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Numero do processo: 13804.001876/2007-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2006 CRÉDITOS BÁSICOS. AQUISIÇÕES. MATÉRIA PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM, DESONERADOS. As aquisições de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagens desonerados do IPI, inclusive isentos e não-tributados, não geram créditos para dedução do imposto devido na saída dos produtos industrializados. CRÉDITOS BÁSICOS. AQUISIÇÕES. MATÉRIA PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. “Súmula CARF n° 18: A aquisição de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.” RESSARCIMENTO. JUROS COMPENSATÓRIOS. SELIC. Indeferido o pedido de ressarcimento, o julgamento da incidência ou não de juros compensatórios sobre ele ficou prejudicado. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a transmissão de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO
Numero da decisão: 3301-001.474
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 28/02/2006 CRÉDITOS BÁSICOS. AQUISIÇÕES. MATÉRIA PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM, DESONERADOS. As aquisições de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagens desonerados do IPI, inclusive isentos e nãotributados, não geram créditos para dedução do imposto devido na saída dos produtos industrializados. CRÉDITOS BÁSICOS. AQUISIÇÕES. MATÉRIA PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. “Súmula CARF n° 18: A aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.” RESSARCIMENTO. JUROS COMPENSATÓRIOS. SELIC. Indeferido o pedido de ressarcimento, o julgamento da incidência ou não de juros compensatórios sobre ele ficou prejudicado. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a transmissão de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Amauri Amora Câmara Júnior, Andréa Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Ribeirão Preto que julgou improcedente a manifestação de inconformidade interposta contra o despacho decisório que indeferiu o pedido de ressarcimento de créditos do IPI, apurados nos meses de janeiro e fevereiro de 2006, e não homologou as compensações dos débitos fiscais declarados nos Per/Dcomps às fls. 78/81, 82/85, e 86/89, transmitidos nas datas de 15/04/2008, 20/05/2008 e 20/06/2008. Por meio do Despacho Decisório às fls. 90/93, a Derat em São Paulo indeferiu o ressarcimento pleiteado e não homologou as compensações dos débitos fiscais declarados sob os argumentos de que as aquisições de insumos isentos, nãotributados ou tributados à alíquota zero pelo IPI não dão direito a crédito deste imposto, em obediência ao princípio constitucional da nãocumulatividade. Inconformada com o despacho decisório, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 96/107), insistindo no deferimento do ressarcimento e na homologação das compensações dos débitos declarados, alegando, em síntese, que tem direito de se creditar do IPI, como se devido fosse, nas aquisições de insumos não onerados por este imposto. Analisada a manifestação de inconformidade, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme Acórdão nº 1432.778, datado de 02/03/2011, às fls. 117/124, sob as ementas: “RESSARCIMENTO/COMPENSAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO. INSUMOS NÃO ONERADOS PELO IPI. É inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo de presumidos créditos do tributo, alusivos a matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem desonerados do IPI, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. JUROS SELIC Fl. 146DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13804.001876/200744 Acórdão n.º 330101.474 S3C3T1 Fl. 146 3 É incabível, por falta de previsão legal, a atualização, pela taxa SELIC, dos valores objeto de pedido de ressarcimento de créditos do IPI”. Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 127/140), requerendo a sua reforma a fim de que se reconheça seu direito de se creditar do IPI nas aquisições de insumos isentos, alíquota zero e nãotributados por este imposto, como se devido fosse, acrescido de juros compensatórios à taxa Selic, e homologue as compensações dos débitos fiscais declarados, alegando, em síntese, que a Constituição Federal (CF/1988), art. 153, §3º, II, que trata da nãocumulatividade desse imposto estabelece que deverá haver compensação do imposto devido em cada operação com o valor cobrado nas operações anteriores, sem quaisquer restrições, conforme reconhecido no RE nº 212.4842, de relatoria do então Ministro Nelson Jobim, e, ainda, que a Lei nº 9.779, de 19/01/1999, art. 11, assegura à manutenção de créditos diante de saída isenta. Defendeu, ainda, o ressarcimento acrescido de juros compensatórios à taxa Selic, a partir da data de protocolo do pedido, pelo fato de o Fisco ter vedado o ressarcimento/compensação. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. A legislação do IPI não prevê direito a créditos escriturais de IPI, como se devido fossem, nas aquisições de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem isentos, nãotributados e/ ou tributados à alíquota zero por esse imposto, mas tão somente sobre aquisições oneradas e com destaque do seu valor nas respectivas notas fiscais de compras. A nãocumulatividade do IPI nada mais é do que o direito de se deduzir do imposto devido sobre os produtos industrializados e saídos de seus estabelecimentos industriais o valor do IPI que incidiu na operação anterior, ou seja, o valor do imposto pago nas aquisições dos insumos utilizados na industrialização dos produtos cujas saídas são oneradas por este imposto. A Constituição Federal de 1988 assegurou aos contribuintes do IPI o direito de se creditarem do valor do imposto cobrado e pago nas operações antecedentes, deduzindoo nas operações posteriores. Tal princípio está insculpido no art. 153, § 3º, inciso II, da Carga Magna que assim dispõe: “Art. 153. Compete à União instituir imposto sobre: (...). IV produtos industrializados. §3º. O imposto previsto no inc. IV: Fl. 147DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 (...). II será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores;” Em consonância com esse dispositivo legal, o CTN assim determina: “Art. 49. O imposto é nãocumulativo, dispondo a lei de forma que o montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago relativamente aos produtos nele entrados. Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do contribuinte, transferese para o período ou períodos seguintes.” O legislador ordinário, em cumprimento a essas diretrizes, instituiu o sistema de créditos que, regra geral, confere aos contribuintes do imposto o direito de se creditar do valor do imposto cobrado e pago nas operações anteriores. Assim, o IPI destacado nas notas fiscais de aquisições de matériasprima, produtos intermediários e materiais de embalagens que ingressarem no estabelecimento do produtor industrial pode ser compensado com o valor do imposto devido nas operações de saída dos produtos industrializados e comercializados por ele, em um mesmo período de apuração, sendo que, se em determinado período os créditos excederem os débitos, o excesso será transferido para o período seguinte. A lógica da nãocumulatividade do IPI, prevista no art. 49 do CTN, e reproduzida no art. 195 do RIPI/2002, é deduzir do imposto a ser pago na operação de saída do produto tributado do estabelecimento industrial ou equiparado, o valor do IPI cobrado e pago sobre as aquisições das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens empregados na sua produção. Nos casos em que as entradas desses insumos foram desoneradas desse imposto, não há o que deduzir, uma vez que o sujeito passivo não arcou com ônus algum. Quanto ao RE nº 212.4842/RS, citado pela recorrente, o próprio STF já alterou seu entendimento, conforme se denota dos julgados RE 353.6575/PR e RE 370.682/SC. Tratase de tese superada por diversos outros REs, dentre eles, os de nºs 430.720/RJ e 372.005 AgR/PR, cuja ementa decidiu: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. INSUMOS ISENTOS, NÃO TRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. PRINCÍPIO DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. INEXISTÊNCIA. MODULAÇÃO TEMPORAL DOS EFEITOS DA DECISÃO. INAPLICABILIDADE. 1. A expressão utilizada pelo constituinte originário montante "cobrado" na operação anterior afasta a possibilidade de admitirse o crédito de IPI nas operações de que se trata, visto que nada teria sido "cobrado" na operação de entrada de insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero. Precedentes. 2. O Supremo entendeu não ser aplicável ao caso a limitação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.” Fl. 148DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13804.001876/200744 Acórdão n.º 330101.474 S3C3T1 Fl. 147 5 Especificamente, em relação às aquisições de insumos tributados a alíquota zero, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), já editou súmula, de aplicação obrigatória pela suas Turmas de Julgamento, reconhecendo que tais aquisições não geram créditos, assim dispondo: “Súmula CARF n° 18: A aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI.” Dessa forma, não há que se falar em créditos de IPI sobre aquisições de insumos desonerados deste imposto. Quanto à incidência de juros compensatórios, à taxa Selic, no total do ressarcimento pleiteado, seu julgamento ficou prejudicado em virtude do nãoreconhecimento do direito de a recorrente se creditar do IPI, como se devido fosse, nas aquisições de insumos desonerados deste imposto e, conseqüentemente, indeferimento do seu pedido. A compensação de débitos fiscais, mediante a transmissão de Per/Dcomp, segundo o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, citado e transcrito anteriormente, está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. No presente caso, conforme demonstrado, o crédito financeiro declarado nas Dcomps é ilíquido e incerto, ou seja, inexiste o ressarcimento pleiteado. Assim não há que se falar em homologação da compensação dos débitos tributários declarados. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, nego provimento ao recurso voluntário, mantendose a decisão recorrida. (Assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 149DF CARF MF Impresso em 25/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10865.900826/2008-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/10/2000 BONIFICAÇÕES EM MERCADORIA. RECEITA. COMPOSIÇÃO. As receitas, de fato custos/despesas, de bonificações em mercadorias não integram a base de cálculo da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/06/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. Provada a certeza e liquidez do crédito financeiro declarado na Declaração de Compensação (Dcomp) transmitida, homologa-se a compensação do débito fiscal nela declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO
Numero da decisão: 3301-001.551
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/10/2000 BONIFICAÇÕES EM MERCADORIA. RECEITA. COMPOSIÇÃO. As receitas, de fato custos/despesas, de bonificações em mercadorias não integram a base de cálculo da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/06/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. Provada a certeza e liquidez do crédito financeiro declarado na Declaração de Compensação (Dcomp) transmitida, homologase a compensação do débito fiscal nela declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente (Assinado Digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais – Relator Fl. 480DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez Lópes, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Ribeirão Preto que julgou improcedente a manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que não homologou a compensação do débito tributário de IRPJ, vencido em 30/06/2004, declarado na Declaração de Compensação (Dcomp) às fls. 02/06, transmitida em 30/06/2004, com crédito financeiro de PIS, decorrente pagamento a maior efetuado em 14/11/2000, referente à competência de outubro desse mesmo ano. A DRF não homologou a compensação do débito fiscal declarado sob o argumento de que o crédito financeiro declarado já havia sido utilizado integralmente para quitar o débito do PIS declarado na respectiva DCTF, para aquele mês, conforme despacho decisório às fls. 07. Cientificada do despacho decisório, inconformada, a recorrente interpôs manifestação de inconformidade (fls. 11/13), insistindo na homologação da compensação do débito fiscal declarado, alegando, em síntese, que, equivocadamente, incluiu na base de cálculo da contribuição valores correspondentes a bonificações em mercadorias o que resultou em pagamento indevido da contribuição. Em face dessa alegação, a DRJ converteu o julgamento em diligência para que a recorrente fosse intimada a comprovar a incondicionalidade dos descontos concedidos. Em atendimento à diligência, a recorrente apresentou a documentação juntada às fls. 41/432. Analisada a manifestação de inconformidade, aquela DRJ julgoua improcedente, mantendo a nãohomologação da compensação do débito declarado, conforme Acórdão nº 1427.438, datado de 01/02/2010, às fls. 435/439, sob a seguinte ementa: “BASE DE CÁLCULO. COMPOSIÇÃO. BONIFICAÇÕES EM MERCADORIAS. As bonificações concedidas em mercadorias configuram descontos, podendo ser excluídas da receita bruta para efeito de apuração da base de cálculo da Cofins, apenas quando constarem da Nota Fiscal de venda dos bens e não dependerem de evento posterior à emissão desse documento. Dispositivos Legais: arts. 2º e 3º, § 2º, da Lei nº 9.718, de 27/11/1998; e IN SRF nº 51, de 03/11/1978.” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (442/449), requerendo a sua reforma a fim de que se homologue a compensação do débito fiscal declarado, alegando, em síntese, a mesma razão expendida na manifestação de inconformidade, ou seja, que incluiu indevidamente na base de cálculo da contribuição valores referentes a bonificações concedidas mediante a emissão de notas fiscais das mercadorias dadas o que importou em descontos incondicionais. É o relatório. Fl. 481DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10865.900826/200810 Acórdão n.º 330101.551 S3C3T1 Fl. 481 3 Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. A questão de mérito se restringe à incidência ou não da contribuição para o PIS sobre valores de mercadorias dadas em bonificações. A legislação dessa contribuição com incidência cumulativa, Lei nº 9.718, de 27/11/1998, assim dispões quanto à base de cálculo dessa contribuição: “Art. 2º. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. §2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I. – as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; (...).” Segundo este dispositivo legal, a base de cálculo da contribuição é o faturamento mensal, assim entendido a receita operacional bruta da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços. Os valores das mercadorias dadas em bonificações, ainda tenham sido mediante a emissão de notas fiscais e não descontos incondicionais nas respectivas notas fiscais, não compõem a receita operacional bruta e, portanto, não integram o faturamento, não implicam em ingressos de recursos nem aumento do patrimônio líquido da pessoa jurídica. Além disto, levandose em conta que bonificação em mercadorias pode ser definida como vantagem, benefício, desconto incondicional, redução de preço, dentre outros, podese excluíla da base de cálculo da contribuição, enquadrandoa no inciso I do § 2º do art. 3º, da Lei nº 9.718, de 27/11/1998, citado e transcrito acima. No presente caso, as cópias das notas fiscais às fls. 41/274 e do livro Registro de Saídas de Mercadorias às fls. 275/432, comprovam a concessão de mercadorias em bonificações, sem a imposição de quaisquer requisitos. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 O fato de as bonificações terem sido efetuadas mediante a emissão de notas fiscais específicas que acompanharam as notas fiscais de vendas dos produtos e não como descontos nas respectivas notas fiscais de vendas dos produtos não descaracteriza a incondicionalidade dos descontos. Assim, demonstrado e provado que a recorrente apurou e pagou a contribuição referente à competência de outubro de 2000 sobre a receita operacional bruta, sem exclusão dos valores das bonificações, o pagamento a maior decorrente da não exclusão daqueles valores constitui indébito tributário passível de restituição/compensação. A compensação de débito fiscal, mediante a transmissão de Declaração de Compensação (Dcomp) e sua extinção por homologação, segundo o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. No presente caso, conforme demonstrado anteriormente, a recorrente faz jus à repetição/compensação do indébito decorrente de pagamento indevido do PIS sobre valores de mercadorias dadas em bonificações. Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, dou provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito de a recorrente excluir da base de cálculo da contribuição para o PIS, apurada para a competência de outubro de 2000, os valores das mercadorias dadas em bonificações, conforme as cópias de notas fiscais às fls. 41/274, cabendo a autoridade administrativa competente apurar o indébito tributário sobre tais valores, acrescer ao total apurado juros compensatórios, à taxa Selic, e homologar a compensação do débito declarado até o montante apurado. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Relator Fl. 483DF CARF MF Impresso em 23/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10768.720424/2007-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/12/2003 GASOLINA DE AVIAÇÃO. RECEITAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. As receitas de vendas de gasolina de gasolina de aviação não estão sujeitas à tributação concentrada à alíquota de 2,70 % e sim à tributação pelo regime geral à alíquota de 1,65 %. GLP. PROPENO. RECEITAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. As receitas de vendas de gás propeno não estão sujeitas à tributação concentrada à alíquota de 2,56% e sim à tributação pelo regime geral à alíquota de 1,65 %. VARIAÇÕES CAMBIAIS. RECEITAS FINANCEIRAS. As receitas financeiras decorrentes de variações cambiais estão sujeitas à incidência da contribuição para o PIS no regime não-cumulativo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/09/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio contribuinte, mediante a transmissão de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO
Numero da decisão: 3301-001.565
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencida a conselheira Andréa Medrado Darzé. Fez sustentação oral pela recorrente, o advogado Danillo José Souto Vita, OAB/PB 14.548.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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RECEITAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. As receitas de vendas de gasolina de gasolina de aviação não estão sujeitas à tributação concentrada à alíquota de 2,70 % e sim à tributação pelo regime geral à alíquota de 1,65 %. GLP. PROPENO. RECEITAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. As receitas de vendas de gás propeno não estão sujeitas à tributação concentrada à alíquota de 2,56% e sim à tributação pelo regime geral à alíquota de 1,65 %. VARIAÇÕES CAMBIAIS. RECEITAS FINANCEIRAS. As receitas financeiras decorrentes de variações cambiais estão sujeitas à incidência da contribuição para o PIS no regime nãocumulativo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/09/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio contribuinte, mediante a transmissão de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 638DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencida a conselheira Andréa Medrado Darzé. Fez sustentação oral pela recorrente, o advogado Danillo José Souto Vita, OAB/PB 14.548. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente (Assinado Digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Rio de Janeiro II que julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade interposta contra despacho decisório que não homologou a compensação do débito de Cofins, vencido em 15/09/2005, declarado na Declaração de Compensação (Dcomp) às fls. 05/09, com crédito financeiro decorrente de pagamento a maior da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) referente à competência de dezembro de 2003, recolhida em 15/01/2004. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária (Derat) no Rio de Janeiro não homologou a compensação do débito tributário declarado sob o argumento de inexistência do alegado pagamento a maior que gerou o indébito declarado, como crédito financeiro, na Dcomp em discussão, conforme Relatório de Diligência Fiscal às fls. 70/77 e Parecer/Despacho Decisório às fls. 80/87. Inconformada com aquele despacho, a recorrente interpôs manifestação de inconformidade (fls. 109/117), insistindo na homologação da compensação do débito tributário declarado, alegando razões assim resumidas por aquela DRJ: “a) No que tange à gasolina, não foram consideradas as deduções do produto 623 (gasolina de aviação), tributada à alíquota de 1,65%; b) No que tange ao GLP, não foi deduzido o valor relativo ao propano/butano; c) No que tange ao querosene de aviação, não foi deduzido o valor relativo a vendas canceladas, devoluções e descontos incondicionais, conforme balancete. Além disso, foi inflado o valor das exportações, pois se incluiu querosenes normais que não as de aviação; d) Não houve desconformidade com relação aos demais produtos; e) O saldo credor das variações cambiais representa expectativa de receita e não receita propriamente dita; f) A doutrina é uníssona no que tange à impossibilidade de se tributar a variação cambial; Fl. 639DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10768.720424/200751 Acórdão n.º 330101.565 S3C3T1 Fl. 639 3 g) O STJ já se manifestou sobre esse tema ao considerar a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98 que ampliou o conceito de receita bruta para toda e qualquer receita. O referido precedente, nos termos do que dispõe o art. 26A, § 6º, I do Decreto nº 70.235/72, deve ser observado de modo a que se afaste da base de cálculo do PIS a receita oriunda de variação cambial; a) Apresenta planilha demonstrando do PIS a pagar e o crédito com o qual busca a compensação e afirma que não houve dedução em duplicidade e que o valor apontado como relativo a produtos monofásicos foi extraído da planilha no item 2 e o de outras receitas é apresentado na planilha do item 3, apurando, ao final, crédito no montante de R$ 2.666.070,96; b) Por fim requer a procedência da manifestação de inconformidade para declarar legítima a compensação efetuada, procedendose a devia homologação e protesta pela juntada posterior de documentos complementares necessários a presente defesa.” Analisada a manifestação de inconformidade, aquela DRJ julgoua procedente em parte, fazendo apenas um ajuste na base de cálculo da contribuição para excluir da tributação concentrada as receitas de vendas de gasolina de aviação, tributandoas pela alíquota de 2,7 %. Contudo, manteve a nãohomologação da compensação do débito declarado, conforme Acórdão nº 1333.795, datado de 17/03/2011, às fls. 449/461, sob as seguintes ementas: “IMPUGNAÇÃO. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. A manifestação de inconformidade apresentada contra decisão que reconheceu em parte o direito creditório pleiteado deverá conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e deverá vir acompanhada dos dados e documentos comprovadores dos fatos alegados. GASOLINA DE AVIAÇÃO. TRIBUTAÇÃO O regime de tributação concentrada relativo ao PIS/Pasep e à Cofins nas operações com combustíveis, instituído pela a Lei 9.990/2000 não alcança a receita bruta decorrente de da venda de gasolina de aviação. REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. ALÍQUOTA. O regime especial de tributação concentrada incidente na comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP), previsto no art. 4º, III, da Lei nº 9.718/1998, com redação dada pelo art. 3º da Lei nº 9.990/2000, alcança também a receita de venda de propano e butano. RECEITA DE VENDA DE QUEROSENE DE AVIAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para fins de determinação da base de cálculo do PIS sobre as vendas de querosene de aviação consideramse os valores escriturados na contabilidade da empresa quando as alterações promovidas pela autoridade fiscal em procedimento de diligência realizado não foram justificadas. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS DE VARIAÇÃO CAMBIAL. As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações em função da taxa de câmbio deverão ser computadas na determinação da base de cálculo do PIS apurado no regime de incidência nãocumulativo, na condição de receitas Fl. 640DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 financeiras, de acordo com a opção do contribuinte pelo regime de caixa ou de competência. APRESENTAÇÃO DE PROVAS APÓS A IMPUGNAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, se refira fato ou a direito superveniente ou destine a contrapor fato ou razões posteriormente trazidas aos autos.” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (472/498), requerendo a sua reforma a fim de se homologue a compensação do débito fiscal declarado, alegando, em síntese, que os documentos, ora anexados, comprovam seu direito ao crédito financeiro declarado na Dcomp em discussão. Em relação às receitas de gasolina de aviação, embora a autoridade julgadora de primeira instância tenha reconhecido sua exclusão da tributação concentrada, excluiu o valor de R$12.813.408,65, contudo, o valor correto é de R$13.407.813,50, conforme provam as cópias das notas fiscais em anexo; em relação às receitas de vendas de GLP, produto 614, na verdade, ao contraio do considerado por aquela autoridade, na realidade, tratase de receitas de vendas de propeno e não de gases propano e butano, conforme provam as notas fiscais, no valor de R$30.683.607,69, devendo, portanto, ser excluído da tributação concentrada; e quanto às receitas de variações cambiais, defendeu a sua exclusão da base de cálculo da contribuição sob o argumento que, de fato, não constituem receitas e sim expectativa de receita. Alegou, ainda, que a Fiscalização apurou um valor de R$3.185.067.741,73, contudo o valor correto, levandose em conta as variações credoras seria de R$2.222.715.648,18. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. A autoridade julgadora de primeira instância, reconheceu que a gasolina de aviação foi excetuada da tributação concentrada, permanecendo sujeita à alíquota geral aplicável ao PIS; manteve a tributação concentrada para as vendas de butano e propano que, segundo a recorrente, na verdade, tratase de propeno; e, também, manteve a tributação das receitas financeiras decorrentes de variações cambiais. I – receitas de gasolina de aviação Embora, a autoridade julgadora de primeira instância tenha reconhecido a exclusão das receitas de gasolina de aviação da tributação concentrada, a recorrente discordou do valor considerado por aquela autoridade. Segundo, seu entendimento, o valor correto é R$13.407.813,50 e não os R$12.813.408,65 excluídos, conforme provam as cópias das notas fiscais às fls. 567/632, sendo trinta notas fiscais de vendas, no valor de R$13.407.813,50; vinte e oito notas fiscais de remessas, no valor de R$3.831.682,32; e oito notas fiscais de exportação, no valor de R$2.889.369,89, totalizando R$20.128.865,81. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10768.720424/200751 Acórdão n.º 330101.565 S3C3T1 Fl. 640 5 Do exame daquelas notas fiscais, verificase que assiste razão à recorrente Assim, o cálculo da contribuição devida, para o mês de dezembro de 2003, deve ser refeito, considerando receitas de vendas de gasolina de aviação, no valor total de R$13.407.813,50, excluindo estas receitas do cálculo da gasolina automotiva que foi tributada à alíquota concentrada de 2,70 %, tributando aquelas à alíquota do regime geral, no percentual de l,65 %, nos termos da Lei nº 10.637, de 30/12/2002, art. 2º. II – receitas de GLP A recorrente apura e paga a contribuição para o PIS no regime não cumulativo, nos termos da Lei nº 10.637, de 30/12/2002, que assim dispõe: “Art. 1º A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. § 3º Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: (...); IV de venda dos produtos de que tratam as Leis no 9.990, de 21 de julho de 2000, no 10.147, de 21 de dezembro de 2000, e no 10.485, de 3 de julho de 2002, ou quaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição; (...). Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: I nos incisos I a III do art. 4º da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, e alterações posteriores, no caso de venda de gasolinas, exceto gasolina de aviação, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP) derivado de petróleo e gás natural; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (...).” Fl. 642DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Já a Lei nº 9.718, de 27/11/1998, estabeleceu tributação diferenciada para receitas decorrentes de algumas operações econômicas, dentre elas, as de gasolina automotiva e gás liquefeito de petróleo, assim dispondo: “Art. 4º As contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, devidas pelas refinarias de petróleo serão calculadas, respectivamente, com base nas seguintes alíquotas: (...); III – dois inteiros e cinqüenta e seis centésimos por cento e onze inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito de petróleo – GLP. Art. 6º O disposto no art. 4º desta Lei aplicase, também, aos demais produtores e importadores dos produtos ali referidos.” Já IN SRF nº 247, de 22/11/2002, assim dispôs: “Art. 53. As alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins fixadas para refinarias de petróleo, demais produtores e importadores de combustíveis são, respectivamente, de: (...); III – 2,56% (dois inteiros e cinqüenta e seis centésimos por cento) e 11,84% (onze inteiros e oitenta e quatro centésimos por cento), quando se tratar de receita bruta decorrente da venda de gás liquefeito de petróleo; (...); V – 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento) e 3% (três por cento), quando se tratar de receita bruta decorrente das demais atividades. (...). Parágrafo único. O gás liquefeito de petróleo de que trata o inciso III abrange os códigos 2711.12.10, 2711.12.90, 2711.13.00, 2711.14.00, 2711.19.10 e 2711.19.90 da Tipi.” Segundo estes dispositivos legais, as receitas decorrentes de vendas de gases liquefeitos de petróleo (GLP), classificados nos códigos 2711.12.10, 2711.12.90, 2711.13.00, 2711.14.00, 2711.19.10 e 2711.19.90 da Tipi, estão sujeitos à tributação diferenciada. No entanto, no presente caso, conforme provam as cópias das notas fiscais carreadas aos autos (fls. 165/225, 228/297 e 409/412), o gás produzido e comercializado pela recorrente foi o propeno, código 2901.22.00, principal matéria prima de produção de plásticos e não gás combustível como os demais. Portanto, as receitas de vendas de propeno, no valor de R$30.683.607,69, deverão ser excluídas das receitas de GLP, que foram tributadas à alíquota concentrada de 2,56 %, aplicandolhe a alíquota normal do PIS nãocumulativo, no percentual de 1,65 %, nos termos da Lei nº 10.637, de 30/12/2002, art. 2º, citado e transcrito anteriormente. Fl. 643DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10768.720424/200751 Acórdão n.º 330101.565 S3C3T1 Fl. 641 7 III – receitas financeiras Ao contrário do entendimento da recorrente, as receitas financeiras decorrentes de variações cambiais estão sujeitas à contribuição para o PIS com incidência cumulativa. A Lei nº 10.637, de 30/12/2002, que instituiu o regime não cumulativo para essa contribuição assim dispõe: “Art. 1º. A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. §1º. Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. §2º. A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. (...).” Ressaltese que a partir de 02 de agosto de 2004, a alíquota da contribuição para o PIS com incidência nãocumulativa incidente sobre receitas financeiras foi reduzida para 0,0 % (zero por cento), conforme estabelece o Decreto nº 5.164, de 30/07/2004. Contudo, essa redução não se aplica ao presente caso, tendo em vista que o crédito (indébito) referese ao mês de competência de dezembro de 2003. Quanto à suscitada divergência entre o valor das receitas financeiras, considerado pela Fiscalização, R$3.185.067.741,73, e o valor defendido pela recorrente, R$2.222.715.648,18, não lhe assiste razão. Conforme demonstrado nos autos e reconhecido por ela própria, o valor considerado pela Fiscalização corresponde exatamente ao valor escriturado na DIPJ e no livro Razão sob a rubrica “Outras Receitas”. Ao contrário de seu entendimento, segundo a Lei nº 10.637, de 30/12/2002, art. 1º, citado e transcrito anteriormente, o valor tributado é a receita bruta, inexistindo amparo legal para se deduzir daquelas as variações cambiais credoras. Quanto à homologação da compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante a transmissão de Declaração de Compensação (Dcomp) e sua extinção, nos termos da Lei nº 9.730, de 27/12/1996, aquela está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro declarado. No presente caso, reconhecido o direito de a recorrente de excluir receitas complementares de vendas de gasolina de aviação, no valor de R$594.404,85 (R$13.407.813,50 –R$12.813.408,65), do total das receitas de gasolina automotiva, tributada à alíquota concentrada de 2,70 %, e de vendas de propeno, no valor de R$30.683.607,69, do total das receitas de GLP, tributadas à alíquota concentrada de 2,56 %, tributando ambas, à alíquota normal de 1,65 %, resulta um indébito (crédito financeiro) de R$285.462,08. Este valor corresponde às diferenças entre as alíquotas concentradas de 2,70 % e 2,56 % e a alíquota de 1,65 % do regime geral: [R$594.404,85 x (2,70% – 1,65% = 1,05 %) = R$6.241,25] + [R$30.683.607,69 x (2,56% – 1,65% = 0,91%) = R$279.220,83)] = R$285.462,08. Fl. 644DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 Contudo, levandose em conta a tributação das receitas financeiras decorrentes de variação cambial ativa, no valor defendido pela própria recorrente, ao invés de indébito, resultará saldo devedor de contribuição a pagar de R$36.389.346,11 [(R$2.222.715.648,18 x 1,65%) = R$36.674.808,19] – R$285.462,08 = R$36.389.346,11. Dessa forma, demonstrada a inexistência de pagamento indevido e/ ou a maior, não há que se falar em homologação do débito declarado na Dcomp em discussão. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, embora reconheça o direito de a recorrente excluir do total das receitas: a) da gasolina automotiva, tributada à alíquota de 2,70%, as receitas complementares de gasolina de aviação, no valor R$594.404,85, tributando este valor pela alíquota de 1,65 %; e, b) das do GLP tributado, à alíquota de 2,56 %, as receitas de propeno, no valor de R$30.683.607,69, tributando este valor à alíquota de 1,65 %, nego provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 645DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 13 /08/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 14751.000252/2006-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI
Período de apuração: 01/10/2001 a 30/09/2003
RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE COOPERATIVAS E DE PESSOAS FÍSICAS.
As aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagem de cooperativas e de pessoas físicas, utilizados pelo produtor exportador, na industrialização dos produtos exportados, geram créditos presumido do IPI, nos termos do julgamento do RESP 993164 prolatado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob o regime do art. 543-C da Lei nº 5.869, de 11/01/1973 (CPC).
RESSARCIMENTO. CRÉDITOS PRESUMIDOS. PRODUTOS NÃO- UTILIZADOS NEM CONSUMIDOS NO PROCESSO PRODUTIVO
Os produtos que não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos da legislação do IPI, não geram créditos-presumido desse imposto, a título de PIS e Cofins.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3301-001.383
Decisão: Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Antônio Lisboa Cardoso, Andrea Medrado Darzé e Maria Teresa Martínez López que davam provimento integral.
Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais.
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2001 a 30/09/2003 RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE COOPERATIVAS E DE PESSOAS FÍSICAS. As aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de cooperativas e de pessoas físicas, utilizados pelo produtor exportador, na industrialização dos produtos exportados, geram créditos presumido do IPI, nos termos do julgamento do RESP 993164 prolatado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob o regime do art. 543C da Lei nº 5.869, de 11/01/1973 (CPC). RESSARCIMENTO. CRÉDITOS PRESUMIDOS. PRODUTOS NÃO UTILIZADOS NEM CONSUMIDOS NO PROCESSO PRODUTIVO Os produtos que não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, nos termos da legislação do IPI, não geram créditospresumido desse imposto, a título de PIS e Cofins. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Antônio Lisboa Cardoso, Andrea Medrado Darzé e Maria Teresa Martínez López que davam provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. (Assinado Digitalmente) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. Fl. 650DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 2 (Assinado Digitalmente) ANTÔNIO LISBOA CARDOSO Relator. (Assinado Digitalmente) JOSÉ ADÃO VITORINO DE MORAIS Redator designado. EDITADO EM: 06/05/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Moraes, Antônio Lisboa Cardoso (relator), Alan Fialho Gandra, Andréa Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente). Relatório Cuidase de recurso em face de acórdão da DRJRecife/PE, relativamente ao IPI do pedido eletrônico de ressarcimento das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público — PIS/PASEP e para a Seguridade Social — COFINS, na forma de Crédito Presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), acumulado e oriundo da aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, relativo aos períodos de apuração de 01/10/2001 a 30/09/2003, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2001 a 30/09/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. REGIME ALTERNATIVO DA LEI N° 10.276/2001. ERRO FORMAL PASSÍVEL DE SANEAMENTO. Não houve modificação da opção efetivada para o ano calendário de 2002. Há que se identificar a real opção exercida. Desde a DCTF/1° trimestre/2002, a impugnante explicitou a opção pretendida, no corpo de suas regulares declarações ao fisco, efetuando os cálculos do crédito presumido segundo a disciplina da Lei 10.276/2601. Esse foi o sistema utilizado ao longo de todo o curso do ano calendário de 2002. Tornouse evidente o mero erro de informação na última DCTF do ano de 2001, incapaz de desfazer a evidencia da opção concretizada desde o primeiro dia do anocalendário de 2002, confirmada nas DCTF'S apresentadas a partir de então, como também pelo teor do demonstrativo de créditopresumido calculado em anexo à declaração, e presente nos• registros contábeis da empresa interessada. RESSARCIMENTO DO CRÉDITO PRESUMIDO. 0 direito ao ressarcimento do crédito presumido de IPI, desde a edição da Lei 9363, de 1996, se condiciona a que sejam consideradas, nos cálculos do montante a ressarcir, as Fl. 651DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 645 3 aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados na fase de industrialização do produto final. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃOCONTRIBUINTES. É vedada a inclusão na base de cálculo do beneficio de valores referentes a insumos adquiridos de nãocontribuintes do PIS/PASEP e da COFINS. ENTENDIMENTO OFICIAL DA RFB. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade da lei e dos atos administrativos infralegais. 0 julgador administrativo de primeira instância deve pautarse pelo entendimento oficial da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) expresso em atos normativos. PERÍCIA DESNECESSÁRIA. Dispensável a realização de perícia, ou produção de novas provas, quando os documentos que instruem os autos se revelam suficientes para formar a convicção do julgador. Solicitação Deferida em Parte Entretanto, conforme docs. de fls.252/255, na DCTF/4° trimestre/2001, o regime informado foi o da Lei 9.363/96 e não o regime alternativo instituído pela Lei 10.276/01. Razão pela qual não foi reconhecido, para o ano de 2002, o pretendido direito ao crédito presumido instituído pela Lei 10.276/01, a DRJ deferiu apenas parcialmente o seu pedido de ressarcimento e também homologou só parcialmente a compensação pleiteada. No período de janeiro a setembro/2003 foram glosadas as aquisições de cana deaçúcar de fornecedores pessoas físicas e também os valores referentes a aquisições de insumos relacionados com a produção própria de cana de açúcar, pela Agroindustrial TABU, em razão, da nãoincidência das mencionadas contribuições sociais nessas operações, o que, pela legislação aplicada ao Imposto sobre Produtos Industrializados, justifica sua exclusão no cálculo do crédito presumido de IPI, por serem utilizados na produção da matéria prima cana de — açúcar, e não diretamente no processo de industrialização do álcool, não foram considerados como insumos os produtos: fertilizante, herbicida e inseticida. A contribuinte insurgese contra o Despacho Decisório da DRF/JPA/PB (fl. 375) que deferiu apenas parcialmente o seu pedido de ressarcimento e também homologou só parcialmente a compensação pleiteada. Queixase que a conclusão fiscal acerca de haver apenas aquele reduzido saldo credor de IPI passível de ressarcimento/compensação decorreu da desconsideração das aquisições de insumos voltadas para a produção de mercadoria exportada no ano de 2002, e também das exclusões, no cálculo do Crédito Presumido, das aquisições de canadeaçúcar de fornecedores pessoas físicas e das referentes a aquisições de mercadorias consumidas na produção própria de canadeaçúcar, sob a alegação de não haver nas referidas operações incidência de PIS e de COFINS; que também houve exclusão da base de cálculo do beneficio Fl. 652DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 4 dos valores dos produtos fertilizantes, herbicidas e inseticidas, por não considerálos como insumos, segundo a legislação do IPI, que foram utilizados na produção da matériaprima cana deaçúcar, e não diretamente na industrialização de produto a ser exportado (álcool). A decisão recorrida entendeu que, não apenas na DCTF/1° trimestre/2002, mas nas demais de 2002, e depois em todas as relativas a 2003, houve claro registro de opção pelo regime alternativo da Lei 10.276/2001, acompanhada, quando foi o caso, do cálculo do créditopresumido pela Lei 10.276/2001, visto que a IN SRF 69/01, previu que mesmo em 2001, já pudesse ser utilizada a disciplina alternativa inaugurada pela Lei 10.276/01 recém editada, em meados de 2001, desde que houvesse essa informação ao fisco ainda no curso desse ano, para aquisições realizadas no período de outubro a dezembro/2001 (4°trimestre/2001). No entanto, a real opção exercida ha de ser reconhecida pelo registro do cálculo do crédito presumido segundo o regime da Lei 10.276/2001, sem custo integrado, desde a DCTF referente ao 1º trimestre de 2002, seguindo assim por todas as DCTF'S apresentadas nesse mesmo ano de 2002, e permanecendo assim para todo o ano de 2003. O erro na informação constante da DCTF/4° trimestre/2001 tornouse evidente, posto que o seu teor não se confirma nem encontra sustentação nos fatos havidos desde o primeiro instante de 2002, nem tampouco se coaduna com os cálculos explicitados quanto ao crédito presumido, e nem com nenhum dos demais documentos apresentados. Na mesma toada em que a IN SRF 69/01 admitiu a consideração das aquisições realizadas no 40 trimestre/2001, para opção exercida ainda no ano de 2001, não esqueçamos que na redação do inciso II do art.2°, da citada IN, foi prevista a possibilidade de opção pelo regime alternativo abranger todo o anocalendário de anos posteriores a 2001 "se for exercida nos anos subseqüentes a 2001". Diante do exposto, entendo ser perfeitamente identificável, no caso concreto, a opção efetivamente exercida para todo o anocalendário de 2002, constatável factual e documentalmente. Voto, neste primeiro ponto, pela consideração do crédito presumido calculado com base no regime alternativo, da Lei 10.276/2001, referente is aquisições ocorridas no 1° trimestre de 2002. Quanto à aquisição de insumos de pessoa física, canadeaçúcar adquirida de terceiros, bem como quanto à aquisição de mercadorias utilizadas na produção de canade açúcar própria, cumpre enfatizar que a instituição do crédito presumido foi uma medida concreta com vistas a proporcionar beneficio fiscal, ainda que em forma de créditos de IPI, decorrente de contribuições incidentes sobre as aquisições de determinados insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação. Assim, como requisito essencial para o beneficio, é imprescindível que o fornecedor do insumo seja contribuinte efetivo do PIS e/ou COFINS, mas isto não acontece quando aquele é pessoa física. Este é o entendimento oficialmente firmado pela Administração Tributária, conforme se observa no item 4.6 do Parecer MF/SRF/COSIT/DITIP n° 139, de 22 de abril de 1996: "0 valor das matériasprimas adquiridas diretamente de pessoas físicas que não são contribuintes da COF7NS e PIS/PASEP não compõe a base de cálculo do crédito presumido, com relação aos Fl. 653DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 646 5 insumos utilizados na fabricação de produtos exportados, pois nesse caso não há o que ressarcir". (Grifou se) Quanto à alegação de que, no caso concreto, mesmo não existindo a incidência direta das contribuições sobre a canadeaçúcar comprada de pessoas físicas, pelo exportador de álcool, isto é mesmo não sendo o produtor rural contribuinte direto do PIS e da COFINS, ele teria recolhido indiretamente esses tributos quando adquiriu, para preparo da terra, insumos agrícolas (adubos e máquinas) para o cultivo da canadeaçúcar, registrase que o argumento não procede. Resta claro que a produção de cana de açúcar é atividade agrícola, antecedente ao processo de industrialização do álcool, e, portanto, os insumos utilizados nessa atividade rural não integram a base de cálculo do créditoprêmio de IPI, em face do conceito de industrialização definido na legislação desse tributo. A impugnante pretende, ainda, que haja inclusão na base de cálculo do beneficio em foco, do valor referente a aquisições de insumos utilizados na produção própria de canadeaçúcar. O valor foi glosado por razões semelhantes às explicitadas nos parágrafos anteriores. Como se vê, uma das condições para formação do crédito pretendido a titulo de beneficio fiscal, é que as matériasprimas, os produtos intermediários e o material de embalagem, tenham sido empregados diretamente no processo produtivo industrial, no caso a industrialização do álcool exportado, o que não ocorre com as mercadorias utilizadas como insumos (fertilizantes, herbicidas e inseticidas) na etapa agrícola precedente, consubstanciada na produção própria de canadeaçúcar, a qual não está incluída no conceito legal de "industrialização", definido especificamente na legislação do IPI, mormente quando seja para o fim de calcular o créditoprêmio de IPI. O Parecer Normativo CST n° 65/1979, já mencionado, explicitou a interpretação oficial dada ao inciso I do art. 66 do RIPI/79, a qual corresponde, também, a dos incisos I do art. 82 do RIPI/82 e, a do inciso I do art. 147 do RIPI/98, que dos insumos consumidos ou utilizados na produção, nem todos podem ser considerados como matérias primas ou produtos intermediários, em sentido amplo, de acordo com a legislação do IPI. E evidentemente não é o caso daquelas mercadorias relacionadas no caso concreto. Pelo exposto, preliminarmente, voto por não conhecer das arguições de inconstitucionalidade de lei formal e/ou de atos normativos da SRF. E, quanto ao mérito: (a) Indeferir o pedido de realização de perícia, por desnecessária, e/ou produção de novas provas, ocorrida a preclusão; (b) Com relação ao regime de cálculo do crédito presumido para as aquisições de insumo havidas no 1° trimestre de 2002 relacionadas às exportações efetivadas, dar parcial provimento à impugnação, para reconhecer a concretização válida da opção vela disciplina disposta na Lei 10.276/2001, mantida para todo o anocalendário de 2002; devendo, contudo, serem desconsideradas as aquisições de insumos de nãocontribuintes do PIS e da COFINS, bem como, desconsideradas as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários ou embalagens, destinados à fase do plantio da canadeaçúcar que não constitui processo industrial nos termos da legislação do IPI; Fl. 654DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 6 (c) Negar provimento quanto à pretensão de crédito presumido de IPI com base na aquisição de insumos de pessoas físicas, nãocontribuintes do PIS e da COFINS; (d) Negar provimento quanto à pretensão de crédito presumido de IPI com base na aquisição de matériasprimas ou produtos intermediários destinados ao plantio da cana deaçúcar, fase que não se constitui em processo industrial segundo os termos da legislação do IPI. Cientificada em 20/02/2009 (AR – fl. 473), foi interposto o recurso voluntário de fls. 474 e seguintes, em 12/03/2009, em síntese, reitera os argumentos constantes de sua manifestação de inconformidade: a) Aquisição de insumos de não contribuintes do PIS e da COFINS. Pessoas físicas e produção própria. Possibilidade de creditamento b) Fertilizantes, herbicidas e inseticidas. Produtos considerados insumos. No que tange aos produtos excluídos da base de cálculo do crédito por não terem sido considerados insumos (fertilizantes, herbicidas e inseticidas, podendose afirmar que os insumos agrícolas utilizados no plantio da canadeaçúcar (fertilizantes, herbicidas e inseticidas) integram o processo produtivo do álcool, e seus custos estão embutidos no valor do produto final, pois, embora não integrem o produto final, são consumidos no processo de industrialização, e bem por isso o seu custo de aquisição deve compor a base de cálculo do crédito presumido de IPI, nos termos da Lei n° 9.363/96. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro ANTÔNIO LISBOA CARDOSO CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. REGIME ALTERNATIVO DA LEI N° 10.276/2001. RESSARCIMENTO DO CRÉDITO PRESUMIDO. 0 direito ao ressarcimento do crédito presumido de IPI, desde a edição da Lei 9363, de 1996, se condiciona a que sejam consideradas, nos cálculos do montante a ressarcir, as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem utilizados na fase de industrialização do produto final. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃOCONTRIBUINTES. De acordo com entendimento pacificado no âmbito do STJ, inclusive de acordo com a sistemática dos Recursos Repetitivos, deve ser assegurado ao contribuinte o direito ao creditamento decorrente das aquisições de insumos relativamente aos produtos da atividade rural, de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. O recurso é tempestivo e encontrase revestido dos demais requisitos necessários a sua admissibilidade, devendo o mesmo ser conhecido. Fl. 655DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 647 7 II— DO DIREITO — Aquisição de insumos de não contribuintes do PIS e da COFINS. Pessoas físicas e produção própria. Possibilidade de creditamento PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI 9.393/1996. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA FÍSICA. POSSIBILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DA RESISTÊNCIA DO FISCO. CABIMENTO. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C DO CPC. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 993.164/MG, sob o rito do art. 543C, decidiu pela ilegalidade das normas de hierarquia inferior que excluíram da base de cálculo do crédito presumido do IPI as aquisições (relativas a produtos da atividade rural) de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, haja vista não serem contribuintes diretos de PIS e Cofins. 2. Consoante prevê a Súmula 411/STJ: "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco". Contudo, não caracteriza óbice ilegal, a justificar a incidência de correção monetária, a simples demora na apreciação do requerimento administrativo. Precedentes do STJ. 3. Recursos Especiais não providos. (REsp 1229271/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/03/2011, DJe 01/04/2011) TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. RESSARCIMENTO DE PIS/PASEP E COFINS. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOA FÍSICA E COOPERATIVAS. POSSIBILIDADE. LEI 9.363/1996. CREDITAMENTO. OPOSIÇÃO DO FISCO. INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. É remansoso o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que a IN/SRF 23/1997, por se tratar de norma hierarquicamente inferior, extrapolou os limites dados pelo art. 1º da Lei 9.363/1996 ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições relativamente aos produtos da atividade rural, de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. 2. O aproveitamento dos créditos escriturais do IPI não pode ser feito mediante incidência de correção monetária, diante da inexistência de previsão legal. 3. O STJ, contudo, ao interpretar a legislação federal, consignou ser inaplicável a orientação acima quando houver oposição ao reconhecimento do direito por parte da autoridade fiscal. Nessa Fl. 656DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 8 situação, haverá justa causa para o fim de atualização da expressão monetária. 4. Orientação reafirmada no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sujeito ao rito dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC). 5. Agravo Regimental não provido. (AgRg no REsp 1217654/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 16/03/2011) TRIBUTÁRIO – CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI – AQUISIÇÃO DE MATÉRIASPRIMAS E INSUMOS DE PESSOA FÍSICA – LEI 9.363/96 E IN/SRF 23/97 – LEGALIDADE – PRECEDENTES DESTA CORTE. 1. A IN/SRF 23/97 extrapolou a regra prevista no art. 1º, da Lei 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições, relativamente aos produtos da atividade rural, de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. 2. Entendimento que se baseia nas seguintes premissas: a) a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição; b) o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais; c) a base cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes. 3. Regra que tentou resgatar exigência prevista na MP 674/94 quanto à apresentação das guias de recolhimentos das contribuições do PIS e da COFINS, mas que, diante de sua caducidade, não foi renovada pela MP 948/95 e nem na Lei 9.363/96. 4. Inúmeros precedentes desta Corte. 5. Recurso especial provido. (REsp 1008021/CE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/04/2008, DJe 11/04/2008) A questão referente à aquisição de produtos rurais, de pessoas físicas, foram pacificadas pela Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 993.164/MG, sob o rito do art. 543C, ocasião em que se decidiu pela ilegalidade da restrição ao creditamento de IPI referente aos insumos adquiridos de pessoas físicas, bem como pela possibilidade de correção monetária dos créditos quando houver resistência infundada pelo Fisco. Confirase: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA Fl. 657DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 648 9 DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de Fl. 658DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 10 exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados,convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar seão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel.Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). Fl. 659DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 649 11 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (Resp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 993164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010) Portanto, mesmo as aquisições de pessoas físicas, não contribuintes diretos do IPI ou PIS e COFINS, ensejam o direito ao crédito presumido de IPI. Fl. 660DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 12 II — Fertilizantes, herbicidas e inseticidas. Produtos considerados insumos. No que tange aos produtos excluídos da base de cálculo do crédito por não terem sido considerados insumos (fertilizantes, herbicidas e inseticidas), faz necessário tecer alguns comentários. LEI No 10.276, DE 10 DE SETEMBRO DE 2001. Conversão da MPv nº 2.2022, de 2001 Dispõe sobre o ressarcimento das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e para a Seguridade Social COFINS incidentes sobre insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação. Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto. Em relação ao crédito presumido do IPI, implementado pela Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, destinado ao ressarcimento das contribuições PIS/PASEP e COFINS, igualmente tem sido aplicado para o crédito presumido, conforme sintetiza o acórdão nº CSRF/0202.384, prolatado na sessão de 25 de julho de 2006, cuja ementa é a seguir transcrita: Entretanto, a partir das recentes decisões rechaçando o conceito de insumo previsto no Parecer Normativo CST nº 65/79, para o crédito presumido no âmbito da sistemática da não cumulatividade do PIS e Cofins, instituído pelas Leis nº 10.637/2002 e Fl. 661DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 650 13 10.833/2003, acabou por ensejar à revisão do conceito de insumo capaz de gerar crédito presumido de IPI, instituído pela Lei nº 9.363/96, porquanto, se o que está sendo ressarcido à empresa exportadora são as aludidas contribuições, a condição para a geração do crédito é se o insumo efetivamente sofreu incidência dessas contribuições. Neste sentido a própria Lei nº 9.363/96 determina que apenas subsidiariamente é que deve ser aplicada “a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem”, consoante dispõe o parágrafo único do art. 3º. Logo, a partir do momento que as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 possibilitaram a conceituação de insumos, vale dizer “matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem”, não justifica mais, adotar esses conceitos da legislação do IPI. Mesmo que se diga que esse novo conceito está circunscrito à sistemática da não cumulatividade, não influi na sua aplicação para crédito presumido de IPI, pois, também nessa sistemática o que se almeja é o ressarcimento das contribuições PIS/PASEP e COFINS, para atenuar os efeitos maléficos da cumulatividade. Do Crédito Presumido Ressarcimento de Contribuições Art. 241. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do imposto, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares no 7, de 1970, no 8, de 1970, e no 70, de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, para utilização no processo produtivo (Lei no 9.363, de 13 de dezembro de 1996, art. 1o). § 1º O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior (Lei no 9.363, de 1996, art. 1o, parágrafo único). § 2º O crédito presumido de que trata o caput será determinado de conformidade com o art. 242 (Lei nº 9.363, de 1996, art. 2º). § 3º Alternativamente ao disposto no § 2º, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do imposto, de conformidade com o disposto no art. 243 (Lei no 10.276, de 10 de setembro de 2001, art. 1º). § 4º Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma do § 3º todas as demais normas estabelecidas na Lei nº 9.363, de 1996, que institui o crédito presumido a que se refere o caput (Lei nº 10.276, de 2001, art. 1º, § 5º). § 5º O disposto neste artigo não se aplica às pessoas jurídicas produtoras sujeitas à incidência não cumulativa das contribuições de que trata o caput (Lei no 10.833, de 2003, art. 14). Fl. 662DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 14 Deste modo, podese afirmar que os insumos agrícolas utilizados no plantio da canadeaçúcar (fertilizantes, herbicidas e inseticidas) integram o processo produtivo do álcool, e seus custos estão embutidos no valor do produto final, pois, embora não integrem o produto final, são consumidos no processo de industrialização, e bem por isso o seu custo de aquisição deve compor a base de cálculo do crédito presumido de IPI, nos termos da Lei n° 9.363/96. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso. ANTÔNIO LISBOA CARDOSO Relator Fl. 663DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS Processo nº 14751.000252/200654 Acórdão n.º 330101.383 S3C3T1 Fl. 651 15 Voto Vencedor Conselheiro José Adão Vitorino de Morais, RelatorDesignado Discordo do Ilustre Relator exclusivamente quanto ao direito de a recorrente apurar créditos presumido do IPI sobre os custos incorridos na produção de cana de açúcar, ou seja, sobre os custos com aquisições de fertilizantes, herbicidas e inseticidas. Conforme demonstrado e provado nos autos, a recorrente optou pelo regime alternativo de apuração do crédito presumido do IPI, ou seja, nos termos da Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, que assim dispõe: “Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; (...). § 2o O crédito presumido será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo referida no § 1o, do fator calculado pela fórmula constante do Anexo. § 3o Na determinação do fator (F), indicado no Anexo, serão observadas as seguintes limitações: I o quociente será reduzido a cinco, quando resultar superior; II o valor dos custos previstos no § 1o será apropriado até o limite de oitenta por cento da receita bruta operacional. § 4o A opção pela alternativa constante deste artigo será exercida de conformidade com normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal e abrangerá, obrigatoriamente: I o último trimestrecalendário de 2001, quando exercida neste ano; II todo o anocalendário, quando exercida nos anos subseqüentes. § 5o Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma deste artigo todas as demais normas estabelecidas na Lei no 9.363, de 1996. Fl. 664DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS 16 (...).” Ora, conforme se verifica do dispositivo legal, citado e transcrito, geram créditos presumidos do IPI apenas e tão somente as aquisições de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, utilizados na fabricação de produtos exportados. Os custos com a produção de matéria prima, no presente caso, com aquisições de fertilizantes, herbicidas e inseticidas, não geram crédito presumido do IPI por não se enquadrarem no inciso I do § 1º do art. 1º, da Lei nº 10.276, de 10/09/2001, citado e transcrito anteriormente. Assim, por ausência de previsão legal expressa, não há que se falar em aproveitamento do crédito presumido do IPI sobre custos com aquisições de fertilizantes, herbicidas e inseticidas. Em face de todo o exposto e de tudo o mais que conta dos autos, voto pelo provimento parcial ao recurso voluntário apenas e tão somente para reconhecer o direito de a recorrente apurar crédito presumido do IPI sobre as aquisições de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos no mercado interno, de pessoas físicas, efetivamente utilizados na industrialização dos produtos exportados, mantendose a glosa sobre os demais itens, cabendo à autoridade administrativa competente apurar o ressarcimento suplementar, ora determinado, e homologar a compensação dos débitos declarados nos Per/Dcomps, objeto deste processo, até o limite apurado, exigindo o saldo/débitos não extintos pela compensação homologada. (Assinado Digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relato Fl. 665DF CARF MF Impresso em 18/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 23/05/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/05/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assi nado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
score : 1.0
Numero do processo: 13886.001103/2003-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário Período de Apuração: 01/02/1998 a 31/03/1998 REPRODUÇÃO DAS DECISÕES DEFINITIVAS DO STJ, NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C, DO CPC. No julgamento dos recursos no âmbito do CARF devem ser reproduzidas pelos Conselheiros as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigo 543-C, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, em conformidade com o que estabelece o art. 62-A do Regimento Interno. PRAZO DE DECADÊNCIA COM ANTECIPAÇÃO PARCIAL DO PAGAMENTO. REsp 973733/SC Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação e havendo parcial pagamento antecipado, o prazo de decadência deve ser contado nos termos do art. 150, §4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-001.587
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora.
Matéria: DCTF_COFINS - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (COFINS)
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de Apuração: 01/02/1998 a 31/03/1998 REPRODUÇÃO DAS DECISÕES DEFINITIVAS DO STJ, NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C, DO CPC. No julgamento dos recursos no âmbito do CARF devem ser reproduzidas pelos Conselheiros as decisões definitivas de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigo 543C, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, em conformidade com o que estabelece o art. 62A do Regimento Interno. PRAZO DE DECADÊNCIA COM ANTECIPAÇÃO PARCIAL DO PAGAMENTO. REsp 973733/SC Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação e havendo parcial pagamento antecipado, o prazo de decadência deve ser contado nos termos do art. 150, §4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto da relatora. [assinado digitalmente] Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE 2 Participaram ainda da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (presidente), José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martinez Lopez, Paulo Guilherme Déroulède e Antônio Lisboa Cardoso. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra a decisão da DRJ em Ribeirão Preto que julgou procedente em parte o lançamento, apenas para afastar a multa de ofício vinculada. A ora Recorrente teve contra si lavrado Auto de Infração eletrônico, decorrente do processamento da DCTF do anocalendário de 1997, para exigir crédito tributário relativo à falta de recolhimento da COFINS, acrescido da multa de oficio e juros de mora, relativo aos períodos de apuração fevereiro e março de 1998. Inconformada, a autuada impugnou o lançamento alegando, em síntese, que as diferenças foram compensadas, conforme processo judicial, do qual anexa cópia. No despacho de fl. 45, há a informação de que as sentenças judiciais obtidas foram no sentido de declarar a inconstitucionalidade das elevações de alíquota do Finsocial e autorizar a repetição das diferenças, prosseguindose na cobrança dos débitos. Após ciência desse despacho e de outro (fl. 46), exigindo o crédito tributário constituído e ressalvando, em caso de discordância, o direito de apresentação de recurso ao Conselho de Contribuintes, a impugnante apresentou o "recurso voluntário", dirigido a esse colegiado, a fls. 59 a 68. Posteriormente, os autos foram devolvidos à DRF pelo Conselho para remessa a à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, para análise em primeira instância. A DRJ em Ribeirão Preto julgou procedente em parte o lançamento, nos seguintes termos: FALTA DE RECOLHIMENTO. A falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins, apurada em procedimento fiscal, enseja o lançamento de ofício com os acréscimos legais. DCTF. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO NÃO COMPROVADO. GLOSA. A não comprovação de pagamento indicado em DCTF acarreta o lançamento de ofício dos débitos não extintos. COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. DESISTÊNCIA. A compensação de crédito obtido na via judicial somente podia ocorrer, sob a égide da IN 21/1997, após o trânsito em julgado da decisão e se comprovadas a desistência da execução judicial e a assunção dos honorários advocatícios. Fl. 184DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE Processo nº 13886.001103/200371 Acórdão n.º 3301001.587 S3C3T1 Fl. 93 3 RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase a ato pretérito a legislação que deixe de cominálo como infração. Irresignada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, repetindo as razões da impugnação e acrescentando que a decisão recorrida feriu os princípios da legalidade e razoabilidade É o relatório. Voto Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Como é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia se resume a verificar (i) a existência de decisão transitada em julgado reconhecendo o indébito tributário a título de FINSOCIAL; (ii) bem como a possibilidade de o contribuinte realizar auto compensação desse valores com a COFINS devida, na sistemática prescrita pela Lei nº 8.383/91. Ocorre que, analisando o presente processo, verificase que (i) tratase de tributo sujeito ao lançamento por homologação; (ii) há antecipação parcial do pagamento; (iii) o contribuinte tomou ciência do AI em 08.08.03; (iv) a autuação se refere aos fatos ocorridos em fevereiro e março de 1998. Sendo assim, mesmo não se tratando de matéria alegada pela Recorrente, devese reconhecer de ofício a decadência do direito do Fisco de exigir os creditos tributários em discussão, uma vez que transcorreu prazo superior a cinco anos entre a realização dos fatos geradores do tributo e a ciência do AI. Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça, valendose da sistemática prevista no art. 543, “c”, do CPC, pacificou, no REsp 973.733/SC, o entendimento de que, em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação, havendo pagamento antecipado, o prazo de decadência deve ser contado a partir da realização do fato gerador do tributo: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito Fl. 185DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE 4 da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (...). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e). (REsp 973733/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª Seção, DJ 18/09/09 – Recurso Repetitivo) Por conta disso, devese aplicar ao presente caso o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o qual prescreve a necessidade de reprodução, pelos Conselheiros, das decisões definitivas de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática dos recursos repetitivos: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para declarar a decadência do direito do Fisco de exigir o presente crédito tributário. [Assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 186DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 16/10/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE
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Numero do processo: 13971.900568/2010-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. MULTA. JUROS. Devem incidir a multa de mora e juros de mora sobre os pedidos de compensação realizados em relação a débitos vencidos. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. Nos termos da Súmula CARF nº 4, “a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais”. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-001.531
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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Recorrente PROAÇO INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. MULTA. JUROS. Devem incidir a multa de mora e juros de mora sobre os pedidos de compensação realizados em relação a débitos vencidos. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. Nos termos da Súmula CARF nº 4, “a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. [assinado digitalmente] Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Participaram ainda da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (presidente), José Adão Vitorino de Morais, Maria Teresa Martinez Lopez, Amauri Amora Câmara Júnior e Antônio Lisboa Cardoso. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ em Ribeirão Preto que negou provimento à manifestação de inconformidade, por entender que devem incidir a multa de mora e juros de mora sobre os pedidos de compensação realizados em relação a débitos vencidos. A contribuinte apresentou pedido de ressarcimento de crédito básico do IPI, relativo ao 2º trimestre de 2006. Basicamente o interessado defende A Delegacia da Receita Federal em Blumenau proferiu Despacho Decisório, indeferindo parcialmente o pleito do contribuinte e homologou as compensações pleiteadas, no limite do crédito reconhecido, em razão dos acréscimos legais incidentes sobre os débitos já vencidos por ocasião da transmissão da DCOMP. Inconformada com o despacho decisório, a ora Recorrente apresentou, tempestivamente, manifestação de inconformidade, alegando, em apertada síntese, que o direito à compensação é exercido na entrega da DCTF que informa os débitos compensados com créditos líquidos e certos, conforme legislação, doutrina e julgados que cita. A DRJ em Ribeirão Preto julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, nos seguintes termos: COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. MULTA. JUROS. Na compensação de créditos com débitos de espécies diferentes já vencidos é cabível a imputação de multa de mora e juros de mora sobre os débitos não recolhidos nos prazos legalmente estabelecidos. Irresignado, o contribuinte recorre a este Conselho, repetindo as razões apresentadas na sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia versa exclusivamente sobre a aplicação da multa e dos juros de mora sobre os débitos já vencidos no momento da transmissão da DCOMP. Pois bem. Restou incontroverso nos autos que o débito que o contribuinte pretende compensar fora confessado por meio de DCTF, já se encontrando vencido no momento da transmissão da DCOMP. Sendo assim, completamente cabível a aplicação de Fl. 67DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13971.900568/201077 Acórdão n.º 3301001.531 S3C3T1 Fl. 93 3 multa e juros de mora. Afinal, com o vencimento do débito sem que haja sua extinção por qualquer modalidade, devem incidir os acréscimos moratórios. Assim, diferentemente do que alega a Recorrente, mesmo que tivesse optado pelo pagamento em dinheiro, os consectários legais seriam cabíveis em face da sua quitação fora do prazo legal, nos termos do art. 61da Lei nº 9.430/96: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. [...] §3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Por outro lado, não procede a alegação de que a multa de mora deveria ser afastada em face da denúncia espontânea do débito tributário. O art. 138 do Código Tributário Nacional é bastante claro ao prescrever que a regra de exclusão da responsabilidade por infrações somente se aplica quando a confissão é acompanhada do pagamento do tributo, o que não se verificou no caso concreto, haja vista que o pedido de compensação somente fora apresentado em momento posterior, quando já vencido o débito. No que se refere à legalidade da cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC, a matéria já fora pacificada no âmbito deste Conselho Administrativo por meio da Súmula CARF nº 4: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Em face do exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. [Assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 68DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 17/07/2012 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 16327.000067/2005-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/02/1999 a 31/10/1999 DECADÊNCIA. TRIBUTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O direito de a Fazenda Nacional constituir crédito tributário não declarado nem pago decai em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido constituído por meio de lançamento de ofício. RECURSO PROVIDO
Numero da decisão: 3301-001.489
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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TRIBUTO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O direito de a Fazenda Nacional constituir crédito tributário não declarado nem pago decai em cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido constituído por meio de lançamento de ofício. RECURSO PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. (Assinado Digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (Assinado Digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais – Redator Redator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Amauri Amora Câmara Júnior, Andréa Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Fl. 1DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ São Paulo I que julgou procedente em parte a impugnação apresentada contra o lançamento da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) referente aos fatos geradores dos meses de competência de fevereiro a outubro de 1999 e de março e abril de 2003. O lançamento decorreu da falta de declaração/pagamento da contribuição devida sobre o faturamento mensal, nos termos da Lei nº 9.718, de 27/11/1998, arts. 2º e 3º, conforme Termo de Verificação às fls. 218/223. Ainda, segundo aquele termo, a recorrente entrou com ação judicial, processo nº 1999.61.02.0157535, em 18/12/2001, perante a 5ª Vara Federal em Ribeirão Preto, em que pleiteou “a inexistência da relação jurídica tributária consubstanciada na exigibilidade da COFINS incidente sobre os atos cooperativos próprios, nos termos em que foi instituído pela Lei 9.718/98 e M P 1.858/99” e que a decisão de segunda instância lhe foi desfavorável. Inconformada com a exigência do crédito tributário, a recorrente impugnou o lançamento (fls. 229/225), alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: “Alega a requerente que o lançamento é improcedente pois (i) o valor apontado na autuação quanto ao mês de março/2003 (R$ 93.384,23) foi liquidado através de compensação, conforme Declaração de Compensação protocolizada em 29/04/2003, através do processo n° 16327.001478/200365, e (ii) o valor apontado na autuação quanto ao mês de abril/2003 (R$ 101.145,81), foi liquidado mediante compensação pelo Sistema PERD/COMP 1.0, transmitida eletronicamente em 13/08/2003. Expõe a impugnante que, até a data da impugnação, não houve qualquer manifestação por parte da autoridade administrativa quanto a tais compensações no sentido de que incorrem em qualquer defeito que as torne inválidas, e, assim, não é lícito o lançamento dos valores compensados. Argumenta, ainda, a requerente que a decadência está regulada no art. 173 do CTN para todos os tributos e que no art. 150, § 4°, para o lançamento de posterior homologação, e, por qualquer ângulo que se examine a questão, houve consumação do prazo decadencial para os fatos geradores ocorridos nos meses de fevereiro a outubro de 1999 e traz jurisprudência administrativa. No mérito, argumenta que opera apenas com associados e toda a sua movimentação financeira constituise em ato cooperativo sobre o qual não há incidência tributária. Traz jurisprudência judicial.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou o lançamento procedente em parte, exonerando a parte do crédito tributário lançada e exigida para as competências de março e abril de 2003, cujos valores foram declarados e confessados, mediante entrega de DCTF, mantendo a exigência para as demais competências, ou seja, para o período de fevereiro a outubro de 1999, conforme acórdão nº 1619.918, datado de 18/12/2008, às fls. 297/307, sob as seguintes ementas: “CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DECISÃO STF. SÚMULA VINCULANTE. Declarada, através de Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que estabeleciam o prazo decadencial de 10 anos para a exigência do PIS, COFINS e da CSLL, aplicase o art. 173, do CTN, em razão do que é mantida a exigência quanto aos fatos geradores ocorridos em 1999. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16327.000067/200514 Acórdão n.º 330101.489 S3C3T1 Fl. 208 3 DCTF. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DUPLICIDADE DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Verificada de forma inequívoca a duplicidade de constituição do crédito tributário, efetuada previamente por meio de DCTF, e posteriormente por meio de lançamento de oficio, conseqüentemente resta insubsistente a exigência, tendo em vista o caráter de confissão de dívida atribuído aos créditos tributários declarados em DCTF. ALEGAÇÕES DE ILEGALIDADE. Descabe à instância administrativa apreciar alegações que atacam a legalidade e constitucionalidade de norma validamente inserida no ordenamento jurídico.” Cientificada dessa decisão, inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 311/320), requerendo o cancelamento do crédito tributário mantido pela autoridade julgadora de primeira instância, alegando preliminarmente a decadência do direito de a Fazenda Pública constituílo, defendendo a contagem do prazo qüinqüenal a partir de 1º/01/2000; e, no mérito, a improcedência da exigência, tendo em vista que opera somente com cooperados e suas receitas pertencem a eles e não a ela empresa. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso de ofício apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele conheço. A recorrente suscitou a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário mantida pela autoridade julgadora de primeira, defendendo a contagem do prazo qüinqüenal a partir de 1º de janeiro de 2000 e não de 2001 que foi considerado por aquela autoridade julgadora de primeira instância. O Código Tributário Nacional (CTN) assim dispõe quanto ao prazo de constituição de créditos tributários: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; (...). Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” A parte do crédito tributário, mantida em primeira instância, corresponde aos fatos geradores ocorridos no período de competência de fevereiro a outubro de 1999, sendo que Fl. 3DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 o fato gerador mais recente ocorreu em 31 de outubro de 1999 e o vencimento da respectiva contribuição se deu em 12/11/1999. Assim, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente ao fato gerador mais recente, ocorrido em 31/10/1999, poderia ter sido exercido a partir de 15/11/1999, ou seja, dentro do próprio exercício de 1999. Portanto, levandose em conta que o lançamento em discussão poderia ter sido efetuado ainda no exercício de 1999, a contagem do prazo qüinqüenal se iniciou em 1º de janeiro de 2000, expirando o prazo limite em 1º de janeiro de 2005, na prática em 31 de dezembro de 2004, em virtude de feriado nacional no dia 1º de janeiro. Como a recorrente foi notificada do lançamento em 20/01/2005, conforme prova o extrato dos Correios – Histórico de Objeto às fls. 223, naquela data, o direito de a Fazenda constituir o crédito tributário ora exigido referente ao período de competência de 28 de fevereiro a 31 de outubro de 1999 já havia decaído, devendo ser cancelado o crédito tributário lançado e exigido para estas competências. Em face do exposto e de tudo mais que dos autos consta, dou provimento ao recurso voluntário. José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 4DF CARF MF Impresso em 22/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 12 /06/2012 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 09/08/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10711.003565/2010-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 23/02/2010
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA.
Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-001.692
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Adão Vitorino de Morais Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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MULTA ADMINISTRATIVA ADUANEIRA ISOLADA. DENUNCIA ESPONTÂNEA. Por força de dispositivo legal, a denúncia espontânea passou a beneficiar a multa administrativa aduaneira aplicada isoladamente por descumprimento de obrigação acessória denunciada antes de quaisquer procedimentos de fiscalização. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (assinado digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 35 65 /2 01 0- 66 Fl. 78DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Florianópolis que julgou improcedente a impugnação do lançamento da multa regulamentar isolada, por prestação extemporânea da informação da escala da embarcação. Cientificada do lançamento, a recorrente impugnouo, alegando, em síntese, razões assim resumidas por aquela DRJ: “ Argúi que, por razões operacionais e técnicas, o Armador se viu obrigado a mudar a rotação do navio, ocorrência comum no transporte marítimo, o que ocasionou antecipação da escala pra o dia 23/02/2010, ocasionando um atraso de 2h19min. Entende a impugnante que o Siscomex Carga melhora o controle da atividade fiscal de movimentação de cargas e embarcação; todavia, deve a autoridade fiscal observara a razoabilidade diante de fatos inerentes à atividade portuária. A solicitação de desbloqueio de manifesto nº 1509501481762 não se traduz em conduta omissiva quando a infração é tipificada no artigo 107, inciso IV, alínea ‘e’, do Decretolei nº 37/1966 com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, uma vez que informações foram inicialmente transmitidas em 11/08/2009. O navio teve necessidade de mudar sua rotação nos portos brasileiros, o que fez com que os manifestos inicialmente informados fossem desvinculados no dia 23/02/2010 e vinculados no mesmo dia. Não houve ausência de informação, e sim de retificação de informação em face da mudança da rotação do navio, o que é uma hipótese diferenciada da penalidade estipulada. Alega ilegitimidade passiva do agente marítimo. Argumenta a configuração de denúncia espontânea haja vista que a ação fiscal se iniciou após a informação.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme acórdão nº 0726.376, datado de 21/10/2011, às fls. 43/47, sob a seguinte ementa: “DISPENSA DE EMENTA Estão dispensados de ementa os acórdãos resultantes de julgamento de processos fiscais de valor inferior a R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), na forma do artigo 1º, inciso I, da Portaria SRF nº 1364, de 10 de novembro de 2004. Impugnação Improcedente” Inconformada com essa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 53/70), requerendo a sua a reforma a fim de que se cancele o lançamento da multa regulamentar isolada, alegando, em síntese, as mesmas razões expendidas na impugnação, em preliminar, a ilegitimidade passiva; e, no mérito, o não enquadramento da multa aplicada na alínea “e” do inciso IV, do art. 107 do Decreto Lei nº 37, de 1966; falta do elemento essencial da exigência da obrigação acessória; e, a ocorrência da denúncia espontânea. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais Fl. 79DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10711.003565/201066 Acórdão n.º 3301001.692 S3C3T1 Fl. 79 3 O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Nesta fase recursal, a recorrente insiste nas alegações de: a) ilegitimidade passiva; b) do não enquadramento da multa aplicada na alínea “e” do inciso IV, do art. 107 do Decreto Lei nº 37, de 1966; c) falta do elemento essencial da exigência da obrigação acessória; e, d) na ocorrência da denúncia espontânea. Preliminarmente, ressaltamos que, em virtude do reconhecimento da aplicação do instituto da denúncia espontânea para o presente caso, as demais questões mérito suscitadas nesta fase recursal ficaram prejudicadas. Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), art. 138, a denúncia espontânea abrange somente a penalidade incidente sobre crédito tributário, assim dispondo: “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.” No entanto, em 20 de dezembro de 2010, foi decretada e sancionada a Lei nº 12.350, convertida da MP nº 497, de 27 de julho de 2010, estendendo o instituto da denúncia espontânea às penalidades administrativas aduaneiras, assim dispondo: “Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2o A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)” No presente caso, a multa administrativa isolada foi aplicada pelo fato de a recorrente não ter prestado tempestivamente informações sobre veículo de carga e/ ou Fl. 80DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 operações que executar sob o seguinte título: “NÃO PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE VEÍCULO OU CARGA TRANSPORTADA, OU SOBRE OPERAÇÕES QUE EXECUTAR”. Dessa forma, levandose em conta que a recorrente prestou as informações com atraso, aliás, o que ensejou o lançamento em discussão, a denúncia efetuada por ela se enquadra no § 2º do art. 102, citado e transcrito acima. Embora o fato gerador do lançamento em discussão tenha ocorrido na data de 23 de fevereiro de 2010, e a MP nº 497, de 27/7/2010, convertida na Lei nº 12.350, de 20/12/2010, que estendeu o instituto da denúncia espontânea às penalidades administrativas aduaneiras tenha entrado em vigor na data de 28 de julho de 2010, por força do disposto no art. 106 do CTN, aplicase ao presente caso aquela lei. Em face do exposto, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 81DF CARF MF Impresso em 03/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000404/2010-58
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
VALORES DECLARADOS. VALORES DEVIDOS. DIFERENÇAS.
As diferenças entre os valores da contribuição declarados nas respectivas DCTFs e os efetivamente devidos, apurados com base na escrita contábil, estão sujeitos a lançamento de ofício.
BASE DE CÁLCULO. IRRF. EXCLUSÃO.
Inexiste amparo legal para se excluir da base de cálculo da CIDE o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior.
ROYALTIES. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS DE TELEVISÃO POR ASSINATURA. VALORES PAGOS, CREDITADOS E/ OU REMETIDOS PARA O EXTERIOR. INCIDÊNCIA.
Os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior, a título de pagamento de serviços de transmissão de sinais de televisão por assinatura, são classificados com royalties e estão sujeitos à CIDE, nos termos da legislação tributária vigente.
BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. CRITÉRIOS DE APURAÇÃO.
A base de cálculo, em reais, de valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes no exterior, deve ser apurada com base na maior cotação de venda da moeda dentre aquela do segundo útil imediatamente anterior à da contratação da operação ou a do próprio dia da operação.
MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA.
A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível se aquela não for paga depois de decorridos 30 (trinta) dias da intimação do sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que julgou procedente a exigência do crédito tributário.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-001.764
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martinez López. Acompanhou o julgamento o advogado da recorrente Henrique Oliveira Lopes Silva, OAB/SP 110.826.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
José Adão Vitorino de Morais - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 VALORES DECLARADOS. VALORES DEVIDOS. DIFERENÇAS. As diferenças entre os valores da contribuição declarados nas respectivas DCTFs e os efetivamente devidos, apurados com base na escrita contábil, estão sujeitos a lançamento de ofício. BASE DE CÁLCULO. IRRF. EXCLUSÃO. Inexiste amparo legal para se excluir da base de cálculo da CIDE o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior. ROYALTIES. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS DE TELEVISÃO POR ASSINATURA. VALORES PAGOS, CREDITADOS E/ OU REMETIDOS PARA O EXTERIOR. INCIDÊNCIA. Os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior, a título de pagamento de serviços de transmissão de sinais de televisão por assinatura, são classificados com royalties e estão sujeitos à CIDE, nos termos da legislação tributária vigente. BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. CRITÉRIOS DE APURAÇÃO. A base de cálculo, em reais, de valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes no exterior, deve ser apurada com base na maior cotação de venda da moeda dentre aquela do segundo útil imediatamente anterior à da contratação da operação ou a do próprio dia da operação. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível se aquela não for paga depois de decorridos 30 (trinta) dias da intimação do sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que julgou procedente a exigência do crédito tributário. Recurso Voluntário Provido em Parte
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 DECISÃO RECORRIDA. NULIDADE. MATÉRIAS NÃO SUSCITADAS EXPRESSAMENTE. A apreciação de matérias não expressamente suscitadas na impugnação não implica nulidade da decisão recorrida por não ter trazido prejuízo à recorrente nem ter cerceado seu direito de defesa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 VALORES DECLARADOS. VALORES DEVIDOS. DIFERENÇAS. As diferenças entre os valores da contribuição declarados nas respectivas DCTFs e os efetivamente devidos, apurados com base na escrita contábil, estão sujeitos a lançamento de ofício. BASE DE CÁLCULO. IRRF. EXCLUSÃO. Inexiste amparo legal para se excluir da base de cálculo da CIDE o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior. ROYALTIES. DIREITOS DE TRANSMISSÃO DE SINAIS DE TELEVISÃO POR ASSINATURA. VALORES PAGOS, CREDITADOS E/ OU REMETIDOS PARA O EXTERIOR. INCIDÊNCIA. Os valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior, a título de pagamento de serviços de transmissão de sinais de televisão por assinatura, são classificados com royalties e estão sujeitos à CIDE, nos termos da legislação tributária vigente. BASE DE CÁLCULO. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. CRITÉRIOS DE APURAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 04 04 /2 01 0- 58 Fl. 5762DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 A base de cálculo, em reais, de valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes no exterior, deve ser apurada com base na maior cotação de venda da moeda dentre aquela do segundo útil imediatamente anterior à da contratação da operação ou a do próprio dia da operação. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível se aquela não for paga depois de decorridos 30 (trinta) dias da intimação do sujeito passivo da decisão administrativa definitiva que julgou procedente a exigência do crédito tributário. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Andréa Medrado Darzé e Maria Teresa Martinez López. Acompanhou o julgamento o advogado da recorrente Henrique Oliveira Lopes Silva, OAB/SP 110.826. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ São Paulo I que julgou improcedente a impugnação interposta contra o lançamento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) referente aos fatos geradores ocorridos nos meses de competência de janeiro a dezembro de 2006. O lançamento decorreu de diferenças apuradas entre os valores declarados nas respectivas Declarações de Contribuições e Tributos Federais (DCTFs) e os efetivamente devidos, pelo fato de a recorrente ter excluído da base de cálculo da contribuição os valores: a) da variação cambial ocorrida entre a data de contratação e de liquidação dos contratos de serviços; b) do imposto de renda retido na fonte (IRRF) de responsabilidade do credor; e, c) dos pagamentos de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura, conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal às fls. 2.823/2.824 e Termo de Constatação Fiscal às fls. 2.831/2.837. Cientificada do lançamento, inconformada a recorrente impugnouo (fls. 2.869/2.889), alegando razões que foram assim resumidas por aquela DRJ: Fl. 5763DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.763 3 “Variação Cambial e taxa de câmbio em relação aos pagamentos ao exterior pela aquisição tanto de serviço técnico como de programação a defesa entendeu que a fiscalização olha a variação cambial ocorrida entre a data da contração e a da liquidação e calcula com a divulgada pelo Banco Central para dois dias imediatamente anteriores; que não existe variação cambial entre a data da contratação e da liquidação das operações; conforme se verifica dos contratos de câmbio juntados aos autos, muito embora a data da liquidação esteja prevista para aproximadamente dois dias após a sua contratação, a taxa de câmbio utilizada na operação já foi contratada, estando indicada no próprio contrato de câmbio; exemplo: contrato de câmbio de fl. 3.601, que rata da remessa de USD 550.000,00 para a DTH Techno; a remessa contratada no dia 23/02/2006, a liquidação deveria ser até 24/02/2006. A taxa fixada com o banco foi 2,1203, independentemente da cotação oficial do dólar na data em que o montante foi de fato transferido para o exterior e a taxa utilizada pela fiscalização do dia 21/2/2006; a conversão usada pela impugnante é a do art. 143 do CTN, ou seja, a conversão de moedas pela taxa de câmbio da data da ocorrência do fato gerador, ou seja, do pagamento, crédito, emprego, entrega ou remessa; a Lei nº 9.816/99 e a Lei nº 10.305/01, determinam a utilização da taxa de câmbio contratada ou a cotada dois dias antes, mas para períodos específicos, a saber, 1º trimestre de 1999 e 2001, respectivamente (cita Solução de Divergência nº 04/05, que trata do IRRF); a Solução de Divergência nº 04/05 da COSIT diz que a base de cálculo do IRRF nas transferências para o exterior é a cotação de venda do segundo dia útil imediatamente anterior ao da contratação da operação de câmbio ou, se maior, da operação de câmbio em si, quando os fatos geradores ocorreram nos seguintes períodos: a) no primeiro trimestre de 1999, aplicandose às transferências efetuadas a partir de 26 de março de 1999; b) no anocalendário de 2001, aplicandose às transferências efetuadas a partir de 27 de setembro de 2001; IRF na base de cálculo da CIDE a Cide não pode ter por base o IRRF; quanto à pretensão de inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDE, o § 3º do art. 2º da Lei nº 10.168/00 é claro no sentido de que a CIDE incide sobre os ‘valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos’ ao exterior, sendo certo que o IRF não é disponibilizado ao beneficiário por nenhuma dessa forma, ou seja, a CIDE incide sobre o valor efetivamente recebido pelo beneficiário localizado no exterior; Pagamentos às licenciantes no exterior são três os motivos pelos quais a incidência da CIDE nos pagamentos às licenciantes no exterior é descabida: (i) se tratar as remessas a título de direito autoral, pela alínea ‘d’, do artigo 22, da Lei 4.506/1964 o pagamento de direito autoral ao autor/criador da obra não é royalty, vez que rendimento é royalty quando feito a um terceiro a quem o autor da obra cedeu o direito; o artigo 10 do Decreto 4.195/2002 não menciona pagamentos ao exterior pela exploração de direitos autorias; deve ser anulada a Fl. 5764DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 parcela da autuação referente às programadoras estrangeiras, pois a própria fiscalização diz que estas são as autoras das obras; (ii) a impugnante adquire do exterior, ou direito de transmissão, e o pagamento à programadora não se enquadra no conceito de royalties dado pela legislação da CIDE, pois o Decreto 4.195/20002 restringe a CIDE sobre royalties aos casos de marcas/patentes; foi ferido o artigo 150, I, I, da CF/88; (iii) a remessa ao exterior à programadora estrangeira já onerada pela CONDECINE (MP 2.219 e art. 32, da MP 2.2281) e a fiscalização promove bis in idem, pois a Cide e a Condecine atingiriam um mesmo acontecimento (cita doutrina e decisão colegiada); Especialidade/Especificidade se a Condecine incide sobre a indústria cinematrográfica/videofonográfica, pelos princípios gerais de direito ela é especial/específica (LICC – Lei 4.657/1942 e LIDB – Lei 12.376/2010) afastando a norma geral (CideRemessas), conforme doutrina e jurisprudência administrativa do CARF transcritas; Juros de Mora sobre a Multa de Ofício caso parte ou todo o auto de infração em apreço seja julgado procedente, não devem ser aplicados juros de mora sobre o valor da multa de ofício lançada, pois nos casos de lançamento de ofício formalizado por auto de infração, os juros de mora, calculados pela taxa SELIC, vêm sendo exigidos também sobre o valor da multa lançada de ofício; não cabe aplicar juros demora do art. 161 do CTN sobre a multa de ofício, por incidirem sobre obrigações acessórias, conforme doutrinadores e jurisprudência administrativa. Pede para afastar os juros Selic sobre a multa de ofício, pois a multa não compõe o crédito tributário. Ao final, pedindo pela improcedência, afirma que o critério utilizado pela fiscalização para a apuração da base de cálculo da CIDE supostamente devida não tem amparo legal; os pagamentos efetuados às programadoras estrangeiras não são tributáveis pela CIDE, quer porque não se enquadram em nenhuma das hipóteses de incidência dessa contribuição, quer porque já são tributados pela CONDECINE, não podendo existir, nesse último caso, bis in idem. Requer na hipótese de manutenção de qualquer parte da autuação, que seja afastada a incidência dos juros SELIC sobre a respectiva multa de ofício, que não compõe o crédito tributário sujeito a juros.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgoua improcedente, conforme Acórdão nº 1632.514, datado de 7 de julho de 2011, às fls. 5.614/5.635, sob as seguintes ementas: “AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não ocorrem as hipóteses definidas no artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. LIMITE DE COMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País não podendo negarlhe execução e sendo incompetentes para apreciar argüição de inconstitucionalidade haja vista que tal matéria esta adstrita ao âmbito judicial. O controle de constitucionalidade encontra no Poder Judiciário seu foro apropriado. Fl. 5765DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.764 5 PROVA. MEIOS. MOMENTO DE PRODUÇÃO., IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. No processo administrativo fiscal são admissíveis os meios documental e/ou pericial. Para evitar a preclusão a interessada deve apresentar com a impugnação a documentação sustentadora de suas alegações ou demonstrar alguma das situações do § 4º, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72 (PAF). PRINCÍPIO GERAL DE DIREITO TRIBUTÁRIO. CIDE E CONDECINE. POSSIBILIDADE. O princípio geral de direito tributário das contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas é a incidência múltipla, exceto quando definido em lei (art. 149, § 4º, CF/88). JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Cabimento dos juros pela taxa Selic (CTN, art. 161, Lei nº 9.065/95, art. 13). CIDE. REMESSA AO EXTERIOR. ROYALTIES. A partir de 1/1/2002, a pessoa jurídica deve pagar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o valor de royalties, a qualquer título, que pagar, creditar, entregar, empregar ou remeter, a residente ou domiciliado no exterior, seja qual for o objeto do contrato (art. 6º, Lei nº 10.332/2001. CIDE. BASE DE CÁLCULO. IRRF. INCLUSÃO. CABIMENTO. A contribuição incide sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações contraídas, sendo considerada líquida do IRRF a quantia enviada ao exterior. TRANSFERÊNCIAS INTERNACIONAIS. BASE DE CÁLCULO. Para determina a base de cálculo dos tributos o valor em reais das transferências do/para o exterior será apurado com base na maior cotação de venda da moeda dentre a do segundo dia útil imediatamente anterior à contratação da operação de câmbio ou do próprio dia da operação (IN 41, de 19/4/99, MP 3, de 26/9/2001, convertida na Lei 10.305/01).” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (5.641/5.669), requerendo, em preliminar, a sua nulidade sob os argumentos de equívocos, pois, ao contrário do entendimento da autoridade julgadora de primeira instância, em nenhum momento, defendeu a inconstitucionalidade de qualquer dispositivo legal, em relação às Leis nº 4.506, de 1964 e nº 10.168, de 2002, e ao Decreto nº 4.195, de 2002, assim como também, não combateu reajustamento da base de cálculo da CIDE, o vocábulo reajustamento foi utilizado para tratar da inclusão do IRRF em sua base de cálculo; e, no mérito, que o critério de apuração da base de cálculo, utilizado pelo autuante está incorreto; o valor do IRRF não integra a base de cálculo da contribuição; e os pagamentos efetuados por ela a residentes/domiciliados no exterior por direitos de transmissão não estão sujeitos a esta contribuição, repetindo as mesmas alegações expendidas na impugnação. Para fundamentar seu recurso voluntário, expendeu extenso arrazoado sobre: I) Hipótese de incidência e materialidade da CIDE; I.1) Não Incidência da CIDE nos Fl. 5766DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Pagamentos de Direito Autoral; I.2) Não enquadramento dos pagamentos efetuados pela Recorrente ao exterior no conceito de royalties dado pela legislação da CIDE; I.3) Não incidência da CIDE nas Remessas Oneradas pela CONDECINE; II) Da Taxa de Câmbio; III) Do Reajustamento da Base de Cálculo para inclusão do IRRF; e IV) Da Não Incidência de Juros de Mora sobre a Multa Lançada de Ofício, concluindo, ao final, que a decisão recorrida deve ser anulada ou, caso assim não se entenda, se reconheça que houve erro na apuração da base cálculo, o valor do IRRF não integra a base de cálculo e que os pagamentos efetuados a programadoras estrangeiras não são tributáveis pela CIDE, que por não se enquadrarem em nenhuma das hipóteses de incidência dessa contribuição, quer por ser tributados pela Condecine e, ainda, se por qualquer razão, se mantida a exigência de alguma parte do crédito tributário, seja excluída a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício. É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim, dele conheço. A suscitada preliminar de nulidade decisão recorrida sob o argumento de equívocos, pelo fato de a autoridade julgadora de primeira ter se manifestado sobre matérias não expressamente discutidas na impugnação – inconstitucionalidade e reajustamento da base de cálculo da CIDE – não tem amparo legal e não merece prosperar. O Decreto nº 70.235, de 6 março de 1972, art. 59, inciso II, assim dispõe quanto à nulidade de decisões: Art. 59 São nulos: (...); II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” No presente caso, a decisão recorrida foi proferida pela 9ª Turma de Julgamento da DRJ São Paulo I, colegiado competente para apreciar a impugnação interposta e julgar a procedência ou não do lançamento, nos termos do art. 25, I, desse Decreto. Também, a manifestação da autoridade julgadora sobre matérias não expressamente suscitadas na impugnação não trouxe prejuízo à recorrente nem cerceou seu direito de defesa. Assim, não há que se falar em nulidade da decisão recorrida. No mérito, as questões envolvem: I) incidência da CIDE sobre pagamento de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura; II) IRRF na base de cálculo da CIDE, III) critério de apuração da base de cálculo; e, IV) a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. A Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, que instituiu a CIDE destinada a estimular a interação universidade empresa, assim dispõe: “Art. 1º Fica instituído o Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação, cujo objetivo Fl. 5767DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.765 7 principal é estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. Art. 2º Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. § 1º Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 1ºA. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. § 2º A partir de 1º de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. § 3º A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. Art. 3º Compete à Secretaria da Receita Federal a administração e a fiscalização da contribuição de que trata esta Lei.” Parágrafo único. A contribuição de que trata esta Lei sujeitase às normas relativas ao processo administrativo fiscal de determinação e exigência de créditos tributários federais, previstas no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações posteriores, bem como, subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, especialmente quanto a penalidades e demais acréscimos aplicáveis. Já o Decreto nº 4.195, de 11 de abril de 2002, que regulamentou esta lei assim dispõe: “Art. 10. A contribuição de que trata o art. 2º da Lei no 10.168, de 2000, incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou Fl. 5768DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração, previstos nos respectivos contratos, que tenham por objeto: I fornecimento de tecnologia; II prestação de assistência técnica: a) serviços de assistência técnica; b) serviços técnicos especializados; III serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes; IV cessão e licença de uso de marcas; e V cessão e licença de exploração de patentes.” Com fundamento nestes diplomas legais, passemos à análise de cada matéria contestada pela recorrente. I) Incidência da CIDE sobre pagamento de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura De acordo com o artigo 2º da Lei nº 10.168, de 2000, as hipóteses de incidência da CIDE são: a) pagar, creditar, entregar e/ ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a título de remuneração decorrente de contratos de licença de uso e de aquisição de conhecimentos tecnológicos que impliquem transferência de tecnologia, dentre eles, os relativos à exploração de patentes, ao uso de marcas ao fornecimento de tecnologia e à prestação de assistência técnica; b) pagar, creditar, entregar e/ ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a título de remuneração decorrente de contratos de prestação de serviços técnicos, de assistência administrativa e assemelhados; c) pagar, creditar, entregar e, ou remeter a residentes/domiciliados no exterior, royalties a qualquer título. Os valores tributados, objeto do lançamento em discussão, estão elencados nas hipóteses acima, royalties a título de contratos de licença e royalties a qualquer título. Destacamos ainda que, dentre os objetivos sociais e econômicos da recorrente estão a prestação de serviços de telecomunicações, na modalidade de televisão por assinatura e no desenvolvimento e operação de sistemas de satélite DTH para distribuição de programas por assinatura para assinantes no Brasil, atividades que se enquadram nos dispositivos da Lei nº 10.168, de 2000. Assim, entendemos que os serviços pagos a domiciliados/residentes no exterior, pelo direito de transmitir filmes e programas de televisão, são royalties por contraprestação pela aquisição de obras de autorias de terceiros. A Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que trata de direitos autorais assim dispõe: Fl. 5769DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.766 9 “Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: [...]; VI as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; [...].” Já a Lei nº 4.506, de 30 de novembro de 1964, assim define royalties: “Art. 22. Serão classificados como ‘royalties’ os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: [...]; d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. [...].” Portanto, a remessa de royalties ao exterior, a título de pagamento por licença para exploração e transmissão de programas de TV, configura hipótese de incidência da CIDE, nos termos da Lei nº 10.168, de 2000. A alegação de que a exigência da contribuição sobre tais pagamentos configura “bis in idem” pelo fato de ter sido paga sobre eles a Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (CONDECINE) é equivocada. Primeiro, porque a cobrança de tributos diferentes com finalidades diversas sobre um mesmo fato gerador não configura bis in idem. Este, no nosso entendimento, somente ocorre quando um mesmo sujeito ativo cobra mais de uma vez o mesmo tributo sobre o mesmo fato gerador. Ainda que se entenda que a cobrança de mais de um tributo sobre o mesmo fato gerador pelo mesmo sujeito ativo configure bis in idem, inexiste vedação constitucional vendando tal cobrança. Citamos como exemplo, dentre outros, as contribuições para o PIS e a Cofins, ambas cobradas pelo mesmo ente tributante, a União Federal, sobre o mesmo fato gerador, assim como o IRPJ e a CSLL. A CIDE, ora exigida, tem como fundamento a Lei nº 10.168 de 29 de dezembro de 2000, decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. Tratase de diploma vigente e não inquinado de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O julgador administrativo não pode negar a aplicação de lei vigente não inquinada de inconstitucionalidade pelo STF. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) por meio da Súmula nº 02, que assim dispõe: Fl. 5770DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Também o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp 894.129, por meio do voto da Ministra Eliana Calmon decidiu ser possível a exigência simultânea de contribuições de natureza e finalidade diversas sobre um mesmo fato gerador, inclusive da CIDE com outras contribuições, conforme prova a seguinte ementa: “TRIBUTÁRIO PROCESSUAL CIVIL CIDE LEI 10.168/2000 BIS IN IDEM FUST E FUNTEL INEXISTÊNCIA ACÓRDÃO OMISSÃO NÃO OCORRÊNCIA. 1. Inexiste omissão em acórdão que decide motivadamente a lide. 2. A CIDE, como contribuição de intervenção no domínio econômico, destinase a financiar o programa de estímulo á interação universidadeempresa para apoio á inovação, não se confundindo com a FUST (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações), criado com a Lei 9.998/2000, destinado a cobrir os custos dos serviços de universalização dos serviços de telecomunicações que não possa ser recuperada com a normal exploração do serviço. 3. Também não se confunde com o FUTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), previstos na Lei 10.052/2000, destinado a estimular o processo de inovação tecnológica a capacitação de recursos humanos, fomento à geração de empregos e promoção de acesso de pequenas e médias empresas, ampliando a competitividade da indústria brasileira de telecomunicações. 4. Sem identidade, não ocorre bis in idem, sendo diversa a incidência, a base de cálculo e a finalidade. 5. As exações só se identificam por serem, todas três, espécie do gênero contribuição de intervenção no domínio econômico. 6. Recurso especial não provido. (REsp 894.129/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 22/09/2009).” Dessa forma, correta a tributação dos valores pagos, creditados e/ ou remetidos a residentes/domiciliados no exterior por conta de licença de direitos de transmissão de sinais de televisão por assinatura e outros serviços semelhantes. II) IRRF na base de cálculo Ao contrário do seu entendimento, a base de cálculo da CIDE, segundo o § 3º do art. 2º, da Lei nº 10.168, de 2000, citado e transcrito anteriormente, é o valor pago, creditado ou remetido, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2º deste artigo. Do exame das normas legais que tratam desta contribuição, não encontramos quaisquer dispositivos que determinam e/ ou permitam a exclusão do IRRF da sua base de cálculo. Fl. 5771DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.767 11 Também este é o entendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) externado por meio do Ato Declaratório Interpretativo nº de 13 de outubro de 2004, que assim dispõe: “Art. 1º As disposições do Regulamento de Melbourne, trazidas pelo Tratado de Melbourne, celebrado em 09 de dezembro de 1988, não foram legitimamente incorporadas ao Direito Brasileiro, não tendo eficácia no País no tocante ao Imposto sobre a Renda e à Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidentes sobre as remessas efetuadas por empresas de telecomunicações pela prestação de serviços técnicos realizados em chamadas de longa distância internacional, iniciadas no País, ou em chamadas de longa distância nacional, em circunstâncias em que haja a utilização de redes de propriedade de não domiciliadas no Brasil. Art. 2º É devido o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte, à alíquota de 15%, e a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), à alíquota de 10%, sobre o total dos valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos às empresas de telecomunicações domiciliadas no exterior, a título de pagamento pela contraprestação de serviços técnicos realizados em chamadas de longa distância internacional, iniciadas no Brasil, ou a chamadas de longa distância nacional, em que haja a utilização de redes de propriedade de empresas congêneres, domiciliadas no exterior. Art. 3º A base de cálculo do Imposto sobre a Renda e da Cide, incidentes nas hipóteses previstas no art. 2º, é o valor total da operação, ainda que não sejam as remessas integralmente enviadas ao exterior, e não apenas o saldo líquido resultante de encontro de contas envolvendo débitos e créditos entre o tomador e o prestador dos serviços. Art. 4º Os rendimentos decorrentes da prestação de serviços técnicos de telecomunicações que sejam pagos, creditados, entregues ou remetidos a residentes ou domiciliados em países com os quais o Brasil mantenha tratados para evitar a dupla tributação (regularmente incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro) estão sujeitos ao tratamento específico neles constantes.” Ressaltamos ainda que, por meio da Solução de Divergência nº 17, a Coordenação Geral de Tributação (Cosit) da RFB, solucionou divergência até então existente sobre esta questão, assim decidindo: “BASE DE CÁLCULO CIDE. PESSOA JURÍDICA BRASILEIRA. ASSUNÇÃO DO ÔNUS DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF). O valor do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), Fl. 5772DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 12 independentemente de a fonte pagadora assumir o ônus imposto do IRRF.” Dessa forma, independentemente de quem assumiu a responsabilidade pela retenção/pagamento do IRRF, a base de cálculo da CIDE é o valor bruto pago e/ ou creditado ao residente/domiciliado no exterior. III) Critério de apuração da base de cálculo Conforme demonstrado na decisão recorrida, a base de cálculo da contribuição foi efetuada nos termos da legislação tributária vigente para as transferências internacionais de valores tributáveis, MP nº 1.818, de 25 de março de 1999, convertida na Lei nº 9.816/1999, art. 3º, Instrução Normativa (IN) SRF nº 41, de 19 de abril de 1999, art. 1º. Também, conforme demonstrado naquela decisão, o critério de conversão utilizado pelo autuante não implicou valor de conversão diferente daquele defendido pela recorrente, cuja demonstração transcrevemos: “A defesa cita como exemplo o contrato de câmbio 23/02/2006 (fls. 3.601), que trata da remessa de Us $ 550.000,00 para a DTH Techno. A liquidação deveria ser até 24/02/2006 e a taxa fixada como o banco foi de 2,1203, independentemente da cotação oficial do dólar na data em que o montante foi de fato transferido para o exterior. O contrato citado pela impugnante é de 23/2/2006 e trata de pagamento de serviços com taxa de câmbio de 2,1203 (fls. 3.601). No campo ‘outras especificações’ consta sujeição à Cide (fl. 3.604). Para o cálculo da Cide, se considerarmos como valor líquido remetido o valor de R$ 1.166.165,00 (fl. 5.274) e o dividirmos por Us$ 550.000,00 teremos a razão de 2,1203, que é o valor da taxa de câmbio indicada no contrato. Mas esse valor pode ser menor do aquele que as normas indicam para o cálculo, pois a taxa a ser considerada é a maior dentre a do contrato e a do segundo dia útil anterior. As cotações desse intervalo de tempo podem ser consultadas no sítio do Banco Central (*): Data Dia da semana Cotação de Venda 21/02/2006 terçafeira 2,1297 22/02/2006 quartafeira 2,1484 23/02/2006 quintafeira 2,1353 24/02/2006 sextafeira 2,1355 (*) fonte: http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/PtaxRPesq.asp?idpai=TXCITALÇAI A taxa a ser comparada com a do contrato é a do segundo dia útil anterior, neste caso 2,1297. Assim, a partir deste valor deve ser apurada a base da Cide. O valor em reais será Us $ 550.000,00 x 2,1297, resultando R$ 1.171.335,00. Fl. 5773DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 16643.000404/201058 Acórdão n.º 3301001.764 S3C3T1 Fl. 5.768 13 Considerando o imposto de renda retido pela fonte pagadora, como se verá a seguir, o valor da base de cálculo será R$ 1.171.335,00/0,85 que resulta em R$ 1.378.041,18. Consultando a parcela da base de cálculo na planilha anexada ao auto de infração temos esse mesmo valor para o dia 23/2/2006, o que indica ser consistente a apuração (fl. 5.274).” Como nesta fase recursal, a recorrente trouxe como exemplo o mesmo contrato de câmbio e não contestou o demonstrativo e o cálculo da autoridade julgadora de primeira instância, concluímos que o critério utilizado pela fiscalização está correto e de conformidade com a legislação tributária. IV) Incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. A exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente tem cabimento depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias concedidos ao sujeito passivo para pagamento do crédito tributário julgado e mantido por decisão administrativa definitiva. Caso o crédito tributário tornese líquido e certo, ou seja, com decisão definitiva contrária ao contribuinte, e não seja pago dentro daquele prazo, a penalidade (multa de ofício) convertese em débito fiscal, passando então a incidir juros moratórios sobre ela nos termos da Lei nº 9.430, de 27/12/1991, art. 61, § 3º, quando do seu pagamento intempestivo. Em face do exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário apenas e tão somente para reconhecer que a exigência de juros de mora sobre a multa de ofício somente é cabível depois de decorridos 30 (trinta) dias da decisão administrativa definitiva desfavorável ao contribuinte, caso aquela não seja paga neste prazo. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 5774DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 08 /03/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 15586.001062/2008-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2002
CONTRIBUINTE. RESPONSÁVEL.
O contribuinte e responsável pelo pagamento da contribuição é a pessoa jurídica que fatura vendas de mercadorias.
MERCADORIA NÃO EXPORTADA. VENDA NO MERCADO INTERNO.
As receitas de mercadorias cujas exportações foram simuladas e vendidas no mercado interno estão sujeitas à Cofins nos termos da legislação vigente.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA.
O reconhecimento pelo próprio contribuinte da ocorrência da fraude nas operações de exportações impõe o agravamento da multa nos termos da legislação vigente.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-001.690
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Adão Vitorino de Morais - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé.
Nome do relator: JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS
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RESPONSÁVEL. O contribuinte e responsável pelo pagamento da contribuição é a pessoa jurídica que fatura vendas de mercadorias. MERCADORIA NÃO EXPORTADA. VENDA NO MERCADO INTERNO. As receitas de mercadorias cujas exportações foram simuladas e vendidas no mercado interno estão sujeitas à contribuição para o PIS nos termos da legislação vigente. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. O reconhecimento pelo próprio contribuinte da ocorrência da fraude nas operações de exportações impõe o agravamento da multa nos termos da legislação vigente. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2002 CONTRIBUINTE. RESPONSÁVEL. O contribuinte e responsável pelo pagamento da contribuição é a pessoa jurídica que fatura vendas de mercadorias. MERCADORIA NÃO EXPORTADA. VENDA NO MERCADO INTERNO. As receitas de mercadorias cujas exportações foram simuladas e vendidas no mercado interno estão sujeitas à Cofins nos termos da legislação vigente. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 10 62 /2 00 8- 38 Fl. 917DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 O reconhecimento pelo próprio contribuinte da ocorrência da fraude nas operações de exportações impõe o agravamento da multa nos termos da legislação vigente. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto Relator. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente (assinado digitalmente) Jose Adão Vitorino de Morais Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Possas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Guilherme Déroulède e Andréa Medrado Darzé. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Rio de Janeiro II que julgou improcedente a impugnação interposta contra os lançamentos das contribuições para o Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), referentes a fatos geradores ocorridos nos meses de competência de maio a novembro de 2003. Os lançamentos decorreram da falta e/ ou insuficiência de declaração/ pagamento das contribuições devidas, apuradas sobre receitas de exportações cujos despachos foram fraudados, conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de cada auto de infração e Informação Fiscal às fls. 751/761 (fls. 746/746). Inconformada com a exigência dos créditos tributários, a recorrente interpôs a impugnação às fls. 826/833 (fls. 808/815), alegando razões assim sintetizadas por aquela DRJ: “ A impugnante, no exercício da faculdade que lhe confere o § 3º do artigo 4º do Código de Processo Penal, em 18 de março de 2004, após ‘denúncia’ apresentada pelo seu gerente de comércio exterior, senhor José Ricardo Cicone, informando sobre possibilidade da existência de operações fictícias de exportação, praticadas de forma dissimulada pelo seu exsubordinado, senhor Hervig Kerkoff e a empresa ACSMAC IMPORT EXPORT INC, houve por bem a direção da Chocolates Garoto S/A, apresentar a competente NOTÍCIA CRIME, perante superintendente da Polícia Federal do Departamento Regional do Estado do Espírito Santo. Em 27 de abril de 2005, a autoridade policial instaurou inquérito policial para apuração dos fatos e seus autores; foi determinada a expedição de ofício p ara a Delegacia da Receita Federal e ao Escritório do Banco Central do Brasil informando sobre a possível ocorrência de ‘exportações fictícias’. Fl. 918DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 15586.001062/200838 Acórdão n.º 3301001.690 S3C3T1 Fl. 918 3 As diligências envolvendo as autoridades competentes tiveram como ponto de partida as ‘denúncias’ levadas a cabo pela própria IMPUGNANTE, em irreparável demonstração de lisura e retidão na condução de seu negócio. Numa análise preliminar, verificase ser a IMPUGNANTE vítima ou no mínimo, instrumento de um ilícito, em tese, praticado por seu empregado à época, em conluio com a empresa ACSMAC e agentes públicos lotados na Alfândega de Vitória. Esses fatos foram mitigados pelos agentes fiscais quando da apuração do contexto em que se insere a impugnante à luz dos comandos legais invocados. Os agentes fiscais trilharam de foram precipitada e simplista o caminho da cognição necessária para a correta e justa apreciação de mérito. Não prospera a responsabilidade da impugnante pelo fato de o senhor Fábio ter sido formalmente constituído como seu despachante aduaneiro, como quer fazer crer o relatório fiscal. Os atos do mandatário somente vinculam o mandante quando exercidos no âmbito do negócio jurídico para o qual o segundo constituiu o primeiro; mandante não se encontra obrigado quando o mandato é exercido como excesso de poderes ou contra os interesses do mandante. No presente caso, resta evidenciada uma conduta ilícita, praticada à revelia dos poderes que lhe foram outorgados. A figura jurídica em discussão é a fraude, o ilícito, onde o mandatário embora agindo sob o aspecto formal em nome do mandante, Chocolates Garoto S/A, aproveitase da forma para ignorar a substância do negócio e em total desvio dos poderes que lhe foram conferidos, dissimular operações de venda no mercado interno em vendas para exportação. Considerando a substância do negócio jurídico estabelecido entre mandante e mandatário, este segundo agiu em nome próprio na medida em que os indícios sejam a existência de condutas ilícitas, transformando o mandante em instrumento para a realização do ilícito. O Código Civil vigente assim trata a matéria em seu artigo 665: ‘Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra eles, será considerando mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não ratificar os atos.’ No caso, atua o mandante Fábio, contra mandato, visto que ignora a substância do negócio jurídico. O saudoso mestre Pontes de Miranda, em sua obra, Tratado de Direito Privado, vol. 43, pg. 57, Revista dos Tribunais, São Paulo, lecionava: ‘Se o mandatário atua em nome próprio, quer em negócio jurídico, quer em outro ato jurídico, nenhuma relação jurídica se estabelece ente mandante e terceiro’. José Figueiredo Alves em comentários ao Novo Código Civil, coordenado por Ricardo Fiúza, comenta o artigo 666 concluindo: ‘Sabese, em demasia, que a responsabilidade exprime o dever jurídico em que se coloca a pessoa, seja em virtude de contrato, seja em face de fato ou omissão que lhe sejam imputados para satisfazer a pretensão convencionada ou para suportar o engano, que lhe é imposto. A par desse axioma, observase que a responsabilidade atribuída ao mandatário fundamenta, em relação ao mandante ou ao terceiro, o direito de exigir dele o cumprimento da obrigação que lhe impunha. Vale dizer que a Fl. 919DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 responsabilidade do mandatário concerne, a rigor, à própria execução do mandato, ou resulta da má execução dele.’ Não pode o agente fiscal ignorar a realidade materializada nos autos do inquérito policial, que as condutas delituosas até o momento constatadas, se deram sem a ciência o concurso da ora autuada. Assim, em sede de sanção tributária, inadmissível a aplicação pura e simples do artigo 124 do CTN. Imprescindível, à análise de mérito a aplicação dos artigos 112, 135 e 137 do CTN. ‘Art. 112. A lei tributária que define infração, ou lhe comina penalidades, interpretase de maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I – à capitulação legal do fato; II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.’ A imputação decorrente do presente auto de infração enquadrase no item ‘II’, quanto às circunstâncias matérias de fato por tudo que foi dito em relação aos efeitos do mandato. Ainda com relação às circunstância há que se observar que integrantes da própria administração tributária, concorreram para a materialização do ilícito tributário. Nos termos do artigo 135 do CTN, tratandose de conduta delituosa cujo tipo subjetivo é o dolo, a responsabilidade é personalíssima e exclusiva daqueles que procederam com máfé contra seus mandantes ou empregadores, concorrendo para a infração da norma tributária. ‘Art. 135, São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos; I – as pessoas referidas no artigo anterior; II – os mandatários, prepostos e empregados; III – os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.’ Descabe invocar a dicção do artigo 124 do CTN, haja vista que, tratandose de ilícito penal, a responsabilidade é pessoal do(s) agente(s) infrator(es); em tais situações, conjugase a regra do artigo 135 com as hipóteses do art. 137, ambos do CTN. Quanto à aplicação da multa agravada em 100%, também razão não assiste aos ilustres fiscais. Por primeiro há que ser considerado que nenhuma pena passará do condenado a teor da dicção do artigo 5º, inciso XLV da Constituição Federal, logo descabe qualquer tipo de sanção, por segundo, tratandose de punição por ato ilícito e evidenciado que a contribuinte não concorreu para a fraude e na pendência da apuração criminal pela autoridade competente, não pode a contribuinte arcar com a dobara. Insta salientar que a dobra instituída pelo artigo 14 da Lei 11.488/07 Fl. 920DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 15586.001062/200838 Acórdão n.º 3301001.690 S3C3T1 Fl. 919 5 encontrase condicionada a toda a cognição necessária para apuração da autoria necessária à imputação dos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/94. Cumpre à autoridade policial definir a materialidade da conduta criminosa, seu tipo subjetivo e autores. Contudo, ainda que a investigação policial não tenha chegado ao seu término, forçoso concluir que pelos elementos já existentes nos autos do inquérito, a Chocolates Garoto S/A figura como vítima. Pelas circunstâncias materiais do fato (CTN, art. 112, II), verificase que a ora impugnante fora no mínimo levado a erro sobre a substância dos atos, para não dizer, ter sido vítima de um ilícito. O inquérito policial espelha a conduta delituosa de um empregado da Chocolates Garoto que, em conluio com um de seus mandatários e funcionários públicos, agiram de forma criminosa para favorecerem a empresa ACSMAC. Agiram os personagens da conduta ilícita contra os interesses e sem o conhecimento da impugnante, inclusive mantendoa em erro quanto à substância dos atos praticados. No mais, asseverase que a assertiva dos agentes fiscais, quanto à falsidade ideológica, extrapolam suas atribuições, visto que cumpres à autoridade policial ou Ministério Público, dizer sobre a existência da figura de direito penal, sua natureza, extensão e autoria.” Analisada a impugnação, aquela DRJ, julgoua improcedente, conforme Acórdão nº 1328.646, datado de 23 de março de 2010, às fls. 860/876, sob as seguintes ementas: “DEPENDÊNCIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO DO INQUÉRITO POLICIAL. Inocorrência. A esfera administrativa tributária apresentase autônoma em relação ao inquérito policial, ainda que em ambos seja apurada a ocorrência do dolo em matéria fiscal. O auditor fiscal é livre para formular seu convencimento no que tange à ocorrência e à extensão da ilicitude tributária. MULTA QUALIFICADA. Configura evidente intuito de fraude o fato de o contribuinte realizar operações de exportação fictícia, ao auferir receita tributável expressiva sem recolher os tributos incidente sobre exportação, mesmo após ciência do fato. Cabível a multa qualificada de 150% sobre a diferença ou totalidade dos tributos apurados de ofício. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A denúncia espontânea de possível existência de crime contra a ordem tributária à autoridade policial, ainda que competente, não tem o condão de excluir a aplicação de multa quando não acompanhada do pagamento dos tributos devidos e de seus encargos.” Cientificada dessa decisão, a recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 883/892), requerendo a sua reforma, a fim de que seja excluída da responsabilidade pelo pagamento dos créditos tributários (PIS e Cofins), bem como da multa estabelecida e seus acessórios, alegando, em síntese, as mesmas razões expendidas na impugnação. Fl. 921DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 É o relatório. Voto Conselheiro José Adão Vitorino de Morais O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim, dele conheço. As questões opostas nesta fase se restringem à responsabilidade tributária da recorrente pelo pagamento das contribuições incidentes sobre as receitas decorrentes das exportações fraudadas (simuladas) e à qualificação da multa de ofício. As contribuições lançadas e exigidas foram apuradas sobre o total das notas fiscais faturas emitidas pela recorrente, com fim específico de exportações, para a empresa ACSMAC – Import e Export Inc., localizada em Miami, Flórida, Estados Unidos da América, cujas operações foram simuladas, mediante a utilização de documentos falsos, Registros de Exportação, Declarações de Exportação, conhecimentos de transportes, notas fiscais e livros fiscais. Ainda, segundo a autoridade fiscal, os produtos discriminados nas notas fiscais foram baixados do estoque da recorrente. Assim, concluiu que foram destinados ao mercado interno. Em seu recurso voluntário, a recorrente não contestou a fraude, ou seja, a simulação das exportações. Contudo, alegou que não pode ser responsabilizada pelo pagamento das contribuições, porque a fraude não foi cometida por ela. Alegou, ainda, que apresentou Notícia Crime à Polícia Federal do Espírito Santo requerendo a apuração da fraude e dos responsáveis. Na notícia crime, cópia às fls. 49/60, a recorrente não aponta o responsável, citando apenas os nomes de seus funcionários, à época, Hervig Kerkoff (exfuncionário na data da contestação) e José Ricardo Cicone, Gerente de Exportação (ainda na função na data da contestação). Embora, nesta fase recursal, a recorrente não tenha indicado expressamente os responsáveis que, no seu entendimento, seriam os responsáveis pelo pagamento das contribuições, da leitura do trecho do seu recurso voluntário às fls. 889, no qual afirma literalmente “... ainda que seja dever da Recorrente supervisionar seus empregados, as conseqüências legais da prática de ato ilícito de seus prepostos, que o fizeram em interesse próprio ou de outrem, de forma intencional, não podem ser estendidas àqueles que não tiveram interesse de fazêlo”, concluiuse que sua intenção é responsabilizar os empregados, em especial, o ex empregado. Do exame dos autos, verificase que a recorrente emitiu notas fiscais, em nome da compradora ASMAC Import Export Inc., localizada em Miami, Flórida, Estados Unidos da América, para exportação de chocolates embalados em caixas com dizeres em português. Fl. 922DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 15586.001062/200838 Acórdão n.º 3301001.690 S3C3T1 Fl. 920 7 A Lei nº 9.718, de 1998, que trata das contribuições para o PIS e Cofins assim dispõe: “Art. 2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei.” Já a isenção das receitas de exportação ao pagamento do PIS e da Cofins, com incidência cumulativa, está prevista no Decreto nº 4.524, de 2002, art. 45 que assim dispõe: “Art. 45. São isentas do PIS/Pasep e da Cofins as receitas (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 14, Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, § 2º, e Lei nº 10.560, de 2002, art. 3º, e Medida Provisória nº 75, de 2002, art. 7º): [...]; II da exportação de mercadorias para o exterior; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; e IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. § 1º Consideramse adquiridos com o fim específico de exportação os produtos remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. [...].” Ora, segundo estes dispositivos legais as receitas decorrentes de vendas de mercadorias (faturamento mensal) no mercado interno estão sujeitas ao PIS e à Cofins. Já as receitas decorrentes de exportações estão isentas destas contribuições. No presente caso, a própria recorrente reconheceu que as exportações não foram realizadas. Contudo alega que a culpa não foi sua e sim de seus empregados em conluio com terceiros, inclusive, com servidores públicos lotados na Alfândega de Vitória em que teria ocorrido a fraude na exportação. No entanto, essa alegação não tem amparo legal. Primeiro, conforme ela própria reconhece, as exportações simuladas teriam sido efetuadas pelo Senhor Hervig Kerkoff, brasileiro, casado, residente na Av. Estudante José Júlio de Souza, nº 1.742, Itaparica, Vila Velha Espírito Santo, à época dos fatos geradores, seu empregado, diretamente subordinado ao seu Gerente de Exportações, à época dos fatos geradores e também na data da contestação dos lançamentos, Senhor José Ricardo Cicone. Segundo, as notas fiscais foram Fl. 923DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 emitidas diretamente para uma adquirente no exterior. Terceiro, as mercadorias não foram remetidas para recintos alfandegados, em nome de comercial exportadora. Dessa forma, se as exportações foram efetuadas diretamente pela recorrente, a responsabilidade pelo transporte ate o porto de embarque, bem como o embarque das mercadorias era sua. Se ela não efetuou o transporte das mercadorias até o porto nem providenciou o seu embarque, não tem fundamento a alegação de que não sabia que as mercadorias não foram exportadas. Caso tivessem sido remetidas para recintos alfandegados, em nome de comercial exportadora, com o fim específico de exportação, não teria responsabilidade pelo pagamento das contribuições. Além disto, embora as mercadorias não tenha sido exportadas, os contrato de câmbio foram fechados e liquidados. Como as mercadorias foram faturadas e saíram do estabelecimento industrial da recorrente e não retornaram, concluise, com segurança, que foram vendidas no mercado interno e, portanto, estão sujeitas ao PIS e à Cofins. De acordo com o art. 2º da Lei nº 9.718, de 1998, citado e transcrito anteriormente, o contribuinte das referidas contribuições sociais é pessoa jurídica que fatura mensalmente mercadorias e serviços. Já a responsabilidade tributária está assim definida no CTN: “Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz se: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; [...].” Assim, de conformidade com este dispositivos legais, a recorrente é contribuinte e responsável pelo pagamento das contribuições, objeto dos lançamentos em discussão. O fato de o art. 135 do CTN, atribuir responsabilidade pessoal a terceiros, empregados e gerentes, pelo pagamento de tributos, não exime a pessoa jurídica, contribuinte, de seus pagamentos. O responsável principal é a pessoa jurídica contribuintes dos tributos. Além disto, no presente caso, a recorrente não demonstrou nem provou que as operações foram realizadas sem o seu conhecimento. Ao contrário, o Gerente de Exportações que, de fato é o responsável pela regularidade das exportações, continuava trabalhando na recorrente até a data das impugnações. Também nos autos, informou que apenas o empregado subordinado a ele não trabalha mais na empresa. O gerente foi inclusive arrolado por ela como testemunha na notícia crime protocolada na Polícia Federal. Nenhuma prova foi carreada aos autos demonstrando que o empregado Hervig Kerkoff simulou as operações de exportações sem o conhecimento da Gerência e da própria recorrente. Fl. 924DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 15586.001062/200838 Acórdão n.º 3301001.690 S3C3T1 Fl. 921 9 Caba, ainda, ressaltar que a recorrente se beneficiou de todas as operações fraudulentas, deixando de pagar as contribuições, objeto dos lançamentos em discussão, e outros tributos tais como o IPI. Quanto à aplicação da multa agravada, a própria recorrente reconheceu que houve fraude nas operações. A Lei nº 9.430, de 27/12/1996, assim dispõe quanto à multa no lançamento de ofício: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: [...]. II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. [...].” Já a Lei nº 4.502, de 1964, assim dispõe: “Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; [...]. Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento.” No presente caso, houve sonegação e fraude por parte da recorrente. Assim, correta o agravamento da multa nos termos dos citados dispositivos legais. Em face do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Relator Fl. 925DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 Fl. 926DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JOSE ADAO VITORINO DE MORAIS, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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