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Numero do processo: 19311.720743/2013-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Inexistindo o vício apontado no acórdão embargado, rejeitam-se os embargos de declaração.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3402-003.457
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Esteve presente ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Garcia de Souza, OAB/RJ 48.955.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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score : 1.0
Numero do processo: 13811.003084/2001-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997
Impossibilidade de retificação de declaração para alocação de pagamentos após a lavratura do Auto de Infração.
Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício.
Numero da decisão: 1401-001.668
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregório, Marcos de Aguiar Villas-Bôas, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Aurora Tomazini de Carvalho.
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 Impossibilidade de retificação de declaração para alocação de pagamentos após a lavratura do Auto de Infração. Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício.
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secao_s : Primeira Seção de Julgamento
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto - Presidente. Documento assinado digitalmente. Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregório, Marcos de Aguiar Villas-Bôas, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Aurora Tomazini de Carvalho.
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Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregório, Marcos de Aguiar VillasBôas, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Aurora Tomazini de Carvalho. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 30 84 /2 00 1- 20 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão nº 0733.834 3ª Turma da DRJ/FNS, que julgou integralmente procedente o lançamento contra BCEM COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA. O auto de infração de IRPJ no valor do principal de R$ 7.500,00, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora, totalizando R$ 19.991,50 (fls. 17 a 26), com origem em procedimento de auditoria interna em DCTF, conforme IN SRF nºs 45 e 77, de 1998, não foram localizados pela RFB os pagamentos de IRPJ informados pelo contribuinte nas DCTF dos períodos de abril, maio e junho de 1997. Apreciada a impugnação, afastada a alegação de extinção por pagamento o lançamento foi julgado totalmente procedente em decisão fundamentada nos seguintes termos: "A Derat/SP analisou os pagamentos realizados mediante os DARF de IRPJ trazidos aos autos e concluiu que eles foram alocados a outro débito de IRPJ do contribuinte, referente ao período de apuração de janeiro de 1997. Em consultas ao Sistema Sief, conforme telas a seguir, constatamos que no dia 30/10/2001 houve retificações/correções dos referidos DARF de IRPJ informados em DCTF (processo 13811001914/200184). Os referidos DARF foram alterados e alocados para o débito confessado de IRPJ do período de apuração de janeiro/1997. [...] Observese que o interessado não alegou e não apresentou a escrituração e outros documentos comprobatórios sobre eventuais erros nos débitos de IRPJ confessados na DIRPJ e nas DCTF do anocalendário de 1997. Ademais, se efetivamente fosse informado incorretamente nas DCTF e/ou na DIRPJ o valor do IRPJ a pagar, fato que não foi aventado na defesa, competia ao sujeito passivo empreender a retificação das respectivas declarações. Ressaltese que as informações prestadas em DCTF e DIRPJ reputamse verdadeiras, competindo ao contribuinte a comprovação efetiva de que houve erro na identificação dos fatos geradores declarados nesses documentos. [...]Portanto, não assiste razão ao impugnante, pois os débitos confessados nas DCTF dos meses de abril, maio e junho de 1997 estão em aberto, tendo em vista que os pagamentos realizados mediante os DARF juntados aos autos se referem a outro débito confessado de IRPJ, do período de apuração de janeiro de 1997, para o qual foram alocados. A Contribuinte apresentou recurso voluntário tempestivo, no qual repisa os argumentos apresentados na impugnação acrescentando que o equívoco da decisão de piso, poderia facilmente ser sanado quando admitidas as DCTFs retificadas com nova alocação dos pagamentos indicados nos DARFs anexados aos autos. Era o der essencial a ser relatado. Passo a decidir Voto Fl. 131DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13811.003084/200120 Acórdão n.º 1101001.668 S1C1T1 Fl. 127 3 Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Relatora. Por tempestivo e pela presença dos pressupostos recursais exigidos pela legislação, conheço do recurso. Contudo, notase que mesmo após apreciados os documentos reproduzidos na fase recursal, persiste a ausência de comprovação efetiva de que houve erro na identificação dos fatos geradores e alocação dos respectivos pagamentos declarados nos documentos considerados na decisão de piso, vez que estes em nada inovam, apenas reproduzem as informações já consideradas. Além do mais, eventuais retificações efetivadas após o início da ação fiscal, não tem o condão de produzir efeito sobre o lançamento dela decorrente, nestes termos: Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Por todo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso para manter o lançamento do crédito tributário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente). Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 13/10/2016 por LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
score : 1.0
Numero do processo: 19515.721290/2011-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADO VÍCIO DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. ACOLHIMENTO.
Uma vez demonstrada a existência do vício de omissão no voto condutor do acórdão recorrido, acolhe-se os embargos de declaração, para integrar o voto condutor do julgado e ratificar o dispositivo do acórdão embargado.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3302-003.336
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, para ratificar e integrar o Acórdão embargado. Fez sustentação oral a Drª. Marcela Ruiz Cavalho.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, para ratificar e integrar o Acórdão embargado. Fez sustentação oral a Drª. Marcela Ruiz Cavalho. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
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Interessado TB COMÉRCIO DE PERFUMES LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. COMPROVADO VÍCIO DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO EMBARGADO. ACOLHIMENTO. Uma vez demonstrada a existência do vício de omissão no voto condutor do acórdão recorrido, acolhese os embargos de declaração, para integrar o voto condutor do julgado e ratificar o dispositivo do acórdão embargado. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração, para ratificar e integrar o Acórdão embargado. Fez sustentação oral a Drª. Marcela Ruiz Cavalho. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 12 90 /2 01 1- 18 Fl. 5108DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por RICARDO PAULO ROS A 2 Tratase de embargos de declaração opostos com o objetivo de suprir suposto vício de contradição e omissão no acórdão nº 3102002.091, de 26 de novembro de 2013, em que, por maioria de votos, os membros da extinta 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta Terceira Seção de Julgamento deram parcial provimento ao recurso voluntário, para: a) excluir a responsabilidade tributária da recorrente pelo valor do IPI calculado sobre as vendas dos produtos (perfumes e outros produtos de toucador e higiene) adquiridos da empresa industrial interdependente; b) reduzir a multa agravada de 150% para 75%, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas a seguir transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 EQUIPARAÇÃO A ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. EMPRESA COMERCIAL VAREJISTA. PRODUTOS DE PERFUMARIA E DE TOUCADOR ADQUIRIDOS DE EMPRESA INDUSTRIAL INTERDEPENDENTE. IMPOSSIBILIDADE. Por falta de previsão legal, não se equipara a estabelecimento industrial a empresa comercial varejista que adquirir de empresa industrial interdependente perfumes e outros produtos de toucador e higiene. EQUIPARAÇÃO A ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. EMPRESA COMERCIAL VAREJISTA. PRODUTOS IMPORTADOS POR SUA CONTA E ORDEM. CABIMENTO. Equiparase a estabelecimento industrial as empresas comerciais varejistas que adquirirem produtos de procedência estrangeira, importados por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa jurídica importadora. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DOLO E DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE OU SONEGAÇÃO. REDUÇÃO AO PERCENTUAL NORMAL. POSSIBILIDADE. 1. A aplicação da multa de ofício qualificada no percentual de 150% somente se justifica nas situações em que haja comprovação da ação ou omissão dolosa, com evidente o intuito de sonegação ou fraude do autuado. 2. Na ausência de comprovação dessas circunstância agravantes, o percentual da multa de ofício qualificada deve ser reduzido ao percentual normal de 75%. PESSOA JURÍDICA OBRIGADA A ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL. OMISSÃO DE DADOS NOS ARQUIVOS DIGITAIS. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. POSSIBILIDADE. A pessoa jurídica obrigada a escrituração fiscal digital que omitir informações em arquivos digitais fica sujeita a multa de Fl. 5109DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 19515.721290/201118 Acórdão n.º 3302003.336 S3C3T2 Fl. 5.105 3 5% sobre o valor da operação correspondente, limitada a 1% da receita bruta auferida no período. JUROS MORATÓRIOS. COBRANÇA COM BASE NA VARIAÇÃO DA TAXA SELIC. LEGITIMIDADE. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso Voluntário Provido em Parte. Em 22/8/2014, a interessada foi cientificada do referido acórdão (fl. 5090). Tempestivamente, em 25/8/2014, apresentou os embargos de declaração de fls. 5092/5095, em que alegou vícios de omissão e contradição no citado julgado, com base nos seguintes argumentos: a) a intimação recebida da unidade da Receita Federal de origem incluía a cobrança dos débitos do IPI apurados sobre as operações de revenda dos produtos recebidos da pessoa jurídica VITI, que foram expressamente excluídas da base tributável do IPI no acórdão embargado; b) o acórdão embargado determinara a continuidade da cobrança do IPI apurado sobre às operações de revenda dos produtos importados por conta e ordem, que foram adquiridos de outras empresas nacionais (que não a empresa VITI), mas determinou o tratamento que deveria ser adotado em relação a tais operações; e c) o acórdão embargado não fixara a forma de apuração do imposto excluído nem do remanescente, o que poderia ser feito na forma do artigo 475E do CPC, que trata da liquidação de sentença por artigo, sob pena de omissão. Com base nas razões aduzidas no despacho de fls. 5100/5103, com fundamento no art. 65, § 3º, do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF 259/2009 (RICARF/2009), o então presidente da extinta 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta 3ª Seção de Julgamento, reconheceu a procedência dos alegados vícios de omissão e de contradição e determinou que este Conselheiro colocasse os autos em pauta de julgamento, para prolação de novo acórdão. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. Uma vez cumprido os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento dos presentes embargos de declaração, para análise dos alegados vícios de contradição e omissão suscitados pela recorrente. Assiste razão à recorrente. Fl. 5110DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por RICARDO PAULO ROS A 4 De acordo com as planilhas de fl. 5080 e os demonstrativos de fls. 5085/5087, verificase que a apuração do valor do saldo remanescente do IPI devido e do valor do IPI excluído da cobrança foi feita em desconformidade com o que fora decidido no acórdão embargado, que, expressamente, determinou a exclusão do valor “do IPI calculado sobre as vendas dos produtos (perfumes e outros produtos de toucador e higiene) adquiridos da empresa industrial interdependente”, a saber, os produtos adquirido da pessoa jurídica VITI Indústria e Comércio de Cosméticos, Perfumes e Presentes Ltda., doravante denominada de VITI. De outra parte, no julgado embargado, também foi determinada a manutenção da cobrança do IPI devido nas vendas dos produtos importados adquiridos das empresas importadoras Socinter Sul e Vila Porto, conforme explicitado nos excertos extraídos do voto condutor do julgado, que seguem transcritos: A alegação da recorrente procede em relação à revenda dos produtos nacionais fabricados por terceiros, no caso, pela empresa interdependente VITI. Essa questão já foi analisada no tópico anterior atinente às preliminares e ficou demonstrado que, neste caso, não existe previsão legal que ampare a equiparação da recorrente a estabelecimento industrial. Por outro lado, em relação à revenda dos produtos importados, há provas cabais nos autos que demonstram que a recorrente realizou importações por conta e ordem, por intermédio das importadoras Socinter Sul e Vila Porto, o que lhe equipara a estabelecimento industrial, nos termos do inciso IX do art. 9º do RIPI/2002. Cabe esclarecer ainda que, de acordo com o estabelecido no item II do Termo Verificação Fiscal (fls. 332/334), a base de cálculo do valor do IPI, lançado no auto de infração em questão, foi determinada mediante o somatório dos valores totais das vendas realizadas por meio de cupom fiscal (EFC) e de notas fiscais, sem qualquer distinção quanto à origem do produto (se adquirido da empresa VITI ou das empresas importadoras por conta e ordem). No entanto, na execução/liquidação do julgado embargado pela unidade da Receita Federal de origem, em desconformidade com o que fora decidido, na apuração da base de cálculo do saldo remanescente do IPI devido foi excluído o valor das vendas realizadas por meio de notas fiscais e mantido o valor integral das vendas realizadas por cupom fiscal, conforme se extrai das planilhas de fl. 5080 e dos demonstrativos de fls. 5085/5087. Esse critério, evidentemente, contraria o que fora decidido no julgado embargado, porque não reflete o valor das operações de venda dos produtos adquiridos apenas da empresa VITI, uma vez que tais produtos, assim como os adquiridos das importadoras por conta e ordem, foram vendidos por meio de cupom fiscal e nota fiscal. Dada essa condição, fica demonstrada a impossibilidade de se proceder, com base na documentação colacionada aos autos, a separação das operações de saída/venda dos produtos adquiridos da empresa VITI e dos produtos adquiridos das empresas importadoras por conta e ordem Socinter Sul e Vila Porto. Diante dessa circunstância, se demonstrada a impossibilidade ou a inviabilidade de a fiscalização proceder a referida separação, que deverá contar com a necessária colaboração da autuada, em caráter alternativo, determinase que o valor das operações de revenda dos produtos adquiridos da empresa VITI seja determinado com base no preço de aquisição dos correspondentes produtos, por se tratar de critério objetivo e em consonância com teor da decisão embargada. Pela mesma razão, a apuração do valor das Fl. 5111DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 19515.721290/201118 Acórdão n.º 3302003.336 S3C3T2 Fl. 5.106 5 operações de revenda dos produtos adquiridos das empresas importadoras seja determinado com base no preço de aquisição dos correspondentes produtos. No caso, como qualquer uma das duas alternativas propicia a liquidação do julgado, haja vista que o primeiro permite a apuração do valor do IPI a ser excluído da cobrança, enquanto que o segundo proporciona a apuração do valor do IPI a ser mantida a cobrança, fica a cargo da autoridade fiscal escolher a alternativa de apuração que seja menos trabalhosa. Por todo o exposto, votase pelo acolhimento dos embargos de declaração, para ratificar a decisão embargada e em aditamento: a) esclarecer que, além de equivocado, o critério de apuração do valor do IPI devido remanescente, adotado pela autoridade fiscal, conflita com o teor da decisão embargada, logo, deve ser desconsiderado, por não refletir a decisão proferido pelo Colegiado; b) determinar que o valor das operações de saída/revenda dos produtos adquiridos da empresa interdependente VITI e dos produtos adquiridos das empresas importadoras Socinter Sul e Vila Porto seja calculado proporcionalmente ao preço de compra dos respectivos produtos, se demonstrada a inviabilidade de apuração do valor das correspondentes operações com base na documentação contábil e fiscal da interessada; e c) determinar que o valor o IPI a ser excluído da cobrança seja apurado com base no valor das operações de saída/revenda da empresa VITI, calculado segundo o critério estabelecido na alínea anterior; e o valor do IPI a ser a cobrado seja apurado com base no valor das operações de saída/revenda das empresas importadoras, calculado de acordo o critério definido na alínea anterior. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 5112DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 26 /09/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 10865.905445/2012-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 29/02/2008
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO
A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.368
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 29/02/2008 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
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DCOMP. Recorrente ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 29/02/2008 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazêlo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 54 45 /2 01 2- 11 Fl. 70DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 2 Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. A DRF LIMEIRA emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que comercializa alguns produtos sujeitos à tributação monofásica (alíquota zero sobre as suas vendas), que foram indevidamente tributados, o que deu origem aos créditos informados no PER/Dcomp. Procurando demonstrar a existência do direito creditório junta ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 02055.298. A DRJ fundamentou que a simples retificação da DCTF não é suficiente para comprovar o pagamento indevido ou a maior que o devido, e que a contribuinte não trouxe aos autos elementos comprobatórios do direito creditório utilizado na compensação declarada. Em seu recurso voluntário a Recorrente traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório decorre da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de receitas oriundas da venda de produtos sujeitos à alíquota 0%, conforme anexo I da Lei nº 10.485/2002 (SILENCIOSO componente do sistema de escapamento NCM 87.08.92.00), que já teriam sofrido tributação obedecendo ao critério monofásico; b) afirma que procurou comprovar o direito creditório com a manifestação de inconformidade acompanhada da DCTF retificadora, mas que, agora, junta aos autos demonstrativo mais detalhado e minucioso (listagem de notas fiscais com indicação dos produtos vendidos com respectivas alíquotas aplicáveis, cópia do Registro de Saídas e da GIA correspondentes), servindo para o reconhecimento de seu direito de crédito ou, pelo menos, para justificar a realização de diligência (cita a Resolução nº 3803000.330 como precedente); c) caso o Colegiado decida pela realização de diligência, informa que todas as notas fiscais relacionadas nos demonstrativos estão sob sua guarda, à disposição do Fisco; Fl. 71DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 3 d) sustenta que a decisão recorrida negou seu direito atendose a aspecto meramente formal, sem observar o princípio da verdade material, que norteia o processo administrativo fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.316, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.316): "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 70 a 78 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Fortaleza/3ª Turma, nº 0826.232, de 20 de agosto de 2013. No presente caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DCTF para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar o motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Agora, já no recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 72DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 4 [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...]Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). O processo administrativo fiscal pode ser considerado como um método de composição dos litígios, empregado pelo Estado ao cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto para a resolução da lide. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. Humberto Theodoro Júnior em "Curso de Direito Processual Civil, vol. I" (ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) assim diz: “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.”. Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Neste sentido, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os antes transcritos artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Por sua vez, o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972, estabelece que as provas devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. O sistema da oficialidade, adotado no processo administrativo, e a necessidade da marcha para frente, a fim de que o mesmo possa atingir seus objetivos de solução de conflitos e pacificação social, impõem que existam prazos e o estabelecimento da preclusão. Contudo, uma fria análise da norma pode vir a chocarse com os princípios da verdade material e da ampla defesa. Vejamos que a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo em geral, no art. 3º, possibilita a apresentação de alegações e documentos antes da decisão e, no art. 38, permite que documentos probatórios possam ser juntados até a tomada da decisão administrativa. Entretanto, conforme a melhor doutrina, deve ser aplicada ao caso a lei específica existente, Decreto nº 70.235/1972, que determina o rito do processo administrativo fiscal, em detrimento da lei geral. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 5 Neste ponto, sobre o momento da apresentação da prova no processo administrativo fiscal, cabe mencionar que de fato existe na jurisprudência uma tendência de atenuar os rigores da norma, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, que indicam trataremse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Logo, o direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação e será determinado a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, bem como à percepção de que efetivamente houve um esforço na busca de comprovar o direito alegado, que é ônus daquele que objetiva a restituição, ressarcimento e/ou compensação de tributos. Como se vê, as alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque, conforme já dito, o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. O § 4º do art. 16 do PAF estabelece que só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Especificamente no caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 6 O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. No caso, o acórdão da DRJ foi bastante claro ao fundamentar suas conclusões pela insuficiência da comprovação do direito creditório alegado quando afirmou: "a simples retificação da DCTF sem que o contribuinte tenha juntado aos autos documentos hábeis e idôneos que comprovem as alterações efetuadas não pode servir como justificativa de eventual erro no preenchimento da DCTF" (grifei). Ao final, a decisão recorrida novamente destaca: "a manifestação de inconformidade procura justificar o erro na declaração DCTF Original mediante retificação da DCTF, após a ciência do Despacho Decisório, sem apresentação de elementos comprobatórios do direito creditório pleiteado no citado PER/DCOMP. (grifei) A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (demonstrativos do faturamento mensal, do cálculo dos créditos de PIS e Cofins e das compensações, bem como cópia do registro de saídas e da apuração do ICMS), verificase que o contribuinte anexou uma relação de Notas Fiscais de 7 (sete) páginas de extensão, fls. 79 a 85, afirmando que tal providência o dispensaria da anexação de todas estas notas emitidas no período, em face de seu "grande volume". Quanto à esta alegação, deve ser contraposto que o presente processo já foi instaurado na forma digital, o que em muito facilitaria a juntada da totalidade das referidas notas fiscais. Embora ressalte que todas estas Notas estariam sob sua guarda e poderiam ser imediatamente disponibilizadas na hipótese de realização de diligência, o interessado sequer procurou juntar algumas Notas como amostragem, o que ao menos denotaria um mínimo esforço no sentido de comprovar o efetivo teor das mesmas. Ainda, também não se preocupou em demonstrar a origem das mercadorias que teria revendido, mediante a apresentação das Notas Ficais de aquisição das mesmas, no sentido de comprovar que de fato o fabricante/fornecedor operava sob o regime da tributação monofásica. No caso, optou por reiterar suas alegações quanto à supremacia da verdade material sobre a verdade formal, quando deveria procurar demonstrar de maneira efetiva suas alegações juntando cópias de pelo menos parte de todas estas notas, para que o julgamento ocorresse com base em elementos concretos, capazes de comprovar a veracidade do alegado direito creditório. O recorrente invoca o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 7 Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem quaisquer provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Pelo exposto, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. Como se vê, a documentação juntada ao recurso voluntário não se revela suficiente para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandaria a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo, exceto em casos excepcionais. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito). Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno e nem mesmo agora em sede de recurso voluntário foi integralmente apresentada, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, inclusive a citada Resolução nº 3803000.330, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.905445/201211 Acórdão n.º 3201002.368 S3C2T1 Fl. 0 8 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 77DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 10983.721216/2010-20
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES ANTERIORES A 2007.
Não deve ser conhecido recurso especial em relação a matéria já sumulada no âmbito do CARF. Incidência da Súmula n. 105 do CARF em relação aos períodos anteriores a 2007.
MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES A PARTIR DE 2007.
Tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 de suportes fáticos distintos e autônomos com diferenças claras na temporalidade da apuração, que tem por consequência a aplicação das penalidades sobre bases de cálculo diferentes. A multa de ofício aplica-se sobre o resultado apurado anualmente, cujo fato gerador aperfeiçoa-se ao final do ano-calendário, e a multa isolada sobre insuficiência de recolhimento de estimativa apurada conforme balancetes elaborados mês a mês ou ainda sobre base presumida de receita bruta mensal. O disposto na Súmula nº 105 do CARF aplica-se aos fatos geradores pretéritos ao ano de 2007, vez que sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007.
Numero da decisão: 9101-002.434
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente o Recurso Especial da Fazenda Nacional, somente, em relação aos anos-calendário de 2007 a 2009, vencido o conselheiro Luís Flávio Neto (relator), que não o conheceu e, no mérito da parte conhecida, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, vencidos os conselheiros Luís Flávio Neto (relator), Cristiane Silva Costa e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado), que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro André Mendes de Moura. Declarou-se impedido de participar do julgamento o conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Luís Flávio Neto - Relator.
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Redator designado.
EDITADO EM: 10/01/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Nathália Correia Pompeu), Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Daniele Souto Rodrigues Amadio e Nathália Correia Pompeu.
Nome do relator: LUIS FLAVIO NETO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES ANTERIORES A 2007. Não deve ser conhecido recurso especial em relação a matéria já sumulada no âmbito do CARF. Incidência da Súmula n. 105 do CARF em relação aos períodos anteriores a 2007. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES A PARTIR DE 2007. Tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 de suportes fáticos distintos e autônomos com diferenças claras na temporalidade da apuração, que tem por consequência a aplicação das penalidades sobre bases de cálculo diferentes. A multa de ofício aplica-se sobre o resultado apurado anualmente, cujo fato gerador aperfeiçoa-se ao final do ano-calendário, e a multa isolada sobre insuficiência de recolhimento de estimativa apurada conforme balancetes elaborados mês a mês ou ainda sobre base presumida de receita bruta mensal. O disposto na Súmula nº 105 do CARF aplica-se aos fatos geradores pretéritos ao ano de 2007, vez que sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 32; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2199; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 2.016 1 2.015 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10983.721216/201020 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101002.434 – 1ª Turma Sessão de 20 de setembro de 2016 Matéria IRPJ CONCOMITÂNCIA MULTA ISOLADA ESTIMATIVA MENSAL E MULTA DE OFÍCIO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS SA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES ANTERIORES A 2007. Não deve ser conhecido recurso especial em relação a matéria já sumulada no âmbito do CARF. Incidência da Súmula n. 105 do CARF em relação aos períodos anteriores a 2007. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES A PARTIR DE 2007. Tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 de suportes fáticos distintos e autônomos com diferenças claras na temporalidade da apuração, que tem por consequência a aplicação das penalidades sobre bases de cálculo diferentes. A multa de ofício aplicase sobre o resultado apurado anualmente, cujo fato gerador aperfeiçoase ao final do anocalendário, e a multa isolada sobre insuficiência de recolhimento de estimativa apurada conforme balancetes elaborados mês a mês ou ainda sobre base presumida de receita bruta mensal. O disposto na Súmula nº 105 do CARF aplicase aos fatos geradores pretéritos ao ano de 2007, vez que sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente o Recurso Especial da Fazenda Nacional, somente, em relação aos anoscalendário de 2007 a 2009, vencido o conselheiro Luís Flávio Neto (relator), que não o conheceu e, no mérito da parte conhecida, por maioria de votos, em AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 72 12 16 /2 01 0- 20 Fl. 2017DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.017 2 darlhe provimento parcial, vencidos os conselheiros Luís Flávio Neto (relator), Cristiane Silva Costa e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado), que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro André Mendes de Moura. Declarouse impedido de participar do julgamento o conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado). (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Luís Flávio Neto Relator. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Redator designado. EDITADO EM: 10/01/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado em substituição à conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à conselheira Nathália Correia Pompeu), Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Daniele Souto Rodrigues Amadio e Nathália Correia Pompeu. Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional (doravante “PFN” ou “recorrente”), em que é parte ELETROSUL CENTRAIS ELÉTRICAS S/A (doravante “ELETROSUL”, “contribuinte” ou “recorrido”), em face do acórdão n. 1101000.893 (doravante “acórdão a quo” ou “acórdão recorrido”), proferido pela 1a Turma Ordinária da 1a Câmara desta 1a Seção (doravante “Turma a quo”). No processo administrativo em questão, foi lavrado auto de infração para a exigência de créditos tributários de IRPJ e CSLL, compreendendo os anoscalendários de 2005 a 2009, por considerarse inaplicável a regra do art. 409 do RIR aos contratos firmados pela contribuinte com o Poder Público para fornecimento de energia elétrica. Além do principal, o auto de infração impôs multa de ofício no percentual de 75% (art. 44, inc. I, da Lei n. 9.430/96) e multa isolada, no percentual de 50% (art. 44, inc. II, alínea “b”, da Lei n. 9.430/96 – nova Fl. 2018DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.018 3 redação do art. 44, §1º, inc. Iv, da Lei n. 9.430/96, alterado pelo art. 14 da Lei n. 11.488/07, nos termos do art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional), em razão da falta de recolhimento de estimativas ao longo dos exercícios em questão. A impugnação administrativa apresentada pelo contribuinte foi julgada improcedente (acórdão nº 0725.226), com decisão assim ementada (fls. 1.150 e seg. do e processo): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 REGIMES DE RECONHECIMENTO DE RECEITA. OPÇÃO. COMPETÊNCIA E CAIXA. OBRIGATORIEDADE. A opção pelo regime de reconhecimento de receita que mais convenha à pessoa jurídica, para fins tributários, depende da existência de prévia permissão legal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 REGIMES DE RECONHECIMENTO DE RECEITA. OPÇÃO. COMPETÊNCIA E CAIXA. OBRIGATORIEDADE. A opção pelo regime de reconhecimento de receita que mais convenha à pessoa jurídica, para fins tributários, depende da existência de prévia permissão legal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE E DE ILEGALIDADE. LIMITES DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, e são incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e de ilegalidade. (Enunciado nº 2 da Súmula do CARF: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.”). LANÇAMENTO DECORRENTE. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LIQUIDO CSLL. Tratandose da mesma matéria fática e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, aplicase ao lançamento decorrente a decisão proferida no lançamento principal (IRPJ). Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. Nesse seguir, foi interposto recurso voluntário pelo contribuinte (fls. 1.203 e seg. do eprocesso). Ao julgar o caso, a Turma a quo prolatou acórdão assim ementado (fls. 1.390 e seg. do eprocesso): Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 DIFERIMENTO DE TRIBUTAÇÃO INCIDENTE SOBRE O LUCRO. RESULTADOS DECORRENTES DE CONTRATAÇÕES Fl. 2019DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.019 4 COM ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS. EXTENSÃO ÀS RECEITAS DECORRENTES DE REPACTUAÇÃO DA DÍVIDA ORIGINAL. IMPOSSIBILIDADE. A lei tributária não prevê o diferimento da tributação de outros resultados que não os decorrentes das operações de empreitada ou fornecimento de bens vinculados a contratos firmados com entidades governamentais. A tributação das receitas de juros e atualização monetária, incorridas em razão do atraso da União no pagamento da dívida resultante da cessão dos créditos originais, observa o regime de competência. FATO GERADOR SUJEITO A CONDIÇÃO SUSPENSIVA. INOCORRÊNCIA. A necessidade de previsão orçamentária e de empenho para o recebimento da dívida pactuada são condições externas ao contrato, e não impedem sua eficácia. A pessoa jurídica prejudicada pode, após o vencimento, propor ação judicial para exigir o pagamento da dívida e a emissão de precatório em seu favor. JUROS E ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. CARACTERIZAÇÃO DE RENDA. As pessoas jurídicas submetidas à sistemática do lucro real devem reconhecer os juros e as variações monetárias ativas como receitas financeiras segundo o regime de competência. Inexiste decisão judicial com efeito vinculante que afaste a determinação legal de tributação do lucro decorrente destes valores. IRPJ. CSLL. RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, findo o período de apuração, de um lado, e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado complexivamente, de outro lado. A infração relativa ao não recolhimento das estimativas mensais caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir a exação, no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é, sem dúvida, a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, ao passo que o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa da Fazenda, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. MULTA DE OFÍCIO. EFEITO CONFISCATÓRIO. Definido em lei, o percentual aplicável em lançamento de ofício não se sujeita a discussão no contencioso administrativo fiscal (Súmula CARF nº 2). MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. PROCEDIMENTO FISCAL ANTERIOR. INOCORRÊNCIA. Embora ausente prova da modificação de critério jurídico adotado pela autoridade administrativa no exercício do lançamento, ainda assim ela seria possível relativamente a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução, e não se prestaria a afastar a penalidade aplicada. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO, NO LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO. APRECIAÇÃO DA MATÉRIA NO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. ADMISSIBILIDADE. A jurisprudência administrativa já está pacificada no sentido de que devem ser apreciados os questionamentos dirigidos contra a aplicação Fl. 2020DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.020 5 de juros sobre a multa de ofício. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa SELIC. Colhemse as seguintes informações do relatório do acórdão a quo (fls. 1.392 e seg. do eprocesso): “A ação fiscal levada a efeito sobre a Eletrosul revelou infração à legislação tributária que diz respeito a indevidas exclusões das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL dos valores referentes à contabilização pelo regime de competência dos juros e correções monetárias (baseadas no IGPM mensal) decorrentes de contratos particulares de cessão de crédito firmados decorrentes da Lei nº 8.727/93, de um lado, pela União na qualidade de cessionária e, de outro lado, pela Eletrosul na qualidade de cedente. Dizendo de forma absolutamente sucinta, ao longo desta fiscalização foi constatado que a empresa, mediante indevidos ajustes nas bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, fazia apropriar as receitas provenientes desses contratos pelo regime de caixa, em discordância com o disposto na legislação desses tributos que prevê a apropriação de receitas como tais pelo regime de competência. Revelou também a prática de postergação de tributos consistente na adição à base de cálculo do IRPJ e da CSLL, nos períodos de apuração sob fiscalização, de valores excluídos das bases de cálculo desses tributos em períodos anteriores. Essas adições, contudo, eram efetuadas sem o correspondente pagamento de juros e multa de mora. É necessário que se diga, desde logo, quanto as infrações cometidas, que elas advêm de uma opinião equivocada por parte do contribuinte concernente aos arts.407 e 409 do Decreto nº 3.000/99. [...] A autoridade fiscal descreve a origem dos Contratos Particulares de Cessão de Crédito entre a União, através do Banco do Brasil S/A, na qualidade de seu Agente Financeiro, e as Centrais Elétricas do Sul do Brasil S/A – Eletrosul, para efeito de Refinanciamento da Dívida da Enersul ou CEEE, em razão dos quais a União deveria pagar à Eletrosul o valor resultante do débito consolidado em 240 prestações mensais consecutivas atualizadas pela variação do IGPM, mais uma taxa de juros nominal de 12% a.a., favorecendo a autuada com receitas financeiras decorrentes de correção monetária e de juros, as quais foram contabilizadas pelo regime de competência, mas excluídas do lucro real e da base de cálculo da CSLL, para posterior adição apenas no momento em recebidos os pagamentos da União. Durante o procedimento fiscal, a contribuinte argumentou que sua conduta estava orientada pelos arts. 407 e 409 do RIR/99, na medida em que os créditos originais diziam respeito a fornecimento do serviço de transmissão a empresas pertencentes à administração pública indireta dos Estados4 [4 Os créditos dizem respeito a venda do serviço de transmissão de energia a empresas distribuidoras de energia Fl. 2021DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.021 6 controladas por governos estaduais], de sorte que, também os rendimentos decorrentes da cessão desses créditos para a União estariam acobertados pela possibilidade de diferimento estabelecida nos dispositivos acima mencionados. Outro argumento acessório elencado pelo sujeito passivo é o de que correção monetária (no caso IGPM) não seria receita nova mas, simplesmente, correção de receita já tributada. A Fiscalização opôsse a esta argumentação aduzindo que: · ... não há qualquer vinculação entre as naturezas jurídicas dos rendimentos da empresa relativos à remuneração financeira pela União quanto à compra dos créditos cedidos e as receitas originais decorrentes de fornecimento de energia elétrica, até porque não existem mais para Eletrosul créditos relativos a fornecimento àquelas empresas, mas apenas seu direito junto à União correspondente à característica onerosa da cessão daqueles créditos; · ... o direito de diferimento contido nos arts. 407 e 409 do RIR/00 restringirseia ao lucro não realizado à época da consolidação do crédito, e não à receita. Neste sentido, somente a parcela da remuneração (juros e IGPM) correspondente a esses lucros não realizados poderia ser diferida, e apenas se o lucro diferido àquela época estivesse discriminado no LALUR e sua escrituração estivesse mantida juntamente com a documentação comprobatória correspondente; A autoridade lançadora também abordou alguns detalhes sobre a execução dos contratos de cessão de crédito, de modo a demonstrar que os pagamentos feitos pela União decorriam da transferência de recursos de um fundo para o qual convergiam os valores pagos pelos devedores originais, ensejando pagamentos freqüentemente inferiores a 1/240 do valor da dívida, mas sendo esta atualizada e acrescida de juros. Tais receitas eram contabilizadas pela pessoa jurídica, e o grau de certeza de recebimento é evidenciado pelo seu cômputo na base que se presta à distribuição de participações a administradores e funcionários, assim como, juros sobre capital próprio e/ou dividendos. Transcrevendo excertos do Parecer Jurídico elaborado por assessoria jurídica da Eletrosul, e de parecer de consultoria jurídica externa, a autoridade fiscal formula extenso arrazoado para demonstrar a improcedência das razões apresentadas pelo sujeito passivo, e também menciona o reconhecimento pelo sujeito passivo do cometimento das infrações, ante o provisionamento de juros à taxa SELIC em razão dos valores diferidos, com vistas a dar conta de uma possível autuação. Abordando as adições promovidas pela contribuinte de 2005 a 2009, observou que o fundamento tributário para sua realização é o conjunto de exclusões efetuadas em períodos de apuração anteriores, controlados na parte B do LALUR. Reportandose às informações escrituradas no LALUR, aduz que as adições procedidas tinham o efeito de reduzir o saldo dos diferimentos totais realizados pelo sujeito passivo desde 1999, inexistindo qualquer menção nesse controle do sujeito passivo de que os valores adicionados estariam vinculados à tributação de receitas do próprio período da adição. Em seu entendimento, se não existissem saldos devedores, as adições seriam improcedentes, bem como assim Fl. 2022DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.022 7 seriam se legalmente não houvesse previsão da apropriação tributária a destempo das receitas reconhecidas pelas adições. As exclusões glosadas resultaram na exigência de IRPJ e CSLL devidos nos ajustes anuais de 2005 a 2009, bem como na aplicação de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, nos períodos em que a apuração foi influenciada por aquelas exclusões.” Após ter ciência da decisão, a PFN interpôs recurso especial, arguindo a divergência em relação a duas outras decisões proferidas por diferentes Turmas do CARF quanto à aplicação da multa isolada prevista no art. 44, II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, por considerar legítima a aplicação concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas com a multa de ofício (fls. 1.421 e seg. do eprocesso). Aduz a recorrente, em breve síntese, que: a Turma a quo “entendeu que, incidindo a multa de ofício de 75% prevista no art. 44, inciso I da Lei nº 9430/96, incabível é a aplicação da denominada multa de ofício isolada”, a 2ª Turma Ordinária, da 2ª Câmara do CARF (acórdão nº 1202000.964) e 2ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara do CARF (acórdão nº 1302001.080), teriam julgado “ser legítima a aplicação cumulativa de duas multas de ofício, que, no caso em tela, eram as multas previstas no art. 44, inc. I e no art. 44, II, “b”, ambas da Lei nº 9.430/96, uma vez que decorrem de infrações diversas, razão por que não há que se falar em bis in idem”. “a multa de ofício somente será devida caso exista imposto a pagar por ocasião do Ajuste Anual. Por outro lado, a multa isolada será devida ainda que, ao final do período, não reste imposto a recolher, já que a infração da qual resulta essa multa consiste, simplesmente, no descumprimento da sistemática de pagamento por estimativa do IRPJ e CSLL, não possuindo qualquer relação com o pagamento em si do imposto. É o que se extrai do art. 44, II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, segundo o qual a multa isolada será devida ainda que o contribuinte tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente”; “com a multa isolada o contribuinte está sendo penalizado por não auxiliar a União a fazer frente às despesas incorridas no decorrer dos anos, pelo regime de pagamento de estimativas, e não, propriamente, por não pagar o IRPJ e a CSLL, até por que, como se percebe da Lei nº 9.430/96, tal multa será devida ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para tais tributos.” “multa isolada deve incidir sobre as bases de cálculo estimadas. Essas antecipações, como o próprio nome diz, não equivalem ao tributo efetivamente devido, mas, consoante a jurisprudência pacificada neste Conselho Administrativo, são meros adiantamentos do tributo, que será calculado ao final do ano. Como se sabe, nem sempre o conjunto dessas antecipações pagas equivalerá ao tributo efetivamente devido, já que, no Fl. 2023DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.023 8 cálculo do tributo, feito por ocasião do Ajuste Anual, o contribuinte poderá deduzir determinadas despesas incorridas no decorrer do ano.” “Não há, no presente caso, norma específica que permita ao aplicador da lei relevar a cobrança da multa prevista no art. 44, II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96, atendendo ‘a considerações de eqüidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso’.” após o advento da Medida Provisória nº 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/2007, que alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não haveria mais espaço para discussão do assunto, uma vez que a nova redação, ao reduzir a multa isolada para 50%. teria deixado claro que a referida multa isolada era cabível no caso de estimativa mensal não paga e não de tributo final não pago. Afirma que as bases de cálculo das citadas multas também teriam sido diferenciadas, afastandose, dessa forma, a alegação de bis in idem. Neste sentido, cita a decisão consignada no acórdão nº 910100.947. Realizado o exame de admissibilidade, compreendeuse demonstrada a divergência jurisprudencial em face do acórdão n. 1202000.964, dandose seguimento ao recurso especial (fls. 1.447 e segs. do eprocesso). Notese que, embora o despacho de admissibilidade tenha relatado a apresentação dos dois acórdãos paradigmas pelo recorrente, apenas analisou o primeiro deles, não procedendo a análise do segundo (acórdão n. 1302001.080). O contribuinte apresentou contrarrazões ao recurso especial, arguindo, em síntese, que (fls. 1.512 e seg. do eprocesso): o despacho de admissibilidade teria dado seguimento ao recurso em relação ao primeiro paradigma, “isso porque, o segundo acórdão trazido pela União como paradigma (1302001.080) não é hábil a demonstrar a divergência por versar, claramente, sobre tema diverso (aplicação de multa isolada por ausência de recolhimento de estimativa c/c com ausência de balanço de suspensão) e com fundamentação legal distinta (arts. 2º, 44, §1º, inciso IV, da Lei nº. 9.430/96 [redação original] c/c art. 35 da Lei nº. 8.981/95)”; mesmo o primeiro aresto trazido pela PFN (1202000.964) não poderia servir como paradigma, por trazer tese que já restaria superada pela CSRF (art. 67, §10º do RICARF). Cita como exemplo os acórdãos de nº 910101.402 e nº 910100.450. Afirma que o entendimento da impossibilidade da exigência da multa isolada em concomitância com a multa de ofício teria sido ratificada em várias oportunidades pela CARF, de modo que não haveria que se falar em divergência. Cita os acórdãos de nº 1402001.865 e nº 1402001.489; as estimativas de IRPJ e CSLL não seriam tributos distintos do IRPJ e da CSLL apurados ao término do anocalendário (31.12), mas mera antecipação dos valores que devidos no fim do ano. não haveria lógica na exigência cumulativa da multa de ofício e da multa isolada, pois estarseia aplicando duas penalidades distintas sobre Fl. 2024DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.024 9 os mesmos fatos geradores, mesmos tributos (IRPJ e CSLL), mesmos períodos (2005 a 2009) e mesmo sujeito passivo. A imputação de ambas as multas em razão do não recolhimento desses tributos, configuraria bis in idem; a suposta infração cometida pelo contribuinte teria sido apenas o não recolhimento, sem qualquer das qualificantes ou agravantes previstas na legislação tributária (dolo, fraude, simulação, não atendimento de intimação, etc). No entanto, a aplicação cumulada das penalidades equipararia o contribuinte àqueles que cometem fraude, simulação ou que deixou de atender à fiscalização; a multa isolada, prevista no inciso II do artigo 44 da Lei n. 9.430/96, seria cabível sempre que o fisco verificasse a falta de recolhimento do imposto e da contribuição ou recolhimento insuficiente das estimativas mensais durante o curso do anocalendário, mas antes do termino do ano base; ao contrário do que afirmaria a PFN, a alteração promovida pela Lei n. 11.488/07 ao artigo 44 da Lei n. 9.430/96 em nada teria alterado o entendimento jurisprudencial existente sobre a matéria. A intenção do legislador ao reformar o aludido dispositivo seria apenas reduzir o percentual da multa isolada. O contribuinte também opôs embargos de declaração em face do acórdão a quo (fls. 1.473 e seg. do eprocesso), os quais foram rejeitados (fls. 1.557 do eprocesso). O contribuinte interpôs, então, recurso especial, arguindo divergência de interpretação em relação às seguintes matérias: (i) diferimento da tributação do lucro decorrente de contratos com o Poder Público; (ii) ausência de disponibilidade jurídica e/ou econômica da renda (fls. 1.585 e seg. do eprocesso). Contudo, o despacho de admissibilidade dediciu não conhecer o recurso especial do contribuinte (fls. 1.943 e segs. do eprocesso), o que foi confirmado, de forma irrecorrível na esfera administrativa, em sede de reexame de admissibilidade (fls. 1.947 e seg. do eprocesso). Em face do não conhecimento do seu recurso especial, o contribuinte impetrou o mandado de segurança n. 100622174.2015.4.01.3400, em trâmite perante a 1ª Vara Federal da SJDF (fls. 1.974 e seg. do eprocesso), no qual foi requerida medida liminar para que se determinasse o conhecimento do aludido recurso especial. A medida liminar em questão, contudo, foi indeferida, bem como não há notícia nos autos de que decisão judicial diversa tenha sido posteriormente proferida (fls. 1.978 e seg. do eprocesso). Concluise, com isso, o relatório. Voto Vencido Conselheiro Luís Flávio Neto, relator. Fl. 2025DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.025 10 Conhecimento. O recurso é tempestivo, mas fazse necessário verificar o cumprimento dos demais requisitos de admissibilidade requeridos pela legislação. Como se viu, o presente recurso especial tem como objeto a exigência cumulativa de multa de ofício e de multa isolada pelo não pagamento de estimativas, no período de 2005 a 2009, compreendendo, portanto, períodos anteriores e posteriores à vigência da Lei n. 11.488/2007. Nos períodos anteriores à vigência da Lei n. 11.488/2007, não há dúvida que a questão já foi pacificada no âmbito deste Tribunal, não cabendo o conhecimento de recurso especial da PFN para a sua discussão (RICARF, art. 67, § 3º), por força da Súmula n. 105 do CARF, aprovada em 08.12.2014: “A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44, § 1º, inciso IV, da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício.” Contudo, no presente caso, fazse necessário decidir, ainda, se este Colegiado possui competência para conhecer o mérito do recurso interposto pela PFN quanto aos períodos posteriores à edição da Lei n. 11.488/2007. Para tanto, é preciso analisar os efeitos trazidos pela Lei nº 11.488/2007 sobre o 44 da Lei nº 9.430/96, de forma a verificar se a Súmula n. 105 é igualmente aplicável aos períodos posteriores a 2007. Em sua redação original, o art. 44 da Lei n. 9.430/96 assim prescrevia: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; §1° As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; (...); IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2°, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente. Com a redação que lhe foi dada pela Lei n. 11.488/2007, o dispositivo passou a dispor: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: Fl. 2026DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.026 11 I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (…) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Tanto nos termos do RICARF vigente à época da enunciação da Súmula n. 105 do CARF (08.12.2014) quanto no atual, para a enunciação de súmulas, são levados à apreciação dos Conselheiros deste Tribunal determinado número de julgados sobre a matéria. Tais julgados devem ser capazes de possibilitar a “mais precisa percepção possível não apenas da questão de direito cuja relevância há de se aferir, como também do conflito em que ela se insere” 1. Os casos selecionados devem propiciar a ventilação dos mais relevantes argumentos quanto à interpretação que deve ser atribuída à legislação federal, pois a norma decorrente da súmula deverá ser aplicada a todos os demais casos que apresentem questão de direito equivalente. Por esse arcabouço jurídico, atribuise à súmula do CARF a feição de precedente com “força necessária para servir como ratio decidendi para o juiz subsequente”2. Por essa sistemática, os fundamentos adotados nos acórdãos paradigmáticos que provocaram a edição da súmula passam a ser aplicáveis, de forma obrigatória, a todos os demais casos que vierem a ser submetidos ao CARF. Para a solução do presente caso, é preciso compreender essa relação de complementariedade: a ratio decidendi dos acórdãos paradigmas não se desprendem da respectiva súmula, nem esta deve ser aplicada a hipóteses que não estariam abrangidas pelos aludidos paradigmas. Em outras palavras, como a súmula é norma geral e concreta3 que veicula a ratio decidendi outrora presente em reiterados acórdãos individuais e concretos, a sua aplicação é restrita às situações que sejam equivalentes àquelas tratadas nos referidos acórdãos paradigmáticos. A aplicação de uma súmula a um caso concreto pressupõe que as premissas fáticas e as normas questionadas neste sejam equivalentes às premissas fáticas e às normas questionadas nos paradigmas que ensejaram a súmula. No caso, duas ratio decidendi podem ser abstraídas dos fundamentos dos paradigmas da Súmula n. 105 do CARF. A primeira delas é que, pelo critério da consunção, nas autuações realizadas após o término do exercício fiscal, a penalidade atinente à multa isolada pela não apuração de estimativas mensais deve ser absorvida pela multa de ofício. É o que se observa dos seguintes acórdãos que serviram de inspiração à Súmula n. 105: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 1998 1 TALAMINI, Eduardo. Julgamento de recursos no STJ ‘por amostragem’. Informativo Justen, Pereira Oliveira e Talamini, 2008. Disponível em www.justen.com.br/informativo. 2 À semelhança do que ocorre com os recursos repetitivos do STJ. A respeito destes, vide: MESQUITA, José Ignácio Botelho et al. A repercussão geral e os recursos repetitivos: economia, direito e política, In: Revista de Processo, São Paulo, v. 38, n. 220, p. 1332, jun. 2013, p. 29. 3 Vide, sobre o tema: CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: fundamentos jurídicos da incidência. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 3541. Fl. 2027DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.027 12 (...) MULTA ISOLADA APLICAÇÃO CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO — Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de oficio pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. (CSRF, 9101001.307, de 24/04/2012) IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. (CARF, 3ª Turma Especial, 1ª Seção, 1803001.263, de 10/04/2012) Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 2001 Ementa: APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFICIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA — Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de oficio pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do ano calendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. (CSRF, 9101001.261, de 22/11/2011) Fl. 2028DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.028 13 Neste último acórdão, houve a transcrição integral dos fundamentos adotados em outro julgamento da CSRF, que restou assim ementado: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício. 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 Ementa: APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFICIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA — Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de oficio pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Recurso especial negado. (CSRF/0105.838, de 15.04.2008) A segunda ratio decidendi, que se abstrai dos paradigmas que inspiraram a Súmula n. 105 do CARF, consiste no não cabimento de lançamento de multa isolada cuja base de cálculo seja coincidente ou esteja está inserida na base de cálculo das multas de ofício. É o que se observa de suas respectivas ementas, a seguir transcritas: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 2000, 2001 Ementa: MULTA ISOLADA. ANOSCALENDÁRIO DE 1999 e 2000. FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFICIO EXIGIDA EM LANÇAMENTO LAVRADO PARA A COBRANÇA DO TRIBUTO. Incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo sobre bases estimadas e da multa de oficio exigida no lançamento para cobrança de tributo, visto que ambas penalidades tiveram como base o valor das glosas efetivadas pela Fiscalização. Recurso Especial do Procurador conhecido e não provido. (CSRF, 9101001.203, de 17/10/2011) Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Exercício: 2001 IRFONTE. AFASTAMENTO. O próprio lançamento tributário em razão da desconsideração do planejamento fiscal já atribuiu as respectivas saídas de valores a causa e seus beneficiários. MULTA ISOLADA. ANOCALENDÁRIO DE 2000. FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFICIO EXIGIDA EM LANÇAMENTO LAVRADO PARA A COBRANÇA DO TRIBUTO. Incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo sobre bases estimadas e da multa de oficio exigida no lançamento para cobrança de tributo, visto que ambas penalidades tiveram como base o valor da Fl. 2029DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.029 14 receita omitida apurado em procedimento fiscal. Recurso especial do Procurador negado. (CSRF, 9101001.238, de 21/11/2011) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000, 2001 (...) LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. Devem ser exoneradas as multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas, uma vez que, cumulativamente foram exigidos os tributos com multa de ofício, e a base de cálculo das multas isoladas está inserida na base de cálculo das multas de ofício, sendo descabido, nesse caso, o lançamento concomitante de ambas. (...) (CARF, 1ªC/2ªTO, 110200.748, de 09/05/2012) Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2003 DECADÊNCIA. MULTA ISOLADA. ESTIMATIVAS NÃO RECOLHIDAS. A regra geral para contagem do prazo decadencial para constituição do crédito tributário, no caso de penalidades, está prevista no artigo 173, I do CTN, apresentandose regular a exigência formalizada dentro deste prazo. Por sua vez, em relação aos tributos, havendo antecipação de recolhimentos o prazo é contado na forma do art. 150, §4o. do CTN. MULTA DE OFICIO ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS CONCOMITANTE COM A MULTA DE OFICIO. INAPLICABILIDADE. É inaplicável a penalidade quando existir concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual (mesma base). (...) (CARF, 4ªC/2ªTO, 1402001.217, de 04/10/2012) Em todos esses julgados, portanto, compreendeuse não ser cabível o lançamento de multa isolada, quando: pelo critério da consunção, nas autuações realizadas após o término do exercício fiscal, a penalidade atinente à multa isolada pela não apuração de estimativas mensais deva ser absorvida pela multa de ofício. a sua base de cálculo seja coincidente ou esteja inserida na base de cálculo das multas de ofício; Os referidos fundamentos permanecem aplicáveis mesmo após a edição da Lei n. 11.488/2007, o que nos obriga à aplicação da Súmula 105. Em primeiro lugar, não há dúvidas que a referida súmula consagrou o princípio da consunção, que servira de fundamento aos acórdãos que a inspiraram. É o que se observa dos fundamentos do acórdão 0105.838, proferido pela CSRF em 15.04.2008, da relatoria do então Conselheiro MARCOS VINICIUS NEDER DE LIMA, in verbis: Fl. 2030DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.030 15 “Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinada conduta, é importante identificar o bem jurídico tutelado pelo Direito. Nesse sentido, para a solução do conflito normativo, devese investigar se uma das sanções previstas para punir determinada conduta pode absorver a outra, desde que o fato tipificado constitui passagem obrigatória de lesão menor, de um bem de mesma natureza para a prática da infração maior. No caso sob exame, o não recolhimento da estimativa mensal pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Assim, a interpretação do conflito de normas deve prestigiar a relevância do bem jurídico e não exclusivamente a grandeza da pena cominada, pois o ilícito de passagem não deve ser penalizado de forma mais gravosa que o ilícito principal. É o que os penalistas denominam ‘principio da consunção’. Segundo as lições de Miguel Reale Junior: ‘pelo critério da consunção, se ao desenrolar da ação se vem violar uma pluralidade de normas passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, que é o que sucede no crime progressivo, prevalece a norma relativa ao crime em estágio mais grave...’. E prossegue ‘no crime progressivo portanto, o crime mais grave engloba o menos grave, que não é senão um momento a ser ultrapassado, uma passagem obrigatória para se alcançar uma realização mais grave’. Assim, não pode ser exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de oficio na hipótese de falta de recolhimento de tributo apurado no final do exercício e também pela falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de oficio por falta de recolhimento de tributo.” No caso, mesmo após as alterações introduzidas pela Lei n. 11.488/2007 ao art. 44 da Lei n. 9.430/96, a teoria da consunção permanece plenamente aplicável. Esse é, inclusive, o entendimento que vem sendo adotado pelo Superior Tribunal de Justiça (doravante “STJ”), como se observa do seguinte julgado: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. MULTA ISOLADA E DE OFÍCIO. ART. 44 DA LEI N. 9.430/96 (REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.488/07). EXIGÊNCIA CONCOMITANTE. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. 1. Recurso especial em que se discute a possibilidade de cumulação das multas dos incisos I e II do art. 44 da Lei n. 9.430/96 no caso de ausência do recolhimento do tributo. 2. Alegação genérica de violação do art. 535 do CPC. Incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 3. A multa de ofício do inciso I do art. 44 da Lei n. 9.430/96 aplicase aos casos de "totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos Fl. 2031DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.031 16 casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata". 4. A multa na forma do inciso II é cobrada isoladamente sobre o valor do pagamento mensal: "a) na forma do art. 8° da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) e b) na forma do art. 2° desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei n. 11.488, de 2007)". 5. As multas isoladas limitamse aos casos em que não possam ser exigidas concomitantemente com o valor total do tributo devido. 6. No caso, a exigência isolada da multa (inciso II) é absorvida pela multa de ofício (inciso I). A infração mais grave absorve aquelas de menor gravidade. Princípio da consunção. Recurso especial improvido. (STJ, REsp 1.496.354/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2015, DJe 24/03/2015) Em seu voto, acompanhado pela unanimidade da Segunda Turma da 1a Seção do STJ, o i. Ministro HUMBERTO MARTINS, relator do referido julgado, assim explicitou os fundamentos, in verbis: “Sistematicamente, notase que a multa do inciso II do referido artigo somente poderá́ ser aplicada quando não possível a multa do inciso I. Destacase que o inadimplemento das antecipações mensais do imposto de renda não implicam, por si só, a ilação de que haverá tributo devido. Os recolhimentos mensais, ainda que configurem obrigações de pagar, não representam, no sentido técnico, o tributo em si. Este apenas será apurado ao final do ano calendário, quando ocorrer o fato gerador. As hipóteses do inciso II, "a" e "b", em regra, não trazem novas hipóteses de cabimento de multa. A melhor exegese revela que não são multas distintas, mas apenas formas distintas de aplicação da multa do art. 44, em consequência de, nos caso ali descritos, não haver nada a ser cobrado a título de obrigação tributária principal. As chamadas "multas isoladas", portanto, apenas servem aos casos em que não possam ser as multas exigidas juntamente com o tributo devido (inciso I), na medida em que são elas apenas formas de exigência das multas descritas no caput. Esse entendimento é corolário da lógica do sistema normativotributário que pretende prevenir e sancionar o descumprimento de obrigações tributárias. De fato, a infração que se pretende repreender com a exigência isolada da multa (ausência de recolhimento mensal do IRPJ e CSLL por estimativa) é completamente abrangida por eventual infração que acarrete, ao final do ano calendário, o recolhimento a menor dos tributos, e que dê azo, assim, à cobrança da multa de forma conjunta. Em se tratando as multas tributárias de medidas sancionatórias, aplicase a lógica do princípio penal da consunção, em que a infração mais grave abrange aquela menor que lhe é preparatória ou subjacente. Fl. 2032DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.032 17 O princípio da consunção (também conhecido como Princípio da Absorção) é aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas típicas com existência de um nexo de dependência entre elas. Segundo tal preceito, a infração mais grave absorve aquelas de menor gravidade. Sob este enfoque, não pode ser exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício por falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também por falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de oficio pela falta de recolhimento de tributo.” Em decisão posterior, no REsp 1.499.389/PB, o STJ novamente vivificou o princípio da consunção para afastar a cumulação da multa de ofício com a multa isolada, em período posterior à Lei n. 11.488/2007. A referida decisão restou assim ementada: TRIBUTÁRIO. MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. ART. 44 DA LEI N. 9.430/96 (REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.488/07). EXIGÊNCIA CONCOMITANTE. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. PRECEDENTE. 1. A Segunda Turma desta Corte, quando do julgamento do REsp nº 1.496.354/PR, de relatoria do Ministro Humberto Martins, DJe 24.3.2015, adotou entendimento no sentido de que a multa do inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/96 somente poderá ser aplicada quando não for possível a aplicação da multa do inciso I do referido dispositivo. 2. Na ocasião, aplicouse a lógica do princípio penal da consunção, em que a infração mais grave abrange aquela menor que lhe é preparatória ou subjacente, de forma que não se pode exigir concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício por falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também por falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de oficio pela falta de recolhimento de tributo. 3. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp 1499389/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/09/2015, DJe 28/09/2015) É fundamental notar que a ratio decidendi presente nos referidos julgados do STJ, que se detiveram às alterações introduzidas pela Lei n. 11.488/2007, não é distinta daquela adotada pelo CARF em seus reiterados julgados proferidos na vigência da redação original do art. 44 da Lei n. 9.430/96 e que motivaram a edição da Súmula n. 105. Além disso, também a segunda a ratio decidendi da Súmula n. 105 permanece aplicável mesmo após a edição da Lei n. 11.488/2007, atinente à impossibilidade da base de cálculo da multa isolada estar inserida na base de cálculo das multas de ofício. Notese que, no acórdão 110200.748, também citado acima entre os paradigmas da Súmula n. 105 do CARF, a então Conselheira ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA consignou que o fundamento para a proibição da cumulação da multa de ofício com a multa isolada se daria pelo fato da base de cálculo desta estar compreendida na base de cálculo daquela, in verbis: “No caso destes autos, constatase que o valor da base de cálculo da multa isolada está inserido na base de cálculo da multa de ofício. Fl. 2033DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.033 18 Levandose em conta que é o bem público que deve ser protegido, aplicar a multa proporcional cumulativamente com a multa isolada, por falta de recolhimento da estimativa sobre os valores apurados, em procedimento fiscal, sobre base de cálculo de idêntico valor, implicaria admitir que, sobre o imposto apurado de oficio, se aplicaria duas punições, que significaria em relação à falta, a imposição de penalidade desproporcional ao proveito obtido.” (grifos acrescidos) Como se pode observar, a ratio decidendi adotada nesse julgado, proferido com vistas à redação original da Lei n. 9.430/96, é perfeitamente aplicável às normas sancionatórios veiculadas pela Lei n. 11.488/2007: enquanto a redação original previa que as bases de cálculo da multa isolada e da multa de ofício seriam idênticas, com a redação vigente a partir de 2007, não há mais necessária coincidência, embora seja certo que o valor da base de cálculo da multa isolada permanece inserido na base de cálculo da multa de ofício. Voto, assim, pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso especial da PFN, tanto em relação aos períodos anteriores quanto posteriores a 2007. Mérito Por restar parcialmente vencido quanto ao não conhecimento do recurso especial interposto pela PFN, passo à análise de seu mérito pertinente aos períodos de 2007 a 2009. O cerne da contenda consiste em saber se a multa isolada pelo não recolhimento das estimativas mensais de IRPJ e CSL deve ser cobrada cumulativamente com a multa de ofício, na hipótese de auto de infração lavrado após o término do exercício fiscal. Compreendo que, mesmo após as alterações introduzidas pela Lei n. 11.488/2007 no art. 44 da Lei n. 9.430/96, a questão deve ser analisada com vistas à teoria da consunção, conforme exposto neste voto, no exame de admissibilidade do recurso especial sob julgamento. Dessa forma, no mérito, a conclusão não pode ser outra: não deve haver incidência cumulativa da multa isolada e da multa de ofício. Esse é, ainda, o mesmo entendimento que vem sendo adotado pelo STJ na aplicação da legislação tributária, a exemplo do REsp 1.499.389/PB e do REsp nº 1.496.354/PR. Nesse cenário, adoto como fundamento a mesma ratio decidendi presente nos acórdãos que inspiraram a Súmula n. 105 do CARF. É, ainda, importante observar o quanto disposto pela Súmula CARF n. 82: “Após o encerramento do anocalendário, é incabível lançamento de ofício de IRPJ ou CSLL para exigir estimativas não recolhidas.” Ocorre que a multa (acessório) segue por esse mesmo caminho do tributo (principal). Após o fim do exercício fiscal sem o recolhimento da referida estimativa mensal, nem esta e nem a corresponde penalidade seriam cabíveis, devendo a fiscalização exigir o recolhimento do efetivo tributo (IRPJ e CSL) por ventura devido e não recolhido a seu tempo, com a multa cabível em razão desse atraso (qualificada, se for o caso). Após esse marco Fl. 2034DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.034 19 temporal, o bem jurídico em questão (estimativas mensais) deixa de ser exigível, bem como a corresponde penalidade que busca garantir a seu cumprimento espontâneo pelo contribuinte também não é mais exigida pelo legislador. Assim como os respectivos tributos, as regras que impõem sanções pelo não recolhimento destes apresentam em suas hipóteses de incidência critérios materiais, espaciais e temporais. No caso da multa isolada ora em exame, o seu critério temporal está adstrito ao exercício fiscal em que uma determinada estimativa deveria ser apurada e recolhida pelo contribuinte e não o tenha sido. Apenas na hipótese da fiscalização exigir estimativas não apuradas e recolhidas no curso do exercício fiscal (até o dia 31.12) é que seria cabível a imposição da correspondente multa isolada. Voto, portanto, pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso especial interposto pela PFN. Por restar vencido quanto ao não conhecimento do período de 2007 a 2009, adentrando ao mérito do recurso em relação a essa parcela, voto por NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Conselheiro Luís Flávio Neto – Relator. Voto Vencedor Conselheiro André Mendes de Moura, redator designado. Não obstante as substanciosas razões apresentadas pelo relator, peço vênia para discordar quanto à admissibilidade e o mérito do voto. Conforme auto de infração (efl. 906), os lançamentos de multa isolada foram efetuados para os anoscalendário de 2005, 2006, 2007 e 2008. Em relação à admissibilidade, discorre o relator com precisão que, para os anoscalendário de 2005 e 2006, a Súmula CARF nº 105 é conclusiva no sentido de que não podem existir ao mesmo tempo a multa isolada incidente sobre falta ou insuficiência de estimativa mensal e a multa de ofício, devendo subsistir a última, razão pela qual o recurso não pode ser conhecido nessa parte (art. 67, § 12, Anexo II do RICARF). Contudo, em relação aos anoscalendário de 2007 e 2008, já com a redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, dada pela Lei nº 11.488, de 2007, não há como deixar de se verificar a divergência na interpretação da legislação tributária. Primeiro, porque a Súmula CARF nº 105 trata de precedentes anteriores à nova redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Ou seja, aplicase aos fatos geradores ocorridos até o anocalendário de 2006. Eventos a partir de 2007, já sob a vigência da redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007 ao art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, não sofrem os efeitos da súmula. Fl. 2035DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.035 20 Recentemente, no Acórdão nº 9101002.438, tratouse da questão. Quanto ao mérito, a decisão foi por voto de qualidade. Contudo, quanto à admissibilidade, foi unâmine a decisão de se conhecer do recurso, tratando de matéria dos anoscalendário de 2008 e 2009: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2008, 2009 MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 2007, no art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmar que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no anocalendário correspondente. No caso em apreço, não tem aplicação a Súmula CARF nº 105, eis que a penalidade isolada foi exigida após alterações promovidas pela Medida Provisória nº 351, de 2007, no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento parcial, vencidos os Conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Demetrius Nichele Macei, que lhe negaram provimento. (grifei). Transcrevo excerto do voto que tratou da admissibilidade: No que diz respeito ao conhecimento, em Contrarrazões, a interessada acrescenta que o Recurso Especial aviado pela PFN, contra o acórdão do colegiado a quo, não poderia ser admitido porque afrontaria o enunciado da Súmula CARF nº 105: a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44, § 1º, inciso IV, da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Com a devida vênia, vejo que o entendimento do colegiado a quo e da interessada é equivocado, porque a multa isolada foi aplicada com base em fundamento legal distinto daquele mencionado na Súmula CARF nº 105, eis que o art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, foi alterado pela Lei nº 11.488, de 2007. Por ocasião da análise do mérito, enfrento com mais detalhes essa Fl. 2036DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.036 21 diferença. Por ora, o fato de o enquadramento legal da autuação ser diferente daquele a que se refere a súmula, por si só, já é condição suficiente para rejeitar a preliminar de não conhecimento. Verificase, assim, que não há que se falar em aplicação da Súmula nº 105 para fatos geradores posteriores a 2006. Superada a aplicação da súmula, passase a apreciar o paradigma. Para o de nº 1202000.964, segue a ementa na parte que interessa: MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A incidência de multa isolada aplicável na hipótese de falta de pagamento das estimativas mensais de IRPJ e CSLL não elide a aplicação concomitante de multa de ofício calculada sobre diferenças do IRPJ e da CSLL devidos na apuração anual, por observarem previsões legais específicas. Vale transcrever excertos do voto: A tese alegada pela recorrente, de que não incide multa isolada por falta de recolhimento de estimativas concomitantemente com a apuração de multa de ofício sobre o tributo apurado ao final do ano calendário, embora adotada por boa parte dos membros deste Conselho, data venia, não merece ser reconhecida. (...) Assim, a falta de recolhimento gera uma infração específica. Pretender equiparar as bases de cálculo da multa isolada e da multa de ofício não parece conforme ao sentido da lei. Ora, são distintos tributo e multa pela sua própria natureza jurídica. Enquanto um decorre de ato lícito – fato gerador –, o outro decorre da realização de um ato ilícito, comissivo ou omissivo, como é o caso em análise. Da mesma forma, distingue se a multa isolada, esta devida nos casos em que for detectada a falta de recolhimento do tributo estimado a cada mês, da multa de ofício incidente sobre o montante do tributo calculado após o encerramento do período de apuração. (...) Nesse sentido, a nova redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, ao art. 44 da Lei nº 9.430/96, que alterou o percentual da multa isolada por falta de recolhimento das estimativas, de 75% para 50%, veio apenas reforçar essa distinção. Resta patente a diferença de entendimento com a decisão recorrida, cuja ementa é a seguinte: Fl. 2037DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.037 22 IRPJ. CSLL. RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação concomitante de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, findo o período de apuração, de um lado, e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado complexivamente, de outro lado. A infração relativa ao não recolhimento das estimativas mensais caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir a exação, no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é, sem dúvida, a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, ao passo que o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa da Fazenda, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. A divergência de entendimento foi detalhadamente demonstrada no despacho de exame de admissibilidade (efls. 1447/1452), do qual transcrevo excerto: O acórdão recorrido decidiu pelo provimento parcial do recurso voluntário com base nos seguintes fundamentos: i) não cabe a exigência da multa isolada concomitantemente à multa de ofício; ii) os recolhimentos mensais estimados configuram mero adiantamento de numerário aos cofres públicos, com vistas à manutenção da homogeneidade da arrecadação, dentro do mesmo anocalendário; iii) os fatos geradores do IRPJ e da CSLL, anualmente apurados, são, nesse cenário, reputados complexivos, eis se aperfeiçoarem fictamente em um único átimo, identificado ao último dia do exercício fiscal; iv) no momento em que se esgota o período de apuração anual, temse o efetivo deslinde das bases de cálculo pertinentes, com o desvelo do montante de exação a ser recolhido, ocasião em que os recolhimentos antecipados deixam de ter qualquer função, ressalvado o cotejo de eventuais valores a serem pagos (saldo positivo) ou a serem restituídos ou compensados (saldo negativo). v) findo o exercício, há apenas de se aventar a cobrança do tributo complexivamente computado, deixando de ser importante eventual inadimplemento dos pagamentos mensais estimados. Por sua vez, o Acórdão nº 1202000.964, trazido pela Recorrente como paradigma, conclui, relativamente à matéria objeto do recurso, de forma diversa da esposada na decisão recorrida. Com efeito, no acórdão acima citado a Turma Julgadora serviu se dos seguintes fundamentos para manter a multa isolada: Fl. 2038DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.038 23 a) nos casos de ausência de recolhimento das estimativas mensais, a Lei nº 9.430/96, art. 44, prevê a incidência de multa isolada sobre o valor apurado no mês, no percentual de 50%, previsto na nova redação dada pela Medida Provisória 351, de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 15/06/2007; b) por outro lado, a multa de ofício de 75% é prevista no inciso I do mesmo artigo, consoante redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, como se verificou no caso concreto; c) a legislação é expressa: sendo a opção pela sistemática das estimativas mensais concedida ao contribuinte como uma faculdade pela Lei nº 9.430/96, em seu art. 2º, uma vez optante, o contribuinte estará sujeito às regras daquela sistemática; d) a sistemática de recolhimento por estimativas, de caráter facultativo, não tem o condão de equiparar os recolhimentos com uma antecipação do tributo, já que o fato gerador do imposto e da contribuição social apurado anualmente, de natureza complexiva, apenas irá se configurar em 31 de dezembro do anocalendário em referência; e) o legislador instituiu a opção como alternativa à regra de apuração trimestral, mas estipulou que esta traz consequências, na medida em que a falta de recolhimento representa um ato ilícito, caracterizado pelo descumprimento de um dever; f) a falta de recolhimento gera uma infração específica; g) pretender equiparar as bases de cálculo da multa isolada e da multa de ofício não parece guardar consonância com o sentido da lei; h) tributo e multa são distintos pela sua própria natureza jurídica (o primeiro decorre de ato lícito – fato gerador –, enquanto o segundo decorre da realização de um ato ilícito, comissivo ou omissivo); i) de igual forma, distinguese a multa isolada, esta devida nos casos em que for detectada a falta de recolhimento do tributo estimado a cada mês, da multa de ofício incidente sobre o montante do tributo calculado após o encerramento do período de apuração; j) não há que se confundir a base de cálculo da multa isolada e a base de cálculo de eventual multa de ofício, já que, em caso de opção pela sistemática das estimativas, o tributo não é apurado trimestralmente, mas anualmente, e a base de cálculo da multa isolada é a estimativa mensal calculada a partir da receita bruta, enquanto que a multa de ofício incide sobre o imposto ou contribuição efetivamente devidos ao final do período de apuração; k) a nova redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, ao art. 44 da Lei nº 9.430/96, que alterou o percentual da multa isolada Fl. 2039DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.039 24 por falta de recolhimento das estimativas, de 75% para 50%, veio apenas reforçar essa distinção; l) a legislação possibilita o não recolhimento de antecipação, desde que apresentado o balancete mensal que comprove que as antecipações recolhidas superam o valor do tributo até aquele momento apurado, o que não implica dizer que a multa isolada prevista no art. 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 não é devida após o encerramento do período; m) a determinação legal é clara nesse sentido, ao reafirmar que a multa é devida “ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente”. n) a regra é clara: o descumprimento do dever de antecipação deve ser sancionado na forma da lei, independentemente do valor do imposto ou contribuição calculada ao final do exercício, ou mesmo da existência de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa, ficando ressalvada, apenas, a hipótese de apresentação de balancetes de suspensão ou redução que demonstrem que o valor pago já seria maior do que o devido; o) para acolher a tese da recorrente, seria necessário afastar regra legal expressa, o que não se inclui na função de julgamento na esfera administrativa, pela impossibilidade de manifestação sobre eventual inconstitucionalidade da legislação tributária, consoante a regra prevista no art. 26A do Decreto nº 70.235/72, com a redação dada pelo art. 25 da Lei nº 11.941, de 27.05.2009, e reproduzida no art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22.06.2009. Penso restar suficientemente demonstrado que o acórdão recorrido e o paradigma trazido por meio da peça de defesa apreciaram idêntica matéria (concomitância da multa de ofício com a multa isolada, no caso em que esta tenha sido lançada com base no art. 44 da Lei nº 9.430/96 com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.488, de 2007) e, em conclusão, decidiram de modo absolutamente diverso, de modo que a divergência jurisprudencial restou devidamente comprovada. (grifos originais). Entendo não haver reparos na conclusão do despacho. Portanto, diante do exposto, voto no sentido de conhecer parcialmente o recurso da PGFN, para os anoscalendário de 2007 e 2008. Passo ao exame do mérito. O lucro real é um dos regimes de tributação existentes no sistema tributário, atualmente regido pela Lei nº 9.430, de 1996, aplicado a partir do anocalendário de 1997: Capítulo I Fl. 2040DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.040 25 IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Seção I Apuração da Base de Cálculo Período de Apuração Trimestral Art. 1º A partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. (grifei) No lucro real, podese optar pelo regime de apuração trimestral ou anual. Vale reforçar que é uma opção do contribuinte aderir ao regime anual ou trimestral. E, no caso do regime anual, a lei é expressa ao dispor sobre a apuração de estimativas mensais. Transcrevo redação vigente à época dos fatos geradores objeto da autuação: Lei nº 9.430, de 1996 Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. ................................................................................ Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do Imposto de Renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do anocalendário. § 2º Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a partir do mês de janeiro do anocalendário. Fl. 2041DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.041 26 Observase, portanto, com base em lei, a obrigatoriedade de a contribuinte optante pelo regime de lucro real anual, apurar, mensalmente, imposto devido, a partir de base de cálculo estimada com base na receita bruta, ou por balanço ou balancete mensal, esta que, inclusive, prevê a suspensão ou redução do pagamento do imposto na hipótese em que o valor acumulado já pago excede o valor de imposto apurado ao final do mês. Contudo, a hipótese de não pagamento de estimativa deve atender aos comandos legais, no sentido de que os balanços ou balancetes deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário. Tratase de obrigação imposta ao contribuinte que optar pelo regime do lucro real anual. E o legislador, com o objetivo de tutelar a conduta legal, dispôs penalidade para o seu descumprimento. No caso, a prevista no art. 44 da mesma Lei nº 9.430, de 1996 (redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)): Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (grifei) A sanção imposta pelo sistema é claríssima: caso descumprido o pagamento da estimativa mensal, cabe imputação de multa isolada, sobre a totalidade (caso em que não se pagou nada a título de estimativa mensal) ou diferença entre o valor que deveria ter sido pago e o efetivamente pago, apurado a cada mês do anocalendário. A sanção tem base legal. A sanção expressamente dispõe que é cabível ainda que a pessoa jurídica tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa de CSLL. E a nova redação, aplicável aos fatos geradores ocorridos a partir de 22/01/2007 (o caso em debate), afastou qualquer dúvida sobre a possibilidade de aplicação concomitante das multas de ofício e das multas isoladas por insuficiência de estimativa mensal. As hipóteses de incidência que ensejam a imposição das penalidades da multa de ofício e da multa isolada em razão da falta de pagamento da estimativa são distintas, cada qual tratada em inciso próprio no art. 44 da Lei nº. 9.430, de 1996. Observase que os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, tratam de suportes fáticos distintos e autônomos, com diferenças claras na temporalidade da apuração, Fl. 2042DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.042 27 que tem por consequência a aplicação das penalidades sobre bases de cálculo diferentes. A multa de ofício aplicase sobre o resultado apurado anualmente, cujo fato gerador aperfeiçoa se ao final do anocalendário. Por sua vez, a multa isolada é apurada conforme balancetes elaborados mês a mês ou, ainda, mediante receita bruta acumulada mensalmente. Ou seja, são materialidades independentes, não havendo que se falar em concomitância. A matéria foi tratada exaustivamente no mencionado Acórdão nº 9101 002.438. de relatoria da Conselheira Adriana Gomes Rêgo, que de maneira precisa e objetiva, apresentou uma interpretação histórica, teleológica e sistêmica do dispositivo normativo. Transcrevo excerto no qual trata da não aplicação do princípio da consunção, no qual menciona entendimento da exConselheira Karem Jureidini Dias. Há argumentos no sentido de que o princípio da consunção veda a cumulação das penalidades. Dizem seus adeptos que o não recolhimento da estimativa mensal seria etapa preparatória da infração cometida no ajuste anual e, em tais circunstâncias o princípio da consunção autorizaria a subsistência, apenas, da penalidade aplicada sobre o tributo devido ao final do ano calendário, prestigiando o bem jurídico mais relevante, no caso, a arrecadação tributária, em confronto com a antecipação de fluxo de caixa assegurada pelas estimativas. Ademais, como a base fática para imposição das penalidades seria a mesma, a exigência concomitante das multas representaria bis in idem, até porque, embora a lei tenha previsto ambas penalidades, não determinou a sua aplicação simultânea. E acrescentam que, em se tratando de matéria de penalidades, seria aplicável o art. 112 do CTN. Entretanto, com a devida vênia, discordo desse entendimento. Para tanto, aproveitome, inicialmente do voto proferido pela Conselheira Karem Jureidini Dias na condução do Acórdão nº 9101001.135, para trazer sua abordagem conceitual acerca das sanções em matéria tributária: [...] A sanção de natureza tributária decorre do descumprimento de obrigação tributária – qual seja, obrigação de pagar tributo. A sanção de natureza tributária pode sofrer agravamento ou qualificação, esta última em razão de o ilícito também possuir natureza penal, como nos casos de existência de dolo, fraude ou simulação. O mesmo auto de infração pode veicular, também, norma impositiva de multa em razão de descumprimento de uma obrigação acessória obrigação de fazer – pois, ainda que a obrigação acessória sempre se relacione a uma obrigação tributária principal, revestese de natureza administrativa. Sobre as obrigações acessórias e principais em matéria tributária, vale destacar o que dispõe o artigo 113 do Código Tributário Nacional: “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade Fl. 2043DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.043 28 pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.” Fica evidente da leitura do dispositivo em comento que a obrigação principal, em direito tributário, é pagar tributo, e a obrigação acessória é aquela que possui características administrativas, na medida em que as respectivas normas comportamentais servem ao interesse da administração tributária, em especial, quando do exercício da atividade fiscalizatória. O dispositivo transcrito determina, ainda, que em relação à obrigação acessória, ocorrendo seu descumprimento pelo contribuinte e imposta multa, o valor devido convertese em conversão, a natureza da sanção aplicada permanece sendo administrativa, já que não há cobrança de tributo envolvida, mas sim a aplicação de uma penalidade em razão da inobservância de uma norma que visava proteger os interesses fiscalizatórios da administração tributária. Assim, as sanções em matéria tributária podem ter natureza (i) tributária principal quando se referem a descumprimento da obrigação principal, ou seja, falta de recolhimento de tributo; (ii) administrativa – quando se referem à mero descumprimento de obrigação acessória que, em verdade, tem por objetivo auxiliar os agentes públicos que se encarregam da fiscalização; ou, ainda (iii) penal – quando qualquer dos ilícitos antes mencionados representar, também, ilícito penal. Significa dizer que, para definir a natureza da sanção aplicada, necessário se faz verificar o antecedente da norma sancionatória, identificando a relação jurídica desobedecida. Aplicamse às sanções o princípio da proporcionalidade, que deve ser observado quando da aplicação do critério quantitativo. Neste ponto destacamos a lição de Helenilson Cunha Pontes a respeito do princípio da proporcionalidade em matéria de sanções tributárias, verbis: “As sanções tributárias são instrumentos de que se vale o legislador para buscar o atingimento de uma finalidade desejada pelo ordenamento jurídico. A análise da constitucionalidade de uma sanção deve sempre ser realizada considerando o objetivo visado com sua criação legislativa. De forma geral, como lembra Régis Fernandes de Oliveira, “a sanção deve guardar proporção com o objetivo de sua imposição”. O princípio da proporcionalidade constitui um instrumento normativo constitucional através do qual podese concretizar o controle dos excessos do legislador e das autoridades estatais em geral na definição abstrata e concreta das sanções”. Fl. 2044DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.044 29 O primeiro passo para o controle da constitucionalidade de uma sanção, através do princípio da proporcionalidade, consiste na perquirição dos objetivos imediatos visados com a previsão abstrata e/ou com a imposição concreta da sanção. Vale dizer, na perquirição do interesse público que valida a previsão e a imposição de sanção”. (in “O Princípio da Proporcionalidade e o Direito Tributário”, ed. Dialética, São Paulo, 2000, pg.135) Assim, em respeito a referido princípio, é possível afirmar que: se a multa é de natureza tributária, terá por base apropriada, via de regra, o montante do tributo não recolhido. Se a multa é de natureza administrativa, a base de cálculo terá por grandeza montante proporcional ao ilícito que se pretende proibir. Em ambos os casos as sanções podem ser agravadas ou qualificadas. Agravada, se além do descumprimento de obrigação acessória ou principal, houver embaraço à fiscalização, e, qualificada se ao ilícito somarse outro de cunho penal – existência de dolo, fraude ou simulação. A MULTA ISOLADA POR NÃO RECOLHIMENTO DAS ANTECIPAÇÕES A multa isolada, aplicada por ausência de recolhimento de antecipações, é regulada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, verbis: [...] A norma prevê, portanto, a imposição da referida penalidade quando o contribuinte do IRPJ e da CSLL, sujeito ao Lucro Real Anual, deixar de promover as antecipações devidas em razão da disposição contida no artigo 2º da Lei nº 9.430/96, verbis: [...] A natureza das antecipações, por sua vez, já foi objeto de análise do Superior Tribunal de Justiça, que manifestou entendimento no sentido de considerar que as antecipações se referem ao pagamento de tributo, conforme se depreende dos seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. CSSL. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ESTIMATIVA. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. 1. "É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96" (AgRg no REsp 694278RJ, relator Ministro Humberto Martins, DJ de 3/8/2006). 2. A antecipação do pagamento dos tributos não configura pagamento indevido à Fazenda Pública que justifique a incidência da taxa Selic. 3. Recurso especial improvido.” Fl. 2045DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.045 30 (Recurso Especial 529570 / SC Relator Ministro João Otávio de Noronha Segunda Turma Data do Julgamento 19/09/2006 DJ 26.10.2006 p. 277) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSSL APURAÇÃO POR ESTIMATIVA PAGAMENTO ANTECIPADO OPÇÃO DO CONTRIBUINTE LEI N. 9430/96. É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96. Precedentes: REsp 492.865/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ25.4.2005 e REsp 574347/SC, Rel. Min. José Delgado, DJ 27.9.2004.Agravo regimental improvido.” (Agravo Regimental No Recurso Especial 2004/01397180 Relator Ministro Humberto Martins Segunda Turma DJ 17.08.2006 p. 341) Do exposto, inferese que a multa em questão tem natureza tributária, pois aplicada em razão do descumprimento de obrigação principal, qual seja, falta de pagamento de tributo, ainda que por antecipação prevista em lei. Debates instalaramse no âmbito desse Conselho Administrativo sobre a natureza da multa isolada. Inicialmente me filiei à corrente que entendia que a multa isolada não poderia prosperar porque penalizava conduta que não se configurava obrigação principal, tampouco obrigação acessória. Ou seja, mantinha o entendimento de que a multa em questão não se referia a qualquer obrigação prevista no artigo 113 do Código Tributário Nacional, na medida em que penalizava conduta que, a meu ver à época, não podia ser considerada obrigação principal, já que o tributo não estava definitivamente apurado, tampouco poderia ser considerada obrigação acessória, pois evidentemente não configura uma obrigação de caráter meramente administrativo, uma vez que a relação jurídica prevista na norma primária dispositiva é o “pagamento” de antecipação. Nada obstante, modifiquei meu entendimento, mormente por concluir que tratase, em verdade, de multa pelo não pagamento do tributo que deve ser antecipado. Ainda que tenha o contribuinte declarado e recolhido o montante devido de IRPJ e CSLL ao final do exercício, fato é que caberá multa isolada quando o contribuinte não efetua a antecipação deste tributo. Tanto assim que, até a alteração promovida pela Lei nº 11.488/07, o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, previa que o cálculo das multas ali estabelecidas seria realizado “sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Fl. 2046DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.046 31 Frente a estas considerações, releva destacar que a penalidade em debate é exigida isoladamente, sem qualquer hipótese de agravamento ou qualificação e, embora seu cálculo tenha por referência a antecipação não realizada, sua exigência não se dá por falta de "pagamento de tributo", dado o fato gerador do tributo sequer ter ocorrido. De forma semelhante, outras penalidades reconhecidas como decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias são calculadas em razão do valor dos tributos devidos e exigidas de forma isolada. Enfim, transcrevo parte de conclusão do didático voto: A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 2007, portanto, claramente fixou a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. Somente desconsiderandose todo o histórico de aplicação das penalidades previstas na redação original do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, seria possível interpretar que a redação original não determinou a aplicação simultânea das penalidades. A redação alterada é direta e impositiva ao firmar que "serão aplicadas as seguintes multas". Ademais, quando o legislador estipula na alínea "b" do inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no anocalendário correspondente, claramente afirma a aplicação da penalidade mesmo se apurado lucro tributável e, por conseqüência, tributo devido sujeito à multa prevista no inciso I do seu art. 44. Acrescentese que não se pode falar, no caso, de bis in idem sob o pressuposto de que a imposição das penalidades teria a mesma base fática. Basta observar que as infrações ocorrem em diferentes momentos, o primeiro correspondente à apuração da estimativa com a finalidade de cumprir o requisito de antecipação do recolhimento imposto aos optantes pela apuração anual do lucro, e o segundo apenas na apuração do lucro tributável ao final do anocalendário. A análise, assim, não pode ficar limitada, por exemplo, à omissão de receitas ou ao registro de despesas indedutíveis, especialmente porque, para fins tributários, estas ocorrências devem, necessariamente, repercutir no cumprimento da obrigação acessória de antecipar ou na constituição, pelo sujeito passivo, da obrigação tributária principal. A base fática, portanto, é constituída pelo registro contábil ou fiscal, ou mesmo sua supressão, e pela repercussão conferida pelo sujeito passivo àquela ocorrência no cumprimento das obrigações tributárias. Como esta conduta se dá em momentos distintos e com finalidades distintas, duas penalidades são aplicáveis, sem se cogitar de bis in idem. Portanto, em relação à matéria devolvida para exame de mérito, atinente aos anoscalendário de 2007 e 2008, não há reparos ao procedimento adotado pela autoridade fiscal. Fl. 2047DF CARF MF Processo nº 10983.721216/201020 Acórdão n.º 9101002.434 CSRFT1 Fl. 2.047 32 Diante do exposto, voto no sentido de conhecer parcialmente o recurso da PGFN para os anoscalendário de 2007 e 2008 e, no mérito, darlhe provimento na parte conhecida. (Assinado Digitalmente) André Mendes de Moura Fl. 2048DF CARF MF
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Numero do processo: 15586.720191/2014-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1301-000.378
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por FRONTIER DRILLING DO BRASIL LTDA.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
(documento assinado digitalmente)
Waldir Rocha Veiga - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Flávio Franco Corrêa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e José Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: FLAVIO FRANCO CORREA
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RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (documento assinado digitalmente) Waldir Rocha Veiga Presidente (documento assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Veiga Rocha, Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo e José Roberto Adelino da Silva. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 86 .7 20 19 1/ 20 14 -7 7 Fl. 1548DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 1.549 ___________ RELATÓRIO Trata o presente de recurso interposto contra acórdão da DRJ/Curitiba, que jugou improcedente a impugnação apresentada por FRONTIER DRILLING DO BRASIL LTDA contra auto de infração lavrado em decorrência de infrações à legislação do IRPJ, CSLL e Pis/Pasep. Consta, ainda, a lavratura de multa isolada decorrente da falta de recolhimento de IRPJ e CSLL sobre a base estimada, para os fatos geradores dos meses de janeiro, março e abril de 2010. Para a necessária clareza do relatório do presente julgado, seguem a descrição sumária da Recorrente e as conclusões da auditora fiscal realizada pelo autuante, consignadas no Termo de Verificação Fiscal, às fls. 1.177/1.1999, verbis: “1 DA INCLUSÃO DA EMPRESA NO PROGRAMA DE FISCALIZAÇÃO: A fiscalização teve como escopo a verificação da inconsistência entre os valores da movimentação financeira no montante de R$ 23.944.179,26 e a receita bruta informada na DIPJ sem valor (zerada) no, ano calendário de 2010, conforme demonstrado a seguir. Descrição Valores DIMOF Valor Crédito 23.944.179,26 Receita Bruta DIPJ 0,00 Receita DACON 0,00 Receita Financeira DIPJ 87.926,17 Receita Bruta DACON 0,00 DCTF Debito 1.062.255,66 VI Arrecadação 690.292,62 PER/DCOMP (IRRF) 546.360,66 [...] A fiscalizada apresentou Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica ano calendário de 2010, com base no lucro real anual, sem informação de ingresso de receita e com prejuízo declarado no montante de R$ 14.804.021,30. Demos início à ação fiscal através do Termo de Inicio de Fiscalização recebido, por via postal, em 27/12/2012. Nele a fiscalizada foi intimada a apresentar, entre outros documentos, os extratos bancários (em papel e magnético) de todas as contas bancárias da empresa mantidas no período de 01/01/2010 a 31/12/2010. [...] Fl. 1549DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.550 3 2 – DO CONTRATO SOCIAL E ALTERAÇÕES: A Frontier Drilling do Brasil Ltda foi aberta em 01/10/2001. Nos dados cadastrais da RFB constam como sócios as seguintes pessoas: a) SUZANA SANDOVAL BARROS – CPF 153.020.23881; b) FRONTIER SEILLEAN A S sociedade organizada e constituída sob as leis da Noruega, inscrita no CNPJ sob o n° 09 306.617/000104; c) ROBERTO SASSON COHEN peruano, casado, administrador geral da sociedade CPF 053.579.21741; d) RAFAEL NEANDER DRUMOND DE ANDRADRE – CPF 079.423.35704, brasileiro, economista. A sócia FRONTIER SEILLEAN A S integralizou em moeda corrente a importância R$ 61.681.617,00. Possui 61.681.617 quotas. [...] 3 DA EMPRESA E SUA ATIVIDADE: A fiscalizada apresenta como objeto social a prestação de serviços administrativos relacionados direta ou indiretamente à perfuração de poços de petróleo e/ou de gás natural. O controle das quotas de capital pertence à sócia Frontier Seillean A S com sede na Noruega. A partir das informações prestadas pela fiscalizada pôde ser flagrado o mecanismo que explica a sua abertura, apesar de econômica e financeiramente "deficitária" durante vários anos. Vejamos: Frontier Drilling do Brasil Ltda foi constituída para efetuar pagamentos aos prestadores de serviços contratados por conta e ordem de sua sócia controladora Frontier Seillean A S com sede na Noruega. As receitas decorrentes dessa atividade não são depositadas diretamente em sua conta bancária. Elas retornam através de contratos de câmbio tipo 03, como transferência financeira na operação: 453888509590 na rubrica "serviços administrativos", tendo como fonte pagadora no exterior a sócia Frontier Seillean A S. Com isso a fiscalizada não vem oferecendo à tributação do imposto de renda e demais contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil a totalidade de seu faturamento. Referido procedimento simula vultosos prejuízos fiscais e base negativa da contribuição social sobre o lucro líquido, contra resultados positivos auferidos pela Frontier Seillean A S com sede no exterior. Para se ter idéia, os prejuízos operacionais e base negativa da contribuição social sobre o lucro líquido acumulados no sistema SAPLI da RFB totalizaram em 2010, respectivamente, R$ 76.148.196,71 e R$ 78.203.006,11. Na tabela abaixo, apresentamos os valores das receitas e dos custos e despesas informados nas DIPJs e suas repercussões no resultado contábil e fiscal no período de 2006 a 2010. Ano Calendário Receita Bruta DIPJ Custos / Despesas Prejuízos Prejuízos Acumulados Saldo Anterior 13.915.692,73 2006 7.312.782,44 15.913.953,44 8.601.171,00 22.516.863,73 Fl. 1550DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.551 4 2007 6.992.302,77 17.214.550,32 10.222.247,55 32.739.111,28 2008 4.061.003,44 18.063.794,92 14.002.791,48 46.741.902,76 2009 7.579.481,57 22.181.752,82 14.602.271,25 61.344.174,01 2010 Zero 14.804.021,30 14.804.021,30 76.148.195,31 Os prejuízos demonstrados acima comprovam, de maneira muita clara, o propósito da fiscalizada de não recolher imposto de renda , visto que não considera como receita da atividade os recursos recebidos da empresa estrangeira Frontier Seillean A S. Em 2010, por exemplo, omitiu em sua DIPJ 100% (cem por cento) dos recursos recebidos. Pesquisa realizada nos arquivos da RFB comprova a existência de empregados registrados em nome da Frontier Drilling do Brasil Ltda no período de 01/01/2010 a 31/12/2010. A base de cálculo da folha de pagamentos para fins de recolhimentos previdenciários desses empregados demonstra que o quadro de funcionário é amplo correspondente à expectativa de que à atividade seja lucrativa e não a de previsão de prejuízos consecutivos. [...] 4 – DAS IRREGULARIDADES APURADAS: 4.1 – Receita da atividade contabilizada em livro próprio e omitida na DIPJ, anocalendário 2010. Antes de apresentarmos o resultado da presente ação fiscal fazse necessário tecermos alguns comentários sobre o tratamento contábil e fiscal para fins de tributação do imposto de renda, determinado pelo art. 392 do Regulamento do Imposta de Renda, aprovado pelo Decreto n° 3000, de 26 de março de 1999, que transcrevemos a seguir: Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais (Lei n° 4.506, de 1964, art. 44, inciso IV); II as recuperações ou devoluções de custos, deduções ou provisões, quando dedutíveis (Lei n° 4.506, de 1964, art. 44, inciso III); Na mesma direção o Parecer Normativo CST n° 112/78, normatizou (sic) o procedimento descrito acima para efeito de imposto de renda e proventos, tendo sido consolidado que: As subvenções correntes para custeio ou operação integram o resultado operacional da pessoa jurídica. A seguir, transcrevemos trechos da EMENTA referente à Solução de Consulta n° 225 de 06 de agosto de 2007, DOU de 26/10/2007. ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins EMENTA: SUBVENÇÕES E RECUPERAÇÃO DE CUSTOS. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. TRATAMENTO FISCAL. As subvenções para custeio, recuperações de custos ou de investimentos, quando aportadas em espécie, integram a base de cálculo da COFINS pela sistemática da não cumulatividade, por significar ingresso de recursos para entidade beneficiária. Em caso Fl. 1551DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.552 5 contrário, quando decorrer de recuperações lastreadas em incentivos que decorram de créditos presumidos, que não significam ingressos de receitas, ou derivam de reversão de provisões, não integram a base de cáculo da citada contribuição. Dispositivo Legal: Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 1o, § 3o, inciso V, alínea "b". DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 1o, § 3o, inciso V, alínea "b". ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep EMENTA: SUBVENÇÕES E RECUPERAÇÕES DE CUSTOS. CREDITO PRESUMIDO DO ICMS. TRATAMENTO FISCAL. As subvenções para custeio, recuperações de custos ou de investimentos, guando aportadas em espécie, integram a base de cálculo do PIS/PASEP pela sistemática da nãocumulatividade, por significar ingresso de recursos para entidade beneficiária. Em caso contrário, quando decorrerem de recuperações lastreadas em incentivos que decorram de créditos presumidos, que não significam ingressos de receitas, ou derivam de reversão de provisões, não integram a base de cálculo da citada contribuição. Dispositivo Legal: Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, art. 1o, § 3o, inciso V, alínea "b". DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, art. 1o, § 3o, inciso V, alínea "b". ASSUNTO. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL EMENTA: SUBVENÇÕES E RECUPERAÇÕES DE CUSTOS. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. As subvenções para custeio ou recuperações de custos integram o resultado operacional da pessoa jurídica, e consequentemente, o lucro líguido para fins de apuração da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líguidoCSLL das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. As subvenções para investimentos, se registradas como reservas de capital, não integram o lucro líquido para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, desde que obedecidas as restrições para utilização dessa reserva. A forma de enquadramento do crédito presumido do ICMS como subvenção ou recuperação de custos depende de como tal incentivo foi concedido pela legislação do Estado concedente do estímulo fiscal. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 4.506, de 30 de 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 28, e Parecer Normativo CST n° 112/1978. ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ EMENTA: SUBVENÇÕES E RECUPERAÇÕES DE CUSTOS. CRÉDITO PRESUMIDO DO ICMS. TRATAMENTO FISCAL. As subvenções para custeio ou recuperações de custos integram o resultado operacional da pessoa jurídica, para fins de tributação do imposto de renda com base no lucro real. As subvenções para investimentos, se registradas como reserva de capital, não integram o lucro real, desde que obedecidas as restrições para utilização dessa reserva. A forma de enquadramento do crédito presumido do ICMS como subvenção ou recuperação de custos depende de como tal incentivo foi concedido pela legislação do Estado concedente do estímulo fiscal. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 4.506, de 30 de novembro de 1964, art. 44, inciso IV, e Parecer Normativo CST n° 112/1978. Fl. 1552DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.553 6 Como se vê, nos mandamentos legais acima, as subvenções recebidas destinadas a custeio e operações devem ser computadas na determinação do lucro operacional. Tal providência não vinha sendo cumprida pela fiscalizada, como demonstraremos a seguir: De posse dos extratos bancários disponibilizados pela fiscalizada averiguamos que no período de 01/01/2010 a 31/12/2010 foram efetuados créditos em sua c/c n° 4.001807, Agência 0874 Banco Real S/A, no montante de R$ 23.715.613,60 conforme pode ser visto mês a mês na tabela a seguir: Mês/Ano Valores Janeiro/2010 2.296.410,00 Fevereiro/2010 1.762.620,00 Março/2010 3.736.610,00 Abril/2010 2.521.220,00 Maio/2010 2.528.349,97 Junho/2010 2.510.486,00 Julho/2010 2.537.930,87 Agosto/2010 3.634.986,76 Setembro/2010 0,00 Outubro/2010 999.000,00 Novembro/2010 690.000,00 Dezembro/2010 498.000,00 Total 23.715.613,60 A fiscalizada foi intimada em planilha adequada para tanto a: a) informar e comprovar com documentação idônea coincidentes em data e valor a origem, individualizada, dos depósitos bancários efetuados em sua conta corrente discriminados na primeira parte da Intimação n° 05/2013, e b) informar a que título tais créditos foram recebidos (prestação de serviços, revenda de mercadorias, empréstimos etc.) O atendimento à intimação apresentou vários contratos de câmbio de compra tipo 03, na rubrica transferências financeiras do exterior (cópias anexas) tendo as seguintes informações: comprador: Banco Santander S/A CNPJ 90.400.888/000142; vendedor: Frontier Drilling do Brasil Ltda ; pagador no exterior: Frontier Seillean AS ; natureza da operação: 453888509590 (Serv.DivOutAdminist) país de origem: 5380 Noruega. Informou que em atendimento a (sic) Circular 2918 do Banco Central do Brasil as despesas efetivadas pela Frontier Drilling do Brasil Ltda são decorrentes de operações da mesma no País firmado com a Petrobras por conta da Frontier Seillean A S, sócia controladora com sede na Noruega. Conclui dizendo que os fechamentos de câmbio tem como finalidade o reembolso à empresa brasileira de despesas operacionais e que os Fl. 1553DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.554 7 comprovantes se acham à disposição da fiscalização em seu escritório podendo ser solicitados cópias, se por ventura for necessário. Em seguida, a fiscalizada foi intimada a apresentar por amostragem as notas fiscais de prestação de serviços ou fornecimento de mercadorias emitidas em 2010 e os comprovantes de pagamentos correspondentes. Em resposta à intimação, apresentou cópias dos contratos de câmbio de transferências de recursos, tendo como pagador no exterior: a Frontier Seillean A S. Para cada remessa de recursos foi elaborada uma planilha demonstrativa com os valores das notas fiscais emitidas pelos prestadores de serviços. As notas fiscais apresentadas foram emitidas em 2008 e os recursos destinados aos pagamentos dessas notas fiscais chegaram no Brasil somente em 2010. Esclareceu que as despesas pagas (sic) destinam a subsidiar suas operações no País, em face de contrato firmado com a Petrobras. Ato contínuo, intimamos a Petrobras a apresentar os documentos a seguir: a) cópias em papel de documentos tais como: editais de concorrência/licitação, cartasconvite, instrumentos de negociação direta, etc que fundamentaram a celebração de contrato de prestação de serviços e de afretamento firmados com a empresa FRONTIER SEILLEAN A S , vigentes em 2010; b) cópia em papel do contrato firmado com a empresa FRONTIER DRILLING DO BRASIL LTDA, e c) esclarecer se houve autorização da PETROBRAS para qualquer cessão ou transferência, ainda que parcial, de contratos de afretamento fimado com a empresa FRONTIER SEILLEAN A S em vigor 2010, em favor da empresa FRONTIER DRILLING DO BRASIL LTDA. Em caso afirmativo, apresentar a correspondente documentação comprobatória idônea. Solicitou prorrogação de prazo para atendimento dos documentos solicitados. O prazo foi concedido. Transcorrido o prazo, a Petrobras informou à fiscalização que não possuía no ano calendário de 2010 contratos vigentes com as empresas FRONTIER A S e FRONTIER DRILLING DO BRASIL LTDA. A fiscalizada foi também intimada a apresentar cópia do contrato de prestação de serviço que diz ter sido firmado com a Petrobras. Em resposta à intimação informou que: a) não possuía contrato de prestação de serviço, vigente em 2010, firmado com a Petrobras; b) não havia contrato de prestação de serviço vigente em 2010 firmado com a Frontier Seillean A S e a Petrobras S/A; c) não houve transferência ou cessão de direitos da empresa Frontier Seillean AS, em favor da Frontier; Informou que a Frontier Drilling do Brasil Ltda pertence ao mesmo grupo econômico da empresa estrangeira Frontier Seillean A S. Para facilitar a Fl. 1554DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.555 8 operacionalização das atividades da Frontier Seillan AS no Brasil, qual seja, o afretamento de embarcações à Petrobras, a Frontier e Frontier Seillean A S firmaram contrato de Gerenciamento de Recursos para a operação da embarcação FPSO Seillean A S que possuía contrato com a Petrobras. Com base no referido contrato, os fornecedores da Frontier Seillean A S estariam autorizados a emitir notas fiscais e faturas à fiscalizada enquanto perdurassem as operações da embarcação FPSO Seillen no Brasil. Dessa forma, a fiscalizada efetuava o pagamento aos fornecedores da Frontier Seillen AS. Tais valores eram reembolsados posteriormente à fiscalizada, por se tratar de simples desembolso de caixa. Explicou que as referidas operações são registradas em contas de Ativo e Passivo somente, sem impactar o resultado do exercício. Confirmou ainda que os recursos destinados aos pagamentos dos serviços prestados em 2008, foram disponibilizados à fiscalizada somente em 2010, razão pela qual existiram as movimentações bancárias por meio de contratação de operações de câmbio, verificadas pela fiscalização. Anexou cópia de Contrato de Gerenciamento de Recursos para Operação do Navio "FPSO SEILLEAN". Do referido contrato extraímos, em síntese, o que segue: Em 19 de novembro de 2001, a Frontier Drilling Management AS, com sede na Noruega, doravante denominada FDM, através de sua controladora Frontier Drilling A S, firmaram com a RBF Holding Corporation e afiliados contrato de aquisição da sociedade RBF FPSO LP, proprietária da embarcação denominada SEILLEAN, presentemente sob contrato com a Petrobras S/A, através do qual, ficou ajustado o afretameto do navio e a prestação de serviços de operações em áreas já licitadas pela Petrobras para testes e/ou avaliação de poços de Petróleo da plataforma continental brasileira. Em decorrência do contrato de aquisição, a Frontier Drilling do Brasil, doravante denominada (FDB) assumiu na qualidade de subsidiária da (FDM) a operação do SEILLEAN em substituição à atual operadora Falcon Drilling do Brasil Ltda CNPJ 00.823.403/000130. Em face da administração dos custos aplicáveis ao SEILLEAN e os serviços ajustados com a Petrobras, o relacionamento financeiro foi ajustado entre a FDB e a FDM. Destacamos o que segue: a) a FDB deverá providenciar a cobrança dos valores que venham a ser devidos e pagos em reais no Brasil pelos serviços prestados à Petrobras, acordando que os recursos deverão ser depositados em conta corrente no Unibanco S/A ou outro banco; b) a FDB fará uso dos recursos depositados no inteiro cumprimento das obrigações ajustadas com a Petrobras. A FDB administrará os recursos da FDM mantendo em sua contabilidade uma conta de compensação para efeitos gerenciais, visando melhor controle e transparência no gerenciamento financeiro, relativamente ao pagamento de contas de responsabilidade da FDM; Fl. 1555DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.556 9 c) a FDM procederá às remessas de recursos para a FDB, sempre de acordo com os regulamentos do Banco Central do Brasil, informando a natureza das remessas "Reembolso de Despesas – Serviços Administrativos" sob o código 453888509390, para os efeitos de fechamento do respectivo contrato de câmbio no banco brasileiro. Cada remessa será efetuada com base em planilhas demonstrativas das contas documentadas, critérios e valor total a ser reembolsado pela FDM à FDB. d) as despesas relacionadas com as operações do FPSO SEILLEAN, terão como contrapartidas as receitas geradas pelo contrato de arrendamento firmado com a Petrobras. e) a prestação dos serviços da FDB será devida pela FDM a remuneração de R$ 1,00 (hum real), considerando que a remuneração global dos serviços a serem prestados pela FDB à Petrobras já inclui todas e qualquer parcelas relativas à execução do Contrato de Serviços de operação do navio. 5 DILIGÊNCIAS REALIZADAS : Em virtude da fiscalizada ter apresentado notas fiscais de serviços emitidas em 2008 e informado que os recursos destinados aos pagamentos dessas notas fiscais foram disponibilizados somente em 2010, abriuse (sic) diligências junto aos seus clientes para confirmar se tais serviços foram realmente pagos em 2008. Para tanto, as empresas prestadoras de serviços foram intimadas a apresentarem (sic) os documentos a seguir: 1) cópias das notas fiscais de serviços emitidas em 2008 em nome da fiscalizada e documentos que comprovem o efetivo pagamento dos valores nelas consignados. 2) contratos firmados com as empresas Frontier Drilling do Brasil LtdaCNPJ 04.698.482/000156 e Frontier Seillean A S CNPJ 09.306.617/000104. Em caso afirmativo apresentar a correspondente documentação comprobatória idônea. Obtivemos como resultado as seguintes informações: A Shimmer Inspection Repair and Maintenance of Equipments Ltda CNPJ 02.654.659/000197 atendendo à intimação apresentou cópia dos seguintes documentos: a) cópia da nota fiscal n° 0038, em nome da Frontier Drilling do Brasil Ltda, emitida em 09/12/2008, no valor bruto de R$ 163.220,00; discriminando o serviço de manutenção nos equipamentos a bordo da FPSO SELLEAN; b) comprovante de pagamento da nota fiscal acima mencionada emitido pelo Banco Real em 13/11/2008, no valor liquido de R$ 152.610,70; c) ordem de compra em nome da Frontier Drilling do Brasil Ltda emitida em 07/04/2008. Fl. 1556DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.557 10 A TRAMP OIL (Brasil) CNPJ 02.824.322/000180 apresentou cópia dos seguintes documentos: a) cópia da nota fiscal 000507 emitida em 31/10/2008 no valor de R$ 1.628.841,85, em nome da Frontier Drilling do Brasil Ltda. b) comprovante de pagamento da nota fiscal acima mencionada no valor de R$ 1.859.960,67, emitido pelo Banco HSBC em 01/12/2008. c) não possui contrato de serviços firmado com a Frontier Drilling do Brasil Ltda. Informou que a relação entre as empresas era apenas vendas esporádicas. A Naproservice Offshore Estaleiros do Brasil Ltda CNPJ 32.079.220/000149 atendendo à intimação apresentou os seguintes documentos: a) copias das notas fiscal n°s 2253, 2254 vencimentos em 06/12/2008, nos valores respectivamente de R$ 1.209.784,30 e R$ 1.151.582,71 em nome da Frontier Drilling do Brasil Ltda. b) comprovantes de pagamentos das notas fiscais acima mencionadas pelo Banco do Brasil S/A em 05/12/2008 nos valores respectivamente de R$ 1.209.784,31 e R$ 1.151.582,71. c) contrato de serviços firmado com Frontier Drilling do Brasil em 21/05/2008. Como podemos observar, as notas fiscais e os comprovantes de pagamentos obtidos juntos aos clientes da fiscalizada comprovam que as despesas foram liquidadas no período de sua ocorrência. A fiscalizada atendendo à intimação a que foi submetida, informou à Fiscalização que por se tratar de simples desembolso de caixa por conta e ordem da Frontier Seillean A S, as referidas operações foram registradas em contas de Ativo e Passivo no período a que o gasto se referia, sem impactar o resultado do exercício da Frontier no respectivo anocalendário. É, oportuno lembrar que as subvenções para custeio integrantes do lucro operacional, devem observância aos preceitos da legislação comercial da Lei n° 6.404/76 e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, ou seja, a sua escrituração deve observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência determinado pelo Decreto n° 3000/99. 6 CONCLUSÃO: Reunidos os fatos, concluímos tratarse de uma ação triangular fraudulenta que consiste na remessa de valores para a empresa Frontier Seillean A S com sede na Noruega e posteriormente retornam à fiscalizada para pagamento de empresas prestadoras de serviços no Brasil, sem entretanto, oferecêlos à tributação do imposto de renda e demais contribuições federais. Os valores enviados à fiscalizada são contabilizados a créditos de pessoas ligadas e ficam na condição de não serem exigidos, ao contrário de capital de terceiros, que são sempre exigível e cobrados. Fl. 1557DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.558 11 Para análise prática, o saldo de crédito acumulado pertencente a pessoa ligada informado na DIPJ, totalizou em 2010, R$ 202.458.120,21. Diante dos fatos acima relatados, não resta dúvida de que estamos diante de um planejamento tributário abusivo, criado para lesar o Fisco. 7 DOS VALORES RECEBIDOS DO EXTERIOR Após procedermos à conciliação dos recursos recebidos na conta bancária n° 4.001807 (Banco Real S/A ) com os lançamentos efetuados no livro razão (conta analítica n° 1110200100006) e documentos apresentados pela fiscalizada, verificamos que o montante de R$ 21.124.700,00 referese a custeio de operações e R$ 1.497.000,00 a título de empréstimo direto conforme demonstrados a seguir. I – Custeio das Operações Mês/ano Natureza Operação Valores Janeiro/2010 453888509590 2.274.320,00 Fevereiro/2010 453888509590 1.762.300,00 Março/2010 453888509590 3.736.610,00 Abril/2010 453888509590 2.521.220,00 Maio/2010 453888509590 2.522.810,00 Junho/2010 453888509590 2.510.000,00 Julho/2010 453888509590 2.534.440,00 Agosto/2010 453888509590 2.595.000,00 Setembro/2010 0,00 Novembro/2010 453888509590 668.000,00 Total 21.124.700,00 II – Empréstimo Direto Mês/ano Histórico Natureza Operação Valores Outubro/2010 Oper. Rec. Câmbio 700165009590 999.000,00 Dezembro/2010 Oper. Rec. Câmbio 700165009590 498.000,00 Total 1.497.000,00 Em cumprimento ao que determina o artigo 392 do Decreto n° 3000, de 26/03/99, o ingresso de recursos no montante de R$ 21.124.700,00 foi considerado omitido na DIPJ, ano calendário de 2010, que aliás, se mostrou superior ao conjunto de custos e despesas incorridos, conforme será demonstrado mais adiante. Obedecendo ao regime de tributação adotado no ano calendário de 2010, lucro real anual, recompomos as bases de cálculo do IRPJ e CSLL naqueles Fl. 1558DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.559 12 meses em que se verificou a omissão de receita no montante de R$. 21.124.700,00. Sobre os valores devidos do IRPJ e CSLL foi aplicada a multa isolada de (50%) sobre o montante das parcelas não recolhidas nos termos do art.14 inciso II da Lei n° 11.488 que transcrevemos abaixo: A Lei n° 11.488 de 15/06./2007 em seu artigo 14, inciso II, assim dispõe: Art. 14. O art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformandose as alíneas a, b e c do § 2º nos incisos I, II e III: “Art 44. Nos casos de lançamento de Ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento • ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinquenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor pagamento mensal. A seguir, demonstraremos os valores da multa isolada de 50% do IRPJ e da CSLL devidos não recolhidos nas datas de vencimentos , apurados com base em balanços mensais de suspensão ou redução. [...] A receita omitida no montante de R$ 21.124.700,00 foi adicionada ao a base de cálculo do lucro real informado na DIPJ, ano calendário de 2010, para recompor o novo cálculo do IRPJ devido conforme demonstrado a seguir: Recomposição do Demonstrativo do Resultado do Exercício encerrado em 31/12/2010 (+) PREJUÍZO FISCAL INFORMADO NA DIPJ 14.804.021,30 (+) RECEITA OMITIDA , CONFORME EXTRATO BANCÁRIO 21.124.700,00 (=) LUCRO REAL ANTES COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS 6.320.678,70 ()COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS ANTERIORES 30% 1.896.203,61 (=) LUCRO REAL APÓS A COMPENSAÇÃO 4.424.475,09 (+) IRPJ DEVIDO ALÍQUOTA DE 15% 663.671,26 (+) ADICIONAL (4.424.475,07 240.000,00 x10%) 418.447,50 (=) IRPJ A PAGAR 1.082.118,76 Foi (sic) aplicada à CSLL as mesmas normas de apuração do IRPJ (art. 57 da Lei n° 8.981/95). Fl. 1559DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.560 13 ( =) PREJUÍZO LÍQUIDO ANTES DA CSLL (DIPJ) 14.804.021,30 (+ ) RECEITAS OMITIDAS (EXTRATO BANCÁRIO) 21.124.700,00 (=) BASE DE CALCULO ANTES DA COMPENSAÇÃO 6.630.678,70 () BASE DE CALCULO NEG.COMPENSADA NA AUTUAÇÃO 1.896.203,61 (=) BASE DE CALCULO DA CSLL 4.424.475,09 (+) CSLL À ALÍQUOTA DE 9% 398.202,76 Apuração do Pis/Cofins incidência nãocumulativa A fiscalizada apresentou DIPJ, anocalendário de 2010, sob o regime de tributação do lucro real anual, ficando sujeita à apuração do PIS e da COFINS pela sistemática da nãocumulatividade nos termos das Leis n°s 10.637 de 2002 o 10.833, de 2003. De acordo com a legislação tributária as subvenções para custeio, bem como as recuperações de custos, quando aportadas em espécie, integram a base de cálculo do PIS e da COFINS, por significar ingresso de recursos para entidade beneficiária, consoante o disposto nos artigos 1o das Leis n° 10.637/2002 e 10.833/2003, tendo como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independente de sua denominação ou classificação contábil. Assim dispõem os arts 1o das Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003: Art. 1o da Lei n° 10 637/2002: Art. 19 A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Produção de efeito (Vide Medida Provisória n° 627, de 2013) (Vigência) § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória n° 627, de 2013) (Vigência) § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput Vide Medida Provisória n° 627, de 2013) (Vigência) Art. 1o da Lei n° 10.833/2003 Art. 1° A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. (Produção de efeito) (Vide Medida Provisória n° 627, de 2013) (Vigência) Fl. 1560DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.561 14 § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória n° 627, de 2013) (Vigência) § 2° A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme definido no caput. A seguir transcrevemos trechos da Ementa da Solução de Consulta n° 225 de agosto de 2007, DOU 26/10/2007. [...] DA BASE DE CÁLCULO DO PIS/COFINS Como explicitado acima a base de cálculo da Contribuição para o Pis e da Cofins, no regime nãocumulativo, está definida nas leis que as criaram como a receita bruta de venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica independente de sua denominação, ou classificação fiscal. Os Demonstrativos de Apuração das Contribuições Sociais DACON do Pis e da Cofins foram transmitidos à RFB sem informações de valores, ou seja, zerados. Por essa razão os débitos dessas contribuições foram determinados mediante à aplicação dos percentuais de 1,65% e 7,60%, respectivamente sobre os valores das receitas omitidas mês a mês. DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO PIS E DA COFINS Mos /Ano Receita Omitida PIS 1,65% Cofins 7,60% janeiro/2010 2.274.320,00 37.526,28 172.848,32 fevereiro/2010 1.762.300,00 29.077,95 133.934,80 março/2010 3.736.610,00 61.654,07 283.982,36 Abril/2010 2.521.220,00 41.600,13 191.612,72 maio/2010 2.522.810,00 41.626,37 191.733,56 junho/2010 2.510.000,00 41.415,00 190.760,00 julho/2010 2.534.440,00 41.818,26 192.617,44 agosto/2010 42.817,50 197.220,00 setembro/2010 2.595.000,00 0,00 0,00 novembro/2010 668.000,00 11.022,00 50.768,00 Total 348.557,56 1.605.477,20 8 DA MULTA QUALIFICADA: A multa de ofício qualificada aplicada no percentual de 150% teve por fundamento legal o art. 44, §1° da Lei 9.430, de 27/12/1996, que assim estabelece: [...] Os artigos [71, 72 e 73] da Lei n° 4.502/64 têm a seguinte redação: [...] A moldura legal dos dispositivos transcritos acima ajustase à conduta da fiscalizada, como a seguir se justifica: Deixou de considerar na base de calculo do lucro real e demais contribuições federais , ano calendário de 2010, os valores recebidos da empresa estrangeira FRONTIER SEILLEAN AS no montante de R$ 21.124.700,00. Referido recurso representa, na realidade, ingresso de receita da atividade. O não oferecimento dessa receita à tributação do imposto de renda e demais Fl. 1561DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.562 15 contribuições federais não pode ser entendido como um erro simplesmente, pois a fiscalizada tinha consciência do ilícito fiscal e, também, do imenso prejuízo causado aos cofres públicos ao promover a evasão fiscal do vultoso valor envolvido. A ação contumaz da fiscalizada, que reiteradamente apropriou em seu resultado operacional somente as despesas operacionais, deixando de somar as respectivas receitas, apresenta fortes evidências do intuito doloso (sic) de sonegação fiscal, visto que, diferentemente do erro, que eventualmente pode ser justificado pela habitualidade, a contumácia e habitualidade do ato ilícito estão presentes no decorrer de todo o exercício social do contribuinte, demonstrando que se trata de planejamento tributário abusivo e ilegal. A omissão de receita descrita acima justifica à aplicação da multa qualificada de que trata o § 1o do art. 44, da Lei n° 9.430/96, que impõe sua cobrança no percentual de 150% e o alcance dos fatos pela Lei n° 8.137/90.” Impugnação às fls. 1.255/1.303. Decisão de primeira instância às fls. 1.386/1.430, assim ementado: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 31/01/2010, 28/02/2010, 31/03/2010, 30/04/2010, 31/05/2010, 30/06/2010, 31/07/2010, 31/08/2010, 30/11/2010 Ementa: SUBVENÇÃO PARA CUSTEIO. FORMA DE CONTABILIZAÇÃO. RESULTADO OPERACIONAL. São computadas na determinação do resultado as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais, bem como, as recuperações ou devoluções de custos, deduções ou revisões, quando dedutíveis (Artigo 44, incisos III e IV, da Lei nº 4.506, de 1964). REGIME DE ESTIMATIVA. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. APLICAÇÃO. Verificada a falta de pagamento do IRPJ ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, pela pessoa jurídica sujeita ao pagamento mensal, após o término do ano calendário, é cabível a aplicação da multa isolada de 50% sobre os valores devidos e não recolhidos, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal no ano calendário correspondente, por expressa determinação normativa. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE PARCELAS MENSAIS DE ESTIMATIVAS. INEXISTÊNCIA DE BIS IN IDEM COM A MULTA DE OFÍCIO. Após o encerramento do período de apuração, é devida multa isolada pelo não recolhimento de parcelas mensais de estimativas no curso do referido período. A aplicação conjunta de multa de ofício no mesmo lançamento tributário, referente a tributo e contribuição devidos ao final do período, não tem o condão de excluir a multa isolada sobre as parcelas mensais de estimativas não recolhidas, haja vista trataremse de infrações distintas, possuidoras de tipificação legal específicas a cada uma delas. MULTA QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA Fl. 1562DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.563 16 Ao apresentar Declarações de Rendimentos “zeradas”, o contribuinte tentou impedir ou retardar, ainda que parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Esta prática sistemática, adotada durante anos consecutivos, caracteriza a conduta dolosa. Tal situação fática se subsume perfeitamente aos tipos previstos nos arts. 71, inciso I, e 72 da Lei nº 4.502, de 1964. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2010 Ementa: NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. A nulidade por preterição do direito de defesa somente pode ser declarada quando o cerceamento está relacionado aos despachos e às decisões, ou seja, somente pode ocorrer em uma fase posterior à lavratura do auto de infração. DECADÊNCIA. PRELIMINAR AFASTADA. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE OPERAÇÃO POR CONTA E ORDEM DA EMPRESA ESTRANGEIRA. Afastado o argumento de que as operações efetuadas pela interessada eram efetivadas por conta e ordem da empresa estrangeira e, em conseqüência, declarada a improcedência da alegação de que os valores recebidos via contratos de câmbio fechados em 2010, tinham por fim o reembolso de despesas incorridas no ano calendário de 2008, é de se afastar a preliminar de decadência. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins Anocalendário: 2010 Ementa: EXIGÊNCIA DE COFINS NÃO CUMULATIVO. SUBVENÇÕES PARA CUSTEIO. As subvenções para custeio, recuperações de custos ou de investimentos, quando aportadas em espécie, integram a base de cálculo da COFINS pela sistemática da nãocumulatividade, por significar ingresso de recursos para a entidade beneficiária (Sol.Consulta nº 225/2007). Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Exercício: 2010 Ementa: As subvenções para custeio, recuperações de custos ou de investimentos, quando aportadas em espécie, integram a base de cálculo do PIS/PASEP pela sistemática da nãocumulatividade. por significar ingresso de recursos para entidade beneficiária. (Sol.Consulta nº 225/2007)” Ciência da decisão de primeira instância no dia 03/11/2014, à fl. 1.440. Recurso a este Colegiado interposto no dia 02/12/2014, às fls. 1.443/1.475. Nesta oportunidade aduz o seguinte: A) As operações da Recorrente: Fl. 1563DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.564 17 1) à época dos fatos geradores, a Recorrente era pessoa jurídica que tinha como objeto social a prestação de serviços administrativos relacionados direta ou indiretamente à perfuração de poços de petróleo e/ou gás natural, sendo a empresa estrangeira Frontier Seillean A S sua sócia majoritária. 2) A empresa Frontier Seillean A S celebrou contratos de afretamento da embarcação "FPSO Seillean" com a empresa brasileira Petróleo Brasileiro S.A. "Petrobras". A Recorrente, por sua vez, celebrou contrato de prestação de serviços com a Petrobras, vinculado ao de afretamento1, bem como Contrato de Gerenciamento de Recursos "Contrato" (doc. 05 da impugnação) com a Frontier Seillean A S, permitindo aos fornecedores da própria Frontier Seillean A S no Brasil que emitissem notas fiscais e faturas por intermédio da Recorrente. 3) Ou seja, por disposição contratual, a Recorrente efetuava pagamentos em benefício da Frontier Seillean A S, sendo que esses valores eram posteriormente reembolsados. Em outras palavras, a Recorrente adiantava pagamentos devidos pela Frontier Seillean A S, estrangeira, atuando como mera pagadora, pelo que jamais teve relação de prestação de serviços com esses fornecedores ou com a própria empresa estrangeira. 4) Nesse sentido e desde já, ressaltese, ao contrário do entendimento esposado pelo acórdão recorrido as notas fiscais e faturas foram sempre emitidas pelos fornecedores e prestadores de serviço contra a empresa Frontier Seillean A S. Assim, tratandose de mero desembolso de caixa a ser futuramente restituído, a Recorrente registrava as operações em sua contabilidade em contas do ativo e do passivo, mas, por óbvio, sem impactar no resultado do exercício. Ou seja, não havia trânsito pelo resultado da Recorrente. 5) Mais precisamente e adentrando um pouco na forma de contabilização dos ingressos e das despesas, no momento da emissão das notas fiscais pelos fornecedores contra a Frontier Seillean A S, os valores a pagar eram registrados a débito no resultado do exercício e a crédito no passivo da Recorrente, única e exclusivamente em razão de controles gerenciais, sem que tais valores influenciassem, de forma alguma, o resultado do exercício da Recorrente. 1 CONTRATOS DE SERVIÇO E DE ARRENDAMENTO DO NAVIO DE N°S 2300.0010309.05.2 E 2300.0010308.05.2 Fl. 1564DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.565 18 6) Ou seja, considerando que tais valores não representavam custos e despesas da Recorrente, por se tratarem de mero adiantamento, todos os valores registrados em resultado do exercício a esse título foram, ao final de cada mês, reclassificados para ativo, mediante a realização de um crédito na conta "Reembolso de Despesas" (59101001000001) e um débito em conta do ativo (12101001000003), conforme, incusive, esclarecido à Fiscalização (doc. 06 da impugnação). 7) De outro lado, quando um pagamento era realizado em favor da Frontier Seillean A S, a Recorrente registrava tal pagamento a débito na conta do passivo e a crédito na conta "Banco", haja vista terem ocorridos dispêndios de caixa em tal operação. No momento em que Frontier Seillean A S ressarcia a Recorrente os valores pagos em seu nome, a Recorrente realizava um crédito em contas do ativo (12101001000002 ou 12101001000003) e um débito a conta "Banco". B) A impugnação apresentada pela Recorrente: 8) contra a autuação fiscal, a Recorrente apresentou impugnação administrativa, por meio da qual apresentou os seguintes fundamentos de defesa: i) preliminarmente houve erro na capitulação legal da multa isolada imputada, eis que o dispositivo legal indicado encontrase revogado, o que inviabiliza a compreensão da acusação, prejudicando o direito à ampla defesa, contraditório e devido processo legal; ii) o crédito tributário exigido foi fulminado pela decadência, pois, muito embora os reembolsos que deram origem à cobrança tenham sido recebidos no anocalendário de 2010, o período de competência dos mesmos é o ano calendário de 2008; iii) não houve qualquer simulação ao planejamento tributário abusivo, estando toda a operação da Recorrente amparada em documentação idônea e na efetiva realidade de sua natureza; iv) os valores recebidos da empresa Frontier Seillean A S não se enquadram no conceito de subvenção para custeio, eis que apenas recompõem uma despesa incorrida, não havendo ingresso de receita; v) não há omissão de receita, sendo tal afirmação baseada meramente em presunção e afirmação de "evidências" não comprovadas nos autos; Fl. 1565DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.566 19 vi) o erro crasso na apuração do quantum devido, na medida em que as Autoridades Fiscais consideraram como receita os reembolsos devidos, mas simplesmente não levaram em consideração os pagamentos realizados pela Recorrente em nome da Frontier Seillean A S como despesas; vii) da mesma forma, as D. Autoridades Fiscais não consideraram o que seriam créditos de PIS/Pasep e COFINS, caso os pagamentos realizados em nome da Frontier Seillean A S fossem, de fato, da própria Recorrente; viii) mesmo que se considerasse que a Recorrente prestaria serviços à Frontier Seillean A S, os valores recebidos daquela empresa estariam isentos do PIS/Pasep e da COFINS; ix) imprestabilidade da quantidade de funcionários da Recorrente como argumento para afirmar que ela estaria, necessariamente, auferindo lucro; e x) ilegalidade das multas isolada e agravada aplicadas, bem como impossibilidade de aplicação concomitante de ambas. C) As razões para a reforma do acórdão recorrido: C.1) preliminarmente: 9) erro na capitulação legal da multa aplicada – a autoridade fiscal, quando da lavratura do auto de infração, aplicou multa isolada nos termos do artigo 14, inciso II, da Lei nº 11.488/2007. Ocorre que, como é possível perceber pela simples leitura do dispositivo legal, não é possível identificar a referida multa em razão da inexistência de inciso II no texto do artigo 14 da Lei nº 11.488/2007. Também o artigo da Lei nº 9.430/96 que ele modifica tem o seu inciso II revogado. 10) Evidente que tal fato prejudica o direito de ampla defesa da Recorrente, que sequer foi capaz de identificar qual seria a conduta que implica a aplicação dessa multa. 11) Decadência – a acusação recai sobre valores recebidos pela Recorrente no anocalendário de 2010, em sua conta corrente, em razão da liquidação de contratos de câmbio com a Frontier Seillan. Fl. 1566DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.567 20 12) Todavia, ao se reclassificar o reembolso de despesas como se fossem receitas, as autoridades fiscais consideraram o anocalendário em que os valores foram recebidos (anocalendário de 2010) e não o período de competência a que tais valores se referiam (anocalendário de 2008). Isso porque os gastos incorridos pela Recorrente que deram origem ao lançamento de crédito perante a Frontier Seillean A S em seu ativo ("contas a receber") se referem a eventos ocorridos no anocalendário de 2008, como se constata da análise da documentação acostada aos autos, notadamente as notas fiscais e as faturas emitidas pelos fornecedores/prestadores em nome da Recorrente, por conta e ordem da Frontier Seillean A S (doc. 08 da impugnação). 13) Tendo em conta que as receitas se referem ao ano calendário de 2008, a decadência fulminou o direito de constituir o crédito tributário, uma vez que a ciência do lançamento se deu somente em 05/05/2014, seja nos termos do artigo 150, § 4º, seja nos termos do artigo 173, inciso I, ambos do CTN. 14) Além disso, equivocase o acórdão recorrido ao afirmar que a Recorrente não teria feito prova de que os contratos de câmbio guardam relação com as despesas mencionadas e que as planilhas anexas seriam documentos unilaterais emitidos pela própria Recorrente. A verdade é que a Recorrente escriturou tais valores da forma como manda a Lei, de modo que, se assim não tivesse sido, caberia às autoridades fiscais a produção da prova do descumprimento das normas (e essa não é uma acusação do auto de infração). 15) Aliás, os julgadores deveriam ter levado em conta o fato segundo o qual as autoridades fiscais efetuaram intimação à Petrobras, chamandoa para prestar esclarecimentos sobre contratos firmados com Frontier Seillean A S e com a Recorrente, Fl. 1567DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.568 21 obtendose a resposta de que não havia contratos vigentes no anocalendário de 2011. Mais do que isso! Em diligências realizadas nos autos, também os fornecedores confirmaram que as notas fiscais foram emitidas e pagas no decorrer do ano calendário de 2008. C.2) No mérito: 16) Da incorreta classificação dos reembolsos recebidos como subvenção para custeio – as autoridades fiscais qualificaram os valores remetidos pela Frontier Seillean A S como subvenção para custeio, desconsiderando toda a documentação apresentada pela Recorrente, que comprova que tais valores serviam apenas para recomposição patrimonial de gastos incorridos em nome da Frontier Seillean A S. 17) A própria Fiscalização verificou que tais documentos continham a informação de que os créditos realizados na conta corrente da Recorrente tratavamse de fechamentos cambiais em razão de reembolso de despesas administrativas, relativas a repitase gastos em favor da Frontier Seillean A S, referentes a operações desta pessoa jurídica estrangeira no Brasil relacionadas a contrato com a Petrobras. 18) A referida documentação, devidamente exibida à Fiscalização, ainda apresentava listagem de notas fiscais e faturas emitidas pelos fornecedores/prestadores de serviços e comprovantes de pagamentos (doc. 08 da impugnação). Dessas notas e faturas, vêse que a maioria foi emitida em nome da própria Frontier Seillean A S, enquanto algumas outras o foram em nome da Recorrente, por conta e ordem da Frontier Seillean A S. 19) No ponto, cabe, inclusive, afastar o falacioso argumento do acórdão recorrido no sentido de que "as despesas relacionadas, supostamente pagas por conta e ordem de empresa estrangeira, foram Fl. 1568DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.569 22 todas faturadas em nome da própria impugnante". Essa é uma inferência que é repelida pela mera análise da documentação acostada aos autos. 20) A documentação acostada comprova, portanto, que os recursos depositados na conta corrente da Recorrente em 2010 não foram utilizados para fins de pagamento das notas fiscais e faturas emitidas pelos fornecedores e prestadores de serviços em 2008, pois esses pagamentos já haviam sido efetuados. Os depósitos foram apenas para ressarcir a Recorrente dos dispêndios por ela realizados em nome da Frontier Seillean A S. Tratase, portanto, de mera recomposição patrimonial. 21) Equivocado, por conseguinte, o entendimento das autoridades fiscais corroborado pelo acórdão recorrido, ao manifestar que tais valores seriam subvenções para custeio ou operação, devendose, consequentemente, integrar o seu resultado operacional. Baseouse a Fiscalização na Solução de Consulta n.9 225/2007, a qual estabelece que créditos presumidos de ICMS devem ser considerados subvenção para custeio e integrar a base de cálculo dos tributos federais. 22) Com todo respeito, tal hipótese em nada se assemelha ao caso concreto, motivo por que a citada solução de consulta jamais poderia respaldar a cobrança aqui discutida. 23) De acordo com o Parecer Normativo CST n9 112/1978 (citado pela autoridadefFiscal à folha 6 do Termo de Verificação Fiscal), as subvenções para custeio são caracterizadas como "transferência de recursos para uma pessoa jurídica com a finalidade de auxiliála a fazer face ao seu conjunto de despesas", insuficientemente cobertas pelas receitas de suas operações. O referido Parecer esclarece que, para a caracterização da subvenção, fazse mister que a entrega do recurso seja incondicional, o que, a toda Fl. 1569DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.570 23 evidência, não é o caso dos autos, já que a Recorrente registrou sempre em sua escrita as obrigações "intercompany" assumidas com a Frontier Seillean A S. Ainda de acordo com o Parecer CST nº 112/1978, as subvenções para custeio são definidas como transferências de recursos para uma pessoa jurídica, na forma de auxílio; por via de consequência, são contabilmente classificadas como receita extraordinária. Por outro lado, os reembolsos permitem apenas a mera recomposição do status quo ante, em razão de gastos incorridos pela pessoa jurídica em nome de terceiros. Em outras palavras, é o ressarcimento daquilo que houvera sido adiantado pela empresa em favor de terceiros. 24) Está claro, ao contrário do que consta do acórdão recorrido, que os valores recebidos da Frontier Seillean A S não podem ser incluídos no conceito de subvenção para custeio, porquanto não foram concedidos de forma incondicional para fins de auxiliar a recorrente no pagamento de despesas por ela incorridas. Referemse, como se comprova pela análise da documentação acostada aos autos, às despesas da própria Frontier Seillean A S, cujos pagamentos foram efetuados pela Recorrente por uma questão de operacionalização da atividade, considerando as dificuldades do ponto de vista prático para a Frontier Seillean A S contratar e pagar essas notas fiscais e faturas do exterior. 25) Da inocorrência de omissão de receitas – ao categorizar os reembolsos como subvenção para custeio, as autoridades fiscais concluíram que o montante de R$ 21.124.700,00 teria sido omitido na DIPJ do anocalendario de 2010 e nos DACONs de PIS/Pasep e COFINS. 26) Acontece que a omissão de receita é revelada por meio de indícios apontados pela norma jurídica (arts. 281 a 288 do RIR/99), na criação das presunções legais. A caracterização de omissão de Fl. 1570DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.571 24 receita decorre, pois, de atividade estritamente vinculada e só pode ser admitida nas seguintes hipóteses, conforme prevê a legislação de regência (art. 281 do RIR/99): (i) a indicação na escrituração de saldo credor de caixa;; (ii) a falta de escrituração de pagamentos efetuados; (iii) a manutenção no passivo de obrigações já pagas ou cuja exigibilidade não seja comprovada. 27) O crédito tributário em pauta não está assentado sobre a existência de receitas omitidas pela Recorrente e, sim, sobre a requalificação jurídica dos ingressos percebidos a título de reembolso, escorandose, para tanto, em premissas explanadas no Termo de Verificação Fiscal. 28) Em consequência desse engano, o Fisco impôs à Recorrente a prova em contrário de uma presunção que não está na lei, ao passo que, na desconsideração de negócios jurídicos, é incumbência do Fisco a prova do fato gerador dissimulado. Nesses termos, devese ter presente que não cartacteriza omissão de receita a falta de inclusão, na DIPJ e nas DACONs, de montante recebido pelo contribuinte a título de reembolso de despesas. 29) Sendo assim, uma vez que a autoridade fiscal não foi capaz de trazer aos autos a prova contundente e eficaz de conduta da Recorrente que pudesse ensejar a evasão de divisas, não pode prosperar a acusação. 30) A ausência de simulação e de planejamento tributário evasivo – as autoridades fiscais e o julgador de primeira instância confundem o fenômeno da omissão de receitas, o qual se insere no campo das infrações fiscais e ficções jurídicas, com o fenômeno da desconsideração do negócio jurídico e sua posterior requalificação pelo Fisco, o qual, distintamente daquele, inserese no campo dos procedimentos fiscais antielisivos. Fl. 1571DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.572 25 31) As omissões de receitas, ilícitos fiscais, caracterizamse pela ocultação, nos registros contábeis do contribuinte, de alguns fatos, seja o recebimento (omissão de receitas) ou pagamento de importâncias (passivos fictícios), que findam por reduzir a base de cálculo dos tributos federais. Já nas desconsiderações jurídicas, inexiste ocultação de fatos ou atos na escrita contábil do contribuinte, mas atribuição, pela Fiscalização, de significado e efeitos jurídicos distintos daqueles interpretados e atribuídos pelo contribuinte quando da elaboração do negócio jurídico ou quando de seu registro na escrita contábil. 32) Feita tal distinção, não há como prosperar a alegação de que a Recorrente não teria oferecido à tributação, pelo IRPJ, CSLL, PIS/Pasep e COFINS, a totalidade de seu faturamento, por supostamente simular vultosos prejuízos fiscais e base negativa de CSLL, contra resultados positivos auferidos pela Frontier Seillean A S com sede no exterior. 33) Os valores ora cobrados pelo Fisco federal resultaram da coleta de informações extraídas da clara e idônea documentação fiscal e contábil da Recorrente, que classificou digase, corretamente – as importâncias recebidas da Frontier Seillean A S como reembolso de despesas. Não sendo receitas, não ofereceu tais valores à tributação, embora constando claramente de sua escrita. Simples assim. 34) Não há que se falar em "propósito da fiscalizada de não recolher imposto de renda, visto que não considera como receita da atividade os recursos recebidos da empresa estrangeira Frontier Seillean AS", porque (i) os recursos são, de fato, reembolsos, e não receita, e (ii) a legislação do imposto de renda não prevê a tributação destes recursos por não haver ingresso de receita, mas tão somente recomposição do status quo ante . Fl. 1572DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.573 26 35) Vale lembrar que a figura da simulação está prevista no artigo 167 do Código Civil como hipótese de "invalidade do negócio jurídico". Nos termos do referido dispositivo, são nulos os negócios realizados de forma simulada. Como se pode observar, para caracterizar o ato simulado, é necessário que esteja presente algum dos tipos de vício especificamente enumerados no artigo 167, §1º,do Código Civil. No caso em análise, nenhum desses vícios está presente. A operação foi devidamente registrada, teve seus efeitos contábeis reconhecidos e teve ainda suporte em documentação hábil e idônea. 36) Também não merece prosperar o argumento de que a Recorrente e a Frontier Seillean A S praticaram planejamento tributário abusivo, com o propósito de evasão fiscal. Como é cediço, o contribuinte é livre para se autoorganizar da maneira que bem lhe aprouver, desde que baseado na lei, pois o Fisco só pode desqualificar os atos e os ócios jurídicos praticados quando provar que houve ilegalidade na conduta. 37) O pagamento em benefício de terceiro, fundado em contrato, e seu posterior reembolso não têm o condão de caracterizar tal operação como ilegal. Como já demonstrado, identificase claramente o propósito negocial existente no presente caso, qual seja: facilitar a operacionalização do afretamento de embarcações por parte da Frontier Seillean A S à Petrobras no Brasil. 38) Não há que se conceber que a Frontier Seillean A S seja capaz de contratar e efetuar pagamentos, do exterior, a diversos prestadores de serviço por ela contratados, no Brasil, a fim de operacionalizar o afretamento a Petrobras. 39) Também não se pode conceber que, por dificuldades técnicas na operacionalização dos pagamentos e recebimento das notas fiscais e faturas por parte dos fornecedores e prestadores de Fl. 1573DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.574 27 serviços, a Frontier Seillean A S estivesse obrigada a contratar apenas pessoas jurídicas residentes e domiciliadas no exterior, o que, a toda evidência, além de encarecer a operação de afretamento (o que certamente seria repassado à Petrobras) ainda seria desvantajoso se olharmos do ponto de vista da economia brasileira como um todo. Afinal, todos os prestadores e fornecedores contratados pela Recorrente por conta e ordem da Frontier Seillean A S auferiram receitas e, estes sim, estavam obrigados ao pagamento dos respectivos tributos no Brasil. 40) Percebese, portanto, a existência de um motivo extratributário capaz de justificar e legitimar a operação ora analisada e, consequentemente, afastar a alegação de ilegalidade levantada pela Autoridade Fiscal. 41) Ademais, as autoridades fiscais não fazem prova dos argumentos utilizados, haja vista não existir qualquer evidência de lucro auferido pela Recorrente no anocalendário objeto da fiscalização, ou qualquer prestação de serviços por parte da Recorrente. 42) Também não merece guarida o argumento trazido no Acórdão ora combatido de que a simulação estaria caracterizada à medida que a Recorrente não teria reconhecido como receita as "subvenções" recebidas da Frontier Seillean A S, o que levou à apuração de prejuízos fiscais consecutivos. Com base nesse entendimento pueril, todo e qualquer crédito tributário seria decorrente de simulação, o que, sem dúvida, não pode ser convalidado por este Egrégio CARF. 43) A desconsideração parcial irregular do conjunto dos fatos envolvidos na autuação fiscal IRPJ e CSLL – se a Fiscalização quisesse mesmo considerar que esses valores eram receitas da Recorrente, deveria, por outro lado, considerar, na apuração do quantum devido, as despesas Fl. 1574DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.575 28 incorridas pela Recorrente em nome da Frontier Seillean A S, as quais sempre foram estornadas, já que a Recorrente entendia não serem apropriáveis (por serem de terceiros). 44) Esses estornos nas contas de despesa da empresa jamais foram analisados ou mencionados pela Fiscalização federal, não obstante toda a documentação ter sido fornecida e esclarecida durante o procedimento fiscalizatório. Os referidos estornos demonstram, a toda evidência, que tais pagamentos nunca foram deduzidos pela Recorrente, não afetando, pois, o resultado da pessoa jurídica. 45) Entretanto, o acórdão chega a afirmar que esse ponto seria irrelevante, pois tributar receita seria obrigação e apropriarse de despesa, faculdade. 46) A bem da verdade, a autoridade fiscal, caso pretendesse proceder ao ato de desconsideração e posterior requalificação jurídica da operação intercompany em exame, deveria têlo feito integralmente, não apenas reconhecendo como receitas os ingressos, mas igualmente reconhecendo como despesas os desembolsos prestados pela Recorrente em favor de terceiro, para fins de IRPJ e CSLL, por ela nunca apropriados com a natureza de custos ou despesas de sua atividade. 47) Cumpre, portanto, ao Colegiado declarar nulo o lançamento tributário que, laborando em desconsiderar atos ou negócios jurídicos do contribuinte, o faz parcialmente, de modo a alcançar apenas aspectos que incrementam a tributação e sua arrecadação, deixando de lado contrapartidas e outros elementos inerentes ao conjunto fático da essência do imposto lançado, que afetariam a base tributável da nova realidade resultante do ato de desconsideração. 48) Da desconsideração parcial irregular do conjunto dos fatos envolvidos na autuação fiscal PIS/Pasep Fl. 1575DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.576 29 e Cofins as autoridades fiscais não consideraram os créditos de PIS/Pasep e Cofins a que a Recorrente faria jus, decorrente das supostas despesas próprias que teria incorrido. Ora, caso se tratassem efetivamente de despesas e receitas da própria Recorrente, os créditos vinculados deveriam ser utilizados no cálculo de PIS/Pasep e de Cofins devidos pela ora Recorrente. Ou seja, no mesmo auto de infração, a autoridade fiscal adota duas posições completamente contraditórias com o único objetivo de elevar o já absurdo valor devido a título PIS/Pasep e Cofins objeto da presente Autuação. O acórdão recorrido simplesmente ignorou esse fundamento, limitandose a afirmar que os créditos de PIS/Pasep e de Cofins teriam limitações legais. 49) Na eventualidade de não se cancelar o presente auto de infração, os créditos de PIS/Pasep e Cofins devem necessariamente ser reconhecidos para fins de compensação com o PIS/Pasep e a Cofins apurados sobre as receitas relativas às "subvenções de custeio", evitandose, dessa forma, o enriquecimento ilícito da União. 50) Da requalificação dos recursos como receita de prestação de serviço Direito à Isenção do PIS/Pasep e da Cofins a empresa Frontier Seillean A S possui contrato de afretamento com a Petrobras. Portanto, não há dúvida de que é a empresa estrangeira que deve ser remunerada por isso. 51) Ainda conforme amplamente exposto, a Recorrente apenas realizava despesas em nome da Frontier Seillean A S, posteriormente reembolsáveis. Logo, ainda que se afaste a natureza de reembolso dessas verbas, elas jamais poderiam ser consideradas como subvenção para custeio (como visto acima). Quando muito, deveriam significar receita pela prestação de serviços pela Recorrente à Frontier Seillean A S. Fl. 1576DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.577 30 Ocorre que, nesta hipótese, tais receitas seriam indubitavelmente oriundas do exterior e, portanto, albergadas pelas isenção de PIS/Pasep e Cofins prevista, respectivamente, nos artigos 55 , II, da Lei 10.637/2002 e 6, II, da Lei n9 10.833/2003 para as hipóteses de exportação de serviços. 52) A Recorrente não foi a única pessoa jurídica de seu ramo a ser autuada com o base no fundamento segundo o qual as receitas recebidas de suas coligadas não se caracterizariam como reembolso de despesas e, sim, subvenções para custeio e/ou receitas de prestação de serviços, com trânsito obrigatório em conta de resultado, em que pese gozarem da isenção do PIS/Pasep e de Cofins, em virtude da caracterização como exportação de serviços. 53) Da ilegalidade da aplicação de multa isolada sobre os valores supostamente devidos mensalmente de IRPJ e CSLL, a autoridade fiscalizadora aplicou multa isolada de 50% (de janeiro a abril de 2014). 54) Ainda que se entenda que a multa isolada de 50% aplicada no caso sob exame, nos termos do artigo 14, inciso II da Lei nº 11.488/2007, tivesse fundamento, hipótese que se admite apenas pelo amor ao debate, a referida sanção não merece prosperar. 55) No caso presente, além da cobrança da multa isolada de 50%, a autoridade fiscal ainda recalculou, com base em sua premissa equivocada de que teria havido omissão de receita, o IRPJ e a CSLL supostamente devidos em dezembro de 2010 e, sobre tais valores, aplicou multa de ofício qualificada de 150%. 56) A concomitância das multas isolada e de ofício não é aceitável no Direito Brasileiro em razão do princípio da consunção, segundo o qual a conduta ilícita menos grave é absorvida por aquela com maior potencial lesivo. Fl. 1577DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.578 31 57) Sendo assim, ao contrário do que entendeu o acórdão recorrido, o não recolhimento de estimativas mensais, por constituir medida preparatória para a redução do imposto a pagar no final do ano, deve ser absorvido pela multa aplicada sobre o imposto constituído, eis que a antecipação de fluxo de caixa garantida pelas antecipações possui natureza secundária ante a arrecadação final do imposto. 58) Dessa feita, ainda que houvesse omissão de receita no presente caso, o que somente se admite por hipótese, incabível a multa isolada de 50% exigida pela autoridade fiscalizadora. Se fosse confirmada a conduta ilícita da Recorrente, dela somente poderia ser exigida a multa de ofício. De plano, percebese que a cobrança de multa isolada no percentual de 50% sobre os valores supostamente devidos a título de IRPJ e CSLL é desarrazoada e desproporcional, pois, no caso em julgamento, não há que se falar em qualquer prejuízo ao Fisco pelo não recolhimento de tributos que incidem sobre a renda, afora o caráter marcantemente confiscatório que lhe é inerente, motivo pelos quais não deve prosperar. 59) Da ilegalidade da multa agravada a Recorrente não incorreu em simulação, tampouco omitiu receitas. O que houve no caso concreto foi a alteração, pela Fiscalização, do significado e consequentes efeitos jurídicos de uma situação interpretada pela Recorrente. 60) Além disso, é imperioso destacar que as autoridades fiscais somente transcreveram os artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/1964, sem ao menos tentar enquadrar a suposta conduta da Recorrente no conceito de sonegação, fraude ou conluio. Ora, esses são conceitos jurídicos distintos e a Fiscalização deveria, por certo, saber do que está acusando. Fl. 1578DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.579 32 61) Contudo, cabe enfatizar que o comportamento da Recorrente não pode ser enquadrado em quaisquer dessas condutas (sonegação, fraude ou conluio), uma vez que os valores objeto de questionamento pelo Fisco (i) foram devidamente registrados na escrita contábil, (ii) não foram objeto de prática ilícita e (iii) estão totalmente suportados por documentação idônea. 62) Assim, ainda que, por absurdo, se considere que a Recorrente equivocouse ao tratar os valores como reembolso, há que se reconhecer que essa é uma interpretação possível da Lei e de suas restrições, a qual não veio acompanhada da prática de qualquer ato tendente a mascarar a realidade dos fatos. Em outras palavras, não foi configurada ação ou omissão com dolo ou má fé, pois em nenhum momento foi escondida qualquer informação ao Fisco, havendo perfeita consonância entre declarações da Recorrente e sua escrituração contábil. A leitura do artigo 112 do CTN torna evidente que a autoridade fiscal somente poderia ter aplicado à Recorrente multa agravada caso estivesse diante de situação flagrantemente ilegal, capaz de autorizar a interpretação menos favorável à Recorrente, o que não é o caso. 63) Por todo o exposto, requer a Recorrente que seja recebido e provido o presente recurso voluntário, para, com base na fundamentação acima exposta, decretarse a reforma integral ou parcial da decisão de primeira instância administrativa, assim anulando ou cancelado o auto de Infração (IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins e multa isolada) discutido no presente processo administrativo. É o relatório. Fl. 1579DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.580 33 Fl. 1580DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.581 34 VOTO Conselheiro Flávio Franco Corrêa, Relator Na interposição deste recurso voluntário, foram observados os requisitos de recorribilidade. Dele conheço. De início, as preliminares. Erro na capitulação legal da multa aplicada – segundo a Recorrente, a autoridade fiscal, quando da lavratura do auto de infração, aplicou multa isolada nos termos do artigo 14, inciso II, da Lei nº 11.488/2007. Tal dispositivo, no entanto, não existe. E o artigo da Lei nº 9.430/96, que esse dispositivo modifica, tem o seu inciso II revogado. No auto de infração de IRPJ e de CSLL, a multa isolada aplicada é aquela prevista no artigo 44, inciso II, alínea b, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo artigo 14 da Lei nº 11.487/2007, conforme se vê às fls. 1.202/1.203 e 1.212. Não há, pois, o defeito alegado. Certamente, a Recorrente faz referências ao engano do agente fiscal, ao descrever o fundamento jurídico da multa isolada no Termo de Verificação Fiscal, mais precisamente à fl. 1.192. Porém, importa considerar, isto sim, que o auto de infração, no caso em exame, é o instrumento mediante o qual realizouse o lançamento do tributo e da multa isolada, ora questionados. Com efeito, a nulidade apontada não se sustenta, uma vez que o autuante não mostrou desleixo em relação às formalidades do auto de infração estipuladas no artigo 10 do Decreto nº 70.235/1972, verbis: "Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula." Ademais, está nítido que a Recorrente bem compreendeu que a causa da exigência formulada no auto de infração é o não recolhimento de estimativas mensais decorrente da omissão, no cômputo do lucro operacional, das verbas recebidas, as quais, conforme o Fisco, foram destinadas ao custeio de operações. Tanto é assim que a Recorrente discute a concomitância entre essa multa e a multa de ofício, ao argumento de que a infração consistente na insubmissão à tributação por estimativas é absorvida pela infração consistente na omissão, no cômputo do lucro real, daquelas mesmas verbas. Portanto, essa preliminar deve ser afastada. No passo seguinte, a questão alusiva à decadência – a acusação recai sobre valores recebidos pela Recorrente no anocalendário de 2010, lançados em sua conta corrente, em razão da liquidação de contratos de câmbio com a Frontier Seillan. Fl. 1581DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.582 35 No recurso, a Recorrente afirma que tais importâncias se referem ao ano calendário de 2008, a redundar na constatação de que a atuação esbarraria na decadência, considerando que a ciência do lançamento se deu somente em 05/05/2014. No mesmo tema, expressa que o acórdão recorrido se equivocou ao pronunciar que os autos carecem da prova de que os precitados contratos de câmbio guardam relação com as despesas incorridas em 2008, que seriam o objeto do alegado reembolso. Assinala, ainda, que os julgadores deveriam ter levado em conta o fato segundo o qual as autoridades fiscais efetuaram intimação à Petrobras, chamandoa para prestar esclarecimentos sobre contratos firmados com Frontier Seillean A S e com a Recorrente, obtendose a resposta de que não havia contratos vigentes no anocalendário de 2011. Adiante, comenta que, em diligências realizadas nos autos, os fornecedores também confirmaram que as notas fiscais foram emitidas e pagas no decorrer do ano calendário de 2008. Para o deslinde da questão, deslocase a atenção para a inconsistência entre os valores constantes da Declaração de Informações sobre a Movimentação Financeira DIMOF relativamente à movimentação financeira da Recorrente no ano calendário de 2010, na total de R$ 23.944.179,26, e a receita bruta, informada sem valor (zero), na DIPJ, apresentada para o mesmo ano calendário de 2010. De posse dos extratos bancários requisitados para o fim de averiguar a diferença supracitada, a teor do Termo de Intimação nº 5/2013, às fls. 142/145, a Fiscalização descortinou, ao longo do anocalendário de 2010, a importância de R$ 23.715.613,60, resultante da soma de créditos superiores a R$ 50,00, efetuados na conta corrente de n° 4.001807, mantida na agência nº 0874 do Banco Real S/A, em nome da Recorrente. Diante da evidência do montante suprarreferido, cabia ao Fisco intimar a Recorrente e de fato a intimou a informar e comprovar, com documentação idônea, a origem, crédito a crédito, de cada valor registrado nos extratos daquela conta corrente, para o período de 2010. Também foram exigidos da Recorrente, no mesmo ato, os devidos esclarecimentos concernentes ao motivo de cada um daqueles créditos. Em atendimento à intimação precedente, a Recorrente reuniu vários contratos de câmbio de compra, às fls. 186/358, que evidenciam transferências financeiras provenientes de Frontier Seillean A S , l o ca l i z ada na Noruega. Cada um desses contratos de câmbio está acompanhado de uma correspondência enviada pela Recorrente ao Banco ABN ANRO REAL S/A, com as explicações sobre as razões das respectivas entradas de divisas. Nessas explicações, a Recorrente menciona que o câmbio contratado se refere a negócio jurídico entre a Petrobras e a Frontier Seillean A S, além de expor um rol de despesas datadas de 2008 com os correspondentes preços. A soma dos preços das despesas listadas é igual ao valor apurado na conversão em real da moeda estrangeira vendida pela Recorrente, em cada um daqueles contratos de câmbio. Convém realçar, por oportuno, o fato de que o valor em real, em cada contrato de câmbio, equivale a um número "redondo" (múltiplos inteiros de mil) em dólar. Tal coincidência é patente em todos os contratos de câmbio. Por exemplo, na correspondência de fls. 194/195, a Recorrente listou três despesas cuja soma alcança o valor de R$ 204.600,00. Essa quantia é o resultado da conversão de U$ 120.000,00, remetidos para a Recorrente. Em Fl. 1582DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.583 36 outro caso, na correspondência de fls. 241/244, o total das despesas descritas é de R$ 2.042.400,00, que equivale a U$ 1.200.000,00 enviados para o Brasil. Esse importante detalhe podia ser explorado pelo Fisco, afinal é bastante escassa a probabilidade de que esses números "redondos", em dólar, sejam encontrados em todos os casos em que a mesma pessoa reúna um rol de despesas para obter o reembolso de sua soma, no equivalente em moeda estrangeira. Deixandose de lado a constatação fortuita retratada no parágrafo anterior, e retornando ao tema em discussão, é de se dizer que a regra do regime de competência não atrai as receitas aqui tributadas ao período de incidência ao qual competem as despesas arroladas nas listagens que acompanham os já aduzidos contratos de câmbio. Isso porque, tomandoas como reembolso, em consonância com a estratégia de defesa, é certo que o direito a esse recebimento, à luz da cláusula do Contrato de Gerenciamento de Recursos para Operação do Navio FPSO Seillean na qual se prevê a recuperação de despesas, à fl. 507, item 3.3, só nasce depois da deliberação da pessoa jurídica estrangeira, isto é, após a aprovação das planilhas demonstrativas das contas documentadas, de acordo com critérios definidos, e de sua efetiva disposição de pagar – é lógico. Vale dizer que o direito de receber o que houver desembolsado se sujeita a evento futuro e incerto, a implicar a incidência da regra artigo 125 do Código Civil, de acordo com o qual, pendente a condição suspensiva, não se terá adquirido o direito a que visa o negócio jurídico. Por essa ótica, as verbas recebidas que constituem o cerne da autuação, se presentes as características de reembolso, não são pertinentes ao anocalendário de 2008, mas ao anocalendário de 2010, quando a pessoa jurídica estrangeira efetivou as remessas, conclusão forte o bastante para afastar a decadência suscitada. Portanto, não prevalecem as nulidades propostas pela Recorrente. No mérito, em primeiro plano, a questão relativa à incorreta classificação dos reembolsos recebidos como subvenção para custeio. Conforme a Recorrente, a própria Fiscalização verificara que os documentos examinados continham a informação de que os créditos realizados em sua conta corrente tratavamse de fechamentos cambiais em razão de reembolso de despesas administrativas, relativas a gastos em favor da Frontier Seillean A S, referentes a operações desta pessoa jurídica estrangeira, no Brasil, relacionadas a contrato com a Petrobras. A referida documentação ainda apresentava listagem de notas fiscais e faturas emitidas pelos fornecedores/prestadores de serviços e comprovantes de pagamentos (doc. 08 da impugnação). Dessas notas e faturas, a maioria teria sido emitida em nome da própria Frontier Seillean A S, enquanto algumas outras o foram em nome da Recorrente, por conta e ordem da Frontier Seillean A S. A documentação acostada comprovaria, portanto, que os recursos depositados na conta corrente da Recorrente, em 2010, não foram utilizados para fins de pagamento das notas fiscais e faturas emitidas pelos fornecedores e prestadores de serviços em 2008, pois esses pagamentos já haviam sido efetuados. Os depósitos apenas serviram para ressarcir a Recorrente dos dispêndios por ela realizados em nome da Frontier Seillean A S. Ou seja, não passavam de mera recomposição patrimonial. A Fiscalização firmouse no entendimento de que os valores tributados são subvenções para custeio. Conforme Parecer Normativo CST nº 112/19878, subvenções são recursos públicos ou privados não exigíveis, que, uma vez concedidas, enriquecem o patrimônio do beneficiário, sem que isto importe na assunção de dívida ou obrigação. Ensina o citado Parecer Normativo, seguindo as diretrizes de Plácido e Silva, que as subvenções, juridicamente, “não tem o caráter de paga ou compensação (grifei). É mera contribuição Fl. 1583DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.584 37 pecuniária destinada a auxílio ou em favor de uma pessoa, para que se mantenha, ou para que execute, os serviços ou obras pertinentes a seu objeto” (grifos no original). No que diz respeito, especificamente, às subvenções para custeio ou operação (são sinônimas), distinguindoas das subvenções para investimentos, o PN CST 112/1978 esclarece que são transferências de recursos com a finalidade de auxiliar a instituição em suas operações, isto é, na consecução de seus objetivos sociais, ou para fazer face ao seu conjunto de despesas. As subvenções para custeio ou operações são tributadas na forma do artigo 392 do RIR/99, verbis: “Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, inciso IV); II as recuperações ou devoluções de custos, deduções ou provisões, quando dedutíveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, inciso III); III as importâncias levantadas das contas vinculadas a que se refere a legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (Lei nº 8.036, de 1990, art. 29).” Percebase que a matriz legal dos incisos I (subvenções correntes para custeio ou operações) e II (recuperações ou devoluções de custos, deduções ou provisões) é o artigo 44 da Lei nº 4.506/1964, verbis: O artigo 44 da Lei nº 4.506/1964 está assim redigido: “Art. 44. Integram a receita bruta operacional: I O produto da venda dos bens e serviços nas transações ou operações de conta própria; II O resultado auferido nas operações de conta alheia; III As recuperações ou devoluções de custos, deduções ou provisões; IV As subvenções correntes, para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais.” (grifei) Destaquese o zelo da lei ao prescrever que as subvenções correntes para custeio ou operação integram o lucro operacional, assim como as recuperações ou devoluções de custo, deduções ou provisões. O PN CST nº 112/1978 esclarece que as subvenções correntes se distinguem das subvenções especiais. São correntes as subvenções para custeio ou operação. O adjetivo “corrente” ou “comum” quer ressaltar o caráter de normalidade próprio das subvenções para custeio ou operação. As subvenções especiais, por sua vez, são as subvenções para investimento. Fl. 1584DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.585 38 A Recorrente almeja valerse do argumento de que as verbas tributadas no lançamento ora em debate são reembolsos de despesas de terceiros, não computáveis em conta de resultado, porquanto não são restituições de gastos anteriormente lançados em conta de despesa. Entendo que, se tais recursos foram enviados para cobertura de despesas próprias da Recorrente, com o caráter de auxílio, sem paga ou compensação, correta a tributação pelo artigo 392, I, do RIR/99. Isso, no entanto, não está claro. Por outro lado, o argumento baseado no reembolso de verbas de terceiros é um argumento razoável. É de se estranhar, porém, que as verbas referidas sejam resultantes da conversão, em moeda estrangeira, negociada em vários contratos de câmbio, cada um deles em múltiplos inteiros de mil dólares estadunidenses. Seja como for, a dúvida persiste. O Termo de Intimação Fiscal nº 10/2014 está sem resposta nos autos. Não, há nos autos, por conseguinte, prova do atendimento às questões formuladas à Recorrente, as quais supostamente revelariam se os valores depositados na precitada conta corrente são reembolsos em conta de resultado, ou não. Tomoas como guia para a proposta de diligência. Proponho, pois, em face do exposto, que se retorne o presente processo à Delegacia de origem, convertendose o julgamento deste recurso voluntário em diligência para que se intime a Recorrente: a) a comprovar, mediante documentação hábil e idônea, se os recursos relacionados no quadro “Custeio de Operações”, no total de R$ 21.124.700,00, constantes do item 7 (“Dos Valores Recebidos do Exterior”) do Termo de Verificação Fiscal (fl. 1.191), creditados na conta bancária nº 4.0018073, no Banco Real, são reembolsos por pagamentos de despesas da Frontier Seillean A S ou se são auxílios para cobrir despesas próprias; b) a especificar a finalidade das despesas referidas na alínea anterior, sejam próprias ou da controladora, e a data em que ocorreu cada entrada de recurso creditado na conta bancária acima citada, no anocalendário de 2010, visà vis a data da efetivação do pagamento da respectiva despesa, própria ou da controladora; c) a esclarecer as contas contábeis de ativos, passivos, despesas e receitas, relacionadas a cada um dos recursos creditados, no anocalendário de 2010, na conta bancária do item "a", supra, bem como as contas contábeis das despesas, próprias ou da controladora, correspondentes a cada um dos precitados recursos creditados. Encerradas as diligências, com a apresentação de respostas e de documentos, a Delegacia de origem deverá apresentar relatório conclusivo, tecendo os comentários que julgar necessários ao esclarecimento deste Colegiado, dandose ciência à Recorrente, ao final, e Fl. 1585DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 15586.720191/201477 Resolução nº 1301000.378 S1C3T1 Fl. 1.586 39 abrindolhe prazo para se manifestar a respeito das diligências, das conclusões e dos comentários do agente fiscal que se encarregar das diligências. É como voto. (documento assinado digitalmente) Flávio Franco Corrêa Fl. 1586DF CARF MF Impresso em 26/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 18/09/2016 por FLAVIO FRANCO CORREA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720023/2014-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Sep 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
IRRF. DEDUÇÃO NA APURAÇÃO DO RESULTADO. RECEITA CORRESPONDENTE NÃO COMPUTADA. IMPOSSIBILIDADE.
Na apuração do resultado do período não cabe a dedução do IRRF no imposto apurado, se a receita correspondente não foi adicionada à base tributável.
Numero da decisão: 1402-002.284
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial aos embargos de declaração para corrigir lapso material contido no relatório integrante do Acórdão 1402-002.065 e apreciar razão de defesa não analisada no julgamento original, negando-lhe provimento e mantendo integralmente o teor da decisão prolatada naquele acórdão.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciconne, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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DEDUÇÃO NA APURAÇÃO DO RESULTADO. RECEITA CORRESPONDENTE NÃO COMPUTADA. IMPOSSIBILIDADE. Na apuração do resultado do período não cabe a dedução do IRRF no imposto apurado, se a receita correspondente não foi adicionada à base tributável. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial aos embargos de declaração para corrigir lapso material contido no relatório integrante do Acórdão 1402002.065 e apreciar razão de defesa não analisada no julgamento original, negandolhe provimento e mantendo integralmente o teor da decisão prolatada naquele acórdão. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciconne, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Relatório Tratamse de embargos de declaração interpostos pelo sujeito passivo e assim historiados no despacho de admissibilidade: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 00 23 /2 01 4- 18 Fl. 30052DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 O sujeito passivo interpôs embargos de declaração contra o Acórdão 1402 002.065 proferido por esta turma julgadora e que, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário anteriormente apresentado para acatar a dedução, na base de cálculo do PIS e da Cofins, dos valores recolhidos a maior dessas contribuições, conforme explicitado no voto condutor. De acordo com a embargante, a decisão hostilizada teria incorrido em omissão ao não se pronunciar quanto ao pleito subsidiário de que, mantida a exigência do IRPJ, fossem abatidos os valores do IRRF devidamente informados na Ficha 57, da DIPJ, bem como nas DIRFs apresentadas pelas fontes pagadoras, disponíveis nos sistemas de controle do Fisco. Sustenta ainda a existência de erro material no relatório constante do acórdão no seguinte trecho (destaque acrescido): Trata o presente de autos de infração para cobrança do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins referentes ao anocalendário de 2008 no montante de R$ 39.685.418,41; aí incluídos multa de ofício imputada no percentual de 75% e juros de mora à taxa SELIC. [...] Afirma que como se percebe do restante do próprio acórdão, dos demonstrativos a ele acostados, do Auto de Infração e do Acórdão da DRJ, a cobrança em tela se refere ao anocalendário de 2009. Assim, merece ser corrigido o relatório. É a síntese dos fatos. A interessada foi cientificada da decisão recorrida em 23/05/2016. O termo final para apresentação dos embargos de declaração seria 30/05/2016. O recurso foi interposto em 27/05/2016 sendo portanto tempestivo. O recurso foi interposto por signatária devidamente legitimada, conforme documento de fls. 29446/29460 e merece conhecimento. No mérito, assiste razão à recorrente no que se refere à omissão arguida, eis que o questionamento referente à dedução do IRRF na base tributável não foi abordada na decisão recorrida. Quanto ao erro material contido no relatório, apesar de considerálo insignificante para a compreensão dos fatos e para a realização da defesa, será objeto de correção eis que os autos retornarão à apreciação do colegiado em função da omissão supra identificada. Do exposto, ADMITO os embargos de declaração para submeter ao colegiado a matéria não abordada na decisão recorrida e a correção do erro material suscitado. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Fl. 30053DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10580.720023/201418 Acórdão n.º 1402002.284 S1C4T2 Fl. 30.053 3 Em relação ao erro material suscitado, tratase de simples equívoco de digitação cometido no relatório, sem qualquer impacto no entendimento do feito ou no teor da decisão. O relatório iniciase nos seguinte termos: Trata o presente de autos de infração para cobrança do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins referentes ao anocalendário de 2008 no montante de R$ 39.685.418,41; aí incluídos multa de ofício imputada no percentual de 75% e juros de mora à taxa SELIC. A indicação correta seria “anocalendário de 2009”. A própria recorrente deixa claro no recurso sob exame que o lapso não causou qualquer impacto na defesa, pois os demais documentos contidos nos autos registram com precisão a informação correta: Ainda assim, fica retificado o primeiro parágrafo do relatório integrante do Acordo 1402002.065, nos seguintes termos: Trata o presente de autos de infração para cobrança do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins referentes ao anocalendário de 2009 no montante de R$ 39.685.418,41; aí incluídos multa de ofício imputada no percentual de 75% e juros de mora à taxa SELIC. [...] Quanto à dedução do IRRF no imposto apurado pelo Fisco, a decisão recorrida bem enfrentou a questão. De fato, não há como deduzir o imposto retido na fonte se o rendimento correspondente não foi computado na apuração da exigência. A jurisprudência do CARF é remansosa nesse sentido, conforme Súmula CARF nº 80: Na apuração do IRPJ, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor do imposto de renda retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do imposto. Para que fique mais claro, no presente caso as receitas financeiras e de juros sobre capital próprio indicadas na Ficha 57 da DIPJ montam a R$ 49.934.211,61. Esse valor, se fosse incluído na apuração do Fisco implicaria no IRPJ de R$ 7.490.131,74 e adicional de R$ 4.969.421,16; perfazendo o montante de R$ 12.459.652,90. Tal valor é bem superior ao IRRF que se quer compensar. Daí porque, nessa questão, negase provimento aos embargos de declaração. Fl. 30054DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 Leonardo de Andrade Couto Relator Fl. 30055DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 06/09 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 14033.003405/2008-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Feb 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. INEXISTÊNCIA.
É incabível a pretensão da autoridade administrativa, no sentido de que o colegiado "adapte" o dispositivo do Acórdão a fato apurado nos autos durante a liquidação do julgado e que deveria ter integrado a fundamentação do despacho decisório original.
Embargos inominados rejeitados.
Numero da decisão: 3402-003.778
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos inominados da autoridade administrativa.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. INEXISTÊNCIA. É incabível a pretensão da autoridade administrativa, no sentido de que o colegiado "adapte" o dispositivo do Acórdão a fato apurado nos autos durante a liquidação do julgado e que deveria ter integrado a fundamentação do despacho decisório original. Embargos inominados rejeitados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos inominados da autoridade administrativa. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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ERRO MATERIAL. INEXISTÊNCIA. É incabível a pretensão da autoridade administrativa, no sentido de que o colegiado "adapte" o dispositivo do Acórdão a fato apurado nos autos durante a liquidação do julgado e que deveria ter integrado a fundamentação do despacho decisório original. Embargos inominados rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos inominados da autoridade administrativa. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de embargos inominados manejados pela autoridade administrativa incumbida da execução do Acórdão nº 340200.764, de 29 de setembro de 2010, sob o argumento de que o julgado estaria eivado de erro material. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 03 3. 00 34 05 /2 00 8- 92 Fl. 694DF CARF MF 2 Segundo a autoridade administrativa, o erro material consistiria no fato de que o Acórdão nº 340200.764 deu provimento integral ao recurso voluntário para considerar homologada a compensação declarada pelo contribuinte, mas ao efetuar a liquidação do julgado, excluindo a multa de mora do débito compensado, nos termos determinados pelo Acórdão, persistiram débitos remanescentes em desfavor do contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Compulsando os autos, verificase que o único motivo invocado pela autoridade administrativa para não homologar a compensação declarada foi o fato de o contribuinte ter deixado de incluir a multa de mora de 20% nos débitos indicados para compensação. No Acórdão proferido pela 2ª Turma da DRJ/Brasília restou decidido que em casos como o deste processo, o art. 106, I, do CTN veda a aplicação retroativa da legislação com o objetivo de impor multas ao contribuinte. Portanto, segundo da DRJ, o contribuinte deveria proceder da forma como de fato procedeu, mas a multa de mora não poderia ter sido adicionada aos débitos por ele compensados, pois o excesso de recolhimento em alguns meses e o recolhimento insuficiente em outros decorreu de recálculo compulsório determinado de forma retroativa pela Administração Tributária. O único obstáculo oposto pela DRJ para o reconhecimento do direito in concreto foi que o contribuinte não teria provado que a aplicação da multa de mora decorreu da aplicação retroativa do art. 10, inciso XI, "c" da Lei nº 10.833/2003, com base na IN nº 658/2006. Ao apresentar seu recurso voluntário, a defesa fez a prova requerida pela DRJ e a única solução que restou ao relator do Acórdão 340200.764 foi reconhecer o direito de o contribuinte compensar os créditos e os débitos, que surgiram por aplicação retroativa da IN nº 658/2006, sem que os débitos fossem corrigidos pela multa de mora. Observem senhores conselheiros que o despacho decisório original deste processo não questionou as magnitudes dos débitos e dos créditos compensados. A autoridade administrativa apenas questionou que a multa de mora não fora aplicada sobre os débitos compensados. Não tendo levantado outros óbices à compensação declarada, a Administração subtraiu do contribuinte o direito de instaurar o litígio em relação a outras questões, a teor do que determina o art. 14 do Decreto nº 70.235/72. Não pode o fisco ao final do processo pleitear que a parte dispositiva do julgado venha a ser adaptada a um fato apurado em sede de liquidação da decisão, mas que deveria ter integrado a fundamentação original do despacho decisório, sob pena de violação do direito de defesa do contribuinte. O contribuinte tem direito ao contraditório, que deverá ser exercido em duas instâncias ordinárias de julgamento e em uma instância especial, se for o caso. Fl. 695DF CARF MF Processo nº 14033.003405/200892 Acórdão n.º 3402003.778 S3C4T2 Fl. 3 3 À luz do despacho decisório inicial e do quanto restou decidido pela DRJ Brasília, não existe nenhum erro material a ser sanado no Acórdão 340200.764, pois se a única controvérsia suscitada no processo pela Administração foi a não inclusão da multa de mora e, ao final, se chegou à conclusão de que tal encargo não poderia ser infligido ao contribuinte, a redação consignada pelo relator do acórdão embargado está congruente com a acusação formulada pela Administração e também com o que foi discutido ao longo do processo. Com esses fundamentos, meu voto é no sentido de rejeitar os embargos inominados, observando que se a Administração entender que existem diferenças não compensadas, deverá dar oportunidade de o contribuinte contestálas, a teor do que determina o art. 14 e 15 do Decreto nº 70.235/72. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 696DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.934214/2009-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003
PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98.
A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.753
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Recurso Voluntário Provido.
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente BRASILSAT LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 42 14 /2 00 9- 95 Fl. 48DF CARF MF Processo nº 10980.934214/200995 Acórdão n.º 3402003.753 S3C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que não homologou compensação declarada pelo contribuinte. 2. Segundo consta dos autos, o contribuinte alega possuir um crédito tributário decorrente do pagamento a maior de COFINS, nos termos exigidos pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, o qual foi julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por intermédio do RE n. 357.950, afetado por repercussão geral. 3. Referida manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJCuritiba nos termos do que se depreende da ementa abaixo transcrita, na parte de interesse ao presente julgamento: ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS. O julgador da esfera administrativa deve limitarse a aplicar a legislação vigente, restando, por disposição constitucional, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. 4. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs recurso voluntário alegando, em suma, o que segue: (i) nulidade da decisão atacada, uma vez que ao pretexto de não poder analisar constitucionalidade de norma, a decisão vergastada deixou de analisar outros fundamentos jurídicos desenvolvidos pelo recorrente e que seriam autônomos e suficientes para a procedência do seu pleito; e, ainda (ii) que o crédito vindicado pelo contribuinte seria legítimo, nos termos da já citada decisão Pretoriana, a qual apresentaria caráter vinculativo para este CARF, conforme previsto no então vigente art. 62A do RICARF. 5. É o relatório. Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10980.934214/200995 Acórdão n.º 3402003.753 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.723, de 24 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10980.933424/200966, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.723): "6. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. Da nulidade da decisão atacada 7. Não há nulidade da decisão atacada. Conforme se observa da própria manifestação de inconformidade do contribuinte, o pano de fundo a originar seu crédito para a contribuição em apreço é a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, reconhecida pelo STF. É o que se observa do seguinte trecho da sua manifestação: O contribuinte extinguiu o débito da COFINS, apurada conforme acima e declarada em DCTF, com DARF, período de apuração 28/02/2003, código de receita 2172, recolhido em 14/03/2003. Posteriormente, com a Declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/98 surgiu para o contribuinte o crédito tributário oponível ao Fisco referente a COFINS incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ 18.459,40. 8. A decisão recorrida, por sua vez, partiu do pressuposto que a questão em apreço tocava a análise quanto à (in)constitucionalidade de normas, o que não seria passível de apreciação na instância administrativa, nos exatos termos da Súmula CARF no 2. 9. Assim, uma vez reconhecida a sua incompetência para a questão de fundo e cuja análise seria essencial para o deslinde da questão debatida, a DRJ não poderia seguir adiante na análise da manifestação de inconformidade proposta pelo contribuinte. 10. Todavia, ainda que se considere que a decisão recorrida apresenta uma mácula, o que se afirma aqui a título de obiter dicta, mesmo assim tal fato não seria impediente para a análise do recurso voluntário interposto, haja vista o disposto no art. 59, Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.934214/200995 Acórdão n.º 3402003.753 S3C4T2 Fl. 0 4 §3º do Decreto m. 70.235/721, motivo pelo qual passo a análise de mérito do presente recurso. II. Do mérito da compensação perpetrada 11. Superada a questão preliminar, não há dúvida que, nos mérito, a juridicidade do crédito do contribuinte deve ser reconhecida, haja vista que a origem do citado crédito decorre da reconhecida inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, assim reconhecida pelo STF quando do julgamento do RE nº 357.950, afetado por repercussão geral, e que restou assim ementado: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF; RE 390840, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 15082006 PP 00025 EMENT VOL0224203 PP00372 RDDT n. 133, 2006, p. 214215) 1 "Art. 59. São nulos: (...). § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (...)." Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.934214/200995 Acórdão n.º 3402003.753 S3C4T2 Fl. 0 5 12. Referida decisão vincula este órgão julgador, nos termos art. 62, § 2º, do RICARF, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) 13. Assim, o crédito do contribuinte é juridicamente válido, cabendo à fiscalização tão somente apurar se o montante aproveitado pelo contribuinte efetivamente retrata o aludido crédito. Dispositivo 14. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo o direito ao crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 52DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002354/2010-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005, 2006
RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO.
Não merece conhecimento o recurso apresentado após o trigésimo dia da ciência da decisão de primeira instância.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-005.522
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Relator e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Bianca Felícia Rothschild, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Theodoro Vicente Agostinho, Túlio Teotônio de Melo Pereira e Amílcar Barca Teixeira Júnior.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005, 2006 RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. Não merece conhecimento o recurso apresentado após o trigésimo dia da ciência da decisão de primeira instância. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo - Relator e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Bianca Felícia Rothschild, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Theodoro Vicente Agostinho, Túlio Teotônio de Melo Pereira e Amílcar Barca Teixeira Júnior.
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA Recorrente JUVENIL ALVES FERREIRA FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005, 2006 RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. Não merece conhecimento o recurso apresentado após o trigésimo dia da ciência da decisão de primeira instância. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Relator e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Bianca Felícia Rothschild, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Theodoro Vicente Agostinho, Túlio Teotônio de Melo Pereira e Amílcar Barca Teixeira Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 23 54 /2 01 0- 05 Fl. 963DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo acima identificado contra decisão que declarou improcedente a sua impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração que integra o presente processo. Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 820/820, o procedimento fiscal foi desencadeado por determinação da Justiça Federal em razão de indícios de prática de ilícitos contra a ordem tributária. Informase que o contribuinte foi regularmente intimado a apresentar extratos de suas contas correntes e a comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos que possibilitaram a realização de depósitos efetuados em contas correntes de sua titularidade mantidas em instituições financeiras. O contribuinte não atendeu à intimação fiscal ao argumento de que os elementos solicitados estariam de posse da Polícia Federal. Mais uma vez intimado, o sujeito passivo reiterou a alegação anterior. Foram então emitidas Solicitações de Informação sobre Movimentação Financeira (RMF), requerendo às instituições financeiras extratos bancários do autuado. De posse dos extratos, foi elaborada planilha individualizando cada um dos créditos, intimandose, na sequência, o contribuinte a comprovar a origem dos recursos. Diante de nova omissão do sujeito passivo, encerrouse o procedimento fiscal, com lavratura de auto pela infração decorrente de omissão de rendimentos caracterizada pela existência de depósitos bancários sem origem comprovada. Extraímos do relatório da decisão recorrida, as alegações que o contribuinte apresentou em sua defesa visando afastar a lavratura: "1. seus documentos foram apreendidos em 23.11.06 e, ao longo da ação fiscal, o impugnante também demonstrou, que acionou judicialmente os bancos para apresentar copia dos documentos, sendo que tudo foi debalde para demonstrar para a auditora que o arbitramento era o caminho mais estranho ao campo do direito; como sói acontecer em lançamento tributário; 2. até o presente momento o impugnante não foi ainda notificado dessa apreensão, ou seja, minimamente sabendo que foi derivada de uma"operação policial. Pode parecer incrível, mas o impugnante não sabe sequer onde foram parar seus documentos; 3. os valores depositados estão aquém do valor da renda auferida pelo contribuinte e declarada tempestivamente. Causou espécie ter sido autuado porque declarou corretamente a fonte da renda e essa é superior aos depósitos em conta corrente; 4. à época da quebra do sigilo pelo JUIZ, o impugnante era deputado federal e o Juiz singular não tinha competência para determinar a entrega de documentos seus para:a Fiscalização. E de fato o JUIZ não fez. Não consta o nome do impugnante no Fl. 964DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 19515.002354/201005 Acórdão n.º 2402005.522 S2C4T2 Fl. 3 3 anexo documento de quebra de sigilo e sim de diversas outras pessoas; 5. o MPF, como é regulamentado nos dias de hoje, precisa de motivação. E nesse caso a motivação não existe. Outrora, o fiscal tinha poderes de abrir fiscalização contra quem entendesse. Essa faculdade não tem mais hospedagem nos dias de hoje em.nosso sistema legal; 6. o auto de infração foi entregue ao contribuinte e lavrado em agosto de 2010. O período de 5 anos que antecede ao mesmo não pode ser cobrado, impondose assim que sejam excluídas as exigências com relação aos meses de janeiro à julho de 2005; 7. todas as declarações de renda do contribuinte nesses períodos e até anteriores segundo consta dos autos, tem corno origem a fonte pagadora o ESCRITÓRIO CAMPOS RIOS ADVOGADOS ASSOCIADOS. Esse escritório tinha faturamento muito superior e não há, então, como se falar em entrada descoberta porque a ORIGEM ESTÁ IDENTIFICADA; 8. a titulo de comprovação da presente alegação, no ano de 2006 a fonte pagadora distribuiu para o impugnante o valor de R$ 3.480.000,00 e ã movimentação autuada foi no valor de R$ 3.063.224,08, que mostra saldo positivo, considerando assim como renda excedente aos depósitos; 9. a auditora lançou como renda toda entrada de dinheiro na conta do impugnante. É sabido que nem toda entrada de dinheiro em conta corrente provém de renda, sendo derivada de mútuos, de empréstimo bancário ou de transferência de conta entre pessoas da mesma titularidade; 10. movimentação financeira só serve para caracterizar renda quando, a, teor do melhor entendimento, representar acréscimo patrimonial e não simplesmente, mera circulação financeira; 11. quando se trata de deposito em dinheiro é que a.fonte pagadora tinha no mesmo banco a conta corrente e portanto um cheque por ela depositado era tomado como dinheiro, porque o cheque,era compensado no mesmo momento em que se depositava. Isso ocorreu diversas vezes; 12. indagaria, a propósito, o Julgador porque esses documentos não foram juntados no momento da fiscalização. Explicase que estão os mesmos documentos apreendidos tem juízo e até, o momento b impugnante'não teve acesso aos mesmos; 13. os bancos também apresentam históricos diferentes para as entradas de dinheiro, o que pode confundir o auditor ao lançálos como entrada. Notase que a pluralidade de históricos deixa confusa qualquer somatória, o que se vislumbra facilmente pelos documentos acostados pela fiscal; 14. o impugnante sempre movimentou com credito bancário e, portanto, muitas dessas, entradas tem origem de dinheiro Fl. 965DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 emprestado. Vale lembrar que TRANSFERÊNCIA ENTRE AG. DINHEIRO certamente vem de conta do próprio requerente e não acréscimo patrimonial; 15. solicita perícia contábil, conforme quesitos e perito indicado; 16. junta nesse ato documento comprobatório de que o impugnante não é parte no processo que determinou a autorização para extensão da quebra de sigilo bancário. Junta cópia das declaração de imposto de renda do exercício de 2006, porque o anterior está prescrito. No bojo dos autos encontrase comprovante da distribuição de ações judiciais em desfavor dos bancos para apuração dos resultados aqui pretendidos, fazendo juntada dos mesmos na medida que os bancos fornecerem os documentos, o que se protesta desde pela admissão de novas provas." A DRJ negou provimento à defesa. Afastouse a decadência, sob o entendimento de que a norma aplicável é o inciso I do art. 173 do CTN, uma vez que não ocorreu antecipação de pagamento. Também não foi acatada a suposta ilegalidade na obtenção pelo fisco dos extratos bancários do contribuinte. Da mesma forma foi rejeitada a alegada nulidade do lançamento em razão da falta de motivação para abertura da ação fiscal que deu ensejo à lavratura combatida. Quanto ao mérito, o órgão a quo conclui que a presunção de omissão de rendimentos decorrente da existência de depósitos bancários de origem não comprovada está amparada na legislação de regência, devendo ser mantido o lançamento. Notificado da decisão em 14/08/2012 (fl. 938), o sujeito passivo apresentou recurso, enviado por via postal em 14/09/2012 (fl. 956). No seu recurso, o sujeito passivo, após fazer um relato dos principais fatos do processo, alegou que: a) o MPF é nulo, posto que decorrente de medida judicial adotada em ação da qual não fazia parte o recorrente. Nesse sentido, todos os atos dele decorrente estão também marcados pela pecha da nulidade; b) os fatos geradores ocorridos entre janeiro e junho de 2005 foram alcançados pela decadência; c) os valores declarados a título de mútuo no anocalendário de 2006 devem ser excluídos do lançamento; d) para esta mesma declaração no campo "Rendimentos não Tributáveis", identificase a fonte pagadora do valor de R$ 3.480.000,00; e) somadas as entradas declaradas no anocalendário de 2006, verificase que suplantam as supostos rendimentos de origem não comprovada apontados pelo fisco; f) para o anocalendário de 2005, o fisco deveria ter abatido da base de cálculo do lançamento o valor declarado de R$ 422.038,00, acrescido de R$ 265.479,00, referentes à receitas de atividade rural; Fl. 966DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 19515.002354/201005 Acórdão n.º 2402005.522 S2C4T2 Fl. 4 5 g) de toda a movimentação apontada pelo fisco devem ser excluídos os depósitos que se referem a empréstimos bancários, transferência da mesma titularidade, valores de alvarás judiciais recebidos para clientes e outros valores que não se caracterizam como renda; h) tudo pode ser melhor esclarecido mediante a produção da prova pericial, a qual inclusive foi requerida na defesa. Ao final, pugna pelo provimento do recurso, com declaração de nulidade do lançamento ou o reconhecimento da decadência parcial e da improcedência dos valores remanescentes. É o relatório. Fl. 967DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade O recurso não merece conhecimento, posto que apresentado fora do prazo legal de 30 dias, previsto no art. 33 do Decreto n.º 70.235/1972: "Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão." A ciência do acórdão da DRJ ocorreu em 14/08/2012 (terçafeira), tendo a expiração do prazo para recorrer se dado em 13/09/2012 (quintafeira). Assim, como o recurso somente foi enviado pelos correios em 14/09/2012, a sua intempestividade é patente. Encaminho, portanto, pelo não conhecimento do recurso. Conclusão Voto por não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 968DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 05/10 /2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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