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Numero do processo: 10218.000345/2008-37
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. CONTRIBUINTE COM RENDIMENTOS EXCLUSIVOS DA ATIVIDADE RURAL.
Constatado que as origens de recursos do Contribuinte são originárias exclusivamente da atividade rural e que todos os negócios desenvolvidos pelo Suplicante tem relação direta com a atividade rural, qualquer omissão dever ser tributada nos termos da Lei n.º 8.023, 1990, com apuração de forma anual.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2801-003.891
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para cancelar a infração omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada que negavam provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente.
Assinado digitalmente
José Valdemir da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araújo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: JOSE VALDEMIR DA SILVA
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CONTRIBUINTE COM RENDIMENTOS EXCLUSIVOS DA ATIVIDADE RURAL. Constatado que as origens de recursos do Contribuinte são originárias exclusivamente da atividade rural e que todos os negócios desenvolvidos pelo Suplicante tem relação direta com a atividade rural, qualquer omissão dever ser tributada nos termos da Lei n.º 8.023, 1990, com apuração de forma anual. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para cancelar a infração omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada que negavam provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente José Valdemir da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Tânia Mara Paschoalin, Flavio Araújo Rodrigues Torres, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 00 03 45 /2 00 8- 37 Fl. 400DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 401 2 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 2a Turma da DRJ/BEL. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: Contra o contribuinte foi lavrado auto de infração, às fls. 247/263 para cobrança de crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física Exercício 2004, ano calendário 2003, no valor total de R$ 363.365,85, incluída a multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 30/04/2008. A ação fiscal ordenada pelo MPF 02103002007000711, às fls. 01, foi iniciada com a ciência postal do contribuinte em 12/06/2007 do Termo de Início de Fiscalização, às fls. 02/03, por meio do qual foi instado a apresentar, relativamente ao ano de 2003, os extratos bancários de contascorrentes, aplicações e cadernetas de poupança, referentes a todas as contas mantidas, inclusive de titularidade do cônjuge ou de outros dependentes e comprovantes dos pagamentos de cartões de credito e comprovação da origem e tributação dos recursos utilizados para os referidos pagamentos. Em resposta, o contribuinte juntou os documentos, às lis. 26/199 e 202/226, e após análises fiscais foi intimado a comprovar com documentação hábil e idônea a origem dos depósitos bancários lançados nas contas bancárias mantidas sob sua titularidade, consolidados no anexo ao Termo de Intimação Fiscal, às fls. 227/231. Também foi intimado a comprovar a origem de recursos para pagamento de faturas de cartão dos meses de novembro e dezembro/2003, conforme Termo de Intimação Fiscal, às fls. 232, e em resposta apresentou os documentos às fls. 239/245. Em razão da falta de comprovação da origem dos recursos creditados em suas contas bancárias, o contribuinte foi autuado por omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, constante do auto de infração, às fls. 247/263. Cientificado do lançamento, conforme Aviso de Recebimento, às fls. 264. o contribuinte apresentou impugnação em 26/06/2008, às fls. 267/276, alegando em síntese: sua condição de produtor rural, fato que, de per si, impõe particularidades na tributação de sua renda. consta na declaração de ajuste anual o acúmulo de prejuízo no montante de R$ 1.083.098,44 e no exercício 2003 receitas de R$ 636.166,00, sendo que com base nas notas fiscais o valor de Fl. 401DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 402 3 receita corresponde a R$ 600.166,00, conforme documentos às fls. 41/58 e 225/234. considerando não atendido o disposto no artigo 60 do RIR/99, devese aplicar o parágrafo 2 o do mesmo artigo, portanto, resta para incidência tributária a importância de R$ 120.033,20, fato que não altera o que já consta na própria declaração, uma vez que o arbitramento supre eventual diferença. Porém, não é este o objeto da presente impugnação. o que se deve questionar é se existe a ocorrência de outra fonte de renda sob a qual incida obrigação tributária, sendo a resposta obtida somente após a análise da movimentação bancária do impugnante nos Bancos Bradesco, Banco do Brasil e Banco da Amazônia. a cifra atingida e tida como não declarada decorre exclusivamente da análise de extratos bancários, nos quais restaram constatados depósitos diversos que demonstraram dita receita supostamente tributável. à luz da legislação acerca do imposto de renda diversos princípios aplicáveis não foram atendidos. o imposto de renda tem como fato gerador o crédito no mês em que ocorreu o depósito e não a apuração baseada na soma dos valores decorrentes do ano calendário 2003. optou a lei pelo fluxo de caixa, por outro lado, optou o Fisco Federal em apurar o suposto débito com base no anocalendário e assim atentou contra o princípio da legalidade, maculando de nulidade o auto ora atacado, por erro na análise temporal do feito e por desatendimento ao princípio da legalidade. a súmula 182 do TFR da Primeira Região estabelece ilegítimo o lançamento do imposto de renda arbitrado apenas em extratos ou depósitos bancários, que tem amparo em diversos julgados dos Tribunais, citando algumas decisões judiciais e também do Conselho de Contribuintes. o Fisco Federal caracteriza o depósito como se fosse renda, mesmo que tal conclusão não possua suporte na legislação de regência. Por outro lado, imposto sobre a renda tem como fato gerador, única e exclusivamente a aquisição de disponibilidade econômica de renda e nesse sentido é pacífica a jurisprudência administrativa ou judicial. impossível definir como renda a simples constatação de depósitos em conta bancária pertencente ao contribuinte. a realização de depósitos pode advir de incontáveis fontes, sem que qualquer delas represente aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou de proventos, ou seja, é necessário que seja comprovada a utilização dos valores depositados como renda consumida e tal não ocorre pela análise patrimonial do impugnante. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 403 4 o depósito bancário mesmo após o advento da Lei n° 9.430/96, não se constitui, por si só, fato gerador da aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos, pois é necessária a prova cabal e robusta de que ele foi utilizado como renda consumida. considerando a não ocorrência de sinais exteriores de enriquecimento pelo impugnante na medida em que seu patrimônio apresenta total consonância com suas declarações e demonstrada a impossibilidade de lançamento com exclusiva base em extratos bancários, resta nulo o auto de infração. o impugnante tem como única atividade econômica a pecuária, tanto que seu domicílio é na própria propriedade rural e todas as entradas de receita em sua declaração de renda, bem como o patrimônio que detém é vinculado à atividade rural e assim de se aplicar o disposto no RIR, arts. 58 a 71. assim, superados os argumentos de nulidade, deve ser levado em consideração que a falta de escrituração implicaria em arbitramento de 20% da receita bruta no anocalendário, considerando ainda as condições pessoais do contribuinte, deve se proceder a tributação em 20% do que for apurado mensalmente por exigência do fluxo de caixa, e ainda deve se observar a aplicação da prescrição administrativa à espécie. Em 04/01/2010, o contribuinte apresentou aditivo à impugnação, às lis. 286/357, onde além de reafirmar que toda a receita auferida decorre da atividade rural, o que comprova com base nas declarações entregues à Receita Federal do Brasil, foi efetuado lançamento sem as devidas exclusões, uma vez que parte dos créditos objeto da autuação decorreram de depósitos efetuados por frigoríficos pelo fornecimento de gado, empréstimos obtidos juntos à instituição financeira, transferências entre contas de mesma titularidade, resgate de títulos de capitalização e cheques devolvidos. Anexei os demonstrativos, às fls. 361/364. A impugnação apresentada foi julgada improcedente em parte, conforme Acórdão de ( fls.369/386numeração digital), assim ementado a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003 NULIDADE DO LANÇAMENTO. O lançamento é regular, perfeito e válido quando observados integralmente os pressupostos legais relativos à sua constituição e a garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos Conselhos de Contribuintes não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados Fl. 403DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 404 5 não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão, na forma do art. 100 do CTN. PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal júris íunlum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o depósito bancário não comprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, ao auferimento de rendimentos (fato jurídico tributário), nos termos do art. 334, IV, do Código de Processo Civil. Cabe ao contribuinte provar que o ato presumido não existiu na situação concreta. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei n° 9.430/1996, vigente a partir de 01/01/1997, estabeleceu, em seu art. 42, uma presunção legal de missão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Cientificado da decisão de 1a instância em 14.02.2011(fl.390numeração digital), o contribuinte apresentou recurso em 04.03.2011(fls.391/393numeração digital). Em sua defesa sustenta os argumentos da impugnação e ao final requer seja procedente o presente recurso e cancelamento do crédito tributário por indevido. É o Relatório Voto Conselheiro José Valdemir da Silva, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Deixo de apreciar a presente as preliminares suscitadas, nos termos do art. 59, § 3o, da Lei 8748/1993, por se vislumbrar, no mérito, decisão favorável ao recorrente. Cuida o presente lançamento de exigência do IRPF sobre omissão de rendimentos caracterizada pela existência de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo, relativamente a fatos ocorridos no ano calendário de 2003, nos termos do art. 42 da Lei nº 9.430/96. Quanto à exigência do IRPF sobre omissão de rendimentos caracterizada pela existência de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo, o art. 42 da Lei nº 9.430/1996 prevê expressamente que os valores creditados em conta de Fl. 404DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 405 6 depósito que não tenham sua origem comprovada caracterizamse como omissão de rendimento para efeitos de tributação do imposto de renda, nos seguintes termos: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” Essa presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, da origem dos recursos. Assim, após devidamente intimado a esclarecer a origem dos depósitos, passou a ser do recorrente o ônus dessa comprovação, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores com os depósitos bancários. Não servem como prova argumentos genéricos, que não façam a correlação inequívoca entre os depósitos e as origens indicadas. Primeiramente, destacase que durante a ação fiscal, a autoridade já acatou e correlacionou os depósitos mensais referentes às receitas da atividade rural, declarada no montante de R$ 495.686,06, fazendo parte do lançamento, tão somente, o remanescente dos depósitos não comprovados. Considerando a decisão proferida pela DRJ que deu parcial provimento a impugnação apresentada pelo Recorrente, a matéria que restou em discussão no presente processo diz respeito ao valor de R$ 317.732,50 de origem não comprovadas e cancelou a correspondente omissão de rendimentos a seguir: Atividade rural R$ 72.816,05 Contrato de Crédito Rural R$ 80.506,00 Atividade rural – nota promissória R$ 59.300,00 Transferências entre mesma titularidadeR$ 46.400,00 Resgate título capitalização R$ 1.093,39 Cheques devolvidos R$ 10.375,00 Total das exclusões R$ 270.490,44 Omissão de Rendimentos caracterizado por depósito bancário Alega o recorrente que os valores creditados nas suas contas correntes são provenientes, exclusivamente, de atividade rural, devendo ser tributada a omissão no percentual de 20% sobre a receita bruta, nos termos da Lei 8.023/90. No particular a CSRF (Acórdão 2102002.066), ao analisar a questão referente à omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários decorrentes de atividade rural, entendeu que,para acatar os valores depositados como provenientes da referida atividade, deve se obedecer dois requisitos, quais sejam: 1) ter como única atividade desenvolvida a rural; Fl. 405DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA Processo nº 10218.000345/200837 Acórdão n.º 2801003.891 S2TE01 Fl. 406 7 2) comprovar que os demais depósitos bancários comprovados decorrem majoritariamente de tal atividade. Vejase a ementa do referido julgado: OMISSÃO DE RENDIMENTOS CARACTERIZADA POR DEPÓSITOS BANCÁRIOS. APLICAÇÃO. Acolhese a alegação do contribuinte de que a totalidade dos depósitos efetivados em suas contas bancárias é proveniente da atividade rural, nos casos em que o contribuinte comprova tal alegação em relação a significativo percentual dos depósitos efetivados em todas as suas contas bancárias e quando a atividade rural é a única atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte. (CARF 10530002135200831 Acórdão 2102002.066). Quanto à omissão de rendimentos caracterizada pela parcela mantida dos depósitos bancários não comprovados, entendo que deve ser tributada nos termos da Lei n.º 8.023, 1990, uma vez que, da análise dos autos, constatase que as origens de recursos do Contribuinte são originárias exclusivamente da atividade rural e que todos os negócios desenvolvidos pelo Suplicante tem relação direta com a atividade rural. Assim, em se tratando de contribuinte cuja atividade exercida é exclusivamente da rural, qualquer omissão dever ser tributada nos termos da Lei n.º 8.023, 1990, com apuração de forma anual, sendo certo que na hipótese presente a própria Lei n.º 7.713, 1988, art. 49, exclui os rendimentos da atividade agrícola e pastoril, já que serão tributados na forma da legislação específica. Portanto, no caso, considero que o critério adotado pelo fisco não é válido, não devendo prosperar a autuação nessa parte em face do erro na forma de tributação. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso para cancelar a infração omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. Assinado digitalmente José Valdemir da Silva Fl. 406DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/01/20 15 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 22/01/2015 por JOSE VALDEMIR DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 13362.720812/2013-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2012
PASEP. MUNICIPALIDADE. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES.VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE.
As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não são excluídas da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados e Municípios por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98.
Numero da decisão: 3101-001.785
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Rodrigo Mineiro Fernandes Relator.
EDITADO EM: 05/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Elias Fernandes Eufrásio, Jose Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Henrique Pinheiro Torres - Presidente Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. EDITADO EM: 05/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Elias Fernandes Eufrásio, Jose Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres.
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MUNICIPALIDADE. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES.VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE. As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não são excluídas da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados e Municípios por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Henrique Pinheiro Torres Presidente Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator. EDITADO EM: 05/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Elias Fernandes Eufrásio, Jose Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 36 2. 72 08 12 /2 01 3- 31 Fl. 397DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Tratase de auto de infração (fls. 3/20 – a numeração de referência é sempre a da versão digital do processo) lavrado contra o contribuinte em epígrafe, relativo à falta/insuficiência de recolhimento da contribuição para o PIS/Pasep, para os períodos de apuração de janeiro/2009 a dezembro/2012, no montante total de R$ 1.562.333,79. Na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, o autuante fundamenta o lançamento de ofício em diferenças constatadas entre os valores a título de PIS/Pasep por ele apurados e aqueles declarados em DCTF. Cientificado do auto de infração em 25/10/2013 (fl. 348), o contribuinte apresentou em 20/11/2013 (fl. 351) impugnação (fls. 353/357), na qual alega que: • na modalidade de ato vinculado, o auto de infração deve conter os exatos e precisos ditames determinados na lei específica, o que aqui não ocorre, já que vícios existem. Dentre eles, a cobrança do PIS/Pasep de transferências correntes de recursos vinculados como Fundeb, acarretando sua nulidade; • os municípios do nordeste brasileiro recebem os recursos do Fundeb de forma diversa da dos estados do centrosul e sudeste, pois além das deduções formadas pelo FPM e outros recursos próprios, recebem da União uma complementação especial, que constitui a maior parte do recurso mensal; • por sua natureza contábil e transitória, para o qual contribuem todos os entes da federação destinando parte de seus recursos para sua constituição, o Fundeb está fora da base de cálculo do PIS/Pasep; • a União já faz a dedução para alocação dos recursos ao Fundeb, ou seja, a correlata retenção na fonte da contribuição para o PIS/Pasep; • os valores do Fundeb que compõem a base de cálculo do PIS/Pasep devem ser aqueles efetivamente recebidos e não a quantia alocada quando do repasse de verbas pela União; • na formação do FPM já ocorre a retenção do PIS/Pasep. Recursos do FPM compõem o Fundeb. No presente caso, a maior parte da receita do Fundeb é a complementação da União, já com a devida retenção na fonte; • a lei do Fundeb possui suas despesas definidas na própria norma, o que se há débito por parte da municipalidade que não descontou o tributo do PASEP, fica claro que não se pode fazer o devido pagamento com o próprio recurso do FUNDEB. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 13362.720812/201331 Acórdão n.º 3101001.785 S3C1T1 Fl. 4 3 Ao final, requer a produção de todos os meios de prova admitidos em direito e a anulação do auto de infração. A 6ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo Preto proferiu o Acórdão nº 1658.281, referente a sessão de julgamento ocorrida em 29 de maio de 2014, na qual julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2012 FUNDEB. Os valores destinados pelo município ao Fundeb não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS/Pasep. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da decisão da DRJ, a interessada interpôs recurso voluntário, no qual basicamente repisa os argumentos já trazidos em sua impugnação. O processo foi encaminhado a esta Seção de Julgamento e posteriormente distribuído a este Conselheiro. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator A questão a ser decidida no presente julgamento referese a inclusão, na base de cálculo da contribuição para o PASEP, dos valores percebidos pela Recorrente proveniente do FUNDEB. Conforme já destacado pelo julgador a quo, a composição da base de cálculo do PASEP, conforme previsto no artigo 2º, III, da Lei nº 9.715, de 25 de novembro de 1998, se dá por meio da somatória mensal das (i) receitas correntes arrecadadas; (ii) receitas de transferências correntes recebidas e (iii) das receitas de transferência de capital recebidas. O artigo 7º da referida lei determina que serão incluídas nas receitas correntes quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. A recorrente alega que, por sua natureza contábil e transitória, o FUNDEB estaria fora da base de cálculo da referida contribuição. Não assiste razão à recorrente. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 A matéria foi enfrentada recentemente por esta turma de julgamento, que decidiu que as “transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não se excluem da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados e Municípios por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98”. Reproduzo excerto do voto da lavra do ilustre Conselheiro Luiz Roberto Domingo, no Acórdão 3101001.660, o qual adoto como minhas razões de decidir: A previsão normativa que dispõe sobre a matéria é clara ao enunciar, no já transcrito art. 7°, que nas receitas correntes mensais que compõem a base de cálculo serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas no todo ou em parte por outra entidade da Administração Pública, fazendo como única ressalva, a possibilidade de dedução aos casos de transferência efetuadas a outras entidades públicas. Importa considerar que o FUNDEB não é uma entidade pública, por ser fundo de natureza contábil e sem personalidade jurídica. Logo, não está abarcados na hipótese normativa que autoriza seu desconto. De mais a mais, a natureza contributiva da formação do patrimônio do fundo entre os entes federativos é irrelevante para o caso em apreço, posto que, ao cabo, importará o quanto daquele todo, efetivamente, acabou sendo vertida como receita transferida à pessoa jurídica de direito público beneficiada. Ou seja, o fato de possuírem uma destinação específica, importa em redução do grau de disponibilidade do gestor desta receita, algo que pode ser interessante para outros ramos do Direito, mas não tem o condão de desnaturar o conceito de “receitas transferidas”, suficiente para o preenchimento da hipótese normativa. [...] No que tange ao “repasse” ao fundo, no entanto, entendo não se tratar de uma transferência feita pelo Estado ou pelo Município, pois estes valores ingressam em suas receitas com um fim específico, mas não para uma outra pessoa jurídica. O que há, como já dito, é mera vinculação de valores transferidos pela União e que seriam, de todo modo, tributados pelo PASEP por força do que dispõe o inciso III do art. 2º da Lei 9.715/98. O fato de estarem vinculados a um tipo específico de despesa não é bastante e suficiente para mudar a natureza jurídica de receita, sendo necessário que a própria lei instituidora ou outra posterior previsse sua exclusão, o que não ocorre. Assim, não possuindo personalidade jurídica própria o fundo não pode ser sujeito passivo da contribuição, como o são as entidades mencionadas no art. 7º da Lei 9.715. Nesses termos, permitir a exclusão pretendida equivale a conceder isenção sobre aquela parcela das receitas transferidas sem lei que a preveja. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 13362.720812/201331 Acórdão n.º 3101001.785 S3C1T1 Fl. 5 5 A questão também já foi objeto de manifestação da Administração Tributária, por meio da Solução de Divergência nº 12, de 28 de abril de 2011, que decidiu que os “valores das receitas repassados/alocados para o FUNDEB (antigo FUNDEF) pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, não podem ser excluídos da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep do ente que efetuar o repasse/alocação, por falta de amparo legal.” Com base nesses fundamentos, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Sala das sessões, em 10 de dezembro de 2014. Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator [assinado digitalmente] Fl. 401DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 19515.001301/2003-30
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO. ART. 150, § 4º CTN. RECURSO ESPECIAL 973.733/SC - JULGADO NA SISTEMÁTICA DO ARTIGO 543 - C DO CPC. ARTIGO 62 - A DO RICARF.
A contagem do prazo decadencial nos casos de lançamento por homologação, havendo pagamento, é o constante no §4º, artigo 150, do CTN, conforme entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previsto no artigo 543 - C do Código de Processo Civil, nos termos do que determina o caput do artigo 62 - A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal.
Numero da decisão: 9101-001.976
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
(assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente), MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, KAREM JUREIDINI DIAS, JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado).
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO. ART. 150, § 4º CTN. RECURSO ESPECIAL 973.733/SC - JULGADO NA SISTEMÁTICA DO ARTIGO 543 - C DO CPC. ARTIGO 62 - A DO RICARF. A contagem do prazo decadencial nos casos de lançamento por homologação, havendo pagamento, é o constante no §4º, artigo 150, do CTN, conforme entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previsto no artigo 543 - C do Código de Processo Civil, nos termos do que determina o caput do artigo 62 - A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente), MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, KAREM JUREIDINI DIAS, JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado).
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TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO. ART. 150, § 4º CTN. RECURSO ESPECIAL 973.733/SC JULGADO NA SISTEMÁTICA DO ARTIGO 543 C DO CPC. ARTIGO 62 A DO RICARF. A contagem do prazo decadencial nos casos de lançamento por homologação, havendo pagamento, é o constante no §4º, artigo 150, do CTN, conforme entendimento pacificado pelo E. Superior Tribunal de Justiça ao julgar o mérito do Recurso Especial nº 973.733/SC, na sistemática dos recursos repetitivos previsto no artigo 543 C do Código de Processo Civil, nos termos do que determina o “caput” do artigo 62 A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR – Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: OTACÍLIO DANTAS CARTAXO (Presidente), MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO, VALMIR SANDRI, VALMAR FONSECA DE MENEZES, KAREM JUREIDINI DIAS, JORGE CELSO FREIRE AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 13 01 /2 00 3- 30 Fl. 888DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/1 2/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 DA SILVA, MARCOS VINICIUS BARROS OTTONI (Suplente Convocado), RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, PAULO ROBERTO CORTEZ (Suplente Convocado). Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência (fls. 781/785) interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009. Insurgiuse a Recorrente contra o acórdão nº 110300.298 de fls. 174/178 proferido pelos membros da 3ª Turma Ordinária, da 1ª Câmara, da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho, os quais, por unanimidade de votos, acolheram a preliminar de decadência para dar provimento ao recurso e acolheram a preliminar de decadência em relação ao ano calendário de 1997. O acórdão recorrido foi assim ementado: “IRPJ. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS EM DESACORDO COM A LIMITAÇÃO DE 30% ESTABELECIDA PELAS LEIS 8.981/95 e 9.065/95. DECADÊNCIA DO DIREITO DE LANÇAR. FORMALIZAÇÃO DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO APÓS 0 TRANSCURSO DO PRAZO ESTABELECIDO NO ART. 150, § 4°, DO CTN. Nos termos do que prescreve o art. 150, § 4°, do CTN, dispõe a Fazenda Pública do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da ocorrência do fato gerador, para formalizar o lançamento de oficio. A regra do 150, § 4°, do CTN, somente é afastada quando comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação.” A Fazenda Nacional, em suas razões recursais, afirmou que foi incorreta a aplicação do artigo 150, § 4° do CTN, pois considerou apenas que, pelo IRPJ tratarse de tributo sujeito a modalidade de lançamento por homologação, deveria ser aplicado o dispositivo mencionado, afastando a aplicação do art. 173, inciso I, do CTN. Afirmou a existência de divergência jurisprudencial quanto ao entendimento do acórdão recorrido e trouxe como paradigma a ementa dos seguintes acórdãos: " Ementa: DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO LANÇAR TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO. Restando configurado que o sujeito passivo não efetuou recolhimentos, o prazo decadencial do direito do Fisco constituir o crédito tributário deve observar a regra do art. 173, inciso I, do CTN. Precedentes no STJ, nos termos do RESP n° 973.733 SC, submetido ao regime do art. 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008". (Processo 10880.032666/9854. Ac 910100.460). Fl. 889DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/1 2/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 19515.001301/200330 Acórdão n.º 9101001.976 CSRFT1 Fl. 889 3 “COFINS E PIS. DECADENCIA. Uma vez que o STF, por meio da Súmula Vinculante n° 08, considerou inconstitucional o art. 45 da Lei n° 8.212/91, há que se reconhecer a decadência em conformidade com o disposto no Código Tributário Nacional. Assim, o prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário referente à Cofins e ao PIS decai no prazo de cinco anos fixado pelo CTN, sendo, com fulcro no art. 150, § 4°, caso tenha havido antecipação de pagamento, inerente aos lançamentos por homologação, ou artigo 173, I, em caso contrário. Recurso Voluntário Provido em Parte."(Processo 13502.000424/200405. Ac 330100.359) Em sede de exame de admissibilidade foi dado seguimento ao Recurso Especial do contribuinte (fls. 812) O contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 830/836 alegando, preliminarmente, ausência de divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e o acórdão 910100.460, pois no acórdão recorrido não houve discussão sobre a existência de antecipação, mas apenas foi consignado que nada foi observado na oportunidade do julgamento e o acórdão paradigma tratou de situação em que, de fato, não houve antecipação. No mérito, sustentou que o prazo decadencial relativo aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação será sempre o previsto no artigo 150, §4º do CTN independentemente da existência de antecipação. Por fim, pugnou pela manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. O cerne da questão é a análise da regra que deverá reger o prazo decadencial aplicável ao lançamento: o artigo 173, inciso I, ou o artigo 150, §4°, ambos do CTN. Em diversas oportunidades manifestei meu entendimento no sentido de que os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, por sua natureza, são passíveis de lançamento no prazo previsto no artigo 150 §4º do CTN, ou seja, o dies a quo do prazo quinquenal para constituição desses tributos é o fato gerador, independentemente de ter ou não havido pagamento. Assim ementava minhas decisões: Fl. 890DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/1 2/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 “IRPJ Ex(s): 1999 IRPJ DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a decadência é contada de acordo com os ditames do artigo 150, § 4º do CTN, operandose cinco anos após a ocorrência do fato gerador. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.” (1º Conselho de Contribuintes / 1a. Câmara / ACÓRDÃO 10196.373, em 18.10.2007 Publicado no DOU em: 09.09.2008) Com as alterações no Regimento Interno do CARF, foi incluído o mandamento do Art. 62 –A: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Portanto, impõese a este tribunal administrativo a reprodução dos julgados definitivos proferidos pelo STF e pelo STJ, na sistemática prevista pelos artigos 543 B e 543 C do Código de Processo Civil. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC, firmou o seguinte entendimento em relação a questão em debate: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.” (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp Fl. 891DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/1 2/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 19515.001301/200330 Acórdão n.º 9101001.976 CSRFT1 Fl. 890 5 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” A interpretação do texto transcrito nos leva à conclusão de que devemos nos dirigir ao artigo 173, I, do CTN quando, a despeito da previsão legal de pagamento antecipado da exação, o mesmo inocorre e inexiste declaração prévia do débito que constitua o crédito tributário. Portanto encontraríamos duas condições para sairmos do artigo 150, §4º: 1) não haver o pagamento e 2) não haver declaração prévia constitutiva do crédito. No caso ora em análise temos que: i) trata de tributos sujeitos ao lançamento por homologação; ii) houve pagamento (fl.615); iii) o fato gerador se deu no ano calendário de 1997; iv) a ciência do contribuinte do auto de infração se deu em 11/04/2003. Do exposto, tendo em vista que houve pagamento, deve ser aplicada a regra do artigo 150, §4º, do CTN. Assim, relativamente ao ano calendário de 1997, decaiu direito do Fisco de constituir o crédito tributário. Portanto, nego provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR – Relator. Fl. 892DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/1 2/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
score : 1.0
Numero do processo: 10283.721388/2009-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 2006
PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA - A luz do regramento processual vigente, a autoridade julgadora é livre para, diante da situação concreta que lhe é submetida, deferir ou indeferir pedido de diligência/perícia formulado pelo sujeito passivo, ex vi do disposto no art, 18 do Decreto n° 70.235, de 1972. No caso vertente, demonstrada, à evidência, a dispensabilidade do procedimento, há que se indeferir o pedido correspondente.
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXIGÊNCIA DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA) POR LEI. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO.
A partir do exercício de 2001, com a introdução do art. 17 na Lei nº 6.938, de 1981, por força da Lei nº 10.165, de 2000, o Ato Declaratório Ambiental (ADA) passou a ser obrigatório para fins de exclusão da área de preservação permanente da base de cálculo do ITR.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2202-001.479
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, , por unanimidade de votos indeferir o pedido de perícia solicitada pela Recorrente e, no mérito, negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Guilherme Barranco de Souza, Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior.
Nome do relator: Antonio Lopo Martinez
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No caso vertente, demonstrada, à evidência, a dispensabilidade do procedimento, há que se indeferir o pedido correspondente. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. EXIGÊNCIA DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA) POR LEI. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir do exercício de 2001, com a introdução do art. 17 na Lei nº 6.938, de 1981, por força da Lei nº 10.165, de 2000, o Ato Declaratório Ambiental (ADA) passou a ser obrigatório para fins de exclusão da área de preservação permanente da base de cálculo do ITR. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, , por unanimidade de votos indeferir o pedido de perícia solicitada pela Recorrente e, no mérito, negar provimento ao recurso. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Guilherme Barranco de Souza, Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior. 2 (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo. Processo nº 10283.721388/200957 Acórdão n.º 220201.479 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Em desfavor da contribuinte, WOW AMAZONIAN RESORTS , por meio da Notificação de Lançamento n° 02201/00092/2009 de fls. 10/14, emitida, em 30.11.2009, a contribuinte identificada no preâmbulo foi intimada a recolher o crédito tributário, no montante de R$ 8.107.859,80, referente ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício de 2006, acrescido de multa lançada (75%) e juros de mora, tendo como objeto o imóvel denominado "Fazenda Matei", cadastrado na RFB sob o n° 5.756.2083, com área declarada de 9.917,0 ha, localizado em Manaus/AM. A ação fiscal, proveniente dos trabalhos de revisão das DITR/2004 incidentes em malha valor, iniciouse com o Termo de Intimação Fiscal n° 02201/00029/2009 de fls. 01/02, para a contribuinte apresentar os seguintes documentos de prova: 1o Identificação do contribuinte; 2o matrícula atualizada do registro imobiliário ou, em caso de posse, documento que comprove a posse e a inexistência de registro de imóvel rural; 3o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural CCIR do INCRA; 4o Ato Declaratório Ambiental ADA requerido dentro de prazo junto ao IBAMA; 5o documentos, tais como Laudo Técnico emitido por engenheiro agrônomo/fio restai, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART registrada no CREA, que comprovem as áreas de preservação permanente declaradas, identificando o imóvel rural e detalhando a localização e dimensão das áreas declaradas a esse título, previstas nos termos das alíneas "a" até "h" do art. 2o da Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965, que identifique a localização do imóvel rural através de um conjunto de coordenadas geográficas definidores dos vértices de seu perímetro, preferivelmente georeferenciadas ao sistema geodésico brasileiro; 6o Certidão do órgão público competente, caso o imóvel ou parte dele esteja inserido em área declarada como de preservação permanente, nos termos do art. 3o da Lei n° 4.771/1965, acompanhado do ato do poder público que assim a declarou; 7o matrícula atualizada do registro imobiliário, com a averbação da área de reserva particular do patrimônio natural; 8o documento que comprove a localização da área de reserva particular do patrimônio natural, nos termos do art. 21 da Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000. Em resposta ao Termo de Intimação Fiscal n° 02201/00029/2009, a contribuinte protocolou correspondência de fls. 4, em 21.08.2009, acompanhada dos documentos de fls. 05, 06 e 07/08, solicitando prorrogação do prazo por mais 20 dias, para apresentação dos documentos arrolados na intimação. Tal solicitação foi atendida por meio do despacho constante às fls. 04. 4 Em 15.09.2009, a contribuinte apresentou correspondência, às fls. 09, solicitando concessão de novo prazo de 30 (trinta) dias, para atendimento do Termo de Intimação Fiscal. O pedido foi parcialmente aceito, com a prorrogação do prazo até 30.09.2009, conforme despacho de fls. 09. Por meio das correspondências de fls. 10 e 11, a contribuinte solicitou a concessão de novo prazo de 15 dias, em cada uma delas, para resposta ao Termo de Intimação Fiscal. No procedimento de análise e verificação da documentação apresentada e das informações constantes da DITR/2006, a fiscalização resolveu glosar integralmente as áreas de preservação permanente e de reserva particular do patrimônio natural (RPPN) de, respectivamente, 1.500,0 ha e 8.300,0 ha, além de alterar o Valor da Terra Nua (VTN) declarado, reduzido de R$24.577.698,00 (R$2.478,34/ha) para R$19.285.193,22 (R$1.944,66/ha), com base em valor constante do SIPT, com conseqüentes aumentos da área tributável/área aproveitável, do VTN tributável e da alíquota aplicada, e disto resultando o imposto suplementar de R$3.855.744,63, conforme demonstrado às fls. 13. A descrição dos fatos e os enquadramentos legais das infrações, da multa de ofício e dos juros de mora constam às fls. 13/14 e 16. Cientificada do lançamento em 11.12.2009, às fls. 110, ingressou a contribuinte, em 23.12.2009, às fls. 21, com sua impugnação de fls. 22/33, instruída com os documentos de fls. 34/36, 37, 38, 39/43, 44/54, 55/56, 57/59, 60/63, 64, 65, 66, 67 e 68/74, alegando e solicitando o seguinte, em síntese: salienta que, sobre a desnecessidade do ADA, a alínea "a", do inciso II, do art. 10, da Lei n° 9.393/96 não impõe qualquer exigência ou prérequisito para a concessão de isenção do ITR às áreas de preservação permanente e reserva particular do patrimônio natural, bastando que as terras sejam, de fato, áreas de preservação permanente; entende que não há qualquer lei que estabeleça a exigência do ADA e diz que a própria COSIT editou a Solução de Consulta Interna n° 12, de 21.05.2003, que ratifica esse entendimento; considera que, antes da Lei n° 10.165/00, somente atos administrativos (Instruções Normativas SRF) é que impunham a exigibilidade do ADA para fins de isenção do ITR, não havendo qualquer lei que assim dispusesse; ressalta que, se a lei não determinou a forma de agir do contribuinte, uma Instrução Normativa não poderá fazêlo, considerando que os particulares devem obedecer tão somente à lei formulada por seus representantes eleitos e que passou pelo devido processo legislativo, não havendo que se falar em obediência a uma omissão à lei e cita e transcreve posicionamentos doutrinários sobre o tema; afirma que não há dúvidas que tanto a Notificação de Lançamento, quanto a decisão a quo não se lastrearam na lei que regula a DITR, mas somente em IN que avança na seara da lei; ressalta, também, que, tentar vincular a concessão da isenção a requisitos meramente formais é afastarse do objetivo da isenção, que serve como incentivo à preservação; entende que, a ausência do ADA não altera a realidade e que o imóvel possui área de reserva legal e de grande interesse Processo nº 10283.721388/200957 Acórdão n.º 220201.479 S2C2T2 Fl. 3 5 ecológico e que vem sendo preservada, já que nenhuma atividade é nela desenvolvida, salientando, quanto à isenção, que o importante é exista a área preservada, não passando o ADA de mera formalidade, e cita e transcreve Ementas de Decisões do Conselho de Contribuintes e de Decisões Judiciais para referendar seus argumentos; considera nula a Notificação de Lançamento em função de ter sido tributada área que de fato é de preservação permanente e de reserva particular do patrimônio natural, sob o argumento de que não deu cumprimento à obrigação acessória prevista na IN/SRF n° 73/00, ignorando a primazia da realidade dos fatos, consubstanciado no processo administrativo fiscal pela busca dogmática da verdade material; requer, com fundamento no art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, a realização de diligência e perícia na área que se pretende tributar, indicando Perito e arrolando quesitos; pelo exposto, requer que sejam acolhidas as razões da impugnação, em face de o procedimento fiscalizatório que deu origem a Notificação de Lançamento encontrar se eivado de nulidades insanáveis, de modo que devem ser desconsiderados para a constituição de qualquer crédito tributário. Em 11.01.2010, a impugnante juntou aos autos a Petição de fls. 76/87, acompanhada dos documentos de fls. 88, 89/91 e 92/102, alegando e solicitando o seguinte, em síntese: alegou, preliminarmente, que estaria prescrito o direito de a Fazenda Pública à constituição do crédito tributário e posterior execução, referente ao exercício de 2004, conforme art. 174 do CTN que fixa o prazo de 5 anos para a Fazenda executar seus créditos e transcreve várias Ementas de Decisões Judiciais sobre a prescrição de crédito tributário; discorre sobre as condições da ação, no processo de conhecimento e no processo executivo, e, especificamente, sobre a legitimidade passiva, salientando que as recorrentes não possuem legitimidade passiva, para figurar na dita relação obrigacional tributária; considera que os pretensos executados, ora recorrentes, não eram sócios da pessoa jurídica WOW, e sim o Sr Carlos Edson Guedes de Oliveira e Carlos Edson Guedes de Oliveira Júnior, conforme cópia do contrato social e suas alterações, conforme anexo; salienta que, no período da hipótese de incidência e do posterior surgimento da obrigação tributária, as recorrentes, já qualificadas, não eram sócias da pessoa jurídica, ora questionada e que lhes falta legitimidade passiva, para figurar na presente relação jurídica obrigacional tributária, posto que a alteração contratual ocorreu em 10 de outubro de 2006; ressalta que, no período compreendido, do ano base de 2004, 2005 e 2006, as recorrentes jamais foram sócias da pessoa jurídica de direito privado WOW AMAZONIAN LTDA; 6 informa que os Sr Carlos Edson Guedes de Oliveira e Carlos Edson Guedes de Oliveira Júnior transferiram as cotas da pessoa jurídica, ora mencionada, para as recorrentes, pessoas estas sem conhecimento do caso concreto, e que vieram arcar com as conseqüências; considera que, se o principal desiderato do fisco, é de cobrar o seu crédito tributário, é mister cobrar de quem tem legitimidade para figurar no pólo passivo da relação obrigacional tributária, e não de quem não tem condições de pagar essa quantia; entende que o fato gerador do tributo fora realizado pelos antigos sócios da pessoa jurídica, ora mencionada; afirma que desconheciam que a WOW AMAZONIAN estava nessa situação, por falta de conhecimento técnico, e que os antigos sócios e responsáveis pela hipótese de incidência, obrigação e lançamento tributário, passaram as mencionas cotas, em 10.10.2006, configurando um verdadeiro atentado às leis, por uão dizer que ocorreu fraude contra seus credores, em especial à Fazenda Pública; informa, por derradeiro, que os recorrentes não possuem bens e que seu patrimônio, conjunto de bens, direitos e obrigações, é inexistente; solicita a Extração das peças e o envio das mesmas ao Ministério Público Estadual, por força do art. 40 do CPP, havendo no caso em espécie, sonegação de tributo estadual, para verificação da tipicidade exposta na Lei n° 8.137/1990; em face dos argumentos expostos: a) requer de imediato o acolhimento do presente incidente, com a conseqüente exclusão dos recorrentes da relação obrigacional tributária processual executiva, por ausência de legitimidade passiva ad causam e a inclusão dos antigos sócios os Sr03 Carlos Edson Guedes de Oliveira e Carlos Edson Guedes de Oliveira Júnior; b) pronunciamento da prescrição ora ventilada; c) extração das Peças ao Ministério Público Federal, para posterior verificação de infração penal na modalidade crime. Lei n° 8.137/1990. A DRJ/Brasília julgou o lançamento procedente, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 LEGITIMIDADE PASSIVA. REGISTRO DO IMÓVEL. CONVENÇÕES PARTICULARES Contribuinte do Imposto Territorial Rural é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Enquanto não cancelado o registro imobiliário, referente à matrícula do imóvel rural junto ao competente Cartório de Registro Imobiliário, ele continua produzindo todos seus efeitos legais, inclusive para fins de identificação do sujeito passivo da obrigação tributária. Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à Processo nº 10283.721388/200957 Acórdão n.º 220201.479 S2C2T2 Fl. 4 7 responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem se opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. DA NULIDADE LANÇAMENTO Contendo a Notificação de Lançamento todos os requisitos obrigatórios previstos no Processo Adrninistrativo Fiscal (PAF) e tendo sido o procedimento fiscal instaurado em conformidade com as normas e os princípios constitucionais vigentes, possibilitando ao contribuinte exercer plenamente o seu direito de defesa, não há que se • falar em qualquer irregularidade que macule o lançamento (Nulidade). DA PROVA PERICIAL A perícia técnica destinase a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitandose ao aprofundamento de questões sobre provas e elementos incluídos nos autos, não podendo ser utilizada para suprir o descumprimento de uma obrigação prevista na legislação. DO ÔNUS DA PROVA Cabe ao contribuinte, quando solicitado pela autoridade fiscal, comprovar com documentos hábeis, os dados cadastrais informados na sua DITR, posto que é seu o ônus da prova. DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA PARTICULAR DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) As áreas de preservação permanente e de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), para fins de exclusão da tributação do ITR, devem estar incluídas no requerimento do Ato Declaratório Ambiental (ADA) protocolado tempestivamente junto ao IBAMA, além de estar a área de RPPN averbada, em tempo hábil, à margem da matrícula do imóvel. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Insatisfeito a contribuinte interpõe recurso voluntário reiterando as razões da impugnação. Da áreas de preservação permanente não dependem de ato administrativo e do ADA. Da Verdade Material e realização de perícia, cerceamento de direito de defesa. Da não incidência de juros e multa. É o relatório. 8 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Do ADA Como é de notório conhecimento, o ITR incide sobre: (i) o direito de propriedade do imóvel rural; (ii) o domínio útil; (iii) a posse por usufruto; (iv) a posse a qualquer título, tudo conforme ditado pela Lei nº 9.393, de 1996. Conquanto, este tributo será devido sempre que no plano fático se configurar a hipótese de incidência ditada pela norma (Lei 9393/96): (i) a norma dita que a obrigação tributária nasce sempre em primeiro de janeiro de cada ano uma vez que a periodicidade deste tributo é anual; (ii) o imóvel deve estar localizado em zona rural; (iii) os demais requisitos já constam acima posse, propriedade ou domínio útil. Tenho para mim que para excluir as áreas de Interesse Ambiental de Preservação Permanente e as de Utilização Limitada da base de cálculo do ITR e anular a sua influência na determinação do Grau de Utilização, duas condições têm de ser atendidas. Uma é a sua averbação a margem da escritura no Cartório de Registro de Imóveis outra é a sua informação no Ato Declaratório Ambiental – ADA. Destaquese que ambas devem ser atendidas à época a que se refere a Declaração do ITR. É de se ressaltar, que em nenhum momento estou questionando a existência e o estado das Reservas Preservacionistas, relatórios técnicos que atestam a sua existência não atingem o âmago da questão. Mesmo aquelas possíveis áreas consideradas inaproveitáveis, para integrarem as reservas da propriedade, para fins de cálculo do ITR, devem, no meu ponto de vista, obrigatoriamente, atender as exigências legais. Um dos objetivos precípuos da legislação ambiental e tributária é, indubitavelmente, estimular a preservação do meio ambiente, via beneficio fiscal. No entanto, o beneficio da exclusão do ITR, inclusive em áreas de proteção e/ou interesse ambiental como os Parques Estaduais, não se estende genérica e automaticamente a todas as áreas do imóvel por ele abrangidas. Somente se aplica a áreas especificas da propriedade, vale dizer, somente para as áreas de interesse ambiental situadas no imóvel como: área de preservação permanente, área de reserva legal, área de reserva particular do patrimônio natural e área de proteção de ecossistema bem como área imprestável para a atividade rural, desde que reconhecidas de interesse ambiental e desde que haja o reconhecimento dessas áreas por ato especifico, por imóvel, expedido pelo IBAMA, o Ato Declaratório Ambiental (ADA). Não tenho dúvidas de que a obrigatoriedade da apresentação do ADA para fins de exclusão das áreas de preservação permanente e de utilização limitada (reserva legal) da base de cálculo do ITR, surgiu no ordenamento jurídico pátrio com o art. 1º da Lei nº 10.165, de 2000 que incluiu o art. 17, § 1º na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, para os exercícios a partir de 2001, verbis: Art. 17 O Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 Processo nº 10283.721388/200957 Acórdão n.º 220201.479 S2C2T2 Fl. 5 9 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria." (NR) (...) § 1o A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. Tal dispositivo teve vigência a partir do exercício de 2001, anteriormente a este, a imposição da apresentação do ADA para tal fim era definido por ato infralegal, que contrariava o disposto no § 1º do inciso II do art. 97, do Código Tributário Nacional. Os presentes autos tratam do lançamento de ITR do exercício de 2002, portanto, a exigência do ADA para fins de exclusão da base de cálculo daquele tributo encontra respaldo legal, pelo quê, deve ser mantido quanto a este ponto, já o recorrente não comprovou nos autos a protocolização tempestiva do requerimento/ADA, junto ao IBAMA/órgão conveniado. É oportuno salientar, que Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem entendido em suas decisões de que a dispensa de comprovação relativa às áreas de interesse ambiental (preservação permanente/utilização limitada), conforme redação do parágrafo 7°, do art. 10, da Lei n° 9.363, de 1996, introduzido originariamente pelo art. 3º da MP n° 1.95650, de 2000, e mantido na MP n° 2.16667, de 2001, ocorre quando da entrega da declaração do ITR, o que não dispensa o contribuinte de, uma vez sob procedimento administrativo de fiscalização, comprovar as informações contidas em sua declaração por meio dos documentos hábeis previstos na legislação de regência da matéria. Enfim, a solicitação tempestiva do ADA constituiuse um ônus para o contribuinte. Assim, caso não desejasse a incidência do ITR sobre as áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal, o proprietário do imóvel deveria ter providenciado, dentro do prazo legal, o requerimento do ADA. Portanto, não há outro tratamento a ser dada às áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal glosadas pela fiscalização, por falta de comprovação da exigência tratada anteriormente, que devem realmente passar a compor as áreas tributável e aproveitável do imóvel, respectivamente, para fins de apuração do VTN tributado e do seu Grau de Utilização (do imóvel). Desta forma, não tendo sido comprovada a protocolização tempestiva do Ato Declaratório Ambiental — ADA, junto ao IBAMA/órgão conveniado, cabe manter as glosas efetuadas pela fiscalização em relação às áreas de preservação permanente e de utilização limitada/reserva legal. Da Verdade Material e realização de perícia, cerceamento de direito de defesa. Não há necessidade de realização de perícia, uma vez que a luz do regramento processual vigente, a autoridade julgadora é livre para, diante da situação concreta que lhe é submetida, deferir ou indeferir pedido de diligência/perícia formulado pelo sujeito passivo, ex vi do disposto no art, 18 do Decreto n° 70.235, de 1972. No caso vertente, demonstrada, à evidência do descumprimento da norma relativa ao ADA, há que se indeferir o pedido correspondente. No que toca a incidência de juros e multa, existe previsão legal para que seja aplicada multa de ofício e juros, não se identificando qualquer ilegalidade nesse procedimento. 10 Ante ao exposto, voto por indeferir o pedido de perícia solicitada pela Recorrente e, no mérito, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez
score : 1.0
Numero do processo: 11020.003067/2006-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
PRELIMINAR DE NULIDADE. GLOSA PARCIAL DE CRÉDITO SEM LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO. PRECLUSÃO MATERIAL.
No Processo Administrativo Fiscal, dada à observância aos princípios processuais da impugnação específica e da preclusão, todas as alegações de defesa devem ser concentradas na impugnação, não podendo o órgão ad quem se pronunciar sobre matéria antes não questionada, sob pena de supressão de instância e violação ao devido processo legal.
PIS. BASE DE CÁLCULO. CONTRAPARTIDA DA TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DE ICMS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. GLOSA PROPORCIONAL DO CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
De acordo com o Recurso Extraordinário nº 606.107/RS, é inconstitucional a incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. Aplicação do art. 62-A do Regimento Interno do CARF. Logo, é indevida a glosa proporcional do crédito apurado pelo sujeito passivo sob a alegação de que o mesmo teria deixado de incluir na base de cálculo das contribuições a contrapartida da transferência onerosa de créditos de ICMS decorrentes de exportação.
RESSARCIMENTO DE PIS. CABIMENTO DE JUROS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC.
Há expressa vedação legal quanto ao cabimento de juros no ressarcimento de PIS. O art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250 de 1995 se aplica somente aos casos de compensação e restituição, que não se confundem com ressarcimento.
Numero da decisão: 3201-001.669
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, em conhecer parcialmente o recurso voluntário, e, na parte conhecida, dar parcial provimento, nos termos do relatório e voto que integram o presente processo.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Joel Miyazaki - Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
Daniel Mariz Gudiño - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Daniel Mariz Gudiño
Nome do relator: DANIEL MARIZ GUDINO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 PRELIMINAR DE NULIDADE. GLOSA PARCIAL DE CRÉDITO SEM LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO. PRECLUSÃO MATERIAL. No Processo Administrativo Fiscal, dada à observância aos princípios processuais da impugnação específica e da preclusão, todas as alegações de defesa devem ser concentradas na impugnação, não podendo o órgão ad quem se pronunciar sobre matéria antes não questionada, sob pena de supressão de instância e violação ao devido processo legal. PIS. BASE DE CÁLCULO. CONTRAPARTIDA DA TRANSFERÊNCIA ONEROSA DE CRÉDITOS DE ICMS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. GLOSA PROPORCIONAL DO CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. De acordo com o Recurso Extraordinário nº 606.107/RS, é inconstitucional a incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. Aplicação do art. 62A do Regimento Interno do CARF. Logo, é indevida a glosa proporcional do crédito apurado pelo sujeito passivo sob a alegação de que o mesmo teria deixado de incluir na base de cálculo das contribuições a contrapartida da transferência onerosa de créditos de ICMS decorrentes de exportação. RESSARCIMENTO DE PIS. CABIMENTO DE JUROS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. Há expressa vedação legal quanto ao cabimento de juros no ressarcimento de PIS. O art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250 de 1995 se aplica somente aos casos de compensação e restituição, que não se confundem com ressarcimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 30 67 /2 00 6- 88 Fl. 143DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, em conhecer parcialmente o recurso voluntário, e, na parte conhecida, dar parcial provimento, nos termos do relatório e voto que integram o presente processo. (ASSINADO DIGITALMENTE) Joel Miyazaki Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Daniel Mariz Gudiño Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até a data da prolação do acórdão recorrido, transcrevo abaixo o relatório do órgão julgador de 1ª instância, incluindo, em seguida, as razões de recurso voluntário apresentado pela Recorrente: Trata o presente do Pedido de Ressarcimento — PER/DCOMP de fl. 01/04 relativo aos valores de PIS não cumulativo do 4° trimestre de 2005, totalizando R$ 38.983,99, com base no DACON de fls.06/24. A DRF em Caxias do Sul/RS, ao proceder à análise dos créditos verificou que a contribuinte não incluiu na base de cálculo da contribuição os valores dos créditos de ICMS transferidos a terceiros. Sanada tal irregularidade, conforme consta dos elementos de fls. 34/ provenientes daquela, DRF, redundou que o crédito foi inferior ao pretendido (R$ 33.595,98). A interessada apresentou tempestivamente a manifestação de inconformidade (fls. 54/101), argumentando que o crédito de ICMS transferido a terceiros não pode ser considerado receita, pois a operação não gera aumento de patrimônio, mas mera recuperação de custos. Considerar que os valores dos créditos de ICMS transferidos a terceiros constituem base de cálculo das contribuições seria incorrer em bitributação, o que é rejeitado pelo direito tributário. Também argumenta que os créditos de ICMS seriam decorrentes de exportação e sua tributação configuraria grave ofensa ao comando constitucional da imunidade das exportações. Pleiteia que o valor do ressarcimento sofra atualização monetária pela Taxa Selic. Na decisão de primeira instância, proferida na Sessão de Julgamento de 17/12/2008, a 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS) indeferiu a solicitação da ora Recorrente, conforme Acórdão n° 1018.086 (fls. 116/117): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Fl. 144DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 11020.003067/200688 Acórdão n.º 3201001.669 S3C2T1 Fl. 145 3 Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 BASE DE CÁLCULO O crédito de ICMS transferido para terceiros faz parte da base de cálculo do PIS e da Cofins não cumulativos. TAXA SELIC VEDAÇÃO LEGAL De acordo com o disposto nos arts. 13 e 15 da Lei n° 10.833/2003, não incide correção monetária e juros sobre os créditos de PIS e de Cofins objetos de ressarcimento. Solicitação Indeferida A Recorrente foi cientificada do teor do referido acórdão em 07/01/2009 (f1.119), tendo protocolado seu recurso voluntário em 29/01/2009 (fls. 122/130), que, em síntese, requer a reforma do acórdão recorrido com base na mesma linha de argumentação empregada na manifestação de inconformidade, acrescendolhe a preliminar de nulidade do acórdão, tendo em conta que glosou parte do crédito objeto do pedido de ressarcimento, mediante alteração da base de cálculo do PIS devido, sem que, para tanto, tenha constituído o crédito tributário com o lançamento. Na forma regimental, o processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator em 27/08/2010. É o relatório. Voto Conselheiro Daniel Mariz Gudiño Por atender em parte aos pressupostos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, o recurso voluntário deve ser conhecido também parcialmente. A parte não conhecida referese à preliminar arguida em sede recursal e o motivo do não conhecimento será pormenorizado adiante. Introdução Conforme já antecipado no relatório, o litígio surgiu pela divergência entre a fiscalização e a ora Recorrente quanto ao saldo credor de PIS relativo ao 4º trimestre de 2005, objeto de pedido de ressarcimento na forma do art. 5º, § 2º, da Lei nº 10.637 de 2002. Segundo a fiscalização, durante o processo de análise do pedido em questão, apurouse saldo credor inferior ao pretendido pela Recorrente após ter sido constatado que créditos de ICMS por ela transferidos a terceiros não foram incluídos na sua base de cálculo do PIS. A manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente não foi acolhida pela instância a quo, ocasionando o recurso voluntário em exame. Preliminar Fl. 145DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO 4 A Recorrente alega que a decisão recorrida é nula, tendo em conta que glosou parte do crédito objeto do pedido de ressarcimento, mediante alteração da base de cálculo da COFINS devida, sem que, para tanto, tenha constituído o crédito tributário com o lançamento. Com isso, teria violado o art. 142 do Código Tributário Nacional. Ocorre que essa argumentação não foi suscitada na fase impugnatória tal como exigido nos arts. 16, inc. III, e 17 do Decreto nº 70.235, de 1972, que assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Percebese, pois, que se trata de caso clássico de preclusão material. É o que se depreende dos seguintes arestos do CARF: RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. PRECLUSÃO. Considera se preclusa a matéria relacionada a inclusão do responsável tributário no pólo passivo da obrigação tributária quando este em sede impugnatória não contesta tal matéria, vindo a fazêlo apenas em sede recursal. (Acórdão nº 1401001.137, Rel. Cons. ANTONIO BEZERRA NETO, Sessão de 12/03/2014) ......................................................................................................... PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPUGNAÇÃO INOVADORA. PRECLUSÃO. No Processo Administrativo Fiscal, dada à observância aos princípios processuais da impugnação específica e da preclusão, todas as alegações de defesa devem ser concentradas na impugnação, não podendo o órgão ad quem se pronunciar sobre matéria antes não questionada, sob pena de supressão de instância e violação ao devido processo legal. (Acórdão nº 2302003.151, Rel. Cons. ARLINDO DA COSTA E SILVA, Sessão de 13/05/2014) ......................................................................................................... RECURSO VOLUNTÁRIO. CORREÇÃO DO VALOR RECONHECIDO. TAXA SELIC. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. Preclui o direito do contribuinte de discutir assunto não contestado desde a manifestação de inconformidade. (Acórdão nº 3102002.136, Rel. Cons. RICARDO PAULO ROSA, Sessão de 29/01/2014) Com efeito, a preliminar ora analisada não pode ser conhecida. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 11020.003067/200688 Acórdão n.º 3201001.669 S3C2T1 Fl. 146 5 Mérito a) Tributação da transferência de créditos de ICMS a terceiros O tema da incidência de PIS e Cofins sobre a contrapartirda financeira da transferência de créditos de ICMS decorrentes de exportação já foi objeto de julgamento do Supremo Tribunal Federal em sede de repercussão geral, nos termos da ementa abaixo transcrita: EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. II A interpretação dos conceitos utilizados pela Carta da República para outorgar competências impositivas (entre os quais se insere o conceito de “receita” constante do seu art. 195, I, “b”) não está sujeita, por óbvio, à prévia edição de lei. Tampouco está condicionada à lei a exegese dos dispositivos que estabelecem imunidades tributárias, como aqueles que fundamentaram o acórdão de origem (arts. 149, § 2º, I, e 155, § 2º, X, “a”, da CF). Em ambos os casos, tratase de interpretação da Lei Maior voltada a desvelar o alcance de regras tipicamente constitucionais, com absoluta independência da atuação do legislador tributário. III – A apropriação de créditos de ICMS na aquisição de mercadorias tem suporte na técnica da não cumulatividade, imposta para tal tributo pelo art. 155, § 2º, I, da Lei Maior, a fim de evitar que a sua incidência em cascata onere demasiadamente a atividade econômica e gere distorções concorrenciais. IV O art. 155, § 2º, X, “a”, da CF – cuja finalidade é o incentivo às exportações, desonerando as mercadorias nacionais do seu ônus econômico, de modo a permitir que as empresas brasileiras exportem produtos, e não tributos , imuniza as operações de exportação e assegura “a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores”. Não incidem, pois, a COFINS e a contribuição ao PIS sobre os créditos de ICMS cedidos a terceiros, sob pena de frontal violação do preceito constitucional. V – O conceito de receita, acolhido pelo art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, não se confunde com o conceito contábil. Entendimento, aliás, expresso nas Leis 10.637/02 (art. 1º) e Lei 10.833/03 (art. 1º), que determinam a incidência da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS não cumulativas sobre o total das Fl. 147DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO 6 receitas, “independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Ainda que a contabilidade elaborada para fins de informação ao mercado, gestão e planejamento das empresas possa ser tomada pela lei como ponto de partida para a determinação das bases de cálculo de diversos tributos, de modo algum subordina a tributação. A contabilidade constitui ferramenta utilizada também para fins tributários, mas moldada nesta seara pelos princípios e regras próprios do Direito Tributário. Sob o específico prisma constitucional, receita bruta pode ser definida como o ingresso financeiro que se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo, sem reservas ou condições. VI O aproveitamento dos créditos de ICMS por ocasião da saída imune para o exterior não gera receita tributável. Cuidase de mera recuperação do ônus econômico advindo do ICMS, assegurada expressamente pelo art. 155, § 2º, X, “a”, da Constituição Federal. VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. IX Ausência de afronta aos arts. 155, § 2º, X, 149, § 2º, I, 150, § 6º, e 195, caput e inciso I, “b”, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. (RE 606107, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 22/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe231 DIVULG 2211 2013 PUBLIC 25112013) Considerando o disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, segundo o qual as decisões definitivas do STF julgadas sob o regime do art. 543B do Código de Processo Civil são vinculantes para os membros do CARF, devendo ser reproduzidas, o acórdão proferido no Recurso Extraordinário nº 606.107/RS deve ser reproduzido. Com efeito, a decisão recorrida deve ser reformada neste particular. b) Aplicação de juros sobre os créditos passíveis de ressarcimento Por fim, a Recorrente alega que são devidos juros sobre os créditos quando seu aproveitamento, pelo contribuinte, sofre resistência oposta por ilegítimo ato administrativo Fl. 148DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO Processo nº 11020.003067/200688 Acórdão n.º 3201001.669 S3C2T1 Fl. 147 7 ou normativo do Fisco. Além disso, sustenta que tais juros devem ser calculados pela Taxa Selic, consoante previsão legal contida no art. 39, § 4º, da Lei n° 9.250, de 1995. A instância a quo, a seu turno, aplicou os arts. 13 e 15, inc. VI, da Lei nº 10.833, de 2003, com redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004, que assim dispõem: Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. (...) Art. 15. Aplicase à contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa de que trata a Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: (...) VI no art. 13 desta Lei. Inicialmente, convém consignar que o art. 39, § 4º, da Lei nº 9.250, de 1995 referese a casos de compensação ou restituição, e não de ressarcimento. A distinção é necessária, pois o crédito passível de compensação ou restituição é aquele decorrente de um pagamento indevido ou a maior, ao passo que o crédito passível de ressarcimento é aquele decorrente de um benefício fiscal a exemplo do crédito presumido de IPI. Desse modo, o referido dispositivo não é aplicável ao caso concreto. Por outro lado, os dispositivos que versam sobre o ressarcimento do saldo credor de PIS vinculado a operações de exportação foram bem aplicados pela instância a quo. Em matéria de benefício fiscal, é legítimo ao poder concedente estabelecer como o beneficiário deverá usufruílo. Por essa razão, se a União estabeleceu que não aplicará juros sobre os valores a serem ressarcidos, utilizandose do veículo legislativo próprio para tanto, não se pode contestar tal restrição, e, portanto, mantenho a decisão recorrida também nesse particular. Conclusão Diante de todo o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, a fim de reconhecer o direito creditório indevidamente glosado em razão da transferência onerosa de crédito de ICMS decorrente de exportação. (ASSINADO DIGITALMENTE) Daniel Mariz Gudiño Relator. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO 8 Fl. 150DF CARF MF Impresso em 19/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/01/2015 por DANIEL MARIZ GUDINO
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Numero do processo: 16349.000079/2009-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.858
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 49 .0 00 07 9/ 20 09 -1 4 Fl. 456DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 909 2 Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitido em 25/03/08, pela a Contribuinte pretende o ressarcimento do PIS nãocumulativo do quarto trimestre de 2007 (fls.40/42). A delegacia de origem indeferiu o crédito, sob fundamento de que no Mandado de Segurança nº 2009.61.00.0071850 foi determinado que a autoridade administrativa analisasse o pedido da Contribuinte no prazo de 30 dias. Contudo, para cumprir esse prazo seria necessário que a Contribuinte apresentasse as provas da existência do crédito, dentre elas, os livros contábeis. Como assim não fez, não ficou comprovado a existência do crédito (fls.140/144). A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 147/156), mas a DRJ São Paulo I/SP manteve o indeferimento ao prolatar acórdão (fls.642/652) com a seguinte ementa: “PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O crédito pleiteado em Pedido de Ressarcimento deve ter sua liquidez e certeza comprovadas para que o pleito seja deferido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 19/11/2009 (fl. 654) e interpôs recurso voluntário em 18/12/2009 (fls.655/668) com as alegações resumidas abaixo: · O crédito em questão foi pleiteado por empresa sediada no Rio Grande do Sul, que, desde agosto de 2009, depois das sucessões empresariais, passou ser sediada na cidade de Itajaí/SC, portanto, a DRJ São Paulo I era incompetente para julgar a manifestação de inconformidade, de modo que a decisão é nula. · O despacho de decisório é nulo, vez que o prazo concedido para apresentação dos documentos para comprovação do crédito, cinco dias, foi insuficiente e a legislação determina o mínimo de vinte dias; · Também configura o cerceamento de defesa no acórdão da DRJ, ao exigir que a Recorrente tivesse apresentado os arquivos digitais, quando as informações presentes neles podem ser verificadas nos arquivos juntados à manifestação de inconformidade; Fl. 457DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 910 3 · A Recorrente não poderia anexar os documentos comprovadores de seu crédito à PER/DCOMP e, como o prazo dado pela delegacia de origem foi insuficiente, juntou posteriormente aos autos documentos como cópias das DACONs, planilhas com a composição das DACONs e as informações como data de geração de crédito, data de pedido de ressarcimento, data de estorno de crédito, dentre outras informações. Além disso, em razão do grande volume de documentos, não foram anexados aos autos, mas foram expressamente colocados à disposição do Fisco em caso da realização de diligência livros fiscais, livros contábeis e notas fiscais; · Com base no Princípio da Verdade Material, os documentos apresentados pela Recorrente e deixados à disposição do Fisco devem ser analisados. Ao fim, a Recorrente pediu a declaração de nulidade do acórdão da DRJ em razão da incompetência; a declaração de nulidade do acórdão da DRJ em razão do cerceamento de defesa ou o reconhecimento do direito ao ressarcimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente pretende o ressarcimento de crédito do PIS nãocumulativo e se insurge contra o acórdão da DRJ sob alegação, preliminar, de nulidade da decisão da instância inferior e, no mérito, sustenta que os documentos apresentados nos autos de colocados à disposição de diligências comprovam a existência do crédito. Sendo assim, devese analisar as nulidades arguidas pela Recorrente e, se ultrapassadas, julgar a existência de crédito. 1. Da nulidade do despacho decisório A Recorrente alega que o despacho decisório é nulo, pois teria sido proferido com cerceamento de defesa, vez que a não lhe foi dado prazo suficiente para apresentar os documentos necessário a provar a existência do crédito. Neste ponto, não cabe razão a Recorrente. Na situação de fato, quando moveu a ação judicial requerendo mais rapidez na análise de pedido de ressarcimento, a Recorrente já deveria ter separados os documentos que supostamente provam a existência do crédito. Fl. 458DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 16349.000079/200914 Resolução nº 3401000.858 S3C4T1 Fl. 911 4 Além disso, o prazo dado pela autoridade fiscal para a apresentação dos documentos fezse necessário em razão do exíguo tempo para o cumprimento da liminar. Na decisão judicial liminar de fl. 04/07, o Excelentíssimo Magistrado da 15ª Vara Cível da Seção Judiciária do Estado de São Paulo concedeu o prazo de apenas trinta dias para que delegacia de origem se manifestasse, conclusivamente, sobre o pedido de ressarcimento. Caso fossem concedidos vinte dias para que a Contribuinte apresentasse os documentos, seria inviável cumprir a decisão liminar. Como a autoridade fiscal agiu em cumprimento à decisão judicial, cuja origem foi um pedido da própria Contribuinte, não se vislumbra a ocorrência de qualquer tipo de nulidade do despacho decisório proferido nessas circunstâncias. Portanto, não há razão para declarar o despacho decisório nulo. 2. Da existência do crédito As ocorrências no presente processo demonstramse atípicas. Notase que, em razão da decisão judicial, o prazo dado à Contribuinte para apresentação dos documentos foi inferior ao prazo que se pratica. Com isso, o crédito negado por falta de prova e que o resultado poderia ter sido diferente em outras circunstâncias. Nas fls. 549/637 dos presentes autos, a Recorrente juntou DACONs e planilhas para demonstrar a existência do crédito, bem como se pôs à disposição para apresentar demais documentos necessários para provar o direito creditório. Diante dos fatos ocorridos e do princípio da verdade material que orienta o processo administrativo fiscal, é caso de realização de diligência, a fim de que o direito ao crédito seja analisado com mais detalhes. Assim, os autos devem retornar à delegacia de origem, a qual deve analisar os documentos já apresentados nos autos e intimar a Recorrente para apresentar os documentos necessários e, ao fim, elaborar relatório conclusivo respondendo às seguintes questões: 1 A Contribuinte tem direito ao crédito do PIS nãocumulativo referente ao quarto trimestre de 2007? Em caso de resposta positiva, qual o valor do crédito? 2 O crédito é suficiente para extinguir o débito compensado? 3 – Fazer juntada das Portarias que definiram a competência da DRJ São Paulo I, especificamente deste processo. Após a conclusão da diligência, a Contribuinte deve ser intimada para, querendo, apresentar manifestação no prazo de trinta dias. Vencido o prazo, os autos devem retornar para julgamento do CARF, ainda que a Recorrente não tenha se manifestado. Ex positis, converto o julgamento em diligência, nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 459DF CARF MF Impresso em 20/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 02 /01/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
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Numero do processo: 13502.000107/2009-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA.
O julgador administrativo não está obrigado a rebater todas as questões levantadas pela parte, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão.
INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. MATÉRIA SUMULADA
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2)
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. MATÉRIA SUMULADA
Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12)
IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA LEGAL. UNIÃO.
A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda.
IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS
Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda.
ISENÇÃO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. NECESSIDADE DE LEI. INTERPRETAÇÃO LITERAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL.
Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda.
IMPOSTO DE RENDA. MULTA DE OFÍCIO. INFORME DA FONTE PAGADORA. PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. INDUÇÃO AO ERRO. EXCLUSÃO. MATÉRIA SUMULADA
Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. (Súmula CARF nº 73).
IMPOSTO DE RENDA. JUROS DE MORA SOBRE VERBAS TRIBUTADAS. INCIDÊNCIA.
São tributáveis os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença judicial, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aquelas decorrentes de reclamação trabalhista nas situações em que o trabalhador perde o emprego ou quando a verba principal é isenta ou está fora do campo de incidência do IR, nos termos do REsp 1.227.133/RS, sob o rito do art. 543C do CPC (STJ).
JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. APLICAÇÃO SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. LEGALIDADE. MATÉRIA SUMULADA
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais. (Súmula CARF nº 4).
Numero da decisão: 2201-002.575
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. O Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández votou pela conclusão.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente.
(ASSINADO DIGITALMENTE)
FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia, German Alejandro San Martín Fernández, Gustavo Lian Haddad, Francisco Marconi de Oliveira e Eduardo Tadeu Farah.
Nome do relator: FRACISCO MARCONI DE OLIVEIRA
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NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. O julgador administrativo não está obrigado a rebater todas as questões levantadas pela parte, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. MATÉRIA SUMULADA O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. MATÉRIA SUMULADA Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. (Súmula CARF nº 12) IMPOSTO DE RENDA. COMPETÊNCIA LEGAL. UNIÃO. A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda. ISENÇÃO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. NECESSIDADE DE LEI. INTERPRETAÇÃO LITERAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 01 07 /2 00 9- 95 Fl. 276DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 2 Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda. IMPOSTO DE RENDA. MULTA DE OFÍCIO. INFORME DA FONTE PAGADORA. PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. INDUÇÃO AO ERRO. EXCLUSÃO. MATÉRIA SUMULADA Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. (Súmula CARF nº 73). IMPOSTO DE RENDA. JUROS DE MORA SOBRE VERBAS TRIBUTADAS. INCIDÊNCIA. São tributáveis os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença judicial, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aquelas decorrentes de reclamação trabalhista nas situações em que o trabalhador perde o emprego ou quando a verba principal é isenta ou está fora do campo de incidência do IR, nos termos do REsp 1.227.133/RS, sob o rito do art. 543C do CPC (STJ). JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. APLICAÇÃO SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. LEGALIDADE. MATÉRIA SUMULADA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para títulos federais. (Súmula CARF nº 4). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. O Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández votou pela conclusão. (ASSINADO DIGITALMENTE) MARIA HELENA COTTA CARDOZO – Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE) FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Nathalia Mesquita Ceia, German Alejandro San Martín Fernández, Gustavo Lian Haddad, Francisco Marconi de Oliveira e Eduardo Tadeu Farah. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 13502.000107/200995 Acórdão n.º 2201002.575 S2C2T1 Fl. 3 3 Relatório Neste processo foi lavrado o auto de infração do Imposto de Renda de Pessoa Física (fls. 24 a 32), exercícios 2005 a 2007, pela omissão de rendimentos classificados indevidamente como isentos, no qual se apurou o imposto de valor de R$ 71.480,88, acrescido da multa de ofício de R$ 53.610,66 (75%), sobre os quais incidem juros de mora. O julgamento foi sobrestado em 24 de agosto de 2011, por meio da Resolução nº 220200.032, da 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento (fls. 264 a 270), tendo em vista o disposto no artigo 62A, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF). Porém, com a edição da Portaria nº 545/2013 do Ministério da Fazenda, que revogou o supracitado artigo, os autos foram novamente distribuídos para apreciação. Aproveito para transcrever parte do preciso relatório do Ilustre Conselheiro Relator: IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 38 a 103). Alegou, consoante relatório do acórdão de primeira instância (fls. 164 a 165), que: a) o lançamento fiscal teve como objeto verbas recebidas pelo impugnante a título de diferenças de URV, que não representaram qualquer acréscimo patrimonial, mas sim o ressarcimento por erro cometido pela fonte pagadora no cálculo da remuneração paga no período de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001; b) o referido erro ocorreu no procedimento de conversão de cruzeiro real para URV a que eram submetidos os salários pagos aos membros do Ministério Público Estadual. Tal procedimento tinha o intuito de preservar o ganho mensal, compensando as perdas em face dos altos índices de inflação, o que evidencia a feição indenizatória da URV; c) o acordo para o pagamento das diferenças de URV se deu através da Lei Estadual Complementar nº 20, de 08 de setembro de 2003, tendo o impugnante recebido tais valores ao longo dos anos de 2004, 2005 e 2006; d) a referida diferença consistiu apenas em correção do capital, ou seja, recomposição de quantias que deveriam integrar a remuneração ao longo do tempo passado. Não correspondeu a qualquer permuta do trabalho/serviço por moeda que configurasse a natureza salarial. Assim, por ser mera atualização do principal, e por não ter sido implementada em tempo certo, não deveria ser levada à tributação, haja vista o entendimento doutrinário e jurisprudencial, que veda a tributação da correção monetária; e) a mera correção monetária não aumenta ou acresce patrimônio do contribuinte, apenas lhe torna indene das perdas inflacionárias, portanto, não integra a base de cálculo do imposto de renda; f) havia um evidente caráter compensatório da URV desde sua gênese, e as diferenças recebidas representaram uma reparação por danos, tendo clara natureza de indenização, e não de salário. Dessa maneira, por não caracterizar aumento patrimonial, a verba recebida não subsume nos conceitos de renda e proventos de qualquer natureza, previstos no art. 43 do CTN; g) o STF, através da Resolução nº 245, de 2002, deixou claro que o abono conferido aos magistrados federais em razão das diferenças de URV tem natureza indenizatória, e que por esse motivo está isento da contribuição previdenciária e do imposto de renda; Fl. 278DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 4 h) apesar de a citada resolução ter sido dirigida à magistratura federal, é impositiva e legítima a equiparação do tema por analogia às verbas recebidas pelos magistrados estaduais, conforme preceitua o art. 108 do CTN. Negar o caráter indenizatório destas verbas é afrontar o princípio constitucional da isonomia, não só na sua concepção geral, mas, também, no que tange a tratamento diferenciado entre membros do Ministério Público Federal da União e Estadual. Viola, também, o disposto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal que proíbe o tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente; i) o Estado da Bahia abriu mão da arrecadação do imposto ao estabelecer no art. 3º da Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, a natureza indenizatória da verba paga. Implementou todos os pagamentos sem qualquer retenção de IR e informou aos beneficiários dos rendimentos a natureza desta parcela como indenizatória; j) o sujeito passivo da obrigação de tributária, na condição de responsável, era a fonte pagadora, que estava obrigada a reter o imposto. Desta forma, a discussão acerca da classificação dos rendimentos pagos deveria ser travada entre o fisco federal e a fonte pagadora. Entretanto, não se instaurou qualquer procedimento fiscal contra a fonte pagadora, mas sim contra o impugnante, que sofreu os dissabores e ônus da ação fiscal, inclusive com a imposição de multa de ofício e juros moratórios; l) de forma transversa o Estado Membro devedor da obrigação mensal de retenção não exauriu sua obrigação e gerou para o contribuinte o dever de pagar mais imposto; conseqüentemente o Estado se beneficia com os acréscimos que sua inação causou. Assim, ao lançar o tributo nos termos da autuação gera quebra da capacidade contributiva do signatário; m) o impugnante não agiu com intuito de fraude, simulação ou conluio, simplesmente seguiu a informação prestada pela fonte pagadora, e fez constar em suas declarações de rendimentos relativas aos períodos bases de 2004 a 2006 as parcelas recebidas como isentas de tributação. Isto posto, mantida a exigência fiscal, devese observar o princípio da boafé, da qual estava imbuído o impugnante, e afastar a exigência da multa de ofício e juros de mora; n) a informação prestada pela fonte pagadora estava fundamentada na Lei Estadual Complementar nº 20, de 2003, que dispunha acerca da natureza indenizatória das diferenças de URV. Portanto, os valores declarados pelo impugnante tratase de informação lastreada em ato normativo expedido por autoridade administrativa, que se enquadra na hipótese do inciso I do art. 100 do CTN. Assim, de acordo com o parágrafo único do mesmo artigo, devem ser afastados a multa de ofício e os juros de mora; o) o lançamento fiscal tributou isoladamente os rendimentos apontados como omitidos, deixando de considerar os rendimentos e deduções já declarados. Caso fosse mantida a tributação das verbas recebidas, caberia sujeitálas ao ajuste anual, o que resultaria em um imposto devido menor; p) parte dos valores recebidos a título de URV se referia à correção incidente sobre 13º salários e férias indenizadas (abono férias), que respectivamente estão sujeitas à tributação exclusiva e isentas, conseqüentemente, mesmo que prevalecesse o entendimento do órgão fiscalizador, caberia a exclusão de tais parcelas na apuração da base de cálculo sujeita ao lançamento fiscal; q) os juros de mora constantes no cálculo da diferença de URV representam um indenização pelos danos emergentes do não uso do patrimônio. Assim, os juros de mora têm natureza distinta da originária do principal ao qual incidiu acessoriamente, porque não se constituíram em aquisição de disponibilidade de renda, produto do trabalho remunerado pelo Estado da Bahia. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento baixou o processo em diligência determinando o ajuste do lançamento fiscal para, ao invés de lançar os rendimentos recebidos acumuladamente com base nas tabelas e alíquotas vigentes nos anos de recebimento, o fizesse levando em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global (fls. 156 a 157). Efetuado o procedimento (fls. 158 a 162), o sujeito passivo foi cientificado do resultado da diligência fiscal, mas não se manifestou a respeito. ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Fl. 279DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 13502.000107/200995 Acórdão n.º 2201002.575 S2C2T1 Fl. 4 5 A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou procedente em parte o lançamento, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 163 a 166): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário:2004, 2005, 2006 DIFERENÇAS DE REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA IRPF As diferenças de remuneração recebidas pelos membros do Ministério Público do Estado da Bahia, em decorrência do art. 2º da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20, de 2003, estão sujeitas à incidência do imposto de renda. MULTA DE OFÍCIO. INTENÇÃO. A aplicação da multa de ofício no percentual de 75% sobre o tributo não recolhido independe da intenção do contribuinte. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 7/10/2010 (fl. 166v), o contribuinte apresentou, em 29/10/2010, o recurso de fls. 169 a 252, onde: a) afirma que o acórdão recorrido deixou de enfrentar as questões suscitadas pelo recorrente relativas à falta de legitimidade da União para cobrar imposto de renda que pertence, por determinação constitucional, ao Estado, e que essa omissão caracteriza supressão da instância administrativa, o que viola também o direito do recorrente ao devido processo legal, contraditório e ampla defesa, devendose anular o julgado e se remeter o processo à instância originária para novo julgamento; b) perora a ilegitimidade ativa da União para cobrança de imposto de renda sobre rendimentos pagos pelo Estado da Bahia, pois a ele pertence o produto de sua arrecadação, nos termos do art. 157 da Constituição Federal, e que esse ente federativo abriu mão dessa arrecadação ao editar a Lei Complementar nº 20; c) pugna pelo caráter indenizatório da parcela recebida a título de URV, citando precedentes judiciais e administrativos nesse sentido; d) argúi violação princípio da isonomia, pois não houve tributação das diferenças de URV pagas aos membros da Magistratura e do Ministério Público da União, devido à edição da Resolução no 245, de 12 de dezembro de 2002, pelo Supremo Tribunal Federal; e) argumenta que o lançamento utilizou alíquotas incorretas do imposto de renda, aplicando as alíquotas de 26,6% e 27,5% para os anos de 1994 e 1998, respectivamente, quando o correto seria 25%, e que foram tributados indevidamente os valores referentes ao 13º salário e férias indenizadas; f) acrescenta que o lançamento está incorreto, pelo fato da autoridade fiscal não ter levado em conta as deduções cabíveis, as quais o recorrente tinha direito; g) defende ser do Estado da Bahia a responsabilidade pelo pagamento do imposto, pois foi ele quem deixou de efetuar a retenção na fonte; h) afirma não ser cabível a aplicação de multa, pois foi a própria Lei Complementar nº 20 que determinou o caráter indenizatório da verba, e que a fonte pagadora informou que os valores pagos eram isentos, tendo ocorrido erro escusável do contribuinte. Além disso, o Ministério da Fazenda, em consulta feita pelo Ministério Público do Estado da Bahia, manifestouse pela inaplicabilidade da multa de ofício; i) solicita a não incidência de multa e juros de mora, pela observância de normas complementares, nos termos do art. 100, parágrafo único do CTN, pois seguiu as orientações da fonte pagadora e da lei estadual, que classificaram os rendimentos como isentos. j) argumenta que não incide imposto de renda sobre os juros moratórios. [...]. É o relatório. Fl. 280DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 6 Voto Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira O recurso voluntário é tempestivo e, atendidas as demais formalidades, dele tomo conhecimento. Em resumo, as questões tratadas no recurso voluntário são: (a) nulidade da decisão recorrida por falta de enfrentamento de alegações; (b) caráter indenizatório do rendimento (c) violação princípio da isonomia em ralação às verbas pagas aos membros da Magistratura e do Ministério Público da União, (d) aplicação incorreta das alíquotas, (e) não inclusão das deduções cabíveis e o cálculo do imposto sem levar em conta os rendimentos já levados ao ajuste anual, (f) não exclusão da base de cálculo das parcelas de 13º salários e abono de férias; (g) a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto seria do Estado da Bahia, (h) não aplicação de multa por ser erro escusável do contribuinte, (i) não incidência de multa e juros de mora, (j) não incidência do imposto de renda sobre os juros moratórios aplicado sobre os rendimentos principais. Nulidade da decisão recorrida O recorrente afirma que a decisão da DRJ deixou de enfrentar as questões relacionadas à falta de legitimidade da União para cobrar imposto de renda pertencente, por determinação constitucional, ao Estado, caracterizando assim supressão da instância administrativa, o que violaria o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, devendose anular o julgado. Compulsando os autos, não se vê a indicação expressa dessa tese no âmbito da impugnação. A argumentação do recorrente é no sentido de que a “responsabilidade da fonte pagadora”, seria do “Estado da Bahia através do Ministério Público Estadual e não o contribuinte” que, “de boa fé”, “respeitou a natureza do crédito recebido”. Porém, mesmo assim, constatase que no acórdão da DRJ, ainda que de forma sucinta, a referida matéria foi apreciada. No que toca a alegada legitimidade ativa, a decisão recorrida concluiu que “é da competência exclusiva da União” exigir o imposto de renda incidente sobre rendimentos da pessoa física (IRPF). Sobre a suposta quebra na capacidade contributiva, entendeu o julgador a quo que a tributação independe da denominação do rendimento, e que as indenizações não gozam de isenção indistintamente. Ressaltese que o julgador não está obrigado a rebater todas as questões levantadas na peça recursal, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão (art. 31 do Decreto nº. 70.235/1972). Por isso, não assiste razão à defesa. Ilegitimidade da União Quanto à alegada legitimidade da União para exigir o tributo, observase que o inciso III do art. 153 da Constituição Federal atribui à União competência exclusiva para legislar sobre imposto de renda e proventos de qualquer natureza. O fato de o produto da arrecadação do imposto de renda retido na fonte pertencer ao Estado, conforme prevê o inciso I Fl. 281DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 13502.000107/200995 Acórdão n.º 2201002.575 S2C2T1 Fl. 5 7 do art.157 da CF, não altera a competência Federal, conforme consta do parágrafo único do art. 6º do Código Tributário Nacional (CTN). A Lei nº 9.250, de 1995, ao disciplinar sobre a elaboração da Declaração Anual de Ajuste, determina nos artigos 7º e 8º que sejam incluídos na base de cálculo do imposto “todos os rendimentos percebidos no anocalendário”, sem qualquer ressalva ao fato de ter havido ou não a respectiva retenção na fonte. Esse também é entendimento constante da Súmula CARF nº 12: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. Portanto, não há relação entre o dever de reter o imposto e o fato de o produto da arrecadação do imposto retido pertencer à Unidade Federada, ou, ainda, com a responsabilidade tributária da fonte pagadora. A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluílos, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual. Capacidade contributiva e inconstitucionalidade O recorrente ainda questiona a sobre a quebra do Princípio Constitucional da Capacidade Contributiva. Entretanto, a administração tributária se submete ao principio da legalidade. Assim, não cabe à autoridade administrativa lançadora e julgadora afastar a aplicação da lei tributária. Isso ocorrendo, significaria declarar a inconstitucionalidade da lei, expressamente vedado pelo art. 62 do Regimento Interno do CARF. É importante ressaltar que o citado princípio dirigese ao legislador, que deve observálos quando da elaboração das leis tributárias. Os Órgãos da Administração não podem deixar de aplicar as leis aprovadas pelo Congresso Nacional e sancionadas pelo Presidente da República, ao qual estão vinculados pelo poder hierárquico. Essa tarefa é reservada pela Constituição Federal ao poder Judiciário. A questão de inconstitucionalidade de lei foi pacificada no CARF por meio da Súmula nº 2, a qual diz: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Rendimentos recebidos, isonomia, base de cálculo e alíquotas Em relação aos rendimentos recebidos em decorrência da Lei Complementar do Estado da Bahia n° 20, de 08 de 2003, sobre "diferenças de remuneração quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV", apesar de já ter votado em sentido contrário, reviso o meu entendimento para reconhecer que essas diferenças, em sua origem, têm natureza eminentemente salarial, por se incorporarem à remuneração. Tais diferenças se referem a salários (vencimentos) não recebidos ao longo dos anos, sendo o objetivo da ação judicial ou da Lei do Estado da Bahia simplesmente o de pagar ao recorrente aquilo que não fora pago à época. E, nessa condição, incide o imposto nos termos do artigo 43 do CTN, in verbis: Fl. 282DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 8 Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) Os valores sobre os quais se lançou o crédito objeto destes autos são, assim, oriundos de rendimentos do trabalho e não verbas indenizatórias, como pretende o recorrente, portanto, de natureza tributária. E, sendo as verbas pagas aos membros do Ministério Público da Bahia por rendimento do trabalho, a elas é aplicado o art. 3º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1998, a seguir reproduzido: Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. Também não se poderia falar em isenções porque estes rendimentos não incluídos naqueles listados no art. 6º da citada Lei. As isenções, por conta da previsão explicita dos art. 176 e 177 do CTN, devem ser sempre decorrente de lei, e interpretada, em função do art. 111 do mesmo Código, de forma literal. Assim, para que as verbas fossem consideradas isentas, seria necessário que a lei ordinária fosse produzida pela casa legislativa detentora da respectiva competência, na forma do art. 153, III, da Constituição Federal. No que diz respeito ao princípio constitucional da isonomia, verificase no caso da Magistratura Federal que o abono previsto no art. 6º da Lei nº 9.655, de 1998, regulamentado no art. 2º da Lei nº 10.474, de 2002, teve a natureza jurídica conferida pela Resolução nº 245/2002 do Supremo Tribunal Federal. No caso do Ministério Público Federal, o art. 2º da Lei nº 10.477, de 2002, diz expressamente ser aplicável aos membros daquela instituição Pública da União o abono variável concedido pelo art. 6º da Lei no 9.655, de 2 de junho de 1998. Ressaltese que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, por meio do Parecer PGFN/Nº 529/2003, aprovado pelo Ministro da Fazenda, reconheceu a natureza indenizatória do abono para a Magistratura Federal e MP Federal, respeitando a interpretação do STF. Portanto, a verba recebida pelos servidores estaduais não é exatamente igual àquela percebida Magistrados e Membros do Ministério Público da União e, uma vez que não há lei federal determinando o mesmo tratamento tributário. Se por um lado o CTN exige a interpretação literal da lei, por outro lado veda o uso da analogia ou de interpretações extensivas para alcançar sujeitos passivos em situação semelhantes. Pensar diferente implicaria concessão de isenção sem lei federal própria, o que ofenderia o § 6º do art. 150 da CF e o art. 176 do CTN. Fl. 283DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 13502.000107/200995 Acórdão n.º 2201002.575 S2C2T1 Fl. 6 9 O contribuinte argumenta que o lançamento utilizou alíquotas incorretas do imposto de renda, aplicando as alíquotas de 26,6% e 27,5% para os anos de 1994 e 1998, respectivamente, quando o correto seria 25%, e que foram tributados indevidamente os valores referentes ao 13º salário e férias indenizadas, bem como por não ter se levado em conta as deduções e rendimentos já declarados. Inicialmente, não se verifica nos comprovantes juntados aos autos a descrição de 13º salário e férias indenizadas dos rendimentos questionados. Por essa razão não é possível fazer qualquer analise ou exclusão de tais valores. Em relação às alíquotas, cabe observar que foi efetuada a revisão do lançamento fiscal para ajustálo ao Parecer PGFN/CRJ n° 287/2009, aprovado pelo Despacho do Ministério da Fazenda S/N, de 11 de maio de 2009, que foi editado nos termos do inciso II do art. 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, visando dar o mesmo tratamento da jurisprudência pacificada do Superior Tribunal de Justiça. No novo calculo do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, às fls. 159 e 160, foram levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos. Como observou a decisão recorrida, nos anos calendários em questão, as bases de cálculo declaradas já sujeitavam o contribuinte à incidência do imposto de renda em sua alíquota máxima, bem como, já tinham sido aproveitadas as parcelas a deduzir previstas legalmente em suas declarações de ajustes. Juros de mora recebidos em ação judicial O recorrente argumenta que os juros de mora constantes no cálculo da diferença de URV representam um indenização pelos danos emergentes do não uso do patrimônio. Sobre esse tema, a jurisprudência corrente do CARF é de que estes juros, por sua característica acessória, seguem a natureza tributável da verba principal, fundamentada no art. 55, inciso XIV, do Decreto nº 3.000, de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda), que determina serem tributáveis “os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis”. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) em sede de Embargos de Declaração no Recurso Especial nº 1.227.133/RS, julgados na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil (CPC), fixou o entendimento de que não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais vinculados a verbas trabalhistas reconhecidas em decisão judicial. Entretanto, posteriormente, esclareceu que estes seriam restritos às situações de “despedida ou rescisão de contrato de trabalho”. Tal entendimento foi externado quando do julgamento do REsp nº 1.089.720/RS, em 10 de outubro de 2012, relatado pelo Ministro Mauro Campell Marques. Essa decisão definiu o alcance do acórdão proferido no REsp nº 1.227.133RS, que não é amplo, mas sim restrito às situações de perda do emprego ou quando a verba principal é isenta ou está fora do campo de incidência do imposto sobre a renda. Depois, isso fora confirmado pela nota intitulada “Primeira Seção esclarece parâmetros para incidência de IR sobre juros de mora”, publicado pelo STJ em 23 de outubro de 2012, na “Sala de Notícias” (www.stj.gov.br), conforme segue: Fl. 284DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO 10 Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu entendimento sobre tema repetidamente submetido aos tribunais: o Imposto de Renda, em regra, incide sobre os juros de mora, inclusive aqueles pagos em reclamação trabalhista. Os juros só são isentos da tributação nas situações em que o trabalhador perde o emprego ou quando a verba principal é isenta ou está fora do campo de incidência do IR (regra do acessório segue o principal). O julgamento, apesar de não ter se dado no rito dos recursos repetitivos previsto pelo artigo 543C do Código de Processo Civil, fixou interpretação para o precedente em recurso representativo da controvérsia REsp. 1.227.133, a fim de orientar os tribunais de segunda instância no tratamento dos recursos que abordam o mesmo tema. [...] (grifos nossos) Esse entendimento foi reiterado nas decisões seguintes, entre elas: AgRg no REsp 1.234.294/RS (11/04/2013) e REsp 1.235.681/RS (18/02/2014). Assim sendo, como os valores contestados decorrem de diferenças salariais, considerados tributáveis, concluíse que incide o imposto de renda sobre os juros de mora recebidos pelo contribuinte. Multas e juros Quanto à imposição da multa de ofício, observase que o contribuinte apenas reproduziu as informações da fonte pagadora. Ou seja, o erro no apontamento da natureza dos rendimentos auferidos foi provocada pela fonte pagadora e não intencionalmente por iniciativa contribuinte. Nesses casos, quando o sujeito passivo é induzido ao erro pela fonte pagadora, que forneceu comprovantes informando os rendimentos como isentos e não tributável, o posicionamento deste Colegiado é que deve ser excluída a penalidade, aplicandose o disposto na Súmula CARF nº 73: Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. Por esse motivo, deve ser excluída a multa de ofício aplicada nestes autos, Por fim, o recorrente pede a não incidência de multa e juros de mora, pela observância de normas complementares, nos termos do art. 100, parágrafo único do CTN, pois seguiu as orientações da fonte pagadora e da lei estadual, que classificaram os rendimentos como isentos. Em relação a multa de mora, esta não é objeto de litígio, portanto, não cabe a sua discussão neste autos. No que diz respeito aos juros de mora, este são devidos conforme expressamente afirmado na Súmula CARF nº A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Assim, considerando que, nos termos do artigo 72 do Anexo II do RICARF, as súmulas são de observância obrigatória pelos membros do CARF, não procedem as alegações do recorrente em relação à taxa de juros. O conjunto das questões tratadas nesses autos são muito bem identificadas na ementa do AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.262.609, a seguir transcrito: Fl. 285DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO Processo nº 13502.000107/200995 Acórdão n.º 2201002.575 S2C2T1 Fl. 7 11 TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇA SALARIAL DECORRENTE DA CONVERSÃO DA URV (11,98%). INCIDÊNCIA. RESOLUÇÃO 245 DO STF. INAPLICABILIDADE. JUROS E MULTA. INCIDÊNCIA. 1. Se o recurso especial foi conhecido e examinado em seu mérito, obviamente, a questão que se alega omitida na origem foi tida por prequestionada, o que torna prejudicada a alegação de contrariedade ao art. 535, II, do CPC. Ausência de supressão de instância. 2. As verbas percebidas por servidores públicos resultantes da diferença apurada na conversão de suas remunerações da URV para o Real (11,98%) têm natureza salarial e, portanto, estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda. Precedentes. 3. A Resolução Administrativa 245 do Supremo Tribunal Federal é inaplicável ao caso. A mencionada norma faz referência ao abono variável concedido aos magistrados pela Lei 9.655∕1998, e não à parcela correspondente aos 11,98% em favor dos servidores públicos. Precedentes. 4. Dispõe o art. 136 do CTN: "Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato". 5. Se o imposto de renda deixou de ser retido na fonte no momento próprio, sobre o tributo incidem juros de mora e multa, independentemente da boafé do agente, ainda que a ausência de retenção tenha sido imputada à instituição pagadora. 6. A ausência de retenção na fonte pela instituição pagadora não retira a responsabilidade do contribuinte que recebeu o rendimento de submeter a renda à incidência do imposto, arcando, obviamente, com os consectários legais decorrentes do inadimplemento. 7. Agravo regimental não provido. AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.262.609 PE (2011∕01487774) Isto posto, voto em rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. (ASSINADO DIGITALMENTE) FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA Fl. 286DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 1 8/11/2014 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por MARIA HELENA CO TTA CARDOZO
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Numero do processo: 10746.904230/2012-21
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3803-000.603
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Por maioria de voto, converteu-se o julgamento em diligência, para que a repartição de origem analise os documentos juntados aos autos e se pronuncie acerca da satisfação dos débitos da recorrente, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado.
(Assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(Assinado digitalmente)
Jorge Victor Rodrigues - relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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Por maioria de voto, converteuse o julgamento em diligência, para que a repartição de origem analise os documentos juntados aos autos e se pronuncie acerca da satisfação dos débitos da recorrente, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado. (Assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (Assinado digitalmente) Jorge Victor Rodrigues relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, e Jorge Victor Rodrigues. RELATÓRIO Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor o suficiente para a realização da compensação pretendida. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 46 .9 04 23 0/ 20 12 -2 1 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 9 2 Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. Concluso foram os autos para pronunciamento pela 4ª Turma da DRJ/BSB, que por meio do Acórdão nº 0352.878, em 27/06/2013, julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório, nos termos da ementa transcrita a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Ano Calendário: 2009 APRESENTAÇÃO DE PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A restituição de créditos tributários só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Em apertada síntese, a título de esclarecimento, menciona o relator que o direito à isenção alegado pela contribuinte na comercialização de seus produtos (sucos) e não aproveitado do benefício quando da apuração das contribuições, o que levaria ao recolhimento a maior que o devido, se referiu à tributação monofásica, que reduz a 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos especificados nos arts. 58A e 58B, da Lei nº 10.833/03. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 10 3 Assim o direito creditório que a contribuinte alegou possuir seria proveniente de apuração de valor devido a menor, apurado em data posterior à época da entrega das declarações originais. Concluiu o voto condutor que a simples entrega de declarações retificadoras, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento efetuado a maior, que teria originado o crédito pleiteado pela contribuinte em seu pedido de restituição; que tais retificações deveriam ter ocorrido anteriormente a qualquer procedimento administrativo ou notificação de lançamento, conforme dispõem o parágrafo único do art. 39 e o § 1º do art. 147, ambos do CTN; e que não comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição, não há o que ser reconsiderado na decisão contida no despacho decisório. Após ser cientificado do decidido no Acórdão nº, por meio de AR, conforme subscrição em 11/11/13, contra o mesmo se insurgindo a contribuinte protocolou o seu recurso voluntário na repartição preparadora em 20/12/13, aduzindo sucintamente: Verificou que um de seus produtos vendidos (bebida: refresco e energético) pertenciam à sistemática monofásica de PIS e Cofins, enquadradas no sistema NBH/SH 22.02, e na NCM 2202.10.00 e NCM 22012.90.00, como também que recolheu a maior valores atinentes a essas contribuições, razão pela qual transmitiu a Per/DComp em 30/12/10, pleiteando a restituição que entendeu lhe era devida (PAF 10746.904200/201215) Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos prova documental qual seja: Livri Diário anos 2007 a 2010, Livro Razão anos 2007 a 2010, Livros Fiscais ( Entrada, Saída e Apuração de ICMS dos anos de 2007 a 2010), Notas Fiscais de entrada dos anos 2007 a 2010, Blocos fiscais dos anos 2007 a 2010, Livro de Registros de Inventário correspondente aos anos de 2007 a 2010 e Notas Fiscais Eletrônicas de Saída dos anos 2007 a 2010. No que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, mencionando que a contribuinte apresentou o recurso voluntário acompanhado dos documentos acima descritos em 05/12/2013 e que ante a impossibilidade de juntar aos autos digitais os originais dos documentos entregues, foi o mesmo intimado TIF SAORT nº 180/2013 para apresentação dos itens discriminados no TIF em mídia eletrônica (arquivo digital), ou alternativamente, juntamente com os originais, cópia de cada um dos documentos a serem protocolados. Consta ainda desse despacho as seguintes informações: Em 17/01/2014, em resposta ao termo de intimação, o interessado apresentou um DVDR contendo vários arquivos, os quais não possuem as características necessárias ao processamento no ambiente do Sistema do Processo Digital da RFB (alguns arquivos de tamanho superior a 15 megabytes). Além disso, não foram entregues os relatórios/recibos do Sistema de Validação e Autenticação de Arquivos Digitais, conforme orientação constante do Anexo I do termo de Intimação Fiscal SAORT nº Fl. 123DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 11 4 108/2013. Portanto, em princípio, os arquivos não foram gerados com o auxílio do SVA o que torna impossível a validação e a autenticação dos mesmos. Assim, não obstante ter sido devidamente orientado, o interessado não atendeu os termos da intimação. Dessa forma, proponho que os autos sejam encaminhados ao CARF sem os elementos apresentados em mídia digital (arquivos constantes do DVDR) para análise do recurso. É o relatório. VOTO Conselheiro Jorge Victor Rodrigues O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos necessários à sua admissibilidade, dele conheço. A recorrente fez colação aos autos em sede de recurso voluntário de documentos contábeis e fiscais já elencados no relatório, complementarmente, aos oferecidos como elementos materiais de prova na manifestação de inconformidade. O acórdão recorrido versa sobre o pedido de restituição/compensação, formalizado pela Recorrente perante a repartição preparadora em 30/12/10, quando arguiu possuir crédito tributário proveniente de pagamento realizado a maior que o devido (vide processo 10746.904200/201215) para compensar com débitos tributários próprios. Alegou a recorrente que a origem do crédito remete à sistemática de tributação monofásica, que reduz a 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos especificados nos arts 58A e 58bB, da lei nº 10833/03, notadamente aquelas classificadas no sistema NBH/SH 22.02, e na NCM 2202.10.00 e NCM 2202.90.00. Desde logo cumpre esclarecer, que sob à ótica do direito material, o tema " direito à restituição/compensação de indébito, oriundo de alíquota 0%, com fulcro nos arts. 58 A e 58B, da lei nº 10833/03", não foi enfrentado efetivamente pelo juízo a quo, eis que o mesmo se pronunciou exclusivamente acerca da ausência de comprovação da liquidez e da certeza do crédito alegado, em razão da insuficiência de documentos probantes, bem assim por entender que o ônus da prova cabe a quem alega o direito de. Portanto, inferese que a demanda sob este aspecto resta superada, cabendo ao Tribunal ad quem o pronunciamento exclusivamente acerca das provas colacionadas aos autos, complementarmente, mesmo a destempo, e da sua eficácia probante. DA APRESENTAÇÃO DE PROVAS NO RECURSO VOLUNTÁRIO Fl. 124DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 12 5 A regra geral contida no art. 16 do Dec. nº 70.235/72 informa que o momento de apresentação das provas atinentes ao direito alegado é o mesmo da formalização da manifestação de inconformidade/impugnação. Destarte o dispositivo no § 4º deste mandamus, c/c o art. 38 e §§, da Lei nº 9+784/99, veio a propiciar à modulação dos efeitos dessa regra, sinalizando com a possibilidade da apresentação de prova noutro momento processual. Este também é o entendimento pacífico cristalizado por meio da jurisprudência administrativa emanada do CARF, notadamente quando a prova, mesmo que juntada a destempo é imprescindível para o deslinde da querela, consoante demonstram os extratos de julgados colacionados adiante na forma de ementa, confirase: Ementa Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1999 VERDADE MATERIAL. PROVA INCONTESTE. A juntada de prova cuja simples leitura, em documento de uma só folha, permite constatar as alegações sustentadas pela recorrente, e cuja inadmissibilidade motivada pela preclusão perenizaria situação de injustiça evidente, deve ser considerada, ainda que em sede de embargos, em atendimento ao princípio da verdade material e à instrumentalidade do processo. (Acórdão 1302001.493, sessão de 27/08/2014 13840.000215/0018, Rel. Eduardo de Andrade). ____________________________________________________ (...). PRODUÇÃO DE PROVAS NO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE PARA SE CONTRAPOR ÀS RAZÕES DO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Como regra geral, a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo do direito de fazêlo em outro momento processual. Contudo, tendo o contribuinte trazido os documentos que julgava aptos a comprovar seu direito, ao não ser bem sucedido no julgamento de 1ª instância, razoável se admitir a juntada das provas no voluntário, pois é exceção à regra geral de preclusão a produção de novos documentos destinados a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Ademais, seria por demais gravoso, e contrário ao princípio da verdade material, a manutenção da glosa de deduções sem a análise das provas constantes nos autos. E ainda, sendo esta a última instância administrativa, tal postura exigiria do contribuinte a busca da tutela do seu direito no Poder Judiciário, o que exigiria do Fisco a análise das provas apresentadas em juízo, e ainda condenaria a União pelas custas do processo (Acórdão nº 1102.000940, sessão de 08/10/2013, PAF 16327.001040/200891, Rel. José Evande carvalho Araújo). ____________________________________________________ Fl. 125DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 13 6 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO DO CONTRIBUINTE. CONFERÊNCIA ELETRÔNICA. RETIFICAÇÃO DA DCTF A DESTEMPO. OBSTÁCULO. INEXISTÊNCIA. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. Deve ser verificada a procedência do pedido de compensação fundado em direito de crédito recusado exclusivamente com base em cotejo eletrônico das informações prestadas pelo contribuinte na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, desde que essa tenha sido retificada, ainda que extemporaneamente. Não há que se falar em preclusão do direito de apresentação de provas em fase recursal quando tenha sido dada ciência ao requerente da necessidade de instrução do processo apenas por ocasião da decisão de primeira instância. Recurso Voluntário Provido em Parte (Acórdão nº 3102001.959, sessão de 25/07/2013 10166.911735/200978, Rel. Ricardo Paulo Rosa). ___________________________________________________ O entendimento profligado por meio da jurisprudência acima transcrita tem a finalidade precípua de consolidação do princípio da verdade material, pressuposto basilar do Direito Processual Administrativo Tributário, bem assim da tese que defende que a produção probatória no processo administrativo tributário compete concorrentemente às partes e ao Juiz, quando apresentadas após a impugnação. A conselheira Andréa Medrado Darzé, em "Preclusão no Processo Adm. Tributário: Um Falso Problema", in "VII Congresso Nacional de Estudos Tributários, Derivação e Positivação no Direito Tributário" (2011, p. 7879) com apoio na jurisprudência dos tribunais administrativos, traz a contribuição significativa à questão posta: " A regra de preclusão do direito de o impugnante produzir provas no processo administrativo tributário, prescrita no art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72, é cogente, de aplicação obrigatória, apenas podendo ser excepcionada nas hipóteses relacionadas neste mesmo dispositivo legal. Isso não significa, todavia, impossibilidade de a prova vir a ser apreciada pelo julgador, mesmo quando apresentada após a impugnação. A razão desta assertiva é singela, mas decisiva: a produção probatória no processo administrativo tributário compete concorrentemente às partes e ao Juiz. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 14 7 Assim, mesmo na hipótese de a prova ser trazida aos autos quando já precluso o direito de ao particular fazêlo, o julgador pode e deve analisála, desde que se trate de prova necessária para a apreciação da matéria litigada. Afinal, diferentemente do que se verifica em relação ao impugnante, o legislador não estabeleceu limite temporal para a iniciativa probatória da autoridade julgadora." Como visto, resta demonstrada a efetiva possibilidade de apresentação de prova após a impugnação, seja pela aplicação da legislação tributária, ou mediante a jurisprudência administrativa, ou ainda pela doutrina hodierna. Portanto não há se falar em preclusão temporal neste caso. Ao contrário, os exemplos mencionados servem para demonstrar a possibilidade de se imprimir maior celeridade ao julgamento do feito, com a oportunidade criada a partir da colação desses documentos aos autos, a permitir que dúvidas por ventura existentes possam ser sanadas, sem a necessidade de remessa dos autos à repartição preparadora. Até mesmo por ser a opção pelo acolhimento da prova apresentada a destempo, uma discricionariedade do julgador, notadamente o relator dos autos, como auxílio para firmar a sua convicção pessoal ao caso sob análise. No caso vertente a recorrente trouxe aos autos na fase recursal novos elementos materiais de prova, dando conhecimento à autoridade administrativa de sua iniciativa. Essa autoridade limitouse a alegar a impossibilidade de juntar aos autos digitais os originais dos documentos que lhe foram entregues, intimando a Recorrente a reapresentar os documentos, desta feita na forma de arquivo digital, por meio de mídia eletrônica, concedendo lhe o prazo de 20 dias para o cumprimento do desiderato. Em atenção à intimação que lhe fora endereçada a contribuinte em 17/01/2014 apresentou um DVDR contendo vários arquivos, que segundo a fiscalização, não possuem as características necessárias ao processamento no ambiente do sistema de Processo Digital da RFB, além de não haver sido entregue os relatórios/recibos do Sistema de Validação e /autenticação de Arquivos Digitais, conforme orientação constante do Anexo I do Termo de Intimação Fiscal SAORT nº 180/2013, endereçado à ora Recorrente. Conclui a autoridade administrativa que os arquivos não foram gerados com o auxílio do SVA o que torna impossível a validação e a autenticação dos mesmos. Mister esclarecer que a Recorrente não se furtou de reapresentar os documentos em meio magnético, entretanto em plataforma diversa daquela orientada pela fiscalização. Igualmente ao apresentar na repartição preparadora os documentos originais para protocolo (cópia de cada documento), a recorrente o fez sob amparo da regra contida no § 7º do art. 2º e art. 8º da Portaria MF nº 527/2010, que autoriza a formalização de recursos mediante a apresentação de documentos em papel, como sendo uma opção do contribuinte. A persecução da verdade material no âmbito do processo administrativo tributário, como dito, deve funcionar para ambos os lados, portanto, pugno pela conversão deste julgamento em diligência à repartição de origem, para que sejam analisados todos os documentos indicados pela Recorrente no recurso voluntário, com vistas à apuração e Fl. 127DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10746.904230/201221 Resolução nº 3803000.603 S3TE03 Fl. 15 8 pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido para, posteriormente facultarlhe a oportunidade , mediante a concessão de tempo razoável, para comparecer aos autos se assim lhe aprouver. Cumprido com o desiderato devem os autos retornarem do órgão preparador para a retomada do julgamento suspenso circunstancialmente. É como voto Jorge Victor Rodrigues Relator Fl. 128DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2014 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 06/11/20 14 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 01/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10640.004849/2008-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
ISENÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO. DESNECESSIDADE DE REQUERIMENTO À ADMINISTRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE ATO CANCELATÓRIO. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO.
A entidade na data da publicação do Decreto Lei n. 1.572/1977 possuía o Título de Reconhecimento de Entidade de Utilidade Pública emitido pelo Governo Federal e o Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos por prazo indeterminado, além de que os seus diretores não percebiam remuneração.
Assim, nos termos do § 1.º do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, a entidade era detentora do direito adquirido de não necessitar de requerer ao INSS o Ato Declaratório de Isenção, para fruir do benefício fiscal de não recolher a cota patronal previdenciária e as contribuições destinadas aos terceiros.
Diante do reconhecimento do direito adquirido, a inexistência de Ato Cancelatório da Isenção é causa impeditiva do lançamento das contribuições alcançadas pela isenção.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-003.744
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1900; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 1.259 1 1.258 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10640.004849/200836 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401003.744 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 4 de novembro de 2014 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS ISENÇÃO Recorrente SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE JUIZ DE FORA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 ISENÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO. DESNECESSIDADE DE REQUERIMENTO À ADMINISTRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE ATO CANCELATÓRIO. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. A entidade na data da publicação do Decreto Lei n. 1.572/1977 possuía o Título de Reconhecimento de Entidade de Utilidade Pública emitido pelo Governo Federal e o Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos por prazo indeterminado, além de que os seus diretores não percebiam remuneração. Assim, nos termos do § 1.º do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, a entidade era detentora do direito adquirido de não necessitar de requerer ao INSS o Ato Declaratório de Isenção, para fruir do benefício fiscal de não recolher a cota patronal previdenciária e as contribuições destinadas aos terceiros. Diante do reconhecimento do direito adquirido, a inexistência de Ato Cancelatório da Isenção é causa impeditiva do lançamento das contribuições alcançadas pela isenção. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 48 49 /2 00 8- 36 Fl. 1259DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 1260DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10640.004849/200836 Acórdão n.º 2401003.744 S2C4T1 Fl. 1.260 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 09 25.448 de lavra da 5.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Juiz de Fora (BA), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.168.1464. A lavratura foi efetuada para exigência das contribuições patronais para a seguridade social, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – RAT e da aposentadoria especial. De acordo com o relatório fiscal, fls. 17/20, os fatos geradores das contribuições lançadas foram as remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais não declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, as quais foram discriminadas nas planilhas de fls. 21/307. Afirmase que a entidade, por estar em débito com a Seguridade Social, teve o seu pedido de reconhecimento de isenção da cota patronal, protocolizado sob o n.º 37005.002094/200453, em 15/06/2004, indeferido pelo INSS. A decisão de primeira instância, fls. 1.001/1.013, consignou que a entidade não teve o seu direito à isenção reconhecido pela administração tributária, em razão da existência de débitos para com a Seguridade Social, portanto, seria procedente o lançamento. Inconformada, a entidade interpôs recurso (fls. 1.017/1.050), no qual, em apertada síntese, alegou que: a) o recurso é tempestivo; b) os fundamentos do lançamento e da decisão recorrida foram o indeferimento do pedido de isenção e a existência de débitos da recorrente para com a Seguridade Social, todavia, esses motivos não devem ser considerados; c) nos termos do art. 39 da MP n.º 446/2008, o pedido de reconhecimento de isenção da autuada foi automaticamente deferido; d) o seu recurso contra o indeferimento do pedido de isenção pela SRP possui efeito suspensivo e se encontra pendente de julgamento; e) os débitos consubstanciados pelas NFLD n° 35.584.1843, 35.584.2335, 35.584.2327 e AI n° 35.584.2343, todos eles encontramse com a exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, inciso V do Código Tributário Nacional, por força da antecipação de tutela deferida nos autos do processo n° 2005.38.010042256; Fl. 1261DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 f) a recorrente, sendo entidade beneficente de assistência social, é imune quanto ao recolhimento das contribuições exigidas, portanto, não poderia ter o seu direito tolhido por normas infraconstitucionais; g) a única norma vigente que estabelece limites à imunidade é o Código Tributário Nacional, eis que recepcionado pela Constituição de 1988 como Lei Complementar; h) a multa tem caráter confiscatório; i) a aplicação da taxa de juros SELIC é inconstitucional. Ao final, pediu o cancelamento do AI ou a retificação dos valores lançados a título de multa e juros. Ao verificar a existência de processo administrativo tratando do pedido de isenção da recorrente, esta Turma, mediante a Resolução n.º 2401000.293, de 16/07/2013, decidiu converter o julgamento do recurso em diligência, devolvendo o processo à Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem para que aquela juntasse informação fiscal prestada no bojo do processo administrativo fiscal PAF n.º 37005.002094/200453, o qual trata de pedido de isenção de contribuições previdenciárias formulado ao INSS pelo sujeito passivo acima identificado. O processo retornou a esse colegiado com a informação de que o contribuinte fora intimado do pronunciamento fiscal prestado no PAF n.º 37005.002094/200453, tendo lançado suas manifestações. Trago a partir de agora os fatos apresentados pelo fisco em sua informação e as questões suscitadas na manifestação da entidade autuada. Segundo a informação apresentada no PAF n.º 37005.002094/200453, fls. 237 e segs., o INSS indeferiu o pedido para gozo da isenção da cota patronal previdenciária, formulado através do PAF n.º 35131.001397/9516, em razão da entidade possuir débitos exigíveis para com a Seguridade Social, estes de 23/07/1993. Contra essa negativa, a interessada buscou o Judiciário, tendo obtido cautelarmente a suspensão do processo de indeferimento. No ano de 2000, a empresa requereu a inclusão, em parcelamento especial, dos débitos que lhe impediram o gozo à isenção. Posteriormente o INSS conseguiu cassar os efeitos da medida que impedia o prosseguimento do processo relativo ao indeferimento do pedido de isenção, tendo comunicado à entidade que desde a data do pedido administrativo (21/12/1994), a empresa estaria obrigada a recolher às contribuições previdenciárias. Diante dessa nova situação, foi determinada a realização de ação fiscal na recorrente, a qual teve início em 10/03/2004, durante a qual a entidade foi orientada a formular novo pedido de isenção, o qual foi protocolizado em 15/06/2004 e veio a se constituir no PAF n.º 37005.002094/200453, o qual foi objeto da diligência que acima mencionamos. Nesta mesma ação fiscal foram lavrados outros débitos, relativos ao período de 04/1999 a 03/2004, os quais se constituíram motivo para indeferimento do novo pedido de isenção, ato que foi comunicado à entidade em 2008. Fl. 1262DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10640.004849/200836 Acórdão n.º 2401003.744 S2C4T1 Fl. 1.261 5 Acerca da existência de direito adquirido, o fisco mencionou decisão do STF, na qual não existe direito adquirido relativo a reconhecimento de isenção tributária. Contra essa informação, a recorrente apresentou manifestação, na qual, em apertada síntese, afirmou que possui direito adquirido à isenção, conforme previa o § 1.º do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, haja vista que, desde a edição do Decreto Lei n.º 1.572/1977, detém o Título de Reconhecimento de Entidade de Utilidade Pública emitido pelo Governo Federal, mediante o Decreto n.º 48.237/60 (doc. 01), mantido pelo Decreto n.º 27/1992, e Certificado de Fins Filantrópicos, por prazo indeterminado, concedido pelo Conselho Nacional de Serviço Social em 26/09/1975. Acrescenta que efetuou os dois pedidos para renovação da isenção pelo fato do INSS ignorar a existência do seu direito adquirido, assim os pedidos efetuados em 21/12/1994 e 15/06/2004 eram totalmente desnecessários. Sustenta que a autoridade fiscal em nenhum momento do seu relato menciona a existência de Ato Cancelatório de Isenção, de modo que o seu direito adquirido jamais foi cassado, uma vez que os únicos atos do INSS acerca dessa questão foram os indeferimentos aos desnecessários pedidos de renovação de isenção. Na sequência passa a apresentar histórico fático e normativo que comprova a existência do alegado direito adquirido. É o relatório. Fl. 1263DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Existência do direito adquirido à isenção O fundamento de validade da imunidade/isenção das entidades beneficentes de assistência social quanto ao recolhimento das obrigações previdenciárias tem sede no § 7.º do art. 195 da Constituição Federal, nesses termos: § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Para dar eficácia ao comando constitucional chegou ao ordenamento pátrio a Lei n. 8.212/1991 que, em seu art. 55, prescrevia: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; II seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; II seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; III promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes; IV não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título; V aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades. Fl. 1264DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10640.004849/200836 Acórdão n.º 2401003.744 S2C4T1 Fl. 1.262 7 § 1º Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata este artigo será requerida ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para despachar o pedido. § 2º A isenção de que trata este artigo não abrange empresa ou entidade que, tendo personalidade jurídica própria, seja mantida por outra que esteja no exercício da isenção. § 3o Para os fins deste artigo, entendese por assistência social beneficente a prestação gratuita de benefícios e serviços a quem dela necessitar. § 4o O Instituto Nacional do Seguro SocialINSS cancelará a isenção se verificado o descumprimento do disposto neste artigo. § 5o Considerase também de assistência social beneficente, para os fins deste artigo, a oferta e a efetiva prestação de serviços de pelo menos sessenta por cento ao Sistema Único de Saúde, nos termos do regulamento. §6oA inexistência de débitos em relação às contribuições sociais é condição necessária ao deferimento e à manutenção da isenção de que trata este artigo, em observância ao disposto no § 3o do art. 195 da Constituição. O texto legal transcrito nos indica que as entidades, ressalvados os casos de direito adquirido, deveriam requerer ao INSS a isenção das contribuições patronais previdenciárias. Assim, é necessário que se investigue a princípio se a recorrente poderia ser enquadrada nos casos de direito adquirido, de modo que ficasse desobrigada de encaminhar ao INSS o pleito isentivo. O caso pede que se faça uma retrospectiva da legislação anterior a edição da Lei n.º 8.212/1991, de modo que possamos concluir pela existência de direito adquirido para a recorrente. Em 1959, com o advento da Lei n. 3.577, surgiu no direito pátrio a isenção das contribuições previdenciárias para as entidades reconhecidas como de utilidade pública, cujos diretores não recebessem remuneração. Esse diploma normativo foi revogado pelo DecretoLei n. 1.572/1977, que dispôs em seu art. 1.º : "Art. 1. Fica revogada a Lei n. 3.577, de 4 de julho de 1959, que isenta da contribuição de previdência devida aos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões unificados no. Instituto nacional de Previdência Social IAPAS, as entidades de fins filantrópicos reconhecidas de utilidade pública, cujos diretores não percebam remuneração. (grifamos) Todavia, as entidades que já gozavam do benefício e aquelas que estavam em vias sua aquisição foram ressalvadas nos parágrafos do art. 1.º do mesmo diploma legal: § 1° A revogação a que se refere este artigo não prejudicará a instituição que tenha sido reconhecida como de utilidade Fl. 1265DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 pública pelo Governo Federal até a data da publicação deste DecretoLei, seja portadora de certificado de entidade de fins filantrópicos com validade por prazo indeterminado e esteja isenta daquela contribuição.(grifamos) § 2. A instituição portadora de certificado provisório de entidade de fins filantrópicos que esteja no gozo de isenção referida no "caput" deste artigo e tenha requerido ou venha a requerer, dentro de 90 (noventa) dias a contar do inicio da vigência deste DecretoLei, o seu reconhecimento como de utilidade pública federal continuará gozando de aludida isenção até que o Poder Executivo delibere sobre aquele requerimento. A exegese dos dispositivos acima permite concluir que, a partir da edição do Decreto Lei n. 1.572/1977 foram fechadas as portas para concessão de novas isenções, ficando, todavia, garantido o direito das entidades ali ressalvados, desde, como já frisamos, mantivessem os requisitos legais necessários a fruição do benefício nos termos da legislação revogada. Se na situação posta a julgamento restar comprovado que, na data da publicação do Decreto Lei n. 1.572/1977, a recorrente possuía o Título de Reconhecimento de Entidade de Utilidade Pública emitido pelo Governo Federal e do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, e também que os seus diretores não recebiam remuneração, deve ser acatada a sua tese de existência do direito adquirido à isenção, afastandose a obrigatoriedade de requerimento do benefício ao INSS, durante a vigência da Lei n.º 8.212/1991. A entidade foi declarada de utilidade pública federal pelo Decreto Presidencial n.º 48.337, de 19/05/1960, conforme doc. 01 colacionado à sua manifestação acerca da diligência fiscal. De acordo com o doc. 02, a recorrente detinha o Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos desde 26/09/1975. Verificase, nesse sentido, que a entidade notificada, à época da edição do Decreto n.º 1.572/1977, era portadora do Certificado de Entidades de Fins Filantrópicos e também do Título de Utilidade Pública Federal. A inexistência de remuneração a diretores é uma questão que não pode ser alegada contra a recorrente, posto que os autos não trazem indício de sua ocorrência em quaisquer dos períodos relacionados à autuação, além de que, o art. 2.º do seu estatuto veda expressamente a percepção pelos dirigentes de qualquer tipo de remuneração, gratificação, dividendos, lucros, bonificações, honorários ou vantagens de qualquer natureza. Diante desses fatos, forçoso reconhecer que a recorrente era possuidora do direito adquirido a que se refere o § 1.º do art. 55 da Lei n. 8.212/1991. Nesse sentido, para que a entidade pudesse ser notificada pelo inadimplemento das contribuições de responsabilidade da empresa, obrigatoriamente o Fisco teria que emitir ato cancelatório, do qual a empresa teria direito a se contrapor. Conforme se depreende da informação prestada em sede de diligência não há o registro de Ato Cancelatório de Isenção em nome da recorrente, assim, os pedidos de reconhecimento de isenção que foram indeferidos pela administração eram despiciendos e, Fl. 1266DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10640.004849/200836 Acórdão n.º 2401003.744 S2C4T1 Fl. 1.263 9 digo mais, o INSS deveria, inclusive, ter dado ciência à requerente da existência do direito adquirido, previsto no inciso 1.º do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991. Assim, a presente lavratura, por não estar amparada no prévio cancelamento da isenção, não deve subsistir. É o que se pode ver do disposto na Instrução Normativa – IN SRP n.º 03/2005: Seção II Cancelamento da Isenção Art. 305. A SRP verificará se a entidade beneficente de assistência social continua atendendo aos requisitos necessários à manutenção da isenção, previstos no art. 299. § 1º Constatado o nãocumprimento dos requisitos contidos no art. 299, a fiscalização emitirá Informação Fiscal IF, na qual relatará os fatos, as circunstâncias que os envolveram e os fundamentos legais descumpridos, juntando as provas ou indicando onde essas possam ser obtidas. § 2º A entidade será cientificada do inteiro teor da IF e terá o prazo de quinze dias, a contar da data da ciência, para apresentação de defesa, com a produção de provas ou não, que deverá ser protocolizada em qualquer UARP da DRP circunscricionante do seu estabelecimento centralizador. § 3º Decorrido o prazo previsto no § 2º deste artigo, sem manifestação da parte interessada, caberá à chefia do Serviço/Seção de Arrecadação da DRP decidir acerca da emissão do Ato Cancelatório de Isenção AC. § 4º Caso a defesa seja apresentada, o Serviço/Seção de Análise da DRP decidirá acerca da emissão ou não do Ato Cancelatório de Isenção AC. § 5º Sendo a decisão do Serviço/Seção de Análise da DRP favorável à emissão do Ato Cancelatório de Isenção, a chefia do Serviço/Seção de Arrecadação da DRP emitirá o documento, o qual será remetido, juntamente com a decisão que lhe deu origem, à entidade interessada. § 6º A entidade perderá o direito de gozar da isenção das contribuições sociais a partir da data em que deixar de cumprir os requisitos contidos no art. 299, devendo essa data constar do Ato Cancelatório de Isenção. § 7º Cancelada a isenção, a entidade terá o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão e do Ato Cancelatório da Isenção para interpor recurso com efeito suspensivo ao CRPS. Do § 6.º acima não resta dúvida de que a perda do direito de gozar da isenção somente se dá mediante a emissão do ato cancelatório, que deverá indicar inclusive em que data a empresa deixou de cumprir os requisitos legais para manutenção da condição de entidade isenta. Fl. 1267DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 Assim, reconhecendose que a entidade era detentora do direito adquirido à isenção, nos termos do § 1.º do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, não pode prosperar o presente lançamento, posto que carente do prévio ato de cancelamento do benefício tributário. Conclusão Voto por dar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 1268DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 28/11 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10380.017285/2008-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 17 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2004
Ementa:
SIGILO BANCÁRIO. A utilização de informações de movimentação financeira obtidas regularmente não caracteriza violação de sigilo bancário, sendo desnecessária prévia autorização judicial.
OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. ARGUMENTAÇÃO DE LANÇAMENTOS EM DUPLICIDADE E/OU ESTORNADOS ULTERIORMENTE. QUESTÃO SANADA NA INSTÂNCIA A QUA. REGULARIDADE DA TRIBUTAÇÃO. Para além da questão da nulidade dos lançamentos em decorrência da ilegitimidade da prova que lhes dá lastro, o sujeito passivo unicamente pleiteia, repetindo ipsis litteris o que foi dito em sede de Impugnação, sejam retificados os equívocos na apuração da base para os lançamentos, consistentes em duplicidades e depósitos ulteriormente estornados. Contudo, in casu, sequer há interesse processual em relação a tal questão, uma vez que a r. instância a qua já procedeu às retificações que foram especificamente pleiteadas pelo sujeito passivo, sendo que parte dos créditos tributários inicialmente constituídos foi exonerada.
Numero da decisão: 1101-001.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento em: 1) por maioria de votos, REJEITAR a arguição de nulidade do lançamento por quebra de sigilo bancário, vencido o Relator Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior; e 2) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Edeli Pereira Bessa.
(assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente
(assinado digitalmente)
BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator
(assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra.
Nome do relator: Benedicto Celso Benício Júnior
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2004 Ementa: SIGILO BANCÁRIO. A utilização de informações de movimentação financeira obtidas regularmente não caracteriza violação de sigilo bancário, sendo desnecessária prévia autorização judicial. OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. ARGUMENTAÇÃO DE LANÇAMENTOS EM DUPLICIDADE E/OU ESTORNADOS ULTERIORMENTE. QUESTÃO SANADA NA INSTÂNCIA A QUA. REGULARIDADE DA TRIBUTAÇÃO. Para além da questão da nulidade dos lançamentos em decorrência da ilegitimidade da prova que lhes dá lastro, o sujeito passivo unicamente pleiteia, repetindo ipsis litteris o que foi dito em sede de Impugnação, sejam retificados os equívocos na apuração da base para os lançamentos, consistentes em duplicidades e depósitos ulteriormente estornados. Contudo, in casu, sequer há interesse processual em relação a tal questão, uma vez que a r. instância a qua já procedeu às retificações que foram especificamente pleiteadas pelo sujeito passivo, sendo que parte dos créditos tributários inicialmente constituídos foi exonerada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento em: 1) por maioria de votos, REJEITAR a arguição de nulidade do lançamento por quebra de sigilo bancário, vencido o Relator Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior; e 2) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Edeli Pereira Bessa. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente (assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator (assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2004 Ementa: SIGILO BANCÁRIO. A utilização de informações de movimentação financeira obtidas regularmente não caracteriza violação de sigilo bancário, sendo desnecessária prévia autorização judicial. OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. ARGUMENTAÇÃO DE LANÇAMENTOS EM DUPLICIDADE E/OU ESTORNADOS ULTERIORMENTE. QUESTÃO SANADA NA INSTÂNCIA A QUA. REGULARIDADE DA TRIBUTAÇÃO. Para além da questão da nulidade dos lançamentos em decorrência da ilegitimidade da prova que lhes dá lastro, o sujeito passivo unicamente pleiteia, repetindo ipsis litteris o que foi dito em sede de Impugnação, sejam retificados os equívocos na apuração da base para os lançamentos, consistentes em duplicidades e depósitos ulteriormente estornados. Contudo, in casu, sequer há interesse processual em relação a tal questão, uma vez que a r. instância a qua já procedeu às retificações que foram especificamente pleiteadas pelo sujeito passivo, sendo que parte dos créditos tributários inicialmente constituídos foi exonerada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento em: 1) por maioria de votos, REJEITAR a arguição de nulidade do lançamento por quebra de sigilo bancário, vencido o Relator Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior; e 2) por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 72 85 /2 00 8- 18 Fl. 596DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 2 recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Edeli Pereira Bessa. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator (assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Marcos Vinícius Barros Ottoni e Marcelo de Assis Guerra. Relatório Tratase de autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e Contribuição Previdenciária – tributos esses exigidos na sistemática do SIMPLES –, lavrados contra Parente Ferragens Ltda. em razão de suposta omissão de receitas durante o anocalendário de 2004, totalizando o montante de R$ 3.159.477,17, soma essa que contempla as multas de ofício aplicadas em cada autuação (75%) e juros de mora à taxa SELIC. Importante frisar que o auto da presente controvérsia foi lavrado em decorrência de auditoria fiscal, determinada pelo Mandado de Procedimento Fiscal nº 0310100/00618/08, que englobou os anoscalendário 2004 e 2005. Ocorre que, em decorrência das omissões do ano de 2004, o contribuinte foi excluído do Simples, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2005, de acordo com o Ato Declaratório Executivo nº 63/2008, que é o objeto da controvérsia travada nos autos do Processo n. 10380.016501/200808. Outrossim, as exigências atinentes ao próprio anocalendário 2005 compõem o objeto do Processo n. 10380.019142/200812. Em 12 de junho de 2008, a fiscalização solicitou que fossem apresentados os Livros Diário e Razão ou o Livro Caixa, bem como a indicação de todas as contas bancárias de titularidade do sujeito passivo, com a apresentação dos extratos bancários correspondentes (fls. 110 a 112). O contribuinte, em 24 de junho de 2008, apresentou documento de fl. 131, afirmando que “em razão de total desorganização administrativa da empresa, não mantém escrituração contábil em livros Razão, Caixa e Diário”, contudo fez constar que possuía contas nos bancos Rural e Mercantil do Brasil. Ainda, assegurou que a fiscalização estava autorizada a requerer extratos das referidas contas quanto aos anos de 2004 e 2005, em função da dificuldade de se conseguir os documentos solicitados junto às instituições financeiras. Através de informações internas, os representantes da Fazenda Nacional descobriram existir, em nome do recorrente, duas outras contas no Banco do Brasil e Banco Fl. 597DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 3 3 Bradesco, em função disso, emitiuse a Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira (RMF) nº 03.10.100.2008000456. A requisição foi encaminhada ao Banco do Brasil S/A (fls. 132 a 134), Banco Rural S/A (fls. 152 a 154), Banco Bradesco S/A(fls. 244 a 248) e Banco Mercantil do Brasil S/A (fls. 274 a 275). A fiscalização recebeu das instituições financeiras, as informações acostadas em fls. 135 a 151 (Banco do Brasil), 156 a 243 (Banco Rural), 249 a 273 (Banco Bradesco) e 277 a 297 (Banco Mercantil do Brasil). A autoridade fiscal concluiu, portanto, após a análise da documentação apresentada, haver duas infrações que foram relacionadas no lançamento: omissões de receitas – atinente a depósitos bancários não escriturados e cuja origem não foi comprovada pelo sujeito passivo –, e insuficiência de recolhimento dos tributos sobre a receita por ele mesmo declarada. O contribuinte foi cientificado do lançamento em 21 de outubro de 2008 (fl. 299), tendo apresentado Impugnação em 20 de novembro de 2008, às fls. 300 a 307. Nesta postulação, sustenta, em síntese: (i) a nulidade dos lançamentos tributários, por obtenção ilícita de extratos bancários, uma vez que somente autorizara a fiscalização a solicitar os extratos bancários das contascorrentes que mantinha nos bancos Rural e Mercantil do Brasil; e, (ii) haver distorções no levantamento fiscal, em decorrência da não observação de estornos e depósitos em duplicidade. Por fim, requer que a ação fiscal seja julgada improcedente e, por conseguinte, sejam anulados e extintos os autos de infração; caso assim não se entenda, requer que sejam reavaliados os valores considerados omitidos de tal sorte que sejam suprimidas as duplicidades e se excluam os depósitos que foram estornados. Por ocasião da análise da Impugnação, converteuse o julgamento em diligência e, por meio da Resolução nº 08002.309, de 13 de janeiro de 2012 (fls. 331 a 335), o processo foi encaminhado à DRF Fortaleza para que: (i) o sujeito passivo fosse intimado a apresentar demonstrativo contendo relação com todos os lançamentos que, no seu entender, fossem indevidamente lançados pelo fato de terem sido estornados, bem como todos aqueles valores que entendesse terem sido lançados erroneamente, por motivo diverso do que apresentou em impugnação; (ii) fosse elaborado Relatório de Diligência Fiscal, a partir da resposta do contribuinte, circunstanciado e conclusivo, com todos os valores, incluindo os novos, se houvessem; e, (iii) o impugnante fosse cientificado do relatório e apresentasse manifestação a ele, se assim o desejasse. O contribuinte foi intimado a se manifestar nos termos da Resolução supracitada em duas oportunidades (fls. 337 e 339). Em decorrência de sua inércia, foi lavrado o Termo de Constatação Fiscal de fls. 340 dando conta da impossibilidade de atendimento integral do quanto determinado na mencionada Resolução da DRJ. A DRJ decidiu pela parcial procedência da impugnação, unicamente para retificar equívocos materiais havidos na apuração dos meses de janeiro e março de 2004 – justamente os equívocos especificamente indicados pelo sujeito passivo em sua Impugnação –, tendo esse r. decisum restado assim ementado, litteris: “ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – SIMPLES Fl. 598DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 4 Anocalendário: 2004 REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA – RMF. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. Verificado que o procedimento adotado pela fiscalização encontra fundamento no Decreto nº 3.724, de 2001, que autoriza a expedição de Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira RMF, não há que se falar em nulidade do feito. OMISSÃO DE RECEITA DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. REGULARIDADE DA TRIBUTAÇÃO. O art. 42 da Lei 9.430, de 1996, contempla uma presunção legal de omissão de receitas, estabelecida com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” De acordo com o AR de fl. 363, o contribuinte foi cientificado da decisão da DRJ em 19 de novembro de 2012, tendo interposto Recurso Voluntário na data de 26 de novembro de 2012, às fls. 365 a 371. Repisou, nessa postulação, todos os argumentos deduzidos em sua Impugnação – inclusive aqueles atinentes aos equívocos materiais, que já haviam sido retificados pela instância a qua. Em 7 de agosto de 2013, o julgamento do presente processo foi sobrestado em função da existência à época, do disposto no § 1º do artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que determinava o sobrestamento de processos que versassem sobre matéria com repercussão geral no Supremo Tribunal Federal. Ocorre que, em 28 de novembro de 2013, o referido parágrafo foi revogado por meio da Portaria MF nº 545, de modo que os autos retornaram a este relator em 7 de fevereiro de 2014. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Benedicto Celso Benício Júnior Por ser o Recurso Voluntário tempestivo, conforme ciência do acórdão de impugnação em 19.11.2012 (fl. 363) e interposição em 26.11.2012 (fl. 365), dele tomo conhecimento. É preciso dizer que o sujeito passivo não se irresignou – nem em Impugnação nem por ocasião do Recurso Voluntário – quanto aos créditos tributários derivados da apontada insuficiência de recolhimentos, de modo que se cuida de matéria não impugnada, inexiste litígio em relação ao ponto. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 4 5 A presente controvérsia – tendo em vista os lindes do litígio, definidos pela extensão da impugnação – gravita em torno da legitimidade da obtenção de provas para dar esteio a lançamentos fiscais através de RMFs. Frisese que essa questão em nada afeta a, repitase, não controvertida questão da insuficiência de recolhimentos, tendo em vista que essa insuficiência foi constatada a partir do cotejo entre os recolhimentos efetuados pelo sujeito passivo e as receitas declaradas pelo Recorrente – falta de recolhimentos da ordem de R$ 2.463,76 durante o anocalendário de 2004 –, e não através dos extratos bancários que chegaram ao conhecimento do Fisco em virtude da emissão das RMFs. Ocorre que essa matéria está em discussão no Recurso Extraordinário n. 601.314/SP, cuja Repercussão Geral foi reconhecida pelo STF. Por haver sido revogado o §1º do artigo 62A do Regimento Interno deste Colendo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, não mais é possível o sobrestamento do processo em causa para que se aguarde a decisão do STF no citado recurso excepcional. Em que pese tal assertiva, em 15 de dezembro de 2010 o Tribunal do Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu nos autos do Recurso Extraordinário nº 398.808/PR, por maioria de votos, pela impossibilidade da utilização de prova assim obtida, conforme a ementa do acórdão: “SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando à exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte.” No seu voto, o Ministro Marco Aurélio explicita suas razões, litteris: “O passo banaliza o que a Constituição Federal quer protegido – a privacidade do cidadão, irmã gêmea da dignidade a ele assegurada mediante princípios explícitos e implícitos. Assentando que preceitos legais atinentes ao sigilo de dados bancários há de merecer, sempre a sempre, interpretação, por mais que se potencialize o objetivo, harmônica com a Carta da República, provejo o recurso extraordinário interposto para conceder a segurança. Defiro a ordem de afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso a dados bancários da recorrente. Com isso, confiro à legislação de regência – Lei nº 9.311/96, Lei Complementar nº 105/01 e Decreto nº 3.724/01 – interpretação conforme à Carta Federal, tendo como conflitante com esta a que implique afastamento do sigilo bancário do cidadão, da Fl. 600DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 6 pessoa natural ou da jurídica, sem ordem emanada do Judiciário” Ainda, é importante trazer à balha o posicionamento externado pelo Ministro Gilmar Mendes, tendo em vista a clareza da demonstração quanto à ilegitimidade “Porque há de ser tão difícil, numa matéria que é relevante e tão sucetível a abusos, obterse essa declaração do próprio Judiciário, diante uma medida cautelar? (...) Portanto, não chego a esse ponto, mas eu vou acompanhar Vossa Excelência quanto ao fundamento básico da necessidade de jurisdição, que também acho que foi a posição defendida pelo Ministro Cezar Peluso, no julgamento, a ideia da reserva de jurisdição. Portanto, Presidente, eu me manifesto nesse sentido, já com a ressalva, quer dizer, entendo que aqui está presente a necessidade de reserva de jurisdição,” Por todo o exposto, forte no inciso I do §6o do art. 26A do Decreto n. 70.235/72 – que autoriza o afastamento de preceito de legal no caso de o Plenário do STF já ter assim se manifestado em decisão definitiva –, dou provimento ao Recurso Voluntário ante a ilegitimidade da prova. Contudo, se a turma entender pela legitimidade da prova em apreço, superando o inegável vício das autuações, passo a analisar o mérito. Para além da questão da nulidade dos lançamentos em decorrência da ilegitimidade da prova que lhes dá lastro, o sujeito passivo unicamente pleiteia, repetindo ipsis litteris o que foi dito em sede de Impugnação, sejam retificados os equívocos na apuração da base para os lançamentos, consistentes em duplicidades e depósitos ulteriormente estornados. Ora, sequer há interesse processual em relação a tal questão, uma vez que a r. instância a qua já procedeu às retificações que foram especificamente pleiteadas pelo sujeito passivo, sendo que parte dos créditos tributários inicialmente constituídos foi exonerada. Salientese que a r. DRJ converteu o feito em diligência, após o quê o contribuinte foi instado, em duas ocasiões diferentes (fls. 337 e 339), a descortinar as duplicidades e os depósitos posteriormente estornados que alegava haver nos lançamentos. Nada obstante, permaneceu completamente inerte, inexistindo qualquer elemento a revelar no lançamento impropriedades diversas daquelas já retificadas pelo órgão julgador de piso. Por todo o exposto, afastada a preliminar de nulidade dos lançamentos, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Benedicto Celso Benício Júnior Relator Fl. 601DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 5 7 Voto Vencedor Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Prevalece neste Colegiado o entendimento de que a obtenção de informações sobre movimentação bancária sem autorização judicial tem amparo no art. 6o da Lei Complementar nº 105/2001, objeto do Recurso Extraordinário nº 601.314, mas que ainda aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal em rito de repercussão geral, sob relatoria do Ministro Ricardo Lewandowski. A decisão que reconheceu a repercussão geral desta matéria foi assim ementada: EMENTA: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. Fornecimento de informações sobre movimentação bancária de contribuintes, pelas instituições financeiras, diretamente ao fisco, sem prévia autorização judicial (lei complementar 105/2001). Possibilidade de aplicação da lei 10.174/2001 para apuração de créditos tributários referentes a exercícios anteriores ao de sua vigência. Relevância jurídica da questão constitucional. Existência de repercussão geral. Assim, como ainda não foi editada decisão definitiva de mérito no referido recurso extraordinário, nada há que imponha a reprodução, pelos Conselheiros, no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, do entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal em outros casos semelhantes, até porque o Decreto nº 70.235/72 somente autoriza os órgãos administrativos de julgamento a afastar a aplicação de lei que tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) [...] § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002;(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 602DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 8 b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) É certo que o art. 6o da Lei Complementar nº 105/2001 foi objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal em caso concreto que ali chegou por meio do Recurso Extraordinário nº 389.808, decidido em 10/05/2011 nos termos da seguinte ementa: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Contudo, a Procuradoria Geral da República opôs embargos de declaração a esta decisão, os quais aguardam julgamento, estando conclusos ao relator desde 09/11/2011, de modo que não se verificou o trânsito em julgado, não se podendo falar, aqui, da existência de decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal, declarando a inconstitucionalidade do dispositivo legal que autoriza o procedimento aqui utilizado para reunião das provas que fundamentam a exigência. Ademais, em recente decisão publicada em 01/07/2013, a 4a Turma do Tribunal Regional da 3a Região assim se manifestou nos autos do Agravo de Instrumento nº 2012.03.00.0048641/SP: AGRAVO DE INSTRUMENTO EXECUÇÃO FISCAL INCLUSÃO DE EMPRESA DECADÊNCIA QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. 1. A matéria relativa à inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário pela fiscalização sem autorização judicial ainda não se encontra dirimida no âmbito do C. Superior Tribunal Federal e atualmente encontrase afetada ao plenário em sede de repercussão geral no RE 601.314. 2. Embora deva ser respeitado o direito à privacidade, não podem ser anulados outros vetores da Constituição Federal, tais como o princípio da igualdade na tributação e o princípio da capacidade contributiva. 3. Conquanto a regra seja a proteção do sigilo bancário, se a situação fática apresentarse de modo suspeito, de rigor a verificação da movimentação bancária. 4. A prerrogativa conferida ao fisco pela Lei Complementar nº 105/2001 não lhe permite, a seu talante, devassar a vida de quem quer que seja. A quebra do sigilo bancário, como restrição Fl. 603DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 6 9 do direito à privacidade do cidadão, somente há de ser permitida ante a necessidade do procedimento, a bem de interesses igualmente insculpidos na nossa Constituição e seguindo o devido processo legal. 5. Há de ser resguardada a privacidade do indivíduo e protegido o interesse público, que exsurge da necessidade de que todos sejam tratados de maneira isonômica, inclusive no campo da tributação. 6. Aplicação dos princípios da Unidade da Constituição e da mútua cedência, mediante interpretação harmônica dos dispositivos constitucionais. 7. A quebra do sigilo bancário não pode ser feita de forma desmedida, qualquer abuso da autoridade poderá ser analisado pelo Poder Judiciário, que deverá conformar a atividade fiscal aos exatos termos de sua atuação vinculada, sob pena de se permitir que seja transformada a prerrogativa constante da Lei n. 10.174/01 em mecanismo de perseguições e desmandos. 8. O magistrado deve verificar, caso a caso, se o sigilo bancário há de ser compatibilizado com outros princípios norteadores da Constituição, ou se, no caso em concreto, tal quebra afrontaria diretamente direito insculpido na Constituição. 9. A situação fática apresentouse de modo suspeito, fazendose necessária a verificação da movimentação financeira da executada, para comprovar a confusão patrimonial entre a ela e as novas pessoas jurídicas criadas para dar continuidade às atividades que exercia anteriormente. 10. Ante o panorama fático, não se vislumbra inconstitucionalidade ou ilegalidade na quebra de sigilo bancário e de movimentação financeira sem autorização judicial. 11. O Código Tributário Nacional disciplina a decadência, em decorrência da anulação do lançamento anteriormente efetivado, no seu artigo 173, inciso II, mas somente o vício formal enseja a aplicação deste dispositivo. 12. A anulação do lançamento por erro na identificação do sujeito passivo da obrigação tributária não é considerado vício formal pela jurisprudência assente do E. Superior Tribunal de Justiça. Súmula n. 392. 13. Impossibilidade de se aferir a imutabilidade da decisão administrativa que anulou o lançamento e de se examinar a argüição de decadência, que poderá ser melhor dirimida em sede de eventuais embargos à execução, com ampla dilação probatória. 14. Agravo de instrumento desprovido. Fl. 604DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 10 A Desembargadora Federal Marli Ferreira abordou os efeitos do julgamento do Recurso Extraordinário nº 389.808/PR nos seguintes termos: Ressaltese, contudo, que o Plenário do C. Supremo Tribunal Federal, em apertada votação (4 votos vencidos), obstou o acesso da Receita Federal, com base na Lei Complementar nº 105/01, na Lei nº 10.174/01 e no art. 4º do Dec. 3.724, de 10/01/2001, aos dados bancários dos contribuintes, sem autorização judicial, quando do julgamento do RE nº 389808/PR, de relatoria do e. Ministro MARCO AURÉLIO, cujo acórdão vem assim ementado: 'SIGILO DE DADOS AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção a quebra do sigilo submetida ao crivo de órgão equidistante o Judiciário e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal parte na relação jurídicotributária o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte.' (RE 389808/PR, Tribunal Pleno, Dje 09052011) Ocorre que essa Corte Superior ostenta posicionamentos díspares acerca da matéria, como se depreende dos acórdãos a seguir transcritos: 'PENAL E PROCESSUAL PENAL. INQUÉRITO. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. COMPARTILHAMENTO DAS INFORMAÇÕES COM A RECEITA FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I Não é cabível, em sede de inquérito, encaminhar à Receita Federal informações bancárias obtidas por meio de requisição judicial quando o delito investigado for de natureza diversa daquele apurado pelo fisco. II Ademais, a autoridade fiscal, em sede de procedimento administrativo, pode utilizarse da faculdade insculpida no art. 6º da LC 105/2001, do que resulta desnecessário o compartilhamento in casu. III Agravo regimental desprovido.'(grifei) (Inq 2593 AgR/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe 15 022011) 'RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TUTELA DE URGÊNCIA (PODER GERAL DE CAUTELA). REQUISITOS. AUSÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. REFERENDO DE DECISÃO MONOCRÁTICA (ART. 21, V DO RISTF). CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. DADOS BANCÁRIOS PROTEGIDOS POR SIGILO . TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÕES SIGILO SAS DA ENTIDADE BANCÁRIA AO ÓRGÃO DE FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. LEI COMPLEMENTAR 105/2001. LEI 10.174/2001. DECRETO 3.724/2001. A concessão de tutela de urgência ao recurso extraordinário pressupõe a verossimilhança da alegação e o risco do transcurso do tempo normalmente necessário ao processamento do recurso e ao julgamento dos pedidos. Isoladamente considerado, o ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade sobre o tema é insuficiente para justificar a concessão de tutela de urgência a todo e qualquer caso. Ausência do risco da demora, devido ao considerável prazo transcorrido entre a sentença que denegou a ordem e o ajuizamento da ação cautelar, sem a indicação da existência de qualquer efeito lesivo concreto decorrente do Fl. 605DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 7 11 ato tido por coator (21.09.2001 30.06.2003). Medida liminar não referendada. Decisão por maioria.' (AC 33 MC/PR, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão: Min. JOAQUIM BARBOSA, DJe 10022011) Observese que, nessa Cautelar, considerouse que, em razão da ausência de decisão do próprio Supremo Tribunal Federal nas ações diretas nas quais se discute a constitucionalidade das leis que autorizam a requisição de informações bancárias pela Receita Federal (ADI 2386/DF, ADI 2390/DF e ADI 2397/DF), não haveria verossimilhança da alegação. Restou ressaltado, ainda, o princípio da presunção de constitucionalidade das leis. Para além disso, a recorrente reitera seus questionamentos acerca da ausência de justificativas para a Fiscalização, na forma da lei, requerer suas informações bancárias a determinadas instituições financeiras. A decisão de 1a instância, porém, validamente demonstrou que não prosperam tais alegações. As razões ali expostas são aqui adotadas: Apregoa a defendente que somente houvera autorizado a requisição dos extratos bancários das instituições financeiras Banco Rural e Banco Mercantil do Brasil. Tendo o lançamento levado em conta os valores depositados em outras casas bancárias, em relação às quais inexistia autorização, no caso o Banco do Brasil e o Banco Bradesco, pugna a litigante pela nulidade do lançamento. A seu ver, “à mingua de autorização do contribuinte, tornase ilegal a expedição das RMF’s constantes destes autos, às quais, nessas condições, deveriam observar os requisitos previstos no Decreto nº 3.724/2001”. Devese, pois, perquirir se a obtenção das informações bancárias, por parte da fiscalização, atendeu aos preceitos legais estabelecidos pela legislação regente da matéria, o Decreto nº 3.724, de 2001. Assim, necessário se faz a reprodução parcial desta norma, conforme abaixo estabelecida: Art. 2º [...] § 5º A Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio de servidor ocupante do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, somente poderá examinar informações relativas a terceiros, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis. [...] Art. 3º Os exames referidos no § 5º do art. 2º somente serão considerados indispensáveis nas seguintes hipóteses: [...] X negativa, pelo titular de direito da conta, da titularidade de fato ou da responsabilidade pela movimentação financeira; Fl. 606DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 12 Nos termos da legislação apresentada, o AFRFB somente poderá examinar as informações financeiras do contribuinte quando se fizerem presentes, de forma cumulativa, duas premissas – a existência de procedimento de fiscalização em curso e o exame for considerado indispensável para a realização da atividade, ressaltandose que uma das hipóteses de indispensabilidade ocorre quando o titular da conta bancária declina a sua titularidade. Conforme consta à fl. 109, ao iniciar a fiscalização a autoridade fiscal determinou a apresentação da “relação nominal de todas as contascorrentes de depósitos bancários mantidas pelo sujeito passivo em instituições financeiras no BRASIL e/ou EXTERIOR”. Em resposta, fl. 131, a pessoa jurídica afirmou possuir conta bancária somente no Banco Rural e no Banco Mercantil do Brasil. Ora, ao iniciar qualquer auditoriafiscal o responsável pelo procedimento recebe documentação contendo informações pertinentes a todas as contas bancárias tituladas pelo contribuinte, inclusive a estimativa dos valores movimentados. Logo, era de seu conhecimento que além das contascorrentes do Banco Rural e do Banco Mercantil existiam as contas do Banco do Brasil e do Banco Bradesco, em relação às quais o sujeito passivo, pela via da omissão, negou as suas respectivas titularidades, restando configurada situação a se ajustar com perfeição ao inc. X do art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, fato que demonstra a indispensabilidade do exame das informações bancárias da fiscalizada em sua integralidade, e não apenas daquelas instituições financeiras em relação às quais havia a autorização expressa do contribuinte. De fato, como negar a imprescindibilidade dos extratos bancários frente ao fato de que, no anocalendário 2004, o contribuinte informara ao fisco federal receita tributável da ordem de R$ 897.356,08, fl. 126, quando este órgão dispunha de informação da existência de movimentação financeira sobejamente superior a este valor? Esta constatação levaria a autoridade responsável pela fiscalização, de forma inexorável, à conclusão da existência de elevada omissão de receita e, como forma de documentar a infração, não restou outra opção senão a requisição dos extratos bancários de todas as instituições financeiras em que o contribuinte possuía conta, como de fato o fez. Foi ainda apontada pela impugnante a ausência nos autos de “exposição circunstanciada, precisa e clara de situação enquadrada em hipótese de indispensabilidade prevista nos dispositivos legais”. A legislação referenciada corresponde aos §§ 5º e 6º do art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001: § 5º A RMF será expedida com base em relatório circunstanciado, elaborado pelo AuditorFiscal da Receita Federal encarregado da execução do MPF ou por seu chefe imediato. § 6º No relatório referido no parágrafo anterior, deverá constar a motivação da proposta de expedição da RMF, que demonstre, com precisão e clareza, tratarse de situação enquadrada em hipótese de Fl. 607DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10380.017285/200818 Acórdão n.º 1101001.168 S1C1T1 Fl. 8 13 indispensabilidade prevista no artigo anterior, observado o principio da razoabilidade. A norma reproduzida estabelece tão somente a necessidade da elaboração do relatório circunstanciado por parte do AFRFB responsável pela fiscalização, ou por seu chefe imediato, tratandose de documento direcionado à autoridade competente para a emissão da RMF. Objetiva, por conseguinte, convencer referida autoridade quanto à indispensabilidade da requisição, não constando do texto legal qualquer determinação no sentido de sua juntada aos autos, em razão do que a ausência do documento não tem o condão de nulificar o lançamento. Com efeito, a mera ausência do relatório circunstanciado em nada compromete a validade da prova. Em concreto, nem de longe macula o consagrado exercício do direito de defesa da impugnante, posto que as informações obtidas junto às instituições bancárias foram a ela disponibilizadas. No entanto, ao invés de buscar esclarecer a origem de tão elevados depósitos, a litigante optou pela inércia. A matéria ora em discussão já foi enfrentada por outros órgãos do contencioso administrativo, que desse mesmo modo decidiram. A título de exemplo, seguem as ementas infra: Acórdão nº 1034419, de 23 de setembro de 2011 – DRJ Porto Alegre REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA RMF. VALIDADE DO PROCEDIMENTO FISCAL. Verificandose dos autos que as RMF foram emitidas nas situações previstas na legislação e foram expedidas por agente competente, não há que se falar em nulidade do procedimento fiscal. Acórdão nº 1240934, de 28/09/2011 – DRJ/RJ1 REQUISIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. AUSÊNCIA DE RELATÓRIO CIRCUNSTANCIADO. O relatório circunstanciado exigido pelo Decreto nº 3.724, de 2001, destinase a convencer a autoridade administrativa competente da necessidade de emissão da RMF Requisição de Movimentação Financeira. Constando do relatório fiscal e demais peças dos autos que a RMF foi emitida por agente competente e nas situações previstas na legislação, de forma a possibilitar ao contribuinte aferir a legalidade do procedimento administrativo, não há que se falar em nulidade do procedimento, ainda que não conste dos autos um relatório circunstanciando a hipótese que determinou a emissão da RMF. Acórdão nº 120200370, de 30 de agosto de 2008 – CARF EXTRATOS BANCÁRIOS. RMF. PROVA ILÍCITA. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL A entrega, pela instituição financeira, mediante RMF, dos extratos com a movimentação financeira bancária do fiscalizado, quando há procedimento fiscal em curso e o exame desses dados pelo Fisco se revela indispensável, não configura a existência de prova ilícita, nem necessita de autorização judicial. Fl. 608DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA 14 Nesses termos, havendo a comprovação de que as informações bancárias foram requisitadas em perfeita sintonia com o que preconiza o Decreto nº 3.724, de 2001, como demonstrado, não há que se falar em nulidade do lançamento, afastandose o argumento apresentado pela litigante. Estas as razões, portanto, para REJEITAR a argüição de nulidade do lançamento em razão de quebra do sigilo bancário. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Redatora designada. Fl. 609DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 07/11/2014 por EDELI PEREIRA BESSA
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