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Numero do processo: 10907.722684/2013-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 11/11/2008, 18/11/2008
SUSPEITA DE SUBFATURAMENTO. MULTA. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO.
Caso haja motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos dados ou documentos apresentados como prova de uma declaração de valor (e o fato de as matérias constitutivas terem valor inferior ao produto final nos soa como suficiente para demonstrar a dúvida, se devidamente fundamentada a verificação), a autoridade aduaneira poderá decidir, com base em parecer fundamentado, pela impossibilidade de aplicação do primeiro método (valor de transação, obtido a partir da fatura comercial, com os ajustes previstos no AVA-GATT). Tal dúvida, disciplinada no artigo 82 do Regulamento Aduaneiro, que demanda parecer fundamentado, não se confunde com a situação externada no artigo 86 do mesmo regulamento, que trata de "arbitramento" do preço da mercadoria em caso de fraude, sonegação ou conluio (e tratada o art. 88 da Medida Provisória no 2.158-35/2001).
Seja caso de dúvida disciplinado do artigo 82 do Regulamento Aduaneiro, ou de fraude, sonegação ou conluio, tratado no art. 86 do mesmo regulamento, deve a fiscalização buscar inicialmente caminho compatível com o segundo e com o terceiro métodos de valoração aduaneira, tentando identificar importações de mercadoria idêntica (e, em sua ausência, similar), no mesmo período aproximado, com o mesmo nível comercial, exportada do mesmo país, documentando detalhadamente de que forma chegou à(s) declaração(ões) a ser(em) utilizada(s) como paradigma, e como esta(s) já foi(foram) objeto de valoração.
Numero da decisão: 3401-003.259
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, sendo que o conselheiro Robson José Bayerl acompanhou pelas conclusões. Apresentou contrarrazões orais Ilana Benjó, OAB/DF no 26.793-A.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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MULTA. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO. Caso haja motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos dados ou documentos apresentados como prova de uma declaração de valor (e o fato de as matérias constitutivas terem valor inferior ao produto final nos soa como suficiente para demonstrar a dúvida, se devidamente fundamentada a verificação), a autoridade aduaneira poderá decidir, com base em parecer fundamentado, pela impossibilidade de aplicação do primeiro método (valor de transação, obtido a partir da fatura comercial, com os ajustes previstos no AVAGATT). Tal dúvida, disciplinada no artigo 82 do Regulamento Aduaneiro, que demanda parecer fundamentado, não se confunde com a situação externada no artigo 86 do mesmo regulamento, que trata de "arbitramento" do preço da mercadoria em caso de fraude, sonegação ou conluio (e tratada o art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001). Seja caso de dúvida disciplinado do artigo 82 do Regulamento Aduaneiro, ou de fraude, sonegação ou conluio, tratado no art. 86 do mesmo regulamento, deve a fiscalização buscar inicialmente caminho compatível com o segundo e com o terceiro métodos de valoração aduaneira, tentando identificar importações de mercadoria idêntica (e, em sua ausência, similar), no mesmo período aproximado, com o mesmo nível comercial, exportada do mesmo país, documentando detalhadamente de que forma chegou à(s) declaração(ões) a ser(em) utilizada(s) como paradigma, e como esta(s) já foi(foram) objeto de valoração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 72 26 84 /2 01 3- 77 Fl. 494DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, sendo que o conselheiro Robson José Bayerl acompanhou pelas conclusões. Apresentou contrarrazões orais Ilana Benjó, OAB/DF no 26.793A. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre Autos de Infração de fls. 2 a 10, 11 a 15, 16 a 22, e 23 a 291, com ciência ao sujeito passivo em 12/12/2013 (fl. 230), para exigência de imposto de importação (em valor original de R$ 201.495,73), imposto sobre produtos industrializados importação (em valor original de R$ 79,23), COFINS importação (em valor original de R$ 106.599,30), e Contribuição para o PIS/PASEP importação (em valor original de R$ 23.143,32), todos acrescidos de juros de mora e de multa de ofício de 150%, e de multa pela diferença entre o preço declarado e o arbitrado pela fiscalização, com fundamento no artigo 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001. Nas autuações informase que o montante lançado está com exigibilidade suspensa por força de liminar concedida nos autos do processo judicial no 2009.34.00.0093333/DF. No Relatório Fiscal anexo à autuação (fls. 33 a 54), narrase que: (a) a empresa registrou cinco declarações de importação (DI no 08/17889544, DI no 08/17891085, DI no 08/17891999, DI no 08/18370500 e DI no 08/18370518), que foram objeto de autuação com aplicação da pena de perdimento no processo administrativo no 10907.000442/200942, por ter sido constatado subfaturamento e uso de documento falso; (b) por força de decisão proferida no Agravo de Instrumento no 2009.01.00.0416427/DF, as mercadorias apreendidas foram liberadas e entregues ao importador, confirmandose a decisão na sentença proferida na Ação Ordinária no 2009.34.00.0093333/DF; (c) as mercadorias importadas são guardachuvas de diversos modelos, tendo sido percebido que a razão entre seu valor FOB/kg, de aproximadamente US$ 0,68/kg, é inferior ao custo das matériasprimas utilizadas em sua fabricação (resinas plásticas e metais); (d) as matérias constitutivas dos guardachuvas, conforme Laudo Técnico, são aço, poliéster, nylon, zinco, polietileno, polipropileno e PVC, havendo, também no laudo técnico, cotações internacionais para as referidas matérias constitutivas (fls. 37/38); (e) tendo em vista o "subfaturamento já demonstrado por meio do laudo técnico", foram buscadas ainda cotações junto a exportadores chineses de guardachuvas (fls. 40/41); (f) houve discrepâncias nas faturas comerciais apresentadas nas importações, com layout, padrão de numeração e carimbo diferentes (DI no 08/17891999); (g) os preços da fatura que instrui a DI no 09/00272770 são dez vezes superiores aos valores informados pela 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 495DF CARF MF Processo nº 10907.722684/201377 Acórdão n.º 3401003.259 S3C4T1 Fl. 495 3 empresa; (h) faturas de diferentes exportadores chineses são praticamente idênticas (fl. 43/44), e possuem anotações semelhantes e sequenciais em rodapé (fls. 45/46); (i) solicitado pela Aduana para que os exportadores enviassem faturas e packing list originais diretamente à Aduana brasileira, estes vieram com os mesmos valores que os documentos apresentados no despacho de importação, mas tais faturas são incapazes de se sustentar como prova em favor do autuado em função do mencionado custo das matérias primas, havendo conluio entre exportadores e importador, ensejando o agravamento da multa, em função do art. 73 da Lei no 4.502/1964; (j) em casos como o presente, não se aplica o AVAGATT, em função da disposição de seu art. 17, sendo a matéria regulamentada pelo art. 82 do Regulamento Aduaneiro, e tratada nas Opiniões Consultivas 10.1 e 19.1 do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira da Organização Mundial das Aduanas (CTVA/OMA), cabendo o arbitramento do preço da mercadoria, na forma do art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001, "regulamentado pelo art. 86 do Decreto no 6.759/2009"; e (k) buscouse, nos sistemas da RFB, registro de importações de mercadoria idêntica ou similar (mesma posição, procedente da China, descrita como guardachuva e adquirida em grande quantidade), realizada à mesma época (entre setembro de 2008 a janeiro de 2009), encontrandose a DI no 09/00272770, por meio da qual foram importados guardachuvas de tamanho semelhante, e fabricados e vendidos pelo mesmo exportador chinês, sendo o mais barato declarado a US$ 14,35 a dúzia, conforme processo administrativo no 10907.000442/200942, valor que foi adotado pela fiscalização. A empresa apresenta Impugnação em 06/01/2014 (fls. 239 a 307), argumentando, em síntese, que: (a) a autoridade aduaneira não logrou êxito em demonstrar a ocorrência de fraude ou conluio, ou dolo na importação, até mesmo por impossibilidade material, e as faturas enviadas pelo exportador diretamente à Aduana, sem participação da empresa, comprovam o valor declarado, e afastam a existência de falsidade material, como reconhece a própria PGFN, nos autos da ação judicial; (b) ocorreu decadência, pois o lançamento foi efetuado em 12/12/2013, depois de cinco anos da data de registro das DI (11/11/2008 e 18/11/2008), em afronta ao art. 139 do DecretoLei no 37/1966; (c) há bis in idem, visto que há duplicidade de autuações (esta e a presente no processo administrativo no 10907.722695/201357) em função dos mesmos fatos, relativos às mesmas DI; (d) há nulidade formal, por cerceamento do direito de defesa, por ausência de juntada aos autos da DI adotada como paradigma para determinação do preço das mercadorias; (e) a base primeira de valoração aduaneira é o valor de transação, que pode ser representado pelo preço constante da fatura comercial; (f) as anotações sequenciais no rodapé das faturas que o fisco toma como elementos indiciários não são apostas nas faturas que instruíram as DI, mas naquelas remetidas diretamente pelos exportadores, sem interferência da importadora; (g) o subfaturamento não pode ser presumido, sendo ônus do fisco comprovar eventual falsidade na fatura comercial apresentada; (h) a busca em sistemas da RFB de mercadorias idênticas não toma em consideração o que o AVAGATTT considera como "mercadorias idênticas"; (i) ainda que juntada aos autos a DI paradigma, o lançamento seria improcedente, porque se está a tratar de diferentes modelos de guardachuva, de diferentes exportadores; (j) a Opinião Consultiva 2.1 do CTVA/OMA afasta a pretensão fiscal de recusar o valor de transação com base em que existem DI com preços superiores; (k) devem ser efetuados ajustes no valor aduaneiro em função da quantidade e do nível comercial, o que não foi tomado em conta pela fiscalização; (l) o laudo pericial possui inconsistências (como a desconsideração do país de origem das mercadorias), e, em alguns tópicos, é considerado inadequado pela própria autoridade fiscal, e, ainda que se admita o laudo, este não pode constituir paradigma para a valoração. Após conversão do julgamento em diligência (fl. 411) para que fossem anexadas as petições referentes à Ação Ordinária no 2009.34.00.0093333/DF e ao Agravo de Fl. 496DF CARF MF 4 Instrumento no 2009.01.00.0416427/DF, o que foi providenciado às fls. 417 a 438, e 439 a 468, ocorre , em 29/01/2015, o julgamento de primeira instância (fls. 472 a 486), no qual se decide unanimemente pela procedência da impugnação, cancelando o lançamento, sob os seguintes fundamentos: (a) o cômputo do prazo decadencial foi efetuado com fulcro no art. 173, I do Código Tributário Nacional, haja vista a suposta ocorrência de fraude, que, contudo, não restou demonstrada; (b) as mercadorias haviam sido objeto de auto de infração com o intuito de aplicação da pena de perdimento, e, diante do disposto no art. 71, II do Regulamento Aduaneiro, estava a fiscalização impedida de constituir o crédito tributário em discussão; (c) os argumentos de defesa que propugnam pela nulidade da autuação deixaram de ser analisados em função de ser favorável à defesa a decisão de mérito; (d) na ação judicial, amparada basicamente nos mesmos elementos de prova, não foi evidenciada falsidade material, afastandose a pena de perdimento, ainda que haja eventualmente subfaturamento, pois entende a autoridade judicial que tal conduta é punível com multa; (e) a ação judicial discute apenas a liberação da mercadoria, e não a verificação da ocorrência de subfaturamento, deixada pelo juízo à Administração sua eventual fiscalização; (f) a multa do presente processo é a multa sobre o diferença apurada entre o preço declarado e o preço efetivamente praticado ou o preço declarado e o arbitrado (conforme descrito no Auto de Infração), e a multa aplicada no processo administrativo no 10907.722.695/201357 é a da conversão da pena de perdimento em multa, havendo, nesta última, concomitância de objeto com o da ação judicial; (g) no presente caso, a fiscalização não aventou a existência de impedimentos à aceitação do valor de transação declarado pelo importador, sendo o lançamento está fundado somente em alegação de que os preços declarados seriam inferiores a preços de importação de mercadorias similares; (h) o auto de infração não está acompanhado de prova alguma que demonstre qual dispositivo do AVA foi violado, de forma a ensejar a rejeição do valor de transação declarado; (i) não há prova de que os documentos apresentados pelo interessado sejam inidôneos ou fraudulentos, pelo que é descabida a rejeição do valor de transação. Em razão do montante exonerado, há interposição de Recurso de Ofício. A empresa foi cientificada do julgamento em 10/02/2015 (fl. 490). Em 17/03/2016 o processo foi distribuído a este relator, por sorteio. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso de ofício apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Percebese, no presente processo, intenso grau de apuração de técnicas de investigação pela fiscalização, mas que lamentavelmente não se fazem acompanhar da guarida normativa necessária. É correto, e de grande relevância para a fiscalização, a nosso ver, comparar os preços por quilograma da mercadoria importada com os preços por quilograma de suas matérias constitutivas. Afinal de contas, um produto não pode custar menos do que suas matérias constitutivas, a menos que a empresa vendedora objetive prejuízo, o que é absolutamente incomum no comércio, nacional e internacional. Fl. 497DF CARF MF Processo nº 10907.722684/201377 Acórdão n.º 3401003.259 S3C4T1 Fl. 496 5 Assim, denota maturidade a ideia esboçada no procedimento inicial de fiscalização, que busca formar convicção sobre a veracidade dos valores declarados na importação. No entanto, a forma utilizada para levar a cabo tal tarefa não encontra guarida na legislação aduaneira. O artigo 813 do Decreto no 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro) prevê a realização de perícia para "identificação e quantificação de mercadoria importada ou a exportar, bem como a avaliação de equipamentos de segurança e sistemas informatizados, e a emissão de laudos periciais sobre o estado e o valor residual de bens" (este, o valor residual, no caso de avaria, ou de utilização do bem, cf. arts. 89, 103 e 129, do mesmo regulamento). Não há perito credenciado pela RFB para estabelecer ou cotar preços de mercadorias. A valoração aduaneira e o questionamento sobre preços praticados são tarefas a cargo do AFRFB, não havendo previsão de perícia com tal finalidade. Como se percebe do documento de fl. 161, os profissionais foram credenciados pela RFB para mensuração e quantificação de mercadorias a granel (em geral, por arqueação), e para identificação de mercadorias. Caso a RFB credencie entidade ou técnico especializado (ainda que ad hoc) para a tarefa prevista na alínea "c" do inciso II do parágrafo único do art. 86 do Regulamento Aduaneiro, ainda assim, o credenciamento seria para determinação do preço no mercado internacional da mercadoria importada, e na hipótese de já ter sido verificada uma das situações mencionadas nos incisos I ou II do caput do referido art. 86. Assim como não incumbe ao perito classificar a mercadoria, mas tão somente identificála, com os elementos necessários para que o AFRFB forme convicção sobre a correta classificação, com base no Sistema Harmonizado, não incumbe ao perito determinar preços ou cotações de mercadorias, tarefa que deve ser levada a cabo pela fiscalização. Anda bem, assim, a perícia, ao identificar os materiais constitutivos da mercadoria importada, mas excede seu objeto ao determinar sua cotação. Fossem as matérias constitutivas cotadas internacionalmente em bolsa, poderia a fiscalização utilizarse de informações de sítios especializados, como o do Banco Mundial (www.worldbank.org). Não havendo cotação internacional, poderia utilizarse da base de importações brasileiras (SISCOMEX). No entanto, tudo o que foi dito até o momento é imprestável para valorar as mercadorias, sendo válido somente para que se forme convicção quanto à existência de prestação de declaração falsa sobre o valor, ou sobre haver dúvida a respeito da veracidade ou exatidão dos dados ou documentos apresentados. Caso haja motivos para duvidar da veracidade ou exatidão dos dados ou documentos apresentados como prova de uma declaração de valor (e o fato de as matérias constitutivas terem valor inferior ao produto final nos soa como suficiente para demonstrar a dúvida, se devidamente fundamentada a verificação), a autoridade aduaneira poderá decidir, com base em parecer fundamentado, pela impossibilidade de aplicação do primeiro método (valor de transação, obtido a partir da fatura comercial, com os ajustes previstos no AVA GATT). Repitase, o comando do Artigo 17 do AVAGATT, reproduzido no art. 82 do Regulamento Aduaneiro, não trata do afastamento do AVAGATT, como parece entender a fiscalização, mas do afastamento do primeiro método do AVAGATT, restando ainda a avaliar os outros cinco métodos. O equívoco do entendimento fiscal é evidenciado à fl. 47: A base legal acima citada, o Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT, aprovado pelo Decreto Legislativo no 30, de 15/12/1994, e promulgado pelo Decreto no 1.355, de 30/12/1994, comumente denominado de Acordo de Valoração Fl. 498DF CARF MF 6 Aduaneira (AVA/GATT), não se aplica em casos como o presente, prevendo em seu Art. 17 a possibilidade das Administrações Aduaneiras questionarem sua aplicação em casos de dúvidas quanto à veracidade de documentos, sendo tal dispositivo regulamentado pelo Art. 82 do decreto no 4.543/2002. (sic)(grifos nossos) Confunde a fiscalização o artigo 82 do Regulamento Aduaneiro (dúvidas quanto à veracidade), que demanda parecer fundamentado, com o artigo 86 do mesmo regulamento, que trata de "arbitramento" do preço da mercadoria em caso de fraude, sonegação ou conluio (e tratado no art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001). Essa confusão faz com que a fiscalização mescle a dúvida sobre o valor (ensejada pelas diferenças entre preços da mercadoria importada e de seus materiais constitutivos) com a existência de fraude, entendendo que o exportador, ao remeter diretamente à fiscalização as faturas correspondentes às importações, com os mesmos preços, estaria não a confirmar os preços declarados, mas a revelar conluio, a partir do elemento adicional de que as faturas enviadas conteriam, em rodapé, código sequencial. Novamente, a fiscalização demonstrou ser atenta aos elementos fáticos, mas desconhecedora dos aspectos normativos que os circundam. As informações do país exportador poderiam ser oficialmente obtidas, mediante troca de informação entre as administrações aduaneiras. Mas as informações que a fiscalização obteve por simples colaboração do exportador, que sequer necessitaria ter enviado qualquer fatura ao fisco, e que confirmam os preços declarados, não teve, a nosso ver, o condão de provar conluio. Deveria o fisco, além de obter informações na forma prevista na legislação, ter efetuado diligência na empresa, apreendido documentos, verificado a documentação da negociação comercial etc. Nas trocas de mensagens comerciais poderia haver vestígio de conluio (acordo entre as partes para informar ao fisco preço diferente do efetivamente praticado). E, superada essa etapa de afastamento do valor de transação, com deficiências que, por si, já são suficientes para que não prospere o lançamento, partese para etapa ainda mais problemática da autuação: a determinação da base de cálculo do imposto de importação, e dos demais tributos incidentes. Seja caso de dúvida disciplinado do artigo 82 do Regulamento Aduaneiro, ou de conluio tratado no art. 86 do mesmo regulamento, buscou a fiscalização caminho compatível com o segundo e com o terceiro métodos de valoração aduaneira, tentando identificar importações de mercadoria idêntica (e, em sua ausência, similar), no mesmo período aproximado, com o mesmo nível comercial, exportada do mesmo país. Mas não revelou nenhum detalhe sobre o resultado de sua busca, além das informações constantes à fl. 50: Desta forma procedeuse à pesquisa nos sistemas da RFB em busca de importação de mercadoria idêntica ou similar realizada à mesma época que pudesse atender o primeiro critério elencado no dispositivo legal acima. Para tanto foi realizada pesquisa com as seguintes características: Posição na NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul): 6601; Descrição da Mercadoria: guardachuva; País de Procedência: China; Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10907.722684/201377 Acórdão n.º 3401003.259 S3C4T1 Fl. 497 7 Nível Comercial: Atacado (Grande quantidade); e Data de registro da DI: entre setembro/2008 e janeiro/2009; Além de cercear a defesa do importador, por não revelar como chegou à única DI paradigma, se esta foi objeto de valoração, qual, detalhadamente, era a mercadoria, e quais as quantidades negociadas, entre outros, a fiscalização não atende ao escopo do AVA GATT, e sequer atende ao objetivo do art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001, no qual a palavra "arbitramento" está longe de ser ligada a algo arbitrário, pois há critérios precisos para determinação do preço da mercadoria. E o principal de tais critérios (preço de exportação, para o país, de mercadoria idêntica ou similar), que parece ter sido utilizado pelo fisco para valorar as mercadorias, não foi suficientemente detalhado, revelandose precário para que se forme convicção sobre a identidade ou semelhança com cada espécie importada, além de não restar explicado de onde advém, e como foi analisada pelo fisco a valoração da DI paradigma. Em síntese, a fiscalização lavrou auto de infração para aplicar o perdimento às mercadorias, pena afastada judicialmente (processo ainda em trâmite, conforme consulta efetuada ao sítio web do TRF1), por não restar comprovada falsidade material, o que não impediria a fiscalização de aplicar multa, por eventual subfaturamento verificado. Prejudicada a aplicação do perdimento, lavrou a fiscalização, entre outros, o presente lançamento, para exigir multa relativa a subfaturamento, aliada à exigência dos tributos correspondentes, acrescidos de juros e de multa agravada. Entretanto, os elementos acostados aos autos, e os procedimentos adotados, além de não darem conta de comprovar a existência de fraude, conluio ou dolo, estão em desconformidade com as próprias normas de estatura legal utilizadas como fundamento pelo fisco: o AVAGATT e o art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001. Assim, há que se acordar com as conclusões externadas no julgamento de piso, de que sequer é necessário analisar as alegações de nulidade, visto que a autuação não deve, no mérito, prosperar, o que guarda consonância com a disposição do artigo 59, § 3o do Decreto no 70.235/1972, que regula o processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso de ofício apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 500DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.720576/2013-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 14/11/2011 a 14/11/2011
RECURSO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. NÃO CONHECIMENTO.
Não cabe recurso de ofício das decisões prolatadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil nos casos de redução de penalidade por retroatividade benigna. Inteligência do art. 27, inciso V, da Lei nº 10.522/2002.
Recurso de Ofício Não Conhecido.
Numero da decisão: 1402-002.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que passam a compor o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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RETROATIVIDADE BENIGNA. NÃO CONHECIMENTO. Não cabe recurso de ofício das decisões prolatadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil nos casos de redução de penalidade por retroatividade benigna. Inteligência do art. 27, inciso V, da Lei nº 10.522/2002. Recurso de Ofício Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que passam a compor o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 05 76 /2 01 3- 28 Fl. 419DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 16682.720576/201328 Acórdão n.º 1402002.313 S1C4T2 Fl. 420 2 Relatório O Presidente da 16ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro recorre de ofício a este Conselho, com fulcro no art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972, c/c , art. 1º da Portaria MF nº 3, de 03/01/2008, haja vista que na apreciação da impugnação apresentada essa foi julgada procedente (Acórdão nº 1273.828), exonerando o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa em valor total superior a R$ 1.000.000,00. Tratase de exigência de multa de ofício isolada cominada em razão do indeferimento de pedido de ressarcimento, nos termos do § 15 do art. 74 da Lei nº 9.430/96. A turma julgadora de primeira instância exonerou integralmente a exigência em razão da revogação do dispositivo legal que previa tal penalidade, aplicandose o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106, inciso II, alínea “a” do Código Tributário Nacional. É o relatório. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 16682.720576/201328 Acórdão n.º 1402002.313 S1C4T2 Fl. 421 3 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE Tratase de recurso de ofício em que a penalidade aplicada foi posteriormente revogada. De fato, a penalidade prevista no § 15 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 foi revogado pela Lei nº 13.137/2015, aplicandose o previsto no art. 106, inciso II, alínea “a” do Código Tributário Nacional (“retroatividade benigna”). Contudo, há de ressaltar que o art. 27 da Lei nº 10.522/20021 prevê diversas hipóteses de não cabimento de recurso de ofício, entre as quais, nos casos em que aplicada redução de penalidade por retroatividade benigna (inciso V). Desse modo, o recurso de ofício sequer deve ser conhecido. 1 Art. 27. Não cabe recurso de ofício das decisões prolatadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, em processos relativos a tributos administrados por esse órgão: (Redação dada pela Lei nº 12.788, de 2013) I quando se tratar de pedido de restituição de tributos; (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) II quando se tratar de ressarcimento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS; (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) III quando se tratar de reembolso do saláriofamília e do saláriomaternidade; (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) IV quando se tratar de homologação de compensação; (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) V nos casos de redução de penalidade por retroatividade benigna; e (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) VI nas hipóteses em que a decisão estiver fundamentada em decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade, em súmula vinculante proferida pelo Supremo Tribunal Federal e no disposto no § 6o do art. 19. (Incluído pela Lei nº 12.788, de 2013) Fl. 421DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 16682.720576/201328 Acórdão n.º 1402002.313 S1C4T2 Fl. 422 4 2 CONCLUSÃO Isso posto, voto por não conhecer do recurso de ofício. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator Fl. 422DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 10/10/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 12448.727160/2013-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Nov 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
TEMPESTIVIDADE
Considera feita a intimação na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária.
Numero da decisão: 1401-001.715
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso, por intempestivo
Antônio Bezerra Neto - Presidente.
Aurora Tomazini de Carvalho - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente), Livia de Carli Germano (vice-presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregório, Julio Lima Souza Martins, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Aurora Tomazini de Carvalho e Marcos de Aguiar Villas-Bôas
Nome do relator: AURORA TOMAZINI DE CARVALHO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso, por intempestivo Antônio Bezerra Neto Presidente. Aurora Tomazini de Carvalho Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente), Livia de Carli Germano (vicepresidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregório, Julio Lima Souza Martins, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Aurora Tomazini de Carvalho e Marcos de Aguiar VillasBôas Relatório Tratase de processo administrativo originado com a lavratura dedois autos de infração, um relativo ao Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica – IRPJ (fls. 435/451) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (fls. 452/465). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 71 60 /2 01 3- 52 Fl. 1370DF CARF MF 2 Os autos de infração citados referemse a fatos geradores ocorridos em todos os trimestres de 2009. Além do principal, as autuações incluem também juros e multa de 75%, majorada em função da falta reiterada de atendimento às intimações fiscais, totalizando112,50%. O crédito tributário, conforme o Termo de Verificação Fiscal (419/434), foi constituído em razão da não apresentação à fiscalização, não obstante reiteradas intimações, de documentos fiscais e comerciais imprescindíveis à comprovação de parcela significativa de custos/despesas, ensejando o arbitramento do lucro (art. 530, III do RIR/99) e, por consequência,a falta de recolhimento do imposto e contribuição citados. Inconformada, a empresa autuada apresentou impugnação (fls. 1231/1239), na qual questiona o arbitramento do lucro, tendo juntado diversos documentos, com o fim de comprovar seus custos/despesas no anocalendário 2009. Inclusive, requereu a conversão do julgamento em diligência. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ), em sessão realizada no dia 30 de maio de 2014,julgou improcedente a pretensão da autuada (fls. 1257/1274). O pedido de diligência foi rejeitado, tendo em vista que os requisitos do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972não foram demonstrados. Outrossim, considerou que, embora seja grande o volume de documentos que deveria ter sido juntado, houve bastante tempo para isto. Outrossim, não considerou os documentos juntados com a impugnação, pois não levados à fiscalização em 19 meses de procedimento. Salientou que, caso a fiscalização houvesse optado por glosar despesas não comprovadas ao invés de arbitrar o lucro, a receita declarada restaria quase que integralmente tributada, o que ensejaria prejuízo à autuada. Contra esta decisão, em 23/07/2014, foi interposto Recurso Voluntário pela contribuinte (fls. 1283/1298), no qual repisou o argumentos expostos na impugnação, e acrescentou: (i) Em relação à tempestividade, que tomou ciência da decisão recorrida através do eCac no dia 13/06/2014. Todavia, a data da ciência, para fins processuais, é o 15° dia após esta. Portanto, é tempestivo. (ii) Aponta falta de imparcialidade na decisão recorrida, pois ela teria reiterado o Termo de Fiscalização. (iii) Afirma cerceamento de defesa, em virtude da ausência de análise dos documentos acostados à impugnação. Invoca o princípio da verdade material. Aduz que a diligência deve ser deferida para que “se apure se a Recorrente possui documentação idônea capaz de permitir a apuração de seu lucro real em sua DIPJ/2010, relativa ao anocalendário de 2009 [...]” (1290). Inclusive, reiterando o pedido, elegeu este como único quesito. Invoca o art. 145, I do CTN, que permite alterar lançamento em virtude de impugnação do sujeito passivo. Por fim, requer a desconstituição dos autos de infração e, em caso negativo, o deferimento da diligência pretendida. É o relatório. Fl. 1371DF CARF MF Processo nº 12448.727160/201352 Acórdão n.º 1401001.715 S1C4T1 Fl. 11 3 Voto Conselheira Relatora Aurora Tomazini de Carvalho 1. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE Conforme a própria Recorrente afirma, a empresa tomou ciência – via portal eCac da intimação da decisão recorrida em 13/06/2014. Inclusive, é o que comprova o “Termo de Abertura de Documento” (fls. 1281). A ciência eletrônica é regulamentada pelo art. 23 do Decreto n. 70.235/72, cujo inciso III, alínea “b” estabelece que se considera feita a intimação na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea "a”: Art. 23. Farseá a intimação: III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. Portanto, nos termos da legislação aplicada, a intimação da Recorrente ocorreu no dia 13/06/2014 e não 15 dias depois da ciência eletrônica, como afirma. Nos termos do art. 33 do Decreto n. 70.235/72, do julgamento de primeira instância caberá recurso voluntário dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Portanto, a recorrente teve até o dia 15/07/2014 para interpor o recurso, mas apenas o fez no dia 23/07/2014 (fl. 1284). Nestes termos, verificase a intempestividade do recurso. Além disto, ultrapassado o prazo legal, a decisão recorrida tornouse definitiva, nos termos do art. 42, I do Decreto n. 70.235/72. 2. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por não conhecer do Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo. Sala de julgamento, 14 de setembro de 2016 Fl. 1372DF CARF MF 4 (assinado digitalmente) Aurora Tomazini de Carvalho Relatora Relator Fl. 1373DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11618.002674/2007-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Nov 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2006
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratando-se de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional - CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplica-se o artigo 150, §4°; caso contrário, aplica-se o disposto no artigo 173, I. Entende-se como pagamento parcial o recolhimento da contribuição previdenciária sobre outras parcelas remuneratórias que compõem a folha de pagamento da empresa (Súmula CARF nº 99).
AUXÍLIO-CRECHE. NATUREZA INDENIZATÓRIA. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO STJ. REGIME DO ARTIGO 543-C DO CPC. RECURSOS REPETITIVOS. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF.
O auxílio-creche tem natureza indenizatória. Súmula STJ nº 310, de 11/05/2005 e Parecer PGFN/CRJ n° 2600/2008.
SALÁRIO INDIRETO - AJUDA ALIMENTAÇÃO - IN NATURA - NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores de alimentação fornecidos in natura e vales-refeição, conforme entendimento contido no Ato Declaratório nº 03/2011 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN.
AUXÍLIO-TRANSPORTE PAGO HABITUALMENTE E EM DINHEIRO. NÃO INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO STF.
O valor do auxílio-transporte pago habitualmente em pecúnia aos segurados empregados tem natureza indenizatória; portanto, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias e das destinadas a terceiros.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.844
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, reconhecer a decadência em relação aos períodos de apuração ocorridos até 11/2001, inclusive, e, nas demais questões, dar parcial provimento ao recurso voluntário para excluir do lançamento as parcelas: auxílio-creche relativo a crianças até 6 anos de idade, auxílio-alimentação e auxílio-transporte, nos termos do voto do relator.
João Bellini Junior - Presidente
Julio Cesar Vieira Gomes - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, ANDREA BROSE ADOLFO, FABIO PIOVESAN BOZZA e GISA BARBOSA GAMBOGI NEVES.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplicase o artigo 150, §4°; caso contrário, aplicase o disposto no artigo 173, I. Entendese como pagamento parcial o recolhimento da contribuição previdenciária sobre outras parcelas remuneratórias que compõem a folha de pagamento da empresa (Súmula CARF nº 99). AUXÍLIOCRECHE. NATUREZA INDENIZATÓRIA. JURISPRUDÊNCIA PACÍFICA DO STJ. REGIME DO ARTIGO 543C DO CPC. RECURSOS REPETITIVOS. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. O auxíliocreche tem natureza indenizatória. Súmula STJ nº 310, de 11/05/2005 e Parecer PGFN/CRJ n° 2600/2008. SALÁRIO INDIRETO AJUDA ALIMENTAÇÃO IN NATURA NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores de alimentação fornecidos in natura e valesrefeição, conforme entendimento contido no Ato Declaratório nº 03/2011 da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional PGFN. AUXÍLIOTRANSPORTE PAGO HABITUALMENTE E EM DINHEIRO. NÃO INCIDÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA DO STF. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 8. 00 26 74 /2 00 7- 91 Fl. 6295DF CARF MF 2 O valor do auxíliotransporte pago habitualmente em pecúnia aos segurados empregados tem natureza indenizatória; portanto, não integra a base de cálculo das contribuições previdenciárias e das destinadas a terceiros. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, reconhecer a decadência em relação aos períodos de apuração ocorridos até 11/2001, inclusive, e, nas demais questões, dar parcial provimento ao recurso voluntário para excluir do lançamento as parcelas: auxíliocreche relativo a crianças até 6 anos de idade, auxílioalimentação e auxíliotransporte, nos termos do voto do relator. João Bellini Junior Presidente Julio Cesar Vieira Gomes Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, ANDREA BROSE ADOLFO, FABIO PIOVESAN BOZZA e GISA BARBOSA GAMBOGI NEVES. Fl. 6296DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.276 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente lançamento fiscal realizado em 29/12/2006 para constituição de crédito por caracterização de segurados empregados, pagamentos a contribuintes individuais, cooperativas de trabalho, adicional de GILRAT, PLR e salários indiretos: auxíliocreche, auxílioalimentação, auxíliotransporte e auxílio para aquisição de livros didáticos e contribuições ao INCRA e SEBRAE. Durante o procedimento fiscal o recorrente reconheceu a procedência da autuação sobre algumas das parcelas, realizando de imediato o recolhimento da contribuição previdenciária correspondente. O lançamento adotou os seguintes fundamentos, fls. 3.960 e s.: a) a empresa embora reconheça a exposição de segurados a agentes nocivos não os individualizou, sendo necessário o arbitramento das bases de cálculo; b) os pagamentos a contribuintes individuais foram extraídos da escrituração contábil, tendo sido omitidos das folhas de pagamento; c) o auxíliocreche é pago somente às segurados que percebam até 5 salários piso e até a idade de 7 anos; d) acréscimos legais sobre recolhimentos em atraso foram pagos a menor; e) não foi apresentada documentação relativa a estagiários ou apresentada com características do estágio que contrariam as regras na Lei nº 6.494/77; f) remuneração a transportadores autônomos não incluída em folhas de pagamento; g) não existe previsão legal de isenção sobre parcelas pagas como auxílio para compra de material didático; h) falta de adesão ao PAT antes da aquisição dos ticketsalimentação; i) ausência de metas para os pagamentos a título de PLR; j) pagamentos a cooperativas de trabalho médico, UNIMED; e l) aquisição de valestransporte em desacordo com a legislação. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde se reiteram as alegações trazidas na impugnação; contudo, insurgese somente sobre algumas das parcelas consideradas remuneratórias: a) nulidade do lançamento, pois a ciência ocorreu posteriormente ao prazo de validade do MPF; Fl. 6297DF CARF MF 4 b) o arbitramento do adicional de GILRAT foi ilegal, pois haveria outros meios de apurar as bases corretas, cumprindose o princípio da verdade material; c) quanto ao auxíliocreche, auxílioalimentação e auxíliotransporte traz a jurisprudência dos tribunais superiores no sentido da natureza indenizatória; d) quanto ao auxílio para aquisição de material didático, explica que se trata de auxílioeducação e, assim, deve receber o mesmo tratamento; e e) não há relação de emprego com estagiários, inclusive por não estarem amparados pela previdência social. É o Relatório. Fl. 6298DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.277 5 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Verifico o cumprimento dos pressupostos processuais, passo a examinar o recurso, fls. 6.267. Preliminar Quanto ao procedimento da fiscalização e formalização do lançamento também não se observou qualquer vício. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto. Art. 23. Farseá a intimação: Fl. 6299DF CARF MF 6 I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216). Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios de procedimento capazes de tornarem nulos quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Quanto às supostas incorreções no MPF, a jurisprudência deste CARF se consolidou no sentido de sua desvinculação com o lançamento tributário, que permanece válido por não se contaminar com eventuais vícios na formalização do documento que motivou o procedimento fiscal: Fl. 6300DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.278 7 Processo nº 12963.000347/201033 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9202003.900– 2ª Turma Sessão de 12 de abril de 2016 Matéria IRPF Recorrente ROGÉRIO BOTTURA BORDIGONI Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Período de apuração: 31/01/2005 a 31/12/2005 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. INSTRUMENTO DE CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO. VÍCIOS NÃO ANULAM O LANÇAMENTO. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF se constitui em mero instrumento de controle criado pela Administração Tributária, e irregularidades em sua emissão ou prorrogação não são motivos suficientes para se anular o lançamento Jurisprudência do CARF. O fato de sucessivas prorrogações terem sido feitas sem a ciência pessoal do contribuinte constituise em mero erro administrativo, que não tem o condão de macular o lançamento em si, que foi lavrado por autoridade competente, e por meio de instrumento formalmente perfeito. Recurso especial negado. Outro ponto seria a nulidade por ter a fiscalização feito referência a estabelecimentos supostamente inexistentes. Não procede. Os documentos utilizados pela fiscalização foram desses estabelecimentos e deveria o contribuinte, caso de fato mantivesse inativo o estabelecimento, providenciar a alteração cadastral. Assim, rejeito as preliminares argüidas. Superadas as questões preliminares para exame do cumprimento das exigências formais, passo à apreciação do mérito. Mérito Decadência Embora não tenha se insurgido contra a aplicação da decadência, verifico que o recurso voluntário data de 16/05/2007, portanto antes da Súmula nº 08 do STF. E considerando se tratar de questão de ordem pública, conheço de ofício da matéria e passo a seu exame. Fl. 6301DF CARF MF 8 Nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantémse hígida a legislação anterior, com seus prazos qüinqüenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Os efeitos da Súmula Vinculante são previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentado pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004). Lei n° 11.417, de 19/12/2006: Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Fl. 6302DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.279 9 Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. Afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência prevista no Código Tributário Nacional CTN se aplicar ao caso concreto. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido da imprescindibilidade de pagamento parcial do tributo para que seja aplicada a regra decadencial do artigo 150, §4° do CTN; caso contrário, aplicase o artigo 173, I do CTN que transfere o termo a quo de contagem para o exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. Também atribuiu status de repetitivos a todos os processos que se encontram tramitando sobre a matéria. E, por força do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22/06/2009, a decisão deve ser reproduzida nas turmas deste Conselho. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Este CARF sumulou o entendimento acerca do que se entende por pagamento parcial. De acordo com a Súmula nº 99, considerase que houve pagamento parcial quando os recolhimentos efetuados não se refiram à parcela remuneratória objeto do lançamento: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Verifico às fls. 07 e s. que houve vários pagamentos parciais. Assim, considerando o presente caso, deve ser aplicada a regra no artigo 150, §4º do CTN. Reconheço, dessa forma, a decadência até 11/2001, inclusive. Auxílio para aquisição de material didático Fl. 6303DF CARF MF 10 Quanto ao auxílio para compra de material didático, o que suscita seu natureza como auxílioeducação, não há nos autos quaisquer elementos que comprove a existência das características para a não incidência sobre esses pagamentos, nos termos da lei: Lei 8.212/1991: Art. 28 (...) (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) t) o valor relativo a plano educacional que vise ao ensino fundamental e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011) Quanto ao artigo 458 da CLT, também não há nos autos comprovação de que também estariam sendo pagas as despesas com o ensino propriamente dito, sendo o material didático um acompanhamento necessário para que o empregado tenha acesso aos cursos patrocinados pela recorrente: Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreendese no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (...) § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; Fl. 6304DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.280 11 II educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; (g.n.) Além de o recorrente não trazer provas de cumprimento dos requisitos necessários para o gozo da isenção disso, entendo que o custeio de material didático sem vinculação com os cursos previstos na lei sofre a incidência da contribuição previdenciária. AuxílioCreche Com relação a esse benefício, a norma de proteção extraída do artigo 389, §1° da CLT, criada pelo Decretolei nº 229, de 28/02/67, tem por finalidade propiciar à trabalhadora a necessária tranqüilidade para exercício de suas funções laborais, quando permanece longe do convívio de seu filho. Quando criado em 1967, buscavase que o local de guarda fosse em alguma dependência adequada da própria empresa, mas por diversas razões, muitas relacionadas à própria segurança e saúde da criança, na prática constatouse que em vários estabelecimentos melhor se cumpriria a finalidade da norma através de convênios com instituições próprias para esse fim, as creches. Daí é que em 03/09/1986 a Portaria n° 3.296 do Ministério do Trabalho autorizou expressamente a adoção do sistema de "auxíliocreche" como alternativa para à exigência da CLT. Tal ato normativo já com uma preocupação prospectiva, também traz uma abertura para outras modalidades, sem lhes atribuir alguma denominação específica, equiparandoas ao auxíliocreche: Art. 389 Toda empresa é obrigada: §1° Os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. ... Art. 1° Ficam as empresas e empregadores autorizados a adotar o sistema de ReembolsoCreche, em substituição à exigência contida no § 1 0 do art. 389 da CLT, desde que obedeçam às seguintes exigências: I O ReembolsoCreche deverá cobrir, integralmente, as despesas efetuadas com o pagamento da creche de livre escolha da empregadamãe, ou outra modalidade de prestação de serviço desta natureza, pelo menos até os seis meses de idade da criança, nas condições, prazos e valor estipulados em acordo ou convenção coletiva, sem prejuízo do cumprimento dos demais preceitos de prestação à maternidade. O entendimento do STJ que resultou na Súmula nº 310, de 11/05/2005 DJ 23.05.2005, é que o benefício tem natureza indenizatória e, portanto, não sofre incidência de contribuições previdenciárias. E não é a modalidade do benefício que altera a sua natureza Fl. 6305DF CARF MF 12 jurídica: quando oferecido na forma de auxíliobabá também é indenização e, portanto, beneficiase do entendimento reproduzido no Parecer PGFN/CRJ n° 2600/2008: Súmula nº 310 O Auxíliocreche não integra o saláriodecontribuição. ... Parecer PGFN/CRJ N° 2600/2008: Tributário. Contribuição Previdenciária. AuxílioCreche. Natureza indenizatória. Não incidência. Jurisprudência pacifica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei n°10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto n°2.346, de 10 de outubro de 1997. ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos. 2. Ta Parecer, em face da alteração trazida pela Lei n°11.033, de 2004, à Lei n" 10.522/2002, terá também o condão de dispensar a apresentação de contestação pelos Procuradores da Fazenda Nacional, bem como de impedir que a Secretaria da Receita Federal do Brasil constitua o crédito tributário relativo à presente hipótese, obrigandoa a rever de oficio os lançamentos já efetuados, nos termos do citado artigo 19 da Lei n°10.522/2002. 3. Este estudo é feito em razão da existência de decisões reiteradas de ambas as Turmas de Direito Público do Superior Tribunal de Justiça STJ, no sentido de que não incide a contribuiçãoprevidenciária sobre o auxíliocreche, porquanto essa verba não integra o salário de contribuição, base de cálculo da contribuição previdenciária.. Ressaltase, ainda, que a matéria foi julgada no regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ, que trata dos recursos repetitivos, conforme se pode verificar no Resp n° 1146772/DF: Processo REsp 1146772/DF RECURSO ESPECIAL 2009/01227547 Relator(a) Ministro BENEDITO GONÇALVES (1142) Órgão Julgador S1 PRIMEIRA SEÇÃO Data do Julgamento 24/02/2010 Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DOS ARTS. 458, II E 535, I E II DO CPC. NÃO OCORRÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUXÍLIOCRECHE. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA 310/STJ. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Não há omissão quando o Tribunal de origem se manifesta fundamentadamente a respeito de todas as questões postas à sua apreciação, decidindo, entretanto, contrariamente aos interesses Fl. 6306DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.281 13 dos recorrentes. Ademais, o Magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos apresentados pelas partes. 2. A demanda se refere à discussão acerca da incidência ou não de contribuição previdenciária sobre os valores percebidos pelos empregados do Banco do Brasil a título de auxíliocreche. 3. A jurisprudência desta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que o auxíliocreche funciona como indenização, não integrando, portanto, o salário de contribuição para a Previdência. Inteligência da Súmula 310/STJ. Precedentes: EREsp 394.530/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, DJ 28/10/2003; MS 6.523/DF, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJ 22/10/2009; AgRg no REsp 1.079.212/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJ 13/05/2009; REsp 439.133/SC, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 22/09/2008; REsp 816.829/RJ, Rel. Ministro Luiz Fux,Primeira Turma, DJ 19/11/2007. 4. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 5. Recurso especial não provido. Acórdão Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Hamilton Carvalhido, Eliana Calmon, Luiz Fux, Castro Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, a Sra. Ministra Denise Arruda e os Srs. Ministros Herman Benjamin e Mauro Campbell Marques. Notas: Julgado conforme procedimento previsto para os Recursos Repetitivos no âmbito do STJ. Diante de tal fato, o entendimento deve ser reproduzido pelas turmas deste CARF, conforme determina o novel artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009: Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Contudo, a fiscalização verifica que alguns pagamentos estão em desacordo com a legislação que regula o benefício, ou seja, foram realizados para seguradas com filhos Fl. 6307DF CARF MF 14 acima dos 6 anos de idade. Com relação ao pagamento de valores inferiores à efetiva despesa da segurada com a creche não se desnatura o benefício por esse fato, mas devem ser mantidos no lançamento as contribuições previdenciárias em relação às crianças com mais de 6 anos de idade. Auxílioalimentação Segundo o relatório fiscal são fatos geradores os benefícios de alimentação fornecida aos segurados empregados in natura ou através de cartõesalimentação pelo fato de que a recorrente não se inscreveu no programa de alimentação do trabalhador – PAT. Sobre esse matéria, através do Ato Declaratório nº 03/2011, publicado no D.O.U. de 22/12/2011, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional – PGFN acolheu o entendimento da jurisprudência pacificada no âmbito do STJ: A PROCURADORAGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117 /2011, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 24.11.2011, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação e de interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: "nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílioalimentação não há incidência de contribuição previdenciária". O fornecimento de refeições, ou seja, alimentação in natura não integra o salário de contribuição independente de a empresa ter ou não efetuado inscrição no PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador. Assim, inclinome à jurisprudência do STJ acolhida pela PGFN para afastar a incidência da contribuição previdenciária sobre o auxílioalimentação que não tenha sido oferecido em dinheiro, mas através das modalidades previstas pela legislação, como alimentação in natura e valesrefeição ou congêneres. O conceito de pagamento em pecúnia é restrito à modalidade monetária, quando o possuidor dispõe da liberdade de realizar despesas de qualquer natureza. Essa restrição imposta pela jurisprudência teve a finalidade de obrigar o segurado a utilizar o valor apenas com alimentação. Auxíliotransporte Tratase de matéria com trânsito em julgado no Supremo Tribunal Federal em 24/02/2012, que declarou a inconstitucionalidade da cobrança. No presente caso a modalidade de pagamento do benefício foi a aquisição de valestransporte. Segue ementa do acórdão: RE 478.410 RECURSO EXTRAORDINÁRIO EMENTA: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. VALETRANSPORTE. MOEDA. CURSO LEGAL E CURSO FORÇADO. CARÁTER NÃO SALARIAL DO BENEFÍCIO. ARTIGO 150, I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. CONSTITUIÇÃO COMO TOTALIDADE NORMATIVA. Fl. 6308DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.282 15 1. Pago o benefício de que se cuida neste recurso extraordinário em valetransporte ou em moeda, isso não afeta o caráter não salarial do benefício. 2. A admitirmos não possa esse benefício ser pago em dinheiro sem que seu caráter seja afetado, estaríamos a relativizar o curso legal da moeda nacional. 3. A funcionalidade do conceito de moeda revelase em sua utilização no plano das relações jurídicas. O instrumento monetário válido é padrão de valor, enquanto instrumento de pagamento sendo dotado de poder liberatório: sua entrega ao credor libera o devedor. Poder liberatório é qualidade, da moeda enquanto instrumento de pagamento, que se manifesta exclusivamente no plano jurídico: somente ela permite essa liberação indiscriminada, a todo sujeito de direito, no que tange a débitos de caráter patrimonial. 4. A aptidão da moeda para o cumprimento dessas funções decorre da circunstância de ser ela tocada pelos atributos do curso legal e do curso forçado. 5. A exclusividade de circulação da moeda está relacionada ao curso legal, que respeita ao instrumento monetário enquanto em circulação; não decorre do curso forçado, dado que este atinge o instrumento monetário enquanto valor e a sua instituição [do curso forçado] importa apenas em que não possa ser exigida do poder emissor sua conversão em outro valor. 6. A cobrança de contribuição previdenciária sobre o valor pago, em dinheiro, a título de valestransporte, pelo recorrente aos seus empregados afronta a Constituição, sim, em sua totalidade normativa. Recurso Extraordinário a que se dá provimento. Assim, em cumprimento ao artigo 26A do Decreto nº 70.235/72, inclino à tese da Suprema Corte para que sejam excluídos do lançamento os valores correspondentes ao benefício em exame: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) ... § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Fl. 6309DF CARF MF 16 ... Estagiários A relação entre o estagiário e o tomador de seus serviços em muito se aproxima da relação de emprego. Todas os elementos estão presentes, em especial a subordinação jurídica. Acontece que o legislador, para incentivar as empresas e outras entidades a contratarem estagiários, cuidou de afastar a caracterização do vínculo de emprego, desde que atendidos certos requisitos. A fiscalização, com fundamento no artigo 4º da Lei nº 6.494/77, vigente até 24/09/2008 quando foi revogada pela Lei nº 11.788, de 25/09/2008, considerou que a falta de contratação de um seguro de vida em benefício dos estagiários e a falta de cumprimento dos demais requisitos legais tornariam a contribuição incidente sobre a bolsa de estágio em razão da alínea “t” do §9º do artigo 28 da Lei nº 8.212/91: Art. 28 (...) §9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: i) a importância recebida a título de bolsa de complementação educacional de estagiário, quando paga nos termos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977; ... O seguro contra acidentes pessoais exigido pela Lei nº 6.494/77 é requisito essencial para que o estagiário deixe de ser beneficiário do RGPS. Seria um mínimo de proteção para o estudante que se prepara para ingresso no mercado de trabalho. O mesmo dispositivo, ao afastar o vínculo de emprego, preocupase com a previdência do estagiário contra os infortúnios a que se sujeita no ambiente de trabalho: Lei nº 6.494/77: Art. 4º O estágio não cria vínculo empregatício de qualquer natureza e o estagiário poderá receber bolsa, ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, ressalvado o que dispuser a legislação previdenciária, devendo o estudante, em qualquer hipótese, estar segurado contra acidentes pessoais. Com a Lei nº 11.788, de 25/09/2008 o estágio de estudantes recebeu novo regramento. A partir de então foram definidos explicitamente os requisitos necessários para a caracterização do estágio e, conseqüentemente, afastarse a relação de emprego. O seguro contra acidentes pessoais permaneceu obrigatório, podendo a obrigação ser assumida pela instituição de ensino interveniente: Lei nº 11.788/2008: Art. 3o O estágio, tanto na hipótese do § 1odo art. 2o desta Lei quanto na prevista no § 2odo mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes requisitos: I – matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, Fl. 6310DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.283 17 na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e atestados pela instituição de ensino; II – celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; III – compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo de compromisso. § 1o O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7odesta Lei e por menção de aprovação final. § 2o O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária. ... Art. 9o As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as seguintes obrigações: ... IV – contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso; ... Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela instituição de ensino. Quanto a falta de documentação relativa a participação do estabelecimento de ensino e demais documentos do estágio, o recorrente não trouxe aos autos qualquer contra prova. Assim, mantenho a decisão recorrida. Adicional de GILRAT O recorrente se insurge quanto ao arbitramento, inclusive reconhecendo que os trabalhadores laboravam em condições insalubres e em ambientes nocivos. Entende que deveria se buscar a base real da contribuição por imposição da verdade material. Contudo, entendo que a fiscalização é a autoridade competente para examinar condições ambientais de Fl. 6311DF CARF MF 18 trabalho para fins de cobrança do adicional de GILRAT e cumpriu o procedimento regular para o arbitramento. Conforme artigo 37 da Constituição Federal, as atribuições no exercício do cargo público são fixadas pela lei, em especial a que cria o cargo público. As valorações acerca do grau de especialização para exercício das funções são feitas pelo legislador e não pela Administração Pública ou pelos agentes públicos ou privados ou mesmo pela sociedade: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Assim é que a Lei n° 10.593/2002 dispôs na alínea "a", do art. 8° que é atribuição do ocupante do cargo de Auditor Fiscal da Previdência Social, relativamente às contribuições administradas pelo INSS: "executar auditoria e fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançar e constituir os correspondentes créditos apurados." E também as leis nº 8.212 e 8.213, ambas de 24/07/91: Lei nº 8.212, de 24/07/91 Art. 33 (...) §3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Lei nº 8.213, de 24/07/91 Art. 58 (...) § 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. No caso, as verificações são necessárias para o lançamento de contribuição correspondente às atividades que justificarão a aposentadoria especial, isto é, para a aplicação da alíquota correta, nos termos do §6° do artigo 57 da Lei n° 8.212/1991. Nada mais do que o exercício da competência funcional inerente ao cargo de auditorfiscal: "§6º O beneficio previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do Art. 22 da lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, Fl. 6312DF CARF MF Processo nº 11618.002674/200791 Acórdão n.º 2301004.844 S2C3T1 Fl. 6.284 19 conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente." É certo que, de acordo com o maior grau de detalhamento, essas verificações podem escapar dos conhecimentos técnicos exigidos para o cargo de auditor fiscal e daí a fiscalização, para buscar maior eficiência, requerer uma perícia por médico ou engenheiro do trabalho para subsidiar seu trabalho, mas isso não é obrigatório, já que as competências e atribuições decorrem de lei. Portanto, embora as verificações técnicas diretamente pela fiscalização que demandem conhecimento em medicina e engenharia do trabalho sejam inadequadas não invalidam, por si só, o lançamento. O questionamento ficaria reservado ao ajuizamento de ação que demonstre por inconstitucionalidade ou ilegalidade a aplicação da lei. A recorrente deixou de apresentar muitos dos documentos que lhe foram solicitados e muitos outros foram apresentados de forma deficiente, como devidamente detalhado no relatório fiscal, o que justifica o arbitramento das contribuições. Em razão do exposto, voto por rejeitar aos preliminares e, no mérito, pelo provimento parcial ao recurso voluntário quanto a decadência de parte do lançamento e para exclusão das parcelas: auxíliocreche relativo a crianças até 6 anos de idade, auxílio alimentação e auxíliotransporte. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 6313DF CARF MF
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Numero do processo: 13839.913793/2009-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/2006 a 30/09/2006
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF).
APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL.
Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração.
ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS-IMPORTAÇÃO.
A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação.
À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiam-se nas vendas líquidas de produtos licenciados, referem-se, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-002.418
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Incidência sobre remessas ao exterior para pagamento de royalties. Recorrente CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/2006 a 30/09/2006 NULIDADE. INEXISTÊNCIA Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF). APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL. Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS IMPORTAÇÃO. A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofins importação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 91 37 93 /2 00 9- 64 Fl. 573DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 3 2 À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties. Recurso Voluntário Provido. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Relatório CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. A DRF Jundiaí emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que é coligada de empresa localizada da Alemanha, com a qual possui contrato de licença de uso de marca e fornecimento de tecnologia, efetuando remessas ao exterior a título de royalties. Todavia, a contribuinte afirmou que, equivocadamente, incluiu na base de cálculo da Cofins Importação e do PISImportação os valores pagos ao exterior a título de royalties. Procurando demonstrar a existência do direito creditório juntou ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 05038.621. A DRJ afastou a preliminar de nulidade do despacho Decisório e, no mérito, não reconheceu o direito ao crédito alegado, por considerar que o contribuinte não juntara aos autos provas suficientes para concluir que teria ocorrido tributação indevida sobre remessas a título de royalties. Inconformada, a recorrente apresentou, tempestivamente, recurso voluntário repisando os argumentos anteriormente apresentados. Fl. 574DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 4 3 Submetido à julgamento na 1º Turma Especial da 3ª Seção, em preliminar, o relator entendeu não configurada a suscitada nulidade do despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa. No mérito, o julgamento foi convertido em diligência, nos termos da Resolução n° 3801000.735, nos seguintes termos: Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem: a) Em relação aos valores remetidos ao exterior que teriam dado ensejo ao direito creditório pleiteado, intime a recorrente a apresentar cópia dos contratos firmados com a empresa beneficiária das remessas (Continental Teves AG & Co. oHG), devendo ser apresentada a tradução juramentada para o idioma nacional, caso estejam em língua estrangeira; cópia das faturas comerciais (invoices) ou documentação suplementar que embasaram as remessas e cópias digitalizadas dos registros, no livro Razão, referentes às remessas relacionadas a pagamento de royalties; b) apure a legitimidade do crédito pleiteado decorrente de pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição para o PIS/PASEPImportação e a COFINSImportação sobre as importâncias remetidas ao exterior conforme as operações apontadas, com base nos documentos acostados aos autos, na escrituração fiscal e contábil e demais documentos que julgar necessários; c) cientifique a interessada quanto ao resultado da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de 30(trinta) dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. Retornou o processo da unidade de origem com Relatório de Diligência Fiscal elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, cujas conclusões foram: 12. Como podese verificar, o royalty tem presença no contrato, que mostram a existência de uma licença para uso da propriedade industrial e intelectual. 13. No entanto, também estão presentes no contrato outros elementos, que configuram serviços. Por exemplo, o contrato prevê o fornecimento de informações técnicas. Conforme item 1.4, nessas informações técnicas está incluída o fornecimento de “desenhos, especificações incluindo especificações de teste e qualidade, outros dados de knowhow e outra assistência técnica”. Ou seja, a assistência técnica, que configura claramente uma obrigação de fazer, está incluída no contrato. 14. No item 4.2.2 está prevista outra clara obrigação de fazer para a licenciadora: “fornecer informações, na medida em que estiverem à disposição da LICENCIADORA, em resposta a consultas técnicas razoáveis recebidas”. 15. Estando presente características de royalties e de serviços, resta verificar se o contrato estabelece a sua remuneração de cada um de forma individualizada. O item 5 do contrato Fl. 575DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 5 4 (Remuneração), não estabelece essa individualização. Ele prevê uma forma única de remuneração (4% sobre o valor das vendas, posteriormente alterado por aditivo para 3%), sem distinguir royalties e serviços. 16. Portanto, pela aplicação da Solução de Divergência Cosit nº 11, de 2011, que preconiza a necessidade dessa individualização, não deve ser reconhecido o direito creditório sobre os recolhimentos em questão. A interessada foi cientificada do Relatório de Diligência e apresentou argumentos e contrapontos ao entendimento exarado pela autoridade fiscal, assim sintetizados: a) o Auditor aponta cláusula contratual ("1.4 Informações Técnicas") com previsão de prestação de serviços, contudo, sem discriminálos; b) aduz que "informações técnicas" compreendem o fornecimento de dados atinentes aos produtos licenciados e, portanto, tem por natureza uma obrigação de "dar", não de "fazer", como asseverou a autoridade; c) explicita que "informações técnicas" são orientações de uso disponibilizadas à licenciada, sem intervenção física ou deslocamento com finalidade de prestação de serviço; d) consigna que as atividades de fornecimentos/disponibilizações de manuais e outras informações não se encontram listados no Anexo da Lei Complementar nº 116/03 para configurem a materialidade a que incide o ISS; e) argumenta que a "Assistência Técnica", presente no Anexo da IN 116/03, impõe a prestação de serviço por um profissional, o que não se verifica no caso; f) o contrato celebrado tem por objeto licença para uso de marca e não compreende qualquer prestação de serviço. A licenciadora apenas fornece as instruções para a fabricação dos produtos licenciados em estabelecimento da licenciada; g) conclui afirmando que os documentos acostados apontam para um contrato de transferência de uso de marca e tecnologia no qual se obriga com o pagamento de royalties. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.395, de 28/09/2016, proferido no julgamento do processo 13839.912959/200925, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.395): Fl. 576DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 6 5 "O recurso voluntário fora recebido como tempestivo, razão pela qual o Colegiado que o apreciou em julgamento anterior dele tomou conhecimento. Quanto a preliminar de nulidade, pactuo com os argumentos e conclusões do Relator, assentadas na sessão de 24/04/2014, por inexistirem razões para sua decretação, as quais reproduzo: Preliminarmente, quanto à alegação de nulidade no despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa entendo que não assiste razão à recorrente. O instituto da compensação está previsto no artigo 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. In casu, o contribuinte apresentou declaração de compensação de débitos de PIS, e apontou o documento de arrecadação (DARF) referente a PISImportação, como origem do crédito, alegando “pagamento indevido ou a maior”, conforme disposto nas normas regulamentadoras. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. A fundamentação da não homologação da compensação pleiteada reside no cotejo entre as próprias declarações apresentadas pelo contribuinte e os documentos apontados como origem do direito creditório. Apesar do contribuinte informar ter retificado a DCTF posteriormente, a analise eletrônica do PERDCOMP se deu com base nas declarações ativas quando da apresentação do mesmo. Embora os critérios dessa análise possam ser insuficientes para criar um juízo de certeza da inexistência ou insuficiência do crédito do contribuinte, esse fato por si só não ensejaria a decretação da nulidade do despacho por cerceamento de defesa, qual seja, a impossibilidade de o impugnante defenderse da não homologação, por falta de compreensão do motivo da não homologação. Fl. 577DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 7 6 Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Ou seja, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito à compensação, mediante a apresentação da PERDCOMP, de tal sorte que, se a RFB resiste à pretensão do interessado, não homologando a compensação, incumbe a ele, o contribuinte, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Por certo, na sistemática da análise dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior, na qual é feito um batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não, não se está analisando efetivamente o mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Foi o que ocorreu no presente caso, em que a recorrente já na fase litigiosa informou a origem do indébito e, posteriormente, juntou a documentação comprobatória que embasaria o seu direito. Não resta caracterizada a nulidade se o impugnante, a partir do despacho decisório, assimila as conseqüências do fato que deu origem à rejeição da compensação, que lhe possibilitem saber quais pontos devem ser esclarecidos em sua defesa, para comprovação de seu direito creditório. Passemos à análise do mérito. A 1ª Turma Especial enfrentou preliminarmente questão relativa à preclusão consumativa do direito à apresentação da DCTF retificadora após a transmissão do PER/DCOMP e antes da prolação do Despacho Decisório, documento este informativo do direito creditório decorrente do pagamento indevido da Contribuição. Compartilho do entendimento exarado pelo Relator original, o qual transcrevo como parte deste voto: Apesar da complementação das alegações da recorrente e a correspondente documentação comprobatória terem sido apresentadas apenas em sede de Recurso Voluntário, o que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, com respaldo ainda na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF (Decreto nº 70.235/1972), quando a juntada de provas destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, mormente quando a Turma de Julgamento de primeira instância manteve a decisão denegatória da compensação, com base no argumento de que não foram apresentadas as provas adequadas e suficientes à comprovação do crédito compensado, quando tal questão não fora abordada no âmbito do Despacho Decisório guerreado. Fl. 578DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 8 7 Neste sentido, os dados da DCTF retificadora e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. No caso em tela, não existe norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico. O comando contido no inciso III do § 2º do art. 11 da IN RFB nº 903/2008, vigente à época, abaixo reproduzido, não se refere a decisão em pedido do contribuinte, que não é procedimento fiscal, em sentido estrito, ou seja, procedimento tendente a apurar débito do contribuinte. Art. 11 . A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (grifei). Portanto, não há impedimento legal algum para a retificação da DCTF, que considero tratarse de prova indiciária, em qualquer fase do pedido de restituição ou compensação, desde que anteriormente à inscrição em dívida ativa, sendo que este somente pode ser deferido após a comprovação do direito creditório Considero, também, suplantada a questão da não incidência das Contribuições de que trata a Lei nº 10.865/2004 em relação aos royalties, uma vez que estes são remunerações da propriedade industrial ou intelectual em razão de sua cessão, direito de uso ou transferência de tecnologia uma obrigação de dar, não caracterizada como prestação de serviço. A questão de mérito apresentase em concluir se o pagamento do PIS Importação (código 54341), no valor de R$ 70.896,74, referente ao 2º trimestre/2004, é indevido em decorrência dos valores pagos a título de royalties compreender tão somente parcela devida pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia à licenciada na fabricação de produtos, ou se tal parcela comporta igualmente remuneração advinda de outra modalidade de prestação de serviço conexa ou acessória ao contrato de licença. Fl. 579DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 9 8 Esta foi a dúvida suscitada da qual decorreu a conversão do julgamento, de 24 de abril de 2014, em Diligência à unidade de origem. Salientase que a Solução de Divergência nº 11/2011, da Coordenação Geral de Tributação (Cosit) SD Cosit nº 11/2011, pacificou o entendimento de que não há incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, vinculados à importação, sobre o valor pago a título de royalties, se o contrato discriminar destes os valores relativos aos pagamentos dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. No ponto em que se encontra os autos e realizada a Diligência determinada por Colegiado deste CARF, mister se faz apreciar os documentos e manifestações da contribuinte em face do relatório de diligência elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, bem como o teor deste (relatório). Em que pese a constatação de que os documentos coligidos pela Unidade de Origem apresentaramse "SEM ATESTE", entendo superada a insuficiência de autenticidade pois que no retorno da Diligência para juntada de documentos da contribuinte e apuração da legitimidade do crédito pleiteado, com base nos documentos acostados, a autoridade fiscal atestou a correlação entre invoices, contratos de câmbio, pagamentos e certificado de averbação, assim consignado (fl. 620): 04. Com relação aos documentos, os invoices e contratos de câmbios apresentados na manifestação de inconformidade demonstram que os pagamentos se referem ao contrato com certificado de averbação INPI NR. 991197/03. Repisando, a Diligência teve por escopo (1) obter do contribuinte licenciado cópias do contrato celebrado com a licenciadora, das faturas comerciais e dos registros no Livro Razão, relacionados com o pagamento de royalties que ensejaram o direito creditório pleiteado, e (2) a apuração pela Delegacia de origem da legitimidade do crédito pleiteado em face dos documentos coligidos. De um lado a outro, os argumentos cingiramse em afirmar (Auditor Fiscal) ou infirmar (contribuinte) a previsão de prestação de serviços pela licenciadora em razão da presença, nas cláusulas do contrato de Licença, dos termos "informações técnicas" e "assistência técnica". Assim, defendeu o AuditorFiscal a impossibilidade de afastar a incidência do PIS/PasepImportação sobre os pagamentos de royalties em razão dos valores comportarem também pagamentos decorrentes da prestação de serviços pela licenciadora. Em contrapartida, a contribuinte sustenta a não incidência da Contribuição pois as remessas de valores tem fundamento exclusivo no pagamento pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia, sem abarcar quaisquer serviços prestados. Analiso os argumentos suscitados para então decidir o litígio, iniciandose com a manifestação da autoridade fiscal em seu Relatório de Diligência (fls. 620/624). A autoridade fiscal preocupase em trazer a definição de royalties e seu conteúdo semântico para demonstrar a exclusão de "serviço técnico" e "assistência Fl. 580DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 10 9 técnica" da abrangência de seu conceito. Para isso, utilizouse das definições contidas na IN SRF nº 252/2002, que trata de royalties para fins da incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte. Aduz que no contrato de licenciamento constam, além da licença para uso da propriedade industrial e intelectual, "outros elementos, que configuram serviços". Fundamenta seus argumentos apontando para três cláusulas contratuais: a. O subitem "1.4" cujo título é "Informações Técnicas" no qual se insere cláusula de fornecimento de materiais técnicos (desenhos, especificações e outros dados) e de assistência técnica, concluindo, quanto a esta (assistência técnica), tratarse de uma obrigação de fazer, que vislumbra característica de prestação de serviço; b. O subitem "4.2" que prescreve "Tarefa do Correspondente Técnico da Licenciadora" dispõe sobre fornecimento de informações à licenciada com relação "dispositivos licenciados e informações técnicas", concluindo também tratarse de obrigação de fazer prestação de serviço na medida em que tais informações são disponibilizadas à licenciada; c. No subitem "5. Remuneração" que estabelece a forma de cálculo da remuneração e seu percentual a título de royalties não se verifica individualização quanto à parcelas relativas à prestação de serviços. Ao final de seu relatório, arremata pelo não reconhecimento do direito creditório à luz da Solução de Divergência Cosit nº 11/2011 que exige a individualização da remuneração licença de uso e prestação de serviços para efeitos de pagamento de royalties e cálculo das contribuições. Entendo não assistir razão à autoridade fiscal. A conceituação de royalties na IN SRF nº 252/2002 está prevista no inciso I, do § 1º do art. 17, in verbis: Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitamse à incidência do imposto na fonte à alíquota de quinze por cento. § 1º Para fins do disposto no caput: I classificamse como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra; Fl. 581DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 11 10 Os termos "serviço técnicos" e "assistência técnica" estão definidos no inciso II, do mesmo artigo: II considerase: a) serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios; b) assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido. Pois bem, fato é que o dispositivo do IRRF distingue royalties de serviço técnicos e assistência técnica para efeito de incidência de pagamentos e remunerações nessas rubricas. Quanto ao serviço técnico, a prestação é realizada por "profissionais liberais ou de artes e ofícios", portanto, é trabalho realizado por pessoa física, desenvolvendo atividade atinente a suas habilidades técnicas/artísticas em caráter pessoal. Não se prevê o trabalho realizado em nome de uma pessoa jurídica e no meu entender não se amolda às cláusulas contratuais em análise. "Assistência técnica a assessoria permanente" diz respeito àquela prestada por quem cede licença de processo ou fórmula secreta cujo trabalho (assistência) fazse necessário de modo permanente a possibilitar a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. Não é a situação que envolve licenciadalicenciadora, pois o objeto é transferência de tecnologia para fabricação de peças automotivas, que não se confunde com um "processo" ou fórmula secreta" ou "outros serviços" que possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. A utilização dos conceitos inseridos na IN SRF nº 252/2002 para estabelecer diferenças entre pagamentos de royalties e de serviço técnico/assistência técnica implica o ônus de se observar o conteúdo e aplicação desses termos na análise do Contrato de licenciamento e o objeto da atividade da recorrente. Dito de outra forma, a autoridade fiscal emprestou os as definições da IN tão somente para segregar pagamentos ao exterior relativos à royalties, serviços técnicos e em assistência técnica; contudo, não utilizou seus significados na interpretação das atividades previstas no contrato, que por certo, não se tratam de licenças relativas a processos industriais ou à fórmula secreta, como conceituado na IN. A conclusão, ainda que até aqui preliminar, é no sentido de que o contrato de licenciamento não contempla "serviço técnico" e assistência técnica" tal como conceituados na IN SRF nº 252/2002 para fins de segregação e apuração dos valores de royalties remetidos ao exterior aos quais não incidirão as Contribuições nos termos da SD Cosit nº 11/2011. Fl. 582DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 12 11 Serão, também, analisadas as cláusulas contratuais e a forma de apuração da remuneração dos royalties, que contêm expressões relativas a "informações técnicas", "assistências técnicas" e outros termos abordados no relatório para demonstrar a inexistência de prestação de serviços no contrato de licenciamento da contribuinte. Antes, passo à análise da manifestação da contribuinte (fls. 629/636) que contrapõe os argumentos da autoridade fiscal no Relatório de Diligência. Confronta a contribuinte os fundamentos do relatório da diligencia sob o argumento de que não houve a indicação dos serviços contemplados no contrato de licenciamento que foram efetivamente prestados pela licenciadora. Alega que as "informações técnicas" não se caracterizam prestações de serviços, mas orientações disponibilizadas pela licenciadora por meio de manuais, guias de orientação, sem intervenção de pessoa física. Destaca que o objeto do contrato é uma licença para uso de marca estrangeira para fabricar produtos e realizar vendas na modalidade "OEM", "OES" E "AM" e tal licença inclui a utilização das informações técnicas acerca dos produtos. Argúi que a licenciadora fornece as instruções necessárias à execução das atividades (fabricação de produtos automotivos) no País. Entendo assistir razão à recorrente. As cláusulas contratuais são claras suficientes para apontar não somente a inexistência de prestação de serviços como um de seus objetos, ainda que secundário ou acessório, impõe também concluir que o cálculo da remuneração dos royalties contempla exclusivamente receitas de vendas dos produtos licenciados, o que exclui o pagamento pela prestação de serviços conexos ao licenciamento. Primeiro, passo à análise do "Contrato de Licença" e do seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a recorrente e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG, a qual será realizada mediante a investigação e interpretação dos vocábulos e expressões utilizadas que permitem extrair o seu objeto e, em especial, a previsão de (in)existência de serviços conexos à licença. a. "Dispositivos Licenciados" referemse aos produtos automotivos (peças) listados na "Tabela A" (fls. 447/450) licenciados à fabricação. Referida tabela compõe de peças veiculares de fabricação nacional. Portanto, não contemplam serviços. b. "Patentes Licenciadas", relacionadas na "Tabela B" (fl. 451), referemse a patentes possuídas pela licenciadora que se relacionam ou se aplicam aos "dispositivos licenciados". Portanto, não se tratam de serviços. c. "Informações Técnicas" referemse à disponibilização de informações orais ou por escrito relativas aos "dispositivos licenciados". As "informações" estão discriminadas na "Tabela C" (fls. 452/456) e compõem exatamente da mesma relação de dispositivos da "Tabela A". Portanto, não se tratam de outro serviço conexo, são mera prestações de informações, por intermédio de desenhos, especificações e outros dados. Fl. 583DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 13 12 d. Os termos "OEM", "OES" e "AM" referemse à fornecimento de peças e sobressalentes aos fabricantes de carros. e. "Atividades de B&C" referemse à produção e venda de sistemas de freios e seus acessórios. f. A cláusula "2.1 Licença Concedida" trata do objeto do contrato, que se resume à licença para fabricar as peças automotivas relacionadas nas tabelas e vender os dispositivos como "OEM", "OES E "AM", incluindose a licença para usar informações técnicas e as patentes licenciadas. Tais cláusulas são precisas para delas depreender a inexistência de prestações de serviços no âmbito do contrato celebrado. g. O tópico "4. Informações técnicas" trata do fornecimento de informações, o qual dispõe no item "4.1.1", "A LICENCIADA receberá da LICENDIADORA as Informações técnicas abaixo descritas"; h. Da leitura da cláusula "4.2" inferese que "dar informação" corresponde a colocar à disposição da licenciada cópias da documentação descrita na "Tabela C" e demais dados técnicos relativos e necessários à fabricação dos dispositivos licenciados, o que inclui respostas a consultas técnicas formuladas e recebidas, em relação aos dispositivos licenciados. Atentese que a atividade objeto do contrato de licenciamento é o fornecimento de licença de uso ou cessão para a transferência de tecnologia para a fabricação e venda de peças automotivas. Não há previsão de quaisquer prestações de serviços conexos ao licenciamento, isto é, inexiste qualquer obrigação de fazer; restringese o contrato a uma obrigação de dar. A definição de prestação de serviço, construída pela doutrina jurídica, é estabelecida nos termos em que há um esforço humano dirigido a terceiro, com conteúdo econômico, em caráter negocial e profissional, realizada sob regime de direito privado, cujo objeto é a realização de atividade da qual resulte um bem material ou imaterial. Assim dispõe a doutrina de Paulo de Barros de Carvalho1 em seu escólio acerca da prestação de serviço sujeita ao ISS: A mais desse fator, é forçoso que a atividade realizada pelo prestador apresentese sob a forma de "obrigação de fazer". Eis aí outro elemento caracterizador da prestação de serviços. Só será possível a incidência do ISS se houver negócio jurídico mediante o qual uma das partes se obrigue a praticar certa atividade, de natureza física ou intelectual, recebendo, em troca, remuneração. Por outro ângulo, a incidência do ISS pressupõe atuação decorrente do dever de fazer algo até então inexistente, não sendo exigível quando se tratar de obrigação que imponha a mera entrega, permanente ou temporária, de algo que já existe. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário linguagem e método, 3. ed.. São Paulo: Noeses, 2009, p. 768 Fl. 584DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 14 13 Destarte, a previsão contratual de disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuição para o PIS/Pasepimportação e à Cofins importação. A segunda análise recai sobre a forma de cálculo e a modalidade do pagamento dos royalties remetidos ao exterior em cumprimento às cláusulas estipuladas no contrato de licença. A remuneração do contrato de licença está previsto em sua cláusula "5.1 Royalty reincidente" (fl. 439) a qual estipula a taxa de 4% (quatro por cento) sobre "todos os Preços de Fábrica de vendas de Dispositivos Licenciados e quaisquer outras peças de veículos automotivos fabricados em conformidade com as Informações Técnicas e/ou pela utilização das Patentes Licenciadas." Referida taxa sofreu alteração por meio do "Aditivo ao Contrato de Licença", de 28/10/2004, que em suas folhas 2/4 e 3/4 (efls. 459/460) dispôs que "A LICENCIADA pagará à LICENCIANTE um Royalty Reincidente não restituível que remontará a 3% (três por cento) de todas as Vendas Líquidas." Resta claro qual deve ser a composição dos valores sobre os quais incidirão os royalties: preços de venda (na fábrica) ou vendas líquidas, em determinado período. Desses valores estão excluídos quaisquer parcelas relativas a pagamentos por serviços conexos à licença tomados pela contribuintelicenciada. Isto porque há previsão expressão na cláusula "5.2 Pagamento de royalty e Relatório de Royalty" de que o pagamento dos royalties será acompanhado de relatório a ser prestado pela contribuinte à licencidadora contendo (i) relação dos artigos e números dos dispositivos licenciados vendidos ou utilizados; (ii) o montante de "Preços de Fábrica recebidos por Dispositivos licenciados e suas peças" e (iii) a discriminação (origem / "derivação") das quantias pagas à licenciadora, conforme as informações prestadas. Completada a análise quanto aos valores que compõem o cálculo do pagamento dos royalties devidos à licenciadora, cumpre verificar a correspondência desse com os demais documentos coligidos e a sua regularidade conforme exigências da legislação. Os documentos em apreço são: invoice (fatura comercial), contrato de câmbio e correspondente registro na escrituração contábil. A invoice nº nº 90343232 (fl. 591/594) emitida pela licenciadora informa pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", com valor total de USD 1.300.811,16. De fato, o valor consignado não é o efetivamente remetido pois, conforme cláusula contratual, o pagamento deve ser líquido de impostos e taxas no país do licenciado. Assim, efetuada a retenção legal de 15% relativo ao IRRF (conforme informado no campo "outras especificações" do contrato de câmbio de fl. 204 e Fl. 585DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 15 14 lançamento no livro Razão à fl. 600), o valor a ser remetido é de USD 1.105.689,49 (R$ 3.454.395,10), exatamente como consignado na "Planilha de Cálculo" (fl. 201) e Contrato de Câmbio nº 04/03489, de 23/06/200 (fls. 203/205), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO, que comprova sua liquidação. Passo seguinte é verificar a regularidade da remessa cambial a título de royalties. A disciplina acerca das remessas de valores para o exterior a título de royalties ou qualquer outro título (inclusive "assistência técnica") foi estabelecida pela Lei nº 4.131, de 03/09/1962, com o controle pela Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC. Atualmente regulamentada pelo Banco Central do Brasil pela Circular nº 3.689/2013, que dispõe sobre o capital estrangeiro no País e sobre o capital brasileiro no exterior. De fato, em ambos diplomas não se verifica qualquer distinção quanto ao pagamento a título de royalties ou de outros serviços para o exterior. Não obstante, a Circular nº 3.689/2013, na Subseção I, que trata de "Royalties, serviços técnicos e assemelhados", do capítulo "Operações financeiras", dispõe sobre os registros das operações contratadas e discrimina sus espécies, como transcrito: Subseção I Royalties, serviços técnicos e assemelhados Art. 101. Esta subseção dispõe sobre o registro, no módulo ROF do RDE, das operações contratadas entre pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no País, e pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no exterior, relativas a: I licença de uso ou cessão de marca; II licença de exploração ou cessão de patente; III fornecimento de tecnologia; IV serviços de assistência técnica; V demais modalidades que vierem a ser averbadas pelo INPI; e VI serviços técnicos complementares e as despesas vinculadas às operações enunciadas nos incisos I a V deste artigo não sujeitos a averbação pelo INPI. Resta evidente que o regulamento estabeleceu diferenças entre royalties e serviços nos incisos "I" a "III" (royalties), "IV" (serviços de assistência técnica) e "V" (serviços técnicos complementares). Desde a edição da CartaCircular nº 2803/98, vigente em 01/07/1998, que contempla as operações da recorrente no ano de 2003/2004, as diferenças entre remessas por pagamento de royalties e de outros serviços estão especificadas segundo Tabela com os códigos atribuídos à natureza da operação, quando da prestação dessas informações no preenchimento do contrato de câmbio. Fl. 586DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 16 15 Conforme a transcrição de Tabela, resta caracterizada a natureza do pagamento ao exterior com a verificação do código informado no contrato de câmbio: XIV SERVIÇOS DIVERSOS NATUREZA DA OPERAÇÃO Nº CÓDIGO 1 EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 1/ PATENTES 2/ licença de exploração/cessão 45625 MARCAS 2/ licença de uso/cessão 45618 FORNECIMENTO DE 2/ tecnologia 45632 serviços de assistência técnica 45649 serviços e despesas complementares 45584 FRANQUIAS 2/ 45591 IMPLANTAÇÃO OU INSTALAÇÃO DE PROJETO técnicoeconômico 45656 industrial 45663 de engenharia 45670 SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS 3/ projetos, desenhos e modelos industriais 45687 projetos, desenhos e modelos de engenharia 45694 montagem de equipamentos 45704 outros serviços técnicosprofissionais 45711 In casu, verificando a natureza da operação informada pela recorrente no Contrato de Câmbio nº 04/03489 (fl. 203) constatase tratarse do código de prefixo "45632", que conforme inciso III, do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, que evidencia pagamento de roylaties. Na hipótese do pagamento corresponder à prestação de serviço de assistência técnica ou de serviços complementares, os códigos seriam, respectivamente, 45634 e 45584, o que não se verifica nos autos. Assim, os documentos coligidos nos autos, relativos à apuração e ao pagamento dos valores devidos e remetidos ao licenciador estrangeiro, com a utilização de código cambial vinculado a pagamentos de royalties, comprovam tratarse de remessa a título de royalties previsto em contrato para a transferência de tecnologia para fabricação de produtos licenciados. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 17 16 Finalizando, concluo que, à luz do contrato de licenciamento e os efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incide as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse exclusivamente à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties, inexistindo parcelas relativas à serviços conexos à licença a serem individualizados no contrato. Evidenciase assim, pagamento indevido o recolhimento efetuado pela recorrente, para o qual se pleiteia restituição do valor recolhido, por meio do DARF, código 5434 (fl. 202). Diante do exposto, voto no sentido de reconhecer o direito creditório da recorrente e dar provimento ao recurso voluntário." Retornando ao caso deste processo, importante ressaltar que todos os documentos analisados no julgamento do paradigma encontram correspondência com os documentos juntados ao presente, a saber: a) "Contrato de Licença" e seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a Continental do Brasil e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG (fls. 430 a 457 mesmo contrato que o analisado no julgamento do paradigma); b) invoice nº 90563064 (fls. 513) emitida pela licenciadora informando pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", no valor total de USD 2.407.392,16; c) contrato de cambio nº 06/065828, no valor de USD 2.046.283,64 (fls. 210 a 212), que comprova a remessa ao exterior de USD 2.046.283,34 (R$ 4.404.420,26), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO que comprova sua liquidação; d) o valor da remessa, conforme cláusula contratual, corresponde ao valor total da invoice menos o desconto do IRRF de 15%, conforme lançamentos no razão fl. 520) e planilha de cálculo de fl. 205; e) a natureza da operação no Contrato de Câmbio nº 06/065828 foi especificada com o código de prefixo "45632", que, conforme inciso III do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, o que evidencia pagamento de royalties; f) DARF de fl. 206. Portanto, constatase que neste processo o contribuinte juntou os mesmos documentos que foram considerados hábeis à comprovação do direito creditório no caso do paradigma, variando apenas o número dos documentos e os valores envolvidos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório em litígio. Winderley Morais Pereira Fl. 588DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913793/200964 Acórdão n.º 3201002.418 S3C2T1 Fl. 18 17 Fl. 589DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 36600.000021/2007-98
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1998 a 31/01/1999
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DADA A FALTA DE APRECIAÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO DE RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO.
Incorre em omissão o acórdão de recurso voluntário que deixa de apreciar as razões formuladas por responsável solidário pelo débito, nos termos da redação do art. 31 da Lei nº 8.212/91 vigente até janeiro de 1999.
RECOLHIMENTOS SIMPLES FEDERAL. APROVEITAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL E DO SEGURADO.
Apenas os recolhimentos do Simples Federal correspondentes à contribuição previdenciária patronal podem ser aproveitados em lançamento de contribuições previdenciárias, visto que aquele regime não englobava as contribuições pertinentes à parte dos segurados empregados, que deviam ser recolhidas em separado.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2402-005.378
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
Kleber Ferreira de Araújo, Presidente
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Natanael Vieira dos Santos, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/1998 a 31/01/1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DADA A FALTA DE APRECIAÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO DE RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. Incorre em omissão o acórdão de recurso voluntário que deixa de apreciar as razões formuladas por responsável solidário pelo débito, nos termos da redação do art. 31 da Lei nº 8.212/91 vigente até janeiro de 1999. RECOLHIMENTOS SIMPLES FEDERAL. APROVEITAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL E DO SEGURADO. Apenas os recolhimentos do Simples Federal correspondentes à contribuição previdenciária patronal podem ser aproveitados em lançamento de contribuições previdenciárias, visto que aquele regime não englobava as contribuições pertinentes à parte dos segurados empregados, que deviam ser recolhidas em separado. Embargos Acolhidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento. Kleber Ferreira de Araújo, Presidente Ronnie Soares Anderson - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Natanael Vieira dos Santos, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Embargante DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO ESTADO DO PARANÁ E OUTROS Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1998 a 31/01/1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO DADA A FALTA DE APRECIAÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO DE RESPONSÁVEL SOLIDÁRIO. Incorre em omissão o acórdão de recurso voluntário que deixa de apreciar as razões formuladas por responsável solidário pelo débito, nos termos da redação do art. 31 da Lei nº 8.212/91 vigente até janeiro de 1999. RECOLHIMENTOS SIMPLES FEDERAL. APROVEITAMENTO. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL E DO SEGURADO. Apenas os recolhimentos do Simples Federal correspondentes à contribuição previdenciária patronal podem ser aproveitados em lançamento de contribuições previdenciárias, visto que aquele regime não englobava as contribuições pertinentes à parte dos segurados empregados, que deviam ser recolhidas em separado. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 60 0. 00 00 21 /2 00 7- 98 Fl. 530DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, para conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. Kleber Ferreira de Araújo, Presidente Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Natanael Vieira dos Santos, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 531DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 36600.000021/200798 Acórdão n.º 2402005.378 S2C4T2 Fl. 749 3 Relatório Tratase de alegação de omissão no Acórdão nº 2402003.436, proferido por esta Turma, que negou conhecimento ao recurso voluntário e negou provimento ao recurso de ofício. O processo veicula Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD – lavrada sob o n° 35.729.0488, consolidado em 01/02/2005, com a finalidade de constituir crédito relativo às contribuições previdenciárias a cargo da empresa, inclusive as destinadas ao SAT/GILRAT, e a contribuição dos segurados empregados, decorrente de responsabilidade solidária pelo cumprimento das obrigações para com a seguridade social na contratação de serviços mediante cessão de mão de obra. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 33/37, o contribuinte – Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná – é tomador de serviços, contratante de empreiteira – Construtora I.C. Guedes Ltda – a qual, por sua vez, subcontratou a empresa Décio Pacheco e Cia. Ltda. para realização de serviços específicos. O fato gerador das contribuições apuradas foi a mão de obra contida nas notas fiscais de prestação de serviços emitidas pela empreiteira (Construtora I.C. Guedes Ltda) e, para fins de cálculo da autuação, foram examinados documentos como contrato de empreitada, relatórios contábeis, relatório de notas fiscais de prestação de serviço contabilizadas e guias de recolhimento das prestadoras de serviços. À fl. 49, foi informado nos autos que a NFLD em análise foi lavrada em substituição à NFLD n° 35.513.8115, julgada nula, conforme acórdão n° 2119/2004, da 4ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social. Cientificadas as empresas envolvidas, somente a Construtora I.C. Guedes Ltda apresentou impugnação às fls. 57/67, a qual foi considerada improcedente pela Decisão Notificação de fls. 103/115. Desse julgado, recorreu a Construtora I.C. Guedes Ltda (fls. 130/137), o que acarretou a reforma daquela DecisãoNotificação (fls. 175/181), retificando o valor dos débitos. Intimados da decisão, a Construtora I.C. Guedes Ltda. apresentou novo recurso (fls. 193/196), alegando que, se à época dos fatos geradores a subempreitada Décio Pacheco recolhera as contribuições como se estivesse enquadrada no SIMPLES NACIONAL, não pode a recorrente ser responsabilizada por eventuais equívocos de recolhimento. Ao final, requer o desconto dos valores já recolhidos em alíquota diversa do valor total do débito. Ainda, após questionamentos quanto à possibilidade de intimação da empresa Décio Pacheco (em razão de liminar que impossibilitava o prosseguimento do processo administrativo em face da empresa), foi essa intimada em 13/12/2006 da decisão proferida e, em 16/1/2007, protocolou recurso intempestivo requerendo a dedução do total do débito dos valores já efetivamente pagos pela empresa a título de contribuições. Fl. 532DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 De sua parte, a Secretaria da Receita Previdenciária – SRP apresentou contrarrazões aos recursos interpostos, conforme fls. 373/377. Face aos recursos, foi proferida pelo 2° Conselho de Contribuintes (fls. 387/396) a Resolução n° 20500.033, convertendo o julgamento do recurso em diligência, para verificar se o Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Paraná – DER/PR fora devidamente intimado da lavratura da NFLD, o que ocasionou a realização de sua intimação; porém o DER/PR interpôs recurso intempestivo. Em 12/3/2013 esta Turma, como já mencionado, prolatou o acórdão cuja ementa transcrevese a seguir: RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal.Não se toma conhecimento de recurso intempestivo. Recurso voluntário não conhecido. RECURSO DE OFÍCIO. Ante a reforma de decisão para dar parcial procedência à notificação e declarar o direito ao abatimento das contribuições a cargo da empresa na competência de 01/1999, o Auditor Fiscal decidiu por recorrer de ofício, nos termos do art. 25, § 2º, da Portaria do MPS nº 520/2005. Sendo verificada a necessidade de retificação do débito para excluir as contribuições a cargo do empregador na mencionada competência, negase provimento ao recurso de ofício. Recursos de Ofício Negado e Voluntário não Conhecido. Cientificada a Construtora I.C. Guedes Ltda em 29/7/2013 desse aresto, interpôs tempestivamente embargos de declaração em 1º/8/2013 para sanar omissão no acórdão, dado o fato de que ele não examinou o recurso voluntário de lavra da embargante, limitandose a negar provimento ao recurso de ofício, e a não conhecer, por intempestividade, os recursos voluntários vertidos pelo Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Paraná – DER/PR e pela Décio Pacheco Ltda. Admitidos os embargos para fins de dirimir a omissão constatada nos termos da Informação de fls. 523/524, vieram os autos para julgamento. É o relatório. Fl. 533DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 36600.000021/200798 Acórdão n.º 2402005.378 S2C4T2 Fl. 750 5 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator Os embargos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, deles conheço. Como visto, restou omisso o acórdão vergastado por não ter enfrentado o recurso voluntário interposto pela embargante em 6/12/2005. Nesse recurso (fls. 193/199 fls. 96/99 do processo em papel), a empreiteira Construtora I.C. Guedes Ltda, na qualidade de responsável solidária pelo crédito lançado nos termos da redação então vigente do art. 31 da Lei nº 8.212/91, afirma que a subcontratada Décio Pacheco e Cia Ltda. fez os recolhimentos conforme determinava a Lei nº 9.317/96 (Lei do Simples Federal) à época dos fatos, pois somente em 1º/1/2001 se viu excluída daquele regime. Entende que por se tratar de microempresa, aquela efetivou o recolhimento correto, à alíquota de 3%, consoante regravam os arts. 3º, § 1º, alínea 'f' e art. 5º da Lei nº 9.317/96. Defende, ao final, que não pode ser prejudicada por eventual enquadramento errôneo da Décio Pacheco e Cia Ltda., devendo ser efetuado o abatimento das contribuições já pagas sob aquele regime. Sem razão a embargante. De fato, a Décio Pacheco e Cia Ltda estava regularmente inscrita no Simples desde 1º/1/1997 (fl. 97), sendo que sua exclusão desse sistema operou efeitos apenas a partir de 1º/1/2001. No período atinente aos fatos geradores objeto do lançamento contestado, o percentual pago a título de Simples, substituía, dentre outros tributos, a contribuição para a seguridade social a cargo da pessoa jurídica, ou seja, a contribuição patronal (art. 3º, § 1º, alínea 'f' da Lei nº 9.317/96). Assim, tais contribuições não poderiam ser cobradas, motivo pelo qual foram devidamente excluídas da apuração do crédito tributário na NFLD n° 35.729.0488, com os ajustes preconizados pelas DecisõesNotificação de fls. 103/115 e 175/181, e respectivos "Discriminativo Analítico do Débito Retificado DADR". Diversamente, as contribuições atinentes à parte dos segurados empregados deviam ser recolhidas em guias apropriadas e segundo as regras aplicáveis às pessoas jurídicas em geral, por não estarem abarcadas naquele regime favorecido de recolhimento de tributos. Para comprovar que as contribuições relativas aos segurados empregados tinham sido recolhidas, no que tange aos serviços correspondentes à NFLD em questão, necessário era que a prestadora de serviços juntasse aos autos de elementos de prova nesse sentido, tal como folhas de pagamento discriminadas pelo tomador e recolhimentos dos valores Fl. 534DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 em guias distintas, em conformidade com as prescrições do § 4º art. 31 da Lei nº 8.212/91, segundo a redação então prevalente. Não havendo evidências nesse sentido, deve ser mantida a exigência fiscal tal como decorrente das decisões administrativas, a qual, reiterese, já considerou as contribuições previdenciárias recolhidas sob o regime do Simples na apuração do montante devido. Sendo assim voto no sentido de acolher os embargos de declaração, para, no mérito, negarlhes provimento. Ronnie Soares Anderson. Fl. 535DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 29/07/20 16 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 14485.002018/2007-30
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 9202-000.038
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para levantamento da ocorrência de pagamentos antecipados nos períodos em litígio, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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(NOVA RAZÂO SOCIAL DE BANK AMÈRICA COMÈRCIO E PARTICIPAÇÔES S/A) Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência à Unidade de Origem, para levantamento da ocorrência de pagamentos antecipados nos períodos em litígio, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2402002.840, prolatado pela 2a. Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a. Seção deste CARF, na sessão plenária de 20 de junho de 2012 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 44 85 .0 02 01 8/ 20 07 -3 0 Fl. 539DF CARF MF Processo nº 14485.002018/200730 Resolução nº 9202000.038 CSRFT2 Fl. 540 2 (efls. 423 a 433). Ali, por maioria de votos, foram rejeitadas as preliminares levantadas e, no mérito, deuse parcial provimento ao Recurso Voluntário, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1996 a 31/12/2001 DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91. Tratandose de tributo sujeito ao lançamento por homologação, que é o caso das contribuições previdenciárias, devem ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Assim, comprovado nos autos o pagamento parcial, aplicase o artigo 150, §4°; caso contrário, aplicase o disposto no artigo 173, I. No caso de autuação pelo descumprimento de obrigação acessória, a constituição do crédito é de ofício e a regra aplicável é a contida no artigo 173, I. JUROS DE MORA. SELIC. APLICAÇÃO É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado Decisão: por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões que aplicavam o artigo 150, §4° do CTN. Cientificada, a contribuinte do Acórdão de piso em 02/08/12 (efl. 438), esta apresentou, em 16/08/2012 (efl. 439), Recurso Especial de sua iniciativa, também com fulcro no art. 67 do Anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009 (efls. 439 a 463 e anexos). Ainda que o recurso abrangesse duas distintas matérias (decadência e retroatividade benigna), o mesmo só foi admitido quanto à decadência, na forma de despachos de admissibilidade de efls. 524 a 527. Alegase, no pleito, quanto à matéria admitida, que deveria prevalecer, no caso em questão, a regra prevista no art. 150, §4o. do CTN, para fins de contagem do prazo decadencial referente às contribuições previdenciárias, uma vez que são estas sujeitas ao lançamento por homologação, sendo que, no caso em questão, é evidente a existência de pagamento de tributo, se estando diante de hipótese onde a pessoa jurídica apresentou Fl. 540DF CARF MF Processo nº 14485.002018/200730 Resolução nº 9202000.038 CSRFT2 Fl. 541 3 adequadamente sua folha de salário, entregando a GFIP e recolhendo o tributo, ainda que parcialmente. Ressalta a autuada ser esta a linha defendida no âmbito do Acórdão eleito como paradigma (Acórdão 240101.800), onde se concluiu que, em havendo recolhimentos para o período em análise, de se aplicar o art. 150 §4o. para fins de contagem do prazo decadencial, quando se trate de incidência de contribuições previdenciárias sobre verbas caracterizadas como salário indireto. Cita, ainda a propósito, precedentes do STJ no mesmo sentido. Entende que, ainda que se considere aplicável o art. 173, I do CTN, ali, o termo "exercício" deve ser compreendido não como ano subsequente, mas sim como regime de apuração, com a contagem do prazo decadencial se iniciando a partir do mês subsequente. Entende, que mesmo que se entenda a expressão como ano subsequente, as competências anteriores a janeiro de 2002 estariam decaídas, havendo decadência mesmo se considerada a data de lavratura da NFLD (01/12/2006 consoante fl. 1), daí merecendo reforma o Acórdão recorrido para que se afaste toda a exigência fiscal não incluída no pagamento à vista realizado de acordo com a Lei no. 11.941, de 27 de maio de 2009. Encaminhados os autos em 24/06/14 (efl. 530) à PGFN, para fins de ciência, esta apresenta, em 25/06/2014 (efl. 537), contrarrazões de efls. 531 a 536, onde entende que o recolhimento parcial que atrairia a incidência do art. 150, § 4º, do CTN, seria somente aquele efetuado em relação às verbas não reconhecidas pelo contribuinte (ou seja, em relação ao débito tributário objeto de cobrança) como base de cálculo das contribuições previdenciárias e lançadas pela Fiscalização. Ou seja, não basta qualquer recolhimento antecipado, mas este deve ser efetuado sobre as verbas que são objeto de controvérsia. Desse modo, se o contribuinte não reconhece certas verbas como idôneas a incidência dos tributos e, consequentemente, não os recolhe em relação a tais verbas, não há que se falar em pagamento parcial nem em incidência do art. 150, § 4º, do CTN. Cita precedentes deste CARF neste sentido. Ressalta a necessidade de reconhecimento do fato gerador pelo contribuinte e do pagamento antecipado parcial do tributo, a fim de que se possa aplicar o disposto no art. 150, §4o. do CTN. No caso, tratase de inexistência de pagamento e não individualização do fato gerador, uma vez que o contribuinte sequer reconheceu que as verbas pagas a título de salário indireto constituíam fatos geradores da contribuição previdenciária. Defende, assim, que é aplicável ao caso a regra encartada no art. 173, I do CTN, requerendo que seja negado provimento ao Recurso Especial interposto pelo contribuinte, mantendose incólume o acórdão atacado. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto à sua tempestividade e indicação de divergência, o recurso atende a estes requisitos de admissibilidade. A partir do trecho do Fl. 541DF CARF MF Processo nº 14485.002018/200730 Resolução nº 9202000.038 CSRFT2 Fl. 542 4 paradigma colacionado pela recorrente aos autos, caracterizada a divergência interpretativa e, assim, conheço do recurso. Passo à análise de mérito. De se notar, para fins do deslinde da questão, a vinculação deste CARF às decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça quando submetidas ao regime do art. 543 C do Código de Processo Civil, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015: RICARF Art. 62. (...) (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, ainda que se admita que a questão relativa à contagem do prazo decadencial é bastante tormentosa (daí a adoção de diversas interpretações relativas à matéria no âmbito deste Conselho), de se reconhecer que o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, recentemente pacificou, sob a sistemática de recursos repetitivos, o entendimento no sentido de que a regra do art. 150, §4o, do CTN só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, I nos demais casos. Reproduzse, a seguir, a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, devidamente submetido à sistemática prevista no art. 543C do Código de Processo Civil, sendo, assim, referido decisum, repitase, de observância obrigatória neste CARF, a partir do disposto no art. 62, §2o. do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho em vigor, aprovado pela Portaria MF no. 343, de 09 de junho de 2015. Reza a decisão : PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp Fl. 542DF CARF MF Processo nº 14485.002018/200730 Resolução nº 9202000.038 CSRFT2 Fl. 543 5 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Desta forma, ao adentrar o mérito da questão, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733/SC supra, no sentido de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. No caso em questão, uma vez afastada a hipótese de dolo, fraude ou simulação, devese se verificar se há pagamento realizado pelo contribuinte para as contribuições previdenciárias destinadas a terceiros objeto de lançamento, de forma a se concluir pela correção da aplicação ou não do art. 173, I, do CTN, para fins contagem do prazo decadencial na situação sob análise. Está a se tratar, aqui, de contribuições sociais decorrentes de remuneração indireta não declarada em GFIP, não se podendo detectar, a princípio, mesmo após consulta detalhada aos autos (aqui inclusive às alegações da recorrente), se houve ou não recolhimento relativo a outras rubricas para os fatos geradores objeto de lançamento quanto às competências Fl. 543DF CARF MF Processo nº 14485.002018/200730 Resolução nº 9202000.038 CSRFT2 Fl. 544 6 em análise, a saber, de 12/2000 a 11/2001, uma vez que o lançamento, repitase, se refere exclusivamente a rubricas não declaradas (a ciência do lançamento deuse em 01/12/2006, conforme efl. 03). As rubricas de competências anteriores a novembro de 2000 (inclusive) já estariam decaídas por ambos os critérios de prazo de contagem, seja o art. 150 §4o. do CTN, seja o art. 173, I do mesmo diploma. Entendo que considerandose que, consoante Relatório Fiscal (efl. 89), há lançamento decorrente de diferenças entre os valores apurado e recolhido (NFLD 37.035.343 9, coforme, também, TEAF de efl. 82), somente a partir de tais elementos, poderá esta Turma concluir, de forma definitiva e com plena convicção, acerca da existência e possibilidade de aproveitamento ou não de eventuais pagamentos realizados para fins de aplicação do REsp 973.733/SC na contagem do prazo decadencial in casu, inclusive a partir do teor da Súmula CARF no. 99, que regra especificamente o aproveitamento de pagamentos efetuados em rubricas distintas. Diante do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, a ser realizada pela autoridade preparadora, a fim de que sejam obtidas: a) As GFIPs e guias de recolhimento de contribuições previdenciárias realizadas pela autuada para as competências de 12/2000 a 11/2001, discriminandose por rubricas e por espécie (segurados, empresa, SAT/RAT e terceiros) os valores declarados e recolhidos. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 544DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.906579/2009-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA FISCAL.
Reconhece-se o direito creditório, quando a autoridade lançadora, na fase de defesa e diligência, manifesta-se fundamentadamente pela retificação do lançamento fiscal em razão da constatação de direito do contribuinte e da existência de fatos que não caracterizam infração.
Recurso Voluntário Provido.
Direito Creditório Reconhecido.
Numero da decisão: 3302-003.338
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao ressarcimento pleiteado ao contribuinte nos termos da informação prestada pela Unidade de Origem.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
EDITADO EM: 19/09/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente da turma), Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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COMPENSAÇÃO. DILIGÊNCIA FISCAL. Reconhecese o direito creditório, quando a autoridade lançadora, na fase de defesa e diligência, manifestase fundamentadamente pela retificação do lançamento fiscal em razão da constatação de direito do contribuinte e da existência de fatos que não caracterizam infração. Recurso Voluntário Provido. Direito Creditório Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao ressarcimento pleiteado ao contribuinte nos termos da informação prestada pela Unidade de Origem. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. EDITADO EM: 19/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente da turma), Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 90 65 79 /2 00 9- 81 Fl. 265DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO 2 Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de piso nº 09 36.072, proferida pela 3ª Turma da DRJ/JFA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente contra o despacho decisório eletrônico (Rastreamento nº 854487407) que reconheceu parcialmente o direito creditório ao ressarcimento do crédito de IPI, referente ao 3º trimestre de 2004, no valor de R$ 195.608,72, utilizado nas DCOMP´s nºs 35353.13844.161104.1.3.015296; 41394.74033.141204.1.3.01 0867, sendo que o débito informada na última declaração foi parcialmente homologado, conforme demonstrativo: PER/DCOMP Débito Crédito Reconhecido Saldo 35353.13844.161104.1.3.015296 109.624,21 195.608,72 85.984,51 41394.74033.141204.1.3.010867 63.774,16 85.984,51 22.210,35 31220.19601.140105.1.3.018507 89.585,07 22.210,35 67.374,72 Total 262.983,44 A decisão de piso indeferiu o pedido realizada pela Recorrente na manifestação de inconformidade, alegando que a parcela do direito creditório não reconhecida no montante de R$ 67.374,72 foi composta da glosa de R$ 39.894,02, relativa entre a diferença do crédito pleiteado e o reconhecido (R$ 235.502,74 195.608,72), correspondente ao valor utilizado na amortização dos débitos de IPI escriturados nos meses de outubro a dezembro de 2004, mais do valor de R$ 27.480,70 relativo ao crédito a maior utilizado pela empresa no trimestre de apuração (262.983,44 235.502,74). A motivação da glosa consta da decisão atacada, a qual se reproduz para melhor compreensão dos fatos: (...) o auditor fiscal atestou a legitimidade dos créditos escriturados pela contribuinte, enquanto o processamento apurou o montante do saldo credor, verificou a possibilidade de ressarcir o valor do saldo credor apurado e efetuou os procedimentos de compensação. Importante ressaltar que o saldo credor ressarcível apurado pelo processamento, no montante de R$ 235.502,74 (fl. 37), é igual ao saldo credor apurado pela própria contribuinte, informado na DCOMP 35353.13844 (fls. 23 e 34). E aqui se constata o primeiro equívoco da contribuinte. Ela própria, por intermédio da DCOMP 35353.13844, demonstrou a apuração de um saldo credor ressarcível, no 3 o trimestre de 2004, no valor de R$ 235.502.74 (fls. 23 c 34). No entanto, nas DCOMPs transmitidas, vinculadas ao saldo credor desse período, utilizou o valor total de R$ 262.983,44, segundo demonstrado a seguir: (...) De pronto, comprovase que a contribuinte utilizou, a maior, créditos no montante de R$ 27.480,70 (262.983,44 235.502,74 Fl. 266DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO Processo nº 10640.906579/200981 Acórdão n.º 3302003.338 S3C3T2 Fl. 3 3 = crédito utilizado nas DCOMPs crédito demonstrado na DCOMP 35353.13844). Todavia, a divergência entre o valor do saldo credor apurado pelo próprio processamento (235.502,74 fl. 37) e o valor reconhecido à contribuinte (195.608,72 fl. 01) decorreu do fato de a empresa haver transmitido as DCOMPs algum tempo após o encerramento do trimestre de apuração dos créditos. Isto, aliado ao fato de sua escrita fiscal apresentar valores expressivos de débitos do IPI (a contribuinte também dá saída a produtos tributados com alíquota positiva). Com isso, o saldo credor que o RAIPI aponta no encerramento de cada trimestre pode não ser passível de ressarcimento, pois pode englobar montante transferido para período de apuração subseqüente e que foi utilizado, ainda que parcialmente, na amortização de débitos escriturais do IPI. E foi exatamente o que ocorreu no caso em exame. Embora o processamento tenha apurado, no encerramento do trimestre, saldo credor no valor de R$235.502,74 (fl. 37), exatamente o valor do saldo apurado pela contribuinte (fls. 23 e 34), só reconheceu o crédito no montante de R$ 195.608,72 (fl. 01). Isto, como dito, em virtude de a contribuinte ter apresentado as DCOMPs mais de um mês após o período de apuração dos créditos, e em razão da existência de valores expressivos de débitos nos períodos de apuração subseqüentes. Em sede recursal, a Recorrente pleiteia a reforma da decisão com base nos seguintes fundamentos: (i) que, o saldo credor de 31.07.2004, no valor de R$ 86.837,59, não foi considerado pela Delegacia da Receita Federal; (ii) que, compensou corretamente o IPI em 30.09.2004, débitos no valor de R$ 293.314,76; e (iii) que, o crédito a ser ressarcido é aquele apurado em setembro de 2004, conforme prevê a Lei nº 9.779/79. O julgamento foi convertido em diligência (Resolução nº 3302000.303) para que a Delegacia de origem procedesse a análise nos documentos e livros fiscais do sujeito passivo e, se o caso, fosse refeito o demonstrativo de apuração do crédito na hipótese da DRF entender passível de alteração o valor do crédito do IPI a ressarcir, tendo em vista os novos argumentos trazidos pela Recorrente, especialmente sobre a questão do saldo credor de 31.07.2004, no valor de R$ 86.837,59, não considerado pelo órgão de origem. Em resposta à solicitada realizada por este Colegiado, a delegacia de origem apresentou as seguintes conclusões: (...) Conforme já noticiado pela Seção de Orientação e Análise Tributária (SAORT) da DRF/Juiz de Fora (MG), às fls. 245/247, o contribuinte não apresentou pedido de ressarcimento de crédito básico de IPI relativo ao 2° trimestre de 2004. O saldo credor apurado em 31/07/2004 foi sim transferido para o período de apuração seguinte. Já o saldo credor de 30/06/2004, no montante de R$86.837,59, tal como apurado pelo contribuinte no livro Registro de Apuração do IPI, não foi Fl. 267DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO 4 levado em consideração tendo em vista a ausência de registros no Sistema de Controle de Créditos e Compensações (SCC) de valores da 2ª quinzena de maio de 2004 até a 2ª quinzena de junho de 2004, e ao fato de esse período não estar abrangido na ação fiscal pretérita. Na presente ação fiscal apurouse a legitimidade dos valores escriturados no livro Registro de Apuração do IPI referentes ao 2° trimestre de 2004, retificando se os demonstrativos conforme a seguir: (...) O valor total do ressarcimento efetivamente pleiteado pela recorrente no 3º trimestre de 2004 foi de R$ 262.983,44, conforme consta das DCOMP e do demonstrativo do crédito – SCC. O valor total corresponde ao somatório das parcelas utilizadas nas DCOMP (262.983,44 = 109.624,21 + 63.774,16 + 89.585,07), conforme abaixo: (...) Assim posto, considerando a existência de saldo credor do IPI apurado pelo contribuinte em sua escrita fiscal, em 30/06/2004, no valor de R$86.837,59, este Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil reconhece como legítimo o valor total do ressarcimento pleiteado pelo contribuinte no 3° trimestre de 2004, no montante de R$262.983,44, tal como visto neste Relatório, do qual será dada ciência à recorrente por via postal, mediante Aviso de Recebimento (AR), data a partir da qual o contribuinte, se assim o desejar, terá 30 (trinta) dias para se manifestar acerca desse documento, consoante os termos do parágrafo único do art. 35 do Decreto nº 7.574/11. (grifado) Intimada das informações prestadas pela delegacia de origem em 14.12.2015, a Recorrente não apresentou manifestação, retornando o processo à este Colegiado para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Trata a lide de deferimento parcial dos pedidos de compensações apresentados pela Recorrente, que reconheceu parcialmente o direito creditório ao ressarcimento de IPI, referente ao 3º trimestre de 2004, no valor de R$ 195.608,72. Apreciando a Manifestação de Inconformidade apresentada, a Delegacia Regional de Julgamento indeferiu o pedido de Recorrente sob a alegação de que a parcela do direito creditório não reconhecida no montante de R$ 67.374,72 foi composta da glosa de R$ 39.894,02, relativa entre a diferença do crédito pleiteado e o reconhecido (R$ 235.502,74 195.608,72), correspondente ao valor utilizado na amortização dos débitos de IPI escriturados nos meses de outubro a dezembro de 2004, mais do valor de R$ 27.480,70 relativo ao crédito a maior utilizado pela empresa no trimestre de apuração (262.983,44 235.502,74). Em sede de recurso voluntário, a Recorrente alegou que (i) o saldo credor de 31.07.2004, no valor de R$ 86.837,59, não foi considerado pela Delegacia da Receita Federal; Fl. 268DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO Processo nº 10640.906579/200981 Acórdão n.º 3302003.338 S3C3T2 Fl. 4 5 (ii) compensou corretamente o IPI, em 30.09.2004, débitos no valor de R$ 293.314,76; e (iii) o crédito a ser ressarcido é aquele apurado em setembro de 2004, conforme prevê a Lei nº 9.779/79. Juntou planilha e documentos fiscais para comprovar suas alegações. Às fls. 254256, consta informação prestada pela unidade de origem reconhecendo como legítimo o valor total do ressarcimento pleiteado pelo contribuinte no 3º trimestre de 2004, no montante de R$ 262.983,44, nos seguintes termos: Assim posto, considerando a existência de saldo credor do IPI apurado pelo contribuinte em sua escrita fiscal, em 30/06/2004, no valor de R$ 86.837,59, este Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil reconhece como legítimo o valor total do ressarcimento pleiteado pelo contribuinte no 3° trimestre de 2004, no montante de R$262.983,44, tal como visto neste Relatório, do qual será dada ciência à recorrente por via postal, mediante Aviso de Recebimento (AR), data a partir da qual o contribuinte, se assim o desejar, terá 30 (trinta) dias para se manifestar acerca desse documento, consoante os termos do parágrafo único do art. 35 do Decreto nº 7.574/11. Pois bem. Ao contrário do que alegou a Recorrente, o crédito de R$ 86.837,59, relativo ao 2º trimestre foi desconsiderado inicialmente pela fiscalização simplesmente pelo fato da apuração apresentada na PER/DCOMP 35353.13844.161104.1.3.015296 constar o montante do crédito de R$ 235.502,74, composto sem inclusão daquele valor: jul/04 1ª jul/04 2ª ago/04 1ª ago/04 2ª set/04 1ª set/04 2ª Saldo Inicial 4.523,24 93.849,76 96.920,45 144.263,65 200.424,19 Crédito 61.264,80 151.117,89 82.741,43 106.012,67 106.329,16 70.654,92 Débito 56.741,56 61.791,37 79.670,74 58.669,47 50.168,62 35.576,37 Saldo 4.523,24 93.849,76 96.920,45 144.263,65 200.424,19 235.502,74 Ou seja, a própria Recorrente cometeu equivoco ao apurar o valor de seu crédito e informálo erroneamente no PER/DCOMP, inexistindo, assim, omissão por parte da fiscalização. Tal equivoco, reduziu o valor do crédito apurado pela Recorrente e motivou a glosa realizada pela fiscalização que, no meu entendimento está totalmente correto, considerando que o erro no preenchimento da declaração foi ocasionado por desídia da própria contribuinte. Entretanto, não posso deixar de considerar as informações prestadas pela unidade de origem, reconhecendo o direito creditório da contribuinte e procedendo a retificação dos cálculos apurados, com a inclusão do valor de R$ 86.837,59, conforme abaixo demonstrado: jul/04 1ª jul/04 2ª ago/04 1ª ago/04 2ª set/04 1ª set/04 2ª Saldo Inicial 86.837,59 91.360,83 180.687,35 183.758,04 231.101,24 287.261,78 Crédito 61.264,80 151.117,89 82.741,43 106.012,67 106.329,16 70.654,92 Débito 56.741,56 61.791,37 79.670,74 58.669,47 50.168,62 35.576,37 Saldo 91.360,83 180.687,35 183.758,04 231.101,24 287.261,78 322.340,33 Fl. 269DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO 6 Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para que seja reconhecido o direito creditório da Recorrente nos termos da informação prestada pela unidade de origem. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator Fl. 270DF CARF MF Impresso em 03/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO, Assinado digitalmente em 25/09/2016 por RI CARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por WALKER ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 10469.905872/2009-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/04/2005
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO.
É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.273
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO. É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório A empresa em epígrafe enviou PER/DCOM, com base em crédito oriundo de suposto "pagamento indevido ou a maior". Foi exarado despacho decisório eletrônico que não homologou a compensação sob o fundamento de que só foram encontrados pagamentos, "mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 58 72 /2 00 9- 69 Fl. 2731DF CARF MF Processo nº 10469.905872/200969 Acórdão n.º 3402003.273 S3C4T2 Fl. 3 2 O contribuinte manifestou sua inconformidade contra esse despacho, alegando que havia calculado as contribuições PIS/COFINS sobre seu faturamento total, quando, na verdade, a grande maioria de suas vendas são de frutas e verduras, as quais têm sua alíquota reduzida a 0% quando destinadas ao mercado interno, conforme art. 28 da Lei 10.865/2004. Contudo, alega que recalculou os impostos mas não retificou a DCTF, pelo que a RFB não teria encontrado a existência de crédito. Informa que para corrigir a situação foi feita retificação na DCTF relativa ao período. A DRJ/Recife julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Contra essa decisão a empresa manejou recurso voluntário, no qual repisa o disposto em sua manifestação de inconformidade, juntando notas fiscais. A 2ª Turma Especial desta 3ª Seção, por meio da Resolução 3802000.042, converteu o julgamento em diligência nos seguintes termos: Assim, diante dos elementos constantes dos autos, voto para a conversão do presente julgamento em diligência a fim de que a unidade preparadora, frente à documentação anexa ao processo e demais documentos e esclarecimentos que julgar necessários indagar à suplicante, se manifeste sobre a COFINS efetivamente devida no período de que trata o pleito. Considerando que o presente é um dos 31 processos em nome da interessada que trata de aduzido direito creditório pelo pagamento indevido da COFINS nos anosbase de 2005 e de 2006, poderão ser elaborados, para fins de atendimento à presente diligência, relatório e, sendo o caso, planilha demonstrativa única, em que sejam discriminadas as bases de cálculo mensais, a COFINS efetivamente devida e a COFINS paga em cada um dos períodos correspondentes. Em seu Relatório de Diligência Fiscal, a DRF/Natal reconheceu o direito creditório do contribuinte, em montante suficiente para homologar a compensação declarada, assim concluindo: (...)Assim sendo, esta unidade preparadora oferece ao CARF parecer pugnando pelo provimento do Recurso Voluntário apresentado nos processos em epígrafe relacionados. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.260, de 27 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10469.903727/200943, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.260): Fl. 2732DF CARF MF Processo nº 10469.905872/200969 Acórdão n.º 3402003.273 S3C4T2 Fl. 4 3 "Emerge do relatado que a própria RFB entende que o contribuinte tem direito ao crédito utilizado na compensação declarada. Assim, diante do resultado da diligência fiscal, é de ser reconhecido o crédito utilizado na compensação declarada, cujo montante é suficiente para sua homologação. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório utilizado na compensação declarada. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 2733DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.027641/96-12
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1992
RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA.
A falta de comprovação de divergência inviabiliza o processamento do recurso especial. Se o acórdão recorrido está baseado em circunstâncias específicas do caso concreto, que não estão presentes no caso tratado pelo acórdão paradigma, fica prejudicada a caracterização de divergência na interpretação da lei. Os contextos fáticos distintos justificam as diferentes decisões.
Numero da decisão: 9101-002.440
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(documento assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Demetrius Nichele Macei, Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1992 RECURSO ESPECIAL. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE. DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. A falta de comprovação de divergência inviabiliza o processamento do recurso especial. Se o acórdão recorrido está baseado em circunstâncias específicas do caso concreto, que não estão presentes no caso tratado pelo acórdão paradigma, fica prejudicada a caracterização de divergência na interpretação da lei. Os contextos fáticos distintos justificam as diferentes decisões. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão – Presidente em exercício. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Demetrius Nichele Macei, Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 02 76 41 /9 6- 12 Fl. 281DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial relativamente aos requisitos para que se realizasse compensação tributária com base no art. 66 da Lei nº 8.383/1991. A recorrente insurgiuse contra o Acórdão nº 110100.402, de 16/12/2010, pelo qual a 1a Turma Ordinária da 1a Câmara da 1a Seção de Julgamento do CARF, por maioria de votos, deu provimento a recurso voluntário da contribuinte acima identificada, para fins de reconhecer como válida a compensação por ela realizada com base no art. 66 da Lei nº 8.383/1991, e, em conseqüência disso, cancelar o lançamento que estava fundamentado na invalidade dessa compensação. O acórdão recorrido contém a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1992 COMPENSAÇÃO. FALTA DE CONTABILIZAÇÃO. PROCEDIMENTO EVIDENCIADO POR OUTRAS CONDUTAS. Ausente qualquer evidência de que a contribuinte tenha se beneficiado duplamente do crédito, deve ser cancelado o lançamento baseado meramente na falta de contabilização da compensação efetuada sob a égide da Lei n° 8.383/91, quando comprovada a formalização da desistência da restituição dos créditos e a informação da compensação na declaração de rendimentos. A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à lei tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente à matéria acima mencionada. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos descritos abaixo: DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL a lª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes entendeu em sentido diverso da e. Turma a quo. Com efeito, entendeu o acórdão paradigma que a escrituração, em caso semelhante ao dos autos, é essencial ao reconhecimento da regularidade da compensação. Confirase: Acórdão nº 20178857 PIS. COMPENSAÇÃO. REALIZAÇÃO NA ESCRITURAÇÃO. Anteriormente à instituição da Declaração de Compensação (outubro de 2002), a compensação entre débitos e créditos de um mesmo tributo ou contribuição era efetuada pelo próprio sujeito passivo, no âmbito do lançamento por homologação, por meio de sua escrituração contábil, que, Fl. 282DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 4 3 se não realizada, implica a inexistência dos efeitos jurídicos decorrentes da compensação regular (extinção do crédito tributário). Considerase, assim, o pedido de compensação efetuado na data de sua protocolização. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Somente são admissíveis para compensação os créditos do sujeito passivo que sejam passíveis de restituição, não gerando direito compensação os créditos prescritos, assim considerados aqueles objeto de pedido apresentado após cinco anos da data do pagamento e da resolução do Senado Federal que tenha suspendido a execução da legislação inconstitucional. Recurso negado. de modo diametralmente oposto ao paradigma, o acórdão recorrido entendeu dispensável a contabilização da compensação considerando, no caso dos autos, não ter havido dupla utilização do credito; assim, de um lado, o acórdão recorrido entendeu desnecessária a contabilização da compensação na escrituração do contribuinte para que esta produza seus efeitos, enquanto que o acórdão paradigma concluiu essencial à regularidade da compensação sua adequada escrituração nos livros contábeis; cumpre considerar que o acórdão paradigmático colacionado não foi reformado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais na matéria em discussão, e, nessas condições, afiguramse presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso especial; DOS FUNDAMENTOS PARA A REFORMA DO R. ACÓRDÃO RECORRIDO o CTN previu a compensação como forma de extinção do credito tributário. Todavia, em atendimento ao principio da legalidade, determinou que a extinção do crédito tributário por essa modalidade depende de lei autorizadora, que estabeleceria as condições e as garantias em que poderia ocorrer a compensação ou atribuiria à autoridade administrativa o estabelecimento dessas condições e garantias; a fim de normatizar a forma pela qual se daria a compensação no âmbito tributário, foram editadas leis, dentre as quais se destaca a de nº 8.383/91, com as alterações posteriores; a Instrução Normativa nº 67, de 26 de maio de 1992, vigente à época, ao regulamentar o art. 66 da Lei nº 8.383/1991, determinou em seu art. 9º que os créditos relativos ao imposto de renda das pessoas jurídicas apurados em declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico, não seriam compensáveis, permanecendo sujeitos às normas previstas na legislação de regência; por outro lado, sob o fundamento de que a compensação por conta e risco do contribuinte submetese à conferência pelo Fisco, estabeleceu o art. 10 da IN 67/92, que o sujeito passivo deveria exibir à Receita Federal, enquanto não prescritas eventuais ações que lhe seriam pertinentes, a documentação comprobatória da compensação efetuada para controle da administração tributária; Fl. 283DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 5 4 a proibição de compensar os valores a serem restituídos automaticamente era uma exigência de ordem pragmática, pois havia grande dificuldade de evitar a duplicidade de aproveitamento do crédito; convém ressaltar que ao deixar de registrar a alegada compensação na contabilidade, o contribuinte impediu não apenas o seu reconhecimento pelo fisco, mas a sua própria existência; dessa forma, impõese a reforma do acórdão recorrido e o restabelecimento da decisão de primeira instância. Quando do exame de admissibilidade do Recurso Especial da PGFN, o Presidente da 1ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por meio do despacho exarado em 27/07/2015, admitiu o recurso com base na seguinte análise sobre a divergência suscitada: [...] O cotejo das razões de decidir dos Acórdãos antepostos é imperioso para se analisar o pleito (todos os destaques foram acrescidos nesta proposição): [...] A confrontação das ementas e a leitura dos excertos acima reproduzidos mostram a dissensão havida, pela posição antagônica assumida em relação à necessidade dos devidos registros contábeis, pré vigência da DCOMP em outubro de 2002. Tratandose, como assoma dos autos, de fatos anteriores à data citada, a divergência restou exteriorizada. Em 20/08/2015, a contribuinte foi intimada do Acórdão nº 110100.402, do recurso especial da PGFN e do despacho que admitiu esse recurso, e em 03/09/2015, ela apresentou tempestivamente suas contrarrazões ao recurso da PGFN, com os seguintes argumentos: o v. acórdão recorrido encontrase em linha com o entendimento firmado por esta C. Câmara Superior de Recursos Fiscais, que por unanimidade de votos já confirmou acórdão idêntico ao ora recorrido, que igualmente cancelou o lançamento de débitos de IRPJ decorrente do mesmo Termo de Verificação que originou os débitos de CSLL em questão (Acórdão 9101001.302 Sessão de 24/12/2012); naquela ocasião, decidiu esta C. Câmara Superior de Recursos Fiscais por manter integralmente o acórdão proferido pela C. Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes que, por maioria de votos (vencido apenas o Conselheiro Marcos Rodrigues de Mello), julgou o lançamento improcedente; não obstante, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial em face do acórdão proferido pela C. 1ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF com o objetivo de restabelecer a exigência fiscal, pois, em seu entender, "ao deixar de registrar a alegada compensação na contabilidade, o contribuinte impediu não apenas o seu reconhecimento pelo fisco, mas a sua própria existência"; Fl. 284DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 6 5 contudo, "data máxima venia" o recurso especial da Fazenda Nacional sequer merece ser conhecido, e, caso conhecido, não merece ser provido pelos motivos a seguir expostos; DAS RAZÕES PARA O NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL DA INEXISTÊNCIA DE PARADIGMA QUANTO AO FUNDAMENTO ADOTADO PELO V. ACÓRDÃO RECORRIDO inicialmente cabe salientar que o recurso especial interposto pela Fazenda não merece ser admitido em razão de o paradigma ter se fundamentado em dispositivos legais absolutamente impertinentes ao caso concreto, versando questão de direito distinta, não havendo, assim, a imprescindível interpretação divergente de norma tributária para o conhecimento do recurso especial, até porque totalmente distinta a situação fática de ambos julgados; no caso dos autos, o Recorrido sofreu ação da fiscalização que culminou com a lavratura de auto de infração pelo qual lhe foi exigido o recolhimento de débito de CSLL de outubro de 1992; no caso concreto o Recorrido efetuou pagamento a maior do que o devido a título de CSLL, conforme constou de sua DIRPJ do anocalendário de 1991, de modo que realizou, nos termos do artigo 66 da Lei 8.383/91, a compensação de referidos créditos com o débito de CSLL de outubro de 1992, a qual foi devidamente comunicada à Fazenda Nacional por meio do pedido de desistência do pedido de restituição e da DIRPJ do anocalendário de 1992, sendo certo, ainda, que foi comprovado nos autos que este crédito não foi utilizado posteriormente em duplicidade; não obstante, a Fazenda Nacional lavrou o auto de infração para a cobrança do débito de CSLL de outubro de 1992 em decorrência da simples falta de contabilização da compensação, que foi apurada em razão da manutenção da obrigação tributária no passivo do Recorrido ao final do períodobase de 1992; assim é que, após a apresentação de impugnação e de recurso voluntário, foi proferido o v. acórdão recorrido, o qual analisou as obrigações formais para a realização da compensação estabelecida pelo artigo 66 da Lei n° 8.383/91, especialmente quanto à necessidade dos registros contábeis quando existentes outros elementos comprobatórios da operação; por outro lado, o acórdão indicado pela Fazenda Nacional como paradigma tratou de "solicitação de compensação da contribuição para o Programa de Integração Social PIS, referente ao período de apuração de 01/07/90 a 31/05/93", o qual restou indeferido pela Fazenda Nacional, "sob o fundamento de estar prescrito o direito de a contribuinte pleitear restituição de tributo pago indevidamente ou a maior pelo transcurso do qüinqüênio legal previsto no art. 168 do CTN", tendo em vista que "o pedido de restituição foi protocolado em 15/03/2001 e os supostos indébitos referirseiam a período anterior a 15/03/96"; o acórdão paradigma, pelo voto de qualidade, decidiu por negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, pois "o prazo para pedido de restituição é de cinco anos, contados da data do recolhimento indevido ou a maior que o devido, em face das Fl. 285DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 7 6 disposições dos arts. 150, §4º, e 168, do CTN, e 3º da Lei Complementar n° 118, de 9 de fevereiro de 2005", como se observa do voto do Conselheiro José Antonio Francisco, designado quanto à prescrição; assim, resta evidente que não há que se falar em dissidência de interpretação de norma jurídica, pois no acórdão paradigma foram analisados os artigos 150, parágrafo 4º, e 168, do CTN, e 3º da Lei Complementar n° 118/05, enquanto no caso concreto foi examinado apenas o artigo 66 da Lei n° 8.383/91, razão pela qual o recurso especial da Fazenda Nacional não merece ser conhecido; nem se argumente que a divergência estaria configurada em razão da seguinte passagem do voto do Conselheiro designado quanto à prescrição (trecho transcrito nas contrarrazões); primeiramente porque não há divergência de interpretação de uma mesma norma jurídica, conforme amplamente exposto acima; em segundo lugar, em razão da absoluta ausência de similitude fática entre o v. acórdão recorrido e o acórdão paradigma; com efeito, ambos acórdãos reconheceram expressamente que "sem a escrituração ou o registro da compensação pelo sujeito passivo ela, juridicamente, era inexistente e não produzia efeitos", como constou do acórdão paradigma. Assim, a solução de ambos os casos só foi distinta porque distinta era a situação fática de ambos; de fato, o acórdão paradigma tratou de hipótese em que o contribuinte não comprovou ter realizado a compensação, tendo sido expressamente consignado no voto do Conselheiro designado quanto à prescrição que "não constam dos autos evidência de que a recorrente tenha realizado tais compensações"; por outro lado, no caso dos autos restou comprovado que o Recorrido efetivamente realizou e registrou a compensação, conforme se infere do v. acórdão recorrido que expressamente assegurou estar "comprovada a formalização da desistência da restituição dos créditos e a informação da compensação na declaração de rendimentos"; para que não pairem dúvidas a este respeito, confirase as seguintes passagens do voto da Conselheira Edeli Pereira Bessa, relatora do acórdão recorrido (transcrição contida nas contrarrazões); assim, tornase indubitável que mesmo a aludida passagem do voto do acórdão paradigma suscitado pela Fazenda Nacional não se mostra hábil para demonstrar a divergência necessária ao processamento do recurso especial, uma vez que o v. acórdão recorrido partiu também daquela mesma premissa de direito, mas teve por base situação fática totalmente distinta daquela abordada no acórdão paradigma indicado pela Fazenda Nacional; com efeito, conquanto o acórdão paradigma teve por objeto hipótese em que não houve a comprovação da compensação, como claramente consignado em seu voto vencedor, no caso concreto restou comprovada a efetividade da compensação realizada pelo Recorrido; Fl. 286DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 8 7 como se vê, não pode ser mais patente a total ausência de similitude fática entre as duas situações, razão pela qual não merece ser conhecido o recurso especial da Fazenda Nacional, conforme pacífica jurisprudência desta Câmara Superior (ementas transcritas); DA INÉPCIA DO RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELA FAZENDA NACIONAL cabe salientar também que o recurso especial interposto pela Fazenda Nacional revelase "data venia" inepto por não impugnar os fundamentos do v. acórdão recorrido, sendo pacífica a jurisprudência no sentido de que recurso que não ataca os fundamentos da decisão recorrida sequer merece ser conhecido (decisão transcrita); no caso concreto, a Fazenda Nacional deixou de refutar os fundamentos do v. acórdão recorrido quanto à inaplicabilidade da Instrução Normativa SRF n° 67/92, bem como quanto aos demais elementos probatórios que levaram ao reconhecimento da compensação, limitandose apenas a citar os termos da Instrução Normativa SRF n° 67/92 e a suposta necessidade do registro contábil da compensação para a sua existência; com efeito, ao longo de todo o item de seu recurso especial, a Fazenda Nacional discorreu genericamente sobre o princípio da legalidade, bem como sobre as normas gerais que regem a compensação, destacando apenas a vedação contida na Instrução Normativa SRF n° 67/1992 de se compensar os créditos de IRPJ a serem restituídos automaticamente e a necessidade da escrituração contábil da compensação; ocorre que, conforme se observa do voto da I. Relatora do v. acórdão recorrido, a C. 1ª Turma da 1ª Câmara da 1ª Seção do CARF reconheceu a inaplicabilidade da Instrução Normativa SRF n° 67/92 para o caso concreto, pois, além de não ter constituído fundamento para a autuação, essa norma cuidou apenas de créditos de IRPJ; observase que a Fazenda Nacional não atacou os fundamentos do v. acórdão ora recorrido que afastaram a aplicação da Instrução Normativa SRF n° 67/92, mas apenas se restringiu a alegar a existência da referida norma quanto ao "imposto de renda das pessoas jurídicas". Aliás, analisando o recurso especial interposto, sequer é possível inferir a pertinência da Instrução Normativa SRF n° 67/92 ao caso concreto; quanto à alegação fazendária de necessidade do registro contábil para a existência da compensação, o v. acórdão recorrido não ignorou o fato de o Recorrido não ter contabilizado a compensação, mas, com fundamento nos demais elementos comprobatórios apresentado aos autos, reconheceu os seus efeitos para a extinção do débito de CSLL lançado; resta evidente que a Fazenda Nacional não se contrapôs novamente aos fundamentos do v. acórdão recorrido, pois a C. 1ª Turma da 1ª Câmara lª Seção do CARF, embora conhecedora da necessidade da escrituração contábil como regra, reconheceu a existência da compensação com base em outros elementos de prova. Isto é, deveria a Fazenda Nacional tentar demonstrar em seu recurso especial a impossibilidade de se considerar esses outros documentos para a comprovação da compensação, de modo que, não o fazendo, revela se inepto o seu recurso; Fl. 287DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 9 8 DA FALTA DE DEMONSTRAÇÃO ANALÍTICA DA DIVERGÊNCIA E DO CONSEQÜENTE DESATENDIMENTO AO PARÁGRAFO 6° DO ARTIGO 67 DO RICARF ainda que para argumentar se desconsidere tudo o que foi acima exposto, o recurso especial ora contrarazoado também não merece ser admitido já que a Fazenda Nacional "data venia" não demonstrou a divergência analítica entre o v. acórdão recorrido e o acórdão apontado como paradigma; a Fazenda Nacional, em todo o seu item pertinente ao "CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL", não fez uma só menção concreta aos fundamentos v. acórdão recorrido, tendo "cotejado" trechos do acórdão paradigma não com trechos do v. acórdão recorrido (como requer o parágrafo 6º do artigo 67 do RICARF), mas com afirmações próprias que no seu entender se aplicariam ao caso concreto (o que como será oportunamente demonstrado não ocorre); ao tentar demonstrar a divergência do v. acórdão recorrido com o acórdão paradigma, a Fazenda Nacional, depois de transcrever trechos do paradigma que no seu entender caracterizariam a divergência, em vez de contrapor os trechos do v. acórdão recorrido que a seu ver contrariariam a decisão paradigma para então demonstrar analiticamente a divergência, simplesmente inseriu um texto de sua própria autoria sobre o que entende ter sido o único fundamento do v. acórdão recorrido; contrariamente ao quanto afirmado pela Fazenda Nacional, no caso dos autos a não utilização do crédito em duplicidade não foi o único fundamento que levou à conclusão quanto à existência da compensação; a Fazenda Nacional simplesmente ignorou as "outras condutas" adotadas pelo Recorrido que fundamentaram o v. acórdão recorrido, tentando subsumir a questão tratada nos autos apenas à inocorrência da utilização em duplicidade do direito creditório para demonstrar a divergência de entendimento face ao acórdão paradigma, o que, à evidência, não se mostra presente no caso concreto; por não ter sido demonstrado o cotejo analítico entre o v. acórdão recorrido e o acórdão paradigma, o recurso especial da Fazenda Nacional não pode ser conhecido, por força do parágrafo 6º do artigo 67 do RICARF; contudo, ainda que fosse possível o conhecimento do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, o que se admite apenas argumentar, não há dúvidas de que o v. acórdão recorrido merece ser mantido em sua integralidade pelos motivos a seguir expostos; DAS RAZÕES PARA O NÃO PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF N° 67/92 a Fazenda Nacional alegou inicialmente no mérito de seu recurso especial que a Instrução Normativa SRF n° 67/92 ao regulamentar a compensação prevista no artigo 66 da Lei n° 8.383/91, "determinou em seu artigo 9º que os créditos relativos ao imposto de renda das pessoas jurídicas apurados em declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico, não seriam compensáveis"; Fl. 288DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 10 9 no entanto, de plano já se observa a impertinência da Instrução Normativa SRF n° 67/92 ao caso concreto, uma vez que o referido diploma infralegal não constituiu fundamento para a lavratura do auto de infração, conforme se observa do Termo de Verificação Fiscal, bem como do v. acórdão ora recorrido (texto transcrito); resta claro que a Instrução Normativa SRF n° 67/92 nesse momento não pode mais ser invocada como fundamento para o restabelecimento do auto de infração sob pena de se incorrer em inovação da fundamentação jurídica, em detrimento do direito de defesa do Recorrido; ademais, conforme admitido pela própria Fazenda Nacional, a vedação contida no artigo 9º da Instrução Normativa SRF n° 67/92 relativa à compensação de créditos apurados em declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico restringese apenas ao imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas; assim, é evidente que o referido dispositivo não se mostra pertinente ao caso concreto, que tem por objeto auto de infração para a cobrança de débitos de CSLL, como restou bem observado pelo v. acórdão recorrido; cabe ressaltar, ainda, que o artigo 66 da Lei n° 8.383/91 não previu nenhuma restrição quanto à compensação de créditos apurados na DIPJ, isto é, o artigo 9º da Instrução Normativa SRF n° 67/92 extrapolou os limites da regulamentação do referido dispositivo legal ao criar limitações ao direito de compensar não previstas anteriormente; por essa razão, concluise que a restrição prevista no artigo 9º da Instrução Normativa SRF n° 67/92 viola não só o princípio da legalidade assegurado pelos artigos 5º, inciso II, e 37, da Constituição Federal, mas também o próprio art. 66 da Lei n° 8.383/91 que, ao prever a compensação dos valores indevidamente recolhidos, não impôs qualquer limitação quanto aos créditos a serem utilizados; a jurisprudência do Conselho de Contribuintes é pacífica no sentido de ser ilegal a limitação criada pelo artigo 9º da Instrução Normativa SRF n° 67/92 à compensação dos créditos apurados na DIPJ (ementas transcritas); de se ressaltar que o Poder Judiciário também já reconheceu a ilegalidade da Instrução Normativa n° 67/92 (ementas transcritas); além disso, a Fazenda Nacional aduziu em seu recurso que "estabeleceu o art. 10 da IN 67/92, que o sujeito passivo deveria exibir à Receita Federal, enquanto não prescritas eventuais ações que lhe seriam pertinentes, a documentação comprobatória da compensação efetuada para controle da administração tributária"; a esse respeito, contudo, não é possível inferir o que pretendeu a Fazenda Nacional com tal alegação, já que, conforme consignado pelo próprio v. acórdão recorrido, restou "comprovada a formalização da desistência da restituição dos créditos e a informação da compensação na declaração de rendimentos''; finalmente, a Fazenda Nacional suscitou despretensiosamente que "a proibição de compensar os valores a serem restituídos automaticamente era uma exigência de ordem pragmática, pois havia grande dificuldade de evitar a duplicidade de aproveitamento do Fl. 289DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 11 10 crédito", muito embora tenha restado inconteste nos autos a não utilização do crédito em duplicidade, como assentado pelo v. acórdão recorrido; portanto, diante de a Instrução Normativa SRF n° 67/02 (i) não ter constituído fundamento do lançamento; (ii) ser aplicável apenas ao imposto de renda das pessoas jurídicas; e (iii) prever limitação não disposta no artigo 66 da Lei n° 8.383/91, resta patente a sua inaplicabilidade na hipótese dos autos, sendo certo ainda que o Recorrido apresentou a documentação comprobatória da compensação e não utilizou o crédito em duplicidade; DA COMPENSAÇÃO DA LEI Nº 8.383/91 quanto à suposta necessidade da escrituração contábil da compensação, a Fazenda Nacional ressaltou que "ao deixar de registrar a alegada compensação na contabilidade, o contribuinte impediu não apenas o seu reconhecimento pelo fisco, mas a sua própria existência"; a Fazenda Nacional, sem apontar qualquer fundamento legal, tentou afastar a compensação do débito ora exigido com base no descumprimento de um único requisito formal, olvidandose de todas as demais condutas de boafé adotadas pelo Recorrido para formalizar a compensação; com efeito, uma análise ainda que superficial dos autos demonstra a efetividade da compensação realizada e a boafé do Recorrido que detinha, em 31/12/1991, saldo de CSLL a restituir, devidamente declarado no formulário próprio da sua declaração de Rendimentos do ano base de 1991; em 30/11/1992, o Recorrido peticionou à Delegacia da Receita Federal desistindo do pedido de restituição consignado em sua Declaração de Rendimentos relativa ao anobase 1991, nos termos do artigo 11 da Instrução Normativa SRF n° 67/92, e informando que procederia como de fato fez à compensação daqueles créditos com o imposto vincendo, conforme previsto no artigo 66 da Lei 8.383/91; depreendese do referido dispositivo legal que foi facultado ao contribuinte credor da Fazenda Nacional a realização de compensação ou restituição do crédito de sua titularidade, sendo que a única restrição à compensação decorria da obrigatoriedade legal de que o encontro de contas se desse entre tributos e contribuições da mesma espécie; dessa forma, o Recorrido agiu nos exatos termos do artigo 66 da Lei n° 8.383/91 para a compensação do débito de CSLL de outubro de 1992: (i) possuía crédito decorrente de pagamento a maior do que o devido de CSLL; (ii) a compensação foi efetuada com exações da mesma espécie CSLL com CSLL; e (iii) a compensação foi feita por valores atualizados (créditos e débitos ) com base na variação da. UFIR; tais circunstâncias inclusive foram reconhecidas pelo v. acórdão recorrido (trecho transcrito); nesse passo, o Recorrido informou na Declaração de Imposto de Renda relativa ao anobase de 1992 que compensou no mês de outubro daquele ano o débito de 75.177,18 UFIR, cujo vencimento ocorreria justamente em 30/11/1992, com o crédito referente à CSLL a restituir declarada no ano anterior no valor de 138.542,02 UFIR, situação que, aliás, Fl. 290DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 12 11 foi constatada pela autoridade fiscal no Termo de Verificação Fiscal que acompanhou o auto de infração lavrado; ocorre, contudo, que embora o Recorrido tenha tido a cautela de desistir da restituição prevista na Declaração de Rendimentos de 1992 para realizar a compensação dos créditos dela decorrentes nos termos do artigo 66 da Lei 8.383/91, e informado a compensação efetivada na Declaração de Imposto de Renda do anocalendário de 1992, por um lapso deixou de contabilizar a operação; ou seja, como destacado no Termo de Verificação Fiscal, no presente caso a autuação decorre unicamente do fato de o Recorrido não ter registrado em sua contabilidade a compensação por ele efetuada, embora tenha informado à Receita Federal do Brasil todo o procedimento adotado, tanto por meio de sua DIRPJ do anobase de 1992, como antes mesmo disso, em razão da desistência do pedido de restituição em pecúnia do tributo pago a maior durante o anobase de 1991, exatamente com vistas a compensálo com os débitos vincendos; não bastasse o fato de o mero equívoco do contribuinte não constituir fato gerador de obrigação tributária, certo é que no caso concreto sequer existiu qualquer prejuízo à Fazenda Nacional em decorrência de referido equívoco, porque, como restou reconhecido, o crédito utilizado na compensação permaneceu intocado na contabilidade do Recorrido, sem qualquer utilização; em assim sendo, não se justifica a exigência fiscal pelo simples fato de não ter registrado na sua contabilidade a compensação efetuada, pois o Recorrido informou à Receita Federal do Brasil todos os procedimentos relacionados à compensação na DIRPJ, o que, em última análise, supriu a falha em sua escrituração contábil, tal como reconhecido à unanimidade por esta Câmara Superior de Recursos Fiscais nos autos do processo administrativo n° 10880.027640/9650, também de interesse do Recorrido, e que decorre do mesmo Termo de Verificação Fiscal ora impugnado, mas que teve por objeto o débito de IRPJ (transcrição contida nas contrarrazões); nesse sentido, cabe destacar que a jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem admitindo outros documentos como meios de prova das compensações realizadas sob a égide do artigo 66 da Lei n° 8.383/91 (ementa transcrita); portanto, diante de todos os elementos comprobatórios juntados aos autos e da boafé do Recorrido, é de rigor a manutenção do v. acórdão recorrido, que acertadamente reconheceu a compensação realizada, afastando a exigência fiscal do débito de CSLL relativo à competência de outubro de 1992; QUANTO À NECESSIDADE DE RETORNO DOS AUTOS À INSTÂNCIA "A QUO" NO CASO DE PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL por fim, cabe salientar que o v. acórdão recorrido deu provimento ao recurso voluntário por ter reconhecido a compensação do débito de CSLL em questão, tendo, dessa forma, acolhido a linha de argumentação exposta no item II do recurso voluntário interposto pelo ora Recorrido; ao assim fazêlo, restaram prejudicadas as demais alegações subsidiárias, formuladas pelo ora Recorrido na impugnação e no recurso voluntário, a saber: Fl. 291DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 13 12 (i) Impossibilidade de exigência da CSLL calculada sob a alíquota diferenciada de 15%, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia; (ii) descabimento da multa de ofício aplicada, tendo em vista que o Recorrido informou à Receita Federal do Brasil que efetuou o pagamento dos valores ora exigidos por compensação, tendo essa comunicação os mesmos efeitos de uma consulta formal, ou, quando menos, de uma denúncia espontânea; (iii) a legislação que rege a matéria somente autoriza a incidência de multa e juros sobre o valor atualizado do tributo ou da contribuição, isto é, impede o cálculo dos juros sobre o valor da multa; e finalmente (iv) os juros de mora jamais poderiam ser exigidos na dimensão pretendida, porque estão sendo calculados com base em percentual equivalente à taxa SELIC acumulada mensalmente, que além de ser figura híbrida, é fixada unilateralmente por órgão do Poder Executivo e, ainda, extrapola em muito o percentual de 1% previsto no art. 161 do CTN; dessa forma, ainda que para argumentar, caso o recurso especial interposto pela Fazenda Nacional seja conhecido e provido, deverão os autos do presente processo retornar ao órgão julgador "a quo" para que o mesmo se pronuncie a respeito das matérias acima apontadas, sob pena de cerceamento do direito de defesa; PEDIDO ante o exposto, pede e espera o Recorrido seja negado provimento ao recurso especial da Fazenda, caso não lhe seja antes negado seguimento, como medida de Direito e de Justiça; outrossim, na hipótese de ser dado provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, o que se admite apenas para argumentar, requer sejam os autos remetidos à C. Turma "a quo" para que se manifeste a respeito das questões de fato e de direito que então restaram prejudicadas por ocasião da prolação do v. acórdão recorrido, como exposto no item "III" acima. É o relatório. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 14 13 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. O presente processo teve por objeto lançamento a título de CSLL referente ao mês de outubro de 1992. O lançamento foi motivado pelo fato de a contribuinte ter pretendido quitar esta contribuição mediante compensação com crédito de CSLL decorrente de pagamento a maior que o devido no anobase anterior (1991). Em 27/11/1992, a contribuinte apresentou petição junto à DRF/São Paulo Centro Norte com a finalidade de formalizar sua desistência da restituição dos indébitos (de IRPJ e CSLL) consignados em sua DIRPJ do anobase de 1991, comunicando sua intenção de compensálos com futuros recolhimentos ao albergue do disposto no artigo 66 da Lei 8.383/91. A compensação com o débito de CSLL do mês de outubro/1992 foi posteriormente informada na Declaração de Ajuste Anual de Imposto de Renda Pessoa Jurídica do anobase de 1992. A fiscalização constatou que a contribuinte não realizou a necessária contabilização da mencionada compensação, razão pela qual efetuou o lançamento de ofício contido nestes autos, para exigência do débito de CSLL do mês de outubro de 1992. A controvérsia que se instaurou desde o início neste processo, e que chegou à segunda instância administrativa (acórdão recorrido), abrangeu análise dos aspectos formais para a realização da compensação estabelecida pelo artigo 66 da Lei n° 8.383/1991, no que toca especificamente ao exame da necessidade de registros contábeis quando existentes outros elementos comprobatórios da compensação. Vale registrar que, da mesma forma como mencionado acima para a CSLL, também houve lançamento a título de IRPJ em outros autos (processo nº 10880.027640/9650), cuja decisão, favorável à contribuinte, serviu como referência para o acórdão recorrido. É importante apresentar os fundamentos do voto que orientou o acórdão ora recorrido, referente ao lançamento de CSLL, da lavra da conselheira EDELI PEREIRA BESSA: É certo que, como bem expôs o I. Conselheiro Marcos Rodrigues de Mello no voto vencido inserto no Acórdão nº 10516.683, a compensação na vigência do art. 66 da Lei n° 8.383/91 era de índole escritural, efetivandose mediante o registro contábil da operação. Vejase: [...] Todavia, não há como ignorar que a contribuinte adotou várias outras providências no sentido de formalizar a compensação, sendo mais razoável concluir que houve um lapso ao deixar de liquidar a obrigação tributária Fl. 293DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 15 14 correspondente em seu passivo, e possivelmente também deixar de anular, no seu ativo, o direito de crédito utilizado. Não se está, aqui, frente a um sujeito passivo que simplesmente deixou de recolher tributo e, ante sua exigência de oficio, alega a existência de um crédito de mesma espécie cuja compensação justificaria a ausência dos recolhimentos nos períodos questionados. A autuada apresentou petição à DRF/São Paulo, desistindo da restituição do crédito apontado na DIRPJ do anobase 1991, e informando que procederia à mencionada compensação, inexistindo noticia de que algum ato administrativo contrário a esta pretensão lhe tenha sido cientificado antes de procedimento fiscal que resultou na presente exigência. Aliás, é duvidoso se haveria fundamento para a negativa daquela desistência, pois o citado dispositivo da Instrução Normativa SRF nº 67/92 que se prestaria como óbice, tratava apenas de créditos de IRPJ: [...] Assim, o caso em tela exige a aplicação de entendimento semelhante ao veiculado pelo I. Conselheiro Waldir Veiga Rocha ao redigir o voto vencedor do Acórdão 10516.683, a seguir reproduzido: Em que pese o bem elaborado e fundamentado voto do ilustre Relator, durante as discussões ocorridas por ocasião do julgamento do presente litígio surgiu divergência que levou à conclusão diversa. À época dos fatos de que trata o presente processo, o instituto da compensação tributária era regulado pelas disposições do art. 66 da Lei n° 8.383/1991, com a redação a seguir transcrita: [...] O que se observa, no caso em tela, é que o contribuinte preencheu as condições necessárias para a compensação, previstas em lei, quais sejam: (i) era titular de créditos de IRPJ e de CSLL, anteriores aos débitos que pretendeu compensar; (ii) Comunicou, formalmente, a Administração Tributária sobre a desistência da restituição automática dos créditos apurados em declaração, e sua intenção de compensálos com débitos tributários vincendos; (iii) os créditos e os débitos a serem compensados eram da mesma espécie. Além disso, consta do processo que os créditos estavam corretamente registrados em sua contabilidade, e que não foram utilizados para outra finalidade, entre o momento de sua apuração e o momento da lavratura do auto de infração ora discutido. Finalmente, o contribuinte fez constar em sua DIRPJ ex 93 / ac 92 a compensação pretendida. Durante o julgamento em primeira instância, a Autoridade Julgadora trouxe a baila a Instrução Normativa n° 67/1992, a qual, em seu artigo 9°, veda a compensação de créditos relativos ao imposto de renda das pessoas jurídicas apurados em Fl. 294DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 16 15 declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico. No art. 10, determina que o sujeito passivo deveria exibir a Receita Federal a documentação comprobatória da compensação efetuada para controle da administração tributária. O fundamento para a autuação, conforme Termo de Verificação de fl. 02, foi a falta da contabilização das compensações referidas. Por esse motivo foi efetuado o lançamento de oficio. Mas o fundamento invocado em primeira instância para mantêlo foi uma Instrução Normativa, a qual nem sequer havia sido mencionada no auto de infração. Atendose rigorosamente aos termos do lançamento original, este colegiado considerou falho o fundamento, insuficiente para manter o lançamento. A prevalecer tal entendimento, um contribuinte optante pelo lucro presumido, que somente escriturasse o livro Caixa ao qual está obrigado, jamais poderia efetuar uma compensação, posto que não teria contabilidade em que registrála. Assim, a mera falta de contabilização da compensação efetuada, principalmente em face das demais circunstâncias descritas para o caso concreto, levaram a Câmara a considerar improcedente o lançamento. Pelo exposto, a decisão do colegiado é pelo provimento integral do recurso voluntário. [...] Diante do exposto, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário e cancelar a exigência fiscal aqui veiculada. (grifos acrescidos) Em sede de recurso especial, a PGFN busca reverter essa decisão, defendendo o entendimento de que o registro contábil é procedimento essencial para que se possa reconhecer a regularidade da compensação realizada com base no art. 66 da Lei nº 8.383/1991. Para a admissibilidade de seu recurso especial, a PGFN indicou o Acórdão nº 20178857 como paradigma de divergência. Em sede de contrarrazões, a contribuinte apresentou preliminares de não conhecimento do recurso. Vêse que o referido paradigma tratou de situação envolvendo "solicitação de compensação da contribuição para o Programa de Integração Social PIS, referente ao período de apuração de 01/07/90 a 31/05/93", a qual restou indeferida pela Fazenda Nacional, "sob o fundamento de estar prescrito o direito de a contribuinte pleitear restituição de tributo pago indevidamente ou a maior pelo transcurso do qüinqüênio legal previsto no art. 168 do CTN", tendo em vista que "o pedido de restituição foi protocolado em 15/03/2001 e os supostos indébitos referirseiam a período anterior a 15/03/96". Fl. 295DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 17 16 A questão principal tratada nos autos do processo do acórdão paradigma era a prescrição do indébito, e foi no âmbito do exame dessa questão que se deram as considerações sobre os aspectos de formalização das compensações previstas no art. 66 da Lei nº 8.383/1991. Vale agora registrar os fundamentos do voto vencedor que orientou o acórdão paradigma: VOTO DO CONSELHEIRO JOSÉ ANTONIO FRANCISCO (DESIGNADO QUANTO À PRESCRIÇÃO) Argumentou a recorrente que a compensação de PIS com débitos do próprio PIS não exigiria "anuência" da Receita Federal. Em relação a esse aspecto, não há discordância. Entretanto, ainda que anteriormente às alterações da Medida Provisória nº 66, de 2002, que instituiu a declaração de compensação, a compensação sempre foi um ato jurídico positivo. No tocante à compensação de PIS com PIS, vigiam, à época, as disposições da Lei nº 8.383, de 1991, art. 66, e alterações posteriores, que permitiam ao sujeito passivo efetuar a compensação em sua escrituração. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que a mencionada disposição dirigiase ao sujeito passivo, que deveria escriturar a compensação contabilmente, de forma que ao Fisco caberia apenas a possibilidade de sua revisão em procedimento de fiscalização ou de cobrança, antes de ocorrer a homologação tácita. Entretanto, para que os efeitos da compensação ocorressem, ela deveria ser escriturada. Sem a escrituração ou o registro da compensação pelo sujeito passivo ela, juridicamente, era inexistente e não produzia efeitos. No caso, o efeito que naturalmente decorreria de tal modalidade de compensação seria a extinção do crédito tributário, por meio da homologação tácita. Entretanto, não demonstrada a realização contábil da compensação, para todos os efeitos legais, o débito é considerado não pago. Dessa forma, ou o sujeito passivo realizou a compensação, registrandoa em sua escrituração, situação que estaria sujeito ao prazo de homologação tácita, ou não a realizou, hipótese em que os débitos simplesmente estariam em aberto. No presente caso, não constam dos autos evidências de que a recorrente tenha realizado tais compensações, razão pela qual devem ser consideradas não realizadas. Dessa forma, o pedido de regularização da recorrente fica claramente prejudicado, uma vez que, cabendo a ela realizar as compensações contabilmente, nada comprovou. Como conseqüência, o pedido de regularização deve ser admitido como pedido de compensação, à vista de não terem sido efetuadas as compensações anteriormente. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 18 17 Entretanto, o pedido somente foi apresentado em 2001, enquanto que os créditos vão até o ano de 1995. O prazo para pedido de restituição é de cinco anos, contados da data do recolhimento indevido ou a maior do que o devido, em face das disposições dos arts. 150, § 4º, e 168, do CTN, e 32 da Lei Complementar nº 118, de 9 de fevereiro de 2005. Vejase que a posição adotada peio Superior Tribunal de Justiça de que o prazo de cinco anos iniciarseia a partir dos cinco anos previstos para a homologação tácita do lançamento revelase equivocada, em função da flagrante contradição com o principio da actio nata, informativo das regras que definem o inicio da contagem do prazo prescricional, e da consideração de que a extinção do crédito tributário, no caso do art. 150 do CTN, ocorreria sob condição suspensiva, quando na realidade a condição é resolutiva. No tocante ao entendimento adotado pela maioria desta Primeira Câmara, que é o de que a contagem iniciase na data da publicação da resolução do Senado Federal, observo que a Resolução do Senado Federal nº 49, de 1995, foi publicada em 10 de outubro de 1995, o que implica concluir que o pedido teria que ser apresentado até 10 de outubro de 2000 para ser considerado tempestivo. À vista do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (grifos acrescidos) São procedentes as preliminares de não conhecimento do recurso. O acórdão recorrido não deixou de reconhecer que a compensação na vigência do art. 66 da Lei n° 8.383/91 era de índole escritural, que ela se efetivava mediante o registro contábil da operação. Todavia, não deixou de ignorar que a contribuinte tinha adotado várias outras providências no sentido de formalizar a compensação. Nesse passo, o acórdão recorrido frisou que não se estava frente a um sujeito passivo que simplesmente deixou de recolher tributo e, ante sua exigência de oficio, veio alegar a existência de um crédito de mesma espécie cuja compensação justificaria a ausência dos recolhimentos nos períodos questionados. O acórdão recorrido destacou que a autuada apresentou petição à DRF/São Paulo, desistindo da restituição do crédito apontado na DIRPJ do anobase 1991, e informando que procederia à mencionada compensação, e que a autuada também fez constar em sua DIRPJ do anobase de 1992 a compensação pretendida. Nestes termos, a conclusão do acórdão recorrido foi no sentido de que a mera falta de contabilização da compensação efetuada, principalmente em face das demais circunstâncias descritas para o caso concreto, motivavam o cancelamento do lançamento. O acórdão paradigma, por sua vez, afirmou que "sem a escrituração ou o registro da compensação pelo sujeito passivo ela, juridicamente, era inexistente e não produzia efeitos", e que "o pedido de regularização da recorrente fica claramente prejudicado, uma vez que, cabendo a ela realizar as compensações contabilmente, nada comprovou". Fl. 297DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.027641/9612 Acórdão n.º 9101002.440 CSRFT1 Fl. 19 18 Vêse que no caso do acórdão paradigma não havia nenhum elemento adicional de informação/registro da compensação ao Fisco. Como visto, o debate, que se dava desde o início em torno da prescrição do indébito, tratou de aspectos formais da compensação no contexto de se verificar a possibilidade de afastamento da prescrição em relação à reivindicação do indébito (pedido apresentado em 2001), mas a conclusão foi de que nada comprovava a realização da chamada auto compensação (art. 66 da Lei 8.383/1991) em tempo hábil, pelo que restou mantida a decisão de prescrição do indébito. Tem razão a contribuinte em suas preliminares, quando alega que o acórdão recorrido, embora conhecedor da necessidade da escrituração contábil como regra, reconheceu a existência da compensação com base em outros elementos de prova, e que, sendo assim, deveria a Fazenda Nacional ter indicado paradigma que concluíse pela impossibilidade de se considerar esses outros documentos para a comprovação da compensação, o que não ocorreu. Restou evidenciado que o acórdão recorrido está baseado em circunstâncias específicas do caso concreto (como ele próprio esclarece ao final), circunstâncias essas que não estão presentes no caso tratado pelo acórdão paradigma, de modo que fica prejudicada a caracterização de divergência a ser sanada por processamento de recurso especial. Os contextos fáticos distintos justificam as diferentes decisões. Desse modo, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial da PGFN. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 298DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O
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