Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,789)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,075)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,669)
- Primeira Turma Ordinária (15,222)
- Segunda Turma Ordinária d (15,150)
- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,600)
- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,140)
- Terceira Câmara (63,037)
- Segunda Câmara (50,365)
- Primeira Câmara (16,033)
- 3ª SEÇÃO (15,669)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,564)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,567)
- Segunda Seção de Julgamen (107,512)
- Primeira Seção de Julgame (70,657)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,496)
- Câmara Superior de Recurs (36,965)
- Terceiro Conselho de Cont (25,918)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,028)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,810)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,839)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,952)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,441)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,256)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,149)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,774)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,430)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,075)
- 2021 (35,779)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,826)
- 2012 (23,619)
- 2023 (22,449)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,846)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10410.006345/2010-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/12/2005
DECADÊNCIA - ARTS 45 E 46 LEI Nº 8.212/1991 - INCONSTITUCIONALIDADE - STF - SÚMULA VINCULANTE
De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência o que dispõe o § 4º do art. 150 ou art. 173 e incisos do Código Tributário Nacional, nas hipóteses de o sujeito ter efetuado antecipação de pagamento ou não.
LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - TERMO A QUO
Na aplicação do § 4º do art. 150 do CTN, o termo "a quo" para o cálculo da decadência é a ocorrência do fato gerador. Assim, se o fato gerador ocorrer em 12/2005, o fisco tem prazo até 12/2010, inclusive, para efetuar o lançamento.
Recursos de Ofício e Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-003.439
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201303
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 30/12/2005 DECADÊNCIA - ARTS 45 E 46 LEI Nº 8.212/1991 - INCONSTITUCIONALIDADE - STF - SÚMULA VINCULANTE De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência o que dispõe o § 4º do art. 150 ou art. 173 e incisos do Código Tributário Nacional, nas hipóteses de o sujeito ter efetuado antecipação de pagamento ou não. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - TERMO A QUO Na aplicação do § 4º do art. 150 do CTN, o termo "a quo" para o cálculo da decadência é a ocorrência do fato gerador. Assim, se o fato gerador ocorrer em 12/2005, o fisco tem prazo até 12/2010, inclusive, para efetuar o lançamento. Recursos de Ofício e Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 10410.006345/2010-89
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5223429
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2402-003.439
nome_arquivo_s : Decisao_10410006345201089.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : ANA MARIA BANDEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10410006345201089_5223429.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Júlio César Vieira Gomes Presidente Ana Maria Bandeira- Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
id : 4576810
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:19 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577887137792
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1718; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10410.006345/201089 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 2402003.439 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 12 de março de 2013 Matéria REMUNERAÇÃO DE SEGURADOS: PARCELAS EM FOLHA DE PAGAMENTO Recorrentes MUNICÍPIO DE ARAPIRACA PREFEITURA MUNICIPAL FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 30/12/2005 DECADÊNCIA ARTS 45 E 46 LEI Nº 8.212/1991 INCONSTITUCIONALIDADE STF SÚMULA VINCULANTE De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência o que dispõe o § 4º do art. 150 ou art. 173 e incisos do Código Tributário Nacional, nas hipóteses de o sujeito ter efetuado antecipação de pagamento ou não. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA TERMO A QUO Na aplicação do § 4º do art. 150 do CTN, o termo "a quo" para o cálculo da decadência é a ocorrência do fato gerador. Assim, se o fato gerador ocorrer em 12/2005, o fisco tem prazo até 12/2010, inclusive, para efetuar o lançamento. Recursos de Ofício e Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 00 63 45 /2 01 0- 89 Fl. 504DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 505DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10410.006345/201089 Acórdão n.º 2402003.439 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição dos segurados. Segundo o Relatório Fiscal (fls. 20/22), foram analisadas as notas de empenhos emitidas pela Prefeitura para as Secretarias da Saúde, Educação, Assistência Social, Administração e as demais Secretarias, no período de 01/2005 a 12/2005, com a finalidade de identificar os empregados contratados, como também os contribuintes individuais, incluídos os pagamentos de fretes de pessoa física. A auditoria fiscal informa que não houve descontos de todos os empregados contratados e nem a retenção de 11% para a Seguridade Social de todos os segurados que prestaram serviços na época. Como os valores constantes nas notas de empenho eram superiores àqueles informados em GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, a auditoria fiscal efetuou o lançamento das contribuições incidentes sobre a diferença apurada. As bases de calculo das contribuições lançadas foram apuradas nos processos de empenhos das despesas com seus respectivos recibos e folhas de pagamentos, os quais são anexados por amostragem. A autuada teve ciência do lançamento em 22/12/2010 e apresentou defesa (fls. 462/464), onde alega que os créditos estariam extintos pela decadência. Pelo Acórdão nº Acórdão 1134.385 (fls. 471/473) a 7ª Turma da DRJ/Recife considerou a autuação procedente em parte e reconheceu a decadência das competências de 01 a 11/2005, mantendo as competências 12/2005 e 13/2005. Desta decisão, houve o recurso de ofício. Contra tal decisão, a autuada apresentou recurso onde alega que a competência 13/2005 também estava decaída quando da lavratura do auto de infração, haja vista que eram devidas antes de dezembro, além disso, o décimo terceiro foi efetivamente pago antes de 22/12/2005. No mesmo sentido, considera que a prestação de serviços referente à competência 12/2005 já tinha se realizado em 22/12/2005, razão pela qual esta competência também estaria decaída no momento da lavratura do auto de infração. É o relatório. Fl. 506DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora Não há óbice ao conhecimento dos recursos de ofício e voluntário. A recorrente questiona tão somente a decadência que embora tenha sido reconhecida e parte pela primeira instância, não atendeu ao pleiteado pela recorrente que entendia estar o lançamento integralmente fulminado pela decadência. O lançamento se deu em 22/12/2010, relativamente ao período de 01 a 12/2005, incluindo 13/2005, relativa ao décimo terceiro salário. A primeira instância reconheceu que estariam decadentes as competências de 01 a 11/2005, pela aplicação do art. 150 § 4º do Código Tributário Nacional e desta decisão recorreu de ofício. Inicialmente trato do recurso de ofício. A Súmula Vinculane nº 08 do Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 Portanto, para o cômputo da decadência é necessário verificar as disposições do Código Tributário Nacional a respeito da matéria. O Código Tributário Nacional trata da decadência no artigo 173, abaixo transcrito: “Art.173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva à decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo Único O direito a que se refere este artigo extingue se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento.” Por outro lado, ao tratar do lançamento por homologação, o Códex Tributário definiu no art. 150, § 4º o seguinte: “Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a Fl. 507DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10410.006345/201089 Acórdão n.º 2402003.439 S2C4T2 Fl. 4 5 referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ..................................... § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” Entretanto, tem sido entendimento constante em julgados do Superior Tribunal de Justiça, que nos casos de lançamento em que o sujeito passivo antecipa parte do pagamento da contribuição, aplicase o prazo previsto no § 4º do art. 150 do CTN, ou seja, o prazo de cinco anos passa a contar da ocorrência do fato gerador, uma vez que resta caracterizado o lançamento por homologação. Se, no entanto, o sujeito passivo não efetuar pagamento algum, nada há a ser homologado e, por conseqüência, aplicase o disposto no art. 173 do CTN, em que o prazo de cinco anos passa a ser contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Para corroborar o entendimento acima, colaciono alguns julgados no mesmo sentido: "TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. TERMO INICIAL. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 173, I, E 150, § 4º, DO CTN. 1. O prazo decadencial para efetuar o lançamento do tributo é, em regra, o do art. 173, I, do CTN, segundo o qual 'o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado'. 2. Todavia, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação —que, segundo o art. 150 do CTN, 'ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa' e 'operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa' — ,há regra específica. Relativamente a eles, ocorrendo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato gerador, conforme estabelece o § 4º do art. 150 do CTN. Precedentes jurisprudenciais. 3. No caso concreto, o débito é referente à contribuição previdenciária, tributo sujeito a lançamento por homologação, e não houve qualquer antecipação de Fl. 508DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 pagamento. É aplicável, portanto, conforme a orientação acima indicada, a regra do art. 173, I, do CTN. 4. Agravo regimental a que se dá parcial provimento." (AgRg nos EREsp 216.758/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 10.4.2006) "TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. PRAZO QÜINQÜENAL. MANDADO DE SEGURANÇA. MEDIDA LIMINAR. SUSPENSÃO DO PRAZO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, contase o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN), que é de cinco anos. 2. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. Omissis. 4. Embargos de divergência providos." (EREsp 572.603/PR, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 5.9.2005) No caso em tela, tratase do lançamento em que houve antecipação de pagamentos conforme informa a decisão de primeira instância e que também pode ser observado no Relatório de Documentos Apresentados. Assim, demonstrada a ocorrência de antecipação de pagamento, correta a aplicação do art. 150 § 4º do CTN, conforme decidiu a primeira instância, razão pela qual deve ser negado provimento ao recurso de ofício. Quanto ao recurso voluntário, entendo que a recorrente está equivocada quanto ao início da contagem do prazo decadencial. Na aplicação do § 4º do art. 150 do CTN, o termo "a quo" para o cálculo da decadência é a ocorrência do fato gerador. Assim, para os fatos geradores ocorridos na competência questionada, ou seja, 12/2005, o fisco terá até 12/2010 para efetuar o lançamento. Como o lançamento se deu em 22/12/2010, a competência 12/2005 não se encontrava decadente. O mesmo entendimento se aplica à competência 13/2005, uma vez que o fato gerador das contribuições relativas também ocorreu em 12/2005. Portanto, sem razão a recorrente quando pretende desconstituir o restante do lançamento. Fl. 509DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10410.006345/201089 Acórdão n.º 2402003.439 S2C4T2 Fl. 5 7 Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER dos recursos DE OFÍCIO E VOLUNTÁRIO e NEGARLHES PROVIMENTO. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 510DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 17/04/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10380.002685/2006-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2002
APLICAÇÃO DE PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF N° 02.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-000.703
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : PIS - ação fiscal (todas)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201106
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2002 APLICAÇÃO DE PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF N° 02. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10380.002685/2006-59
conteudo_id_s : 5233795
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jan 08 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 3201-000.703
nome_arquivo_s : Decisao_10380002685200659.pdf
nome_relator_s : MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 10380002685200659_5233795.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 01 00:00:00 UTC 2011
id : 4594059
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577889234944
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1556; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 242 1 241 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.002685/200659 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201000.703 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de junho de 2011 Matéria CONTRIBUIÇÃO PARA PIS/Pasep Recorrente CALILA ADMINISTRAÇÃO E COMÉRCIO S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2002 APLICAÇÃO DE PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Súmula CARF N° 02. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Judith do Amaral Marcondes Armando Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. EDITADO EM: 06/07/2011 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luis Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudino. Fl. 0DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 2 Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho de Contribuintes, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Contra o sujeito passivo acima identificado foi lavrado o Auto de Infração da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, fls. 03/09, para formalização e cobrança do crédito tributário nele estipulado no valor total de R$ 27.399,19, incluindo encargos legais. A infração apurada, relatada na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 04/05, foi, em síntese, a seguinte: PIS Faturamento. Falta/Insuficiência de Recolhimento do PIS: A presente fiscalização foi motivada por representação fiscal formulada quando do encerramento da auditoria para o IRPJ que resultou em autos de infração formalizados no Processo 10380.004192/200572. Os indícios referiam a receitas financeiras de juros não incluídas na base de cálculo do PIS e da COFINS para o anocalendário 2002. O procedimento fiscal ora realizado no contribuinte epigrafado foi iniciado com Termo datado de 22.12.2005, em anexo. Em atendimento ao Termo de Início a CALILA Administração e Comércio S/A apresentou para o ano calendário 2002: Cópias de Estatuto Social e Atas de Assembléias Gerais posteriores; Livros Diário, Razão e Lalur; Planilhas e demonstrativos das bases de cálculo dos tributos e contribuições e Planilhas de Empréstimos; Informações quanto à ações judiciais pertinentes. Foi então procedida por amostragem auditoria nos documentos disponibilizados de forma a comprovar as receitas base de cálculo da fiscalizada para o PIS e para a COFINS. Ficou então constatado que a CALILA ofereceu à tributação do IRPJ e da CSLL juros de 1% (um por cento) ao mês, calculados sobre empréstimos concedidos à empresas ligadas, que foram devidamente oferecidos à tributação através de sua adição ao Lucro Líquido do exercício, tal como atestam as cópias inclusas dos respectivos LALUR. Em Termo de Intimação datado de 23.02.2006 o contribuinte foi instado a justificar a não inclusão destas receitas na base de cálculo do PIS e da COFINS de acordo com o inciso 1º, do artigo 3º da Lei 9.718/98, vigente para os fatos geradores em questão. Caso a empresa tivesse no âmbito judicial decisão para a matéria que fosse apresentada documentação por ventura existente. A resposta do contribuinte para a situação supraensejada, datada de 13.03.2006, em anexo, refere: Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 10380.002685/200659 Acórdão n.º 3201000.703 S3C2T1 Fl. 243 3 1 A empréstimo contraído pela CALILA junto à sociedade Jereissati Centros Comerciais S/A sobre o qual passou a incidir juros de 1% (um por cento) ao mês, sendo que a tais encargos foi dado tratamento fiscal/contábil de despesas financeiras; 2 A empréstimos concedidos a outras coligadas sobre os quais foram calculados encargos e estornados via Lalur. As alegações aqui postas diferem na forma de colocação das apresentadas pelo contribuinte ao Processo 10380.004192/200572, acima referido, na fl. 359, quando diz "a impugnante concedeu empréstimos à empresas ligadas, e sobre os quais foram cobrados juros de 1% (um por cento) ao mês, que foram devidamente oferecidos à tributação através de sua adição ao Lucro Líquido do exercício, ...”. Tendo em vista que a legislação vigente para a matéria e fatos geradores em questão não tem previsão legal para exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS dos valores mensais de juros apontados pelo contribuinte quer seja como receita financeira quer seja como despesa financeira estornada, procedemos ao lançamento dos valores devidos através do presente Auto de Infração. Enquadramento Legal: Artigos 1º e 3º, alínea "b", da Lei Complementar nº 07/70; Arts. 2º, inciso I, 8º, inciso I e 9º, da Lei nº 9.715/98; Arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98; Arts. 2º, inciso I, alínea “a” e parágrafo único, 3º, 10, 22 e 51 do Decreto nº 4.524/02. Inconformado com a autuação acima descrita, da qual tomou ciência em 22/03/2006 (fls. 203), o contribuinte, em 20/04/2006, apresenta impugnação (fls. 207/208), alegando o seguinte: “CALILA ADMINISTRAÇÃO E COMÉRCIO S/A, sociedade inscrita no CNPJ sob o nº 07.204.217/000162, com sede na Rua Professor Dias da Rocha nº 920, Aldeota, FortalezaCE, CEP60170.310, neste ato representada por sua DiretoraPresidente que esta subscreve, vem, respeitosamente à presença de Vossa Senhoria, por não se conformar com a lavratura do Auto de Infração relativo à Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, cuja intimação deuse no dia 22/03/2006, contra o mesmo interpor a presente IMPUGNAÇÃO, na forma autorizada pelos arts. 15 e seguintes do Decreto nº 70.235/72, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas: DOS FATOS E DO DIREITO 1 . Em 22/03/2006, a IMPUGNANTE sofreu autuação fiscal relativa à Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, exigindo um crédito tributário de R$ 27.399,19. 2. Segundo o relatório da fiscalização constante do Auto de Infração, a autuação motivouse pelo suposto entendimento de que "(...)” (grifamos). Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 4 3. Entendeu a fiscalização, de forma unilateral e sem a análise dos registros contábeis da IMPUGNANTE, que a mesma omitira receitas da base de cálculo do PIS, quando na verdade tais valores, constantes apenas de registro no Lalur, tratase na realidade de estorno de parte da despesa oriunda da atualização do mútuo com a coligada Jereissati Centros Comerciais S/A, conforme posto a seguir: 4. A partir do anocalendário de 1995, com a extinção da correção monetária do balanço, as empresas controladas ou coligadas ficaram desobrigadas de instituir quaisquer encargos sobre empréstimos ou simplesmente transferências em conta corrente entre si, salvo em situações especiais que configurem operações tributáveis pelo fisco. 5. O mútuo entre Calila e Jereissati, deveuse a transação onerosa, envolvendo permuta de imóveis com torna, cujo contrato previa a incidência de juros de 1% ao mês. 6. A partir da celebração de tal contrato, nas transferências monetárias promovidas pela Calila para outras empresas, foram feitas exclusões via Lalur, dos encargos proporcionais debitados à Jereissati. 7. Diante da real situação, é de se estranhar que a fiscalização entenda que a IMPUGNANTE tenha "cobrado" de suas coligadas devedoras, o valor dos encargos calculados sobre os repasses, visto que os mesmos foram reconhecidos via Lalur, por tratarse de mera exclusão da receita financeira debitada à Jereissati, se tais valores tivessem sido cobrados, não constaria do Lalur, mas sim da contabilidade da IMPUGNANTE. 8. É de se ressaltar que o Auto de Infração ora impugnado é totalmente improcedente e não pode prosperar, notadamente, como demonstrado pela IMPUGNANTE de forma objetiva, além do fato de flagrante inconstitucionalidade que a fiscalização insiste em cobrar. DO PEDIDO FINAL 9. Ante todo o exposto, requer a IMPUGNANTE à Vossa Senhoria que seja JULGADO IMPROCEDENTE o Auto de Infração ora impugnado, com o conseqüente CANCELAMENTO do débito tributário, objeto do lançamento.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão 0811.946 de 11/10/2007, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, cuja ementa dispõe, verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2002 OMISSÃO DE RECEITAS FINANCEIRAS. REMUNERAÇÃO DE MÚTUO. É imperiosa a tributação de ofício da receita de juros decorrentes de mútuo, quando o contribuinte não considera tais valores em sua base de cálculo. Lançamento Procedente.” O julgamento foi no sentido de considerar procedente o lançamento, para manter o crédito tributário exigido mediante Auto de Infração de fls. 03/09. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 10380.002685/200659 Acórdão n.º 3201000.703 S3C2T1 Fl. 244 5 O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Tratase de fiscalização motivada por representação fiscal formulada quando do encerramento da auditoria para o IRPJ que resultou em autos de infração formalizados no Processo 10380.004192/200572. Referência a receitas financeiras de juros não incluídas na base de cálculo do PIS e da COFINS para o anocalendário 2002. Verificase no auto que a fiscalização apurou divergência na apuração da base de cálculo da contribuição em relação a não inclusão das receitas financeiras de juros do PIS. Inicialmente, é preciso esclarecer que o art. 62 do novo Regimento Interno do Carf, Anexo II da Portaria MF nº 256, de 2009, dispõe o seguinte: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do Advogado Geral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 6 Dessa forma, se o STF já houver se pronunciado definitivamente pelo seu plenário a respeito da inconstitucionalidade de lei, o parágrafo único, I, do artigo acima citado permite que a aplicação da lei seja afastada. Em 15/08/2006, publicouse decisão do Pleno do STF no âmbito dos recursos extraordinários 357.950 e 358.273, transitada em julgado em 5/09, que considerou inconstitucionais as alterações das bases de cálculo do PIS e da Cofins promovidas pela Lei nº 9.718, de 1998, art. 3º, § 1º. O Acórdão e a ementa tiveram as seguintes redações: Após os votos dos Senhores Ministros Marco Aurélio (Relator), Carlos Velloso e Sepúlveda Pertence, conhecendo do recurso e provendoo, em parte, e dos votos dos Senhores Ministros Cezar Peluzo e Celso de Mello, provendoo, integralmente, pediu vista dos autos o Senhor Ministro Eros Grau. Falaram, pela recorrente, o Dr. Ives Gandra da Silva Martins e, pela recorrida, o Dr. Fabrício da Soller, Procurador da Fazenda Nacional. Ausente, justificadamente, neste julgamento, o Senhor Ministro Nelson Jobim (Presidente). Presidência da Senhora Ministra Ellen Gracie (VicePresidente). Plenário, 18.05.2005. Decisão: Renovado o pedido de vista do Senhor Ministro Eros Grau, justificadamente, nos termos do § 1º do artigo 1º da Resolução nº 278, de 15 de dezembro de 2003. Presidência do Senhor Ministro Nelson Jobim. Plenário, 15.06.2005. Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Cezar Peluso e Celso de Mello, que declaravam também a inconstitucionalidade do artigo 8º e, ainda, os Senhores Ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e o Presidente (Ministro Nelson Jobim), que negavam provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie. Plenário, 09.11.2005. CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 10380.002685/200659 Acórdão n.º 3201000.703 S3C2T1 Fl. 245 7 artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Assim sendo, o presente lançamento quanto à não inclusão das receitas financeiras de juros na base de cálculo do PIS (artigo 3º, parágrafo 1º, da Lei n. 9.718, de 1998) não deve prosperar. Registrese que, no AgRg no Re nº 400.479, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal considerou que o conceito de faturamento alcança não só o produto de vendas de mercadorias e produtos, como também as receitas decorrentes das atividades empresariais. Em seu voto o relator consignou o seguinte: Seja qual for a classificação que se dê às receitas oriundas dos contratos de seguro, denominadas prêmios, o certo é que tal não implica na sua exclusão da base de incidência das contribuições para o PIS e COFINS, mormente após a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98 dada pelo Plenário do STF. É que, conforme expressamente fundamentado na decisão agravada, o conceito de receita bruta sujeita à exação tributária em comento envolve, não só aquela decorrente da venda de mercadorias e da prestação de serviços, mas a soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais. (Decisão publicada no Diário de Justiça de 6 de novembro de 2006.) Dessa forma, não estavam sujeitas à contribuição as receitas financeiras de juros, em face da inconstitucionalidade da majoração da base de cálculo pela Lei nº 9.718, de 1998, devendo, assim, ser excluídas da base de cálculo em sua totalidade. Por fim, o STF já reconheceu como matéria de Repercussão Geral a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 que ampliou a base de cálculo da Cofins e do PIS (RE 585.235, Min. Cezar Peluso), devendo ser obrigatoriamente aplicado no Contencioso Administrativo Tributário, por força do que dispõe o artigo 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF no. 256/2009. Por todo o exposto, dou provimento ao recurso voluntário. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 6DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 8 Fl. 7DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002666/2004-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/10/1999
COFINS. DECADÊNCIA.
Existindo pagamentos antecipados, o prazo de decadência da Cofins é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3302-001.096
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Declarou-se impedido o conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Fez sustentação oral, pela recorrente, o Dr. Rodolfo Tsunetaka Tamanaha, OAB/DF 31795.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : Cofins - ação fiscal (todas)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201107
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/1999 a 31/10/1999 COFINS. DECADÊNCIA. Existindo pagamentos antecipados, o prazo de decadência da Cofins é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 19515.002666/2004-62
conteudo_id_s : 5234993
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Sep 08 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 3302-001.096
nome_arquivo_s : Decisao_19515002666200462.pdf
nome_relator_s : JOSE ANTONIO FRANCISCO
nome_arquivo_pdf_s : 19515002666200462_5234993.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Declarou-se impedido o conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Fez sustentação oral, pela recorrente, o Dr. Rodolfo Tsunetaka Tamanaha, OAB/DF 31795.
dt_sessao_tdt : Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2011
id : 4597100
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577908109312
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1622; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002666/200462 Recurso nº 259.414 Voluntário Acórdão nº 330201.096 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 07 de julho de 2011 Matéria Cofins Auto de Infração Recorrente EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/1999 a 31/10/1999 COFINS. DECADÊNCIA. Existindo pagamentos antecipados, o prazo de decadência da Cofins é de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Declarouse impedido o conselheiro Gileno Gurjão Barreto. Fez sustentação oral, pela recorrente, o Dr. Rodolfo Tsunetaka Tamanaha, OAB/DF 31795. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Alan Fialho Gandra, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 2 2 Relatório Tratase de retorno de diligência aprovada pela Resolução no 330200.005, de 13 de agosto de 2009 (fls. 681 a 683), cujo relatório foi o seguinte: Tratase de recurso voluntário (fls. 366 a 388) apresentado em 29 de abril de 2008 contra o Acórdão nº 1317.006, de 31 de agosto de 2007, da 4ª Turma da DRJ Rio de Janeiro II / RJ (fls. 323 a 333), do qual tomou ciência a Interessada em 31 de março de 2003 e que, relativamente a auto de infração de Cofins dos períodos de fevereiro de 1999 a julho de 2003, considerou procedente o lançamento, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS “Período de apuração: 01/02/1999 a 30/04/1999, 01/06/1999 a 30/06/1999, 01/08/1999 a 31/08/1999, 01/10/1999 a 31/10/1999, 01/02/2000 a 31/03/2000, 01/06/2000 a 30/06/2000, 01/08/2000 a 31/10/2000, 01/01/2001 a 31/03/2001, 01/05/2001 a 31/05/2001, 01/08/2001 a 31/10/2001, 01/12/2001 a 31/05/2002, 01/07/2002 a 31/08/2002, 01/10/2002 a 31/10/2002, 01/12/2002 a 31/01/2003, 01/03/2003 a 31/03/2003, 01/07/2003 a 31/07/2003 “DECADÊNCIA. “O prazo decadencial para a constituição de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins é de 10 (dez) anos, iniciandose no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. “RETENÇÃO POR ÓRGÃO PÚBLICO. COMPENSAÇÃO. FACULDADE LEGAL. FALTA DE COMPROVAÇÃO. “É descabida a modificação do lançamento de ofício em relação à faculdade legal de se proceder à compensação dos valores retidos por órgãos públicos que não foi comprovada pela pessoa jurídica. “COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. “Somente se considera para fins de extinção da obrigação tributária a compensação efetivamente efetuada mediante os lançamentos contábeisfiscais próprios. “MOMENTO DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS. “A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase Fl. 2DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 3 3 a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. “AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE ESPONTANEIDADE. LANÇAMENTO. CABIMENTO. “As providências adotadas pela contribuinte no curso da ação fiscal, quando a sua espontaneidade encontravase afastada pelo procedimento administrativo, não é oponível ao lançamento por ato de ofício. “JUROS DE MORA. TAXA SELIC. “Procede a cobrança de encargos de juros com base na taxa Selic, porque se encontra amparada em lei, cuja constitucionalidade não pode ser aferida na esfera administrativa. “Lançamento procedente” O auto de infração foi lavrado em 30 de novembro de 2004 e, segundo o termo de fls. 143 a 145, a Interessada apresentou ação judicial (processo n. 1999.61.00.0091300, São Paulo), requerendo antecipação de tutela, contra a Cofins e o PIS exigidos na forma da Lei n. 9.718, de 1998. Em 5 de março de 1999, foi concedida a tutela antecipada, autorizando o recolhimento das contribuições de acordo com a legislação anterior. A PFN apresentou agravo contra a decisão, que somente foi recebido pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região com efeito devolutivo. A seguir, a sentença de primeira instância julgou procedente o pedido, tendo a União apresentado recurso de apelação, que, à época da autuação, aguardava julgamento. O auto de infração foi lavrado com multa de 75%. Na impugnação, a Interessada alegou haver ocorrido decadência, à vista da disposição do art. 150, § 4º, do CTN. Ademais, a Fiscalização não teria levado em conta as retenções efetuadas por órgãos públicos e a Interessada teria efetuado compensações nos termos do art. 66 da Lei n. 8.383, de 1991. A Fiscalização também teria deixado de considerar pagamentos efetuados em fevereiro e março de 2003. Por fim, alegou ser inconstitucional e ilegal a utilização da Selic como taxa de juros de mora. A Primeira Instância afastou a decadência, aplicando o art. 45 da Lei n. 8.212, de 1991. Ademais, considerou que os valores retidos por órgãos públicos representariam apenas antecipação dos pagamentos efetuados a partir do mês da retenção, não se referindo necessariamente ao mesmo fato gerador. Como tais Fl. 3DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 4 4 valores não foram incluídos nas planilhas apresentadas pela Interessada à Fiscalização e a “compensação” representaria apenas faculdade, não deveriam ser consideradas no lançamento. Além disso, a Interessada deveria ter demonstrado claramente por documentos contábeis a utilização dos créditos na extinção dos créditos lançados, sem o que haveria “mera possibilidade de compensar”. Em relação à apresentação de documentação, considerou que a Interessada não teria logrado demonstrar a impossibilidade de apresentação de provas no momento da impugnação. Assim, não teria sido demonstrada a anterior compensação “com créditos de Cofins decorrentes de pagamentos feitos, ‘por estimativa’, a maior, nos moldes do art. 66 da Lei n. 8.383/91 [...]”. Enfatizou que a Interessada estaria requerendo a compensação, além das informadas em DCTF e efetuadas pela Fiscalização. No tocante aos pagamentos que não teriam sido efetuados, considerou a Primeira Instância que teriam sido efetuados em atraso e de forma não espontânea, razão pela qual não poderiam ser opostos ao lançamento. Afastou, por fim, a possibilidade de analisar a ilegalidade e inconstitucionalidade da Selic. No recurso, a Interessada repisou os argumentos apresentados na impugnação, destacando que a não consideração dos valores retidos por órgãos públicos representaria violação do princípio da verdade material. Segundo a Interessada, os valores retidos deveriam ser considerados no ajuste anual. Acrescentou que a Fiscalização informou no auto de infração haver efetuado “cruzamento” com dados constantes dos sistemas da Receita Federal e que, assim, não teria aprofundado suficientemente “as investigações necessárias para averiguar o motivo das supostas diferenças” apuradas. Contestou a conclusão do acórdão de Primeira Instância de que os valores indicados nas planilhas apresentadas durante a ação fiscal seriam definitivos e citou ementa de acórdãos administrativos segundo os quais caberia à Fiscalização a prova de omissão de receitas e das presunções legais. Contestou a impossibilidade de posterior apresentação de documentação, alegando que até o desfecho do processo seria possível apresentar provas. Quanto às compensações, alegou que, embora o ônus da prova fosse da Fiscalização, teria demonstrado na impugnação o direito de crédito e as compensações efetuadas. Por fim, atacou novamente a Selic. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 5 5 O teor da diligência solicitada foi o seguinte: Em relação às compensações e às retenções alegadas, não foram esclarecidos suficientemente alguns fatos, razão pela qual o processo deve ser baixado em diligência, para verificar o seguinte: 1) Apurar o montante das retenções e de suas exclusões a partir do mês da retenção e verificar se os valores não foram utilizados posteriormente pela interessada; 2) Verificar se o contribuinte efetuou, na escrituração, as compensações do art. 66 da Lei n. 8.383, de 1991; 3) Em relação à multa de ofício, a fiscalização iniciouse em 27 de setembro de 2002 e a ação judicial foi proposta em 1999. Esclarecer se o lançamento referese apenas às diferenças que seriam exigíveis ou se todo o valor lançado não estava com a exigibilidade suspensa e se foi lavrado auto de infração em relação à parte suspensa. A Fiscalização poderá intimar a Interessada para prestar esclarecimentos e deverá, ao final, lavrar relatório conclusivo, do qual será cientificada a Interessada, para apresentar resposta no prazo de trinta dias. A diligência iniciouse na fl. 693, tendo a Interessada apresentado a resposta de fls. 694 e 695, em que esclarece adesão ao parcelamento da Lei no 11.941, de 2009: Diante disso, a Requerente houve por bem aderir ao parcelamento instituído pela Lei no 11.941/2009, conforme se verifica dos respectivos comprovantes, obtidos a partir do sitio eletrônico deste órgão, nele incluindo parte do crédito tributário objeto do presente processo. Observese, ademais, que desde então a Requerente vem quitando regularmente as parcelas provisórias. Assim, e para que dúvidas não pairem acerca do cumprimento de todos os requisitos impostos para a fruição do beneficio, requerse, nos termos do art. 13 da Portaria PGFN/RFB no 006/2009, a juntada do Anexo I, por meio do qual desiste parcialmente do recurso voluntário interposto nos autos do presente processo administrativo; renunciando às alegações de direito sobre as quais se funda a discussão relativa à parte dos créditos tributários incluídos no parcelamento. Requerse, assim, seja homologado seu pedido de parcelamento, reconhecendose a suspensão da exigibilidade do presente crédito tributário, conforme disposto no art. 151, III e VI, do Código Tributário Nacional, sendo ao final extinto o processo e arquivados os respectivos autos. O pedido de parcelamento envolveu os débitos a partir de fevereiro de 2000 (fl. 706), restando em litígio os períodos de fevereiro a outubro de 1999. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 6 6 Ademais, na fl. 708, requereu prazo adicional para juntar os comprovantes de retenções por órgãos públicos e esclarecer as compensações efetuadas. Nas fls. 711 e 712, apresentou resposta, dando conta da juntada dos documentos de fls. 716 e seguintes (relatório de retenções, informes de rendimentos, cópias do Razão e tabelas das compensações). Das fls. 934 e seguintes, constaram novas intimações e novos documentos apresentados pela Interessada. Finalmente, a Fiscalização lavrou o relatório de fls. 1038 a 1042, dando conta, depois de longa análise, de que “Tendo em vista que as informações prestadas basearamse apenas em livros contábeis, sem respaldo em documentos, tendo o próprio contribuinte declarado às fls 962 que não ‘logrou êxito na obtenção de documentação que comprove toda a retenção por ela sofrida e devidamente registrada em sua escrituração contábil’, esta fiscalização não pode atestar a veracidade dos fatos razão pela qual manifestase pela desconsideração dos valores referente às retenções por Órgãos Públicos, considerando apenas a compensação dos valores pagos a maior, conforme nova planilha elaborada por esta fiscalização, denominada Demonstrativo de Recolhimento e Compensações de COFINS pela Lei n° 8.383/91 em anexo, apresentando na coluna ‘Diferença’ os valores a serem mantidos no Auto de Infração.” Segundo a Fiscalização, em relação às retenções relativas ao período em litígio, “A COFINS Retida pelos Órgãos Públicos referentes aos meses de janeiro a outubro de 1999, foram recolhidas pelo contribuinte, já excluindo esses valores, conforme os recolhimentos confirmados pelo sistema SINAL 08 de fls. 1029 a 1036.” Quanto às compensações, “Foi verificado que o contribuinte efetuou as compensações estabelecidas pelo art. 66 da Lei 8.383, de 1991(nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, a compensação somente poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie), conforme o Quadro apresentado pelo contribuinte de fls. 981.” Quanto à multa, informou que o auto de infração de que trata o presente processo referese à parcela não abrangida por suspensão de exigibilidade. Ao final, apresentou a tabela de fl. 1043, donde constam os saldos restantes após sua efetuação. A Interessada apresentou a resposta de fls. 1048 a 1053, contestando o relatório, uma vez que, “Conforme exposto anteriormente, a D. Fiscalização entendeu por bem desconsiderar os valores relativos às retenções por órgãos públicos sob o argumento de que as informações prestadas terseiam baseado apenas nos livros contábeis, sem respaldo em documentos”, mas todos os documentos teriam sido juntados. Ademais, segundo acórdão que citou e com base no art. 276 do RIR/99, alegou que “a escrita contábil faz sim prova em favor do contribuinte, cabendo à fiscalização produzir provas em sentido contrário.” A seguir, alegou que “todo o crédito tributário da COFINS que continua em litígio (fevereiro a outubro de 1999) já está decaído”, à vista da aplicação do art. 150, § 4º, do CTN. É o relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 7 7 Voto Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento. Conforme esclarecido no relatório, somente fazem parte do litígio os períodos de fevereiro a outubro de 1999. O auto de infração foi lavrado em 30 de novembro de 2004 e foram apuradas divergências entre os valores recolhidos e os devidos, conforme descrito na fl. 145. Como se trata de diferenças apuradas entre os valores apurados e os recolhidos, a regra de decadência a ser aplicada é a do art. 150, § 4º, do CTN, à vista da inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n. 8.212, de 1991, declarada pelo Supremo Tribunal Federal e objeto da Súmula Vinculante n. 8: Súmula Vinculante nº 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. A respeito da matéria, o Superior Tribunal de Justiça pacificou seu entendimento, como demonstra a ementa abaixo reproduzida (REsp 512840 / SP; Relatora: Ministra Eliana Calmon; DJ 23.05.2005 p. 194): TRIBUTÁRIO DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO (ART. 150 § 4º E 173 DO CTN). 1. Nas exações cujo lançamento se faz por homologação, havendo pagamento antecipado, contase o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato gerador (art. 150, § 4º, do CNT). 2. Somente quando não há pagamento antecipado, ou há prova de fraude, dolo ou simulação é que se aplica o disposto no art. 173, I, do CTN. 3. Em normais circunstâncias, não se conjugam os dispositivos legais. 4. Precedentes das Turmas de Direito Público e da Primeira Seção. 5. Recurso especial provido. Portanto, tendo sido o auto de infração lavrado em novembro de 2004, restaram decaídos os períodos até outubro de 1999, o que corresponde à totalidade dos períodos submetidos ao recurso. À vista do exposto, voto por dar provimento ao recurso. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO Processo nº 19515.002666/200462 Acórdão n.º 330201.096 S3C3T2 Fl. 8 8 (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 8DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 23/07/20 11 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/07/2011 por JOSE ANTONIO FRANCISCO
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000995/2010-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2401-000.235
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade dos votos converter o julgamento em diligência.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 15586.000995/2010-22
conteudo_id_s : 6406649
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 22 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2401-000.235
nome_arquivo_s : 2401000235_15586000995201022_201207.pdf
nome_relator_s : KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 15586000995201022_6406649.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade dos votos converter o julgamento em diligência.
dt_sessao_tdt : Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
id : 4594155
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577939566592
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1144; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 258 1 257 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15586.000995/201022 Recurso nº 000.000 Resolução nº 2401000.235 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 10 de julho de 2012. Assunto Solicitação de Diligência Recorrente CIA IMPORTADORA E EXPORTADORA COIMEX Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade dos votos converter o julgamento em diligência. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Relatório Tratase do Auto de Infração AI n.º 37.291.9669, lavrado contra o sujeito passivo acima identificado, para a aplicação de multa pelo descumprimento da obrigação acessória de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados a seu serviço. De acordo com o Relatório Fiscal da Infração, fl. 20, a empresa deixou de arrecadar, no período de 01 a 12/2007, as contribuições decorrentes dos seguintes fatos geradores: a) seguro de vida em grupo sem previsão em norma coletiva de trabalho; e b) assistência médica destinada aos dependentes dos segurados. O Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, fl. 21, apresenta a fundamentação legal para imposição da penalidade e os critérios de sua gradação. A empresa ofertou impugnação, fls. 29 segs., tendo a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I, fls. 108 e segs., mantido na íntegra a multa lançada. Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso, fls. 135 e segs., no qual, em apertada síntese, alegou que: a) é equivocado o entendimento da Autoridade Fiscal de que a verba paga a título de seguro de vida em grupo somente poderia ser excluída do saláriodecontribuição, caso estivesse prevista em norma coletiva de trabalho; b) sobre a citada verba não se verifica a ocorrência dos requisitos de retributividade pelo trabalho executado ou habitualidade no pagamento, sem os quais inexiste no mundo fático a hipótese de incidência de contribuições sociais; c) o pagamento do seguro de vida independe dos serviços prestados à empresa, sendo fornecido por esta como mero conforto psicológico para o empregado ou dirigente e a sua família; d) os valores pagos pela empresa a esse título não são recebidos pelo segurado, mas pela seguradora, sendo que o eventual recebimento da indenização somente ocorrerá, caso se concretizem os eventos mórbidos previstos no contrato, afastandose, assim, por completo a sua natureza salarial; e) a jurisprudência é uníssona quando o tema é a não incidência de contribuições sociais sobre os valores relativos a seguro de vida em grupo; f) nem mesmo para fins trabalhistas pode se incluir a referida verba no conceito de salário; g) as exigências para exclusão do seguro de vida em grupo da tributação previdenciária previstas no Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/1999, são ilegais, posto que esse ato normativo não poderia inovar no ordenamento, criando empecilhos à fruição de uma benesse, os quais não foram previstos em lei.É esse o entendimento que tem prevalecido no Judiciário; Fl. 259DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 15586.000995/201022 Resolução n.º 2401000.235 S2C4T1 Fl. 259 3 h) do mesmo modo, o oferecimento de planos de saúde pelas empresas aos seus empregados e dependentes não tem finalidade de retribuir o trabalho prestado, sendo considerado um benefício social. Por esse motivo, inadmissível a sua inclusão no saláriode contribuição; i) a jurisprudência tem manifestado reiteradamente o entendimento contrário à natureza salarial do fornecimento de assistência médica aos segurados; j) considerando que a utilização do plano de saúde pelos segurados e dependentes somente ocorre nos casos de doença, afastase da verba sob comento o requisito da habitualidade; k) não havendo habitualidade não há de se inserir o fornecimento de assistência à saúde no conceito de remuneração, inexistindo incidência de contribuições sobre a mesma; l) nem mesmo a interpretação literal da alínea “q” do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 justifica a tributação da verba sob enfoque; m) a jurisprudência do STJ e do TST não faz qualquer distinção entre a natureza jurídica do fornecimento de plano de saúde aos trabalhadores e aos dependentes destes; n) a invocada interpretação literal do dispositivo da Lei n.º 8.212/1991 não se aplica a situação sob comento, posto que não se está diante de norma de isenção, mas clara situação que não se situa no campo de incidência das contribuições sociais; o) mesmo que se considere a norma inserta na alínea “q” do § 9.º do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991 regra de isenção, devese adotar a interpretação teleológica para afastar a tributação, posto que seria grande a incoerência de se desestimular a concretização do valor fundamental da saúde, que recebeu da Carta Magna a mais alta consideração; p) por outro lado, há de se convir que a regra que exclui a incidência de contribuição sobre a assistência médica fala na concessão ao trabalhador, que engloba a saúde do próprio obreiro, mas também daqueles que dele dependam; q) a jurisprudência tem se inclinado nesse sentido, reconhecendo que não tem natureza de salário nem o plano de saúde ofertado ao trabalhador, tampouco o disponibilizado aos dependentes; Ao final, requer o cancelamento do AI. É o relatório. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator O recurso merece conhecimento, por atender às exigências de tempestividade e legitimidade. Na análise dos processos relativos à exigência das contribuições, verificouse a necessidade de conversão dos julgamentos em diligência, para verificar se os respectivos créditos haviam sido incluídos em parcelamento especial. Considerando que o presente AI guarda relação de conexão com aqueles, é prudente que esse processo seja também devolvido à origem para que haja pronunciamento sobre a atual situação do crédito objeto da lide em tela. Assim, voto por converter o julgamento em diligência, nos termos acima propostos. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 261DF CARF MF Impresso em 10/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/07/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/07 /2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 11080.013169/2007-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
Ementa:
IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte os benefícios recebidos de entidade de previdência privada.
Numero da decisão: 2201-002.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Relator.
EDITADO EM: 16/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201303
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 Ementa: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte os benefícios recebidos de entidade de previdência privada.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 11080.013169/2007-88
anomes_publicacao_s : 201305
conteudo_id_s : 5241116
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2201-002.025
nome_arquivo_s : Decisao_11080013169200788.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 11080013169200788_5241116.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Relator. EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
id : 4602306
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:27 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577943760896
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1585; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.013169/200788 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201002.025 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 12 de março de 2013 Matéria IRPF Recorrente CECILIA SILVEIRA DE FARIAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005 Ementa: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte os benefícios recebidos de entidade de previdência privada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator. EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 31 69 /2 00 7- 88 Fl. 82DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, consubstanciado na Notificação de Lançamento de fls. 38/40, pela qual reduziu o saldo de imposto a restituir de R$ 10.662,74 para R$ 1.727,28. A fiscalização efetuou a revisão da Declaração de Ajuste Anual, exercício 2005, Retificadora, fls. 21/24, quando foi constatada a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, Brasilprev Seguros e Previdência S/A, CNPJ n° 27.665.207/000131, no valor de R$ 35.252,32. Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: ... participa de Plano PGBL, da Brasilprev Seguros e Previdência S/A, com contribuições periódicas desde 31.07.1998. Acrescenta que, em janeiro de 2004, migrou do Plano PGBL para o Plano VGBL o saldo de R$ 44.595,81, tendo sido descontado o de imposto de renda no valor de R$ 11.840,77. Entende que, a luz do disposto no art. 43 do Código Tributário Nacional CTN, Lei n° 5.172/66, no caso da migração não ocorreu a disponibilidade do rendimento, nada acrescentou ao seu patrimônio. A 4ª Turma da DRJ em Porto Alegre/RS julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: RENDIMENTO TRIBUTÁVEL Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como o valor das contribuições resgatadas. Impugnação Improcedente Intimada da decisão de primeira instância em 16/07/2010 (fl. 67), Cecília Silveira de Farias apresenta Recurso Voluntário em 10/08/2010 (fls. 68/74), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Alega a suplicante, em linhas gerais, que participou de plano de previdência denominado PGBL, da Brasilprev Seguros e Previdência S/A, com contribuições periódicas Fl. 83DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 11080.013169/200788 Acórdão n.º 2201002.025 S2C2T1 Fl. 3 3 desde 31/07/1998. Assevera que, em janeiro de 2004, migrou do plano PGBL para o plano VGBL, portanto, do saldo de R$ 44.595,81 foi descontado o imposto de renda no valor de R$ 11.840,77. Contudo, entende que o referido valor não poderia ter sido alcançado pela tributação, pois não ocorreu a disponibilidade do rendimento, bem como não houve acréscimo patrimonial, conforme dispõe o art. 43 do Código Tributário Nacional (CTN). De início, cumpre reproduzir o inciso XIV do art. 43 do Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999: RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS Seção I Rendimentos do Trabalho Assalariado e Assemelhados Rendimentos do Trabalho Assalariado, de Dirigentes e Conselheiros de Empresas, de Pensões, de Proventos e de Benefícios da Previdência Privada Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.769 55, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) XIV os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições, observado o disposto no art. 39, XXXVIII (Lei nº 9.250, de 1995, art. 33); (grifei) Da leitura supra, verificase que são tributados os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, inclusive as importâncias relativas ao resgate de contribuições, exceto as próprias contribuições efetuadas pela recorrente no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Quanto ao fato gerador da obrigação tributária principal, conforme dispõe o art. 114 do CTN, é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A situação necessária e suficiente à ocorrência do fato gerador do imposto de renda, segundo o art. 43 do mesmo Código, é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Assim, o fato gerador, ressalvadas as exceções legais expressas, ocorre automática e instantaneamente no momento da obtenção da disponibilidade econômica ou jurídica da renda, nele não interferindo qualquer atividade posterior do sujeito passivo. Portanto, não há qualquer reparo a ser feito na informação prestada pela BrasilPrev Seguros e Previdência S/A, fl. 61, quando consignou no “Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte anocalendário 2004”, resgate de previdência privada PF código da receita 3223, o montante de R$ 45.653,81 e o correspondente imposto de renda retido na fonte no valor de R$ 11.840,77. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Ante a todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 85DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10218.000793/2007-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Anocalendário:
2003, 2004
PARCELAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA.
RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C
DO CPC). APLICAÇÃO
OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A
DO RICARF).
Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade
de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do
CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos:
TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA
ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C
DO CPC.
1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos
casos de parcelamento de débito tributário.
2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C
do
CPC e da Resolução 8/2008 do STJ.
(REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009).
ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o
decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo.
MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES.
A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei
nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada.
Recurso Improvido.
Numero da decisão: 3301-001.524
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ANTONIO LISBOA CARDOSO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004 PARCELAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C DO CPC). APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A DO RICARF). Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009). ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo. MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES. A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada. Recurso Improvido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10218.000793/2007-50
conteudo_id_s : 5220070
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3301-001.524
nome_arquivo_s : Decisao_10218000793200750.pdf
nome_relator_s : ANTONIO LISBOA CARDOSO
nome_arquivo_pdf_s : 10218000793200750_5220070.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
id : 4573828
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:59:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577957392384
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1971; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 706 1 705 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10218.000793/200750 Recurso nº 01 Voluntário Acórdão nº 330101.524 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de junho de 2012 Matéria PIS/PASEP Recorrente FRIGORÍFICO INDUSTRIAL ELDORADO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004 PARCELAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INOCORRÊNCIA. RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543C DO CPC). APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF (ART. 62A DO RICARF). Em havendo parcelamento do crédito tributário afasta qualquer possibilidade de aplicação do instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, segundo precedente do E. STJ, em sede de recursos repetitivos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543 C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009). ARBITRAMENTO. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Em se tratando arbitramento com base em tributação reflexa do IRPJ, o decidido no processo matriz deve ser aplicado no processo reflexo. MULTA QUALIFICADA. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES. A constatação das circunstâncias agravantes previstas no art. 44, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996, impõe a manutenção da multa agravada. Recurso Improvido. Fl. 706DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente Antônio Lisboa Cardoso Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Adão Vitorino de Moraes, Antônio Lisboa Cardoso (relator), Amauri Amora Câmara Júnior, Andrea Medrado Darzé, Maria Teresa Martínez López e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente). Relatório Cuidase de recurso em face do acórdão da DRJ de Belém/PA que julgou procedente o auto de infração da Contribuição PIS/Pasep dos anoscalendários 2003 e 2004, decorrente de lançamento reflexo do IRPJ, arbitrado em razão de não terem sido entregues os livros solicitados, sendo aplicada a multa qualificada, prevista no inciso I, §1º do art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme sintetiza a ementa a seguir reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004 INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL ESPONTANEIDADE O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação, a dos demais envolvidos nas infrações verificadas. Débitos informados em declarações retificadoras ou originais em atraso e por meio de programa de parcelamento excepcional, quando já iniciado o procedimento fiscal, ficam sujeitos a lançamento com multa de ofício pertinente. TRIBUTAÇÃO REFLEXA Os lançamentos reflexos devem observar o mesmo procedimento adotado no principal, em virtude da relação de causa e efeito que os vincula. ARBITRAMENTO DO LUCRO. O lucro da pessoa jurídica será arbitrado quando o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não apresentar os livros e documentos de sua escrituração. Fl. 707DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 707 3 BASE DE CÁLCULO. Na falta de apresentação dos livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória do contribuinte, é lícito o lançamento que tomou por base os valores constantes dos livros de apuração de ICMS. Lançamento Procedente. Relativamente ao lucro arbitrado, importante transcrever os seguintes esclarecimentos constantes do relatório do acórdão recorrido: LUCRO ARBITRADO Introdutoriamente, oportunizase esclarecer à impugnante que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada, que não faz parte deste processo e sim do processo 10218.0000791/200761, não foi feita no regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi Os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e conseqüentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.0000791/200761. Da mesma maneira, toda e qualquer alegação relativa aos depósitos de origem não comprovada, já foi analisada no processo onde constam os respectivos autos, ou seja no processo 10218.0000791/200761, não cabendo aqui a sua repetição. A empresa alega que o lançamento do presente crédito tributário é decorrência natural (reflexo) da incidência do IRPJ e que mantida, anulada ou reformada a imposição fiscal no lançamento matriz ou principal, vale dizer, no IRPJ, os tributos lançados por reflexos seguemlhe a sorte idêntica, sujeitandose aos mesmíssimos efeitos. O lançamento do IRPJ constante do processo 10218.0000791/200761 foi julgado procedente por esta 1ª Turma de Julgamento em 21/02/2008 (acórdão n° 0110.431) o que por si só, de acordo com a argumentação do contribuinte já fundamentaria a procedência do presente lançamento. Como as alegações do contribuinte estão focadas no IRPJ em relação à tributação reflexa aplicase aos lançamentos ditos decorrentes da autuação do IRPJ o mesmo tratamento dado ao lançamento matriz, devido à íntima relação de causa e efeito que os une, passo a analisar as demais razões de defesa. PARCELAMENTO EXCEPCIONAL PAEX Em relação ao Parcelamento Excepcional – PAEX, a Recorrente contesta a não exclusão do lançamento de oficio dos valores declarados no PAEX, pleiteando a aplicação do art. 138 do CTN e no art. 70, § I° do Decreto n° 70.235, de 1972, que tratam sobre a espontaneidade do sujeito passivo. Em relação à essa alegação a decisão recorrida aduz que apesar de ter informou na Declaração PAEX débitos de tributos e contribuições passíveis de DCTF, relativos a períodos sob fiscalização, todavia olvidou de entregar a tempo as DCTF's, conforme documento de fl.449. Fl. 708DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 4 Salienta que a espontaneidade do sujeito passivo é excluída pela ciência do primeiro ato escrito, lavrado por servidor competente, e somente é readquirida se, transcorridos sessenta dias, não for praticado qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos. Em 16/02/2006, a empresa foi cientificada do Termo de Início de Ação Fiscal e do MPF (fls.. 06 e 07), tendo recebido, posteriormente, diversos Termos de Ciência de . Prosseguimento da Ação e de Constatação e Intimação, conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 445 a 517, concluindo pela impossibilidade de aplicação do art. 138, do CTN. ARBITRAMENTO COM BASE NOS LIVROS FISCAIS DE ICMS De acordo com o art. 845, II do mesmo regulamento, farseá o lançamento de ofício abandonandose as parcelas que não tiverem sido esclarecidas e fixando os rendimentos tributáveis de acordo com as informações de que se dispuser, quando os esclarecimentos deixarem de ser prestados, forem recusados ou não forem satisfatórios. Igualmente, o art. 911 do RIR11999 dispõe que os AuditoresFiscais procederão ao exame dos livros e documentos de contabilidade dos contribuintes e realizarão as diligências e investigações necessárias para apurar a exatidão das declarações, balanços e documentos apresentados, das informações prestadas e verificar o cumprimento das obrigações Ciscais. Portanto, o procedimento fiscal no que tange ao uso de informações constantes dos livros de apuração do ICMS pautouse nos estritos limites das normas legais aplicáveis à espécie, notadamente quando se verifica que o contribuinte não forneceu nenhum dos livros comerciais e fiscais solicitados. Desta forma, a autoridade fiscal intentou obter, sem sucesso, por meio de reiteradas intimações dirigidas ao contribuinte, os livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória, tendo concluído que não havia condições para apurar o lucro real da empresa. Neste contexto, legitimouse o arbitramento do lucro nos períodos considerados para fins de apuração do IRPJ e da Contribuição Social. O faturamento assim obtido serviu de base ainda para a determinação do PIS e da Cofins, nos termos da legislação específica dessas contribuições. DAS MULTA QUALIFICADA Por fim, consta da decisão recorrida que o art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430, de 1996, em sua redação original, dispõe que, nos casos de lançamento de ofício deve ser aplicada a multa de 150% (cento e cinquenta por cento) sobre a totalidade ou diferença do tributo devido, nos casos de evidente intuito de fraude: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de Fl. 709DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 708 5 novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Desta forma, sustenta que o procedimento da empresa ao usar de falsidades ideológicas em seu Contrato Social e alterações contratuais, como amplamente circunstanciado neste voto, utilizandose de "interpostas pessoas", a fim de encobrir os verdadeiros sócios da sociedade, constitui simulação e fraude o que justifica a aplicação de multa qualificada. Em procedendo assim estaria justificada a aplicação da multa qualificada à empresa, tendo em vista ter sido constatado que seu Contrato Social e alterações contratuais estariam maculados pelos vícios da simulação e fraude. Cientificada em 25/03/2008 (AR – fl. 611 do processo digital), foi interposto recurso voluntário de fls. 613/704, em 23/04/2008, juntandose inclusive cópia do Livro de Registro e Apuração de ICMS, anobase 2004. A Impossibilidade de Cumulação do Arbitramento (Depósitos Bancários Não Identificados) com a Tributação da Omissão de Receita (Livro do ICMS) pelo Lucro Real. 4. Como dito acima, a Autuação cumulou o arbitramento do lucro do Recorrente, aferidas através dos depósitos bancários não identificados, com a tributação das receitas encontradas pelos livros de registro e apuração do ICMS pela sistemática do lucro real. Vale conferir a justificativa utilizada pela Fiscalização para a adoção do arbitramento, às fls. 43 e 44 do "Termo de Verificação Fiscal", in verbis: "No caso vertente, tendo em vista a receita bruta apurada nos livros de ICMS da fiscalizada nos anosbase 2003 e 2004, a mesma estava obrigada à apuração pelo regime do Lucro Real, pois sua receita bruta em ambos os anos ultrapassou o valor limite para o Lucro Presumido, ou seja, os R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais). Conforme se depreende da leitura dos termos e documentos encaminhados pela Fiscalização, combinados com as respostas formuladas pela fiscalizada, desde nossa primeira intervenção na empresa (16.02.2006) foram solicitados os Livros DIÁRIO e RAZÃO dos anos fiscalizados, sendo que até a presente data, apesar das reiteradas reprimendas da Fiscalização, nenhum dos livros nos foi apresentado. Nesse sentido, considerando a impossibilidade de se compor a base imponível para fins do cálculo do IRPJ, face à não nos apresentação dos livros hábeis para tanto: considerando, ainda, a não apresentação de declarações pela fiscalizada nos anosbase sob procedimento, ou seja, não adotou nenhum regime de apuração: e considerando, ao final, o disposto na alínea 'a' do inciso II e no inciso III do artigo 47 da Lei n°8.981/95, procedemos ao ARBITRAMENTO do lucro do mesmo com base na Receita Bruta conhecida, aquela constante dos LIVROS DE REGISTRO DE APURAÇÃO DE 1CMS do fiscalizado.*(grifos nossos) Em paralelo, o Sr. Auditor Fiscal procedeu à tributação das receitas apuradas através dos valores apurados no Livro de Registro do 1CMS, como se tratasse de um fato jurídico distinto, inserindo os referidos valores como omissão de receita num fictício resultado positivo (base de cálculo) resultante do sistema de tributação pelo lucro real. A justificativa Fl. 710DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 6 pela cumulação dos regimes — arbitramento e lucro real — encontrase às fls. 64 e 65 do citado "Termo de Verificação Fiscal", assim: "Depósitos bancários se apresentam, num primeiro momento, como simples indicio de omissão de rendimentos. Entretanto, esse indicio se transforma na prova da omissão de rendimentos, quando o contribuinte, tendo a oportunidade — e efetivamente a teve — de comprovar a origem dos recursos aplicados em tais depósitos se nega a fazêlo, ou simplesmente não o faz, hipótese, esta última, aplicada ao caso concreto. Ressaltamos, ainda, que procedemos à seleção apenas dos depósitos/ingressos de valores iguais ou superiores a R$ 10.000,00 (expressivo valor) para que fossem justificadas as suas origens pelo fiscalizado, tendo em vista a considerável movimentação financeira do mesmo, no anocalendário em comento, para valores superiores a esse patamar, evitandose, desta forma, fosse onerado o trabalho fiscal com valores insignificantes. Ademais, como resposta àqueles que se insurgem contra a utilização do REGIME DE TRIBUTAÇÃO com base no LUCRO ARBITRADO concomitantemente com o lançamento de tributos com base em depósitos bancários de origem não comprovada. 5. Acerca do tema — a impossibilidade de constituir o crédito tributário, de uma parte, arbitrandose os valores com base na movimentação bancária, e, de outra, lançando em separado, pelo lucro real, os valores encontrados nos Livros de Registro do 1CMS —, a DRJ de origem preferiu desviarse da controvérsia, limitandose a assentar o que se segue: "LUCRO ARBITRADO Introdutoriamente, oportunizase esclarecer à impugnante que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada não foram tributados pelo regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e consequentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.000079112007 61." Ora, simples cotejo da forma de constituição do crédito tributário (além do reconhecimento exarado pelo próprio AFRF responsável pela lavratura do auto) comprova a concomitância da utilização da técnica do arbitramento e do lançamento pelo lucro real. Vale dizer, para os depósitos bancários de origem não identificada a autuação utilizou a técnica do ARBITRAMENTO: ao mesmo tempo, no que se refere à diferença de valores encontrada nos Livros de Registro do 1CMS, a fiscalização lançou o crédito tributário pelo LUCRO REAL. E isso é comprovado, insistase, através da simples análise da forma de constituição do auto de infração, como exemplifica o quadro abaixo: LIVRO ICMS (LUCRO REAL) DEP. BANCÁRIOS (ARBITRAMENTO) Fato gerador 31/03/2003 Base de Cálculo 1.163.176,08 IRPJ L Real (15%) 170.426,41 IR Adicional (10%) 107.717,61 Fl. 711DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 709 7 IR Lançado 278.044,02 Fato Gerador 1º Trim./2004 Base de Cálculo 28.809.447,69 Base Arbitramento 2.765.706,98 IR Lançado 414.856,05 Com essa ordem de idéias, manifestase inarredável a conclusão de que o lançamento de ofício ora vergastado deve ser anulado, em face da evidente impossibilidade jurídica de coexistirem o arbitramento e o lançamento pelo lucro real sobre receitas omitidas descortinadas na ação fiscal. III — Da Obrigatoriedade da Exclusão dos Valores Já Confessados no PAEX. Como dito, no curso da ação fiscal em análise, o Recorrente aderiu ao Parcelamento Excepcional — PAEX de que trata o art. 8° da Medida Provisória n° 303/2006, confessando aproximadamente R$ 7,7 milhões para pagamento parcelado em 120 meses. 12. Devese considerar, na verdade, que a formalização da opção pelo PAEX implica em confissão irretratável do crédito tributário parcelado, consoante reza a legislação de regência: LEI n° 10.522/2002 Art. 11.... § 5°. O pedido de parcelamento constitui confissão irretratável de divida, mas a exatidão do valor dele constante poderá ser objeto de verificação." Da simples leitura do enunciado hospedado no art. 11, § 5°, da supra transcrita Lei n° 10.522/2002 intuise que (a) o débito objeto de parcelamento constitui termo de confissão e (b) o valor nele constante pode ser revisto pela autoridade administrativa competente. Não há dúvidas, portanto, de que os valores incluídos formalmente no PAEX prescindem de lançamento de ofício, simplesmente porque os mesmos já foram formalmente confessados pelo Recorrente. Na verdade, como a confissão ocorreu antes da lavratura do auto de infração, o lançamento de ofício relativo ao valor confessado é mais que desnecessário: é incabivel, uma vez que havendo confissão do débito, o não pagamento do respectivo parcelamento ou mesmo a exclusão do Recorrente do PAEX implicará na imediata cobrança do crédito tributário confessado. Fl. 712DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 8 Nesse sentido, no que interessa ao particular, a manifestação do Colendo Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES NO ACÓRDÃO. DCTF. AUTOLANÇAMENTO. PRESCRIÇÃO. DESPACHO CITATÓRIO. ARTS. 2°, § 3°, E 8°, § 2°, DA LEI N° 6830/80. ART. 219, § 4°, DO CPC. ART. 174,00 CTN. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA. PRECEDENTES. 3. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a declaração do contribuinte por meio da Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF elide a necessidade da constituição formal do débito pelo Fisco. Caso não ocorra o pagamento no prazo, poderá efetivarse imediatamente a inscrição na dívida ativa, sendo exigível independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte...." (EDcl no AgRg no REsp 443971/PR, rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, Data do Julgamento 1011212002, Data da Publicação/Fonte DJ 24.02.2003 p. 196 RTFP vol. 49 p. 280) Das Necessárias Exclusões da Base de Cálculo. A base de incidência eleita, que levou em conta a movimentação financeira posta nos livros do ICMS, manifestase descabida, uma vez que faz incidir tributo sobre parcelas pecuniárias não representativas do resultado operacional desenvolvido pelo Recorrente. V — Da Ausência de Requisitos para a Imposição da Multa Qualificada. Tãosó o não cumprimento ou mesmo o cumprimento inadequado das obrigações tributárias acessórias, como a entrega da DCTF ou da DIPJ, não configura, isoladamente, fato suficiente para a tipificação almejada pela Fiscalização. Nessa vereda, não comprovada a presença do elemento subjetivo do tipo argüido pela Fiscalização, para fins de legitimar a incidência da multa qualificada, incabível a sua imputação, a luz da Súmula 1ª CC Conclusão. 19. Posto isto, diagnosticada a fragilidade da atuação fiscal objurgada, depreca para que seja conhecido e provido o presente recurso voluntário, para (a) declarar nulo o presente lançamento de oficio, em razão da evidente impossibilidade _jurídica da cumulação do regime de tributação pelo lucro arbitrado e pelo lucro real sobre omissão de receitas; ou, alternativamente, (b) seja anulado o auto por vício de eleição de base imponivel, dês que tanto os valores constantes nos livros de apuração do ICMS quanto à movimentação financeira aferida na conta corrente bancária do Recorrente são, na forma adotada no lançamento, inservíveis para a tributação, dês que não escoimados os signos não representativos de riqueza. Ultrapassadas estas prejudiciais, requer (c) seja reformado o auto de infração para excluir do crédito tributário (c.1) a parcela relativa ao lançamento pelo lucro real da movimentação constante nos livros do ICMS, tanto em face da impossibilidade, in casu, da Fl. 713DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 710 9 apuração do próprio lucro real, quanto em função destas receitas (declaradas no livro do 1CMS) já estarem englobadas na movimentação financeira descortinada na conta bancária da empresa Recorrente, sob pena de lançamento em duplicidade, (c.2) os valores confessados e parcelados pelo contribuinte junto ao PAEX, o que retira do crédito tributário o requisito da exigibilidade e implica, também, na constituição do bis in idem tributário, dado ao duplo pagamento de tais quantias, uma vez pelo presente auto de infração e outra em face do efeito da confissão decorrente do PAEX, (c.3) as quantias relativas a transferências, devoluções de mercadorias ou mesmo ao próprio PI encontradas no livro de saída do ICMS, utilizado como base de cálculo para o arbitramento do lucro, e, ainda, (c.5) o excesso decorrente da indevida imputação da multa qualificada, por força do entendimento sedimentado na Súmula 1° do CC. É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e encontrase revestido das demais formalidades legais, devendo o mesmo ser conhecido. Relativamente aos débitos incluídos em parcelamento, não há como ser aplicado o benefício da denúncia espontânea prevista no art. 138, do CTN, tendo em vista que o assunto encontrase pacificado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF, por força do art. 62A do RICARF, senão vejamos: TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO DE DÉBITO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543C DO CPC. 1. O instituto da denúncia espontânea (art. 138 do CTN) não se aplica nos casos de parcelamento de débito tributário. 2. Recurso Especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (REsp 1102577/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/04/2009, DJe 18/05/2009) LUCRO ARBITRADO De acordo com a decisão recorrida, a autoridade fiscal intentou obter, sem sucesso, por meio de reiteradas intimações dirigidas ao contribuinte, os livros comerciais e fiscais de escrituração obrigatória, tendo concluído que não havia condições para apurar o lucro real da empresa. Neste contexto, legitimouse o arbitramento do lucro nos períodos considerados para fins de apuração do IRPJ e da Contribuição Social. O faturamento assim obtido serviu de base ainda para a determinação do PIS e da Cofins, nos termos da legislação específica dessas contribuições. Fl. 714DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO 10 Consta ainda, que a autuação sobre os depósitos de origem não comprovada, não faz parte deste processo e sim do processo 10218.0000791/200761, não foi feita no regime do lucro real e sim do lucro arbitrado, como também o foi os valores contabilizados retirados dos livros fiscais do ICMS caracterizados como saídas tributáveis e conseqüentemente como receitas tributáveis, como se depreende dos demonstrativos de apuração do IRPJ — Lucro Arbitrado de fls. 627 e 628 do processo 10218.0000791/200761. Desta forma toda e qualquer alegação relativa aos depósitos de origem não comprovada, já teria sido analisada no processo onde constam os respectivos autos, ou seja no processo 10218.0000791/200761. A empresa alega que o lançamento do presente crédito tributário é decorrência natural (reflexo) da incidência do IRPJ e que mantida, anulada ou reformada a imposição fiscal no lançamento matriz ou principal, vale dizer, no IRPJ, os tributos lançados por reflexos seguemlhe a sorte idêntica, sujeitandose aos mesmíssimos efeitos. O lançamento do IRPJ constante do processo 10218.0000791/200761 foi julgado procedente pela mesma Turma de Julgamento em 21/02/2008 (acórdão n° 0110.431) o que por si só, já fundamentaria a procedência do presente lançamento. Portanto, como as alegações da Recorrente estão focadas no IRPJ e em relação à tributação reflexa aplicase aos lançamentos ditos decorrentes da autuação do IRPJ o mesmo tratamento dado ao lançamento matriz, devido à íntima relação de causa e efeito deve ser aplicado no processo reflexo. Entretanto, consta que foram utilizadas duas bases diversas, a relativa ao IRPJ e com base no ICMS, entretanto, conforme consta do Termo de Verificação Fiscal, reproduzido no voto condutor do acórdão recorrido, evidencia o contrário, ou seja, o lucro é que foi arbitrado com base na receita bruta conhecida, constante dos Livros de Registros e Apuração de ICMS, senão vejamos: Conforme se depreende da leitura dos termos e documentos encaminhados pela Fiscalização, combinados com as respostas formuladas pela fiscalizada, dede nossa primeira intervenção na empresa (16.02.2006) foram solicitados os Livros DIÁRIO e RAZÃO dos anos fiscalizados, sendo que até a presente data (21.08.07), apesar das reiteradas reprimendas da Fiscalização, nenhum dos livros nos foi apresentado. Nesse sentido, considerando a impossibilidade de se compor a base imponivel para fins de cálculo do IRPJ, face à não apresentação dos livros hábeis para tanto; considerando ainda a não apresentação de declarações pela fiscalizada nos anosbase sob procedimento, ou seja, não adotou nenhum regime de apuração; e considerando ao final o disposto na alínea "a" do inciso II e no inciso III do artigo 47 da Lei 8.981/95, procedemos ao ARBITRAMENTO do lucro do mesmo com base na Receita Bruta conhecida, aquela constante dos LIVROS DE REGISTRO E APURAÇÃO DE ICMS dá fiscalizada. Portanto, não há como ser acolhida a argumentação da Recorrente sobre a utilização de duas bases para o arbitramento do faturamento. Fl. 715DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO Processo nº 10218.000793/200750 Acórdão n.º 330101.524 S3C3T1 Fl. 711 11 Em relação à irresignação da Recorrente contra a multa aplicada (150%), igualmente não procede, pois, os fatos apurados no processo e relatados no acórdão recorrido, são suficientes para a aplicação do art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430, de 1996, senão vejamos: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 27 de junho de 2012 Antônio Lisboa Cardoso Fl. 716DF CARF MF Impresso em 24/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO, Assinado digitalmente em 09/08/20 12 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por ANTONIO LISBOA CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 11075.720277/2009-41
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SIMPLES NACIONAL Período de apuração: 01/07/2007 a 30/06/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO - MULTA DE OFÍCIO A multa de ofício padrão, no percentual de 75%, foi estabelecida para punir a mera falta de pagamento ou recolhimento de tributo. Sua aplicação independe da caracterização de outros elementos ou circunstâncias, tanto do ponto de vista objetivo, quanto do subjetivo (intenção do agente). Incabível a aplicação da multa moratória de 20%, uma vez que o tributo não foi confessado espontaneamente pela Contribuinte em documento hábil à execução fiscal, e a exigência de ofício é sempre acompanhada da multa de 75%. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO - OPERAÇÕES CONTRATADAS /FATURADAS EM DÓLAR - CRITÉRIO DE CONVERSÃO PARA A MOEDA NACIONAL Não há qualquer embasamento legal para que a conversão do valor das operações contratadas/faturadas em dólar seja feita com base na taxa de câmbio do dia do auto de infração, e esse procedimento também não encontraria nenhuma razoabilidade. O critério adequado é o que foi aplicado pela Fiscalização, que também está de acordo com o art. 22 da Instrução Normativa SRF nº 243, de 11/11/2002, segundo o qual a conversão em reais deve ser feita pela taxa de câmbio em vigor na data da efetiva prestação do serviço ou transferência do direito, que é “a data do auferimento da receita, assim considerada o momento em que, nascido o direito à sua percepção, a receita deva ser contabilizada em observância ao regime de competência.”
Numero da decisão: 1802-001.233
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201205
ementa_s : SIMPLES NACIONAL Período de apuração: 01/07/2007 a 30/06/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO - MULTA DE OFÍCIO A multa de ofício padrão, no percentual de 75%, foi estabelecida para punir a mera falta de pagamento ou recolhimento de tributo. Sua aplicação independe da caracterização de outros elementos ou circunstâncias, tanto do ponto de vista objetivo, quanto do subjetivo (intenção do agente). Incabível a aplicação da multa moratória de 20%, uma vez que o tributo não foi confessado espontaneamente pela Contribuinte em documento hábil à execução fiscal, e a exigência de ofício é sempre acompanhada da multa de 75%. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO - OPERAÇÕES CONTRATADAS /FATURADAS EM DÓLAR - CRITÉRIO DE CONVERSÃO PARA A MOEDA NACIONAL Não há qualquer embasamento legal para que a conversão do valor das operações contratadas/faturadas em dólar seja feita com base na taxa de câmbio do dia do auto de infração, e esse procedimento também não encontraria nenhuma razoabilidade. O critério adequado é o que foi aplicado pela Fiscalização, que também está de acordo com o art. 22 da Instrução Normativa SRF nº 243, de 11/11/2002, segundo o qual a conversão em reais deve ser feita pela taxa de câmbio em vigor na data da efetiva prestação do serviço ou transferência do direito, que é “a data do auferimento da receita, assim considerada o momento em que, nascido o direito à sua percepção, a receita deva ser contabilizada em observância ao regime de competência.”
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 11075.720277/2009-41
conteudo_id_s : 5235478
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Aug 23 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1802-001.233
nome_arquivo_s : Decisao_11075720277200941.pdf
nome_relator_s : JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
nome_arquivo_pdf_s : 11075720277200941_5235478.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
id : 4597293
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577965780992
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2515; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 1.211 1 1.210 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11075.720277/200941 Recurso nº 932.946 Voluntário Acórdão nº 180201.233 – 2ª Turma Especial Sessão de 10 de maio de 2012 Matéria SIMPLES NACIONAL Recorrente TRANSPORTES FROLI LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Período de apuração: 01/07/2007 a 30/06/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO MULTA DE OFÍCIO A multa de ofício padrão, no percentual de 75%, foi estabelecida para punir a mera falta de pagamento ou recolhimento de tributo. Sua aplicação independe da caracterização de outros elementos ou circunstâncias, tanto do ponto de vista objetivo, quanto do subjetivo (intenção do agente). Incabível a aplicação da multa moratória de 20%, uma vez que o tributo não foi confessado espontaneamente pela Contribuinte em documento hábil à execução fiscal, e a exigência de ofício é sempre acompanhada da multa de 75%. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO OPERAÇÕES CONTRATADAS /FATURADAS EM DÓLAR CRITÉRIO DE CONVERSÃO PARA A MOEDA NACIONAL Não há qualquer embasamento legal para que a conversão do valor das operações contratadas/faturadas em dólar seja feita com base na taxa de câmbio do dia do auto de infração, e esse procedimento também não encontraria nenhuma razoabilidade. O critério adequado é o que foi aplicado pela Fiscalização, que também está de acordo com o art. 22 da Instrução Normativa SRF nº 243, de 11/11/2002, segundo o qual a conversão em reais deve ser feita pela taxa de câmbio em vigor na data da efetiva prestação do serviço ou transferência do direito, que é “a data do auferimento da receita, assim considerada o momento em que, nascido o direito à sua percepção, a receita deva ser contabilizada em observância ao regime de competência.” Fl. 1211DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.212 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Gilberto Baptista, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 1212DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.213 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre/RS, que considerou procedente o lançamento realizado para a constituição de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, à Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS e à Contribuição para Seguridade Social INSS, conforme os autos de infração de fls. 2 a 19, lavrados de acordo com o regime de tributação simplificada SIMPLES NACIONAL, nos valores de R$ 42.695,34, R$ 23.678,26, R$ 41,526,16, R$ 9.204,71 e R$ 63.000,25, respectivamente, incluindose nestes montantes os juros moratórios e a multa de 75%. As peças fiscais indicam que foi apurada insuficiência no recolhimento do Simples Nacional para os períodos de julho/2007 a junho/2008. Consta ainda que as receitas auferidas pelo sujeito passivo são provenientes da prestação de serviços de transporte internacional de cargas; que a alíquota utilizada pela Fiscalização é a correspondente à “Prestação de serviço de transporte intermunicipal e interestadual de carga sem substituição tributária de ICMS”; e que com base nos valores da receita bruta auferida pelo sujeito passivo, nas receitas declaradas em DASN e na alíquota correspondente à atividade econômica foi elaborado o “Demonstrativo de Cálculo dos Tributos e Contribuições Receitas Não Declaradas Diferença de Base de Cálculo Tributos não Recolhidos Anexo I”. Instaurada a fase processual, com a impugnação de fls. 1.156 a 1.162, e conforme descrito na decisão de primeira instância, Acórdão nº 1031.744 (fls. 1.167 a 1.174), a Contribuinte se insurgiu contra as exigências fiscais por meio dos seguintes argumentos: Inicia argüindo questão preliminar: Inobservância ao tratamento constitucional diferenciado: argumenta que o tratamento diferenciado previsto na constituição impõe à fiscalização a observância e o cumprimento das normas que visam ao seu incentivo, através da simplificação de suas obrigações tributárias; entende que os autos de infração foram lavrados em nítido desrespeito a essas normas; transcreve o inciso IX do artigo 170 e o artigo 179 da CF que entende tenham sido atingidos pelo procedimento fiscal; nesse sentido entende que a multa de ofício (75%) ofendeu referidos dispositivos constitucionais pela inobservância ao incentivo ali determinado; entende que esta inobservância seja causa de nulidade dos autos de infração pois não teriam observado o disposto no artigo 37 da CF/88 (princípio da legalidade) e ofensa ao artigo 2° da Lei n° 9.784/99; Fl. 1213DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.214 4 Em seguida argumenta contra a exigência da multa de ofício (75%), como segue: argumenta que o artigo 44, I, da Lei n° 9.430/96 é inconstitucional, pois tem caráter de confisco, infringido frontalmente o artigo 150, IV da Carta Magna; entende que a exigência de multa (75%) próximo ao valor do débito cobrado, apenas pelo não recolhimento do tributo, sem que tenha havido grave ofensa à ordem tributária, padece de razoabilidade, configurando confisco; cita jurisprudência judicial nesse sentido: Ementa ao Acórdão 1999.34.00.0295719 do TRF da 1ª Região; sustenta que a multa a ser aplicada é a de mora (20%), prevista no artigo 61, § 2° da Lei n° 9.430/96 e, por ser a mais benéfica, deve retroagir em benefício da impugnante; No mérito seus argumentos são, em síntese, os seguintes: diz que impugna os valores lançados; fala em duplicidade e pela não compensação de valores que a empresa possui a título de crédito perante a Fazenda Nacional; Sob o título “Demonstrativo de Receitas: Variação Cambial – Dólar – Aplicação da data do lançamento de ofício” apresenta os seguintes argumentos: entende abusiva e, portanto, excessiva a aplicação da variação da taxa do dólar para fins de apuração da receita; sustenta a aplicação da taxa do dólar do período do lançamento de ofício, em observância ao princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. Seu pedido é o de praxe, como segue: “À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a impugnante seja acolhida a presente impugnação para o fim de assim ser decidido, revisandose o débito fiscal reclamado, bem como o adequando aos ditames legais vigentes e cogentes, cancelandose o débito fiscal reclamado”. Como mencionado, a DRJ Porto Alegre/RS considerou procedente o lançamento, expressando suas conclusões com a ementa abaixo: ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Período de apuração: 01/07/2007 a 30/06/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. PRELIMINAR DE NULIDADE. ILEGALIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE. IRPJSIMPLES NACIONAL. OMISSÃO DE RECEITAS. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTOS REFLEXOS: PIS, CSLL, COFINS, e CSSINSS Fl. 1214DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.215 5 Não se vislumbra nos autos as hipóteses de nulidade argüidas na impugnação. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade e ilegalidade de leis ou atos, bem como de afronta a princípios constitucionais. A verificação de diferença na base de cálculo ou insuficiência de recolhimento do imposto pelo regime do SIMPLES NACIONAL constitui infração que autoriza a lavratura do competente auto de infração, para a constituição do crédito tributário. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicamse aos lançamentos reflexos o decidido no principal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 27/09/2011 (fls. 1.177), a Contribuinte apresentou em 26/10/2011 (conforme consta da Comunicação de fls. 1.183) o recurso voluntário de fls. 1.188 a 1.196, onde reitera os mesmos argumentos de sua impugnação, conforme descrito nos parágrafos anteriores. Nessa fase processual, ela apenas deixou de renovar as alegações sobre a “existência de duplicidade” e sobre “a não compensação de valores, já que a empresa possui crédito perante a fazenda nacional”. Este é o Relatório. Fl. 1215DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.216 6 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a matéria em litígio diz respeito a lançamento para a exigência de tributos abrangidos pelo regime de tributação simplificada – Simples Nacional, no período de julho/2007 a junho/2008. Com base nos valores de receita bruta auferidos pela Contribuinte, nas receitas por ela informadas em Declaração Simplificada – DASN, e na alíquota correspondente à sua atividade econômica, a Fiscalização verificou que houve insuficiência no recolhimento do Simples Nacional. Sobre as diferenças não recolhidas, que estão sendo exigidas neste processo, foi aplicada a multa de 75%. Em seu recurso, a Contribuinte suscita preliminar de nulidade do auto de infração, afirmando que ele foi lavrado em nítido desrespeito às normas constitucionais que prevêem o tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte (at. 170, IX, e art. 179 da CF/88); que a multa de ofício de 75% ofende as referidas normas constitucionais; que o artigo 44, I, da Lei n° 9.430/96 é inconstitucional, pois tem caráter de confisco; que o auto de infração não observou o princípio da legalidade (art. 37 da CF/88); e que a multa de 75% não atende os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, já que a Contribuinte atendeu as intimações da Fiscalização. Nenhum destes argumentos merece prosperar, porque a apuração dos tributos exigidos neste processo seguiu as normas do Simples Nacional, conforme instituído pela Lei Complementar nº 123/2006. Quanto à multa de ofício, é importante esclarecer que não foi aplicada pela Fiscalização a penalidade referente às hipóteses de sonegação ou fraude, no percentual de 150% (multa qualificada), mas sim a multa de ofício padrão, no percentual de 75%, que sempre acompanha o crédito tributário quando este é constituído de ofício, por meio de auto de infração, e que foi prevista para os casos de simples falta de pagamento ou recolhimento de tributo, conforme determina o art. 44, I, da Lei 9.430/1996: Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Fl. 1216DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.217 7 No caso, não cabe a aplicação da multa moratória de 20%, uma vez que o tributo não foi confessado espontaneamente pela Contribuinte em documento hábil à execução fiscal, e a exigência de ofício, conforme já mencionado, é sempre acompanhada da multa de 75%. Percebese que a Contribuinte, invocando genericamente as normas constitucionais que prevêem o tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte, assim como os princípios da legalidade, do não confisco, da proporcionalidade e da razoabilidade, busca contestar a constitucionalidade de normas que foram validamente inseridas no ordenamento jurídico. É preciso registrar que o tratamento diferenciado previsto na Constituição foi instituído por meio da Lei Complementar nº 123/2006 (Simples Nacional), assim como a Lei 9.430/1996 determina a aplicação da multa de 75% para os casos de simples falta de pagamento ou recolhimento de tributo, e não cabe à administração pública negar vigência a estas normas, por suposta inconstitucionalidade. Com efeito, falece a esse órgão de julgamento administrativo competência para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente. Oportuno lembrar que apenas de modo excepcional, havendo prévia decisão por parte do Supremo Tribunal Federal, e cumpridos os requisitos do Decreto nº 2.346/97 ou do art. 103A da Constituição, o que não ocorre no presente caso, é que a Administração Pública deixaria de aplicar as referidas normas legais. A matéria, inclusive, já foi sumulada por este Conselho: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Nestes termos, rejeito a preliminar de nulidade. Quanto ao mérito, em sede de recurso a Contribuinte renova os argumentos de que seria abusiva e, portanto, excessiva a aplicação da variação da taxa do dólar para fins de apuração da receita. Segundo o seu entendimento, tratandose de lançamento de ofício, seria mais razoável a aplicação da taxa do dólar do período do lançamento. A decisão recorrida assim se manifestou sobre o assunto: (...) No Anexo I ao Auto de Infração “Demonstrativo de Cálculo dos Tributos e Contribuições” (fls. 20 a 24) está demonstrada a base de cálculo, a alíquota (decorrente da receita bruta acumulada na atividade da contribuinte), os tributos e contribuições devidos, já descontados os valores declarados pela contribuinte (Simples Declarado em DASN). Sobre a base de cálculo dos tributos e contribuições a Impugnante fala em duplicidade, contudo, sem dizer o que seria essa duplicidade, muito menos trazer qualquer comprovação Fl. 1217DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.218 8 sobre a alegada duplicidade. Tratase, portanto, de argumentação genérica, não demonstrada e sem nenhuma comprovação correspondente. Ainda sobre a base de cálculo dos tributos e contribuições a contribuinte argumenta que no “Demonstrativo de Receitas” a conversão do Dólar (U$) para Real (R$) teria sido feita com a “Aplicação da data do lançamento de ofício”, permitindo entender que a conversão teria sido realizada com a utilização do dólar no dia do lançamento de ofício. Não há qualquer fundamento na argumentação da contribuinte. Observandose os “Demonstrativos de Receita – Regime de Competência” constantes dos autos (AnosCalendário 2006, 2007 e 2008 esse último até 06/2008) observase que a Taxa do Dólar utilizada foi a da “Cotação de Fechamento do Dólar USA – Compra – Banco Central” conforme observação ao final de cada um dos demonstrativos. Aliás, a simples observação visual das taxas utilizadas mostra a utilização de taxas diferenciadas de acordo com os períodos indicados nos referidos demonstrativos. Assim, não há qualquer fundamento nas argüições da Impugnante no sentido de que as taxas de dólar utilizadas seriam abusivas e excessivas ou que representariam ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. A cotação utilizada está de acordo com o disposto no art. 22 da Instrução Normativa SRF nº 243, de 11/11/2002, publicada no DOU de 13/11/2002. Não há qualquer embasamento legal para que a conversão do valor das operações contratadas/faturadas em dólar seja feita com base na taxa de câmbio do dia do auto de infração, e esse procedimento também não encontraria nenhuma razoabilidade. O critério adequado é o que foi aplicado pela Fiscalização, que também está de acordo com o art. 22 da Instrução Normativa SRF nº 243, de 11/11/2002, segundo o qual a conversão em reais deve ser feita pela taxa de câmbio em vigor na data da efetiva prestação do serviço ou transferência do direito, que é “a data do auferimento da receita, assim considerada o momento em que, nascido o direito à sua percepção, a receita deva ser contabilizada em observância ao regime de competência”. Portanto nenhum reparo merece a decisão recorrida. Diante do exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade, e, no mérito, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 1218DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 11075.720277/200941 Acórdão n.º 180201.233 S1TE02 Fl. 1.219 9 Fl. 1219DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 17/05/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 24/06/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 13852.000409/2002-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001
Ementa:
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ.
A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação.
Recurso Voluntário Provido
Direito Creditório Reconhecido
Numero da decisão: 3402-001.967
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Luiz Carlos Shimoyama.
(Assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto.
(Assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Fernando Luiz da Gama Lobo D Eça, Luiz Carlos Shimoyama (Suplente), Silvia de Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 Ementa: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ. A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 13852.000409/2002-17
anomes_publicacao_s : 201305
conteudo_id_s : 5241182
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3402-001.967
nome_arquivo_s : Decisao_13852000409200217.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 13852000409200217_5241182.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Luiz Carlos Shimoyama. (Assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto. (Assinado digitalmente) JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Fernando Luiz da Gama Lobo D Eça, Luiz Carlos Shimoyama (Suplente), Silvia de Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva.
dt_sessao_tdt : Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
id : 4602372
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041577969975296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2000; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 164 1 163 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13852.000409/200217 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402001.967 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de novembro de 2012 Matéria IPI Recorrente JBS EMBALAGENS METALICAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/03/2001 Ementa: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ. A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543 C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencidos os conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho e Luiz Carlos Shimoyama. (Assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Presidente Substituto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 2. 00 04 09 /2 00 2- 17 Fl. 164DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 (Assinado digitalmente) JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Fernando Luiz da Gama Lobo D Eça, Luiz Carlos Shimoyama (Suplente), Silvia de Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13852.000409/200217 Acórdão n.º 3402001.967 S3C4T2 Fl. 165 3 Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento de saldo credor de IPI relativo ao 1º trimestre do ano de 2001, no valor de R$ 396.145,09 (trezentos e noventa e seis mil, cento e quarenta e cinco reais e nove centavos) decorrentes de insumos adquiridos e destinados à fabricação de produtos tributados à alíquota zero, em consonância com a Lei n° 9.779/99 e IN SRF° 33/99. Inicialmente, a Delegacia da Receita Federal em Franca/SP, através do despacho decisório de fls. 90/91 – numeração eletrônica – deferiu parcialmente o pedido de ressarcimento formulado pelo contribuinte, no valor de R$ 392.766,09 (trezentos e noventa e dois mil, setecentos e sessenta e seis reais e nove centavos). DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do despacho decisório em 04/01/2008, conforme AR de fls. 99 – numeração eletrônica, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls.105/112) em 01/02/2008, aduzindo sinteticamente o direito à aplicação de taxa SELIC ao crédito homologado no valor de R$ 396.145,09 (trezentos e noventa e seis mil, cento e quarenta e cinco reais e nove centavos) desde o dia do protocolo até o efetivo pagamento do pedido de reconhecimento de créditos. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise aos argumentos sustentados pelo sujeito passivo em sua defesa, a 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto – SP (DRJ/RPO), por entender que não existe previsão legal para a correção monetária de valores relativos ao ressarcimento de créditos de IPI, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade nos termos do acórdão 1436.208 de 21 de dezembro de 2011. DO RECURSO Cientificado do Acórdão supracitado em 02/03/2012, conforme AR de fls. 136 numeração eletrônica, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 137/149) em 29/03/2012, pugnando o reconhecimento do direito à atualização monetária pelo índice SELIC do crédito reconhecido administrativamente a seu favor, da seguinte forma: Calculada sobre o valor do crédito pleiteado a partir da data da protocolização do Pedido de Ressarcimento até o seu efetivo ressarcimento; ou Na hipótese de ter sido o crédito utilizado em compensação(ões) tributária(s), calculada a partir da data da protocolização do Pedido de Ressarcimento até a data da compensação(ões) tributária(s) e, a partir deste(s) momento(s), sobre o eventual saldo credor resultante do(s) abatimento(s) até o seu efetivo ressarcimento. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 Para fundamentar seu direito o Recorrente colacionou diversos julgados proferidos por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal e também em Parecer n. 01, de 11 de junho de 1996 da Advocacia Geral da União (AGU), afirmando que a SELIC incide sobre o saldo credor do IPI objeto de ressarcimento com o fim de recompor o valor real do numerário – manutenção do poder econômico da moeda. Em tese sucessiva, o Recorrente aduz que: a) mesmo se não fosse possível a aplicação da SELIC como índice de correção monetária, o direito à sua incidência se justifica com juros, em razão de ser o “ressarcimento” uma espécie do gênero “restituição”, estando assim contemplado naquele todos os efeitos da Lei 9.250/95 (art. 39, § 4º) e Decreto 2.288/86; b) é passível de atualização monetária o ressarcimento de créditos incentivados de IPI, por analogia ao disposto no §3º do art. 66 da Lei 8.383/91; c) o direito à incidência da SELIC, como índice de atualização monetária, não é prejudicado em razão da previsão contida no art. 52, §5º da IN SRF n. 600/2005. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 01 (um) volume, numerado até a folha 163 (cento e sessenta e três), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13852.000409/200217 Acórdão n.º 3402001.967 S3C4T2 Fl. 166 5 Voto Conselheiro Relator João Carlos Cassuli Junior O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e tempestividade, portanto, dele tomo conhecimento, passando a análise dos fatos articulados pela recorrente. Inicialmente vislumbro que o cerne da questão diz respeito ao cabimento de atualização monetária incidente sobre o pedido de ressarcimento de créditos de IPI, tendo como marco inicial a data de seu protocolo. Nesse sentido, assevera a Recorrente que deve incidir taxa SELIC sobre o saldo credor de IPI objeto de ressarcimento, contado da data do protocolo do pedido de ressarcimento, de forma que deveria ser reformada parcialmente a decisão da DRF neste ponto. Inclusive, para fundamentar seu pedido, a Recorrente colaciona precedente favorável desta turma, cujo voto é de relatoria da Ilustre Relatora Nayra Bastos Manatta e teve como redatora designada para o julgamento a Ilustre Conselheira Silvia de Brito Oliveira, que destaco: Processo n° 10950.004365/200206 Recurso n° 259.847 Voluntário Acórdão n° 340200.224 — 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de agosto de 2009 Matéria RESSARCIMENTO IPI Recorrente M. S. LEATHER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COUROS LTDA. Recorrida DRJ em RIBEIRÃO PRETO/SP ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. AQUISIÇÃO DE PESSOA FÍSICA. Incluemse na base de cálculo do beneficio fiscal o valor das aquisições de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem feitas de pessoa fisica. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. É cabível a incidência da taxa Selic sobre o saldo credor do IPI objeto de ressarcimento, a partir da data de protocolização do pedido. CREDITO PRESUMIDO IPI. BASE DE CÁLCULO. Devem ser incluídos na receita operacional bruta, bem como na receita de exportação o valor resultante das vendas realizadas para o exterior de produtos adquiridos de terceiros que não tenham sofrido qualquer industrialização por parte do exportador. Recurso provido. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 Relativamente à matéria em análise, compartilho do entendimento muito bem colocado pela ilustre Conselheira Redatora em suas razões de voto, conforme passo a expor. Cumpre salientar que reconheço a existência de jurisprudência cristalina dos Tribunais Superiores, inclusive em sede de recurso representativo de controvérsia (RESP 1.035.847/RS) no sentido de que o crédito meramente escritural de IPI não deve ser sujeito à atualização monetária. No entanto, entendo que não é este o caso discutido no recurso em análise, na medida em que a recorrente pede a atualização monetária a partir do protocolo do pedido administrativo de ressarcimento de crédito de IPI. Neste ponto, tenho que entre a data do Pedido de Ressarcimento, em que o crédito deixa de ser escritural e passa a estar vertido em um veículo de busca da realização de tais direitos, deixando o contribuinte de estar inerte, e passando a responsabilidade de análise do direito deferido pelo ordenamento, ao encargo da Administração Pública, que deve nortear se, dentre outros princípios pelo do da Eficiência. É dizer: a partir do protocolo do pedido de ressarcimento, o contribuinte passa a aguardar que a Administração apenas lhe defira um direito que lhe é conferido por lei, e cuja demora, por certo, não lhe pode mais prejudicar, pena de “esvaziar” o próprio objetivo do incentivo concedido. Com relação ao pedido da recorrente de que a atualização monetária deva ser realizada com base na taxa SELIC, destaco que a temática vem sendo alvo de discussões no âmbito dos julgados administrativos e analisada sob duas correntes argumentativas: a) Ser indevida a correção monetária, por ausência de expressa previsão legal; b) Cabível a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, por analogia com o disposto no art. 66, parágrafo 3°, da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, não admitindo, contudo, a correção a partir de 1º de janeiro de 1996, com base na taxa Selic, por ter ela natureza de juros e alcançar patamares muito superiores à inflação efetivamente ocorrida. Não obstante tais posicionamentos, não concordo que seja o melhor direito aplicado ao caso em tela, mesmo porque entendo que a extinção alegada pela segunda corrente a partir de 1° de janeiro de 1996 não afasta, por si só, a possibilidade de incidência da taxa SELIC nos ressarcimentos. Convém lembrar que, no âmbito tributário, essa taxa é utilizada para cálculo de juros moratórios tanto dos créditos tributários pagos em atraso quanto dos indébitos a serem restituídos ao sujeito passivo, em espécie ou compensados com seus débitos. Dessa forma, em sendo a correção monetária mero resgate do valor real da moeda, é perfeitamente cabível a analogia com o instituto da restituição a fim de garantir ao ressarcimento, que tenha tratamento isonômico. E assim já decidiu o CARF: Fl. 169DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13852.000409/200217 Acórdão n.º 3402001.967 S3C4T2 Fl. 167 7 “IPI – PEDIDO DE RESSARCIMENTO – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. A atualização monetária de créditos de IPI representa o resgate da expressão real do incentivo, não constituindo nenhum adicional a exigir expressa previsão legal, sendo pela UFIR até 1995 e a partir de 1996 pela taxa SELIC. Recurso Negado. (CARF – Número do Processo: 11030.000903/9873 – Recurso de Divergência – 2ª Turma – Número do Recurso: 201.111531 – Rel. Conselheiro Francisco Maurício R. de Albuquerque Silva – 23/03/2004) De igual modo, verifico que a jurisprudência da C. CSRF já assentou que “incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos termos do art. 39, § 4º da Lei nº 9.250/95, a partir de 01.01.96, sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição, conforme entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais (...), além do que, tendo o Decreto nº 2.138/97 tratado restituição e ressarcimento da mesma maneira, a referida Taxa incidirá, também, sobre o ressarcimento.” (cf. Ac. CSRF/0201.319 da 2ª Turma da CSRF, no Rec. nº 201110145, Proc. nº 10945.008245/9793, Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres, em sessão de 12/05/2003; cf. tb. Ac. CSRF/0201.949 da 2ª Turma da CSRF, no Rec. nº 203115973, Proc. nº 10508.000263/9821, Rel. Cons. Josefa Maria Coelho Marques, em sessão de. 04/07/2005) Portanto, considerando que o pedido de ressarcimento já foi decidido pela autoridade fiscal e parcialmente deferido, no que tange aos valores reconhecidos, merece ser efetuada a correção monetária, pela incidência da taxa SELIC, desde a data do pedido apresentado pelo contribuinte (protocolo do pedido de ressarcimento – 26/09/2002), até a data em que efetivamente efetuada a primeira compensação. Insta ainda frisar, que o reconhecimento do direito, se destina aos valores deferidos pela DRF já mencionada, e não à totalidade do pedido apresentado pelo contribuinte, pois que o valor não reconhecido, não foi objeto de recurso, devendo incidir a correção sobre os créditos efetivamente existentes e deferidos pela Autoridade Pública. Este efeito, aliás, vem a realizar o direito a SELIC, pois que a demora da Administração em apreciar os pedidos de ressarcimento, para bem e cuidadosamente analisar os direitos de créditos, em sendo atualizados pela SELIC, não prejudicarão ao sujeito passivo titular do crédito, pelo espaço de tempo entre o pedido e o efetivo reconhecimento e usufruto de seu direito. Nesse sentido, sendo expresso quando a perda da natureza meramente escritural do crédito objeto de pedido de ressarcimento, em razão da morosidade da Administração no deferimento do direito de crédito, o Superior Tribunal de Justiça, julgando o Recurso Especial nº 1.035.847RS, Representativo de Controvérsia, submetido ao Rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543C, do CPC), assentou entendimento nos seguintes termos: Fl. 170DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 8 “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ – 1ª Seção – Rel. Min. Luiz Fux – j. 25.6.2009 DJe 03/08/2009) – grifouse. Buscando a aplicabilidade deste julgado para o caso de resistência imposta pela Administração pelo mero decurso do prazo, o mesmo Superior Tribunal de Justiça, por ambas as Turmas de Direito Público, vem reiteradamente aplicando o mesmo julgado, como paradigma para os casos de morosidade da Administração nas analises dos Pedidos de Ressarcimento, de modo que vem decidindo no seguinte sentido: “PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. CRÉDITO ESCRITURAL. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso Fl. 171DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13852.000409/200217 Acórdão n.º 3402001.967 S3C4T2 Fl. 168 9 o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. O entendimento firmado no REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, atrai conclusão no sentido de que é devida a incidência de correção monetária aos créditos escriturais que não são gozados pelo contribuinte, na forma de ressarcimento, compensação ou aproveitamento, por resistência ilegítima do Fisco ainda que a demora seja em decorrência de análise de processo administrativo. 3. ´O ressarcimento em dinheiro ou a compensação, com outros tributos dos créditos relativos à nãocumulatividade das contribuições aos Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) art. 3º, c/c art. 5º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.637/2002 e para a Seguridade Social (COFINS) art. 3º, c/c art. 6º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.833/2003, quando efetuados com demora por parte da Fazenda Pública, ensejam a incidência de correção monetária.´ (REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011). Recurso especial da FAZENDA NACIONAL conhecido em parte, mas improvido. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. CRÉDITO ESCRITURAL DE IPI, PIS E COFINS. CORREÇÃO MONETÁRIA. DEMORA DO FISCO. INCIDÊNCIA. TERMO A QUO. PROTOCOLO DOS PEDIDOS ADMINISTRATIVOS. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Não enseja conhecimento a questão referente à possibilidade de optar pela compensação na forma do art. 74 da Lei n. 9.430/96, na redação que lhe deram as leis 10.637/02 e 10.833/03, tudo devidamente acrescido pela variação da taxa SELIC, na forma do § 4º do art. 39 da Lei n. 9.250/95´, em face da ausência de prequestionamento (Súmula 211/STJ). 3. Inexiste interesse recursal quanto aos honorários, uma vez que a decisão monocrática do relator que estabeleceu o percentual de 10% (dez por cento) sobre a condenação não sofreu qualquer alteração pelos julgados que se sucederam embargos de declaração e agravo regimental , permanecendo incólume, portanto. 4. Embora o REsp paradigma 1.035.847/RS trate de crédito escritural de IPI, o entendimento nele proferido alberga o reconhecimento de que não incide correção monetária sobre créditos escriturais em geral, salvo se o seu ressarcimento, compensação ou aproveitamento é obstado por resistência ilegítima do Fisco. 5. O termo inicial para a incidência da correção monetária é do protocolo dos pedidos administrativos cuja fruição foi indevidamente obstada pelo Fisco. REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011; EDcl nos EDcl no REsp 897.297/ES, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, Fl. 172DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 10 julgado em 16/12/2010, DJe 02/02/2011. Recurso especial conhecido em parte, e parcialmente provido.” (STJ – 2T – REsp 1.268.980SC Rel. Ministro Humberto Martins – j. 19.06.2012 – Dje 22.06.2012) – Grifouse. “TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IPI. RESSARCIMENTO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. (…). 2. Os créditos escriturais são aqueles provenientes do saldo positivo de natureza fiscal obtido pelo contribuinte dentro de cada período de apuração do ICMS ou do IPI. 3. Existência de erro material no acórdão embargado, uma vez que considerou não incidir atualização monetária sobre créditos escriturais de IPI quando, na verdade, se trata de correção incidente sobre os valores devolvidos administrativamente pela Fazenda Nacional a tal título. 4. O tratamento dispensado para os créditos reconhecidos administrativamente e pagos com atraso ao contribuinte não se confundem com créditos escriturais de IPI, pois aqueles configuram créditos reais e efetivos, devendo incidir a correção monetária quando os valores forem devolvidos tardiamente pela Fazenda Pública, a fim de evitar que o contribuinte fique ao arbítrio do administrador que somente faria o ressarcimento quando bem lhe conviesse. 5. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para conhecer do recurso especial e darlhe provimento, a fim de determinar a incidência da correção monetária sobre os valores devolvidos administrativamente pelo fisco a título de IPI, no período compreendido entre a data do pedido de ressarcimento e a do efetivo pagamento.” (STJ/1ª T EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 771.769/RS Relator: Ministro Arnaldo Esteves Lima j. 05/10/2010 DJe 14/10/2010) – Grifouse. Considerando, finalmente, que ao aplicar a SELIC aos créditos do sujeito passivo, ainda que sejam oriundos de anteriores créditos escriturais, mas já vertido a em Pedido de Ressarcimento, se está meramente recompondo o poder aquisitivo da moeda e, ao mesmo tempo, compensando o contribuinte pela demora que o Estado demanda na avaliação dos referidos pedidos, entendendo, inclusive, que é necessário que o faça com todo o cuidado e responsabilidade, sendo certo que não se trata aqui de deferir um direito que não está contido no ordenamento, mas sim, que decorre do sistema como um todo, e que vem sendo deferido pelo Superior Tribunal de Justiça, e que resgata uma jurisprudência já pacificada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF deste próprio Conselho, ainda quando sob o pálio do hoje extinto Conselho Federal de Contribuintes. Com relação ao direito de cômputo da SELIC até o esgotamento do crédito, objeto do ressarcimento, tenho que decorre da própria lógica do sistema, pois que, estando o Fl. 173DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 13852.000409/200217 Acórdão n.º 3402001.967 S3C4T2 Fl. 169 11 contribuinte pleiteando um crédito de determinada quantia, e não apurando débitos em valores suficientes para uma única utilização, via compensação, dos seus referidos créditos, enquanto aguarda os trâmites internos, muitas vezes durante anos a fio, deve os saldos não aproveitados via compensação, sofrerem as correspondentes atualizações, pena de dar o direito com uma das mãos, e limitalo com a outra. Isto posto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer o direito a incidência da SELIC sobre os créditos desde a data do protocolo do pedido de ressarcimento até o momento do efetivo usufruto deste direito pelo contribuinte, seja mediante recebimento em espécie seja mediante compensação, até o exaurimento do crédito. (Assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator Fl. 174DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 12269.000105/2009-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2302-000.170
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em converter o julgamento em diligência nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201205
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 12269.000105/2009-43
conteudo_id_s : 6401132
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 14 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2302-000.170
nome_arquivo_s : 230200170_12269000105200943_201205.pdf
nome_relator_s : MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 12269000105200943_6401132.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em converter o julgamento em diligência nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
id : 4599349
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 2; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1746; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T2 Fl. 173 1 172 S2C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12269.000105/200943 Recurso nº 999.999 Resolução nº 230200.170 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 17 de maio de 2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente DEPARTAMENTO AUTONOMO DE ESTRADAS DE RODAGEM Recorrida SRP SECRETARIA DA RECEITA PREVIDENCIÁRIA Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em converter o julgamento em diligência nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato e Manoel Coelho Arruda Júnior. O presente lançamento tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social. O período compreende a competência dezembro de 1998, conforme relatório fiscal, fls. 13 a 16. Não conformada com a notificação, foi apresentada defesa pela sociedade empresária, fls. 38 a 46. A Delegacia da Receita Previdenciária analisou os argumentos de defesa e confirmou a procedência do lançamento, fls. 83 a 92. Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, fls. 119 a 123. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 A unidade da Receita Previdenciária reformou a decisão, fls. 125 a 134, mas, ainda, manteve o lançamento. Dessa decisão, a autuada interpôs recurso, fls. 155 a 159. É o relato suficiente. Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso foi interposto tempestivamente, conforme fls. 152 e 154. Superado o pressuposto de admissibilidade, passo ao exame das questões preliminares de mérito. Conforme informação no relatório fiscal, fl. 13, o lançamento atual substituiu um anterior, que foi anulado pela Receita Previdenciária. Todavia, não há, nestes autos, cópia da referida decisão para que seja verificado o tipo de vício encontrado nos autos primitivos. Em virtude do entendimento proferido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da Súmula Vinculante n. 8, deve o julgamento ser convertido em diligência para que a Receita Federal colacione cópia da decisão que anulou o lançamento de n. 35.427.1539 e, assim, este Colegiado possa analisar a natureza do vício – formal ou material. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem ao Carf, deve ser conferida vistas ao autuado para que, desejando, possa manifestarse no prazo normativo. É o voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 192DF CARF MF Impresso em 02/08/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 11/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
_version_ : 1713041577974169600
score : 1.0
Numero do processo: 11065.003125/95-51
Turma: Oitava Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Apr 13 00:00:00 UTC 2000
Data da publicação: Thu Apr 13 00:00:00 UTC 2000
Ementa: DENÚNCIA ESPONTÂNEA – ARTIGO 138 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL - A multa moratória constitui penalidade que deve ser afastada em caso de denúncia espontânea do contribuinte, nos termos do artigo 138 do CTN, quando não houver sido iniciado procedimento fiscal.
Recurso provido.
Numero da decisão: 108-06088
Decisão: Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Ivete Malaquias Pessoa Monteiro (relatora), Nelson Lósso Filho e Manoel Antônio Gadelha Dias que negaram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Henrique Longo.
Nome do relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 200004
ementa_s : DENÚNCIA ESPONTÂNEA – ARTIGO 138 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL - A multa moratória constitui penalidade que deve ser afastada em caso de denúncia espontânea do contribuinte, nos termos do artigo 138 do CTN, quando não houver sido iniciado procedimento fiscal. Recurso provido.
turma_s : Oitava Câmara
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 13 00:00:00 UTC 2000
numero_processo_s : 11065.003125/95-51
anomes_publicacao_s : 200004
conteudo_id_s : 4222557
dt_registro_atualizacao_tdt : Sun May 05 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 108-06088
nome_arquivo_s : 10806088_121745_110650031259551_010.PDF
ano_publicacao_s : 2000
nome_relator_s : Ivete Malaquias Pessoa Monteiro
nome_arquivo_pdf_s : 110650031259551_4222557.pdf
secao_s : Primeiro Conselho de Contribuintes
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Ivete Malaquias Pessoa Monteiro (relatora), Nelson Lósso Filho e Manoel Antônio Gadelha Dias que negaram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Henrique Longo.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 13 00:00:00 UTC 2000
id : 4696632
ano_sessao_s : 2000
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:25:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713043062083551232
conteudo_txt : Metadados => date: 2009-08-31T18:22:42Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2009-08-31T18:22:41Z; Last-Modified: 2009-08-31T18:22:42Z; dcterms:modified: 2009-08-31T18:22:42Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2009-08-31T18:22:42Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2009-08-31T18:22:42Z; meta:save-date: 2009-08-31T18:22:42Z; pdf:encrypted: false; modified: 2009-08-31T18:22:42Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2009-08-31T18:22:41Z; created: 2009-08-31T18:22:41Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; Creation-Date: 2009-08-31T18:22:41Z; pdf:charsPerPage: 1228; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2009-08-31T18:22:41Z | Conteúdo => • ••• MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES OITAVA CÂMARA Processo n°. :11065.003125/95-51 Recurso n°. : 121.745 Matéria: : IRPJ — Ex.: 1996 Recorrente : GRÁFICA CAETÉ S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO Recorrida : DRJ - PORTO ALEGRE/RS Sessão de : 13 de abril de 2000 Acórdão n°. : 108-06.088 RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL N° RW108-0.217 DENÚNCIA ESPONTÂNEA — ARTIGO 138 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO • NACIONAL - A multa moratória constitui penalidade que deve ser afastada em caso de denúncia espontânea do contribuinte, nos termos do artigo 138 do CTN, quando não houver sido iniciado procedimento fiscal. Recurso provido. • Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por GRÁFICA CAETÉ S/A — INDÚSTRIA E COMÉRCIO. ACORDAM os Membros da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros [vete Malaquias Pessoa Monteiro (Relatora), Nelson Lósso Filho e Manoel Antônio Gadelha Dias que negaram provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Henrique Longo. MANOEL ANTÔNIO GADELHA DIAS PRESIDENTE 114 g • -4ffl E - IQ iNGO RE 4, 00 DE IG 1,0 . , • . , Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 FORMALIZADO EM: "4 4 JUL 2000 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: MÁRIO JUNQUEIRA FRANCO JÚNIOR, TÂNIA KOETZ MOREIRA, MARCIA MARIA LORIA MEIRA e LUIZ ALBERTO CAVA MACEIRA. C 2 . , Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 Recurso n°. : 121.745 Recorrente : GRAFICA CAETE S/A — INDUSTRIA E COMERCIO RELATÓRIO Formaliza GRAFICA CAETE S/A — INDUSTRIA E COMERCIO, Pessoa Jurídica já qualificada nos autos, recurso voluntário a este Conselho, visando exonerar-se do lançamento de ofício, de fls.02108 que apurou crédito tributário de R$ 6.382,89 do imposto de renda pessoa jurídica, no mês de: Janeiro do ano calendário de 1995. decorrente da insuficiência de recolhimento do IRPJ por estimativa. O valor tributável foi apurado com base em declaração de denúncia espontânea, constante às fls.09. O enquadramento legal, foram os artigos 856; 889, inciso I; 890, do RIR 1994; artigo 3* parágrafo 4. e 28, inciso I, da Lei 8541/1992. Na impugnação de fis.12/21, diz equivocado o lançamento uma vez que, efetuara o pagamento do valor devido conforme provariam os DARFs insertos às fls. 09/10, em consonância com o artigo 138 do CTN. Alega que, a responsabilidade pelo pagamento a destempo, e o conseqüente pagamento de multa, foi elidido pelo CTN, uma vez utilizado o instituto da denúncia espontânea. Transcreve juristas e doutrinadores que, segundo entende, chancelariam seu procedimento. Diferencia cláusula penal de multa e juros, para ao final pedir fosse cancelado o lançamento. gii)‘ ÁS. V 3 , • , Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 A decisão monocrática (fis.24/30) julga o lançamento procedente, em parte, fundamentando sua decisão em que, a mora surge , conforme dispõe o Código Civil, com o inadimplemento da obrigação no prazo fixado para seu vencimento. A multa de mora, não se constitui em penalidade por infração à legislação tributária, tendo apenas caráter compensatório. Transcreve Paulo de Barros Carvalho e Fábio Fanucchi, decisões judiciais e administrativas, que respaldariam suas conclusões. Segundo entende, "a multa de mora, juntamente com a correção monetária e os juros, integra a obrigação principal e com ela se confunde. Desta forma, mesmo que se admitisse o caráter absolutamente restritivo que o representante legal vislumbra no artigo 111 do CTN, o raciocínio constante da impugnação não valeria para o caso em comento, uma vez não constituir a multa de mora obrigação acessória, inexistindo subsunção do suporte fático ao preceito contido no inciso II do artigo em questão". Reduz a multa de ofício nos termos do ADN CST 0111997. Nas razões de recurso expendidas as fls. 35/39, destaca que a denúncia espontânea se constitui em situação alcançada pelo artigo 138 do CTN. Este artigo, vedaria a exigência cumulativa de juros e multa. Sendo este o entendimento de vários juristas e doutrinadores. Na mesma linha, transcreve decisões de colegiados administrativos e judiciais . Requer a exoneração do lançamento , através da reforma da decisão do juízo singular, por se reconhecer que o artigo 138 do CTN "erige a denúncia espontânea, em fato excludente de multa moratória, sendo que nenhuma penalidade poderá ser imposta ou exigida da recorrente ". AÁ É o Relatório 4 . , Processo n°. : 11065.003125195-51 Acórdão n°. :108-06.088 VOTO VENCIDO Conselheira IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO - Relatora O recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, merecendo ser conhecido. Trata a matéria objeto do recurso, da ocorrência ou não da multa de mora na denúncia espontânea. É a extensão da interpretação que se pretende dar ao artigo 138 do CTN. Esta questão já foi objeto de julgados administrativos e judiciais . As conclusões não são unanimes. Filio-me a corrente que entende ser a multa, uma prestação pecuniária imposta pelo descumprimento de obrigação legal, tendo características de compensação frente a um inadimplemento A natureza jurídica da multa, é obrigacional. Pela teoria dos atos jurídicos, a multa que se institui unilateral ou bilateralmente, conforme seja legal ou convencional, executa-se com prevalência de uma só vontade: o credor. A multa fiscal, tendo caráter indenizatório ou de sanção penal é o instrumento que o estado dispõe para compelir o contribuinte, sujeito passivo da obrigação, à satisfazê-la. No caso de mora, tem por fim estimular o pagamento do tributo no tempo aprazado. (45 „ • . , Processo n°. :11065.003125/95-51 Acórdão n°. :108-06.088 Na infração específica ela se assemelha à sanção penai comum porque pune um ilícito. A sociedade escolhe o tamanho e a forma do estado que pretende ter. No regime federalista, seja ele cooperativo ou não, a execução do governo se faz através dos recursos que são para Ele, carreados. A sociedade delega a execução de tarefas que pretende sejam publicamente realizadas. O custo do financiamento desta máquina é bancada pelos cidadãos. Há um "pacto” nas sociedades, no qual, a adesão é expressa ou tácita, voluntária ou compulsória. Quando a pessoa natural resolve exercer atos de comércio se tornando pessoa jurídica, pactua expressamente com o estado, a observância do seu regramento jundico- tributário. Em um estado de Direito, a forma de funcionamento que o Estado em seu poder de império impõem para si e para os particulares, é matéria de reserva legal. As obrigações pactuadas precisam ser adimplidas, sob pena de se comprometer o funcionamento do próprio estado. É defeso ao particular descumprir este acordo, unilateralmente. Transcrevo Hiromi Higuchi que bem definiu o assunto objeto deste processo, quando afirma: "A exclusão da multa moratória no pagamento espontâneo do tributo após o prazo de vencimento ou entrega espontânea, fora do prazo de DCTF decorreu de interpretação equivocada do artigo 138 do CTN. Este artigo dispõe que a responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração acompanhada se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo depende de apuração. 6 4j1) Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 A responsabilidade de que trata o artigo 138 não se refere ao pagamento do tributo ou ao cumprimento de obrigação acessória de fazer, mas trata-se da responsabilidade pessoal ou não do agente quanto ao crime, contravenção ou dolo, referidos nos artigos 136 e 137 do CTN. O artigo 138 está dizendo que a responsabilidade do agente quanto às infrações conceituadas em lei como crimes, contravenções ou dolo específico é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso do pagamento do tributo devido e dos juros de mora. O artigo 138 não está dispensando qualquer multa moratória. O equívoco ocorre pela interpretação isolado do artigo 138 e não em conjunto com os artigos 136 e 137 que tratam da responsabilidade por infração ". Ainda, segundo Celso Ribeiro Bastos, "a ordem jurídica é um sistema composto de normas e princípios. A significação destes não é obtenível pela pretensão isolada de cada um. É necessário também levar-se em conta em que medida se interpretam. É dizer, até que ponto um preceito extravasa o seu campo próprio para imiscuir-se com o preceituado em outra norma. Disso resulta uma interferência recíproca entre normas e princípios, que faz com que a vontade normativa só seja extraível, a partir de uma interpretação sistemática, o que por si só, já excluí qualquer possibilidade de que a mera leitura de um artigo isolado esteja em condições de propiciar o desejado desvendar daquela vontade". Portanto, corretos os entendimentos expendidos pela autoridade singular em sua decisão. Por todo exposto, conheço do recurso, para no mérito, negar-lhe provimento. Sala das Sessões - DF, em 13 de abril de 2000 • P• IVETE MALAOUIASPESSOA MONTEIRO 7 Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 VOTO VENCEDOR A todo momento pode o contribuinte corrigir suas falhas ou infrações tributárias de maneira espontânea. Antes de qualquer atuação fiscal, pode, assim, prontificar-se a quitar um débito apurado. Nos termos do art. 138, do Código Tributário Nacional, tal procedimento denomina-se denúncia espontânea, criado com a única finalidade de estimular o cumprimento voluntário dos deveres e obrigações de cunho tributário do contribuinte inadimplente. Pela denúncia espontânea da infração, o contribuinte pagará o montante do tributo devido, acrescido de juros de mora, tendo excluída sua responsabilidade por infrações. Da leitura do referido dispositivo legal, infere-se o reconhecimento da remissão do contribuinte que, apesar de se encontrar em atraso, denuncie espontaneamente as faltas que tenha incorrido junto ao Fisco, isentando-o de sofrer quaisquer penalidades. Ou seja, desde que o contribuinte tenha a iniciativa de cumprir seus deveres tributários, goza de exclusão da responsabilidade por infrações, e, por decorrência, não arca com o ônus de suportar as respectivas sanções. Assim, havendo espontaneidade, não deve haver penalidade, mas apenas juros moratórios e correção monetária. Nesse passo, cumpre frisar que a multa moratória não se reveste de caráter indenizatório. Sua natureza é exclusivamente punitiva e não de ressarcimento, como faz parecer o seu rótulo. O ressarcimento do Estado, em razão da mora do devedor pelo tributo não recolhido na devida data, é função dos juros de mora e da correção monetária. 8 *ç Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão na . : 108-06.088 À multa fiscal resta somente a função de punição independentemente de ser denominada punitiva ou moratória. Esse é, inclusive, o entendimento do Ministro Cordeiro Guerra, manifestado no julgamento do Recurso Extraordinário n° 79.635 (STF - pleno - DJ 16.6.76), confirmado pela atual jurisprudência: 1. A denúncia espontânea da infração exclui o pagamento de Qualquer penalidade. tenha ela a denominação de multa moratória ou multa punitiva - que são a mesma coisa - sendo devidos, no entanto, juros de mora, que não possuem caráter punitivo, constituindo mera indenização decorrente do pagamento fora do prazo, ou seja, da mora, como aliás consta expressamente do citado artigo 138 do CTN..." (Ac. un. da r Turma do TRF da 4a Região - MAS 96.04.28447-9/RS - Rel. Juíza Tania Escobar - j. 27.02.97 - DJU 2 09.04.97, p. 21.872 - grifou-se). Daí, é lícito concluir que, se a denúncia espontânea é realizada pelo contribuinte, antes de qualquer procedimento fiscal, não há que se falar em pagamento de multa moratória. Este Tribunal já se manifestou no sentido de que a multa de mora não é devida quando houver denúncia espontânea da infração pelo próprio contribuinte, que paga a sua dívida fiscal sem qualquer ingerência do Erário (Ac. 1° CC 104- 7.618/90, DOU 15.07.1991, RIR pág. 1.226, Resenha; Ac. CC 101-88.661/95, DOU 11.04.1996). A jurisprudência firmada pelo Superior Tribunal de Justiça é pacífica nesse sentido: 'Tributário. ICM. Denúncia espontânea. lnexigibilidade da multa de mora. O Código Tributário Nacional não distingue entre multa punitiva e multa simplesmente moratória; no respectivo sistema a multa moratória constitui penalidade resultante de infração legal, sendo inexigível no caso de denúncia espontâneas por força do art. 138. Recurso especial conhecido e provido" (r Turma do Superior Tribunal de Justiça - Recurso Especial 16.672 - São Paulo (91.23814-7) - j. 05.02.96 - grifou-se). Mia Diante do exposto, dou provimento ao recurso. 9 - - Processo n°. : 11065.003125/95-51 Acórdão n°. : 108-06.088 ÁØ ft J -ititp4RIQ -10 GO io Page 1 _0031400.PDF Page 1 _0031500.PDF Page 1 _0031600.PDF Page 1 _0031700.PDF Page 1 _0031800.PDF Page 1 _0031900.PDF Page 1 _0032000.PDF Page 1 _0032100.PDF Page 1 _0032200.PDF Page 1
score : 1.0