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Numero do processo: 13227.901380/2012-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009
REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO.
Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte.
CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO.
A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009
REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO.
Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte.
CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO.
A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009
CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE.
Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.182
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato P. de Deus e Diego Weis Jr que davam provimento parcial para conceder o creditamento sobre a aquisição de fretes sobre as compras de combustíveis.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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COMPENSAÇÃO. PIS/COFINS. Recorrente AUTO POSTO IRMAOS BATISTA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 13 80 /2 01 2- 31 Fl. 984DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 3 2 Período de apuração: 01/10/2009 a 31/12/2009 CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato P. de Deus e Diego Weis Jr que davam provimento parcial para conceder o creditamento sobre a aquisição de fretes sobre as compras de combustíveis. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o processo de contestação contra Despacho Decisório emitido pela DRF JiParaná, que deferiu parcialmente o direito ao crédito de COFINS não cumulativa/mercado interno e, em conseqüência, homologando parcialmente a compensação declarada até o limite do crédito concedido. Inconformada com a decisão proferida, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, argumentando que se dedica ao comércio varejista de combustíveis e lubrificantes e a prestação de serviços afins, que é optante pelo regime de apuração pelo Lucro Real e, portanto, sujeitase à apuração das contribuições para o PIS e a Cofins pelo regime da nãocumulatividade. Diz que realiza a venda de gasolinas, óleo diesel e demais combustíveis tributados à alíquota zero e que não se apropriou de créditos sobre a aquisição de combustíveis, já que são tributados pelo regime monofásico e não dão direito a créditos, mas, sim, de créditos sobre insumos e serviços necessários na atividade que exerce, uma vez que sendo seu produto final tributado à alíquota zero, o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, e o art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, permitem o aproveitamento dos créditos sobre esses dispêndios.(grifei). Quanto aos fretes pagos, esclarece que adquire combustíveis e lubrificantes para revenda, mas como a empresa vendedora não entrega os produtos, precisa contratar serviços de fretes de outras pessoas jurídicas para que o produto chegue até seus estabelecimentos e possa realizar a venda, e enfatiza, por isso, que o frete é um serviço/insumo necessário para a realização de sua atividade comercial. Ressalta que o art 3º da Lei nº 10.833, Fl. 985DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 4 3 de 2003, não relaciona os insumos/serviços e tampouco considera que apenas indústrias podem realizar créditos, e que a Receita Federal ao editar a IN 404/2004, conceituando o termo insumo, foi além do seu dever de normatizar. Faz uma diferenciação entre a não cumulatividade do PIS e da Cofins e da não cumulatividade do IPI ou do ICMS, citando decisões do CARF, do Tribunal Regional Federal e Soluções de Consulta da Receita Federal. A Recorrente contesta ainda a exclusão dos créditos que foram glosados, pleiteando o seu reconhecimento e a homologação das compensações declaradas, a suspensão da exigibilidade dos débitos e também o direito à atualização dos créditos com base na taxa Selic. Tendo em vista as argumentações trazidas em sua Manifestação de Inconformidade e dada a inexistência de documentos comprobatórios nos autos, foi emitido Termo de Diligência pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, solicitando cópias de recibos de aluguéis efetuados no período, comprovação de seu registro contábil e respectivos contratos de locação; bem como relação dos produtos vendidos com detalhamento e sua classificação NCM. Cumprida a solicitação efetuada, os autos retornaram para julgamento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento entendeu por julgar parcialmente procedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 06 054.549. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa apresentou Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade com relação a Fretes sobre Compras e Despesas com Aluguéis de Prédios, Máquinas e Equipamentos, cabendo destacar quanto ao pedido, em síntese: · Seja acolhido o presente Recurso Voluntário; · Seja Reformado o Despacho Decisório ora guerreado para o fim de Reconhecer os créditos da Recorrente, eis que apurados na forma da legislação em vigor e de direito; · Que sejam incluídos no montante da base de cálculo de créditos os valores relativos ao insumo frete sobre compras de mercadorias destinadas à venda, eis que compõem o custo dos produtos comercializados pela Recorrente, pois foram por ela suportados e atendem a condição de insumo conforme determina a legislação de regência da matéria; · Que seja afastado em definitivo o entendimento de que os fretes sobre compras teriam a mesma natureza tributária do produtos transportado, eis que tal alegação não tem respaldo legal e fere o sistema de nãocumulatividade das contribuições para o PIS e Cofins previsto nas Leis 10.637/02 e 10.833/03; · Que sejam incluídos no montante da base de créditos os valores a título de aluguéis de máquinas e equipamentos pagos para pessoas jurídicas, conforme comprovam os boletos bancários pagos Fl. 986DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 5 4 à Cia Brasileira de Petróleo Ipiranga sob a denominação de “Programa Rodo Rede”, integrantes deste processo, eis que os pagamentos são legítimos e correspondem aos aluguéis de bombas para estabelecimentos de combustíveis com bandeira Ipiranga; · Que seja determinada a imediata suspensão da exigência do crédito tributário em face das disposições do artigo 151 do Código Tributário Nacional até que seja proferido despacho decisório definitivo; · Determinar que todos os valores de créditos constantes do pedido de ressarcimento sejam atualizados mediante a incidência da SELIC, a partir do período de apuração do crédito em face das disposições das disposições do Decreto nº 2.138/97 e parágrafo 4º do artigo 39 da Lei 9.250/95.(grifei). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.163, de 31 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 13227.900124/201226, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.163): "Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da suspensão da exigibilidade do crédito tributário Cabe esclarecer que o Despacho Decisório ao homologar parcialmente a compensação declarada, cientifica e intima o interessado a efetuar o pagamento dos débitos não abrangidos pela homologação, facultando ao interessado nos termos da legislação de regência a apresentação da manifestação de inconformidade. Optando assim o interessado pela apresentação da manifestação de inconformidade, ato processual que inaugura a lide administrativa no caso em tela, está abrigado pela suspensão da Fl. 987DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 6 5 exigibilidade do crédito tributário, nos termos do 1inciso III do art. 151 do CTN. MÉRITO Observase que a recorrente em extenso arrazoado, discorre sobre o seu suposto direito aos créditos alegados, na ótica de sua interpretação, arguindo ainda que a decisão de piso se mostra confusa e contraditória, notadamente quanto à fundamentação referente à glosa de fretes sobre compras, ressaltando que o julgador em sua interpretação não destaca os dispositivos legais que amparam sua interpretação. Verificase não assistir razão à recorrente, haja vista que a fundamentação da decisão de piso em cada matéria abordada, cita expressamente os dispositivos das Leis nºs 10.637, de 2002 e Lei nº 10.833, de 2003, que regem a matéria dos autos e respaldam a exegese conferida a cada tópico analisado. Para a análise a seguir é importante destacar que a empresa tem por objeto mercantil o comércio varejista de combustíveis e a prestação de serviços afins. Da glosa dos créditos relativos a Fretes sobre Compras Quanto aos pagamentos de fretes sobre a aquisição de combustíveis para revenda, que segundo a recorrente consiste em um serviço necessário para a realização de sua atividade comercial, considerando que a questão fática está bem dirimida, prendendose o litígio na interpretação da legislação quanto à possibilidade ou não de creditamento de fretes sobre a aquisição de combustíveis para revenda, utilizome da fundamentação escorreita e primorosa sobre o assunto, conferida pelo i. Conselheiro José Fernandes do Nascimento, através do acórdão nº 3302003.212, de 16/05/2016, na qual estão plasmados os fundamentos à luz da legislação de regência sobre a matéria, conforme excertos do voto a seguir transcritos: Da glosa dos créditos relativos a gastos com frete. No que tange às glosas dos créditos calculados sobre o valor dos gastos com frete, antes de analisar os pontos controvertidos da lide, entendese oportuno apresentar uma breve digressão a respeito do fundamento jurídico do direito de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os variadas formas como se efetivam os gastos com a prestação de serviços de transporte a pessoas jurídicas que desenvolvem atividades comercial e industrial ou de produção. Em consonância com a legislação vigente, há fundamento jurídico para a apropriação de créditos sobre o valor do frete sob a forma de custo de aquisição, custo de produção e despesa de venda, conforme demonstrado a seguir. 1 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...); III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; Fl. 988DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 7 6 No âmbito da atividade comercial (revenda de bens), embora não exista expressa previsão legal, a partir da interpretação combinada do art. 3°, I e § 1°, I, das Leis 10.637/2002 e 10.833/20035, com o art. 289 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda de 1999 RIR/ 1999), é possível extrair o fundamento jurídico para a apropriação dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins calculados sobre o valor dos gastos com os serviços de transporte de bens para revenda, conforme se infere dos trechos relevantes dos referidos preceitos normativos, a seguir transcritos: Lei 10.833/2003: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, [...]; [...] § 1º Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2º desta Lei sobre o valor: I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; [...] (grifos não originais) RIR/1999: Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 14). §1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13). [...] (grifos não originais) Com base no teor dos referidos preceitos legais, podese afirmar que o valor do frete, relativo ao transporte de bens para revenda, integra o custo de aquisição dos referidos bens e somente nesta condição compõe a base cálculo dos créditos das mencionadas contribuições. Assim, somente se o custo de aquisição dos bens para revenda propiciar a apropriação dos referidos créditos, o valor do frete no transporte dos correspondentes bens, sob a forma de custo de aquisição, também integrará a base de cálculo dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não cumulativas.(grifei). Em contraposição, se sobre o valor do custo de aquisição dos bens para revenda não for permitida a dedução dos créditos das Fl. 989DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 8 7 citadas contribuições (bens adquiridos de pessoas físicas ou com fim específico de exportação, por exemplo), por ausência de base cálculo, também sobre o valor do frete integrante do custo de aquisição desses bens não é permitida a apropriação dos citados créditos. Neste caso, apropriação de créditos sobre o valor do frete somente seria permitida se houvesse expressa previsão legal que autorizasse a dedução de créditos sobre o valor do frete na operação de compra de bens para revenda, o que, sabidamente, não existe.(grifei). (...) Em suma, chegase a conclusão que o direito de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre valor dos gastos com frete, são assegurados somente para os serviços de transporte: a) de bens para revenda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos sob forma de custo de aquisição dos bens transportados (art. 3º, I, da Lei 10; 637/2002, c/c art. 289 do RIR/1999); (grifei). b) de bens utilizados como insumos na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens destinados à venda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos como custo de aquisição dos insumos transportados (art. 3º, II, da Lei 10; 637/2002, c/c art. 290 do RIR/1999); c) de produtos em produção ou fabricação entre unidades fabris do próprio contribuinte ou não, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como serviço de transporte utilizado como insumo na produção ou fabricação de bens destinados à venda (art. 3º, II, da Lei 10; 637/2002); e d) de bens ou produtos acabados, com ônus suportado do vendedor, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como despesa de venda (art. 3º, IX, da Lei 10.637/2002). Os fundamentos acima expendidos, cuja hermenêutica da legislação expressamente citada e sistematicamente organizada permitem inferir que não há amparo legal para o aproveitamento de crédito sobre fretes utilizados pela contribuinte, na compra de combustíveis para revenda, como bem destacou a decisão de piso, em trecho a seguir ressaltado: (...) o frete está relacionado à aquisição de combustíveis, e esta operação, compra de combustíveis, está submetida ao regime monofásico que não gera direito a crédito. Por isso esses gastos de fretes, ainda que componham o custo de aquisição de combustíveis, não podem ser admitidos para efeito de aproveitamento de crédito. Ou seja, não havendo possibilidade de aproveitamento de crédito com a própria aquisição de Fl. 990DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 9 8 combustíveis assim também não o haverá para o gasto com seu transporte.(grifei). Assim, mantémse a glosa acima destacada, por falta de amparo legal para seu creditamento. Das glosas com Despesas com Aluguéis de Prédios, Máquinas e Equipamentos Com relação à glosa em apreço, dispõem as leis de regência, Leis nºs 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:(Regulamento) (...) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa;(grifei) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:(Regulamento) (...) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; Destaca o relatório fiscal: Foram analisados os comprovantes de pagamento de aluguéis, mês a mês, e solicitamos a cópia autenticada do contrato de aluguel para aferirmos se a utilização dos equipamentos se daria nas atividades da empresa. Foram apresentados apenas os contratos de locação feitos com a Transportadora Giomila LTDA e com a Transportadora Batista LTDA. O contrato de locação com a Cia Brasileira de Petróleo Ipiranga não foi localizado pelo contribuinte.(grifei). Referida glosa foi objeto de procedimento de diligência, nos seguintes termos (...) que seja intimada a interessada a apresentar, relativamente aos 3º e 4º trim/2004 e aos 1º ao 4º trim/2005: 1) cópias dos recibos de aluguéis efetuados no período à Transportadora Batista Ltda. e à Cia. Brasileira de Petróleo Ipiranga, bem como o seu respectivo registro nos livros contábeis, além dos contratos de locação (...);(grifei) Fl. 991DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 10 9 O resultado está consignado nos excertos da decisão de piso como a seguir demonstrado: Em atendimento à diligência efetuada, a interessada juntou comprovantes de pagamentos efetuados no período à Cia. Brasileira de Petróleo Ipiranga, assim como cópia do seu livro Diário onde consigna o respectivo registro. Entretanto, os recibos trazidos aos autos em nada esclarecem a que se referem cada um dos pagamentos, estando em alguns deles mencionado simplesmente referirse a ‘Programa Rodo Rede’. Por óbvio que não restou demonstrado que esses pagamentos são relativos a aluguéis de equipamentos (bombas de gasolina e tanques) utilizados nas atividades da empresa, como pondera a interessada, que possa ser aproveitado para o cálculo do crédito a ser deduzido da contribuição devida.(grifei) Verificase que o direito ao crédito da espécie em análise, requer conforme o preceito legal destacado, duas condições: aluguéis (...), pagos... e utilizados pessoa jurídica, nas atividades da empresa. Com efeito, tratandose de direito creditório, cabe ao interessado a comprovação de seu direito arguido. No caso em apreciação, a interessada além de não apresentar o contrato de locação já referido, os recibos apresentados, conforme arquivos não pagináveis acostados aos autos não demonstram a efetividade dos pagamentos quanto à locação arguída, mesmo após a diligência deferida pela instância a quo, visto que não há nestes documentos a identificação da operação que visam respaldar. Ante o exposto, mantémse a glosa por falta de comprovação pela interessada. Do direito à atualização dos créditos pleiteados à taxa SELIC Quanto à atualização dos créditos pleiteados à taxa SELIC, tratase de expressa vedação legal, conforme dispõe o 2art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, logo tornase impossível o atendimento ao pleito da recorrente. Destaquese que o direito à compensação, pugnado na peça recursal prendese ao cumprimentos dos requisitos impostos pela legislação. Ante o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Importante frisar que no presente processo o litígio abarca o direito a créditos da nãocumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, que encontram correspondência com os pleiteados pela Recorrente no caso do paradigma. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) 2 Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Fl. 992DF CARF MF Processo nº 13227.901380/201231 Acórdão n.º 3302005.182 S3C3T2 Fl. 11 10 Paulo Guilherme Déroulède Fl. 993DF CARF MF
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Numero do processo: 13609.721739/2015-46
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
APURAÇÃO ANUAL. ESTIMATIVAS. PARCELAMENTO.
Tendo havido o parcelamento dos valores do IRPJ devidos por estimativa mensal que, ao final do período de apuração, é substituída pelo próprio tributo devido, não há a possibilidade de lançamento de ofício desse tributo.
MULTA ISOLADA PELA FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. ADESÃO A PARCELAMENTO ESPECIAL ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL.
A falta de recolhimento das estimativas mensais do imposto de renda autoriza o lançamento de ofício da multa isolada, incidente sobre os montantes não recolhidos do imposto.
Numero da decisão: 1201-002.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso de ofício, para manter a multa isolada em face do não recolhimento das estimativas. Vencidos os conselheiros: Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa que negavam provimento ao recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa e Angelo Abrantes Nunes (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011 APURAÇÃO ANUAL. ESTIMATIVAS. PARCELAMENTO. Tendo havido o parcelamento dos valores do IRPJ devidos por estimativa mensal que, ao final do período de apuração, é substituída pelo próprio tributo devido, não há a possibilidade de lançamento de ofício desse tributo. MULTA ISOLADA PELA FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. ADESÃO A PARCELAMENTO ESPECIAL ANTES DO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. A falta de recolhimento das estimativas mensais do imposto de renda autoriza o lançamento de ofício da multa isolada, incidente sobre os montantes não recolhidos do imposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso de ofício, para manter a multa isolada em face do não recolhimento das estimativas. Vencidos os conselheiros: Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa que negavam provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 72 17 39 /2 01 5- 46 Fl. 668DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Gisele Barra Bossa e Angelo Abrantes Nunes (suplente convocado). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Eva Maria Los, José Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Adoto o relatório da decisão de piso, complementandoo a seguir: Contra a empresa acima qualificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 492 a 499, para exigência de crédito tributário referente ao ano calendário de 2011, adiante especificado: O referido auto de infração é decorrente de ação fiscal efetuada junto à contribuinte, na qual a fiscalização constatou infrações à legislação dos impostos e contribuições descritas no Auto de Infração e no Relatório de Auditoria Fiscal, às fls. 467 a 490. Os enquadramentos legais encontramse discriminados no Auto de Infração, que passam a integrar a presente decisão como se aqui transcritos fossem. As irregularidades constatadas e suas conseqüências podem ser assim resumidas: A presente fiscalização teve como foco a correta apuração do IRPJ anual e do recolhimento das estimativas mensais. O procedimento fiscal foi iniciado por meio do Termo de Início de Procedimento Fiscal TIPF emitido em 11/03/2015, com ciência do contribuinte, por via postal em 17/03/2015. No dia 18/08/2015, a contribuinte foi intimada a se manifestar sobre as diferenças apuradas entre os valores a recolher por estimativa do IRPJ, constante da DIPJ e os valores efetivamente recolhidos ou compensados e sobre as diferenças apuradas entre o valor a recolher no ajuste anual do IRPJ, constante da DIPJ e o valor declarado em DCTF ano calendário 2011, conforme demonstrativos abaixo: IRPJ recolhimento de estimativas: Fl. 669DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 3 3 Atendendo ao termo anterior a fiscalizada encaminhou resposta à DRF/STL datada de 04/09/2015, apresentando documentos de adesão ao parcelamento e informando que as diferenças apontadas foram incluídas no Refis da Crise em 21/08/2014, conforme Lei nº 12.996/2014. De posse dos dados apresentados à fiscalização e análise do LALUR, contabilidade, DIPJ e DCTF, verificase que o contribuinte apurou no LALUR e demonstrou na DIPJ (Ficha 11) o valor a pagar por estimativa mensal do IRPJ e não recolheu o valor total devido. Na apuração do imposto devido anualmente a título de IRPJ na DIPJ (Ficha 12A) o contribuinte informou o valor devido de IRPJ, subtraiu as deduções legais, imposto de renda retido na fonte, e o imposto de renda mensal pago por estimativa no valor de R$ 4.534.576,97 e apurou imposto a pagar de R$ 4.443.229,28. Este valor devido a título de ajuste do IRPJ apuração anual deveria ter sido declarado em DCTF. Este valor não foi declarado em DCTF e em julho de 2014 o contribuinte retificou suas DCTF relativas aos débitos de IRPJ estimativas mensais e incluiu a diferença não paga, vinculou o valor já recolhido e deixou saldo a pagar, conforme tabela a seguir: Fl. 670DF CARF MF 4 Acontece que, após o encerramento do ano de 2011, com a demonstração do imposto de renda devido no ano de 2011, não existia mais estimativa a ser paga e sim o pagamento do ajuste anual do IRPJ. Portanto a declaração em DCTF retificadora do valor devido de estimativas mensais não alteram os pagamentos realizados durante o ano de 2011. DAS INFRAÇÕES Verificase que o contribuinte optou pela apuração do Lucro Real anual, com pagamento das estimativas com base no Balanço de Suspensão Redução. A fiscalização verificou que o contribuinte não declarou na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF o valor devido de IRPJ do ano calendário de 2011. Durante a fiscalização foi verificado a falta de declaração do IRPJ no ano calendário de 2011 no valor de R$ 4.443.229,28 e o contribuinte informou que as diferenças refletem o somatório dos valores não recolhidos de estimativas mensais. Estas estimativas foram declaradas em DCTF retificadoras em julho de 2014 e incluídas no “Refis da Crise” em 21/08/2014, conforme Lei nº 12.996/2014. Após analisar a legislação que trata da apuração do IRPJ e do pagamento das estimativas, a fiscalização concluiu que para verificar o saldo a pagar de IRPJ em 31/12/2011 a empresa poderia deduzir os incentivos fiscais, o imposto pago ou retido na fonte e as parcelas de estimativas pagas. Sobre as estimativas o legislador não considera o valor declarado e sim as parcelas pagas. Esta distinção é realizada, devido ao fato das estimativas não serem tributos, são apenas um adiantamento, que serão levadas ao ajuste no final do exercício. Portanto, só podemos falar de estimativas durante o exercício em curso, pois ao término do mesmo não há mais estimativas a serem pagas ou cobradas pela Receita Federal do Brasil RFB e sim o IRPJ anual. Este fato impede que haja a inscrição em Dívida Ativa da União – DAU dos débitos declarados e não pagos. Sobre a possibilidade de parcelamentos de estimativas após o encerramento do exercício a PGFN, também, já se posicionou sobre sua impossibilidade, conforme informações do Parecer PGFN/CAT nº 1.658/2011 e PARECER PGFN/CAT/Nº 193/2013. Outro aspecto que ressalta esta impossibilidade é que na apuração anual do imposto de renda referente ao ano calendário de 2011, fato gerador ocorrido em 31/12/2011, foram levados ao ajuste apenas os valores já pagos de estimativas do Fl. 671DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 4 5 IRPJ, conforme prescreve o art. 231, do RIR/99. Restando o imposto a pagar no valor de R$4.443.229,28. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO E DO PAGAMENTO A fiscalização verificou que o contribuinte não declarou na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF o valor de IRPJ anual, apurado com base no LALUR e demonstrado na DIPJ, conforme demonstrado na tabela a seguir: MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DO IRPJ SOBRE BASE DE CÁLCULO ESTIMADA O demonstrativo abaixo traz o valor do lucro real apurado no LALUR e demonstrado na DIPJ, o valor das estimativas mensais a recolher, as estimativas efetivamente recolhidas ou compensadas, a diferença apurada entre o valor a recolher e o recolhido e a multa que corresponde a 50% desta diferença. Fl. 672DF CARF MF 6 DA IMPUGNAÇÃO Devidamente notificado, o contribuinte apresentou sua impugnação (fls. 511/517): No caso, a Impugnante incluiu os valores não recolhidos no anobase de 2011 a título de "IRPJ Estimativas Mensais Código de Receita 2362" na anistia fiscal instituída por meio da Lei nº 11.941/09 (REFIS da Crise) e reaberta pela Lei nº 12.996/14 (REFIS da Copa), como comprovam os recibos de adesão emitidos pelo sistema eletrônico da RECEITA FEDERAL DO BRASIL (documento nº 03). Como o sistema eletrônico ECAC da RECEITA FEDERAL DO BRASIL não disponibilizou a inclusão do saldo devedor de "IRPJ Estimativas Mensais Código de Receita 2362" na anistia fiscal em questão, a Impugnante apresentou um Requerimento Administrativo solicitando a revisão da consolidação dos débitos tributários incluídos no parcelamento da Lei nº 12.996/14 (documento nº 04). Considerando a ausência de manifestação da RECEITA FEDERAL DO BRASIL, a Impugnante impetrou o Mandado de Segurança nº 0006009 95.2015.4.01.3812 (documento nº 05) com o objetivo de ser reconhecido o seu direito líquido e certo de realizar a consolidação dos débitos tributários de IRPJ Estimativa Mensal Código de Receita 2362" (vencidos em 25/01/2012, 28/02/2011, 30/03/2011, 30/04/2011, 31/05/2011, 30/06/2011, 31/07/2011, 31/08/2011, 30/09/2011, 31/10/2011, 30/11/2011, 31/12/2011, 31/01/2012, 31/12/2012 e 31/01/2013). Ato contínuo, o DELEGADO DA RECEITA FEDERAL EM SETE LAGOAS/MG prestou suas informações no Mandado de Segurança nº 000600995.2015.4.01.3812 apontando que os débitos da Impugnante de "IRPJ Estimativa Mensal" apurados no anobase de 2011 serão incluídos na anistia fiscal instituída pela Lei nº 12.996/2014 (documento nº 06). Vale apontar que os valores das estimativas do IRPJ devidas pela Impugnante no anobase de 2011, que foram objeto do Requerimento Administrativo solicitando a revisão da consolidação dos débitos tributários incluídos no parcelamento da Lei nº 12.996/14 (documento nº 04), são exatamente os montantes exigidos pela Fiscalização por meio do Auto de Infração, qual seja, o importe de R$4.443.229,28: Fl. 673DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 5 7 Neste sentido, como a Impugnante formalizou a sua adesão à anistia fiscal instituída pela Lei 12.996/14 antes da lavratura do Auto de Infração nº 13609.721739/201546, deve ser cancelado o presente lançamento fiscal, em conformidade com o entendimento pacífico do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Quando menos, tendo em vista que a Impugnante está realizando o pagamento parcelado dos débitos da estimativa do IRPJ devidos no anobase de 2011, deve ser sobrestada a tramitação do presente PTA nº 13609721.739/201546, considerando a suspensão da exigibilidade do crédito tributário em discussão, nos termos do inciso VI do artigo 151 do Código Tributário Nacional. Tendose em vista o parcelamento dos débitos de estimativa, anteriormente à ciência quanto ao Termo de Início de Fiscalização conforme consta do voto do relator da decisão de primeira instância, a 4ª Turma da DRJ/Recife considerou a impugnação totalmente procedente, exonerando o crédito tributário lançado (IRPJ e multas isoladas), sob o fundamento de que débitos, ainda que provenientes de estimativas, podem ser objeto de parcelamento, consoante a NOTA TÉCNICA CONJUNTA DINOR/DAPAR nº 009/2015 que esclarece a evolução do entendimento da Receita Federal do Brasil quanto à possibilidade de parcelamento de estimativas, determinando em sua conclusão: Dessa forma, considerando os fatos acima apontados e considerando também que o pedido de parcelamento é confissão de dívida e que a Lei nº 11.941, de 2009, permitiu o parcelamento de débitos constituídos ou não, uma vez confessados os débitos, ainda que provenientes de estimativas em qualquer de seus estágios (controladas no Fiscel ou objeto de DCOMP não homologada), estes deverão ser incluídos no parcelamento tanto da Lei nº 12.996, de 2014, quanto no simplificado. Havendo rescisão do parcelamento, há que prosseguir na cobrança, enviando o débito confessado para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU). No voto condutor da decisão de piso constou ainda: Constatase, portanto, que o entendimento atual prevalente na RFB é no sentido de ser possível a inclusão de débitos provenientes de estimativas em qualquer de seus estágios no parcelamento da Lei nº 12.996/2014. Como o Código Tributário Nacional, em seu art. 106, inciso I, autoriza a aplicação da lei a ato ou fato pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, fica evidente a incidência da NOTA TÉCNICA CONJUNTA DINOR/DAPAR nº 009/2015 no presente caso, permitindo a inclusão de débitos de estimativa do IRPJ no parcelamento da Lei nº 12.996/2014 como foi pleiteado pela contribuinte em 21/08/2014. Observase que todas as condições exigidas para atestar a regularidade do parcelamento solicitado pela contribuinte foram satisfeitas. Dessa forma, quando foi dada a ciência do Termo de Início de Fiscalização em 17/03/2015, a contribuinte já havia, de forma espontânea, informado os débitos de IRPJ Estimativas Mensais, código de arrecadação 2362, nas DCTF Retificadoras e incluído os correspondentes saldos devedores no pedido de parcelamento da Lei nº 12.996/2014. Fl. 674DF CARF MF 8 Demonstrando a apuração do IRPJ a Pagar, a partir da DIPJ/2012 apresentada pela contribuinte e considerando o valor do IRPJ Estimativa Mensal pago e parcelado declarado nas DCTF, temse o seguinte: [...] Concluise, então, inexistir saldo de IRPJ a Pagar, considerando o valor total das estimativas pagas e parceladas, conforme declaradas nas DCTF dos períodos de apuração do ano calendário de 2011, devendo ser exonerado o lançamento do IRPJ a Pagar. Houve recurso de ofício dessa decisão, em face de o valor exonerado superar o limite de alçada de R$ 1.000.000,00, à época. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator. Admissibilidade. O recurso de ofício deve ser conhecido, uma vez o valor exonerado exceder ao novo limite de alçada de R$ 2.500.000,00. Mérito. O lançamento referese ao IRPJ ajuste anual e multas isoladas por não pagamento de estimativas, do anocalendário 2011. Conforme constou no relatório: Durante a fiscalização foi verificado a falta de declaração do IRPJ no ano calendário de 2011 no valor de R$ 4.443.229,28 e o contribuinte informou que as diferenças refletem o somatório dos valores não recolhidos de estimativas mensais. Estas estimativas foram declaradas em DCTF retificadoras em julho de 2014 e incluídas no “Refis da Crise” em 21/08/2014, conforme Lei nº 12.996/2014. Após a retificação das DCTFs, que se deu antes da ciência quanto ao Termo de Início de Fiscalização (17/03/2015), houve a adesão ao tratamento tributário diferenciado instituído por meio da Lei nº 11.941/09 (REFIS da Crise), revitalizado pela Lei nº 12.996/14 (REFIS da Copa), com a inclusão no parcelamento dos débitos de estimativa que, no total, coincidiam com os R$ 4.443.229,28 relativos ao IRPJ devido ao final do período. Sobre a viabilidade de parcelamento de débitos de estimativa, é certo que a Receita Federal admitiu essa possibilidade com a edição da Nota Técnica Conjunta DINOR/DAPAR nº 009/2015. No presente caso, foram aceitos e consolidados os débitos indicados pela contribuinte no parcelamento especial. Na referida Nota Técnica disponível no "site" da Receita Federal consta: Fl. 675DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 6 9 Dessa forma, considerando os fatos acima apontados e considerando também que o pedido de parcelamento é confissão de dívida e que a Lei nº 11.941, de 2009, permitiu o parcelamento de débitos constituídos ou não, uma vez confessados os débitos, ainda que provenientes de estimativas em qualquer de seus estágios (controladas no Fiscel ou objeto de DCOMP não homologada), estes deverão ser incluídos no parcelamento tanto da Lei nº 12.996, de 2014, quanto no simplificado. Havendo rescisão do parcelamento, há que prosseguir na cobrança, enviando o débito confessado para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU). Em relação ao parcelamento simplificado, os códigos de estimativas já foram incluídos nas tabelas dos códigos passíveis de parcelamento, assim o ParcWeb já recupera tais débitos, desde que atenda as demais condições para essa modalidade de parcelamento. Com referência ao parcelamento especial instituído pela Lei nº 12.996, de 2014, a recuperação dos débitos passíveis de inclusão já ocorreu, sendo que as estimativas não foram recuperadas, e não há ferramenta para alteração. Dessa forma, os contribuintes que se dirigirem às unidades de atendimento requerendo a consolidação desses débitos deverão ser orientados a protocolar pedido de revisão da consolidação do parcelamento, com as informações detalhadas sobre os débitos a serem incluídos. Como pode ser visto às fls. 582 a 585, a contribuinte, em 24 de setembro de 2015, protocolou o documento denominado "Solicitação de Revisão dos Débitos Consolidados no REFIS SRDC REFIS LEI 12.996/14" em que formaliza sua opção em incluir os débitos de estimativa no parcelamento. Inobstante isso, impetrou Mandado de Segurança uma vez que tal consolidação não fora feita. Nas informações prestadas pela autoridade impetrada (Delegado da Receita Federal em Sete LagoasMG), está apontado (fl. 612): Diante da possibilidade de parcelamento dos débitos de estimativas de IRPJ e CSLL passouse, então, a orientar os contribuintes que se dirigissem às unidades de atendimento da RFB e protocolassem pedido de revisão da consolidação dos parcelamentos, apresentando as informações detalhadas sobre os débitos a serem incluídos, tal como procedeu a autora em 24/09/2015, cujo requerimento está sendo controlado através do PTA n° 13607720.562/201581. Face ao acima exposto, considerando a mudança de entendimento por parte da RFB, forçoso é reconhecer que os débitos de IRPJ ESTIMATIVA (cód. receita 2362), vencidos em 28/02/2011, 30/03/2011, 30/04/2011, 31/05/2011, 30/06/2011, 31/07/2011, 31/08/2011, 30/09/2011, 31/10/2011, 30/11/2011, 31/12/2011, 25/01/2012. 31/01/2012, 31/12/2012 e 31/01/2013 serão incluídos no parcelamento especial instituído peia Lei n° 12.995/2014, mediante a reconsolidação por parte da RFB da conta "Demais Débitos" Todavia, ressaltese que no presente momento inexiste ferramenta para a reconsolidação do Fl. 676DF CARF MF 10 parcelamento no sistema de controle, como também planilha para cálculo manual dos novos valores referentes ao montante parcelado e das parcelas, motivo pelo qual somente é possível suspender a exigibilidade dos débitos de IRPJ ESTIMATIVA, que passam a não serem óbices à liberação da CPDEN. Embora essa admissão do parcelamento de estimativas por parte da Receita Federal, não se pode olvidar a natureza desses débitos: mera antecipação do tributo a ser apurado no período anual. No Parecer PGFN/CAT/Nº 88/2014, em seu item II, TRANSFORMAÇÃO DA ESTIMATIVA EM TRIBUTO, está assim assentado: 6. O imposto de renda tem sua matriz no Art. 153, Inciso III da Constituição Federal, estabelecendo princípios para sua regência no § 2º do mesmo artigo, além dos já previstos nos Arts. 150 e 151 da Carta Magna, porém, o delineamento do tributo consta no Código Tributário Nacional, ao definir o fato jurídico tributário que enseja a incidência do imposto de renda: “Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1ºA incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) § 2ºNa hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.” 7. Não existe nenhuma dúvida quanto ao fato jurídico tributário que enseja a incidência do imposto sobre a renda, valendo trazer a lição a seguir a respeito do conceito de renda: “...o acréscimo de valor patrimonial, representativo da obtenção de produto, da ocorrência de fluxo de riqueza ou simples aumento do valor do patrimônio, de natureza material ou Fl. 677DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 7 11 imaterial, acumulado ou consumido, que decorre ou não de uma fonte permanente, que decorre ou não de uma fonte produtiva, que não necessariamente esta realizado, que não necessariamente esta separado, que pode ou não ser periódico ou reprodutível, normalmente líquido, e que pode ser de índole monetária ou em espécie.”1 8. Outro aspecto deve ser levando em consideração para aferir a renda, o interstício temporal, a partir da combinação de acréscimos e decréscimos patrimoniais relevantes, que vão apontar o ganho de renda do sujeito passivo num determinado período. Vejamos lição de Hugo de Brito Machado: “em se tratando de imposto de incidência anual, podese afirmar que o seu fato gerador é da espécie dos fatos continuados. E em virtude de ser a renda, ou o lucro, um resultado de um conjunto de fatos que acontecem durante determinado período, é razoável dizerse também que se trata de fato gerador complexo”2 9. Mesmo o fato que enseja à incidência do imposto de renda ocorrendo apenas ao final do ano, a legislação estabelece o pagamento de valores mensais, cujo valor real se apresentará apenas no ajuste anual, com a apuração do lucro real, a qual ocorrerá em 31 de dezembro, consoante definido no Art. 2º da Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996: “Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. (Regulamento) (Vide Medida Provisória nº 627, de 2013) (Vigência) § 1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. § 2º A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. § 3º A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§ 1º e 2º do artigo anterior. § 4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: 1 QUEIROZ, Luis César Souza, Imposto Sobre a Renda:Requisitos para uma tributação Constitucional, p. 229 2 Curso de Direito Tributário, 23ª edição, Malheiros Editores: São Paulo, 2003, p. 292. Fl. 678DF CARF MF 12 I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV do imposto de renda pago na forma deste artigo.” 10. Por sua vez, o Art. 6º da Lei n.º 9430, de 1996, também deixa bastante claro que o imposto será apurado em 31 de dezembro, estruturando o imposto de renda anual para o seu devido valor, superando as antecipações de recolhimento designadas como estimativa. Vejamos o dispositivo: “Art. 6º O imposto devido, apurado na forma do art. 2º, deverá ser pago até o último dia útil do mês subseqüente àquele a que se referir. § 1o O saldo do imposto apurado em 31 de dezembro receberá o seguinte tratamento: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) I se positivo, será pago em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano subsequente, observado o disposto no § 2o; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) II se negativo, poderá ser objeto de restituição ou de compensação nos termos do art. 74. (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) § 2º O saldo do imposto a pagar de que trata o inciso I do parágrafo anterior será acrescido de juros calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir de 1º de fevereiro até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. § 3º O prazo a que se refere o inciso I do § 1º não se aplica ao imposto relativo ao mês de dezembro, que deverá ser pago até o último dia útil do mês de janeiro do ano subseqüente.” 11. Esse pagamento a que nos referimos acima se assemelha a antecipação do imposto de renda por meio de retenção na fonte, a qual tem sua natureza abordada em nota na clássica obra de Aliomar Baleeiro: “Generalizouse a retenção do imposto de renda na fonte. Com o advento da Lei nº 7713/88, a partir de 01.01.1988, todos os rendimentos de pessoa física, recebidos de pessoas jurídicas, sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte, mesmo quando pagos em juízo. Incluemse, portanto, no rol, os rendimentos pagos ao trabalho assalariado (salários, remunerações e despesas pagas pelo empregador), ao autônomo, aluguéis e outros. As exceções são os ganhos de capital, mesmo se pagos por pessoas jurídicas, os alimentos e pensões. ...omissis.. Fl. 679DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 8 13 Originariamente, o imposto de renda (fonte) incidia apenas sobre os rendimentos ao portador e dos residentes e domiciliados no exterior. Surgiu, portanto, por razões de praticidade ou pelas limitações territoriais da lei brasileira, como incidência única e exclusiva, cabendo às fontes pagadores reter e recolher o tributo as repartições competentes. ...omissis... Posteriormente, estendeuse o imposto de fonte a outras hipóteses, até a ampla generalização que tem hoje. Não configura, em nenhum caso, tributo diferente do imposto de renda, mas, antes, deve ser analisado como mera antecipação de imposto que se presume devido. Se, ao final do anobase em que está periodizado (ver comentários seguintes, no tópico 13), o imposto não for devido, em decorrência de saídasdespesas elevadas, deverá ser devolvido ao contribuinte.”3 12. O entendimento quanto à natureza de antecipação do imposto foi tratada em decisões do Supremo Tribunal Federal, a seguir colacionadas: EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. PESSOA JURÍDICA. RETENÇÃO NA FONTE. PAGAMENTOS EFETUADOS PELO PODER PÚBLICO. CARÁTER INFRACONSTITUCIONAL DA DISCUSSÃO. INSUFICIÊNCIA DAS RAZÕES RECURSAIS. PROCESSUAL CIVIL. DECISÃO MONOCRÁTICA. DISCUSSÃO ACERCA DE SEUS REQUISITOS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Nos termos do art. 38 da Lei 8.038/1991 e do art. 21, § 1º do RISTF, cabe ao relator negar seguimento aos pedidos ou aos recursos manifestamente improcedentes. Nestes casos, devese preservar a possibilidade de recurso ao Colegiado, pela exposição precisa dos fundamentos da decisão monocrática. Requisito observado neste caso. 2. Considerada a sistemática de retenção na fonte como instrumento de antecipação do Imposto de Renda (realidade diversa da retenção na fonte como mecanismo de tributação definitiva), para que fosse possível bem compreender a alegada dimensão constitucional do debate, seria necessário examinar não apenas a norma de retenção, mas também a contramedida de compensação, destinada a reconduzir a carga tributária ao patamar autorizado pela Constituição e pela legislação. Ausente discussão sobre elemento essencial do modelo, as razões recursais são ineficazes para promover o debate constitucional da matéria. 3. Ademais, as razões recursais desviamse de outro elemento determinante para o controle da validade da tributação, que referese aos limites à mensuração da carga tributária que pode ser exigida em antecipação. Como há a previsão para o reequilíbrio da carga tributária com a compensação, a questão de fundo deixa de ser propriamente a violação imediata do conceito de renda, para se desdobrar em duas: (a) a razoabilidade e a proporcionalidade dos valores 3 Direito Tributário Brasileiro. 11ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 314. Fl. 680DF CARF MF 14 retidos, considerado o direito constitucional ao exercício de atividade econômica lícita e (b) a eficácia do mecanismo de compensação para reconduzir a carga tributária ao patamar permitido pela Constituição e pela legislação. Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RE 628845 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 01/03/2011, DJe061 DIVULG 30032011 PUBLIC 31032011 EMENT VOL0249301 PP00194) E MENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. PESSOA JURÍDICA. ANTECIPAÇÃO. “DUODÉCIMOS”. VALIDADE. PROCESSUAL CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. 1. O acórdão prolatado pelo Tribunal de origem está devidamente fundamentado, ainda que com sua conclusão não concorde a parteagravante. Ausência de violação do art. 93, IX da Constituição. 2. A orientação firmada por esta Corte considera válida a cobrança do IRPJ pela modalidade de antecipação conhecida como “duodécimos” (DecretoLei 2.354/1987 e Lei 7.787/1989). A suposta violação do princípio da vedação do uso de tributo com efeito confiscatório depende do exame de provas específicas, relativas ao caso concreto. Ausente quadro probatório capaz de confirmar a alegação da parteagravante. Impossibilidade de revisão de fatos e provas (Súmula 279/STF). Agravo regimental ao qual se nega provimento. (RE 255379 AgR, Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Segunda Turma, julgado em 08/02/2011, DJe060 DIVULG 29032011 PUBLIC 30032011 EMENT VOL02492 01 PP00043) 13. Ao final do período ocorre à substituição das estimativas pelo ajuste anual, não existindo liquidez e certeza na estimativa, razão pela qual é impossível a inscrição e cobrança das estimativas, conforme exposto no Parecer PGFN/CAT n.º 1.658/2011, do qual extraímos o trecho a seguir: 28. Ocorre que, como visto e reiterado, os valores do IRPJ e da CSLL apurados por estimativa não se qualificam como crédito tributário, mas como mera antecipação do pagamento deste. 29. Assim, ainda que a DCOMP se preste à confissão de dívida, tal confissão não tem o poder de transformar a antecipação do tributo (estimativa) em crédito tributário. 30. Disto decorre que, mesmo declarada esta antecipação do tributo como débito (e até confessada), em não sendo homologada a compensação ela é tida por inexistente, tendo como efeitos o não pagamento e a não extinção desta parte do crédito tributário, a teor do art. 156, inciso II, do Código Tributário Nacional. 31. Conclusivamente, o débito relativo à antecipação do IRPJ e da CSLL apurada por estimativa não constitui crédito tributário e assim não se converteu pelo fato de ter sido objeto de DCOMP, não se sustentando como líquido e certo, inclusive porque é necessário o ajuste, ao final, para apuração do saldo do imposto. 32. De fato, conforme preceitos do art. 2o c.c. art. 6o da Lei no 9.430, de 1996, caso não recolhido ou pago a menor o valor da Fl. 681DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 9 15 antecipação mensal dos tributos, é necessária a apuração destes ao final (31 de dezembro ou na data do encerramento das atividades ou dos demais eventos indicados na lei), com previsão de penalidade pecuniária, ainda que a pessoa jurídica venha a apurar prejuízo no balanço. 33. A propósito, não é desarrazoado prever a ocorrência de situação em que os valores antecipados sejam superiores ao valor do tributo devido, hipótese que reforça a conclusão de inexistência de certeza e liquidez das referidas antecipações. 14. A mesma conclusão foi adotada no Parecer PGFN/CAT n.º 193/2013, conforme excerto a seguir: “12. A existência da compensação não implica em sua possibilidade de cobrança, afinal, ao ser concluído o exercício, a estimativa é substituída pelo imposto apurado, consoante exposto no Parecer PGFN/CAT nº 1.658/2011 e assim como é definido pela própria Receita Federal do Brasil no Art. 16 da Instrução Normativa SRF Nº 093, de 24 de Dezembro de 1997: Art. 16. Verificada a falta de pagamento do imposto por estimativa, após o término do anocalendário, o lançamento de ofício abrangerá: I a multa de ofício sobre os valores devidos por estimativa e não recolhidos; II o imposto devido com base no lucro real apurado em 31 de dezembro, caso não recolhido, acrescido de multa de ofício e juros de mora contados do vencimento da quota única do imposto.” 15. O IRPJ e a CSLL substituem as estimativas, contudo, é possível que os valores relativos à estimativa tenham sido compensados e computados como pagamento no momento do ajuste anual, contudo, essa compensação pode não ser homologada, ocorrendo a decisão após a apuração do lucro real. Assim, tratarse iam de valores referentes a tributo consolidados com o ajuste anual, não mais de mera estimativa do imposto de renda e da contribuição sobre o lucro. 16. Esse entendimento já é aplicado pela Receita Federal do Brasil, vejamos trecho da Nota Cosit nº 31/2013, a qual serve de lastro à consulta: “Portanto, ao apurar, em 31 de dezembro, o valor total do imposto devido em todo o anocalendário, o sujeito passivo há de pagar esse valor, não havendo porque a RFB manter a cobrança de um débito (estimativa) que foi incorporado por outro (imposto a pagar). Isso é pacífico. A RFB não cobra estimativa não paga no anocalendário: aplica multa de ofício e cobra o imposto devido na forma de saldo a pagar.” 17. A leitura do trecho acima deixa claro que a RFB tem consciência da inviabilidade de cobrança das estimativas, pelo menos até a ocorrência do fato jurídico que enseja a incidência do IRPJ e CSLL na modalidade anual. Fl. 682DF CARF MF 16 18. Ocorre que, após o ajuste, a estimativa é substituída pelo tributo, portanto, a estimativa extinta por meio de compensação foi incorporada ao ajuste, como explicado pela própria Receita Federal do Brasil na Nota Cosit n.º 31/2013: “21. Ocorre que não se está tratando de estimativa não paga no anocalendário, mas de estimativa extinta por meio da compensação, cujo efeito legal é o mesmo do pagamento, conforme se depreende da leitura do art. 156, Incisos I e II, do CTN e do art. 6º da Lei nº 8.212, de 29 de agosto de 1991. 21.1. Por sua vez, a Lei n.º 9.430, de 1996, não previa – e não foi atualizada nesse ponto – a hipótese de que o valor devido fosse antecipado por forma diversa do pagamento, in casu, a compensação, cujas regras próprias possibilitam a contestação dessa antecipação por meio da nãohomologação, que ocorre, via de regra, apenas depois de 31 de dezembro, ou seja, depois de a Declaração de Informações Econômico Fiscais (DIPJ) ser entregue e o imposto pago ou o saldo negativo apurado. 21.2. Ora, enquanto não homologada a compensação, extinto está o débito declarado a título de estimativa e, portanto, corretamente deduzido do total do imposto devido no ano e demonstrado no DIPJ. Essa extinção, entretanto, não é definitiva, mas se submete a condição resolutória de a RFB homologála ou não no prazo de cinco anos. 21.3 Assim, ao compor o imposto de renda apurado e devido ao final do anocalendário, e ser declarado extinto por meio de estimativa, temse que esse valor informado na DIPJ como compensado já não é mais estimativa, mas imposto sobre a renda, crédito tributário definitivamente constituído por apuração e confissão do sujeito passivo. Tal caráter de confissão tanto se encontra assentado na informação do valor estimado e compensado prestada na DCTF, como na DComp. 19. O entendimento que podemos extrair do excerto acima é de que tratamos de tributo em si, não mais de estimativas, cuja existência se encerra com o ajuste anual, consoante exposto nos Pareceres PGFN/CAT nº 1.658/2011 e 193/2013, razão pela qual podemos ter uma conclusão diferente daqueles constantes nos pareceres mencionados, contudo, sem modificarlhes em nenhum ponto, apenas por considerar que no caso estamos tratando de tributo propriamente dito. 20. A conclusão que podemos formular, a partir do questionamento da Receita Federal do Brasil, é pela legitimidade de cobrança de valores que sejam objeto de pedido de compensação não homologada oriundos de estimativa, uma vez que já se completou o fato jurídico tributário que enseja a incidência do imposto de renda, ocorrendo à substituição da estimativa pelo imposto de renda. 21. Devemos ressaltar, porém, que deverão ser realizados ajustes para que fique claro que os valores cobrados, quando da não homologação de compensação de estimativa, são, na verdade, IRPJ ou CSLL e não estimativa dos tributos, pois a confusão pode influenciar as chances de êxito da cobrança, pois a nomenclatura inadequada pode levar órgãos administrativos e judiciais a entenderem que a cobrança seria ilegal. O entendimento esposado no parecer cujos excertos foram transcritos acima leva à conclusão de que, após encerrado o anocalendário, as estimativas não pagas, mesmo Fl. 683DF CARF MF Processo nº 13609.721739/201546 Acórdão n.º 1201002.072 S1C2T1 Fl. 10 17 informadas em DCTF, que compõem o imposto apurado ao final do período, não se constituem mais em estimativas, mas no próprio tributo em si. Em face do exposto, não pode prosperar a cobrança do IRPJ apurado no período anual. Esse valor é o que foi efetivamente parcelado, anteriormente ao lançamento de ofício. Entretanto, quanto às multas isoladas, elas devem ser mantidas. Pelo que consta no parecer citado, as estimativas, embora declaradas em DCTF retificadora, não foram pagas, nem tampouco parceladas como tal. O débito efetivamente parcelado constituiuse no tributo em si, uma vez encerrado o período de apuração quando da inclusão dele no programa de parcelamento. A título de esclarecimento, o valor efetivo das estimativas não pagas foi de R$ 4.518.087,52, conforme somatória dos valores constantes no quadro de fl. 489. Assim, o valor da multa isolada é de R$ 2.259.043,76 (aplicação da alíquota de 50% sobre o valor não recolhido). Conclusão. Em face do exposto, voto por conhecer do recurso de ofício para, no mérito, DARLHE provimento parcial, mantendo a multa isolada pelo não pagamento de estimativas. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 684DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.721382/2014-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2010
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL(MPF). NULIDADE.
Descabe falar em nulidade do MPF quando demonstrado nos autos que a emissão do documento ocorreu nos termos da legislação de regência.
PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA.
Descabe falar em nulidade do procedimento fiscal por cerceamento do direito de defesa em função da inexistência de fundamentação e motivação jurídica,implicando em cerceamento do direito de defesa, quando o Relatório Fiscal explicita em detalhes as irregularidades apuradas e o Auto de Infração menciona o enquadramento legal para cada uma delas.
PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. ÔNUS DA PROVA.
Nos termos da legislação de regência, a dedução dos custos e despesas operacionais, se questionada, fica condicionada à apresentação pelo sujeito passivo de documentação hábil e idônea que os lastreie. Na inexistência de elementos probantes, não há que se falar em ônus da prova da Fiscalização.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2010
CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. COMPROVAÇÃO. INCÊNDIO.
Os custos e despesas operacionais são dedutíveis apenas se lastreados em documentação hábil e idônea. A ocorrência de incêndio que supostamente destruiu documentos não elide a responsabilidade do sujeito passivo em buscar elementos de prova substitutos ou alternativos que possam embasar os valores questionados.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2010
MULTA DE OFÍCIO.QUALIFICAÇÃO.
Correta a imputação da multa de ofício qualificada quando demonstrado nos autos que o sujeito passivo utilizou-se de valores inexistentes de fato para reduzir o resultado tributável.
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2010
CSLL. AUTO DE INFRAÇÃO REFLEXO.
Tratando-se de lançamento reflexo, aplica-se a ele o resultado do julgamento da autuação tida como principal.
Numero da decisão: 1402-002.818
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto- Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2010 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL(MPF). NULIDADE. Descabe falar em nulidade do MPF quando demonstrado nos autos que a emissão do documento ocorreu nos termos da legislação de regência. PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA. Descabe falar em nulidade do procedimento fiscal por cerceamento do direito de defesa em função da inexistência de fundamentação e motivação jurídica,implicando em cerceamento do direito de defesa, quando o Relatório Fiscal explicita em detalhes as irregularidades apuradas e o Auto de Infração menciona o enquadramento legal para cada uma delas. PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. ÔNUS DA PROVA. Nos termos da legislação de regência, a dedução dos custos e despesas operacionais, se questionada, fica condicionada à apresentação pelo sujeito passivo de documentação hábil e idônea que os lastreie. Na inexistência de elementos probantes, não há que se falar em ônus da prova da Fiscalização. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2010 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. COMPROVAÇÃO. INCÊNDIO. Os custos e despesas operacionais são dedutíveis apenas se lastreados em documentação hábil e idônea. A ocorrência de incêndio que supostamente destruiu documentos não elide a responsabilidade do sujeito passivo em buscar elementos de prova substitutos ou alternativos que possam embasar os valores questionados. Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2010 MULTA DE OFÍCIO.QUALIFICAÇÃO. Correta a imputação da multa de ofício qualificada quando demonstrado nos autos que o sujeito passivo utilizou-se de valores inexistentes de fato para reduzir o resultado tributável. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2010 CSLL. AUTO DE INFRAÇÃO REFLEXO. Tratando-se de lançamento reflexo, aplica-se a ele o resultado do julgamento da autuação tida como principal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto- Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL(MPF). NULIDADE. Descabe falar em nulidade do MPF quando demonstrado nos autos que a emissão do documento ocorreu nos termos da legislação de regência. PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA. Descabe falar em nulidade do procedimento fiscal por cerceamento do direito de defesa em função da inexistência de fundamentação e motivação jurídica,implicando em cerceamento do direito de defesa, quando o Relatório Fiscal explicita em detalhes as irregularidades apuradas e o Auto de Infração menciona o enquadramento legal para cada uma delas. PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. ÔNUS DA PROVA. Nos termos da legislação de regência, a dedução dos custos e despesas operacionais, se questionada, fica condicionada à apresentação pelo sujeito passivo de documentação hábil e idônea que os lastreie. Na inexistência de elementos probantes, não há que se falar em ônus da prova da Fiscalização. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010 CUSTOS E DESPESAS OPERACIONAIS. COMPROVAÇÃO. INCÊNDIO. Os custos e despesas operacionais são dedutíveis apenas se lastreados em documentação hábil e idônea. A ocorrência de incêndio que supostamente destruiu documentos não elide a responsabilidade do sujeito passivo em buscar elementos de prova substitutos ou alternativos que possam embasar os valores questionados. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 13 82 /2 01 4- 41 Fl. 23507DF CARF MF 2 Anocalendário: 2010 MULTA DE OFÍCIO.QUALIFICAÇÃO. Correta a imputação da multa de ofício qualificada quando demonstrado nos autos que o sujeito passivo utilizouse de valores inexistentes de fato para reduzir o resultado tributável. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2010 CSLL. AUTO DE INFRAÇÃO REFLEXO. Tratandose de lançamento reflexo, aplicase a ele o resultado do julgamento da autuação tida como principal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 23508DF CARF MF Processo nº 19515.721382/201441 Acórdão n.º 1402002.818 S1C4T2 Fl. 23.508 3 Relatório Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório da decisão recorrida abaixo transcrito: Contra a contribuinte acima qualificada foram lavrados os autos de infração de fls. 580/596, através dos quais foi constituído o crédito tributário referente ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL. O crédito tributário total importou em R$ 10.654.773,76, incluídos juros de mora e multa proporcional. 2. De acordo com os autos de infração e com o Relatório Fiscal de fls. 569/579, o lançamento, que se refere ao anocalendário 2010, decorreu de (i) despesas não comprovadas, (ii) indevida dedução de perdas no recebimento de créditos, (iii) adições de despesa indedutível não computada no Lucro Real e na base de cálculo da CSLL e (iv) exclusões indevidas na apuração do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL. Qualificouse a multa (percentual de 150%) no tocante a esta última infração. 3. A contribuinte apresentou impugnação de fls. 622/639, alegando, em síntese: a) nulidade dos lançamentos por inobservância aos termos do Mandado de Procedimento Fiscal MPF e por perda de validade dos termos de intimação fiscal; b) nulidade do procedimento por inexistência de fundamentação e motivação jurídica, vez que a fiscalização realizou um lançamento arbitrado, mesmo reconhecendo ter havido um incêndio que destruiu documentos fiscais da empresa; c) nulidade por cerceamento do direito de defesa; d) que cabe à fiscalização o ônus da prova das infrações; e) que não foi intimada para se manifestar sobre o fim da instrução, conforme previsto no art. 44 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999; f) que, de acordo com ao art. 393 do Código Civil, não pode ser responsabilizada em face do incêndio em suas dependências e que a fiscalização deveria ter intimado os fornecedores para apresentação dos documentos; g) que a multa de 150% é indevida por não ter havido sonegação, fraude ou conluio e por ter sempre atendido à fiscalização; h) que é indevida a incidência de juros de mora sobre a multa. 4. Requereu, ao final, o cancelamento dos autos de infração, bem assim que seja intimada para apresentação de defesa oral. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento prolatou o Acórdão 1153.590 pelo qual deu provimento parcial à impugnação para acolher parte dos documentos apresentados referente à infração Despesas operacionais não comprovadas. Fl. 23509DF CARF MF 4 Devidamente cientificada, a interessada apresentou recurso voluntário a este colegiado ratificando as razões expedidas na pela impugnatória. Suscita o cancelamento da decisão de primeira instância que teria deixado de apreciar os argumentos quanto à apresentação de elementos comprobatórios da inexistência de motivos para a realização do lançamento bem como em relação à solicitação da diligência. É o relatório. Fl. 23510DF CARF MF Processo nº 19515.721382/201441 Acórdão n.º 1402002.818 S1C4T2 Fl. 23.509 5 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Relator O recurso é tempestivo e foi interposto por signatário devidamente legitimado, motivo pelo qual dele conheço. A arguição de nulidade da decisão recorrida não merece prosperar. Em relação à ausência de motivos para a realização do lançamento e à necessidade de diligência para obtenção de informações junto aos fornecedores o acórdão questionado assim se manifestou (destaques acrescidos): [...] Em sua impugnação, reafirma a contribuinte a ocorrência do sinistro, conforme provas que diz anexar. Aduz que, de acordo com o art. 393 do Código Civil, não pode ser responsabilizada, e que deveria a fiscalização ter intimado seus fornecedores, os quais relaciona. [...] Determinada despesa, para ser dedutível, há de ter sua ocorrência devidamente comprovada. Nos termos do dispositivo acima transcrito, compete ao contribuinte provar que as despesas lançadas em sua DIPJ foram efetivamente pagas ou incorridas, devendo a comprovação se dar mediante apresentação de documentação hábil e idônea. [...] Assim, o Órgão julgador deixa claro o entendimento quanto à obrigação do sujeito passivo, e não do Fisco, em demonstrar documentalmente os valores lançados na escrituração o que também implicaria na desnecessidade da diligência eis que caberia à interessada obter os elementos de prova. Deixo claro minha concordância com a decisão recorrida no que se refere à diligência. O sinistro ocorreu em 11/01/2012 e o procedimento fiscal teve início em 26/08/2013. Só nesse interregno temse 1 ano e 7 meses para que a interessada obtivesse junto aos fornecedores elementos substitutivos de prova dos lançamentos contábeis. Levandose em consideração que esta Corte aceita, sob determinadas circunstâncias, elementos de provas apresentados em sede recursal, se for levado em consideração a data de interposição do recurso voluntário (26/09/2016), foram quase 5 anos para que a interessada buscasse suprir a falta decorrente do incêndio. Ressaltese nesse aspecto, como será demonstrado em momento posterior deste voto, que maior parte da documentação foi obtida. No que se refere às demais preliminares suscitadas na impugnação e reiteradas no recurso voluntário, foram bem enfrentadas pela decisão recorrida cabendo apenas ratificar a análise lá efetuada. Fl. 23511DF CARF MF 6 Em relação ao MPF, conforme bem ressaltado no acórdão hostilizado, foi indicada apenas uma auditorafiscal como responsável pela execução do mandado, sendo ela própria a autoridade que lavrou os autos de infração. A outra autoridade mencionada no MPF foi designada apenas na condição de supervisor, não sendo obrigatória sua assinatura nos autos de infração, conforme art. 7º da Portaria RFB nº 3.014, de 29 de junho de 2011. Quanto à CSLL, o art. 8º desse mesmo diploma legal deixa clara a desnecessidade de MPF específico para tributos abrangidos no mesmo procedimento fiscal do IRPJ. Importa ressaltar que, mesmo se houvesse qualquer irregularidade no documento, a jurisprudência do CARF consolidouse no sentido de que o MPF é instrumento de controle exclusivamente administrativo e eventuais equívocos nele contidos não teriam o condão de macular o procedimento fiscal. Quanto à nulidade do procedimento fiscal pelo término do prazo de 60 (dias) entre os termos lavrados pela Fiscalização, a interessada se confunde. Ressaltando que não foi indicado especificamente quando ocorreu tal fato, o efeito do decurso do prazo em questão sem a prática de qualquer ato de ofício da autoridade fiscal seria o retorno da espontaneidade em relação às matérias objeto do procedimento fiscal. A partir do momento em que ocorre nova manifestação formal da Fiscalização sem que o sujeito passivo tenha aproveitado a espontaneidade para pagar tributos ou suprir alguma irregularidade, o procedimento fiscal procede normalmente. Inexiste a perda de validade suscitada. Em relação à inexistência de fundamentação e motivação jurídica para o lançamento, o Relatório Fiscal descreve claramente as irregularidades apuradas que geraram a autuação, deixou claro que a existência do incêndio não seria motivo suficiente para justificar a não comprovação das despesas e registra a aceitação de alguns documentos. O auto de infração, por sua vez, traz em seu bojo todo o enquadramento legal para cada uma das infrações. Não vislumbro a irregularidade suscitada. As alegações de cerceamento do direito de defesa e ônus da prova da Fiscalização se confundem com o item anterior, pois o sujeito passivo novamente sustenta no primeiro caso, que não teriam sido demonstradas as razões jurídicas necessárias ao lançamento e, no segundo, ter apresentado elementos comprobatórios da inexistência de motivos para o lançamento. A simples leitura do parágrafo anterior derruba os argumentos de defesa. A interessada insiste no argumento de que ocorreu indevido arbitramento. Conforme já esclarecido pela decisão recorrida, o lançamento fiscal não foi formalizado na modalidade do lucro arbitrado, mas sim lucro real. Improcedente a alegação. Quanto à aplicação do art. 44, da Lei nº 9.789/99, a decisão recorrida foi precisa. De fato, o procedimento fiscal tem natureza inquisitória, não sendo exigida a intimação do contribuinte para manifestarse sobre o fim da instrução. Ao sujeito passivo cabe oferecer suas contestações em momento oportuno, quando da impugnação ao lançamento, nos termos do Decreto nº 70.235, de 1972. Além do mais, esse Decreto regula especificamente o processo administrativo fiscal no âmbito federal e, sendo assim, os dispositivos da Lei nº 9.784/99 só são aplicáveis em caráter subsidiário, nos termos do art. 69 desse diploma legal. Naquilo que a interessada denomina mérito, não foi apresentado qualquer documento ou esclarecimento que pudesse subsidiar a defesa. A única alegação dirigese à ocorrência de incêndio que teria atingido os documentos fiscais. O Relatório Fiscal e a decisão recorrida trazem algumas colocações pelas quais o sinistro por si só não seria justificativa para a não apresentação dos elementos de prova. Fl. 23512DF CARF MF Processo nº 19515.721382/201441 Acórdão n.º 1402002.818 S1C4T2 Fl. 23.510 7 Temse como exemplo a dedução com provisões que representa individualmente o maior valor glosado (R$ 10.041.256,69). Como regra geral as provisões são indedutíveis, com as exceções previstas em lei. Caberia à defesa, mesmo sem documentos comprobatórios, ao menos tentar justificar a dedução. Não houve qualquer esforço da interessada nesse sentido. No que se refere às perdas tidas como indedutíveis (R$ 299.019,95) a interessada admitiu que só havia adotado os requisitos legais em relação a uma das devedoras e apresentou documento que foi aceito. Aqui também o incêndio não pode se tido como justificativa. Em relação às despesas operacionais, importa ressaltar que o valor total sob exame foi de R$ 55.386.258,50 e desse montante apenas R$ 7.449.566,04 foi glosado, ou seja, um percentual de apenas 13,50% (treze e meio por cento). Assim, se por hipótese o incêndio fosse causa da impossibilidade de apresentar os comprovantes requeridos, tal fato não teria impedido a demonstração da grande maioria dos valores deduzidos. No que se refere à exclusão indevida do lucro líquido (R$ 3.541.119,06) o problema é absolutamente estranho ao incêndio. Isso porque a Fiscalização deixou claro o indicativo da existência de uma "conta de chegada", ou seja, um lançamento de exclusão idêntico ao lucro líquido (R$ 2.716.280,44) mais a adição (R$ 824.838,62). Dada a gravidade da questão, caberia à recorrente no mínimo uma tentativa de justificar tal valor, inclusive porque a contabilidade não foi destruída. Relativamente à multa qualificada, em primeiro lugar importa não confundir com a multa agravada decorrente do não atendimento à intimação para prestar esclarecimentos, matéria estranha aos autos. A qualificadora foi imputada exclusivamente sobre a exclusão indevida do lucro líquido. Isso porque, diversamente das demais glosas decorrentes da não apresentação de documentação comprobatória, no caso sob exame a exclusão foi tida como fictícia, resultado de um "jogo de contas" para zerar o valor tributável. Não houve sequer uma tentativa do sujeito passivo de justificar o valor excluído. Entendo caracterizada a fraude prevista no art. 72, da Lei nº 4.502/64, motivo pelo qual voto por manter a multa nos moldes aplicados. Quanto à incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício, a jurisprudência atual desta Corte é unânime em reconhecer a incidência dos juros de mora sobre a multa, como se pode ver abaixo em julgados recentíssimos de todas as turmas da CSRF: JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de ofício proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de ofício, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. (Acórdão 9101002.180, CSRF, 1ª Turma) JUROS MORATÓRIOS INCIDENTES SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. TAXA SELIC.A obrigação tributária principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu inadimplemento, incluindo a multa de oficio proporcional. O crédito tributário corresponde a toda a obrigação tributária principal, incluindo a multa de oficio proporcional, sobre a qual devem incidir os juros de mora à taxa Selic. (Acórdão 9202003.821, CSRF 2ª Turma) Fl. 23513DF CARF MF 8 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA.O crédito tributário, quer se refira a tributo quer seja relativo à penalidade pecuniária, não pago no respectivo vencimento, está sujeito à incidência de juros de mora, calculado à taxa Selic até o mês anterior ao pagamento, e de um por cento no mês de pagamento. (Acórdão 9303003.385, CSRF, 3ª Turma). Em resumo do exposto, conduzo meu voto no sentido de rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, o que se aplica também à CSLL pela relação de causa e efeito que une os lançamentos. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Fl. 23514DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10711.723379/2012-17
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 30/10/2008
SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. INFRAÇÃO ADUANEIRA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. POSSIBILIDADE LEGAL.
A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no sistema Siscomex Carga configura a infração aduaneira sancionada com multa regulamentar fixada em preceito legal estatuído em nosso ordenamento jurídico.
INFRAÇÃO ADUANEIRA. MULTA REGULAMENTAR. DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE.
O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação à administração aduaneira relativa a carga importada, transportada por via marítima, desconsolidada no porto de destino, uma vez que tal fato configura a própria infração.
A multa por atraso na prestação de informação no Siscomex Carga, sobre dados da desconsolidação, não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração.
AGENTE DE CARGA DESCONSOLIDADOR. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA PENALIDADE APLICADA. POSSIBILIDADE.
O agente de carga desconsolidador, ainda que por representação de outro agente, na qualidade de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação no sistema Siscomex Carga, sobre a desconsolidação da carga transportada, tem legitimidade para figurar no polo passivo da exação fiscal e, por conseguinte, para responder pela penalidade aplicada por atraso na prestação da respectiva informação, pelo fato de ter sido justamente este quem lhe deu causa.
Numero da decisão: 3001-000.255
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade por ilegitimidade da sujeição passiva e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 30/10/2008 SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. INFRAÇÃO ADUANEIRA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. POSSIBILIDADE LEGAL. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no sistema Siscomex Carga configura a infração aduaneira sancionada com multa regulamentar fixada em preceito legal estatuído em nosso ordenamento jurídico. INFRAÇÃO ADUANEIRA. MULTA REGULAMENTAR. DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação à administração aduaneira relativa a carga importada, transportada por via marítima, desconsolidada no porto de destino, uma vez que tal fato configura a própria infração. A multa por atraso na prestação de informação no Siscomex Carga, sobre dados da desconsolidação, não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA DESCONSOLIDADOR. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA PENALIDADE APLICADA. POSSIBILIDADE. O agente de carga desconsolidador, ainda que por representação de outro agente, na qualidade de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação no sistema Siscomex Carga, sobre a desconsolidação da carga transportada, tem legitimidade para figurar no polo passivo da exação fiscal e, por conseguinte, para responder pela penalidade aplicada por atraso na prestação da respectiva informação, pelo fato de ter sido justamente este quem lhe deu causa.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2065; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 80 1 79 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10711.723379/201217 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.255 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 13 de março de 2018 Matéria PENALIDADES OUTRAS COMÉRCIO EXTERIOR Recorrente PRAXIS 2000 ASSESSORIA EM COMÉRCIO EXTERIOR LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 30/10/2008 SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. INFRAÇÃO ADUANEIRA. IMPOSIÇÃO DE MULTA. POSSIBILIDADE LEGAL. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no sistema Siscomex Carga configura a infração aduaneira sancionada com multa regulamentar fixada em preceito legal estatuído em nosso ordenamento jurídico. INFRAÇÃO ADUANEIRA. MULTA REGULAMENTAR. DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação à administração aduaneira relativa a carga importada, transportada por via marítima, desconsolidada no porto de destino, uma vez que tal fato configura a própria infração. A multa por atraso na prestação de informação no Siscomex Carga, sobre dados da desconsolidação, não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA DESCONSOLIDADOR. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA PENALIDADE APLICADA. POSSIBILIDADE. O agente de carga desconsolidador, ainda que por representação de outro agente, na qualidade de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação no sistema Siscomex Carga, sobre a desconsolidação da carga transportada, tem legitimidade para figurar no polo passivo da exação fiscal e, por conseguinte, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 33 79 /2 01 2- 17 Fl. 80DF CARF MF 2 para responder pela penalidade aplicada por atraso na prestação da respectiva informação, pelo fato de ter sido justamente este quem lhe deu causa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade por ilegitimidade da sujeição passiva e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 1144.163 da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife/PE DRJ/REC que, em sessão de julgamento realizada no dia 05.12.2013, julgou improcedente a impugnação para manter integralmente o crédito tributário lançado. Dos fatos Por bem sintetizar os fatos, adotase o relatório encartado no acórdão recorrido (efls. 43 a 48), que segue transcrito: Relatório Conforme consta na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, a interessada, deixou de prestar informação, no Siscomex, na forma e prazo estabelecidos pela legislação aduaneira. Com efeito, a autuada procedeu à desconsolidação da carga em 30/10/2008, às 16h5min7s, restando intempestiva a informação, tendo sido gerado inclusive pelo sistema Carga um bloqueio automático com o status de “INCLUSÃO DE CARGA APÓS O PRAZO OU ATRACAÇÃO” de forma imediata. Tal conduta, segundo a autoridade fiscal, configuraria descumprimento de obrigação acessória (prestação de informação fora do prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil), sujeitando o infrator à multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do Decretolei nº 37, de 18/11/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 29/12/2003. Devidamente cientificada a contribuinte apresenta impugnação, com base sinteticamente nos seguintes fundamentos: a) não figura como consignatário do Master BL, e a desconsolidação foi realizada por instrução e procuração do consignatário do Master BL, CALLAWAY LOGÍSTICA INTERNACIONAL LTDA, uma vez que, somente tem acesso às Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 81 3 informações e documentos para desconsolidação após o envio das informações pertinentes ao processo pela CALLAWAY LOGÍSTICA INTERNACIONAL LTDA, nesse caso específico a instrução foi dada no mesmo dia da chegada do navio MOL WISH ao porto do Rio de Janeiro e não tem como ser responsabilizada pelo não cumprimento de formalidades junto ao Sistema Mercante SISCOMEX CARGA e RECEITA FEDERAL; b) pleiteia que seja revogada a cobrança de multa estipulada conforme art. 22 IN 800/07, uma vez que conforme consta nessa Instrução Normativa, com alteração dada pela IN 899/08, art. 50 "Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir do dia 1º de abril de 2009", não há jurisprudência para cobrança. Por fim, requer correção do real Sujeito Passivo do débito fiscal CALLAWAY LOGÍSTICA INTERNACIONAL LTDA, CNPJ 07014436/000189. É o relatório. Da decisão de 1ª Instância Sobreveio a decisão da 6ª Turma da DRJ/REC, em que, por unanimidade de votos, os integrantes do colegiado a quo julgaram a impugnação improcedente e mantiveram integralmente a exigência fiscal, com base nos fundamentos do voto condutor, haja vista que, com espeque na Portaria SRF 1.364 de 10.11.2004, respectivo acórdão estava dispensado de apresentar ementa. Do recurso voluntário Irresignado com os termos do acórdão vergastado, o requerente interpôs recurso voluntário para em síntese aduzir, em preliminar, que atuou em nome do importador, mediante mandato, e que portanto é equivocada a responsabilidade que lhe foi atribuída no auto de infração, pela suposta infração, ainda mais que é a importadora a única detentora das informações relativas aos dados de embarque das cargas em questão, devendo esta figurar como sujeito passivo da autuação. No mérito, alega que não deixou de prestar quaisquer informações, que, inclusive, foi próativa, agindo em favor do Fisco, devendolhe, por consequência, ser aplicado o benefício da denúncia espontânea inscrita no artigo 138 do CTN, bem como no artigo 102 do Decretolei 37 de 18.11.1966, com redação dada pelo Decretolei 2.472 de 01.09.1988. Aduz também que este entendimento está alinhado com a jurisprudência dos tribunais judiciais e administrativos. Requer, por fim, que seja considerada insubsistente e improcedente a presente exigência fiscal. Do encaminhamento O presente processo digital, então, foi encaminhado para ser analisado por este CARF na forma regimental. Fl. 82DF CARF MF 4 É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da tempestividade O contribuinte em 18.02.2014 (terçafeira) tomou conhecimento da Intimação nº 52/2014 juntada às efls. 50/51 dandolhe conta do teor do acórdão vergastado, é o que depreendese do aviso de recebimento "AR" juntado às efls. 76/77. Irresignado com a decisão nele proferida em 20.03.2014 (quintafeira) junta o recurso voluntário, é o que depreendese do protocolo da Alfândega do Porto de Santos, constante da sua "Folha de Rosto" de efl. 76. Concluise no caso sob exame, após cotejar as datas acima mencionadas, que o recurso voluntário foi interposto no interstício legal de 30 (trinta) dias, portanto é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação de regência, de modo que dele conheço. Do litígio O autuado, cientificado da decisão de primeira instância, protocolou recurso voluntário (efls. 53 a 73) em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Avançando em suas alegações recursais, requer também que sejalhe aplicado o benefício do instituto da denúncia espontânea. Portanto, em síntese, o litígio cingese aos seguintes pontos: (i) ilegitimidade passiva do recorrente e (ii) excludente de responsabilidade por denúncia espontânea da infração. Do contexto fático e jurídico da autuação De plano, cabe destacar que a aplicação da penalidade em comento foi motivada pela prática da infração tipificada, genericamente, na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37 de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833 de 2003, a seguir transcrito: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; (grifei) (...) Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 82 5 E em relação à prestação de “informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute” no Siscomex Carga, para conferir efetividade a referida norma penal em branco, foi editada a Instrução Normativa RFB 800 de 2007, que estabeleceu a forma e o prazo para a prestação das referidas informações. De acordo com a "Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal" que integra o presente Auto de Infração juntado às efls. 02 a 14, a conduta que motivou a imputação da penalidade em apreço foi a prestação da informação a destempo no sistema Siscomex Carga. Para a absoluta evidenciação dos fatos, transcrevese os seguintes trechos da peça acusatória: Dos Fatos A embarcação MPL WISH (EXCARRIBBEAN SEA) chegou ao Brasil através do porto de SANTOS, procedente HONG KONG, no dia 18 de outubro de 2008, tendo atracado às 01:00:00:h, conforme consta nas telas de DETALHES DO MANIFESTO Nº 130.850.198.4208 às fls. 14 e Detalhes da Escala nº 08000205082/SANTOS às fls. 15. (...) A agência de navegação UNIMAR AGENCIAMENTOS MARÍTIMOS LTDA, (...), após ter informado o Manifesto nº 130.850.198.4208 e efetuado sua vinculação às escalas dentro do prazo, informou tempestivamente o Conhecimento Eletrônico (C.E. Mercante) Genérico (Máster) nº 130.805.196.459.899, no dia 17 de OUTUBRO de 2008, às 16:06:50 hs, conforme fls. 16 a 19. A atracação da embarcação no Porto de destino CE MERCANTEGENÉRICO supracitado Rio de Janeiro/RJ, ocorreu no dia 30 de OUTUBRO de 2008, às 09:00:00h, conforme Detalhes da Escala nº 08000223367RIO, constante na folha 20, sendo esta a data/hora limite para a empresa PRAXIS 2000 ASSESSORIA EM COMERCIO EXTERIOR LTDA (...), conforme tela so sistema CNPJ constante a fls. 21, também cadastrada junto ao Departamento do Fundo da Marinha Mercante DEFMM como agente de carga (desconsolidador), como se verifica na tela impressa do sistema Mercante, constante a fls. 22, prestasse as informações de sua responsabilidade, nos termos dos (...). No entanto a empresa PRAXIS 2000 ASSESSORIA EM COMERCIO EXTERIOR LTDA, procedeu a desconsolidação da carga informando o C.E. Mercante Agregado (HBL) nº 130.805.204.506.579, somente no dia 30 de OUTUBRO DE 2008, às 16:05:07 h, restando, portanto INTEMPESTIVA a informação, tendo sido gerado inclusive pela sistema Carga um bloqueio automático com o status de "INCLUSÃO DE CARGA APÓS O PRAZO OU ATRACAÇÃO" de forma imediata, conforme extrato do C.E. Mercante nas folhas 23 a 25. (...) Especificamente, no que tange à prestação de informação sobre a conclusão da operação de desconsolidação, os prazos permanentes e temporários foram estabelecidos, respectivamente, no inciso III do artigo 22 e parágrafo único do artigo 50 da Instrução Fl. 84DF CARF MF 6 Normativa RFB 800 de 2007 (Publicada no DOU de 28.12.2007, seção, página 48), que seguem transcritos: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: (...) III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. (...) Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção;e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. No caso em apreço, como as informações sobre a operação de desconsolidação ocorreu antes de 1º de abril de 2009, o recorrente estava obrigado a cumprir o prazo estabelecido no norma temporária, de que trata o inciso II do parágrafo único do artigo 50, acima transcrito. Os extratos colacionados aos autos, contendo o registro da conclusão referida operação de desconsolidação, comprovam que a informação fora prestada pelo recorrente fora do prazo estabelecido no citado preceito normativo, ou seja, as informações foram prestadas somente às 16:05:07 horas do dia 30.10.2008 data/hora da inclusão no Siscomex Carga do conhecimento eletrônico agregado HBL 130.805.204.506.579, portanto, após a atracação da embarcação no Porto do Rio de Janeiro/RJ, ocorrida na mesma data, porém às 09:00:00 horas, conforme Detalhes de Escala nº 08000223367/RIO. Portanto, é indiscutível que o recorrente praticou a conduta infracionária narrada no Auto de Infração em apreço. Demais disso, não resta qualquer dúvida que a conduta praticada pelo recorrente subsumese concretamente à hipótese da infração descrita nos referidos preceitos legal e normativo. Aliás, em relação à materialidade da infração mencionada inexiste controvérsia nos autos. Apresentadas essas breves considerações, passase a analisar as razões de defesa suscitadas pelo recorrente. Da ilegitimidade passiva O recorrente alegou que, na condição de agente de carga representante do importador, não pode figurar como sujeito passivo da autuação, pois além de agir mediante mandato, é o importador que detém as informações relativas aos dados de embarque das cargas Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 83 7 em questão, não podendo recair sobre si a responsabilidade pelo descumprimento do prazo para prestação das referida informações. A alegação do recorrente não procede, porque, embora o disposto no parágrafo único do artigo 50 da Instrução Normativa RFB 800 de 2007 tenha se referido apenas ao transportador, não se pode olvidar que, para fins de cumprimento de obrigação acessória perante o Siscomex Carga, o termo transportador compreende o agente de carga e demais pessoas jurídicas que prestam serviços de transporte e emitem conhecimento de carga, discriminadas no inciso IV do parágrafo 1º do artigo 2º da referida norma complementar IN RFB 800/2007, a seguir transcrito: Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: (...) V transportador, a pessoa jurídica que presta serviços de transporte e emite conhecimento de carga; (...) § 1º Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: (...) IV o transportador classificase em: a) empresa de navegação operadora, quando se tratar do armador da embarcação; b) empresa de navegação parceira, quando o transportador não for o operador da embarcação; c) consolidador, tratandose de transportador não enquadrado nas alíneas "a" e "b", responsável pela consolidação da carga na origem; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.473, de 2 de junho de 2014) d) desconsolidador, no caso de transportador não enquadrado nas alíneas “a” e “b”, responsável pela desconsolidação da carga no destino; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; (...) Demais disso, não se pode descuidar da literalidade da disposição contida no artigo 5º da já referida norma complementar, a seguir transcrito: Art. 5º As referências nesta Instrução Normativa a transportador abrangem a sua representação por agência de navegação ou por agente de carga. Não bastasse o já elucidado, há ainda expressa menção na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37 de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833 de 2003, que o agente de carga responde pela referida penalidade, se prestar informação sobre a carga fora do prazo estabelecido. No caso em tela, é fato incontroverso que, em relação às operações de desconsolidação que executou, o recorrente, diferentemente do que alega em sua defesa recursal, atuou como representante do transportador estrangeiro no País. Logo, dada essa Fl. 86DF CARF MF 8 condição, era dele a responsabilidade de proceder o registro tempestivo, no Siscomex Carga, dos dados sobre as operações que executou, relativamente ao conhecimento eletrônico agregado HBL 130.805.204.506.579. Dessa forma, tratandose de infração à legislação aduaneira e tendo em vista que o recorrente concorreu para a prática da questionada infração, induvidosamente, ele deve responder pela correspondente penalidade aplicada, conforme dispõe o inciso I do artigo 95 do Decretolei 37 de 1966, a seguir transcrito: Art. 95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; (...) Assim, na condição de agente e, portanto, mandatário do transportador estrangeiro, o recorrente estava obrigado a prestar, tempestivamente, as informações no sistema Siscomex Carga sobre a carga transportada pelo seu representado. Em decorrência dessa atribuição e por ter cumprido a destempo sua obrigação, foi o autuado quem cometeu a infração capitulada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37 de 1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833 de 2003, devendo por conseguinte responder pela infração em apreço. Por fim, não é demais ressaltar que, os termos do caput do artigo 94 do Decretolei 37 de 1966, no âmbito da legislação aduaneira, constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que “importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste Decretolei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos”. Com arrimo nessas ponderações, entendo que resta demonstrado que o recorrente deve ser mantido polo passivo da autuação, haja vista existir previsão legal expressa nesse sentido. Da denúncia espontânea da infração. O recorrente alegou a denúncia espontânea da infração cometida, para excluir a penalidade que lhe fora aplicada, sob o argumento de que não deixou de prestar quaisquer informações e que agiu em favor do Fisco quando da prestação das respectivas informações, portanto, em conformidade com o previsto no parágrafo 2º do artigo 102 do Decretolei 37 de 1966, com redação dada pela Lei 12.350 de 2010, a seguir reproduzido: Art. 102A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) (...) § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) É sem razão a alegação do recorrente, pois no caso em tela a denúncia da infração não restou configurada, haja vista que as informações foram prestadas após a atracação do veículo transportador, de procedência estrangeira, o que, segundo preceitua o parágrafo 3º do artigo 683 do Decreto 6.759 de 2009 (RA/2009), que tem o mesmo teor do Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 84 9 parágrafo 3º do artigo 612 do Decreto 4.543 de 2002 (RA/2002) anterior, vigente à época dos fatos, afasta a aplicação da referida excludente de responsabilidade, in verbis: Art. 612. (...) § 3º Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador. Porém, ainda que tal restrição não se aplicasse à infração em apreço, o que se admite apenas para argumentar, melhor sorte não teria o recorrente, porque a infração em apreço, inequivocamente, não é passível de denúncia espontânea, pela razões aduzidas no voto da lavra do Ilustre Conselheiro José Fernandes do Nascimento que serviu de fundamento da decisão consignada no Acórdão 3102002.187 de 26.03.2014, cujos excertos relevantes, com a devida licença, tomo a liberdade de adotar como fundamento de decidir. Vejamos sua transcrição: Da denúncia espontânea da infração. Alegou a recorrente que, no caso em tela, era incabível a aplicação de qualquer penalidade, porque às informações sobre a carga transportada fora feita a tempo e antes de qualquer intimação ou de qualquer outra notificação porventura expedida pela fiscalização aduaneira, o que configurava denúncia espontânea da infração, nos termos do art. 138 do CTN e do art. 102 do Decretolei nº 37, de 1966. Não procede a alegação da recorrente, pois, no caso em comento, não se aplica o instituto da denúncia espontânea da infração previsto no art. 138 do CTN e tampouco o específico da infração a legislação aduaneira estabelecido no art. 102 do Decretolei nº 37, de 1966, com as novas redações dadas pelo Decretolei nº 2.472, de 01 de setembro de 1988 e pela Lei nº 12.350, de 20 dezembro de 2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, Fl. 88DF CARF MF 10 com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifos não originais) O objetivo da norma em destaque, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Não se pode olvidar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à fiscalização pelo infrator. Em outras palavras, é requisito essencial da excludente de responsabilidade em apreço que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, em consonância com o disposto no retrotranscrito preceito legal, as impossibilidades de aplicação dos efeitos da denúncia espontânea podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. Compõem essa última modalidade toda infração que tem o atraso no cumprimento da obrigação acessória (administrativa) como elementar do tipo da conduta infratora. Em outras palavras, toda infração que tem o fluxo ou transcurso do tempo como elemento essencial da tipificação da infração. São dessa última modalidade todas as infrações que têm no núcleo do tipo da infração o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A título de exemplo, pode ser citado a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex os dados das cargas embarcadas, infração objeto da presente autuação. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 85 11 Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar informação sobre a carga no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, simplesmente, deixar de prestar a informação sobre a carga. Na primeira hipótese, a prestação intempestiva da informação é fato infringente que materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a mera prestação de informação, independentemente de ser ou não a destempo, resulta no cumprimento da correspondente obrigação acessória. Nesta última hipótese, se a informação for prestada antes do início do procedimento fiscal, a denúncia espontânea da infração configurase e a respectiva penalidade é excluída. De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em consequência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez. [...]. (destaques do original) No mesmo sentido, o entendimento manifestado pela 3ª Turma da CSRF, por meio do Acórdão nº 9303003.552, de 26/04/2016, rel. Rodrigo da Costa Pôssas, cujo enunciado da ementa segue reproduzido: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 07/06/2006 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decretolei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de Fl. 90DF CARF MF 12 responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado. No âmbito dos Tribunais Regionais Federais (TRF), o entendimento tem sido o mesmo. A título de exemplo, citase trechos do enunciado da ementa e do voto condutor do TRF da 4ª Região, proferido no julgamento da Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/SC, que seguem parcialmente transcritos: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966.2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas.3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. [...] Voto. [...] Não é caso, também, de acolhimento da alegação de denúncia espontânea. A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. [...]. Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10711.723379/201217 Acórdão n.º 3001000.255 S3C0T1 Fl. 86 13 Também com base no mesmo entendimento, a questão tem sido decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme confirma, a título de exemplo, o recente acórdão proferido no julgamento do REsp 1613696/SC, cujo enunciado da ementa segue transcrito: O art. 107 do Decretolei 37, de 1966, por sua vez, estabelece a penalidade de multa, no caso de descumprimento da obrigação acima mencionada. Oportuno anotar, ainda, que a declaração do embarque das mercadorias é obrigação acessória e sua apresentação intempestiva caracteriza infração formal, cuja penalidade não é passível de ser afastada pela denúncia espontânea.”. Com base nessas considerações, afastase a alegada excludente de responsabilidade por denúncia espontânea, suscitada pela recorrente. Pelas circunstâncias fáticas e jurídicas expostas nos presentes autos, ratifico do que foi decidido no voto condutor do acórdão recorrido. Da conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 92DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.904792/2011-24
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.272
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Pedro Sousa Bispo. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne e, momentaneamente, o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Pedro Sousa Bispo. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne e, momentaneamente, o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire.
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(assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Pedro Sousa Bispo. Ausente a Conselheira Maysa de Sá Pittondo Deligne e, momentaneamente, o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire. Relatório Trata o presente processo de indeferimento de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório emitido eletronicamente que não homologou a Declaração de Compensação em tela face a inexistência de saldo credor. Conforme este Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados na quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito. Cientificado do Despacho Decisório, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade, tempestivamente, fazendo um resumo dos fatos: a) em preliminar, assevera que exerceu o seu direito conforme disposto na legislação vigente, sendo que apenas não procedeu à retificação das DCTF e demais obrigações acessórias; b) quanto ao mérito, tece considerações sobre o direito à compensação administrativa e a respeito das hipóteses em que há vedação legal e expressa para a declaração de compensação; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 80 .9 04 79 2/ 20 11 -2 4 Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10580.904792/201124 Resolução nº 3402001.272 S3C4T2 Fl. 89 2 b.1) assinala ainda os pontos de discordância: (i) da inexistência do crédito para a compensação constante do PER/DCOMP e respectivo Darf, e (ii) do direito em retificar as DCTF e demais obrigações acessórias. Ao final, faz referência aos documentos anexados e pede seja acolhida a presente manifestação de inconformidade. A DRJ/BHE julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, adotando, para tanto, o convencimento no sentido de que "(...) a retificação da DCTF atesta apenas a alteração do valor do débito anteriormente confessado, mas não comprova o erro que levou ao suposto pagamento indevido ou a maior do tributo apurado originalmente, de forma a conferir a necessária certeza e liquidez ao crédito postulado". Cientificada da decisão do Colegiado a quo e irresignada com o teor do Acórdão nº 0261.024, a Recorrente recorre a este Conselho, apresentando um argumento novo visando amparar a legalidade dos créditos aqui discutidos. Vejase os principais trechos abaixo reproduzidos: "(...) 2. A ora Recorrente SOCIEDADE ANÔNIMA HOSPITAL ALIANÇA, determinouse em identificar e excluir da base de cálculo de PIS e COFINS os medicamentos com incidência de alíquota zero, conforme se pode inferir na petição inicial com pedido de liminar devidamente protocolada em 23/09/2009 com distribuição e inicio do processo Judicial sob o n° 2009.34.00,0314472, em trâmite perante a 9ª Vara Federal da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal. Distribuída a Ação, o MM. Juiz deferiu in tantum a LIMINAR pleiteada nos seguintes termos: "Assim, em face do exposto, DEFIRO o pedido liminar, e determino à autoridade Impetrada que suspenda a exigibilidade do PIS e da COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma. prevista pela Lei 10.147/00, com as alterações feitas pela Lei 10.548/02, isentando, assim, de efetuar a cobrança de tais valores, dos Hospitais e Clinicas substituídos." A liminar foi deferida em 27/10/2009 e ainda confirmada por decisão final de primeira instância em 07/04/2010 que assim declarou: "isto posto, ratifico a liminar e CONCEDO a SEGURANÇA para: 1) determinar à autoridade Impetrada e seus prepostos que se abstenha de exigir o recolhimento da contribuição para o PIS e COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei 10.147/00, com as alterações realizadas pela Lei 10.548/02, eximindo os hospitais e clinicas _ substituídos dos . respectivos pagamentos; 2) declara o direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos á titulo de PIS e COFINS sobre a receita de medicamentos que já sofreram tal tributação, nos termos da Lei 10.147/00, com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, em atenção aos arts. 73. e 74 da Lei 9.430/96 e observado o disposto no art. 170A do CTN." Dessa forma, a Recorrente REQUER: 1. Determinar à autoridade impetrada e seus prepostos que se abstenham de exigir o recolhimento da contribuição para PIS e COFINS sobre a receita proveniente da utilização de Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10580.904792/201124 Resolução nº 3402001.272 S3C4T2 Fl. 90 3 medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei 10.147/00, com as alterações realizadas pela Lei 10.548/02 e posteriores. 2. Que seja este Recurso Voluntário conhecido por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, e, ao final, provido, para efeitos de restar reformado o r. acórdão recorrido, mantendo se a integralidade do crédito e a homologação da compensação nos moldes como informado pela mesma, reconhecendose a legitimidade adotada pela Recorrente e o reconhecimento de DCTF e DACON retifícadores ora apresentados junto à SRFB. 3. Declarar o direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e de COFINS sobre a receita de medicamentos que já sofreram tal tributação, nos termos da Lei 10.147/00 e alterações posteriores, com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, em atenção aos arts. 73 e74 da Lei nº 9.430/96 e observado o disposto no art. 170A, do CTN. 4. Sucessivamente, cumprir a decisão e sentença, com sede de Liminar, no sentido de .. suspender qualquer cobrança em processo administrativo e/ou execução até que seja julgado o mérito da referida ação, fazendo valer seus efeitos. A Recorrente anexa cópia dos seguintes documentos: cópia da Decisão e Sentença do Processo Judicial sob n° 2009.34.00.0314472, 9ª Vara Federal Seção Judiciária Federal do Distrito Federal; cópia da Certidão de objeto e pé expedida pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região referente ao processo 2009.34.00.0314472; DCTF e DACON retificadores. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Relator Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.261, de 28 de fevereiro de 2018, proferida no julgamento do processo 10580.904788/201166, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.261: 1. Da admissibilidade do recurso O recurso voluntário interposto é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. 2. Das razões do Recurso Voluntário Não é possível ainda analisar o mérito do presente processo por este órgão Colegiado. Isto porque, antes disso, uma questão prejudicial deve ser adequadamente respondida, saneando o processo, para que nenhuma das partes que compõe o litígio tenha tratamento Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10580.904792/201124 Resolução nº 3402001.272 S3C4T2 Fl. 91 4 desconforme a legislação tributária que rege o processo administrativo fiscal. Tratase de questão acerca do Mandado de Segurança Coletivo (MSC), com pedido de liminar, impetrado pela CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS, contra ato do SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, objetivando a concessão da medida liminar da forma requestada visando à imediata suspensão da exigibilidade do PIS e da COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicamentos que já sofreram tal tributação, impedindo que a autoridade coatora e seus prepostos possam efetuar a cobrança de tais valores dos Hospitais e Clinicas Substituídos. Como se vê, a Impetrante do MSC, no caso, atuando como substituta processual, é pessoa jurídica de direito privado, devendo os substituídos exercer atividade social de prestação de serviços hospitalares, sendo, desta forma, contribuintes do PIS e da CONFINS. É fato que para a consecução de suas respectivas atividades empresariais, além da prestação de serviços hospitalares, os Hospitais e Clínicas Substituídos sempre necessitaram realizar a aplicação de vários produtos, dentre eles, os medicamentos ministrados aos pacientes. Pois bem. Verificase na "Copia da Certidão de objeto e pé expedida pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região referente ao processo 2009.34.00.0314472", que a Justiça Federal concedeu a SEGURANÇA no seguinte sentido (fl. 40): (1) determinar à autoridade impetrada e seus prepostos que se abstenham de exigir o recolhimento da contribuição para PIS e COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicamentos que já sofreram tal tributação na forma prevista pela Lei nº 10.147/00, com as alterações realizadas pela Lei 10.548/02, eximindo os hospitais, e clínicas substituídos dos respectivos pagamentos; 2) declarar o direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e de COFINS sobre a receita de medicamentos que já sofreram tal tributação, nos termos da Lei 10.147/00, com.outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, em atenção aos arts. 73 e 74 da Lei n. 9.430/96 e observado o disposto no art. 170A do CTN . Posto isto, tornase imprescindível nos autos, a comprovação de que a Recorrente, enquadrase, no caso, como substituída da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS. Em situações como a ora sob análise, o CARF tem entendido pelo cabimento de diligência para a averiguação das informações faltantes, para então decidir pelo conhecimento ou não das razões aduzidas no recurso voluntário apresentado pela Recorrente. Nesse sentido, destaco a Resolução nº 3403000551, proferida no bojo do Processo nº 13898.000203/200261. Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10580.904792/201124 Resolução nº 3402001.272 S3C4T2 Fl. 92 5 3. Da conversão em Diligência Com essas considerações, voto pela conversão do processo em diligência, a fim de que a Autoridade Administrativa da DRF de origem, adote a seguintes providências: (i) Intimar a Recorrente a apresentar documentos que comprove ser substituída (associada ou parte) da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS, indicando claramente a data de sua filiação; (ii) informar a fase processual (certidão de inteiro teor ou objeto e pé), que se encontra na Justiça Federal o referido Mando de Segurança Coletivo. Caso entender necessário, intimar a empresa para atendimento deste quesito; (iii) após encerrada as diligências, a Autoridade Administrativa deverá elaborar Relatório Conclusivo das averiguações efetuadas, juntar aos autos todos os documentos comprobatórios dos fatos que forem analisados e, caso queira (uma vez que tais fatos não foram apresentados em instâncias anteriores), manifestarse sobre os termos do Recurso Voluntário apresentado; (iv) por fim, a Autoridade Administrativa deverá cumprir o disposto no artigo 35, parágrafo único do Decreto nº 7.574/2011, dando ciência à Recorrente do termo e dos demais documentos mencionados no item (iii), concedendolhe prazo de 30 (trinta dias) para manifestação. Atendida a diligência acima solicitada, o processo deverá ser devolvido para esta 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, 3ª Seção do CARF, para prosseguimento do julgamento. Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, a fim de que a Autoridade Administrativa da DRF de origem, adote as seguintes providências: (i) Intimar a Recorrente a apresentar documentos que comprove ser substituída (associada ou parte) da CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE, HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS, indicando claramente a data de sua filiação; (ii) informar a fase processual (certidão de inteiro teor ou objeto e pé), que se encontra na Justiça Federal o referido Mando de Segurança Coletivo. Caso entender necessário, intimar a empresa para atendimento deste quesito; (iii) após encerrada as diligências, a Autoridade Administrativa deverá elaborar Relatório Conclusivo das averiguações efetuadas, juntar aos autos todos os documentos comprobatórios dos fatos que forem analisados e, caso queira (uma Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10580.904792/201124 Resolução nº 3402001.272 S3C4T2 Fl. 93 6 vez que tais fatos não foram apresentados em instâncias anteriores), manifestar se sobre os termos do Recurso Voluntário apresentado; (iv) por fim, a Autoridade Administrativa deverá cumprir o disposto no artigo 35, parágrafo único do Decreto nº 7.574/2011, dando ciência à Recorrente do termo e dos demais documentos mencionados no item (iii), concedendolhe prazo de 30 (trinta dias) para manifestação. Atendida a diligência acima solicitada, o processo deverá ser devolvido para esta 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, 3ª Seção do CARF, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 89DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.905476/2012-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO.
A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA.
As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado.
COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA.
O direito à restituição deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado.
Numero da decisão: 3201-003.479
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2009 VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. O direito à restituição deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1696; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10183.905476/201233 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3201003.479 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 2 de março de 2018 Matéria RESTITUIÇÃO Recorrente LEONICE DA S. A. MACIEL EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posteriormente a procedimento fiscal, exige comprovação material. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. DILIGÊNCIA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. O direito à restituição deve ser comprovado pelo contribuinte, porque é seu o ônus. Na ausência da prova, em vista dos requisitos de certeza e liquidez, conforme art. 170 do CTN, o pedido deve ser negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 90 54 76 /2 01 2- 33 Fl. 35DF CARF MF Processo nº 10183.905476/201233 Acórdão n.º 3201003.479 S3C2T1 Fl. 3 2 Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira. Relatório LEONICE DA S. A. MACIEL EPP requereu restituição de crédito decorrente de alegado pagamento a maior da contribuição (PIS ou Cofins). A repartição de origem emitiu Despacho Decisório não deferindo a restituição, em razão do fato de que os pagamentos informados já haviam sido integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível. Em Manifestação de Inconformidade, o Requerente alegou a inexistência de débito referente ao pagamento em questão, conforme DCTF retificadora apresentada. Nos termos do Acórdão nº 02049.833, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, tendo a Delegacia de Julgamento fundamentado sua decisão na falta de comprovação do crédito pleiteado. No Recurso Voluntário, o contribuinte reitera a existência de erro na DCTF e no Dacon e alega que a origem do indébito é o fato de as mercadorias vendidas se submeterem ao regime monofásico, razão pela qual não deveria incidir a contribuição. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.476, de 02/03/2018, proferido no julgamento do processo 10183.905470/201266, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.476): O recurso é tempestivo e deve ser conhecido. O crédito pretendido não foi demonstrado e provado. Com efeito, o débito de Pis, no valor integral do Darf, foi confessado em DCTF. A DCTF é o instrumento formal para confissão de débito, no lançamento por homologação (Decretolei 2.124/84), de modo que o crédito tributário representado pelo valor integral do Darf foi formalmente constituído. Estando o crédito tributário formalmente constituído, para que se pudesse retificálo seria necessária prova de sua inexatidão. Seria preciso demonstrar, documentalmente, a composição da Base de Cálculo e as deduções permitidas em lei, com os livros oficiais, tais como Diário, Razão, ou qualquer escrituração Fl. 36DF CARF MF Processo nº 10183.905476/201233 Acórdão n.º 3201003.479 S3C2T1 Fl. 4 3 ou documento legal que se revista do caráter de prova. Ora, o ônus da prova cabe ao interessado (art. 36 da Lei 9.784/991, art. 373, I do CPC2). Sem os elementos de prova do direito da recorrente, atento aos requisitos de certeza e liquidez do crédito, de acordo com art. 1703 do CTN, se mostra impossível desconstituir o que formalmente foi constituído, por meio da DCTF original. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. É o voto. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira 1 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 3 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 37DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.901378/2012-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO.
Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte.
CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO.
A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO.
Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte.
CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO.
A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa.
Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE.
Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.180
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato P. de Deus e Diego Weis Jr que davam provimento parcial para conceder o creditamento sobre a aquisição de fretes sobre as compras de combustíveis.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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COMPENSAÇÃO. PIS/COFINS. Recorrente AUTO POSTO IRMAOS BATISTA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO. DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 REGIME NÃO CUMULATIVO. FRETES SOBRE COMPRAS.COMBUSTÍVEIS. CREDITAMENTO.DESCABIMENTO. Incabível o creditamento de frete sobre compras quando inexistir a possibilidade de aproveitamento do crédito com a própria aquisição de combustíveis, logo não pode ser admitido o creditamento para o gasto com seu transporte. CRÉDITOS DE ALUGUÉIS. REQUISITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a aluguéis e prédios, máquinas e equipamentos, quando houver a comprovação dos pagamentos efetuados e sua efetiva utilização na atividade da empresa. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 13 78 /2 01 2- 61 Fl. 988DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 3 2 Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 CRÉDITOS DE PIS/COFINS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Por expressa vedação legal, não incide atualização monetária sobre créditos de PIS/COFINS. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Walker Araújo, José Renato P. de Deus e Diego Weis Jr que davam provimento parcial para conceder o creditamento sobre a aquisição de fretes sobre as compras de combustíveis. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Trata o processo de contestação contra Despacho Decisório emitido pela DRF JiParaná, que deferiu parcialmente o direito ao crédito de COFINS não cumulativa/mercado interno e, em conseqüência, homologando parcialmente a compensação declarada até o limite do crédito concedido. Inconformada com a decisão proferida, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade, argumentando que se dedica ao comércio varejista de combustíveis e lubrificantes e a prestação de serviços afins, que é optante pelo regime de apuração pelo Lucro Real e, portanto, sujeitase à apuração das contribuições para o PIS e a Cofins pelo regime da nãocumulatividade. Diz que realiza a venda de gasolinas, óleo diesel e demais combustíveis tributados à alíquota zero e que não se apropriou de créditos sobre a aquisição de combustíveis, já que são tributados pelo regime monofásico e não dão direito a créditos, mas, sim, de créditos sobre insumos e serviços necessários na atividade que exerce, uma vez que sendo seu produto final tributado à alíquota zero, o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, e o art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, permitem o aproveitamento dos créditos sobre esses dispêndios.(grifei). Quanto aos fretes pagos, esclarece que adquire combustíveis e lubrificantes para revenda, mas como a empresa vendedora não entrega os produtos, precisa contratar serviços de fretes de outras pessoas jurídicas para que o produto chegue até seus estabelecimentos e possa realizar a venda, e enfatiza, por isso, que o frete é um serviço/insumo necessário para a realização de sua atividade comercial. Ressalta que o art 3º da Lei nº 10.833, Fl. 989DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 4 3 de 2003, não relaciona os insumos/serviços e tampouco considera que apenas indústrias podem realizar créditos, e que a Receita Federal ao editar a IN 404/2004, conceituando o termo insumo, foi além do seu dever de normatizar. Faz uma diferenciação entre a não cumulatividade do PIS e da Cofins e da não cumulatividade do IPI ou do ICMS, citando decisões do CARF, do Tribunal Regional Federal e Soluções de Consulta da Receita Federal. A Recorrente contesta ainda a exclusão dos créditos que foram glosados, pleiteando o seu reconhecimento e a homologação das compensações declaradas, a suspensão da exigibilidade dos débitos e também o direito à atualização dos créditos com base na taxa Selic. Tendo em vista as argumentações trazidas em sua Manifestação de Inconformidade e dada a inexistência de documentos comprobatórios nos autos, foi emitido Termo de Diligência pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, solicitando cópias de recibos de aluguéis efetuados no período, comprovação de seu registro contábil e respectivos contratos de locação; bem como relação dos produtos vendidos com detalhamento e sua classificação NCM. Cumprida a solicitação efetuada, os autos retornaram para julgamento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento entendeu por julgar parcialmente procedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 06 054.547. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa apresentou Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade com relação a Fretes sobre Compras e Despesas com Aluguéis de Prédios, Máquinas e Equipamentos, cabendo destacar quanto ao pedido, em síntese: · Seja acolhido o presente Recurso Voluntário; · Seja Reformado o Despacho Decisório ora guerreado para o fim de Reconhecer os créditos da Recorrente, eis que apurados na forma da legislação em vigor e de direito; · Que sejam incluídos no montante da base de cálculo de créditos os valores relativos ao insumo frete sobre compras de mercadorias destinadas à venda, eis que compõem o custo dos produtos comercializados pela Recorrente, pois foram por ela suportados e atendem a condição de insumo conforme determina a legislação de regência da matéria; · Que seja afastado em definitivo o entendimento de que os fretes sobre compras teriam a mesma natureza tributária do produtos transportado, eis que tal alegação não tem respaldo legal e fere o sistema de nãocumulatividade das contribuições para o PIS e Cofins previsto nas Leis 10.637/02 e 10.833/03; · Que sejam incluídos no montante da base de créditos os valores a título de aluguéis de máquinas e equipamentos pagos para pessoas jurídicas, conforme comprovam os boletos bancários pagos Fl. 990DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 5 4 à Cia Brasileira de Petróleo Ipiranga sob a denominação de “Programa Rodo Rede”, integrantes deste processo, eis que os pagamentos são legítimos e correspondem aos aluguéis de bombas para estabelecimentos de combustíveis com bandeira Ipiranga; · Que seja determinada a imediata suspensão da exigência do crédito tributário em face das disposições do artigo 151 do Código Tributário Nacional até que seja proferido despacho decisório definitivo; · Determinar que todos os valores de créditos constantes do pedido de ressarcimento sejam atualizados mediante a incidência da SELIC, a partir do período de apuração do crédito em face das disposições das disposições do Decreto nº 2.138/97 e parágrafo 4º do artigo 39 da Lei 9.250/95.(grifei). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.163, de 31 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 13227.900124/201226, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.163): "Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da suspensão da exigibilidade do crédito tributário Cabe esclarecer que o Despacho Decisório ao homologar parcialmente a compensação declarada, cientifica e intima o interessado a efetuar o pagamento dos débitos não abrangidos pela homologação, facultando ao interessado nos termos da legislação de regência a apresentação da manifestação de inconformidade. Optando assim o interessado pela apresentação da manifestação de inconformidade, ato processual que inaugura a lide administrativa no caso em tela, está abrigado pela suspensão da Fl. 991DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 6 5 exigibilidade do crédito tributário, nos termos do 1inciso III do art. 151 do CTN. MÉRITO Observase que a recorrente em extenso arrazoado, discorre sobre o seu suposto direito aos créditos alegados, na ótica de sua interpretação, arguindo ainda que a decisão de piso se mostra confusa e contraditória, notadamente quanto à fundamentação referente à glosa de fretes sobre compras, ressaltando que o julgador em sua interpretação não destaca os dispositivos legais que amparam sua interpretação. Verificase não assistir razão à recorrente, haja vista que a fundamentação da decisão de piso em cada matéria abordada, cita expressamente os dispositivos das Leis nºs 10.637, de 2002 e Lei nº 10.833, de 2003, que regem a matéria dos autos e respaldam a exegese conferida a cada tópico analisado. Para a análise a seguir é importante destacar que a empresa tem por objeto mercantil o comércio varejista de combustíveis e a prestação de serviços afins. Da glosa dos créditos relativos a Fretes sobre Compras Quanto aos pagamentos de fretes sobre a aquisição de combustíveis para revenda, que segundo a recorrente consiste em um serviço necessário para a realização de sua atividade comercial, considerando que a questão fática está bem dirimida, prendendose o litígio na interpretação da legislação quanto à possibilidade ou não de creditamento de fretes sobre a aquisição de combustíveis para revenda, utilizome da fundamentação escorreita e primorosa sobre o assunto, conferida pelo i. Conselheiro José Fernandes do Nascimento, através do acórdão nº 3302003.212, de 16/05/2016, na qual estão plasmados os fundamentos à luz da legislação de regência sobre a matéria, conforme excertos do voto a seguir transcritos: Da glosa dos créditos relativos a gastos com frete. No que tange às glosas dos créditos calculados sobre o valor dos gastos com frete, antes de analisar os pontos controvertidos da lide, entendese oportuno apresentar uma breve digressão a respeito do fundamento jurídico do direito de apropriação de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep sobre os variadas formas como se efetivam os gastos com a prestação de serviços de transporte a pessoas jurídicas que desenvolvem atividades comercial e industrial ou de produção. Em consonância com a legislação vigente, há fundamento jurídico para a apropriação de créditos sobre o valor do frete sob a forma de custo de aquisição, custo de produção e despesa de venda, conforme demonstrado a seguir. 1 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: (...); III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; Fl. 992DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 7 6 No âmbito da atividade comercial (revenda de bens), embora não exista expressa previsão legal, a partir da interpretação combinada do art. 3°, I e § 1°, I, das Leis 10.637/2002 e 10.833/20035, com o art. 289 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda de 1999 RIR/ 1999), é possível extrair o fundamento jurídico para a apropriação dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins calculados sobre o valor dos gastos com os serviços de transporte de bens para revenda, conforme se infere dos trechos relevantes dos referidos preceitos normativos, a seguir transcritos: Lei 10.833/2003: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, [...]; [...] § 1º Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2º desta Lei sobre o valor: I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; [...] (grifos não originais) RIR/1999: Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 14). §1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13). [...] (grifos não originais) Com base no teor dos referidos preceitos legais, podese afirmar que o valor do frete, relativo ao transporte de bens para revenda, integra o custo de aquisição dos referidos bens e somente nesta condição compõe a base cálculo dos créditos das mencionadas contribuições. Assim, somente se o custo de aquisição dos bens para revenda propiciar a apropriação dos referidos créditos, o valor do frete no transporte dos correspondentes bens, sob a forma de custo de aquisição, também integrará a base de cálculo dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins não cumulativas.(grifei). Em contraposição, se sobre o valor do custo de aquisição dos bens para revenda não for permitida a dedução dos créditos das Fl. 993DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 8 7 citadas contribuições (bens adquiridos de pessoas físicas ou com fim específico de exportação, por exemplo), por ausência de base cálculo, também sobre o valor do frete integrante do custo de aquisição desses bens não é permitida a apropriação dos citados créditos. Neste caso, apropriação de créditos sobre o valor do frete somente seria permitida se houvesse expressa previsão legal que autorizasse a dedução de créditos sobre o valor do frete na operação de compra de bens para revenda, o que, sabidamente, não existe.(grifei). (...) Em suma, chegase a conclusão que o direito de dedução dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, calculados sobre valor dos gastos com frete, são assegurados somente para os serviços de transporte: a) de bens para revenda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos sob forma de custo de aquisição dos bens transportados (art. 3º, I, da Lei 10; 637/2002, c/c art. 289 do RIR/1999); (grifei). b) de bens utilizados como insumos na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens destinados à venda, cujo valor de aquisição propicia direito a créditos, caso em que o valor do frete integra base de cálculo dos créditos como custo de aquisição dos insumos transportados (art. 3º, II, da Lei 10; 637/2002, c/c art. 290 do RIR/1999); c) de produtos em produção ou fabricação entre unidades fabris do próprio contribuinte ou não, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como serviço de transporte utilizado como insumo na produção ou fabricação de bens destinados à venda (art. 3º, II, da Lei 10; 637/2002); e d) de bens ou produtos acabados, com ônus suportado do vendedor, caso em que o valor do frete integra a base de cálculo do crédito da contribuição como despesa de venda (art. 3º, IX, da Lei 10.637/2002). Os fundamentos acima expendidos, cuja hermenêutica da legislação expressamente citada e sistematicamente organizada permitem inferir que não há amparo legal para o aproveitamento de crédito sobre fretes utilizados pela contribuinte, na compra de combustíveis para revenda, como bem destacou a decisão de piso, em trecho a seguir ressaltado: (...) o frete está relacionado à aquisição de combustíveis, e esta operação, compra de combustíveis, está submetida ao regime monofásico que não gera direito a crédito. Por isso esses gastos de fretes, ainda que componham o custo de aquisição de combustíveis, não podem ser admitidos para efeito de aproveitamento de crédito. Ou seja, não havendo possibilidade de aproveitamento de crédito com a própria aquisição de Fl. 994DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 9 8 combustíveis assim também não o haverá para o gasto com seu transporte.(grifei). Assim, mantémse a glosa acima destacada, por falta de amparo legal para seu creditamento. Das glosas com Despesas com Aluguéis de Prédios, Máquinas e Equipamentos Com relação à glosa em apreço, dispõem as leis de regência, Leis nºs 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:(Regulamento) (...) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa;(grifei) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a:(Regulamento) (...) III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; Destaca o relatório fiscal: Foram analisados os comprovantes de pagamento de aluguéis, mês a mês, e solicitamos a cópia autenticada do contrato de aluguel para aferirmos se a utilização dos equipamentos se daria nas atividades da empresa. Foram apresentados apenas os contratos de locação feitos com a Transportadora Giomila LTDA e com a Transportadora Batista LTDA. O contrato de locação com a Cia Brasileira de Petróleo Ipiranga não foi localizado pelo contribuinte.(grifei). Referida glosa foi objeto de procedimento de diligência, nos seguintes termos (...) que seja intimada a interessada a apresentar, relativamente aos 3º e 4º trim/2004 e aos 1º ao 4º trim/2005: 1) cópias dos recibos de aluguéis efetuados no período à Transportadora Batista Ltda. e à Cia. Brasileira de Petróleo Ipiranga, bem como o seu respectivo registro nos livros contábeis, além dos contratos de locação (...);(grifei) Fl. 995DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 10 9 O resultado está consignado nos excertos da decisão de piso como a seguir demonstrado: Em atendimento à diligência efetuada, a interessada juntou comprovantes de pagamentos efetuados no período à Cia. Brasileira de Petróleo Ipiranga, assim como cópia do seu livro Diário onde consigna o respectivo registro. Entretanto, os recibos trazidos aos autos em nada esclarecem a que se referem cada um dos pagamentos, estando em alguns deles mencionado simplesmente referirse a ‘Programa Rodo Rede’. Por óbvio que não restou demonstrado que esses pagamentos são relativos a aluguéis de equipamentos (bombas de gasolina e tanques) utilizados nas atividades da empresa, como pondera a interessada, que possa ser aproveitado para o cálculo do crédito a ser deduzido da contribuição devida.(grifei) Verificase que o direito ao crédito da espécie em análise, requer conforme o preceito legal destacado, duas condições: aluguéis (...), pagos... e utilizados pessoa jurídica, nas atividades da empresa. Com efeito, tratandose de direito creditório, cabe ao interessado a comprovação de seu direito arguido. No caso em apreciação, a interessada além de não apresentar o contrato de locação já referido, os recibos apresentados, conforme arquivos não pagináveis acostados aos autos não demonstram a efetividade dos pagamentos quanto à locação arguída, mesmo após a diligência deferida pela instância a quo, visto que não há nestes documentos a identificação da operação que visam respaldar. Ante o exposto, mantémse a glosa por falta de comprovação pela interessada. Do direito à atualização dos créditos pleiteados à taxa SELIC Quanto à atualização dos créditos pleiteados à taxa SELIC, tratase de expressa vedação legal, conforme dispõe o 2art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, logo tornase impossível o atendimento ao pleito da recorrente. Destaquese que o direito à compensação, pugnado na peça recursal prendese ao cumprimentos dos requisitos impostos pela legislação. Ante o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Importante frisar que no presente processo o litígio abarca o direito a créditos da nãocumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, que encontram correspondência com os pleiteados pela Recorrente no caso do paradigma. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) 2 Art. 13. O aproveitamento de crédito na forma do § 4º do art. 3º, do art. 4º e dos §§ 1º e 2º do art. 6º, bem como do § 2º e inciso II do § 4º e § 5º do art. 12, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros sobre os respectivos valores. Fl. 996DF CARF MF Processo nº 13227.901378/201261 Acórdão n.º 3302005.180 S3C3T2 Fl. 11 10 Paulo Guilherme Déroulède Fl. 997DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.006941/2003-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2001
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO.
Confirmada a inconsistência apontada em sede de Embargos de Declaração, impõe-se sanar a contradição verificada, com a expressa indicação do teor exato do que restou efetivamente decidido pelo Colegiado de 2ª Instância.
Numero da decisão: 2201-004.140
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos apresentados, para sanar a contradição apontada, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator.
EDITADO EM: 22/02/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos apresentados, para sanar a contradição apontada, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. EDITADO EM: 22/02/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski.
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CONTRADIÇÃO. Confirmada a inconsistência apontada em sede de Embargos de Declaração, impõese sanar a contradição verificada, com a expressa indicação do teor exato do que restou efetivamente decidido pelo Colegiado de 2ª Instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os embargos apresentados, para sanar a contradição apontada, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator. EDITADO EM: 22/02/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 69 41 /2 00 3- 75 Fl. 124DF CARF MF 2 Trata o presente de embargos de declaração opostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional, fl. 116/117, em face do Acórdão nº 2102002.161, da Segunda Turma Ordinária, da Primeira Câmara, da Segunda Seção de Julgamento do CARF (fl. 110 a 113), exarado na Sessão de julgamento de 10 de julho de 2012. Em apartada síntese, a representação da Fazenda Nacional aponta contradição na decisão embargada, já que o voto condutor do Acórdão conclui pela improcedência da aplicação de multa de ofício sobre débitos declarados em DCTF, ao passo que, no curso de sua fundamentação, o Conselheiro relator afirma justificarse a manutenção de acréscimos de multa de ofício e juros de mora sobre o saldo remanescente do débito declarado em DCTF após imputação dos pagamentos efetuados. Submetido à análise do Sr. Presidente da 2ª Seção de Julgamento deste Conselho, os embargos foram admitidos, conforme despacho de fl. 121 a 123, com a determinação de nova deliberação do Colegiado. E o relatório necessário Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Expresso minha concordância em relação às conclusões expressas no juízo de admissibilidade de fl. 121/123. Inicialmente, mister destacarmos alguns excertos do Acórdão embargado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DEVIDO E PAGO INTEMPESTIVAMENTE. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO O imposto pago intempestivamente não pode ser objeto de pedido de compensação para quitar débito da mesma natureza, e com isto, afastar a incidência de multa e juros de mora. O valor pago só pode ser objeto de imputação, e sobre o remanescente, incidir multa e juros de mora até a sua integral quitação. NÃO INCIDE MULTA DE OFICIO SOBRE DÉBITO DECLARADO. AFASTAMENTO DA IMPOSIÇÃO Não cabe a imposição de multa de ofício sobre débitos declarados em DCTF, ainda que não pago pelo contribuinte no prazo regulamentar, ou no caso, indevida a compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10980.006941/200375 Acórdão n.º 2201004.140 S2C2T1 Fl. 125 3 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (...) Voto (...)Considerando que os pagamentos efetivamente ocorreram, embora intempestivos, como bem fundamentou a decisão recorrida, que no entender deste Relator não merece qualquer reparo, justificase a imputação dos mesmos, para manter a exigência do saldo remanescente, acrescidos de multa de ofício e juros de mora. (...) Não obstante, não pode prosperar a exigência da multa de ofício sobre os débitos declarados nas DCTFs, mesmo que improcedente a compensação pretendida pela Recorrente, devendo a mesma ser afastada. A análise dos destaques acima evidencia que tem razão a Procuradoria da Fazenda Nacional. De fato, o Conselheiro relator concluiu pela improcedência da exigência da penalidade de ofício mas, ao mesmo tempo, expressou sua concordância com a decisão de Primeira Instância que entendia devida tal penalização sobre o saldo devedor remanescente à imputação de pagamento considerada adequada. Em sua fundamentação, o Ilustre Relator citou a decisão recorrida reproduzindo o excerto abaixo: Conforme se vê às fls. 29, a contribuinte declarou que o débito correspondia primeira semana de outubro, cujo vencimento ocorreu no dia 07/10/1998, e declarou também que extinguiu esse débito, por compensação, e não por pagamento, com um recolhimento que somente veio a efetuar em 14/10/1998. Ora, penso não ser apropriado falar em compensação, e sim em pagamento. No dia do vencimento do prazo para recolher o tributo (07/10/1998) a contribuinte não era detentora de crédito contra o Tesouro. Não podia, portanto, extinguir o débito por compensação. Logo, tornouse inadimplente. Assim sendo, no dia 14/10/1998, deveria simplesmente ter efetuado o pagamento do IRRF acrescido da multa moratória cabível. Entretanto, por razão que não se alcança, resolveu 'criar' um indébito tributário, recolhendo o mesmo valor, mas alterando a data da ocorrência do fato gerador e do vencimento, de sorte a tornar o recolhimento tempestivo, tentando evitar a incidência de multa moratória. Ora, tendo esse novo recolhimento sido indevido, à mingua do fato gerador que ensejaria o surgimento da respectiva obrigação tributária, dele não pode o Tesouro se apropriar, sob pena de enriquecimento ilícito. Assim, uma vez que essa é a declarada intenção da contribuinte, o valor recolhido deve ser utilizado para a extinção, ainda que parcial, daquele débito. Essa extinção, todavia, deve levar na devida consideração a Fl. 126DF CARF MF 4 circunstância de que, naquela data (14/10/1998), o valor recolhido não mais era suficiente para extinguir todo o débito, em razão de já ser devida a multa moratória. É de se entender, portanto, que extinguiu parte do tributo, mais a multa respectiva. Por conseqüência, deve ser feita a imputação do recolhimento, de sorte que o valor pago seja utilizado, enquanto suficiente, na quitação do tributo mais a multa moratória respectiva, inclusive juros, quando for o caso. Sobre o remanescente do tributo, deverá incidir a multa de ofício. A análise dos autos indica que a cobrança decorre de suposta compensações com darf que não foram localizados pelos sistemas (fl. 11 a 13). Assim, os valores foram exigidos com incidência de multa de ofício de 75%, já que comando legal então vigente previa tal penalização nos casos nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória. (inciso I, art. 44 da Lei 9.430/96) Ocorre que, em razão da data e valor dos pagamentos que corresponderiam a supostos créditos utilizados no procedimento de compensação, entendeu o julgador de 1ª instância inadequado o tratamento do caso como compensação, já que, em sua essência, tratavase de simples pagamento a destempo. Com base em tal conclusão, determinou o aproveitamento, via imputação, dos pagamentos realizados, devendose considerar os respectivos acréscimos moratórios (juros e multa devido pelo atraso), além de expressar que o eventual remanescente deveria ser exigido com a penalidade de ofício. A leitura da Ementa e do Voto do Acórdão exarado no Julgamento em 2ª Instancia, em particular em razão da alteração legislativa que deu nova redação ao inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, afastando a cobrança de multa de ofício nos casos de pagamento de tributo após o prazo, sem acréscimo de multa moratória, resulta na convicção de que o Relator, ao expressar sua concordância com a decisão recorrida, estaria apenas se manifestando em relação à questão de tratar a declarada compensação como sendo mera alocação de pagamento, e como tal, justificariase a imputação dos mesmos, para manter a exigência do saldo remanescente, acrescidos de multa de mora e juros de mora. Com isso, restam absolutamente adequadas as conclusões do voto e da ementa do Acórdão embargado ao afastarem a imputação da penalidade de ofício. Conclusão: Diante do exposto, voto por conhecer e acolher os embargos de declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional para, sanando a contradição identificada, consignar que o provimento parcial levado a termo no Acórdão nº 2102002.161, de 10 de julho de 2012, decorre da exclusão da penalidade de ofício, devendo incidir sobre os débitos remanescentes à alocação dos pagamentos efetuados apenas os acréscimos moratórios previstos na legislação (juros e multa de mora). Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relator Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10980.006941/200375 Acórdão n.º 2201004.140 S2C2T1 Fl. 126 5 Fl. 128DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.930357/2009-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Feb 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006
COFINS. PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. CERTEZA E LIQUIDEZ.
A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Não se reconhece o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte, quando o valor solicitado não foi ratificado pelo Fisco em atendimento à solicitação de diligência.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-004.916
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntário para negar-lhe provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006 COFINS. PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Não se reconhece o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte, quando o valor solicitado não foi ratificado pelo Fisco em atendimento à solicitação de diligência. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntário para negar-lhe provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1665; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 248 1 247 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.930357/200934 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402004.916 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 02 de fevereiro de 2018 Matéria COFINS CRÉDITOS Recorrente GUAIBA QUIMICA INDUSTRIA E COMERCIO LIDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006 COFINS. PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Não se reconhece o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte, quando o valor solicitado não foi ratificado pelo Fisco em atendimento à solicitação de diligência. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntário para negarlhe provimento, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Marcos Roberto da Silva (Suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 03 57 /2 00 9- 34 Fl. 227DF CARF MF 2 A empresa GUAÍBA QUÍMICA INDUSTRIA E COMERCIO LIDA. (Recorrente), transmitiu Declaração de Compensação (PER/DCOMP) n° 35811.90609.240609.1.3.047145, em 24/06/2009, informando como crédito valor de pagamento indevido ou a maior de COFINS PA 04/2006, no montante de R$ 13.639,42 (de um valor apurado de recolhimento a maior total de R$ 22.733,04). Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: "A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre (DRF/POA) emitiu Despacho Decisório eletrônico que não reconheceu o direito creditório pleiteado e não homologou a compensação declarada, em razão do DARF indicado como pagamento indevido ou a maior ter seu valor integralmente aproveitado na quitação de débito declarado pela empresa em DCTF, não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados no Per/Decomp. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando que houve erro nos valores informados nas declarações fiscais e informa que apresentou DCTF retificadora em 17/11/2009, na qual constaria o valor correto da Cofins apurada. Desta forma, conclui que estaria demonstrada a origem do crédito fiscal do período em questão. Anexa cópias das declarações fiscais (DCTF original e retificadora, DACON e Per/Decomp) além do Comprovante de Arrecadação referente ao recolhimento original que alega ter sido a maior e gerado, assim, o crédito fiscal em questão. Ao final, requer o cancelamento do Despacho Decisório combatido, pois entende que teria atendido todas as formalidade legais previstas. A DRF de origem atesta a tempestividade da Manifestação protocolada e encaminha para apreciação da DRJ”. A Delegacia de Julgamento em Porto Alegre (RS) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006 DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada ã comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Devidamente cientificada e inconformada, a Recorrente se socorre a este Conselho, conforme recurso de fls. 111/115, reproduzindo, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade, acrescentando, em síntese: Fl. 228DF CARF MF Processo nº 11080.930357/200934 Acórdão n.º 3402004.916 S3C4T2 Fl. 249 3 1. O valor informado na DCTF originária e posteriormente retificada deuse por erro na base de cálculo dos créditos de COFINS sobre as aquisições no mercado interno de bens destinados a revenda, a qual (base de cálculo) foi ajustada posteriormente em sua contabilidade, ensejando no aumento do seu crédito e, conseqüentemente, a diminuição do recolhimento do tributo pago anteriormente; 2. Que tão logo notificada da não homologação das compensações, a Recorrente procedeu à imediata retificação da referida DCTF. Tal procedimento é autorizado pela IN RFB nº 974/2009, cujo art. 9º prevê a possibilidade de retificação até o momento em que os débitos tenham sido encaminhados à PGFN para inscrição em divida ativa, o que é o caso presente; 3. Que a retificação do valor da COFINS apurada na competência de abril de 2006, decorreu exclusivamente do ajuste da base de cálculo dos créditos de COFINS apurados pela Recorrente neste período. Especificamente, os lançamentos contábeis (doc. 01), o registro de apuração do ICMS (doc. 02), bem como o demonstrativo auxiliar de apuração do tributo (doc. 03) que seguem em anexo, demonstram a correta base de cálculo e o crédito apurado, e 4. que identificando uma diferença de R$ 22.733,04, procedeu a compensação de tal crédito. Para tanto, apresentou PER/DCOMP recebida e processada sob o n°. 35811.90609.240609.1.3.047145 e 07463.77684.211008.1.3.041980. Ao final REQUER: (i) o provimento deste Recurso Voluntário para o efeito de que, reformando se a decisão atacada, seja homologada a declaração de compensação nº 35811.90609.240609.1.3.047145 e 07463.77684.211008.1.3.041980. (ii) reitera, ao final, o pedido de que o presente processo seja baixado em diligência no caso em que subsistam dúvidas em relação aos créditos apurados pela Recorrente, tudo em homenagem ao principio da verdade material que rege o processo administrativo tributário, evitandose, igualmente, o ajuizamento de uma discussão judicial. Os autos foram encaminhados a este CARF para julgamento e verificouse que o recurso apresentado é tempestivo. Da conversão do Julgamento em Diligência Durante análise dos argumentos em seu Recurso Voluntário, no entender do Relator, visando comprovar os fatos alegados pela Recorrente, primando pela busca da verdade material, contrapondo um dos fundamentos utilizados pelo órgão julgador de primeira instância para não homologar a compensação, qual seja, “[...] a empresa não indica a origem do erro na apuração ou mesmo junta qualquer prova que confirme o novo valor indicado. Não é possível reconhecer o direito creditório se o contribuinte não traz nenhum dado fidedigno apto a provar o direito alegado[...]”, e considerando que a Recorrente junta ao processo cópias dos seguintes documentos: (a) Razão Contábil, fls. 131/155; (b) Registro de Apuração do ICMS, fls. 156/162 e (c) Demonstrativo Auxiliar de Apuração do Tributo, fls. 163/165. Desse modo, levandose em consideração os documentos apresentados pela recorrente, o Relator propôs e foi acompanhado pelo Colegiado, que o julgamento deveria ser convertido em diligência, conforme Resolução nº 3101000.302, de 25/01/2012, a fim de Fl. 229DF CARF MF 4 que os autos retornassem à repartição de origem (DRF/Porto Alegre/RS), para que a autoridade fiscal competente procedesse as seguintes providências e informações (fl. 167/170): 1. apurar, à luz dos documentos acostados aos autos e da escrita contábil e fiscal, o valor devido a título de contribuição para a COFINS Não Cumulativa, referente ao período de apuração 04/2006; 2. cientificar a interessada do resultado da diligência, abrindo prazo para manifestação, se assim desejar; e 3. retornar o processo a este CARF para julgamento. Dando cumprimento ao contido na Resolução do CARF, a DRF em Porto Alegre (RS), realizou a referida diligência, culminando com a INFORMAÇÃO FISCAL de fls. 218/220. A Recorrente, após regularmente intimada da conclusão da diligência, não se manifestou, conforme Despacho de fl. 223/224. Posto isso, os autos retornaram ao CARF e distribuído a este Relator desta 2ª Turma Ordinária/4ª Câmara, para prosseguimento do julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Waldir Navarro Bezerra 1. Da admissibilidade do Recurso O Recurso Voluntário é tempestivo e, portanto, dele tomase conhecimento. 2. Objeto da lide Conforme se depreende dos autos (fls. 2/3), a interessada apresentou o PER/DCOMP nº 35811.90609.240609.1.3.047145, em 24/06/2009, por meio do qual informa um pagamento indevido ou a maior de COFINS não cumulativa, referente ao período de apuração 04/2006, recolhido em 15/05/2006, no valor original de R$ 22.733,04 (sendo compensado nas DCOMPS nºs 35811.90609.240609.1.3.047145, no valor de 13.639,42 objeto deste processo e DCOMP nº 07463.77684.211008.1.3.041980, no valor de R$ 9.093,62, esta ultimo objeto do processo nº 11080.928659/200942). A DRF em Porto Alegre não homologou a compensação pretendida, sob o fundamento de que não restou crédito disponível para a compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. 3. Quanto ao crédito alegado Como relatado, em seu recurso voluntário, contrapondo um dos fundamentos utilizados pela DRJ para não homologar a compensação, qual seja, “[...] a empresa não indica a origem do erro na apuração ou mesmo junta qualquer prova que confirme o novo valor indicado. Não é possível reconhecer o direito creditório se o contribuinte não traz nenhum dado fidedigno apto a provar o direito alegado[...]”, a Recorrente juntou ao processo cópias do Razão Contábil, Registro de Apuração do ICMS e Demonstrativo Auxiliar de Apuração do Tributo. Fl. 230DF CARF MF Processo nº 11080.930357/200934 Acórdão n.º 3402004.916 S3C4T2 Fl. 250 5 No entanto, cabe destacar primeiramente que a Recorrente aduz em seu recurso a fl. 114: "(...) 2. No que diz com a COFINS da competência de abril de 2006, a Autora informou na DCTF originária o pagamento de COFINS no montante de R$ 56.343,48. Verificou, entretanto, contabilmente, que o tributo era devido no valor de R$ 33.610,44, ou seja, registrou um pagamento a maior de R$ 22.733,04. 3. A retificação do valor da COFINS apurada na competência de abril de 2006, decorreu exclusivamente do ajuste da base de cálculo dos créditos de COFINS apurados pela Recorrente neste período. 4. Identificando, assim, uma diferença de R$ 22.733,04, procedeu a compensação de tal crédito. Para tanto, apresentou PER/DCOMP recebida e processada sob o n°. 35811.90609.240609.1.3.047145 e 07463.77684.211008.1.3.041980. (Grifei) Desse modo, levandose em consideração as alegações em seu recurso e os documentos apresentados pela recorrente, o julgamento foi convertido em diligência, conforme a Resolução nº 3101000.302, de 25/01/2012, a fim de que os autos retornassem à repartição de origem, para que a autoridade fiscal competente procedesse as seguintes informações (fl. 167/170): "1. apurar, à luz dos documentos acostados aos autos e da escrita contábil e fiscal, o valor devido a título de contribuição para a COFINS Não Cumulativa, referente ao período de apuração 04/2006; e 2. cientificar a interessada do resultado da diligência, abrindo prazo para manifestação, se assim desejar". 3.1 Do resultado da Diligência realizada Pois bem. Em 15/03/2017, quando do retorno da Diligência solicitada, a DRF em Porto Alegre (RS), relata em sua Informação Fiscal que (principais partes) fls. 218/220: "(...) 5. Analisandose a documentação entregue pelo contribuinte restou não comprovado o crédito oriundo de despesas de arrendamento mercantil cuja base de cálculo é de R$ 20.799,64. 6. Instado a manifestarse sobre isso o contribuinte alegou que não possui os contratos de leasing sobre os quais foram tomados créditos, alega inclusive que tentou buscar junto a instituição financeira uma segunda via de tais contratos o que não foi possível pois a mesma encerrou suas atividades. Neste caso restou não comprovado o crédito solicitado pelo contribuinte. 7. Na relação de notas fiscais relativas aos Bens para Revenda o contribuinte constatouse que o contribuinte listou em duplicidade as notas fiscais nºs 570505, 570736 e 571078, estas notas aparecem como aquisições tanto do Estabelecimento Matriz quanto da filial tendo portanto apurado crédito em duplicidade, além disso a nota fiscal º 568709 não foi apresentada. 8. O contribuinte deixou de excluir da base de cálculo dos créditos os valores referentes a Devoluções de Vendas (CFOPs 5202 e 6202) no valor de R$ 219.777,28. Fl. 231DF CARF MF 6 9. O contribuinte também não conseguiu informar se na época haviam produtos tributados com alíquota zero ou suspensão da contribuição para a Cofins informando apenas que hoje tem algumas situações que se enquadram nesse cenário. Diante disso não há como considerar as receitas informadas como tributadas à alíquota zero ou com suspensão da contribuição por absoluta falta de comprovação a respeito da natureza das mesmas". CONCLUSÃO 10. Em resposta ao quesito 1 da Resolução do CARF, informamos que o valor da contribuição apurado através do procedimento de diligência é de R$ 66.100,94. Assim, a liquidez do direito há de ser provada pela demonstração do valor recolhido indevidamente, através da comprovação das bases de cálculo sobre as quais ocorreram os fatos geradores e do efetivo valor devido. Também é assente na doutrina que direito liquido e certo é aquele cujos aspectos de fato possam comprovarse documentalmente. De fato, no Despacho Decisório de fl. 4, consta um Valor Original Utilizado e recolhido de R$ 56.343,48. Por outro lado, restou confirmado por meio do resultado da Diligência Fiscal realizada pelo Fisco, que o valor da Contribuição para a COFINS apurado através do procedimento de diligência para o mês de abril/2006 é de R$ 66.100,94. Portanto, a Recorrente não logrou êxito em provar suas alegações firmadas em seu recurso (informa a Recorrente que o valor apurado correto seria de R$ 33.610,44, conforme Manifestação de fls. 2 e 114). Ressaltase que a Recorrente, foi cientificada da referida Informação Fiscal e não apresentou sua Manifestação nos autos, como se depreende do Despacho às fl. 225. 4 Dispositivo Isto posto, voto no sentido de conhecer do Recurso Voluntário para NEGAR LHE provimento, mantendose na integra a decisão de piso, nos estritos termos da Informação Fiscal de Diligência de fls. 218/220. É como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 232DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.726406/2009-32
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
DIFERENÇAS DE URV. NATUREZA SALARIAL.
Tratando-se de verba de natureza eminentemente salarial e não existindo qualquer isenção concedida pela União, ente constitucionalmente competente para legislar sobre imposto de renda, não há dúvida de que as diferenças de URV devem se sujeitar à incidência do imposto de renda.
Numero da decisão: 9202-006.421
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, para afastar a natureza indenizatória da verba, com retorno dos autos ao colegiado de origem, para apreciação das demais questões constantes do recurso voluntário, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
EDITADO EM: 25/02/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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NATUREZA SALARIAL. Tratandose de verba de natureza eminentemente salarial e não existindo qualquer isenção concedida pela União, ente constitucionalmente competente para legislar sobre imposto de renda, não há dúvida de que as diferenças de URV devem se sujeitar à incidência do imposto de renda. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, para afastar a natureza indenizatória da verba, com retorno dos autos ao colegiado de origem, para apreciação das demais questões constantes do recurso voluntário, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. EDITADO EM: 25/02/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 64 06 /2 00 9- 32 Fl. 510DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão n.º 210201.895 proferido pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 13 de março de 2012, no qual restou consignada a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 RESOLUÇÃO STF Nº 245/2002. DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA BAHIA. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A Lei complementar baiana nº 20/2003 pagou as diferenças de URV aos membros do ministério público local, as quais, no caso dos membros do ministério público federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2ª da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos membros do ministério público da Bahia, na forma da Lei complementar estadual nº 20/2003. Recurso provido. Conforme a descrição dos fatos e o enquadramento legal constantes do auto de infração, fls. 2 a 11, o crédito tributário fora constituído em razão de ter sido apurada uma classificação supostamente indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual da ora Recorrente como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Tais rendimentos correspondiam aos valores recebidos pela Recorrente, membro do Ministério Público do Estado da Bahia, a título de "Valores Indenizatórios de URV", em 36 (trinta e seis) parcelas, no período de janeiro de 2004 e dezembro de 2006. Irresignada, o ora Recorrente impugnou a autuação requerendo, em síntese: a declaração da sua ilegitimidade passiva, em face da responsabilidade pelo pagamento do Estado da Bahia; o reconhecimento do caráter indenizatório da verba referente às diferenças de URV e sua exclusão da base de cálculo do Imposto de Renda, nos anos 2004, 2005 e 2006; subsidiariamente, a exclusão da multa de ofício de 75%, dos juros de mora constantes do auto de infração e dos valores referentes a 13º salários e abonos férias sujeitos à tributação exclusiva e isentos, respectivamente. Fl. 511DF CARF MF Processo nº 10580.726406/200932 Acórdão n.º 9202006.421 CSRFT2 Fl. 3 3 A Delegacia da Receita Federal de Julgamento entendeu pela procedência parcial da impugnação, exonerando o valor decorrente da incidência do imposto de renda sobre os valores de URV correspondentes às férias indenizadas e ao adiantamento do 13º salário. Contudo, em decorrência da análise do Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte, foi reformada a decisão e dado provimento ao recurso, na íntegra. Posteriormente, foi interposto Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, com o fito de rediscutir a incidência do imposto de renda sobre as diferenças recebidas a titulo de URV por membro do Ministério Público da Bahia, no qual, acerca da divergência, a Recorrente Sustenta que o Acórdão recorrido adotou entendimento distinto do posicionamento adotado no Acórdão nº 280102.264. Foi realizado exame de admissibilidade, fls. 351 a 352, sendo dado seguimento ao citado Recurso para a rediscussão da questão suscitada. No que se refere ao mérito, o Recorrente aduz, em síntese: a) a regra é a tributação destes valores e, somente, nas situações excepcionalmente elencadas nas Leis nºs 9.665/98 e 10.477/2002, conforme Resolução º 245/2002 do STF, encampada pelo Ministro da Fazenda por meio do Parecer PGFN nº 923/2003, é que a incidência de IRPF deve ser afastada; b) a instituição de benefício fiscal desonera a carga tributária, causando uma exceção ao entendimento de que tal carga deve ser suportada por todos os sujeitos passivos previstos em lei a fim de que o Estado possa atingir seus objetivos e cumprir suas obrigações, e, portanto, sua análise deve ser a mais cautelosa possível; c) a isenção é exceção feita expressamente à regra jurídica de tributação e deve ser veiculada por meio de lei; d) no que se refere à Resolução STF nº 245/2002 cabe observar, que a mesma restringese ao abono variável aplicável aos membros da Magistratura da União. e) não se trata, no caso concreto, de mera equiparação de benefício previsto em lei federal (competente para reger a matéria) para a Magistratura Federal a membro da Magistratura Estadual, mas sim de elastecer a concessão de uma isenção por analogia, diante da inexistência de previsão legal, o que não se pode permitir. f) patente a necessidade de modificação do acórdão e da manutenção do lançamento tal como realizado. Por meio de contrarrazões, fls. 420 a 432, o Contribuinte sustentou, em síntese, a manutenção do Acórdão recorrido, no que diz respeito à não incidência tributária sobre as parcelas recebidas, bem como alegou a fragilidade dos Acórdãos paradigmas indicados para embasar a divergência jurisprudencial, diante da superveniência da decisão Fl. 512DF CARF MF 4 proferida, em sede de repetitivo, pelo STJ, no REsp n.º 1.227.133/RS, bem como da pacífica jurisprudência acerca da exclusão da multa de ofício, no de erro escusável. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora 1. Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda Nacional Conheço do recurso especial, pois se encontra tempestivo e presentes os requisitos de admissibilidade. Acerca do conhecimento do Recurso, convém destacar, consoante relatado, que, com a análise da divergência jurisprudencial indicada pela Recorrente objetivando a rediscussão da incidência do imposto de renda sobre as diferenças recebidas a titulo de URV por membro do Ministério Público da Bahia, em sede de análise da admissibilidade, foi dado seguimento ao recurso, considerando o entendimento adotado no Acórdão Recorrido distinto do posicionamento adotado no Acórdão nº 280102.264, como se extrai do trecho abaixo da ementa do referido Acórdão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA (IRPF) Ano calendário: 2005, 2006, 2007 [...] RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV. VEDAÇÃO À EXTENSÃO DE NÃO INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. As verbas recebidas por membros do Ministério Público do Estado da Bahia não têm natureza indenizatória do abono variável previsto pelas Leis nºs 10.474 e 10.477, de 2002, sendo incabível excluir tais rendimentos da base de cálculo do imposto de renda. [...] Preliminares rejeitadas. Recurso Voluntário Provido em Parte. Nesse contexto, expresso concordância com o Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial da Procuradoria. 1. 1. Das diferenças de URV Argumenta a Recorrente a incidência do imposto de renda sobre as diferenças de URV, considerando que tais parcelas representam acréscimo patrimonial Fl. 513DF CARF MF Processo nº 10580.726406/200932 Acórdão n.º 9202006.421 CSRFT2 Fl. 4 5 Além disso, sustenta a Recorrente que não se trata, no caso concreto, de mera equiparação de benefício previsto em lei federal (competente para reger a matéria) para a Magistratura Federal a membro da Magistratura Estadual, mas sim de elastecer a concessão de uma isenção por analogia, diante da inexistência de previsão legal, o que não se pode permitir. Desse modo, no entender da Procuradoria, deve ser modificado o Acórdão de Recurso Voluntário e mantido o lançamento. A primeira apreciação a ser feita referese à natureza das verbas sob análise. E o segundo ponto a ser examinado é sobre a existência ou não de isenção relativa à URV. Ao meu ver, embora seja pouco relevante, para fins de incidência do imposto de renda, a natureza indenizatória da verba, entendo que os valores recebidos pela Contribuinte decorrem da compensação pela falta de correção no valor nominal do salário, oportunamente, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. Não obstante o meu entendimento anteriormente destacado acerca da natureza salarial da diferença de URV, cabe ressaltar que, no caso do Ministério Público da Bahia, foi publicada uma Lei Estadual (LC 20/2003) que dispôs de modo diverso, tratando a verba como indenização. Tendo em vista que o imposto de renda é regido por legislação federal, tal dispositivo não possui efeito tributário para a análise do tributo em questão. Assim, estando a mencionada lei em plena vigência, prestase apenas ao fim por ela almejado, qual seja o pagamento de precatório, de forma especial. Cabe destacar que a inaplicabilidade da LC 20/2003 não decorre de um juízo de inconstitucionalidade, mas sim de uma interpretação sistemática das normas, em observância do princípio da legalidade, tendo em vista a ausência de lei isentiva, no presente caso. Observase que a Constituição Federal exige a edição de lei específica para a concessão de isenção, conforme abaixo transcrito: “Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) § 6.º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII, g.” (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) O Código Tributário Nacional, em consonância com a exigência constitucional, destaca, em seu art. 97, que: somente a lei pode estabelecer (...) VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Fl. 514DF CARF MF 6 Como é sabido, a isenção é uma das hipóteses de exclusão do crédito tributário, portanto, fazse necessária a edição de lei para a instituição de isenção. Acrescentase que o caput do art. 43 do Decreto 3.000/99 (RIR) e do art. 16 da Lei n. 4.506/64 deixam claras as regras da tributação sobre as remunerações por trabalho prestado no exercício de cargo público, hipótese dos autos, como se extrai dos trechos abaixo colacionados: “Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.76955, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...). “Art. 16. serão classificados como rendimentos do trabalho assalariado tôdas as espécies de remuneração por trabalho ou serviços prestados no exercício dos empregos, cargos ou funções referidos no artigo 5º do Decretolei número 5.844, de 27 de setembro de 1943, e no art. 16 da Lei número 4.357, de 16 de julho de 1964, tais como: (...) Além disso, o art. 3º da Lei 7.713/88 evidencia a determinação da incidência do IRPF sobre o rendimento bruto, pouco importando a denominação da parcela tributada, nos seguintes termos: “Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. (Vide Lei 8.023, de 12.4.90) (...) § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.” Ora, tratandose de verba de natureza eminentemente salarial e não existindo qualquer isenção concedida pela União, ente constitucionalmente competente para legislar sobre imposto de renda, não há dúvida de que as diferenças de URV devem se sujeitar à incidência do imposto de renda. Sobre a aplicação da Resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) 245/2002 pugnada pela Recorrente, notase que foi conferida natureza jurídica indenizatória ao abono variável concedido à Magistratura Federal e ao Ministério Público da União, não se confundindo com as diferenças decorrentes de URV, ora analisadas. Cumpre ressaltar que não há ofensa ao princípio da isonomia, no presente caso, pois, além do abono variável ter natureza distinta da verba sob análise, a Contribuinte não integra o quadro das carreiras da Magistratura Federal ou do Ministério Público Federal. Como bem destaca a Procuradoria da Fazenda, talvez fosse possível cogitar a hipótese de violação ao princípio da isonomia se, por exemplo, uma vez reconhecida a não Fl. 515DF CARF MF Processo nº 10580.726406/200932 Acórdão n.º 9202006.421 CSRFT2 Fl. 5 7 incidência de um tributo sobre determinada verba para os membros da carreira do MPF, algum Procurador da República, porventura, fosse excluído do benefício sem motivo aparente. Aí sim seria cabível discutir ofensa ao princípio da igualdade, pois estaríamos diante de situações iguais sendo tratadas de formas distintas. Não é esse o caso dos autos, considerando que a Contribuinte integra a carreira do Ministério Público do Estado da Bahia e as verbas possuem naturezas distintas. Desse modo, reiterese, deve ser considerada a natureza salarial das diferenças sob apreciação. E, ainda que fosse considerada a natureza indenizatória da verba sob análise, ressaltase que a incidência do imposto de renda independe da denominação do rendimento, pois as indenizações não gozam de isenção indistintamente, mas tão somente as previstas em lei específica concessiva de isenção. Havendo, notadamente, acréscimo patrimonial, sob a forma de diferenças de vencimentos recebidos a destempo, resta evidente da incidência do imposto de renda. 1.2. Conclusão Deste modo, voto por conhecer do Recurso Especial da Procuradoria, em concordância com o Despacho de Admissibilidade, e, no mérito, darlhe provimento, com o retorno dos autos para a análise das demais questões suscitadas em sede de recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 516DF CARF MF
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