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Numero do processo: 36266.009251/2006-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005
SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003.
A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou
arrecadou em desacordo com a lei.
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 2302-001.903
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003. A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com a lei. Recurso de Ofício Negado
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EPP ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RETENÇÃO. LEI Nº 10.666/2003. A empresa é obrigada a arrecadar, na condição de substituto tributário, a contribuição do segurado contribuinte individual a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado em favor do segurado, não lhe sendo licito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com a lei. Recurso de Ofício Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marco André Ramos Vieira Presidente. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Jhonatas Ribeiro da Silva e Arlindo da Costa e Silva. Fl. 356DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Ausência momentânea: Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Período de apuração: 01/03/1999 a 31/01/2005 Data da lavratura da NFLD: 01/09/2006. Data da Ciência da NFLD: 01/09/2006. Tratase de Recurso de Ofício interposto pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/SP em face de decisão aviada no Acórdão 1728.225 – 9ª Turma da DRJ/SPOII, de 21 de outubro de 2008, que julgou procedente em parte lançamento tributário pelo reconhecimento de opção da empresa notificada ao SIMPLES, com data retroativa a 1º de janeiro de 1997, fazendo excluir do lançamento a parte patronal, sendo mantida, tão somente, as contribuições sociais a cargo dos segurados contribuintes individuais a contar de abril/2003. Informa a Autoridade Lançadora que o crédito tributário objeto do presente lançamento referese a contribuições devidas pela empresa, corresponde à parte patronal, destinadas à Seguridade Social, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e a outras entidades e fundos, incidentes sobre a remuneração paga aos seus empregados e a segurados contribuintes individuais, bem como diferenças de recolhimento das contribuições a cargo dos segurados contribuintes individuais a seu serviço, as quais deveriam ter sido arrecadadas pela empresa, mediante desconto das respectivas remunerações desta categoria de segurados, e recolhidas no prazo legal, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 121/129. Esclarece a fiscalização que a empresa formalizou opção ao Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte — Simples, em 18/03/97, com efeitos retroativos a partir de 01/1997, mas foi excluída através de ato de oficio da Receita Federal em 02/1999, conforme termo a fl. 129. Entretanto, continuou a recolher apenas os valores referentes aos descontos dos segurados empregados e as retenções incidentes sobre os pagamentos efetuados aos contribuintes individuais, a partir de 04/2003, motivo pelo qual foram apuradas e lançadas na vertente NFLD os valores referentes à parte patronal. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 135/158. Por força de provimento judicial datado de 12/11//1999, aviado nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 97.00086097, que tramitou perante a 22ª Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, houvese por assegurado à Notificada o direito de inscrição e manutenção no Sistema Simples de tributação, conforme Sentença a fls. 255/262, com efeitos retroativos a 01/01/1997, sendo ratificada pelo Acórdão a fls. 297/303, proferido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região em 10 de julho de 2008. Nessa prumada, em cumprimento à determinação contida nos autos do processo judicial n° 97.00086097, em trâmite na 22° Vara Cível Federal em São Paulo, Fl. 357DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36266.009251/200680 Acórdão n.º 230201.903 S2C3T2 Fl. 335 3 procedeuse à inclusão da empresa em foco no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES, a partir de 01/01/1997, conforme Notificação a fl. 270. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento São Paulo II baixou o feito em diligência para que o auditor fiscal notificante esclarecesse se a empresa havia arrecadado, mediante desconto, e recolhido a contribuição devida pelo contribuinte individual, a partir de 04/2003, conforme art. 4º da Lei n° 10.666/2003, conforme despacho a fls. 273/274. Mediante Informação fiscal a fls. 293/295, informou a Autoridade Lançadora haver intimado a empresa a apresentar as folhas de pagamentos, os recibos de pagamento de prólabore dos sócios, as guias de recolhimento e os livrosdiário e razão para o período de 04/2003 a 01/2005. Em razão da não apresentação dos citados documentos, não foi possível ao auditor concluir se a empresa havia efetivamente arrecadado, mediante desconto, a parcela devida pelos contribuintes individuais. Quanto ao recolhimento das aludidas contribuições, da análise dos valores lançados na notificação fiscal, dos valores recolhidos e das informações constantes da GFIP e no sistema informatizado do INSS, concluiu a fiscalização que não houve o recolhimento integral das parcelas devidas pelos contribuintes individuais no período de 04/2003 a 08/2004 e que foram parcialmente recolhidos em 09/2004 e 12/2004. Já nas competências 10/2004, 11/2004 e 01/2005, as contribuições foram integralmente recolhidas. O contribuinte em foco tomou ciência do resultado do incidente processual acima mencionado em 29/08/2008, conforme Recibo a fl. 291, dispensando expressamente nova intimação para manifestação e renunciando a eventual prazo de recurso, conforme documento a fl. 296. Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II/SP lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão a fls. 325/332, julgando procedente em parte o lançamento em debate, fazendo excluir do crédito tributário nele consubstanciado a parte patronal, sendo mantido na notificação de lançamento em realce, tão somente, a parcela a cargo dos segurados contribuintes individuais, nos termos do art. 4º da Lei nº 10.666/2003, retificando o quantum devido na forma detalhada no Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR a fls. 304/324, recorrendo de ofício da decisão. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 23 de dezembro de 2008, conforme atesta documento a fl. 338, deixando transcorrer in albis o prazo recursal, sem a interposição de recurso voluntário. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. Fl. 358DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Presentes os requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. Ante a inexistência de questões preliminares, passamos diretamente ao exame do mérito. 1. DO MÉRITO Não merece reparos a decisão exarada pelo Órgão Julgador de 1ª Instância a fls. 325/332. Com efeito, a motivação da lavratura da vertente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito fundouse no fato de a empresa em voga haver sido excluída do simples, através de ato de oficio da Receita Federal o qual produziu efeitos de exclusão a contar de 1º de março de 1999, e, mesmo assim, ter continuado a recolher, tão somente, os valores referentes aos descontos dos segurados empregados e as retenções incidentes sobre os pagamentos efetuados aos contribuintes individuais, como se tal exclusão de ofício não houvesse eficácia no mundo jurídico. Tendo, todavia, a Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária de São Paulo, de forma superveniente, por força de sentença Judicial dimanada da 22ª Vara Federal da Seção Judiciária de S. Paulo, nos autos do Mandado de Segurança Coletivo nº 97.00086097, procedido à inclusão da empresa notificada no Sistema Simplificado em questão, com data retroativa a 1º de janeiro de 1997, não há como se sustentar a manutenção das contribuições patronais no lançamento em questão, circunstância que deságua, inexoravelmente, em sua improcedência, por ausência de sustentáculo jurídico. Nada obstante, devidas permaneceram as contribuições previdenciárias a cargo dos segurados contribuintes individuais, as quais deveriam ter sido arrecadadas pela empresa em tela mediante desconto das respectivas remunerações e, no prazo legal, recolhidas aos cofres da autarquia previdenciária federal. Mediante Termos próprios a fls. 278/281, foi a empresa intimada a apresentar as folhas de pagamentos, os recibos de pagamento de prólabore dos sócios, as guias de recolhimento e os livrosdiário e razão para o período de 04/2003 a 01/2005, os quais não foram apresentados à fiscalização. Da análise dos valores lançados na notificação fiscal, dos valores recolhidos e das informações constantes nas GFIP e no sistema informatizado do INSS, concluiu a fiscalização não ter havido o recolhimento integral das parcelas devidas pelos contribuintes individuais no período de 04/2003 a 08/2004 e que foram parcialmente recolhidos em 09/2004 e 12/2004. Em razão da não apresentação dos citados documentos, ante o permissivo encartado no §3º do art. 33 da Lei nº 8.212/91, a fiscalização lançou de ofício a importância reputada como devida, transferindo a lei aos ombros do increpado o ônus da prova em contrário, permitindo a empresa que transcorresse in albis o prazo que fora concedido pela norma tributária para bloquear o lançamento remanescente. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das Fl. 359DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36266.009251/200680 Acórdão n.º 230201.903 S2C3T2 Fl. 336 5 contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas ‘d’ e ‘e’ do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001). §1º É prerrogativa do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e do Departamento da Receita FederalDRF o exame da contabilidade da empresa, não prevalecendo para esse efeito o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial, ficando obrigados a empresa e o segurado a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados. (grifos nossos) §2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita FederalDRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Nesse contexto, abdicando a notificada ao direito de impugnar o lançamento que ora se edifica, pugnamos pela negativa de provimento ao Recurso de Ofício interposto, e pela manutenção da exigibilidade das contribuições previdenciárias referentes à rubrica “1F Contrib Indiv”, constantes no Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR a fls. 319/324, a contar da competência 05/2003 até 12/2004. 2. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso de Oficio para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 360DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Fl. 361DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 16045.000318/2007-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996
DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS.
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do
referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos
geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN.
Numero da decisão: 2301-002.613
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996 DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatando-se dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2128; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 273 1 272 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16045.000318/200799 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 230102.613 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de fevereiro de 2012 Matéria CONT. PREV NFLD Recorrente COMPANHIA OPERADORA DE RODOVIAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/1996 a 31/12/1996 DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DIES A QUO DO ART. 173, INCISO I PARA FATOS GERADORES OMITIDOS. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, §4º do CTN (data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação. A apuração do montante do pagamento antecipado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do valor a ser pago antecipadamente. Constatandose dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada para o art. 173, inciso I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro Jose Silva Relator. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silverio, Wilson Antonio de Souza Correa, Damião Cordeiro De Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 274 3 Relatório Tratase da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 37.037.7320 , lavrada em 19/12/2006, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições previdenciárias incidentes sobre , no período de 01/09/1996 a 31/12/1996 , tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 1.004.631,27, fls. 01. Após tomar ciência pessoal da autuação em 20/12/2006, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 23/61, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. A 7ª Turma da DRJ/Brasília, no Acórdão de fls. 144/154, julgou o lançamento procedente em parte, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 13/02/2008, fls. 160. O recurso voluntário, apresentado em 14/03/2008, fls. 165/208, apresentou argumentos que deixamos de resumir em virtude da patente ocorrência da decadência. É o relatório. Fl. 288DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Voto Conselheiro Mauro José Silva Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Decadência. Prazo de cinco anos e dies a quo tomando a regra do art. 173, inciso I ou art. 150, §4º, conforme detalhes do caso. Aplicação do Resp 973.733SC. A aplicação da decadência suscita o esclarecimento de duas questões essenciais: o prazo e o dies a quo ou termo de início. O prazo decadencial para as contribuições sociais especiais para a seguridade social, que era objeto de disputa com relação à aplicação do que dispunha a Lei 8.212/1991 – dez anos ou o CTN – cinco anos, suscitou o surgimento de súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal (STF). Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: Fl. 289DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 275 5 “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Como se constata, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos devem acatar o conteúdo da Súmula Vinculante n°. 08. Temos, então, que a partir da edição da Súmula Vinculante nº 08 o prazo decadencial das contribuições sociais especiais destinadas para a seguridade social é de cinco anos. Definido o prazo decadencial, resta o esclarecimento sobre o seu dies a quo. Como podemos extrair dos trechos citados acima, a referida súmula trata, no que se refere â decadência, da definição de seu prazo – 05 anos – em harmonia com o previsto no CTN , deixando o dies a quo do prazo decadencial para ser definido segundo as regras constantes do art. 150,§4º ou do art. 173, inciso I do CTN. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 A regra geral para aplicação dos termos iniciais da decadência encontrase disciplinada no art. 173 CTN: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” Quis o legislador dispensar tratamento diferenciado para os contribuintes que antecipassem seus pagamentos, cumprindo suas obrigações tributárias corretamente junto a Fazenda Pública, fixando o termo inicial do prazo decadencial anterior ao do aplicado na regra geral, no dispositivo legal do §4o do art. 150 do CTN, in verbis : "Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. (...). § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” Observese, pois que, da definição do termo inicial do prazo de decadência, há de se considerar o cumprimento pelo sujeito passivo do dever de interpretar a legislação aplicável para apurar o montante devido e efetuar o pagamento ou o recolhimento do tributo ou contribuição correspondente a determinados fatos jurídicos tributários. Nesta mesma linha transcrevemos algumas posições doutrinárias: Misabel Abreu Machado Derzi, Comentários ao Código Tributário Nacional, coordenado por Carlos Valder do Nascimento, Ed. Forense, 1997, pág. 160 e 404: “A inexistência do pagamento devido ou a eventual discordância da Administração com as operações realizadas pelo sujeito passivo, nos tributos lançados por homologação, darão ensejo ao lançamento de ofício, na forma disciplinada Fl. 291DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 276 7 pelo art. 149 do CTN, e eventual imposição de sanção.” (auto de infração). “O prazo para homologação do pagamento, em regra, é de cinco anos, contados a partir da data da ocorrência do fato gerador da obrigação. Portanto a forma de contagem é diferente daquela estabelecida no art. 173, própria para os demais procedimentos, inerentes ao lançamento com base em declaração ou de ofício. Tratase de prazo mais curto, menos favorável a Administração, em razão de ter o contribuinte cumprido com seu dever tributário e realizado o pagamento do tributo.”. Luciano Amaro , Direito Tributário Brasileiro, Ed. Saraiva, 4a Ed., 1999, pág. 352: “Se porém o devedor se omite no cumprimento do dever de recolher o tributo, ou efetua recolhimento incorreto, cabe a autoridade administrativa proceder ao lançamento de ofício (em substituição ao lançamento por homologação, que se frustrou em razão da omissão do devedor), para que possa exigir o pagamento do tributo ou da diferença do tributo devido.”. Sob o mesmo enfoque, no Acórdão CSRF/0101.994, manifestouse o Relator: “O lançamento por homologação pressupõe o pagamento do crédito tributário apurado pelo contribuinte, prévio de qualquer exame da autoridade lançadora. Segundo preceitua o art. 150 do Código Tributário Nacional, o direito de homologar o pagamento decai em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, exceto nos casos de fraude, dolo ou simulação, situações previstas no § 4º do referido artigo 150. O que se homologa é o pagamento efetuado pelo contribuinte, consoante dessumese do referido dispositivo legal. O que não foi pago não se homologa, porque nada há a ser homologado. Se o contribuinte nada recolheu, se houve insuficiência de recolhimento e estas situações são identificadas pelo Fisco, estamos diante de uma hipótese de lançamento de ofício. Tratase de lançamento ex officio cujo termo inicial da contagem do prazo de decadência é aquele definido pelo artigo 173 do Código Tributário Nacional, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.” (negrito da transcrição). O Superior Tribunal de Justiça (STJ), que durante anos foi bastante criticado pela doutrina por adotar a tese jurídica da aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, julgou em maio de 2009 o Recurso Especial 973.733 – SC (transitado em julgado em outubro de 2009) como recurso repetitivo e definiu sua posição mais recente sobre o assunto, conforme podemos conferir na ementa a seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO Fl. 292DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadência regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Extraise do julgado acima transcrito que o STJ, além de afastar a aplicação cumulativa do art. 150, §4º com o art. 173, inciso I, definiu que o dies a quo para a decadência nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente será aquele da data do fato gerador quando o contribuinte tiver realizado o pagamento antecipado. Nos demais casos, deve ser aplicado o dispositivo do art. 173, inciso I. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 277 9 Apesar de contribuir para clarificar a aplicação da decadência, tal julgado não eliminou por completo as possíveis dúvidas do aplicador da lei. Entre elas, a que nos interessa no momento é a seguinte: qualquer pagamento feito pelo contribuinte relativo ao tributo e ao período analisado desloca a regra do dies a quo da decadência do art. 173, inciso I para o art. 150, § 4º? Nossa resposta é: não. O pagamento antecipado realizado só desloca a aplicação da regra decadencial para o art. 150, §4º em relação aos fatos geradores considerados pelo contribuinte para efetuar o cálculo do montante a ser pago antecipadamente. Fatos não considerados no cálculo, seja por omissão dolosa ou culposa, se identificados pelo fisco durante procedimento fiscal que antecede o lançamento, permanecem com o dies a quo do prazo decadencial regido pelo art. 173, inciso I. Vale dizer que a aplicação da regra decadencial do art. 150, §4º referese aos aspectos materiais dos fatos geradores já admitidos pelo contribuinte. Afinal, não se homologa, não se confirma o que não existiu. Assim, mesmo estando obrigados a reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ, por conta da alteração do Regimento do CARF pela Portaria 586 de 26/12/2010, manteremos nossa posição quanto a esse aspecto, uma vez que a decisão daquele Tribunal Superior não esclarece a dúvida quanto à abrangência do pagamento antecipado. Definida a aplicação da regra decadencial do art. 173, inciso I, precisamos tomar seu conteúdo para prosseguirmos: “Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Da leitura do dispositivo, extraímos que este define o dies a quo do prazo decadencial como o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. Mas ainda precisamos definir a partir de quando o lançamento pode ser efetuado. O texto do item 3 do Resp 973.733 fala que tal data “corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível”. ,Se considerássemos isoladamente tal trecho da ementa do Resp 973.733 poderíamos concluir que o dies a quo da decadência para aplicação do art. 173, inciso I do CTN seria o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível. Um fato gerador ocorrido em 31/12/20XX teria como dies a quo do prazo decadencial 01/01/20(X+1), o que levaria o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+5). Tal conclusão, entretanto, estaria em desalinho com a lógica, uma vez que um fato gerador que se constata ocorrido em 31/12/20XX só poderá ser lançado a partir de 01/01/20(X+1), dada a cristalina premissa de que só existe obrigação tributária após a ocorrência do fato gerador. Se só poderia ser lançado em 01/01/20(X+1) , o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado é 01/01/20(X+2), o que leva o fim do prazo de caducidade para 31/12/20(X+6). Ainda sobre o assunto, estamos cientes que após o trânsito em julgado do Resp 973.733, em 22/10/2009, a Segunda Turma do STJ já se manifestou no sentido de admitir que os fatos geradores ocorridos em dezembro de 200X só tem seu dies a quo em relação à decadência em 01 de janeiro de 20(X+2), conforme podemos conferir na ementa a seguir: Fl. 294DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 EDcl nos EDcl no AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 674.497 PR (2004/01099782) Julgado em 09/02/2010. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. Dessa maneira, já podemos afirmar que o próprio STJ já expressou, por uma de suas Turmas, que a afirmação categórica do item 3 do Resp 973.733 serviu apenas para afastar a tese da decadência decendial que houvera sido adotada por aquele Tribunal. Ademais, ao adotarmos a interpretação mais formalista do item 3 do Resp 973.733, estaríamos em contradição com a própria finalidade da norma regimental que criou a obrigatoriedade de os conselheiros seguirem as decisões do STJ tomadas em Recursos Repetitivos. O art. 62A do RICARF tem nítida finalidade de evitar que o CARF continue emitindo decisões que serão revistas pelo Poder Judiciário, o que estaria em desacordo com o princípio da eficiência, da moralidade administrativa e acarretaria despesas para o Erário Público na forma de ônus de sucumbência. Como o próprio STJ já vem adotando uma interpretação alinhada com lógica do texto do art. 173, inciso I do CTN, a continuidade de uma interpretação formalista resultaria em não atingimento da finalidade da norma regimental. Resulta, então, em síntese, que para fatos geradores ocorridos em 31/12/20XX (competência 12/20XX das contribuições previdenciárias, por exemplo) teremos o fim do prazo decadencial em 31/12/20(X+6) no caso de aplicação da regra do art. 173, inciso I do CTN. Assim, para o lançamento do crédito tributário de contribuições sociais especiais destinadas à seguridade social, seja este oriundo de tributo ou de penalidade pelo não pagamento da obrigação principal, o prazo decadencial é de cinco anos contados a partir do primeiro do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, no caso dos fatos geradores para os quais não houve qualquer pagamento por parte do contribuinte, em atendimento ao disposto no art. 173, inciso I do CTN. Para o lançamento de ofício em relação aos aspectos materiais dos fatos geradores relacionados a pagamentos efetuados pelo contribuinte nas situações em que não haja caracterização de dolo, fraude ou sonegação, o dies Fl. 295DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 16045.000318/200799 Acórdão n.º 230102.613 S2C3T1 Fl. 278 11 a quo da decadência é a data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, §4º do CTN. Para a aplicação do art. 150, § 4º, entretanto, temos que atentar para o texto do referido dispositivo: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Notamos que o texto legal referese a uma homologação tácita por parte da Fazenda Pública – “considerase homologado” é a expressão utilizada no caso de expirado o prazo de cinco anos do fato gerador sem que o fisco “se tenha pronunciado”. A interpretação mais comum desse trecho conclui que o pronunciamento a que se refere o dispositivo deve ser entendido como a homologação expressa ou a conclusão do lançamento de ofício com a ciência do sujeito passivo. Discordamos de tal entendimento. A expressão “pronunciado” não conduz a uma interpretação inequívoca de que equivale a homologação expressa ou lançamento de ofício. O verbo pronunciar, no dicionário Michaelis, é associado a diversos sentidos possíveis, entre eles, “emitir a sua opinião, manifestar o que pensa ou sente “. Quando a Fazenda Pública inicia fiscalização sobre um tributo em um período, está se manifestando, se pronunciando no sentido de que irá realizar a atividade prevista no art. 142 do CTN. Caso o §4º do art. 150 quisesse exigir a homologação expressa e não um simples pronunciamento, teria feito referência ao conteúdo do caput do mesmo artigo que define os contornos de tal atividade, mas preferiu a expressão ”pronunciado”. Com esse entendimento concluímos que, iniciada a fiscalização, a decadência em relação a todos os fatos geradores ainda não atingidos pela homologação tácita, passa a ser submetida à regra geral de tal instituto, ou seja, passa a ser regida pelo art. 173, inciso I. Ressaltamos que não se trata de interrupção ou suspensão do prazo decadencial, mas de um deslocamento da regra aplicável. Vejamos um exemplo. Considerando que uma fiscalização tenha sido iniciada em 06/20XX em relação a um tributo para o qual o sujeito passivo exerceu a atividade dele exigida pela lei, ou seja, o sujeito passivo realizou sua escrituração, prestou as informações ao fisco e antecipou, se foi o caso, algum pagamento. Nesse caso teria ocorrido a homologação tácita em relação aos fatos geradores ocorridos até 05/20(XX5). Os fatos geradores ocorridos depois de 05/20(XX5) poderão ser objeto de lançamento de ofício válido, desde que este seja cientificado ao sujeito passivo antes de transcorrido o prazo previsto no art. 173, inciso I. Feitas tais considerações jurídicas gerais sobre a decadência, passamos a analisar o caso concreto. A autuação em análise diz respeito a fatos geradores apontados pela fiscalização nos meses de 09/1996 a 12/1996. Para tais competências, tornase desnecessária a discussão do dies a quo entre aquele estabelecido pelo art. 150, §4º ou aquele constante do art. 173, inciso I do CTN, pois em ambas as alternativas chegaremos à conclusão de que o prazo para o fisco constituir o crédito tributário já havia exaurido antes da ciência do lançamento. Tomando o dies a quo do prazo decadencial aquele constante do art. 173, inciso I, teríamos o início da contagem decadencial em 01/01/1998, para a competência 12/1996 o que resultaria no Fl. 296DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 prazo final de 31/12/2002. Portanto, o lançamento cientificado em 20/12/2006 foi concluído após a ocorrência da caducidade do direito do fisco de declarar a constituição do crédito tributário, tornando improcedente a autuação guerreada pela recorrente. Por todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 297DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 por MAURO JOSE SILVA
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Numero do processo: 36160.001547/2006-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/03/1997 a 31/10/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DIFERENÇAS LANÇADAS - DECADÊNCIA. As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que, na visão deste julgador, exceto para as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse lapso temporal, sem a expedição de lançamento de ofício, opera-se a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN.
Contudo, por força do artigo 62-A do RICARF, este Colegiado deve reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.”
No caso, relativamente ao período em apreço, a aplicação de tal regra é inquestionável, pois há pagamento de contribuições previdenciárias, sendo que a notificação fiscal de lançamento de débito envolve apenas diferenças e não os valores integrais eventualmente devidos pela empresa, inexistindo acusação pela fiscalização de dolo, fraude ou simulação.
Lançamento atingido pela decadência quanto aos fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, inclusive.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-002.285
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: GONCALO BONET ALLAGE
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1997 a 31/10/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DIFERENÇAS LANÇADAS DECADÊNCIA. As contribuições previdenciárias são tributos sujeitos ao regime do denominado lançamento por homologação, sendo que, na visão deste julgador, exceto para as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial para a constituição de créditos tributários é de cinco anos contados do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse lapso temporal, sem a expedição de lançamento de ofício, operase a decadência, a atividade exercida pelo contribuinte está tacitamente homologada e o crédito tributário extinto, nos termos do artigo 150, § 4° e do artigo 156, inciso V, ambos do CTN. Contudo, por força do artigo 62A do RICARF, este Colegiado deve reproduzir a decisão proferida pelo Egrégio STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, ou seja, “O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” No caso, relativamente ao período em apreço, a aplicação de tal regra é inquestionável, pois há pagamento de contribuições previdenciárias, sendo que a notificação fiscal de lançamento de débito envolve apenas diferenças e não os valores integrais eventualmente devidos pela empresa, inexistindo acusação pela fiscalização de dolo, fraude ou simulação. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.698 2 Lançamento atingido pela decadência quanto aos fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, inclusive. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage – Relator EDITADO EM: 14/08/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Em face de SS Administração e Serviços Ltda., CNPJ n° 01.635.956/0001 22, foi lavrada a notificação fiscal de lançamento de débito n° 35.595.3544 (fls. 01207), para a exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre valores constantes em folhas de pagamento e GFIP, valores constantes em folhas e não em GFIP, abono assiduidade, aferição indireta relativa às anotações de responsabilidade técnica, aferição indireta da remuneração dos sóciosgerentes e aferição indireta em folhas de pagamento, relativamente a fatos ocorridos entre as competências 03/1997 e 10/2005. A ciência do lançamento se deu em 01/09/2006 (fls. 339, Volume II). A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA) considerou o lançamento procedente em parte (fls. 4.1084.127, Volume XVI). Apreciando o recurso voluntário interposto pela contribuinte e o recurso de ofício apresentado pela DRJ, a Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF proferiu o acórdão n° 2301 00.155, que se encontra às fls. 4.4984.512 (Volume XVII), cuja ementa é a seguinte: Fl. 2DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.699 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS,. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n ° 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n° 8.212 de 1991. As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4° do CTN. Havendo, então o pagamento antecipado, observarseá a regra de extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. Encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial parte dos fatos geradores apurados pela fiscalização. PERÍCIA. INDEFERIMENTO. POSSIBILIDADE. De acordo com os princípios basilares do direito processual, cabe ao autor provar fato constitutivo de seu direito, por sua vez, cabe à parte adversa a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A Previdência Social provou a existência do fato gerador, com base nas folhas de pagamento, elaboradas pela própria recorrente. No presente caso, a perícia é despicienda; pois toda a matéria probatória já consta nos autos. E como afirmado, caberia à parte adversa, no caso o contribuinte, a contraprova. REMUNERAÇÃO SÓCIOSGERENTES. ARBITRAMENTO. Conforme previsto no art. 201, parágrafo 3 ° do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048, não havendo comprovação dos valores pagos ou creditados aos segurados sóciosgerentes, em face de recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a contribuição da empresa referente a esses segurados será de vinte por cento sobre o saláriode contribuição do segurado nessa condição; a maior remuneração paga a empregados da empresa; ou o salário mínimo, caso não ocorra nenhuma das hipóteses anteriores. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Provido em Parte. A decisão recorrida acordou, “por maioria de votos, com fundamentos nos artigos 173, I e 150, §4° do CTN, conforme os levantamentos, acatar a preliminar de Fl. 3DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.700 4 decadência de parte do período a que se refere o lançamento para provimento parcial do recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Edgar Silva Vidal que aplicavam para todos os fatos geradores o artigo 150, §4° e no mérito, por unanimidade de votos, manter os demais valores lançados, nos termos do voto do relator e por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício, no termos do voto do relator.” A decadência foi reconhecida para todos os fatos ocorridos até a competência 11/2000 e parcialmente para os fatos lançados entre as competências 12/2000 e 07/2001 (considerouse a existência de pagamentos antecipados por rubrica lançada). Intimada do acórdão em 29/06/2010 (fls. 4.520, Volume XVII), a empresa, devidamente representada, interpôs recurso especial às fls. 4.5234.538, acompanhado dos documentos de fls. 4.5394.679 (Volume XVIII), cujas razões podem ser assim sintetizadas: a) Tratase de autuação que teve início na então Secretaria da Receita Previdenciária, apontando uma série de equívocos de recolhimento das contribuições previdenciárias pela empresa ora recorrente, utilizandose larga e inadequadamente de aferição indireta, promovendo múltiplas lesões às garantias constitucionais, especialmente ao direito de defesa; b) Tamanho foi o disparate da lavratura da NFLD que, já em 1ª instância administrativa, a autuação que superava R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) foi reduzida a cerca de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil reais). Ou seja: pouco mais de 2 % (dois por cento); c) Posteriormente, já após a edição da Súmula Vinculante n° 08, do Supremo Tribunal Federal, foi reconhecida a decadência parcial do direito de lançar, afastando mais uma parte da exigência. d) A decisão recorrida considerou que, nada obstante se tratar de tributo sujeito ao lançamento por homologação, onde em regra se aplica, para fins de contagem do prazo decadencial, o disposto no art. 150, §4°, do CTN, “se não houver pagamento antecipado (...) há que ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN”; e) Tal interpretação é divergente da que foi dada, ao mesmo tema, pela Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, nos acórdãos nos 10196.733, 10196.712, 10196.696 e 10196.582; f) Deve ser aplicada no caso concreto a regra do art. 150, §4°, do CTN, para contagem do prazo decadencial. Isto porque a exigência fiscal refletida nestes autos é de contribuição previdenciária. Tal sorte de tributo está sujeita ao lançamento por homologação, razão pela qual se lhe aplica, expressamente, o regramento apontado; g) Não é despiciendo recordar que não se pode compreender a aplicação do art. 150 do CTN apenas nos casos em que ocorreu o pagamento do tributo; h) O pagamento, vejase, é irrelevante para caracterizar a natureza do lançamento. O que se homologa não é o simples pagamento, mas toda a Fl. 4DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.701 5 atividade desenvolvida pelo contribuinte, sejam as operações comerciais, sua contabilização e o cálculo do tributo; i) Então, se a autuação diz respeito a tributos e os mesmos se submetem à modalidade de lançamento por homologação, cabe ao contribuinte exercer a atividade de determinar a matéria tributável, o cálculo do imposto e pagamento do quantum devido, independente de notificação, sob condição resolutória de ulterior homologação; j) A ausência de recolhimento do imposto, repitase, não altera a natureza do lançamento, vez que o contribuinte continua sujeito aos encargos decorrentes da obrigação inadimplida (atualização, multa, juros a partir da data do vencimento originalmente previsto, ressalvado o disposto no art. 106 do CTN); k) Em verdade, a definição imposta pelo Código Tributário Nacional é deveras simples: não é a atuação do contribuinte que determina qual será a regra de contagem do prazo prescricional a se aplicar. A regra de incidência do tributo, in abstrato, define a sistemática do seu lançamento. E a contagem da caducidade se dará conforme for a sistemática de lançamento; l) Não há subjetividade. A definição é objetiva: aplicarseá a regra do art. 150 ou do art. 173 do CTN segundo a forma de lançamento do tributo. E esta está previamente prevista em lei. Logo, não há espaço para considerações sobre a ação do contribuinte, que se torna desimportante para esse fim; m) Requerse, então, seja parcialmente reformado o Acórdão recorrido, para que se aplique o prazo decadencial, na forma do art. 150, § 4°, do CTN, em todas as hipóteses destes autos; n) Outrossim, no plano técnico, cumpre protestar e requerer a retificação dos pretensos débitos lançados sob a rubrica FPG — FOLHA DE PAGAMENTOS. Isso porque há registro e prova de que os valores foram retidos na fonte por terceiros, gerando o direito à compensação, pela Recorrente, do excesso de retenção. Admitido o recurso, no que se refere à decadência, por meio do despacho n° 2300006/2011 (fls. 4.6824.684), a Fazenda Nacional foi intimada e apresentou contrarrazões às fls. 4.6884.696 (Volume XVIII), onde defendeu, fundamentalmente, a necessidade de manutenção do acórdão recorrido. É o Relatório. Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.702 6 O Recurso Especial da contribuinte cumpre os pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido, com relação à decadência. Reitero que o acórdão proferido pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção do CARF, por unanimidade de votos, acolheu a decadência para os fatos ocorridos até a competência 11/2000 e, por maioria de votos, para parte dos fatos ocorridos até a competência 07/2001, sendo que os Conselheiros vencidos entenderam que todos os fatos lançados até a competência 07/2001 estavam atingidos pela decadência. Nas demais questões, negou provimento aos recursos voluntário e de ofício, por unanimidade de votos. A insurgência da recorrente está relacionada à decadência e sua pretensão é no sentido de que se aplique ao caso da regra do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional. Eis a matéria em litígio. Segundo a legislação e de acordo com a jurisprudência pacífica desta Corte Administrativa, as contribuições previdenciárias em apreço são tributos sujeitos ao regime do chamado lançamento por homologação, já que cabe aos contribuintes a apuração das suas base de cálculo e o recolhimento dos montantes devidos, submetendo, posteriormente, esse procedimento à autoridade administrativa, que deverá, homologar ou não, expressa ou tacitamente, a atividade exercida pelo obrigado. A homologação expressa, para os tributos sujeitos ao regime do lançamento por homologação, deve se dar no prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, que ocorre em cada competência. Ultrapassado esse prazo, sem ter sido lavrado lançamento de ofício pela autoridade administrativa, considerase homologada tacitamente a atividade exercida pelo contribuinte e extinto o crédito tributário, nos termos do artigo 150, § 4°, do CTN, que prevê: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4°. Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O decurso do prazo de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, implica na homologação tácita da atividade exercida pelo contribuinte e, em razão do instituto da decadência, previsto no artigo 156, inciso V, do CTN, extingue o crédito tributário. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.703 7 Considerando que o caso em apreço envolve fatos geradores ocorridos nas competências compreendidas entre 03/1997 e 10/2005 e diante do fato de que o sujeito passivo da obrigação tributária tomou ciência da notificação fiscal de lançamento de débito em 01/09/2006 (fls. 339, Volume II), concluo que a decisão recorrida não pode ser confirmada, pois a decadência impede a manutenção do lançamento para os fatos ocorridos até a competência 08/2001. Na visão deste julgador, como não se imputou à empresa as condutas de dolo, fraude ou simulação, inexiste fundamento legal que justifique a contagem do prazo decadencial da forma prevista no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Entendo que para o início da contagem do prazo decadencial relativamente aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a existência ou não de pagamento antecipado é irrelevante. A homologação é da atividade e não do pagamento. Esta é a minha posição a respeito da matéria. Contudo, por força do que determina o artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, não posso deixar de reproduzir aqui o julgamento proferido pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça – STJ nos autos do REsp n° 973.733/SC, cuja ementa tem o seguinte teor: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos Fl. 7DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.704 8 ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, Primeira Seção, REsp n° 973.733/SC, Relator Ministro Luiz Fux, DJE de 18/09/2009) Portanto, segundo o Egrégio STJ, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quando inexistir pagamento antecipado o prazo decadencial qüinqüenal contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, sendo que “O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o ‘primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado’ corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, ...”. Dessa forma, tornase importante analisar a comprovação quanto à existência ou não de pagamento de contribuições previdenciárias no período em apreço. Fl. 8DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.705 9 O Relator do acórdão recorrido, Conselheiro Marco André Ramos Vieira, apreciou a questão da seguinte forma (fls. 4.507, Volume XVII): Na hipótese concretizada, houve pagamento antecipado, ainda que parcial, sobre algumas rubricas, conforme relatório fiscal, uma vez que foram apuradas somente as diferenças não recolhidas. Assim, para os levantamentos DAL, FNG, FP, FPG aplicase o previsto no art. 150, parágrafo 4 ° do CTN; desse modo, a contar dos fatos geradores, a fiscalização federal teria o prazo de cinco anos para efetuar o lançamento fiscal. Para tais rubricas encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial todos os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente à competência julho de 2001, inclusive esta. Por seu turno para os levantamentos ABA, AFA, APR; não houve pagamento antecipado, logo deve ser aplicado o disposto no art. 173, inciso I di o CTN. Para essas competências encontramse atingidos pela fluência do prazo decadencial os fatos geradores apurados pela fiscalização ocorridos anteriormente A competência novembro de 2000, inclusive esta. A competência dezembro de 2000 não decaiu, pois o crédito somente poderia ser constituído após o vencimento, data em que se exigia o pagamento antecipado, ou seja em 2 de janeiro de 2001; assim o prazo de decadência, para tal competência, possui corno termo de início o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, o dia 1° de janeiro de 2002, a qual findaria em 10 de janeiro de 2007. Portanto, salvo melhor juízo, a decisão recorrida admite que houve pagamentos parciais, de determinadas rubricas (levantamentos DAL, FNG, FP e FPG), para os fatos ocorridos até a competência 07/2001. Observando o Discriminativo Analítico de Débito – DAD, às fls. 20, 33, 34, 39, 40 e 41, constatase a existência de pagamentos parciais de contribuições previdenciárias nas competências compreendidas entre 12/2000 e 08/2001 (a ciência do lançamento ocorreu em 01/09/2006). A existência de pagamento antecipado, portanto, é inquestionável. Portanto, o ensinamento jurisprudencial do Egrégio STJ não dá sustentação ao acórdão de segunda instância. Sendo assim, a decadência fulminou os fatos geradores ocorridos até a competência 08/2001, de modo que a decisão recorrida deve ser reformada. Ressalto, por fim, que este Colegiado não tem competência para apreciar a questão do crédito/compensação alegada pela recorrente, pois tal matéria não foi devolvida à apreciação da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial da contribuinte, para reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário relativo às competências até 08/2001, inclusive. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 36160.001547/200631 Acórdão n.º 920202.285 CSRFT2 Fl. 4.706 10 (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage Fl. 10DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por GONCALO BONET ALLAGE
score : 1.0
Numero do processo: 10120.011491/2007-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2000
PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO RETENÇÃO DOS 11% O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n° 9.711/1998.
A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mão de obra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216.
O dever de reter os 11% é da tomadora de serviços, a presunção do desconto sempre se presume oportuna e regularmente realizado.
RECURSO REPETIÇÃO DE ARGUMENTOS JÁ APRECIADOS EM DILIGÊNCIA FISCAL AUSÊNCIA DE FATOS OU DOCUMENTOS NOVOS.
Em sendo o processo baixado em diligência e tendo o auditor rebatido pontualmente os argumentos trazidos pelo recorrente, prevalece o entendimento exposto na informação fiscal, quando não apresente o recorrente qualquer fato ou documento para desconstituir o lançamento.
RETENÇÃO 11% EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES INAPLICABILIDADE
Não cabe retenção em restando demonstrada a contratação de empresa optante pelo SIMPLES.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-002.533
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mãodeobra deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216. O dever de reter os 11% é da tomadora de serviços, a presunção do desconto sempre se presume oportuna e regularmente realizado. RECURSO REPETIÇÃO DE ARGUMENTOS JÁ APRECIADOS EM DILIGÊNCIA FISCAL AUSÊNCIA DE FATOS OU DOCUMENTOS NOVOS. Em sendo o processo baixado em diligência e tendo o auditor rebatido pontualmente os argumentos trazidos pelo recorrente, prevalece o entendimento exposto na informação fiscal, quando não apresente o recorrente qualquer fato ou documento para desconstituir o lançamento. RETENÇÃO 11% EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES INAPLICABILIDADE Não cabe retenção em restando demonstrada a contratação de empresa optante pelo SIMPLES. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 683DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 684DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 2 3 Relatório A presente NFLD, lavrada sob o n. DEBCAD 35.415.1770, em desfavor da recorrente, decorrente da falta da retenção e recolhimento previdenciários de 11% incidente sobre as remunerações pagas aos segurados empregados das empresas cedentes de mãode obra, conforme notas fiscais de prestação de serviços, na forma prevista no art. 31 da Lei ri° 8.212/91, ou da retenção efetuada em desconformidade com as orientações emanadas das Ordens de Serviço/INSS — n° 203 e 209/99. O lançamento compreende competências entre o período de 02/1999 a 12/2000. Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 14/08/2001, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 24/08/2001. Inconformado com o lançamento a empresa apresentou impugnação, fls. 75/78, com alegações genéricas e desacompanhada de provas, reclamando do curto prazo para se defender. Foi exarada DecisãoNotificação n° 08.401.4/0150, fls. 94/96, julgando totalmente procedente o lançamento fiscal. Porém a referida DN fora expedida sem o conhecimento, por parte do órgão julgador, de uma complementação de defesa entregue pela empresa em 05/02/2002, fls. 101/145, antes, portanto, da emissão da DN. Assim, para apreciação e análise dos novos argumentos e documentos juntados, foi emitida a Reforma de DecisãoNotificação n° 08.401.4/0356, em 04/08/2003, que também concluiu pela procedência total do lançamento, por absoluta improcedência dos novos argumentos e insuficiência dos documentos trazidos pela impugnante no intuito de se eximir da responsabilidade pelas contribuições lançadas, conforme se pode ver às fls. 153/159. Em 26/09/2003, a empresa formalizou recurso ao Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS, apenas pedindo a juntada posterior de documentos e novas alegações, fl. 163, tendo, na oportunidade, efetuado o depósito prévio recursal, fls. 166/167. 0 processo foi, a seguir, encaminhado ao então Serviço de Análise de Defesas e Recursos, em 06/11/2003, fl. 169. Em 02/12/2003, conforme despacho de fl. 170, além de documentos relativos a procuração e do substabelecimento desta, foi anexada aos autos uma nova peça recursal, fls. 171/180, com alegações também novas. Na oportunidade, informou a recorrente que estava colocando à disposição da Fiscalização, na sede da empresa, toda a documentação comprobatória dos argumentos apresentados, esclarecendo que, devido ao grande números de documentos, não os juntava ao recurso. Os autos foram, então, baixados em diligência, para a apreciação dos argumentos trazidos pelo recorrente, o que culminou com a Informação Fiscal de fls. 212/214, de 12/08/2005, anexados os documentos e planilhas de fls. 215/310. Fl. 685DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 4 Segundo a referida informação, após análise dos esclarecimentos prestados pela recorrente, dos documentos juntados aos autos e daqueles colocados à. disposição da fiscalização na sede da empresa, e, ainda, após pesquisas nos sistemas de dados informatizados da Secretaria da Previdência Social — SRP, bem como no site da Secretaria da Receita Federal — SRF, concluiu o notificante por sugerir a retificação do débito conforme a Planilha 05, à fl. 292. Cientificado da supracitada Informação Fiscal, o contribuinte apresentou nova complementação recursal, fls. 315/325, juntando os documentos de fls. 326/371, que também foram encaminhados, em diligência fiscal, para análise do notificante, fl. 372. Em cumprimento à. referida diligencia, o Auditor notificante exarou a Informação Fiscal de fls. 373/379, concluindo não haver nenhuma outra retificação a ser efetuada no presente lançamento, considerando os esclarecimentos anteriores, a diligência já realizada pela auditoria previdenciária e os documentos probatórios por esta trazidos aos autos, e que a recorrente não apresentou nenhum fato novo que comprovasse serem indevidas as contribuições lançadas. Conforme Termo de fl. 381, a recorrente obteve vista dos autos em 29/03/2006, apresentando, em seguida, nova manifestação, fls. 384/393, reafirmando suas alegações anteriores de que houve equívocos no lançamento fiscal e juntando documentos, fls. 394/606. Em 18/08/2006, foi expedida a Reforma de DecisãoNotificação n° 08.401.4/142/2006, julgando o lançamento parcialmente procedente, com base na retificação proposta pelo auditor notificante, ficando o crédito previdenciário de acordo com o Discriminativo Analítico do Débito Retificado — DADR de fls. 626/629. Tendo sido reaberto o prazo recursal, o contribuinte formalizou novo recurso, fls. 634/641, reportandose as suas alegações anteriores, que foi encaminhado ao Serviço do Contencioso Administrativo da DRP, em 24/01/2007. Este, conforme despacho de fl. 661, decidiu solicitar novo pronunciamento da autoridade notificante, especificamente sobre as alegações referentes aos serviços prestados pela empresa Constroluz Eletrificação Ltda., por ter sido verificado ser a mesma optante pelo SIMPLES, em período abrangido pelo lançamento e pela Instrução Normativa INSS/DC — n° 08, de 21/01/2000. Em atendimento, o notificante expediu a Informação Fiscal de fl. 650, acrescentando nova planilha com sugestão de alteração do débito na competência 07/2000, f1. 651, que foi cientificada ao contribuinte, com abertura de prazo para nova manifestação, fl. 653. Não houve manifestação do recorrente. Entendeu a DRF/GO entendeu que, por haver uma diligência fiscal cumprida por solicitação do julgador do antigo Serviço do Contencioso Administrativo, deve ser o processo ainda submetido a novo julgamento em primeira instância. Todavia, entendeu aquela autoridade julgadora que o julgamento de la instância, realizado pelo então Serviço de Análise de Defesas e Recursos, posteriormente Serviço do Contencioso Administrativo Previdenciário, ocorreu em plena conformidade legal e regulamentar, considerando todos os elementos constantes dos autos na fase em que se encontrava. Entendeu aquela autoridade que todos os elementos trazidos aos autos, na fase de impugnação, foram considerados no julgamento de 1' instância consubstanciado na Reforma de Decisão Notificação n° 08.401.4/0356, de 04/08/2003, e ainda na Reforma de DecisãoNotificação 08.401.4/142/2006. Fl. 686DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 3 5 Assim, devese considerar as razões recursais trazidas pelo recorrente em sua última manifestação, ou seja após a realização das diligências e reforma da Decisão Notificação. Em síntese, a recorrente em seu recurso, fl. 620 a 628, alega o seguinte: 1. As empresas contratadas que não possuem empregados são isentas de sofrerem a retenção, de acordo com o dispositivo A O.S. 209/1999, no item 26. Todas estas empresas prestadoras de serviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados, portanto não existem débitos originados por estas prestações de serviços, segundo a O.S. 209/1999. 2. A O.S. 209/1999, no item 16, alínea "b", exclui os serviços de assessorias e consultorias da obrigação de retenção: Ocorre que a fiscalização, em total desobediência ao dispositivo citado, contabilizou a retenção nos valores pagos as assessorias e consultoria técnicas. 3. Prevê ainda, a O.S. 209/1999, as deduções da base de cálculo da retenção: "17 A contratada que esteja obrigada a fornecer material ou dispor de equipamentos próprios ou de terceiros indispensáveis à execução do serviço, cujos valores estejam estabelecidos contratualmente, sendo as parcelas correspondentes discriminadas na nota.” A fiscalização, em momento algum, fez as deduções previstas nos dispositivos acima descritos. Nos processos de pagamento onde previa o gasto com material e equipamentos, nenhuma dedução foi realizada, sendo contabilizado o valor global da nota. 4. Nestes casos houve dois equívocos da fiscalização, primeiro a negativa da dedução dos valores gastos com materiais e equipamentos, em segundo não se compensou o valor retido sobre o valor da mãodeobra, tendo neste último caso, ocorrido a incidência do valor contabilizado pela fiscalização sobre o valor global da nota fiscal, sendo que. houve a retenção sobre parte do valor da nota (mãodeobra), ocorrendo portanto duplicidade sobre parte do valor da nota a ser retido os 11%. 5. Foram contabilizados também na NFLD, ora defendida, as empresas optantes pelo SIMPLES, portanto, não sendo devido a retenção dos 11%, conforme a Instrução Normativa 08 de janeiro de 2000. 6. Pelas razões e fundamentos discorridos, requer a Vossa Senhoria a reforma da Decisão Notificação n.° 08.401.4/142/2006, haja vista a evidência da maioria dos valores apurados não poder prosperar por ausência de fundamentação legal, com a consequente revisão dos valores arbitrados. É o Relatório. Fl. 687DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 664. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DO MÉRITO Em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa ou falta de definição clara dos fatos geradores que ensejaram o lançamento. No mesmo sentido, não existe qualquer nulidade na decisão de 1. Instância, tendo em vista que o julgador promoveu a apreciação dos fatos dentro do que prevê a legislação pertinente. Em se tratando de contratação de serviços mediante cessão ou empreitada de mão de obra é clara a legislação vigente à época, acerca da responsabilidade do contratante em reter 11% do valor da nota fiscal, recolhendo o fruto da retenção no CNPJ da empresa contratada. Pelas informações trazidas no relatório fiscal, bem como pelo que restou demonstrado nas informações fiscais, a recorrente não cumpriu a obrigação de reter e recolher as contribuições previdenciárias correspondentes sobre a totalidade dos serviços que lhe foram prestados. O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.711/1998, nestas palavras: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mãodeobra, observado o disposto no § 5º do art. 33. (Redação dada pela MP nº 1.66315, de 22/10/98 e convertida no art. 23 da Lei nº 9.711, de 20/11/98). Vigência a partir de 01/02/99, conforme o art. 29 da Lei nº 9.711/98. A recorrente tomou serviços que envolveram cessão de mãodeobra, prova disso são os contratos e as notas fiscais anexadas aos presentes autos, bem como o fato de em momento algum contestar ditos fatos. Desse modo, a recorrente deveria ter retido o valor de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal/fatura e recolher a importância até o dia dois do mês subseqüente à emissão da respectiva nota fiscal/fatura. Ao apreciarmos os argumentos trazidos pelo recorrente observamos que inicialmente tanto sua impugnação, quanto o primeiro recurso apresentado junto ao CRPS foram totalmente genéricos, alegando ora a inconstitucionalidade dos dispositivos legais, ora requerendo a apresentação posterior de documentos. Apenas em 02/12/2003, conforme descrito no relatório deste voto, além de documentos relativos a procuração foi anexada aos autos uma nova peça recursal, fls. 171/180, com alegações também novas. Na oportunidade, informou a recorrente que estava colocando à disposição da Fiscalização, na sede da empresa, toda a Fl. 688DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 4 7 documentação comprobatória dos argumentos apresentados, esclarecendo que, devido ao grande números de documentos, não os juntava ao recurso. Mesmo considerando a inovação dos argumentos e documentos colacionados aos autos, observamos que a autoridade julgadora promoveu a baixa do processo em diligência para que fossem apreciadas as razões trazidas pelo recorrente. E isso não se deu em um único momento. Após as cientificações das diligência requeridas foi o recorrente devidamente cientificado, tendo a oportunidade de destacar pontualmente dos elementos trazidos aos autos e não contemplados, elementos de prova para afastar o posicionamento do auditor fiscal. Assim, entendo que todos os argumentos trazidos pelo recorrente foram suficientemente apreciados e rebatidos pela fiscalização em diligências relacionadas, onde após a cientificação dos ditos fatos resumiuse o recorrente a novamente argumentar, como o fez no recurso após a reforma da Decisão Notificação mas sem apresentar qualquer novo elemento que rebatesse os argumentos da autoridade fiscal. Os principais argumentos trazidos pelo recorrente no último recurso apresentado são: CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS SEM EMPREGADOS Segundo o recorrente as empresas contratadas que não possuem empregados são isentas de sofrerem a retenção, de acordo com o dispositivo A O.S. 209/1999, no item 26. Todas estas empresas prestadoras de serviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados, portanto não existem débitos originados por estas prestações de serviços, segundo a O.S. 209/1999. Quanto a esse primeiro ponto entendo que não logrou o recorrente êxito em comprovar suas alegações. Ainda na primeira diligência informou a autoridade fiscal, fl. 213 Após a análise dos esclarecimentos prestados pela recorrente, após o exame dos documentos juntados aos autos pela mesma e dos documentos colocados à disposição da Auditoria nas dependências da empresa, e após as pesquisas nos sistemas de dados informatizados da Secretaria da Previdencia Social SRP e no site da Secretaria da Receita Federal SRF, foram observadas as seguintes ocorrências: 4.1 — A recorrente não comprovou mediante qualquer documento, que as notas fiscais relativas aos itens relacionados à fl. 173, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), foram emitidas por empresas que não possuíam empregados. Apesar de afirmar, à mesma fl. 173, que "Todas estas empresas prestadoras de seiviços apresentaram a declaração informando a inexistência de empregados (...)", tais declarações não foram apresentadas a esta auditoria, o que ensejou a lavratura do Auto de Infração referenciado no item 3.3 anterior. Notese que após ditas alegações o recorrente em todas as suas manifestações posteriores resumise a novamente tecer os mesmos argumentos, sem conseguir rebater os fatos trazidos pelo auditor. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE CONSULTORIA Segundo o recorrente a O.S. 209/1999, no item 16, alínea "b", exclui os serviços de assessorias e consultorias da obrigação de retenção: Ocorre que a fiscalização, em Fl. 689DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 8 total desobediência ao dispositivo citado, contabilizou a retenção nos valores pagos as assessorias e consultoria técnicas. Também nessa seara entendo que o recorrente após os argumentos trazidos pela autoridade fiscal, não apresentou qualquer fato novo capaz de alterar o lançamento. A recorrente não comprovou que os serviços constantes das notas fiscais relativas aos itens relacionados As fls. 174175, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), se referem a serviços assessoria e consultoria. Cabe esclarecer que esta fiscalização elaborou novas planilhas, a partir das originais constantes das fls. 33 a 71, conforme descritas no item 5 a seguir, acrescentando a coluna intitulada "Observação 01". Nos casos devidos esta coluna contém indicações que confirmam tratarse de inequívoca prestação de serviços com cessão de mãodeobra, sujeitos, portanto, ao disposto na Lei 9.711/98. Relativamente aos serviços prestados pelo SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial deve ser ressaltado ainda, que durante a ação fiscal original e durante a presente diligência, a auditoria previdenciária foi atendida por pessoas abrangidas pelo contrato firmado com a empresa. Tais pessoas estavam desempenhando atividades técnicasoperacionais, continuas e rotineiras, próprias de empregados normais da recorrente, atividades que não se enquadram como de assessoria e consultoria. Exemplificando o acima exposto indicamos a seguir os nornegffcle,4iguns segurados com as atividades que a auditoria observou realizarem. Bruno Miwa Alves segurado de nível técnico, responsável pelas atividades do Arquivo da recorrente, sobretudo as de consulta e localização de processos, arquivamento e desarquivamento dos mesmos, incluindo, também, as rotinas de transporte de processos e obtenção de cópias de documentos. Atendeu à auditoria original durante vários meses executando os serviços acima. Aprigio Correa Neto atividades operacionais junto ao departamento de contabilidade. Atendeu à auditoria original e a esta diligência apresentando as informações relativas a ações trabalhistas, esclarecendo os dados e cálculos contidos nas planilhas por ele preparadas, originadas de suas atividades rotineiras. Aurelio Gonçalves Pinheiro serviços operacionais no setor de processamento de dados, tendo atendido a auditoria original, em diversas oportunidades, na geração rotineira de dados em meio digital. Estão sendo juntadas (Anexo II fls. 302 303) cópias, fornecidas pela recorrente, de faturas emitidas SENAI, nas quais consta relação de segurados. Após ditas alegações reprisa o recorrente as mesmas razões anteriores sem apresentar novos fatos, ou mesmo rebater as informações trazidas pelo auditor, que seriam fatos capazes alterar o entendimento ali disposto. QUANTO A EXCLUSÃO DE MATERIAIS DA BASE DE CÁLCULO No que concerne a base de cálculo alegou o recorrente em todas as suas manifestações que conforme prevê ainda, a O.S. 209/1999, as deduções da base de cálculo da retenção: "17 A contratada que esteja obrigada a fornecer material ou dispor de equipamentos Fl. 690DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 5 9 próprios ou de terceiros indispensáveis à execução do serviço, cujos valores estejam estabelecidos contratualmente, sendo as parcelas correspondentes discriminadas na nota.” A fiscalização, em momento algum, fez as deduções previstas nos dispositivos acima descritos. Nos processos de pagamento onde previa o gasto com material e equipamentos, nenhuma dedução foi realizada, sendo contabilizado o valor global da nota. Nestes casos, segundo o recorrente houve dois equívocos da fiscalização, primeiro a negativa da dedução dos valores gastos com materiais e equipamentos, em segundo não se compensou o valor retido sobre o valor da mãodeobra, tendo neste último caso, ocorrido a incidência do valor contabilizado pela fiscalização sobre o valor global da nota fiscal, sendo que. houve a retenção sobre parte do valor da nota (mãodeobra), ocorrendo portanto duplicidade sobre parte do valor da nota a ser retido os 11%. Novamente quanto a esse ponto não há como atribuir razão ao recorrente. Novamente da análise de todos os argumentos trazidos nas informações fiscais e das manifestações colocadas pelo recorrente, o mesmo não conseguiu atacar pontualmente os elementos trazidos pelo auditor notificante, novamente apresentando recurso nos mesmos moldes dos anteriores, sem atacar pontualmente, ou fazer prova documental e pontual de suas alegações. Valhome dos termos das informações fiscais trazidas pelo auditor em que aborda a questão: Informação fiscal, fl. 214 e 215 9.3. A recorrente não comprovou que os valores constantes das notas fiscais relativas aos itens relacionados às fls. 176, pertencentes à planilha original do débito (fls. 33 a 71), incluem, além de mãodeobra, parcelas de material e equipamento utilizados. Apenas para os itens relacionados na planilha do Anexo III, fls. 305, as AFS — Autorizações para Fornecimento de Serviços emitidas pela CELG contêm a previsão de parcelas relativas a material, além de mãodeobra. Informação fiscal, fl. 277 a 279 4 — Após a análise dos argumentos da recorrente, e após o exame dos escassos documentos por ela juntados ao "adendo ao recurso", nos itens a seguir esclarecemos e concluímos: 4.1 — Quanto ao argumento do item 3.1 anterior, da não consideração de redução nas bases relativas As notas fiscais cujas AFS Autorizações para o Fornecimento de Serviço não faziam previsão do uso de material e equipamentos, esclarecemos que a afirmativa da apelante é confusa e protelatória. Além de não demonstrar que as contribuições não são devidas, não comprovou que as mesmas foram corretamente recolhidas. As referidas AFS Autorizações para Fornecimento de Serviços são emitidas pela recorrente e têm efeito substitutivo de contratos por ela firmados com seus prestadores. De acordo com os itens 17.1 e 18 da OS 209/99 temos: 17.1 Na hipótese de não constar no contrato os valores referentes material ou equipamentos, deverão ser discriminadas as respectivas parcelds` na nota fiscal, fatura ou recibo, não se Fl. 691DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 10 admitindo que o valor relativo aos serviços seja inferior a 50% (cinqüenta por cento) do valor bruto. 18 Na falta de discriminação do valor da parcela relativa a material ou equipamento na nota fiscal, fatura ou recibo, a base de cálculo para a retenção será o seu valor bruto. A consideração da base de cálculo da contribuição devida como sendo igual o valor bruto da nota fiscal 6, portanto, correta e atende ao prescrito nas normas, visto que as An não previam o uso de material e equipamentos, e a notas não discriminaram tais valores. Ressaltese que a notificada, em momento algum, apresentou qualquer documento que comprovasse que os referidos serviços tenham sido executados com a utilização de material ou equipamento ou que estes lhes eram inerentes. Na verdade, como ela própria afirma As fls. 315 e 316, para as notas fiscais cujas AFS previam um percentual de mãode obra, a fiscalização realizou as devidas considerações. Cabe ainda, destacar que os documentos juntados pela apelante, no "adendo ao recurso", às fls. 326 a 371, supostamente referentes aos itens 216 e 222 (fls. 282) da planilha da diligência fiscal realizada, não têm maiores relações com o presente processo nem trazem qualquer nova informação. Conforme consta da referida planilha á fl. 282, o item 216 se refere à nota fiscal 610 emitida em 05/04/2000 e o item 222 A nota fiscal 631 emitida em 22/05/2000, ambas do mesmo prestador. À folha 332 é apresentada uma cópia de uma GPS Guia da Previdencia Social, que supostamente comprova o recolhimento de contribuições. A referida GPS, entretanto, não trás em seu campo 12 a devida autenticação bancária. À fl. 336, a apelante apresenta outra cópia da mesma GPS, agora como campo 12 preenchido. Contudo, como se pode observar neste mesmo campo, a GPS, quando recolhida, deveria ser associada à nota fiscal número 605, emitida em 13/03/2000. Esta GPS, portanto, nenhuma relação possui com as notas fiscais 610 e 631 acima referidas. Conclusão: Considerando os esclarecimentos deste item, considerando a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, considerando a não comprovação de que as contribuições não são devidas ou que foram corretamente recolhidas, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. 4.2 — Quanto à suposta existência de duplicidade de cobrança de contribuição, a alegação é confusa e não procede. Esclarecemos que tal duplicidade só ocorreria em duas hipóteses: Primeira: No caso do contribuinte ter recolhido a contribuição devida e o órgão fiscalizador estar exigindo este mesmo valor em documento de crédito previdenciário. Tal situação não ocorreu. A apelante não comprovou ter recolhido os valores devidos, fato pelo qual a auditoria constituiu o crédito tributário. Segunda: No caso da cobrança da contribuição devida estar sendoexigida em mais de um documento de constituição de crédito previdenciario Tal situação, identicamente, não ocorreu. Fl. 692DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 6 11 Os valores das referidas retenções estão sendo exigidos apenas na presente NFLD Notificação Fiscal de Lançamento de Débito. Conclusão: Considerando os esclarecimentos acima a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. 4.3 — Quanto à não consideração, em todas as notas fiscais emitidas por uma empresa, do percentual de mãodeobra previsto em algumas AFS Autorização para Fornecimento de Serviços: A consideração de existência de material e mãodeobra aplicados em determinado serviço não está vinculada à empresa contratada, mas, sim, ás características dos serviços executados. Portanto, o abatimento de valores relativos a equipamentos e materiais não pode ser feito por empresa, mas individualmente por serviço, visto que um mesmo prestador pode executar serviços de características diferentes, com o uso parcial ou total de mãodeobra. Importante ressaltar que as AFS Autorizações para Fornecimento de Serviços têm efeito substitutivo de contratos firmados pela recorrente com seus prestadores, sendo emitidas para determinado serviço, para o qual, normalmente, o contratado emite uma (mica nota fiscal. Assim, conforme já apreciado pela auditoria durante a diligência fiscal, nos casos cabíveis, a auditoria relacionou às fls. 240 a 270 da planilha que acompanha a Informação Fiscal da diligência, todas as notas vinculadas a AFS que previam o uso de material ou equipamento nos serviços contratados. Para estas notas esses valores foram deduzidos no cálculo da mãodeobra para fins da determinação da contribuição devida. Cabe, ainda, destacar que em todos os demais casos a recorrente, durante a diligência fiscal e no "adendo ao recurso", não comprovou que os referidos serviços foram executados com a utilização de material ou equipamento. Conclusão: Considerando os esclarecimentos acima e a não apresentação, pela apelante, de fato novo ou de provas de suas alegações, informamos que não há qualquer retificação a ser feita no débito relativo aos serviços prestados por estas empresas. Assim, conforme detalhado pelo recorrente, teve o mesmo por diversas oportunidades, a possibilidade de pontualmente apresentar os contratos, descrição dos serviços executados, e notas com o detalhamento acerca da utilização da mão de obra e material. Entendo que também neste ponto a questão restou devidamente enfrentada e esclarecida pelo auditor sendo que meros argumentos do recorrente (já apresentados e rebatidos) não desconstituem o lançamento. EXCLUSÃO DE SERVIÇOS PRESTADOS POR EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES Fl. 693DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE 12 Por fim, entendo que o último ponto que merece ser apreciado diz respeito a alegação de que foram incluídos no débito, valores referentes a contribuição sobre serviços prestados por empresas optantes pelo SIMPLES. Quanto a este ponto, observamos a manifestação da autoridade fiscal, que ao apreciar o fato descreveu realmente existir contribuição a ser excluída do lançamento, inclusive anexando planilha de/para propondo a retificação do débito, a qual entendo deva ser observa para ajuste do lançamento em questão. Despacho fl. 248 2.Segundo a recorrente, as empresas Océlio Rezende, Constroluz Eletrificação Ltda., Construtora Elétrica Saba Ltda e Empreiteira de Conservação Cândido de Morais Ltda eram optantes pelo SIMPLES à época das prestações dos respectivos serviços à contratante. 3.Em consulta realizada no sistema informatizado da Secretaria da Receita Federal —CONSIMPLES, verificamos que as empresas Construtora Elétrica Saba Ltda e Empreiteira Cândido de Morais Ltda não são e jamais foram optantes pelo SIMPLES. Já a empresa Océlio Rezende é optante pelo SIMPLES, porém as contribuições originadas em virtude dos serviços prestados por esta empresa já foram excluídas do débito em referência, conforme se verifica no item 29 da ON acima citada. Por sua vez, constatamos que a empresa Constroluz Eletrificação Ltda foi optante pelo SIMPLES no período de 01/01/1997 a 31/12/2001. Informação fiscal 650 3 Para este período foi identificada, pela fiscalização, uma única nota fiscal de pagamento por serviços prestados, cujo registro, nas planilhas de apuração do credito previdenciário original, é o de no. 243, conforme fls. 54, 55 e 56. Para esta nota fiscal, o valor da retenção originalmente apurada é de R$ 2.896,36, conforme fl. 55. 4 Apresentamos a seguir, f1.304, duas tabelas esclarecendo a situação. 3.1 — A primeira, TAB 01, contendo os valores do débito remanescente após a retificação proposta em virtude da Diligência realizada nos meses de maio a agosto de 2.005 (fl. 292), os valores a serem excluídos, e os valores a serem mantidos, discriminados por competência. 3.2 — A segunda, TAB 02, contendo o discriminativo "DE — PARA", que especifica, por competência, os valores do débito anteriormente retificados, e os valores a serem mantidos, obtidos da TAB 01 descrita no item anterior. De acordo com o previsto no art. 33, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, o desconto sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa, sendo a responsabilidade direta de quem tinha o dever de realizálo. Art. 33 (...) §5ºO desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente Fl. 694DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE Processo nº 10120.011491/200796 Acórdão n.º 2401002.533 S2C4T1 Fl. 7 13 responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei. No caso da retenção de 11% não há que se falar em solidariedade, tampouco em benefício de ordem, como alega a recorrente, pois o comando legal impôs a responsabilidade à tomadora de serviços, assim como o fez em relação ao desconto dos segurados empregados. Essa é uma presunção legal absoluta que milita em favor da fiscalização previdenciária. Entendo que no caso de retenção há duas obrigações: a primeira, acessória, que é o desconto dos 11%; a segunda é a principal, que é o recolhimento das contribuições retidas. Uma vez que as contribuições previdenciárias são tributos, o objeto da retenção dos 11% também possui natureza tributária, haja vista ser uma antecipação das contribuições, possuindo natureza de substituição tributária. Por todo o exposto, entendo que o lançamento fiscal seguiu os ditames previstos, devendo ser mantido nos termos acima propostos. CONCLUSÃO Voto pelo CONHECIMENTO DO RECURSO, para DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para que se ajuste o lançamento de acordo com a planilha DE/PARA fl. 651. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 695DF CARF MF Impresso em 09/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente e m 30/07/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAM PAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 17546.001110/2007-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de Apuração: 01/1996 a 12/1998.
DECADÊNCIA. PRAZO PREVISTO NO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN.
Aplica-se o art. 150, §4º do CTN se verificado que o lançamento refere-se a descumprimento de obrigação tributária principal, houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias no período fiscalizado e inexiste fraude,
dolo ou simulação.
Numero da decisão: 2301-002.942
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de Apuração: 01/1996 a 12/1998. DECADÊNCIA. PRAZO PREVISTO NO CTN. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Aplicase o art. 150, §4º do CTN se verificado que o lançamento referese a descumprimento de obrigação tributária principal, houve pagamento parcial das contribuições previdenciárias no período fiscalizado e inexiste fraude, dolo ou simulação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marcelo Oliveira Presidente Leonardo Henrique Pires Lopes Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzáles Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes e Leonardo Henrique Pires Lopes. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de NFLD da qual o contribuinte foi notificado em 20/09/2006, referente ao período de 01/1996 a 12/1998, no valor total de R$ 407.556,07 (quatrocentos e sete mil quinhentos e cinquenta e seis reais e sete centavos), decorrente das contribuições previdenciárias devidas pela empresa destinadas ao financiamento do SAT (competências até 06/1997), dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e das contribuições destinadas a terceiros: SalárioEducação, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre as remunerações pagas aos segurados que lhe prestaram serviços no referido período, incluindo o 13º salário, tudo conforme o Relatório Fiscal às fls. 52/53. Informa ainda, o aludido Relatório, que os documentos analisados para a elaboração do lançamento foram as folhas de pagamento relativas ao período acima identificado 01/1996 a 12/1998, e que os valores correspondentes ao saláriofamília e ao saláriomaternidade, pagos pela empresa aos seus empregados, assim como os por ela compensados em virtude da Ação Ordinária n° 2000.03.99.0646437, restaram deduzidos do débito apurado, de acordo com a legislação regente. A ora Recorrente apresentou impugnação tempestiva a Notificação às fls. 67/86, junto com seus atos constitutivos e procuração. A decisão recorrida julgou procedente o lançamento, cuja ementa assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/1998 PREVIDENCIÁRIO. REMUNERAÇÕES PAGAS PELA EMPRESA AOS TRABALHADORES QUE LHE PRESTAM SERVIÇOS. CONTRIBUIÇÕES. DECADÊNCIA. É de dez anos o prazo de que dispõe a seguridade social para constituir os seus créditos, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que estes poderiam ter sido constituídos. Irresignada, interpôs a contribuinte o Recurso Voluntário sob exame, em que destacou novamente os argumentos apresentados na defesa: 1) Prescrição Judicial, tendo em vista que na ação de execução fiscal, o decurso do prazo superior a 5 (cinco) anos entre a constituição definitiva do crédito tributário (lançamento) e a citação do devedor implicam prescrição. 2) Compensação: alega que é credora do INSS, no valor de R$ 602.525,83 (seiscentos e dois mil quinhentos e vinte e cinco reais e oitenta e três centavos), dandose, Fl. 201DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 3 3 portanto, entre as partes o instituto da compensação, com fulcro no art. 368 do Código Civil. Assim, vieram os autos a este Conselho de Contribuintes por meio de Recurso Voluntário. Sem Contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes, Relator Dos Pressupostos de Admissibilidade Sendo o Recurso tempestivo, passo ao seu exame. Da Decadência Em que pese as alegações da ora Recorrente versarem sobre o instituto da prescrição nas suas razões recursais, trata a hipótese de decadência, matéria de ordem pública, o que permite a apreciação por esta Turma julgadora. No caso em apreço, o lançamento foi realizado enquanto vigorava os art. 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, segundo os quais os prazos decadencial e prescricional das contribuições previdenciárias seriam de 10 anos. Ocorre que, nas sessões plenárias dos dias 11 e 12.06.2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal–STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais aqueles dispositivos legais e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do Fl. 202DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 4 4 art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A da Constituição Federal O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Lei n° 11.417, de 19/12/2006 Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. (...). ...Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. Temos que a partir da publicação na imprensa oficial, que se deu em 20/06/2008, todos os órgãos judiciais e administrativos ficaram obrigados a acatar a Súmula Vinculante. Assim, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplica ao caso concreto, uma vez que existem duas regras, aparentemente conflitantes, dispondo sobre a decadência de créditos tributários, tomando a primeira como termo inicial o pagamento indevido (art. 150, §4º), e a segunda o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado (art. 173, I). Cumpre transcrever os referidos dispositivos legais: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 5 5 (...). § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Harmonizando os referidos dispositivos legais, o Superior Tribunal de Justiça esclareceu a aplicação do art. 173 para os casos em que o tributo sujeitarse a lançamento por homologação: 1) Quando não tiver havido pagamento antecipado; 2) Quando tiver ocorrido dolo, fraude ou simulação; 3) Quando não tiver havido declaração prévia do débito. Cumpre transcrever o acórdão prolatado em sede de Recurso Especial representativo da controvérsia: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Fl. 204DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 6 6 Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009). No voto lavrado no referido REsp 973.733/SC, foi transcrito entendimento firmado em outros julgamento (REsp 766.050∕PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 25.02.2008), que limitam a aplicação do art. 150, §4º do CTN às hipóteses que tratam de tributo sujeito a lançamento por homologação, “quando ocorrer pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, nem sido notificado pelo Fisco de quaisquer medidas preparatórias” . A comprovação da presença de tais circunstâncias seria imprescindível para o afastamento do art. 150, §4º do CTN e aplicação do seu art. 173, I, o que não se vislumbra em qualquer momento da autuação. Depreendese dos autos que a Recorrente efetuou o pagamento de algumas das contribuições devidas à Seguridade Social, conforme se infere do Relatório de Documentos Apresentados (fls. 25/27) e Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados (fls. 30/38), o que afasta, de início, um dos pressupostos para aplicação do art. 173 do CTN. Outrossim, não tendo sido comprovando que sua conduta tenha sido eivada de dolo, fraude ou simulação, restando configurado, portanto, o pressuposto fático ensejador da aplicação do prazo decadencial previsto no artigo 150, §4º do Código Tributário Nacional, fica definitivamente afastada a incidência do disposto no artigo 173, I do mesmo dispositivo legal. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A Processo nº 17546.001110/200717 Acórdão n.º 2301002.942 S2C3T1 Fl. 7 7 De Qualquer modo, para afastar definitivamente qualquer alegação de validade do presente lançamento, ainda que se aplicasse o art. 173, I do CTN estaria o crédito tributário totalmente decaído. Desta feita, considerando que a consolidação do crédito previdenciário se deu em 20/09/2006 e que a autuação abrange fatos geradores ocorridos no período de 01/1996 a 12/1998, tenho como certo que essas competências foram atingidas pela decadência qüinqüenal. Da Conclusão Ante ao exposto, conheço do Recurso, para, no mérito, DARLHE TOTAL PROVIMENTO, em face da decadência de todo o período lançado. É como voto. Sala das Sessões, em 11 de julho de 2012 Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 206DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 1 7/08/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por MARCELO OLIVEIR A
score : 1.0
Numero do processo: 17546.000727/2007-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2004 a 30/07/2006 Ementa: REMUNERAÇÃO NÃO DECLARADA EM GFIP A empresa está recolher, à Previdência Social, as contribuições dos segurados a seu serviço, descontadas de suas remunerações, conforme estabelece o art. 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei 8.212/91 GRUPO ECONÔMICO Ao verificar a existência de grupo econômico de fato, a auditoria fiscal deverá caracterizá-lo e atribuir a responsabilidade pelas contribuições não recolhidas aos participantes. SUCESSÃO Os elementos caracterizadores da sucessão de empresa estão devidamente demonstrados no relatório fiscal da NFLD.
Numero da decisão: 2301-002.729
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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SUCESSÃO Os elementos caracterizadores da sucessão de empresa estão devidamente demonstrados no relatório fiscal da NFLD. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 261DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 232 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente a contribuições devidas à Seguridade Social, correspondente à parte dos segurados. Conforme Relatório Fiscal (fls. 44), constitui fato gerador da contribuição lançada a contribuição descontada dos segurados empregados, declarada em Folha de Pagamento e Rescisões de Contrato de Ttrabalho, e não informada em GFIP. A autoridade autuante expõe os motivos pelos quais entende que há formação de grupo econômico entre a recorrente e a empresa FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS e as demais ali listadas, e fundamenta a solidariedade entre as empresas do grupo no art. 30, inciso IX, da Lei 8.212/91. A empresa notificada e as demais solidárias apresentaram defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0520.384, da 7a Turma da DRJ/CPS, (fls. 156), julgou o lançamento procedente, mantendo a caracterização do Grupo Econômico, excluindo, porém, do pólo passivo da NFLD, a empresa Frigovalpa Comércio e Indústria de Carnes Ltda, sob a alegação de que não restaram evidenciados, nos autos, os elementos caracterizadores da constituição de grupo econômico de fato entre o citado frigorífico e as demais empresas. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 203), alegando, em síntese, o que se segue. Inicialmente, alega que os julgadores, ao proferirem a decisão recorrida, não se atentaram para todos as alegações apresentadas em impugnação e, embora tenham citado todas no relato da decisão, ao proferirem os motivos ensejadores da decisão deixaram de apreciar alguns argumentos da ora recorrente, bem como deixaram de aplicar o principio da legalidade, ao desconsiderar aplicação de legislação apresentada em impugnação, preferindo aplicar fatos. Aponta ao argumentos que deixaram de ser apreciados pelo julgador de primeira instância e reitera os argumentos trazidos na impugnação que, segundo entende, são relevantes e razoáveis para afastar a participação da recorrente em qualquer grupo econômico alegado, e reafirma que a não apreciação, pelos julgadores, de tais argumentos configura violação do principio da ampla defesa e contraditório, bem como apresentase como evidente cerceamento do direito de defesa. Entende que a alegação trazida pelo auditor fiscal sobre o escritório contábil cuidar dos documentos da empresa recorrente e do açougue de seu irmão André Luiz Nogueira Jr não deveria nem ser citada no Relatório da NFLD, , tendo em vista que inexiste qualquer impedimento legal, sendo tal argumento improcedente, por ferir o direito de livre exercício da profissão de contador, bem como reflete em coibir a recorrente em procurar profissional adequado para cuidar de sua contabilidade. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 4 Quanto a utilização do nome fantasia de um dos fornecedores, assevera que os julgadores se esqueceram a legislação civil não exige que esta modalidade de contrato seja revestida de formalidade, ou seja, desnecessária a existência de contrato escrito e, ao desconsiderar esse aspecto legal, a decisão fere claramente o principio da legalidade que deve ser respeitado também pela administração indireta. Em relação ao fato de a recorrente possuir um único fornecedor de um determinado produto, salienta que a empresa notificada possui outros fornecedores para os demais produtos comuns em sua atividade, e o simples fato de ter a recorrente um fornecedor exclusivo de um determinado produto não pode ensejar sua participação em grupo econômico, eis que tal pratica hoje é amplamente exercida pelos empresários, até mesmo como poder de negociação de preço e condições de pagamento. Frisa que Grupo Econômico está prevista somente nas Sociedades Anônimas, não se aplicando às demais sociedades; primeiro porque a Lei 6.404/76, que trata da Sociedade Anônima, não faz qualquer alusão empresa individual ME, como é o caso da recorrente, e cita a doutrina para tentar demonstrar que o empresário individual jamais poderá integrar ou ter a empresa integrada em qualquer tipo de grupo econômico. Observa que nenhuma das empresas citadas no Relatório fiscal é enquadrada como S.A, sendo todas ou Individual ou Ltda, e nenhuma apresenta como sócio outra empresa tida como Sociedade Anônima, fato que, segundo entende, descaracteriza a alegação de ocorrência de Grupo Econômico de Fato. Traz a definição de Grupo Econômico de Fato para reforçar o entendimento de que é necessária a participação acionária para a sua formação ou caracterização, reafirmando que em momento algum a recorrente foi economicamente sujeita a direção econômica única, sempre se mantendo sozinha e sem dependência econômica. Chama a atenção para o fato de que as empresas citadas na decisão recorrida, existiram bem como exerceram suas atividades em épocas diferentes, jamais em período concomitante, como se pode depreender da analise do próprio relatório fiscal, e conclui que não há a mínima possibilidade de se vislumbrar comunhão de objetivos sociais de duas empresas, pois a relação comercial mantida em hipótese alguma leva a presumir existência de grupo econômico. Assevera que as empresas citadas possuem seu comando financeiro e organizacional totalmente alheio à empresa ora recorrente, sendo que cada uma delas é gerida pelo seu proprietário, que não é qualquer dos sócios da recorrente, e que essas empresas não dependem da recorrente para nada, efetuando compra de outros produtos necessários ao exercício de sua atividade com outros fornecedores, não efetuando essas compras em nome da notificada e, ainda, possuindo funcionários próprios. Defende a inocorrência da sucessão por incorporação, argumentando que a empresa Rosa Maria ME apresentou declaração de inativa referente aos anosbase 2005 e 2006, e que, no ano em que se deu a venda somente dos equipamentos, ou seja 2004, continuou a exercer suas atividades regulares. Esclarece que a recorrente não adquiriu o estabelecimento comercial que se dá pelo chamado trespasse, ou mesmo sequer adquiriu o fundo de comércio, elementos imprescindíveis para a caracterização da sucessão, nos termos do art. 133 do CTN e afirma que, ao que parece, Rosa MariaME vem pagando regularmente seus débitos junto a previdência social, não estando inadimplente, sendo este outro aspecto de grande importância Fl. 263DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 233 5 para a não caracterização da alegada sucessão comercial, pois, se não existe débito vencido e não pago, bem como adesão a sistema de parcelamento por Rosa Maria ME, não há que se falar em solidariedade de obrigações por parte da recorrente. Entende que, para se declarar eventual sucessão, é necessário fazer prova cabal de que Rosa Maria ME não possui outros bens para minimamente garantir o pagamento de seus débitos, como também deveria a recorrente ter comprado toda a empresa, ou seja, nome fantasia, razão social, os estoques, carteira de fornecedores e adquirido o ponto comercial, o que não ocorreu, pois a notificada somente comprou os equipamentos, e de pessoa física, como demonstra o contrato anexo ao relatório fiscal, o que leva à conclusão sobre a impossibilidade da ocorrência de sucessão por incorporação. Reafirma que a recorrente não efetivou a compra do ponto comercial, mas somente alugou o imóvel dos proprietários e não da empresa Rosa Maria ME, que esteve estabelecida anteriormente no local, sendo que um dos donos do imóvel é pessoa totalmente alheia à recorrente e à empresa Rosa Maria ME, como se pode notar da simples análise do contrato de aluguel juntado ao relatório fiscal, não podendo, portanto, o simples aluguel de imóvel onde antes existia a empresa acarretar sucessão, por inocorrência das hipótese do art. 133, do CTN. Informa que os empregados foram todos contratados em datas posteriores ao início das efetivas atividades da recorrente, sendo evidente que a esmagadora não laboraram para a empresa Rosa Maria – ME, sendo que os débitos referentes ao período anterior à constituição da empresa recorrente deverão ser lançados somente em nome dos responsáveis à época, qual seja, Rosa Maria ME, ante a impossibilidade da ocorrência de sucessão por incorporação. Argumenta que, caso ficasse comprovada a sucessão comercial, o que não ocorreu, no máximo poderia se imputar responsabilidade subsidiária ou supletiva a recorrente, caso Rosa Maria ME deixasse de cumprir com suas obrigações tributárias, porem jamais solidária, ante a continua exploração da atividade por Rosa Maria ME. Requer, por fim, a reforma da decisão no que tange à sua participação em eventual Grupo Econômico e à manutenção da sucessão por incorporação, para que os débitos de responsabilidade de Rosa Maria ME sejam lançados somente em seu nome e sob sua responsabilidade, e que seja mantida a decisão recorrida no que se refere à improcedência do valor lançado. As empresas consideradas integrantes do Grupo Econômico e solidárias pelo débito, FRIGORIFICO CAMPOS DE SAO JOSÉ LTDA, ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIORME e FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS, apresentaram recursos tempestivos, alegando, em síntese, desnecessidade de efetuar o depósito prévio e inexistência de formação de grupo econômico. A empresa ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIOR também alega que a decisão recorrida deixou de analisar os argumentos apresentados na impugnação e não apresentou qualquer fundamentação legal para manutenção do recorrente no pólo passivo, configurando evidente cerceamento do direito de defesa consagrado pela Constituição Federal. Sustenta que impossível vincular a participação do recorrente no alegado grupo econômico, pela evidente e inegável falta de elementos probatórios nos autos. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 6 A outra integrante do Grupo Econômico, no entender da fiscalização, a FRIGORIFICO CAMPOS DE SÃO JOSÉ LTDA, sustenta que não ocorreu qualquer atuação concomitante entre as empresas, nos termos explicados em impugnação, tanto que o relato da decisão declara que as empresas foram constituídas sucessivamente e não concomitantemente, sendo, portanto, latente a ilegalidade na decisão, afrontando as determinações legais, deturpando entendimentos entre sucessão e formação de grupo econômico. A empresa Frigosef alega que o Sr. Julgador cometeu equívocos ao aplicar norma posterior a fato anterior; ou seja, utilizou entendimento da IN n° 3, com alteração dada no ano de 2007. Entende que as disposições da Lei 6404/76 devem prevalecer sobre o que dispõe a IN n ° 3; levando ao entendimento pela impossibilidade de formação do grupo econômico. Aponta como sendo outra ilegalidade da decisão o embasamento da formação de grupo econômico em norma reguladora trabalhista, uma vez que a presente discussão versa sobre débitos tidos como fiscais e não trabalhista, não podendo, portanto, requerer aplicação de dispositivo da CLT a questão fiscal. Qualifica de equivocada a interpretação do art. 30, IX, da Lei 8112/91 c/c art. 124 do CTN e c/c art. 50 C.C, uma vez que o art. 124 do CTN trata de solidariedade e não de formação de grupo econômico, exigindo alguns requisitos para aplicação da solidariedade, o que no caso não ocorre. Lista algumas contradições que, no seu entendimento, ocorreram no Relatório Fiscal e reitera que jamais manteve qualquer relação comercial com as citadas empresas, até mesmo pela sua inatividade quando do inicio das atividades das empresas relacionadas pela fiscalização. Requer, por fim, que seja dado provimento ao recurso, com a conseqüente reforma da decisão recorrida. É o relatório. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 234 7 Voto Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os requisitos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice para seu conhecimento. Verificase, dos autos, que somente a notificada, MONALISA PEREIRA LOPES NOGUEIRA ME, e as empresas consideradas como integrantes do Grupo Econômico, FRIGOSEF FRIGOR. SEF DE S.J.DOS CAMPOS, FRIGORIFICO CAMPOS DE SAO JOSÉ LTDA e ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIOR ME, apresentaram recursos, sendo que as quatro insurgiramse contra a caracterização do Grupo Econômico, motivo pelo qual, no que se refere a essa matéria, seus recursos serão analisados em conjunto. Tanto a empresa notificada, MONALISA, quanto a solidária, ANDRÉ LUIZ NOGUEIRA JUNIORME, alegaram cerceamento de defesa por ter a decisão recorrida deixado de apreciar argumentos trazidos na impugnação. Entendem que a não apreciação, pelos julgadores, de tais argumentos configura violação do principio da ampla defesa e contraditório, bem como apresentase como evidente cerceamento do direito de defesa. Contudo, não se verifica o alegado cerceamento de defesa. Constatase que o Relator do Acórdão combatido demonstra a convicção do julgador diante dos fatos e argumentos que lhes foram apresentados, seja pela auditoria fiscal, seja pela notificada e responsáveis solidárias. Ocorre que os argumentos trazidos pela recorrente e demais integrantes do grupo econômico não foram suficientes para que os julgadores de primeira instância se convencessem da inexistência da formação do grupo econômico. A fiscalização expôs, com muita clareza e riqueza de detalhes, juntando, documentação comprobatória de suas afirmações, os motivos pelos quais entendeu que houve formação de grupo econômico de fato. O art. 59, do Decreto 70.235/72, dispõe que Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não restou demonstrado nos autos que houve cerceamento de defesa do notificado ou das demais empresas envolvidas, que demonstraram pleno conhecimento do que lhes esta sendo imputado. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 8 Constatase que o Relator do Acórdão recorrido apreciou todas as alegações apresentadas pelas impugnantes que, no seu julgamento, eram importantes para a tomada de decisão, já que, conforme jurisprudência do STJ, o órgão julgador não está obrigado a apreciar toda e qualquer alegação apresentada pela recorrente, mas tão somente aquelas que possuem o condão de formar ou alterar sua convicção. Assim, não há que se falar em cerceamento de defesa ou em ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. A recorrente alega que inexiste impedimento legal para que determinado escritório contábil cuide dos seus documentos e do açougue de seu irmão, ou que uma empresa possua um único fornecedor de um determinado produto, e que tais argumentos ferem o direito de livre exercício da profissão de contador, e coíbe a recorrente em procurar profissionais adequados, ou em poder negociar preço e condições de pagamento. Porém, ressaltese que em nenhum momento a fiscalização negou essa possibilidade ou o direito à livre iniciativa da recorrente. Na verdade, o que a autoridade notificante constatou em ação fiscal desenvolvida na empresa e demonstrou, no relatório da NFLD, foi a existência de um grupo econômico de fato entre a recorrente e as empresas relacionadas pela autoridade lançadora. Os fatos narrados pela fiscalização e confirmados pela recorrente apenas reforçam a convicção de que todas as empresas formam um grupo econômico de fato. O fato de as empresas pertencerem a um mesmo grupo familiar corrobora a afirmação da auditoria fiscal de que não existem vários, mas apenas um empreendimento industrial, ou seja, um grupo econômico de fato. A notificada argumenta que Grupo Econômico está previsto somente nas Sociedades Anônimas, não se aplicando às demais sociedades e que o empresário individual jamais poderá integrar ou ter a empresa integrada em qualquer tipo de grupo econômico e que, como nenhuma das empresas citadas no Relatório fiscal é enquadrada como S.A, sendo todas ou Individual ou Ltda, e nenhuma apresenta como sócio outra empresa tida como Sociedade Anônima, não há como caracterizar a formação de Grupo Econômico de Fato. Contudo, a realidade fática constatada pelo fisco e demonstrado nos autos é a de que a as empresas recorrentes, mesmo sendo microempresas ou Ltda, formam um grupo econômico de fato. A autoridade notificante constatou, e comprovou nos autos, que o Sr André Luiz Nogueira, sóciogerente das empresas Frigosef Frigor. Sef de S.J.Dos Campos e Frigorifico Campos De Sao José Ltda, sucessora do Frigorífico Mantiqueira, é pai da titular da recorrente e assinou os termos de rescisões de contratos de trabalhos de exempregados da empresa Monalisa Pereira Lopes Nogueira — ME E foi o mesmo André Luiz Nogueira quem firmou, em nome pessoal, contrato de locação de imóvel, bem como contrato de compromisso de compra e venda de maquinário e equipamento, com Rosa Maria Maciel Rodrigues, ambos relativos ao imóvel que seria instalado uma filial da recorrente, indicando que foi ele que assumiu pessoalmente a responsabilidade pelo aluguel e pagamento do maquinário da empresa Monalisa. Todos esses fatos, aliados aos demais narrados pela fiscalização, como, por exemplo, a constatação de que a empresa Monalisa adquire toda sua carne do Frigorífico Fl. 267DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 235 9 Campos de São José Ltda, do qual a titular da recorrente é ou foi empregada, reforçam a convicção de que a notificada e as empresas relacionadas no Relatório Fiscal formam um Grupo Econômico de fato. É oportuno observar que, apesar de intimadas por meio de TIAD, as empresas relacionadas não apresentaram os livros contábeis ou demais documentos que pudessem fazer prova de suas alegações. Dessa forma, da análise dos fatos apresentados e dos documentos juntados aos autos pela fiscalização, verificase a existência de uma simulação no procedimento adotado pela notificada em relação às empresas apontadas no RELFISC. Na definição de Clóvis Beviláqua, a simulação é uma declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado (Código Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado – 15ª Edição). O Código Civil Brasileiro de 2002 traz, no § 1o, do art. 167, as hipóteses em que fica configurada a ocorrência de simulação: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados E, conforme demonstrado nos autos, a situação verificada pela auditoria fiscal se enquadra perfeitamente no dispositivo legal transcrito acima. Segundo Orlando Gomes, ocorre simulação quando em um negócio jurídico se verifica intencional divergência entre a vontade real e a vontade declarada, com o fim de enganar terceiro (Introdução ao Estudo do Direito – 7ª Edição). E, de acordo com o art. 118, inciso I do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, em respeito ao Princípio da Verdade Material e pelo poderdever de buscar o ato efetivamente praticado pelas partes, a Administração, ao verificar a ocorrência de simulação, pode superar o negócio jurídico simulado para aplicar a lei tributária aos verdadeiros participantes do negócio. Fl. 268DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 10 O conceito de grupo econômico de fato e de direito pode ser extraído da Lei nº 6.404/1976, a Lei das Sociedades Anônimas, mas, ao contrário do que afirma a recorrente, não é somente a Lei das Sociedades Anônimas é que trata de grupo econômico A Lei 8.212/91, em seu art. 30, inciso IX, trata de grupo econômico de qualquer natureza, ou seja, de fato ou de direito. Além da Lei nº 8.212/1991, o sistema jurídico brasileiro trata dos grupos empresariais em outros diplomas legais, entre eles, a CLT que, em seu art. 2.º, § 2.º, estabelece, para efeitos da relação de emprego, a responsabilidade solidária de empresas que “estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica”; Também a Lei 8.884/1994, que dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, em seu art. 17, prevê a responsabilidade solidária de “empresa ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, que praticarem infrações da ordem econômica”. Da mesma forma, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990), em seu art. 28, prevê responsabilidade subsidiária para as “sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas”. Portanto, na presença de simulação, a auditoria fiscal tem o deverpoder de não permanecer inerte, pois tais negócios são inoponíveis ao fisco no exercício da atividade plenamente vinculada do lançamento, que no caso em tela encontra respaldo ainda no artigo 149, inciso VII do CTN que dispõe o seguinte: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: ......................................... VII quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; Nesse sentido e por tudo que foi exposto no Relatório Fiscal, entendo que restou caracterizada a existência de um Grupo Econômico, envolvendo todas as empresas arroladas pela fiscalização Da mesma forma, ficou evidenciado, nos autos, a ocorrência da sucessão. Relativamente à caracterização da sucessão da empresa Maria Maciel Rodrigues — ME por Monalisa Pereira Lopes Nogueira — ME, observase que a recorrente se instalou no mesmo prédio no qual, até então, funcionava a empresa Rosa Maria Maciel Rodrigues, continuando a exercer as mesmas atividades comerciais da empresa anterior, e adquirindo todos os seus equipamentos empregando parte de seus empregados. Assim, os elementos acima evidenciam a sucessão de fato, nos termos do art. 133, do CTN, e do art. 751, da IN 03/2005. Quanto ao argumento de que os débitos referentes ao período anterior a constituição da empresa recorrente devem ser lançados somente em nome dos responsáveis à época, qual seja, Rosa Maria ME, é oportuno observar que o débito lançado por meio da NFLD em discussão se refere a período posterior à constituição da empresa recorrente, e se Fl. 269DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 236 11 referem às contribuições dos segurados empregados, arrecadadas pela própria Monalisa quando do pagamento de suas remunerações. Portanto, toda empresa é obrigada a recolher a contribuição devida pelos segurados a seu serviço, arrecadadas mediante desconto quando do pagamento de suas remunerações, não lhe sendo lícito alegar omissão. E a fiscalização, cuja atividade é vinculada, ao constatar o não recolhimento das contribuições que a notificada confessou que deve, já que declarou em folha de pagamento, lavrou corretamente a presente NFLD, em observância aos mandamentos legais. Quanto aos recursos apresentados pelas demais empresas solidárias, que insurgiramse contra a formação de grupo econômico, passase, agora, à análise dos fatos trazidos aos autos. O Relatório Fiscal, no item "Caracterização do Grupo Econômico de Fato", bem como toda a documentação contida nos autos, trazem as seguintes informações relevantes: O Sr José Luiz Nogueira é sócio da Frigosef e da empresa Frigorífico Campos de São Jose Ltda, sucessora do Frigorífico Mantiqueira A empresa FRIGOSEF foi aberta com um capital social de R$ 950,00, para fazer funcionar um frigorífico que nasceu falido, diante de um arrendamento de R$ 15.000,00 e aquisição de matériaprima paga normalmente à vista , e somente a conta de energia elétrica deveria consumir todo o capital investido no primeiro mês de funcionamento. O Sr: Andre Luiz Nogueira, sócio gerente da FRIGOSEF desde 20/03/98 e do Frigorífico Campos de São Jose, assina documento pelas 2 empresas, como verificado no processo de beneficio de Hélio Soares de Lima (FRIGOSEF) e Processo Trabalhista nr. 82/2005 de Francisco das Chagas (FRIGOSEF) e recibos de férias, rescisões, cheques e outros pelo Frigorífico Mantiqueira Ltda. Verificouse, ainda, nos locais desses estabelecimentos, que o Sr. André Luiz Nogueira faz a verificação da falta de carnes bovinas e suínas, que somente o Frigorífico Campos de São Jose fornece. O Sr. André Luiz Nogueira Júnior é empregado do Frigorífico Campos de São José Ltda, e o Sr. André Luiz Nogueira assina documentos da empresa André Luiz Nogueira Junior ME Portanto, constatase que as empresas citadas têm, em comum, o fato de desenvolverem atividades vinculadas e complementares, evidenciandose, a partir do exame de seu quadro societário, uma estreita ligação entre todas elas. É importante destacar que essas participações societárias, no ensinamento de Verçosa (2006, p. 262/266), [..] podem ter o caráter de mero investimento e até mesmo ser acidentais, como ocorre nas hipóteses em que uma sociedade credora recebe ações ou quotas de outra sociedade devedora como resultado de um acordo. Mas tais participações podem compor um quadro mais amplo e profundo. [..] Do ponto de vista jurídico, a união de sociedades fundada Fl. 270DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 12 em relações de controle baseadas em participações de capital apresentase sob a forma de dois tipos de grupos: (t) de direito ou (ii) de fato. Os primeiros organizamse formalmente por meio da celebração de um contrato denominado convenção de grupo.Os segundos são aqueles assim considerados em vista do puro e simples fato da existência de uma ou mais sociedades que, individualmente ou em conjunto, pode(m) determinar os destinos das sociedades que abaixo dela(s) s coloca(m) na cadeia de comando. (g.n.). De todo o conjunto probatório examinado, o meu convencimento caminha na direção da existência de inúmeros elementos indicativos de um poder de controle de certo modo centralizado, ou, pelo menos, harmonizado com os interesses comuns das empresas. É patente, no caso em tela, a configuração de empresas atuando com objetivos correlatos, constatandose várias operações a demonstrar, no mínimo, uma coordenação entre as empresas; fato reforçado em razão de que, basicamente, as mesmas pessoas exercem, direta ou indiretamente, a administração dos negócios do grupo. Cumpre observar que não é o mero fato da relação de parentesco que vai indicar a existência de um grupo econômico, mas , no caso específico sob exame, a forma peculiar como estão dispostos, societariamente, o controlador principal (Sr. André Luiz Nogueira), e as outras empresas citadas pela fiscalização. Vale esclarecer que o sentido de grupo econômico não se restringe mais à interpretação literal do art. 2o, § 2o, da CLT, no sentido de se ter uma empresa controladora, admitindose também existir apenas coordenação entre as empresas e, nesse sentido, dispõe a jurisprudência: EMENTA: GRUPO ECONÔMICO DE FATO – CARACTERIZAÇÃO. O § 2o, do art. 2o da CLT deve ser aplicado de forma mais ampla do que seu texto sugere, considerandose a finalidade da norma, e a evolução das relações econômicas nos quase sessenta anos de sua vigência. Apesar da literalidade do preceito, podem ocorrer, na prática, situações em que a direção, o controle ou a administração não estejam exatamente nas mãos de uma empresa, pessoa jurídica. Pode não existir uma coordenação, horizontal, entre as empresas, submetidas a um controle geral, exercido por pessoas jurídicas ou físicas, nem sempre revelado nos seus atos constitutivos, notadamente quando a configuração do grupo quer ser dissimulada. Provados o controle e direção por determinadas pessoas físicas que, de fato, mantém a administração das empresas, sob um comando único, configurado está o grupo econômico, incidindo a responsabilidade solidária. PROCESSO TRT/15a REGIÃO – Nº 00902200108315000RO 922352/2002RO9) Assim, entendo que restou caracterizada a formação do grupo econômico entre as empresas citadas, pois existe interesses comuns entre as mesmas pessoas, indicadas pela fiscalização, que comandam e dirigem o empreendimento. A fiscalização fundamentou o lançamento na responsabilidade solidária de que trata o inciso IX, do art 30, da Lei 8.212/91. Responsabilidade Solidária é a obrigação legalmente imposta aos integrantes do grupo econômico de qualquer natureza de responder pelas obrigações previdenciárias, isoladamente ou em conjunto, consoante art. 30, IX, da Lei 8.212/91. Fl. 271DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 17546.000727/200715 Acórdão n.º 2301002.729 S2C3T1 Fl. 237 13 Portanto, por determinação legal, todas as empresas que integram o grupo econômico respondem solidariamente, entre si, pelas obrigações decorrentes da Lei 8.212/91. As recorrentes alegam que o Sr. Julgador cometeu equívocos ao aplicar norma posterior a fato anterior, ou seja, utilizou entendimento da IN n° 3, com alteração dada no ano de 2007. Entende que as disposições da Lei 6.404/76 devem prevalecer sobre o que dispõe a IN n° 3; levando ao entendimento pela impossibilidade de formação do grupo econômico. Contudo, a responsabilidade solidária pelo débito foi fundamentada no artigo 30, IX, da Lei 8.212/91 e no art. 222, do RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99, normas legais que devem ser observadas pela autoridade fiscal, tendo em vista sua atividade vinculante. E a menção da IN 03/2005 pela autoridade julgadora não se trata de retroação da norma, conforme entenderam de forma equivocada as recorrentes, uma vez que o referido normativo legal é de 2005 e, portanto, se encontrava em vigor quando da lavratura do AI, e o julgador apenas citou, para reforçar sua argumentação e se contrapor aos argumentos das recorrentes, o artigo com redação vigente à época da emissão do Acórdão recorrido, o que não invalida a decisão combatida. A IN 03/05 foi trazida pela autoridade julgadora por ser o normativo vigente quando da emissão do Acórdão, e a IN 20/2007, que deu nova redação ao inciso I, do citado artigo 179, do referido normativo legal, apenas acrescentou a expressão “conforme previsto no inciso IX do art.30, da Lei 8.212 de 1991” Assim, a IN 03/05, em sua redação original e vigente quando da lavratura do AI, já estabelecia, no inciso I, do seu art. 179, que as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, são responsáveis solidárias, entre si, pelo cumprimento da obrigação previdenciária principal. Nesse sentido, não merece reparos o Acórdão recorrido. Dessa forma, verificase que a NFLD foi lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente notificante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem a Notificação, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura da NFLD e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à notificada. Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, Fl. 272DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA 14 VOTO no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora . Fl. 273DF CARF MF Impresso em 08/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 25 /05/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 08/06/2012 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000295/2008-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Previdenciária
Salário-Educação sobre participação nos lucros Período de apuração: 01/01/1998 a 30/08/2003 RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. A recorrente requereu a desistência do recurso interposto, eis que ingressou no parcelamento previsto pela Lei nº 11.941/09. RECURSO DE OFÍCIO.
VEDAÇÃO DO REFORMATIO IN PEJUS Vedado em sede de recurso de ofício aplicar prazo decadencial que piore a situação da Fazenda Nacional.
Numero da decisão: 2301-002.637
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do Relator.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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NÃO CONHECIMENTO. A recorrente requereu a desistência do recurso interposto, eis que ingressou no parcelamento previsto pela Lei nº 11.941/09. RECURSO DE OFÍCIO. VEDAÇÃO DO REFORMATIO IN PEJUS Vedado em sede de recurso de ofício aplicar prazo decadencial que piore a situação da Fazenda Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do Relator. Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Damião Cordeiro de Moraes (vicepresidente), Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva, Bernadete de Oliveira Barros e Adriano Gonzales Silvério. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Relatório Tratase de Auto de Infração nº 37.108.2595, o qual exige o valor total originário de R$ 11.644.029,94, referente à parcela devida pelo sujeito passivo, segurados empregados, financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas aos terceiros (SESI, SENAI, SEBRAE, SALÁRIO EDUCAÇÃO e INCRA). De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 39 a 44, a lavratura do aludido Auto de Infração se deve em decorrência da Fiscalização ter apurado a informação de que o fato gerador das contribuições previdenciárias foi o pagamento aos empregados de “Participação nos lucros ou resultados da empresa – PLRE”, sem que tenham sido atendidos os requisitos legais. O sujeito passivo apresentou tempestivamente sua impugnação alegando a ocorrência da decadência sobre o direito da Fiscalização constituir o crédito tributário em tela. Além disso, sustenta ainda o seu direito constitucional de poder excluir do conceito de remuneração os valores pagos aos seus empregados a título de participação nos lucros, desembolsados em decorrência de acordo previamente estabelecido, motivo pelo qual não deveria essa parcela integrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias em questão. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo julgou parcialmente procedente a impugnação, apenas para reconhecer, com base na edição da Súmula nº 8 do E. STF, a decadência para as competências entre 01/1998 e 09/2001, declarando extintos os créditos tributários constituídos nesse período, recorrendo de ofício ao presente E. Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O contribuinte, por seu turno, interpôs recurso pleiteando a aplicação da decadência de acordo com a Súmula 08 do STF e, posteriormente requereu sua desistência em virtude de ingresso no parcelamento previsto na Lei nº 11.941/09, noticiado às fl. 245 a 300. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério Recurso Voluntário Como se depreende da narrativa dos fatos verificase que a ora Recorrente protocolou nos autos do presente processo administrativo o “Pedido de Desistência Recurso Administrativo” (fl. 245 a 300), por meio do qual manifestou expressamente o seu interesse de desistir do seu direito de interposição do Recurso Voluntário na presente demanda administrativa, renunciando, assim, quaisquer alegações de direito sobre as quais se Fl. 334DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 19515.000295/200816 Acórdão n.º 2301002.637 S2C3T1 Fl. 302 3 fundamentam o referido recurso, como requisito para ingresso no parcelamento previsto pela Lei 11.941/09. Diante do exposto não conheço do recurso voluntário. Recurso de Ofício A razão pela qual foi interposto o recurso de ofício decorre do acolhimento da decadência quinquenal, conforme prescreve a Súmula 08 do STF. Na r. decisão recorrida, a autoridade julgadora entendeu por aplicar o prazo previsto no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, declarando decaídas as competências verificadas entre 01/1998 e 09/2001. Entendo que no caso concreto deva ser considerada a totalidade da folha de salários do sujeito passivo, a fim de se verificar a decadência, o que ensejaria a aplicação do artigo 150, § 4º do Código Tributário Nacional, haja vista que o Fisco apenas verificou, no meu entender, que houve recolhimento parcial de tributo, já que lançou apenas valores pagos a título de PLR, considerando, portanto, que houve pagamento das contribuições em relação aos salários e remunerações aos segurados a serviço. Ocorre que, aplicar o artigo 150, § 4º do CTN agravaria a situação do Fisco, pois outras competências seriam alvo da decadência, o que é vedado nessa fase recursal dado o princípio do reformatio in pejus. Ora, se o recorrente devolve a matéria a esse E. Conselho (tantum devolutum, quantum appellatum) objetivando reformar a decisão recorrida para melhor sob o seu ponto de vista, é vedado ao órgão julgador, ao apreciar esse recurso, aplicar solução que piore a sua situação. Assim, em homenagem ao princípio da proibição da reformatio in pejus, nego provimento ao recurso de ofício. Ante o exposto, VOTO no sentido de NÃO CONHECER o recurso voluntário, e quanto o recurso de ofício, NEGOLHE PROVIMENTO, mantendose a decisão a quo tal como proferida. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 335DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/05 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 10670.001397/2007-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 13 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Data do fato gerador: 01/01/1999, 01/01/2003
DÍVIDA À SEGURIDADE SOCIAL, CORRESPONDENTE A
CONTRIBUIÇÃO PATRONAL E DE SEGURADOS. FINANCIAMENTO.
Há incidência dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e contribuição para terceiros SEST e SENAT, incidentes sobre o valor correspondente à remuneração na contratação de frete e carreto e demais serviços prestados pelo contribuinte individual. detrminação da lei 10.666/03. Agente políticos lei
10.887/2004 incidência de contribuição.
DECADÊNCIA.
Havendo recolhimento há de ser aplicado o artigo 150, Parágrafo 4 do CTN.
E é o que ocorre no presente caso, excluindo do lançamento as contribuições apuradas até a competência 08/2001, anteriores a 09/2001.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 2301-002.022
Decisão: Acordam os membros do colegiado, [I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir do lançamento as contribuições apuradas até a competência 08/2001, anteriores a 09/2001, devido à aplicação da regra
decadencial expressa no § 4°, Art. 150 do CTN, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva José Silva, que votou pela aplicação do inciso I, Art. 173 para os
fatos geradores não homologados tacitamente até a data do pronunciamento do Fisco com o início da fiscalização; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento às demais
alegações apresentadas pela Recorrente, nos termos do voto do Relator
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA
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FINANCIAMENTO. Há incidência dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e contribuição para terceiros SEST e SENAT, incidentes sobre o valor correspondente à remuneração na contratação de frete e carreto e demais serviços prestados pelo contribuinte individual. detrminação da lei 10.666/03. Agente políticos lei 10.887/2004 incidência de contribuição. DECADÊNCIA. Havendo recolhimento há de ser aplicado o artigo 150, Parágrafo 4 do CTN. E é o que ocorre no presente caso, excluindo do lançamento as contribuições apuradas até a competência 08/2001, anteriores a 09/2001. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, [I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir do lançamento as contribuições apuradas até a competência 08/2001, anteriores a 09/2001, devido à aplicação da regra decadencial expressa no § 4°, Art. 150 do CTN, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva José Silva, que votou pela aplicação do inciso I, Art. 173 para os fatos geradores não homologados tacitamente até a data do pronunciamento do Fisco com o início da fiscalização; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento às demais alegações apresentadas pela Recorrente, nos termos do voto do Relator] (assinado digitalmente) Fl. 181DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 2 MARCELO OLIVEIRA Presidente. (assinado digitalmente) WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA Relator. Relatório Consta do Relatório Fiscal que a NFLD foi exarada em razão de a Prefeitura Municipal de Francisco de Sá dever contribuições à Seguridade Social, correspondente a contribuição patronal, contribuição de segurados e financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e contribuição para terceiros SEST E SENAT, incidentes sobre o valor correspondente à remuneração na contratação de frete e carreto e pelos demais serviços prestados pelo contribuinte individual. Constatase do Relatório Fiscal que foram examinados os seguintes documentos: i) folhas de pagamento; ii) notas de empenho; iii) recibos de pagamento e Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP. O Procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, sendo precedida de Mandado de Procedimento Fiscal — MPF e MPFs complementares de n° 09290295, fls. 117/120, tendo a documentação sido solicitada através do Termo de Intimação para Apresentação de Documentos — TIAD de fls. 121/122. A Recorrente foi cientificada da NFLD em 26/09/2006, e apresentou impugnação, fls. 134/152, que , em apertada síntese alegou: I – Em preliminar aduz que o MPF é nulo, pois não contém a assinatura da autoridade emissora. Cita o Decreto 3.969/01. Requer a nulidade do lançamento fiscal, com base no parágrafo único do artigo 32 da Portaria MPS 520/2004. II – Em matéria de direito, a primeira tese de defesa argumenta que o Discriminativo Analítico de Débito — DAD não traz os valores originários das contribuições devidas, nem os valores anteriormente recolhidos. III – Fala que não foram indicados os documentos utilizados para levantamento do débito. IV Nega a existência de remunerações não declaradas em GFIP e afirma que as pessoas físicas e jurídicas relacionadas no Relatório de Lançamentos RL não prestaram serviços ao Município Francisco Sá. V Nega também os fretes oriundos de transportadores autônomos. VI Diz que foram elencados como contribuintes do RGPS os agentes políticos, o que é inadmissível. VII Afirma que a conclusão regular do processo administrativo é pressuposto para a inscrição da dívida previdenciária. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10670.001397/200701 Acórdão n.º 230102.022 S2C3T1 Fl. 182 3 VIII – Diz da aplicação do artigo 173 do Código Tributário Nacional alegando a decadência em cinco anos, razão assaz que justifica a prescrição do débito levantado nos anos de 1999 a 2000 está prescrito. IX Alega que o lançamento previdenciário não pode ser feito de forma presumida. X – Diz que a que a contribuição cobrada, sem estar relacionada a empregado específico, importa em enriquecimento ilícito da Previdência Social. Ao final, pelas razões expostas, requer que seja declarado nulo o lançamento do crédito lançado pela fiscalização. Eis em apertada síntese o relato dos fatos Voto Conselheiro wilson antonio de souza correa A Recorrente obedeceu aos prazos para interposição das peças defensivas, tanto a impugnação quanto ao Recurso aviado, razão pela qual deve ser conhecido. Da Preliminar Quanto a alegação preliminar de nulidade do lançamento fiscal, com base no parágrafo único do artigo 32 da Portaria MPS 520/2004, não assiste razão a Recorrente, eis que o Mandado de Procedimento Fiscal é assinado eletronicamente conforme prevê o artigo 7°, parágrafo 5°, da Portaria MPS/SRP n° 3.031, de 16 de dezembro de 2005, de formas que não há como declarar a desejada nulidade do MPF, tão pouco do lançamento de crédito. Neste sentido há diversas decisões desse e. Conselho reconhecendo a aplicação da portaria supra, mas, peço vênia para juntar um recente. ‘In verbis’: Recurso voluntário n 257212 Primeira Turma/Quarta Câmara/Segunda LOCCAR LOCADORA DE VEICULOS LTDA. Recurso Voluntário Dado Provimento Parcial Por Unanimidade Relator(a) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Nº Acórdão 240100218 Fl. 183DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 4 Decisão Ementa Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/1996 a 31/03/2001 CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL ASSINATURA DA AUTORIDADE OUTORGANTE NO MPF FISCALIZAÇÃO REALIZADA POR AUDITOR DE OUTRA CIRCUNSCRIÇÃO FALTA DE MOTIVAÇÃO SUPOSTA AUSÊNCIA DA DESCRIÇÃO DO FATO GERADOR. Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente. Não só o relatório fiscal se presta a esclarecer as contribuições objeto de lançamento, como também o DAD Discriminativo analítico de débito, que descreve de forma pormenorizada, mensalmente, a base de cálculo, as contribuições e respectivas alíquotas. Sem contar, ainda, o relatório FLD Fundamentos Legais do Débito que traz toda a fundamentação legal que embasou o lançamento. Desnecessária a assinatura nos MPF da autoridade emissora, tendo em vista o reconhecimento da assinatura eletrônica, nos termos do art. 7º da Portaria MPS/SRP nº 3031, descrita no próprio documento. O auditor fiscal, pode a critério da administração ser designada para realizar fiscalizações em todo o território nacional, desde que para isso esteja investido de competência para atuar em domicílio tributário diverso da sua lotação inicial. O instrumento que o autoriza a realizar o procedimento na empresa é o Mandado de Procedimento Fiscal, que na verdade investe a autoridade fiscal para atuar naquele procedimento, Portanto, nenhuma nulidade existe se formalmente designado para realizar o procedimento. A utilização da aferição indireta é cabível sempre que não seja possível a correta identificação dos fatos geradores. O auditor prestou os esclarecimento necessários que embasaram o lançamento, pois a não apresentação da documentação durante o procedimento fiscal acarreta a responsabilidade do infrator invertendose o ônus da prova. O fato de a empresa ter apresentado boletim de ocorrência não é suficiente para afastar a exigência fiscal. Em ocorrendo um sinistro deve a empresa, o mais rápido possível, procurar meios de reconstituir os documentos, visando o cumprimento da legislação tributária. O contribuinte resumiuse a atacar a validade do procedimento fiscal, sem refutar, qualquer dos fatos geradores apurados, pelo contrário atacou lançamentos em relação a retenção de 11%, sem fazer referência a contratação de transportador autônomo objeto desta NFLD, conforme descrito no relatório fiscal, DAD e FLD . Dessa forma, em relação aos fatos geradores objeto da presente notificação, como não houve recurso expresso aos pontos da DecisãoNotificação (DN) presumese a concordância da recorrente com a DN. Uma vez que houve concordância, lide não se instaurou e, portanto, deve ser mantida a DecisãoNotificação. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: “Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário””. No presente caso, os fatos geradores ocorreram entre as competências 12/1996 a 03/2001, o lançamento foi realizado em 19/10/2005, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido em 27/10/2005. Dessa forma, em se tratando de diferenças de contribuições inclusive com a descrição de recolhimentos, considero aplicável o art. 150, §4º, assim, decadentes as contribuições até 09/2000. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Destaque nosso. Quanto a ausência, no DAD – Discriminativo Analítico de Débito, de valores originários dos valores das contribuições devidas, tenho que não assiste razão à parte Defendente, mormente porque, ao contrário do que alega, o Discriminativo Analítico de Débito tem como objeto, e o próprio nome já diz, discriminar, por levantamento, competência e item de cobrança, os valores originários das contribuições devidas pelo sujeito passivo, as alíquotas Fl. 184DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10670.001397/200701 Acórdão n.º 230102.022 S2C3T1 Fl. 183 5 utilizadas, os valores já recolhidos, as deduções legalmente permitidas e as diferenças existentes. Assim, neste quesito, acertada o Acórdão ‘a quo’, não merecendo qualquer reforma. A Recorrente alega que não foram indicados os documentos para o lançamento do débito, o que não é verdade, e, para tanto, basta COMPULSAR os autos, mormente no Relatório Fiscal, fls. 124/125, item 5, que verá: OS DOCUMENTOS EXAMINADOS, PELA FISCALIZAÇÃO, FORAM OS SEGUINTES: • Folhas de Pagamento; • Notas de Empenho; • Recibos de Pagamento; • GFIP Guia de recolhimento do Fundo de Garantia e informações a Previdência Social; Da inexistência de remunerações não declaradas em GFIP, afirmando que as pessoas físicas e jurídicas relacionadas no Relatório de Lançamentos RL não prestaram serviços ao Município Francisco Sá, outra sorte não tem senão a improcedência, já que a simples negação de existência de remunerações não declaradas em GFIP, que as pessoas físicas relacionadas no Relatório de Lançamentos RL não prestaram serviços ao Município Francisco Sá e que não existiram os fretes oriundos de transportadores autônomos, é insuficiente para desconstituir o lançamento que não foi presumido, uma vez que a fiscalização efetuou os lançamentos com base em documentos apresentados pela própria Recorrente. Ademais, a alegação não foi corroborada por nenhuma outra prova, que deveria ter sido carreada pela parte Defendente, uma vez que o ônus era seu, segundo dinâmica do artigo 333, II do CPC, e não o fez. Então, correto está o lançamento de crédito, também neste quesito. Do lançamento do crédito a agentes políticos, mister se diga que a alínea ‘J’ do inciso I do artigo 12, assim reza: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I – como empregado: a) OMISSIS.. ..... j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela Lei nº 10.887, de 2004) Para os latinos a clareza da lei cessa sua interpretação. E, como não apresentou a Recorrente nenhum vinculo à regime próprio de previdência social, seria indevido o lançamento de crédito aviado, mas, ocorre que não foi apresentado lançamentos de Fl. 185DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA 6 contribuições relativas a valores pagos a agentes políticos no período apurado. Razão pela qual não há razão do inconformismo da Recorrente. Alega que a conclusão regular do processo administrativo é pressuposto ‘sine qua non’, para a inscrição da dívida ativa previdenciária, o que assiste razão ao Recorrente, e, como houve a conclusão do processo administrativo, sem nenhuma anomalia, igual razão assiste o lançamento do crédito previdenciário através da NFLD em questão. Referente ao prazo decadencial, tenho que assiste razão a Recorrente, aplicandolhe o disposto no artigo 150, § 4° do CTN. É que o STF, em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. O texto constitucional em seu art. 103A não deixa margem de dúvidas quando da aprovação da súmula vinculando toda a administração pública ao cumprimento de seus preceitos. ‘In verbis’: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Assim, tenho que o CARF é obrigado a aplicar o que foi decidido no STF, de imediato, julgando a decadência qüinqüenal. E, em o STF ter declarado inconstitucional o artigo 45 da Lei n º 8.212 prevalecem as disposições contidas no Código Tributário Nacional – CTN, quanto ao prazo para a autoridade previdenciária constituir os créditos resultantes do inadimplemento de obrigações previdenciárias. Assim, da aplicação da decadência no prazo de cinco anos, assiste razão a Recorrente, aplicandolhe ao caso o artigo 173, I do CTN, o que deve, portanto, incidir sobre o crédito previdenciário lançado em 2006, somente àqueles de 2002 para diante. Da alegação que o lançamento previdenciário não pode ser feito de forma presumida assiste razão a Recorrente. Todavia, manejando os autos vêse que dos documentos averiguados pelo Auditor Fiscal estes embasaram o lançamento do crédito previdenciário, afastando de fez o alegado lançamento presumido. Sendo improcedente a alegação da Recorrente. Finalmente, quanto a alegação do enriquecimento ilícito da previdência diante da ausência da relação de empregado específico, melhor sorte não acolheu a tese da Recorrente, porque o Relatório de Lançamento relacionaos, veja fls. 31 à 89 dos autos. Fl. 186DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA Processo nº 10670.001397/200701 Acórdão n.º 230102.022 S2C3T1 Fl. 184 7 CONCLUSÃO Diante de todo exposto acima, julgo parcialmente procedente o recurso voluntário aviado, somente para reconhecer o prazo decadencial de 5 anos, conforme determina o Artigo 150, § 4° do CTN, já que houve antecipação. E, do mais, julgo procedente o lançamento do crédito previdenciário. É como voto. Sala das Sessões, 13 de abril de 2011. (assinado digitalmente) WILSON ANTONIO DE SOUZA CORRÊA Relator Fl. 187DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/07/2012 por WILSON ANTONIO DE SOUZA COR REA
score : 1.0
Numero do processo: 13603.004972/2007-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SAT. DECADÊNCIA TOTAL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras de decadência estabelecidas no Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. Recurso de Ofício Negado. Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 2301-002.970
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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SAT. DECADÊNCIA TOTAL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras de decadência estabelecidas no Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. Recurso de Ofício Negado. Crédito Tributário Exonerado. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Mauro Jose Silva, Damiao Cordeiro de Moraes, Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete De Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório 1. Tratase de recurso de ofício interposto pela julgadora de primeira instância (Delegacia da Receita Federal do Brasil em Contagem MG) em razão de decisão que julgou improcedente o lançamento e declarou a extinção do crédito tributário lançado em face da contribuinte SOCORRO COSTA LTDA na forma do artigo 173, I do Código Tributário Nacional (CTN). 2. Segundo o relatório fiscal, o débito lançado contra o contribuinte referese às contribuições previdenciárias devidas ao INSS e destinadas ao custeio da Seguridade Social, ao financiamento das prestações por acidente de trabalho SAT e benefícios concedidos em razão da incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, e a outras Entidade e Fundos, contribuições estas incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados (fl. 46). 3. O contribuinte foi devidamente intimado e apresentou impugnação pelas seguintes razões de fato e de direito a saber: “A análise da notificação de lançamento demonstra de maneira clara que a, mesma não pode subsistir, tendo em vista a exação de várias parcelas caducas, ilegais ou inconstitucionais” (f. 53). 4. O colegiado de primeira instância entendeu que o lançamento foi improcedente restando o julgado ementado nos termos que passo a transcrever abaixo: “DECADÊNCIA QUINQUENAL. A decadência das contribuições previdenciárias operase em 05 (cinco) anos em face da declaração de inconstitucionalidade Fl. 2DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13603.004972/200719 Acórdão n.º 2301002.970 S2C3T1 Fl. 2 3 formal dos art. 45 46 de Lei 8.212/91 pelo Supremo Tribunal Federal. Lançamento Improcedente”. 5. Justifica a autoridade julgadora o recurso de ofício conforme expressamente previsto no art. 34, do Decreto n° 70.235 de 1972, “a autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão de exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total, lançamento principal e decorrentes, a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda”. 6. Dessa forma, em cumprimento do dispositivo supra mencionado, os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DA DECADÊNCIA 2. Preliminarmente, é importante que seja feita a análise da decadência, tendo em vista o prazo quinquenal previsto no Código Tributário Nacional (CTN). 3. Sobre essa questão, cumpre dizer que, nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: “Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantém se hígida a legislação anterior, com seus prazos quinquenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. 4. Os efeitos da Súmula Vinculante estão previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentados pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” 5. Ainda sobre o assunto, a Lei n° 11.417, de 19 de dezembro de 2006, dispõe o que segue: “Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração Fl. 4DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13603.004972/200719 Acórdão n.º 2301002.970 S2C3T1 Fl. 3 5 pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.” 6. Assim, como demonstrado, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. 7. Dessa forma, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência, prevista no Código Tributário Nacional – CTN se aplica ao caso concreto. 8. Compulsando os autos depreendese do relatório fiscal que a autuação foi lavrada contra o contribuinte e recebida em 20/02/2007, referente às contribuições do período de 01/01/1997 a 31/12/1998, assim, constatase que independentemente da regra a ser aplicada, artigos 173, inciso I ou 150, § 4º, do CTN, encontramse decaídas em sua totalidade as contribuições levantadas pelo fisco. CONCLUSÃO 9. Pelo exposto, voto por CONHECER do RECURSO DE OFÍCIO para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, uma vez que todo o débito encontram decaído. Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 13103.000310/2003-79
Turma: Primeira Câmara
Seção: Terceiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2006
Data da publicação: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2006
Ementa: EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DE ENERGIA ELÉTRICA – O Sistema de Direito Positivo não estabelece vínculos legislativos que possibilite à Administração pública efetivar a compensação do empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica em favor da Eletrobrás com tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO
Numero da decisão: 301-32744
Decisão: Decisão: Por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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Recorrida : DREBRASÍLIA/DF EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DE ENERGIA ELÉTRICA — O Sistema de Direito Positivo não estabelece vínculos legislativos que possibilite à Administração pública efetivar a compensação do empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica em • favor da Eletrobrás com tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. • RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, na forma do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. U\n.. OTACíLIO D S ARTAXO Presidente . dig~ ,41r LUIZ ROBERTO DOMINGO Relator • • Formalizado em: . 11 4 JUL 2006 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: José Luiz Novo Rossari, Valmar Fonsôca de Menezes, Atalina Rodrigues Alves, Susy Gomes Hoffmaim, Irene Souza da Trindade Torres e Carlos Henrique Klaser Filho. ccs • Processo n° : 13103.000310/2003-79 • Acórdão n° : 301-32.744 RELATÓRIO Trata-se Recurso Voluntário interposto pela contribuinte contra decisão prolatada pela DRJ — BRASILIA/DF, que indeferiu Pedido de Compensação de Tributos Administrados pela Secretaria da Receita Federal com Títulos da Dívida Pública (ELETROBRÁS), com base nos fundamentos consubstanciados na seguinte ementa: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES COMPENSAÇÃO — OBRIGAÇÕES DA ELETROBRÁS — TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA• As obrigações da Eletrobrás não estão arroladas entre o títulos • aceitos para pagamento de qualquer tributo federal, somente as LTN — Letras do Tesouro Nacional, as LFT — Letras Financeiras do • Tesouro e as NTN — Notas do Tesouro Nacional têm poder liberatório para pagamento de qualquer tributo federal, conforme art. 6°. Da Lei 10.179/2001.• O instituto da compensação é forma de extinção do crédito tributário distinta do pagamento, realiza-se pelo encontro de contas débitos "versus" créditos passíveis de restituição, nas condições e sob as garantias estipuladas pela lei (arts. 170 e 156, incisos I e II do CTN). Solicitação Indeferida. Intimado da decisão de primeira instância, em 18/08/2004, a • Recorrente interpôs Recurso Voluntário, em 03/09/2004, no qual alega que: a) É inegável a natureza jurídica tributária dos títulos da Eletrobrás , haja vista, serem uma modalidade de devolução do empréstimo compulsório sobre energia elétrica instituído pela Lei 4.156/62, possuindo, por isso, natureza/essência jurídica eminentemente • tributária, viabilizando, consequentemente, a pretendida compensação tributária;. A jurisprudência pacificou-se no sentido de tratar-se de forma lícita de devolução do empréstimo compulsório; b)0 direito de compensar é decorrência natural da garantia dos direitos de crédito, combinado com o princípio constitucional da isonomia. A compensação é na verdade um efeito inexorável da isonomia entre os sujeitos das obrigações jurídicas. 2 Processo n° : 13103.000310/2003-79 • Acórdão n° : 301-32.744 c)A possibilidade de quitação de tributos federais com as Obrigações da Eletrobrás decorre da responsabilização solidária da União Federal pelo resgate de tais créditos; d)A época da instituição era a Secretaria da Receita Federal órgão competente para a fiscalização do referido tributo; e)Os créditos oferecidos tem natureza tributária, são devidos, solidariamente pela União e a Lei 10.179/2001 prevê no seu art.& a utilização de título da divida pública para quitação de qualquer tributo federal (ao portador), de responsabilidade de seus titulares pelo seu resgate; O O procedimento adotado pela autoridade administrativa encontra- se em desacordo com a legislação federal vigente. • Em seu pedido requer, em suma: seja dado provimento ao Recurso Voluntário. É o relatório. .;17 • 111 • 3 • Processo n° : 13103.000310/2003-79 • Acórdão n° : 301-32.744 VOTO Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator Conheço do Recurso Voluntário por ser tempestivo, por atender aos requisitos regulamentares de admissão e por conter matéria de competência deste Conselho. A questão já foi apreciada por esta Câmara com voto de escol dos Ilustres Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, José Luiz Novo Rossari, Irene Torres e Susy Hoffinann, cujo voto adoto como razões de decidir: • 1. Recebimento do Recurso Preliminarmente, recebe-se o presente processo por entender que cabe ao 3° Conselho de Contribuintes o deslinde deste processo administrativo, consoante indicado no artigo 9 0, inciso XIX do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, eis que é órgão competente para apreciar matéria relacionada a empréstimo compulsório e assuntos correlatos, conforme se depreende do texto normativo: Art. 9° Compete ao Terceiro Conselho de Contribuintes julgar os • recursos de oficio e voluntários de decisão de primeira instância sobre a aplicação da legislação referente a: • XIX - tributos e empréstimos compulsórios e matéria correlata não incluídos na competência julgadora dos demais Conselhos ou de outros órgãos da Administração Federal. (Inciso incluído pelo art. 2° da Portaria MF n° 1.132, de 30/09/2002) Outrossim, deve-se considerar que, nos dizeres do Prof. Heleno Taveira Torres: o Conselho de Contribuintes da Fazenda é órgão da Estrutura do Ministério da Fazenda e atua, dentro dos limites que lhe foram conferidos por lei (Dec. N° 70.235/72), desde 1931 (Dec. N° 20.350/31), com autonomia e independência, garantindo aos cidadãos-contribuintes apreciação mais justa e, independente e de resultados muito mais jurídicos, tendo em vista, principalmente, a 4 Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 sua composição paritá ria (igual número de representantes dos contribuintes e da Fazenda).1 Assim, em que pese a alegação do Nobre Relator da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, aduzindo que a SRF só pode • restituir tributos que por ela sejam administrados, não sendo possível entender a qualquer pedido administrativo de restituição ou compensação de tributos com supostos créditos oriundos de cautelas ao portador emitidas pela própria Eletrobrás em decorrência do empréstimo compulsório, anota-se, desde de já, que este argumento não será óbice para ampla manifestação do Conselho, órgão autônomo e independente, até em vista do disposto no já citado artigo 9°, inciso XIX do Regimento Interno. • O recurso está processado regularmente, motivo pelo qual deve ser conhecido. No mérito, passo a decidir. • Há que se considerar para a análise da questão que, praticamente, todas as questões aventadas no presente recurso já foram decididas reiteradamente pelo Poder Judiciário, por meio de seus Tribunais Superiores, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. 2. Natureza Jurídica do Empréstimo Compulsório Notadamente, pode-se afirmar, sem maiores devaneios jurídicos, que o empréstimo compulsório é sim uma espécie de tributo, consoante anotado no próprio artigo 148 da Constituição Federal. Neste sentido: "STF — "O empréstimo compulsório é espécie tributária" (STF — RE n° 148.956 — Rel. Ministro Celso de Mello — RDA 200/129)." • Esta tese foi acolhida por Amílcar de Araújo Falcão2, Alfredo Augusto Becker3; Aliomar Baleeiro4 e Geraldo Atalibas. • Portanto, completamente superada a discussão acerca da natureza • tributária do empréstimo compulsório. 3. O Empréstimo Compulsório em favor da Eletrobrás — Breve Evolução Legislativa Direito Tributário e Processo Administrativo Aplicados", Heleno Taveira Tõrres e outros, Quartier Latin, pg. 86, 2005. 2 "Empréstimo Compulsório e Tributo Restituível — Sujeição ao Regime Jurídico Tributário", in Revista de Direito Público, vol. 06, pp. 22 a 47. 3 Teoria Geral de Direito Tributário, 2' ed., SP, Saraiva, 1972, pp. 357 a 359. 4 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar, 3' ed., Forense, RJ, 1974, pp. 297 a 30 5 Sistema Constitucional Tributário Brasileiro, SP, RT, 1966, p. 289. 5 • Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 No mais, sabe-se que a instituição de empréstimo compulsório em beneficio da Eletrobrás surgiu com a Lei Ordinária n° 4.156 de 1962, anotado, especificamente, no 'caput' de seu artigo 4°. Durante 5 (cinco) exercícios a partir de 1964, o consumidor de energia elétrica tomará obrigações da Eletrobrás, resgatáveis em 10 (dez) anos, a juros de 12% (doze por cento) ao ano, correspondente a 15% (quinze por cento) no primeiro exercício e 20% (vinte por cento) nos demais, sobre o valor de suas contas. Tal Lei Ordinária asseverou ainda nos parágrafos 1°, 2° e 3° respectivamente que: 1° - "O distribuidor de energia fará cobrar ao consumidor, conjuntamente com suas contas, o empréstimo de que trata este artigo e o recolherá com o imposto único." ••2° - "O consumidor apresentará suas contas à Eletrobrás e receberá • os títulos correspondentes ao valor das obrigações, acumulando-se as frações até totalizarem o valor de um título." 3° - "É assegurada a responsabilidade solidária da União, em qualquer hipótese, pelo valor nominal dos títulos de que trata este artigo." A legislação reguladora do empréstimo compulsório da Eletrobrás estabeleceu, como se vê, que a restituição seria por meio de ações da própria Companhia, sendo solidariamente responsável a União. Seguiu-se todo um histórico legislativo, sendo editadas as Leis n° 4.364/64, 4676/65 e 5.073/66, até a chegada da Constituição Federal de 1967. Sendo que, oportunamente, anota-se a • inconstitucionalidade desta exação no período entre 1967 e 1972, posto que com o advento da Constituição Federal de 1967 foi determinado que os empréstimos compulsórios somente poderiam ser instituídos pela União e por intermédio de lei complementar, que só chegou em nosso ordenamento jurídico em 1972. Assim, em 1972 foi promulgada a Lei Complementar n° 13, que autorizou a União, instituir na forma da lei ordinária (Lei 4.156/62), empréstimo compulsório em beneficio das Centrais Elétricas Brasileiras S/A - Eletrobrás. Desse modo, considerando que a partir de 1967 a Constituição exigiu a lei complementar na instituição de empréstimos compulsórios e somente em 1972 foi promulgada a Lei Complementar que estabeleceu o empréstimo da Eletrobrás, conclui-se que a cobrança efetuada entre o período da vigência da Carta Magna de 1967 e a data que passou a vigorar a Lei Complementar 13/72 foi inconstitucional. 6 Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 Posteriormente, a Lei n° 7.181/83 prorrogou a cobrança do empréstimo até 1993, preceituando ainda em seu art. 1° que: . O empréstimo compulsório estabelecido na legislação em vigor em favor das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. — ELETROBRÁS, será cobrado até o exercício de 1993, inclusive, e será aplicado de acordo com a destinação prevista na Lei Complementar n° 13, de 11 de outubro de 1972. A mesma Lei 7.181/83, determinou ainda, em seu artigo 4° que: A conversão dos créditos do empréstimo compulsório em ações da Eletrobrás, na forma da legislação em vigor, poderá ser parcial ou total conforme deliberar sua Assembléia-Geral, e será efetuada pelo valor patrimonial das ações apurado em 31 de dezembro do ano • anterior ao da conversão. Atualmente, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, foi superada a crise de constitucionalidade de 1967 por este Poder Constituinte Originário, vez que se anotou em seu artigo 34 do Ato Das Disposições Constitucionais Transitórias, parágrafo 12, que: A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a cobrança do • empréstimo compulsório instituído em beneficio das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), pela Lei 4.156, de 28 de novembro de 1962, com as alterações posteriores." (grifo nosso) Analisado o histórico legislativo verifica-se que desde o advento da Lei 4.156/62 e até o exercício de 1993, com exceção do período entre a Constituição de 1967 e o advento da Lei Complementar de 13/72, o empréstimo compulsório em favor da Eletrobrás esteve vigente em nosso sistema positivo. Cabe agora analisar a sua 111 constitucionalidade. 4. Da Constitucionalidade do Empréstimo Compulsório instituído em favor da Eletrobrás O posicionamento do Supremo Tribunal Federal, destacado no Recurso Extraordinário RE 146615/PE— Pernambuco„ em julgamento feito pelo Pleno em 06/04/1995, entendeu, por julgamento da maioria dos seus Ministros, pela constitucionalidade do referido Empréstimo Compulsório nos seguintes termos: Recurso Extraordinário. Constitucional. Empréstimo compulsório em favor das Centrais Elétricas Brasileiras S/A — Eletrobrás. Lei n. 4.156/62. Incompatibilidade do tributo com o sistema constitucional introduzido pela Constituição Federal de 1988. Inexistência. Art. 34, par. 12, ADCT — CF/88. Recepção e manutenção do imposto 7 Processo n° : 13103.000310/2003-79 • Acórdão n° : 301-32.744 compulsório sobre energia elétrica. Integrando o sistema tributário nacional, o empréstimo compulsório disciplinado no art. 148 da CF em vigor, desde logo, com a promulgação da CF/88, e não só a partir do primeiro dia do quinto mês seguinte a sua promulgação. A regra constitucional transitória inserta no art. 34, par. 12, preservou a exigibilidade do empréstimo compulsório instituído pela Lei n. 4.156/62, com as alterações posteriores, até o exercício de 1993, como previsto no artigo 1 da Lei 7.181/83. Recurso Extraordinário . não conhecido. Assim, a constitucionalidade do Empréstimo Compulsório instituído em favor da Eletrobrás é questão já decidida pelo Supremo Tribunal Federal, pela decisão da recepção pela Constituição de 1988 de toda a legislação relativa a tal tributo. Anota-se que este tema será retomado no próximo item, juntamente • com a possibilidade de restituição dos valores pagos a título de empréstimo compulsório, bem como a forma pela qual se dará a devolução. 5. Da Restituição dos Valores pagos a titulo de empréstimo compulsório Como se observa do próprio nome desta espécie tributária, que por si só é definida corno empréstimo, por óbvio, conclui-se que o que for tomado por empréstimo deverá ser devolvido. Neste diapasão, discorre Roque Carrazza: . •• "Ainda a respeito da restituição da quantia arrecadada, o artigo 15, parágrafo único, do CTN prescreve: A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições do seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta lei". "Se a lei que instituir o 0110 empréstimo compulsório não previr a devolução integral do produto de sua arrecadação, será inconstitucional, por ensejar um confisco, vedado pelo artigo 150, IV, do Texto Supremo."6 A Professora Misabel Abreu Machado Derzi, juntamente com o Professor Sacha Calmon Navarro Coelho, também apontam entendimento no mesmo sentido, em brilhante parecer anotado na • Revista Dialética de Direito Tributário, n. 53: O empréstimo compulsório pode, de conseguinte, ser definido como um tributo com cláusula de restituição. Seu esquema lógico é perfeitamente delineado por Alfredo Augusto Becker, que salienta existem duas relações jurídicas sucessivas, de natureza diversa. A primeira é tributária, e nasce quando se realiza a hipótese de 6 Curso de Direito .Constitucional Tributário. 19ed., Malheiros, pg. 508. 8 Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 incidência que faz surgir o dever do contribuinte de pagar a prestação e o correlativo direito do Estado de recebê-la. No momento em que o contribuinte satisfaz o seu dever, realiza a hipótese de incidência da segunda norma, que gera uma segunda relação jurídica, esta de natureza financeira, cujo conteúdo consiste no dever do Estado de efetuar a prestação em favor do particular. Na primeira relação jurídica (tributária), o sujeito passivo é o particular e o sujeito ativo o Estado. A segunda relação jurídica é de natureza administrativo-financeira: o sujeito ativo é o particular e o sujeito passivo é o Estado.7 Neste sentido, escreveu o mestre Alfredo Augusto Becker: 8 . A primeira relação jurídica é de natureza tributária: o sujeito passivo é um determinado indivíduo e o sujeito ativo é o Estado. A segunda relação jurídica é de natureza administrativa: o sujeito ativo é aquele 1110 indivíduo e o sujeito passivo é o Estado. Note-se que a relação jurídica administrativa é um "posterius" e a relação jurídica tributária um "prius", isto é, a satisfação da prestação na reação jurídica de natureza tributária, irá constituir o núcleo da hipótese de incidência de outra regra jurídica (a que disciplina a relação do Estado restituir) que, incidindo sobre sua hipótese (o pagamento do tributo), determinará a irradiação de outra (a segunda) relação jurídica, esta de natureza administrativa. Não se deve cometer o erro elementar de não saber distinguir, numa única forma literal legislativa, duas ou mais relações jurídicas de natureza distinta. Nesta esteira, será inconstitucional a interpretação da lei que instituir o empréstimo compulsório sem levar, direta ou indiretamente, à sua restituição. Por seu turno, a devolução do empréstimo compulsório é mera providência administrativa, que deve ser tomada após o pagamento do tributo. Sendo que, com o 110 pagamento do • tributo, desaparece a relação jurídica tributária, • surgindo nova relação jurídica de cunho administrativo, que só vai extinguir-se com a devolução da quantia paga, nos termos definidos • por lei. Assim, pelo que consta dos autos, o objeto deste processo administrativo está na segunda relação jurídica, de natureza • administrativo-financeira, em que o sujeito ativo é o contribuinte e o sujeito passivo é, em tese, a União, (representada por sua Secretaria da Receita Federal), que deverá ser compelida a cumprir com esta obrigação administrativo-financeira. 7 Revista Dialética de Direito Tributário, n. 53, pg. 147, Misabel Abreu Machado Derzi e Sacha Calnion Navarro Coelho. 8 Teoria Geral d Direito Tributário, Saraiva, 1963, pg. 358/359. 9 • • Processo n° : 13103.000310/2003-79 10 Acórdão n° : 301-32.744 Ocorre que a legislação que originou o referido empréstimo compulsório determinou que a sua devolução fosse feita em obrigações da Eletrobrás, colocando a União apenas como responsável subsidiária pelo cumprimento dessa obrigação, nos seguintes termos: Art. 40 Até 30 de junho de 1965, o consumidor de energia elétrica tomará obrigações da ELETROBRÁS, resgatáveis em 10 (dez) anos, a juros de 12% (doze por cento) ao ano, correspondentes a 20% (vinte por cento) do valor de suas contas. A partir de 1° de julho de 1965, e até o exercício de 1968, inclusive, o valor da tomada de tais obrigações será equivalente ao que for devido a título de imposto único sobre energia elétrica. (Redação dada pela Lei n° 4.676, de 16.6.1965) § 1° O distribuidor de energia elétrica promoverá a cobrança ao • consumidor, conjuntamente com as suas contas, do empréstimo de que trata este artigo e mensalmente o recolherá, nos prazos, • previstos para o imposto único e sob as mesmas penalidades, à ordem da Eletrobrás, em agência do Banco do Brasil. (Redação dada Dela Lei n° 4.364, de 22.7.19641 § 2° O consumidor apresentará as suas contas à Eletrobrás e receberá os títulos correspondentes ao valor das obrigações, acumulando-se as frações até totalizarem o valor de um título, cuja emissão poderá conter assinaturas em fac-simile. (Redação dada pela Lei n° 4.364, de 22.7.1964) § 3° É assegurada a responsabilidade solidária da União, em qualquer hipótese, pelo valor nominal dos títulos de que trata este artigo. § 4° O empréstimo referido neste artigo não poderá ser exigido dos consumidores discriminados no § 5° do artigo 4°, da Lei n° 2.308 de 31 de agosto de 1954 e dos consumidores rurais. (Parágrafo incluído pela Lei n°4.364. de 22.7.1964) *--55L(b_glrá -afo revogado pela Lei n° 5.824, de 14.11.1972) §-6'2.- (Parágrafo incluído pela Lei n° 4.364, de 22.7.1964) e (Revogado pela Lei n°5.073. de 18.8.1966) § 7° As obrigações a que se refere o presente artigo serão exigíveis pelos titulares das contas de energia elétrica, devidamente quitadas, permitindo-se a êstes, até 31 de dezembro de 1969, apresentarem à ELETROBRÁS contas relativas a até mais de duas ligações, independentemente da identificação dos respectivos titulares. (Redação dada pelo Decreto-lei n°644. de 23.6.1969) io Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 § 8° Aos débitos resultantes do não recolhimento, do empréstimo referido neste artigo, aplica-se a correção monetária na forma do art. 70 da Lei n° 4.357, de 16 de julho de 1964 e legislação subseqüente. . (Parágrafo incluído pelo Decreto-lei n° 644, de 23.6.1969) § 9° A ELETROBRÁS será facultado proceder à troca das contas quitadas de energia elétrica, nas quais figure o empréstimo de que trata este artigo, por ações preferenciais, sem direito a voto. (Parágrafo incluído pelo Decreto-lei n° 644, de 23.6.1969) § 10. A faculdade conferida à ELETROBRÁS no parágrafo anterior poderá ser exercida com relação às obrigações por ela emitidas em decorrência do empréstimo referido neste artigo, na ocasião do resgate dos títulos por sorteio ou no seu vencimento. (Parágrafo incluído pelo Decreto-lei n°644. de 23.6.1969) 111 § 11. Será de 5 (cinco) anos o prazo máximo para o consumidor deenergia elétrica apresentar os originais de suas contas, devidamente quitadas, à ELETROBRÁS, para receber as obrigações relativas ao empréstimo referido neste artigo, prazo este que também se aplicará, contado da data do sorteio ou do vencimento das obrigações, para o seu resgate em dinheiro. (Parágrafo incluído pelo Decreto-lei n° 644, de 23.6.1969) • Art. 50 Os 4% (quatro por cento) dos recursos provenientes da arrecadação do imposto de consumo, vinculados ao Fundo Federal de Eletrificação, passarão a ser recolhidos mensalmente pelas repartições arrecadadoras, mediante guias específicas, ao Banco do Brasil, a crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico. (Redação dada pela Lei n° 5.073, de 18.8.1966) Parágrafo único. Os recursos referidos neste artigo serão creditados • pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico em conta de movimento à ordem do Fundo Federal de Eletrificação (Redação dada pela Lei n°5.073. de 18.8.1966) Todavia, há que ser observado que a doutrina, em parte, não admite a constitucionalidade de tal forma de devolução que não em dinheiro. Nesse sentido, entre tantos, citamos o Mestre Carrazza: "a restituição do empréstimo compulsório há de ser feita em moeda corrente, já que em moeda corrente é exigido. É, pois, um tributo restituível em dinheiro. A União deve restituir a mesma coisa emprestada compulsoriamente: dinheiro. Não pode a União tomar dinheiro emprestado do contribuinte, devolvendo-lhe outras coisas (bens, serviços, quotas etc.).Quer-nos parecer que a devolução só é Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 integral se recompuser o poder aquisitivo da moeda paga pelo contribuinte. Numa época de inflação galopante, restituir-lhe a mesma quantidade numérica em dinheiro, após dois, três, cinco anos, é, em termos práticos, nada restituir. Para que não reste burlada a ratio iuris deste tributo, sua devolução deve ser feita, no mínimo, com correção monetária. É ela que vai garantir o mesmo poder de compra da • quantia paga a título de empréstimo compulsório."9 Nessa linha, teríamos, evidentemente, a necessidade da devolução do empréstimo compulsório outrora arrecadado em dinheiro. Entretanto, tal matéria já foi objeto de decisão dos Tribunais Superiores, observe-se as ementas a seguir. Primeiro destaca-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal: • "O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 146.615-4, reconheceu que o empréstimo compulsório, instituído pela Lei n° 7.181/83, cobrado dos consumidores de energia elétrica, foi recepcionado pela nova Constituição Federal, na forma do art. 34, par. 12, do ADCT. Se a Corte concluiu que a referida disposição transitória preservou a exigibilidade do empréstimo compulsório com toda a legislação que o regia, no momento da entrada em vigor da Carta Federal, evidentemente também acolheu a forma de devolução relativa a esse empréstimo compulsório imposta pela legislação acolhida, que a • agravante insiste em afirmar ser inconstitucional." (fonte: AI 287229 AgR/SP - São Paulo, Ag. Reg. • no Agravo de Instrumento, Relator: Ministro Sydney Sanches, Julgamento: 19/03/2002.)" Há que se destacar ainda, o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça por meio de duas Ementas a seguir colacionadas: "Tributário. Empréstimo compulsório sobre energia elétrica instituído pela Lei n. 4156/62 declarado constitucional pelo STF — devolução através de ações da Eletrobrás e não em dinheiro. 1. Precedente do STF e desta Corte no sentido de que a devolução do empréstimo compulsório, uma vez declarado constitucional pela Suprema Corte, deve ser feita na sistemática em que foi concebido: através de ações da Eletrobrás e não em dinheiro. 2. Recurso Especial improvido. Acórdão •9 Idem. 12 Processo n'' : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Min. da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto da Sra. Mnistra-Relatora. "Os Srs. Ministros Franciulli Netto, João Otávio de Noronha, Castro Meira e Francisco Peçonha Martins votam com a Sra. Ministra Relatora. (Resp 561792/DF, 2002/0060622-2, Ministra Eliana Calmon, T2 — Segunda Turma, 17/06/04)." "Processo Civil Tributário — Empréstimo Compulsório sobre energia elétrica — Legitimidade da cobrança reconhecida pelo plenário do STF (RE146.615-4) — Devolução mediante ação da Eletrobrás — Possibilidade — Violação do artigo 535 do CPC não configurada — • Divergência jurisprudencial não comprovada. — Não se configura violação ao 535 do CPC se o julgador, ao decidir a lide, deixou de apreciar qualquer dos artigos citados pela recorrente, por isto que • não está obrigado a examinar todos os argumentos trazidos pela parte, quando apenas um deles é suficiente para decidir a controvérsia, sendo prejudicial dos demais. — Não se comprova o dissídio jurisprudencial se os arestos paradigmas trazidos a confronto analisaram hipóteses distintas daquela tratadas nos autos. — O STF no julgamento do RE 146.615-4, reconheceu a recepção e manutenção da cobrança do empréstimo compulsório sobre energia elétrica, pela nova ordem constitucional. — Preservada a exigibilidade do empréstimo compulsório com toda a legislação que o regia, no momento da entrada em vigor da Carta Magna, o beneficio se estende também a forma de devolução desta exação, mediante ação, como imposta pela ação acolhida. — Recurso Especial não conhecido. Acórdão • Vistos, relatos e discutidos estes autos, acórdão os Ministros da Segunda Turma do STJ, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, não conhecer do recurso. Votaram com o Relator os Ministros Eliana Calmon e Franciulli Netto. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Paulo Gallotti. (Resp 117369/DF, Recurso Especial 1997/0005831-0, Ministro Francisco Peçonha Martins, T2, Segunda Turma, 19/09/00)." Além do mais o julgado juntado na íntegra pelo Recorrente RE 173266-SC (fls. 153 e seguintes) também indica no mesmo sentido. Assim, ainda que respeitável doutrina entenda inconstitucional a legislação que institua empréstimo compulsório cuja forma de devolução não seja em dinheiro, entendo que uma vez que a questão já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça não possui esse órgão Julgador competência 13 Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 para decidir de forma diversa sobre a constitucionalidade da referida lei. Portanto, no mérito não há como conhecer o pedido do Recorrente, visto que forma de devolução dos valores somente poderá ser na forma previsto na legislação, de tal forma que não possibilidade de pedido de restituição em dinheiro dos valores pagos a título de empréstimo compulsório e, por conseqüência, não há que sequer aventar a hipótese de compensação. Todavia, passo a seguir a fazer algumas breves considerações sobre as demais questões suscitadas de interesse para a conclusão do presente voto. 6. Do dever solidário da União em ressarcir os valores pagos a titulo de empréstimo compulsório Como se pôde observar, a Lei n° 4.156 de 1962, anotou no 'caput' de seu artigo 4° que: Durante 5 (cinco) exercícios a partir de 1964, o consumidor de energia elétrica tomará obrigações da Eletrobrás, resgatáveis em 10 (dez) anos, a juros de 12% (doze por cento) ao ano, correspondente a 15% (quinze por cento) no primeiro exercício e 20% (vinte por cento) nos demais, sobre o valor de suas contas. E seu parágrafo 3°: 3° - "É assegurada a responsabilidade solidária da União, em qualquer hipótese, pelo valor nominal dos títulos de que trata este artigo." • Não resta dúvida que a União responde solidariamente pela devolução do empréstimo compulsório na forma prevista na lei, o que implicaria em sua legitimidade passiva nos processos judiciais e administrativos, nesse sentido: . "Tributário e processo civil. Empréstimo compulsório sobre energia elétrica. Inocorrência de prescrição. Legitimidade passiva da União. Correção monetária. Aplicação de expurgos inflacionários. Incidência de juros de mora. Precedentes. 1. Há total interesse da União nas causas em que se discute o empréstimo compulsório sobre energia elétrica instituído pela Lei n. 4.156/62, visto que a Eletrobrás agiu na qualidade de delegada da União (Resp, 5254031RS, Rel. Min. José Delgado, 1T, 02/09/03)." E ainda: 437- 14 Processo n° : 13103.000310/2003-79 *e Acórdão n° : 301-32.744 Empréstimo compulsório instituído em favor da Eletrobrás. A União Federal é litisconsorte nas causas em que se discute o empréstimo compulsório instituído pela Lei n° 4.156, de 1962, que por isso • devem ser processadas e julgadas perante a Justiça Federal." (fonte: DJ: 18/11/1996, p. 44862, Acórdão: RESP 39919/PR - 199300293710 - 138700 Recurso Especial, decisão: 24/10/1996, Relator: Ministro Ari Pargendler.) Aqui, há que se considerar que a própria lei fez constar a responsabilidade da União pela devolução dos valores arrecadados a título de empréstimo compulsório. Todavia, tal responsabilidade, deve-se limitar a devolução .dos valores do empréstimo compulsório em ações, impedindo que este ente político seja compelido a devolver em dinheiro, mas para tanto, deverá ser provado pelo contribuinte que a Eletrobrás não devolveu os valores na forma prevista na lei, o que não é o caso objeto do presente processo 11) administrativo. 7. Da prescrição do pedido de ressarcimento. A Lei n. 4.156/62 estabeleceu o resgate sobre o aludido empréstimo compulsório a favor da Eletrobrás, em 20 (vinte) anos de prazo, . admitindo ainda prazo de carência em até 07 (sete) anos, conforme artigo 20, parágrafo 1, com redação dada pela Lei n. 4.676/65. Assim, conclui-se que a contagem do prazo prescricional tem seu início a partir de 20 anos após a aquisição compulsória das obrigações emitidas em favor do contribuinte. Este entendimento está praticamente pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça. "Tributário e Processo Civil. Empréstimo compulsório sobre energia elétrica. Inocorrência de Prescrição. Correção Monetária Plena. Aplicação de Expurgos Inflacionários. Incidência de Juros de Mora. 110 Precedentes, O STJ firmou entendimento que o prazo prescricional das ações que objetivam a restituição do empréstimo compulsório incidente sobre energia elétrica é vintenário..." (Resp. 587.052/SC, Rel. Min. José Delgado, 02/12/2003, Primeira Turma). 8. Da correção monetária e juros incidentes sobre os valores ressarcidos e da não incidência da SELIC Entende-se também ser legítima a aplicação de correção monetária e juros sobre os valores recolhidos a título de empréstimo • compulsório, sendo certo que deverão incidir desde o seu recolhimento até a data da efetiva devolução, sob pena de ocorrência de enriquecimento indevido. "O resgate das obrigações do portador, decorrentes do empréstimo compulsório à Eletrobrás deve ser feito com correção monetária •• Processo n° : 13103.000310/2003-79 ok Acórdão n° : 301-32.744 correspondente ao índice de "(fonte: DJ 08/06/1998, p. 65: AGA 175289/RJ - 199800045848 - 214036 Agravo Regimental no Agravo de Instrumento, decisão: 21/05/1998, Relator: Ministro José Delgado.)" "Tributário. Consumo de energia elétrica. Empréstimo compulsório. Restituição. Correção Monetária. Incidência. Sendo a correção monetária simples fator de atualização — e não propriamente acréscimo — incide até o pagamento do débito." (RESP n. 86226/RJ, • 2T, Rel. Min. Hélio Mosimann). Contudo, o mesmo não se aplica à incidência da SELIC: "TRIBUTÁRIO — EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DA ELETROBRÁS INAPLICABILIDADE DA TAXA SELIC. 1. O empréstimo compulsório em favor da ELETROBRÁS, criado pela • Lei 4.156/62, até a EC 1/69 era considerado espécie de contrato coativo (Súmula 418/STF). 2. A EC 01/69 alterou a espécie para dar natureza tributária ao empréstimo compulsório, o que foi mantido com a CF/88. 3. No empréstimo compulsório estabelecem-se duas relações: a existente entre o Estado e o contribuinte, regida por normas de direito tributário e a existente entre o contribuinte e o Poder Público com vista à devolução do que foi desembolsado, a qual nada tem de tributário, por tratar-se de crédito comum. 4. Nesse caso, não tem aplicação o teor do art. 39, § 40, da Lei 9.250/95, que determina a incidência da Taxa SELIC tão-somente na compensação e restituição de tributos federais. 5. Recurso especial improvido. • REsp 694051 / SC ; RECURSO ESPECIAL 2004/0144413-6, Ministra EMANA CALMON (1114), DJ 09.05.2005 p. 363. Cabe destacar que a correção monetária e juros aplicados na • devolução dos valores arrecadados a título de empréstimo compulsório deverá surtir efeitos no momento da devolução das respectivas ações, nos termos do artigo 4, parágrafo 2, da Lei 4156/62.. 9. Considerações acerca da impossibilidade da compensação dos valores pagos a título de empréstimo compulsório com outros tributos por falta de previsão legal A compensação, conceituada pelo direito privado (CC, art. 1009), tem aplicação nos casos em que a lei expressamente a preveja, consoante artigo 170 do Código Tributário Nacional. Tal instituto ocorre no instante em que duas pessoas forem ao mesmo tempo credora e devedora uma da outra, ocasionando a extinção das duas obrigações até o montante da compensação. No 16 Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° : 301-32.744 caso em tela não se tem lei tratando do assunto, razão pela qual a extinção do crédito não poderá ocorrer por este dispositivo legal. Ademais, quatro são os requisitos necessários à compensação: a) reciprocidade das obrigações, b) liquidez das dívidas, c) exigibilidade das prestações, e d) fungibilidade das coisas devidas. Nesse sentir, a lei que autoriza a compensação pode estipular condições e garantias, ou instituir os limites para que a autoridade administrativa o faça. Quer isso significa que, num outro caso, a atividade é vinculada, não sobrando ao agente público qualquer campo de discricionaridade, antagônico ao estilo de reserva legal estrita que preside toda normalização dos momentos importantes da . existência das relações jurídicas tributárias.1° Desta forma, a compensação é uma das formas das extinções das obrigações tributárias que, ao contrário do que ocorre no âmbito das • relações jurídicas regradas pelo Direito Civil, não se opera automaticamente, pois se subordina à autorização legal. Repita-se a lei pode autorizar a compensação, não o fazendo, não poderá o contribuinte compensar tributos com outros créditos que possua contra a Fazenda respectiva. Acrescenta-se ainda que, conforme julgados do STF e STJ, restou impossível a realização da devolução dos valores pagos a título do citado empréstimo compulsório por compensação com tributos federais, visto que tal exação se vinculou desde do seu início à forma de devolução previamente estipulada em lei. Ou seja, a devolução do valor pago a título de empréstimo compulsório em favor da Eletrobrás deve ser feita na forma prevista na legislação, ou seja, por meio de ações. • Por seu turno não que se cogitar em compensar o valor dessas ações • com tributos federais, por expressa falta de previsão legal. Ademais, 111 como já explanado nesse voto, a devolução dos valores pagos a título de empréstimo compulsório não tem natureza tributária, de tal • forma que não podem ser compensados com outros tributos sob o • manto da previsão genérica da Lei. Para corroborar tal posicionamento cita-se o Acórdão da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, que teve por Relatora a Ministra Eliana Calmon, no EDcl no REsp 603215 / PR; EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL 2003/0197791-4 , Julgado em 22/03/2005 e publico no DJ de 09.05.2005, p. 339, nos seguintes termos: io Curso de Direito Tributário. Paulo de Barros Carvalho, 14 ed., Saraiva, pg. 457. 17 • Processo n° : 13103.000310/2003-79 •• Acórdão n° • : 301-32.744 PROCESSUAL CIVIL - TRIBUTÁRIO - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO — CONTRADIÇÃO - EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DA ELETROBRÁS - TAXA SELIC. 1. É contraditório o julgado que determina a incidência da Taxa SELIC devolução do empréstimo compulsório sobre energia elétrica, partindo-se do pressuposto de que a hipótese constitui repetição de indébito tributário, quando, na verdade, a referida devolução não tem natureza tributária, sendo inaplicável a norma do art. 39, § 40, da Lei 9.250/95. 2. O empréstimo compulsório em favor da ELETROBRÁS, criado pela Lei 4.156/62, até a EC 1/69 era considerado espécie de contrato • coativo (Súmula 418/STF). 3. Contudo, a referida emenda alterou a espécie para dar natureza • tributária ao empréstimo compulsório, o que foi mantido com a • CF/88. 4. No empréstimo compulsório estabelecem-se duas relações: a existente entre o Estado e o contribuinte, regida por normas de direito tributário, e a existente entre o contribuinte e o Poder Público, com vista à devolução do que foi desembolsado, a qual nada tem de tributário, por tratar-se de crédito comum. 5. Nesse caso, não tem aplicação o teor do art. 39, § 4°, da Lei 9.250/95, que determina a incidência da Taxa SELIC tão-somente na compensação e restituição de tributos federais. 6. Embargos declaratório providos, com efeitos modificativos. Portanto, seja por falta de previsão legal, seja em vista dos julgados do STF e STJ não é possível o reconhecimento do direito à 1111 compensação pelo Recorrente. Assim constata-se que a compensação efetuada pelo Recorrente e noticiada nos autos foi feita ao arrepio da lei e, como se verifica • pelo documento juntado, com informações falsas, pois indica que já houve o trânsito em julgado de processo judicial, quando não há notícias da propositura da ação judicial. Na verdade, a inclusão de tais dados teve por único objetivo possibilitar que o Recorrente • pudesse preencher os dados da Per/Dcomp. E, o que ainda torna pior a situação do Recorrente é que consta dos dados ad Per/Dcomp que a empresa é optante do PAES, e por força da lei que rege tal parcelamento, não pode ficar inadimplente dos tributos correntes, de tal modo que se feita a compensação de forma irregular, há que observar que o Recorrente, por conseqüência do inadimplemento deverá ser excluído do PAES. 18 Processo n° : 13103.000310/2003-79 Acórdão n° : 301-32.744 10. Da conclusão . Nesta esteira, pode-se depreender e concluir que: a) possui natureza tributária o empréstimo compulsório; b) há responsabilidade solidária da União pela restituição do empréstimo compulsório vinculada tão somente a devolução dos valores em ações; c) a prescrição para restituição do empréstimo compulsório é "vintenária"; d) há direito à correção monetária e juros de mora, não se aplicando a SELIC e, por fim; e) fixou-se a impossibilidade da compensação dos valores pagos a título de empréstimo compulsório com tributos federais, em vista da falta de previsão legal, restando claro que a devolução do empréstimo se fará tão somente por meio de ações, conforme pacificado no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça. • Outrossim, como a eventual restituição dos valores postulados neste processo somente se dará por meio de ações, não há como ser • atendido o pedido de restituição do contribuinte por esta via • processual, muito menos, realizar a tão buscada compensação. Lembra-se que a lei da pessoa competente para instituir o tributo molda o instituto e lhe fixa a oportunidade e as condições. Como define o Código Tributário Nacional no artigo 170. 11 Nesse sentido pronunciou-se acertadamente a DRJ, devendo ser acolhido por completo a sua orientação. O que se verifica do exposto é que o Sistema de Direito Positivo não contempla normas jurídicas que possibilitem à Administração Pública Federal, que deve agir de modo vinculado, proceder à compensação pretendida pela Recorrente. Diante do exposto, NEGO gROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 4111"-abti • e 2006 ~• LUIZ ROBERTO DOMINGO - Relator 11 Direito Tributário Brasileiro. Aliomar Balleiro, 11 0 edição, ed. Forense, pg. 900. 19 Page 1 _0031500.PDF Page 1 _0031600.PDF Page 1 _0031700.PDF Page 1 _0031800.PDF Page 1 _0031900.PDF Page 1 _0032000.PDF Page 1 _0032100.PDF Page 1 _0032200.PDF Page 1 _0032300.PDF Page 1 _0032400.PDF Page 1 _0032500.PDF Page 1 _0032600.PDF Page 1 _0032700.PDF Page 1 _0032800.PDF Page 1 _0032900.PDF Page 1 _0033000.PDF Page 1 _0033100.PDF Page 1 _0033200.PDF Page 1
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