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Numero do processo: 10850.901124/2009-01
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
ÔNUS DA PROVA.
Cabe à autoridade julgadora apreciar os dados e fatos declarados pelo contribuinte à Administração Tributária quando estes estão registrados em seus bancos de dados.
NULIDADE
A decisão prolatada sem a devida fundamentação acarreta preterição do direito de defesa do contribuinte, devendo ser declarada nula.
Numero da decisão: 1801-002.259
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao Recurso Voluntário e determinar o retorno dos autos à Turma de Julgamento de Primeira Instância, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Neudson Cavalcante Albuquerque Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2006 ÔNUS DA PROVA. Cabe à autoridade julgadora apreciar os dados e fatos declarados pelo contribuinte à Administração Tributária quando estes estão registrados em seus bancos de dados. NULIDADE A decisão prolatada sem a devida fundamentação acarreta preterição do direito de defesa do contribuinte, devendo ser declarada nula.
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ESPONTANEIDADE. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. Os valores declarados em DCTF espontânea, seja original ou retificadora, somente podem ser desacreditados mediante procedimento de iniciativa da Administração Tributária ou ainda mediante a existência de outras provas nos autos que os contraponham. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 ÔNUS DA PROVA. Cabe à autoridade julgadora apreciar os dados e fatos declarados pelo contribuinte à Administração Tributária quando estes estão registrados em seus bancos de dados. NULIDADE A decisão prolatada sem a devida fundamentação acarreta preterição do direito de defesa do contribuinte, devendo ser declarada nula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao Recurso Voluntário e determinar o retorno dos autos à Turma de Julgamento de Primeira Instância, nos termos do voto do Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 11 24 /2 00 9- 01 Fl. 74DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10850.901124/200901 Acórdão n.º 1801002.259 S1TE01 Fl. 75 2 (ASSINADO DIGITALMENTE) Neudson Cavalcante Albuquerque – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório USINA COLOMBO S/A AÇÚCAR E ÁLCOOL, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida no Acórdão nº 1437.322 (fl. 27), pela DRJ Ribeirão Preto, interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. O recorrente apresentou à Receita Federal do Brasil a declaração de compensação de nº 25536.96825.310306.1.3.041008 (fl. 17), que não foi homologada por aquele órgão, nos termos do despacho decisório de fl. 14: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado, foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. Ciente dessa decisão, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade de fl. 2, em que alega, em resumo: (i) que a restrição imposta pelo artigo 10 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 2005 é ilegal e não deve ser aplicado ao caso; (ii) que esse dispositivo foi revogado pela Instrução Normativa SRF nº 900, de 2008, antes mesmo da intimação do manifestante. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, entendendo que, mesmo reconhecendo a possibilidade de compensação de crédito de estimativa, não há nos autos prova suficiente da liquidez e certeza desse crédito de forma a suprir a compensação. A decisão adotou a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/01/2006 COMPENSAÇÃO. NORMAS APLICÁVEIS. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10850.901124/200901 Acórdão n.º 1801002.259 S1TE01 Fl. 76 3 As normas aplicáveis às compensações são aquelas vigentes na data do encontro de contas. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. INTIMAÇÃO DO ADVOGADO. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. INDEFERIMENTO. O domicílio tributário do sujeito passivo é o endereço fornecido pelo próprio contribuinte à Receita Federal do Brasil (RFB) para fins cadastrais. Dada a inexistência de previsão legal, há que ser indeferido o pedido de endereçamento das intimações ao escritório do procurador. Cientificado dessa decisão em 17/05/2012, por meio de remessa postal (fl. 47), o contribuinte interpôs o presente Recurso Voluntário (fl. 50), em 13/06/2012, em que reafirma os argumentos apresentados na sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque, Relator. O recurso voluntário apresentado atende aos pressupostos de admissibilidade, sendo digno de conhecimento. Inicialmente, devese dizer que foi superada a barreira imposta pelo artigo 10 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 2005, que impedia a compensação de estimativas. O advento da Instrução Normativa SRF nº 900, de 2008, retirou a referida proibição do ordenamento tributário e é pacífico na jurisprudência administrativa o entendimento de que seus efeitos devem retroagir para alcançar as compensações pendentes de decisão administrativa, conforme a Súmula CARF nº 84: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Portanto, não mais existe o fundamento legal que levou a DRF a não homologar a compensação, o que foi reconhecido na decisão da DRJ. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10850.901124/200901 Acórdão n.º 1801002.259 S1TE01 Fl. 77 4 Vencida essa questão preliminar, a DRJ passou à necessária análise do mérito da compensação. Nesse mister, entendeu aquela autoridade julgadora que o indébito apontado não possuía liquidez e certeza, uma vez que o contribuinte não apresentou os documentos que comprovariam o pagamento a maior de estimativa, conforme o seguinte excerto: Diante disso, caberia à recorrente trazer, por ocasião do presente contencioso, justificativas lastreadas em lançamentos contábeis que identificassem, inequivocamente, a base de cálculo do IRPJ do mês de dezembro de 2005, o imposto de renda devido em meses anteriores (até novembro/2005) e os recolhimentos que deram origem ao indébito pretendido. Ainda mais, quando a contribuinte é pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real que, nos termos do artigo 7º do Decretolei nº 1.598, de 1977, deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais. Nesse contexto, indispensáveis, portanto, os registros contábeis de conta no ativo do imposto a recuperar, a expressão deste direito em balanços ou balancetes, regularmente transcritos nos livros “Diário” ou “Lalur”, a demonstração do resultado do exercício, etc, além dos registros pertinentes do livro “LALUR”. Todavia, na sistemática das compensações eletrônicas, não é exigido do contribuinte que apresente livros ou documentos juntamente com sua declaração de compensação. A apresentação de comprovação somente é exigível mediante intimação da Administração Tributária. É certo que o contribuinte tem o ônus da prova daquilo que alega em sua manifestação de inconformidade. Contudo, na espécie, a defesa do contribuinte trazia apenas uma questão legal, relativa à proibição da compensação de estimativa, e isso não demanda esforço probatório quanto aos fatos registrados em sua contabilidade. Ademais, entendo que a DCTF deve ser aceita como prova do indébito, em razão da presunção de legitimidade das declarações espontaneamente apresentadas pelos contribuintes, mesmo sendo retificadoras, nos termos do artigo 9º da Instrução Normativa RFB nº 1.100, de 2010: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; Fl. 77DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10850.901124/200901 Acórdão n.º 1801002.259 S1TE01 Fl. 78 5 b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. Os valores declarados em DCTF espontânea somente podem ser desacreditados mediante a existência de outras provas nos autos que os contraponham ou ainda mediante procedimento de iniciativa da Administração Tributária, conforme o artigo 8º da Instrução Normativa supracitada: Art. 8º Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna. É certo que é ônus do contribuinte demonstrar aquilo que afirma no processo, conforme o citado artigo 333 do Código de Processo Civil pátrio. Todavia, esse dispositivo deve ser articulado com as demais regras do processo administrativo, dentre elas o artigo 37 da Lei nº 9.784, de 1999: Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Entendo que a decisão recorrida não atendeu a este dispositivo, quando não considerou as informações prestadas na DCTF correspondente ao crédito pleiteado, o que merece reparo. Portanto, a decisão recorrida foi prolatada sem a devida fundamentação, o que acarretou inevitável preterição do direito de defesa do contribuinte, devendo ser declarada nula, nos termos do artigo 59, II, do Decreto nº 70.235, de 1976. Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a possibilidade de compensação de indébitos de estimativa por meio de DCOMP e para declarar a nulidade da decisão recorrida, devendo a DRJ Ribeirão Preto prolatar nova decisão com base nas provas contidas nos autos e nas declarações apresentadas pelo contribuinte à Administração Tributária. (assinado digitalmente) Neudson Cavalcante Albuquerque Fl. 78DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10850.901124/200901 Acórdão n.º 1801002.259 S1TE01 Fl. 79 6 Fl. 79DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10855.907035/2012-16
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/12/2008
SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS.
O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação.
Numero da decisão: 1802-002.462
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/12/2008 SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1714; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 2 1 1 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.907035/201216 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1802002.462 – 2ª Turma Especial Sessão de 04 de fevereiro de 2015 Matéria SIMPLES Recorrente MARQUESA SA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/12/2008 SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 70 35 /2 01 2- 16 Fl. 96DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente. Por economia processual passo a adotar o suscinto relatório elaborado pela DRJ, in verbis: “Tratase de Pedido de Restituição das contribuições sociais retidos na fonte por ocasião de pagamento de serviços de terceiros. Na fundamentação do Despacho Decisório que indeferiu o Pedido, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição (...) Diante da inexistência do crédito, INDEFIRO o Pedido de Restituição. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que: o crédito, cuja restituição se pretende decorrente de retenção indevida praticada pela Impugnante referente a serviço prestado por pessoa jurídica optante do SIMPLES Nacional, nos termos em que instituído pela Lei Complementar nº 123/2006. ... Consoante relatado e conforme comprovam os respectivos documentos fiscais, a Impugnante contratou a prestação de serviços da pessoa jurídica de direito privado ‘Guarapuã Florestal Ltda – EPP’ (...). Com base nas disposições do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 e da Lei nº 10.833/2003, a Impugnante é obrigada a reter os valores concernentes ao imposto de renda e às contribuições sociais CSLL, PIS e COFINS Fl. 97DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 4 3 incidentes sobre as operações e repassálos (...) na condição de substituta tributária. Todavia, a Impugnante constatou posteriormente que a pessoa jurídica substituída fornecedora dos serviços contratados à época dos fatos geradores ora considerados, era optante do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, situação em que permaneceu no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, como bem comprovam os documentos inclusos. ... Por esta peculiar sistemática, o adimplemento dos mencionados tributos dáse de modo unificado, por meio de uma alíquota única, ao encargo da pessoa jurídica optante do SIMPLES, o que indelevelmente a desonera as empresas porventura obrigadas às retenções de IRPJ, PIS, COFINS e CSLL, como a Impugnante, a assim procederem. ... Nesta esteira, a retenção praticada pela Impugnante não teve sentido algum e o montante recolhido por ela por ocasião da operação retratada notadamente constitui indébito, cuja restituição se justifica (...).” A DRJ de Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 30/12/2008 SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. Ainda que indevida a retenção de tributos devidos por prestadora de serviços optante pelo Simples, a restituição de valores depende da demonstração da assunção do ônus tributário por parte da tomadora dos serviços que efetuou as retenções por ocasião do pagamento das respectivas notas fiscais, sem o que esta última não preenche os requisitos para que lhe sejam restituídos os valores eventual e indevidamente recolhidos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Dessa decisão da qual tomou ciência em 29/10/2013, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 27/11/2013. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 5 4 No Recurso faz arrazoado sobre os motivos pelo qual o acórdão exarado pela DRJ não deve prosperar, reiterando em seguida as alegações feitas por ocasião da sua manifestação de inconformidade e, no fim, pugnando pelo provimento do seu Recurso Voluntário, eis que tem autorização expressa da empresa para a qual o encargo foi transferido para pleitear a devolução do indébito. Este é o Relatório. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, pelo que dele tomo conhecimento. A análise feita sobre o pedido apresentado pela contribuinte se deu no âmbito do processamento eletrônico de declarações, meio legítimo e eficiente de verificação dos pleitos formalizados pelos sujeitos passivos, também de forma eletrônica, em busca dos créditos que entendem possuir contra a Fazenda Pública. Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Especialmente nos processos iniciados pelo Contribuinte, como o aqui analisado, há toda uma dinâmica na apresentação de elementos de prova, uma vez que a Administração Tributária se manifesta sobre esses elementos quando profere os despachos e decisões com caráter terminativo, e não em decisões interlocutórias, de modo que não é incomum a carência de prova ser suprida nas instâncias seguintes. É por isso também que antes de proferir o despacho decisório, ainda na fase de auditoria fiscal, pode e deve a Delegacia de origem inquirir o Contribuinte, solicitar os meios de prova que entende necessários, diligenciar diretamente em seu estabelecimento (se for o caso), enfim, buscar todos os elementos fáticos considerados relevantes para que na sequ ência, na fase litigiosa do procedimento administrativo (fase processual), as questões envolvam mais a aplicação das normas tributárias e não propriamente a prova de fatos. Desse modo, para a homologação desse crédito a Administração Fazendária solicitou que o contribuinte juntasse ao seu pedido a documentação contábil que deu suporte ao preenchimento ao pedido de restituição. A Recorrente por ocasião de sua Manifestação de Inconformidade juntou: a) consulta feita na internet em que consta a informação de que a empresa Guarapuã Florestal Ltda – ME estaria compreendida no Simples no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, o que abarca os pagamentos tidos por indevidos. b) notas fiscais emitidas pela prestadora de serviços nas quais estão destacadas as parcelas referentes aos tributos que teriam sido indevidamente retidos. Os valores segundo análise da DRJ são compatíveis com o montante do crédito inscrito no Pedido de Restituição. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 7 6 c) documento endereçado à contribuinte, no qual consta a seguinte solicitação: “GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, cadastrada no CNPJ sob o nº 10.296.543/000151, estabelecida à Rua Ruy Barbosa, nº 685 – Centro, município de Buri/SP, vem solicitar através desta a restituição de imposto descontado indevidamente em notas fiscais devido empresa ser optante do SIMPLES NACIONAL, conf. Demonstrativo abaixo” Com isso a Recorrente requer a restituição de apenas uma parcela do valor recolhido por meio do DARF inscrito no Pedido, razão pela qual não foi possível a verificação, a partir dos valores, da exata composição do DARF de forma a aferir se o valor recolhido corresponde efetivamente ao tido por indevido. Uma demonstração da composição do DARF seria indispensável para a efetiva comprovação da inclusão dos valores eventualmente indevidos nos recolhimentos efetuados. Seria caso de baixar esse processo em diligência, caso a Recorrente não viesse reiteradamente se evadindo em demonstrar que de fato assumiu o ônus do tributo retido da prestadora de serviço indevidamente. Pelo contrário, deu todos os indícios, inclusive com a declaração da empresa Guarapuã Florestal Ltda – EPP, que não assumiu o ônus, mas que apenas se prendeu a parte final do CTN, artigo 166, onde mediante autorização de quem sofreu o ônus do tributo, haveria a possibilidade de efetuar o pedido de restituição em nome próprio. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. Nesse sentido a Lei nº 9.430/96, art, 74, § 12, II, “a” veda expressamente a trasferência de créditos tributários para terceiros. A esse respeito já há jurisprudência consolidada, senão vejamos: "TRIBUTÁRIO – COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS A TERCEIROS – LEI 9.430/96 – IN SRF 21/97 E 41/2000 – LEGALIDADE. A Lei 9.430/96 permitiu que a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, autorizasse a utilização de créditos a serem restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. O art. 15 da IN 21/97, permitiu a transferência de créditos do contribuinte que excedessem o total de seus débitos, o que foi posteriormente proibido com o advento da IN 41/2000 (exceto se se tratasse de débito consolidado no âmbito do REFIS) e passou a constar expressamente do art. 74, § 12, II, "a" da Lei 9.430/96. Dentro do poder discricionário que lhe foi outorgado, a Secretaria da Receita Federal poderia alterar os critérios da compensação, sem que isso importe em ofensa à Lei Fl. 101DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 8 7 9.430/96. (REsp 677874/PR Ministra ELIANA CALMON DJ 24.04.2006)". A autorização de restituição a quem não teve o ônus seria o mesmo que a Administração Fazendária anuir com o enriquecimento ilícito ou sem causa, também denominado enriquecimento indevido, ou locupletamento, pois configuraria aumento patrimonial sem causa jurídica, ou o que se perderia sem causa legítima. Isso porque em momento algum está estabelecido que o produto da restituição será repassado a quem teve o ônus. Nesse sentido prescreve o Código Civil: “Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituíla, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.” Isso porque a despesa já incorrida foi integralmente registrada em conta de resultado atribuida ao fornecedor, sendo sua contrapartida registrada em conta de passivo, uma parte devida ao fornecedor e o restante em tributos retidos de terceiro. A recuperação do crédito tributário daria ensejo ao registro em conta redutora de passivo com a contrapartida em caixa / bancos. Essa prática daria ensejo a obteção de uma receita decorrente da cessão de créditos tributários, essa vedada pela legislação ora em vigor, sem qualquer tributação. No presente caso, havendo crédito tributário a ser restituído, caberia somente a empresa GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, contribuinte do tributo para solicitar a restituição. Sendo assim, resta claro que a parte final do caput do art. 166 do CTN deve ser interpretado de acordo com o restante do sistema jurídico que rege a matéria, em especial os citados anteriormente. Por oportuno cabe salientar ainda que se trata apenas de “Pedido de Restituição”, pois em caso de “Pedido de Compensação” a Recorrente estaria sujeita à multa correspondente a compensação não declarada, nos termos do diploma legal supra citado. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso, mantendo a decisão da delegacia de origem. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 102DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 9 8 Declaração de Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa. Faço a presente declaração de voto para demonstrar os fundamentos que me levam a acompanhar o relator no não provimento do recurso voluntário. O art. 166 do Código Tributário Nacional – CTN, trazido à baila para o exame das questões suscitadas, guarda relação com a antiga classificação dos contribuintes em “contribuinte de direito” e “contribuinte de fato”. O chamado “contribuinte de fato”, na lógica dos tributos indiretos (p/ ex., IPI e ICMS), desimportante para o direito tributário num primeiro momento, adquire relevância nos casos de restituição de indébito, eis que de acordo com o referido artigo: Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. O problema é que essa lógica não se aplica aos tributos retidos na fonte. Ocorrida a retenção de tributo e presente o respectivo beneficiário do pagamento que ensejou essa retenção, tal situação refoge ao campo do art. 166 do CTN. A fonte pagadora é encarregada de cumprir um dever administrativo (de reter e recolher o tributo), na condição de mero responsável, mas não ocupa a posição do chamado “contribuinte de direito” (que se perfaz na pessoa do fabricante, no caso do IPI, e do comerciante, no caso do ICMS). Tratandose de retenção na fonte, a condição de contribuinte, desde o início, cabe ao beneficiário do pagamento/rendimento, ou seja, àquele que sofreu a retenção do tributo, e é somente ele quem poderá reivindicar a repetição do tributo retido e que se configurou como indébito tributário. Nesse caso, a fonte pagadora não possui legitimidade para figurar no pólo ativo da repetição de indébito. Não se aplica aqui a autorização mencionada no art. 166 do CTN, eis que a situação seria de apropriação/aproveitamento de crédito de terceiro, o que não é admitido pela legislação (Lei nº 9430, art. 74), e a referida autorização não poderia servir a esse fim – transferência de direito creditório de um contribuinte para outro. Por essas razões, acompanho o relator e também nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 103DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907035/201216 Acórdão n.º 1802002.462 S1TE02 Fl. 10 9 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 11020.901471/2008-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. NÃO CONHECIMENTO.
Não devem ser conhecidos os embargos de declaração que visam unicamente rediscutir o mérito de questões já devidamente julgadas.
Numero da decisão: 1302-001.577
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer dos embargos de declaração, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto S. Jr., Waldir Rocha, Eduardo Andrade, Márcio Frizzo, Guilherme Silva e Leonardo Marques.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Embargante CREDEAL MANUFATURA DE PAPÉIS LTDA. Interessado Fazenda Nacional ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. NÃO CONHECIMENTO. Não devem ser conhecidos os embargos de declaração que visam unicamente rediscutir o mérito de questões já devidamente julgadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em não conhecer dos embargos de declaração, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto S. Jr., Waldir Rocha, Eduardo Andrade, Márcio Frizzo, Guilherme Silva e Leonardo Marques. Relatório Versa o presente processo sobre embargos de declaração opostos pela contribuinte em face do Acórdão nº 1302001.443, nos quais alega o seguinte: “No entanto, não ficou clara a decisão, pois tendo em vista que o valor discutido já se encontra em parcelamento, ou seja, já está sendo quitado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 14 71 /2 00 8- 81 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/0 1/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 e, desta forma, não há no que se falar de não homologação integral da compensação, tendo em vista que o crédito glosado irá ser quitado integralmente de uma forma ou de outra. Seja pela quitação do parcelamento, ou caso, não seja quitado o parcelamento, pela emissão de carta cobrança e eventual cobrança executiva. .......................................................................................................... Diante do exposto, e nos termos do art. 65, da Portaria MF 256/09 – Regimento Interno do CARF, requer a Embargante sejam acolhidos os presentes Embargos de Declaração para que seja sanada a obscuridade apontada, esclarecendo que o valor de R$ 261.783,26 que restou em aberto no presente processo, é ilegítima, pois o débito já está sendo quitado pelo parcelamento da Lei 11.941/09 e desta forma obrigatória sua homologação integral. Tendo em vista que o débito irá ser quitado com o fim do parcelamento ou caso a embargante não quite o parcelamento, com a emissão de carta cobrança para pagamento do restante do débito, e eventual cobrança executiva. Desta forma, restando comprovado que não houve lesão ao erário público, motivo pelo qual, não há que se falar em não homologação integral da compensação.”. É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior A embargante foi cientificada da decisão recorrida em 22/09/2014 e opôs embargos de declaração em 26/09/2014, razão pela qual passo a analisar os outros pressupostos de admissibilidade. Os embargos de declaração são o remédio processual adequado quando a decisão embargada incorre em obscuridade, em contradição entre a sua fundamentação e a sua parte dispositiva; ou em omissão na apreciação de algumas das questões preliminares ou de mérito que compõem o pedido da parte. Logo, os embargos de declaração não servem para se reabrir discussão sobre o mérito de decisão embargada. No presente caso, os fundamentos dos embargos de declaração, ora em julgamento, deixam claro que o embargante repete argumentação já enfrentada, para tentar reverter, em sede de embargos, o que fora decidido no mérito. A clareza da decisão embargada estampa o manejo indevido e abusivo dos embargos no presente caso, se não vejamos, os seguintes trechos do referido voto condutor: “O fato de a diferença, hoje, está em parcelamento é prova irrefutável de que não havia crédito líquido e certo nesse montante no momento em que a recorrente apresentou as suas PER/DCOMP, razão pela qual o seu direito à compensação, ora pleiteada, há de ficar limitado ao SNIRPJ AC 2003 que fazia jus naquele momento, ou seja, R$ 68.104,88.”.. Ademais, os embargos de declaração, ora em análise, sequer apontam Fl. 257DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/0 1/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 11020.901471/200881 Acórdão n.º 1302001.577 S1C3T2 Fl. 257 3 qualquer contradição, omissão ou obscuridade, pois articulam argumentos que deixam claro, primo ictu oculi, a intenção de apenas rediscutir o mérito da decisão embargada. Como se vê, estamos diante de mais um entre tantos casos de manejo flagrantemente abusivo de embargos de declaração, com o fito único de rediscutir os fundamentos da decisão embargada, conduta que muito tem contribuído para o desprestígio desse importante instrumento processual. Em face do exposto, voto por não conhecer dos embargos de declaração. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 258DF CARF MF Impresso em 16/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/0 1/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 14751.000140/2006-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO OU SEM CAUSA COMPROVADA. Sujeitam-se à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1401-000.706
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar as preliminares suscitadas e, por maioria, negar provimento ao recurso voluntário vencida a conselheira Karem Jureidini Dias.
Nome do relator: Mauricio Pereira Faro
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Sujeitamse à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar as preliminares suscitadas e, por maioria, negar provimento ao recurso voluntário vencida a conselheira Karem Jureidini Dias. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Fl. 596DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 2 2 Relatório Tratase de recurso manejado pelo contribuinte contra o acórdão proferido pela DRJ/REC que julgou procedente o auto de infração. Por bem resumir a questão adoto o relatório da DRJ: 1.Contra a empresa supra qualificada foi lavrado, em 16/05/2006, o Auto de Infração a seguir relacionado, referente a fatos geradores ocorridos entre os anos calendários de 2001 e 2002. 2. Segundo a descrição dos fatos (fl. 07), constatouse, na ação fiscal, FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRRF SOBRE PAGAMENTO SEM COMPROVAÇÃO DE SUA CAUSA (cheques sacados e pagamentos efetuados, CONTA:1.1.01.0001 CAIXA, listados nas intimações de 16/02/2006 e 20/03/2006— fls. 149 a 155) e. 3. Consta ainda que a empresa, durante a fase de implantação do projeto, efetuou pagamentos cuja causa não logrou comprovar: 3.1. Ano 2000: Cheques de R$ 5.000,00 emitidos pela CIMA e sacados no Bradesco, não incluidos no auto, em virtude da decadência do direito da fazenda lançar; 3.2. Ano 2001 e 2002: Cheques emitidos pela CIMA e sacados no Bradesco e Banco do Nordeste do Brasil. Intimação para apresentação dos cheques não atendida e intimação e reintimação para comprovação das operações que deram causa aos pagamentos também não atendidas; Intimação e reintimação aos sócios da empresa Joseilton Construções e Comércio ltda, CNPJ 02.378.740/000191 relativa às prestações dos serviços à CIMA (Edificação da Obra) devolvidas; 3.4. Intimação e reintimação A. CIMA do contrato com Joseilton C e C Ltda e Notas Fiscais, dos cheques por ela emitidos nos anos de 2001 e 2002 e de várias inconsistências contábeis. A empresa não as atendeu; DA IMPUGNACÃO Fl. 597DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 3 3 4. Devidamente notificada e não se conformando com o lançamento, o contribuinte apresentou, em 23/06/2006 (fls. 267/286), a sua contestação, alegando em síntese: 4.1. DA PRELIMINAR DE DECADENCIA: Dito o lançamento por homologação, que seja reconhecida a decadência relativamente ao período de 02/01/2001 a 18/05/2001, já que tomou ciência do auto em 24 de maio de 2006. DO MÉRITO: 4.2. Partindo da premissa que a Corregedoria Geral da Uniao no Estado da Paraiba — CGU realizou auditoria no projeto da empresa, constatando liberações de dinheiro, até 14/02/2002, na ordem de R$ 1.886.544,00, e, ainda, que ao final de 2001, o montante de recursos próprios vinculados ao projeto já totalizava R$ 3.890.279,00; mais, ainda, que a SUDENE após auditoria, concluiu pela regularidade do projeto, que as presumíveis irregularidades apontadas pelo FISCO, com enquadramento legal no § 1°, do art. 674 do R 1R199, consignadas as operações que motivaram os pagamentos elencados nos demonstrativos de fls. 155/158, se referem aos contratos firmados pela impugnante, mencionados, alias, no relatório da CGU na Paraiba com as empresas Joseilton Construções e Comércio Ltda, Construtora Unidas Ltda e Empresa Firmino Construções Ltda; 4.3. Que os serviços contratados foram executados, conforme comprovaram as fiscalizações realizadas pelas equipes de fiscalização da UGFIN, órgão que administra os projetos da extinta SUDENE, e pela CGU, que registram a execução de um galpão industrial com area superior a 14.000 M 2, e que foi exatamente o objeto dos contratos aqui referidos; 4.4. Que a emissão de cheques nominais a Carmem de Lourdes de Araújo e Claudio Paulo Marcone constitui uma operação normal, típica de transferência de recursos de estabelecimentos bancários para reforço de caixa, conforme livro Razão anexado. Esses suprimentos, que totalizam R$ 61.000,00, mais o cheque 153, do Bradesco, no valor de R$ 295.000,00, possibilitaram os pagamentos Construtora Firmino e à Unidas Ltda.; 4.5. Que os valores lançados, totalizando R$ 156.000,00, referemse à adiantamentos IIVIAL — Industria Mecânica Antônio Leopoldino Ltda, pela confecção de cantoneiras galvanizadas para transporte de bacias sanitárias. Ainda, que ao final do ano, ao concluir o trabalho, emitiu Nota Fl. 598DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 4 4 Fiscal Fatura n° 412, de 27/12/2000, no valor de R$ 244.200,00; 4.6. Que a Construtora Unidas Ltda, em função do contrato para conclusão do galpão industrial, executou as obras constantes da Nota Fiscal de serviços no 27, no valor de R$ 406.894,19 e reconheceu um crédito em favor da CIMA, no valor de R$ 695.000,00, pagos durante o 1° semestre de 2001, a titulo de adiantamentos; 4.7. Que o distrato relativo ao contrato firmado com a Construtora Unidas Ltda contém dois erros, A uma, não faz menção à nota fiscal de serviços n° 33, de 28/03/2001, no valor de R$ 330.108,73. A duas, os adiantamentos totalizam apenas a quantia de R$ 685.000,00, consoante registro no Razão, e correspondem aos cheques 78, 81, 82, 84, 86, 89, 9294, 9698, 101, 103, 104 3 106; 4.8. Que o total das notas fiscais 27 e 33, no montante de R$ 737.007,92, foi pago com os cheques 95 e 155, do Bradesco, e o restante R$ 142.502,92, indicado no demonstrativo de fl. 157 [Sacou o cheque no valor de R$ 295.000,00, conforme registro no Razão 2001 (doc.87)]; 4.9. Que em função do contrato firmado com Joseilton Construções e Comércio Ltda em 01/08/2000, pagou até 03/01/2001 o valor de R$ 2.922.192,53 pelos serviços prestados, conforme notas fiscais de serviço n° 570, 582 e 583. A parcela final ocorreu em 02/01/2001, no valor de R$ 300.000,00, para o qual resgatou aplicação de igual valor (doc. 87) e, ainda, no mesmo dia, emitiu o cheque n° 66 do Bradesco e, com o produto do saque, realizou pagamento em espécie a Joseilton, que assim preferiu para fugir da incidência da CPMF; 4.10. Que o Sr. Joseilton Alves da Silva deixou a empresa em abril de 1998 e passou a gerir os negócios da empresa como procurador dos sócios remanescentes, assinando, nessa qualidade, os papéis de fls. 219/249 e a rescisão contratual; 4.11. Que em relação aos desembolsos realizados em 2000, sobre os quais a fiscalização afirma que a CIMA apresentou documentação que lhes desse suporte, verifica se que compõemse de pagamento, notas fiscais e recibos assinados por Joseilton Alves da Silva como procurador, estranhamente agora não aceito pelo fisco; 4.12. Que na contabilidade da CIMA há registros de vários pagamentos que teriam sido feitos à empresa Joseilton C. Ltda, nos anos de 2000 e 2001, a titulo de adiantamento para execução de obras, mas que, com efeito, se referem a Fl. 599DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 5 5 adiantamentos A. Construtora Unidas Ltda, embora emitidos nominais à empresa Joseilton C. Ltda.; 4.13. Que um acordo firmado entre as supracitadas empresas (sucedida e sucessora na construção do galpão), talvez em virtude de problemas administrativos e fiscais autorizou a CIMA pagar à Joseilton obrigações concernentes a Unidas; Que em função do contrato firmado entre CIMA e Firmino Construções Ltda, para realização de obras do projeto Mamanguape, no valor de R$ 2.865.996,38 (docs 224/226), sendo paga a quantia de R$ 300.000,00, em 02/01/2002, parte como adiantamento e parte por serviços, e que, em função de outros serviços, os valores foram compensados com a quantia de R$ 695.000,0; 4.15. Que os cheques de n's 158 e 159, totalizando R$ 520.000,00, sacados junto ao Bradesco, tiveram a finalidade de suprir o caixa, com o fim de permitir, entre outros, o pagamento da NF n° 45 da Empresa Firmino Contruções Ltda. No valor de R$ 456,866,06; 4.16. Que o pagamento de R$ 14.000,00, consta no Razão (doc. 142) como pagamento da NF no 174, da empresa J. E. Engenharia Ltda.; 4.17. Quanto aos pagamentos em espécie, que nada existe proibindo tal prática, consoante disposto no inciso II, do art. 5 0 da Constituição Federal de 88; 4.18. Que as obras foram realizadas, como está sobejamente comprovado neste processo; 4.19. Que as receitas forma contabilizadas e oferecidas a. tributação pelas empresas contratadas, como poderá ser constatado em diligência; e 4.20. Por fim, que sejam consideradas comprovadas as operações ou as suas causas, referente aos pagamentos efetuados no período acima indicado, bem como no período de 07/06/2001 a 27/12/2002, que tratam os demonstrativos de fls. 155/157; Analisando a questão, entendeu o órgão julgador a quo por julgar procedente o auto de infração, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2001, 2002 Fl. 600DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 6 6 PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO OU SEM CAUSA COMPROVADA. Sujeitamse à incidência do imposto exclusivamente na fonte, à aliquota de 35%, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, assim como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002 PRELIMINAR DE DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O prazo para a constituição do IRPJ na hipótese em que não há pagamento da divida, é de cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte Aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002 IMPUGNAÇÃO. ONUS DA PROVA. As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. Lançamento Procedente Irresignado, interpôs a contribuinte o recurso ora analisado, reiterando os argumentos anteriormente apresentados e suscitando uma preliminar de cerceamento de defesa. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Pereira Faro Da Decadência Sustenta a Recorrente a decadência parcial do crédito tributário ora discutido tendo em vista a aplicação do artigo 150, § 4º do CTN. Entendeu o órgão julgador a quo que no presente caso deve ser aplicado o artigo 173, I do CTN que determina o inicio do prazo a partir do primeiro dia do exercício seguinte, haja vista a inexistência de pagamento, ainda que a menor, por parte da Recorrente. Em suas razoes recursais limitase a Recorrente a reiterar os argumentos expendidos anteriormente, bem como apresentar acórdãos do antigo Conselho de Contribuinte sem, contudo, fazer prova de eventual pagamento a menor. Fl. 601DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 7 7 Nesse sentido, já é pacífica a jurisprudência do STJ acerca da aplicação do artigo 173, I do CTN nos casos em que inexiste pagamento a menor, conforme se verifica do REsp. Nº 973.733 SC, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12.8.2009. Ante o exposto, afasto a decadência suscitada pela Recorrente. Do Cerceamento de defesa Sustenta a Recorrente a ocorrência de cerceamento de defesa em razão dos Fiscais da SRFB terem efetuado a oitiva dos Srs. Paulo Sérgio G da Silva, no dia 16 de fevereiro de 2006, e Franciraldo de Lima Rocha, no dia 15 de fevereiro de 2006, localizados as fls. 258 a 261. Isso porque, segundo a Recorrente, a mesma não foi intimada previamente para fazerse presente ao referido ato ceifando seu direito à ampla defesa e ao contraditório. É necessário esclarecer que o objetivo da oitiva das pessoas acima mencionadas se justificou em razão dos mesmos constarem como sócios no contrato social da empresa JOSEILTON CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA a quem a Recorrente afirma ter efetuado pagamentos da ordem de quase três milhões de reais. Todavia, conforme se verifica dos referidos depoimentos, as referidas pessoas não apenas afirmaram desconhecer a empresa JOSEILTON CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO LTDA, como também demonstrarem não possuir condições financeiras para possuir uma empresa desse porte, residindo, inclusive, em casas humildes cujas fotos foram anexadas aos presentes autos. Por seu turno, além de reconhecer a pertinência da referida oitiva para o deslinde da presente controvérsia, não vislumbro o cerceamento de defesa alegado haja vista que a Recorrente contestou plenamente o auto de infração não apenas na impugnação apresentada como também no recurso ora analisado. Dessa forma, entendo que não merece prosperar a preliminar de cerceamento de defesa. Do Mérito Conforme é cediço, nas hipóteses em que seja apurada a existência de pagamentos em relação aos quais não seja possível a identificação do beneficiário ou da causa do pagamento, é legalmente autorizada a incidência de IRRF, com base na presunção de se tratar de pagamento de rendimento tributável a terceiro, sujeito a uma aliquota diferenciada, em face das circunstâncias indicativas de irregularidade (falta de identificação do beneficiário ou da causa do pagamento). Da leitura dos presentes autos podese verificar que a empresa em tela foi intimada em 16/02/2006 e reintimada em 20/03/2006 a comprovar as operações que deram causa aos cheques por ela emitidos elencados nos demonstrativos de fls. 151 e 154, sacados em 2001 e 2002, nos bancos Bradesco e do Nordeste do Brasil — BNB, pagamentos efetuados Fl. 602DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 8 8 com desembolsos na conta CAIXA e prestar outros esclarecimentos a respeito de inconsistências contábeis detectadas. Todavia, conforme indicado pela decisão recorrida, a Recorrente , não atendeu as referidas intimações. Por seu turno, os cheques sacados, totalizando R$ 2.654.700,00) apresentam como beneficiários a própria CIMA (R$ 1.204.500,00), IMAL — Indústria Mecânica Antônio Leopoldino Ltda (R$ 10.400,00), Carmem de Lourdes de Araújo (R$ 15.000,00), Cláudio Paulo Marcone (118.500,00), Joseilton Construções Ltda. (R$ 624.500,00), Visão Empreendimentos Ltda. (R$ 10.000,00), José Carlos Teixeira de Carvalho (R$ 81.000,00), Unidas Construções Ltda. (R$540.000,00) e Firmino Construções Ltda. (R$ 55.000,00) Convém aqui lembrar que, no tocante aos dispêndios correlacionados a despesas efetuadas pela pessoa jurídica, para sua comprovação, a legislação do imposto de renda impõe que fique inequivocamente comprovado, mediante documentação hábil e idônea, o respectivo pagamento e que o gasto efetuado teve como contrapartida o efetivo ingresso de bens ou serviços na empresa, e em se tratando de custo ou despesa operacional, que se trate de dispêndio necessário à manutenção das atividades da empresa. Registrese, ainda, que o montante de R$ 624.500,00 foi pago à empresa Joseilton Construções Ltda. Todavia, de acordo com os depoimentos contidos as fls 258/261 os Srs. Paulo Sérgio G da Silva e Franciraldo de Lima Rocha, que seriam supostos sócios da referida empresa, não apenas afirmaram desconhecer a referida empresa como demonstraram cabalmente não possuírem condições financeiras para atuar em empresa de tal porte. Tal fato não somente levanta duvidas acerca da índole da referida empresa, como também da legitimidade dos vultosos pagamentos que a Recorrente afirma ter efetuado. Por seu turno, conforme atestou a decisão de Primeiro Grau, da documentação apresentada pela Recorrente o que se observa é que não existe qualquer correlação entre os beneficiários dos pagamentos efetuados (cheques) e os respectivos registros na contabilidade, gerando uma presunção relativa de que os referidos registros não são absolutamente aceitáveis e, em se tratando de pagamentos cujas operações se quer correlacionar, ser necessário outros elementos de prova que não os produzidos pela própria Recorrente e, ainda, com validade perante terceiros, sob pena de assim não sendo, exigirse o IRRF sobre os mesmos, nos termos do art. 61, §1° da Lei no 8.981, de 1995. No que se refere à alegada conclusão da regularidade do projeto por parte da Corregedoria Geral da União no Estado da Paraiba, SUDENE, etc., são análises especificas dos citados órgãos que, vale salientar, em nenhum momento foram contestadas pela fiscalização, mas que não pressupõem a regularidade da escrituração contábil e fiscal do contribuinte para fins tributários, cuja competência de análise pertence à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Já quanto à comprovação da execução dos serviços contratados, conforme fiscalizações realizadas pelas equipes de fiscalização da UGFIN e CGU, que registram a execução de um galpão industrial com area superior a 14.000 m 2, tal fato não foi contestado pela fiscalização, apenas não foram apresentadas provas da correlação entre os dispêndios e os mencionados serviços, fato que enseja a aplicação do disposto no art. 674 do RIR/99. Ainda, é de se mencionar, mais uma vez, que não compete à RFB fiscalizar o uso dos recursos fornecidos por entidades governamentais destinadas a formentar o desenvolvimento, quer seja local, regional ou nacional, como é o caso das entidades enumeradas pela Recorrente. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 14751.000140/200601 Acórdão n.º 140100.706 S1C4T1 Fl. 9 9 Pretende a Recorrente comprovar as possíveis operações que deram causa aos pagamentos (despesas na fase préoperacional), correlacionando pagamentos diversos a contratos, notas fiscais e recibos, além de alegações variadas, tais como acordos informais entre empresas contratadas. Todavia, conforme registrado pela decisão de Primeiro Grau, a fiscalização não desconsiderou os contratos apresentados e demais documentos apresentados pela contribuinte relativamente a despesas da fase préoperacional, nem, tampouco, as obras realizadas, sendo certo que a contribuinte não obteve êxito para comprovar as as causas dos dispêndios efetuados. Ante o exposto, afasto a preliminar de decadência e cerceamento de defesa e, no mérito, nego provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Mauricio Pereira Faro Relator Fl. 604DF CARF MF Impresso em 14/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 15/08/201 2 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 13/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.904918/2009-37
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2005
RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE INTERROMPIDA.
Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da Per/DComp restringe-se a aspecto processual relativo a tempestividade da apresentação do aditamento a manifestação de inconformidade. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela DRJ que originalmente proferiu a decisão de primeira instância.
Numero da decisão: 1803-002.548
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento em parte ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Fernando Ferreira Castellani, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ANÁLISE INTERROMPIDA. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da Per/DComp restringese a aspecto processual relativo a tempestividade da apresentação do aditamento a manifestação de inconformidade. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela DRJ que originalmente proferiu a decisão de primeira instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento em parte ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Fernando Ferreira Castellani, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 49 18 /2 00 9- 37 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 84 2 A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 08264.49145.130405.1.3.040838, apresentada em 13.04.2005, utilizandose do crédito relativo ao pagamento a maior de Imposto sobre a renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), código 2362, no valor de R$142.268,85, contido no DARF no total de R$185.927,02 recolhido em 31.03.2004, apurado pelo regime de tributação com base no lucro real, para compensação dos débitos ali confessados. De acordo com o Despacho Decisório Eletrônico, fl. 02, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 142.268,85 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados o PER/DCOMP [...] Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. [...] Enquadramento legal: Arts. 165 e 170, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada em 02.04.2009, fl. 10, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade em 08.04.2009, fl. 01, solicitando o cancelamento do processo, pois, o valor cobrado já estaria incluso no processo nº 10166.900226/200839. A manifestação de inconformidade foi objeto de análise, conforme Despacho do Presidente da 2ª Turma da DRJ/BSA/DF, fl. 12, resultando na devolução dos autos ao órgão de origem: Consoante Despacho Decisório reproduzido à fl. 02, emitido eletronicamente em 25/03/2009, a autoridade competente não homologou a compensação declarada pelo contribuinte no PER/DCOMP n°. 08264.49145.130405.1.3.040838, tendo em vista que não foi confirmado o crédito utilizado, relativo a pagamento a maior no valor original de R$142.268,85, proveniente de recolhimento efetuado em 31/03/2004, através de DARF no valor de R$185.927,02, o qual foi totalmente utilizado para extinguir débito declarado em DCTF. Conseqüentemente, diante da não homologação, o sujeito passivo foi intimado a efetuar o pagamento do débito indevidamente compensado. Cientificado do despacho denegatório, por via postal, em 02/04/2009 (fl. 10), o interessado apresentou em 08/04/2009 a petição acostada à fl. 01, na qual, em síntese, não contesta o direito creditório não reconhecido mas a cobrança do débito, que informa ter sido objeto de outra compensação, constante dos autos do processo n°.10166.900226/200839. Desta forma, não havendo reclamo contra o direito creditório, a matéria tratada no requerimento não comporta julgamento de primeira instância por esta DRJ, razão pela qual retorno os autos ao órgão de origem, para as providências cabíveis. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 85 3 O processo foi enviado para cobrança amigável, pois, de acordo com o órgão de origem, o valor cobrado não corresponde a nenhum dos débitos inclusos no processo mencionado pela Recorrente. Notificada em 28.08.2012, fl. 17, inconformada com Despacho do Presidente da 2ª Turma da DRJ/BSA/DF, a Recorrente opôs nova peça de defesa que denominou “manifestação de inconformidade” em 05.09.2012, fls. 1822, argumentado: 05. Considerando que a elaboração de forma incoerente, da fundamentação da cobrança, deixando de evidenciar a informação de que o valor de R$518.160,02 tratase exclusivamente de um crédito legítimo declarado nos Per/DComp n° 30552.16502.150305.1.7.04.3079; 38539.03005.060405.1.7.04.0709 e 23965.92028.110505.1.7.04.8013, sob a natureza de um pagamento indevido ou a maior, sendo que esse valor é advindo de um saldo negativo de IRPJ, declarado no valor de R$1.819.934,76, na DIPJ 2005 entregue de forma tempestiva, objeto deste facilmente evidenciado na sua página de n° 11, ficha 12A, de fundamental importância para o bom exame da matéria; cumpre de início fazer breve histórico sobre este assunto. 06. Por motivo desse saldo negativo de [IRPJ] de R$1.819.934,76, foram informados equivocadamente em outras Per/DComp um valor divergente, onde a base de cálculo negativa do imposto seria de R$1.301.774,74 e não o que realmente era devido. A regularização dessa situação, que em princípio seria de simples solução, poderia ser ocasionada mediante a retificação das Per/DComp já emitidas, procedimento que a via tentou realizar, mas que se revelou impossível, tendo em vista a não possibilidade desta retificação após o início do procedimento administrativo. Com o intuito de ilustrar o desdobramento da origem do valor deste crédito em questão, fixase o quadro: Valor Base Negativa IRPJ DIPJ (Correto) 1.819.934,76 Valor Negativo Informado equivocadamente nas Per/DComp (1.301.774,74) Diferença [IRPJ] a maior DIPJ 518.160,02 07. Sobretudo, cumprese destacar, que a diferença apontada entre a DIPJ e as Per/DComp, que é de R$518.160,02, foi compensada pela via nos Per/DComp n° 30552.16502.150305.1.7.04.3079; 38539.03005.060405.1.7.04.0709 e 23965.92028.110505.1.7.04.8013. 08. Assim, diante dos argumentos apresentados, não tendo sido comprovada a falta de liquidação do valor em cobrança [...], deve ser extinto o crédito tributário ora requerido por esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento. [...] 09. Estamos certos de que demonstramos, à exaustão, a ilegalidade de que se reveste o lançamento da cobrança em referência. 10. Diante das razões expostas, a empresa pleiteia o deferimento integral da presente peça de manifestação de inconformidade e, em conseqüência, sejam declarados improcedentes todos os lançamentos ora contestados, como também o cancelamento do Despacho Decisório [...]. Está registrado como ementa do Acórdão da 2ª TURMA/DRJ/BSA/DF nº 03 52.316, de 24.05.2013, fls. 3337: Fl. 85DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 86 4 ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 31/03/2004 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PETIÇÃO EXTEMPORÂNEA. PRECLUSÃO Instaurada a fase litigiosa do procedimento, eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Outros Valores Controlados Notificada em 21.08.2013, fl. 41, Recorrente apresentou o recurso voluntário em 20.09.2013, fls. 4265, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Acrescenta que: II DA PRELIMINAR DA NULIDADE DAS DECISÕES DA DRJ. DO FLAGRANTE CERCEAMENTO DO DIREITO D E DEFESA. DA AUSÊNCIA D E APRECIAÇÃO DOS ARGUMENTOS D E DEFESA: No presente momento, necessário se faz reiterar os seguintes momentos do processo, os quais estão intrinsecamente vinculados ao cerceamento do direito de defesa comprovadamente ocorrido, quando da apresentação da primeira irresignação em face da não homologação da compensação realizada. Repitase, após a ciência do Despacho que não homologou a compensação realizada, houve apresentação de manifestação de inconformidade [...], a qual fora devidamente processada, onde sobreveio Despacho de encaminhamento [..] lavrado pela Divisão de Orientação e Análise Tributária da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Brasília/DF, manifestandose no sentido de que: (i) que a referida manifestação de inconformidade [...] apresentada, fora recebida tempestivamente, ou seja, dentro do prazo de 30 dias; (ii) que houve a instauração da fase litigiosa comportando julgamento em primeira instância com base no Ato Declaratório Normativo COSIT n.° 15/2009; (iii) ao final, determinou a remessa dos autos à DRJ de Brasília para análise de impugnação proposta pela Recorrente. [...] Ocorre que de forma indevida e em desobediência flagrante à verdade material, a fungibilidade recursal e o Decreto n.° 70.235/72 que regula a tramitação do processo administrativo fiscal no âmbito federal, houve lavratura de Despacho [...] de devolução, onde foram gravadas as seguintes informações: (i) que a Recorrente não teria contestado o direito creditório em face da não homologação do Per/DComp; (ii) que como não houve o suposto reclamo da Recorrente, o processo não comportaria julgamento de primeira instância, razão pela qual se determinou o retorno dos autos à origem. Depreendese da leitura da decisão recorrida que o entendimento da Turma Julgadora não merece prosperar, na medida em que esta deixou de acolher os argumentos suscitados pela Recorrente quando da apresentação da primeira manifestação de inconformidade [...], onde fora induzida a erro pela confusão havida no preparo dos autos para julgamento, haja vista que [...] a unidade preparadora faz Fl. 86DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 87 5 uma afirmação, ao passo [...] existe informação em sentido diametralmente oposto. [...] Como pode constar a informação [...] dos autos que: (i) a manifestação de inconformidade [...] apresentada fora recebida tempestivamente, ou seja, dentro do prazo de 30 dias; (ii) houve a instauração da fase litigiosa comportando julgamento em primeira instância com base no Ato Declaratório Normativo COSIT n.° 15/2009; (iii) fora determinada a remessa dos autos à DRJ de Brasília para análise de impugnação; e, posteriormente, por intermédio de Despacho de Devolução [...], a mesma DRJ/BSB que agora teve competência para apreciar o caso ([...], afirmou anteriormente que não o teria para dar alicerce à sua conduta flagrantemente omissa??? Importante se faz gravar que quando da apresentação da primeira manifestação de inconformidade [...] , a própria unidade preparadora e/ou a DRJ/BSB tinha a obrigação legal, tendo em vista os fundamentos de defesa e a verdade material que rege o processo administrativo fiscal, de requerer informações e/ou avocar o processo administrativo fiscal n.° 10166.900226/200839, até porque na data em que fora apresentada a primeira manifestação de inconformidade, ambos os casos, ou seja, esse processo administrativo e o da origem do crédito (PA 10166.900226/200839). estavam no Serviço de Controle e Julgamento da própria DRJ/BSB. [...]. Assim, resta claro que a Recorrente não pode ser apenada pelo descompasso entre a unidade preparadora e o órgão julgador, o qual, este último, tem o dever legal de emanar suas decisões com base na verdade material e na instrumentalidade processual de forma fundamentada e sem preterição do direito de defesa como ocorreu no caso dos presentes autos. Assim sendo, conforme se passará a demonstrar, o Despacho de devolução [...] deverá ser anulado, bem como o Acórdão recorrido que fora proferido pela d. 2º Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília, pois ambos encontramse eivados de nulidade, uma vez que deixaram de apreciar tanto o fundamentos da primeira manifestação de inconformidade, tal como ocorreu quando da apresentação da segunda irresignação das razões de defesa suscitadas. Dispõe o Decreto n.° 70.235/72, com a redação que lhe foi alterada pela Lei n.° 8.748/93, em seu artigo 31, ao referirse à decisão exarada em primeira instância administrativa [...]. Notase, portanto, que a legislação regente é clara em estabelecer que a decisão emanada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento deve conter expressamente todas as razões de defesa suscitadas pela Recorrente. Tratase, portanto, de um requisito indispensável à garantia do devido processo e ao seu processamento para que não haja preterição do direito de defesa tal como ocorreu. No mesmo Decreto, especificamente no comando legal insculpido no art. 59, inciso II, encontrase a seguinte previsão no que concernente a nulidade despachos e decisões [...]. Percebese, dessa forma, que o mencionado dispositivo legal é claro ao mencionar que é nula a decisão de primeira instancia administrativa que cerceia o direito de defesa do contribuinte e é o que ocorreu no presente caso, na medida em que o Despacho de devolução dos autos não analisou sequer os fundamentos constantes da irresignação da Recorrente, mesmo levandose em consideração de que a Recorrente teve o cuidado de juntar, à época, a íntegra da manifestação de Fl. 87DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 88 6 inconformidade protocolizada nos autos do Processo Administrativo Fiscal n.° 10166.900226/200839. [...] Com isso, concluise que: (i) é requisito indispensável da decisão de primeira instância administrativa fiscal federal a abordagem expressa de todos os aspectos e argumentos levantados na peça impugnatória; (ii) o não cumprimento de tal obrigatoriedade enseja caracterização de cerceamento do direito de defesa; e (iii) a caracterização do cerceamento de defesa implica na nulidade da decisão de primeira instância. No presente caso, observase que a primeira manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente demonstrou a não procedência do Despacho Decisório [...] que não homologou a compensação realizada pela Recorrente, onde à época, houve manifestação desta no sentido de que o valor referido na compensação citada já estava incluído nos autos do Processo Administrativo Fiscal n.° 10166.900226/200839, onde inclusive, fora juntada a íntegra da manifestação de inconformidade [...] e, inclusive, ao final, houve requerimento de cancelamento do presente caso, em razão de que o valor aqui referido já' fazia parte do outro caso, qual seja, citese novamente, o Processo Administrativo n.° 10166.900226/200839. Contudo, na decisão recorrida, os Srs. Julgadores que se limitaram [...] a se manifestar no sentido de que não constava contestação do direito creditório, houveram por bem ulteriormente em julgar o processo através do acórdão ora recorrido, em total descompasso com as normas que regem a tramitação e a análise dos processos administrativos fiscais no âmbito federal. Em outras palavras, o que a DRJ/BSB fez, em ambas as decisões, quais sejam, na decisão [...] e no acórdão recorrido, foi deixar à margem da lei suas decisões em flagrante desobediência com a fungibilidade recursal, bem como do princípio da verdade material. De fato, na íntegra da decisão, é possível verificar que a própria DRJ/BSB [...] dos autos grava que a primeira petição da Recorrente tem a natureza jurídica de manifestação de inconformidade, pelo que se verifica com tal alegação o verdadeiro descompasso da Decisão lavrada [...], na medida em que resta claro e provado que o órgão julgador não analisou em nada as manifestações da Recorrente, seja na primeira peça de inconformidade, seja na segunda manifestação que fora julgada ulteriormente. Apenas a título de exemplificação, como pode a d. DRJ/BSB afirmar que se trata de manifestação de inconformidade e não julgar pelo simples e incorreto motivo de que a Recorrente não teria contestado seu direito creditório e, em momento posterior, afirmar que os fundamentos são extemporâneos??? Data máxima venia, um verdadeiro absurdo jurídico tais manifestações, em especial porque ferem de forma inconteste as normas que regulam o processo administrativo fiscal no âmbito federal. Ou seja, nesse ponto, como ocorreu em diversos outros do presente caso [...] a Turma Julgadora simplesmente deixou de apreciar as razões da primeira manifestação de inconformidade suscitadas pela Recorrente na peça apresentada [...], em total ofensa aos artigos 31 e 59, II do Decreto que regula o Processo Administrativo Fiscal. Tratase, portanto, de nítido cerceamento do direito de defesa em desfavor da Recorrente. [...] Dessa forma, estando devidamente demonstrado que a Turma Julgadora, seja na lavratura do Acórdão recorrido [...], seja no Despacho de devolução [...] se Fl. 88DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 89 7 eximiu do seu dever contido nos artigos 31 e 59 inciso II, ambos do Decreto n.° 70.235/72, temse que as decisões por ela emanadas padecem de nulidade, devendo tal fato ser reconhecido por esta colenda Turma Julgadora, para que os autos do presente processo administrativo sejam devolvidos à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília, a fim de que eles, relativamente aos fundamentos das manifestações de inconformidade apresentadas, profiram uma nova decisão abordando todos os argumentos suscitados pela Recorrente. III DA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Não obstante os fundamentos acima expostos sejam mais do que suficientes para determinar a declaração de nulidade de todo o processo a partir do Despacho de devolução [...], uma vez que em completo desacordo com as regras que regem o processo administrativo fiscal, a manifestação de não homologação através do Despacho Decisório [...] não pode ser considerada lídima para fundamentar o não aproveitamento do crédito tributário a que tem direito a Recorrente tendo em vista a flagrante desconsideração do Princípio Da Verdade Material. Isso porque tal Despacho decisório fora lavrado unicamente em dados que não correspondem à verdade dos acontecimentos e sim em meras suposições, o que, por si só, não têm o condão de gerar a não homologação do aclarado crédito tributário que faz jus a Recorrente. Ou seja, em todos os fundamentos constantes do Despacho decisório que não homologou a compensação realizada, a Auditoria Fiscal afasta toda a verdade material e não reconhece o crédito da Recorrente, motivo pelo qual desconsidera integralmente todas as provas juntadas quando da apresentação das manifestações de inconformidade que comprovam de forma inconteste a existência de crédito em favor da Recorrente. [...] Verificase, ainda, a elaboração de forma incoerente da fundamentação da cobrança pelo Despacho Decisório que não homologou a compensação que a Recorrente faz jus, haja vista que a RFB deixou de constatar a informação de que o valor de R$518.160.02 tratase exclusivamente de um crédito legítimo declarado nos Per/DComp n° 30552.16502.150305.1.7.04.3079, 38539.03005.060405.1.7.04.0709 e 23965.92028.110505.1.7.04.8013. sob a natureza de um Pagamento Indevido ou a Maior, sendo que esse valor é advindo de um saldo negativo de IRPJ declarado no valor de R$1.819.934.76. na DIPJ 2005 entregue de forma tempestiva, objeto que pode ser facilmente evidenciado na sua página n° 11, especialmente na ficha 12A. É necessário esclarecer que o saldo negativo de R$1.819.934,76 (que consta na DIPJ de 2005 como saldo de pagamento informado equivocadamente em outras Per/DComp com valor divergente, onde a base de cálculo negativa naquela informação repassada ao Fisco seria de R$1.301.774,74, o que não corresponde com o valor real para homologação da presente compensação, ou seja, o que realmente é lídimo para efeitos de compensação em favor da Recorrente é o primeiro valor gravado, qual seja: R$1.819.934,76. A regularização dessa situação, que em princípio seria de simples solução, poderia ser ocasionada mediante a retificação das Per/DComp já emitidas, procedimento que se tentou realizar, mas que se revelou impossível, tendo em vista a não possibilidade desta retificação após o início do procedimento administrativo. Com o intuito de ilustrar o desdobramento da origem do valor deste crédito em questão, seguese o quadro didático abaixo: Fl. 89DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 90 8 Valor Base Negativa IRPJ DIPJ (Correto) 1.819.934,76 Valor Negativo Informado equivocadamente nas Per/DComp (1.301.774,74) Diferença IRPJ a maior DIPJ 518.160,02 Ainda, de suma importância cumprese destacar, que a diferença apontada entre a DIPJ e as Per/DComp, que é de R$518.160,02, foi compensada pela Recorrente nos seguintes Per/DComp n°s 30552.16502.1503|05.1.7.04.3079; 38539.03005.060405.1.7.04.0709 e 23965.92028.110505.1.7.04.8013. Assim, diante dos argumentos acima apresentados, não tendo sido comprovada a falta de liquidação do valor em cobrança [...] deve ser homologada a compensação realizada com a consequente reforma do Acórdão recorrido lavrado pela d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF. Assim sendo, provase. ab initio, que os argumentos para homologação do crédito a que a Recorrente faz jus devem ser analisados a fundo, haja vista os ora citados fundamentos da presente peça administrativa fiscal. Com efeito, para a garantia do procedimento administrativo correto, bem como para análise do processo administrativo com um todo, se faz necessária a utilização de provas veementes para garantir o batismo da certeza, isso porque tal procedimento deve reger toda atividade administrativotributária. Assim, com relação aos créditos tributários que têm direito a Recorrente, não cabe prosperar a alegação administrativa de não homologação do crédito existente, ainda mais quando se verifica claramente a existência de pagamento a maior e efetivo crédito que dá lastro para que seja deferida a compensação realizada. Dessa forma, em razão do princípio da verdade material, corolário da legalidade, não pode o Fisco deixar de proceder à análise dos fatos jurídicos tributários e de todos os documentos (obrigações acessórias) já juntados no presente caso, sob pena de não homologar crédito com clareza solar que a Recorrente faz jus. [...] No presente caso, verificase que a Administração Fiscal não se preocupou em apurar a verdade material dos fatos, haja vista que, não obstante ter diversas informações e documentos sobre todas as operações realizadas pela Recorrente, delas não tomou conhecimento ou examinouas de forma equivocada, arbitrária e desmedida. Indagase, diante de tantas informações e documentos! Preocupouse o Auditor Fiscal e a Administração Tributária em apurar a verdade durante todo o procedimento administrativo de fiscalização??? Com certeza: NÃO. Assim, repitase, o presente caso está intrinsecamente relacionado com o Processo Administrativo n.° 10166.900226/200839, o qual juntamente com a contabilidade da Recorrente prova a origem do crédito existente, especialmente o pagamento a maior realizado. Então, não merece prosperar a não homologação do crédito a que a Recorrente tem direito, o qual não fora homologado via Despacho decisório que teve entendimento idêntico gravado pela d. DRJ/BSB, eis que resta comprovado que o crédito apurado pela Recorrente é lídimo e deverá ser aproveitado, em face do princípio da verdade material. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 91 9 Passados esses fundamentos, concluise que a presente compensação deverá ser homologada em obediência à verdade material, bem como pela inconteste demonstração do direito creditório como feito anteriormente. IV A CONTABILIDADE COMO PROVA EM FAVOR DA RECORRENTE. No exercício regular de suas atividades, as empresas devem manter contabilidade societária e fiscal, de modo que todos os interessados nas operações das empresas (funcionários, diretoria, Fisco, etc.) possam visualizar a sua verdadeira situação e tenham subsídios para tomar suas decisões e cumprir os seus respectivos ofícios. Os lançamentos contábeis, na verdade, refletem os diversos fatos econômicos ocorridos na vida da empresa, produzindo as informações desejadas pelos "consumidores" dos relatórios/informes contábeis. Nesses termos, é necessário terse em mente que a ocorrência dos fatos econômicos sempre será materializada por meio de documentos, razão pela qual todo o lançamento contábil deve ter lastro em documento que indique o fato econômico contabilizado. [...] Resta claro, portanto, que a contabilidade feita pela Recorrente constituise prova em seu favor, sendo certo afirmar que a total desconsideração das razões expostas nas manifestações de inconformidade, faz surgir de forma aclarada que a d. Fiscalização sequer teve o cuidado de levantar1 informações contundentes antes da não homologação da compensação aqui discutida. Visto isso, cumpre esclarecer relevante questão acerca dos documentos que dão suporte aos negócios jurídicos objeto de contabilização. Isto porque, conforme se depreende do já aludido artigo 923 do RIR/99, a contabilidade somente faz prova em favor do contribuinte se lastreada em "documentos hábeis". [...] Sendo assim, é de se concluir que um documento hábil para a escrita contábil é aquele que consubstancie fisicamente um negócio jurídico (que implique em alteração patrimonial na empresa) com cumprimento aos ditames legais. Logo, o lançamento contábil calcado em documentos que condizem com a realidade factual faz prova a favor do contribuinte, devendo o Fisco, sempre aprofundar e levantar as informações corretas antes da não homologação do crédito a que faz jus a Recorrente, o que não foi feito no caso dos presentes autos de forma inconteste. [...] Por todo o exposto, queda nítido, que a escrita contábil do contribuinte, lastreada em instrumento válido juridicamente, t em poder de prova em sua benesse no que tange ao direito creditório da Recorrente considerado corretamente pela RFB, sendo dever do Fisco, que não fora caso almeje fundamentar sua decisão sobre a não homologação do crédito a que faz jus a Recorrente, em considerar todos os documentos e os lançamentos contábeis devidamente realizados por esta, o que não foi feito até o presente momento. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: Fl. 91DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 92 10 Desde logo, se requer, quando da chegada dos autos no CARF o sobrestamento do feito para julgamento em conjunto com os Processos Administrativos n.°s 10166.900222/200851 e 10166.900226/200839, ambos em trâmite na Primeira Seção de Julgamento do CARF na medida em que tais processos estão intrinsecamente ligados (origem do crédito) ao caso presente e deverá haver o julgamento em conjunto pela mesma Turma. Em face de todo o exposto e reiterando todos os termos das manifestações de inconformidade apresentadas, requer o acolhimento da preliminar de nulidade das decisões emanadas pela d. DRJ/BSB por flagrante cerceamento do direito de defesa e/ou das razões de mérito do presente Recurso Voluntário, com a reforma integral do r. Acórdão recorrido [...] a fim de que seja homologada a compensação realizada pela Recorrente, reconhecendose o crédito tributário ora em discussão e arquivandose o presente processo administrativo fiscal aqui entabulado. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§ 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996). Em preliminar tem cabimento a análise da tempestividade da apresentação do aditamento a manifestação de inconformidade. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes são asseguradas aos litigantes em processo administrativo. Por esta razão há previsão de que a pessoa jurídica seja intimada para apresentar sua defesa, inclusive, por via postal no domicílio fiscal constante nos registros internos da RFB, procedimento este que deve estar comprovado nos autos. Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deve cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do Despacho Decisório que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. Ainda contra a decisão de primeira instância, cabe recurso voluntário para reexame da sucumbência, que tem efeito suspensivo e que deve ser interposto dentro dos trinta dias seguintes à sua ciência 1. 1 Fundamentação legal: inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 33 e art. 42 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e art. 182 do Código de Processo Civil. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 93 11 O prazo legal de instauração da fase litigiosa no procedimento é peremptório, já que não pode ser reduzido ou prorrogado pelas partes. Considerase definitivo o ato decisório de primeiro grau, no caso de esgotado o prazo legal sem que a peça de defesa tenha sido interposta. Cientificada em 02.04.2009, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade em 08.04.2009 solicitando o cancelamento do processo, pois, o valor cobrado já estaria incluso no processo nº 10166.900226/200839. Temse que no Despacho do Presidente da 2ª Turma da DRJ/BSA/DF restou esclarecido que “não havendo reclamo contra o direito creditório, a matéria tratada no requerimento não comporta julgamento de primeira instância por esta DRJ, razão pela qual retorno os autos ao órgão de origem, para as providências cabíveis”, tendo em vista o art. 224 do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012. Notificada em 28.08.2012 e discordando do Despacho do Presidente da 2ª Turma da DRJ/BSA/DF, a Recorrente opôs em 05.09.2012 aditamento à peça de defesa que denominou “manifestação de inconformidade” contra a não homologação dos débitos originalmente confessados no Per/DComp objeto de análise nos presentes autos.. A motivação que está registrada no Voto Condutor do Acórdão recorrido é a seguinte: Revisitando o Decreto [nº 70.235, de 06 de março de 1972] verificamos que a impugnação/manifestação de inconformidade, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência (no caso em baila o Despacho Decisório), instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 14 e 15). Instaurada a fase litigiosa do procedimento, eventual petição, apresentada fora do prazo, não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário nem comporta julgamento de primeira instância. Não podemos perder de vista que os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir devem ser apresentados na impugnação, ou seja, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência do despacho decisório, precluindo o direito de o requerente fazêlo em outro momento processual. Em suma, a petição intitulada Manifestação de Inconformidade, apresentada em 05/09/2012 (fls. 18 a 21 e anexos), em face da sua extemporaneidade, não instaura fase litigiosa já instaurada, via de conseqüência, não comporta julgamento de primeira instância. Ex positis, voto por não conhecer da manifestação de inconformidade interposta pela interessada. Verificase que, em face da não homologação dos débitos confessados no Per/DComp objeto de análise nos presentes autos, a Recorrente opôs a peça de defesa, que tem natureza jurídica de aditamento à manifestação de inconformidade originalmente apresentada no tempo, na forma e no lugar previstos em lei, pois o fez antes que fosse proferido o Acórdão Fl. 93DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 94 12 da 2ª TURMA/DRJ/BSA/DF. Por essa razão, a preclusão temporal está afastada, haja vista que não houve o descumprimento do prazo para a prática do ato processual. Na decisão de primeira instância de julgamento foi afastada a possibilidade de análise do Per/DComp ao argumento de que o referido aditamento a manifestação de inconformidade foi apresentado intempestivamente. Por essa razão, não foi analisada a efetiva existência do direito creditório pleiteado. Superada esta questão, necessário se faz a apreciação do mérito pela autoridade administrativa competente, quanto aos demais requisitos para homologação da compensação para evitar a supressão de instância. Temse que inexiste reconhecimento implícito de direito creditório no caso em que a apreciação da Per/DComp restringese a aspecto processual relativo a tempestividade da apresentação do aditamento a manifestação de inconformidade. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) que originalmente proferiu a decisão de primeira instância. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. Ainda, o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional 2. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a seu favor dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais3. Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar 2 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. 3 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 95 13 livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de registro obrigatório pela legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. Cabe à Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde da comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional. A pessoa jurídica pode deduzir do tributo devido o valor dos incentivos fiscais previstos na legislação de regência, do tributo pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real, bem como o IRPJ ou a CSLL determinado sobre a base de cálculo estimada no caso utilização do regime com base no lucro real anual, para efeito de determinação do saldo de IRPJ ou de CSLL a pagar ou a ser compensado no encerramento do anocalendário, ocasião em que se verifica a sua liquidez e certeza4. A partir de 30.11.2009, foi expressamente afastada a vedação de utilização do crédito proveniente de pagamento mensal a maior de estimativa do IRPJ e da CSLL, para fins de compensação com débitos tributários, cuja matéria é tratada em sede de norma complementar. Sobre a retroatividade de seus efeitos, vale ressaltar que a legislação tributária abrange as normas complementares que incluem os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas superiores, necessários à perfeita execução das leis. Como têm caráter meramente elucidativo e explicitador, apresentam nítida feição interpretativa, podendo operar efeitos retroativos para atingir fatos anteriores ao seu advento. Assim, em relação à compensação tributária, temse que o permissivo regulamentar de utilização do crédito proveniente de pagamento mensal a maior de estimativa do IRPJ e da CSLL alcança o Per/DComp formalizado antes da sua vigência5. O pedido inicial da Recorrente referente ao reconhecimento do direito creditório pleiteado do valor de IRPJ ou de CSLL determinado sobre a base de cálculo estimada, pode ser analisado, uma vez que o “pagamento indevido ou a maior a título de estimativa pode caracterizar indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação”, desde que comprovado erro, em conformidade com a Súmula CARF nº 84. Cumpre registrar, inclusive, que, enquanto a Recorrente não for cientificada de uma nova decisão quanto ao mérito de sua compensação, os débitos compensados 4 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. 5 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Código Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, art. 73 da Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 4º da Lei nº 11.051, de 29 de dezembro de 2004, art. 30 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, art. 96, inciso I do art. 100, inciso I do art. 106 do Código Tributário Nacional, Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012, art. 269 do Código de Processo Civil, Lei Complementar nº 118, de 9 de fevereiro de 2005 e art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF e art. 83 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 96 14 permanecem com a exigibilidade suspensa, por não se verificar decisão definitiva acerca de seus procedimentos. E, caso tal decisão não resulte na homologação total das compensações promovidas, develhe ser facultada a oposição de novo recurso voluntário, possibilitandolhe a discussão do mérito da compensação nas duas instâncias administrativas de julgamento, nos termos do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 19726. Os efeitos do acatamento da preliminar da possibilidade de deferimento da Per/DComp e acatamento do aditamento à manifestação de inconformidade originalmente apresentada, afastamento a preliminar de sua intempestividade, impõe, pois, o retorno dos autos à DRJ/BSA/DF para que seja analisado o mérito do pedido, ou seja, a origem e a procedência do crédito pleiteado, em conformidade com a escrituração mantida com observância das disposições legais, desde que comprovada por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, bem como com os registros internos da RFB. Também devem ser examinados conjuntamente os Per/DComp que tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas, se for o caso7. Em assim sucedendo, voto por dar provimento em parte ao recurso voluntário para aplicação da Súmula CARF nº 84 e determinar o retorno dos autos à autoridade julgadora para apreciar o acatamento do aditamento à manifestação de inconformidade como tempestivo e o mérito do litígio e ainda para reconhecer a possibilidade de formação de indébito de IRPJ, código 2362, no valor de R$142.268,85, contido no DARF no total de R$185.927,02 recolhido em 31.03.2004, mas sem homologar a compensação por ausência de análise do mérito pela DRJ/BSA/DF, com o conseqüente retorno dos autos a essa unidade da RFB, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido no Per/DComp, inclusive no que diz respeito à juntada por anexação dos processos administrativos, cujas declarações tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas, se for o caso8. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 6 Fundamentação legal: art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012. 7 Fundamentação legal: art. 9º do Decretolei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008. 8 Fundamentação legal: Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10166.904918/200937 Acórdão n.º 1803002.548 S1TE03 Fl. 97 15 Fl. 97DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 18/02/2 015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 10855.907028/2012-14
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/12/2008
SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS.
O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação.
Numero da decisão: 1802-002.455
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 70 28 /2 01 2- 14 Fl. 96DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente. Por economia processual passo a adotar o suscinto relatório elaborado pela DRJ, in verbis: “Tratase de Pedido de Restituição das contribuições sociais retidos na fonte por ocasião de pagamento de serviços de terceiros. Na fundamentação do Despacho Decisório que indeferiu o Pedido, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição (...) Diante da inexistência do crédito, INDEFIRO o Pedido de Restituição. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que: o crédito, cuja restituição se pretende decorrente de retenção indevida praticada pela Impugnante referente a serviço prestado por pessoa jurídica optante do SIMPLES Nacional, nos termos em que instituído pela Lei Complementar nº 123/2006. ... Consoante relatado e conforme comprovam os respectivos documentos fiscais, a Impugnante contratou a prestação de serviços da pessoa jurídica de direito privado ‘Guarapuã Florestal Ltda – EPP’ (...). Com base nas disposições do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 e da Lei nº 10.833/2003, a Impugnante é obrigada a reter os valores concernentes ao imposto de renda e às contribuições sociais CSLL, PIS e COFINS Fl. 97DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 4 3 incidentes sobre as operações e repassálos (...) na condição de substituta tributária. Todavia, a Impugnante constatou posteriormente que a pessoa jurídica substituída fornecedora dos serviços contratados à época dos fatos geradores ora considerados, era optante do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, situação em que permaneceu no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, como bem comprovam os documentos inclusos. ... Por esta peculiar sistemática, o adimplemento dos mencionados tributos dáse de modo unificado, por meio de uma alíquota única, ao encargo da pessoa jurídica optante do SIMPLES, o que indelevelmente a desonera as empresas porventura obrigadas às retenções de IRPJ, PIS, COFINS e CSLL, como a Impugnante, a assim procederem. ... Nesta esteira, a retenção praticada pela Impugnante não teve sentido algum e o montante recolhido por ela por ocasião da operação retratada notadamente constitui indébito, cuja restituição se justifica (...).” A DRJ de Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 30/12/2008 SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. Ainda que indevida a retenção de tributos devidos por prestadora de serviços optante pelo Simples, a restituição de valores depende da demonstração da assunção do ônus tributário por parte da tomadora dos serviços que efetuou as retenções por ocasião do pagamento das respectivas notas fiscais, sem o que esta última não preenche os requisitos para que lhe sejam restituídos os valores eventual e indevidamente recolhidos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Dessa decisão da qual tomou ciência em 29/10/2013, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 27/11/2013. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 5 4 No Recurso faz arrazoado sobre os motivos pelo qual o acórdão exarado pela DRJ não deve prosperar, reiterando em seguida as alegações feitas por ocasião da sua manifestação de inconformidade e, no fim, pugnando pelo provimento do seu Recurso Voluntário, eis que tem autorização expressa da empresa para a qual o encargo foi transferido para pleitear a devolução do indébito. Este é o Relatório. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, pelo que dele tomo conhecimento. A análise feita sobre o pedido apresentado pela contribuinte se deu no âmbito do processamento eletrônico de declarações, meio legítimo e eficiente de verificação dos pleitos formalizados pelos sujeitos passivos, também de forma eletrônica, em busca dos créditos que entendem possuir contra a Fazenda Pública. Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Especialmente nos processos iniciados pelo Contribuinte, como o aqui analisado, há toda uma dinâmica na apresentação de elementos de prova, uma vez que a Administração Tributária se manifesta sobre esses elementos quando profere os despachos e decisões com caráter terminativo, e não em decisões interlocutórias, de modo que não é incomum a carência de prova ser suprida nas instâncias seguintes. É por isso também que antes de proferir o despacho decisório, ainda na fase de auditoria fiscal, pode e deve a Delegacia de origem inquirir o Contribuinte, solicitar os meios de prova que entende necessários, diligenciar diretamente em seu estabelecimento (se for o caso), enfim, buscar todos os elementos fáticos considerados relevantes para que na sequ ência, na fase litigiosa do procedimento administrativo (fase processual), as questões envolvam mais a aplicação das normas tributárias e não propriamente a prova de fatos. Desse modo, para a homologação desse crédito a Administração Fazendária solicitou que o contribuinte juntasse ao seu pedido a documentação contábil que deu suporte ao preenchimento ao pedido de restituição. A Recorrente por ocasião de sua Manifestação de Inconformidade juntou: a) consulta feita na internet em que consta a informação de que a empresa Guarapuã Florestal Ltda – ME estaria compreendida no Simples no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, o que abarca os pagamentos tidos por indevidos. b) notas fiscais emitidas pela prestadora de serviços nas quais estão destacadas as parcelas referentes aos tributos que teriam sido indevidamente retidos. Os valores segundo análise da DRJ são compatíveis com o montante do crédito inscrito no Pedido de Restituição. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 7 6 c) documento endereçado à contribuinte, no qual consta a seguinte solicitação: “GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, cadastrada no CNPJ sob o nº 10.296.543/000151, estabelecida à Rua Ruy Barbosa, nº 685 – Centro, município de Buri/SP, vem solicitar através desta a restituição de imposto descontado indevidamente em notas fiscais devido empresa ser optante do SIMPLES NACIONAL, conf. Demonstrativo abaixo” Com isso a Recorrente requer a restituição de apenas uma parcela do valor recolhido por meio do DARF inscrito no Pedido, razão pela qual não foi possível a verificação, a partir dos valores, da exata composição do DARF de forma a aferir se o valor recolhido corresponde efetivamente ao tido por indevido. Uma demonstração da composição do DARF seria indispensável para a efetiva comprovação da inclusão dos valores eventualmente indevidos nos recolhimentos efetuados. Seria caso de baixar esse processo em diligência, caso a Recorrente não viesse reiteradamente se evadindo em demonstrar que de fato assumiu o ônus do tributo retido da prestadora de serviço indevidamente. Pelo contrário, deu todos os indícios, inclusive com a declaração da empresa Guarapuã Florestal Ltda – EPP, que não assumiu o ônus, mas que apenas se prendeu a parte final do CTN, artigo 166, onde mediante autorização de quem sofreu o ônus do tributo, haveria a possibilidade de efetuar o pedido de restituição em nome próprio. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. Nesse sentido a Lei nº 9.430/96, art, 74, § 12, II, “a” veda expressamente a trasferência de créditos tributários para terceiros. A esse respeito já há jurisprudência consolidada, senão vejamos: "TRIBUTÁRIO – COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS A TERCEIROS – LEI 9.430/96 – IN SRF 21/97 E 41/2000 – LEGALIDADE. A Lei 9.430/96 permitiu que a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, autorizasse a utilização de créditos a serem restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. O art. 15 da IN 21/97, permitiu a transferência de créditos do contribuinte que excedessem o total de seus débitos, o que foi posteriormente proibido com o advento da IN 41/2000 (exceto se se tratasse de débito consolidado no âmbito do REFIS) e passou a constar expressamente do art. 74, § 12, II, "a" da Lei 9.430/96. Dentro do poder discricionário que lhe foi outorgado, a Secretaria da Receita Federal poderia alterar os critérios da compensação, sem que isso importe em ofensa à Lei Fl. 101DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 8 7 9.430/96. (REsp 677874/PR Ministra ELIANA CALMON DJ 24.04.2006)". A autorização de restituição a quem não teve o ônus seria o mesmo que a Administração Fazendária anuir com o enriquecimento ilícito ou sem causa, também denominado enriquecimento indevido, ou locupletamento, pois configuraria aumento patrimonial sem causa jurídica, ou o que se perderia sem causa legítima. Isso porque em momento algum está estabelecido que o produto da restituição será repassado a quem teve o ônus. Nesse sentido prescreve o Código Civil: “Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituíla, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.” Isso porque a despesa já incorrida foi integralmente registrada em conta de resultado atribuida ao fornecedor, sendo sua contrapartida registrada em conta de passivo, uma parte devida ao fornecedor e o restante em tributos retidos de terceiro. A recuperação do crédito tributário daria ensejo ao registro em conta redutora de passivo com a contrapartida em caixa / bancos. Essa prática daria ensejo a obteção de uma receita decorrente da cessão de créditos tributários, essa vedada pela legislação ora em vigor, sem qualquer tributação. No presente caso, havendo crédito tributário a ser restituído, caberia somente a empresa GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, contribuinte do tributo para solicitar a restituição. Sendo assim, resta claro que a parte final do caput do art. 166 do CTN deve ser interpretado de acordo com o restante do sistema jurídico que rege a matéria, em especial os citados anteriormente. Por oportuno cabe salientar ainda que se trata apenas de “Pedido de Restituição”, pois em caso de “Pedido de Compensação” a Recorrente estaria sujeita à multa correspondente a compensação não declarada, nos termos do diploma legal supra citado. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso, mantendo a decisão da delegacia de origem. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 102DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 9 8 Declaração de Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa. Faço a presente declaração de voto para demonstrar os fundamentos que me levam a acompanhar o relator no não provimento do recurso voluntário. O art. 166 do Código Tributário Nacional – CTN, trazido à baila para o exame das questões suscitadas, guarda relação com a antiga classificação dos contribuintes em “contribuinte de direito” e “contribuinte de fato”. O chamado “contribuinte de fato”, na lógica dos tributos indiretos (p/ ex., IPI e ICMS), desimportante para o direito tributário num primeiro momento, adquire relevância nos casos de restituição de indébito, eis que de acordo com o referido artigo: Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. O problema é que essa lógica não se aplica aos tributos retidos na fonte. Ocorrida a retenção de tributo e presente o respectivo beneficiário do pagamento que ensejou essa retenção, tal situação refoge ao campo do art. 166 do CTN. A fonte pagadora é encarregada de cumprir um dever administrativo (de reter e recolher o tributo), na condição de mero responsável, mas não ocupa a posição do chamado “contribuinte de direito” (que se perfaz na pessoa do fabricante, no caso do IPI, e do comerciante, no caso do ICMS). Tratandose de retenção na fonte, a condição de contribuinte, desde o início, cabe ao beneficiário do pagamento/rendimento, ou seja, àquele que sofreu a retenção do tributo, e é somente ele quem poderá reivindicar a repetição do tributo retido e que se configurou como indébito tributário. Nesse caso, a fonte pagadora não possui legitimidade para figurar no pólo ativo da repetição de indébito. Não se aplica aqui a autorização mencionada no art. 166 do CTN, eis que a situação seria de apropriação/aproveitamento de crédito de terceiro, o que não é admitido pela legislação (Lei nº 9430, art. 74), e a referida autorização não poderia servir a esse fim – transferência de direito creditório de um contribuinte para outro. Por essas razões, acompanho o relator e também nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 103DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907028/201214 Acórdão n.º 1802002.455 S1TE02 Fl. 10 9 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 19515.008296/2008-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1301-000.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, convertido o julgamento em nova diligência, nos termos do relatório e voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Paulo Jakson da Silva Lucas, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, convertido o julgamento em nova diligência, nos termos do relatório e voto do Relator. (Assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Paulo Jakson da Silva Lucas, Carlos Augusto de Andrade Jenier, Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 08 29 6/ 20 08 -0 9 Fl. 4759DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem descrever as circunstâncias fáticas dos autos, destaco do relatório apresentado pela r. decisão de origem: DA AUTUAÇÃO Em procedimento fiscal realizado na empresa em epígrafe, de acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 2.826/2.830), constataramse irregularidades, no período de 2002 a 2004, relativas à omissão de receitas apuradas com base em extratos bancários, decorrentes de: a) Vendas de mercadorias omitidas de declaração e tributação [2002 — R$ 27.058.407,68 (vinte e sete milhões, cinquenta e oito mil, quatrocentos e sete reais e sessenta e oito centavos), 2003 — R$ 20.717.167,12 (vinte milhões, setecentos e dezessete mil, cento e sessenta e sete reais e doze centavos) e 2004 — R$ 7.875.235,65 (sete milhões, oitocentos e setenta e cinco mil, duzentos e trinta e cinco reais e sessenta e cinco centavos)]; e b) Valores sem justificativa da origem dos recursos [2002 — R$ 14.612.727,06 (catorze milhões, seiscentos e doze mil, setecentos e vinte e sete reais e seis centavos), 2003 — R$ 9.219.665,94 (nove milhões, duzentos e dezenove mil, seiscentos e sessenta e cinco reais e noventa e quatro centavos) e 2004 — R$ 5.945.238,80 (cinco milhões, novecentos e quarenta e cinco mil, duzentos e trinta e oito reais e oitenta centavos)]. 2. O referido Termo de Verificação Fiscal informa ainda, essencialmente, que: 2.1. A empresa está inapta desde 24/11/2005 por prática irregular de operações de comércio exterior. 2.2. Em 09/12/2005, foram entregues declarações retificadoras de inatividade para o referido período. No entanto, permanecem ativas as DCTF, tempestivamente entregues, com débitos no período. 2.3. O lucro foi arbitrado, pois, durante a ação fiscal, a empresa, mesmo intimada e reintimada, deixou de apresentar seus livros contábeis e fiscais, bem como não comprovou estar impossibilitada de apresentálos. 2.4. A multa foi aplicada no percentual de 150% com fundamento no a rt. 44 da Lei n° 9.430/1996 c/c a rt. 71 da Lei n° 4.502/1964, tendo em vista que os extratos bancários demonstram que os valores depositados são principalmente vinculados a operações comerciais da empresa, no entanto, foi apresentada declaração de inatividade no período. Assim, ao fazer declaração sabidamente incorreta, omitindo receitas e não justificando de maneira inconteste ter efetuado escrituração contábil/fiscal, cabível a majoração da multa. 3. Em decorrência da falta apurada, foram lavrados em 17/12/2008, e cientificados ao sujeito passivo em 19/12/2008 (fls. 2.898), os seguintes autos de infração: Fl. 4760DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 4 3 3.1. Imposto de Renda da Pessoa Jurídica — IRPJ (fls. 2.841/2.848): Crédito tributário no valor total de R$ 4.896.738,96 (quatro milhões, oitocentos e noventa e seis mil, setecentos e trinta e oito reais e noventa e seis centavos), incluídos tributo, multa e juros de mora calculados até 28/11/2008, com enquadramento legal descrito às fls. 2.843, 2.845 e 2.847. 3.2. Contribuição para o Programa de Integração Social — PIS (fls. 2.857/2.863): Crédito tributário no valor total de R$ 1.856.439,84 (um milhão, oitocentos e cinquenta e seis mil, quatrocentos e t rinta e nove reais e oitenta e quatro centavos), incluídos tributo, multa e juros de mora calculados até 28/11/2008, com enquadramento legal descrito às fls. 2.863. 3.3. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social — COFINS (fls. 2.872/2.878): Crédito tributário no valor total de R$ 8.568.187,52 (oito milhões, quinhentos e sessenta e oito mil, cento e oitenta e sete reais e cinquenta e dois centavos), incluídos tributo, multa e juros de mora calculados até 28/11/2008, com enquadramento legal descrito às fls. 2.878. 3.4. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL (fls. 2.887/2.894): Crédito tributário no valor total de R$ 2.156.986,88 (dois milhões, cento e cinquenta e seis mil, novecentos e oitenta e seis reais e oitenta e oito centavos), incluídos tributo, multa e juros de mora calculados até 28/11/2008, com enquadramento legal descrito às fls. 2.894. DA IMPUGNAÇÃO 4. Inconformada com a presente autuação, a empresa, tempestivamente, apresentou a impugnação de fls. 2.906/2.971, acompanhada de documentos de fls. 2.972/2.999, 3.002/3.199 e 3.202/3.236, aleg ando em síntese que: 4.1. Tendo sido declarada inapta em 24/11/2005 (documento 1— fls. 2.973), o domicílio fiscal passou a ser o do sócio Albert Beukers, Rua Campos Bicudo, 140, ap. 171, Jardim Paulista, São Paulo — SP, CEP 04536010, que deverá continuar servindo para futuras notificações e intimações. 4.2. Consignou expressamente nos autos do MPF que estava impedida de apresentar a quase totalidade dos documentos solicitados por meio do Termo de Intimação Fiscal datado de 10/09/2007 ( fls. 11), pois os mesmos encontravamse, e ainda encontramse apreendidos por ordem da Justiça Federal de Guarulhos por força de Mandados de Busca e Apreensão (documento 5 – fls. 2.984/2.991) pela Polícia Federal em 13/07/2005 (documento 6 – fls. 2.992/2.993) e remetidos à Secretaria da Receita Federal. 4.3. É certo que dentro das 175 caixas apreendidas encontravamse os documentos contábeis solicitados pela fiscalização, quais sejam: os Livros Diário, Livros Razão e Livros de Registro de Entradas e Saídas de Mercadorias do período de 2002 a 2004 conforme será demonstrado com a juntada dos Termos de Abe rtura de Lacre (documentos 7 e 8 – fls. 2.994/2.999 e 3.002). 4.4. Portanto, apresentou à fiscalização apenas o que lhe restava em guarda, enquanto de outra parte, solicitava o acesso aos documentos apreendidos. Fl. 4761DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 5 4 4.5. Não obstante referida disponibilização, estava impossibilitada face à ação penal que se encontrava, e ainda se encontra na pauta para julgamento em instância judicial. 4.6. A fiscalização ignorou a escrituração que estava sob guarda da Secretaria da Receita Federal, bem como a indisponibilidade judicial e tributou pelo Lucro Arbitrado todos os depósitos e créditos bancários. 4.7. Existem nulidades que acarretam o cancelamento do auto de infração tais como: inexistência de hipótese legal para apuração do lucro arbitrado em face da existência da escrita contábil (fls. 2.913/2.919), violação à ampla defesa em virtude dos livros contábeis continuarem inacessíveis e sob guarda da Receita Federal do Brasil (fls. 2.920/2.925) conforme atestado pela fiscalização no item 14 do Termo de Verificação Fiscal (documento 9 – fls. 3.003). 4.8. O auto de infração não atende à legalidade, devendo ser anulado ou subsidiariamente cancelado, tendo em vista que: a) A presunção de omissão de receitas foi elidida por prova da existência da escrita contábil, os livros contábeis em poder da fiscalização e as declarações anexadas à impugnação [documentos 7, 8 (fls. 2.994/2.999 e 3.002) e 13 a 27 (fls. 3.007/3.168)] — (fls. 2.925/2.929); b) A materialidade tributária é atividade plenamente vinculada aos documentos que a fiscalização obteve acesso, limitando a fiscalização ao seu conteúdo [documentos 7, 8 (fls. 2.994/2.999 e 3.002) e 13 a 27 (fls. 3.007/3.168)] conforme detalhado às fls. 2.929/2.931; c) A prova material dos documentos, alguns apreendidos e outros anexados ao processo administrativo é inquestionável [documentos 7, 8 (fls. 2.994/2.999 e 3.002) e 13 a 27 (fls. 3.007/3.168)] de acordo com o exposto às fls. 2.932/2.935; d) A juntada das DIPJ e das DCTF inverte o ônus da prova, impingindo ao sujeito ativo a demonstração probatória de que o sujeito passivo é devedor tributário [documentos 13 a 27 (fls. 3.007/3.168)] — (fls. 2.935/2.940); e) A retificação das DIPJ após a consumação do ato jurídico perfeito (pagamento dos tributos) não gerou prejuízos ao Erário (fls. 2.940/2.944); f) A elevação da pretensão punitiva deve considerar a existência de prova irrefutável de sonegação por dolo, conluio ou fraude, prova esta inexistente nos autos (fls. 2.944/2.957); g) A decadência tributária fulminou grande parte do lançamento tributário, especialmente, os fatos geradores ocorridos em 2002 e 2003 (fls. 2.957/2.963); h) A apuração do PIS e da COFINS somente poderia ocorrer sobre a base de cálculo efetivamente tida como ocorrida, ou seja, por verbas denominadas "faturamento" (fls. 2.963/2.968). 4.9. Diante do exposto, requer a anulação e cancelamento do auto de infração ou sua improcedência. Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova lícitos, Fl. 4762DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 6 5 inclusive juntada de documentos e diligência fiscal para efetivação de nova impugnação, visto que os livros contábeis e vários documentos encontramse apreendidos pela Secretaria da Receita Federal e com acesso indisponibilizado pela 2a Vara Federal de Guarulhos [documentos 7, 8 (fls. 2.994/2.999 e 3.002) e 11 e 12 (fls. 3.005/3.006)]. 5. Em 03/02/2009, foi protocolizada petição (fls. 3.257), reiterando que todas as intimações sejam dirigidas ao endereço do sócio Albert Beukers. Analisando os termos da IMPUGNAÇÃO apresentada, concluiu a 6a Turma da DRJ/SPO1 pela PROCEDÊNCIA PARCIAL DO LANÇAMENTO, apresentando, na ementa de seu acórdão, as seguintes e específicas razões: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004 LIVROS E DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS. NÃO APRESENTAÇÃO. LUCRO ARBITRADO. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal. OMISSÃO DE RECEITA. BASE DE CÁLCULO. O valor da receita omitida apurada pela autoridade tributária a partir de depósitos bancários e não declarada ao Fisco deve ser computado para a determinação da base de cálculo do tributo devido. OMISSÃO DE RECEITA OU RENDIMENTO. DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. Configuram omissão de receita ou rendimento os valores creditados em conta bancária cuja origem não tenha sido comprovada, mediante documentação hábil e idônea, pelo contribuinte regularmente intimado. PRESUNÇÃO LEGAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. A presunção legal tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindoo para o sujeito passivo, que pode refutar a presunção medi ante oferta de provas hábeis e idôneas. MULTA QUALIFICADA. CABIMENTO. A conduta do sujeito passivo que apresenta Declarações de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ de inatividade, não atende às intimações para apresentação de livros e documentos contábeis e fiscais, e, durante três anos consecutivos, pratica vultosas operações comerciais e financeiras, evidencia vontade inequívoca dolosamente dirigida à sonegação tributária, ensejando assim a imposição da multa de oficio qualificada de 150%. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. IRPJ/CSLL/COFINS/PIS. O Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CSLL, a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS e a Contribuição para o Programa de Integração Social PIS são tributos, em regra, sujeitos a lançamento por homologação. Contudo, não havendo pagamento ou Fl. 4763DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 7 6 ocorrendo dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial regese pela norma contida no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional CTN. PISE COFINS. BASE DE CÁLCULO. A partir da vigência da Lei n° 9.718 de 27/11/1998, a base de cálculo da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social – COFINS corresponde à totalidade d as receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas, sendo permitidas somente as exclusões determinadas em lei. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. DECISÕES JUDICIAIS. A Lei n° 9.718/1998 constitui norma legal regularmente editada segundo o processo legislativo estabelecido, tem presunção de legitimidade e vige enquanto não for afastada do sistema jurídico brasileiro; eventuais decisões do Poder Judiciário acerca do alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, proferidas incidentalmente, beneficiam apenas as partes das respectivas ações. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS/COFINS/CSLL. O decidido quanto ao lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ deve nortear a decisão dos lançamentos decorrentes, tendo em vista que se originam dos mesmos elementos de prova. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002, 2003, 2004 DCTF. DCOMP. NATUREZA JURÍDICA. Atualmente, os débitos informados espontaneamente em DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) e/ou em DCOMP (Declaração de Compensação) constituem confissão de dívida e, portanto, essas declarações são instrumentos hábeis e suficientes para sua exigência. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DÉBITO OBJETO DE DCTF/DCOMP. Comprovada a formalização de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF e de Declaração de Compensação DCOMP antes do início do procedimento de fiscalização, envolvendo os mesmos débitos, afastase o crédito tributário constituído de oficio. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004 LANÇAMENTO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Somente se reputa nulo o lançamento na hipótese prevista no art. 59, I, do Decreto n° 70.235/1972. PROTESTO POR NOVAS PROVAS. Indeferese o pedido pela produção posterior de provas, quando não são atendidas as exigências contidas na norma de regência do contencioso administrativo fiscal vigente à época da impugnação. Lançamento Procedente em Parte Fl. 4764DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 8 7 Tendo em vista a exoneração parcial do crédito tributário em montante superior àquele determinado pelas respectivas normas procedimentais de regência, em relação ao referido julgado foi então interposto o competente Recurso de Ofício, determinandose, assim, em sede de revisão de julgamento, a sua apreciação por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Especificamente em relação ao apontado recurso de ofício, desde já, destacase que as matérias a ele submetidas referemse, especificamente, ao reconhecimento da decadência parcial (relativos ao 1° ao 3° trimestres de 2002 para o IRPJ e CSLL e ao período de 01/2002 a 11/2002 para o PIS e COFINS) e, também, à necessária exclusão dos valores confessados pela própria contribuinte em decorrência da apresentação de suas DCTF e DCOMP’s ali então especificamente indicadas. A par disso, entretanto, regularmente intimada a contribuinte (21/08/2009 – Sextafeira), por ela foi também interposto o seu competente Recurso Voluntário (18/09/2009 – Sextafeira), pretendendo a reforma do julgamento proferido e, para tanto, aduzindo as seguintes e específicas razões de direito: Afastamento do lucro arbitrado: documentação sob a guarda da própria receita federal De acordo com o que especificamente apresentado nos presentes autos, os documentos contábeis e fiscais da contribuinte teriam sido objeto de específica determinação judicial de busca e apreensão, determinada nos autos do processo 2005.61.19.0044092 (Procedimento Criminal Diversos), da 2a Vara Federal de GuarulhosSP, e, conforme efetivamente inconteste nos autos, tais documentos deveriam permanecer na guarda da Secretaria da Receita Federal em São Paulo, somente podendo ser devolvidos ao contribuinte mediante específica e própria determinação jurisdicional. Nesse sentido, restou apontado nos autos que os referidos documentos fiscais/contábeis teriam “desaparecido” das dependências da Receita Federal, não sendo atualmente localizado qualquer registro a respeito de sua manutenção. Em face dessa verificação fática, a r. decisão de primeira instância chega a admitir o “possível” descumprimento de ordem judicial pelos agentes da fiscalização fazendária, tendo em vista que, mesmo diante da inexistência de qualquer determinação judicial nesse sentido, os referidos documentos “devem ter sido entregues” à contribuinte. Diante dessa constatação, a recorrente requer seja noticiado ao Ministério Público Federal para a apuração da irregularidade que inviabiliza a sua defesa. Nada obstante, apresenta precedentes deste Conselho Administrativo no sentido do reconhecimento do arbitramento dos lucros realizados, nos casos em que os documentos exigidos pela fazenda pública – quando da fiscalização , encontravamse já em poder da Receita Federal (PAF no 10882.002377/200672 – Contribuinte BOUTIQUE DASLU LTDA. ) Devolução da documentação – decisão contrária à ordem judicial Fl. 4765DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 9 8 Conforme expressamente determinado pela decisão exarada nos autos do processo judicial ajuizado pela contribuinte, qualquer devolução dos documentos apreendidos dependeria de prévia e expressa autorização legal, a qual, inexistindo, lança por terra a afirmação dos agentes da fiscalização (e também da decisão de primeira instância) que a contribuinte teria simplesmente deixado de atender ao determinado. A afirmação promovida pela decisão de primeira instância de que, conforme apontado no TVF, todos os documentos entregues à fiscalização teriam sido devolvidos aos representantes da contribuinte não pode, de forma alguma, impor a conclusão de que aqueles documentos apreendidos teriam sido a ela devolvidos, sobretudo porque (repete) inexistiu qualquer determinação judicial nesse sentido. A consideração feita pelos agentes da fiscalização (e também pela decisão recorrida) de que a contribuinte teriam simplesmente deixado de apresentar os seus livros e documentos fiscais apresentase, no mínimo, como ofensa ao contraditório e à ampla defesa, sobretudo porque, conforme demonstrado, a ela era pois completamente inexigível o atendimento da determinação apontada. Nesse sentido, destaca a contribuinte outro precedente do CARF, no julgamento do PAF no 10882.002491/9769 ALPHAVEL ALPHAVILLE VEICULOS LTDA Arbitramento dos lucros conclusão Em face dessas considerações, completamente indevida e irregular se apresenta a aplicação da sistemática do arbitramento dos lucros pelos agentes da fiscalização, sobretudo porque, conforme apontado, completamente inexistente a configuração das hipóteses autorizadoras do art. 530, inciso III do RIR/99. Escrita fiscal – Demonstração da existência dos documentos solicitados Existem provas cabais e suficientes nos autos que os registros contábeis pretendidos pela fiscalização efetivamente existiam, mas teriam desaparecido por responsabilidade exclusiva dos agentes da apontada Secretaria da Receita Federal. Nada obstante, resta também incontroverso nos autos que a contribuinte teria apresentado as suas DIPJ’s em relação aos anos de 2002, 2003 e 2004, comprovando, assim, a existência de registros contábeis e fiscais a respeito das atividades por ela desenvolvidas. Escrita fiscal – Lançamento é atividade vinculada e obrigatória A recorrente volta a considerar a impossibilidade de manutenção do lançamento ante a nãoconfiguração das hipóteses autorizadoras da aplicação da presunção fiscal de omissão de receitas. Escrita fiscal – Omissão de receitas deve ser comprovada Fl. 4766DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 10 9 Com base nos documentos carreados aos autos pela contribuinte, verificase que os montantes relativos às receitas tributáveis foram, sim, por ela devidamente submetidas à tributação, inexistindo, assim, qualquer prova em sentido diverso. Multa qualificada Tendo a contribuinte promovido o registro de suas competentes DIPJ’s e apresentado as correspondentes DCTF’s, apurando, e recolhendo – inclusive – os montantes dos tributos devidos (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS), completamente insubsistente, assim, as considerações adotadas pela fiscalização para fins de imposição da qualificação da penalidade aplicada. Multa qualificada – inexistência de evidente intuito de fraude Não tendo sido devida e regularmente comprovada qualquer prática de conduta dolosa capaz de permitir a configuração, no presente feito, de quaisquer das hipóteses apontadas pelos art. 44, inciso II da Lei 9.430/96. Que o ônus da comprovação da específica atuação dolosa da contribuinte era todo da fiscalização, que, não tendo dele se desincumbido, não poderia, de forma alguma, impor a majoração da penalidade pretendida. Que o entendimento do CARF é pacífico no sentido de que a mera omissão de receitas não se mostra suficiente para a qualificação da multa de ofício (cita precedente). Decadência – Aplicação do Art. 150, parágrafo 4o do CTN A par de todas essas considerações, requer ainda a aplicação das disposições do Art. 150, par. 4o do CTN, ampliando, assim, o reconhecimento da decadência na espécie (de 31/03/2002 a 17/12/2003). Base de Cálculo do PIS e da COFINS – Depósitos bancários não são faturamento Por não se considerar “receitas decorrentes de atividade operacionais da pessoa jurídica” os depósitos bancários não poderiam ser utilizados como fundamento para a incidência do PIS e da COFINS. Débitos informados em DCTF/DCOMP – Homologação tácita Que as DCOMP’s 03946.87466.040305.1.3.037019 e 13980.22680.090305.1.7.037206 teriam sido já tacitamente homologadas, nada havendo a ser assim em relação a elas exigido. Nulidade da decisão – falta de ciência dos documentos juntados pelo fisco Não tendo sido a contribuinte regularmente intimada das diligências realizadas nos autos após a sua petição de impugnação (19/01/2009), todos os atos praticados seriam nulos, e nulo também seria o presente processo administrativo fiscal, pela ofensa ao contraditório e à ampla defesa. Fl. 4767DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 11 10 Vindo os autos à apreciação e julgamento e, 26/05/2011, entendeu a douta 2a Turma Ordinária desta 3a Câmara, determinar a CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos termos da Resolução no 1302000.083, da lavra da então ilustre Sra. Conselheira Dra. Lavinia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, especificamente determinando o seguinte: “NULIDADE, PROVA DO CERCEAMENTO DE DEFESA — MOTIVAÇÃO, PROVA DO FATO INDICIÁRIO DA OMISSÃO DE RECEITA — Como a documentação contábil não foi apresentada pela contribuinte, a autoridade fiscal em 2008 presumiu que os depósitos bancários não foram escriturados e fez o lançamento pelo lucro arbitrado dos anoscalendários de 2002 a 2004. Para validade do lançamento, necessário esclarecer os argumentos da defesa, ou seja, se a autoridade fiscal desconsiderou integralmente: (i) as DIPJ e DCTF retificadoras e os pagamentos de tributos feitos pela contribuinte em 2005, bem como (ii) a apreensão dos documentos contábeis em 2005; (iii) se tais documentos contábeis e fiscais já estavam de posse do fisco desde a três anos antes da abertura do MPF, (iv) porque deixaram de ser apreciados em sede do MPF.” Baixados os autos para as providências então determinadas, foi então distribuído o feito a um dos auditores fiscais da douta DFIS/SP, Sr. CARLOS STEVENSON NETO, que, por sua vez, por diversas vezes tentou promover a intimação da contribuinte e seus sócios, seja pelo endereço cadastrado junto ao CNPJ, ou ainda, o das ultimas alterações promovidas na Junca Comercial, restando, entretanto, infrutíferas todas aquelas tentativas. Nada obstante, foi então promovido o “encerramento” da Diligência Fiscal, promovendose, inclusive, a intimação por edital da contribuinte, nos termos ali então especificamente apontados. Do relatório a diligência fiscal, por sua vez, constatamos o seguinte: “Tratase de baixa em diligência da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), encaminhada através da Resolução nº 1302000.083, de 26 de maio de 2011. Para atendimento dessa diligência foi programado o Mandado de Procedimento Fiscal – Diligência (MPFD) nº 08.1.90.00 2012029032, que originalmente foi distribuído em 27/07/2012 para o AFRFB Olávio de Matteo Padilla, matrícula 18.572 e posteriormente a mim redistribuído em 08/08/2013 em virtude de licença médica do AFRFB Olávio. Primeiramente cumpre observar que se trata de empresa INAPTA, cuja inaptidão deu se por “PRATICA IRREGULAR COMERCIO EXTERIOR”, com efeitos desde 24/11/2005 (Processo nº 10314.006116/200595). Após receber o processo e seus documentos elaborei o Termo de Prosseguimento de Diligência Fiscal, datado de 30/09/2013 e encaminhei para o endereço constante no cadastro CNPJ e também para o endereço constante da última alteração cadastral efetuada na Junta Comercial do Estado de São Paulo, ambos por via postal com aviso de recebimento (AR). O envelope encaminhado para o endereço do cadastro CNPJ retornou com a informação “MUDOUSE” e o encaminhado para o endereço da última alteração contratual na JUCESP retornou com a informação “NÚMERO INEXISTENTE”. Posteriormente, em 21/11/2013 elaborei um Termo de Intimação e encaminhei para o endereço residencial dos sócios Albert Beukers, CPF 051.079.11820 e Maria do Socorro Moura Beukers, CPF 613.688.22800, constantes do cadastro CPF, por via Fl. 4768DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 12 11 postal com AR, intimandoos a comparecer à DEFIS/SP para tomar ciência do processo supra citado. Ambos os envelopes retornaram com a informação “MUDOUSE”. Em prosseguimento à diligência elaborei os Editais DIFIS II Nº 313/2013, 314/2013 e 315/2013, intimando a empresa e os sócios a comparecerem à DEFIS/SP para tomarem ciência do processo 19.515.008.296/200809, os quais foram afixados em 09/12/2013 e desafixados em 26/12/2013. E com vistas a finalizar a diligência, elaborei o Termo de Encerramento de Diligência Fiscal, datado de 06/01/2014, e cuja ciência se deu através do Edital DIFIS II Nº 07/2014, o qual foi afixado em 07/01/2014 e desafixado em 24/01/2014. Portanto, diante do acima exposto, proponho o encerramento do MPF nº 08.1.90.00 2012029032 e que o eprocesso nº 19.515.008.296/200809 seja encaminhado ao CARF para as providências cabíveis. Cumpre ressaltar que a empresa KINSBERG COM. IMP. E EXP. DE TECIDOS LTDA. será objeto de processo de Representação Fiscal para fins de baixa de Ofício do registro da inscrição da pessoa jurídica no CNPJ/MF, haja vista nem a empresa e nem os sócios terem sido localizados.” Com essas conclusões, retornou então o feito a este CARF, sendo a mim então distribuído, vindo agora, mais uma vez, para a regular apreciação e julgamento. É o relatório. Passo ao meu voto. Fl. 4769DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 13 12 Voto Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, relator. Sendo regular e assente em lei o recurso de ofício e tempestivo o recurso voluntário, deles conheço. Conforme destacado da parte final do relatório aqui apresentado, verificase que, pretendendo analisar as questões apresentadas e oferecer solução específica e definitiva para o caso analisado, esta Turma entendeu por bem determinar a conversão do julgamento em diligência solicitando que pelos agentes da douta fiscalização fazendária fosse então objetivamente analisadas as informações ali expressamente destacadas que, como se verifica, tratavamse, na verdade, de informações próprias por ela mantida. Pretendendo supostamente dar cumprimento à solicitação recebida deste Conselho, o ilustre Sr. Auditorfiscal designado para a tarefa (Sr. CARLOS STEVENSON NETO) tentou então promover a "intimação da contribuinte", o que, por razões diversas, acabou se mostrando impossibilitado. Com base nesse fato, foi por ele então simplesmente declarado o "encerramento da diligência", determinando então a devolução dos autos a este CARF. Ocorre que, conforme antes aqui apontado, a diligência determinada, por certo, prescindia, completamente, de qualquer informação ou documento que devesse ser obtido da contribuinte, podendo ser, ao contrário, perfeita e integralmente respondida com a prestação de informação pela própria Delegacia preparadora, o que, com a solução intentada, com certeza, simplesmente demonstra o descaso daquela autoridade com o pedido formulado. Em face dessa específica verificação, esta Turma de Julgamento então decidiu, especificamente, converter, novamente, o presente julgamento em diligência, reiterando a solicitação das informações contidas na Resolução no 1302000.083, da lavra da então ilustre Sra. Conselheira Dra. Lavinia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, que, por certo, não dependem, absolutamente, de qualquer intimação/manifestação da contribuinte. Diante disso, requerse, mais uma vez, a resposta da douta fiscalização em relação às objetivas e específicas questões: Considerando os elementos contidos nos presentes autos, e, ainda, as informações mantidas por esta fiscalização, favor informar se, na análise desenvolvida quando a lavratura do presente lançamento, pela autoridade fiscal fora então integralmente desconsideradas: (i) as DIPJ e DCTF retificadoras e os pagamentos de tributos feitos pela contribuinte em 2005, bem como; (ii) a apreensão dos documentos contábeis em 2005; (iii) se tais documentos contábeis e fiscais já estavam de posse do fisco desde a três anos antes da abertura do MPF; e Fl. 4770DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.008296/200809 Resolução nº 1301000.238 S1C3T1 Fl. 14 13 (iv) por que deixaram de ser apreciados em sede do MPF. Considerando a necessidade de reiteração da solicitação por meio desta nova Resolução, seja então especificamente informado ao chefe da unidade, para que, sendo o caso, adote as providências necessárias respectivas. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 4771DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 26/11/2014 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES
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Numero do processo: 10855.907025/2012-81
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/12/2008
SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS.
O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação.
Numero da decisão: 1802-002.452
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. O pedido de restituição de tributos retidos e recolhidos indevidamente cabe a pessoa jurídica que de fato assumiu o ônus da exação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. O conselheiro José de Oliveira Ferraz Correa vai apresentar declaração de voto para expor suas razões quanto a negativa. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Darci Mendes de Carvalho Filho, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 70 25 /2 01 2- 81 Fl. 96DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente. Por economia processual passo a adotar o suscinto relatório elaborado pela DRJ, in verbis: “Tratase de Pedido de Restituição das contribuições sociais retidos na fonte por ocasião de pagamento de serviços de terceiros. Na fundamentação do Despacho Decisório que indeferiu o Pedido, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição (...) Diante da inexistência do crédito, INDEFIRO o Pedido de Restituição. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que: o crédito, cuja restituição se pretende decorrente de retenção indevida praticada pela Impugnante referente a serviço prestado por pessoa jurídica optante do SIMPLES Nacional, nos termos em que instituído pela Lei Complementar nº 123/2006. ... Consoante relatado e conforme comprovam os respectivos documentos fiscais, a Impugnante contratou a prestação de serviços da pessoa jurídica de direito privado ‘Guarapuã Florestal Ltda – EPP’ (...). Com base nas disposições do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99 e da Lei nº 10.833/2003, a Impugnante é obrigada a reter os valores concernentes ao imposto de renda e às contribuições sociais CSLL, PIS e COFINS Fl. 97DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 4 3 incidentes sobre as operações e repassálos (...) na condição de substituta tributária. Todavia, a Impugnante constatou posteriormente que a pessoa jurídica substituída fornecedora dos serviços contratados à época dos fatos geradores ora considerados, era optante do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, situação em que permaneceu no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, como bem comprovam os documentos inclusos. ... Por esta peculiar sistemática, o adimplemento dos mencionados tributos dáse de modo unificado, por meio de uma alíquota única, ao encargo da pessoa jurídica optante do SIMPLES, o que indelevelmente a desonera as empresas porventura obrigadas às retenções de IRPJ, PIS, COFINS e CSLL, como a Impugnante, a assim procederem. ... Nesta esteira, a retenção praticada pela Impugnante não teve sentido algum e o montante recolhido por ela por ocasião da operação retratada notadamente constitui indébito, cuja restituição se justifica (...).” A DRJ de Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 30/12/2008 SIMPLES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. RETENÇÃO. RESTITUIÇÃO. REQUISITOS. Ainda que indevida a retenção de tributos devidos por prestadora de serviços optante pelo Simples, a restituição de valores depende da demonstração da assunção do ônus tributário por parte da tomadora dos serviços que efetuou as retenções por ocasião do pagamento das respectivas notas fiscais, sem o que esta última não preenche os requisitos para que lhe sejam restituídos os valores eventual e indevidamente recolhidos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Dessa decisão da qual tomou ciência em 29/10/2013, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 27/11/2013. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 5 4 No Recurso faz arrazoado sobre os motivos pelo qual o acórdão exarado pela DRJ não deve prosperar, reiterando em seguida as alegações feitas por ocasião da sua manifestação de inconformidade e, no fim, pugnando pelo provimento do seu Recurso Voluntário, eis que tem autorização expressa da empresa para a qual o encargo foi transferido para pleitear a devolução do indébito. Este é o Relatório. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, pelo que dele tomo conhecimento. A análise feita sobre o pedido apresentado pela contribuinte se deu no âmbito do processamento eletrônico de declarações, meio legítimo e eficiente de verificação dos pleitos formalizados pelos sujeitos passivos, também de forma eletrônica, em busca dos créditos que entendem possuir contra a Fazenda Pública. Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Especialmente nos processos iniciados pelo Contribuinte, como o aqui analisado, há toda uma dinâmica na apresentação de elementos de prova, uma vez que a Administração Tributária se manifesta sobre esses elementos quando profere os despachos e decisões com caráter terminativo, e não em decisões interlocutórias, de modo que não é incomum a carência de prova ser suprida nas instâncias seguintes. É por isso também que antes de proferir o despacho decisório, ainda na fase de auditoria fiscal, pode e deve a Delegacia de origem inquirir o Contribuinte, solicitar os meios de prova que entende necessários, diligenciar diretamente em seu estabelecimento (se for o caso), enfim, buscar todos os elementos fáticos considerados relevantes para que na sequ ência, na fase litigiosa do procedimento administrativo (fase processual), as questões envolvam mais a aplicação das normas tributárias e não propriamente a prova de fatos. Desse modo, para a homologação desse crédito a Administração Fazendária solicitou que o contribuinte juntasse ao seu pedido a documentação contábil que deu suporte ao preenchimento ao pedido de restituição. A Recorrente por ocasião de sua Manifestação de Inconformidade juntou: a) consulta feita na internet em que consta a informação de que a empresa Guarapuã Florestal Ltda – ME estaria compreendida no Simples no período de 11/07/2008 a 31/12/2011, o que abarca os pagamentos tidos por indevidos. b) notas fiscais emitidas pela prestadora de serviços nas quais estão destacadas as parcelas referentes aos tributos que teriam sido indevidamente retidos. Os valores segundo análise da DRJ são compatíveis com o montante do crédito inscrito no Pedido de Restituição. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 7 6 c) documento endereçado à contribuinte, no qual consta a seguinte solicitação: “GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, cadastrada no CNPJ sob o nº 10.296.543/000151, estabelecida à Rua Ruy Barbosa, nº 685 – Centro, município de Buri/SP, vem solicitar através desta a restituição de imposto descontado indevidamente em notas fiscais devido empresa ser optante do SIMPLES NACIONAL, conf. Demonstrativo abaixo” Com isso a Recorrente requer a restituição de apenas uma parcela do valor recolhido por meio do DARF inscrito no Pedido, razão pela qual não foi possível a verificação, a partir dos valores, da exata composição do DARF de forma a aferir se o valor recolhido corresponde efetivamente ao tido por indevido. Uma demonstração da composição do DARF seria indispensável para a efetiva comprovação da inclusão dos valores eventualmente indevidos nos recolhimentos efetuados. Seria caso de baixar esse processo em diligência, caso a Recorrente não viesse reiteradamente se evadindo em demonstrar que de fato assumiu o ônus do tributo retido da prestadora de serviço indevidamente. Pelo contrário, deu todos os indícios, inclusive com a declaração da empresa Guarapuã Florestal Ltda – EPP, que não assumiu o ônus, mas que apenas se prendeu a parte final do CTN, artigo 166, onde mediante autorização de quem sofreu o ônus do tributo, haveria a possibilidade de efetuar o pedido de restituição em nome próprio. Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. Nesse sentido a Lei nº 9.430/96, art, 74, § 12, II, “a” veda expressamente a trasferência de créditos tributários para terceiros. A esse respeito já há jurisprudência consolidada, senão vejamos: "TRIBUTÁRIO – COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS A TERCEIROS – LEI 9.430/96 – IN SRF 21/97 E 41/2000 – LEGALIDADE. A Lei 9.430/96 permitiu que a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, autorizasse a utilização de créditos a serem restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. O art. 15 da IN 21/97, permitiu a transferência de créditos do contribuinte que excedessem o total de seus débitos, o que foi posteriormente proibido com o advento da IN 41/2000 (exceto se se tratasse de débito consolidado no âmbito do REFIS) e passou a constar expressamente do art. 74, § 12, II, "a" da Lei 9.430/96. Dentro do poder discricionário que lhe foi outorgado, a Secretaria da Receita Federal poderia alterar os critérios da compensação, sem que isso importe em ofensa à Lei Fl. 101DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 8 7 9.430/96. (REsp 677874/PR Ministra ELIANA CALMON DJ 24.04.2006)". A autorização de restituição a quem não teve o ônus seria o mesmo que a Administração Fazendária anuir com o enriquecimento ilícito ou sem causa, também denominado enriquecimento indevido, ou locupletamento, pois configuraria aumento patrimonial sem causa jurídica, ou o que se perderia sem causa legítima. Isso porque em momento algum está estabelecido que o produto da restituição será repassado a quem teve o ônus. Nesse sentido prescreve o Código Civil: “Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituíla, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.” Isso porque a despesa já incorrida foi integralmente registrada em conta de resultado atribuida ao fornecedor, sendo sua contrapartida registrada em conta de passivo, uma parte devida ao fornecedor e o restante em tributos retidos de terceiro. A recuperação do crédito tributário daria ensejo ao registro em conta redutora de passivo com a contrapartida em caixa / bancos. Essa prática daria ensejo a obteção de uma receita decorrente da cessão de créditos tributários, essa vedada pela legislação ora em vigor, sem qualquer tributação. No presente caso, havendo crédito tributário a ser restituído, caberia somente a empresa GUARAPUÃ FLORESTAL LTDA – EPP, contribuinte do tributo para solicitar a restituição. Sendo assim, resta claro que a parte final do caput do art. 166 do CTN deve ser interpretado de acordo com o restante do sistema jurídico que rege a matéria, em especial os citados anteriormente. Por oportuno cabe salientar ainda que se trata apenas de “Pedido de Restituição”, pois em caso de “Pedido de Compensação” a Recorrente estaria sujeita à multa correspondente a compensação não declarada, nos termos do diploma legal supra citado. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso, mantendo a decisão da delegacia de origem. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 102DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 9 8 Declaração de Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa. Faço a presente declaração de voto para demonstrar os fundamentos que me levam a acompanhar o relator no não provimento do recurso voluntário. O art. 166 do Código Tributário Nacional – CTN, trazido à baila para o exame das questões suscitadas, guarda relação com a antiga classificação dos contribuintes em “contribuinte de direito” e “contribuinte de fato”. O chamado “contribuinte de fato”, na lógica dos tributos indiretos (p/ ex., IPI e ICMS), desimportante para o direito tributário num primeiro momento, adquire relevância nos casos de restituição de indébito, eis que de acordo com o referido artigo: Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. O problema é que essa lógica não se aplica aos tributos retidos na fonte. Ocorrida a retenção de tributo e presente o respectivo beneficiário do pagamento que ensejou essa retenção, tal situação refoge ao campo do art. 166 do CTN. A fonte pagadora é encarregada de cumprir um dever administrativo (de reter e recolher o tributo), na condição de mero responsável, mas não ocupa a posição do chamado “contribuinte de direito” (que se perfaz na pessoa do fabricante, no caso do IPI, e do comerciante, no caso do ICMS). Tratandose de retenção na fonte, a condição de contribuinte, desde o início, cabe ao beneficiário do pagamento/rendimento, ou seja, àquele que sofreu a retenção do tributo, e é somente ele quem poderá reivindicar a repetição do tributo retido e que se configurou como indébito tributário. Nesse caso, a fonte pagadora não possui legitimidade para figurar no pólo ativo da repetição de indébito. Não se aplica aqui a autorização mencionada no art. 166 do CTN, eis que a situação seria de apropriação/aproveitamento de crédito de terceiro, o que não é admitido pela legislação (Lei nº 9430, art. 74), e a referida autorização não poderia servir a esse fim – transferência de direito creditório de um contribuinte para outro. Por essas razões, acompanho o relator e também nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 103DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10855.907025/201281 Acórdão n.º 1802002.452 S1TE02 Fl. 10 9 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 12/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 16327.000163/2007-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
COMPENSAÇÃO. PROVA DO CRÉDITO. ATRIBUTO DO CONTRIBUINTE.
A despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação.
Inaplicabilidade do disposto no artigo 112 do CTN.
Recurso conhecido e não provido.
Numero da decisão: 1201-001.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente Substituto
(documento assinado digitalmente)
Rafael Correia Fuso - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat.
Nome do relator: RAFAEL CORREIA FUSO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006 COMPENSAÇÃO. PROVA DO CRÉDITO. ATRIBUTO DO CONTRIBUINTE. A despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação. Inaplicabilidade do disposto no artigo 112 do CTN. Recurso conhecido e não provido.
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PROVA DO CRÉDITO. ATRIBUTO DO CONTRIBUINTE. A despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação. Inaplicabilidade do disposto no artigo 112 do CTN. Recurso conhecido e não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao Recurso. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, sendo substituído pela Conselheira suplente Maria Elisa Bruzzi Boechat. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente Substituto (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente subtituto), Rafael Correia Fuso, Roberto Caparroz de Almeida, Luiz Fabiano Alves Penteado, João Lima Junior e Maria Elisa Bruzzi Boechat. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 01 63 /2 00 7- 24 Fl. 292DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 2 Relatório Trata de processo de Declaração de Compensação de débito do IRPJ, período de apuração Jun/06, com alegado crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior. A questão a ser analisada nos presentes autos é a origem e a identificação do crédito tributário, pois pairam dúvidas no trabalho de fiscalização e na decisão da DRJ, matéria essa inclusive que definirá a competência do julgamento do Recurso, se pela Primeira Seção ou pela Terceira Seção. Em relação ao anocalendário 2006, o contribuinte entregou, em 29/06/07, a correspondente DIPJ, tendo apurado, para o IRPJ estimado do mês de Jun/06, o valor de R$ 1.919.847,88, como informado na Linha 12 da Ficha 11 da referida declaração (folhas 08 a 11). Por outro lado, na DCTF apresentada, o interessado informou como débito do IRPJ de Jun/06 o montante de R$ 2.147.360,99, este liquidado, parcialmente, por meio de DARF e de compensação com suposto crédito do próprio IRPJ. No tocante ao direito creditório informado pelo contribuinte acima, qual seja pagamento indevido ou a maior decorrente de DARF recolhido, em 26/07/06, a título de PIS (Cód 2986) lançado de oficio, a fiscalização não identificou o pagamento junto aos sistemas da SRF. Ademais, apontado na "DCOMP", o débito do IRPJ em questão encontrase controlado no PAF n° 10768.003660/200628, o qual trata de "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial", crédito esse decorrente de cessão de direito creditório por parte da P&P Porciúncula Participações Ltda nos autos do processo judicial autuado na Justiça Federal/RJ sob n° 0007358385. Há um ofício expedido pela Juíza Substituta da 2ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro, encaminhado à Receita Federal do Brasil, que não identifica nenhum processo administrativo ora analisado, apenas mencionando o nome do contribuinte Banco Industrial e Comercial S/A: "Em face do explanado, verifico a ocorrência de diversas irregularidades praticadas nesse feito, passíveis de punição nas esferas administrativa, cível e criminal, razão pela qual DETERMINO: (..) (ii) que Secretaria da Receita Federal do Rio de Janeiro e de São Paulo impeçam a utilização de créditos tributários referentes a qualquer feito em trâmite perante esse D. Juízo nos processos administrativos n°s 13807.006828/200470 DERATSPOSP (lis. 191, 205, 210, 249, 256, 269 e 280); 13807.005634/200457 DRJSPOISO (fls. 192, 206, 209, 250, 257, 270 e 281); (iii) que a Secretaria da Receita Federal do Rio de Janeiro e de São Paulo impeçam a utilização de créditos tributários oriundos de qualquer feito em trâmite perante esse D. Juízo pelas seguintes empresas e pessoas físicas: 1) P&P PORCIONCOLA Fl. 293DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 3 3 PARTICIPAÇÕES LTDA., CNPJ N° 04.888.139/00174; (...) 10) BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL S/A, CNPJ N° 07.450.604/0001 89; (...). A utilização do referidos créditos só poderá ser feita APÓS EXPRESSA AUTORIZAÇÃO do Juízo. (..) A DRF, com base na fundamentação acima, não homologou a compensação pleiteada pelo contribuinte, sendo dada ciência da decisão em 29/08/2008. Inconformada com a decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, em 30/09/2008, alegando: DOS FATOS 0 contribuinte reportase aos fatos e expõe que: em 26 de julho de 2007 apresentou Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP), tendo por objeto a compensação de parte de seu Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), apurado em junho de 2006; a despeito de o crédito a ser aproveitado no pedido de compensação referirse ao Processo Administrativo n° 10768.003660/200628, fez constar no PER/DCOMP o código de receita n° 2986, que corresponde a PISLançamento de oficio. Para verificar essas informações, a Delegacia Especial oficiou a DERAT/RJ, solicitandolhe o envio dos autos de referido processo (fls.07); entretanto, antes que a DERAT/RJ respondesse à solicitação feita, foi proferido o despacho decisório, que não homologou as compensações realizadas, invocando como fundamento para tanto o teor do oficio 0003.0002610/2008, da 3ª Vara Cível da Federal da Subseção Judiciária do Rio de Janeiro (fls.16/17); essa decisão foi fruto de mera suposição das autoridades administrativas, que decidiram sobre a procedência de um pedido de compensação sem que estivesse esclarecida e comprovada a liquidez e certeza do crédito informado pelo requerente. Na dúvida, as autoridades optaram por fazer suposições que conduziram à não homologação da compensação, em frontal desrespeito A cláusula do devido processo legal administrativo e em clara violação dos princípios da ampla defesa, do contraditório e da busca pela verdade material, circunstância per se suficiente para ensejar a anulação do despacho decisório; DA PRELIMINAR DE NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO POR VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS QUE REGEM O PROCESSO ADMINISTRATIVO Alega a defesa que o despacho decisório não homologou a compensação declarada pelo requerente porque considerou que o crédito tributário em questão é objeto do processo judicial n° Fl. 294DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 4 00.07358585, cedido ao requerente pela empresa P&P Porciiuncula Participações Ltda e esta afetado pela prescrição; Reportase a defesa ao item 4 do Despacho Decisório e destaca a expressão pelo que se deduz, concluindo que as decisões administrativas não podem se pautar em suposições e deduções, sob pena de violação do devido processo legal administrativo, dos princípios do contraditório, ampla defesa, motivação dos atos administrativos e busca pela verdade material (CF/88, art. 5 0, inciso LIV e LV, art. 37, caput e art. 2° da Lei 9784/99); Afirma a defesa que, se intimado a esclarecer a relação supostamente existente entre a compensação postulada nesses autos e o processo judicial n° 00.07358585, teria informado e comprovado a absoluta falta de relação entre os dois processos, evitandose, assim, a prolação do despacho decisório dissociado da verdade material; Nesse contexto, afirma a defesa, impõese o reconhecimento da nulidade do despacho decisório, para evitar que produza qualquer efeito um ato administrativo praticado em desrespeito aos princípios da verdade material, da motivação, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. II) NO MÉRITO: DA NECESSÁRIA ANÁLISE DO PAF N° 10768.003660/200628 Como informado pelo requerente em seu PER/DCOMP, o crédito a ser aproveitado no pedido de compensação estava relacionado ao PAF n° 10768.003660/200628; Alega que, desde a instauração de referido processo, nunca conseguiu obter informações sobre o seu andamento processual e sequer logrou êxito em ter acesso aos autos administrativos e reportase a petições encaminhadas à DERAT/RJ em 10/12/2007 e DEINF/SP em 17 e 21/08/2008; Importa esclarecer que o "Pedido de Habilitação de Crédito por Decisão judicial Transitada em Julgado", objeto do PAF n° 10768.003660/200628, tem por objeto o reconhecimento do direito do requerido ao aproveitamento do crédito que lhe foi cedido pela empresa Musa Calçados Ltda, através de regular Escritura Pública de Cessão e Transferência em Pagamento de Direitos Decorrentes de Titulo Executivo Extrajudicial; Os créditos objeto de referida Cessão decorrem de decisão judicial transitada em julgado, proferida nos autos do Recurso Especial n° 40.332 (doc.4) e estão, atualmente, em fase de liquidação judicial nos autos do Processo n°1998.01.00.077161 9, em trâmite perante o Tribunal Regional Federal da 1° Região; Para que se possa concluir pela possibilidade de aproveitamento desses créditos através do pedido de compensação ora em discussão, é indispensável que se conheça o andamento atual do "Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão judicial Transitada em Julgado", instaurado perante a DERAT/RJ e sem isso, não há como Fl. 295DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 4 5 prosseguir validamente na apreciação do presente pedido de compensa cão; Por essa razão, é de rigor o sobrestamento do presente processo até que seja apresentada nesses autos a resposta da DERAT/RJ ao MEMO/DIORT/DEINF/SP n° 034/2007 e que seja efetivamente aberta vista ao requerente dos autos ao PAF n° 10768.003660/200628, para preservar o devido processo legal administrativo, a ampla defesa e o contraditório. III) DA INAPLICABILIDADE DO OFICIO 0003.000261 0/2008 DA 3° VARA CÍVEL DA JUSTIÇA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Expõe a defesa que o crédito indicado no pedido de compensação do requerente lhe foi cedido pela empresa Musa Calçados Ltda e se refere ao Processo n° 87.00.005738, que foi posteriormente autuado como Recurso Especial n° 40.332. Assim, argumenta a defesa, o oficio n° 0003.0002610/2008 da 3°Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro não pode ser invocado pelas autoridades administrativas como fundamento para a não homologação da compensação discutida nestes autos; IV) DA DIVERGÊNCIA QUANTO AO VALOR DO CRÉDITO OBJETO DA COMPENSAÇÃO Alega a defesa que indicou na Declaração de Compensação, débito de IRPJ referente a junho de 2006 no valor de R$ 1.722.530,76, mas que referido débito era, na verdade, de R$ 1.919.847,88 conforme informado em sua DIPJ; Pleiteia a retificação do débito para R$ 1.495.017,65 (R$ 1.919.847,88 menos valor pago de R$ 424.830,23doc.6) e alega que tal medida não colide com o disposto no art. 74, § 6°, da Lei n° 9.430/96, porque não implica redução do valor do IRPJ devido no período. DO PEDIDO Requereu o acolhimento da presente Manifestação de Inconformidade, para que seja retificado o valor do débito a ser compensado e, após, seja declarado nulo e sem efeito despacho decisório, reconhecendose a inaplicabilidade da determinação do oficio no 0003.0002610/2008 da 3°Vara Cível da Justiça Federal do Rio de Janeiro e determinandose o sobrestamento do presente processo administrativo, até que seja assegurado ao requerente o direito de vista dos autos do PAP n° 10768.003660/200628; Na hipótese de não acolhimento do pedido de sobrestamento, requereu a conversão do feito em diligência, para que seja dada ao requerente oportunidade para esclarecer as dúvidas instauradas em torno dos créditos discutidos nesses autos, para Fl. 296DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 6 que seja assegurado o devido processo legal administrativo, respeitandose a ampla defesa, o contraditório e o principio da verdade material; Requereu, ainda, que a manifestação de inconformidade seja recebida em seus regulares efeitos, assegurandose a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 74, §§ 11 da Lei n° 9.430/96 c/c art. 151, inciso III, do CTN e ordenandose expressamente a alteração da situação do presente processo administrativo no sistema de contacorrente da Receita Federal, para que ele seja excluído da situação de "cobrança Final" e passe a constar como "Processo Administrativo com Exigibilidade Suspensa", até o efetivo julgamento da presente manifestação de inconformidade; Protesta o requerente por todos os meios de prova admitidos em direito, sobretudo a realização de diligências e posterior juntada de documentos. O contribuinte foi intimado da decisão da DRJ em 29.04.2009, tendo apresentado Recurso Voluntário em 26.05.2009, alegando, com outra roupagem lingüística, os mesmos fundamentos trazidos na manifestação de inconformidade. Em sessão de julgamento por essa Colenda Turma, este mesmo relator entendeu por bem baixar os autos em diligência, conforme voto abaixo transcrito: Consultando o sitio do TRF da 1ª Região, constatase o Processo Judicial n° 1998.01.00.0771619 existe, foi ajuizado pela empresa Musa Calçados Ltda., sendo baixado para a Vara de Origem em 17.02.2009. O processo originário tramitou perante a 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, tratandose de Embargos à Execução Fiscal, que discutiu créditos de incentivos fiscais, porém não é possível pelo sitio se saber a qual crédito tributário se discutiu, encontrandose os autos em fase de Execução de sentença sob o n° 96.00.227250. O crédito originário decorre do ajuizamento da Ação Ordinária n° 87.00.005738, que tramitou na mesma 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Já em relação ao mencionado Recurso Especial n° 40332, trata se de processo movido por Musa Calçados Ltda., em que discutiu crédito prêmio de IPI, tendo como decisão do Recurso pelo Superior Tribunal de Justiça o seu não conhecimento, mantendo a decisão da Quarta Turma do TRF da 1ª Região, que julgou parcialmente favorável a matéria ao contribuinte. O fato é que estamos diante de um crédito, que não se sabe a sua origem e natureza, porém decorrente da transmissão por terceiro (possivelmente a empresa Musa Calçados Ltda), não se sabendo se o Poder Judiciário autorizou ou não a sua transferência a terceiros. A única informação que é possível saber advém de débitos de IRPJ compensados, controlados pelo Processo de Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, visto que foi declarado em PER/DCOMP. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 5 7 O fato é que o processo administrativo em análise não está devidamente instruído para julgamento, visto a necessidade de se analisar ou obter da Receita Federal um relatório da origem e da natureza do crédito objeto da Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, sendo que a decisão da DRJ que julgou a manifestação de inconformidade, sem as informações necessárias ora exigidas é desprovida das informações por completo dos fatos, sendo nula. Diante do exposto, converto os autos em diligência, para que a DRF apresente informações por completo do Processo de Habilitação de Crédito n° 10768.003660/200628, que se encontra da Equipe de Compensação e Restituição PJ – DIORT – DRF – RJ1, inclusive se houve autorização judicial para transferência do crédito a terceiro, devendo ainda ser intimado o contribuinte para se manifestar sobre a diligência, após as informações da DRF, sob pena de cerceamento do direito de defesa. Após a diligência e manifestação do contribuinte, os autos devem retornar para julgamento. A fiscalização expediu o seguinte relatório sobre a diligência: 14. Assim, objetivando dar cumprimento ao determinado pelo CARF, esta DIORT/DEINF/SPO requereu à DRF/RJ1, unidade à qual a GRA/RJ havia remetido o PAF nº 10768.003660/200628, a disponibilização dos autos, tendo aquela autoridade preparadora, no entanto, em atendimento à demanda, informado a sua não localização (folha 02 do PAF nº 16327.721243/2012 84); 15. Em decorrência, houve por bem a DIORT/DRF/RJ1, com o propósito de reconstituir o PAF nº 10768.003660/200628, lavrar em nome do interessado o competente “Termo de Intimação”, dele requerendo, entre outros documentos, a apresentação de “todos os requerimentos e petições apresentados e que ser refiram ao processo em questão” (folhas 05/06 do PAF nº 16327.721243/201284); 16. Em resposta encaminhada à DRF/RJ1, o interessado afirmou não dispor de cópias dos autos do PAF nº 10768.003660/2006 28, bem como, com base em documentos endereçados à RFB, nunca ter logrado êxito na tentativa de acesso ao seu conteúdo, além de caracterizar o pedido formulado por aquela autoridade administrativa como mera transferência de responsabilidade a ela atribuída pelo CARF (folhas 08 a 16 do PAF nº 16327.721243/201284); 17. Com fulcro, então, nos elementos trazidos pelo interessado por força do “Termo de Intimação”, a DRF/RJ1 formalizou o PAF nº 16327.721243/201284, o qual, encaminhado a esta DIORT/DEINF/SPO, encontrase apensado aos presentes autos; 18. Nesse ponto, porém, da simples confrontação entre os argumentos expendidos pelo interessado em sede de Fl. 298DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 8 “Manifestação de Inconformidade” e de “Recurso Voluntário” e aqueles alinhados em resposta ao “Termo de Intimação”, sobressai a existência de insanável contradição; 19. Deveras, enquanto que na lide administrativa o interessado sustenta a procedência do crédito utilizado na compensação, cuja origem seria o PAF nº 10768.003660/200628, na resposta dada à DRF/RJ1, ele manifesta total desconhecimento da formalização e do conteúdo do referido processo; 20. Ademais, mesmo que os elementos por ele trazidos possam atestar seu esforço no sentido de conhecer e acompanhar o andamento do PAF nº 10768.003660/200628, é evidente que a mera impossibilidade em fazêlo não poderia servir de justificativa para a não apresentação da documentação necessária à comprovação do direito supostamente nele esgrimido, qual seja, a certeza e liquidez do crédito adquirido da MUSA CALÇADOS LTDA; 21. E nem poderia ser diferente, pois, como é consabido, dos princípios que permeiam o direito tributário pátrio, a prova material do crédito informado na “DCOMP” caberia ao interessado, exceto se a atuação da autoridade administrativa pudesse se mostrar um impeditivo para tal fim, como, por exemplo, pelo extraviou irremediável de prova por ele acostada ao PAF nº 10768.003660/200628, o que, evidentemente, não se aplica ao caso concreto; 22. Nessa linha, portanto, para o deslinde da presente lide, bastaria ao interessado, em qualquer momento, desde a ciência do combatido Despacho Decisório, ter juntado aos autos cópia das ações judiciais propostas pela MUSA CALÇADOS LTDA, das correspondentes decisões judiciais nelas proferidas e, necessariamente, acompanhadas da homologação da desistência ou renúncia à execução da sentença transitada em julgado; 23. Prosseguindo, só para evidenciar o aludido no item precedente, em consulta ao sítio do 1º TRF, constatase ter a MUSA CALÇADOS LTDA interposto a Ação Ordinária nº 87.00.005738, a qual se encontra definitivamente baixada. Em face da sentença transitada em julgado, a referida autora ajuizou a Ação de Execução nº 96.00.227250, ainda não encerrada, à qual, por sua vez, a Fazenda Nacional opôs os Embargos à Execução nº 1998.34.00.0026911 e o Recurso Especial nº 511.693, ambos baixados (folhas 186 a 234); 24. Ora, embora as informações retro possam vir em socorro do interessado, é evidente que somente a partir delas não há como a autoridade administrativa deduzir a existência de direito creditório em favor da MUSA CALÇADOS LTDA, sua certeza e liquidez, bem como a necessária autorização judicial para que possa o interessado, como cessionário, em face da Fazenda Nacional, dele usufruir, cabendo somente a ele fazer a devida prova; 25. Por fim, uma vez cumprido o procedimento de diligência determinado pelo CARF por meio da Resolução nº 1201 000.066, retornese os autos àquela autoridade administrativa julgadora “ad quem”, dando ciência do presente despacho ao Fl. 299DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 6 9 interessado, com a abertura do prazo de 10 (dez) dias para sua manifestação, consoante dispõe o art. 59 da Lei nº 9.784/99. A Recorrente apresentou a seguinte manifestação sobre a diligência: Fl. 300DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 10 Este é o Relatório! Voto Conselheiro Relator Rafael Correia Fuso O Recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, por isso conheço. Entendo que a despeito da ocorrência do extravio do Processo Administrativo de habilitação do crédito ter ocorrido, por um lapso, nos casos de compensação a prova do crédito é da contribuinte, sob pena de indeferimento da compensação. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 16327.000163/200724 Acórdão n.º 1201001.026 S1C2T1 Fl. 7 11 A fiscalização intimou a mesma para demonstrar a origem do crédito e se o mesmo está sob o manto de autorização judicial para ser compensado, visto que conforme o próprio relato da Recorrente o crédito é originário de terceiro, qual seja a empresa Musa Calçados. Pelas análise da decisão do STJ não se constata autorização para que terceiros possa compensar o crédito com débitos próprios, ou mesmo que a empresa Musa Calçados, autora da ação pudesse transferir a terceiros o crédito. Assim, se não há prova da existência do crédito produzida pela Recorrente, há que se aplicar a negativa da compensação, com bem fez a fiscalização. Nesse caso não há que se falar em indúbio pro contribuinte, ou mesmo aplicação do artigo 112 do CTN, haja vista que não estamos diante de infrações ou penalidades. No procedimento de compensação a prova da existência do crédito é do contribuinte, sob pena de não ver reconhecido o seu crédito. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INDEFERIMENTO. CARÊNCIA DE PROVA. Tendo o contribuinte sido intimado a apresentar a documentação hábil a legitimar o crédito pretendido e não o feito, bem como, deixado ainda de trazêla em quaisquer oportunidades processuais, é de se indeferir o pedido de ressarcimento pretendido, pela carência de prova de sua existência. Inteligência do art. 333 do CPC. (...) Recurso Voluntário Negado. (Processo nº 11831.003071/2002 78, Relator Conselheiro João Carlos Cassuli Junior). Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2005 RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO TRIBUTÁRIO. PROVA. ÔNUS. O ônus da prova do crédito tributário pleiteado no Per/Dcomp Pedido de Restituição é da contribuinte (artigo 333, I, do CPC). Não sendo produzida nos autos, indeferese o pedido e não homologase a compensação pretendida entre crédito e débito tributários. LUCRO PRESUMIDO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL. COM EMPREGO DE MATERIAIS. COEFICIENTE. As prestadoras de serviços em geral, com ou sem fornecimento de materiais na execução dos serviços, estão obrigadas a aplicar o coeficiente de 32% sobre a receita bruta auferida para a apuração do Lucro Presumido, pelos serviços não caracterizarem prestação de serviço típico de construção civil, e pela empresa não ser especificamente deste ramo. Somente as obras de construção civil, com emprego de materiais, sem repasse de seus custos, realizadas na modalidade de empreitada são suscetíveis da utilização do coeficiente de 8% para a apuração do Lucro Presumido. LUCRO PRESUMIDO. ATIVIDADES DIVERSIFICADAS, COEFICIENTES. É dever da empresa que possui atividades diversificadas prestação de serviços e comércio segregar as receitas auferidas de forma a aplicar o coeficiente adequado para a apuração do Lucro Presumido e comprovar esta segregação e o oferecimento à tributação, contabilmente, ainda que na forma resumida Fl. 302DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO 12 permitida aos optantes pelo regime do Lucro Presumido. (Processo nº 10840.906585/200981, Conselheiro Relator João Carlos de Figueiredo Neto) Diante do exposto, CONHEÇO do Recurso, e no mérito, NEGOLHE provimento. É como voto! (documento assinado digitalmente) Rafael Correia Fuso Relator Fl. 303DF CARF MF Impresso em 11/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por RAFAEL CORREIA FUSO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 10872.000117/2010-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PODER JUDICIÁRIO PARA EXAME DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER EXECUTIVO AVOCAR TAL ATRIBUIÇÃO PARA SI. APLICAÇÃO DA SÚMULA 02 DO CARF
1. Salvo nos casos de que trata o artigo 26-A, do Decreto nº 70.235, de 1972 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, como órgão da Administração que é, não tem competência para conhecer de matéria que sustente a insubsistência de lançamento de crédito tributário, sob o argumento de que a autuação se deu com base em norma inconstitucional.
2. O Poder Judiciário, no exercício de sua competência, pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional. Todavia, tal prerrogativa não se estende aos órgãos da Administração.
DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA.
3. Nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, presume-se omissão de receita os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular for regularmente intimado e não comprovar, de forma individualizada, a origem dos mesmos.
4. Se dos valores dos depósitos de origem não comprovada, creditados em conta bancária, não decorreu evolução patrimonial, presume-se que se trata de recursos consumidos pelo titular.
5. Os preceitos da Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos não se aplicam a situações caracterizadas na vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996.
TAXA SELIC - SÚMULA N° 4
O Primeiro Conselho de Contribuintes aprovou o Enunciado da Súmula 04 que dispõe que a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Improvido.
Numero da decisão: 1402-001.840
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso no que se refere à argüição de inconstitucionalidade da norma e, na parte conhecida, rejeitar as preliminares de nulidade e negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Moisés Giacomelli Nunes da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA
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COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO PODER JUDICIÁRIO PARA EXAME DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE DO PODER EXECUTIVO AVOCAR TAL ATRIBUIÇÃO PARA SI. APLICAÇÃO DA SÚMULA 02 DO CARF 1. Salvo nos casos de que trata o artigo 26A, do Decreto nº 70.235, de 1972 o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, como órgão da Administração que é, não tem competência para conhecer de matéria que sustente a insubsistência de lançamento de crédito tributário, sob o argumento de que a autuação se deu com base em norma inconstitucional. 2. O Poder Judiciário, no exercício de sua competência, pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional. Todavia, tal prerrogativa não se estende aos órgãos da Administração. DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA. 3. Nos termos do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996, presumese omissão de receita os valores creditados em conta bancária em relação aos quais o titular for regularmente intimado e não comprovar, de forma individualizada, a origem dos mesmos. 4. Se dos valores dos depósitos de origem não comprovada, creditados em conta bancária, não decorreu evolução patrimonial, presumese que se trata de recursos consumidos pelo titular. 5. Os preceitos da Súmula 182 do extinto Tribunal Federal de Recursos não se aplicam a situações caracterizadas na vigência do artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 2. 00 01 17 /2 01 0- 68 Fl. 433DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 2 TAXA SELIC SÚMULA N° 4 O Primeiro Conselho de Contribuintes aprovou o Enunciado da Súmula 04 que dispõe que “a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Recurso Voluntário Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso no que se refere à argüição de inconstitucionalidade da norma e, na parte conhecida, rejeitar as preliminares de nulidade e negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Moisés Giacomelli Nunes da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Paulo Roberto Cortez, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Carlos Pelá e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 434DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 3 Relatório Nos termos do auto de infração de fls. 82, a recorrente é pessoa jurídica optante pelo sistema SIMPLES, sendolhes imputado as seguintes infrações, com multa de 75%: a) Depóstos bancários de origem não comprovada, com fatos geradores em cada um dos meses do anocalendário de 2006 e bases de cálculo indicadas às fls. 84 e 85; b) Insuficiencia de recolhimento em cada um dos meses do anocalendário de 2006, nos valores indicados às fls. 85/86; c) Inobservância de comunicação, quando obrigatória, da exclusão da Pessoa Jurídica do Silples (fl. 134). O termo de verificação fiscal consta das fls. 48 e seguintes, de onde extraio os fatos e fundamentos utilizados para imputar as infrações acima descritas: (i) A movimentação financeira foi obtida mediante RMF; (ii) Considerando que a recorrente declarou valores mensais auferidos a título de receita bruta, a autoridade fiscal consolidou mensalmente os valores constantes do demonstrativo de depósitos bancários, tributando a diferença, conforme indicado à fl. 49; (iii) A omissão de receita gerou insuficiência do recolhimento à medida em que elevouse o valor da alíquota aplicável (infração 002); (iv) Em virtude da omissão de receita, entendeu a autoridade fiscal que a recorrente ultrapassou o limite para sua permanência no SIMPLES, resultando na multa prevista no artigo 9º, II e no art. 13, II, "a", da Lei nº 9.317, vigente à época dos fatos. Notificado, de forma tempestiva, a parte interessada apresentou a impugnação de fls. 267 e seguintes alegando as razões de fato e de direito pelas quais considera insubsistente o lançamento. A DRJ, por meio do acórdão de fls. 361 e seguintes acolheu de forma parcial a impugnação para reduzir a multa indicada na infração 003 para o valor de R$ 3.626,04, mantendo as demais exigências à medida em que rejeitou os argumentos que fundamentam a defesa da recorrente. Expedida correspondência para o endereço da Rua Rio Branco, 114, Sala 302, no Centro do Rio de Janeiro, retornou o AR de fl. 386 com a indicação de que a destinatária era desconhecida no local, o que resultou na intimação por edital publicado em 22/08/2013 (fl. 384). Conforme consta da fl. 425 dos autos, em 26/08/2013 o procurador da requerente obteve cópia dos autos. No recurso de fls. 385, no lado direito da página, tem um carimbo indicando recebimento. Todavia, não é possível identificar a data em que foi Fl. 435DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 4 protocolizado. No entanto, pelo outro carimbo existente no lado direito inferior da fl. 385, vê se que no dia 26/09/2013, o recurso já tramitava a unidade de origem. Diante da regra que determina o início da contagem do prazo por edital tenho que o recurso é tempestivo. Agrego a este fundamento a impossibilidade de visualização da data em que o recurso foi protocolizado e inexistência de certidão indicando ser intempestivo, o recurso. Assim, diante de tais circunstâncias considero tempestivo o recurso. A recorrente sustenta a reforma do julgado com base nos seguintes fundamentos: i) A exigência do crédito tributário em questão não pode prevalecer na medida em que o lançamento deuse com base em quebra indevida do sigilo fiscal. Neste ponto, em seu longo arazzoado, faz referência ao Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 387.604/RS, de relatoria da Ministra Carmem Lúcia, tema que teve repercussão geral reconhecida pelo STF. Destaca, ainda, o resultado do julgamento no RE 389.808, de relatoria do Ministro Marco Aurélio; do MS 21.729, onde indica o entendimento do Ministro Carlos Veloso e do RE 661.366, julgado pela Primeira Turma do STF, com relatoria do Ministro Maurco Aurélio; ii) Caso não acolhidos os fundamentos acima elencados, requer, no mínimo, se aguarde a decisão definitiva do RE 601.314 sobre a matéria em questão; iii) Sustenta, também, que não se pode utilizar depósito bancário para constituição de crédito de IRPJ, visto que depósitos bancários apenas evidenciam sinais exteriores de riqueza que por si só nada provam; iv) Alega, ainda, que no histórico dos depósitos bancários consta: (i) MOV TIT COBRANÇA; (ii) LIQUID TÍTULO COBRANÇA; (iii) COBRANÇA ESPECIAL. Assim, à luz do artigo 42, só pode se presumir omissão de receita os depósitos bancários de origem não comprovada e, no caso, os valores discriminados no anexo ao TVF e nos extratos bancários, como comprova o próprio histórico, são receitas da empresa e não podiam ser tributados por presunção e sim omissão. v) Quando aos fatos relacionados às demais infrações a recorrente reitera os argumentos indicados na impugnação, o que serão analisado. vi) Por fim, sustenta a inexigibilidade de juros com base na taxa SELIC. É o relatório. Fl. 436DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 5 Voto Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Relator. O recurso é tempestivo, está devidamente fundamentado, foi interposto pela parte interessada que pretende ver reformada a decisão recorrida. Assim, preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço e passo ao exame do mérito. I. Da questão relacionada ao acesso dos dados bancários sem ordem judicial Conforme destacado pela recorrente, dentre os direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, XII, assegura que “é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.” Dentre os dados cuja a inviolabilidade está assegurada, nos dizeres de quem recorre, encontrase o sigilo bancário, somente sendo admitido seu acesso com ordem judicial, para fins criminais. Da leitura da norma constitucional acima transcrita depreendese que o legislador constituinte estabeleceu limites ao legislador ordinário, isto é, somente permitiu a edição de lei regulando o acesso ao sigilo bancário mediante duas condições: a) para fins de investigação criminal e; b) mediante ordem judicial. Das condicionantes estabelecidas pelo legislador constituinte, vêse clara opção de valores que entendeu merecer maior proteção, ainda que em detrimento de terceiros e do próprio Estado. Por exemplo, se a questão disser respeito a litígio fora da esfera do campo penal, nem mesmo o juiz pode quebrar o sigilo assegurado pela Constituição. Em outras palavras, aqui, nem o legislador e tampouco o juiz pode extrapolar os limites impostos pela ordem constitucional. Disto depreendese a lição de que a justiça, seja na área cível, penal ou fiscal não se realiza a qualquer preço. Existem, na busca da verdade, limitações imposta por valores mais altos que não podem ser violados. Neste sentido, lembro lição de Júlio Fabbrine Mirabete para quem “entre o perigo de se condenar um inocente e se absolver culpado, absolvase o culpado.” Em outras palavras e trazendo a matéria para campo do direito tributário, entre o perigo de permitir que os agentes, sem o crivo da análise prévia pelo Judiciário, possam requisitar ou manusear provas protegidas pelo sigilo para embasar lançamentos fiscais e deixar, eventualmente, de se cobrar determinado tributo por falta de prova, o legislador constituinte optou em proteger a primeira situação em detrimento da segunda. Aqui temse o Estado limitando seus próprios atos frente aos cidadãos. Conforme lição de Jorge Miranda1, as normas que definem direitos fundamentais são normas de caráter preceptivo, e não meramente programáticos. “Os direitos fundamentais têm seu fundamento de validade na Constituição e não na lei, com o que fica claro que é a lei que deve respeitar a Constituição, e não ao contrário. Os direitos 1 Jorge \|Miranda. Manual de Direito Constitucional, tomo IV. Coimbra: Coimbra Editora, 1993, p. 276. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 6 fundamentais não são normas matrizes de outras normas, mas são sobretudo normas diretamente reguladoras de relações jurídicas.” Dados os fundamentos acima mencionados, questão que se coloca e que se constitui no ponto principal do recurso é se o legislador ordinário poderia ter editado a Lei Complementar nº 105, de 2001 e a Lei nº 10.147, de 2001, outorgando poderes à Administração para requisitar a movimentação financeira dos contribuintes. E mais, se o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão da Administração que é, tem competência para conhecer e julgar questões afeta à constitucionalidade das leis ou, em outras palavras, deixála de aplicálas por considerar inconstitucionais. Inicialmente, observo que sancionada determinada lei ela entra no sistema jurídico e presumese constitucional até que seja declarada sua inconstitucional, retirandoa do sistema ou impedindo sua aplicação em relação ao caso concreto, isto é “inter partes”. Por outro lado, o Judiciário pode deixar de aplicar lei que a considere inconstitucional, contudo, o mesmo não se aplica em relação à Administração. A razão desta lógica é que o Estado Administração não pode avocar para si a prerrogativa de julgar a constitucionalidade de lei. Tal prerrogativa, por força das previsões contidas nos artigos 97, 102, I, compete ao Poder Judiciário. À luz do artigo 103, I, da Constituição Federal, o chefe do Poder Executivo, no caso o Presidente da República, tem legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade sustentando que determinada lei viola da Constituição. Contudo, nem o Presidência da República e tampouco os demais órgãos da Administração podem deixar de cumprir lei sob o pretexto de que esta viola norma Constitucional. Neste sentido, por força do artigo 26A, § 6º, I, do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, a seguir transcrito, os Conselheiros do CARF somente podem deixar de aplicar lei sob o fundamento de inconstitucionalidade após o Supremo Tribunal Federal, em controle concentrado ou difuso, por decisão definitiva do Plenário, ter reconhecido a inconstitucionalidade da norma. Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). .... § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Não desconheço que em 15 de dezembro de 2010, ao julgar o Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, proferiu decisão que pode ser sintetizada na ementa abaixo transcrita, publicada no DJe086 em 1005 2011. EMENTA: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à Fl. 438DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 7 correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Ocorre que o acórdão exarado no julgamento do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, com a ementa acima transcrita, foi desafiado por embargos de declaração, com pedido de modificação da decisão. Pelo que apurei em pesquisa realizada, os citados embargos foram recebidos por despacho datado de 07/10/2011 e ainda encontramse pendentes de julgamento. Assim, por estarmos diante de acórdão do Plenário do Supremo Tribunal Federal que não transitou em julgado, com base na decisão resultante do RE 389.808/PR, não é possível, nesta instância administrativa, deixar de aplicar as disposições constantes na Lei Complementar nº 105, de 2001 e na Lei nº 10.174, de 2001. Ainda em relação ao tema, em 20/11/2009, ao examinar o Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, relatado pelo Ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral, nos termos do artigo 542B, do Código de Processo Civil, conforme ementa que segue: EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco, sem prévia autorização judicial (lei complementar 105/2001). Possibilidade de aplicação da lei 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. Relevância jurídica da questão constitucional. Existência de repercussão geral. Neste sentido, quer da análise do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR, ou do Recurso Extraordinário nº 601.314/MG, não se identifica decisão definitiva do STF reconhecendo a inconstitucionalidade das normas invocadas pela recorrente. A propósito, na mesma linha dos fundamentos anteriormente expostos, a matéria resultou Sumulada junto ao Carf, nos seguintes termos: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. II. Da alegação de impossibilidade de lançamento de imposto de renda com base exclusiva nas informações bancárias Quanto à possibilidade de se exigir imposto de renda, com base exclusivamente em depósitos bancários, devese esclarecer que antes de 01/01/1997, o artigo 6º da Lei nº 8.021, de 1990, exigia da fiscalização a comparação entre depósitos bancários e sinais exteriores de riqueza. Todavia, a partir de 01/01/1997, o 42 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, publicada no DOU de 30/12/1996, que instituiu a presunção de omissão de rendimentos com base em Fl. 439DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 8 depósitos bancários, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprovasse mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Confirase: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais).” Verificase, assim, que o diploma legal acima citado passa a caracterizar omissão de rendimentos ou receita, sujeitos a lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, quando não comprovada a origem dos recursos utilizados nessas operações. Não se inquire o titular da conta bancária sobre o destino dos saques, cheques emitidos e outros débitos, ou se foram utilizados para consumo, aquisição de patrimônio, viagens etc. A presunção de omissão de rendimentos ou de receita decorre da existência de depósito bancário sem origem comprovada. Portanto, a partir da publicação desta Lei, os depósitos bancários deixaram de ser modalidade de arbitramento simples que exigia da fiscalização a demonstração de gastos incompatíveis com a renda declarada (aquisição de patrimônio e sinais exteriores de riqueza), entendimento também consagrado à época pelo Poder Judiciário (Súmula TFR 182) e pelo Primeiro Conselho de Contribuintes. A partir da edição da Lei nº 9.430, de 1996, os julgamentos do Conselho de Contribuintes passaram a refletir a determinação contida nesta norma admitindo, nas condições nela estabelecidas, o lançamento com base exclusiva em depósitos bancários, como se constata nas ementas dos acórdãos a seguir reproduzidas: “OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS SITUAÇÃO POSTERIOR À LEI Nº 9.430/96 Com o advento da Lei nº 9.430/96, caracterizase também omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular não comprove a origem dos recursos utilizados, observadas as exclusões previstas no § 3º, do art. 42, do citado diploma legal.” (Ac 10613329). “TRIBUTAÇÃO DE DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Para os Fl. 440DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 9 fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei 9.430/96, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” “ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e aquisições de bens e direitos.”(Ac 106 13188).” Em síntese, a caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerado isoladamente. Pelo contrário, a presunção de omissão de rendimentos está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos numerários depositados em contas bancárias, com a análise individualizada dos créditos, conforme expressamente previsto na lei. Portanto, claro está que o fato gerador do imposto de renda, no caso, não está vinculado ao mero crédito efetuado na conta bancária, pois, se o crédito tiver origem em uma simples transferência bancária entre contas do mesmo titular, ou a alienação de bens do patrimônio do contribuinte, ou a assunção de exigibilidade, não cabe falar em rendimentos ou ganhos, justamente porque o patrimônio da pessoa não terá sofrido qualquer alteração quantitativa. O fato gerador é a circunstância de tratarse de dinheiro novo no patrimônio do contribuinte sem que este, intimado para prestar esclarecimentos, não prove sua origem. Quanto à tese de ausência de evolução patrimonial capaz de justificar o fato gerador do imposto de renda, é verdade que este imposto, conforme prevê o artigo 43 do CTN, tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica, isto é, de riqueza nova. Entretanto, o legislador ordinário presumiu que há aquisição de riqueza nova nos casos de movimentação financeira em que o contribuinte não demonstre a origem dos recursos. Neste contexto, não tendo o autuado apresentado qualquer prova acerca da origem dos recursos, diante da presunção de que trata o artigo 42, caput, da Lei nº 9.430, de 1996, não há como afastar o lançamento. III. Da questão relacionada à aplicação da Taxa Selic No que se refere à taxa Selic, a jurisprudência encontrase consolidada na Súmula 04 deste Conselho que assentou o entendimento de que “a partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais”. ISSO POSTO, voto no sentido de rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, em relação a matéria conhecida, negar provimento ao recurso. assinado digitalmente MOISÉS GIACOMELLI NUNES DA SILVA Relator Fl. 441DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10872.000117/201068 Acórdão n.º 1402001.840 S1C4T2 Fl. 0 10 Fl. 442DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente e m 04/12/2014 por MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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