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Numero do processo: 19515.004392/2007-99
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Jan 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002,2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA.
Compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais a apreciação de recursos de divergência. Para que seja caracterizada divergência, é necessária a comprovação da existência de decisão em que outro colegiado, apreciando situação fática equivalente à do acórdão recorrido, tenha aplicado outro critério jurídico. Hipótese em que as decisões paradigma trazidas não apreciaram questão equivalente.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.735
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator
EDITADO EM: 11/02/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. Compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais a apreciação de recursos de divergência. Para que seja caracterizada divergência, é necessária a comprovação da existência de decisão em que outro colegiado, apreciando situação fática equivalente à do acórdão recorrido, tenha aplicado outro critério jurídico. Hipótese em que as decisões paradigma trazidas não apreciaram questão equivalente. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM: 11/02/2016 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 43 92 /2 00 7- 99 Fl. 1154DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 308 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 2202002.216, de 12 de março de 2013, no qual a 2a Turma Ordinária da Segunda Câmara da 2a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: (a) por unanimidade de votos negou provimento ao Recurso de Ofício e (b) por maioria de votos, negou provimento ao Recurso Voluntário. A seguir, encontrase reproduzida a ementa do acórdão recorrido: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário:2002, 2003 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA Para que os depósitos bancários de origem não comprovada sejam tributados como omissão de rendimentos, é necessário que a fiscalização comprove ser ele o efetivo titular, ou seja, o verdadeiro detentor dos recursos nela movimentados, caso contrário, descabe o lançamento.” Cabe registrar que o lançamento em questão referese à incidência do imposto de renda sobre depósitos bancários mantidos em conta do exterior, em decorrência da operação denominada Beacon Hill, tendo sido identificada uma conta corrente em nome de uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas (Adagio Investments Holdign Ltd.), com três pessoas físicas responsáveis pela movimentação, entre eles, o contribuinte fiscalizado. Informações e valores referentes à conta corrente foram encaminhadas à Secretaria da Receita Federal em decorrência de investigação financeira efetuada pelo MJ — Departamento de Policia Federal da Superintendência Regional no Estado do Paraná em determinadas contas bancárias no exterior que tiveram a quebra do sigilo bancário por força judicial. CPMI do Banestado Promotoria Distrital de Nova York contas mantidas no MTBCBC Hudson Bank. Foi requisitada a justificação de depósitos e o contribuinte alegou que outro titular da conta corrente bancária seria o responsável pelos valores depositados na conta, e que ele teria recolhido tributo sobre 0,33% dos valores, sob a alegação de que tratarseia de comissão. Foi apresentada declaração do outro titular nesse sentido, sem contudo ter sido apresentada documentação relativa às supostas operações (que teriam gerado as alegadas comissões), com identidade de datas e valores. Com base nos fatos acima, a fiscalização lavrou auto de infração, para constituição, de ofício, do crédito tributário, com os acréscimos legais. Fl. 1155DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 309 3 Em sede de impugnação, o contribuinte alegou o que segue. 1 Erro na identificação do responsável pelas operações que, em seu entendimento, seria o outro correntista. 2 Denúncia espontânea, realizada pelo outro correntista. 3 Irregularidade no Mandado de Procedimento Fiscal MPF, por falta de comunicação ao impugnante de sua prorrogação. 4 Erro na identificação do sujeito passivo, que seria a pessoa jurídica. 5 Erro no critério de lançamento, que deveria ser mensal. 6 Decadência parcial, em função da necessidade de apuração mensal do crédito tributário. 7 Insubsistência do auto de infração, em virtude de o ônus da Prova ser do fisco, de demonstrar que o contribuinte teria realizado as operações que resultaram nos depósitos bancários. 8 Insubsistência do lançamento por utilização indevida de presunções, por não ter sido provado que os sócios seriam os efetivos titulares da conta. 9 Falta de liquidez e certeza dos créditos, por cálculo equivocado da conversão dos dólares norteamericanos para reais. 10 Inaplicabilidade da presunção de omissão de rendimentos em depósitos bancários. 11 Impossibilidade de utilização da taxa Selic como juros moratórios. 12 Os depositantes de valores estariam identificados e que há também identificação de destinatários de valores, o que (a) demonstraria a intermediação de negócios e (b) afastaria a aplicação da presunção de omissão de rendimentos por depósito bancário de origem não identificada. A autoridade julgadora de primeira instância deu provimento em parte à impugnação para excluir do lançamento os valores (a) que foram relacionados pela autoridade lançadora na planilha 260 a 290 mas que não encontram correspondência nos documentos que compõem o anexo II do Laudo 1.552/2005 – INC de fls 374 a 700 e (b) que estão relacionadas no anexo II do Laudo, mas que não foram objeto de intimação para comprovação de origem pela autoridade lançadora. Assim, foram mantidas somente a operações objeto de intimação para comprovação de origem que têm correspondência com referido anexo II. Em virtude da exoneração, a autoridade julgadora de primeira instância recorreu de ofício ao CARF. O Contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual alega o que segue. 1 Erro na identificação do sujeito passivo, que em seu entendimento, seria o outro correntista. Fl. 1156DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 310 4 2 Denúncia espontânea realizada pelo outro correntista. 3 Erro na identificação do sujeito passivo, que seria a pessoa jurídica e equívoco na desconsideração da personalidade jurídica, por (a) não ter prova de que os sócios tenham agido com excesso de poderes, infração à lei, contrato social ou estatutos ou dissolução fraudulenta da sociedade e (b) falta de fundamentação para caracterização de interposta pessoa. 4 Inaplicabilidade da presunção de omissão de rendimentos em depósitos bancários, por dúvidas quanto ao responsável pelas operações e ao sujeito passivo. 5 Irregularidade no Mandado de Procedimento Fiscal MPF, por falta de comunicação ao impugnante de sua prorrogação. 6 Erro no critério jurídico do lançamento, em razão do regime de apuração do IRPJ ser mensal. 7 Decadência parcial do direito de o Fisco constituir o crédito tributário, em razão do critério de apuração mensal. 8 Insubsistência do lançamento pelas seguintes razões: valores que transitaram pela conta não seriam do Recorrente; uso indevido de presunções; falta de liquidez e certeza, necessários à constituição do crédito tributário, alegando que a própria decisão de primeira instância teria considerado o lançamento insubsistente em parte; e inaplicabilidade ao caso da presunção de omissão de receitas sobre depósitos bancários. 9 Ilegalidade da Taxa Selic. A Segunda Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento apreciou os recursos e (a) por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário e (b) por maioria de votos, deu provimento ao recurso de ofício. Entendeu ser inaplicável a presunção de omissão de receitas por depósitos bancários, pela falta de comprovação de que o contribuinte seria o efetivo titular, ou seja, o verdadeiro detentor dos recursos nela movimentados. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial, alegando divergência com o julgado nos acórdãos 280100.245 e 340200111. Argumenta que instruções probatórias equivalentes foram consideradas suficientes para vincular as pessoas físicas às movimentações bancárias, pelo fato de – em situações como essa – em que o lançamento decorre de operações feitas precisamente com o propósito de esconder sua real natureza e seus verdadeiros beneficiários, a prova é formada por um conjunto de elementos que convergem no sentido de revelar a ocorrência de fatos e envolver os agentes. O recurso especial da Fazenda Nacional foi admitido pela Presidente da 2ª Câmara da 2ª Seção do CARF. Fl. 1157DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 311 5 O contribuinte, em sede de contrarazões, alega (i) impossibilidade de rediscussão da matéria probatória e (ii) o caso apresenta a peculiaridade de outro correntista ter assumido toda a responsabilidade sobre as operações. Adicionalmente alega não ter havido prequestionamento pela Fazenda Nacional da matéria do recurso, qual seja, a força probante dos documentos que lastreiam o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Iniciando o voto pela análise do conhecimento do recurso especial, verifica se que ele é tempestivo. Em seguida, é importante delimitar o litígio em análise. Tratase do ônus probatório relativo à titularidade de recursos mantidos no exterior – à margem dos controles do sistema financeiro nacional – e, consequentemente, da legitimidade passiva do recorrido. No acórdão 2202002.216, objeto do presente Recurso Especial, o colegiado entendeu que as informações encaminhadas à Secretaria da Receita Federal em decorrência de investigação financeira efetuada pelo MJ Departamento de Policia Federal seriam insuficientes para comprovação da relação do fiscalizado com as operações e a conta corrente referidas. Nesse sentido, cabe reproduzir a ementa do acórdão: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. ILEGITIMIDADE PASSIVA Para que os depósitos bancários de origem não comprovada sejam tributados como omissão de rendimentos, é necessário que a fiscalização comprove ser ele o efetivo titular, ou seja, o verdadeiro detentor dos recursos nela movimentados, caso contrário, descabe o lançamento. Para melhor esclarecimento do critério utilizado para decidir, cabe colocar que o relator do acórdão ora recorrido, entendeu que a fiscalização deveria “ter se aprofundado um pouco mais nas investigações de sorte a comprovar que o Recorrente era o real beneficiário dos recursos.”. Nesse sentido, cabe reproduzir excertos do voto: No presente caso entendo que não foi comprovado através de documentação e provas que o Recorrente era o real beneficiário dos valores depositado na conta corrente da empresa Adagio Investiment Ltd. sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, mas sim mero representante dessa entidade. A autoridade lançadora baseouse para fundamentar o presente lançamento em provas nada conclusivas, extratos bancários, documentos de abertura das contas correntes, onde o Recorrente figura como mero diretor, não houve a demonstração clara e efetiva que os recursos de alguma forma beneficiaram o Recorrente, entendo que nesse caso a autoridade lançadora deveria ter se aprofundado um pouco mais nas investigações de sorte a Fl. 1158DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 312 6 comprovar que o Recorrente era o real beneficiário dos recursos. A recorrente alega que esse critério jurídico de distribuição do ônus da prova divergiu de outros julgados, em que os respectivos colegiados entenderam que – frente a situação similar – a prova seria suficiente para comprovar a titularidade e que caberia ao fiscalizado trazer prova em sentido contrário. Vejamos o que consta dos paradigmas indicados. 280100.245 excerto do voto: Em que pese que a Recorrente afirme não tem qualquer conhecimento sobre a empresa Beacon Hill Service Corporation, e que o lançamento ocorreu tendo por base em indícios, tal alegação não merece acolhida. Verificase nos autos, às folhas 170 e seguintes, que a Recorrente juntamente com seu cônjuge, Sr. Paulo Roberto Tannus Freitas, foram ordenantes de uma remessa ao exterior, de U$$ 50.000 (cinqüenta mil dólares) ,fis. 26, para serem creditados na conta de YORK NY 100223703, devidamente comprovados pelo Laudo de Exame Econômico Financeiro de Peritos Criminais Federais, fls. 27/34. Tais documentos diferentemente do que afirma a Recorrente não podem ser atribuídos como "mero indícios". 340200.111 excerto do voto vencedor: No caso das remessas de recursos para o exterior por intermédio do esquema Beacon Hill, conforme se extrai do modos operandi descrito no nos laudos da Polícia Federal acostados aos autos, o titular da disponibilidade financeira aparece como o beneficiário de transferência de recursos para o exterior, mais especificamente nos Estados Unidos, oriundos do Brasil. Conforme relatado, o nome do Contribuinte aparece como beneficiário em informação prestada por autoridades dos Estados Unidos que quebraram o sigilo dessas contas, conforme consta da transcrição feita pelo laudo das autoridades policiais brasileiras. É certo que não há nos autos nenhum documento ou registro oficial em que o Contribuinte aparece vinculado às operações em questão. É preciso considerar, entretanto, como já é notório, que essas operações, envolvendo a Beacon Hill para viabilizar a remessa de recursos ao exterior de forma ilícita, tiveram proporções gigantescas e foram realizadas precisamente com o propósito manter incógnitos os remetentes e/ou beneficiários, que só vieram a ser identificados depois de um minucioso trabalho de investigação da Polícia Federal Brasileira, em cooperação com autoridades americanas e que estão descritas nos vários relatórios e laudos emitidos por aquele órgão policial. Fl. 1159DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 313 7 Portanto, diante da natureza dessas operações, não se pode esperar que o lançamento tenha por base documentos e registros oficiais, comuns nas operações regulares, porém, em regra, inexistentes em operações feitas, precisamente, com o propósito de esconder sua real natureza e seus verdadeiros beneficiários. Em tais situações, a prova é formada por um conjunto de elementos que convergem no sentido de revelar a ocorrência de determinados fatos envolvendo certos agentes. Em que pese, nos paradigmas e no recorrido termos a discussão de transações no âmbito da operação Beacon Hill, e a discussão do critério de distribuição do ônus da prova, para análise da existência de divergência, é importante cotejar o recorrido com cada paradigma. De plano, verificase que os paradigmas não discordam do recorrido, no sentido da necessidade da comprovação da titularidade dos recursos, ainda que por meio de conjunto de elementos que revelem a ocorrência do fato gerador e seus agentes. Com relação aos paradigmas, há diferenças fáticas que impossibilitam a verificação de divergência: no recorrido há prova de valores depositados em conta corrente de titularidade de uma pessoa jurídica, cuja responsabilidade foi atribuída aos respectivos sócios; no primeiro paradigma há prova de envio remessa de valores para o exterior, com identificação do remetente / ordenante pessoa física. no segundo paradigma há prova de envio remessa de valores para o exterior, com identificação do beneficiário final pessoa física. Para que se configurasse divergência de critérios jurídicos, seria necessário que a recorrente trouxesse aos autos um acórdão paradigma em que houvesse uma empresa como beneficiária da operação e a imputação da responsabilidade a seus sócios fosse considerada correta. Em vista do Exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1160DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 19515.004392/200799 Acórdão n.º 9202003.735 CSRFT2 Fl. 314 8 Fl. 1161DF CARF MF Impresso em 16/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/02/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 10320.000824/2010-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVA. TRÂNSITO EM JULGADO. FILIADOS DA ASSOCIAÇÃO AUTORA PERTENCENTE A OUTRA JURISDIÇÃO. EXTENSÃO DA COISA JULGADA PARA ALÉM DOS LIMITES TERRITORIAIS DO JUÍZO PROLATOR. IMPOSSIBILIDADE.
1. O art. 2º-A da Lei nº 9.494, de 1997, ao modificar o art. 16 da Lei nº 7.347, de 1985, trouxe a tempestiva limitação geográfica para o provimento judicial, estabelecendo sua força apenas no território do órgão prolator.
2. O fato de o Mandado de Segurança Coletivo ter sido impetrado antes da referida mudança legislativa não tem o condão de mudar os limites territoriais da coisa julgada em sede desta demanda coletiva, isso porque a inovação legal é meramente declaratória, uma vez que os limites da decisão estão diretamente ligados à competência jurisdicional, que já era definida pela Constituição.
MULTA DE OFÍCIO. PROCEDIMENTO EM CONSÔNCIA COM INTERPRETAÇÃO FISCAL EXARADA EM DECISÃO DE ÚLTIMA INSTÂNCIA. FATOS GERADOS ANTERIORES A DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O contribuinte que age de acordo com interpretação fiscal constante de decisão irrecorrível de última instância administrativa, proferida em processo fiscal, seja ou não parte o interessado, somente está dispensado da multa de ofício somente se a decisão for proferida antes da ocorrência dos fatos geradores do imposto lançado.
Recurso de Ofício Provido em Parte. Recurso Voluntário Negado.
Se constatada no âmbito do procedimento fiscal, a falta de recolhimento do IPI configura infração sancionada com a multa de ofício normal, com o percentual de 75% (setenta e cinco por cento).
Numero da decisão: 3302-002.918
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso de Ofício, para restabelecer a glosa dos créditos "fictos" do IPI relativo ao período não alcançado pela decadência, entre 21/12/2004 a 31/12/2005 (3º decêndio 2004 ao 3º decêndio de 2005), vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho e a Conselheira Lenisa Prado, que negavam provimento. Por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário, vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho e a Conselheira Lenisa Prado, que davam provimento. Fizeram sustentação oral o Dr. Antônio Carlos Garcia de Souza - OAB 48.955 - RS, patrono da contribuinte, e a Drª Bruna Garcia Benevides, representante da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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MANUTENÇÃO DE CRÉDITOS FICTOS DO IPI. IMPOSSIBILIDADE. Por falta de previsão legal, são insuscetíveis de apropriação na escrita fiscal os créditos fictos do IPI, calculados sobre insumos isentos industrializados na Zona Franca de Manaus (ZFM), por estabelecimentos com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus. INSUMOS DESONERADOS DO IMPOSTO. DIREITO A APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Somente são passíveis de aproveitamento na escrita fiscal do contribuinte os créditos do IPI concernentes a insumos onerados pelo imposto na operação de aquisição ou entrada no estabelecimento industrial. REDUÇÃO DA ALÍQUOTA DO IPI. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. IMPOSSIBILIDADE. Até advento do RIPI/2010, a redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota do IPI dos refrigerantes e refrescos, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, estava condicionada ao prévio reconhecimento por ato declaratório expedido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL DO PRAZO DE DECADÊNCIA. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE. POSSIBILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 00 08 24 /2 01 0- 09 Fl. 1964DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 2 Nos casos em que não houve pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo quinquenal de decadência do direito de constituir o crédito tributário contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. REDUÇÃO AO PERCENTUAL NORMAL. POSSIBILIDADE. 1. A imposição de multa de ofício qualificada no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento) somente é cabível nas situações em que haja comprovação do evidente o intuito fraude, mediante ação ou omissão dolosa do contribuinte. 2. Na ausência de comprovação das condutas qualificadoras, o percentual da multa de ofício qualificada deve ser reduzido ao percentual normal de 75% (setenta e cinco por cento). MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IPI. PERCENTUAL NORMAL. CABIMENTO. Se constatada no âmbito do procedimento fiscal, a falta de recolhimento do IPI configura infração sancionada com a multa de ofício normal, com o percentual de 75% (setenta e cinco por cento). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVA. TRÂNSITO EM JULGADO. FILIADOS DA ASSOCIAÇÃO AUTORA PERTENCENTE A OUTRA JURISDIÇÃO. EXTENSÃO DA COISA JULGADA PARA ALÉM DOS LIMITES TERRITORIAIS DO JUÍZO PROLATOR. IMPOSSIBILIDADE. 1. O art. 2ºA da Lei nº 9.494, de 1997, ao modificar o art. 16 da Lei nº 7.347, de 1985, trouxe a tempestiva limitação geográfica para o provimento judicial, estabelecendo sua força apenas no território do órgão prolator. 2. O fato de o Mandado de Segurança Coletivo ter sido impetrado antes da referida mudança legislativa não tem o condão de mudar os limites territoriais da coisa julgada em sede desta demanda coletiva, isso porque a inovação legal é meramente declaratória, uma vez que os limites da decisão estão diretamente ligados à competência jurisdicional, que já era definida pela Constituição. MULTA DE OFÍCIO. PROCEDIMENTO EM CONSÔNCIA COM INTERPRETAÇÃO FISCAL EXARADA EM DECISÃO DE ÚLTIMA INSTÂNCIA. FATOS GERADOS ANTERIORES A DECISÃO. IMPOSSIBILIDADE. O contribuinte que age de acordo com interpretação fiscal constante de decisão irrecorrível de última instância administrativa, proferida em processo fiscal, seja ou não parte o interessado, somente está dispensado da multa de ofício somente se a decisão for proferida antes da ocorrência dos fatos geradores do imposto lançado. Recurso de Ofício Provido em Parte. Recurso Voluntário Negado. Fl. 1965DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.965 3 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros Colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao Recurso de Ofício, para restabelecer a glosa dos créditos "fictos" do IPI relativo ao período não alcançado pela decadência, entre 21/12/2004 a 31/12/2005 (3º decêndio 2004 ao 3º decêndio de 2005), vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho e a Conselheira Lenisa Prado, que negavam provimento. Por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário, vencidos os Conselheiros Domingos de Sá Filho e a Conselheira Lenisa Prado, que davam provimento. Fizeram sustentação oral o Dr. Antônio Carlos Garcia de Souza OAB 48.955 RS, patrono da contribuinte, e a Drª Bruna Garcia Benevides, representante da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o relatório integrante do acórdão primeiro grau, que segue transcrito: Trata o presente processo de Auto de Infração [fls. 5/30] lavrado contra a empresa acima identificada, em que foi lançado IPI referente aos anos de 2004 e 2005, em decorrência de haver a Unidade detectado a utilização indevida de créditos referentes à aquisição de insumos isentos oriundos da Zona Franca de Manaus (ZFM), além de redução irregular do imposto a ser pago nas saídas dos seus produtos, considerando a inexistência de Ato Declaratório da Receita Federal amparando tal conduta. 2. Foi ainda aplicada multa de ofício no percentual de 150%, por entender a Autoridade Fiscal que a empresa incorreu em condutas que configuram tipos suscetíveis de sanção na esfera penal, resultando no crédito total de R$ 87.397.066,23, incluídos nesse valor o imposto, a multa proporcional e juros de mora. 3. Cientificada em 01.04.2010 (AR fl. 857) a interessada apresentou, tempestivamente, em 28.04.2010, impugnação (fls. 860/892) na qual, em síntese, alega: a) Decadência do lançamento referente aos períodos anteriores a 01.04.2005, ressaltando entendimento de que seria irrelevante a existência de antecipação do imposto para enquadramento da Fl. 1966DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 4 hipótese do § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional (CTN) Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966; b) Quanto à aquisição dos insumos, informa a existência de decisão transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal, em Mandado de Segurança Coletivo (MSC) impetrado pela Associação dos Fabricantes Brasileiros de CocaCola (ABFCC), “negando provimento ao recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão que concedera a segurança”, sendo assegurado o direito ao crédito do IPI nas aquisições da ZFM; c) Acrescenta que o Ministro Cezar Peluso, do STF, já reconheceu expressamente a existência e a aplicabilidade da coisa julgada formada no referido MSC a outra associada da ABFCC, suspendendo execução fiscal ajuizada para exigir o débito de IPI; d) Defende o direito do crédito referente à aquisição dos insumos isentos da ZFM, lembrando trataremse de produtos tributados cuja dispensa do pagamento constitui uma situação específica decorrente de incentivo regional, diferente das demais hipóteses de desoneração do imposto; e) Ressalta a vinculação da Administração ao entendimento do STF, por força do contido no art. 26A, § 6º, I, do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972 Processo Administrativo Fiscal (PAF), introduzido pela Lei nº 11.941, de 2009; f) Cita Acórdãos dos extintos Conselho de Contribuintes (Conselho de Contribuintes) e Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSFR) que, antes mesmo da alteração do PAF já reconheciam o direito ao crédito; g) Aduz que, ainda que superados os argumentos anteriormente citados, o direito ao crédito decorreria do disposto no art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975, que determina o direito ao crédito no caso de insumos fabricados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, por estabelecimentos localizados na Zona Franca de Manaus e cujos projetos tenham sido aprovados pela Suframa; h) No caso, a empresa fornecedora das matériasprimas faria jus ao benefício porque: “a) os produtos em questão foram elaborados com matériasprimas agrícolas ou extrativistas vegetais de produtor situado na Amazônia Ocidental e consta das notas fiscais que esses produtos são isentos nos termos do art. 82, iii, do RIPI/2002, conforme se verifica das notas, em anexo, referentes ao período de 2003 e 2007, uma vez que as notas do período em questão estão em poder do fiscal (Doc. 12); b) foi elaborado parecer técnico n° 088/93SAPDEPRO, solicitado pela empresa fornecedora do concentrado para incorporar nova verticalização de insumo básico para refrigerante (açúcar líquido) em sua linha de produção, adquirindo parte das matériasprimas, principalmente açúcar mascavo e álcool, dos produtores da Amazônia Fl. 1967DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.966 5 Ocidental, mais especificamente do Estado do Amazonas e esse parecer dispõe expressamente que o concentrado e base para bebida, edulcorante e corante são abrangidos pelo benefício do art. 6° do DecretoLei n° 1.435/75 (Doc. 13) ; c) esse parecer foi aprovado pela Resolução do CAS n° 387/93, que implementou o projeto industrial de atualização da empresa fornecedora do concentrado e concedeu a esta o benefício previsto no DL n° 1.435/75 (Doc. 14) d) foi editada Declaração do Superintendente da SUFRAMA reconhecendo que a empresa fornecedora do concentrado faz jus ao benefício previsto no art. 6° do DL n° 1.435/75 (Doc. 15) e e) esse benefício foi confirmado pelo Parecer Técnico de Acompanhamento n° 035/97SAPDEPRODIPI, aprovado pelo DIPI e pelo DEPRO em 13.05.1997 (Doc. 16).” i) Cita decisão da 2ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes em caso análogo – Acórdão nº 202.15.304 (sessão de 01.12.2003); j) Ainda com respeito aos créditos, afirma que o lançamento deve ser improcedente em função dos dispositivos citados pela Fiscalização não autorizarem a glosa; k) Relativamente à redução de cinqüenta por cento nas alíquotas dos produtos fabricados, aponta inicialmente erro no cálculo feito pela Fiscalização, tendo sido exigida diferença em razão da redução na alíquota de todos os produtos e não apenas naqueles classificados no código 2202.10.00 da TIPI; l) Em seguida, afirma que, segundo o Decreto que dispunha sobre a Tipi na época dos fatos, o importante para o gozo da redução seria que os produtos atendessem aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e estivessem registrados no órgão competente desse Ministério, tratandose de benefício fiscal objetivo, relacionado com o produto sem levar em conta a PJ que o industrializa; m) Acrescenta: “O Ato Declaratório a que o art. 65, I, do RIPI/02 faz referência (ao qual se deteve a AUTORIDADE para justificar a autuação), como, aliás, indicado no seu próprio nome, tem sempre natureza declaratória e não constitutiva; portanto, sua ausência não desnatura a isenção objetiva, salvo se a autoridade tivesse provado que o produto é diverso daquele registrado no MAPA, ou seja, o referido Ato Declaratório visa tãosomente propiciar a verificação prévia, por parte das autoridades fiscais, do cumprimento pelo contribuinte dos requisitos objetivamente previstos na Fl. 1968DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 6 NC 221 da TIPI, mas não é requisito para o produto fazer jus à referida redução de 50% na alíquota do IPI.”; n) Cita decisão do Conselho de Contribuintes nesse sentido; o) Defende a inaplicabilidade da multa qualificada, uma vez que não caberia tal qualificação por infrações praticadas “em tese”, sendo esse termo utilizado pelo Fiscal na descrição dos fatos do AI. Cita julgados administrativos nesse sentido; p) Por fim, requer o cancelamento do Auto de Infração. 4. Remetido o processo para julgamento, esta Turma da DRJ/Belém, entendendo existir o direito ao crédito decorrente das aquisições de insumos com isenção, conforme art. 6º do Decretolei nº 1.435, de 1975, e considerando a alegação da impugnante de que teriam sido consideradas no lançamento reduções não realizadas (produtos “cocacola e sabores”), decidiu, por unanimidade, remeter o processo em diligência (Resolução de fls. 1290/1295) para: “a) Confirmar se foram utilizados no lançamento valores do IPI incidentes nas saídas de produtos que não haviam usufruído da redução do imposto; b) Caso positivo, refazer os cálculos referentes aos débitos, apurando os valores indevidamente reduzidos; c) Refazer o ‘Demonstrativo de Apuração do IPI Conforme a Legislação’ (fls. 54/61), utilizando os créditos relativos às aquisições da Recofarma e os novos valores dos débitos apurados na forma das letras ‘a’ e ‘b’ acima; d) Apresentar quaisquer outras informações e anexar outros documentos que considere úteis ou necessários ao julgamento do presente feito;” 5. Em cumprimento, a Unidade de origem, após intimar a empresa a apresentar os documentos necessários à análise, expediu o Termo de fls. 1477/1493, através do qual, em síntese, informa haver refeito os cálculos referentes aos débitos, anexando os demonstrativos. Além disso, em que pese não ter sido feita referência direta no documento, foram considerados os créditos apurados pela empresa, conforme demonstrativos anexados (fls. 1469/1476). 6. A Fiscalização também teceu comentários acerca da decadência alegada na impugnação e defendeu a inexistência do direito ao crédito decorrente de aquisições com isenção, considerando que isso iria de encontro ao incentivo da área de exceção e aos fundamentos da nãocumulatividade previstos na Constituição e no CTN. Para ilustrar esse último caso, cita uma série de decisões administrativas desta Turma e judiciais, no sentido de que não existe direito ao crédito em aquisições não tributadas. 7. Argumenta ainda que a decisão judicial que garante o direito à empresa de utilizar créditos nas aquisições da Recofarma não alcançaria o presente caso, tendo em vista que os pedidos de Fl. 1969DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.967 7 ressarcimento/declarações de compensação dos quais decorreram o presente lançamento não foram fundamentados na mesma, inexistindo habilitação prévia do crédito. 8. Cientificada em 09.05.2011, a impugnante apresentou manifestação em 18.05.2011 (fls. 1505/1537), onde reitera seus argumentos relativos à decadência, possibilidade de redução do imposto e utilização dos créditos, sendo que, nesse último caso, entende que sendo mantido o lançamento, não poderão ser cobrados multa e juros por haver a empresa observado ato normativo da Suframa (art. 100 do CTN). Repele também a qualificação da multa proporcional. 9. De volta à DRJ/Belém, o processo precisou novamente retornar à Unidade de origem, através do Despacho nº 129, de fls. 1560/1562, para que fossem ajustados os demonstrativos de fls. 1469/1476, com a utilização de períodos de apuração decendiais, vigentes no período lançado para o caso das bebidas do Capítulo 22 da Tipi. 10. Feitos os ajustes requeridos (Demonstrativos de fls. 1589/1596), conforme Relatório de fls. 1751/1752, o processo retorna para julgamento. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 1762/1779), em que, por unanimidade de votos, o lançamento foi considerado procedente em parte e mantido crédito tributário no valor total de R$ 6.830.958,04 (principal + multa proporcional de 75%), com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 AMAZÔNIA OCIDENTAL. CRÉDITO. Por expressa disposição legal, estão isentos do IPI os produtos elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem pecuária, por estabelecimentos localizados na Amazônia Ocidental com projeto aprovado pela Suframa. Tais produtos gerarão crédito do imposto, calculado como se devido fosse, sempre que empregados, como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, na industrialização, em qualquer ponto do território nacional, de produtos efetivamente sujeitos ao pagamento do referido imposto. REDUÇÃO. Até a edição do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, RIPI/2010, a redução de cinquenta por cento as alíquotas do IPI relativas aos refrigerantes e refrescos, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e estejam registrados no órgão competente desse Fl. 1970DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 8 Ministério, não era auto aplicável, dependendo da expedição de ato declaratório da Receita Federal para seu usufruto. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2004, 2005 DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. As decisões administrativas e judiciais trazidas pelo sujeito passivo não podem ser estendidas genericamente a outros casos, eis que somente se aplicam sobre a questão em análise e apenas vinculam as partes envolvidas naqueles litígios. MULTA DE OFÍCIO. AGRAVAMENTO. IMPROCEDÊNCIA. O agravamento da multa somente pode ocorrer quando a autoridade fiscal provar de modo inconteste, por meio de documentação acostada aos autos, o dolo por parte do contribuinte. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Em 7/3/2013, a interessada foi cientificada da decisão de primeira instância (fls. 1802/1803). Inconformada, em 1/4/2013, protocolou o recurso voluntário de fls. 1827/1838, no qual reafirmou as razões de defesa aduzidas na peça impugnatória, em relação a: a) decadência parcial do crédito tributário lançado, relativo ao período 1/1/2005 a 1/4/2005; e b) redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota do IPI devido, relativa aos produtos classificados no código TIPI 2202.10.00 (refrigerantes e refrescos contendo suco de fruta ou extrato de semente de guaraná). Por ter exonerado crédito superior ao limite de alçada, em conformidade com o disposto no art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, combinado com estabelecido na e Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, o Presidente da Turma de Julgamento de primeiro grau, de ofício, recorreu da referida decisão. Em 13/10/2014, por meio da petição de fls. 1906/1910, a autuada solicitou a conversão do julgamento em diligência, para que a SUFRAMA informasse se a empresa fornecedora do concentrado (a pessoa jurídica RECOFARMA) cumpria, ou não, os requisitos estabelecidos nos atos do citado Órgão e se permanecia em vigor o beneficio concedido do art. 6o do Decretolei 1.435/1975. Em 11/11/2014, por intermédio da petição de fls. 1931/1933, a recorrente trouxe à colação dos autos (fls. 1936/1937) cópia da Resolução do Conselho de Administração da SUFRAMA (CAS) 406/2002, que trata da concessão dos incentivos previstos nos arts. 7º e 8º do Decretolei 288/1967 e no art. 6o do Decretolei 1.435/1975 (base legal do art. 82, III, do RIPI/2002), para os produtos concentrados, base e edulcorantes para bebidas não alcoólicas fabricados pela pessoa jurídica RECOFARMA. Segundo a recorrente, a referida Resolução afastava qualquer discussão levantada por este Colegiado quanto à concessão, ou não, do benefício fiscal, previsto no art. 6o do Decretolei 1.435/1975, aos concentrados para bebidas não alcoólicas fabricados pela Fl. 1971DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.968 9 RECOFARMA. Não obstante, caso houvesse qualquer dúvida a respeito, requereu a recorrente que o presente julgamento fosse convertido em diligência para que o Conselho de Administração da SUFRAMA (CAS), órgão detentor da competência para concessão do benefício fiscal em questão, esclarecesse se, no período objeto desta autuação, fora concedido o citado benefício fiscal, instituído no art. 6o do DL 1.435/1975, aos concentrados de bebidas fabricados pela RECOFARMA, indicando as respectivas resoluções. Na Sessão de 12 novembro de 2014, por meio da Resolução n° 3102000.328 (fls. 1939/1947), o julgamento foi convertido em diligência, para que a Fazenda Nacional fosse cientificada dos documentos de fls. 1931/1937 e, querendo, apresentasse manifestação, no prazo de 30 (trinta) dias. Dentro do prazo estabelecido, por meio da petição de fls. 1952/1962, em síntese, alegou a Fazenda Nacional que, por não se tratar de fato novo e de documento superveniente, a autuada não poderia, neste momento do processo, apresentar a Resolução CAS 406/2002, por força de preclusão determinada no § 4º, e alíneas, e § 5º do art. 16 do Decreto 70.235/1972. Todavia, ainda que admitida a análise da citada Resolução, tal documento não tinha o condão de infirmar o trabalho realizado pela fiscalização tampouco levar à conclusão no sentido de manter a decisão recorrida, pelas seguintes razões: a) embora as notas fiscais de venda emitidas pela Recofarma indicassem as isenções previstas no art. 69, II, e no art. 82, III, ambos do RIPI/2002, para o reconhecimento dos créditos admitidos no art. 175 do RIPI seria indispensável que a recorrente demonstrasse que, de fato, os insumos adquiridos com isenção atendiam as exigências do art. 82, III, do RIPI/2002, ou seja, que foram utilizados, pela vendedora Recofarma, na produção dos citados insumos (concentrados para fabricação de refrigerantes) matérias primas agrícolas ou extrativas vegetais de produção regional, o que não ocorreu nos presentes autos; b) a aprovação de projeto pelo CAS era apenas uma das condições para o gozo do incentivo, o que não se confundia com o reconhecimento da isenção, de modo que, aprovado o projeto, a isenção somente se concretizava se obedecidas as demais condições do art. 6º do Decretolei 1435/1972 (matriz legal do art. 82, III, do RIPI/2002), conforme declarado na própria Resolução, que determina como condição para gozo do benefício que seja utilizada matéria prima agrícola ou extrativa vegetal na elaboração do citado concentrado, sob pena de cancelamento da isenção; e c) o alcance da referida isenção limitavase apenas aos produtos elaborados com matérias primas, o que excluiria os produtos intermediários ou materiais de embalagem de produção regional. Nesse sentido, a própria contribuinte informara que a Recofarma não utilizava matérias primas de produção regional em seu processo industrial de fabricação do concentrado para refrigerantes, mas sim do corante caramelo, que era produto intermediário/industrializado, elaborado a partir do açúcar e do álcool, também intermediários/industrializados e que, portanto, não eram matérias primas agrícolas ou extrativas vegetais de produção regional. É o relatório. Voto Fl. 1972DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 10 Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O recurso de ofício trata de matéria da competência deste Colegiado e foi interposto na forma da legislação de regência, logo, também deve ser conhecido. I Da Apreciação do Recurso de Ofício A matéria objeto do recurso de ofício diz respeito à exoneração da parcela do crédito tributário atinente: a) ao cancelamento dos valores dos débitos do IPI lançados relativos aos decêndios do ano de 2004 (exceto o último decêndio do mês de dezembro), em face da decadência do direito de lançar; b) ao reconhecimento do direito aos créditos do IPI, relativos às aquisições de insumos isentos, nos termos do art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 16 de dezembro de 1975; c) à exclusão da parcela do valor dos débitos que não foram objeto de redução (providência já adotada nas diligências); e d) redução da multa qualificada de 150% (cento e cinquenta por cento) para 75% (setenta e cinco por cento). Da decadência parcial dos créditos tributários lançados. Na decisão recorrida, a Turma de Julgamento de primeiro grau considerou extintos pela decadência os débitos do IPI com fatos geradores ocorridos até 20 de dezembro 2004 (2º decêndio do mês de dezembro de 2004), com base no argumento de que a contagem do prazo decadencial darseia nos termos do art. 173, I, do CTN, uma vez que, no referido período, não houve pagamento antecipado do referido imposto. Essa decisão não merece reparo, pois está em consonância com o entendimento deste Relator. Com efeito, a regra de contagem do prazo decadencial dos tributos sujeitos à lançamento por homologação, prevista no art. 150, § 4º, do CTN, somente se aplica nos casos em que há pagamento antecipado do tributo. E o IPI, por ser tributo sujeito a lançamento por homologação, está sujeito a esse critério de contagem. Assim, na ausência de pagamento do IPI do citado período, a norma que rege a contagem do prazo decadencial do direito de lançar é aquela definida no art. 173, I, do CTN, que determina que o termo inicial deve ser contado a partir do “primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”. No caso em tela, é incontroverso que não houve pagamento do IPI no período da autuação. Dessa forma, com base no referido comando legal, em relação aos fatos geradores do IPI ocorridos até o dia 20/12/2004 (2º decência do mês de dezembro de 2004), o prazo decadencial teve início em 1/1/2005 e término em 31/12/2009, portanto, na data da conclusão do lançamento, que aconteceu em 1/4/2010, com a ciência da autuada da autuação em apreço, inequivocamente, tais débitos já estavam extintos em razão do transcurso do prazo quinquenal de decadência. Dessa forma, no entendimento deste Relator, a decisão de primeiro grau aplicou, com correção, a regra de contagem do prazo decadencial aplicável aos débitos do IPI objeto da autuação em apreço, portanto, não merece qualquer reparo. Do reconhecimento do direito aos créditos calculados sobre os valores dos insumos adquiridos com isenção. Fl. 1973DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.969 11 Inicialmente, é pertinente esclarecer que a fiscalização e a Turma de Julgamento de primeira instância basearamse em preceitos legais distintos para, respectivamente, (i) proceder a glosa o valor dos créditos do IPI calculados sobre o valor dos insumos isentos do IPI (concentrados para fabricação de refrigerantes), adquiridos da pessoa jurídica Recofarma Indústria do Amazonas Ltda., e (ii) restabelecer o direito de a recorrente aos créditos calculados sobre o referido insumo. Com efeito, de acordo com o item 1 do Termo de Verificação Fiscal colacionado aos autos (fls. 31/33), a fiscalização fundamentou a glosa dos referidos créditos do IPI apropriados pela recorrente, com base no argumento de que não gerava crédito do IPI os insumos adquiridos com a isenção do art. 69, II, do Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002 (RIPI/2002), a seguir transcrito: Art. 69. São isentos do imposto (Decretolei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, art. 9º, e Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, art. 1º): [...] II os produtos industrializados na ZFM, por estabelecimentos com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus SUFRAMA, que não sejam industrializados pelas modalidades de acondicionamento ou reacondicionamento, destinados a comercialização em qualquer outro ponto do Território Nacional, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros e produtos de perfumaria ou de toucador, preparados ou preparações cosméticas, salvo quanto a estes (posições 33.03 a 33.07 da TIPI) se produzidos com utilização de matériasprimas da fauna e flora regionais, em conformidade com processo produtivo básico; e [...] (grifos não originais) Por sua vez, a Turma de Julgamento a quo fundamentou a sua decisão no sentido de reconhecer o direito de a recorrente apropriarse dos questionados créditos, com base no entendimento de que tais insumos estavam contemplados com a isenção prevista no art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975, que, no RIPI/2002, vigente no período da autuação, encontravase regulamentado nos arts. 82, III e 175, a seguir transcritos: Art. 82. São isentos do imposto: [...] III os produtos elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exclusive as de origem pecuária, por estabelecimentos industriais localizados na Amazônia Ocidental, cujos projetos tenham sido aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA, excetuados o fumo do Capítulo 24 e as bebidas alcoólicas, das posições 22.03 a 22.06 e dos códigos 2208.20.00 a 2208.70.00 e 2208.90.00 (exceto o Ex 01) da TIPI (Decretolei nº 1.435, de 1975, art. 6º, e Decretolei nº 1.593, de 1977, art. 34). [...] Fl. 1974DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 12 Art. 175. Os estabelecimentos industriais poderão creditarse do valor do imposto calculado, como se devido fosse, sobre os produtos adquiridos com a isenção do inciso III do art. 82, desde que para emprego como MP, PI e ME, na industrialização de produtos sujeitos ao imposto (Decretolei nº 1.435, de 1975, art. 6º, § 1º). Da simples leitura dos referidos preceitos legais, percebese uma diferença relevante entre os efeitos da isenção neles prevista. De fato, na primeira modalidade de isenção, não há previsão legal de geração de crédito, como se devido fosse (crédito presumido ou ficto), do IPI para o estabelecimento industrial que utilizar os respectivos produtos isentos, industrializados na ZFM, como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, na industrialização dos seus produtos. Ao passo que na segunda modalidade de isenção, há previsão legal expressa de apropriação de crédito presumido ou ficto do IPI para o estabelecimento industrial que utilizar os insumos isentos, elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, como matériasprimas, produtos intermediários ou materiais de embalagem, na industrialização, em qualquer ponto do território nacional, de produtos sujeitos ao pagamento do referido imposto. Em suma, se os insumos adquiridos pela recorrente atendessem os requisitos da isenção prevista no art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975, ou nos preceitos veiculados nos arts. 82, III e 175 do RIPI/2002, certamente, estaria superada a falta de previsão legal do direito ao crédito presumido em questão. Acontece que em relação a essa modalidade de isenção, três condições cumulativas são necessárias para que o estabelecimento adquirente possa se apropriar do crédito presumido ou ficto do IPI, a saber: a) o estabelecimento industrial fornecedor do insumo esteja localizado na Amazônia Ocidental; b) os projetos de produção dos referidos insumos tenham sido aprovados pelo Conselho de Administração da SUFRAMA (CAS); e c) os insumos (MP, PI e ME) sejam elaborados com matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional. Em relação à primeira condição, é incontroverso que o estabelecimento industrial fornecedor, a pessoa jurídica Recofarma, localizase no Estado do Amazonas, sabidamente pertence a Amazônia Ocidental. Portanto, encontrase atendida essa condição. A segunda condição também se encontra atendida por meio da Resolução do CAS 406/2002 (fls. 1936/1937), que trata da concessão dos incentivos previstos nos arts. 7º e 8º do Decretolei 288/1967 e no art. 6o do Decretolei 1.435/1975 (base legal do art. 82, III, do RIPI/2002), para os produtos concentrados, base e edulcorantes para bebidas não alcoólicas fabricados pela pessoa jurídica Recofarma. Por fim, no que tange à terceira condição, que não foi analisada pelo Colegiado prolator da decisão recorrida, não há nos autos qualquer prova de que fornecedora Recofarma tenha utilizado na fabricação do insumo vendido com isenção para recorrente matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional. No mesmo sentido, foi o entendimento da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara desta Seção exarado no julgamento do acórdão n° 3302001.790, cujo trecho relevante do voto condutor da decisão, da lavra do i. Conselheiro José Antonio Francisco, segue transcrito: Em relação ao mérito, como se esclareceu anteriormente, há duas matérias a serem analisadas sucessivamente. Fl. 1975DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.970 13 Quanto à primeira, de fato, conforme o relatório fiscal, ficou demonstrado que a fornecedora da Interessada não satisfaria às condições de creditamento da isenção específica (manutenção do crédito“como se devido fosse” crédito ficto). A Interessada alegou que teria seguido as determinações dos atos da Suframa. Entretanto, tal questão é irrelevante, uma vez que não se trata da hipótese prevista no regulamento e a isenção, com base no dispositivo específico citado no relatório, foi indevidamente utilizada pelo fornecedor. A respeito da questão, devese repetir o que concluiu a Primeira Instância: [...] Mesmo que essa conclusão seja passível de reparos, há a outra condição a ser considerada conjuntamente: na elaboração dos concentrados de refrigerantes a empresa Recofarma Indústria do Amazonas Ltda não utiliza matérias primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, exceto semente de guaraná na composição do concentrado de guaraná, condição essencial para fruição do beneficio fiscal previsto no dispositivo legal em questão. As matérias primas de produção regional utilizadas na produção de concentrados para refrigerantes, exceto o concentrado de guaraná, são o açúcar cristal e o álcool, que são produtos industrializados e não matérias primas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional, assim como relatado no Termo de Encerramento (fl. 288), “Observando a informação da própria empresa Recofarma acima descrita, verificamos que esta utiliza em sua produção produtos intermediários industrializados e não matériasprimas agrícolas e extrativas vegetais de produção regional. Ou seja, a empresa Recofarma não utiliza diretamente matérias primas de produção regional em seu processo industrial. Assim sendo, as saídas dos concentrados, de bebidas não alcoólicas, vendidos à empresa fiscalizada não poderiam ser objeto da isenção prevista no inciso III do artigo 82 do RIPI/2002.” 1 Dessa forma, com base nas mesmas razões consignada no voto em destaque, também aqui chegase a conclusão que os insumos adquiridos com isenção pela recorrente não atendem os requisitos para o gozo da isenção instituída no art. 6o do Decretolei 1.435/1975 (base legal do art. 82, III, do RIPI/2002), por essa razão, não faz jus à apropriação dos créditos sobre aquisição de tais insumos. Portanto, fica demonstrado que a isenção dos insumos adquiridos pela recorrente é a que se encontra prevista no art. 69, II, do RIPI/2002, a seguir transcrito: 1 CARF. 3ª Seção. 2ª Câmara. 2ª Turma Ordinária. Processo nº 10840.720039/201170. rel. Cons. José Antonio Francisco. j. 25.09.2012. Fl. 1976DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 14 Art. 69. São isentos do imposto (Decretolei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, art. 9º, e Lei nº 8.387, de 30 de dezembro de 1991, art. 1º): [...] II os produtos industrializados na ZFM, por estabelecimentos com projetos aprovados pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus SUFRAMA, que não sejam industrializados pelas modalidades de acondicionamento ou reacondicionamento, destinados a comercialização em qualquer outro ponto do Território Nacional, excluídos as armas e munições, fumo, bebidas alcoólicas e automóveis de passageiros e produtos de perfumaria ou de toucador, preparados ou preparações cosméticas, salvo quanto a estes (posições 33.03 a 33.07 da TIPI) se produzidos com utilização de matériasprimas da fauna e flora regionais, em conformidade com processo produtivo básico; e [...]. E para essa modalidade de isenção não há lei específica que permita a apropriação de crédito presumido do IPI por parte do estabelecimento industrial adquirente, conforme exige, o art. 150, § 6º, da CF/1988, o que impossibilita a apropriação dos créditos pretendidos pela recorrente. Dessa forma, se não há expresso amparo legal, esse Colegiado não tem competência para suprir a omissão legislativa ou reconhecer o referido benefício em razão de previsão constitucional decorrente da concessão de incentivos fiscais de natureza regional combinada com a aplicação do princípio da não cumulatividade do IPI, conforme entendimento consolidado na Súmula CARF nº 2. Nesse sentido, cabe consignar, por oportuno, que o direito de apropriação do crédito presumido em questão encontrase submetido ao rito da repercussão geral no STF, no âmbito do Recurso Extraordinário (RE) nº 592.891, que se encontra pendente de julgamento. Esse também foi o entendimento esposado, recentemente, pelos integrantes da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara e da 1ª Turma Ordinária desta 3ª Câmara, respectivamente, por meio dos acórdãos nºs 3403003.242 e 3301002.552, cujos enunciados das ementa, na parte pertinente à matéria em apreço, seguem transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 IPI. DIREITO DE CRÉDITO. AQUISIÇÃO DE MATÉRIA PRIMA ISENTA. ZONA FRANCA DE MANAUS. IMPOSSIBILIDADE. O Supremo Tribunal Federal já entendeu, no passado, pelo direito de crédito de IPI nas aquisições de matériasprimas isentas (RE 212.484), o que chegou a ser estendido às aquisições sujeitas à alíquota zero (RE 350.446), mas este entendimento foi posteriormente alterado, passando a mesma Corte a entender que não há direito de crédito em relação às aquisições não tributadas e sujeitas à alíquota zero (RE 370.682), depois estendendo o mesmo entendimento em relação às aquisições isentas (RE 566.819), de maneira que a jurisprudência atual é no Fl. 1977DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.971 15 sentido de que nenhuma das aquisições desoneradas dão direito ao crédito do imposto. Nada obstante o Supremo Tribunal Federal tenha reconhecido existir a Repercussão Geral especificamente em relação à aquisição de produtos isentos da Zona Franca de Manaus ZFM (Tema 322; RE 592.891), isto não equivale ao reconhecimento do direito de crédito, além de que, não pode este Tribunal Administrativo analisar a constitucionalidade das leis (Súmula CARF nº 1). Conjuntura dos fatos que autoriza a aplicação ao presente caso do entendimento do STF no RE 566.819, visto não haver decisão em contrário no RE 592.891. Precedente (Acórdão 3403003.050, Rel. Cons. Luiz Rogério Sawaya Batista, j. 22/07/2014). Recurso negado. 2 [...] ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 IPI. CRÉDITOS DE PRODUTOS ISENTOS. ZFM. Em regra, é inadmissível, por total ausência de previsão legal, a apropriação, na escrita fiscal do sujeito passivo, de créditos do imposto alusivos a insumos isentos, não tributados ou sujeitos a alíquota zero, uma vez que inexiste montante do imposto cobrado na operação anterior. A apropriação de crédito ficto ou presumido de IPI depende de autorização de lei específica a teor do que dispõe o § 6º do art. 150 da CF, o que não acontece no caso do presente processo. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido3 Outra questão que precisa ser enfrentada diz a respeito à competência da fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para analisar o cumprimento dos requisitos dos benefícios fiscais administrados pela SUFRAMA. Em relação a essa questão, é inequívoco que a fiscalização da RFB detém competência para verificar o cumprimento dos requisitos legais da isenção, conforme expressamente lhe assegura os arts. 176 a 179 do CTN. Aliás, nos termos do art. 37, XVIII, da CF, à RFB e aos seus “servidores fiscais” é atribuída, na forma da lei, competência para fiscalizar todos os requisitos atinentes à correta concessão e fruição de benefícios fiscais, inclusive com precedência sobre os demais órgãos administrativos. 2 CARF. 3ª Seção. 4ª Câmara. 3ª Turma Ordinária. Ac. 3403003.242, rel. Cons. Ivan Allegretti. j. 16.12.2014. 3 CARF. 3ª Seção. 3ª Câmara. 1ª Turma Ordinária. Ac. 3301002.552, rel. Cons. Andrada Márcio Canuto Natal. j. 29.01.2015. Fl. 1978DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 16 Já a SUFRAMA é atribuída, nos termos dos arts. 69, II, e 175 do RIPI/2002, competência para aprovar os citados benefícios fiscais e administrálos, sem excluir, obviamente, a competência da RFB para exercer suas atribuições legais de fiscalização a posteiori do cumprimento dos requisitos estabelecidos nos respectivos atos de aprovação do benefício. Em outros termos, à SUFRAMA, por meio do CAS, compete à aprovação dos benefícios fiscais referenciados. No entanto, essa aprovação não exclui a competência da fiscalização da RFB de verificar se os requisitos da isenção, fixados para cada benefício concedido, foram ou não cumpridos. Em relação à matéria, cabe ainda ressaltar que, ao apreciar controvérsias semelhante, atinente à competência da fiscalização da RFB para fiscalizar o cumprimento do regime drawback suspensão, a jurisprudência deste Conselho, consolidada por meio da Súmula CARF nº 100, adotou o mesmo entendimento aqui esposado, conforme se lê no enunciado segue transcrito: O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil tem competência para fiscalizar o cumprimento dos requisitos do regime de drawback na modalidade suspensão, aí compreendidos o lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento de beneficio, e a verificação, a qualquer tempo, da regular observação, pela importadora, das condições fixadas na legislação pertinente. Além disso, com base nessa conclusão, também fica demonstrado que não procede a alegação, suscitada pela recorrente, de que, se houvesse descumprimento dos requisitos da referida isenção, o tributo deveria ser cobrada da fornecedora Recofarma, pois, conforme anteriormente explicitado, a empresa fornecedora tem legitimidade para gozar da isenção, prevista no citado art. 9º do citado Decretolei n° 288, de 1967 (ou art. 69, II, do RIPI/2002), que se aplica à industrialização de insumo (MP, PI e ME) de qualquer origem, inclusive importado. E não há notícia nos autos de que ela descumprira quaisquer dos requisitos exigidos no citado preceito legal. Em outros termos, a fornecedora Recofarma não tinha legitimidade para usufruir da isenção instituída no art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975 (ou nos arts. 82, III e 175 do RIPI/2002), mas tinha para o gozo da isenção da art. 9º do citado Decretolei n° 288, de 1967 (ou art. 69, II, do RIPI/2002), que não assegura aos adquirentes o direito ao crédito ficto do IPI, calculado sobre os insumos aplicados na industrialização de produtos tributados pelo imposto. A recorrente alegou ainda que possuía decisão judicial, proferida no âmbito do Mandado de Segurança Coletivo (MSC) nº 96.02.060506, de autoria da Associação dos Fabricantes Brasileiros de CocaCola (ABFCC), a que é filiada recorrente (fl. 935), impetrado perante a Justiça Federal do Rio de Janeiro, que lhe assegurava o direito de aproveitamento dos créditos fictos do IPI, calculados sobre insumos isentos (concentrado de refrigerante) adquiridos do estabelecimento instalado na ZFM. Em relação a essa alegação, o nobre Relator do voto condutor do julgado recorrido manifestouse nos seguintes termos, in verbis: 20. De fato, em consulta ao sítio do TRF/2ª Região na internet, verificouse o trânsito em julgado, no dia 20.03.2000, da Apelação em Mandado de Segurança objeto do processo nº Fl. 1979DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.972 17 96.02.060506, que reconheceu o direito, conforme Acórdão de fl. 1.227. O trânsito deuse após a negativa de provimento a recurso extraordinário interposto pela Fazenda, sendo essa decisão mantida em agravo de instrumento apreciado pelo STF (fls. 1.247/1.253). Acontece que, o nobre Relator não aplicou, ao caso em tela, a referida decisão judicial, que reconhecera, em favor dos associados da ABFCC, o direito de crédito do IPI sobre insumos isentos, adquiridos de estabelecimentos industriais localizados na ZFM. Com efeito, conforme anteriormente explicitado, o nobre Relator entendeu que, “independentemente da discussão acerca da possibilidade ou não de aproveitamento de crédito nas aquisições sem pagamento do imposto de uma maneira geral”, os insumos adquiridos pela recorrente estavam amparados pela isenção do art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975 (ou nos arts. 82, III e 175 do RIPI/2002), que asseguravalhe o direito ao crédito ficto IPI, por expressa previsão legal. Assim, além da ausência de embasamento fático, o nobre Relator alterou a fundamentação jurídica do auto de infração e com base em novo preceito legal reconheceu o direito de a recorrente apropriarse dos referidos créditos fictos indevidamente apropriados. Acontece que, com base nas razões anteriormente aduzidas, ficou demonstrado que o entendimento externado pelo nobre Relator do voto condutor da decisão recorrida não procede, haja vista que os insumos adquiridos pela recorrente não atende os requisitos do art. 6º do Decretolei n° 1.435, de 1975, conforme anteriormente demonstrado. No que tange à alegação concernente à aplicação da referida decisão judicial ao presente caso, também não assiste razão à recorrente. A decisão judicial proferida no referido MSC tem efeitos apenas em relação aos associados da ABFCC domiciliados no Estado do Rio de Janeiro, uma vez que a decisão judicial foi prolatada pela Justiça Federal daquele Estado, portanto, não alcança a jurisdição da autuada, pertencente ao Estado do Maranhão. A não aplicação da referida decisão judicial em benefício da recorrente está embasada nas limitações do efeito da coisa julgada, determinada no art. 2ºA da Lei nº 9.494, de 1990, incluído pela Medida Provisória nº 2.18035, de 2001, que acrescentou nova redação ao art. 16 da Lei nº 7.347, de 1985. O referido preceito legal segue transcrito: Art. 2ºA: A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído pela Medida provisória nº 2.18035/ 01) Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar instruída com a ata da assembléia da entidade associativa que a autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus associados e indicação dos respectivos endereços. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.18035/ 01) Entretanto, a recorrente contesta os efeitos do preceito legal em destaque, sob argumento de que ele se aplicaria apenas às ações ajuizadas antes da sua vigência. Fl. 1980DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 18 Mais uma vez, sem razão a recorrente, especialmente tendo em conta o entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na recente Sessão plenária do dia 30/4/2014, no julgamento do Agravo Regimental na Reclamação nº 77781/SP, em que foi negada pretensão idêntica a da recorrente. De fato, tratase de demanda formulada pela agravante, Companhia de Bebidas Ipiranga, uma das filiadas da ABFCC, em que pleiteava a extensão dos efeitos da coisa julgada materializada no referido MSC, cujo enunciado da ementa restou assim redigido, in verbis: Agravo regimental em reclamação. 2. Ação coletiva. Coisa julgada. Limite territorial restrito à jurisdição do órgão prolator. Art. 16 da Lei n. 7.347/1985. 3. Mandado de segurança coletivo ajuizado antes da modificação da norma. Irrelevância. Trânsito em julgado posterior e eficácia declaratória da norma. 4. Decisão monocrática que nega seguimento a agravo de instrumento. Art. 544, § 4º, II, b, do CPC. Não ocorrência de efeito substitutivo em relação ao acórdão recorrido, para fins de atribuição de efeitos erga omnes, em âmbito nacional, à decisão proferida em sede de ação coletiva, sob pena de desvirtuamento da lei que impõe limitação territorial. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF. Tribunal Pleno. Rcl 7778 AgR. Rel. Min. Gilmar Mendes. j. 30.04.2014, DJe094, d. 16.05.2014, p. 19.05.2014) Para que não paire qualquer dúvida a respeito do alcance da citada decisão plenária, trazse à colação elucidativos trechos do voto do Min. Relator, a seguir reproduzidos: [...] Pelo que percebo, o art. 16 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, inserido pelo art. 2ºA da Lei nº 9.494, de 10 setembro de 1997, compatibilizase com o atual sistema jurídico pátrio, na medida em que preserva a higidez relativa à competência jurisdicional de cada órgão do Poder Judiciário, evitando, destarte, uma conhecida deficiência oriunda do processo de natureza coletiva que dava ensejo a inúmeras distorções, quando permitia, v. g., que juízes de piso se investissem de uma pretensa “jurisdição nacional”. Não obstante as censuras já emitidas por esta Corte acerca do mau uso das ações coletivas, inclusive como instrumento de controle de constitucionalidade com efeitos erga omnes, persistiram as tentativas de conferir eficácia universal às decisões liminares ou às sentenças emanadas pelos juízes de primeiro grau. Sensível não só a essa realidade, mas também ao risco iminente de lesão irreparável ao Patrimônio Público, é que o art. 2ºA da Lei nº 9.494/1997, ao modificar o art. 16 da Lei nº 7.347/1985, trouxe a tempestiva limitação geográfica para o provimento judicial, estabelecendo sua força apenas no território do órgão prolator. Registrese, ainda, que o fato de o MSC nº 91.00477834 ter sido impetrado antes da mudança legislativa não tem o condão de mudar os limites territoriais da coisa julgada em sede desta demanda coletiva, isso porque a inovação legal é meramente declaratória, uma vez que os limites da decisão estão diretamente ligados à competência jurisdicional, que já era Fl. 1981DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.973 19 definida pela Constituição. Ademais, o trânsito em julgado da decisão proferida na ação coletiva ocorreu já sob a égide do art. 2ºA da Lei nº 9.494/1997. [...] (grifos não originais) Dessa forma, tratandose de preceito legal vigente, inclusive com reconhecimento da sua higidez por decisão plenária do STF, por força do disposto no art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, este Colegiado deve aplicar a referida norma, sem a alegada limitação temporal pretendida pela recorrente. Por todas essas razões, fica demonstrado que, por falta de previsão legal, à recorrente não faz jus ao crédito ficto do IPI, por ela indevidamente apropriado sobre o valor dos insumos adquiridos com isenção da fornecedora Recofarma. Assim, se não havia previsão legal para fruição de tais créditos, a glosa realizada pela fiscalização foi corretamente realizada, por conseguinte, ela deve ser restabelecida, conforme consignado no questionado auto de infração, com exceção do período alcançado pela decadência. Da exclusão dos débitos do IPI devidos sem redução. Em relação à exclusão dos valores do IPI devidos que não foram objeto de redução (relativos aos produtos sujeitos à alíquota não reduzida), a própria fiscalização (fls. 1478/1479), em cumprimento às providências determinadas na referenciada diligência, reconheceu o equívoco cometido e procedeu os ajustes na apuração dos valores indevidamente reduzidos, cujos resultados encontramse explicitados no “Demonstrativo de Apuração do IPI Conforme a Legislação AJUSTADO conforme Resolução da 3ª Turma da DRJ/BEL” de fls. 1495/1501. Dessa forma, tendo em conta que se trata de erro de fato, corrigido pela própria fiscalização, deve ser mantida a referida exclusão determinada na decisão recorrida. Da redução da multa qualificada A Turma de Julgamento de primeira instância decidiu reduzir o percentual de da multa de ofício qualificada aplicada de 150% (cento e cinquenta por cento) para o percentual de 75% (setenta e cinco por cento), com base no entendimento de que a aplicação da multa qualificada somente era cabível se provado a evidente intenção de sonegação ou fraude, conforme definida nos arts. 71 e 72 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. Segundo o voto condutor do julgado recorrido, para caracterização do evidente intuito de fraude ou sonegação não era suficiente a prova da falta do pagamento do imposto, tampouco meros indícios. Ademais, para a adequada configuração da multa de ofício qualificada era necessário que as circunstâncias materiais do fato estivessem perfeitamente identificadas e comprovadas nos autos, o que não ocorrera no caso em tela. Com efeito, segundo a Descrição dos Fatos (fl. 39), que integra o questionado Auto de Infração, relatou a autoridade fiscal que a recorrente havia cometido as seguintes irregularidades: a) falta de declaração do IPI devido nas DCTF do período da autuação; b) nas DIPJ dos anos de 2004 e 2005 foram informados os indevidos saldos credores do IPI registrados no livro de Registro de Apuração do IPI; e c) não havia registro de recolhimento do imposto no Sistema SINAL03 da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Fl. 1982DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 20 Em face dessas irregularidades, entendeu a fiscalização que as condutas praticadas pela recorrente, em tese, configuravam “tipos passíveis de sanção penal (Artigo 481 do Decreto 4.544/02, Artigo 72 da Lei 4.502/64, e, Artigos 1º e 2º da Lei 8.137/90)”, sancionadas com a multa qualificada de 150% (cento e cinquenta por cento), capitulada no art. 80, II , da Lei n° 4.502, de 1964, com a redação dada pelo art. 45 da Lei nº 9.430, de 1996, que, na data dos fatos, tinha a seguinte redação, in verbis: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal, a falta de recolhimento do imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício: (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) I setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido ou que houver sido recolhido após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória; (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) II cento e cinqüenta por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido, quando se tratar de infração qualificada. (Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) [...] (grifos não originais) Da leitura dos textos do caput e inciso I do art. 80 em destaque, extraise que a aplicação da multa de ofício normal, no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), destinase a sancionar dois tipos de infração: a) a falta de lançamento, na respectiva nota fiscal, do valor do IPI, total ou parcial; e b) a falta de recolhimento do valor do IPI (saldo devedor) lançado na respectiva nota fiscal. A primeira infração é autônoma e de fácil constatação, pois se configura com a simples falta de lançamento (ou registro) do imposto nas respectivas notas fiscais. A segunda está sujeita a duas condições prévias, a saber, (i) que o valor imposto tenha sido lançado nas respectivas notas fiscais e (ii) que tenha sido apurado saldo devedor do imposto pelo contribuinte. Ora, se a falta de lançamento do valor IPI na nota fiscal e fala de recolhimento são condutas sancionadas com a multa de ofício normal, obviamente, a falta de declaração na DCTF não configura circunstância qualificadora da referida multa, uma vez que esta Declaração tem por finalidade a confissão dos débitos apurados. As circunstâncias qualificadoras da multa de ofício são a sonegação, a fraude e o conluio, conforme definido no art. 684, § 2º, da Lei nº 4.502, de 1964. No caso, a circunstância qualificadora indicada pela fiscalização foi a fraude, definida no art. 72 da Lei n° 4.502, de 1964, que tem o seguinte teor: Art. 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato 4 "Art. 68. A autoridade fixará a pena de multa partindo da pena básica estabelecida para a infração, como se atenuantes houvesse, só a majorando em razão das circunstâncias agravantes ou qualificativas provadas no processo.(Redação dada pelo DecretoLei nº 34, de 1966) [...] § 2º São circunstâncias qualificativas a sonegação, a fraude e o conluio. (Redação dada pelo DecretoLei nº 34, de 1966) [...]" Fl. 1983DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.974 21 gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Da leitura do referido preceito legal, inferese que há fraude tributária quando o contribuinte, dolosamente, pratica ação ilícita com o objetivo de impedir ou retardar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal ou alterar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, evitar ou diferir seu pagamento. As condutas praticadas pela recorrente, certamente, não se enquadra na referida definição. A falta de declaração dos débitos do IPI na DIPJ e na DCTF decorreu de entendimento diferente da autuada acerca da aplicação da legislação tributária sobre apropriação de créditos e apuração dos débitos. Ademais, não há provas nos autos que evidencie que a recorrente tenha agido com evidente intuito de fraude. O fato de a recorrente não ter registrado no livro Registro de Apuração do IPI, nem declarado na DIPJ e DCTF e recolhido os valores dos débitos apurados e lançados pela fiscalização, induvidosamente, configura falta de declaração e falta de recolhimento do imposto, conduta sancionada com a multa de 75% (setenta e cinco por cento), definida no inciso I do art. 80 da Lei nº 4.502, de 1964, com a redação da Lei nº 9.430, de 1966, na redação vigente na época da ocorrência dos fatos tributários objeto das autuações em apreço. Esse entendimento está em consonância com enunciado da Súmula CARF nº 14, que determina que a “simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.”, circunstâncias que não foram provadas nos autos. Por essas razões, deve ser mantida a redução do percentual da multa de ofício qualificada para o percentual de 75% (setenta e cinco por cento), conforme decidiu a Turma de Julgamento a quo. Da conclusão. Com base nessas considerações, reconhecese a procedência parcial do recurso de ofício, para restabelecer a glosa dos valores dos créditos fictos do IPI, indevidamente apropriados pela recorrente na sua escrituração fiscal, exceto os créditos relativos ao período alcançado pela decadência. II Da Apreciação do Recurso Voluntário A controvérsia remanescente, objeto do recurso voluntário, cingemse às seguintes questões: a) decadência parcial do direito de constituir os créditos tributários, com fatos geradores ocorridos no período 1/1/2005 a 1/4/2005; e b) direito à redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota do IPI devido na saída dos produtos classificados no código 2202.10.00 da TIPI (refrigerantes e refrescos contendo suco de fruta ou extrato de semente de guaraná). Da decadência parcial do crédito tributário lançado. Na peça recursal em apreço, a recorrente alegou decadência parcial do crédito tributário mantido, relativo aos fatos geradores ocorridos no período 1/1/2005 a 1/4/2005, pois havia tomado ciência do Auto de Infração em 1/4/2010 e, como o IPI era tributo sujeito a Fl. 1984DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 22 lançamento por homologação a ele aplicarseia a regra de contagem do prazo decadencial do art. 150, § 4º, do CTN, e não a do art. 173, I, do CTN, conforme entendimento exarado na decisão recorrida. É incontroverso que o IPI é tributo submetido a lançamento por homologação e que, em regra, o prazo de decadência tem início na data da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4o do art. 150 do CTN, que segue transcrito: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Entretanto, essa regra geral só é aplicada se houver o pagamento antecipado do tributo. Em outras palavras, sem a existência de pagamento prévio do tributo, o termo a quo do referido prazo decadencial passa a ser regido pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, ou seja, o termo inicial passa a ser o primeiro dia do exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. É pertinente ressaltar que esse entendimento foi pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial no 973.733/SC, sob regime do recurso repetitivo, disciplinado no art. 543C do Código de Processo Civil (CPC), conforme exposto no enunciado da ementa que segue transcrito: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Fl. 1985DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.975 23 julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). [...] 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) – Grifos não originais. Assim, em cumprimento ao disposto no art. 62A5 do Regimento Interno deste Conselho, aplicase o entendimento explicitado no âmbito do referido julgado, de que sem a realização do pagamento antecipado, o dies a quo do prazo quinquenal de decadência, regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, e passa a ser o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato gerador. No caso, é incontroverso que não houve pagamento do IPI no período de autuação, haja vista que tal circunstância foi expressamente consignado no voto condutor do julgado recorrido e a recorrente não discordou dessa constatação. 5 "Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF." Fl. 1986DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 24 Assim, se não houve pagamento antecipado, ao lançamento em questão aplicase a regra de contagem do prazo decadencial estabelecida no art. 173, I, do CTN. Dessa forma, como o crédito tributário lançado mais antigo, mantido pela decisão recorrida, conforme Planilha de fls. 1778/1779, referese ao 1º decêndio de 2005, resulta que o termo inicial do prazo decadencial teve início em 1/1/2006, consumandose a decadência em 31/12/2010, portanto, após a conclusão do lançamento, que ocorreu em 1/4/2010, data em que a recorrente foi cientificada da autuação. Com base nessas considerações, resta demonstrado que não ocorreu a alegada a decadência parcial suscitada pela autuada. Do direito à redução do valor IPI devido. Neste ponto será apreciado o litígio concernente ao direito de a recorrente utilizar a redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota do IPI, fixada para os produtos classificados no código 2202.10.00 da TIPI (refrigerantes e refrescos contendo suco de fruta ou extrato de semente de guaraná), prevista na Nota Complementar 221, a seguir transcrita: NC (221) Ficam reduzidas de cinqüenta por cento as alíquotas do IPI relativas aos refrigerantes e refrescos, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e estejam registrados no órgão competente desse Ministério. Sobre a referida redução, o art. 65, I, do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002 Regulamento do IPI (RIPI/2002), vigente na época dos fatos, prescrevia o seguinte, in verbis: Art. 65. Haverá redução: I das alíquotas de que tratam as Notas Complementares NC (211) e NC (221) da TIPI, que serão declaradas, em cada caso, pela SRF, após audiência do órgão competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, quanto ao cumprimento dos requisitos previstos para a concessão do benefício; [...] (grifos não originais) O teor do dispositivo em destaque determinava, de forma clara, que a fruição do referido benefício fiscal estava condicionada ao reconhecimento prévio, pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos estabelecidos nos itens 1 a 6 às Normas Complementares à Portaria Interministerial MF/MA nº 113 de 04 de março de 1977, a seguir reproduzidos: 1. Para a percepção do benefício instituído pelo Decreto nº 75.659, de 25 de abril de 1975, a partir de 1º de novembro de 1975, os fabricantes (ou equiparados) dos refrigerantes, refrescos e néctares, que contiverem suco de fruta ou extrato de semente de guaraná, deverão requerer ao Coordenador do Sistema de Tributação da Secretaria da Receita Federal a Declaração a que se refere o art. 3º do decreto nº 78.289 de 18 de agosto de 1976. Fl. 1987DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.976 25 2. O requerimento, formulado em três vias, dará entrada no órgão local da Secretaria da Receita Federal que jurisdiciona o requerente e deverá conter no mínimo, os seguintes elementos: a) Identificação do requerente (Razão Social, CGC e endereço do local de industrialização); b) Identificação do(s) produto(s) para o(s) qual(is) requer benefício(s); c) Nº do Certificado de Registro do Produto expedido pelo Órgão competente do Ministério da Agricultura (anexar cópia do mesmo). 3. O Órgão local da Secretaria da Receita Federal formalizará o processo (1ª via), informando acerca dos antecedentes fiscais do requerente e o encaminhará, através da respectiva Delegacia Federal, ao órgão local do Ministério da Agricultura, GEACO – Grupo Executivo de Economia Agrícola e Comercialização Responsável pela análise do(s) produto(s), o qual anexará os processos de pedido de registro do produto e o remeterá para o Departamento Nacional de Serviços de Comercialização do Ministério da Agricultura em Brasília. A 2ª via, com o respectivo número do processo, será devolvida no requerente para comprovação perante fiscalização e a 3ª via, com o respectivo número do processo, será arquivada 4. O Departamento Nacional de Serviços de Comercialização (DNSC) examinará o processo e informará o(s) referido(s) produto(s) se enquadra(m) ou não nos respectivos padrões. Quando se tratar de produto(s) cuja composição houver sido alterada posteriormente à vigência do Decreto nº 75.659 de 25 de abril de 1975, para se enquadrar nos respectivos padrões, o DNSC do Ministério da Agricultura deverá informar esta hipótese, inclusive a data a partir da qual foram processadas essas alterações. O processo será encaminhado a seguir à Coordenação do Sistema de Tributação que emitirá o competente Ato Declaratório ou denegará o pedido, com base na informação do DNSC. 5. Quando da publicação da presente Portaria, os processos que já se encontrarem em tramitação, seguirão normalmente o curso acima exposto. 6. Os casos omissos serão resolvidos pelo Secretário da Receita Federal, ouvido o Diretor do Departamento Nacional de Serviços da Comercialização (DNSC).(sem destaques no original)” (grifos não originais) Da leitura dos referidos itens, extraise que duas condições eram necessárias para o reconhecimento do citado benefício fiscal: a) a regularidade dos antecedentes fiscais da requerente do benefício; e b) a informação do órgão competente do Ministério da Agricultura de que os produtos atendiam os padrões de qualidade fixados. Fl. 1988DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 26 Segundo a decisão primeira instância, a recorrente não tinha direito à redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota do IPI, fixada para os produtos classificados no código 2202.10.00 da TIPI (refrigerantes e refrescos contendo suco de fruta ou extrato de semente de guaraná), porque o gozo do referido benefício fiscal dependia de reconhecimento prévio por Ato Declaratório emitido pela RFB, nos termos do art. 65, I, do RIPI/2002, e das Normas Complementares à Portaria Interministerial MF/MA nº 113, de 04 de março de 1977. Entretanto, tal ato não fora expedido em favor da autuada. Por sua vez, a recorrente alegou que tinha direito ao referido benefício fiscal, sob o argumento de que era ilegal a exigência do referido Ato Declaratório, pois o Decreto não podia criar obrigação não prevista em lei. Entretanto, ad argumentandum, asseverou a recorrente que em face da revogação do referido dispositivo pelo RIPI/2010, ao caso, aplicar seia o disposto no art. 106, II, “a”, do CTN. A primeira alegação não procede, uma vez que o referido benefício fiscal foi instituído, originariamente, pelo Decreto nº 75.659, de 25 de abril de 1975, portanto inexiste a alegada ilegalidade suscitada pela recorrente. Também não ampara a pretensão da recorrente, o fato de o art. 65, I, do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002 Regulamento do IPI (RIPI/2002) ter sido revogado pelo Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 (RIPI/2010), pois o disposto no art. 106, II, “a”, do CTN, que trata de ato não definitivamente julgado “quando deixe definilo como infração”, não se aplica ao caso em tela, posto que o preceito normativo revogado não tratava de definição de infração, mas sim da fixação de requisitos para fruição de benefício fiscal. Por essas razões, deve ser mantida a cobrança do valor do IPI devido na saída dos referidos produtos, sem redução de 50% (cinquenta por cento) da alíquota, defendida pela recorrente. Da exclusão da multa de ofício. Em caráter eventual, a recorrente pediu que fosse reconhecida a improcedência da exigência da multa de ofício, com respaldo no art. 76, II, “a”, da Lei 4.502/1964 (art. 486, II, “a”, do Decreto 4.544/2002 – RIPI/2002), sob o argumento de que havia agido de acordo com interpretação fiscal constante de decisão irrecorrível de última instância que reconheceu o direito de crédito do IPI relativo à aquisição de insumos isentos utilizados na fabricação de produtos sujeitos ao IPI. Para essa finalidade, a recorrente indicou o acórdão da CSRF nº 0202.357, proferido na Sessão de 24 de julho de 2006, cuja razão de decidir encontrase fundamentada no entendimento de que são assegurados o direito de créditos do IPI, decorrentes da aquisição de insumos isentos, conforme explicitado no enunciado da ementa que segue transcrito: IPI.CRÉDITO INSUMO ADQUIRIDO SOB ISENÇÃO. Conforme decisão do Pleno do STF (RE. 212.4842), não ocorre ofensa à Constituição Federal (artigo 153, parágrafo 3 2, II) quando o contribuinte do IPI creditase do valor do tributo incidente sobre insumos adquiridos sob o regime de isenção. Com efeito, em consulta ao sítio do CARF, constatase que, nos termos do referido acórdão, a 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) negou provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional e manteve a aplicação do Fl. 1989DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10320.000824/201009 Acórdão n.º 3302002.918 S3C3T2 Fl. 1.977 27 entendimento do STF de que seria legítimo o contribuinte creditarse do valor do IPI nas aquisições de insumo sob o regime de isenção. Entretanto, o entendimento exarado na referida decisão não se aplica ao caso em tela, haja vista que os créditos glosados, que deram origem a autuação em apreço, referese ao período de 1/1/2004 a 31/12/2005, portanto, anterior a decisão da CSRF, que foi prolatada em 24 de julho de 2006. Da conclusão. Com base nessas considerações, reconhecese a improcedência integral do presente recurso voluntário. III Da Conclusão. Por todo o exposto, votase por (i) DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso de ofício, para restabelecer a glosa dos valores dos créditos fictos do IPI, indevidamente apropriados pela recorrente na sua escrituração fiscal, relativo ao período não alcançado pela decadência, que compreende o período de 21/12/2004 a 31/12/2005 (3º decêndio 2004 ao 3º decêndio de 2005) e (ii) NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 1990DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A
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Numero do processo: 10980.004180/2002-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/11/1999 a 28/02/2001
COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO.
A restituição e a compensação de indébito depende da comprovação da existência de crédito líquido e certo do contribuinte. Inexistindo pagamento indevido do PIS, em face do crédito utilizado em compensação ter sido considerado insuficiente para fazer frente à amortização dos débitos declarados, não existe indébito a ser restituído ao contribuinte.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3402-002.960
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO LÍQUIDO E CERTO. A restituição e a compensação de indébito depende da comprovação da existência de crédito líquido e certo do contribuinte. Inexistindo pagamento indevido do PIS, em face do crédito utilizado em compensação ter sido considerado insuficiente para fazer frente à amortização dos débitos declarados, não existe indébito a ser restituído ao contribuinte. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de pedido de restituição do PIS e da Cofins, no valor de R$ 1.249.968,23, protocolado em 09/04/2002, decorrente de recolhimentos indevidos das AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 41 80 /2 00 2- 36 Fl. 5997DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 contribuições efetuados nos períodos de apuração compreendidos entre junho de 1999 e outubro de 2001, por ter o contribuinte incluído nas bases de cálculo dessas contribuições o valor do ICMS retido na condição de substituto tributário (fls. 04/310 vol 1). Ao pedido de restituição foi vinculado o pedido de compensação, protocolado na mesma data, indicando os seguintes débitos para compensação: a) Cofins do PA 10/2001, no valor de R$ 786.117,08; b) PIS do PA 10/2001, no valor de R$ 222.006,64; e c) Cofins do PA 11/2001, no valor de R$ 241.844,51 (fl. 315 vol. 1). Por meio do despacho decisório de fls. 1563/1574 (vol. 5) foi reconhecido o crédito no valor de R$ 887.534,91, em valor originário, e por meio do despacho decisório complementar de fls. 1666 (vol. 5), foram homologadas as compensações dos débitos indicados nos itens “a” e “b” citados no parágrafo anterior e R$ 107.652,00 do débito informado no item “c”, remanescendo um saldo de PIS não compensado no PA 11/2001 de R$ 134.192,51. A diferença entre o valor do crédito pleiteado pelo contribuinte (R$ 1.249.968,23) e o deferido pela autoridade administrativa (R$ 887.534,91), decorreu do fato de que, em relação ao PIS, o contribuinte efetuara compensações sem DARF em DCTF com créditos de PIS reconhecidos na ação ordinária nº 97.00259595. Segundo apurado pela fiscalização, esse crédito se extinguiu em abril de 1998, sendo insuficiente para quitar por compensação os débitos dos períodos de apuração compreendidos entre 11/1999 e 02/2001, que permaneceram em aberto. Desse modo, quanto ao PIS, foi reconhecida a existência de indébito decorrente da inclusão do ICMS – substituição tributária nas bases de cálculo nos períodos compreendidos entre 06/1999 e 10/1999 e entre 03/2001 e 10/2001. Quanto à Cofins, foi reconhecida a existência de indébito em relação a todo o período pleiteado, ou seja, de 06/1999 a 10/2001. Os débitos do PIS que, segundo a fiscalização, permaneceram em aberto no período de 11/1999 a 02/2001 estão sendo cobrados em dois processos: 10980.000019/0023 (auto de infração) e 10980.007724/200681 (cobrança). A autoridade administrativa, ao verificar que o contribuinte realmente incluiu o ICMS – Substituição tributária nas bases de cálculo, determinou a exclusão do PIS indevido dos valores que estão cobrados no processo 10980.007724/200681 (fl. 1573). Regularmente notificado dos despachos decisórios, o contribuinte apresentou recurso hierárquico com base no art. 56 da Lei nº 9.784/99 (fls. 1506 a 1684) e manifestação de inconformidade, com base no art. 74, § 9º, da Lei nº 9.430/96. Em ambos insurgiuse contra a compensação de ofício que teria sido efetuada pela autoridade administrativa com os créditos pleiteados no período de 11/1999 a 02/2001. Alegou que não foi intimado para se manifestar sobre a compensação de ofício; que houve mudança de critério jurídico; que os débitos do período 11/1999 a 02/2001 estão sendo cobrados por meio do auto de infração do processo nº 10980.007734/200681 e que também foram objeto de compensação de ofício no processo 10980.010859/9925. Existe duplicidade de compensações de ofício sobre os mesmos débitos. Disse que está discutindo em juízo o auto de infração albergado no processo nº 10980.007734/200681, pois entende que os créditos originários da ação ordinária nº 97.002559595 foram suficientes para o acerto de contas requerido em instrumentos específicos e distintos destes autos. Diante da compensação de ofício efetuada no processo 10980.010859/9925, a glosa efetuada neste processo é totalmente indevida e despropositada. Requereu o deferimento do total do crédito pleiteado, validandose a compensação requerida ou, então, que se abra oportunidade para que possa se manifestar nos autos. Fl. 5998DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10980.004180/200236 Acórdão n.º 3402002.960 S3C4T2 Fl. 3 3 Por meio do Acórdão 15.719, de 10 de outubro de 2007 (fls. 1791 a 1811), a 3ª Turma da DRJ em Curitiba não tomou conhecimento da manifestação de inconformidade, por entender que não cabe a apresentação desse recurso contra despacho que não homologue declarações de compensação apresentadas antes de 31/10/2003. Entendeu a DRJ que no caso concreto a declaração de compensação não constitui confissão de dívida, devendo ser lavrado auto de infração. Os processos de auto de infração e de não homologação da compensação deveriam ser juntados e o contribuinte exerceria seu direito de defesa em impugnação ao auto de infração. Regularmente notificado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, alegando que após a apresentação do recurso hierárquico, foi a própria autoridade preparadora quem o orientou a apresentar a manifestação de inconformidade. Acrescentou que a autoridade administrativa analisou a questão como declaração de compensação, atribuindo o efeito de confissão de dívida e, consequentemente, o direito de o contribuinte apresentar manifestação de inconformidade, conforme estabelecem os §§ 9º e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430/96. No mais, reprisou e reforçou as alegações da manifestação de inconformidade, quanto à impossibilidade da alteração de critérios jurídicos; quanto à preclusão da discussão administrativa, em face da discussão judicial do auto de infração; quanto à impossibilidade de efetuar compensação de ofício sem intimar o contribuinte a se manifestar; e quanto à duplicidade da compensação de ofício. Por meio do Acórdão 340200.689, de 01 de julho de 2010, a Segunda Turma Ordinária desta Câmara deu provimento parcial ao recurso voluntário e reconheceu que o contribuinte tem direito ao rito do Decreto nº 70.235/72 e de ver julgado o mérito da sua manifestação de inconformidade. Foi determinado o retorno do processo à DRJ – Curitiba, a fim de que a manifestação de inconformidade fosse apreciada e julgada quanto ao mérito (fls. 1872 a 1884 do vol. 6). Cientificada do acórdão à fl. 1885, a Procuradoria da Fazenda Nacional não recorreu. O processo foi enviado à DRJ – Curitiba e, diante das alegações contidas nos recursos apresentados e na narrativa contida no despacho decisório, o Presidente da Turma de Julgamento homologou a proposta de retorno dos autos ao Seort da DRF/Curitiba para que fosse informado “(...) se, de fato, dos depósitos judiciais de PIS, feitos no âmbito do processo judicial nº 99.00127854, teriam sido deduzidos valores para acobertar compensações que, originalmente, foram vinculadas em DCTF com o processo judicial n.° 97.00259595, visando extinguir débitos de PIS dos períodos de apuração 11/1999 a 02/2001. Dessa informação, dar ciência à interessada, para não ser alegado cerceamento ao direito de defesa, com reabertura de prazo para, caso queira, oferte manifestação nos autos.” (fl. 1894 do vol. 6) Os autos retornaram com os documentos de fls. 1897 a 1917, por meio dos quais a fiscalização informou que nenhum valor de depósito judicial de PIS, efetuado no Mandado de Segurança nº 99.00127854, foi utilizado para compensar débitos de outro processo, uma vez que aqueles depósitos foram levantados integralmente pelo impetrante. O contribuinte foi notificado às fls. 1919 a 1921 em 09/06/2011 e apresentou manifestação de fls 1923 a 1929 em 22/06/2011. Por meio do Acórdão 0632.832, de 27 de julho de 2011, a 3ª Turma da DRJ/Curitiba julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Ficou decidido o Fl. 5999DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 seguinte: 1) quanto aos períodos de apuração 11/1999 a 02/2001, não houve lavratura de auto de infração. Na verdade, no processo 10980.007734/200681, o fisco verificou que não existia crédito suficiente com base no processo judicial 97.00259595, que pudesse dar lastro às compensações informadas nas DCTF relativas aos citados períodos de apuração. Assim, os valores do PIS que restaram em aberto nas DCTF foram considerados confessados e encaminhados para a dívida ativa da União. A DRJ considerou que não houve mudança de critério jurídico de lançamento, pois a cobrança constante de processo 10980.007734/200681, sendo considerada dívida confessada, não caracteriza lançamento de ofício; e b) o resultado da diligência efetuada mostrou que no processo nº 10980.010859/9925, de acompanhamento do Mandado de Segurança nº 99.00127854, não existiu a compensação de ofício alegada pela recorrente, pois os valores depositados em juízo foram integralmente levantados pela impetrante. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância em 13/10/2011, o contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 1983 a 2003 em 11/11/2011, alegando, na parte em que interessa ao deslinde deste processo, o seguinte: 1) que na sua manifestação sobre a diligência determinada pela DRJ comprovou que as compensações efetivadas nas competências de 1999, 2000 e 2001, relativas ao PIS (ação ordinária 97.00259595) também foram objeto de compensação de ofício nos autos do processo 10980.010859/9925, conforme reconhecido no trecho da manifestação fiscal que transcreve à fl. 1995. A mesma manifestação fiscal informa que dos depósitos judiciais pertencentes à recorrente foram deduzidas as outras compensações via judicial pelo processo judicial 97.00259595 em relação aos períodos 11/1999 a 02/2001. Essas deduções também foram efetuadas pelo despacho decisório proferido neste processo, fato que comprova a duplicidade alegada; 2) Nas fls. 1719 e 1720 foram encartadas “telas” do sistema de arrecadação, as quais relacionam pagamentos e depósitos de PIS no período de 01/07/1999 até 31/12/2002, tudo a evidenciar a regularidade fiscal da recorrente; 3) Foi colacionado às fls. 1721 a 1725 “telas” do SINALDEP, que informam quais os valores devolvidos à recorrente e quais os transformados em renda da União, conforme determinação judicial já transitada em julgado; 4) a autoridade administrativa não poderia alterar critérios jurídicos (art. 146 do CTN), com violação do ato jurídico perfeito e da coisa julgada e, muito menos, rever lançamento de ofício sem apontar quaisquer hipóteses do art. 149 do CTN; 5) houve nulidade da decisão de primeira instância, em razão da falta de apreciação de argumentos; 6) requereu a conversão do julgamento em diligência para que haja a solução da divergência entre as manifestações fiscais; 7) reiterou as razões de ordem fática e jurídica desenvolvidas na manifestação de inconformidade e no recurso apresentado. 8) requereu a reforma do acórdão recorrido para o fim de que seja validado o valor total da compensação declarada. Por meio da Resolução nº 3403000.441 o julgamento foi convertido em diligência à repartição fiscal de origem, em razão do seguinte motivo: "(...) Na diligência solicitada pela DRJ, a autoridade administrativa informou à fl. 1915 do PDF (1726 do processo) que os depósitos judiciais de PIS efetuados no âmbito do mandado de segurança nº 99.00127854, foram devolvidos integralmente à recorrente e que não foram usados para quitar nenhum débito de outro processo. Por outro lado, nas folhas 1897 a 1899 consta uma peça do processo nº 10980.010859/9925, que é o processo administrativo de acompanhamento do mandado de segurança citado no parágrafo anterior. Nesta peça processual, consta a seguinte informação: “(...) Quanto ao PIS faturamento, da mesma forma apurouse conforme Demonstrativos, fls. 338 e 339, desses valores foram deduzidas as outras compensações via judicial pelo processo judicial nº 97.00259595 em relação aos Fl. 6000DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10980.004180/200236 Acórdão n.º 3402002.960 S3C4T2 Fl. 4 5 períodos de 11/99 a 02/2001, fls. 340 a 355 e pelo processo administrativo 10980.004180/200236 do período de 10/2001, fl. 356. (....)” (Grifei) Com base nesse excerto, o contribuinte insiste que os débitos do período de novembro de 1999 a fevereiro de 2001 estão quitados e, em consequência, que ele teria direito à restituição da parcela quitada sobre o ICMS – substituição incluído na base de cálculo em relação aos períodos de novembro de 1999 a fevereiro de 2001. A dúvida que persiste é a seguinte: embora os depósitos judiciais efetuados a título de PIS no mandado de segurança nº 99.00127854 tenham sido devolvidos integralmente ao contribuinte, conforme informação da autoridade administrativa, os débitos de PIS que restaram em aberto nas DCTF do período de novembro de 1999 a fevereiro de 2001 foram de alguma forma compensados? (...)" As providências solicitadas à autoridade administrativa foram as seguintes: 1) Informe o significado do excerto da manifestação existente no processo nº 10980.010859/9925, que foi acima transcrito e sublinhado; 2) Informe conclusivamente, em relatório circunstanciado, se houve compensação dos débitos do PIS do período de novembro de 1999 a fevereiro de 2001 nos autos do processo 10980.010859/9925, juntando aos autos os documentos comprobatórios ou as peças processuais. Se for o caso, que seja anexada a este processo a íntegra do processo nº 10980.010859/9925; e 3) De tudo dê ciência ao contribuinte para que ele, querendo, se manifeste no prazo de 30 dias. O processo retornou com os documentos de fls. 5327/5978 com a diligência cumprida e com o documento de fls. 5983/5993 contendo a manifestação do contribuinte, os quais serão analisados na fundamentação. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme se verifica nos autos o contribuinte apresentou declaração de compensação vinculando créditos de PIS e Cofins decorrentes da inclusão indevida do ICMS – substituição tributária nas bases de cálculo. Os pagamentos indevidos teriam ocorrido no período compreendido entre junho de 1999 e outubro de 2001, mas a autoridade administrativa informa que não houve pagamento nesses períodos porque os créditos de PIS reconhecidos na ação ordinária nº 97.00259595 só foram suficientes para amortizar compensações efetuadas até abril de 1998, restando em aberto os débitos dos períodos de apuração compreendidos entre 11/1999 e 02/2001. Fl. 6001DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 Na referida ação judicial o contribuinte obteve a declaração de inexistência de relação jurídica vinculada à exigência do PIS nos termos dos DL nº 2.445 e 2.449, ambos de 1988, bem como o direito de compensação dos valores recolhidos a maior, corrigidos monetariamente na forma da sentença, com as parcelas vincendas do próprio PIS. Na planilha elaborada pela fiscalização de controle do saldo a compensar de fl. 1385 se pode comprovar que o saldo de crédito do contribuinte decorrente dessa ação judicial exauriuse em abril de 1998, inexistindo crédito para fazer frente às compensações declaradas nos períodos de apuração seguintes. O contribuinte não contestou esses cálculos, que foram elaborados para liquidar a decisão judicial proferida no processo 97.00259595, mas alegou que houve compensação em duplicidade neste processo e no processo 10980.010859/9925. Não tem razão o contribuinte, as compensações originadas neste processo tiveram por objeto o indébito do PIS reconhecido na ação judicial 97.00259595; enquanto que a compensação efetuada no processo 10980.010859/9925, teve por objetivo a devolução de parte dos depósitos em juízo efetuados no âmbito daquela ação. Portanto, não existe a duplicidade alegada pela defesa. Outra tentativa do contribuinte demonstrar que houve pagamento do PIS nos períodos de 11/99 a 02/2001 foi invocar o excerto e uma manifestação contida no processo nº 10980.010859/9925, para alegar que houve compensação de ofício. O trecho utilizado pelo contribuinte foi o seguinte: “(...) Quanto ao PIS faturamento, da mesma forma apurouse conforme Demonstrativos, fls. 338 e 339, desses valores foram deduzidas as outras compensações via judicial pelo processo judicial nº 97.00259595 em relação aos períodos de 11/99 a 02/2001, fls. 340 a 355 e pelo processo administrativo 10980.004180/200236 do período de 10/2001, fl. 356. (....)” (Grifei) Por esse motivo, o processo foi baixado em diligência a fim de que a autoridade administrativa explicasse o significado desse texto. No relatório de diligência de fls. 5974/5978 a autoridade administrativa esclareceu o significado desse excerto, in verbis: "(...) (...)" Fl. 6002DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10980.004180/200236 Acórdão n.º 3402002.960 S3C4T2 Fl. 5 7 De fato, verificase que no processo administrativo 10980.010859/9925 não houve compensação dos débitos de PIS nos períodos de apuração compreendidos entre novembro de 1999 e fevereiro de 2001, mas apenas e tãosomente o recálculo da contribuição ao PIS com a base de cálculo determinada pela ação judicial 97.00259595 para o fim de apurar a parcela dos depósitos judiciais a serem restituídos ao contribuinte. No referido recálculo, a fiscalização apurou o valor devido de PIS segundo a ação judicial, deduziu desses valores o que estava declarado em DCTF vinculado à referida ação, e amortizou as diferenças usando os depósitos judiciais. O saldo dos depósitos foram restituídos ao contribuinte e não foram usados em nenhuma outra compensação. Nesses cálculos do processo 10980.010859/9925, não houve pagamento de PIS sobre o ICMS Substituição Tributária porque as bases de cálculo foram apuradas pela própria fiscalização com base no que restou decidido no processo judicial. Portanto, as alegações do contribuinte são improcedentes. Não houve nem compensação de ofício e muito menos compensação em duplicidade. Na sua manifestação sobre o resultado dessa diligência, a defesa alegou que "houve reconhecimento de débito do PIS no período compreendido entre junho de 1999 e outubro de 2001, conforme documentos demonstrativo de apuração de débitos 8109Pis faturamento, fls. 338 e 339 do processo físico. Nas fls. 338 e 339 do processo físico não existe nenhum demonstrativo, mas sim o recurso especial da empresa interposto em face do acórdão proferido na AMS 2000.04.01.0561432/PR. Na mesma manifestação o contribuinte alegou que os próprios sistemas da Receita Federal indicam que houve valores convertidos em renda da União, pois nas fls. 512 a 515 do processo físico existe prova de depósito do valor debatido nos autos do processo nº 99.00.127854, bem como nas fls. 1721/1725 as telas do SINALDEP informam os valores devolvidos à recorrente e os valores convertidos em renda da União. Essa alegação não tem nenhuma implicação sobre a inexistência de pagamento de PIS com inclusão do ICMS Substituição Tributária na base de cálculo, pois os depósitos judiciais não configuram pagamento e a conversão em renda, não contemplou pagamento de PIS com o ICMS Substituição incluído indevidamente na base de cálculo, conforme deixa bem claro a resposta à diligência solicitada pela DRJ (fls. 1726): Fl. 6003DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 No mais a defesa alegou mudança de critério jurídico com base no art. 146 do CTN e nulidade da decisão de primeira instância por falta de apreciação de argumentos. No que tange à mudança de critério jurídico, além de não ter indicado qual teria sido o critério modificado, verificase que não estamos diante de lançamentos de oficio, mas sim de processos de cobrança de débitos declarados e confessados, que não constituem lançamentos efetuados de ofício pela Administração Tributária. Se nem este processo e tampouco o processo 10980.007734/200681 versam sobre lançamento de ofício, não tem cabimento a defesa invocar mudança de critério jurídico com base no art. 146 do CTN. No que concerne à nulidade da decisão da DRJ pela falta de apreciação de argumentos, a defesa não especificou qual teria sido o argumento que deixou de ser analisado. Relendo a decisão de primeira instância, não constatei qual teria sido o argumento não analisado. A decisão enfrentou todas as questões levantadas pela defesa e está devidamente motivada com argumentação explicita, clara e congruente, que atende perfeitamente ao princípio da persuasão racional do julgador, devendo ser rejeitada a alegação de nulidade do contribuinte. Restando plenamente demonstrado nos autos que não existiu quitação do PIS nos períodos compreendidos entre 11/99 e 02/2001, não existe pagamento indevido a ser restituído à recorrente. Com esses fundamentos, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Fl. 6004DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10980.004180/200236 Acórdão n.º 3402002.960 S3C4T2 Fl. 6 9 Fl. 6005DF CARF MF Impresso em 23/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 22/03/201 6 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 13897.000447/97-99
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/06/1991 a 31/03/1992
PRAZO. RESTITUIÇÃO.
Por conta da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), é obrigatória a observância das disposições nele contida sobre prescrição expressas no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados antes de 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; já para os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitar-se à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 do CTN.
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC.
De acordo com o art. 62A do Regimento Interno do CARF, As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso a que se dá provimento parcial.
Numero da decisão: 3201-001.947
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Charles Mayer de Castro Souza- Presidente.
Mércia Helena Trajano Damorim- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Charles Mayer de Castro Souza- Presidente. Mércia Helena Trajano Damorim- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario.
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RESTITUIÇÃO. Por conta da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), é obrigatória a observância das disposições nele contida sobre prescrição expressas no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados antes de 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; já para os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 do CTN. NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC. De acordo com o art. 62A do Regimento Interno do CARF, “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. Recurso a que se dá provimento parcial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 7. 00 04 47 /9 7- 99 Fl. 281DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA 2 Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Mércia Helena Trajano Damorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto e Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: Trata este processo de pedido de restituição/compensação, apresentado em 20 de novembro de 1997, da Contribuição para o Fundo de Investimento Social – Finsocial, relativa à parcela recolhida acima da alíquota de 0,5% (meio por cento), no período de apuração de junho de 1991 a março de 1992, e da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, do período de agosto de 1990 a abril de 1992. 2.A autoridade fiscal havia indeferido o pedido (fl. 100), sob a fundamentação de que estava extinto o direito de a contribuinte pleitear a restituição pretendida e que o artigo 18 da MP 1542 previa que “o disposto neste artigo não implicará restituição de quantias pagas”. 3.Esta DRJ, apreciando a questão, reformou aquela decisão, para que o pedido de restituição fosse apreciado na esfera administrativa (fls.108/110). 4.A DRF, no uso de sua competência originária para apreciação de pedidos de restituição, entendeu por bem indeferir o pedido (fls. 116/120), sob a alegação de que o direito do contribuinte pleitear a restituição ou compensação do indébito estaria extinto, pois o prazo para repetição de indébitos seria de cinco anos, contados da data da extinção do crédito, nos termos do disposto no Ato Declaratório SRF n.º 96, de 26 de novembro de 1999. 5.Cientificada da decisão em 29 de agosto de 2002, a contribuinte manifestou seu inconformismo com o despacho decisório em 27/09/2002 (fls. 128/131), alegando, em síntese e fundamentalmente, que: 5.1 – não apresentou pedido de restituição/compensação, conforme entende a DRF, mas, sim, de reconhecimento ao direito de compensação, bem como impugnação às cobranças administrativas dos valores compensados; Fl. 282DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 13897.000447/9799 Acórdão n.º 3201001.947 S3C2T1 Fl. 282 3 5.2. – por outro lado, conforme consta do Parecer Cosit 58/98, citado pela autoridade julgadora de 1ª instância, o indébito apenas surgiu com a declaração de inconstitucionalidade, devendo a decadência ser contada a partir dessa decisão judicial; 5.3. requer a reforma da decisão e que seja reconhecido seu direito à compensação. O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/CPS no 4.450, de 15/07/2003, proferido pelos membros da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, cuja ementa dispõe, verbis: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/06/1991 a 31/03/1992 Ementa: PIS. FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. O direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, em virtude de posterior declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, no controle difuso, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. CONDIÇÃO RESOLUTÓRIA. O crédito tributário é extinto pelo pagamento, não influenciando, na contagem do prazo para pleitear a repetição de indébito, o fato de ter sido sob condição resolutória. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. SOLICITAÇÃO INDEFERIDA. O julgamento foi no sentido de indeferir a solicitação, tendo em vista entender estar extinto o direito à restituição, em face do transcurso de mais de cinco anos entre o pedido e os recolhimentos efetivados. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Registrese que foi exarado o acórdão de n° 20215.902 do extinto 2° Conselho de Contribuintes que deu provimento parcial ao recurso para reconhecêlo e provêlo no tocante à competência do PIS; e em não conhecer do recurso na parte de restituição pertinente ao FINSOCIAL, por se tratar de competência do Terceiro Conselho de Contribuintes, à época, conforme efls. 205. Por seu turno, a PGFN embargou o citado acórdão, os quais foram considerados improcedentes. Logo, resta para apreciação o pleito do direito de restituição do Finsocial. Fl. 283DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA 4 O processo foi distribuído a esta Conselheira, de forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente de pedido de restituição/compensação, protocolizado em 20 de novembro de 1997, da Contribuição para o Fundo de Investimento Social – Finsocial, relativa à parcela recolhida acima da alíquota de 0,5% (meio por cento), no período de apuração de junho de 1991 a março de 1992, e da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, do período de agosto de 1990 a abril de 1992. Inicialmente, passo a analisar a questão do prazo para pleitear o pedido de restituição do Finsocial. Ressalto, que esta conselheira votava no sentido que prazo para que o sujeito passivo exerça seu direito de requerer a restituição de valores que comprove terem sido recolhidos a maior ou indevidamente é aquele expresso no inciso I do artigo 168, combinado com o inciso I artigo 165, do CTN, ou seja, o pedido deveria ser formulado no prazo máximo de 5 anos a contar do pagamento indevido ou a maior, inclusive no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, como a COFINS e o PIS, que se extinguem com o pagamento antecipado por força do disposto no parágrafo 1º do artigo 150. Como sabemos, o legislador, com intuito de interpretar o artigo 168, I do CTN, em 09 de fevereiro de 2005, por meio da Lei Complementar n° 118, explicitou sua vigência no tempo: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do artigo 168 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento dopagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 da referida Lei. Art. 4° Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3°, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n" 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional. No entanto, o STF – Supremo Tribunal Federal – ao julgar o RE 566.621, relatada pela Ministra Ellen Gracie, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º da LC no. 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Por conseguinte, para as ações ajuizadas anteriormente a esta data (09/06/2005), o STF decidiu que “quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a Fl. 284DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA Processo nº 13897.000447/9799 Acórdão n.º 3201001.947 S3C2T1 Fl. 283 5 orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN” Foi reconhecida a Repercussão Geral, devendo ser aplicado, portanto, o artigo 543B, parágrafo 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Assim sendo, por conta da decisão proferida no RE 566.621, é obrigatória a observância das disposições nele contida sobre prescrição expressas no Código Tributário Nacional, que devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados antes de 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 do CTN. Diante do exposto, tendo em vista, pedido de restituição/compensação em 20/11/1997 (antes de 09/06/2005), então o comando do prazo é de 10 anos, portanto, logo, abrangendo os pagamentos dos períodos de apuração 06/91 a 03/92. Portanto, fica afastada a decadência do direito à restituição do Finsocial. Ultrapassada esta etapa processual de reconhecimento do direito ao crédito do Finsocial, tendo em vista o afastamento da decadência; retornem os autos, à unidade de origem para o levantamento desse crédito, da parcela acima de 0,5% com o PIS. Ante o exposto, dou provimento parcial ao recurso voluntário (condicionado o levantamento do crédito). MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 285DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 7/12/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 28/12/2015 por CHARLES MAYER D E CASTRO SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 11080.722640/2011-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.634
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por UNANIMIDADE de votos, em converter o julgamento em diligência.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO- Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira.
Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Carlos Eduardo Amorim, OAB/RS nº 240881.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por UNANIMIDADE de votos, em converter o julgamento em diligência. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira. Ausente, justificadamente, a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o(a) advogado(a) Carlos Eduardo Amorim, OAB/RS nº 240881. RELATÓRIO Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Com fulcro no Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI/2002), aprovado pelo Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002, consoante capitulação legal indicada à fl. 654, foi lavrado o auto de infração às fls. 650/651, em 27/06/2011, para exigir R$ 1.537.685,98 de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), R$ RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 80 .7 22 64 0/ 20 11 -1 7 Fl. 1223DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11080.722640/201117 Resolução nº 3201000.634 S3C2T1 Fl. 1.224 2 456.242,63 de juros de mora calculados até 31/03/2011, e R$ 1.153.264,38 de multa proporcional ao valor do imposto, o que representa o crédito tributário total consolidado de R$ 3.147.192,99. Na descrição dos fatos (fls. 652/654), que remete ao “termo de encerramento da ação fiscal” (fls. 670/677), a autoridade fiscal dá conta de que a empresa promoveu a saída de produtos tributados com falta ou insuficiência de lançamento e recolhimento do imposto, no período discriminado na ementa deste Acórdão, em virtude de erro de classificação fiscal e de alíquota. Houve as saídas de relé fotoelétrico, relé fotimer, relé fotocontrolador, relé fotosoquete, minuteria e fotocélula, com a classificação fiscal NCM 8536.4900 (Outros Relés), com alíquota de 5%. Todos os produtos mencionados se prestam ao acionamento de pontos luminosos ou outras cargas, sendo o relé apenas um dos componentes do conjunto que é posicionado no circuito elétrico para interrupção, conforme catálogos (fls. 75/96) e reprodução fotográfica do produto “relé fotimer” (fl. 647), com a nítida distinção entre o produto como um todo e um relé isoladamente considerado. As Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) faz a diferenciação de forma clara entre interruptores, seccionadores e comutadores (subposição 8536.50) e relés (subposição 8536.4). Há o Despacho Homologatório COSIT (DINOM) nº 83/96 (DOU de 31/12/1996) que fixa a subposição 8536.50.0299 para interruptor automático controlado por luz natural para acender e apagar lâmpadas incandescentes, com sensor fotoelétrico conectado por fios. O enquadramento, então, é no código de classificação fiscal NCM 8536.5090 (Outros interruptores, seccionadores e comutadores), com alíquota de 15% até 29/03/2009, pois a partir de 30/03/2009, com o Decreto nº 7.394, de 15 de dezembro de 2010, passou a existir o destaque 8536.5090 Ex 03 para os dispositivos do tipo utilizado em residências, com alíquota de 5% (alteração vigente somente até 31/12/2011). A apuração dos montantes do imposto devido conforme o “demonstrativo de cálculo do IPI a lançar” (fls. 97/646). A empresa tomou ciência da exação em 28/04/2011 por meio do respectivo representante legal, conforme alteração de contrato social às fls. 678/685. Insubmissa, a contribuinte apresentou, em 30/05/2011, a impugnação à fls. 718, subscrita pelo patrono da pessoa jurídica nomeado e constituído pelo instrumento hábil, em que sustenta, em síntese, que: a) “o relé eletromecânico é um componenteinsumo que será utilizado em um relé que será produzido para a função para a qual foi concebido”; o relé básico é um componente/insumo do relé fotoelétrico, integrado em placa de circuito impresso; a funcionalidade e o acionamento de Fl. 1224DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11080.722640/201117 Resolução nº 3201000.634 S3C2T1 Fl. 1.225 3 cada relé podem ser conferidos, com riqueza técnica e ilustrações, em tabela e pareceres técnicos (documentos nº 3 a 5); os relés, como os fotoelétricos e o temporizador minuteria, são diferentes de interruptores em virtude do acionamento elétrico e automático, segundo princípios específicos: os relés fotoelétrico, fotimer, fotocontrolador, fotocélula e fotosoquete, são dispositivos automáticos que comandam circuitos por variações de luz, podendo a ter a função adicional de temporizador, sendo os acionamentos dos tipos magnético e eletrônico ou térmico; os relés fotoelétricos não se assemelham, no acionamento, na funcionalidade e na forma aos interruptores aludidos na nota A da NESH sobre aparelhos para interrupção ou seccionamento; o mesmo raciocínio vale para os relés temporizadores, como a minuteria, que são dispositivos também automáticos para o comando ou controle de circuitos segundo as variações ocorridas nos circuitos; os relés fotoelétricos e os relés temporizadores minuterias se classificam na posição 8536.4900 da TIPI, com base na regra 4 das Regras Gerais de Interpretação do Sistema Harmonizado, pois o produto deve ser classificado na posição mais semelhante; tal classificação fiscal é confirmada em parecer técnico da Federação da Indústria do Estado do RS, além disso, é consagrada há muitos anos e é praticada por diversos fabricantes de relés fotoelétricos e de relés temporizadores; b) a multa de 75% deve ser desclassificada para 20% em virtude da boafé da contribuinte, que atuou com base em interpretação de dispositivos legais; c) os juros de mora, no caso calculados pela taxa Selic, não podem incidir sobre a multa de ofício, somente sobre tributos e contribuições, por falta de previsão legal. Por fim, requer que seja recebida e acolhida a impugnação para o cancelamento do auto de infração e do crédito tributário na totalidade, com o cancelamento do processo administrativo; ou que, alternativamente, a multa de ofício seja reclassificada de 75% para 20% em face da mora, e, cumulativamente, seja afastada a incidência dos juros Selic sobre a multa de mora. Sobreveio decisão da 12ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2009 RELÉS FOTOELÉTRICOS. Os relés fotoelétricos são enquadrados no código de classificação fiscal NCM 8536.5090 (Outros interruptores, seccionadores e comutadores), com alíquota de 15% até 29/03/2009, pois a partir de 30/03/2009, com o Decreto nº 7.394, de 15 de dezembro de 2010, Fl. 1225DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11080.722640/201117 Resolução nº 3201000.634 S3C2T1 Fl. 1.226 4 passou a existir o destaque 8536.5090 Ex 03 para os dispositivos do tipo utilizado em residências, com alíquota de 5% (alteração vigente somente até 31/12/2011). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2009 FALTA DE LANÇAMENTO DO IMPOSTO É devido o imposto não lançado nas notas fiscais de saída por erros de classificação fiscal e de alíquota. MULTA DE OFÍCIO. A falta de lançamento do imposto implica a imposição de multa de ofício JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Os juros de mora são calculados mediante a aplicação da taxa SELIC acumulada sobre o montante do imposto para cada período de apuração. Inconformada com a decisão, apresentou a recorrente, tempestivamente, o presente recurso voluntário. Na oportunidade, reiterou os argumentos colacionados em sua defesa inaugural. É o relatório. VOTO O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. O cerne da lide reside na controvérsia acerca da classificação na Nomenclatura Comum do Mercosul baseada no Sistema Harmonizado de Codificação e Classificação de Mercadorias NCM/SH dos produtos relé fotoelétrico, relé fotimer, relé fotocontrolador, relé fotosoquete, minuteria e fotocélula, que a recorrente classificou no código 8536.4900 (Outros Relés), com alíquota de 5% de IPI. A autoridade fiscal, contudo, entende que o produto deve ser classificado sob o código 8536.5090 (Outros interruptores, seccionadores e comutadores), com o IPI apurado à alíquota de 15%, exigindo a diferença não recolhida por meio do auto de infração ora combatido. A descrição das posições da NCM/SH são as que seguem: 85.36 Aparelhos para interrupção, seccionamento, proteção, derivação, ligação ou conexão de circuitos elétricos (por exemplo, interruptores, comutadores, relés, cortacircuitos, eliminadores de onda, plugues (fichas*) e tomadas de corrente, suportes para lâmpadas e outros conectores, caixas de junção), para uma tensão não superior a 1.000V; conectores para fibras ópticas, feixes ou cabos de fibras ópticas. [...]8536.4 Relés: 8536.41.00 Para tensão não superior a 60V 8536.49.00 – Outros Fl. 1226DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11080.722640/201117 Resolução nº 3201000.634 S3C2T1 Fl. 1.227 5 8536.50 Outros interruptores, seccionadores e comutadores 8536.50.10 Unidade chaveadora de conversor de subida e descida para sistema de telecomunicação via satélite 8536.50.20 Unidade chaveadora de amplificador de alta potência (HPA) para sistema de telecomunicação via satélite 8536.50.30 Comutadores codificadores digitais, próprios para montagem em circuitos impressos 8536.50.90 Outros A fiscalização sustenta que os citados produtos enquadramse como interruptores e não como relés devido ao relé ser apenas um dos componentes do circuito destes interruptores, apresentando solução de consulta neste sentido. Afirma ainda que os próprios os esclarecimentos da NESH referentes a posição 8536 classificam como interruptores os interruptores automáticos termoelétricos (starters) para partida (arranque) de lâmpadas ou tubos fluorescentes, bem como os que possuem detectores de proximidade. A recorrente, por seu turno, sustenta que o que diferencia o relé de um interruptor é o estímulo inicial, sendo que o relé é sempre um estímulo luminoso, térmico, magnético e/ou eletrônico, enquanto que o interruptor é operado manualmente. Aduz ainda que a NESH da posição 8536 define os relés como dispositivos automáticos, entre eles os baseados em princípios fotoelétricos e os com função temporizadora. Pois bem, em análise aos autos, verifiquei que, em que pese à especificidade do conhecimentos necessário para a resolução da lide, os produtos não se sujeitaram a procedimento de perícia realizado por órgão oficial. Verifico ainda as informações trazidas pelas partes são contraditórias, mostrandose necessário, desta forma, realização de procedimento de perícia nos produtos objeto da autuação fiscal. Portanto, para bem esclarecer a questão, entendo que o julgamento deve ser convertido em diligência para que seja elaborado um laudo técnico, pelo Instituto Nacional de Tecnologia INT, para que sejam respondidas as seguintes questões: 1) Os produtos objeto do presente processo, relé fotoelétrico, relé fotimer, relé fotocontrolador, relé fotosoquete, minuteria e fotocélula, são denominados no mercado como "relés" ? 2) Tais produtos também são conhecidos como "interruptores"? 3) O que é relé? Quais suas funções principais e suas funções secundárias? Exemplificar. 4) O que é interruptor? Quais suas funções principais e suas funções secundárias? Exemplificar. Fl. 1227DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 11080.722640/201117 Resolução nº 3201000.634 S3C2T1 Fl. 1.228 6 5) Quais as semelhanças e diferenças entre o relé e o interruptor? 6) Os produtos objeto do presente processo, relé fotoelétrico, relé fotimer, relé fotocontrolador, relé fotosoquete, minuteria e fotocélula, podem ser definidos como os detectores de proximidade, ou como interruptores automáticos termoelétricos (starters) para partida (arranque) de lâmpadas ou tubos fluorescentes? 7) Tais produtos, conforme o princípio no qual se baseiam, podem ser definidos como relés eletromagnéticos (ou de solenóide), de ímã permanente, termoelétricos, de indução, eletrostáticos, fotoelétricos ou eletrônicos? 8) Tais produtos, conforme a função para a qual foram concebidos, podem ser definidos como relés de máximo de intensidade, de mínimo ou máximo de tensão, diferenciais, de disparo instantâneo ou temporizadores? Determino, ainda, que antes da realização de diligência seja dada a oportunidade à recorrente e à autoridade fiscal para que formulem demais quesitos para serem respondidos no laudo a ser realizado. Após a juntada do laudo ao processo, determino, também, que seja dada oportunidade para que a recorrente e a Fazenda Nacional se manifestem sobre o mesmo. Após tais providências, retornem os autos para julgamento. Pelo exposto, considerando a relevância e pertinência dos quesitos formulados, voto por converter o julgamento em diligência nos termos do voto acima transcrito. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 1228DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 11/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10670.721697/2013-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2010
ITR. FUNDAÇÕES PÚBLICAS. IMUNIDADE.
É imune do ITR o imóvel rural pertencente à Fundação instituída e mantida pelo Poder Público, quando vinculado as finalidades essenciais da entidade.
Numero da decisão: 2201-002.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso.
Assinado Digitalmente
EDUARDO TADEU FARAH Relator.
Assinado Digitalmente
CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Presidente-Substituto.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente-substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA CROSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, EDUARDO TADEU FARAH e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Presidente da Turma Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente EDUARDO TADEU FARAH Relator. Assinado Digitalmente CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Presidente-Substituto. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente-substituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA CROSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, EDUARDO TADEU FARAH e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Presidente da Turma Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR.
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FUNDAÇÕES PÚBLICAS. IMUNIDADE. É imune do ITR o imóvel rural pertencente à Fundação instituída e mantida pelo Poder Público, quando vinculado as finalidades essenciais da entidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente EDUARDO TADEU FARAH – Relator. Assinado Digitalmente CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI – PresidenteSubstituto. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidentesubstituto), MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA CROSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, EDUARDO TADEU FARAH e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Ausente, justificadamente, o Presidente da Turma Conselheiro HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 72 16 97 /2 01 3- 40 Fl. 301DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2010, consubstanciado na Notificação de Lançamento (fls. 101/106), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 10.335.365,28, relativo ao imóvel rural denominado “Fazenda Serra Azul”, cadastrado na RFB sob o nº 2.874.1919, com área declarada de 30.000,0 ha, localizado no Município de Jaíba/MG. A fiscalização desconsiderou a imunidade declarada e alterou o Valor da Terra Nua (VTN) declarado de R$ 0,00 para o arbitrado de R$ 25.411.500,00 (R$ 847,05/ha), com base em valor constante no Sistema de Preços de Terras (SIPT). Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: diz que as Notificações de Lançamento, referentes aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, não podem prosperar; entende que, na qualidade de pessoa jurídica de direito público, como demonstrado pela documentação juntada, está adstrita à imunidade tributária a teor do disposto no art. 150, IV, “a” c/c art. 150, § 2º, da Constituição da República; pelo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência total dos lançamentos, requer seja acolhida a impugnação para anulação ou desconsideração dos lançamentos. Também consta dos autos que o débito formalizado por meio do presente processo foi inscrito em Dívida Ativa da União (às fls. 110/113) e, após a constatação da interposição de impugnação tempestiva, conforme exarado no Memorando nº 62/2014 RFB/DRF/MCR/Sacat, de 17.03.2014, às fls. 114, foi providenciado junto a PFN/BA o cancelamento dessa inscrição (às fls. 162 e 163). A 1ª Turma da DRJ em Brasília/DF julgou improcedente a impugnação apresentada, conforme ementas abaixo transcritas: DA IMUNIDADE DO ITR A imunidade do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) abrange apenas os imóveis rurais, das Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, que sejam vinculados às suas finalidades essenciais, devendo essa condição ser obrigatoriamente comprovada nos autos. DO ÔNUS DA PROVA Cabe ao contribuinte, quando solicitado pela Autoridade Fiscal, comprovar com documentos hábeis, os dados informados na sua DITR, posto que é seu o ônus da prova. DA MATÉRIA NÃO IMPUGNADA VALOR DA TERRA NUA (VTN) ARBITRADO Fl. 302DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10670.721697/201340 Acórdão n.º 2201002.728 S2C2T1 Fl. 3 3 Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada, conforme legislação processual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimada da decisão de primeira instância em 04/07/2014 (fl. 224), a autuada apresenta Recurso Voluntário em 24/07/2014 (fls. 226 e seguintes), sustentando, exatamente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os requisitos de admissibilidade. Cingese a controvérsia, nesta segunda instância, à imunidade da fundação. De pronto, cumpre reproduzir a legislação que rege a matéria, no caso, a Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988, art. 150, VI, “a” e “c”, e §§ 2º a 4º, e art. 153, § 4º, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, art. 1º; Lei nº 9.393, de 1996, art. 2º; RITR/2002, art. 3º e IN SRF nº 256, de 2002, art. 2º: São imunes do ITR, desde que atendidos os requisitos constitucionais e legais: I a pequena gleba rural; II os imóveis rurais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; III os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; IV os imóveis rurais de instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. (grifei) Os imóveis rurais de que tratam as hipóteses descritas nos incisos III e IV somente são imunes do ITR quando vinculados às finalidades essenciais das entidades neles mencionadas. Assim, compulsandose os autos, verificase que o imóvel objeto da exação de fato pertencente à Fundação instituída e mantida pelo Poder Público, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – SEAPA. Transcrevese trecho do estatuto da Fundação Rural Mineira RURALMINAS: DECRETO nº 45.752/2011 Fl. 303DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS, no uso de a O GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS atribuição que lhe confere o inciso VII do art. 90, da Constituição do Estado, e tendo em vista o disposto no parágrafo único do art. 18 da Lei Delegada nº 180, de 20 de janeiro de 2011, DECRETA: CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º A Fundação Rural Mineira RURALMINAS, instituída pela Lei nº 4.278, de 21 de novembro de 1966, regese por este Estatuto e pela legislação aplicável. (...) CAPÍTULO II DA FINALIDADE E DAS COMPETÊNCIAS Art. 2º A RURALMINAS tem por finalidade executar serviços de engenharia, bem como planejar, desenvolver, dirigir, coordenar, fiscalizar e executar projetos de logística de infraestrutura rural e de engenharia, com vistas ao desenvolvimento social e econômico do meio rural no Estado, observadas as diretrizes políticas formuladas pela SEAPA, competindolhe: I gerir planos, programas e projetos de infraestrutura rural, de engenharia agrícola e hidroagrícola, abrangendo, ainda: I gerir planos, programas e projetos de infraestrutura rural, de engenharia agrícola e hidroagrícola, abrangendo, ainda: a) construção e recuperação de estradas vicinais; b) recuperação de áreas degradadas; c) desassoreamento de cursos fluviais; d) construção e recuperação de pequenos barramentos de água; e) eletrificação e saneamento do meio rural; f) implantação de poços artesianos; g) operação e manutenção de barragens de perenização; h) construção e implantação de tanques de piscicultura; e i) construção e implantação das estruturas físicas necessárias ao desenvolvimento do meio rural e de sua atividade agrícola. II incentivar e apoiar programas de desenvolvimento social e econômico do meio rural, observada a orientação da SEAPA; III executar serviços de motomecanização e de engenharia agrícola; Fl. 304DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10670.721697/201340 Acórdão n.º 2201002.728 S2C2T1 Fl. 4 5 IV manter intercâmbio com instituição pública ou privada, nacional, estrangeira ou internacional, a fim de obter cooperação técnica, científica e financeira; V planejar, coordenar, fiscalizar e executar programas de desenvolvimento rural no âmbito estadual, em articulação com outros órgãos e entidades do Poder Executivo; VI planejar, coordenar, supervisionar e executar projeto público de irrigação e drenagem, no âmbito da Administração Pública Estadual; VII propugnar pela preservação dos princípios da legislação ambiental, e VIII administrar, diretamente ou por meios de terceiros e fiscalizar o funcionamento do sistema de irrigação do complexo do Projeto Jaíba, segundo as diretrizes da SEAPA. (grifei) Relativamente ao imóvel rural objeto da exação, informou a suplicante que a área repassada pelo Governo de Minas Gerais é integrante da Etapa II do Projeto Jaíba, que visa o desenvolvimento regional autosustentável, mediante a adoção de um modelo de produção baseado no assentamento dirigido de pequenos e médios produtores agrícolas. Por atender os requisitos constitucionais e legais, verifico, pois, que o imóvel objeto da exação faz jus à imunidade prevista no art. 150, VI, alínea “a” e § 2º do art. 150, da Constituição Federal. Ante ao exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 305DF CARF MF Impresso em 22/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 18/01/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10805.722061/2011-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
IRPJ. COMPETÊNCIA.
Nos termos do disposto no artigo 2º, I, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, compete à Primeira Seção o julgamento de recurso voluntário que verse sobre aplicação da legislação do IRPJ.
Numero da decisão: 3101-001.748
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, para declinar a competência em favor da Primeira Seção de Julgamento do CARF. Conselheiro Demes Brito declarou-se impedido. Fez sustentação oral o Dr. Ronaldo Redenschi, OAB/RJ 94.238, advogado do sujeito passivo.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Rodrigo Mineiro Fernandes Relator.
EDITADO EM: 13/11/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: Corintho Oliveira Machado
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COMPETÊNCIA. Nos termos do disposto no artigo 2º, I, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, compete à Primeira Seção o julgamento de recurso voluntário que verse sobre aplicação da legislação do IRPJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, para declinar a competência em favor da Primeira Seção de Julgamento do CARF. Conselheiro Demes Brito declarouse impedido. Fez sustentação oral o Dr. Ronaldo Redenschi, OAB/RJ 94.238, advogado do sujeito passivo. Henrique Pinheiro Torres Presidente Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator. EDITADO EM: 13/11/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 80 5. 72 20 61 /2 01 1- 81 Fl. 1621DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório O presente processo versa sobre Pedido de Restituição (fls.02 a 03) de valores pagos a título de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS, no valor total de R$ 15.658.284,85, no âmbito do parcelamento instituído pela Medida Provisória nº 470, de 13/10/2009, pela empresa ELUMA S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO, CNPJ nº 57.488.645/000132, incorporada pela interessada em 31/03/2010. A interessada alegou que os créditos seriam decorrentes de pagamentos indevidos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, vinculados ao parcelamento de que trata a Medida Provisória nº 470, de 13/10/2009, em virtude da contrapartida em contas de resultado da apropriação de créditos de IPI não reconhecidos, oriundos da aquisição de insumos não tributados ou tributados à alíquota zero. A origem dos créditos de IPI seriam decorrentes de decisão judicial proferida nos autos da Ação Anulatória n° 000149051.2004.4.03.6126, ajuizada perante a 2ª Vara Federal de Santo André. Os créditos extemporâneos de IPI foram utilizados pela incorporada para compensar os débitos de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS, através dos PERDCOMP's de fls.452/918. Entretanto, tais PERDCOMP's não foram homologados pela RFB. Por ocasião da Medida Provisória nº470/2009, a interessada optou pela apresentação de desistência da Ação Judicial n° 000149051.2004.4.03.6126, e aderiu ao parcelamento dos débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos de IPI em 30/11/2009, conforme requerimento de fls.1347/1351. Após a aplicação das reduções de multas, juros de mora e encargos legais previstas na referida MP e da utilização do prejuízo fiscal e da base de cálculo negativa da CSLL acumulados, restou um saldo de débito, no valor de R$ 16.852.966,64, o qual foi dividido em 12 parcelas, as quais foram quitadas por meio dos DARF's de fls.1352 a 1375. Entretanto, após os recolhimentos efetuados, a interessada passou a entender que a quitação do parcelamento configuraria a situação de pagamento indevido/a maior, previsto no inciso I, do artigo 165, do CTN, uma vez que, como os créditos de IPI oriundos da aquisição de insumos não tributados ou tributados à alíquota zero, no valor total de R$ 53.999.770,35, não foram reconhecidos pela autoridade fiscal, não teria consubstanciado o fato gerador dos tributos (IRPJ, CSLL, COFINS e PIS ) relacionados com a apropriação dos créditos de IPI, no valor de R$ 15.658.284,85. No Despacho Decisório de fls. 1392 a 1395, consta o indeferimento do pedido de restituição, sob a alegação de que o parcelamento seria confissão de dívida. A interessada apresentou sua manifestação de inconformidade (fls. 1399 a 1419), alegando: (i) a subsistência do direito creditório constante do pedido de restituição apresentado (tributos recolhidos sobre base de cálculo inexistente), com a prevalência do princípio da verdade material; e (ii) a irrelevância da vontade do contribuinte para a ocorrência do fato gerador, pela impossibilidade da Fl. 1622DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10805.722061/201181 Acórdão n.º 3101001.748 S3C1T1 Fl. 4 3 confissão vir a ensejar o nascimento da obrigação tributária. Alega ainda que o pedido de restituição apresentado decorreu do equívoco em que havia incorrido ao formalizar seu pedido de adesão ao parcelamento instituído pela Medida Provisória nº 470/09, no tocante aos débitos compensados realizados ao amparo da Ação Judicial nº 000149051.2004.4.03.6126, visto que uma vez não reconhecido o direito creditório relativo aos valores de IPI oriundos da aquisição de insumos não tributados ou tributados à alíquota zero, seria lógica a conclusão de que tais valores não poderiam impactar na ampliação da base tributável do exercício de 2004 e, conseqüentemente, não haveria que se falar na obrigatoriedade de recolhimento dos tributos (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS) que essa majoração deu causa. A 15ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento do Rio de Janeiro I proferiu o Acórdão nº 12062.619, referente a sessão de julgamento ocorrida em 17 de janeiro de 2014, na qual, por unanimidade de votos, negou provimento à manifestação de inconformidade, para não reconhecer o direito creditório pleiteado pela Interessada. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PAGAMENTOS INDEVIDOS OU A MAIOR. DÉBITOS CONFESADOS (sic) EM PEDIDO DE PARCELAMENTO. O requerimento de adesão às condições de parcelamento implica confissão irrevogável e irretratável dos débitos abrangidos, não cabendo rediscussão da dívida original para fins de reconhecimento de direito creditório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Após a ciência do resultado de julgamento, foi interposto recurso voluntário, no qual reprisa os argumentos trazidos em sua manifestação de inconformidade, aponta premissas equivocadas que conduziram a decisão recorrida, e requer a realização de diligência. O processo foi encaminhado a esta Seção de Julgamento e posteriormente distribuído a este Conselheiro. É o relatório. Voto Fl. 1623DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator A restituição pretendida nestes autos pela Recorrente não é de valores pagos a título de IPI, mas sim de débitos pagos a título de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, cujo fato gerador seria a contrapartida em contas de resultado da apropriação de créditos de IPI não reconhecidos posteriormente. Em se tratando de pleito relativo ao IRPJ, o julgamento do recurso voluntário não cabe a esta Terceira Seção de Julgamento, sendo de competência da Primeira Seção, segundo disposição do artigo 2º, I, c/c art. 7º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22/06/2009. Com base nesses fundamentos, voto por não conhecer do recurso voluntário apresentado, para declinar a competência em favor da Primeira Seção de Julgamento do CARF. Sala das sessões, em 15 de outubro de 2014. Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator [assinado digitalmente] Fl. 1624DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 13/11 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 19515.000338/2006-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3201-001.043
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Eduardo Suesmann, OAB-SP 256895, escritório Trench Rossi e Watanabe.
Winderley Morais Pereira - Presidente substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Eduardo Suesmann, OABSP 256895, escritório Trench Rossi e Watanabe. Winderley Morais Pereira Presidente substituto e Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira. Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. Em ação fiscal levada a efeito no contribuinte acima identificado foi apurada, conforme Termos de fls.4l e 6162, diferença entre os valores escriturados e os declarados em DCTF relativos à COFINS de 04/2000 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 00 33 8/ 20 06 -9 3 Fl. 6019DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 3 2 a 12/2000, 01/2001 a 08/2001, 10/2001, 03/2003 a 05/2003, 07/2003, 02 e 03/2004, 10/2004 e 04/2005, razão pela qual foi lavrado o Auto de Infração de fls. 6971, integrados pelos termos, demonstrativos e documentos nele mencionados. 2. O crédito tributário lançado, composto pela contribuição, multa proporcional e juros de mora, calculados até 24/02/2006, perfaz o total de R$ 6.263.552,02. 3. Inconformada com a autuação, da qual foi devidamente cientificada em 23/03/2006, a contribuinte apresentou em 24/04/2006 a impugnação de fls. 7597, com documentos anexos às fls. 98302, na qual deduz as alegações a seguir resumidamente discriminadas: 3.1. Afirma que nenhuma das diferenças verificadas pela fiscalização corresponde à falta de recolhimento de tributo, devendo o lançamento ser considerado totalmente improcedente. 3.2. Alega que a aplicação dos princípios da legalidade, ampla defesa,motivação e contraditório, previstos na CF (arts.5.°, II, LIV, LV, e 37) e na lei 9.784/97 (a1t.2.°, caput e parágrafo único, inciso VII, e a1t.50), é demonstrada nos incisos III, IV e V do art.10 do decreto 70.235/72. Transcreve os referidos dispositivos. Conclui que a validade do auto de infração depende da indicação do dispositivo legal supostamente infringido e da indicação da situação fática que supostamente ensejou a infração. Argumenta que a Administração deve apurar a essência dos fatos que supostamente ensejaram a infração investigada, sendo que análises superficiais e/ou incompletas dos fatos implicam a falta de motivação fática e legal, com a conseqüente nulidade do ato administrativo. 3.3. Afirma que a mera leitura do termo de verificação fiscal permite identificar a total nulidade do auto de infração resistido, em virtude da falta de motivação fática e legal. Alega que a fiscalização, ao fundamentar a exigência, não verificou o momento da ocorrência dos fatos geradores da COFINS nem apurou a base de cálculo e o valor efetivamente devido da contribuição, limitandose a analisar contas de passivo, cuja denominação continha a palavra “COFINS”, confrontandoas com valores declarados em DCTF e devidamente recolhidos pela defendente. Aduz que o entendimento fiscal de que os valores escriturados no Passivo da contabilidade da empresa devem corresponder exatamente aos valores de COFINS declarados e pagos pela sociedade é equivocado, pois a fiscalização não atentou para o fato de que as contas de Passivo sob análise consistiam em provisões do valor de COFINS a pagar em cada mês, sendo que divergências entre os valores estimados e os efetivamente devidos são normais, pois a provisão é contabilizada em momento anterior ao efetivo pagamento da contribuição, estando sujeita às alterações decorrentes das atividades da sociedade. 3.4. Alega que determinava o valor da provisão de COFINS a pagar com base nas receitas e exclusões do período, usualmente até a primeira semana do mês seguinte. Segue dizendo que, se até o vencimento do tributo fosse verificada nova receita ou exclusão, referente ao período do mês anterior, de acordo com o regime de competência a empresa apurava novamente a base de cálculo da contribuição, aplicava a alíquota e assim calculava o tributo devido, que era informado em DCTF e recolhido, tempestivamente, pela defendente. Explica que a fiscalização, sem nunca ter verificado as bases de cálculo apuradas pela defendente nos períodos autuados, o Fl. 6020DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 4 3 que resultaria na verificação de inexistência de falta de pagamento de tributo pela defendente, concluiu com base em contas de provisão que a empresa teria deixado de recolher valores a título de COFINS. Verifica que uma das razões para as supostas diferenças constatadas pela fiscalização consiste na natureza das contas de provisão, ou seja, contas transitórias que não podem ser consideradas como apuração final de qualquer tributo. 3.5. Ressalta que o valor utilizado pela fiscalização como COFINS supostamente devida, para fins de comparação com o declarado em DCTF, sequer corresponde com a provisão de COFINS a pagar para os respectivos meses, mas com o valor acumulado dessa conta desde o início do anocalendário. Elabora exemplo ilustrativo desse procedimento contábil, sobre o qual afirma não existir qualquer vedação legal. A fiscalização, continua a empresa, desconhecendo ou desconsiderando o procedimento contábil acima, considerou a cada mês o valor acumulado na conta de provisão e não o valor da provisão no mês específico. Isso, segue, fez com que a fiscalização utilizasse para comparação os saldos de provisão de meses anteriores, além da provisão mensal calculada para cada período. Elabora planilha exemplificando o procedimento contábil referido para o período de 04/2000 a 10/2001, explicando que a fiscalização considerou, ao tomar o valor acumulado como suposto lançamento contábil a ser comparado com a DCTF, não só a provisão contábil para cada período, mas as diferenças acumuladas, desde o início do anocalendário, entre as provisões e os valores efetivamente devidos, causando distorção ainda maior no lançamento fiscal. Verifica, na/mesma planilha, que a diferença entre o valor acumulado e o valor da provisão do mês, somada à diferença entre a provisão do mês e o valor informado em DCTF corresponde exatamente ao valor da diferença entre o valor acumulado e o valor da provisão do mês seguinte. Ressalta que, mesmo se fosse aceitável a comparação do valor da provisão do mês com o valor declarado em DCTF, o lançamento contábil não seria válido, já que o próprio valor da provisão foi incorretamente identificado. Conclui que o auto de infração carece de motivação fática, vez que (i) a fiscalização limitou sua análise à comparação entre livro razão e DCTF sem analisar os efetivos elementos materiais que constituem o crédito tributário; e (ii) o valor adotado como parâmetro pela fiscalização foi incorretamente determinado. 3.6. Afirma que os autos de infração carecem de motivação legal, comentando os dispositivos legais ali indicados: o art.149 do CTN versa sobre hipóteses de revisão de lançamento; o art.1°. da LC 70/91 versa sobre a criação da COFINS; os artigos 2.°, 3.° e 8.° da lei 9.718/98 versam sobre base de cálculo, equiparação do faturamento à receita bruta e alíquota da contribuição. Frisa que recolheu a COFINS aplicando a alíquota de 3% sobre a receita bruta, porém a fiscalização limitouse a comparar contas de provisão com DCTF. 3.7. Comenta ainda que, embora a autuação compreenda períodos até 12/2005 (leiase 04/2005), a fiscalização sequer mencionou a lei 10.833/2003, base da incidência da COFINS a partir de 02/2004. Dessa forma, continua, o lançamento fiscal também carece de motivação legal apta a atribuir validade a esse ato, o que, somada à falta de motivação fática, implica a necessidade de reconhecimento da nulidade material absoluta desse ato administrativo, por inobservância Fl. 6021DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 5 4 do art. 10 do decreto 70.235/72. Cita a doutrina e decisões do Conselho de Contribuintes a esse respeito. 3.8. Repete que as exigências fiscais são improcedentes face à impossibilidade de exigência de diferenças numéricas apuradas entre os valores indicados nos lançamentos contábeis da empresa a título de Provisão de COFINS a pagar e os valores declarados em DCTF e efetivamente recolhidos pela empresa, por essas diferenças não corresponderem a falta de recolhimento de tributo. Ressalta que existem diferenças entre as provisões mensais lançadas pela defendente e os valores declarados em DCTF, porém tais provisões não podem ser exigidas pela fiscalização, vez que não correspondem a tributo devido. Comenta que, visando à perfeição de seus recolhimentos fiscais e à observância do regime de competência, não se limitava a reproduzir o valor da provisão na DCTF e no DARF, tendo a preocupação de ajustar o valor da provisão de acordo com as exclusões e adições necessárias. Informa que tal mutação do valor da provisão é normal, ao contrário do que quer fazer crer a fiscalização, já que contas de provisão são estimativas para fins de reserva da sociedade e não instrumento de apuração final de tributo devido. Assinala que a boafé da empresa é verificada pelo fato de que nos meses em que o valor da provisão é menor que o devido a defendente realiza os ajustes devidos e efetua o pagamento de COFINS em valor superior ao registrado em sua contabilidade. 3.9. .Afirma que, além do equívoco ao equiparar mera provisão contábil à apuração final de tributo, a fiscalização sequer apurou corretamente o efetivo valor mensal das provisões constituídas pela empresa, considerando em cada período o saldo acumulado da conta de provisão que, além de parcelas mensais, inclui parcelas remanescentes de provisões anteriores, valores de retenções de terceiros, créditos de COFINS/Importação, créditos decorrentes de COFINS nãocumulativa, reversões de provisão, dentre outras parcelas alheias à provisão mensal da COFINS. 3.10. Alega que nos anos de 2000 a 2003 o valor do saldo da conta de Provisão de COFINS a Pagar inclui, alem da parcela mensal da provisão, valores remanescentes de períodos anteriores que, por conveniência e técnica contábil adotada pela empresa, revertidos na conta. 3.11. Nota que a partir de 02/2004, as distorções entre o saldo acumulado da conta e a provisão mensal são ainda mais relevantes, pelo fato de vigorar a lei 10.833/2003, e suas normas complementares, criando novas regras para essa contribuição, dentre elas a nãocumulatividade, instituindo créditos de COFINS na aquisição de mercadorias e serviços, e a retenção de COFINS na fonte na contratação de determinados serviços. Conclui que os valores dos créditos e das retenções de terceiros compunham o saldo acumulado da conta, sem ter qualquer relação com os valores das provisões mensais. 3.12. Relata que a partir de 2004 a COFINS passou a incidir sobre importação de mercadorias, razão pela qual os créditos decorrentes de COFINS paga na importação passaram também a transitar pelas contas de provisão de COFINS, influenciando no saldo acumulado utilizado pela fiscalização. Ainda em 2004, continua, um dos lançamentos que impactaram o valor do saldo acumulado das contas de COFINS referese a valor indevidamente indicado na conta a título Fl. 6022DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 6 5 de Compensação (Importação), ou seja, crédito de COFINS Importação indicado como compensação na conta de Provisão de COFINS. Reconhece que, ao efetuar o lançamento correspondente à contribuição paga no desembaraço aduaneiro de mercadorias, por equívoco, lançou em 10/2004 o valor do PISImportação na conta de provisão de COFINS a Pagar e viceversa. Explica que em 11/2004 reverteu os lançamentos incorretos por meio de lançamentos a débito das mesmas contas, o que implicou aumento substancial do saldo da conta tido como “provisão” pela fiscalização. 3.13. Em suma, diz que o valor considerado pela fiscalização como “provisão” na realidade tratase de saldo acumulado da conta de provisão que engloba diversos outros lançamentos além das provisões mensais para pagamento do tributo. Demonstra assim que, além de ser inadmissível usar mero lançamento contábil como instrumento de apuração de tributos, a base de comparação utilizada pela fiscalização sequer corresponde à provisão mensal de COFINS constituída pela empresa. Apresenta planilha demonstrando o saldo acumulado da conta de provisão utilizado como base pela fiscalização, bem como o efetivo valor das provisões mensais constituídas pela defendente. 3.14. Menciona que recolheu todos os valores devidos de COFINS do período abrangido pela autuação, conforme DARF anexados. Diz que a regularidade desses recolhimentos poderá ser aferida pela análise dos documentos fiscais e contábeis mantidos pela empresa, que demonstram as receitas sujeitas à tributação, os créditos de COFINS e as compensações, elementos esses desconsiderados pela fiscalização. Caso necessário, requer seja determinada diligência fiscal visando a apuração dos valores da COFINS devida, e verificados os recolhimentos efetuados. 3.15. Argumenta que, como o lançamento tributário ocorreu após o decurso do prazo de cinco anos contados a partir de parte dos fatos geradores relativos ao período mencionado, tais valores não poderiam ser exigidos da empresa, visto já ter ocorrido a decadência do direito de constituição do crédito tributário ora exigido. 3.16. Afirma que, conforme a melhor doutrina e a jurisprudência do pretório Excelso, as contribuições, no sistema da CF vigente subordinamse aos mesmos prazos de prescrição e decadência previstos em lei complementar para a cobrança de tributos, nos termos do art.146, III, “b”, da CF e arts. 150, § 4.° e 173, I, do CTN, os quais transcreve. Assim, continua, a decadência de tributos, como a COFINS, deve ser regulada por lei complementar, no caso, pelo CTN. Expõe doutrina e decisões do Conselho de Contribuintes a embasar sua tese, saltando/ que por ser a COFINS tributo sujeito a lançamento por homologação e a impugnante ter efetuado o pagamento do tributo tempestivamente, deve ser aplicado o art. 150, § 4.° do CTN, segundo o qual o prazo de decadência de cinco anos é contado partir ato gerador do tributo. Conclui que, como o presente lançamento se deu em 23/03/300 , as contribuições relativas ao período de 03/2000 a 02/2001 foram atingidas pela decadência, não podendo mais ser exigidas da impugnante. 3.17. Requer seja reconhecida a nulidade do lançamento, em virtude de falta de motivação fática e legal, decorrentes da precariedade do procedimento fiscalizatório e da autuação dele resultante. Caso assim não se entenda, requer seja reconhecida e improcedência das exigências fiscais consubstanciadas no auto de infração, vez que não se Fl. 6023DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 7 6 pode confundir provisão contábil com apuração final de tributo, tendo a defendente efetuado o recolhimento integral dos valores devidos de COFINS. Por fim, requer, caso reste qualquer exigência fiscal, seja reconhecida a decadência do direito do fisco constituir os créditos tributários relativos aos fatos geradores até 02/2001. 4. A fim de esclarecer pontos sobre a forma de apuração da contribuição lançada, foi solicitada diligência à Defic/SP (atual Defis/SP) às fls. 328331. 4.1. De início, a fiscalização intimou a empresa a informar a partir de qual período passou a apurar a contribuição de forma nãocumulativa, obtendo a data de 12/2002 como resposta (fls. 336338). 4.2. Após, a empresa foi intimada a apresentar, entre outros, planilhas contendo a base de cálculo da contribuição, bem como comprovação de todo os elementos transcritos nessas planilhas, demonstrativo dos créditos da nãocumulatividade, e, caso a conta COFINS a Recolher seja provisão, demonstrar em qual momento e conta houve a reversão da provisão. A empresa solicitou prorrogação de prazo para trinta dias alegando que o período requerido abrangia sistema de informações fora de uso e com base de dados localizada fora do pais. A fiscalização, observando que a própria defendente havia solicitado em sua impugnação fosse determinada diligência fiscal visando a devida apuração dos valores, pressupondose que a documentação estivesse disponível desde então, concedeu prazo adicional de cinco dias úteis para atendimento do solicitado (fls. 339345). A empresa apresentou documentos às fls. 346354, incluindo planilhas de apuração da contribuição. 4.3. Segundo consignado no termo de encerramento de diligência fiscal de fls. 355358, a empresa apresentou planilhas de apuração da contribuição na forma cumulativa para o período de 03/2000 a 01/2004, e na forma nãocumulativa a partir de 02/2004; relação de NF das vendas que especifica, balancetes mensais e procuração. No mesmo termo, estão discriminados os itens constantes do termo de intimação de fls. 339340 e que não foram apresentados pela empresa, entre outros, comprovação e discriminação dos créditos referentes à nãocumulatividade informados nas planilhas; comprovação e demonstração de créditos da nãocumulatividade relativos à utilização em um mês de eventuais sobras de créditos de outro mês (valores lançados nas planilhas a título de “saldo credor de meses anteriores + ret. na fonte”); demonstração do momento e em qual conta houve a reversão da conta COFINS a pagar, caso seja provisão, e demonstrativo relacionando o registrado no razão (conta COFINS a pagar) e o declarado em DCTF. 4.4. Concluindo, a fiscalização verificou, nas planilhas, que os valores declarados em DCTF não correspondem aos saldos contábeis da COFINS a pagar lançados no livro razão e na planilha elaborada pelo próprio contribuinte. As planilhas, relações e cópias do livro razão apresentados pela empresa foram incluídos ao processo como anexos. Encerrada a diligência, foi dada ciência ao contribuinte e ofertado prazo para manifestarse a respeito (AR de fls. 359). 4.5. Às fls. 360364 consta informação da fiscalização reiterando const anteriores, entre essas que: o contribuinte não demonstrou quando são feitos os ajustes na conta de COFINS a recolher, ou quando houve a reversão das provisões para Fl. 6024DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 8 7 que o passivo retratasse a veracidade do lançamento, a propósito de sua alegação de que se trata de conta de provisão; o contribuinte informou que passou a apurar a contribuição na forma nãocumulativa a partir de 02/2004 e, posteriormente, após intimação, apresentou planilhas de apuração cumulativa da COFINS do período de 03/2000 a 01/2004 e de apuração nãocumulativa a partir de 02/2004; o contribuinte apresentou planilhas, balancetes, relação de NF de vendas das contas que especifica, e procuração; restaram não comprovados, nem relacionados ou discriminados, os créditos da nãocumulatividade informados pela empresa na planilha para o período em tela. Também não foram comprovados, nem apresentado o respectivo demonstrativo, dos valores lançados na planilha apresentada a titulo de “saldo credor de meses anteriores + ret. na fonte”; não foi apresentado demonstrativo relacionando o registrado no razão (conta COFINS a pagar) e o declarado em DCTF; nas planilhas apresentadas, a fiscalização verificou que os valores informados em DCTF não correspondem aos saldos contábeis da COFINS a pagar lançados no razão e na planilha elaborada pelo próprio contribuinte, as planilhas, relações e cópias do razão apresentados pelo contribuinte no curso da diligência fiscal foram incluídos no processo na forma de anexos numerados de I a XVIII, e os documentos apresentados pelo contribuinte após o encerramento da diligência constam dos volumes 3 a 9 deste processo. 4.6. Respondendo ao termo de encerramento da diligência, a empresa apresentou manifestação às fls. 367375 aduzindo as seguintes alegações: 4.6.1. Repisa que a fiscalização adotou a premissa equivocada de que os valores provisionados para a contribuição corresponderiam ao tributo efetivamente devido ao final do período de apuração, não atentando que esses lançamentos não consideravam as exclusões da base de cálculo da contribuição, a COFINS antecipada por retenção e as receitas auferidas após o fechamento da provisão, entre outros. 4.6.2. Considera exíguo o prazo dado pela fiscalização para apresentação dos documentos solicitados, sendo 0 dispositivo que embasou a prorrogação do prazo (art.l9, § 1°, da lei 3.470/58, redação dada pelo art.71 da MP 2.158/2001) aplicável para apuração de declarações apresentadas à administração tributária dentro dos procedimentos de lançamento de ofício, e não para a situação em apreço. Menciona que a possibilidade de prorrogação de prazo está prevista no art.l8 do decreto 70.235/72, com alteração da lei 8.748/93. 4.6.3. Informa que os documentos e informações requisitados são apresentados com a presente manifestação e evidenciam a inexistência de crédito tributário a ser cobrado. 4.6.4. A respeito das afirmações da autuante de que os elementos transcritos nas planilhas de apuração dos valores de COFINS não teriam sido comprovados e de que os créditos apurados no regime não cumulativo não foram relacionados nem comprovados, alega a impugnante que os documentos entregues fornecem, por si só, os subsídios para que seja verificada a procedência de seus argumentos e confirmada a regularidade dos valores recolhidos e declarados em DCTF para a COFINS no período autuado. Pontua não ser possível Fl. 6025DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 9 8 efetuar o confronto entre a conta de provisão e a DCTF. Frisa que, fornecidos os registros contábeis e a relação das notas fiscais que demonstram a origem das receitas auferidas, pode ser verificada a correta apuração da base de cálculo da contribuição, confirmando a regularidade dos pagamentos efetuados e declarados pela empresa, independentemente dos valores provisionados para tanto. 4.6.5. Aponta falta de razoabilidade na exigência de numerar e rubricar os documentos entregues pela empresa, eis que a ausência da rubrica não retira a força probatória desses documentos, nem sua validade. A requerente atesta expressamente a veracidade e validade dos documentos por ela juntados aos autos. 4.6.6. A fim de comprovar a natureza de provisão da conta de COFINS a pagar, a defendente apresenta nova planilha na qual o procedimento de ajuste de saldos de provisão para o pagamento da contribuição ora pelo lançamento de diferença do mês anterior, ora pelo estorno total e lançamento de nova provisão é demonstrado na própria planilha de apuração dos valores, no item “saldo de conta de provisão” (doc. 02 fls.393403). 4.6.7. Para esclarecer a origem dos créditos da nãocumulatividade, e dos valores da contribuição retidos na fonte, a empresa informa a juntada de novo demonstrativo discriminando a origem de cada um desses valores, bem como os respectivos livros razão (doc. 05 e 06). Por fim, pede o cancelamento da autuação. 4.7. Encerrada a diligência, os autos retornaram à DRJ para prosseguimento. 5. Tendo em vista a apresentação de documentos por parte do contribuinte após o encerramento da diligência, conforme consignado pela autuante no item 14 da informação fiscal de fls. 360364, foi solicitada nova diligência à Defis/SP, de acordo com os artigos 18 e 29 do decreto 70.235/72 (PAF), art. 145 da portaria MF 30/2005 (disciplinava o Regimento Interno da Receita Federal à época do pedido, posteriormente o comando constou do art.193 da portaria MF 95/2007 e, atualmente, consta do art. 229 da portaria MF 125/2009) e, ainda, art.142 do CTN (fls.l6381640). 5.1. Os autos foram então enviados à Defis/SP, tendo sido programado o respectivo Registro de Mandado de Procedimento Fiscal Diligência (fls.l64l1642). 5.2. Em relatório fiscal de fls.1643, a autoridade fiscal autuante, observando que no termo de verificação fiscal de fls. 61 já havia sido informado que o objeto do exame programado tratava de diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado para a contribuição em tela, e considerando encontrarse nos autos os elementos necessários à convicção do julgador, optou pelo retomo dos autos à DRJ." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento decidiu pela procedência parcial da impugnação (fls. 1653 a 1672). A decisão da DRJ foi assim ementada : “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2000, 2001, 2003, 2004, 2005 Fl. 6026DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 10 9 DECADÊNCIA. Declarada a inconstitucionalidade do artigo 45 da lei 8.212/91 por meio de súmula vinculante n.° 08, o prazo decadencial para constituição das contribuições sociais é de cinco anos, conforme regras previstas no CTN. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Satisfeitos os requisitos do art. 10 do decreto 70.235/72 e não tendo ocorrido o disposto no art. 59 do mesmo diploma legal, não há que se falar em anulação ou cancelamento do auto de infração. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Não há cerceamento à defesa do contribuinte quando os autos estão devidamente instruídos com todos os documentos comprobatórios dos fatos motivadores da autuação, e o autuado demonstra em sua impugnação perfeito conhecimento de tais fatos. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. Nos termos do PAF, se o interessado alega que eventuais valores não comporiam a base de cálculo utilizada no lançamento, caberá a ele comprovar a existência desses valores indevidos na base de cálculo do lançamento em apreço. Lançamento Procedente em Parte" Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando alegações constantes da impugnação. (fls. 1677 a 1696) Sendo a parte exonerada superado limite de alçada vigente na data da decisão da DRJ, foi apresentado pela turma julgadora, o competente recurso de ofício. Ao apreciar o recurso voluntário, a turma resolveu converter o julgamento em diligência, nos seguintes termos: Diante do exposto e buscando a verdade material dos fatos, voto no sentido de converter o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora: a) realize o cálculo efetivo do valor devido das contribuições para o período fiscalizado, fazendo as intimações e diligências que julgar necessárias; b) realize o cotejamento entre o valor apurado e aquele declarado pela Recorrente, elaborando relatório sobre os procedimentos realizados. A Unidade de Origem procedeu a diligência, sendo o resultado consubstanciado em Relatório Fiscal, informando pela impossibilidade de confirmar as alegações da Recorrente sobre erro nos cálculos, em razão da existência de provisões que teriam sido consideradas como receita efetivas. O Trecho abaixo, extraído do Relatório Fiscal detalha as conclusões da diligência. Tratase de solicitação do CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS – 3a. SEÇÃO DE JULGAMENTO para que a Fl. 6027DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 11 10 fiscalização realize o cálculo efetivo do valor devido das contribuições e realize o cotejamento entre o valor apurado e aquele declarado pela recorrente, elaborando relatório sobre os procedimentos realizados. O contribuinte foi intimado através dos Termos de Intimação n° 02 (fl. 06) e n° 05(fl. 07) para que elaborasse demonstrativo da COFINS devida com base na escrituração. Em seguida, foi solicitado ao contribuinte, cópias do Livro Razão da conta COFINS a Recolher (fls. 35 a 40) e considerando que os valores apresentados em resposta aos Termos de Intimação citados acima não eram coincidentes com os efetivamente apresentados e escriturados pelo contribuinte, lavramos os Termo de Intimação de n° 09 e 10 para que o mesmo justificasse estas diferenças. Novamente, através do Termo de Constatação e Intimação n° 12 foi dada outra oportunidade para que o contribuinte retificasse os demonstrativos apresentados com base no efetivamente escriturado. Em várias outras alegações o contribuinte cita o fato da referida conta ser uma provisão e que ajustes são efetuados mensalmente para que os valores retratem com exatidão a COFINS a recolher. Ocorre que em nenhum momento o contribuinte demonstrou quando estes ajustes são realizados, o que se nota é apenas um inchamento das contas de passivo sem nenhum ajuste posterior. Ou seja, o contribuinte teve várias oportunidades para esclarecer os pontos sobre os quais discorda e que estão relatados resumidamente nas folhas 328 a 331 no presente processo, mas limitavase apenas a apresentar cópias das contas no Razão e, em nenhuma oportunidade demonstrou em qual momento houve a reversão das provisões para que o passivo passasse a retratar a veracidade do lançamento A Recorrente foi cientificada do Relatório fiscal e manifestouse alegando que a Autoridade Fiscal não realizou a diligência, pois, caberia a Fiscalização realizar a apuração do Cofins e não logrou comprovar os débitos lançados no presente processo. Os argumentos da Recorrente constam da sua manifestação, nos seguintes termos. Com estas considerações, o processo retornou ao CARF para prosseguimento do julgamento. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. A discussão presente no processo trata de questão puramente fática. O lançamento ocorreu em razão de diferença identificada entre o valor escriturado e o valor Fl. 6028DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 12 11 declarado/pago. A Recorrente alega que o trabalho fiscal não considerou os diversos aspectos na apuração do PIS e da Cofins, considerando unicamente a diferença entre valores escriturados e declarados/pago, afirmando que as contas utilizadas pela fiscalização tratavam se de estimativas e não do valor efetivamente devido das contribuições. A decisão da DRJ partiu da mesma premissa que a auditoria realizada pela fiscalização, entendendo que o procedimento fiscal tratavase de verificar a diferença entre o valor escriturado e o valor declarado/pago e existindo diferenças, procedente o lançamento. Divirjo deste entendimento, o lançamento ocorreu e sempre deve ocorrer para exigir a diferença tributária entre o que o contribuinte estava obrigado a pagar e que não tenha sido objeto de declaração perante o Fisco. A atividade de verificação, realizada pela Fiscalização, apurando a divergência entre valores escriturados e valores declarados é forte indício de que possam existir valores devidos do tributo que não tenham sido declarados. Entretanto, o PIS e a Cofins possuem sistemas de apuração complexos, onde é permitida a utilização de créditos que podem reduzir os valores devidos, tanto assim, que a Receita Federal instituiu o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais DACON, que serve de instrumento de apoio para o cálculo das contribuições devidas. Portanto, em muitas situações o valor apurado segundo a escrituração fiscal, pode não ser efetivamente o valor devido e a ser declarado para a Receita Federal. No caso em discussão nos autos, a Fiscalização procedeu ao cotejamento entre os valores escriturados e aqueles declarados. A Recorrente questiona este procedimento, alegando que não foram consideradas nestas análises, a apuração efetiva das contribuições utilizando os créditos e as possibilidades de redução do valor devido. Aqui, estamos diante de uma questão fática, não se questiona a aplicação da norma legal. Discutese o valor devido das contribuições. Entendo que a solução da lide passa por determinar efetivamente qual é o valor devido do PIS e da COFINS para o período auditado, e a partir deste cálculo realizar o cotejamento com os valores declarados, apurando possíveis diferenças. O principio da verdade material e da ampla defesa são intrínsecos ao Processo Administrativo Fiscal e em que pese o fato, do seu informalismo contido, estes corolários não podem ser afastados, devendo pelo contrário, ser privilegiados, visto que, qualquer discussão administrativa que seja maculada, por procedimentos processuais questionáveis, pode vir no futuro a ser objeto de novas discussões, o que sem dúvida, afasta um dos grandes benefícios do processo administrativo, que busca abreviar a solução dos litígios tributários. Verificando as informações registradas no relatório fiscal é possível concluir que a Diligência não foi realizada. A Autoridade Fiscal responsável pela diligência, apesar, de citar no relatório a existência de diversas intimações à Recorrente para apresentação dos documentos fiscais. Tais intimações referemse ao início do procedimento fiscal e não foram realizadas no escopo da diligência fiscal. Portanto, mostrase evidente que a autoridade não procedeu a diligência determinada por este Conselho. Assim, fazse necessário nova resolução nos mesmos termos da resolução anterior para que a Unidade de Origem realize a diligência, que ressaltese não foram realizadas nos termos decididos por este colegiado. Fl. 6029DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 13 12 E não será demais lembrar que os integrantes deste Conselho não estão obrigados a observar os atos normativos expedidos no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil, razão ainda maior para que o entendimento firmado pela Turma seja, muitas vezes, divergente do entendimento que teve o AuditorFiscal e a própria Delegacia da Receita Federal de Julgamento sobre a lide, na medida em que ambos estejam obrigados a aplicar o disposto nas Instruções Normativas e demais atos normativos aos quais estão vinculados. Finalmente, convém lembrar como a relação da instância julgadora com a unidade de preparo é disciplinada pelo Decreto nº 7.574/11, que regulamenta, entre outros, o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União, in verbis. "Art. 36. A impugnação mencionará as diligências ou perícias que o sujeito passivo pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação de quesitos referentes aos exames desejados, e, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional de seu perito deverão constar da impugnação (Decreto no 70.235, de 1972, art. 16, inciso IV, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 1993, art. 1º). § 1º Deferido o pedido de perícia, ou determinada de ofício sua realização, a autoridade designará servidor para, como perito da União, a ela proceder, e intimará o perito do sujeito passivo a realizar o exame requerido, cabendo a ambos apresentar os respectivos laudos em prazo que será fixado segundo o grau de complexidade dos trabalhos a serem executados (Decreto no 70.235, de 1972, art. 18, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 1993, art. 1º). § 2o Indeferido o pedido de diligência ou de perícia, por terem sido consideradas prescindíveis ou impraticáveis, deverá o indeferimento, devidamente fundamentado, constar da decisão (Decreto no 70.235, de 1972, arts. 18 e 28, com as redações dadas pela Lei no8.748, de 1993, art. 1º). § 3o Determinada, de ofício ou a pedido do impugnante, diligência ou perícia, é vedado à autoridade incumbida de sua realização escusarse de cumprilas. (griffo nosso) Ainda é mister ressaltar que a diligência é o momento do Fisco também se cercar de todas as seguranças necessárias para conferir a veracidade dos documentos e cálculos apresentados pela Recorrente. Em concordando com a veracidade das informações ou na ausência de quaisquer ressalvas no relatório de diligência, este colegiado passa a considerar como verídicos os documentos e cálculos apresentados pela Recorrente no julgamento. Diante do exposto e buscando a verdade material dos fatos, voto no sentido de converter novamente o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora: a) realize o cálculo efetivo do valor devido das contribuições para o período fiscalizado, fazendo as intimações e diligências que julgar necessárias; b) realize o cotejamento entre o valor apurado e aquele declarado pela Recorrente, elaborando relatório sobre os procedimentos realizados. Fl. 6030DF CARF MF Processo nº 19515.000338/200693 Resolução nº 3201001.043 S3C2T1 Fl. 14 13 Concluída tais verificações, deverá ser franqueado o prazo de 30 dias para manifestação da Recorrente e, findo tal prazo, devolver os autos para prosseguimento do julgamento. Winderley Morais Pereira Fl. 6031DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.008328/2005-15
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Oct 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 02/04/1997
REGIME AUTOMOTIVO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA.
Tratando-se de importação efetuada ao amparo do Regime Automotivo, o termo inicial do prazo decadencial para lançamento das sanções administrativas imputadas por descumprimento das condições do regime, corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte àquele em que a Secretaria da Receita Federal fora informada de seu encerramento pelo órgão competente para concessão e administração do regime.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9303-005.441
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Demes Brito, Luiz Augusto do Couto Chagas (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 02/04/1997 REGIME AUTOMOTIVO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. Tratando-se de importação efetuada ao amparo do Regime Automotivo, o termo inicial do prazo decadencial para lançamento das sanções administrativas imputadas por descumprimento das condições do regime, corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte àquele em que a Secretaria da Receita Federal fora informada de seu encerramento pelo órgão competente para concessão e administração do regime. Recurso Especial do Procurador Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Demes Brito, Luiz Augusto do Couto Chagas (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 02/04/1997 REGIME AUTOMOTIVO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. Tratandose de importação efetuada ao amparo do Regime Automotivo, o termo inicial do prazo decadencial para lançamento das sanções administrativas imputadas por descumprimento das condições do regime, corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte àquele em que a Secretaria da Receita Federal fora informada de seu encerramento pelo órgão competente para concessão e administração do regime. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Demes Brito, Luiz Augusto do Couto Chagas (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 83 28 /2 00 5- 15 Fl. 1884DF CARF MF Processo nº 10314.008328/200515 Acórdão n.º 9303005.441 CSRFT3 Fl. 1.885 2 Relatório Trata o presente de recurso especial de divergência, tempestivo, interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao amparo do art. 67, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, em face do acórdão 3102001.705 de 29/01/2013, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 02/04/1997 REGIME AUTOMOTIVO. LIMITES, PROPORÇÕES E ÍNDICES. INOBSERVÂNCIA. DECADÊNCIA. ANUALIDADE. O direito da Fazenda Pública de constituir o crédito tributário em decorrência da inobservância dos limites, proporções e índices especificados no âmbito do Regime Automotivo decaí depois de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o adimplemento ou não do compromisso já poderia ter sido fiscalizado. DECADÊNCIA. TRIBUTOS. REVISÃO ADUANEIRA. O direito de a Fazenda constituir o crédito tributário correspondente a diferença de tributos recolhidos na importação, quando não constatada a ocorrência de dolo, a fraude ou a simulação, é de cinco anos contados do fato gerador. DECADÊNCIA. IMPOSIÇÃO DE PENALIDADE. O direito de impor penalidade extinguese em cinco anos, contados da data da ocorrência da infração. Recurso Voluntário Provido O presente processo referese a autos de infração lavrado contra o contribuinte acima identificado para a exigência de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, acrescidos de juros de mora, multa proporcional e multa regulamentar, por descumprimento do regime especial automotivo para as importações. A turma julgadora a quo considerou integralmente decaído o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, aplicando o disposto no artigo 139 do Decreto Lei nº 37/66, para as multas, e o disposto no inciso I do artigo 173 do CTN, para os tributos. O termo inicial considerado no acórdão recorrido foi o ano seguinte àquele em que o adimplemento do compromisso já poderia ter sido verificado. A Fazenda nacional interpôs Recurso Especial de divergência, no qual suscitou dissídio jurisprudencial quanto à aplicação da lei tributária no que tange ao termo a quo de contagem da decadência quando se tratar de obrigações contraídas em regime especial automotivo. O recurso foi admitido, conforme despacho de admissibilidade às fls. 1.827 a 1.829. Fl. 1885DF CARF MF Processo nº 10314.008328/200515 Acórdão n.º 9303005.441 CSRFT3 Fl. 1.886 3 O sujeito passivo apresentou suas contrarrazões às fls. 1.837 a 1.839. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, Relator O recurso interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e foi admitido pela comprovação do dissídio jurisprudencial. A divergência suscitada pela Fazenda Nacional foi quanto ao termo a quo de contagem da decadência para lançamento das penalidades decorrentes de inadimplemento, em caso de obrigações contraídas em regime especial automotivo. Enquanto o acórdão recorrido decidiu que a contagem para o prazo decadencial teria início com a prática das infrações apuradas, aplicandose ao caso o art. 139 do DecretoLei nº. 37/1966 e sua regulamentação, o acórdão paradigma firmou entendimento diverso, segundo o qual, em caso de descumprimento do regime especial automotivo, não haveria como a fiscalização averiguar as irregularidades antes do término do programa, motivo pelo qual a decadência só poderia ser contada a partir deste ponto. Diante da comprovação do dissídio jurisprudencial alegado e atendido os demais requisitos de admissibilidade, conheço do recurso. Portanto, a matéria devolvida ao Colegiado cingese à questão da decadência para fins de infrações cometidas dentro do regime especial automotivo. Alega a recorrente não ter havido a decadência para os fatos em questão, visto que antes do encerramento do regime não seria possível avaliar o cumprimento ou não das exigências do regime por parte da empresa beneficiária. Segundo seu entendimento, somente após o término do programa terseia a dimensão das proporções e reduções aplicadas às importações operadas pela empresa. Afirma que a contagem do prazo decadencial para constituir o credito tributário por descumprimento do regime automotivo se inicia após o encerramento do programa por meio do Ofício nº 0209/01SDP/COGIFI, de 14/02/2001. Logo, nos termos do art. 173, I, do CTN, a contagem do quinquênio decadencial se inicia em 01/01/2002, encerrandose em 31/12/2006. Como a ciência do auto de infração se deu em 01 de setembro de 2005, não teria decaído o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Assiste razão à recorrente. Para que se caracterize a decadência inegavelmente deverão se verificar dois fatores: a existência de um direito subjetivo e a inércia do detentor de tal direito. No caso do lançamento, o direito a ser exercido é o de constituir o crédito tributário, e o detentor de tal direito é o sujeito ativo da obrigação tributária, a quem cabe exigir o seu cumprimento. Assim, para definir o termo inicial da decadência, é fundamental que se fixe quando surgiu o poderdever de lançar o tributo. Fl. 1886DF CARF MF Processo nº 10314.008328/200515 Acórdão n.º 9303005.441 CSRFT3 Fl. 1.887 4 O Regime Automotivo foi concedido através do Termo de Aprovação n° 114/96 de 16/09/1996 (fls. 66/67), com Certificado de Habilitação ao Regime Automotivo MICT/SPI n° 114/96 (fl. 68), Aditivos (fls. 69 a 71), com término formalizado através do Oficio de encerramento n° 0209/01SDP/COGIFI de 14/02/2001 (fl. 1.637). Destacase que o Ministério da Indústria, do Comercio e do Turismo, hoje Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, através da Secretaria de Política Industrial SPI, hoje Secretaria do Desenvolvimento da Produção, tinha a competência para a concessão do Regime, através da emissão do Termo de Aprovação e Certificado de Habilitação ao Regime Automotivo, e sua administração. Portanto, antes do encerramento do programa da empresa, a Autoridade Fiscal não poderia autuar a empresa beneficiária pelo descumprimento das condições contratuais. Como não houve pagamento dos tributos, não haveria o que se homologar, sendo aplicada a regra especial prevista no inciso I do artigo 173 do CTN. Dessa forma, não se pode considerar que existiu inércia do titular de um direito enquanto não estivesse devidamente caracterizada a violação a tal direito, devidamente constatada quando do encerramento do prazo deferido para adimplir a condição assumida ou pela renúncia ao benefício. Como o comunicado do encerramento do programa deuse por meio do Ofício nº 0209/01SDP/COGIFI, de 14/02/2001, o termo inicial da decadência é 01/01/2002, e o termo final 31/12/2006. Como a ciência do auto de infração se deu em 01 de setembro de 2005, concluise que não teria decaído o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário Em face do exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 1887DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13605.720158/2011-01
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Dec 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
FCONT. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA INTEMPESTIVA. CABIMENTO.
A obrigatoriedade de apresentação do FCONT decorre da opção pelo RTT na DIPJ e alcança as empresas sujeitas a tributação com base no lucro real. Mantem-se a aplicação da multa por atraso na entrega do FCont quando inexistirem razões previstas em lei ou normas que, diante das razões apresentadas pela interessada, justifiquem o afastamento da mesma.
Numero da decisão: 1001-000.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: EDGAR BRAGANCA BAZHUNI
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 FCONT. OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA INTEMPESTIVA. CABIMENTO. A obrigatoriedade de apresentação do FCONT decorre da opção pelo RTT na DIPJ e alcança as empresas sujeitas a tributação com base no lucro real. Mantem-se a aplicação da multa por atraso na entrega do FCont quando inexistirem razões previstas em lei ou normas que, diante das razões apresentadas pela interessada, justifiquem o afastamento da mesma.
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OBRIGATORIEDADE DE APRESENTAÇÃO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA INTEMPESTIVA. CABIMENTO. A obrigatoriedade de apresentação do FCONT decorre da opção pelo RTT na DIPJ e alcança as empresas sujeitas a tributação com base no lucro real. Mantemse a aplicação da multa por atraso na entrega do FCont quando inexistirem razões previstas em lei ou normas que, diante das razões apresentadas pela interessada, justifiquem o afastamento da mesma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 5. 72 01 58 /2 01 1- 01 Fl. 44DF CARF MF Processo nº 13605.720158/201101 Acórdão n.º 1001000.026 S1C0T1 Fl. 45 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente em face de decisão proferida pela 1ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Juiz de Fora (MG), mediante o Acórdão nº 0945.520, de 15/08/2013 (efls. 21/25), objetivando a reforma do referido julgado. Em homenagem à economia processual, adotarei parte do Relatório constante no referido Acórdão de primeira instância, pelo que peço vênia para transcrevêlo: Trata o presente processo da exigência de multa por atraso na entrega da escrituração FCONT – Controle Fiscal Contábil de Transição, no valor de R$110.000,00 formalizada na Notificação de Lançamento, fls. 04, conforme abaixo especificado: Exercício Prazo Final de Entrega Data da Entrega Nº de meses em atraso 2009 30/01/2010 27/10/2011 22 O contribuinte apresenta a impugnação, fls. 02/03, a seguir reproduzida: I OS FATOS Por um equivoco, foi feita a transmissão e entrega para Controle Fiscal de Transição (FCONT) indevidamente do Exercício 2009, quando na realidade deverá ser apresentado e entregue somente a partir do exercício de 2010, com prazo até 30/06/2012, deste referido exercício, como prevê a IN RFB n° 989/2009. II O DIREITO II.1 PRELIMINARES Esta entrega equivocada gerou multa por atraso de entrega, pois foi reconhecida como fora do prazo, mas como a empresa está obrigada a entregar o FCONT somente em 2012, prevalece a condição de anular o lançamento efetuado. II.2 MÉRITO (Inciso III e IV do art. 16 do Dec. 70.235/72) De acordo com a Instrução Normativa RFB n° 989/2009, segundo o art. 2°, em anexo, mostra as razões pelas quais cabe este pedido de impugnação, ou nulidade da declaração entregue em 27/10/2011. A DRJ analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e considerando que empresa entregou suas Declaração do Imposto de Renda da Pessoa JurídicaDIPJ pelo critério do lucro real, e que efetuou a entrega da escrituração Fcont de forma espontânea, ou seja, antes de qualquer procedimento de ofício, julgou procedente em parte o lançamento, com a redução da multa para o valor de R$ 750,00 por mês (ou fração) no atraso na entrega, totalizando o valor de R$ 16.500,00, em face de o atraso ter sido de 22 meses (ou fração), conforme parte final do voto, a seguir transcrito: Fl. 45DF CARF MF Processo nº 13605.720158/201101 Acórdão n.º 1001000.026 S1C0T1 Fl. 46 3 Diante do exposto, voto por considerar procedente em parte o presente lançamento, de forma a manter a exigência da multa por atraso na entrega da Escrituração FCONT – Controle Fiscal Contábil de Transição, do exercício de 2010, no valor de R$ 16.500,00, e cancelar o restante do valor lançado (R$ 93.500,00) em face da aplicação do princípio da retroatividade benigna. O Acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 MULTA POR ATRASO NO CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em face do princípio da retroatividade benigna, devese aplicar aos atos pretéritos ainda não definitivamente julgados a redução legislativa de multa por atraso no cumprimento de obrigação acessória. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 ATRASO DE ENTREGA DA ESCRITURAÇÃO FCONT. Mantémse o lançamento de multa, motivada em descumprimento de obrigação acessória, quando o contribuinte não logra provar estar desobrigado de tal obrigação. Ciente da decisão de primeira instância em 11/09/2013, conforme Aviso de Recebimento à efl. 28, a contribuinte apresentou recurso voluntário (efls. 29/42), em 10/10/2013, conforme carimbo de recepção à efl. 29. É o Relatório. Voto Conselheiro Edgar Bragança Bazhuni, Relator O recurso é tempestivo, atende aos demais requisitos de admissibilidade e dele conheço. Observo, inicialmente, que não há discussão quanto ao atraso ter efetivamente ocorrido. Os argumentos da recorrente, a exemplo do que ocorreu em primeira instância, são centrados na não obrigatoriedade da entrega antes de 2012, de acordo com o art. 2°, da Instrução Normativa RFB n° 989/2009. Esses argumentos foram fundamentadamente afastados em primeira instância, pelo que peço vênia para transcrever o excerto, a seguir, do voto condutor do acórdão recorrido, adotandoo desde já como razões de decidir, em cumprimento ao disposto no §1º do art. 50 da Lei nº 9.784/1999: (destaques no texto original) Fl. 46DF CARF MF Processo nº 13605.720158/201101 Acórdão n.º 1001000.026 S1C0T1 Fl. 47 4 A contribuinte em sua impugnação agasalhase na IN RFB 989/2009 para desconstituir o presente lançamento, afirmando que a obrigatoriedade da entrega do FCONT é somente a partir de 2012 e que o art. 2º da referida IN mostra as razões da impugnação em tela. Assim dispõe o art. 2º da IN RFB 989/2009: Art. 2 º A escrituração e entrega do eLalur, referente à apuração do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), será obrigatória para as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do Imposto sobre a Renda pelo Regime do Lucro Real. Vêse que o dispositivo legal não se refere à FCONT. Por sua vez, a cópia da legislação que a impugnante faz anexar aos autos, em nenhum de seus dispositivos confirma a assertiva de que a obrigatoriedade da entrega do FCONT é somente a partir de 2012. Assim, não assiste razão à impugnante. Entretanto há que se afirmar que a dispensa da elaboração da FCONT Controle Fiscal Contábil de Transição decorria do disposto no art. 8º, § 4º, da Instrução Normativa RFB nº 949/2009 , vigente à data dos fatos, para o caso de não existir lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação tributária: Art. 7º Fica instituído o Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) para fins de registros auxiliares previstos no inciso II do § 2º do art. 8º do DecretoLei nº 1.598, de 1977, destinado obrigatória e exclusivamente às pessoas jurídicas sujeitas cumulativamente ao lucro real e ao RTT. Art. 8º O FCONT é uma escrituração, das contas patrimoniais e de resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios contábeis aplicados pela legislação tributária, nos termos do art. 2º. § 1º A utilização do FCONT é necessária à realização dos ajustes previstos no inciso IV do art. 3º, não podendo ser substituído por qualquer outro controle ou memória de cálculo. § 2º Para fins de escrituração do FCONT, poderá ser utilizado critério de atribuição de custos fixos e variáveis aos produtos acabados e em elaboração mediante rateio diverso daquele utilizado para fins societários, desde que esteja integrado e coordenado com o restante da escrituração, nos termos do art. 294 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. § 3º O atendimento à condição prevista no § 2º impede a aplicação do disposto no art. 296 do Decreto nº 3.000, de 1999. § 4º No caso de não existir lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação tributária, baseada nos critérios contábeis Fl. 47DF CARF MF Processo nº 13605.720158/201101 Acórdão n.º 1001000.026 S1C0T1 Fl. 48 5 vigentes em 31 de dezembro de 2007, nos termos do art. 2º, fica dispensada a elaboração do FCONT. Posteriormente, o § 4º do art. 8º da Instrução Normativa sobredita ganhou o discurso seguinte, em função da Instrução Normativa RFB nº 1.139, de 28 de março de 2011: § 4º A elaboração do FCONT é obrigatória, mesmo no caso de não existir lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação tributária, baseada nos critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007, nos termos do art. 2º. Ora, o Contribuinte veio de apresentar (em atraso) a FCONTControle Fiscal Contábil de Transição. Logo, há de se supor (ou haveria de se supor), visto o teor do § 4º do art. 8º da Instrução Normativa 949/2009, antes de alterada pela Instrução Normativa 1.139/2011, teria em sua escrituração contábil o “registro [de] lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação”. Em sua impugnação, ao negar a obrigatoriedade de entrega da mencionada FCONTControle Fiscal Contábil de Transição, assume a condição inversa, isto é, que em sua escrituração contábil não contempla “registro [de] lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela legislação”. O que se tem aí é uma situação que põe em dúvida o acerto do tanto que declarado a Contribuinte, ora afirmando, ora negando uma configuração de sua escrita contábil. A solução de tal dilema, obviamente e pelo que se vê, não pode mais ser solucionada com base em possível fé do que atesta e diz a interessada. Há, a partir de então, a necessidade de mais elementos que desconfigurem o status anterior sobre a necessidade de apresentação da FCONTControle Fiscal Contábil de Transição. Vejase bem, com esta primeira declaração criou para si a contribuinte o encargo de provar o contrário, o que não ocorreu. Assim, há que se manter a multa que ora lhe é imposta. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, de forma a manter a exigência da multa por atraso na entrega da Escrituração FCONT – Controle Fiscal Contábil de Transição, do exercício de 2010, no valor de R$ 16.500,00. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Fl. 48DF CARF MF
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