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Numero do processo: 11516.003274/2009-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
Ementa:DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÃO. GLOSA.
Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação e a ausência de previsão legal permitem o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA.
As sociedades de advogados, a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizam-se pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica.
RECLASSIFICAÇÃO DE RECEITA TRIBUTADA NA PESSOA JURÍDICA PARA RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS NA PESSOA JURÍDICA.
Devem ser compensados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica, cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos de pessoa física, base de cálculo do lançamento de oficio.
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Numero da decisão: 2201-003.302
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Realizou sustentação oral, pelo Contribuinte, a Drª. Patrícia Fogaça, OAB/SC nº 14.857.
Assinado digitalmente.
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente.
Assinado digitalmente.
ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relatora.
EDITADO EM: 06/09/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ.
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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DEDUÇÃO. GLOSA. Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação e a ausência de previsão legal permitem o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. TRIBUTAÇÃO NA PESSOA JURÍDICA. As sociedades de advogados, a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizamse pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica. RECLASSIFICAÇÃO DE RECEITA TRIBUTADA NA PESSOA JURÍDICA PARA RENDIMENTOS DE PESSOA FÍSICA. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS NA PESSOA JURÍDICA. Devem ser compensados na apuração de crédito tributário os valores arrecadados sob o código de tributos exigidos da pessoa jurídica, cuja receita foi desclassificada e convertida em rendimentos de pessoa física, base de cálculo do lançamento de oficio. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 32 74 /2 00 9- 11 Fl. 1912DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 2 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Realizou sustentação oral, pelo Contribuinte, a Drª. Patrícia Fogaça, OAB/SC nº 14.857. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ Relatora. EDITADO EM: 06/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nesta oportunidade, utilizome do relatório produzido em assentada anterior, eis que aborda de maneira elucidativa os fatos objetos dos presentes autos, nos termos seguintes: Mediante auto de infração de folhas 1671 a 1679, integrado pelos demonstrativos de fls. 1658 a 1670 e pelo Termo de Verificação Fiscal de fls. 1644 a 1657, exigese do interessado o Imposto de Renda Pessoa Física IRPF de R$1.687.007,33 mais o Imposto sobre ganho liquido em operações de renda variável de R$4.295,61 (R$2.295,69, de 2004, fl. 1.658, R$1.192,80 de 2005, v. fl. 1660, e R$807,12 de 2006, v. tl. 1665), acrescidos da multa de ofício de 75% e juros de mora, bem como a Multa Exigida Isoladamente no montante de R$102.889,04, correspondente aos exercícios 2005 a 2007, anoscalendário 2004 a 2006. Fl. 1913DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 3 3 Da Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is), às folhas 1673 a 1678, verificase que a autuação é decorrente das seguintes infrações apuradas pela autoridade fiscal: 1) omissão de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoa física no anocalendário 2006, no valor de R$748.666,00; 2) omissão de ganhos líquidos no mercado de renda variável, obtidos em operações na Bolsa de Valores de São Paulo, nos meses de setembro a dezembro de 2004, setembro, novembro e dezembro de 2005 e janeiro e fevereiro de 2006; 3) dedução indevida de despesas médicas, nos anoscalendário 2004 a 2006, nos valores de R$7.472,50, R$3.156,88 e R$6.149,65, respectivamente; 4) dedução indevida de despesas escrituradas em Livro Caixa, no anocalendário 2006, no valor de R$2.880,00; 5) omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos da Brasil Telecom S.A., relativos ao processo n° 824/1984, no anocalendário 2004, no montante de R$5.366.247,00 (R$2.046.340,00 em fevereiro/2004, R$2.984.157,00 em abril/2004 e R$335.750,00 em dezembro/2004). Do TVF à fl. 1655 consta: _ 2.6 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA Omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos de Brasil Telecom S/A, CNPJ 76.535. 764/032266, decorrentes de honorários advocatícios devidos ao Sr. Norberto Silveira de Souza pelos autores do processo em que a citada empresa foi demandado (n° 824/1984). O pagamento foi efetuado pela Brasil Telecom S/A em virtude de acordos celebrados 013. 1092 a 15 74), apesar de se referirem a serviços prestados aos autores do processo n° 824/2004, em que a empresa foi demandada. Observese que as procurações apresentadas relativas ao citado processo (fls. 1112 a 1393) demonstram claramente que os contratados pelos autores do processo foram as pessoas físicas dos Srs. Orlando A. Capella Fernandes e Norberto Silveira de Souza. Destaquese ainda que o processo citado é de 1984 e, conforme o próprio contribuinte escreveu em recibo por ele assinado Úls. 19), este ano é anterior à constituição de empresa pelo Sr. Norberto Siveira de Souza, sendo então rendimentos da pessoa física. 6) falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, nos anoscalendário 2005 e 2006. A fundamentação legal consta do referido auto de infração. O Serviço de FscalizaçãoSEFIS da DRF em Florianópolis juntou os documentos de fls. 1.682 a 1.739, apresentados pelo Fl. 1914DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 4 contribuinte em 02/07/2009, em atendimento à intimação durante à ação fiscal, conforme informação à fl. 1.681. lnconformado, em parte, com o lançamento, o contribuinte apresenta, mediante procurador habilitado (v. procuração e substabelecimento às folhas 30 e 1.745), a impugnação de folhas 1747 a 1774, na qual expões suas razões de contestação. Explica, inicialmente, que não está sendo impugnada, em razão do pagamento, a parte do crédito tributário relativa: 1) à omissão de rendimentos recebidos de pessoa fisica, 2) ao ganho líquido no mercado de renda variável, 3) parte da glosa das despesas médicas e 4) à glosa das despesas de livro caixa. Junta, à fl. 1776, planilha demonstrativa do crédito não impugnado. Às fls. 1749 a 1751 o contribuinte argúi o descabimento da multa isolada cumulada com a multa de oficio. Argumenta que a autoridade fiscal apurou imposto sobre rendimentos recebidos de pessoas físicas no anocalendário 2006, bem 'como sobre ganho líquido em operações de renda variável no ano de 2005, tendo exigido ambos com multa de oficio de 75% e juros SELIC e que, além disso, constituiu a multa isolada sobre os mesmos fatos, o que teria culminado em dupla penalização, desrespeitando, assim, o artigo 44 da Lei n° 9.430/1996. Cita em seu beneficio acórdãos da CSRF. Diz que não há previsão legal para a exigência da multa de oficio juntamente com a multa isolada. Ressalta que o IRPF e a correspondente multa de oficio, oriundos dos mesmos fatos geradores das multas isoladas serão quitados, visto que se trata de matéria não impugnada. Requer, assim, o cancelamento da multa isolada. Às fls. 1751 a 1757 0 impugnante contesta os argumentos da autoridade fiscal em relação às glosas de despesas médicas, pleiteando que sejam restabelecidas as seguintes deduções: (...). Argúi, em relação aos R$4.410,00 pagos à fisioterapeuta Luciana Trompowisk Ávila, no anocalendário 2006, que todos os recibos foram apresentados e encontramse às fls. 263 a 267 dos autos. invocando o artigo 80 do RIR/1999, argúi que a norma determina que poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados no anocalendário a fisioterapeutas sem impor restrição de natureza procedimental. Destaca que todo o tratamento foi realizado sob recomendação médica, por profissional registrada no respectivo Conselho sob n° 30778F. Anexa esclarecimentos da profissional sobre as sessões de fisioterapia (doc. 03) e transcreve questão 340 do “Perguntas e Respostas”. Conclui que a glosa não se sustenta, tendo em vista os comprovantes de pagamentos às fls. 263 a 267, a indicação médica para o tratamento (doc 02), a declaração da fisioterapeuta, devidamente registrada no Órgão de classe, confirmando os serviços prestados e esclarecendo a finalidade dos mesmos (doc. O3). Em relação à despesa com vacinas, no anocalendário 2004, no valor de R$190,00, argúi o contribuinte que, conforme o artigo 80 do RIR/1999, são dedutíveis os gastos com médicos e hospitais, aí incluídas as clínicas médicas, e que não há distinção quanto à especialidade nem finalidade do gasto desde que ligado à saúde. Transcreve questão 356 do “Perguntas e Fl. 1915DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 4 5 Respostas” argüindo que permite a dedução com medicamentos dede que o produto esteja vinculado ao serviço hospitalar. Argumenta que não é permitido aos cidadãos comprar as vacinas por conta própria, que o serviço de aplicação e triagem faz parte do preço pago e deve ser realizada por pessoa habilitada, exclusivamente se o destinatário estiver dentro do público alvo do medicamento. Conclui que resta claro que o que se contrata é o serviço médico de vacinação e não exclusivamente a venda do medicamento, devendo ser permitida a dedução do gasto. No que pertine às glosas efetuadas pela autoridade revisora sob o argumento de que para os beneficiários listados na declaração de ajuste anual de 2005 para os quais somente foram apresentados comprovantes de que houve ressarcimento parcial da despesa, mas não foram apresentados comprovantes das despesas propriamente ditas (recibo ou Nota Fiscal) (***), o contribuinte argúi que o fiscal rejeitou os comprovantes de ressarcimento, ou seja a relação detalhada do plano de saúde (fls. 240, 260 e 262) e do TST (fls. 229, 241 e 261) contendo a descrição dos reembolsos, os gastos líquidos, fixandose exclusivamente nos recibos/notas fiscais, e que para que ocorresse o reembolso de parte dos gastos foi necessária a remessa dos documentos para a seguradora e lá ficaram retidos, conforme declaração firmada pela Golden Cross e informação do TST que intermediava a contratação do plano de saúde. Aduz que os demonstrativos elaborados pela Golden Cross contém o nome do beneficiário (médico/hospital/clínica), o valor total do recibo, o montante reembolsado e a parcela dedutível para o IRPF, sendo esses dados suficientes para comprovar a dedução pleiteada. Quanto à omissão de rendimentos de pessoa jurídica, fls. 1757/1766, o contribuinte alega que os valores foram recebidos pela sociedade de advogados Silveira de Souza & Jorge Associados da qual faz parte. Aduz que as afirmações que levaram a autoridade fiscal a considerar os valores recebidos pela pessoa jurídica como omitidos pela pessoa física, ou seja, de que a prestação do serviço de advocacia foi realizada pessoalmente por ele e de que os honorários decorrem de serviços prestados em momento anterior à constituição da sociedade de advogados da qual faz parte, não se sustentam, pois é advogado e integra 0 quadro societário da Silveira de Souza & Jorge Associados, sociedade civil de advogados, constituída nos termos da Lei n° 8.906/ 1994 A Estatuto da OAB. Argúi, ainda, que os advogados podem organizarse sob a forma de pessoas jurídicas, mas a prestação do serviço é sempre de caráter pessoal, mediante prova do mandato concedido individualmente ao advogado, nunca à sociedade da qual faz parte. Prossegue argumentando que a prestação dos serviços pela pessoa física que integra o quadro societário de sociedade de Fl. 1916DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 6 advogados é circunstância legalmente imposta e, nesse contexto, foi a ele outorgada procuração por empregados da Telecomunicações de Santa Catarina S.A., posteriormente incorporada pela Brasil Telecom S.A., para defender, em juizo, seus interesses. Assim, em razão das procurações, atuou como um dos patronos na Reclamatória Trabalhista n° 824/1984, que tramitou na Justiça do Trabalho de Florianópolis. Pelos serviços prestados fez jus a 50% por cento dos honorários sucumbenciais, conforme contrato celebrado entre os advogados da causa (fls. 1096/1097), parcela esta que foi recebida e tributada pela sociedade de advogados da qual faz parte no momento em que recebida, mediante a emissão de notas fiscais contra a Brasil Telecom. Aduz que a Lei n° 9.430/1996, em seu artigo 55, determina que as sociedades civis de profissão regulamentada, como é o caso da Silveira de Souza & Jorge Associados, sejam tributadas da mesma fomia que as demais pessoas jurídicas e, desta forma, os honorários recebidos em decorrência da prestação de serviços de profissão regulamentada integram a receita dessas sociedades e serão tributados na pessoa juridica. Cita, em sua defesa, acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes e decisão do STJ, concluindo que a tributação dos valores na pessoa jurídica encontra amparo legal na Lei n° 8.906/94 (estatuto da OAB), no artigo 10 da Lei n° 9.249/95, artigo 55 da Lei n° 9.430/1996, além do artigo 146, § do RIR/1999 e artigo 45 do CTN. Argúi, ainda, que não tem razão a fiscalização em seu argumento de que os serviços foram prestados em momento anterior à constituição da sociedade Silveira de Souza e Jorge Associados, posto que não houve fato gerador do imposto até o momento da disponibilização dos valores para o escritório de advocacia, o que ocorreu em 2004 e 2006. A sociedade Silveira de Souza e Jorge Associados iniciou suas atividades em 01/12/2003, data anterior à celebração dos acordos entre os demandantes da ação judicial (clientes do impugnante) e a Brasil Telecom e, portanto, à disponibilidade dos numerários em questão. Aduz que os créditos de honorários decorrentes de atuações anteriores à constituição da sociedade Silveira de Souza & Jorge Associados foram a esta cedidos no momento de sua constituição, conforme o parágrafo único da cláusula V do documento firmado em 14/11/2003 e registrado na OAB/SC em 01/12/2003 (doc. 06 e 07). Assim, a cessão de direitos em data anterior à homologação das sentenças e percepção dos honorários, poria fim à discussão acerca da possibilidade de recebimento dos honorários pela Silveira de Souza & Jorge Associados. Cita decisão do Regional Federal da 4” Região. V Requer, assim, que seja reconhecida a nulidade do lançamento, uma vez que os valores tidos como omitidos foram recebidos e tributados por Silveira de Souza & Jorge Associados , sociedade civil de profissão regulamentada a qual integra como sócio. No item “c.l) Da compensação dos tributos Fl. 1917DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 5 7 recolhidos na pessoa jurídica” o contribuinte requer, caso seja mantida a tributação em nome da pessoa física, que sejam considerados os recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica e ajustada a cobrança apenas sobre a diferença, tendo em vista que os valores das notas fiscais às fls. 1585 a 1587, de 06/02/2004, 07/04/2004 e 09/12/2004, foram tomados como rendimentos do contribuinte, sem que fossem levados em consideração os valores recolhidos pela sociedade de advogados da qual faz parte. Destaca a impossibilidade de enriquecimento ilícito do Estado, argüindo que no caso em pauta pretendese exigir a totalidade de créditos mesmo com parcela já recolhida. Cita, em sua defesa, acórdãos do Primeiro Conselho de Contribuintes, invoca o principio constitucional da razoabilidade e diz: “não se levante a argumentação absurda de que a pessoa fisica deveria recolher a totalidade dos tributos enquanto a pessoa jurídica procederia a instauração de novo processo administrativo para ser ressarcida”. Repisa que se deve exigir apenas a diferença não recebida pelo Fisco, realizandose a compensação de oficio dos valores recolhidos em nome da pessoa juridica sobre os fatos geradores exigidos da pessoa física. Ressalta, ao final, que é equivocada a informação contida no relatório de fl. 1.642, tendo sido recolhido todo o tributo declarado em DCTF referente ao anocalendário 2006, conforme comprovaria a CND em anexo (doc. 08). Assim, requerse 'ajuntada aos autos de extrato de pagamentos do sistema da RFB, nos termos do art. 37 da Lei n° 9.784/99. Às fls. 1770 a 1773, contesta a impugnante a utilização da taxa SELIC como juros de mora, tecendo alegações de variada ordem tendentes, todas, à demonstração da ilegalidade/ inconstitucionalidade desta exigência. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis julgou procedente em parte a impugnação, restando mantida parcialmente a notificação de lançamento, conforme a seguinte ementa: Assumo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Para que a tributação do imposto de renda sobre os honorários advocatícios, recebidos em razão de decisão judicial, seja efetuada sobre a pessoa jurídica da sociedade de advogados, devem ser observados os requisitos constantes do § 3° do art. 15 da Lei n° 8.906/1994, bem como haver contrato firmado entre o autor da ação e a sociedade de advogados, ou, que conste dos autos do processo judicial o substabelecimento da causa para a pessoa jurídica (sociedade de advogados) pelo advogado da Fl. 1918DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 8 causa (não se confundindo com a cessão de créditos, pois, neste caso não se altera a natureza jurídica do valor cedido). DESPESAS MÉDICAS. DEDUTIBILIDADE. COMPROVAÇÃO. As despesas médicas pagas pelo contribuinte, relativas ao seu próprio tratamento e/ou de seus dependentes para efeitos tributários são dedutíveis quando devidamente comprovadas. Restabelecese parte da glosa, à vista dos documentos apresentados. Assuntoo: NQRMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006 MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. APLICABILIDADE. A constatação do não recolhimento do carnê leão impõe a aplicação da multa isolada, concomitante com a multa de oflcio sobre o imposto suplementar apurado no ajuste anual, por serem penalidade que têm por origem fatos distintos. JUROS DE MORA UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC. Compete à autoridade administrativa aplicar e exigir o cumprimento das disposições contidas em lei, sob pena de responsabilidade funcional. A cobrança de juros de mora em percentual equivalente à taxa Selic está prevista em lei. MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS. Consideramse não impugnadas as matérias que não tenham sido expressamente contestadas, sendo definitiva a exigência no que se refere a esta parte do lançamento na esfera administrativa. Assunto: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTANCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de argüições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos legais regularmente editados. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por Conselhos de Contribuintes não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. Fl. 1919DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 6 9 É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais contrárias à disposição literal de lei, quando não comprovado que o contribuinte figurou como parte na referida ação judicial. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Posteriormente, dentro do lapso temporal legal, foi interposto recurso voluntário, no qual a contribuinte sustenta, em síntese: a) o descabimento da multa isolada cumulada com a multa de ofício; b) o restabelecimento da dedução das despesas médicas efetuadas com a Dra. Luciana Trompowisk Ávila (fisioterapeuta), no ano calendário de 2006; c) o restabelecimento da dedução das despesas com a aplicação de vacina (Clínica de Vacinas e Pediatria Pequeno Príncipe Ltda.), no anocalendário de 2004; d) o restabelecimento da dedução das despesas médicas reembolsada pelo plano; e) o restabelecimento das despesas médicas glosadas em virtude da não apresentação dos recibos/NF, apesar de constar na declaração do plano de saúde informando todos os dados necessários f) acerca dos honorários advocatícios, que o recorrente fazia jus a 50% dos honorários sucumbenciais, conforme contrato celebrado entre os advogados da causa, sendo que a parcela do contribuinte foi recebida e tributada pela sociedade de advogados da qual fazia parte, no momento em que foi recebida, mediante emissão das notas fiscais anexas aos autos; g) caso superados os argumentos sustentados, o contribuinte requer que sejam considerados os recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica e ajustada a cobrança apenas sobre a diferença; h) a ilegalidade de inserção dos juros previstos na Lei n.º 8.981/95 e da Taxa Selic. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Fl. 1920DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 10 Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. 1. Das glosas das despesas médicas 1.1. Despesas médicas efetuadas com a Dra. Luciana Trompowisk Ávila (fisioterapeuta) Acerca das referidas despesas, consta do Termo de Verificação Fiscal a justificativa para a glosa no sentido de que as sessões de Pilates (ginástica e/ou alongamento), não têm previsão legal para a dedução. Apesar do entendimento mencionado, cumpre esclarecer que o Regulamento do Imposto de Renda (art. 80 do Decreto 3.000/99) não restringe as despesas realizadas com profissionais da área de fisioterapia, conforme se extrai do dispositivo abaixo transcrito: Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias Assim, observas que consideramse despesas médicas ou de hospitalização os pagamentos efetuados a médicos de qualquer especialidade, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, hospitais, e as despesas provenientes de exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. A decisão de primeira instância considerou os argumentos sobre a ausência de restrição quanto às despesas com fisioterapeuta, mas, conforme alega o contribuinte, inovou na fundamentação do auto, ao manter a glosa por outro fundamento: Quanto aos pagamentos à fisioterapeuta Luciana T. Ávila, de fato, no anocalendário 2006, o contribuinte apresenta, às fls. 263 a 267, recibos no montante de R$3.660,00, e não R$4.410,00 como argüido (três recibos são iguais, de 4/11/2006); às fls. 1778 a 1781 (doc.02) indicações médicas de fisioterapia e às fls. 1783 a 1787 (doc. 03) declaração da profissional confirmando a realização bem como o objetivo das sessões de fisioterapia, ficha de avaliação e prospecto da clínica de fisioterapia. Tem razão o contribuinte em seu argumento de que a legislação para a dedução de valores pagos a fisioterapeutas não limita a especialidade do atendimento. Entretanto, compulsando os autos, à fl. 264, consta pedido do contribuinte à Dra. Conceição, para encaminhamento de indicação médica a Golden Cross para fins de reembolso. E não há nos autos prova do valor reembolsado e, por conseguinte, daquele que foi efetivamente ônus do contribuinte para que possa ser dedutível. Mantémse, portanto, a glosa desses valores. Sobre a controvérsia, o recorrente manifestase no sentido de que os recibos foram juntados aos autos e não há nas declarações da Golden Cross referência ao reembolso dos valores, não podendo ser exigida prova negativa do contribuinte, mediante inovação da fundamentação do lançamento. Fl. 1921DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 7 11 Compulsandose os autos, verificase que o lançamento teve como fundamento exclusivamente o entendimento do fiscal de que a despesa não era dedutível pela sua natureza (fisioterapia com a técnica de pilates). Tal fundamento foi afastado pela decisão de piso, mas foi mantida a glosa por fundamento diverso (existência de suposto reembolso). Não obstante a impossibilidade de inovação do lançamento, verificase que o documento referido, fl. 264, não é apto para a comprovação do efetivo reembolso, pois se trata de um documento escrito à mão, pelo contribuinte, no qual solicita à indicação médica para posterior pedido de reembolso para a Golden Cross, de modo não há documento que demonstre a ocorrência do pedido. Desse modo, diante do exposto, restabeleço a dedução do valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais), que foi o valor efetivamente comprovado por meio dos recibos de fls. 263 a 267, inclusive salientando que o recorrente não se insurgiu a respeito da discrepância do valor deduzido e do valor comprovado identificada pela decisão a quo. 1.2. Das despesas com vacinas A decisão recorrida afastou a possibilidade de dedução das despesas com vacinas sob os seguintes fundamentos: “Em relação à despesa com vacinas, ainda no anocalendário 2004, no valor e R$190,00, conforme Nota Fiscal à fl. 232, não podem aqui ser acatados os argumentos do impugnante. Fato é que somente são dedutíveis da base de cálculo do IR de pessoa física as despesas expressamente previstas na legislação. Despesas relativas à aquisição de medicamentos ou vacinas não são dedutíveis. Algumas despesas, como as com medicamentos, enfermeiros etc. só podem ser deduzidas a título de despesas médicas se integrarem a conta (a fatura) emitida pelo estabelecimento hospitalar." Apesar dos argumentos dispostos pela recorrente no sentido de que há direito a dedução das despesas com vacinas; tendo em vista que são dedutíveis os gastos médicos em hospitais, incluídas nestes conceitos as clínicas médicas; não lhe assiste razão, diante da ausência de previsão legal, nos termos do acórdão recorrido. Portanto, mantenho a glosa em análise. 1.3. Das despesas médicas reembolsadas pelo plano Alega o recorrente que, mesmo diante do fornecimento de relação detalhada do plano de saúde (fls. 240, 260 e 262) e do TST (fls. 229, 241 e 261) contendo a descrição dos reembolsos, os gastos líquidos (valor total menos o reembolso) da parte dos beneficiários não foram considerados pela fiscalização. Ademais, aduziu o contribuinte que o fiscal rejeitou os comprovantes de ressarcimentos e considerou imprescindíveis os recibos e notas fiscais, mesmo diante da declaração firmada pela Seguradora de Saúde (fls. 240,0260 e 262), no seguinte sentido; Fl. 1922DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 12 “Declaramos para os devidos fins, que o(a) Sr.(a) NORBERTO SILVEIRA DE SOUZA nos entregou recibos g comprovantes de pagamentos de Honorários Médicos/Despesas Hospitalares abaixo discriminados totalizando o valor de R$ 1.470,00 sendo lhe restituído valor de RS 624,00, cujos cálculos foram efetivados com base na tabela mencionada em seu contrato.” Corroborando o exposto, o Tribunal Superior do Trabalho, que intermediava a contratação da Golden Cross, assim informou: “Atendendo a solicitação de V. Exa., comunico que os recibos originais de atendimentos médicos ou hospitalares, utilizados para efeitos de reembolso, relativos aos exercícios de 2004, 2005 e 2006, quando este Tribunal mantinha contrato com o plano de saúde Golden Cross, foram remetidos àquela empresa e lá se encontram. lnformo que enfrentamos dificuldades para obter os originais, visto que dependemos da citada empresa, que não mais mantém contrato com o TST.” (grifouse) Dessa forma, para que o contribuinte fizesse jus ao reembolso pelo plano, foi necessário o envio das notas e recibos para a Seguradora, de modo que tais documentos não estavam seu poder. A decisão recorrida fundamentou a manutenção da glosa da seguinte forma: Quanto aos demais beneficiários informados (Enilton Sérgio T. do Egito e Luiz Gonzaga Novaes Guimarães), mantémse a glosa conforme efetuada pela autoridade fiscal, uma vez que o contribuinte não logrou trazer aos autos os comprovantes e, conforme explicitado pela autoridade fiscal, a declaração de despesas médicohospital emitida pela Golden Cross, anexada à fl. 240, de que o Sr. Norberto Silveira de Souza entregou os recibos e comprovantes de despesas médicohospitalares, discrimina os valores e o prestador de serviço, não faz, entretanto, menção a quem foram prestados os serviços, se ao Sr. Norberto ou a outrem, para que se pudesse apurar a dedutibilidade das despesas para efeitos tributários." O contribuinte destacou que devem ser aceitas as informações prestadas pela Golden Cross e TST que fazem menção expressa ao seu contrato, sendo que a veracidade das informações prestadas pela Golden Cross ficou demonstrada pelos inúmeros recibos juntados aos autos e não há razão para dar tratamento diferenciado aos beneficiários. A legislação do imposto de renda da pessoa física permite a dedução de despesas médicas do referido imposto, nos termos do art. 8º, II, alínea “a” e § 2º, da Lei nº. 9.250/95, assim disposta: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas Fl. 1923DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 8 13 ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; (...) § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; O artigo 73 § 1° do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999, aprovado pelo Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, assim estabelece: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11 § 3°) § 1° Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a anuência do contribuinte. (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11 § 4°) Conforme depreendese dos dispositivos supracitados, o direito à dedução das despesas médicas na declaração está sempre vinculado à comprovação prevista em lei e restringese, por sua vez, aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Portanto, apesar das alegações descritas, não assiste razão ao contribuinte, tendo em vista que não há como identificar o beneficiário dos serviços prestados, mediante a análise da documentação acostada, sendo relevante para fins tributários a mencionada identificação. 2. Da Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica O lançamento se referese aos valores recebidos pela sociedade de advogados "Silveira de Souza & Jorge Associados" da empresa Brasil Telecom, em razão da ação trabalhista n.º 842/1984. A fiscalização desconsiderou o recebimento desses valores pela pessoa jurídica, tributandoas na pessoa física, com os seguintes argumentos: Fl. 1924DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 14 Omissão de rendimentos (honorários advocatícios) recebidos de Brasil Telecom S/A, CNPJ 76.535.764/032266, decorrentes de honorários advocatícios devidos ao Sr. Norberto Silveira de Souza pelos autores do processo em que a citada empresa foi demandada (n° 824/1984). O pagamento foi efetuado pela Brasil Telecom S/A em virtude de acordos celebrados (fls. 1092 a 1574), apesar de se referirem a serviços prestados aos autores do processo n° 824/1984, em que a empresa foi demandada. Observese que as procurações apresentadas relativas ao citado processo (fls. 1112 a 1393) demonstram claramente que os contratados pelos autores do processo foram as pessoas físicas dos Srs. Orlando A. Capella Fernandes e Norberto.Silveira de Souza. Destaquese ainda que o processo citado é de 1984 e, conforme o próprio contribuinte escreveu em recibo por ele assinado (fls. 19), este ano é anterior à constituição de empresa pelo Sr. Norberto Silveira de Souza. sendo então rendimentos da pessoa física. Ao analisar a impugnação apresentada pelo sujeito passivo, a Delegacia Regional manteve o lançamento, nos termos seguintes: “Entretanto, para que a sujeição passiva tributária recaia sobre a pessoa juridica da sociedade de advocaticia, haveria de serem cumpridos os seguintes requisitos formais: 1) Existência de contrato entre o autor da ação judicial e a sociedade de advogados; 2) Procuração “ad judicia”, inserta nos autos do processo, feita individualmente ao advogado, e nela constar a sociedade a que pertence o advogado, conforme o §3° do artigo 15 do EOAB (...); 3) Caso o contrato de prestação de serviço advocatício tenha sido feito com pessoa física (advogado), é necessário que haja nos autos o substabelecimento desta para a sociedade de advogados. Ressaltase que não é o caso de cessão de crédito, pois, por tal instituto não é alterada a natureza jurídica do crédito a ser recebido. Observase que os créditos de honorários do recorrente, decorrentes de atuações anteriores à constituição da sociedade, foram a esta cedidos, no momento de sua constituição, conforme parágrafo único da cláusula V do documento firmado em 14/11/2003 e registrado na OAB/SC em 01/12/2003 (doc. 06 e 07 da impugnação): “Cláusula V (...) Parágrafo único i Processos anteriores, defendidos pelos sócios passam a integrar a sociedade ora constituída. (...)” Salientase que a cessão de direitos disposta nos atos constitutivos da sociedade foram assinados e registrados em data anterior à homologação das sentenças e percepção dos honorários. Além disso, os pagamentos foram efetuados diretamente pela Brasil Telecom à Sociedade, mediante a emissão de notas fiscais (fls. 1585, 1586 e 1587). Fl. 1925DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 9 15 É matéria incontroversa que os serviços que originaram os honorários se iniciaram antes da constituição da pessoa jurídica. Entretanto, é do mesmo modo incontroverso que as receitas somente se realizaram quando já constituída a pessoa jurídica. Vale dizer, em momento no qual a atividade profissional já se desenvolvia mediante sociedade de advogados. Destacase que as sociedades de advogados a exemplo das demais sociedades de pessoas, caracterizamse pela prestação de serviços em caráter personalíssimo, o que torna natural que serviços prestados por um ou mais sócios, isolados ou em conjunto, resultem em receitas oferecidas à tributação pela pessoa jurídica. Irrelevante, ao meu ver, a existência de contrato entre o autor da ação e da sociedade e de procuração ou substabelecimento à sociedade. O que importa é que a receita foi auferida após a constituição da Sociedade, obedecendo aos termos do contrato social e lastreada em nota de serviços cujo resultado foi devidamente oferecido à tributação. No caso em julgamento, o fato gerador do imposto de renda se deu após a constituição da pessoa jurídica, portanto, nada mais lógico que a receita decorrente desses honorários tivesse sido oferecido à tributação como resultado operacional da sociedade de advogados da qual o recorrente é um dos sócios, de modo que a situação em análise não se subsume ao disposto no artigo 123 do Código Tributário Nacional. Assim, quanto à omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, dou provimento ao recurso. 3. Do reajuste do lançamento pela compensação dos tributos recolhidos na pessoa jurídica Mesmo diante do acolhimento dos argumentos do contribuinte sobre a "omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica", apenas pela eventualidade, apreciarei a o pedido do recorrente no que se refere à consideração dos recolhimentos realizados em nome da pessoa jurídica. Entendo que assiste razão ao Recorrente, uma vez que não seria razoável reclassificar as receitas da sociedade para rendimentos da pessoa física, e obrigar que a pessoa solicite uma restituição ou uma compensação posterior, sofrendo o ônus de eventual decadência do direito creditório e principalmente da exigência da multa de ofício lançada no presente processo, quando já se sabe que houve pagamento parcial dos tributos sobre tais rendimentos, ora reclassificados. Desse modo, caso fosse considerado devido o imposto referente ao recebimento de pessoa jurídica, a exigência deveria ser apenas da diferença não recebida pelo fisco, realizandose a compensação de ofício dos valores recolhidos em nome da pessoa jurídica sobre os fatos geradores que deram ensejo à exigência da pessoa física. 4. Da multa isolada cumulada com a multa de ofício Em se tratando de aplicação de penalidades, aplicase, aqui, a lógica do princípio penal da consunção. Pelo critério da consunção, ao se violar uma pluralidade de normas, passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, como sucede no caso em análise, prevalece a norma relativa à penalidade mais grave, que absorve as demais. Fl. 1926DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA 16 Nessa linha de raciocínio, descabe a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento mensal do imposto de renda devido a título de carnêleão concomitantemente com a multa de ofício decorrente da apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Cobrase apenas esta última, no percentual de 75% sobre o imposto devido. Acrescento que a cobrança da multa isolada referente aos rendimentos sujeitos ao carnêleão, concomitantemente com a multa de ofício de 75%, penaliza o contribuinte duplamente, em face da identidade das bases de cálculo de ambas. A jurisprudência deste Conselho é pacífica em relação a não imputação de dupla penalidade pecuniária ao contribuinte em decorrência da omissão de rendimentos recebidos de pessoa física. Nesse sentido, a Câmara Superior de Recursos Fiscais já se manifestou, nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2001 MULTA ISOLADA E DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. BASE DE CÁLCULO IDÊNTICA. Em se tratando de lançamento de oficio, somente deve ser aplicada a multa de oficio vinculada ao imposto devido, descabendo o lançamento cumulativo da multa isolada pela falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, pois as bases de cálculo das penalidades são as mesmas. Recurso especial negado. (Câmara Superior de Recursos Fiscais, Segunda Turma, Acórdão 9202003.552, sessão de 28/01/2015) Em resumo: a denominada "multa isolada" do art. 44, II, “a” da Lei nº 9.430/1996 apenas deve ser aplicada aos casos em que não possa ser a multa exigida em conjunto com o tributo devido (Lei nº 9.430/1996, I), não havendo que se cogitar do cabimento concomitante das multas de ofício e isolada. 5. Da aplicação da taxa SELIC No que diz respeito ao argumento da indevida aplicação da SELIC como juros de mora, entendo que o mesmo não procede, uma vez que o artigo 13, da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995 prevê a sua aplicação sobre os tributos em atraso: Art. 13. A partir de 1º de abril de 1995, os juros de que tratam a alínea c do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, com a redação dada pelo art. 6º da Lei nº 8.850, de 28 de janeiro de 1994, e pelo art. 90 da Lei nº 8.981, de 1995, o art. 84, inciso I, e o art. 91, parágrafo único, alínea a.2, da Lei nº 8.981, de 1995, serão equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Desta forma, como a cobrança em auto de infração dos juros de mora (calculados pela Taxa SELIC) decorre da aplicação de dispositivos legais vigentes e eficazes na época de sua lavratura. Em decorrência dos princípios da legalidade, os referidos Fl. 1927DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Processo nº 11516.003274/200911 Acórdão n.º 2201003.302 S2C2T1 Fl. 10 17 dispositivos são de aplicação compulsória pelos agentes públicos, até a sua retirada do mundo jurídico. Além disso, tendo em vista o Enunciado de Súmula n° 04 do CARF, a aplicação da SELIC é devida aos débitos administrados pela Receita Federal do Brasil: Súmula 1º CC nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais Desta forma, não procede o argumento apresentado pelo contribuinte no que diz respeito a essa matéria. 6. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para: i) restabelecer a dedução da despesa médica no valor de R$ 3.660,00 (três mil seiscentos e sessenta reais); ii) excluir do lançamento a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; e iii) excluir a aplicação da multa isolada. Assinado digitalmente. Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 1928DF CARF MF Impresso em 09/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 06/ 09/2016 por ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, Assinado digitalmente em 08/09/2016 por CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.723560/2015-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. GLOSA PARCIAL.
A dedução a título de pensão alimentícia está condicionada à existência de decisão ou acordo homologado judicialmente e à comprovação de seu efetivo pagamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-005.538
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(assinado digitalmente)
Bianca Felicia Rothschild - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Bianca Felicia Rothschild, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Theodoro Vicente Agostinho, Túlio Teotônio de Melo Pereira e Amílcar Barca Teixeira Júnior.
Nome do relator: BIANCA FELICIA ROTHSCHILD
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GLOSA PARCIAL. A dedução a título de pensão alimentícia está condicionada à existência de decisão ou acordo homologado judicialmente e à comprovação de seu efetivo pagamento. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 35 60 /2 01 5- 10 Fl. 74DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Bianca Felicia Rothschild Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Bianca Felicia Rothschild, Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Theodoro Vicente Agostinho, Túlio Teotônio de Melo Pereira e Amílcar Barca Teixeira Júnior. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10830.723560/201510 Acórdão n.º 2402005.538 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento (fls. 5/11), emitida em nome do contribuinte em decorrência de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda (DIRPF), referente ao exercício de 2012, anocalendário de 2011, tendo sido alterado o resultado apurado de imposto a restituir de R$ 8.682,13 para R$ 2.554,42. Conforme descrição dos fatos a autoridade fiscal apurou as seguintes infrações: Dedução Indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública, no valor de R$ 28.595,70. Dedução Indevida com Despesas Médicas, no valor de R$ 5.311,35. Cientificado da Autuação em 10/06/15 (fls.36), o contribuinte apresentou impugnação em 10/07/2015 (fls.2/3 e 12/22), solicitando que seja cancelado integralmente o lançamento. Relacionado à Pensão Alimentícia, defende o contribuinte que a autoridade fiscal não descreveu quais os documentos considerados para aceitar a despesa no valor de R$ 15.063,60, o que feriu, igualmente, seu direito de defesa. Quanto à glosa da parte referente à pensão alimentícia, afirma que as transferências foram realizadas por sua mãe, Sra. Josephina Felício Quintana, à responsável pelos alimentandos, e que a está reembolsando, nesse sentido, anexa planilha com os valores de reembolso, extraídos das movimentações bancárias de ambos (fls. 23/34). Reclama que não pode ser desconsiderado o cumprimento da obrigação de pagar a pensão alimentícia. O juízo a quo considerou que, não tendo sido constatado nos autos qualquer das situações previstas no art. 59, do Decreto 70.235/72, não há justificativa para acolhimento da tese de cerceamento do direito de defesa. Considerou o julgador de primeira instância que as decisões judiciais e também administrativas, mesmo que reiteradas, sem uma lei que lhes atribua eficácia, não constituem normas complementares do Direito Tributário, e não podem ser estendidas genericamente a outros casos, aplicandose somente à questão em análise e vinculando as partes envolvidas naqueles litígios (fl. 45). O Interessado informou gastos com despesas médicas no valor total de R$ 7.461,70, sendo que, deste montante, foram glosados R$ 5.311,35. O Contribuinte defende que toda a documentação para respaldar as despesas foi apresentada durante o procedimento fiscal. Foi observado que, em sede de impugnação, o contribuinte apresentou unicamente o documento denominado “Atestado e Relatório Médico” (fls. 35), emitido pelo Fl. 76DF CARF MF 4 profissional da área médicas, o Neurologista, Dr. César Luiz Bertonha, que não comprova qualquer despesa informada. Assim, o julgador originário considerou que não houve comprovação necessária, mantendo a glosa efetuada no valor de R$ 5.311,35. Dito isso, em relação a pensão alimentícia judicial em favor dos filhos, Pedro e Laura Sanchez, o contribuinte informou o valor total de R$ 43.652,20. Deste montante, a autoridade fiscal glosou R$ 28.595,60 (fl. 6) , sob a justificativa de que os comprovantes de transferência bancária evidenciam pagamentos apenas no valor de R$ 15.063,60, tendo sido desconsideradas todas as transferências efetuadas aos alimentandos por Josephina Quintana, mãe do Contribuinte. A autoridade julgadora, constatou que o interessado, durante o procedimento fiscal, comprovou a fixação da pensão, nos termos da Legislação. Entretanto, reafirmou a motivação da glosa, que consistiu na falta de comprovação de parte dos pagamentos, tendo em vista que não foram aceitos, pela autoridade fiscal, as transferências efetuadas por Josephina Quintana, mãe do contribuinte, aos alimentandos. Em sua defesa, o impugnante alegou que reembolsou sua genitora pelos pagamentos realizados a título de pensão alimentícia, tendo juntado Planilha demonstrativa das devoluções bem como transferências bancárias à Josephina Quintana (fls. 23/34). O juízo originário considerou que a demonstração e prova das despesas realizadas devem ser cabais não sendo o caso dos autos, pois permanece a dúvida sobre quem, de fato, arcou com as despesas, já que os documentos anexados não conseguem revelar vinculação com a pensão alimentícia devida. Dessa forma, considerando o conteúdo dos autos, a decisão de primeira instância (fls. 4249) julgou improcedente a impugnação, mantendo integralmente o lançamento. Ciente da decisão de primeira instância no dia 04/02/2016 (fl. 51), interpôs recurso voluntário no dia 04/03/2016, fls. 54/60. Alega nas razões recursais que há dever de observar questões constitucionais e que há direito em considerar os valores arcados por sua genitora, e restituídos por este, a título de pensão alimentícia instituída em juízo. Não há argumentos relacionados a glosa de despesas médicas. Não há juntada de novos documentos nesta fase. É o relatório. Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10830.723560/201510 Acórdão n.º 2402005.538 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Bianca Felicia Rothschild Relatora O recurso é TEMPESTIVO, eis que intimado da decisão no dia 04/02/2016, interpôs recurso voluntário no dia 04/03/2016, atendendo também às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser CONHECIDO. Da dedução de Pensão Alimentícia Judicial Relativamente à dedução de pensão alimentícia, o art. 78 do Regulamento de Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/1999) esclarece que: Art. 78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4o, inciso II). No caso concreto, o contribuinte pleiteou dedução a título de pensão alimentícia judicial no valor de R$ 43.652,20. Deste montante, a autoridade fiscal glosou R$ 28.595,60, sob a justificativa de que os comprovantes de transferência bancária evidenciam pagamentos apenas no valor de R$ 15.063,60, tendo sido desconsideradas todas as transferências efetuadas aos alimentandos por Josephina Quintana, mãe do Contribuinte. Alega o contribuinte que os valores glosados foram pagos por sua genitora e reembolsados posteriormente pelo mesmo. Anexa documentos de fls. 23 a 34 com tabela ilustrativa das transferências e respectivos comprovantes de depósito. Deveras o contribuinte comprova constantes transferências à sua genitora, em datas próximas em que a pensão alimentícia deveria ser paga, em valores que aparentam se conectar com os depositados por sua genitora aos alimentandos, no entanto, entendo que não se desincumbiu de sua obrigação de provar as operações para fins de dedução de tais valores do imposto de renda, eis que não há como saber se, de fato, tais valores são compatíveis com os declarados, existindo verdadeira nebulosidade sobre os mesmos. Sendo assim, entendo que não foi anexada aos autos comprovação irrefutável de pagamento das parcelas a título de pensão alimentícia, requisito essencial ao requenhecimento da respectiva dedução. Neste sentido, vale citar Súmula CARF nº 98: A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda pessoa física é permitida, em face das normas de Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a Fl. 78DF CARF MF 6 partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. Entendo, por fim, que não há qualquer tipo de violação constitucional ou cerceamento de defesa, ponto em que sigo o entendimento do juízo original, por ser evidente o contraditório e a ampla defesa, pelo simples fato da existência do recurso e das intimações regulares (dentre outros fatores), que oportunizaram ao contribuinte alegar o que considerasse adequado e provar os fatos narrados, ônus que lhe pertence, do qual, em minha visão, não se desincumbiu. Assim, temse que a razão da glosa é firme na ausência de comprovação dos fatos e a irresignação do contribuinte não se firma sobre argumentos capazes de afastar o ato, que deve ser mantido. Voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para manter o Crédito Tributário constituído. (assinado digitalmente) Bianca Felicia Rothschild. Fl. 79DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13520.000307/2009-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1999 a 31/08/1999
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO.
Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2401-004.515
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para retificar o dispositivo do acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: Relator
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score : 1.0
Numero do processo: 10166.723214/2014-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009, 2010, 2011, 2012
NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO.
Uma vez constatado que parte da matéria impugnada não foi apreciada pelo colegiado de primeira instância, impõe-se a declaração de nulidade parcial da decisão recorrida, devendo os autos retornarem à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão, evitando-se o cerceamento do direito de defesa e supressão de instância.
Numero da decisão: 2202-003.567
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, declarar a nulidade parcial da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009, 2010, 2011, 2012 NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO. Uma vez constatado que parte da matéria impugnada não foi apreciada pelo colegiado de primeira instância, impõe-se a declaração de nulidade parcial da decisão recorrida, devendo os autos retornarem à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão, evitando-se o cerceamento do direito de defesa e supressão de instância.
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DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OMISSÃO. Uma vez constatado que parte da matéria impugnada não foi apreciada pelo colegiado de primeira instância, impõese a declaração de nulidade parcial da decisão recorrida, devendo os autos retornarem à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão, evitandose o cerceamento do direito de defesa e supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, declarar a nulidade parcial da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 32 14 /2 01 4- 22 Fl. 1364DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 2 Reproduzo o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP), que bem descreveu os fatos ocorridos até a decisão daquela instância. Contra o sujeito passivo acima identificado foi lavrado o auto de infração de fl. 1043/1080, em 19/05/2014, relativo ao imposto sobre a renda das pessoas físicas dos exercícios 2009, 2010, 2011 e 2012, anoscalendário 2008, 2009, 2010 e 2011, respectivamente, no qual se exige imposto sujeito à multa de ofício, no valor de R$ 1.186.670,79, além dos acréscimos legais previstos na legislação de regência, totalizando crédito tributário de R$ 3.338.562,62 (demonstrativo à fl. 1081). De acordo com o Termo de Verificação Fiscal de fl. 1061/1068, que é parte integrante do auto de infração, a ação fiscal foi realizada em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal MPF n° 01.1.01.002013007073, abrangendo o período de 2008 a 2011, expedido no contexto da apuração de fraudes na entrega de Declarações do Imposto de Renda da Pessoa Física. A autoridade fiscal descreveu os fatos que motivaram a fiscalização, nestes termos (fl. 1061/1062): O referido Mandado de Procedimento Fiscal foi expedido em decorrência de investigação levada a efeito pelo setor de pesquisa e investigação da Receita Federal do Brasil, que identificou um grupo especializado em "assessorar" contribuintes que buscavam incrementar os valores de imposto a restituir. O esquema baseavase essencialmente em informar nas declarações de imposto de renda da pessoa física pagamentos fictícios a terceiros. Estas despesas deduzidas da base de calculo do imposto, reduziam o valor do imposto devido e conseqüentemente aumentavam o valor do imposto a restituir. De acordo com o Relatório de Informação de Pesquisa e Investigação, elaborado pelo Escritório de Pesquisa e Investigação da Ia Região Fiscal ESPEI/1RF da Secretaria da Receita Federal do Brasil (fls. 510 a 522), tal esquema era realizado por Luís Joubert dos Santos Lima, conhecido por Dr. Santos e por mais algumas outras pessoas comandadas por ele, o qual cobrava pelo "serviço", tanto para elaborar as declarações como também um percentual incidente sobre o valor de o imposto restituído indevidamente. Diante disso, foi expedido, a pedido do Ministério Público Federal, Mandado de Busca e Apreensão pela juíza Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12a Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal (fls.507 a 509). para serem cumpridos nos endereços apontados no referido pedido. Referido mandado foi cumprido nos termos em que foram determinados, sendo apreendidos documentos e computadores, em residências e escritórios de pessoas que participaram da fraude tributária em diversas declarações de imposto de renda de vários contribuintes. Fl. 1365DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.365 3 Dentre os documentos apreendidos foi encontrada uma relação de números de CNPJ válidos e de nomes das pessoas jurídicas que eram informados falsamente como beneficiários dos pagamentos nas declarações. A identificação dos contribuintes que em princípio teriam se beneficiado do esquema, ocorreu, conforme relatório do ESPEI/13 por meio de diversos cruzamentos de informações nos sistemas da Receita Federal do Brasil. A partir daí, foi possível identificar os Protocolos da Internet IP (protocolo de comunicações utilizado pelos computadores conectados à Internet) que eram utilizados para transmitirem as referidas declarações. Dessa forma, foram expedidos em tomo de setecentos Mandados de Procedimento Fiscal, dentre eles o relativo ao contribuinte acima identificado, cujas respectivas declarações de imposto de renda, que apresentaram indícios de irregularidades, teriam sido transmitidas pelos IP's identificados pelo ESPEI/1aRF. A fiscalização teve início em 19/04/2013, quando o contribuinte tomou ciência (fl. 2/3) do procedimento fiscal e foi intimado a apresentar os documentos comprobatórios das deduções pleiteadas em suas declarações da pessoa física relativas aos exercícios de 2009 a 2012. Posteriormente, o procedimento foi ampliado para incluir a verificação dos rendimentos isentos e não tributáveis e também omissão de rendimentos de aluguéis, tendo sido, ao final, apuradas as seguintes infrações à legislação tributária pela autoridade fiscal: • Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica Omissão de rendimentos de aluguéis Omissão de rendimentos de aluguéis relativos aos prédios comerciais e residenciais objetos das inscrições: 4.788.3405, 1.760.8848, 1.760.926 7 e 1.727.2092. Fato Gerador Valor Apurado R$ Multa (%) 31/12/2008 324.832,45 150,00 31/12/2010 340.507,97 150,00 31/12/2010 367.920,14 150,00 31/12/2011 365.539,18 150,00 • Rendimentos recebidos por sócios de empresas Omissão de rendimentos recebidos a título de lucro distribuído (real, presumido ou arbitrado) excedente ao escriturado Rendimentos pago a sócio ou acionista de pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, excedente ao valor escriturado. Fl. 1366DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 4 Fato Gerador Valor Apurado R$ Multa (%) 31/12/2008 698.489,14 150,00 31/12/2009 722.884,33 150,00 31/12/2010 638.510,10 150,00 31/12/2011 668.426,59 150,00 • Dedução da base de cálculo (ajuste anual) Dedução indevida de despesas médicas Redução da base de cálculo do imposto de renda apurado na Declaração de Ajuste Anual com dedução a título de despesas médicas, pleiteadas indevidamente. Fato Gerador Valor Apurado R$ Multa (%) 31/12/2009 2.988,05 75,00 31/12/2010 10.483,20 75,00 31/12/2011 22.775,32 150,00 • Dedução da base de cálculo (ajuste anual) Dedução indevida de pensão judicial Redução da base de cálculo do imposto de renda apurado na Declaração de Ajuste Anual com dedução a título de pensão judicial, pleiteada indevidamente. Fato Gerador Valor Apurado R$ Multa (%) 31/12/2008 39.000,00 150,00 31/12/2009 43.840,00 150,00 31/12/2010 46.600,00 150,00 31/12/2011 25.800,00 150,00 Cientificado do lançamento na data de 21/05/2014 (fl.1083/1084), o fiscalizado impugnou a exigência em 18/06/2014, por intermédio do instrumento de fl. 1086/ 1117, apresentado pelos seus procuradores regularmente constituídos (procuração à fl. 1118). A impugnação se baseou, em síntese, nas seguintes razões de fato e de direito sustentadas na peça de defesa: a) o impugnante contesta que haja qualquer tipo de relacionamento seu ou de suas declarações de IRPF com as pessoas citadas na investigação referida no Termo de Verificação Fiscal de fl. 1061/1068, ou mesmo da representação fiscal, processo n° 10166.723.563/201444; b) o impugnante não manteve e nem mantém qualquer tipo de relacionamento com indivíduos citados na investigação referida no termo de verificação fiscal ou na representação fiscal; Questões preliminares: Fl. 1367DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.366 5 c) o lançamento seria nulo, porquanto a ação fiscal se estendeu de abr/ 2013 a mai/2014, sendo que o prazo regulamentar de conclusão dos trabalhos seria de em 60 (sessenta) dias, a não ser que a autoridade competente tenha promovido as respectivas prorrogações e que estas tenham sido informadas ao impugnante; o que não aconteceu; d) ademais, no curso da fiscalização, o procedimento teria sido ampliado para incluir a verificação dos rendimentos isentos e não tributáveis e omissão de rendimentos de aluguéis, sem que outro MPF fosse expedido e cientificado ao impugnante; e) uma vez que o impugnante não foi cientificado das prorrogações de prazo, se existentes, é certo que a autoridade fiscal não tinha autorização para prosseguir e concluir os trabalhos, faltandolhe competência legal que implica em nulidade do procedimento; f) um outro vício do procedimento, que importa no cerceamento do seu direito de defesa, seria o fato de o termo de verificação fiscal trazer informações no sentido de que foram expedidas várias intimações a terceiros, para que prestassem informações, com a consequente juntada de documentos diversos, sem que disso fosse dada a ciência ao impugnante; g) a juntada de documentos obtidos junto a terceiros, sem que estes tenham sido trazidos, na época oportuna, até ao impugnante implicaria em vício de cerceamento do direito de sua defesa e por conseqüência, na anulação de todos os atos que se seguiram, até porque, tratase de intimação incompleta; h) o lançamento da omissão de rendimentos de alugueis (item 001 do autor de infração) também seria nulo, "uma vez que decorrentes de procedimentos alicerçados em dados e condutas inservíveis aos fatos noticiados"; i) a infração apontada se relaciona a imóvel cedido ao Posto Iticar Ltda., mediante contrato de comodato/locação gratuita, em relação ao qual foi arbitrado aluguel à razão de 10% do valor do imóvel, constante da guia do IPTU, arbitramento esse efetuado, segundo consta, com base no art. 49, parágrafo 1°, do RIR/99; j) contudo, tendo a empresa ocupante do imóvel como sócio o impugnante, não há por que estabelecer aluguel em patamar muito superior àquele aceitável na cidade do GAMA, onde o índice médio não chega a 4% (quatro por cento) anual; k) assim, os valores de arbitramentos que instruíram a cobrança são indevidos, eis que não atendem às disposições mínimas aceitáveis para casos semelhantes; l) em situação semelhante, o Tribunal Federal da 4a Região anulou um lançamento apurado na forma de arbitramento, onde o fisco fugiu do principio da finalidade do referido procedimento Fl. 1368DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 6 e buscou valores inservíveis como base de cálculo, em face da discrepância com a realidade; m) para que o arbitramento abrangendo todos os imóveis tivesse condições de prevalecer como forma de cobrança do IRPF, deveria atender, no mínimo, aos ditames do art . 148 da Lei n° 5.172, de 1966; n) não se pode confundir 'arbitramento com 'arbitrariedade, e no caso presente, considerando as características de cada imóvel, sua localização, bem como a baixa taxa de ocupação na cidade do GAMA, com certeza o procedimento tendente a cobrança do imposto deve estar fundamentado em elementos idôneos e não apenas em percentual previsto para os casos de cessão gratuita; Questões de mérito: o) a infração apontada no item 001 do auto de infração (omissão de receitas decorrentes de aluguéis de imóveis) é insubsistente; ela não decorre de omissão comprovada, mas de um procedimento inicial de pesquisa junto a alguns locatários, linha de fiscalização posteriormente abandonada para, no prosseguimento, efetuar um arbitramento alcançando os anos calendários de 2008 a 2011; p) o arbitramento foi totalmente injusto e ilegal, eis que o único parâmetro utilizado foi a aplicação do percentual anual de 10% sobre o valor de avaliação constante do cadastro do IPTU, muito embora dispusesse o fisco de várias outras informações, recibos e contratos, que atestam que o aluguel real é bem menor; q) tratase de parâmetro regulamentar aplicável apenas ao caso de cessão gratuita de imóvel e, por conseqüência, deve o referido levantamento fiscal ser considerado nulo por deficiência material, isto é, incorreção na apuração da base de cálculo do imposto; r) para que pudesse prevalecer a cobrança, o fisco teria que promover um aprofundamento probatório, com relação aos créditos/ingressos; s) o fisco, ao tipificar o fato gerador como omissão da receita, não pode fazêlo através de uma mera "presunção iuris", mas de uma prova efetiva e cabal dos elementos que justificariam a omissão; a aquisição de renda deve ser devidamente comprovada, e não meramente presumida, como no presente lançamento ora impugnado; t) a infração apontada no item 002 do auto de infração (omissão de rendimentos recebidos a título de lucro distribuído real, presumido ou arbitrado excedente ao escriturado) é insubsistente; u) não está na responsabilidade do impugnante a conferência dos registros contábeis das empresas declarantes nem tampouco o questionamento se estes cálculos estariam sendo considerados como corretos à luz da legislação comercial e tributária; Fl. 1369DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.367 7 v) ainda que as declarações de rendas a título de lucros distribuídos não estejam em conformidade com a legislação, não caberia a imposição de multa agravada, já que o impugnante desconhecia totalmente a questão, até o momento da autuação; e a penalidade aplicável admitida só poderia ser a mínima legal, ou seja, aquela decorrente de mero atraso no pagamento; w) a imputação de omissão de receitas pelo fisco apresentase inadequada e incorreta, pois referese a receitas declaradas pelo impugnante; x) caso se confirme a incorreção de valor na distribuição dos lucros, e se essa distribuição ocorreu a maior, a solução não é a tributação da diferença, já que o impugnante teria como responsabilidade a devolução do valor pago a maior, para a empresa; y) não sendo receita sua, o procedimento de tributação de valores pertencentes à empresa afigurase incorreto e deve ser declarado improcedente; z) ainda que tardia, a solução para a questão não é a tributação, mas a retificação das informações, trazendo os valores para aqueles que a legislação tributária considera como corretos; aa) a glosa dos valores deduzidos a título de despesas médicas foi indevida, pois se tratam de despesas efetivamente incorridas e devidamente comprovadas por documentos idôneos, que foram apresentados para a fiscalização; bb) ainda que alguma das despesas tivesse motivação regulamentar para sua exclusão, a imposição da multa de 150%, não teria motivação fundamentada na legislação constante da Lei n° 4.502, de 1964, c/c a Lei n° 9.430, de 1996; cc) a glosa dos valores deduzidos a título de pensão alimentícia judicial foi indevida, pois a pensão foi instituída por sentença no Processo de Exoneração n° 2010.01.1.1947152, da Sexta Vara de Família da Circunscrição Judiciária de Brasília, e os pagamentos foram efetivamente comprovados, mediante documentos entregues à fiscalização; dd) ainda que no entendimento da autuante a glosa em questão fosse cabível, por determinação regulamentar, a penalidade aplicável só seria possível no seu grau mínimo, e não em 150%, como ocorreu; ee) a situação descrita neste item de autuação não se refere a nenhuma hipótese daquelas previstas na Lei n° 9.430, de 1996, c/c a Lei n° 4.502, de 1964, que justificasse a aplicação de penalidade majorada; pelo contrário, tratase de despesa efetivamente incorrida e comprovada, tanto pelo desconto nos pagamentos de salário do impugnante, quanto pela determinação judicial; Fl. 1370DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 8 ff) no tocante à penalidade de 150% aplicada em itens do lançamento, embora tenha previsão na legislação tributária vigente, não deve ser mantida, porquanto representa imposição de caráter confiscatório, porquanto subtrai do patrimônio do impugnante a possibilidade de pagamento sem a respectiva insolvência; gg) ainda que devidamente prevista em regulamento, seja decorrente de decreto ou de lei ordinária, e mesmo que tais diplomas legais tenham sido recepcionados pelo sistema vigente, o dispositivo que trata da penalidade estará incompatível com a ordem constitucional, e portanto, tornase ilegítima a cobrança, por representar o confisco vedado pelos mandamentos da Lei Fundamental; hh) nessa linha de raciocínio, reiterase a Súmula n° 25 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no sentido de que a presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos art. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 1964. Ao final, depois de citar farta doutrina e jurisprudência, a defesa solicitou o acolhimento das preliminares de nulidade suscitadas e o julgamento, quanto ao mérito, da improcedência da exigência. Requer ainda a realização de diligência para avaliação do valor real de locação do imóvel ocupado pelo "posto de gasolina". É o relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em em São Paulo (SP) julgou procedente em parte a impugnação, cuja decisão foi assim ementada: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009, 2010, 2011, 2012 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. No processo administrativo fiscal, são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Outras irregularidades, incorreções ou omissões não implicam em nulidade do lançamento e podem ser sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. IMÓVEL CEDIDO GRATUITAMENTE. DEZ POR CENTO DO VALOR VENAL DO IMÓVEL. RENDIMENTO TRIBUTÁVEL. Constitui rendimento tributável, na declaração de rendimentos, o equivalente a dez por cento do valor venal de imóvel cedido gratuitamente, ou do valor constante da guia do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU correspondente ao anocalendário da declaração. Fl. 1371DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.368 9 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO. COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. O lançamento do crédito tributário com base em ilações, sem a concreta demonstração da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, é insubsistente, devendo ser cancelada a exação desses casos. LUCRO PRESUMIDO. FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE TRIBUTOS. MAJORAÇÃO INDEVIDA DO LUCRO CONTÁBIL. Ao apurar e escriturar tributos em valor menor do que o devido em face da legislação, a empresa optante pelo lucro presumido majora o lucro contábil de forma artificial e indevida, com infração à legislação tributária. A parcela do lucro contábil distribuído aos sócios correspondente ao valor dos tributos que deixaram de ser contabilizados não se enquadra na não incidência prevista no art. 10 da Lei nº 9.249, de 1995, e devem ser oferecidos à tributação no ajuste anual. REVENDA DE COMBUSTÍVEL POR COMERCIANTE VAREJISTA. PIS/COFINS. PASEP. NÃO INCIDÊNCIA. É improcedente a apuração da Cofins e do Pis/Pasep sobre a mesma base de cálculo do IRPF e da CSLL no caso de receitas provenientes da revenda de combustível realizada por estabelecimento comercial varejista, pois a legislação tributária prevê alíquota de zero por cento para ambas as contribuições. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA QUALIFICADA. PREVISÃO. Nos casos de lançamentos de ofício, deve ser aplicada multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Esse percentual é duplicado nos casos de sonegação, fraude ou conluio, conforme definidos nos art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte A decisão da DRJ excluiu parte do crédito tributário lançado, conforme tabela abaixo: DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSOLIDADO (em R$) EXERCÍCIO 2009 EXIGIDO EXCLUÍDO MANTIDO IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 150%) 290.709,10 178.481,21 112.227,89 MULTA DE OFÍCIO 150% (passível de redução) 436.063,65 267.721,82 168.341,83 TOTAL 726.772,75 446.203,04 280.569,71 EXERCÍCIO 2010 EXIGIDO EXCLUÍDO MANTIDO IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 150%) 210.849,19 92.833,67 118.015,52 MULTA DE OFÍCIO 150% (passível de redução) 316.273,79 139.250,50 177.023,28 IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 75%) 821,71 0,00 821,71 Fl. 1372DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 10 MULTA DE OFÍCIO 75% (passível de redução) 616,28 0,00 616,29 TOTAL 528.560,97 232.084,17 296.476,80 EXERCÍCIO 2011 EXIGIDO EXCLUÍDO MANTIDO IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 150%) 383.709,11 266.322,94 117.386,17 MULTA DE OFÍCIO 150% (passível de redução) 575.563,67 399.484,40 176.079,26 IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 75%) 2.882,88 0,00 2.882,88 MULTA DE OFÍCIO 75% (passível de redução) 2.162,16 0,00 2.162,16 TOTAL 964.317,82 665.807,34 298.510,47 EXERCÍCIO 2012 EXIGIDO EXCLUÍDO MANTIDO IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 150%) 291.435,59 176.398,55 115.037,04 MULTA DE OFÍCIO 150% (passível de redução) 437.153,38 264.597,82 172.555,56 IMPOSTO SUPLEMENTAR (sujeito à multa de 75%) 6.263,21 0,00 6.263,21 MULTA DE OFÍCIO 75% (passível de redução) 9.394,82 4.697,41 4.697,41 TOTAL 744.247,00 445.693,78 298.553,22 Tendo em vista que o total do crédito exonerado foi superior ao limite de alçada previsto na Portaria MF nº 03/2008, que é de um milhão de reais, foi interposto Recurso de Ofício. Cientificado da decisão em 07/04/2015, por via postal (A.R. de fl. 1.292), o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 04/05/2015 (fls. 1.294 a 1.359), no qual repisa os argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Relator. Tratase de lançamento de ofício contra o Contribuinte acima identificado, relativo ao imposto sobre a renda da pessoa física dos exercícios 2009, 2010, 2011 e 2012 (anoscalendário 2008, 2009, 2010 e 2011), no qual se exige imposto de renda no valor de R$ 1.186.670,79, além dos acréscimos legais previstos na legislação de regência, totalizando crédito tributário de R$ 3.338.562,62. Tendo em vista que o total do crédito exonerado pela DRJ foi superior ao limite de alçada previsto na Portaria MF nº 03/2008, que é de um milhão de reais, o Recurso de Ofício deve ser conhecido. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Inicialmente cabe observar que a decisão de primeira instância não se pronunciou sobre a qualificação da multa em relação à omissão de rendimentos de aluguéis. Transcrevo abaixo trecho do voto condutor da decisão recorrida sobre a qualificação da multa: Tratarei aqui apenas da penalidade aplicada sobre a omissão de rendimentos recebidos a título de lucro distribuído excedente ao escriturado (2008 a 2011) e sobre a dedução indevida de despesas médicas (2011), tendo em vista que, acolhido o presente voto, deverá ser cancelada a parcela do crédito Fl. 1373DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.369 11 tributário relacionada à omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica e à dedução indevida de pensão alimentícia, bem como, por via de consequência, a penalidade pecuniária a elas vinculadas. No entanto, a decisão não cancelou integralmente o crédito tributário relativo à omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica, tendo restado ainda a tributação sobre alguns valores, conforme se depreende do excerto do voto condutor abaixo: Analisando os elementos de prova do processo, constato que, na qualidade de comodante, o contribuinte celebrou contrato de comodato com Auto Posto Iticar Ltda. (fl.561/562), datado de 15/01/2003, pelo prazo de vinte anos, tendo por objeto os seguintes imóveis de sua propriedade: a) lote 680 da QI 07, Setor Leste Industrial, com 800m2, matrícula 4361; b) lote 700 da QI 07, Setor Leste Industrial, com 800m2, matrícula 4260; c) lotes 720 da QI 07, Setor Leste Industrial, com 800m2, matrícula 4261. Inicialmente, observo que, nesse caso específico, a matéria em litígio não trata de arbitramento, conforme impropriamente referido tanto no relatório fiscal como na impugnação. O parágrafo 1° do art. 49 do Regulamento do Imposto de Renda, acima transcrito, estabelece que, no caso cessão gratuita, o montante correspondente a dez por cento do valor venal do imóvel, ou do valor constante da guia do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU, se constitui em rendimento tributável sujeito ao ajuste anual na declaração de rendimentos. Ao ceder imóveis seus gratuitamente para a pessoa jurídica, o interessado deveria ter oferecido à tributação, no ajuste anual, o valor correspondente a 10% do valor venal do imóvel ou do valor constante da guia do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU correspondente ao anocalendário da declaração, nos termos da legislação tributária já citada. Ao não fazêlo, incorreu em omissão de rendimentos passível de lançamento de ofício pela administração tributária, com os acréscimos legais previstos nesse caso, pelo que deverá ser mantido crédito tributário neste caso, no valor de R$ 236.281,47 em 2008; R$ 253.175,59 em R$ 2009; e R$ 285.177,77 em 2010 e 2011, conforme demonstrativo à fl. 1071. (destaquei) Também se observa das tabelas denominadas "Demonstrativos dos Valores (em R$)", ao final do voto condutor da DRJ (fls. 1.282/1.284), que foi realmente mantida pela decisão a quo a tributação sobre os valores acima descritos, relativos à omissão de rendimentos de aluguéis. Fl. 1374DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA 12 Assim, concluo que a decisão de primeira instância contém um vício que merece ser reparado, pois foi omissa quanto ao pedido do Contribuinte para desqualificar a multa de ofício em relação à omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica, na parte em que o lançamento restou confirmado pela DRJ. Em tais condições, o Decreto nº 70.235/72 impõe a declaração de nulidade da decisão recorrida: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Assim, uma vez constatado que parte da matéria impugnada não foi apreciada pelo colegiado de primeira instância, impõese a declaração de nulidade parcial da decisão recorrida, devendo os autos retornar à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão, evitandose o cerceamento do direito de defesa e supressão de instância. Esclareçase não ser possível a aplicação do §3º acima transcrito, uma vez que eventual decisão de mérito proferida nesta instância administrativa de julgamento favorável ao sujeito passivo implicará prejuízo à Fazenda Nacional, caracterizando supressão de instância, uma vez que foi interposto Recurso de Ofício, o qual abarcaria a matéria que foi omitida. Por economia processual, é desnecessário prosseguir na análise dos demais argumentos dos recorrentes e aferir o posicionamento de todos os membros do Colegiado a respeito deles. Diante do exposto, voto no sentido de declarar a nulidade parcial da decisão recorrida, determinando o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), para que seja prolatada nova decisão suprindo a omissão apontada. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 1375DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10166.723214/201422 Acórdão n.º 2202003.567 S2C2T2 Fl. 1.370 13 Fl. 1376DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 11516.006696/2008-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
PDV. COMPROVAÇÃO. A existência de plano de demissão incentivada deve ser comprovada formalmente. No caso dos autos, a existência de mensagens eletrônicas trocadas entre particulares sobre o assunto não caracteriza a existência do plano.
PREVIDÊNCIA PRIVADA. ATUALIZAÇÃO DE VALORES. Os valores das contribuições a planos de previdência privada são atualizados conforme legislação pertinente. No caso dos autos, foram utilizados os índices do art. 5 da IN RFB 1.343/2013.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.534
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negar-lhe provimento
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 PDV. COMPROVAÇÃO. A existência de plano de demissão incentivada deve ser comprovada formalmente. No caso dos autos, a existência de mensagens eletrônicas trocadas entre particulares sobre o assunto não caracteriza a existência do plano. PREVIDÊNCIA PRIVADA. ATUALIZAÇÃO DE VALORES. Os valores das contribuições a planos de previdência privada são atualizados conforme legislação pertinente. No caso dos autos, foram utilizados os índices do art. 5 da IN RFB 1.343/2013. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negar-lhe provimento (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
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COMPROVAÇÃO. A existência de plano de demissão incentivada deve ser comprovada formalmente. No caso dos autos, a existência de mensagens eletrônicas trocadas entre particulares sobre o assunto não caracteriza a existência do plano. PREVIDÊNCIA PRIVADA. ATUALIZAÇÃO DE VALORES. Os valores das contribuições a planos de previdência privada são atualizados conforme legislação pertinente. No caso dos autos, foram utilizados os índices do art. 5 da IN RFB 1.343/2013. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 66 96 /2 00 8- 50 Fl. 246DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negarlhe provimento (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira. Fl. 247DF CARF MF Processo nº 11516.006696/200850 Acórdão n.º 2401004.534 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Recurso Voluntário interposto em 24/03/2015 em face do Acórdão 0832.534 1a. Turma da DRJ/FOR, que considerou parcialmente procedente a impugnação do contribuinte para o crédito tributário objeto deste processo administrativo. A ciência à decisão recorrida deuse em 20/02/2015. O lançamento fiscal referese à omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, conforme a seguir: Fundação Sistel de Seguridade Social – R$ 138.882,94 TIM Participações – R$ 44.928,00 Considerando que não houve intimação prévia, o lançamento foi primeiramente analisado pela DRF de origem, através de Termo Circunstanciado, no qual o valor do lançamento restou modificado de R$ 50.548,01 para R$ 33.209,87 (Despacho Decisório à efl. 163/165). O Acórdão de Impugnação, a seguir ementado, manteve o valor do imposto a pagar. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2005 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Prevalece parte do lançamento de ofício da infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas, não oferecidos a tributação na Declaração de Ajuste Anual, e devidamente informados em DIRF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Constitui rendimento tributável na declaração o montante do resgate/benefício recebido de entidade de previdência privada. Somente se exclui da incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de rendimentos o valor do resgate de contribuições de previdência privada recebido por ocasião de desligamento do plano de benefícios da entidade de previdência privada, cujo ônus tenha sido da pessoa física, que corresponder às parcelas de contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Dispositivos Legais: arts. 39, XXXVIII, e 43, XIV, 623 e 633 do RIR/99 (Decreto nº 3.000/99). OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PROGRAMA DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). TRIBUTAÇÃO Consideramse Programas de Demissão Voluntária apenas os instituídos pelas pessoas jurídicas a título de incentivo à demissão voluntária de seus empregados, e entendese como verba indenizatória contemplada pela dispensa de constituição de créditos tributários, nos termos da IN SRF nº 165, de 1998, os valores especiais recebidos a título de incentivo à adesão a PDV; quaisquer outros rendimentos, mesmo que decorrentes de acordo entre as partes e remunerados a título de indenizações, por caracterizar mera liberalidade do empregador, devem compor o rendimento bruto para efeito de tributação. Fl. 248DF CARF MF 4 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões judiciais não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão, à exceção das decisões do STF sobre inconstitucionalidade da legislação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 PEDIDO DE DILIGÊNCIA. Presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de realização de diligência. O recorrente aduz as seguintes razões. Entende que uma parcela dos rendimentos recebidos na rescisão contratual com a TIM e de outras, no caso da SISTEL, já anteriormente tributadas na fonte, constituídas pelas contribuições custeadas pelo próprio recorrente, inerentes ao período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995 seria não tributável, conforme art. 39 do Decreto 3000/1999. Adicionalmente, dois rendimentos seriam tributados exclusivamente na fonte, sendo, um representado por parcela correspondente às contribuições do associado, incidentes sobre o 13. salário do período integral de contribuição – janeiro 1978 a abril de 2005 – e o outro, representado pelo resultado dos rendimentos financeiros obtidos pela aplicação dos fundos para preservação do poder aquisitivo das contas de participação dos associados, bem como, do próprio custeio operativo da fundação (SISTEL). Tentou, sem sucesso, junto à TIM e à SISTEL corrigir os erros relativos aos rendimentos tributáveis. Decidiu então elaborar cálculo estimado de quanto representariam os valores das suas contribuições a SISTEL no período janeiro/1989 a dezembro/1995 e, juntamente com o valor pago pela TIM, identificado como incentivo ao desligamento do quadro de pessoal, declarou tais valores como isentos ou não tributáveis. Adicionalmente, também foi tributado o valor de R$ 44.928,00 recebido a título de incentivo ao desligamento aos empregados de faixa etária avançada, muitos oriundos do Sistema Telebrás. Cita jurisprudência. Na decisão de primeira instância teria sido mantida a tributação sobre valores recebidos da SISTEL, inclusive os decorrentes de 13o. salário, nos respectivos valores históricos das datas em que ocorreram, e também mantida a tributação relativa aos rendimentos pelo desligamento voluntário haja vista não ter ficado comprovado a existência do plano de desligamento voluntário. O contribuinte alega que as contestações relevantes que implicariam em modificações substantivas da base de cálculo do imposto sequer foram mencionadas no relatório do julgador a quo. Entende que a contestação não analisada importa em bitributação dos valores recebidos (contribuições efetuadas pelo associado incidentes sobre o 13o salário anual, que já teriam sido tributadas exclusivamente na fonte por ocasião dos pagamentos, durante o período jan/1978 a abr/2005). Argumenta que a atualização dos valores das contribuições informadas pela SISTEL, que diferem das que havia efetuado, o que estaria causando a diferença entre os valores que apurou e os definidos na decisão a quo. As contribuições do período jan/1989 a dez/1985 foram informadas pela Fundação SISTEL em valores históricos e nas moedas ou bases monetárias da época em que ocorreram. Entendo que a atualização com base na IN RFB Fl. 249DF CARF MF Processo nº 11516.006696/200850 Acórdão n.º 2401004.534 S2C4T1 Fl. 4 5 1343/2013 é inaplicável pois se destina a três tipos de situações específicas, nas quais, em nenhuma delas se enquadra a situação do contribuinte. O contribuinte não se aposentou pela Fundação SISTEL. Aderiu ao pedido de demissão incentivada e pelo resgate do saldo de sua conta de participação e, portanto, não há subsunção legal à norma da RFB. O julgador a quo não atendeu o pedido do recorrente no sentido de intimar a SISTEL para que informe os valores exatos relativos a contribuições que devem ser abatidas dos rendimentos tributáveis, alegando que estaria fazendo prova em favor do contribuinte, com o que não pode concordar, e explicita os motivos no recurso. Entende que o valor recebido da TIM Participações S/A, equivalente a 6 (seis) salários que percebia à época, se trata de indenização, porquanto pago à titulo de incentivo à demissão voluntária dos empregados mais antigos, comprovado com Ata de Reunião de Diretoria como pacote de incentivo objetivando redução do quadro de pessoal. Cita jurisprudência e Súmula 215/1998 do STJ. Em suma, a)discorda dos cálculos de atualização dos valores isentos de tributação para as contribuições do período janeiro/1989 a dez/1995, efetuados pela autoridade fiscal, b) entende que não deve incidir tributação sobre as contribuições relativas a 13o salário do valor recebido da previdência privada, uma vez que a forma de tributação dessa parcela é diferente (definitiva na fonte), e c) que o valor de R$ 44.928,00 não deve ser tributado, pois se trata de parcela indenizatória recebida a título de Plano de Demissão Incentivada. É o relatório. Fl. 250DF CARF MF 6 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. Conforme a decisão a quo, o contribuinte deixou de declarar o valor de R$ 138.882,94, tendo em vista considerar que tais valores seriam isentos, pois se refeririam ao período jan/89 a dez/95, atualizados pelo próprio contribuinte. Na revisão de ofício, a Fundação SISTEL, intimada, apresentou planilhas dos valores das contribuições feitas pelo contribuinte, relativos ao período jan/89 a dez/95. As contribuições pagas pelo contribuinte para o plano de previdência referentes ao período jan/1989 a dez/1995 estão discriminados por mês de referência às efls. 146/148. Os valores foram atualizados pela autoridade fiscal utilizando os índices do art. 5 da IN RFB 1.343/2013. A planilha com os valores atualizados pela autoridade fiscal está às efls. 157/158. O montante apurado pela autoridade fiscal referente às contribuições de 1989/1995, atualizado até maio/2005, considerado não tributável, é de R$ 63.047,79. O recorrente entende que a atualização com base na IN RFB 1343/2013 é inaplicável no caso deste processo, pois se referem a: Ainda, afirma que os cálculos relativos à atualização dos valores não poderiam ter sido efetuados conforme a IN supra. Contudo, não indica qual seria o dispositivo legal que entende seria o correto. Ademais, verifico que a IN em questão tem como anexo a tabela para os referidos cálculos, cujo título é: REGIME PROGRESSIVO – AJUSTE ANUAL Tratamento tributário relativo à apuração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) aplicável aos valores pagos ou creditados por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria, resgate e rateio de patrimônio, correspondente às contribuições efetuadas, exclusivamente pelo beneficiário, no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Equivocouse o recorrente quando se refere aos casos especiais tratados pela IN nos artigos 2, 3 e 4. Deveria ter analisado o artigo 1 da IN, que trata de forma geral o objeto do instrumento legal, qual seja: Art. 1º Esta Instrução Normativa estabelece normas e procedimentos relativos ao tratamento tributário a ser aplicado na apuração do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF) Fl. 251DF CARF MF Processo nº 11516.006696/200850 Acórdão n.º 2401004.534 S2C4T1 Fl. 5 7 sobre os valores pagos ou creditados por entidade de previdência complementar a título de complementação de aposentadoria, resgate e rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência complementar, correspondentes às contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. O art. 7 da referida IN, vigente à época, reforça que a mesma se aplica ao caso de resgate de contribuições de previdência privada, conforme a seguir. Art. 7º O disposto nesta Instrução Normativa aplicase ao resgate de contribuições de previdência privada e ao rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência complementar. (grifei) A partir de 30/09/2014, a redação desse artigo fora modificada, mas sem alterar o item que interessa a este processo, conforme pode ser verificado a seguir. Art. 7º O disposto nesta Instrução Normativa aplicase ao resgate de contribuições de previdência privada, ao rateio de patrimônio em caso de extinção da entidade de previdência complementar e ao regime a que se refere o § 8º do art. 3º. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1495, de 30 de setembro de 2014) (grifei) Desta forma, entendo que, não apenas a referida IN é o instrumento legal para a atualização dos valores, como também possui em seu corpo a planilha demonstrativa de como devem ser feitas as atualizações dos referidos valores. Assim, não assiste razão ao contribuinte quanto a esse item do recurso, pois observo que a autoridade fiscal utilizou a planilha sugerida na referida IN, cujo título é bastante esclarecedor de que se aplica sim ao caso dos valores recebidos pelo recorrente. Melhor sorte não se observa no questionamento do contribuinte relativo às contribuições do 13o. salário, pois tais contribuições não foram incluídas na planilha de cálculos da efl. 157. Ademais, o contribuinte não juntou aos autos o demonstrativo dos valores mensais recebidos que propiciasse a análise de que os valores relativos ao 13o. foram incluídos no cálculo do IRRF recolhido pela fonte pagadora. Desta forma, não se pode analisar tal alegação por falta de elementos probatórios do direito do recorrente. Com relação à alegação sobre o Plano de Demissão Incentivada, s.m.j., o contribuinte não apresentou qualquer documento da empresa que corroborasse a existência de tal plano. Juntou sim emails e explicações sobre os motivos de ter recebido o valor adicional. Mesmo na explicação à efl. 232, a seguir transcrita, o recorrente admite que o plano não fora formalizado publicamente no âmbito da empresa. Desta forma, sem razão o recorrente, pois não apresentou documentação hábil e idônea capaz de afastar a tributação dos valores rescisórios recebidos por mera liberalidade da empresa. Fl. 252DF CARF MF 8 Dado o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente Maria Cleci Coti Martins. Fl. 253DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13826.720374/2011-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ATRAVÉS DE AÇÃO JUDICIAL. DEDUÇÃO DE DESPESAS NECESSÁRIAS AO SEU RECEBIMENTO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. A dedução das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento da renda está sujeita à comprovação (art. 12 da Lei nº 7.713/1988).
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos. Precedentes do STF e do STJ na sistemática dos artigos 543-B e 543-C do CPC.
INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA REFAZER O LANÇAMENTO. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. CANCELAMENTO DA EXIGÊNCIA. O lançamento adotou critério jurídico equivocado e dissonante da jurisprudência do STF e do STJ, impactando a identificação da base de cálculo, das alíquotas vigentes e, consequentemente, o cálculo do tributo devido. Não compete ao CARF refazer o lançamento com outros critérios jurídicos, mas apenas cancelar a exigência.
INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA RETIFICAR A DIRPF. 1. Não compete ao CARF retificar a declaração do contribuinte.
2. A retificação somente pode ser feita de acordo com as regras e os prazos estabelecidos na legislação tributária.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.466
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, a fim de cancelar o lançamento no tocante à acusação de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente.
(Assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(Assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Recorrente MARIA DOMINGAS DE OLIVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ATRAVÉS DE AÇÃO JUDICIAL. DEDUÇÃO DE DESPESAS NECESSÁRIAS AO SEU RECEBIMENTO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. A dedução das despesas com ação judicial necessárias ao recebimento da renda está sujeita à comprovação (art. 12 da Lei nº 7.713/1988). IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. O Imposto de Renda incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos. Precedentes do STF e do STJ na sistemática dos artigos 543B e 543C do CPC. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA REFAZER O LANÇAMENTO. RENDIMENTOS PERCEBIDOS ACUMULADAMENTE. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. CANCELAMENTO DA EXIGÊNCIA. O lançamento adotou critério jurídico equivocado e dissonante da jurisprudência do STF e do STJ, impactando a identificação da base de cálculo, das alíquotas vigentes e, consequentemente, o cálculo do tributo devido. Não compete ao CARF refazer o lançamento com outros critérios jurídicos, mas apenas cancelar a exigência. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA RETIFICAR A DIRPF. 1. Não compete ao CARF retificar a declaração do contribuinte. 2. A retificação somente pode ser feita de acordo com as regras e os prazos estabelecidos na legislação tributária. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 6. 72 03 74 /2 01 1- 44 Fl. 86DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e darlhe parcial provimento, a fim de cancelar o lançamento no tocante à acusação de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente. (Assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13826.720374/201144 Acórdão n.º 2402005.466 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 19ª Turma da DRJ/RJ1, cuja ementa e resultado são os seguintes: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase incontroversa a matéria não contestada. RENDIMENTOS OBTIDOS ACUMULADAMENTE. DECISÃO JUDICIAL. INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Os rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente, até 27 de julho de 2010, estão sujeitos à incidência do imposto de renda, juntamente com os juros e atualização monetária, no mês do recebimento ou crédito, devendo ser informados ainda na declaração de ajuste anual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Assim, foi mantida integralmente a exigência do crédito tributário constituído através de Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física, no valor total de R$ 9.945,06, decorrente da seguinte acusação: 1. Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica: confrontando o valor dos Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica declarados, com o valor dos rendimentos informados pelas fontes pagadoras em Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, para o titular e/ou dependentes, constatouse omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$17.544,96, conforme relacionado abaixo: Para julgar improcedente a impugnação, a decisão a quo se sustentou nas seguintes premissas: 1. a defesa deixou de contestar, expressamente, a infração de omissão de rendimentos recebidos da pessoa jurídica Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Assis, no valor tributável de Fl. 88DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 R$1.071,24. Tratase, pois, de matéria não impugnada, pelo que não será objeto de decisão no presente Acórdão; 2. quanto à infração de omissão de rendimentos recebidos da pessoa jurídica Caixa Econômica Federal, no valor tributável de R$16.473,72, a defesa alega que os rendimentos reputados omitidos decorrem de decisão da Justiça Federal em ação movida com vista ao recebimento de benefício previdenciário; 3. deve observar que o artigo 43, I, do CTN, determina que o fato gerador do imposto de renda é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de qualquer natureza, enquanto o § 2º do artigo 2º do RIR/99 determina que o imposto será devido pelas pessoas físicas à medida que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos; 4. a tributação no momento do recebimento, no caso de rendimentos recebidos acumuladamente, é expressamente determinada pelo artigo 56 do RIR/99, com base no artigo 12 da Lei nº 7.713/98; 5. assim, os rendimentos referentes a anos anteriores, recebidos por força de decisão judicial, devem ser oferecidos à tributação no mês de seu recebimento com incidência sobre a totalidade dos rendimentos, inclusive juros e atualização monetária (regime de caixa); 6. a edição do parecer pela PGFN nº 287/2009 não significa que a Fazenda Nacional tenha incorporado a interpretação de que o regime de caixa não pode ser aplicado na tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente [item 18 – “(...) o presente parecer não implica, em hipótese nenhuma, o reconhecimento da correção da tese adotada pelo STJ.”]; 7. com base no Parecer, foi editado Ato Declaratório PGFN nº1/2009, que autorizou a dispensa de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante (“devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias e a que se referem tais rendimentos, devendo o calculo ser mensal e não global”); 8. por ter o STF modificado entendimento anterior e reconhecido a repercussão geral à matéria nos RE nº 614.406 e nº 614.232, a PGFN exarou o Parecer PGFN/CRJ nº2.331 de 27/10/2010, que suspendeu a AD PGFN nº1, de 2009, voltando a vigência da regra de tributação pelo regime de caixa; 9. o artigo 12A da Lei nº 7.713/88 tratase de um regime especial, pelo qual o imposto é calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento do crédito; Fl. 89DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13826.720374/201144 Acórdão n.º 2402005.466 S2C4T2 Fl. 4 5 10. entretanto, considerando que o ADPGFN nº 1/2009 encontrase suspenso pelo Parecer nº 2.331/2010, e que os valores recebidos acumuladamente antes de 1º de janeiro de 2010 não se submetem ao regime especial do art. 12A da Lei nº 7.713/88, há que se aplicar o regime de caixa do artigo 12. A contribuinte tomou ciência da decisão em 07/04/2014 (fl. 45) e interpôs recurso voluntário em 06/05/2015 (fl. 46), alegando em síntese que: 1. em 2008, recebeu o valor de R$68.480,26, referente a uma ação judicial movida contra o INSS, deduzindo o IRRF no valor de R$ 2.054,41 e honorários advocatícios de R$ 20.544,07; 2. o advogado não emitiu o recibo referente aos honorários; 3. o próprio advogado elaborou a declaração da recorrente, tendo incorrido em erro; 4. obteve rendimentos tributáveis de aposentadoria no valor de R$1.071,24; 5. na DAA original, a contribuinte recolheu R$ 3.881,30; 6. contudo, e conforme elaboração correta da declaração (sem valor fiscal, pois não foi transmitida para a SRFB), o valor efetivamente devido seria de R$2.141,29, havendo, portanto, R$1.740,01 a ser restituído; 7. requer o cancelamento do crédito tributário apurado e a restituição no valor de R$ 1.740,01. Sem contrarrazões. É o relatório. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 Da omissão de rendimentos Conforme se observa na acusação fiscal, a recorrente teria omitido rendimentos (i) recebidos acumuladamente e (ii) oriundos de aposentadoria. No tocante aos rendimentos previdenciários, observase que a contribuinte não negou a existência da citada omissão, tendo se insurgido apenas contra a omissão dos rendimentos recebidos acumuladamente. Nesse particular, argumenta que os valores seriam oriundos de ação judicial e que a diferença não oferecida à tributação corresponderia aos honorários pagos ao advogado, o qual, contudo, não teria oferecido o recibo dos honorários. Argumenta, ainda, que o próprio advogado teria elaborado a sua DAA e que teria incorrido em erro, pois, se fosse apresentada a declaração correta, ela teria imposto a restituir. Ocorre, contudo, que a contribuinte não comprovou, através de recibo ou de nota fiscal, ter efetivamente pago a quantia mencionada a título de honorários advocatícios, não tendo se desincumbido de seu ônus probatório, ex vi do art. 15 do Decreto nº 70.235/1972 e do art. 12 da Lei 7713/1988, este último vigente à época do fato gerador. Entretanto, há circunstância jurídica de grande relevo para o caso em questão. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Até pelo uso do verbo (deverão), vêse que se trata de norma cogente, de aplicação obrigatória por parte deste Conselho. É sabido, ademais, que a tradição jurídica brasileira adotou a tese da nulidade absoluta do ato inconstitucional. Isto é, prevalece o entendimento segundo o qual são absolutamente nulos os atos normativos contrários à lei fundamental, pois tais atos são repudiados pela necessidade de se preservar o princípio da supremacia da Constituição e, consequentemente, a unidade da ordem jurídica nacional. Tomandose de empréstimo a assertiva do Min. Celso de Mello (STF, ADI 652), "esse postulado fundamental de nosso ordenamento normativo impõe que preceitos revestidos de menor grau de positividade jurídica guardem, necessariamente, relação de conformidade vertical com as regras inscritas na Carta Política, sob pena de sua ineficácia e de sua completa inaplicabilidade". Daí porque, nas palavras do citado Ministro: Fl. 91DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13826.720374/201144 Acórdão n.º 2402005.466 S2C4T2 Fl. 5 7 – Atos inconstitucionais são, por isso mesmo, nulos e destituídos, em conseqüência, de qualquer carga de eficácia jurídica. – A declaração de inconstitucionalidade de uma lei alcança, inclusive, os atos pretéritos com base nela praticados, eis que o reconhecimento desse supremo vício jurídico, que inquina de total nulidade os atos emanados do Poder Público, desampara as situações constituídas sob sua égide e inibe – ante a sua inaptidão para produzir efeitos jurídicos válidos – a possibilidade de invocação de qualquer direito. – A declaração de inconstitucionalidade em tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição deferida ao Supremo Tribunal Federal, consiste em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as conseqüências daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia da lei e das normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional. Esse poder excepcional – que extrai a sua autoridade da própria Carta Política – converte o Supremo Tribunal Federal em verdadeiro legislador negativo. (destacouse) Nessa toada, considerandose a nulidade absoluta do ato inconstitucional, e considerandose que a declaração de inconstitucionalidade alcança atos pretéritos praticados com base na lei destituída de carga de eficácia jurídica, devese conhecer de ofício da matéria que se passa a analisar e julgar logo abaixo. No caso concreto, vêse que os rendimentos cuja omissão foi apurada pela fiscalização são atinentes a uma ação judicial movida perante a Justiça Federal. Os valores a ela atinentes são de anoscalendário pretéritos e foram pagos de forma acumulada, tendo a DRJ entendido que os rendimentos recebidos acumuladamente estão sujeito à incidência do imposto no mês do recebimento ou crédito. Essa matéria, reiteradamente debatida no Judiciário e neste Conselho, foi solucionada definitivamente pelo STF por ocasião do julgamento do RE 614.406, com repercussão geral e trânsito em julgado, Rel. Min. Rosa Weber, tema 368, redigido nos seguintes termos: Tema 368 Incidência do imposto de renda de pessoa física sobre rendimentos percebidos acumuladamente. Como se vê, o citado tema trata exatamente da incidência do IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente, hipótese esta idêntica a dos autos, na qual os rendimentos acumuladamente percebidos pela recorrente foram objeto de lançamento de ofício que se baseou na premissa de que eles deveriam ser tributados no mês do seu recebimento (regime de caixa), e não de acordo com a época em que eles deveriam ter sido efetivamente pagos (regime de competência). Naquele recurso extraordinário, com trânsito em julgado em 09/12/2014, a Suprema Corte manteve o acórdão do TRF4, que decidiu pela inconstitucionalidade, sem redução de texto, da regra do art. 12 da Lei nº 7.713/88, no tocante aos rendimentos recebidos Fl. 92DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 acumuladamente decorrentes de remuneração, vantagem pecuniária, proventos e benefícios previdenciários, mormente para afastar o regime de caixa e determinar a incidência mensal para o cálculo do imposto de renda correspondente à tabela progressiva vigente no período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor (regime de competência). Foi seguida a divergência aberta pelo Min. Marco Aurélio, para quem os contribuintes, em casos idênticos aos dos autos, são penalizados duplamente, pois, não recebendo as parcelas nas épocas devidas, são compelidos a ingressar em Juízo e ainda sofrem a junção dos valores para efeito de incidência do imposto, o que viola o princípio da isonomia. Mais ainda, e considerando que o imposto de renda tem como fato gerador a disponibilidade econômica ou jurídica, não se poderia, na visão do citado Min., desconsiderar o fenômeno das épocas próprias, reveladas pela disponibilidade jurídica. A título de ilustração, segue a ementa do julgado: IMPOSTO DE RENDA – PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE VALORES – ALÍQUOTA. A percepção cumulativa de valores há de de ser considerada, para efeito de fixação de alíquotas, presentes, individualmente, os exercícios envolvidos. (RE 614406, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/10/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe233 DIVULG 26112014 PUBLIC 27 112014) A análise do tema, da ementa e do acórdão do recurso extraordinário demonstram que o caso julgado sob o regime da repercussão geral é idêntico ao dos autos. Mas não é só, pois a Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.118.429∕SP (Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 14.5.2010), sob a sistemática de que trata o art. 543C do CPC, já havia decidido que "o imposto de renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente." Segue a ementa do decisum: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS DE FORMA ACUMULADA. 1. O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do art.543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008. (REsp 1118429/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2010, DJe 14/05/2010) Cumpre observar que o regime jurídico instituído pela Lei nº 12.350/2010, conversão da Medida Provisória nº 497/2010, que acrescentou o art. 12A à Lei 7.713/1988, Fl. 93DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13826.720374/201144 Acórdão n.º 2402005.466 S2C4T2 Fl. 6 9 não é aplicável ao presente lançamento, pois aplicável apenas aos rendimentos recebidos nos anoscalendário 2010 e seguintes. Vejase: Art. 12A. [...]. § 7o Os rendimentos de que trata o caput, recebidos entre 1o de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicação da Lei resultante da conversão da Medida Provisória no 497, de 27 de julho de 2010, poderão ser tributados na forma deste artigo, devendo ser informados na Declaração de Ajuste Anual referente ao anocalendário de 2010. Em sendo assim, deve ser aplicado o art. 62, §2o, do RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343/2015, segundo o qual as decisões definitivas de mérito do STF e do STJ, na sistemática dos artigos 543B e 543C do CPC, devem ser reproduzidas pelas suas Turmas. Noutro giro verbal, o imposto deve ser apurado com base nas tabelas e nas alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, e não no mês do seu recebimento. Ocorre que o lançamento em apreço, ao determinar a tributação do imposto de renda no mês do recebimento, adotou critério jurídico totalmente equivocado e dissonante da jurisprudência do STF e do STJ. Esse critério equivocado impactou a identificação da base de cálculo e das alíquotas vigentes, impactando, por conseguinte, o cálculo do tributo devido, ex vi do art. 142 do CTN. A adoção do regime de competência, em substituição ao regime de caixa, poderia inclusive colocar os rendimentos numa faixa de isenção do imposto, ou, ainda, numa faixa de tributação menos onerosa ao recorrente. Não pode passar despercebido, também, o fato de que a distribuição dos valores mês a mês certamente atingiria exercícios pretéritos ao exercício objeto do recurso, o que demonstra que seria necessário outro lançamento de ofício, e não mera retificação do lançamento anteriormente efetuado. Cumpre lembrar que lançamento é justamente o procedimento administrativo (ou ato administrativo) tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, na dicção do art. 142 do CTN. No caso, repitase, houve incorreta identificação da base de cálculo, da alíquota e, por consequência, do montante do tributo devido. Nesse contexto, e como não compete a este Conselho refazer o lançamento com base em outros critérios jurídicos, mormente porque tal procedimento é da competência privativa da autoridade administrativa, deve ser cancelada a exigência. Em caso análogo, assim se decidiu: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2010 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. Em se tratando de rendimentos recebidos acumuladamente recebidos por força de ação judicial, embora a incidência ocorra no mês do pagamento, Fl. 94DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 10 o cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referem os rendimentos. Precedentes do STJ e Julgado do STJ sujeito ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF por força do art. 62A do Regimento Interno. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL. EQUÍVOCO NA APLICAÇÃO DA LEI QUE AFETOU SUBSTANCIALMENTE O LANÇAMENTO. INCOMPETÊNCIA DO JULGADOR PARA REFAZER O LANÇAMENTO. CANCELAMENTO DA EXIGÊNCIA. Ao adotar outra interpretação do dispositivo legal, o lançamento empregou critério jurídico equivocado, o que o afetou substancialmente, pois prejudicou a quantificação da base de cálculo, a identificação das alíquotas aplicáveis e o valor do tributo devido, caracterizandose um vício material a invalidá lo. Não compete ao órgão de julgamento refazer o lançamento com outros critérios jurídicos, mas tão somente afastar a exigência indevida. Recurso Voluntário Provido. (Número do Processo 13002.720640/201122, RECURSO VOLUNTÁRIO, Sessão de 11 de março de 2015, Relator(a) Marcelo Vasconcelos de Almeida, Acórdão nº 2802003.359) 3 Da restituição A recorrente argumenta que teria valor a ser restituído, pois, conforme simulação correta da sua declaração de ajuste, o valor efetivamente devido seria de R$2.141,29, e não de R$ 3.881,30, como originariamente pago, havendo, portanto, R$1.740,01 de restituição. Entretanto, e como dito acima, a recorrente não comprovou o montante pago a título de honorários advocatícios, não servindo a declaração unilateral de fl. 49, elaborada pela própria parte, como comprovante de pagamento. Sendo assim, não está correta a simulação da declaração retificadora juntada ao recurso, devendo ser indeferido o pedido de restituição. Ademais, e como a própria recorrente admite, para ser deferida a restituição, seria necessário retificar a sua declaração de ajuste anual, o que foge da competência deste Conselho. Com efeito, e conforme preleciona o art. 64 da Lei nº 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo federal, "o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência". Tendo competência apenas para confirmar, modificar, anular ou revogar a decisão recorrida, é evidente que este Conselho não tem competência para retificar a declaração de rendimentos da parte. Em segundo lugar, e nos termos da legislação retro mencionada, eventuais erros ou omissões verificados na DAA devem ser retificados pelo contribuinte, o que exclui a possibilidade de retificação pela autoridade julgadora. Por tais razões, negase provimento ao recurso neste ponto. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13826.720374/201144 Acórdão n.º 2402005.466 S2C4T2 Fl. 7 11 4 Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, a fim de cancelar o lançamento no tocante à acusação de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente. (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 4/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 10580.721788/2015-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63).
A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
Numero da decisão: 2202-003.544
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2012 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63). A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
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ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63). A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 17 88 /2 01 5- 56 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10580.721788/201556 Acórdão n.º 2202003.544 S2C2T2 Fl. 92 2 Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento em virtude de uma omissão de rendimentos do trabalho recebidos pela pessoa física acima identificada, no valor total de R$ 271.507,42, referente à fonte pagadora Ministério Público do Estado da Bahia, CNPJ 04.142.191/000166, no anocalendário de 2011, resultando em uma exigência de imposto de renda suplementar de R$ 14.747,85, incluídos multa de ofício e juros de mora. A contribuinte apresentou a impugnação de fls. 03/08, acompanhada dos documentos de fls. 09/48, alegando, em síntese, que os rendimentos considerados como omitidos são isentos, por se tratar de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão recebidos por portador de moléstia grave (cardiopatia grave). A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) julgou improcedente a impugnação, cuja decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2011 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO E/OU SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO. MOLÉSTIA GRAVE. RENDIMENTOS OMITIDOS DE PROVENTOS, REFORMA, APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE DE ISENÇÃO Os aposentados, reformados e ainda os pensionistas portadores de doenças graves são isentos do Imposto de Renda desde que se enquadrem cumulativamente nas seguintes situações: a) Os rendimentos sejam relativos à aposentadoria/reforma/pensão, incluindo a complementação recebida de entidade privada; e b) Seja portador de uma das doenças relacionadas em lei, e que a doença seja comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A conclusão da DRJ foi no seguinte sentido: No caso concreto, compulsandose a documentação apresentada pelo impugnante e acostada aos autos, observase que às fls.24 consta laudo médico emitido pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, datado de 22/01/2013, que atesta ser o contribuinte portador de cardiopatia grave, CIDs I10 e I25, e diabetes mellitus, CID 10 E14, iniciada em 21/03/2005. Contudo, às fls.25, consta laudo médico emitido por junta médica do Governo do Estado da Bahia, datado de 18/12/2013, Fl. 92DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10580.721788/201556 Acórdão n.º 2202003.544 S2C2T2 Fl. 93 3 que afasta a conclusão do supracitado laudo médico de 22/01/2013, nos seguintes termos: LAUDO MÉDICO PERICIAL NEGADO Nº 1260/2013 A Junta Médica, após exames clínicos procedidos na data de 18/12/2013 na pessoa da Sra Helena Nascimento, CPF nº 031.069.18500, cadastro nº 146.042, declara que a inspecionada NÃO É PORTADORA de patologia especificada pelo Art.1º da Lei 11.052/2004 em atividade no momento. Cumpre observar que o impugnante apresenta, às fls.14/23, laudos médicos e exames realizados por serviços médicos particulares, nenhum dos quais atende a condição legal de ser um laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Da mesma forma, a manifestação feita pela Procuradoria Geral de Justiça do Estado da Bahia, às fls.31, também não se configura como um laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Assim, o último laudo pericial emitido por serviço médico oficial trazido aos autos, às fls.25, explicitamente informa que o contribuinte NÃO É PORTADOR de patologia especificada pelo art.1º da Lei 11.052/2004, razão pela qual não foi atendido o requisito legal previsto no art.30, da Lei n° 9.250, de 1995. Cientificado dessa decisão em 09/09/2015, por via postal (A.R. de fl. 76), a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 07/10/2015 (fls. 78 a 87), apresentando novos documentos, dentre os quais o laudo médico de fl. 87. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, pensão ou reforma. Lei nº 7.713/1988 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] Fl. 93DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10580.721788/201556 Acórdão n.º 2202003.544 S2C2T2 Fl. 94 4 XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (destaquei) A Súmula CARF Nº 63 assim dispõe sobre as condições para gozo da isenção do imposto de renda: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O Contribuinte apresentou, em sede de recurso voluntário, o laudo oficial de fl. 87, emitido pelo Médico Perito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, no qual a paciente está classificada como portadora de cardiopatia grave desde 21/03/2005. Reconheço que o Decreto 70.235/72, que regulamenta o processo administrativo fiscal, limita a apresentação posterior de provas, restringindoa aos casos previstos no § 4º do seu art. 16, porém a jurisprudência deste Conselho vem se consolidando no sentido de que essa regra geral não impede que o julgador conheça e analise novos documentos ofertados após a defesa inaugural, em observância aos princípios da verdade material e da instrumentalidade dos atos administrativos, sobretudo quando são capazes de rechaçar em parte ou integralmente a pretensão fiscal, bem como se prestam a corroborar alegações suscitadas desde o início do processo. Nesse sentido os seguintes acórdãos da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais: 9202002.587, 920201.633, 920202.162 e 920201.914. Observase pelos documentos de fls. 26/27 que a Contribuinte é aposentada desde agosto de 1994. Os rendimentos considerados como omitidos pela Fiscalização referem se a proventos de aposentadoria recebidos da fonte pagadora Ministério Público do Estado da Bahia, no anocalendário de 2011. Dessa forma, estando atendidas as condições legais, a Contribuinte faz jus à isenção do imposto de renda sobre os proventos de aposentadoria, no anocalendário de 2011. Diante do exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 94DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10580.721788/201556 Acórdão n.º 2202003.544 S2C2T2 Fl. 95 5 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10980.725202/2013-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
RENDIMENTO SUBMETIDO AO AJUSTE ANUAL. RETENÇÃO INDEVIDA PELA FONTE PAGADORA. RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO RETIFICADORA.
Admite-se a restituição de valores recolhidos, solicitados mediante pedido de restituição e não por meio de declaração retificadora, quando os valores são reconhecidamente indevidos.
MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63).
A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
Numero da decisão: 2202-003.500
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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RETENÇÃO INDEVIDA PELA FONTE PAGADORA. RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO RETIFICADORA. Admitese a restituição de valores recolhidos, solicitados mediante pedido de restituição e não por meio de declaração retificadora, quando os valores são reconhecidamente indevidos. MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. PROVA DOCUMENTAL. SÚMULA CARF Nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (Súmula CARF nº 63). A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 52 02 /2 01 3- 58 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10980.725202/201358 Acórdão n.º 2202003.500 S2C2T2 Fl. 63 2 Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado). Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria relativos ao anocalendário de 2012, auferidos a partir de 11/2012, sob a alegação do Contribuinte de que era portador de moléstia grave (cardiopatia grave) desde então. A unidade de origem indeferiu o pedido alegando que o contribuinte não se utilizou dos meios próprios para solicitar a restituição, os quais seriam a DIRPF retificadora para os valores retidos na fonte e PER/DCOMP para eventuais quotas pagas em DARF, conforme IN RFB nº 1.300/2012. O contribuinte manifestou sua inconformidade às fls. 23/24, requerendo a isenção de seus rendimentos e a restituição do imposto retido na fonte e/ou pago a maior que o devido, por ser portadora de cardiopatia grave a partir de 21/11/2012. Alegou, ainda, que não foram devidamente especificados no Despacho Decisório quais procedimentos teriam sido desrespeitados nos termos da IN RFB 1300/2012. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cuja decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 ESTATUTO DO IDOSO. PRIORIDADE NO JULGAMENTO Constatandose que o contribuinte tenha mais de 60 anos, concedese a ele o direito assegurado no artigo 71 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso) que assegura prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Somente são isentos os proventos de aposentadoria ou reforma, por moléstia grave, reconhecida por meio de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Manifestação de Inconformidade Improcedente A conclusão da DRJ foi no seguinte sentido: Fl. 63DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10980.725202/201358 Acórdão n.º 2202003.500 S2C2T2 Fl. 64 3 Consta à fl. 06, dos autos, o laudo médico pericial de isenção de imposto de renda nº 211/2013 emitido pela Diretoria de Previdência Perícia Médica da Paraná Previdência declarando que a interessada é portadora de cardiopatia grave desde 21/11/2012. Como se vê o laudo pericial não foi emitido nos termos dos dispositivos legais acima transcritos, ou seja, não de se trata de laudo emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Município. Portanto, não faz jus a interessada a alegada isenção de seus rendimentos. No que diz respeito a Instrução Normativa SRF nº 1.300 de 20/11/2012, esclareçase que a mesma explicita os meios a serem utilizados para solicitação de restituição de impostos, conforme especificados no item 3. do Despacho Decisório em fl. 17. Assim, as quotas de imposto de renda (código 0211) por ventura recolhidas a maior devem ser requeridas mediante a utilização do programa de Pedido de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação (PER/DCOMP). Cientificado dessa decisão em 30/01/2014, por via postal (A.R. de fl. 47), o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 28/02/2014 (fls. 49 a 56), no qual alega que o laudo pericial foi expedido por órgão oficial do Estado do Paraná (Paraná Previdência). Afirma que o próprio Conselho de Contribuintes já reconheceu isso por ocasião da decisão no julgamento do recurso nº 151.464 (Processo nº 10950.001076/200328). É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria ou reforma. Lei nº 7.713/1988 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: [...] XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Fl. 64DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10980.725202/201358 Acórdão n.º 2202003.500 S2C2T2 Fl. 65 4 Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (destaquei) A Súmula CARF Nº 63 assim dispõe sobre as condições para gozo da isenção do imposto de renda: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. O Contribuinte apresentou um extrato de conclusão médico pericial, emitido pela fonte pagadora Paraná Previdência fl. 6, assinado pelo Médico Perito Supervisor, no qual se conclui que a beneficiária é portadora de cardiopatia grave a partir de 21/11/2012. No ofício de fl. 5, a Coordenadoria de Manutenção de Benefícios da Diretoria de Previdência da Paraná Previdência informa que a partir de maio/2013 a beneficiária ficou isenta da retenção de imposto de renda. A Paraná Previdência é um órgão oficial da Secretaria da Administração e da Previdência do Estado do Paraná e é fonte pagadora da Contribuinte. Seria até contraditório aceitar que a fonte pagadora Paraná Previdência estivesse apta a deixar de efetuar a retenção na fonte do imposto de renda sobre os rendimentos pagos à beneficiária, com base em um laudo emitido por aquele órgão, e não se acatar a isenção retroativa fundamentada nesse mesmo laudo. Quanto ao fato de o Contribuinte não ter utilizado os meios próprios para solicitar a restituição, tenho acompanhado o entendimento desta Turma de Julgamento no sentido de que não se deve negar a restituição de valores reconhecidamente indevidos apenas pelo fato de o Contribuinte não ter se utilizado do procedimento próprio. Esse entendimento foi manifestado no Acórdão nº 2202003.279, de 10/03/2016, Relatora Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio, o qual foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004 RENDIMENTO SUBMETIDO AO AJUSTE ANUAL. RETENÇÃO INDEVIDA PELA FONTE PAGADORA. RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO RETIFICADORA. Não deve ser negada a restituição de valores reconhecidos como indevidos pela própria autoridade julgadora por não ter a contribuinte se utilizado do procedimento próprio. Os valores indevidamente recolhidos devem ser restituídos, ainda que solicitados mediante pedido de restituição e não por meio de declaração retificadora. (destaquei) Fl. 65DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10980.725202/201358 Acórdão n.º 2202003.500 S2C2T2 Fl. 66 5 Transcrevo abaixo trecho da fundamentação do voto da ilustre Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio: Dessa forma, a matéria controvertida nos presentes autos não se refere ao direito creditório, mas, se esse direito, mesmo quando requerido no prazo previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, pode ser negado por não ter o contribuinte utilizado do procedimento adequado. Entendo que não. Isso porque os procedimentos utilizados pela administração pública para organizar a fiscalização e arrecadação dos tributos não podem interferir no conteúdo do direito. Assim, uma vez reconhecido o direito ao crédito, ainda que o contribuinte não possa mais pleiteálo por meio do procedimento adequado, há que se reconhecer o direito a devolução dos valores indevidamente recolhidos. Nesse sentido, importante mencionar o Parecer Normativo Cosit nº 8 de 03 de setembro de 2014, que assim dispõe: "As declarações entregues para comunicar a existência de crédito tributário, representando confissão de dívida nos termos do §1º do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, tais como DCTF, DIRPF, DITR e GFIP, podem ser retificadas espontaneamente pelo sujeito passivo, com espeque no art. 18 da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001, atendidos os limites temporais estabelecidos em normas específicas (§ 2º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010 – DCTF, art. 5º da IN RFB nº 958, de 15 de julho de 2009 – DIRPF e DITR; art. 463 da IN RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009 – GFIP), respeitado o prazo de cinco anos para retificação (conforme Parecer Cosit nº 48, de 07 de julho de 1999). Não mais sendo possível retificação por iniciativa do sujeito passivo, esta poderá ser realizada de ofício pela autoridade administrativa da unidade local de jurisdição para reduzir os débitos a serem encaminhados ao órgão da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa, haja vista orientação contida na Portaria Conjunta SRF/PGFN nº 1, de 1999, antes referida. Nos termos desta portaria, mesmo após a inscrição do débito em dívida ativa, e ainda que iniciada a execução fiscal, a retificação de ofício poderá ser efetuada se comprovado o erro de fato no preenchimento da declaração A administração pública deve se pautar pela legalidade, autotutela e eficiência. Sendo assim, em nome desses postulados, não deve ser negada a restituição de valores reconhecidamente indevidos por não ter a contribuinte se utilizado do procedimento próprio. Não faz qualquer sentido impor ao contribuinte o ajuizamento da ação anulatória prevista no artigo 169 do Código Tributário Nacional, quando a própria Fl. 66DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10980.725202/201358 Acórdão n.º 2202003.500 S2C2T2 Fl. 67 6 administração pública reconhece a legitimidade do crédito tributário por ela pleiteado. (grifos do voto transcrito) Dessa forma, entendo que se encontram atendidas as condições para a isenção do imposto de renda da Contribuinte, a qual faz jus à restituição dos valores do imposto retido e/ou pago sobre os proventos de aposentadoria do anocalendário 2012, a partir de 11/2012. Diante do exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 67DF CARF MF Impresso em 06/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10580.728120/2015-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2013
DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.529
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo Presidente
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2013 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 81 20 /2 01 5- 30 Fl. 111DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo – Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Temse em pauta recurso voluntário (fls. 58/62) contra acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) que julgou improcedente a impugnação do interessado. Inicialmente, transcrevemos o relatório da decisão recorrida (fls. 56/60), por bem retratar os fatos ocorridos até então: Em nome do contribuinte acima identificado foi lavrada, em 31/08/2015, a Notificação de Lançamento de fls. 10 a 14, relativo ao Imposto sobre a Renda de Pessoa FísicaIRPF, exercício 2013, anocalendário 2012, que resultou em imposto, no valor de R$ 5.513,68, sujeito à multa de ofício, no valor de R$ 4.135,26, e juros de mora, no valor de R$ 1.326,59 (calculados até 08/2015). Motivou o lançamento de ofício, a omissão de rendimentos, no valor de R$ 104.172,69, informados em Dirf pela fonte pagadora, Fundo Financeiro de Previdência Social dos Servidores Públicos FUNPREV, CNPJ 09.317.177/000190, tendo em vista que: A SSP/BA enviou à Receita Federal resposta obtida junto ao Departamento de Polícia Técnica, informando que nem este órgão, nem o Perito Médico Legista Sidney Jorge Freitas Fonseca tem competência funcional para emitir laudo destinado a isenção do imposto de renda. Desta forma, não foi aceito o laudo apresentado. A ciência da Notificação de Lançamento deuse em 08/09/2015 (fl. 17), e o interessado apresentou impugnação de fls. 02 a 06, em 06/10/2015, alegando ser portador de moléstia grave e, sendo os rendimentos provenientes de aposentadoria, tem direito a isenção pleiteada, não entendendo o motivo da não aceitação do laudo medico apresentado. Questiona não haver sido dada nova oportunidade, apresentando neste momento novo laudo que acredita estar de acordo com a legislação. É o relatório. A DRJ entendeu comprovada a aposentadoria, conforme documento de f. 16, mas julgou a impugnação improcedente por entender que: "Sendo servidor público estadual na Bahia, como declarado, o sujeito passivo encontra à sua disposição órgão específico para obtenção do laudo pericial para a finalidade de isenção de imposto de renda, que é a Junta Médica Oficial do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria da Administração do Estado (Saeb) e subordinado à Superintendência de Recursos Humanos ( SRH), a qual controla e executa a concessão de diversos Fl. 113DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 4 benefícios previdenciários, inclusive realização de perícia médica para instrução de pedido de isenção do imposto sobre a renda para aposentados portadores de moléstia grave, atuando sempre que provocada pelo servidor, tendo por base legal a Lei n° 6.677/94 (Estatuto do Servidor), a Lei n° 11.357/2009 e o Decreto n° 9.967/2006 (http://www.saeb.ba.gov.br/juntamedica). Portanto, não se encontra justificada a reclassificação adotada para os rendimentos na categoria de isentos, por não existir comprovação da moléstia grave, em razão de deficiência do laudo apresentado, que não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo, devendo ser mantida a imputação fiscal." Cientificado da decisão em 30/03/2016 (f. 63), o sujeito passivo inconformado apresentou recurso voluntário (fls. 66/70), em 20/04/2016, expedindo as seguintes razões: 1. preenche os requisitos para fruição da isenção prevista no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713/1988; 2. a equipe de fiscalização da DRF/SDR, na emissão do lançamento, não acatou as deduções com despesas médicas no montante de R$ 18.075,05, informadas na declaração retificadora. Requer o provimento do recurso. Juntou documentos (fls. 71/101). É o relatório. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator O recurso, apresentado no trintídio assinalado pelo art. 33 do Decreto no 70.235/72, é tempestivo. Presentes os demais requisitos, deve ser conhecido. Isenção decorrente de doença grave Temse em pauta recurso voluntário no qual o Interessado pretende que seja reconhecido seu direito à isenção do imposto de renda pessoa física incidente sobre os valores provenientes de aposentadoria, alegando que é portador de doença grave. Para o gozo da isenção pleiteada, a Lei no 7.713/1988 estabelece os seguintes requisitos: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (grifouse) Fl. 115DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 6 Dos dispositivos transcritos, extraemse os dois requisitos para o exercício do direito à isenção pleiteada: a) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o contribuinte seja portador de uma das doenças enumeradas no inciso XIV, do art. 6o, da Lei no 7.713/1988. Ademais, partir do anocalendário 1996, a Lei no 9.250/1995 qualificou a comprovação do segundo requisito nos seguintes termos: Art. 30 A partir de 1° de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (grifouse) De acordo com o acórdão DRJ (f. 59), "o contribuinte comprova ser aposentado, conforme documento de fl. 16". Com a impugnação, o sujeito passivo apresentou novo laudo pericial (f. 15), emitido por médico perito da Junta Médica Oficial do Judiciário/BA, concluindo que o Interessado é portador de cardiopatia grave (CID I10, I25 e I18), desde 03/01/2009. O mesmo documento foi trazido com o recurso (f. 79). DRJ deixou de aceitar o laudo porque "não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo". Entretanto, compreendendo que esta exigência não consta de lei, não vislumbramos como deixar de reconhecer a validade do laudo pericial apresentado pelo sujeito passivo, devendo, portanto, ser reformada a decisão a quo neste ponto. Considerase, então, que o Contribuinte é portador de doença grave prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713/1988, nos termos do laudo pericial emitido por serviço médico oficial, fazendo jus, em razão disso, à isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria. Recurso provido na matéria. Dos supostas despesas médicas No tocante à reclamação de que o lançamento não acatou as deduções com despesas médicas, devese observar que a matéria não foi impugnada e nem tratada na decisão recorrida, tendo sido argüida de maneira inédita no recurso. Nos termos do art. 33 do Decreto no 70.235/72, cabe recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, não sendo viável, portanto, discutir, em sede de recurso, matéria não tratada na decisão a quo. Acontece que, por não ter sido impugnada, nos termos do art. 17 do Decreto no 70.235/72, operouse a preclusão administrativa do direito de o recorrente discutir a matéria. Desse modo, não se conhece de recurso quanto a matéria. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728120/201530 Acórdão n.º 2402005.529 S2C4T2 Fl. 5 7 Conclusão Diante do exposto, voto por: (i) não conhecer do recurso, quanto às despesas médicas não consideradas, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO
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Numero do processo: 10580.729261/2015-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2014
DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo Presidente
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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APOSENTADORIA. ISENÇÃO. Recorrente SAMUEL AUGUSTO RODRIGUES NOGUEIRA FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2014 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 92 61 /2 01 5- 70 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo – Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Inicialmente, transcrevemos o relatório da decisão recorrida, por bem retratar os fatos ocorridos até então: Em nome do contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 10/14, com ciência do sujeito passivo em 03/11/2015 (fls. 37), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, exercício 2014, anocalendário 2013, sendo apurados os seguintes valores: IRPF Suplementar: 2.773,64 Multa de Oficio 75% (passível de redução) 2.080,23 Juros de Mora calculados até 31/08/2015 482,05 Total do crédito tributário apurado 5.335,92 Motivou o lançamento de ofício (fls. 12) a constatação de omissão de rendimentos tributáveis recebidos da fonte pagadora Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos Funprev, no valor de R$ 137.646,90, tendo o contribuinte os declarado como isentos por entender ser portador de moléstia grave que lhe daria direito à isenção. A autoridade lançadora relatou que não foi aceito o laudo pericial apresentado para comprovar a moléstia por ter a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia informado que, nem o Departamento de Polícia Técnica, nem o perito médico que assinou o documento, possuem competência funcional para emitir laudo destinado a isenção do imposto de renda. O notificado apresentou impugnação em 20/11/2015 (fls. 07/07), alegando ser aposentado desde 12/07/86 e portador de cardiopatia grave desde 03/03/2007, o que implica a isenção de imposto de renda sobre os proventos de sua aposentadoria, tendo assim retificado sua Declaração de Ajuste Anual DAA/2014, acrescentando que apresenta novo laudo pericial que estaria de acordo com os requisitos legais. É o relatório. A impugnação foi julgada improcedente pelo acórdão no 0958.880 6a Turma da DRJ/JFA (fls. 42/45), por entender que: (...) Sendo servidor público estadual na Bahia, como declarado, o sujeito passivo encontra à sua disposição órgão específico para obtenção do laudo pericial para a finalidade de isenção de Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 4 imposto de renda, que é a Junta Médica Oficial do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria da Administração do Estado (Saeb) e subordinado à Superintendência de Recursos Humanos (SRH), a qual controla e executa a concessão de diversos benefícios previdenciários, inclusive realização de perícia médica para instrução de pedido de isenção do imposto sobre a renda para aposentados portadores de moléstia grave, atuando sempre que provocada pelo servidor, tendo por base legal a Lei n° 6.677/94 (Estatuto do Servidor), a Lei n° 11.357/2009 e o Decreto n° 9.967/2006 (http://www.saeb.ba.gov.br/juntamedica). Portanto, não se encontra justificada a reclassificação adotada para os rendimentos na categoria de isentos, por não existir comprovação da moléstia grave, em razão de deficiência do laudo apresentado, que não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo, devendo ser mantida a imputação fiscal. Voto para julgar improcedente a impugnação e manter o crédito tributário,sobre o qual incide a multa de ofício e os juros moratórios. Cientificado da decisão em 14/03/2016 (f. 48), o sujeito passivo inconformado apresentou recurso voluntário (fls. 50/54), em 05/04/2016, expedindo as seguintes razões: 1. preenche os requisitos para fruição da isenção prevista no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713/1988; 2. a equipe de fiscalização da DRF/SDR não considerou, na emissão do lançamento de ofício (notificação de lançamento) as cotas do imposto de renda pagas (comprovantes em anexo). Requer o provimento do recurso. Em 05/04/2016, o contribuinte atravessou requerimento para prioridade no pagamento de restituição de pessoas físicas (f. 54) motivado por ser portador de doença grave. É o relatório. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator O recurso, apresentado no trintídio assinalado pelo art. 33 do Decreto no 70.235/72, é tempestivo. Presentes os demais requisitos, deve ser conhecido. Da prioridade no julgamento por moléstia grave Primeiramente, cumpre destacar que o art. 69A, inciso IV, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, assegura prioridade na tramitação dos procedimentos administrativos nas seguintes hipóteses: Art. 69A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). IV pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Do exame do laudo pericial (f. 15), constatase que o requerente tem diagnóstico de cardiopatia grave, desde 03/2007, pelo que faz jus ao processamento prioritário do feito, nos termos do art. 69A, inciso IV, da Lei no 9.784/1999. Por conseqüência, passase ao exame imediato do presente recurso voluntário. Isenção decorrente de doença grave Temse em pauta recurso voluntário no qual o Interessado pretende que seja reconhecido seu direito à isenção do imposto de renda pessoa física incidentes sobre rendimentos de aposentadoria, alegando que é portador de doença grave. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 6 Para o gozo da isenção pleiteada, a Lei no 7.713/1988 estabelece os seguintes requisitos: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (grifouse) Dos dispositivos transcritos, extraemse os dois requisitos para o exercício do direito à isenção pleiteada: a) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o contribuinte seja portador de uma das doenças enumeradas no inciso XIV, do art. 6o, da Lei no 7.713/1988. Ademais, partir do anocalendário 1996, a Lei no 9.250/1995 qualificou a comprovação do segundo requisito nos seguintes termos: Art. 30 A partir de 1° de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (grifouse) Para comprovar suas alegações, o recorrente trouxe, além de outros documentos, laudo pericial (f. 15), emitido por médico perito da Junta Médica Oficial do Judiciário/BA, concluindo que o Interessado é portador de cardiopatia grave (CID I25), desde 03/03/2007. Considerase, então, que o Contribuinte é portador de doença grave prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713/1988, nos termos do laudo pericial emitido por Fl. 74DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 5 7 serviço médico oficial, fazendo jus, em razão disso, à isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria. Recurso provido na matéria. Dos supostos recolhimentos não considerados No tocante à reclamação de que o lançamento não teria considerado supostas cotas do imposto de renda pagas, devese observar que a matéria não foi impugnada e nem tratada na decisão recorrida, tendo sido argüida de maneira inédita no recurso. Nos termos do art. 33 do Decreto no 70.235/72, cabe recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, não sendo viável, portanto, discutir, em sede de recurso, matéria não tratada na decisão a quo. Acontece que, por não ter sido impugnada, nos termos do art. 17 do Decreto no 70.235/72, operouse a preclusão administrativa do direito de o recorrente discutir a matéria. Desse modo, não se conhece de recurso quanto a matéria. Conclusão Diante do exposto, voto por: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO
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