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8012246 #
Numero do processo: 19515.001867/2006-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Identificado no acórdão embargado omissão em relação aos valores exonerados do crédito tributário, acolhem-se os embargos para retificar os valores excluídos a título de omissão de rendimentos relativa a depósitos bancários com origem não comprovada. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A Lei nº 9.430, de 1996, em seu artigo 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária. Tendo sido comprovada a origem dos depósitos bancários, os respectivos créditos devem ser excluídos do lançamento. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO (APD) LEVANTAMENTO DE RECURSOS E DISPÊNDIOS A omissão de rendimentos tributáveis, apurada com base em acréscimos patrimoniais a descoberto, deve estar calcada na tabulação dos recursos comprovados pelo contribuinte e dos dispêndios apurados pela fiscalização. O simples cotejamento entre a situação patrimonial declarada pelo contribuinte no final do ano-calendário, considerando os rendimentos líquidos declarados, não se presta à caracterização do APD.
Numero da decisão: 2201-001.147
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, com efeitos modificativos, para DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para excluir da exigência, relativa a depósito bancário com origem não comprovada, o valor de R$ 142.358,57, concernente ao ano-calendário de 2001, bem como o montante de R$ 589.162,94, referente ao ano-calendário de 2002, bem como excluir o acréscimo patrimonial a descoberto relativo ao ano calendário de 2003.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: Eduardo Tadeu Farah

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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Ano­calendário: 2001, 2002, 2003    EMBARGOS  DE  DECLARAÇÃO.  OMISSÃO.  Identificado  no  acórdão  embargado omissão em relação aos valores exonerados do crédito tributário,  acolhem­se  os  embargos  para  retificar  os  valores  excluídos  a  título  de  omissão  de  rendimentos  relativa  a  depósitos  bancários  com  origem  não  comprovada.  DEPÓSITOS  BANCÁRIOS.  OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS  ­  A  Lei  nº  9.430,  de  1996,  em  seu  artigo  42,  autoriza  a  presunção  de  omissão  de  rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária. Tendo sido  comprovada a origem dos depósitos bancários, os respectivos créditos devem  ser excluídos do lançamento.  ACRÉSCIMO  PATRIMONIAL  A  DESCOBERTO  (APD)  ­   LEVANTAMENTO  DE  RECURSOS  E  DISPÊNDIOS  ­  A  omissão  de  rendimentos  tributáveis,  apurada  com  base  em  acréscimos  patrimoniais  a  descoberto, deve estar calcada na  tabulação dos  recursos comprovados pelo  contribuinte  e  dos  dispêndios  apurados  pela  fiscalização.  O  simples  cotejamento entre a situação patrimonial declarada pelo contribuinte no final  do ano­calendário, considerando os  rendimentos  líquidos declarados, não se  presta à caracterização do APD.       Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.    Acordam os membros  do Colegiado,  por  unanimidade  de votos,  acolher os  embargos de declaração, com efeitos modificativos, para DAR PARCIAL PROVIMENTO ao  recurso para excluir da exigência, relativa a depósito bancário com origem não comprovada, o     Fl. 8DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 2          2 valor  de R$  142.358,57,  concernente  ao  ano­calendário  de  2001,  bem  como  o montante  de  R$ 589.162,94,  referente  ao  ano­calendário  de  2002,  bem  como  excluir  o  acréscimo  patrimonial a descoberto relativo ao ano calendário de 2003.    (Assinado digitalmente)  Francisco Assis de Oliveira Júnior ­ Presidente.     (Assinado digitalmente)  Eduardo Tadeu Farah ­ Relator.      Participaram  do  presente  julgamento,  os  Conselheiros:  Pedro  Paulo  Pereira  Barbosa,  Rayana  Alves  de  Oliveira  França,  Eduardo  Tadeu  Farah,  Rodrigo  Santos  Masset  Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente).    Relatório  Contra  a  contribuinte  acima  identificada  foi  lavrado Auto  de  Infração  para  exigir crédito  tributário de  Imposto sobre a Renda de Pessoa Física  ­  IRPF (fls. 476/480), no  valor  total  de  R$  2.981.517,37,  já  acrescidos  de  multa  de  ofício  de  75%  e  juros  de  mora,  calculados até 31/08/2006.  A infração apurada pela fiscalização foi de:  i ­ omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem  não comprovada;  ii  ­  omissão  de  rendimentos  tendo  em  vista  a  variação  patrimonial  a  descoberto,  onde  se  verificou  excesso  de  aplicações  sobre  origens,  não  respaldado  por  rendimentos declarados/comprovados.  Cientificada  do  Auto  de  Infração  em  30/09/2006  (fl.  489),  a  contribuinte  apresentou Impugnação em 31/10/2006 (fls. 491/518), alegando, essencialmente, que:  a) vendeu,  em 1997,  sua  participação  societária  na  empresa ALPHATRON  S/A,  recebendo R$  3.493.595,69,  tendo  aplicado  tal montante  em  diversos  estabelecimentos  bancários  o  que  resultou  em  inúmeras  movimentações  bancárias  e  expressivas  receitas  financeiras;  b)  devido  a  sua  falta  de  experiência  no  mercado  financeiro  e  por  não  ter  contratado  uma  assessoria  contábil  permanente,  deixou  de  contabilizar  alguns  extratos  e  informes financeiros. Assim é forçoso reconhecer a ausência na DIRPF dos anos 1998 e 1999,  de contas bancárias diversas, para o deslinde da origem dos valores que transitaram durante o  ano­calendário 2001 e 2002;  Fl. 9DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 3          3 c) não foram incluídos na Declaração de Bens do ano­calendário de 1998 os  valores  de  R$  228.813,05  (Fundo  de  Investimento  no  Banco  Safra),  R$  258.770,81  (Letras  Hipotecárias  do  Banco  Safra)  e  R$  104.309,47  (Fundo  do  Banco  de  Boston  CPT  DI),  totalizando R$  591.843,00. No  ano­calendário  1999,  não  constou  o  valor  de R$  793.801,65  relativos ao Fundo de Investimento FIF Check up do Banco Sudameris S/A;  d)  o  valor  de  R$  950.000,00,  relativo  à  aplicação  no  Credit  Lyonnais  no  exterior foi efetivamente realizado em 2002, apesar de ter sido declarada em 2003;  e) elaborou os demonstrativos relativos à sua evolução patrimonial em função  da impossibilidade de se apresentar declaração retificadora;  f)  foram  arbitrariamente  lançadas  as  transferências  de  mesma  titularidade.  São elas: no dia 08/10/2002 o valor de R$ 74.314,52 do Sudameris; dia 13/11/2002 o valor de  R$  50.000,00  do  Sudameris;  dia  18/11/2002  o  valor  de  R$  100.000,00  do  Sudameris  e  dia  13/11/2002 o valor de R$ 150.000,00 do BNP;  g) também foram incluídos os valores relativos a reembolso de seguro saúde,  relacionados à fl. 509, cujos documentos comprobatórios foram acostados aos autos;  h) a omissão de receitas não pode resultar de mera presunção, tendo que ser  demonstrada por um conjunto de indícios, tais como sinais exteriores de riqueza. Na hipótese  de lançamento por presunção deve­se proporcionar à contribuinte a possibilidade de se refutar  a  ocorrência  do  suposto  fato  gerador,  a  fim de  que  se  possa provar o  contrário. Não há nos  autos qualquer prova de que o contribuinte tenha pura e simplesmente se negado a apontar a  origem dos seus recursos, e nem teria motivos para tal conduta, já que são valores de origem  lícita e de fácil constatação;  i)  o  crédito  de R$  1.008.388,21,  ocorrido  em  outubro  de  2001,  refere­se  à  transferência  da  mesma  titularidade,  proveniente  do  Banco  Liberal,  adquirido  pelo  Bank  of  America S/A. O referido valor foi regularmente baixado na DIRPF relativa ao ano­calendário  2002. O próprio extrato do Banco Itaú refere­se ao Banco Liberal. Esses valores migraram para  o Itaú e depois para o Bank of America, no valor de R$ 950.000,00;  j) quanto aos depósitos de R$ 370.000,00 e R$ 570.000,00 efetuados no Itaú  em  14/11/2002  estão  identificados,  respectivamente,  como  oriundos  de  conta  do  Sudameris  S/A de titularidade da contribuinte e como TED realizada após resgate do fundo no valor de R$  300.000,00, em 18/11/2002 do Banco Safra;  k) a análise da evolução patrimonial não levou em conta a expressiva receita  financeira  obtida  em  2003,  que  chega  a  R$  793.478,00.  O  item  rendimentos  sujeitos  à  tributação  exclusiva  na  fonte,  composto  também  pelas  receitas  financeiras  em  2003  foi  de  R$ 1.520.599,98;  l)  com  a  venda  de  sua  participação  na  ALPHATRON  S/A,  a  requerente  deixou depositado parte do preço da venda como garantia, tendo sido autorizada à liberação da  quantia  correspondente  a  toda  receita  financeira  creditada  nessa  conta  de  contingências  que  excederam o valor de R$ 940.000,00;  m) recebeu R$ 435.000,00 de receitas financeiras provenientes do depósito e  tributadas na fonte e o valor de R$ 291.320,00 foi imputado a título de ganho de capital e sobre  Fl. 10DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 4          4 o mesmo  foi  recolhido  o  IR  no  valor  de R$  54.465,00,  sendo  que  o  respectivo DARF  está  sendo solicitado junto ao banco.  A  6a  Turma  da  DRJ  ­  São  Paulo/SP  II  julgou  parcialmente  procedente  o  lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas:  PRELIMINAR. NULIDADE DO LANÇAMENTO.   Comprovado  que  o  procedimento  fiscal  foi  feito  regularmente,  não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59  do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade  do  lançamento  enquanto  ato  administrativo.        Preliminar  rejeitada.   DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS   A  presunção  legal  de  omissão  de  rendimentos  autoriza  o  lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da  conta  bancária,  pessoa  física  ou  jurídica,  regularmente  intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea,  a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de  investimento.  Tendo  sido  comprovada  a  origem  de  parte  dos  depósitos  bancários tributados, devem os respectivos créditos ser excluídos  do  lançamento,  mantendo­se  parte  da  omissão  de  rendimentos  apurada pelo Fisco.  ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO.   Os  acréscimos  patrimoniais  são  tributáveis  quando  não  justificados,  por  meio  de  documentação  idônea,  pelos  rendimentos  tributáveis,  isentos,  não  tributáveis,  tributáveis  exclusivamente na fonte ou sujeitos à tributação definitiva.  Os  valores  relativos  a  rendimentos  provenientes  de  aplicações  financeiras  deverão  ser  considerados  como  origens  no  Demonstrativo da Evolução Patrimonial.  Em  função  do  acolhimento  parcial  da  Impugnação,  o  crédito  tributário  restou  assim constituído:  Ano­calendário 2001    Imposto suplementar exigido  358.655,84  Imposto suplementar exonerado  283.144,36  Imposto suplementar mantido  75.511,48  Multa de ofício exigida (75%)  268.991,88  Multa de ofício exonerada (75%)  212.358,27  Multa de ofício mantida (75%)  56.633,61        Ano­calendário 2002  Fl. 11DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 5          5   Imposto suplementar exigido  482.834,49  Imposto suplementar exonerado  222.249,77  Imposto suplementar mantido  260.584,72  Multa de ofício exigida (75%)  362.125,86  Multa de ofício exonerada (75%)  166.687,32  Multa de ofício mantida (75%)  195.438,54    Ano­calendário 2003    Imposto suplementar exigido  453.379,82  Imposto suplementar exonerado  160.514,73  Imposto suplementar mantido  292.865,09  Multa de ofício exigida (75%)  340.034,86  Multa de ofício exonerada (75%)  120.386,04  Multa de ofício mantida (75%)  219.648,82    Em  relação  à  parte  do  lançamento  excluída,  a  DRJ  de  Belo  Horizonte  recorreu de ofício, nos termos da legislação pertinente (art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972 e  alterações introduzidas pela Portaria MF nº 03, de 2008).  Cientificada da decisão de primeira em 25/05/2009 (fl. 694), Melanie Farkas  apresenta Recurso Voluntário em 22/06/2009, sustentando, em síntese, que:  a)  os  créditos  abaixo  relacionados  representam  transferências  bancárias  de  mesma titularidade, conforme provas acostadas as fls. 664/666:  Créditos mantidos (fls. 664/666)  Data  Valor (R$)  Remetente (CNPJ)  Histórico  01/02/01  1.000,00  03808183/0001­64  DOC  03/09/01  1.150,00  03808183/0001­64  DOC   21/12/01  10.208,57  61809182/0001­30  DOC   28/01/02  7.868,75  61809182/0001­30  DOC  15/02/02  36.547,94  03808183/0001­64  DOC  27/02/02  24.150,00  61377677/0032­34  DOC  27/02/02  48.653,38  61377677/0032­34  DOC  05/03/02  20.000,00  01782383/0001­60  DOC  09/10/02  22.942,87  01782383/0001­60  TED  18/11/02  59.000,00  836263/0001­35  TED  Fl. 12DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 6          6   b)  em  relação  à  movimentação  bancária  no  valor  de  R$  370.000,00,  a  recorrente acostou, à fl. 628, cópia de solicitação de extrato dirigida a Reliance Distribuidora  de  Títulos  e  Valores Mobiliários.  Entretanto,  o  documento  não  foi  enviado  pela  instituição  responsável devendo ser juntado posteriormente;  c) não ocorreu acréscimo patrimonial em 2003, posto que no ano­calendário  de  2002  houve  uma  aplicação  realizada  no  Credit  Lyonais  na  Suíça,  mas  que  somente  foi  informada  na  DIRPF  do  ano­calendário  de  2003  (fls.  41/45).  A  existência  de  aplicação  financeira  no  exterior  em  2002  (fl.  600)  foi  cabalmente  demonstrada  com  a  juntada  pelo  próprio  agente  fiscal  do  Registro  Sisbacen  2002000401  (fl.  03  do  processo  administrativo),  onde consta a data da operação (19/11/2002), o tipo de operação (transferência para o exterior),  o banco emitente (Itaú), a conta no exterior (Credit Lyonnais Uruguay). São duas operações no  mesmo dia, uma no valor de R$ 700.000,00 e outra no valor de R$ 300.000,00;  d) parte do valor de R$ 435.000,00 decorreu de receitas financeiras recebidas  da  conta  escrow  referente  à  venda  de  participação  societária  da  empresa  Alphatron.  Para  comprovar  sua  alegação  a  recorrente  junta  a  microfilmagem  dos  cheques  (doc.  03)  que  comprova  o  recebimento  da  conta  escrow.  Portanto,  não  há  que  se  falar  em  acréscimo  patrimonial a descoberto quanto a esses valores;  e) o valor remanescente de aproximadamente R$ 291.000,00 (R$ 288.382,40)  se  refere  a  ganho  de  capital,  sendo  este  tributado  pelo  imposto  de  renda.  Entretanto,  o  documento carreado na impugnação mencionou o valor total recolhido, sem discriminar o valor  do principal, de multa e de juros, impossibilitando a verificação de que o recolhimento foi feito  em  atraso  em  27/05/2004.  Assim,  para  dirimir  qualquer  dúvida  juntou  outra  carta  expedida  pelo  Banco  Itaú  que  possibilita  identificar  que  o  pagamento  refere­se  a  ganho  de  capital  ocorrido em 2003, cujo imposto foi recolhido em atraso com os acréscimos legais.  O processo em questão foi incluído em pauta no dia 22 de setembro de 2010  e  o  Colegiado  da  Primeira  Turma  Ordinária  da  Segunda  Câmara  da  Segunda  Seção  de  Julgamento  do CARF  negou  provimento  ao Recurso  de Ofício  e  deu  parcial  provimento  ao  Recurso Voluntário.  Com  efeito,  a  decisão  proferida  pelo  acórdão  nº  2201­00.804,  em  22  de  setembro de 2010, foi no seguinte sentido:  I – Do exame do recurso de ofício:  Ao  analisar  a  impugnação  apresentada  pela  contribuinte  à  autoridade  julgadora de primeira instância, assim concluiu:  DEPÓSITOS BANCÁRIOS  A requerente apresenta, em sua peça impugnatória a relação de  fls. 508/509 que se referem aos créditos realizados por meio de  depósitos em cheque em função do reembolso do plano de Saúde  Sulamérica,  conforme  os  documentos  de  fls.  571  a  589.  Assim,  tais valores deverão ser excluídos do rol de créditos tributados  em  função  da  eficaz  comprovação.  No  entanto,  os  créditos  R$  32,89 de18/09/02 e de R$ 50,00 de 13/11/02 e, apesar de terem  Fl. 13DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 7          7 sido relacionados não serão considerados por absoluta falta de  comprovação (vide planilha anexa).  Quanto  às  transferências  de  mesma  titularidade,  cabe  razão  à  requerente, pois conforme consta no inciso I do §3º do artigo 42  da lei nº 9.430/96  tais  transferências  devem  ser  excluídas  da  base  de  cálculo,  desde  que  fique  efetivamente  comprovada  a  mesma titularidade.  A requerente apresenta às  fls. 660/666 declarações do HSBC e  do  Sudameris  que  informam  alguns  créditos  que  se  referem  a  transferências  de  mesma  titularidade,  ocorridas  por  DOC  D  (créditos  entre  bancos,  mesmo  CPF,  e  portanto,  isentos  de  CPMF) ou TED D, cuja diferença trata­se de transferência entre  agências  do  mesmo  banco.  Houve,  ainda,  a  identificação  do  remetente das transferências (fls. 664/666).   Assim, serão excluídos da tributação os créditos relacionados na  tabela citada que têm como remetente a própria contribuinte ou  João  Paulo  Farkas,  tendo  em  vista  que  há  co­titularidade  nas  mesmas  (DOC  D).  Estes,  por  óbvio,  deverão  ser  excluídos  da  tributação (vide tabela anexa).  Há ainda os créditos ali relacionados datados de 01/04/2002 de  R$ 1.100,00 e de 01/08/2002 de R$ 121.580,49, cujos históricos  trazem  somente  a  expressão  DOC,  mas,  no  entanto,  o  Banco  Sudameris  informa  como  remetente  a  própria  contribuinte.  Assim,  deverão  eles  também  ser  excluídos  da  tributação,  por  terem tido sua origem comprovada.  (...)  Conforme  se  percebe  por  meio  do  Extrato  mensal  do  Bank  of  America  de  fl.  80,  houve,  efetivamente  um  resgate  em  03/10/2001,  cujo  valor  líquido  foi  de  R$  1.008.388,21,  confirmando,  portanto,  a  alegação  da  contribuinte  e,  portanto,  deve  ser  excluído  da  base  de  cálculo  do  imposto  (vide  tabela  anexa fls 684/689)  Ainda  com  relação  às  transferências  de  mesma  titularidade,  a  contribuinte identificou os créditos ocorridos no Banco Itaú em  18/11/2002 (extrato de fl. 591) nos montantes de R$ 300.000,00  e  370.000,00  provenientes,  segundo  ela,  respectivamente,  dos  bancos Safra e Sudameris. Acrescenta ela ainda que os valores  mais expressivos constantes do extrato do Banco Itaú no valor de  R$ 370.000,000  e R$ 350.000,00  são  relativos  a  transferências  de mesma titularidade oriundas do Banco Sudameris.  Conforme se verifica no extrato de fls. 217 do Banco Sudameris,  efetivamente ocorreu o envio de TED no valor de R$ 350.000,00  em 18/11/2002, devendo tal valor ser excluído da tributação.  Quanto ao valor de R$ 300.000,00 há que se esclarecer que não  houve  nenhum  crédito  deste  valor  tributado  no  presente  lançamento, conforme relação de  fls. 444/462 e planilha de  fls.  684/689, anexa ao presente acórdão. Assim, apesar de  ter  sido  Fl. 14DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 8          8 identificado  no  extrato  do  Banco  Safra  de  fl.  599  o  débito  do  referido montante, não há o que ser comprovado, pois o mesmo  não foi tributado.  No  entanto,  o  valor  de  R$  370.000,00,  apesar  de  constar  no  extrato  de  fl.  591  como  sendo  proveniente  de  DOC  do  Banco  Sudameris, não foi possível localizar o débito correspondente no  extrato de  fl.  217, proveniente do Sudameris. Tampouco consta  nos  autos  outro  extrato  proveniente  do  referido  banco  relativo  ao mesmo período (novembro/2002). Assim, o valor citado será  mantido.  (...)  Em  anexo  ao  presente  acórdão,  juntamos  a  planilha  de  fls.  684/689,  na  qual  identificamos  todos  os  créditos  tributados  (data, banco e valor), o histórico e a origem daqueles que foram  considerados comprovados.  Desta forma, serão tributados, mês a mês os seguintes valores:  Período  Valor (R$)    Período  Valor (R$)  Janeiro/2001  3.431,24   Janeiro/2002  35.663,47  Fevereiro/2001  124.327,08   Fevereiro/2002  115.741,32  Março/2001  6.654,68   Março/2002  75.595,00  Abril/2001  6.373,89   Abril/2002  8.907,00  Maio/2001  9.692,03   Maio/2002  5.687,00  Junho/2001  28.460,85   Junho/2002  23.249,94  Julho/2001  4.157,65   Julho/2002  7.358,04  Agosto/2001  32.610,00   Agosto/2002  35.392,18  Setembro/2001  4.878,43   Setembro/2002  24.487,92  Outubro/2001  5.492,62   Outubro/2002  27.054,90  Novembro/2001  13.720,00   Novembro/2002  580.381,19  Dezembro/2001  35.058,57   Dezembro/2002  8.063,00  Total 2001  273.857,04   Total 2002  947.580,96  ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO  (...)  Alega  ainda  a  requerente que  as  receitas  financeiras  auferidas  no  ano­calendário  2003,  provenientes  das  aplicações  que  mantinha  em  diversas  instituições  financeiras  não  foram  consideradas no Demonstrativo da Evolução Patrimonial de fls.  464/465.  Acrescenta  ainda  que  tais  receitas  totalizavam  R$  793.478,00.  Assiste  razão  à  requerente  quanto  ao  fato  de  não  terem  sido  considerados  os  rendimentos  provenientes  das  aplicações  financeiras.   No  entanto,  conforme  se  verifica  por  meio  dos  informes  de  rendimentos juntados aos autos, nos quais a fiscalização baseou­ se para compor os itens “Total de aplicações no início do ano” e  Fl. 15DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 9          9 “Total  de  aplicações  no  final  do  ano”,  os  rendimentos  provenientes  das  aplicações  totalizaram  o  valor  de  R$  583.690,42, conforme tabela abaixo:     TABELA DE RENDIMENTOS FINANCEIROS    INSTITUIÇÃO FINANCEIRA  VALOR (R$)  FLS.  Banco do Brasil  1.683,25  618  Citibank  5.748,00  617  Unibanco  11.369,45  616  Bank of America  67.993,99  615  Banco Safra  43.707,94  614  Banco Sudameris  45.833,60  612  Banco Itaú  5.448,67  610  HSBC  161.918,97  609  Votorantim Finanças  7.508,63  607  BNP Paribas  88.581,79  606  Pactual DVTM  3.421,76  605  Credit Lyonnais­Brasil  75.387,09  604  Tatica DVTM  0,00  603  Hedding Griffo  4.820,66  602  Credit Suisse­Bco Inv. CSFB  60.266,12  601  Credit Lyonnais­Suíça  0,00  600  TOTAL  583.689,92     Assim,  tendo em vista que o acréscimo patrimonial  somente  foi  apurado  em  dezembro  de  2003,  o  valor  dos  rendimentos  financeiros  (R$  583.689,92)  deverá  ser  considerado  como  receitas no demonstrativo e,  portanto,  excluído do montante de  R$ 1.648.653,87, reduzindo o mesmo para R$ 1.064.963,95.  Depreende­se na análise supra que a autoridade julgadora a quo na aplicação  da  Lei  tributária  afastou  da  autuação  as  transferências  de  mesma  titularidade  ocorridas por DOC D ou TED D (fls. 217 e 664 a 666), que possui como remetente a  própria  contribuinte  ou  João  Paulo  Farkas,  tendo  em  vista  a  co­titularidade  nas  contas.  Da mesma forma, o valor creditado em sua conta no Banco Itaú (extrato de fl.  254) em 03/10/2001 de R$ 1.008.388,21, cujo histórico foi “ACT DOC 235.119930  LIBERA”,  refere­se  à  transferência  de  mesma  titularidade  recebida  do  Banco  Liberal S/A.  Ressalte­se  a  declaração  firmada  em  04/09/2006,  pelos  co­titulares  e  pela  própria  fiscalizada,  atribui  a  recorrente  titularidade  dos  recursos  creditados  nas  contas conjuntas (Termo de Verificação Fiscal fl. 642).  Quanto  ao  acréscimo  patrimonial  a  descoberto  a  autoridade  julgadora  de  primeira instância identificou que as receitas financeiras auferidas no ano­calendário  2003,  são  provenientes  das  aplicações  que  mantinha  em  diversas  instituições  financeiras e não foram consideradas no Demonstrativo da Evolução Patrimonial de  fls. 464/465. Tais rendimentos totalizaram o montante de R$ 583.690,42, tendo sido  considerado como receitas no referido demonstrativo e, portanto, excluído do valor  total de R$ 1.648.653,87, que, após a exclusão, representou R$ 1.064.963,95.  Fl. 16DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 10          10 Assim, verificando que a decisão recorrida está fundamenta em elementos de  prova,  todos  eles  constantes  dos  autos,  e,  estando  seus  argumentos  em  perfeita  sintonia com a legislação de regência, NEGO provimento ao recurso de oficio.  II – Do exame do Recurso Voluntário:  Propugna a recorrente pela juntada de provas, nesse sentido, cabe verificar o  disposto no art. 16 do Decreto 70.235, de 1972, com a nova redação dada pela Lei nº  8.748, de 1993, e do art. 67 da Lei 9.532, de 1997, in verbis:  Art. 16. A impugnação mencionará:  (....)  III  –  os motivos  de  fato  e de  direito em que  se  fundamenta,  os  pontos de discordância e provas que possuir;  IV ­ as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam  efetuadas,  expostos  os  motivos  que  as  justifiquem,  com  a  formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim  como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação  profissional do seu perito.  §  1º  Considerar­se­á  não  formulado  o  pedido  de  diligência  ou  perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no  inciso  IV do art. 16.  (....)  §4º  ­  A  prova  documental  será  apresentada  na  impugnação,  precluindo o direito de o impugnante fazê­lo em outro momento  processual, a menos que:  a)  fique  demonstrada  a  impossibilidade  de  sua  apresentação  oportuna, por motivo de força maior;  b) refira­se a fato ou a direito superveniente;   c)  destine­se  a  contrapor  fatos  ou  razões  posteriormente  trazidas aos autos.  §  5º  A  juntada  de  documentos  após  a  impugnação  deverá  ser  requerida  à  autoridade  julgadora,  mediante  petição  em  que  se  demonstre,  com  fundamentos,  a  ocorrência  de  uma  das  condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior.  §  6º  Caso  já  tenha  sido  proferida  a  decisão,  os  documentos  apresentados  permanecerão  nos  autos  para,  se  for  interposto  recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda  instância. (grifei)  Pelo que se depreende do acima exposto não há impedimento para que sejam  aceitos  os  documentos  apresentados  juntamente  com  o  Recurso  Voluntário,  em  função  da  impossibilidade  de  apresentação  por  ocasião  da  Impugnação,  portanto,  serão apreciados por este julgador.   Fl. 17DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 11          11 Quanto  ao  mérito  insiste  a  suplicante  na  tese  de  que  os  créditos  abaixo  relacionados representam transferências bancárias de mesma titularidade, conforme  provas acostadas as fls. 664/666. São eles:  Créditos mantidos pela 6a Turma da DRJ de São Paulo II (fls.  664/666)  Data  Valor (R$)  Remetente (CNPJ)  Histórico  01/02/01  1.000,00  03808183/0001­64  DOC  03/09/01  1.150,00  03808183/0001­64  DOC   21/12/01  10.208,57  61809182/0001­30  DOC   28/01/02  7.868,75  61809182/0001­30  DOC  15/02/02  36.547,94  03808183/0001­64  DOC  27/02/02  24.150,00  61377677/0032­34  DOC  27/02/02  48.653,38  61377677/0032­34  DOC  05/03/02  20.000,00  01782383/0001­60  DOC  09/10/02  22.942,87  01782383/0001­60  TED  18/11/02  59.000,00  836263/0001­35  TED  Pois  bem,  compulsando  os  autos  verifica­se  que  a  recorrente  efetivamente  manteve  aplicações  financeiras  com  todas  as  instituições  portadoras  do  CNPJ’s  supracitados.   Segundo se colhe das informações extraídas do Dossiê Integrado (fls.24­28),  bem  como  do  informe  de  rendimentos  (fls.  523,537  e  620)  houve  retenção  de  imposto de renda na fonte sobre as aplicações em fundos de renda fixa com os quais  a recorrente possuía regularmente aplicações.   Ademais, de acordo com a relação de Bens e Direitos constante da Declaração  de  Ajuste  (fl.  34/35),  constata­se  que  a  contribuinte  declarou  saldo  de  aplicações  financeiras com as instituições constantes do quadro anteriormente referenciado.  Portanto,  o  demonstrativo  de  depósito  acostado  as  fls.  664/666  do  Banco  Sudameris  informa,  em  verdade,  que  os  créditos  efetuados  na  conta  corrente  da  fiscalizada  advêm  de  diversas  instituições  bancárias  com  as  quais  a  suplicante  manteve  seus  recursos  aplicados  e,  por  esse  motivo,  todos  os  remetentes  foram  identificados pela autoridade fiscal como sendo pessoa jurídica.   Assim, em que pese não constar nas transferências o nome da recorrente como  remetente  dos  recursos  (até  porque  a  mesma  não  possuía  conta  corrente  formal  nestas  instituições)  é  plausível  concluir  que  os  valores  creditados  em  sua  conta  corrente  representam  resgates/transferências  de  aplicações  financeiras,  tempestivamente consignadas em sua Declaração de Ajuste.    Destarte,  o valor de R$ 10.208,57,  relativo  ao  ano­calendário de 2001, bem  como o montante de R$ 219.162,94,  referente ao ano­calendário de 2002, deverão  ser excluído da exigência fiscal.  Fl. 18DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 12          12 Em outra passagem alega a recorrente que o crédito no banco Itaú, datado de  18/11/2002,  no  valor  de  R$  370.000,00  (fl.  591),  representa  resgate  de  aplicação  financeira do fundo Sudameris Check Up Invest Agressivo Fim e, por essa razão, o  referido valor não poderia ser alcançado pela tributação.   Após  análise  dos  documentos  juntados  aos  autos,  mais  precisamente  da  correspondência datada do dia 14/10/2009, o banco Santander confirma a realização  do DOC para  a  conta  00058­7,  agência  3765  do  banco  Itaú.  É  o  que  se  colhe  da  transcrição do referido documento, verbis:  Referente  a  solicitação  de  esclarecimento  em  29  de  julho  de  2009,  Prezado  Senhor,  Banco  Santander  Brasil  S/A.,  Pr  sua  agência NR 1780 vem, em resposta à vossa solicitação, declarar  para  os  devidos  fins,  que  foi  realizado  “DOC”  em  18  de  novembro  de  2002,  a  partir  da  conta  corrente  nr  0624403332001,  mantida  nessa  agencia,  de  vossa  titularidade,  no importe de R4 370.000,00, para credito na conta nr 00058­7,  agência  nr  3765,  banco  nr  341.  Á  disposição  para  maiores  esclarecimentos, Banco Santander Brasil S.A..  Isto posto, o valor de R$ 370.000,00 deverá ser excluído da exigência.  Quanto  ao  acréscimo  patrimonial  apurado  pela  autoridade  fiscal  no  ano­ calendário de 2003, afirma a suplicante que por erro consignou em sua DIRPF/2004  (fls. 41/45), saldo de aplicação financeira no exterior no valor de R$ 1.000.000,00  no Credit Lyonais na Suíça. Tal  fato gerou um acréscimo patrimonial  indevido no  ano­calendário de 2003, visto que a data correta da aplicação na referida instituição  financeira  foi  em  19/11/2002,  conforme  Registro  Sisbacen  20020004001  e  20020004002 de fls. 03 e comprovante de aplicação acostado à fl. 600.  Pois  bem,  a  luz  dos  documentos  constantes  dos  autos,  verifico,  pois,  que  assiste  razão  a  recorrente.  Analisando  detidamente  as  informações  extraídas  do  Dossiê Integrado (fl. 03) fica fácil identificar que a recorrente de fato efetuou duas  transferências  de  recursos para o  exterior  no  dia  19/12/2002,  uma no  valor  de R$  700.000,00  e  outra  no  valor  de R$ 300.000,00,  ambas  para  a  sua  conta  no Credit  Lyonais (Uruguay) S/A.  Corroborando,  o  documento  n°  RUC  212094770014  do  Credit  Lyonais  Uruguay,  carreado  à  fl.  722,  confirma  o  depósito  de  R$  1.000.000,00  no  ano­ calendário de 2002 e não em 2003, conforme consignou a fiscalização.  Ademais,  não  há  nos  autos  prova  de  que  a  recorrente  efetivamente  tenha  transferido  recursos  para  Credit  Lyonais  (Uruguay)  S/A,  em  2003,  posto  que  o  próprio  dossiê  integrado,  constante  dos  autos,  não  identificou  a  recorrente  como  responsável de qualquer transferência de recursos para o exterior no referido ano.  Vê­se,  então,  que  a  fiscalização  fundamentou  a  apuração  do  acréscimo  patrimonial a descoberto simplesmente na DIRPF/2004, que apresentava erro em seu  preenchimento.  Assim,  não  há  como  considerar  no  “Demonstrativo  de  Mensal  da  Movimentação  Patrimonial  e  Financeira  de  2003”  (fl.  465),  o  valor  de  R$  1.000.000,00 como saldo de aplicação financeira no exterior em 31/12/2003.   Prossegue  a  contribuinte  com  seu  inconformismo,  alegando  que  do  valor  recebido  de  cerca  de  R$  726.000,00,  o  montante  de  R$  435.000,00  representou  Fl. 19DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 13          13 receita financeira tributadas exclusivamente na fonte e o restante, aproximadamente,  R$  291.320,00,  refere­se  a  ganho  de  capital  e,  sobre  o  mesmo,  foi  recolhido  o  imposto  de  renda  no  valor de R$ 43.698,00,  conforme  carta  expedida pelo Banco  Itaú carreada à fl. 730.  Compulsando  o  documento  remetido  pelo  banco  Itaú  de  fl.  730,  verifica­se  que o recolhimento foi efetuado em 27/05/2004, entretanto, seu período de apuração  refere­se a 30/11/2003, portanto, dentro do período abrangido pelo auto de infração.  Deste  modo,  o  valor  de  R$  288.382,40,  que  serviu  de  base  para  o  recolhimento  de  R$  43.257,36,  a  título  de  imposto  de  renda  representou,  concretamente, ganho de capital em 2003. Portanto, o valor de R$ 288.382,40 deve  ser considerado como origem de recursos no mês de novembro de 2003 (fl. 465).  Assim  sendo,  feitas  as  devidas  correções,  não  há  acréscimo  patrimonial  a  descoberto no ano calendário de 2003, posto que a autoridade julgadora de primeira  instância já havia reduzido o mesmo para R$ 1.064.963,95.  Ante ao exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício e  dar provimento ao Recurso Voluntário.  Por  sua  vez,  interpôs  a  contribuinte Embargos  de Declaração  de  fls.  827/831,  alegando que o aresto proferido foi omisso “... quanto os depósitos comprovados de fls. 793 a  801 (VOL V dos autos).”  Fundamentalmente, alega a Embargante que:  ...  foi  surpreendida  pela  emissão  de  2  DARF  (s)  pelo  DICAT/SPO  para  a  cobrança  de  imposto  de  renda  sobre  movimentação de mesma titularidade, conforme se apura as fls.  819 dos autos no VOL V.  (...)  6. Ocorre Exa., que se assistir razão a interpretação do DICAT,  o que se admite somente por amor ao argumento, a cobrança do  imposto de renda da pessoa física constante dos DARFS emitidos  se  dá  com  base  em  movimentação  bancária  de  mesma  titularidade, que apesar de não estar expressamente consignada  no acórdão recorrido,  tem a sua correspondente documentação  nos autos relativamente a origem e destino dos valores, sempre  dentro do patrimônio da EMBARGANTE.  7. Assim, se alguma razão couber a RECORRIDA, ou seja, caso  se  faça  necessário  abrir  cada  movimentação  bancária  a  se  excluída,  temos  que  a  movimentação  bancária  dos  meses  de  fevereiro,  junho  e  agosto  de  2001,  bem  como  em  relação  aos  resgates  ocorridos  em  novembro  de  2002  a  Embargante  conseguiu obter junto aos bancos toda movimentação.  8.  É  correto  afirmar  que  nem  todos  os  extratos  bancários  e  comprovantes  de  operações  financeiras  foram  juntados  desde  logo com a defesa da Recorrente primeira instância, até porque  a  documentação,  tendo  sido  solicitada  de  imediato  junto  às  instituições financeiras, não foi por elas disponibilizada a tempo,  em  razão  da  extensão  das  movimentações  financeiras  e  das  Fl. 20DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 14          14 diversas  compras  de  estabelecimentos  bancários  no  período  entre as  instituições bancárias, e muitos dos documentos  foram  carreados  aos  autos  através  do  próprio  recurso  e  das  petições  protocoladas  em  29.7.2009  (no  órgão  fazendário  de  origem)  e  em  17.11.2009  (no  CARF).  E,  outras  cartas  e  transferências  bancárias foram exibidas, em original, no curso da sustentação  oral.   9.  Assim,  vejamos  os  valores  que  devem  ser  objeto  de  EMBARGOS  para  suprir  omissão  e,  posteriormente,  serem  excluídos da Minuta de Cálculo de fls. 815/816.  1) Fev/01   R$ 124.327,08  Trata­se de valor cuja transferência consta no extrato fornecido  pelo  Banco  Itaú  S/A,  conforme  protocolo  realizado  no  dia  13/07/10  junto  ao  CARF,  as  fls.  793  dos  autos,  e  cuja  cópia  segue em anexa.  A  referida  movimentação  bancária  tem  origem  comprovada,  trata­se  de  2  (duas)  transferências  bancárias,  ambas  ocorridas  em 23/02/01, entre contas de mesma titularidade da Recorrente,  no valor cada uma de R$ 50.000,00 (Itaú Ag. 3841/ CC 22827),  devendo se excluída da minuta de cálculo.  2) JUN/01   R$ 28.460,85 E AGO/01  R$ 32.610,00  No  curso  do  recurso  voluntário,  durante  a  sustentação  oral,  o  representante legal da Embargante levou a plenário os originais  das  cartas  emitidas  pelo  Banco Citibank  S.A.  Nessas  cartas,  a  instituição financeira esclarece que os depósitos (movimentações  financeiras),  respectivamente,  de R$ 10.000,00  (junho/01) e R$  20.000,00  (ago/01)  no  Citibank  são  entre  contas  de  mesma  titularidade. Nessa oportunidade, segue em anexo original.  3) NOV/02    R$ 151.381  A  base  de  cálculo  no  valor  de  R$  151.381,00  sobre  a  movimentação  financeira  do  mês  novembro  em  contas  da  Embargante  também  deve  ser  excluída,  conforme  o  extrato  de  resgate  de  fls.  801  dos  autos.  E,  a  anexa  carta  original  da  Consultoria  de  Investimento  que  cuidava  das  aplicações  da  Embargante à época que explica a operação financeira.  10.  nesse  sentido,  durante  a  sustentação  oral,  o  defensor  da  Embargante levou ao plenário da Câmara o documento original  (anexo)  com  registro  de  toda  movimentação  financeira  da  Embargante naquele mês de novembro de 2002.  11.  uma  vez  comprovada  a  inexistência  de  fatos  geradores  de  imposto  de  renda  nas  transferências  de  mesma  titularidade  objeto de  fiscalização nos anos 2001 e 2002, como se espera a  partir  dos  documentos  juntados  ater  o  presente,  deverá  o  Eg.  CARF dar pelo provimento integral do recurso de EMBARGOS,  extinguindo a exigência fazendária, ou se de outra forma V. Exa  entender  deve  se  manifestar  suprindo  a  OMISSÃO  sobre  as  Fl. 21DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 15          15 movimentações bancárias a serem excluídas da base de cálculo,  ajustando­a conforme os documentos de fls. 793 em diante, como  medida de JUSTIÇA!  Isto  posto,  proponho  o  acolhimento  dos  Embargos  para  suprir  a  omissão  presente no acórdão nº 2201­00.804, com base nas provas protocoladas na secretaria do CARF,  antes  da  decisão  de  segunda  instância,  entretanto,  não  juntada  ao  processo  a  tempo  do  julgamento e defendida na tribuna pelo patrono da suplicante.  Ressalte­se que não há  impedimento para que sejam aceitos os documentos  apresentados  juntamente  com  o  Recurso  Voluntário,  em  função  da  impossibilidade  de  apresentação por ocasião da Impugnação (art.16, § 4º, letra “a” do Decreto n º 70.235/1972).  É o relatório.    Voto             Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator  Os  Embargos  são  tempestivos  e  reúne  os  demais  requisitos  de  admissibilidade, portanto, dele conheço.    Em  relação  à  tributação  dos  depósitos  bancários  com  origem  não  comprovada, o acórdão embargado assim se pronunciou:   Quanto ao mérito insiste a suplicante na tese de que os créditos  abaixo  relacionados  representam  transferências  bancárias  de  mesma titularidade, conforme provas acostadas as fls. 664/666.  São eles:  Créditos mantidos pela 6a Turma da DRJ de São Paulo II (fls.  664/666)  Data  Valor (R$)  Remetente (CNPJ)  Histórico  01/02/01  1.000,00  03808183/0001­64  DOC  03/09/01  1.150,00  03808183/0001­64  DOC   21/12/01  10.208,57  61809182/0001­30  DOC   28/01/02  7.868,75  61809182/0001­30  DOC  15/02/02  36.547,94  03808183/0001­64  DOC  27/02/02  24.150,00  61377677/0032­34  DOC  27/02/02  48.653,38  61377677/0032­34  DOC  05/03/02  20.000,00  01782383/0001­60  DOC  Fl. 22DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 16          16 09/10/02  22.942,87  01782383/0001­60  TED  18/11/02  59.000,00  836263/0001­35  TED  Pois  bem,  compulsando  os  autos  verifica­se  que  a  recorrente  efetivamente  manteve  aplicações  financeiras  com  todas  as  instituições portadoras do CNPJ’s supracitados.   Segundo se colhe das informações extraídas do Dossiê Integrado  (fls.24­28), bem como do informe de rendimentos (fls. 523,537 e  620)  houve  retenção  de  imposto  de  renda  na  fonte  sobre  as  aplicações  em  fundos  de  renda  fixa  com  os  quais  a  recorrente  possuía regularmente aplicações.   Ademais, de acordo com a relação de Bens e Direitos constante  da  Declaração  de  Ajuste  (fl.  34/35),  constata­se  que  a  contribuinte  declarou  saldo  de  aplicações  financeiras  com  as  instituições constantes do quadro anteriormente referenciado.  Portanto,  o demonstrativo de depósito acostado as  fls.  664/666  do  Banco  Sudameris  informa,  em  verdade,  que  os  créditos  efetuados  na  conta  corrente  da  fiscalizada  advêm  de  diversas  instituições  bancárias  com  as  quais  a  suplicante  manteve  seus  recursos aplicados e, por esse motivo, todos os remetentes foram  identificados pela autoridade fiscal como sendo pessoa jurídica.   Assim,  em  que  pese  não  constar  nas  transferências  o  nome  da  recorrente  como  remetente  dos  recursos  (até  porque  a  mesma  não possuía conta corrente formal nestas instituições) é plausível  concluir  que  os  valores  creditados  em  sua  conta  corrente  representam  resgates/transferências  de  aplicações  financeiras,  tempestivamente consignadas em sua Declaração de Ajuste.    Destarte, o valor de R$ 10.208,57, relativo ao ano­calendário de  2001, bem como o montante de R$ 219.162,94, referente ao ano­ calendário de 2002, deverão ser excluído da exigência fiscal.  Em outra passagem alega a  recorrente que o  crédito no banco  Itaú, datado de 18/11/2002, no valor de R$ 370.000,00 (fl. 591),  representa  resgate de aplicação  financeira do  fundo Sudameris  Check  Up  Invest  Agressivo  Fim  e,  por  essa  razão,  o  referido  valor não poderia ser alcançado pela tributação.   Após  análise  dos  documentos  juntados  aos  autos,  mais  precisamente  da  correspondência  datada  do  dia  14/10/2009,  o  banco  Santander  confirma  a  realização  do DOC  para  a  conta  00058­7,  agência  3765  do  banco  Itaú.  É  o  que  se  colhe  da  transcrição do referido documento, verbis:  “Referente  a  solicitação  de  esclarecimento  em  29  de  julho  de  2009,  Prezado Senhor, Banco Santander Brasil S/A., Pr sua agência NR 1780  vem,  em  resposta  à  vossa  solicitação,  declarar  para  os  devidos  fins,  que  foi  realizado  “DOC”  em  18  de  novembro  de  2002,  a  partir  da  conta  corrente  nr  0624403332001,  mantida  nessa  agencia,  de  vossa  titularidade,  no  importe  de  R4  370.000,00,  para  credito  na  conta  nr  00058­7,  agência  nr  3765,  banco  nr  341.  Á  disposição  para maiores  esclarecimentos, Banco Santander Brasil S.A..”  Fl. 23DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 17          17 Isto  posto,  o  valor  de  R$  370.000,00  deverá  ser  excluído  da  exigência.    Entretanto, contesta ainda a contribuinte os seguintes valores (fls. 827/831):    1) Fev/01   R$ 124.327,08  Trata­se de valor cuja transferência consta no extrato fornecido  pelo  Banco  Itaú  S/A,  conforme  protocolo  realizado  no  dia  13/07/10  junto  ao  CARF,  as  fls.  793  dos  autos,  e  cuja  cópia  segue em anexa.  A  referida  movimentação  bancária  tem  origem  comprovada,  trata­se  de  2  (duas)  transferências  bancárias,  ambas  ocorridas  em 23/02/01, entre contas de mesma titularidade da Recorrente,  no valor cada uma de R$ 50.000,00 (Itaú Ag. 3841/ CC 22827),  devendo se excluída da minuta de cálculo.  2) JUN/01   R$ 28.460,85 E AGO/01  R$ 32.610,00  No  curso  do  recurso  voluntário,  durante  a  sustentação  oral,  o  representante legal da Embargante levou a plenário os originais  das  cartas  emitidas  pelo  Banco Citibank  S.A.  Nessas  cartas,  a  instituição financeira esclarece que os depósitos (movimentações  financeiras),  respectivamente,  de R$ 10.000,00  (junho/01) e R$  20.000,00  (ago/01)  no  Citibank  são  entre  contas  de  mesma  titularidade. Nessa oportunidade, segue em anexo original.  3) NOV/02    R$ 151.381,00  A  base  de  cálculo  no  valor  de  R$  151.381,00  sobre  a  movimentação  financeira  do  mês  novembro  em  contas  da  Embargante  também  deve  ser  excluída,  conforme  o  extrato  de  resgate  de  fls.  801  dos  autos.  E,  a  anexa  carta  original  da  Consultoria  de  Investimento  que  cuidava  das  aplicações  da  Embargante à época que explica a operação financeira.  10.  nesse  sentido,  durante  a  sustentação  oral,  o  defensor  da  Embargante levou ao plenário da Câmara o documento original  (anexo)  com  registro  de  toda  movimentação  financeira  da  Embargante naquele mês de novembro de 2002.    Pois bem, compulsando­se os documentos carreados de fls. 793, verifica­se  que de fato houve transferência entre contas de mesma titularidade, ou seja, R$ 50.000,00, no  dia 23/02/2001 (fl. 453), oriunda do banco 347, agência 0711 e outra transferência, também de  R$  50.000,00,  no mesmo  dia  23/02/2001  (fl.  453),  proveniente  do  Fundo Votorantin  Renda  Fixa INV.  Portanto,  deve  ser  excluído  do  lançamento  o  montante  de  R$  100.000,00,  referente ao ano­calendário de 2001.  Fl. 24DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 18          18 Relativamente  ao  valor  de R$  10.000,00,  no  dia  20/06/2001  (fl.  449),  bem  como  a  quantia  de  R$  20.000,00,  no  dia  02  de  agosto  de  2001  (fl.  449),  os  documentos  acostados de fls. 836 e 837 não deixa dúvidas de que os valores são oriundos do banco 237,  agência 0720, de mesma titularidade.    Assim,  por  tratar­se  de  créditos  decorrentes  de  transferências  de  contas  da  própria pessoa física devem ser excluídos da tributação, na forma do inciso I, § 3º, do art. 42 da  Lei nº 9.430/1996.  Quanto ao valor de R$ 151.381,00 os documentos carreados de  fl. 801 não  são coincidentes entre datas e valores.  Isto  posto,  deve  ser  excluído  do  lançamento  o  valor  de  R$  142.358,57,  relativo ao ano­calendário de 2001, bem como o montante de R$ 589.162,94, referente ao ano­ calendário de 2002.  Ante  a  todo  o  exposto, ACOLHO  os  embargos  de  declaração,  com  efeitos  modificativos,  para  DAR  PARCIAL  PROVIMENTO  ao  recurso  para  excluir  da  exigência,  relativa  a  depósito  bancário  com  origem  não  comprovada,  o  valor  de  R$  142.358,57,  concernente  ao  ano­calendário  de  2001  e  o  montante  de  R$  589.162,94,  referente  ao  ano­ calendário  de  2002,  bem  como  excluir  da  exigência  o  acréscimo  patrimonial  a  descoberto,  relativo ao ano calendário de 2003.    (Assinado digitalmente)  Eduardo Tadeu Farah                            Fl. 25DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 19          19 MINISTÉRIO DA FAZENDA  CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS  SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE  JULGAMENTO    Processo nº: 19515.001867/2006­12  Recurso nº: 505.917      TERMO DE INTIMAÇÃO        Em  cumprimento  ao  disposto  no  §  3º  do  art.  81  do Regimento  Interno  do Conselho  Administrativo  de Recursos  Fiscais,  aprovados  pela Portaria Ministerial  nº  256,  de  22 de  junho de  2009,  intime­se o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda  Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201­01.147.      Brasília/DF, 06 de junho de 2011.      ______________________________________    FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNIOR        Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção        Ciente, com a observação abaixo:    (......) Apenas com ciência  (......) Com Recurso Especial  (......) Com Embargos de Declaração    Data da ciência: _______/_______/_________    Procurador(a) da Fazenda Nacional                           Fl. 26DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.001867/2006­12  Acórdão n.º 2201­01.147  S2­C2T1  Fl. 20          20                   Fl. 27DF CARF MF Emitido em 28/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 21/11/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, Assinado digitalmente em 04/11/2011 por EDUARDO TADEU FARAH

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