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Numero do processo: 12448.728958/2017-45
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2015
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. NÚMERO DE MESES.
Para comprovar o número de meses associados aos rendimentos recebidos acumuladamente, faz-se necessária a apresentação de documentos atinentes à ação judicial correspondente.
Numero da decisão: 2002-000.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Recorrente HUGO BLASQUEZ OLMEDO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2015 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. NÚMERO DE MESES. Para comprovar o número de meses associados aos rendimentos recebidos acumuladamente, fazse necessária a apresentação de documentos atinentes à ação judicial correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 89 58 /2 01 7- 45 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 12448.728958/201745 Acórdão n.º 2002000.673 S2C0T2 Fl. 81 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 7/18), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2016. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a pagar declarado de R$9.048,98 para saldo de imposto a pagar de R$44.768,35. A notificação noticia omissão de rendimentos recebidos a título de benefícios ou resgates de planos de seguro de vida e compensação indevida de IRRF sobre rendimentos recebidos acumuladamente. O lançamento também alterou o número de meses associado aos rendimentos recebidos acumuladamente, de 16 meses para um. Na complementação da descrição dos fatos (fl.11), consta que, intimado, o sujeito passivo não apresentou documentos hábeis para comprovar o IRRF e o número de meses, associados aos rendimentos recebidos acumuladamente. Impugnação Cientificada ao contribuinte em 9/10/2017, a NL foi objeto de impugnação, em 6/11/2017, às fls. 2/22 dos autos, na qual o contribuinte contestou as infrações associadas aos rendimentos recebidos acumuladamente. Manifestou concordância com a omissão de rendimentos de resgate de VGBL. A impugnação foi apreciada na 1ª Turma da DRJ/CGE que, por unanimidade, julgoua procedente em parte (fls. 52/55). O colegiado de primeira instância restabeleceu o IRRF declarado, no valor de R$22.663,15. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 5/6/2018 (fl. 59), o contribuinte, em 26/6/2018 (fl. 64), apresentou recurso voluntário, às fls. 64/73, no qual alega, em apertado resumo, que: demonstrativo extraído do processo judicial juntado apontaria o montante tributável recebido, bem como o número de 16 parcelas para todos os substituídos do reclamante. recibo emitido pelo sindicato de sua categoria, reclamante no processo judicial em questão, também consignaria a informação relativa às 16 parcelas. o valor correto do IRRF seria de R$22.663,15 e não de R$25.343,66. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 12448.728958/201745 Acórdão n.º 2002000.673 S2C0T2 Fl. 82 3 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O litígio recai sobre o número de meses associados aos rendimentos recebidos acumuladamente pelo recorrente. A autuação alterou dos 16 meses declarados para um, consignando que os documentos apresentados não comprovariam o montante declarado (fl.11). Na apreciação da impugnação, a decisão recorrida consigna: O impugnante alega que se tratam de rendimentos relativos a anos anteriores, correspondentes a dezesseis meses, sujeitos à tributação exclusiva, nos termos do art. 12A da Lei 7.713/88, e alterações posteriores. Entretanto, não constam, dos autos, a petição inicial e a sentença judicial ou o acórdão do Tribunal, documentos necessários para se conhecer a natureza dos rendimentos, nem a tabela de cálculo discriminando os meses aos quais se referem as verbas reconhecidas no provimento judicial, e posteriormente pagas ao impugnante. A planilha de cálculo de fls. 37 não discrimina os meses considerados no cálculo. Não há elementos nos autos demonstrando que o número de parcelas ali consignado, igual a dezesseis, corresponda ao período do direito reconhecido na sentença ou acórdão judicial. (destaques acrescidos) Em seu recurso, o recorrente apresenta documentos já anexados aos autos (fls.65/69). Diante desses elementos, não há reparos a se fazer à decisão de piso, uma vez que os documentos de fato não são hábeis a fazer a prova do número de meses declarado. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 12448.728958/201745 Acórdão n.º 2002000.673 S2C0T2 Fl. 83 4 Nesse sentido, como apontado na decisão recorrida, o recorrente deveria juntar a petição inicial da ação ajuizada e a sentença judicial prolatada, de forma a demonstrar o período reclamado na ação judicial proposta e aquele acolhido na sentença proferida. Sendo parte interessada na ação judicial, tais provas estavam ao alcance do recorrente. Poderia ter juntado ainda comprovante de rendimentos emitido pela fonte pagadora dos rendimentos, no caso, a reclamada na ação judicial, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ. Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.017515/2008-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
INCIDÊNCIA DE IRPF. FÉRIAS, ABONOS E LICENÇAS PRÊMIO CONVERTIDOS EM PECUNIA DURANTE O CONTRATO. INAPLICABILIDADE DO RESP 1.112.745/SP.
Somente não incide imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de férias, abonos e licença prêmio não gozadas convertidas em pecúnia, em relação às verbas pagas por ocasião da aposentadoria ou quando da extinção do contrato de trabalho.
Numero da decisão: 9202-007.534
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para manter a tributação sobre as verbas relativas à conversão de licença prêmio e de APIP, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
Nos termos do Art. 58, §5º, Anexo II do RICARF, a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada) não votou nesse julgamento, por se tratar de questão já votada pela conselheira Patrícia da Silva na reunião anterior, e por estar ausente momentaneamente.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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FÉRIAS, ABONOS E LICENÇAS PRÊMIO CONVERTIDOS EM PECUNIA DURANTE O CONTRATO. INAPLICABILIDADE DO RESP 1.112.745/SP. Somente não incide imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de férias, abonos e licença prêmio não gozadas convertidas em pecúnia, em relação às verbas pagas por ocasião da aposentadoria ou quando da extinção do contrato de trabalho. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para manter a tributação sobre as verbas relativas à conversão de licença prêmio e de APIP, vencidas as conselheiras Ana Paula Fernandes, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. Nos termos do Art. 58, §5º, Anexo II do RICARF, a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada) não votou nesse julgamento, por se tratar de questão já votada pela conselheira Patrícia da Silva na reunião anterior, e por estar ausente momentaneamente. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 75 15 /2 00 8- 31 Fl. 159DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (fls. 51/54), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF correspondente ao exercício 2004, anocalendário 2003, por meio do qual exigese do recorrente IRPF suplementar em virtude de omissão de rendimentos recebidos de Pessoa Jurídica ( Caixa Econômica Federal), no valor de R$ 21.212,32. Na apuração do imposto devido foi compensado Imposto de Renda Retido (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 1.415,99. O autuado apresentou impugnação, tendo Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE julgado a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário em sua integralidade. Apresentado Recurso Voluntário pelo autuado, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em sessão plenária de 17/07/2013, foi dado provimento ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2802002.434 (fls. ), com o seguinte resultado: " Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário para que seja cancelado o lançamento, concedida a restituição apurada na Declaração de Ajuste Anual que foi a base para a notificação de lançamento, atualizada, observado o quanto já foi restituído, e que seja cancelada a compensação de ofício que objetivou extinguir o crédito tributário constituído pela notificação de lançamento ora anulada., nos termos do voto da relatora. Vencido o(s) Conselheiro(s) Jaci de Assis Júnior que negava provimento. O Conselheiro Jaci de Assis Júnior apresentou declaração de voto.” O acórdão encontrase assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 VERBAS RECEBIDAS A TÍTULO DE LICENÇA PRÊMIO NÃO GOZADA. APIP. A jurisprudência do CARF e do STJ é pacífica no sentido de que não incide imposto de renda sobre férias e APIP(Ausências Permitidas Para Tratar de Assuntos Particulares) não gozadas e convertidas em pecúnia. Precedentes STJ. Precedentes CARF. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 3 3 Recurso Voluntário Provido. O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 26/07/2013 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional opôs em 04/09/2013, portanto, tempestivamente, Recurso Especial (fls. ). Em seu recurso visa a reapreciação da seguinte matéria: se a isenção de Imposto de Renda sobre verbas de férias e licençaprêmio é condicionada à comprovação de que não foram gozadas por necessidade de serviço. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho s/nº da 2ª Câmara, de 27/10/2014 (fls. ), conforme acórdão paradigma nº 10611.479. Em seu recurso alega que: · Preliminarmente, devese ter em mira que, de acordo com o artigo 176 c/c o art. 111, ambos do Código Tributário Nacional, a isenção é sempre decorrente de lei e que esta deve ser interpretada literalmente, não se admitindo, portanto, interpretação extensiva com a finalidade de alcançar assuntos diferentes dos ali contidos. · Cita que o art. 3º, § 4º, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988 preceitua que a tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. · Traz o artigo 43 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999), que assim determina: “Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.76955, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) II – férias, inclusive as pagas em dobro, transformadas em pecúnia ou indenizadas, acrescidas dos respectivos abonos; III – licença especial ou licençaprêmio, inclusive quando convertida em pecúnia;” · Diz que nesse sentido, a Coordenação Geral de Tributação – COSIT já firmou entendimento de que integram o rendimento tributável as verbas trabalhistas, tais como: salários, férias adquiridas ou Fl. 161DF CARF MF 4 proporcionais, licençaprêmio, 13º salário proporcional, quinquênio ou anuênio, aviso prévio trabalhado, abonos, folgas adquiridas, prêmio em pecúnia e qualquer outra remuneração especial, ainda que sob a denominação de indenização, conforme item nº 4 do Parecer Normativo COSIT nº 1, de 08 de agosto de 1995. · Salienta que a comprovação da necessidade de serviço como condição para a nãoincidência do tributo justificase exatamente pelo fato das indenizações não representarem um acréscimo patrimonial, por se destinarem a reparar um decréscimo no patrimônio do sujeito passivo, restabelecendo o status quo ante; ou seja, a indenização deveria reparar, no caso presente, o dano sofrido pelo empregado, em razão da impossibilidade de fruição das férias e da licençaprêmio por motivos imperiosos sustentados pelo empregador, dano esse que não se vislumbrou no caso, ao menos não nos moldes exigidos para que se pudesse entender pela nãoincidência tributária, uma vez não confirmada a impossibilidade de fruição das férias e da licença por motivos aduzidos pelo empregador. · Conclui, portanto, que o autuado não trouxe aos autos documentos que demonstrem que deixou de gozar licençaprêmio ou férias por necessidade do serviço, fazendose imperioso, nesse caso, a incidência do imposto de renda. Cientificado do Acórdão nº 2802002.434, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN em 20/11/2014, o contribuinte apresentou em 01/12/2014, portanto, tempestivamente, contrarrazões (fls. 145). · Alega a obviedade de tratarse de necessidade de serviço, dado o ano em questão (2003) em que vinham de incontestável carência de pessoal nos quadros da Empresa, que passou a atuar com muito mais ênfase no crédito à pessoa física, no crédito habitacional e ainda atender os programas sociais de repasse de renda do Governo Federal; e ainda questiona: “qual o motivo de uma Empresa Pública como a CAIXA, sem estar obrigada em lei ou contrato de trabalho, indenizar pecuniariamente a licença prêmio adquirida pelo empregado e parte das férias ao invés de gozálas?” · Traz as ementas de votos de acórdãos que demonstram a jurisprudência do CARF, verbis: IRPF. NÃO INCIDÊNCIA. FÉRIAS E LICENÇAS PR~EMIO NÃO GOZADAS. PRESUNÇÃO DA NECESSIDADE DO SERVIÇO. Não incide imposto de renda sobre valores recebidos a título de férias e licenças prêmio não gozadas, devido a sua natureza indenizatória. É desnecessária a comprovação de que houve necessidade do serviço, porque o não usufruto de tal benefício estabelece uma presunção em favor do empregado. Recurso Voluntário Provido. (Acórdão nº 2102001.101) Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 4 5 CONVERSÃO EM PECÚNIA DE LICENÇA PRÊMIO, ISENÇÃO DE IRPF. A Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais através do Acórdão CSRF/0103.256 firmou entendimento no sentido de que “Os valores recebidos a título de licença prêmio e de férias, quando indenizadas, fato que constitui presunção o sentido de que houve necessidade de serviço, assumem natureza indenizatória e, consequentemente, não são alcançados pela incidência de imposto de renda. (Acórdão nº 2102 000.849) Traz também o entendimento do STJ sobre a questão: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS FÍSICAS. ABONO PECUNIÁRIO DE FÉRIAS E CONVERSÃO DE LICENÇASPRÊMIO EM PECÚNIA. ENTENDIEMNTO DESTE STJ PELA NÃOINCIDÊNCIA DO IMPOSTO. COMPENSAÇÃO. TAXA SELIC. TERMO INICIAL. APLICAÇÃO DO §4º DO ART. 39 DA LEI 9.250/95. RECURSO ESPECIAL Nº 661.475 – CE (2004/00680660) (...) Além disso, destacase que as decisões reiteradas deste Tribunal são no sentido de dispensar a exigência de comprovação da necessidade de serviço, constante dos enunciados sumulares retro. Nesse sentido, já se decidiu que “a incidência do Enunciado 136 da Corte não depende da comprovação da necessidade de serviço, porquanto o nãousufruto de tal benefício estabelece uma presunção em favor do empregado (...)” É o relatório. Fl. 163DF CARF MF 6 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora. Pressupostos de Admissibilidade O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, conforme despacho de Admissibilidade, fls. 145. Ressaltese que não serão conhecidas as contrarrazões apresentados uma vez que são intempestivas. Do Mérito De forma objetiva a delimitação da lide, conforme consta do despacho de admissibilidade, cingese a incidência de IRPF sobre os valores de Conversão de Licença Prêmio e Conversão de APIP e de Abono Pecuniário de Férias. Segundo o recorrente buscase afastar a natureza indenizatória da verba defendida pelo acórdão recorrido. Quanto à discussão, entendo correta a interpretação trazida pelo Conselheiro Jaci de Assis Junior, já que não existe nos autos, demonstração de que os valores foram recebidos em função de rescisão contratual, razão pela qual entendo inaplicável ao caso concreto o REsp. 1.112.745/SP: Mormente as sempre balizadas ponderações da ilustre Conselheira Relatora, permitome discordar da conclusão do voto, vez que entendo que a jurisprudência do STJ transcrita em seu voto é clara no sentido de que as verbas pleiteadas pelo Recorrente (Conversão de Licença Prêmio e Conversão de APIP e de Abono Pecuniário de Férias) somente se caracterizariam isentas quando percebidas em virtude de aposentadoria ou de rescisão de contrato de trabalho, dado o seu caráter indenizatório, senão vejamos: “PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.FUNGIBILIDADE RECURSAL. ACLARATÓRIOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. VERBA PAGA POR MERA LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. FÉRIAS VENCIDAS E NÃO GOZADAS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. PRECEDENTE REGIDO PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543C, DO CPC. 1. (...) 2. A jurisprudência desta Corte já consolidou entendimento, inclusive em sede de recurso repetitivo, na sistemática do art. 543C, do CPC, no sentido de que "as verbas pagas por liberalidade na rescisão do contrato de trabalho são aquelas que, nos casos em que ocorre a demissão com ou sem justa causa, são pagas sem decorrerem de imposição de nenhuma fonte normativa prévia ao ato de dispensa (incluindose aí Programas de Demissão Voluntária PDV e Acordos Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 5 7 Coletivos),dependendo apenas da vontade do empregador e excedendo as indenizações legalmente instituídas. Sobre tais verbas a jurisprudência é pacífica no sentido da incidência do imposto de renda já que não possuem natureza indenizatória" (REsp. 1.112.745/SP). 3. A jurisprudência desta Corte também é pacífica no sentido de que não incide imposto de renda sobre verbas indenizatórias, decorrentes de rescisão do trabalho de trabalho sem justa causa, relativas ao abono pecuniário de férias, e sobre a conversão em pecúnia dos direitos não gozados, tais como licença prêmio, indenização por período de estabilidade a que faria jus o empregado, férias vencidas e proporcionais e seu Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 2802002.434 S2TE02 Fl. 108 11 respectivo adicional. (AgRg no REsp 1.116.564/SP, DJe 13.11.2009; AgRg no REsp 1.018.422/SP, DJe 13.5.2009) 4. Hipótese em que o acórdão recorrido foi reformado apenas para determinar a incidência de imposto de renda sobre verbas pagas por mera liberalidade do empregador. 5. (...) (EDcl no REsp 930.345/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/04/2010, DJe 07/05/2010) (grifos não são do original). PROCESSUAL CIVIL – MANDADO DE SEGURANÇA – SENTENÇA – INTIMAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO – NECESSIDADE – QUESTÃO PACIFICADA PELA EG. PRIMEIRA SEÇÃO – IMPOSTO DE RENDA – DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA – "INDENIZAÇÃO ESPECIAL" (GRATIFICAÇÃO) – VERBAS INDENIZATÓRIAS. (...) 3. A jurisprudência desta Corte está pacificada no sentido de que os valores recebidos pelo empregado a título de ausências permitidas para tratar de assuntos particulares (APIP's), licença prêmio convertida em pecúnia, férias não gozadas, férias proporcionais e respectivos terços constitucionais, não estão sujeitos à incidência do imposto de renda quando da rescisão do contrato de trabalho por iniciativa do empregador, dado o seu caráter indenizatório. 4. Recurso especial da Fazenda Nacional não provido e provido o do contribuinte. (REsp 885.722/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/06/2008, DJe 30/06/2008) (grifos não são do original). Fl. 165DF CARF MF 8 Também no mesmo sentido posso acrescentar a seguinte decisão proferida STJ, no Resp. nº 1.111.223/SP, Rel. Ministro Castro Meira, PRIMEIRA SEÇÃO STJ, julgado em 22/04/2009. Dje 04/05/2009: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA. VERBAS RECEBIDAS A TÍTULO DE FÉRIAS PROPORCIONAIS E RESPECTIVO TERÇO CONSTITUCIONAL. RECURSO SUBMETIDO AO PROCEDIMENTO DO ART. 543C DO CPC E DA RESOLUÇÃO STJ 08/08. 1. Os valores recebidos a título de férias proporcionais e respectivo terço constitucional são indenizações isentas do pagamento do Imposto de Renda. Precedentes: REsp 12 896.720/SP, Rel. Min. Castro Meira, DJU de 01.03.07; REsp 1.010.509/SP, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 28.04.08; AgRg no REsp 1057542/PE, Rel. Min. Francisco Falcão, DJe de 01.09.08; Pet 6.243/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe de 13.10.08; AgRg nos EREsp 916.304/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU de 08.10.07. 2. Recurso representativo de controvérsia, submetido ao procedimento do art.543C do CPC e da Resolução STJ 08/08.3. Recurso especial provido. (grifos não são do original). Da mesma forma, os entendimentos contidos nas decisões do STJ trazidas à colação pelo próprio recorrente também foram firmados no contexto de verbas recebidas por ocasião da aposentadoria ou rescisão contratual, senão vejamos: STJ, RESP n° 296597/SP. Segunda Turma. Rel. Min. Francisco Peçanha Matins, DJ 02.09.2003, p. 293 TRIBUTÁRIO. IRPF. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. VERBAS INDENIZATÓRIAS. NÃO INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. SÚMULAS 125 E 136 DO STJ. 1. As verbas pagas pelo empregador a título de abono antiguidade, férias e licenças prêmio, quando da aposentadoria do empregado por tempo de serviço, que não usufruiu desses benefícios, têm natureza indenizatória não incidindo sobre elas o imposto de renda. Jurisprudência consolidada da Corte. 2. Recurso especial conhecido e provido." (STJ, RESP n° 296597/SP. Segunda Turma. Rel. Min. Francisco Peçanha Matins, DJ 02.09.2003, p. 293). (grifos não são do original). STJ. AGA n° 468683/MG. Primeira Turma. rei. Min. Luiz Fux. DJ 29.09.2003. p. 152 TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. NÃOINCIDÊNCIA. VERBAS INDENIZATÓRIAS. FÉRIAS E LICENÇAPRÊMIO NÃO GOZADAS. DISPENSA INCENTIVADA. 1.... 2.... Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 6 9 3. No mesmo sentido, a incidência do Enunciado 136 da Corte não depende da comprovação da necessidade de serviço, porquanto o não usufruto de tal benefício estabelece uma presunção em favor do empregado. 4. Agravo regimental a que se nega provimento." (STJ. AGA n° 468683/MG. Primeira Turma. rei. Min. Luiz Fux. DJ 29.09.2003. p. 152) (grifos não são do original). STJ, RESP n° 286750/SP. Segunda Turma. rel. Min. Francisco Peçanha Martins. DJ 26.05.2003. p. 304 TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA DEMISSÃO VOLUNTÁRIA INDENIZAÇÃO ESPECIAL LICENÇAPRÊMIO E FÉRIAS CONVERSÃO EM PECÚNIA PRESUNÇÃO DE QUE NÃO FORAM GOZADAS POR Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 2802002.434 S2TE02 Fl. 109 13 NECESSIDADE DO SERVIÇO CARÁTER INDENIZATÓRIO SÚMULAS 125, 136 E 215 STJ PRECEDENTES. A eg. 1ª Seção deste Tribunal pacificou entendimento no sentido de que a indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária, assim como a licençaprêmio e as férias não gozadas não estão sujeitas a incidência do imposto de renda, segundo orientação de não constituírem tais verbas, acréscimos patrimoniais subsumidos na hipótese do art. 43 do CTN. A aplicação do enunciado n° 136 STJ não depende da comprovação da necessidade do serviço, por isso que o não usufruto de tais benefícios estabelece uma presunção em favor do empregado. Recurso Especial conhecido e provido." (STJ, RESP n° 286750/SP. Segunda Turma. rei. Min. Francisco Peçanha Martins. DJ 26.05.2003. p. 304) (grifos não são do original). Observese, ainda, que também no Parecer PGFN/CRJ/Nº 1905/2004, citado pelo Recorrente, constatase que as decisões acerca da não incidência do imposto de renda sobre as verbas recebidas a título de férias e licença prêmio não gozadas por necessidade do serviço, também foram proferidas em relação às verbas pagas por ocasião da aposentadoria ou quando da extinção do contrato de trabalho: “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. PROGRAMA DE INCENTIVO À APOSENTADORIA. VERBAS INDENIZATÓRIAS (13º SALÁRIO). IMPOSTO DE RENDA. NÃOINCIDÊNCIA. SÚMULAS NºS 125 E 136/STJ. PRECEDENTES. 1. Agravo regimental contra decisão que proveu o recurso especial da parte agravada. Fl. 167DF CARF MF 10 2. O imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda (produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos) e de proventos de qualquer natureza (art. 43, do CTN). 3. As verbas rescisórias especiais recebidas pelo trabalhador quando da extinção do contrato de trabalho, em face de plano de incentivo à aposentadoria voluntária, não ensejam acréscimo patrimonial de qualquer natureza ou renda. Disso decorre a impossibilidade da incidência do imposto de renda sobre as mesmas, incluídos o 13º salário e as férias não gozadas. Incidência das Súmulas nºs 125, 136 e 215/STJ. 4. A indenização especial, o 13º salário, as férias e o abono pecuniário não gozados não configuram acréscimo patrimonial de qualquer natureza ou renda e, portanto, não são fatos imponíveis à hipótese de incidência do IR, tipificada pelo art. 43, do CTN. A referida indenização não é renda nem proventos. 5. Inteligência das Súmulas nºs 125 e 136/STJ. Vastidão de precedentes desta Corte Superior. 6. Paradigmas dissonantes citados, não obstante o respeito a eles reverenciado, que não transmitem a posição deste Relator. A convicção sobre o assunto continua a mesma e intensa. 14 7. Agravo regimental não provido.” (STJ, AGRESP Nº 611984/RS, Primeira Turma, rel. Min. José Delgado, DJ 31/05/2004, p. 233). “TRIBUTÁRIO. IRPF. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. VERBAS INDENIZATÓRIAS. NÃO INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. SÚMULAS 125 E 136 DO STJ. 1. As verbas pagas pelo empregador a título de abono antiguidade, férias e licençasrêmio, quando da aposentadoria do empregado por tempo de serviço, que não usufruiu desses benefícios, têm natureza indenizatória não incidindo sobre elas o imposto de renda. Jurisprudência consolidada da Corte. 2. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, RESP nº 296597/SP, Segunda Turma, rel. Min. Francisco Peçanha Matins, DJ 02/09/2003, p. 293). “TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. NÃOINCIDÊNCIA. VERBAS INDENIZATÓRIAS. FÉRIAS E LICENÇAPRÊMIO NÃO GOZADAS. DISPENSA INCENTIVADA. 1. As verbas rescisórias percebidas a título de férias e licençaprêmio não gozadas, bem como pela dispensa incentivada, não estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda. Aplicação das Súmulas 125, 136 e 215 do STJ. 2. O fato de as férias prêmio não terem sido usufruídas por opção do servidor, não lhes retira o caráter indenizatório, razão Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 7 11 pela qual não incide, sobre elas, o imposto de renda. (Precedentes) 3. No mesmo sentido, a incidência do Enunciado 136 da Corte não depende da comprovação da necessidade de serviço, porquanto o não usufruto de tal benefício estabelece uma presunção em favor do empregado. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (STJ, AGA nº 468683/MG, Primeira Turma, rel. Min. Luiz Fux, DJ 29/09/2003, p. 152). “TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO –PAGAMENTO EM DECORRÊNCIA DE ADESÃO A PROGRAMA DE APOSENTADORIA INCENTIVADA. 1. O décimo terceiro salário, ao contrário das férias, abonosassiduidade e licençasprêmio quando indenizadas, tem natureza salarial e representa acréscimo patrimonial para o trabalhador, sendo, portanto, passível de incidência do Imposto de Renda. 2. Recurso especial improvido.” (STJ, RESP nº 476178/RS, Segunda Turma, rel. Min. Eliana Calmon, DJ 02/06/2003, p. 286). “TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – DEMISSÃO VOLUNTÁRIA –INDENIZAÇÃO ESPECIAL LICENÇAPRÊMIO E FÉRIAS – CONVERSÃO EM PECÚNIA – PRESUNÇÃO DE QUE NÃO FORAM GOZADAS POR NECESSIDADE DO SERVIÇO – CARÁTER INDENIZATÓRIO – SÚMULAS 125, 136 E 215 STJ PRECEDENTES. A eg. 1ª Seção deste Tribunal pacificou entendimento no sentido de que a indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão voluntária, Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 2802002.434 S2TE02 Fl. 110 15 assim como a licençaprêmio e as férias não gozadas não estão sujeitas à incidência do imposto de renda, seguindo a orientação de não constituírem tais verbas, acréscimos patrimoniais subsumidos na hipótese do art. 43 do CTN. A aplicação do enunciado nº 136 STJ não depende da comprovação da necessidade do serviço, por isso que o não usufruto de tais benefícios estabelece uma presunção em favor do empregado. Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, RESP nº 286750/SP, Segunda Turma, rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ 26/05/2003, p. 304) Fl. 169DF CARF MF 12 No caso concreto dos presentes autos, verificase dos comprovantes de rendimentos recebidos da fonte pagadora (fls. 17, 21 e 24 e novamente às fls. 42 a 44) que as verbas “AC LICENÇAPRÊMIO– CONVERSA”, “AC APIP/IP – CONVERSÃO” e “ABONO PECUNIÁRIO” foram pagas ao contribuinte na vigência do contrato de trabalho, razão pela qual sofrem a incidência do imposto de renda, prevista no art. 3º, §§ 1º e 4º, da Lei nº. 7.713, de 1988, e no art. 43, inciso III, do Decreto nº. 3.000, de 26 de março de 1999 Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). Diante do exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Tal entendimento encontrase sob o arcabouço do artigo 43 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999), que assim determina: “Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.76955, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) II – férias, inclusive as pagas em dobro, transformadas em pecúnia ou indenizadas, acrescidas dos respectivos abonos; III – licença especial ou licençaprêmio, inclusive quando convertida em pecúnia;” Ou seja, como muito bem colocado pelo citado conselheiro em sua declaração de voto, a aplicabilidade dos precendentes do STJ, inclusive quanto ao decidido na forma do art. 543C do CPC, fica adstrita aos casos de verbas recebidas em rescisões contratuais, ou que restasse evidenciada o não usufruto dada a necessidade de serviço, o que não é o caso dos autos, razão pela qual entendo incabível afastar a tributação do IRPF sobre esses valores. Contudo, embora o encaminhamento em relação ao abono tenha sido o acima descrito, analisando o simples texto da lei, importante trazer a análise deste colegiado Ato Declaratório nº 6 da PGFN que assim estabelece: Ato Declaratório PGFN nº6,de 01 de dezembro de 2008 Autoriza a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações que especifica." O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10380.017515/200831 Acórdão n.º 9202007.534 CSRFT2 Fl. 8 13 a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2603/2008, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 8/12/2008, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: "nas ações judiciais nas quais se discuta a não incidência do imposto de renda sobre o adicional de um terço previsto no art. 7º, inciso XVII, da Constituição Federal, quando agregado a pagamento de férias simples ou proporcionais vencidas e não gozadas, convertidas em pecúnia, em razão de rescisão do contrato de trabalho. " JURISPRUDÊNCIA: AgRg no Ag 1008794/SP, AgRg nos EREsp 916.304/SP, AgRg no REsp 638389/SP, REsp 993.726/SP, REsp 812377/SC, REsp 771.055/PR, REsp 927.338/SP. Brasília, 01 de dezembro de 2008. LUÍS INÁCIO LUCENA ADAMS Em mesmo sentido, tem sido os esclarecimentos prestados pela própria Receita Federal em seu livro de "perguntas de IR 2018", senão vejamos: Em decorrência do disposto no art. 19 da Lei nº10.522, de 19 de julho de 2002, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº11.033, de 21 de dezembro de 2004, não são tributados pelo Imposto sobre a Renda na fonte, nem na Declaração de Ajuste Anual,os pagamentos efetuados sob as rubricas de férias não gozadas integrais, proporcionais ou em dobro convertidas em pecúnia, e de adicional de um terço constitucional quando agregado a pagamento de férias, por ocasião da rescisão do contrato de trabalho, aposentadoria, ou exoneração, observados os termos dos atos declaratórios editados pelo ProcuradorGeral da Fazenda Nacional em relação a essas matérias, indicados abaixo. Pela mesma razão, não são tributados os pagamentos efetuados sob as rubricas de abono pecuniário relativo à conversão de 1/3 do período de férias, de que trata o art. 143 do DecretoLei nº5.452, de 1ºde maio de 1943 –Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a redação dada pelo DecretoLei nº1.535, de 13 de abril de 1977. A pessoa física que recebeu tais rendimentos com desconto do Imposto sobre a Renda na fonte e que incluiu tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual como tributáveis, para pleitear a restituição da retenção indevida, deve apresentar declaração retificadora do respectivo exercício da retenção, excluindo o valor recebido a título de abono pecuniário de férias do campo "rendimentos tributáveis" e informandoo no campo "outros" da ficha "rendimentos isentos e não tributáveis", com especificação da natureza do rendimento. Fl. 171DF CARF MF 14 Isto posto, deve ser mantida a exclusão em relação ao abono pecuniário, pelos fatos narrados acima, restabelecendo o lançamento a tributação sobre as verbas relativas à conversão de licença prêmio e de APIP. Conclusão Face o exposto, voto por CONHECER do Recurso Especial da Fazenda Nacional, para, no mérito, darlhe provimento parcial, para manter a tributação sobre as verbas relativas à conversão de licença prêmio e de APIP. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 172DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.908441/2009-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.750
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório 1. Por bem retratar o caso em discussão, emprego como meu parte do relatório desenvolvido pela DRJ de Juiz de Fora/MG quando da lavratura do acórdão n. 0936.804 (fls. 34/42), o que passo a fazer nos seguintes termos: Em análise no presente processo a DCOMP n° 01589.32666.150205.1.3.048350, transmitida pela contribuinte retro identificada em 15/02/2005, por meio da qual pretendeu a extinção de débito do IPI sob código 5123 no montante originário de R$2.066,91 do mês de dezembro/2004, tendo como lastro para a compensação RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 66 .9 08 44 1/ 20 09 -6 9 Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10166.908441/200969 Resolução nº 3402001.750 S3C4T2 Fl. 58 2 crédito decorrente de pagamento indevido/a maior do IPI, no mesmo valor originário do crédito, recolhido por DARE (código 1097) em 10/01/2005. A análise da DCOMP do interessado se deu por via eletrônica, da qual resultou o despacho decisório de fl. 06, que reconheceu o crédito informado na DCOMP, mas homologou em parte a compensação declarada, fundamentando que o crédito reconhecido era insuficiente para quitar a integralidade do débito confessado na DCOMP. (...). O detalhamento relativo ao direito creditório reconhecido no despacho decisório acima se encontra na fl. 27. Cientificado do despacho decisório supra em 18/06/2009 (conforme consulta ao sistema Sucop Imagem — fl. 24), a interessada manifestou em 17/07/2009 sua inconformidade de fls. 01/04 nos termos transcritos abaixo: (...). 2. Devidamente processada, a manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte foi julgada improcedente, conforme se observa da ementa do acórdão recorrido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 10/01/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. Os débitos declarados em DCOMP revestemse, nos termos da legislação tributária, do status jurídico de "débitos confessados" pelo sujeito passivo, ficando a parcela não compensada apta à cobrança executiva (§ 6° do art. 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, incluído pelo art. 17 da Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002). Tal status jurídico de confissão de divida para os débitos declarados na DCOMP não possui caráter exclusivamente formal, assumido também uma conotação material, já que: 1) o débito declarado/confessado na DCOMP traduzse de imediato em crédito tributário da Unido dotado da presunção legal de certeza, liquidez, validade e eficácia, ficando, assim que transmitida a DCOMP e em razão da compensação nela declarada, extinto sob condição resolutória nos termos do § 2° do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996 (incluido pelo art. 17 da Lei n° 10.637, de 2002); it) a DCOMP se conforma em titulo executivo extrajudicial relativamente aos débitos nela declarados/confessados e cuja compensação não foi homologada. O crédito tributário da Unido decorrente da confissão de divida declarada em DCOMP regularmente transmitida só tem a presunção legal de veracidade afastada pelo sujeito passivo transmitente se ele realizar a contento os procedimentos determinados na legislação de regência, dentre eles o cancelamento de DCOMP antes de ter tomado ciência do despacho decisório que apreciou a compensação declarada. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10166.908441/200969 Resolução nº 3402001.750 S3C4T2 Fl. 59 3 Data do Fato Gerador: 10/01/2005 DILIGÊNCIA. DESCABIMENTO. Desconsiderase o pedido de realização de diligência que se revelam prescindíveis ao deslinde e solução do litígio. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Crédito Tributário Mantido. 3. Diante deste quadro, a recorrente interpôs o recurso voluntário de fls. 48/52, oportunidade em que repisou os fundamentos desenvolvidos em sede de manifestação de inconformidade. 4. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 5. Conforme se observa do recurso voluntário interposto, bem como da manifestação de inconformidade e, em especial, dos documentos com ela acostados (fls. 22/27), o presente caso se resume a discussão quanto a erro formal promovido pelo contribuinte quanto ao procedimento para a recuperação de valores supostamente pagos a maior por parte do contribuinte. Tal equívoco, por seu turno, é bem explicitado pela decisão recorrida nas seguintes passagens do voto: (...). No mérito, verificase que a interessada pretende, em síntese, que o débito originário do IPI de codificação 5123, referente ao período de apuração mensal dezembro/2004, cuja data de vencimento foi 14/01/2005 (conforme estabelecido pela agenda tributária indicada no Anexo do Ato Declaratório Normativo n° 97, de 24 de novembro de 20042), assim declarado/confessado na DCOMP n° 589.32666.150205.1.3.048350 transmitida em 15/02/2005, seja extinto integralmente com crédito seu decorrente de pagamento indevido do IPI de codificação 1097 realizado por DARF em 10/01/2005 no mesmo valor originário. A pretensão acima se funda na simples alegação da reclamante de que o IPI de código 1097 recolhido em 10/01/2005 era, na verdade, exatamente aquele de código 5123 que se visava extinguir na DCOMP, tendo ela apenas errado na identificação do tributo quando preenchera o DARF, bem no instrumento utilizado para correção desse erro: transmissão de DCOMP em vez de REDARF. (...). Por pertinente, vale destacar que, se o intento da interessada era corrigir informações constantes do DARF pelo qual recolhera o IPI de código 1097 em 10/01/2005, o procedimento correto que ela deveria ter tomado era protocolar perante a Receita Federal um REDARF com indicação das correções pretendidas no recolhimento efetuado, e, Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10166.908441/200969 Resolução nº 3402001.750 S3C4T2 Fl. 60 4 ainda, antes da emissão do despacho decisório de fl. 06, ter cancelado a DCOMP transmitida. Mas nada disso foi efetuado pela interessada, tornandose preclusos os exercícios dos direitos a correções via REDARF ou a cancelamento da DCOMP transmitida. (...). 6. Da análise dos documentos acostados nos autos e, ainda, conforme constatado pela própria decisão recorrida, o que aconteceu aqui foi um erro no preenchimento da sua DCOMP decorrente da inexistência de emissão de um REDARF por parte do contribuinte, o qual teria por escopo ajustar os códigos de recolhimento do IPI pago em 10/01/2005. 7. Diante deste cenário fático e levando em consideração o princípio do formalismo moderado, resolvo baixar o presente caso em diligência para que, diante dos documentos já acostados nos autos e de outros que possam vir a ser solicitados junto ao contribuinte: (i) a unidade preparadora esclareça se o DARF de fls. 22 materialmente se refere ao IPI de código 5123, ou seja, se o preenchimento do código 1097 de fato foi um erro formal indevidamente cometido pelo contribuinte. 8. Ao final, uma vez ofertada as respostas aos questionamentos acima, (ii) o recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do que prevê o art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. 8. É a resolução. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Fl. 60DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.003225/2005-06
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 30/04/2004
ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE.
Às instancias administrativas não compete apreciar vícios de ilegalidade ou de inconstitucionalidade das normas tributárias, cabendo-lhes apenas dar fiel cumprimento a legislação vigente (Súmula CARF nº 02).
DIF-PAPEL IMUNE. INSCRIÇÃO NO REGISTRO ESPECIAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO.
A pessoa jurídica possuidora de estabelecimento inscrito no Registro Especial está obrigada a apresentar a DIF-Papel Imune, independentemente de ter havido ou não operação com papel imune no período.
DIF-PAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR.
A não-apresentação, ou a apresentação da DIF-Papel Imune após os prazos estabelecidos para a entrega dessa declaração, sujeita o contribuinte a imposição da multa prevista no artigo 57 da MP 2.158-35/2001, e não prejudica o eventual cancelamento da inscrição no Registro Especial.
RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICAÇÃO.
Por força da alínea c, inciso II do art. 106 do CTN, há que se aplicar a retroatividade benigna aos processos pendentes de julgamento quando a nova lei comina penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da ocorrência do fato.
Numero da decisão: 3001-000.685
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em tomar conhecimento do apelo para REJEITAR as preliminares e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reconhecendo, porém, a retroatividade benigna do inciso II do art. 1º da Lei 11.945/2009, resultando na manutenção de multas para cada uma das DIF-PAPEL IMUNE não apresentadas no prazo legal, cabendo à unidade preparadora verificar, se for o caso, os valores e a condição da empresa recorrente (Pequena empresa/Microempresa/ EPP/outros) para efeito de liquidação deste julgado.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco Martins Leite Cavalcante - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
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Recorrente INFORMANET EDITORA DE PUBLICAÇÕES PERÍODICAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 30/04/2004 ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. Às instancias administrativas não compete apreciar vícios de ilegalidade ou de inconstitucionalidade das normas tributárias, cabendolhes apenas dar fiel cumprimento a legislação vigente (Súmula CARF nº 02). DIFPAPEL IMUNE. INSCRIÇÃO NO REGISTRO ESPECIAL. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. A pessoa jurídica possuidora de estabelecimento inscrito no Registro Especial está obrigada a apresentar a DIFPapel Imune, independentemente de ter havido ou não operação com papel imune no período. DIFPAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR. A nãoapresentação, ou a apresentação da DIFPapel Imune após os prazos estabelecidos para a entrega dessa declaração, sujeita o contribuinte a imposição da multa prevista no artigo 57 da MP 2.15835/2001, e não prejudica o eventual cancelamento da inscrição no Registro Especial. RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICAÇÃO. Por força da alínea “c”, inciso II do art. 106 do CTN, há que se aplicar a retroatividade benigna aos processos pendentes de julgamento quando a nova lei comina penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da ocorrência do fato. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 32 25 /2 00 5- 06 Fl. 90DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em tomar conhecimento do apelo para REJEITAR as preliminares e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reconhecendo, porém, a retroatividade benigna do inciso II do art. 1º da Lei 11.945/2009, resultando na manutenção de multas para cada uma das DIFPAPEL IMUNE não apresentadas no prazo legal, cabendo à unidade preparadora verificar, se for o caso, os valores e a condição da empresa recorrente (Pequena empresa/Microempresa/ EPP/outros) para efeito de liquidação deste julgado. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Por bem resumir a controvérsia posta à exame nestes autos, adoto, por transcrição, o relatório que lastreou o v. acórdão recorrido (fls. 63/64), verbis. Contra a empresa epigrafada foi lavrado o auto de infração de fls. 36/39, que se prestou a exigir crédito tributário relativo a multa regulamentar (código de arrecadação: 3199), aplicada em razão do descumprimento de obrigação acessória prescrita na Instrução Normativa (IN) SRF n° 71, de 24 de agosto de 2001, que instituiu a Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIFPapel Imune). 0 crédito tributário consolidado no referido auto de infração, referente ao 1º trimestre de 2004, atingiu o montante de R$ 15.000,00. O lançamento fundamentouse nas disposições contidas nos seguintes comandos normativos: art. 505, e parágrafo único, c/c art. 368, ambos do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002; art. 4° do DecretoLei n° 1.680/79, c/c art. 10 c/c art. 1°, ambos da Instrução Normativa (IN) SRF n° 71, de 24 de agosto de 2001. A ação fiscal foi realizada conforme determinação contida no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) n° 09.1.01.002004 007534 (fl. 01), tendo a fiscalizada sido inicialmente intimada a regularizar sua situação fiscal em relação à entrega das DIF Papel Imune relativas ao período acima mencionado, ou apresentar o respectivo comprovante de entrega (fl. 05). 0 sujeito passivo foi cientificado do lançamento por meio de correspondência encaminhada por Aviso de Recebimento, Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10980.003225/200506 Acórdão n.º 3001000.685 S3C0T1 Fl. 3 3 recebida em 14/04/2005 (fl. 41), tendo protocolado sua impugnação em 16/05/2005, conforme peça de fls. 42/45 (firmada por procuradora regularmente estabelecida, fls. 46/53), e anexos que a seguem, na qual aduz, em síntese: a) que a obrigação de entregar a DIFPapel Imune não foi instituída por lei, o que ofende o principio constitucional da legalidade (art. 5°, inciso II), o qual deve nortear a interpretação do artigo 115 do Código Tributário Nacional (CTN). E, para aquele fim, não é suficiente a previsão legal contida no artigo 16 da Lei n°9.779/99; b) que não há que se falar em aquisição de papel por parte da impugnante porquanto é apenas "editora VIRTUAL de periódicos informativos (INFORMANET). Tal fato é facilmente constatável mediante o acesso ao seu portal de serviços na rede mundial de computadores (internet), onde são efetivamente publicados seus periódicos"; c) que agiu com "absoluto excesso de zelo" ao requerer sua inscrição no Registro Especial para utilização de papel imune, "pois seu contrato social é genérico e não especifica que sua atividade dispensa a utilização do produto descrito na referida norma". Também por excesso de zelo vinha entregando normalmente as DIFsPapel Imune, "mas hoje nota que tal obrigação não lhe é exigível". Neste sentido, em nome do principio da verdade material, pleiteia a realização de diligências in loco, para que seja constatado que não se enquadra entre as empresas sujeitas A entrega da declaração; d) que o art. 2° do Ato Declaratório que deferiu sua inscrição no Registro Especial já prevê a punição de cancelamento da inscrição em razão da não entrega das DIFsPapel Imune, o que, aliás, "não surtirá efeito devido a absoluta relação do mesmo (registro) com a atividade da impugnante". Conclui a impugnante requerendo a "anulação" do lançamento, "por ser esta a mais correta aplicação do principio da legalidade e da verdade material". A empresa foi intimada dos termos do Acórdão recorrido em 23.09.2008 (fls. 72/74) e ingressou com Recurso Voluntário em 23.10.2008 (fls. 75/87), para reiterar seus argumentos impugnatórios relativamente aos seguintes tópicos: (i) inconstitucionalidade do estabelecimento de multa por decreto, instrução normativa ou regulamento (fls. 77/80); (ii) inexigibilidade da multa aplicada (fls. 80/86); (iii) competência do Conselho de Contribuintes para análise de constitucionalidade de lei ou ato normativo (fls. 86/87); e, (iv) requerer a "reforma da decisão atacada reconhecendo a ilegalidade/inconstitucionalidade/arbitrariedade da multa aplicada e anulando o lançamento efetuado" (fls. 87, parte final). É o relatório. Voto Fl. 92DF CARF MF 4 Conselheiro Francisco Martins Leite Cavalcante Relator. Intimada dos termos do acórdão recorrido em 23.09.2008 (fls. 72/74), a empresa ingressou com Recurso voluntário em 23.10.2008 (fls. 75/87), firmado por seu representante legal (fls. 47) e preenchido os demais pressupostos legais, pelo que dele tomo conhecimento. Preliminar Rejeito a preliminar de inconstitucionalidade suscitada pela recorrente, coerente com iterativa jurisprudência do CARF e tendo em vista que a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais já editou a Súmula CARF nº 02 (Vinculante), verbis. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Mérito Como bem resumido pelo v. Acórdão recorrido, quanto ao mérito a recorrente não questiona a situação fática que originou o lançamento combatido que foi a falta de entrega da declaração. E acrescenta: "Ao contrário, assevera que efetivamente não entregou a declaração porquanto não estava sujeita à obrigatoriedade, dado que, por atuar apenas virtualmente, não utiliza papel. Combate, outrossim, a própria legalidade da norma que instituiu a obrigatoriedade" (fls. 64). Entendo que a decisão recorrida analisou detalhadamente a questão posta a exame, à luz da firme e reiterada jurisprudência deste Colegiado, no sentido de que toda pessoa jurídica possuidora de estabelecimento inscrito no Registro Especial está obrigada a apresentar a DIPPapel Imune, independentemente de ter havido ou não operação com papel imune no período. A não apresentação, ou apresentação da DIPPapel Imune após os prazos estabelecidos para sua entrega, sujeita o contribuinte à imposição da multa capitulada no art. 57 da MP 2.15834/2001. Este fato, porém, não prejudica o eventual cancelamento da inscrição no Registro Especial. Na hipótese destes autos, comungo da posição defendida pelo v. acórdão guerreado, relativamente à penalidade imposta ao contribuinte, merecendo transcrever a parte final e conclusiva da mencionada decisão (fls. 69), verbis. Como já assinalado alhures, a penalidade pela não entrega da DIFPapel Imune nos prazos normativos está prescrita no artigo 57, inciso I, da MP n° 2.15835/2001, e corresponde ao valor de R$ 5.000,00 por mêscalendário de atraso. No caso em apreço, como efetivamente não houve entrega da declaração, o termo final considerado para a aplicação da multa foi a data do lançamento. Portanto, a aplicação da penalidade decorreu de imperativo legal. Por sua vez, o cancelamento do registro em virtude do descumprimento das normas que regem a matéria, conforme restou prescrito no art. 2° do Ato Declaratório que deferiu a inscrição da impugnante (ADE DRF Curitiba n° 109, fl. 57, acostado pela própria impugnante), é medida meramente Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10980.003225/200506 Acórdão n.º 3001000.685 S3C0T1 Fl. 4 5 administrativa que não obsta a aplicação da penalidade imposta pela medida fiscal ora impugnada. 0 sujeito passivo foi intimado a regularizar sua situação de omissão, sob pena do cancelamento do registro. A eventual apresentação de declaração omissa, em atenção à intimação fiscal, somente se prestaria a sanear a irregularidade da omissão, evitando o cancelamento do registro, mas não evitaria a aplicação da penalidade em virtude da mora, assim como o eventual cancelamento do registro não se prestaria a eximir o contribuinte da incidência da penalidade pecuniária. Repitase que a matéria é bastante conhecida deste Conselho, com farta e reiterada jurisprudência, merecendo transcrever a ementa do Acórdão nº 9303006.669, proferido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais em sessão de 26 de junho de 2018, na relatoria do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, verbis. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/10/2000, 31/01/2003, 30/04/2003, 31/07/2003, 31/10/2003, 31/01/2004, 30/04/2004, 31/07/2004, 31/10/2004 MULTA POR FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA “DIFPAPEL IMUNE”. RETROATIVIDADE BENIGNA. VALOR ÚNICO, POR DECLARAÇÃO. É cabível a aplicação da multa por falta ou atraso na entrega da chamada “DIFPapel Imune”, prevista no art. 12 da IN/SRF nº 71/2001, pois este encontra fundamento legal no art. 16 da Lei nº 9.779/99. Mas, por força da alínea “c” do inciso II do art. 106 do CTN, há que se aplicar a retroatividade benigna aos processos pendentes de julgamento quando a nova lei comina penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da ocorrência do fato. Assim, com a vigência do art. 1º da Lei nº 11.945/2009, a partir de 16/12/2008 a multa deve ser cominada em valor único por declaração não apresentada no prazo trimestral, e não mais por mêscalendário, conforme anteriormente estabelecido no art. 57 da MP nº 2.15835/ 2001. .......................................(omissis)........................................ DIFPAPEL IMUNE. OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA, INDEPENDENTE DE TER HAVIDO OU NÃO OPERAÇÃO COM PAPEL IMUNE NO PERÍODO. Conforme expressamente disposto no parágrafo único do art. 2º da IN/SRF nº 159/2002 (com força normativa dada pelo art. 16 da Lei nº 9.779/99), que aprovou a versão 1.0 do programa gerador da Declaração Especial de Informações Relativas ao Controle de Papel Imune (DIFPapel Imune), a apresentação da declaração é obrigatória, independentemente de ter havido ou não operação com papel imune no período. Fl. 94DF CARF MF 6 Salientese, de outra parte que, através do Acórdão CSRF/3ª Turma nº 9303 004.953, proferido em 10 de abril de 2017, foi cristalizado também o entendimento de que, em casos que tais, devese aplicar o princípio da retroatividade benígna de que trata a letra "c", inciso II, art. 106, do Código Tributário Nacional, como se extrai do seguinte trecho do voto do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, verbis. A nova legislação alterou a sistemática de aplicação da penalidade, afastando a imposição da penalidade aplicada por mês calendário de atraso, como previa o art. 57 da MP nº 2.15835/ 2001, passando a cominar multa única no caso de falta de apresentação da DIFPapel Imune no prazo estabelecido. O art. 1º da Lei nº 11.945, de 4/6/2009, produziu efeitos a partir de 16/12/2008. No entanto, tendo em vista que o presente processo encontrase pendente de julgamento, há que se considerar a norma benigna prevista no art. 106, II, “c”, do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 1966) Assim, deve a autoridade recorrida, através da repartição de origem, verificar se a empresa é uma pequena, micro ou empresa individual optante pelo Sistema SIMPLES, para apurar a redução da penalidade aplicada. e, como tal, se ela estaria beneficiada pela retroatividade benigna (CTN, art. 106IIc), seja para ser apenada, como aliás vem decidindo a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. Para confirmar o entendimento final da fundamentação deste voto, registre se, ademais e em complemento a tudo que já foi fundamentado que, somente no período de 26 de junho a 16 de novembro do ano passado, foram publicados diversos outros Acórdãos, com o mesmo entendimento esposado no Acórdão CSRF nº 9303006.669 acima referenciado (Acórdãos nºs 3201004.121, 3201004.122, 3402005.378, 3402005.343, 3201003.937, 3201003.938, 3201003.935, 9303006.734 e 3001000.627). Diante do exposto, e coerente com outros entendimentos já esposados nesta 1ª Turma Extraordinária, VOTO no sentido de REJEITAR as preliminares aduzidas e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reconhecendo, porém, a retroatividade benigna de que cuida o inciso II, art. 1º, da Lei 11.945/2009, cabendo à unidade preparadora verificar, se for o caso, os valores e a condição da empresa recorrente (Pequena empresa/Microempresa/ EPP/outros) para efeito de liquidação deste julgado. (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10980.003225/200506 Acórdão n.º 3001000.685 S3C0T1 Fl. 5 7 Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13807.000142/96-59
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Feb 11 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 9303-000.115
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por saneamento para complementar a admissibilidade do recurso especial especificamente em relação à matéria "nulidade do acórdão recorrido".
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por saneamento para complementar a admissibilidade do recurso especial especificamente em relação à matéria "nulidade do acórdão recorrido". (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por saneamento para complementar a admissibilidade do recurso especial especificamente em relação à matéria "nulidade do acórdão recorrido". (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI efetuado com base na MP nº 948, de 23/03/95, relativo ao anocalendário de 1995, no valor de R$ 591.412,82. Referido pedido foi cumulado com alguns pedidos de compensação, com débitos próprios e de terceiros. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 07 .0 00 14 2/ 96 -5 9 Fl. 1320DF CARF MF Processo nº 13807.000142/9659 Resolução nº 9303000.115 CSRFT3 Fl. 3 2 Ao analisar o pedido a Unidade de Origem, deferiuo parcialmente no montante de R$ 2.170,17. Além das glosas de energia elétrica, fretes e óleos combustíveis, excluiu valores da receita de exportação, afetando o coeficiente de exportação. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, a qual foi totalmente indeferida pela DRJ/Ribeirão Preto. Ao apreciar o recurso voluntário, a então 3ª Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, converteu o julgamento em diligência, por meio da Resolução nº 20300626, e fls. 804 e seg. Após a realização da diligência, o recurso voluntário foi julgado e resultou no acórdão nº 340101081, de 28/10/2010, o qual possui a seguinte ementa: Período de apuração: 01/04/1995 a 31/12/1995 EMENTA:. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. INSUMOS. Geram crédito presumido de IPI apenas matériaprima, produtos intermediários que são efetivamente consumidos no processo de fabricação, incorporandose ao produto em fabricação ou caso contrário sendo consumidos em decorrência de ação direta sobre o produto. CRÉDITO PRESUMIDO. FRETE. Não ha previsão legal para que considere o frete na base de cálculo do credito presumido, uma vez que não se enquadra como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem. EXPORTAÇÕES ATRAVÉS DE EMPRESAS COMERCIAIS EXPORTADORAS Mesmo antes da Medida Provisória n° 1.48427/96, que estendeu o credito presumido a essas exportações, tal já se dava, por força do DecretoLei nº 1.248, de 29.11.72, que assegurava ao produtorvendedor, nas remessas para empresa comercial exportadora com fim especifico de exportação, os beneficios concedidos por lei como incentivo à exportação, tal como o crédito presumido em tela. Recurso provido em parte. Referido acórdão reconheceu o crédito presumido proveniente da energia elétrica em razão da comprovação de que era consumida em ação direta com o produto em fabricação, negando provimento quanto ao frete dos insumos e o óleo combustível. Reconheceu ainda como receitas de exportação os valores das vendas às trading companies. A Fazenda Nacional apresentou recurso especial de divergência quanto ao reconhecimento dos créditos advindos da aquisição de energia elétrica e da questão das vendas Fl. 1321DF CARF MF Processo nº 13807.000142/9659 Resolução nº 9303000.115 CSRFT3 Fl. 4 3 às trading companies, efls. 1044 e segs. Tal recurso não foi admitido, nos termos do despacho de exame de admissibilidade do então presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, efls. 1072/1073, e também pelo despacho de reexame de admissibilidade efetuado pelo então presidente do CARF, efl. 1074. Cientificado do referido acórdão, o contribuinte apresentou embargos de declaração, efls. 1086/1096, nas quais alegou em síntese que o acórdão recorrido foi omisso ao não analisar o parecer técnico apresentado no sentido de que o uso do óleo combustível no processo produtivo decorre mais de sua composição química do que à sua capacidade como fonte energética. Alegouse também contradição na análise do direito de crédito relativo aos fretes na aquisição de insumos. Referidos embargos foram rejeitados por meio de despacho do então presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, efls. 1127/1128. Por fim o contribuinte apresentou o recurso especial de divergência, efls. 1134 e segs, no qual suscita a nulidade do acórdão recorrido por ter deixado de apreciar o parecer técnico relativo ao uso do óleo combustível e no mérito defende o direito de crédito presumido nos valores relativos aos fretes nas aquisições dos insumos. O recurso especial foi admitido em sua íntegra, por meio do despacho de exame de admissibilidade de efls. 1289/1293. Porém o despacho foi omisso e nada dispôs sobre a questão posta no recurso especial a respeito da nulidade do acórdão recorrido. Contrarrazões da Fazenda Nacional, defende o improvimento do recurso especial e trata exclusivamente da matéria relativa aos fretes na aquisição de insumos. É o relatório. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator. Como visto o despacho de exame de admissibilidade do recurso especial do contribuinte deixou de analisar a admissibilidade do recurso em relação à alegação de nulidade do acórdão recorrido. Tal fato já aconteceu em outros processos vindos a julgamento na atual composição desta 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Nas outras oportunidades Fl. 1322DF CARF MF Processo nº 13807.000142/9659 Resolução nº 9303000.115 CSRFT3 Fl. 5 4 fiquei vencido, pois defendia que este colegiado poderia suprir a omissão e fazer a admissibilidade integral do recurso especial, podendo conhecer ou não a matéria não apreciada no despacho de admissibilidade. Portanto, me rendo ao princípio do colegiado e adoto esta posição neste voto. Assim, a posição adotada, é que nestas circunstâncias o processo deve retornar à Câmara recorrida para que providencie o complemento do exame de admissibilidade do recurso especial em relação à matéria não apreciada, seguindo os trâmites normais da admissibilidade, com ciência ao contribuinte no caso de negativa de seguimento ao recurso nessa parte, e ciência à Fazenda Nacional, no caso de seguimento do recurso, para que esta possa apresentar suas contrarrazões, caso entenda necessário. Diante do exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para que a Câmara recorrida providencie o complemento do exame de admissibilidade do recurso especial impetrado pelo contribuinte. Após tomadas estas providências, o processo deve ser distribuído ao mesmo relator, para que se prossiga no julgamento. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 1323DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.720497/2014-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Mar 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010, 01/01/2011 a 31/03/2013
CRÉDITO . INSUMOS.
Somente geram direito ao crédito do imposto os materiais que se enquadrem no conceito jurídico de insumo, ou seja, aqueles que se desgastem ou sejam consumidos mediante contato físico direto com o produto em fabricação.
SUSPENSÃO.
Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a suspensão, o imposto tornar-se-á imediatamente exigível, como se a suspensão não existisse.
Numero da decisão: 3401-005.805
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Mara Cristina Sifuentes - Relatora.
(Assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Mara Cristina Sifuentes, Lázaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado) e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente Conselheiro Cassio Schappo.
Nome do relator: MARA CRISTINA SIFUENTES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010, 01/01/2011 a 31/03/2013 CRÉDITO . INSUMOS. Somente geram direito ao crédito do imposto os materiais que se enquadrem no conceito jurídico de insumo, ou seja, aqueles que se desgastem ou sejam consumidos mediante contato físico direto com o produto em fabricação. SUSPENSÃO. Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a suspensão, o imposto tornar-se-á imediatamente exigível, como se a suspensão não existisse.
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INSUMOS. Somente geram direito ao crédito do imposto os materiais que se enquadrem no conceito jurídico de insumo, ou seja, aqueles que se desgastem ou sejam consumidos mediante contato físico direto com o produto em fabricação. SUSPENSÃO. Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a suspensão, o imposto tornarseá imediatamente exigível, como se a suspensão não existisse. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Mara Cristina Sifuentes Relatora. (Assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Mara Cristina Sifuentes, Lázaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado) e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente Conselheiro Cassio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 72 04 97 /2 01 4- 73 Fl. 570DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 571 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório que consta no acórdão DRJ recorrido: Trata o presente processo de autos de infração lavrados contra a empresa acima identificada, tendo sido constituído crédito tributário total de R$ 1.545.092,85, incluídos nesse valor o IPI, juros de mora, multa proporcional, multa isolada incidente sobre o imposto não lançado por haver cobertura de crédito, além de multa regulamentar aplicada em decorrência de pedido de ressarcimento indeferido, esta última decorrente dos processos que serão julgados em conjunto com o presente. 2. Segundo Relatório Fiscal de fls. 02/09, a ação fiscal decorreu da análise dos pedidos de ressarcimento dos períodos compreendidos entre o segundo trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2013, tendo sido apuradas as seguintes irregularidades: a) Saídas com suspensão do IPI, com fundamento no art. 29, § 1º, I, da Lei nº 10.637, de 2002, sem as declarações das empresas adquirentes de que as mesmas são empresas que se dedicam, preponderantemente, à elaboração dos produtos relacionados no caput do artigo; b) Saídas com erro de alíquotas do IPI, tendo havido destaque a menor; c) Utilização indevida de créditos de aquisições de materiais destinados a reformas e construções, os quais não se caracterizam como insumos do processo produtivo. 3. Diante das constatações acima citadas, a Autoridade Fiscal reconstituiu a escrita do estabelecimento, decorrendo disso o indeferimento total dos pedidos de ressarcimento do 2º T/2010 ao 1º T/2012 e indeferimento parcial dos restantes, além do lançamento do imposto não coberto com crédito, juntamente com multa proporcional e de multa isolada sobre o imposto não lançado por haver cobertura de crédito. 4. Cientificada em 26.03.2014, a interessada apresentou, tempestivamente, em 24.04.2014, impugnação na qual apresenta as alegações abaixo: “.........Por outro lado, importante destacar que a fiscalização não é clara nem conclusiva, no que concerne ao por que não reconheceu o credito pretendido, praticando com isto cerceamento ao direito da contribuinte de saber, com segurança, porque foi autuada. Se o Fisco entende que ocorreram erros na classificação fiscal dos produtos – NCM, para os quais foram utilizadas incorretamente a alíquota do IPI (item SAÍDAS COM ERRO DE Fl. 571DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 572 3 ALÍQUOTA), deveria demonstrar comparativamente o critério adotado pela autuada e aquele entendido como correto pelo Fisco. Ensejando, portanto, nulidade no processo administrativo fiscal, em conformidade com previsto no an. 59 do Decreto nº 70.235/72: ......... SAÍDAS SEM DÉBITO DO IPI – SUSPENSÃO.......... Não consta da acusação outro ponto que possa ensejar a manutenção do auto de infração, a não ser este. E, este facilmente poderia ser cumprido ou complementado se a fiscalização tivesse notificado a autuada dentro do processo de ressarcimento para exibir estes documentos ou transformar em diligência o pedido para que fossem intimada as destinatárias a fazêlo. Não obstante, a autuada tenha sido intimada a apresentar as declarações de preponderância, tratandose de obrigação que envolve terceiros e que. podem ser cumpridas a qualquer momento. pois não são ensejadoras de confissão de falta praticada, a não ser que efetivamente inexistentes, a autuada está buscando junto aos terceiros adquirentes, tais documentos ensejadores do beneficio pretendido, pois, efetivamente, as operações praticadas com estas empresas admitem e estão amparadas pelo beneficio pretendido. Portanto, com a devida vênia, entende a autuada que, tratando se de prova, e estando buscando com os terceiros tais documentos, isto não impede que o Fisco pudesse ter intimado tais terceiros, para que, em diligência, dentro do processo de ressarcimento, confirmasse ou não a preponderância antes de ser lavrado esta auto de infração. Independentemente, a autuada está buscando tais documentos e os apresentará quando os obtiver (doc. 2 e 3). Por todo o exposto, pela ausência da caracterização de procedência da acusação deste item do AI, por estar calcado cm presunção, deve ser esta acusação afastada. CRÉDITOS BÁSICOS INDEVIDOS..... No que concerne a acusação de que a contribuinte teria se creditado de imposto de IPI. contido em materiais que vieram a ser utilizados em reforma ou construção da própria autuada, quais sejam BRONZE, AÇO 1010, AÇO 1020, AÇO 1045, ALUMÍNIO, COBRE, AÇO A36, AÇO VC131, AÇO 4340, AÇO D2. AÇO VC131, AÇO 8620, AÇO VW3, entende a contribuinte que a acusação é inconsistente. ....... Fl. 572DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 573 4 A sua atividade contratual é a fabricação de peças e acessórios para veículos cm geral, estamparia, serviços de usinagem, fabricação de ferramentas industriais (ferramentaria), serviços de cessão de mão de obra terceirizada de atividades industriais, desenvolvimento de projetos industriais e comercio de metais, importação e exportação. Neste contexto, a autuada apresenta detalhamento do seu processo produtivo (doc. 4) e esclarece que os produtos glosados são produtos intermediários que se encontram relacionados com o produto final e todos, sem exceção, têm vida útil interior a 12 meses (a maioria apenas alguns meses), não detendo característica essencial para a sua caracterização como bem do ativo permanente. ....... Não existe nos autos prova cabal de que este fato, levantado pela fiscalização proceda, visto que tratando se ‘de reforma ou construção’, estes valores deveriam ler sido levados as contas próprias e nada se sabe a respeito. No momento em que a autuada se creditou do imposto contido nestes materiais, não significa dizer que eles ‘todos’ estejam irregulares, pois seria necessário mostrar, o Fisco, que tantos e tantos por cento de determinada compra teria sido ‘desviado’ para a citada reforma ou construção, ou seja, deveria ficar demonstrado através de planilha fiscal, para que pudesse a autuada contrapor em perícia espontânea contábil, que tais valores pudessem ter sido ou não efetivamente utilizados nas citadas reforma e construção ou que tais valores integraram os produtos finais fabricados pela contribuinte. ......... MULTA DE OFÍCIO ........ Repitase, desde logo, que o Auto de Infração questionado foi lavrado com base cm documentos e livros apresentados espontaneamente pela autuada quando de seu pedido de ressarcimento de imposto pago a maior, ou seja, não se trata de acusação formulada com base na ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Diante do acima exposto, no caso dos autos, não devem prosperar as infrações descritas no AI, consequentemente, as multas calculadas no AI devem ser canceladas, tendo em vista que, conforme as provas constantes desta peça, restaram corretos os procedimentos adotados pela autuada, não havendo qualquer irregularidade ou até mesmo valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido, que possam ensejar multa. DA INDEVIDA APLICAÇÃO DE JUROS SOBRE MULTA........ Fl. 573DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 574 5 A multa de ofício aplicada não está sujeita aos juros de mora pela taxa SELIC, pelo fato do que a multa de oficio não é débito decorrente de tributos e contribuições. Sua origem decorre dos termos do artigo 43 da lei n 9.430/96, de forma a que descabe a aplicação da SELIC sobre multa. ....... DA VIOLAÇÃO DOS POSTULADOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE Os valores expressivos das multas (de oficio e regulamentar) apresentamse totalmente dissociados da finalidade pretendida com sua aplicação, fazendose com que, no caso vertente, não se verifique a necessária relação de proporcionalidade entre o meio adotado (multa) e o respectivo fim pretendido pela norma punitiva. ......... Com efeito, a acusação fiscal lavrada de forma ilegal e arbitrária, impõe multa com nítido caráter confiscatório e notadamente desproporcional. ............... DO PEDIDO A vista de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. E, caso assim, não seja entendimento, pede prazo para exibição das declarações de preponderância, ou intimação dos terceiros para que a apresentem. E, no tocante a multa, a sua relevação ou redução em razão da ocorrência da espontaneidade.” A DRJ Belém, julgou o processo, Acórdão nº 0133.441, em 10/01/2017, julgando procedente em parte a impugnação e cancelando em parte o crédito tributário exigido. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 30/04/2010, 01/01/2011 a 31/03/2013 CRÉDITO . INSUMOS. Somente geram direito ao crédito do imposto os materiais que se enquadrem no conceito jurídico de insumo, ou seja, aqueles que se desgastem ou sejam consumidos mediante contato físico direto com o produto em fabricação. SUSPENSÃO. Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a suspensão, o imposto tornarseá imediatamente exigível, como se a suspensão não existisse. Fl. 574DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 575 6 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2010, 2011, 2012, 2013 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O instituto da denúncia espontânea é princípio consagrado pelo art. 138 do Código Tributário Nacional, segundo o qual a responsabilidade do infrator é excluída pela comunicação voluntária da infração antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a mesma. Importante notar que o citado artigo impõe ainda que a denúncia seja acompanhada do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou ainda do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. MULTA DE OFÍCIO. A formalização do crédito tributário pelo lançamento de ofício, conforme art. 142 do CTN, decorre do caráter vinculado e obrigatório do ato administrativo, não podendo a fiscalização, sob pena de responsabilidade funcional, eximir se de efetuálo. MULTA REGULAMENTAR. RESSARCIMENTO INDEFERIDO. Deixase de aplicar a multa isolada prevista nos §§ 15 e 16 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, revogados pela Medida Provisória nº 656, de 7 de 2014, e pela Medida Provisória nº668, de 30 de 2015, convertida na Lei A empresa apresentou Recurso Voluntário: 1) Não indicação da NCM que o fisco entendeu correta para demonstração que a alíquota utilizada pelo contribuinte está equivocada; 2) Das saídas com suspensão do IPI. Ausência de intimação dos terceiros para apresentação das declarações. Presunção insuficiente para afastar a suspensão; 3) créditos básicos (bronze, aço 1010, aço 1020, aço 1045, alumínio, cobre, aço a36, aço vc131, aço 4340, aço d2, aço 8620 e aço vw3). Produtos intermediários: possibilidade de crédito de IPI. Parecer normativo CST 65/79, solução de consulta Disit nº 7/2004 e solução de consulta Cosit nº 24/2014; 4) impossibilidade de cobrança de juros sobre a multa. Inexistência de fundamento legal expresso. Posicionamento do carf; 5) desproporcionalidade e desarrazoabilidade das multas impostas. Efeito confiscatório. É o relatório. Fl. 575DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 576 7 Voto Conselheira Mara Cristina Sifuentes, Relatora. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade por isso dele tomo conhecimento. 1) Não indicação da NCM que o fisco entendeu correta para demonstração que a alíquota utilizada pelo contribuinte está equivocada A recorrente alega que alega que a fiscalização trouxe relação de notas fiscais de saídas com diferença de alíquota, onde houve a apresentação da nova alíquota TIPI por considerar que a utilizada pela empresa estava equivocada, mas em nenhum momento trouxe a base legal que utilizou para determinar a alíquota correta, qual seja, o código NCM que entendia ser correto. No item 3.2 do relatório fiscal consta que algumas vendas de produtos tributados foram efetuadas em desacordo com a legislação vigente, e a relação de notas fiscais em que foi apurado o erro no destaque do IPI encontrase às fl. 413 a 420: 3.2 – SAÍDAS COM ERRO DE ALÍQUOTA => O sujeito passivo realizou vendas de produtos tributados em desacordo com a legislação vigente, ou seja, com o destaque a menor do IPI por erro de alíquota em relação à TIPI, conforme “Relação das Notas Fiscais de Saídas com Diferença de Alíquota” (em anexo). Não houve reclassificação fiscal dos produtos na NCM mas apenas apuração da alíquota correta que estava vigente à época da emissão das notas ficais. No auto de infração, fls. 13 a 15 consta a fundamentação legal utilizada pela fiscalização para aplicar a alíquota correta do IPI, com a indicação de quais os diplomas legais que foram utilizados para se apurar a alíquota vigente à época: 0002 PRODUTO SAÍDO DO ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL OU EQUIPARADO A INDUSTRIAL COM EMISSÃO DE NOTA FISCAL SAÍDA DE PRODUTOS SEM LANÇAMENTO DO IPI INOBSERVÂNCIA DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E/OU ALÍQUOTA DO IPI Falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial promovido a saída de produtos tributados com falta de lançamento de imposto, por erro de alíquota, conforme Relatório Fiscal em anexo. ... Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 01/04/2010 e 31/05/2010: Art. 24, inciso II, do Decreto nº 4.544/02 (RIPI/02); Fl. 576DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 577 8 Arts. 15, 16, 17, 34, inciso II, 122, 123, inciso I, alínea "b" e inciso II, alínea "c", 127, caput e parágrafo único, 130, 200, inciso IV, do Decreto nº 4.544/02 (RIPI/02); Art. 1º da Lei nº 8.850/94, com as alterações introduzidas pelo art. 12, inciso I, da Lei nº 11.933/09; Art. 52 da Lei nº 8.383/91, com as alterações introduzidas pelo art. 8º da Lei nº 11.774/08; Art. 52 da Lei nº 8.383/91, com as alterações introduzidas pelo art. 4º da Lei nº 11.933/09; Fatos geradores ocorridos entre 01/09/2010 e 31/03/2013: Art. 24, inciso II, do Decreto nº 7.212/10 (RIPI/10); Arts. 15, 16, 17, 35, inciso II, 181, 182, inciso I, alínea "b" e inciso II, alínea "c", 186, §§ 2º e 3º, 189, 259, 260, inciso IV, 262, inciso III, do Decreto nº 7.212/10 (RIPI/10); Portanto, não merece prosperar a alegação da recorrente, pois está perfeitamente delineado no auto de infração e relatório fiscal qual o enquadramento legal utilizado, e diferentemente do que foi alegado não houve reclassificação fiscal das mercadorias, apenas identificação de que foi utilizada a alíquota incorreta. 2) Das saídas com suspensão do IPI. Ausência de intimação dos terceiros para apresentação das declarações. Presunção insuficiente para afastar a suspensão. Alega a recorrente que o Fisco prendeuse “ao fato da autuada não ter apresentado as declarações de preponderância das empresas adquirentes relativamente às notas fiscais relacionadas no Auto de Infração” e ao fato de ter a ora Recorrente apresentado referida declaração de uma das empresas sem a devida assinatura. O artigo 29 da Lei nº 10.637/2002, prevê o seguinte: Art. 29. As matériasprimas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem, destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de produtos classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex01 no código 2309.90.90), 28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e nas posições 21.01 a 21.05.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, inclusive aqueles a que corresponde a notação NT (não tributados), sairão do estabelecimento industrial com suspensão do referido imposto. § 1o O disposto neste artigo aplicase, também, às saídas de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, quando adquiridos por: I estabelecimentos industriais fabricantes, preponderantemente, de: Fl. 577DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 578 9 a) componentes, chassis, carroçarias, partes e peças dos produtos a que se refere o art. 1o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002; b) partes e peças destinadas a estabelecimento industrial fabricante de produto classificado no Capítulo 88 da Tipi; c) bens de que trata o § 1oC do art. 4o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, que gozem do benefício referido no caput do mencionado artigo; ... § 7o Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão: I atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; II declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atende a todos os requisitos estabelecidos.” (grifouse) O tema já foi analisado em voto de minha relatoria, acórdão nº 3401005.100, de 20/06/2018, com quase a mesma composição que a atual, os membros do colegiado, por maioria de votos, negaram provimento ao recurso, vencido o Conselheiro Cássio Schappo. Na ocasião discorri que da leitura do dispositivo legal depreendese que alguns são os requisitos que devem ser atendidos pelo produtor e pelo adquirente: 1 – saída de estabelecimento industrial; 2 destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de produtos classificados nos Capítulos citados; 3 – atendimento dos termos e condições estabelecidos pela RFB; e 4 – declaração do adquirente ao vendedor que atende aos requisitos estabelecidos. No presente caso após intimação da fiscalização a empresa não apresentou as declarações de todas empresas adquirentes relativamente às notas fiscais que constam nos anexos ao relatório fiscal. Apresentou a declaração de uma empresa adquirente Faurecia Emoissions Control Technologies Limeira Ltda. CNPJ nº 08.515.211/000179 sem a devida assinatura, ou seja, sem validade nenhuma para amparar as operações. Entendo que conforme disciplinado pelo RIPI/02 a saída dos produtos dos estabelecimentos industriais devem seguir as normas expressas no RIPI e as expedidas pela RFB, e quando não forem satisfeitos os requisitos para a suspensão o imposto tornase imediatamente exigível como se a suspensão não existisse. Art. 40. Somente será permitida a saída ou o desembaraço de produtos com suspensão do imposto quando observadas as Fl. 578DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 579 10 normas deste Regulamento e as medidas de controle expedidas pela Secretaria da Receita Federal. (...) Art.42. Quando não forem satisfeitos os requisitos que condicionaram a suspensão, o imposto tornarseá imediatamente exigível, como se a suspensão não existisse. § 1º Se a suspensão estiver condicionada à destinação do produto e a este for dado destino diverso do previsto, estará o responsável pelo fato sujeito ao pagamento do imposto e da penalidade cabível, como se a suspensão não existisse. § 2o Cumprirá a exigência: I o recebedor do produto, no caso de emprego ou destinação diferentes dos que condicionaram a suspensão; II o remetente do produto, nos demais casos. Claro que só se pode exigir o imposto daquele que deixou de recolhêlo. Assim é que a empresa adquirente declara que irá cumprir os requisitos da lei, por isso a empresa produtora vende os produtos com base nessa declaração e dá saída nos produtos com suspensão. Mas em procedimento de fiscalização se ficar comprovado que os produtos não foram utilizados conforme determina a legislação devese retroagir na cadeia e cobrar daquele que deu saída com suspensão. Esse entendimento está confirmado pela Solução de Consulta nº 199, de 17/11/2003 e o acórdão nº 20174603, de 22/05/2001: ASSUNTO: Imposto sobre Produtos IndustrializadosIPI EMENTA: IPI. SUSPENSÃO. DESATENDIMENTO DE NORMAS E REQUISITOS. RESPONSABILIDADE. As pessoas que desatenderem as normas e requisitos a que estiver condicionada a suspensão de IPI estão obrigadas ao pagamento do imposto. ACÓRDÃO 20174603 – 2º Conselho. EMENTA : IPI SUSPENSÃO ART. 3o DA LEI N° 8.402/92 E DECRETO N° 452/88 – RESPONSABILIDADE Descumprindo o adquirente da mercadoria requisito de suspensão da incidência do IPI, sujeitase ao recolhimento imediato do imposto, a teor do artigo 35, I, do RIPI/82. Recurso Negado. No caso em análise não foram apresentadas as declarações, diferentemente do acórdão citado de minha relatoria, em que foram apresentadas declarações que não condiziam com a realidade. Fl. 579DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 580 11 A recorrente alega que está providenciando os documentos, que não apresentou até o momento, e que já encontrase precluso seu direito de apresentálos. Também reclama da falta de intimação dos terceiros envolvidos. Ora a Lei é clara ao dispor que as empresas adquirentes deverão declarar ao vendedor que atendem aos requisitos da lei. Assim é que a recorrente que deveria ter diligenciado para ver cumprido os requisitos da Lei e não usufruir os beneplácitos legais sem a contrapartida imposta legalmente. Quanto a declaração que conseguiu juntar acompanho o já decidido pela DRJ: 11. Com referência às declarações apresentadas, temse que na “Relação das Notas Fiscais de Saídas sem Amparo da Declaração da Preponderância da Produção”, elaborada pela fiscalização (fls. 42/145), não consta saída para o CNPJ nº 08.515.211/000179 (existente até 30.12.2011). Já no que diz respeito à declaração de fl. 483, a mesma foi feita em período posterior aos da ação fiscal, sem identificação do signatário, não podendo ser reconhecida sua validade. 3) Créditos básicos (bronze, aço 1010, aço 1020, aço 1045, alumínio, cobre, aço a36, aço vc131, aço 4340, aço d2, aço 8620 e aço vw3). Produtos intermediários: possibilidade de crédito de IPI. Parecer normativo CST 65/79, solução de consulta Disit nº 7/2004 e solução de consulta Cosit nº 24/2014. A recorrente alega ser seu processo produtivo preponderante o fornecimento de peças e acessórios para veículos e que a fabricação de ferramentas industriais é parte integrante do processo, e sem as mesmas não é possível a fabricação das referidas peças e acessórios. Para ela essas ferramentas constituem produto intermediário relacionado ao produto final, e possuem vida útil inferior a 12 meses, não sendo bens de ativo permanente. E para fabricação de ferramental são utilizadas matérias primas, tais como: bronze, aço 1010, aço 1020, aço 1045, alumínio, cobre, aço A36, aço VC131, aço 4340, aço D2, aço VC131, aço 8620. Para efeitos do crédito do IPI o regulamento determina a inclusão de matériasprima, produtos intermediários e material de embalagem, mesmo os que não se integrando o produto final sejam consumidos no processo de industrialização. É certo que o insumo aceito para fins de creditamento do IPI deve ser aquele que tem ação direta sobre o produto produzido. Assim é que o Parecer Normativo CST nº 65, de 1979, embora antigo é o que ainda esclarece a matéria: 6 Todavia, relativamente aos produtos referidos na segunda parte, matériasprimas e produtos intermediários entendidos em sentido amplo, ou seja, aqueles que embora não sofram as referidas operações são nelas utilizados, se consumindo em virtude do contato físico com o produto em fabricação, tais como lixas, lâminas de serra e catalisadores, além da ressalva de não gerarem o direito se compreendidos no ativo permanente, exige se uma série de considerações. Fl. 580DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 581 12 ... 10.1 Como o texto fala em ‘incluindose entre as matérias primas e os produtos intermediários’, é evidente que tais bens hão de guardar semelhança com as matériasprimas e os produtos intermediários ‘stricto sensu’, semelhança esta que reside no fato de exercerem na operação de industrialização função análoga a destes, ou seja, se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto de fabricação, ou por este diretamente sofrida. 10.2 A expressão ‘consumidos’ sobretudo levandose em conta que as restrições ‘imediata e integralmente’, constantes do dispositivo correspondente do Regulamento anterior, foram omitidas, há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. 11 Em resumo, geram o direito ao crédito, alem dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, “stricto senso”, material de embalagens), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação; ou viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, desde que não devam, em face dos princípios contábeis geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente. Ora os insumos glosados foram consumidos na fabricação de ferramentas utilizadas no processo produtivo. E não existe previsão legal no regulamento do IPI para se aproveitar esses créditos. Assim, não se admite o crédito dos produtos excluídos pela fiscalização (fls. 421/424), pois não se enquadram no conceito de MP, PI, ou ME. Ou seja, o termo “insumo” para fins de IPI possui conceito jurídico, e não contábil ou econômico. Como foi seguido estritamente o direito a crédito relativo a MP, PI e ME adquiridos para emprego na industrialização, portanto, não há que se falar em violação ao art. 25, inciso I, da Lei n° 4.502, de 1964. 4) Impossibilidade de cobrança de juros sobre a multa. Inexistência de fundamento legal expresso. Posicionamento do carf. Quanto a cobrança dos juros de mora sobre a multa de ofício entendo cabível conforme tenho votado e consta de pronunciamento não unânime dessa turma. Os juros moratórios incidem sobre o crédito tributário não integralmente pago, no intuito de corrigir os valores devidos, sem se configurar em penalidade. A pena pelo Fl. 581DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 582 13 atraso no pagamento é resolvida pela multa de mora. O juro não possui caráter punitivo. Reproduzo o esclarecimento do Dr. Paulo de Barros Carvalho: Instituídos em lei e cobrados mediante atividade administrativa plenamente vinculada, distam de ser equiparados aos juros de mora convencionados pelas partes, debaixo do regime da autonomia da vontade. Sua cobrança pela Administração não tem fins punitivos, que atemorizem os retardatários ou o desestimule na prática da dilação do pagamento. Para isso atuam as multas moratórias. Os juros adquirem um traço remuneratório do capital que permanece em mãos do administrado por tempo excedente ao permitido. Essa particularidade ganha realce, na medida em que o valor monetário da dívida se vai corrigindo, o que presume manterse constante com o passar do tempo. Ainda que cobrados em taxas diminutas (1% do montante devido, quando a lei não dispuser sobre outro valor percentual), os juros de mora são adicionados à quantia do débito, e exibem, então, sua essência remuneratória, motivada pela circunstância de o contribuinte reter consigo importância que não lhe pertence. A previsão para a cobrança dos juros de mora consta do art. 161 do Código Tributário Nacional: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito. A multa de ofício é lançada em conjunto com o principal fazendo um crédito único. Não ocorrendo o pagamento, a Fazenda Pública deixa de receber todo o crédito tributário que a ela era devida, e assim, faz jus a receber juros de mora sobre este montante. O CTN define como sujeito a multa de mora, o crédito não integralmente pago no vencimento, não existindo nenhuma determinação legal para excluir do conceito de créditos não integralmente pagos, a multa de ofício. Destarte não há como separar a multa de ofício do total do crédito exigido. Ademais foi publicada recentemente a súmula CARF tornando obrigatória a incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício: Súmula CARF nº 108 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. 5) Desproporcionalidade e desarrazoabilidade das multas impostas. Efeito confiscatório. Fl. 582DF CARF MF Processo nº 10865.720497/201473 Acórdão n.º 3401005.805 S3C4T1 Fl. 583 14 Quanto desproporcionalidade e desarrazoabilidade das multas impostas, a sua imposição está prevista no art. 44, I da Lei nº 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)” E o art. 44 da Lei nº 9.430/96 não permite qualquer mitigação, sendo categórico em determinar a incidência do percentual fixo de 75% (setenta e cinco por cento) aos casos de falta de pagamento de tributos nos casos de lançamento de ofício. E cabe lembrar que às instâncias administrativas, pelo caráter vinculado de sua atuação, não é dada a atribuição de apreciar questões que tanjam à constitucionalidade de qualquer lei ou ato normativo. Esse assunto já restou sumulado pelo CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Por todo exposto voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito por negarlhe provimento. Mara Cristina Sifuentes Relatora (assinado digitalmente) Fl. 583DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001656/2009-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Feb 01 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009
OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL. DEIXAR DE INFORMAR EM TÍTULOS PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE TODOS OS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES.
1. A empresa é obrigada a lançar mensalmente em títulos próprios da contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos.
2. A obrigação instrumental decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas (fazer) ou negativas (não fazer), que não necessariamente decorrem da existência da obrigação principal, mas sim existem no interesse de eventual arrecadação ou fiscalização.
Numero da decisão: 2402-006.903
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente
(assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Paulo Sergio da Silva.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL. DEIXAR DE INFORMAR EM TÍTULOS PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE TODOS OS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES. 1. A empresa é obrigada a lançar mensalmente em títulos próprios da contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. 2. A obrigação instrumental decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas (fazer) ou negativas (não fazer), que não necessariamente decorrem da existência da obrigação principal, mas sim existem no interesse de eventual arrecadação ou fiscalização.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Paulo Sergio da Silva.
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ARBITRAMENTO. TÍTULOS PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE Recorrente SANTAMÁLIA SAÚDE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 OBRIGAÇÃO INSTRUMENTAL. DEIXAR DE INFORMAR EM TÍTULOS PRÓPRIOS DA CONTABILIDADE TODOS OS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES. 1. A empresa é obrigada a lançar mensalmente em títulos próprios da contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. 2. A obrigação instrumental decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações positivas (fazer) ou negativas (não fazer), que não necessariamente decorrem da existência da obrigação principal, mas sim existem no interesse de eventual arrecadação ou fiscalização. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 16 56 /2 00 9- 14 Fl. 445DF CARF MF Processo nº 19515.001656/200914 Acórdão n.º 2402006.903 S2C4T2 Fl. 446 2 (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Paulo Sergio da Silva. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da DRJ, que julgou improcedente a impugnação apresentada em face de auto de infração por descumprimento de obrigação acessória, lavrado por ter a empresa deixado de lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, incidentes sobre remunerações de empregados. Segue acórdão e ementa da decisão: Acórdão: Acordam os membros da 14” Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Ementa: [...] Período de apuração: 22/05/2009 INFRAÇÃO. Constitui infração deixar de informar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, todos os fatos geradores das contribuições, quantias descontadas, contribuições da empresa e totais recolhidos. Art. 32, II, da Lei 8.212/91. PEDIDO DE JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. INDEFERIMENTO. O pedido de juntada de documentos e outras provas admitidas em direito após a impugnação deve ser indeferido quando não tenha sido demonstrada a impossibilidade de apresentação oportuna da prova documental por motivo de força maior, não se refira esta a fato ou direito superveniente, e nem se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, e quando os elementos do processo forem suficientes para o convencimento do julgador. Relatou a acusação fiscal que a empresa não teria contabilizado em títulos próprios, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos. Além disso, a empresa não teria contabilizado separadamente os empregados sujeitos à aposentadoria especial dos demais empregados, e teria Fl. 446DF CARF MF Processo nº 19515.001656/200914 Acórdão n.º 2402006.903 S2C4T2 Fl. 447 3 registrado valor diverso do que deveria ter registrado de acordo com as informações constantes das folhas de pagamento e das GFIPs. O sujeito passivo foi intimado da decisão em 08/02/2011 (fl. 164) e interpôs recurso voluntário em 01/03/2011, no qual basicamente reiterou os mesmos termos de sua impugnação, mais especificamente a alegação de que não haveria necessidade de apresentação da GFIP, pois os valores que supostamente deveriam ser declarados seriam relativos a outro tributo, o que seria comprovado nas impugnações relativas aos autos de infração lavrados por descumprimento das obrigações principais. Sem contrarrazões ou manifestação pela Procuradoria. É o relatório. Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo, visto que interposto dentro do prazo legal de trinta dias, e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 No mérito São incontroversas as alegações de que a empresa não teria contabilizado, em títulos próprios da contabilidade, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos, e que também não teria contabilizado separadamente os empregados sujeitos à aposentadoria especial, dos demais empregados, e teria registrado valor diverso do que deveria ter registrado de acordo com as informações constantes das folhas de pagamento e das GFIPs. Ora, ao contrário do que alega a recorrente, este lançamento não decorre do descumprimento das obrigações principais controladas nos processos administrativos fiscais 19515.001660/200982, 19515.001659/200958 e 19515.001661/200927, mesmo porque, como referido acima, grande parte das infrações foram constatadas nas próprias folhas de pagamento, nas GFIPs, nos totais recolhidos e descontados, etc. Lembrese que, na dicção do § 2º do art. 113 do CTN, a obrigação acessória (ou instrumental) decorre da legislação tributária (compreendendo as leis, os tratados, as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares) e tem por objeto as prestações positivas (fazer) ou negativas (não fazer), que não necessariamente decorrem da existência da obrigação principal, mas sim existem no interesse de eventual arrecadação ou fiscalização. A doutrina do professor Luciano Amaro1 assim ensina: 1 AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 249. Fl. 447DF CARF MF Processo nº 19515.001656/200914 Acórdão n.º 2402006.903 S2C4T2 Fl. 448 4 A acessoriedade da obrigação dita "acessória" não significa (como se poderia supor, à vista do princípio geral de que o acessório segue o principal) que a obrigação tributária assim qualificada dependa da existência de uma obrigação principal à qual necessariamente se subordine. Por essa razão, grande parte dos doutrinadores a denomina de obrigação instrumental, ao invés de obrigação acessória, convindo transcrever os seguintes ensinamentos do professor Luís Eduardo Schoueri: Aliás, pode haver "obrigação acessória" mesmo em casos em que não haja "obrigação principal" (portanto, fora da própria relação tributária). Basta considerar que entidades imunes estão obrigadas a entregar declarações, prestar informações e quejandas, justamente para que a fiscalização possa assegurar se da imunidade. Vejase, a esse respeito, o que dispõe o art. 14 do Código Tributário Nacional: 2 [...] Vêse, pelos exemplos acima, que a obrigação "acessória" não se vincula à obrigação principal. A acessoriedade, no caso, nada tem a ver com sua subordinação a uma "obrigação principal"; a expressão é empregada, antes, para identificar seu caráter instrumental, já que tem por finalidade assegurar o cumprimento daquela. 3 Não se pode negar que, se fossem insubsistentes as acusações fiscais formuladas nos processos administrativos principais, os fatos geradores lá constatados realmente não teriam que ser contabilizados em títulos próprios como remuneração. Todavia, as acusações fiscais formuladas neste processo são distintas, o que passou despercebido à recorrente, mas não à instância de origem. Vejase: De toda forma, e ademais, no PAF principal este colegiado votou por negar provimento ao recurso voluntário. 2 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 509. 3 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017, p. 510. Fl. 448DF CARF MF Processo nº 19515.001656/200914 Acórdão n.º 2402006.903 S2C4T2 Fl. 449 5 3 Conclusão Diante do exposto, votase no sentido de conhecer e negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Fl. 449DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.970247/2011-41
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Feb 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NÃO TRIBUTADO (NT).
A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996 e 1º da Lei nº 10.276 de 2001
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. PREJUDICIALIDADE.
Tendo em vista que não foi reconhecido o direito ao ressarcimento dos créditos apurados a partir dos insumos adquiridos para fabricação e produtos não tributáveis exportados, em razão de estes não serem tributados, é despicienda a comprovação da apuração desses créditos.
Numero da decisão: 9303-007.914
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran,Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NÃO TRIBUTADO (NT). A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "não-tributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996 e 1º da Lei nº 10.276 de 2001 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. PREJUDICIALIDADE. Tendo em vista que não foi reconhecido o direito ao ressarcimento dos créditos apurados a partir dos insumos adquiridos para fabricação e produtos não tributáveis exportados, em razão de estes não serem tributados, é despicienda a comprovação da apuração desses créditos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran,Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NÃO TRIBUTADO (NT). A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996 e 1º da Lei nº 10.276 de 2001 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. PREJUDICIALIDADE. Tendo em vista que não foi reconhecido o direito ao ressarcimento dos créditos apurados a partir dos insumos adquiridos para fabricação e produtos não tributáveis exportados, em razão de estes não serem tributados, é despicienda a comprovação da apuração desses créditos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 02 47 /2 01 1- 41 Fl. 917DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran,Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento eletrônico de créditos de IPI (PER/DCOMP nº 24209.44478.051109.1.1.019078, às efls. 03 a 16), transmitido em 05/11/2009, no montante originário de R$ 12.915.975,24, referente ao terceiro trimestre do ano de 2008. O pedido foi denegado pelo despacho decisório eletrônico nº 031081755, da DERAT em São Paulo, que não reconheceu a integralidade do crédito, em 04/09/2012, à efl. 17. A denegação teve fulcro no Termo de Informação Fiscal de efls. 334 a 339, que concluiu que a empresa estava pleiteando ressarcimento de crédito presumido de IPI como créditos de PIS e Cofins em relação às receitas sujeitas ao regime da cumulatividade. Dessa forma deveria o sujeito passivo apresentar memória de cálculo que possibilitasse separar a parcela do crédito que se refere ao crédito presumido do IPI vinculado às receitas sujeitas ao regime não cumulativo daquela que se refere à receita submetida ao regime cumulativo. A contribuinte não logrou apresentar memória de cálculo ou controles contábeis que permitissem concluir inequivocamente a respeito do valor do crédito presumido,por isso foram glosados os valores solicitados em ressarcimento. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, às efls. 345 a 362, para que fosse anulado e refeito o despacho decisório para que se restituísse o valor pleiteado, acrescido da taxa Selic desde a data do protocolo do pedido até a do efetivo ressarcimento, em razão do óbice colocado pelo Fisco. A 4ª Turma da DRJ/SDR, em 13/11/2013, apreciou as manifestações da contribuinte, resultando o acórdão nº 1534.051, às efls. 659 a 669, considerando improcedente a manifestação de inconformidade. Intimada do acórdão da DRJ a contribuinte, interpôs recurso voluntário, em 23/12/2013, às efls. 762 a 784. Em síntese, o recurso trouxe as seguintes alegações, reproduzidas a partir do relatório do acórdão sobre o qual aqui se controverte, à efl. 800: 1. Preliminarmente, o recebimento dos embargos de declaração protocolados, para anular a decisão recorrida e devolver prazo para interposição de recurso voluntário; 2. No mérito, que apresentou toda a documentação necessária para apuração do direito creditório na manifestação de inconformidade, que houve erro de preenchimento do Dacon, que os arquivos txt foram entregues completos, em oposição à afirmação da fiscalização de que tais arquivos estavam incompletos; 3. Que caberia à fiscalização aprofundar a auditoria; 4. A necessária correção monetária à taxa Selic sobre os créditos pleiteados, desde o protocolo do pedido administrativo; 5. A determinação de realização de diligência, caso entendase necessário. Fl. 918DF CARF MF Processo nº 10880.970247/201141 Acórdão n.º 9303007.914 CSRFT3 Fl. 918 3 O recurso voluntário foi apreciado pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento em 28/07/2017, resultando no acórdão nº 3302004.637, que tem as seguintes ementas: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Cabe ao contribuinte o ônus de provar a existência e a qualidade do seu direito creditório, não cabendo transferir esse mister à atividade fiscalizatória. O princípio da verdade material implica a flexibilização do procedimento probante, mas não serve para suprimir o descuido do contribuinte em provar seu direito, em especial quando intimado na fase fiscalizatória para cumprir com este ônus. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE DA DECISÃO. O julgador formará livremente sua convicção na apreciação das provas, devendo informar na decisão os motivos que levaram ao seu convencimento, podendo determinar diligências, se for o caso. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NÃO TRIBUTADO (NT). O direito ao crédito presumido do IPI, instituído pela Lei nº 10.276/2001, condicionase a que os produtos estejam dentro do campo de incidência do imposto, não estando, por conseguinte, alcançados pelo benefício, os produtos não tributados (NT), conforme entendimento pacífico consubstanciado na Súmula CARF n° 20. O acórdão teve o seguinte teor: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Recurso especial da contribuinte Cientificada (efl. 811) do acórdão nº 3302004.637 em 09/10/2017 (efl. 817), a contribuinte interpôs recurso especial de divergência às efls. 821 a 840, em 19/10/2017 (efl. 819). O recurso especial da Procuradora estabeleceuse sobre duas matérias: a) o ônus da prova do contribuinte versus obrigação do Fisco em efetuar a análise do direito creditório; e b) a possibilidade de utilização das receitas de produtos NT no cálculo do crédito presumido de IPI da Lei 10.276/2001. No que concerne a matéria a), apresentou dois acórdãos paradigmas, de nº 3401003.754 e nº 1302002.083. O primeiro deles, para situação similar à deste processo entendeu que caberia ao Fisco a busca da verdade material e a produção de provas posteriormente ao acórdão da DRJ que informava a necessidade de mais provas, enquanto o segundo paradigma, para caso de lançamento de IRPJ, concluiu pela anulação do acórdão de primeira instância quando este não encaminhou diligência para apuração e compreensão das provas trazidas com a impugnação. No tocante à matéria b), novamente são apresentados dois arestos paradigmáticos, de nº 3402004.309 e nº 9303002.889. O primeiro paradigma afirma que beneficio do crédito presumido independe de efetiva tributação pelo IPI da entrada ou da saída dos produtos. Já o segundo trata da determinação da relação percentual entre a receita de Fl. 919DF CARF MF 4 exportação e a receita operacional bruta, para a qual incluise o valor correspondente à exportação de produtos NT. Com base nisso viu a divergência para com o recorrido que só considera possível o benefício para produtos que estejam dentro do campo de tributação pelo IPI. O Presidente da 2ª Câmara de Terceira Seção de Julgamento do CARF, apreciou o recurso especial de divergência da contribuinte, no despacho de efls. 898 a 901, em 04/04/2018, com base nos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343 de 09/06/2015, dandolhe seguimento apenas em relação às duas matérias. Contrarrazões da contribuinte A Procuradoria da Fazenda Nacional foi cientificada (efl. 902) do despacho de admissibilidade do despacho de efls. 898 a 901, em 11/05/2018, e apresentou contrarrazões em 17/05/2018, às efls. 903 a 914. Em resumo, a Procuradora reafirma a posição do acórdão a quo, quanto ao ônus probatório do direito ao crédito a ser ressarcido e, quanto ao crédito presumido, afirma que a desoneração de parcela do PIS e da Cofins pretendida pela legislação visa apenas aos produtos industrializados buscando incentivar a exportação de produtos elaborados de maior valor agregado, logicamente por pessoas jurídicas submetidas à tributação pelo IPI. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator O recurso especial de divergência da contribuinte é tempestivo, cumpre os requisitos regimentais e voto por conhecêlo. Mérito Da possibilidade de utilização das receitas de produtos NT no cálculo do crédito presumido de IPI da Lei 10.276/2001 Inicio a apreciação do recurso especial da contribuinte nessa matéria, considerando que a forma de cálculo adotada pela contribuinte foi aquela prevista na Lei nº 10.276/2001. O pleito da contribuinte era pelo reconhecimento de créditos presumidos sobre insumos vinculados às receitas de exportação de álcool para fins carburantes. O acórdão recorrido indicou, à efl. 807, que o álcool para fins carburantes, classificado no Ex 01 da posição 2207.10.00 da TIPI, tem notação NT, estando fora do campo de incidência do IPI. Os fundamentos legais sobre os quais a recorrente faz seu pleito são: Lei nº 9.363/1996: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das Fl. 920DF CARF MF Processo nº 10880.970247/201141 Acórdão n.º 9303007.914 CSRFT3 Fl. 919 5 contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. A forma de cálculo pela qual optou a contribuinte foi a da Lei nº 10.267/2001. Lei nº 10.276/2001: Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto. (...) A criação do crédito presumido ora em discussão se deu pela Medida Provisória nº 948 de 23/03/1995, convertida finalmente na Lei nº 9.363 de 13/12/1996. A Lei nº 10.276 de 10/09/2001, veio apenas a trazer forma alternativa de calcular o crédito presumido anteriormente estabelecido. Não há como ver na Lei nº 10.276/2001 a instituição do benefício. Também nesse sentido já se manifestou o Conselheiro Rodrigo Pôssas em argumentos para fundamentação de seu voto no acórdão nº 9303006.802: A Lei nº 10.276/2001, ao contrário do que alguns pensam, não criou um novo benefício,mas tãosomente: 1) Passou a admitir a inclusão na base de cálculo, além dos insumos para industrialização, no conceito da legislação do IPI (MP, PI e ME), gastos com energia elétrica, combustíveis e serviços de industrialização por encomenda; 2) Alterou a forma de cálculo. Fl. 921DF CARF MF 6 Em nada estas mudanças afetaram a“essência” do benefício, cujo objetivo é desonerar as exportações dos tributos incidentes na cadeia produtiva (no caso, PIS/Cofins), ainda que de forma presumida (pois cada produto exportado tem uma cadeia distinta, na qual incidem as contribuições com menor ou maior reflexo no custo), para aumentar a competitividade dos produtos nacionais no mercado globalizado – ou, ao menos, buscar uma maior equiparação (diminuindo o chamado“Custo Brasil”). O que aqui se discute é justamente se a empresa faria jus ao benefício, não mais se foi correta a apuração, uma vez que o acórdão recorrido negou o próprio direito e sobre essa matéria admitiuse o recurso especial de divergência da contribuinte. Por essas razões, entendo que a análise feita em relação às mercadorias a serem exportadas são aplicáveis tanto a uma quanto a outra das citadas Leis. As condições para a existência do direito (certeza) ao crédito presumido é a mesma, pois originária da Lei nº 9.363/1996, a forma de calcular (liquidez) é distinta e escolhida pela contribuinte. Assim, no que toca a análise do direito, toda a argumentação que se use para entendêlo aplicável na dicção da Lei 9.363/1996 é válida para a Lei nº 10.267/2001. Nesse sentido, o direito ao crédito presumido com relação a exportação de produtos classificados como NT com base na Lei nº 9.363/1996 foi diversas vezes apreciado no CARF e a partir de tais questionamentos chegouse à elaboração da Súmula CARF nº 124: Súmula CARF nº 124 A produção e a exportação de produtos classificados na Tabela de Incidência do IPI (TIPI) como "nãotributados" não geram direito ao crédito presumido de IPI de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996. Logo, não se pode reconhecer o direito ao crédito pleiteado pela contribuinte em seu pedido de ressarcimento. Ônus da prova do contribuinte versus obrigação do Fisco em efetuar a análise do direito creditório Tendo em vista a conclusão que não há crédito gerado pelas aquisições de insumo para a exportação de produtos nãotributados, fica prejudicada a questão do ônus da prova para apuração dos pretendidos créditos. Logo, despicienda a análise do recurso especial da contribuinte nessa matéria. De qualquer sorte, penso que andou bem o acórdão a quo. Entendo que o ônus probatório em casos de ressarcimento ou restituição é claramente da contribuinte, o pleito é dela, o onus probandi também o é; isto está claramente disposto no voto condutor do aresto recorrido, às efls. 801 a 804, que me furtarei de reproduzir, tendo em vista a prejudicialidade deste ponto citada no parágrafo anterior. Dessarte, nessa matéria também não há que se dar provimento ao recurso especial da contribUinte. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da contribuinte para negarlhe provimento. Fl. 922DF CARF MF Processo nº 10880.970247/201141 Acórdão n.º 9303007.914 CSRFT3 Fl. 920 7 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 923DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18108.000021/2008-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/01/2004
NULIDADE DO LANÇAMENTO. FALTA DE MOTIVAÇÃO INEXISTÊNCIA
No Relatório Fiscal estão descritos os fatos que ensejaram a emissão de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito - NFLD em virtude do FNDE ter verificado irregularidades no recolhimento do salário educação.
Não há que se falar em nulidade quando estão explicitados todos os elementos concernentes ao lançamento e claramente descritos os motivos da autuação, o que permitiu a perfeita compreensão da apuração do crédito tributário e observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa.
SALÁRIO EDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL (SME). MODALIDADES ESCOLA PRÓPRIA E INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA.
Para fins de dedução da contribuição do salário-educação, a empresa optante do Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental (SME), nas modalidades de escola própria e indenização de dependentes, deverá observará as regras e condições estabelecidas nos atos normativos expedidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), sob pena de glosa das deduções efetivadas.
A recorrente não traz aos autos prova de que foi enviada ao FNDE a Relação de Alunos Indenizados - RAI, para atualização semestral do Sistema de Relação de Alunos Indenizados - RAT, cujo envio era obrigatório.
Numero da decisão: 2401-005.981
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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FALTA DE MOTIVAÇÃO INEXISTÊNCIA No Relatório Fiscal estão descritos os fatos que ensejaram a emissão de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD em virtude do FNDE ter verificado irregularidades no recolhimento do salário educação. Não há que se falar em nulidade quando estão explicitados todos os elementos concernentes ao lançamento e claramente descritos os motivos da autuação, o que permitiu a perfeita compreensão da apuração do crédito tributário e observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. SALÁRIO EDUCAÇÃO. SISTEMA DE MANUTENÇÃO DE ENSINO FUNDAMENTAL (SME). MODALIDADES ESCOLA PRÓPRIA E INDENIZAÇÃO DE DEPENDENTES. GLOSA DE DEDUÇÃO INDEVIDA. Para fins de dedução da contribuição do salárioeducação, a empresa optante do Sistema de Manutenção de Ensino Fundamental (SME), nas modalidades de escola própria e indenização de dependentes, deverá observará as regras e condições estabelecidas nos atos normativos expedidos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), sob pena de glosa das deduções efetivadas. A recorrente não traz aos autos prova de que foi enviada ao FNDE a Relação de Alunos Indenizados RAI, para atualização semestral do Sistema de Relação de Alunos Indenizados RAT, cujo envio era obrigatório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 10 8. 00 00 21 /2 00 8- 58 Fl. 462DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, José Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 12ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I – SP (DRJ/SPOI) que julgou procedente em parte o lançamento, mantendo o Crédito Tributário no valor de R$ 4.275,35, conforme ementa do Acórdão nº 1619.617 (fls. 394/422): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1997 a 31/01/2004 Documento: NFLD n° 37.122.8190, de 24/10/2007 CRÉDITO TRIBUTÁRIO PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO EDUCAÇÃO. O salárioeducação previsto no art. 212, § 5 0 da Constituição Federal, é devido pelas empresas, calculado sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer titulo aos segurados empregados, de acordo com a Lei 9.424/96. MOTIVAÇÃO. AUSÊNCIA DE NULIDADE. A notificação fiscal encontrase corretamente motivada, pois discrimina as deduções realizadas em desacordo com as informações prestadas ao FNDE, os períodos a que se referem e a fundamentação legal do débito. DIREITO DE DEFESA. FUNDAMENTOS DO LANÇAMENTO. Encontrandose presentes os suportes fáticos e jurídicos da notificação a alegação de cerceamento do exercício do direito de defesa não prospera. CRÉDITO TRIBUTÁRIO PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. Declarada pelo STF, por meio de súmula vinculante, a Fl. 463DF CARF MF Processo nº 18108.000021/200858 Acórdão n.º 2401005.981 S2C4T1 Fl. 3 3 inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, que estabeleciam o prazo decenal para constituição e cobrança dos créditos relativos as contribuições sociais previdenciárias, a matéria passa a ser regida pelo Código Tributário Nacional, que determina o prazo de 5 (cinco) anos para a constituição e cobrança do crédito tributário. Lançamento Procedente em Parte O presente processo trata de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD DEBCAD nº 37.122.8190 (fl. 03), referente às competências 01/1997 até 01/2004 (período descontinuo), no montante de R$ 110.225,61, consolidado em 22/10/2007, com o objetivo de constituir Créditos Tributários relativos a contribuições para o salárioeducação decorrentes de glosa de deduções realizadas a titulo de indenização de dependentes. De acordo com o Relatório de Notificação Fiscal (fls. 30/34): 1. O procedimento fiscal foi autorizado pelo Mandado de Procedimento Fiscal MPF n° 09420386, emitido a partir de representação administrativa encaminhada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE à Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, ao verificar irregularidade no recolhimento do salário educação; 2. O exame realizado pelo FNDE verificou a regularidade das deduções realizadas na modalidade "indenização de dependentes", baseandose nas informações constantes do Sistema de Gestão da Arrecadação SIGA da autarquia, analisando se o valor deduzido no documento de arrecadação do salário educação era equivalente ao número de alunos beneficiários informado pela empresa na Relação de Alunos Indenizados RAI; 3. Com base no cruzamento das informações da RAI com as deduções realizadas pela empresa no documento de arrecadação, foi emitido Demonstrativo de Divergência por Estabelecimento, anexado a representação administrativa encaminhada RFB para constituição do Crédito Tributário; 4. Nos casos em que não houver entrega da RAI, os valores apurados pelo FNDE serão integralmente os deduzidos pela empresa no Comprovante de Arrecadação Direta CAD; 5. Constatado que as deduções foram realizadas em desacordo com as informações prestadas ao FNDE, cabe lançar o crédito correspondente a glosa das deduções indevidas através da presente NFLD, cujos valores encontramse discriminados, nos relatórios integrantes desta NFLD, por estabelecimento centralizador que efetuou o recolhimento da contribuição, de acordo com o parágrafo único do art. 660 da IN SRP n° 03, de 14/07/2005, com a redação dada pela IN RFB n° 761, de 30/07/2007; Fl. 464DF CARF MF 4 6. A discriminação dos valores glosados por competência encontrase no Relatório de Lançamentos RL (fls. 14/16) e no Discriminativo Analítico do Débito DAD(fls. 06/10). Os fundamentos legais para a exigência da contribuição estão relacionados no relatório Fundamentos Legais do Débito FLD (fl. 17/20). Em 22/11/2007 o Contribuinte tomou ciência, via Correio, da NFLD (AR fl. 320) e, em 21/12/2007, tempestivamente, apresentou sua Impugnação de fls. 322 a 346, instruída com os documentos nas fls. 347 a 381. Diante da impugnação tempestiva o processo foi encaminhado à DRJ/SPOI para julgamento, onde, através do Acórdão nº 1619.617, em 26/11/2008 a 12ª Turma julgou PROCEDENTE EM PARTE o lançamento, mantendo integralmente os valores lançados nas competências de 12/2002 e 01/2004. O Contribuinte tomou ciência do Acórdão, via Correio, em 10/06/2009 (AR fl. 425) e interpôs seu RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 427 a 438, instruída com os documentos nas fls. 439/453, em 30/06/2009. Em suas razões recursais traz uma síntese dos fatos para em seguida, preliminarmente, alegar a nulidade do lançamento em função da ausência de motivação do ato administrativo (Item II.1 fls. 429/433). Prossegue em seu RV asseverando acerca da contribuição destinada ao SalárioEducação (Item II.2 fls. 433/435); da regularidade das deduções efetuadas (Item II.3 fl. 436); e da irrelevância da atualização cadastros do FNDE para reconhecimento das deduções realizadas (fls. 436/438) por força de norma regulamentar. A autuação teve como base foram as informações e documentos não juntados aos autos. Evidentemente, sem juntar os documentos que supostamente dão fundamento às "divergências. Conclui requerendo que seja dado provimento integral ao recurso apresentado a fim de que seja anulado integralmente a NFLD combatida. É o relatório. Voto Conselheiro Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Nulidade do lançamento Fl. 465DF CARF MF Processo nº 18108.000021/200858 Acórdão n.º 2401005.981 S2C4T1 Fl. 4 5 Aduz a Recorrente a ausência de motivação no ato administrativo de lançamento, pois a convicção da fiscalização foi embasada em informações e documentos não juntados aos autos. Segue aduzindo que a NFLD limitouse a apontar os anos e os valores apurados pelo FNDE, sem apresentar qualquer motivação sobre como foram calculados referidos valores e de que forma constataramse as divergências apontadas, o que carreou na nulidade do lançamento por falta de motivação. Não procede a argumentação do contribuinte. No Relatório Fiscal estão descritos os fatos que ensejaram a emissão de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD em virtude do FNDE ter verificado irregularidades no recolhimento do salário educação; descreve todo o exame realizado pelo FNDE, no que tange à regularidade das deduções realizadas na modalidade "indenização de dependentes", e traz a demonstração do cálculo realizado. Consta nos autos a Representação Administrativa do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação FNDE em que constata irregularidade no recolhimento do SalárioEducação; o DEMONSTRATIVO DE DIVERGÊNCIA POR ESTABELECIMENTO Comparativo entre deduções realizadas e informações dos alunos beneficiados na posição ATUAL (fls. 36 e seguintes), bem como a Relação de Alunos (fls. 48 e seguintes) e Demonstrativos de Recolhimentos RA (fls. 296 e seguintes). O contribuinte foi intimado do procedimento fiscalizatório, o qual foi emitido a partir de representação administrativa encaminhada pelo FNDE para a Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB. Após a lavratura do Auto de Infração, apresentou suas razões de defesa, tanto por ocasião da impugnação, como no Recurso Voluntário. O contraditório foi instaurado e a ampla defesa assegurada. Dessa forma, não há que se falar em nulidade quando estão explicitados todos os elementos concernentes ao lançamento e claramente descritos os motivos da autuação, o que permitiu a perfeita compreensão da apuração do crédito tributário e observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa. Assim, não procede as alegações de nulidade do auto de infração. Contribuição do Salário Educação Deduções Afirma a Recorrente que todas as deduções foram realizados de acordo com o regramento pertinente e, mesmo que assim não fosse, as meras resoluções do FNDE não se prestam para inviabilizar as desonerações pretendidas. O Sistema de Manutenção de Ensino (SME) consistia em um programa através do qual a empresa contribuinte do Salário Educação propiciava aos seus empregados e dependentes o ensino fundamental nas modalidades (i) rede de ensino particular (ii) escola própria; (iii) e indenização de dependentes, deduzindose da contribuição do salário educação devido os valores comprovadamente despendidos na manutenção da escola própria ou na Fl. 466DF CARF MF 6 indenização de dependentes, até os limites fixados em atos do FNDE (art. 10 do Decreto nº 3.142, de 1999). As empresas optantes do SME deveriam observar as regras estabelecidas pelo FNDE, e para tanto, prestar informações quanto à prova de que os alunos beneficiários preenchiam os requisitos normativos, sob pena de glosa das deduções da contribuição do Salário Educação, conforme se observa da Resolução FNDE nº 3, de 18 de dezembro de 2000, cujas regras já constavam dos atos normativos anteriores (Instrução FNDE nº 1/1998; Resolução FNDE nº 3/1999): Art. 8º A empresa deverá prestar contas ao FNDE, dos recursos financeiros aplicados nas modalidades Escola Própria e Indenização de Dependentes, respeitando os procedimentos e os prazos estabelecidos no art. 10 desta Resolução, sob pena de serem glosadas todas as deduções efetivadas no semestre, resultando em notificação para recolhimento de débito. Art. 9º A dedução na contribuição do SalárioEducação oriunda da aplicação na modalidade Escola Própria de que trata o inciso II do art. 6º desta Resolução, está condicionada ao credenciamento da escola, mantida pela empresa, junto ao FNDE nos prazos e de acordo com as normas estabelecidas em resolução específica. Art. 10. As informações das empresas para atualização do cadastro dos alunos beneficiários, mantido pelo FNDE, serão encaminhadas nos prazos fixados e de conformidade com as orientações fornecidas por esta Autarquia, da seguinte forma: [...] II na modalidade Indenização de Dependentes, por meio eletrônico disquete ou email para atualização semestral do sistema de Relação de Alunos Indenizados RAI, cujo envio deverá, obrigatoriamente, ocorrer até 31 de julho para os dados relativos ao 1º semestre, e 31 de janeiro do exercício seguinte para os dados relativos ao 2º semestre. No caso dos autos, embora a Recorrente alegue que a dedução apurada corresponde exatamente ao número de funcionários que possuíam dependentes cursando o ensino fundamental, não traz aos autos prova de que foi enviada ao FNDE a Relação de Alunos Indenizados RAI, para atualização semestral do Sistema de Relação de Alunos Indenizados RAT, cujo envio era obrigatório. Dessa forma, não restou demonstrado que os beneficiários com a indenização foram integralmente informados ao FNDE, em atendimento as Resoluções editadas pelo órgão, consoante se verifica no item 5.2 do Relatório Fiscal: 5.2. 0 exame realizado pelo FNDE consistiu em verificar a regularidade das deduções realizadas na modalidade "indenização de dependentes", baseandose nas informações constantes do Sistema de Gestão da Arrecadação SIGA da autarquia. Verificouse se o valor deduzido no documento de arrecadação do salário educação era equivalente ao número de alunos beneficiários informado pela empresa na Relação de Alunos Indenizados RAI. Fl. 467DF CARF MF Processo nº 18108.000021/200858 Acórdão n.º 2401005.981 S2C4T1 Fl. 5 7 Assim, não merece reparos a decisão de piso. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, rejeitar as preliminares apontadas e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 468DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10140.721243/2017-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Feb 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anos-calendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
Numero da decisão: 2301-005.819
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso, não conhecendo das matérias não constantes da lide, e, por maioria, em DAR PARCIAL PROVIMENTO para determinar o cálculo do IRPF nos termos do voto do relator, vencidos os conselheiros Antônio Sávio Nastureles, Reginaldo Paixão Emos e João Maurício Vital, que negaram provimento.
(assinado digitalmente)
João Mauricio Vital - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Evaristo Pinto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Jorge Henrique Backes (Suplente Convocado), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Maurício Vital (Presidente).
Nome do relator: ALEXANDRE EVARISTO PINTO
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Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso, não conhecendo das matérias não constantes da lide, e, por maioria, em DAR PARCIAL PROVIMENTO para determinar o cálculo do IRPF nos termos do voto do relator, vencidos os conselheiros Antônio Sávio Nastureles, Reginaldo Paixão Emos e João Maurício Vital, que negaram provimento. (assinado digitalmente) João Mauricio Vital Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Jorge Henrique AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 72 12 43 /2 01 7- 91 Fl. 114DF CARF MF 2 Backes (Suplente Convocado), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato e João Maurício Vital (Presidente). Relatório Tratase de processo decorrente de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física Exercício 2014, anocalendário de 2013, na qual se apurou crédito tributário no valor de R$ 114.139,40. De acordo com a Descrição dos Fatos de fls. 73/74 c/c os Demonstrativos de fls. 75/76, foram constatadas as seguintes infrações: (i) omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de Ação na Justiça Federal, no total de R$ 333.685,95, com compensação de R$ 10.010,57, a título de IRRF sobre os rendimentos omitidos; e (ii) compensação indevida de imposto complementar, no valor de R$ 10.010,57 (R$ 29.130,89 declarados menos R$ 19.120,32 comprovados). A correção se deu em razão do valor recolhido pela contribuinte. A fiscalização esclarece que, devidamente intimada a apresentar a sentença judicial ou acordo homologado judicialmente, planilha de verbas contendo os cálculos, atualização dos cálculos, alvará de levantamento com autenticação mecânica do banco ou extrato de honorários advocatícios, dentre outros documentos, a contribuinte apresentou apenas as informações do valor recebido e do IR descontado. Ainda, a autoridade fiscal narrou que os rendimentos considerados omitidos foram informados em DIRF pela fonte pagadora CAIXA ECONÔMICA FEDERAL como pagos à contribuinte, a título de rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal, e não foram declarados. Cientificada do lançamento em 27/06/2017 (“tela” de fl. 77 e extrato do processo, à fl. 79), ingressou a contribuinte, por seu procurador (fls. 23 e 58), em 29/06/2017, com sua impugnação (fls. 04/05 e 07), alegando que: (i) quanto à omissão de rendimentos, alega que o valor contestado, de R$ 333.685,95, não deve ser tributado no ajuste anual, por corresponder a rendimentos recebidos acumuladamente após 28/07/2010, relativos a anos calendário anteriores ao do recebimento; (ii) o valor contestado é isento, por se tratar de indenização recebida a título de danos morais; (iii) quanto à infração compensação indevida de imposto complementar, no valor de R$ 10.010,57, argumenta que foi cometido erro no preenchimento da Declaração e que tal valor diz respeito a Imposto de Renda Retido na Fonte; (iv) informa que cometeu um monte de erros na apresentação de sua DIRPF 2014/2013, tendo apresentado quatro Retificadoras, sendo que a Declaração correta a ser apresentada estaria anexa à peça de defesa, entendendo que a mesma ser acatada, por ser a expressão da verdade; (v) ratifica que a natureza jurídica dos seus rendimentos seria a de rendimentos acumulados por 425 meses, de 10/1977 a 05/2013, sendo recebidos a título de danos morais e materiais, em ação judicial, com menção a peças anexadas junto com a impugnação; (vi) faz menção ao DARF pago em 29/04/2014, no valor de R$ 19.120,32, em decorrência de uma série de erros materiais cometidos em sua DIRPF/2014; e (vii) pede a anulação do imposto lançado, bem como a devolução do montante do IRRF de R$ 10.010,57, como também do DARF recolhido indevidamente em 29/04/2014, no valor de R$ 19.120,32. O Acórdão 1296.788 (fls. 82 e ss) julgou procedente em parte a impugnação, mantendose parcialmente o crédito tributário, com apuração de imposto suplementar R$ Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10140.721243/201791 Acórdão n.º 2301005.819 S2C3T1 Fl. 3 3 17.344,96, mais acréscimos legais cabíveis, de acordo com a legislação aplicável. Vale ressaltar que no referido Acórdão foi reconhecida a isenção dos montantes recebidos a título de dano morais e danos materiais. Irresignado, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 101) reiterando os argumentos trazidos na impugnação, no sentido de que todos os rendimentos por ela recebidos são isentos e solicitando o reembolso dos pagamentos efetuados (imposto retido na fonte e pagamento efetuado no ajuste anual). É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Evaristo Pinto Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Considerando que o Acórdão da DRJ já reconheceu a isenção de parte dos rendimentos recebidos pela Recorrente como rendimentos decorrentes de danos morais e danos materiais, não conheço das alegações de isenção da parcela dos rendimentos que já foi reconhecida pelo Acórdão da DRJ, uma vez que para esta parcela não há lide. Ainda assim, com relação à parcela que não foi reconhecida como isenta, faço minhas as considerações do Acórdão da DRJ, no sentido, de que no art. 39, inciso XVI, do RIR/1999 estabelece que não entrarão no cômputo do rendimento bruto a indenização reparatória por danos físicos, invalidez ou morte, ou por bem material danificado ou destruído, em decorrência de acidente, até o limite fixado em condenação judicial, exceto no caso de pagamento de prestações continuadas. Ademais, concordo com o Acórdão da DRJ no tocante à proporcionalização dos honorários advocatícios, de modo que eles devem ser atribuídos em parte aos rendimentos isentos e em parte aos rendimentos tributáveis. Com relação ao pedido de que os rendimentos objeto do presente processo sejam julgados como rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica, destaco que a Recorrente fez jus a uma pensão vitalícia de 1 salário mínimo desde outubro de 1977 (fls. 24 e ss) segundo ação judicial 2007.6000.008219 perante a Justiça Federal do Estado do Mato Grosso do Sul, de modo que tratamse evidentemente de rendimentos recebidos acumuladamente, ainda que a Recorrente tenha declarado erroneamente como rendimentos isentos em sua DAA, bem como declarado erroneamente como imposto complementar o imposto retido na fonte. Tendo em vista que o anocalendário em questão é 2013, deve ser aplicado o artigo 12A da Lei n. 7.713/88, que dispõe sobre a tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente, uma vez que a Recorrente pede tal tributação desde a sua impugnação, sendo Fl. 116DF CARF MF 4 que ela somente não fez a opção quando da entrega da DAA, pois entendia que tais rendimentos seriam isentos, visto que decorrentes de indenizações por danos materiais e morais. Com base no exposto, voto por conhecer parcialmente o Recurso Voluntário, não conhecendo da matéria que não está na lide e, parte conhecida, darlhe parcial provimento para que tais rendimentos sejam tributados como rendimentos recebidos acumuladamente nos termos do artigo 12A da Lei n. 7.713/88. É como voto. (assinado digitalmente) Alexandre Evaristo Pinto Fl. 117DF CARF MF
score : 1.0