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Numero do processo: 10880.920501/2009-46
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 09/03/2006
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA.
A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comprová-lo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais.
Numero da decisão: 9303-006.948
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ÔNUS DA PROVA. Recorrente TIM CELULAR S.A. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 09/03/2006 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A apresentação de DCTF retificadora anteriormente à prolação do Despacho Decisório não é condição para a homologação das compensações. Contudo, a referida declaração não tem o condão de, por si só, comproválo. É do contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito pleiteado através de documentos contábeis e fiscais revestidos das formalidades legais. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 05 01 /2 00 9- 46 Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o acórdão nº 3803006.309, proferido pela Terceira Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que negou provimento ao recurso voluntário. O Contribuinte interpôs Recurso Especial suscitando divergência quanto ao entendimento da decisão recorrida de que a comprovação do erro, com a respectiva juntada de documentação comprobatória, após o despacho decisório que indeferiu a compensação, deve ser feita no momento da manifestação de inconformidade/impugnação. Visando comprovar o dissenso apresentou o acórdão de número 330201.406. O Recurso Especial do Contribuinte foi admitido, conforme despacho do Presidente da Terceira Câmara da Terceira Seção do CARF. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões defendendo o não provimento do recurso especial do contribuinte. É o relatório, em síntese. Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303006.937, de 13/06/2018, proferido no julgamento do processo 10880.679890/200919, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303006.937): "Da Admissibilidade O Recurso Especial do Contribuinte é tempestivo e, depreendendose da análise de seu cabimento, entendo pela admissibilidade integral do recurso conforme despacho fls. 273 a 275. Do Mérito A questão trazida a debate em Recurso Especial versa sobre o entendimento se a DCTF retificadora, após o despacho decisório comprova o direito creditório. Ou seja, a questão de mérito se restringe à certeza e liquidez do crédito. Segundo o despacho decisório eletrônico, cientificado pela contribuinte em 5/11/2009, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento declarado no PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos da contribuinte. Segundo o consta nos autos, a contribuinte limitase alegar a existência de erro de preenchimento, erro nos cálculos de apuração de tributo, erro no pagamento em DARF. Verificase também que a contribuinte apenas trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábilfiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. No caso dos autos, embora tenha sido apresentada a DCTF retificadora, a principal fundamentação do acórdão recorrido depreendese pela ausência de comprovação da certeza e liquidez dos créditos tributários, pela falta de apresentação de outros documentos fiscais e contábeis da empresa, que comprovaria seu direito creditório, conforme abaixo: (....) Conforme se verifica do relatório supra, a compensação declarada por meio de PER/DCOMP não foi homologada pela repartição de origem pelo fato de que o crédito pleiteado já se encontrava vinculado a outro débito da titularidade do Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 5 4 contribuinte, decisão essa mantida pela DRJ São Paulo I/SP, em razão da falta de comprovação do alegado erro ocorrido no preenchido da DCTF. Para se apreciarem pleitos da espécie, não basta que se alegue, em tese, o direito assegurado pela ordem jurídica, havendo necessidade de que os argumentos fáticos trazidos aos autos sejam demonstrados e comprovados, sob pena de total inviabilidade da apreciação do pedido No que tange ao material probatório do seu direito, o contribuinte trouxe aos autos apenas cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábil fiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. Nenhum documento, por mais precário que fosse, foi trazido aos autos para se comprovarem as remessas ao exterior de royalties pela cessão de direitos de uso de programas de computador, bem como pela contraprestação de serviços técnicos e administrativos. Nada há nos autos que demonstre esses fatos alegados pelo Recorrente. Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrasse em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do presente processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão à alegada violação do princípio. Quanto a esse tema, compartilho do entendimento exposto no voto trazido pela ilustre Conselheira Vanessa Marini Cecconello, no Acordão n.º 9303005.469, a qual peço licença para transcrever e, por se tratar de fatos similares, adoto seus fundamentos como minhas razões de decidir no presente processo: (...) a. Possibilidade de apreciação e deferimento do pedido de compensação independentemente da apresentação de DCTF retificadora A compensação de créditos decorrentes do pagamento indevido ou a maior é prevista no art. 74 da Lei nº 9.430, e regulamentada por meio da IN RFB nº 1.300/2012. Indispensável à homologação do pedido de compensação é a existência de crédito líquido e certo do Contribuinte, bem como esteja devidamente demonstrado nos autos do processo administrativo. No recurso especial, a Contribuinte insurgese face à não homologação de seu pedido de compensação, alegando ser dispensável a apresentação de DCTF retificadora para tanto. De fato, o crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nasce com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior. Portanto, a apresentação da DCTF retificadora não é requisito indispensável à homologação da compensação, mas a certeza e liquidez do indébito tributário deve restar comprovada por outros meios nos autos do processo administrativo. Nesse sentido, é o Parecer Cosit nº 02/2015, de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 6 5 “NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/nãohomologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Fl. 218DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 7 6 Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442. No caso dos autos, da fundamentação do acórdão recorrido depreendese ser este o entendimento explicitado naquela ocasião pelo Colegiado a quo, não tendo sido homologada a compensação, embora também não apresentada a DCTF retificadora, mas sim e principalmente pela ausência de comprovação da certeza e liquidez dos créditos tributários, por meio de outros documentos fiscais e contábeis da empresa. Por estas razões, não pode ser acolhido o pleito da Recorrente de serem homologadas as compensações. b. Ônus da prova para comprovação da certeza e liquidez do crédito Pelo princípio da verdade material, norteador do processo administrativo, o julgador tem o poderdever de buscar o esclarecimento dos fatos, adotando providências no sentido de conduzir o processo à busca da verdade real dos fatos. No entanto, o ônus de comprovar a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar é do contribuinte. O papel do julgador é, verificando estar minimamente comprovado nos autos o pleito do Sujeito Passivo, solicitar documentos complementares que possam formar a sua convicção, mas isso, repitase, de forma subsidiária à atividade probatória já desempenhada pelo contribuinte. Dentro do princípio da cooperação no processo, mudança significativa introduzida pelo Novo Código de Processo Civil, as partes envolvidas na lide podem solicitar provas e buscálas, sendo concebido o processo para todos os envolvidos, inclusive o juiz da causa. No entanto, não se pode interpretar referida diretriz como total transferência do ônus probatório. No caso em exame, com a manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, limitouse a contribuinte a juntar a DCTF e DACON, não trazendo quaisquer outros elementos de prova que comprovem a certeza e liquidez do crédito tributário. Portanto, nesse caso, não cabe se falar em ônus do julgador em solicitar providências complementares, pois sequer foram juntados documentos fiscais e contábeis, de sua posse, para início dessa comprovação. Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial do Sujeito Passivo. Vale ressaltar ainda, que aqui não estamos tratando de compensação não homologada pela falta da retificação da DCTF. Nestes casos, entendo que, quando esta é suprida pelo Contribuinte na apresentação da manifestação de inconformidade, constituindose em primeiro indício de prova da certeza e liquidez do crédito tributário, devendo então ensejar nova análise do pedido de compensação pela Autoridade Fiscal. Assim, nestes caso, mediante a apresentação da DCTF retificadora, que substitui a original, quando da apresentação da manifestação de inconformidade, cabível oportunizar ao Contribuinte a apresentação de provas quanto à certeza e liquidez do crédito tributário, por meio de documentos contábeis e fiscais. Ou seja, entendo que não há óbice, portanto, à apresentação da DCTF retificadora e sua aceitação após a prolação do despacho decisório. Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10880.920501/200946 Acórdão n.º 9303006.948 CSRFT3 Fl. 8 7 No entanto, apresentação de DCTF retificadora, por si só, não tem o condão de reverter a não homologação da compensação. No caso em exame, o Contribuinte limitouse a trazer aos autos apenas cópias de documentos societários, do despacho decisório, do PER/DCOMP, do comprovante de arrecadação e da DCTF retificadora transmitida em 2 de dezembro de 2009, após a ciência do despacho decisório, documentos esses insuficientes à plena comprovação do indébito reclamado, dado que desacompanhados de elementos da escrituração contábilfiscal e da documentação que a lastreia, estes, sim, consistentes em prova hábil e idônea. Nenhum documento, por mais precário que fosse, foi trazido aos autos para se comprovarem as remessas ao exterior de royalties pela cessão de direitos de uso de programas de computador, bem como pela contraprestação de serviços técnicos e administrativos. Diante do exposto, negase provimento ao Recurso Especial do Contribuinte." Ressaltese que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte também não juntou aos autos nenhum documento hábil a comprovar o direito creditório alegado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do contribuinte foi conhecido e, no mérito, o colegiado negoulhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 220DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10909.003124/2004-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002
PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO.
Comprovados nos autos que a atividade desempenhada pela recorrente trata-se de exportação de prestação se serviços, nos termos do art. 5º, II, da Lei nº 10.637/2002 e do art. 6º, II, da Lei nº 10.833/2003, o direito a restituição, compensação ou ressarcimento dos créditos verificados em face da exportação deve ser garantido ao contribuinte.
Numero da decisão: 3302-005.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães e Jorge Lima Abud que davam provimento parcial acompanhando o resultado da diligência. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pela conclusões entendendo pela necessidade de novo despacho decisório acerca do indeferimento do direito creditório, o que implicaria a homologação tácita das compensações.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinado digitalmente)
José Renato Pereira de Deus - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: JOSE RENATO PEREIRA DE DEUS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães e Jorge Lima Abud que davam provimento parcial acompanhando o resultado da diligência. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pela conclusões entendendo pela necessidade de novo despacho decisório acerca do indeferimento do direito creditório, o que implicaria a homologação tácita das compensações. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. Comprovados nos autos que a atividade desempenhada pela recorrente trata se de exportação de prestação se serviços, nos termos do art. 5º, II, da Lei nº 10.637/2002 e do art. 6º, II, da Lei nº 10.833/2003, o direito a restituição, compensação ou ressarcimento dos créditos verificados em face da exportação deve ser garantido ao contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães e Jorge Lima Abud que davam provimento parcial acompanhando o resultado da diligência. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pela conclusões entendendo pela necessidade de novo despacho decisório acerca do indeferimento do direito creditório, o que implicaria a homologação tácita das compensações. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Walker Araujo, Vinicius Guimarães AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 31 24 /2 00 4- 17 Fl. 945DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 3 2 (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad. Relatório Por bem retratar os fatos, reproduzse o relatório do acórdão nº 0715.754, da 4ª Turma da DRJ/FNS, de 17 de abril de 2009, vejamos: Trata o presente processo de Declaração de Compensação DCOMP, apresentada pela contribuinte com o fim de ver compensados débitos seus com créditos relativos à Contribuição para o Programa de Integração Social PIS (apurada no regime nãocumulativo), relativos ao mês de dezembro de 2002. Tais créditos referemse, pretensamente, a operações de exportação realizadas nos respectivos períodos de apuração. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal em Itajaí/SC pela não homologação das compensações (Parecer SARAC/DRF/ITJ n.° 005/2008, às folhas 220 a 224, e Despacho Decisório, à folha 1368), fazendoo com base na alegação de que em todas as notas fiscais de prestação de serviços apresentadas pela contribuinte para embasar a existência de seus créditos aparecem como tomadores dos serviços empresas residentes e domiciliadas no Brasil. Assim, como o inciso II do artigo 5.° da Lei n.° 10.637/2002 e o inciso II do artigo 6° da Lei n.° 10.833/2003 exigiriam, para a caracterização da exportação de serviços, que o tomador fosse residente e domiciliado no exterior, não estaria configurada a hipótese de exportação de serviços, o que prejudicaria a pretensão da contribuinte. Irresignada com a não homologação de suas compensações, encaminhou a contribuinte a manifestação de inconformidade às folhas 228 a 245, na qual explicita seu modus operandi e destaca o equívoco em que teria incorrido a DRF/Itajaí/SC ao deixar de considerar entendimento já pacificado mesmo em sede administrativa, de que "a intermediação de agente ou responsável, no Brasil, de empresa estrangeira tomadora de serviços portuários, por si só, não é suficiente para descaracterizar a operação como de exportação de serviços". Alega que a autoridade fiscal deixou de considerar "a forma pela qual se processam as prestações de serviços aos 'armadores' residentes e domiciliados no exterior (contratantes), representados no Brasil por outras pessoas jurídicas residentes e domiciliadas no Brasil (agentes/representantes), em perfeita consonância com regramento específico do Bacen Banco Central do Brasil". Afirma que na qualidade de operadora portuária, presta serviços de movimentação de cargas importadas e exportadas, ora a tomadores residentes e domiciliados no Brasil e ora a tomadores residentes e domiciliados no exterior (transportador/armador Fl. 946DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 4 3 internacional), sendo que os pagamentos relacionados a estes últimos contratantes são, em regra, realizados pelos agentes/representantes formalmente designados/constituídos do transportador estrangeiro, em moeda corrente nacional, conforme normas específicas do Bacen. Assim, defende a contribuinte que o ônus pelo serviço prestado recai sobre a pessoa jurídica domiciliada no exterior, e não sobre a pessoa jurídica que meramente a representa no país. Na seqüência, a contribuinte discorre sobre as regulamentações do Bacen acerca da matéria, com o fim de deixar enfatizados não apenas a regularidade das operações realizadas por agentes marítimos representantes de pessoas jurídicas estrangeiras no país, como também o fato de que tais operações não se descaracterizariam como "operações de comércio exterior", inclusive para fins tributários. Prossegue a contribuinte, analisando a legislação específica do PIS e da Cofins (artigo 5.° da Lei n.° 10.637/2002 e artigo 6.° da Lei n.° 10.833/2003, com as redações dadas pela Lei n.° 10.865/2004), para fins de demonstrar que as operações vinculadas ao crédito ora pleiteado atendem aos requisitos legais, quais sejam: representam serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior e os pagamentos que lhes são respectivos representam ingressos de divisas. Faz referência a contribuinte, ainda, a entendimentos da própria Receita Federal do Brasil, expressos em soluções de consulta, no sentido que a mera intermediação de agente ou representante, no Brasil, de empresa estrangeira tomadora de serviços portuários, por si só não é suficiente para descaracterizar a operação de exportação. O acórdão do qual foi extraído o relatório acima transcrito recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Compensação não Homologada Inconformada com a decisão acima a contribuinte interpôs o recurso voluntário, onde, em apertada síntese, detalha suas operações, que se enquadrariam como exportação de serviços e, portanto, fora do campo de incidência do PIS e da COFINS, discorre sobre a regulamentação específica editada pelo Banco Central do Brasil BACEN, pois por ser Fl. 947DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 5 4 o contratante estrangeiro que fica com o ônus pelo serviço prestado, ha necessariamente o ingresso de divisas no país, trazendo a fundamentação que dispões sobre a isenção das contribuições mencionadas quando a exportação de bens e serviços, transcreve diversas soluções de consulta que no seu entendimento, dizem respeito as mesmas operações que desempenha, requerendo ao final a total procedência de sua manifestação, revertendose o despacho decisório, deferindo o pedido de ressarcimento e, homologando as declarações de compensação vinculadas ao pedido de ressarcimento. Em sessão realizada em 08 de dezembro de 2010, a 3ª Turma Especial, da Terceira Seção de Julgamento, na resolução nº 3803000.073, restou observado que as notas fiscais trazidas aos autos demonstravam que os tomadores dos serviços teriam domicílio no exterior e, que tal fato comprovariam a entrada de dividas no país caracterizando a exportação de prestação se serviços. Resolveuse por tais razões, converter o processo em diligência para que a Delegacia de Receita Federal em Itajai procedesse da seguinte forma: a) intime a TECONVI para que apresente: a.l.) lista indicando o navio e o tomador correspondente a cada nota fiscal que a recorrente reputa estar vinculada a serviço prestado a residente e domiciliado no exterior; a.2) a documentação da viagem do navio correspondente a cada nota fiscal, especialmente os Bills of Landing, por meio da qual fique demonstrada a saída dos containeres, b) proceda à apuração do crédito da contribuinte, não importando se as saídas dos contenieres se deram cheios ou vazios (porquanto não se está a tratar aqui de exportação de mercadorias), dando ciência do resultado da diligência à contribuinte, na forma da legislação em vigor e, após, retornem os autos a este Conselho. Como decidido na resolução acima mencionada, o processo baixou em diligência, seguindose diversas intimações endereçadas à contribuinte recorrente que atendendoas, carreou aos autos diversos documentos e planilhas que teriam o condão de comprovar suas alegações. A conclusão da diligência nas folhas 866 e seguintes do eprocesso foi no seguinte sentido: 6 Conclusão 1) Confirmase que, no período sob diligência do 4º trimestre de 2002 até o 4º trimestre de 2005, com base na verificação por amostragem do confronto de notas fiscais com a documentação apresentada, como sites na Internet dos clientes, relatórios de conferência de capatazia, relatório de movimentação de navios do porto de Itajaí, houve efetiva prestação de serviços pelo interessado para tomadores com domicílio no exterior, consistentes com as respectivas notas fiscais. Fl. 948DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 6 5 2) Inexiste saldo credor de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep vinculado à receita de exportação em dezembro de 2002 para compensar com a declaração de compensação de fls. 02/03, protocolada em 12/11/2004, no valor de R$ 13.143,37. Cientificada da conclusão da diligência a contribuinte recorrente insurgiuse contra as novas conclusões, trazendo em sua manifestação razões já anteriormente expostas em peças de defesa outrora juntadas aos autos, trouxe novos argumentos como a suposta existência de vícios no processo administrativo, tendo em vista (i) o cumprimento o efetivo cumprimento das obrigações determinadas na resolução que resolveu pela diligência, ao contrário do alegado nas conclusões, (ii) impossibilidade de revisão de ofício do lançamento, (iv) decadência dos lançamentos dos anoscalendário 2002 a 2005, (iii) impossibilidade de alteração de critério jurídico de lançamento, e no mérito (v) pugnou pela legitimidade dos créditos de PIS e COFINS glosados pela fiscalização. Juntado ao processo a manifestação acima mencionada, os autos foram distribuídos a esse Conselheiro para relatar. É o relatório. Voto Conselheiro José Renato Pereira de Deus Relator. O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. I PRELIMINAR I.1 Do efetivo cumprimento das obrigações determinadas na resolução que resolveu pela diligência Alega a recorrente, indicando que tal digressão confundese com o cerne e mérito do processo, o seguinte: 30. Em suma, demonstrou a Requerente que efetivamente prestou serviços para pessoa jurídica residente e domiciliada no exterior, e, ainda, comprovou que o fato de existir um intermediador na nas operações realizadas com a linha marítima jamais desnaturaria prestação de serviços no exterior. Tanto foi feita essa prova que o próprio Sr. AuditorFiscal concluiu pela comprovação da prestação de serviços pela Requerente para tomadores com domicílio no exterior. 31. Pois bem. Cumpridas as determinações do E. CARF e comprovado que o serviço foi efetivamente prestado à pessoa jurídica residente e domiciliada no exterior o que legitima a apropriação dos créditos de PIS/COFINS , não há razão para qualquer outra análise ou justificativa de glosa de créditos por parte da fiscalização, tal como o fez o Sr. AuditorFiscal na sua conclusão. Fl. 949DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 7 6 32. Se a Requerente cumpriu à diligência determinada pelo CARF, não cabe, nessa fase processual administrativa, qualquer outra análise ou determinação por parte da Fiscalização. 33. Diante disso, é de rigor a manutenção dos créditos de PIS/COFINS apropriados pela Requerente. Em que pese a matéria tratada nesse momento se confundir com a questão meritória apresentada, tanto na manifestação de inconformidade, quanto no recurso voluntário, podemos observar dos documentos juntados desde o início da fiscalização, que a questão relacionada à exportação ou não da prestação de serviços, já poderia ter sido solucionada, uma vez que, mesmo em parte, os documentos juntados pela contribuinte na época já demonstravam que se tratava de exportação de prestação de serviços. Dessa forma, analisados os documentos acostados aos autos, entendo que a contribuinte recorrente logrou êxito na comprovação dos serviços prestados no exterior e, por consequência, deve ser atendido o seu pleito. As demais "preliminares", apresentadas quando da manifestação da recorrente em face da informação fiscal que trouxe o resultado da diligência requerida pelo E. CARF, deixo de apreciálas, pois entendo que não dizem respeito ao recorrido acórdão da DRJ, que, apreciou tão somente a comprovação por parte da recorrente da efetiva exportação dos serviços. Ao analisar as demais questões apresentadas como preliminares, no sentir desse conselheiro, estarseia a suprimir instâncias, pois não foram matérias analisadas na decisão de piso, fato esse que poderia levar à anulação de decisão prolatada por essa Turma. Pois bem. Passase à análise do mérito. II Do Mérito Exportação de serviços Pessoa física ou jurídica domiciliada no exterior Segundo o entendimento da recorrente, exercendo a atividade de operadora portuária, presta serviços de movimentação de cargas importadas e exportadas, tanto para tomadores residente e domiciliados no Brasil como no exterior, sendo que os pagamentos relacionados a estes últimos contratantes são realizados em moeda corrente nacional, pelos agentes/representantes formalmente designados/constituídos do transportador estrangeiro, conforme normas específicas do Bacen, e que "a intermediação de agente ou responsável, no Brasil, de empresa estrangeira tomadora de serviços portuários, por si só, não é suficiente para descaracterizar a operação como de exportação de serviços". Nesse sentido, as atividades relacionadas a exportação de serviços lhe dariam o direito de restituir ou compensar créditos oriundos de tal operação, nos termos disciplinados pela Lei nº 10.637/2002, art. 5º, II, e pela Lei nº 10.833/2003, art. 6º, II, a seguir transcritos: Lei nº 10.637/2002 Art. 5o A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (...) Fl. 950DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 8 7 II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) Lei nº 10.833/2003 Art. 6o A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (...) II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) Pois bem. É certo que na hipótese de pedido formulado pelo contribuinte, alegando direito a ressarcimento/compensação de crédito que lhe é garantido por lei, cabe a ele, contribuinte, a prova de seu alegado direito, trazendo os documentos necessários para tanto. No caso em tela, a DRJ, analisando a manifestação de inconformidade da contribuinte recorrente, em que pese entender que a atividade desempenhada pode ser considerada como exportação de serviços e ser perfeitamente possível a existência de créditos na forma pleiteada, considerou que os documentos trazidos aos autos não teriam o condão de comprovar as condições exigidas por lei para tanto, notadamente no que diz respeito à comprovação de entrada de divisas no território nacional. Como bem demonstrado na Resolução nº 3803000.075 pelo I. Conselheiro relator, a atividade desempenhada pela recorrente, operação de terminal de cargas portuárias, usualmente se materializa da seguinte forma: É usual a existência de contrato do armador estrangeiro com certas empresas movimentadoras de contêineres, com preços previamente dessa forma pactuados. Não havendo tal contrato, o armador servese de seu representante no Brasil, um agente portuário, para contratar serviço a serviço, além de cuidar de outros trâmites administrativos pertinentes ao embarque ou desembarque de cargas. Nesta última hipótese, o armador consulta o seu agente acerca do preço da movimentação de certa quantidade de contêineres. Orçada a despesa, o armador efetua a transferência do valor desta e das demais despesas referentes à operação. O contrato de câmbio é feito em nome do agente, sem especificações em seu conteúdo quanto ao destino específico de cada parte dos recursos. Da descrição acima, concluise uma vez configurado que as despesas efetuadas pelo agente são feitas em nome do tomador do serviço, o armador estrangeiro que haverá ingresso de divisas para o Brasil. A própria DRJ, no acórdão recorrido, reconhece a legitimidade da intermediação de agente agindo em nome do tomador de serviços residente e domiciliado no Fl. 951DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 9 8 exterior, bem como a possibilidade de o pagamento ser feito em reais, relatando ainda a possível existência dos créditos utilizados na compensação realizada pela recorrente, contudo concluindo pela sua impossibilidade, uma vez não comprovado o ingresso de divisas no País. Segundo o I. Relator da resolução já mencionada, os documentos trazidos aos autos pela recorrente, ainda que em amostra aleatória, demonstrariam a entrada de dicisas no País, observese: Em visão sobre amostra aleatória de notas fiscais, é possível observar que na maioria delas os tomadores tem domicílio no exterior. Notese, também, que no campo ''observações" destas consta o nome do navio receptor/entregador da carga. Ao nome do navio, tendo em mira a data da nota fiscal, são regularmente vinculados conhecimento de transporte, número da viagem e Bills of Landing (BL) a indicar o destino da mercadoria embarcada, documento este que, uma vez assinado pelo comandante do navio, tornase atestado a confirmar a saída da carga do País. E cópias destes documentos ficam em poder do agente representante dos armadores estrangeiros. Há, inequivocamente, entrada de divisas não só na hipótese acima, sendo indiferente se os containeres encontramse cheios ou vazios (de regresso para o país estrangeiro), mas também nos serviços prestados no desembarque de cargas, no caso de importação de produtos.(grifos não originais) Seguindo o entendimento acima transcrito, o julgamento foi convertido em diligência para que a DRF de Itajaí, tomasse as seguintes providências: a) intime a TECONVI para que apresente: a.l.) lista indicando o navio e o tomador correspondente a cada nota fiscal que a recorrente reputa estar vinculada a serviço prestado a residente e domiciliado no exterior; a.2) a documentação da viagem do navio correspondente a cada nota fiscal, especialmente os Bills ofLanding, por meio da qual fique demonstrada a saída dos containeres, b) proceda à apuração do crédito da contribuinte, não importando se as saídas dos contenieres se deram cheios ou vazios (porquanto não se está a tratar aqui de exportação de mercadorias), dando ciência do resultado da diligência à contribuinte, na forma da legislação em vigor e, após, retornem os autos a este Conselho. A diligência foi realizada, sendo precedida de várias intimações endereçadas à recorrente, com o fito de serem apresentados os documentos solicitados na resolução. Conforme dito no tópico relacionado à preliminar, referidas intimações foram atendidas e os documentos solicitados entregues, não sendo possível a apresentação daqueles que são de uso exclusivo das empresas responsáveis pelas viagens dos navios, os quais não ficam na sua posse, e por tal razão não foram apresentados. Fl. 952DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 10 9 A informação fiscal que trouxe as conclusões sobre a matéria debatida os presentes autos, após o cumprimento da diligência determinada na resolução nº 3803000.075, apontou em primeiro lugar que: 6 Conclusão 1) Confirmase que, no período sob diligência do 4º trimestre de 2002 até o 4º trimestre de 2005, com base na verificação por amostragem do confronto de notas fiscais com a documentação apresentada, como sites na Internet dos clientes, relatórios de conferência de capatazia, relatório de movimentação de navios do porto de Itajaí, houve efetiva prestação de serviços pelo interessado para tomadores com domicílio no exterior, consistentes com as respectivas notas fiscais. Desta forma, esta convalidada toda a tese esposada pela recorrente desde suas primeira intervenções realizadas no presente feito, bem como os apontamentos feitos pelo I. Relator da resolução que determinou a diligência a que se chegou à conclusão de que a atividade representada pelas notas fiscais trazidas aos autos, que geraram os créditos que se pretende compensar, caracterizamse como exportação de serviços. Noutro giro, a segunda parte da conclusão da informação fiscal, resposta da diligência, trouxe a seguinte informação: 2) Inexiste saldo credor de crédito da Contribuição para o PIS/Pasep vinculado à receita de exportação nos meses do período para compensar com as declarações de compensação de fls. 272/273 (R$ 13.026,60 crédito de abril), 252/253 (R$ 19.446,50 crédito de maio) e 262/263 (R$ 17.613,76 crédito de junho) protocoladas em 12/11/2004. Pois bem. Em que pese a conclusão apontar para a inexistência de suposto crédito ter sido tomada com base em documentos trazidos pela recorrente, atendendo as intimações ocorridas durante a diligência determinada em resolução proferida pelo E. CARF, referida questão somente foi trazida aos autos quando da referida decisão, vale dizer, em nenhum momento do processo, até então, a recorrente se defendeu ou trouxe informações sobre os créditos. Observese: desde o parecer que culminou com o despacho decisório indeferindo o ressarcimento do crédito e não homologação das compensações apresentadas pela recorrente, até o r. acórdão da DRJ que chancelou as razões desses, a acusação seria de que as atividades representadas pelas notas fiscais apresentadas não se caracterizariam como exportação de serviços e, portanto, impossível a obtenção do crédito pretendido. E dessa acusação a recorrente se defendeu, trazendo aos autos documentos e apontamento de legislação e normas do Bacen, que demonstraram de forma satisfatória ser sua atividade caracterizada como exportação de serviços e, como tal, passível de gerar os créditos pleiteados e garantir as compensações informadas. Em nenhum momento, frisase, até a chegada da decisão prolatada em resolução, foi discutida a apuração do crédito requerido e sim, simplesmente, a sua existência e a possibilidade de ser compensado e desses fatos e apontamentos é que se insurgiu a recorrente. Fl. 953DF CARF MF Processo nº 10909.003124/200417 Acórdão n.º 3302005.556 S3C3T2 Fl. 11 10 A persistir o entendimento esposado na segunda parte das conclusões trazidas pela informação fiscal, resultado da diligência determinada em resolução, no entender desse conselheiro, estarseia suprimindo instâncias, acolhendo decisão que não foi objeto de deliberação na decisão de piso, muito menos do despacho decisório que indeferiu o ressarcimento e não homologou a compensação informada pela recorrente, por essa razão, dessa parte da diligência não se toma conhecimento. Caso, hipoteticamente, fosse mantida a conclusão da diligência, poderíamos falar até em mudança do critério jurídico, pois num primeiro momento temos a glosa dos créditos por não ter a contribuinte comprovado a existência efetiva da exportação de prestação de serviços. No momento seguinte, afirmase comprovada a exportação, contudo, a modificação do fundamento do despacho decisório perpetrado pela Delegacia de Julgamento. Realmente, em que pese, supostamente, haver fundamentos válidos para a glosas dos créditos, a troca deste por aquele, no meu sentir, demonstra a modificação dos critérios jurídicos para a manutenção da cobrança. Assim, começa a contribuinte defendendose de uma cobrança de crédito porque não teria efetivamente comprovado a existência da operação que daria sustentação aos créditos, logo após, entende a Delegacia de julgamento pela existência da exportação dos serviços, contudo, mantém a cobrança por falta de comprovação da entrada de divisas, no terceiro momento, a cobrança já não é mais mantida em sua totalidade, pois verificouse, de uma vez por todas, a existência da exportação de serviços que ensejariam o crédito, no entanto, mantendo a glosa de outros créditos, dos quais não se defendeu a contribuinte. Por tais razões, acolho as razões trazidas no recurso voluntário e não tomo conhecimento da segunda parte da conclusão da diligência determinada em resolução. II Conclusão Por todo o acima exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, dandolhe integral provimento. É como voto. (assinado digitalmente) José Renato Pereira de Deus Relator Fl. 954DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.000823/2007-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Tendo sido caracterizada omissão no acórdão embargado, ela deve ser suprida pelos embargos de declaração.
PIS/COFINS. FRETE. OPERAÇÃO DE VENDA. CRÉDITO. POSSIBILIDADE.
Do valor apurado para as contribuições de PIS/Cofins a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação ao frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor.
Embargos acolhidos na parte conhecida
Direito creditório reconhecido em parte
Numero da decisão: 3402-005.295
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte os Embargos de Declaração e, na parte conhecida, dar-lhe efeitos infringentes para integrar a decisão quanto à apreciação das alegações relativas ao frete na operação de venda, dando provimento parcial ao Recurso Voluntário nessa parte para reverter as glosas dos fretes relativos aos Conhecimentos de Transporte nºs 23690 (fl. 1574) e 215 (fl. 1580).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado).
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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OMISSÃO. Tendo sido caracterizada omissão no acórdão embargado, ela deve ser suprida pelos embargos de declaração. PIS/COFINS. FRETE. OPERAÇÃO DE VENDA. CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Do valor apurado para as contribuições de PIS/Cofins a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação ao frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor. Embargos acolhidos na parte conhecida Direito creditório reconhecido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte os Embargos de Declaração e, na parte conhecida, darlhe efeitos infringentes para integrar a decisão quanto à apreciação das alegações relativas ao frete na operação de venda, dando provimento parcial ao Recurso Voluntário nessa parte para reverter as glosas dos fretes relativos aos Conhecimentos de Transporte nºs 23690 (fl. 1574) e 215 (fl. 1580). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 08 23 /2 00 7- 41 Fl. 1759DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado). Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela COOPERATIVA CENTRAL AURORA ALIMENTOS em 04/09/2017 em face do Acórdão nº 3402003.098 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária. Sustenta a embargante que teria ocorrido omissões no Acórdão embargado, requerendo que elas sejam suprimidas, apreciandose: a) O pedido contido no recurso voluntário acerca da necessidade de reconhecimento do direito de crédito em relação às despesas relativas a transporte de produtos acabados entre o estabelecimento do produtor e o do adquirente (frete na operação de venda), no valor de R$ 6.351.227,85; e b) O Laudo Técnico juntado aos autos, firmado por Engenheiro em Segurança no Trabalho Corporativo, e que atestou que as meias são utilizadas como equipamentos de proteção dos membros inferiores e tem como finalidade a proteção dos membros inferiores contra os efeitos das baixas temperaturas. Os embargos foram admitidos parcialmente pelo então Presidente deste Colegiado, no que concerne à apreciação da matéria atinente aos fretes nas operações de venda, nos seguintes termos: 1 Omissão Quanto ao direito ao creditamento sobre o despendido com o transporte de produtos acabados em operação de venda, o voto condutor da decisão dedicoulhe capítulo específico, fls. 1.670 a 1.672, revertendo glosas referentes às despesas de armazenagem, montantes a R$ 375.525,66. Quanto aos fretes, o voto embargado, louvandose no relatório da diligência fiscal, manteve integralmente as glosas, enfatizando que, “...conforme informado pela própria recorrente na diligência os fretes são de produtos acabados, sobre os quais a contribuinte pretendia o creditamento como uma etapa da operação de venda (item "ii" acima), o que não pode prosperar.” O transporte de produto acabado entre os estabelecimentos da recorrente ou até determinado ponto para comercialização ou exportação, depois de concluído o processo produtivo, que não se refere ao transporte do produto vendido entre o estabelecimento do produtor e o do adquirente (frete na operação de venda), não se enquadra em qualquer dessas hipóteses permissivas de creditamento acima mencionadas. Nesse sentido, já foi decidido no Acórdão n 3403001.556, Rel. Cons. Marcos Tranchesi Ortiz, unânime, sessão de 25 de abril de 2012. No caso, tratase de serviço anterior ao frete na operação de venda, que o viabiliza, podendo ser caracterizado como uma despesa com vendas, para a qual não há previsão legal de creditamento. Por outro lado, compulsando o recurso voluntário (fls. 1.308 a 1.331), constato que o recorrente fez expressa referência fretes nas operações de venda, nos seguintes termos (fls. 1.320, sublinhei): Os documentos acostados infirmam alegação da autoridade fiscal, ou seja, os serviços de transporte glosados não dizem respeito a transferência entre estabelecimentos. São fretes sobre vendas à clientes; fretes entre o estabelecimento Fl. 1760DF CARF MF Processo nº 10925.000823/200741 Acórdão n.º 3402005.295 S3C4T2 Fl. 1.760 3 produtor para outro estabelecimento produtor da mesma empresa e frete entre estabelecimento de produtor para estabelecimento comercial. Aliás, o Relatório da Diligência Fiscal, ao menos em tese, reconhece direito ao creditamento com base no inc. IX do art. 3º da Lei de Regência (fls. 1.641 e 1.642). O ponto merece esclarecimento pelo Colegiado. A omissão quanto ao laudo que atestaria que as meias são EPI’s é improcedente. As provas produzidas pela parte, como um todo, foram percucientemente observadas e realçados os elementos de coerente convicção exsurgidos do crivo probatório. Ainda que assim não fosse, eventual má apreciação das provas não há de ser discutida em sede de embargos declaratórios. Para que se volte à análise do que ficou decidido, é necessária a existência de omissão, obscuridade ou contradição no julgado e, no caso vertente, não se cogita de qualquer dos vícios supramencionados, mas, de mero inconformismo da parte, nada havendo a declarar ou suprir, esgotandose, ainda aqui, toda e qualquer alegação com base nas matérias previstas legalmente para amparar este tipo de apelo, eis que, inexistente, in thesis, error in judicando, não havendo se falar de retificação alguma que necessita ser feita. Tendo sido intimada a Fazenda Nacional para manifestação em face dos embargos opostos pela contribuinte, ela requereu o prosseguimento do feito. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma, e poderão ser opostos, mediante petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão. Os embargos atendem aos requisitos de admissibilidade, conforme já analisado no despacho do Presidente desta Turma, e deles se toma conhecimento parcial, relativamente à omissão apontada quanto à apreciação da matéria atinente aos fretes nas operações de venda. Na diligência, a recorrente informou que sob a rubrica "Armazenagem e Frete na Venda", no valor total de R$ 13.232.008,38, "R$ 375.525,66 se referem a despesas com armazenagem de produto final para venda; R$ 6.351.227,85 correspondem a transporte de produtos acabados em operação de venda; e, R$ 6.505.254,87 a transporte de produtos acabados entre estabelecimentos para venda (frete transferência)". Acrescentou ainda a recorrente que: O transporte de produto acabados entre estabelecimentos é contabilizado na conta de estoque 12319, do estabelecimento destinatário. Posteriormente, quando ocorre a efetiva operação de venda do produto, este valor do frete fará parte do custo da mercadoria vendida. Os gastos com frete na operação entre estabelecimentos são imprescindíveis para a efetivação da venda dos produtos fabricados pela recorrente e agregam o Fl. 1761DF CARF MF 4 custo do próprio produto. É que a empresa comercializa a sua produção em todo território nacional, porém, as suas unidades industriais estão localizadas nos Estados do RS, SC e MS, que transferem a sua produção para os estabelecimentos comerciais localizados nos Estados do PR, SP, RJ, MG, PE e DF. Portanto, os gastos com frete para transferência da produção das unidades industriais para comercialização pelas unidades comerciais agrega o custo do produto, revestindo a característica de insumo ou serviço utilizado na fabricação de produtos destinados a venda. Todos os valores acima estão relacionados por documento em planilhas auxiliares, que seguem em anexo. Juntamente disponibilizamos cópias de notas fiscais das despesas com armazenagem, frete e sua respectiva nota fiscal na operação de transporte de produto entre estabelecimentos e frete e sua nota fiscal na operação de transporte de produto final para venda. (Vide Documentos no Anexo IV). No acórdão embargado, decidiuse por afastar a glosa relativa a armazenagem, mas restaram mantidas as glosas relativas aos fretes, nos seguintes termos: Intimado na diligência, a recorrente informou, e a fiscalização não contraditou, sobre os fretes que: (...) Em relação ao frete informamos que do valor total de R$ 13.232.008,38 glosado no 4° trimestre de 2005, R$ 375.525,66 se referem a despesas com armazenagem de produto final para venda; R$ 6.351.227,85 correspondem a transporte de produtos acabados em operação de venda; e R$ 6.505.254,87 a transporte de produtos acabados entre estabelecimentos para venda (frete transferência). (...) Assim, afasto uma parte da glosa relativa à ARMAZENAGEM DE MERCADORIAS E FRETE NA OPERAÇÃO DE VENDA para reconhecer o direito creditório das despesas de armazenagem, no valor de R$ 375.525,66. No que concerne ao serviço de transporte, as leis de regência permitem o creditamento das contribuições não cumulativas i) sobre o frete pago quando o serviço de transporte quando utilizado como insumo na prestação de serviço ou na produção de um bem destinado à venda, com base no inciso II do art. 3° das Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03; e ii) sobre o frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor, conforme os arts. 3º, IX e 15, II da Lei n° 10.833/03. A construção jurisprudencial admite também a tomada de créditos sobre despesas com iii) fretes pagos a pessoas jurídicas quando o custo do serviço, suportado pelo adquirente, é apropriado ao custo de aquisição de um bem utilizado como insumo ou de um bem para revenda; bem como sobre despesas com iv) fretes pagos a pessoa jurídica para transporte de insumos ou produtos inacabados entre estabelecimentos, dentro do contexto do processo produtivo da pessoa jurídica. Assim, neste caso concreto, somente se vislumbraria o creditamento dos fretes entre os estabelecimentos da recorrente (item "iv" acima) se fossem de insumos ou produtos inacabados, mas conforme informado pela própria recorrente na diligência os fretes são de produtos acabados, sobre os quais a contribuinte pretendia o creditamento como uma etapa da operação de venda (item "ii" acima), o que não pode prosperar. O transporte de produto acabado entre os estabelecimentos da recorrente ou até determinado ponto para comercialização ou exportação, depois de concluído o processo produtivo, que não se refere ao transporte do produto vendido entre o estabelecimento do produtor e o do adquirente (frete na operação de venda), não se enquadra em qualquer dessas hipóteses permissivas de creditamento acima mencionadas. Nesse sentido, já foi decidido no Acórdão nº 3403001.556, Rel. Cons. Marcos Tranchesi Ortiz, unânime, sessão de 25 de abril de 2012. No caso, tratase de serviço anterior ao frete na operação de venda, que o viabiliza, podendo Fl. 1762DF CARF MF Processo nº 10925.000823/200741 Acórdão n.º 3402005.295 S3C4T2 Fl. 1.761 5 ser caracterizado como uma despesa com vendas, para a qual não há previsão legal de creditamento. Ocorreu que, na diligência, a recorrente separou os fretes sob duas rubricas "transporte de produtos acabados em operação de venda" e "transporte de produtos acabados entre estabelecimentos para venda (frete transferência)", mas o acórdão embargado tratou apenas do frete entre estabelecimentos. A questão demanda esclarecimento. Pela leitura do Termo de Verificação (fl. 769), depreendese que, relativamente às "Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete na Operação de Venda" da linha 7 do Dacon, foram glosadas apenas os "gastos com transporte de produtos nas transferência entre filias (ProduçãoVendas)", tendo sido mantidos os créditos relativos às operações de venda, nos termos do inciso IX do artigo 3° da Lei n° 10.833/2003. As glosas sobre frete e armazenagem constam no Anexo III ao Termo de Verificação (fls. 1004/1046). O demonstrativo abaixo mostra o montante total glosado: Na diligência, embora, relatando as informações fornecidas pela recorrente, de que, no montante glosado sob a rubrica Armazenagem e Frete na Venda, "47,99% corresponderiam a fretes sobre operações de venda de produtos acabados", a fiscalização pronunciouse apenas em tese sobre o direito ao crédito relativo ao frete, mas nada mencionou sobre a efetiva comprovação de que essa percentagem de operações se caracterizaria como frete na operação de venda, quando o ônus for suportado pelo vendedor, em conformidade com os arts. 3º, IX e 15, II da Lei n° 10.833/03. De outra parte, a recorrente, no recurso voluntário e na diligência, também não se deu ao trabalho articular a demonstração do seu direito no que concerne ao frete sobre operações de venda. Não se deve olvidar que incumbiria à recorrente demonstrar eventual elemento modificativo ou extintivo da decisão recorrida que manteve as glosas, as quais se fundaram no fato de que os fretes correspondentes seriam de transferência entre estabelecimentos. No caso, na hipótese de frete na operação de venda, para se contrapor adequadamente ao despacho decisório, poderia a recorrente, por exemplo, demonstrar, para cada operação de interesse, que ela não se trataria eventualmente de frete de transferência. Como já havia alertado a DRJ, "cumpre ao contribuinte vincular registros contábeis a documentos fiscais, estabelecendo com clareza a natureza das operações por eles instrumentadas, não lhe sendo lícito simplesmente juntar uma massa de documentos ao processo". Não obstante isso, dentro da busca do julgador pela verdade material, no que diz respeito à questão ora embargada, analisando os documentos juntados pela recorrente a título exemplificativo no Anexo IV da resposta à intimação na diligência (fl. 1560), observase que: No demonstrativo (fl. 1562) são mencionadas somente 3 operações relativas a fretes sobre vendas: Conhecimentos de Transporte nºs 13576, 215 e 23690, conforme abaixo: Fl. 1763DF CARF MF 6 O Conhecimento de Transporte nº 23690 (fl. 1574), emitido por Transportes Piovesan Ltda, faz referência ao frete de mercadorias objeto das notas fiscais nºs 2184 a 2212. Foram anexadas cópias apenas das notas fiscais de vendas nºs 2.200 e 2.210 (fls. 1575/1576), que comprovam o transporte pela emissora do referido Conhecimento. O Conhecimento nº 13576 (fl. 1577), emitido por Fergral Ferragem Gral Ltda, referese ao transporte de mercadorias objeto das notas fiscais nºs 1603 a 1609. Foram anexadas cópias das notas fiscais de transferência nºs 1603 e 1696 (fls. 1578/1579) da Unidade em Colombo/PR para Recife/PE com frete por conta do destinatário. Já o Conhecimento de Transporte nº 215 (fl. 1580), emitido por Noeli Terezinha Dall Igna Bordignon ME, está relacionado às notas fiscais de vendas nºs 1740 a 1746. A recorrente anexou cópias das notas fiscais de vendas nºs 1740 e 1744, que comprova o transporte pela empresa emitente do Conhecimento de Transporte. Dessa forma, quanto ao Conhecimento de Transporte nº 13576, a recorrente, que apenas juntou notas fiscais de transferência (entre suas Unidades) associadas ao referido Conhecimento de Transporte, não logrou êxito em comprovar que se tratariam de frete na operação de venda. Relativamente aos Conhecimentos de Transporte nºs 23690 (fl. 1574) e 215 (fl. 1580), embora a recorrente não tenha apresentado todas as notas fiscais correspondentes, entendo que a prova juntada já é suficiente para tornar insubsistente as correspondentes glosas da fiscalização, baseadas no fato de que o frete seria de transferência entre Unidades da empresa. Assim, voto no sentido de conhecer em parte os Embargos de Declaração, relativamente à omissão apontada quanto à apreciação da matéria atinente aos fretes nas operações de venda, e, na parte conhecida, acolhêlos para suprir a omissão apontada pela embargante com a apreciação das alegações do recurso voluntário quanto ao frete na operação de venda, dando provimento parcial ao recurso voluntário nessa parte para reverter somente as glosas relativas aos fretes relativos aos Conhecimentos de Transporte nºs 23690 (fl. 1574) e 215 (fl. 1580). (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Fl. 1764DF CARF MF Processo nº 10925.000823/200741 Acórdão n.º 3402005.295 S3C4T2 Fl. 1.762 7 Fl. 1765DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.914259/2012-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/03/2005 a 31/03/2005
RESTITUIÇÃO. REQUISITO.
O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 3201-003.879
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/03/2005 a 31/03/2005 RESTITUIÇÃO. REQUISITO. O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório METROBENS AUTOMÓVEIS LTDA. apresentou pedido eletrônico de restituição de crédito da contribuição (Cofins/PIS), pedido esse que restou indeferido pela repartição de origem em razão do fato de que o pagamento informado pelo pleiteante já havia sido utilizado para quitação de outros débitos de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 42 59 /2 01 2- 49 Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.914259/201249 Acórdão n.º 3201003.879 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reavaliação do despacho decisório, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) o direito creditório pleiteado se refere a pagamento a maior da contribuição (PIS/Cofins) decorrente da inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo; b) a contribuição (PIS/Cofins) incide sobre o faturamento mensal que corresponde à receita bruta da venda de mercadorias e/ou serviços; c) a Lei nº 9.718/1998 extrapolou a previsão constitucional, instituindo as contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou da classificação contábil adotada, enquanto que o art. 195, I, "b", da Constituição Federal previa a instituição de contribuições sociais somente sobre o faturamento, o que não abrange o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por meio do acórdão nº 12 078.379, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, diante da não comprovação do crédito pleiteado. Irresignado, o contribuinte interpôs, no prazo legal, Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos de defesa, destacando a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição (PIS/Cofins), conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal proferida no dia 8 de outubro de 2014, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852/MG, que também reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE nº 574.706. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.778, de 20/06/2018, proferido no julgamento do processo 10980.912250/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.778): O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP por meio do qual requereu a restituição da Cofins apurada em novembro de 2006. Indeferido o pleito ao argumento de que o crédito vindicado estava integralmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.914259/201249 Acórdão n.º 3201003.879 S3C2T1 Fl. 4 3 a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual alegou, com fundamento em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, que o direito à restituição decorre do fato do pagamento a maior do PIS/Cofins, em face da inclusão, nas suas respectivas bases de cálculos, do ICMS estadual, argumento repetido no recurso voluntário, ora apreciado. A Recorrente, contudo, não se atentou para o fato – devidamente explicitado no acórdão recorrido – de que a razão para o indeferimento do pedido repousou na utilização integral do crédito para pagamento de débito da mesma contribuição. Noutras palavras, a Recorrente sequer apresentou, antes ou após a ciência do Despacho Decisório (na verdade, nada falou a respeito em suas defesas), DCTF retificadora para permitir a liberação do valor requerido, se fosse o caso, e a sua restituição em pecúnia ou a sua compensação com outros tributos. Ainda que eventualmente seja procedente o argumento que embasa o pedido (isso não significa que concordemos com a tese), a Administração Tributária não podia e não pode restituir valor já alocado para quitação de um tributo. Quem deve fazêlo é o próprio contribuinte, de ordinário antes de apresentar o pedido eletrônico de restituição. É como, aliás, entende a própria RFB, como indica o Parecer Normativo Cosit nº 2, de 28 de agosto de 2015: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10980.914259/201249 Acórdão n.º 3201003.879 S3C2T1 Fl. 5 4 objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Portanto, para que haja a possibilidade de restituição, o crédito respectivo deve estar liberado, mediante a entrega de DCTF retificadora, exceto quanto às hipóteses de impedimento à sua apresentação, não verificadas, aliás, no caso ora em exame, como, por exemplo, quando o saldo a pagar já tenha sido enviado à Procuradoria da Fazenda Nacional PFN para inscrição em Dívida Ativa. Não cabe, ademais, à RFB fazer a retificação de ofício. Como consignado nos fundamentos do referido PN, "enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014)". A situação aqui enfrentada é, como se percebe, diferente da que comumente se vê no Contencioso Administrativo, em que o interessado costuma apresentar DCTF retificadora, mas não apresenta, na manifestação de inconformidade, documentos contábeis/fiscais Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10980.914259/201249 Acórdão n.º 3201003.879 S3C2T1 Fl. 6 5 comprovando o erro cometido na original, ou os apresenta neste recurso, mas o só fato de a DCTF retificadora ter sido apresentada após a ciência do Despacho Decisório leva a DRJ a manter, por esse só motivo, o indeferimento do pedido de restituição. Não tendo sido apresentada DCTF retificadora, o crédito reclamado continua vinculado ao pagamento confessado na DCTF enviada à RFB, de modo que, nesse contexto, não há como restituílo. Contudo, não foi este o entendimento dos demais integrantes da Turma, que, muito embora também negando provimento ao recurso, fizeramno ao argumento de que não haveria provas do direito reclamado pela Recorrente (apenas apresentou planilha discriminando os valores pleiteados, mas nenhum documento fiscal ou contábil). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 54DF CARF MF
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Numero do processo: 10469.725077/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jul 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL DE RECEITA.
A classificação contábil das receitas de alugueis e luvas é determinada pelo objeto social da Empresa e não pelo gozo de benefício fiscal.
RECEITAS INTEGRANTES DE BENEFÍCIO DE REDUÇÃO SUDENE. LUCRO DA EXPLORAÇÃO.
As receitas que integram o benefício fiscal de redução SUDENE são as constantes dos respectivos atos concessórios que devem ter uma interpretação restritiva.
REDUÇÃO SUDENE. LIMITE DO BENEFÍCIO.
O benefício fiscal de redução SUDENE é limitado à produção descrita no instrumento de concessão.
MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO.
Deve ser afastado o lançamento de multa isolada no ano-calendário de 2006 quando lançada concomitantemente com a multa de ofício (Súmula nº 105 do CARF).
MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE.
Não fere a legislação o lançamento de multa isolada concomitantemente com multa de ofício, tampouco incide a súmula CARF nº 105 nestes lançamentos quando realizados em relação a fatos geradores a partir do ano-calendário de 2007, ante as alterações legislativas editadas.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009
JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
É legal a incidência de juros à taxa SELIC sobre os valores das multas de ofício.
Numero da decisão: 1302-002.850
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a receita de aluguéis e luvas da Receita Líquida Total para fins de cálculo do percentual do lucro da exploração, vencidos os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Maria Lucia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado; por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário com relação à inclusão das receitas de aluguéis e luvas como receitas incentivadas, vencidos os conselheiros Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Flávio Machado Vilhena Dias; por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso quanto à inclusão, na base do incentivo fiscal, das receitas decorrentes da produção acima dos limites incentivados; por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a multa isolada de estimativas de IRPJ do ano-calendário 2006, vencidos os conselheiros Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Gustavo Fonseca Guimarães e Flávio Machado Vilhena Dias, que votaram por dar provimento integral ao recurso neste ponto.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Cesar Candal Moreira Filho - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente) e Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado para impedimentos dos conselheiros), a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária.
Nome do relator: CARLOS CESAR CANDAL MOREIRA FILHO
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A classificação contábil das receitas de alugueis e luvas é determinada pelo objeto social da Empresa e não pelo gozo de benefício fiscal. RECEITAS INTEGRANTES DE BENEFÍCIO DE REDUÇÃO SUDENE. LUCRO DA EXPLORAÇÃO. As receitas que integram o benefício fiscal de redução SUDENE são as constantes dos respectivos atos concessórios que devem ter uma interpretação restritiva. REDUÇÃO SUDENE. LIMITE DO BENEFÍCIO. O benefício fiscal de redução SUDENE é limitado à produção descrita no instrumento de concessão. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO. Deve ser afastado o lançamento de multa isolada no anocalendário de 2006 quando lançada concomitantemente com a multa de ofício (Súmula nº 105 do CARF). MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. Não fere a legislação o lançamento de multa isolada concomitantemente com multa de ofício, tampouco incide a súmula CARF nº 105 nestes lançamentos quando realizados em relação a fatos geradores a partir do anocalendário de 2007, ante as alterações legislativas editadas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 72 50 77 /2 01 1- 11 Fl. 1774DF CARF MF 2 É legal a incidência de juros à taxa SELIC sobre os valores das multas de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a receita de aluguéis e luvas da Receita Líquida Total para fins de cálculo do percentual do lucro da exploração, vencidos os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Maria Lucia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado; por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário com relação à inclusão das receitas de aluguéis e luvas como receitas incentivadas, vencidos os conselheiros Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa e Flávio Machado Vilhena Dias; por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso quanto à inclusão, na base do incentivo fiscal, das receitas decorrentes da produção acima dos limites incentivados; por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a multa isolada de estimativas de IRPJ do anocalendário 2006, vencidos os conselheiros Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Gustavo Fonseca Guimarães e Flávio Machado Vilhena Dias, que votaram por dar provimento integral ao recurso neste ponto. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Cesar Candal Moreira Filho Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente) e Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado para impedimentos dos conselheiros), a fim de ser realizada a presente Sessão Ordinária. Relatório Adoto o relatório do acórdão recorrido por bem descrever os fatos: Tratam os autos de lançamentos de ofício de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e de multa isolada sobre a insuficiência de pagamento de estimativas mensais de IRPJ, consubstanciados no auto de infração às fl. 02 a 16, referentes aos anoscalendário 2006 a 2009, com crédito tributário total de R$ 29.662.184,84, assim composto: Fl. 1775DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.775 3 2. As infrações apuradas foram as seguintes: 2.1. dedução a maior no ajuste anual de valor relativo a isenção/redução do IRPJ para empresas instaladas na área da Sudene – lançamento de IRPJ – fatos geradores: 31/12/2006, 31/12/2007, 31/12/2008 e 31/12/2009; 2.2. dedução a maior no ajuste anual dos valores do imposto de renda mensal pago por estimativa – lançamento de IRPJ – fatos geradores: 31/12/2007 e 31/12/2009; 2.3. falta de pagamento do IRPJ incidente sobre base de cálculo estimada com base em balanços de suspensão ou redução – lançamento de multa isolada – fatos geradores mensais ocorridos entre 2006 e 2009; 3. Os fatos, constatações e descrições das infrações estão detalhados no Termo de Encerramento da Ação Fiscal às fl. 17 a 31, parte integrante do auto de infração, cujo teor é resumido a seguir: 3.1. é cediço que as receitas de operações alheias às atividades expressamente contempladas pelos atos concessivos não integram o lucro da exploração. Logo, no preenchimento da DIPJ, as receitas de aluguéis e luvas de imóveis (que não são incentivadas) devem ser informados na linha relativa a “Locação de Bens Móveis e Imóveis, para compor a receita líquida das atividades; 3.2. nos assentamentos contábeis da fiscalizada consta que foram auferidas receitas de atividades não incentivadas. Destas, as receitas de aluguéis de imóveis (Conta 73001), decorrentes de aluguel de imóvel à controlada Lojas Riachuelo S/A, e as receitas de direitos comercias (conta 73010002), decorrentes de luvas sobre imóveis alugados à controlada Midway Shopping Center Ltda, não integraram a receita líquida total, tendo sido lançadas como “outras receitas operacionais” na apuração do lucro operacional; 3.3. as receitas decorrentes de luvas mencionadas acima recebidas em 2006 foram declaradas corretamente na linha 06 da Ficha 06A da DIPJ, como “Receita da Locação de Bens Móveis e Imóveis”, compondo a receita líquido total. Em relação aos imóveis locados à Midway, o sujeito passivo também recebeu valores a título de aluguel, que integraram corretamente a receita líquida total. Então, a fiscalizada, ora alocou as receitas de aluguéis e luvas à receita líquida total, ora às receitas operacionais; 3.4. o fato das receitas de atividade da empresa relatadas no parágrafo 3.1. acima, habituais e relevantes, terem sido consideradas como outras receitas operacionais, reduziu indevidamente o valor da receita líquida total. Isto não implicou em alteração do lucro líquido, mas acarretou uma apuração a maior do lucro da exploração das atividades incentivadas (Ficha 08 – Demonstração do Lucro da Exploração), aumentando o Fl. 1776DF CARF MF 4 resultado do incentivo fiscal (Ficha 10 – Cálculo da Isenção e Redução do Imposto sobre o Lucro Real) e, por conseguinte, dedução a maior do que o devido do imposto devido no ajuste anual. 3.5. além disso, a fiscalizada auferiu receitas de venda de bens de sua produção, objeto de isenção e redução conforme atos concessórios, em montantes superiores às capacidades incentivadas. Estes excedentes não gozam dos benefícios de isenção/redução, devendo compor a receita líquida total do período. Como conseqüência disso, houve uma dedução a maior indevida a título de incentivo. 3.6. a apuração do lucro da exploração das atividades incentivadas foi feita com base na proporção que a receita líquida de cada atividade representa em relação à receita líquida total, haja vista que a contabilidade da fiscalizada não oferecia condições para apuração do lucro por atividade. O contribuinte adotou também esta forma de apuração conforme se verifica nas DIPJ apresentadas; 3.7. essas duas infrações acarretaram a glosa de parte da dedução a título de isenção/redução no ajuste anual, bem assim a verificação de falta de pagamento do IRPJ mensal por estimativa, vez que interferiram nos resultados mensais estimados, razão pela qual foi exigida multa isolada de 50% sobre o valor não recolhido; 3.8. outra irregularidade foi verificada no preenchimento da linha 17 (“Imp. de Renda Mensal Pago por Estimativa”) da ficha 12A das DIPJ referentes aos anoscalendário 2007 e 2009. Os valores deduzidos foram superiores aos apurados pela fiscalização, razão pela qual foi efetuada a glosa parcial de tais deduções. 4. Cientificado do auto de infração e do Termo de Encerramento da Ação Fiscal pessoalmente em 30 de junho de 2011, o sujeito passivo apresentou a impugnação às fl. 1196 a 1239 em 29 de julho de 2011, instruída com os documentos às fl. 1240 a 1406, onde discorreu o que segue: 4.1. em preliminar – nulidade decorrente da ausência de demonstração do cálculo da glosa das deduções supostamente a maior do IRPJ mensal pago por estimativa. Não há nos autos qualquer demonstrativo que explicite a origem dos valores incluídos na tabela de cálculo utilizada para a glosa (“apuração das estimativas mensais e da multa isolada”). O AuditorFiscal limitou a asseverar que as informações teriam origem em Darf recolhidos, no Lalur, e nas DIPJ, DCTF e PER/Dcomp Fl. 1777DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.776 5 apresentadas. Com isso não é possível aferir o procedimento adotado para o cálculo, além do que a ausência de documentos que fundamentam a exigência enseja violação ao art. 9º do Decreto nº 70.235, de 1972. Isto é causa de nulidade do auto de infração, tendo em vista o desrespeito ao art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), conforme jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), assim como ao art. 5º, incisos II, LIV e LV, da Constituição Federal, por estar presente o cerceamento do direito de defesa e violação aos princípios do devido processo legal, da legalidade e do contraditório. Embora a fiscalização aponte no auto de infração que os valores trazidos em suas planilhas baseiamse em documentos apresentados pelo contribuinte e obtidos no sistema da Receita Federal, estes não foram trazidos aos autos do processo. Devido a nulidade na forma dos art. 59 e 60 do Decreto nº 70.235, de 1972; 4.2. no mérito 4.2.1. fez um estudo quanto à natureza jurídica dos incentivos fiscais concedidos na região da Sudene, para concluir ao final que os incentivos possuem natureza jurídica de intervenções estatais sobre a ordem econômica para reduzir as desigualdades regionais, razão pela qual a interpretação da norma deve ser feita à luz de todos os métodos de hermenêutica, com ênfase ao fim objetivado por esta. 4.2.2. fez um estudo quanto ao alcance do lucro de exploração, concluindo ao final, com base na Lei nº 4.293, de 1963, no Decretolei nº 1.598, de 1977, no Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) e na IN SRF nº 267, de 2002, que os incentivos fiscais dos quais é beneficiária devem observar o seguinte: (a) incidência sobre o lucro da exploração, que é o lucro líquido ajustado, correspondente aos resultados operacionais excluídos de parte das receitas financeiras e dos rendimentos e prejuízos das participações societárias; (b) no caso de pluralidade de estabelecimentos, alcança o lucro da exploração dos estabelecimentos instalados na área da atuação da Sudene; (c) nas hipóteses em que não é possível apurar, com clareza e exatidão, o lucro da exploração de cada um dos estabelecimentos com incentivos diferentes, devese calcular o lucro da exploração da pessoa jurídica como um todo e, após, verificar, percentualmente, quanto cada uma das atividades ou cada um dos estabelecimentos com incentivos fiscais diferentes representa em relação ao lucro da exploração total; 4.2.3. fez um estudo quanto ao alcance do lucro da exploração sob o enfoque da interpretação teleológica, para concluir ao final que, sob este prisma, de garantir uma maior eficácia ao objeto fundamental das isenções concedidas na região da Sudene, o conceito de lucro de exploração engloba outras receitas operacionais auferidas pela pessoa jurídica, à exceção daquelas excluídas expressamente, desde que referidos recursos, acessórios à atividade principal, sejam revertidos ao capital Fl. 1778DF CARF MF 6 social da pessoa jurídica e, destarte, inteiramente destinados às atividades produtivas incentivadas; 4.2.4. as receitas de aluguéis e luvas, sendo operacionais, integram o lucro da exploração, conforme explicado a seguir: 4.2.4.1. os resultados operacionais dizem respeito à atividade normal, ordinária, da pessoa jurídica, correspondente ao seu objeto social (art. 11 do Decreto –lei nº 1.58, de 1977 e art. 277 do RIR/99). Nesse contexto se inserem as receitas de aluguel de bens, conforme opinião de José Luiz Bulhões Pedreira; 4.2.4.2. consoante Manual de Contabilidade Societária da FIPECAFI, ao definir o conceito de “outras receitas e despesas operacionais, aduz “passam a ser reconhecidas como outras receitas e despesas operacionais os ganhos ou perdas que decorram de transações que não constituam as atividades ordinárias de uma entidade. Ou seja, o conceito de lucro operacional engloba os resultados das atividades principais e acessórias, e outras receitas e despesas operacionais são atividades acessórias do objeto da empresa”. Nesse sentido, e contrariamente ao esposado no auto de infração, a Receita Federal tem determinado aos contribuintes que classifiquem como receitas operacionais aquelas decorrentes de “aluguel de bens” (orientação de preenchimento da linha 30 da ficha 6A da DIPJ/2006. Tal entendimento é corroborado por Gerd Willi Rothmann; 4.2.4.3. as luvas percebidas na locação de bens próprios à controlada Midway Shopping Center Ltda também gozam da mesma natureza jurídica de receita operacional. Estas compõem o preço do aluguem em imóveis comerciais instalados em shopping centers, como parcela de remuneração pela fruição do fundo de comércio estabelecido pelo empreendimento. Nesse sentido, decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ao tratar do recurso de ofício nº 164.156. 4.2.5. reconheceu, no lucro da exploração, apenas os rendimentos operacionais produzidos em suas entidades produtivas incentivadas de Fortaleza e de Natal, procedimento legítimo ressaltado no Termo de Encerramento da Ação Fiscal; 4.2.6. observou os critérios previstos no 3º do art. 549 do RIR/99 e no §4º do art. 62 da IN SRF nº 267, de 2002, razão pela qual o rateio previsto deve ser aplicado sobre o montante integral do lucro de exploração, aproveitandose, para este fim, as demais receitas operacionais (acessórias), tais como aluguéis e luvas revertidos integralmente na atividade incentivada; 4.2.7. a par da nulidade argumentada em preliminar, entende que não houve violação do art. 231, II e IV, do RIR/99, ou seja, não ocorreu dedução a maior no ajuste anual dos valores do imposto de renda mensal pago por estimativa: 4.2.7.1. no tocante ao anocalendário 2007, com base nos documentos carreados no anexo Doc 02 (Darf, Demonstrativo de retenção de IRRF e PER/Dcomp), houve um recolhimento total de R$ 15.593.700,95, inclusive superior ao declarado; Fl. 1779DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.777 7 4.2.7.2 quanto ao anocalendário 2009, os documentos demonstram pagamento dos R$ 13.693.461,08, superior ao declarado; 4.2.8. descabimento da multa isolada aplicada: 4.2.8.1. pela impossibilidade de cobrança cumulativa desta e da multa vinculada (bis in idem). Trouxe doutrina e jurisprudência do Carf, onde, entre outros argumentos, foi defendida a aplicação do princípio da consunção; 4.2.8.2. a autoridade fiscal desconsiderou que os recolhimentos a maior efetuados no período fiscalizado superam o montante que supostamente deixou de ser recolhido a título de IRPJ. Não houve ofensa ao bem jurídico tutelado pelo art. 44, II, “b”, da Lei nº 9.430, de 1996, uma vez que os valores recolhidos antecipadamente a maior ultrapassam o somatório que deixou de ser recolhido, garantindo, efetivamente, o fluxo de caixa do governo. Cita jurisprudência do Carf; 4.3. protesta pelo deferimento de prova documental suplementar em virtude do princípio da verdade material e do disposto no art. 16, §4º, “a”, do Decreto nº 70.235, de 1972. 5. A Delegacia da Receita Federal em Natal (DRF/NAT) pronunciouse pela tempestividade da impugnação, encaminhando os autos para julgamento por esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife (DRJ/REC), conforme despacho à fl. 1410. 6. Foi proferido o Acórdão nº 1136.891, de 30 de abril de 2012, às fls. 1420 a 1454, que decidiu pela procedência parcial da impugnação, para manter integralmente o lançamento da multa isolada e parcialmente o lançamento de IRPJ, conforme indicado abaixo, mantidas a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre a parcela mantida do principal. Tal decisão entendeu, ainda, que a impugnação foi parcial, pois não contestou a matéria relativa à não inclusão na linha “Receita Líquida das Demais Atividades” do montante das receitas de vendas de bens de produção, objeto de isenção e redução, que ultrapassou a capacidade incentivada, Fl. 1780DF CARF MF 8 determinando à DRF/NAT a formação de autos apartados para a imediata cobrança do IRPJ respectivo e acessórios. 7. Cientificado da decisão por via postal em 24 de maio de 2012 consoante AR à fl. 1460, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário às fls. 1464 a 1509. 8. Como resultado da análise do referido recurso, a 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) proferiu o Acórdão nº 1102000.874, de 11 de junho de 2013, às fls. 1515 a 1526, decidindo por declarar a nulidade da decisão de primeira instância, amparandose nas seguintes considerações, in verbis: 9. Em 29 de maio de 2014 os autos foram encaminhados a esta DRJ/REC/PE para proceder a novo julgamento (fl. 1600). A 4ª Turma da DRJ de Recife julgou, novamente, procedente em parte a Impugnação, com argumentos assim ementados: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 1781DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.778 9 Anocalendário: 2006, 2007, 2008, 2009 NULIDADE. CERCEAMENTO. Não há que se falar em nulidade do lançamento por cerceamento do direito de defesa quando os demonstrativos elaborados pela autoridade fiscal estão detalhados, assim como amparados em documentos e demonstrativos presentes nos autos, que permitem o perfeito entendimento dos resultados apurados. GLOSA DE DEDUÇÃO DE ISENÇÃO/REDUÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE PRODUÇÃO COM INCENTIVO EM MONTANTE SUPERIOR À CAPACIDADE INCENTIVADA. O benefício concedido referese ao imposto e adicional incidentes sobre o lucro da exploração relativamente apenas à quantidade em laudo emitido pelo órgão público gestor da carteira de desenvolvimento do Nordeste, observandose que a utilização da isenção acima da referida quantidade justifica o lançamento de ofício sobre o valor do benefício indevidamente utilizado. GLOSA DE DEDUÇÃO DE ISENÇÃO/REDUÇÃO. RECEITAS DE ALUGUEL E LUVAS. RELEVÂNCIA. RELATIVIZAÇÃO DO ESTATUTO SOCIAL. RECEITA BRUTA. Em que pese a atividade de locação de imóveis não constar expressamente como objeto do sujeito passivo em seu estatuto social, o teor deste deve ser relativizado diante da caracterização nos autos da relevância dessa atividade para o sujeito passivo. Há que se concluir que de fato a locação de imóveis faz parte do conjunto de atividades principais da empresa e, por conseguinte, integra a sua receita bruta. GLOSA DE DEDUÇÃO DE ESTIMATIVAS NO AJUSTE. COMPROVAÇÃO VALORES DECLARADOS. Devido afastar a glosa da dedução da estimativa no ajuste anual quando carreadas aos autos provas suficientes para comprovar os montantes declarados em DIPJ MULTA ISOLADA. INEXISTÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA. INAPLICÁVEL PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. É possível a aplicação conjunta de multa isolada sobre a falta de pagamento de estimativa e multa de ofício vinculada ao tributo devido que deixou de ser recolhido, vez que são sanções decorrentes de situações fáticas distintas, que geram obrigações Fl. 1782DF CARF MF 10 também distintas e são determinadas a partir de bases de cálculo diferentes por definição. Inaplicável o princípio da consunção. MULTA ISOLADA. RECOLHIMENTO A MAIOR DE ESTIMATIVA NÃO OBJETO DE PER OU DCOMP. POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO EM MÊS POSTERIOR DO MESMO ANO. Estimativa porventura recolhida a maior em determinado mês deve ser deduzida da estimativa não recolhida apurada em mês posterior para fins de determinação da multa isolada, salvo se tiver sido objeto de pedido de restituição ou de declaração de compensação. COMPENSAÇÃO DE OFÍCIO. RECOLHIMENTO A MAIOR DE ESTIMATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Somente há possibilidade da compensação ser realizada por iniciativa da autoridade administrativa quando, antes de proceder à restituição ou ressarcimento de tributo em função de pleito de contribuinte, verificar a existência de débito em nome deste. Nas demais hipóteses compete ao sujeito passivo efetuar a compensação via apresentação de declaração de compensação. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada a Empresa apresentou Recurso Voluntário, aduzindo os seguintes argumentos: II. Das Razões para Reforma da Decisão Proferida pela DRJ II.1. Aspectos introdutórios acerca da Norma de Isenção da Sudene A) Da Natureza Jurídica dos Incentivos fiscais concedidos na Região abrangida pela SUDENE. Interpretação jurídica das normas tributárias indutoras. Neste item conclui que (i) os incentivos fiscais no âmbito da SUDENE possuem natureza jurídica de intervenções estatais sobre a ordem econômica na modalidade de indução, na medida em que buscam uma concretização do princípio da redução das desigualdades regionais, razão pela qual, sendo assim, (ii) a interpretação da norma indutora de isenção deve ser feita à luz de todos os métodos de hermenêutica. B) Exegese do alcance do Lucro da Exploração: Interpretação histórico evolutiva, Gramatical e Sistemática dos Incentivos Fiscais na Área abrangida pela SUDENE. Após longo estudo, conclui que os incentivos fiscais dos quais a Recorrente é beneficiária devem observar o seguinte: (a) incidem sobre o lucro da exploração da pessoa jurídica, que é um lucro líquido ajustado, correspondente aos resultados operacionais excluídos tão somente de parte das receitas financeiras e dos rendimentos e prejuízos das participações societárias; (b) no caso de pluralidade de estabelecimentos, alcança o lucro da exploração dos estabelecimentos instalados na área de atuação da SUDENE, não havendo que se falar, pois em descumprimento do limite da capacidade incentivada; Fl. 1783DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.779 11 (c) nas hipóteses em que não é possível apurar, com clareza e exatidão, o lucro da exploração de cada um dos estabelecimentos com incentivos diferentes, devese calcular, inicialmente, o lucro da exploração da pessoa jurídica como um todo para, em seguida, verificar, percentualmente, quanto a receita líquida das atividades incentivadas (quando for o caso) ou cada um dos estabelecimentos com incentivos fiscais diferentes (isenção ou redução) representa em relação à receita líquida das demais vendas, aplicandose, ao final, a mesma proporção dobre o lucro da exploração. C) Exegese do Alcance do Lucro de Exploração: Interpretação Teleológica dos Incentivos Fiscais Concedidos. Necessária Aplicação, e não Origem, dos Recursos Operacionais no Objeto do Incentivo Fiscal. Defende que a redução sudene é norma indutiva cujo sentido teleológico é a consagração de um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, igualmente princípio da ordem econômica, que é a redução das desigualdades regionais. A interpretação das regras atinentes ao benefício deve estar mais afeita à obtenção da maior eficácia possível ao fundamento constitucional perseguido do que à literalidade normativa. Assim, a única restrição encontrase vinculada à aplicação dos recursos não apenas nas áreas de interesse, mas, igualmente, na atividade produtiva incentivada pela legislação. E aduz: À luz da legislação aplicável, pois, não apenas as receitas estritamente provenientes da atividade industrial, mas, igualmente, as demais receitas operacionais, à exclusão daquelas tipificadas no art. 19 do Decretolei nº 1.598/77, incluemse no conceito de lucro da exploração e, destarte, são objeto dos incentivos fiscais concedidos, desde que revertidas em proveito da atividade principal e na áres da SUDENE. (grifo do original) Ademais, vale ressaltar, ainda, que o Laudo Constitutivo do benefício inclui como Setor Prioritário da Guararapes o "Industrial Artigos de Vestuário" e como Atividade Objeto da Transferência de Benefício da empresa as "Confecções em Geral", devendo ser aplicado, à luz da interpretação literal dos arts. 11 e 19 do Decretolei nº 1.509/77 (cf. art. 111 do CTN), não havendo que se falar em glosa de dedução efetuada com base nas receitas de vendas de produção em montante superior à capacidade incentivada, mas sim se obaservar o setor incentivado à luz da legislação referida, com a promoção do desenvolvimento da região, escopo principal da norma indutora, o qual está sendo devidamente cumprido. II.2. Da Legalidade do Procedimento Adotado pela Recorrente in casu Incidência do Incentivo Fiscal sobre o Lucro da Exploração. A) Da Existência de fato incontroverso: A Recorrente Reconhece no Lucro da Exploração Incentivado Apenas as Receitas Operacionais de Estabelecimentos na SUDENE Fl. 1784DF CARF MF 12 Afirma que só reconhece , no lucro da exploração, os rendimentos operacionais produzidos em suas unidades produtivas incentivadas de Fortaleza e Natal. Assim, o destino integral das receitas operacionais produzidas é revertido em favor da região incentivada. Além disso, o fluxo de investimento e aporte de capital na região, fruto da isenção ou redução das baes de cálculo do IRPJ deferidos à Recorrente igualmente duplicou nos anos fiscalizados, passando de R$800.000.000,00, em 2006, para R$1.700.000.000,00, no balanço de abril de 2010, contribuindo para o telos normativo de reduzir as desigualdades regionais. B) Da Existência de Fato Incontroverso: Segundo Enfoque. A Recorrente observa os critérios revistos no § 3º do art. 549 do RIR/99 e no § 4º do art. 62 da Instrução Normativa nº 267/2002 Limites da Capacidade Incentivada e Inclusão das Receitas de Aluguéis e Luvas. Defende que, à luz do art. 549, § 3º do RIR/99 e do art. 62, § 4º, III da Instrução Normativa nº 267/2002, é legítimo o procedimento adotado de incluir no lucro da exploração as demais receitas operacionais acessórias, como aluguel e luvas. C) Do Reconhecimento do Caráter Operacional das Receitas de Luvas e Alugueis. Descabimento da inclusão da Receitas Acessórias como Objeto da Companhia pela DRJ. Aduz que a DRJ reconheceu o caráter das receitas em discussão: Das conceituações acima, extraise que o fator que diferencia a alocação de receitas de aluguéis como receita bruta (integrando o resultado da receita líquida) ou como outras receitas operacionais é se a atividade de locação de imóveis faz parte do objeto da pessoa jurídica: se a locação integrar o objeto da empresa, a receita daí proveniente é receita bruta por ser atividade principal; caso contrário, integra as demais receitas operacionais, haja vista ser atividade acessória. Aponta que a própria decisão da DRJ afirma não haver dados suficientes para se concluir sobre a relevância da atividade de locação nas atividades da Empresa, e que a alteração do objeto de uma S/A implica decisão em Assembleia da Companhia, não podendo ser alterado por decisão administrativa. Defende ser plenamente legítima a inclusão dos resultados operacionais de luvas e alugueis no lucro da exploração objeto de incentivo II.3. Do Descabimento das Penalidades Aplicadas à Espécie: Primeiro Enfoque. Da Impossibilidade de Cobrança Cumulativa das Multas Isoladas e de Ofício. Cita várias decisões administrativas que atestam a irregularidade da referida cobrança, defendendo a aplicação do princípio da consunção. II.4. Do Descabimento das Penalidades Aplicadas à Espécie: Segundo Enfoque. Da Inexistência de Vulneração ao Bem Jurídico Tutelado pela Multa Isolada. Os recolhimentos a maior ultrapassam o somatório que deixou de ser recolhido. Diz que os valores recolhidos em 2006 ultrapassam os não recolhidos em 2007, o mesmo ocorrendo com os anoscalendário subsequentes. Fl. 1785DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.780 13 II.4. A Possibilidade de dedução de Estimativa Recolhida a Maior Aqui a Recorrente defende que as estimativas podem ser compensadas independentemente de serem de anoscalendário diferentes. Segundo entendimento da DRJ somente é possível haver compensação de estimativas recolhidas a maior dentro de um mesmo anocalendário, pelo que, qualquer estimativa do mês de dezembro não poderá ser compensada. II.5. Da impossibilidade de Incidência de Juros sobre Multa III. Dos Pedidos. Requer o provimento integral do Recurso e, subsidiariamente, a exclusão da cobrança da multa isolada e a exclusão da incidência de juros sobre a multa. Em resolução datada de 01 de fevereiro de 2016, esta Turma Ordinária decidiu pela conversão do julgamento em diligência, vencido o Relator, que não conhecia do recurso, para que a Empresa fosse intimada a regularizar a representação processual mediante declaração de seus representantes legais convalidando o recurso voluntário já apresentado. Tomadas as providências solicitadas, voltaram os autos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho Relator O Recurso é Tempestivo e foi ratificado conforme documentos juntados em diligência (fls. 1760). Em discussão, como matérias principais da autuação, a regularidade da contabilização e declaração das receitas de luvas e aluguéis não como receita bruta da Empresa, mas como "outras receitas operacionais"; o cômputo dos valores de luvas e aluguéis como atividades incentivadas; e, se o excedente da produção em relação à produção incentivada, constante de Laudo da SUDENE, deve ser ou não tributado. Secundariamente, discutese a possibilidade de lançamento de multa isolada concomitantemente com multa de ofício e da incidência de juros sobre a multa. Receitas de Luvas e Aluguéis. A Instrução Normativa nº 267, de 2002, estabelece o conceito de lucro da exploração: Art. 57. Considerase lucro da exploração o lucro líquido do período de apuração antes de deduzida a provisão para o imposto de renda, ajustado pela exclusão dos seguintes valores: Fl. 1786DF CARF MF 14 I a parte das receitas financeiras que exceder às despesas financeiras; II os rendimentos e prejuízos das participações societárias; III os resultados não operacionais; IV os resultados obtidos em operações realizadas no exterior; V os baixados na conta de reserva de reavaliação, nos casos em que o valor realizado dos bens objeto da reavaliação tenha sido registrado como custo ou despesa operacional e a baixa da reserva tenha sido efetuada em contrapartida à conta de: a) receita não operacional; b) patrimônio líquido, não computada no resultado do mesmo período de apuração. VI a reserva especial (art. 2º da Lei nº 8.200, de 1991) computada para determinação do lucro real em razão da realização de bens ou direitos mediante alienação, depreciação, amortização, exaustão ou baixa a qualquer título; VII a parcela do lucro inflacionário apurado na fase pré operacional, realizado a partir do período em que o empreendimento instalado na área de atuação das extintas Sudene e Sudam entrar em fase de operação; VIII os tributos e contribuições com exigibilidade suspensa, na forma dos incisos II a IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), adicionados ao lucro líquido, para efeito de determinação do lucro real. § 1º Será adicionada ao lucro líquido, para efeito de determinação do lucro da exploração, a CSLL devida, relativa ao período de apuração. § 2º Na hipótese do inciso VIII, as importâncias acrescidas, controladas na Parte B do Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur), serão diminuídas do lucro da exploração no período em que ocorrer o efetivo pagamento dos tributos e contribuições. § 3º As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações da pessoa jurídica, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual são consideradas como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso. Em seu artigo 62 introduz: Art. 62. Quando se verificar a exploração de mais de uma atividade incentivada, será reconhecido o direito ao benefício de isenção ou redução de cada atividade incentivada. § 1º Quando se verificar a pluralidade de estabelecimentos, será reconhecido o direito ao benefício de isenção ou redução em relação ao lucro da exploração dos estabelecimentos que operem na área de atuação incentivada. Fl. 1787DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.781 15 § 2º Para os efeitos do disposto neste artigo, a pessoa jurídica deverá demonstrar em sua contabilidade, com clareza e exatidão, os elementos de que se compõem as operações e os resultados do período de apuração de cada um dos estabelecimentos que operem na área de atuação incentivada. § 3º Se a pessoa jurídica mantiver atividades não incentivadas, deverá efetuar, em relação às atividades beneficiadas, registros contábeis específicos para efeito de destacar e demonstrar os elementos de que se compõem os respectivos custos, receitas e resultados. § 4º Na hipótese de o sistema de contabilidade adotado pela pessoa jurídica não oferecer condições para apuração do lucro da exploração de cada atividade, este deverá ser determinado com base no seguinte critério: I soma da receita líquida de vendas correspondente à atividade incentivada de todos os estabelecimentos beneficiados com o mesmo percentual de redução do imposto; II soma da receita líquida de vendas correspondente à atividade incentivada de todos os estabelecimentos beneficiados com isenção do imposto; III aplicação, sobre o total do lucro da exploração, de percentagem igual à relação, no mesmo período, entre o valor de cada uma destas somas e o total da receita líquida de vendas da pessoa jurídica.(grifei) Já o artigo 549 do RIR/99 assevera: Art. 549. Quando se verificar pluralidade de estabelecimentos, será reconhecido o direito à isenção de que trata esta Subseção em relação aos rendimentos dos estabelecimentos instalados na área de atuação da SUDENE (Lei nº 4.239, de 1963, art. 16, § 1º). § 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, as pessoas jurídicas interessadas deverão demonstrar em sua contabilidade, com clareza e exatidão, os elementos de que se compõem as operações e os resultados do período de apuração de cada um dos estabelecimentos que operem na área de atuação da SUDENE (Lei nº 4.239, de 1963, art. 16, § 2º). § 2º Se a pessoa jurídica mantiver atividades não consideradas como industriais ou agrícolas, deverá efetuar, em relação às atividades beneficiadas, registros contábeis específicos, para efeito de destacar e demonstrar os elementos de que se compõem os respectivos custos, receitas e resultados. § 3º Na hipótese de o sistema de contabilidade adotado pela pessoa jurídica não oferecer condições para apuração do lucro por atividade, este poderá ser estabelecido com base na relação entre as receitas líquidas das atividades incentivadas e a receita líquida total, observado o disposto no art. 544. Fl. 1788DF CARF MF 16 A Recorrente possui benefício de isenção e de redução de imposto de renda (75%), conforme atos concessivos de folhas 408/451. A primeira discussão diz respeito ao § 3º da norma acima transcrita, pois o coeficiente de participação da receita de cada atividade (com isenção, redução e não incentivada) na receita líquida total sofre a influência da forma como é contabilizada e registrada na DIPJ a citada receita de luvas e alugueis. No Acórdão recorrido, o I. Relator conclui que a contabilização das receitas de luvas e alugueis em Receita da Locação de bens Móveis e Imóveis (linha 6 da ficha 06A da DIPJ) ou em Outras Receitas Operacionais (linha 27fa ficha 06A da DIPJ) é determinado em função de a atividade estar ou não contemplada como objeto social da Empresa. Vejamos: Das conceituações acima, extraise que o fator que diferencia a alocação de receitas de aluguéis como receita bruta (integrando o resultado da receita líquida) ou como outras receitas operacionais é se a atividade de locação de imóveis faz parte do objeto da pessoa jurídica: se a locação integrar o objeto da empresa, a receita daí proveniente é receita bruta por ser atividade principal; caso contrário, integra as demais receitas operacionais, haja vista ser atividade acessória. E prossegue: Atentando para o estatuto social anexado aos autos pela autoridade fiscal, este, por sua vez, não estabelece a atividade de locação de imóveis como objeto do sujeito passivo: Art. 3ºA companhia tem por objeto: a) indústria têxtil em geral; b) a indústria de confecções de roupas e de tecidos em geral, sua comercialização por atacado e a varejo, e exportação; c) a importação e comercialização, por atacado, de confecções e tecidos, produtos de perfumaria e esportivos, calçados,roupas de cama, mesa, banho e cozinha, brinquedos, relógios e cronômetros, artigos para fumantes e material de acampamento; d) serviços de comunicação, publicidade e propaganda; e) serviços de criação e confecção de artigos do vestuário em geral e de cama, mesa, banho e cozinha. Então, a princípio, poderseia considerar acertado o entendimento do contribuinte, no sentido de que suas receitas de aluguel integram a rubrica de outras receita operacionais. Contudo, esta questão deve ser analisada com mais cuidado. (grifei) A partir daí o acórdão afirma que "de fato" a atividade faz parte do objeto da Recorrente, referindose à passagem do Termo de Verificação Fiscal (TVF) na qual a autoridade administrativa assevera: A não inclusão das receitas da atividade da empresa (habitual e relevante), acima relatadas, reduziu de forma indevida o valor da Receita Líquida Total a ser informada pela empresa na ficha 06A Demonstração do Resultado; implicando numa apuração a maior do lucro da exploração das atividades incentivadas (ficha Fl. 1789DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.782 17 08 Demonstração do Lucro da Exploração); e aumentando o resultado do incentivo fiscal da fiscalizada (ficha 10 Cálculo da Isenção e Redução do Imposto sobre o Lucro Real). Todavia não vislumbro em nenhuma passagem do TVF a intenção da autoridade administrativa em reputar as luvas e alugueis como sendo objeto da Recorrente. O que se vê, da própria transcrição que faz no parágrafo 33 do citado Termo, é a interpretação da autoridade no sentido de que esses valores deveriam integrar a receita bruta (linha 6 da ficha 06A), independentemente de comporem o objeto da Companhia. Para a Fiscalização a receita de luvas e alugueis deve ser registrada na receita bruta, na linha específica, simplesmente. Assim, não pode a DRJ inovar, trazer motivos que não exteriorizados pelas autoridades autuantes, sob pena de cercear o direito de defesa da Recorrente, do que resultaria nulidade nos termos do artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, in verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Trilhou caminho correto a DRJ quando evidenciou a necessidade de se verificar se a atividade de aluguel de imóveis integrava o objeto da Sociedade para definir se comporia ou não a receita bruta. Desviouse, contudo, quando não verificou se este teria sido o fundamento da Fiscalização para a conclusão a que chegou. E tenho convicção que não foi. As autoridades administrativas responsáveis pelo procedimento fiscal resumem seus motivos na afirmação de que "é cediço que as receitas de operações alheias às atividades expressamente contempladas pelos atos concessivos não integram o lucro da exploração; logo, nos preenchimentos das DIPJ, as receitas de alugueis e luvas de imóveis devem ser informados na linha titulada como "Locação de Bens Móveis e Imóveis" da ficha 06A (Demonstração do resultado PJ), de modo a compor o total da Receita Líquida da Atividade. Entendo que o que define a forma de contabilização e declaração das receitas não é o incentivo fiscal, mas o fato de a receita ser decorrente de atividade prevista como objeto da empresa ou apenas atividade colateral. Contudo, no caso específico, o procedimento da Administrada não apresenta nenhuma incoerência contábil ou legal, haja vista a inexistência de regra que determine a adoção de comportamento conforme o entendimento dos autuantes. Neste caso, não integrando o objeto social, essas receitas estão corretamente declaradas na linha 27 outras receitas operacionais, não interferindo na receita da atividade total para fins de cálculo do percentual de cada parcela incentivada. Fl. 1790DF CARF MF 18 Nesta seara, invoco o § 3º do mesmo artigo 59 acima para não declarar a referida nulidade, uma vez que, considerando que não se trata de classificação, pela autoridade lançadora, da receita de luvas e aluguel como integrante de fato do objeto da Sociedade Anônima, mas de interpretação normativa equivocada no sentido de que deveria, independentemente disso, ter sido considerada componente da receita bruta e não como outras receitas operacionais, decido favoravelmente à Recorrente neste ponto. Glosa das receitas de aluguel e luvas das atividades incentivadas Da verificação do teor dos atos concessórios concluise que as atividades incentivadas pela SUDENE são a de "confecções em geral", "confecção de vestuário de malha", "confecção de peças do vestuário em malha" e "confecção de peças do vestuário em geral" (atos concessórios fls. 411, 413, 415, 417, 419, 421, 423, 427, 431, 438, 441, 444). A inclusão de outras receitas que não as decorrentes da atividade incentivada não encontra amparo na legislação. É de todos conhecida a norma inserta no artigo 111 do CTN, que determina a interpretação literal da legislação concessiva de isenção, litteratim: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (...) II outorga de isenção; (...) Assim, não tenho dúvida que a única receita incentivada da Recorrente é a relativa às confecções acima referidas, devendo, delas, ser excluídas as receitas de aluguel e luvas. Correta a Fiscalização, neste aspecto. Produção acima dos limites incentivados A Recorrente afirma que não há que se falar em produção excedente à capacidade incentivada, na medida em que a norma isentiva visa à implementação de objetivo constitucional da República, qual seja, reduzir as desigualdades regionais. Nessa linha, aduz que a interpretação não deve ser literal, mas teleológica, verificandose principalmente se os objetivos estão sendo implementados. Sem razão a Recorrente. Apesar de ser norma indutora, não é norma sem limites. O incentivo fiscal é materializado em isenção ou redução de 75% do imposto devido calculados sobre o lucro da exploração. A interpretação é a referida no artigo 111 do CTN: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: (...) Fl. 1791DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.783 19 II outorga de isenção; (...) Na concessão do benefício são assumidos compromissos recíprocos: de um lado a Empresa se compromete a instalar ou ampliar a capacidade produtiva de planta industrial; de outro o Estado se compromete a isentála de imposto de renda por 10 anos, imposto esse incidente sobre a capacidade instalada ou ampliada. Notese, ainda, que quando a capacidade é ampliada, o benefício não é renovado em relação à capacidade produtiva anterior. Desta forma, fica evidente que o limite é a capacidade constante do documento concessivo do benefício, pois, de outra forma, deveria haver uma auditoria específica para determinar se o excedente decorreu da ampliação ou foi agregado a partir da capacidade anteriormente instalada. Por outro lado, a capacidade produtiva é declarada pela empresa beneficiária, sendo de estranhar que venha a ser aumentada, ultrapassando o limite por ela projetado. Uma vez entendendo que se trata de aumento regular, desnecessário seria requerer novo benefício, bastando que a produção fosse declarada como incentivada e o benefício incidiria. Não é assim que se organiza este incentivo fiscal. Neste aspecto não há o que reformar no acórdão recorrido, devendo ser negado provimento ao recurso voluntário neste ponto. Multa isolada Primeiramente alega a Recorrente que a multa não pode ser cobrada juntamente com a multa de ofício, uma vez que incidem sobre a mesma base de cálculo o que implica incidência do princípio da consunção, que determina a absorção da pena menos grave pela de maior gravidade. Há, no acórdão recorrido, extenso e aprofundado estudo sobre o tema, concluindo tratarse de sanções decorrentes de situações fáticas distintas, que geram obrigações, também, distintas e são determinadas a partir de bases de cálculo diferentes por definição. O tema já foi sumulado pelo CARF, in verbis: Súmula CARF nº 105 : A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. O Anexo II do Regimento Interno do CARF estabelece: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Todavia prevalece nesta Turma Ordinária, se não também nas demais, o entendimento que a alteração da norma operada pela Medida Provisória nº 351, de 2007, convertida na Lei nº 1.488, de 2007, afasta a obrigatoriedade de aplicação da referida súmula, Fl. 1792DF CARF MF 20 pelo que faço meus os fundamentos apontados pelo I. Conselheiro Flávio Franco Correa, Relator do Acórdão 9101003.519, ad litteram: De início, é preciso assinalar que o pagamento do imposto por estimativa, instituído pela Lei nº 9.430/1996, é uma alternativa à apuração trimestral, prevista na mesma lei. Feita a opção pelo recolhimento do tributo por estimativa, o Estado aguarda a entrada desses recursos. O contribuinte, por outro lado, pode ser autuado com a imposição de uma multa isolada, caso deixe de efetuar o recolhimento das estimativa sem o amparo de balanço de suspensão ou redução previsto no artigo 35 da Lei nº 8.981/1995. Entretanto, para o julgamento da questão aqui articulada, mostrase indispensável retornar à redação original da Lei nº 9.430/1996 para confronto com o texto atual, daí entrecortando com a jurisprudência antiga até a exegese que ressai da disposição normativa hoje em vigor. Reparese a redação original do inciso IV, § 1º, do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, verbis: "Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; [...] § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: [...] IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; Uma posição majoritária defendia que tal disposição prescritiva era compatível com a interpretação de que, sendo o recolhimento por estimativas antecipação do tributo apurado na declaração de ajustes, não poderia ser aplicada a multa isolada em exame depois de encerrado o períodobase de apuração, porque, desde então, já teria ocorrido o fato gerador do IRPJ e da CSLL, sendo conhecido o tributo definitivo a ser recolhido. Para essa corrente, o disposto no inciso IV, § 1º, do artigo 44, da Lei 9.430/1996 tinha como propósito obrigar o sujeito passivo da obrigação tributária ao DF CARF MF Fl. 1443 Processo nº 10120.730284/201382 Acórdão n.º 9101003.519 CSRFT1 Fl. 1.444 5 recolhimento mensal de antecipações de um provável Fl. 1793DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.784 21 IRPJ e CSLL devidos ao final do anocalendário, a denotar o inerente dever de antecipar o cumprimento de uma obrigação futura. De acordo com essa linha, a partir do encerramento do anocalendário, desaparecia o dever de efetuar a antecipação e, com isso, a penalidade perdia sua razão de ser, pela ausência da necessária ofensa a um bem juridicamente tutelado. A posição então dominante consagrouse neste Conselho, nos termos da Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. A posição doutrinária e jurisprudencial então prevalecente desprezava que o inciso IV, § 1º, do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 estabelecia, em sua redação original, que a multa isolada decorrente da falta ou insuficiência do recolhimento de estimativas também deveria ser aplicada, ainda que a pessoa jurídica viesse a apurar prejuízo fiscal ou base negativa de CSLL. Isso, por si só, já revelava que a multa isolada em apreço poderia ser aplicada mesmo depois de levantado o balanço de encerramento do anocalendário, pois sua incidência não dependia do resultado fiscal apurado nesse mesmo balanço. Acontece que, em 2007, foi editada a Lei nº 11.488 (MP nº 351/2007), que alterou o texto do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, que passou a ter a seguinte redação: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8º da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 1794DF CARF MF 22 Já em primeiro plano se verifica que a multa isolada, antes incidente sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição estimada, conforme a prescrição original do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, passou a incidir sobre o valor do pagamento mensal que, na forma do artigo 2º da mesma lei, deixar de ser efetuado, caso a falta de pagamento não esteja justificada em balanços de suspensão ou redução, estabelecidos pelo artigo 35 da Lei nº 8.981/95. Tal entendimento está alinhado ao pensamento do Conselheiro Alberto Pinto Silva Júnior, conforme Acórdão nº 1302001.8263, sessão de 06/04/2016, assim anunciado: Ressaltese que o simples fato de alguém, optante pelo lucro real anual, deixar de recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada não enseja per se a aplicação da multa isolada, pois esta multa só é aplicável quando, além de não recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada, o contribuinte deixar de levantar balanço de suspensão, conforme dispõe o art 35 da Lei nº 8.981/95. Assim, a multa isolada não decorre unicamente da falta de recolhimento do IRPJ mensal, mas da inobservância das normas que regem o recolhimento sobre bases estimadas, ou seja, do regime. A alteração legislativa decorreu do claro propósito de contornar a jurisprudência dominante, ao trazer ao mundo jurídico que a multa isolada não mais incidirá sobre um tributo antecipado, como o próprio caput do artigo 44 sugeria, em sua redação original, ao estabelecer que, “nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Com a Lei nº 11.488/2007, a multa isolada é aplicada sempre que o contribuinte não efetuar o pagamento integral da estimativa que compõe o esperado fluxo de caixa da União, embora não mais incidente sobre a totalidade ou diferença da antecipação de tributo não recolhida, mas incidente sobre o valor do pagamento mensal que deixar de ser efetuado, ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa de CSLL, ao final do anocalendário, caso lhe falte o devido suporte em balanço de suspensão ou redução. A nova disposição do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007, não deixa dúvida a respeito de duas multas distintas: a primeira, no inciso I, de 75%, sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição (multa de ofício), aplicável nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, falta de declaração e declaração inexata; a segunda, no inciso II, de 50% (multa isolada), calculada sobre o valor do pagamento de estimativa que deixar de ser efetuado, devida sempre que o contribuinte não efetuar o pagamento da totalidade da estimativa apurada na forma do artigo 2º, sem o apoio de balanço de suspensão ou redução. A ressalva constante da redação atual do inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, no sentido de que a multa é exigida isoladamente do tributo devido ao final do anocalendário, já traduz, por outro lado, que a multa do inciso I sempre é exigida em conjunto com o tributo devido. Tanto é assim que a multa do inciso I não é aplicada em caso de apuração, no balanço do Fl. 1795DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.785 23 encerramento do anocalendário, de prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa de CSLL, ao passo que a multa do inciso II independe da apuração de lucro ou prejuízo fiscal, ou de base de cálculo positiva ou negativa de CSLL. Esta última deve ser exigida se o contribuinte deixar de efetuar o pagamento integral da estimativa sem a cobertura de um balanço de suspensão ou redução, ainda que, ao final do anocalendário, seja apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa de CSLL. Podese ver que os fatos geradores dessas multas são distintos: para o inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, falta de pagamento ou recolhimento do tributo apurado em declaração de ajuste, falta de declaração e declaração inexata; para o inciso II, falta de pagamento, ou pagamento insuficiente, das estimativas apuradas, desprovida de lastro em balanço de suspensão ou redução. Portanto, são infrações distintas, com graduações distintas e decorrentes de fatos geradores distintos. Não há, por conseguinte, bis in idem. Se o contribuinte opta pela apuração anual, o que implica submissão às normas determinantes do recolhimento por estimativa, não poderá alegar que, sem o amparo de balanço de suspensão ou redução, não estará sujeito à multa isolada após o encerramento do anocalendário, tendo em conta que dessa proposição resultaria inegável desestímulo à realização de recolhimentos mensais apurados sobre bases de cálculo estimadas ou mesmo sobre bases de cálculo efetivas apuradas trimestralmente, colocando em risco o fluxo de caixa da União, que é dependente tanto da efetivação da antecipação de tributos como da efetivação de recolhimentos definitivos de tributos federais. Complementese o exposto com a orientação extraída do acórdão nº 9101002.438 da CSRF, 1ª Turma, relatora Conselheira Adriana Gomes Rego, sessão de 20/09/2016, no sentido de que,“sob essa ótica, o recolhimento de estimativas melhor se alinha ao conceito de obrigação acessória que à definição de obrigação principal, até porque a antecipação do recolhimento é, em verdade, um ônus imposto aos que voluntariamente optam pela apuração anual do lucro tributável, e a obrigação acessória, nos termos do art. 113, § 2º do CTN, é medida prevista não só no interesse da fiscalização, mas também da arrecadação dos tributos.” A tese de que a infração que motiva a multa isolada é absorvida, por consunção, pela infração que dá causa à multa de ofício, não pode prosperar, por sua própria fraqueza. Consoante o magistério de Luiz Regis Prado, na consunção, “determinado crime (norma consumida) é fase de realização de outro (norma consuntiva) ou em uma forma regular de transição para o último – delito progressivo”. Destaquemse, pois, as infrações do caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 que dizem respeito à lide, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007, para a devida análise: Fl. 1796DF CARF MF 24 a) no inciso I, falta de pagamento do tributo, falta de recolhimento do tributo, falta de declaração ou apresentação de declaração inexata; b) no inciso II, alínea “b”, deixar de efetuar o pagamento de estimativas. De modo algum é possível asselar que, deixar de efetuar o pagamento de estimativa constitui fase de realização da falta de pagamento de tributo apurado na declaração de ajuste. Em outras palavras, não se pode dizer que, aquele não pagou o tributo apurado na declaração de ajuste, anteriormente deixou de efetuar o pagamento de estimativas. Em outro sentido, deixar de efetuar o pagamento de estimativas também não constitui regular transição para a falta de pagamento do tributo apurado na declaração de ajuste. Deixar de efetuar o pagamento de estimativa não é uma etapa antecedente necessária pela qual o agente antes atravessa para deixar de realizar o pagamento do tributo apurado na declaração. De igual modo, é impossível afirmar que deixar de efetuar o pagamento de estimativas é fase de realização da entrega de declaração inexata ou da omissão da entrega da declaração de ajuste, tanto quanto é impossível sustentar que deixar de efetuar o pagamento de estimativas é uma forma regular de transição para a apresentação de declaração inexata ou para a omissão de declaração de ajuste. Inequivocamente, não há interligação por necessariedade entre quaisquer das modalidades de infração do inciso I do caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996, na redação atual, e a infração do inciso II, alínea “b”, do mesmo artigo. A pessoa jurídica pode ser omissa em relação à entrega de declaração de ajuste, ou pode ter apresentado declaração de ajuste inexata, e ter efetuado corretamente os pagamentos de estimativas. Também não há necessariedade entre deixar de pagar o tributo apurado na declaração de ajuste e deixar de pagar a estimativa, ou seja, uma pessoa jurídica pode ser omissa em relação ao pagamento do tributo apurado na declaração de ajuste sem ter deixado de efetuar os pagamentos devidos de estimativa. À vista do exposto, repelese o argumento que pretende escorarse na tese da consunção para afastar a aplicação simultânea das multas comentadas. Não há como se reduzir o campo de aplicação da multa isolada com lastro no suposto concurso de normas sobre o mesmo fato, seja porque os fatos ora descritos não são os mesmos, seja porque quaisquer dos fatos relacionados no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/1996 não absorvem o fato relacionado no inciso II do mesmo artigo. Em suma, é impossível socorrer a recorrente, em razão da existência de regra legal vigente e válida que determina a incidência da multa isolada ao caso concreto, que pode e deve ser exigida cumulativamente com a multa de ofício. Fl. 1797DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.786 25 Em face do exposto, afastando a aplicação da Súmula CARF nº 105, conheço do Recurso Especial fazendário para, no mérito, darlhe provimento.(grifos do original) Com estes fundamentos afasto a aplicação da súmula nº 105 do CARF e o impedimento de lançamento da multa isolada concomitantemente à multa de ofício, exceção apenas à multa lançada relativa ao anocalendário de 2006. A Possibilidade de dedução de Estimativa Recolhida a Maior Conforme destacado no acórdão recorrido, a Recorrente efetuou levantamento de balancete de suspensão/redução em todos os meses do anos fiscalizados. Assim, é da natureza dessa forma de apuração dos valores da estimativa considerar todos os valores referentes aos meses anteriores do mesmo anocalendário para verificar da necessidade de realizar algum recolhimento. Em verdade, é como se a cada mês fosse feita a apuração do imposto devido, considerandose que o último dia do mês é o encerramento do ano fiscal. Feita essa ponderação, natural é que todos os recolhimentos de estimativa feitos anteriormente sejam considerados no cômputo da estimativa devida. A Recorrente pretende que este direito, o de considerar as estimativas recolhidas anteriormente, sejam mantidas na passagem de um anocalendário para o outro, o que é absolutamente inconsistente, uma vez que ao final do anocalendário, por ocasião da ocorrência do fato gerador do IRPJ, todos ao pagamentos de estimativa e demais valores integrarão o encontro de contas, o ajuste, para averiguar se resta imposto a pagar ou base negativa. Diferente disso é o direito que tem a Recorrente de pedir restituição e/ou compensação de valor de estimativa pago a maior ou indevidamente, na forma de PerDcomp, direito este já consagrado pela Súmula CARF nº 84, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Assim, sem razão a recorrente neste ponto. Finalmente, em relação à incidência dos juros sobre a multa esta Turma já manifestou entendimento sobre a procedência da incidência de juros de mora sobre a multa de ofício. Assim, reproduzo manifestação sobre o tema constante do processo 13896.721338/201336, da Relatoria da Conselheira Ester Marques Lins de Souza, que adoto como razão de decidir: Como cediço, os débitos de tributos e contribuições e de multas (penalidades) têm causas diversas. Enquanto os débitos de tributos e contribuições decorrem da prática dos respectivos fatos geradores, as multas decorrem de violações à norma legal, no caso, do suposto não pagamento dos tributos e contribuições nos prazos legais. O artigo 142 do CTN, descreve, na verdade, o fato de que, no mesmo auto de infração, pode ocorrer o lançamento Fl. 1798DF CARF MF 26 tributário, em que se exige o tributo devido pelo contribuinte, e a aplicação da penalidade pelo fato de este contribuinte ter deixado de recolher o tributo. Portanto reunidos em um único lançamento, e, devidamente discriminados, a cobrança do tributo e a aplicação da multa pela infração, resta constituído o crédito tributário que deve ser exigido com os acréscimos legais (juros de mora). Portanto, efetuado o lançamento tributário, de ofício, ou seja, constituído o crédito tributário a sua substância é o pagamento do tributo e da penalidade pecuniária aplicada pelo descumprimento da norma legal, no presente caso, a denominada multa de ofício de que trata o inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/96. Sobre os juros de mora, o próprio art. 161 do CTN menciona a incidência dos juros sobre o crédito não integralmente pago no vencimento, não podendo ser outro crédito senão àquele constituído nos termos do art.142 do CTN, ou seja, crédito tributário (objeto prestacional, representado em dinheiro) = tributo (não pago) + penalidade aplicada (não paga). Dizer que a penalidade aplicada não integra o montante do crédito tributário não passa de um flagrante equívoco. A exigência dos juros sequer depende de formalização, uma vez que serão devidos sempre que o principal ( tributo ou penalidade) estiver sendo recolhido após o prazo de vencimento, mesmo que não quantificados (os juros) quando da formalização do crédito tributário por meio do lançamento. Apesar disso, há quem argumente que, se do crédito a que se refere o caput do transcrito art. 161 do CTN constasse a multa de ofício, não haveria razão para mencionar nesse mesmo dispositivo “sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis”. Não é nenhuma novidade dizer que o CTN é recheado de repetições. A verdade é que, não haveria necessidade de novamente constar no mencionado artigo 161 tal comando, porque a partir do lançamento surge o crédito, no entanto com o intuito de afastar os juros de mora outros argumentos poderiam advir no sentido de que tendo sido aplicada a penalidade não seria cabível a aplicação dos juros de mora porque a “penalidade” seria em substituição de outros encargos etc.. Ora, a caracterização da mora dáse de direito, e, não depende sequer que o sujeito passivo seja interpelado com o auto de infração. Não sendo o valor devido integralmente pago até o vencimento, o crédito deve ser acrescido de juros de mora. Partilho do entendimento expresso no Parecer MF/SRF/Cosit/Coope/Senog nº 28, de 02 de abril de 1998, segundo o qual, considerando o disposto no art.161 do CTN, é possível concluir que mencionada norma legal autoriza a Fl. 1799DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.787 27 exigência de juros de mora sobre a multa em caráter geral, nada impedindo que a lei específica disponha de forma diferente, determinando que os juros de mora devam incidir apenas sobre os tributos e as contribuições. É certo que tivemos no passado dispositivos legais (art. 59 da Lei nº 8.383/91 e art.84 da Lei nº 8981/95) que deixaram dúvidas quanto a exigência dos juros de mora sobre a multa de ofício aplicada. A interpretação literal decorrente da mencionada legislação era no sentido de que pela redação das leis mencionadas os juros deveriam incidir apenas sobre os tributos e contribuições, não autorizando, pois, a exigência dos juros de mora sobre outros débitos sem a natureza jurídica de tributo. No entanto, com a edição da Lei nº 9.430/96, é possível mudar de paradigma para concluir que, com apoio no artigo 61 e seu § 3º, restou explícito ser cabível a exigência dos juros de mora sobre a multa de ofício, a partir do vencimento da penalidade, cujos fatos geradores (descumprimento da norma legal) ocorrerem a partir de 01/01/1997, vejamos: Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. ... §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei nº 9.716, de 1998) (Grifei) Sobre o vencimento da multa de ofício lançada, depreendese dos autos de infração que a multa de ofício tem prazo para pagamento, qual seja, trinta dias após a ciência do lançamento pelo sujeito passivo. Ora, se os juros moratórios a que se refere o § 3º do art. 61, da Lei nº 9.430/96, somente se aplicam sobre débitos com prazo de vencimento, inferese que incidem sobre a multa de ofício não paga no prazo de trinta dias após a ciência do lançamento pelo autuado. O artigo 43 da lei nº 9.430/96 ao tratar do auto de infração sem tributo (crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente) prevê a incidência de juros de mora calculados à taxa Selic sobre o crédito tributário formalizado, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de Fl. 1800DF CARF MF 28 pagamento, o que demonstra claramente a imbricação com o art.161 do CTN e com o artigo 61, § 3º da mesma Lei nº 9.430/96, desnecessário seria repetir que nos casos da multa de ofício de que trata o artigo 44 da mesma lei também deverão incidir os juros de mora. Feitas as considerações acima e no contexto de uma interpretação sistemática, é forçoso concluir que ao teor do art.161 do CTN, bem como dos artigos 43, parágrafo único, e 61, § 3°, da Lei n° 9.430/96, por se tratar de débitos para com a União, incidem tanto sobre os tributos quanto sobre a multa de oficio, os juros de mora com base na taxa Selic a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do seu pagamento. Sabendose que os juros de mora incidem a partir de vencimentos distintos em relação ao vencimento do tributo e ao vencimento da multa lançada de ofício (30 dias após a ciência do lançamento). Antes do lançamento não há falar em juros de mora sobre a multa de ofício. Os juros de mora incidentes sobre as multas pecuniárias proporcionais, aplicadas de ofício, terão como termo inicial de contagem o mês seguinte ao do vencimento do prazo fixado na intimação do auto de infração ou de notificação de lançamento, conforme fixado na Portaria MF nº 370 de 23 1288, verbis: I Os juros de mora incidentes sobre as multas pecuárias proporcionais, aplicadas de ofício, terão como termo inicial de contagem o mês seguinte ao do vencimento do prazo fixado na intimação do auto de infração ou da notificação de lançamento e serão calculados, à razão de 1% (um por cento) ao mês calendário ou fração, sobre o valor corrigido monetariamente. II. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Nesse sentido trazse à lume excerto do voto do Desembargador Dirceu de Almeida Soares quando do julgamento, pela 2a. Turma do TRF4, da AC 2005.72.01.000031 1/SC, em 2006 (Leandro Paulsen, Direito Tributário, 9ª ed., Livraria do Advogado, pág. 1028), ipsis litteris: “...tanto a multa quanto ao tributo são aplicáveis os mesmos procedimentos e critérios de cobrança. E não poderia ser diferente, porquanto ambos compõe o crédito tributário e devem sofrer a incidência de juros no caso de pagamento após o vencimento. Não haveria porque o valor relativo à multa permanecer congelado no tempo. Tampouco há falar em violação da estrita legalidade ...O artigo 43 da Lei nº 9.430/96 traz previsão expressa da incidência de juros sobre a multa, que pode, inclusive, ser lançada isoladamente.” Com efeito, é legitima a exigência de juros de mora tanto sobre os débitos lançados como da respectiva multa de ofício, não pagos no vencimento, calculados pela taxa Selic a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao dos respectivos vencimentos dos prazos até o mês anterior ao do pagamento e de Fl. 1801DF CARF MF Processo nº 10469.725077/201111 Acórdão n.º 1302002.850 S1C3T2 Fl. 1.788 29 um por cento no mês do pagamento, conforme determinação legal expressa. Para sedimentar as considerações feitas no presente voto, trazse à colação o entendimento expresso nos seguintes Acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscal desse Egrégio Conselho Administrativo: ACÓRDÃO nº CSRF/0400.651, julgado em 18/09/2007: JUROS DE MORA – MULTA DE OFÍCIO – OBRIGAÇÃO PRINCIPAL – A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, incluindo a multa de ofício proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre o qual, assim, devem incidir os juros de mora à taxa Selic. ACÓRDÃO nº 9101002.5011ª Turma, julgado em 12/12/2016 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Assim, considero correta a aplicação da taxa SELIC como juros de mora sobre a multa de ofício. Nestes termos, dou provimento parcial ao recurso voluntário para: (1) considerar correto o registro das receitas de luvas e alugueis com outras receitas operacionais; (2) manter a glosa das receitas de alugueis e luvas da atividade incentivada; (3) afastar a multa isolada relativa ao anocalendário de 2006, aplicando a súmula nº 105 do CARF ao caso; (4) manter as demais multas isoladas ajustadas pela decisão em (1) afastando a aplicação da súmula nº 105 deste Conselho; (5) manter a autuação no que pertine à produção acima dos limites incentivados; e manter a incidência de juros sobre a multa de ofício. É como voto. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho Relator Fl. 1802DF CARF MF 30 Fl. 1803DF CARF MF
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Numero do processo: 11020.912166/2009-03
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. ALTERAÇÃO DO PEDIDO. IMPOSSIBILIDADE.
A alteração do pedido ou da causa de pedir não é admitida após ciência do Despacho Decisório, em face da estabilização da lide. Não verificada circunstância de inexatidão material, que pode ser corrigida de ofício ou a pedido, descabe a retificação do Per/DComp após ciência do Despacho Decisório, para alteração do direito creditório, pois a modificação do pedido original configura inovação processual vedada, de natureza retratável, exigindo-se, por conseguinte, a apresentação de novo Per/DComp para compensação de débito remanescente.
Numero da decisão: 1003-000.097
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Bárbara Santos Guedes (relatora), que lhe deu provimento parcial para reconhecer o pedido formulado como saldo negativo de CSLL, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise a liquidez e certeza do crédito pleiteado e efetue a homologação, ou não, do presente pedido de compensação. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Carmen Ferreira Saraiva.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente e Redatora Designada
(assinado digitalmente)
Bárbara Santos Guedes - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: BARBARA SANTOS GUEDES
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ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. ALTERAÇÃO DO PEDIDO. IMPOSSIBILIDADE. A alteração do pedido ou da causa de pedir não é admitida após ciência do Despacho Decisório, em face da estabilização da lide. Não verificada circunstância de inexatidão material, que pode ser corrigida de ofício ou a pedido, descabe a retificação do Per/DComp após ciência do Despacho Decisório, para alteração do direito creditório, pois a modificação do pedido original configura inovação processual vedada, de natureza retratável, exigindose, por conseguinte, a apresentação de novo Per/DComp para compensação de débito remanescente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Bárbara Santos Guedes (relatora), que lhe deu provimento parcial para reconhecer o pedido formulado como saldo negativo de CSLL, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise a liquidez e certeza do crédito pleiteado e efetue a homologação, ou não, do presente pedido de compensação. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Carmen Ferreira Saraiva. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente e Redatora Designada (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 21 66 /2 00 9- 03 Fl. 85DF CARF MF Processo nº 11020.912166/200903 Acórdão n.º 1003000.097 S1C0T3 Fl. 86 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão de nº 12.37.061, de 5 de maio de 2011, da 1ª Turma da DRJ/RJ1, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, não conhecendo do direito creditório. Cuida o presente processo de pedido de compensação (DCOMP) nº 31608.37554.051006.1.3.045416, o qual buscou compensar pagamento indevido ou a maior, com débitos próprios da contribuinte. A DRF, por meio de Despacho Decisório (fls. 06), ao analisar as informações prestadas na referida DCOMP, acabou por não homologar a compensação declarada sob o argumento de que, "a partir do DARF discriminado no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Inconformado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade às fls. 09 e 10, alegando que cometeu um erro de preenchimento da DCOMP, uma vez que informou como origem do crédito um pagamento indevido ou a maior, quando o correto é saldo negativa de CSLL paga por estimativa referente aos anos de 2001 e 2002. No acórdão de nº 1237.061, o pedido da Recorrente foi julgado improcedente, conforme se depreende da ementa abaixo: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Ano calendário: 2002 RESTITUIÇÃO/ COMPENSAÇÃO. Mantémse o despacho decisório, se não elididos os fatos que lhe deram causa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário que, em síntese, destaca que, por equívoco, ao preencher a PER/DCOMP, informou ser a origem do crédito DARFs pagas indevidamente, de R$ 6.632,77, período de apuração 31/07/2002 e pago em 30/08/2002 o qual fez parte da composição do crédito referente a saldo negativo de CSLL para por estimativa referente aos anos de 2001 e 2002. O correto deveria ter sido o preenchimento da PER/DCOMP informando a existência de crédito referente a saldo negativo de CSLL de R$ 19.783,26 referentes a 2001 e R$ 44.480,87 referentes a 2002. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 11020.912166/200903 Acórdão n.º 1003000.097 S1C0T3 Fl. 87 3 É o Relatório. Voto Vencido Conselheira Bárbara Santos Guedes, Relatora Tratase de procedimento de DCOMP não homologado em razão da insuficiência de crédito informado na declaração, haja visto já ter sido utilizado integralmente no pagamento de débitos da Recorrente. Ocorre que, como admitido pela Recorrente, a informação prestada na DCOMP estava incorreta, isso porque o valor indicado para ser compensado pela Recorrente, em verdade, seria o valor correspondente ao saldo negativo apurado nos ano calendário de 2001 e 2002 e informado em sua DIPJ (fls. 60 a 71). A questão posta cingese à inexatidão material quando do preenchimento da DCOMP. Concluise que, apesar da indicação errônea do tipo de crédito quando do preenchimento da DCOMP, isto é, apontando o saldo de pagamento indevido ou pagamento a maior, quando o correto seria saldo negativo, ainda persistiria o direito de crédito em seu favor. O equívoco de preenchimento em referência não impede o reconhecimento da compensação pleiteada, de tal sorte que uma vez comprovada a existência do crédito, é direito do contribuinte de efetuar sua compensação. Essa posição encontra amparo em outras decisões recentes desse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, conforme abaixo: Acórdão (Visitado): 1401002.521 Número do Processo: 13629.900730/201308 Data de Publicação: 07/06/2018 Contribuinte: FERMAG FERRITAS MAGNETICAS LTDA Relator(a): ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Anocalendário: 2011 PER/DCOMP. ERRO NO PREENCHIMENTO. RETIFICAÇÃO APÓS PROLAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO. PRINCÍPIOS DA VERDADE MATERIAL E DA INFORMALIDADE. POSSIBILIDADE.Constatandose dos documentos acostados ao processo que o contribuinte apresentou equivocadamente PER/DCOMP relativo a pagamento a maior ou indevido quando seu crédito deveria ser manejado como saldo negativo de IRPJ e/ou CSLL, refazse a análise do crédito sob a forma de Saldo Negativo, e, apurandose crédito disponível, aplicase ao mesmo a sistemática de atualização aplicável aos saldos negativos para fins de compensação com os débitos declarados nos PER/DCOMP. Acórdão: 1301002.878 Número do Processo: 13005.901307/200978 Data de Publicação: 04/06/2018 Contribuinte: AGRO COMERCIAL AFUBRA LTDA Relator(a): MARCOS PAULO LEME BRISOLA CASEIRO Fl. 87DF CARF MF Processo nº 11020.912166/200903 Acórdão n.º 1003000.097 S1C0T3 Fl. 88 4 Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano calendário: 2004 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. Constatado erro no preenchimento da declaração, bem como comprovada a existência do crédito tributário em sede de fiscalização, a homologação pretendida deve ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. Nos termos do art. 170 do CTN, para efeito de extinção do crédito tributário, a compensação deve ser autorizada por lei e os créditos contra a Fazenda Pública devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos. Acórdão: 1301002.642 Número do Processo: 10380.720580/201061 Data de Publicação: 01/11/2017 Contribuinte: M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS Relator(a): MARCOS PAULO LEME BRISOLA CASEIRO. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2002 Ementa: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR DE ESTIMATIVA. PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO. Constatado erro no preenchimento da declaração, bem como comprovada a existência do crédito tributário em sede de fiscalização, a homologação pretendida deve ser reconhecida, em homenagem ao princípio da verdade material no processo administrativo. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A contribuinte apresentou DCOMP antes de ter iniciado qualquer procedimento fiscal, de tal sorte a extinguir o crédito tributário. Desse modo, devese aproveitar das benesses trazidas pela denúncia espontânea, nos termos do artigo 138 do CTN. Nesse diapasão, não se pode afastar o princípio da verdade material no âmbito de decisões em processos administrativos fiscais. O Decreto nº 70.235/72 já prevê essa situação: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.(…) Art. 32. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos existentes na decisão poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo.” O princípio da verdade material deverá subsidiar o processo administrativo, devendo a autoridade julgadora buscar a realidade dos fatos, conforme ocorrida, e para tal, ao formar sua livre convicção na apreciação dos fatos, podendo realizar as diligências que considere necessárias à complementação da prova ou ao esclarecimento de dúvida relativa aos fatos trazidos no processo. Outrossim, em decorrência deste princípio, impõese sejam sanadas as falhas, omissões e enganos eventualmente cometidos no curso do processo. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 11020.912166/200903 Acórdão n.º 1003000.097 S1C0T3 Fl. 89 5 Assim sendo, verificase ter havido equívoco material nos presentes autos, haja vista que restou comprovado através das DIPJs anexadas aos autos as alegações da Recorrente. Ocorre, porém, que é imprescindível para a análise do mérito neste processo que seja analisada a certeza e liquidez dos créditos indicados pela Recorrente, conforme determina o art. 170 do CTN. Em razão disso, e para evitar eventual usurpação de competência de autoridade administrativa, já que cabe à DRF de origem a análise e o pronunciamento a respeito do deferimento (ou não) de pedidos de restituição/compensação (arts. 57 e 63 da IN RFB 900/2008), entendo que o referido processo deve retornar à origem para que seja reanalisado considerando a ser a origem do pedido de compensação a existência de saldo negativo de CSLL anos calendário 2001 e 2002. Diante o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o pedido formulado como saldo negativo de IRPJ, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise a liquidez e certeza do crédito pleiteado e efetue a homologação, ou não, do presente pedido de compensação. (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Voto Vencedor Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Redatora Designada Com a devida vênia ao entendimento da Ilustre Conselheira Relatora abro divergência no que se refere a possibilidade jurídica de retificação do Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) após a ciência do Despacho Decisório para alterar o direito creditório originalmente pleiteado de pagamento a maior, código 2484, para saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrarseia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. A regra é de que o Per/Dcomp somente pode ser retificado pela Recorrente caso se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador,em conformidade com o art. 77 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008, art. 88 da Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de dezembro de 2012 e art. 107 da Instrução Normativa RFB nº 1.717, de 17 de julho de 2017, todas editadas com fundamento no poder disciplinar da RFB previsto no § 14 do art. 74 da Lei n º 9.430, de 1996. O Per/DComp delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Instaurado o contencioso e estabilizada a lide, não se admite que a Recorrente altere o pedido mediante a modificação do direito creditório aduzido Per/DComp, posto que tal procedimento desnatura o próprio objeto. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 11020.912166/200903 Acórdão n.º 1003000.097 S1C0T3 Fl. 90 6 Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos existentes no Per/DComp podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da Requerente. O erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado (art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e incisos I e III do art. 145 e inciso IV do art. 149 do Código Tributário Nacional). A informação de que se o direito creditório se tratava de saldo negativo após a ciência do Despacho Decisório revestese de pedido de retratação de situação nova não passível de convalidação no presente momento, já que apresentada posteriormente à ciência da decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório pleiteado e não homologou a compensação de débito declarado. A pretensão de retificação do Per/DComp para fins de constar direito creditório diverso do originalmente identificado, apenas trazida em sede de impugnação, constitui inovação da matéria tratada nos autos, não podendo ser objeto de análise neste processo.Ainda, a manifestação de inconformidade não é meio adequado para retificação do Per/DComp pela incompatibilidade dos instrumentos e pela preclusão da possibilidade de referida retificação após a decisão administrativa exarada pela autoridade preparadora. A alteração do pedido ou da causa de pedir não é admitida após ciência do Despacho Decisório, em face da estabilização da lide. Não verificada circunstância de inexatidão material, que pode ser corrigida de ofício ou a pedido, descabe a retificação do Per/DComp após ciência do Despacho Decisório, para alteração do direito creditório, pois a modificação do pedido original configura inovação processual vedada, exigindose, por conseguinte, a apresentação de novo Per/DComp. Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 90DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.901054/2011-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005
CRÉDITO POR PAGAMENTO INDEVIDO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
Instaurado o contencioso administrativo, em razão da não homologação de compensação de débitos com crédito de suposto pagamento indevido ou a maior, é do contribuinte o ônus de comprovar nos autos, tempestivamente, a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar. Não há como reconhecer crédito cuja certeza e liquidez não restou comprovada no curso normal do processo administrativo.
Numero da decisão: 3302-005.440
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Weis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Jorge Lima Abud, Vinicius Guimarães, Diego Weis Junior, José Renato Pereira de Deus, Raphael Madeira Abad, Walker Araújo.
Nome do relator: DIEGO WEIS JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005 CRÉDITO POR PAGAMENTO INDEVIDO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Instaurado o contencioso administrativo, em razão da não homologação de compensação de débitos com crédito de suposto pagamento indevido ou a maior, é do contribuinte o ônus de comprovar nos autos, tempestivamente, a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar. Não há como reconhecer crédito cuja certeza e liquidez não restou comprovada no curso normal do processo administrativo.
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COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Instaurado o contencioso administrativo, em razão da não homologação de compensação de débitos com crédito de suposto pagamento indevido ou a maior, é do contribuinte o ônus de comprovar nos autos, tempestivamente, a certeza e liquidez do crédito pretendido compensar. Não há como reconhecer crédito cuja certeza e liquidez não restou comprovada no curso normal do processo administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Diego Weis Junior Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Fenelon Moscoso de Almeida, Jorge Lima Abud, Vinicius Guimarães, Diego Weis Junior, José Renato Pereira de Deus, Raphael Madeira Abad, Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 90 10 54 /2 01 1- 03 Fl. 54DF CARF MF Processo nº 11040.901054/201103 Acórdão n.º 3302005.440 S3C3T2 Fl. 55 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto pela H W FERNANDES E CIA LTDA contra o Acórdão n. 0950.369 da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG) – DRJ/JFA, assim ementado. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2005 DIREITO CREDITÓRIO. SALDO DE PAGAMENTO PARA HOMOLOGAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA. Deve ser confirmado o despacho decisório de homologação parcial de compensação quando demonstrado que, do pagamento informado, não resulta saldo disponível para confirmar o crédito declarado. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO DE DCOMP. INCOMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. Falece competência às Delegacias de Julgamento para apreciar pedidos de retificação de Declaração de Compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em síntese, a Turma não reconheceu a pretensão da Recorrente por entender que inexiste crédito a ser compensado. A pretensão central da Recorrente é reverter despacho decisório não homologou a compensação declarada na DCOMP n. 07870.23376.291007.1.3.046716. Em sua manifestação de inconformidade fl. 10 o contribuinte alega que o crédito utilizado na DCOMP nº 07870.23376.291007.1.3.046716, referese à valores indevidamente recolhidos entre os anos de 2005 e 2006, período no qual equivocadamente os débitos da empresa foram apurados e recolhidos sob a forma do lucro presumido, quando na verdade deveriam ter sido incluídos no Simples Nacional. Admite, ainda, a existência de eventual erro de preenchimento do DCOMP, razão pela qual requer prazo para análise e correção. Quando do julgamento do Acórdão recorrido a Turma entendeu que no ano calendário de 2005, a interessada apresentou Declaração pelo Simples, sendo assim, neste período faz jus ao direito creditório sobre os valores recolhidos fora dessa sistemática. Entretanto o DARF informado na DCOMP já foi parcialmente utilizado em compensações anteriores não sendo possível a retificação da Declaração de Compensação em tempo de julgamento administrativo. Declarou ainda a instância a quo não deter competência para apreciar pedidos de retificação de Declaração de Compensação. Em recurso voluntário – fls. 43/44 – o contribuinte alega que recolheu tributos sob o regime do lucro presumido entre 2005 e 2006 por não ter sido informado sobre sua inserção no SIMPLES. Quando teve ciência do fato pagou a multa por declaração em atraso e entregou declaração simplificada, nos termos do Simples Nacional. Fl. 55DF CARF MF Processo nº 11040.901054/201103 Acórdão n.º 3302005.440 S3C3T2 Fl. 56 3 Ao fim, requer o sujeito passivo “bem como achamos complexa a vossa comunicação de indeferimento, entendemos que para um melhor compreensão da nossa parte, a Receita Federal deveria nos fornecer uma conta corrente ou algo em que constasse, onde forma utilizados os valores que recolhemos indevido, ou pelo menos a informação que estes valores ora cobrado não foram compensado porque naquele tipo de contribuição já não tinha saldo para mais aquele valor, mas que em contra partida em outro imposto recolhido sobre determinado valor, pois como já nos reportamos tratava se de um valor bem superior”. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Weis Junior, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade. Cumpre ressaltar que é patente a boa fé do contribuinte e a presença de elementos indicadores da existência de recolhimentos indevidos, porque pagos sob o regime incorreto de apuração. Contudo, ainda que haja indícios do direito creditório, não detém esta Corte poder para alterar os dados equivocadamente inseridos pelo contribuinte na Declaração de Compensação. Detendo apenas competência para analisar os dados informados pelo contribuinte e decidir pela existência ou não do direito creditório. Tendo em vista que a homologação da compensação de débito tributário, nos termos do §1º, do artigo 74, da Lei 9.430/96, depende exclusivamente da comprovação da existência de certeza e liquidez do crédito a ser compensado, não há como homologar compensação cujo crédito não seja nesses termos confirmado. A compensação de tributos é, basicamente, um encontro de contas onde cabe ao contribuinte provar que detém o crédito que pretende compensar com os valores por ele devidos e que, por essa razão, nos termos do disposto no artigo 74, da Lei 9.430/96, c/c o art. 170 do CTN, faz jus compensação pretendida. Portanto, não tendo sido comprovada nos autos a certeza e liquidez do crédito a ser compensado, não resta a este tribunal outra decisão que não a manutenção do acórdão recorrido. Conforme dispõe o regimento interno deste colegiado em seu artigo 1º1, aos conselheiros cabe analisar os valores e documentos acostados aos autos, e, assim, julgar os 1 Art.1º O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Fl. 56DF CARF MF Processo nº 11040.901054/201103 Acórdão n.º 3302005.440 S3C3T2 Fl. 57 4 recursos que lhes são apresentados. Neste caso, incumbe aos conselheiros desta Turma apenas a decisão acerca da confirmação ou não do direito creditório utilizado na compensação pretendida. Ocorre que o recorrente não trouxe aos autos qualquer documento capaz de demonstrar a liquidez e certeza do crédito pretendido compensar, não se podendo reconhecer a existência de tal direito. No caso em estudo, o contribuinte apresentou várias declarações de compensação cuja homologação foi negada, sendo cada uma delas tratada em um processo administrativo distinto, conforme tabela/resumo abaixo. DEMONSTRATIVO DAS COMPENSAÇÕES DECLARADAS Nº DCOMP APRESENTADA DCOMP INICIAL PROCESSO ADMINISTRATIVO ORIGEM DO CRÉDITO (DARF) 2 DÉBITO 29531.44582.291007.1.3.046560 15560.25031.291007.1.3.040430 11040.901048/201148 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 02.2005 62,77 02921.59675.291007.1.3.044312 13703.81870.291007.1.3.040938 11040901049/201192 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 04.2005 237,98 06813.30975.291007.1.3.040397 02782.67723.291007.1.3.048786 11040901050/201117 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 05.2005 54,13 30624.33604.291007.1.3.044584 37260.89442.291007.1.3.046187 11040901051/201161 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 05.2005 286,20 36413.30105.291007.1.3.043678 20569.87623.291007.1.3.045162 11040901053/201151 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 09.2005 270,68 07870.23376.291007.1.3.046716 36413.30105.291007.1.3.043678 11040901054/201103 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 10.2005 308,81 35821.57117.291007.1.3.049705 07870.23376.291007.1.3.046716 11040901055/201140 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 10.2005 57,21 35023.93042.301007.1.3.042367 22218.77856.291007.1.3.043173 11040901062/201141 PIS 28.02.2005 R$17,10 SIMPLES 01.2006 849,29 TOTAIS R$ 17,10 R$ 2.127,07 Conforme se percebe pela análise da tabela acima, a recorrente utilizou o mesmo pagamento como origem de todos os pedidos de compensação efetuados. O DARF apontado como origem do crédito foi relativo a um recolhimento de PIS, referente ao mês 02/2005, no valor de R$17,10, sendo este insuficiente para compensar qualquer um dos débitos apontados individualmente, máxime para compensar todos os débitos em conjunto. Resta evidente, portanto, que de fato ouve erro de preenchimento das DCOMP´s não homologadas. Contudo, conforme dito alhures, não cabe a este julgador proceder a retificação de tais declarações. Ademais, o reconhecimento do direito creditório, nos autos de processo administrativo, depende da comprovação documental da existência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. A falta das cópias dos DARF´s e dos respectivos comprovantes, pagos fora do regime simplificado de apuração quando neste já estava inserido o contribuinte, comprometeu totalmente a análise da liquidez do crédito alegado, impossibilitando o reconhecimento do direito creditório em discussão neste PAF. Diante do exposto, tendo em vista a falta de comprovação da certeza e liquidez do crédito alegado, voto por conhecer do recurso voluntário e negarlhe provimento. (assinado digitalmente) 2 As informações sobre o DARF indicado como origem do Crédito, foram retiradas de cada um dos despachos decisórios que não homologaram as respectivas Declarações de Compensação. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 11040.901054/201103 Acórdão n.º 3302005.440 S3C3T2 Fl. 58 5 Diego Weis Junior Relator Fl. 58DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15521.000107/2010-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1301-000.605
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que proceda a nova intimação do contribuinte fornecendo-lhe o inteiro teor do acórdão 12-57.142, abrindo-se prazo de trinta dias para que esse, se desejar, apresente razões aditivas ao recurso voluntário. Ao final, ainda que o contribuinte não se manifeste, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Relatório
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que proceda a nova intimação do contribuinte fornecendolhe o inteiro teor do acórdão 1257.142, abrindose prazo de trinta dias para que esse, se desejar, apresente razões aditivas ao recurso voluntário. Ao final, ainda que o contribuinte não se manifeste, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Carlos Augusto Daniel Neto, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 21 .0 00 10 7/ 20 10 -2 6 Fl. 951DF CARF MF Processo nº 15521.000107/201026 Resolução nº 1301000.605 S1C3T1 Fl. 952 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão nº 1257.142, proferido pela 6ª Turma da DRJ/RJ1, que, por unanimidade de votos, julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada, mantendo parcialmente a exigência do crédito tributário em discussão. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento de primeira instância, a seguir transcrito: Relatório Tratase de lançamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – SIMPLES, Contribuição para o PIS/Pasep – SIMPLES, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – SIMPLES, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social SIMPLES, Contribuição para Seguridade Social – INSS – SIMPLES (Autos de Infração de fls. 536/585), lavrados em 23/06/2010, para constituir o crédito tributário total no valor de R$ 2.651.597,07(fls.2), incluídos o principal, a multa de ofício de 75% e os juros de mora devidos até a data da lavratura, decorrentes da apuração das infrações – OMISSÃO DE RECEITAS/DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO ESCRITURADOS e INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO, relativas aos fatos geradores ocorridos no período de 31/01/2005 a 31/12/2005, conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 518/521, parte integrante do lançamento em referência. Cientificada dos lançamentos, em 28/06/2010(fls. 588), a contribuinte protocolizou, em 26/07/2010, a impugnação de fls. 593/616 e anexos, apresentando as razões de fato e de direito a seguir relatadas. Preliminarmente, requer a anulação do lançamento por terem sido abrangidos pelo instituto da decadência, no que se refere aos tributos incluídos do SIMPLES cujo período de apuração ocorreu de janeiro a maio de 2005, por se tratar de lançamento por homologação, tem constituição definitiva de 05 (cinco) anos contados da data da ocorrência do fato gerador que, no caso, é mensal, considerando que a ciência do lançamento se deu em 26/06/2010. E, no mérito, a impugnante alega, em síntese, o seguinte: • Inobservância do Art. 142 e parágrafo único, do CTN (Ausência da materialização da ocorrência do fato gerador, atipicidade da conduta atribuída à empresa por ausência de diploma legal que a fundamente, Incerteza na determinação da matéria tributável e na quantificação do montante do tributo devido). • Ausência de certeza e liquidez no lançamento, inobservância do inciso II do Art. 112 do CTN, em razão das dúvidas e incertezas contidas nos extratos bancários que serviram de base de cálculo, uma vez que é possível verificar que alguns valores se referem à transferência de conta bancária da própria empresa (J ou JC) ou transferência de contas de outras empresas ligadas (empresas do Fl. 952DF CARF MF Processo nº 15521.000107/201026 Resolução nº 1301000.605 S1C3T1 Fl. 953 3 mesmo sócio, no caso da SEALOC ou de familiares do sócio, no caso da L.S RIBEIRO), comprovandose que o Fisco tributou valores que não eram passíveis de tributação. • É pacífico na doutrina e na jurisprudência (conforme sumula 182 do Tribunal Federal de Recursos) que o extrato bancário é uma presunção bastante precária, haja vista que os valores creditados muitas vezes não representam faturamento da pessoa jurídica ou obtenção de rendimentos pela pessoa física. • Inaplicabilidade da presunção legal contida no Art. 42 da Lei n° 9.430/96 pela antinomia com a Lei Complementar n° 105/2001 e com o Decreto n° 3.724/2001. • Com o advento da lei n° 9.317/96, toda a matéria tributária relativa às ME e EPP optantes pelo SIMPLES, passou a ser regida por esse diploma legal, inclusive os procedimentos administrativos relativos à omissão de receita (Art. 18) por parte dessas empresas e relativo a Fiscalização das mesmas (Art. 17) para a verificação do cumprimento da legislação tributária e a conseqüente constituição de crédito tributário relativos aos impostos e contribuições abrangidos pela nova sistemática, quando fosse constatada alguma infração aos seus dispositivos. • Em obediência ao Art. 18 da Lei n° 9.317/96 e o Art. 33 da Instrução Normativa n° 355/2003 é necessário que a escrituração da empresa (Livros comerciais ou livro caixa) seja investigada para dela se extrair a constatação de que há valores creditados na conta bancária da empresa realizada através de depósitos (cheques, transferências e dinheiro) que não foram escriturados e que a ME ou EPP após ser intimada não logrou comprovar com documentos hábeis e idôneos a origem dos numerários. Somente após esta constatação é que o lançamento efetuado estaria aperfeiçoado. • O tratamento dado pelo Fisco somente passou a ter efeito a partir da entrada em vigor da Lei Complementar n° 123/2006 (SIMPLES NACIONAL) que revogou a lei n° 9.317/96, e no seu Art. 34 retirou a condição contida no Art. 18 da lei por ela revogada e ainda inclui o esclarecimento inexistente no texto revogado de que as presunções legais se aplicam às ME e EPP optantes pelo SIMPLES NACIONAL. Após a juntada da impugnação de fls. 557/696, a ARF/MacaéRJ encaminhou os autos para julgamento. Naquela oportunidade, a r.turma julgadora julgou parcialmente procedentes os lançamentos efetuados, cujo julgamento se encontra sintetizado pela seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 DECADÊNCIA Fl. 953DF CARF MF Processo nº 15521.000107/201026 Resolução nº 1301000.605 S1C3T1 Fl. 954 4 Presente a decadência reportada no art. 150, § 4°, do CTN, há que ser afastada a exigência dos tributos e contribuições apurados relativamente aos meses de janeiro a maio de 2005. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 OMISSÕES DE RECEITAS. PRESUNÇÃO. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. Caracterizamse como omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. MUDANÇAS DE ALÍQUOTA. Em virtude das alterações de alíquotas, causadas por mudanças de faixas de receita bruta acumulada por constatação de omissão de receitas, impõese a exigência de ofício das insuficiências de recolhimento. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Após intimação editalícia, e escoado o prazo legal, a empresa autuada apresentou petição denominando de seu recurso voluntário, impugnando a intimação fictícia, e apresentando razões recursais. É o relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator Compulsando os autos, entendo que o recurso apresentado ainda não se encontra em condições para julgamento. Das Preliminares de Admissibilidade e Nulidade por Cerceamento do Direito de Defesa Aprecio, inicialmente, as preliminares suscitadas. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, assim dispõe: Art. 23. Farseá a intimação: Fl. 954DF CARF MF Processo nº 15521.000107/201026 Resolução nº 1301000.605 S1C3T1 Fl. 955 5 (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) § 1º Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I no endereço da administração tributária na internet; II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. A leitura do trecho transcrito revela que a intimação por edital, no processo administrativo tributário, tem caráter subsidiário e somente se legitima quando resultar improfícua uma das formas de intimação previstas no caput do art. 23 do Decreto nº 70.235/1972, considerandose improfícua a tentativa de intimação frustrada no domicílio eleito pelo sujeito passivo. O carimbo dos correios existente na fl. 785 deste processo digital, com o ateste de não procurado, demonstra, de forma incontestável, a inexistência de qualquer tentativa de intimação do contribuinte. De conseguinte, mostrase ilegítima a intimação editalícia promovida pela DRF de origem, porquanto não comprovado que a intimação postal se mostrou improfícua. Pelo contrário: o documento dos Correios acostado aos autos evidencia, a todas as luzes, que não houve qualquer tentativa de intimação postal. Nesse cenário, entendo que a intimação por edital da decisão de primeira instância é nula de pleno direito, não produzindo qualquer efeito neste processo administrativo fiscal. Emerge dos autos, no entanto, que o contribuinte compareceu espontaneamente à DRF de origem e, em 15/ago/2014, apresentou requerimento administrativo (fl. 885), impugnando a intimação ficta, pleiteando a reabertura do prazo para interposição de recurso, sem tecer qualquer consideração acerca do mérito da controvérsia. Antes de qualquer análise do seu pedido de reabertura do prazo, o Interessado apresentou, em 21/nov/2014, a petição de fls. 896 a 913, denominandoa de Recurso Voluntário, deduzindo na referida peça razões recursais, porém, sem conhecer o conteúdo integral da decisão proferida pelo colegiado da Delegacia de Julgamento, decisão recorrida, em clara afronta aos princípios da ampla defesa e contraditório. Sendo assim, deve ser corrigido o vício apontado pelo contribuinte, para que lhe seja oportunizada a apresentação de razões aditivas ao recurso voluntário já interposto. Fl. 955DF CARF MF Processo nº 15521.000107/201026 Resolução nº 1301000.605 S1C3T1 Fl. 956 6 . Conclusão Por essas razões, proponho a conversão do julgamento em diligência para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, de forma seja realizada nova intimação ao contribuinte, fornecendolhe o inteiro teor do acórdão 1257.142, abrindose prazo de trinta dias para que esse, se desejar, apresente razões aditivas ao recurso voluntário. Ao final, ainda que o contribuinte não se manifeste, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 956DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13864.720163/2015-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri May 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011
DOCUMENTO AUXILIAR DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA (DANFE). REPRESENTAÇÃO DA NOTA FISCAL NA CIRCULAÇÃO FÍSICA DAS MERCADORIAS.
Não discute a decisão recorrida o direito à suspensão do imposto nas operações autuadas, apenas o "requisito formal" de "fazer constar das notas fiscais de saída o enquadramento legal da suspensão".
A Lei 10.637/02, art. 29, § 6o, determina que nas notas fiscais relativas às saídas do estabelecimento com suspensão de IPI "deverá constar a expressão "Saída com suspensão do IPI", com a especificação do dispositivo legal correspondente".
No presente caso, pode-se considerar que, ainda não conste tal informação no SPED-NFe, em sendo as DANFEs representações das notas fiscais no mundo real, ou seja, na circulação física das mercadorias entre o fabricante de embalagens autuado e os seus clientes, se delas constava o que exigia o dito dispositivo legal, este restou cumprido.
NOTA FISCAL ESCRITURADA COMO CANCELADA. SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL. PROVA DO NÃO CANCELAMENTO.
A nota fiscal, documento eletrônico depositado no SPED é prova cabal do não cancelamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.714
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS DA COSTA CAVALCANTI FILHO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 DOCUMENTO AUXILIAR DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA (DANFE). REPRESENTAÇÃO DA NOTA FISCAL NA CIRCULAÇÃO FÍSICA DAS MERCADORIAS. Não discute a decisão recorrida o direito à suspensão do imposto nas operações autuadas, apenas o "requisito formal" de "fazer constar das notas fiscais de saída o enquadramento legal da suspensão". A Lei 10.637/02, art. 29, § 6o, determina que nas notas fiscais relativas às saídas do estabelecimento com suspensão de IPI "deverá constar a expressão "Saída com suspensão do IPI", com a especificação do dispositivo legal correspondente". No presente caso, podese considerar que, ainda não conste tal informação no SPEDNFe, em sendo as DANFEs representações das notas fiscais no mundo real, ou seja, na circulação física das mercadorias entre o fabricante de embalagens autuado e os seus clientes, se delas constava o que exigia o dito dispositivo legal, este restou cumprido. NOTA FISCAL ESCRITURADA COMO CANCELADA. SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL. PROVA DO NÃO CANCELAMENTO. A nota fiscal, documento eletrônico depositado no SPED é prova cabal do não cancelamento. Recurso Voluntário Provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 72 01 63 /2 01 5- 89 Fl. 7045DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 1464.269, proferido pela 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório constante do acórdão recorrido, em parte: Tratase de impugnação de lançamento (efls. 822 a 839), apresentada em 08 de janeiro de 2016 (efl. 821), contra auto de infração do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI (efls. 802 a 812), cientificado em 09 de dezembro de 2015 (efl. 815), relativo aos períodos de janeiro a dezembro de 2011. De acordo com o termo de verificação fiscal TVF (efls. 797 a 831) foi apurado o seguinte: 1 Falta de escrituração e escrituração a menor, no livro Registro de Saídas – com reflexo no LRAIPI –, do IPI destacado nas notas fiscais de saída, pelo registro de notas fiscais de saída como canceladas (II.1); pelo registro da nota fiscal eletrônica nº 11.493, de 15 de novembro de 2011, sem o IPI nela destacado (II.2); pelo registro parcial da nota fiscal eletrônica no 11.373, de 11 de março de 2011 (II.3). 2 Saída de produtos sem lançamento do IPI em nota, ou indicação de alíquota menor do que a prevista na Tabela de Incidência do IPI Tipi (III). Haveria, segundo a Fiscalização, produtos com saídas descritas como de alíquota zero, com isenção e com suspensão do imposto. Entretanto, as saídas Fl. 7046DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.046 3 com alíquota zero referirseiam a produtos de alíquota de 15%. Já nas saídas com suspensão e isentas, não haveria, no campo "Informações Complementares", a indicação do fundamento legal para o não destaque do IPI. A Fiscalização considerou os procedimentos adotados pela Interessada em relação à infração II.1 como fraudulentos, qualificando a multa de ofício aplicada, nos seguintes termos (destaques nossos): A conduta sistemática de não escriturar o valor do imposto consignado nas notas fiscais de saída, no livro registro de saídas, conforme relatado no tópico II.1 acima, levaram à redução expressiva dos saldos do imposto apurado a recolher. Isso demonstra que os débitos não escriturados de valores vultosos e ocorridos sistematicamente, impossibilitam qualquer alegação de erro pela fiscalizada. Os fatos relatados demonstram dolo, porquanto a empresa utilizou desses artifícios reiteradamente, com o intuito de reduzir o valor do imposto apurado a recolher, caracterizando, dessa forma, a conduta de sonegação/fraude, nos termos do que dispõem os arts. 561 e 562 do RIPI/2010. A intenção do agente, elemento subjetivo (dolo), requisito basilar para a exacerbação da penalidade pecuniária tributária e para a imputação penal, evidenciase pura e simplesmente pelo cotejo da documentação carreada aos autos. A multa de ofício (75%), proporcional ao montante do tributo devido, é a penalidade pecuniária infligida pelo não pagamento do tributo jungido ao fato gerador ocorrido (casos dos itens II.2, II.3 e III). Presentes as circunstâncias qualificativas que caracterizam a conduta de sonegação/fraude, nos termos do art. 559 do já referido regulamento, a multa de ofício é intensificada com a adoção do percentual de 150% (caso do item II.1) (Grifos do original). Conforme os demonstrativos constantes do auto de infração (efls. 803 e 804), a multa qualificada foi aplicada à primeira infração, mas somente em relação ao item II.1. [...] A demonstração da reconstituição da escrita fiscal constou das efls. 759 e 760. Na impugnação de lançamento, a Interessada alegou, inicialmente, a sua tempestividade. Segundo a Interessada, a Fiscalização teria solicitado "apenas informações superficiais do produto produzido pela autuada, deixando de se Fl. 7047DF CARF MF 4 atentar e analisar a alguns requisitos imprescindíveis à suspensão e alíquota zero do IPI, como ocorre em mais de 80% dos valores envolvidos na autuação fiscal ora guerreada." Em relação às notas fiscais canceladas (II.1), alegou que as respectivas operações teriam sido de fato canceladas e que a Fiscalização não teria lhe informado onde obteve a informação contrária, nem extratos das consultas efetuadas. Dessa forma, não teria sido demonstrada a alegação da Fiscalização, devendo ser cancelado o lançamento. Acrescentou que não se haveria sequer que falar em presunção "juris tantum", uma vez que não haveria sequer indício do não cancelamento das operações. Citou legislação e acórdão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf. Quanto à nota fiscal eletrônica nº 11.493 (II.2), sustentou que houve erro do sistema no lançamento da referida nota, havendo recolhido o montante do IPI respectivo com desconto da multa de ofício. A mesma alegação foi apresentada em relação à nota fiscal eletrônica nº 11.373 (II.3), por ter havido erro de digitação dos valores. No que concerne ao item III, quanto às operações com produtos de alíquota zero, a Interessada alegou que quase todas as notas fiscais, cujas cópias foram anexadas à impugnação, teriam destacado a expressão "suspensão do IPI em razão do disposto no artigo 29 da Lei nº 10.637/2002". Ademais, não haveria tal informação somente nas notas fiscais de remessas de amostras grátis (CFOP no 5911). A seguir, passou a tratar da disposição do art. 29 da Lei nº 10.637, de 2002, afirmando que a informação do motivo da saída com suspensão constou das notas fiscais. Ademais, informou quem seriam os adquirentes, suas respectivas atividades e os códigos de classificação dos produtos vendidos, que se enquadrariam, assim, no dispositivo citado. Quanto às saídas com suspensão do IPI, alegou que as afirmações da Fiscalização não seriam verdadeiras e que as informações constariam dos campos próprios das notas fiscais eletrônicas. Acrescentou que a informação de valor nulo de IPI, nas notas fiscais com suspensão, não implica que tenha aplicado a alíquota zero. Concluiu a alegação da seguinte forma: 37. Nestes termos, sejam nas operações apontadas como alíquota zero pela fiscalização, sejam nas operações com suspensão do IPI, o fato é que a autuada atendeu integralmente as exigências trazidas no artigo 29 da Lei n° 10.637/2002, o que coloca por terra a autuação fiscal em relação ao item III do TVF, quanto à inobservância de alíquota do IPI, visto em todas essas operações a venda das embalagens foram para fabricantes de produtos que gozam da suspensão do IPI, conforme atestado pelas declarações anexas (doc. anexo). Fl. 7048DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.047 5 Por fim, abordou a acusação de conduta dolosa, alegando que a Fiscalização não se teria aprofundado nos fatos. Segundo a Interessada, não existem indícios nos autos de prática dolosa sistemática ou reiterada, destacando que "o agente fiscal analisou apenas e tãosomente o ano calendário de 2011, apontando, supostamente, operações em valores médios de R$ 50 mil por mês, em um universo de apuração do IPI de mais de R$ 26 milhões no ano ou equivalente a mais de R$ 2,16 milhões ao mês." Acrescentou que não houve investigação "junto aos adquirentes das embalagens, para verificar se a suposta sonegação" seria verdadeira. Citou ementas de acórdãos do Carf. Ao final, requereu o cancelamento da autuação e, relativamente aos itens II.2 e II.3, a redução das multas. A documentação apresentada pela Interessada foi a seguinte: [...] Em sessão de 10 de maio de 2016, foi aprovada a Resolução 143.645 (efls. 5221 a 5225), com a seguinte finalidade: Quanto à primeira infração, a Interessada não apresentou documentação adicional. Em relação à infração III, as notas fiscais foram relacionadas nos documentos de efls. 515 a 758. O campo "Observações", em todas as notas fiscais, está com a notação "<N/D>" e o campo "CST IPI Descrição", em quase todas as notas, com a notação "Saída/isenta". Cada mês tem duas tabelas de notas fiscais, correspondentes aos dois valores indicados para cada período de apuração no demonstrativo das infrações constantes do auto de infração (efl. 803). A primeira delas referese às saídas de produtos de NCM 4819.1000 e a segunda, às de produtos de NCM 4823.9099 Conforme destacado no relatório, a Interessada apresentou as cópias de notas fiscais de efls. 852 a 5149. Nas cópias apresentadas, o campo "Informações complementares" aparece preenchido em quase todas as notas fiscais. Para verificar a autenticidade de tais notas fiscais, fezse a consulta por amostragem ao sistema SPEDNFe pelo número de chave das notas fiscais. Fl. 7049DF CARF MF 6 Entretanto, na relação, o campo "Informação complementares" aparece vazio, tal como informado pela Fiscalização originalmente. Tal informação, na tabela abaixo, aparece no campo "OBS.": [...] Tal situação diverge, por exemplo, das notas emitidas em 2012, como no exemplo abaixo: [...] Portanto, somente há duas explicações para as divergências: ou a Interessada emitiu as notas fiscais corretamente e, por alguma razão não esclarecida, o sistema não registrou o campo "dados adicionais", ou a Interessada, em todas as notas fiscais apresentadas, inseriu as informações posteriormente. O que causa dúvidas é a afirmação da Interessada, na impugnação, de que o campo "dados adicionais" estaria ausente nas notas relativas a remessas de amostra grátis, uma vez que, por exemplo, a nota de efl. 853 (9800) trata de remessa de amostra grátis e traz aquele campo preenchido com os dados que apareceriam somente nas outras operações. Portanto, não há, nos autos, informações suficientes para julgador (sic) o processo, uma vez que não está esclarecida a origem da divergência entre as informações utilizadas pela Fiscalização para realizar o lançamento e as informações constantes das cópias de notas fiscais apresentadas pela Interessada. Dessa forma, deve o processo ser baixado em diligência, para que a Fiscalização verifique, por amostragem ou utilizando o critério que entender mais adequado, como eventual circularização junto aos clientes, se as notas fiscais de saídas relativas à infração III foram emitidas conforme as cópias juntadas aos autos pela Interessada. Ao final, deverá ser lavrado relatório conclusivo, do qual será dada ciência à Interessada, para eventualmente apresentar contestação no prazo de trinta dias. A Fiscalização lavrou o termo de início de diligência (efls. 5241 a 5273), intimando a empresa Gates do Brasil Indústria e Comércio Ltda. a apresentar "cópia simples dos DANFES(s) (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica) originais, que acompanharam o produto, que entraram efetivamente na sua empresa durante o ano de 2011, que são referentes às vendas efetuadas pela empresa acima citada (SLOTTER)". O mesmo procedimento foi adotado em relação às outras empresas, conforme documentos que constaram das efls. 5274 a 5490. Fl. 7050DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.048 7 As empresas apresentaram os documentos de efls. 5491 a 5586, consistentes nas vias requeridas dos Danfe, das quais não constaram os dados adicionais relativos à suspensão do IPI. Com exceção da empresa Gates, a maioria dos Danfes apresentados, conforme relação abaixo, continham os dados adicionais: Benteler: resposta de efls. 5587 a 5737; Chiesi: resposta de efls. 5738 a 5856; Bunker: resposta de efls. 5857 a 5968; Mahle: resposta de efls. 5969 a 6009; Novafarma: resposta de efls. 6010 a 6121; Magneti Marelli: resposta de efls. 6122 a 6354. [...] Por fim, lavrou o relatório de diligência de efls. 6941 a 6945, dando conta de que "ocorreu a circularização, nos dez maiores clientes, os quais representam 85,9%, dos valores das notas fiscais eletrônica, que estão sob análise", conforme tabela de efl. 6941. Como resultado, a Fiscalização esclareceu o seguinte: Análise: Após a elaboração desta planilha, constatouse: 1 no total de DANFE(s) enviadas, quase que na sua totalidade, vem destacado no campo "dados adicionais": "SUSPENSÃO DO IPI CONFORME ARTIGO 29 DA LEI Nº 10.637 DE 31 DE DEZEMBRO DE 2002"; 2 foram detectadas a ausência no campo "dados adicionais": "SUSPENSÃO DO IPI ..." apenas em 38 DANFE(s), vide doc. "Ausência"; 3 A exceção é a empresa GATES DO BRASIL IND. E COM. LTDA, CNPJ: 1.083.804/001400 que, na totalidade das DANFE(s) apresentadas, não vem destacado no campo "dados adicionais": "SUSPENSÃO DO IPI ...", vide doc. "GATES". 3 A exceção é a empresa GATES DO BRASIL IND. E COM. LTDA, CNPJ: 1.083.804/001400 que, na totalidade das DANFE(s) apresentadas, não vem destacado no campo "dados adicionais": Fl. 7051DF CARF MF 8 Uma das hipóteses para não vir destacado é que a empresa GATES pode ter como procedimento a seguinte característica: ao chegar o produto no estabelecimento, a empresa coleta o número da chave de acesso a NFe ou o código de barras linear e, posteriormente, consulta pela internet, emite a DANFE e executa o recebimento do produto. Mais adiante, será constatado que este é o procedimento recomendado pelo Manual de Integração do Contribuinte. O motivo de alegar tal hipótese se dá em virtude das DANFE(s), apresentadas pela empresa GATES, não apresentarem o logotipo da fiscalizada no canto superior esquerdo da DANFE, situação que não ocorreu nos demais clientes da fiscalizada. A seguir, citou a legislação, ressaltando que o Danfe não produz os efeitos legais atribuídos às notas fiscais eletrônicas. (???) O relatório foi juntado aos autos em 24 de agosto de 2016 (efl. 6945). Pelo despacho de efl. 6947, de 16 de setembro de 2016, foi solicitado que se desse ciência da diligência à Interessada. Foi lavrado o termo de juntada de vistas do processo de efl. 6948, relativamente ao "termo de ciência, vista e entrega de cópia de processo digital" de efl. 6949, ocorrida em 26 de agosto de 2016. Foi dada ciência de cópia do relatório de diligência (efl. 6967), com intimação nos termos do documento de efl. 6968 (AR de efls. 6971 e 6972). A Interessada apresentou a resposta de efls. 6974 a 6990, em que, inicialmente, descreveu a diligência aprovada e a análise da Fiscalização, afirmando o seguinte: 3. Quanto ao destaque da suspensão do IPI nos termos do artigo 29 da Lei 10.637/2002, não há dúvidas que tanto as DANFEs, quanto as Notas Fiscais emitidas pela Requerente apresentaram a referida informação, portanto, está afastada a inclusão posterior da referida informação, pois os clientes que adquiriram as embalagens receberam a DANFE com a informação desde sua emissão original. 4. Todavia, a diligência, no nosso modo de ver, foi atendida parcialmente, pois se nas DANFEs da empresa GATES não constou a informação da suspensão do IPI, deveria ter certificado com a referida empresa qual procedimento foi praticado; e atendeu ou não ao procedimento recomendado no Manual de Integração do Contribuinte, que deverá estar restrito ao texto vigente em 2011, quando dos fatos geradores. 5. Não obstante, subentendese das conclusões da fiscalização que há justificativa procedimental de não ter constada a informação da suspensão do IPI nas DANFEs relativa à venda para a GATES, o que deve ser interpretada de forma favorável à Requerente, visto que não houve irregularidade praticada pela vendedora sob o ponto de vista da informação. Fl. 7052DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.049 9 6. Por fim, destacase ainda que as 38 DANFEs com ausência da informação de suspensão do IPI, a despeito da Requerente não ter tido acesso à planilha elaborada pela fiscalização, possivelmente decorre das operações de amostras grátis, por exemplo, que não estão dentre as hipóteses de inserção da referida informação. 7. Nestes termos, reiterase o pedido feito na Impugnação quanto ao cancelamento da autuação fiscal e da multa punitiva quanto ao item III do Auto de Infração, haja vista que tanto as declarações das empresas adquirentes das embalagens anexadas na defesa quanto as Notas Fiscais juntadas demonstram que a Autuada atendeu às exigências do artigo 29 da Lei n° 10.637/2002, visto que em todas essas operações de venda das embalagens ocorreram para fabricantes de produtos que gozam da suspensão do IPI. [...] O citado acórdão decidiu pela procedência em parte da impugnação, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 CERCEAMENTO DE DEFESA. ALEGADA OMISSÃO QUANTO À ORIGEM DA INFORMAÇÃO, CLARAMENTE OBTIDA DO SPED. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não há que se falar em cerceamento de direito de defesa em relação à suposta omissão da Fiscalização quanto à origem de informações claramente obtidas do SPED. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 IPI. REGISTRO DE NOTAS FISCAIS COMO CANCELADAS. CONDUTA SISTEMÁTICA. INSUFICIÊNCIA DE PROVA PARA CARACTERIZAÇÃO DE DOLO. Condutas sistemáticas, relativas a controles de notas fiscais, que possam ser caracterizadas como negligentes não ensejam a qualificação da multa de ofício aplicada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 NOTAS FISCAIS REGISTRADAS COMO CANCELADAS. INFORMAÇÃO DO SPED. PROVAS. Fl. 7053DF CARF MF 10 A ausência do cancelamento das notas fiscais eletrônicas no SPED faz prova inequívoca do seu registro irregular na escrituração fiscal e contábil como relativas a operações canceladas. SUSPENSÃO DO IMPOSTO. INDICAÇÃO, EM CAMPO PRÓPRIO DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA, DA DISPOSIÇÃO LEGAL. CONSEQUÊNCIAS. A indicação do embasamento legal para a saída de produtos com suspensão do IPI é requisito formal indispensável para a não incidência do imposto. O Danfe não pode conter informações que tenham sido inseridas nas notas fiscais eletrônicas e não são documentos aptos a suprir a falta da mencionada indicação. O acórdão recorrido decidiu por excluir a multa de ofício qualificada, em valor inferior ao limite de alçada, não tendo havido recurso de ofício. Inconformada com decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, repetindo parte dos argumentos posto em sede de impugnação. Em síntese: preliminarmente; aduz a nulidade da decisão de piso, por não ter analisado DARFs relativos aos itens II.2 e II.3 da autuação; e no mérito; argumenta que as informações necessárias foram inseridas nas DANFEs solicitadas na diligência. Foime distribuído o presente processo para relatar e pautar. É o relatório. Fl. 7054DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.050 11 Voto Conselheiro Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Relator. O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. Preliminar A recorrente aduz a nulidade da decisão de piso, por não ter analisado DARFs apresentados no momento da impugnação referentes aos itens II.2 e II.3 da autuação, tendo esta dado por não impugnados tais itens. O acórdão de piso de fato diz que "o valor correspondente à soma das infrações II.2 e II.3 (4.875,75 + 2.733,91 = 7.609,66)" não fora impugnado, como também menciona a juntada dos DARFs em questão, á folha 5209, que lá consta. A impugnação da contribuinte apenas relata que a "ausência de informação dos valores do IPI, relativos à Nota Fiscal Eletrônica n° 11.493, no livro de Saídas, no valor de R$ 4.875,75, bem como a falta de registro no livro fiscal" ocorreu por "por um lapso" [...] "por erro no seu sistema" e que "quanto ao suposto lançamento parcial de IPI no Livro de Saída" relativo à Nota Fiscal 11.373, este deuse por "erro de digitação"; tendo recolhido "imposto, multa (com redução de 50%) e juros" no Darf juntado aos autos. Diz o mesmo no recurso voluntário em pauta. Assim, não errou o acórdão de piso, pois houve na impugnação uma oposição à autuação, apenas uma explicação do ocorrido e a apresentação de Darf com o valor que entende devido, o qual deve ser confirmado em eventual execução da autuação. Desse modo, nesse aspecto voto por negar provimento ao recurso voluntário. Falta da indicação de saída com suspensão do IPI, nas notas fiscais A infração III do TVF está assim descrita: Durante os trabalhos constatouse que a empresa ao emitir notas fiscais de venda destacou os códigos, no campo' CSTIPI (Código de,. Situação Tributária) cuja descrição segue abaixo: 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 7055DF CARF MF 12 No entanto, ao verificar as .NCM(s) utilizadas 4819.10.00 e 4823.90.99 do produtos indicados pelo contribuinte constatouse que as alíquotas são de 15% (vide doc. "NCM") porém, estás (sic) não eram as utilizadas; nesses casos, a fiscalizada utilizavase da alíquota zero, vide doc. "NFealíquota zero" Nos casos em que a fiscalizada deu saída na condição de "Saída Isenta, Saída com Suspensão" constatouse, 'no campo "Informações Complementares" das notas fiscais eletrônicas,' que não havia a expressão "Saída com suspensão do IPI ou Saída isenta", nem a especificação que conste do dispositivo legal correspondente. Nesse ponto, há de se destacar algumas características da Nota Fiscal Eletrônica, ao amparo do "Manual de Integração do Contribuinte Projeto Nota Fiscal Eletrônica versão 4.01 NT2009.006 Dezembro 2009"2: Cada empresa emitente possuiu seu sistema informatizado proprietário com o qual gera arquivo eletrônico contendo as informações da operação comercial, correspondente à Nota Fiscal Eletrônica (NFe). Tal arquivo é transmitido, via internet, para a Secretaria de Fazenda Estadual de jurisdição do contribuinte emitente, que prévalidará o arquivo e devolverá uma autorização de uso. Com esta, a empresa imprime o DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), uma representação gráfica simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, para acompanhar o trânsito da mercadoria: 2.3 Descrição Simplificada do Modelo Operacional De maneira simplificada, a empresa emissora de NFe gerará um arquivo eletrônico contendo as informações fiscais da operação comercial, o qual deverá ser assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor. Este arquivo eletrônico, que corresponderá à Nota Fiscal Eletrônica (NFe), será então transmitido, pela Internet, para a Secretaria de Fazenda Estadual de jurisdição do contribuinte emitente, que fará uma prévalidação do arquivo e devolverá uma Autorização de Uso, sem a qual não poderá haver o trânsito da mercadoria. Após o recebimento da NFe, a Secretaria de Fazenda Estadual disponibilizará consulta, através Internet, para o destinatário e outros legítimos interessados, que detenham a chave de acesso do documento eletrônico. Este mesmo arquivo da NFe será ainda transmitido através da Secretaria de Fazenda Estadual para: · a Receita Federal, que será repositório nacional de todas as NFe emitidas; 2 http://sped.rfb.gov.br/projeto/show/1304 Fl. 7056DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.051 13 [...] Para acompanhar o trânsito da mercadoria será impressa uma representação gráfica simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, intitulada DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), geralmente em papel comum, em única via. O DANFE conterá impressos, em destaque, a chave de acesso e o código de barras linear tomandose por referência o padrão CODE128C, para facilitar e agilizar a consulta da NFe na Internet e a respectiva confirmação de informações pelas unidades fiscais e contribuintes destinatários. [...] Já o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) é "instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas, [...], mediante fluxo único, computadorizado, de informações"3. A Nota Fiscal Eletronica (NFe), a Contabilidade Digital (ECD) e a Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS e IPI) são projetos que o integram. Sobre o tema em pauta, assim se manifesta o acórdão recorrido, após o retorno da diligência então solicitada: [...] Conforme destacado no relatório, a Interessada apresentou as cópias de Danfes de efls. 852 a 5149. Nas cópias apresentadas, o campo "Informações do contribuinte" aparece preenchido em quase todas as notas fiscais. Para verificar a autenticidade de tais informações, fezse a consulta por amostragem ao sistema SPEDNFe pelo número de chave das notas fiscais. Entretanto, na relação obtida, o campo "Informação do contribuinte" aparece vazio, tal como informado pela Fiscalização originalmente. [...] Tal situação diverge, por exemplo, das notas emitidas em 2012, como nos exemplos abaixo citados: [...] Nos termos do relatório de diligência, restou evidenciado que os DANFESs emitidos pela Interessada traziam as informações complementares exigidas para a saída com suspensão dos produtos. [...] Portanto, o que se apurou na diligência foi que os Danfes emitidos pela Interessada, utilizando seu sistema de comunicação com o SPED, 3 http://idg.receita.fazenda.gov.br/noticias/ascom/2017/janeiro/spedcompleta10anosdeinovacaoe simplificacao Fl. 7057DF CARF MF 14 continham os dados adicionais com as informações sobre a suspensão das operações. Entretanto, não existe evidência alguma de que o SPED tivesse algum erro na recepção de informações ou no seu processamento. Um erro dessa natureza seria grave o suficiente a ponto de tornarse público e demandar a devida correção, mas não se tem notícia alguma de que tal problema tenha existido. Ademais, não se poderia cogitar de um erro de formatação dos dados enviados pela Interessada ao SPED, uma vez que o sistema retornaria um erro de validação e o Danfe emitido pela Interessada dificilmente exibiria as informações corretamente. Portanto, na linha do que foi aventado na resolução que aprovou a diligência, quanto à hipótese de a Interessada haver emitido corretamente as notas fiscais" e, por alguma razão não esclarecida, o SPED não haver registrado o campo 'dados adicionais'", a única conclusão possível é a de que o SPED não recebeu esses dados, na alimentação das informações. Não se pode especular sobre a natureza exata do problema, mas é certo que o sistema eletrônico adotado pela Interessada, embora permitisse a inclusão da informação nos Danfes, não a transmitia ao SPED. Como já informado, do que ocorreu com as notas fiscais emitidas no ano de 2012, deduzse que o problema foi resolvido. [...] Esclareçase, por fim, que há dois requisitos para o benefício da suspensão em análise: 1) dar saída dos insumos específicos para os fabricantes dos produtos específicos previstos na lei, com respaldo em declaração dos adquirentes (requisitos material); e 2) fazer constar das notas fiscais de saída o enquadramento legal da suspensão (requisito formal). No presente caso, nunca se questionaram os requisitos materiais, mas apenas o requisito formal, o que consiste em infração à legislação tributária, que, nos termos do art. 128 do Código Tributário Nacional, independe da intenção do agente para ser caracterizada. Vale ressaltar que as cópias das DANFEs à folhas 852 a 5149 foram carreadas aos auto em sede de impugnação, aquelas nas quais o campo "Informações do contribuinte" aparece preenchido (em quase todas), segundo o acórdão de piso. Por amostragem, verifiquei que, de fato, figura no campo INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES, informação de suspensão do IPI, com base no art. 29 da Lei 10.637/02, conforme exemplo fl. 852: : A dita disposição legal permite a saída de com suspensão de IPI de: Fl. 7058DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.052 15 matériasprimas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem, destinados a estabelecimento que se dedique, preponderantemente, à elaboração de produtos classificados nos Capítulos 2, 3, 4, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 23 (exceto códigos 2309.10.00 e 2309.90.30 e Ex01 no código 2309.90.90), 28, 29, 30, 31 e 64, no código 2209.00.00 e 2501.00.00, e nas posições 21.01 a 21.05.00, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, [...]. A recorrente, de sua parte, assim argumenta: 10. Observase que nas DANFES não há dúvidas de que as informações formais necessárias foram inseridas, atendendo perfeitamente a legislação. [...] 15. Após a diligência, a DRJ de Ribeirão Preto, em um voto contrário às provas dos autos, entendeu por dar parcial provimento à impugnação apenas para excluir a multa de 150% do item II.1, trazendo informação de que as notas fiscais eletrônicas não continham as informações de suspensão do IPI, a despeito de confirmar que as DANFES possuíam a inclusão dessa informação e a contribuinte ter trazido nos autos todas as cópias das Notas Fiscais com as referidas informações exigidas pela Lei. [...] 47. Ao analisar as Notas Fiscais ora anexadas na presente defesa, constatase que a autuada informou no campo “informações complementares” a suspensão do IPI. 48. Da mesma forma, quando da baixa em diligência, constatouse nos Danfes solicitados aos adquirentes das embalagens cópia desses documentos. A fiscalização certificou nos Danfes que as informações estavam devidamente preenchidas, o que foi reproduzido pela decisão da DRJ. Do exposto, deduzse que: 1) A contribuinte apresentou DANFES, impressas a partir de seus sistemas informatizados proprietários, que continham, via de regra, informação sobre a suspensão do IPI; 2) Consulta ao sistema SPEDNFe revelou não haver tal informação, para as notas fiscais eletrônicas lá armazenadas, correspondentes aos ditos DANFEs; situação que fora regularizada em 2012; 3) Sob diligência, circularização pelos maiores clientes demonstrou que as DANFES que acompanhavam as mercadorias recebidas da autuada também continham informação relativa à suspensão do IPI (salvo por 38 delas). Fl. 7059DF CARF MF 16 4) Não discute a decisão recorrida o direito à suspensão do imposto nas operações autuadas, apenas o "requisito formal" de "fazer constar das notas fiscais de saída o enquadramento legal da suspensão". A Lei 10.637/02, art. 29, § 6o, determina que , nas notas fiscais relativas às saídas do estabelecimento com suspensão de IPI "deverá constar a expressão "Saída com suspensão do IPI", com a especificação do dispositivo legal correspondente". No presente caso, podese considerar que, ainda não conste tal informação no SPEDNFe, em sendo as DANFEs representações das notas fiscais no mundo real, ou seja, na circulação física das mercadorias entre o fabricante de embalagens autuado e os seus clientes, se delas constava o que exigia o dito dispositivo legal, este restou cumprido. Assim, nesse tema, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Vendas registradas no livro de saída como canceladas A fiscalização identificou operações declaradas como canceladas no livro de saídas, mas que constavam no SPED, como não canceladas. É o que registra o autuação: Na coluna "débito do imposto"'do livro de saídas não foi escriturado o valor do IPI destacado nas notas fiscais eletrônicas, tampouco foi escriturado o valor contábil ou o valor da base de cálculo, simplesmente era indicado no campo "Observações" a condição de "CANCELADA". Consultadas as referidas notas constatouse que estas estão na condição de "NÃO CANCELADA". Sobre o tema, assim se posiciona o acórdão de piso [...] no âmbito da apreciação da impugnação, efetuouse nova consulta para verificar, no SPED, a situação das notas fiscais. Conforme tela abaixo, as notas nunca foram canceladas: A listagem acima é de parte das notas fiscais, mas todas elas estão na mesma situação. A Interessada, por sua vez, apenas reafirmou que as operações teriam sido canceladas, mas, novamente, deixou de apresentar documentação que comprovasse as alegações. Em recurso voluntário, a contribuinte afirma que: Fl. 7060DF CARF MF Processo nº 13864.720163/201589 Acórdão n.º 3301004.714 S3C3T1 Fl. 7.053 17 17. As operações canceladas foram registradas no Livro de Saída do IPI, conforme se observa do referido documento juntado nos autos do processo administrativo. 18. O motivo do cancelamento das notas fiscais foi ausência de ocorrência de fato gerador, sendo que as vendas foram canceladas, ou seja, não ocorreram as operações tributadas. 19. No caso de notas fiscais eletrônicas, o procedimento de cancelamento fora devidamente realizado, sendo feita a comunicação e a anotação no livro de saída do IPI. 20. A fiscalização afirma que consultou as notas fiscais, contudo não apontou aonde fez a consulta, não trouxe detalhes da consulta e o momento, apenas afirmou que as notas fiscais estão na condição de não canceladas. Mais uma vez a contribuinte confirma o que a fiscalização identificou nos livro de saída, reafirmando o cancelamento das operação, mas não trouxe prova que desfizesse a informação obtida e confirmada no SPED. Poderia, a título de exemplo, ter trazido consulta das notas fiscais respectivas no SPED a confrontar a informação da autuação. Sobre o tema, argumenta ainda a recorrente que: 27. O mero apontamento de não cancelamento das notas fiscais não permite o agente fiscal constituir um fato jurídico tributado sem a devida prova. 28. Analisando essa questão, a DRJ busca salvar o lançamento atribuindo essa obrigação de prova aos contribuintes, quanto à correta emissão e guarda dos documentos fiscais. Não é assim. A informação do SPED faz prova contra a contribuinte, sendo seu ônus trazer prova em contrário, o que não ocorreu. Assim, nesse ponto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Conclusão Assim, por todo o exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário, apenas para afastar a exigência e acréscimos respectivos referente à infração III, quando houver nos respectivos DANFEs anotação da suspensão do IPI na saída do estabelecimento acompanhada do respectivo dispositivo legal. (assinado digitalmente) Fl. 7061DF CARF MF 18 Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho Relator Fl. 7062DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.914255/2012-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004
RESTITUIÇÃO. REQUISITO.
O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 3201-003.875
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/2004 a 30/11/2004 RESTITUIÇÃO. REQUISITO. O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório METROBENS AUTOMÓVEIS LTDA. apresentou pedido eletrônico de restituição de crédito da contribuição (Cofins/PIS), pedido esse que restou indeferido pela repartição de origem em razão do fato de que o pagamento informado pelo pleiteante já havia sido utilizado para quitação de outros débitos de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 42 55 /2 01 2- 61 Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.914255/201261 Acórdão n.º 3201003.875 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reavaliação do despacho decisório, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) o direito creditório pleiteado se refere a pagamento a maior da contribuição (PIS/Cofins) decorrente da inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo; b) a contribuição (PIS/Cofins) incide sobre o faturamento mensal que corresponde à receita bruta da venda de mercadorias e/ou serviços; c) a Lei nº 9.718/1998 extrapolou a previsão constitucional, instituindo as contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou da classificação contábil adotada, enquanto que o art. 195, I, "b", da Constituição Federal previa a instituição de contribuições sociais somente sobre o faturamento, o que não abrange o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por meio do acórdão nº 12 078.375, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, diante da não comprovação do crédito pleiteado. Irresignado, o contribuinte interpôs, no prazo legal, Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos de defesa, destacando a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição (PIS/Cofins), conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal proferida no dia 8 de outubro de 2014, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852/MG, que também reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE nº 574.706. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.778, de 20/06/2018, proferido no julgamento do processo 10980.912250/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.778): O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP por meio do qual requereu a restituição da Cofins apurada em novembro de 2006. Indeferido o pleito ao argumento de que o crédito vindicado estava integralmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.914255/201261 Acórdão n.º 3201003.875 S3C2T1 Fl. 4 3 a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual alegou, com fundamento em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, que o direito à restituição decorre do fato do pagamento a maior do PIS/Cofins, em face da inclusão, nas suas respectivas bases de cálculos, do ICMS estadual, argumento repetido no recurso voluntário, ora apreciado. A Recorrente, contudo, não se atentou para o fato – devidamente explicitado no acórdão recorrido – de que a razão para o indeferimento do pedido repousou na utilização integral do crédito para pagamento de débito da mesma contribuição. Noutras palavras, a Recorrente sequer apresentou, antes ou após a ciência do Despacho Decisório (na verdade, nada falou a respeito em suas defesas), DCTF retificadora para permitir a liberação do valor requerido, se fosse o caso, e a sua restituição em pecúnia ou a sua compensação com outros tributos. Ainda que eventualmente seja procedente o argumento que embasa o pedido (isso não significa que concordemos com a tese), a Administração Tributária não podia e não pode restituir valor já alocado para quitação de um tributo. Quem deve fazêlo é o próprio contribuinte, de ordinário antes de apresentar o pedido eletrônico de restituição. É como, aliás, entende a própria RFB, como indica o Parecer Normativo Cosit nº 2, de 28 de agosto de 2015: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10980.914255/201261 Acórdão n.º 3201003.875 S3C2T1 Fl. 5 4 objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Portanto, para que haja a possibilidade de restituição, o crédito respectivo deve estar liberado, mediante a entrega de DCTF retificadora, exceto quanto às hipóteses de impedimento à sua apresentação, não verificadas, aliás, no caso ora em exame, como, por exemplo, quando o saldo a pagar já tenha sido enviado à Procuradoria da Fazenda Nacional PFN para inscrição em Dívida Ativa. Não cabe, ademais, à RFB fazer a retificação de ofício. Como consignado nos fundamentos do referido PN, "enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014)". A situação aqui enfrentada é, como se percebe, diferente da que comumente se vê no Contencioso Administrativo, em que o interessado costuma apresentar DCTF retificadora, mas não apresenta, na manifestação de inconformidade, documentos contábeis/fiscais Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10980.914255/201261 Acórdão n.º 3201003.875 S3C2T1 Fl. 6 5 comprovando o erro cometido na original, ou os apresenta neste recurso, mas o só fato de a DCTF retificadora ter sido apresentada após a ciência do Despacho Decisório leva a DRJ a manter, por esse só motivo, o indeferimento do pedido de restituição. Não tendo sido apresentada DCTF retificadora, o crédito reclamado continua vinculado ao pagamento confessado na DCTF enviada à RFB, de modo que, nesse contexto, não há como restituílo. Contudo, não foi este o entendimento dos demais integrantes da Turma, que, muito embora também negando provimento ao recurso, fizeramno ao argumento de que não haveria provas do direito reclamado pela Recorrente (apenas apresentou planilha discriminando os valores pleiteados, mas nenhum documento fiscal ou contábil). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 54DF CARF MF
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