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Numero do processo: 10725.001226/2004-48
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002, 01/01/2003 a 31/08/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/07/2004 a 30/09/2004
NULIDADE DO LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. PERÍCIA. INDEFERIMENTO. INOCORRÊNCIA
Não há nulidade do julgamento quando o órgão julgador a quo afasta a produção de prova pericial solicitada pela contribuinte.
PIS. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA.
Não é permitida a permanência no programa SIMPLES às empresas que fizerem constar em seus contratos sociais atividades vedadas pela legislação de regência.
PIS. BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO SOB A FORMA CUMULATIVA EM DECORRÊNCIA DO ARBITRAMENTO. NÃO APRESENTAÇÃO DO LIVROS COMERCIAIS. POSSIBILIDADE.
À empresa que sofreu exclusão do SIMPLES, terá seu PIS apurado pela sistemática cumulativa.
Numero da decisão: 3001-000.607
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar-lhe provimento
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
(assinado digitalmente)
Participaram do presente julgamento os conselheiros Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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M. DA ROSA FERREIRA COMÉRCIO E SERVIÇOS DE TELEFONIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2002, 01/01/2003 a 31/08/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/07/2004 a 30/09/2004 NULIDADE DO LANÇAMENTO. CERCEAMENTO DE DEFESA. PERÍCIA. INDEFERIMENTO. INOCORRÊNCIA Não há nulidade do julgamento quando o órgão julgador a quo afasta a produção de prova pericial solicitada pela contribuinte. PIS. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. Não é permitida a permanência no programa SIMPLES às empresas que fizerem constar em seus contratos sociais atividades vedadas pela legislação de regência. PIS. BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO SOB A FORMA CUMULATIVA EM DECORRÊNCIA DO ARBITRAMENTO. NÃO APRESENTAÇÃO DO LIVROS COMERCIAIS. POSSIBILIDADE. À empresa que sofreu exclusão do SIMPLES, terá seu PIS apurado pela sistemática cumulativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negarlhe provimento Orlando Rutigliani Berri Presidente AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 72 5. 00 12 26 /2 00 4- 48 Fl. 511DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator (assinado digitalmente) Participaram do presente julgamento os conselheiros Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Auto de Infração Tratase de Auto de Infração lavrado em virtude de falta de recolhimento da Contribuição para o COFINS, referentes aos fatos geradores ocorridos nos meses 01/1999 a 12/2002, e diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago da mesma contribuição, referentes aos fatos geradores ocorridos nos meses 01/2003 a 08/2003, 10/2003, 07/2004 e 09/2004, no valor total de R$ 45.939,67, incluído principal, multa de ofício de 75% e juros de mora calculados até 30/11/2004. Impugnação Em sede de impugnação, o contribuinte alegou, em suma: 1. Que se dedica à atividade de compra e venda de aparelhos de telefonia celular e equipamentos de informática, tendo optado pelo Simples, haja vista se enquadrar como microempresa e empresa de pequeno porte; 2. Que foi excluída da sistemática (processo 10725.001207/200216) por ter a então SRF entendido que sua atividade era de corretagem, além de constar no contrato social previsão de prestação de serviços de manutenção e reparos de aparelhos telefônicos; 3. Que não se inclui em nenhuma das hipóteses excludentes do sistema, pois só possui receitas de revenda de mercadoria, não podendo por isso ser classificada como corretora, como comprovam suas notas fiscais de compra de aparelhos da Vivo e que os revende; 4. Que embora conste de seu contrato social que exerceria a atividade de prestação de serviços de manutenção e reparos de aparelhos telefônicos, toda a sua receita, como já dito, deriva da revenda de mercadoria, não tendo realizado qualquer outra atividade que não esta; 5. Só podem ser exigidos os valores de tributos não pagos mas que sejam apurados dentro da própria sistemática do Simples; Fl. 512DF CARF MF Processo nº 10725.001226/200448 Acórdão n.º 3001000.607 S3C0T1 Fl. 512 3 6. Que optara pelo Simples em 22/06/1998, tendo sido comunicada da exclusão em 25/07/2003, logo, houve uma verdadeira aceitação tácita de sua inclusão no sistema, logo sua exclusão feriu o princípio da moralidade; 7. Requereu que caso a autoridade julgadora entenda que a Impugnante não podia optar pelo Simples ou que poderia o ato administrativo de exclusão retroagir, os valores já recolhidos a título de Simples devem ser considerados para efeito de apuração do valor supostamente devido; 8. Bem como, que a multa não pode ultrapassar 20% do valor de tributo exigido, bem como a taxa de juros calculada pela Selic é inaplicável, pois ilegal, consoante jurisprudência e doutrina que cita; 9. Pede perícia, elaborando quesitos e nomeando perito. DRJ/RJO II A impugnação foi julgada e recebeu a seguinte ementa: Acórdão n° 1320.332 4' Turma da DRJ/RJOII ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/08/2003, 01/10/2003 a 31/10/2003, 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/09/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. Tendo em vista que o procedimento administrativo tributário se pauta pela legalidade, ainda que não alegada pelo contribuinte a decadência deve ser declarada em sede de julgamento. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para a constituição de créditos relativos à. Contribuição para o PIS é de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador. Deve ser cancelado o lançamento da referida contribuição efetuado fora desse prazo. NÃO INCLUSÃO RETROATIVA NO SIMPLES.DECISÃO DEFINITIVA. NOVA DISCUSSÃO. Havendo decisão definitiva na esfera administrativa quanto à não inclusão retroativa no Simples, resta vedada ao colegiado da DRJ apreciar novamente, em sede de processo que trata de lançamento de oficio, as razões que postulam o direito ao regime. Fl. 513DF CARF MF 4 SIMPLES. DECISÃO NÃO INCLUSÃO RETROATIVA. EFEITOS. EX TUNC. LANÇAMENTO. ABRANGÊNCIA. O lançamento motivado por decisão que não admite a inclusão retroativa no Simples deverá abranger todos fatos geradores, inclusive os pretéritos, em que a situação excludente seja verificada. PAGAMENTO COMPROVADO. Não deve prosperar o lançamento de oficio motivado por falta ou insuficiência de recolhimento da Cofins quando restar comprovada a efetivação do pagamento. PAGAMENTOS EFETUADOS A TÍTULO DE SIMPLES. Quando da exigência de oficio da Cofms devem ser considerados os recolhimentos proporcionais relativos à Contribuição efetuados para os mesmos períodos de apuração pela sistemática unificada do Simples. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobrase multa de oficio pelos percentuais legalmente determinados. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Procede a cobrança de encargos de juros com base na taxa Selic, porque se encontra amparada em lei, cuja constitucionalidade não pode ser aferida na esfera administrativa. Inicialmente, a DRJ destacou que considera desnecessária a diligência perícia pela impugnante, por entendêla dispensável para o deslinde do presente julgamento. Com isso, foi decidido: 1. Cancelar os lançamentos referentes aos meses 01/1999 e 11/1999, inclusive os juros de mora e multa de oficio a eles correspondentes, tendo em vista a decadência; Indagou que despeito de a Contribuinte não haver apresentado nenhuma alegação de nulidade relacionada ao instituto da decadência, e que a ciência do lançamento se deu em 16/12/2004, cabe suscitar o referido tema na presente decisão, em relação aos meses 01/1999 a 11/1999, tendo em vista o princípio da legalidade e o prazo estabelecido pelo § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional. 2. Exonerar parcialmente os lançamentos referentes aos meses 12/1999 a 08/2003, inclusive os juros de mora e multa de oficio a eles correspondentes, conforme planilha constante no item 35 do voto; Quanto ao referido processo administrativo n° 10725.001204/20021, firmouse que a Impugnante não havia, em nenhum momento, sido incluída no Simples; logo, dele não poderia ter sido retirada. Ou seja, o conteúdo da decisão limitouse a indeferir a inclusão retroativa. Com isso, tinha a Impugnante o prazo de trinta dias para que manifestasse a sua inconformidade com o decisório; todavia, tal manifestação não ocorreu, conforme extrato de pesquisa do sistema Comprot, da RFB, referente ao histórico da movimentação do processo. Fl. 514DF CARF MF Processo nº 10725.001226/200448 Acórdão n.º 3001000.607 S3C0T1 Fl. 513 5 Agora, busca a Impugnante reavivar a matéria relativa à sua não inclusão retroativa no Simples, a qual, segundo a DRJ, resta preclusa. Entendendo, então, por rejeitar o pedido de reanálise nestes autos dos fundamentos da não inclusão retroativa no Simples da Impugnante. Frisou também que dado que a impugnante jamais esteve inclusa no Simples, não há que se falar em efeitos retroativos de exclusão, pois não houve exclusão alguma. Concluiu que não há reparo ao fato de a fiscalização ter abrangido em sua fiscalização os fatos geradores anteriores à data do indeferimento da solicitação de inclusão retroativa no Simples feita pela impugnante. No entanto, quanto à alegação da Interessada caso a autoridade julgadora entenda que a ela não poderia optar pelo Simples ou que poderia o ato administrativo de exclusão retroagir, os valores já recolhidos a título de Simples devem ser considerados para efeito de apuração do valor supostamente devido, esclareceu que a Interessada tem direito de utilizálos na extinção do montante devido de cada tributo, segundo as regras de partição estabelecidas pelo art. 23 da Lei n° 9.317/1996. Aduz a DRJ que ao não considerar os pagamentos efetuados no Simples, na apuração do montante devido nestes autos, a autoridade administrativa está exigindo em duplicidade, em relação à parcela já paga, o valor da contribuição. 3. Exonerar integralmente o lançamento referente ao mês 09/2004, inclusive os juros de mora e multa de oficio a eles correspondentes, conforme item 38 do seu voto; O valor pago a título de Contribuição para o PIS, sob o código 8109, referente ao mês 09/2004, no valor de R$66,69, conforme cópia do Darf, à fl. 317, confirmado pelo extrato de pesquisa do sistema Sinal 07 da RFB, à fl. 425, não foi considerado pela Fiscalização, conforme "Demonstrativo de Apuração PIS", parte do Auto de Infração, à fl. 234. 4. Manter integralmente os lançamentos referentes aos meses 10/2003 e 07/2004, inclusive os juros de mora e multa de oficio a eles correspondentes. Acrescentou que a multa de oficio, calculada sobre o valor de contribuição cuja falta de recolhimento se apurou em procedimento administrativo fiscal, está em consonância com a legislação de regência. Ademais, quanto às alegações de ilegalidade/inconstitucionalidade da utilização da taxa Selic em matéria tributária, considerou a incompetência da autoridade administrativa para apreciar esta classe de argumentos. Por fim, considerou o lançamento procedente em parte, de acordo com o quadro demonstrativo abaixo: EXIGIDO MANTIDO EXONERADO COFINS R$ 19.440,00 R$ 5.207,76 R$ 14.232,24 MULTA R$ 14.579,80 R$ 3.905,62 R$ 10.674,18 Fl. 515DF CARF MF 6 Recurso Voluntário Após relatar brevemente os eventos fáticos transcorridos, a recorrente alega ser nulo o julgamento da DRJ por ter cerceado o direito de defesa ao não deferir a produção de prova requerida, ultrapassado esse argumento, entende que a DRJ não considerou a lei que regula matéria, os fatos e a real verdade contida no processo, merecendo a decisão ser reformada, conforme demonstra a partir dos seguintes argumentos: Cerceamento de defesa A recorrente pugna pela nulidade do julgamento, tendo em vista que, o órgão julgador a quo, afastou a produção de prova pericial solicitada pela mesma. Alega que não realização da prova pericial impôs à recorrente um gravoso cerceamento de defesa e a conseguinte agressão ao princípio da ampla defesa, pois diz ser decisiva para que a mesma prove o alegado em sua peça de defesa. Exclusão do SIMPLES A recorrente foi excluída do SIMPLES através da decisão do processo administrativo n° 10725.001204/200216. Com isso, busca demonstrar que não incorre em nenhuma das hipóteses de exclusão apontadas pela Autoridade Fiscal, quais sejam: prestação de serviços profissionais de corretor— compra e venda de linhas e ações de telefone e execução de consertos e manutenção de aparelhos celulares e de telefonia. Alega que não há qualquer intermediação ou corretagem de negócios, mas verdadeiro desempenho de atividade comercial, atividade de compra e venda de aparelhos, pois adquire os aparelhos da VIVO, paga por estes se tornando proprietária e os vende no mercado varejista. Confessa em seu Recurso que exista autorização contratual para realização de serviços de consertos e manutenção de aparelhos celulares, no entanto alega que apenas possui receita derivada de "revenda de mercadoria", como atestado pela própria fiscalização. Aduz que para efeitos de vedação à opção pelo SIMPLES, não basta a previsão hipotética de realização de serviços de manutenção/reparação, mas sim, devem estas atividades efetivamente ser realizadas. Com isso, pugna que não há razão legal que justifique a exclusão da recorrente da sistemática de apuração pelo SIMPLES, sendo inconsistente a presente autuação por basearse na indevida exclusão praticada. Acrescenta que, certa por ter o direito ao SIMPLES, cumpriu com todas as suas obrigações fiscais, restando extinto o crédito tributário apurado pela sistemática do SIMPLES. Caso o entendimento seja que a recorrente não poderia optar pelo SIMPLES, sustenta que os tributos excedentes só poderiam ser exigidos em face dos fatos geradores ocorridos a partir da comunicação da exclusão, tendo que vista que a recorrente optou pelo SIMPLES em 22/06/1998, no entanto foi comunicada da sua exclusão apenas em 25/07/2003, restando claro que ocorreu verdadeira aceitação tácita de sua habilitação por parte da Autoridade competente. Lucro arbitrado A recorrente alega que Autoridade Fiscal lançou de oficio o IRPJ com base no lucro arbitrado e lucro é arbitrado quando a empresa está obrigada à apuração pelo lucro real. No entanto, Fl. 516DF CARF MF Processo nº 10725.001226/200448 Acórdão n.º 3001000.607 S3C0T1 Fl. 514 7 entende ser indevida a presente apuração, pois a mesma deveria se dar pelo lucro presumido, pois não está obrigada à apuração do IRPJ pelo lucro real. Multa de ofício Não obstante, aduz ser absurda e desproporcional penalidade de 75% (setenta e cinco por cento) exigida sobre o montante devido e ainda em face da inconstitucional taxa SELIC aplicada como juros moratórias. Pugna que multa não ultrapasse a 20% (vinte por cento) do valor do tributo exigido, tendo em vista que Superior Tribunal de Justiça, utilizando como paradigma a decisão do Supremo Tribunal Federal, limita a multa no percentual de 30% (trinta por cento), adotou um parâmetro de 20% (vinte por cento) para considerar como não confiscatória a multa por infração fiscal. Inaplicabilidade dos juros Selic Concluiu, em suma, que o caráter estritamente remuneratório dessa "Taxa" não permite sua utilização para qualquer outra finalidade que não seja remunerar o capital alheio, não se prestando para a indenização objetivada nos juros moratórios, demonstrando que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que é o órgão competente para tanto, já decidiu que não deve ser aplicada referida taxa. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila, Relator Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada em face do referido Auto de Infração. Admissibilidade do Recurso O contribuinte teve ciência do acórdão de impugnação em 10.09.2008, conforme Avisos de Recebimento AR, fls. 453, nos termos do inciso II do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto 70.235 de 06.03.1972 (PAF), iniciandose a contagem do prazo para apresentação de recurso no dia útil subsequente, conforme artigo 5º, também do PAF. Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Verificase, pois, que a recorrente apresentou o competente Recurso Voluntário em 24.09.2008, conforme comprova o comprovante de protocolo da DRF – CAMPOS RJ, logo, o recurso apresentado é tempestivo ao prazo legal estabelecido no artigo 56 do PAF: Fl. 517DF CARF MF 8 Art. 56. Cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Por fim, observo que, em conformidade com o art. 23B do Anexo II da Portaria MF n° 343 de 2015 (Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF), este colegiado é competente para apreciar o feito, tendo em vista que o valor do litígio está dentro do limite estabelecido pelo dispositivo. PRELIMINAR A recorrente alegou, em sede de seu recurso voluntário, a ocorrência de nulidade do lançamento por não ter sido deferido, seu pleito de conversão em diligência para fins de perícia. Ocorre, no entanto, que a matéria suscitada não se perfaz com a perícia, ao contrário, tratase de matéria de direito, totalmente comprovada nos autos, qual seja, a existência de atividade social vedada ao aproveitamento do programa SIMPLES. Neste caso, não prospera a preliminar suscitada, merecendo ser rejeitada. DOS FATOS A recorrente foi autuada sob a alegação de que teria deixado de recolher COFINS. O presente de recurso voluntário foi apresentado em decorrência de decisão que julgou parcialmente procedente o lançamento, que declarou a decadência aos meses 01/1999 e 11/1999; exonerou integralmente os lançamentos referente ao mês 09/2004; bem como exonerou parcialmente os lançamentos referentes aos meses 12/1999 a 08/2003; manteve integralmente os lançamentos referentes aos meses 10/2003 e 07/2004, inclusive os juros de mora e multa de oficio a eles correspondentes. Com isso, requer a recorrente, a nulidade, se não a reforma da decisão que considerou parcialmente procedente o lançamento, tendo em vista, segundo a mesma, ter cerceado o direito de defesa da ora recorrente, ao não deferir a produção de prova requerida; ultrapassada a nulidade do julgado, o presente julgado não considerou a lei que regula a matéria, conforme exposto no tópico acima. MÉRITO A questão trata a respeito de dois argumentos apresentados pela recorrente, no qual, o primeiro, cingese a sua tentativa de permanecer no programa SIMPLES, sob o argumento fundado na não realização, de fato, das atividades descritas em seu contrato social e impeditivas do SIMPLES. Ou seja, mediante a juntada de suas notas fiscais representativas de suas atividades, buscou demonstrar que, em que pese haver constante em seu contrato social e CNPJ, as atividades de corretor e conserto de equipamentos não são prestadas pela recorrente. De outra monta, iresignase a recorrente em face da apuração da base de cálculo de seu tributo devido. Exclusão do SIMPLES Consta no processo o parecer conclusivo ao PAF 10725.001204/200216, com os seguintes dizeres: Na Declaração de Firma Individual (fl. 05) consta que a empresa tem por atividade econômica: Fl. 518DF CARF MF Processo nº 10725.001226/200448 Acórdão n.º 3001000.607 S3C0T1 Fl. 515 9 compra e venda de aparelhos, linhas, ações de telefones; telefonia celular; equipamentos de informática; consertos e manutençÃo de aparelhos celulares, telefonia; Tais itens são mencionados porque, conforme o parecer conclusivo, a legislação é e clara e taxativa quanto a impossibilidade da atividade de corretor participar do Simples, consoante se depreende do artigo 9.º XIII da Lei 9.317. Lucro arbitrado Quanto à sistemática de apuração da base de cálculo do PIS, combatido neste PAF e. Já em fls. 23, a fiscalização procedeu à solicitação de arbitramento de lucro, em decorrência da não apresentação dos livros e da apresentação da DIPJ, cuja opção do contribuinte fora pelo lucro arbitrado: Diante da falta de apresentação dos Livros Diário e Razão, foi o contribuinte reintimado a apresentar tais elementos, de forma a que pudesse à Fiscalização apurar o imposto devido pela pessoa jurídica. não ter apresentado a escrituração com base no Lucro Real, e tendo o mesmo apresentado suas DIPJ's com base no Lucro Arbitrado (fls.29/140 do processo 10725.001227/200492, de IRPJ e Reflexos), restou à Fiscalização apurar o IRPJ devido nos anoscalendário fiscalizados (99 à 2002) com base em Arbitramento, o qual foi solicitado à Chefia da SAFIS/DRF/CGZ através da Solicitação de Arbitramento do Lucro (fis.222), conforme preconiza a Portaria COFIS n° 21/96. Ressaltese que o Arbitramento para os anos de 1999 à 2002 foi realizado com base na Receita Bruta conhecida a partir das notas fiscais de vendas de mercadorias, notas essas que encontramse incorporadas aos Anexos do Processo 10725.001227/200492, de IRPJ e Reflexos. Conforme tem decidido este CARF, uma vez não entregue a documentação comercial solicitada pela fiscalização, procede o arbitramento. A base cálculo do Pis, no caso contribuinte sujeito à tributação pelo lucro arbitrado, deverá ocorrer pela sistemática cumulativa. Segue precedente no mesmo sentido: Acórdão: 1102001.307 PESSOA JURÍDICA EXCLUÍDA DO SIMPLES. TRIBUTAÇÃO. A pessoa jurídica excluída do Simples sujeitarseá, a partir do período em que ocorrerem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. ARBITRAMENTO DO LUCRO. Fl. 519DF CARF MF 10 Sujeitase ao arbitramento do lucro o contribuinte que deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal. RECEITA BRUTA APURADA. LIVROS FISCAIS. DEDUÇÕES E ABATIMENTOS. É legítimo o lançamento levado a efeito pela fiscalização federal fundamentado em provas colhidas em livros fiscais de escrituração obrigatória perante a legislação tributária de outro ente federativo. Incumbe ao contribuinte o ônus da prova da existência de outras deduções da receita bruta, além daquelas constatadas pelo fisco na análise dos referidos livros. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS. LUCRO ARBITRADO. REGIME CUMULATIVO. A apuração da da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, no caso de contribuinte sujeito ao lucro arbitrado, deve ser feita na forma do regime cumulativo, tendo por base de cálculo o faturamento, deduzidas as exclusões previstas em lei. Denotase do documento acostado em fls. 017 do segundo volume, denominado Composição da Base de Cálculo (Apuração Sintética), verificase a existência das colunas Período de apuração e RECEITA DE VENDAS, tendo sido esta a base de cálculo utilizada pela fiscalização. Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário e rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito negar provimento. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 520DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.904414/2009-74
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 1999
SIMPLES. MICRO EMPRESA. ALÍQUOTA DE 3%. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE PJ 2000 SIMPLES APÓS DESPACHO DECISÓRIO. CRÉDITO COMPROVADO. HOMOLOGAÇÃO DE DCOMP DEVIDA.
No ano calendário 1999, as micro empresas deveriam recolher o SIMPLES à alíquota de 3%. A devida comprovação do pagamento com base na alíquota de 4% caracteriza pagamento indevido ou a maior, o que assegura à contribuinte o direito à compensação (DCOMP) ou à restituição (PER), ainda que a retificação da Declaração Anual Simplificada (PJ 2000) tenha ocorrido após despacho decisório eletrônico. Homologação da DCOMP devida.
Numero da decisão: 1302-003.133
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10640.904413/2009-20, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF E PJ 2000 APÓS DESPACHO DECISÓRIO Recorrente IRMÃOS ORNELLAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 1999 SIMPLES. MICRO EMPRESA. ALÍQUOTA DE 3%. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE PJ 2000 SIMPLES APÓS DESPACHO DECISÓRIO. CRÉDITO COMPROVADO. HOMOLOGAÇÃO DE DCOMP DEVIDA. No ano calendário 1999, as micro empresas deveriam recolher o SIMPLES à alíquota de 3%. A devida comprovação do pagamento com base na alíquota de 4% caracteriza pagamento indevido ou a maior, o que assegura à contribuinte o direito à compensação (DCOMP) ou à restituição (PER), ainda que a retificação da Declaração Anual Simplificada (PJ 2000) tenha ocorrido após despacho decisório eletrônico. Homologação da DCOMP devida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10640.904413/200920, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 90 44 14 /2 00 9- 74 Fl. 39DF CARF MF Processo nº 10640.904414/200974 Acórdão n.º 1302003.133 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto face de Acórdão da 2a. Turma da DRJ de Juiz de Fora (MG) que, por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade, registrandose a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à DCOMP. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente, empresa varejista de produtos alimentícios e outros, alega que pagou SIMPLES à alíquota de 4% (que correspondia ao percentual acumulado, relativo a 1998), quando deveria pagar 3%, devidos em 1999, em conformidade com as disposições do art. 5º da Lei nº 9.317/96, vigente à época. Para evidenciar esse pagamento indevido ou a maior e para compensálo, enviou a DCOMP e na sequência retificou a Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica (DSPJ) originalmente transmitida. Anexou Recibo de Entrega da PJ 2000 Simples normal, retificadora e Darfs. A DRJ manteve o despacho decisório eletrônico e declarou não homologada a DCOMP. Entendeu que a recorrente não demonstrou que haveria pagamento indevido ou a maior. Desconsiderou a declaração simplificada retificadora de 2004. Não examinou a alegação da recorrente de que a alíquota correta do SIMPLES para 1999 seria de 3% e não de 4%. Não analisou os DARFs por meio dos quais a recorrente pretende demonstrar tal pagamento a maior. Concluiu que o valor contido na declaração simplificada da PJ corresponde ao valor pago e devido, pois considerou somente a PJ 2000 Simples original. Assim, concluiu que não haveria crédito disponível. Intimou a recorrente a pagar o principal, multa e juros. Diante do acórdão de manifestação de inconformidade, a recorrente interpôs recurso voluntário tempestivamente, reforçando que, ao analisar e confrontar com a Declaração Simplificada PJ, ano calendário 1999, a fiscalização deveria ter considerado os débitos declarados na segunda declaração retificadora PJ Simplificada entregue em 11/04/2004 (cancelada no sistema da Secretaria da Receita Federal do Brasil) e não a primeira, entregue cerca de nove minutos antes, na mesma data. É o breve relatório. Fl. 40DF CARF MF Processo nº 10640.904414/200974 Acórdão n.º 1302003.133 S1C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.132, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10640.904413/2009 20, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.132): "Conheço do recurso voluntário, à vista da interposição tempestiva e do atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade. A recorrente atua no comércio varejista de gêneros alimentícios, perfumaria, papelaria, armarinho, louças e legumes (cláus. III, contrato social, fl. 3). Sustenta que dispunha do crédito pleiteado, pois ao detectar o erro, entregou PJ 2000 Simples retificadora em 11/04/2004, sob n° de controle 10.02.38.90.27. Embora a DCOMP tenha sido entregue antes da PJ retificadora, defende que a IN 210/2002 seria omissa quanto à retificação de declarações. Com esse entendimento, afirma que não poderia concordar com o não reconhecimento do crédito. Alega que a fiscalização deveria ter considerado a declaração retificadora, ainda que realizada posteriormente à avaliação de seu pedido (despacho decisório eletrônico). Ressalta que, a IN SRF nº 210/2002, vigente à época, não mencionava como condição para o deferimento que a retificação fosse em data anterior à entrega da DCOMP. Com base em tais fatos e fundamentos, a recorrente, em 10/12/2003, utilizouse da DCOMP n° 36194.68673.101203.1.3.047949 para compensar débito com os supostos créditos de pagamento a maior de SIMPLES (alíquota de 4%, em vez de 3%). Observase, portanto, que independentemente de ter havido a retificação da DSPJ somente após a transmissão da DCOMP, não se verificou se, de fato, houve ou não pagamento a maior ou indevido pela recorrente. Para essa análise, é necessário verificar se procede a alegação da recorrente de que a alíquota do SIMPLES para o ano calendário 1999 seria realmente de 3% e não de 4%. No link idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/.../capitulov Fl. 41DF CARF MF Processo nº 10640.904414/200974 Acórdão n.º 1302003.133 S1C3T2 Fl. 5 4 simples2008.pdf, a Receita Federal do Brasil (RFB) orienta que, Para a determinação do percentual a ser utilizado pelas Micro Empresas (ME), é necessário identificar, primeiramente, a faixa de receita bruta acumulada em que se encontra a ME, com o auxílio da Tabela S1, abaixo transcrita. Nesse caso, a pessoa jurídica deverá verificar o total da receita bruta acumulada, dentro do ano calendário, até o próprio mês em que está fazendo a apuração. Já o valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME, será o resultante da aplicação sobre a receita bruta mensal auferida da alíquota correspondente. Tabela S1: Percentuais aplicáveis às ME (regra geral) Receita Bruta Acumulada (em R$) Alíquotas Até 60.000,00 3% De 60.000,01a 90.000,00 4% De 90.000,01 a 120.000,00 5% De 120.000,01 a 240.000,00 5,4% O Estatuto da Microempresa de 1999 Lei nº 9.841, de 5 de outubro de 1999, estabeleceu que (art. 2º), para os efeitos desta Lei, ressalvado o disposto no art. 3º, considerase: I microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais); (Vide Decreto nº 5.028, de 31.3.2004). Conforme Declaração Anual Simplificada (PJ 2000 SIMPLES), fl. 14, a razão social da recorrente é: Irmãos Ornellas Ltda. ME; natureza jurídica: sociedade por cotas de responsabilidade limitada empresa privada. Os valores declarados pela recorrente em 1999 são a seguir reproduzidos, demonstrando que realmente se enquadrava como Micro Empresa: Fl. 42DF CARF MF Processo nº 10640.904414/200974 Acórdão n.º 1302003.133 S1C3T2 Fl. 6 5 Verificase, portanto, que procede a alegação da recorrente de que a alíquota do SIMPLES (cód. rec. 61060) que deveria pagar em 1999 era de 3% (art. 5º da Lei nº 9.317/96, vigente à época ) e não de 4%. Os dois DARFs anexados ao processo indicam pagamento à alíquota de 4%. Demonstrado, dessa forma, que houve pagamento a maior ou indevido, fazendo jus à compensação pleiteada. No caso, portanto, entendo que o fato de Declaração PJ 2000 Simples ter sido retificada após a utilização do valor pago a maior não pode retirar o direito creditório da recorrente, em cumprimento ao princípio da verdade material, pois comprovados a certeza, liquidez e disponibilidade do crédito utilizado na DCOMP em questão. Assim, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o crédito pleiteado e homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 43DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.001682/2006-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO-CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE.
O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano-calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO.
A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta.
OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO.
Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplica-se idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2.
Numero da decisão: 1201-002.632
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rafael Gasparello Lima - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, momentaneamente, o conselheiro suplente Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado).
Nome do relator: RAFAEL GASPARELLO LIMA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO-CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano-calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO. Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplica-se idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, momentaneamente, o conselheiro suplente Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO. Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplicase idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 16 82 /2 00 6- 41 Fl. 1680DF CARF MF 2 O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, momentaneamente, o conselheiro suplente Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado). Relatório Em procedimento fiscal (MPFFiscalização nº 08.1.18.002005002210), foi identificada excesso de receita da contribuinte, especificada em "Demonstrativos de Apuração da Receita Bruta Total", incluindo a receita declarada e omitida, concernente aos anos calendário de 2002 a 2004. Dessa forma, existiu a representação fiscal para que Delegacia da Receita Federal do Brasil em Marília (DRF/MRA) excluísse a contribuinte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, a partir de 1º de janeiro de 2003, conforme o artigo 15, inciso IV, da Lei nº 9.317/1996. Em Ato Declaratório Executivo DRF/MRA nº 21, de 23 de agosto de 2006, a contribuinte foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, em virtude do excesso de receita, iniciando em 01 de janeiro de 2003: Fl. 1681DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.681 3 A contribuinte impugnou sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), porém, foi negado provimento pelo acórdão nº 1427.041, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Ribeirão Preto, a seguir ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário : 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANOCALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no anocalendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. PROCEDIMENTO DECORRENTE. AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO. CSLL, PIS, COFINS. Fl. 1682DF CARF MF 4 Auto de infração lavrado em procedimento decorrente deve ter o mesmo destino do principal, pela existência de relação de causa eefeito entre ambos. 1NCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. Argüições de inconstitucional idade e ilegalidade refogem à competência da instancia administrativa, salvo se já houver decisão do Supremo Tribunal Federal, declarando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, hipótese em que compete à autoridade julgadora afastar a sua aplicação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Resumidamente, o acórdão recorrido narrou os fatos que proporcionaram a imposição fiscal: Em decorrência da exclusão do Simples, para os anos calendário de 2003 a 2005 procedeuse à constituição do crédito tributário, com arbitramento da base de cálculo, em vista de que a contribuinte, ora sujeita à apuração do resultado pela sistemática do lucro real, não dispunha de escrita fiscal organizada em consonância com as respectivas regras. Relativamente aos períodos de 2003 e 2004 a base de cálculo fora obtida dos depósitos bancários cuja origem não fora comprovada, considerados, presuntivamente, omissão de receita. Para o anocalendário de 2005 valeuse a autoridade fiscal das importâncias que a contribuinte declarara à administração tributária, informada em Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica — Simples (fls. 71/79). Contra a contribuinte foram lançados Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), acrescidos de juros de mora e multa de oficio, cuja capitulação legal achase descrita nos termos de apuração respectivos (fls. 80/136), conforme segue: Em face de que no atendimento da intimação que deflagrou o procedimento fiscal a contribuinte apresentou os livros contábeis e silenciouse quanto aos extratos de movimentação bancária, requisitaramse as informações diretamente às instituições financeiras. Fl. 1683DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.682 5 Conforme consta da descrição detalhada dos fatos apurados, consignada no relatório que compõem os autos de infração, após constatar a existência de depósitos bancários em volume superior à receita declarada, excluídos estornos, empréstimos, resgates de aplicações, a contribuinte foi intimada a comprovar com documentos hábeis e idôneos, coincidentes em datas e valores, as importâncias lançadas a crédito nas contas de depósitos bancários (fls. 22/23). Em resposta, declarou que agiu como intermediadora de vários frigoríficos na compra de animais para abate e efetuou pagamentos com cheques pósdatados para posterior reembolso pelas empresas abatedoras. Instada a comprovar com documentos hábeis e idôneos, coincidentes e datas e valores, o recebimento das comissões pela intermediação na compra de animais, a contribuinte não demonstrou seu efetivo ingresso. Limitouse a juntar, na fase impugnatória, cópias de notas fiscais emitidas por alguns frigoríficos nas quais não figura como integrante da relação negocial. Regularmente intimada da imposição tributária a contribuinte ingressou com a impugnação de fls. 142/165 com alegação de que: a constituição do crédito tributário somente poderá ocorrer depois de decidida definitivamente a impugnação do ato declaratório de exclusão do Simples; para os anoscalendário de 2003 e 2004 é improcedente o enquadramento de oficio na sistemática de tributação pelo lucro real sem ter sido dada a oportunidade de a contribuinte optar pelo lucro presumido, uma vez que não está obrigada à apuração de seu resultado pelo lucro real; a sistemática de arbitramento de lucro não permite que a receita bruta seja obtida presuntivamente; na apuração do valor tributável não houve a dedução das quantias que a contribuinte ofereceu à tributação anteriormente, o que faz coexistirem duas sistemáticas de apuração de resultado, o que é inadmissível pela legislação tributária; a exigência de depósitos bancários reclama lei complementar, afronta a legislação tributária e fere o princípio da capacidade contributiva; é improcedente a constituição de crédito tributário baseado em presunção; não houve interesse fiscal em constatar as justificativas e documentos apresentados pela impugnante; as operações com desconto de cheques mantidas com bancos, no montante de R$2.534.625,24 para o ano de 2003 e R$2.559.363,60 para 2004 deverão ser descontadas da base de Fl. 1684DF CARF MF 6 cálculo do tributo, bem assim as transferências entre contas da mesma titularidade; o montante a ser presuntivamente tributado está limitado àquele de maior valor apurado em determinado mês do ano calendário, em face de que os rendimentos presumidos a cada mês constituemse recursos para o mês subseqüente; é improcedente apurarse a base imponível presuntivamente, nos termos do art. 42 da Lei n. 9.430, de 1996, em vista de que a presunção de omissão de receita para microempresa e empresa de pequeno porte ocorre somente em relação aos livros e documentos a que elas estiverem obrigadas a manter. Ao final, propugnou pelo cancelamento da imposição tributária. A contribuinte interpôs o tempestivo Recurso Voluntário, instruído com documentos, reiterando os mesmos argumentos da impugnação administrativa. Paralelamente, o crédito tributário sobre a receita omitida, anocalendário de 2002, foi constituído pelo lançamento de ofício, tramitando o respectivo processo administrativo sob nº 13830.001690/200697. Recentemente, esta 1ª Turma Ordinária proferiu acórdão nº 1201002.297 por mim relatado, negando provimento ao Recurso Voluntário, interposto naquele processo administrativo fiscal (nº 13830.001690/200697). De acordo com artigo 6º, alínea "b", Anexo II, do RICARF, existirá vinculação dos processos administrativos por decorrência, quando "constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal anteriormente praticados, ainda que veiculem outras matérias autônomas." Desse modo, em despacho exarado em 12/06/2018, redistribuiuse os presentes autos para este Relator, diante da sua vinculação entre ambos processos administrativos. É o relatório. Voto Conselheiro Rafael Gasparello Lima, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo, havendo os demais pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. I. SIGILO FINANCEIRO Atualmente, a jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal, uniformizada pelo acórdão prolatado no Recurso Extraordinário (RE) nº 601.314/SP, com efeito da repercussão geral estabelecida no artigo 543B do Código de Processo Civil vigente à época, possibilita o acesso dessas informações bancárias no exercício do procedimento fiscal: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO AO SIGILO BANCÁRIO. DEVER DE PAGAR IMPOSTOS. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RECEITA FEDERAL ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR 105/01. MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS. APURAÇÃO DE Fl. 1685DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.683 7 CRÉDITOS RELATIVOS A TRIBUTOS DISTINTOS DA CPMF. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA TRIBUTÁRIA. LEI 10.174/01. 1. O litígio constitucional posto se traduz em um confronto entre o direito ao sigilo bancário e o dever de pagar tributos, ambos referidos a um mesmo cidadão e de caráter constituinte no que se refere à comunidade política, à luz da finalidade precípua da tributação de realizar a igualdade em seu duplo compromisso, a autonomia individual e o autogoverno coletivo. 2. Do ponto de vista da autonomia individual, o sigilo bancário é uma das expressões do direito de personalidade que se traduz em ter suas atividades e informações bancárias livres de ingerências ou ofensas, qualificadas como arbitrárias ou ilegais, de quem quer que seja, inclusive do Estado ou da própria instituição financeira. 3. Entendese que a igualdade é satisfeita no plano do autogoverno coletivo por meio do pagamento de tributos, na medida da capacidade contributiva do contribuinte, por sua vez vinculado a um Estado soberano comprometido com a satisfação das necessidades coletivas de seu Povo. 4. Verificase que o Poder Legislativo não desbordou dos parâmetros constitucionais, ao exercer sua relativa liberdade de conformação da ordem jurídica, na medida em que estabeleceu requisitos objetivos para a requisição de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras, assim como manteve o sigilo dos dados a respeito das transações financeiras do contribuinte, observandose um translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na ordem jurídica promovida pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que aquela se encerra na atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplicase, portanto, o artigo 144, §1º, do Código Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em relação ao item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º, do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Fl. 1686DF CARF MF 8 O artigo 145, parágrafo primeiro, da Constituição Federal, consagra o princípio da capacidade contributiva, orientando que "sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte." A autoridade administrativa é competente para exigir informações financeiras da contribuinte, mediante intimação escrita, consoante o artigo 197 do Código Tributário Nacional: "Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: (...) II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;" A Lei Complementar nº 105/2001 permitiu a requisição de informações diretamente nas instituições financeiras, ressaltando que não configuraria violação ao dever de sigilo: Art.1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) §3º Não constitui violação do dever de sigilo: (...) VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Art.5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (...) §2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringirseão a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados. (...) Fl. 1687DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.684 9 §4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos. §5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Este instrumento eficaz de fiscalização foi regulamentado pela Lei nº 10.174/2001 e pelo Decreto nº 3.724/2001, com validade constitucional reconhecida pelo Colendo Supremo Tribunal Federal. Finalmente, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mediante sua Súmula nº 2, delimita que "não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". II. EXCLUSÃO DO REGIME SIMPLIFICADO PELO EXCESSO DE RECEITA BRUTA. A Recorrente não evidenciou qualquer argumento jurídico que infirmasse a omissão de receita, proporcionando a consequente exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES e preservação integral do acórdão recorrido. Não há elementos suficientes para inverter o ônus da prova, que é próprio da Recorrente, nem qualquer esclarecimento sobre as receitas omitidas e que excedem o limite normativo para permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. A presunção relativa de omissão de receita é impugnável pela Recorrente, porém, necessário documentos hábeis e idôneos que evidenciem o contrário, segundo o artigo 42 da Lei nº 9.430/1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 1688DF CARF MF 10 § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. O artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (RIR/1999), aprovado pelo Decreto nº 3.000/1999, reafirma que "a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais." A presunção juris tantum foi estabelecida em norma vigente, invertendo o ônus de prova quanto à omissão de receitas para a contribuinte. O atual Código de Processo Civil, subsidiariamente, aplicável ao processo administrativo tributário, prevê tal hipótese no seu artigo 374: "Art. 374. Não dependem de prova os fatos: (...) IV— em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade." Portanto, a presunção normativa não infringe qualquer garantia constitucional da Recorrente. O artigo 9º, inciso II, da Lei nº 9.317/1996, expressamente, fixa o limite da receita bruta para continuidade no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, excedido pela contribuinte: Art. 9°Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa juridica: I na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 120.000, 00 (cento e vinte mil reais); II na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no anocalendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 1.200.000, 00 (um milhão e duzentos mil reais); A exclusão de ofício do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES ocorrerá quando constatada o excesso de receita bruta, segundo os artigos 12, 14 e 15, da Lei nº 9.317/1996: Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de oficio. (...) Fl. 1689DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.685 11 Art. 14. A exclusão darseá de oficio quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: I exclusão obrigatória, nas formas do inciso II e § 2°do artigo anterior, quando não realizada por comunicação da pessoa jurídica; Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts.13 e 14 surtirá efeito: IV a partir do anocalendário subseqüente àquele em que for ultrapassado o limite estabelecido, nas hipóteses dos incisos 1 e II do art. 9°; § 32 A exclusão de oficio darseá mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo. O acórdão recorrido justificou a exclusão da contribuinte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, havendo minha concordância com sua exposição, ora transcrita: "Tendo em vista que nos presentes autos a contribuinte não trouxe qualquer outro elemento novo ou alegação que pudesse modificar a conclusão que se chegou naquele processo, entendo que ficou caracterizada a hipótese de exclusão do Simples, prevista na Lei n° 9.317 de 1996, art. 9°, II, com as alterações posteriores. No que se refere à alegação de que a autoridade administrativa estaria impedida de lançar tributo enquanto pende de análise o pedido de revisão de exclusão do Simples, cabe ressaltar que a discussão administrativa que se instaurou não tem o condão de afastar a instauração do presente procedimento fiscal, porquanto o crédito tributário respectivo encontrase na fase de constituição, que se aperfeiçoará ou será afastado com a decisão administrativa definitiva. Até a notificação do resultado do julgamento, dado que o recurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito tributário, não há que se falar em prejuízo ao contribuinte. Eventual dano, em tese, poderia ocorrer se houvesse o início da cobrança do crédito tributário tratado no presente processo antes da resolução do outro. Por enquanto encontramonos no estágio de constituição do crédito, não de cobrança. Ainda que a cobrança tivesse tido início por certo restariam os recursos processuais disponíveis para sustar o procedimento. Cabe ressaltar, em acréscimo ao que foi dito anteriormente, ainda que penda discussão administrativa, a constituição do crédito tributário deve ser levada a cabo. De fato, sua formalização pelo lançamento de oficio, consoante o art. 142 do CTN, é decorrente do caráter vinculado e obrigatório do ato Fl. 1690DF CARF MF 12 administrativo, não podendo a fiscalização, sob pena de responsabilidade funcional, eximirse de efetuálo. Nada obsta, portanto, a que a autoridade fiscal proceda à constituição do crédito tributário a fim de se resguardar dos efeitos da decadência enquanto aguarda o desfecho do litígio relativo à exclusão do enquadramento no Simples. Cabe considerar que a verificação do histórico de cada um dos lançamentos relacionados na listagem de fls. 18/132 do anexo I não registra transferência entre contas. A princípio, o pedido da contribuinte, veiculado na fl. 162 da peça impugnatória, no sentido de serem expurgadas as transferências entre contas da mesma titularidade é cabível se a própria contribuinte identificar e comprovar as respectivas transferências. Do arbitramento do resultado A princípio, impõese observar que a movimentação bancária considerada para fins da imposição tributária fora aquela mantida pela contribuinte à margem de qualquer escrituração contábil, sem descurar que a situação fática que ensejou o lançamento tributário foi a circunstância de a contribuinte não ter apresentado os livros Diário e Razão. Conquanto, não sendo o caso de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real, a opção pela sistemática de apuração do resultado pelo lucro presumido ou pelo lucro real seja prerrogativa do contribuinte, impõese observar que o arbitramento do resultado decorre da regra prevista na Instrução Normativa SRF n. 93, de 24/12/1997, que determina tal forma de tributação quando, dentre outras hipóteses, a escrituração contiver vícios que a tornem imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária ou para determinar o lucro real, conforme segue: Ari. 40. O imposto de renda devido será exigido a cada trimestre, no decorrer do anocalendário, com base nos critérios do lucro arbitrado, quando: I o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a bancária; ou b) determinar o lucro real; No caso presente, malgrado instâncias da autoridade administrativa (fls. 22/23, 69), a contribuinte limitouse a apresentar o livro caixa, circunstância que definiu fosse arbitrado o lucro, em consonância com a regra antes descrita, pelo fato de a escrituração apresentarse deficiente para Fl. 1691DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.686 13 determinar a base imponível. Dessa forma, por expressa determinação legal, não é dado à autoridade fiscal, tampouco à contribuinte, definir ou optar por outra forma de tributação que não seja a que serviu para o lançamento. Embora a sistemática de tributação pela forma de arbitramento do lucro seja mais gravosa para o contribuinte, não se trata de medida punitiva. Ela ocorre nas situações em que o contribuinte, obrigado à tributação pelo lucro real não mantenha escrituração em conformidade com a legislação, deixe de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pelo regramento quando a escrituração revelase imprestável para identificar movimentação financeira ou determinar o lucro real, nos termos do Regulamento do Imposto de Renda — RIR, aprovado pelo Decreto n° 3000, de 1999 RIR/1999, art. 530, II. Não vislumbro cerceamento de defesa por não estar consignado expressamente nos termos de descrição dos fatos da peça impositiva menção ao inciso II ou ao III do art. 530 do RIR/1999, em vista da densidade e aprofundamento das questões de fato e de direito suscitadas na impugnação apresentada, o que demonstra ter a contribuinte pleno conhecimento do substrato da ação fiscal. Da apuração da base de cálculo Descabe a argumentação da contribuinte no sentido de que com o lançamento do crédito tributário passaram a existir dois regimes de tributação, situação que é proibida pelas normas de regência, em vista de que, em face da expressiva movimentação financeira apresentada, substrato de sua exclusão do Simples, a contribuinte não poderia optar por aquela forma de tributação. Assim, sua opção pelo Simples e eventuais recolhimentos feitos à conta respectiva foram indevidos, motivo por que não merece reparos a forma de tributação adotada pela fiscalização no caso presente. (...) Dos depósitos bancários No que diz respeito ao inconformismo que a impugnante suscitou quanto à sistemática levada a efeito pela fiscalização, que apurou crédito tributário a partir das presunções baseadas em depósitos bancários, cabe considerar, inicialmente, que se adotou tal forma de tributação em vista de que as alegações que a contribuinte apresentou em atendimento das intimações que lhe foram dirigidas não foram bastantes para justificar a origem dos créditos respectivos. Dessa forma, considerando que a receita declarada ao Fisco é consideravelmente inferior ao movimento bancário, não há reparos a serem feitos ao procedimento da autoridade fiscal que considerou os créditos cuja origem não fora comprovada como omissão de receita e a partir daí deduziu o que anteriormente fora oferecido à tributação para apurar a base tributável. Fl. 1692DF CARF MF 14 No que tange à forma de tributação adotada, há que se distinguir, no campo das presunções, aquelas ditas de fato, das chamadas presunções legais. São as primeiras as chamadas presunções do homem, revestindose, como os indícios, de pouco valor no direito tributário. Já as presunções legais, ao contrário, por decorrerem de norma jurídica expressa, transmudamse em declarações de verdade, por força de lei, que, ante a dúvida ou a própria impossibilidade humana de atingir o conhecimento preciso sobre determinados fatos, declara antecipadamente a verdade sobre eles, que passam, então, a se ter como provados por presunção legal. No campo das presunções legais há que se distinguir, por sua vez, as presunções absolutas (juris et de jure), que não admitem prova em contrário, das presunções relativas (juris tantum), que por admitirem prova em contrário, são também chamadas de simples ou condicionais. Sendo o lançamento tributário resultante do exercício da atividade administrativa, está ele subordinado aos princípios da legalidade e da tipicidade, só sendo possível, em conseqüência, exigirse tributo quando expressamente autorizado por lei. Desse modo, quando a incidência do tributo resultar de presunções erigidas pela norma legal, os resultados podem e devem constituir a base imponível da exação. De outro lado, eventuais indícios, suspeitas ou suposições não autorizam concluir pela ocorrência do fato imponível, no caso vertente, omissão de receita. Sendo o auto de infração a peça acusatória do processo administrativo, deve ele trazer, necessariamente, todos os elementos de prova a embasar a exigência fiscal, ou, então, fundamentarse em presunção legalmente autorizada, cabendo, neste caso, ao autuado, elidir a imputação por meio de prova hábil e idônea. Como é sabido, o tributo só pode ser exigido quando o fato apurado ajustase à hipótese de incidência. Por essa razão, a Fazenda Pública não pode considerar ocorrido um fato descrito abstratamente na hipótese de incidência sem a sua efetiva verificação, valendose de mera presunção de seu agente, a menos que esta presunção esteja prevista em lei. Se o agente fiscal presume, por conta própria, a ocorrência de omissão de receitas sem que a lei o autorize, está atribuindo a si função que é inerente ao legislador. Assim, ou o agente do Fisco prova que efetivamente houve omissão de receitas ou ele se vale das presunções legais. A hipótese de omissão de receita decorrente de depósitos bancários cuja origem não foi justificada constitui exemplo de presunção legal em que há a inversão do ônus da prova, ou seja, se o Fisco demonstra tal hipótese, cabe ao contribuinte provar a origem dos depósitos. Fl. 1693DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.687 15 Portanto, com o advento da Lei n° 9.430 de 1996, art. 42, que introduziu novas presunções legais no campo tributário, passou a ocorrer a inversão do ônus da prova, ou seja, agora cabe ao sujeito passivo da relação jurídica provar que a prática do fato que lhe está sendo imputado não corresponde à realidade. Logo, vemos que o acórdão recorrido não diverge do mesmo posicionamento, por mim expressado, quando da relatoria do acórdão nº 1201002.297, vez que a contribuinte não contraditou a omissão da escrituração de sua movimentação bancária, com documentos hábeis e idôneos, convalidando sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES pelo excesso de receita bruta, infringindo o artigo 9º, inciso II, da Lei nº 9.317/1996. III. PAGAMENTO INDEVIDO Em virtude da exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, a contribuinte argumenta sobre a necessidade de compensação do adimplemento havido nesse regime simplificado com montante devido pelo arbitramento do lucro. Este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) editou a Súmula nº 76, com efeito vinculante atribuído pela Portaria MF nº 277/2018, esclarecendo que "Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada". Destarte, admissível a dedução pretendida pela Recorrente. Isto posto, voto pelo conhecimento do Recurso Voluntário e DOULHE PARCIAL PROVIMENTO, exclusivamente, deduzindo os valores recolhidos, segundo a Súmula nº 76, deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima Relator Fl. 1694DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.000422/2009-10
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 18/06/2008
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICABILIDADE.
Aplica-se o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3002-000.493
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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APLICABILIDADE. Aplicase o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 04 22 /2 00 9- 10 Fl. 103DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 104 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 1681.145 da DRJ/SPO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. No caso concreto, foi impingida a referida multa por ter a recorrente pedido a retificação dos dados informados após a atracação do navio vindo do exterior. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou Impugnação, a qual foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, por Acórdão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 18/06/2008 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA. Aplicase a multa do artigo 107, inciso IV, alínea ‘e’, do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, por retificação extemporânea de informação correspondente ao manifesto e respectivos conhecimentos eletrônicos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em seqüência, irresignada com a referida decisão, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fl. 81/83), basicamente, tecendo argumentos interpretativos sobre a Solução de Consulta Cosit nº 2, de 2016. É o relatório, em síntese. Fl. 104DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 105 3 Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O Crédito Tributário contestado no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. A questão cingese na autuação fiscal por ter a recorrente, supostamente, deixado de prestar a devida informação, no prazo legal, dos dados de desconsolidação da carga chegada ao Porto de Santos em 09/06/2008 (atracação), pois o registro do pedido de retificação das informações do CE ocorreu somente em 11/06/2008 (fl. 20), ou seja, após o prazo máximo de 48h antes da atracação do navio, conforme o disposto no art. 22, III, da Instrução Normativa RFB nº 800/2007. Desta forma, ficando sujeita a penalidade prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . Iomissis ..................................................................................................... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . a) omissis ....................................................................................................... e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Uma das argumentações trazidas pela recorrente em seu Recurso Voluntário referese a uma suposta falta de tipicidade em sua conduta, pois os dados da carga foram prestados no tempo devido, tendo sido apenas realizado um pedido de retificação desses dados após a chegada da embarcação, contudo, o pedido de retificação não se amoldaria ao tipo previsto na legislação. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 106 4 Esse argumento não traz melhor sorte à contribuinte. Em realidade, à época dos fatos, vigia o § 1º, do art. 45 da Instrução Normativa SRF º 800/2007: Art. 45. O transportador, o depositário e o operador portuário estão sujeitos à penalidade prevista nas alíneas "e" ou "f" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei no 37, de 1966, e quando for o caso, a prevista no art. 76 da Lei no 10.833, de 2003, pela não prestação das informações na forma, prazo e condições estabelecidos nesta Instrução Normativa. § 1o Configurase também prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação. ......................................................................................................... (grifo nosso) Dessa forma, percebese que, de acordo com o citado dispositivo, a alteração das informações já apresentadas, retificação, realizada após o prazo inicial, também se subsumia à tipificação contida na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003. Por fim, a recorrente traz à luz o disposto na Solução de Consulta Interna Cosit nº 2, de 2016, que corroboraria seu entendimento de que a mera retificação de informações já prestadas não ensejaria a aplicação da multa tratada nos presentes autos. Quanto às conclusões alcançadas pela SCI Cosit nº 2, reproduzse sua ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. CONTROLE ADUANEIRO DAS IMPORTAÇÕES. INFRAÇÃO. MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA. A multa estabelecida no art. 107, inciso IV, alíneas “e” e “f” do DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, é aplicável para cada informação não prestada ou prestada em desacordo com a forma ou prazo estabelecidos na Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. As alterações ou retificações das informações já prestadas anteriormente pelos intervenientes não configuram prestação de informação fora do prazo, não sendo cabível, portanto, a aplicação da citada multa.Dispositivos Legais: DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966; Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 107 5 Em que pese a alegação da recorrente estar corretamente embasada na SCI Cosit nº 2, a meu sentir, as Soluções de Consulta Interna da Receita Federal do Brasil não se configuram normas complementares em Direito Tributário, tais quais aquelas previstas no disposto do art. 100, inciso I, do Código Tributário Nacional e, portanto, não tem o condão de revogar, explicita ou implicitamente, às disposições contidas em Instruções Normativas, estas sim, normas complementares. Entretanto, há que se considerar que, com o advento da Instrução Normativa RFB nº 1.473/2014, o art. 45 da IN RFB 800/07 foi revogado e, por conseqüência, a partir de então, o pedido de retificação dos dados informados passou a não configurar mais hipótese de aplicação da multa prevista na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966. Por outro lado, temos que o Princípio da Retroatividade Benigna encontrase esculpido no art. 106, do Código Tributário Nacional: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifo nosso) É cediço que deve ser adotada a legislação que se encontrava em vigor na data da ocorrência da infração. Não obstante, em se tratando de penalidade pelo cometimento de infração, devese observar o Princípio da Retroatividade Benigna, quando a conduta tida como indevida deixar de ser tratada como infração ou, ainda, na hipótese da penalidade imposta ser reduzida, caso que o menor valor passaria a ser o devido. Cumpre esclarecer que, no caso ora analisado, isto é, o de alteração das informações prestadas pelo agente após o prazo mínimo estabelecido na legislação, a imposição fiscal se sustentava, tão somente, no art. 45, § 1º da IN 800/2007. Sem entrarmos na discussão sobre a legalidade desse dispositivo infralegal, ao estender aos casos de retificação o disposto no art. 107, IV, "e", do DecretoLei nº 37/1966, há que se reconhecer que, uma vez tendo sido formalmente revogado aquele dispositivo, não há como se sustentar a imposição desta penalidade aos processos não definitivamente julgados, por aplicação do Princípio da Retroatividade Benigna. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 108 6 Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário, exonerando na integra o Crédito Tributário lançado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 108DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.953414/2009-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.535
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se a documentação (nota e contrato de câmbio) apresentada corresponde efetivamente a prestação de serviços, nos termos do art. 14, II da Medida Provisória no 2.158-35/2001; do art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e do art. 6o, II da Lei no 10.833/2003) e se guarda correspondência com a escrituração da recorrente; (ii) ateste se a retificação da DCTF (ainda que efetuada a destempo), no caso, versa exclusivamente sobre a receita registrada em tais documentos (nota fiscal e contrato de câmbio), e é compatível com a documentação apresentada; (iii) manifeste-se, conclusivamente, a partir da análise empreendida nos itens anteriores, sobre a efetiva existência e, em caso positivo, sobre a quantificação dos créditos pleiteados e sua suficiência à compensação demandada; e (iv) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, dando ciência à recorrente para que esta, desejando, manifeste-se em 30 dias, prazo após o qual os autos devem retornar a este CARF, para prosseguimento do julgamento.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Marcos Antonio Borges (suplente convocado em substituição a Mara Cristina Sifuentes, ausente justificadamente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se a documentação (nota e contrato de câmbio) apresentada corresponde efetivamente a prestação de serviços, nos termos do art. 14, II da Medida Provisória no 2.158-35/2001; do art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e do art. 6o, II da Lei no 10.833/2003) e se guarda correspondência com a escrituração da recorrente; (ii) ateste se a retificação da DCTF (ainda que efetuada a destempo), no caso, versa exclusivamente sobre a receita registrada em tais documentos (nota fiscal e contrato de câmbio), e é compatível com a documentação apresentada; (iii) manifeste-se, conclusivamente, a partir da análise empreendida nos itens anteriores, sobre a efetiva existência e, em caso positivo, sobre a quantificação dos créditos pleiteados e sua suficiência à compensação demandada; e (iv) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, dando ciência à recorrente para que esta, desejando, manifeste-se em 30 dias, prazo após o qual os autos devem retornar a este CARF, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Marcos Antonio Borges (suplente convocado em substituição a Mara Cristina Sifuentes, ausente justificadamente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se a documentação (nota e contrato de câmbio) apresentada corresponde efetivamente a prestação de serviços, nos termos do art. 14, II da Medida Provisória no 2.15835/2001; do art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e do art. 6o, II da Lei no 10.833/2003) e se guarda correspondência com a escrituração da recorrente; (ii) ateste se a retificação da DCTF (ainda que efetuada a destempo), no caso, versa exclusivamente sobre a receita registrada em tais documentos (nota fiscal e contrato de câmbio), e é compatível com a documentação apresentada; (iii) manifeste se, conclusivamente, a partir da análise empreendida nos itens anteriores, sobre a efetiva existência e, em caso positivo, sobre a quantificação dos créditos pleiteados e sua suficiência à compensação demandada; e (iv) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, dando ciência à recorrente para que esta, desejando, manifestese em 30 dias, prazo após o qual os autos devem retornar a este CARF, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (presidente), Marcos Antonio Borges (suplente convocado em substituição a Mara Cristina Sifuentes, ausente justificadamente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 53 41 4/ 20 09 -7 5 Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 121 2 Relatório Versa o presente sobre o Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (PER/DCOMP), invocando crédito de PIS, indeferido por meio de Despacho Decisório Eletrônico (DDE), por estar o pagamento indicado como indevido sendo utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível. Na Manifestação de Inconformidade, alega a empresa que: (a) realizou exportação de serviços que resultaram em ingresso de divisas para o Brasil, classificadas como receitas decorrentes de exportação, documentadas em nota fiscal, amparada em contrato de câmbio (não incidindo PIS e COFINS sobre tal rubrica, conforme art. 14, II da Medida Provisória no 2.15835/2001; art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e art. 6o, II da Lei no 10.833/2003); (b) realizou apuração mensal de PIS sobre o total de suas receitas, ou seja, incluiu indevidamente na base de cálculo as referidas receitas de exportação; (c) o erro foi verificado pela empresa posteriormente, o que ensejou o pedido, tendo sido retificada a DCTF após o Despacho Decisório, o que ensejou o não reconhecimento do crédito e a não homologação da compensação; e (d) em nome da verdade material, requer que seja reconhecido o crédito. Como prova do direito ao crédito, junta Nota Fiscal, Contrato de Câmbio e DCTF retificadora e DCOMP. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) os valores declarados em DCTF constituem confissão de dívida, conforme art. 5o do DecretoLei no 2.124/1984; e (b) a compensação com utilização de crédito correspondente a pagamento indevido ou a maior condicionase à demonstração da certeza e da liquidez do direito, impondose a apresentação de documentação hábil e idônea, bem como da escrituração contábil e/ou fiscal, do contribuinte, a comprovar a efetiva natureza da operação para o fim de se conferir a existência e o valor do indébito tributário, não bastando a documentação apresentada. Após ciência da decisão da DRJ, a empresa apresenta Recurso Voluntário, basicamente reiterando as razões externadas em sua manifestação de inconformidade, e agregando que o simples indeferimento, pela DRJ, ao invés da conversão em diligência, afrontou a verdade material, principio prestigiado pelo CARF, e que juntou ao recurso ainda o Livro Diário do Exercício correspondente ao período (cópia ilegível com algumas folhas de pontacabeça), para comprovar a entrada das divisas oriundas da exportação e serviços, única receita do período de apuração, comprovando seu direito. É o relatório. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 122 3 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3401001.521, de 22 de outubro de 2018, proferida no julgamento do processo 10880.914766/200824, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3401001.521 "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Resta verificar se as alegações de defesa são aptas a comprovar o direito de crédito da empresa. Isso porque nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes, como reiteradamente decidindo, de forma unânime, este CARF: “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica.” (Acórdãos n. 3403 002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.472, 473, 474, 475 e 476, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 123 4 “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos relativos a ressarcimento tributário, incumbe ao postulante ao crédito o dever de comprovar efetivamente seu direito.” (Acórdãos 3401004.450 a 452, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes, sessão de 22.mar.2018) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE. Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. A carência probatória inviabiliza o reconhecimento do direito creditório pleiteado”. (Acórdão 3401004.923 – paradigma, Rel. Cons. Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, unânime, sessão de 21.mai.2018) No presente processo, a recorrente alega, ainda em sua manifestação de inconformidade, que, por lapso seu, não houve a correção da DCTF para constar o valor efetivamente devido, mas que o crédito efetivamente existe, e deriva de cômputo incorreto de receita de exportação de serviços, documentadas em nota fiscal, e amparadas em contrato de câmbio. E junta, além de nota fiscal e contrato de câmbio, a DCTF retificadora do primeiro trimestre de 2000, transmitida em 02/09/2008, e DCOMP correspondente. Observando a nota fiscal de serviços (fl. 23), percebese trata de “serviço de representação comercial prestado no mês”, a empresa estrangeira, e que o valor corresponde ao do contrato de câmbio (R$ 12.369,00 – US$ 7.000,00). A DRJ, entendendo ser a documentação apresentada insuficiente para provar o alegado pela postulante ao crédito, indefere o pleito, chegando a aclarar, exemplificativamente, quais seriam as possíveis provas de amparo ao crédito: “...nos pedidos de repetição de indébitos e de compensação é do contribuinte o ônus de demonstrar de forma cabal e específica seu direito creditório. A compensação com utilização de crédito correspondente a pagamento indevido ou a maior condicionase à demonstração da certeza e da liquidez do direito, impondose a apresentação de documentação hábil e idônea, bem como da escrituração contábil e/ou fiscal, do contribuinte, a comprovar a efetiva natureza da operação para o fim de se conferir a existência e o valor do indébito tributário (...) Portanto, diante desta situação, não basta o contribuinte anexar aos autos apenas a cópia da Nota Fiscal de Serviços e o Contrato de Câmbio alegando que tais documentos comprovam o erro ocorrido no preenchimento da DCTF, ou seja, que realizou a apuração mensal do COFINS sobre o Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 124 5 total de suas receitas, incluindo indevidamente na base de cálculo desta contribuição os valores recebidos a título de serviços prestados a pessoa jurídica domiciliada no exterior (...). Para que se faça valer o princípio da verdade material, no caso em tela, é imprescindível que se prove que o que foi anteriormente declarado, confessado e recolhido não condiz com a realidade, e mais, que o novo valor traduz fielmente o que seja verdadeiramente devido ante a legislação tributária aplicável, acompanhado, no caso, da correspondente documentação hábil e idônea com a devida escrituração fiscal e/ou contábil, o que não restou demonstrado nos autos. Portanto, os documentos por ela juntados e a apresentação de DCTF retificadora, neste momento do rito processual, após o despacho decisório, não são suficientes para fazer prova em favor do contribuinte, existindo a necessidade da apresentação da escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, e dos documentos que lhe dão sustentação, (...)” Entendemos que poderia a empresa, em sede de recurso voluntário, agregar a documentação suscitada pelo julgador de piso, em nome da verdade material, e com fundamento no próprio comando do art. 16, § 4o, “c”, do Decreto no 70.235/1972, principalmente pelo fato de até o julgamento de piso não ter havido efetiva análise fiscal humana da documentação, mas mero cotejo massivo e eletrônico de informações, por sistema informatizado. E a empresa, em seu recurso voluntário, apesar de considerar que a documentação apresentada à instância de piso era suficiente para o deferimento do crédito, e a consequente homologação da compensação, porque as divisas oriundas da exportação foram suas únicas receitas no período, parece mover esforço, ainda que mínimo, para juntar aos autos o Livro Diário do Exercício de 2000 (ao menos cópia ilegível com algumas folhas de pontacabeça, às fls. 86 a 93). O fato de a exportação de serviços espelhar a única receita no período, e de terem sido apresentados nota fiscal e contrato de câmbio em valores compatíveis, aliado à juntada de Livro Diário (ainda que ilegível e com páginas de pontacabeça, provavelmente por problemas de digitalização), e à inexistência de análise humana do direito de crédito nas instâncias anteriores, faz com que tenhamos cautela na análise do contencioso, movida pela dúvida em relação ao tema principal em discussão. Sobre a verdade material, bem ensina James MARINS que envolve não só o dever de investigação, por parte do fisco, mas o dever de colaboração, do sujeito passivo: “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade propiciar a Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 125 6 aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.”1 Ao que tudo aponta, resta clara, ainda que tímida, nos autos, a vontade de colaborar por parte da empresa, que, por mais que entendesse suficientes os documentos apresentados na instância de piso, curvouse ao que entendeu julgador de piso também como importante, embora não tenha sido bem sucedida a digitalização do documento juntado (Livro Diário). Portanto, entendo que se faz necessária análise, em sede de diligência, da documentação apresentada, à luz da argumentação da recorrente, de que as referidas receitas, amparadas em nota fiscal e contrato de câmbio, seriam efetivamente decorrentes de exportação de serviços, para verificar se os valores correspondentes são compatíveis com a retificação efetuada (ainda que a destempo) da DCTF. Pelo exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se a documentação (nota e contrato de câmbio) apresentada corresponde efetivamente a prestação de serviços, nos termos do art. 14, II da Medida Provisória no 2.15835/2001; do art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e do art. 6o, II da Lei no 10.833/2003) e se guarda correspondência com a escrituração da recorrente; (ii) ateste se a retificação da DCTF (ainda que efetuada a destempo), no caso, versa exclusivamente sobre a receita registrada em tais documentos (nota fiscal e contrato de câmbio), e é compatível com a documentação apresentada; (iii) manifestese, conclusivamente, a partir da análise empreendida nos itens anteriores, sobre a efetiva existência e, em caso positivo, sobre a quantificação dos créditos pleiteados e sua suficiência à compensação demandada; e (iv) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, dando ciência à recorrente para que esta, desejando, manifestese em 30 dias, prazo após o qual os autos devem retornar a este CARF, para prosseguimento do julgamento." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, , para que a unidade preparadora da RFB: (i) confirme se a documentação (nota e contrato de câmbio) apresentada corresponde efetivamente a prestação de serviços, nos termos do art. 14, II da Medida Provisória no 2.15835/2001; do art. 5o, II da Lei no 10.637/2002; e do art. 6o, II da Lei no 10.833/2003) e se guarda correspondência com a escrituração da recorrente; (ii) ateste se a retificação da DCTF (ainda que efetuada a destempo), no caso, versa exclusivamente sobre a receita registrada em tais documentos (nota fiscal e contrato de câmbio), e é compatível com a documentação apresentada; (iii) manifeste se, conclusivamente, a partir da análise empreendida nos itens anteriores, sobre a efetiva existência e, em caso positivo, sobre a quantificação dos créditos pleiteados e sua suficiência à 1 Direito Processual Tributário Brasileiro – Administrativo e Judicial, 8. Ed., São Paulo: Dialética, p. 174. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10880.953414/200975 Resolução nº 3401001.535 S3C4T1 Fl. 126 7 compensação demandada; e (iv) elabore relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados, dando ciência à recorrente para que esta, desejando, manifestese em 30 dias, prazo após o qual os autos devem retornar a este CARF, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 89DF CARF MF
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Numero do processo: 10120.000796/2005-19
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2000, 2001
FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA MENSAL. MULTA ISOLADA.
A falta de recolhimento de estimativa mensal de IRPJ por contribuinte optante pela tributação com base no lucro real anual, enseja a aplicação da multa isolada, independentemente do resultado apurado pela empresa no período. Uma vez decidido que a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa referente ao ano-calendário de 2000 não fica prejudicada pelo fato de a contribuinte ter apurado prejuízo naquele ano, os autos devem retornar à Turma Ordinária para apreciação das matérias cujo exame ficou prejudicado na fase anterior, em razão do que lá foi decidido.
Numero da decisão: 9101-003.858
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luis Flávio Neto e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em retornar os autos ao colegiado de origem.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10480.006261/2003-92, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araùjo Relator e Presidente em exercício.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000, 2001 FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA MENSAL. MULTA ISOLADA. A falta de recolhimento de estimativa mensal de IRPJ por contribuinte optante pela tributação com base no lucro real anual, enseja a aplicação da multa isolada, independentemente do resultado apurado pela empresa no período. Uma vez decidido que a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa referente ao ano-calendário de 2000 não fica prejudicada pelo fato de a contribuinte ter apurado prejuízo naquele ano, os autos devem retornar à Turma Ordinária para apreciação das matérias cujo exame ficou prejudicado na fase anterior, em razão do que lá foi decidido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luis Flávio Neto e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em retornar os autos ao colegiado de origem. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10480.006261/2003-92, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araùjo Relator e Presidente em exercício. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício).
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000, 2001 FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA MENSAL. MULTA ISOLADA. A falta de recolhimento de estimativa mensal de IRPJ por contribuinte optante pela tributação com base no lucro real anual, enseja a aplicação da multa isolada, independentemente do resultado apurado pela empresa no período. Uma vez decidido que a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa referente ao anocalendário de 2000 não fica prejudicada pelo fato de a contribuinte ter apurado prejuízo naquele ano, os autos devem retornar à Turma Ordinária para apreciação das matérias cujo exame ficou prejudicado na fase anterior, em razão do que lá foi decidido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidos os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luis Flávio Neto e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em retornar os autos ao colegiado de origem. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase aqui o decidido no julgamento do processo 10480.006261/200392, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araùjo – Relator e Presidente em exercício. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 07 96 /2 00 5- 19 Fl. 421DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 3 2 Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à legislação tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente ao afastamento da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa mensal de IRPJ/CSLL, relativamente ao(s) ano(s)calendário(s) de 2000, 2001. É o breve relatório. Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. O julgamento do presente recurso especial segue a sistemática dos recursos repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º a 3º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, já que as situações fática e jurídica verificadas neste processo são, em todos os aspectos relevantes para decisão, idênticas àquelas verificadas no processo 10480.006261/200392, ao qual este é vinculado. Isso posto, aplicase aqui o decidido por esta 1ª Turma da CSRF em seu Acórdão nº 9101003.858, exarado em 13 de setembro de 2018, no âmbito do referido processo 10480.006261/200392. Transcrevese, a seguir, como razões de decidir do presente litígio, trechos do voto que prevaleceu no mencionado Acórdão nº 9101003.858: Conheço do recurso, pois este preenche os requisitos de admissibilidade. O presente processo tem por objeto lançamento de multa isolada, por falta de pagamento de IRPJ incidente sobre a base de cálculo estimada, apurada em fevereiro de 2000, calculada com base em balanços de suspensão ou redução, no valor de R$ 3.708,27. A multa isolada foi mantida na primeira instância, e afastada pela decisão de segunda instância administrativa (acórdão ora recorrido). Fl. 422DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 4 3 Em seu recurso especial, a PGFN procura restabelecer a multa isolada. A contribuinte suscita, em sede de contrarrazões, uma preliminar de não conhecimento do recurso especial, invocando o §10 do art. 67 do RICARF, com a alegação de que estaria superado o entendimento aplicado pelas decisões paradigmas. Quanto a essa preliminar, é importante registrar que a regra regimental que tratava dessa questão de superação de tese pela CSRF (art. 67, §10, do Anexo II do RICARF aprovado pela Portaria MF nº 256/2009) não foi reproduzida no RICARF atual, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, em razão da dificuldade de se fixar um critério objetivo para a sua aplicação. Uma decisão da CSRF bastaria para se considerar que determinada tese está superada? Quantas decisões seriam necessárias para isso? A decisão posterior teria que fazer menção expressa às decisões anteriores cuja tese foi superada? Atualmente, o RICARF aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, com suas alterações posteriores, não mais fala que não servirá como paradigma o "acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF". O que o regimento atual diz é que "não servirá como paradigma o acórdão que, na data da interposição do recurso, tenha sido reformado na matéria que aproveitaria ao recorrente" (Art. 67, §15, incluído no atual RICARF pela Portaria MF nº 39, de 2016). Verificar se o "próprio" acórdão paradigma foi ou não reformado na matéria que aproveitaria ao recorrente é procedimento que não traz os mesmos problemas da regra regimental anterior. Nesse passo, cabe registrar que nenhum dos dois acórdãos paradigmas foi reformado, conforme indica a página eletrônica do CARF, na consulta ao andamento dos processos correspondentes aos referidos acórdãos (Acórdão nº 10806.004 Processo nº 13826.000384/9840; e Acórdão nº 10806.571 Processo nº 13409.000156/9962). Portanto, de acordo com as regras atuais, as referidas decisões não encontram óbice para servirem como paradigmas de divergência. Desse modo, rejeito a preliminar de não conhecimento do recurso especial da PGFN. Quanto ao mérito, vêse que a interpretação adotada pelo acórdão recorrido é no sentido de que se não há tributo a ser exigido no ajuste (no caso, porque a contribuinte apurou prejuízo), também não há razão para exigir estimativas mensais, e nem para aplicar multa isolada pela falta de seu recolhimento. Fl. 423DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 5 4 Esta 1ª Turma da CSRF já examinou esse tipo de situação, quando exarou o Acórdão nº 9101002.604, na sessão realizada em 15/03/2017. Aquele julgado também analisou exigência de multa isolada relativamente a períodos anteriores a 2007 (anteriores à vigência da Lei nº 11.488/2007), em que não houve a aplicação concomitante das multas isolada e de ofício. E tratou de anoscalendário em que o contribuinte ou não tinha apurado tributo a pagar no final do ano, ou tinha apurado prejuízo fiscal, ou tinha apurado tributo no ajuste em valor inferior ao montante das estimativas que seriam devidas ao longo do ano. Vale transcrever trechos do voto do Conselheiro André Mendes de Moura que orientou a referida decisão, e também declaração de voto por mim apresentada naquela ocasião: Acórdão nº 9101002.604 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997, 1999, 2000, 2001 APLICABILIDADE DE SÚMULAS. IDENTIDADE ENTRE FATOS. A aplicação de entendimento sumular só pode se consumar caso os fatos da autuação fiscal guardem similitude com os fatos dos acórdãos paradigmas. Diante de suportes fáticos diferentes, não há que se falar em aplicação de súmula. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA MENSAL. MULTA ISOLADA. BASE DE CÁLCULO. PRAZO. A sanção imposta pelo descumprimento da apuração e pagamento da estimativa mensal do lucro real anual é a aplicação de multa isolada incidente sobre percentual do imposto que deveria ter sido antecipado. O lançamento, sendo de ofício, submetese a limitador temporal estabelecido por regra decadencial do art. 173, inciso I do CTN, não havendo óbice que se seja efetuado após encerramento do anocalendário. [...] Voto Conselheiro André Mendes de Moura [...] Mérito. A matéria devolvida trata da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa mensal, no decorrer dos anos Fl. 424DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 6 5 calendário de 1997, 1999, 2000 e 2001, conforme relato da autoridade fiscal (efls. 57/58): [...] A multa isolada, após ter sido mantida na decisão de primeira instância, foi mantida parcialmente pela decisão recorrida. Para os anoscalendário de 1997, foi afastada integralmente, porque não se apurou tributo a pagar ao final do anocalendário. Para o anocalendário de 1999, também foi afastada a autuação porque se apurou prejuízo fiscal em 31 de dezembro. Para os anoscalendário de 2000 e 2001, a decisão recorrida manteve a autuação fiscal até o limite apurado de IRPJ a pagar, pautandose nas seguintes conclusões (efls. 3223/3225): [...] Tomandose por base todo o exposto até o momento, entendo que não há reparos a fazer na autuação fiscal, sendo necessário apenas tecer considerações complementares. O lucro real é um dos regimes de tributação existentes no sistema tributário, atualmente regido pela Lei nº 9.430, de 1996, aplicado a partir do anocalendário de 1997: Capítulo I IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA Seção I Apuração da Base de Cálculo Período de Apuração Trimestral Art. 1º A partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. (grifei) No lucro real, podese optar pelo regime de apuração trimestral ou anual. Vale reforçar que é uma opção do contribuinte aderir ao regime anual ou trimestral. E, no caso do regime anual, a lei é expressa ao dispor sobre a apuração de estimativas mensais. Transcrevo redação vigente à época dos fatos geradores objeto da autuação: Lei nº 9.430, de 1996 Fl. 425DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 7 6 Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. ................................................................................ Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do Imposto de Renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do anocalendário. § 2º Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, através de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a partir do mês de janeiro do anocalendário. Observase, portanto, com base em lei, a obrigatoriedade de a contribuinte optante pelo regime de lucro real anual, apurar, mensalmente, imposto devido, a partir de base de cálculo estimada com base na receita bruta, ou por balanço ou balancete mensal, esta que, inclusive, prevê a suspensão ou redução do pagamento do imposto na hipótese em que o valor acumulado já pago excede o valor de imposto apurado ao final do mês. Contudo, a hipótese de não pagamento de estimativa deve atender aos comandos legais, no sentido de que os balanços ou balancetes deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário. Tratase de obrigação imposta ao contribuinte que optar pelo regime do lucro real anual. E o legislador, com o objetivo de tutelar a conduta legal, dispôs penalidade para Fl. 426DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 8 7 o seu descumprimento. No caso, a prevista no art. 44 da mesma Lei nº 9.430, de 1996 (redação à época dos fatos geradores): Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; Registrese que o percentual da multa isolada sobre estimativa mensal não recolhida, foi alterado de 75% para 50%, com base na Lei nº 11.488, de 2007. A sanção imposta pelo sistema é claríssima: caso descumprido o pagamento da estimativa mensal, cabe imputação de multa isolada, sobre a totalidade (caso em que não se pagou nada a título de estimativa mensal) ou diferença entre o valor que deveria ter sido pago e o efetivamente pago, apurado a cada mês do ano calendário. A sanção tem base legal. A sanção expressamente dispõe que é cabível ainda que a pessoa jurídica tenha apurado prejuízo fiscal. E se trata de multa, gênero, isolada, espécie, a ser lançada de ofício e cujo prazo decadencial é regido pelo art. 173, inciso I do CTN. Pode sim ser efetuado lançamento após o anocalendário, naturalmente dentro do período não atingido pela decadência. Nesse contexto, não obstante as substanciosas argumentações da decisão recorrida, entendo que, no caso concreto, não há base legal para se afastar a multa Fl. 427DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 9 8 isolada para o anocalendário de 1997 porque a contribuinte, ao final do anocalendário, não apurou lucro, e para o anocalendário de 1999 porque a contribuinte não apurou tributo a pagar. Tampouco carece de base legal limitar a aplicação de multa isolada ao valor de imposto apurado ao final do anocalendário, como ocorreu para os anoscalendário de 2000 e 2001. Consumarseia situação de exceção, e um prêmio para as pessoas jurídicas que descumprissem deliberadamente a lei tributária. Por qual razão a pessoa jurídica que descumpre conduta prevista em lei deve receber tratamento diferente (e vantajoso) daquela que cumpriu com suas obrigações, apurou mensalmente a estimativa mensal a pagar e efetuou os recolhimentos? Como acolher conduta de contribuinte que ignorou a legislação tributária vigente, e se considerou apto a receber um tratamento especial, diferente das demais pessoas jurídicas que cumpriram com suas obrigações? Não se trata de legalidade por legalidade. O sistema jurídicotributário deve ser respeitado, assim como os contribuintes que seguem suas determinações. Não se deve fomentar lacunas para se ignorar a lógica do sistema, para conceder tratamentos vantajosos para condutas lesivas, em afronta à proporcionalidade e razoabilidade. Correto, portanto, o procedimento adotado pela autoridade fiscal. Diante do exposto, voto no sentido conhecer e dar provimento ao recurso especial da PGFN, para restabelecer a aplicação da multa isolada no percentual de 50%. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Declaração de Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo. A presente declaração de voto se faz necessária tendo em vista que, em relação à matéria objeto do recurso especial ora sob exame, passo a adotar entendimento distinto daquele por mim acolhido no âmbito de alguns antigos acórdãos. Fl. 428DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 10 9 A matéria trazida à apreciação desta 1ª Turma diz respeito à divergência interpretativa quanto à exigência de multa isolada imposta pela autoridade fiscal por falta de pagamento de estimativas mensais de IRPJ devidas. Inicialmente considero importante registrar que, conforme bem enfatizado pelo Relator, no presente caso a multa isolada foi imposta sobre os valores das estimativas já declaradas pelo sujeito passivo, não alcançando os valores referentes às provisões não autorizadas, objeto de lançamento de ofício para exigência de IRPJ e CSLL. Noutras palavras, não houve aqui exigência concomitante entre a multa isolada imposta por falta de pagamento de estimativas de IRPJ, e a multa de ofício imposta por falta de pagamento do IRPJ devido ao final dos respectivos anoscalendário, razão pela qual também não se aplica aqui o disposto na Súmula CARF nº 105. Pois bem, no caso a Turma recorrida afastou integralmente a multa isolada imposta pela falta de pagamento das estimativas mensais de IRPJ devidas ao longo dos anos de 1997 e 1999, e parcialmente a multa isolada imposta pela falta de pagamento das estimativas mensais de IRPJ devidas no decorrer dos anos de 2000 e 2001. Relativamente aos períodos objeto da presente autuação, acima mencionados, a referida multa isolada encontra previsão legal no art. 44, § 1º, da Lei nº 9.430/96, em sua redação original, o qual faz remissão ao art. 2º da mesma Lei, também na redação original, ambos a seguir transcritos: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1ºe 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. (...) Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Fl. 429DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 11 10 II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. §1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente; (g.n.) (...) Pelo exame do acórdão recorrido é possível resumir da seguinte maneira a interpretação que a Turma emprestou às normas acima reproduzidas: a) a multa isolada deve ser aplicada em caso de falta de pagamento das estimativas mensais de IRPJ e/ou CSLL devidas ao longo do anocalendário; b) todavia, encerrado o anocalendário, o valor total da multa isolada está limitado a 50% (percentual previsto na MP 351/2007, aplicado retroativamente) do valor do IRPJ e/ou da CSLL devidos ao final do mesmo ano; c) como corolário da afirmativa acima, encerrado o ano calendário com apuração de prejuízo fiscal e/ou base negativa da CSLL, incabível a imposição de multa isolada pois inexistentes IRPJ e/ou CSLL devidos ao final do ano; d) entretanto, a multa isolada poderá ser imposta sem observância do afirmado nos itens "b" e "c", desde que o lançamento seja realizado antes de encerrado o respectivo anocalendário. Bem, como se verá a seguir, das quatro afirmações acima apenas aquela contida no item "a" é correta. As outras três ("b", "c" e "d") são incorretas. Da fato, a construção interpretativa levada a efeito pela Turma recorrida para chegar às conclusões contidas nos itens "b" e "c" retro parte do disposto no caput do art. 44 da Lei nº 9.430/96 segundo o qual as multas ali previstas (isoladas ou não) só podem incidir sobre o valor do "tributo ou contribuição". E como a Turma recorrida entendeu que as estimativas mensais de IRPJ e de CSLL não são "tributo ou contribuição", concluiu que a multa isolada prevista no art. 44, § 1º, IV, não poderia incidir sobre o valor daquelas Fl. 430DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 12 11 estimativas. A multa, assim, incidiria sobre um valor equivalente ao da estimativa mensal, desde que tal valor não ultrapassasse o valor do IRPJ e/ou da CSLL devidos ao final do anocalendário (afirmativa "b"). E acaso apurado prejuízo fiscal e/ou base negativa da CSLL, a multa isolada sequer poderia ser exigida, pois inexistentes IRPJ e CSLL devidos ao final do anocalendário (afirmativa "c"). Ocorre que, embora sob o ponto de vista científico até seja possível considerarse correta a premissa de que as estimativas mensais de IRPJ e de CSLL não são "tributo ou contribuição" (e não estou afirmando aqui que são, ou que não são), o fato iniludível é que a própria Lei nº 9.430/96, ao se referir àquelas estimativas mensais, expressamente às denominou de "imposto" ou "contribuição" mensais, com vistas a distinguilas do imposto e da contribuição devidos ao final do ano calendário. Vejamos novamente o que estabelece o art. 2º: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1ºe 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. (g.n.) (...) §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: (...) IV do imposto de renda pago na forma deste artigo. (g.n.) Como dito, a norma acima textualmente denomina as estimativas mensais de IRPJ como "imposto". E não é só. Outras normas da mesma Lei, ao se referirem às estimativas mensais de IRPJ previstas no art. 2º, expressamente às denominam de "imposto", senão vejamos: Art. 3º A adoção da forma de pagamento do imposto prevista no art. 1º, pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime do lucro real, ou a opção pela forma do art. 2º será irretratável para todo o anocalendário. Parágrafo único. A opção pela forma estabelecida no art. 2º será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade. (g.n.) Fl. 431DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 13 12 (...) Art. 6º O imposto devido, apurado na forma do art. 2º, deverá ser pago até o último dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir. (g.n.) (...) Quanto às estimativas mensais de CSLL, o art. 30 da Lei nº 9.430/96 textualmente denomina as estimativas mensais de CSLL como "contribuição social sobre o lucro líquido". Vejamos: Art. 30. A pessoa jurídica que houver optado pelo pagamento do imposto de renda na forma do art. 2º fica, também, sujeita ao pagamento mensal da contribuição social sobre o lucro líquido, determinada mediante a aplicação da alíquota a que estiver sujeita sobre a base de cálculo apurada na forma dos incisos I e II do artigo anterior. (g.n.) (...) Ora, se a própria Lei nº 9.430/96, em diversos de seus artigos, expressamente conferiu às estimativas mensais de IRPJ e CSLL a denominação de "imposto" ou "contribuição", a Turma recorrida jamais poderia interpretar as expressões "imposto de renda", "contribuição social sobre o lucro líquido" e apurados "na forma do art. 2º", todas contidas no art. 44, § 1º, IV daquela Lei, como se tais expressões se referissem ao IRPJ e à CSLL devidos ao final do anocalendário, e não às próprias estimativas mensais de IRPJ e de CSLL. Essa premissa inicial equivocada, de que ao empregar as expressões "imposto de renda" e "contribuição social sobre o lucro líquido" o art. 44, § 1º, IV não poderia estar se referindo às estimativas mensais, mas sim ao IRPJ e à CSLL devidos final do ano, causou grande dificuldade à Turma recorrida para interpretar a parte final daquela mesma norma, à qual estabelece que a multa isolada é exigida "ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente". Foi a partir da dificuldade da Turma recorrida em compatibilizar essa (equivocada) premissa inicial com a parte final da norma que surgiu a "interpretação", descrita na afirmativa "d" retro, segundo à qual na hipótese de a autuação ser realizada no decorrer do próprio ano calendário (e só nessa hipótese) a multa isolada poderá incidir sobre o valor das estimativas mensais, sem qualquer limitação aos valores do IRPJ e da CSLL devidos ao final do ano, já que no decorrer do anocalendário a fiscalização não poderia saber qual o valor de IRPJ ou Fl. 432DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 14 13 CSLL seriam devidos ao final do ano, se é que algum valor seria devido. Ocorre que essa imaginativa "interpretação" do art. 44, § 1º, IV, da Lei nº 9.430/96 levou à Turma recorrida a violar a sua própria premissa inicial, que tanto lhe era cara. De fato, veja que a premissa inicial da Turma (a multa isolada não pode incidir sobre o valor da estimativa mensal, pois esta não é tributo ou contribuição) colide frontalmente com a afirmativa "d" (a multa isolada incide sobre a estimativa mensal, desde que a autuação seja realizada ao longo do ano calendário respectivo). Ora, o fato de a autuação ser realizada no decorrer do anocalendário nada pode dizer sobre a natureza do valor sobre o qual incide a multa isolada (se sobre o valor das estimativas ou sobre o valor do IRPJ e da CSLL devidos ao final do ano). Em verdade, como sugerido antes, a correta interpretação do art. 44, § 1º, IV, da Lei nº 9.430/96 deve levar em consideração o fato de que essa Lei, em diversos momentos, denominou as estimativas mensais de IRPJ e CSLL como "imposto" ou "contribuição". E ainda que seja possível afirmarse que essa denominação não seja cientificamente correta (e, novamente, não acolho nem afasto aqui essa proposição), o fato é que, como essa denominação foi empregada ao longo do texto legal, não haveria razão para o intérprete deixar de considerála justamente ao examinar a multa isolada de que trata o art. 44. Somese a isso o fato de que, ao empregarse a denominação legal (estimativa mensal como "imposto" ou "contribuição"), a interpretação do art. 44 tornase linguisticamente muito mais fluida (ao contrário do esforço interpretativo hercúleo empreendido pela Turma recorrida), além de consentânea com a finalidade da multa isolada, que é de reprimir a falta dos pagamentos mensais por estimativa. Tendo em vista o exposto, voto por manter integralmente as exigências das multas isoladas por falta de pagamento das estimativas mensais de IRPJ verificada ao longo dos anos de 1997, 1999, 2000 e 2001. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Adoto os mesmos fundamentos acima transcritos, para dizer que a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa referente ao anocalendário de 2000 não fica prejudicada pelo fato de a contribuinte ter apurado prejuízo naquele ano, de não se estar exigindo débito de IRPJ em relação ao ajuste anual daquele período. Fl. 433DF CARF MF Processo nº 10120.000796/200519 Acórdão n.º 9101003.858 CSRFT1 Fl. 15 14 Finalmente, cabe registrar que o recurso voluntário continha argumentos cuja análise restou prejudicada em razão do que foi decidido na segunda instância, conforme aponta o próprio voto condutor do acórdão recorrido: Por fim, deve ser ressaltado que fica prejudicada a análise dos demais argumentos tecidos pela recorrente, uma vez que a exigência deve ser integralmente cancelada. Entre esses argumentos, está a alegação de que a contribuinte "compensou o IRPJ com o imposto a recuperar, relativo ao IR sobre aplicação financeira processo administrativo n° 13403.000148/8661 no total de R$ 7.510,41, informados em balancete sintético e razão analítico, tornando, assim, o imposto pago". Uma vez decidido que a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento de estimativa referente ao anocalendário de 2000 não fica prejudicada pelo fato de a contribuinte ter apurado prejuízo naquele ano, os autos devem retornar à Turma Ordinária para apreciação das matérias cujo exame ficou prejudicado na fase anterior, em razão do que lá foi decidido. Desse modo, voto no sentido de DAR provimento ao recurso especial da PGFN, para afastar o fundamento pelo qual o acórdão recorrido cancelou a multa isolada, determinando que os autos sejam devolvidos à Turma Ordinária para o exame das matérias suscitadas no recurso voluntário e não apreciadas naquela fase processual em razão do que lá foi decidido. Em síntese, voto por DAR provimento ao recurso com retorno dos autos ao colegiado de origem. (...) Por todo o exposto, empregando a sistemática estabelecida nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, e aplicando à presente lide as razões de decidir acima transcritas, voto por DAR provimento ao recurso especial, com retorno dos autos ao colegiado de origem. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 434DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.721023/2014-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.528
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RECOF. SUSPENSÃO DO PIS/COFINS. Recorrente WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). RELATÓRIO Por bem descrever os fatos do presente processo, reproduzo fragmentos do relatório da DRJ: Tratase de Pedido de Restituição de suposto pagamento indevido ou a maior formalizado em papel. Na apreciação do Pedido de Restituição, por meio do Despacho Decisório (...), a autoridade fiscal disse que, na inicial, a contribuinte destacou que um de seus principais clientes é a empresa Caterpillar Brasil Ltda, a qual, consoante Ato Declaratório Executivo ADE SRF nº 8, de 18/03/2004, é pessoa jurídica homologada no RECOF –Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .7 21 02 3/ 20 14 -7 9 Fl. 372DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 3 2 Explicou que, a Caterpillar, por ser homologada no RECOF, seu cliente usufrui, além da não incidência do IPI e ICMS, da suspensão do PIS e COFINS e ainda, informou que a peticionante, como fornecedor da Caterpillar, não aplicou a suspensão prevista em relação ao PIS e COFINS, apurando tais tributos a maior e os extinguindo por meio de compensação (Declaração de Compensação – DCOMP) com saldo de crédito proveniente de ressarcimento de IPI. O Auditorfiscal observou que no presente processo a interessada não pagou ou recolheu qualquer débito por meio de DARF ou GPS, mas, sim, realizou a declaração de compensação de débito de COFINS com crédito de ressarcimento de IPI, por meio de apresentação de DCOMP com crédito de ressarcimento de IPI e ainda: Embora tanto o pagamento como a compensação sejam modalidades de extinção do crédito tributário – conforme incisos I e II, do artigo 156 do CTN –, tais modalidades possuem institutos jurídicos distintos, não sendo possível a aplicação de um em outro. Tanto é assim que a compensação tem seu regramento fundamentado nos artigos 170 e 170A, os quais estão disciplinados, na esfera federal, no artigo 74 da Lei 9.430/96. Quanto ao pagamento, o regramento está disciplinado nos artigos 157 a 164 do CTN, e a restituição de eventual pagamento indevido encontrase nos artigos 165 a 169 do aludido diploma legal. A autoridade administrativa explicou que o crédito utilizado na compensação de débitos não se originou de pagamento indevido ou a maior, mas, sim, de ressarcimento de IPI e que ressarcimento não é sinônimo de restituição, uma vez que o ressarcimento tem natureza de beneficio fiscal, o qual decorre de política estatal, não havendo um prévio pagamento indevido ou a maior. Já a restituição pressupõe a existência de um prévio pagamento indevido, que foi, de fato, recolhido pelo contribuinte e completou: Portanto, além de a pretensão do contribuinte não se tratar de restituição de pagamento indevido ou a maior, tampouco a DCOMP, declarada pelo contribuinte, estava amparada em crédito de pagamento indevido ou a maior. Observou, também, que embora a contribuinte tenha solicitado a restituição do crédito (ressarcimento) informado sem amparo legal, não caberia atualização por falta de previsão legal. Situação diferente de quando o crédito é originado de pagamento indevido ou a maior, hipótese em que há previsão legal de atualização. O Auditorfiscal entendeu que outro óbice ao pedido seria o pedido ter sido protocolizado após a homologação da DComp pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, fato jurídico que não permitiria a retificação da DComp e a consequente redução do valor do débito, isto porque, a compensação declarada só poderá ser retificada na hipótese de a mesma se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador. (...) Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade (...), tecendo seus argumentos conforme segue: Inicialmente informa que a RKM Equipamentos Hidráulicos S/A passou a se denominar WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A. Após narrar os fatos contidos no processo, faz a abertura de sua argumentação em fase preliminar: Fl. 373DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 4 3 Da possibilidade de deferimento do pedido de restituição no formato realizado 1) Quitação dos tributos por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI – crédito oriundo do princípio da nãocumulatividade que pressupõe o pagamento antecipado pelo contribuinte 2) Artigo 165 do CTN que não contempla a restrição proposta – 3) Prevalência do direito material sobre o rigor formal – 4) Violação dos princípios que regem a Administração Pública (artigo 2º e seguintes da Lei nº 9.784/99) Explica que a negativa preliminar proposta pela autoridade fiscal se pauta no sentido da impossibilidade de deferimento do pedido de restituição formulado, uma vez que o indébito sustentado decorreu de uma compensação a maior realizada com crédito de ressarcimento de IPI e não por meio de recolhimento em DARF ou GPS. Para basear sua tese, sustenta que a IN RFB nº 1300/2012 apenas permite a restituição de valores pagos pelos contribuintes por meio de DARF ou GPS. Ainda, que a liquidação por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI não permitiria aludido pleito, uma vez que o ressarcimento teria natureza de benefício fiscal decorrente de política estatal, enquanto que a restituição pressupõe um prévio pagamento indevido, seu cliente (Caterpillar) está habilitado no regime do RECOF, ele, como fornecedor, deveria ter efetuado a venda com suspensão do PIS e COFINS. (...). Entende que os créditos originados dos pedidos de ressarcimento de IPI não decorrem de benefício fiscal, mas sim do estrito atendimento ao princípio da nãocumulatividade previsto na Constituição Federal, que visa evitar o efeito cascata da incidência tributária e não possui qualquer caráter de benesse estatal. Argúi que o caso em comento não guarda qualquer relação com o processo de ressarcimento de IPI, mas com pedido de restituição da COFINS que foi quitada por meio de PER/DCOMP com origem no ressarcimento de IPI. Sob essa premissa, o que foi pugnado junto à União Federal é a devolução de valor efetivamente quitado da COFINS, cujo montante restou reduzido após a recomposição de sua base de cálculo. Discorda do contido no Despacho Decisório, pois o Código Tributário Nacional não impõe qualquer restrição e/ou formato de quitação do tributo objeto do indébito: E nem se alegue que a limitação ao pleito se baseia exclusivamente no disposto pela IN RFB nº 1300/2012. Isto porque, é insuscetível a aplicação isolada de ato administrativo em desacordo com o contido no Código Tributário Nacional. Extraise do texto da lei, que de forma ampla estabeleceu regra geral quanto à possibilidade de restituição, não destacando nenhuma hipótese de exceção e/ou restrição, concernente ao formato de pagamento. Esposa o entendimento de que se o Código Tributário Nacional não pretendeu restringir os direitos dos contribuintes no exercício do direito de restituição dos valores indevidamente recolhidos aos cofres públicos, não poderia a Receita Federal, por meio de interpretação isolada em Instrução Normativa, sob o pretexto de regulamentação, impor limites à previsão legal e: O objetivo da lei sempre foi fornecer aos contribuintes mecanismos de reaver os valores indevidamente cobrados pela administração pública ou objeto de equívoco por parte dos sujeitos passivos. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar, que na hipótese em comento, conforme já consignado no pleito de restituição, a única forma da Manifestante reaver o que lhe é de direito consistia no deferimento do pedido de restituição, sob pena de esvaziamento do direito legalmente assegurado. Isto porque, uma vez homologada a compensação que liquidou o débito a maior da COFINS, insuscetível de qualquer retificação/cancelamento, sendo de rigor o único formato adotado pela Manifestante, que, inclusive, se baseou em orientação verbal da própria Receita Federal em atendimento no plantão fiscal. Cita a os princípios constitucionais (artigo 37, da CF) que regem a relação entre fisco e contribuintes e a Lei nº 9.784/99, afirmando que tais comandos devem ser seguidos, pois são os pilares do ordenamento jurídico. Entende que em nenhum momento o texto da lei estabelece que somente será passível de restituição os valores pagos em DARF ou GPS, tal como fez crer a autoridade fiscal em seus fundamentos e também: Na hipótese tratada, a violação ao princípio da legalidade potencializase na medida em que o pedido de restituição era a única forma da Manifestante buscar seu direito em face da União Federal, uma vez não previsto na legislação qualquer outro formato para as circunstâncias narradas. Entende cabíveis os princípios da proporcionalidade, razoabilidade, oficialidade e da verdade material e que não podem ser mitigados pelo formalismo: Para que o formalismo não se torne um instrumento que restringe a observância da forma e distancia a verdade material, deve a administração alcançar a função social do processo para que haja a prevalência da justiça sobre a forma, uma vez que está submissa ao princípio da legalidade, sendolhe imposto, inclusive, para o alcance da norma, o poderdever de revisão de ofício seus próprios atos. Em outras palavras, não deve o formalismo se sobrepor à matéria e à verdade dos fatos e a autoridade tem o dever de buscar a verdade material, não devendo se satisfazer com as informações trazidas pelas partes. Cita doutrina e jurisprudência que entende aplicáveis ao caso e conclui: Diante dos argumentos traçados, com amparo na melhor doutrina e jurisprudência pátrias, inconteste a possibilidade da administração pública analisar os pleitos dos contribuintes evitandose o formalismo excessivo e considerando a boafé das relações, tudo em busca ao alcance da verdade material e respeito aos preceitos estampados no artigo 37, da Constituição Federal e artigo 2º, da Lei nº 9.784/99. Após ou argumentos preliminares, a interessada continua sua defesa com o título "Do direito": Do efetivo amparo legal para suspensão de PIS e COFINS objeto de venda realizada à empresa habilitada no RECOF – Inexistência de obrigatoriedade de cohabilitação para fornecimento – Benefícios legais destinados à compradora que produzem efeitos automáticos – Direito material que pode ser aferido com base nos elementos probatórios ainda que existente erro formal no preenchimento das Notas Fiscais. Inicialmente a interessada explica que no exercício de suas atividades dentro dos períodos de 2007 a 2011, a Manifestante realizou diversas vendas em favor da Caterpillar Brasil Ltda, inscrita no CNPJ sob nº. 61.064.911/000177, que, por sua vez, consoante Ato Declaratório Executivo SRF nº 8, de 18 de março de Fl. 375DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 6 5 2004 e Ato Declaratório Executivo SRF nº 53, de 24 de julho de 2006 é homologada no RECOF (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado) (doc. anexo aos autos) instituído através do Decreto n° 2.412 de 3 de Dezembro de 1997. Expõe sua compreensão do funcionamento do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF), o qual permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou mercado interno. É também permitido que Parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou depois de submetida a processo de industrialização, seja despachada para consumo. A mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser exportada, reexportada ou destruída. Desta feita, informa os benefícios: Na época dos fatos em exame, o RECOF era regulamentado pela Instrução Normativa SRF 757/2007, que, além de estabelecer todos os requisitos impostos às empresas habilitadas, dentre vários benefícios oferecidos pelo regime é de que a empresa homologada goza da permissão de importar todos os insumos com suspensão de II, IPI e PIS/COFINS, bem como efetuar compras nacionais com a suspensão do IPI e PIS/COFINS, conforme estabelecido em seu artigo 28. Diante dos benefícios contidos nas normas citadas, a interessada defende que em que pese ter fornecido para empresa homologada no RECOF – Caterpillar do Brasil Ltda, não excluiu de sua base de cálculo tributável a suspensão de PIS e COFINS previstas na legislação, mas sim, equivocadamente, apurou e recolheu A MAIOR os citados tributos. Em outras palavras, ao constituir sua base de cálculo de PIS e do COFINS não desconsiderou as vendas para a Caterpillar Brasil Ltda, portanto, a empresa recolheu mais do que deveria. É certo, que os valores das vendas com suspensão de PIS e COFINS não podem contemplar a base de cálculo para fins de tributação dessas contribuições, sob pena de esvaziamento da benesse legal/normativa do RECOF. A interessada cita a SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 28 de 26 de Setembro de 2007 ASSUNTO: Regimes Aduaneiros EMENTA: Regime Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado Recof. Somente as mercadorias de origem nacional remetidas às empresas autorizadas a operar o regime Recof poderão sair do estabelecimento do fornecedor nacional com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A venda de mercadorias de origem nacional à empresas que estão no regime Recof, com suspensão do IPI e das Contribuição para o PIS/Pasep e da cofins, não geram direito à manutenção dos créditos. E conclui que diante do equívoco no cômputo na base de cálculo das contribuições das vendas a Caterpillar com suspensão de PIS e COFINS, a Manifestante reconstituiu sua escrita suprimindo essas operações da base tributável, o que motivou a redução dos valores devidos na competência objeto dos presentes autos. Informa que retificou a Dacon e a DCTF do período e ainda que: Fl. 376DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 7 6 Por outro lado, a fim de complementar as informações e documentos anexados aos autos, que por si só comprovariam o direito sustentado, a Manifestante apresenta “Laudo Técnico Contábil”, assinado por profissional devidamente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade – CRC/SP, contratado para fins de corroborar as questões trazidas à julgamento, que, além das informações constantes do seu corpo, contempla documentação anexa que permite essa conclusão, com o fito de exaustivamente comprovar a origem e procedência do direito creditório. Entende que os fornecedores de mercadorias às empresas habilitadas no RECOF não necessitam de cohabilitação no regime, uma vez que nessa hipótese os únicos beneficiados da operação são as adquirentes dos bens: A cohabilitação prevista pelos artigos 8º e seguintes, da IN RFB nº 757/2007, além de facultativa, permite aos fornecedores industriais das empresas habilitadas se beneficiarem conjuntamente dos benefícios do regime do RECOF, com a aquisição/importação de partes, peças e componentes necessários à produção dos bens que industrializar também com suspensão tributária prevista na legislação. (...) A interpretação contida no despacho decisório impugnado é deveras equivocada, uma vez ausente a imposição de cohabilitação em toda a legislação do RECOF para os casos de simples fornecimento às empresas habilitadas. Até porque, caso a legislação exigisse a cohabilitação de todos os fornecedores das empresas habilitadas, o RECOF não sairia do papel, uma vez que dificilmente as empresas de porte inferior que fornecem os bens contemplariam todos os requisitos impostos pelos artigos 4º e 5º, da IN RFB 757/2007. Argumenta que a falta de registro nas notas fiscais de saída dos produtos com suspensão das referidas contribuições, seria somente formalidade, confirase: Por sua vez, é sabido que também existe a exigência do artigo 28, do mesmo texto normativo, que indica as informações a serem imprimidas nas Notas Fiscais de saída dos fornecedores (“Saída com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, para estabelecimento habilitado ao Recof ADE SRRF nº xxx, de xx/xx/xxxx"), as quais de fato não compuseram as notas emitidas pela Manifestante. Porém, consoante já sustentado nesta peça, a formalidade de informação em Nota Fiscal não pode se sobrepor ao direito material decorrente do RECOF, haja vista inequívoca comprovação de que a destinação das mercadorias objeto de análise foram à empresa devidamente habilitada no regime (Caterpillar), a qual é a efetiva destinatária da norma e não pode ser prejudicada por eventual lapso de informação na Nota Fiscal de compra. É certo, portanto, que eventual equívoco formal não deve prevalecer sobre a verdade material consubstanciada nos demais meios probatórios existentes no processo administrativo fiscal, sobretudo quando não há prejuízo a fazenda nacional. Cita jurisprudência administrativa na qual consta que demonstrados nos autos os erros nos procedimentos adotados pelo contribuinte, há que ser reapreciado o pleito desconsiderandose tais equívocos, haja vista inexistir prejuízo à fazenda nacional e conclui: Fl. 377DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 8 7 Nesse sentido, em que pese as Notas Fiscais emitidas à Caterpillar não terem feito menção à saída com suspensão de PIS e COFINS, restando comprovada a destinação das mercadorias no formato da legislação à empresa habilitada no RECOF, é de rigor seja admitido o lançamento da suspensão prevista na legislação, que, conforme parágrafo único, do artigo 27, da IN RFB 757/2007 se consuma automaticamente. Por fim, solicita: Preliminarmente: 1) Considerando todas as premissas adotadas, com convicção acerca da possibilidade de análise material do direito de restituição pleiteado pela Manifestante, ainda que sob outra roupagem ou mesmo sobre o formato de revisão da compensação que liquidou a maior o valor objeto do pedido, em como a busca pela verdade material e formalismo moderado, é de rigor seja admitida a aferição material do pleito realizado. No mérito: 1) Diante da inexistência de obrigatoriedade da Manifestante se cohabilitar no regime do RECOF para fornecimento à empresa habilitada, sem prejuízo da insofismável viabilidade de mitigação de erro formal no preenchimento das Notas Fiscais de saída, prestigiandose a verdade material, necessário se faz o reconhecimento do direito creditório sustentado, com o consequente deferimento da restituição pleiteada. Seguindo a marcha processual normal, irresignado com r. decisão proferida pela DRJ/Ribeirão Preto, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário repisando os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade, requerendo total reforma do julgado. VOTO Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.492, de 24/10/2018, proferida no processo 13888.721005/201497, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.492): "O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. No caso em tela reclama o Contribuinte que efetuava venda de produtos para empresa Caterpillar Brasil, qual era detentora do RECOF. Que a Caterpillar como adquirente de produtos da Contribuinte, a saída dos produtos teria isenção tributária. Em caso idêntico, o assunto foi enfrentado por esse CARF no acórdão no. 3401001.275, com o seguinte fundamento: Fl. 378DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 9 8 "(...) observo que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria a demonstração cabal dos argumentos deduzidos, através de documentação hábil suficiente a amparálos. Todavia, entendo draconiano impor ao sujeito passivo a intuição de qual acervo probatório deveria dispor para atender suficientemente as expectativas do julgador administrativo. É inconteste que, tratandose de restituição de tributos, é do contribuinte o encargo de provar o direito vindicado, ex vi do art. 36 da Lei nº 9.784/99 e art. 373, I, do novo Código de Processo Civil, de tal sorte que deveria haver uma prova mínima das razões aventadas, não sendo suficiente a tal desiderato a mera juntada de declarações retificadoras, pois, como adrede exposto, não amparam direito à restituição de tributo pago indevidamente. No caso vertente, entretanto, constam dos elementos coligidos aos autos, ainda na manifestação de inconformidade, cópias das notas fiscais de venda à CATERPILLAR, empresa beneficiária do RECOF e, por conseqüência, com benefício da suspensão do PIS/Pasep e Cofins em suas aquisições no mercado interno, com discriminação dos documentos e a pretensa demonstração que essas faturas compuseram a base de cálculo daquelas exações. Como pontuado alhures, não é possível exigir que o sujeito passivo traga, de imediato, toda a documentação, que reputa o julgador necessária à demonstração do indébito, em um extremado exercício de predição. Nessa toada, à luz dos termos do despacho decisório eletrônico, parecialhe suficiente a justificativa da retificação, a demonstração dos cálculos e as notas fiscais respectivas, agregandose, após decisão de primeiro grau administrativo, o extrato do livro Registro de Saídas. Poderseia indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental complementar, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, como fez a decisão recorrida, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que, em situações como a deste processo, onde há um robusto princípio de prova, formado não apenas por declarações ou debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito postulado. (...) Com isso, adoto nos exatos termos como fundamento os argumentos exteriorizado pelo Conselheiro Robson José Bayerl, para converter o feito em diligência para a unidade preparadora realize: Fl. 379DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 10 9 Aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Após, vista ao contribuinte se manifestar pelo prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos a este Conselho." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem realize: a) aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas; e) após, vista ao contribuinte para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Cumprida a diligência, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 380DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.903862/2008-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2003
CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
Numero da decisão: 3301-005.160
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Ano-calendário: 2003 CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159 70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.15970/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 38 62 /2 00 8- 89 Fl. 95DF CARF MF Processo nº 13819.903862/200889 Acórdão n.º 3301005.160 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido e aproveitar esse crédito com débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito para ser utilizado na compensação em questão. Com isso, decidiu pela não homologação da referida Declaração de Compensação. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva alegando, em suma, que seu direito creditório tem fundamento no artigo 4º da Medida Provisória nº 2.15970/2001, o qual afirma terlhe outorgado o direito de compensar tal crédito com débitos do mesmo tributo, conforme o fez através da Dcomp em tela. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 0533.187. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em que discorre sobre sua atividade, o contrato de exploração de patente e uso de marca que firmou com empresa estrangeira, as remessas de royalties, o direito ao crédito de CIDE, sob o amparo da MP n° 2.15970/01, e a correção do procedimento adotado utilização do crédito da CIDE para liquidação de débitos vincendos, via PER/DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.136, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.136): Fl. 96DF CARF MF Processo nº 13819.903862/200889 Acórdão n.º 3301005.160 S3C3T1 Fl. 4 3 "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99, adoto como razão de decidir o voto condutor do Acórdão DRJ n° 1265.687, de 22/05/14, da lavra do i.julgador Bernardo Moraes Fiuza Pequeno: "(. . .) Verificase que o interessado fundamenta sua defesa no art. 4º da MP Nº 2.15970/2001, deste modo, transcrevo o referido dispositivo legal por ser de suma importância para a solução da lide (grifos de minha autoria). 'Art. 4º É concedido crédito incidente sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pela Lei nº 10.168, de 2000, aplicável às importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a título de róialties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas. § 1º O crédito referido no caput: I será determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior a título de róialties de que trata o caput deste artigo, mediante utilização dos seguintes percentuais: a) cem por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2003; b) setenta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; c) trinta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013; II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo. § 2o O Comitê Gestor definido no art. 5º da Lei nº 10.168, de 2000, será composto por representantes do Governo Federal, do setor industrial e do segmento acadêmicocientífico.' Percebese na leitura deste artigo, que a MP nº 2.15970/2001 concedeu crédito ao contribuinte nos casos de remessas ao exterior a título de róialties, o qual é calculado com base na contribuição devida. No entanto, o interessado informou na Declaração de Compensação crédito oriundo de pagamento indevido, ou seja, o crédito previsto na MP nº 2.15970/2001 não tem relação com o Fl. 97DF CARF MF Processo nº 13819.903862/200889 Acórdão n.º 3301005.160 S3C3T1 Fl. 5 4 crédito de pagamento indevido, haja vista que o pagamento só é indevido se a CIDE não é devida. Por outro lado, o crédito da MP nº 2.15970/2001 só é gerado com base na CIDE que é devida. Portanto, percebese que a defesa sustenta um crédito distinto daquele informado na Declaração de Compensação. Ademais, ainda que o interessado obtivesse êxito em comprovar o suposto crédito previsto na MP nº 2.15970, este não poderia ser utilizado através de Declaração de Compensação, mas tão somente por meio de dedução da CIDE de períodos subseqüentes, em conformidade com o art. 4º, § 1º, inciso II, que diz (grifos meus): 'II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo.' Portanto, diante de todo exposto, voto por julgar a manifestação de inconformidade improcedente, mantendose integralmente o Despacho Decisório, a fim de não homologar a Declaração de Compensação." Com base no acima exposto, nego provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 98DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.721467/2015-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CABIMENTO.
O lançamento por glosa de compensação é válido e eficaz para constituir de ofício as contribuições já confessadas em GFIP e possibilitar o pleno exercício do direito de defesa pelo contribuinte.
MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO.
A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO NÃO DEMONSTRADO. GLOSA
Procedente a glosa, quando o recorrente sequer demonstra, de forma detalhada, a origem do crédito líquido e certo que pretendeu compensar, aí incluídos a sua natureza, valor e período.
Numero da decisão: 2402-006.657
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mario Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mario Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CABIMENTO. O lançamento por glosa de compensação é válido e eficaz para constituir de ofício as contribuições já confessadas em GFIP e possibilitar o pleno exercício do direito de defesa pelo contribuinte. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO NÃO DEMONSTRADO. GLOSA Procedente a glosa, quando o recorrente sequer demonstra, de forma detalhada, a origem do crédito líquido e certo que pretendeu compensar, aí incluídos a sua natureza, valor e período.
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GLOSA DE COMPENSAÇÃO. CABIMENTO. O lançamento por glosa de compensação é válido e eficaz para constituir de ofício as contribuições já confessadas em GFIP e possibilitar o pleno exercício do direito de defesa pelo contribuinte. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO NÃO DEMONSTRADO. GLOSA Procedente a glosa, quando o recorrente sequer demonstra, de forma detalhada, a origem do crédito líquido e certo que pretendeu compensar, aí incluídos a sua natureza, valor e período. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mario Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 14 67 /2 01 5- 49 Fl. 315DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mario Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucci, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Junior. Relatório Cuida o presente de Recurso Voluntário em face do Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, que considerou improcedente a Impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Contra a contribuinte foram lavrados Autos de Infração em 14.05.2015, para constituição de Contribuição Previdenciária, como a seguir resumidos: DEBCAD 51.063.1010 Compensação indevida em GFIP principal de R$ 12.024.721,15, acrescido de multa de mora e juros legais Selic período de 01/2010 a 12/2013; e DEBCAD 51.063.1002 Multa isolada por compensação indevida principal de R$ 18.037.081,68 período de 03/2010 a 3/2015. Para a descrição dos fatos, sirvome do Relatório Fiscal de fls. 24/27: 4.1.1 Verificouse que a empresa informou em GFIP valores de retenção de 11% sobre a prestação de serviços acima dos valores a que tinha direito. Esse fato fica claro quando confrontamos os valores das notas fiscais de prestação de serviços, contabilizados nas contas do Razão “INSS a Recolher” (191) e “INSS a compensar” (38) com os valores de retenção informados nas GFIP. 4.1.3 Os valores glosados no presente Auto de Infração são as diferenças entre os valores informados no campo “Retenção Valor Informado” da GFIP e os valores de retenção de INSS sobre prestação de serviços, registrados pela empresa nos lançamentos contábeis nas contas citadas em 4.1.1 . Os valores compensados nas GFIP de décimo terceiro salário foram consideradas como compensação da competência dezembro, para efeito do cálculo da compensação devida. Esses valores foram obtidos na escrituração contábil e nas GFIP e estão listados na planilha anexa intitulada “Glosa de Compensação de Retenção”. 4.2.2 Pudemos comprovar, na ação fiscal, que houve falsidade nas declarações dos valores de retenção informados na GFIP, ao analisarmos as contas “Receita Bruta de Venda de Serviços” 404 e “Duplicatas a Receber” 13, na contabilidade. Se aplicarmos o percentual de retenção de 11%, incidente sobre os valores das Receitas de Serviços contabilizados mensalmente, verificamos que os valores resultantes ficam aquém Fl. 316DF CARF MF Processo nº 10980.721467/201549 Acórdão n.º 2402006.657 S2C4T2 Fl. 3 3 daqueles informados nos campos de retenção de serviços das GFIP apresentadas, evidenciando que houve excesso de compensação por parte do sujeito passivo. O mesmo ocorre quando comparamos o percentual de retenção de 11% incidente sobre os valores das notas fiscais de serviços lançadas na conta “Duplicatas a Receber” com os valores de retenção informados nas GFIP. Esses valores, obtidos na contabilidade e nas GFIP apresentadas pelo sujeito passivo, podem ser verificados na planilha anexa intitulada “Receita de Prestação de Serviços”. Regularmente intimado, apresentou Impugnação que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil DRJ, às fls. 254/268, com a seguinte ementa: GLOSA DE COMPENSAÇÃO. AUDITORIA INTERNA OU EXTERNA. ADMISSIBILIDADE. LANÇAMENTO POR GLOSA DE COMPENSAÇÃO. COMPETÊNCIA. VALIDADE. Na esfera previdenciária, a rigor, há glosa de compensação (a compensação efetivada em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) demanda ato jurídico desconstitutivo de sua validade e eficácia, ou seja, glosa) e não não homologação (na nãohomologação, há implemento de condição legal resolutória da eficácia da compensação). A compensação efetuada em GFIP constituise em ato perfeito, acabado e plenamente eficaz, mas passível de desconstituição mediante glosa de compensação, a ser efetivada em auditoriafiscal interna ou externa, eis que por força do art. 26 da Lei n° 11.457, de 2007, não é aplicável o disposto no art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996 (não se aplica, por conseguinte, a conceituação de a compensação ser ato sob condição resolutória de ulterior homologação). A compensação prevista no art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, demanda procedimento interno de ulterior decisão de homologação ou não homologação, sendo esta a hipótese albergada na regra do art. 302, VI, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Em relação à glosa de compensação informada em GFIP, tendo em vista que não se aplica o art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, a competência de emitir o ato de desconstituição da compensação em auditoria interna é de qualquer Auditor Fiscal lotado na Delegacia da Receita Federal do Brasil (Regimento Interno, art. 224, X). A glosa de compensação pode se dar em procedimento de auditoria externa empreendida por AuditorFiscal e no exercício da competência de efetuar o lançamento de ofício do crédito tributário em auto de infração (Decreto n° 7.574, de 2011, art. 31, I), uma vez constatado no procedimento fiscal de fiscalização a existência de contribuições previdenciárias não quitadas O lançamento por glosa de compensação é válido e eficaz para constituir de ofício as contribuições já confessadas em GFIP e possibilitar o pleno Fl. 317DF CARF MF 4 exercício do direito de defesa pelo contribuinte, tornando desnecessária a glosa mediante auditoria interna. Em seu Recurso Voluntário às fls. 275/301 aduz em síntese: Nulidade do lançamento por vício de competência. No presente caso não poderia ter sido emitido auto de infração, eis que apartir de 31.10.2003 (eficácia da MP n. 135/2003, convertida na Lei n. 10.833/2003) o lançamento de oficio deixou de ser necessário para a hipótese de fiscalização de pagamento de tributos e contribuições confessadas sob a forma de compensação, no entanto, o encaminhamento de débitos apurados em DCTF decorrentes de compensação indevida para inscrição em dívida ativa passou a ser precedido de notificação ao sujeito passivo para pagar ou apresentar manifestação de inconformidade. Portanto, caberia para compensação tida como indevida pela Receita Federal, a partir de análise de informação prestada em DCTF ou GFIP, não a emissão de auto de infração por auditor fiscal integrante da Delegacia Jurisdicionante, mas NOTIFICAÇÃO emitida pelo Delegado titular da Unidade da Receita Federal, não cabendo sequer designação, já que é ato privativo, concedendo prazo não para impugnação, mas para manifestação de inconformidade. Que não existiu qualquer contribuição que não tenha sido declarada. Que o débito deveria ter sido lançado como REVISÃO DE OFICIO. Contudo, isto no é ocorreu, eis que o relatório fiscal é claro no sentido de que o lançamento referese a COMPENSAÇÕES NÃO HOMOLOGADAS. Decadência. Que deve ser reconhecida a decadência dos valores lançados em relação às competências de 01/2010 a 03/2010, nos termos do artigo 149 parágrafo 4º do CTN, uma vez que a ciência do lançamento ocorreu em maio/2015. Das compensações. Que o crédito utilizado é relativo à retenção de 11% incidente sobre as faturas ou recibos, nos termos dos artigos 44 a 48 da IN 900 de 30/12/2008 e deve ser concedido ao recorrente independentemente de constar em GFIP. E mais, não tendo a recorrente utilizado referidos créditos nos anos anteriores, o fez nas competências a partir de 2010. Da Multa. O STF decidiu o RECURSO EXTRAORDINÁRIO 582.461/SP, com REPERCUSSÃO GERAL aduzindo que NÃO É CONFISCATÓRIA MULTA MORATÓRIA NO IMPORTE DE 20%, sendo abusivas multas que superam o percentual de 100% (cem por cento), como no presente caso, em que foi aplicada neste processo para o mesmo fato gerador multa no percentual de 20% no DEBCAD 51.063.1010 e 150% para o DEBCAD 51.063.1002, totalizando 170% de multa (moratória e isolada). Assim, com a Repercussão Geral, que é um instrumento processual que foi introduzido no ordenamento jurídico com a Emenda Constitucional número Fl. 318DF CARF MF Processo nº 10980.721467/201549 Acórdão n.º 2402006.657 S2C4T2 Fl. 4 5 45, deve a mesma ser acatada no âmbito da Receita Federal do Brasil, conforme dispõe a Lei 10.522/2002, matéria já regulamentada pela Portaria editada por Portaria Conjunta 01/2014 da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e Receita Federal do Brasil. É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator A contribuinte tomou ciência do acórdão recorrido em 10.12.2015 e apresentou tempestivamente seu Recurso Voluntário em 06.01.2016. Preenchidos os demais requisitos, dele passo a conhecer. Em preliminar, sustenta a recorrente a nulidade do lançamento ao argumento de que uma vez constatada a compensação indevida, a partir de análise de informação prestada em GFIP (confissão de dívida), deveria ter sido emitida notificação pelo Delegado titular da Unidade da Receita Federal, não cabendo sequer designação, já que é ato privativo, e não a emissão de auto de infração por auditor fiscal integrante da Delegacia Jurisdicionante, na medida em que não existiria qualquer contribuição que não tivesse sido declarada. Não vejo dessa forma. Não entendo que o fato de os débitos se encontrarem confessados em declaração revestida com essa natureza (confissão de dívida) por si só seria impeditivo a que esses mesmos débitos fossem constituídos por meio do lançamento de ofício. O Súmula CARF nº 52 trazida pelo contribuinte em seu recurso tem, em verdade, a seguinte redação: Súmula CARF nº 52: Os tributos objeto de compensação indevida formalizada em Pedido de Compensação ou Declaração de Compensação apresentada até 31/10/2003, quando não exigíveis a partir de DCTF, ensejam o lançamento de ofício. Sua redação não induz entender, como quis fazer crer o recorrente, que somente os tributos objeto de compensação indevida formalizada em Pedido de Compensação ou Declaração de Compensação apresentada até 31/10/2003, quando não exigíveis a partir de DCTF, é que ensejariam o lançamento de oficio. O que pretendeu a Súmula foi assentar que para a cobrança daqueles débitos, o lançamento de oficio seria um imperativo. No mesmo sentido, o acórdão invocado na defesa para ilustrar a argumentação, revela que a partir de 31/10/2003 seria dispensável e não vedado o lançamento de ofício para compensações informadas em DCTF. Fl. 319DF CARF MF 6 Por óbvio que a depender do caso, como por exemplo, a de o débito se encontrar vinculado em DCTF a uma suspensão de exigibilidade fundada em liminar inexistente, a administração tributária não teria o mínimo interesse na constituição de ofício desse crédito tributário, na medida em que o fato de o débito já se encontrar confessado seria condição suficiente para o prosseguimento na cobrança administrativa e, por ventura, na sua inscrição em Dívida Ativa. No mesmo sentido, para o caso de valor declarado como devido em GFIP e vinculado a GPS inexistente não há, como regra, a abertura de prazo para contencioso administrativo, posto que o débito já se encontra regularmente confessado. Ocorre que em alguns situações, quando há, por exemplo, a redução do valor apurado e confessado em função de uma compensação declarada (Declaração de Compensação ou GFIP), a lei impõe que o prosseguimento na cobrança seja precedida, se assim entender o sujeito passivo, do contencioso administrativo regido pelo decreto 70.235/72. A Compensação Fazendária, por força do disposto no §11 do artigo 74 da Lei 9.430/96 1; a Previdenciária, por aplicação do §11 do artigo 89 da Lei 8.212/91 2. Assim, a desconsideração das compensações promovidas não autorizariam ao fisco o imediato prosseguimento na cobrança dos débitos indevidamente compensados. Em que pese o procedimento para glosa de compensações estar previsto, hoje, em norma específica, não vislumbro impedimento legal a que tal cobrança se dê por meio de auto de infração, instrumento legal que põe termo ao procedimento de ofício3, desde que observadas as condições a seguir: Que seja aplicada a multa de mora (20%) e não aquela típica do lançamento de oficio (multa de ofício de 75%); Que não haja duplicidade de cobrança (por meio de auto de infração e por meio de despacho decisório); e Que seja oportunizado ao autuado o rito recursal previsto no Dec 70.235/72. No que toca ao entendimento do recorrente, de que o AuditorFiscal não teria competência para decidir sobre compensação, mas sim o chefe da unidade à luz do inciso VI do artigo 302 do Regimento Interno da RFB, cumpre destacar que o normativo citado está 1 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (...) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. 2 Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 11. Aplicase aos processos de restituição das contribuições de que trata este artigo e de reembolso de salário família e saláriomaternidade o rito previsto no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. 3 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Fl. 320DF CARF MF Processo nº 10980.721467/201549 Acórdão n.º 2402006.657 S2C4T2 Fl. 5 7 consubstanciado em Portaria emitida pelo Ministério da Fazenda que, em meu sentir, não tem o condão de afastar a competência legal do cargo prevista na Lei 10.593/2002. Confirase: Art. 6º São atribuições dos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil: I no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições: b) elaborar e proferir decisões ou delas participar em processo administrativofiscal, bem como em processos de consulta, restituição ou compensação de tributos e contribuições e de reconhecimento de benefícios fiscais; Da mesma forma, constatada a irregularidade da compensação promovida em GFIP, não há impedimento legal a que o Fisco, e aí novamente o AuditorFiscal, constitua, de ofício, o crédito tributário decorrente da glosa. Notese, com isso, que à luz o inciso I do artigo 6º da Lei 10.593/2002, ambas as atribuições constituir o crédito tributário e proferir decisões em processos de compensação pertencem ao cargo de AuditorFiscal. Nesses termos, não vejo reparos a serem promovidos no lançamento. Quanto à decadência, como bem colocado no acórdão de piso, "A fiscalização efetivou o lançamento por glosa de compensação, imputando a falsidade nas declarações dos valores de retenção informados em GFIPs das competências 01/2010 a 13/2013, transmitidas no período de 03/2010 a 03/2015. Nesse contexto, por força da parte final do art. 150, § 4°, deve ser observado o prazo do art. 173, I, ambos da Lei n° 5.172, de 1966. Logo, inexiste decadência a ser declarada em relação aos AIs n° 51.063.1002 e n° 51. 063.1010, eis que a cientificação da autuada se operou em 28/05/2015 (fls. 197)." Oportuno mencionar que o recorrente não se insurge quanto à imputação de falsidade em suas declarações. Sustenta, por sua vez, a natureza confiscatória da multa e a regularidade das compensações. Evitandose a discussão acerca do aspecto confiscatório, ou não, da exação, eis que foge ao âmbito de atuação deste colegiado, na medida em que se trata de comando dirigido ao legislador, o fato é que a multa impingida ao autuado tem assento legal, cuja disposição deve ser observada pelas instâncias julgadoras administrativas, por força do artigo 62 do RICARF. Diferentemente do sustentado pelo recorrente, não houve a aplicação de duas multas para o mesmo fato gerador. Temse a multa de mora aplicada sobre os débitos indevidamente compensados, com fulcro no § 9º do artigo 89 da Lei 8.212/91; e a isolada, de natureza punitiva, no § 10 do mesmo dispositivo. A primeira, pelo não pagamento do tributo no prazo legal, enquanto que a segunda, em função de ter promovido compensações indevidas em declaração apresentada ao Fisco com falsidade. Fl. 321DF CARF MF 8 Já no que diz à regularidade das compensações, assevera que o crédito utilizado seria relativo à retenção de 11% incidente sobre as faturas ou recibos, nos termos dos artigos 44 a 48 da IN 900 de 30/12/2008 e deveria ser concedido ao recorrente independentemente de constar em GFIP. E mais, não tendo a recorrente utilizado referidos créditos nos anos anteriores, o teria feito nas competências a partir de 2010. Vejamos. Segundo consta do Relatório Fiscal, a empresa teria sido intimada, por meio do Termo de Intimação Fiscal 1, lavrado em 06/04/2015, a esclarecer a origem das compensações informadas em GFIP, para que fosse verificada a procedência dos valores e o direito à compensação. Consignou ainda, que a empresa não teria apresentado esclarecimentos ou justificativas para a origem dos valores declarados. Assim, os valores glosados, segunda consta, seriam as diferenças entre os valores informados no campo “Retenção Valor Informado” da GFIP e os valores de retenção de INSS sobre prestação de serviços, registrados pela empresa nos lançamentos contábeis nas contas "INSS a Recolher” (191) e “INSS a compensar” ( 38). O aproveitamento dos créditos de retenção tem assento legal no artigo 31 da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei 9.711/98. 4 Podese dizer, à luz da sistemática legal, que o procedimento, em resumo, seguirá os seguintes passos: O prestador de serviço deve emitir a nota fiscal ou fatura com o destaque da retenção de 11% sobre valor dos serviços executados, cabendo ao tomador (contratante) efetuar sua efetiva retenção e recolhêla aos cofres públicos em nome do prestador. É dizer, o recolhimento darseá no nome e CNPJ do prestador, razão pela qual a apresentação das guias de recolhimento desacompanhadas das GFIPS dos respectivos tomadores não assegura, a princípio, a existência do crédito e a identificação de qual tomador teria efetuado o recolhimento. Uma vez emitida a nota/fatura com o destaque da retenção, o prestador, na GFIP de competência de sua emissão, informará o total das retenções sofridas naquele mês e, deste valor, quanto teria sido utilizado como dedução do valor devido no próprio mês por conta de sua folha de pagamento. Assim procedendo, eventual excedente poderá ser utilizado para compensar, no próprio mês, débitos de outros estabelecimentos ou, nos meses seguintes, débitos do mesmo estabelecimento prestador do serviço ou de qualquer outro da mesma empresa. 4 Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida até o dia 20 (vinte) do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia, observado o disposto no § 5o do art. 33 desta Lei. § 1o O valor retido de que trata o caput deste artigo, que deverá ser destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, poderá ser compensado por qualquer estabelecimento da empresa cedente da mão de obra, por ocasião do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social devidas sobre a folha de pagamento dos seus segurados. § 2o Na impossibilidade de haver compensação integral na forma do parágrafo anterior, o saldo remanescente será objeto de restituição. Fl. 322DF CARF MF Processo nº 10980.721467/201549 Acórdão n.º 2402006.657 S2C4T2 Fl. 6 9 Perceba que, com isso, a exigência de que tais retenções tenham sido declaradas/informadas nas GFIP de origem, ganha especial relevo para a comprovação do crédito. Não se trata, pois, de mera formalidade legal, mas sim de condição essencial para que o AuditorFiscal dê seguimento à apuração do crédito do requerente. Melhor explicando: Diferentemente das compensações fazendárias, onde se há um competente controle do crédito apurado pelo contribuinte por meio dos sistemas da RFB; no âmbito previdenciário esse controle sistêmico ainda é embrionário, fazendo com que a autoridade administrativa a cargo do procedimento empreenda uma maior atenção tanto na apuração do crédito, quanto no controle de sua utilização nos períodos posteriores ao de sua apuração. Nesse sentido, abstraindose a questão atinente à correção, ou não, do valor da contribuição devida apurada no mês de origem do crédito, penso ser imprescindível, para cada competência de origem, a apresentação de todas as notas fiscais/faturas com destaque da retenção, devidamente informadas em sua GFIP, de forma que a autoridade administrativa tenha razoável certeza de que houvera um excedente entre as retenções sofridas (obviamente contabilizadas) e o valor devido apurado, e que este excedente não fora utilizado em compensações anteriores ao mês do encontro de contas em análise ou mesmo que não tenha sido objeto de pedido de restituição. Destarte, a mera alegação de que possuíra créditos de retenções de 11% não utilizados no mês e que passou a utilizálo em compensação a partir de 2010 não é capaz de infirmar a apuração efetuada pelo autuante, que se valeu da contabilidade do recorrente. Face ao acima exposto, CONHEÇO do recurso apresentado, REJEITAR as preliminares suscitadas para, no mérito, NEGARLHE provimento. (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Fl. 323DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.001936/2009-15
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA.
Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
Numero da decisão: 9101-003.772
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004, 2005, 2006 MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA. Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1826; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 2 1 1 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10935.001936/200915 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101003.772 – 1ª Turma Sessão de 13 de setembro de 2018 Matéria ESTIMATIVA MULTA ISOLADA CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado COPACOLCOOPERATIVA AGROINDUSTRIAL CONSOLATA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA. Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplicase a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/200615, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo Relator e Presidente em exercício Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 19 36 /2 00 9- 15 Fl. 328DF CARF MF Processo nº 10935.001936/200915 Acórdão n.º 9101003.772 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial interposto pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional ("PGFN") em face de decisão recorrida, para devolver a apreciação da matéria "afastamento da multa isolada de estimativas mensais aplicada ao mesmo tempo que a multa de ofício", relativamente ao(s) ano(s)calendário(s) de 2004, 2005, 2006. Despacho de exame de admissibilidade deu seguimento ao recurso especial. É o relatório. Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. O julgamento do presente recurso especial segue a sistemática dos recursos repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º a 3º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, já que as situações fática e jurídica verificadas neste processo são, em todos os aspectos relevantes para decisão, idênticas àquelas verificadas no processo 10508.000384/200615, ao qual este é vinculado. Isso posto, aplicase aqui o decidido por esta 1ª Turma da CSRF em seu Acórdão nº 9101003.762, exarado em 13 de setembro de 2018, no âmbito do referido processo 10508.000384/200615. Transcrevese, a seguir, como razões de decidir do presente litígio, trechos do voto que prevaleceu no mencionado Acórdão nº 9101003.762: (...) Quanto ao mérito, como já dito, a matéria devolvida, multa isolada por insuficiência de recolhimento estimativa mensal com imputação ao mesmo tempo que a multa de ofício, em ano calendário anterior a 2007, encontrase resolvida pela Súmula nº 105 do CARF: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. (...) Fl. 329DF CARF MF Processo nº 10935.001936/200915 Acórdão n.º 9101003.772 CSRFT1 Fl. 4 3 Por todo o exposto, empregando a sistemática estabelecida nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, e aplicando à presente lide as razões de decidir acima transcritas, nego provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 330DF CARF MF
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