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Numero do processo: 13896.722793/2016-00
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
Inexistência de elementos que justifiquem a identificação de ocorrência de prescrição intercorrente. A cronologia de acontecimentos identificam a normalidade e legalidade do trâmite processual.
PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL.
O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores pagos a título de pensão alimentícia está vinculado aos termos determinados na sentença judicial ou acordo homologado judicialmente. Requerida a comprovação dos pagamentos efetuados aos beneficiários em atendimento a legislação tributária. Reconhecimento do direito à dedução quando cumpridos os requisitos.
Numero da decisão: 2001-000.610
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir a glosa da dedução referente à pensão alimentícia, até o limite decidido judicialmente, corrigido pelos índices lá definidos, para o ano-calendário de 2013.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Inexistência de elementos que justifiquem a identificação de ocorrência de prescrição intercorrente. A cronologia de acontecimentos identificam a normalidade e legalidade do trâmite processual. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores pagos a título de pensão alimentícia está vinculado aos termos determinados na sentença judicial ou acordo homologado judicialmente. Requerida a comprovação dos pagamentos efetuados aos beneficiários em atendimento a legislação tributária. Reconhecimento do direito à dedução quando cumpridos os requisitos.
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RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Inexistência de elementos que justifiquem a identificação de ocorrência de prescrição intercorrente. A cronologia de acontecimentos identificam a normalidade e legalidade do trâmite processual. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores pagos a título de pensão alimentícia está vinculado aos termos determinados na sentença judicial ou acordo homologado judicialmente. Requerida a comprovação dos pagamentos efetuados aos beneficiários em atendimento a legislação tributária. Reconhecimento do direito à dedução quando cumpridos os requisitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para excluir a glosa da dedução referente à pensão alimentícia, até o limite decidido judicialmente, corrigido pelos índices lá definidos, para o anocalendário de 2013. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 72 27 93 /2 01 6- 00 Fl. 152DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de dedução de pensão alimentícia judicial. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 35.000,92, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2013. No Despacho Decisório nº 107/16 o Fisco aceitou parte da comprovação apresentada pelo Recorrente e reduziu o valor do Lançamento para R$ 22.674,09. O fundamento básico do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento da decisão da lavratura do lançamento o fato de que o Recorrente não teria comprovado integralmente o pagamento da pensão alimentícia aos beneficiários, embora tivesse apresentado o termo de acordo de separação consensual homologado judicialmente. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente no que se refere à falta de comprovação nos moldes que entende legalmente apropriado, mesmo que com decisão judicial expedida sobre a pensão alimentícia, nos termos que segue: O contribuinte supracitado foi intimado impugnar o valor do Imposto de Renda Pessoa Física suplementar do anocalendário de 2013 de R$ 35.000,92, com multa de ofício e juros de mora. Tal fato decorreu da dedução indevida de dependentes, no valor de R$ 2.063,64; da dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 12.519,80; da dedução indevida de pensão alimentícia, no valor de R$ 77.700,00; da dedução indevida com instrução, no valor de R$ 6.460,92; da dedução indevida de previdência privada e Fapi, no valor de R$ 4.000,00, e da omissão de rendimentos recebidos de pessoa física, conforme DIMOB e DIRPF, no valor de R$ 30.691,21. Em atendimento ao disposto no artigo 6ºA, da Instrução Normativa RFB nº 958, de 15 de julho de 2009, inserido pela Instrução Normativa RFB nº 1.061, de 4 de agosto de 2010, a autoridade revisora pronunciouse pela manutenção parcial da exigência, alterando o imposto suplementar para R$ 22.674,09, conforme Despacho Decisório, de fls. 112 a 116, dos quais se transcreve partes para esclarecimento: Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13896.722793/201600 Acórdão n.º 2001000.610 S2C0T1 Fl. 153 3 O contribuinte alega, em sua impugnação, que os Rendimentos Recebidos de Pessoa Física – DIMOB foram declarados equivocadamente como recebidos de Pessoa Jurídica, no CNPJ das administradoras de imóveis. A alegação está correta, no entanto em relação aos rendimentos da administradora de imóvel SECOLO SERVIÇOS DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE BENS no valor de R$ 6.832,97 o contribuinte declarou apenas R$ 3.600,00 e em relação aos rendimentos da administradora de imóvel GK ADMINISTRACAO DE BENS S/S no valor de R$ 48.258,24 o contribuinte declarou apenas R$ 46.310,95. Dessa forma, será mantida a omissão no valor de R$ 5.180,26. No que concerne à Pensão Alimentícia paga a YASMIN LARA CLARAMUNT, o contribuinte apresentou Decisão Judicial e comprovantes de transferências de pagamentos mensais, no entanto os comprovantes constam dados da conta debitada GK Administradora de Bens e não os dados da pessoa física do contribuinte. Portanto, permanece a glosa de R$ 54.300,00. Devese levar em consideração que as despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução. Em relação à Pensão Alimentícia paga a VICTORIA PACHECO CLARAMUNT, da mesma forma os comprovantes constam dados da conta debitada GK Administradora de Bens. Assim, permanece a glosa de R$ 23.400,00. No tocante à Previdência Privada e Fapi somente será aceito o valor de R$ 1.500,00 conforme comprovado nos documentos apresentados e que confere com o valor que consta no sistema informatizado da Receita Federal (fl. 109). À vista disso será mantida a glosa de R$ 2.500,00. O contribuinte comprovou despesas com instrução referente ao dependente ENRICO SOMMERFELD CLARAMUNT, porém não comprovou sua própria despesa com a ESCOLA PAULISTA DE ENSINO SUPERIOR. Respeitando o limite anual individual será mantida a glosa de R$ 3.230,46. As deduções com dependente e despesas médicas foram comprovadas através de documentos hábeis apresentados, sendo canceladas as respectivas glosas nos valores R$ 2.063,64 e R$ 12.519,80. .. Conclusão. Nos trabalhos de revisão de lançamento, realizados em conformidade com o art. 6ºA da Instrução Normativa RFB nº Fl. 154DF CARF MF 4 958, de 15 de julho de 2009, foram analisados os documentos e esclarecimentos apresentados pelo contribuinte, concluindose pela manutenção parcial do lançamento alterandose o imposto a PAGAR de R$ 35.000,92 para a PAGAR de R$ 22.674,09, em valor originário. O contribuinte somente contestou a dedução com instrução e com pensão alimentícia, as quais serão analisadas abaixo, devendo ser mantida as demais conclusões do Despacho Decisório, de efls.112 a 116, por serem apropriadas. Na despesa com instrução, fica comprovada a despesa com o dependente ENRICO SOMMERFELD CLARAMUNT, no limite individual de R$ 3.230,46. Na manifestação de inconformidade, apresentou o comprovante das despesas de instrução, para si, da Escola Paulista de Ensino Superior, no valor de R$ 6.015,68,de efl.126. Então, deve ser concedida a despesa com instrução, no limite individual de R$3.230,46. A dedução indevida de pensão alimentícia, no valor de R$ 77.700,00, é composta pela falta de comprovação do pagamento pelo contribuinte da alimentanda Yasmin Lara Claramunt e Calipsia Pacheco da Silva. Em ambas, o valor foi pago por GK Administradora de Bens S/S Ltda., não constando nenhuma procuração nos autos autorizando esta empresa a pagar para as alimentandas, nem algum demonstrativo contábil demonstrando que os valores pagos pela empresa saíram de valores de bens e direitos pertencentes ao contribuinte, de forma que este suportasse o ônus do pagamento. Meras argumentações sem prova da assunção do ônus não podem ser aceitas. Para fins de esclarecimento, os valores pagos a alimentandos, previstos em decisão judicial, a título de despesas médicas e de instrução devem ser classificados nestes itens da declaração IRPF, e respeitar a dedução dentro dos limites legais, não se considerando como se fossem pensão alimentícia, pura e simplesmente. Então, considerando o conjunto das provas, a obrigação do contribuinte em provar o fato alegado e a livre convicção da Autoridade Julgadora, deve ser diminuído o imposto em R$ 888,37, além do já diminuído no Despacho Decisório, de efls.112 a 116. Destarte, voto no sentido de julgar parcialmente procedente a impugnação, na parte litigiosa mantida pela revisão da DRF de origem, reduzindo o imposto suplementar em R$ 888,37, além do reduzido no Despacho Decisório, nos termos da legislação. Assim, conclui o Acórdão vergastado pela procedência em parte da impugnação para manter a exigência do Lançamento, com a redução determinada no despacho decisório da autoridade competente e neste acórdão, para R$ 21.785,72 como imposto suplementar, mais acréscimos legais. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13896.722793/201600 Acórdão n.º 2001000.610 S2C0T1 Fl. 154 5 Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) O Recorrente apresentou sua impugnação ao Despacho Decisório, discordando dos lançamentos descritos, para tanto colecionou documentação hábil e idônea a fim de corroborar com a referida impugnação. Agora, aos 15 de maio de 2017, decorridos 4 anos da Impugnação, sobreveio a decisão colegiada – Acórdão 1058.2014, dissonando com as provas táticas e materiais colecionadas ao bojo do procedimento fiscalizatório. Portanto, a presente preliminar trata da prescrição intercorrente no curso do procedimento fiscal, pois patente a insegurança jurídica praticada pelo ente fiscal, ofendendo frontalmente o art. 1º em seu parágrafo 1º da Lei 9.873/99. (...) Assim sendo, poderia o Fisco apreciar a Impugnação e os documentos que a instruem dentro de prazo exíguo, obedecendo os limites previsto na legislação, ou pelo menos se curvando ao Princípio da razoabilidade e moralidade, mas não permanecer em desarrazoada e indeterminado tempo para aferição. De tal sorte, que deverá ser acolhida a preliminar arguida para declarar a prescrição intercorrente do presente. DOS FATOS No tocante as despesas com a alimentada Yasmin Lara Claramunt, foi glosada, sob o a argumento de terem sido pagas pela empresa GK Administradora de Bens S/S, e que não nos Autos nenhuma procuração ou documento que demonstrem ter sido ônus do contribuinte, meras alegações sem prova. Ainda na glosa, o ente fiscal, apesar de reconhecer a imposição judicial ao contribuinte de prestar a título de alimentos assistência médica hospitalar e pagar escolas considera que devam ser respeitados os limites a serem deduzidos na espécie de dedução com instrução e assistência médica como se fosse dependente. Tal entendimento não prospera, pois melhor sorte teria o contribuinte caso tivesse realizado depósitos na conta da alimentada, de todos os valores correspondentes, para que essa ou sua tutora, realizassem o pagamento das obrigações alimentares, no concernente a despesas com instrução e médicas. (...) Os alimentos compõem, diante do ponto de vista jurídico, tudo o necessário ao sustento do ser humano, para suprimento de suas Fl. 156DF CARF MF 6 necessidades vistais e sociais, abrangendo os gêneros alimentícios, o vestuário, a habitação, a saúde e a educação e lazer. (...) Assim o ente fiscal em sua glosa, errou, pois a rigor os valores declinados pelo contribuinte devem ser mantidos, pois não há que se confundir alimentado com dependente. Mais ainda, como se observa nos documentos apresentados, DIMOBs, o contribuinte possui uma relação comercial com a empresa GK Administradora de Bens S/S, a referida empresa, cuja qual é uma administradora, que durante o referido exercício administrou o recebimento de valores oriundos de locações e outros do Contribuinte, como se observa dos DIMOBs acostados. Assim, após a realização dos recebimentos, a GK informava o saldo disponível ao contribuinte, e este por sua vez, solicitava e direcionava seus créditos aos pagamentos de suas obrigações, dentre elas com as pensões alimentícias. O contribuinte demonstrou através de documentação hábil e idônea, decisão judicial a que lhe obriga prestar alimentos às suas filhas, foi considerado imposto por aquela decisão judicial, também como alimentos, o custeio pelo contribuinte de assistência médica e escolar à alimentada Yasmin Lara Claramunt. Para com a outra alimentada Victoria Pacheco Claramunt, apenas foi determinado o pagamento mensal de valores, sem imposição de assistência médica e escolar. Diante de todo o exposto, requer seja acolhida a preliminar, para ver declarada a prescrição intercorrente fiscal, ou não sendo este o entendimento, requerse seja acolhido o presente Recurso, e uma vez verificada sua insubsistência seja proclamada sua improcedência da glosa mantida em face dos alimentados devidamente declarados em consonância com o título judicial que impõe ao pagamento na espécie. E em decorrência haja o cancelamento do débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. PRELIMINAR – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE Fl. 157DF CARF MF Processo nº 13896.722793/201600 Acórdão n.º 2001000.610 S2C0T1 Fl. 155 7 O Recorrente alega que apresentou sua impugnação ao Despacho Decisório 10716, discordando do lançamento e que para tanto colecionou documentação hábil e idônea para respaldar a referida impugnação. Diz que em 15/05/2017, decorridos 4 anos da impugnação, sobreveio a decisão colegiada no Acórdão, em dissonância com as provas fáticas apresentadas no procedimento fiscalizatório. Conclui afirmando que a preliminar trata da prescrição intercorrente no curso do procedimento fiscal, ofendendo frontalmente o art. 1º, da Lei nº 9.873/99. DECIDO A prescrição intercorrente ocorre quando há inércia do autor que deixa de praticar os atos necessários para o prosseguimento da ação, no curso do processo, em tempo superior ao máximo previsto em lei para a prescrição do direito discutido. A Lei nº 9.873/99, citada no Recurso, define as condições e prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, em relação ao indevidamente requerido pelo Contribuinte neste processo, nos seguintes termos: Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. (...) Art. 2o Interrompese a prescrição da ação punitiva: I – pela notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; II por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato; No exame dos autos verificase que a impugnação consta na fl. 02 e foi protocolada em 06/07/2016, tendo o Despacho Decisório da autoridade competente, fls. 112/116, corrido em 23/08/2016 e ciência do DD em 03/10/16 fl. 120. Em sequência ocorreu a decisão do Acórdão 1058.362, fl. 130 em 23/03/2017, seguido da ciência deste, fl. 137, em 13/04/2017. Constatase pela cronologia das ações administrativas não ter havido prescrição intercorrente, como alegado, estando preservada a razoável duração do processo e a celeridade de sua tramitação. Assim sendo, razão não há para a alegação de prescrição intercorrente, motivo suficiente para a rejeição da preliminar. DO MÉRITO O Despacho Decisório nº 107/16 aceitou parte da comprovação apresentada pelo Recorrente e reduziu o valor do Lançamento para R$ 22.674,09. Fl. 158DF CARF MF 8 O Acórdão da DRJ destaca a aceitação da comprovação da despesa com instrução do próprio Recorrente, no limite individual de R$ 3.230,46, reduzindo o valor do Lançamento em R$ 888,37. Assim, o Acórdão mantém a exigência do imposto no valor de R$ 21.785,72. No Acórdão da DRJ não foram acolhidas alegações, porque sem comprovações, a omissão de rendimentos parcial de valores recebidos de SECOLO Serviços de Contabilidade e Administração de Bens S/S no valor de R$ 6.832,97, tendo o contribuinte declarado apenas R$ 3.600,00 e, em relação aos rendimentos da administradora de imóvel GK Administração de Bens S/S no valor de R$ 48.258,24, tendo o contribuinte declarado R$ 46.310,95. Por isso, mantida a omissão de rendimentos no valor de R$ 5.180,26, constante do Lançamento. No que se refere à Previdência Privada e Fapi ficou mantida a aceitação parcial da dedução no valor de R$ 1.500,00, em razão da ausência de comprovação do total do valor deduzido, cuja constatação da correção do Lançamento se deu por conferência com as informações do sistema informatizado da Receita Federal. Por isso, mantida a glosa de R$ 2.500,00, constante do Lançamento. A inexistência de contestação expressa conjugada com a falta de comprovação resulta em ausência de controvérsia e torna o Contribuinte reconhecedor do crédito tributário lançado a este título de Omissão de Rendimentos no valor de R$ 5.180,26 e reconhecedor da glosa de dedução referente ao Fapi no valor de R$ 2.500,00. Neste sentido, a divergência estabelecida na lide se limita aos valores constantes nas decisões judiciais que definiram a pensão alimentícia de Yasmin Lara Claramunt e Victoria Pacheco Claramunt e naqueles termos devem ser consideradas para efeito de aceitação da dedução, com base nos pagamentos comprovados documentalmente. A contenda é que de um lado há o rigor na interpretação restritiva da legislação pela Autoridade Fiscalizadora, e de outro, a busca do direito, pelo Contribuinte, de ver reconhecido o que entende plenamente comprovado mediante documentação apresentada, inclusive declaração da empresa intermediadora dos pagamentos para as alimentadas. O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, art. 4º e alínea “f” inciso II, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados no art. 78 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, como segue: Lei nº 9.250/95. Art. 4º. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda poderão ser deduzidas: (...) II – as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (...) Fl. 159DF CARF MF Processo nº 13896.722793/201600 Acórdão n.º 2001000.610 S2C0T1 Fl. 156 9 Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: (...) f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (...) Decreto nº 3.000/99 Art. 78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II). § 1º A partir do mês em que se iniciar esse pagamento é vedada a dedução, relativa ao mesmo beneficiário, do valor correspondente a dependente. A autoridade fiscal fundamentou a recusa da dedução do valor das pensões das filhas do Recorrente em razão de que não reconhecia suficiente os documentos de pagamentos feito através de terceiros, sob ordem do Contribuinte, nos seguintes termos: No que concerne à Pensão Alimentícia paga a YASMIN LARA CLARAMUNT, o contribuinte apresentou Decisão Judicial e comprovantes de transferências de pagamentos mensais, no entanto os comprovantes constam dados da conta debitada GK Administradora de Bens e não os dados da pessoa física do contribuinte. Portanto, permanece a glosa de R$ 54.300,00. Devese levar em consideração que as despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução. Em relação à Pensão Alimentícia paga a VICTORIA PACHECO CLARAMUNT, da mesma forma os comprovantes constam dados da Fl. 160DF CARF MF 10 conta debitada GK Administradora de Bens. Assim, permanece a glosa de R$ 23.400,00. Tratase neste caso do direito à dedução do imposto de renda por pagamentos de pensão alimentícia em que a exigência fica condicionada a ter sido objeto de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, conforme inciso II, art. 4º, da Lei nº 9.250/95 e art. 78 do Decreto nº 3.000/99, e prova do efetivo pagamento do valor declarado como pago aos pensionistas. Com efeito, constatase que foram realmente acostadas ao processo cópia dos acordos judiciais homologados, certidões de nascimentos, comprovações de despesas e declarações e outros comprovantes da empresa GK Administradora de Bens S/S, informando os valores pagos diretamente pela empresa às alimentadas e a respectiva compensação no encontro de contas com os créditos a receber que o Recorrente possuía junto a ela, identificando uma praxe na realização dos pagamentos das pensões alimentícias, em cumprimento da decisão judicial, pela realização dos depósitos em conta corrente das beneficiárias. A Súmula CARF nº 98 determina que seja permitida a dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, na condição de que tenha decorrido de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e quando comprovado seu efetivo pagamento. Súmula CARF nº 98: A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. (grifei) Cabe destacar que o dispositivo que mais se aproxima de uma definição dos condicionantes para obtenção do benefício da dedução diz que o segundo elemento se fará presente “quando comprovado o seu efetivo pagamento”, sem lhe especificar a forma. O fato de ter sido pago através de uma forma que não aquela de crédito em conta das beneficiárias cujo valor não tenha saído diretamente da conta do Recorrente não é motivo suficiente para a glosa da dedução, pois o que realmente importa é a efetividade do pagamento do compromisso assumido. A quitação do compromisso independe da rigorosa observação de crédito em conta corrente e de ter o Contribuinte utilizado um terceiro com o qual tinha créditos para satisfazer sua obrigação de pagar a pensão alimentícia. Por isso, neste caso, satisfeitos os requisitos legais que regem a matéria. Ademais, não há que se confundir abatimentos de despesas com dependentes e beneficiários de pensões alimentícias e suas diferentes formalidades de informação na declaração do Imposto de Renda. Assim que, no exame da documentação acostada ao processo, verificase que o Recorrente apresentou a documentação comprobatória do acordo judicial e a comprovação do pagamento da pensão a que se comprometeu judicialmente, podendo assim se beneficiar da utilização da dedução do imposto a esse título, fazendose imperioso que se conceda o direito pleiteado pelo Recorrente, dando provimento ao recurso para o restabelecimento das deduções, até o valor definido nos acordos judiciais, reajustados para o anocalendário de 2013, pelos índices definidos na homologação judicial. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 13896.722793/201600 Acórdão n.º 2001000.610 S2C0T1 Fl. 157 11 Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar, e no mérito DAR PROVIMENTO PARCIAL, para excluir a glosa da dedução referente à pensão alimentícia, até o limite decidido judicialmente, corrigido pelos índices lá definidos, para o anocalendário de 2013, e mantido o Lançamento no que se refere à omissão de rendimentos no valor de R$ 5.180,26 e mantida a glosa referente à dedução do Fapi no valor de R$ 2.500,00. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 162DF CARF MF
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Numero do processo: 13896.722100/2016-71
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE.
Inexistência de elementos que justifiquem a identificação de ocorrência de prescrição intercorrente. A cronologia de acontecimentos identificam a normalidade e legalidade do trâmite processual.
PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL.
O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores pagos a título de pensão alimentícia está vinculado aos termos determinados na sentença judicial ou acordo homologado judicialmente. Requerida a comprovação dos pagamentos efetuados aos beneficiários em atendimento a legislação tributária. Reconhecimento do direito à dedução quando cumpridos os requisitos.
Numero da decisão: 2001-000.578
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: Relator
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Inexistência de elementos que justifiquem a identificação de ocorrência de prescrição intercorrente. A cronologia de acontecimentos identificam a normalidade e legalidade do trâmite processual. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. O direito de deduzir dos rendimentos tributáveis os valores pagos a título de pensão alimentícia está vinculado aos termos determinados na sentença judicial ou acordo homologado judicialmente. Requerida a comprovação dos pagamentos efetuados aos beneficiários em atendimento a legislação tributária. Reconhecimento do direito à dedução quando cumpridos os requisitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 72 21 00 /2 01 6- 71 Fl. 150DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por glosa de dedução de pensão alimentícia judicial. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 26.304,40, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2014. O Despacho Decisório nº 098/16 aceitou parte da comprovação apresentada pelo Recorrente e reduziu o valor do Lançamento para R$ 14.986,96. O fundamento básico do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento da decisão da lavratura do lançamento o fato de que o Recorrente não teria comprovado integralmente o pagamento da pensão alimentícia aos beneficiários, embora tivesse apresentado o termo de acordo de separação consensual homologado judicialmente. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente no que se refere à falta de comprovação nos moldes que entende legalmente apropriado, mesmo que com decisão judicial expedida sobre a pensão alimentícia, nos termos que segue: O contribuinte supracitado foi intimado impugnar o valor do Imposto de Renda Pessoa Física suplementar do anocalendário de 2014 de R$ 26.304,40, com multa de ofício e juros de mora. Tal fato decorreu da dedução indevida de dependentes, no valor de R$ 2.156,52; da dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 18.372,00; da dedução indevida de pensão alimentícia, no valor de R$ 71.748,00 e da dedução indevida com instrução, no valor de R$ 3.375,83. Em atendimento ao disposto no artigo 6ºA, da Instrução Normativa RFB nº 958, de 15 de julho de 2009, inserido pela Instrução Normativa RFB nº 1.061, de 4 de agosto de 2010, a autoridade revisora pronunciouse pela manutenção parcial da exigência, alterando o imposto suplementar para R$ 14.986,96, conforme Despacho Decisório, de efls. 111 a 114, dos quais se transcreve partes para esclarecimento: No que concerne à Pensão Alimentícia paga a YASMIN LARA CLARAMUNT, o contribuinte apresentou Decisão Judicial e comprovantes de transferências de pagamentos mensais, no entanto somente serão aceitos os comprovantes que constam a conta debitada da pessoa física do contribuinte, não é possível aceitar os comprovantes que apresentam como dados da conta debitada GK Administradora de Bens. Dessa forma, somente foi comprovado o valor de R$ 5.800,00 pagos a título de pensão alimentícia. Assim, permanece a glosa de R$ 44.348,00. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 13896.722100/201671 Acórdão n.º 2001000.578 S2C0T1 Fl. 142 3 Devese levar em consideração que as despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução. Em relação à Pensão Alimentícia paga a VICTORIA PACHECO CLARAMUNT, da mesma forma só serão considerados os comprovantes que constam a conta debitada da pessoa física do contribuinte, que totalizam R$ 11.450,00. Portanto, permanece a glosa de R$ 10.150,00. As deduções com dependente, instrução e despesas médicas foram comprovadas através de documentos hábeis apresentados, sendo canceladas as respectivas glosas. .. Conclusão. Nos trabalhos de revisão de lançamento, realizados em conformidade com o art. 6ºA da Instrução Normativa RFB nº 958, de 15 de julho de 2009, foram analisados os documentos e esclarecimentos apresentados pelo contribuinte, concluindose pela manutenção parcial do lançamento alterandose o imposto a PAGAR de R$ 26.304,40 para a PAGAR de R$ 14.986,96, em valor originário. Analisando a documentação acostada aos autos, verificase que está correta a Delegacia de origem, em seu Termo Circunstanciado, que concluiu pela manutenção parcial da Notificação de Lançamento. Não tendo o contribuinte apresentado novos argumentos ou documentos sobre a exigência mantida, nem se manifestado contra o Despacho Decisório, é de se manter o imposto apurado no despacho. Destarte, voto no sentido de julgar improcedente a impugnação, na parte litigiosa mantida pela revisão da DRF de origem, mantendo o imposto suplementar no valor de R$ 14.986,96, com multa e juros de mora, nos termos da legislação. Assim, conclui o acórdão vergastado pela improcedência da impugnação para manter a exigência do Lançamento, com a redução determinada no despacho decisório da autoridade competente para R$ 14.986,96, como imposto suplementar, mais acréscimos legais. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) Fl. 152DF CARF MF 4 O Recorrente apresentou sua impugnação ao Despacho Decisório 058215, discordando dos lançamentos descritos, para tanto colecionou documentação hábil e idônea a fim de corroborar com a referida impugnação. Agora, aos 15 de março de 2017, decorridos 5 anos da Impugnação, sobreveio a decisão colegiada – Acórdão 1058.2014, dissonando com as provas táticas e materiais colecionadas ao bojo do procedimento fiscalizatório. Portanto, a presente preliminar trata da prescrição intercorrente no curso do procedimento fiscal, pois patente a insegurança jurídica praticada pelo ente fiscal, ofendendo frontalmente o art. 1º em seu parágrafo 1º da Lei 9.873/99. (...) Assim sendo, poderia o Fisco apreciar a Impugnação e os documentos que a instruem dentro de prazo exíguo, obedecendo os limites previsto na legislação, ou pelo menos se curvando ao Princípio da razoabilidade e moralidade, mas não permanecer em desarrazoada e indeterminado tempo para aferição. De tal sorte, que deverá ser acolhida a preliminar arguida para declarar a prescrição intercorrente do presente. DOS FATOS No tocante as despesas com a alimentada Yasmin Lara Claramunt, foi glosada, sob o a argumento de terem sido pagas pela empresa GK Administradora de Bens S/S, e que não nos Autos nenhuma procuração ou documento que demonstrem ter sido ônus do contribuinte, meras alegações sem prova. Ainda na glosa, o ente fiscal, apesar de reconhecer a imposição judicial ao contribuinte de prestar a título de alimentos assistência médica hospitalar e pagar escolas considera que devam ser respeitados os limites a serem deduzidos na espécie de dedução com instrução. Tal entendimento não prospera, pois melhor sorte teria o contribuinte caso tivesse realizado depósitos na conta da alimentada, de todos os valores correspondentes, para que essa ou sua tutora, realizassem o pagamento das obrigações alimentares. (...) Os alimentos compõem, diante do ponto de vista jurídico, tudo o necessário ao sustento do ser humano, para suprimento de suas necessidades vistais e sociais, abrangendo os gêneros alimentícios, o vestuário, a habitação, a saúde e a educação e lazer. (...) Assim o ente fiscal em sua glosa, errou, pois a rigor os valores declinados pelo contribuinte devem ser mantidos, pois não há que se confundir alimentado com dependente. Mais ainda, como se observa nos documentos apresentados, DIMOBs, o contribuinte possui uma relação comercial com a empresa GK Fl. 153DF CARF MF Processo nº 13896.722100/201671 Acórdão n.º 2001000.578 S2C0T1 Fl. 143 5 Administradora de Bens S/S, a referida empresa, cuja qual é uma administradora, que durante o referido exercício administrou o recebimento de valores oriundos de locações e outros do Contribuinte, como se observa dos DIMOBs acostados. Assim, após a realização dos recebimentos, a GK informava o saldo disponível ao contribuinte, e este por sua vez, solicitava e direcionava seus créditos aos pagamentos de suas obrigações, dentre elas com as pensões alimentícias. O contribuinte demonstrou através de documentação hábil e idônea, decisão judicial a que lhe obriga prestar alimentos às suas filhas, foi considerado imposto por aquela decisão judicial, também como alimentos, o custeio pelo contribuinte de assistência médica e escolar à alimentada Yasmin Lara Claramunt. Para com a outra alimentada Victoria Pacheco Claramunt, apenas foi determinado o pagamento mensal de valores, sem imposição de assistência médica e escolar. Diante de todo o exposto, requer seja acolhida a preliminar, para ver declarada a prescrição intercorrente fiscal, ou não sendo este o entendimento, requerse seja acolhido o presente Recurso, e uma vez verificada sua insubsistência seja proclamada sua improcedência da glosa mantida em face dos alimentados devidamente declarados em consonância com o título judicial que impõe ao pagamento na espécie. E em decorrência haja o cancelamento do débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. PRELIMINAR – PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE O Recorrente alega que apresentou sua impugnação ao Despacho Decisório 058215, discordando do lançamento e que para tanto colecionou documentação hábil e idônea para respaldar a referida impugnação. Diz que em 15/03/2017, decorridos 5 anos da impugnação, sobreveio a decisão colegiada no Acórdão, em dissonância com as provas fáticas apresentadas no procedimento fiscalizatório. Fl. 154DF CARF MF 6 Conclui afirmando que a preliminar trata da prescrição intercorrente no curso do procedimento fiscal, ofendendo frontalmente o art. 1º, da Lei nº 9.873/99. DECIDO A prescrição intercorrente ocorre quando há inércia do autor que deixa de praticar os atos necessários para o prosseguimento da ação, no curso do processo, em tempo superior ao máximo previsto em lei para a prescrição do direito discutido. A Lei nº 9.873/99, citada no Recurso, define as condições e prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, em relação ao indevidamente requerido pelo Contribuinte neste processo, nos seguintes termos: Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. (...) Art. 2o Interrompese a prescrição da ação punitiva: I – pela notificação ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital; II por qualquer ato inequívoco, que importe apuração do fato; No exame dos autos verificase que a impugnação consta na fl. 02 e foi protocolada em 06/07/2016, tendo o Despacho Decisório da autoridade competente, fls. 111/114, corrido em 26/08/2016 e o edital de intimação fl. 117. Em sequência ocorreu a decisão do Acórdão 1058.361, fl. 120, em 23/03/2017, seguido da ciência deste, fl. 126, em 13/04/2017. Constatase pela cronologia das ações administrativas não ter havido prescrição intercorrente, como alegado, estando preservada a razoável duração do processo e a celeridade de sua tramitação. Assim sendo, razão não há para a alegação de prescrição intercorrente, motivo suficiente para a rejeição da preliminar. DO MÉRITO Considerando que o Despacho Decisório nº 098/16 aceitou parte da comprovação apresentada pelo Recorrente e reduziu o valor do Lançamento para R$ 14.986,96, o que ficou confirmado na decisão do Acórdão da DRJ, a divergência estabelecida na lide se limita aos valores constantes nas decisões judiciais que definiram a pensão alimentícia de Yasmin Lara Claramunt e Victoria Pacheco Claramunt e naqueles termos devem ser consideradas para efeito de aceitação da dedução, com base nos pagamentos comprovados documentalmente. A contenda é que de um lado há o rigor na interpretação restritiva da legislação pela Autoridade Fiscalizadora, e de outro, a busca do direito, pelo Contribuinte, de ver reconhecido o que entende plenamente comprovado mediante documentação apresentada, inclusive declaração da empresa intermediadora dos pagamentos para as alimentadas. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 13896.722100/201671 Acórdão n.º 2001000.578 S2C0T1 Fl. 144 7 O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, art. 4º e alínea “f” inciso II, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados no art. 78 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, como segue: Lei nº 9.250/95. Art. 4º. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto de renda poderão ser deduzidas: (...) II – as importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (...) Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: (...) f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008). (...) Decreto nº 3.000/99 Art. 78. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida a importância paga a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso II). § 1º A partir do mês em que se iniciar esse pagamento é vedada a dedução, relativa ao mesmo beneficiário, do valor correspondente a dependente. Fl. 156DF CARF MF 8 A autoridade fiscal fundamentou a recusa da dedução do valor das pensões das filhas do Recorrente em razão de que não reconhecia suficiente os documentos de pagamentos feito através de terceiros, sob ordem do Contribuinte, nos seguintes termos: No que concerne à Pensão Alimentícia paga a YASMIN LARA CLARAMUNT, o contribuinte apresentou Decisão Judicial e comprovantes de transferências de pagamentos mensais, no entanto somente serão aceitos os comprovantes que constam a conta debitada da pessoa física do contribuinte, não é possível aceitar os comprovantes que apresentam como dados da conta debitada GK Administradora de Bens. Dessa forma, somente foi comprovado o valor de R$ 5.800,00 pagos a título de pensão alimentícia. Assim, permanece a glosa de R$ 44.348,00. Devese levar em consideração que as despesas com instrução e as despesas médicas pagas pelo alimentante, em nome do alimentando, em razão de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, podem ser deduzidas somente na declaração de rendimentos, em seus campos próprios, observado o limite anual relativo às despesas com instrução. Em relação à Pensão Alimentícia paga a VICTORIA PACHECO CLARAMUNT, da mesma forma só serão considerados os comprovantes que constam a conta debitada da pessoa física do contribuinte, que totalizam R$ 11.450,00. Portanto, permanece a glosa de R$ 10.150,00. As deduções com dependente, instrução e despesas médicas foram comprovadas através de documentos hábeis apresentados, sendo canceladas as respectivas glosas. Tratase neste caso do direito à dedução do imposto de renda por pagamentos de pensão alimentícia em que a exigência fica condicionada a ter sido objeto de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente, conforme inciso II, art. 4º, da Lei nº 9.250/95 e art. 78 do Decreto nº 3.000/99, e prova do efetivo pagamento do valor declarado como pago aos pensionistas. Com efeito, constatase que foram realmente acostadas ao processo cópia dos acordos judiciais homologados, certidões de nascimentos, comprovações de despesas e declarações e outros comprovantes das empresas BRF Store Comércio de Materiais de Escritórios Ltda e GK Administradora de Bens S/S, informando os valores pagos diretamente pelas empresas às alimentadas e a respectiva compensação no encontro de contas com os créditos a receber que o Recorrente possuía junto a elas, identificando uma praxe na realização dos pagamentos das pensões alimentícias, em cumprimento da decisão judicial, pela realização dos depósitos em conta corrente das beneficiárias. A Súmula CARF nº 98 determina que seja permitida a dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, na condição de que tenha decorrido de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente e quando comprovado seu efetivo pagamento. Súmula CARF nº 98: A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo Fl. 157DF CARF MF Processo nº 13896.722100/201671 Acórdão n.º 2001000.578 S2C0T1 Fl. 145 9 pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. (grifei) Cabe destacar que o dispositivo que mais se aproxima de uma definição dos condicionantes para obtenção do benefício da dedução diz que o segundo elemento se fará presente “quando comprovado o seu efetivo pagamento”, sem lhe especificar a forma. O fato de ter sido pago através de uma forma que não aquela de crédito em conta das beneficiárias cujo valor não tenha saído diretamente da conta do Recorrente não é motivo suficiente para a glosa da dedução, pois o que realmente importa é a efetividade do pagamento do compromisso assumido. A quitação do compromisso independe da rigorosa observância de crédito em conta corrente e de ter o Contribuinte utilizado um terceiro com o qual tinha créditos, para satisfazer sua obrigação de pagar a pensão alimentícia. Por isso, neste caso, satisfeitos os requisitos legais que regem a matéria. Ademais, não há que se confundir abatimentos de despesas com dependentes e beneficiários de pensões alimentícias e suas diferentes formalidades de informação na declaração do Imposto de Renda. Assim que, no exame da documentação acostada ao processo, verificase que o Recorrente apresentou a documentação comprobatória do acordo judicial e a comprovação do pagamento da pensão a que se comprometeu judicialmente, podendo assim se beneficiar da utilização da dedução do imposto a esse título, fazendose imperioso que se conceda o direito pleiteado pelo Recorrente, dando provimento ao recurso para o restabelecimento das deduções, até o valor definido nos acordos judiciais, reajustados para o anocalendário de 2014, pelos índices definidos na homologação judicial. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar, e no mérito DAR PROVIMENTO, para excluir a glosa da dedução referente à pensão alimentícia, até o limite decidido judicialmente, corrigido pelos índices lá definidos, para o anocalendário de 2014. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 158DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.911299/2009-37
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Sep 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 13/08/2004
RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA.
Não deve ser conhecido recurso especial quando ausente a necessária similitude fática entre os acórdãos recorrido e aqueles indicados como paradigmas
Numero da decisão: 9303-007.257
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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NÃO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. Não deve ser conhecido recurso especial quando ausente a necessária similitude fática entre os acórdãos recorrido e aqueles indicados como paradigmas Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 91 12 99 /2 00 9- 37 Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 220 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 3802001.275, de 25 de setembro de 2012 (fls. 80 a 85 do processo eletrônico), proferido pela Segunda Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por unanimidade de votos, deu provimento ao Recurso Voluntário para homologar a compensação declarada. Cuidase o presente processo de DCOMP – Declaração de Compensação, débito próprio, com crédito decorrente de pagamento a maior ou indevido. Inconformado com a homologação parcial da compensação pela instância "a quo", o Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: o crédito não foi suficiente para quitar o débito informado porque a autoridade fiscal cobrou indevidamente multa de mora; é evidente a improcedência da penalidade, pois a multa a que se refere o art. 61 da Lei 9.430/96 somente se aplica na ocorrência de inadimplemento do tributo por culpa ou dolo do contribuinte e está claro que não houve atraso na quitação do tributo, vez que o Contribuinte, de boafé, cumpriu rigorosamente as normas emanadas do Legislativo Federal e SRF, ao tempo em que foram editadas as Lei nº 10.833/03 e 11.196/05 e as Instruções Normativas Nºs 468/2004 e 658/2006; não há que se falar em atraso de pagamento de tributo em função da compensação realizada, já que o recolhimento indevidamente a maior decorreu de incorreta interpretação dada pela SRF ao comando legal em comento, pois, à época do recolhimento, que sempre ocorreu nos seus respectivos vencimentos, a SRF houvesse interpretado corretamente o disposto na alínea “c” do inciso XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003, não Fl. 220DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 221 3 restaria crédito da contribuinte a compensar via PER/DCOMP e não teria levado o Contribuinte a refazer os cálculos, decorrendo daí novos valores de débitos e créditos, gerando, consequentemente, a compensação em questão; as normas tributárias de caráter interpretativo não podem retroagir para prejudicar, abrangendo aí a aplicação de multa, nos termos do art. 106 I do CTN (a lei aplicase a ato ou fato pretérito: I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados). Por fim, requereu que fosse homologada a compensação em sua integralidade e declarada nula a imposição de multa de mora decorrente do suposto recolhimento em atraso. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Contribuinte. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, o Colegiado por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário para homologar a compensação declarada, conforme acórdão assim ementado in verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 13/08/2004 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). COMPROVADA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PASSÍVEL DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO REMANESCENTE. HOMOLOGAÇÃO INTEGRAL. Uma vez comprovada a certeza e liquidez do crédito do crédito passível de restituição e que o valor do débito é igual ao valor crédito utilizado, homologase integralmente a compensação declarada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 13/08/2004 Fl. 221DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 222 4 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. NORMA INTERPRETATIVA. EFEITO RETROATIVO. EXCLUSÃO DA PENALIDADE. CABIMENTO. Em qualquer caso, deve ser excluída a penalidade por infração à norma tributária expressamente interpretativa e, portanto, com efeito retroativo, incluída, a multa de mora referente ao pagamento ou compensação realizada após o prazo de vencimento do tributo (art. 106, I, do CTN). Recurso Voluntário Provido. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 87 a 106) em face do acordão recorrido que deu provimento ao recurso do Contribuinte, a divergência suscitada pela Fazenda Nacional diz respeito ao afastamento da multa de mora pela decisão recorrida, com o entendimento de que haveria no caso a incidência da retroatividade benigna, nos termos do art. 106 do CTN, aplicandose então o disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2005. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, a Fazenda Nacional apresentou como paradigmas os acórdãos de números 20219.497 e 210200.001. A comprovação do julgado firmouse pela juntada de cópias de inteiro teor dos acórdãos paradigmas, documento de fls. 107 a 150. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho de fls. 171 a 175, sob o argumento que o acórdão recorrido decidiu por dar provimento ao recurso voluntário do contribuinte, com o entendimento de que seria cabível a incidência da retroatividade benigna, nos termos do art. 106 do CTN, para então aplicar o disposto no art. 109 da Lei nº 11.196/2005. A decisão recorrida ainda destaca que tal procedimento estaria em conformidade com o que determinava a Instrução Normativa SRF nº 658, de 04 de julho de 2006. Por sua vez, o acórdão paradigma de n.° 20219.497 entendeu que a forma como é praticado o reajuste do preço da energia elétrica, não se enquadra nas regras do art. 109 da Lei n° 11.196, de 2005, e tampouco nas disposições do § 3° do art. 3° da IN SRF n° 658, de 2006. Fl. 222DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 223 5 Com essas considerações, concluiuse que a divergência jurisprudencial foi comprovada. O Contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 180 a 192, em que manifestou pelo não provimento do Recurso Especial da Fazenda Nacional e que seja mantido o v. acórdão. É o relatório em síntese. Voto Conselheira Érika Costa Camargos Autran, Relatora Admissibilidade O Recurso Especial de divergência interposto pela FAZENDA NACIONAL é tempestivo, restando analisarse o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. A controvérsia posta nos autos cingese à exigência de multa de mora aplicada a compensação em atraso. Vale ressaltar que o presente processo trata de DCOMP – Declaração de Compensação, débito próprio, com crédito decorrente de pagamento a maior ou indevido. Onde o contribuinte teve uma homologação parcial da compensação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 Compensação em Atraso – Exigência de Multa de Mora. O débito para com a União, decorrente de tributo e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, não compensado no prazo previsto na legislação específica, será acrescido de multa de mora. Também, vale ressaltar que no âmbito dos autos da Ação Anulatória n° 74185720104.01.3400, em curso na 21ª Vara Federal do DF, (fls 75) havia sido proferido Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 224 6 sentença afastando a incidência da multa moratória em compensação de débitos/créditos da Cofins, em situação semelhante ao presente recurso. Desta maneira, no julgamento do Recurso Voluntário, o Colegiado a quo deu provimento total ao recurso para excluir a penalidade por infração à norma tributária expressamente interpretativa e, portanto, com efeito retroativo, incluída, a multa de mora referente ao pagamento ou compensação realizada após o prazo de vencimento do tributo (art. 106, I, do CTN) A fundamentação do acórdão recorrido, nessa parte, deuse nos seguintes termos: [...] Da leitura do Despacho Decisório colacionado aos autos, extraise que a causa do presente litígio foi a homologação parcial do presente procedimento compensatório, em face do valor do crédito utilizado ter sido inferior ao valor do débito compensado, acrescido da multa de mora, não incluída no computo do valor total do débito informado na DComp em apreço. A Turma de Julgamento de primeira instância manteve o referido Despacho Decisório, sob o argumento de que era devida a cobrança multa mora, porque a compensação fora realizada após o prazo de vencimento do débito e não havia previsão legal para aplicação, ao presente caso, dos efeitos da retroatividade benigna previstos no art. 106, I, do CTN, alegado pela Interessada. No presente Recurso, reafirmou a Recorrente a alegação de que, em face da retroatividade benigna prevista no art. 106, I, do CTN, no caso em tela, era indevida a cobrança da multa de mora sobre o valor do débito compensado, com base no argumento de que tinham natureza interpretativa as normas que introduziram modificação nos critérios de apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre as receitas relativas aos contratos de longo prazo firmados, por preço determinado, anteriormente a 31 de outubro de 2003. De fato, por força dos esclarecimentos explicitados no art. 109 da Lei 11.196, de novembro de 2005, a Secretaria da Receita Federal do Brasil Fl. 224DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 225 7 (RFB), por meio da Instrução Normativa SRF nº 638, de 04 de julho de 2006, alterou o critério de apuração das referidas Contribuições incidentes sobre as receitas relativas aos citados contratos, nos casos de reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que refletisse a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, para determinar, com efeito retroativo, que fosse adotado o regime da cumulatividade, ao invés do regime da não cumulatividade, estabelecido na Instrução Normativa SRF nº 468, de 08 de novembro de 2004. Em atendimento a essa nova orientação, a Recorrente refez os cálculos dos valores das Contribuições devidos e realizou a compensação dos novos débitos apurados com os pagamentos indevidos anteriormente realizados dos débitos apurados com base no regime de apuração anteriormente determinado, ou seja, na presente DComp, a Recorrente declarou a compensação do valor do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de julho de 2004, calculo segundo os critério do regime cumulativo, com o crédito do pagamento indevido da referida Contribuição do mesmo mês, apurado de acordo com o regime não cumulativo. Com base no conteúdo do art. 109 da Lei 11.196, de 2005, entendo que ele inequivocamente introduziu no ordenamento jurídico brasileiro, norma tributária de natureza interpretativa, portanto, deve ser aplicada em consonância com o disposto no art. 106, I, do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicasse a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; [...]. No presente caso, o valor do débito compensado pela Recorrente foi apurado segundo o regime de incidência cumulativa, portanto, em conformidade com a nova orientação estabelecida no referido preceito legal e em cumprimento ao que determinava a Instrução Normativa SRF nº 638, de 04 de julho de 2006. Assim, em face dessa peculiaridade, a multa de mora devida em decorrência da compensação extemporânea do referido débito deve ser excluída, sob pena de afronta ao disposto no art. 106, I, do CTN. Fl. 225DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 226 8 É oportuno esclarecer que, no caso em tela, não está em discussão a legalidade da cobrança da multa de mora nos casos de compensação de débito após o prazo de vencimento, em que, em situação normal, tanto o atraso no pagamento quanto a compensação realizada após o prazo de vencimento do tributo, obviamente, configura a mora do sujeito passivo, dando ensejo a aplicação da referida penalidade, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. No entanto, a situação objeto da presente lide é distinta, ou seja, aqui se discute a legalidade da cobrança da multa de mora, na hipótese em que o sujeito passivo agiu em consonância com a orientação determinada por norma tributária expedida por autoridade competente da RFB e com efeito retroativo. Veja que, no presente caso, em decorrência do efeito retroativo da novel legislação, um critério diverso de apuração das Contribuições incidentes sobre as referidas receitas foi determinado pela própria Administração Tributária, consequentemente, o cálculo dos novos valores dos débitos atinentes aos períodos anteriores a edição das referidas normas, evidentemente, só poderia ser realizado após a data do vencimento das referidas Contribuições, logo, por impossibilidade material de retroceder no tempo, obviamente, não havia como a Recorrente proceder a quitação dos novos valores no prazo de vencimento originariamente estabelecido. Assim, resta demonstrada a necessidade de obediência ao mandamento estabelecido no inciso I do art. 106 do CTN, devendo ser excluída qualquer tipo penalidade decorrente da infração à norma interpretada, inclusive, a penalidade de natureza moratório. [...] Por fim, entendo oportuno ainda destacar que, no presente procedimento compensatório, o valor do crédito utilizado foi igual ao valor do débito compensado, ou seja, com a compensação em tela não houve qualquer prejuízo ou benefício à Fazenda Nacional nem tampouco à Interessada. De fato, a compensação em apreço teve o condão de restabelecer o mesmo efeito econômico financeiro decorrente do pagamento realizado na data de Fl. 226DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 227 9 vencimento do tributo, fazendo com que a compensação não agravasse nem minorasse a situação de qualquer das partes, conferindo neutralidade ao procedimento compensatório. Com base nessas considerações, estou plenamente convencido que, no caso em tela, não cabe a aplicação da multa de mora sobre o valor do débito compensado na presente DComp, em consequência, inexiste o saldo remanescente do respectivo débito a ser compensado, conforme disposto no presente Despacho Decisório. Por todo o exposto, DOU PROVIMENTO ao presente Recurso, para homologar a compensação declarada. Depreendese da análise do acórdão recorrido o objeto de discussão foi em torno sobre a legalidade da cobrança da multa de mora, na hipótese em que o sujeito passivo agiu em consonância com a orientação determinada por norma tributária expedida por autoridade competente da RFB e com efeito retroativo. Nesse aspecto encontrase diferença fática substancial, pois enquanto o aresto recorrido tratou da aplicação da multa, os acórdãos indicados como paradigmas tratam da questão acerca de descaracterização da condição de preço predeterminado, que as receitas decorrentes de contratos do setor elétrico não se aplicaria o disposto no art. 109 da Lei n° 1196/2005, pois cláusula de reajuste descaracterizaria o preço predeterminado que menciona o dispositivo. Ademais, o acordão recorrido trata de compensação, enquanto os acórdãos paradigmas tratam de auto de infração para exigir o pagamento de PIS e de Cofins, senão vejamos: ACÓRDÃO Nº 202-19.497 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Ano-calendário: 2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADES. INOCORRÊNCIA. Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 228 10 Inocorrendo os vícios que caracterizariam a nulidade, é de se afastar as preliminares, prosseguindo-se na apreciação do mérito. PREÇO PREDETERMINADO. CONTRATOS FIRMADOS ANTES DE 31 DE OUTUBRO DE 2003. Consideram-se contratos com preço predeterminado aqueles com preço fixado em moeda nacional, como remuneração pela totalidade do objeto do contrato, por unidade de produto ou por período de execução. As receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31/10/2003, com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços, permanecem sujeitas à incidência cumulativa da Cofins até a implementação da primeira alteração de preços decorrente da aplicação de cláusula contratual de reajuste, periódico ou não, ou de regra de ajuste para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, nos termos dos arts. 57, 58 e 65 da Lei n° 8.666, de 1993. Reajuste de preço, efetuado após 31/10/2003, só não descaracteriza o caráter predeterminado do preço para fins de aplicação do art. 10, XI, da Lei 10.833, de 2003, conforme prescrição do art. 109 da Lei 11.196, de 2005, e do art. 3°, §3°, da IN SRF 658/2006, se efetivado apenas em função do custo de produção ou em percentual não superior àquele correspondente à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1° do art. 27 da Lei n° 9.069, de 1995. Não sendo esta a situação, as receitas advindas destes contratos sujeitam-se, a partir da data do reajuste, ao regime de não-cumulatividade da contribuição para o PIS e da COFINS. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano-calendário: 2004 DECORRÊNCIA. Se questão especifica não foi impugnada, ao lançamento da contribuição para o PIS aplica-se o decidido em relação à Cofins, formalizada com base na mesma motivação. Fl. 228DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 229 11 Recurso negado. (Processo nº 10380.001225/2007-94, Acórdão nº 202-19.497, 2ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes, sessão de 02/12/2008) ACÓRDÃO Nº 2102-00.001 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2005 PIS E COFINS. PREÇO PREDETERMINADO. REAJUSTE CONTRATUAL. A partir de 01/02/2004, para fins de apuração do PIS e da Cofins, o preço predeterminado não é descaracterizado apenas quando o reajuste de preços se dá em percentual não superior ao correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Recurso voluntário negado. (Processo nº 18471.000851/2006-75, Acórdão nº 2102-00.001, 2ª Turma da 1ª Câmara da 2ª Seção do CARF, sessão de 03/03/2009) Ressalta ainda que a matéria alegada em Recurso Especial da Fazenda sequer foi tratada na manifestação de inconformidade, senão vejamos: Compensação em Atraso – Exigência de Multa de Mora. O débito para com a União, decorrente de tributo e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, não compensado no prazo previsto na legislação específica, será acrescido de multa de mora. Compensação – Observância das Condições da Lei. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, mas nas condições estipuladas pela lei. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 230 12 Fundamento de Inconstitucionalidade – Processo Administrativo Fiscal – Vedação Entendimento da SRF Expresso em Atos Normativos. É vedado ao órgão de julgamento afastar a aplicação de lei, sob o fundamento de inconstitucionalidade, no âmbito do Processo Administrativo Fiscal. O julgador deve observar o entendimento da SRF expresso em atos normativos. Ora como se depreendese da análise acima, a matéria tratada no Recurso Especial da Fazenda sequer foi mencionada em etapas anteriores ou no acórdão recorrido, tornandose até preclusa essa matéria na fase recursal. Pois, o mérito da questão de descaracterização do preço predeterminado não foi abordado no acórdão recorrido, não cabendo sua 'discussão' em face de Recurso Especial. Verificase no acordão recorrido que foi aplicado a multa de mora de acordo com o art. 61 da Lei 9.430/1996, c/c art. 28 da IN SRF 460/2004. Diante disto, o crédito não foi suficiente para quitar o débito informado porque a autoridade fiscal cobrou a multa de mora. Essa é a questão basilar do presente processo. Os acórdãos paradigmas sequer trataram do assunto. Assim, havendo situação fática diversa entre os acórdãos recorrido e aqueles indicados como paradigmas não se pode reconhecer a existência da divergência jurisprudencial, razão pela qual não deve ter prosseguimento o Recurso Especial da Fazenda Nacional. Diante do exposto, negase seguimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional por ausência de similitude fática. É o Voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 230DF CARF MF Processo nº 10166.911299/200937 Acórdão n.º 9303007.257 CSRFT3 Fl. 231 13 Fl. 231DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.002973/2010-81
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Sep 12 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1001-000.727
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, Lizandro Rodrigues de Sousa e José Roberto Adelino da Silva Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 29 73 /2 01 0- 81 Fl. 116DF CARF MF 2 Tratase Recurso Voluntário contra o acórdão, número 0945.350, da 1ª Turma da DRJ/JFA, o qual indeferiu a Manifestação de Inconformidade contra Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, devido à prática de atividade vedada. A ora recorrente apresentou uma impugnação ao referido termo. cuja decisão da DRJ foi contrária à manifestação de inconformidade, conforme o relatório, a seguir: Relatório Em razão de representação fiscal e de proposta de exclusão, que culminaram no Ato Declaratório Executivo SACAT/DRF/JFA Nº 022 (ADE), a contribuinte foi excluída da sistemática do Simples, com efeitos a partir de 01/01/2006 (fls. 23, 5657 e 58, respectivamente). Todas as folhas nesse acórdão referemse às do eprocesso. Como motivação, o exercício de atividade que caracteriza serviço auxiliar ou complementar de construção civil e prestação de serviço com cessão de mãode obra, tendo por matriz legal a Lei nº 9.317/1996, em seu art. 9º, inciso V e § 4º e XII, alínea "f". Manifestação de inconformidade de excertos abaixo: "[...] Os dispositivos invocados pela autoridade fiscal não se aplicam a Impugnante visto que sua atividade que é a de locação de máquinas e veículos com fornecimento de operadores não se enquadra nas hipóteses de vedação de opção pelo Simples e não se referem a serviços de terraplanagem ou cessão de mãodeobra como pretende a Auditoria Fiscal. [...] Apesar de não constar no objeto de seu contrato social, a locação de veículos e máquinas ocorrem com ou sem os operadores [...]. Este tipo de atividade, locação de máquinas e veículos, tem por característica a fixação do preço com base na horas trabalhadas pelas máquinas e veículos locados [...]. Pelo contrato anexado às fls. 70, firmado entre a Impugnante e a empresa Agrotora Reflorestamento e Pecuária Ltda., ao contrário do que afirma o Auditor Fiscal não se vislumbra qualquer atividade que se possa caracterizar como auxiliares da construção civil [...]. Por uma simples análise das notas fiscais acostadas aos autos, vislumbra se que em sua grande maioria, seja em número de notas fiscais, seja em valores de faturamento, [...] referemse a locação de máquinas com operadores cujos preços de locação são cobrados por horas trabalhadas. Ainda verificase, também, que em sua grande maioria, tendo como usuário final a empresa Votorantim Metais Zinco S/A [...], os equipamentos locados foram utilizados na atividade florestal das contratantes, o que de pronto rechaça a tese do Fisco de serviço de terraplenagem ou cessão de mãodeobra. No tocante às demais notas fiscais, todas tem por objeto a locação de equipamentos, não havendo nestas qualquer prova ou sequer indício de prestação de serviços de terraplenagem. [...] na sua atividade de locação de máquinas e veículos com seus respectivos operadores a Impugnante necessita manter em seu quadro de funcionários os Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10640.002973/201081 Acórdão n.º 1001000.727 S1C0T1 Fl. 3 3 profissionais capacitados não só para a operação das máquinas e veículos locados como também para controle de campo na utilização destes e levantamento das horas trabalhadas que determinam o preço da locação. Quanto à existência de retenção para a seguridade social em algumas notas fiscais [...] os equipamentos locados foram utilizados nas atividades florestais da contratante, portanto, longe de se referirem a terraplanagem, e, a referida retenção não caracteriza cessão de mãodeobra, mas advém da precaução por parte da contratante quanto á sua obrigação de efetuar a retenção por imposição de legislação que atribui a ela a responsabilidade tributária, que, na dúvida quanto a legislação, só efetua o pagamento ao locador mediante a referida retenção. Sobre a questão, a Solução de Divergência Cosit n° 7 de 2007 [...]." (original contém negritos e sublinhas) É o relatório Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os pressupostos de admissibilidade, previstos no Decreto 70.235/72, e, portanto, dele eu conheço. Em seu recurso voluntário, a recorrente apresenta os seguintes argumentos (basicamente reportados na manifestação de inconformidade): · alega que a sua atividade (locação de máquinas e veículos com fornecimento de operadores) não se enquadra nas hipóteses de vedação ao Simples; · esses serviços não se referem a terraplanagem ou cessão de mãode obra; · apesar de não constar no objeto do contrato social, a locação de veículos e máquinas ocorrem com ou sem operadores ; · a referida locação tem como característica a fixação do preço com base em horas trabalhadas; · o contrato firmado pela recorrente com a Agrotora Reflorestamento e Pecuária LTDA não se refere à atividade de construção civil. a contratante tem como objeto reflorestamento e pecuária. O objeto do contrato é a construção de estradas e aceiros e outros no projeto de reforma florestal. O escopo do contrato não deixa dúvidas ee que o objeto do contrato é a locação de um trator de esteiras; · em todas as notas fiscais a cobrança se refere a locação de máquinas, não havendo qualquer prova ou indício de prestação de serviços de terraplanagem; Fl. 118DF CARF MF 4 · a alegação de que o número de funcionários com atividades de operação de máquinas, motoristas de veículos, supervisores, apontadores e conferentes configura serviços de terraplanagem não procede. A recorrente necessita de tais profissionais para operação de máquinas e veículos locados e para controle no campo; · quanto à retenção para a seguridade social, o faz por precaução; · cita a solução de consulta COSIT 7/2007, onde esta concluí pela possibilidade de opção pelo Simples, quando o objeto da contratação é a locação de bem móvel; e · por fim, requer que o seu recurso seja provido. A exclusão da recorrente se deu por causa das várias circunstâncias que indicam que, de fato, a sua atividade como sendo de terraplanagem e serviços auxiliares, conforme descrito no acórdão da DRJ, o qual peço a devida vênia para reproduzir, parcialmente: Dada a linha de argumentação da contribuinte, temse inicialmente que a constatação fiscal de que a atividade preponderante da contribuinte é de terraplenagem e atividades auxiliares foi, sim, possível. Particularmente, pelo exame da "DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS" por ela prestados em face da sociedade empresária Agrotora Reflorestamento e Pecuária Ltda. Embora as respectivas notas fiscais de nºs 000213, 000216 a 000218 e 000220, emitidas em 2006, entremeadas às fls. 3138, tenham a natureza de "locação", invariavelmente, referemse a horas de tratores de esteiras, dentre eles, o modelo D 41 A. Ocorre que esse modelo é idêntico àquele previsto no CONTRATO PARTICULAR DE PRESTACÃO DE SERVICOS COM TRATOR DE ESTEIRA pactuado em 01/09/2006 entre a contribuinte (contratante) e a Agrotora (contratada), fls. 4952, senão vejamos o conteúdo de sua cláusula primeira: "CLÁUSULA PRIMEIRA DO OBJETO 1.1 O objeto do presente contrato é a prestação de serviço de CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROS, E OUTROS, no projeto de Reforma Florestal, com Trator de Esteira KOMATUSU D41A, nas Fazendas Campina Verde, Gurita e Laranjeira, em Andrelândia / MG, de propriedade da contratante." (original contém negritos) Nesse mesmo sentido, as notas fiscais de prestação de serviços à Votorantim Metais Zinco S.A. [...]; em particular, a de nº 000219, emitida em 21/11/2006, na qual consta como serviços prestados a "manutenção de estradas" (fl. 37); a de nº 000222, emitida em 19/12/2006, pela qual foi prestado o serviço de "1ª medição dos serviços de terraplenagem da fase 1 do Projeto Polimetálicos e Bota Fora controlado na área denominada Lagoa do Nelson" (fl. 14). Saliento que a própria contribuinte não nega, por mais de uma vez, que a locação de máquinas e veículos ocorre "com seus respectivos operadores", ainda que tenha se socorrido em Solução de Divergência Cosit, cuja ementa é a seguinte: Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10640.002973/201081 Acórdão n.º 1001000.727 S1C0T1 Fl. 4 5 LOCAÇÃO DE VEÍCULO COM FORNECIMENTO DE MÃODEOBRA DE MOTORISTA. Pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que explore contrato de locação de veículos, independentemente do fornecimento concomitante de mão deobra de motorista, uma vez que não fica caracterizada a locação de mãodeobra, e desde que não se enquadre em qualquer das demais vedações legais a tal opção. (sublinha acrescida) A par do juízo ali firmado não vincular esse órgão de julgamento, a contribuinte foi enquadrada em mais de uma vedação legal à opção ao Simples federal, de sorte a que tal solução não se aplica ao caso concreto. Somese a isso que constou nas citadas notas fiscais a retenção darespectiva contribuição previdenciária prevista no art. 31 da Lei nº 8.212/1991, em suas inúmeras redações alteradas. Consolidase assim, a constatação fiscal de que ocorreu empreitada ou cessão de mãodeobra, cujo exercício dessa última atividade também está contemplado como de vedação do Simples federal, conforme conclusão contida na Solução de Consulta Interna Cosit nº 16/2006. As circunstâncias acima são bastantes para demonstrar que a contribuinte efetivamente incorreu nas vedações impostas pelo fundamentado inciso do artigo 9º, inciso V, § 4º e XII, alínea “f” da Lei nº 9.317/1996 então em vigor: Art. 9o Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: [...] V que se dedique à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis; [...] § 4º Compreendese na atividade de construção de imóveis, de que trata o inciso V deste artigo, a execução de obra de construção civil, própria ou de terceiros, como a construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) [...] XII que [...] f) prestação de serviço de vigilância, limpeza, conservação e locação de mãodeobra; [...] Por todo o exposto, VOTO no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade. realize operações relativas a: Adoto os argumentos dados pela DRJ e ainda acrescento que a própria recorrente acaba por assumir que os serviços são sujeitos à retenção obrigatória para a Previdência Social, embora alegue que o faz por "precaução". A retenção é obrigatória, do valor bruto da Nota Fiscal, para atendimento às regras da Seguridade Social (OS 203/99), a qual trata justamente do assunto, como segue: Fl. 120DF CARF MF 6 Estabelece procedimentos para arrecadação e fiscalização das contribuições incidentes sobre a remuneração decorrente da prestação de serviços através de empreitada de mãodeobra e/ou mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário e de cooperativa de trabalho Conseqüentemente, nego provimento ao presente recurso, sem crédito tributário em litígio. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 121DF CARF MF
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Numero do processo: 14751.001445/2008-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2004
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO.
O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de votos, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inciso IV, do art. 22, da Lei nº 8.21291, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014).
2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543-B e 543-C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código processual vigente, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento efetuado.
Numero da decisão: 2401-005.672
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa e o conselheiro Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de votos, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inciso IV, do art. 22, da Lei nº 8.21291, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014). 2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543-B e 543-C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código processual vigente, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento efetuado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa e o conselheiro Rayd Santana Ferreira.
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SERVIÇOS PRESTADOS POR COOPERADOS POR INTERMÉDIO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL COM REPERCUSSÃO GERAL. RICARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de votos, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do inciso IV, do art. 22, da Lei nº 8.21291, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99 (RE nº 595838/SP, Pleno, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23 de abril de 2014). 2. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código processual vigente, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 3. Diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao recurso, para cancelar o lançamento efetuado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 00 14 45 /2 00 8- 94 Fl. 1430DF CARF MF 2 (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Thiago Duca Amoni (Suplente Convocado), Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier. Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa e o conselheiro Rayd Santana Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife PE (DRJ/REC), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Impugnação, mantendose o crédito tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 1127.316 (fls. 1189/1197): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/12/2004 OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA: PRINCIPAL E ACESSÓRIA. NATUREZAS DISTINTAS. O crédito em tela tem por objeto as contribuições sociais inadimplidas pelo sujeito passivo, tendo assim, no direito tributário, natureza obrigacional principal, distinta, portanto, daquela decorrente do deve instrumental de prestar informações à Seguridade Social por meio de GFIP, esta última de caráter acessório. PLANEJAMENTO FISCAL. ATIVIDADE DISCRICIONÁRIA. Está na órbita do poder discricionário da Administração Pública Federal o planejamento fiscal, a ser entabulado pela Receita Federal do Brasil, decidindo, neste contexto, as empresas que serão objeto de fiscalização, de acordo com o interesse público, a conveniência e a oportunidade. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O presente processo trata de crédito tributário constituído em desfavor da SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DA PARAÍBA, por meio do Auto de Infração DEBCAD Nº 37.190.2681 (fls. 1232/1247), consolidados em 15/09/2008, no montante de R$ Fl. 1431DF CARF MF Processo nº 14751.001445/200894 Acórdão n.º 2401005.672 S2C4T1 Fl. 3 3 1.906.771,88, relativo ao período de 02/2004 a 12/2004, referente às Contribuições Sociais Patronais, incidentes sobre valores a eles pagos pela Secretaria de Saúde às Cooperativas de Trabalho pelos serviços prestados pelos cooperados destas últimas, consoante Notas Fiscais de Serviços, especificadas no Relatório de Lançamento (fls. 1239/1242). De acordo com o Relatório Fiscal do Auto de Infração (fls. 1255/1257): 1. As contribuições previdenciárias apuradas e lançadas decorrem do valor bruto relativo à prestação de serviços efetivamente realizados por segurados contribuintes individuais cooperados intermediados por cooperativa médica, informado em nota fiscal de prestação de serviços como base de incidência das correspondentes contribuições previdenciárias devidas; 2. Constituem fatos geradores da obrigação previdenciária principal inadimplida a prestação de serviços remunerados pelos segurados contribuintes individuais cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, lançados no Relatório de Lançamentos – RL (fls. 1239/1242) por meio de levantamento próprio, no de código COO, no período de 02 a 12/2004; 3. Os fatos geradores das correspondentes contribuições lançadas não foram regularmente declarados, nem o órgão comprovou a declaração, em GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social; 4. Os contratos celebrados entre as cooperativas médicas e o órgão, cujos objetos são a prestação de serviços médicos, em forma de plantões, estipulam, de comum acordo, os valores unitários por plantão, cujo pagamento é feito após o atendimento; 5. Foram lançados nos campos próprios do Discriminativo Analítico do Débito – DAD (fls. 1235/1236), por levantamento, os Salários de Contribuição (SC), as contribuições previdenciárias apuradas, por rubricas, respectivas alíquotas aplicadas e os créditos considerados dedutíveis; 6. Foram consideradas no lançamento e deduzidas das contribuições apuradas, as contribuições previdenciárias confessadas em documento constitutivo de crédito previdenciário (GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social), independentemente de haver ou não recolhimento correspondente, relacionadas no Relatório de Documentos Apresentados – RDA (fl. 1243), por não corresponderem aos mesmos fatos geradores das contribuições lançadas. 7. As pessoas físicas de interesse da administração previdenciária em razão de seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não, com indicação de sua qualificação e período de atuação, foram listadas no Relatório de Representantes Legais – REPLEG (fl. 1246) e na Relação de Vínculos – VÍNCULOS (fl. 1247). Fl. 1432DF CARF MF 4 Em 18/09/2008 o Contribuinte tomou ciência pessoal do Auto de Infração lavrado (fl. 1232) e, em 17/10/2008, tempestivamente, apresentou sua Impugnação de fls. 04 a 22, instruída com os documentos nas fls. 24 a 1153. Diante da impugnação tempestiva, o processo foi encaminhado à DRJ/REC para julgamento, onde, através do Despacho nº 160 (fls. 1159/1161), a 7ª Turma da DRJ/REC converteu o julgamento em diligencia. Em atendimento à diligência, em 16/02/2009 foi enviado à DRJ/REC os esclarecimentos de fls. 1163 a 1175. Novamente encaminhado o processo à DRJ/REC para julgamento, em 17/04/2009, a 7ª Turma, em atendimento ao princípio do contraditório, emitiu o Despacho nº 310 (fl. 1179), mandando notificar o sujeito passivo do resultado da diligência e abrindo prazo de 30 dias para, querendo, se manifestar. O contribuinte tomou ciência do Despacho nº 310 em 14/05/2009 (AR – fl. 1185) e, transcorrido o prazo estabelecido, não se manifestou, sendo o processo encaminhado novamente à DRJ/REC para julgamento. Em 19/08/2009 a 7ª Turma da DRJ/REC, através do Acórdão nº 1127.316, concluiu pela rejeição integral das argumentações da impugnação e, em consequência, votou pela procedência do lançamento. Em 20/11/2009 o Contribuinte tomou ciência do Acórdão (AR fl. 1227) e, em 18/12/2009, inconformado com a decisão tomada interpôs o RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 1201 a 1225. No RV faz um breve resumo dos fatos (fls. 1203/1205) e segue argumentando: 1. Preliminarmente, sobre a nulidade absoluta do feito, consequência do indeferimento de produção de prova pericial, indispensável ao esclarecimento da controvérsia, que configura cerceamento do direito de defesa (fls. 1205/1207); 2. No Mérito sobre: a. A insubsistência da autuação devido à ilegitimidade da Autoridade autuada por ausência de competência para representar extrajudicialmente o Estado da Paraíba (fls. 1207/1211); b. A improcedência da autuação devido estar comprovado nos autos o cumprimento da obrigação previdenciária principal pelo sujeito passivo (fls. 1211/1223). Conclui o RV requerendo a decretação da nulidade absoluta do feito, ante a configuração do cerceamento do direito de defesa. Alternativamente, caso não seja acolhida a preliminar, o provimento integral do recurso apresentado a fim de julgar improcedente o lançamento indevidamente realizado. É o relatório. Fl. 1433DF CARF MF Processo nº 14751.001445/200894 Acórdão n.º 2401005.672 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito O lançamento objeto do presente processo administrativo tem como fato gerador a prestação de serviços por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho, conforme disposto no inciso IV, do art. 22, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99, assim redigido: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: IV quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.876, de 1999). (Execução suspensa pela Resolução nº 10, de 2016). Ocorre que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade de votos, declarou, em recurso com repercussão geral, a inconstitucionalidade do referido dispositivo legal, conforme se destaca da ementa da decisão proferida no RE nº 595838/SP: EMENTA Recurso extraordinário. Tributário. Contribuição Previdenciária. Artigo 22, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Sujeição passiva. Empresas tomadoras de serviços. Prestação de serviços de cooperados por meio de cooperativas de Trabalho. Base de cálculo. Valor Bruto da nota fiscal ou fatura. Tributação do faturamento. Bis in idem. Nova fonte de custeio. Artigo 195, § 4º, CF. 1. O fato gerador que origina a obrigação de recolher a contribuição previdenciária, na forma do art. 22, inciso IV da Lei nº 8.212/91, na redação da Lei 9.876/99, não se origina nas remunerações pagas ou creditadas ao cooperado, mas na relação contratual estabelecida entre a pessoa jurídica da cooperativa e a do contratante de seus serviços. 2. A empresa tomadora dos serviços não opera como fonte somente para fins de retenção. A empresa ou entidade a ela equiparada é o próprio sujeito passivo da relação tributária, logo, típico “contribuinte” da contribuição. 3. Os pagamentos efetuados por terceiros às cooperativas de trabalho, em face de serviços prestados por seus cooperados, não se confundem com os valores efetivamente pagos ou creditados aos cooperados. 4. O art. 22, IV da Lei nº 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.876/99, ao instituir Fl. 1434DF CARF MF 6 contribuição previdenciária incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura, extrapolou a norma do art. 195, inciso I, a, da Constituição, descaracterizando a contribuição hipoteticamente incidente sobre os rendimentos do trabalho dos cooperados, tributando o faturamento da cooperativa, com evidente bis in idem. Representa, assim, nova fonte de custeio, a qual somente poderia ser instituída por lei complementar, com base no art. 195, § 4º com a remissão feita ao art. 154, I, da Constituição. 5. Recurso extraordinário provido para declarar a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. (RE 595838, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe196 DIVULG 07102014 PUBLIC 08 102014) Destaquese ainda que por ocasião do julgamento dos Embargos de Declaração no Recurso Extraordinário nº 595838/SP, foi negado o pedido de modulação dos efeitos da decisão, conforme se vê na ementa abaixo citada: EMENTA Embargos de declaração no recurso extraordinário. Tributário. Pedido de modulação de efeitos da decisão com que se declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. Declaração de inconstitucionalidade. Ausência de excepcionalidade. Lei aplicável em razão de efeito repristinatório. Infraconstitucional. 1. A modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade é medida extrema, a qual somente se justifica se estiver indicado e comprovado gravíssimo risco irreversível à ordem social. As razões recursais não contêm indicação concreta, nem específica, desse risco. 2. Modular os efeitos no caso dos autos importaria em negar ao contribuinte o próprio direito de repetir o indébito de valores que eventualmente tenham sido recolhidos. 3. A segurança jurídica está na proclamação do resultado dos julgamentos tal como formalizada, dandose primazia à Constituição Federal. 4. É de índole infraconstitucional a controvérsia a respeito da legislação aplicável resultante do efeito repristinatório da declaração de inconstitucionalidade do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 9.876/99. 5. Embargos de declaração rejeitados.(RE 595838 ED, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 18/12/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe036 DIVULG 24022015 PUBLIC 25022015). No âmbito do legislativo, foi editada a Resolução Senado Federal nº 10/2016, para "suspender" a execução do dispositivo inconstitucional. O § 2º do art. 62 do RICARF estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC revogado, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Código vigente deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Dessa forma, deve ser aplicado o art. 62, § 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343/2015, que estabelece que as decisões de mérito proferidas pelo STF e pelo STJ na sistemática dos arts. 543B e 543C do antigo CPC, ou dos arts. 1.036 a 1.041 do Fl. 1435DF CARF MF Processo nº 14751.001445/200894 Acórdão n.º 2401005.672 S2C4T1 Fl. 5 7 Código Processual vigente deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, diante da inconstitucionalidade da norma legal que estabeleceu o fato gerador das contribuições lançadas, deve ser dado provimento ao Recurso Voluntário, para cancelar o lançamento efetuado. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e, no mérito, DOULHE PROVIMENTO. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 1436DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.903879/2013-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Oct 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2008 a 31/12/2012
RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA.
É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decreto-lei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade.
Numero da decisão: 3402-005.625
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, por ser intempestivo.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Ávila (suplente convocado).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2008 a 31/12/2012 RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decreto-lei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, por ser intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Ávila (suplente convocado).
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INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decretolei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário, por ser intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Relatório Trata o presente processo de recurso voluntário contra o indeferimento de manifestação de inconformidade postulada ante o não reconhecimento de pedido de restituição de PIS formulado pela recorrente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 38 79 /2 01 3- 89 Fl. 153DF CARF MF 2 Aludida restituição restou indeferida pela DRF de origem, posto que: “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição” Regularmente cientificada, apresentou, a interessada, manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do acórdão nº 01033.556.: Cientificado desta decisão apresentou o recurso voluntário ora em apreço. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.616, de 27 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10935.903870/201378, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.616): "I. Da intempestividade do recurso voluntário interposto 5. Como é sabido, o prazo para interposição de Recurso Voluntário no âmbito do processo administrativo federal é de 30 (trinta) dias, conforme prevê o art. 33, caput do Decretolei n. 70.235/72. 6. Não obstante, segundo o disposto no art. 5o. do sobredito Decretolei, os prazos no processo administrativo federal são contínuos e deverão ser contados excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Este também é o teor do art. 66 da lei n. 9.784/991. 7. Pois bem. No presente caso o recorrente foi cientificado via eletrônica da decisão guerreada, sendo a correspondente mensagem aberta pelo contribuinte em 06 (seis) de março de 2017 (segundafeira) (fl. 143). Logo, levando em consideração as disposições legais acima mencionadas, o termo inicial para a contagem do prazo recursal teve início em 07 (sete) de março de 2017 (terçafeira), vencendo, por sua vez, no dia 05 (cinco) de abril de 2017 (quartafeira). Acontece que o recurso em apreço só foi interposto em 12 (doze) de abril de 2017 (quartafeira) (fl. 145), ou seja, quando já transcorrido o prazo legal. A intempestividade, inclusive, é atestada pela unidade preparadora, conforme se observa da informação de fl. 150. 8. Patente está, portanto, a intempestividade do recurso voluntário interposto, motivo pelo qual não o conheço. 1 "Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindose da contagem o dia do começo e incluindose o do vencimento." Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10935.903879/201389 Acórdão n.º 3402005.625 S3C4T2 Fl. 3 3 Dispositivo 9. Diante do exposto, em razão da intempestividade do recurso voluntário interposto, deixo de conhecêlo." Importante frisar que, assim como no paradigma, nos autos ora em apreço o Recurso Voluntário somente foi interposto após o transcurso do prazo legal. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por não conhecer do recurso voluntário por ser intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 155DF CARF MF
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Numero do processo: 10384.000664/2003-16
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/03/1993 a 28/02/2003
RESSARCIMENTO DE IPI. PRESCRIÇÃO.
Conforme art. 1º do Decreto nº 20.910/1932, prescreve em cinco anos o direito à apresentação de pedido de ressarcimento de créditos contra a Fazenda Pública, contados da data do fato do qual se originar.
RESSARCIMENTO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC.
Não existe previsão legal para incidência da taxa Selic nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da correção monetária com base na taxa Selic só é possível em face das decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que glosaram parcialmente ou integralmente os créditos, cujo entendimento neles consubstanciados foram revertidos nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao aproveitamento de referidos créditos.
RESSARCIMENTO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. TERMO INICIAL.
A aplicação da taxa Selic, nos pedidos de ressarcimento de IPI, nos casos de oposição ilegítima do Fisco, incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido. Antes deste prazo não existe permissivo legal e nem jurisprudencial, com efeito vinculante, para sua incidência.
Numero da decisão: 3002-000.373
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento em relação a: 1) homologação tácita e 2) não prescrição dos valores solicitados anteriores ao 1º trimestre de 1988, e em dar provimento em relação a aplicação da taxa Selic e, quanto ao termo inicial para a aplicação da correção, por voto de qualidade, em fixar a data de 360 dias após o protocolo do pedido, vencidos os conselheiros Alan Tavora Nem (relator) e Maria Eduarda Câmara Simões que fixavam a data a partir do protocolo. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Larissa Nunes Girard.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente e Redatora Designada
(assinado digitalmente)
Alan Tavora Nem - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator).
Nome do relator: ALAN TAVORA NEM
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PRESCRIÇÃO. Conforme art. 1º do Decreto nº 20.910/1932, prescreve em cinco anos o direito à apresentação de pedido de ressarcimento de créditos contra a Fazenda Pública, contados da data do fato do qual se originar. RESSARCIMENTO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Não existe previsão legal para incidência da taxa Selic nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da correção monetária com base na taxa Selic só é possível em face das decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que glosaram parcialmente ou integralmente os créditos, cujo entendimento neles consubstanciados foram revertidos nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao aproveitamento de referidos créditos. RESSARCIMENTO DE IPI. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. TERMO INICIAL. A aplicação da taxa Selic, nos pedidos de ressarcimento de IPI, nos casos de oposição ilegítima do Fisco, incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido. Antes deste prazo não existe permissivo legal e nem jurisprudencial, com efeito vinculante, para sua incidência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento em relação a: 1) homologação tácita e 2) não prescrição dos valores solicitados AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 00 06 64 /2 00 3- 16 Fl. 419DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 420 2 anteriores ao 1º trimestre de 1988, e em dar provimento em relação a aplicação da taxa Selic e, quanto ao termo inicial para a aplicação da correção, por voto de qualidade, em fixar a data de 360 dias após o protocolo do pedido, vencidos os conselheiros Alan Tavora Nem (relator) e Maria Eduarda Câmara Simões que fixavam a data a partir do protocolo. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Larissa Nunes Girard. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente e Redatora Designada (assinado digitalmente) Alan Tavora Nem Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator). Relatório Tratase de processo de pedido de Ressarcimento de IPI, referente ao período de 03/1993 a 02/2003.conforme relatório da 3ª Turma da DRJ/BEL (fls. 383/386) exarado nos seguintes termos: "Contribuinte acima identificada ingressou com pedido de ressarcimento de créditos de IPI no valor de R$ 773.258,46, referente ao período compreendido entre março de 1993 a fevereiro de 2003, utilizando formulário anexo à Instrução Normativa SRF n° 210, de 30 de setembro de 2002, vigente à época. No campo de informações sobre os créditos, inseriu o valor a ser ressarcido no item 2, o qual estava reservado para os "insumos utilizados na fabricação de produtos exportados — Decretolei n° 496/69, art. 5° e Lei n° 8.402/92, art. 1°, inciso II", acrescentando ainda no texto a "Lei n° 9779/99". Na fl. 02, consta correspondência enviada a Delegado da DRF Teresina/PI informando haver anexado o pedido de ressarcimento de crédito do IPI sobre insumos. 2. A autoridade fiscal indeferiu o pedido com base na informação (fl. 43) de que "o beneficio requerido pelo contribuinte (créditoprêmio de IPI) já foi extinto (Decretolei n° 1.658, de 24 de janeiro de 1979)". 3. Em sua defesa, a empresa interessada alegou que seu pedido não se refere ao créditoprêmio, mas sim aos créditos referentes aos insumos utilizados na fabricação de produtos exportados, objeto do art. 5° e não do art. 1° do Decretolei n° 491, de 5 de março de 1969, tendo a autoridade fiscal utilizado fundamentação diversa daquela objeto do pedido, pelo que solicitou que fosse declarado nulo o despacho decisório, determinado o retorno do processo à DRF de origem para apreciação do recurso. Fl. 420DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 421 3 4. A Terceira Turma da DRJ Belém, através do Acórdão n° 01 8.958, de 14 de agosto de 2007, considerando que o despacho decisório, ao não abordar a matéria objeto da solicitação do contribuinte, apontando legislação diversa daquela objeto do pedido, padeceu de vicio quanto à sua motivação, decidiu pela declaração de sua nulidade, determinando o retorno do processo para a Unidade de origem a fim de que fosse novamente apreciado o pleito da empresa interessada, além das Declarações de Compensação objeto do processo 10384.003672/200403, na época juntado por apensação ao presente. 5. Em sua nova análise, a Unidade reconheceu o direito ao crédito no valor de R$ 23.704,86, sem acréscimo de juros Selic, sob os seguintes argumentos: a) O período de apuração relativo ao credito solicitado abrange prazo superior a cinco anos contados da data do pedido, estando prescritos aqueles anteriores a 1998 nos termos do Decreto n° 20.910, de 1932; b) O último trimestre solicitado (1°, de 2003), ainda não havia se encerrado na data da protocolização do pedido, não podendo ser objeto de solicitação; c)Dessa forma,o período análise vai do primeiro trimestre de 1998 até o quarto trimestre de 2002; 6. Cientificada em 13.11.2008 (AR fl. 368) a interessada apresentou, tempestivamente, em 28.11.2008, manifestação de inconformidade na qual alega: a) "considerando o tempo decorrido entre o protocolo do Pedido de Ressarcimento (20.03.2003), e a ciência da decisão proferida pela autoridade administrativa (17.11.2008), ora impugnada, podese concluir que restou homologada tacitamente a compensação formalizada, em razão do decurso do prazo superior a cinco anos entre o seu protocolo e a apreciação", nos termos do art. 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996; b) Prossegue explicando: "Ora, na presente hipótese, a Declaração de Compensação foi protocolada em 20 de março de 2003 e esta primeira manifestação da autoridade competente foi proferida em 04 de novembro de 2008 e cientificada no dia 17 de novembro próximo passado. Decorreram, então, entre a data da protocolização o do pedido e o seu primeiro exame pela autoridade administrativa exatos 5 anos, 5 meses e 14 dias. Entre àquela e a ciência dada à contribuinte, mais de um mês. Dai porque, inquestionavelmente, temse por homologada integral e tacitamente a compensação formalizada pela Impugnante, já que a presente negativa de homologação foi Fl. 421DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 422 4 efetuada por autoridade incompetente" c) Defende a legalidade da incidência de juros calculados pela taxa Selic nos valores ressarcidos com base no art. 39, §4° da Lei n° 9.250, de 1995. 7. Por fim, requer que seja dado provimento à Manifestação de Inconformidade, reformandose, parcialmente, a decisão impugnada, "apenas quanto ao montante do crédito que deixou de ser homologado, em relação ao qual é de ser reconhecida a existência de homologação tácita por decurso de prazo". 8. Em despacho na fl. 376, a Unidade esclarece que as compensações a que se refere o contribuinte foram protocolizadas no processo n° 10384.003672/200403, em 30.11.2004 (processo esse que se encontrava apensado ao presente quando da primeira decisão desta DRJ). Tendo sido apresentadas em formulário, quando já havia a possibilidade de entrega por meio eletrônico, foram consideradas "não declaradas", com decisão emitida em 04.11.2008 e ciência em 13.11.2008. Em 28.11.2008, tendo o contribuinte alegado erro no despacho, houve uma segunda análise que confirmou a decisão anterior. Cópias dos referidos despachos foram anexadas nas fls. 377 a 382." O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 369/374), alegando, em resumo, que deveria ser parcialmente reconsiderado o r. Despachos Decisório DRF/Saort (fls. 43) de 29/11/2004, uma vez que foi reconhecido parte do direito creditório no valor de R$ 23.704,86 (vinte e três mil setecentos e quatro reais e oitenta e seis centavos) relativo aos trimestres de apuração de 1º/1998 a 4º/2002, a fim de reconhecer a compensação por homologação tácita tendo em vista o decurso de prazo e por fim, a incidência da taxa SELIC sobre os créditos, com base § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Analisando os argumentos do contribuinte, a DRJ votou por indeferir a manifestação de inconformidade, por considerar que não houve homologação tácita uma vez que o prazo se inicia da data da entrega da declaração de compensação e não da data da apresentação de pedido de ressarcimento de créditos e, ainda, que não cabe "juros compensatórios no ressarcimento de créditos do IPI", conforme sintetizados em seu voto nos seguintes termos: "10. A contribuinte alegou ter ocorrido a homologação tácita de compensação, sem indicar, no presente processo, a que compensação se referia, uma vez que aqui está se tratando unicamente de pedido de ressarcimento de créditos do IPI. A Unidade esclareceu que as compensações reclamadas fazem parte de outro processo, motivo pelo qual não cabe tal análise no presente litígio. (grifo nossos). 11. Ainda assim, vale lembrar a título ilustrativo, que o §5° do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, trata de prazo para homologação da compensação declarada, "contado da data da entrega da declaração de compensação" e não da data da apresentação de pedido de ressarcimento dos créditos, conforme fez a interessada. No caso, tendo a compensação sido entregue em 30.11.2004, caso a mesma não tivesse sido apreciada, sua Fl. 422DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 423 5 homologação tácita ocorreria apenas em 01.12.2009." (grifo nossos). "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/03/1993 a 28/02/2003 HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. São homologadas tacitamente as declarações de compensação que deixarem de ser apreciadas no prazo de cinco anos, contado da data da entrega da mesma ou do pedido de compensação convertido por força do § 40 do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996. JUROS SELIC. Descabe a incidência de juros compensatórios no ressarcimento de créditos do IPI." O contribuinte cientificado da decisão, ingressou com Recurso Voluntário (fls. 393/403) requerendo a reforma da r. decisão recorrida, tendo em vista: a) a homologação tácita da compensação considerando que se passou 05 (cinco) anos do pedido; b) o direito à aplicação da taxa SELIC sobre o ressarcimento e, por fim, c) a não prescrição de parte do crédito relativamente às operações realizadas há mais de 05 (cinco) anos. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Alan Tavora Nem Relator O Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. De início, é importante esclarecer que o cerne da lide nos autos é a discussão da prescrição de parte ou não do pedido de Ressarcimento de IPI e não do pedido de Compensação dos créditos (processo 10384.003672/200403) como requer o contribuinte em seu Recurso Voluntário, pois como já exarado pela fiscalização as fls. (42) "efetuamos a exclusão deste processo do sistema PROFISC, por estarem indevidamente cadastrados os valores retromencionados, conforme fls. 41, (histórico do PROFISC)." Ventiladas as considerações, passo ao análise do mérito, considerando a data do pedido de Ressarcimento formulado pelo contribuinte em 20/03/2003 (fls. 02), ou seja, como acertadamente discorrida pela fiscalização "assim, o período de apuração do crédito abrange o primeiro trimestre de 1998 até o quarto trimestre de 2002, tendo em vista que os trimestres anteriores já haviam sido alcançados pela prescrição e o último período incluído no pedido ainda não estava encerrado quando protocolizado o pedido.". Assim não resta dúvida em relação à prescrição dos demais períodos do crédito. O direito do contribuinte em buscar a repetição ou compensação, seja qual for o seu fundamento, extinguese com o decurso do prazo de cinco anos. A jurisprudência e a Fl. 423DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 424 6 doutrina são unânimes em afirmar que no caso do ressarcimento do Imposto sobre Produtos Industrializados o prazo prescricional dáse em conformidade com o disposto no artigo primeiro do Decreto nº 20.910 de 1932. Por fim, em relação a controvérsia ao índice aplicável a título de juros com base na taxa Selic sobre os créditos de IPI, A Súmula 411 do STJ estabelece que "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco". O STJ também reconheceu a incidência da Selic na atualização do crédito de IPI, na sistemática dos recursos repetitivos, no âmbito dos REsp nº 1.035.847 e no REsp nº 993.164. consoante se denota dos julgados que seguem: "PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI.PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da não cumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel.Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel.Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). Fl. 424DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 425 7 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009)"(grifos nossos). De acordo com o entendimento do STJ, no momento do pedido de ressarcimento, os créditos deixam de ser escriturais, pois deixam de acumular na escrita fiscal da pessoa jurídica e, assim, não tem o mesmo tratamento aplicável aos créditos escriturais, cabendo a incidência da correção monetária, desde a data do pedido de ressarcimento, até o efetivo recebimento ou compensação com outros tributos. Portanto, no meu entendimento, deverá haver a incidência da correção monetária pela taxa SELIC sobre o montante a ser ressarcido desde a data do protocolo do pedido até o efetivo recebimento, em espécie ou por meio de compensação com outros tributos. Pelo exposto, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para fins de se ver corrigido o crédito aplicado a SELIC. no montante a ser ressarcido É como voto. (assinado digitalmente). Alan Tavora Nem Voto Vencedor Conselheira Larissa Nunes Girard – Redatora Designada Com a devida vênia, divirjo do conselheiro relator em relação ao termo inicial para a aplicação de correção do ressarcimento pela taxa Selic. Tal matéria vem sendo decidida reiteradamente pela 3ª Seção da Câmara Superior de Recursos Fiscais da mesma forma, com fundamento com o qual concordo e que adoto como razão de decidir neste julgamento. Transcrevo então o voto do conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal no Acórdão nº 9303006.995, realizado em junho de 2018: Entretanto, refletindo melhor sobre a matéria, penso que não existe base legal e nem comando vinculante de nossos tribunais a autorizar nenhuma dessas duas hipóteses, sobretudo a segunda, referente à incidência da correção monetária desde a data do protocolo do pedido. Essa hipótese permite uma correção monetária integral que nunca foi permitida do ponto de vista legal e, smj, nem pela interpretação dos referidos julgados. Entendo que a melhor interpretação está vinculada ao que dispôs o próprio STJ, também em sede de recurso repetitivo, no REsp nº 1.138.206, abaixo transcrito com destaques: TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. PROCESSO Fl. 425DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 426 8 ADMINISTRATIVO FISCAL FEDERAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO PARA DECISÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. APLICAÇÃO DA LEI 9.784/99. IMPOSSIBILIDADE. NORMA GERAL. LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECRETO 70.235/72.ART. 24 DA LEI 11.457/07. NORMA DE NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. VIOLAÇÃO DO ART.535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A duração razoável dos processos foi erigida como cláusula pétrea e direito fundamental pela Emenda Constitucional 45, de 2004, que acresceu ao art. 5º, o inciso LXXVIII, in verbis: "a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação." 2. A conclusão de processo administrativo em prazo razoável é corolário dos princípios da eficiência, da moralidade e da razoabilidade. (Precedentes: MS 13.584/DF, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 13/05/2009, DJe 26/06/2009; REsp 1091042/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2009, DJe 21/08/2009; MS 13.545/DF, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 29/10/2008, DJe 07/11/2008; REsp 690.819/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/02/2005, DJ 19/12/2005) 3. O processo administrativo tributário encontrase regulado pelo Decreto 70.235/72 Lei do Processo Administrativo Fiscal , o que afasta a aplicação da Lei 9.784/99, ainda que ausente, na lei específica, mandamento legal relativo à fixação de prazo razoável para a análise e decisão das petições, defesas e recursos administrativos do contribuinte. 4. Ad argumentandum tantum, dadas as peculiaridades da seara fiscal, quiçá fosse possível a aplicação analógica em matéria tributária, caberia incidir à espécie o próprio Decreto 70.235/72, cujo art. 7º, § 2º, mais se aproxima do thema judicandum, in verbis: "Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: I o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto; II a apreensão de mercadorias, documentos ou livros; III o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada. § 1º O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. § 2º Para os efeitos do disposto no § 1º, os atos referidos nos incisos I e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, Fl. 426DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 427 9 sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos." 5. A Lei n.º 11.457/07, com o escopo de suprir a lacuna legislativa existente, em seu art. 24, preceituou a obrigatoriedade de ser proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo dos pedidos, litteris: "Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte." 6. Deveras, ostentando o referido dispositivo legal natureza processual fiscal, há de ser aplicado imediatamente aos pedidos, defesas ou recursos administrativos pendentes. 7. Destarte, tanto para os requerimentos efetuados anteriormente à vigência da Lei 11.457/07, quanto aos pedidos protocolados após o advento do referido diploma legislativo, o prazo aplicável é de 360 dias a partir do protocolo dos pedidos (art. 24 da Lei 11.457/07). 8. O art. 535 do CPC resta incólume se o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. 9. Recurso especial parcialmente provido, para determinar a obediência ao prazo de 360 dias para conclusão do procedimento sub judice. Acórdão submetido ao regime do art.543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Concluise da leitura acima, que o STJ determinou a aplicação do art. 24 da Lei nº 11.457/2007 aos processos administrativos fiscais, inclusive aos requerimentos efetuados antes de sua vigência. Assim, manifestouse de forma vinculante que o prazo razoável para duração do processo administrativo, ou seja, para que a autoridade administrativa de origem desse uma solução aos pedidos de restituição, ressarcimento e afins seria de 360 dias. Ora, se a administração tem o prazo de 360 dias para solucionar os processos administrativos de ressarcimento, e não há previsão legal para incidência da correção monetária sobre referidos pedidos, a conclusão inequívoca transmitida por esses julgados é que não há possibilidade de incidência da correção monetária neste interregno, uma vez que este seria o prazo razoável determinado na lei. Importante ressaltar que referido julgado não dispõe absolutamente nada sobre incidência de correção monetária ou aplicação da taxa Selic nos processos de ressarcimento. Fl. 427DF CARF MF Processo nº 10384.000664/200316 Acórdão n.º 3002000.373 S3C0T2 Fl. 428 10 Portanto, como não há previsão legal para incidência da taxa Selic nos processos de ressarcimento, o seu reconhecimento em sede dos julgados administrativos deve ser erigido a partir da interpretação do que se construiu nos julgados do STJ com efeitos vinculantes. Portanto, para reconhecimento da incidência da taxa Selic nos processos de ressarcimento de IPI, devemos partir de duas premissas: 1) existe ato administrativo que indeferiu de forma ilegítima parcial ou integralmente o pedido? e 2) o trânsito em julgado da decisão administrativa ultrapassou os 360 dias? A resposta positiva para as duas premissas importa em reconhecer a incidência da taxa Selic somente para os créditos indeferidos de forma ilegítima, cujo termo inicial da incidência da correção somente poderá ser contado a partir dos 360 dias do protocolo do pedido. Diante das razões acima apresentadas, voto por estabelecer a incidência da Taxa Selic somente a partir do prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) da data da protocolização do pedido de ressarcimento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Fl. 428DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.949195/2008-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.495
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se os valores dos débitos constantes da DCTF Retificadora correspondem aos efetivos valores devidos na respectiva competência; (ii) confronte os débitos confirmados no item "i" com os pagamentos efetuados em DARF na respectiva competência; e (iii) após o confronto do item "ii", identifique a efetiva existência de créditos pleiteados na PER/DCOMP e elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, cientificando a recorrente para que esta, se assim lhe convier, manifeste-se no prazo de 30 dias.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Relatório
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se os valores dos débitos constantes da DCTF Retificadora correspondem aos efetivos valores devidos na respectiva competência; (ii) confronte os débitos confirmados no item "i" com os pagamentos efetuados em DARF na respectiva competência; e (iii) após o confronto do item "ii", identifique a efetiva existência de créditos pleiteados na PER/DCOMP e elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, cientificando a recorrente para que esta, se assim lhe convier, manifestese no prazo de 30 dias. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado), André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 9ª Turma da DRJ/SP1, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 49 19 5/ 20 08 -4 9 Fl. 289DF CARF MF Processo nº 10880.949195/200849 Resolução nº 3401001.495 S3C4T1 Fl. 3 2 A Contribuinte buscou via PER/DCOMP nº 29272.01272.130804.1.3.049189 a compensação de débito de PIS/PASEP (cód.6912) do período de apuração 07/2004 no valor de R$ 7.885,51 com crédito de PIS/PASEP (cód.6912) por recolhimento a maior que o devido, através de DARF no valor de R$ 21.704,68 do período de apuração 06/2004, arrecadado na data de 15/07/2004. Foi utilizado na presente PER/DCOMP o valor original de R$ 7.885,51. Do Despacho Decisório A DERAT de São Paulo em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório com data de emissão 24/11/2008, rastreamento nº 808278083 (efls.2), pela não homologação da compensação declarada, em face de inexistência de crédito. O crédito relacionado ao DARF discriminado na PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débito de PIS/PASEP do Período de Apuração 30/06/2008. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta do fisco, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls.12), requer a homologação da compensação praticada, pelas seguintes razões; (a) que foi detectado divergência na base de cálculo do PIS e o montante a ser recolhido passou para R$ 13.363,79 gerando assim um saldo de pagamento indevido de R$ 8.340,89; (b) no entanto, o valor pago e informado na DCTF inicialmente transmitida foi de R$ 21.704,68; (c) providenciou a remessa de DCTF retificadora que junta no processo, além da DIPJ e planilha de apuração do PIS do ano de 2004; (d) que a jurisprudência do CARF segue entendimento de que havendo erro formal no preenchimento de documentos entregues a RFB, deve sempre prevalecer a verdade material. Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 9ª Turma da DRJ/SP1, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, em sessão de 30 de setembro de 2013, cujos fundamentos encontramse sintetizados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/06/2004 PROVA. MEIOS. MOMENTO DE PRODUÇÃO. IRRESIGNAÇÃO. PRECLUSÃO. No processo administrativo fiscal são admissíveis os meios documental e/ou pericial. Para evitar a preclusão a interessada deve apresentar com a irresignação a documentação sustentadora de suas alegações ou demonstrar alguma das situações do § 4º, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72 (PAF). PAGAMENTO INTEGRALMENTE UTILIZADO NA QUITAÇÃO DE DÉBITO. PAGAMENTO INDEVIDO NÃO COMPROVADO. Considerando que o Darf indicado no PER/DComp como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte e que esta não logra comprovar que a verdade material é outra, não há que se falar em pagamento indevido. Do Recurso Voluntário Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10880.949195/200849 Resolução nº 3401001.495 S3C4T1 Fl. 4 3 O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls.253) contra a decisão de primeiro grau, pedindo sua reforma e homologação da compensação procedida, repisando dos os fatos e argumentos de sua Manifestação de Inconformidade. Alternativamente requer que seja determinada a conversão do julgamento em diligência, para apuração da realidade fática aqui arguida. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O direito a compensação como forma de extinção de crédito tributário tem amparo legal no art. 156, II do CTN e a IN 900/2008 da RFB, estabelece em seu art. 34 que: Art. 34. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, ressalvadas as contribuições previdenciárias, cujo procedimento está previsto nos arts. 44 a 48, e as contribuições recolhidas para outras entidades ou fundos. A contribuinte alega que constatou em seus registros contábeis, equivoco de valor declarado em DCTF para o PIS do mês 06/2004, que resultou em pagamento a maior que o devido. Em virtude disso protocolou PER/DCOMP requerendo a compensação do indébito, porém, sem que no mesmo momento fosse providenciada a retificação de valor em sua DECTF. Ao se deparar com o Despacho Decisório que declarou indisponibilidade de crédito, tratou imediatamente de transmitir DCTF Retificadora, na data de 23/12/2008 (efls.146). Não há impedimento para que a DCTF seja retificada, inclusive há previsão normativa para isso, vide INRFB nº 1.110/2010: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. A apresentação de DCTF Retificadora poderá ser acatada, inclusive, quando apresentada depois do despacho decisório, porém, sendo tempestiva a apresentação da manifestação de inconformidade contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação Fl. 291DF CARF MF Processo nº 10880.949195/200849 Resolução nº 3401001.495 S3C4T1 Fl. 5 4 da declaração de compensação, situação em que a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) poderá baixar em diligência à Delegacia da Receita Federal (DRF). Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Se for questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. Cabe as autoridades administrativas analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade por preterição do direito de defesa (art. 59, II do PAF Decreto nº 70.235/1972). O CARF possui diversos julgados relacionados à apresentação de DCTF retificadora, inclusive, de data posterior a emissão do Despacho Decisório, citase, como exemplo, o acórdão nº 9303005.396, de 25/07/2017, da 3ª Turma da CSRF que confirmou decisão proferida no acórdão da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário. De onde se extrai: “que a DCTF retificadora, nas hipóteses admitidas por lei, tem os mesmos efeitos da original, podendo ser admitida para comprovação da certeza e liquidez do crédito, ainda que transmitida após a prolação do despacho decisório”... “O crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nascem com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior”. Também, a administração tributária nos dá orientação sobre o tema, através do Parecer Cosit nº 02/2015,de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10880.949195/200849 Resolução nº 3401001.495 S3C4T1 Fl. 6 5 PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. (...) A essência dos fatos superam, nesse caso, eventuais erros de conduta formal do contribuinte, devendo prevalecer o princípio da verdade material no processo administrativo, a busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal. Ante o exposto, resolvem os membros do Colegiado em converter o julgamento em diligência para a repartição de origem de modo que seja informado e providenciado o seguinte: 1 confirme se os valores dos débitos constantes da DCTF Retificadora correspondem aos efetivos valores devidos na respectiva competência; 2 confronte os débitos confirmados no item "1" com os pagamentos efetuados em DARF na respectiva competência; 3 após o confronto do item "2", identifique a efetiva existência de créditos pleiteados na PER/DCOMP e elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, cientificando a recorrente para que esta, se assim lhe convier, manifestese no prazo de 30 dias. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 293DF CARF MF
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Numero do processo: 13851.000688/2005-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 10/03/1999
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE PIS. PRESCRIÇÃO. 10 ANOS (5+5). LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. SÚMULA 91/CARF. CONEXÃO. Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF
Nos termos do Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF, não é obrigatório o Julgador reunir os processos por Conexão.
O pedido de restituição (PER) de tributo por homologação, que tenha sido pleiteado anteriormente à 09/06/05, antes da entrada em vigor de LC 118/05, o prazo prescricional é de 10 (dez) anos, conforme Súmula 91/CARF.
SÚMULA No. 91 - CARF - Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Numero da decisão: 3201-004.234
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que a unidade preparadora, ultrapassada a questão preliminar, aprecie o mérito do litígio.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente
(assinado digitalmente)
LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR - Relator
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
Nome do relator: LAERCIO CRUZ ULIANA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 10/03/1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE PIS. PRESCRIÇÃO. 10 ANOS (5+5). LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. SÚMULA 91/CARF. CONEXÃO. Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF Nos termos do Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF, não é obrigatório o Julgador reunir os processos por Conexão. O pedido de restituição (PER) de tributo por homologação, que tenha sido pleiteado anteriormente à 09/06/05, antes da entrada em vigor de LC 118/05, o prazo prescricional é de 10 (dez) anos, conforme Súmula 91/CARF. SÚMULA No. 91 - CARF - Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que a unidade preparadora, ultrapassada a questão preliminar, aprecie o mérito do litígio. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente (assinado digitalmente) LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR - Relator (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 10/03/1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE PIS. PRESCRIÇÃO. 10 ANOS (5+5). LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. SÚMULA 91/CARF. CONEXÃO. Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF Nos termos do Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF, não é obrigatório o Julgador reunir os processos por Conexão. O pedido de restituição (PER) de tributo por homologação, que tenha sido pleiteado anteriormente à 09/06/05, antes da entrada em vigor de LC 118/05, o prazo prescricional é de 10 (dez) anos, conforme Súmula 91/CARF. SÚMULA No. 91 CARF Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para que a unidade preparadora, ultrapassada a questão preliminar, aprecie o mérito do litígio. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA – Presidente (assinado digitalmente) LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR Relator (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 1. 00 06 88 /2 00 5- 71Fl. 135DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente) Relatório Tratase de pedido de Restituição de COFINS pago indevidamente no período de Fevereiro de 1999, protocolado em 08/06/05 na DRF de Araraquara/SP, conforme constante no Pedido de Restituição. Por traduzir a realidade dos fatos, adoto o Relatório da DRJ: (...) Trata o presente de pedido de restituição, protocolizado em 08/06/2005, referente à suposto pagamento indevido ou maior que o devido a título de Cofins efetuado em 1010311999 pela empresa Dirbanco Administração e Participações SA, CNPJ n° 62.355.698/000115, incorporada pelo interessado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Araraquara, por meio do Despacho Decisório de fls. 28133, indeferiu o pedido, com fundamento na ocorrência da decadência do direito de pedir e na falta de comprovação documental da existência do alegado crédito contra a Fazenda Nacional, de modo a permitir a aferição de sua liquidez e certeza. Cientificado em 0410512009, fls. 83, o interessado apresentou manifestação de inconformidade em 03/0612009, fls. 35146, alegando, em breve síntese: a) Que, através do Mandado de Segurança n° 1999.61.02.0070375, obteve provimento jurisdicional que lhe autorizou a recolher as contribuições para o PIS e Cofins sem o alargamento da base de cálculo estabelecida pelo § 3° da Lei n° 9.718, de 1998; • b) Que, nos meses de março a junho de 1999, auferiu unicamente receitas financeiras e outros tipos de rendimentos não oriundos da venda de bens e serviços, conforme demonstrativo anexado e que, sobre tais rendimentos, aplicou as correspondentes alíquotas do PIS e Cofins, efetuando o recolhimento. C) Que o provimento jurisdicional transitou em julgado e lhe assegurou o direito de calcular o PIS e a Cofins com base na Lei n° 9.715, de 1998 e na Lei Complementar (LC) n° 70, de 1991, ou seja, somente sobre o faturamento, excluindose as demais receitas não caracterizadas como senda da venda de mercadorias ou serviços; A partir da exposição dos fatos que originaram o alegado crédito contra a Fazenda Nacional, contesta o decidido pela DRF em Araraquara, a saber: Fl. 136DF CARF MF Processo nº 13851.000688/200571 Acórdão n.º 3201004.234 S3C2T1 Fl. 137 3 Inicialmente alega que houve uma distorção do instituto da decadência e o que se aplica, na realidade, é a prescrição de seu direito de pedir a restituição, e que mostrará a sua inocorrência no caso. Alega que conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, nos casos de lançamento por homologação, o prazo prescricional é cinco contados a partir da homologação tácita, ou seja, de dez anos contados a partir do fato gerador. Que o art. 3° da LC 118, de 2005 modificou, e não apenas interpretou o Código Tributário Nacional — CTN — e, assim, não pode ser aplicado aos pedidos apresentados anteriormente à entrada em vigor da dita lei, que ocorreu em 09/06/2005. Que, desse modo, o pedido foi apresentado dentro do prazo legal — 10 anos, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça — STJ, que declarou a inconstitucionalidade do art. 4% segunda parte, da LC n° 118, de 2005, que determina a aplicação retroativa de seu art. 3°. Ainda, alega que o ajuizamento do Mandado de Segurança importou em causa interruptiva da prescrição, nos termos do artigo 172 e 173 do Código Civil de 1916, vigente à época. Uma vez que o trânsito em julgado da ação ocorreu em 30/05/2008, não há em que se falar em ocorrência do prazo prescricional, uma vez que este esteve interrompido até o referido trânsito em julgado. Continua, alegando que tem direito à restituição aos recolhimentos efetuados nos meses de março a junho de 1999, que se afiguram indevidos, uma vez que as únicas receitas auferidas pelo Requerente nesse período corresponderam a receitas financeiras e outras receitas não oriundas da venda de bens e prestação de serviços, estas as únicas passíveis de tributação pelo PIS e Cofins, conforme o provimento jurisdicional conquistado. Requer o conhecimento da manifestação, com a reforma da decisão recorrida e conseqüente deferimento do pedido de restituição. Assim, seguindo a marcha processual normal, a DRJ julgou improcedente o pleito de Reforma do Contribuinte, por entender, que o estaria prescrito, com a seguinte, que sintetiza os fundamentos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO O Data do fato gerador: 09/04/1999 DECADÊNCIA. INTERPRETAÇÃO. LEI ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO • Data do fato gerador: 10/03/1999 DECADÊNCIA. INTERPRETAÇÃO, LEI COMPLEMENTAR N° 118, DE 2005. Fl. 137DF CARF MF 4 O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso de prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito tributário que, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, ocorre no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1° do art. 150 do CTN. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditórío Não Reconhecido Inconformada com r. julgado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, requerendo reforma por entender: a) que o prazo de prescrição é de 10 anos, pois, se trata de lançamento por homologação; b) que houve alteração do prazo prescricional com e entrada em vigor da Lei Complementar 118/05, que ocorreu em 09 de junho de 2005; c) que seu pleito é anterior a data da entrada em vigor da LC 118/05; d) pede reunião de demais processos; É o relatório. Voto Conselheiro LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR O Recurso Voluntário preenche todos os requisitos e merece ser conhecido. Inicialmente é de considerar que a reunião dos processos por conexão é uma faculdade nos termos do art. do Art. 6., §1º, I, Anexo II do RICARF. Ademais, compulsando o sítio eletrônico do CARF, verificase que alguns processos indicados pelo Contribuinte já foram julgados nesse CARF, assim, não existindo qualquer prejudicialidade na ausência de conexão dos presentes autos. Deste modo, não merece prosperar o pleito do Contribuinte em razão do pedido de conexão. É de se trazer a baila que o pleito do Contribuinte é o Pedido de Restituição (PER) de COFINS pago a maior no período de Fevereiro de 1999, requerido em 08/06/05. Ocorre que a DRF e a DRJ compreenderam que a prescrição para pleitear o PER era de 05 (cinco) anos do pagamento, e não da homologação tácita, que tal fundamentação estaria disposto no art. 3º. da LC 118/05. Contudo, sem mais digressões, é de notório conhecimento que a LC 118/05, inovou em razão da contagem da prescrição, existindo grande debate sobre o termo inicial da aplicação do prazo quinquenal da prescrição ao invés do decimal. Contudo, o assunto encontra se sumulado com efeito vinculante por este CARF, vejamos: Súmula CARF nº 91 Fl. 138DF CARF MF Processo nº 13851.000688/200571 Acórdão n.º 3201004.234 S3C2T1 Fl. 138 5 Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. De tal sorte, devese afastar a prescrição do presente caso, uma vez, que não decorreu o período de 10 (dez) anos do lançamento, e o pleito sendo anterior a 09/06/05, ressaltase que nos termos do Art. 75, § 2º, Anexo II, do RICARF, a mencionada súmula encontrase com efeito vinculante. Diante disso, devese ser anulado o Despacho Decisório para afastar a prescrição. Concluo, o voto é no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para que a unidade preparadora, ultrapassada a questão preliminar, aprecie o mérito do litígio LAÉRCIO CRUZ ULIANA JUNIOR Relator (assinado digitalmente) Fl. 139DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35373.000009/2007-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Oct 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005
RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindo-se valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda.
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO.
Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Numero da decisão: 2402-006.418
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior.
Nome do relator: MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindo-se valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA INFERIOR AO ESTABELECIDO EM PORTARIA DO MINISTRO DA FAZENDA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de recurso de ofício cujo crédito exonerado, incluindose valor principal e de multa, é inferior ao estabelecido em ato editado pelo Ministro da Fazenda. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. VIGÊNCIA. DATA DE APRECIAÇÃO. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Mario Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silva, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 37 3. 00 00 09 /2 00 7- 41 Fl. 1060DF CARF MF Processo nº 35373.000009/200741 Acórdão n.º 2402006.418 S2C4T2 Fl. 3 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018, proferido no âmbito do processo n° 19515.722966/201271, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de Recurso de Oficio manejado, por força de reexame necessário, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, tendo em vista que o crédito exonerado, principal e encargos de multa, relativos a contribuições previdenciárias de custeio, beneficio, terceiros e sanções pecuniárias, superava a época o valor de alçada estipulado no art. 1º da Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008. O valor objeto de exoneração é inferior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), vindo a julgamento apenas o Recurso de Oficio. É o relatório." Voto Conselheiro Mário Pereira de Pinho Filho Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018, proferido no âmbito do processo n° 19515.722966/201271, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, a seguir, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pelo Conselheiro Jamed Abdul Nasser Feitoza, digno relator da susodita decisão paradigma, reprisese, Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 03 de julho de 2018: Acórdão nº 2402006.333 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária “Antes de adentrar a análise do caso concreto, importa observar que o presente julgamento terá efeitos sobre lote repetitivo, eis que o caso em foco foi eleito como paradigma e terá seu resultado aplicado ao lote a que esta relacionado, nos termos do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Fl. 1061DF CARF MF Processo nº 35373.000009/200741 Acórdão n.º 2402006.418 S2C4T2 Fl. 4 3 Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 – RICARF. Admissibilidade. Tratase de Recurso de Oficio manejado, por força de reexame necessário, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, tendo em vista que, à época em que foi proferida a decisão de primeira instância administrativa, o crédito exonerado superava o valor de alçada estipulado estabelecido em ato próprio. De acordo com o I do art. 34 do Decreto nº 70.235/1972: Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão: I exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) II deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada à infração denunciada na formalização da exigência. § 1º O recurso será interposto mediante declaração na própria decisão. § 2° Não sendo interposto o recurso, o servidor que verificar o fato representará à autoridade julgadora, por intermédio de seu chefe imediato, no sentido de que seja observada aquela formalidade. (Grifouse) O colegiado a quo proferiu decisão em que julgou parcialmente procedente a impugnação, exonerando créditos relativos ao principal e encargos de multas em valor inferior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil de reais) Cabe ao colegiado julgar a admissibilidade do Recurso de Oficio e, constatandose que o crédito exonerado é inferior àquele que levaria o caso a um reexame necessário na atualidade, não conhecer de referido recurso. O limite referido está posto na Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. Fl. 1062DF CARF MF Processo nº 35373.000009/200741 Acórdão n.º 2402006.418 S2C4T2 Fl. 5 4 § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União. Art. 3º Fica revogada a Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. Ainda que à época do julgamento de primeira instância tal valor permitisse a interposição do Recurso de Oficio ora julgado, ao caso deve ser aplicado o limite de dispensa atualmente vigente, conforme entendimento consolidado neste Conselho, nos termos da Súmula CARF 103: Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Conclusão Ante ao exposto voto por não conhecer do Recurso de Oficio em razão de o crédito exonerado ser inferior ao limite estabelecido no art. 1º a Portaria MF nº 63, de 9 de fevereiro de 2017, aplicável ao caso conforme Súmula CARF 103. (assinado digitalmente) Jamed Abdul Nasser Feitoza” Conclusão Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Fl. 1063DF CARF MF
score : 1.0
