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Numero do processo: 10380.002306/2008-92
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 20/02/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA.
Constitui infração, punível na forma da Lei, a falta de apresentação de documentos solicitados pela fiscalização ou sua apresentação de forma deficiente.
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PREVIDENCIÁRIAS. MULTA. PREVISÃO LEGAL
A Lei 8.212/91, que instituiu o Plano de Custeio da Previdência Social, prevê penalidades para o não cumprimento de obrigações acessórias.
ATUALIZAÇÃO DA MULTA. OBEDIÊNCIA AO ATO NORMATIVO EM VIGOR À ÉPOCA DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES.
A atualização dos valores da multa deve obedecer o momento da ocorrência do fato gerador, sendo aplicável tão somente o ato normativo em vigor, nos termos do art. 144 do CTN.
NULIDADE. VÍCIO MATERIAL.
O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização.
Numero da decisão: 2403-002.701
Decisão:
Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em anular o lançamento pelo reconhecimento do vício material, erro de capitulação legal, tendo em vista a Portaria que quantificou a multa ser superveniente aos fatos geradores. Vencidos os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (relator) e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Marcelo Magalhães Peixoto Redator Designado
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 20/02/2008 AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Constitui infração, punível na forma da Lei, a falta de apresentação de documentos solicitados pela fiscalização ou sua apresentação de forma deficiente. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PREVIDENCIÁRIAS. MULTA. PREVISÃO LEGAL A Lei 8.212/91, que instituiu o Plano de Custeio da Previdência Social, prevê penalidades para o não cumprimento de obrigações acessórias. ATUALIZAÇÃO DA MULTA. OBEDIÊNCIA AO ATO NORMATIVO EM VIGOR À ÉPOCA DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. A atualização dos valores da multa deve obedecer o momento da ocorrência do fato gerador, sendo aplicável tão somente o ato normativo em vigor, nos termos do art. 144 do CTN. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização.
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DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Constitui infração, punível na forma da Lei, a falta de apresentação de documentos solicitados pela fiscalização ou sua apresentação de forma deficiente. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PREVIDENCIÁRIAS. MULTA. PREVISÃO LEGAL A Lei 8.212/91, que instituiu o Plano de Custeio da Previdência Social, prevê penalidades para o não cumprimento de obrigações acessórias. ATUALIZAÇÃO DA MULTA. OBEDIÊNCIA AO ATO NORMATIVO EM VIGOR À ÉPOCA DA OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. A atualização dos valores da multa deve obedecer o momento da ocorrência do fato gerador, sendo aplicável tão somente o ato normativo em vigor, nos termos do art. 144 do CTN. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 23 06 /2 00 8- 92 Fl. 117DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO 2 Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em anular o lançamento pelo reconhecimento do vício material, erro de capitulação legal, tendo em vista a Portaria que quantificou a multa ser superveniente aos fatos geradores. Vencidos os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (relator) e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Marcelo Magalhães Peixoto – Redator Designado Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO Processo nº 10380.002306/200892 Acórdão n.º 2403002.701 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza, Acórdão 0815.509 da 5ª Turma, que julgou o lançamento procedente. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: DA AUTUAÇÃO O presente auto de infração, no valor de R$ 11.951,30 e lavrado em 20/02/2008, referese ao descumprimento da obrigação acessória de apresentar a empresa livros contábeis relacionados com contribuições previdenciárias, os quais atendam às formalidades legais, conforme previsto no art. 33, §§ 2° e 3° da Lei n° 8.212, de 24.07.91, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência SocialRPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06.05.99. 2. A infração foi lavrada após: 2.1. não exibição dos livros contábeis de 2004, 2005 e 2006. 2.2. apresentação do livro diário de 2003 sem o registro na junta comercial. 3. Segundo o Relatório Fiscal da Aplicação da Multa (fls.19 e 20) não foram verificadas circunstâncias agravantes ou atenuante. 4. A penalidade aplicada foi a prevista no art. 92 da Lei n° 8.212, de 24.07.91 combinado com art. 283, II, "j" do RPS. Por não terem sido identificadas circunstâncias atenuante ou agravantes, a multa foi aplicada em seu valor mínimo, atualizado pela Portaria MPS/GM n° 142, de 11/04/2007, a qual respeitou o previsto no art. 102 da Lei n° 8.212/91, de 24.07.91 combinado com o art. 373 do RPS. DA IMPUGNAÇÃO 5. Em 22/02/2008, na figura de um sócio, o sujeito passivo foi regularmente intimado (fl.01) e em 24/03/2008 (f1.25), apresentou impugnação (fis.25/34) assinada por mandatário (procuração à fl. 36). 6. A redargüição carreou salvaguarda nos seguintes anteparos: 6.1. "...apenas a lei pode cominar penalidades para ações e omissões (...) para infrações cometidas por contribuinte. (....) Fl. 119DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO 4 Resta, portanto, clara a impossibilidade de instituição da multa cobrada no presente auto de infração em face de dispositivo previsto no Decreto n° 3.048/99." 6.2." observase que não resta claro qual seria a fundamentação da multa ora imposta." 6.3. "Verifiquese que, totalmente descabidas são as alegações do agente fiscal. Primeiramente, o Livro Diário de 2003 encontrase revestido de todas as formalidades legais (doc. 04). De outro norte, todos os documentos em posse da impugnante, solicitados, foram devidamente apresentados ao agente fiscalizador... Improcedente, pois, é a autuação fiscal baseada no pressuposto de que o sujeito passivo deixou de apresentar no prazo legal os documentos solicitados mediante intimação, quando o Fisco não apresenta suporte fático da imputação feita ao contribuinte, ou seja, ausência da intimação mencionada na inicial. Infração fiscal ora ilidida em face da ausência de provas da acusação fiscal.(...) toda a documentação em posse da ora impugnante, necessária ao cumprimento do procedimento fiscal, foi reiteradamente exposta no curso da fiscalização." Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Impossibilidade de previsão de multa através de decreto. · Fundamentação legal: “o Agente Fiscal lavrou o presente Auto contra a ora Recorrente, mas deixou de citar o dispositivo normativo que serviu de embasamento para proceder ao lançamento tributário”. · Inverídica alegação de recusa da empresa a entregar documentação requerida pelo fisco. É o relatório. Fl. 120DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO Processo nº 10380.002306/200892 Acórdão n.º 2403002.701 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Vencido Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL A recorrente pleiteia a nulidade do lançamento por entender que a fundamentação legal não foi apresentada: “o Agente Fiscal lavrou o presente Auto contra a ora Recorrente, mas deixou de citar o dispositivo normativo que serviu de embasamento para proceder ao lançamento tributário”. Discordo da recorrente. À folha 1 do Auto de Infração constam a descrição sumaria da infração, o dispositivo legal infringido, o dispositivo legal da multa aplicada e o dispositivo legal da gradação da multa aplicada DESCRIÇÃO SUMARIA DA INFRAÇÃO E DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO Deixar a empresa, o servidor de órgão publico da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da justiça ou o titular de serventia extrajudicial, o sindico ou seu representante, o comissário ou o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n. 8.212, de 24.07.91, ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira, conforme previsto no art. 33, parágrafos 2. e 3. da referida Lei, combinado com os artigos 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99. DISPOSITIVO LEGAL DA MULTA APLICADA Fl. 121DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO 6 Lei n. 8.212, de 24.07.91, artigos 92 e 102 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, art. 283, II, "j" e art. 373. DISPOSITIVOS LEGAIS DA GRADAÇÃO DA MULTA APLICADA Art. 292, inciso I, do RPS. O Relatório Fiscal, folhas 16 a 18 apresenta que “a empresa não apresentou os livros contábeis Diário de 01 a 12/2004; 01 a 12/2005 e 01 a 12/2006, bem como, apresentou o livro diário de 01 a 12/2003 sem as formalidades legais (registro na Junta Comercial).” 6. Foram adotados os procedimentos de auditoria fiscal para identificar possíveis divergências entre a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP e Folha de Pagamento, Aviso Prévio de Férias e Rescisões Contratuais . Observouse que a empresa não apresentou os livros contábeis Diário de 01 a 12/2004; 01 a 12/2005 e 01 a 12/2006, bem como, apresentou o livro diário de 01 a 12/2003 sem as formalidades legais (registro na Junta Comercial). Entendo infundada a alegação da recorrente. IMPOSSIBILIDADE DE PREVISÃO DE MULTA ATRAVÉS DE DECRETO. A recorrente alega da impossibilidade de previsão de multa através de decreto. Conforme visto acima, a multa foi aplicada conforme o artigo 92 da lei 8.212/91. O Decreto 3.048, especificou a penalidade, conforme determinado pela Lei. Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. Discordo da recorrente. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO Processo nº 10380.002306/200892 Acórdão n.º 2403002.701 S2C4T3 Fl. 5 7 ENTREGA DOS DOCUMENTOS A recorrente alega que entregou toda documentação solicitada e que o Livro Diário de 2003 encontrase revestido das formalidades legais Inicialmente, cumpre destacar que em momento algum houve recusa na entrega da documentação requerida pela Fiscalização da Receita Federal do Brasil. Como se verifica, o auto que ora se guerreia foi lavrado por ter a Recorrente deixado de apresentar, em algumas competências, os livros contábeis, bem como, por ter supostamente apresentado o livro diário de 2003 sem o registro na Junta Comercial. Ademais disso, tais livros foram utilizados pela Autoridade Autuante como referência para a lavratura do presente Auto. Verifiquese que, totalmente descabidas são alegações do Agente Fiscal. Primeiramente, o Livro Diário de 2003 encontrase revestido de todas as formalidades legais, conforme cópia juntada à Impugnação. O Relatório Fiscal é claro ao afirmar que a recorrente não apresentou os livros contábeis Diário de 01 a 12/2004; 01 a 12/2005 e 01 a 12/2006, e que apresentou o livro diário de 01 a 12/2003 sem as formalidades legais (registro na Junta Comercial). 6. Foram adotados os procedimentos de auditoria fiscal para identificar possíveis divergências entre a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social — GFIP e Folha de Pagamento, Aviso Prévio de Férias e Rescisões Contratuais . Observouse que a empresa não apresentou os livros contábeis Diário de 01 a 12/2004; 01 a 12/2005 e 01 a 12/2006, bem como, apresentou o livro diário de 01 a 12/2003 sem as formalidades legais (registro na Junta Comercial). Registro que a recorrente, na impugnação, colacionou cópia do Livro Diário de 2003 sem demonstrar o registro na Junta Comercial, conforme consta da decisão de primeira instância. 15. 0 sujeito passivo colacionou aos autos a cópia do termo de encerramento do Livro Diário de 2003, sem que conste o Fl. 123DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO 8 registro do mesmo na junta comercial em que estão arquivados os atos constitutivos da empresa, o que não afasta a caracterização da infração. Frente à controvérsia, apresento o entendimento que os atos administrativos gozam de presunção de veracidade. Por essas razões me posiciono por não acatar a tese da recorrente. CONCLUSÃO Voto por negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Voto Vencedor Não obstante todos os fundamentos acima expostos pelo Ilmo. Relator e presidente, ei de discordar com o resultado proposto, data venia, ante a verificação pela, maioria da turma, de uma nulidade que macula o lançamento, conforme abaixo exposto. O valor correspondente à imputação da presente multa, se deu pela Portaria MPS/GM n° 142, de 11/04/2007, vigente à época da lavratura do auto de infração em epígrafe. Entretanto, conforme pode ser verificado, a infração está vinculada a eventos ocorridos durante o período 2004 a 2006, lapso temporal da efetiva ocorrência dos fatos geradores. Portanto, assiste razão à Recorrente no que concerne à questão do valor da multa nos termos da Portaria MPS/MF vigente à época dos fatos, em consonância com o disposto no art. 144 do CTN, in verbis: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Inobstante o referido artigo fazer referência à lei, temse que o conteúdo ali contido também se estende às demais espécies normativas que compõem a legislação tributária, claramente definidos no art. 96, a seguir transcrito: Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO Processo nº 10380.002306/200892 Acórdão n.º 2403002.701 S2C4T3 Fl. 6 9 Portanto, deve ser verificada a Portaria Interministerial, que determinou a atualização do valor constante no RPS em vigor à época da ocorrência do fato gerador, fato o qual enseja o erro de capitulação legal da multa aplicável. Por fim, com relação à extensão da declaração de nulidade, destaquese que o vício em questão é material, por atingir um dos pressupostos do art. 142 do Código Tributário Nacional, in casu, a determinação da matéria tributável. Ante o exposto, merece provimento o recurso voluntário para que o auto de infração seja anulado por vício material. Marcelo Magalhães Peixoto – Redator Designado Fl. 125DF CARF MF Impresso em 30/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/12/2014 por MARCELO MAGALHA ES PEIXOTO
score : 1.0
Numero do processo: 10730.903115/2010-47
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 13/02/2004
LUCRO PRESUMIDO. REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%.
As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitam-se à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO.
No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a não-apresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a não-homologação da declaração de compensação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-004.335
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 13/02/2004 LUCRO PRESUMIDO. REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%. As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitam-se à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO. No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a não-apresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a não-homologação da declaração de compensação. Recurso Voluntário Provido.
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REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%. As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitamse à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO. No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a nãoapresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a nãohomologação da declaração de compensação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 31 15 /2 01 0- 47 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903115/201047 Acórdão n.º 3801004.335 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Conforme relatório do acórdão recorrido, tratase o presente processo de apreciação de compensação declarada em PER/DCOMP, de crédito referente a valor da Cofins que teria sido recolhido a maior com débito trituário da contribuinte. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem, por meio de despacho decisório eletrônico, não reconheceu ou reconhecer parcialmente o direito de crédito pleiteado, sob o fundamento de que o pagamento foi total ou parcialmente utilizado para quitar débito declarado em DCTF. Cientificada do despacho eletrônico, a interessada apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega que, no exercício de 2004 e parte de 2005, a empresa pagou indevidamente a COFINS com base na alíquota de 7,4% quando deveria ser de 3%, porque enquadravase no regime cumulativo. Demonstrou, para o período de apuração que ensejou o pagamento indevido ou a maior, o erro no cálculo, como apurou o valor a que teria direito e como apropriou este valor na compensação de débito para com a Fazenda Nacional. Afirma que a Secretaria da Receita Federal do Brasil –RFB estaria cometendo um equívoco, ao alegar que o crédito já foi utilizado em quitação de débitos da empresa. A Delegacia da Receita Federal do Julgamento em Ribeirão PretoDRJ/RPO julgou a manifestação de inconformidade improcedente, conforme ementa a seguir: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: (...) MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os Fl. 155DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903115/201047 Acórdão n.º 3801004.335 S3TE01 Fl. 4 3 dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega.” Após, foi apresentado recurso voluntário, no qual a recorrente repete as alegações da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para ser julgado por esta turma especial. A recorrente afirma que apesar de estar submetida à tributação do IRPJ com base no lucro presumido, o que implicaria ter que recolher a Cofins à alíquota de 3% sob o regime cumulativo, equivocadamente calculou a contribuição aplicando alíquota maior. Após ter verificado o erro, procedeu à compensação dos valores que entendeu ter recolhido a maior com débitos perante a Fazenda Nacional de Cofins, contribuição para o PIS/Pasep, IRPJ e CSLL. São vários os processos em julgamento nesta Turma Especial. Nos processos em que a recorrente compensou os supostos créditos com IRPJ e CSLL, as Declarações de Compensação evidenciam que a recorrente se enquadrava no lucro presumido, o que ensejaria a tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. Cito: “Art. 10 . Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: ( Vide Medida Provisória nº 252, de 15/06/2005 ). I as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983; II as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; III as pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; IV as pessoas jurídicas imunes a impostos; V os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas no art. 61 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição; (...)” Fl. 156DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903115/201047 Acórdão n.º 3801004.335 S3TE01 Fl. 5 4 A decisão da Delegacia da Receita Federal de origem, por meio de despacho eletrônico, pela nãohomologação da compensação declarada baseouse na nãocomprovação da existência de crédito disponível. A decisão da Delegacia da Receita Federal do Julgamento que manteve o despacho decisório fundamentouse na nãoapresentação de comprovantes fiscais e contábeis, em especial notas fiscais e livros fiscais e contábeis, relativos ao crédito pleiteado por meio de despacho eletrônico, constando do voto do acórdão recorrido que a contribuinte limitouse a afirmar que efetuou pagamento indevido, sem demonstrar contabilmente como teria apurado o novo valor do tributo devido. Compulsando os autos, constato que a empresa apresentou, antes do julgamento de primeira instância administrativa, planilha com demonstrativo de pagamentos a maior, informando para o período de apuração o faturamento, o valor pago, o valor devido e o valor pago a maior; cópia de nota fiscal de serviços; e cópia de comprovante de recolhimento. Em julgamentos anteriores de casos semelhantes, votei por negar provimento ao recurso voluntário, na falta de comprovação plena da certeza e liquidez do crédito pleiteado, porém, após ficar vencido sozinho em todos eles, considerando o princípio do colegiado, adoto a posição majoritária da turma, nos casos de despacho eletrônico em que a contribuinte apresenta na fase recursal documentos e demonstrativos que indiquem possuir bom direito, para aplicar o princípio da verdade material e da vedação ao enriquecimento sem causa para mitigar em parte a exigência de plena comprovação na manifestação de inconformidade ou mesmo no recurso voluntário da liquidez do crédito, limitandome a tratar da existência do direito de crédito e ressalvando à Secretaria da Receita Federal do Brasil o poder/dever de verificar na escrita fiscal e contábil da interessada sua liquidez. Esclareço que esta postura leva em consideração que a retificação da DCTF não é condição para o deferimento do pedido de crédito ou para a homologação da compensação declarada e que a ausência nos autos dos livros contábeis e fiscais, quando apresentados os documentos fiscais e demonstrativos dos cálculos do tributo recolhido a maior ou indevidamente e do tributo devido, pode ser suprida, no momento da execução da decisão administrativa, por meio de diligência fiscal ou intimação fiscal para apresentação dos livros pela contribuinte. No presente caso, em que a decisão administrativa se concretizou por meio de despacho eletrônico sem qualquer intimação para que a interessada prestasse informações ou apresentasse provas necessárias à análise do pleito, a Lei nº 9.784, de 29/01/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, ampara o entendimento segundo o qual a administração tributária poderia. Cito: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. (...) Fl. 157DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903115/201047 Acórdão n.º 3801004.335 S3TE01 Fl. 6 5 Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. A mesma lei estabelece que nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer, com base nas notas fiscais e demonstrativos acostados aos autos, o direito de crédito referente à diferença entre a Cofins efetivamente paga e a devida pela tributação cumulativa à alíquota de 3%, e homologar a compensação declarada até o limite do crédito disponível, ressalvando que a Delegacia da Receita Federal do Brasil deverá apurar a liquidez do crédito com base nos livros fiscais e contábeis da contribuinte. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 17883.000464/2008-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2004 a 30/06/2004
VÍCIO MATERIAL E FORMAL. DISTINÇÃO.
Quando se relacione à (i) exteriorização do lançamento, o vício formal é corrigido como o mero refazimento deste, mediante a correção da forma utilizada - exteriorização. Todavia, pode ocorrer do vício se relacionar à (ii) formalização da fundamentação (motivação) de fato e de direito, desde que esta não necessite ser alterada substancialmente, apenas aclarada ou depurada. Isso ocorre somente quando a fundamentação (motivação) preexiste, mas não foi devidamente formalizada, ou seja, vertida em linguagem adequada nos autos. Uma terceira situação de vício formal, ocorre pela não observação do (iii) iter procedimental.
No vício material, há (i) modificação das razões de fato e de direito (motivação) do lançamento ou mesmo (ii) posterior elaboração ou descobrimento pela autoridade fiscal da fundamentação (motivação). Portanto, para que seja suprido, há necessidade de mudança de compreensão, de entendimento ou até mesmo a criação de um novo fundamento para o lançamento anteriormente efetuado, não se restringido a um mero reforço argumentativo ou a transformação em linguagem adequada daquelas razões de fato e de direito (motivação) que haviam dado ensejo ao lançamento.
DECADÊNCIA. VÍCIO FORMAL.
O reconhecimento de vício meramente formal enseja o deslocamento da regra de contagem do prazo decadencial para a previsão do artigo 173, II, do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.434
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a anulação do lançamento por vício formal, conforme declarado pela decisão de primeira instância.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Wilson Antonio de Souza Correa, Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, Fábio Pallaretti Calcini e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/2004 a 30/06/2004 VÍCIO MATERIAL E FORMAL. DISTINÇÃO. Quando se relacione à (i) exteriorização do lançamento, o vício formal é corrigido como o mero refazimento deste, mediante a correção da forma utilizada - exteriorização. Todavia, pode ocorrer do vício se relacionar à (ii) formalização da fundamentação (motivação) de fato e de direito, desde que esta não necessite ser alterada substancialmente, apenas aclarada ou depurada. Isso ocorre somente quando a fundamentação (motivação) preexiste, mas não foi devidamente formalizada, ou seja, vertida em linguagem adequada nos autos. Uma terceira situação de vício formal, ocorre pela não observação do (iii) iter procedimental. No vício material, há (i) modificação das razões de fato e de direito (motivação) do lançamento ou mesmo (ii) posterior elaboração ou descobrimento pela autoridade fiscal da fundamentação (motivação). Portanto, para que seja suprido, há necessidade de mudança de compreensão, de entendimento ou até mesmo a criação de um novo fundamento para o lançamento anteriormente efetuado, não se restringido a um mero reforço argumentativo ou a transformação em linguagem adequada daquelas razões de fato e de direito (motivação) que haviam dado ensejo ao lançamento. DECADÊNCIA. VÍCIO FORMAL. O reconhecimento de vício meramente formal enseja o deslocamento da regra de contagem do prazo decadencial para a previsão do artigo 173, II, do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a anulação do lançamento por vício formal, conforme declarado pela decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Wilson Antonio de Souza Correa, Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, Fábio Pallaretti Calcini e André Luís Mársico Lombardi.
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DISTINÇÃO. Quando se relacione à (i) exteriorização do lançamento, o vício formal é corrigido como o mero refazimento deste, mediante a correção da forma utilizada exteriorização. Todavia, pode ocorrer do vício se relacionar à (ii) formalização da fundamentação (motivação) de fato e de direito, desde que esta não necessite ser alterada substancialmente, apenas aclarada ou depurada. Isso ocorre somente quando a fundamentação (motivação) preexiste, mas não foi devidamente formalizada, ou seja, vertida em linguagem adequada nos autos. Uma terceira situação de vício formal, ocorre pela não observação do (iii) iter procedimental. No vício material, há (i) modificação das razões de fato e de direito (motivação) do lançamento ou mesmo (ii) posterior elaboração ou descobrimento pela autoridade fiscal da fundamentação (motivação). Portanto, para que seja suprido, há necessidade de mudança de compreensão, de entendimento ou até mesmo a criação de um novo fundamento para o lançamento anteriormente efetuado, não se restringido a um mero reforço argumentativo ou a transformação em linguagem adequada daquelas razões de fato e de direito (motivação) que haviam dado ensejo ao lançamento. DECADÊNCIA. VÍCIO FORMAL. O reconhecimento de vício meramente formal enseja o deslocamento da regra de contagem do prazo decadencial para a previsão do artigo 173, II, do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 88 3. 00 04 64 /2 00 8- 96 Fl. 209DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a anulação do lançamento por vício formal, conforme declarado pela decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Wilson Antonio de Souza Correa, Arlindo da Costa e Silva, Leo Meirelles do Amaral, Fábio Pallaretti Calcini e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 210DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 17883.000464/200896 Acórdão n.º 2302003.434 S2C3T2 Fl. 210 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou nulo o lançamento, em razão do reconhecimento de erro na classificação do lançamento, quando da emissão dos discriminativos de débito, tendo concluído, destarte, pela ocorrência de vício formal. Adotase o relatório do acórdão do órgão a quo, que bem resume o quanto consta dos autos: Tratase de crédito tributário lançado pela Fiscalização (DEBCAD no 37.187.6923), apurado com base nos elementos indicados no Relatório Fiscal, pertinente às contribuições previdenciárias relativas à parte da empresa e as destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. O valor do presente lançamento é de R$ 3.059,95, consolidado em 25 de novembro de 2008. 2. O Relatório Fiscal de fls. 20/24 informa que as contribuições lançadas referemse a valores apurados relativos pagamento de férias e de rescisões trabalhistas. Os valores lançados, apurados nas rescisões e nos recibos de férias, não foram declarados em GFIP, conforme itens 04 e 18 do referido Relatório Fiscal.. 3. Dentro do prazo regulamentar, a Notificada contestou o lançamento através do instrumento de fls. 59 assinada pela sócia da Notificada, alegando que corrigiu a GFIP, em função de terem sido recolhidos valores a maior em relação aos avisos de férias, bem como estando os valores corrigidos conforme estes recibos. Afirma ainda estar encaminhando novas GFIP's para regularizar as declarações relativas às diferenças de rescisões trabalhistas, tendo sido também encaminhadas as novas GPS's. Como afirmado, a primeira instância julgou nulo o lançamento, em razão do reconhecimento de erro na classificação do lançamento, quando da emissão dos discriminativos de débito, tendo concluído, destarte, pela ocorrência de vício formal. Cientificada da decisão, a recorrente apresentou, tempestivamente, recurso no qual alega, em apertada síntese: * a decisão recorrida constatou que o autuante aplicou o inciso II do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 antes da modificação ali introduzida pela Lei n° 9.876/99, pela qual a multa a ser aplicada ao caso presente seria maior que aquela lançada no auto de infração. Ocorre que não trata o caso presente de vício formal, mas sim capitulação legal equivocada do lançamento e tal fato não pode ser considerado como vício formal. É o relatório. Fl. 211DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Vício Formal e Material. Distinção. A controvérsia cingese ao reconhecimento da natureza do vício: se formal ou material. Tal questão importa em reconhecimento de interesse recursal ante a sua repercussão em termos de definição do prazo para constituição de novo crédito, na medida em que, no Código Tributário Nacional, há regra expressa de decadência quando da reconstituição de lançamento declarado nulo por vício formal: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: (...) II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. (destaques nossos) Ou seja, somente reinicia o prazo decadencial quando a anulação do lançamento anterior decorreu da existência de vício formal; o que implica reconhecer que não há reinício do prazo quando a anulação se dá por outras causas, pois a regra geral é a ininterrupção, conforme artigo 207 do Código Civil. Portanto, identificandose o conceito de vício formal, por exclusão, podese reconhecer que a regra especial trazida pelo CTN não alcança os demais casos. Código Civil: Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição. Ainda que o Código Civil estabeleça efeitos para os vícios formais dos negócios jurídicos, artigo 166, quando se tratam de atos administrativos, como o lançamento tributário por exemplo, é no Direito Administrativo que encontramos as regras especiais de validade dos atos praticados pela Administração Pública: competência, motivo, conteúdo, forma e finalidade. É formal o vício que contamina o ato administrativo em seu elemento “forma”; por toda a doutrina, citamos a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella: Direito Administrativo, São Paulo: Editora Atlas, 11ª edição, páginas 187 a 192). Segundo seu magistério, o elemento “forma” comporta duas concepções: Fl. 212DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 17883.000464/200896 Acórdão n.º 2302003.434 S2C3T2 Fl. 211 5 uma restrita, que considera forma como a exteriorização do ato administrativo (por exemplo: Auto de Infração) e outra ampla, que inclui todas as demais formalidades (por exemplo: precedido de MPF, ciência obrigatória do sujeito passivo, oportunidade de impugnação no prazo legal, etc). Portanto, qualquer que seja a concepção, “forma” não se confunde com o “conteúdo” material ou objeto. A forma é um requisito de validade através do qual o ato administrativo, praticado porque o motivo que o deflagra ocorreu, é exteriorizado para a realização da finalidade determinada pela lei. E quando se diz “exteriorização” devemos concebêla como a materialização de um ato de vontade através de determinado instrumento. Daí temos que conteúdo e forma não se confundem: um mesmo conteúdo pode ser veiculado através de vários instrumentos, mas somente será válido nas relações jurídicas entre a Administração Pública e os administrados aquele prescrito em lei. Sem se estender muito, nas relações de direito público, a forma confere segurança ao administrado contra investidas arbitrárias da Administração. Os efeitos dos atos administrativos impositivos ou de império são quase sempre gravosos para os administrados, daí a exigência legal de formalidades ou ritos. No caso do lançamento administrativo, o Auto de Infração com todos os seus relatórios e elementos extrínsecos é o instrumento de constituição do crédito tributário. E a sua lavratura se dá em razão da ocorrência do fato descrito pela regramatriz como gerador de obrigação tributária. Ao verificar algum vício no lançamento, nem sempre é fácil distinguir se esta relacionado à mera forma ou se atinge a sua substância (vício material). Antes de buscar um critério adequado a distinguilos, cumpre ressaltar que somente implicam em nulidade do lançamento quando for comprovado o prejuízo à defesa. Ou seja, não havendo a demonstração de prejuízo, incide o brocardo jurídico pas de nullité sans grief. Nesse sentido vide REsp 533.082/PR (Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/09/2007, DJ 18/09/2007, p. 281) e Acórdão CARF 9202003.228 (sessão de 08 de maio de 2014, Relator Elias Sampaio Freire). Voltando à distinção entre a natureza dos vícios, entendemos que são três as possibilidades de ocorrência de vícios formais: (i) quando se relacione à exteriorização do lançamento, sendo corrigido como o mero refazimento deste, mediante a correção da forma utilizada – exteriorização; (ii) quando se relacione à formalização da fundamentação (motivação) de fato e de direito, desde que esta não necessite ser alterada substancialmente, apenas aclarada. Isso ocorre somente quando a fundamentação (motivação) preexiste, mas não foi devidamente formalizada, ou seja, vertida em linguagem adequada nos autos; (iii) quando decorra da não observação de um iter procedimental; Em todas estas situações, a substância permanece inatacada. Havendo algum esclarecimento, este se dará pela mesma fundamentação (motivação) de fato e de direito, que não é alterada e tampouco é apurada após o lançamento. Ela preexiste, mas não foi transformada em linguagem adequada nos autos. Transposto este limite, passase da forma para atingir a substância, implicando em vício material. Fl. 213DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 Como espécime de o vício restrito à exteriorização do lançamento, podemos citar a falta de indicação e de assinatura da autoridade fiscal. Apesar de não constar esta conclusão na ementa, é o que se extrai do voto contido no REsp 690.382/PE (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/10/2009, DJe 04/11/2009). Para citar uma situação de correção de formalização do lançamento, ou seja, de aperfeiçoamento da fundamentação (motivação) de fato e de direito, temos as hipóteses de retificação do lançamento ou de emissão de relatório fiscal complementar, desde que não haja necessidade de alteração substancial, apenas de aclaramento ou depuração, jamais inovação. Em tais casos, como mencionado, poderá haver convalidação do ato mediante seu refazimento no curso do próprio processo administrativo (art. 59, § 1°, do Decreto n° 70.235/72) ou mesmo a anulação do lançamento, se o vício for de origem e impossível de ser convalidado. Em sentido próximo do que se propõe: (...) 2. Nos casos em que há lançamento original e lançamento complementar proveniente da fase de diligências no curso do processo administrativo (art. 18, § 3º, do Decreto n. 70.235/72), o lançamento originalmente efetuado, mesmo que eivado de vício formal, constitui o crédito tributário e interrompe o prazo decadencial para a notificação de lançamento complementar. Interpretação do art. 173, I, II, e parágrafo único, do CTN. Precedente do extinto Tribunal Federal de Recursos: AC N. 0050216/RS, Quinta Turma, Rel. Min. Justino Ribeiro, julgado em 16.3.1981. (...) (REsp 1212658/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 15/03/2011) Por fim, exemplo de vício de formal relacionado ao iter processual ou procedimental são as “aberturas” de prazo para manifestação ou as “cientificações” legalmente exigidas ou que decorram da garantia da ampla defesa e do contraditório: (...) 3. Se a DCTF apresentada pelo contribuinte é acompanhada da informação de ocorrência de compensação, e tal procedimento é rejeitado pelo Fisco, a inscrição imediata do valor em dívida ativa mostrase ilegítima, por vício formal no procedimento estabelecido, que determina a abertura de prazo para o sujeito passivo impugnar a sua negativa. A existência de vício formal na constituição do crédito tributário atrai a incidência do prazo decadencial disposto no art. 173, II, do CTN. 4. "O prazo a Fazenda pública proceder ao lançamento do crédito tributário, quando houver eventual decisão anulatória judicial ou administrativa relativo ao respectivo lançamento, em virtude da ocorrência de vício formal, iniciase na data em que tal decisão tornarse definitiva, na forma do art. 173, II, do CTN" (REsp Fl. 214DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 17883.000464/200896 Acórdão n.º 2302003.434 S2C3T2 Fl. 212 7 1174144/CE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/4/2010, DJe 13/5/2010). Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1221146/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/09/2013, DJe 11/09/2013) Assim, somente ocorrerá vício material se houver necessidade de modificação das razões de fato e de direito ou mesmo sua posterior elaboração ou descobrimento pela autoridade fiscal. Para o seu suprimento, há necessidade de mudança de compreensão, de entendimento e não um mero reforço argumentativo ou a transformação em linguagem daquelas razões de fato e de direito que deram ensejo ao lançamento. Diz respeito ao conteúdo do ato administrativo, pressupostos intrínsecos do lançamento. Daí, concluirse que restará configurado o vício material quando há equívocos na construção do lançamento, artigo 142 do CTN: O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura do auto, ou seja, da maneira de sua realização... (Acórdão n° 19200.015 IRPF, de 14/10/2008 da Segunda Turma Especial do Primeiro Conselho de Contribuintes) AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DO LANÇAMENTO E DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES. IMPROCEDÊNCIA. VÍCIO MATERIAL, NÃO FORMAL. A falta de indicação suficiente dos fatos que motivaram o lançamento e da origem do crédito tributário fulmina o lançamento por vício material. (Acórdão 9202003.285, sessão de 30 de julho de 2014, 2ª Turma CSRF, Rel. Gustavo Lian Haddad) RECURSO EX OFFICIO – NULIDADE DO LANÇAMENTO – VÍCIO FORMAL. A verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação, a determinação da matéria tributável, o cálculo do montante do tributo devido e a identificação do sujeito passivo, definidos no artigo 142 do Código Tributário Nacional – CTN, são elementos fundamentais, intrínsecos, do Fl. 215DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 8 lançamento, sem cuja delimitação precisa não se pode admitir a existência da obrigação tributária em concreto. O levantamento e observância desses elementos básicos antecedem e são preparatórios à sua formalização, a qual se dá no momento seguinte, mediante a lavratura do auto de infração, seguida da notificação ao sujeito passivo, quando, aí sim, deverão estar presentes os seus requisitos formais, extrínsecos, como, por exemplo, a assinatura do autuante, com a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula; a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado, com a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. (7ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes – Recurso nº 129.310, Sessão de 09/07/2002) PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE VÍCIO FORMAL LANÇAMENTO FISCAL COM ALEGADO ERRO DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO – INEXISTÊNCIA – Os vícios formais são aqueles que não interferem no litígio propriamente dito, ou seja, correspondem a elementos cuja ausência não impede a compreensão dos fatos que baseiam as infrações imputadas. Circunscrevemse a exigências legais para garantia da integridade do lançamento como ato de ofício, mas não pertencem ao seu conteúdo material. O suposto erro na identificação do sujeito passivo caracteriza vício substancial, uma nulidade absoluta, não permitindo a contagem do prazo especial para decadência previsto no art. 173, II, do CTN. (Acórdão n° 10808.174 IRPJ, de 23/02/2005 da Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes). TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL – ALÍNEA "C" – NÃOCONHECIMENTO – VIOLAÇÃO DO ART. 173, II, DO CTN – INTELIGÊNCIA – VÍCIO FORMAL – OCORRÊNCIA DE DECADÊNCIA. 1. O recurso não pode ser conhecido pela alínea "c" do permissivo constitucional, pois não foi realizado o necessário cotejo analítico, bem como não foi apresentado, adequadamente, o dissídio jurisprudencial. Apesar da transcrição de ementa, deixouse de demonstrar as circunstâncias identificadoras da divergência entre o caso confrontado e o aresto paradigma. 2. O Tribunal de Origem assinalou que a anulação do lançamento ocorreu por vício material; qual seja, majoração ilegal dos valores venais dos imóveis objeto do processo e aplicação de alíquotas progressivas. 3. O art. 173, II, do CTN afirma que o lançamento somente ocorre na hipótese de vício formal, ocorrendo, assim, a decadência. Recurso especial improvido. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 17883.000464/200896 Acórdão n.º 2302003.434 S2C3T2 Fl. 213 9 (REsp 964.018/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2007, DJ 19/11/2007, p. 225) Em suma, no vício material, há (i) modificação das razões de fato e de direito (motivação) do lançamento ou mesmo (ii) posterior elaboração ou descobrimento pela autoridade fiscal da fundamentação (motivação). Portanto, para que seja suprido, há necessidade de mudança de compreensão, de entendimento ou até mesmo a criação de um novo fundamento para o lançamento anteriormente efetuado, não se restringido a um mero reforço argumentativo ou a transformação em linguagem adequada daquelas razões de fato e de direito (motivação) que haviam dado ensejo ao lançamento. De fato, a forma não pode ter a mesma relevância da matéria que dela se utiliza como veículo. Ainda que anulado o ato por vício formal, podese assegurar que o fato gerador da obrigação existiu e continua existindo, diferentemente da nulidade por vício material. Não se duvida da forma como instrumento de proteção do particular, mas nem por isso ela se situa no mesmo plano de relevância do conteúdo. Temos aí um conflito: segurança jurídica x interesse público. O primeiro inspira o rigor formal do ato administrativo, um de seus requisitos de validade; o segundo, defende a atividade estatal de obtenção de recursos para financiamento das realizações públicas. No presente caso, constou do Relatório Fiscal (itens 4 e 18) que as importâncias não foram declaradas em GFIP, e, no item 13 do mesmo relatório, é informado que os percentuais referentes às multas estão relacionados no Anexo “IPC – Instruções para o Contribuinte”. Este, por sua vez, relaciona percentuais de multa de mora que variam de 12% a 25% para pagamento e 14,4% a 30% para parcelamento, de acordo com tabela progressiva a partir da data de autuação. No entanto, de acordo com o que dispunha o § 4° do artigo 35, da Lei 8.212/91, a multa de mora aplicada às contribuições previdenciárias não recolhidas oportunamente pode sofrer uma redução no seu valor caso as mesmas tenham sido declaradas em GFIP, sendo que a não declaração em GFIP implica na aplicação da multa de mora em seu valor integral, ou seja, aqueles previsto no inciso II do citado artigo. Como destacado na decisão de origem, a discrepância entre o texto legal vigente e as informações repassadas ao contribuinte se deve ao fato de que o DAD — Discriminativo Analítico de Débito declara que o período do levantamento é anterior à implantação da GFIP, descrição evidentemente equivocada, tendo em vista que a mesma foi implantada em novembro de 1999, sendo exigível a partir de 01/99, portanto bem antes do período do débito. A inserção desta classificação do crédito no sistema originou um Relatório IPC, bem como um cálculo de multa compatível com a redação da Lei 8.212/91 que vigia anteriormente à edição da Lei 9.876/99. Tal circunstância gerou não só prejuízo à recorrente, mas também impossibilidade de correção por incompatibilidade do sistema, conforme relatado nos autos. Aqui nos importa, no entanto, apenas definir a natureza do referido vício. Em análise aos autos, constatase que a fundamentação legal e fática está correta, constando tanto do Relatório Fiscal quanto do Anexo Fundamentos Legais do Débito – Fl. 217DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 10 FLD a legislação e o enquadramento correto. Apenas na formalização do débito houve a classificação errônea, que repercutiu nos anexos DAD — Discriminativo Analítico de Débito e IPC – Instruções para o Contribuinte. Ou seja, não se pretende que a autoridade fiscal altere qualquer fundamento de fato ou de direito do lançamento, mas apenas que corrija a sua forma (classificação do lançamento), razão pela qual entendo se tratar de vício formal. Pelas razões ora expendidas, CONHEÇO do recurso para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 218DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
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Numero do processo: 16643.000032/2010-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Feb 18 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
EMBARGOS. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NÃO DEMONSTRADAS. REJEIÇÃO.
Rejeitam-se os embargos se não demonstrada a omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou omissão de ponto sobre o qual devia ter-se pronunciado a turma.
Numero da decisão: 1302-001.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitá-los, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto Souza Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eduardo De Andrade - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (presidente da turma), Márcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
Nome do relator: EDUARDO DE ANDRADE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 EMBARGOS. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NÃO DEMONSTRADAS. REJEIÇÃO. Rejeitam-se os embargos se não demonstrada a omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou omissão de ponto sobre o qual devia ter-se pronunciado a turma.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitá-los, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior - Presidente. (assinado digitalmente) Eduardo De Andrade - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (presidente da turma), Márcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo.
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OMISSÃO E CONTRADIÇÃO NÃO DEMONSTRADAS. REJEIÇÃO. Rejeitamse os embargos se não demonstrada a omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou omissão de ponto sobre o qual devia ter se pronunciado a turma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos e rejeitálos, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Eduardo De Andrade Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior (presidente da turma), Márcio Rodrigo Frizzo, Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Eduardo de Andrade e Hélio Eduardo de Paiva Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 64 3. 00 00 32 /2 01 0- 60 Fl. 528DF CARF MF Impresso em 18/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Tratase de apreciar embargos de declaração opostos por TAM EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA em face do acórdão nº 1302001.056, proferido por esta turma na sessão de 09/04/2013, no qual este colegiado decidiu, a) por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para afastar tão somente o lançamento relativo a omissão de receitas no valor de R$500.000,00 baixado do saldo de contas correntes com a Aerosystem e manter o lançamento relativo ao ganho de capital na venda de ações em tesouraria; b) por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, para manter a multa qualificada no que tange ao ganho de capital na venda de ações em tesouraria. Vencidos os conselheiros Márcio Frizzo e Guilherme Pollastri, que davam provimento para desqualificar a multa de ofício no percentual de 150%, reduzindoa para 75%. Ciência em 15/07/2013 (fl.517). Protocolização dos embargos em 17/07/2013 (fl.518). Alega a embargante existência de omissão e contradição. Segundo alega a embargante: a) o auto de infração aponta ato simulado mas não demonstra qual o ato que se dissimulou, embora tal se faça no acórdão embargado. Assim, o lançamento é nulo e o acórdão padece de contradição, por julgálo válido; b) como, de acordo com o art. 142 do CTN, o lançamento é ato privativo do agente fiscal, e não houve revisão do lançamento (nos termos do art. 149 do CTN), ao declarar válido o lançamento sob alegação de simulação, sem que o lançamento tivesse apontado o fato dissimulado, a decisão tomada pelo colegiado foi omissa, no que tange aos art. 167 e 142 do CTN. Pede, ao final, acolhimento dos embargos para o fim de sanarem as falhas do acórdão. É o relatório. Fl. 529DF CARF MF Impresso em 18/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 16643.000032/201060 Acórdão n.º 1302001.633 S1C3T2 Fl. 529 3 Voto Conselheiro Eduardo de Andrade, Relator. Os embargos são tempestivos, e em face da alegação de omissão e contradição, deles conheço. Contradição apta a ensejar embargos é aquela existente entre o dispositivo e as premissas que levam a ele. No caso vertente, seria o fato de o lançamento, no entender da embargante, ser nulo e o acórdão embargado considerálo válido. Todavia, a vergastada decisão embargada não acolhe as razões da embargante, concernentes à nulidade do lançamento, considerandoo válido, e, portanto, daí logicamente decorre sua manutenção, não havendo, pois, qualquer contradição. A contradição, assim, somente existiria se acatada fosse a tese da embargante relativa ao mérito, mas esta, todavia, já rechaçada no acórdão embargado, não pode ser mais rediscutida, agora em sede de embargos, porquanto já definitivamente apreciada pelo colegiado quando do julgamento do Recurso Voluntário. Relativamente à omissão, há que se perscrutar se há no decisum ausência de premissa que obrigatoriamente deveria estar presente para validar o raciocínio que leva à conclusão. A embargante aponta que o acórdão embargado reconheceu a validade do lançamento, mas omitiuse quanto aos art. 142 do CTN e 167 do Código Civil. Todavia, o argumento não pode ser acatado. Relativamente ao art. 142 do CTN, que cuida do lançamento, entendeu a turma ser ele válido, e no que tange ao art. 167 do Código Civil, que cuida da simulação, entendeu a turma pela presença da simulação no caso vertente, a qual, todavia, havia sido suscitada pela fiscalização no lançamento, contrariamente à alegação da embargante. Vejamos: Afirmar que porque o auditorfiscal não declinou nestes exatos termos a simulação não induz concluir que ele não verificou, não demonstrou e não atacou a simulação. Suas palavras são categóricas no sentido de que a operação foi simulada. No termo de verificação fiscal, o auditor fiscal: faz um quadro que demonstra os intervalos de tempo curtíssimos entre as operações, o que é um indicador da simulação; [...] Fl. 530DF CARF MF Impresso em 18/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 verifica que o controle das operações esteve totalmente sob o domínio dos mesmos sócios (tanto da TEP quanto da Aerosystem), pois os sócios são comuns, e além disso, detêm eles, também, o controle absoluto da TAM S/A; [...] conclui que os atos societários foram simulados; [...] indicou a falta de substrato econômico da Aerosystem para conduzir as operações; [...] concluiu que toda operação societária foi conduzida com o único objetivo de economizar tributo; [...] e, por fim, concluiu haver simulação: [...] Sendo assim, voto para que seja mantido o lançamento deste item tal qual lavrado. [...] Os atos societários, vistos pelo conjunto da obra, são simulados, pois a vontade real não é declinada, e a vontade declarada diverge do que na verdade desejam os declarantes, sendo que ao final é mantido o status quo ante. Desta forma, o acórdão embargado reconhece a presença de simulação, bem como sua argüição pela fiscalização, e mantém o lançamento baseado nestes fatos, o que evidentemente, não corresponde a suprir o trabalho da fiscalização, mas a julgálo procedente. Assim, voto para conhecer dos embargos e rejeitálos no mérito. (assinado digitalmente) Eduardo de Andrade Relator Fl. 531DF CARF MF Impresso em 18/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2015 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 11/02/2015 p or EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10508.720005/2013-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011
DRAWBACK SUSPENSÃO. SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME.
O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo - ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação - das mercadorias as serem exportadas.
Numero da decisão: 3401-002.700
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Angela Sartori, que apresenta declaração de voto, Raquel Motta Brandão Minatel e Claudio Monroe. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Felipe Lobato OAB/SP n.º 329.890.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, (Presidente), Monica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Claudio Monroe Massetti.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 DRAWBACK SUSPENSÃO. SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME. O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo - ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação - das mercadorias as serem exportadas.
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SUBSTITUIÇÃO DE INSUMOS. COMPROVAÇÃO DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS E CONDIÇÕES DO REGIME. O beneficiário do regime tem o ônus de comprovar o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se conclua em isenção ou redução tributária. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias as serem exportadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Angela Sartori, que apresenta declaração de voto, Raquel Motta Brandão Minatel e Claudio Monroe. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Felipe Lobato OAB/SP n.º 329.890. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 50 8. 72 00 05 /2 01 3- 28 Fl. 1575DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, (Presidente), Monica Monteiro Garcia de Los Rios, Raquel Mota Brandão Minatel, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Claudio Monroe Massetti. Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração (fls. 2 a 551), lavrado em 28/07/2008 (com ciência em 31/07/2008 fl. 2), por inadimplemento do compromisso de exportar no regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade de suspensão, ensejando a exigência de imposto de importação, COFINS importação, e contribuição para o PIS/PASEP importação, todos acrescidos de juros e multa de ofício. O relatório de Auditoria Fiscal, ás fls. 881889, que integra o Auto de Infração, aponta: “o raciocínio a desenvolver para o caso é elementar: analisandose as informações prestadas pela empresa (a) em atendimento ao Termo de Inicio de Fiscalização, (b) fornecidas por ocasião da visita à fábrica, por meio da Gerente de Operações do estabelecimento industrial, conforme Termo Quanto ao que informou a autoridade fiscal, reproduzo in verbis o relatado no Acórdão combatido tendo em vista a sua clareza: A autoridade fiscal acusa a empresa autuada de não ter cumprido as condições necessárias ao gozo do benefício fiscal de Drawback (modalidade suspensão) em parte das importações amparadas pelos Atos Concessórios listados às fls. 1.000/1.001. (....) Conforme consta nos documentos juntados neste processo, referentes ao processo nº 13558.721951/201122, no período compreendido entre 04/05/11 e 03/11/11 o fiscalizado foi intimado a apresentar documentos que comprovassem o cumprimento das condições necessárias ao gozo do Regime de Drawback, tais como laudos técnicos, Livro Registro de Saídas, Livro Registro Controle de estoque de produção etc., conforme fls. 8, 12/31, 32/33, 34/497, 498, 503, 505, e 509. Após análise da documentação citada acima, a fiscalização elaborou o Termo de Verificação Fiscal de fls. 881/899, onde, após apresentar um breve histórico da legislação que dispõe sobre o tema, afirma que, conforme determina o art. 78 do Decretolei º 37/66 e o art. 341 do Decreto nº 4.543/02 (Regulamento Aduaneiro), ao beneficiário do regime cabe a observância ao Princípio da vinculação física, que estabelece que os insumos importados com suspensão tributária devem ser destinados a fabricação, a complementação ou ao acondicionamento do produto a ser exportado. No caso concreto, aduz a fiscalização que, analisando as informações prestadas, a empresa: · Não segrega as amêndoas, torta e pó de cacau por origem; Fl. 1576DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 3 3 · Não mantém controles e registros em separado de estoque de matériaprima importada sob o Regime de Drawback; · Que as amêndoas, torta e pó de cacau de diversas origens e tipos são processadas conjuntamente, sem qualquer tipo de controle sobre a proporcionalidade de mistura entre as referidas matériasprimas quando adquiridas ao amparo do Regime de Drawback e aquelas adquiridas sem o benefício; · Que não mantem controles de produção que informem qual a proporção de matériaprima importada empregada na industrialização dos produtos exportados; Assim, com base nos fundamentos acima, a autoridade fiscal deduz que a única conclusão lógica plausível a que poderia chegar é que, “necessariamente, uma parte dos insumos importados com o incentivo fiscal que integra fisicamente os produtos industrializados pelo beneficiário do regime, não é destinada à exportação, mas, vendida no mercado interno ou recebendo outra destinação qualquer, em operações, é certo, não vinculadas à exportação. Tratase o raciocínio em questão, não de mera conjectura, mas da aplicação, ao caso concreto, de princípios experimentados pelas ciências exatas, assegurados pelas leis da física e da matemática”. A autoridade fiscal relata que o autuado, ao alimentar o seu processo produtivo, não segregava a mercadoria importada (amêndoa, torta ou pó de cacau), tanto no que se refere a origem, quanto no que diz respeito à destinação (exportação ou mercado interno). Logo, não observava qualquer fator de proporcionalidade e/ou percentuais distintos do produto. Tais constatações foram verificadas nas correspondências apresentadas pela empresa em 21/06/11 (fls. 32/35) e 14/10/11 (fls. 507/508). Do uso das amêndoas de cacau Consta no Termo de Verificação Fiscal que o importador mantinha somente uma linha de produção, que se iniciava com a lavagem das amêndoas, encerrandose com a embalagem dos produtos industrializados, na qual todas as amêndoas de cacau (importadas ou nacionais) eram misturadas, transformandose em uma massa de cacau denominada liquor, que, além de ser um dos produtos acabados da empresa, era a base para a produção dos demais produtos por ela comercializados: manteiga de cacau, pó de cacau e torta de cacau. Sendo assim, concluiu a fiscalização que, independente de sua destinação, todos os produtos finais originamse de uma massa de cacau obtida a partir de uma mistura de amêndoas de diversas origens, inclusive as importadas ao regime de Drawback. Das importações de torta e do pó de cacau No que tange às importações de torta e do pó de cacau, afirma a fiscalização que o autuado assumiu, conforme os Atos Concessórios de Drawback, o compromisso de exportar pó de cacau preto, informação confirmada por meio do laudo Técnico de Torta e Pó de cacau. Da mesma forma, aduz o autuante, no período em análise, a empresa informou que não segregou o pó e a torta de cacau Fl. 1577DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 4 importados daqueles da sua produção própria dos mesmos produtos, decorrentes do processamento das amêndoas (nacionais ou importadas), conforme correspondência de fls. (fls. 507/508). Da conclusão fiscal Com fundamento no disposto acima, a fiscalização concluiu que os produtos exportados, em cumprimento ao pactuado nos Atos Concessórios de Drawback (AC), foram compostos por matérias prima importada e nacional misturadas. Portanto, teria ocorrido a substituição, nas operações vinculadas ao AC, de matéria prima importada pela matéria prima nacional, e nas vendas não vinculadas, da matéria prima nacional pela importada, caracterizando, assim, o desvio de finalidade da matéria prima importada com o benefício da suspensão. A autoridade fiscal defende, também, que, inexistindo controles ou registros específicos relativos à utilização do insumo importado com o benefício do Drawback, a empresa não teria conseguido provar a aplicação da mercadoria na finalidade para a qual foi importada, ou seja, exclusivamente para a exportação dos itens compromissados nos AC´s. O autuante, por fim, afirma que: i) Somente 30,94% (Anexo IIIA) da amêndoa de cacau importada com incentivo fiscal foram efetivamente empregados na industrialização dos produtos comercializados pelo contribuinte e que a quantidade de amêndoas que não foi aplicada nas operações de exportação vinculadas aos AC´s foi obtida a partir dos dados fornecidos pela empresa quando da solicitação do regime, chegandose ao Anexo IVA; ii) Somente 11,29% (Anexo IIIB) da Torta e Pó de cacau importados com incentivo fiscal foram efetivamente empregados na industrialização dos produtos comercializados pelo contribuinte e que a quantidade de tais insumos que não foi aplicada nas operações de exportação vinculadas aos AC´s foi obtida a partir dos dados fornecidos pela empresa quando da solicitação do regime, chegandose ao Anexo IVB; Em sua impugnação, o contribuinte afirmou: a. que a interpretação da legislação referente ao Drawback deve ser realizada de forma sistemática e teológica, isto é, “levandose em consideração a demais normas do ordenamento jurídico e, ainda, sem perder de vista as finalidades pretendidas pelo legislador ao instituir esse regime aduaneiro”. b. que exigir que o beneficiário do Drawback comprove que determinado insumo foi fisicamente utilizado na fabricação do produto exportado, significaria frustrar a finalidade da lei e prejudicar o desempenho exportador do País (fl. 1104). Na verdade, seguir o Princípio da vinculação física somente se aplica nos casos em que for possível a identificação física do insumo importado, no demais, deve prevalecer a aplicação da equivalência (fl. 1106). c. que, em virtude da queda de produção da indústria nacional, viuse obrigado a buscar amêndoas no mercado estrangeiro, fato que, segundo sustenta, confirmaria a assertiva de que não houve desvio de finalidade na destinação dada pela impugnante às amêndoas importadas, uma vez Fl. 1578DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 4 5 que tais insumos teriam sido adquiridos unicamente com a finalidade de exportação. d. que o lançamento em questão não trata da multa de ofício disciplinadas no art. 44 da Lei nº 9.430/96, mas sim da multa prevista no art. 43 da mesma lei, e que, sendo assim, a incidência dos juros ocorreria somente a partir do mês seguinte ao mês da lavratura do auto de infração. A Respeitável 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento analisou e concluiu: 1. Ser procedente a parte da autuação referente a multa de ofício e os juros de mora com fundamento nos artigos 44 e 61 da Lei nº 9.430/96, pois o artigo 43 da Lei 9.430/96, evocado pelo impugnante, é utilizado na hipótese de lançamento sem exigência de tributo, ou seja, quando a pretensão fiscal limitarse exclusivamente à multa, o que não é o caso dos autos, pois, a multa de ofício está sendo lançada em função da falta de pagamento do tributo, que passa a ser exigível quando não cumpridas as condições impostas ao beneficiário pelo Regime de Drawback, conforme preconiza o art. 133 do Decreto nº 4.543/02. 2. que, nas matérias definidas no art. 111 do CTN, a regra é o uso da interpretação literal, permitindose a utilização de outros meios de interpretação somente quando uso daquela interpretação estrita levar a resultados ilógicos. No caso ora em análise, o uso da interpretação literal é plenamente plausível e em nada fere os Princípios Constitucionais, não havendo que se aventar o uso de outros meios de interpretação, como deseja o impugnante 3. O inciso II do art. 78 do DecretoLei n° 37/66, raiz legal do art. 335, inciso I, do RA/02, bem como do artigo 383, inciso I, do RA/09, ao estabelecer que referida modalidade envolve a “suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada à fabricação, complementação ou acondicionamento de outra a ser exportada”, exige que as mercadorias exportadas estejam acondicionadas, contenham ou tenham sido elaboradas com os insumos efetivamente importados para tal fim. Por isso, a não utilização dos insumos importados nos produtos compromissados a exportar representaria desvio de finalidade do incentivo, com prejuízos para a Fazenda Pública e à livre concorrência nacional, retratada na aquisição de mercadorias do exterior, pelo beneficiário do incentivo, em condições bem mais favoráveis que a concorrência, pois sobre tais mercadorias não haveria a incidência normal de tributos sobre os bens importados. Exatamente por tais razões é que, no regime aduaneiro especial de drawback, deve ser observado o princípio da vinculação física. ... concluise que o princípio da vinculação física, atacado pela impugnante, decorre da própria legislação, não podendo, assim, ser ignorado pela autoridade fiscal, que agiu de forma correta ao efetuar o lançamento, visto que o fiscalizado não logrou comprovar o cumprimento das condições impostas pelo Regime de Drawback. Fl. 1579DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 6 4. conforme determina o art. 179 do Código Tributário Nacional (CTN) e o art. 12 do Decretolei º 37/66, ... para reconhecimento da isenção, na qual se transforma a suspensão tributária prevista no Regime de Drawback, cabe ao beneficiário do regime, e não ao Fisco, fazer prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos exigidos em lei. ... Como visto, tratandose de drawback, a lei atribui ao contribuinte o ônus de comprovar o adimplemento do compromisso, mediante a demonstração de que a matéria prima importada foi efetivamente utilizada na industrialização dos produtos exportados com o incentivo fiscal. Sendo assim, de plano, cai por terra qualquer tentativa do autuado de redirecionar o ônus da prova para a fiscalização. 5. o autuado não comprovou a observância do princípio da vinculação física, dada a ausência de sistema adequado de controle dos insumos importados, ... que a ele não deve ser reconhecido o benefício do drawback suspensão. Ela concluiu pela procedência da autuação e resumiu em sua Ementa: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 DRAWBACKSUSPENSÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA. O Regime Aduaneiro especial de Drawback suspensão submetese ao Princípio da Vinculação Física, recaindo sobre o beneficiário o ônus de comprovar que os insumos importados com suspensão tributária foram efetivamente utilizados na fabricação das mercadorias exportadas ao amparo do regime. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 04/05/2011 a 03/11/2011 MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. APLICABILIDADE. A falta de pagamento de tributos em decorrência da perda do benefício fiscal do Drawback suspensão sujeita o interessado à multa de ofício e aos juros de mora previstos, respectivamente, no inc. I, do art. 44, e no §3o, do art. 61, ambos da Lei nº 9430/96. Cientificado dessa Decisão, o contribuinte contra ela apresenta Recurso Voluntário por meio do qual argumenta: A. A interpretação das regras que disciplinam esse regime aduaneiro não deve ser restritiva a ponto de inviabilizar o objetivo maior buscado pelo legislador. B. O artigo 78 do Decreto lei n. 37, de 1966 não exige a identidade ou a vinculação física entre as matérias primas importadas e os produtos industrializados exportados. Tampouco o artigo 389 do Regulamento Aduaneiro; e o advérbio ‘integralmente’ desse artigo se refere à quantidade inteira, total, integral das matérias primas importadas, mas não reclama que aquela mesma matéria prima importada venha a compor um produto industrializado a ser exportado. Carece de fundamentação legal o entendimento da autoridade julgadora que o principio da identidade física decorre da própria legislação. C. Julgados nas Altas Cortes privilegiam o Princípio da Equivalência em detrimento do Principio da Identidade Física para esses regimes aduaneiros e tributários. Fl. 1580DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 5 7 D. Para o direito ao drawback o contribuinte deve de fato fazer comprovações no sentido de que determinado insumo foi fisicamente utilizado na fabricação de produto exportado, significa frustrar a finalidade da lei e prejudicar o desempenho exportador do país, sem vantagem justificável. O que é relevante, para fins de adimplemento desse regime aduaneiro, é que o beneficiário realize as exportações indicadas no respectivo ato concessório. E. O princípio da identidade física deve ser colocado em segundo plano face à circunstância de que, no caso apreciado, a recorrente promoveu e comprovou as exportações previstas nos atos concessórios que firmou, passando, portanto, a prevalecer o princípio da equivalência entre os insumos importados e aqueles utilizados na produção dos produtos exportados. Na mesma direção e conclusão, pelo fato de que a recorrente adquiriu quantidade de amêndoas, torta e pó de cacau importados suficientes para atender aos seus compromissos de exportação, tornase impossível verificarse nos produtos que exportou estão presentes, ou não, insumos importados (amêndoas, tora e pó de cacau nacionais e/ou importados), como pretendem os srs agentes fiscais autuantes. F. Não houve desvio de finalidade nem o Erário foi lesado. G. O uso de estimativas ou presunções para determinar a base de cálculo de tributo implica em não observar a regra prevista no artigo 148 do CTN. H. Na formação da base de cálculo do Pis e da Cofins devidos na importação, foi inserido, dentro do conceito de valor aduaneiro, o ICMS supostamente devido nesta operação, quando Decisão do STF proferida em Regime de Repercussão Geral definiu a inconstitucionalidade dessa exigência nessas contribuições. I. Há juros de mora somente sobre os débitos de que trata o caput do artigo 61 [da Lei n. 9.430, de 1996], conforme o § 3º do mesmo, isto é, só se aplica os juros sobre os tributos e contribuições e não sobre as penalidades aplicadas aos tributos e contribuições. J. Pede reforma da decisão de 1ª Instância e decretação da improcedência do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA. Tempestivo o recurso e atendidos os requisitos de admissibilidade. Primeiramente, há que se sublinhar que não procede a alegação de que ao caso deveria ser adotada a prescrição do artigo 43 da Lei n. 9.430, de 1996. Quando há falta de Fl. 1581DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 8 pagamento de tributo, como é o caso desse lançamento, cabe a multa prevista no artigo 44 dessa Lei, bem como os juros previstos no artigo 63 dessa Lei. O disposto no artigo 43 indicado pelo recorrente pode ser invocado para infração em que não há falta de pagamento tributo. Além disso, ao contrário do que afirma o recorrente, verifiquei que não houve incidência de juros sobre a multa de ofício, mas apenas sobre os tributos devidos. Ao caso também não cabe a alegação de exclusão do ICMS da base de calculo das contribuições exigidas, pois a citada Decisão do C. Supremo Tribunal Federal ainda está em processo de análise recursal e não logrou produzir na esfera administrativa os acalentados efeitos da Repercussão Geral. Não tem fundamento a afirmação de que o lançamento está comprometido por inobservância do artigo 148 do CTN. Esse artigo autoriza a autoridade lançadora arbitrar valor ou preço do que constitui base de cálculo de tributo quando não mereçam fé as fontes tornadas disponíveis. No Auto de Infração em questão não houve necessidade de arbitrar os preços ou valores dos bens, uma vez que foram aceitos como válidos os constantes das declarações de importação e nos registros contábeis da empresa. Os procedimentos de estimativa utilizados pela fiscalização vieram suprir a falta de controle do uso dos diferentes insumos no processo de produção por parte do beneficiário do regime aduaneiro. A estimativa se refere ao quantitativo de acordo com os tipos de insumos, e não se refere ao preço ou o valor de cada um desses insumos. Lei n. 5.172, de 1966: Art. 148 Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Os princípios para a hermenêutica dos dispositivos que regem as isenções e suspensões tributárias para os regimes aduaneiros estão claros na Lei n. 5.172, de 1966, e no Decreto Lei n. 37 de 1966. O contido no artigo 111 do CTN deve ser observado como regra geral. Não pode ser acolhida a pretensão do recorrente de que não houve desvio de finalidade. É condição para o beneficiário desse regime que ele comprove que as mercadorias admitidas na modalidade suspensão tenham sido integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem exportadas. O contribuinte reconhece que os produtos exportados não continham integralmente o insumo (mercadoria) importado com suspensão nesse regime. Nem tinham outro insumo que lhe seria equivalente em termos de estar beneficiado com a suspensão tributária. Ele também reconhece que parte dos insumos importados com suspensão foi usada no processo produtivo de bens destinados ao mercado nacional. Houve inadimplência e desvio de finalidade ao caso. Consoante artigo 179 do CTN e artigo 12 do Decreto Lei n. 37, de 1966, cabe ao beneficiário do regime suspensivo, e não ao fisco, o ônus de provar o cumprimento das condições e requisitos legais para que se tenha isenção onde havia suspensão de tributos. O recorrente não traz aos autos demonstrações nesse sentido. Os fatos apontados pela fiscalização não são combatidos pela recorrente. Pareceme iminente a efetiva adoção, pela legislação brasileira, da possibilidade de substituição de matérias primas e insumos nos regimes aduaneiros dotados de Fl. 1582DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 10508.720005/201328 Acórdão n.º 3401002.700 S3C4T1 Fl. 6 9 suspensão tributária. Entretanto, tal possibilidade, como prevista a partir do que dispõe o artigo 17 da Lei n.º 11.774, de 2008, depende de regulamentação. O que vige em nosso ordenamento não prevê a livre substituição. Além disso, ao caso em análise, há que se considerar que a mistura de matérias primas ou insumos diferentes não significa necessariamente a substituição de um pelo outro. A mistura, para significar substituição, tem como pressuposto, a meu ver, obter, ao final, produtos resultantes idênticos. Provavelmente, para uma indústria tão sofisticada e rigorosa como me parece ser a de chocolate, a cuidadosa combinação dos ingredientes é providência que atende tanto aos diferenciais de qualidade, como os requisitos técnicos e certificantes para esse tipo de bem. Os procedimentos de controle, nesse sentido, poderiam concorrer para provar que a substituição ou a combinação de diferentes insumos chegaram a resultados ou produtos exatamente idênticos aos que se obteria caso não se tivesse essa substituição ou combinação de insumos. O recorrente invoca o Principio da Equivalência, mas esse não pode lhe socorrer, pois ainda não existe regulamentação a respeito. Mas, na hipótese da adoção desse instituto, ainda assim não poderia ele beneficiar o recorrente, pois ele não demonstrou ou comprovou a equivalência entre os insumos. Ao contrário, conforme relato fiscal a partir dos dados coletados na empresa, os insumos não eram equivalentes entre si. Eles foram misturados e os produtos obtidos a partir dessa mistura não seriam idênticos aos que se obteria se não houvesse essa mistura de insumos. Pelo que foi aqui exposto e em suas motivações legais, entendo que o recorrente não conseguiu atender o disposto na legislação que disciplina o regime aduaneiro, pois não comprovou o emprego do bem importado nesse regime nas finalidades que motivaram a concessão e o cumprimento das demais exigências regulamentares, para que a condição suspensiva se concluísse em isenção ou redução tributária. Propugno por não dar provimento ao Recurso Voluntário. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Declaração de Voto Conselheira Ângela Sartori Como cerne da questão colocada nos autos está na “vinculação física” é preciso esclarecer que esse princípio é a principal ferramenta para autuação dos beneficiários do Regime Drawback Suspensão, contido no artigo 389 do Regulamento Aduaneiro, que exige Fl. 1583DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 10 que os materiais importados vinculados a um ato concessório de drawback sejam exatamente os mesmos consumidos em produtos exportados ao mesmo ato concessório. Contudo, em uma complexa operação industrial, como a da Recorrente, tornase praticamente impossível seguir esse controle, por ser inclusive, contrário aos conceitos da indústria moderna. Nesse sentido, não podemos deixar de enfrentar o “princípio da fungibilidade”, em que um bem fungível é substituído por similar importado por outro ato concessório, com tratamento integral ou adquirido no mercador interno para fabricação do bem cuja exportação é compromisso. Porém, com a edição da Medida Provisória 497, de 27/07/2010 (convertida na Lei nº 12.350 de 20/12/2010, art. 32) em seu artigo 8º o artigo 17 da Lei nº 11.774, de 17 de setembro de 2008, passou a vigorar com a seguinte redação: “Art. 17. Para efeitos de adimplemento do compromisso de exportação nos regimes aduaneiros suspensivos, destinados à industrialização para exportação, os produtos importados ou adquiridos no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser substituídos por outros produtos, nacionais ou importados, da mesma espécie, qualidade e quantidade, importados ou adquiridos no mercado interno sem suspensão do pagamento dos tributos incidentes, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. § 1o O disposto no caput aplicase também ao regime aduaneiro de isenção e alíquota zero, nos termos, limites e condições estabelecidos pelo Poder Executivo. § 2o A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a Secretaria de Comércio Exterior disciplinarão em ato conjunto o disposto neste artigo" Ao alterar o artigo 17 da Lei 11.774/08, o dispositivo exposto permite a fungibilidade necessária às operações, ao dispor que “os produtos importados ou adquiridos no mercado interno com suspensão do pagamento dos tributos incidentes podem ser substituídos por outros produtos, nacionais ou importados, da mesma espécie, qualidade e quantidade, importados ou adquiridos no mercado interno sem suspensão do pagamento dos tributos incidentes”. Evidentemente, que a aplicação do dispositivo para concessão de novos atos ficará condicionada a regulamentação pelo Poder Executivo, conforme exposto na norma acima. Contudo, já se aplica ao caso presente, onde a Recorrente foi autuada e estamos julgando sua defesa, no caso seu Recurso Voluntário que está em curso, pelo disposto no art. 106, II, “a” do CTN, que dispõe: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração;” Pelo exposto, e com fundamento no artigo 106, II, a) do CTN, que determina a aplicação do artigo 17 da Lei 11.774/08 pela redação dada pela MP 497/2010 convertida na Lei 12.350/2010 que DOU PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO. É como voto. Conselheira Ângela Sartori. Fl. 1584DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por ELAINE ALICE ANDRADE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01 /2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por ANGELA SARTORI, Assin ado digitalmente em 29/01/2015 por ROBSON JOSE BAYERL
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Numero do processo: 10480.724123/2012-80
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2009
NOVA LEI. REVOGAÇÃO TÁCITA.
O advento do art. 8º da Lei n° 12.766, de 2012, ao dar nova redação ao art. 57 da MP n° 2.158-35, de 2001, não revogou tacitamente o art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, de forma que a multa pelo atraso ou pela não entrega de DCTF continua sendo calculada pela regra contida no art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002.
Numero da decisão: 1801-002.125
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Alexandre Fernandes Limiro (Relator) e Fernando Daniel de Moura Fonseca que convertiam o julgamento na realização de diligência. Designado o Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque para redigir o Voto Vencedor.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Fernandes Limiro - Relator.
(assinado digitalmente)
Neudson Cavalcante Albuquerque Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Alexandre Fernandes Limiro, Neudson Cavalcante Albuquerque, Leonardo Mendonça Marques, Fernando Daniel de Moura Fonseca e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2009 NOVA LEI. REVOGAÇÃO TÁCITA. O advento do art. 8º da Lei n° 12.766, de 2012, ao dar nova redação ao art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001, não revogou tacitamente o art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, de forma que a multa pelo atraso ou pela não entrega de DCTF continua sendo calculada pela regra contida no art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Alexandre Fernandes Limiro (Relator) e Fernando Daniel de Moura Fonseca que convertiam o julgamento na realização de diligência. Designado o Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque para redigir o Voto Vencedor. (ASSINADO DIGITALMENTE) Ana de Barros Fernandes Wipprich – Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Alexandre Fernandes Limiro Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) Neudson Cavalcante Albuquerque – Redator Designado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 41 23 /2 01 2- 80 Fl. 127DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 128 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Alexandre Fernandes Limiro, Neudson Cavalcante Albuquerque, Leonardo Mendonça Marques, Fernando Daniel de Moura Fonseca e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (efl. 69) lavrada em face da contribuinte, no valor de R$ 51.216,29, tendo em vista o atraso na entrega Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, relativa ao 1º semestre do anocalendário de 2009. O enquadramento legal e a descrição do fato jurídico constam da referida Notificação. Impugnada a Notificação de Lançamento (efls. 02/44), a DRJ a julgou improcedente e manteve o crédito tributário (efls. 74/78), sob o fundamento de que a empresa efetivamente entregou a DCTF em atraso, porquanto o fez em 08 de março de 2012, enquanto o prazo legal venceu em 08 de abril de 2010. Tal conduta ensejou a aplicação do art. 7ª da Lei nº 10.426/02, que determina ao sujeito passivo que deixar de apresentar a DCTF no prazo fixado, o pagamento de multa de 2% (dois por cento) ao mês calendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, limitada a 20%. Em relação aos argumentos de ilegalidade/inconstitucionalidade, a DRJ ainda apontou a incompetência das autoridades administrativas relativa à análise da validade de normas regularmente inseridas no ordenamento jurídico, pautandose no Parecer Normativo CST n° 329/70; no art. 25 da Lei nº 11.941/09, que inseriu o art. 26A no Decreto nº 70.235/72; na Súmula CARF nº 2; e, por fim, no art. 7º da Portaria MF nº 341/11. Outrossim, argumentou sobre a impossibilidade de prevalecer a doutrina sobre o texto legal. A DRJ ainda se manifestou quanto à aplicação dos arts. 108, V e 112 do CTN c/c art. 5º, XLVI da CF/88, onde concluiu que “não há ausência de disposição expressa e nem há dúvidas a ensejar a aplicação, no caso concreto, do art. 112 do CTN.” Por fim, refutou a alegação de incidência do bis in idem, pois este, na esfera tributária, só ocorre quando uma pessoa jurídica de direito público tributa mais de uma vez o mesmo sujeito passivo sobre o mesmo fato gerador. Assim, como a multa é diferente de tributo não se poderia dizer sobre a incidência de bis in idem. O acórdão apresentou a seguinte ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Ano calendário: 2009 DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. O cumprimento da obrigação acessória fora dos prazos previstos na legislação tributária sujeita o infrator à aplicação das penalidades legais. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 129 3 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2009 ARGUIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITU CIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a apreciação de arguições de inconstitucionalidade e ilegalidade de atos regularmente editados. Irresignada, em sede de recurso voluntário protocolado em 27/03/2013 (fls. 87/123), se insurge a contribuinte com base nos seguintes argumentos: a) Sustenta que a multa deveria ter sido aplicada por valor fixo e, além disso, é confiscatória, violando os princípios da razoabilidade e proporcionalidade e capacidade contributiva. Para corroborar suas razões colaciona julgados do STF, bem como trechos de doutrina. b) Afirma que houve ocorrência de bis in idem, pois o Fisco multiplicou por dez a penalidade imposta, uma vez que considerou os vinte e quatro meses de atraso na entrega da DCTF. Argumenta que para cada infração deve haver uma penalidade correspondente, a fim de se evitar a dupla penalidade. Para corroborar suas razões colaciona julgado do TRF1. c) Aponta a possibilidade de se afastar a multa impugnada, com base nos arts. 108, V (equidade) e 112 do CTN (in dubio pro reo) c/c art. 5º, XLVI da CF/88. Subsidiariamente, requer a observância do art. 8º da Lei nº 12.766/12, que alterou o art. 57 da MP nº 2.158/35, bem como a do art. 106, II, c (lex mitior) do CTN. Por fim, caso existam dúvidas relativas à aplicação da referida lei, requer então a aplicação do entendimento benéfico ao contribuinte, nos termos do art. 112 do CTN. Com fulcro nestes argumentos, a contribuinte requer o provimento do Recurso Voluntário, com o fim de reconhecer improcedência do lançamento, uma vez que a multa afronta os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade. Todavia, em pedido alternativo, na hipótese de não se afastar a multa cobrada, requer seja observada as alterações trazidas pela Lei nº 12.766/12. Por fim, requer que se interprete a norma jurídica da forma mais favorável ao contribuinte (art. 112 do CTN). Voto Vencido Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro, Relator Presentes os pressupostos recursais, conheço do presente recurso. Inconstitucionalidade da penalidade aplicada A argumentação acerca da invalidade da penalidade aplicada, em face aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, vedação à confiscatoriedade e capacidade Fl. 129DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 130 4 contributiva, na presente instância, resta impossibilitada em virtude da incidência da Súmula 2 do CARF. Rejeito, portanto, tal insurgência; Bis in idem A vertente penal do princípio do ne bis in idem (pelo qual não se admite, em hipótese alguma, a dupla punição pelo mesmo fato) é aplicável ao direito tributário penal, na medida em que este se vale de influência dos conceitos, formas e institutos daquela ciência jurídica para alicerçar a hipótese caracterizadora do ilícito e o preceito sancionatório decorrente. No presente caso, todavia, o que se tem não é dupla punição, mas tão somente, uma única – ausência de entrega de DCTF – cuja valoração, por disposição legal, toma em consideração o comportamento do agente, que se agrava à medida em que configurada a demora em cumprir a obrigação tributária acessória. Rejeito tal pretensão recursal. Afastamento da multa Também não merece acolhida o pedido de afastamento da multa com base na equidade. Consoante preconizado no Art. 108, V do CTN, a equidade é cabível no Direito Tributário como instrumento de “integração” da legislação tributária, o que não é o caso, pois o texto legal contempla exatamente a situações de longo período de mora no cumprimento da obrigação acessória, o que fica evidenciado pelo fato de se ter atingido o limite máximo (20%) fixado pelo legislador. O princípio da equidade, não se presta como forma de se insurgir contra as consequências de norma expressa aplicável a determinado fato. Esclarecedor ao presente caso, se mostra o posicionamento de PAULSEN, Leandro (in Curso de direito tributário. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012, pg. 203), com base no magistério de BOITEUX, Fernando Netto sobre a aplicação da equidade: Cabe destacar que a invocação da equidade “se aplica para corrigir um erro involuntário do legislador, que deixou de contemplar um caso novo e inédito que se apresenta ao juiz” e que “não se admite a aplicação da equidade para que o juiz se rebele contra a regra geral determinada pela norma, mas como um complemento a ela”. De outra feita, também não traz melhor sorte à insurgência recursal, o pedido de aplicação do Art. 112 (in dubio pro reo) ao presente caso. Deveras, o dispositivo aplicado tratase de texto legal claro e incontroverso, tanto que, em sua peça recursal, não apontou o contribuinte mais de uma forma de interpretação da lei punitiva, de modo a se escolher a eventualmente mais favorável ao sujeito passivo da obrigação tributária. Retroatividade da lei tributária penal mais favorável Polêmica, entretanto, que merece ser deslindada, é a gerada pelo pedido, com base no Art. 106, II, “c” do CTN, de aplicação da multa prevista na atual redação do art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001, imposta pelo art. 8º da Lei n° 12.766, de 2012. Confrontemos a norma invocada (redação atual do art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001) com a norma aplicada para exigência da multa (art. 7ª da Lei nº 10.426/02): Fl. 130DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 131 5 * MP n° 2.15835, de 2001: Art. 57. O sujeito passivo que deixar de apresentar nos prazos fixados declaração, demonstrativo ou escrituração digital exigidos nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, ou que os apresentar com incorreções ou omissões será intimado para apresentálos ou para prestar esclarecimentos nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 12.766, de 2012) I por apresentação extemporânea: (Redação dada pela Lei nº 12.766, de 2012) a) R$ 500,00 (quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido; (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012) b) R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro real ou tenham optado pelo autoarbitramento; (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012) * Lei nº 10.426/02 Art. 7º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de nãoapresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) [...] II de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no § 3º; Antes de se analisar a retroatividade benigna do art. 106 do CTN, mister se faz, primeiramente, averiguar se o novel dispositivo trata da mesma matéria, revogando a norma anterior. Quanto a este aspecto, a Receita Federal do Brasil, por meio do Parecer Normativo nº 3, de 10 de junho de 2013, não se tardou a posicionarse pela não revogação do Art. 7º da Lei 10.426/02: [...] (iii) Como ficam as multas cuja base legal é a antiga redação do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001? (iv) Continuam vigentes as multas do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, do art. 30 da Lei nº 10.637, de 2002, do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, do art. 7º da Lei nº 9.393, de 1996, do art. 9º da Lei nº 11.371, de 2006, e do § 2º do art. 5º da Lei nº 11.033, de 2004? [...] Fl. 131DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 132 6 6.2.2. Há uma antinomia entre as normas. O art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001, sanciona as condutas pela não entrega, em sentido lato, de declarações digitais. As normas acima mencionadas tratam do descumprimento das obrigações específicas contidas na própria lei. Ocorre uma antinomia entre uma norma geral e outra específica, devendo, nesses casos, prevalecer a última, conforme ensinamento de Norberto Bobbio: “O terceiro critério, chamado precisamente de lex specialis, é aquele com base em que, de duas normas incompatíveis, uma geral e uma especial (ou excepcional), prevalece a segunda; lex specialis derogat generali. Também nesse caso a razão do critério não é obscura: lei especial é aquela que derroga uma lei mais geral, ou seja, que subtrai a uma norma uma parte da sua matéria para submetêla a uma regulamentação diversa (contrária ou contraditória). A passagem de uma regra mais extensa (que contenha um certo genus) para uma regra derrogatória menos extensa (que contenha uma species do genus) corresponde a uma exigência fundamental de justiça, entendida como igual tratamento de pessoas que pertencem à mesma categoria. A passagem da regra geral para a regra específica corresponde a um processo natural de diferenciação das categorias e a uma descoberta gradual, por parte do legislador, dessa diferenciação. Ocorrida ou descoberta a diferenciação, a persistência da regra geral implicaria o tratamento igual de pessoas que pertencem a categorias diversas e, portanto, uma injustiça”. (grifouse) (BOBBIO, Norberto. Teoria geral do direito. 3ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010, p. 253) 6.2.3. Se as obrigações contidas nas leis acima transcritas foram consideradas tão importantes pelo legislador ao ponto de dar embasamento legal específico à sanção pelo seu descumprimento, (a despeito de legislação tributária, em sentido amplo, poder gerar tal obrigação), não é isonômico não aplicar as multas específicas para as declarações específicas, em prol da multa genérica do art. 57 da MP nº 2.15835, de 2001. É, conforme ensinamento de Bobbio, uma violação à isonomia que determina dar tratamento desigual a pessoas em situações distintas. 6.2.4. No presente caso, não se deve esquecer que o legislador foi quem alterou a norma então existente (genérica) e criou uma mais específica, mas deixou aquelas outras ainda mais específicas incólumes (ele poderia muito bem têlas revogado expressamente). Se não o fez, as multas mais específicas do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, do art. 30 da Lei nº 10.637, de 2002, do art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, do art. 7º da Lei nº 9.393, de 1996, do art. 9º da Lei nº 11.371, de 2006, e do § 2º do art. 5º da Lei nº 11.033, de 2004, continuam vigentes. As IN que tratam do assunto, portanto (RFB nº 1.110, de 2012, RFB nº 1.264, de 2012, RFB nº 1.015, de 2010, SRF nº 197, de 2002, RFB nº 811, de 2010, SRF nº 341, de 2003, RFB nº 971, de 2009, RFB nº 1.279, de 2012, RFB nº 726, de 2007 e RFB nº 892, de 2008) devem continuar a ser aplicadas sem nenhuma alteração. Data venia tenho, entretanto, que tal parecer não aponta uma correta conclusão, por vício na premissa utilizada, qual seja, a de que o legislador, a par de criar uma específica, teria deixado “outras ainda mais específicas incólumes”, não revogando o art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002 que trata especificamente de DCTF. Temse aí um equívoco, por que a redação do art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001, trazida pela Lei nº 12.766, de 2012 expressamente demonstrou que estava inserindo novo disciplinamento punitivo para omissão de apresentação de “declaração, demonstrativo ou escrituração digital exigidos nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999”. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 133 7 Basta observar o texto da norma que dispõe sobre a obrigação de se apresentar a DCTF, para ver que esta obrigação assessória é atualmente exigida com base em delegação – cuja inconstitucionalidade não se adentra apenas em virtude da Súmula nº 2 do CARF – realizada justamente pelo art. 16 da Lei nº 9.779/1999: INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 1.110, DE 24 DE DEZEMBRO DE 2010 Dispõe sobre a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e aprova o Programa Gerador e as instruções para preenchimento da DCTF na versão “DCTF Mensal 1.8”. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL SUBSTITUTO , no uso das atribuições que lhe confere o inciso III do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009 , e tendo em vista o disposto no art. 5 do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, no art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999 , no art. 18 da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001, no art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, no art. 7º da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, no art. 18 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, nos arts. 23, 24, 25 e 26 da Medida Provisória nº 497, de 27 de julho de 2010 , e no art. 1º da Medida Provisória nº 510, de 28 de outubro de 2010 , RESOLVE: Art. 1º As normas disciplinadoras da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relativas a fatos geradores que ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 2011, são as estabelecidas nesta Instrução Normativa. Assim, embora não tenha enunciado a revogação do art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, a Lei nº 12.766, de 2012, disciplinou por inteiro a penalidade quanto ao atraso na entrega das declarações exigidas nos termos do art. 16 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999 de forma diferenciada da regra original, tornando ilógica a sua manutenção. Patente, portanto, o fenômeno da revogação tácita. Evidenciado, no presente caso, que a previsão legal da penalidade aplicada restou revogada por lei posterior, passase à análise do pleito sobre a aplicação da retroatividade benigna prevista no Art. 106 do CTN. No presente caso, a novel legislação continuou a penalizar o mesmo fato – mora no cumprimento de obrigações acessórias, como a apresentação da DCTF – porém quantificando a sanção imposta diferente: A sanção, de 2% (dois por cento) ao mês, limitado a 20% (vinte por cento), passou a ser de R$ 500,00 (quinhentos reais) por mêscalendário ou fração, relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido. Cumpre ressaltar, entretanto, que relativamente às pessoas jurídicas que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro real ou tenham optado pelo autoarbitramento, a multa será de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mêscalendário ou fração. Em qualquer uma dessas hipóteses, terseá a aplicação de penalidade mais favorável do que a contida no termo de intimação da notificação ao lançamento. Enquanto os Fl. 133DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 134 8 valores originais do auto de infração revelam uma multa de R$ 51.216,29, os trinta meses de atraso na entrega da DCTF passaram, desde 2012 a ensejar uma penalidade menor, vejamos: a) 30 meses X R$500,00 = R$15 mil, ou b) 30 x R$ 1.500,00 = R$45mil reais. Tratandose de ato não definitivamente julgado, é o que basta para a aplicação do art. 106 do CTN. Em matéria de penalidades, sobrevindo lei mais benéfica, aplicase esta retroativamente, nos termos do art. 106, II, c, do CTN e art. 5º, XL. Não se fazem presentes nos autos, todavia, evidências quanto à apuração de lucro presumido, real ou auto arbitrado na última declaração apresentada, razão pela qual voto pela conversão do feito em diligência para que a unidade de origem esclareça este ponto, o qual se mostra imprescindível para ajuste da penalidade aplicada ao inciso I ou o II, do art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001, conforme redação imposta pelo art. 8º da Lei n° 12.766, de 2012. Voto Vencedor Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque, Redator Designado. Conforme bem relatado pelo muito digno Relator, a presente lide constituise no questionamento de exigência de multa regulamentar em razão do atraso na entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) relativa ao 1º semestre de 2009, com fundamento legal no art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002, com redação dada pelo art. 19 da Lei nº 11.051, de 2004. Em seu voto, o Relator afastou os seguintes argumentos aduzidos pelo recorrente: (i) inconstitucionalidade da multa aplicada; (ii) ocorrência de bis in idem; (iii) necessidade de aplicação do instituto da equidade. Esse entendimento foi acompanhado pela Turma, em unanimidade, conforme os fundamentos apresentados. Todavia, o voto inaugural entendeu como correta a argumentação do recorrente na qual afirma que o art. 8º da Lei n° 12.766, de 2012, ao dar nova redação ao art. 57 da MP n° 2.15835, de 2001, revogou tacitamente o art. 7º da Lei nº 10.426, de 2002. Com isso, haveria a possibilidade de ser exigível sanção menos gravosa para o caso em tela, o que atrairia a aplicação do art. 106, II, c, do Código Tributário Nacional, para fazer a nova lei retroagir no tempo e alcançar o presente litígio. Nesse ponto, a Turma divergiu, por entender que a nova Lei não revogou o dispositivo legal que fundamentou o lançamento, conforme as seguintes razões. O art. 16 da Lei nº 9.779, de 1999, dá à Secretaria da Receita Federal do Brasil o poder de dispor sobre as obrigações acessórias relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável1. Todavia, a sanção correspondente ao descumprimento dessas obrigações acessórias é estipulada pelo referido 57 da MP n° 2.15835, de 2001. Tratase de uma regra aplicável, genericamente, a toda obrigação acessória administrada pela RFB. 1 Art. 16. Compete à Secretaria da Receita Federal dispor sobre as obrigações acessórias relativas aos impostos e contribuições por ela administrados, estabelecendo, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10480.724123/201280 Acórdão n.º 1801002.125 S1TE01 Fl. 135 9 Contudo, o referido artigo 7º da Lei nº 10.426, de 2002, criou, posteriormente, uma regra específica de sanção para o descumprimento da obrigação acessória relativa às seguintes declarações: DIPJ, DCTF, DIRF e DACON. Salientase que o advento dessa lei não causou a revogação do disposto na MP nº 2.158, de 2001, mas limitou o seu alcance. Em razão da especificidade da regra contida na nova Lei, a antiga lei deixou de atingir apenas aquelas declarações arroladas na Lei nº 10.426, de 2002. Portanto, as duas leis conviviam no ordenamento jurídico e não se cogita de antinomia entre elas, uma vez que o alcance de cada uma foi resolvido pela regra da especificidade. A Lei nº 12.766, de 2012, veio trazer um aperfeiçoamento da redação do artigo 57 da MP nº 2.158, de 2001, mas em nada alterou o seu alcance, ou seja, a nova regra assumiu o mesmo caráter geral da antiga regra. Portanto, a nova regra deve ter o mesmo alcance da antiga e não atinge as regras específicas préexistentes, conforme dispõe o parágrafo 2º do artigo 2º do Decretolei nº 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro) § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Ademais, não se pode afirmar que a lei nova regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior, uma vez que possui o mesmo alcance da lei anterior e não atinge todas as declarações alcançadas pelo artigo 16 da Lei nº 9.779, de 1999, pela sua própria fórmula de cálculo, por exemplo, a DIRPF, regulada pelo artigo 88 da Lei nº 8.981, de 1995. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Neudson Cavalcante Albuquerque Fl. 135DF CARF MF Impresso em 23/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 23/1 1/2014 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 05/01/2015 por NEUDSON CAVALCANTE AL BUQUERQUE, Assinado digitalmente em 20/01/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10860.001868/2002-21
Turma: Segunda Turma Superior
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 13 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1997
IRPF. INDENIZAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS (IHT)
O direito de a Fazenda Pública efetuar o lançamento da Contribuição para o PIS decai em cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não existir autolançamento a ser homologado, por não ter ocorrido extinção do crédito tributário nos termos do art. 156, VII do CTN.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-000.674
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso Vencido o conselheiro Moises Giacomelli nunes da Silva.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Manoel Coelho Arruda Júnior
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INDENIZAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS (IHT) O direito de a Fazenda Pública efetuar o lançamento da Contribuição para o PIS decai em cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não existir autolançamento a ser homologado, por não ter ocorrido extinção do crédito tributário nos termos do art. 156, VII do CTN. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presen -s autos. Acordam os membros deicolegiado, pf, maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencido o conselheiro Moises 1. iacomelli es da Silva. iiCARLOS ALBERT n 45 AS BARR TO- Presidente , A e L COELH 1114 DA JÚNI DITADO EM: 1 4 ME Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Caio Marcos Candido, Gonçalo Bonet Allage, Julio César Vieira Gomes, Manoel Coelho Arruda Junior, Moises Giacomelli Nunes da Silva, Francisco de Assis Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Trata-se de recurso especial por divergência [fls. 101 e ss] interposto em face do v. acórdão [fls. 89 e ss] proferido pela então Quarta Câmara do Primeiro Conselho do Conselho de Contribuintes, com espeque nos artigo 7°, inciso II, do RICSRF, aprovado pela Portaria n. 147/2007. O e. Órgão do Conselho de Contribuintes entendeu que não são tributáveis os rendimentos pagos pela Petrobrás – Indenização por Horas Trabalhadas (IHT) IRPF - INDENIZAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS (IH7) - Não são tributáveis os rendimentos pagos pela Petrobrás em razão da desobediência ao novo regime de sobreaviso implementado pela Constituição Federal de 1988. Hipótese distinta do pagamento de hora extra a destempo. A Petrobrás apenas conseguiu adaptar os contratos de trabalho e implantar turmas de serviço de acordo o novo regime de trabalho dois anos após a promulgação da CF188, daí porque as verbas pagas em decorrência de acordo coletivo têm caráter nitidamente indenizatório. O dinheiro recebido pelo empregado não se traduz em riqueza nova, nem tampouco em acréscimo patrimonial, mas apenas recompõe o seu patrimônio diante do prejuízo sofrido por não exercitar o direito à folga previsto pela nova regra constitucional. Recurso provido. Alega a Fazenda Nacional existir divergência jurisprudencial entre o decidido no acórdão recorrido e o entendimento manifestado no Acórdão n° 104-20.700, confolme ementa, abaixo transcrita: IRPF - RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO - RETENÇÃO NA FONTE - INDENIZAÇÃO HORAS EXTRAS TRABALHADAS - IHT — A importância recebida a este titulo é tributável nos termos da legislação vigente - Lei 7.713/88. Recurso Negado Argumenta a Recorrente que há clara divergência jurisprudencial uma vez que tanto a decisão recorrida como a constante do acórdão paradigma foram proferidas em situações fáticas semelhantes, qual seja o pagamento de 'Indenização de Horas Trabalhadas — IHT pela PETROBRÁS. Do breve voto do Acórdão n° 104-20.700 colhe-se o excerto: A controvérsia gira em torno da natureza tributária dos rendimentos percebidos da PETROBRÁS a título de diferença 2 Processo n° 10860.001868/2002-21 CSRF-T2 Acórdão n.° 9202-00.674 Fl. 2 de horas trabalhadas que excederam a jornada normal de trabalho. 0 Esclareça que esse rendimento foi percebido em decorrência de efetiva contraprestação de jornada diária de trabalho, tanto assim o foi, que a fonte pagadora em atendimento a legislação em vigor, efetuou a retenção na fonte, apesar da denominação ali posta. Por outro lado, o acórdão recorrido, por sua vez, manifesta entendimento expresso a própria ementa no sentido de que tais verbas têm caráter nitidamente indenizatório, colhendo-se de seu voto condutor o seguinte arrazoado: A Constituição de 1988 alterou, em seu art. 7°, inc. XIV, as jornadas de trabalho até então vigentes. Por isso, a partir de então, o revezamento no regime de sobreaviso, que era de 1 dia de trabalho para um dia de folga (1 x 1), passou a ser de um dia de trabalho para um dia e meio de folga (I x 1,5). Alguns empregados da Petrobrás — como é o caso do Recorrente — se enquadravam em tal regime, trabalhando no sistema de 1 x I . Ocorre que com a alteração constitucional, caberia aos empregadores alterar o referido regime de revezamento. A Petrobrás, entretanto, só conseguiu se adequar à nova sistemática dois anos após sua entrada em vigor: em 1990. Ao fazê-lo, a Petrobras estava descumprindo uma determinação constitucional (de folga de um dia e meio). Por isso, em razão da violação ao direito dos empregados constitucionalmente garantido — ao descanso na sistemática do 1 x 1,5 —foi feito um acordo com a Petrobrás (homologado judicialmente), para pagamento dos valores devidos pelo descanso não gozado (e por isso valores denominados de "hora extra). O pagamento destes valores, conforme o acordo, seria feito parceladamente, nos anos de 1995e 1996. [..] Diante de tal explicação, parece-me que, de fato, os valores ora em discussão tratam de verdadeira indenização. Isto porque as verbas pagas pela Petrobrás em razão do mencionado acordo tinham o objetivo de repor a violação a um direito dos trabalhadores — ou seja, tinham o objetivo de indenizá-los em razão do desrespeito ao descanso constitucionalmente garantido. (grifei) Diante disso, entendeu a i. Presidente da então Quarta Câmara do Primeiro Conselho do Conselho de Contribuintes [fls. 109-111] pelo seguimento do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Devidamente intimado para ofertar contra-razões ao recurso especial, o sujeito passivo da obrigação tributária pugnou pela manutenção do decisum recorrido. É o relatório. À, 'n ? \ , \+í 3 Voto Conselheiro MANOEL COELHO ARRUDA JÚNIOR, Relator Sendo tempestiva a interposição e demonstrada a divergência jurisprudencial [Acórdão 104-20700] pela Fazenda Nacional, deve o Especial ser conhecido. Perpassado o exame de admissibilidade, passo à apreciação do mérito. A controvérsia gira em torno da natureza tributária dos rendimentos percebidos da PETROBRÁS a titulo de diferença de horas trabalhadas que excederam a jornada normal de trabalho. Esclareça que esse rendimento foi percebido em decorrência de efetiva contraprestação de jornada diária de trabalho, tanto assim o foi, que a fonte pagadora em atendimento a legislação em vigor, efetuou a retenção na fonte, apesar da denominação ali posta. Os entendimentos conflitantes a respeito do tema surgiram em razão da dúvida quanto à natureza de tais verbas. A corrente que entende que as mesmas sejam tributáveis, atribui a elas o caráter de mero pagamento de horas-extras. Já a corrente que entende pela sua não-tributabilidade, lhes atribui caráter indenizatório. Não obstante o posicionamento colacionado no decisum recorrido, entendo, com espeque na jurisprudência do e. Superior Tribunal de Justiça, que a referida "indenização de horas trabalhadas (IHT)" tem caráter remuneratório. Deveras, a verba intitulada "Indenização por Horas Trabalhadas" - IHT, paga aos funcionários da Petrobrás, ainda que fundada em acordo coletivo, tem caráter remuneratório e configura acréscimo patrimonial, o que enseja a incidência do Imposto de Renda, consoante restou assente pela Primeira Seção do STJ: "TRIBUTÁRIO. IHT. PETROBRÁS. CARÁTER REMUNERATÓRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. 1- Está pacificado no âmbito da Primeira Seção do STJ, desde o julgamento do EREsp 695.499/RJ, da relatoria do Min. HERMAN BENJAMIN, publicado no DJU de 24.09.2007, o entendimento de que o pagamento de horas extraordinárias, ainda que em virtude de acordo coletivo, tem natureza remuneratória a caracterizar acréscimo patrimonial sujeito à incidência de imposto de renda, nos termos do art. 43 do CTN. Precedentes: EREsp 666.288/RN, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28.05.2008, DJe de 09.06.2008; AgRg no REsp 933.117/RN, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28.05.2008, DJe de 16.06.2008; REsp 904.057/RiV, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06.05.2008, DJe de 15.05.2008. II - Embargos de divergência improvidos." (EREsp 939.974/RN, Rel. Ministro Francisco Falcão, julgado em 22.10.2008, DJe 10.11.2008) • 4 Processo n° 10860.001868/2002-21 CSRF-T2 Acórdão n.° 9202-00.674 Fl. 3 "TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. INDENIZAÇÃO POR HORAS EXTRAS. TRABALHADAS - IHT. PETROBRÁS. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDOS. 1. Os valores recebidos a título de verba indenizatória sobre horas extras trabalhadas - "Indenização por Horas Trabalhadas - IHT" - pagos a funcionário da Petróleo Brasileiro S.A - Petrobrás possuem natureza remuneratória, devendo sofrer a incidência do imposto de renda. 2. Não é o nomen juris, mas a natureza jurídica da verba que definirá a incidência tributária ou não. O fato gerador de incidência tributária sobre renda e proventos, conforme dispõe o art. 43 do CTN é tudo que tipificar acréscimo ao patrimônio material do contribuinte. 3. O caso em questão não se amolda às possíveis isenções de imposto de renda previstas no art. 6°, V, da Lei 7.713/88, bem como no art. 14 da Lei 9.468/97. 4. Precedentes da Primeira Seção deste Tribunal: EREsp 695.499/RJ,Rel. Min. Herman Benjamim, em 09/05/2007; EREsp 670514 / RN, Primeira Seção, Rel. Min. José Delgado, D. I de 16.06.2008, p. I. 5. Embargos de divergência providos." (EREsp 979.765/SE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 13.08.2008, DJe 01.09.2008), "TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PETROBRÁS. HORAS-EXTRAS. INDENIZAÇÃO DE HORAS TRABALHADAS. NATUREZA. REGIME TRIBUTÁRIO DAS INDENIZAÇÕES. PRECEDENTES. 1. O imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador, nos termos do art. 43 e seus parágrafos do CIN, os "acréscimos patrimoniais", assim entendidos os acréscimos ao patrimônio material do contribuinte. 2. A Primeira Seção, no julgamento do recurso dos Embargos de Divergência 695.499/RJ (Min. Herman Benjamin, DJ de 24.09.07), assentou o entendimento de que o pagamento a título de horas extraordinárias, ainda que efetuado por força de acordo coletivo, configura acréscimo patrimonial e, portanto, é fato gerador de imposto de renda. 3. Embargos de divergência conhecidos e desprovidos." (EREsp 666.288/RN, Rel. Ministro Teori Albino Zavaseki, julgado em 28.05.2008, DJe 09.06.2008) "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. MULTA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. VERBAS INDENIZA TÓRIAS. PETROBRÁ S. HORAS-EXTRAS TRABALHADAS (IHr). IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. I. Agravo regimental contra decisão que negou seguimento a recurso especial. 2. O acórdão a quo entendeu pela não-incidência do imposto de renda em horas-extras pagas em decorrência de ruptura de contrato de trabalho que ocasionou a redução da jornada de , - 14 5 \\\.,..,}\ trabalho para os empregados em regime de turnos ininterruptos, em face da natureza salarial. 3. A questão da multa constante do art. 44, I, da Lei n°9.430/96 não foi debatida em momento algum no acórdão recorrido, assim como não foi trazida pela recorrente na sua apelação, ressentindo-se, assim, do necessário prequestionamento. 4. O imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica da renda (produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos) e de proventos de qualquer natureza (art. 43 do CTN). 5. Apesar da denominação "Indenização por Horas Trabalhadas - IHT", é a natureza jurídica da verba que definirá a incidência tributária ou não. O fato gerador de incidência tributária, conforme dispõe o art. 43 do CTN, sobre renda e proventos, é tudo que tipificar acréscimo ao patrimônio material do contribuinte, e ai estão inseridos os pagamentos efetuados por horas-extras trabalhadas, porquanto sua natureza é remuneratória, e não indenizatória. 6. O caso em questão não se amolda às possíveis, isenções de imposto de renda previstas no art. 6°, V, da Lei 7.713/88, bem como no art. 14 da Lei 9.468/97. 7.A Primeira Seção deste Tribunal, no julgamento dos EREsp 695.499/RJ, Rel. Min. Herman Benjamim, em 09/05/2007, pacificou a tese de que as verbas pagas a titulo de indenização por horas rabalhadas possuem caráter remuneratório e configuram acréscimo patrimonial, e ensejam, nos termos do art. 43 do CTN, a incidência de imposto de renda. 8. Precedentes desta Corte: REsp 939974/RN, Rel. Min. Castro Meira; AgRgREsp 666288/RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha; AgRgREsp 978178/RN Rel. Min. Humberto Martins; EREsp 695499/Rj, Rel. Min. Herman Benjamin. 9. Agravo regimental provido." (AgRg no REsp 933.117/RN, Rel. Ministro Jose Delgado, julgado em 28.05.2008, DJe 16.06.2008) "TRIBUTÁRIO. "INDENIZAÇÃO POR HORAS TRABALHADAS". FUNCIONÁRIOS DA PETROBRÁS. NATUREZA DA VERBA. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA. I. Com o julgamento dos EREsp 695.499/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, a Primeira Seção firmou o entendimento de que "o pagamento, por força de acordo coletivo, de verba devida em razão de horas extraordinárias tem caráter remuneratório e configura acréscimo patrimonial, incidindo, pois, o Imposto de Renda." 2. Para fins de incidência de Imposto de Renda, é irrelevante o nomen iuris que empregado e empregador atribuam a pagamento que este faz àquele, importando, isto sim, a real natureza jurídica da verba em questão. 3. O pagamento, por força de acordo coletivo, de quantia devida em razão de quitação de divida salarial de sobrejornada tem caráter remuneratório e configura acréscimo patrimonial, em que incide o Imposto de Renda. 4. Embargos de Divergência providos." (EREsp 952.196/SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 28.05.2008, DJe 19.12.2008) -\\ 6 Processo n° 10860.001868/2002-21 CSRF-T2 Acórdão n.° 9202-00.674 Fl. 4 Nesse sentido, voto pelo conhecimento e provimento do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É o voto. ,4111111 I oe "oelho A 41a ior Rel or 7
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Numero do processo: 16707.001498/2006-12
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jan 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
PIS. REGIME NÃO-CUMULATIVO. CRÉDITO. OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO. HIPÓTESE DE SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA. ART. 40 DA LEI 10.865/2004. IN 446/2004.
Se em relação à operação de aquisição não foi aplicada a suspensão da incidência, por falta de preenchimento dos requisitos legais - habilitação do comprador como empresa preponderantemente exportadora, emissão de declaração pelo comprador ao vendedor e informação da suspensão na nota fiscal -, tal operação encontra-se sujeita à regular incidência da contribuição, de maneira que tem o vendedor de recolher a contribuição sobre a receita daquela operação e tem o comprador de tratar a operação de aquisição como hipótese ordinária de creditamento, na forma do art. 3º da Lei nºs 10.637/2002.
Recurso provido.
Numero da decisão: 3403-003.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Alexandre Kern, que apresentou declaração de voto. O Conselheiro Rosaldo Trevisan votou pelas conclusões. Esteve presente ao julgamento a Dra. Rayana Alves de Oliveira França, OAB/RN 662-A.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Ivan Allegretti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: IVAN ALLEGRETTI
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REGIME NÃOCUMULATIVO. CRÉDITO. OPERAÇÃO DE AQUISIÇÃO. HIPÓTESE DE SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA. ART. 40 DA LEI 10.865/2004. IN 446/2004. Se em relação à operação de aquisição não foi aplicada a suspensão da incidência, por falta de preenchimento dos requisitos legais habilitação do comprador como empresa preponderantemente exportadora, emissão de declaração pelo comprador ao vendedor e informação da suspensão na nota fiscal , tal operação encontrase sujeita à regular incidência da contribuição, de maneira que tem o vendedor de recolher a contribuição sobre a receita daquela operação e tem o comprador de tratar a operação de aquisição como hipótese ordinária de creditamento, na forma do art. 3º da Lei nºs 10.637/2002. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Alexandre Kern, que apresentou declaração de voto. O Conselheiro Rosaldo Trevisan votou pelas conclusões. Esteve presente ao julgamento a Dra. Rayana Alves de Oliveira França, OAB/RN 662A. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 70 7. 00 14 98 /2 00 6- 12 Fl. 1187DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento combinado com Declarações de Compensação (fls. 2/16 e 39/41) que indicam como crédito o saldo credor de PIS não cumulativo apurado no 1º trimestre de 2005, em relação a receitas de exportação. O direito de crédito foi reconhecido apenas em parte, homologandose a compensação apenas na medida do valor reconhecido, conforme Despacho Decisório de fl. 923/924, cuja ementa é a seguinte: Assunto: PIS. Contribuição para o Programa de Integração Social. Cofins: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Ementa: INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. CRÉDITOS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. P.] PREPONDERANTEMENTE EXPORTADORA. MERCADORIAS ADQUIRIDAS COM SUSPENSÃO DAS CONTRIBUIÇÕES E MERCADORIAS ADQUIRIDAS COM INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES . DEFERIMENTO EM PARTE. Não dá direito a crédito a aquisição de bens e serviços não sujeitos ao pagamento das contribuições, inclusive no caso de isenção, neste caso, quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pela incidência. O Despacho Decisório entendeu que não haveria direito de crédito em relação às operações de aquisição sobre as quais, segundo entende a Fiscalização, deveria ter sido aplicada a suspensão da incidência prevista no art. 40 da Lei nº 10.865/2004. A Fiscalização parte do entendimento de que não há direito de crédito quando a aquisição não estiver sujeita ao pagamento das contribuições. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 927/929) cujos fundamentos são assim resumidos pelo acórdão da DRJ: A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Natal (DRJ), por meio do Acórdão nº 1138.466, de 19 de outubro de 2012 (fls. 1118/1131), concluiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, resumindo seu entendimento na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 Fl. 1188DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16707.001498/200612 Acórdão n.º 3403003.414 S3C4T3 Fl. 1.188 3 INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. REGIME DE SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA. EXIGÊNCIA DE FORMAL HABILITAÇÃO. Era da adquirente, ora manifestante, a obrigação de informar seus fornecedores que naquelas aquisições realizadas entre janeiro e março de 2005, não estava ainda habilitada formalmente como PJ preponderantemente exportadora, por isso, a despeito de serem as mercadorias adquiridas eventualmente destinadas à exportação ou ao mercado interno, nessas operações deviam incidir as contribuições. OPERAÇÕES SUBMETIDAS À INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA ADQUIRENTE. NÃO SUBSISTE DIREITO CREDITÓRIO. A adquirente desde sempre sabia que devia ser, por força de lei, a incidência daquelas contribuições naquelas operações, mas se calou, omitiuse de corrigir o equívoco de suas fornecedoras, beneficiandose injustificavelmente do erro para o qual concorreu. No primeiro momento, beneficiouse com a indevida redução do preço das mercadorias, e depois, pretendendo tirar proveito da própria torpeza, ao pleitear suposto direito creditório em face da mesma incidência das contribuições que cuidou antes de esconder. Remanesceram devidas e não recolhidas as contribuições incidentes nas operações focadas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 1156/1183), reiterando os mesmos fundamentos de sua manifestação de inconformidade e acrescentando os fundamentos pelos quais entende que deve ser reformada a decisão da DRJ. O recurso assim resume sua fundamentação (fl. 1182): Durante o 1º Trim./2005, a CIDA não estava habilitada ao regime de suspensão de incidência de PIS e COFINS, previsto na Lei nº 10.865/04. Na compra de camarão, a CIDA optou pela tributação normal. Houve um equivoco, pois no Relatório da Diligência expressamente consta que sobre a venda da CAMARUS AQUACULTURA, houve incidência de PIS e COFINS e esse crédito não foi reconhecido. Não há nas NF qualquer referência a PIS e COFINS, seja suspensão, não incidência, isenção ou qualquer outro regime especial, apenas há expressa menção a produto destinado a exportação relacionado a isenção de ICMS, prevista na legislação estadual do Rio Grande do Norte. Apesar da expressa solicitação na diligência para apresentação da documentação das operações de venda, nenhuma das empresas apresentou declaração da CIDA informando que Fl. 1189DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 atende os requisitos do regime de suspensão, prevista no §4o, II do art. 40 da Lei n.o10.865/04 e art.7o da IN/SRF n.466/2004. Nos termos das declarações apresentadas pelas empresas, o não recolhimento das contribuições, baseouse na interpretação equivocada de outra norma (MP no 2.15835/2001), o que afasta mais uma vez a presunção de suspensão baseada na Lei n.o10.865/04. Cabia ao fisco, estando seu direito não decaído, cobrar as contribuições não recolhidas das empresas vendedoras. Se, é que não o fez?!? É o relatório. Voto Conselheiro Ivan Allegretti, Relator O recurso voluntário foi protocolado em 14/12/2012 (fl. 1154), dentro do prazo de 30 dias contados da notificação do acórdão da DRJ, ocorrida em 14/12/2012 (fl 1184). Por ser tempestivo e conter razões de reforma do acórdão da DRJ, tomo conhecimento do recurso. No mérito, a discussão gira em torno da hipótese de suspensão da incidência prevista no art. 40 da Lei nº 10.865/2004, cuja redação na época dos fatos (1º trimestre de 2005) era a seguinte: Art. 40. A incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS ficará suspensa no caso de venda de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem destinados a pessoa jurídica preponderantemente exportadora. (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) § 1º Para fins do disposto no caput deste artigo, considerase pessoa jurídica preponderantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no ano calendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido superior a 80% (oitenta por cento) de sua receita bruta total no mesmo período. § 2º Nas notas fiscais relativas à venda de que trata o caput deste artigo, deverá constar a expressão "Saída com suspensão da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS", com a especificação do dispositivo legal correspondente. § 3º A suspensão das contribuições não impede a manutenção e a utilização dos créditos pelo respectivo estabelecimento industrial, fabricante das referidas matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. § 4º Para os fins do disposto neste artigo, as empresas adquirentes deverão: I atender aos termos e às condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal; e Fl. 1190DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16707.001498/200612 Acórdão n.º 3403003.414 S3C4T3 Fl. 1.189 5 II declarar ao vendedor, de forma expressa e sob as penas da lei, que atende a todos os requisitos estabelecidos. § 5º A pessoa jurídica que, após adquirir matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem com o benefício da suspensão de que trata este artigo, derlhes destinação diversa de exportação, fica obrigada a recolher as contribuições não pagas pelo fornecedor, acrescidas de juros e multa de mora, ou de ofício, conforme o caso, contados a partir da data da aquisição. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) A redação vigente apenas sofreu a alteração do texto do § 1º e a inclusão dos §§ 6º a 9º: § 1º Para fins do disposto no caput, considerase pessoa jurídica preponderantemente exportadora aquela cuja receita bruta decorrente de exportação para o exterior, no anocalendário imediatamente anterior ao da aquisição, houver sido igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) de sua receita bruta total de venda de bens e serviços no mesmo período, após excluídos os impostos e contribuições incidentes sobre a venda. (Redação dada pela Lei nº 12.715, de 2012) ................. § 6º As disposições deste artigo aplicamse à Contribuição para o PIS/PasepImportação e à CofinsImportação incidentes sobre os produtos de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.482, de 2007) § 6ºA. A suspensão de que trata este artigo alcança as receitas de frete, bem como as receitas auferidas pelo operador de transporte multimodal, relativas a frete contratado pela pessoa jurídica preponderantemente exportadora no mercado interno para o transporte dentro do território nacional de: (Redação dada pela Lei nº 11.774, de 2008) I matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos na forma deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) II produtos destinados à exportação pela pessoa jurídica preponderantemente exportadora. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 7º Para fins do disposto no inciso II do § 6oA deste artigo, o frete deverá referirse ao transporte dos produtos até o ponto de saída do território nacional. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) § 8º O disposto no inciso II do § 6ºA deste artigo aplicase também na hipótese de vendas a empresa comercial exportadora, com fim específico de exportação. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 1191DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 § 9º Deverá constar da nota fiscal a indicação de que o produto transportado destinase à exportação ou à formação de lote com a finalidade de exportação, condição a ser comprovada mediante o Registro de Exportação RE. (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) Esta hipótese legal de suspensão encontravase regulamentada, na época, pela IN 466/2004, a qual estabelecia, como primeiro requisito, a obrigatoriedade de prévia habilitação da empresa adquirente: Da Habilitação Obrigatoriedade Art.2º A suspensão da incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins será concedida somente à pessoa jurídica previamente habilitada pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Parágrafo único. A habilitação poderá ser cancelada a qualquer tempo, no caso de descumprimento das normas estabelecidas para o regime. No caso concreto, que trata de operações ocorridas no 1º trimestre de 2005, sequer havia a habilitação da contribuinte, que apenas aconteceu com o Ato Declaratório Executivo nº 17, em 5 de abril de 2005, conforme reconhece a DRF (fl. 915) e a DRJ (fl. 1121). Também por isso o contribuinte não emitiu nenhuma declaração aos vendedores, nem houve a indicação em nenhuma nota fiscal a respeito de qualquer suspensão. O que aconteceu, pois, no presente caso concreto, é que não concorriam na época nenhum dos requisitos exigidos para que a suspensão fosse aplicada a contribuinte não se encontrava habilitada diante da Receita Federal do Brasil, não apresentou declaração ao vendedor, nem constou nas notas fiscais a suspensão de maneira que, objetivamente, a operação não gozou da suspensão prevista no art. 40 da Lei nº 10.865/2004. Se em relação à operação sequer se pleiteou a aplicação da suspensão – e objetivamente não houve a aplicação da suspensão –, tal operação permaneceu sujeita à regular incidência das contribuições. A implicação forçosa desta permanência é de que o vendedor tem de recolher a contribuição sobre a receita daquela venda. E, pela mesma razão, o contribuinte adquirente tem de tratar a operação de aquisição como hipótese ordinária de creditamento, na forma do art. 3º da Lei nº 10.637/2002. Diante disso, voto por dar provimento ao recurso voluntário para afastar a glosa dos créditos decorrentes das operações de aquisição, visto que sobre tais operações não foi aplicada a suspensão prevista no art. 40 da Lei nº 10.865/2004, mesmo porque, no presente caso, a contribuinte ainda não tinha obtido homologação de seu pedido pela Administração Tributária. (assinado digitalmente) Ivan Allegretti Fl. 1192DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 16707.001498/200612 Acórdão n.º 3403003.414 S3C4T3 Fl. 1.190 7 Declaração de Voto Conselheiro Alexandre Kern É incontroverso, o Ato Declaratório Executivo (ADE) nº 017, de 05/04/2005, só publicado no D.O.U. em 08/04/2005. Portanto, até esta data. O contribuinte, ora recorrente, ainda não estava habilitado no Regime de Suspensão das contribuições para o PIS e Cofins sobre MP, PI e ME de que trata o art. 40 da Lei nº 10.865, de 2004. O contribuinte pleiteou a habilitação ainda no ano de 2004. E, curiosamente, dos seus 21 fornecedores de MP, ao menos 14 deles se “equivocaram” e deixaram de fazer incidir as contribuições em operações que deveriam ser tributadas normalmente. E a ausência de gravame nessas operações também é incontroversa: Confirase: Aquasul Ltda — CNPJ 04.488.282/000179 Informou que as Notas Fiscais 194/197 foram emitidas com suspensão de PIS e Cofins (fl. 428) Aqual — Aquicultura de Alagoas Ltda — CNPJ 03 35.379.528/000106 As vendas foram realizadas com isenção de PIS e Cofins, nos termos do Decretolei no 1.248/72, com o fim especifico de exportação. (fl. 441) Barros e Rica Ltda — 0412304.843.891/0001 07 A venda foi efetuada sem lançamento de PIS/Cofins em razão de tratarse de mercadoria destinada à exportação (fl. 458) Biomar Carcinicultura Ltda — CNPJ 04.990.128/000101 A venda foi efetuada sem lançamento de PIS/Cofins em razão de tratarse de mercadoria destinada à exportação (fl. 474) Camares — Camarões Marinhos Ltda — CNPJ 05.759.083/000110 A venda foi efetuada sem lançamento de PIS/Cofins em razão de tratarse de mercadoria destinada à exportação (fl. 487) Caribe Camarões Produção e Comércio e Exportação Ltda — CNPJ 06.813.817/000165 A venda foi efetuada com incidência de PIS e Cofins (fl. 502) Cooperativa de Produtores de Pescado União Unipesca — CNPJ 23 07.275.893/000127 A venda foi efetuada sem lançamento de PIS/Cofins em razão de tratarse de mercadoria destinada à exportação (fl. 518) Formosa Maricultura Ltda.CNPJ 10.874.378/000178 A venda foi efetuada sem suspensão de PIS/Cofins (fl. 538) Interpesca Exportações e Importações Ltda CNN 06.068.942/000198 A venda foi efetuada com suspensão de PIS/Cofins (fl. 565) JM Nasser dos Santos — CNPJ 08.691.628/000192 A empresa não efetuou o pagamento do PIS e da Cofins uma vez que as notas fiscais emitidas para a Cida referiamse a remessa de mercadoria para beneficiamento (fl. 575) Marine Cultura Volta do Remanso Ltda — CNPJ 05.534.678/000178 A venda foi efetuada sem lançamento de PIS/Cofins em razão de tratarse de mercadoria destinada à exportação (fl. 596) Netuno Alimentos S/A — CNPJ 00.580.504/000128 A venda foi efetuada com suspensão de PIS/Cofins (fl. 607) Pesqueira Cordone — CNPJ 05.777.614/0001 06 Vendas efetuadas com suspensão de PIS/Cofins (fl. 632) Tropical Camarões CNPJ 06.041.295/0001 20 Vendas efetuadas com incidência de PIS/Cofins (fl. 641) Portanto, incontroverso também que essas operações não foram gravadas pelas contribuições. Fl. 1193DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 Quanto à possibilidade de creditamento nesses casos, incide a norma do § 2° do art. 3° das leis 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, com a redação dada pela mesma Lei nº 10.865, de 2004: Art. 3° [...] [...] § 2° Não Dara direito a crédito o valor: I – [...] II – da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos, ou não alcançados pela contribuição. O deferimento do crédito, nas condições do presente caso concreto, além de subverte o princípio da não cumulatividade representa enriquecimento ilícito, já que o recorrente não arcou com os custos das contribuições, nada havendo a deduzir. Isso para não falar do fato de estar se beneficiando com a sua própria torpeza. Tudo se passou para os fornecedores como se CIDA estivesse habilitada ao regime de suspensão.O recorrente sabia que as operações não estava sendo gravadas, sabia que não fazia jus ao regime de suspensão e, nada obstante, silenciou, pretendendo locupletarse com esse “equívoco”. Com essas considerações, nego provimento ao recurso. Sala de sessões, em 12 de novembro de 2014. Fl. 1194DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por IVAN ALLEGRETTI, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 11 /12/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10830.907608/2011-17
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1802-000.601
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o processo em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa e Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Relatório
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o processo em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa e Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 07 60 8/ 20 11 -1 7 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora (MG), que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente, não reconhecendo o seu direito creditório. Por economia processual passo a adotar o suscinto relatório elaborado pela DRJ, in verbis: “O interessado transmitiu a Dcomp nº 38659.76495.171207.1.3.040087, visando compensar os débitos nela declarados com crédito relativo a pagamentos indevidos ou a maior do IRPJ; A DRF/Campinas/SP emitiu Despacho Decisório eletrônico, no qual não reconhece o direito creditório e não homologa as compensações pleiteadas; A empresa apresenta manifestação de inconformidade na qual alega, em síntese, que: a) DA INEFICÁCIA DO DESPACHO DECISÓRIO REFUTADO; b) DA NECESSIDADE DE LANÇAMENTO PARA ALTERAR A APURAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DA PESSOA JURÍDICA; c) SERVIÇOS HOSPITALARES – POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO PERCENTUAL DE 8% NA APURAÇÃO DE IRPJ PELO LUCRO PRESUMIDO – LEI Nº 9.249/95, Art. 15, § 1º, III, “a”; d) DO PAGAMENTO INDEVIDO DE IRPJ E A POSSIBILIDADE DE SE PLEITEAR A RESTITUIÇÃO; É o breve relatório.” A DRJ de Juiz de Fora (MG) julgou improcedente a impugnação, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006 DIPJ RETIFICADORA. A DIPJ retificadora, por si só, não se constitui em instrumento hábil para a exigência dos valores nela informados. IRPJ E CSLL. LUCRO PRESUMIDO. ATIVIDADES HOSPITALARES. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 4 3 A expressão “serviços hospitalares” somente abrange aqueles prestados por estabelecimentos qualificados como “hospital”, portanto, somente esses podem apurar o lucro presumido no percentual de 8% da receita bruta. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Dessa decisão da qual tomou ciência em 28/11/2013, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 19/12/2013. No Recurso faz extenso arrazoado sobre os motivos pelo qual o acórdão exerado pela DRJ não deve prosperar, reiterando em seguida as alegações feitas por ocasião da sua manifestação de inconformidade e, no fim, pugnando pelo provimento do seu Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O Recurso é tempestivo, portanto dele tomo conhecimento. A presente lide consiste na interpretação da Delegacia da Receita Federal em Ribeirão Preto que entendeu que a contribuinte, optante pelo lucro presumido, deveria utilizar o percentual de lucro de 32% sobre sua receita bruta de prestação de serviços hospitalares, portanto divergente do percentual de 12%, o qual a contribuinte utilizou entendendo ser pertinente às suas atividades. De acordo com o entendimento da fiscalização, a Lei nº 10.684/2003 criou a alíquota de 32% para a apuração da CSLL para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido, enquadradas na mesma situação da contribuinte, embora a mesma tenha continuado a utilizar a alíquota de 12%. Vejamos o diploma legal em questionamento: “Art. 22. O art. 20 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. Parágrafo único. A pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente, em relação ao quarto trimestrecalendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos três primeiros trimestres." (NR) Passo portanto a análise do mérito. Para tanto colaciono o dispositivo questionado, constante da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995: “Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei nº 10.684, de 2003) (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) (Vide Lei nº 11.119, de 205) (Vide Medida Provisória nº 627, de 2013) (Vigência)” Fl. 93DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 6 5 Reproduzindo também o dispositivo referente ao IRPJ, o qual ampara a CSLL: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: [...] III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) [...] Como de plano se observa, a Lei n° 11.727, de 23 de junho de 2008, promoveu alteração no sentido de adicionar atividades específicas no rol de exceções à aplicação da alíquota de 32%, sem adicionar contudo, os serviços radiológicos. Ocorre que tal alteração não afeta o caso em tela em virtude de: (I) não servir de caráter expressamente interpretativo para o termo “serviços hospitalares”, fato que poderia ensejar a retroatividade nos termos do art. 106, I, do Código Tributário Nacional; e (II) vir após a ocorrência dos fatos geradores que lhe deram causa (anos calendário de 2003, 2004, 2005 e 2006). Portanto, da análise devese verificar o texto legal vigente à época dos fatos geradores, que era “prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares”. Neste prisma, a Recorrente entende prestar serviços hospitalares e, nesta condição, entende que nos fatos geradores supra estaria na regra de exceção à aplicação da alíquota de presunção de lucro a 32%. Confrontada com idêntica situação, o STJ através do REsp n° 859.574, de relatoria do Ministro Castro Meira, julgado em 23/06/2009 se pronunciou no sentido de se interpretar o termo “serviços hospitalares” objetivamente. No voto do Ilustre Ministro, que também citou precedente do decidido no REsp 951.251/PR, concluiuse o seguinte: ... a Seção decidiu que o benefício fiscal de redução de base de cálculo foi concedido de modo objetivo, pois leva em consideração o serviço prestado e não a natureza ou estrutura do prestador. Nesses termos, Fl. 94DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 7 6 definiuse que a alíquota reduzida beneficia todos os prestadores de serviços tipicamente hospitalares – que são aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde , independentemente da complexidade ou da estrutura para internação de pacientes. A mens legis da norma em debate busca, através de um objetivo extrafiscal, minorar os custos tributários de serviços que são essenciais à população, não vinculando a prestação desses a determinada qualidade do prestador capacidade de realizar internação de pacientes , mas, sim, à natureza da atividade desempenhada. No julgamento citado, excetuaramse, apenas, as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos. Na oportunidade foram fixadas duas situações que convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços hospitalares e que esta seja realizada por instituição que, no desenvolvimento de sua atividade, possuía custos diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo, decorrerem estes necessariamente da internação de pacientes. No caso, tratase de entidade que presta serviços de radiologia, ultrassonografia e diagnóstico por imagens dentro do Hospital Geral pertencente à Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande, que não possui esses serviços e, portanto, os terceiriza à recorrente. Não se trata de simples consulta médica, mas de atividade que se insere, indubitavelmente, no conceito de “serviços hospitalares, já que demanda maquinário específico, geralmente adquirido por hospitais ou clínicas de grande porte.” É importante deixar consignado – por sugestão do Min. Teori Zavascki no julgamento do REsp 951.251/PR – que a redução da base de cálculo somente deve favorecer a atividade tipicamente hospitalar desempenhada pela recorrente – especificamente a prestação de serviços de radiologia, ultrassonografia e diagnóstico de imagens – excluídas as simples consultas e outras atividades de cunho administrativo. [...] (Grifouse) Retornando a matéria ao pleito do STJ, decidiu este pacificar seu entendimento no julgamento do REsp n° 1.116.399/BA, quando aplicou o regime do art. 543C do Código de Processo Civil, representativo da controvérsia, assim ementado: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 8 7 DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo Fl. 96DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 9 8 pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) Tal decisão ainda foi consolidada pelo julgamento de Embargos Declaratórios, cuja ementa também transcrevo a seguir, por adicionar elementos interessantes, em especial, a inaplicação do conceito de “serviços hospitalares” para “consultas médicas”, vejamos: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Os embargos de declaração são cabíveis quando o provimento jurisdicional padece de omissão, contradição ou obscuridade nos ditames do art. 535, I e II, do CPC, bem como para sanar a ocorrência de erro material. 2. A parte embargante aduz que há no acórdão embargado, basicamente, três questões a serem esclarecidas, quais sejam: (i) a atividade de consulta médica realizada no interior dos hospitais por profissionais com vínculo com a instituição deve ser conceituada como serviços hospitalares para efeito de beneficiarse da redução da base de cálculo?; (ii) estão (ou não) abrangidas pelo benefício fiscal as consultas médicas prestadas em consultório médico não localizado no interior do hospital, mas com prestação de serviços que não a simples consulta médica?; e (iii) as consultas médicas prestadas em consultório médico de forma exclusiva se incluem no benefício? 3. No caso dos autos, o Colegiado foi claro e preciso ao afirmar que são excluídas dos benefícios tendentes à redução das alíquotas ora pleiteadas as atividades destinadas unicamente à realização de consultas médicas, de sorte que a conclusão ora buscada pela embargante decorre da simples leitura do acórdão embargado. 4. Não obstante, a fim de dirimir quaisquer dúvidas sobre o que foi efetivamente decidido pelo colegiado, prevenir interpretações errôneas do julgado, bem como o manejo de novos aclaratórios, devese esclarecer que a redução da base de cálculo de IRPJ na hipótese de prestação de serviços hospitalares prevista no artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei 9.249/95, efetivamente, não abrange as simples atividades de consulta médica realizada por profissional liberal, ainda que no Fl. 97DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 10 9 interior do estabelecimento hospitalar. Por conseguinte, também é certo que o benefício em questão não se aplica aos consultórios médicos situados dentro dos hospitais que só prestem consultas médicas. 5. Ademais, por ocasião do julgamento dos embargos declaratórios opostos pela Fazenda Nacional em face do acórdão proferido no REsp 951.251PR, o eminente Ministro Relator afirmou que: "Não há que se estender o benefício aos consultórios médicos somente pelo fato de estarem localizados dentro de um hospital, onde apenas sejam realizadas consultas médicas que não envolvam qualquer outro procedimento médico." 6. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 29/09/2010) Como se observa, o entendimento jurisprudencial de “serviços hospitalares” ficou consolidado em sentido amplo, relacionandose ao serviço prestado, e não à natureza ou a estrutura do prestador. A interpretação do dispositivo, portanto, é objetiva. Ressaltese que o CARF se sujeita ao definido nos termos do art. 543C do Código de Processo Civil, nos termos da Portaria CARF n° 256, de 22 de junho de 2009: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. A contrario sensu, a DRJ havia entendido pela aplicação temporã dos fatos geradores, à luz das Instruções Normativas vigentes a cada tempo, que vinham restringindo o conceito de serviços hospitalares. “Seguindo este raciocínio, pacificouse no âmbito da administração tributária federal o entendimento de que serviços hospitalares são aqueles prestados em decorrência da internação e tratamento de doentes ou aqueles que necessitam de intervenções cirúrgicas em hospitais. Não se consideram como tais, para os fins específicos da tributação pelo imposto de renda e CSLL das pessoas jurídicas, mormente no regime do lucro presumido, os serviços ambulatoriais, os meros serviços de clínica médica, de exames clínicos, de análises clínicas (laboratoriais, radiológicas, ecográficas, de ressonância magnética, de tomografia computadorizada, etc.), de clínica odontológica que não necessitam de um complexo hospitalar, ou seja, dos recursos materiais e humanos próprios de um hospital, inclusive para promover a internação dos pacientes. Não bastassem estes argumentos, outra justificativa que aponta a intenção do legislador em distinguir, para fins tributários, os serviços profissionais de médico dos serviços hospitalares encontrase no custo suportado pelas pessoas jurídicas que atuam no ramo da saúde. Com efeito, os custos e despesas operacionais dos hospitais são bem superiores aos de outros serviços médicos/odontológicos/psicológicos Fl. 98DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 11 10 prestados em clínicas, consultórios médicos e laboratórios, o que fundamenta a diferenciação de percentual adotada pela lei para fixação do lucro presumido da pessoa jurídica. De fato, aos custos dos serviços prestados por hospitais, além dos gastos dos profissionais especializados e dos materiais empregados no atendimento, somamse, permanentemente, os custos de hotelaria, alimentação, enfermagem, lavanderia e pesquisa, além do que devem abranger o estado de prontidão para o atendimento a possíveis situações de emergência (atendimento 24 horas). Este, pois, é o sentido teleológico da norma: considerar como base de cálculo do imposto de renda uma porcentagem menor da receita bruta para quem atua no ramo de serviços hospitalares em relação aos serviços médicos ou odontológicos em geral, uma vez que seus custos são bem superiores aos serviços prestados em clínicas, ambulatórios, consultórios médicos ou laboratórios. Claro está, mais uma vez, a especificidade do conceito de serviços hospitalares para fins do artigo 15, III, a, in fine, da Lei nº 9.249/95. A INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 306/2003 E A PORTARIA GM Nº 1.884/1994 À época dos fatos, a CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação da Secretaria da Receita Federal do Brasil solicitou parecer ao Ministério da Saúde a respeito do conceito de “serviços hospitalares” com o desiderato de esclarecer caso concreto em solução de consulta a ela formulada, cuja resposta consubstanciada na Nota Técnica CGPI/DP/SIS/MS nº 020, de 18 de fevereiro de 2002, assim concluiu a questão: Conforme exposto acima podemos concluir que as definições sobre serviços hospitalares e serviços préhospitalares devem ser elaboradas a partir da normatização atualmente vigente, podendose resumir da seguinte forma: SERVIÇOS HOSPITALARES: para a verificação de serviços hospitalares, devese avaliar se no caso concreto a pessoa jurídica exerce uma das seguintes atribuições: i) promoção, prevenção e vigilância à saúde da comunidade; atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial; ii) atendimento imediato de assistência à saúde: prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação por período superior a 24 horas; iii) atendimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado da saúde. Em face dessas conclusões, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Instrução Normativa SRF nº 306/2003, acolheu o posicionamento externado na Nota Técnica CGPI/DP/SIS/MS nº 020/2002, ao estabelecer em seu art. 23, as hipóteses em que os serviços prestados por determinadas pessoas jurídicas poderão ser considerados como serviços hospitalares, para os fins previstos no art. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 12 11 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95. Eis o teor do dispositivo: Art. 23. Para os fins previstos no art. 15, § 1º inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249, de 1995, poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas, diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução de uma das atividades ou a combinação de uma ou mais das atribuições de que trata a Parte II, Capítulo 2, da Portaria GM nº 1.884, de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, relacionadas nos incisos seguintes: I – realização de ações básicas de saúde, compreendendo as seguintes atividades: (...) II – prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial, compreendendo as seguintes atividades: (...) III – prestação de atendimento imediato de assistência à saúde, compreendendo as seguintes atividades: (...) IV – prestação de atendimento de assistência a saúde em regime de internação, compreendendo as seguintes atividades: (...) V – prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia, compreendendo as seguintes atividades: (...) Frise se: para que sejam considerados hospitalares, exigese que os serviços descritos nos incisos do art. 23 da IN SRF 306/2003 sejam prestados por estabelecimentos que possuam estrutura física condizente com as atividades que desempenha. Para que se verifique isso, fazse necessária a apresentação de provas que demonstrem que os estabelecimentos cumprem as condições exigidas em lei para ser considerado como estabelecimento assistencial de saúde (EAS). Neste ponto, a Portaria GM nº 1.884/94 disciplinou sobre a organização físicofuncional dos estabelecimentos assistenciais de saúde, determinando quais as condições necessárias exigidas para que um estabelecimento possa prestar serviço hospitalar. Lembrese, ainda, que o caput do art. 23 da IN SRF nº 306/2003, exige que o estabelecimento assistencial de saúde possua estrutura física condizente com as atividades que desempenha, sendo obrigatório, portanto, oferecer os seus serviços de maneira plena e integral. Além Fl. 100DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 13 12 disso, é imprescindível a pessoa jurídica contar com todas as instalações e os equipamentos adequados para a prestação do serviço hospitalar equiparado, devendo estar apta a prestar os serviços necessários para os quais foi criada e executálos em local onde se encontram seus equipamentos, materiais, mãodeobra especializada, etc., os quais justificam os custos assemelhados à atividade hospitalar. Se, porventura, o contribuinte tãosomente dispensa atendimentos superficiais, sendo incapaz de propiciar o efetivo diagnóstico e tratamento de seus pacientes, concluise que ela não possui uma estrutura capaz de usufruir os proveitos fiscais em análise. Aduziu, portanto, que a definição de empresário e sociedade empresária não se coaduna como elemento de empresa pela simples prestação de serviços profissionais na área médica, afastando pelas características estruturais o contribuinte da condição de estabelecimento hospitalar de que trata a lei. Ora, como já abordado, o STJ decidiu que o termo “serviços hospitalares” deve ser analisado objetivamente. No caso, houve uma interpretação subjetiva, levandose em conta outros fatores que não se relacionam à prestação do serviço, mas à estrutura e outras condições do estabelecimento, restringindo sua aplicação ao caso. Neste estigma, é oportuno ressaltar que este Conselho não se submete aos atos da Secretaria da Receita Federal, que é parte interessada na arrecadação, mas deve atenção ao conteúdo estabelecido por leis, decretos, tratados ou acordos internacionais, nos termos da Portaria CARF n° 256, de 22 de junho de 2009: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: [...] Assim, é de se afastar a interpretação restritiva emanada através do Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF n° 18, de 23 de outubro de 2003, bem como, as Instruções Normativas SRF n° 306, de 12 de março de 2003, n° 480, de 15 de dezembro de 2004 e n° 539, de 25 de abril de 2005, que não se coadunam ao conceito objetivo de “serviços hospitalares” e se apegar ao precedente jurisprudencial representativo da controvérsia emanado pelo STJ supracitado. Por derradeiro, ainda que possam haver discussões, vale colacionar decisões deste Conselho já levadas a efeito nesta matéria que consolidam a interpretação esposada: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 SERVIÇOS HOSPITALARES. ESPÉCIE DE SOCIEDADE. HIPÓTESE NÃO PREVISTA EM LEI. PERCENTUAL DE APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 14 13 A expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte, porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Para a empresa que presta “serviços hospitalares”, o percentual de apuração do lucro presumido sobre as receitas da atividade, para os anos de 2002 a 2005, é de 8% para o IRPJ e de 12% para a CSLL, consoante arts. 15 e 20 da Lei nº 9.249/95. (Acórdão n° 1202000.584, Relator Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, Segunda Câmara, Primeira Seção, julgado em 04/10/2011) IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005, 2006 LUCRO PRESUMIDO. CLÍNICA DE DIAGNÓSTICOS. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. COEFICIENTE No julgamento do Recurso Especial nº 1.116.399BA (2009/00064810), havido na sistemática dos recursos especiais repetitivos, o STJ decidiu, com a ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727 de 2008 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, que a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde), excluindose, contudo, as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Subsistindo o lançamento principal, na seara do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica, igual sorte colhe o lançamento que tenha sido formalizado em legislação que toma por empréstimo a sistemática de apuração daquele. (Acórdão n° 1103000.552, Relator Conselheiro Jose Sergio Gomes, Primeira Câmara, Primeira Seção, julgado em 04/10/2011) Assim a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte, porquanto a lei, ao conceder o menor percentual estimado de lucro, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Para a empresa Fl. 102DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.907608/201117 Resolução nº 1802000.601 S1TE02 Fl. 15 14 que presta “serviços hospitalares”, o percentual de apuração do lucro presumido sobre as receitas da atividade é de 12% para a CSLL, consoante o art. 20 do mesmo diploma legal. Apesar de tudo o que foi dito o julgamento do presente processo necessita de uma instrução complementar para que se verifique a natureza do serviço prestados no período em que os créditos foram apurados. Isto posto, voto pela conversão do presente processo em diligência para que a Delegacia de origem verifique: a) através das notas fiscais de saída a natureza dos serviços que estão sendo faturados; b) a existência de ativos, próprios ou alugados de terceiros, condizentes com a prestação de serviços que tenham custos diferenciados em relação à simples consultas; c) demais elementos julgados pertinentes que possam esclarecer a natureza das receitas auferidas pera ora Recorrente, bem como o coeficiente para presunção do lucro. Concluída a diligência fiscal, a DRF deverá intimar a Recorrente para, querendo, se manifestar e lavrar relatório circunstanciado, pormenorizado e conclusivo dos resultados apurados. (documento assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 103DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 06/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
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Numero do processo: 10855.900451/2008-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
COMPENSAÇÃO. PEDIDO EQUIVOCADO. DÉBITO INFORMADO. CANCELAMENTO.
Cancela-se o débito informado em PER/DCOMP equivocadamente apresentada quando comprovado que ele se refere a estimativa efetivamente já recolhida no correspondente mês de apuração.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 1102-001.267
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Documento assinado digitalmente.
João Otávio Oppermann Thomé - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, Antonio Carlos Guidoni Filho, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregorio e João Carlos de Figueiredo Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2003 COMPENSAÇÃO. PEDIDO EQUIVOCADO. DÉBITO INFORMADO. CANCELAMENTO. Cancela-se o débito informado em PER/DCOMP equivocadamente apresentada quando comprovado que ele se refere a estimativa efetivamente já recolhida no correspondente mês de apuração. Recurso Voluntário Provido
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Recorrente AUTO ONIBUS NARDELLI LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. PEDIDO EQUIVOCADO. DÉBITO INFORMADO. CANCELAMENTO. Cancelase o débito informado em PER/DCOMP equivocadamente apresentada quando comprovado que ele se refere a estimativa efetivamente já recolhida no correspondente mês de apuração. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé, Antonio Carlos Guidoni Filho, José Evande Carvalho Araujo, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Ricardo Marozzi Gregorio e João Carlos de Figueiredo Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 04 51 /2 00 8- 15 Fl. 506DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 05/12/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10855.900451/200815 Acórdão n.º 1102001.267 S1C1T2 Fl. 488 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por AUTO ONIBUS NARDELLI LTDA contra acórdão proferido pela DRJ/Ribeirão PretoSP que concluiu pela improcedência de manifestação de inconformidade acerca da compensação de crédito decorrente de pagamento indevido a título de estimativa com débito de outra estimativa de sua responsabilidade, ambos referentes ao mesmo anocalendário de 2003. Pleitos semelhantes, apenas alterando o tributo (IRPJ ou CSLL) e/ou o mês de apuração da estimativa, estão consubstanciados em onze processos, a saber: 10855.900020/200841, 10855.900023/200884, 10855.900024/200829, 10855.900032/200875, 10855.900043/200855, 10855.900451/2008 15, 10855.900498/200871, 10855.900511/200891, 10855.900742/200803, 10855.900751/200896 e 10855.900758/200816. A unidade de origem não homologou a compensação porque constatou que o pagamento indicado pela interessada havia sido utilizado na quitação de outros débitos. A empresa interpôs, então, manifestação de inconformidade na qual alegou que houve erro na apresentação da PER/DCOMP. Tratarseia de pedido de compensação vazio e o débito indicado já teria sido pago. Por isso, pediu o cancelamento do débito. A DRJ, contudo, negou o pedido. Argumentou que o débito informado tem natureza de confissão de dívida e que a empresa não se desincumbiu do ônus de provar o recolhimento do referido débito. Em seu recurso, a empresa repetiu os motivos apresentados na manifestação de inconformidade e acrescentou que a DCTF também havia sido preenchida erroneamente para corresponder aos valores impropriamente lançados no PER/DCOMP. Anexou cópia de registros contábeis para comprovar os valores efetivamente apurados e pagos. Ao final, torna a pedir que se constate a inexistência do débito. Na sessão realizada em 25/05/2011, esta Turma Julgadora, sob proposta da então relatora, a ilustre Conselheira Silvana Rescigno Guerra Barreto, resolveu converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem confirmasse a inexistência do débito, mediante análise dos livros fiscais da recorrente e da DCTF correspondente ao período, considerando ainda a multiplicidade de processos de compensação equivocados apresentados no mesmo exercício. A unidade de origem procedeu, então, a diligência requerida e apresentou Informação Fiscal na qual conclui que os valores devidos de IRPJ e de CSLL por estimativa no anocalendário de 2003, de acordo com a escrita contábil e fiscal do sujeito passivo, foram efetivamente pagos. Consequentemente, seriam inexistentes os débitos originados pela apresentação dos PER/DCOMP nos processos analisados. É o relatório. Fl. 507DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 05/12/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME Processo nº 10855.900451/200815 Acórdão n.º 1102001.267 S1C1T2 Fl. 489 3 Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Diante do que foi relatado, não há compensação em litígio. O que se discute é o pedido de cancelamento do débito informado na compensação uma vez que a própria recorrente reconhece o equívoco na apresentação da PER/DCOMP. Considerando que o débito informado tem natureza de confissão de dívida, se este não for cancelado, seguirá para cobrança e eventual inscrição em dívida ativa. Ocorre que a diligência solicitada confirmou que os montantes informados em DCTF, em sintonia com os equívocos cometidos, são incongruentes com a escrita contábil e fiscal. Além disso, atestou que os débitos de estimativas originados pela apresentação dos PER/DCOMP nos processos analisados são inexistentes, incluindo o do presente processo. Portanto, não há que se dar prosseguimento à cobrança do referido débito. Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para cancelar o débito informado na presente compensação. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 508DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 05/12/ 2014 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 08/12/2014 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THO ME
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