 03, em anexo, solicitamos, do sujeito passivo em epígrafe os documentos contábeis relativos aos lançamentos efetuados nas contas abaixo elencadas, não tendo o mesmo apresentado os citados documentos: 1) CONTA CONTÁBIL 3.3.3.01.0009 ALIMENTAÇÃO 2) CONTA CONTÁBIL 3.2.2.01.0021 LANCHES E REFEIÇÕES 3) CONTA CONTÁBIL 3.2.2.02.0020 DESPESAS COM COPA E BAR 4) CONTA CONTÁBIL 3.6.2.01.0011 ALIMENTAÇÃO 5) CONTA CONTÁBIL 3.6.2.02.0014 DESPESA COM COPA E BAR 6) CONTA CONTÁBIL 3.6.2.02.0025 LANCHES E REFEIÇÕES 7) CONTA CONTÁBIL 3.6.2.02.0034 DESPESA COM LANCHES 1.2) Analisando os livros contábeis, notadamente o livro razão, detectamos as contas contábeis, abaixo enumeradas, que se referem a serviços prestados por terceiros. Assim, conforme TIF acima citado, solicitamos os recibos de pro labore e RPA – recibos de pagamentos a autônomos correspondentes aos serviços prestados; entretanto o sujeito passivo não apresentou os citados documentos. A apresentação de documentos de forma deficiente ou a sua não apresentação é motivo para a fiscalização efetivar o lançamento. Nestes autos, independentemente de as verbas terem ou não natureza tributária, a recorrente é obrigada a apresentar a documentação requisitada pela fiscalização. A aplicação de penalidade por descumprimento de obrigação acessória constante da Lei nº 8.212/91 está dentro dos pressupostos legais e constitucionais, não foi inquinada de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, estando, pois, totalmente válida e devendo ser obedecida pelas autoridades administrativas. Por último, a autuação objeto do presente recurso foi executada de acordo com os preceitos legais atinentes à matéria e o Auto de Infração lavrado contém todos os elementos essenciais à sua validade, conforme dispõe o art. 10 do Decreto nº 70.235/72, devendo ser mantido na sua integralidade, tendo em vista que a recorrente não comprovou a correção da falta. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 10976.000308/201061 Acórdão n.º 2803001.906 S2TE03 Fl. 9 8 CONCLUSÃO. Pelo exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito NEGAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 5/12/2012 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 15504.001230/2009-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005
CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS.
Cabe à empresa reter e recolher a contribuição previdenciária dos segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços incidente sobre suas remunerações junto com as suas próprias contribuições.
INCONSTITUCIONALIDADE.
É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-003.082
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Cabe à empresa reter e recolher a contribuição previdenciária dos segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços incidente sobre suas remunerações junto com as suas próprias contribuições. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 12 30 /2 00 9- 39 Fl. 290DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.001230/200939 Acórdão n.º 2402003.082 S2C4T2 Fl. 291 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente o lançamento fiscal de 06/02/2009, relativo às contribuições previdenciárias dos contribuintes individuais e tendo como base os serviços identificados na escrituração contábil. Seguem transcrições de trechos da decisão recorrida e do relatório fiscal: LANÇAMENTO. NULIDADE. Não caracteriza motivo de nulidade do lançamento quando o contribuinte não fez a escrituração contábil na forma estabelecida na legislação e a fiscalização aplica as penalidades legais cabíveis e apura os tributos devidos. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÃO. A empresa é obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração e recolhêla, no prazo fixado pela legislação previdenciária. ... 3 — Os fatos geradores das contribuições previdenciárias, ora lançadas, referemse a pagamentos, "por fora", de contribuintes individuais, para os quais não foram elaboradas folhas de pagamento e nem houve o reconhecimento de tais fatos geradores pela autuada. O levantamento foi feito através do Livro Diário, Razão e Documentação de Caixa. 3.1 — A remuneração dos Segurados Contribuintes Individuais corresponde a diversos serviços prestados na área de manutenção de equipamentos; organização de eventos festivos; pagamento a professores em Curso de Gestão Esportiva; serviços médicos e advocatícios; transporte custeado pela empresa para trabalhadores autônomos, serviços prestados aos diversos departamentos da Federação; serviços de apoio às seleções de futebol, serviços de apoio prestados durante a realização de campeonatos. 4 — A contabilidade não registrou de forma individualizada a remuneração paga a contribuintes individuais, não tendo como individualizar os lançamentos e nem identificar o tipo de serviço prestado, portanto, a apuração do débito teve como base os valores totais das contas de despesas, sem a certeza de que os pagamentos foram todos para pessoas físicas. A empresa foi intimada a apresentar os recibos citados nos lançamentos contábeis, através de Termos de Intimação Fiscal datados de 17/09/2008 e 20/01/2009, que não foram atendidos (foi lavrado o Auto de Infração cabível). Fl. 292DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde reitera as alegações iniciais: Preliminarmente, aduz nulidade do lançamento, ausência de segregação por parte da fiscalização das despesas pagas pela impugnante e inexistência de hipótese legal de inversão do ônus da prova; Diz que não se pode admitir, jamais, que seja mantida a exigência sobre o resultado global — constante em todas as contas de despesas — sob a alegação de que a impugnante teria deixado de segregar os dispêndios com documentação hábil, do que decorria a impossibilidade de determinar a parcela não alcançada pela incidência tributária; Por outro lado, é dever da fiscalização apontar o montante do tributo devido, sem exigir tributação sobre a parte que se encontra fora do campo de incidência tributária, haja vista que, neste caso especifico, inexiste previsão legal de inversão do ônus da prova como existe, por exemplo, no caso das omissões de receitas apuradas em decorrência de depósitos bancários; Com efeito, ao contrário do que afirma a auditoria fiscal, a impugnante mantém escrituração contábil regular, de acordo com todos os ditames e orientações legais ou normativas, como comprovam os documentos já acostados aos autos durante a fase investigatória. Aqui caberia ao fisco identificar na contabilidade o que comporta a base de cálculo tributável, respeitando as normas jurídicas que garantem a não incidência ou isenção tributária a diversas das despesas pagas pela Federação Mineira de FUTSAL; Certamente há casos em que a contabilidade está eivada de vícios que não são passíveis de identificação para a apuração da correta base de cálculo. Entretanto, há outros em que apenas não se apurou corretamente a base tributável, no caso formada pelas despesas relativas à remuneração de segurados. Mas, aqui, não é o caso; Ora, tanto a contabilidade da entidade esta regular que o fisco não procedeu ao arbitramento dos tributos devidos. Tãosomente impôs tributação sobre a totalidade das despesas, sem especificálas; Se a contabilidade está com sua escrituração nos termos da legislação comercial e fiscal, então obrigatoriamente o lançamento deve apurar a correta base de cálculo, obedecendo assim o disposto no art. 142 do CTN; Que o agente fiscal não deu oportunidade à impugnanre para que apresentasse a segregação das despesas conforme o critério traçado no Relatório Fiscal. O agente fiscal deveria intimar a impugnante para que promovesse a segregação,: para a apuração correta dos pagamentos alocados; Assim, levandose em conta que está incorreto o procedimento adotado pelo agente fiscal, ao considerar o resultado global das despesas como fatos geradores de contribuições previdenciárias, há de ser decretada a nulidade do lançamento; Fl. 293DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.001230/200939 Acórdão n.º 2402003.082 S2C4T2 Fl. 292 5 No mérito, aduz argumentos em relação a ilegitimidade passiva da impugnante no tocante aos pagamentos efetuados em decorrência de convênios firmados com o poder público; da isenção de contribuições previdenciárias no pagamento a árbitros e delegados, Lei n° 9.615/98, art. 88, parágrafo único; não incidência de contribuições previdenciárias sobre transporte, alimentação e hospedagem de empregados ou prestadores de serviços autônomos em localidades distantes; e da possibilidade de pagamento de vale transporte em pecúnia — não incidência de contribuições previdenciárias por.previsão legal: Entendera a fiscalização que a responsabilidade pelo pagamento das contribuições previdenciárias supostamente devidas sobre os pagamentos efetuados em decorrência de convênios firmados com o poder público, ficaria a cargo da impugnante, haja vista que os pagamentos foram efetivados pela Federação Mineira de FUTSAL; Ocorre que o lançamento deixa de observar nuances especificas a esse respeito, normas que expressamente afastam a responsabilidade da Federação em caso de convênios, (transcreve o § 9° do artigo 22 da Lei 8.212, de 1991), e diz que neste caso, a federação age como mera intermediária, como mera repassadora das verbas destinadas pelo poder público à promoção do evento no torneio de FUTSAL; Assim, diante da ausência de responsabilidade tributária por parte da impugnante, no tocante aos valores repassados aos tomadores de serviços, em decorrência de pagamentos efetuados através de verbas públicas repassadas em face de convênios, há que se afastar a incidência das contribuições previdenciárias sobre todos estes valores; No que tange aos pagamentos efetuados a árbitros e delegados, pela Federação Mineira de FUTSAL, a que se observar a norma especial que garante a isenção de contribuições previdenciárias às federações, em tais casos (transcreve o artigo 88 da Lei n° 9.615, de 1988 e decisão judicial sobre a matéria), e conclui que diante da isenção de contribuições previdenciárias previstas no referido dispositivo legal, há que se afastar, totalmente, o lançamento efetuado sobre as remunerações pagas a árbitros e delegados; Que é manifestamente improcedente a autuação no que tange às verbas de alimentação, transporte e hospedagem, decorrentes do deslocamento de funcionários ou autônomos para execução das atividades inerentes à impugnante, isto é, para realização e promoção de torneios de FUTSAL pelo interior de Minas Gerais, bem como para a realização de escolinhas, workshops em regiões distantes; Transcreve artigo do Estatuto da Federação e o inciso I, §9°, alíneas "m" e "s", do artigo 28, da Lei n° 8.212, de 1991, e diz que na relação de pagamentos apontada pelo fisco, anexa ao relatório fiscal, verificase o pagamento de alimentação, Fl. 294DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 hospedagem e transporte de empregados e autônomos, fato que se subsume perfeitamente ao comando legal transcrito, que expressamente afasta a incidência de contribuições previdenciárias em tais casos; Que o fisco não diligenciou no sentido de comprovar que tais pagamentos não se subsumem ao disposto nas alíneas "m" e "s", do §9°, do artigo 28,'da: .Lei 8.212, de 1991. Agiu, novamente, de forma discricionária, em contrariedade aos ditames legais, sendo, portanto, absolutamente improcedente a autuação para cobrança das contribuições previdenciárias sobre transporte de empregados, alimentação e hospedagem fornecidos pela impugnante aos seus empregados e/ou autônomos, por força dos deslocamentos em decorrência das atividades exercidas que são inerentes à da FMF, conforme o seu estatuto; Quanto à possibilidade de pagamento de vale transporte em pecúnia e da não incidência de contribuições previdenciárias, por previsão legal, diz que a jurisprudência pátria tem admitido a sua não vinculação ao salário, mesmo que o vale transporte seja dado em dinheiro (transcreve decisão judicial sobre a matéria); Transcreve o § 1°, do artigo 2°, do Decreto n° 4.840, de 2003, e diz que o legislador reconheceu expressamente que, desde o dia 18/09/2003 (antes, portanto, dos períodos fiscalizados), o pagamento do vale transporte em dinheiro não é considerado parcela componente do salário de contribuição; É o Relatório. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.001230/200939 Acórdão n.º 2402003.082 S2C4T2 Fl. 293 7 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Comprovado nos autos o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade do recurso, passo ao exame das questões preliminares. Das preliminares Quanto ao procedimento da fiscalização e formalização do lançamento também não se observou qualquer vício. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto. Art. 23. Farseá a intimação: Fl. 296DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216). Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Quanto à alegada regularidade na escrituração contábil, não trouxe a recorrente quaisquer elementos que afastassem a prova de omissão de parcelas pagas a segurados, em especial as taxas de arbitragem. E, no que tange à ilegitimidade passiva em razão do recebimento de verbas públicas para a organização de eventos, não há como acolher a pretensão, pois para a ocorrência do fato gerador do tributo e o surgimento da obrigação Fl. 297DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15504.001230/200939 Acórdão n.º 2402003.082 S2C4T2 Fl. 294 9 tributária não se considera a origem dos pagamentos efetuados pela sujeito passivo. No caso, o fato gerador é o pagamento de remuneração a segurados e quem o praticou foi a recorrente: Código Tributário Nacional: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz se: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. No mérito Quanto ao mérito, ficou suficientemente demonstrado nos autos do processo que a recorrente deixou de descontar a contribuição previdenciária dos contribuintes individuais sobre as remunerações relativas aos serviços identificados na própria escrituração contábil e não trouxe qualquer contraprova que afastasse a ocorrência dos fatos geradores, limitandose a contestar em tese a cobrança. Com relação às inconstitucionalidades apontadas, é vedada a esta instância julgadora afastar sob esse fundamento dispositivos legais em vigor. Sobre o tema, o CARF consolidou referido entendimento por meio do enunciado da Súmula n. 02, a seguir: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Em razão do exposto, voto pelo conhecimento do recurso para negarlhe provimento. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 298DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 22/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 10820.000245/00-38
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/1990 a 31/10/1995
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
O Supremo Tribunal Federal - STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621).
O Superior Tribunal de Justiça - STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005).
No presente caso, o pedido de repetição de indébito deu-se antes do início da vigência da LC nº 118/2005, aplicando-se, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito.
Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito.
Recurso Extraordinário Negado.
Numero da decisão: 9900-000.559
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Elias Sampaio Freire Relator
EDITADO EM:19/11/2012
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim, que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
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Nome do relator: ELIAS SAMPAIO FREIRE
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/1990 a 31/10/1995 NORMAS PROCESSUAIS. ADMISSIBILIDADE. DIVERGÊNCIA COMPROVADA. Ao apreciar regra de norma geral acerca do prazo para repetição de indébito (art. 165, incisos I e II , e 168, inciso I, do CTN), ao contrário do decidido no acórdão recorrido, o acórdão paradigma considerou ser irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro, aplicando o prazo a partir da extinção do crédito tributário. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/1990 a 31/10/1995 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O Supremo Tribunal Federal STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621). O Superior Tribunal de Justiça STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118∕05 (09.06.2005). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 00 02 45 /0 0- 38 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 No presente caso, o pedido de repetição de indébito deuse antes do início da vigência da LC nº 118/2005, aplicandose, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito. Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito. Recurso Extraordinário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Elias Sampaio Freire – Relator EDITADO EM:19/11/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim, que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10820.000245/0038 Acórdão n.º 9900000.559 CSRFPL Fl. 3 3 , Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão n.º 02 02.919, proferido pela 2ª Turma da CSRF em 28/01/2008, interpôs, dentro do prazo regimental, recurso extraordinário à Câmara Superior de Recursos Fiscais. A decisão recorrida, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial. Segue abaixo sua ementa: “Somente após a Resolução do Senado Federal suspensiva dos efeitos da norma declarada inconstitucional em controle difuso é que se forma o indébito e, portanto, iniciase o prazo prescricional para sua repetição, "dies a quo". Recurso especial negado.” A Fazenda Nacional afirma que o acórdão recorrido diverge da jurisprudência mantida pela Quarta Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão CSRF/0400.810). Segue abaixo a ementa do paradigma: “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO — ILL — O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido.” (AC CSRF/0400.810) Explica que o aresto recorrido prolatou entendimento segundo o qual o prazo decadencial para o pedido de restituição/compensação de valor pago indevidamente começaria a fluir a partir da Resolução do Senado que dá efeito erga omnes à declaração de inconstitucionalidade de lei ou a partir do ato da autoridade administrativa que concedesse ao contribuinte o direito de pleitear a restituição/compensação. Observa que, por outro lado, o voto condutor do aresto declinado como paradigma entende que o direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento a inconstitucionalidade ou simples erro. No mérito, afirma que, pelo exame dos artigos 165, inciso 1 e 168, inciso I, ambos do CTN, constatase que o direito de o sujeito passivo pleitear a restituição total ou parcial de tributo pago indevidamente ou maior que o devido, em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido, extinguese com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Diz que decisão recorrida respaldouse em posicionamento superado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, pois a referida Corte é unânime em sufragar que a declaração de inconstitucionalidade do tributo não influi no prazo decadencial para a repetição do indébito. Ao final, requer o provimento do presente recurso. Nos termos do Despacho n.º 910000.326, foi dado seguimento ao pedido em análise. O contribuinte não apresentou contrarazões. Eis o breve relatório. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10820.000245/0038 Acórdão n.º 9900000.559 CSRFPL Fl. 4 5 Voto Conselheiro Elias Sampaio Freire, Relator Acerca da admissibilidade do recurso extraordinário constatase que ao apreciar regra de norma geral acerca do prazo para repetição de indébito (art. 165, incisos I e II , e 168, inciso I, do CTN), ao contrário do decidido no acórdão recorrido, o acórdão paradigma considerou ser irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro, aplicando o prazo a partir da extinção do crédito tributário. Portanto, demonstrado o dissídio jurisprudencial e preenchidas as demais formalidades, conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. O Supremo Tribunal Federal – STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621), em acórdão assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações Fl. 5DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” O Superior Tribunal de Justiça – STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118∕05 (09.06.2005): “TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL EM CONTROLE CONCENTRADO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. REGRA DOS "CINCO MAIS CINCO". PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. A Primeira Seção desta Corte firmou entendimento de que, "mesmo em caso de exação tida por inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle concentrado, seja em difuso, ainda que tenha sido publicada Resolução do Senado Federal (art. 52, X, da Carta Magna), a prescrição do direito de pleitear a restituição, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita ou expressa." 2. O entendimento jurisprudencial é a síntese da melhor exegese da legislação no momento da aplicação do direito, por isso é aceitável a sua mudança para o devido aprimoramento da prestação jurisdicional. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Ag 1406333 / PE, Relator: Ministro Humberto Martins) “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA O SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (ILL). PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". RESP 1.002.932/SP (ART.543C DO CPC). COMPENSAÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. RESP Fl. 6DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10820.000245/0038 Acórdão n.º 9900000.559 CSRFPL Fl. 5 7 1.137.738/SP (ART. 543C DO CPC). POSSIBILIDADE, IN CASU, DE COMPENSAÇÃO COM TRIBUTO DA MESMA ESPÉCIE. CORREÇÃO MONETÁRIA. FEV/1991. IPC. 21,87%. 1. Agravos regimentais interpostos pelos contribuintes e pela Fazenda Nacional contra decisão que negou seguimento aos seus recursos especiais. 2. A Primeira Seção adota o entendimento sufragado no julgamento dos EREsp 435.835/SC para aplicar a tese dos "cinco mais cinco" à contagem do prazo prescricional, inclusive para a repetição de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Precedentes: EREsp 507.466/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 25/3/2009, DJe 6/4/2009; AgRg nos EAg 779581/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 9/5/2007, DJe 1/9/2008; EREsp 653.748/CE, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 23/11/2005, DJ 27/3/2006. 3. O Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso especial representativo de controvérsia (REsp 1.002.932/SP), ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação respectiva. 4. Em sede de compensação tributária, deve ser aplicada a legislação vigente por ocasião do ajuizamento da demanda. "[A] autorização da Secretaria da Receita Federal constituía pressuposto para a compensação pretendida pelo contribuinte, sob a égide da redação primitiva do artigo 74, da Lei 9.430/96, em se tratando de tributos sob a administração do aludido órgão público, compensáveis entre si" (REsp 1.137.738/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 1º/2/2010, julgado sob o rito do art. 543C do CPC). 5. Na correção de indébito tributário incide o índice de 21,87% em fevereiro de 1991 (expurgo inflacionário, IPC/IBGE em substituição à INPC do mês). Precedentes: REsp 968.949/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 10/3/2011; EDcl no AgRg nos EDcl no REsp 871.152/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19/8/2010; AgRg no REsp 945.285/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 7/6/2010; REsp 1.124.456/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 8/4/2010. 6. Agravo regimental das contribuintes parcialmente provido para assegurar a correção monetária no mês de fevereiro de 1991 pelo índice de 21,87%. 7. Agravo regimental da Fazenda Nacional não provido.” Fl. 7DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 (AgRg no REsp 1131971 / RJ, Relator: Ministro Benedito Gonçalves) No presente caso, o pedido de repetição de indébito deuse antes do início da vigência da LC nº 118/2005, aplicandose, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito. Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito. Pelo exposto, voto por CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional. É como voto. Elias Sampaio Freire Fl. 8DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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