Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (29,070)
- Segunda Câmara (27,779)
- Primeira Câmara (25,079)
- Segunda Turma Ordinária d (16,821)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,785)
- Primeira Turma Ordinária (15,490)
- Segunda Turma Ordinária d (15,373)
- Primeira Turma Ordinária (15,286)
- Primeira Turma Ordinária (15,232)
- Segunda Turma Ordinária d (13,956)
- Primeira Turma Ordinária (12,798)
- Primeira Turma Ordinária (11,971)
- Segunda Turma Ordinária d (11,932)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,167)
- Quarta Câmara (82,387)
- Terceira Câmara (64,066)
- Segunda Câmara (52,396)
- Primeira Câmara (17,064)
- 3ª SEÇÃO (15,785)
- 2ª SEÇÃO (11,167)
- 1ª SEÇÃO (6,697)
- Pleno (788)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (117,374)
- Segunda Seção de Julgamen (110,145)
- Primeira Seção de Julgame (72,676)
- Primeiro Conselho de Cont (49,044)
- Segundo Conselho de Contr (48,769)
- Câmara Superior de Recurs (37,245)
- Terceiro Conselho de Cont (25,925)
- IPI- processos NT - ressa (4,990)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,039)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,958)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,848)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,045)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,991)
- Não Informado (56,790)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (5,010)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,320)
- HELCIO LAFETA REIS (3,241)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,184)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,149)
- Não se aplica (2,802)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,595)
- WILDERSON BOTTO (2,511)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,472)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,380)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,802)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,043)
- 2024 (25,862)
- 2012 (23,621)
- 2023 (22,460)
- 2014 (22,373)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,058)
- 2008 (17,075)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,837)
- 2006 (15,271)
- 2009 (69,612)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,872)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2025 (17,220)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,520)
- 2006 (14,851)
- 2022 (13,225)
- 2007 (13,015)
Numero do processo: 10880.945112/2013-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.739
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.945112/2013-18
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5973426
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-001.739
nome_arquivo_s : Decisao_10880945112201318.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10880945112201318_5973426.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
id : 7656580
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660830375936
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1760; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.945112/201318 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402001.739 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 30 de janeiro de 2019 Assunto PER/DCOMP Recorrente MARFRIG GLOBAL FOODS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Relatório Versa o presente sobre pedido de ressarcimento de contribuições não cumulativas que, após procedimento fiscalizatório sofrido pela empresa, restaram não reconhecidos em sua integralidade, consoante Despacho Decisório que integra os autos em apreço. Inconformada com o não reconhecimento integral de seu pleito, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade que foi julgada improcedente pelo Colegiado a quo, nos termos do Acórdão nº 10058.606. Destacase que a DRJ aplicou o entendimento das INs SRF 247/2002 e 404/2004. Regularmente cientificado desta decisão, a contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, com as seguintes alegações, em síntese: i) conceito de insumo aplicável alega que ele representa não só elementos diretos, mas também indiretos ligados à produção de produtos e de serviços; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 45 11 2/ 20 13 -1 8 Fl. 4127DF CARF MF Processo nº 10880.945112/201318 Resolução nº 3402001.739 S3C4T2 Fl. 3 2 entende que a natureza jurídica dos créditos do PIS e da Cofins não pode ser confundida com a nãocumulatividade do ICMS e do IPI, apontando que deveria se aplicado o método indireto subtrativo; aduz que os créditos de PIS e de Cofins se revestem de subvenção estatal; requer créditos sobre a totalidade de seus custos e de suas despesas, pois não haveria como se restringir o conceito de insumo; aponta a procedência de suas alegações à luz de sua atividade econômica; ii) direito ao crédito sobre aquisições de combustíveis alega que os combustíveis e Gás GLP seriam aplicados em seu processo produtivo, citando a Lei nº 10.833/03 e a Instrução Normativa nº 404/04; alega que o óleo diesel seria utilizado em suas empilhadeiras e geradores; iii) direito ao crédito sobre serviços de laboratório e análises microbiológicas alega que o direito a crédito sobre tais serviços utilizados como insumos estaria amparado pela Lei nº 10.833/03, sendo essa rubrica composta por três serviços distintos: de laboratório; do serviço de inspeção federal (SIF), de caráter de inspeção sanitária; e de análises microbiológicas, essenciais e obrigatórios nos frigoríficos; iv) direito a crédito integral sobre os fretes internacionais alega que teria atendido a todos os requisitos normativos e legais previsto na Leis nº 10.833/03 para creditamento sobre fretes nas operações de venda, não prosperando a acusação fiscal que impediu o crédito por ser o transportador pessoa jurídica não domiciliada no país. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3402001.734, de 30 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.945120/201356, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402001.734): "Ao examinar os argumentos trazidos pela Recorrente, em cotejo com as alegações da Autoridade Fiscal, entendo necessária a conversão do julgamento em diligência com vistas a aclarar a situação que passo a descrever. A questão devolvida a este colegiado cingese sobre o conceito de insumo para fins de creditamento das contribuições de PIS e COFINS, cujo reflexo poderia alterar o direito creditório da Recorrente e o Despacho Decisório que homologou apenas parcialmente as compensações pleiteadas. Especificamente, tratamse das seguintes glosas efetuadas pela autoridade fiscal e confirmadas pela DRJ: Fl. 4128DF CARF MF Processo nº 10880.945112/201318 Resolução nº 3402001.739 S3C4T2 Fl. 4 3 (i) Crédito sobre aquisições de combustíveis; (ii) Crédito sobre serviços de laboratório e análises microbiológicas; (iii) Crédito sobre os fretes internacionais. Quanto ao conceito de insumo para fins de creditamento da contribuição para o PIS e a COFINS, o julgador a quo aplicou o entendimento das INs SRF 247/2002 e 404/2004, no sentido de restringir o crédito apenas nas situações relacionadas nos referidos atos infralegais. A questão já foi definitivamente resolvida pelo STJ, no Resp nº 1.221.170/PR, sob julgamento no rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), que estabeleceu conceito de insumo tomando como diretrizes os critérios da essencialidade e/ou relevância. Transcrevo a ementa do julgado: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos Fl. 4129DF CARF MF Processo nº 10880.945112/201318 Resolução nº 3402001.739 S3C4T2 Fl. 5 4 a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. Destacase o voto da Ministra Regina Helena Costa, que considerou os seguintes conceitos de essencialidade ou relevância da despesa, que deve ser seguido por este Conselho: Essencialidade – considerase o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço, ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência; Relevância considerada como critério definidor de insumo, é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja pelas singularidades de cada cadeia produtiva (v.g., o papel da água na fabricação de fogos de artifício difere daquele desempenhado na agroindústria), seja por imposição legal (v.g., equipamento de proteção individual EPI), distanciandose, nessa medida, da acepção de pertinência, caracterizada, nos termos propostos, pelo emprego da aquisição na produção ou na execução do serviço. Dessa forma, considerando que a análise efetuada pela autoridade fiscal baseouse nos termos determinados pelas INs SRF 247/2002 e 404/2004, e não considerou a essencialidade e relevância dos itens no processo produtivo da Recorrente, entendo que a situação fática deve ser aclarada pela unidade de origem, considerando a nova interpretação determinada pelo STJ acerca do conceito de insumo para fins de creditamento de PIS e COFINS. Diante disso, converto o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem para que a autoridade preparadora: Fl. 4130DF CARF MF Processo nº 10880.945112/201318 Resolução nº 3402001.739 S3C4T2 Fl. 6 5 (i) intime a Recorrente para apresentação de Laudo Técnico, com o detalhamento dos dispêndios com COMBUSTÍVEIS, SERVIÇOS DE LABORATÓRIO E ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS e sua utilização dentro de seu processo produtivo; (iii) elabore um novo parecer e um novo demonstrativo do direito creditório requerido, com as considerações efetuadas a partir da nova interpretação do conceito de insumo determinada pelo STJ de relevância e essencialidade. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a autoridade preparadora: (i) intime a Recorrente para apresentação de Laudo Técnico, com o detalhamento dos dispêndios com COMBUSTÍVEIS, SERVIÇOS DE LABORATÓRIO E ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS e sua utilização dentro de seu processo produtivo; (iii) elabore um novo parecer e um novo demonstrativo do direito creditório requerido, com as considerações efetuadas a partir da nova interpretação do conceito de insumo determinada pelo STJ de relevância e essencialidade. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento." (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 4131DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16004.000769/2010-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2006 a 31/03/2007
CFL. 78. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA
Tendo a empresa apresentado declaração a que se refere a Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12:97 e redação da MP n. 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações incorretas ou omissas, deve ser mantida a multa a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009.
MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REDUÇÃO EM CINQUENTA POR CENTO.
A redução em cinquenta por cento da multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória, conforme previsto no artigo 293, §1º, do Decreto nº 3.048/99, somente será cabível quando o autuado efetuar o pagamento da multa no prazo de trinta dias a contar da ciência do auto de infração.
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-004.910
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sateles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira e Ronnie Soares Anderson. Ausentes os conselheiros Rorildo Barbosa Correia e Andréa de Moraes Chieregatto.
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2006 a 31/03/2007 CFL. 78. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Tendo a empresa apresentado declaração a que se refere a Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12:97 e redação da MP n. 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações incorretas ou omissas, deve ser mantida a multa a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REDUÇÃO EM CINQUENTA POR CENTO. A redução em cinquenta por cento da multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória, conforme previsto no artigo 293, §1º, do Decreto nº 3.048/99, somente será cabível quando o autuado efetuar o pagamento da multa no prazo de trinta dias a contar da ciência do auto de infração. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 16004.000769/2010-16
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5984797
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2202-004.910
nome_arquivo_s : Decisao_16004000769201016.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MARTIN DA SILVA GESTO
nome_arquivo_pdf_s : 16004000769201016_5984797.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sateles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira e Ronnie Soares Anderson. Ausentes os conselheiros Rorildo Barbosa Correia e Andréa de Moraes Chieregatto.
dt_sessao_tdt : Thu Jan 17 00:00:00 UTC 2019
id : 7687935
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:32 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660836667392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1787; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 268 1 267 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16004.000769/201016 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202004.910 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de janeiro de 2019 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente UNIDOS AGRO INDUSTRIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2006 a 31/03/2007 CFL. 78. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Tendo a empresa apresentado declaração a que se refere a Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12:97 e redação da MP n. 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações incorretas ou omissas, deve ser mantida a multa a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REDUÇÃO EM CINQUENTA POR CENTO. A redução em cinquenta por cento da multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória, conforme previsto no artigo 293, §1º, do Decreto nº 3.048/99, somente será cabível quando o autuado efetuar o pagamento da multa no prazo de trinta dias a contar da ciência do auto de infração. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 07 69 /2 01 0- 16 Fl. 268DF CARF MF Processo nº 16004.000769/201016 Acórdão n.º 2202004.910 S2C2T2 Fl. 269 2 (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sateles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira e Ronnie Soares Anderson. Ausentes os conselheiros Rorildo Barbosa Correia e Andréa de Moraes Chieregatto. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 16004.000769/201016, em face do acórdão nº 1454.159, julgado pela 10ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (DRJ/RPO), em sessão realizada em 16 de outubro de 2014, no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar procedente em parte a impugnação apresentada. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de origem que assim os relatou: “Tratase de crédito tributário constituído pela fiscalização em nome do sujeito passivo acima identificado por meio do Auto de Infração DEBCAD nº 37.305.0496, lavrado em 29/11/2010, no valor de R$ 6.500,00, referente a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Consta do Relatório Fiscal que o contribuinte apresentou GFIP com omissão das informações das contribuições previdenciárias sobre folhas de pagamento, conforme anexo 1; com omissão das informações do valor apurado das contribuições previdenciárias sobre o valor de cesta básica fornecida aos segurados empregados, conforme anexo 2; com omissão das informações referentes aos contribuintes individuais autônomos, conforme anexo 3; com omissão dos valores referentes as contribuições previdenciárias sobre o valor dos serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho médico e odontológico, conforme anexo 4. Em relação ao período de 02/2006 a 04/2006 e 06/2006 a 03/2007, aplicouse a multa prevista no artigo 32A, “caput”, I, §2º e §3º, II, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, tendo em vista que essa era a penalidade mais benéfica para o contribuinte, nos termos do artigo 106, II, alínea “c”, do CTN, conforme demonstrado no anexo 7 do Relatório Fiscal do Auto de Infração. Fl. 269DF CARF MF Processo nº 16004.000769/201016 Acórdão n.º 2202004.910 S2C2T2 Fl. 270 3 O sujeito passivo apresentou impugnação aos autos de infração, na qual alega e requer, em suma, o seguinte: Nulidade do Auto de Infração Este auto de infração, lavrado por descumprimento de obrigação acessória, decorre de outros autos de infração (AI nº 37.300.1452, AI nº 37.300.1460 e AI nº 37.300.1479), nos quais foram lançadas contribuições previdenciárias e contribuições destinadas a outras entidades. Ocorre que as contribuições lá lançadas não poderiam ser exigidas, pois já havia se operado a decadência do direito de o Fisco lançálas, nos termos do artigo 150, §4º, do CTN, o que implica em nulidade daqueles lançamentos, por ofensa ao disposto no artigo 142 do CTN. Inexistindo a obrigação principal de recolher as contribuições, não já que se falar em descumprimento de obrigação acessória, nem em aplicação de penalidade pelo seu descumprimento. Isso porque a obrigação acessória segue a principal. Portanto, como inexiste responsabilidade a ser imputada à impugnante, o auto de infração é nulo. Redução de 50% do valor da multa Caso o pagamento da multa fosse efetuado até trinta dias da intimação do lançamento, haveria uma redução de 50% no valor da multa. Por outro lado, se a impugnante resolvesse discutir o débito na via administrativa, como de fato ocorreu, ela perderia essa redução. Tal situação viola os princípios do devido processo legal e do direito ao contraditório e ampla defesa, uma vez que se pune o exercício de um direito assegurado constitucionalmente. Assim sendo, deve ser aplicada a redução de 50% do valor da multa, mesmo após a apresentação da impugnação. Pedido Requer seja julgado improcedente o auto de infração, em razão da nulidade dos autos de infração que o originaram e, conseqüentemente, da inexistência de uma obrigação principal. Subsidiariamente, requer a redução de 50% no valor da multa. Requer que todas as intimações e avisos sejam feitos no endereço da impugnante, bem como no endereço de seus procuradores. É o relatório.” A DRJ de origem entendeu pela improcedência da impugnação, mantendose, assim, integralmente o crédito tributário exigido. A contribuinte apresentou recurso voluntário às fls. 256/263, reiterando as alegações expostas em impugnação. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 16004.000769/201016 Acórdão n.º 2202004.910 S2C2T2 Fl. 271 4 É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. 1. Mérito. Descumprimento de obrigação acessória. CFL. 78. A preliminar de nulidade será tratada como mérito do recurso. Pois bem. O presente auto de infração referese à multa aplicada por descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, em razão do contribuinte apresentar GFIP com informações incorretas ou omissas. No caso, o contribuinte apresentou GFIP com omissão das informações das contribuições previdenciárias sobre folhas de pagamento, conforme anexo 1; com omissão das informações das contribuições previdenciárias sobre o valor de cesta básica fornecida aos segurados empregados, conforme anexo 2; com omissão das informações referentes aos contribuintes individuais autônomos, conforme anexo 3; e com omissão das informações das contribuições previdenciárias sobre o valor dos serviços prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho médico e odontológico, conforme anexo 4. Essas contribuições previdenciárias não declaradas em GFIP foram objeto dos lançamentos tributários AI nº 37.300.1452 (parte devida pela empresa) e AI nº 37.300.1460 (parte devida pelos segurados), ambos já julgados pela 10º Turma da DRJ em Ribeirão Preto (sessão de 25/09/2014 Acórdãos nº 1453.794 e 1453.795), que reconheceu a decadência dos valores lançados nas competências 03/2005 a 11/2005, as quais não são objeto do presente auto de infração. Salientase que nesta sessão de julgamento foram também apreciados os processos que tratam de crédito tributário principal, reflexo a este processo, sendo negado provimento ao recurso. Logo, permanece a multa por descumprimento de obrigação acessória. Sem prejuízo disso, temse que o presente crédito tributário, relativo ao período de 02/2006 a 03/2007, foi constituído totalmente dentro do prazo decadencial previsto no artigo 173, I, do Código Tributário Nacional. Portanto, as alegações da empresa de que este auto de infração deve ser julgado improcedente, em razão da improcedência dos autos de infração relativos às obrigações principais, não devem ser acatadas. Por tais razões, inexiste qualquer nulidade a ser acolhida. Deste modo, tendo a empresa apresentado declaração a que se refere a Lei n. 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV, acrescentado pela Lei n. 9.528, de 10.12:97 e redação da MP n. 449, de 03.12.2008, convertida na Lei n. 11.941, de 27.05.2009, com informações Fl. 271DF CARF MF Processo nº 16004.000769/201016 Acórdão n.º 2202004.910 S2C2T2 Fl. 272 5 incorretas ou omissas, deve ser mantida a multa aplicada pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei n° 8.212/91, na redação dada pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. 2. Redução da multa em 50%. A redução em cinqüenta por cento da multa aplicada por descumprimento de obrigação acessória, conforme previsto no artigo 293, §1º, do Decreto nº 3.048/99, somente será cabível quando o autuado efetuar o pagamento da multa no prazo de trinta dias a contar da ciência do auto de infração, o que não ocorreu no caso em análise. 3. Alegações de inconstitucionalidade. Nos termos da Súmula CARF nº 02, o CARF não possui competência para analisar e decidir sobre matéria constitucional, conforme súmula vigente, de utilização obrigatória, conforme Regimento Interno deste Conselho. Assim, as alegações de inconstitucionalidade suscitadas pela contribuinte, para que a multa aplicada seja afastada, ou ainda, para que a mesma seja reduzida para cinquenta por cento, não podem ser apreciadas por este Conselho. Conclusão. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Fl. 272DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.720510/2011-57
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2008
DEDUÇÃO INDEVIDA -DESPESA MÉDICA - DOCUMENTAÇÃO HÁBIL - COMPROVAÇÃO
As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 - Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99).
Numero da decisão: 2002-000.787
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2008 DEDUÇÃO INDEVIDA -DESPESA MÉDICA - DOCUMENTAÇÃO HÁBIL - COMPROVAÇÃO As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 - Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99).
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13839.720510/2011-57
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5977075
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2002-000.787
nome_arquivo_s : Decisao_13839720510201157.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : THIAGO DUCA AMONI
nome_arquivo_pdf_s : 13839720510201157_5977075.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Relator. Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
id : 7669479
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660868124672
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1397; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 61 1 60 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13839.720510/201157 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.787 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 25 de fevereiro de 2019 Matéria IRPF Recorrente GIOCONDA MARTINS NOGUEIRA VILAS BOAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 DEDUÇÃO INDEVIDA DESPESA MÉDICA DOCUMENTAÇÃO HÁBIL COMPROVAÇÃO As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 72 05 10 /2 01 1- 57 Fl. 61DF CARF MF 2 Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (efls. 18 a 23), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a glosa de despesas médicas indevidamente deduzidas. Tal autuação gerou lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$ 6.531,25, acrescido de multa de ofício no importe de 75%, bem como juros de mora. Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, às efls. 02 a 17 dos autos, que, conforme decisão da DRJ: em função do exíguo prazo de 20 dias para apresentação dos comprovantes bancários relativos às despesas em pauta, a falta de comprovação do correspondente débito em conta corrente não poderia ser alegada como motivo para glosa das despesas comprovadas, pois é de conhecimento público que o levantamento nos bancos de documentos emitidos três anos atrás não pode ser feito em curto espaço de tempo; anexa seus extratos bancários do Banco do Brasil, com os seguintes débitos correspondentes as referidas despesas médicas: 1. Brasil Vida Táxi Aéreo Ltda (R$ 23.000,00) – cheque n. 850226 no valor de R$ 19.000,00 e cheque n. 850227 no valor de R$ 4.000,00, ambos emitidos no dia 09/10/2008; 2. Central de Ambulâncias e UTI Móvel (R$ 450,00) – cheque n. 850228 no valor de R$ 450,00, emitido em 16/10/2008; 3. Alberto Jorge Pereira Peregrino (R$ 300,00) – cheque n. 850223 no valor de R$ 300,00, emitido em 08/12/2008. A impugnação foi apreciada na 7ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, em 17/12/2014, no acórdão 0365.443, às efls. 29 a 34, julgou a impugnação improcedente. Recurso Voluntário Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13839.720510/201157 Acórdão n.º 2002000.787 S2C0T2 Fl. 62 3 Ainda inconformada, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário, às efls. 38 a 57, alegando, em síntese, que todas as despesas médicas estão comprovadas pelos recibos e notas fiscais juntadas aos autos. Voto Conselheiro Thiago Duca Amoni Relator Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi intimado do teor do acórdão da DRJ em 09/01/2015, efls. 36, e interpôs o presente Recurso Voluntário em 02/02/2015, efls. 38, posto que atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. A contribuinte foi autuada pela dedução indevida das seguintes despesas médicas: · Brasil Vida Táxi Aéreo Ltda (R$ 23.000,00); · Central de Ambulâncias e UTI Móvel (R$ 450,00); · Alberto Jorge Pereira Peregrino (R$ 300,00). Cumpre destacar que a glosa das despesas médicas foi mantida pela falta de comprovação do efetivo pagamento, conforme decisão da DRJ: No caso, a contribuinte poderia ter feito a comprovação do pagamento das despesas mediante apresentação de documentos tais como cópias dos cheques compensados em nome dos prestadores dos serviços médicos glosados, saques, transferências e/ou extratos bancários, etc, que fossem capazes de vincular os recibos apresentados aos dispêndios efetuados com os respectivos pagamentos pelos serviços prestados. Vejamos então se os extratos bancários juntados aos autos pela contribuinte realmente comprovam a efetividade do pagamento dos serviços médicos prestados: O extrato bancário de fls. 06 apenas demonstra que existiram três cheques compensados nos seguintes valores R$ 19.000,00, R$ 4.000,00 e R$ 450,00 e o extrato de fls. 07 demonstra que existiu a compensação de um cheque no valor de R$ 300,00. Contudo, a contribuinte não anexa aos autos cópias dos cheques compensados nominalmente aos prestadores dos serviços médicos, logo não há como vincular os cheques compensados aos serviços médicos prestados. As despesas com médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais são dedutíveis da base de cálculo do Fl. 63DF CARF MF 4 imposto de renda da pessoa física, seja para tratamento do próprio contribuinte ou de seus dependentes, desde que devidamente comprovadas, conforme artigo 8º da Lei nº 9.250/95 e artigo 80 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda/ (RIR/99): Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; : Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). §1ºO disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, §2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento (grifos nossos) O trecho em destaque é claro quanto a idoneidade de recibos e notas fiscais, desde que preenchidos os requisitos legais, como meios de comprovação da prestação de serviço de saúde tomado pelo contribuinte e capaz de ensejar a dedução da despesa do montante de IRPF devido, quando da apresentação de sua DAA. O dispositivo em comento vai além, permitindo ainda que, caso o contribuinte tomador do serviço, por qualquer motivo, não possua o recibo emitido pelo Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13839.720510/201157 Acórdão n.º 2002000.787 S2C0T2 Fl. 63 5 profissional, a comprovação do pagamento seja feita por cheque nominativo ou extratos de conta vinculados a alguma instituição financeira. Assim, como fonte primária da comprovação da despesa temos o recibo e a nota fiscal emitidos pelo prestador de serviço, desde que atendidos os requisitos legais. Na falta destes, pode, o contribuinte, valerse de outros meios de prova. Ademais, o Fisco tem a sua disposição outros instrumentos para realizar o cruzamento de dados das partes contratantes, devendo prevalecer a boafé do contribuinte. Nesta linha, no acórdão 2001000.388, de relatoria do Conselheiro deste CARF José Alfredo Duarte Filho, temos: (...) No que se refere às despesas médicas a divergência é de natureza interpretativa da legislação quanto à observância maior ou menor da exigência de formalidade da legislação tributária que rege o fulcro do objeto da lide. O que se evidencia com facilidade de visualização é que de um lado há o rigor no procedimento fiscalizador da autoridade tributante, e de outro, a busca do direito, pela contribuinte, de ver reconhecido o atendimento da exigência fiscal no estrito dizer da lei, rejeitando a alegada prerrogativa do fisco de convencimento subjetivo quanto à validade cabal do documento comprobatório, quando se trata tão somente da apresentação da nota fiscal ou do recibo da prestação de serviço. O texto base que define o direito da dedução do imposto e a correspondente comprovação para efeito da obtenção do benefício está contido no inciso II, alínea “a” e no § 2º, do art. 8º, da Lei nº 9.250/95, regulamentados nos parágrafos e incisos do art. 80 do Decreto nº 3.000/99 – RIR/99, em especial no que segue: Lei nº 9.250/95. (...) É clara a disposição de que a exigência da legislação especificada aponta para o comprovante de pagamento originário da operação, corriqueiro e usual, assim entendido como o recibo ou a nota fiscal de prestação de serviço, que deverá contar com as informações exigidas para identificação, de quem paga e de quem recebe o valor, sendo que, por óbvio, visa controlar se o recebedor oferecerá à tributação o referido valor como remuneração. A lógica da exigência coloca em evidência a figura de quem fornece o comprovante identificado e assinado, colocandoo na condição de tributado na outra ponta da relação fiscal correspondente (dedução tributação). Ou seja: para cada dedução haverá um oferecimento à tributação pelo fornecedor do comprovante. Fl. 65DF CARF MF 6 Quem recebe o valor tem a obrigação de oferecêlo à tributação e pagar o imposto correspondente e, quem paga os honorários tem o direito ao benefício fiscal do abatimento na apuração do imposto. Simples assim, por se tratar de uma ação de pagamento e recebimento de valor numa relação de prestação de serviço. Ocorre, neste caso, uma correspondência de resultados de obrigação e direito, gerados nessa relação, de modo que o contribuinte que tem o direito da dedução fica legalmente habilitado ao benefício fiscal porque de posse do documento comprobatório que lhe dá a oportunidade do desconto na apuração do tributo, confiante que a outra parte se quedará obrigada ao oferecimento à tributação do valor correspondente. Somese a isso a realidade de que o órgão fiscalizador tem plenas condições e pleno poder de fiscalização, na questão tributária, com absoluta facilidade de identificação, tão somente com a informação do CPF ou CNPJ, sobre a outra banda da relação pagador recebedor do valor da prestação de serviço. O dispositivo legal (inciso III, do § 1º, art. 80, Dec. 3.000/99) vai além no sentido de dar conforto ao pagador dos serviços prestados ao prever que no caso da falta da documentação, assim entendido como sendo o recibo ou nota fiscal de prestação de serviço, poderá a comprovação ser feita pela indicação de cheque nominativo pelo qual poderia ter sido efetuado o pagamento, seja por recusa da disponibilização do documento, seja por extravio, ou qualquer outro motivo, visto que pelas informações contidas no cheque pode o órgão fiscalizador confrontar o pagamento com o recebimento do valor correspondente. Além disso, é de conhecimento geral que o órgão tributante dispõe de meios e instrumentos para realizar o cruzamento de informações, controlar e fiscalizar o relacionamento financeiro entre contribuintes. O termo “podendo” do texto legal consiste numa facilitação de comprovação dada ao pagador e não uma obrigação de fazêlo daquela forma." Ainda, há várias outras jurisprudências deste Conselho que corroboram com os fundamentos até então apresentados: Processo nº 16370.000399/200816 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.387 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 18 de abril de 2018 Matéria IRPF DEDUÇÃO DESPESAS MÉDICAS Recorrente FLÁVIO JUN KAZUMA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 Fl. 66DF CARF MF Processo nº 13839.720510/201157 Acórdão n.º 2002000.787 S2C0T2 Fl. 64 7 DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. DEDUÇÃO MEDIANTE RECIBOS. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS QUE JUSTIFIQUEM A INIDONEIDADE DOS COMPROVANTES. Recibos de despesas médicas têm força probante como comprovante para efeito de dedução do Imposto de Renda Pessoa Física. A glosa por recusa da aceitação dos recibos de despesas médicas, pela autoridade fiscal, deve estar sustentada em indícios consistentes e elementos que indiquem a falta de idoneidade do documento. A ausência de elementos que indique a falsidade ou incorreção dos recibos os torna válidos para comprovar as despesas médicas incorridas. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DO DÉBITO. Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. Processo nº 13830.000508/200923 Recurso nº 908.440 Voluntário Acórdão nº 220201.901 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 10 de julho de 2012 Matéria Despesas Médicas Recorrente MARLY CANTO DE GODOY PEREIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006 DESPESAS MÉDICAS. RECIBO. COMPROVAÇÃO. Recibos que contenham a indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem prestou os serviços são documentos hábeis, até prova em contrário, para justificar a dedução a título de despesas médicas autorizada pela legislação. Os recibos que não contemplem os requisitos previstos na legislação poderão ser aceitos para fins de dedução, desde que seja apresenta declaração complementando as informações neles ausentes. Às efls. 42 há cópia do cheque emitido para Alberto Jorge Pereira Peregrino no valor de R$300,00. Às efls. 51 também há recibo do profissional. Às efls. 46 a 47 há cheques emitidos para Brasil Vida Táxi Aéreo Ltda no valor de R$23.000,00. Ainda, há nota fiscal às efls. 53. Às efls. 48 há cheque emitido para Central de Ambulâncias e UTI Móvel no importe de R$450,00. A nota fiscal está colacionada às efls. 54 Feitas estas considerações, conheço do presente Recurso Voluntário para, no mérito, darlhe provimento, afastando a glosa da despesas. Fl. 67DF CARF MF 8 (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.903985/2014-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO NORMATIVA ESPECÍFICA. DESCABIMENTO.
Descabido, por falta de falta de previsão normativa específica, o ressarcimento/compensação dos créditos presumidos de IPI criados pelos art. 11-A e 11-B da Lei nº 9.440, de 1997, que não se confundem com o crédito presumido do imposto previsto no inciso IX, do art. 1º, e art. 11, IV, da Lei nº 9.440/1997.
Numero da decisão: 3401-005.801
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a preliminar de nulidade em relação à revisão do despacho decisório, vencido o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, e, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Tiago Guerra Machado - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente). Ausente o conselheiro Cássio Schappo.
Nome do relator: TIAGO GUERRA MACHADO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO NORMATIVA ESPECÍFICA. DESCABIMENTO. Descabido, por falta de falta de previsão normativa específica, o ressarcimento/compensação dos créditos presumidos de IPI criados pelos art. 11-A e 11-B da Lei nº 9.440, de 1997, que não se confundem com o crédito presumido do imposto previsto no inciso IX, do art. 1º, e art. 11, IV, da Lei nº 9.440/1997.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13819.903985/2014-68
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5969495
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3401-005.801
nome_arquivo_s : Decisao_13819903985201468.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : TIAGO GUERRA MACHADO
nome_arquivo_pdf_s : 13819903985201468_5969495.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a preliminar de nulidade em relação à revisão do despacho decisório, vencido o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, e, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Tiago Guerra Machado - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente). Ausente o conselheiro Cássio Schappo.
dt_sessao_tdt : Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
id : 7643715
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:19 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660876513280
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 23; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1769; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 757 1 756 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13819.903985/201468 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401005.801 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 31 de janeiro de 2019 Matéria IPI COMPENSAÇÃO Recorrente FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO NORMATIVA ESPECÍFICA. DESCABIMENTO. Descabido, por falta de falta de previsão normativa específica, o ressarcimento/compensação dos créditos presumidos de IPI criados pelos art. 11A e 11B da Lei nº 9.440, de 1997, que não se confundem com o crédito presumido do imposto previsto no inciso IX, do art. 1º, e art. 11, IV, da Lei nº 9.440/1997. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a preliminar de nulidade em relação à revisão do despacho decisório, vencido o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, e, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Tiago Guerra Machado Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Rodolfo Tsuboi (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Ausente o conselheiro Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 39 85 /2 01 4- 68 Fl. 758DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 758 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário contra decisão da 2ª Turma da DRJ/REC, que considerou improcedente as razões da Recorrente sobre a nulidade de segundo Despacho Decisório, que deferiu em parte o pedido de ressarcimento de IPI, 1° trimestre de 2013. Do Pedido de Compensação, do Primeiro Despacho Decisório e Primeira Manifestação de Inconformidade A contribuinte apresentou PER/DCOMP´s requerendo ressarcimento de IPI, referentes a (i) crédito básico disciplinado pela Instrução Normativa SRF nº 33/99; (ii) crédito presumido de IPI, em montante equivalente a três por cento do valor do imposto destacado na nota fiscal, em conformidade com o art. 56, da Medida Provisória nº 2.15835/2001; e (iii) crédito presumido de IPI previstos nos arts. art. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97. Posteriormente, a D. Fiscalização emitiu despacho decisório homologou parcialmente os créditos pleiteados. A glosa está embasada conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal de fls 175/240, o qual se resume a seguir. Com relação ao crédito presumido de IPI previsto no art. 11A, da Lei nº 9.440/97, foram detectadas irregularidades, consistentes no cálculo do incentivo em relação à revenda de produtos importados e, ainda, na apuração de créditos da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS em desacordo com a legislação aplicável. Consigna que o art. 11A, da Lei nº 9.440/97, incluído pela Lei nº 12.218, de 30/03/2010, preconiza que o crédito presumido corresponde ao ressarcimento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS no montante do valor das contribuições devidas em cada mês, decorrente das vendas no mercado interno, e que o Decreto nº 7.422/2010, que regulamentou este artigo, dispôs que o enfocado incentivo corresponde ao ressarcimento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS no montante do valor das contribuições devidas, em cada mês, decorrente das vendas no mercado interno dos produtos referidos no inciso IV, do art 2º, do Decreto nº 2.179/1997, quais sejam: veículos montados ou fabricados nas regiões incentivadas. Diz que, no processo nº 52000.000133/200764, protocolizado perante o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MDIC, foi tratado pedido da ora manifestante de expedição de certificado que a habilitasse à fruição do benefício do art. 1º, IX, c/c o art. 11, IV, ambos da Lei nº 9.440/97, e, no requerimento, a contribuinte deixou claro exercer atividade de industrialização e em nenhum momento adotou a palavra “importação” e, além disto, em atendimento ao disposto no art. 4º, III, da Portaria Interministerial nº 258/2001, ao pleito anexou formulário no qual informa o faturamento com a venda de produtos de fabricação própria, os veículos em produção na unidade de Camaçari, a capacidade de produção e o número de empregos. Logo, conclui o TVF que a requerente se apresentou como estabelecimento industrial para se habilitar à fruição do benefício fiscal da Lei nº 9.440/97. Fl. 759DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 759 3 Fala o TVF que, ao apreciar o pleito acima, a Nota Técnica nº 03/SDP/2007 conclui que o benefício da Lei nº 9.440/97, originalmente concedido à TROLLER para a “instalação de fábrica para produção de veículo”, poderia ser utilizado pela FORD e, assim, foi aprovado o Termo de Compromisso de Rerratificação ao Termo Aditivo de Ratificação de Habilitação MDIC/SDP/Nº 168/I/02, que altera para a FORD a titularidade da habilitação dos estabelecimentos fabris da TROLLER nos municípios de Camaçari/BA e Horizonte/CE. Pondera que o citado Termo Aditivo de Rerratificação é expressamente regido pela Portaria Interministerial nº 258, de 14/10/2001, que disciplina o gozo do incentivo analisado e textualmente o restringe, em seu 3º, às empresas “que estejam fabricando produtos automotivos” na região incentivada e, além disto, exige, em seu Anexo I, informações relativas à quantidade de linhas de produção, à capacidade produtiva e ao número de empregos. Outrossim, destaca que o Termo Aditivo de Ratificação faz menção à opção da FORD “para que a sua filial com estabelecimento fabril na cidade de Camaçari BA” goze dos benefícios da Lei nº 9.440/97, sendo que todos os certificados aditivos de rerratificação anualmente emitidos também se referem ao “estabelecimento fabril” em Camaçari. Ademais, enfatiza o TVF que o aludido Termo de Compromisso, em suas cláusulas 7ª a 9ª, obriga a manutenção dos níveis de produção já existentes, sob pena de perda do benefício, atendendo, assim, ao art. 8º, §3º, da Lei nº 11.434, de 28/12/20062. Salienta, ainda, que o caput deste artigo dispõe que, no caso de transferência de incentivos e benefícios fiscais decorrentes de incorporação de empresa, sejam “observados os limites e as condições fixados na legislação que institui o incentivo ou o benefício”, em especial quanto aos aspectos vinculados “I ao tipo de atividade e de produto”, e que o seu §4º3 deixa claro que o benefício aqui analisado apenas incide sobre a produção de veículos automotores. (...) Outra razão indicada pela Fiscalização para não reconhecer o incentivo sobre a receita de revenda de bens importados é a disposição do §3º, do art. 11A, da Lei nº 9.440/97, que preceitua a utilização de créditos decorrentes da importação e da aquisição no mercado interno de insumos para a apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS efetivamente devidas para fins de levantamento do crédito presumido de IPI – exigência também estampada no art. 2º, §3º, do Decreto nº 7.422/2010. Ponderam as autoridades fiscais que, ao estabelecer que no cálculo do incentivo devam ser usados créditos decorrentes de importação e de aquisição de insumos no mercado interno, o legislador aponta, ainda que indiretamente, que o produto incentivado é o veículo fabricado pela empresa beneficiária a partir desses insumos. (...) Conclui a Fiscalização, em face de todo o exposto, que a industrialização é a única atividade que vai ao encontro do art. 11A, da Lei nº 9.440/97 e do objetivo desta Lei e das Leis nº 11.434/2006 e 12.218/2010 e do Termo de Compromisso firmado pela ora recorrente, pelo que inexiste direito ao incentivo nas operações de revenda de mercadoria importada, cujas receitas não devem compor a base de cálculo do incentivo. Fl. 760DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 760 4 Passando à situação fática, expõe o TVF que a contribuinte industrializa veículos que classifica nos CFOP 5101 e 6101 – “Vendas de produção do estabelecimento”, bem como importa e revende veículos pelo Porto de Miguel Oliveira, situado em Candeias/BA, cujas Notas Fiscais de Entrada são emitidas pelo estabelecimento do sujeito passivo localizado em Camaçari com o CFOP nº 3102 – “Compras para Comercialização”, não sendo realizada qualquer operação de industrialização sobre os veículos importados, que são simplesmente revendidos, sendo a operação de revenda classificada pela contribuinte nos CFOP nº 5102, 5403, 6102 e 6403 – “Venda de mercadoria adquirida ou recebida de terceiro”. Externa que como a contribuinte calculou o incentivo do art. 11A, da Lei nº 9.440/97, sobre a receita de vendas, no mercado interno, dos veículos por ela fabricados e dos importados, a Fiscalização refez os cálculos excluindo, do cômputo do incentivo, as receitas de revenda de produtos importados (assim como os custos vinculados a estas receitas). Ainda, o TVF ainda correlacionou outros equívocos no cálculo dos créditos da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, os quais afetaram, conseqüentemente, o cálculo do crédito presumido de IPI pleiteados: 1. erro no método de determinação dos créditos destas contribuições; 2. equívoco no cálculo dos créditos oriundos de outras fábricas; 3. erro na apuração do fator de rateio em função de quatro circunstâncias: · redução da receita de vendas no mercado interno pela exclusão do ICMS, da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS; · utilização de receita contábil para determinação do valor das vendas internas; · inclusão de vendas para o exterior de CKD “Complete Knocked Down”, que não sofreram industrialização no estabelecimento incentivado; e · exclusão de receitas de vendas para a Zona Franca de Manaus. A Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade onde refuta as motivações da homologação parcial da seguinte forma: 85. Quanto ao crédito presumido de IPI em testilha, fala que o art. 6º, IV, do Decreto nº 2.179/97, preconizou que incentivo previsto no inciso IX, do art. 1º, da Lei nº 9.440/97, corresponde ao dobro (depois 1,9, 1,8 e 1,7) do valor da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS efetivamente devidas em cada mês sobre o faturamento (sem distinguir a natureza ou a origem das receitas que o Fl. 761DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 761 5 compõe), que deve ser o foco na interpretação do incentivo previsto no inciso IX, do art. 1º, e no art. 11A, de referida Lei. 86. Externa ser incontroverso que o faturamento engloba o valor das receitas auferidas pela pessoa jurídica com a venda de bens e mercadorias, a prestação de serviços ou com ambas e sobre isto reproduziu o texto do caput do art. 1°, das Leis n° 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como ementa de decisão do STF no RE 390.840/MG. 87. Anota ser vedado “à lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente” e conjectura que, porquanto a Lei nº 9.440/97 determina que o benefício contendido corresponde ao dobro (depois 1,9, 1,8 e 1,7) das contribuições incidentes sobre o faturamento, não pode o intérprete restringir ou alargar o conceito e a natureza jurídica deste instituto; ademais, afiança inexistir norma que exclua do faturamento receitas que o integra, legal e materialmente. 88. Continuando, aduz que, consoante consta da EM n° 166, de 19/11/2009, a prorrogação o incentivo previsto na Lei nº 9.440/97 foi justificada pela significativa evolução do nível de empregos formais nas Regiões onde situadas as plantas da indústria automotiva beneficiada pela Lei n° 9.440/97 e pelo desempenho das relações comerciais ligadas ao setor automotivo nestas localidades, o que demonstraria o acerto das medidas até então adotadas. 89. Aponta que, dentre outros, pelos fundamentos constantes da EM nº 166/2009, foi editada a MP 471, de 20/11/2009 (convertida na Lei nº 12.218/2010), que introduziu o art. 11A à Lei nº 9.440/97 (vide item 21 acima), estendendo o prazo para fruição do crédito presumido analisado, que passou a ser calculado a partir de fator aplicado sobre os valores da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS devidas, em cada mês, decorrentes de “vendas no mercado interno”. 90. Pondera que, apesar de o legislador ter usado expressão diversa, a base de cálculo do incentivo é a mesma do inciso IX, do art. 1°, da Lei n° 9.440/97, pois o valor das “vendas no mercado interno” tem natureza jurídica e econômica igual à do faturamento. 91. Diz que o art. 2°, caput e §§ 1°, 2° e 3°, do Decreto n° 7.422, de 31/12/2010, reitera que o incentivo analisado deve ser calculado a partir das vendas no mercado interno. 92. Acentua que “que o § único do artigo 3o do mesmo Decreto n°. 7.422/2010, estabelece que o crédito presumido de IPI preconizado no caput corresponde ao tributo incidente nas saídas do estabelecimento industrial dos produtos ‘nacionais ou importados diretamente pelo beneficiário’, com isto afastando qualquer outra interpretação que não seja a de incluir no cômputo do faturamento a que se refere o seu artigo 2o e ao disposto no inciso IX, do artigo 1o, da Lei n°. 9.440, toda a receita de venda de veículos, sejam de origem nacional, sejam importados”. (...) 100. Adiante, realça que, como expresso na EM nº 166/2009, o estabelecimento da requerente em Camaçari contribuiu com números impares para a participação nacional da Bahia nos indicadores de empregos formais na indústria automobilística, nos volumes de exportação e de importação, na participação no PIB e na competitividade dos fabricantes nela instalados, o que se corrobora pela Fl. 762DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 762 6 informação inserida no próprio TVF de que a FORD gerou 12.806 empregos formais, circunstância que a defendente tem como consequência direta da atividade de fabricação, montagem e venda de veículos, inclusive importados. 101. Justifica que a importação de veículos e a sua subseqüente venda no mercado interno se inserem e complementam a política desenvolvimentista de regionalização industrial da Lei n° 9.440/97, pois esta atividade é desempenhada de forma integrada, dentro de um contexto de relações comerciais amplas que agregam tanto o mercado interno quanto o de exportação, aliado à colaboração de técnicos e demais pessoas habilitadas, com a realização de investimentos necessários para a adaptação e a concretização de facilidades portuárias necessárias à operação de desembaraço dos bens, para ambos os mercados. Posteriormente, a Delegacia de Julgamento, durante a análise da Manifestação de Inconformidade, exarou Resolução, tendo em vista a publicação da SCI COSIT 25/2016 que expressamente entendeu que o benefício do crédito presumido não é passível de ressarcimento: Ocorre que a Solução de Consulta Interna nº 25, expedida aos 23/09/2016 pela COSIT, cuja íntegra é ora anexada aos presentes autos às fls. 251/260, conclui que os créditos previstos nos arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, não seriam ressarcíveis. Confirase a ementa desta SCI: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Somente é permitido o ressarcimento de créditos presumidos do IPI quando haja expressa previsão legal ou regulamentar. Por ausência de expressa previsão legal ou regulamentar, não são passíveis de ressarcimento os créditos presumidos do IPI criados pelos artigos 11A e 11B da Lei nº 9.440, de 1997. Dispositivos Legais: IN RFB nº 1.300, de 12 de agosto de 2008, artigo 21, § 3º; Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, arts. 256 e 268; Decreto nº 7.389, de 09 de dezembro de 2010; Decreto nº 7.422, de 31 de dezembro de 2010”. 142. Além disto, visando confirmar a eventual necessidade de providências desta Turma para fins de dar atendimento à disposição contida no inciso III, do art. 3º, da Portaria RFB nº 1.668, de 29/11/201611, são necessárias informações sobre a eventual formalização da multa de ofício de que trata o §17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, em razão da nãohomologação de compensações realizadas com o crédito de IPI relativo ao 2º trimestre de 2013, que é tratado nos correntes autos. 143. Diante do que consta acima, e levandose em conta que ainda não transcorreu o prazo de 05 (cinco) anos da entrega das Declarações de Compensação aqui tratadas, voto, com fundamento no art. 18, do Decreto nº 70.235/72, no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a autoridade fiscal: 143.1 verifique, a seu exclusivo juízo, relativamente à parcela do crédito do 2º trimestre de 2013, cujo ressarcimento/compensação foi admitida (inclusive, se for o caso, no que respeita aos “outros créditos”), eventuais reflexos decorrentes do disposto na SCI COSIT nº 25/2016 e adote, quanto à parte não litigiosa do direito creditório que foi reconhecido por meio do Despacho Decisório proferido no presente processo administrativo, as medidas que a respeito entender oportunas; Fl. 763DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 763 7 143.2. do mesmo modo, avalie eventuais conseqüências que entenda advindas do disposto na SCI COSIT nº 25/2016 em relação à parcela do crédito do 2º trimestre de 2013 cujo ressarcimento/compensação foi negado e que é objeto de litígio neste processo administrativo, as quais serão posteriormente examinadas por este Colegiado quando do julgamento da Manifestação de Inconformidade interposta; 143.3. examine e indique, se for o caso, eventuais reflexos da SCI COSIT nº 25/2016 na autuação tratada no processo administrativo nº 13502.721584/201536, cujo julgamento também foi convertido em diligência na presente sessão, os quais serão posteriormente examinados por este Colegiado quando do julgamento da Impugnação protocolizada naquele processo administrativo; 143.4. informe sobre a eventual formalização da multa de ofício de que trata o §17, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, em razão da nãohomologação de compensações realizadas com o crédito de IPI relativo ao 2º trimestre de 2013, que é tratado nos correntes autos; 143.5. dê ciência à diligenciada das conclusões a que atingir, facultandolhe pronunciamento a respeito no prazo de 30 (trinta) dias, após o que os correntes autos devem ser devolvidos a esta Turma para continuidade do julgamento. Do Cumprimento da Diligência e do Novo Despacho Decisório Em cumprimento da diligência, a DRF/Lauro de Freitas (BA) emitiu novo Despacho Decisório para retificar o despacho anterior, não vindo a alterar os valores de créditos originalmente homologados, mas tãosomente mudar o status dos respectivos montantes de "ressarcível" para "nãoressarcível", diante do entendimento exarado na mencionada SCI COSIT 25/2016: Assunto: Ressarcimento de IPI Período de Apuração: 2° trimestre de 2013 Em observância ao princípio da verdade material, que rege o processo administrativo fiscal, e em face do disposto na SCI COSIT n° 25/2016, cujas consequências e reflexos na apuração do IPI estão demonstrados em diligência realizada no curso do presente processo, sobretudo quanto à definição dos créditos passíveis ou não de ressarcimento, comprovase a equivocada decisão proferida, consubstanciada no Despacho Decisório eletrônico (número de rastreamento 115364835) que, embora tenha reconhecido parcialmente o pedido de ressarcimento de IPI que posteriormente seria utilizado em Declarações de Compensação a ele vinculados, não desmembrou o referido crédito em parcelas ressarcíveis e parcelas não ressarcíveis, tornandose necessária, assim, realização de revisão de ofício do mencionado despacho decisório. PEDIDO DE RESSARCIMENTO DEFERIDO PARCIALMENTE COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA PARCIALMENTE (...) Fl. 764DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 764 8 04.No curso da diligência, em obediência ao que determinou a Resolução n° 11002.005 – 2ª Turma da DRJ/REC, de 25/01/2017, acima citada, verificouse eventuais reflexos (consequências) decorrentes do disposto na SCI COSIT n° 25/2016 (fls. 251260), tanto com relação à parte não litigiosa do direito creditório reconhecido, quanto com relação à parte litigiosa que, desde então, já era e continua sendo objeto deste Processo Administrativo. 05.Cumpre ressaltar, por oportuno, que a diligência realizada não alterou o valor do saldo credor de IPI que já havia sido apurado e demonstrado através do Termo de Verificação Fiscal, juntado às folhas 175241 do presente processo, mas teve o objetivo de reclassificálo em RESSARCÍVEL e NÃO RESSARCÍVEL. Por conseguinte, apenas a parcela RESSARCÍVEL do crédito em questão está disponível para compor o eventual direito creditório reconhecido (RDC) nos eventuais pedidos de ressarcimento (PER) apresentados. O detalhamento dessa reclassificação do valor do saldo credor está cabalmente demonstrado na Informação Fiscal, de 11/05/2017, juntada às fls. 285308 desse mesmo processo (13819.903986/201411). (...) 06.Ante o exposto, com fundamento no art. 149 da Lei n° 5.172. de 25/10/1966. nos arts. 48 e 53 da Lei n° 9.784, de 29/01/1999, em consonância com as Súmulas n° 346 e 473 do Supremo Tribunal Federal e no uso da competência de que trata o inciso IV do art. 241, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n° 203, de 14 de maio de 2012 (DOU de 17/05/2012), combinado com o art. 2° da Portaria RFB n° 719, de 05 de maio de 2016 e do art. 2°, parágrafo 2° da Portaria RFB n° 1.453, de 29 de setembro de 2016, DECIDIMOS: 1) REVER de ofício a decisão consubstanciada no Despacho Decisório eletrônico, n° de rastreamento 115364835, de 07 de junho de 2016, para RECONHECER PARCIALMENTE o pedido de ressarcimento de IPI, referente ao 2° trimestre/2013 (PER 09289.08307.300713.1.1.010522), no valor de R$ 9.952.397,75 (nove milhões, novecentos e cinquenta e dois mil, trezentos e noventa e sete reais e setenta e cinco centavos), conforme apurado/demonstrado na Informação Fiscal de fls. 285308. 2) HOMOLOGAR PARCIALMENTE as compensações relacionadas ao PER 09289.08307.300713.1.1.010522, no limite do direito creditório reconhecido, conforme abaixo demonstrado: (...) 3) DETERMINAR que sejam adotados os procedimentos necessários à cobrança dos débitos pendentes de compensação (totalmente ou parcialmente), por insuficiência ou inexistência de crédito disponível, embora estivessem incluídos nas Declarações de Compensação acima demonstradas, cujas decisões administrativas foram de HOMOLOGAÇÃO PARCIAL ou NÃO HOMOLOGAÇÃO. 4) INFORMAR que não há mais qualquer valor a ser ressarcido para o pedido de ressarcimento apresentado no PER 09289.08307.300713.1.1.010522. Da Nova Manifestação de Inconformidade Fl. 765DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 765 9 Novamente intimada, a Contribuinte tomou ciência do segundo Despachos Decisório, em 04.08.2017 (fl.406 e seguintes ), e apresentou nova Manifestação de Inconformidade, alegando, em síntese, o seguinte: (a) Sobre a nulidade do segundo despacho decisório 156. Suscita, preliminarmente, nulidade da Resolução expedida nos presentes autos, que converteu o julgamento em diligência, pois seu objeto teria extrapolado os limites da competência deste Colegiado, na medida em que apenas uma das determinações de referida diligência estaria relacionada com os fatos narrados nos autos, e, destarte, esta Turma teria agido como órgão preparador e autuante, determinando a realização de lançamento, atividade privativa da autoridade fiscal, aos moldes do art. 142, do CTN. 157. Censura, ademais, ser incabível que a Resolução resolva que "que a autoridade fiscal reveja as homologações e. pior, informe sobre a formalização da multa de oficio nos processos de compensação", pois a realização de diligências e perícias "expressamente previstas no processo administrativo, visam a dirimir dúvidas acerca da matéria posta em litígio, pelo contribuinte ou de ofício, mas limitadas à parte controversa da exação". 158. Quanto à multa isolada, complementa que sequer a autoridade fiscal respondeu à DRJ o que evidenciaria a usurpação de competência por este Colegiado e afirma que, "ao se considerar o artigo 116, II do CTN, por se tratar de direito positivo, o lançamento da multa isolada somente poderia ser efetuado após a decisão definitiva desfavorável ao contribuinte no processo que glosou a compensação, ocasião na qual se caracterizaria o então fato gerador". 159. Exproba que "nos termos do Decreto n° 70.235/72, art. 59, II (art. 12 do Decreto n° 7.574/2011, com a redação dada pelo Decreto n° 8.853/2016), é nula a decisão da DRJ, posto que além de proferida por autoridade incompetente, usurpou o direito de defesa da Requerente ao determinar a aplicação, pela fiscalização, de Solução de Consulta posterior e da qual a requente não foi cientificada". (b) Sobre a aplicação da SCI COSIT 25/2016 160. Ademais, alega que a Solução de Consulta Interna seria inócua no caso vertente, por quatro razões: (i) extinção do crédito tributários por compensação e inaplicabilidade do art. 149, do CTN; (ii) irretroatividade dos efeitos da SCI; (iii) o objeto da SCI não atinge os fatos tratados nos presentes autos; e (iv) cerceamento do direito de defesa. 161. Quanto ao primeiro ponto, aduz que, nos termos do art. 74, §2º, da Lei nº 9.430/96, a compensação declarada à RFB extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de ulterior homologação, que foi operada, em relação à fração inicialmente homologada, pelo primeiro Despacho Decisório proferido nos correntes Fl. 766DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 766 10 autos, que extinguiu, definitivamente, os débitos compensados, nos termos do art. 156, II, do CTN, persistindo 162. Pondera que o legislador não previu a possibilidade de as compensações homologadas serem objeto de revisão, justamente por as considerarem definitivas e irreformáveis, tratandose a homologação de ato jurídico perfeito, completo e definitivo, cuja anulação/modificação depende da existência de eventuais vícios, o que não estaria caracterizado neste processo administrativo. 163. Censura que, apesar disto, este Colegiado teria determinado "a conversão do julgamento em diligência a fim de que a autoridade fiscal revisse r. Despacho Decisório (...) para que fosse aplicado o entendimento perfilhado na Solução de Consulta Interna proferida em momento posterior ao Despacho Decisório", o que foi feito por Despacho Revisor da Unidade de Origem, que "fundamenta, com a devida vênia, a tentativa de refazer ressurgir o lançamento que estava extinto, no artigo 149 do CTN, nos arts. 48 e 53, da Lei nº 9.784/99 e Súmulas 346 e 473 do STF". 164. Quanto ao art. 149, do CTN, alega que não estaria caracterizada, in casu, nenhuma das hipóteses para revisão do lançamento, ali taxativamente previstas, e que a falta de indicação específica, no Despacho Decisório revisor, do inciso supostamente aplicado, dáse, justamente, porque o art. 149, do CTN, cuida de lançamento de ofício e não é aplicável às Declarações de Compensação tratadas neste processo administrativo. 165. Quanto às Súmulas 346 e 473, do STF, argumenta que elas não suportariam adequadamente a justificativa para o Despacho Decisório revisor, pois "não há qualquer vício no Despacho Decisório (...) bem como a SCI (cujo entendimento se pretendeu aplicar) sequer existia quando proferida a decisão que homologou a compensação". E pondera que "ainda que o entendimento adotado pela decisão consubstanciada no r. Despacho Decisório fosse divergente daquele posteriormente trazido pela Solução de Consulta Interna, isso não implica, de forma alguma, em qualquer tipo de ilegalidade ou vício da decisão a ensejar a sua revisão de ofício. Contrariedade não é ilegalidade". 166. Assegura que a revisão de ofício somente seria cabível "nas estritas hipóteses de excesso de exação, abuso de poder ou ilegalidade, mas nunca na hipótese, descontentamento do órgão julgador acerca do resultado, decorrente de exclusiva divergência de interpretação", pois, do contrário, "seria possível admitirse processo infindáveis, intermináveis, nos quais, independentemente da decisão final proferida, as autoridades administrativas sempre poderiam encontram alternativas para inovar o fundamento e impedir direito reconhecido dos contribuintes". 167. Remetese, por analogia, a julgamento do STJ no MS 8.810/DF, que conclui pela incompetência de o Ministro de Estado da Fazenda cassar decisões do CARF sob o fundamento de que o Colegiado errou na interpretação da Lei. 168. Sobre o segundo aspecto, pontua que a sobredita Solução de Consulta não poderia incidir retroativamente, porque, inexistente vício ou ilegalidade na decisão proferida, descabida a revisão de oficio pela autoridade administrativa das homologações das compensações já efetuadas; destarte, "apresentada a impugnação, caberia à autoridade julgadora, tão somente, apreciar a questão nos termos em que postos ao contribuinte, não podendo alterar o critério jurídico após a apresentação da defesa". 169. Outrossim, sublinha desconhecer a Solução de Consulta que, não publicada em repositório oficial, não produz efeitos em relação à defendente, aos Fl. 767DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 767 11 moldes do art. 2º, parágrafo único, inciso V, da Lei nº 9.784/9913. Quanto ao temário, relembra que o art. 1º, do DecretoLei n° 4.657, de 04/09/1942, a lei e também todo e qualquer ato de norma cogente "começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada", sendo que esta medida não é suprida pela veiculação em sítio na rede mundial internet. 170. Avalia que tampouco a juntada aos autos da reportada SCI tem o condão de conferir força de norma cogente a ato não oficialmente publicado; contrariamente, esta medida apenas deixa claro que a requerente apenas veio a ter conhecimento de reportado ato ao ser intimada a ser pronunciar sobre a Informação Fiscal. 171. Reportase ao disposto no art. 5º, II, da CF/88, e pondera que a "Consulta Fiscal deve ter caráter nitidamente instrutivo e deve ser aplicada pela administração pública de forma ética e orientadora, com a finalidade única de atribuir segurança jurídica no cumprimento das obrigações fiscais" e, para ter validade perante todos os contribuintes, "deve atender à legalidade, a legitimidade, a eficiência, moralidade e publicidade, vinculando o órgão Consultado à obrigação de atuação ética com a exclusiva finalidade de garantir a segurança jurídica". 172. Aduz que a alegada falta de publicidade da SCI já seria suficiente para afastar sua aplicação a fatos pretéritos, haja visto o disposto no art. 37, da CF/88, em especial o princípio da publicidade. 173. Complementa que o Decreto nº 70.235/72, justamente para garantir a segurança jurídica, veda a instauração de procedimento fiscal relativo à espécie consultada até o trigésimo dia subsequente à ciência do consulente sobre a decisão final da consulta, de modo a permitir ao contribuinte a sua adequação à orientação apontada pela Solução de Consulta; logo, a defendente reputa ainda mais gravosa a aplicação do por ela desconhecido entendimento perfilhado na SCI a fatos pretéritos e a créditos tributários já definitivamente extintos por decisão homologatória. 174. Encerrando este ponto, pondera que, ainda que fosse aplicável a SCI, isto apenas poderia ocorrer, em observância à segurança jurídica e ao direito de defesa, para casos futuros, mas jamais retroativamente, indevidamente afetando créditos tributários extintos por compensação já homologada, mediante evidente alteração de critério jurídico do lançamento. 175. Na sequência, a contribuinte expõe que o art. 11B, da Lei nº 9.440/97 que diz ser o único objeto da multicitada SCI , não foi, em momento algum, questionado no caso vertente: muito pelo contrário, foi inteiramente convalidado. 176. Exproba que a resposta à consulta formulada abrangeu, de modo equivocado como se fossem questão única, os incentivos dos arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, quando apenas o segundo foi objeto da consulta, pelo que reputa que a resposta dada excedeu os limites da controvérsia e extrapolou a sua competência, razão por que não teria legítimos efeitos vinculantes às unidades da RFB. 177. Observa, ainda, que "o único intuito precípuo da Consulta Tributária foi desviado posto que somente o contribuinte (notoriamente conhecido por se tratar de Montadora sediada no Estado de Minas Gerais) localizado na jurisdição da DRF Consulente (em Contagem/MG) poderia receber em transferência créditos de IPI decorrentes da norma contida no art. 11B da Lei 9.440/97, não havendo, portanto, abrangência nacional e eventual divergência (ao menos que tenha sido expressamente demonstrada), entre unidades de RFB". Fl. 768DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 768 12 178. Critica que "a d. fiscalização passou a considerar a SCI n° 25/2016 (por indevida determinação da DRJ) como decisão verdadeiramente vinculante aos demais órgãos da administração pública, equiparando a Cosit a um órgão máximo de Julgamento administrativo". 179. Então, por mais este motivo, reputa inaplicável a SCI ao caso vertente. 180. O quarto motivo indicado para a nãoaplicação da SCI é que seus efeitos apenas poderiam incidir sobre a requerente depois que ela conhecesse todos os seus termos, sobremaneira a suposta divergência de interpretação, dita como existente (reportase à frase "tendo em vista a divergência de entendimento sobre o assunto entre unidades da RFB", constante do item 2, do Relatório da SCI). 181. Argumenta que "se há entendimentos divergentes significa dizer que há unidades da própria RFB que se posicionam no sentido favorável ao defendido pela Requerente. Por outro lado, considerando que são pouquíssimos os contribuintes enquadrados nos termos da Lei n° 9.440/97, é muito provável que a unidade da jurisdição da Requerente seja, até então, favorável ao entendimento do contribuinte, o que é corroborado pelo Despacho Decisório n° 131/2016, que extinguiu o crédito tributário". Destarte, tem como transparente a alteração de critério jurídico, mesmo depois de extinto o débito, o que desrespeitaria o art. 146, do CTN, e ensejaria preterição do direito de defesa do sujeito passivo e, consequentemente, a nulidade do ato, haja vista o comando contido no art. 59, II, do CTN. 182. Fala que o autuante, "ao lançar de oficio e glosar parcialmente as compensações, apenas levou em consideração, naquele momento e em seu entender, a impossibilidade de inclusão das receitas de venda dos veículos importados e a metodologia utilizada, nada obstando quanto à compensação do crédito presumido, quando verificado excedente ao final do trimestrecalendário". Para evidenciar, reproduziu o seguinte trecho do TVF: "Devese considerar, ainda, que a filial de Camaçari utiliza o saldo credor do IPI, que está fortemente influenciado pelo crédito presumido decorrente da Lei 9.440 para compensar débito de PIS e COFINS apurados pela matriz. Ou seja, a filial de Camaçari utiliza um incentivo cuja base de apuração é o PIS e a COFINS devidos para pagar débitos decorrentes desses mesmos tributos". 183. Destarte, tem como nítida a alteração de critério jurídico. 184. Avante, por argumentação, censura o mérito da enfocada SCI, pois: (i) os arts. 1º, IX, 11A e 11B contêm o mesmo comando legal; e (ii) o Decreto nº 2.179/1997 prevê a possibilidade de ressarcimento de crédito presumido. 185. Inicialmente, diz que a própria COSIT considera que os arts. 11A e 11B "carregam o mesmo comando legal, sendo a interpretação da natureza de um a extensão do outro". 186. Detalha que o art. 1º, IX, da Lei nº 9.440/97, prevê o crédito presumido de IPI, com vigência até 31/12/1999 e que, por sua vez, o art. 11, desta Lei, previu a possibilidade de "extensão" deste dispositivo até 31/12/2010, como ocorreu no caso da contribuinte. 187. Comenta que, terminado o prazo de vigência do caput do art. 11, da Lei nº 9.430/97, o art. 11A, da mesma Lei, incluído pela Lei nº 12.218/2010, estabeleceu hipóteses de apuração do crédito presumido de IPI, como ressarcimento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, decorrentes de vendas no mercado interno, estabelecendo a forma e a quantificação destes créditos. 188. Outrossim, narra que, por sua vez, o art. 11B, da Lei nº 9.440/97, inserido pela Lei nº 12.407, de 19/05/2011, "especificando o próprio §1° do artigo 1o, prevê os mesmos benefícios, apenas estabelecendo que as empresas habilitadas nos termos do art. 12 farão jus ao benefício 'desde que apresentem projetos que contemplem novos investimentos e a pesquisa para o desenvolvimento de novos Fl. 769DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 769 13 produtos ou novos modelos de produtos já existentes'". 189. Reprova a conclusão da SCI COSIT nº 25/2016 de que os créditos dos arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, não seriam ressarcíveis/compensáveis por falta de previsão legal nem teriam sido tratados pela IN RFB nº 1.300, de 20/11/2012 que, no seu capítulo III versa, especificamente, do ressarcimento de créditos de IPI , pois, apesar deste entendimento, "não há como se negar que tais artigos são extensões da previsão legal trazida pelo artigo 1o da Lei n° 9.440/11 (sic) que trata do benefício fiscal originário do Decreto 2.179/97 (sic)". 190. Ressalta que a IN RFB 1.300, ao tratar, aos 20/12/2012, do crédito do art. 1º, inciso IX cuja vigência foi encerrada aos 31/12/1999 evidentemente o fez por considerar que os arts. 11A e 11B são extensão do incentivo, pois, contrariamente, "é admitir que o legislador administrativo gastou tinta e seu precioso tempo com um dispositivo legal que nenhum efeito mais produzia", pelo que reputa que "as letras A e B do artigo 11 tratam tão somente de metodologias distintas de apuração do credito, razão pela qual seus respectivos decretos regulamentadores previam respectiva e somente tal metodologia diferenciada (sic)". 191. Frisa que o Relatório Fiscal, em diversas passagens, admite o entendimento de que os benefícios fiscais previstos nos art. 11 A e 11B, da Lei nº 9.440/97, seriam variações daquele instituído pelo art. 1º, desta Lei, o que pretende demonstrar pelos seguintes excertos: "Pelo exposto, concluise que o incentivo instituído pelo artigo 1o, inciso IX, combinado com o artigo 11A, da Lei n° 9.440, e disposições regulamentares, somente poderá ser utilizado pelos estabelecimentos industriais descritos no §1° do referido artigo 1o, alcançando exclusivamente as vendas dos produtos resultantes das industrializações executadas nestes estabelecimentos e referidas no artigo 4º do RIPI/2010. (pág. 14, do Relatório Fiscal, com grifo da peticionante). (...) 194. Exterioriza que apenas os empreendimentos habilitados, até 31/05/1997, "puderam e podem usufruir da norma prevista pelo art. 12 da Lei nº 9.440/1997" e que as empresas habilitadas em 1997 "firmaram um Termo de compromisso com o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio cujo número permaneceu inalterado, tendo apenas aditivos de rerratifícação quando da introdução dos artigos 11A e 11B Termo de Compromisso MDIC/SDP n° 168 I (11), II (11B) e III (11A)". 195. Finaliza este ponto dizendo que, caso prevalecesse o entendimento da discutida SCI, deveria ter sido reaberto prazo para habilitação de novos empreendimentos, quando da introdução na legislação dos aqui comentados artigos 11A e 11B, o que não ocorreu. 196. Continuando, sustenta que os Decretos nº 7.389, de 09/12/2010, e 7.422, de 31/12/2010, apenas regulamentam as alterações da metodologia de apuração dos créditos, mas não interferem na então vigente regulamentação da Lei nº 9.440/97; logo, o Decreto nº 2.179/97 cujo art. 6º, §3º, com a redação dada pelo Decreto nº 6.556/2008, dispõe sobre o aproveitamento do crédito presumido conferido por citada Lei não foi revogado, nem expressa tampouco tacitamente, por nenhum dispositivo normativo posterior, sendo o comando normativo aplicável, portanto, tanto em relação ao incentivo do art. 1º, quanto aos dos arts. 11A e 11B, todos da Lei nº 9.440/97. 197. Estima a contribuinte os Decretos nº 7.389/2010 e 7.422/2010 não têm sequer previsão da possibilidade de lançamento do crédito presumido de IPI na escrita fiscal do IPI para abatimento deste imposto, mas, apesar disto, seria absurdo o entendimento de que isto não poderia ser realizado, porque, do contrário, os arts. 11A e 11B representariam um "nada jurídico" e afirma que "Os Decretos não tratam da forma do aproveitamento do Crédito Presumido posto que por serem da mesma natureza do artigo 1º, inciso IX da lei n° 9.440/97, tal previsão já consta expressamente do §3° do artigo 6o do Decreto 2179/97". 198. Inobstante, advoga Fl. 770DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 770 14 que, se o saldo credor, "ordinário" do IPI, decursivo de operações normais do estabelecimento industrial, é passível de ressarcimento/compensação (art. 268, do RIPI), "não é crivei interpretar que um crédito 'extraordinário', para fomento da indústria e, mais ainda, de região do País, encontre o óbice pretendido pela SC". 199. Destaca que o art. 135, do RIPI, dispõe sobre o crédito presumido da Lei nº 9.440/97 e estabelece, em seu §6º, que, caso reste saldo ao final de cada trimestre calendário, ele pode ser aproveitado segundo o disposto no art. 268, do RIPI, e nas disposições da RFB, sendo impertinente o argumento de que os incentivos dos arts. 11A e 11B teriam instituído novo crédito presumido ou de natureza distinta, pois estes artigos estão incorporados ao próprio texto da Lei nº 9.440/97, além do que " inseremse no mesmo contexto em que o Poder Legislativo estabeleceu política de incentivo e incremento ao desenvolvimento da indústria automobilística, criando estímulos a que a mesma se deslocasse para outras Regiões do País que o próprio legislador pretendeu estimular mediante a oportunidade de que indústrias nestas Regiões se instalassem e criassem novos polos de desenvolvimento e geração de riquezas e postos de trabalho". 200. Garante que, por meio dos arts. 11A e 11B, o legislador apenas prorrogou, até 31/12/2015, o mesmo crédito presumido já previsto no art. 11, da Lei nº 9.440/97, que possuía limitação no tempo até 31/12/2010, cujas hipóteses de utilização e aproveitamento estão contidas no art. 135, do RIPI. E diz que tanto é assim que "Houvesse a intenção do legislador ao baixar o RIPI em 15/06/2010 estabelecer hipótese diversa de aproveitamento dos créditos relativos aos arts. 11A e 11B da Lei n° 9.440, introduzidas pela Lei n° 12.218, editada em 30/03/2010 e, por certo, teria ou haveria de ter estabelecido clara e expressamente, o que por evidente não o fez". 201. Em seguida, discorre sobre o aproveitamento de créditos de IPI na forma preconizada pelo §6º, do art. 135, c/c o art. 268, do RIPI, e fala que a autorização para ressarcimento/compensação deste créditos está contida no art. 21, §§ 2º e 3º, inciso III, da IN/RFB n° 1.300/2012, na medida em que os arts. 11A e 11B da Lei n° 9.440 tratam do mesmo crédito presumido do inciso IX, do art. 1º. 202. Ressalta que, quando pretendeu vedar o ressarcimento/compensação do crédito presumido de IPI, a RFB expressamente o fez, como ocorreu em relação a outro incentivo do setor automotivo o INOVAR AUTO, regulamentado pelo Decreto nº 7.819, de 03/10/2012, cujo art. 15, apesar de permitir a compensação com outros tributos federais da matriz, veda este procedimento se o crédito for transferido por outro estabelecimento. 203. Desaprova a interpretação da SCI porquanto ela tornaria "letra morta" tanto os arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, quanto o §3º, do art. 6º, do Decreto nº 2.179/1997, com a redação dada pelo Decreto nº 6.556/2008. 204. Argumenta que a interpretação literal dos dispositivos que concedem incentivo fiscal, aos moldes do art. 111, do CTN, não pode se dar ao ponto de restringir o direito e de desvirtuar a intenção da concessão do incentivo, tornandoo inócuo. 205. Outrossim, adverte que aqui não se está tratando mero incentivo fiscal, mas, sim, um contrato firmado entre as partes e que prevê diversas condições como, de um lado, as hipóteses e a forma de apuração do crédito presumido de IPI e, de outro, por exemplo, a obrigação de a Requerente em apresentar investimentos em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica na região a ser fomentada (aqui, reportase ao Termo de Compromisso aditivo que trata do crédito presumido de IPI no período de 01/01/2011 a 31/12/2015) e cujo descumprimento unilateral pode implicar em denúncia por descumprimento e, inclusive, render ensejo a perdas e danos. 206. Destaca que tanto a lei, como o contrato firmado, "garantem claramente que o crédito presumido será concedido como forma de RESSARCIMENTO do PIS e da COFINS", razão por que eventual dispositivo em sentido contrário estaria contrariando a legalidade, a vontade do legislador e, sobremaneira, o contrato firmado pelo Governo Federal. 207. Em item do recurso intitulado "DO MÉRITO", a interessada repisa as razões de defesa inicialmente apresentadas. 208. Neste tópico, reportandose às Fl. 771DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 771 15 ponderações do TVF relatadas nos itens 50 e 51 acima, censura que elas teriam vários equívocos e que, inclusive, a exigência de "DACON segregado" foi criado pela Fiscalização e inexiste na legislação regente, que só prevê a entrega do DACON pela matriz, com as operações centralizadas. 209. Diz que, num suposto hercúleo esforço, que não pode ter o condão de confundir os intérpretes e julgadores, para retirar o que o Governo Federal formalizou por meio de contrato administrativo, a Fiscalização faz tamanho desalinho com conceitos/institutos jurídicos a partir do qual seria possível concluir que o crédito presumido da Lei n° 9440/97 se refere à contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS devidas pela empresa, o que não tem amparo legal, eis que a opção da matriz não exerce qualquer interferência no valor do crédito presumido aqui tratado. 210. Fazendo remissão ao exemplo da distorção apontada pela Fiscalização em relação ao mês de julho de 2012, relatado no item 50 acima, aduz que este é o único período em que o efeito ali apontado ocorre, o que pretende patentear por meio de planilha na qual se poderia verificar que "em todos os outros períodos, a utilizar o método preconizado pela d. fiscalização, a Requerente não ultrapassa o limite do fator do crédito presumido, ao contrário, tomou crédito menor que o permitido por esse método da fiscalização. Estarseá, pois, a contrário senso, sendo reconhecido um crédito adicional no valor de 200.247.744,23". 211. E complementa que "Talvez, aí sim, estarseia a assumir a possibilidade de que seja encontrado um valor de benefício maior do que o pretendido peio legislador, aumentando indevidamente a renúncia fiscal", pelo que " a conclusão inobjetável é aquela segundo a qual a alegação fiscal é improcedente, sendo improcedente também o lançamento de oficio e as glosas", mas, caso assim não se entenda, requereu "seja reconhecido o crédito em favor da Requerente no valor acima mencionado". 212. Dadas as razões acima, requereu: (i) seja anulada a decisão da DRJ que converteu o julgamento em diligência, e, por decorrência, seja julgada a impugnação anteriormente apresentada; e (ii) seja tornada sem efeito e decretada a nulidade da Informação Fiscal proferida nos autos do processo nº 13502.721584/201536 para que ela não produza quaisquer consequências para o presente processo; e (iii) seja anulado o Despacho Decisório Revisor proferido nos presentes autos. E, se não acolhidas as preliminares, requer que: (i) seja reformado o aludido Despacho Decisório Revisor para que sejam homologados os créditos que já estavam extintos nos termos do Despacho Decisório anteriormente proferido neste processo administrativo; e (ii) sejam deferido o pedido de ressarcimento aqui tratado e homologadas as compensações remanescentes, nos termos expostos na Manifestação de Inconformidade anteriormente interposta. Da Decisão de 1ª Instância Sobreveio Acórdão, através do qual foi mantido integralmente o crédito tributário lançado nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREVISÃO NORMATIVA ESPECÍFICA. DESCABIMENTO. Descabido, por falta de falta de previsão normativa específica, o ressarcimento/compensação dos créditos presumidos de IPI criados pelos art. 11A e Fl. 772DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 772 16 11B da Lei nº 9.440, de 1997, que não se confundem com o crédito presumido do imposto previsto no inciso IX, do art. 1º, e art. 11, IV, da Lei nº 9.440/1997. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI PREVISTO NO ART. 11A, DA LEI Nº 9.440/97. APURAÇÃO SOBRE O FATURAMENTO DA REVENDA DE BENS IMPORTADOS. DESCABIMENTO. É descabida a apuração do créditopresumido de IPI de que trata o art. 11A, da Lei nº 9.440/97, em relação à contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS incidentes sobre ao faturamento auferido com a revenda de veículos importados. ART. 11A, DA LEI Nº 9.440/97. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DOS CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E DA COFINS. VINCULAÇÃO AO MÉTODO ADOTADO PELA MATRIZ. O método utilizado pelo estabelecimento beneficiado com o crédito presumido de IPI previsto no art. 11A, da Lei nº 9.440/97, para determinar, no cálculo do incentivo, os créditos da nãocumulatividade de contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS referentes aos insumos aplicados na industrialização dos bens incentivados é vinculado àquele adotado pela matriz para calcular os créditos destes mesmos insumos na apuração centralizada das contribuições devidas na forma das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente. VENDAS PARA CONSUMO NA ZONA FRANCA DE MANAUS. TRIBUTAÇÃO À ALÍQUOTA ZERO. MANUTENÇÃO DOS CORRESPONDENTES CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E DA COFINS DEVIDAS PARA FINS DE APURAÇÃO DO CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI TRATADO NO ART. 11A, DA LEI Nº 9.440/97. As receitas de vendas de veículo para consumo na Zona Franca de Manaus estão submetidas à alíquota zero, não tendo natureza de receitas de exportação, devendo ser mantidos os respectivos créditos para o cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS devidas para fins de apuração do crédito presumido de IPI de que trata o art. 11A, da Lei nº 9.440/97. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 LEI. FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO OU INOBSERVÂNCIA. VEDAÇÃO AOS ÓRGÃOS DE JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. Ressalvadas as hipóteses, não configuradas nos autos, previstas do art. 26A, §6º, do Decreto nº 70.235/72, c/c o art. 19, §5º, da Lei nº 10.522/2002, é vedado aos órgãos de julgamento administrativo de primeira instância, sob fundamento de inconstitucionalidade, afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto. RECONHECIMENTO DE CRÉDITO A SER RESSARCIDO/ COMPENSADO. APARENTE VÍCIO DE LEGALIDADE. DILIGÊNCIA PARA EXAME PELA AUTORIDADE ADMINSTRATIVA COMPETENTE. PRELIMINAR DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Em face do princípio da legalidade e da indisponibilidade do interesse público, é dever da autoridade administrativa submeter, à autoridade competente Fl. 773DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 773 17 para eventualmente rever o ato, aparente vício de legalidade no reconhecimento de crédito a ser ressarcido/compensado para adoção das medidas que aquela autoridade acaso reputar pertinentes, pelo que é impertinente a preliminar de nulidade de Resolução que, sem adentrar no mérito da questão, com este objetivo encaminha os autos à Unidade de Origem em diligência. DESPACHO DECISÓRIO HOMOLOGATÓRIO DE COMPENSAÇÃO. REVISÃO. POSSIBILIDADE NO PRAZO DE CINCO ANOS DA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. O Despacho Decisório que homologar compensação pode ser revisto no prazo de cinco anos, a contar da data da entrega da correspondente Declaração de Compensação. DESPACHO DECISÓRIO. REVISÃO. DEVOLUÇÃO DO PRAZO PARA A CONTRIBUINTE SE PRONUNCIAR. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPERTINÊNCIA. É impertinente a alegação de ocorrência de cerceamento do direito de defesa do sujeito passivo de Despacho Decisório que, no prazo de cinco anos da transmissão da Declaração de Compensação, revê Despacho Decisório anteriormente emitido, deixa de homologar compensações realizadas com crédito presumido de IPI não passível de ressarcimento/compensação e devolve o prazo para que a contribuinte se pronuncie a respeito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, que veio a repetir os argumentos apresentados da Manifestação de Inconformidade. Em 09.06.2015, apresentada Contrarrazões ao recurso da empresa (fls 664 e seguintes), pela procuradoria da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Tiago Guerra Machado, Relator. Da Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Fl. 774DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 774 18 Da Preliminar de Nulidade da Resolução e seus efeitos sobre os demais atos Quanto às alegações de que teria sido nula a Resolução exarada pela DRJ porque essa buscou reformar o despacho decisório, em prejuízo da contribuinte, uma vez que o resultado da diligência proposta foi a emissão de um novo despacho decisório que veio a considerar os créditos pleiteados como não passíveis de ressarcimento, não merece provimento. Explico. Como a recente – à época – publicação da Solução de Consulta Interna COSIT nº 25/2016, que se referia a matéria atinente à análise da Manifestação e do Despacho decisório, a Resolução teve o condão de submeter à reapreciação do Termo de Verificação Fiscal respectivo. Por outro lado, o refazimento do despacho decisório com a adoção do entendimento exarado pela SCI COSIT 25/2016, decorre do princípio de autotutela, em que a homologação expressa dos créditos passíveis de ressarcimento poderia ser revisitada e reformada – desde que dentro do prazo legal de cinco anos, quando verificado, pelo ente administrativo que praticou o ato, a existência de vício que macule seus efeitos. Esse é o mandamento prescrito nos artigos 53 e 54, da Lei Federal 9.784/1999: Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogálos por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada máfé. No caso, a reanálise foi provocada pela Resolução 11.002.005, porém a emissão do novo despacho decisório – motivada pela vinculação criada pela publicação do SCI COSIT 25/2016, que buscou esclarecer, na visão da Fazenda Nacional, sobre o alcance do crédito presumido – foi efetuada pela autoridade competente, qual seja, a DRF a qual a contribuinte encontrase domiciliada. Como bem ressaltado na decisão recorrida, “o §3º, do art. 18, do Decreto nº 70.235/72 cujo caput cuida da determinação de diligência pela autoridade julgadora de primeira instância , é categórico ao preceituar, em relação ao lançamento, que "Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendose, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada". E esta mesma lógica é aplicável no caso de incorreções, omissões ou inexatidões presentes em Despacho Decisório que defere Pedidos de Ressarcimento e/ou Declarações de Compensação”. Fl. 775DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 775 19 Tampouco há cerceamento de defesa, haja vista a oportunidade dada à contribuinte para nova Manifestação de Inconformidade – o que foi feito – após a intimação de novo despacho decisório. Não há portanto, qualquer indício de vicio ensejador de nulidade, dentre aqueles previstos no Decreto 70.235/1972, pelo que é de se afastar a nulidade suscitada. Do Mérito – Da (Im)Possibilidade de Ressarcimento do Crédito Presumido de IPI concedido pela Lei Federal 9.440/1997 no caso presente A contribuinte entende que os arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, tratam de benefícios que nada mais seriam que extensão daquele previsto no inciso IX, do art. 1º, desta Lei, e que teriam a mesma natureza deste, pelo que possível o ressarcimento/compensação aos moldes do §3º, do art. 6º, do Decreto nº 2.179/1997, incluído pelo Decreto nº 6.556/2008, bem como pelo art. 135, §6º, do Decreto nº 7.212/2010 e pelo art. 21, §3º, III, da IN RFB nº 1.300/2012. Importante transcrever quais os incentivos trazidos pelos arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/97, além do seu artigo 1º: Art. 1º Poderá ser concedida, nas condições fixadas em regulamento, com vigência até 31 de dezembro de 1999: (...) IX crédito presumido do imposto sobre produtos industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, 8 e 70, de 7 de setembro de 1970, 3 de dezembro de 1970 e 30 de dezembro de 1991, respectivamente, no valor correspondente ao dobro das referidas contribuições que incidiram sobre o faturamento das empresas referidas no § 1 deste artigo. (...) Art. 11A. As empresas referidas no § 1º do art. 1º, entre 1º de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2015, poderão apurar crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, no montante do valor das contribuições devidas, em cada mês, decorrente das vendas no mercado interno, multiplicado por: I 2 (dois), no período de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2011; II 1,9 (um inteiro e nove décimos), no período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012; III 1,8 (um inteiro e oito décimos), no período de 1º de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2013; IV 1,7 (um inteiro e sete décimos), no período de 1º de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2014; e V 1,5 (um inteiro e cinco décimos), no período de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2015. Fl. 776DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 776 20 (...) § 4º O benefício de que trata este artigo fica condicionado à realização de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica na região, inclusive na área de engenharia automotiva, correspondentes a, no mínimo, 10% (dez por cento) do valor do crédito presumido apurado. (...) Art. 11B. As empresas referidas no § 1 do art. 1º, habilitadas nos termos do art. 12, farão jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, desde que apresentem projetos que contemplem novos investimentos e a pesquisa para o desenvolvimento de novos produtos ou novos modelos de produtos já existentes. (...) § 2º O crédito presumido será equivalente ao resultado da aplicação das alíquotas do art. 1 da Lei n 10.485, de 3 de julho de 2002, sobre o valor das vendas no mercado interno, em cada mês, dos produtos constantes dos projetos de que trata o caput, multiplicado por: I 2 (dois), até o 12º mês de fruição do benefício; II 1,9 (um inteiro e nove décimos), do 13 ao 24 mês de fruição do benefício; III 1,8 (um inteiro e oito décimos), do 25 ao 36 mês de fruição do benefício; IV 1,7 (um inteiro e sete décimos), do 37 ao 48 mês de fruição do benefício; e V 1,5 (um inteiro e cinco décimos), do 49 ao 60 mês de fruição do benefício". Veja que, apesar de os artigos 11A e 11B fazerem referência ao artigo 1º, não se tratam dos mesmos, há tãosomente uma coincidência de sujeitos passivos que serão agraciados com os incentivos autônomos. Percebese também que o crédito presumido de IPI previsto nos arts. 11A é 11B, da Lei nº 9.440/97, são condicionados, enquanto o crédito presumido do inciso IX, do art. 1º, da mesma norma, não contempla condicionantes. Por conta disto, não é possível estender – eis que não há menção expressa nesse particular a possibilidade de ressarcimento/compensação dos créditos presumidos previstos nos artigo 11A e 11B, da Lei Federal 9.440/1997 com outros tributos com fundamento no §3º, do art. 6º, do Decreto nº 2.179/1997, incluído pelo Decreto nº 6.556/2008, nem no art. 135, §6º, do Decreto nº 7.212/2010, tampouco com esteio no art. 21, §3º, III, da IN RFB nº 1.300/2012, pois tais dispositivos somente permitem o aproveitamento no caso do crédito presumido de IPI decorrente dos inciso IX, do art. 1º, e inciso IV, do art. 11, ambos da Lei Federal 9.440/1997. Além disso, é muito pertinente a análise da DRJ quando afirma que “o fato de que o crédito presumido de IPI seja conferido a título de "ressarcimento" da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não obriga que o crédito seja ressarcível, eis que a origem do crédito não se confunde com sua natureza ressarcível/não ressarcível”, afinal a criação do crédito presumido como um “ressarcimento do PIS/COFINS” implica dizer que o governo Fl. 777DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 777 21 federal buscou maneira de desonerar o custo tributário de tais contribuições através de registro como “outros créditos” na apuração do IPI. Não há direito ao ressarcimento automático previsto em lei. Inexiste, portanto, previsão legal para tal ressarcimento. De maneira contrária, a RFB, nas normas regentes da compensação e do ressarcimento de tributos federais (no caso, a IN RFB 1300/2012, vigente à época), previu expressamente as hipóteses em que tal ação seria possível. Vejamos: CAPÍTULO III DO RESSARCIMENTO Seção I Do Ressarcimento de Créditos do IPI Art. 21. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subsequentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: I créditos presumidos do IPI, como ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, previstos na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, e na Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001; II créditos decorrentes de estímulos fiscais na área do IPI a que se refere o art. 1º da Portaria MF nº 134, de 18 de fevereiro de 1992; III créditos do IPI passíveis de transferência a filial atacadista nos termos do item “6” da Instrução Normativa SRF nº 87, de 21 de agosto de 1989; e IV créditos presumidos do IPI de que tratam os incisos III a VIII do caput do art. 12 do Decreto nº 7.819, de 3 de outubro de 2012, apurados pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica habilitada ao Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores Inovar Auto, nos termos do art. 15 do mesmo Decreto. § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento depois de efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à RFB o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, bem como utilizálos na compensação de débitos próprios relativos aos tributos administrados pela RFB. § 3º São passíveis de ressarcimento, somente os seguintes créditos: Fl. 778DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 778 22 I os créditos relativos a entradas de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem para industrialização, escriturados no trimestrecalendário; II os créditos presumidos de IPI a que se refere o inciso I do § 1º, escriturados no trimestrecalendário, excluídos os valores recebidos por transferência da matriz; III o crédito presumido de IPI de que trata o inciso IX do art. 1º da Lei nº 9.440, de 14 de março de 1997; e IV os créditos presumidos de IPI de que tratam os incisos III a VIII do caput do art. 12 do Decreto nº 7.819, de 2012, na forma prevista nesta Instrução Normativa, nos termos do art. 15 do mesmo Decreto. § 4º Os créditos presumidos de IPI de que trata o inciso I do § 1º poderão ter seu ressarcimento requerido à RFB, bem como serem utilizados na forma prevista no art. 41, somente depois da entrega, pela pessoa jurídica cujo estabelecimento matriz tenha apurado referidos créditos: I da DCTF do trimestrecalendário de apuração, na hipótese de créditos referentes a períodos até o 3º (terceiro) trimestrecalendário de 2002; ou II do Demonstrativo de Crédito Presumido (DCP) do trimestrecalendário de apuração, na hipótese de créditos referentes a períodos posteriores ao 3º (terceiro) trimestrecalendário de 2002. § 5º O disposto no § 2º não se aplica aos créditos do IPI existentes na escrituração fiscal do estabelecimento em 31 de dezembro de 1998, para os quais não havia previsão de manutenção e utilização na legislação vigente àquela data. § 6º O pedido de ressarcimento e a compensação previstos no § 2º serão efetuados pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica mediante a utilização do programa PER/DCOMP ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante formulário acompanhado de documentação comprobatória do direito creditório. Dessa feita, o crédito presumido em julgamento somente pode ser utilizado para abatimento do próprio IPI na sua apuração em conta gráfica, não sendo factível o seu ressarcimento em dinheiro ou ainda para ser utilizado para compensação de outros tributos federais. Portanto, tenho como não ressarcíveis os créditos presumidos de IPI dos arts. 11A e 11B, da Lei nº 9.440/1997, e portanto, não podem ser objetos de PER/DCOMP. Com isso, o restante dos argumentos trazidos pela Recorrente fica prejudicado, haja vista inexistir quaisquer direitos ao ressarcimento objeto do presente litígio. Por todo o exposto, conheço do Recurso, porém negolhe provimento. (assinado digitalmente) Tiago Guerra Machado Relator Fl. 779DF CARF MF Processo nº 13819.903985/201468 Acórdão n.º 3401005.801 S3C4T1 Fl. 779 23 Fl. 780DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.907867/2016-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.876
Decisão:
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Relatório
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13896.907867/2016-78
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5993287
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-001.876
nome_arquivo_s : Decisao_13896907867201678.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 13896907867201678_5993287.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório
dt_sessao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
id : 7706178
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:42:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660886999040
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1618; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.907867/201678 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.876 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 26 de março de 2019 Assunto SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente CATHO ONLINE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Trata o processo de Recurso Voluntário contra decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade em face da não homologação da compensação apresentada pela contribuinte. Segundo o despacho decisório, as compensações não foram homologadas em razão de não ter sido apurada a existência de direito creditório. Tais conclusões, ao que consta, encontram amparo no Termo de Verificação Fiscal carreado aos autos. No aludido TVF, emitido em decorrência da necessidade de análise das DCTF retificadoras apresentadas e, também, dos esclarecimentos que posteriormente foram prestados pela contribuinte, consta que “as receitas auferidas pela CATHO, decorrentes de sua atividade RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 07 86 7/ 20 16 -7 8 Fl. 497DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 3 2 fim, não se enquadram na exceção prevista no inciso XXV do artigo 10 da Lei nº 10.833/2003, estando sujeitas, portanto, ao regime NÃO CUMULATIVO de apuração do PIS e do COFINS.” Consta, portanto, que as DCTF retificadoras não deveriam ser homologadas e que, por não existirem, os créditos não deveriam ser reconhecidos. Na manifestação de inconformidade apresentada, a contribuinte, após resumo dos fatos, esclarece que houve mudança no controle acionário da empresa e que, em razão disso, foi submetida a uma profunda revisão de políticas e procedimentos. Em decorrência, diz que teria identificado que suas atividades vinham sendo indevidamente qualificadas para fins de PIS e de Cofins, sendo necessário, portanto, a retificação das DCTF. A seguir, discorre sobre a sua atividade. Afirma que os serviços prestados não abrangem promessa de emprego ou obrigação presente ou futura de recolocação ou obtenção de emprego para seus clientes. Aduz, ainda, que o seu site na internet “é somente uma ferramenta online que permite ao assinante consultar vagas, enviar currículos e acessar demais conteúdos aí disponibilizados” sem “qualquer garantia de colocação profissional” nem “qualquer cobrança relacionada a essas atividades.” Em suma, conforme afirma, “simplesmente disponibiliza conteúdo na Internet aos Assinantes e não desenvolve qualquer atividade de intermediação.” Salienta que se qualifica como empresa de Internet, com atividade de portal ou empresa provedora de conteúdo e de informações, e que sua atividade vem descrita na Norma 004/95, aprovada pela Portaria nº 148, de 1995, item 3, letras ‘e’ e ‘f’ do Ministério das Comunicações. Objetivando o acesso às informações especializadas que são disponibilizadas, afirma que desenvolveu ferramenta própria (software), “cujo uso é liberado/cedido para seus clientes, os Assinantes.” Insiste que não promove a intermediação de contratação de mão de obra. Aduz que “sua tarefa se esgota em permitir o acesso à informação que integra seus bancos de dados: currículos e vagas.” Chama a atenção para o contido no inc. XXV do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003 e diz que conforme Solução de Consulta nº 309, de 2011, “a RFB confirmou, expressamente, que, para o contribuinte aplicar o regime cumulativo dessas contribuições sociais, basta exercer apenas uma das atividades mencionadas no inciso XXV citado anteriormente.” Na seqüência, diz que se deve destacar “que a simples não homologação das declarações retificadoras não é fato que, por si só, é capaz de fundamentar a não homologação das compensações realizadas.” Diz ser incabível a revisão de ofício da homologação pois ela não teria ocorrido por erro “mas sim pelo correto enquadramento legal da situação ora analisada”. Se houve erro, aduz, ele teria ocorrido com a revisão. Reclama, ainda, que não existe base legal para a revisão de ofício. Insiste na necessidade de cancelamento do despacho decisório. Ao final, requer a reforma do despacho decisório e a homologação das compensações. Subsidiariamente requer o cancelamento do despacho decisório em face da Fl. 498DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 4 3 impossibilidade de revisão de ofício no caso de erro de direito. Protesta pelo direito de provar o alegado por todos os meios de prova e informa que “não está questionando judicialmente a matéria discutida nestes autos.” A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR julgou improcedente a manifestação de inconformidade do contribuinte e não reconheceu o direito creditório. Inconformada a contribuinte, apresentou recurso voluntário no qual repisa mesmos argumentos pleiteados em manifestação de inconformidade para o deferimento integral dos valores que constam do pedido de restituição. Suscita em seu pedido: i. Seja declarada a nulidade do v. acórdão recorrido, com o retorno dos autos à origem, para que (a) nova decisão seja proferida, com adstrição aos limites objetivos da lide fixados no Termo de Verificação Fiscal e na manifestação de inconformidade; ou (b) subsidiariamente, para que seja devolvido à recorrente o prazo para manifestação, garantindo lhe o exercício do direito de defesa em relação aos pontos novos suscitados pelo v. acórdão, tudo sob pena de contrariedade e negativa de vigência aos arts. 16, 17 e 18, parágrafo 3o, do Decreto n. 70.235, à luz do art. 5o, inciso LIV e LV, da Constituição de 1988; ii. Na eventualidade da superação da preliminar acima, seja reformado o v. acórdão, com o integral cancelamento das exigências fiscais, em razão da declaração: a. da nulidade do r. despacho decisório, por ter configurado revisão de ofício de lançamento, por erro de direito, com violação aos arts. 145 e 149 do CTN; b. da nulidade do r. despacho decisório, por carência de motivação, por ter se baseado em termo de verificação fiscal que não analisou o direito creditório discutido nestes autos, com violação ao art. 9o do Decreto n. 70,235; c. da improcedência do r. despacho decisório, tendo em vista a legitimidade da inclusão das receitas da recorrente no regime cumulativo de apuração da contribuição ao PIS e da COFINS, com a consequente homologação da declaração de compensação, sob pena de contrariedade e negativa de vigência aos arts. 10, inciso XXV e 15, inciso V, da Lei n. 10.833; d. eventualmente, caso se entenda que a requerente se encontra submetida ao regime não cumulativo das contribuições, seja reconhecida a inexistência de crédito tributário passível de cobrança, sob pena de bis in idem. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº Fl. 499DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 5 4 3201001.853, de 26 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 13896.720975/201638, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução nº 3201001.8539): "O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Antes de adentrar ao exame do Recurso apresentado, cumpre esclarecer que o presente processo tramita na condição de paradigma, nos termos do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015: Art. 47. Os processos serão sorteados eletronicamente às Turmas e destas, também eletronicamente, para os conselheiros, organizados em lotes, formados, preferencialmente, por processos conexos, decorrentes ou reflexos, de mesma matéria ou concentração temática, observando se a competência e a tramitação prevista no art. 46. § 1º Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o Presidente de Turma para o qual os processos forem sorteados poderá sortear 1 (um) processo para definilo como paradigma, ficando os demais na carga da Turma. § 2º Quando o processo a que se refere o § 1º for sorteado e incluído em pauta, deverá haver indicação deste paradigma e, em nome do Presidente da Turma, dos demais processos aos quais será aplicado o mesmo resultado de julgamento. Nesse aspecto, é preciso esclarecer que cabe a este Conselheiro o relatório e voto apenas deste processo, ou seja, o entendimento a seguir externado terá por base exclusivamente a análise dos documentos, decisões e recurso anexados neste processo. Feito tal esclarecimento, passase ao exame das razões de Recurso. A pretensão da contribuinte de requalificar a natureza jurídica de seus serviço, de intermediação para atividades de internet, enquadrando as receitas auferidas no regime cumulativo foi indeferido no despacho decisório proferido com base nas conclusões do TVF que consta do dossiê nº 10010.014822/021604, formalizado para análise das DCTFs retificadoras transmitidas para espelharem o procedimento de requalificação. De fato, concluiu o procedimento fiscal que os serviços prestados pelo contribuinte não poderiam ser qualificados como serviços de internet (art. 10, XXV e art. 15, V, da Lei nº 10.833/03), mas sim de intermediação, mantendoos no regime de apuração não cumulativo. Fl. 500DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 6 5 A principal matéria em litígio envolve a rejeição pela autoridade fiscal em sede de despacho decisório da requalificação das atividades da recorrente e a mudança para o regime cumulativo de apuração da Contribuição para o PIS e para a Cofins. Os argumentos da fiscalização são no sentido de que o regime a que se submete as receitas das atividades desenvolvidas pela Catho para apuração e recolhimento continuava a ser o da não cumulatividade, pois não se tratam de serviços de informática (desenvolvimento de software ou de páginas eletrônicas) nos termos do art. 10, XXV, da Lei nº 10.833/03 uma vez que a atividade seria a prestação de serviços de intermediação ao profissional que busca se posicionar no mercado de trabalho. Nada obstante, o TVF assevera que para que a receita auferida subsumase à sistemática da apuração cumulativa devese comprovar que esta (receita) advenha da prestação de alguns dos serviços listados no referido dispositivo da Lei 10.833/03. Pois bem, compulsando os autos, em especial os termos e demais peças que constam do dossiê nº 10010.014822/021604 verificase que em momento algum a contribuinte fora intimada a comprovar a natureza de suas receitas. Ao contrário, a intimação limitouse a solicitar esclarecimentos e informações que resultaram na requalificação das receitas, como se vê: De ressaltar, contudo, que o fundamento para o indeferimento do pleito creditório é a natureza da receitas das atividades prestadas pela Catho conforme descritos nos autos, que não se qualificam como sujeitas à apuração cumulativa. O acórdão da DRJ trilha o mesmo fundamento de indeferimento e não homologação das compensações exarados no despacho decisório. Evidenciouse naquela decisão que o sítio da internet da Catho é uma mera ferramenta para quer o assinante consulte vagas de trabalho, envie currículos e acesse outros conteúdos. Poderseia concordar com os argumentos daqueles julgadores conquanto não trouxessem argumento subsidiário no qual reconhecem a possibilidade da contribuinte fazer prova de que determinadas atividades auferem receitas cuja apuração se dá no regime cumulativo. Vejase o excerto do voto condutor do acórdão recorrido: É possível concluir, portanto, que algumas de suas receitas podem estar sujeitas à apuração cumulativa das contribuições, ensejando, assim, a real possibilidade de enquadramento da empresa na modalidade de apuração mista das contribuições Fl. 501DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 7 6 (circunstância que, sendo eficazmente comprovada, pode evidenciar um possível erro no preenchimento da DCTF original). A forma como a existência de tal erro – que deve ser corrigido via DCTF retificadora – pode vir a ser acatado administrativamente irá depender da apresentação de provas (conforme estabelece o §1º do art. 147 do CTN), baseadas na escrituração contábil/fiscal do período analisado, ou seja, da apresentação de provas capazes de demonstrar, sem possibilidade de dúvida, quais receitas foram efetivamente auferidas nos períodos sob análise e a que tipo de serviço/atividade elas se vinculam. Ressaltese que, para fazer jus à apuração cumulativa, devese comprovar que as receitas advêm efetivamente da prestação de serviços, no caso, de informática (tal como listado no inc. XXV do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, já transcrito). Evidentemente, as receitas assim enquadradas, devem ser passíveis de segregação, com vistas à correta tributação. Sem que tais comprovações existam nos autos, inviável será o deferimento do pleito. Resta claro que no mérito a decisão recorrida reconheceu a possibilidade do contribuinte fazer prova a seu favor, providência esta até então não determinada pela autoridade fiscal e se insere nas situações que o art. 16 do Decreto nº 70.235/72 PAF prevê regra de exceção para a apresentação extemporânea de conjunto probatório após a impugnação (manifestação de inconformidade): Decreto n° 70.235, de 1972: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 502DF CARF MF Processo nº 13896.907867/201678 Resolução nº 3201001.876 S3C2T1 Fl. 8 7 Assim, entendo que os autos devam retornar à unidade preparadora para apreciação do Laudo Técnico apresentado pela Recorrente. Ante o exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a autoridade preparadora analise o Laudo Técnico colacionado aos autos pela Recorrente e identifique as atividades cujas receitas inseremse no regime de apuração cumulativa nos termos do inciso XXV do art. 10 e inciso V do art. 15, ambos da Lei nº 10.833/03. Se entender necessário, deverá intimar a Recorrente para, ainda no curso da diligência, apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos a respeito do litígio. Ao término do procedimento, deve elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes ao esclarecimento dos fatos. Encerrada a instrução processual, a Recorrente deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, sem ou com apresentação de manifestação, devem os autos serem devolvidos a este Colegiado para continuidade do julgamento. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, a fim de que a autoridade preparadora analise o Laudo Técnico colacionado aos autos pela Recorrente e identifique as atividades cujas receitas inseremse no regime de apuração cumulativa nos termos do inciso XXV do art. 10 e inciso V do art. 15, ambos da Lei nº 10.833/03. Se entender necessário, deverá intimar a Recorrente para, ainda no curso da diligência, apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos a respeito do litígio. Ao término do procedimento, deve elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes ao esclarecimento dos fatos. Encerrada a instrução processual, a Recorrente deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, sem ou com apresentação de manifestação, devem os autos serem devolvidos a este Colegiado para continuidade do julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 503DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15868.720074/2016-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2011, 2012, 2013
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. DESCRIÇÃO DO TIPO
Sendo a responsabilidade tributária uma norma capaz de atrair para outrem os créditos correspondentes à obrigação, necessária a descrição do fato que ensejou tal responsabilidade, demonstrando quais foram os atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, contrato ou estatuto social, conforme descrito no art. 135 do CTN.
DECADÊNCIA. ARGUIÇÃO EM RECURSO
Sendo a decadência matéria de ordem pública, possível a sua arguição em recurso voluntário apesar de não ter sido mencionada quando da impugnação.
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2011, 2012, 2013
IRRF - PAGAMENTO À BENEFICIÁRIOS NÃO COMPROVADO
A pessoa jurídica que efetuar pagamento à beneficiário não identificado ou não comprovar a operação ou a causa do pagamento efetuado, sujeitar-se-á à incidência do imposto de renda retido na fonte.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2011, 2012, 2013
GLOSA DE DESPESA. DEVIDA
Deve ser mantida a glosa da despesa se a contribuinte não logra prova a efetiva prestação do serviço.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL.
Tratando-se da mesma situação fática e do mesmo conjunto probatório, a decisão prolatada com relação ao lançamento do IRPJ é aplicável à CSLL.
MULTA DE MORA E MULTA DE OFÍCIO. CONSUÇÃO.
As multas isoladas devem ser canceladas na exata medida em que as suas bases sejam menores que as bases tributáveis anuais utilizadas para fins de aplicação das multas de ofício de IRPJ e CSLL.
Numero da decisão: 1401-003.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso de ofício, vencidos os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Acordam, ainda, em dar provimento parcial ao recurso voluntário (i) por unanimidade de votos, (i.i) em relação à arguição de decadência, para reconhecê-la tão somente em relação ao IRPJ e à CSLL do período de apuração compreendido entre 01/01/2011 e 31/03/2011; (ii) por maioria de votos, para excluir do lançamento o valor relativo às multas isoladas sobre estimativas não pagas até o limite dos valores lançados a título de multa de ofício, vencidos os Conselheiros Cláudio de Andrade Camerano, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin e Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça; (iii) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso quanto ao mérito da autuação, mantendo a exigência de IRRF, IRPJ e CSLL.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Letícia Domingues Costa Braga - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Mauritânia Elvira de Souza Mendonça (suplente convocada), Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano e Carlos André Soares Nogueira.
Nome do relator: LETICIA DOMINGUES COSTA BRAGA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2011, 2012, 2013 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. DESCRIÇÃO DO TIPO Sendo a responsabilidade tributária uma norma capaz de atrair para outrem os créditos correspondentes à obrigação, necessária a descrição do fato que ensejou tal responsabilidade, demonstrando quais foram os atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, contrato ou estatuto social, conforme descrito no art. 135 do CTN. DECADÊNCIA. ARGUIÇÃO EM RECURSO Sendo a decadência matéria de ordem pública, possível a sua arguição em recurso voluntário apesar de não ter sido mencionada quando da impugnação. Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2011, 2012, 2013 IRRF - PAGAMENTO À BENEFICIÁRIOS NÃO COMPROVADO A pessoa jurídica que efetuar pagamento à beneficiário não identificado ou não comprovar a operação ou a causa do pagamento efetuado, sujeitar-se-á à incidência do imposto de renda retido na fonte. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2011, 2012, 2013 GLOSA DE DESPESA. DEVIDA Deve ser mantida a glosa da despesa se a contribuinte não logra prova a efetiva prestação do serviço. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. Tratando-se da mesma situação fática e do mesmo conjunto probatório, a decisão prolatada com relação ao lançamento do IRPJ é aplicável à CSLL. MULTA DE MORA E MULTA DE OFÍCIO. CONSUÇÃO. As multas isoladas devem ser canceladas na exata medida em que as suas bases sejam menores que as bases tributáveis anuais utilizadas para fins de aplicação das multas de ofício de IRPJ e CSLL.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 15868.720074/2016-17
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5977071
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1401-003.101
nome_arquivo_s : Decisao_15868720074201617.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : LETICIA DOMINGUES COSTA BRAGA
nome_arquivo_pdf_s : 15868720074201617_5977071.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso de ofício, vencidos os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Acordam, ainda, em dar provimento parcial ao recurso voluntário (i) por unanimidade de votos, (i.i) em relação à arguição de decadência, para reconhecê-la tão somente em relação ao IRPJ e à CSLL do período de apuração compreendido entre 01/01/2011 e 31/03/2011; (ii) por maioria de votos, para excluir do lançamento o valor relativo às multas isoladas sobre estimativas não pagas até o limite dos valores lançados a título de multa de ofício, vencidos os Conselheiros Cláudio de Andrade Camerano, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin e Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça; (iii) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso quanto ao mérito da autuação, mantendo a exigência de IRRF, IRPJ e CSLL. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente. (assinado digitalmente) Letícia Domingues Costa Braga - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Mauritânia Elvira de Souza Mendonça (suplente convocada), Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano e Carlos André Soares Nogueira.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2019
id : 7669236
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660891193344
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 22; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1719; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 3.267 1 3.266 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15868.720074/201617 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 1401003.101 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de janeiro de 2019 Matéria IRPJ IRRF e responsabilidade Recorrentes CONSTRUCAP CCPS ENGENHARIA E COMÉRCIO S/A (E RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO) FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2011, 2012, 2013 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. DESCRIÇÃO DO TIPO Sendo a responsabilidade tributária uma norma capaz de atrair para outrem os créditos correspondentes à obrigação, necessária a descrição do fato que ensejou tal responsabilidade, demonstrando quais foram os atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, contrato ou estatuto social, conforme descrito no art. 135 do CTN. DECADÊNCIA. ARGUIÇÃO EM RECURSO Sendo a decadência matéria de ordem pública, possível a sua arguição em recurso voluntário apesar de não ter sido mencionada quando da impugnação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2011, 2012, 2013 IRRF PAGAMENTO À BENEFICIÁRIOS NÃO COMPROVADO A pessoa jurídica que efetuar pagamento à beneficiário não identificado ou não comprovar a operação ou a causa do pagamento efetuado, sujeitarseá à incidência do imposto de renda retido na fonte. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2011, 2012, 2013 GLOSA DE DESPESA. DEVIDA Deve ser mantida a glosa da despesa se a contribuinte não logra prova a efetiva prestação do serviço. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 86 8. 72 00 74 /2 01 6- 17 Fl. 3267DF CARF MF 2 Tratandose da mesma situação fática e do mesmo conjunto probatório, a decisão prolatada com relação ao lançamento do IRPJ é aplicável à CSLL. MULTA DE MORA E MULTA DE OFÍCIO. CONSUÇÃO. As multas isoladas devem ser canceladas na exata medida em que as suas bases sejam menores que as bases tributáveis anuais utilizadas para fins de aplicação das multas de ofício de IRPJ e CSLL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso de ofício, vencidos os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Acordam, ainda, em dar provimento parcial ao recurso voluntário (i) por unanimidade de votos, (i.i) em relação à arguição de decadência, para reconhecêla tão somente em relação ao IRPJ e à CSLL do período de apuração compreendido entre 01/01/2011 e 31/03/2011; (ii) por maioria de votos, para excluir do lançamento o valor relativo às multas isoladas sobre estimativas não pagas até o limite dos valores lançados a título de multa de ofício, vencidos os Conselheiros Cláudio de Andrade Camerano, Carlos André Soares Nogueira e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Daniel Ribeiro Silva, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin e Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça; (iii) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso quanto ao mérito da autuação, mantendo a exigência de IRRF, IRPJ e CSLL. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Letícia Domingues Costa Braga Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Mauritânia Elvira de Souza Mendonça (suplente convocada), Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano e Carlos André Soares Nogueira. Relatório Adoto como relatório, aquele da decisão de primeira instância, complementando a seguir: Fl. 3268DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.268 3 Versa o presente processo sobre impugnações apresentadas pelo contribuinte, Construcap CCPS Engenharia e Comércio S/A (Construcap), e pelo responsável tributário, Roberto Ribeiro Capobianco, em face dos autos de infração de: a) Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ (a fls. 626 e segs.), no qual foi lançado crédito no montante de R$ 11.670.571,53, sendo que vale a transcrição da descrição dos fatos e do enquadramento legal: “CUSTOS, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS INFRAÇÃO: CUSTOS E DESPESAS NÃO COMPROVADOS Custos não comprovados apurados conforme descrito no Relatório Fiscal em anexo, que é parte integrante e inseparável do presente Auto de Infração. (...) Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2010 e 31/12/2013: art. 3º da Lei nº 9.249/95. Arts. 247, 248, 249, inciso I, 251, 277, 278, 299 e 300 do RIR/99 MULTA OU JUROS ISOLADOS INFRAÇÃO: FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ SOBRE BASE DE CÁLCULO ESTIMADA Falta de pagamento do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, incidente sobre a base de cálculo estimada em funçaõ de Balanço ou Balancete de Suspensão ou Reduca̧õ, conforme descrito no Relatório Fiscal em anexo, que é parte integrante e inseparável do presente Auto de Infraca̧õ. (...) Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 30/11/2010 e 30/09/2013: Arts. 222 e 843 do RIR/99; art. 44, inciso II, alínea b, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo art. 14 da Lei no 11.488/07” b) Contribuição Social sobre o Lucro (a fls. 659 e segs.), no qual foi lançado crédito no montante de R$ 4.250.466,69, sendo que vale a transcrição da descrição dos fatos e do enquadramento legal: “CUSTOS/DESPESAS OPERACIONAIS/ENCARGOS INFRAÇÃO: CUSTOS, DESPESAS OPERACIONAIS E ENCARGOS NÃO COMPROVADOS Custos não comprovados apurados conforme descrito no Relatório Fiscal em anexo, que é parte integrante e inseparável do presente Auto de Infração. (...) Enquadramento Legal Fl. 3269DF CARF MF 4 Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2010 e 31/12/2011: Art. 2º da Lei no 7.689/88 com as alterações introduzidas pelo art. 2o da Lei no 8.034/90 Art. 57 da Lei nº 8.981/95, com as alterações do art. 1º da Lei nº 9.065/95 Art. 2º da Lei nº 9.249/95. Art. 1º da Lei nº 9.316/96; art. 28 da Lei nº 9.430/96 Art. 28 da Lei nº 9.430/96. Art. 3º da Lei no 7.689/88, com redação dada pelo art. 17 da Lei nº 11.727/08 Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2012 e 31/12/2012: Art. 2º da Lei no 7.689/88 com as alteracõ̧es introduzidas pelo art. 2º da Lei nº 8.034/90 Art. 57 da Lei no 8.981/95, com as alterações do art. 1º da Lei nº 9.065/95 Art. 2º da Lei nº 9.249/95. Art. 1º da Lei nº 9.316/96; art. 28 da Lei nº 9.430/96 Art. 28 da Lei nº 9.430/96. Art. 3o da Lei nº 7.689/88, com redaca̧õ dada pelo art. 17 da Lei nº 11.727/08 Art. 28 da Lei nº 9.430/96, com redação dada pelo art. 39 da Medida Provisória nº 563/12. Art. 28 da Lei nº 9.430/96, com redação dada pelo art. 49 da Lei nº 12.715/12. Fatos geradores ocorridos entre 01/01/2013 e 31/12/2013: Art. 2º da Lei nº 7.689/88 com as alterações introduzidas pelo art. 2º da Lei nº 8.034/90 Art. 57 da Lei nº 8.981/95, com as alteracõ̧es do art. 1º da Lei nº 9.065/95 Art. 2º da Lei nº 9.249/95. Art. 1º da Lei nº 9.316/96; art. 28 da Lei nº 9.430/96 Art. 3º da Lei nº 7.689/88, com redação dada pelo art. 17 da Lei nº 11.727/08 Art. 28 da Lei nº 9.430/96, com redação dada pelo art. 49 da Lei nº 12.715/12. MULTA OU JUROS ISOLADOS INFRAÇÃO: FALTA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A BASE ESTIMADA Falta de pagamento do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, incidente sobre a base de cálculo estimada em função de Balanco̧ ou Balancete de Suspensão ou Redução, conforme descrito no Relatório Fiscal em anexo, que é parte integrante e inseparável do presente Auto de Infraçaõ. (...) Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 30/11/2010 e 29/02/2012: Fl. 3270DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.269 5 Art. 28 da Lei nº 9.430/96. Art. 44, inciso II, alínea b, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo art. 14 da Lei nº 11.488/072007 Fatos geradores ocorridos entre 31/12/2012 e 31/01/2014: Art. 44, inciso II, alínea b, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelo art. 14 da Lei nº 11.488/2007 Art. 28 da Lei nº 9.430/96, com redação dada pelo art. 49 da Lei nº 12.715/12. c) Imposto de Renda Retido na Fonte (a fls. 688 e segs.), no qual foi lançado crédito no montante de R$ 17.957.233,65, sendo que vale a transcrição da descrição dos fatos e do enquadramento legal: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE APURAÇÃO REFLEXA INFRAÇÃO: IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE PAGAMENTOS SEM CAUSA OU DE OPERAÇÕES NÃO COMPROVADAS Valor do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre pagamentos efetuados a terceiros, contabilizados ou não, cujas operações e causas naõ foram comprovadas, conforme descrito no Relatório Fiscal em anexo, que é parte integrante e inseparável do presente Auto de Infração. (...) Enquadramento Legal Fatos geradores ocorridos entre 10/01/2011 e 03/01/2014: Art. 674 e 675 do RIR/99. Art. 674, do RIR/99”. Cientificada dos lançamentos em 19/10/2016 (AR a fls. 717), a contribuinte (Construcap) apresentou impugnação (a fls. 699 e segs.) em 18/11/2016 (Termo a fls. 1504 e segs.), assinada digitalmente (Termo no verso da fls. 1547) por Fabiana Soares Alterio, a qual foi investida de poderes para representar a contribuinte por meio da procuração a fls. 1566. Nessa impugnação, são apresentada as seguintes razões de defesa: a) quanto ao pagamento parcial dos tributos exigidos: a.1) que, com relacã̧o aos prestadores de serviços do Consórcio Novo Cenpes, do qual a Reqte. não era a empresa líder, por não ter logrado êxito na obtenção dos documentos comprobatórios dos serviços prestados pelas empresas MRTR Gestão Empresarial Ltda. – ME (antiga Nieto Gestão Empresarial Ltda.), Morales e de Paula Advogados Associados, Hefesto Consultoria e Projetos Ltda. e Alamo Empreendimentos e Assessoria Empresarial Ltda. – EPP, a Reqte. optou pela realização do pagamento dos valores envolvidos com relacã̧o às referidas empresas; a.2) que acerca do prestador de serviço Legend Engenheiros Associados Ltda. – EPP, em função da antiguidade dos períodos de apuração e das perdas havidas em seu arquivo em decorren̂cia de sinistro ocorrido e comprovado no curso da fiscalização, a Reqte. não logrou êxito em localizar os documentos comprobatórios Fl. 3271DF CARF MF 6 dos servico̧s em questão, motivo pelo qual optou por também realizar o pagamento das respectivas exigências fiscais; a.3) que as guias relativas aos pagamentos efetuados estão acostadas à presente em conjunto com as planilhas indicativas dos cálculos efetuados para a segregação dos valores, tendo em vista que os pagamentos são parciais dos tributos exigidos nos autos de infração; a.4) que as exigências fiscais feitas com relação aos prestadores de serviços Axon Consultoria Ltda. – ME e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP estão impugnadas conforme razões abaixo; b) quanto à ausência de relação entre os serviços prestados pela AXON e BCR e a Operaca̧õ “Lava Jato”: b.1) que os servico̧s que foram prestados a ̀ Reqte. pelas empresas Axon Consultoria Ltda. – ME (AXON – inscrita no CNPJ/MF sob o no 00.845.668/0001 30) e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP (BCR – inscrita no CNPJ/MF sob o nº 05.644.929/000177) não possuem qualquer relação com a Lava Jato e a leitura do Termo de Fiscalizaçaõ evidencia que, com relaca̧õ à essas empresas, a discordância da fiscalização decorre exclusivamente da não aceitação dos documentos apresentados como prova dos serviços que foram prestados; b.2) que o relatório fiscal que acompanhou os autos de infraçaõ lavrados em face da Reqte., especificamente nos itens 7.3 e 7.4 onde são descritas as supostas infrações imputadas à Reqte. com relaca̧õ a tais prestadores de serviços, os AFRFB autuantes não mencionam qualquer elemento que relacione tais empresas com a Lava Jato; b.3) que as as supostas infrações imputadas à Reqte. com relaçaõ aos servico̧s que foram prestados pelas empresas AXON e BCR foram enquadradas pelos AFRFB autuantes apenas e tão somente como “inexisten̂cia de elementos comprobatórios da efetiva prestação dos servico̧s” de consultoria financeira pela AXON e de assessoria comercial pela BCR; b.4) que os documentos que foram apresentados pela Reqte. no curso do procedimento fiscal não foram aceitos pelos AFRFB autuantes para a comprovação dos serviços prestados pelas empresas AXON e BCR, assim, não se comprovou a prática de quaisquer atos com dolo, fraude ou simulacã̧o pela Reqte. com relação aos serviços que foram prestados pelas empresas AXON e BCR e, muito menos, que tais empresas estivessem envolvidas na Lava Jato; b.5) que não só houve a efetiva prestaçaõ dos serviços pelas empresas AXON e BCR, como os pagamentos de tais servico̧s devem ser reconhecidos como despesas dedutíveis da base de cálculo do IRPJ e da CSLL nos anoscalendários de 2011, 2012 e 2013; c) quanto ao direito: c.1) quanto à dedutibilidade das despesas: c.1.2) que a comprovação da efetiva prestaçaõ de um serviço pode ser feita pela reunião de diversos elementos, a saber, as notas fiscais emitidas em função dos serviços prestados, contratos firmados, relatórios de reuniões realizadas, correspondências e ‘emails’ trocados entre as partes, etc., pois tais documentos permitem que se comprove, ainda que indiretamente, que ocorreu a efetiva prestação dos serviços; c.1.3) que há que se atentar para o fato de que a legislacã̧o que disciplina a matéria não impõe à empresa a apresentaca̧õ de relatórios de servico̧s ou outros Fl. 3272DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.270 7 documentos relacionados à prestaçaõ de serviços, sendo que tal apresentação é apenas mais um elemento que, somado a outros, demonstra que ocorreu a efetiva prestação dos serviços; c.1.4) que, se a natureza dos servico̧s prestados e sua inserção na rotina da empresa tomadora dos serviços naõ permitem que sejam apresentados relatórios detalhados de atividades, e se a fiscalização não apresenta qualquer indício de que estes não tenham sido prestados, fundando sua glosa na ausen̂cia de apresentação de relatórios de atividades e documentos correlatos, ou ainda, sem declinar o porquê da não aceitacã̧o dos documentos apresentados, é de rigor a conclusão pelo cancelamento da exigência fiscal, pois a exigência de comprovação da efetiva prestação dos serviços deve guardar relação de coeren̂cia com o tipo de serviço de que se cuida; c.1.5) que não é admissível que a Fiscalização sem qualquer prova ou indício veemente, desconsidere a documentação apresentada pelo contribuinte para comprovar a efetiva prestação de serviços, glosando as despesas deduzidas, sob o argumento de que não se provou, com a apresentação de “relatórios técnicos, estudos, memoriais, levantamento de dados e análises, projetos, planos de ação, cronogramas, planilhas, pareceres, resultados, atas de reunião, relatórios de viagens, comprovantes de viagens efetuadas etc”, a efetiva prestaçaõ dos servico̧s, também não sendo admissível que as exigen̂cias de comprovação desconsiderem as características dos serviços prestados, ultrapassando os limites da razoabilidade; c.2) quanto aos serviços prestados pela AXON: c.2.1) que desejando expandir seus negócios, com a aquisição de empresas alvo para a consecuçaõ de suas atividades, a Reqte. contratou os serviços de consultoria financeira prestados pela AXON, os quais consistiram em análises detalhadas das condicõ̧es patrimoniais e financeiras das empresasalvo, bem como uma avaliação do impacto dessa decisão no mercado e na gestão das próprias empresas; c.2.2) que a consultoria e assessoria prestadas pela AXON à Reqte. consistiu na avaliaca̧õ das empresasalvo, de seus ativos, demonstração de resultados, fluxo de caixa e balanco̧s patrimoniais, na condução ou apoio nas negociações e fechamento das transações; c.2.3) que a contratação dos servico̧s prestados pela AXON fezse necessária para que a Reqte. pudesse avaliar as empresas cuja participaca̧õ societária pretendia adquirir para expansão de seus novos negócios; c.2.4) que a Reqte. apresentou aos AFRFB autuantes uma série de documentos comprovando os servico̧s efetivamente prestados pela empresa AXON, tais como, o estudo financeiro para aquisição de empresaalvo, a saber, a empresa ‘Hemisul.SCET’, que é dedicada à prestação de serviços de projetos de engenharia, gerenciamento técnico e consultoria em projetos de engenharia industrial, efetuado com base em ferramentas e técnicas atuais de finanças para a determinação de valor dos ativos; c.2.5) que a circunstan̂cia do referido estudo financeiro ter sido apresentado à fiscalização em documento salvo na extensão .pdf e não conter a assinatura do representante da AXON não retira a sua veracidade e, muito menos, inviabiliza a dedução dessa despesa na apuraçaõ da base de cálculo do IRPJ e da CSLL pela Reqte, até mesmo porque a circulação de documentos dessa natureza em formato pdf é uma praxe e não lhe retira a validade; Fl. 3273DF CARF MF 8 c.2.6) que há outros documentos que dão suporte para a análise constante no referido relatório, tais como planilhas, informações financeiras, contábeis, atos societários da empresaalvo objeto do estudo, e outras informacõ̧es que, por serem sigilosas, por certo não teriam sido fornecidas à Reqte. se esta não tivesse manifestado interesse na aquisiçaõ da empresa ‘Hemisul.SCET’ (doc. no 04 e alíneas); c.2.7) que, ao contrário do quanto constou no relatório fiscal elaborado pelos AFRFB autuantes, a empresa AXON não é uma empresa “noteira” que foi utilizada pela Reqte; c.2.8) que os servico̧s prestados pela AXON são de tamanha importância e complexidade, que também são prestados, a título exemplificativo, pela PricewaterhouseCoopers (também chamada de PwC), empresa mundialmente conhecida como integrante do seleto grupo apelidado de “Big Four” de empresas de consultoria e auditoria; c.2.9) que também está anexando à presente impugnação cópias de outros documentos que foram localizados após o encerramento parcial do procedimento fiscal, os quais comprovam outros servico̧s que foram contratados com a empresa AXON para o estudo financeiro e análise de aquisica̧õ e expansão de novos negócios pela Reqte., tais como (i) a participação na Parceria Público Privada – PPP de reconstrucã̧o do Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) em Belo Horizonte – MG, (ii) a participacã̧o na Parceria Público Privada – PPP referente à concessão para ampliaçaõ, manutenção e exploraçaõ dos Aeroportos Internacionais de Brasília, Campinas e Guarulhos, e (ii) a estruturacã̧o do modelo de Project Finance para o mercado de tratamento de resíduos sólidos urbanos, referente à tecnologia Usina Verde (doc. no 05 e alíneas); c.2.10) que tais documentos demonstram, de modo inegável, que a AXON prestou servico̧s de consultoria e assessoria financeira a ̀ Reqte., de modo absolutamente regular e com o claro objetivo de permitir à Reqte. a expansão de novos negócios para realização das suas atividades sociais; c.2.11) que a circunstância de a Reqte. não ter apresentado os relatórios de atividades e medicõ̧es exigidos pelos AFRFB autuantes como condição única e exclusiva para o reconhecimento da dedutibilidade de tais despesas não pode redundar em conclusão pela sua indedutibilidade; c.2.12) que os tipos de serviços prestados por tal empresa consistem, basicamente, em análises e elaboração de planilhas com indicativos contábeis e financeiros, as quais nem sempre geram os relatórios que os AFRFB autuantes entenderam que eram fundamentais; c.2.13) que o prestador de serviços que realiza o estudo contab́il e financeiro para aquisição de participação societária em empresasalvo ou, ainda, o estudo para desenvolvimento de determinada atividade que seja de interesse da Reqte. para a expansão de novos negócios não consome seu tempo produzindo relatórios das atividades desenvolvidas, pois esses são dispensáveis e não interessam ao tomador dos serviços, que tem sua atençaõ voltada para os resultados finais da empresaalvo a ser adquirida, tais como os números relativos às análises de resultado financeiro e contábil; c.3) quanto aos serviços prestados pela BCR: c.3.1) que também é inverídica a afirmação dos AFRFB autuantes de que a empresa BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP seria uma empresa “noteira”; Fl. 3274DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.271 9 c.3.2) que os servico̧s de assessoria comercial que foram prestados pela empresa BCR consistiram na prospecção de novos negócios em obras de construção civil de clientes privados dentro do ramo de atuação da Reqte; c.3.3) que a a empresa BCR era responsável pela localizaçaõ de clientes privados (pessoas físicas e jurídicas) que estivessem interessados em realizar obras de construção civil; c.3.4) que a empresa BCR realizava a intermediaçaõ entre estes e a Reqte. para que o negócio fosse concluído, realizando todas as etapas de elaboraca̧õ de orçamentos, contatos comerciais e apresentaçaõ das propostas visando o início da prestação de serviços de construção civil pela Reqte; c.3.5) que a a sinergia de tal prestador de servico̧s com a Reqte. era tão grande, que o sócio que atuava em seu nome – Bráulio Cesar Rodrigues de Andrade – participava intensamente da negociação e finalização dos negócios, utilizando até mesmo o email corporativo da Reqte. para tratar diretamente com os clientes prospectados conforme demonstram os anexos e mails, propostas e contratos (doc. no 06); c.3.6) que, finalizando essa relação de prestação de serviços, em 08/09/2014, celebrou Instrumento Particular de Distrato do Contrato Verbal de Prestação de Servico̧s firmado com a BCR (doc. no 07), no bojo do qual foram elencados os clientes privados que foram prospectados pela BCR à Reqte. e a necessidade de manutenção da confidencialidade das informações relativas aos empreendimentos construídos para tais clientes privados; c.3.7) que os serviços presatdos pela BCR foram essenciais para que a Reqte. pudesse captar novos clientes privados para a consecução de suas atividades, de modo que a natureza de tais serviços não exige a realização de relatórios técnicos, pareceres, cronogramas, etc, tal como exigido pelos AFRFB autuantes, sendo certo que os documentos apresentados corroboram os serviços prestados, os quais saõ essenciais para a atividade da Reqte; c.3.8) que a ausência dos documentos exigidos pela fiscalizaçaõ não pode descaracterizar os serviços que, efetivamente, foram prestados pela BCR à Reqte., quando existem outros documentos aptos a demonstrar a efetividade dos serviços; c.4) que requerse seja acolhida a presente impugnação, restabelecendo se a dedução das despesas decorrentes dos serviços prestados pelas empresas Axon Consultoria Ltda. – ME e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP; d) quanto ao IRRF e os pagamentos feitos às AXON e BCR: d.1) que houve efetiva prestação de servico̧s pelas empresas AXON e BCR à Reqte., sendo certo que a documentação acostada aos autos comprova tais alegacõ̧es; d.2) que não pode o Fisco considerar esses pagamentos como pagamentos sem causa, eis que a causa que os motiva é a liquidaçaõ dos servico̧s de consultoria financeira e assessoria comercial que foram prestados à Reqte. pelas empresas AXON e BCR, respectivamente; d.3) que não podem os AFRFB autuantes desconsiderarem a natureza de tais pagamentos apenas e tão somente porque não lhes foram apresentados “relatórios técnicos, estudos, memoriais, levantamento de dados e análises, projetos, planos de ação, cronogramas, planilhas, pareceres, resultados, atas de reunião, relatórios de Fl. 3275DF CARF MF 10 viagens, comprovantes de viagens efetuadas etc” para comprovaçaõ dos serviços prestados; d.4) que, se há um fundamento e/ou uma justificativa, já não se está mais no âmbito de um pagamento sem causa, mas sim no da avaliaçaõ da qualidade da despesa, se ela é necessária para as atividades da empresa e, portanto, se se trata de despesa dedutível; d.5) que os esclarecimentos prestados nas linhas antecedentes, em conjunto com a farta documentaçaõ acostada aos autos comprovam não só a efetividade dos serviços prestados como a necessidade de tais serviços para a consecução das atividades da Reqte; d.6) que não se há de cogitar da existência de pagamentos sem causa, pois os pagamentos dos servico̧s estão amparados em notas fiscais regularmente emitidas e que também foram regularmente liquidadas; d.7) que, por tais razões, pede a Reqte. seja acolhida e provida a presente impugnação para que seja cancelada a integralidade dos valores exigidos a título de IRRF sobre os pagamentos efetuados às empresas AXON e BCR, eis que não se cuida de pagamentos feitos sem causa; e) quanto à multa qualificada: e.1) que vale destacar de início que, a teor do quanto mencionado nos itens 13 à 16, a Reqte. optou por realizar o pagamento parcial das exigências fiscais vinculadas aos prestadores de serviços Legend Engenheiros Associados Ltda. – EPP, MRTR Gestão Empresarial Ltda. – ME (antiga Nieto Gestão Empresarial Ltda.), Morales e de Paula Advogados Associados, Hefesto Consultoria e Projetos Ltda. e Alamo Empreendimentos e Assessoria Empresarial Ltda. – EPP, pagamentos estes que englobam a multa qualificada exigida de modo correlato; e.2) que o objeto da presente impugnação ficará adstrita à qualificaçaõ de multa imputada às exigências fiscais vinculadas aos prestadores de serviços Axon Consultoria Ltda. – ME (CNPJ/MF no 00.845.668/000130) e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP (CNPJ/MF no 05.644.929/000177); e.3) que, como se denota da leitura dos itens antecedentes, os AFRFB autuantes aplicaram à Reqte. multa de ofício de 150%, com a invocacã̧o do disposto no §1o do art. 44 da Lei no 9.430/96, na redacã̧o que lhe foi dada pela Lei no 11.488/07, sob a alegação de que a “evasão tributária perpetrada” pela Reqte. “ao deixar de recolher os tributos descritos neste Relatório Fiscal foi idealizada através da utilização de notas fiscais de prestação de servico̧s e recibos inidôneos, pois os serviços não foram prestados. Isto porque, conforme demonstrado, os pagamentos foram feitos por razão outra. Serviram para o acobertamento contábil e financeiro do pagamento de propinas”; e.4) que os AFRFB autuantes apoiaram a aplicaca̧õ da multa qualificada de que ora se trata na suposição de que se teria agido de maneira evasiva, com o registro de pagamentos com histórico contábil falso, utilizandose de documentação inidônea, de modo que tais atos teriam sido praticados deliberada e sistematicamente com a presença de dolo para a sonegação de tributos; e.5) que a conduta do contribuinte não foi marcada pela utilização de ardis e subterfúgios e tampouco foi movida pelo intuito de enganar, esconder e iludir ao Fisco (com evidente intuito de fraude), mas, ao contrário, se o contribuinte, intimado pelo Fisco, apresentou os registros contábeis e demais elementos que permitirão a averiguação da eventual matéria tributável e a constituição de lançamento de ofício, Fl. 3276DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.272 11 não se está diante de conduta cuja gravidade seja capaz de justificar a aplicação da multa qualificada; e.6) que se está diante de multa que representa a “exceção da exceca̧õ” e que, portanto, não pode ser aplicada pelo Fisco se não se estiver diante de uma situação de gravidade tal que gere seu enquadramento num dos tipos previstos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no 4.502/64, que são os casos de sonegação, fraude ou conluio; e.7) que o contribuinte, ao ser intimado, apresentou todos os esclarecimentos solicitados pela fiscalização, bem como seus livros e registros contábeis e fiscais, a eventual omissão de rendimentos apurada pela fiscalização a partir do exame de tais documentos não pode ser tida como conduta a ser apenada com a multa qualificada, pois tal multa só pode ser aplicada nos casos em que o contribuinte claramente buscou enganar, ludibriar ou retardar a atividade fiscalizatória da Receita Federal, o que é conduta incompatível com o contribuinte que, com desvelo, colabora com a fiscalização em tudo que lhe é solicitado; e.8) que não é cabível a aplicaca̧õ da multa qualificada que foi imposta no bojo dos autos de infração ora impugnados com relação aos prestadores de serviços AXON e BCR, porque não estão presentes, no caso vertente, os pressupostos que são indispensáveis para sua aplicacã̧o; e.9) que não há qualquer sorte de dolo específico e tampouco de fraude, conluio ou sonegacã̧o com relação aos prestadores de serviços AXON e BCR; e.10) que não há nenhum elemento de prova carreado aos autos pela fiscalização no sentido de que a Reqte. teria agido movida pela presença de dolo específico e direcionado para, mediante a utilizacã̧o de ardis e artifícios, causar prejuízo ao Fisco; e.11) que a fiscalização não aceitou a documentação apresentada para a comprovacã̧o dos serviços prestados e, sem produzir qualquer sorte de prova da existen̂cia de fraude, conluio ou sonegação, aplicou a multa qualificada nas exigências fiscais vinculadas aos prestadores de serviços AXON e BCR em hipótese na qual a multa qualificadora evidentemente não é aplicável; f) quanto ao pedido: f.1) que seja julgado extinto, nos termos do art.156, inciso I , do Código Tributário Nacional, o crédito tributário a título de IRPJ, CSLL e IRRF exigidos com relacã̧o aos prestadores de servico̧s Legend Engenheiros Associados Ltda. – EPP, MRTR Gestão Empresarial Ltda. – ME (antiga Nieto Gestão Empresarial Ltda.), Morales e de Paula Advogados Associados, Hefesto Consultoria e Projetos Ltda. e Alamo Empreendimentos e Assessoria Empresarial Ltda. – EPP, tendo em vista que a Reqte. optou pela realização do pagamento dos valores exigidos com relação aos referidos prestadores de serviços; f.2) que sejam consideradas dedutíveis todas as despesas decorrentes da prestacã̧o de servico̧s às empresas Axon Consultoria Ltda. – ME (CNPJ/MF no 00.845.668/000130) e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP (CNPJ/MF no 05.644.929/000177), que foram indevidamente glosadas pela fiscalização; f.3) que em funcã̧o do reconhecimento de que a Reqte. faz jus à deducã̧o das despesas mencionadas no item ‘b’ acima e que, portanto, os pagamentos Fl. 3277DF CARF MF 12 efetuados às empresas Axon Consultoria Ltda. – ME (CNPJ/MF no 00.845.668/000130) e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP (CNPJ/MF no 05.644.929/000177) não tratam de pagamentos sem causa, seja cancelada a integralidade das exigências fiscais feitas a título de IRPJ, CSLL, IRRF e multa isolada prevista no art. 40, inciso II, alínea ‘b’ da Lei no 9.430/96, nos autos de infração ora impugnados, com base nas razões de direito acima declinadas, as quais demonstram a improceden̂cia da integralidade de tais autos de infração; f.4) quando menos, seja reconhecida a inaplicabilidade da multa qualificada no caso vertente, reduzindose a multa imposta pela fiscalização à Reqte. em relaçaõ às exigências fiscais decorrentes da acusação de realizacã̧o de pagamentos sem causa aos prestadores de servico̧s Axon Consultoria Ltda. – ME (CNPJ/MF no 00.845.668/000130) e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP (CNPJ/MF no 05.644.929/000177). Cientificado dos lançamentos em 19/10/2016 (AR a fls. 724), o responsável tributário, Roberto Ribeiro Capobianco, apresentou impugnação (a fls. 699 e segs.) em 18/11/2016 (Termo a fls. 2359), assinada por Cristiane Tamy Tina de Campos, a qual foi investida de poderes para representar o responsável por meio da procuração a fls. 2320. Nessa impugnação, o responsável tributário, além de repisar os argumentos aduzidos pela contribuinte em contestação à multa qualificada, assim se insurge contra a sua responsabilização: a) que, tendo conhecimento do pagamento parcial feito pela contribuinte, a impugnação do responsável tributário fica adstrita a impugnacao da sujeição passiva remanescente imputada ao Reqte. com relação aos prestadores de serviços Axon Consultoria Ltda. ME e BCR Andrade — Assessoria Empresarial Ltda. – EPP; b) que afirmaram os AFRFB autuantes que o Reqte., na qualidade de diretor presidente da Construcap CCPS, teria praticado atos com infração a Lei n° 4.502/64 (arts. 71, 72 e 73), na forma de sonegação, fraude e conluio, apresentando, como suposta evidencia desses atos, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal na operação Lava Jato, que deu origem a ação penal n° 503780018.2016.404.7000; c) que os únicos elementos de prova apresentados pela fiscalização para sustentação da afirmação de que o Reqte teria praticados atos com infração a lei são alguns trechos da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal na operação Lava Jato; d) que as alegações dos AFRFB constantes no relatório fiscal que acompanhou os autos de infração tratamse de meras ilações que não se sustentan diante da ausência de qualquer prova da prática de atos com infração a lei pelo Reqte; e) que há que se esclarecer que, em função dos pagamentos efetivados pela empresa autuada para fins de extinção dos créditos tributários vinculados a empresas mencionadas no Termo de Verificação Fiscal como tratadas na operação Lava Jato, com a extinção dos tributos, extinguese também a imputação de responsabilidade solidária atribuída ao Reqte com relação a tais prestadores de serviços, motivo pelo qual a responsabilidade solidária remanescente nos presentes autos diz respeito, exclusivamente, as empresas AXON e BCR, as quais não guardam qualquer relação com a citação operação, e também foram apresentadas no TVF de forma totalmente independente da referida Lava Jato; Fl. 3278DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.273 13 f) que ainda assim, a imputação de responsabilidade solidária feita em face do Reqte. com relação às empresas AXON e BCR busca seu fundamento na denúncia apresentada pelo MPF naquela operação; g) que, no caso vertente, e inegável que os AFRFB não comprovaram a presença dos requisitos agasalhados no inciso III do art. 135 do CTN, que são fundamentais para que se possa cogitar da responsabilidade de pessoas físicas por débitos de pessoas jurídicas; h) que os AFRFB autuantes não trouxeram aos autos qualquer comprovação de que o Reqte. teria agido com infração a lei capaz de fundamentar sua responsabilização pelos débitos exigidos originariamente em face da empresa Construcap; i) que trechos da denúncia formulada pelo MPF na operação Lava Jato não é suficiente para comprovar que o Reqte. tenha agido com fraude, dolo ou máfé, mesmo porque a ação penal ainda está em julgamento e não foi proferida qualquer decisão judicial em relação ao Reqte; j) que os serviços prestados pela AXON e BCR não têm qualquer relação com a operação Lava Jato; k) que não se comprovou a prática de quaisquer atos com dolo, fraude ou simulação pelo Reqte. com relação aos serviços que foram prestados pelas empresas AXON e BCR e, muito menos, que tais empresas estivessem envolvidas na Lava Jato; l) que as exigências feitas a título de IRPJ, CSLL e IRRF em face da empresa Construcap decorreram apenas de os AFRFB autuantes considerarem insuficientes os documentos que foram apresentados no curso da fiscalização para a prova efetiva dos serviços prestados, o que acarretou na glosa das despesas que foram deduzidas pela empresa autuada com relação aos pagamentos feitos as referidas empresas, bem como no enquadramento de tais pagamentos como pagamentos sem causa; m) que, portanto, não provaram os AFRFB a prática de qualquer ato com fraude, dolo ou máfé pelo Reqte. para justificar a atribuição de responsabilidade tributária solidária pelos tributos exigidos em face da pessoa jurídica da qual o Reqte. é diretor, motivo pelo qual e de rigor o acolhimento da presente impugnação, com o cancelamento do Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado em face do Reqte., e o reconhecimento da improcedência de sua responsabilização tributária pelos débitos ora exigidos; n) requerse seja recebida e acolhida a presente impugnação, cancelandose o Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado em face do Reqte. e julgandose improcedente sua responsabilização solidária pelos débitos ora exigidos, pelas razões expostas nas linhas antecedentes e, subsidiariamente, que seja recebida e provida a presente impugnação para o fim de que seja afastada a aplicação da multa qualificada. Quando da decisão da DRJ, restou assim ementada a decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011, 2012, 2013 Fl. 3279DF CARF MF 14 GLOSA DE DESPESA. DEVIDA Há que se manter a glosa da despesa se a contribuinte não logra prova a efetiva prestação do serviço. MULTA QUALIFICADA. INDEVIDA. Deve ser afastada a qualificação da multa, para reduzir o seu percentual de 150% para 75%, quando não restar provado o dolo de sonegar ou de fraudar. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. Tratandose da mesma situação fática e do mesmo conjunto probatório, a decisão prolatada com relação ao lançamento do IRPJ é aplicável, "mutatis mutandis", ao lançamento da CSLL. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2011, 2012, 2013 CAUSA DE PAGAMENTO. BENEFICIÁRIO. NÃO IDENTIFICADOS Deve ser mantido o lançamento do IRRF com base no art. 61, § 1º, da Lei 8.981/95, quando não identificada a causa ou o real beneficiário de pagamentos. MULTA QUALIFICADA. INDEVIDA. Deve ser afastada a qualificação da multa, para reduzir o seu percentual de 150% para 75%, quando não restar provado o dolo de sonegar ou de fraudar. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformado com a decisão, apresentou a contribuinte o competente recurso arguindo, em síntese: que os débitos exigidos com relação ao período anterior a 19/10/2011 devem ser julgados extintos por decadência. E isto porque com o afastamento da multa qualificada anteriormente aplicada no caso presente, deve ser aplicada às exigências fiscais discutidas a regra inserta no §4º do artigo 150 do CTN, que prevê a aplicação do prazo decadencial de 5 (cinco) anos para o aperfeiçoamento da decadência do direito de o Fisco constituir os tributos respectivos. Com relação às demais argumentações, repetiu as razões de sua impugnação, bem como argumentou que deve ser mantida a decisão da DRJ com relação à redução da multa e a desoneração dos responsáveis solidários. Apresentou a Procuradoria da Fazenda contrarazões ao recurso voluntário, bem como recurso de ofício, alegando em síntese: Que a autuação de IRPJ, CSLL e IRRF da empresa deve ser mantida tendo em vista que a empresa é somente mais uma na operação lavajato e que tinha diversas noteiras para simplesmente perpetrar seu esquema criminoso. Cita várias jurisprudências sobre a matéria já julgado nesse Conselho. Fl. 3280DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.274 15 Que devem a multa e a responsabilidade do Sr. Roberto Ribeiro Copobianco ser mantida, tendo em vista que a prática da Construcap era de fraudar o fisco e utilizarse de empresas noteiras com o claro intuito da prática de crimes. Cita ainda sentença condenatória do Sr. Roberto Copobianco no âmbito da operação lavajato. Agumenta ainda que não pode ser aplicado o art. 150 no caso dos autos pois tendo em vista que o IRRF não foi pago deslocase o prazo decadencial para o art. 173, ambos do CTN. Aduz ainda que por força da aplicação da multa qualificada, o que comprova a demonstração do dolo, deve ser aplicado também o 173, I do CTN, com relação ao IR e CSSL. Por fim, argui a aplicação da multa isolada e multa de ofício concomitantemente. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Letícia Domingues Costa Braga Relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade e portanto dele conheço. I Do Recurso de Ofício Com relação à parte desonerada pela DRJ, cumpre ressaltar que foi desconsiderada a multa por fraude, bem como a responsabilidade pessoal do administrador pelo fato de que nesses autos foram impugnados tãosomente os valores relativos a duas empresas, quais sejam, a Axon e a BCR, sendo que os demais valores não foram sequer impugnados pela Contribuinte ou responsável. Pois bem, a qualificação da multa e a responsabilidade pessoal do administrador se deu por estarem os valores pagos relacionados com a operação lavajato. Contudo, restou demonstrado nos autos que as empresas Axon e BCR não estavam envolvidas nessa operação. Nesse sentido, andou bem a decisão da DRJ que desqualificou a multa e exonerou a responsabilidade tributária, devendo essa ser mantida por seus próprios fundamentos: Inicialmente, há que se ressaltar que a responsabilidade tributária de Roberto Ribeiro Capobianco será analisada apenas com relação à parte impugnada do lançamento, ou seja, no que se refere às operações com a AXON e a BCR. Fl. 3281DF CARF MF 16 No que foi tratado no capítulo anterior desta decisão, já se verificou que não havia nos autos prova para justificar a qualificação da multa, pois não restou caracterizado o dolo de fraudar/sonegar nas operações da impugnante com a Axon Consultoria Ltda. – ME e BCR Andrade – Assessoria Empresarial Ltda. – EPP, o que é razão suficiente para afastar a responsabilidade de Roberto Ribeiro Capobianco em relação ao crédito tributário impugnado, mormente quando sua responsabilidade foi fundamentada no art. 135, III, do CTN. Ademais, a responsabilização de Roberto Ribeiro Capobianco, no Relatório Fiscal, foi justificada pela “participação do Diretor Presidente da Construcap, Senhor Roberto Ribeiro Capobianco, no esquema criminoso da Lava Jato”. Ora, na medida em que constatamos que nada do que foi alegado no Relatório Fiscal vincula as empresas AXON e a BCR à operação Lava Jato, não há como manter a responsabilização de Roberto Ribeiro Capobianco. Com relação ao recurso de ofício da Procuradoria, muito bem fundamentando onde restou demonstrando que a Construcap e o Sr. Roberto Copibianco participaram do esquema criminoso da operação lavajato, cumpre salientar que a justificativa para que a multa fosse qualificada bem como a responsabilidade pessoal do administrador foi considerada no TVF (de mais de 70 pgs que explica todo esquema criminoso da operação) tãosomente em função de estar a contribuinte envolvida da operação lavajato, conforme descrito abaixo: "a Construcap entabulou diversos contratos com noteiras, bem como com outras pseudo pessoas jurídicas, todos ideologicamente falsos, com objetivo de possibilitar o fluxo financeiro da propina para os agentes (políticos e privados) envolvidos.." A partir do momento em que não restou demonstrado que a Axion ou a BCR estavam envolvidas no esquema, a justificativa para as "penalidades" não subsistem, restando carente de fundamentação as alegações da fiscalização. Isso porque, certo é que tanto a Construcap quanto as demais empresas citadas no TVF, todas envolvidas na operação lavajato, para além dos negócios escusos que ficaram devidamente comprovados naquela operação em que se pagava à partido ou agentes políticos propina, elas também possuíam atividades lícitas (mesmo que superfaturadas) como construção civil, estradas, refinarias.... Contudo, a atividade do Estado de tributação que é plenamente vinculada impede que seja cobrado tributo sem que o tipo descrito na norma seja perfeitamente cumprido, similarmente ao direito penal. Nesse sentido, deveria estar descrito no TVF o evidente intuito de fraude ou redução do lucro líquido que imporia sim a qualificação da penalidade. Contudo a fraude descrita no Termo de Verificação apenas abarca os casos da operação lavajato. Não estando Axon, tampouco BCR envolvidas nesse esquema, deve ser afastada a qualificação da multa pela carência de similitude com o tipo descrito na norma. Portanto, não sendo possível a vinculação das empresas Axion e BCR com o esquema da referida operação, não pode ser mantida a autuação nesses pontos. Deve, assim, ser mantida a decisão da DRJ exonerando os responsáveis tributários, bem como a redução da multa de 150 para 75%. Pelo acima exposto, nego provimento ao recurso de ofício. Fl. 3282DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.275 17 II Decadência A decadência das parcelas anteriores aos 5 anos da data da autuação, qual seja, 19/10/11 somente foi arguida em sede de recurso, tendo em vista a exclusão da multa. Porém, certo é que a matéria de decadência, por ser de ordem pública, não preclui, devendo ser enfrentada nesse julgamento. Pois bem, com relação ao IRPJ e a CSLL, vemos que a glosa dos valores pagos à Axion e à BCR, apesar de não terem sido efetivamente "pagas", pois houve a dedução do IRPJ e CSLL, há pagamento mensal desses impostos. Assim, não restando configurado o dolo, mesmo que por carência de descrição do tipo, deve ser considerado o prazo do art. 150, §4º do CTN, restando portanto decaídos os valores anteriores a março de 2011, quando ocorreu evento societário encerrando o exercício. Com relação ao IRRF, não cabe arguir a decadência, pois não há qualquer pagamento a ser homologado, devendo, portanto ser aplicada a regra fixada no art. 173 do CTN, conforme disposto pela Súmula CARF 114, nos seguintes termos: Súmula CARF nº 114: O Imposto de Renda incidente na fonte sobre pagamento a beneficiário não identificado, ou sem comprovação da operação ou da causa, submetese ao prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. III Dos pagamento sem causa à Axon e BCR CSLL, IRPJ e IRRF Pois bem, com relação ao mérito propriamente dito da autuação, certo é que optou a contribuinte por impugnar apenas as parcelas relativas aos pagamentos de as empresas que não estavam relacionadas na operação lavajato. Com essa estratégia, tendo em vista que o TVF embasouse na própria operação, desonerouse a recorrente, conforme decidido pela DRJ e confirmado por essa relatora, da qualificação da multa, bem como a responsabilidade pessoal do sócio adminstrador. Contudo, não restou demonstrado cabalmente que os valores pagos as empresas referiramse a serviços efetivamente prestados, tampouco se as empresas tinham capacidade técnica para a prestação desses serviços. Isso porque o conjunto fático probatório exposto nos autos resta desfavorável à Recorrente na medida em que não há como negar que a prática de atos fraudulentos faziam parte, por assim dizer, de suas práticas usuais. Não estar demonstrado que as empresas Axon e BCR estavam envolvidas na operação lavajato não é suficiente para comprovar que os pagamentos foram realizados com causa (livrandoa do IRRF), tampouco que o serviço foi efetivamente prestado e que seria necessário para a consecução de seu objeto social, o que lhe garantiria a dedutibilidade das parcelas pagas da base de cálculo do IRPJ bem como da CSLL. Fl. 3283DF CARF MF 18 Pelo exposto, tenho como imutável a decisão da DRJ que mantenho pelos próprios fundamentos, quais sejam: Ora, não é razoável que a Construcap tenha pago R$ 5,5 milhões de reais para a AXON apresentar planilhas excel e um “Project Finance”de pouco mais de 20 páginas. Ora, não é só a apresentação dos documentos que não condizem com o valor pago, mas também o seu resumido conteúdo. Verificase que o item 2.1 do contrato entre a impugnante e a AXON previa a: elaboração de modelo econômico financeiro detalhado da Empresa Alvo, incluindo resultados históricos e projeções de demonstrativo de resultado, fluxo de caixa e balanço patrimonial. A carta apócrifa de pouco mais de 20 páginas não é o que se pode chamar de modelo econômicofinanceiro detalhado, além disso, a Construcap não apresentou qualquer laudo de avaliação de qualquer empresa alvo. Noutro ponto, a impugnante alega que a Axon teria feito a avaliacã̧o de empresasalvos, mas a impugnante não apresentou qualquer laudo de avaliação de qualquer empresa, inclusive os documentos apócrifos apresentados que citam a Hemisul.SCET não podem jamais ser considerados um laudo de avaliação. Apenas no momento em que protocolou a impugnação, a impugnante apresentou um laudo de avaliação da Hemisul.SCET, no entanto, com a mesma fragilidade dos documentos antes apresentados, qual seja, sem qualquer indicação do técnico que elaborou o estudo, pois não consta nem a assinatura nem o nome de quem elaborou. A impugnante quer nos fazer crer que o estudo foi elaborado pela Axon, como se o timbre “Axon Consultoria” fosse suficiente para concluirmos sobre a autoria do estudo. Tratase de um documento aprócrifo, sob o qual pesa a dúvida de ter sido adrede concebido para lastrear a impugnação apresentada. Assim, concluo que a impugnante não logrou provar a efetiva prestação de serviços pela AXON, razão pela qual mantenho a glosa da despesa neste ponto. Quanto aos serviços prestados pela BCR: Com relação aos serviços prestados pela BCR, sustenta a fiscalização que a Construcap se limitou a apresentar cópia das notas fiscais de prestação de servico̧s e dos comprovantes dos pagamentos realizados. Ora, não é razoável que se pague R$ 5.063.101,81 para um prestador de serviço, contratado verbalmente e que não produziu prova que possa ser apresentado pela contratante, a ora impugnante. Assim, mantenho a autuação pela indutibilidade das parcelas pagas às empresas dos valores devidos a título de IRPJ, bem como CSLL e tendo restado também configurado o pagamento sem causa, também mantenho a autuação do IRRF. IV Multa isolada e multa de ofício A questão da multa em razão de falta ou insuficiência de pagamento das estimativas mensais não está pacificada neste CARF. Dos inúmeros julgados a respeito do tema extraemse, pelo menos, três correntes de entendimento. Utilizo voto da Conselheira Lívia, excomponente desse turma que muito bem fundamenta a tese: Em um extremo está a corrente que defende que, mesmo após a Lei 11.488/2007, uma vez encerrado o anocalendário não mais cabe aplicar a multa isolada por falta ou insuficiência de estimativas, pois essas ficam absorvidas pelo tributo incidente sobre o resultado anual. Por outro lado, há os que entendem que a Fl. 3284DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.276 19 imposição da multa independe do resultado apurado no encerramento do exercício financeiro, devendo ser aplicada sempre sobre o valor da estimativa não recolhida. Em uma posição intermediária está a corrente adotada pelo presente voto, há muito sustentada pelo Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, que fora integrante desta Turma. Segundo este entendimento, a multa isolada pelo descumprimento do dever de recolhimentos antecipados deve ser aplicada sobre o total que deixou de ser recolhido, ainda que a apuração definitiva após o encerramento do exercício redunde em montante menor; não obstante, pelo princípio da absorção ou consunção, não deve ser aplicada penalidade pela violação do dever de antecipar, na exata medida em que houver aplicação de sanção sobre o dever de recolher em definitivo, já que esta penalidade absorve aquela até o montante em que suas bases se identificarem. É a máxima do direito punitivo que, para uma mesma conduta devese aplicar uma só punição. A título ilustrativo reproduzo trecho do acórdão 120100.235, de 7 de abril de 2010, da lavra do ilustre Conselheiro: As regras sancionatórias são em múltiplos aspectos totalmente diferentes das normas de imposição tributária, a começar pela circunstância essencial de que o antecedente das primeiras é composto por uma conduta antijurídica, ao passo que das segundas se trata de conduta lícita. Dessarte, em múltiplas facetas o regime das sanções pelo descumprimento de obrigações tributárias mais se aproxima do penal que do tributário. Pois bem, a Doutrina do Direito Penal afirma que, dentre as funções da pena, há a PREVENÇÃO GERAL e a PREVENÇÃO ESPECIAL. A primeira é dirigida à sociedade como um todo. Diante da prescrição da norma punitiva, inibese o comportamento da coletividade de cometer o ato infracional. Já a segunda é dirigida especificamente ao infrator para que ele não mais cometa o delito. É, por isso, que a revogação de penas implica a sua retroatividade, ao contrário do que ocorre com tributos. Uma vez que uma conduta não mais é tipificada como delitiva, não faz mais sentido aplicar pena se ela deixa de cumprir as funções preventivas. Essa discussão se torna mais complexa no caso de descumprimento de deveres provisórios ou excepcionais. Hector Villegas, (em Direito Penal Tributário. São Paulo, Resenha Tributária, EDUC, 1994), por exemplo, nos noticia o intenso debate da Doutrina Argentina acerca da aplicação da retroatividade benigna às leis temporárias e excepcionais. No direito brasileiro, porém, essa discussão passa ao largo há muitas décadas, em razão de expressa disposição em nosso Código Penal, no caso, o art. 3°: Art. 3o A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência. Fl. 3285DF CARF MF 20 O legislador penal impediu expressamente a retroatividade benigna nesses casos, pois, do contrário, estariam comprometidas as funções de prevenção. Explico e exemplifico. Como é previsível a cessação da vigência de leis extraordinárias e certo, em relação às temporárias, a exclusão da punição implicaria a perda de eficácia de suas determinações, uma vez que todos teriam a garantia prévia de, em breve, deixarem de ser punidos. É o caso de uma lei que impõe a punição pelo descumprimento de tabelamento temporário de preços. Se após o período de tabelamento, aqueles que o descumpriram não fossem punidos e eles tivessem a garantia prévia disso, por que então cumprir a lei no período em que estava vigente? Ora, essa situação já regrada pela nossa codificação penal é absolutamente análoga à questão ora sob exame, pois, apesar de a regra que estabelece o dever de antecipar não ser temporária, cada dever individualmente considerado é provisório e diverso do dever de recolhimento definitivo que se caracterizará no ano seguinte. Nada obstante, também entendo que as duas sanções (a decorrente do descumprimento do dever de antecipar e a do dever de pagar em definitivo) não devam ser aplicadas conjuntamente pelas mesmas razões de me valer, por terem a mesma função, dos institutos do Direito Penal. Nesta seara mais desenvolvida da Dogmática Jurídica, aplicase o Princípio da Consunção. Na lição de Oscar Stevenson, "pelo princípio da consunção ou absorção, a norma definidora de um crime, cuja execução atravessa fases em si representativas desta, bem como de outras que incriminem fatos anteriores e posteriores do agente, efetuados pelo mesmo fim prático". Para Delmanto, "a norma incriminadora de fato que é meio necessário, fase normal de preparação ou execução, ou conduta anterior ou posterior de outro crime, é excluída pela norma deste". Como exemplo, os crimes de dano, absorvem os de perigo. De igual sorte, o crime de estelionato absorve o de falso. Nada obstante, se o crime de estelionato não chega a ser executado, punese o falso. É o que ocorre em relação às sanções decorrentes do descumprimento de antecipação e de pagamento definitivo. Uma omissão de receita, que enseja o descumprimento de pagar definitivamente, também acarreta a violação do dever de antecipar. Assim, punese com multa proporcional. Todavia, se há uma mera omissão do dever de antecipar, mas não do de pagar, punese a não antecipação com multa isolada. Assim, consideramos imperioso verificar se houve, em relação aos fatos que ensejaram a autuação de multas isoladas, também a imposição de multa proporcional e em que medida. O valor tributável é o mesmo (R$ 15.470.000,00). Isso, contudo, não implica necessariamente numa perfeita coincidência delitiva, pois pode ocorrer também que uma omissão de receita resulte num delito quantitativamente mais intenso. Foi o que ocorreu. Em razão de prejuízos posteriores ao mês do fato gerador, o impacto da omissão sobre a tributação anual foi menor que o sofrido na antecipação mensal. Desse modo, a absorção deve é apenas parcial. Conforme o demonstrativo de fls. 21, a omissão resultou numa base tributável anual do IR no valor de R$ 5.076.300,39, mas numa base estimada de R$ 8.902.754,18. Assim, deve ser mantida a multa isolada relativa à estimativa de imposto de renda que deixou de ser recolhida sobre R$ 3.826.453,79 (R$ 8.902.754,18 R$ 5.076.300,39), parcela essa que não foi absorvida pelo delito de não recolhimento definitivo, sobre o qual foi aplicada a multa proporcional. Fl. 3286DF CARF MF Processo nº 15868.720074/201617 Acórdão n.º 1401003.101 S1C4T1 Fl. 3.277 21 Faz toda a diferença considerar que estamos tratando de direito sancionatório e, nesta seara, não se pode admitir que se trate como independentes penas aplicadas sobre uma infração conteúdo (provisório) e sobre uma infração continente (e efetiva). Em outros termos: não há dúvida de que estamos tratando de multas relacionadas a um mesmo fato gerador de tributo (isto é, IRPJ/CSLL devidos em 31 de dezembro do anocalendário), de maneira que, mesmo que se queira dizer que não se trata da mesma infração (conduta), impõese considerar que o bem jurídico maior é o tributo efetivamente devido, do que é conteúdo provisório ou iter preparatório o bem jurídico representado pelo dever de adiantar estimativas de "algo" (e não "algo efetivo"). Desse modo, se por um lado é preciso dar sentido à norma que prevê a aplicação da multa pelo não recolhimento de estimativas mesmo em caso de apuração de prejuízo fiscal ou base negativa (redação do art. 44 da Lei 9.430/1996 dada pela Lei 11.488/2007), por outro mantémse a premissa de que não se pode penalizar mais a infraçãoconteúdo que a infraçãocontinente. Assim, no caso em questão, entendo que as multas isoladas devem ser canceladas na exata medida em que as suas bases sejam menores que as bases tributáveis anuais utilizadas para fins de aplicação das multas de ofício de IRPJ e CSLL. Portanto, em razão da consução, conduzo meu voto para que as multas isoladas sejam canceladas na medida em que devem ser absolvidas pela aplicação da multa de ofício de IRPJ e CSLL. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário para: i) negar provimento ao recurso de ofício mantendo a exoneração da responsabilidade e a desqualificação da multa de 150 para 75%; ii) reconhecer a decadência do IRPJ e CSLL do período compreendido entre 01/01/2011 e 31/03/2011, iii) manter a autuação de IRRF; IRPJ e CSLL; iv) absorver as multas isoladas até o limite dos valores das multas de ofício. (assinado digitalmente) Letícia Domingues Costa Braga Relatora Fl. 3287DF CARF MF 22 Fl. 3288DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13770.000631/2009-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
ILEGITIMIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO.
A Impugnação e o Recurso devem ser apresentados pelo sujeito passivo ou seu representante legal. Não se conhece do recurso apresentado por terceiro sem a devida procuração outorgada pelo interessado.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-006.988
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por ilegitimidade recursal.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gregório Rechmann Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Wilderson Botto (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, , Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
Nome do relator: GREGORIO RECHMANN JUNIOR
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005 ILEGITIMIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. A Impugnação e o Recurso devem ser apresentados pelo sujeito passivo ou seu representante legal. Não se conhece do recurso apresentado por terceiro sem a devida procuração outorgada pelo interessado. Recurso Voluntário Não Conhecido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13770.000631/2009-04
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5968466
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2402-006.988
nome_arquivo_s : Decisao_13770000631200904.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : GREGORIO RECHMANN JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 13770000631200904_5968466.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por ilegitimidade recursal. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente. (assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Wilderson Botto (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, , Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
dt_sessao_tdt : Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2019
id : 7636448
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:07 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660921602048
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1407; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 56 1 55 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13770.000631/200904 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402006.988 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de fevereiro de 2019 Matéria PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VÍCIO NA REPRESENTAÇÃO. Recorrente LINDAURA DE FREITAS BAPTISTA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 ILEGITIMIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO. A Impugnação e o Recurso devem ser apresentados pelo sujeito passivo ou seu representante legal. Não se conhece do recurso apresentado por terceiro sem a devida procuração outorgada pelo interessado. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por ilegitimidade recursal. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente. (assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Denny Medeiros da Silveira, Luis Henrique Dias Lima, João Victor Ribeiro Aldinucci, Paulo Sérgio da Silva, Wilderson Botto (Suplente Convocado), Maurício Nogueira Righetti, , Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 77 0. 00 06 31 /2 00 9- 04 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13770.000631/200904 Acórdão n.º 2402006.988 S2C4T2 Fl. 57 2 Relatório Tratase de recurso voluntário em face da decisão da 3ª Tuma da DRJ/BSB, consubstanciada no Acórdão nº 0346.244 (fls. 32), que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nos termos do relatório da r. decisão, temse que: Para o(a) contribuinte identificado(a) no preâmbulo, foi emitida, por Auditor Fiscal da DRF Vitória (ES), a Notificação de Lançamento de fls. 5/9, referente ao imposto de renda pessoa física do exercício 2006. Foi apurado imposto suplementar de R$ 4.446,38, mais multa de ofício e juros de mora. A Notificação de Lançamento originouse da revisão da Declaração de Ajuste Anual ND nº 07/36.580.363, quando foram alterados os dados nela informados em decorrência da seguinte irregularidade: • Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica, no valor de R$197.580,08 (Ministério da Saúde – R$ 7.495,93 e Polícia Civil do DF – R$ 190.084,15), conforme enquadramento legal e descrição dos fatos no corpo da Notificação. Depois da ciência do lançamento, o(a) contribuinte apresenta impugnação às fls. 1. Em resumo, o(a) impugnante alega que, em decorrência de moléstia grave, tem direito à isenção do imposto de renda sobre os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão. Para provar o alegado, junta documentos aos autos. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF) julgou improcedente a impugnação, conforme ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. A isenção do imposto de renda decorrente de moléstia grave abrange rendimentos de aposentadoria, reforma ou pensão. A patologia deve ser comprovada, mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13770.000631/200904 Acórdão n.º 2402006.988 S2C4T2 Fl. 58 3 Cientificado dessa decisão, o contribuinte interpôs recurso voluntário de fls. 50, por meio do qual reitera, em síntese, o quanto aduzido na impugnação apresentada. É o relatório. Voto Conselheiro Gregório Rechmann Junior Relator DA ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo. Entretanto não deve ser conhecido pelas razões abaixo expostas. A unidade de origem, recepcionou o documento de fl. 50, entregue em 26/03/2012, como recurso voluntário e deu seguimento para julgamento de segunda instância, conforme DESPACHO DE ENCAMINHAMENTO de fl. 55, emitido na mesma data de 26/03/2012. Ocorre que, analisandose o referido documento de fls. 50, recepcionado pela Unidade de Origem como recurso voluntário, verificase que o seu subscritor, Srª Gláucia de Freitas Baptista, não possui, nos presentes autos, poderes para representar a contribuinte, Srª Lindaura de Freitas Baptista, genitora daquela. No caso em análise, verificase que a impugnação, de fls. 01, foi assinada pela própria contribuinte. Já o recurso voluntário, como dito, foi assinado pela Sra. Gláucia de Freitas Baptista, filha da contribuinte, a qual apresentou, junto com a peça recursal, a Certidão de Óbito da contribuinte (fls. 52). É bem verdade que, às 04, consta procuração pública outorgada pela Sra. Lindaura, ora contribuinte, em favor da sua filha, Sra. Gláucia de Freitas Baptista. Ocorre que, por meio do referido instrumento, a Sra. Lindaura de Freitas Baptista nomeou e constituiu Gláucia de Freitas Baptista como sua procuradora, conferindo lhe poderes para requerer a isenção do Imposto de Renda junto ao órgão da Polícia Civil em BrasíliaDF, podendo dita procuradora requerer o que preciso for, juntar e apresentar documentos, prestar declarações, cumprir exigências de estilo, assinar o quefor preciso, praticar, enfim, tudo o que necessário for ao bom e fiel cumprimento do referido mandato. Como se vê, a procuração pública em questão não outorga poderes para a Sra. Gláucia de Freitas Baptista representar a contribuinte nos presentes autos, nem de forma específica, tampouco de forma genérica. Assim, tendo vindo a falecer a Sra. Lindaura no curso do contencioso administrativo, o recurso voluntário deveria ter sido apresentado, in casu, pelo espólio da contribuinte, representado pelo inventariante, nos termos do inciso V, art. 12, do CPC/73, vigente à época do protocolo do recurso voluntário. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13770.000631/200904 Acórdão n.º 2402006.988 S2C4T2 Fl. 59 4 A legitimidade de parte ou legitimidade para a causa (ad causam) se refere ao aspecto subjetivo da relação jurídica processual e nesse aspecto Gláucia de Freitas Baptista não possui legitimidade para figurar como representante de Lindaura de Freitas Baptista, senão vejamos: Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, que institui o Código de Processo Civil. Art. 3º Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade. Art. 4º O interesse do autor pode limitarse à declaração: I da existência ou da inexistência de relação jurídica; II da autenticidade ou falsidade de documento. Parágrafo único. É admissível a ação declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. Art. 5º Se, no curso do processo, se tornar litigiosa relação jurídica de cuja existência ou inexistência depender o julgamento da lide, qualquer das partes poderá requerer que o juiz a declare por sentença (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1973) Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. (grifei) E no caso concreto, a lei atribui ao espólio, representado pelo inventariante, poderes para litigar em juízo em nome do de cujus. Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER o recurso voluntário, em razão da incapacidade processual do seu subscritor. (assinado digitalmente) Gregório Rechmann Junior Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.911792/2012-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do Fato Gerador: 30/01/2006
MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE LITIGIOSIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
Constatada a concordância por parte da contribuinte com a decisão proferida em despacho decisório, confirmada pelo acórdão da DRJ, fato expressamente reconhecido na manifestação de inconformidade e corroborado no Recurso Voluntário, não se conhece da peça com recurso do contribuinte.
Numero da decisão: 3302-006.553
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Deroulede - Presidente
(assinado digitalmente)
José Renato Pereira de Deus - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
Nome do relator: JOSE RENATO PEREIRA DE DEUS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do Fato Gerador: 30/01/2006 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE LITIGIOSIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Constatada a concordância por parte da contribuinte com a decisão proferida em despacho decisório, confirmada pelo acórdão da DRJ, fato expressamente reconhecido na manifestação de inconformidade e corroborado no Recurso Voluntário, não se conhece da peça com recurso do contribuinte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10830.911792/2012-72
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5974667
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3302-006.553
nome_arquivo_s : Decisao_10830911792201272.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : JOSE RENATO PEREIRA DE DEUS
nome_arquivo_pdf_s : 10830911792201272_5974667.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede - Presidente (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
id : 7662767
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660924747776
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1472; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.911792/201272 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302006.553 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2019 Matéria PEDIDO DE COMPENSAÇÃO Recorrente 3M DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do Fato Gerador: 30/01/2006 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE LITIGIOSIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Constatada a concordância por parte da contribuinte com a decisão proferida em despacho decisório, confirmada pelo acórdão da DRJ, fato expressamente reconhecido na manifestação de inconformidade e corroborado no Recurso Voluntário, não se conhece da peça com recurso do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Presidente (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 17 92 /2 01 2- 72 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10830.911792/201272 Acórdão n.º 3302006.553 S3C3T2 Fl. 3 2 Por bem descrever os fatos, transcrevo e adoto como meu relato o relatório do acórdão da DRJ/JFA nº 0955.451, da 2ª Turma, proferido na sessão de 13 de novembro de 2014: Tratase de Per/Dcomp 09497.82956.221210.1.26876 que visou à restituição de crédito decorrente de pagamento indevido/a maior no valor de R$ 199.638,85 (2172, PA 31/01/2006, arrecadação em 15/02/2006, Darf no total de R$ 3.356.397,35). Referido Per foi deferido parcialmente via Despacho Decisório eletrônico, à razão de que, dadas as características do Darf discriminado naquela Dcomp, localizouse um ou mais pagamentos utilizados para quitação de débitos, restando crédito disponível inferior ao crédito pretendido. Manifestação de inconformidade abaixo por excertos: “Reconhecemos a restituição parcial da PER/DCOMP [...]. Diante do exposto, entendendo ter esclarecido integralmente ao teor do Despacho Decisório [...] a requerente concorda com a suposta decisão prolatada [...] no sentido de ser recolhido parcialmente o Pedido de Restituição da PER/DCOMP número 09497.82956.221210.1.26876 [...]" É o relatório. A decisão da qual o relato acima foi retirado não conheceu da manifestação de inconformidade feita pela contribuinte, recebendo a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do Fato gerador: 30/01/2006 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. REQUISITOS FORMAIS E MATERIAIS. Uma vez que na peça que serviu de manifestação de inconformidade é expressa a concordância como o juízo firmado no Despacho Decisório, não se instalando assim o litígio, não há que se conhecer como tal a referida manifestação. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Direito Creditório Não Reconhecido Em que pese ter havido a concordância da contribuinte e relação ao descrito no despacho decisório, o que se deu de forma expressa em sua manifestação de inconformidade, intimada da decisão do acórdão da instância a quo, em peça recebida como Recurso Voluntário, a recorrente replica as alegações trazidas outrora trazidas. Passo seguinte o processo foi enviado ao E. CARF para julgamento, sendo distribuído para a relatoria desse Conselheiro É o relatório. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10830.911792/201272 Acórdão n.º 3302006.553 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro José Renato Pereira de Deus, Relator: Em que pese ter sido protocolado tempestivamente, o recurso voluntário, segundo as razões abaixo aduzidas, não deve ser conhecido. No entender deste Conselheiro, houve um equivoco por parte da unidade preparadora ao considerar a petição da contribuinte de efls. 51/54, como uma peça de recurso voluntário. Analisando referido documento resta claro se tratar de petitório de renúncia ao direito de recorrer, por expressa concordância com as conclusões trazidas pelo despacho decisório, observemos parte destacada da mencionada petição abaixo colacionada: (...) 13. Nesse sentido, é a presente para informar que a Requerente não possui interesse em recorrer do v. Acórdão 0955.451, proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Juiz de Fora, uma vez que o r. Despacho Decisório n° 042056782 está em consonância com o que foi pleiteado pela Requerente perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil. 14. Isso porque, como se viu, os créditos existentes em favor da Requerente foram utilizados quase que integralmente nas compensações formalizadas por meio das DCOMPs n's 01689.50375.241109.1.3.042051 e 32088.80741.231210.1.3.04 2904, as quais foram expressamente homologadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 15. Assim, conforme restou decidido pelo Despacho Decisório, a Requerente faz jus à restituição do valor histórico de R$ 0,04, devidamente corrigido, correspondente ao montante que não foi objeto de compensação nas DCOMPs acima indicadas. 16. Nesse sentido, em 20/12/2012, a Requerente recebeu da Secretaria da Receita Federal o valor remanescente do crédito de COFINS que fazia jus, correspondente ao montante atualizado de R$ 0,06 (seis centavos de real). 17. Diante disso, considerando que a Secretaria da Receita Federal do Brasil já efetuou o depósito do crédito remanescente em conta bancária de titularidade da Requerente, requerse o arquivamento do presente processo por essa D. Delegacia. Destarte, restou clara a falta de interesse recursal informada de forma expressa pela própria contribuinte. Ademais, a falta de interesse em recorrer da decisão exarada em despacho decisório, restou evidenciada desde a trazida aos autos pela contribuinte da manifestação de Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10830.911792/201272 Acórdão n.º 3302006.553 S3C3T2 Fl. 5 4 inconformidade, que na verdade não carregava qualquer inconformismo, ao contrário, já trazia a concordância com o que fora decidido. Desta forma, considerando que a fase litigiosa do processo administrativo fiscal é inaugurada com o protocolo da impugnação, nos termos do art. 14 do DecretoLei nº 70235/72, e, sendo certo que não houve qualquer resistência da contribuinte em sua manifestação, não há que se falar em conhecimento da manifestação de inconformidade, muito menos do recurso voluntário, assim definido pela autoridade preparadora. Vale destacar ainda o que disciplina o inc. III, do art. 16, do decreto já mencionado, vejamos: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(grifei) (...) Ora. Se não temos pontos de discordância, conforme demonstrado acima, não há pretensão resistida por parte da contribuinte, vale dizer, não há interesse processual e, portanto, não há litígio. Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus Relator. Fl. 62DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.900593/2008-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1201-000.568
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13227.900981/2009-21, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa- Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201808
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13227.900593/2008-69
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5975623
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 25 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1201-000.568
nome_arquivo_s : Decisao_13227900593200869.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
nome_arquivo_pdf_s : 13227900593200869_5975623.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13227.900981/2009-21, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa- Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa.
dt_sessao_tdt : Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
id : 7665647
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660926844928
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1663; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13227.900593/200869 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1201000.568 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 17 de agosto de 2018 Assunto COMPENSAÇÃO VALOR INDEVIDO OU A MAIOR Recorrente DONADONI & HARTAMANN LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13227.900981/200921, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Relatório Na condição de Presidente da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento, no uso das atribuições conferidas pelo art. 17, III, do Anexo II do RICARF, designome Redator ad hoc para formalizar a Resolução nº 1201000.568 de 17/08/2018, referente ao presente processo, julgado na sistemática de recursos repetitivos de que trata o art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 32 27 .9 00 59 3/ 20 08 -6 9 Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 3 2 2015, tendo em vista que a então Presidente da Turma, Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, deixou de fazêlo, em virtude de sua aposentadoria. O contribuinte interpôs seu tempestivo Recurso Voluntário, considerando que acórdão, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, ratificou o despacho decisório, não homologando a Declaração de Compensação (PER/DCOMP) pela inexistência do crédito de pagamento a maior de estimativa mensal de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido(CSLL) De acordo com referido despacho decisório, o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de outro débito do contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Entretanto, o contribuinte afirma no seu recurso que existia crédito compensável, como indicado na PER/DCOMP, porém, não foi homologado pela ausência de processamento da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), versão retificadora, transmitida antes do despacho decisório. É o relatório. Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Redator ad hoc Inicialmente, quando da sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte anexou a cópia do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), presumindo que era suficiente para homologação da sua Declaração de Compensação (DCOMP). Todavia, o acórdão recorrido concluiu pela inexistência do direito de crédito, em síntese, diante da insuficiência da prova documental anexada à Manifestação de Inconformidade, in verbis: Em hipótese tal qual a dos autos, fazse indispensável, portanto, a exibição dos registros contábeis da conta de ativo do tributo a recuperar, a expressão deste direito em balanços ou balancetes, regularmente transcritos no livro “Diário”, a demonstração do resultado do exercício, a devida contabilização das receitas auferidas pela pessoa jurídica, os lançamentos de eventuais compensações, os registros pertinentes do livro “LALUR” etc. No caso concreto, ao que consta dos autos, a antecipação em tela foi apurada pelo sujeito passivo nos termos e em conformidade com a legislação vigente (haja vista a não exibição de balanços ou balancetes, regularmente transcritos no livro Diário, que autorizassem a suspensão ou redução do pagamento do tributo devido art. 230, § 1° do RIR/I999). Também a documentação trazida aos autos pela interessada (limitada à cópia de DARF fl. 11) não autoriza a conclusão de que decorre da estimativa mensal em tela a existência de qualquer indébito. O artigo 170 do Código Tributário Nacional preceitua que "A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a Fl. 93DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 4 3 compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública". Portanto, imprescindível a certeza e a liquidez do crédito compensável, facultando ao contribuinte que impugne a não homologação formalizada através de despacho decisório, instruindo sua manifestação com as provas em contrário, garantindo, assim, o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa. O processo administrativo tributário é regido por normas específicas, principalmente, o Decreto nº 70.235/1972, a Lei nº 9.430/1996 e o Decreto nº 7.574/2011, orientado pelos princípios que norteiam a Administração Pública, incluindo a moralidade, eficiência e impessoalidade. Conquanto submetido ao regime de apuração pelo lucro real presumido, inicialmente, o contribuinte não demonstrou o pagamento a maior do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), mediante a idônea escrituração contábil e fiscal, motivando, assim, a retificação da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). Ressalvase que a "escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza.", conforme o artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR), instituído pelo Decreto nº 3.000/1999. O ônus do contribuinte era que demonstrasse seu indébito, por exemplo, com Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), balanço patrimonial ou balancetes mensais, Livro Diário e/ou Livro Razão, justificando a redução do valor devido e pelo próprio declarado de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), considerando os artigos 7º, § 4º, e 8º, inciso I, do Decretolei nº 1.598/1977: Art 7º O lucro real será determinado com base na escrituração que o contribuinte deve manter, com observância das leis comerciais e fiscais. (...) § 4º Ao fim de cada períodobase de incidência do imposto o contribuinte deverá apurar o lucro líquid o do exercício mediante a elaboração, com observância das disposições da lei comercial, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e da demonstração de lucros ou prejuízos acumulados. Art 8º O contribuinte deverá escriturar, além dos demais registros requeridos pelas leis comerciais e pela legislação tributária, os seguintes livros: I de apuração de lucro real, no qual: I de apuração do lucro real, que será entregue em meio digital, e no qual: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) a) serão lançados os ajustes do lucro líquido do exercício, de que tratam os §§ 2º e 3º do artigo 6º; b) será transcrita a demonstração do lucro real (§ 1º); Fl. 94DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 5 4 b) será transcrita a demonstração do lucro real e a apuração do Imposto sobre a Renda; (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) c) serão mantidos os registros de controle de prejuízos a compensar em exercícios subseqüentes (art. 64), de depreciação acelerada, de exaustão mineral com base na receita bruta, de exclusão por investimento das pessoas jurídicas que explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros valores que devam influenciar a determinação do lucro real de exercício futuro e não constem de escrituração comercial (§ 2º). Posteriormente, quando da interposição do Recurso Voluntário, o contribuinte esclareceu a origem do seu crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ): A forma de tributação na qual estava enquadrada a empresa, no exercício em questão (exercício em que esta sendo discutida a compensação) era “lucro real presumido” no qual é feito o recolhimento por estimativa mensal, baseandose na receita bruta, devendo ser ao final do ano calendário realizada à apuração do tributo devido, forma de tributação esta detalhadamente explicada no relatório do acórdão, elaborado pela relatora, do qual transcrevemos trechos. Contudo, quando do termino do ano calendário, ao ser realizada a apuração do imposto devido, momento em que é possível se fazer à comparação entre o valor pago e o efetivamente devido, é que se obteve o valor de crédito, (advindo da diferença entre créditos e débitos), que poderia vir a ser usado em futuras compensações, ou seja, abatimento de impostos devidos. No exercício em pauta, conforme a nossa explanação, ao serem analisados os valores apurados e devidamente registrados nos documentos que seguirão em anexo, é possível chegar ao valor de crédito abaixo identificado: Fl. 95DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 6 5 Outrossim, o Recurso Voluntário anexou: (i) Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), referente ao anocalendário de 2002; (ii) Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), com pagamento da estimativa mensal do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), período de apuração de maio/2002 e valor de R$ 86,40, e; (iii) Livro Diário, anocalendário de 2002, contendo a transcrição do Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Demonstração dos Lucros e Prejuízos acumulados. A prova documental instruirá a impugnação "precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual", consoante o artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/1972, exceto (I) demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (II) refirase a fato ou a direito superveniente e; (III) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de Fl. 96DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 7 6 perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que:(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) O erro da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), retificado antes do despacho decisório, não é determinante para o indeferimento da Declaração de Compensação (DCOMP), prevalecendo a verdade material, como se extrai do Parecer Normativo da CoordenaçãoGeral de Tributação (COSIT) nº 02/2015: "Assunto. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR." As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar Fl. 97DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 8 7 em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Avaliando a prova documental existente no recurso, valorizando o princípio da verdade material, notase que o Recorrente, aparentemente, comprova seu crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), havendo o pagamento a maior da estimativa mensal. Todavia, demonstrou somente o pagamento da estimativa mensal de maio/2002, com valor de R$ 86,40, não anexando os demais comprovantes, que somariam o montante total de R$ 3.551,63. Entendo que é indispensável a conversão do presente julgamento em diligência, com fundamento no artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972, visto que demanda uma análise sobre se os documentos, anexados ao Recurso Voluntário, constituem a necessária prova de certeza e de liquidez do crédito. Isto posto, voto pela conversão do julgamento em diligência, solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), oriundo do Fl. 98DF CARF MF Processo nº 13227.900593/200869 Resolução nº 1201000.568 S1C2T1 Fl. 9 8 pagamento a maior de estimativa mensal, referente ao anocalendário de 2002, que totalizaram R$ 3.551,63. Finalizada esta diligência, ressalvo a necessidade de promover a ciência do contribuinte sobre o "Relatório Conclusivo", fixando o prazo de 30 (trinta) dias para sua manifestação, antes do retorno dos autos para novo julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por converter o julgamento em diligência, solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), oriundo do pagamento a maior de estimativa mensal, referente ao anocalendário de 2002, que totalizaram R$ 3.551,63. Finalizada esta diligência, ressalvo a necessidade de promover a ciência do contribuinte sobre o "Relatório Conclusivo", fixando o prazo de 30 (trinta) dias para sua manifestação, antes do retorno dos autos para novo julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). Isto posto, voto pela conversão do julgamento em diligência, solicitando o retorno dos autos à unidade de origem, a fim de que emita um relatório sobre as informações e os documentos anexados ao Recurso Voluntário, por fim, opinando pela existência do crédito de Contribuição Social sobre o Lucro Liquido(CSLL), oriundo do pagamento a maior de estimativa mensal, referente ao Período de Apuração de 30/11/2003 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator do processo paradigma. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.905417/2016-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3401-001.728
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação.
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo.
Relatório
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.905417/2016-21
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5973379
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3401-001.728
nome_arquivo_s : Decisao_10880905417201621.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10880905417201621_5973379.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação. Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo. Relatório
dt_sessao_tdt : Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2019
id : 7656441
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:53 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051660929990656
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1905; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.905417/201621 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.728 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 29 de janeiro de 2019 Assunto PIS/COFINS Recorrente INTERCEMENT BRASIL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB, ateste, conclusivamente, se a DCTF retificadora foi retida para análise, se existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora, qual a situação de tal processo e a fundamentação da não aceitação, e se houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos ou apresentar documentação. Rosaldo Trevisan Presidente e Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (presidente), Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antônio Souza Soares, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado). Ausente, momentaneamente, o conselheiro Rodolfo Tsuboi (suplente convocado). Ausente conselheiro Cássio Schappo. Relatório Trata o presente processo de recurso voluntário contra o indeferimento de manifestação de inconformidade postulada ante o não reconhecimento integral da compensação pleiteada pela recorrente. Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, onde esclarece, inicialmente, que é pessoa jurídica de direito privado que tem por atividade principal a produção e comercialização de calcário, seus derivados e correlatos, em todas as modalidades, especialmente cimento. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 05 41 7/ 20 16 -2 1 Fl. 265DF CARF MF Processo nº 10880.905417/201621 Resolução nº 3401001.728 S3C4T1 Fl. 3 2 Informa que após o fechamento contábil do período de apuração em tela e a regular transmissão de sua DCTF, ao revisar seus procedimentos verificou que os valores a título de incentivos fiscais estaduais estavam sendo lançados em contas contábeis incorretas, pois parte da subvenção recebida é destinada a custeio e parte a investimentos, o que impacta diretamente na base de cálculo das receitas tributáveis. Com isso, retificou as informações anteriormente prestadas na DCTF e no Dacon. Ressalta que, inobstante haver apresentado as retificadoras antes da transmissão do pedido de compensação, a autoridade fiscal não homologou a compensação pleiteada, e sem adentrar nos motivos da glosa. Diante disso, diz que acessou o ‘ecac’, obtendo o extrato da DCTF retificadora transmitida, verificando que não foi aceita pelo motivo: “Parcelado". Contudo, não há como ter certeza sobre essa informação ou sobre o real motivo do impedimento, já que não foi intimada a apresentar qualquer esclarecimento ou documentos complementares que comprovassem a composição de sua nova base de cálculo, o que torna clara a ofensa ao seu direito à ampla defesa e ao contraditório. A seguir, em itens específicos, fala da tempestividade da manifestação de inconformidade e “II. 2 da ausência de intimação quanto às supostas inconsistências nas DCTF´s retificadoras e da fundamentação genérica do despacho decisório nulidade”. Neste último, contesta a forma simplista em que se pautou o agente fiscal na emissão do despacho, sem sequer ter realizado qualquer fiscalização, que viesse esclarecer o motivo da não homologação. Repisa que não houve qualquer intimação para que pudesse prestar esclarecimentos quanto aos valores retificados na DCTF, embora essa declaração tenha sido submetida à análise, dado a informação de ‘parcelado’ mostrado pelo sistema. E isso, acredita, impactou diretamente na não homologação da Dcomp transmitida, pois se os valores declarados na obrigação acessória retificada não foram aceitos, conseqüentemente, o crédito pleiteado não poderia ser localizado pelo Fisco. Lembra que o Parecer Normativo COSIT nº 2, publicado em 01/09/2015, esclarece que para a DCTF retificadora produzir efeitos está sujeita à verificação e homologação pela Receita Federal, que pode intimar o contribuinte para comprovar as informações, mas isso não ocorreu no presente caso, impossibilitandoo de defenderse da real acusação que lhe foi imputada e apresentar justificativas concretas e documentos necessários. Por isso, sob pena de insanável nulidade, destaca que a decisão administrativa deve ser instruída com todas as provas que demonstrem claramente as alegações fiscais, cabendolhe integralmente o ônus probatório. Sob o título “III – do direito”, especificamente quanto à motivação da alteração dos valores informados em DCTF, esclarece que está regularmente habilitada no Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial MS – Forte Indústria, e que através da análise do ato concessório do incentivo verificase a intenção do subvencionador – Estado do Mato Grosso do Sul em destinar valores incentivados para investimento; a efetiva e específica aplicação da subvenção nos investimentos previstos para implantação ou expansão do empreendimento econômico projetado, bem como o fato de ser pessoa jurídica titular do empreendimento econômico. Citando a Solução de Consulta Cosit nº 365, de 17/12/2014, e o art. 443 do RIR/99 conclui que, no caso, a subvenção originária pode ser classificada como uma subvenção especial, pois é concedida por pessoa jurídica de direito público (Estado do Mato Grosso do Sul) a uma pessoa jurídica de direito privado (Defendente), tornando claro que sobre esses valores não há incidência do PIS e Cofins, além de outros tributos federais. Cita também Acórdão da DRJ Fortaleza, alegando que grande parte das Delegacias de Julgamento tem admitido a comprovação do pagamento a maior ou indevido unicamente por meio de DCTF retificadora, antes de o contribuinte ter sido notificado do Despacho Decisório. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 10880.905417/201621 Resolução nº 3401001.728 S3C4T1 Fl. 4 3 Por fim, pugna pela realização de diligência e/ou perícia, indicado perito e formulando quesitos que entende serem necessários para a comprovação do alegado, e pela posterior juntada de documentos. Regularmente cientificada do teor do acórdão de piso apresentou Recurso Voluntário onde alega: 1) nulidade por ausência de intimação quanto as supostas inconsistências nas DCTF´s retificadoras e da fundamentação genérica do despacho decisório; 2) inovação pela DRJ, já que a fiscalização em momento algum mencionou por qual motivo estava glosando o crédito pleiteado; 3) promoveu regularmente a retificação da DCTF e DACON antes da transmissão do PER/DCOMP; 4) o crédito tributário é legítimo. Programa Estadual de Desenvolvimento Industrial MSForte Indústria (Bodoquena/MS) – Concessão de Créditos Presumidos de ICMS e sua Exclusão da Base de Cálculo de PIS e COFINS. Subvenção para investimento. Apresenta prova da materialidade do direito creditório; 5) solicita diligência ou perícia para que comprove que todo o crédito glosado deve ser reconhecido. E solicita juntada posterior de documentação comprobatória. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401001.724, de 29 de janeiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.905413/201643, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3401001.724): "O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade por isso dele tomo conhecimento. Conforme se verifica pelo Despacho Decisório, a autoridade administrativa não homologou a compensação declarada, uma vez que o “VALOR ORIGINAL DO CRÉDITO INICIAL” informado na Dcomp, de R$ 241.017,64 e reconhecido R$ 226.319,77 Homologação parcial, correspondente ao Darf de PIS/PASEP NÃO CUMULATIVO (código 6912), recolhido em 25/03/2011, no valor de R$ 1.339.935,11, estava totalmente utilizado para quitação de débito da própria contribuinte, não restando, assim, crédito disponível para compensação pretendida. A recorrente informa que apurou em Fevereiro/2011 o PIS não cumulativo, no montante de R$ 1.158.756,63, tendo sido o montante de Fl. 267DF CARF MF Processo nº 10880.905417/201621 Resolução nº 3401001.728 S3C4T1 Fl. 5 4 R$ 1.113.615,34 pago através de DARF com código de recolhimento 6912, pois o restante estava suspenso por determinação judicial. O DARF apresentado como pagamento foi no valor de R$ 1.339.935,11 restando saldo de R$ 226.319,77 que utiliza para compensação em DCOMP. Revisando seus procedimentos fiscais retificou as informações prestadas à RFB (DCTF e DACON), pois verificou que os valores a título de incentivos fiscais estaduais estavam sendo lançados em contas contábeis incorretas, já que parte da subvenção recebida era destinada a custeio e parte a investimentos, o que impactou diretamente na base de cálculo das receitas tributáveis, sobre as quais incidiu tributos federais (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS). Após a retificação, o débito de PIS passou a ser de R$ 1.098.917,47, restando saldo de R$ 241.017,64, a ser utilizado para compensar débito de PIS cumulativo do período de apuração de fevereiro/2011 no valor total de R$ 181.142,54 e COFINS cumulativa, referente à competência de abril/2011, no valor de R$ 72.064,02. Restou controverso a parcela de R$ 14.699,97 originário da diferença entre o valor a pagar de PIS na DCTF original com o valor a pagar após a retificação, já que parte do valor foi reconhecido pelo fisco em despacho decisório. Relendo o despacho decisório verificase que a autoridade administrativa limitou a sua análise aos valores originalmente informados, não havendo análise das retificações efetuadas, apesar de terem sido efetuadas anteriormente ao despacho decisório. Entretanto existe no processo a informação sobre o extrato da DCTF em que informa que as retificadoras foram impedidas: Não há no processo o motivo porque as retificadoras não foram aceitas. A recorrente alega não ter sido intimada ou cientificada a respeito da não aceitação das retificadoras da DCTF. O artigo 10 da Instrução Normativa RFB nº 1599/2015, dispõe acerca do procedimento a ser tomado pelo Fisco quando a DCTF Fl. 268DF CARF MF Processo nº 10880.905417/201621 Resolução nº 3401001.728 S3C4T1 Fl. 6 5 for retida para análise, com base nos critérios internos da RFB, verbis: Art. 10. As DCTF retificadoras poderão ser retidas para análise com base na aplicação de parâmetros internos estabelecidos pela RFB. § 1º O sujeito passivo ou o responsável pelo envio da DCTF retida para análise será intimado a prestar esclarecimentos ou apresentar documentação comprobatória sobre as possíveis inconsistências ou indícios de irregularidade detectados na análise de que trata o caput. § 2º A intimação poderá ser efetuada de forma eletrônica, observada a legislação específica, prescindindo, neste caso, de assinatura. § 3º O não atendimento à intimação no prazo determinado ensejará a não homologação da retificação. Paira a dúvida se essa intimação ocorreu e por conseguinte se houve a não homologação pelo não atendimento à intimação, já que não existem esses documentos no processo. Para que não haja dúvidas a respeito do procedimento adotado pela unidade da RFB, que por certo segue os ditames das Instruções Normativas RFB, voto pela conversão do julgamento em diligência para que a unidade esclareça: 1) A DCTF retificadora, relativa ao período de 02/2011 foi retida para análise? 2) existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora? Qual a fundamentação da não aceitação? Qual a situação atual do processo? 3) houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos? Ou apresentar documentação? A unidade da RFB deverá juntar os documentos comprobatórios, e após deverá ser dado conhecimento ao contribuinte sobre o teor das informações prestadas e disponibilizado prazo para apresentar alegações pertinentes. Após o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento tendo em vista as informações prestadas." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade esclareça: Fl. 269DF CARF MF Processo nº 10880.905417/201621 Resolução nº 3401001.728 S3C4T1 Fl. 7 6 1) A DCTF retificadora, relativa ao período em discussão, foi retida para análise? 2) existe processo administrativo relativo a não aceitação da DCTF retificadora? Qual a fundamentação da não aceitação? Qual a situação atual do processo? 3) houve intimação ao sujeito passivo ou responsável para prestar esclarecimentos? Ou apresentar documentação? A unidade da RFB deverá juntar os documentos comprobatórios, e após deverá ser dado conhecimento ao contribuinte sobre o teor das informações prestadas e disponibilizado prazo para apresentar alegações pertinentes. Após o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento tendo em vista as informações prestadas." (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 270DF CARF MF
score : 1.0
