Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,789)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,075)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,669)
- Primeira Turma Ordinária (15,222)
- Segunda Turma Ordinária d (15,150)
- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,600)
- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,140)
- Terceira Câmara (63,037)
- Segunda Câmara (50,365)
- Primeira Câmara (16,033)
- 3ª SEÇÃO (15,669)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,564)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,567)
- Segunda Seção de Julgamen (107,512)
- Primeira Seção de Julgame (70,657)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,496)
- Câmara Superior de Recurs (36,965)
- Terceiro Conselho de Cont (25,918)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,028)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,810)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,839)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,952)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,441)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,256)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,149)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,774)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,430)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,075)
- 2021 (35,779)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,826)
- 2012 (23,619)
- 2023 (22,449)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,846)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 19647.009602/2008-11
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2003 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. VALOR INFORMADO NO LALUR E NÃO ESPECIFICADO EM DIPJ E TÃO POUCO EM DCTF. CRÉDITO CONSTITUÍDO. CABÍVEL O LANÇAMENTO Tem-se que o LALUR não é instrumento hábil para a constituição do crédito tributário, tal qual a DCTF ou a DIPJ. Desse modo, cabível o lançamento, com multa de ofício, em relação ao crédito tributário informado apenas no LALUR e não declarado na DCTF ou na DIPJ, ainda que recolhido antes do vigésimo dia, contado da notificação, na conformidade do disposto no artigo 47 da lei 9.430/96.
Numero da decisão: 1803-001.302
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: MEIGAN SACK RODRIGUES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201205
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2003 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. VALOR INFORMADO NO LALUR E NÃO ESPECIFICADO EM DIPJ E TÃO POUCO EM DCTF. CRÉDITO CONSTITUÍDO. CABÍVEL O LANÇAMENTO Tem-se que o LALUR não é instrumento hábil para a constituição do crédito tributário, tal qual a DCTF ou a DIPJ. Desse modo, cabível o lançamento, com multa de ofício, em relação ao crédito tributário informado apenas no LALUR e não declarado na DCTF ou na DIPJ, ainda que recolhido antes do vigésimo dia, contado da notificação, na conformidade do disposto no artigo 47 da lei 9.430/96.
turma_s : Terceira Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 19647.009602/2008-11
conteudo_id_s : 5233757
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed May 03 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1803-001.302
nome_arquivo_s : Decisao_19647009602200811.pdf
nome_relator_s : MEIGAN SACK RODRIGUES
nome_arquivo_pdf_s : 19647009602200811_5233757.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
id : 4594026
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575763771392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1862; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 111 1 110 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19647.009602/200811 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1803001.302 – 3ª Turma Especial Sessão de 08 de maio de 2012 Matéria IRPJ Recorrente SOSERVI SOCIEDADE SERVIÇOS GERAIS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. A nulidade do auto de infração ocorrerá tão somente quando este não preencher os requisitos disciplinados no artigo 59 do Decreto 70.235/72. Não havendo vício em sua forma, não há que se falar em nulidade do auto de infração. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. VALOR INFORMADO NO LALUR E NÃO ESPECIFICADO EM DIPJ E TÃO POUCO EM DCTF. CRÉDITO CONSTITUÍDO. CABÍVEL O LANÇAMENTO Temse que o LALUR não é instrumento hábil para a constituição do crédito tributário, tal qual a DCTF ou a DIPJ. Desse modo, cabível o lançamento, com multa de ofício, em relação ao crédito tributário informado apenas no LALUR e não declarado na DCTF ou na DIPJ, ainda que recolhido antes do vigésimo dia, contado da notificação, na conformidade do disposto no artigo 47 da lei 9.430/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) SELENE FERREIRA DE MORAES Presidente. Fl. 830DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 19647.009602/200811 Acórdão n.º 1803001.302 S1TE03 Fl. 112 2 (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (Presidente), Sérgio Rodrigues Mendes, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Luiz Bezerra Presta e Meigan Sack Rodrigues. Ausente o conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. Relatório Tratase de auto de infração, lavrado contra a recorrente, para cobrança de crédito tributário relativo a IRPJ E CSLL, visto ter sido apurado IRPJ para o segundo e terceiro trimestre de 2003 e nada foi declarado em DCTF. Os valores foram lançados de ofício. Temse que a apuração se baseou nos valores de lucro escriturados no LALUR, para os trimestres lançados, com dedução do IRRF informado pela recorrente, da mesma forma foram lançados valores de CSLL para o terceiro e quarto trimestre de 2003, apurados conforme o LALUR n° 32 e não declarados em DCTF. Devidamente cientificada a empresa recorrente apresenta impugnação, alegando, em apertada síntese, que foram apresentados pedidos de compensação PER/DECOMP que não foram considerados pela autoridade fiscal, quando da constituição de créditos tributários, nas datas de 24 e 26 de outubro de 2007. Ainda, que a não consideração das compensações levou a um lançamento em um montante devido muito maior do que a realidade, sendo portanto nulo o lançamento efetuado, por ausência de fato gerador. Alega a recorrente que a inobservância dos requisitos formais do lançamento, tal como determina o artigo 142 do CTN, leva, de igual forma, à nulidade de pleno direito, o que requer de imediato. Em específico, a recorrente reportase ao IRPJ referindo que o autuante deixou de considera o IRRF nos seguintes valores: para o 1° trimestre R$ 27.275,51, para o 2° trimestre R$ 32.396,49, para o 3° trimestre R$ 35.134,9 e para o 4° trimestre R$ 33.856,89, conforme documentação, tabela anexada ao feito e comprovantes de retenção. Admite a recorrente que restaria a pagar de IRPJ para o 2° trimestre de 2003 no valor de R$ 21.423,26. Salienta a recorrente que foram apresentadas PER/DECOMPs totalizando o valor de R$ 53.603,46, (IRPJ) e R$ 59.199,00 (CSLL) para o segundo trimestre em 24/10/2007, dentro do prazo de 20 dias após a lavratura do Termo de Início de Fiscalização, Fl. 831DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 19647.009602/200811 Acórdão n.º 1803001.302 S1TE03 Fl. 113 3 qual seja o de 04/10/2007, configurando procedimento espontâneo de acordo com o artigo 47 da Lei 9.430/96 e art. 909 do RIR/99. Ainda frisa que em 26/10/2007 foi apresentada a PER/DECOMP no valor de R$ 45.835,02 (CSLL) para o terceiro trimestre de 2007, embora apresentada fora do prazo para denúncia espontânea. Na forma da atual legislação a Receita Federal, agindo em procedimento de oficio, pode realizar a compensação de créditos tributários com débitos em cobrança, art. 34 da IN n° 600/2005. Ademais, concorda a recorrente, após as compensações, com o valor de CSLL a pagar de R$ 10.895,54 para o 3° trimestre de 2003, valor recolhido conforme DARF à fl. 742. Por fim, requer a procedência da impugnação com a anulação do Auto de Infração tendo em vista a ausência de constituição válida do mesmo, bem como a extinção do crédito tributário nos termos do art. 156, I e II do CTN. A autoridade de primeira instância concorda em parte com a impugnação apresentada, porquanto que manteve a autuação, somente em parte. Segundo o seu entendimento, os argumentos da recorrente não devem prosperar no que diz respeito ao pedido de nulidade do auto fundado no artigo 142 do CTN. Isso porque entende que a nulidade do auto de infração somente pode estar galgada no desrespeito ao artigo 59 do Decreto 70232/72 e no caso presente não se constata nenhum vício de forma no lançamento, tendo sido observadas as prescrições contidas no Decreto n° 70.235, de 1972, estando demonstrados no processo a fundamentação legal, a matéria tributável, os valores apurados e os fatos motivadores da autuação, permitindo à recorrente plenamente manifestar suas razões de defesa, além de ser efetuado o lançamento por pessoa competente. Quanto à espontaneidade na entrega das PER/DECOMPs, o julgador entendeu também não prosperar as razões arguidas pela recorrente, vez que a empresa foi cientificada do início do procedimento fiscal em 04/10/2007, conforme Termo de Início de Fiscalização às fls. 25 e 26, os pedidos de compensação, PER/DECOMPs, foram apresentados em 24 e 26 de outubro de 2007, portanto, depois de iniciados os procedimentos de ofício, quando o sujeito passivo já perdera a espontaneidade de acordo com o § 1° , do art. 7°, do Decreto n° 70.235/1972. Desta forma, os valores relativos às compensações solicitadas não podem ser excluídos do lançamento constante dos autos de infração. De outro ponto, também não se aplica à espécie o disposto no art. 70, II, da Lei n° 90.532/1997, de vez que a norma em questão trata de tributos e contribuições já declarados, o que não ocorreu no caso concreto. Assim, entende o julgador a quo que a recorrente não faz jus ao benefício disposto no artigo 47 da Lei 9.430/96, porque não estavam declarados os tributos. Atenta a autoridade para o fato de que a compensação de ofício referida no art. 34 da IN/RFB n° 600/2005, transcrito pela defesa, e hoje constante do art. 49 da IN/RFB n° 900/2008, será feita após solicitação de restituição ou ressarcimento de crédito feita pelo sujeito passivo, quando constatada a existência de débito e, ainda assim, com a concordância do mesmo. Portanto, o "encontro de contas dos créditos e débitos do contribuinte", por ocasião do lançamento de oficio, não encontra respaldo na legislação de regência da matéria, referido encontro deve seguir as determinações legais pertinentes e ser requerido pelo sujeito passivo da obrigação tributária a ser objeto de compensação. Assim a defesa, no entanto, tem razão, em parte, ao se referir à falta de consideração do IRRF demonstrado na tabela às fls. 665 e 666. A SOSERVI aparece como Fl. 832DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 19647.009602/200811 Acórdão n.º 1803001.302 S1TE03 Fl. 114 4 beneficiária do referido imposto nas DIRFs relativas ao anocalendário 2003 apresentadas pelas pessoas jurídicas ali descriminadas exceto para as relacionadas em quadro relacionado pela autoridade, conforme pesquisa realizada no sistema SIEF/DIRF. Devidamente cientificada, a empresa apresenta a recuso voluntário em que aduz de forma sintética o já disposto nas razões de impugnação. É o relatório. Voto Conselheira Meigan Sack Rodrigues. O Recurso Voluntário preenche as condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Tratase o presente feito de auto de infração para cobrança de crédito tributário, relativo a IRPJ e CSLL. Temse que foram apuradas variações referentes ao IRPJ do 2° e 3° trimestre de 2003 sem terem sido declaradas em DCTF e do 3° e 4° trimestre do mesmo ano para a CSLL. As apurações basearamse nos valores de lucro escriturado no LALUR, com dedução do IRRF informado pela recorrente. A empresa não nega as omissões, mas se defende no sentido de que ao se deparar com o termo de início de fiscalização, na data de 04/10/2007, procedeu ao pagamento dos tributos que compreendeu devido, através das PER/DECOMPs, nas datas 24/10/2007 e 26/10/2007. Assim, no entendimento da empresa recorrente, a mesma encontravase dentro dos vinte dias abrangidos pelo benefício, outorgado pela legislação disposta no artigo 47 da Lei 9.430/96. A referida norma assim disciplina: “Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo de início de fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)” Essa Egrégia 3ª Turma Especial, da 4ª Câmara, da 1ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já votou matéria semelhante, contudo com diferenças significativas. Segundo o entendimento exarado em jurisprudência firmada, imprescindível, para fazer valer o uso do benefício da espontaneidade disposta no artigo 47 da Lei 9.430/96, Fl. 833DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 19647.009602/200811 Acórdão n.º 1803001.302 S1TE03 Fl. 115 5 que o contribuinte pague os tributos, com os acréscimos legais, até o vigésimo dia, contados do recebimento dos termos de início de fiscalização, desde que os tributos estejam declarados (grifo nosso). Ocorre que para fazer uso do benefício, acima citado, os tributos necessariamente precisam estar declarados e, no caso da empresa recorrente, estes tributos não se encontravam declarados, nem na sua DIPJ e tão pouco na sua DCTF, razão pela qual houve a diferença que levou ao lançamento dos mesmos. O fato de parte dos valores estarem discriminados no LALUR da empresa e posteriormente terem sido declarados em PER/DECOMP não preenche o requisito disposto na lei, qual seja: estar previamente declarado, para fazer valer a condição que resguarda o direito ao benefício esculpido na norma. Desse modo, entendo que o argumento utilizado pela empresa de que ao apresentar as PER/DECOMPs dentro dos vinte dias determinados pelo artigo 47 da Lei 9.430/96, restaria garantido o direito ao benefício da espontaneidade, reduzindo assim os valores a serem pagos, não deve prevalecer. Ademais, cumpre ressaltar que uma das PER/DECOMPs foi apresentadas fora do prazo dos vinte dias e a argumentação de que a fiscalização poderia agir de ofício, importa salientar que esse procedimento é vedado e cumpre ao contribuinte realizar os procedimentos de pedidos de restituições, quando entender oportunos. Não pode a Administração, por conta e ordem, restituir valores ao contribuinte quando este não solicita. A atividade de restituição e compensação é individual e particular de cada contribuinte, compreendendo a ele requerer, através dos métodos próprios e disciplinados em Lei. A compensação de ofício, citada pela recorrente em suas argumentações, segue uma metodologia própria, e ocorre quando o contribuinte promove um pedido de restituição e este possui débitos junto à Receita Federal. Nesse caso, há um “encontro de contas” que depende de sua autorização para ser efetuado, não podendo ser realizar de qualquer forma. Observase que são procedimentos distintos e separados, que seguem métodos inconfundíveis e necessários para o andamento de todo e qualquer processo dentro da Administração Pública, sendo improcedente o pleito no caso presente. Ademais, há que se ressaltar o fato que o procedimento adotado pela instância que me precedeu encontrase em conformidade com a norma, haja vista que considerou os Impostos de Renda Retidos na Fonte, nos quais a empresa recorrente aparece como beneficiária dos mesmos nas DIRFs relativas ao anocalendário 2003, apresentadas pelas pessoas jurídicas ali descriminadas e que foram desconsiderados na hora do lançamento, mas que planilhados foi possível constatar que ela fazia jus. Assim, como essa parte já foi retirada na primeira instância, entendo que não é mais causa de pedir, muito embora a empresa recorrente tenha, por força do hábito, repetido todas as argumentações de sua impugnação. Seguindo o contexto, entendo que o auto de infração foi perfeitamente lavrado e encontrase em conformidade com os determinantes legais para a sua formalização, haja vista que a empresa foi legalmente intimada, do contrário não teria apresentado suas razões de defesa em seara de impugnação e também em recurso voluntário. Ainda, o auto de infração encontrase dirigido ao sujeito passivo de direito, legitimamente constituído para recebêlo, consta a data e o local da sua lavratura, está descrito, de forma circunstanciada, o fato imponível do tributo está devidamente cobrado, bem como perfeitamente fundamentado com a capitulação estipulada na norma, na qual se enquadra a imputação legal. Tudo de acordo Fl. 834DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 19647.009602/200811 Acórdão n.º 1803001.302 S1TE03 Fl. 116 6 com o artigo 59 do Decreto 70.232/72. Assim, descabida a argumentação de nulidade do auto pela recorrente sob essa fundamentação. Diante do exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso voluntário. É o voto. (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora Fl. 835DF CARF MF Impresso em 13/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 09/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MEIGAN SACK RODRIGUES
score : 1.0
Numero do processo: 15540.000525/2010-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2004, 2005 ARBITRAMENTO DE LUCROS Ausente a documentação que lastreie a opção tributária do contribuinte, presente o fundamento material do arbitramento de resultado. OMISSÃO DE RECEITA. FUNDAMENTO DA PRESUNÇÃO LEGAL. A presunção legal prescrita no artigo 42 da Lei n°9.430/96 não se fundamenta em transferências de recursos a terceiros ou créditos por TED sem comprovação se conta bancária de mesma titularidade; sim, na existência de créditos bancários para os quais intimado, o contribuinte não lhes comprova origens.
Numero da decisão: 1401-000.797
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201205
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2004, 2005 ARBITRAMENTO DE LUCROS Ausente a documentação que lastreie a opção tributária do contribuinte, presente o fundamento material do arbitramento de resultado. OMISSÃO DE RECEITA. FUNDAMENTO DA PRESUNÇÃO LEGAL. A presunção legal prescrita no artigo 42 da Lei n°9.430/96 não se fundamenta em transferências de recursos a terceiros ou créditos por TED sem comprovação se conta bancária de mesma titularidade; sim, na existência de créditos bancários para os quais intimado, o contribuinte não lhes comprova origens.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
numero_processo_s : 15540.000525/2010-95
conteudo_id_s : 5227547
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1401-000.797
nome_arquivo_s : Decisao_15540000525201095.pdf
nome_relator_s : MAURICIO PEREIRA FARO
nome_arquivo_pdf_s : 15540000525201095_5227547.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
dt_sessao_tdt : Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
id : 4578344
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:44 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575773208576
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1951; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 1 1 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15540.000525/201095 Recurso nº 922.296 De Ofício e Voluntário Acórdão nº 140100.797 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 9 de maio de 2012 Matéria IRPJ Recorrente RICARDO MACHADO KAUFFMANN Recorrida FAZENDA NACIONAL Anocalendário: 2004, 2005 RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO Presente a responsabilidade por substituição, prescrita no artigo 135, III, do CTN, quando a pessoa física, ao arrrepio do contrato social, exercer a gerência da sociedade ou pratica qualquer outro ato de gestão vinculado ao fato gerador. DECADÊNCIA. Presente qualquer das hipóteses prescritas no artigo 150, § 4°, in fine, o prazo decadencial se transfere para a prescrição do artigo 173 do mesmo CTN. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005 ARBITRAMENTO DE LUCROS Ausente a documentação que lastreie a opção tributária do contribuinte, presente o fundamento material do arbitramento de resultado. OMISSÃO DE RECEITA. FUNDAMENTO DA PRESUNÇÃO LEGAL. A presunção legal prescrita no artigo 42 da Lei n°9.430/96 não se fundamenta em transferências de recursos a terceiros ou créditos por TED sem comprovação se conta bancária de mesma titularidade; sim, na existência de créditos bancários para os quais intimado, o contribuinte não lhes comprova origens. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício e negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 2 2 Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Relatório Trata o presente caso de recurso de ofício e recurso interposto pelo contribuinte em razão de julgamento efetuado pelo órgão julgador a quo. Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório elaborado pela DRJ: “Tratam os presentes autos de exigências de ofício do imposto de renda de pessoa jurídica, R$ 2.974.696,92, fls. 04; do PIS, R$ 198.872.58, fls. 67; da CSLL, R$ 905.009,06, fls. 78 e da COFINS, R$ 917.873,86, fls. 91, atinentes aos anos calendário de 2004 e 2005, acrescidas de penalidade de 7 5% e de penalidade qualificada, 150%, e encargos moratórios SELIC. 2. Fundamentaram as exações: 2.1. quanto ao IRPJ e a CSLL, o arbitramento de resultados, tomadas, como bases de cálculo, os depósitos bancários para os quais intimado, 30/07/2010, reintimado, 17/08/2010, e, reiterada a intimação, 09/09/2010, na pessoa do responsável Ricardo Machado Kauffmann, fls .18/20, o sujeito passivo não logrou comprovarlhes as origens, e a receita bruta declarada sendo imposta a penalidade de ofício qualifícada, 150%, para os primeiros, e, de 7 5% para o resultado arbitrado com base na receita declarada. 2.1.1. Constatado não mais funcionar a pessoa jurídica no endereço da fiscalizada, intimado através de seus sócios de direito, e, posteriormente, através de Edital, fls. 139, o sujeito passivo não apresentou os livros e documentos de sua escrituração. 2.1.2. A sociedade se encontra na situação cadastral de '"''extinção por encerramento da liquidação voluntária", ocorrida em 22/50/2006, fls. 22. Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 3 3 2.2. Quanto ao PIS e a COFINS, considerados receitas omitidas os depósitos bancários antes elencados, com penalidade qualificada, 150%. 3. Por força dos esclarecimentos prestados pelos sócios de direito, Rodrigo Marianno Fernandes, identificandose como motoboy, fls. 11/13, e ante indícios de que Giovany Silva Costa, igualmente motoboy, nunca houvesse sido sócio da sociedade, intimado e reintimado, fls. 13/14, foram também intimados e re intimados Daniel Andrade de Kauffmann e Ricardo Machado de Kauffinann, exsócios de direito da sociedade. 3.I. Se o primeiro quedouse omisso, ante as informações prestadas pelo segundo, fls. 16, e o resultado das demais diligências, antes reportadas, através do MPF n° 07.1.02.00 2010006186, foi determinado o lançamento dos resultados da auditoria fiscal no sujeito passivo solidário pela sociedade BLUE MARLIN ASSESSORIA EM GESTÃO EMPRESARIAL LTDA, CNPJ n° 05.911.098/000152 RICARDO MACHADO DE KAUFFMANN, sócio gerente, CPF n° 051.986.24730. 3.2. Considerada irregular a baixa da sociedade, com fundamento nos artigos 1102 e 1109, ambos do Código Civil Brasileiro, Lei n° 10.406/02, e, tendo em vista o disposto nos artigos 124 e 135, III, do C.T.N., dado que, de acordo com a fiscalização: 3.2.1. os fatos relatados tipificam a deliberada intenção do envolvido em prática de ilícito tributário, ' 3.2.2. ocorreu de forma inquestionável, com a participação direta de Ricardo Machado de Kaufftnann, a condução e prática de atos jurídicos em nome da pessoa jurídica extinta, inclusive os atos relacionados à baixa da mesma, fls. 16 e 27, 3.2.3. foi imputada a RICARDO MACHADO DE KAUFFMANN a responsabilidade solidária pelos tributos/contribuições apurados, fls. 27. 4. Cientificado por AR em 29/10/2010, fls. 887, o sujeito passivo acosta aos autos a impugnação de fls. 889/919, protocolada em 29/11/2010, através da qual alega, preliminarmente, em síntese: 4 . 1 . da nulidade das autuações por decurso de prazo do MPF; 4.2. da decadência para o ano calendário de 2004, dada a lavratura da autuação em outubro de 2010; 5. No mérito, alega da existência de valores de terceiros, recebidos pela empresa, dado seu objetivo social de cobrança e recuperação de créditos, conforme declarações de clientes acostadas aos autos, fls. 921/930, inclusive TED efetuados entre contas correntes de mesma titularidade da Blue Marlin e depósitos bloqueados que nunca foram creditados, todos não considerados pela fiscalização. Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 4 4 6. Quanto ao encerramento da sociedade, houve regularidade na cessão da quotas e perfeição em sua dissolução, inclusive com regular apresentação de todas as certidões. 7. No que se relaciona à penalidade qualificada, reportase à Súmula n° 14 do Primeiro Conselho de Contribuintes para rechaçar a pretensão fiscal. 8. Finalmente, quanto à responsabilidade solidária, com fundamento na jurisprudência do STF, RE n° 85.241, fls. 910, e do STJ, reproduzida às fls. 911/914, alega que a falta de recolhimento de tributo não configura infração à lei para fins do artigo 135 do CTN, que define responsabilidade exclusiva ou por substituição, quando da prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei. Analisando a questão entendeu o órgão julgador a quo por julgar parcialmente procedente o auto de infração, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004, 2005 RESPONSABILIDADE POR SUBSTITUIÇÃO Presente a responsabilidade por substituição, prescrita no artigo 135, III, do CTN, quando a pessoa física, ao arrrepio do contrato social, exercer a gerência da sociedade ou pratica qualquer outro ato de gestão vinculado ao fato gerador. DECADÊNCIA. Presente qualquer das hipóteses prescritas no artigo 150, § 4°, in fine, o prazo decadencial se transfere para a prescrição do artigo 173 do mesmo CTN. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005 ARBITRAMENTO DE LUCROS Ausente a documentação que lastreie a opção tributária do contribuinte, presente o fundamento material do arbitramento de resultado. OMISSÃO DE RECEITA. FUNDAMENTO DA PRESUNÇÃO LEGAL. A presunção legal prescrita no artigo 42 da Lei n°9.430/96 não se fundamenta em transferências de recursos a terceiros ou créditos por TED sem comprovação se conta bancária de mesma titularidade; sim, na existência de créditos bancários para os quais intimado, o contribuinte não lhes comprova origens. Irresignado, interpôs o contribuinte o recurso voluntário ora analisado reiterando os argumentos expostos, em razão do cancelamento parcial do auto recorreu de ofício o Presidente do órgão julgador a quo.. É o relatório. Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 5 5 Voto Inicialmente, no que tange às preliminares, equivocase o Recorrente porque os lançamentos tributários ora questionados, se encontram ancorados no MPF n° 07.1.02.00 201006186, de 06/10/2010, fls. 19 e independentemente do fato antes reportado, a jurisprudência administrativa ratificada pelo Acórdão n° CSRF/0105.330, de 05/12/2005, definiu que o MPF"não constitui ato essencial à validade do procedimento fiscal de sorte que a sua ausência ou falta de prorrogação do prazo nele fixado não retira a competência do auditor fiscal que é estabelecida em lei (art. 7° da Lei n° 2.354/54 c/c o DecretoLei n° 2.225, de 10/01/1985), para fiscalizar e lavrar os competentes termos ". Recurso de Ofício No que se relaciona à decadência, evidentemente que, em lançamento por homologação, o prazo decadencial reportase ao disposto no artigo 150, § 4°, do CTN, exceto para as situações explicitadas no mesmo § 4°, in fine. Portanto, no caso presente, intimamente ligada o conceito decadencial às questões afetas ao procedimento do contribuinte. Como se verá a seguir. Dos fatos e da efetiva participação do sujeito passivo inequivocamente conforme registros na JUCERJA Ricardo Machado Kauffmann era sócio gerente e administrador da pessoa jurídica até 25/01/2005, conforme reconhecido pelo próprio, fls .16; que Rodrigo Mariano Fernandes, CPF 079.110.97712, adquirente de 9 9% do capital social da pessoa jurídica, prestava, juntamente com outros motoboys, serviços para a empresa, conforme reconhecido pelo próprio sujeito passivo solidário, fls. 16; recebia, por tais serviços, o salário mínimo, fls. 12; embora a sociedade tivesse por endereço tributário Rio Bonito/RJ, funcionava, de fato, junto ao condomínio Downtown, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ; posteriormente na Rua Djalma Ulrich, Copacabana, Rio de Janeiro/RJ; que o próprio sujeito passivo responsável solidário, apesar de não mais pertencer à sociedade providenciou o encerramento desta em 28./11/2005, fls. 173, inclusive, tendo arcado com todos os custos; fls. 16; Na extensa documentação bancária recebida por via de Requisições de Movimentação Financeira, mesmo após 25/01/2005, são mencionados, exclusivamente, Daniel Andrade de Kauffmann e Ricardo Machado de Kauffmann. Em síntese, mesmo após sair da sociedade o sujeito passivo responsável solidário continuou a gerenciála, inclusive, quando de sua extinção. Corretas, pois, as conclusões fiscais no sentido de que: "A gestão da sociedade deuse, de fato, através da pessoa do Sr. Ricardo Machado de Kauffmann, desde a constituição até o encerramento da mesma", fls. 25, inciso 3.18. "Em vista dos fatos observados, há evidentes indícios de SIMULAÇÃO na transferência das quotas da sociedade sob ação fiscal, fls. 24, inciso 3.17; Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 6 6 Estribados em fatos os evidentes indícios de transferência simulada da responsabilidade da sociedade para terceiros, o prazo decadencial se transfere para as disposições ínsitas no artigo 173 do CTN. Isto é, é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado (CTN. Art. 150, § 4°, in fine), encerrandose, pois, em 31/12/2010. Nesse contexto, importa reconhecer, parcialmente a decadência, dada a ciência das exações em 29/10/2010, fls. 887: mesmo sob o enfoque do artigo 173, antes reportado, presente o conceito decadencial para os três primeiros trimestres de 2004, relativamente ao IRPJ e a CSLL. E, quanto ao PIS e a COFINS, de apuração mensal, para os fatos geradores ocorridos até novembro de 2004, inclusive. Do recurso voluntário Exatamente pelos fatos anteriormente narrados, transferência simulada da responsabilidade social a terceiros, com o fito de exclusão da responsabilidade de Ricardo Machado de Kauffmann, preocupado ''quanto ao futuro da sociedade”, fls. 16, da qual oficialmente, não detinha mais qualquer participação, apesar de, de fato, continuar a gerenciá la, é que se impunha a penalidade qualificada, findada no artigo 44, II, da Lei n° 9.430/96, conforme fls. 66 e correspondentes, nas demais infrações. Quanto ao mérito, de um lado o contribuinte, ainda que intimado e reintimado, mesmo através de sócios de direito e, finalmente, por edital, fls. 139, em nenhum momento apresentou livros e documentos que teriam lastreado sua opção pelo lucro presumido. Igualmente, em 30/07/2010, 17/08/2010 e 09/10/2010, através de seu gerente de fato, quedouse omisso quanto às origens dos recursos individualizados, que lhe foram creditados em contas bancárias. Ora, na forma das disposições artigos 47, B, da Lei n° 8.981/95, reproduzida no artigo 530, III, do RIR/99, não caberia ao fisco outra alternativa senão o arbitramento de resultados, como integrante da receita bruta a receita presumidamente omitida, consoante definição do artigo 42 da Lei n" 9.430/96. No que se refere à receita omitida, equivocase o sujeito passivo, haja vista que a legislação de regência da matéria exige a prova documental das origens de recursos financeiros aportados às suas contas bancárias. Exatamente o procedimento das intimações fiscais antes reportadas: 30/07/2010; 17/08/2010 e 09/10/201. A presunção de receita omitida, de que trata o art. 42 da Lei n° 9.430/96, se processa sobre valores creditados em conta corrente bancária. Não, de débitos por valores transferidos a terceiros. Finalmente, quanto à responsabilidade solidária, ainda que pertinente em sede de execução fiscal conforme Lei n° 6.830/80, uma vez suscitada e questionada em sede administrativa, impõe manifestação sobre o ponto. Assim, de um lado, o fisco processou seu enquadramento nos artigos 124 e 135, III, ambos do CTN. Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 7 7 Ora, dispõe o artigo 124, não questionado pelo contribuinte, verbis: "Art. 124 São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. " Inegável o interesse do contribuinte, mesmo após a transferência da participação societária. De outro lado dispõe o artigo 135, III, do mesmo CTN da responsabilidade pessoal de diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privada, por atos tributários praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Tratase, evidentemente, de hipótese distinta daquela do artigo 124 do CTN, antes reportado. A hipótese é de responsabilidade por substituição. Assim, abrange quaisquer penalidades ou obrigações acessórias. Evidentemente, consoante jurisprudência administrativa e judicial a falta de recolhimento de tributos não configura infração a lei, para os efeitos do artigo 135, III, antes citado. Entretanto, o próprio STF, RE n° 85.241, fls. 910, e o S.T.J., explicitam que (grifos não do original): "a substituição (tributária) ocorre quando a obrigação tributária advém ou é resultante de atos praticados com excesso de poderes ou infração da lei, contrato social ou estatutos (art. 135), fls. 911; "O sócio gerente é responsável, não por ser sócio, mas por haver exercido a gerência. IV. Quando o gerente abandona a sociedade honrarlhe o débito fiscal, é responsável não pelo simples atraso de pagamento. A ilicitude que o torna solidário é a dissolução irregular da pessoa jurídica", fls. 913; "A responsabilidade do sócio pelas dívidas tributárias da pessoa jurídica só é possível havendo comprovação de atuação dolosa na administração da empresa, atuando com excesso de mandato, infringência à lei ou ao contrato social. ", fls. 914; "O CTN, artigo 135, III, estabelece que os sócios só respondem por dívidas tributárias quando exercerem a gerência da sociedade ou qualquer outro ato de gestão vinculado ao fato gerador", fls. 915. Assim, se anteriormente a 25/01/2005 Ricardo Machado de Kauffman, era sócio e gerente da pessoa jurídica e, posteriormente àquela data, continuou no pleno exercício, de fato, de gerente/administrador, conforme o demonstram os documentos bancários, apesar de a primeira alteração contratual, indicar, como administrador da pessoa jurídica, o neosócio majoritário, motoboy Rodrigo Mariano Fernandes, fls. 163. Se, apesar de não mais pertencer ao quadro social da empresa, providenciou, como o reconheceu, com recursos próprios, sua extinção, ''preocupado com o futuro da empresa"", evidentemente que agiu com excesso de poderes, dado que, sem mandato. Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 15540.000525/201095 Acórdão n.º 140100.797 S1C4T1 Fl. 8 8 Evidentemente, em ambos os períodos, 2004 e 2005, exerceu atos de gestão vinculados aos fatos geradores tributários objetos desta lide. Estes, não se trataram de falta de recolhimentos tributários, de responsabilidade da pessoa jurídica. Ao contrário. Assim, tanto cm fundamento no artigo 124, quer no artigo 135, II, ambos do CTN, pela atuação do contribuinte junto à pessoa jurídica, até, inclusive, sua extinção, inequívoca a responsabilidade por substituição de Ricardo Machado de Kauffmann. Ante o exposto, nego provimento ao recurso de ofício e o recurso voluntário. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 12/06/201 2 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 16/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.006636/2007-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/03/2007
NORMAS PROCEDIMENTAIS. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E AMPLA DEFESA. RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS. GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA INTIMAÇÃO DO INTEIRO TEOR DA AUTUAÇÃO. PRETERIÇÃO DIREITO DE DEFESA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE.
Em observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, os responsáveis solidários do crédito tributário lançado, in casu, com base na constatação de Grupo Econômico, devem ser intimados do inteiro teor da autuação/notificação fiscal e seus respectivos anexos de maneira oferecer condições ao insurgimento pleno de referidos contribuintes, sob pena de preterição do direito de defesa. A mera intimação dos responsáveis solidários
a partir de simples Termo de Sujeição Passiva ou mesmo Ofício, somente informando da atribuição da responsabilidade solidária, não se presta a demonstrar a observância de aludidos princípios/ garantias constitucionais.
É nula a decisão de primeira instância que, em evidente preterição do direito de defesa, é proferida sem a devida intimação dos contribuintes responsáveis solidários da integralidade dos documentos de constituição do crédito
tributário, oportunizando-lhes a interposição de impugnação.
INTIMAÇÃO ATOS PROCESSUAIS. SOLICITAÇÃO CÓPIA DO PROCESSO. DATA DA ENTREGA. VALIDADE COMO TERMO A QUO DO PRAZO DE DEFESA.
Uma vez comprovada à inexistência da intimação dos responsáveis solidários do inteiro teor da notificação/autuação fiscal, indispensável ao exercício da ampla defesa, impõe-se
admitir como termo inicial do prazo de impugnação a data da entrega da cópia do processo, requisitada pela contribuinte,
oportunidade em que teve conhecimento de referido ato, suprimindo, por conseguinte, o obstáculo à sua defesa.
Decisão de Primeira Instância Anulada.
Numero da decisão: 2401-002.538
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, anular a
decisão de primeira instância, considerando tempestiva a impugnação da contribuinte KCEL MOTORES E FIOS LTDA, devendo ser conhecida e analisada a integralidade das alegações de defesa, bem como determinando a cientificação da empresa KOHLBACH S/A do inteiro
teor da notificação fiscal, reabrindo prazo para interposição de defesa.
Nome do relator: RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2005 a 31/03/2007 NORMAS PROCEDIMENTAIS. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E AMPLA DEFESA. RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS. GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA INTIMAÇÃO DO INTEIRO TEOR DA AUTUAÇÃO. PRETERIÇÃO DIREITO DE DEFESA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. Em observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, os responsáveis solidários do crédito tributário lançado, in casu, com base na constatação de Grupo Econômico, devem ser intimados do inteiro teor da autuação/notificação fiscal e seus respectivos anexos de maneira oferecer condições ao insurgimento pleno de referidos contribuintes, sob pena de preterição do direito de defesa. A mera intimação dos responsáveis solidários a partir de simples Termo de Sujeição Passiva ou mesmo Ofício, somente informando da atribuição da responsabilidade solidária, não se presta a demonstrar a observância de aludidos princípios/ garantias constitucionais. É nula a decisão de primeira instância que, em evidente preterição do direito de defesa, é proferida sem a devida intimação dos contribuintes responsáveis solidários da integralidade dos documentos de constituição do crédito tributário, oportunizando-lhes a interposição de impugnação. INTIMAÇÃO ATOS PROCESSUAIS. SOLICITAÇÃO CÓPIA DO PROCESSO. DATA DA ENTREGA. VALIDADE COMO TERMO A QUO DO PRAZO DE DEFESA. Uma vez comprovada à inexistência da intimação dos responsáveis solidários do inteiro teor da notificação/autuação fiscal, indispensável ao exercício da ampla defesa, impõe-se admitir como termo inicial do prazo de impugnação a data da entrega da cópia do processo, requisitada pela contribuinte, oportunidade em que teve conhecimento de referido ato, suprimindo, por conseguinte, o obstáculo à sua defesa. Decisão de Primeira Instância Anulada.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10920.006636/2007-11
conteudo_id_s : 5229053
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Aug 12 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 2401-002.538
nome_arquivo_s : Decisao_10920006636200711.pdf
nome_relator_s : RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10920006636200711_5229053.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, anular a decisão de primeira instância, considerando tempestiva a impugnação da contribuinte KCEL MOTORES E FIOS LTDA, devendo ser conhecida e analisada a integralidade das alegações de defesa, bem como determinando a cientificação da empresa KOHLBACH S/A do inteiro teor da notificação fiscal, reabrindo prazo para interposição de defesa.
dt_sessao_tdt : Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
id : 4578632
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:53 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575798374400
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2563; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 551 1 550 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10920.006636/200711 Recurso nº 000.000 Voluntário Acórdão nº 2401002.538 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 10 de julho de 2012 Matéria CONTRIBUIÇÕES SEGURADOS EMPREGADOS Recorrente UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA. E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2005 a 31/03/2007 NORMAS PROCEDIMENTAIS. PRINCÍPIOS DO DEVIDO PROCESSO LEGAL E AMPLA DEFESA. RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS. GRUPO ECONÔMICO. AUSÊNCIA INTIMAÇÃO DO INTEIRO TEOR DA AUTUAÇÃO. PRETERIÇÃO DIREITO DE DEFESA. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. Em observância aos princípios da ampla defesa e do contraditório, os responsáveis solidários do crédito tributário lançado, in casu, com base na constatação de Grupo Econômico, devem ser intimados do inteiro teor da autuação/notificação fiscal e seus respectivos anexos de maneira oferecer condições ao insurgimento pleno de referidos contribuintes, sob pena de preterição do direito de defesa. A mera intimação dos responsáveis solidários a partir de simples Termo de Sujeição Passiva ou mesmo Ofício, somente informando da atribuição da responsabilidade solidária, não se presta a demonstrar a observância de aludidos princípios/garantias constitucionais. É nula a decisão de primeira instância que, em evidente preterição do direito de defesa, é proferida sem a devida intimação dos contribuintes responsáveis solidários da integralidade dos documentos de constituição do crédito tributário, oportunizandolhes a interposição de impugnação. INTIMAÇÃO ATOS PROCESSUAIS. SOLICITAÇÃO CÓPIA DO PROCESSO. DATA DA ENTREGA. VALIDADE COMO TERMO A QUO DO PRAZO DE DEFESA. Uma vez comprovada à inexistência da intimação dos responsáveis solidários do inteiro teor da notificação/autuação fiscal, indispensável ao exercício da ampla defesa, impõese admitir como termo inicial do prazo de impugnação a data da entrega da cópia do processo, requisitada pela contribuinte, oportunidade em que teve conhecimento de referido ato, suprimindo, por conseguinte, o obstáculo à sua defesa. Fl. 551DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 2 Decisão de Primeira Instância Anulada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, anular a decisão de primeira instância, considerando tempestiva a impugnação da contribuinte KCEL MOTORES E FIOS LTDA, devendo ser conhecida e analisada a integralidade das alegações de defesa, bem como determinando a cientificação da empresa KOHLBACH S/A do inteiro teor da notificação fiscal, reabrindo prazo para interposição de defesa. Elias Sampaio Freire Presidente Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 552DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 552 3 Relatório UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA. E OUTROS, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 6a Turma da DRJ em Florianópolis/SC, Acórdão nº 0716.904/2009, às fls. 405/411, que julgou procedente o lançamento fiscal referente às contribuições sociais devidas pela notificada ao INSS, correspondentes a parte da empresa, do financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e as destinadas a Terceiros (Salário Educação, INCRA, SEBRAE, SESI e SENAI), incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados e contribuintes individuais, declaradas em GFIP, em relação ao período de 07/2005 a 03/2007, conforme Relatório Fiscal, às fls. 30/35, e Aditivo de fls. 255/259. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, consolidada em 31/10/2007, contra a contribuinte acima identificada, constituindose crédito no valor de R$ 4.151.713,80 (Quatro milhões, cento e cinquenta e um mil, setecentos e treze reais e oitenta centavos). Esclarece, ainda, o fiscal autuante que da análise dos documentos apresentados durante a fiscalização desenvolvida na notificada, restou constatada a existência de grupo econômico de fato formado entre as empresas UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA., KCEL MOTORES E FIOS LTDA., KOHLBACH S/A, consoante se infere das razões da fiscalização constantes do Relatório da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, bem como do Relatório Fiscal Aditivo, às fls. 255/259, e demais documentos que instruem o processo. Inconformada com a Decisão recorrida, a notificada, UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA., apresentou Recurso Voluntário, às fls. 415/493, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato dos fatos ocorridos durante a fiscalização e demais atos do processo administrativo fiscal, insurgese contra a exigência fiscal consubstanciada na peça vestibular do feito suscitando a inconstitucionalidade das contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações dos segurados empregados e contribuintes individuais, por entender que a instituição de tais tributos dependia da edição de Lei Complementar e não Lei Ordinária, in casu, Lei n° 8.212/91. Quanto aos contribuintes individuais, assevera que o legislador ordinário, em total afronta aos preceitos constitucionais previstos no artigo 195, inciso I, da CF, alargou a hipótese de incidência das contribuições previdenciárias, as fazendo incidir sobre verbas que não compõem a folha de salários ou o salário em si, ou seja, ampliou a matriz constitucional da contribuição que só deveria recair sobre os empregados. Opõese à contribuição previdenciária destinada ao INCRA, vindicando sua exclusão do presente lançamento, alegando que aludida exação afronta de forma flagrante a CF, notadamente por ser empresa urbana e inexistir dispositivo constitucional determinando a sua vinculação com outra categoria econômica (rural), sem qualquer benefício próprio. Fl. 553DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 4 Defende ser ilegal e inconstitucional a contribuição ao SAT, por desrespeitar o princípio da estrita legalidade, inscrito nos artigos 5º, inciso II; e 150, inciso I, da CF, eis que a Lei nº 8.212/91 não definiu a conceituação de atividades preponderantes nem delimitou os parâmetros dos três graus de risco das atividades econômicas, não podendo um Decreto contemplar tais definições por afrontar com nossa Carta Magna, sendo competência do Poder Legislativo. Infere ser ilegal e inconstitucional a contribuição destinada ao SEBRAE, por entender que não se destina ao custeio da seguridade social, inexistindo, assim, justificativa e amparo legal/constitucional para sua cobrança, sobretudo quando a recorrente não se beneficia com autuação de referida entidade, que destina seus recursos às pequenas e micro empresas, razão pela qual a exigência daquele tributo contraria o disposto no artigo 149 da CF. Após tecer comentários acerca da origem da contribuição destinada ao SalárioEducação, assevera que sua cobrança é inconstitucional/ilegal, tendo em vista, entre outros motivos, a não recepção pela CF/88, bem como por inexistir Lei Complementar instituidora. Contrapõese à multa aplicada, mormente de maneira progressiva, por considerála confiscatória e abusiva, sendo, por conseguinte, ilegal e/ou inconstitucional, devendo ser excluída do crédito em questão. Argúi a inconstitucionalidade da TAXA SELIC, aduzindo para tanto que sua instituição decorreu de resolução do Banco Central, e não por lei, não podendo, dessa forma, ser utilizada em matéria tributária, por desrespeitar o Princípio da Legalidade. Aduz, ainda, tratarse referida taxa de juros remuneratórios, o que a torna ilegal e inconstitucional. Assevera que a fiscalização não examinou a documentação acostada aos autos da forma que a legislação que regulamenta a matéria impõe, sobretudo em relação à inexistência do Grupo Econômico de fato caracterizado pela autoridade lançadora. Alega inexistir Grupo Econômico de fato ou de direito sob qualquer enfoque que se analise a questão, de maneira a autorizar a coresponsabilização pretendida pela autoridade lançadora. Suscita que o Código Tributário Nacional e, bem assim, a legislação de regência, não autorizam a coresponsabilização das contribuintes integrantes do suposto Grupo Econômico por crédito previdenciário da empresa originalmente autuada, uma vez que referidas pessoas jurídicas não se vinculam ao fato gerador, se apresentando como empresas absolutamente independentes e autônomas, com administrações e sócios distintos. Traz à colação vasta explanação a propósito do histórico, do quadro societário, objetos sociais e das operações realizadas pela União Motores e demais contribuintes, ora adotadas como responsáveis solidárias, concluindo inexistir o malfadado Grupo Econômico de fato, especialmente em relação à empresa Kcel Motores e Fios Ltda., ao contrário da pretensão fiscal. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar a Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos, tornandoa sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Devidamente intimada, a empresa KCEL MOTORES E FIOS LTDA., igualmente, interpôs recurso voluntário, às fls. 506/530, insurgindose contra o Acórdão de primeira instância, com base nos seguintes fundamentos. Fl. 554DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 553 5 Preliminarmente, defende a tempestividade de sua impugnação, a qual não fora conhecida pelo julgador de primeira instância, uma vez que a contagem do prazo de defesa somente começou a correr em 22/02/2008, oportunidade em que lhe fora entregue a cópia do processo administrativo, inobstante a ciência do lançamento, mais precisamente do Ofício DRF/JOI/SC/SAFIS/EFI3 n° 083/2007, ter ocorrido em 07/12/2007, simplesmente dando conta da lavratura das notificações e autuações, informando, ainda, que os processos e seus anexos estavam disponíveis na Delegacia da Receita Federal de origem. Relata que, dentro do prazo de defesa, em 20/12/2007, a recorrente protocolizou nova petição perante a Receita Federal em Joinville, requerendo a devolução do prazo de 30 dias para a apresentação de defesa, contados a partir da data do recebimento das cópias da NFLD e seus anexos, através das quais poderia ter acesso as informações básicas para elaboração da impugnação. Reitera as alegações de fato e de direito suscitas pela União Motores Elétricos Ltda. relativamente à inexistência do Grupo Econômico caracterizado pela autoridade fiscal, explicitando as atividades desenvolvidas pela empresa, bem como seu quadro societário, pugnando pelo afastamento da responsabilidade que lhe fora atribuída por crédito tributário de outra contribuinte. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 555DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 6 Voto Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por serem tempestivos, conheço dos recursos e passo ao exame das alegações recursais. Não obstante as substanciosas razões de fato e de direito suscitas pelas contribuintes pugnando pela decretação da insubsistência do lançamento, há nos autos vício processual sanável, ocorrido no decorrer do PAF, o qual precisa ser saneado, antes mesmo de se adentrar ao mérito da questão, com o fito de se restabelecer a garantia do devido processo legal para a empresa KCEL MOTORES E FIOS LTDA. Destarte, extraise da decisão recorrida que a impugnação interposta pela empresa solidária KCEL MOTORES E FIOS LTDA. não fora conhecida em razão de ter sido considerada intempestiva. Assim, consoante jurisprudência firmada no âmbito administrativo, a impugnação interposta fora do prazo legal de 30 (trinta) dias enseja a preclusão administrativa relativamente às questões meritórias suscitadas na defesa inaugural, cabendo recurso voluntário a este Egrégio Conselho tão somente quanto à prejudicial de conhecimento da peça impugnatória, o que se vislumbra na hipótese vertente. Em suas razões de recurso, a contribuinte KCEL defende a tempestividade de sua impugnação, aduzindo que a contagem do prazo de defesa somente teve início em 22/02/2008, oportunidade em que lhe fora entregue a cópia do processo administrativo, inobstante a ciência do lançamento, mais precisamente do Ofício DRF/JOI/SC/SAFIS/EFI3 n° 083/2007, ter ocorrido em 07/12/2007, simplesmente dando conta da lavratura das notificações e autuações, informando, ainda, que os processos e seus anexos estavam disponíveis na Delegacia da Receita Federal de origem. Relata que, dentro do prazo de defesa, em 20/12/2007, a recorrente protocolizou nova petição perante a Receita Federal em Joinville, requerendo a devolução do prazo de 30 dias para a apresentação de defesa, contados a partir da data do recebimento das cópias da NFLD e seus anexos, através das quais poderia ter acesso as informações básicas para elaboração da impugnação. Em que pese a argumentação da ilustre autoridade julgadora de primeira instância no sentido de não conhecer da impugnação da contribuinte (KCEL), o insurgimento da recorrente merece acolhimento, por espelhar a melhor intepretação a propósito da matéria, sobretudo em observância ao devido processo legal e ampla defesa. De início, impende elucidar que o deslinde da controvérsia se fixa em duas questões precípuas, quais sejam, a necessidade da intimação do inteiro teor da notificação fiscal e seus anexos aos responsáveis solidários, e o termo inicial da contagem do prazo de impugnação na hipótese de a primeira providência não ter sido tomada. CIENTIFICAÇÃO AOS RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS DO INTEIRO TEOR DA NOTIFICAÇÃO E SEUS ANEXOS NECESSIDADE Fl. 556DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 554 7 Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, especialmente do Relatório Fiscal, às fls. 30/35, e Aditivo de fls. 255/259, no decorrer da ação fiscal desenvolvida na notificada, entendeu a fiscalização pela existência de grupo econômico formado entre as empresas UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA., KCEL MOTORES E FIOS LTDA., KOHLBACH S/A. Diante de aludida constatação, a partir da fiscalização ocorrida na UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA. com a consequente constituição de créditos previdenciários, as demais empresas integrantes do grupo econômico foram chamadas a responderem por tais débitos, em face da responsabilidade solidária insculpida no artigo 30, inciso IX, da Lei nº 8.212/91, recebendo, respectivamente, os Ofícios de fls. 45/46. Referidos Ofícios informavam (davam notícia) tão somente da lavratura das notificações fiscais, com atribuição da responsabilidade solidária a todas empresas integrantes do grupo econômico, possibilitando a interposição de defesa administrativa no prazo legal, ressaltando, ainda, que os documentos que instruem os lançamentos foram entregues à devedora principal (UNIÃO MOTORES ELÉTRICOS LTDA.), sendo assegurado, porém, às solidárias vista do processo administrativo fiscal, nos termos do artigo 749, parágrafo segundo da IN/SRP n° 03/2005. Ocorre que, a conduta levada a efeito pelo agente lançador, corroborada pelo julgador de primeira instância, ao deixar de intimar todas as empresas responsáveis solidárias da integralidade dos termos do lançamento, malfere o princípio do devido processo legal, mais precisamente da ampla defesa, inscrito no artigo 5º, inciso LV, da CF, in verbis: “Art. 5º. [...] LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” A corroborar este entendimento a Lei nº 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, em seus artigos 26 e 28, assim preceitua: “Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência da decisão ou a efetivação de diligências. Art. 28. Devem ser objeto de intimações os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrições ao exercício de direito e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.” Na mesma linha de raciocínio, para não deixar dúvidas quanto à nulidade da decisão de primeira instância, o artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/72, estabelece o seguinte: Art. 59. São nulos: [...] Fl. 557DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 8 II – os despachos e decisões proferidos por autoridades incompetentes ou com preterição do direito de defesa;” (grifamos) Por sua vez, a doutrina pátria não discrepa deste entendimento, senão vejamos: “ 1.2. Princípio do contraditório e da ampla defesa Como vimos, os direitos à ampla defesa e ao contraditório são manifestações do princípio do devido processo legal previsto no artigo 5o da CF. O princípio do contraditório tem íntima ligação com o da igualdade das partes e se traduz de duas formas: por um lado, pela necessidade de se dar conhecimento da existência da ação e de todos os atos do processo às partes e, de outro, pela possibilidade das partes reagirem aos atos que lhe foram desfavoráveis, ou seja, os litigantes têm direito de deduzir pretensões e defesas, realizarem provas que requereram para demonstrar a existência do direito, em suma, direito de serem ouvidos paritariamente no processo em todos os seus termos. (NEDER, Marcos Vinícius / LÓPEZ, Maria Teresa Martinez – Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado – São Paulo: Dialética, 2002 – pág. 40) (grifamos) Igualmente, a jurisprudência administrativa é mansa e pacífica nesse sentido, conforme faz certo o julgado do então Conselho de Contribuintes, com sua ementa abaixo transcrita: “PAF – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA – Descumprimento do princípio da cientificação. E garantida ao sujeito passivo a ciência de todos os passos processuais. Atividades administrativas de interesse jurídico dos administrados devem ser formalmente comunicadas, a fim de assegurar o contraditório e o devido processo legal. Procedimentos de fiscalização ou julgamento não comunicados não são eficazes.” (8ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, Processo n° 13808.002654/98, Sessão de 17/10/2002) Com mais especificidade, em relação à necessidade da intimação dos responsáveis solidários do inteiro teor dos atos constitutivos do lançamento fiscal, a jurisprudência administrativa oferece proteção ao pleito das contribuintes, senão vejamos: “[...] Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/1997 a 31/01/1999 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA CIÊNCIA A TODOS OS SOLIDÁRIOS INOCORRÊNCIA NULIDADE. Recebida a notificação do débito, a empresa ou segurado terá o prazo de 15 dias para apresentar defesa. Para que todos os solidários possam exercer o direito de defesa, cópia do documento de constituição do crédito previdenciário e anexos deverão ser remetidos a todos os responsáveis solidários pelo pagamento do crédito. Com o objetivo de preservar o sigilo fiscal dos sujeitos passivos não é possível o encaminhamento de notificação que Fl. 558DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 555 9 contenha lançamentos de contribuições de diversos prestadores num mesmo documento. Processo Anulado.” (6a Câmara do 2° Conselho de Contribuintes – Processo n° 12045.000329/200718, Acórdão n° 20601.693 – Sessão de 03/12/2008 – Relatora: Ana Maria Bandeira) “Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1998 a 30/12/1998 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA CIÊNCIA A TODOS OS SOLIDÁRIOS INOCORRÊNCIA NULIDADE. Em respeito ao contraditório e à ampla defesa, cópia do documento de constituição do crédito previdenciário e anexos deverão ser remetidos a todos os responsáveis solidários pelo pagamento do crédito. Com o objetivo de preservar o sigilo fiscal, não é possível o encaminhamento de notificação que contenha lançamentos de contribuições de diversos prestadores em um mesmo documento. Processo Anulado.” (6a Câmara do 2° Conselho de Contribuintes – Processo n° 37172.001398/200552, Acórdão n° 20601.361 – Sessão de 07/10/2008 – Relatora: Bernadete de Oliveira Barros) Inobstante as decisões encimadas contemplarem a responsabilidade solidária na construção civil, traduzem muito bem a essência deste instituto, reafirmando a necessidade de cientificação de todos os responsáveis solidários da integralidade dos documentos de constituição do crédito tributário. Na hipótese vertente, com mais razão aludida providência deve ser observada, objetivando conceder a todas responsáveis conhecimento das razões de fato e de direito que levaram o Fisco a efetuar o lançamento, sobretudo no que diz respeito à atribuição da responsabilidade solidária pelo crédito da devedora principal, a partir da constatação do Grupo Econômico. Imperioso ressaltar que o simples fato de cientificar/intimar as empresas solidárias com base em meros Ofícios, sem conquanto demonstrar as razões do lançamento e da própria atribuição da responsabilidade solidária pelo crédito, não tem o condão de suprir a necessidade da publicidade do ato administrativo do lançamento para as interessadas. Tal exigência, em verdade, tem complemento no próprio dever de fundamentação expressa do ato administrativo, de maneira a conferir a possibilidade de AMPLA defesa dos contribuintes. Melhor elucidando, in casu, a observância ao princípio da ampla defesa e contraditório se materializa juntamente com o dever de fundamentação do ato administrativo, porquanto somente de forma conjunta oferecem condições ao AMPLO insurgimento do (s) autuado (s). E, os responsáveis solidários só reunirão condições à apresentação de suas defesas, com a conjugação dos dois princípios supramencionados, se tiverem ciência integral das razões do lançamento fiscal. Neste sentido, aliás, valiosos são os ensinamentos de Alberto Xavier, em sua obra “Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro” (3a Edição – Rio de Janeiro: Forense, 2005., pag. 178), de onde pedimos vênia para transcrever o seguinte excerto, in verbis: Fl. 559DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 10 “[...] Um pressuposto do direito de ampla defesa, do princípio do contraditório e do direito de acesso ao poder Judiciário consiste no dever de fundamentação expressa dos atos administrativos que afetem direitos ou interesses legítimos dos particulares. Com efeito, só a externação das razões de fato e de direito que conduziram a autoridade à prática de certo ato permitem ao cidadão compreender a decisão e livremente optar entre aceitá la ou impugnála administrativa ou jurisdicionalmente. Também só com essa externação será possível ao órgão julgador controlar a validade do ato impugnado. [...]” Ora, possibilitar vistas aos autos e extração de cópias por si só, com arrimo em uma mera Instrução Normativa, não oferece qualquer condição de defesa às contribuintes, mormente quando se exige o direito de AMPLA defesa e contraditório, amparados pela Constituição Federal. Aliás, percebese um verdadeiro contrassenso na conduta do Fisco. De um lado, quando efetuado o lançamento por responsabilidade solidária, nos termos do artigo 30, inciso VI, da Lei n° 8.212/91, a responsável solidária e, bem assim, a devedora principal recebem o inteiro teor da notificação/autuação para se defender. De outro, na hipótese de atribuição de responsabilidade solidária com base em Grupo Econômico, deixa de cientificar as empresas interessadas da integralidade das autuações. Admitindose o entendimento da fiscalização nestes autos, tornase, igualmente, desnecessária a cientificação das empresas solidárias das decisões tomadas no decorrer do processo administrativo, bastando enviar Ofício dando conta do resultado da decisão sem anexala, possibilitando interpor recursos pertinentes, ter vistas aos autos e extrair cópias. No entanto, como é de conhecimento daqueles que lidam com o direito administrativo tributário, não é essa a conduta adotada por ocasião da intimação das decisões do PAF, oportunidade em que a autoridade fazendária cientifica todas as contribuintes, possibilitando a interposição de recursos cabíveis. Assim, a mesma conduta utilizada nos casos das decisões administrativas deve ser observada quando da lavratura do auto de infração/notificação fiscal. A rigor, nesta última hipótese, com mais razão a contribuinte responsável solidária deverá ter conhecimento da imputação que lhe esta sendo procedida, uma vez que seu insurgimento administrativo inicial vinculará e limitará o exame da demanda administrativa, com esteio, inclusive, na preclusão processual. Em outras palavras, não se pode exigir que o contribuinte solidário se defenda de algo que não tem pleno conhecimento, o que impossibilitaria a própria aplicação da preclusão processual. Ou seja, desde o término da ação fiscal, com a lavratura do auto de infração/notificação fiscal, devem todos os contribuintes interessados, in casu, as empresas integrantes do Grupo Econômico, ter conhecimento das razões e fundamentos da fiscalização para a realização do lançamento. Somente assim, se aperfeiçoará a exigência fiscal. Na esteira desse entendimento, ou não se atribui responsabilidade solidária ou se assim o for, que se faça de conformidade com as regras constitucionais e legais que contemplam a matéria, oferecendo conhecimento a todas as responsáveis solidárias da Fl. 560DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 556 11 integralidade da autuação, de maneira a oportunizar a apresentação de suas defesas com a amplitude que se exige. Firmada posição no sentido da necessidade da intimação das responsáveis solidárias do inteiro teor da notificação/autuação fiscal, passamos a analisar os fatos que permeiam os autos propriamente ditos, o que necessariamente nos conduz a contemplar o outro ponto crucial a presente demanda, qual seja, a efetiva data da ciência da contribuinte KCEL do lançamento, para efeito da contagem do prazo de impugnação, como demonstraremos abaixo. DA DATA DA EFETIVA CIÊNCIA DA CONTRIBUINTE – KCEL DO LANÇAMENTO – IMPUGNAÇÃO TEMPESTIVA Conforme se depreende dos autos, a empresa KCEL MOTORES E FIOS LTDA. procurou sanear a nulidade acima mencionada, justamente por ser indispensável à sua defesa, requerendo, em 14/12/2007, cópia integral do processo, consoante “Solicitação de Cópia de Documentos”, de fl. 347. Entrementes, somente lhe fora entregue referida cópia em 22/02/2008, como se verifica do mesmo documento de fl. 347. Daí porque a contribuinte pretende seja considerada tempestiva a sua impugnação, às fls. 264/281, protocolizada em 25/03/2008, sustentando que o prazo para apresentação da defesa inaugural somente passou a contar em 22/02/2008, oportunidade em que lhe foi entregue a cópia integral do processo, o que não fora acolhido pela decisão recorrida, que não conheceu daquela defesa da empresa. Como se observa, sinteticamente, a discussão travada nos presentes autos diz respeito ao termo inicial do prazo de impugnação, mormente por não ter havido cientificação dos responsáveis solidários (integrantes do grupo econômico) do inteiro teor da notificação fiscal. De um lado a autoridade julgadora de primeira instância adotou a data da ciência da contribuinte (KCEL) do Ofício DRF/JOI/SC/SAFIS/EFI3 n° 083/2007, de fl. 46, dando conta do lançamento e possibilitando a extração de cópia do processo, ocorrida em 07/12/2007 (AR de fl. 242). Em outra via, pretende a contribuinte a reforma da decisão recorrida, por entender que somente com a entrega da cópia integral do processo, em 22/02/2008, pode se considerar aperfeiçoada a sua devida ciência do lançamento, portanto, termo de início da contagem do prazo para interposição da impugnação, entendimento que tem o condão de prosperar. Antes mesmo de se adentrar ao mérito da questão, mister transcrever os dispositivos legais que regulamentam a matéria, como segue. O Decreto nº 70.235/72, em seu artigo 23, estabelece as formas/modalidades de intimação do contribuinte dos atos administrativos, senão vejamos: “Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, Fl. 561DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 12 no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III se por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 562DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL Processo nº 10920.006636/200711 Acórdão n.º 2401002.538 S2C4T1 Fl. 557 13 I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)” (grifamos) A propósito da matéria, o Segundo Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula nº 6, de observância obrigatória pelos integrantes deste Colegiado, determinando ser válida a notificação da contribuinte via postal, conquanto que em seu domicílio fiscal, in verbis: “É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.” Conforme se depreende das normas acima transcritas, várias são as formas de notificação/ciência do contribuinte dos atos processuais que a legislação tributária enumera, quais sejam, pessoal, via postal e, por último, esgotadas as duas anteriores, via edital. Acrescentase, ainda, a via eletrônica, com regramento específico a partir da anuência do administrado. Entrementes, afora o caso da via editalícia, as demais modalidades (pessoal, postal ou eletrônica), a intimação do contribuinte deverá ser devidamente comprovada mediante assinatura do recebimento, seja no domicílio fiscal eleito por aquele (com o retorno do AR devidamente assinado) ou mesmo na repartição, com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar. No presente caso, extraise dos autos que a contribuinte solicitou cópia integral do processo, às fls. 347, em 14/12/2007, somente tendo êxito em sua empreitada em 22/02/2008, quando lhe fora entregue a documentação requerida. Verificase, assim, que somente nesta data (22/02/2008) podemos considerar a contribuinte devidamente cientificada da notificação, tendo em vista que teve acesso a todas as razões da fiscalização que suportam o lançamento, possibilitando o exercício do direito da ampla defesa e contraditório. Ademais, imprescindível em casos de dúvida quanto à data da intimação de atos processuais, que se fixe um dia para tanto. Em casos dessa natureza, a jurisprudência administrativa é firme e mansa ao determinar que deverá ser adotado o dia em que a contribuinte teve acesso aos autos, na data da entrega da cópia do processo, senão vejamos: “EMENTA:PRAZO PEREMPÇÃO Comprovado nos autos a nulidade da intimação do auto de infração, temse o contribuinte por intimado na data em que lhe é dada "vista" dos autos e toma ciência da acusação nele contida, contandose daí o prazo de 30 (trinta) dias para a apresentação de sua impugnação.” (grifamos) (7ª Câmara do 1° Conselho de Contribuintes, Recurso n° 118.109 – Acórdão 10705.794, Sessão de 09/11/1999) Fl. 563DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL 14 “PRAZO – Não tem início o prazo para impugnação enquanto perdurar obstáculo à defesa da parte, tendo em vista o princípio da utilidade dos prazos processuais.” (1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, Acórdão nº 10184.223, de 15 de outubro de 1992) Observase, que o obstáculo à defesa da contribuinte perdurou até o dia em que teve acesso aos autos, cuja cópia lhe fora comprovadamente entregue em 22/02/2008, passando o prazo de impugnação a correr a partir desta data, uma vez não ter sido devidamente efetivada a ciência (do inteiro teor da notificação) via epistolar, mediante retorno do AR assinado. Na esteira desse raciocínio, restando demonstrada que a devida ciência/intimação da contribuinte do lançamento (inteiro teor) ocorrera com a entrega das cópias requeridas, em 22/02/2008, impõese admitir aludida data para efeito do início da contagem do prazo da defesa inaugural, com encerramento previsto para o dia 25/03/2008, dia em que a empresa KCEL protocolizou sua impugnação, sendo, por conseguinte, tempestiva, devendo ser conhecida e analisada em seu mérito, sob pena de cerceamento do direito de defesa e contraditório da suplicante, impondo seja decretada a nulidade da decisão de primeira instância, com a finalidade de analisar a defesa da solidária KCEL MOTORES E FIOS LTDA., para que seja proferido novo Acórdão na boa e devida forma. Da mesma forma, na linha do entendimento acima alinhavado, impõese determinar a cientificação da empresa KOHLBACH S/A (integrante do grupo econômico de fato caracterizado pela fiscalização) do inteiro teor da notificação fiscal e respectivos anexos, reabrindo prazo para interposição da impugnação. Por todo o exposto, estando a Decisão recorrida em dissonância com os dispositivos constitucionais/legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO E ANULAR A DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, considerando tempestiva a impugnação da contribuinte KCEL MOTORES E FIOS LTDAL., devendo ser conhecida e analisada a integralidade das alegações de defesa, bem como determinando a cientificação da empresa KOHLBACH S/A do inteiro teor da notificação fiscal, reabrindo prazo para interposição da impugnação, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 564DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OL
score : 1.0
Numero do processo: 11020.000443/2010-69
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2803-000.145
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em converter o julgamento em diligência para que seja realizada informação fiscal onde se demonstre a atividade preponderante da empresa, por competência, declinando o número total de segurados e suas respectivas atividades, nos termos do voto do(a) redator(a) designado Oseas Coimbra Junior. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Amilcar Barca Teixeira Junior, Natanael Vieira dos Santos e Gustavo Vettorato. .
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
assinado digitalmente
Oseas Coimbra Junior Redator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior. André Luis Marsico Lombardi e Natanael Vieira dos Santos.
Relatório
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201211
turma_s : Terceira Turma Especial da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
numero_processo_s : 11020.000443/2010-69
anomes_publicacao_s : 201304
conteudo_id_s : 5223416
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 22 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 2803-000.145
nome_arquivo_s : Decisao_11020000443201069.PDF
ano_publicacao_s : 2013
nome_relator_s : AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 11020000443201069_5223416.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em converter o julgamento em diligência para que seja realizada informação fiscal onde se demonstre a atividade preponderante da empresa, por competência, declinando o número total de segurados e suas respectivas atividades, nos termos do voto do(a) redator(a) designado Oseas Coimbra Junior. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Amilcar Barca Teixeira Junior, Natanael Vieira dos Santos e Gustavo Vettorato. . assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator assinado digitalmente Oseas Coimbra Junior Redator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior. André Luis Marsico Lombardi e Natanael Vieira dos Santos. Relatório
dt_sessao_tdt : Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
id : 4576797
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:18 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575819345920
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1753; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 2 1 1 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.000443/201069 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2803000.145 – 3ª Turma Especial Data 20 de novembro de 2012 Assunto Diligência Recorrente SINDICATO TRABS INDS MET MEC MAT ELET CX Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em converter o julgamento em diligência para que seja realizada informação fiscal onde se demonstre a atividade preponderante da empresa, por competência, declinando o número total de segurados e suas respectivas atividades, nos termos do voto do(a) redator(a) designado Oseas Coimbra Junior. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Amilcar Barca Teixeira Junior, Natanael Vieira dos Santos e Gustavo Vettorato. . assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator assinado digitalmente Oseas Coimbra Junior – Redator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior. André Luis Marsico Lombardi e Natanael Vieira dos Santos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 20 .0 00 44 3/ 20 10 -6 9 Fl. 326DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assi nado digitalmente em 16/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR Processo nº 11020.000443/201069 Resolução nº 2803000.145 S2TE03 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, correspondente às contribuições destinadas à Seguridade Social a cargo da empresa, inclusive as contribuições destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), incidentes sobre a remuneração paga aos segurados empregados, nas competências de 06/2007 a 11/2009. A DecisãoNotificação conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o auto lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: Ao indeferir a prova pericial os julgadores de primeiro grau laboraram contra a ampla defesa e contra o devido processo legal, maculando sua decisão com a pecha da nulidade, que se requer seja reconhecida por este Conselho julgador. A discussão de mérito há de ser iniciada pela alegação de inconstitucionalidade das contribuições para o SAT que foram refutadas pela decisão de primeiro grau por entenderem que não há como julgar, no âmbito do processo administrativo, as questões constitucionais que envolvem a matéria em discussão. A questão de enquadramento da atividade do contribuinte para fins do SAT parte da atividade preponderante. Ainda que seja mantida a autuação fiscal, devem ser extirpados do lançamento em epígrafe os valores relativos à multa. Diante do exposto e contando com os doutos suplementos de V. Sas, requer seja o presente recurso recebido e ao final provido para julgar improcedente o lançamento consistente do Auto de Infração nº 37.238.7365, com a desconstituição do lançamento tributário que lhe é decorrente, posto que os argumentos acima apresentados evidenciam a improcedência do mesmo. Não foram apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 327DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assi nado digitalmente em 16/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR Processo nº 11020.000443/201069 Resolução nº 2803000.145 S2TE03 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Oséas Coimbra Das peças acostadas, emerge a necessidade de adicionais esclarecimentos para a correta definição do enquadramento na alíquota referente ao RAT, senão vejamos. O Relatório fiscal apenas afirma que “Os sindicatos e associações de trabalhadores assalariados ou profissionais centradas principalmente na representação e defesa de seus interesses trabalhistas, a exempla, da autuada, a partir de 06/2007 passaram a ser enquadradas no CNAE Fiscal 2.0 94201/00 ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÕES SINDICAIS. cujo percentual de RAT é de 3% (...)” e, passo seguinte, lança a diferença entre o recolhido 1% e o que entende devido 3%, o que representa num lançamento de 2%. Seguindo, o contribuinte alega em sua peça recursal que sua atividade preponderante seria a que consta da tabela CNAE 8630503, uma vez que, do universo de 100 (cem) empregados, 15(quinze) exercem atividade sindical e 32(trinta e dois) atuam na área de saúde – médicos e odontólogos. Assim sendo, devem os autos ser baixados em diligência para que seja realizada informação fiscal onde se demonstre a atividade preponderante da empresa, por competência, declinando o número total de segurados e suas respectivas atividades. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que seja realizada informação fiscal onde se demonstre a atividade preponderante da empresa, por competência, declinando o número total de segurados e suas respectivas atividades. assinado digitalmente Oséas Coimbra Redator. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 22/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assi nado digitalmente em 16/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10384.003933/2003-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: REGIMES ADUANEIROS
Data do fato gerador: 24/11/1997
DRAWBACK SUSPENSÃO. BASE DE CÁLCULO OBTIDA A PARTIR DE INFORMAÇÃO ERRÔNEA DO PESO DOS PRODUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO ADIMPLEMENTO.
Constatado erro na formação da base de cálculo, em virtude de que os pesos dos produtos compromissados por exportar foram informados erroneamente no formulário “Pedido de Drawback”, impossibilitada fica a análise do adimplemento do regime sem modificar os critérios de formação da base de cálculo tendo como resultado a insubsistência do lançamento.
Numero da decisão: 3201-000.616
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, vencido o Conselheiro Luis Eduardo Garrossino Barbieri em dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201102
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 24/11/1997 DRAWBACK SUSPENSÃO. BASE DE CÁLCULO OBTIDA A PARTIR DE INFORMAÇÃO ERRÔNEA DO PESO DOS PRODUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO ADIMPLEMENTO. Constatado erro na formação da base de cálculo, em virtude de que os pesos dos produtos compromissados por exportar foram informados erroneamente no formulário “Pedido de Drawback”, impossibilitada fica a análise do adimplemento do regime sem modificar os critérios de formação da base de cálculo tendo como resultado a insubsistência do lançamento.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10384.003933/2003-04
conteudo_id_s : 5236224
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 23 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-000.616
nome_arquivo_s : Decisao_10384003933200304.pdf
nome_relator_s : MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10384003933200304_5236224.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, vencido o Conselheiro Luis Eduardo Garrossino Barbieri em dar provimento ao recurso voluntário.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 02 00:00:00 UTC 2011
id : 4597548
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:56 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575834025984
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1633; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 132 1 131 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10384.003933/200304 Recurso nº 807.463 Voluntário Acórdão nº 3201000.616 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 02 de fevereiro de 2011 Matéria II DRAWBACK Recorrente CURTUME EUROPA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 24/11/1997 DRAWBACK SUSPENSÃO. BASE DE CÁLCULO OBTIDA A PARTIR DE INFORMAÇÃO ERRÔNEA DO PESO DOS PRODUTOS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DO ADIMPLEMENTO. Constatado erro na formação da base de cálculo, em virtude de que os pesos dos produtos compromissados por exportar foram informados erroneamente no formulário “Pedido de Drawback”, impossibilitada fica a análise do adimplemento do regime sem modificar os critérios de formação da base de cálculo, tendo como resultado a insubsistência do lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, vencido o Conselheiro Luis Eduardo Garrossino Barbieri em dar provimento ao recurso voluntário. JUDITH DO AMARAL MARCONDES ARMANDO Presidente MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA Relator Relator Fl. 1DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 133 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: Mércia Helena Trajano D'Amorim, Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Daniel Mariz Gudino e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Esteve presente a Procuradora da Fazenda Nacional. Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância por entender que o mesmo resume bem os fatos dos autos até aquele momento processual: Tratase de lançamento do Imposto sobre as. Importações — II e do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acrescido dos juros de mora previstos no art. 61, § 3°, da lei n. 9.430/96, bem como das multas de oficio capituladas, respectivamente, no art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96, e no art. 80, inciso I, da Lei n° 4.502/64, com a redação dada pelo art. 45 da Lei n° 9.430196. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal de fls. 10/17, integrante do Auto de Infração de fls. 02/18, o lançamento foi motivado pelo inadimplemento parcial do compromisso de exportar relativo ao Ato Concessório de Drawback suspensão n° 004497/0000768, emitido em 14/11/1997, através do qual a autuada fora autorizada a importar diferentes insumos (discriminados às fls. 12) que deveriam ser utilizados na produção e exportação de 13.700 unidades de couros bovinos curtidos ao cromo úmidos wetblue e semiacabados crust, tamanhos/seleção diversos, com peso liquido total de 317.700 Kg, peso este que, mediante o aditivo n° 0044 98/0000817, de 13/05/1998, foi alterado para 234.100 Kg. Não obstante, analisando as exportações apresentadas pela empresa como comprobatórias da observação do regime, observou a autoridade fiscal que todas essas exportações contemplavam apenas couros bovinos curtidos ao cromo úmidos wetblue, nos exatos quantitativos compromissados no ato. concessário de drawback (234.100 Kg — nos termos do aditivo ri" 004498/0000817, de,13/05/1998), não tendo havido, no entanto, nenhuma exportação de couros bovinos tipo crust. Assim, e de posse dos laudos técnicos de produção fornecidos pelo próprio sujeito passivo (fls. 32/38), a autoridade fiscal lavrou os presentes autos de infração, os quais correspondem à exigência do II e do IPI incidentes sobre os insumos importados Fl. 2DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 134 3 que deveriam haver sido utilizados na industrialização dos couros bovinos tipo crus? (não exportados), quais sejam: 1.120 Kg de Aduvax ASA, 1.120 Kg de Aduvax POT.e"1.120 Kg de Aduvax PHS. Os cálculos correspondentes aos lançamentos 'em tela estão discriminados às fls. 14/15 dos autos. Da impugnação Cientificada do lançamento em 18/12/2003 (vide fls. 02 e 18), a recorrente insurgiuse contra a exigência, tendo apresentado, em 16/01/2004, a impugnação de fls. 43/56, onde, após fazer uma breve descrição dos fatos, apresenta argumentos os quais, entende, demonstrariam a improcedência da exigência formalizada pelo Fisco. Primeiramente, alega que a empresa exportou a quantidade efetiva de produtos compromissada no ato concessório, e que apresentara laudo técnico demonstrando que cada substância teria sido utilizada nos processos de industrialização. Aduz também que “[...] no Pedido de DRAWBACK se compromete a beneficiar o peso liquido de couro e exportar unidades de couros bovinos curtidos ao cromo úmido Wel Blue e nas Guias de Comprovação de Drawback comprovou o compromisso". Ressalta que teria havido equívoco da autoridade lançadora, a qual, "ao analisar o documento "Pedido de Drawback" entendeu que a empresa se comprometeu a exportar peso líquido". Argúi que, no campo reservado ao peso líquido no formulário Pedido de Drawback, interpretara que deveria ter sido informado o peso da matéria bruta a ser industrializada. Ressalta que, depois do processo de beneficiamento, o produto industrializado passa a ter peso inferior ao da matéria in natura. Argumenta ainda que o laudo técnico consolidado seria suficiente para demonstrar que todo o insuflo importado fora utilizado no processo produtivo, e que, quanto aos dados consubstanciados no Pedido de Drawback, deveria prevalecer a interpretação mais favorável ao contribuinte. Ressalta que os demais termos dos "Atos Concessórios" teriam sido cumpridos, "[...] principalmente no que pertine às datas de cumprimento, constatandose tal assertiva, com a simples análise dos aludidos autos e ratificados pelos próprios fiscais nos respectivos Termos de Verificação Fiscal, encontrandose, Fl. 3DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 135 4 assim, a empresa ora autuada, albergada pelo art. 340, parágrafo único do Decreto 4.543/02 [...]”, o qual trata do prazo de vigência do regime de drawback. Questiona o fato de a autoridade lançadora não haver consultado técnico habilitado a fim de “[...] averiguar se o peso que entende ser o peso final do couro industrializado poderia ser resultado das quantidades de substâncias importadas. Faz afirmações sem respaldo técnico científico necessário". Baseada em respeitável doutrina, a impugnante propugna pela observação dos princípios da verdade material e do dever de investigação, obrigatórios por força do art. 142 do CTN. Defende que a administração, ao cobrar tributos sobre cujos fatos geradores não possuiria prova, teria incorrido em nulidade por ofensa aos princípios da verdade material, do dever de investigação e da legalidade objetiva. Propugna, ainda, pela aplicação do art. 112, inciso 11, do CTN, defendendo a interpretação mais favorável ao contribuinte relativamente ao pedido de drawback em vista do alegado equivoco perpetrado quando do preenchimento inadequado do campo "peso liquido". Com base nos fundamentos acima elencados, requer: a) seja julgado improcedente o lançamento, em vista da prescrição, uma vez que o crédito teria sido formalizado depois de cinco anos da data do desembaraço aduaneiro; b) no mérito, seja julgado improcedente o auto de infração, e; c) que, "antes do julgamento, seja aberta instrução probatória, marcandose audiência para oitiva do Engenheiro Químico da empresa que efetuou os laudos [...]”. A decisão recorrida manteve o lançamento impugnado, afastando os argumentos trazidos pelo contribuinte, ora recorrente. Adotando a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 24/11/1997 LANÇAMENTO. OBSERVAÇÃO DOS REQUISITOS LEGAIS. AUSÊNCIA DE NULIDADE. Fl. 4DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 136 5 É legítimo o ato administrativo do lançamento que tenha observado plenamente os requisitos necessários à sua validade. DRAWBACK SUSPENSÃO. INADIMPLEMENTO DO REGIME. CONSTITUIÇÃO DO CREDITO TRIBUTÁRIO. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFICIO. SUJEITO A PRAZO DECADENCIAL, E NÃO PRESCRICIONAL. TERMO DE RESPONSABILIDADE FIRMADO NO ÂMBITO DO DRAWBACK. FALTA DOS REQUISITOS MINIMAMENTE NECESSÁRIOS À CARACTERIZAÇÃO DE UM LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO. IMPRÓPRIA COMPARAÇÃO COM A DCTF. A formalização de termo de responsabilidade no regime aduaneiro especial de drawback não tem o condão de constituir crédito tributário, posto que, diante das informações nele contidas, demonstra tratarse dito documento de mero termo de compromisso, que não traz as mínimas informações indispensáveis e necessárias à materialização de um lançamento por declaração, mesmo se associado às declarações de importação em que houve importação de insumos com suspensão tributária. É inapropriada a comparação do procedimento relacionado ao termo de responsabilidade firmado no drawback suspensão com a DCTF, posto que no primeiro, por estarse diante de evento futuro e incerto – adimplemento ou não do regime , nada se diz sobre eventuais créditos devidos; diferentemente, a DCTF representa confissão de créditos tributários devidos, líquidos e certos, passíveis de inscrição na divida ativa da União. As importações vinculadas ao drawback suspensão são declaradas como isentas, sob condição resolutória, existindo inúmeras causas que podem redundar no inadimplemento ou no adimplemento apenas parcial do regime, as quais necessitam estar fundamentadas em auto de infração, sob pena de cerceamento ao direito de defesa do beneficiário do regime. Nos tributos incidentes sobre a importação, mesmo diante do regime aduaneiro especial de drawback, o lançamento é por homologação. A insuficiência ou inexistência do necessário pagamento pelo adimplemento parcial ou inadimplemento do regime requer que o crédito tributário seja constituído através de lançamento de oficio, com lavratura de auto de infração, sujeito, portanto, a prazo decadencial, e não prescricional. DRAWBACK SUSPENSÃO. PRAZO DECADENC1AL. O prazo decadencial para o lançamento de oficio decorrente do descumprimento dos requisitos inerentes ao drawback suspensão será determinado com base na regra de que trata o art. 173, inciso I, do CTN. A contagem do referido prazo deverá se dar a partir do trigésimo dia subseqüente ao do vencimento do prazo estabelecido, no respectivo ato concessório, para o cumprimento das obrigações assumidas pelo beneficiário. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 137 6 PEDIDO DE PERECIA NÃO FORMULADO. Considerarseá não formulado o pedido de perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16 do Decreto n° 70.235/72. Não obstante, tais pedidos serão indeferidos quando os elementos que integram os autos demonstrarem ser suficientes para a plena formação de convicção e o conseqüente julgamento do feito. PEDIDO DE OITIVA DE TESTEMUNHAS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Quer nas regras de que trata o processo administrativo fiscal, quer na legislação complementar que regula o assunto, não há previsão legal que autorize a aceitação de pedido de oitiva de testemunhas na primeira instância do julgamento do contencioso administrativo fiscal. Nesta instância, a manifestação no processo administrativo fiscal se dá somente por escrito. ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 24/11/1997 DRAWBACK SUSPENSÃO. INSUMOS IMPORTADOS VINCULADOS AO REGIME. INEXISTÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE SUA UTILIZAÇÃO NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE MERCADORIAS QUE DEVERIAM HAVER SIDO EXPORTADAS. EXIGÊNCIA DOS TRIBUTOS INCIDENTES NA IMPORTAÇÃO. Caso não demonstrada a utilização de insumos importados sob os auspícios do drawback suspensão na industrialização de mercadoria que deveria ter sido exportada sob os auspícios do regime, cabível a exigência integral dos tributos incidentes na importação dos mesmos. Lançamento Procedente em Parte O contribuinte, restando inconformado com a decisão de primeira instância, apresentou recurso voluntário no qual ratifica e reforça os argumentos trazidos em sua peça de impugnação. Os autos foram enviados ao antigo Terceiro Conselho de Contribuintes e fui designado como relator do presente recurso voluntário, na forma regimental. Tendo sido criado o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pela Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008, e mantida a competência deste Conselheiro para atuar como relator no julgamento deste processo, na forma da Portaria nº 41, de 15 de fevereiro de 2009, requisitei a inclusão em pauta para julgamento deste recurso. É o Relatório. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 138 7 Voto Conselheiro MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA Relator, O recurso é tempestivo e atende aos requisitos legais, portanto, dele tomo conhecimento. Há preliminares a examinar, contudo, forte no disposto no parágrafo terceiro do artigo 59, do Decreto nº 70.235/72, passo ao exame do mérito do recurso interposto. No presente, o lançamento não se baseou na melhor técnica, ao aplicar a regra de três, a partir dos laudos técnicos apresentados. Ressalto que comungo do mesmo raciocínio desenvolvido pelo Conselheiro Corintho Oliveira Machado, no processo de n° 10384.003319/200334, recurso voluntário de n° 138.945 e pela Conselheira Mércia Helena Trajano D’Amorim, no processo de n° 10.384.003335/200327, recurso voluntário de n° 139.417, ambos da mesma empresa, guardadas as devidas proporções. Nas palavras do ilustre Conselheiro Corintho Oliveira Machado, nos autos do processo acima mencionado: “O cerne da questão em comento, como se vislumbra da leitura do relatório supra, está centrado na verificação se houve, de fato, descumprimento dos requisitos necessários ao gozo do drawback suspensão. Nesse ínterim, é necessária a análise de duas questões relativas ao lançamento tributário: a) diante do fato dos quantitativos compromissados por exportar, dispostos no ato concessório sub examine, estarem expressos em quilogramas e em quantidades unitárias, examinar, primeiramente, qual a grandeza adequada ao aferimento do adimplemento dos compromissos firmados pela interessada; b) superado o problema disposto acima, aferir se houve ou não o adimplemento do regime e, sendo o caso, efetuar os cálculos dos tributos devidos para verificar se os mesmos equivalem ao crédito tributário lançado pela autoridade administrativa.” Nos presentes autos, também não foram individualizados os quantitativos de couros tipo wetblue ou crust compromissados a exportar, pois no Pedido de Drawbaqck somente consta o compromisso de exportar 13.700 unidades, com peso líquido total de 317.000 Kg, de “COUROS BOVINOS CURTIDOS AO CROMO ÚMIDOS WETBLUE E SEMI ACABADOS ‘CRUST’ TAMANHOS/SELEÇÃO DIVERSOS” (fls. 20 dos presentes autos). Os laudos consolidados trazidos pelo contribuinte em sua peça de impugnação demonstram acima de qualquer dúvida razoável o equívoco cometido pela recorrente ao informar, no campo 20 do ato concessório, não o peso do produto final, mas o peso bruto correspondente às Fl. 7DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 139 8 unidades de couros compromissadas antes do seu processamento industrial, uma vez que foi com base no peso bruto dos couros que foram levantados os quantitativos dos insumos que seriam utilizados no tratamento industrial. Segue o ilustre Conselheiro Corintho, em seu voto, que adoto como parte de minhas razões para decidir o presente feito: Esse equívoco, a meu ver, não pode justificar a metodologia de cálculo do crédito tributário adotada pela autoridade fiscal, até porque o produto resultante do tratamento industrial não é comercializado em unidades de peso (como o quilograma), mas em quantidades unitárias ou em unidades de área (como o metro quadrado). Tudo isso é corroborado ainda pelo fato do valor que a beneficiária se comprometera a exportar ter sido levantado com base nos preços unitários de cada couro (e não em seu peso), o que se constata diante da análise dos campos 23 e 24 do formulário Pedido de Drawback (fls. 24), reproduzidos na tabela acima. A questão acima tratada foi confirmada pela própria autoridade lançadora, a qual, no Termo de Verificação Fiscal (fls. 14), assevera o seguinte: A partir dos laudos analisados no subitem 2.2, verificamos que a utilização dos produtos químicos guardam (sic) relação direta com o peso dos produtos, embora essa não seja a unidade de comercialização. (grifo nosso).” No presente caso, somente se alteram as referências às folhas dos autos, já que os campos 23 e 24 do Pedido de Drawback aqui estão às fls. 20 e a citação do Termo de Verificação está às fls. 14. Assim, VOTO por conhecer do recurso para darlhe integral provimento e tornar insubsistente o Auto de Infração. MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA Relator Fl. 8DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN Processo nº 10384.003933/200304 Acórdão n.º 3201000.616 S3C2T1 Fl. 140 9 Fl. 9DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/ 2011 por MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 por JUDITH DO AMARAL MARCONDE S ARMAN
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002386/2006-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA - CPMF
Período de apuração: 19/06/2002 a 29/12/2004
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
O prazo decadencial para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social é de cinco anos, consoante Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991.
Aplica-se, ainda, a regra do artigo 173, inciso I do CTN, quando não houver pagamento, entendimento jurisprudencial no Recurso Especial 973.733/SC, na sistemática de Recurso Repetitivo.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-000.698
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: CPMF - ação fiscal- (insuf. na puração e recolhimento)
Nome do relator: MÉRCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : CPMF - ação fiscal- (insuf. na puração e recolhimento)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201106
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA - CPMF Período de apuração: 19/06/2002 a 29/12/2004 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O prazo decadencial para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social é de cinco anos, consoante Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991. Aplica-se, ainda, a regra do artigo 173, inciso I do CTN, quando não houver pagamento, entendimento jurisprudencial no Recurso Especial 973.733/SC, na sistemática de Recurso Repetitivo. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 19515.002386/2006-16
conteudo_id_s : 5236696
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Dec 18 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-000.698
nome_arquivo_s : Decisao_19515002386200616.pdf
nome_relator_s : MÉRCIA HELENA TRAJANO D'AMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 19515002386200616_5236696.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 01 00:00:00 UTC 2011
id : 4599219
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:02:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575839268864
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1691; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 360 1 359 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002386/200616 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201000.698 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de junho de 2011 Matéria CPMF Recorrente RHODIA POLIAMIDA E ESPECIALIDADES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA CPMF Período de apuração: 19/06/2002 a 29/12/2004 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O prazo decadencial para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social é de cinco anos, consoante Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal, que declarou inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991. Aplicase, ainda, a regra do artigo 173, inciso I do CTN, quando não houver pagamento, entendimento jurisprudencial no Recurso Especial 973.733/SC, na sistemática de Recurso Repetitivo. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Judith do Amaral Marcondes Armando Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. EDITADO EM: 06/07/2011 Fl. 0DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luis Eduardo Garrosssino Barbieri, Daniel Mariz Gudino Relatório O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF, formalizada no auto de infração de fls. 250/253. O feito, relativo a fatos geradores ocorridos em dezembro de 2000, constituiu crédito tributário no montante de R$ 1.483.561,56, incluídos principal e juros de mora. Não houve imposição de multa de ofício. No TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL, presente às fls. 247/248, a autoridade autuante assim contextualiza os fatos que motivaram a autuação: [...] Atendendo à intimação (...), a empresa apresentou, juntamente com sua resposta datada de 22/05/03, cópia xerox do Mandado de Segurança Preventivo com Pedido de Concessão de Liminar, de nº 2000.61.00.0479525, impetrado pela Rhodia Poliamida Ltda, denominação, à época, da RhodiaSter Fipack Ltda. e atualmente Rhodia Poliamida de Especialidades Ltda. Através de esclarecimentos e da documentação apresentados pela Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda., no curso desta ação fiscal, e que fazem parte dos autos, verificamos que a RhodiaSter Fipack Ltda. obteve os empréstimos, mencionados abaixo, da sua matriz Rhodia SA, domiciliada na França: Valor Data Valor Valor US$ Empréstimo US$ R$ 90.000.000,00 11/03/1999 7.000.000,00 13.130.600,00 (3 parcelas) 11/03/1999 5.000.000,00 9.365.000,00 11/03/1999 78.000.000,00 145.887.300,00 62.000.000,00 12/05/1999 62.000.000,00 102.834.900,04 Em 09/12/1999 a RhodiaSter Fipack Ltda. pagou à Rhodia SA parte do empréstimo, obtido em 11/03/1999, no valor de U$$ 25.000.000,00, correspondente a R$ 46.661.750,00, restando um saldo a pagar de US$ 65.000.000,00. A mutuária foi cindida e as obrigações correspondentes aos saldos dos valores destes empréstimos – US$ 65.000.000,00 e US$ 62.000.000,00 foram vertidas para a nova empresa – Fl. 1DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 19515.002386/200616 Acórdão n.º 3201000.698 S3C2T1 Fl. 361 3 RhodiaSter Fibras e Resinas Ltda – CNPJ 01.651.102/000130, do mesmo grupo financeiro da fiscalizada, em 28/12/2000 e 07/12/2000, respectivamente, e as importâncias transferidas através de contratos de câmbio. Para evitar que sobre essas transferências a empresa fosse compelida ao recolhimento da CPMF Rhodia Poliamida Ltda. denominação, à época, da RhodiaSter Fipack Ltda., moveu a ação judicial representada pelo referido mandado de segurança e obteve a liminar solicitada em 01.12.2000. Em 28.02.2005, o Juiz Federal julgou improcedente a ação, denegou a sentença e cassou a liminar concedida – essa sentença foi publicada no Diário Oficial da União em 07.03.2006, conforme cópia xerox dessa publicação apresentada pela empresa. Em 10.04.2006, o juiz acolheu o depósito efetuado pela impetrante em 06/04/2006 (efetuado dentro do prazo estabelecido pelo art. 63 – parágrafo 2º da Lei 9.430/96, para a não incidência da multa de mora), no valor de R$ 1.450.000,00, e também declarou a suspensão da exigibilidade da CPMF em discussão, até esse montante depositado, conforme documentação apresentada através da correspondência datada de 06.06.2006. Conforme planilha elaborada por nós – Empréstimos Cálculo da CPMF e Juros (fl. 249), que faz parte do presente termo, verificamos que o valor do referido depósito judicial, efetuado pela empresa, integra os valores totais da CPMF em discussão e dos Juros calculados com base na taxa SELIC. Com a finalidade de prevenir a decadência, estamos procedendo à lavratura de auto de infração relativo à CPMF em discussão e dos respectivos juros, com suspensão da sua exigibilidade, junto à Rhodia Poliamida e Especialidades Ltda., atual denominação da Rhodia Poliamida Ltda. [...] Cientificada da exigência em 31/10/2006, em 30/11/2006, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 258/272. Na peça de defesa, inicialmente detalha os fatos que levaram à autuação: a existência de empréstimos contraídos no exterior, a cisão da mutuária e a transmissão das obrigações para a empresa que resultou da cisão e a necessidade da realização de contratos simultâneos de câmbio, formalizados junto ao Banco Central para a regularização do nome do devedor do empréstimo externo. Cita ainda a evolução do Mandado de Segurança nº 2000.61.00.0479525, pelo qual pleiteia verse livre da incidência da CPMF na celebração dos contratos simultâneos de câmbio em comento. À fl. 263/264, a defesa assenta que a impugnação visa a tratar de causas jurídicas autônomas e independentes das questões debatidas no âmbito de Poder Judiciário. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 4 Nesse pressuposto, alega a improcedência do lançamento por desrespeito ao prazo decadencial. Isto porque, alega, por se tratar a CPMF de tributo sujeito a lançamento por homologação, nos termos do art. 150, §4º do Código Tributário Nacional, à data da lavratura do auto de infração, estaria expirado o direito de a Fazenda Pública promover a constituição do crédito tributário cujos fatos geradores ocorreram em dezembro de 2000, pelo transcurso do prazo de cinco anos contados dos fatos geradores. Argumenta não ser possível a aplicação do art. 173 do CTN que regeria exclusivamente os casos de tributos lançados de ofício o por declaração. Adverte ainda ser inconstitucional a contagem do prazo decadencial nos termos do art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991, por ofensa ao art. 146, III, da Constituição Federal, de 1988. Na seqüência, a interessada contesta o acréscimo dos juros de mora no lançamento argumentando que o crédito tributário estaria garantido por depósito judicial efetuado em seu montante integral.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/CPS no 0521.953, de 19/05/2008, proferida pelos membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO OU TRANSMISSÃO DE VALORES E DE CRÉDITOS E DIREITOS DE NATUREZA FINANCEIRA CPMF Período de apuração: 19/06/2002 a 29/12/2004 DECADÊNCIA. CPMF. PRAZO. O prazo decadencial da CPMF é de dez anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte em que o crédito poderia ter sido constituído. CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXIGIBILIDADE SUSPENSA DEPÓSITO JUDICIAL JUROS MORATÓRIOS. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante de sua falta. Lançamento Procedente.” O julgamento foi no sentido de considerar procedente o lançamento, para manter o crédito tributário exigido mediante Auto de Infração. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário, tempestivamente, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória, ressaltando o afastamento dos juros moratórios sobre o crédito tributário, bem como em sede, de memorial, que é importante o reconhecimento da inaplicabilidade do art. 45 da Lei de n° 8.212/91, tendo em vista a Súmula Vinculante de n°8. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 19515.002386/200616 Acórdão n.º 3201000.698 S3C2T1 Fl. 362 5 Voto Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Trata o presente processo de exigência fiscal relativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e Créditos e Direitos de Natureza Financeira – CPMF, formalizada no auto de infração de fls. 250/253, relativo a fatos geradores ocorridos em dezembro de 2000 (7 e 28/12/2000), constituiuse crédito tributário no montante de R$ 1.483.561,56, incluídos principal e juros de mora. Não houve imposição de multa de ofício. O respectivo Auto de Infração foi confeccionado, tendo em vista a exigibilidade suspensa por força do art. 151, inc. II do CTN. Passemos a análise da preliminar de decadência suscitada pela recorrente. Tratase da Súmula Vinculante nº 8, do STF, logo abaixo transcrita. Quanto à decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário relativo aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 14/06/2002, verificase que o prazo decadencial para constituição das contribuições destinadas a financiar a seguridade social foi disciplinado pelo artigo 45 da Lei nº 8.212, de 1991, que dispõe sobre a organização da Seguridade Social. Em 20/06/2008, foi publicada no Diário Oficial da União a Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal, com o seguinte teor: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. A Constituição Federal em seu art. 103A, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, prevê que o Supremo Tribunal Federal poderá aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ipsis litteris: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja Fl. 4DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 6 controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Por seu turno, o art. 2º da Lei nº 11.417, de 19 de dezembro de 2006, define os efeitos da edição de súmula vinculante nos seguintes termos: Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. Destarte, aplicase às contribuições sociais a regra de decadência da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), recepcionado pela Constituição Federal com força de lei complementar, prevista nos artigos 150, § 4º e 173. O Parecer PGFN/CAT no 1.617, de 2008, aprovado pelo Sr. Ministro de Estado da Fazenda em 18/08/2008, traz as orientações quanto à aplicação dos dispositivos acima transcritos: 38. É recorrente a fixação do dies a quo do prazo de decadência na data da ocorrência do fato gerador quando da antecipação do pagamento sem prévio exame da autoridade fiscal. Isto é, ainda que o recolhimento seja parcial, as diferenças são exigíveis, a partir do fato gerador da obrigação. Mas, e quando não se tem o pagamento antecipado? No Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 936380/SC, relatado pelo Ministro Castro Meira, matéria julgada em 19 de fevereiro de 2008, ementouse, como segue: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXAÇÃO SUJEITA A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. ARTIGOS 150, § 4º, E 173, I, DO CTN. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SÚMULA 7/STJ. 1. Se não houve pagamento antecipado pelo contribuinte, é cabível o lançamento direto substitutivo, previsto no artigo 149, V, do CTN, e o Fl. 5DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 19515.002386/200616 Acórdão n.º 3201000.698 S3C2T1 Fl. 363 7 prazo decadencial regese pela regra geral do artigo 173, I, do CTN. Precedentes”. 39. E ainda, no recurso especial 757922/SC, relatado pelo Ministro Teori Albino Zavascki, questão julgada em 11 de setembro de 2007, definiuse; “CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ARTIGO 45 DA LEI 8.212/91. OFENSA AO ART. 146, III, B, DA CONSTITUIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. TERMO INICIAL: (A) PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE AO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, SE NÃO HOUVE ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO (CTN, ART. 173, I); (B) FATO GERADOR, CASO TENHA OCORRIDO RECOLHIMENTO, AINDA QUE PARCIAL (CTN, ART. 150, § 4º). PRECEDENTES DA 1ª SEÇÃO. 1. "As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 1988, natureza tributária. Por isso mesmo, aplicase também a elas o disposto no art. 146, III, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos. Conseqüentemente, padece de inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas à Previdência Social" (Corte Especial, Argüição de Inconstitucionalidade no REsp nº 616348/MG) 2. O prazo decadencial para efetuar o lançamento do tributo é, em regra, o do art. 173, I, do CTN, segundo o qual "o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado". 3. Todavia, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação — que, segundo o art. 150 do CTN, "ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa" e "operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa" — , há regra específica. Relativamente a eles, ocorrendo o pagamento antecipado por parte do contribuinte, o prazo decadencial para o lançamento de eventuais diferenças é de cinco anos a contar do fato gerador, conforme estabelece o § 4º do art. 150 do CTN. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 8 Precedentes jurisprudenciais. 4. No caso, tratase de contribuição previdenciária, tributo sujeito a lançamento por homologação, e não houve qualquer antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 173, I, do CTN. 5. Recurso especial a que se nega provimento”. 40. Do que, então, emerge mais uma conclusão: o pagamento antecipado da contribuição (ainda que parcial) suscita a aplicação da regra especial, isto é, do § 4º do art. 150 do CTN,; a inexistência de pagamento justifica a utilização da regra do art. 173 do CTN, para efeitos de fixação do dies a quo dos prazos de caducidade, projetados nas contribuições previdenciárias. Isto é, no que se refere à contagem dos prazos de decadência. Tal concepção, em princípio, pode ser aplicada para todos os tributos federais, e não somente, para as contribuições previdenciárias. (...) 49. Lembrando que nem toda a Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, cuida somente de créditos tributários, e que, portanto, para efeitos daquela norma devese atentar à especificidade dos créditos, as observações aqui elencadas promovem síntese pontual, da forma que segue: a) A Súmula Vinculante nº 8 não admite leitura que suscite interpretação restritiva, no sentido de não se aplicar efetivamente o prazo de decadência previsto no Código Tributário Nacional; é o regime de prazos do CTN que deve prevalecer, em desfavor de quaisquer outras orientações normativas, a exemplo das regras fulminadas; (...) d) para fins de cômputo do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplicase a regra do art. . 173, inc. I do CTN, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; e) para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento antecipado, aplicase a regra do § 4º do art. 150 do CTN; f) para fins de cômputo do prazo de decadência, todas as vezes que comprovadas as hipóteses de dolo, fraude e simulação deve se aplicar o modelo do inciso I, do art. 173, do CTN; O auto de infração referese a fatos geradores ocorridos em dezembro de 2000, a sua ciência foi dada ao sujeito passivo em outubro de 2006. Destarte, aplicase às contribuições sociais a regra de decadência da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), recepcionado pela Constituição Federal com força de lei complementar, prevista nos artigos 150, § 4º e 173 abaixo transcritos: Fl. 7DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN Processo nº 19515.002386/200616 Acórdão n.º 3201000.698 S3C2T1 Fl. 364 9 Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. E, mais, este entendimento jurisprudencial em que se fundamenta este posicionamento foi recentemente firmado pelo STJ, quando a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, em 12/08/2009, ao analisar o Recurso Especial 973.733/SC, de Relatoria do Min. Luiz Fux, na sistemática dos Recursos Repetitivos (Art. 543C do CPC), definiu que no caso dos tributos sujeitos a lançamento por homologação o prazo decadencial é de cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado, nas hipóteses em que o contribuinte não declara, nem efetua o pagamento do tributo. Como não houve pagamento antecipado, aplicase a regra do art. 173, inc I do CTN, cuja contagem, começaria a partir de janeiro de 2001, cujo prazo final da fiscalização para lançar seria até 31/dezembro de 2005. Como já ressaltado, o sujeito passivo teve ciência do auto de infração em 10/2006. Concluindo pois, os fatos geradores lançados foram atingidos pela decadência. Dessa forma, voto por dar provimento ao presente recurso voluntário, tendo em vista, aplicação da Súmula Vinculante de n° 8 do STF, já que a Fazenda Pública não pode exigir contribuições sociais com o aproveitamento do prazo de 10 anos previstos nos dispositivos dos arts. 45 e 46 da Lei de n ° 8.212/91, declarados inconstitucionais, bem como aplicação da regra do artigo 173, inciso I do CTN, quando não houver pagamento, Fl. 8DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN 10 entendimento jurisprudencial no Recurso Especial 973.733/SC, na sistemática de Recurso Repetitivo. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 9DF CARF MF Impresso em 07/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 0 6/07/2011 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por JUDITH DO AMARA L MARCONDES ARMAN
score : 1.0
Numero do processo: 10880.012215/2001-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Ano-calendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.409
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201203
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Ano-calendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 10880.012215/2001-58
conteudo_id_s : 5227348
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2013
numero_decisao_s : 3102-001.409
nome_arquivo_s : Decisao_10880012215200158.pdf
nome_relator_s : WINDERLEY MORAIS PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10880012215200158_5227348.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2012
id : 4578273
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575886454784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1424; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 1 1 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.012215/200158 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 310201.409 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 21 de março de 2012 Matéria IPI Recorrente COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE CANADEAÇÚCAR, AÇÚCAR E ÁLCOOL DO ESTADO DE SÃO PAULO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da primeira instância, que passo a transcrever, com as devidas adições. " Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 18/27 em virtude da apuração de falta de recolhimento do IPI de períodos entre janeiro e dezembro de 1997, exigindoselhe o crédito tributário no valor total de R$ 265.306,11.0 enquadramento legal encontrase as fls. 21 e 24. Cientificada, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1/6, na qual denunciou a arbitrariedade das autoridades responsáveis pelo lançamento, que deixaram de efetuar diligências para verificar, no período em questão, a existência de medida judicial suspensiva da exigibilidade do crédito tributário e optaram por lançar os valores, com a imposição de penalidade, por meio de peça fiscal genérica e imotivada, sem que a empresa fosse previamente intimada a apresentar documentos. Alegou que parte dos açúcares comercializados pela impugnante está abrangida pela Instrução Normativa SRF no 67, de 1998, que reconheceu serem isentas as saídas de determinados tipos de açúcar, no período de 06/07/1995 a 16/11/1997 (abrangendo todo o período objeto da autuação). Assim, sendo tal fato desconsiderado pelo auto de infração, ele é nulo. No que diz respeito aos demais açúcares, estaria a interessada amparada por liminares (posteriormente ratificadas por sentenças concessivas de segurança) nos autos dos Mandados de Segurança n° 96.00110018 e 97.00069729, o que implicaria na suspensão da ação fiscal e exclusão dos valores lançados a titulo de multa e juros, o que pleiteou nos termos da Lei n°9.430, de 1996, art. 63 e ADN CST n° 1/97. Em 27/06/2007, a impugnante apresentou o requerimento de fl. 173, acompanhado dos documentos de fls. 174/210, argumentando que, no período da autuação, ela dera saída apenas a açúcares a que se referem a Instrução Normativa, devendo ser cancelada a autuação. Encaminhado em diligência para se apurar os valores de IPI constantes do lançamento e que atendem ás condições da Instrução Normativa SRF n° 67, conforme despacho de fls. 221/222, o presente retornou com o despacho contido no "Termo de Encerramento de Diligencia Fiscal" de fls. 277/282. Nele, a fiscalização considerou como sujeito à referida Instrução Normativa apenas o açúcar refinado granulado — descrito pela Coopersucar como AC GR. Entendeu também que, apesar das saídas do açúcar denominado CRISTALÇUCAR conterem lançamento do IPI, ele não se enquadraria na Instrução Fl. 380DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 2 3 Normativa por "falta de literalidade", ou seja, não estar descrito como um dos tipos de açúcar previstos em Resolução do IAA citada na Instrução. Assim, os valores correspondentes as saídas, que atendem o disposto na Instrução Normativa, seriam aqueles indicados no quadro de fl. 282." A Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu pela procedência parcial da impugnação, cancelando a multa de ofício, mantendo o restante do lançamento. Entendendo não comprovado nos autos que a filial de n° 006896, estava contemplada nas ações judiciais impetradas. A decisão da DRJ foi assim ementada. “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 MEDIDA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. Cabe a impugnante fazer prova de que é beneficiária de medida judicial afastando a incidência de tributo. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXONERAÇÃO. Exonerase a multa de oficio imposta sobre diferença apurada em débito declarado na DCTF, tendo em vista a retroatividade benigna do art. 18 da Lei n° 10.833, de 2003, com a redação do art. 18 da Lei n° 11.488, de 2007. Lançamento Procedente em Parte” Cientificada da decisão, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando os argumentos já apresentados na impugnação. Reafirmando a existência da ação judicial que afastaria a incidência do tributo, inclusive para a filial de n° 006896. A embasar as alegações trouxe aos autos cópia da petição inicial, com anexo listando todos estabelecimentos abarcados pela ação judicial. É o Relatório. Voto Fl. 381DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O lançamento (fls. 18 a 27) que foi realizado em auditoria eletrônica de DCTF, teve origem na localização do Processo Judicial informado, a Recorrente trouxe aos autos na manifestação de inconformidade cópia de ações judiciais que confirmariam a existências dos processos judiciais em questão, entretanto, a decisão de primeira instância entendeu, que os lançamentos referentes a filial de n° 006896 não estariam amparados na decisão judicial. Posteriormente, quando da apresentação do Recurso Voluntário a Recorrente trouxe aos autos cópia do Processo Judicial, onde consta a lista de estabelecimentos amparados no pedido inicial da ação (fls. 353 a 357) e dentre eles consta o estabelecimento de n° 006896. Quanto à matéria, cabe ressaltar, que entendo não ser obrigação da discussão administrativa e suas instâncias a investigação sobre os detalhes da ação judicial e o que acarretaria quanto aos tributos suspensos, a decisão do poder judiciário. Tal atividade equivaleria a um procedimento de fiscalização o que não se coaduna com a atividade de julgamento. O Auto de Infração é justificado no fato do processo judicial, informado na DCTF, não ser localizado pelos Sistemas Informatizados da Receita Federal. O Processo Administrativo Fiscal, por obrigação, regese pelo principio da vinculação legal. O art. 10 do Decreto nº 70.235/72 determina as exigências para formalização do Auto de Infração. “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” O inciso IV, do art. 10 é claro ao exigir para a constituição do Auto de Infração a disposição legal infringida e a penalidade aplicável. O lançamento ora combatido, teve como base a não localização do Processo Judicial. Cientificado do lançamento a Recorrente trouxe cópia do Processo Judicial aos autos, confirmando a existência e procedência da Ação informada. Portanto é evidente a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos. Qualquer alterações promovida pela Unidade Preparadora ou na decisão a quo para justificar o lançamento não podem suprir as irregularidades praticadas quando da formalização da exigência fiscal. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 3 5 Diante do exposto voto no sentido de dar provimento ao Recurso para cancelar o lançamento. Winderley Morais Pereira Fl. 383DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.019097/2007-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 Ementa: PERMUTA DE BENS E DIREITOS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2102-001.909
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Fez a sustentação oral a Dra. Ana Cláudia Akie Utumi, advogada do recorrente, OAB-SP nº 138.911.
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201204
camara_s : Primeira Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 Ementa: PERMUTA DE BENS E DIREITOS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10680.019097/2007-51
conteudo_id_s : 5230149
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Sep 27 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2102-001.909
nome_arquivo_s : Decisao_10680019097200751.pdf
nome_relator_s : GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
nome_arquivo_pdf_s : 10680019097200751_5230149.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Fez a sustentação oral a Dra. Ana Cláudia Akie Utumi, advogada do recorrente, OAB-SP nº 138.911.
dt_sessao_tdt : Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2012
id : 4579156
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:00 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575903232000
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2657; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C1T2 Fl. 1 1 S2C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.019097/200751 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2102001.909 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 16 de abril de 2012 Matéria IRPF Recorrente Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 Ementa: PERMUTA DE BENS E DIREITOS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente Fl. 1DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Fez a sustentação oral a Dra. Ana Cláudia Akie Utumi, advogada do recorrente, OABSP nº 138.911. Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 30/04/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Em face do contribuinte WALFRIDO SILVINO DOS MARES GUIA NETO, CPF/MF nº 006.900.90668, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 28/11/2007, auto de infração (fls. 03 e seguintes), com ciência pessoal em 28/11/2007 (fl. 03). Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 1.894.507,50 MULTA DE OFÍCIO R$ 2.841.761,25 Fl. 2DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 2 3 Ao contribuinte foi imputada uma omissão de ganho de capital, no montante de R$ 12.630.050,00, com fato gerador ocorrido em 31/01/2002, conduta essa apenada com multa de ofício de 150%, com a seguinte motivação (fls. 08 a 18 – excertos do Termo de Verificação Fiscal): (...) 1.1. O contribuinte em epígrafe foi inicialmente selecionado para fiscalização, relativamente ao cumprimento de suas obrigações legais referentes ao imposto de renda pessoa física (IRPF) do anocalendário de 2002, em razão do fato de ter o mesmo realizado no mês de janeiro desse anocalendário operação com participações societárias, representada pela aquisição de quotas do capital social da empresa Samos Participações Ltda., CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor declarado de R$ 3.346.359,00, mediante entrega de ações da empresa Biobrás S/A, CNPJ 16.921.603/000166, as quais, segundo informado pelo fiscalizado no item 36 do quadro 8 ("Declaração de Bens e Direitos") de sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física referente ao mesmo anocalendário (DIRPF/2003 fls. 128 a 134), "... eram de propriedade do Sr. Walfrido dos Mares Guia Neto, por meio da holding Biopart Ltda., há mais de 15 anos ...". (...) 1.3.4. Tendo em vista constar do item IV da 1ª alteração do contrato social da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. (razão social alterada para Samos Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106 (registrada na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais em 27/03/2002, sob o número 31206462722), que a quotista NN Holding do Brasil Ltda., CNPJ 04.789.439/000104, detentora de 15.976.409 quotas do capital social da primeira empresa, no valor nominal de R$ 15.976.409,00, cedeu e transferiu para o contribuinte a totalidade de suas quotas, ao passo que este informa, no item 36 do Quadro 8 (Relação de Bens e Direitos) de sua DIRPF/2003, ter adquirido quotas da empresa Samos Participações Ltda. pelo valor de R$ 3.346.359,00; esclarecer e comprovar de que forma e em qual(is) data(s) foi paga à NN Holding do Brasil Ltda. a diferença entre o valor pelo qual as quotas da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. foram transferidas ao contribuinte — R$ 15.976.409,00, e o valor do custo de aquisição das quotas da mesma empresa informado em sua DIRPF/2003 — R$ 3.346.359,00, diferença esta equivalente a R$ 12.630.050,00. 1.4. Aos 22/10/2007, o contribuinte entregou o termo de resposta de fls. 24 a 28, no qual alega que: (...) 1.4.2. Inicialmente, era quotista da sociedade Biopart Ltda. (Biopart), empresa que detinha ações do capital social da Biobrás S/A (Biobrás); Fl. 3DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 1.4.3. Em 2001, foi realizada redução do capital social da Biopart (doc. de fls. 60 a 64), por meio da qual recebeu, como contrapartida do capital reduzido, participação no capital social da Biobrás, tornandose, portanto, seu acionista direto, detentor de 918.880 (novecentas e dezoito mil e oitocentas e oitenta) ações ordinárias nominativas e 80.492 (oitenta mil e quatrocentas e noventa e duas) ações preferenciais (fls. 69 a 77); 1.4.4. No ano seguinte, permutou com a empresa NN Holding do Brasil Ltda. (NN Holding) as ações da Biobrás de sua propriedade pela participação que a NN Holding detinha no capital social da Boroserra do Brasil Participações Ltda. (Boroserra); 1.4.5. Foi por meio de permuta com a NN Holding que passou a deter 15.976.409 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentas e nove) quotas da Boroserra (fls. 84 a 93); 1.4.6. Posteriormente, em 30 de abril de 2002, a empresa Boroserra teve sua razão social alterada para Samos Participações Ltda. (fls. 94 a 98); (...) 1.4.9. A permuta em questão não foi acrescida do pagamento de torna, isto é, tãosomente houve a troca de participações societárias, sem o pagamento em dinheiro; (...) 1.5. Ao que parece, com as alegações apresentadas no termo de resposta de fls. 24 a 28, pretende o contribuinte defender a tese (a qual se demonstrará não ser correta) de que, como a alienação das ações da Biobrás de sua propriedade à NN Holding se deu através de uma operação de permuta das referidas ações por quotas do capital social da Boroserra (atual Samos), possuídas pela NN Holding, sem recebimento de torna em dinheiro, o valor de alienação das ações da Biobrás, e o conseqüente custo de aquisição das quotas da Boroserra, seria igual ao valor (contábil) pelo qual a sociedade Biopart avaliou as ações da Biobrás entregues ao contribuinte a título de devolução de sua participação no capital dessa sociedade, de modo que não haveria ganho de capital tributável na comentada alienação de ações. (...) 1.13. Resta, portanto, verificar se o contribuinte auferiu ganho de capital, sujeito à incidência do imposto, na operação de permuta de participações societárias sob investigação. 1.14. Com base nos documentos trazidos ao procedimento fiscal pelo contribuinte, constatouse que, no ano de 2002 (e não de 2001, como alegado pelo fiscalizado no termo de resposta de fls. 24 a 28), através de alteração contratual datada de 21/01/2002, (averbada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas em 24/01/2002, sob número 23 do registro 56.805, no Livro A fls. 84 a 93), a Biopart Ltda. reduziu seu capital social de R$ 13.113.817,00 (treze milhões e cento e treze mil e oitocentos e Fl. 4DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 3 5 dezessete reais) para R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), com a conseqüente extinção de 11.113.817 (onze milhões e cento e treze mil e oitocentas e dezessete) quotas do valor unitário de R$ 1,00 (um real), mediante restituição aos sócios, na proporção de suas participações, do ativo representado por 3.319.081 (três milhões e dezenove mil e oitenta e uma) ações de emissão da Biobrás S/A, avaliadas pelo valor contábil de R$ 11.113.817,00 (onze milhões e cento e treze mil e oitocentos e dezessete reais), distribuindose tais valores entre os quotistas nas seguintes proporções: (...) 1.15. Constatouse, também que a Boroserra do Brasil Participações Ltda. foi constituída em 21/12/2001, nos termos do contrato social de fls.78 a 83, tendo como quotistas as sociedades NN Holding do Brasil Ltda., CNPJ 04.789.439/0001 04, e Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda. (Novo Nordisk), CNPJ 82.277.955/000155, as quais se comprometeram a integralizar em moeda corrente nacional, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data de constituição da sociedade, um capital social de R$ 15.976.410,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e dez reais), dividido em 15.976.410 (quinze milhões e novecentas e setenta e seis mil e quatrocentas e dez reais) quotas de valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada, assim distribuídas entre as quotistas: a) NN Holding do Brasil Ltda. com 15.976.409 quotas, no valor nominal total de R$ 15.976.409,00, e b) Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda. com 1 quota no valor nominal de R$ 1,00. 1.16. Constatouse ainda que, nos termos do item III da cláusula 1ª da 1ª alteração do contrato social da Boroserra, datada de 31/01/2002 (fls. 84 a 93), as quotistas NN Holding e Novo Nordisk consignaram que o capital social, no valor de R$ 15.976.410,00, representado por 15.976.410 quotas, fora por elas totalmente integralizado, em moeda corrente nacional. 1.17. E, como consignado no item IV da mesma cláusula mencionada acima, a quotista NN Holdinq cedeu e transferiu a totalidade de suas cotas, livres e desembaraçadas de qualquer ônus, dúvidas, dívidas, encargos ou gravames de qualquer natureza ao senhor Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto. (...) 1.24. Na situação em tela, verificase que, na data de 31/01/2002, o contribuinte permutou ações de emissão da Biobrás S/A avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359,00, por quotas da sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), no valor nominal total de R$ 15.976.409,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e nove reais). Fl. 5DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 1.25. As quotas da Boroserra transferidas para o contribuinte representavam a quase totalidade do capital da sociedade, este no valor de R$ 15.976.410,00, totalmente integralizado em moeda corrente nacional na data da permuta. Destacamos que a sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. fora constituída no mês anterior ao da permuta, em 21/12/2001. Tem se, portanto, que o ativo representativo do capital social da Boroserra era totalmente constituído por dinheiro em espécie. 1.26. Vemonos, então, diante do seguinte fato: o contribuinte alienou suas 999.372 ações (918.880 ordinárias e 80.492 preferenciais) da Biobrás S/A, avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359 — que consiste no custo de aquisição das ações, recebendo em permuta 15.976.409 quotas do capital social da Boroserra do Brasil Participações Ltda., avaliadas pelo valor total de R$ 15.976.409,00 — que consiste no preço efetivo da operação, isto é, o quanto a aquisição das ações da Biobrás S/A custou efetivamente para a sociedade NN Holding do Brasil Ltda. (...) 1.33. Assim sendo, verificase que o contribuinte auferiu um ganho de capital na alienação (mediante operação de permuta, das ações da Biobrás S/A que possuía),correspondente à diferença positiva entre o valor de alienação das ações —R$ 15.976.409,00 — e o respectivo custo de aquisição — R$ 3.346.359 (valor contábil),diferença esta equivalente a R$ 12.630.050,00 (doze milhões e seiscentos e trinta mil e cinqüenta reais). 1.34. Além disso, ao registrar, em sua DIRPF do anocalendário de 2002, a aquisição das quotas do capital da sociedade Samos Participações Ltda. (antiga Boroserra do Brasil Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor de R$ 3.346.359 (valor este correspondente ao custo de aquisição das ações da Biobrás dadas em permuta pelas mencionadas quotas), e não pelo preço efetivo da operação, R$ 15.976.409,00 (valor das quotas da Boroserra entregues ao contribuinte pela NN Holding), o contribuinte praticou conduta definida como sonegação no art. 71 da Lei n°. 4.502, de 30 de novembro de 1964, reproduzido abaixo, a qual evidencia seu intuito de fraudar a legislação tributária, impedindo que a autoridade fazendária tivesse conhecimento da ocorrência de ganho de capital na operação de permuta em foco: (...) 1.35. E, presente o evidente intuito de fraude, definido no artigo 71 da Lei n°. 4.502 de 1964, sobre o imposto de renda decorrente da apuração de ganho de capital na alienação de participação societária foi aplicada a multa de ofício qualificada, no percentual de 150% (cento e cinqüenta por cento), conforme previsto no inciso I combinado com o parágrafo 1°, ambos do art. 44 da Lei n°. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação dada pelo art. 14 da Medida Provisória n°. 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei n°. 11.488, de 15 de junho de 2007. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 4 7 1.36. E, havendo verificado a ocorrência de fatos que, em tese, configuram crime contra a ordem tributária, conforme definido nos artigos 1° e 2° da Lei n°. 8.137 de 27 de dezembro de 1990, cujo teor abaixo transcrevemos, formalizamos, mediante protocolização do processo administrativo n°. 10680.019098/200703 que deverá ser apensado ao processo através do qual foi constituído o crédito tributário a cabível representação fiscal para fins penais, nos moldes do Decreto n° 2.730, de 10 de agosto de 1998 e da Portaria SRF n.° 326, de 15 de março de 2005: (...) Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A 5ª Turma de Julgamento da DRJBelo Horizonte (MG), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 02 17.271, de 22 de fevereiro de 2008 (fls. 178 e seguintes). O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 14/03/2008 (fl. 185). Irresignado, interpôs recurso voluntário em 11/04/2008 (fl. 186). No voluntário, o recorrente alega, em síntese, que: I. a decisão recorrida é nula, por ofensa ao princípio da motivação dos atos administrativos, pois sequer rebateu a longa argumentação do impugnante, limitandose tãosomente a dizer que “legislação que rege a matéria não excetuou a permuta realizada pelo contribuinte para determinação do ganho de capital", sendo que sequer contra argumentou o tópico da impugnação relativo à exclusão de penalidade, juros e correção monetária, “no qual se evidenciou que o Recorrente agiu em conformidade com as normas complementares e não poderia ficar exposto à penalidades, juros moratórios, nem atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo, se interpretação diversa vier a ser adotada pelo Fisco”; II. a decadência fulminou o imposto lançado, por feito além do qüinqüênio do art. 150, § 4º, do CTN (fato gerador ocorrido em 31/01/2002 e ciência do lançamento em 28/11/2007), aqui ressaltando que o prazo decadencial do imposto referente ao ganho de capital contase na forma desse permissivo legal, independentemente da existência, ou não, de pagamento, conforme pacífica jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes; III. a simples permuta de bens, sem torna, não envolve apuração de ganho de capital, o qual ficará postergado para o momento da alienação do bem recebido na permuta, sendo certo que a dicção “permuta” no art. 3º, § 3º, da Lei nº 7.713, que trata da apuração do ganho de capital e foi invocado pelo Auditor Fiscal como fundamento de validade da autuação perpetrada, versa sobre apuração e não o ganho em si mesmo, o qual deve ser buscado na operação, verificando se Fl. 7DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 8 efetivamente houve a realização do ganho. “Ora, é forçoso concluir que nada disso ocorreu no caso dos autos, uma vez que, em razão da permuta realizada, o patrimônio do Recorrente não sofreu qualquer tipo de acréscimo. Houve tãosomente mera substituição de ativos, ou seja, ações de uma empresa por ações de outra empresa. Na NN HOLDING, as ações representativas do capital da BOROSERRA foram substituídas pelas ações do capital BIOBRÁS pelo mesmo custo de aquisição, o mesmo ocorrendo, ao reverso, no caso do Recorrente” (fl. 198); IV. “Tanto é assim que, a legislação tributária, no tocante à permuta imobiliária, entendeu por bem explicitar a neutralidade das operações de permuta de imóveis em que não houvesse a torna. E o fez apenas e tão somente por uma questão de conveniência, eis que nenhuma diferença faria a ausência desses dispositivos legais, justamente porque na permuta, não se verifica a ocorrência da hipótese de incidência do imposto de renda. A legislação tributária veio apenas esclarecer, tratase de legislação interpretativa, e não constitutiva” (fl. 198); V. outra demonstração de que não há ganho de capital em permuta pode ser encontrado nos arts. 137, 431 e 763 do Decreto nº 3.000/99, que trata do Programa Nacional de Desestatização PND, que manda tratar a troca dos créditos do arrematante contra a União em face das ações adquiridas como permuta, quer sequer expressamente isenta tais operações do imposto de renda, pois meras permutas não implicam em ganho de capital, entendimento expressamente chancelado pelos Pareceres PGFN/PGA nº 970/91 e PGFN/PGA nº 454/92, aprovados pelo Ministro da Fazenda, que, apesar de elaborados no bojo do PND, analisam amplamente o instituto da “permuta” e seu tratamento tributário, concluindo pela não incidência do imposto de renda na hipótese vertente, sendo verdadeira norma complementar tributária, na forma do art. 100 do CTN, o que justifica por si só a não imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (art. 100, § único, do CTN); VI. a jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes corrobora a tese defensiva; acima VII. não se comprovou o evidente intuito de fraude a justificar a aplicação da penalidade qualificada. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Fl. 8DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 5 9 Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 14/03/2008 (fl. 185), sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 11/04/2008 (fl. 186), dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 15/04/2008, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Em relação à nulidade aventada no item I do relatório, entendo que não assiste razão ao recorrente, pois não se pode confundir uma fundamentação sucinta com ausência de fundamentação, esta sim causa de nulidade (REsp 763.983/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça STJ, DJ 28/11/05). Apreciando a decisão recorrida nas fls. 180 a 182, vêse que a relatora lançou lá suas razões para manter o lançamento, de forma de sucinta é verdade, mas adequadamente fundamentada, entendendo que a permuta poderia gerar ganho de capital, como se viu no caso em debate, afastando as exceções, como a permuta com torna de unidades imobiliárias e aquelas executadas no âmbito do PND, verbis: Tal tese foi detalhadamente analisada pela autoridade lançadora, a qual, com muita propriedade, rejeitoua com fundamentos destacados às fls. 11 a 17, os quais não merecem reparos. A legislação que rege a matéria não excetuou a permuta realizada pelo contribuinte para fins de determinação do ganho de capital. Portanto, invocar as exceções (permutas de unidades imobiliárias e de títulos de dívida pública por ações ou quotas leiloadas no âmbito de programas de desestatização) não socorre o impugnante, pois, como visto, a regra geral, que aqui se aplica, é que na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação a qualquer título de bens e direitos, tais como as realizadas por permuta (§3°, do art. 3°, da Lei n° 7.713, de 1988). Ainda, se a autoridade julgadora rechaçou a possibilidade de aplicar o entendimento das permutas do PND ao caso aqui em discussão, por óbvio ficou prejudicado qualquer apreciação da aplicação do art. 100 do CTN à espécie. Com as razões acima, rejeitase a nulidade vindicada e passase a apreciar se a decadência fulminou o crédito tributário lançado, como pedido na defesa do item II do relatório. Primeiramente, fazse breve menção à tradicional jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes e do CARF sobre a matéria decadencial. Entendiase que a regra de incidência de cada tributo era que definia a sistemática de seu lançamento. Se a legislação atribuísse ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, o tributo amoldarseia à sistemática de lançamento denominada de homologação, onde a contagem do prazo decadencial darseia na forma disciplinada no art. 150, § 4º, do CTN, sendo irrelevante a existência, ou não, do pagamento, e, no caso de dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial tinha assento no art. 173, I, do CTN . Este era o entendimento aplicado ao lançamento do imposto de renda da pessoa física e da pessoa jurídica sujeito ao ajuste anual. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 10 Assim era pacífico no âmbito do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes que a contagem do prazo decadencial do imposto de renda da pessoa física e jurídica sujeito ao ajuste anual amoldarseia à dicção do art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando a contagem passa a ser feita na forma do art. 173, I, do Código Tributário Nacional. Como exemplo dessa jurisprudência, citamse os acórdãos nºs: 10195.026, relatora a Conselheira Sandra Maria Faroni, sessão de 16/06/2005; 10246.936, relator o Conselheiro Romeu Bueno de Camargo, sessão de 07/07/2005; 10323.170, relator o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, sessão de 10/08/2007; 10422.523, relator o Conselheiro Nelson Mallmann, sessão de 14 de junho de 2007; e 10615.958, relatora a Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda, sessão de 08/11/2006. O entendimento acima também veio a ser acolhido pelo CARF a partir de 2009, quando este Órgão substituiu os Conselhos de Contribuintes. Entretanto, veio a lume uma alteração no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no DOU em 22.12.2010), que passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II do RICARF). E o Superior Tribunal de Justiça, no rito dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), confessou uma tese na matéria decadencial diversa do CARF, como abaixo se vê, sendo de rigor aplicála nos julgamentos da segunda instância administrativa. Dessa forma, no que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação, apreciouse o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o julgado submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 10DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 6 11 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. No precedente acima do Superior Tribunal de Justiça, a existência, ou não, do pagamento passou a ser relevante para definir a regra decadencial. Para a hipótese de inocorrência de dolo, fraude ou simulação, a existência de pagamento antecipado leva a regra para as balizas do art. 150, § 4º, do CTN; já a inexistência, para o art. 173, I, do CTN. No caso destes autos, com fato gerador ocorrido em 31/01/2002, considerando que não houve pagamento de qualquer valor a título de ganho de capital na operação auditada, devese aplicar a regra decadencial na forma do art. 173, I, do CTN (isso sem sequer precisar apreciar a dilação decadencial em decorrência da aplicação da multa qualificada), ou seja, o termo de início decadencial começou a fluir em 1º/01/2003 (primeiro Fl. 11DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 12 dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado), com término em 31/12/2007. Ora, como a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2007, inviável a decretação da decadência para o caso vertente. Superado o pedido decadencial, passase a apreciar as defesas dos itens III a VI, que versam sobre a impossibilidade da tributação do ganho de capital em permuta de ações (ou em qualquer permuta). Não tenho qualquer dúvida em asseverar que em permutas sem torna de dinheiro, entre quaisquer bens (diversos de dinheiro), não há apuração de ganho de capital. Já confessei este entendimento quando relatei o recurso nº 156.029, com prolação do Acórdão nº 10616.964, sessão de 26 de junho de 2008, que restou assim ementado (excerto): CUSTO DO BEM RECEBIDO EM PERMUTA —VALOR DO BEM OFERTADO NA PERMUTA CONSTANTE NA DECLARAÇÃO DE BENS E DIREITO IDENTIDADE —A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. Apesar de as disposições civis referentes à compra e venda serem aplicadas à troca ou permuta (art. 533 do Código Civil), não se deve esquecer que o contrato de permuta antecedeu ao da compra e venda. A interpretação tributária que restringe a permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Assim, incabível a utilização do valor registrado na escritura de permuta como custo do bem recebido na permuta, devendo ser acatado como custo do bem recebido na permuta aquele do bem ofertado nesta avença. Entretanto, não se pode deixar de tributar uma permuta quando envolver a troca de bens por dinheiro, inclusive porque aí estaríamos já no terreno da compra e venda. Observe que, no caso destes autos, a autoridade fiscal asseverou que houve uma permuta das ações de emissão da Biobrás S/A, de propriedade do contribuinte, por quotas da Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), sendo que esta última empresa tinha sido constituída em 21/12/2001, com capital totalmente constituído por dinheiro em espécie por parte daquele que objetivava adquirir as ações da Biobrás, com operação de permuta ocorrida em 31/01/2002, ou seja, quarenta após a constituição da Boroserra. Eis as textuais palavras da autoridade autuante: 1.24. Na situação em tela, verificase que, na data de 31/01/2002, o contribuinte permutou ações de emissão da Biobrás S/A avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359,00, por quotas da sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), no valor nominal total de R$ 15.976.409,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e nove reais). Fl. 12DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 7 13 1.25. As quotas da Boroserra transferidas para o contribuinte representavam a quase totalidade do capital da sociedade, este no valor de R$ 15.976.410,00, totalmente integralizado em moeda corrente nacional na data da permuta. Destacamos que a sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. fora constituída no mês anterior ao da permuta, em 21/12/2001. Tem se, portanto, que o ativo representativo do capital social da Boroserra era totalmente constituído por dinheiro em espécie. Ora, será que a operação acima, com criação de uma empresa pelo adquirente em determinado momento logo anterior à data da permuta, com integralização das quotas dela em dinheiro poucos dias à frente, tudo para permitir a permuta das quotas da empresa recém criada com ações de outra companhia, esta o verdadeiro objeto a ser comprado e vendido, pode ser considerada como um típico contrato de permuta que afasta a tributação do imposto de renda sobre o eventual ganho de capital? A resposta é desenganadamente negativa. O contrato de permuta que afasta a tributação do imposto de renda é aquele em que as partes permutam bens diversos de dinheiro, postergando a apuração do ganho de capital, para quando houver a efetiva realização financeira do bem recebido na permuta. No caso trazido à baila acima, como paradigma (Acórdão nº 10616.964), tinhase a permuta de ações de uma empresa rural com um imóvel rural, sem envolvimento de dinheiro em espécie. Jamais poderseia aceitar que uma permuta entre as ações de determinada empresa com quotas de outra, esta constituída imediatamente antes do negócio jurídico, e com integralização das quotas dela em dinheiro, valor este que deveria ser utilizado para pagar o preço, possa ser encarada como uma permuta típica, a afastar a incidência do imposto de renda, pois aqui houve o envolvimento de dinheiro em espécie, havendo iniludivelmente a ocorrência de ganho de capital, a justificar a incidência do imposto de renda sobre tal ganho. Aceitar a operação descrita nestes autos como uma típica permuta que afasta a tributação do imposto de renda seria deferir ao contribuinte que auferiu o ganho de capital um absoluto poder de postergação do imposto respectivo, pois mesmo em uma operação de compra e venda, com pagamento do preço em dinheiro, poderseia criar uma empresa, ativando nela o preço, e aí postergando indefinidamente o imposto devido. Digo indefinidamente, pois nada impediria que os recursos permanecessem na empresa, passando por herança de pai para filho, levando a apuração do imposto devido para as calendas gregas, ou ainda que os recursos ativados na empresa sejam consumidos por seus acionistas, em pagamento até de despesas pessoais, o que levaria ao desaparecimento do dinheiro ativado e, por conseqüência, do imposto a ser recolhido à Fazenda Pública, pois, no futuro, não haveria qualquer recurso outrora ativado, com as quotas ou ações nada valendo. Claramente, no caso em discussão, não se pode aceitar que o preço em espécie da alienação seja integralizado em uma empresa constituída pelo comprador, adrede preparada, afastando o imposto devido. Inegavelmente, tratase de manobra abusiva, que não pode ser aceita no âmbito do direito tributário, pois houve o pagamento do preço em espécie, havendo a disponibilidade da renda, esta uma condição imperativa para a tributação no âmbito da pessoa física, que opera sob regime de caixa. Com as considerações acima, entendo que em operações de permutas como do caso vertente, em que a criação da empresa serviu apenas como meio para receber o preço, devese incidir a tributação do imposto de renda sobre o ganho de capital. Fl. 13DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 14 Ainda, por óbvio, não se pode comparar a operação aqui em debate com aquelas do PND, que versavam sobre permuta entre títulos públicos e ações das companhias em processo de privatização, sem envolvimento de recursos em espécie, pois nestes autos houve de fato o pagamento do preço do bem alienado em espécie, servindo a empresa adrede criada apenas para funcionar como repositório do preço, o que não tem o condão de afastar a tributação do ganho de capital, sempre lembrando que o direito tributário não se condói com esquemas meramente formais, sem propósito econômico ou negocial. Observese que há um hiato a separar as operações do PND da destes autos, representado exatamente pelo dinheiro em espécie que permitiu a alienação das ações da Biobrás, hipótese diversa do que ocorreu nas operações do PND, nas quais havia apenas a permuta títulos públicos por ações. Ressaltese que aqui não se está a desconsiderar a existência jurídica da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), pois nada impede (ou impediria) de o autuado ter ativado os recursos recebidos na alienação das ações da Biobrás S/A na Boroserra, porém deveria antes ter pagado o imposto que incidiu sobre o ganho de capital auferido. Indo mais além, como não se vê semelhança entre as operações do PND como acima se demonstrou, não se pode utilizar a inteligência dos Pareceres PGFN/PGA nº 970/91 e PGFN/PGA nº 454/92 para afastar a incidência da imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo, na forma do art. 100, § único, do CTN. Por fim, passase a apreciar a multa qualificada que incidiu no imposto lançado (item VII do relatório). Aqui entendo que assiste razão ao recorrente. Inicialmente, vêse que a autoridade fiscal ancorou a qualificação da multa de ofício na desconformidade da informação registrada na DIRPF em decorrência das ações transacionadas, como se vê pelo excerto do relatório fiscal, abaixo transcrito: (...) 1.34. Além disso, ao registrar, em sua DIRPF do anocalendário de 2002, a aquisição das quotas do capital da sociedade Samos Participações Ltda. (antiga Boroserra do Brasil Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor de R$ 3.346.359 (valor este correspondente ao custo de aquisição das ações da Biobrás dadas em permuta pelas mencionadas quotas), e não pelo preço efetivo da operação, R$ 15.976.409,00 (valor das quotas da Boroserra entregues ao contribuinte pela NN Holding), o contribuinte praticou conduta definida como sonegação no art. 71 da Lei n°. 4.502, de 30 de novembro de 1964, reproduzido abaixo, a qual evidencia seu intuito de fraudar a legislação tributária, impedindo que a autoridade fazendária tivesse conhecimento da ocorrência de ganho de capital na operação de permuta em foco: (...) Ora, a autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150%. Este raciocínio não pode ser acatado. Efetivamente, caberia a autoridade fiscal ter Fl. 14DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 8 15 motivado de forma diversa a aplicação da multa qualificada, demonstrando a ocorrência de uma conduta que superasse a mera discrepância de informação na DIRPF, pois tais discrepâncias, como regra, somente justificam a aplicação da multa ordinária no percentual de 75% sobre o imposto lançado. E de tal ônus não se desincumbiu a autoridade lançadora. Ademais, o que se viu nestes autos foi um planejamento fiscal mal sucedido, e a jurisprudência do CARF, como regra, vem rechaçando a qualificação da multa de ofício em planejamentos fiscais desconsiderados pelo fisco, como se pode ver no Acórdão nº 2102 00.447, sessão de 04 de dezembro de 2009, que restou assim ementado (excerto): MULTA QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO Na época da prática das condutas reputada qualificadas, somente era justificável a exigência da multa qualificada, então prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430/96, quando o contribuinte tivesse procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. A constituição de empresa de prestação de serviço, por sócios ou controladores da empresa tomadora do serviço, para a venda de serviço de gestão administrativa unicamente à tomadora, objetivava unicamente reduzir a carga tributária incidente sobre os rendimentos do trabalho dos sócios, prática que foi rechaçada pela autoridade fiscal, não se podendo dizer, entretanto, que houve uma conduta dolosa para impedir a ocorrência do fato gerador ou o conhecimento desse por parte da autoridade fiscal. Assim, entendo que a multa de ofício deve ser reduzida do percentual de 150% para 75%. Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 15DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 11020.720031/2009-13
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2005 PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. LIQUIDEZ E CERTEZA. EFETIVIDADE DO PAGAMENTO. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de tributo pago a maior. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 1801-001.067
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2005 PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. LIQUIDEZ E CERTEZA. EFETIVIDADE DO PAGAMENTO. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de tributo pago a maior. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
turma_s : Primeira Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 11020.720031/2009-13
conteudo_id_s : 5226198
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 04 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1801-001.067
nome_arquivo_s : Decisao_11020720031200913.pdf
nome_relator_s : CARMEN FERREIRA SARAIVA
nome_arquivo_pdf_s : 11020720031200913_5226198.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
dt_sessao_tdt : Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2012
id : 4577702
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:00:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575926300672
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1618; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE01 Fl. 216 1 215 S1TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.720031/200913 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 180101.067 – 1ª Turma Especial Sessão de 03 de julho de 2012 Matéria PER/DCOMP Recorrente JUSTI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2005 PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. LIQUIDEZ E CERTEZA. EFETIVIDADE DO PAGAMENTO. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de tributo pago a maior. DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA. Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora Fl. 220DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 05/07/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 06/07/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11020.720031/200913 Acórdão n.º 180101.067 S1TE01 Fl. 217 2 Composição do Colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carmen Ferreira Saraiva, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, e Ana de Barros Fernandes. Relatório A Recorrente formalizou os Pedidos de Ressarcimento ou Restituição/Declarações de Compensação (Per/DComp) no período de 21.09.2007 a 02.06.2009 utilizandose do crédito relativo ao saldo negativo de Imposto Sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) no valor de R$29.598,55 atinente ao anocalendário de 2004, em conformidade com a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), fls. 3743. Em conformidade com o Despacho Decisório, fls. 111114, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo deferimento em parte do pedido no valor de R$7.262,39, tendo em vista as provas produzidas nos autos, conforme descriminado na Tabela 1. Tabela 1 – Valores informados na DIPJ e aqueles considerados como corretos no Despacho Decisório a título de saldo negativo de IRPJ no anocalendário de 2004 Descriminação (A) DIPJ – R$ (B) Despacho – R$ (C) Cálculo do IRPJ 34.612,62 34.612,62 IRPJ Mensal Pago por Estimativa 64.211,17 41.875,01 IRPJ a Pagar (29.598,55) (7.262,39) Cientificada em 19.11.2009, fl. 142, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade em 17.12.2009, fls. 136139, com os argumentos abaixo sintetizados. Suscita que “não cabe glosa [das] estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na DIPJ”. Elabora planilha para demonstrar que “mesmo efetuando todas as compensações [...] ainda restaria ao final um saldo credor remanescente de IRPJ no valor original de R$240,30”. Argui que o valor total de R$22.336,16 deve ser considerado como efetivo recolhimento de IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada, uma vez que é exigível, já quer foi confessado. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referências a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 05/07/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 06/07/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11020.720031/200913 Acórdão n.º 180101.067 S1TE01 Fl. 218 3 Conclui Face ao exposto acima, e após os cálculos das compensações pleiteadas, fica confirmada a apuração do saldo negativo de IRPJ e comprovada a existência total deste crédito apurado no período de 01/01/2004 a 31/12/2004 no valor de R$29.599,03 e que este crédito é mais que suficiente para compensar todos os débitos que foram informados nos 7 (sete) Per/DComp’s retificadores que são objeto desta manifestação de inconformidade e portanto solicita a revisão do Despacho Decisório nº 891 DRF/CXL de 04 de novembro de 2009 no sentido de reconhecer o [referido direito creditório], e com isto, homologar a totalidade dos débitos compensados [nos presentes autos]. Está registrado como resultado do Acórdão da 6ª TURMA/DRJ/RJO I/RJ nº 1236.690, de 14.04.2011, fls. 167171:“Manifestação de Inconformidade Improcedente”. Restou ementado Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2004 DIREITO CREDITÓRIO. SALDO NEGATIVO. Incabível o reconhecimento de crédito referente a saldo negativo que traga em seu bojo estimativas não pagas e nem compensadas. Notificada em 05.05.2011, fl. 175, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 03.06.2011, fls. 177184, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge e reitera os argumentos apresentados na impugnação. Acrescenta que tem direito que o valor total de R$22.336,16 deve ser considerado como efetivo recolhimento de IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada, uma vez que é exigível. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, dele tomo conhecimento. A Recorrente defende a tese de que o valor total de R$22.336,16 deve ser considerado como efetivo recolhimento de IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada, uma vez que é exigível. A partir de 1º.01.1997, a pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real pode optar pelo pagamento do tributo, em cada mês, determinado sobre base de Fl. 222DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 05/07/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 06/07/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11020.720031/200913 Acórdão n.º 180101.067 S1TE01 Fl. 219 4 cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais legais. No caso da falta de recolhimento do tributo calculado sobre a base estimada não prescinde da necessária apuração do tributo devido em 31 de dezembro de cada ano calendário. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de tributo pago a maior. O débito de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) determinada sobre a base de cálculo estimada não é executável se não tiver sido paga, uma vez quer o valor que não ingressou nos cofres públicos não é restituível1. O valor total de R$22.336,16 não deve ser considerado como efetivo recolhimento de IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada para fins de apuração do saldo negativo, uma vez que, embora confessado, não é exigível por não estar revestido dos atributos da liquidez e certeza. A contestação proposta pela defendente, dessa maneira, não se confirma, uma vez que esta quantia não é exigível, depois de encerrado o anocalendário. A Recorrente suscita que a Per/DComp deve ser deferida. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. O regime de tributação com base no lucro real, trimestral ou anual, prevê que a pessoa jurídica pode deduzir do valor apurado no encerramento do período, o IRPJ pago ou retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente. O pressuposto é de que a escrituração mantida com observância das disposições legais que faz prova em favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados se estes estiverem comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza ou assim definidos em preceitos legais. Tendo em vista o princípio da verdade material que informa o processo administrativo fiscal, há de ser considerada pertinente a apreciação da prova documental trazida aos autos para oferecer a oportunidade de a Recorrente demonstrar sua alegação. Ademais, para que haja direito à homologação da compensação, deve restar comprovada, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor pleiteado a título de restituição. Por esta razão, para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal.2. 1 Fundamentação legal: art. 2º e inciso IV do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, nos §§1º e 2º do art. 29, art. 30, art. 31, art. 32, art. 34 e art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 1º da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. 2 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 05/07/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 06/07/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11020.720031/200913 Acórdão n.º 180101.067 S1TE01 Fl. 220 5 É fato incontroverso que o valor total de R$22.336,16 de IRPJ determinado sobre a base de cálculo estimada não foi efetivamente recolhido pela Recorrente. As informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas e de acordo com as provas produzidas nos autos, a Recorrente somente extinguiu o IRPJ no valor total de R$41.875,01 calculado sobre a base de cálculo estimada no anocalendário de 2004, montante este já ratificado pela autoridade preparadora. Neste sentido, a proposição mencionada pela defendente, por conseguinte, não tem validade. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados pela Recorrente, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso3. A alegação relatada pela defendente, consequentemente, não está justificada. Atinente aos princípios constitucionais que a Recorrente aduz que supostamente foram violados, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade4. A proposição afirmada pela defendente, desse modo, não tem cabimento. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva 3 Fundamentação legal: art. 100 do Código Tributário Nacional e art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 4 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e Súmula CARF nº 2. Fl. 224DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 05/07/2 012 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 06/07/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 13016.000402/2003-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3101-000.201
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira
Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do Recurso Voluntário em diligência, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201201
camara_s : Primeira Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
numero_processo_s : 13016.000402/2003-38
conteudo_id_s : 6431008
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jul 26 00:00:00 UTC 2021
numero_decisao_s : 3101-000.201
nome_arquivo_s : 310100201_13016000402200338 _201201.pdf
nome_relator_s : VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
nome_arquivo_pdf_s : 13016000402200338_6431008.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do Recurso Voluntário em diligência, nos termos do voto da relatora.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
id : 4597389
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 09:01:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041575936786432
conteudo_txt : Metadados => date: 2020-05-06T22:54:55Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2020-05-06T22:54:55Z; Last-Modified: 2020-05-06T22:54:55Z; dcterms:modified: 2020-05-06T22:54:55Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; xmpMM:DocumentID: uuid:1dbbb886-0156-4e41-a8fd-2103e8667a69; Last-Save-Date: 2020-05-06T22:54:55Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2020-05-06T22:54:55Z; meta:save-date: 2020-05-06T22:54:55Z; pdf:encrypted: true; modified: 2020-05-06T22:54:55Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2020-05-06T22:54:55Z; created: 2020-05-06T22:54:55Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; Creation-Date: 2020-05-06T22:54:55Z; pdf:charsPerPage: 1593; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:created: 2020-05-06T22:54:55Z | Conteúdo => S3C1T1 Fl. 1 1 S3C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13016.000402/200338 Recurso nº Voluntário Acórdão nº RESOLUÇÃO 3101201 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de janeiro de 2012 Matéria DCTF COFINS Recorrente MÓVEIS SANDRIN LTDA Recorrida DRJ PORTO ALEGRE/RS Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do Recurso Voluntário em diligência, nos termos do voto da relatora. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Luiz Roberto Domingo, Tarásio Campelo Borges e Vanessa Albuquerque Valente. Relatório Para melhor elucidação dos fatos ora analisados, transcrevo o relatório e uma parte do voto da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (“DRJ/POA”), como constante às fls. fls. 37/38 que julgou procedente em parte o lançamento, reduzindo o percentual da multa aplicada para 20%. Relatório Fl. 285DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 20 /03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/06/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13016.000402/200338 Acórdão n.º RESOLUÇÃO 3101201 S3C1T1 Fl. 2 2 O presente lançamento tem origem em procedimento de auditoria interna implementado nas DCTFs do ano de 1998, onde a autuada declarou a compensação dos valores devidos, tendo em vista a existência de ação judicial n° 96.15024546. Consta como motivação para o lançamento, processo judicial de outro CNPJ. O crédito tributário em comento perfaz o montante de R$ 136.224,60. A autuada impugna, tempestivamente, o lançamento afirmando que ser detentora de créditos da contribuição para o PIS, tendo em vista recolhimentos efetuados sob a égide dos DecretosLei no 2.445/1988 e 2.449/1988, os quais teriam sido reconhecidos judicialmente, por meio dos Mandados de Segurança no 1998.00.002832 e 1999.00.042713. Entende que a Receita Federal não teria admitido a compensação informada por não aceitar o critério da semestralidade. Acredita que estaria sendo discutida administrativamente matéria já levada ao crivo do Poder Judiciário. Entende que caberia a Secretaria da Receita Federal apenas o cumprimento da decisão judicial. Passa então a dissertar a respeito da evolução da legislação do PIS e do critério da semestralidade da base de cálculo da contribuição. Defende o direito à compensação de seus alegados indébitos com base no art. 66 da Lei n° 8383/1991, entendendo que se trata de compensação entre tributos de mesma espécie. Ao final, pleiteia, acaso mantido o lançamento, a redução da multa aplicada para o percentual de 20%, uma vez que os valores estariam informados em DCTF. É o relatório Voto O presente lançamento teve origem na falta de confirmação de informações prestadas pela empresa em DCTF, a respeito de decisão judicial que teria garantido o direito compensação declarada. Na impugnação apresentada, a autuada ratifica a informação de existência de mandado de segurança a respeito do assunto, o qual teria garantido o direito compensação, entretanto, informa números de ações diversos daquele que constou da declaração apresentada. A autuada não traz para o processo provas da existência das referidas ações nem dos mandamentos judiciais (decisões) que confirmem suas alegações. Tampouco comprova a existência de recolhimentos indevidos (base de cálculo do PIS, DARFs), portanto deve ser mantido o lançamento, uma vez que não houve confirmação da extinção dos débitos declarados. (...) A decisão de fls. 37/38, proferida pela DRJ/POA, foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Fl. 286DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 20 /03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/06/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13016.000402/200338 Acórdão n.º RESOLUÇÃO 3101201 S3C1T1 Fl. 3 3 Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 Ementa: LANÇAMENTO – INFORMAÇÕES PRESTADAS EM DCTF NÃO CONFIRMADAS – Não logrando êxito o contribuinte em comprovar as informações constantes da declaração apresentada, deve ser mantido o lançamento. MULTA DE OFÍCIO – RETROAÇÃO BENIGNA – MULTA DE MORA – Multa de oficio transformada em multa de mora pelo advento de norma tributária com aplicação retroativa, nos termos do art.106, inciso II, alínea "c" do CTN. Lançamento Procedente em Parte Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF (fls. 46 a 51) onde resumidamente, faz as seguintes alegações: a. O lançamento afirmando de ser detentora de créditos da contribuição para o PIS, tendo em vista recolhimentos efetuados sob a égide dos DecretosLei no 2.445/1988 e 2.449/1988, os quais teriam sido reconhecidos judicialmente, por meio do Mandado de Segurança nº. 96.15024546. b. Entende que a Receita Federal não teria admitido a compensação informada por não aceitar o critério da semestralidade. Esta sendo discutida administrativamente matéria já levada ao crivo do Poder Judiciário, cabendo a Secretaria da Receita Federal apenas o cumprimento da decisão judicial. c. Que em 1998 procedeu a compensação dos créditos decorrentes dos pagamentos indevidos feitos com base na sistemática imposta pelos Decretos Leis antes mencionados com débitos, de sua responsabilidade, de COFINS (processo nº. 13016.000402/200338), PIS (processo nº. 13016.000403/200382) e IPI (processo nº. 13016.000390/200341). d. O único argumento de que a existência do processo judicial e do reconhecimento do direito à apuração do crédito por pagamentos indevidos não estariam comprovados nos autos, não deve persistir, pois, sua existência são notórios e do conhecimento do contribuinte e do ente tributante, que figurou, no exercício do contraditório e da ampla defesa, em seu pólo passivo. Não há espaço, portanto, para alegar a Secretaria da Receita Federal, como o fez – o desconhecimento do processo e do quanto, em seu bojo, fora reconhecido. e. Finalmente requer : o provimento do recurso voluntário para decretar a improcedência do lançamento tributário em questão, eis que as compensações levadas a efeito e desconsideradas têm arrimo em processo judicial; ou, em caráter sucessivo, caso assim não o entendam, f. Anulando a decisão recorrida, determinando à autoridade tributante que, à exemplo do procedimento adotado relativamente à contribuição ao PIS, e considerando o PAJ nº. 11020.001756/9615, antes de decidir sobre a manutenção ou não do lançamento, considere a suficiência ou não do crédito judicial decorrente do processo nº. 96.15024546. É o relatório. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 20 /03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/06/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13016.000402/200338 Acórdão n.º RESOLUÇÃO 3101201 S3C1T1 Fl. 4 4 Voto Conselheiro Relator Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. A Recorrente, quando da apresentação de seu Recurso Voluntário, juntou aos autos cópia integral do Mandado de Segurança nº. 96.15024546, cuja decisão judicial de segunda instância, transitada em julgado, reconheceu seu direito ao ressarcimento dos créditos de PIS pagos sob a sistemática dos DecretosLei nºs 2.445/1988 e 2.449/1988. Porém, os elementos de prova acostados aos autos não são suficientes para formação da convicção, eis que necessário verificar primordialmente se o Recorrente de fato possui crédito suficiente para extinguir o débito ora discutido, o que deixou de ser analisado pela Delegacia da Receita Federal competente. Isto fica evidente quando a Agência da Receita Federal em Bento Gonçalves/RS determinou o encaminhamento do processo para análise pela DRF de Caxias do Sul (fls. 30) e, posteriormente, este último órgão determinou o encaminhamento do processo à DRJ de Porto Alegre (fls. 31), sem realizar a análise da existência ou não de crédito do contribuinte. Portanto, voto para que o julgamento seja convertido em diligência à repartição de origem para que: 1. Solicite à Delegacia da Receita Federal de Caxias do Sul que verifique se a Recorrente ainda possui crédito de PIS nos termos do writ supra citado; 2. Havendo saldo de crédito, seja verificado se este é suficiente para a extinção do débito ora discutido. 3. Posteriormente, retorne os autos para o CARF para julgamento. É como voto. Relatora Valdete Aparecida Marinheiro Fl. 288DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 20 /03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/06/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13016.000402/200338 Acórdão n.º RESOLUÇÃO 3101201 S3C1T1 Fl. 5 5 Fl. 289DF CARF MF Impresso em 18/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 20 /03/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/06/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0