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Numero do processo: 11853.720324/2014-57
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE.
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
Numero da decisão: 2002-000.392
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2010 RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Recorrente MARIA DE LOURDES SOUZA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Súmula CARF nº63. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 85 3. 72 03 24 /2 01 4- 57 Fl. 132DF CARF MF Processo nº 11853.720324/201457 Acórdão n.º 2002000.392 S2C0T2 Fl. 133 2 Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (fls. 90/93), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual da contribuinte acima identificada, relativa ao exercício de 2011. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir de R$52.476,07 para saldo de imposto a pagar de R$0,08. A notificação noticia a omissão de rendimentos no valor de R$245.076,53, consignando que, para isenção do IR, a cegueira deveria ser total, nos dois olhos, mas a descrição da cegueira constante do laudo apresentado não estaria especificada, assim como a data de início das demais moléstias. Impugnação Cientificada à contribuinte em 19/7/2013, a NL foi objeto de impugnação, em 19/8/2013, às fls. 2/16 dos autos, na qual alega ser portadora de moléstia grave, requerendo, após citar jurisprudência sobre a matéria, o cancelamento da autuação. A impugnação foi apreciada na 19ª Turma da DRJ/SPO que, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente em decisão assim ementada (fls. 108/112): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. CONDIÇÕES. O reconhecimento da isenção prevista no RIR/99, art. 39, XXXIII (portadores de moléstia grave), requer o cumprimento de dois requisitos: rendimento ter natureza de aposentadoria, reforma ou pensão e comprovação, por meio de laudo médico oficial, da existência de doença mencionada na lei. O Laudo pericial que diagnostica a moléstia grave deve apontar a classificação completa, incluindo a data de aquisição e deve ser descrita de forma que imponha inequivocamente as condições previstas na Legislação que outorga isenção. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 19/11/2014 (fl. 116), a contribuinte, em 16/12/2014 (fl. 117), apresentou recurso voluntário, às fls. 119/124, no qual alega, em apertado resumo, que: seria acometida das moléstias graves as quais indica, sendo portadora de cegueira legal desde 23/8/2008. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 11853.720324/201457 Acórdão n.º 2002000.392 S2C0T2 Fl. 134 3 a decisão de piso teria se valido de argumento subjetivo para apontar que o laudo apresentado não conteria esclarecimentos suficientes, afrontando os princípios da isonomia e da dignidade da pessoa humana. ao final, requer o cancelamento da exigência. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito O lançamento recai sobre rendimentos recebidos pela recorrente da Câmara dos Deputados, os quais ela alega que seriam isentos por serem decorrentes de pensão e por ser ela portadora de moléstia grave. A autuação não acatou a isenção, aduzindo que, para isenção do IR, a cegueira deve ser total, o que não estaria evidenciado no laudo apresentado (fl.91). Por seu turno, a decisão de piso julgou a impugnação improcedente. Essa decisão busca o conceito de cegueira na Lei nº 3.298, de 1999, relacionada à Política Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consignando (fls.110/111): A definição legal sobre cegueira está no Decreto nº 3.298, de 1999, com a redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004: Art. 4o É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: (...) III deficiência visual cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) (...) grifos acrescidos Nesse contexto, importa destacar que o Laudo Pericial apresentado indica incapacidade mediante cardiopatia grave e alienação mental a partir da emissão do referido Laudo, entretanto, no que diz respeito à cegueira legal não há descrição esclarecedora se o tipo se enquadra no formato acima, restando Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11853.720324/201457 Acórdão n.º 2002000.392 S2C0T2 Fl. 135 4 prejudicada a análise quanto ao enquadramento à hipótese de isenção prevista na Lei. Por outro lado, se verifica em cognição direta do Relatório Médico de fls.39 que a contribuinte tem diagnóstico de CID 10 H401 que reporta a quadro de glaucoma primário com ângulo aberto(http://www.medicinanet.com.br/cid10/1676/h40_glaucom a.htm). ... Entendo que merece reparos à decisão de piso. A natureza dos rendimentos não foi questionada nem na autuação, nem na impugnação, restando comprovado que se trata de rendimento de pensão por morte, instituída em 1998 (fls.30/31). O laudo oficial encontrase à fl.27, tendo sido emitido em 20/12/2012. No documento, a junta médica afirma que a recorrente é portadora de cegueira legal, desde 28/3/2008, além de cardiopatia grave e alienação mental e incapacitante, sendo que para essas últimas não consta suas datas de início. No tocante à fundamentação da autuação, sobre a cegueira total, transcrevo a Súmula CARF nº 121, de observância obrigatória por este Colegiado: Súmula CARF nº 121 A isenção do imposto de renda prevista no art. 6º, inciso XIV, da Lei n.º 7.713, de 1988, referente à cegueira, inclui a cegueira monocular. Assim, essa questão encontrase superada. Quanto à isenção pleiteada, pertinente colacionar também a Súmula CARF nº 63: Súmula CARF nº 63 Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. No caso dos autos, o laudo médico já mencionado, expedido pelo Serviço de Perícia Médica da Câmara dos Deputados, atesta que a recorrente é portadora de cegueira desde 28/3/2008. Tratase de laudo emitido por serviço médico oficial e que concluiu pela existência de doença elencada no artigo 6º, incisos XIV e XXI, da Lei nº 7.713, de 1988. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 11853.720324/201457 Acórdão n.º 2002000.392 S2C0T2 Fl. 136 5 Assim, nos termos da legislação tributária, restam preenchidos todos os requisitos e a recorrente faz jus ao benefício da isenção sobre seus rendimentos de pensão no anocalendário 2010, ora em análise. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 136DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.735806/2012-38
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE DE PESSOA JURÍDICA EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO TRABALHISTA. DEDUÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Os rendimentos recebidos acumuladamente, após a edição da Lei nº 12.350/10, são tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, devendo ser informados em campo próprio da declaração de ajuste anual. Alternativamente, mediante opção irretratável do contribuinte, os rendimentos poderão integrar a base de cálculo do imposto de renda na declaração de ajuste anual do ano calendário do recebimento. Na ausência de opção pelo contribuinte, aplica-se a regra geral de tributação exclusiva na fonte. Dedução legalmente permitida de despesas para obtenção dos resultados em ação judicial, especialmente com honorários advocatícios e pericias técnicas.
Numero da decisão: 2001-000.820
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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DEDUÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Os rendimentos recebidos acumuladamente, após a edição da Lei nº 12.350/10, são tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, e em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, devendo ser informados em campo próprio da declaração de ajuste anual. Alternativamente, mediante opção irretratável do contribuinte, os rendimentos poderão integrar a base de cálculo do imposto de renda na declaração de ajuste anual do ano calendário do recebimento. Na ausência de opção pelo contribuinte, aplicase a regra geral de tributação exclusiva na fonte. Dedução legalmente permitida de despesas para obtenção dos resultados em ação judicial, especialmente com honorários advocatícios e pericias técnicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 73 58 06 /2 01 2- 38 Fl. 85DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e Jose Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, referente a rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica em decorrência de ação judicial. O lançamento da Fazenda Nacional exige do contribuinte a importância de R$ 46.972,76, a título de imposto de renda pessoa física suplementar, acrescida da multa de ofício de 75% e juros moratórios, referente ao anocalendário de 2009. A fundamentação da autuação, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta como elemento definidor da lavratura do lançamento o fato de que o Recorrente não comprovou o efetivo recolhimento do valor referente a IRRF declarado na DAA e omissão de rendimentos por declaração de valor líquido recebido. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente na falta de comprovação dos valores totais e valores líquidos declarados com a correspondente dedução de honorários advocatícios, razão da ação judicial bem sucedida, que resultou no pagamento realizado de forma acumuladamente, o que foi verificado na DAA, como segue: Tratase de Notificação de Lançamento (fls. 06 e ss) em nome do sujeito passivo em epígrafe, decorrente de procedimento de revisão da sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF), em que foram apuradas a(s) seguinte(s) infração(ões): 1. Compensação Indevida de Imposto Retido na Fonte, no valor de R$ 50.037,46, conforme fl. 07. Inicialmente, cabe registrar que entendo que a eventual omissão da fonte pagadora em apresentar DIRF, ou recolher o imposto retido, tratamse de infrações cuja responsabilidade é exclusiva da fonte pagadora. Portanto, cabe ao contribuinte comprovar a retenção sofrida, bem como se os rendimentos correspondentes integraram a base de cálculo do imposto, nos termos do inciso IV do art. 87 do Decreto nº 3.000, de 1999. Da análise da certidão de cálculos de fl. 10 e da guia e alvará juntados às fls. 44/45, verificase que o mesmo tinha a receber a importância bruta de R$ 194.138,13, tendo sido descontado o valor de R$ 50.037,46, como IRRF. Todavia, verificase que o mesmo declarou a importância de R$ 143.757,13, como rendimentos tributáveis referentes à ação trabalhista, tendo deduzido os valores declarados como pagos a advogados de R$ 50.381,00, conforme consta em sua DIRPF de fl. 20. Todavia, não foram trazidos aos autos documentos que comprovassem a dedução efetuada pelo contribuinte, da base de Fl. 86DF CARF MF Processo nº 11080.735806/201238 Acórdão n.º 2001000.820 S2C0T1 Fl. 86 3 cálculo declarada. Ressaltase que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução. Desta forma, considerando os valores constantes na documentação apresentada pelo contribuinte, entendo que a base de cálculo que deveria ter sido declarada pelo mesmo, seria de R$ 194.138,13, correspondente ao IRRF apurado. Ressaltase, ainda, que, em pesquisa aos sistemas internos da RF, se confirma o pagamento do DARF apresentado, conforme abaixo: (...) Portanto, cabível a dedução do valor retido de R$ 37.052,18 ((143.757,10/194.138,10)x50.037,46), correspondente ao rendimento tributável declarado de forma proporcional, devendo ser mantida a glosa de R$ 12.985,28. (...) Diante do acima exposto, voto no sentido de julgar procedente em parte a impugnação, razão pela qual deve ser mantido o Imposto Suplementar Apurado de R$ 9.920,58, a ser acrescido de multa de mora de 20% e juros de mora. Assim, conclui o acórdão vergastado pela procedência parcial da impugnação para manter a infração apurada pela autoridade lançadora no valor de R$ 9.920,58. Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) Descrevo o Auto de lançamento decorrente do processo de revisão de Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIPF), que fora apurada compensação “indevida” de Imposto de Renda Retido na Fonte. Apresentou impugnação que fora “parcialmente” procedente, mantido o auto sob o argumento de omissão de rendimentos decorrentes de dedução indevida de parte do IRRF comprovadamente recolhido. No entanto a glosa parcial é indevida, representa enriquecimento ilícito do estado que efetivamente recebeu o imposto de renda que era tratado no processo. Conforme se verá nos pontos subsequentes, verificase que o recorrente percebeu valores decorrentes de Reclamatória Trabalhista no montante de R$ 143.757,13 de rendimentos tributáveis que, deduzidos os honorários pagãos ao advogado que patrocinou a demanda (R$ 50.381,00), resultam nos valores declarados. Fl. 87DF CARF MF 4 A questão posta pela autuação é a comprovação do recolhimento de IRRF que fora integralmente comprovado, fato que por si só seria suficiente para acolhimento integral da impugnação com cancelamento da exigência fiscal. No entanto, em julgamento pela DRJ após diligência fiscal, a decisão veio em linha com glosa proporcional de IRRF, sob justificativa de despesa com honorários, fato que sequer era objeto de discussão. (...) Por seu turno, os honorários advocatícios despendidos pelo impugnante para a percepção dos rendimentos foi inferior aos rendimentos exclusivamente tributários recebidos, de modo que, nos temos do que já decidiram o CARF e a Câmara Superior, os valores apontados são dedutíveis em sua integralidade. De se destacar que a redação dos Arts. 56, do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/99) e do Art. 12A, § 2º, da Lei 7.713/88 não só permitem a dedução da despesa havida como os honorários advocatícios no caso de rendimentos recebidos acumuladamente, como não fazem qualquer alusão à proporcionalidade aplicada. (...) Não se verifica na legislação qualquer observação acerca da proporcionalidade aplicada pela fiscalização no caso concreto, de modo que, repitase, os valores pagos pelo impugnante a título de honorários advocatícios aos advogados que patrocinaram seus interesses em ação judicial, da qual percebeu os rendimentos recebidos acumuladamente, são integralmente dedutíveis, haja vista que não superam o valor das verbas tributáveis recebidas, tampouco encontrando vedação legal para tanto. Inexiste, portanto a omissão apontada pela fiscalização a justificar a glosa do IRRF comprovadamente recolhido, haja vista que decorre da interpretação da fiscalização de que a dedutibilidade dos honorários pagos pelo contribuinte deve ser proporcional aos rendimentos tributáveis, o que não encontra respaldo na legislação, tampouco nas decisões antes reproduzidas prolatadas pelo CARF e pela Câmara Superior, a permitir a dedução integral dos honorários contratuais na forma como realizada pelo impugnante. Desta forma, merece provimento o Recurso Voluntário, a fim de que seja reconhecida a possibilidade de dedução integral dos honorários advocatícios pelo contribuinte em ação trabalhista afastandose a glosa considerada pela decisão. Á vista de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da decisão proferida no Acórdão 1291193 11ª Turma da DRJ/RJO, espera e requer o recorrente seja reformada a decisão atacada para o fim de se cancelar a exigência integralmente. É o relatório. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 11080.735806/201238 Acórdão n.º 2001000.820 S2C0T1 Fl. 87 5 Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O Recorrente alega em sua manifestação recursal que os rendimentos objeto de lançamento são oriundos de complementação remuneratória fruto de ação judicial bem sucedida que resultou no recebimento de valor realizado acumuladamente, razão de sua informação na DAA apresentada oportunamente. Por sua vez, a Autoridade Autuante afirma no Termo Circunstanciado que a “Notificação de Lançamento decorre da verificação de Compensação Indevida de IRR”, motivação que diverge dos termos da decisão do Acórdão da DRJ ora contestado. No referido Termo Circunstanciado além da definição clara da motivação da lavratura do Lançamento que o fisco entendia tratarse de compensação indevida do IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte, também consta o descritivo que sustenta tal propositura, fls. 30/31, como segue: O contribuinte contesta a Notificação de Lançamento alegando que o valor do IRRF glosado descontado por ocasião do pagamento de verbas trabalhistas em ação judicial, processo nº 00991.004/027, no ano de 2009. Não foi apresentada DIRF pela fonte pagadora. O interessado informa ainda que as verbas trabalhistas foram pagas em parcelas. Apresenta certidão de cálculos da referida ação judicial e cópia da DARF com valor declarado. No mesmo despacho o Fisco afirma não ter encontrado em seu sistema o registro do recolhimento da DARF apresentada. Ocorrência informada de forma contrária no Acórdão da DRJ que diz ter localizado o registro no sistema da Receita Federal, do efetivo recolhimento de R$ 50.037,46, representado pela guia de arrecadação juntada aos autos por ocasião da impugnação, nos seguintes termos: Ressaltese, ainda, que, em pesquisa aos sistemas internos da RF, se confirma o pagamento da DARF apresentado, conforme abaixo: O requisito de natureza legal conforme disposto na legislação tributária que rege a questão dos rendimentos recebidos acumuladamente – RRA, especialmente o art. 12A da Lei nº 7.713, de 1988, com a redação da Lei nº 12.350, de 2010, assim estabelece: Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anos calendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Fl. 89DF CARF MF 6 § 1º O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. § 2º Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. § 3º A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 4º Não se aplica ao disposto neste artigo o constante no art. 27 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, salvo o previsto nos seus §§ 1º e 3º. § 5º O total dos rendimentos de que trata o caput, observado o disposto no § 2º, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do anocalendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. § 6º Na hipótese do § 5º, o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual. (...) § 9º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará o disposto neste artigo. Na observância do dispositivo acima, concluise que tais rendimentos passaram a ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento. Porém o § 5º, por sua vez, autoriza ao Contribuinte, de forma irretratável, a optar por levar tais rendimentos ao ajuste anual na DAA. Quanto ao IRRF respectivo, cabe aqui observar que ele deve ser calculado de modo diferenciado, em conformidade com o já reproduzido § 1º do art. 12A, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. Assim sendo, cabe analisar o que dispõe a IN RFB nº 1.127/11, que veio disciplinar o art. 12A da Lei no 7.713/88, conforme previsto no § 9º, da seguinte forma: Fl. 90DF CARF MF Processo nº 11080.735806/201238 Acórdão n.º 2001000.820 S2C0T1 Fl. 88 7 Art. 7ºA Na hipótese em que a pessoa responsável pela retenção de que trata o caput do art. 3º não tenha feito a retenção em conformidade com o disposto nesta Instrução Normativa ou que tenha promovido retenção indevida ou a maior, a pessoa física beneficiária poderá efetuar ajuste específico na apuração do imposto relativo aos RRA na DAA referente ao anocalendário correspondente, do seguinte modo: I a apuração do imposto será efetuada: a) em ficha própria; b) separadamente por fonte pagadora e para cada mêscalendário, com exceção da hipótese em que a mesma fonte pagadora tenha realizado mais de um pagamento referente aos rendimentos de um mesmo anocalendário, sendo, neste caso, o cálculo realizado de modo unificado; e II o imposto resultante da apuração de que trata o inciso I será adicionado ao imposto apurado na DAA, sujeitandose aos mesmos prazos de pagamento e condições deste. § 1º Aplicase o disposto no caput à hipótese de que trata o § 3º do art. 13A. § 2º A faculdade prevista no caput será exercida na DAA relativa ao anocalendário de recebimento dos RRA, e deverá abranger a totalidade destes no respectivo anocalendário. Da análise do caput desse dispositivo constatase que o beneficiário do rendimento pode efetuar um ajuste específico na apuração do imposto relativo ao RRA, por meio de ficha própria na declaração de ajuste, ao preencher a ficha dos Rendimentos Tributáveis de Pessoa Jurídica Recebidos Acumuladamente pelo Titular, com os valores dos rendimentos, do IRRF, e do nº de meses a que se referem os valores. Assim que, o Contribuinte efetuou sua declaração do Imposto de Renda considerando os rendimentos na forma que a legislação lhe permite e com a dedução dos valores pagos a título de despesas com honorários advocatícios. O exame do caso aponta de maneira fulcral para a divergência entre a motivação do Lançamento e o tratamento dado na decisão do Acórdão da DRJ aqui vergastado, quando, nesta última ação administrativa de julgamento de primeira instância mantém a glosa de parte do recolhimento de R$ 50.037,46, como proporção referente a R$ 143.757,10, entendendo que o total dos rendimentos era de R$ 194.138,10. O Recorrente confirma desde o início da lide que informou como rendimentos recebidos de Pessoa Jurídica o valor de R$ 143.757,13 e a respectiva retenção de IRRF de R$ 50.037,46, valores confirmados pela apresentação de documentação comprobatória na fase de impugnação, fls. 10 e 11 dos autos. O documento oficial de cálculo e definição dos valores para o pagamento ao Recorrente estão apresentados em demonstrativo da 4ª Vara do Trabalho de Porto Alegre – Sistema de Informação para Foros do Trabalho – Justiça do Trabalho – Rio Grande do Sul, da Fl. 91DF CARF MF 8 seguinte forma: Total Reclamante R$ 194.138,13 Liquido Reclamante... R$ 144.100,67, neste valor líquido pago ao Contribuinte já descontado o IRFF e recolhido de R$ 50.037,46. O contribuinte informou em sua DAA o valor total de R$ 143.757,10, fl. 17, já com a dedução legalmente permitida pela legislação dos honorários advocatícios de R$ 50.381,00, fl. 20 dos autos, (R$ 194.138,10 – R$ 50.381,00) de forma correta e devidamente demonstrada pelos documentos juntados ao processo. Assim que qualquer deficiência de formalidade ocorrida na informação de valores não causou qualquer lesão ao fisco tendo em vista que o valor do IRRF foi calculado sobre o valor total e comprovadamente recolhido no momento próprio. Constatase afirmativamente que pela documentação acostada aos autos o Recorrente procedeu de forma correta e logrou exitosamente comprovar o alegado desde a fase de impugnação, razão pela qual se considera indevida a glosa mesmo que parcial, referente a valores efetivamente recolhidos na sua totalidade. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito DAR PROVIMENTO, razão pela qual se faz imperioso o cancelamento do lançado na sua integralidade. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 92DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10735.720022/2005-71
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1997 a 30/06/2003
PRESCRIÇÃO DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. CONTAGEM DO PRAZO. LEI COMPLEMENTAR N.º 118/2005.
Para os pedidos de restituição/compensação formalizados após 08/06/2005 a contagem do prazo de cinco anos para repetição de indébito inicia-se a partir da data do pagamento indevido do tributo ou contribuição. Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n.º 566.621/RS, STF. Súmula CARF n.º 91.
Numero da decisão: 1002-000.476
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Angelo Abrantes Nunes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva, Leonam Rocha de Medeiros, Breno do Carmo Moreira Vieira e Angelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: ANGELO ABRANTES NUNES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva - Presidente. (assinado digitalmente) Angelo Abrantes Nunes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva, Leonam Rocha de Medeiros, Breno do Carmo Moreira Vieira e Angelo Abrantes Nunes.
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CONTAGEM DO PRAZO. LEI COMPLEMENTAR N.º 118/2005. Para os pedidos de restituição/compensação formalizados após 08/06/2005 a contagem do prazo de cinco anos para repetição de indébito iniciase a partir da data do pagamento indevido do tributo ou contribuição. Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n.º 566.621/RS, STF. Súmula CARF n.º 91. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Angelo Abrantes Nunes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva, Leonam Rocha de Medeiros, Breno do Carmo Moreira Vieira e Angelo Abrantes Nunes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 72 00 22 /2 00 5- 71 Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10735.720022/200571 Acórdão n.º 1002000.476 S1C0T2 Fl. 150 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão proferida pela 1.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I RJ (DRJ/RJ1) mediante o Acórdão n.º 1249.267, de 05/09/12 (efls. 133 a 135). O relatório elaborado por ocasião do julgamento em primeira instância sintetiza bem o ocorrido, pelo que peço licença para transcrevêlo, a seguir, complementandoo ao final. [...] Versa este processo sobre restituição/compensação. A DRF/Nova Iguaçu, através do Despacho Decisório – Parecer Conclusivo nº 20/2011 (fls. 56/57), deferiu o pedido de cancelamento da DCOMP 03394.03447.140205.1.3.541240 e, em face da inexistência de direito creditório (indicado no processo 13748.000156/200511 e negado através do Parecer nº 780/2009), não homologou as DCOMP 35894.05294.121104.1.3.549003, DCOMP 00019.75978.151204.1.3.542108, DCOMP 05014.82111.140205.1.3.541317, DCOMP 20533.74124.171109.1.3.044003 e DCOMP 31511.76360.140205.1.3.547583. O interessado, cientificado em 27/12/2011 (fl. 63), apresentou, em 13/01/2012, a manifestação de inconformidade de fls. 64/70 (ratificada pela de fls. 112/118). Nesta peça, pede a suspensão da exigibilidade e alega, em síntese, que: operouse a homologação tácita das DCOMP 35894.05294.121104.1.3.549003, DCOMP 00019.75978.151204.1.3.542108, DCOMP 05014.82111.140205.1.3.541317 e DCOMP 31511.76360.140205.1.3.547583, tendo em vista o esgotamento do prazo de 5 anos fixado pelo § 5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/1996; a decisão deve ser reformada, pois o direito creditório pleiteado no processo de restituição nº 13748.000156/200511 encontrase em plena discussão administrativa. [...] A Turma julgadora da DRJ/RJ1 verificou que o processo n.º 13748.000156/200511 já havia sido arquivado, ou seja, finalizada a discussão administrativa, tendo sido mantido o teor do Despacho Decisório n.º 780/2009, que não admitiu o Pedido de Restituição. Importam os seguintes trechos do voto condutor do Acórdão da DRJ, verbis: [...] Entretanto, consultando o Sistema Decisões, verifiquei que o processo nº 13748.000156/200511 encontrase encerrado na esfera administrativa, conforme Despacho Decisório SRRF07/DISIT nº 13/2012, ora juntado às fls. 122/132, que manteve o Despacho Decisório Parecer nº 780/2009, que não reconheceu o Pedido de Restituição (pretendendo o reconhecimento de alegado direito creditório referente Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10735.720022/200571 Acórdão n.º 1002000.476 S1C0T2 Fl. 151 3 ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, que teria sido recolhido a maior no período compreendido entre o 1º trimestre de 1997 e o 2º trimestre de 2003). [...] Não obstante, a razão pela qual a primeira instância administrativa negou provimento ao recurso foi ter transcorrido prazo decadencial para que fosse postulado direito creditório, nos termos do art. 168, inciso I, do CTN. Assim se posicionou a DRJ/RJ1, a respeito: [...] Observase que, quando da transmissão da DCOMP 20533.74124.171109.1.3.044003 (transmitida em 17/11/2009), já havia decorrido o prazo decadencial (art. 168, I, do CTN) para pleitear direito creditório referente ao IRPJ que teria sido recolhido a maior no período compreendido entre o 1º trimestre de 1997 e o 2º trimestre de 2003. Deste modo, somente seria viável esta DCOMP se o direito creditório tivesse sido reconhecido através de pedido de restituição formulado tempestivamente e reconhecido como válido. [...] Discordando da decisão de piso, o contribuinte apresentou, em 28/09/2012, recurso voluntário alegando essencialmente que o prazo decadencial para efeito de direito à restituição/compensação iniciase a partir da data da homologação, seja esta expressa ou tácita. É a tese dos "5 + 5", já exaustivamente enfrentada no âmbito dos julgamentos no CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Angelo Abrantes Nunes, Relator. O presente recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. É preciso registrar que, embora a matéria não tenha sido aventada na manifestação de inconformidade, tratase de fundamento de direito trazido ao processo pela decisão ora recorrida, e que se revelou decorrência inafastável e direta do reconhecimento da inexistência de direito creditório provindo do processo n.º 13748.000156/200511, o que permite a replicação em contradita sobre o tema, pelo recorrente, uma vez que o recurso voluntário visa à reforma da decisão incluindo as razões de decidir desta, e o contexto fático deste processo demonstra relação de dependência entre a) a defesa prévia que se apoiava no não esgotamento da discussão administrativa do processo n.º 13748.000156/200511 e b) a prescrição despontada a partir da conclusão, em contrário, pelo esgotamento. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10735.720022/200571 Acórdão n.º 1002000.476 S1C0T2 Fl. 152 4 Passamos à análise dos fundamentos indicados para a reforma da decisão recorrida, conforme constam do recurso voluntário. Primeiro digase que no recurso interposto o recorrente não se opõe à constatação da DRJ/RJ1 quanto ao fim da discussão administrativa que havia no processo n.º 13748.000156/200511, restando somente em seu arrazoado as alegações dirigidas ao assunto decadência do direito de pleitear a restituição/compensação. Pretende o recorrente combinar o artigo 142 com o 150, § 4.º, do CTN, para que seja considerada a data de 31/07/2013 como o prazo fatal para que fosse enviado o pedido de restituição, em contraposição ao prazo ilustrado pela Turma recorrida como o mais estendido possível, 31/07/2008, tendo o referido colegiado salientado que o direito creditório apontado pelo recorrente diz respeito ao período que se estende do 1.º trimestre de 1997 até o 2.º trimestre de 2003, e a DCOMP fora transmitida em 17/11/2009, mais de cinco anos após. No caso de prescrição da repetição de indébito a mensuração do prazo tem sua contagem diferenciada conforme a data do pedido. Em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação e pagos antecipadamente, o termo de início da contagem do prazo prescricional de 5 (cinco) anos começa a fluir (a) a partir da data da homologação tácita ou expressa do pagamento no caso de a petição de indébito ter sido formalizada até 08/06/2005 ou (b) a partir da data do pagamento antecipado e indevido de tributo no caso de a petição de indébito ter sido formalizada a partir dessa data1. Este é o entendimento constante nas decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Repercussão Geral no Recurso Extraordinário nº 566.621/RS2, e na Repercussão Geral no Recurso Extraordinário n.º 561.908/RS3, que devem ser reproduzidos pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF4. Nessa esteira foi publicada a Súmula CARF n.º 91, cujo teor reproduzo abaixo: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Como o caso abrangido pelos autos se refere a Pedido de Restituição/Compensação enviado em 17/11/2009, bem após 08/06/2005, entendese, na forma da jurisprudência vinculatória citada, decaído o direito de pleitear a restituição/compensação. 1 1 Fundamentação legal: arts. 165 e 168 do CTN e LC n.º 118/2005. 2 2 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário de n.º 566621/RS. Ministra Relatora: Ellen Gracie. Plenário, Brasília, DF, 4 de agosto de 2011. Disponível em: <http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28566621.NUME.%20E%20RE.SCLA.%29 &base=baseAcordaos&origemBusca=MeritoRG>. Acesso em 05/10/2018. 3 3 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Repercussão Geral em Recurso Extraordinário n.º 561908/RS. Ministro Relator: Marco Aurélio. Plenário, Brasília, DF, 16 de agosto de 2011. Disponível em: <http://stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE+566621%29&base=baseRepercussao& url=http://tinyurl.com/y9e8278b>. Acesso em 05/10/2018. 4 Art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), Portaria MF n.º 343/2015. Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10735.720022/200571 Acórdão n.º 1002000.476 S1C0T2 Fl. 153 5 O recorrente traz no corpo de seu recurso jurisprudência administrativa e decisões judiciais anteriores às decisões do STF citadas, e que não vinculam este órgão julgador, motivo pelo qual deixam de ser consideradas. Os entendimentos jurisprudenciais somente se revestirão de observância obrigatória nas situações do já referido art. 62 do RICARF, e, quando a lei lhes atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso5. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. No sentido de tudo que foi exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, mantendose in totum a decisão de primeira instância. É como voto. (assinado digitalmente) Angelo Abrantes Nunes Relator. 5 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 153DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.911557/2009-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
PER/DCOMP. CANCELAMENTO. DESPACHO DECISÓRIO.
Existe impedimento para o cancelamento do pedido de compensação (PER/DCOMP), após o respectivo despacho decisório. Entretanto, haverá a revisão da citada declaração compensação no âmbito do Processo Administrativo Fiscal (PAF), quando comprovada a inexistência do débito, apurado pelo regime do lucro real, mediante documentos hábeis e idôneos.
OPÇÃO PELO REGIME DE TRIBUTAÇÃO. IRRETRATABILIDADE.
A opção pelo regime de tributação é irretratável para todo ano-calendário, prevalecendo a primeira pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES.
Numero da decisão: 1201-002.609
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10783.911556/2009-63, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa. Ausente, justificadamente, o conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 PER/DCOMP. CANCELAMENTO. DESPACHO DECISÓRIO. Existe impedimento para o cancelamento do pedido de compensação (PER/DCOMP), após o respectivo despacho decisório. Entretanto, haverá a revisão da citada declaração compensação no âmbito do Processo Administrativo Fiscal (PAF), quando comprovada a inexistência do débito, apurado pelo regime do lucro real, mediante documentos hábeis e idôneos. OPÇÃO PELO REGIME DE TRIBUTAÇÃO. IRRETRATABILIDADE. A opção pelo regime de tributação é irretratável para todo anocalendário, prevalecendo a primeira pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator do processo paradigma. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10783.911556/200963, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 91 15 57 /2 00 9- 16 Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10783.911557/200916 Acórdão n.º 1201002.609 S1C2T1 Fl. 3 2 (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa. Ausente, justificadamente, o conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães. Relatório O contribuinte interpôs seu tempestivo Recurso Voluntário, considerando que acórdão recorrido, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, ratificou o Despacho Decisório, não homologando a Declaração de Compensação (DCOMP) de pagamento indevido (código: 6106 SIMPLES). De acordo com referido Despacho Decisório,"a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP." Entretanto, o contribuinte argumenta que mencionado PER/DCOMP não proporcionou qualquer efeito, requerendo seu cancelamento, não havendo tributo devido pelo regime do Lucro Real, em síntese, considerando: (i) Em janeiro de 2005, o contribuinte formalizou sua opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, inclusive recolhendo o valor devido sobre esse regime simplificado; (ii) Em maio de 2006, data prevista para transmissão da declaração anual simplificada, a Receita Federal do Brasil ainda não havia se pronunciado sobre o pedido do contribuinte, permanecendo no seu cadastrado como "NÃO OPTANTE" do regime diferenciado; (iii) Receando a imposição de multa pela falta de entrega da declaração simplificada, o contribuinte modificou sua escrituração contábil para o regime do Lucro Real, possibilitando a transmissão da respectiva Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); (iv) O pagamento indevido originou dos recolhimentos dos Simples Federal (código: 6106), enquanto não confirmada a opção pela Receita Federal do Brasil, efetivando as respectivas compensações (PER/DCOMPs) com IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, apurados pelo Lucro Real; (v) Em julho de 2006, a Receita Federal do Brasil deferiu o pedido do contribuinte de opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, com vigência a partir de janeiro de 2005; (vi) Assim sendo, confirmada a opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, retroagindo a janeiro de 2005, não houve pagamento indevido (código: 6106), nem qualquer tributo devido pela apuração do Lucro Real, prevalecendo a sistemática do regime simplificado e determinando o cancelamento dos referidas PER/DCOMPs. É o relatório. Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10783.911557/200916 Acórdão n.º 1201002.609 S1C2T1 Fl. 4 3 Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1201002.608, de 16/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10783.911556/2009 63, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1201002.608): O acórdão recorrido identificou "que a interessada não manifesta inconformidade contra o não reconhecimento do direito creditório e faz pleito de cancelamento de compensação à DRJ/RJO1, bem como da consequente anulação do débito constante do respectivo despacho decisório, sendo que, como adiante será demonstrado, não seria a DRJ a esfera competente para apreciação da respectiva demanda." prosseguindo que "tendo em vista suas idas e vindas pelas sistemáticas de apuração do lucro, é meu dever esclarecer que, de acordo com a legislação a que esta Relatora está submissa e que rege a matéria, adotada a forma de apuração do IRPJ com base no lucro real, anual ou trimestral, esta será irretratável (definitiva) para todo anocalendário, conforme o art. 3º, caput, da Lei nº 9.430, de 1996 ("A adoção da forma de pagamento do imposto prevista no art. 1º, pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime do lucro real, ou a opção pela forma do art. 2º será irretratável para todo o anocalendário")." Todavia, a primeira e irretratável opção do contribuinte foi pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, conforme o artigo 8º, § 2º, da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996: Art. 8° A opção pelo SIMPLES darseá mediante a inscrição da pessoa jurídica enquadrada na condição de microempresa ou empresa de pequeno porte no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda CGC/MF, quando o contribuinte prestará todas as informações necessárias, inclusive quanto: (...) § 2° A opção exercida de conformidade com este artigo submeterá a pessoa jurídica à sistemática do SIMPLES a partir do primeiro dia do anocalendário subseqüente, sendo definitiva para todo o período. Fl. 54DF CARF MF Processo nº 10783.911557/200916 Acórdão n.º 1201002.609 S1C2T1 Fl. 5 4 Posteriormente, a Receita Federal do Brasil convalidou a opção do contribuinte pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, retroagindo a janeiro de 2005. Adicionalmente, o contribuinte ressaltou que não realizou qualquer pagamento no anocalendário de 2005, inerente ao lucro real, nem foi transmitida a Declaração de Débito e Créditos Tributários Federais (DCTF), demonstrando a modificação do regime simplificado. Embora a atual redação do artigo 74, § 6º, da Lei nº 9.430/1996, preceitue que a "declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil o suficiente para exigência do débitos indevidamente compensados", vemos que prevaleceu a opção do contribuinte pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, impossibilitando qualquer exigência tributária oriunda da apuração do lucro real. O cancelamento da declaração de compensação, requerida pelo sujeito passivo, limitarseá enquanto não sobrevier a respectiva decisão administrativa, segundo o artigo 82 da Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 900/2008, reiterando a previsão da antecedente Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil (RFB) nº 600/2005. Entretanto, não haverá impedimento para revisão da citada declaração compensação no âmbito do Processo Administrativo Fiscal (PAF), sobretudo, quando evidenciada a inexistência do débito, apurado pelo regime do lucro real. Portanto, retroagindo a opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES para janeiro de 2005, consoante decisão da própria Receita Federal do Brasil, ineficazes as declarações de compensação (PER/DCOMP) para liquidação de tributos devidos pelo regime do Lucro Real. Isto posto, voto pelo conhecimento e DOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, determinando o cancelamento dos PER/DCOMPs e a alocação dos pagamentos (código: 6106 SIMPLES) no correspondente regime do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10783.911557/200916 Acórdão n.º 1201002.609 S1C2T1 Fl. 6 5 Fl. 56DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000585/2008-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2301-000.709
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para que seja comprovada a existência de pagamentos de contribuição previdenciária devidas pelos segurados, nos períodos de apuração de 12/1999 a 11/2001.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior Presidente.
(assinado digitalmente)
Wesley Rocha - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Alexandre Evaristo Pinto, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Wesley Rocha, João Maurício Vital e Reginaldo Paixão Emos.
RELATÓRIO
Nome do relator: WESLEY ROCHA
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E DISTRIBUIÇÃO LTDA Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para que seja comprovada a existência de pagamentos de contribuição previdenciária devidas pelos segurados, nos períodos de apuração de 12/1999 a 11/2001. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior – Presidente. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Alexandre Evaristo Pinto, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, Wesley Rocha, João Maurício Vital e Reginaldo Paixão Emos. RELATÓRIO Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela Fazenda Nacional, contra Acórdão de Recurso Voluntário n.º 2301004.172, em 08 de outubro de 2014, proferido pelo colegiado da 1ª Turma da 3ª Câmara, da 2ª Seção, que deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, tendo a seguinte ementa: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/2005 NULIDADE RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 00 58 5/ 20 08 -5 1 Fl. 1926DF CARF MF Processo nº 19515.000585/200851 Resolução nº 2301000.709 S2C3T1 Fl. 2.443 2 AUTUAÇÃO Não há que se falar em nulidade quando o Auto de Infração cumpre os requisitos exigidos pela legislação de regência DECADÊNCIA PARCIAL De acordo com a Súmula Vinculante nº 08 do Supremo Tribunal Federal, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer as disposições da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, no que diz respeito a prescrição e decadência. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. PRÊMIOS CARTÃO DE PREMIAÇÃO Havendo a ocorrência dos fatos geradores das contribuições previdenciárias decorrente dos pagamentos efetuados mediante cartão de premiação, procedente o lançamento exigindo as contribuições previdenciárias. NORMAS GERAIS. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MULTAS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. NATUREZA JURÍDICA. PENALIDADE. IDENTIDADE. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN), a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática". No caso, para aplicação da regra expressa no CTN, devese comparar as penalidades sofridas, a(s) antiga(s) em comparação com a(s) determinada(s) pela nova legislação. A Fazenda Nacional opõe embargos de declaração apontando vício no acórdão proferido, uma vez que ao declarar a decadência no presente caso, a decisão teria sido omissa, conforme despacho de admissibilidade: (a) a existência de omissão, pois a Turma a quo, não se manifestou sobre o discriminativo de fls. 09/11 que indica que nas competências 12/2000 a 11/2001 não houve recolhimento parcial de nenhuma rubrica; (b) o acórdão embargado não se manifestou sobre o fato de que o contribuinte sequer reconhece os fatos geradores, logo em relação aos mesmos, não haveria de antecipar qualquer tipo de pagamento". É o breve relatório1. 1 Impugnção fls. 732 e ss. Decisão da DRJ: fls. 1042 e ss. Recurso Voluntário: fls. 1.080 e ss. Fl. 1927DF CARF MF Processo nº 19515.000585/200851 Resolução nº 2301000.709 S2C3T1 Fl. 2.444 3 VOTO Conselheiro Wesley Rocha Relator Os embargos apresentados são tempestivos. Assim, ficando restrito às matérias conhecidas na decisão de recebimento dos embargos opostos pela Fazenda Nacional, passo a analisálos. Os artigos 64 e 65, do Regimento Interno deste Conselho (RICARF Portaria mf nº 343, de 09 de junho de 2015). assim dispõe: "Art. 64. Contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis os seguintes recursos: I Embargos de Declaração; Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto 53 sobre o qual deveria pronunciar se a turma". Os embargos de declaração se prestam para sanar contradição, omissão ou obscuridade, e não possui efeitos modificativos da decisão recorrida, salvo casos específicos que pode resultar em efeitos infringentes do julgamento. Esse instrumento, por vezes pode ser considerado sensível em sua análise, uma vez que excepcionalmente pode contribuir com a modificação de interpretação ou resultado anteriormente esposado. Nesse sentido, o referido instrumento serve exatamente para trazer compreensão e clarificação pelo órgão julgador ao resultado final do julgamento proferido, privilegiando inclusive ao princípio do devido processo legal, entregando às partes e interessados de forma clara e precisa a o entendimento do colegiado julgador. Segundo a Fazenda, o acórdão teria sido omisso ao declarar período de decadência que não teria havido recolhimento, pois a Turma não se manifestou sobre o discriminativo de fls. 09/11 que indica que nas competências 12/2000 a 11/2001 não houve recolhimento parcial de nenhuma rubrica. Somando a isso, alega que a recorrente não teria nem reconhecido os fatos geradores, o que teria pressuposto o não recolhimento do tributo. A fim de abordar a questão com claridade, analisase o que o colegiado decidiu, transcrito no dispositivo: "Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, nas preliminares, para excluir do lançamento, devido à regra decadencial expressa no § 4º, Art. 150 do CTN, as contribuições apuradas até a competência 11/2001, anteriores a 12/2001, nos termos do voto do(a) Relator. (...)". Para atrair a regra do art. 150, § 4 do CTN basta que o recolhimento seja parcial. Sobre isso o voto do relator discorreu bem sobre as normas e conceitos e dispositivos aplicados ao caso, do qual entendo ser desnecessário reproduzilos aqui. Contudo, não foi localizado no presente processo os comprovantes dos pagamentos realizados, referente ao período questionado pela embargante. Fl. 1928DF CARF MF Processo nº 19515.000585/200851 Resolução nº 2301000.709 S2C3T1 Fl. 2.445 4 Assim, com o intuito de obter a verdade material, princípio percorrido em processo administrativo fiscal, deve ser o julgamento convertido em diligência para que sejam realizadas as devidas comprovações, referente ao período questionado, ainda que sejam parciais, relativo às contribuições dos segurados. Conclusão Nessas circunstâncias, voto por converter o julgamento em diligência, determinando que a empresa junte ao feito os pagamentos, relativos aos períodos questionados, sobre a verba de segurados. Após, seja a Unidade Preparadora intimada para manifestação. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Fl. 1929DF CARF MF
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Numero do processo: 10675.721881/2014-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
SIMPLES NACIONAL. SIGILO BANCÁRIO. INFORMAÇÃO AO FISCO.
A obtenção de informações junto às instituições financeiras, por parte da administração tributária, a par de amparada legalmente, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de ofício.
SIMPLES NACIONAL. OMISSÃO DE RECEITA. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTOS DECORRENTES - IRPJ - CSLL - COFINS - PIS - CPP - ICMS - IPI.
A presunção legal de omissão de receitas tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindo-o para o contribuinte, que pode refutá-la amparada em demonstração com base em oferta de provas hábeis e idôneas, descabendo solicitar ao fisco que supra aquilo que deixou de juntar à peça de defesa.
SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA. MANDATÁRIO. ADMINISTRADOR. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA PESSOA JURÍDICA.
O terceiro que for mandatário e administrador e cometer o ato ilícito no exercício do mandato e da administração da sociedade empresária, responde solidariamente com a pessoa jurídica pelo crédito tributário.
Não sendo encontrada a empresa no seu domicílio fiscal, presume-se a sua dissolução irregular, subsistindo a imputação de responsabilidade solidária ao sócio-gerente.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM.
São solidariamente responsáveis pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, incluindo-se na hipótese os sócios de fato da pessoa jurídica. Cabível a aplicação do artigo 124, inciso I, do CTN.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE PESSOAL.
São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Numero da decisão: 1201-002.624
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro José Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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SIGILO BANCÁRIO. INFORMAÇÃO AO FISCO. A obtenção de informações junto às instituições financeiras, por parte da administração tributária, a par de amparada legalmente, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de ofício. SIMPLES NACIONAL. OMISSÃO DE RECEITA. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTOS DECORRENTES IRPJ CSLL COFINS PIS CPP ICMS IPI. A presunção legal de omissão de receitas tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindoo para o contribuinte, que pode refutála amparada em demonstração com base em oferta de provas hábeis e idôneas, descabendo solicitar ao fisco que supra aquilo que deixou de juntar à peça de defesa. SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA. MANDATÁRIO. ADMINISTRADOR. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA PESSOA JURÍDICA. O terceiro que for mandatário e administrador e cometer o ato ilícito no exercício do mandato e da administração da sociedade empresária, responde solidariamente com a pessoa jurídica pelo crédito tributário. Não sendo encontrada a empresa no seu domicílio fiscal, presumese a sua dissolução irregular, subsistindo a imputação de responsabilidade solidária ao sóciogerente. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM. São solidariamente responsáveis pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 18 81 /2 01 4- 21 Fl. 1141DF CARF MF 2 obrigação principal, incluindose na hipótese os sócios de fato da pessoa jurídica. Cabível a aplicação do artigo 124, inciso I, do CTN. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SÓCIO DE FATO. RESPONSABILIDADE PESSOAL. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro José Carlos de Assis Guimarães. Relatório Adotase o relatório do Acórdão nº 1053.575 da 6ª Turma da DRJ/POA (fls. 915 a 932), com a complementação necessária em seguida: Trata o presente processo de lavratura de auto de infração relativo ao Simples Nacional, do anocalendário de 2010. O nome anterior da empresa MDA Comércio e Representação de Metais Ltda era Empório do Alumínio Ltda. A alteração deuse em 27/01/2014, através de Alteração e Consolidação de Contrato Social de fls. 720/723, registrada na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais. Do Relatório Fiscal Segundo o Relatório Fiscal de fls. 97/103, em 27/01/2014 a empresa foi cientificada do início do procedimento fiscal, determinado pelo Mandado de Procedimento Fiscal – MPF nº 06109002014000120. No Termo de Início de Procedimento Fiscal é solicitada à empresa a apresentação dos livros contábeis e fiscais, bem como os extratos bancários, em meio papel e meio magnético, que deram origem à movimentação financeira no ano de 2010. Fl. 1142DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 3 3 Como o extrato bancário foi entregue pelo sujeito passivo somente em meio papel e para facilitar a extração dos dados necessários pela fiscalização, foi encaminhado à instituição financeira a Requisição de Movimentação Financeira – RMF autorizada pelo Delegado da Receita Federal do Brasil em Uberlândia. Da análise dos livros entregues pelo contribuinte, constatou o fiscal que a receita bruta escriturada era de R$ 1.525.954,01, enquanto que na DASN, no mesmo anocalendário, havia sido declarada uma receita bruta de R$ 193.911,52. Ou seja, a empresa deixou de declarar em DASN o montante anual de R$ 1.332.042,49. Após análise dos extratos bancários enviados pelas instituições financeiras, a empresa foi intimada a comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos depósitos bancários relacionados em planilha anexa à intimação, discriminando os créditos associados à sua atividade empresarial e aqueles que por ventura não eram provenientes de sua atividade operacional. O contribuinte não apresentou qualquer justificativa. Do confronto entre o extrato bancário apresentado pelo contribuinte e os registros contábeis, ficou demonstrado que os créditos bancários não haviam sido contabilizados. Como houve uma escrituração de receita no montante anual de R$ 1.582.343,66 (sem considerar a devolução de vendas), a fiscalização considerou que não houve a comprovação da origem dos depósitos bancários no ano de 2010 no valor de R$ 2.744.986,53. Do procedimento fiscal resultou o lançamento dos autos de infração relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, no valor de R$ 46.827,06; à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, no valor de R$ 46.909,49; Contribuição para o PIS no valor de R$ 33.226,13; Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, no valor de R$ 138.416,14; Contribuição Patronal Previdenciária CPP no valor de R$ 396.602,15, ICMS no valor de R$ 341.168,56, apurados pela Sistemática do Simples Nacional, referentes ao anocalendário de 2010, aí incluído o principal, multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 08/2014, perfazendo um total de R$ 1.003.149,53 (um milhão, três mil, cento e quarenta e nove reais e cinqüenta e três centavos). As infrações apuradas pela fiscalização consistiram em: omissão de receitas e insuficiência de recolhimento. Da Sujeição Passiva Solidária De acordo com o inciso I, art. 124 e art. 135 da Lei nº 5.172/1966 (Código Tributário Nacional), foram incluídos como Responsáveis Solidários pelos débitos a empresa “Empório Distribuidora de Alumínios”, CNPJ 05.771.800/000120, o Sr. Luis Antônio de Souza, CPF 098.991.90802 e o Sr. Carlos Donizete da Silva, CPF 929.707.37191, conforme Termos de Sujeição Passiva Solidária (TSPS) de fls 228/233 e Relatório Fiscal – Caracterização de Responsabilidade Solidária de fls. 104/116. Consta deste relatório que, através da análise da documentação apresentada pelo sujeito passivo e de diligência efetuada na empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”, CNPJ 05.771.800/000120, que as empresas são interligadas. Em algumas notas fiscais consta a razão social e CNPJ da empresa “Empório de Alumínio Ltda” e endereço da empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”; em outras, a razão social é da empresa “Empório de Alumínio Ltda”, porém o CNPJ e endereço são da “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”. Da análise dos contratos sociais das duas empresas citadas acima foi constatado que: Fl. 1143DF CARF MF 4 1 a Sra. Ana Cláudia Medeiros Silva, CPF 099.912.18637 ingressou no quadro societário da empresa “Empório de Alumínio Ltda” em 12/03/2009 na função de sócia administradora, deixando de constar no quadro societário em 08/04/2011 e ingressando em 07/10/2011 na “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” na condição de empregada; 2 o Sr. Nemoel Costa Rocha, CPF 063.713.19671 ingressou no quadro da “Empório de Alumínio Ltda” em 17/01/2013, deixando de constar do quadro societário em 11/02/2014. Antes havia ingressado na empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” na condição de empregado; e 3 a Sra. Telma Marques Andrade, CPF 604.129.92604 ingressou no quadro societário da “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” em 13/04/2010 na função de sócia administradora, retirandose em 07/12/2012. Em 07/01/2014 ela ingressa na empresa “Empório de Alumínio Ltda”. Outra constatação referese a procurações em que as sócias administradoras Ana Cláudia, Telma e Márcia Maria, esta última da empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” conferem amplos poderes bancários ao Sr. Luis Antônio de Souza, CPF 098.991.90802, que já havia constado como empregado em ambas as empresas. Outro item levantado pela fiscalização diz respeito a uma Reclamatória Trabalhista da 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia, em desfavor de “Empório de Alumínio”, “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”, “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda, “Sirlei Ferreira Rodrigues ME”, Sr. Luiz Antônio, José Eurípedes e Alex de Morais em que na inicial consta: “As quatro primeiras reclamadas integram, o mesmo grupo econômico, pelo que deverão ser condenadas de forma solidária em relação aos pedidos formulados na presente lide, conforme art.2° §2° da CLT. Além disso, a primeira e a segunda reclamada anotaram, ainda que incorretamente, a CTPS do autor durante a contratualidade. O quinto, sexto e sétimo reclamados são sócios de direito e de fato daquelas, pelo que devem ser responsabilizados de forma solidária ou subsidiária pelos débitos trabalhistas para com o reclamante.......................”. Em diligência na empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”, em 23/07/2014, a fiscalização foi recebida pela Sra. Sirlei Ferreira Rodrigues que se apresentou como responsável pelo estabelecimento, porém a mesma não constava do quadro de empregados. Questionada sobre seu vínculo com a empresa, informou que prestava serviços através da empresa “Sirlei Ferreira Rodrigues ME”. Apresentada a ela uma relação de empregados da empresa “Empório de Alumínio Ltda” e perguntada se eles prestavam serviços na empresa, afirmou desconhecer tais empregados. Posteriormente foi encaminhada intimação à empresa fiscalizada para que informasse o local em que as operações de compra e venda de mercadorias ocorriam, esclarecesse o local de prestação de serviços de empregados informados em GFIP e o endereço do sócio administrador da empresa, Sr. Carlos Donizete da Silva. Não houve manifestação da empresa. Analisando a capacidade econômica das pessoas constantes do quadro societário da empresa “Empório de Alumínio Ltda”, no período do lançamento, a fiscalização concluiu que: 1 Ana Cláudia Medeiros Silva foi sócia administradora da empresa “Empório de Alumínio” no período de 12/03/2009 a 08/04/2011, tendo vínculo empregatício com a “Líder Panificação Ltda” no período de 17/06/2008 a 06/01/2009, com a “Leila Jorge Milagre – ME” no período de 03/01/2011 a 07/10/2011 e “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” de 07/10/2011 a 13/11/2012. Pela análise de suas Fl. 1144DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 4 5 Declarações de Imposto de Renda e os vínculos trabalhistas concluíram que ela não possuía, à época, capacidade econômica para gerir a empresa; e 2 José Nunes de Lima foi sócio da empresa “Empório de Alumínio” no período de 12/03/2009 a 17/01/2013. Após a rescisão, foi admitido em 21/08/2013 na empresa “J F L Tannous Alimentos Ltda”, onde ficou até 12/12/2013. Todos seus empregadores, anteriores e posterior à “Empório de Alumínio” são estabelecidos na cidade de Igarapava – SP. Pela análise de suas Declarações de Imposto de Renda e os vínculos trabalhistas concluíram que ele não possuía, à época, capacidade econômica para gerir a empresa. No final do relatório consta a Responsabilidade Solidária: 1 “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”: existe total vinculação entre os contribuintes, sendo que eles tem apenas aparência de unidades autônomas, porém restou caracterizada uma vinculação gerencial uma vez que as pessoas constantes do quadro societário de uma empresa depois eram empregados de outra; as procurações em nome do Sr. Luis Antônio de Souza, conferindo poderes de gestão; reclamatória trabalhista em que o reclamante afirma a vinculação das empresas; notas fiscais de entrada em que constam informações que vinculam as empresas e mesmo objeto social, de acordo com os contratos sociais. O fundamento legal é o artigo 124, I, do CTN; 2 “Carlos Donizete da Silva”: enquadrado no inciso III, artigo 135 do CTN. Neste dispositivo legal enquadrase a chamada dissolução irregular. No presente caso as situações que levaram a esta conclusão foram: a empresa encontrase fechada; apesar de haver GFIP com informações de empregados, os mesmos não foram localizados; na situação cadastral na Receita Estadual de Minas Gerais consta “Não HabilitadoSuspenso”, situação esta motivada pelo desaparecimento do contribuinte; e todos os termos de intimação foram recebidos por pessoas não ligadas à empresa. Ele ingressou como sócio administrador do sujeito passivo em 08/04/2011, permanecendo enquanto o mesmo estava sendo fiscalizado, sendo responsável solidário pelo lançamento do crédito tributário; 3 “Luís Antonio de Souza”: enquadrada no artigo 121, parágrafo único e incisos I e II, artigo 122, artigo 124, inciso I e artigo 135 incisos II e III do CTN. Domiciliado em Igarapava – SP, era o responsável pela gestão da empresa e a reclamatória trabalhista anteriormente citada o coloca como sócio de fato das empresas “Empório de Alumínio Ltda” e “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”. A ciência dos Autos de Infração – Simples Nacional deuse via postal em 21/08/2014 pela empresa “MDA Com. Repres. Metais Ltda” (fls. 730), em 21/08/2014 pela “Empório Distribuidora de Alumínios” (fls. 733) e em 22/08/2014 pelo Sr. Luis Antonio de Sousa (fls. 735). Quanto ao Sr. Carlos Donizete da Silva, a ciência deuse por Edital afixado na DRF em 22/08/2014 (fls. 740), por ter retornado a correspondência encaminhada pelo Correio, com a informação de que o endereço informado estava insuficiente e pelo fato do mesmo se encontrar em lugar incerto e ignorado. Da impugnação do Sr. Carlos Donizete da Silva Em 22/09/2014 o Sr. Carlos Donizete da Silva apresentou a impugnação de fls. 745/768, na qual alega, em síntese: Fl. 1145DF CARF MF 6 1 A quebra inconstitucional de sigilo bancário – o caso é de ilicitude das provas obtidas por meio da quebra de sigilo bancário, devendo ser anulado o Auto de Infração “ab initio”, notadamente em razão da contrariedade ao que restou decidido pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 398.808. A fiscalização reconhece que enviou ofício ao banco, solicitando extratos. Ao mesmo tempo não comprova nos autos a apresentação de extratos por parte da empresa MDA. Assim sendo, não poderia a Receita Federal, órgão sem competência constitucional específica, requerer dados diretamente às instituições bancárias; 2 Sustenta que os sigilos bancário e fiscal são direitos fundamentais e que a prerrogativa conferida ao fisco pela Lei Complementar nº 105/2001 permite seja devassada a vida de quem quer que seja independentemente de qualquer situação e/ou fiscalização por parte do Poder Judiciário. Porém seu entendimento é de que deve haver expressa autorização fundamentada do Poder Judiciário, entendimento também do STF e STJ nos julgados que traz aos autos; 3 Caso se entenda por manter a quebra inconstitucional do sigilo, se refere a ausência dos requisitos legais para atribuição de responsabilidade solidária. A fiscalização aponta tão somente a dissolução irregular da empresa para a caracterização de responsabilidade solidária e se refere à Súmula 435/STJ. Esta mesma Súmula estabelece que o redirecionamento darseá em face do sócio gerente, tendo a própria fiscalização acusado o Sr. Luis Antonio de Souza de ser, de fato, sócio e responsável pela gestão das empresas citadas. Deveria a fiscalização ter apurado se o impugnante exercia, de fato, alguma atividade gerencial; se, de fato, comandava a sociedade empresária ou se era apenas um sócioquotista, sem poder algum na condução dos negócios. Diz que nem foi citado na referida reclamatória trabalhista, que a fiscalização atribuiu grande destaque. Referese ao Resp 1.395.288/SP. ; 4 Da inexistência de encerramento irregular da empresa: a empresa MDA não encerrou ilegalmente suas atividades. Ao contrário, está apenas temporariamente com suas atividades suspensas, continuando a entregar ao fisco estadual mineiro suas obrigações acessórias, assim como continua ativa junto à Receita Federal; 5 Da ausência de provas: a fiscalização apurou tributos com base em movimentação bancária do contribuinte, partindo da premissa de que todo ingresso de numerário corresponde efetivamente à receita não declarada da empresa, abrindo mão do dever de realmente apurar os fatos. Deveria ter comprovado expressamente as supostas ilicitudes e não apenas presumido receita não declarada. Diante da inexistência de qualquer ilicitude e da mais completa ausência de provas de infração à lei por parte da empresa MDA e do próprio impugnante, deve ser reconhecida a inviabilidade da acusação fiscal; 6 Ao final requer (a) seja declarada a ilicitude das provas obtidas por meio da quebra de sigilo bancário, anulandose os autos de infração; (b) seja excluída a sujeição passiva solidária, já que ausentes os requisitos legais estabelecidos nos arts. 135, III, do CTN; Portaria nº 180/2010 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e finalmente do que restou decidido nos autos do RE 562.276/PR e do Resp 1101728/SP; (c) seja o patrono intimado previamente acerca da cessão de julgamento, isso para que, em nome da ampla defesa e garantia plena do contraditório, possa participar dos debates, entrega de memoriais, sustentação oral e requisição de outras provas que entender necessário. Da impugnação do Sr. Luis Antonio de Souza Em 19/09/2014 o contribuinte acima citado apresentou sua impugnação de fls. 773/800, alegando, em síntese, que: Fl. 1146DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 5 7 1 A quebra do sigilo bancário: mesmos argumentos trazidos pelo Sr. Carlos Donizete da Silva; 2 Da ausência dos requisitos legais para atribuição de responsabilidade solidária: não era e nunca foi sócio das empresas que lhe outorgaram poderes bancários (fls. 789). Detinha procurações para, na condição de gerente financeiro, movimentar as contas bancárias das empresas. Na reclamatória trabalhista existe apenas uma indicação genérica de um exfuncionário que apontou mais de sete sujeitos passivos. O que existe é uma presunção forçada por parte da fiscalização. Se eventuais omissões de receitas não configuram situação fática que enseje a qualificação da penalidade tributária (150% Súmula 14 do CARF), igualmente não tem o condão de sustentar a responsabilidade passiva solidária de terceiros que não participem da relação jurídica geradora da mesma exação – interesse comum, definido no art. 124, I, CTN. A Portaria nº 180/2010 da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional – PGFN (com a redação alterada pela Portaria PGFN nº 904/2010) só permite a inclusão como responsável solidário na CDA mediante declaração fundamentada da autoridade competente da RFB ou da PGFN acerca da existência de ao menos uma das quatro situações: excesso de poderes, infração à lei, infração ao contrato social ou estatuto e dissolução irregular da pessoa jurídica (art. 2º); 3 Da ausência de provas: os argumentos são os mesmos trazidos pelo Sr. Carlos Donizete da Silva; 4 Ao final requer o mesmo que o Sr. Carlos Donizete da Silva, item 6 acima. Da impugnação da empresa Empório Distribuidora de Alumínio Ltda. Em 19/09/2014 o sujeito passivo acima nominado apresentou sua impugnação de fls. 807/831. Os argumentos trazidos são os mesmos apresentados pelos responsáveis solidários quanto à quebra inconstitucional de sigilo bancário e ausência de provas. Um terceiro ponto levantado pela empresa referese a ausência dos requisitos legais para atribuição de responsabilidade solidária. Sobre este item sustenta que a situação que evidencia a solidariedade é a existência de duas ou mais pessoas na condição de executoras do mesmo objeto, integrando, desse modo, o pólo passivo da relação. No presente caso, além de não participar do grupo econômico da empresa MDA, também não contribuiu para os fatos que deram suporte à autuação fiscal. Ressalvadas as hipóteses de simulação, o simples fato de empresas pertencerem a exsócios não configura um grupo econômico, bem como não se pode atribuir responsabilidade solidária a uma sociedade por fatos geradores que não realizou, ou cuja realização e respectivo cumprimento de obrigações tributárias não determinou concretamente. Conclui dizendo que apenas quando uma sociedade tem competência decisória concreta sobre os atos de outra sociedade será possível a imposição de responsabilidade tributária. Ao final requer o mesmo que o Sr. Carlos Donizete da Silva, item 6 de sua impugnação. Da impugnação da empresa MDA Comércio e Representação de Metais Ltda ME. Em 22/09/2014 o sujeito passivo acima nominado apresentou sua impugnação de fls. 842/858. Insurgese contra a quebra de sigilo bancário e da ausência de provas, com os mesmos argumentos dos demais envolvidos no processo. Fl. 1147DF CARF MF 8 Ao final requer seja declarada a ilicitude das provas obtidas por meio da quebra de sigilo bancário, para, em seguida, anularse o auto de infração. Se assim não for entendido, espera seja cancelado o auto de infração nos termos do art. 5º, incisos LIV e LV e art. 37 da Constituição Federal e que, nos termos do art. 7º da Lei nº 8.906/1994 seja o procurador intimado de todos os atos, assim como acerca da sessão de julgamento, previamente, isso para que, em nome da ampla defesa e garantia plena do contraditório, possa participar dos debates, entrega de memoriais, sustentação oral e requisição de outras provas que entender necessário. Por essa decisão, a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, conforme ementa abaixo transcrita: SIMPLES NACIONAL. SIGILO BANCÁRIO. INFORMAÇÃO AO FISCO. A obtenção de informações junto às instituições financeiras, por parte da administração tributária, a par de amparada legalmente, não implica quebra de sigilo bancário, mas simples transferência deste, porquanto em contrapartida está o sigilo fiscal a que se obrigam os agentes fiscais por dever de ofício. SIMPLES NACIONAL. OMISSÃO DE RECEITA. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. AUTO DE INFRAÇÃO. LANÇAMENTOS DECORRENTES IRPJ CSLL COFINS PIS CPP ICMS IPI. A presunção legal de omissão de receitas tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindoo para o contribuinte, que pode refutála amparada em demonstração com base em oferta de provas hábeis e idôneas, descabendo solicitar ao fisco que supra aquilo que deixou de juntar à peça de defesa. SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA. MANDATÁRIO. ADMINISTRADOR. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA PESSOA JURÍDICA. O terceiro que for mandatário e administrador e cometer o ato ilícito no exercício do mandato e da administração da sociedade empresária, responde solidariamente com a pessoa jurídica pelo crédito tributário. Não sendo encontrada a empresa no seu domicílio fiscal, presumese a sua dissolução irregular, subsistindo a imputação de responsabilidade solidária ao sóciogerente. INTIMAÇÃO. COMUNICAÇÃO PROCESSUAL. A comunicação dos atos processuais será feita no domicílio tributário do sujeito passivo, conforme legislação que disciplina a matéria. PEDIDO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS. PRECLUSÃO TEMPORAL. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, quando não comprovada nenhuma das hipóteses de exceção previstas na legislação. Fl. 1148DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 6 9 SUSTENTAÇÃO ORAL. AUSÊNCIA DE PREVISÃO. INDEFERIMENTO. Diante da inexistência de previsão legal, no âmbito do processo administrativo tributário federal de primeira instância, da possibilidade de defesa oral em Sessão de Julgamento, o pedido deve ser indeferido. Nos recursos voluntários são repisadas as razões de impugnação. Em todos é requerida a intimação dos patronos dos recorrentes de todos os atos processuais, inclusive quanto à sessão de julgamento, sob pena de nulidade, nos termos do "Resp nº 935.004". Os responsáveis tributários protocolaram petições às fls. 1.134, 1.136 e 1.138 solicitando o sobrestamento do julgamento "até que o E. Supremo Tribunal Federal se manifeste definitivamente acerca do RE 601314, que é representativo da controvérsia no âmbito de Repercussão Geral". É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Relator. Admissibilidade. As intimações quanto ao julgamento das impugnações foram efetuadas nas seguintes datas: MDA Comércio e Representação de Metais Ltda. ME: 5 de fevereiro de 2015 (AR fl. 985); Empório Distribuidora de Alumínio Ltda. ME: 9 de março de 2015 (Edital fl. 978); Carlos Donizete da Silva: 9 de março de 2015 (Edital fl. 979) e Luis Antonio de Souza: 12 de março de 2015 (Edital fl. 984). Os recursos voluntários de todos os intimados foram apresentadas em 2 de março de 2015, de acordo com imagem de carimbo constante em todas as petições, conforme abaixo: Fl. 1149DF CARF MF 10 Constam também envelopes de postagem com data de 26 de fevereiro de 2015 (fls. 1.008, 1.041, 1.075 e 1.113). Dispõe o Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal: Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido. § 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. Desse modo, uma vez protocolado o correspondente recurso firmado por pessoa legalmente habilitada, este deve ser conhecido, em homenagem aos princípios da ampla defesa, contraditório, formalidade moderada e verdade material. Mérito. Quebra do sigilo bancário. Nos termos do artigo 57, § 3º do Regimento Interno do CARF (RICARF), reproduzse parte da decisão de primeira instância, cujos fundamentos são adotados como razões de decidir, uma vez as respectivas razões de defesa das impugnações e dos recursos (contribuinte e responsáveis) estarem vazadas nos mesmos termos. O contribuinte alega que a fiscalização não comprova nos autos a apresentação de extratos por parte da empresa MDA. Assim sendo, não poderia a Receita Federal, órgão sem competência constitucional específica, requerer dados diretamente às instituições bancárias, devendo haver expressa autorização fundamentada do Poder Judiciário para tal. Não procede tal argumento. O contribuinte foi intimado, quando do início do procedimento fiscal do qual foi cientificado em 27/01/2014, a apresentar os extratos bancários que deram origem à sua movimentação financeira no ano de 2010, em papel e em meio magnético. Consta do relatório Fiscal ter a empresa entregue somente em papel, o que fez com que o Delegado da Receita Federal do Brasil em Uberlândia requisitasse diretamente ao Banco do Brasil – RMF nº 06109002014000111, para facilitar a extração de dados. Realmente não consta dos autos o recibo da entrega dos extratos em meio papel, porém isto não invalida o processo, pois o art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001 abaixo transcrita, autoriza o exame destes documentos no caso de haver processo administrativo instaurado e que tais exames sejam considerados Fl. 1150DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 7 11 indispensáveis pela autoridade administrativa competente, prescindindo de autorização judicial e não configurando quebra de sigilo: “Art 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária.” A própria Lei complementar nº 105/2001, em seu art. 1º, § 3º, VI, dispõe expressamente que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos em seu art. 6º, acima reproduzido. Confirase: Art. 1ºAs instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) § 3ºNão constitui violação do dever de sigilo: (...) VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2o, 3o, 4o, 5o, 6o, 7o e 9 desta Lei Complementar. Registrese ainda que as informações fornecidas pelas instituições financeiras serão conservadas sob sigilo fiscal, nos termos do art. 5º, § 5º, da mesma Lei Complementar: Art. 5º Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (...) § 5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Não custa lembrar, ainda, que é vedado a este órgão julgador, sob fundamento de inconstitucionalidade, afastar a aplicação ou deixar de observar os dispositivos supracitados. É o que dispõe o art. 26A do Decreto nº 70.235/1972, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 Além do já exposto, o próprio Código Tributário Nacional em seu artigo 197, inciso II, impõe a obrigação de os bancos e outras instituições financeiras prestarem Fl. 1151DF CARF MF 12 informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: Art.197 Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: [...] II os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; [...] Observese ainda que, assim como os funcionários dos estabelecimentos bancários, os agentes fazendários estão sujeitos ao dever de resguardar as informações apuradas, não só em virtude do sigilo bancário, mas em função de um manto maior, que é o sigilo fiscal. O mero repasse dos dados à Receita Federal pelo banco não infringe este dever. A transferência destas informações a terceiros é que significaria a quebra do sigilo. Em um procedimento administrativofiscal somente têm acesso às informações auditadas os agentes do Fisco e o próprio contribuinte. O segredo, portanto, permanece intocado. Vêse que a autoridade fiscal obedeceu aos estritos ditames desta Lei Complementar, ao fazer o requerimento às instituições envolvidas após o início do procedimento fiscal. Desta forma, não houve nenhuma violação à legislação vigente quanto ao sigilo bancário do contribuinte. Como não houve qualquer ilegalidade no procedimento de obtenção de informações bancárias, as provas obtidas pela fiscalização são lícitas e legítimas para instruir o lançamento. Por fim, quanto à inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 105/2001 (motivo inclusive do pedido de sobrestamento do processo), o E. Supremo Tribunal Federal já decidiu a questão. Em recente decisão do CARF, ficou assim assentado: SIGILO BANCÁRIO. DESNECESSÁRIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. O STF decidiu, em fevereiro de 2016, que os dispositivos da LC 105/2001 que permitem à Receita Federal receber dados bancários de contribuintes fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial não violam a Constituição, pois não resultam em “quebra” de sigilo bancário, mas sim, em transferência de sigilo da órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. (Acórdão nº 1301 002.972 Sessão de julgamento 11/04/2018 Relator Cons. José Eduardo Dornelas Souza) No voto condutor do referido acórdão constou: Em relação à argüição de quebra de sigilo bancário, há de afastála, em face do entendimento do STF, através do julgamento do RE 601.314, com repercussão geral, no sentido da constitucionalidade do art. 6º da LC 105/2001, reconhecendo assim, o acesso do Fisco aos dados bancários para fins de constituição do crédito tributário, devendo, apenas, o procedimento de acesso ser fundamentado e informações obtidas preservadas. Fl. 1152DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 8 13 Depósitos bancários. Omissão de receitas. Aduz a recorrente que a fiscalização apurou tributos com base em movimentação bancária do contribuinte, partindo da premissa de que todo ingresso de numerário corresponde efetivamente à receita não declarada da empresa, abrindo mão do dever de realmente apurar os fatos. Deveria o fisco ter comprovado expressamente as supostas ilicitudes e não apenas presumido receita não declarada. Colaciona doutrina e jurisprudência. Muito embora o arrazoado expendido pela autuada, cabe salientar que os depósitos/créditos em conta corrente, sem a comprovação da origem, de fato, fazem presumir a existência da omissão de receitas/rendimentos. Tal presunção é legal, não havendo como se acatar qualquer alegação no sentido de que é inviável o lançamento de tributos com base apenas em depósitos bancários ou que o fisco não comprovou a ocorrência do fato gerador. A argumentação de que os depósitos bancários não podem servir de base para o lançamento dos tributos devidos pela sistemática do Simples Nacional, carece de sustentação, já que o lançamento foi realizado sob a égide do art. 42 da Lei n. 9.430/1996. Dispõe o referido texto legal, com alteração posterior introduzida pelo art. 4° da Lei n. 9.481/1997, que: Lei n. 9.430/1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1° O valor das receitas ou dos rendimentos omitidos será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2° Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3° Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a RS 12.000, 00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). (Art. 42, § 3°, II, da Lei n° 9.430/1996 c/c art: 4° da Lei n° 9.481, de 13/08/1997). Fl. 1153DF CARF MF 14 O dispositivo acima transcrito estabeleceu uma presunção legal de omissão de receitas/rendimentos que autoriza o lançamento do tributo correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. É a própria lei definindo que os depósitos bancários, de origem não comprovada, caracterizam omissão de receita ou de rendimentos. Portanto, não há aqui meros indícios de omissão, razão por que não há a necessidade de se comprovar que aos depósitos correspondem alterações patrimoniais positivas do contribuinte. Basta, para a ocorrência do fato gerador, a existência de depósitos de origem não comprovada nos limites previstos em lei. A presunção em favor do fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos. Ao utilizarse de uma presunção legalmente estabelecida, o agente fiscal fica dispensado de provar, no caso concreto, a omissão de receitas, admitindose prova em contrário, cuja produção cabe sempre ao contribuinte (presunção juris tantum). Conforme nos ensina José Luiz Bulhões Pedreira "o efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocandoa, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso." (Imposto sobre a RendaPessoas Jurídicas, JUSTEC, RJ, 1979, pág. 806). Dessa forma, cabe ao contribuinte que pretender refutar a presunção da omissão de receitas estabelecida contra ele, provar, por meio de documentação hábil e idônea, que tais valores são provenientes de valores não tributáveis. É função do fisco comprovar o crédito dos valores em contas de depósito ou de investimento, intimar o contribuinte a justificar a origem desse crédito e examinar a correspondente declaração de informações econômicofiscais, com vistas à verificação da ocorrência da omissão de receitas de que trata o art. 42 da Lei n. 9.430/1996. Contudo, a comprovação da origem dos recursos utilizados nessas operações é obrigação do contribuinte. A contribuinte foi regularmente intimada a apresentar as justificativas quanto aos depósitos/créditos, devidamente individualizados, entretanto não logrando fazêlo segundo o juízo do auditor autuante. Assim, em cumprimento ao determinado no art. 142 do Código Tributário Nacional, procedeuse corretamente à lavratura do auto de infração. Responsabilidade tributária. Foram apontados três responsáveis tributários: a) Empório Distribuidora de Alumínio Ltda, enquadramento legal: artigo 124, inciso I, do CTN; b) Carlos Donizete da Silva, enquadramento legal: artigo 135, inciso III, do CTN e c) Luís Antonio de Souza, enquadramento legal: artigo 121, parágrafo único; artigo 122; artigo 124, inciso I, e artigo 135, incisos II e III, todos do CTN. Fl. 1154DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 9 15 Quanto a esse tópico, mais uma vez adotamse como razões de decidir a parte pertinente da decisão de primeira instância. O Código Civil, ao tratar das obrigações solidárias, assim dispõe sobre o instituto da solidariedade, em seu art. 264: Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Vejamos ainda o disposto no artigo 124 do CTN: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. A responsabilidade tributária também pode ser atribuída pelo fisco com suporte no art. 135 do CTN transcrito abaixo: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Será sujeito passivo da obrigação tributária aquele que apresentar uma relação, seja direta ou indireta, com o fato gerador. O responsável tributário é aquele – conforme determinação legal – eleito para responder pelo crédito tributário do contribuinte, solidariamente ou subsidiariamente, de acordo com os fatos e sua subsunção à norma. A sujeição passiva, de acordo com o art. 128 do CTN é formada pelo contribuinte – aquele que pratica o fato gerador – e pelo responsável tributário, seja por substituição, solidariedade ou subsidiariedade. A solidariedade no âmbito tributário pode ser configurada entre o contribuinte e terceiros que ingressam na relação jurídica tributária como responsáveis, estando sujeitos individualmente ou em conjunto a suportar a exigência da totalidade do crédito tributário devido. Os impugnantes contestam a sujeição passiva solidária que lhes foi atribuída. Analisemos agora os responsáveis tributários e sua relação com o crédito tributário lançado: 1 “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”: o contribuinte sustenta que o simples fato de empresas pertencerem a exsócios não configura um grupo econômico, bem como não se pode atribuir responsabilidade solidária a uma sociedade por fatos geradores que não realizou, ou cuja realização e respectivo Fl. 1155DF CARF MF 16 cumprimento de obrigações tributárias não determinou concretamente. Não tem razão a empresa “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda”. Registrese que nada impede que os sócios de uma empresa sejam amigos, parentes ou exempregados de outra, ou que empregados que se desligaram de uma empresa venham a prestar serviços a outra. Chama, contudo, a atenção o fato de que a alternância de vinculação de sócios/empregados se dá preferencialmente entre as empresas “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” e “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda”, constituindose em mais um indício dentre outros de que a sociedade empresária “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” tinha interesse na situação que constituiu o fato gerador dos autos de infração discutidos no presente processo. Em sua impugnação a responsável solidária não explica o fato de que em algumas notas fiscais de entrada constavam informações que vinculavam as empresas: NF em nome de uma (razão social e CNPJ da empresa Empório de Alumínio Ltda, atual MDA Comércio e Representação de Metais Ltda ) com endereço da outra; ou razão social da empresa Empório de Alumínio Ltda com CNPJ e endereço da empresa Empório Distribuidora de Alumínio Ltda. Somado a este fato, temos a vinculação de empregados de uma empresa que fizeram parte do quadro societário da outra, as procurações das duas empresas, em nome do Sr. Luis Antônio de Souza, conferindolhe poderes bancários, além do mesmo objeto social. Examinados os elementos trazidos na ação fiscal, concluise que existia uma vinculação gerencial entre as duas empresas que têm apenas aparência de unidades autônomas. [...] 3 “Carlos Donizete da Silva”: ingressou como sócio administrador da “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda” em 08/04/2011, permanecendo até a ciência dos autos de infração. Consta do processo que ele foi enquadrado como responsável solidário em função da dissolução irregular da empresa. Isto porque (a) a empresa encontravase fechada quando da tentativa de entrega pessoal do Termo de Início do Procedimento Fiscal TIPF, (b) os empregados que constavam da GFIP da empresa não foram localizados, apesar da intimação não atendida para que a empresa informasse onde os mesmos prestavam serviço, (c) a Receita Estadual de Minas Gerais já havia anotado em seu cadastro que por motivo de desaparecimento do contribuinte o mesmo encontravase na situação “não habilitadosuspenso”, e (d) pelo fato dos termos de intimação encaminhados pelo correio terem sido recepcionados por pessoas não ligadas à empresa. A tentativa de entrega, pelo correio, do TIPF ao sócio administrador da empresa em seu domicílio fiscal também mostrouse infrutífera, tendo retornado com a informação “desconhecido”. Consta do cadastro da empresa que seu objeto social é o comércio varejista de ferragens e ferramentas e na GFIP, além do Sr. Carlos, constavam mais empregados. Intimada a empresa a informar o local em que as operações de compra e venda de mercadorias ocorriam, o local de prestação de serviços dos empregados constantes da GFIP e o endereço do sócio administrador da empresa, esta deixou sem respostas estes questionamentos que surgiram das provas coletadas pela Fiscalização. Quando o sócio responsável pela administração da sociedade simplesmente “fecha as portas” e a empresa não é localizada no seu domicílio fiscal, gerase a presunção juris tantum de sua dissolução irregular (EREsp 716.412/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 22/9/08; EREsp 852.437, 1ª Seção, Min. Castro Meira, DJ de 3/11/08; STJ, Recurso Especial nº 1.096.444, DJE 30/3/2009). Fl. 1156DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 10 17 O Sr. Carlos alega a inexistência de encerramento irregular da empresa, estando a mesma somente com suas atividades suspensas temporariamente. No cadastro da Receita Federal consta que a empresa iniciou suas atividades em 30/10/2007 e somente apresentou Declaração Anual do Simples Nacional até o ano calendário de 2010, estando omissa nos demais exercícios. Consta que desde 08/04/2011 seu endereço é Rua Doutor Vivaldi, 34, sala 01, Santa Rosa, Uberlândia. Neste endereço, nos dias 23 e 24 de janeiro/2014 o local encontravase fechado, apesar de constar na GFIP seis trabalhadores de janeiro a abri/2014 e cinco trabalhadores em maio e junho do mesmo ano. O Sr. Carlos não atendeu à intimação para dizer onde os mesmos encontravamse e, agora, em sede de impugnação, continua não respondendo a tal indagação. Com base em precedente do STJ, Súmula nº 435, basta que a empresa não seja encontrada em seu endereço, que deixe de funcionar no endereço fornecido como domicílio fiscal sem comunicação aos órgãos competentes, comercial e tributário, para justificar o redirecionamento da ação: "(...) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO PARA O SÓCIOGERENTE. MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. SÚMULA N.º 07/STJ. ARTIGO 543C, DO CPC. RESOLUÇÃO STJ 8/2008. ARTIGO 557, DO CPC. APLICAÇÃO. (...) 3. Nada obstante, a jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que "a certidão emitida pelo Oficial de Justiça atestando que a empresa devedora não mais funciona no endereço constante dos assentamentos da junta comercial é indício de dissolução irregular, apto a ensejar o redirecionamento da execução para o sóciogerente, a este competindo, se for de sua vontade, comprovar não ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder, ou ainda, não ter havido a dissolução irregular da empresa" (Precedentes: REsp 953.956/PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 12.08.2008, DJe 26.08.2008; AgRg no REsp 672.346/PR, Rel.Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 18.03.2008, DJe 01.04.2008; REsp 944.872/RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 04.09.2007, DJ 08.10.2007; e AgRg no Ag 752.956/BA, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 05.12.2006, DJ 18/12/2006). (...) (AgRg no Ag 1265124/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/05/2010, DJe 25/05/2010)" Diante desse quadro, demonstrada, em princípio, a dissolução irregular da empresa “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda – ME” se aplica ao caso o redirecionamento do executivo fiscal em face do sócio gerente. Conforme alteração contratual registrada na JUCEMG sob o número 4564419, Carlos Donizete da Silva ingressou como sócio administrador da empresa fiscalizada em 08/04/2011 e, à época da dissolução irregular, figurava como sócio gerente da mesma. Diante dos fatos narrados e das provas contidas nos autos, concluise que (a) houve dissolução irregular da empresa em epígrafe; e (b) correta a responsabilização pessoal do seu sócioadministrador Carlos Donizete da Silva, com base no art. 135, III, do CTN, pelo crédito tributário lançado. Fl. 1157DF CARF MF 18 O fato da fiscalização ter concluído que o Sr. Luis Antonio de Souza era o sócio responsável pela gestão da empresa “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda – ME” e de que o Sr. Carlos não ter sido citado na reclamatória trabalhista citada nos autos, não o exime da responsabilidade pelo crédito tributário apurado. A solidariedade no âmbito tributário pode ser configurada entre o contribuinte e terceiros que ingressam na relação jurídica como responsáveis, estando sujeitos individualmente ou em conjunto a suportar a exigência da totalidade do crédito tributário devido. E o fundamento para sua indicação foi a dissolução irregular da empresa, enquanto que o Sr. Luís foi indicado como administrador de fato da empresa, no período fiscalizado. No recurso do Sr. Luis Antonio, relativamente à reclamatória trabalhista a que aludiu a fiscalização, foi argumentado, ainda: Seja como for, conforme cópia de documento que acompanha este recurso, vejamos que o recorrente foi EXCLUÍDO DA REFERIDA LIDE. Portanto, não houve qualquer comprovação e ou responsabilização do recorrente, DE MODO QUE CAI POR TERRA O PRINCIPAL ARGUMENTO UTILIZADO PELA FISCALIZAÇÃO. Pelo que se vê do documento acostado ao recurso, houve uma conciliação em que a reclamada Empório Distribuidora de Alumínio Ltda. ME pagou o valor acordado ao reclamante. Contudo, ficou ressalvado o direito de regresso da reclamada em face dos demais coréus. Portanto, o desfecho da ação trabalhista em nada interfere nas conclusões já explicitadas. No que tange à responsabilidade de “Luís Antonio de Souza”, é alegado que ele não era e nunca foi sócio das empresas que lhe outorgaram poderes bancários. Assim constou na decisão de piso: Os autos de infração referemse ao período de 01/01/2010 a 31/12/2010. Neste período o contribuinte Luís Antonio de Souza era empregado da MDA Comércio e Representação de Metais Ltda – ME (antiga Empório de Alumínio Ltda) e possuía uma procuração conferindolhe amplos poderes bancários desta empresa. Além disso, constou na Reclamatória Trabalhista Processo nº 0000863 38.2014.5.03.104 – 4ª Vara do Trabalho de Uberlândia que o Sr. Luis era sócio de direito e de fato das empresas “Empório de Alumínio”, “Empório Distribuidora de Alumínio Ltda” e “MDA Comércio e Representação de Metais Ltda”. Quanto à Portaria nº 180/2010 da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional – PGFN (com a redação alterada pela Portaria PGFN nº 904/2010), o seu art. 1º dispõe que entendese como responsável solidário o sócio, pessoa física ou jurídica, ou o terceiro não sócio, que possua poderes de gerência sobre a pessoa jurídica, independentemente da denominação conferida, à época da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária objeto de cobrança judicial. Como pode ser visto, não precisa ser sócio da empresa, basta possuir poderes sobre a mesma, que é o que está demonstrado no presente processo. [...] O interessado se refere, também, à Súmula 14 do CARF ao dizer que se eventuais omissões de receitas não configuram situação fática que enseje a qualificação da penalidade tributária (150%), igualmente não tem o condão de sustentar a responsabilidade passiva solidária de terceiros que não participem da Fl. 1158DF CARF MF Processo nº 10675.721881/201421 Acórdão n.º 1201002.624 S1C2T1 Fl. 11 19 relação jurídica geradora da mesma exação – interesse comum, definido no art. 124, I, CTN. A Súmula 14 do CARF assim dispõe: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. No presente caso, não foi aplicada a multa de ofício qualificada e nem a Súmula trata da responsabilidade tributária. Intimações. No tocante às intimações ao patrono da recorrente, informase que elas são feitas por via postal, endereçadas ao domicílio tributário do sujeito passivo, nos termos do Decreto n. 70.235/1972, art. 23, com a redação dada pela Lei nº 9.532/1997. Quanto à pauta das sessões de julgamento, estas serão publicadas no Diário Oficial da União, nos termos previstos no artigo 55, § 1º do Regimento Interno do CARF (RICARF): Art. 55. [...] § 1º A pauta será publicada no Diário Oficial da União e divulgada no sítio do CARF na Internet, com, no mínimo, 10 (dez) dias de antecedência. Às partes será concedida a possibilidade de sustentação oral, conforme previsão do artigo 58 do citado RICARF: Art. 58. Anunciado o julgamento de cada recurso, o presidente dará a palavra, sucessivamente: I ao relator, para leitura do relatório; II ao recorrente ou ao seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral por 15 (quinze) minutos, prorrogáveis por, no máximo, 15 (quinze) minutos, a critério do presidente; Não há pois a previsão de intimações quanto às sessões de julgamento e do resultado deste ao patrono da recorrente. Conclusão. Por todo o exposto, conheço dos recursos voluntários para, no mérito, negar lhes provimento. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 1159DF CARF MF 20 Fl. 1160DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.725411/2014-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009, 2010, 2011
ESTIMATIVAS. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CABIMENTO.
Com o advento da Medida Provisória nº 351, de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 2007, evidenciou-se o cabimento da incidência da multa isolada pela falta de pagamento das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, ainda que cumulativamente haja imposição da multa de ofício proporcional ao imposto e à contribuição devidos ao final do respectivo ano-calendário.
Numero da decisão: 9101-003.823
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Demetrius Nichele Macei (relator), Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto e José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Viviane Vidal Wagner.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego - Presidente.
(assinado digitalmente)
Demetrius Nichele Macei - Relator.
(assinado digitalmente)
Viviane Vidal Wagner - Redatora designada.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), e Adriana Gomes Rego (Presidente).
Nome do relator: DEMETRIUS NICHELE MACEI
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FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. Com o advento da Medida Provisória nº 351, de 2007, convertida na Lei nº 11.488, de 2007, evidenciouse o cabimento da incidência da multa isolada pela falta de pagamento das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, ainda que cumulativamente haja imposição da multa de ofício proporcional ao imposto e à contribuição devidos ao final do respectivo anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Demetrius Nichele Macei (relator), Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto e José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Viviane Vidal Wagner. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Relator. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Redatora designada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 54 11 /2 01 4- 11 Fl. 3209DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.209 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), e Adriana Gomes Rego (Presidente). Fl. 3210DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.210 3 Relatório Tratase de processo originado em Autos de Infração (efls. 239) de IRPJ e CSLL, anocalendário 20092001, cumulados com juros de mora, multa de ofício qualificada (fundamentada pela fiscalização no artigo 72, da Lei nº 4.502/64 – fraude) e multa isolada, por suposta omissão de receitas nas vendas com intermediação de financiamentos e falta de recolhimento do IRPJ sobre base de cálculo estimada, recaindo tal autuação, também, sobre os responsáveis tributários, com base no artigo 135, inciso III, do CTN (TVF – efl 40117). Inconformado, o sujeito passivo apresentou Impugnação à efolha 2.378, que depois de diligência fiscal (Relatório de Diligência efl 2.676) solicitada pela Resolução nº 2.001.877 (efl. 2.665), foi julgada parcialmente procedente pelo Acórdão nº 0266.910, de 23/11/2015, cuja ementa e dispositivo reproduzse abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009, 2010, 2011 LANÇAMENTO DE OFÍCIO DEDUÇÕES DO TRIBUTO APURADO NA AÇÃO FISCAL Na apuração do tributo a ser exigido por meio de lançamento de ofício, o contribuinte faz jus à dedução de todos os valores que, antes do início da ação fiscal, tenham sido comprovadamente pagos ou que tenham sido validamente declarados como devidos, ou ainda que tenham sido retidos na fonte e que se refiram a rendimentos alcançados pelo lançamento de ofício. FALTA DE PAGAMENTO DE ANTECIPAÇÃO MENSAL Verificada a falta de pagamento de antecipação mensal por estimativa cabe exigir a multa isolada, que incidirá sobre o valor não recolhido. LANÇAMENTO DECORRENTE CSLL O decidido para o lançamento de IRPJ estendese ao lançamento que com ele compartilha o mesmo fundamento factual e para o qual não há nenhuma razão de ordem jurídica que lhe recomende tratamento diverso. Acordam os membros da 3ª Turma de Julgamento, por unanimidade, nos termos do voto do relator, parte integrante deste acórdão, em julgar parcialmente procedente a impugnação, na parte objeto de litígio, para: • manter integralmente os vínculos de responsabilidade de todos os sujeitos passivos solidários pelo crédito tributário lançado, ressalvadas as exonerações determinadas neste voto; • manter integralmente a multa isolada incidente sobre as antecipações mensais de CSLL não recolhida; • manter parcialmente a multa isolada incidente sobre as antecipações mensais de IRPJ não recolhidas, reduzindo os valores referentes a janeiro de 2010, abril de 2010, julho de 2010 e agosto de 2010 respectivamente para R$ Fl. 3211DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.211 4 241.580,88, R$ 459.669,32, R$ 575.440,49 e R$425.258,71, mas sem alterar os valores referentes aos demais períodos de apuração; • manter parcialmente o IRPJ exigido, reduzindo o valor referente ao ano calendário de 2010 para R$ 630.467,34, mas sem alterar o valor referente ao anocalendário de 2011. Diante dos Recurso de Ofício e Voluntário (efl 2.836 ), a i. Turma Ordinária decidiu, em 20/09/2017, sob o Acórdão nº 1302002.377, que: 1) Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, por ser o valor exonerado inferior ao limite de alçada; 2) Por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário apresentado pela pessoa jurídica.Vencidos os conselheiros:Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Eduardo Morgado Rodrigues e Gustavo Guimarães da Fonseca que davam provimento parcial ao recurso voluntário, para afastar as multas isoladas por falta de pagamento por estimativa, e; 3) Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário dos responsáveis tributários. Vejase a ementa de tal decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009, 2010, 2011 ANTECIPAÇÃO MENSAL. FALTA DE PAGAMENTO. MULTA ISOLADA. Verificada a falta de pagamento de antecipação mensal por estimativa cabe exigir a multa isolada, que incidirá sobre o valor não recolhido. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. LEI. NOVA REDAÇÃO. FATOS GERADORES A PARTIR DE 2007. Após a alteração de redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, é plenamente aplicável a multa isolada de 50% em relação à insuficiência de recolhimento de estimativas e a multa de ofício de 75% sobre o lançamento complementar. O disposto na Súmula nº 105 do CARF aplicase aos fatos geradores pretéritos ao ano de 2007. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2009, 2010, 2011 CSLL. LANÇAMENTO DECORRENTE. O decidido para o lançamento de IRPJ estendese ao lançamento que com ele compartilha o mesmo fundamento factual e para o qual não há nenhuma razão de ordem jurídica que lhe recomende tratamento diverso. Fl. 3212DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.212 5 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009, 2010, 2011 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. ALTERAÇÃO. APLICAÇÃO IMEDIATA. Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009, 2010, 2011 FRAUDE. INFRAÇÃO À LEI. ADMINISTRADORES. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Na sequência, em 27/10/2017, o sujeito passivo apresentou Requerimento de Desistência de Recurso Administrativo (efl 2.919) para entrar no PERT, desistência esta, parcial, posto que a discussão administrativa em relação a multa isolada permaneceu. Interpôs, então, Recurso Especial (efl 3.019) pleiteando o afastamento da multa isolada, demonstrando a divergência jurisprudencial sobre o tema com o acórdão paradigma nº 1301002.207, cuja ementa colacionase a seguir: MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO PROPORCIONAL. CONCOMITÂNCIA. INAPLICABILIDADE. É inaplicável a multa isolada por falta de recolhimento das estimativas quando há concomitância com a multa de oficio proporcional sobre o tributo devido no ajuste anual, mesmo após a vigência da nova redação do art. 44 da Lei 9.430/1996 dada pela Lei 11.488/2007. A recorrente ainda junta outras ementas de diferentes turmas deste i. Conselho ao seu favor, confirase: APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA E DA MULTA DE OFÍCIO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430/96) e da multa de ofício (inciso I, do art. 44, da Lei nº 9.430/96) não é legítima, pois incidem sobre bases de cálculo sobrepostas. (Acórdão nº 106 12776) IRPF – PENALIDADE – MULTA ISOLADA – Insustentável a imposição de penalidade isolada, juntamente com o tributo lançado de ofício, sendo mesmo fato gerador. (Acórdão nº 10418702) Fl. 3213DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.213 6 MULTA DE OFÍCIO ISOLADA – FALTA DE RECOLHIMENTO – PAGAMENTO POR ESTIMATIVA – CONCOMITÂNCIA – (...). A exigência concomitante da multa isolada e da multa de ofício configura dupla incidência de penalidade sobre uma mesma infração. (Acórdão nº 101 94416). MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO – CONCOMITÂNCIA – MESMA BASE DE CÁLCULO – A aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. (Acórdão CSRF/01 04.987). Traz, por fim, como contraponto a alegação de que a súmula CARF 105 só se aplicaria à anoscalendários anteriores a 2006, o Recurso Especial/STJ nº 1.496.354/PR, o qual defende que o racional da súmula permanece para fatos geradores ocorridos em momento superveniente à publicação da Lei nº 11.488/2007, sendo impossível a cobrança concomitante das multas de ofício e isoladas. Conheçase a ementa: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. MULTA ISOLADA E DE OFÍCIO. ART. 44 DA LEI N. 9.430/96 (REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.488/07). EXIGÊNCIA CONCOMITANTE. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. 1. Recurso especial em que se discute a possibilidade de cumulação das multas dos incisos I e II do art. 44 da Lei n. 9.430/96 no caso de ausência do recolhimento do tributo. 2. Alegação genérica de violação do art. 535 do CPC. Incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 3. A multa de ofício do inciso I do art. 44 da Lei n. 9.430/96 aplicase aos casos de "totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata". 4. A multa na forma do inciso II é cobrada isoladamente sobre o valor do pagamento mensal: "a) na forma do art. 8° da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) e b) na forma do art. 2° desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei n. 11.488, de 2007)". 5. As multas isoladas limitamse aos casos em que não possam ser exigidas concomitantemente com o valor total do tributo devido. 6. No caso, a exigência isolada da multa (inciso II) é absorvida pela multa de ofício (inciso I). A infração mais grave absorve aquelas de menor gravidade. Princípio da consunção. Fl. 3214DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.214 7 Recurso especial improvido. (Rel. Min. Humberto Martins). O Despacho de Admissibilidade (efl 3.188) concluiu pelo seguimento do Recurso Especial ao identificar a divergência jurisprudencial levantada pela recorrente, mediante o acórdão paradigma nº 1301002.207. A Procuradoria apresentou Contrarrazões, à efolha 3.192, alegando, preliminarmente, que a súmula CARF 105 não se aplica a este processo porque a nova redação dada ao artigo 44, da Lei nº 9.430/96 não consta no enunciado da súmula. Na sequência, defende que o pagamento por estimativas auxilia a União a fazer frente às despesas incorridas durante o anocalendário e que por este motivo a imposição da multa isolada é diferente da imposição da multa de ofício. Em suma, para a Procuradoria as penalidades possuem natureza e base de cálculo distintas. Transcreve, ainda, julgado do TRF da 5ª Região para demonstrar que não há duplicidade na cobrança de ambas as penalidades, por terem naturezas distintas (Origem: AC Apelação Civel – 385949 / Processo: 200484000067497 UF: RN / Órgão Julgador: Quarta Turma / Data da decisão: 08/08/2006 / DJ Data::06/09/2006 Página::1228 – Nº::172 / Relator(a): Desembargador Federal Marcelo Navarro / Decisão: UNÂNIME). Por fim, cita também o artigo 97, inciso VI, do CTN, que diz: “Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: (…) VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades”, alegando que a e. Turma a quo inovou criando hipótese de dispensa da multa isolada não prevista em lei. Ainda, quanto ao mesmo diploma, afirma que o artigo 172, inciso IV e o artigo 108, inciso IV, §2º, que tratam do emprego da equidade, não permitem que o intérprete dispense o crédito tributário quando exista previsão que o permita. Finaliza citando outras fontes para comprovar sua tese, como doutrina, artigo científico e colaciona trecho do acórdão nº 910100.947, da CSRF, a seu favor. É o relatório. Fl. 3215DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.215 8 Voto Vencido Conselheiro Demetrius Nichele Macei Relator Conhecimento O recurso especial do contribuinte é tempestivo. No juízo de admissibilidade, o referido recurso especial foi admitido em relação ao seguinte ponto: 1) aplicação da multa isolada em concomitância com a multa de ofício sobre o tributo devido no ajuste anual no período posterior à edição da MP 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/2007, que deu, através de seu art. 14, nova redação ao art. 44, da Lei nº 9.430/96. Há contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, mas que não questiona tempestividade ou pressupostos de admissibilidade do recurso especial do contribuinte. Desta forma, considerando não haver controvérsia sobre o tema, concordo e adoto as razões do Presidente da 1ª Seção do CARF para conhecimento do recurso especial do contribuinte, nos termos do permissivo do art. 50, § 1º, da Lei 9.784/99. Em síntese, a insurgência trazida pelo contribuinte, em seu recurso especial, para fins de análise deste Colegiado, é a aplicação da multa isolada, por falta de recolhimento de estimativas, em concomitância com a multa de ofício, após a edição da Lei nº 11.488/2007, o que afasta a aplicação da Súmula CARF 105 no caso concreto. No v. acórdão recorrido ficou assentado o posicionamento de que “a multa de ofício sobre o ajuste anual é embasada no inciso I do (art. 44) e calculada sobre a diferença de imposto apurada ao final do exercício; a multa isolada tem por base o inciso II, e é calculada sobre o valor devido no mês correspondente”, acrescentando que “o princípio da subsunção (sic), por outro lado, constituise em princípio geral do Direito Penal, sem transposição para o Direito Penal Tributário, dadas às especificidades da normal penal tributária”, para concluir que “após a alteração da redação (do art. 44), entendese, como já dito, plenamente cabível a aplicação concomitante das duas penalidades”. No paradigma, ao contrário, consignouse que “é inaplicável a multa isolada por falta de recolhimento das estimativas quando há concomitância com a multa de ofício proporcional sobre o tributo devido no ajuste anual, mesmo após a vigência da nova redação do art. 44 da Lei 9.430/96 dada pela Lei 11.488/2007” (1301002.207). Com a devida vênia daqueles que pensam de forma diversa, não vejo qualquer razão para o afastamento da concomitância da aplicação da multa de ofício com a multa isolada no período anterior à entrada em vigor da MP 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/07, inclusive com a aprovação da Súmula CARF 105, e o período posterior. A simples mudança na forma de escrever o disposto no art. 44, da Lei 9.430/96, na redação dada pela Lei nº 11.488/2007, com a devida vênia, não muda a natureza da multa isolada em relação à multa de ofício, quando esta é aplicada no caso concreto. Fl. 3216DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.216 9 Vejase o disposto no v. acórdão 9101000.966 ao tratar da natureza secundária do bem jurídico tutelado pela penalidade da multa isolada: APLICAÇÃO CONCOMITANTE DE MULTA DE OFÍCIO E MULTA ISOLADA NA ESTIMATIVA. Incabível a aplicação concomitante da multa isolada por falta de recolhimento de estimativas no curso do período de apuração e de ofício pela falta de pagamento de tributo apurado no balanço. A infração relativa ao não recolhimento da estimativa mensal caracteriza etapa preparatória do ato de reduzir o imposto no final do ano. Pelo critério da consunção, a primeira conduta é meio de execução da segunda. O bem jurídico mais importante é sem dúvida a efetivação da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do fluxo de caixa do governo, representada pelo dever de antecipar essa mesma arrecadação. Como se vê, a simples alteração na forma da redação do art. 44, pela Lei nº 11.488/07 não altera o raciocínio lógico jurídico disposto no v. acórdão acima transcrito. Ademais, o E. STJ, no v. acórdão de lavra no Exmo. Min. Humberto Martins no Recurso Especial nº 1.496.354/PR, segue a mesma linha de raciocínio jurídico, senão vejamos: EMENTA PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. DEFICIÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. MULTA ISOLADA E DE OFÍCIO. ART. 44 DA LEI N. 9.430/96 (REDAÇÃO DADA PELA LEI N. 11.488/07). EXIGÊNCIA CONCOMITANTE. IMPOSSIBILIDADE NO CASO. 1. Recurso especial em que se discute a possibilidade de cumulação das multas dos incisos I e II do art. 44 da Lei n. 9.430/96 no caso de ausência do recolhimento do tributo. 2. Alegação genérica de violação ao art. 535 do CPC. Incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal. 3. A multa de ofício do inciso I do art. 44 da Lei n. 9.430/96 aplicase nos casos de “totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata”. 4. A multa na forma do inciso II é cobrada isoladamente sobre o valor do pagamento mensal: “a) na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007), e b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei n. 11.488, de 2007)”. 5. As multas isoladas limitamse aos casos em que não possam ser exigidas concomitantemente com o valor total do tributo devido. Fl. 3217DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.217 10 6. No caso, a exigência isolada da multa (inciso II) é absorvida pela multa de ofício (inciso I). A infração mais grave absorve aquelas de menor gravidade. Princípio da consunção. Recurso especial improvido. (STJ, REsp 1.496.354, 2ª Turma, Relator Exmo. Min. Humberto Martins, Data Julgamento 17.03.2015, decisão unânime, DJe 24.03.2015). No voto do Exmo. Min. Humberto Martins, há esclarecimento adicional de que “sistematicamente, notase que a multa do inciso II do referido artigo (art. 44) somente poderá ser aplicada quando não possível a multa do inciso I”. E complementa: “Os recolhimentos mensais, ainda que configurem obrigações de pagar, não representam, no sentido técnico, o tributo em si. Este apenas será apurado ao final do anocalendário, quando ocorrer o fato gerador. As hipóteses do inciso II, ‘a’ e ‘b’, em regra, não trazem novas hipóteses de cabimento de multa. A melhor exegese revela que não são multas distintas, mas apenas formas distintas de aplicação da multa do art. 44, em consequência de, nos casos ali descritos, não haver nada a ser cobrado a título de obrigação tributária principal. As chamadas ‘multas isoladas’, portanto, apenas servem aos casos em que não possam ser as multas exigidas juntamente com o tributo devido (inciso I), na medida em que são elas apenas formas de exigência das multas descritas no caput. Esse entendimento é corolário da lógica do sistema normativotributário que pretende prevenir e sancionar o descumprimento de obrigações tributárias. De fato, a infração que se pretende repreender com a exigência isolada da multa (ausência de recolhimento mensal do IRPJ e CSLL por estimativa) é completamente abrangida por eventual infração que acarrete, ao final do ano calendário, o recolhimento a menor dos tributos, e que dê azo, assim, à cobrança da multa de forma conjunta. Em se tratando as multas tributárias de medidas sancionatórias, aplicase a lógica do princípio penal da consunção, em que a infração mais grave abrange aquela menor que lhe é preparatória ou subjacente. (...) Sob este enfoque, não pode ser exigida concomitantemente a multa isolada e a multa de ofício por falta de recolhimento de tributo apurado ao final do exercício e também por falta de antecipação sob a forma estimada. Cobrase apenas a multa de ofício pela falta de recolhimento de tributo.” De se observar que o v. acórdão paradigma trazido pelo contribuinte para demonstrar a divergência em relação ao v. acórdão recorrido coadunase com o posicionamento firmado pelo E. STJ, nos termos acima descritos. Ante o exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso especial do contribuinte, reformando o v. acórdão recorrido neste específico item, de tal forma a afastar a incidência da multa isolada no caso concreto, devendo ser mantida, tão somente, a multa de ofício respectiva. Fl. 3218DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.218 11 É o voto (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Voto Vencedor Conselheira Viviane Vidal Wagner Redatora designada Sobre questão da concomitância entre multa isolada e multa de ofício, em que pese os bons argumentos do ilustre relator, a maioria da turma discordou de sua conclusão. Nessa matéria, este Colegiado tem decidido, a exemplo de outras turmas do CARF, no sentido de que a multa isolada, na anterior redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, deve ser afastada em observância ao princípio da consunção. Nesse sentido extraise a inteligência da Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Contudo, o papel precípuo do julgador nessa seara é o de analisar o conjunto normativo vigente e aplicável ao tempo dos fatos objeto de autuação, tendo em mente que o lançamento tributário é atividade vinculada aos ditames legais e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, nos termos do art. 142, parágrafo único, do CTN. Assim, na hipótese dos autos, destacase que houve alteração no comando original do art. 44 da Lei nº 9.430/96, oriunda da redação que lhe foi dada pela Lei nº 11.488, 15 de junho de 2007, fruto da conversão da Medida Provisória nº 351, de 2007. Penso que a alteração buscou afastar a dubiedade e a imprecisão do comando anterior, circunstâncias que levaram à elaboração da Súmula CARF nº 105, que conferiu, à luz do art. 112, I, do CTN, interpretação jurídica mais favorável ao contribuinte. Ocorre que, sob a ótica da estrita legalidade, a partir da nova redação não se vislumbra mais qualquer impedimento jurídico para a aplicação concomitante das multas previstas nos incisos I e II, "b", do art. 44 da Lei nº 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Fl. 3219DF CARF MF Processo nº 10120.725411/201411 Acórdão n.º 9101003.823 CSRFT1 Fl. 3.219 12 II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Como no caso dos autos as multas isoladas se referem à falta de pagamento de estimativas mensais posteriores à vigência da nova redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, entendo como jurídica e obrigatória a aplicação concomitante das infrações nele previstas, por considerar que tais multas são completamente distintas e autônomas. Ante o exposto, conheço do recurso especial apresentado pelo contribuinte e, no mérito, voto por negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 3220DF CARF MF
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Numero do processo: 10240.000697/2008-13
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL.
No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias.
Numero da decisão: 9202-007.298
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-11-10T20:26:45Z; Last-Modified: 2018-11-10T20:26:45Z; dcterms:modified: 2018-11-10T20:26:45Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.3e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-11-10T20:26:45Z; meta:save-date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-11-10T20:26:45Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-11-10T20:26:45Z; created: 2018-11-10T20:26:45Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; Creation-Date: 2018-11-10T20:26:45Z; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-11-10T20:26:45Z | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 494 1 493 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10240.000697/200813 Recurso nº Especial do Procurador e do Contribuinte Acórdão nº 9202007.298 – 2ª Turma Sessão de 23 de outubro de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrentes ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO ESTADO DE RONDÔNIA FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 06 97 /2 00 8- 13 Fl. 494DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório Cuidase Recursos Especiais interpostos pela Fazenda Nacional e pelo Contribuinte em face do acórdão nº 2401001.672, proferido na sessão do dia 15 de março de 2011, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM PELA REGRA DO INCISO I DO ART. 173 DO CTN. Inexistindo antecipação de recolhimento das contribuições previdenciárias, a contagem do prazo decadencial para as contribuições previdenciárias tem como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte a ocorrência dos fatos geradores ENTIDADE QUE SE ENQUADRA COMO ISENTA. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS. DESCONSIDERAÇÃO PARA EFEITO DE CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. Não são considerados como antecipação de pagamento da contribuição da empresa, para fins de aferição do prazo decadencial. os recolhimentos relativos à parte dos segurados efetuados pelas entidades que se consideram isentas do recolhimento da cota patronal previdenciária. CONTRIBUIÇÕES SEGURADO EMPREGADO E CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. OBRIGAÇÃO RECOLHIMENTO. Nos termos do artigo 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 8.212/91, a empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, descontandoas das respectivas remunerações e recolher o produto no prazo contemplado na legislação de regência. PREVIDENCIÁRIO. ISENÇÃO COTA PATRONAL. Somente fará jus à isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias a contribuinte entidade beneficente de assistência social que cumprir, cumulativamente, os requisitos inscritos no artigo 55 da Lei nº 8.212/91, constatação que à época da ocorrência dos fatos geradores era procedida em processo próprio apartado, com reflexo nas notificações decorrentes. Fl. 495DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 495 3 PAF. APRECIAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. IMPOSSIBILIDADE. De conformidade com os artigos 62 e 72, § 4º do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, c/c a Súmula nº 2 do antigo 2º CC, às instâncias administrativas não compete apreciar questões de ilegalidade ou de inconstitucionalidade, cabendolhes apenas dar fiel cumprimento à legislação vigente, por extrapolar os limites de sua competência. Recurso de Oficio Provido em Parte e Recurso Voluntário Negado. A Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração em face do acórdão acima transcrito, os quais foram acolhidos, ensejando a prolação do acórdão nº 240101.992, na sessão do dia 23 de agosto de 2011, que restou assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO/CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. COMPROVAÇÃO. ACOLHIMENTO. Restando comprovada a omissão/contradição no Acórdão guerreado, na forma suscitada pela Embargante, impõese o acolhimento dos Embargos de Declaração para suprir a omissão/contradição apontada, dandolhe efeitos infringentes na parte em que o saneamento da omissão necessariamente conduzir a alteração no resultado do julgamento. Embargos Acolhidos em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher parcialmente os embargos de declaração para re ratificar o Acórdão no 240101.672, passando a: por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso de ofício para restabelecer as competências 12/2002 e 01 a 03/2003. Como muito bem relatado pela Câmara a quo, destaco: Na origem, o contribuinte, pessoa jurídica, já qualificada nos autos do processo administrativo em referência, teve contra si lavrada Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD nº 37.116.8759, referente às contribuições sociais devidas pela notificada ao INSS, correspondentes à parte da empresa, do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, e as destinadas a Terceiros (Salário Educação, INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE), incidentes sobre as remunerações pagas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais, em relação ao período de 01/2001 a 12/2006, conforme circunstanciadamente demonstrado no Relatório Fiscal, às fls. 121/125. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, lavrada em 22/04/2008, contra a contribuinte acima identificada. De acordo com o Relatório Fiscal, o crédito previdenciário ora exigido fora lançado em decorrência da perda da isenção da cota da Fl. 496DF CARF MF 4 patronal da contribuinte, tendo em vista o descumprimento dos requisitos de referido benefício fiscal, especialmente o inciso III, do artigo 55, da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 206, inciso IV, do RPS; devidamente examinado nos autos de processo administrativo próprio em trâmite perante a 4ª Câmara do CRPS, já transitado em julgado, conforme Ato Cancelatório nº 001/2005, mantido pelo Acórdão n° 2115/2005 do Colegiado mencionado. Intimada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de efls. 421/434 que foi admitido conforme exame de admissibilidade de efls. 445/448, com o objetivo de discutir o termo inicial da decadência, nos casos em que o contribuinte estiver albergado por isenção. Intimado. o Contribuinte interpôs Recurso Especial de efls. 453/461, que foi admitido conforme despacho de exame de admissibilidade efls. 479/480, no sentido de que independentemente da inexistência da antecipação de pagamento, aplicase s contribuições previdenciárias, no que se refere à decadência, a regra do art. 150, §4º do CTN. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões de efls. 485/491, requerendo que seja negado provimento ao Recurso Especial do Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheira Patrícia da Silva Relatora Os Recursos Especiais são tempestivos e atendem os demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual os conheço. Ambos os Recursos Especial apresentam como matéria a questão do prazo decadencial, assim, começarei pela análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Recurso Especial da Fazenda Nacional Em seu Recurso Especial, a Fazenda Nacional apresenta a rediscussão em relação ao prazo decadencial sob o seguinte argumento, conforme trecho transcrito do Recurso Especial nas efls. 426: Contudo, a conclusão estampada no aresto merece reforma. Isto porque, ao declarar a decadência parcial do direito ao lançamento da Fazenda Pública, o acórdão recorrido o fez sem considerar o disposto no art. 175, I, do mesmo diploma legal. Isto é, o Colegiado desconsiderou a circunstância de que até 21/02/2005 o contribuinte estava albergado por isenção, o que impedia qualquer atividade de lançamento, razão pela qual a fluência do prazo decadencial de cinco anos só poderia se dar após o efetivo ato de cancelamento da isenção. (Grifamos) Em relação ao início de contagem do prazo decadencial, conforme pleiteia a PGFN, na sessão do dia 30 de julho de 2014, conforme acórdão nº 9202003.288, referente ao processo administrativo nº 36624.002167/200708, por unanimidade, decidiu: Fl. 497DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 496 5 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ENTIDADES ISENTAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. No caso de entidades isentas, o termo inicial da decadência insculpida no artigo 173, inciso I, do Códex Tributário, é o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo, em que o lançamento poderia ter sido efetuado, tal qual ocorre com os demais contribuintes, não se cogitando na suspensão do prazo decadencial no período em que a entidade usufruir da isenção, sobretudo por continuar no decorrer desse lapso temporal sujeita à fiscalização por parte da autoridade fazendária e, conseqüentemente, ao lançamento fiscal, na hipótese de descumprimento de suas obrigações tributárias. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Ronaldo de Lima Macedo (suplente convocado), Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justicadamente, o Conselheiro Marcelo Oliveira. (Grifamos) Nesse sentido, destaco a fundamentação do ilustre Conselheiro relator: Não obstante as substanciosas razões da Procuradoria, seu insurgimento não tem o condão de macular o Acórdão recorrido. Aliás, vários são os motivos que demonstram a fragilidade e rechaçam a pretensão da Fazenda, como passaremos a demonstrar. De plano, ressaltase que é cediço na doutrina e jurisprudência que o gozo da isenção por entidade de fins filantrópicos não tem o condão de suplantar o poderdever da autoridade fiscal de promover o lançamento, uma vez constatada a ocorrência dos fatos geradores dos tributos sem o devido recolhimento, mormente quando referido procedimento objetiva prevenir a decadência, sob pena de responsabilidade funcional da autoridade fiscal, nos termos do artigo 142 do CTN. Nessa toada, admitindose a impossibilidade do lançamento, bem como a suspensão da decadência, em face da isenção da entidade, estaríamos dando aos artigos 151 e 173, do CTN, extensão que dele não decorre, violando a inafastável sujeição do contribuinte à fiscalização. Consoante se infere do dispositivo legal supracitado, em momento algum o legislador contemplou a possibilidade da suspensão do prazo decadencial, por ocasião da fruição de isenção, suspendendose simplesmente a Fl. 498DF CARF MF 6 exigibilidade do crédito tributário eventualmente constituído, observados os requisitos para tanto, até decisão final no processo pertinente, o que se vislumbra no caso vertente. Frise se, que a isenção em epígrafe não tem eficácia de impedir a constituição do crédito previdenciário pelo lançamento, porquanto a autoridade administrativa, em observância ao disposto no artigo 142 do CTN, deve exercer o seu poderdever de lançar, sem quaisquer limitações, apenas ficando suspensa a exigibilidade do crédito. Mesmo porque, referido benefício fiscal não afasta totalmente as obrigações tributárias, relativamente aos demais tributos não abarcados pela isenção e, bem assim, no que tange às obrigações acessórias. Como se observa, inexiste qualquer limitação legal capaz de impedir o lançamento relativamente aos contribuintes isentos. Ao contrário, existe sim, determinação legal (artigo 142 do CTN, p. ex.), a qual obriga a autoridade administrativa, sendo privativa, vinculada e obrigatória a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, quando constatada a ocorrência dos fatos geradores do tributo. Com efeito, a legislação de regência, vigente à época, ao dispor sobre os requisitos para manutenção e concessão da isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias, estabelece que o Fisco poderá/deverá fiscalizar, além do recolhimento de tais tributos, o cumprimento dos pressupostos daquele benefício, como segue: (...) Da mesma forma, não há se falar em afronta aos ditames do artigo 175, inciso I, do Código Tributário Nacional, vez que a isenção não impossibilita o nascimento da própria obrigação tributária, ao contrário do que sustenta a Fazenda Nacional. Como delineado alhures, a isenção da cota patronal das contribuições previdenciárias não impede a ocorrência do fato gerador do tributo, mas tão somente afasta a tributação sobre ele, remanescendo, porém, as obrigações acessórias pertinentes, como informálos em GFIP, bem como as demais contribuições afora a cota patronal. Em verdade, o artigo 175, inciso I, do CTN, ao estabelecer a isenção como uma das hipóteses de exclusão do crédito tributário exige necessariamente que aquele seja constituído. Em outras palavras, somente se pode cogitar em exclusão do débito, a partir da isenção, se for devidamente constituído por meio de um lançamento fiscal, o que faz cair por terra, novamente, o argumento de que referido dispositivo legal impossibilita o lançamento para as entidades isentas. Na esteira desse raciocínio, impõese a manutenção da decadência reconhecida pela Câmara recorrida, relativamente ao período de 01/2001 a 11/2001 e 13°/2001, admitindose como termo inicial da decadência do artigo 173, inciso I, do CTN, o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador do tributo lançado, em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Assim, afasto a alegação da PGFN que a fruição do prazo decadencial começa a partir da suspensão da isenção. No mesmo sentido, o voto do embargo de declaração vai no mesmo enconto: Diante dessa constatação, não devo admitir que o dies a quo para a fluência do prazo decadencial seja estabelecido em Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10240.000697/200813 Acórdão n.º 9202007.298 CSRFT2 Fl. 497 7 função da data de prolação do ato cancelatório, uma vez que esse estaria a depender de providência da Administração Tributária. A prevalecer o entendimento da embargante, poder seia cair na seguinte situação, que considero absolutamente absurda: após o quinto ano da ocorrência dos fatos geradores, o Fisco emite ato cancelatório de isenção e a partir desse marco passaria a se contar os cinco anos do prazo quinquenal, levando a possibilidade de se exigir o tributo para fatos geradores ocorridos há dez anos. No tocante a regra decadencial a ser aplicada, arts. 150, § 4º ou 173, I ambos do CTN, esta E. CSRF na sessão do dia 21 de fevereiro de 2017, acórdão nº 9202005.227, referente ao processo nº 12898.001143/200915, de relatoria da Ilma. Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que na oportunidade acompanhei, assim decidiu: CS. AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. REGRA DECADÊNCIA. ART. 173, I DO CTN. Inexistindo recolhimento antecipado sobre os fatos geradores e fundamentação legal lançada de ofício, a decadência deve ser aplicada a luz do art. 173, I do CTN. Os recolhimentos efetuado antecipadamente como entidade isenta não são aproveitados para recolhimentos antecipados de entidades sem esse benefício fiscal. (Grifamos) Assim, os recolhimentos efetuados antecipadamente como entidade isenta não são aproveitados para recolhimentos antecipados de entidades sem esse benefício fiscal. Conforme exposto no voto proferido em sede de Embargos de declaração, reconheço a decadência dos períodos anterior a 12/2002. Dessa forma, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, reconhecendo a decadência dos períodos anterior a 12/2002. Recurso Especial do Contribuinte Em seu Recurso Especial, o Contribuinte requer a aplicação do art. 150, § 4º do CTN independente do recolhimento das contribuições. Conforme analisado no Recurso Especial da PGFN, em relação ao prazo decadencial, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Especial do Contribuinte, reconhecendo decadência dos períodos anterior a 12/2002. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 500DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.903132/2009-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 13/02/2004
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.393
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1451; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.903132/200945 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3301005.393 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de outubro de 2018 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente META MATERIAIS ELÉTRICOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 13/02/2004 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 31 32 /2 00 9- 45 Fl. 52DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologação da compensação declarada, sob o fundamento de que o pagamento da contribuição (PIS/Cofins), informado como origem do crédito, já havia sido utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte requereu o reconhecimento do seu direito creditório, bem como a homologação da compensação, alegando que auferira receitas não sujeitas à incidência da contribuição (PIS/Cofins), dada a inconstitucionalidade do art. 3°, § 1º, da Lei n° 9.718/1998, que fixou um novo conceito de faturamento, ampliando aleatoriamente a base de cálculo das contribuições para alcançar "a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas". De acordo com o então Manifestante, referido dispositivo violou flagrantemente os arts. 146 e 154 da Constituição Federal, além do art. 110 do Código Tributário Nacional (CTN), alterando o alcance a definição de institutos, conceitos e formas do direito privado, segundo o qual faturamento é uma espécie de receita, qualificada como ingresso patrimonial decorrente de operações mercantis de venda de mercadorias e serviços e nada mais. Concluiu que o Supremo Tribunal Federal (STF), por seu Pleno, reconhecera a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, ao julgar os REs 346.084/PR, 357.9501/RS e 390.840/MG, por entender que a ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins por lei ordinária violou a redação original do art. 195, I, da Constituição Federal, ainda vigente ao ser editada a mencionada norma legal. Dessa forma, pleiteou o reconhecimento da legalidade da compensação declarada, com a exclusão da base de cálculo de todas as receitas agrupadas sob a rubrica "outras receitas". A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 1427.882, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendo a decisão da repartição de origem. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, repisando os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.379, de 25/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 13888.903098/200917, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.379): O Recurso Voluntário interposto em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 1430.375 é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/11/2002 CONSTITUCIONATIDAI)E. DECISÃO DO SUPREMO—TRIBUNAL FEDERAL. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. PIS. BASE DE CALCULO. A partir de fevereiro de 1999, a base de cálculo do PIS passou a ser a totalidade das receitas auferidas pela empresa subtraida de algumas exclusões previstas em lei. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Aduz o Contribuinte em seu recurso que efetuou pagamento a maior da contribuição ao PIS e compensou com os valores devidos à contribuição. A Fl. 54DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 5 4 Administração Fiscal não homologou o pedido de compensação por entender que não há crédito a favor do Contribuinte, visto que o pagamento informado pelo Contribuinte como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos, não restando, assim, crédito disponível para compensação com os débitos relacionados no PER/DCOMP, sendo que o DARF foi alocado para o débito declarado em DCTF apresentado pelo Contribuinte. Assim esclarece os fatos o Contribuinte em seu recurso (fls. 80 e seguintes): A Fiscalização incluiu na base de cálculo da PIS o valor de "outras receitas", o que levou a empresa recorrente a recolher valor de contribuição superior ao realmente devido. Segundo apurouse, a recorrente recolheu a importância de R$ 217,35 indevidamente, a titulo de PIS. Este valor tem como correspondente base de cálculo o importe de R$ 33.438,73 qual não deveria integrar a base de calculo de referida contribuição, haja vista que corresponde a "outras receitas" apuradas naquele período. Sendo credora dessa importância, que atualizada gerou um crédito de R$ 330,40, a recorrente utilizouse desse valor para compensálo com o PIS devido no mês de novembro de 2005, conforme procedimento “PER/DCOMP” anexado aos autos do processo administrativo. A Secretaria da Receita Federal não homologou a compensação, conforme despacho decisório proferido em 25 de Margo de 2009. 0 Fisco não aceitou a existência de crédito da recorrente, consolidando o valor do débito, correspondente aos valores considerados indevidamente compensados. (...) A cobrança, no entanto, não pode prosperar, devendo ser cancelada, uma vez que a importância relativa a "outras receitas" não pode ser incluída na base de cálculo para apuração dos tributos PIS e COFINS, devendo, assim, exonerar a recorrente do pagamento dos débitos do período em referência. Percebese que a questão central é que o Fisco entendeu que “outras receitas” integram a base de cálculo das contribuições ao PIS e COFINS, enquanto que o Contribuinte discorda visto a inconstitucionalidade do art. 3°, § 1°, da Lei n° 9.718/1998 e assim se pronuncia às fls. 84 e seguintes: (...) A base de cálculo ao PIS não abrange as "outras receitas", assim consideradas aquelas que não sejam provenientes da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. A contribuição relativa ao PIS incide sobre o faturamento da empresa e teve sua cobrança instituída pela Lei Complementar n° 70/71, encontrando suporte no artigo 195, da Constituição Federal de 1988. O faturamento constituise elemento primordial na construção da base de cálculo da COFINS e do PIS, a qual foi definida pela Carta Magna, não podendo, obviamente, ser alterada por simples lei ordinária. (...) A Lei n° 9.718/98, no entanto, ampliou aleatoriamente a base de cálculo do PIS e da COFINS, passando a considerar faturamento a "totalidade das Fl. 55DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 6 5 receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas", conforme se depreende do seu artigo 3°, parágrafo primeiro. Tal dispositivo legal, ao ampliar o conceito de faturamento, violou o principio da supremacia da Constituição Federal. (...) Considerando que o Supremo Tribunal Federal já considerou inconstitucional o artigo 3°, parágrafo 1°, da Lei no 9.718/98, que ampliou o conceito de faturamento, há que se reconhecer a legalidade da compensação pretendida pela recorrente, uma vez que devem ser excluídas da base de cálculo todas as receitas que estão sob o conceito de "outras receitas". Com esses argumentos o Contribuinte requer a anulação do Despacho Decisório proferido em 4 de agosto de 2010 que não homologou o pedido de compensação. Na decisão ora recorrida assim se pronunciou o relator (fls. 73): (...) Realmente, no dia 9 de novembro de 2005, o STF, em sessão plenária em quatro recursos individuais, julgou inconstitucional o § 10 do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, que definiu como base de incidência das contribuições ao PIS e A Cofins a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. 0 STF entendeu que referida norma, quando de sua edição, era incompatível com o texto constitucional então vigente, que previa a incidência das contribuições sociais apenas sobre o faturamento das pessoas jurídicas e não sobre a totalidade das suas receitas. Contudo, como tais decisões do STF não foram proferidas em Ação Direta de Inconstitucionalidade — ADIN, beneficiam, apenas e tão somente, as partes envolvidas nos recursos mencionados. (...) Neste aspecto entendo não assistir razão a administração fiscal, visto que em face a inconstitucionalidade do art. 3o § 1º, da Lei 9.718/98, deve se excluir da base de cálculo da contribuição as “outras receitas”. Ocorre que o Contribuinte não demonstrou na Manifestação de Inconformidade, bem como, no Recurso Voluntário, o que integra a rubrica “outras receitas”, pois cabe a quem alega o direito creditório demonstrar a sua liquidez e certeza. Cito trecho da decisão ora recorrida como razões para decidir (fls 74 e seguintes): Sob outro prisma, compete acentuar que após a ciência do despacho decisório transferese ao contribuinte o ônus probante objetivando sustentar suas alegações, incluindo eventuais retificações de valores informados em DCTF. Diante disto, é importante ressaltar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente, com análise da situação fática em todos os seus limites, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Fl. 56DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 7 6 A par disso, impende observar que, nos termos do artigo 333, inciso I, do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus da prova dos fatos constitutivos do seu direito. Logo, as declarações de compensação devem estar, necessariamente, instruídas com as devidas provas do indébito tributário no qual se fundamentam, sob pena de pronto indeferimento. No caso em tela, a prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido, pois há situações em que somente a contribuinte detém em seu poder os registros de prova necessários para a elucidação da verdade dos fatos. Com efeito, os registros contábeis e demais documentos fiscais, acerca da base de cálculo do PIS, são elementos indispensáveis para que se comprove a certeza e a liquidez do direito creditório aqui pleiteado. No presente caso, a recorrente, em sua peça impugnatória, não apresentou qualquer documentação fiscal demonstrando as receitas constituídas de valores classificados como "outras receitas" que, em sua tese apresentada na manifestação de inconformidade, não estariam sujeitas à incidência de PIS e Cofins. Consoante noção cediça, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, conforme dispõe o artigo 923 do RIR/1999: "Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 1º )". Por tais razões, a contribuinte, quando apresenta uma Declaração de Compensação, deve, necessariamente, provar um crédito tributário a seu favor para extinguir um débito tributário constituído em seu nome, de forma que o reconhecimento do indébito tributário seja o fundamento fático e jurídico de qualquer declaração de compensação, ainda mais quando tal débito estava declarado em DCTF. Esse, por sinal, tem sido o entendimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, como atesta de forma ilustrativa a ementa do seguinte acórdão: "DCTF — ALEGAÇÃO DE ERRO NO PREENCHIMENTO — AUSÊNCIA DE PROVA Os dados informados em DCTF reputamse verdadeiros, até prova em contrário. Inadmissível a simples alegação de erro no seu preenchimento, desacompanhada de comprovação cabal do lapso." (Acórdão 10420.645, de 18/5/2005) Nesse sentido, na declaração de compensação apresentada o indébito não contém os atributos necessários de liquidez e certeza, os quais são imprescindíveis para reconhecimento pela autoridade administrativa de crédito junto à Fazenda Pública sob pena de haver reconhecimento de direito creditório incerto, contrário, portanto, ao disposto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN). Com essas razões, ausência de comprovação do direito ao crédito, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 13888.903132/200945 Acórdão n.º 3301005.393 S3C3T1 Fl. 8 7 Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins, importando registrar, também, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 58DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.721203/2015-16
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA NOVA DECISÃO.
Há de ser decretada a nulidade de decisão recorrida por preterição do direito de defesa do contribuinte, quando esta possuir vício de motivação, tendo deixado de analisar fundamentos específicos e peculiares ao presente caso, essenciais à solução da contenda (art. 59 do Decreto nº 70.235/1972).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3002-000.421
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar suscitada e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para decretar a nulidade do acórdão recorrido, determinando, por consequência, que os autos retornem à primeira instância de julgamento, para que seja proferida nova decisão.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Alan Tavora Nem, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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RETORNO DOS AUTOS À DRJ PARA NOVA DECISÃO. Há de ser decretada a nulidade de decisão recorrida por preterição do direito de defesa do contribuinte, quando esta possuir vício de motivação, tendo deixado de analisar fundamentos específicos e peculiares ao presente caso, essenciais à solução da contenda (art. 59 do Decreto nº 70.235/1972). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar suscitada e dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para decretar a nulidade do acórdão recorrido, determinando, por consequência, que os autos retornem à primeira instância de julgamento, para que seja proferida nova decisão. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Alan Tavora Nem, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora) e Carlos Alberto da Silva Esteves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 12 03 /2 01 5- 16 Fl. 180DF CARF MF 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da decisão da DRJ, à fl. 125 dos autos: Versa o processo sobre a controvérsia instaurada em razão da lavratura pelo fisco de auto de infração para exigência de penalidade prevista no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003. Os fundamentos para esse tipo de autuação nesse conjunto de processos administrativos fiscais são os seguintes: As empresas responsáveis pela desconsolidação da carga lançaram a destempo o conhecimento eletrônico, pois segundo a IN SRF nº 800/2007 (artigo 22), o prazo mínimo para a prestação de informação acerca da conclusão da desconsolidação é de 48 horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. Caso não se concluindo nesse prazo é aplicável a multa. Devidamente cientificada, a interessada traz como alegações, além das preliminares de praxe, acerca de infringência a princípios constitucionais, prática de denúncia espontânea, ilegitimidade passiva, ausência de motivação, tipicidade, e que tragam ao auto de infração a ineficiência e a desconstrução do verdadeiro cerne da autuação que foi o descumprimento dos prazos estabelecidos em legislação norteadora acerca do controle das importações, a argumentação de que de fato as informações constam do sistema, mesmo que inseridas, independente da motivação, após o momento estabelecido no diploma legal pautado pela autoridade aduaneira. É o relatório. O contribuinte argumentou, em sua impugnação, em síntese: i) nulidade do auto de infração por cerceamento de defesa, pois o documento fiscal teria sido apresentado incompleto ao contribuinte; ii) ocorrência da denúncia espontânea; iii) a atracação da embarcação teria sido antecipada sem que o contribuinte tivesse sido comunicado previamente, o que retiraria sua responsabilidade pela prestação da informação em atraso. Requereu, caso ultrapassada a preliminar de nulidade, a determinação, pelo órgão julgador de primeira instância, de que fossem juntados aos autos os documentos que demonstram as intercorrências que motivaram o atraso na prestação das informações (extrato das escalas do navio e CE mercantes). Requereu, ao fim, reconhecimento da nulidade do auto de infração, ou, alternativamente, saneamento do vício e nova intimação para apresentação de nova defesa. No mérito, pediu julgamento no sentido da insubsistência do auto de infração. Juntou, com a impugnação, os documentos de fls. 94/118. Ao analisar o caso, a DRJ entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação. Em seus fundamentos, o acórdão (fls. 123/128) consignou, inicialmente, deixar de acolher as preliminares aduzidas pelo contribuinte e quaisquer argumentos de ausência de tipicidade, motivação, legitimidade ou responsabilidade do contribuinte, ou ocorrência de denúncia espontânea. Em seguida, discorreu sobre a necessidade de se respeitar os prazos estabelecidos no artigo 22 da IN SRF 800/2007 para possibilitar o controle aduaneiro. Prosseguiu afirmando que os registros devem representar fielmente as mercadorias para se possibilitar que a aduana defina no tratamento a ser dado em cada caso, racionalizando os Fl. 181DF CARF MF Processo nº 11128.721203/201516 Acórdão n.º 3002000.421 S3C0T2 Fl. 181 3 procedimentos e agilizando o despacho. Concluiu que o julgador administrativo está adstrito ao Decretolei 37/66, que prevê as penalidades administrativas. O contribuinte foi intimado acerca desta decisão em 01/03/2018 (vide Termo de ciência por abertura de mensagem à fl. 133 dos autos) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs, em 14/03/2018 (vide extrato do processo à fl. 177), Recurso Voluntário (fls. 152/175). Em seu recurso, o contribuinte alegou, inicialmente, que o acórdão recorrido deixou de se manifestar sobre vários pontos de sua defesa, e que todos seriam capazes de afastar o lançamento. Em seguida, repisou os argumentos de sua impugnação, que são: i) nulidade do auto de infração; ii) ocorrência da denúncia espontânea; iii) a atracação da embarcação teria sido antecipada sem que o contribuinte tivesse sido comunicado previamente, o que retiraria sua responsabilidade pela prestação da informação em atraso. Nos pedidos, requereu o reconhecimento da nulidade do auto de infração e, no caso de se adentrar no mérito, pediu julgamento no sentido de sua insubsistência. Juntou, com o recurso, os documentos de fls. 137/151 e 176. Os autos, então, vieramse conclusos para fins de análise do Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É o relatório. Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. 1. Da nulidade do acórdão recorrido O Recorrente inicia a argumentação do seu Recurso Voluntário dispondo sobre como o acórdão recorrido deixou de se manifestar sobre vários pontos de sua impugnação administrativa, ressaltando que estes fundamentos de defesa trazidos seriam capazes de afastar o lançamento. Embora não tenha chegado a requerer o reconhecimento da nulidade da decisão recorrida, mas apenas a sua reforma, trouxe argumentos que demonstram a nulidade daquele acórdão proferido, consoante será analisado em sucessivo. Consoante acima narrado, o contribuinte argumentou, em sua impugnação, em síntese: i) nulidade do auto de infração por cerceamento de defesa, pois o documento fiscal teria sido apresentado incompleto ao contribuinte; ii) ocorrência da denúncia espontânea; iii) a atracação da embarcação teria sido antecipada sem que o contribuinte tivesse sido comunicado previamente, o que retiraria sua responsabilidade pela prestação da informação em atraso. O acórdão recorrido, por seu turno, relata da seguinte forma o conteúdo da impugnação apresentada: Fl. 182DF CARF MF 4 Devidamente cientificada, a interessada traz como alegações, além das preliminares de praxe, acerca de infringência a princípios constitucionais, prática de denúncia espontânea, ilegitimidade passiva, ausência de motivação, tipicidade, e que tragam ao auto de infração a ineficiência e a desconstrução do verdadeiro cerne da autuação que foi o descumprimento dos prazos estabelecidos em legislação norteadora acerca do controle das importações, a argumentação de que de fato as informações constam do sistema, mesmo que inseridas, independente da motivação, após o momento estabelecido no diploma legal pautado pela autoridade aduaneira. Notase, portanto, que há uma clara dissonância entre o efetivo conteúdo da impugnação apresentada e a narração constante do acórdão recorrido. Em decorrência desta dissonância, o acórdão recorrido assim consignou: (i) que não acolheria as preliminares aduzidas pelo contribuinte, visto que as arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade não estão afetas ao julgador administrativo; (ii) afastou o argumento de ocorrência de denúncia espontânea, sob o fundamento de que este instituto não seria aplicável ao caso concreto; (iii) afastou os argumentos de ausência de tipicidade, motivação, legitimidade ou responsabilidade do contribuinte, por entender que não se coadunavam com a hipótese dos autos. Como se vê, o único argumento preliminar analisado que possui relação com a presente contenda é o disposto no item (ii), relativo à denúncia espontânea. Todos os demais argumentos não foram objeto da impugnação apresentada. Sendo assim, não resta dúvidas que o acórdão recorrido trouxe em seus fundamentos razões que não estão relacionadas à presente contenda, levando à compreensão de que o caso não fora analisado com o devido cuidado pelos Julgadores naquela oportunidade. Como se não bastasse, verificase que o acórdão recorrido, além de ter tratado sobre temas não relacionados à presente contenda, deixou de discorrer sobre tópicos específicos constantes da impugnação apresentada, quais sejam: nulidade do auto de infração por cerceamento de defesa, pois o documento fiscal teria sido apresentado incompleto ao contribuinte; a atracação da embarcação teria sido antecipada sem que o contribuinte tivesse sido comunicado previamente, o que retiraria sua responsabilidade pela prestação da informação em atraso (excludente de responsabilidade). Da leitura do acórdão recorrido, verificase que a DRJ não dedicou uma única linha a nenhum desses argumentos apresentados pelo contribuinte em sua impugnação. Ao analisar o caso, o acórdão recorrido discorreu sobre a necessidade de se respeitar os prazos estabelecidos no artigo 22 da IN SRF 800/2007 para possibilitar o controle aduaneiro, prosseguiu afirmando que os registros devem representar fielmente as mercadorias para se possibilitar que a aduana defina no tratamento a ser dado em cada caso, racionalizando os procedimentos e agilizando o despacho e concluiu que o julgador administrativo está adstrito ao Decretolei 37/66, que prevê as penalidades administrativas. Ou seja, verificase que a DRJ, de fato, julgou a presente contenda de forma genérica, sem que tivesse feito qualquer consideração acerca das particularidades alegadas pelo contribuinte neste caso concreto e da referida documentação anexada aos autos. No meu entender, portanto, a decisão recorrida revestese de vício intransponível de motivação, apta a configurar a preterição do direito de defesa do contribuinte, nos moldes do art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, in verbis: Art. 59. São nulos: Fl. 183DF CARF MF Processo nº 11128.721203/201516 Acórdão n.º 3002000.421 S3C0T2 Fl. 182 5 I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993). Isso porque, além de ter incluído argumentos não levantados pelo contribuinte em sua impugnação administrativa, deixou de analisar fundamentos específicos e peculiares ao presente caso, essenciais à solução da contenda. 2. Da conclusão Diante do acima exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Voluntário interposto, para fins de, acolhendo a preliminar levantada, decretar a nulidade do acórdão recorrido, determinando, por consequência, que os autos retornem àquela instância de julgamento, para que seja proferida nova decisão, em que sejam analisados todos os argumentos constantes da impugnação administrativa apresentada. É como voto. Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Fl. 184DF CARF MF
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