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Numero do processo: 10120.900443/2008-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 24/04/2008
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO.
As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.
Numero da decisão: 3101-001.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES
Presidente
VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
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EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 04 43 /2 00 8- 55 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 46 e 47 dos autos emanados da decisão DRJ/BSB, por meio do voto da relatora Andreia Lucia Machado Mourao, nos seguintes termos: “Tratam os autos da Declaração de Compensação (DCOMP) de nº 05910. 12988.141103.1.3.041992 (fls. 01/05), transmitida eletronicamente em 14/11/2003, com base no aproveitamento de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. A contribuinte declarou no PER/DCOMP a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior referente à Cofins que teria sido apurado no mês de fevereiro de 2003. Em 24/04/2008 foi emitido eletronicamente o Despacho Decisório (fl. 8), cuja decisão não homologou a compensação declarada, por não ter sido confirmada a existência do crédito informado, pois o DARF descriminado no referido instrumento não foi localizado nos sistemas da RFB. O valor atualizado do principal correspondente aos débitos informados, cuja compensação não foi homologada, totalizou R$ 371.712,88, conforme demonstrado no quadro a seguir: Detalhamento da Compensação e Valores Devedores VALOR UTILIZADO DO CRÉDITO NA DATA DA VALORAÇÃO VALOR DECLARADO NA DCOMP SALDO DEVEDOR APURADO PARA COMPENSAÇÃO (A) PRINC. MULTA JUROS VALOR AMORTIZADO DO DÉBITO (B) SALDO DEVEDOR (C = A B) 371.712,88 371.712,88 0,00 0,00 0,00 0,00 371.712,88 Cientificado, via postal, dessa decisão em 09/05/2008, bem como da cobrança dos débitos compensados na Dcomp, o sujeito passivo apresentou em 09/06/2008, manifestação de inconformidade às fls. 12/14, acrescida de documentação anexa. Para tentar reverter à decisão proferida no Despacho Decisório, a interessada relata a ocorrência de erro no preenchimento do PER/DCOMP, quanto às informações contidas no DARF que teria gerado o crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, conforme relação a seguir: a) informou erroneamente a data de arrecadação como 14/11/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; b) informou erroneamente o período de apuração como sendo fevereiro/2003, quando, na verdade, o período correto seria março/2003; c) informou erroneamente a data do vencimento como 14/03/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 4 3 Apresenta cópia do DARF (Comprovante de Arrecadação) no valor de R$ 553.390,00 para comprovar as alegações feitas (fl. 34). Ao final requer que seja julgada procedente a presente Manifestação de Inconformidade, com a consequente reforma do despacho decisório em tela, a fim de que seja homologada a declaração de compensação objeto dos presentes autos. Face à ausência de elementos suficientes, nos autos, que possibilitassem a formação de convicção do julgador, os autos foram baixados em diligência (fls. 40/41), a fim de responder aos seguintes quesitos: a) verificar a existência de crédito indevido ou a maior referente ao comprovante de pagamento acostado à fl. 34 (pagamento de contribuição para a Cofins, código 2172, efetuado em 15/04/2003); b) caso haja disponibilidade, fazer a alocação do referido crédito ao débito informado no presente processo, conforme solicitado pela contribuinte; c) refazer os cálculos, elaborando novo demonstrativo de compensação. Ressaltese que, para fins de cálculos, cada débito deverá estar acrescido de juros e multa de mora, quando cabíveis; d) retornar os autos para essa DRJ para fins de dar prosseguimento ao julgamento. Conforme Relatório juntado à fl. 44, a Fiscalização respondeu aos quesitos acima listados, afirmando que conforme pesquisa realizada (fls. 42/43), o pagamento de fl. 34 encontrase indisponível nos sistemas da RFB.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 0333.944 de fls. 45 traz a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 24/04/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas não comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF , em (fls. 55 a 61) onde resumidamente, faz as seguintes alegações: I – Tempestividade de seu Recurso Voluntário; Fl. 161DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 5 4 II – Do Acórdão ora recorrido; III – Dos Equivocos Cometidos Pela Companhia no Preenchimento do PER/DCOMP; a) afirmando que “não obstante os equívocos cometidos, para que se prevaleça a verdade material no processo administrativo, a Companhia argumenta, ao amparo da melhor jurisprudência, que erros de preenchimento não são óbice ao reconhecimento do direito creditório diante da comprovação do pagamento efetuado, a exemplo das decisões transcritas. IV – Comprovação do Crédito Por Meio do Comprovante de Arrecadação Extraído Dos Sistemas da Receita Federal do Brasil Por Meio do ECAC; a) Entendendo que o comprovante de Arrecadação de fls 34 atesta o pagamento efetuado pela Companhia, inclusive na forma correta, ou seja, aquela regulamentada pelo Ato Declaratório Executivo Conjunto Cotec/Corat nº 2, de 07/11/2006, como documento hábil e idôneo para a comprovação de que tal pagamento existe nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil porque não há como ser emitido Comprovante de Arrecadação para pagamento que não conste dos sistemas da Receita Federal do Brasil; V – Validade Jurídica do Comprovante De Arrecadação Emitido Por Meio Do ECAC; a) Da MP 2.2002/2001; b) Da InfraEstrutura de Chaves Públicas Brasileiras – IN nº 580 de 12/12/2005, restando fundamentado, no seu entendimento a b.1) autenticidade dos emissores e destinatários; b.2) segurança quanto à privacidade e inviolabilidade; b.3) integridade e b.4) validade jurídica. VI – Insuficiência Da Verificação Da Disponibilidade Do Pagamento Por Parte Da DRF Em Goiânia; Aqui a Recorrente requer que seja ampliada a pesquisa efetuada pelo órgão da DRF em Goiânia porque a pesquisa efetuada às fls.42 e 43 do presente processo foi insuficiente para identificar o pagamento efetuado pela Companhia, pelo fato de que não foi considerado a totalidade das informações pertinentes para a alocação do pagamento efetuado pela mesma ao débito declarado no PER/DCOMP, protestando por uma pesquisa mais extensa, utilizando parâmetros adicionais, em especial aqueles em relação as quais a Recorrente não se equivocou ao preencher o PER/DCOMP. VII – Pedido A Recorrente espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP nº 05910.12988.141103.1.3.041992, não obstam o reconhecimento do seu direito creditório por ter a existência do pagamento que originou o Fl. 162DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 6 5 crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restado devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação. Assim, requer seja julgado procedente o presente recurso voluntário com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório com base em documento emitido por sistema da RFB e, portanto, no seu entendimento, autêntico, seguro, integro e válido juridicamente, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Em complemento ao relatório acima, fica registrado que o julgamento foi convertido em diligência para: “(...) que a repartição de origem informe detalhadamente as razões da indisponibilidade do pagamento apresentado pelo contribuinte, informando as alocações pertinentes a esse pagamento, dando ciência a Recorrente com abertura de prazos para sua manifestação quanto à diligência realizada”. Realizada a diligência em relação à Resolução 3101000.232 do CARF ha informação nos autos que o pagamento de R$ 553.390,00 pago no dia 15/04/2003, no código 2172, encontrase disponível, conforme folha 95, e que depois de cientificado o contribuinte esse apresentou tempestivamente sua manifestação, folhas 98 a 100. Definitivamente a Recorrente em sua manifestação requer e espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP n° 05910.12988.141103.1.3.041992 não obstam o reconhecimento do seu direito creditório. Isto porque a existência do pagamento que originou o crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restou devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação, Comprovante esse reconhecido agora em diligência como disponível. Assim, a Companhia requer ao órgão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que julgue procedente o presente Recurso Voluntário, com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil e ora reconhecido como disponível, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Voto Conselheira Relatora Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Conforme podemos observar, já na decisão recorrida, já foi atendida e reconhecida os equívocos no preenchimento da PER/DCOMP pertinente aos autos, razão pelo qual foi baixado o presente processo em diligência na oportunidade do julgamento para confirmar o pagamento referido pela Recorrente. A diligência não foi extensa naquela oportunidade, pois, não considerou os equívocos confessados pelo Recorrente no preenchimento da referida PER/DCOMP e os argumentos da Recorrente foram desprezados quanto à veracidade do seu comprovante de pagamento, que agora são reconhecidamente verdadeiros pela disponibilidade do pagamento pela repartição de origem. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 7 6 Certo é que se as razões da indisponibilidade do pagamento não foram detalhadamente apresentadas pela repartição de origem, evidentemente por sua disponibilidade agora com a última diligência, as suas alocações pertinentes, também, por certo, são desnecessárias em razão dos valores exigidos e do pagamento localizado. Isto Posto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO do contribuinte a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil. É como voto. Relatora – VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Fl. 164DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10680.910309/2009-06
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2002
DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL
O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO
Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo.
PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO
É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3801-001.659
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl Relator.
EDITADO EM: 19/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes (Presidente), Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, , Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator)
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 03 09 /2 00 9- 06 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 2 (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl – Relator. EDITADO EM: 19/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes (Presidente), Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, , Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator) Fl. 81DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 10680.910309/200906 Acórdão n.º 3801001.659 S3TE01 Fl. 82 3 Relatório Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Relator Por descrever bem os fatos, o relatório da DRJ de origem é suficiente para compreensão. “A contribuinte aqui identificada transmitiu Per/Dcomp visando a compensar o(s) débito(s) nela declarado(s), com crédito proveniente de pagamento a maior de Cofins, relativo ao fato gerador de 28/02/2002. A Delegacia da Receita Federal de Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl. 6) no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos da contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Irresignada com o indeferimento do seu pedido, tendo sido cientificada em 02/04/2009 (fl. 29), a contribuinte apresentou, em 04/05/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 01/04, com os argumentos a seguir resumidos. Alega que houve um recolhimento de R$ 136.292,28, referente a Cofins do fato gerador de 28/02/2002. Por outro lado, o débito correspondente ao período era menor. Infelizmente, o contribuinte não realizou a retificação da DCTF, sendo certo que, em razão de infiltração no local em que arquivava os documentos fiscais, perdeu vários dados que comprovariam, no momento, o real valor do tributo então devido. Assim, fazse necessária a reconstrução das bases de cálculo do tributo em destaque para comprovar a existência de crédito capaz de legitimar a compensação realizada. E certo que, diante do ocorrido, e por se tratar de fatos ocorridos há quase 09 anos, o contribuinte necessita de tempo para recompor a base de cálculo e demonstrar que recolheu tributo a mais, possuindo, assim, crédito para legitimar a compensação não homologada. De outro lado, é sabido que um dos princípios que informam o processo administrativo é o da verdade material, o qual obriga o administrador a perseguir a verdade que resulta efetivamente dos fatos ocorridos. Ademais, é possível a apresentação de documentação após a impugnação, como bem permite o § 5o do art. 16 do Decreto 70.235/72. Isso sem falar que o art. 18 do mencionado Decreto confere ao julgador administrativo o poder, de ofício, de requisitar as diligências, ou perícias que entender ser necessárias. Assim, invocando o princípio da verdade material, protesta pela realização de perícia técnica para se constatar a veracidade de suas alegações, indicando quesitos e nomeando contador para acompanhá la, assim como a posterior juntada de documentos que se façam necessários.” Fl. 82DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 4 A DRJ em Belo Horizonte MG, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte através do acórdão de fls. 43/47, considerando a ausência de comprovação do direito ao credito objeto da compensação materializada na PER/DCOMP. Devidamente intimado para tanto (fls. 51), interpôs o contribuinte o presente Recurso Voluntário de fls. 52/77 em 23/04/2012, e que se vale basicamente dos mesmos argumentos perpetrados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 10680.910309/200906 Acórdão n.º 3801001.659 S3TE01 Fl. 83 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Relator O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Analisando os presentes autos verificase que a Recorrente em sede de Manifestação de Inconformidade, com o fito de demonstrar seu direito creditório, limitouse a apresentar os seguintes documentos: 1. Despacho decisório que indeferiu a compensação pleiteada 2. Guia DARF referente a COFINS, supostamente recolhida à maior no valor de R$136.292,28 (cento e trinta e seis mil, duzentos e noventa e dois reais e vinte e oito centavos) 3. Pedido de Compensação 4. DCTF originalmente transmitida, onde constam débitos de COFINS no valor de R$136.292,28 (cento e trinta e seis mil, duzentos e noventa e dois reais e vinte e oito centavos). Ademais, alegou não haver transmitido DCTF retificadora, protestou pela posterior juntada de provas sob alegação de que havia perdido documentos em razão de uma infiltração, que nem ao mesmo se deu ao trabalho de tentar comprovar, e por fim, requereu a realização de perícia contábil a fim de fazer valer o princípio da verdade material. Interessante ressaltar que a DRJ de origem constatou durante análise ao sistema da RFB haver sido transmitida DCTF retificadora, no entanto, somente após decorridos 5(cinco) anos da data do fato gerador, sendo, no entendimento da turma julgadora intempestiva, não podendo, destarte, produzir os efeitos legais, assim emendando o acórdão: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL COMPENSAÇÃO INDEFERIDA O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Fl. 84DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 6 No entanto, independentemente da retificação ter ou não ocorrido, a Recorrente sequer demonstrou qual a origem do crédito pleiteado, limitandose a argumentar que realizou pagamento a maior, sem ao menos acostar aos autos quaisquer documentos que comprovassem suas alegações. Completando o cenário desfavorável, alegou com suas próprias palavras em seu Recurso Voluntário que “...a prova documental que eventualmente fosse juntada aos autos não traria certeza da existência e do montante do crédito...”! Estamos diante de um pedido de compensação e cabe exclusivamente ao contribuinte, nos termos do inciso I do artigo 333 do Código Civil, apresentar as provas do seu direito creditório, sendo imprescindível que estas sejam carreadas aos autos revestidas de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento dos julgadores. Não é o que se verifica no presente caso. A Recorrente não somente não apresenta quaisquer documentos, como reconhece que, toda e qualquer prova que viesse a ser produzida, não seria capaz de comprovar seu direito, em substituição requer seja feita uma perícia. A matéria já foi insistentemente examinada por esse Conselho e a jurisprudência unânime é no sentido de que a perícia não serve para produzir prova que a parte deveria produzir, a saber: “IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF. ANO CALENDÁRIO 2007. PEDIDO DE PERÍCIA – INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo (Acórdão nº 2202001.996 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária – Sessão de 18 de Setembro de 2011) Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para INDEFERIR o pedido de perícia formulado, bem como para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl. Relator Fl. 85DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL
score : 1.0
Numero do processo: 12893.000217/2007-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/06/2003
Ementa:
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI COMO RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS. LEI Nº 9.363/96. BASE DE CÁLCULO. ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E AFINS. SÚMULA CARF Nº 19.
Apenas são passíveis de integrar a base de cálculo do crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, a aquisição de matéria prima, produtos intermediários e materiais de embalagens, não se enquadrando como tais a energia elétrica, o bagaço de cana, lenha, o óleo 3A e afins, utilizados como combustíveis e fontes de energia elétrica, uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto. Aplicação da Súmula nº 19, do CARF.
PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62-A, DO RI-CARF.
A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação.
Recurso Parcialmente Provido.
Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3402-002.003
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, a fim de conceder a aplicação da taxa Selic ao ressarcimento a partir do protocolo do pedido.
(Assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO - Presidente Substituto.
(Assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca, Silvia De Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo De Albuquerque Silva. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nayra Bastos Manatta.
Nome do relator: JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2003 a 30/06/2003 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI COMO RESSARCIMENTO DE PIS E COFINS. LEI Nº 9.363/96. BASE DE CÁLCULO. ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E AFINS. SÚMULA CARF Nº 19. Apenas são passíveis de integrar a base de cálculo do crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, a aquisição de matéria prima, produtos intermediários e materiais de embalagens, não se enquadrando como tais a energia elétrica, o bagaço de cana, lenha, o óleo 3A e afins, utilizados como combustíveis e fontes de energia elétrica, uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto. Aplicação da Súmula nº 19, do CARF. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62-A, DO RI-CARF. A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543-C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação. Recurso Parcialmente Provido. Direito Creditório Reconhecido em Parte.
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LEI Nº 9.363/96. BASE DE CÁLCULO. ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E AFINS. SÚMULA CARF Nº 19. Apenas são passíveis de integrar a base de cálculo do crédito presumido de IPI de que trata a Lei nº 9.363, de 1996, a aquisição de matéria prima, produtos intermediários e materiais de embalagens, não se enquadrando como tais a energia elétrica, o bagaço de cana, lenha, o óleo 3A e afins, utilizados como combustíveis e fontes de energia elétrica, uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto. Aplicação da Súmula nº 19, do CARF. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. PRECEDENTES DO STJ. APLICAÇÃO DO ART. 62A, DO RICARF. A partir do julgamento, pelo STJ, do REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543 C), foi firmado entendimento no sentido de que é devida a atualização pela SELIC dos créditos objeto de pedido de ressarcimento ou compensação, por resistência ilegítima da Administração, ainda que seja decorrente da demora na análise do respectivo processo administrativo. Direito a atualização do crédito ressarciendo desde o protocolo do pedido até o efetivo aproveitamento, via restituição ou compensação. Recurso Parcialmente Provido. Direito Creditório Reconhecido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 3. 00 02 17 /2 00 7- 76 Fl. 311DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, a fim de conceder a aplicação da taxa Selic ao ressarcimento a partir do protocolo do pedido. (Assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Presidente Substituto. (Assinado digitalmente) JOÃO CARLOS CASSULI JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente Substituto), João Carlos Cassuli Junior (Relator), Mario Cesar Fracalossi Bais (Suplente), Fernando Luiz Da Gama Lobo D Eca, Silvia De Brito Oliveira, Francisco Mauricio Rabelo De Albuquerque Silva. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nayra Bastos Manatta. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 312 3 Relatório Por bem narrados os fatos ocorridos no processo, no relatório da DRJ recorrida, adoto o mesmo por fidelidade: “Trata a presente lide de manifestação de inconformidade apresentada contra Despacho Decisório que excluiu do cálculo do crédito presumido, apurado pela Lei nº 9.363/96 e Portaria MF nº 38/97, as parcelas referentes às aquisições de pessoas físicas; gastos com energia elétrica, óleo 3 A, o bagaço de cana e lenha, e a exclusão do custo do frete relativo ao transporte das matérias primas adquiridas dos produtores rurais pessoas físicas. Regularmente cientificada, a manifestante alegou, em síntese, que os critérios em que pautou a fiscalização para indeferir parcialmente o seu pedido não encontravam amparo na Lei nº 9.363/96 Encerrou requerendo a concessão do que foi originalmente pedido, acrescido da taxa SELIC, conforme princípios constitucionais e julgados que citou. A empresa, em 16/04/2009, impetrou mandado de segurança 2009.61.20.0064828, com o objetivo de afastar as exigências impostas para a apuração do crédito presumido de IPI, decorrente da aquisição de insumos de pessoas físicas ou cooperativas e sua posterior utilização em mercadorias exportadas pela impetrante, anulando as decisões proferidas nos autos dos processos administrativos nº 12893.00020/200882, 13851.720006/200541, 12893.00021776 e 13851.72.0005/200504, com fundamento na Lei nº 9.363/1996. Em 20/01/2010, a segurança foi concedida para o fim de decretar a nulidade das decisões administrativas prolatadas nos autos dos processos administrativos acima citados e determinar à autoridade coatora que procedesse à reanálise dos referidos processos administrativos , no prazo de 30 dias, sem a imposição de restrições previstas em lei acerca do aproveitamento de crédito presumido decorrente da aquisição de pessoas físicas e cooperativas, não contribuintes do PIS e da Cofins, afastando a aplicação das Instruções Normativas nºs 23/1997, 103/1997 e 419/2004, todas da Secretaria da Receita Federal. Em observância à sentença proferida no mandado de segurança, a SACAT/DRF/AQA procedeu a nova apuração do crédito presumido de IPI e, do valor pleiteado, deferiu parcialmente o pedido de ressarcimento (nos termos da sentença judicial) no montante de R$ 894.831,98, glosando R$ 58.777,63, referente aos gastos com energia elétrica, óleo 3 A, do bagaço de cana e lenha. A empresa apresentou, então, nova contestação alegando que os ajustes realizados pela fiscalização não encontram amparo na Fl. 313DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 4 legislação tributária em vigor, fazendo, em síntese, as seguintes considerações: 1. Os cálculos realizados pela fiscalização devem ser refeitos para considerar o montante do estoque inicial como o valor correspondente ao estoque final em 31/12/2002 apurado nos termos da decisão que vier a ser proferida no processo nº . 13851.720006/200541; 2. A fiscalização glosou os custos de fretes relativos ao transporte de laranjas adquiridas de produtores rurais pessoas físicas e, conforme reconhecido pela d. autoridade fiscal, há uma “ordem judicial” no sentido de que deve se considerado, na base de cálculo do crédito presumido, o custo das laranjas adquiridas de produtores rurais pessoas físicas e que por coerência lógica, inclui os valores correspondentes aos fretes destas aquisições. 3. A energia elétrica, o bagaço de cana , o óleo 3 A e a lenha são essenciais às atividades da requerente, pois a ativação de sua linha de produção depende desses insumos, que ademais, são efetivamente consumidos na produção das mercadorias exportadas pela requerente. Por fim, solicitou que seja julgada procedente a manifestação de inconformidade, para o fim de ser deferido o ressarcimento do crédito presumido de IPI pleiteado, com a conseqüente homologação das correspondentes compensações, bem como o cancelamento da cobrança das supostas diferenças apuradas pela fiscalização. Solicitou, ainda, que, em vista da pacífica jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, seja reconhecido o direito da requerente ao ressarcimento acrescido de juros calculados, desde a data do protocolo do pedido de ressarcimento, segundo a variação da taxa selic. Ao final, protestou por provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, especialmente por perícia e juntada de documentos. DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Em análise aos argumentos sustentados pelo sujeito passivo em sua defesa, a 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (DRJ/RPO), julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, proferido Acórdão nº. 1435.006, ementado nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/2003 a 30/06/2003 Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMOS. CONCEITO. Os conceitos de produção, matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem são os admitidos na legislação aplicável ao IPI, não abrangendo as despesas com energia elétrica e combustível. CRÉDITO PRESUMIDO. JUROS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Existe vedação a impedir a atualização monetária ou acréscimo de juros equivalentes à taxa SELIC a valores objeto de ressarcimento de crédito presumido de IPI. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 314DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 313 5 Direito Creditório Não Reconhecido Em apertada síntese a DRJ competente para o julgamento entende que as jurisprudências utilizadas pelo contribuinte não tem efeito erga omnes, mas inter partes, conforme art. 472 do CPC e que as mesmas não possuem efeito vinculante às decisões da SRF, de acordo com o art. 100, II do CTN. No que concerne à natureza dos gastos com energia elétrica, óleo 3 A,bagaço de cana e lenha especifica que a matéria prima, o produto intermediário e o material de embalagem ensejam o crédito de IPI, pautandose ainda no art. 3º da Lei nº 9.363/96, e que a Portaria MF nº 38/97 e a IN SRF nº 23/97, para esclarecer que os insumos não podem fazer parte do ativo permanente,e ainda, que nem todos insumos utilizados na produção, são matérias primas ou produtos intermediários, de acordo com o Parecer Normativo CST nº 65, de 06/11/1979. Como bem esclarece a autoridade julgadora: “Assim, em consonância com o inciso I do art. 164 do RIPI/2002, geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários “strictosensu” e material de embalagem que se integram ao produto final, quaisquer outros bens – desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente – que se consumam por decorrência de um contato físico , ou melhor dizendo, que sofram, em função de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, alterações tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, restando definitivamente excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização. Deste modo, excluem se do conceito de matéria prima os combustíveis, lubrificantes, água, telefonia, a energia elétrica e a lenha.” Finaliza alegando que só se admite a energia elétrica e combustíveis na apuração do crédito presumido quando o contribuinte optar pela base de cálculo da Lei nº 10.276/01, não sendo este o caso em tese. No tocante ao questionamento da legalidade dos atos administrativos, a DRJ afirma que tal alegação deve ser formulados ao Poder Judiciário, não cabendo manifestação por parte da autoridade administrativa. Afirma que na nova apuração fiscal foram considerados os fretes contratados por pessoas físicas, exclusão esta objeto de contestação por parte do sujeito passivo. Alega ainda que o crédito pleiteado pelo sujeito passivo consiste em um benefício fiscal, não havendo que se falar em aplicação de taxa Selic e que a jurisprudência invocada não se aplica ao caso por não haver lei que lhe atribua eficácia normativa. Finaliza salientando que o pedido de ressarcimento está acompanhado das DComps da empresa afastando então o direito a aplicação da taxa Selic. Apesar do estoque inicial correspondente ao 1 trimestre de 2003 corresponder ao estoque final de 31/12/2002 apurado nos termos da decisão a ser proferida no processo Fl. 315DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 6 13851.720006/200541, a autoridade suscita que além de não haver decisão, o saldo pode haver sido utilizado,após alterações feitas pelo fisco para incluir o montante de insumos adquiridos de pessoa física, cabendo ao contribuinte fazer prova do alegado. DO RECURSO Cientificado do Acórdão supracitado em 29/11/2011, conforme AR de fls. 280, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls. 290/299) em 20/12/2011, alegando, após repisar os argumentos já utilizados que não serão repetidos por brevidade, que anexa ao recurso o transito em julgado da decisão do processo n. 2009.61.20.0064828, determinando nova análise do pedido de ressarcimento do crédito de IPI objeto de discussão. Esclarece que os novos cálculos da fiscalização contemplam os necessários ajustes em relação ao estoque inicial, bem como relativamente ao frete contratado pela recorrente junto a transportadoras, pessoas jurídicas, sujeito à incidência da contribuição ao PIS e da COFINS, relativos ao transporte das laranjas adquiridas de produtores rurais pessoas físicas, mas contesta: Que a decisão em primeira instância desconsidera a definição de produtos intermediários, dados pela legislação de IPI. Defende que tais insumos são essenciais em sua linha de produção, sendo incontroverso a consumação dos mesmos no processo produtivo. Utilizase do art. 488 do Decreto n. 2637, de 25.6.1998 (RIPI/98) que relaciona o que deve ser considerado bem de produção, afirmando não ser possível concluir que só se enquadram nesse conceito os produtos que exerçam ação direta sobre o produto industrializado, sendo irrelevante se os produtos consumidos/utilizados no processo produtivo exercem ou não atividade direta sobre o produto final. Cita a hermenêutica jurídica apresentando jurisprudências e doutrina, a fim de resolver o conflito de normas criado, transcrevendo também o acórdão n. 20209744 proferido pela 2ª Câmara, que especifica o conceito de insumos, abrangendo os gastos com energia elétrica, bagaço de cana, óleo 3A e lenha. Afirma dever ser utilizada interpretação finalística da Lei 9.363/96, posto que o objetivo do legislador era o de incentivar as exportações de produtos industrializados brasileiros, ofertando melhores condições de competitividade Quanto a taxa de juros Selic, alega que o crédito pleiteado foi parcialmente compensado, e que a parte não aproveitada que é o objeto de pleito. Cita recurso repetitivo do STJ acerca do cabimento de juros Selic no crédito presumido de IPI e ainda afirma que o CARF reviu seu entendimento passando a seguir aquela orientação jurisprudencial por força do disposto no art. 62A do regimento interno. DA DISTRIBUIÇÃO Tendo o processo sido distribuído a esse relator por sorteio regularmente realizado, vieram os autos para relatoria, por meio de processo eletrônico, em 02 (dois) Volume, numerado até a folha 310 (trezentos e dez), estando apto para análise desta Colenda 2ª Turma Ordinária, da 4ª Câmara, da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o relatório. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 314 7 Voto Conselheiro Relator João Carlos Cassuli Junior O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e tempestividade, portanto, dele tomo conhecimento, passando a análise dos fatos articulados pela recorrente. Inicialmente vislumbro que embora inicialmente a controvérsia possuía maior amplitude, abrangendo outras questões, como créditos de glosa de aquisições de pessoas físicas, frete, dentre outras), após a impetração de medidas judiciais pela Recorrente a controvérsia dos autos cingese a dois pontos, a saber: 1. Direito ao crédito sobre aquisições de energia elétrica, combustíveis e afins; 2. Direito à correção monetária sobre o crédito ressarciendo. Delimitado o objeto em litígio, passo a análise das matéria postas sob julgamento, abordando de per si cada um dos pontos. I. CRÉDITO SOBRE ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E AFINS (BAGAÇO DE CANA, LENHA, ÓLEO 3A): No tocante a matéria em epígrafe, temse que o cerne da contenda reside na pretensão do contribuinte em computar na base de cálculo do crédito presumido de IPI em questão, os dispêndios por ela incorridos na aquisição de energia elétrica, combustíveis, bagaço de cana, óleo tipo 3A e afins, que são utilizados como fonte energética no seu processo produtivo, sendo que a decisão recorrida posicionouse no sentido de não considerar tais insumos como sendo concessivos de crédito, por entender que os mesmos não revestem esta qualidade porque não são consumidos diretamente no contato físico com o produto em fabricação, nos termos do Parecer Normativo CST nº 65/79. Embora não se duvide que tais produtos sejam insumos indispensáveis ao processo produtivo, e nele se desgastem, assim como não se questione que os mesmos tenham relação de essencialidade e até mesmo de imprescindibilidade ao processo produtivo da recorrente, no âmbito deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, acabou por prevalecer o entendimento de que, para o caso de crédito presumido de IPI como ressarcimento de PIS e de COFINS, instituído pela Lei nº 9.363/96, por se tratar de incentivo fiscal que deve ser restritiva e literalmente interpretado (art. 111, do CTN), apenas dará direito ao crédito os insumos que se enquadrarem no conceito de matéria prima, produto intermediário e material de embalagem, aplicandose nessa interpretação o Parecer Normativo CST nº 65/79. E a energia elétrica e as fontes alternativas de energia (como são o bagaço de cana, a lenha e os óleos combustíveis térmicos em geral), embora sofram desgaste no processo produtivo, por não estarem em contato físico direto com o produto em fabricação, acabam não concedendo o direito ao crédito, segundo o entendimento majoritário que acabou prevalecendo. No caso vigora a Súmula nº 19, do CARF, que está assim redigida: Fl. 317DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 8 Súmula CARF nº 19: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. E embora não estejamos diante apenas de energia elétrica e “combustíveis”, mas de bagaço de cana, óleo 3A e lenha, a verdade é que o uso de tais itens como fontes energéticas, tornaos como sendo espécie de combustível, e, consequentemente, se tem entendido que também para esses itens a Súmula é plenamente aplicável. Cumpre observar que as Súmulas editadas pelo CARF são de observância e aplicação obrigatória, sob pena de perda de mandato ao Conselheiro que descumprir referido labor, de modo que no caso em questão deve ser aplicada. Assim, nesse particular, negase provimento ao recurso voluntário. II. DIREITO À CORREÇÃO MONETÁRIA DO CRÉDITO RESSARCIENDO: No tocante a esta questão, vislumbrase que embora tenha havido o deferimento parcial de créditos em favor do contribuinte, inclusive em comprimento de decisões judiciais que acabaram por afetar incidentalmente a tramitação deste processo administrativo, resta em debate a incidência da correção monetária sobre referidos créditos que foram deferidos, mesmo que já efetivamente usufruídos pelo contribuinte (via ressarcimento em espécie ou compensação). A matéria em questão encontrase decidida pela 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso representativo de controvérsia, a qual confirmou a invalidade da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal nº 23/97, e reconheceu o direito à correção dos créditos do IPI, no acórdão proferido no Recurso Especial nº 993.164 MG, de 13/12/2010. O voto condutor do acórdão assim se refere à matéria: “Com efeito, a oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural, (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 10358471RS, ReI. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELlC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 11501881SP, Rei. Fl. 318DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 315 9 Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). Nesse sentido, há precedente favorável desta Turma, cujo voto é de relatoria da Ilustre Relatora Nayra Bastos Manatta e teve como redatora designada para o julgamento a Ilustre Conselheira Silvia de Brito Oliveira, que destaco: Processo n° 10950.004365/200206 Recurso n° 259.847 Voluntário Acórdão n° 340200.224 — 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de agosto de 2009 Matéria RESSARCIMENTO IPI Recorrente M. S. LEATHER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COUROS LTDA. Recorrida DRJ em RIBEIRÃO PRETO/SP ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/04/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. AQUISIÇÃO DE PESSOA FÍSICA. Incluemse na base de cálculo do beneficio fiscal o valor das aquisições de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem feitas de pessoa fisica. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. É cabível a incidência da taxa Selic sobre o saldo credor do IPI objeto de ressarcimento, a partir da data de protocolização do pedido. CREDITO PRESUMIDO IPI. BASE DE CÁLCULO. Devem ser incluídos na receita operacional bruta, bem como na receita de exportação o valor resultante das vendas realizadas para o exterior de produtos adquiridos de terceiros que não tenham sofrido qualquer industrialização por parte do exportador. Recurso provido. Relativamente à matéria em análise, compartilho do entendimento muito bem colocado pela ilustre Conselheira Redatora em suas razões de voto, conforme passo a expor. Cumpre, também, salientar que reconheço a existência de jurisprudência cristalina dos Tribunais Superiores, inclusive em sede de recurso representativo de controvérsia (RESP 1.035.847/RS) no sentido de que o crédito meramente escritural de IPI não deve ser sujeito à atualização monetária. No entanto, entendo que não é este o caso discutido no recurso em análise, na medida em que a recorrente pede a atualização monetária a partir do protocolo do pedido administrativo de ressarcimento de crédito de IPI. Neste ponto, tenho que entre a data do Pedido de Ressarcimento, em que o crédito deixa de ser escritural e passa a estar vertido em um veículo de busca da realização de tais direitos, deixando o contribuinte de estar inerte, e passando a responsabilidade de análise Fl. 319DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 10 do direito deferido pelo ordenamento, ao encargo da Administração Pública, que deve nortear se, dentre outros princípios pelo do da Eficiência. É dizer: a partir do protocolo do pedido de ressarcimento, o contribuinte passa a aguardar que a Administração apenas lhe defira um direito que lhe é conferido por lei, e cuja demora, por certo, não lhe pode mais prejudicar, pena de “esvaziar” o próprio objetivo do incentivo concedido. Com relação ao pedido da recorrente de que a atualização monetária deva ser realizada com base na taxa SELIC, destaco que a temática vem sendo alvo de discussões no âmbito dos julgados administrativos e analisada sob duas correntes argumentativas: a) Ser indevida a correção monetária, por ausência de expressa previsão legal; b) Cabível a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, por analogia com o disposto no art. 66, parágrafo 3°, da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, não admitindo, contudo, a correção a partir de 1º de janeiro de 1996, com base na taxa Selic, por ter ela natureza de juros e alcançar patamares muito superiores à inflação efetivamente ocorrida. Não obstante tais posicionamentos, não concordo que seja o melhor direito aplicado ao caso em tela, mesmo porque entendo que a extinção alegada pela segunda corrente a partir de 1° de janeiro de 1996 não afasta, por si só, a possibilidade de incidência da taxa SELIC nos ressarcimentos. Convém lembrar que, no âmbito tributário, essa taxa é utilizada para cálculo de juros moratórios tanto dos créditos tributários pagos em atraso quanto dos indébitos a serem restituídos ao sujeito passivo, em espécie ou compensados com seus débitos. Dessa forma, em sendo a correção monetária mero resgate do valor real da moeda, é perfeitamente cabível a analogia com o instituto da restituição a fim de garantir ao ressarcimento, que tenha tratamento isonômico. E assim já decidiu o CARF: “IPI – PEDIDO DE RESSARCIMENTO – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. A atualização monetária de créditos de IPI representa o resgate da expressão real do incentivo, não constituindo nenhum adicional a exigir expressa previsão legal, sendo pela UFIR até 1995 e a partir de 1996 pela taxa SELIC. Recurso Negado. (CARF – Número do Processo: 11030.000903/9873 – Recurso de Divergência – 2ª Turma – Número do Recurso: 201.111531 – Rel. Conselheiro Francisco Maurício R. de Albuquerque Silva – 23/03/2004) De igual modo, verifico que a jurisprudência da C. CSRF já assentou que “incidindo a Taxa SELIC sobre a restituição, nos termos do art. 39, § 4º da Lei nº 9.250/95, a partir de 01.01.96, sendo o ressarcimento uma espécie do gênero restituição, conforme entendimento da Câmara Superior de Recurso Fiscais (...), além do que, tendo o Decreto nº 2.138/97 tratado restituição e ressarcimento da mesma maneira, a referida Taxa incidirá, também, sobre o ressarcimento.” (cf. Ac. CSRF/0201.319 da 2ª Turma da CSRF, no Rec. nº 201110145, Proc. nº 10945.008245/9793, Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres, em sessão de Fl. 320DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 316 11 12/05/2003; cf. tb. Ac. CSRF/0201.949 da 2ª Turma da CSRF, no Rec. nº 203115973, Proc. nº 10508.000263/9821, Rel. Cons. Josefa Maria Coelho Marques, em sessão de. 04/07/2005) Portanto, considerando que o pedido de ressarcimento já foi decidido pela autoridade fiscal (e judicial) e parcialmente deferido, no que tange aos valores reconhecidos, merece ser efetuada a correção monetária, pela incidência da taxa SELIC, desde a data do pedido apresentado pelo, até a data em que efetivamente efetuado ressarcimento ou a compensação. Insta ainda frisar, que o reconhecimento do direito, se destina aos valores deferidos pela DRF já mencionada, e não à totalidade do pedido apresentado pelo contribuinte, pois que o valor não reconhecido, devendo incidir a correção sobre os créditos efetivamente existentes e deferidos pela Autoridade Pública. Este efeito, aliás, vem a realizar o direito a SELIC, pois que a demora da Administração em apreciar os pedidos de ressarcimento, para bem e cuidadosamente analisar os direitos de créditos, em sendo atualizados pela SELIC, não prejudicarão ao sujeito passivo titular do crédito, pelo espaço de tempo entre o pedido e o efetivo reconhecimento e usufruto de seu direito. Nesse sentido, sendo expresso quando a perda da natureza meramente escritural do crédito objeto de pedido de ressarcimento, em razão da morosidade da Administração no deferimento do direito de crédito, o Superior Tribunal de Justiça, julgando o Recurso Especial nº 1.035.847RS, Representativo de Controvérsia, submetido ao Rito dos Recursos Repetitivos (CPC, art. 543C, do CPC), assentou entendimento vasado nos seguintes termos: “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Fl. 321DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 12 Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ – 1ª Seção – Rel. Min. Luiz Fux – j. 25.6.2009 DJe 03/08/2009) – grifouse. Buscando a aplicabilidade deste julgado para o caso de resistência imposta pela Administração pelo mero decurso do prazo, o mesmo Superior Tribunal de Justiça, por ambas as Turmas de Direito Público, vem reiteradamente aplicando o mesmo julgado, como paradigma para os casos de morosidade da Administração nas analises dos Pedidos de Ressarcimento, de modo que vem decidindo no seguinte sentido: “PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. CRÉDITO ESCRITURAL. DEMORA NA ANÁLISE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXEGESE DO RESP 1.035.847/RS. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. O entendimento firmado no REsp 1.035.847/RS, de relatoria do Min. Luiz Fux, atrai conclusão no sentido de que é devida a incidência de correção monetária aos créditos escriturais que não são gozados pelo contribuinte, na forma de ressarcimento, compensação ou aproveitamento, por resistência ilegítima do Fisco ainda que a demora seja em decorrência de análise de processo administrativo. 3. ´O ressarcimento em dinheiro ou a compensação, com outros tributos dos créditos relativos à nãocumulatividade das contribuições aos Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) art. 3º, c/c art. 5º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.637/2002 e para a Seguridade Social (COFINS) art. 3º, c/c art. 6º, §§ 1º e 2º, da Lei n. 10.833/2003, quando efetuados com demora por parte da Fazenda Pública, ensejam a incidência de correção monetária.´ (REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011). Recurso especial da FAZENDA NACIONAL conhecido em parte, mas improvido. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. COMPENSAÇÃO. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 211/STJ. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. CRÉDITO ESCRITURAL DE IPI, PIS E COFINS. CORREÇÃO Fl. 322DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR Processo nº 12893.000217/200776 Acórdão n.º 3402002.003 S3C4T2 Fl. 317 13 MONETÁRIA. DEMORA DO FISCO. INCIDÊNCIA. TERMO A QUO. PROTOCOLO DOS PEDIDOS ADMINISTRATIVOS. 1. A alegação genérica de violação do art. 535 do Código de Processo Civil, sem explicitar os pontos em que teria sido omisso o acórdão recorrido, atrai a aplicação do disposto na Súmula 284/STF. 2. Não enseja conhecimento a questão referente à possibilidade de optar pela compensação na forma do art. 74 da Lei n. 9.430/96, na redação que lhe deram as leis 10.637/02 e 10.833/03, tudo devidamente acrescido pela variação da taxa SELIC, na forma do § 4º do art. 39 da Lei n. 9.250/95´, em face da ausência de prequestionamento (Súmula 211/STJ). 3. Inexiste interesse recursal quanto aos honorários, uma vez que a decisão monocrática do relator que estabeleceu o percentual de 10% (dez por cento) sobre a condenação não sofreu qualquer alteração pelos julgados que se sucederam embargos de declaração e agravo regimental , permanecendo incólume, portanto. 4. Embora o REsp paradigma 1.035.847/RS trate de crédito escritural de IPI, o entendimento nele proferido alberga o reconhecimento de que não incide correção monetária sobre créditos escriturais em geral, salvo se o seu ressarcimento, compensação ou aproveitamento é obstado por resistência ilegítima do Fisco. 5. O termo inicial para a incidência da correção monetária é do protocolo dos pedidos administrativos cuja fruição foi indevidamente obstada pelo Fisco. REsp 1129435/PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 03/05/2011, DJe 09/05/2011; EDcl nos EDcl no REsp 897.297/ES, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, julgado em 16/12/2010, DJe 02/02/2011. Recurso especial conhecido em parte, e parcialmente provido.” (STJ – 2T – REsp 1.268.980SC Rel. Ministro Humberto Martins – j. 19.06.2012 – Dje 22.06.2012) – Grifouse. “TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IPI. RESSARCIMENTO ADMINISTRATIVO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS COM ATRIBUIÇÃO DE EFEITOSINFRINGENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. (…). 2. Os créditos escriturais são aqueles provenientes do saldo positivo de natureza fiscal obtido pelo contribuinte dentro de cada período de apuração do ICMS ou do IPI. 3. Existência de erro material no acórdão embargado, uma vez que considerou não incidir atualização monetária sobre créditos escriturais de IPI quando, na verdade, se trata de correção incidente sobre os valores devolvidos administrativamente pela Fazenda Nacional a tal título. 4. O tratamento dispensado para os créditos reconhecidos administrativamente e pagos com atraso ao contribuinte não se confundem com créditos escriturais de IPI, pois aqueles Fl. 323DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR 14 configuram créditos reais e efetivos, devendo incidir a correção monetária quando os valores forem devolvidos tardiamente pela Fazenda Pública, a fim de evitar que o contribuinte fique ao arbítrio do administrador que somente faria o ressarcimento quando bem lhe conviesse. 5. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos infringentes, para conhecer do recurso especial e darlhe provimento, a fim de determinar a incidência da correção monetária sobre os valores devolvidos administrativamente pelo fisco a título de IPI, no período compreendido entre a data do pedido de ressarcimento e a do efetivo pagamento.” (STJ/1ª T EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 771.769/RS Relator: Ministro Arnaldo Esteves Lima j. 05/10/2010 DJe 14/10/2010) – Grifouse. Considerando, finalmente, que ao aplicar a SELIC aos créditos do sujeito passivo, ainda que sejam oriundos de anteriores créditos escriturais, mas já vertido em Pedido de Ressarcimento, se está meramente recompondo o poder aquisitivo da moeda e, ao mesmo tempo, compensando o contribuinte pela demora que o Estado demanda na avaliação dos referidos pedidos, entendendo, inclusive, que é necessário que o faça com todo o cuidado e responsabilidade, sendo certo que não se trata aqui de deferir um direito que não está contido no ordenamento, mas sim, que decorre do sistema como um todo, e que vem sendo deferido pelo Superior Tribunal de Justiça, e que resgata uma jurisprudência já pacificada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF deste próprio Conselho, ainda quando sob o pálio do hoje extinto Conselho Federal de Contribuintes. Nessa questão, portanto, merece provimento o recurso do contribuinte. III. DISPOSITIVO: Isto posto, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, apenas para reconhecer o direito a incidência da SELIC sobre os créditos desde a data do protocolo do pedido de ressarcimento até o momento do efetivo usufruto deste direito pelo contribuinte. (Assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior Relator Fl. 324DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 4/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por JOAO CARLOS CASSUL I JUNIOR
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Numero do processo: 10314.007413/2007-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3102-000.201
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Ricardo Paulo Rosa – Presidente Substituto e Relator. EDITADO EM: 07/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. RELATÓRIO Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. A interessada, através das declarações de importação constantes nas fls. 224 a 263, importou a mercadoria por ela descrita como ácido oléico a 70%, matériaprima utilizada na indústria de surfactantes, utilizando a classificação fiscal 2916.15.19, relativa a ácido oléico, outros sais e ésteres. A fiscalização entendeu que a classificação utilizada faz parte do Procedimento 6 do Anexo XLIV da Resolução (ANVISA)RDC 350/05, que entrou em vigor em 15/02/2006, necessitando de anuência da ANVISA, uma vez que a importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente junto ao SISCOMEX, ainda que importado como remessa expressa ou postal, cuja classificação tarifária integre a listagem e os procedimentos previstos, deverá ter licenciamento de importação exercido em consonância com a autoridade da ANVISA, no local do desembaraço aduaneiro. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 3 2 Em razão disso, a fiscalização entendeu que a mercadoria em questão necessitava de prévio licenciamento de importação, concedido pelo Ministério da Saúde, através da ANVISA. Dessa forma, a interessada foi autuada por falta de licenciamento de importação, sendo aplicada a penalidade prevista no artigo 169, I, b e § 2o , I do Decretolei 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei 10833/03. A interessada apresentou impugnação de fls. 275 a 299, alegando, em síntese, que: o produto importado não está sujeito à prévia anuência da ANVISA e à emissão de L.I. não automática. sem laudo técnico há vício formal insanável no auto de infração. deve ser declarada a nulidade em função de utilização de legislação já revogada, pois a RDC ANVISA 217/2006 revogou a RDC ANVISA 350/2005. não ficou comprovado que tratamse de produtos de origem animal, sujeitos à prévia anuência da ANVISA. quando muito, poderia ter ocorrido erro de classificação fiscal, podendo ser considerados os produtos importados como outros ácidos graxos monocarboxílicos industriais, passíveis de classificação 3823.12.00. não pode prosperar a multa por falta de licenciamento de importação em decorrência de reclassificação tarifária. a manterse a autuação violamse os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. os juros de mora são ilegais. protesta por laudo técnico, sem o qual está prejudicado o seu direito de defesa. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 20/02/2006 a 16/02/2007 FALTA DE LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO. Ao ácido oléico aplicase a legislação que prevê licença de importação anterior ao embarque, sujeitandose à fiscalização sanitária, antes do seu desembaraço aduaneiro, a ser realizada pela Autoridade Sanitária do Ministério da Saúde, que finalizará o processo de concessão da Licença de Importação. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na impugnação ao lançamento. Sustenta que “o produto importado do exterior e despachado pelas Declarações de Importação objeto do ato revisional (fls. 04/05 dos autos) NÃO ESTA SUJEITO A PREVIA ANUÊNCIA DA ANVISA, E TAMPOUCO, A EMISSÃO DE L.I. NÃO AUTOMÁTICA”. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 4 3 Que é “imprescindível, no caso, a realização de exame laboratorial pelo LABANA/8a R.F., a fim de que se comprove, de forma inquestionável, tratarse de produto origem animal, o que comprovadamente não é o caso”. Ainda em “sede de preliminares, entende a ora Recorrente, que deve ser declarada a nulidade do Auto de Infração de que trata o Processo Administrativo em tela, vez que fundamentado em legislação já revogada”. No mérito, entende inaplicáveis as normas previstas na Resolução RDC ANVISA no 350/2.005 (Procedimento 6) para os produtos importados porque, “ao formular a consulta a ANVISA, previamente a lavratura do Auto de Infração, o ilustre AFRFB apenas mencionou a classificação tarifária dos produtos importados (TECNCM 2916.15.19), sem mencionar a descrição/finalidade/uso e emprego de tais produtos. Enfim, não restou comprovado que tratamse de produtos de origem animal, sujeitos a prévia anuência da AN VISA”. Não havendo na descrição dos produtos informada nas Declarações de Importação qualquer menção de que se tratam de produtos de origem animal e sendo o destaque NCM 030 previsto na TECNCM aplicável somente aos produtos de origem animal, especificados na Portaria SVS no 344/98, resta indevidamente imposta a pena contida nos autos. Considera ter havido apenas “erro de classificação tarifária pela ora Recorrente (TECNCM 2916.15.19 adotadas nas DI's objeto do Auto de Infração de que se cuida), vez que, de acordo com Literatura Técnica especifica, os produtos importados pela mesma do exterior, tratamse de "OUTROS ACIDOS GRAXOS MONOCARBOXÍLICOS INDUSTRIAIS", cuja correta classificação tarifária dáse no Código TECNCM 3823.12.00” e que os produtos classificados nesse código não estariam sujeitos a LI não automática e anuência da ANVISA. Considera que “jamais poderia a fiscalização fazendária aplicar a penalidade de multa do artigo 633, inciso II, letra "a", do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto no 4.543/2.002, a pretexto de que em decorrência do não atendimento as normas prevista na Resolução RDC ANVISA No 350/2.001, as importações realizadas pela Requerente do exterior, passaram a ser consideradas como tendo sido realizadas ao desamparo de Licença de Importação”. Que, “a prevalecer a exigência penalidade de que trata o Auto de Infração ora impugnado (multa por falta de L.I.), restarão violados, também, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade”. Que o produto está corretamente descrito nas Declarações de Importação, com todos os elementos necessários a sua correta identificação, devendo ser aplicada a orientação contida no Ato Declaratório (Normativo) COSIT no 12/97. Considera ilegal a cobrança de juros de mora. Requer a produção oportuna de todos os meios de prova destinados comprovação dos fatos questionados nos autos. Apresenta quesitos. É o relatório. Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 5 4 Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Liminarmente, deve ser apreciado o pedido de perícia contido no corpo do Recurso Voluntário apresentado a este Colegiado. Segundo entendimento da recorrente, a mercadoria importada objeto do presente não está sujeita à previa anuência da ANVISA e tampouco à emissão de LI não automática, por não tratarse de produto de origem animal, condição essencial para exigência em foco. Considera também não ter sido esclarecida a finalidade na qual a mercadoria é empregada. A seguir a manifestação da ANVISA contida nos autos quanto à necessidade de anuência prévia dos produtos importados. "A importação de matériaprima, produto semielaborado, produto a granel ou produto acabado, vinculada a material de partida tecidos(s)/fluidos(s) de animais ruminantes, sob medida de prevenção e controle de modo a .evitarse a introdução no território nacional de ocorrências de encefalopatias espongiformes transmissíveis “vaca louca" , deverá ser submetida obrigatoriamente a licenciamento de importação no SISCOMEX. A classificação que vc faz referencia, 2916.15.19, faz parte do procedimento 6 da RDC 350/05 e suas alterações, portanto necessita de anuência ANVISA. A importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente junto ao Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, ainda que importado por meio de outras modalidades, como remessa expressa e remessa postal, cuja classificação tarifária NCM/SH integrem a listagem e os procedimentos previstos no Anexo XLIV da RDC 350/05, deverá ter licenciamento de importação exercido em consonância com a autoridade ANVISA, no local do desembaraço aduaneiro." Salvo melhor juízo, não vejo como ter certeza quanto à necessidade de anuência prévia para as mercadorias importadas. O texto, tal como me parece, dá margem a mais do que uma interpretação. Explico. Inicialmente, lêse a informação de que a “importação de matériaprima (...) vinculada a material de partida tecidos(s)/fluidos(s) de animais ruminantes” deverá ser submetida obrigatoriamente a licenciamento de importação no SISCOMEX. Mais adiante, que classificação 2916.15.19, faz parte do procedimento 6 da RDC 350/05 e necessitando de anuência ANVISA. No parágrafo seguinte, informa que a “importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente (...) cuja classificação tarifária NCM/SH integrem a listagem e os procedimentos previstos no Anexo XLIV da RDC 350/05, deverá ter licenciamento de importação (...)”. Restam dúvidas se todas as mercadorias classificadas na NCM 2916.15.19 fazem parte do procedimento 6 da RDC 350/05, como parece orientar o texto em um primeiro momento, ou se apenas as que se classificam nesse código e são originadas de animais ruminantes incluemse na exigência. Da mesma forma, não me parece claro se basta a mercadoria integrar a listagem do Anexo XLIV da RDC 350/05 para estar sujeita ao controle, ou se além disso sua finalidade precisa “indicar exercício fiscal” de outro órgão. Fl. 498DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 6 5 De se acrescentar que a classificação tarifária propriamente dita comporta mercadorias de todas as origens, já que integram o Capítulo 29 todos os Produtos Químicos Orgânicos, indistintamente. O texto da posição e desdobramentos são os seguinte. 2916ÁCIDOS MONOCARBOXÍLICOS ACÍCLICOS NÃO SATURADOS E ÁCIDOS MONOCARBOXÍLICOS CÍCLICOS, SEUS ANIDRIDOS, HALOGENETOS, PERÓXIDOS E PERÁCIDOS; SEUS DERIVADOS HALOGENADOS, SULFONADOS, NITRADOS OU NITROSADOS 2916.1Ácidos monocarboxílicos acíclicos não saturados, seus anidridos, halogenetos, peróxidos e perácidos e seus derivados 2916.15Ácidos oléico, linoléico ou linolênico, seus sais e seus ésteres 2916.15.1Ácido oléico, seus sais e seus ésteres 2916.15.11Oleato de manitol 2916.15.19Outros Ante tais circunstâncias, entendo prudente acolher o pedido de diligência apresentado pela recorrente, para que sejam esclarecidas as questões até aqui suscitadas. Neste ponto, deve ser levado em conta a alegação de equívoco na classificação fiscal das mercadorias importadas, circunstância que, sendo corretas as informações veiculadas no Recurso, afastaria a penalidade aplicada, já que a NCM correta não estaria sujeita a licenciamento não automática nem anuência prévia da ANVISA. No julgamento de piso, a Delegacia da Receita Federal entendeu que a classificação fiscal das mercadorias não era objeto do processo, afastando de plano a discussão sobre o tema. Embora possa compreender o entendimento do Órgão de primeira instância, já que a autuação não foi motivada por erro de classificação e o assunto sequer foi examinado na autuação, o fato é que, uma vez que a recorrente alega tal equívoco em sua defesa e apresenta provas de que lhe assiste razão, não vejo como esquivarse de enfrentar a questão, ainda mais se considerarmos que o processo ainda exige melhor instrução. Por todo o exposto, VOTO POR CONVERTER o julgamento em diligência para que seja realizado laudo técnico e respondidos os quesitos apresentados pela autuada no corpo do Recurso Voluntário. Antes disso, seja oferecida oportunidade à fiscalização para formulação de quesitos ao perito. Após, seja oficiada a ANVISA para, com base nos resultados técnicos obtidos, sejam esclarecidas as questões suscitadas no presente voto, especialmente se (i) todas as mercadorias classificadas na NCM 2916.15.19 fazem parte do procedimento 6 da RDC 350/05, ou se apenas as que se classificam nesse código e são originadas de animais ruminantes incluemse na exigência e (ii) se basta a mercadoria integrar a listagem do Anexo XLIV da RDC 350/05 para estar sujeita ao controle, ou se além disso sua finalidade precisa “indicar exercício fiscal”. Finalmente, se especificamente as mercadorias importadas pela recorrente estão sujeitas ao controle ao qual a empresa não se submeteu. Isto resolvido, abrase prazo de 10 (dez) dias para manifestação da Fiscalização Federal sobre os esclarecimentos técnicos e 10 (dez) dias para a contribuinte. Após, retorne a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para decisão final. Sala de Sessões, 22 de março de 2012. Fl. 499DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 7 6 Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 500DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 18471.000500/2007-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2007 COFINS E PIS. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. Alteração normativa superveniente não descaracteriza o objeto da ação judicial, quando não acompanhada de alteração legal ou de norma interpretativa. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE ATRIBUIÇÃO DO CARF. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. O atributo de suspensão de exigibilidade do crédito tributário reconhecido no auto de infração somente pode ser alterado por revisão de lançamento. Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3302-001.586
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Fizeram sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo Fernando Souto Maior Borges – OAB/RJ 158037 e pela Fazenda Nacional a Procuradora Bruna Garcia Benevides.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. Alteração normativa superveniente não descaracteriza o objeto da ação judicial, quando não acompanhada de alteração legal ou de norma interpretativa. INCONSTITUCIONALIDADE. RECURSO VOLUNTÁRIO. FALTA DE ATRIBUIÇÃO DO CARF. Não compete à autoridade administrativa apreciar arguições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DE EXIGIBILIDADE. O atributo de suspensão de exigibilidade do crédito tributário reconhecido no auto de infração somente pode ser alterado por revisão de lançamento. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Fizeram sustentação oral pela recorrente o advogado Paulo Fernando Souto Maior Borges – OAB/RJ 158037 e pela Fazenda Nacional a Procuradora Bruna Garcia Benevides. (Assinado digitalmente) Fl. 1027DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 2 Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, José Evande Carvalho Araújo, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.. Relatório Tratase de recurso recurso voluntário (fls. 922 a 954) apresentado em 15 de agosto de 2008 contra o Acórdão no 1320.022, de 30 de maio de 2008, da 5ª Turma da DRJ/RJOII (fls. 896 a 920), cientificado em 21 de julho de 2008, que, relativamente a auto de infração de Cofins e PIS dos períodos de janeiro de 2005 a março de 2007, considerou procedente o lançamento efetuado, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2005 a 30/11/2005, 01/01/2006 a 31/08/2006, 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/12/2006 a 31/03/2007 AÇÃO JUDICIAL PROPOSTA PELO CONTRIBUINTE RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS Não cabe a apreciação pela autoridade administrativa de questões já submetidas à esfera judicial. INCONSTITUCIONALIDADE/ILEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa apreciar argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. DECISÃO JUDICIAL ALCANCE Somente é alcançada pela decisão judicial a norma expressamente contestada na correspondente ação, não se estendendo tais efeitos à norma editada posteriormente ao ajuizamento, ainda que trate de matéria idêntica. PIS/COFINS PREÇO PREDETERMINADO REAJUSTE CONTRATUAL A partir de 01/02/04, para fins de apuração do PIS e da COFINS, o preço predeterminado não é descaracterizado apenas quando o reajuste de preços se dá em percentual não superior ao correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. PIS/COFINS. APROVEITAMENTO DE CRÉDITOS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. Com o advento da Lei nº 10.865, de 2004, que deu nova redação ao art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, não mais se poderá Fl. 1028DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 964 3 descontar créditos relativos à COFINS e ao PIS/Pasep, decorrentes de aquisições de insumos com alíquota zero, utilizados na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. Lançamento Procedente O auto de infração foi lavrado em 24 de maio de 2007, de acordo com o termo de fls. 8 a 10. A Primeira Instância assim resumiu o litígio: Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, abrangendo os períodos de apuração (PA) 01/05 a 11/05, 01/06 a 08/06, 10/06, 12/06 a 03/07 (fls. 553 a 562), no valor (principal) de R$ 13.471.553,08, sem multa de ofício e com juros de mora, calculados até 30/04/2007, no valor de R$ 2.141.906,78, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 15.613.459,86, em decorrência de ação fiscal efetuada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Fiscalização no Rio de Janeiro (Defic/RJO), conforme Mandado de Procedimento Fiscal à fl. 01. 2. Foi também lavrado auto de infração relativo à falta de recolhimento da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, abrangendo os mesmos períodos de apuração (PA) acima discriminados (fls. 563 a 572), no valor (principal) de R$ 2.946.467,60, sem multa de ofício e com juros de mora, calculados até 30/04/2007, no valor de R$ 468.571,03, totalizando um crédito tributário apurado de R$ 3.415.038,63, em decorrência da mesma ação fiscal. 3. Na Descrição dos Fatos de fl. 554 (COFINS) e de fl. 564 (PIS), a autoridade autuante registra que, durante o procedimento de verificações obrigatórias, foram constatadas diferenças (divergências) entre os valores escriturados e os valores declarados/pagos para ambas as contribuições acima referidas (PIS/COFINS), conforme Relatório Fiscal de fls. 08/10, que, por sua vez, esclarece que: a empresa sob ação fiscal se dedica à atividade de Geração de Energia Elétrica a partir de uma usina termoelétrica à base de gás natural, e, em 31/08/2001, firmou contrato de fornecimento com a empresa Light Serviços de Eletricidade S/A, com duração de vinte anos; apesar do advento da Lei nº 10.833, de 29/12/2003, que instituiu o regime da nãocumulatividade para a COFINS a partir de 01/02/2004, a fiscalizada entendeu que teria o direito de permanecer sujeita ao regime cumulativo, no tocante às receitas oriundas do contrato firmado com a Light, para efeito do cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS, baseando Fl. 1029DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 4 se, para isto, no disposto no art. 10, inc. XI, letra b, c/c art. 15 da Lei acima referida; posteriormente, com a edição da IN SRF nº 468/2004, revogada pela IN SRF nº 658/2006, a Receita Federal esclareceu, em seu art. 3º, o que estava citado na Lei no tocante à expressão “preço determinado”, deixando de considerar como “preço determinado”, em resumo, aquele fixado no contrato, após o primeiro reajuste, mesmo na situação em que este visasse à manutenção de seu equilíbrio econômicofinanceiro; sendo assim, a empresa estaria sujeita ao regime de apuração das contribuições (PIS/COFINS) pela nãocumulatividade a partir de 30/11/2004, data em que o contrato com a Light teve o preço do GWH (Giga Watt Hora), reajustado de R$ 125,53 para R$ 134,25, conforme nota fiscal em anexo (Doc. 1, fl. 11); inconformada, a empresa buscou junto à Justiça Federal o reconhecimento do direito de permanecer na cumulatividade, pois este método lhe seria bem mais vantajoso, do ponto de vista do pagamento do PIS e COFINS, que seriam inferiores do que no regime da nãocumulatividade, conforme levantamento feito pela autuada e conferido por amostragem pela fiscalização, que compõe este Auto de Infração (doc. 2, fls. 12/18); em 27/06/2006, a autuada obteve junto à Justiça Federal do Ceará, em 1ª. Instância, o reconhecimento provisório deste direito (doc. 3, fls. 19/26), ou seja, o de permanecer no regime da cumulatividade referente às receitas provenientes do contrato com a Light, e a respectiva sentença determina, de forma clara, a abstenção da cobrança por parte da União da diferença apurada de forma diversa; sendo assim, procedeuse à lavratura do Auto de Infração com exigibilidade suspensa, a fim de resguardar futuro direito da Fazenda Nacional de se ressarcir da diferença dos valores do PIS e da COFINS, provenientes do cálculo destas contribuições pelo regime da cumulatividade, em detrimento da apuração pelo regime da nãocumulatividade, que não foram recolhidos pela autuada, por força da disposição judicial supracitada; a partir da memória de cálculo já citada (doc. 2), a fiscalização elaborou planilhas (fl. 10), segregando, mês a mês, os valores quando devidos, a título de diferença não lançada ou paga do PIS e da COFINS. 4. O enquadramento legal do lançamento fiscal da COFINS (fl. 555), cientificado ao contribuinte em 24/05/2007, consoante se observa à fl. 553, consistiu nos arts. 2º, inciso II e parágrafo único, 3º, 10, 22 e 51 do Decreto nº 4.524/2002; Lei nº 10.833/2003, art. 10, inc. XI, letra b; IN SRF nº 658/2006, art. 3º. 5. Já o enquadramento legal do lançamento fiscal para o PIS (fl. 565), também cientificado ao contribuinte em 24/05/2007, consoante se observa à fl. 563, consistiu nos arts. 2º, inciso I, alínea “a” e parágrafo único, 3º, 10, 26 e 51 do Decreto nº 4.524/2002; Lei nº 10.833/2003, art. 10, inc. XI, letra b, e art. 15; IN SRF nº 658/2006, art. 3º. Fl. 1030DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 965 5 6. No que se refere à multa de ofício e aos juros de mora, os dispositivos legais aplicados foram relacionados nos demonstrativos de fls. 560/561 e fls. 570/571 (PIS). 7. Após tomar ciência das autuações, a empresa fiscalizada, inconformada, apresentou, em 25/06/2007, as impugnações juntadas às fls. 589/618 (PIS) e fls. 730/759 (COFINS), e documentos anexos de fls. 619/729 (PIS) e fls. 760/874 (COFINS) – doc. 01, contendo procuração, documentos de identificação e CPF dos representantes da empresa, cartão do CNPJ na obtido na internet, estatuto e ata; doc. 02, contendo cópia dos autos de infração; doc. 03, contendo cópia do Relatório Fiscal; doc. 04, contendo cópia do contrato de fornecimento de energia elétrica Light x UTE Norte Fluminense S/A; doc. 05, contendo cópia da petição inicial de que trata a ação de rito ordinário nº 2005.34.00.0007150; doc. 06, contendo cópia de decisão, deferindo o pedido de antecipação de tutela nos autos da ação nº 2005.34.00.0007150; doc.07, contendo cópia da sentença de mérito, prolatada nos autos da ação nº 2005.34.00.0007150 com as alegações assim resumidas: 7.1. a impugnante é pessoa jurídica de direito privado, que tem por objeto principal financiar, construir e operar uma usina termoelétrica, à base de gás natural, de 780MW de potência, situada no Município de Macaé, Estado do Rio de Janeiro, com vistas à comercialização da energia originada a partir de tal usina, como se depreende de uma rápida leitura do Capítulo I de seu Estatuto Social (doc. 1); 7.2. com o propósito de eliminar a cumulatividade na apuração do PIS e da COFINS, foram publicadas as Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, alterando a dinâmica de recolhimento das referidas contribuições sociais para o denominado regime não cumulativo tributário; 7.3. o legislador ordinário, contudo, fez constar exceções à aplicação do regime da nãocumulatividade, como, por exemplo, a exclusão de diversas receitas ou atividades do seu campo de incidência, provavelmente reconhecendo as distorções que a aplicação pura e simples de tal regime a todas as situações poderia gerar, sendo uma destas exceções aquela prevista no inciso XI, art. 10, da Lei nº 10.833/2003, vigente tanto para o PIS quanto para a COFINS, por força das disposições do art. 15 da referida Lei; 7.4. existe um contrato firmado entre a impugnante e a empresa Light Serviços de Eletricidade (“Light”), de fornecimento de bens, no caso, energia elétrica, anterior a 31/10/03, em que a impugnante se obriga a fornecer, por quatro anos, certa quantidade de energia elétrica, obrigandose a Light a comprar energia elétrica da impugnante, pelo prazo estipulado e a preço predeterminado (doc. 4, fls. 653/689); 7.5. assim, a impugnante, em relação às receitas auferidas em virtude desse contrato, nos termos do artigo 10, inciso XI, alínea Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 6 “b” da Lei nº 10.833/03, vinha se sujeitando, desde o início de suas operações de venda, em março de 2004, ao regime cumulativo do PIS e da COFINS, sem o cômputo de qualquer crédito; 7.6. contudo, a IN/SRF nº 468/04 inovou no mundo jurídico, elegendo critérios não previstos na Lei nº 10.833/2003 para definição do conceito de preço predeterminado; 7.7. ante a flagrante inconstitucionalidade de tal norma, a impugnante ajuizou a Ação Ordinária nº 2005.34.00.0007150, com pedido de “antecipação dos efeitos da tutela”, a fim de resguardar seu direito de permanecer sob o regime da cumulatividade, em relação às receitas provenientes dos contratos firmados com a Light (doc. 5, fls. 690/721), sendo que, após distribuída a referida medida judicial para a 17ª. Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, deferiuse o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, e, ainda na seqüência, julgouse, em sentença de mérito, procedente a postulação autoral (docs. 6 e 7, fls. 722/729); 7.8. não obstante haver medida judicial resguardando o procedimento adotado pela impugnante, e a suspensão da exigibilidade desta parcela do crédito por força do artigo 151V do CTN, foi lavrado o auto de infração ora impugnado; 7.9. acerca do tema, trazse o disposto no artigo 62 do Decreto nº 70.235/72; 7.10. é preciso distinguir a constituição do crédito tributário, que se dá pelo lançamento, de sua exigibilidade, que decorre de sua cobrança, não se podendo olvidar que o ato de lançamento busca evitar a ocorrência da decadência do direito do Fisco em constituir o crédito tributário; 7.11. por outro lado, a ação judicial ainda não teve decisão final transitada em julgado e, assim sendo, caso a impugnante logre se vencedora, tal fato afetará o processo administrativo fiscal, pois acarretará o cancelamento da presente autuação, nos termos do disposto no artigo 149VIII do CTN; 7.12. portanto, concluise que o fiscal não poderá dar prosseguimento à cobrança do crédito, uma vez que sua exigibilidade encontrase suspensa por força de decisão judicial; porém, na hipótese de vir a fazêlo, não poderá exigir a parcela correspondente à multa de ofício, face à sua manifesta ilegalidade; 7.13. para a aplicação do regime cumulativo do PIS e da COFINS (art. 10 da Lei nº 10.833/03) são necessários os seguintes requisitos: seja o contrato de fornecimento de bens e serviços; o prazo de duração do contrato seja no mínimo superior a um ano; assinatura de contrato anteriormente a 31/10/03; e o preço do fornecimento de bens e serviços esteja predeterminado no contrato; 7.14. Tanto a IN/SRF nº 468/04 quanto a IN/SRF nº 658/06 inovaram no mundo jurídico, criando requisitos não previstos para o enquadramento no regime cumulativo das contribuições; Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 966 7 7.15. no contexto da profunda reforma institucional e direcional por que passa o setor elétrico brasileiro, com a transferência do controle das referidas atividades das mãos do Estado para a iniciativa privada, e, por conseqüência, com a sujeição desse segmento a práticas comerciais competitivas, é que se insere o Contrato de Fornecimento de Energia Elétrica entre a impugnante e a Light (conhecido no jargão setorial como “PPA”, abreviação do inglês “power purchase agreement”), o qual segue um padrão consistente com a legislação e o modelo do setor elétrico brasileiro; 7.16. por meio do referido contrato PPA (doc. 4), a impugnante obrigouse a vender à Light praticamente toda a quantidade de energia elétrica que sua usina é capaz de gerar (cf. Cláusula 1ª e definições de Energia Contratada e Potência Garantida); 7.17. tratase do único contratos de venda celebrados pela impugnante, e, portanto, sua única fonte de receitas; 7.18. assim, presente o primeiro requisito previsto no artigo 10, inciso XI, alínea “b” da Lei nº 10.833/03, qual seja, a existência de contrato de fornecimento de bem, no caso, energia elétrica; 7.19. também se constata o segundo requisito, qual seja, a existência de contrato com prazo de duração superior a um ano, já que, aprovado o contrato pelos órgãos deliberativos das partes, o compromisso de venda tornouse “incondicional e irretratável” (cf. Cláusula 1º, § 1º) pelo prazo mínimo de 20 (vinte) anos (Cláusula 6ª, “Da Vigência”), muito superior, portanto, ao prazo mínimo previsto na Lei nº 10.833/2003, para o enquadramento da exceção ao regime da nãocumulatividade; 7.20. o terceiro requisito também se encontra presente, qual seja, assinatura do contrato anterior a 31/10/2003, haja vista ter sido o contrato originalmente assinado pelas partes em 31/08/2001; 7.21. quanto ao quarto requisito, qual seja, que o preço do fornecimento esteja predeterminado no contrato, cabe esclarecer que não existe em lei definição do que venha a ser preço predeterminado, sendo possível, no entanto, extrair a definição a partir de uma interpretação sistemática do nosso ordenamento jurídico, com base nos princípios do direito privado, nos termos do artigo 109 do CTN; 7.22. preço, como elemento fundamental de validade do contrato de compra e venda, “é a quantia que o comprador se obriga a pagar ao vendedor”, muito embora o mesmo não precise ser exato, mas apenas determinável; 7.23. preço determinado é o preço fixo, já conhecido pelas partes desde a celebração do contrato (art. 483 do Código Civil), e preço determinável é “aquele de que não se tem conhecimento objetivo do quanto, ou dele não se tem conhecimento subjetivo, mas já se sabe como se há de determinar”; Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 8 7.24. nessa última classificação se insere o que se denomina de preço variável, ou seja, aquele que não tem um preço inicial estipulado, porém, deve se ajustar a um parâmetro qualquer escolhido pelas partes para sua aferição, sendo passível de determinação objetiva no futuro; 7.25. no preço variável inexiste qualquer preço inicial fixado, estando ele dependente do evento ou critério escolhido pelas partes para se determinar futuramente o preço; 7.26. o preço predeterminado não se insere na classificação de preço determinável, pois a característica daquele é a fixação inicial do preço do negócio acordado entre as partes; 7.27. contudo, eventual cláusula de reajuste não descaracteriza a natureza do preço predeterminado quando tal reajuste tem por objetivo somente preservar o poder aquisitivo do preço nominal inicialmente pactuado e a equação econômicofinanceira originalmente estabelecida entre as partes; 7.28. ou seja, no preço predeterminado, as partes têm conhecimento objetivo e real do preço acordado, ainda que sujeito a eventuais ajustes futuros, diferentemente do que ocorre no preço determinável, em que as partes não têm, no momento da celebração do contrato, qualquer conhecimento objetivo do quantum a ser fixado apenas em momento futuro; 7.29. o preço reajustado nada mais é do que a tradução do preço nominal originalmente pactuado segundo o novo cenário econômico verificado, ou seja, o preço passado trazido para o presente; 7.30. esse mesmo pensamento era encontrado na IN/SRF nº 21/79, utilizada como base de resposta à consulta de contribuintes sobre a matéria, pela qual não seria requisito essencial à caracterização de preço predeterminado a inexistência de cláusulas de reajuste, mas sim a necessidade de o preço estar inicialmente fixado no contrato; 7.31. a grande volatilidade dos preços da energia traz enorme incerteza aos investidores, que não podem confiar na evolução do preço de curto prazo para justificar seus investimentos; 7.32. para fazer frente aos elevados investimentos, a impugnante assumiu financiamento de longo prazo, o que só poderia ser atendido se pudesse contar com uma fonte previsível de receitas, também a longo prazo, livre do risco de oscilação de preços e diminuição de demanda; 7.33. notase, portanto, a existência de preço fixado pelas partes no contrato desde o início de sua vigência, ou seja, preço de conhecimento objetivo e prévio das partes, sendo este o requisito caracterizador do preço predeterminado; 7.34. existe no contrato preço firme estipulado de antemão, devendo assim a impugnante submeter as receitas advindas desse contrato ao regime cumulativo das contribuições sociais (PIS e COFINS); Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 967 9 7.35. da análise do contrato, é possível verificar que o preço inicialmente fixado está sujeito à alteração quando do reajustamento anual necessário à preservação do seu poder aquisitivo (Cláusula 19), porém, esse fator não tem o condão de retirar a característica peculiar presente no contrato firmado pela impugnante, que é a existência de preço predeterminado; 7.36. da análise das Cláusulas 18 e 19, verificase que a previsão de reajuste do preço do contrato do PPA é anual e se baseia em índice que afere a inflação, e, portanto, a desvalorização da moeda no período, tratandose de mera cláusula de reajuste de preço do valor do bem em fornecimento, ou seja, mera cláusula de correção monetária, não se tratando, assim, de qualquer “plus” ou acréscimo ao valor original; 7.37. no caso específico da impugnante, é o Valor Nominativo o índice de atualização monetária aplicável, tendo ele como premissa inclusive a sua regulamentação pelo órgão regulador, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL; 7.38. essa definição de correção monetária, como forma de recomposição do valor no tempo, é corroborada pela doutrina e pela jurisprudência de nossos Tribunais; 7.39. no momento em que os preços sofrerem a adequada aplicação da cláusula de reajuste acima prevista, terseá apenas a preservação do valor inicialmente acordado pelas partes, ou seja, o preço real e originário da energia elétrica a ser fornecida, não havendo, assim, que se falar em qualquer variação descaracterizadora do preço inicial nem muito menos em preço supostamente desconhecido, já que a manutenção da expressão nominal do preço do contrato ao longo de sua vigência de 4 anos, além de inconcebível, propiciaria, ela sim, o efeito de mudança do preço real, já que o poder aquisitivo do preço declinaria inexoravelmente com o tempo, sendo certo, portanto, por incontroversos os requisitos previstos na Lei nº 10.833/2003, que a impugnante deve continuar a se sujeitar aos ditames do regime cumulativo do PIS e da COFINS; 7.40. As IN/SRF nºs 468/04 e 658/06 estão eivadas de vícios de ilegalidade e inconstitucionalidade, pois criam mandamentos novos não previstos em lei; 7.41. As instruções normativas, nos termos do artigo 100 do CTN, assim como qualquer ato expedido por autoridade administrativa, inseremse na classificação de normas complementares, que nada mais são do que espécies de norma pertencente à legislação tributária nacional, conforme artigo 96 do CTN, que têm por finalidade regulamentar mandamentos já existentes no ordenamento jurídico, não podendo inovar, modificar ou alterar a ordem jurídica vigente, criando ou extinguindo direitos; 7.42. a função de tais normas não poderia ser outra, haja vista que no ordenamento jurídico brasileiro prevalece o que se Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 10 denomina de princípio da legalidade, que está expressamente previsto no artigo 5ºII da Constituição; 7.43. em matéria tributária este princípio tornase ainda mais rígido em virtude do que dispõe o artigo 150I da Constituição Federal, regra incorporada na legislação complementar tributária nacional, no artigo 97 do CTN, sendo a lei o instrumento capaz de criar direitos e impor obrigações, motivo que a leva a ser denominada de fonte primária; 7.44. assim, jamais um ato infralegal, como é o caso da IN nº 468/04, poderia ultrapassar os limites estabelecidos na lei que regulamenta, o que indevidamente aconteceu, pois a citada norma estabeleceu conceitos e critérios novos para a definição de preço predeterminado; 7.45. com isso, o Poder Executivo criou mandamentos não previstos em lei, haja vista que a Lei nº 10.833/03 não criou qualquer critério para definição de preço predeterminado, pelo contrário, apenas o citou como um dos requisitos para a manutenção do contribuinte no regime de cumulatividade; 7.46. não há na Lei nº 10.833/03, em nenhum de seus dispositivos, esse critério de que os contratos que contiverem cláusulas de reajuste ou, ainda, de revisão para manutenção do equilíbrio econômicofinanceiro, subsistirão na qualidade de possuidores de preço predeterminado somente até a eventual implementação de sua primeira alteração, como dispõe a IN/SRF nº 468/04; 7.47. tanto é assim que a SRF editou a IN/SRF nº 658/06, numa tentativa de minorar os impactos da IN anterior; porém, a interpretação dada pelo fiscal autuante ao seu texto é manifestamente equivocada e ilegal, pois buscou um entendimento que reafirme o teor da IN/SRF 468/04, a qual é inconstitucional; 7.48. é inquestionável que padeceria de invalidade qualquer pretensão em se tributar sob o regime da nãocumulatividade as receitas auferidas anteriormente à IN/SRF nº 468/04, sob pena de afronta ao princípio da irretroatividade da lei tributária, conforme artigo 150IIIa da Constituição Federal, como pretende o artigo 6º daquele ato normativo; 7.49. ainda que se considerem devidos os valores de PIS e COFINS apurados de forma nãocumulativa sobre as receitas decorrentes dos citados contratos, a impugnante deverá arcar apenas com o principal das contribuições, conforme artigo 100 do CTN, pois, se os recolhimentos foram efetuados com base no conceito de preço predeterminado trazido pela IN/SRF 21/79, a posterior modificação deste conceito pela IN/SRF 468/04 não tem o condão de cominar penalidade em relação ao período anterior à sua edição; 7.50. a matéria em discussão na presente autuação fiscal, embora nova, já foi apreciada pelo Poder Judiciário, conforme decisões transcritas; Fl. 1036DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 968 11 7.51. a Lei nº 11.196/05, em seu artigo 109, tentou reduzir o impacto tributário causado pela IN SRF nº 468/04, sendo que seu parágrafo único lhe atribui efeitos retroativos a 01/11/03; 7.52. tal norma extinguiu a presente celeuma, restando reconhecido o direito de a impugnante permanecer sujeita ao regime cumulativo das referidas contribuições, no tocante às receitas em questão, afastando a aplicação da IN/SRF nº 468/04; 7.53. no mesmo sentido foi editada a IN/SRF nº 658/06, que buscou ajustar o posicionamento da SRF com a norma contida na Lei nº 11.196/05; 7.54. portanto, a interpretação dada pelo fiscal autuante à IN/SRF nº 658/06 está em manifesto confronto com a norma contida na Lei nº 11.196/05, impondose o cancelamento da autuação; 7.55. ainda que não sejam acolhidos os fundamentos expostos, sujeitandose a impugnante ao regime da nãocumulatividade, é inequívoco o direito de apropriação do crédito das contribuições (PIS/COFINS) incidentes na aquisição de gás natural, tributadas à alíquota zero conforme disposto na Lei nº 10.312/2001, insumo essencial à produção de energia elétrica, necessitando a impugnante adquirir esse produto em grande volume, muito embora não seja essa a interpretação que vem sendo adotada pela Secretaria da Receita Federal, remetendose à Lei nº 10.865/2004; 7.56. há direito ao crédito do PIS e da COFINS não somente nos casos de aquisição de insumos isentos para posteriores vendas tributadas, mas também nos casos de aquisição de insumos adquiridos sob a alíquota zero, como é o caso da impugnante relativamente às suas aquisições de gás natural; 7.57. não aceitar o direito ao crédito na situação ora analisada implicaria frustrar o princípio da nãocumulatividade, previsto na Constituição Federal, porque a manutenção do crédito é a única maneira de garantir que o tributo pago nas operações subseqüentes não seja novamente pago pelo adquirente do bem adquirido sob alíquota zero ou isenção, o que acarretaria, isso sim, em cumulatividade do produto; 7.58. também o Supremo Tribunal Federal (STF) entende ser imprescindível o creditamento relativo à aquisição de bens isentos ou tributados à alíquota zero, a fim de dar aplicação ao princípio da nãocumulatividade, e a não anular o benefício da isenção ou alíquota zero, conforme apontado no Recurso Extraordinário (RE) nº 350446/PR, no qual se examinou questão análoga, referente ao IPI; 7.59. Pelo exposto, requer, preliminarmente, a suspensão do presente feito, vez que o crédito objeto da autuação se encontra com sua exigibilidade suspensa por força do artigo 151V do CTN, c/c o artigo 62 do Decreto nº 70.235/72; Fl. 1037DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 12 7.60. caso a impugnante saia vencedora do pleito judicial, requer a desconstituição do lançamento, nos termos do artigo 149VIII do CTN; 7.61. na hipótese de superado o pedido anterior, requer seja julgada procedente a impugnação, cancelandose o crédito exigido, em face das razões apresentadas. No recurso, a Interessada alegou, inicialmente, a impossibilidade de autuação à vista da existência de sentença a ela favorável, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 62 do Decreto n. 70.235, de 1972. Ademais, segundo a Interessada, não poderia ter sido exigida multa, em razão do disposto no art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. Em relação ao mérito, alegou que, “embora nessa parte da defesa exista uma identidade de argumentos com a ação judicial proposta pela Recorrente, deve este E. Conselho de Contribuintes, também, apreciála sob pena de nulidade [...]”. Tratou, na sequência, da “não definição do conceito de preço predeterminado em lei”, do entendimento da Receita Federal constante da IN SRF n. 21, de 1979, da presença de preço predeterminado nos contratos firmados pela Recorrente, da Inalterabilidade do preço inicialmente acordado pelas cláusulas de reajuste de preço, da criação de mandamentos não previstos em lei pela IN SRF n. 458, de 2004, do direito superveniente contido na Lei n. 11.196, de 2005, e de sua não consideração pelo acórdão de primeira instância. Em relação à última questão acima mencionada, acrescentou: 121. A única novidade na IN 658 (art. 3°, § 3º) diz respeito à inserção do artigo 109 da Lei 11.196/05, em especial, em relação à inalterabilidade do preço predeterminado na aplicação de cláusula de reajuste que reflita o custo de produção ou dos insumos utilizados. 122. Essa regra contida no artigo 109 da Lei 11.196/05 reconhece o direito buscado pela Recorrente. Isso porque, a cláusula de atualização de todos os contratos das Recorrentes tem o IGPM como índice, e a ANEEL, valendose de sua competência reguladora prevista em lei, confirmou de forma expressa que tal índice refletiria o custo de produção das empresas do setor elétrico (Nota Técnica 224/2006 e, Ofício n.° 1.431/2006). 123. Assim sendo, a aplicação de cláusulas de atualização pelo índice IGPM não alteraria o preço dos contratos inicialmente estipulado pela Recorrente, devendo, assim, ser as receitas originárias desses contratos mantidas no regime cumulativo das contribuições do PIS e da COFINS. Não abordou as questões relativas aos créditos das contribuições. É o relatório. Voto Fl. 1038DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 969 13 Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose tomar conhecimento, nos termos abaixo expostos. A alegação de que não seria possível efetuar o lançamento à vista do art. 62 do Decreto n. 70.235, de 1972, é improcedente, uma vez que tal norma foi revogada tacitamente pelo art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. Ademais, a sentença apenas vedou a adoção de “atos ostensivos” à cobrança (fl. 26), o que não ocorreu, pois a cobrança não seria possível com a auto de infração tendo sido lavrado com exigibilidade suspensa. No restante, inicialmente em relação às questões de inconstitucionalidade de lei e à matéria submetida ao Judiciário, aplicamse as Súmulas Carf abaixo reproduzidas, conforme Portaria Carf n. 106, de 21 de dezembro de 2009: Súmula CARF n. 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Súmula CARF n. 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Com relação à multa, a Fiscalização esclareceu o seguinte em seu relatório: Em 27 de junho de 2006 a autuada obteve junto à Justiça Federal do Ceará em 1a. Instância o reconhecimento provisório deste direito, (Doc. 3), ou seja, o de permanecer no regime da cumulatividade referente às receitas provenientes do contrato com a Light, e a respectiva sentença determina de forma clara a abstenção da cobrança por parte da União da diferença apurada de forma diversa. Sendo assim, lavramos este auto com exigibilidade suspensa a fim de resguardar futuro direito da Fazenda Nacional de se ressarcir da diferença dos valores do PIS e da COHNS provenientes do cálculo destas contribuições pelo regime da cumulatividade em detrimento da apuração pelo regime da não cumulatividade, que não foram recolhidos pela autuada, por força da disposição judicial supracitada. Segundo os autos de infração (fls. 554 e 555, 564 e 565), não foi aplicada multa de ofício e o lançamento foi efetuado para prevenir a decadência, nos termos do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. A Primeira Instância discordou de tal entendimento, considerando o seguinte: Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 14 Também não se aplica ao presente caso o disposto no artigo 149VIII, citado pela autuada, considerando que, na eventual hipótese de provimento judicial final favorável à empresa nos autos da Ação Ordinária nº 2005.34.00.0007150, este, como já demonstrado acima, não afetará o presente crédito, fundamentado em norma diversa da questionada judicialmente. No entanto, ainda que assim não fosse – ou seja, ainda que vinculação da discussão travada na ação nº 2005.34.00.000715 0 com o crédito tributário lançado existisse , não se cogitaria de eventual descabimento do lançamento, que se fez necessário, na forma do art. 63 da Lei nº 9.430/96, de modo a prevenir a decadência, sendo somente o caso, na hipótese de decisão final favorável à autuada – citamos, meramente a título de argumentação de extinção do crédito constituído em decorrência de decisão judicial transitada em julgado, nos termos do artigo 156X do CTN, nunca o sendo, tal como alegado, de aplicação do art. 149VIII, do CTN. A discordância da DRJ disse respeito às alterações posteriores ao lançamento, que capitulou como infringida a norma da IN SRF n. 658/2006, art. 30, não abrangida pela ação judicial. Em relação a tal questão, a Fiscalização a considerou irrelevante. Ademais, as IN não produzem norma por si só, uma vez que devem encontrar respaldo em lei, o que não foi alterado até a publicação da Lei n. 11.196, de 2005. Entretanto, tem razão a Primeira Instância na seguinte observação: É interessante observar, ainda, que a modificação na legislação aplicável não é abordada claramente pela autuada em sua impugnação, manifestandose a empresa de forma contraditória, ora inserindo a IN/SRF nº 658/06 nas alegações relativas à inconstitucionalidade/ilegalidade, repetindo os mesmos argumentos já submetidos ao Poder Judiciário, os quais somente se referiam à IN/SRF nº 468/04 (fls. 597 e 606), ora alegando que a IN/SRF nº 658/06 “buscou ajustar o posicionamento da Secretaria da Receita Federal com a norma contida na Lei nº 11.196/05”, sendo que a “interpretação dada pelo Fiscal autuante à Instrução Normativa SRF nº 658/06 está em manifesto confronto com a norma contida na Lei nº 11.196/05” (fl. 613). Assim, não resta claro se a autuada pretende invalidar também a IN/SRF nº 658/06 por inconstitucionalidade/ilegalidade, ou se considera a norma em questão aplicável, vindo ao encontro de suas pretensões, na medida em que corresponderia à adequação da SRF à determinação contida na Lei nº 11.196/05, sendo equivocada apenas a interpretação que lhe foi dada pela autoridade fiscal. É claro que a referida disposição legal estabeleceu que somente a adoção de índice de reajuste de custo não representaria violação à regra do preço predeterminado. Nesse contexto, não seria diferente o procedimento adotado pelo Fisco diante das duas instruções normativas citadas. Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 18471.000500/200745 Acórdão n.º 330201.586 S3C3T2 Fl. 970 15 Ademais, a norma do art. 109 tem caráter interpretativo, respaldando a interpretação oficial. Por isso, tais questões trazidas pela Interessada ao recurso não lhe beneficiam no sentido de que tal norma lhe seria benéfica. Entretanto, as considerações acima expostas demonstram que, ainda que não tenham sido abordadas na ação judicial, as alterações legais e infralegais posteriores não afetariam o resultado da coisa julgada em relação ao período objeto do auto de infração. No caso específico do art. 109 da Lei n. 11.196, de 2005, publicada em novembro de 2005, tratase de norma interpretativa, como já esclarecido, com vigência a partir de novembro de 2003. Obviamente, a Interessada não poderia prever, ao propor a ação judicial, que no futuro houvesse a edição de uma norma interpretativa sobre o mérito da questão. Descabe, assim, razão à Primeira Instância, tendo sido o auto de infração lavrado corretamente nos termos do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. De toda forma, tais efeitos não poderiam ser modificados pela DRJ, pois haveria uma alteração no lançamento efetuado, especificamente quanto à suspensão da exigibilidade do crédito por conta da decisão judicial. Tal alteração somente poderia ser efetuada por meio de revisão de lançamento, nos termos do art. 149, IX, do Código Tributário Nacional, uma vez que diz respeito à correta interpretação dos fatos. Por outro lado, tal situação implica reconhecer que o mérito legal do lançamento foi submetido ao Judiciário, descabendo sua apreciação no âmbito administrativo, conforme a súmula anteriormente citada. Esclareçase, ainda, que, na interpretação divergente (sustentada pela Interessada), se fosse o caso de não aplicar retroativamente as disposições do art. 109 da Lei n. 11.196, de 2005, ainda assim não deixaria de haver a renúncia às instâncias administrativas. Nessa eventualidade e sendo decidida a não aplicação retroativa da lei, ou a Interessada perderia o interesse processual (com a declaração, no processo, de tal situação) ou a não aplicação retroativa poderia lhe garantir o sucesso na ação. Num e noutro caso, a autoridade fiscal ficaria obrigada a aplicar a decisão judicial ao caso dos autos. Esclareçase que, como é elementar, se a antecipação de tutela for revogada, cassada ou reformada, a suspensão do crédito ficará prejudicada, uma vez que o auto de infração foi lavrado com a suspensão de exigibilidade pelo fato de existir decisão judicial que a determinava. É importante, ademais, esclarecer que o recurso versa sobre toda a matéria submetida ao contraditório. Nesse contexto, a Fiscalização lavrou o auto de infração com exigibilidade suspensa e, em decorrência, sem a aplicação da multa de ofício. A DRJ, por sua vez, não só decidiu o julgamento da impugnação em desfavor da Interessada, como agravou o lançamento, afastando a suspensão da exigibilidade. Nesse contexto, toda matéria decidida pela DRJ submetese também ao recurso da Interessada. Como a questão é de mérito, pois a suspensão da exigibilidade é aplicável ao caso dos autos, cabe decidir sobre a matéria em sede de mérito do recurso e não Fl. 1041DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 16 somente declara a nulidade do acórdão de primeira instância por agravamento da exigência (já que a competência para tal agravamento caberia somente à Fiscalização). Vejase que na hipótese de a Primeira Instância reconhecer a renúncia às instâncias administrativas e ser essa posição mantida pelo Carf, em regra se nega provimento ao recurso voluntário, que pretenderia a alteração da decisão da primeira instância, mantendo se a renúncia e, em consequência, não se analisando as razões do recurso. Entretanto, no caso dos autos ocorre o oposto em relação a tais matérias. Portanto, cabe prover o recurso quanto ao que foi agravado pela Primeira Instância. À vista do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para declarar a de concomitância de processos administrativo e judicial e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, negando provimento em relação às demais matérias preliminares. Quanto ao mérito, voto por não tomar conhecimento do recurso, por estar sujeita a matéria ao Judiciário. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 1042DF CARF MF Impresso em 13/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/05/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 08/05/2012 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 12466.003494/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II
Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003
IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA.
PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO
V.
Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja
operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme
previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei
nº 37/66, não sendo aplicável a
multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64:
Numero da decisão: 3102-001.559
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO V. Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 37/66, não sendo aplicável a multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Helder Kanamura, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Trata o presente de Recurso de Ofício interposto pela turma julgadora da Delegacia da Receita Federal de Julgamento. Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da autoridade de primeira instância. "Versa o presente processo sobre Auto de Infração (fls. 01 a 13) lavrado contra a empresa em epígrafe, com vistas à constituição de crédito tributário, no valor total de R$ 1.271.921,77 (um milhão, duzentos e setenta e um mil, novecentos e vinte e um reais e setenta e sete centavos), consistente nas multas aplicadas com base no inciso I do art. 83 da Lei n.° 4.502, de 1964, com redação dada pelo art. Io do DecretoLei n.° 400, de 1968, para os fatos geradores ocorridos em 20/10/2003 e 23/10/2003, e no mesmo dispositivo combinado com o inciso V do art. 65 da Medida Provisória n.° 135, de 2003, para os fatos geradores ocorridos entre 31/10/2003 e 23/12/2003, ambas em virtude da entrega a consumo de produtos de procedência estrangeira, que foram importados de forma fraudulenta. Segundo relata a fiscalização às fls. 03 a 12, as provas caracterizadoras da infração cominada pela presente penalidade são constituídas pela cópia de atos e elementos probatórios constantes do processo administrativo fiscal n.° 12466.003452/200811, onde foram identificadas as importações realizadas fraudulentamente (fls. 52 a 521), e pelas notas fiscais colacionadas às fls. 16 a 50 do processo. Relativamente ao procedimento que constituiu o objeto do PAF n.° 12466.003452/200811, a fiscalização descreveu, em síntese, as seguintes irregularidades: a) as empresas DARCK e TEMA COMERCIAL LTDA estão envolvidas nas importações relacionadas à fl. 54, tidas como simuladas, e realizadas com o objetivo de nacionalizar mercadorias com valores subfaturados, além da prática de utilização de documentos ideológico e/ou materialmente falsos e declarações ideologicamente falsas; b) as importações acobertadas pelas DI sob apreço foram registradas pela empresa TEMA por conta e risco próprio, sendo que, na realidade, quem financiava as operações de importação era a empresa DARCK, configurando um quadro de simulação e interposição fraudulenta; c) a DARCK foi identificada como real compradora das mercadorias no exterior, real importadora e como real adquirente no mercado nacional ao passo que a TEMA, ao Fl. 592DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 2 3 revestirse da qualidade di importadora, serviu de escudo e blindagem para a real importadora; d) os fornecedores e a DARCK (real importadora) foram os que acertaram as condições dos contratos de compra e venda, definindo mercadorias, preços efetivos, formas de pagamento, etc, que representa a operação real, aquela que os intervenientes colimaram ocultar; e) os valores de transação declarados nas DI analisadas são muito inferiores aos valores efetivamente praticados, havendo a empresa fiscalizada incorrido na prática de subfaturamento. A este quadro, acrescenta, ainda, a autoridade autuante que, apesar de não terem sido identificadas declarações de importação referentes a cinco notas fiscais listadas à fl. 04, tais mercadorias foram nacionalizadas fraudulentamente já que a empresa TEMA jamais atuou efetivamente no comércio exterior, servindo unicamente de "prestanome" para blindagem do real adquirente, e foi, ainda, considerada inapta perante o CNPJ, com efeito a partir de 13/09/2003, em virtude de sua inexistência de fato. Regularmente cientificado, em 30/09/2008 (fl. 02), o sujeito passivo, irresignado, apresentou, em 30/10/2008, os documentos de fls. 544 a 553 e a impugnação de fls. 522 a 543, onde, em síntese: Alega que não pode ser responsabilizado pela infração descrita no presente processo, ao argumento de que todos os tributos incidentes nas operações que praticou, inclusive aqueles que incidiram na venda a varejo das mercadorias adquiridas foram recolhidos, além do que pagou pela aquisição no mercado interno das mercadorias importadas, fato este que foi desconsiderado pela fiscalização; Considera descabidas as acusações que lhe foram imputadas, já que as empresas que lhe venderam as mercadorias estavam habilitadas no RADAR para efetivar suas atividades na qualidade de trading company, além do que reclama de estar sendo acusado por condutas que não lhe dizem respeito e que, ante a ausência de documentos, os valores aduaneiros arbitrados pelo Fisco encontramse fulcrados em suposições e ficções, em flagrante desatendimento ao princípio do ônus da prova; Nega ter assumido financeiramente os custos incorridos nas operações de importação, ao que aduz não ser da atividade da empresa desincumbirse de operações de logística atinentes ao comércio internacional e que o aspecto mais importante das operações realizadas pelas trading é a necessidade de recursos financeiros e fluxo de caixa para fazer frente aos tributos no momento da nacionalização das mercadorias importadas; Alega que, em razão de os tributos incidentes nas operações de importação serem pagos antecipadamente, a terceirização das Fl. 593DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 atividades de logística internacional tornase conveniente, não só do ponto de vista de custos e de estrutura organizacional, mas também em face do próprio aspecto econômicofinanceiro inerente às trading, como o financiamento de todos os custos e tributos até a entrega do bem no armazém do distribuidor e a possibilidade da redução de custos oriundos de benefícios e créditos fiscais das trading; Reclama que a autoridade autuante desbordou do que determinam as disposições contidas no art. 10 do Decreto n.° 70.235, de 1972, e no caput do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), visto que trouxe para o feito, indevidamente, relatos e graves afirmações extraídos de procedimentos levados a efeito nas esferas policial e judicial, quando deveria limitarse aos fatos que ensejaram o ato do lançamento para a constituição do crédito tributário; Nesta mesma linha, reclama também ter sido violado o sigilo de seus dados, com a juntada de peças do processo de competência das autoridades policial e judicial, pelo que entende ter sido ofendido, na realização do feito ora atacado, o direito previsto no inciso XII do art. 5o da Constituição Federal; Insurgese contra a afirmação da autoridade autuante que se refere à prática de sonegação, fraude, conluio, falsificação de documentos, prestação de informações falsas e de benefícios obtidos com as ilegalidades praticadas, eis que jamais buscou o encerramento de suas atividades e ofereceu ao Fisco toda a documentação requerida, havendo, inclusive, incabível apreensão sem devolução de todos os documentos solicitados, em razão de que entende ter a presente autuação desrespeitado as disposições contidas nos artigos 2º e 3º da Lei n.° 9.784, de 1999, dentre os quais destaca a previsão de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devem facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; Nega ter participado do esquema fraudulento apontado pela fiscalização, ao argumento de que não é empresa de grande porte, seu faturamento é limitado, não movimenta grande soma de recursos financeiros, além do que não é detentor de informações de natureza fiscal e procedimental relacionadas às demais empresas citadas no relatório da autuação; Reclama não poder ser equiparado à empresa industrial para efeito de exigir o IPI, pois jamais desenvolveu atividade industrial ou a ela equiparada, nem é importador, pelo que entende não poder ser responsabilizado pela exigência do IPI, nos moldes estabelecidos na autuação, ao que noticia ter recolhido todos os tributos que incidiram nas operações realizadas com a aquisição das mercadorias em relevo no mercado interno e posterior venda a varejo das mercadorias adquiridas; Em outro plano, contesta a cobrança de juros de mora calculados à taxa referencial Selic, eis que eivada de incerteza e iliquidez, por entender ser referida cobrança ilegal e inconstitucional; Fl. 594DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 3 5 Quanto à aplicação da multa veiculada no auto de infração, alega não ter sido demonstrada ou comprovada a prática da infração cominada pela mencionada penalidade que reputa ser confiscatória, violando o preceito contido no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal, ao que aduz não ter incorrido em qualquer fraude que desse azo a essa penalização; Finalmente, em face de tudo o quanto foi exposto, requer o cancelamento do auto de infração hostilizado." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento deu provimento parcial a impugnação para cancelar o lançamento referente a pena prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64, por entender que a tipificação dos fatos ensejaria a aplicação da penalidade prevista no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Por fim, entendeu a autoridade de piso em manter a penalidade para a mercadoria constante da nota fiscal nº 3480, por entender que nesta operação restou caracterizado a entrega a consumo de mercadoria importada de forma iregular, sendo aplicável o art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. A decisão foi assim ementada. “Assunto : Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003 MULTA REGULAMENTAR DO IPI. E incabível a aplicação da multa regulamentar do IPI por entrega a consumo de mercadoria estrangeira importada de forma irregular ou fraudulentamente, quando a fraude ou a irregularidade que macula a importação é definida legalmente de forma mais específica como dano ao Erário, porquanto, nesses casos, a não localização da mercadoria sujeita a perdimento em face da entrega a consumo é penalizada expressamente na forma de outra disposição legal. IMPORTAÇÃO CLANDESTINA. Incorrem em multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuído na nota fiscal, todos aqueles que entregarem ao consumo, ou consumirem produto de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" Diante da decisão da DRJ, cuja exoneração do sujeito passivo ultrapassou o limite de alçada, foi apresentado pela Turma Julgadora o competente recurso de ofício. Fl. 595DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Do Recurso de Ofício O recurso de ofício apresentado pela turma da DRJ, que por atender os requisitos de admissibilidade, merece ser conhecido. A autoridade de primeira instância decidiu exonerar parcialmente o lançamento por entender que identificado pela Fiscalização Aduaneira a interposição fraudulenta, caberia a aplicação da pena de perdimento e na sua impossibilidade a conversão em multa nos termos do art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76. Ao analisar os autos e o trabalho fiscal, entendo estar caracterizado a ocorrência da interposição fraudulenta nas operação da Recorrente. Apesar do caráter irregular das operações, tenho o mesmo entendimento da autoridade da primeira instância. Identificada a ocorrência da interposição é obrigatória a aplicação da penalidade prevista no art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Para esclarecer este entendimento, faço a análise a seguir da interposição fraudulenta nas operações de comércio exterior e as penalidades aplicadas a estes casos. O controle aduaneiro e a interposição fraudulenta O controle aduaneiro é matéria relevante em todos os países e a comunidade internacional busca de forma incessante o controle das mercadorias importadas, de forma a garantir a segurança e a concorrência leal dentro das regras econômicas e tributárias.. Desde da edição do DecretoLei 37/66, o Brasil busca coibir as irregularidades na importação. Este diploma legal, determinava a conferência física e documental da totalidade das mercadorias importadas. Com o crescimento da economia nacional, a crescente integração do País no plano internacional e o aumento significativo das operações de comércio exterior. O Estado Brasileiro, decidiu modificar os controles que até então vinha exercendo sobre a importação, desenvolvendo controles específicos que se adequassem ao incremento das operações na área aduaneira. A solução veio com a entrada em produção do SiscomexImportação em janeiro de 1997. A partir deste sistema, os controles de despacho aduaneiro de importação passaram a utilizar canais de conferência, que determinaram níveis diferentes de controles aduaneiros. Desde um controle total durante o despacho aduaneiro, com conferência documental, física das mercadorias e avaliação do valor aduaneiro até a um nível mínimo de conferência. Fl. 596DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 4 7 Ao modernizar o seu sistema de controle aduaneiro o País flexibilizou o controle individual das mercadorias importadas, mas, dai nasceu a necessidade de também trabalhar o controle em nível de operadores de comércio exterior. A partir desta premissa foram definidos controles aduaneiros em dois momentos distintos. O primeiro, anterior a operação de importação, quando é exigido uma habilitação prévia da empresas interessada em operar no comércio exterior. Este controle busca avaliar a idoneidade daquelas empresas que pretendem operar no comércio, e atualmente esta disciplinado na Instrução Normativa da SRF nº 228/2002. Apesar deste controle ser preferencialmente em momento anterior as operações. Existem situações em que não é suficiente para impedir operações irregulares. Para coibir estas irregularidades a Fiscalização Aduaneira também atua em momento posterior ao desembaraço aduaneiro, buscando identificar irregularidades nas operações realizadas. O caminho adotado vem sendo o de confirmar a idoneidade das empresas envolvidas nas operações e investigar a origem do recursos utilizados. A identificação de ilícitos nas operações ou a falta de comprovação da origem dos recursos implica na aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas por operações irregulares. Por força legal, considerase dano ao erário, punível com a pena de perdimento das mercadorias, a ocultação do real adquirente das mercadorias importadas, mediante fraude ou simulação, conforme o art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76. " Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: ... V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) Fl. 597DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 § 4o O disposto no § 3o não impede a apreensão da mercadoria nos casos previstos no inciso I ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território nacional.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002)" É mister salientar que não são todas as operações por conta e ordem de terceiros são consideradas interposição fraudulenta. O art. 80 da Medida Provisória nº 2.158 35/01 estabeleceu a possibilidade de pessoas jurídicas importadoras atuarem em nome de terceiros por conta e ordem destes. Os procedimentos a serem seguidos nestas operações estão atualmente disciplinados nas IN SRF nº 225/02 e 247/02. Considerando a possibilidade de importações, com a intervenção de terceiros, fato previsto em lei e disciplinado pela Receita Federal, torna mais forte a pena a ser aplicada quando importador e real adquirente, utilizando de fraude ou simulação oculta esta operação do conhecimento dos órgãos de controle aduaneiro, visto que, o fato de não seguir as determinações normativas para as importações por conta e ordem, acarretam prejuízo aos controles aduaneiros, fiscais e tributários. Contudo, a matéria ainda não fica totalmente resolvida, visto que em determinadas situações, a pena de perdimento por diversos motivos não pode ser aplicada. Aqui temos um empecilho ao cumprimento da norma, já que impedida de aplicar o perdimento, se não existir outra pena possível, equivaleria a uma ausência de punibilidade, o que poderia além do prejuízo não ser ressarcido, estimular futuros atos ilícitos, diante da não aplicação da pena aos infratores. Tal fato não ficou desconhecida pelo legislador, que de forma lúcida, criou a possibilidade da conversão da pena de perdimento em multa, no valor de 100% do valor da mercadoria, conforme previsto art. 23, § 3º do DecretoLei nº 1.455/76. Diante do arcabouço legal que trata a matéria, fica cristalino a procedência da aplicação da pena de perdimento nas situações em que for comprovada ou presumida a interposição fraudulenta, bem como a conversão da pena de perdimento em multa. Tal posição já é matéria assentada neste Conselho, conforme se verifica nos acórdãos nº 9303001.632, 320100.837 e 310200.792. A penalidade aplicada pela Fiscalização Aduaneira esta prevista no art. 704 do regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.579/2009. In verbis. "Art. 704. Sem prejuízo de outras sanções administrativas ou penais cabíveis, incorrerão na multa igual ao valor comercial da mercadoria os que entregarem a consumo, ou consumirem mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestinamente no País ou importada irregular ou fraudulentamente ou que tenha entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido sem que tenha havido registro da declaração da importação, ou desacompanhada de Guia de Licitação ou nota fiscal, conforme o caso (Lei no 4.502, de 1964, art. 83, inciso I; e DecretoLei no 400, de 30 de dezembro de 1968, art. 1o, alteração 2ª). Parágrafo único. A pena a que se refere o caput não se aplica quando houver tipificação mais específica neste Decreto. " Fl. 598DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 5 9 Conforme se depreende da leitura do Parágrafo único do artigo, a pena prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64 não se aplica quando houver tipificação mais específica. A penalidade prevista no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 esta prevista no art. 689 do mesmo Regulamento Aduaneiro. "Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105; e DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1o, este com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): I em operação de carga ou já carregada em qualquer veículo, ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito, da autoridade aduaneira, ou sem o cumprimento de outra formalidade essencial estabelecida em texto normativo; II incluída em listas de sobressalentes e de provisões de bordo quando em desacordo, quantitativo ou qualitativo, com as necessidades do serviço, do custeio do veículo e da manutenção de sua tripulação e de seus passageiros; III oculta, a bordo do veículo ou na zona primária, qualquer que seja o processo utilizado; IV existente a bordo do veículo, sem registro em manifesto, em documento de efeito equivalente ou em outras declarações; V nacional ou nacionalizada, em grande quantidade ou de vultoso valor, encontrada na zona de vigilância aduaneira, em circunstâncias que tornem evidente destinarse a exportação clandestina; VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado; VII nas condições do inciso VI, possuída a qualquer título ou para qualquer fim; VIII estrangeira, que apresente característica essencial falsificada ou adulterada, que impeça ou dificulte sua identificação, ainda que a falsificação ou a adulteração não influa no seu tratamento tributário ou cambial; IX estrangeira, encontrada ao abandono, desacompanhada de prova do pagamento dos tributos aduaneiros; X estrangeira, exposta à venda, depositada ou em circulação comercial no País, se não for feita prova de sua importação regular; XI estrangeira, já desembaraçada e cujos tributos aduaneiros tenham sido pagos apenas em parte, mediante artifício doloso; XII estrangeira, chegada ao País com falsa declaração de conteúdo; Fl. 599DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 XIII transferida a terceiro, sem o pagamento dos tributos aduaneiros e de outros gravames, quando desembaraçada com a isenção referida nos arts. 142, 143, 162, 163 e 187; XIV encontrada em poder de pessoa física ou jurídica não habilitada, tratandose de papel com linha ou marca d'água, inclusive aparas; XV constante de remessa postal internacional com falsa declaração de conteúdo; XVI fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas aéreas internacionais visando a iludir, no todo ou em parte, o pagamento dos tributos aduaneiros ou quaisquer normas estabelecidas para o controle das importações ou, ainda, a beneficiarse de regime de tributação simplificada (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105, inciso XVI, com a redação dada pelo DecretoLei no 1.804, de 1980, art. 3o); XVII estrangeira, em trânsito no território aduaneiro, quando o veículo terrestre que a conduzir for desviado de sua rota legal, sem motivo justificado; XVIII estrangeira, acondicionada sob fundo falso, ou de qualquer modo oculta; XIX estrangeira, atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem públicas; XX importada ao desamparo de licença de importação ou documento de efeito equivalente, quando a sua emissão estiver vedada ou suspensa, na forma da legislação específica; XXI importada e que for considerada abandonada pelo decurso do prazo de permanência em recinto alfandegado, nas hipóteses referidas no art. 642; e XXII estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1o A pena de que trata este artigo convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 3o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 2o A aplicação da multa a que se refere o § 1o não impede a apreensão da mercadoria no caso referido no inciso XX, ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território aduaneiro (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 4o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 3o Na hipótese prevista no § 1o, após a instauração do processo administrativo para aplicação da multa, será extinto o processo administrativo para apuração da infração capitulada como dano ao Erário (Lei no 10.833, de 2003, art. 73, caput e § 1o). Fl. 600DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 6 11 § 3oA. O disposto no inciso VI do caput inclui os casos de falsidade ideológica na fatura comercial. § 4o Considerase falsa declaração de conteúdo, nos termos do inciso XII, aquela constante de documento emitido pelo exportador estrangeiro, ou pelo transportador, anteriormente ao despacho aduaneiro. § 5o Consideramse transferidos a terceiro, para os efeitos do inciso XIII, os bens, inclusive automóveis, objeto de: I transferência de propriedade ou cessão de uso, a qualquer título; II depósito para fins comerciais; ou III exposição para venda ou para qualquer outra modalidade de oferta pública. § 6o Para os efeitos do inciso XXII, presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 2o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). Ao ser comprovada a existência da interposição fraudulenta, o que se caracteriza como dano ao erário previsto no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 e trazida no art. 689 do Regulamento Aduaneiro, não é aplicável nestes casos a penalidade prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício. Winderley Morais Pereira Fl. 601DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 10120.009978/2009-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3201-000.297
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 2 2 Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Trata o presente processo de pedido de restituição, formalizado em formulário, no qual a contribuinte acima identificada pretende recuperar valores pagos a título de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIDE Combustível, na aquisição de combustíveis efetuada no período de agosto a dezembro de 2004, no total de R$ 325.596,72, sob o argumento de desvio de finalidade de aplicação dos recursos da referida contribuição. Ao examinar a questão, a autoridade fiscal competente no despacho decisório (fls. 87 a 93), resolveu indeferir o pedido de restituição, por ausência do pagamento indevido ou a maior; crédito líquido e certo, e falta de legitimidade para pleitear a restituição. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 23/12/2009 (AR – fl. 96). Inconformada apresentou em 22/01/2010, a manifestação de inconformidade (fls. 97 a 110), na qual transcreve os fatos, discorre sobre o recolhido indevido da CIDECombustível incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico, instituída pelo artigo 1° da Lei n° 10.336, de 2001, em função dos arts. 149 e 177 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda nº 33, de 2001, e, em resumo, apresenta os seguintes argumentos: 1.1 DA LEGITIMIDADE. embora não sendo contribuinte da CIDE, a possibilidade jurídica do pedido, caracterizase pela sua atividade, consumidora final do produto que sofreu a incidência dessa contribuição, quando da compra de combustíveis, assumindo inteiramente o ônus e/ou suportando o encargo financeiro respectivo; o direito ao crédito da CIDE não se restringe ao contribuinte de direito, mas da condição prevista no artigo 166 do CTN, ou seja, contribuinte de fato, tendo em vista que adquiriu os produtos inerentes à sua atividade na qualidade de sujeito final da operação tributável da CIDE–Combustível; ao adquirir os produtos do contribuinte de direito suportou a incidência e repercussão final da referida contribuição lançada em toda a cadeia tributária. Assim, embasada no artigo 166 do CTN, é a parte ativa, afastandose a afirmação de que somente seria possível ao Produtor, Formulador e Importador dos combustíveis, ingressar contra o Fisco para pleitear a restituição de valores recolhidos indevidamente a título de CIDE – Combustível; 1.2 INEXISTÊNCIA DE DARF. a ausência de DARF justificase, por ser contribuinte de fato, não estando seu ônus representado em guia DARF, mas pelas notas fiscais Fl. 159DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 3 3 comprobatórias de aquisição dos combustíveis. A emissão de DARF para recolhimento é ato acessório, cuja obrigação é atribuída ao contribuinte de direito da contribuição; a planilha acostada aos autos demonstra que seu crédito não se baseou nos DARF, mas, nas Notas Fiscais de aquisição de combustível junto ao Produtor, no período de agosto a dezembro de 2004, que resultou crédito no montante de R$ 325.596,72; 1.3 DO DIREITO a Constituição Federal, nos artigos 149 e 177, visou garantir a atuação da União quanto à instituição das contribuições sociais e intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, especialmente as incidentes nas atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível; a CIDECombustível será revertida ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e ao financiamento de programas de infra estrutura de transportes; a contribuição nasceu com a Emenda Constitucional n° 33, de 2001, que inseriu o parágrafo 4º ao art. 177 da Carta Magna, e instituída pela Lei n° 10.336/2001, alterada pela Lei 10.363/2002, que estabeleceu novas alíquotas e a destinação e objetivos essenciais; 1.4 DESVIO DE FINALIDADE com arrimo na doutrina, o traço marcante e distintivo da contribuição de intervenção no domínio econômico é a obediência às finalidades que justificam a sua criação. Assim também está a jurisprudência do STF (RE n° 209.3653/SP); o desvio de finalidade dos recursos da CideCombustível foi reconhecido por decisão do TCU. Assim, constado desvio de finalidade, ocorre o indevido pagamento da CIDE e, por conseqüência, o direito líquido e certo de pleitear a sua restituição; 1.5 DA INEXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO. a Constituição Federal determinou ser obrigatória a vinculação entre os valores arrecadados com a CIDE e a sua aplicação, o que em nenhum momento diverge do texto legal. A CIDECombustível passou a ser devida a partir de janeiro de 2002 para garantir investimentos na infraestrutura de transportes e recuperar o meio ambiente danificado pelo uso do petróleo, gás e álcool; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 4 4 o produto da arrecadação da Cidecombustível seria destinado, na forma da lei orçamentária, ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e financiamento de programas de infra estrutura de transportes; para Cretella Júnior (Tratado de Direito Administrativo. RJ. Forense, 1966. V. 2.) desvio de finalidade consiste no afastamento do espírito da lei, ou seja, "desvirtuando o fim, desvirtuase o ato, eivase de vício irreparável, configurase denominado desvio do fim, desvio de finalidade ou desvio de poder"; o Conselho de Contribuintes, em análise de aplicação e interpretação de legislação, firmou entendimento quanto à necessária observância e convergência entre lei e finalidade, posicionandose no sentido de que "não atender ao fim legal é desatender à própria lei"; não restam dúvidas quanto à possibilidade de restituição dos valores por ela recolhidos da CIDECobustíveis, nos moldes da legislação vigente, que comprovadamente sofreram desvinculação entre lei e sua finalidade, não atendendo, assim, ao preceito constitucional; demonstrada regularidade de sua pretensão, resta incontestável seu direito de pleitear/repetir a restituição dos valores da CIDE–Combustível, relacionados na planilha anexada ao pedido inicial, recolhidos indevidamente no período R$ 325.596,72, com as atualizações monetárias correspondentes. No pedido, requer seja acolhida a sua manifestação de inconformidade para reformar o despacho decisório; deferir o pedido de restituição; reconhecer o seu direito à restituição dos valores pagos a título de CIDECombustível, corrigidos por índices que reflitam a real variação inflacionária do período ou sejam ainda homologadas compensações porventura realizadas com créditos objeto do Pedido de Restituição e finalmente a suspensão de quaisquer cobranças de débitos tributários, por ser da mais colimada ordem de direito e lídima Justiça.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/BSB n° 0337.392, de 09/06/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 LEGITIMIDADE RESTITUIÇÃO CIDECOMBUSTÍVEL . COMPETÊNCIA PARA AFASTAR NORMA LEGAL. A legitimidade para pleitear a restituição de valores da CIDECombustível pagos indevidamente somente cabe ao contribuinte (produtor, formulador e importador, pessoa física ou jurídica) que tenha relação jurídica pessoal e direta com o fato gerador dessa contribuição, estabelecida pela norma tributária. A contribuinte de Fl. 161DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 5 5 fato (consumidora final) não ocupa o pólo passivo da relação jurídicotributária pessoal e direta com o fato gerador da CIDECombustível. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade, tendo em vista que a empresa não tem legitimidade para pleitear a restituição de valores da CIDECombustível pagos indevidamente, pois somente cabe ao contribuinte (produtor, formulador e importador, pessoa física ou jurídica) que tenha relação jurídica pessoal e direta com o fato gerador dessa contribuição, estabelecida pela norma tributária. A contribuinte de fato (consumidora final) não ocupa o pólo passivo da relação jurídicotributária pessoal e direta com o fato gerador da CIDECombustível. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. VOTO Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Não obstante o despacho, (com numeração a punho de fl. 152) do SEORT da Delegacia da Receita Federal em Goiânia/GO, onde consta que a contribuinte foi cientificada em 16/07/2010 (fls. 128/129), do teor do Acórdão n° 0337.392 da 4ª Turma da DRJ/BSB de 10.06.2010 (fls. 121/127) e apresentou, tempestivamente, em 17.08.2010, recurso voluntário, cujo documento foi juntado às fls. 130/151 numerado e rubricado. Apesar da declaração de tempestividade do recurso voluntário acima, para que fique bem claro para fins de possibilitar a análise do mérito, dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para: que o órgão de origem, verifique, de fato, a tempestividade ou não do recurso voluntário, a despeito do despacho mencionado acima, tendo em vista, AR à fl. 129, com recebimento em 16/07/2010 e o RV apresentado, consta carimbo, em sua primeira folha, com data de 18/08/2010, à fl. 130, contrariando a data aludida. Concluída a diligência solicitada, retornem os autos para prosseguimento por este Conselho. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 162DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 6 6 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 11030.002486/2004-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA
RESSARCIMENTO PIS-PASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO.
A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto.
“IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere-se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3101-000.776
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: Valdete Aparecida Marinheiro
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO PIS-PASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto. “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere-se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
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E EXPORTAÇÃO LTDA Recorrida DRJ PORTO ALEGRE/RS “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO PISPASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto. “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Fl. 1DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 2 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Tarásio Campelo Borges e Vanessa Albuquerque Valente. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Luiz Roberto Domingo. . Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 86 a 87 dos autos emanados da decisão DRJ/POA, por meio do voto do relator Carlos Alberto Donassolo, nos seguintes termos: “O estabelecimento acima qualificado formalizou pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI (CP), instituído pela Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, para se ressarcir das contribuições da Cofins e do PIS/PASEP, incidentes sobre as aquisições , no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, empregados na fabricação de produtos exportados durante o período de 01/07/2000 a 30/09/2000, no valor de R$ 22.530,75, conforme pedido de ressarcimento PER/DCOMP, de fls. 02 e 03. 1.1 A verificação prévia do pedido foi feita pela fiscalização que, de acordo com o Termo de Verificação Fiscal, de fls. 08 e 09, concluiu que o requerente não teria direito ao ressarcimento pleiteado, em razão de que as exportações efetuadas pelo requerente são referentes a produtos classificados no código 7103.10.00 da TIPI, com a notação NT (não tributável) e, portanto, ditos produtos se encontram fora do campo de incidência do IPI, desatendendo a condição para a fruição do benefício fiscal, prevista no art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, ou seja, de que o produto deve ser industrializado sujeito à incidência desse imposto. Não bastasse isso, prossegue o agente fiscal, a maior parte das matériasprima adquiridas são provenientes de pessoas físicas, que não sofreram o gravame das contribuições para o Fl. 2DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 3 3 PIS/PASEP e Cofins a que o benefício fiscal visa ressarcir e, dessa forma, essas aquisições também não dariam direito ao crédito presumido. 1.2 O Delegado da DRF/Passo Fundo, acolhendo a proposição da Fiscalização, indeferiu integralmente o pedido de ressarcimento, conforme teor do Despacho Decisório, de fls. 11. 2 Regularmente intimado do Despacho Decisório referido, mas discordando daquele entendimento, o requerente apresentou a manifestação de inconformidade, de fls. 16 a 31, alegando, em síntese, o que segue: a) que realiza uma operação de beneficiamento da pedra denominada “ametista”, caracterizada como sendo uma operação típica de industrialização, uma vez que a matéria prima adquirida (ametista) passa por todo um processo de tratamento/acabamento antes de ser comercializada, operação essa caracterizada como sendo de industrialização pelo Regulamento do IPI; b) que no caso da não admissão na base de cálculo das aquisições de insumos de pessoas físicas houve ofensa ao princípio da legalidade estrita, previsto no art. 150, I, da Constituição Federal/88, de forma que a fiscalização não poderia impor restrições na composição do cálculo com base em atos infralegais, posto que tanto o conceito insculpido na Lei nº 9.363, de 1996 quanto na Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, estendem o benefício para toda a cadeia produtiva e não somente para a última etapa desta. Transcreve jurisprudência administrativa em apoio à sua tese; 2.1. Finaliza, requerendo a procedência de sua manifestação de inconformidade para que seja reformado o Despacho Decisório e que se defira integralmente o crédito presumido do IPI pleiteado, acrescido de juros pela taxa Selic, desde a protocolização do pedido.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 1015.472 de fls. 85 traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. Inexiste direito ao crédito presumido do IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT (nãotributado). IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. Não se incluem na base de cálculo do benefício as aquisições de matérias primas de pessoas físicas, por não terem sofrido a incidência das contribuições para o PIS/PASEP e a Cofins. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 4 4 ABONO DE JUROS SELIC. DESCABIMENTO. Por falta de previsão legal, é incabível o abono de correção monetária e de juros Selic, aos ressarcimentos de créditos do IPI. Solicitação Indeferida “ Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF, onde faz as mesmas alegações antes apresentadas e finalmente requer: a) a reforma do acórdão recorrido, com escopo de que seja declarado o direito integral pleiteado, relativo ao crédito presumido do IPI; b) acrescido da respectiva correção monetária e, por conseguinte, homologada a compensação tributária levada a cabo pela Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Inicialmente, cabe destacar que o motivo principal de controvérsia no presente processo se deve ao fato da fiscalização ter considerado que os produtos exportados pelo interessado estariam classificados na TIPI com a notação “NT” (nãotributado), ou seja, são produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, portanto, sem direito ao crédito presumido do IPI. Nesse sentido, a decisão recorrida, analisou a classificação fiscal dos produtos exportados e concluiu “... que se tratam de produtos que se encontram fora do campo de incidência do IPI, ou seja, indicação típica de produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, por essa razão, sem direito ao crédito presumido do IPI pela legislação que trata do benefício fiscal”. Assim, não obstante, demais considerações é importante lembrar que o IPI é um imposto seletivo em virtude da essencialidade do produto, e não cumulativo conforme artigo 153 § 3º da CF/88, logo, por imposição constitucional, o IPI deve ser seletivo, não cumulativo e não poderá incidir sobre produtos industrializados, destinados ao exterior. Esses são os limites mínimos a serem respeitados pelo legislador infraconstitucional. Verificase na TIPI, que inumeros produtos ficaram sem tributação, outros tantos, reduzidos à alíquota zero, outros, ainda, tiveram isenções decretadas por leis específicas. No caso concreto, como o produto exportado está na TIPI como produto não tributado, significa que o objeto encontrase fora do campo abrangido pela tributação, isto é, é o fato de não estar contemplado na norma jurídica definidora do fato gerador da obrigação Fl. 4DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 5 5 tributária. Acontece que o fato gerador do IPI é a industrialização e a lei definiu o que seja produto industrializado (artigo 46 do CTN e art. 3º da Lei nº 4.502/64). Assim, uma tabela aprovada por mero decreto ao promover enumeração de produtos não tributados, motivados tãosomente pelo caráter da seletização gradual do imposto, não pode implicar em alteração do fato gerador, a ponto de excluir os produtos não tributados do rol de produtos industrializados, abrangidos pela definição do fato gerador do IPI. Logo, produto classificado na TIPI como NT, não significa necessáriamente tratarse de produto não industrializado. Portanto, o relevante é que a Recorrente tenha exportado produtos industrializados, ainda que esses produtos estejam classificados na TIPI como NT, nada considerável, também, que seus insumos sejam classificados como NT, pois, não estamos tratando de créditos normais de IPI, mas um crédito pressumido, uma ficção, onde as bases para sua apuração estão contempladas pela Lei 9.363/96. Também, a Recorrente pretende ver incluído no seu pedido de ressarcimento crédito referente a aquisições de pessoas físicas e cooperativa e nesse sentido discordando da decisão recorrida, corroboro com o entendimento exposto pelo nosso Presidente Dr. Henrique Pinheiros Torres no Recurso nº 201116199 da CSRF – 2º Turma nos seguintes termos: “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada referese a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.” Diante do todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO VOLUNTÁRIO determinando afastar a exclusão na receita bruta de exportação, os produtos exportados pela Recorrente, ainda que classificados como NT na TIPI, por estar afastados do campo de tributação, mas, não afastados do fato gerador do IPI; afastar a glosa dos créditos referentes a aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem de pessoa físicas e cooperativas e determinar o retorno do processo ao órgão julgador de primeira instância para análise dos demais pressupostos a garantir o crédito pleiteado. É como voto Relatora Valdete Aparecida Marinheiro Fl. 5DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 6 6 Fl. 6DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10580.002689/2008-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PROCESSO JUDICIAL.CONDIÇÕES. A compensação com base em direito creditório obtido perante o Poder Judiciário depende da desistência de sua execução na via judicial. Não tendo o contribuinte demonstrado tal providência, indefere-se pedido. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.124
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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PROCESSO JUDICIAL.CONDIÇÕES. A compensação com base em direito creditório obtido perante o Poder Judiciário depende da desistência de sua execução na via judicial. Não tendo o contribuinte demonstrado tal providência, indeferese pedido. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 30/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Paulo Sergio Celani, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Ausente justificadamente o Conselheiro Luciano Pontes de Maya Gomes. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Tratase de Manifestação de Inconformidade de fls.590/593, contra o Despacho Decisório n°603/2008, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA 2 Salvador/BA, fls.5801583, que indeferiu o direito de compensação de débitos declarados com os créditos da contribuição para o PIS/PASEP proveniente da Ação Ordinária 1997.33.5810, na qual se discute o direito ao PIS recolhido com base nos Decretoslei n°2.445 e 2.449, ambos de 1988, uma vez que este mesmo crédito já tinha sido objeto de análise no processo administrativo n°10580.000290/0017, Despacho Decisório DRF/SDR n°573, de 07/11/2008, ora transcrito, para indeferi lo, em razão da identidade entre os créditos pleiteados nas esferas judicial e administrativa, tendo o contribuinte optado em prosseguir com a execução. Por conseguinte, não homologa a compensação declarada dos débitos informados no Pedido de Compensação. Cientificada do indeferimento do direito, o interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando que em virtude da revogação dos efeitos suspensivos relativos aos débitos do PAF ora discutido, com impedimento à emissão de CND, ingressou com medida liminar através do processo n°2002.33.00.0232244, na 1ª Vara da Justiça Federal, com objetivo de restaurar a suspensão, tendo sido concedida a segurança (documentos 03 e 04), mas cuja medida judicial o SEORT da DRF insiste em contrariar. Alega que o Principio da Verdade Material dos fatos é especifico do procedimento administrativo, especialmente o tributário, devendo ser sempre buscado pela fiscalização, conforme doutrina que transcreve, restando clara a afronta por parte da DRF ao disposto no art.151, IV do CTN. No presente caso, requer o imediato afastamento dos efeitos da exigibilidade do crédito tributário, objeto do presente pedido de compensação, sob pena de evidente infração ao principio da verdade material dos fatos, já que toda a documentação apresentada pela requerente é clara e eficiente. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 Ementa: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002689/200842 Acórdão n.º 310201.124 S3C1T2 Fl. 2 3 Embora de pouca clareza, é possível extrair do Recurso Voluntário apresentado pela empresa o desejo de que seja suspenso o crédito tributário em epígrafe, mediante reforma da decisão de piso, se não vejamos. 2.5. Esse atributo particular do procedimento administrativo permite a suspensão do crédito tributário ora exigido, ou seja, a suspensão da exigibilidade dos mesmos por determinação judicial, bem como a reforma do acórdão em tela. Nesse sentido, vejase a decisão abaixo transcrita: Ao final, requer também a extinção da exigência neste contida. Ex positis, requer seja dado integral provimento ao presente Recurso Voluntário, a fim de que seja extinto, totalmente, o crédito tributário ora exigido, devendo assim, ser reconsiderado o despacho proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em epígrafe Contudo, a própria contribuinte esclarece que os débitos objeto da lide estão com sua exigibilidade suspensa, se não vejamos. 1.4. Em 17 de dezembro de 2008, o judiciário concedeu à segurança ao contribuinte, restaurando os efeitos suspensivos dos débitos relativos aos pedidos de compensação vinculados à lide. Assim sendo, não vejo motivos para que se requeira neste processo a suspensão já concedida pelo Poder Judiciário. Impertinente o pedido. Por outro lado, o fato de ter sido suspensa a exigibilidade do crédito tributário de maneira alguma justifica o pedido de que “seja extinto, totalmente, o crédito tributário ora exigido”. Destarte, o que se tem é apenas uma determinação judicial no sentido de que o crédito sub judice não seja exigido enquanto não proferida decisão final de mérito, fato que não tem qualquer efeito sobre a existência do crédito tributário, razão pela qual não há que se falar na possibilidade de que o mesmo seja extinto em face do mandado de segurança obtido pela recorrente. Pelo exposto, VOTO POR NEGAR provimento ao recurso voluntário apresentado. Sala de Sessões, 08 de julho de 2001. Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA 4 Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10280.003364/2006-08
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. Não é nula a decisão de primeira instância que seguiu rigorosamente o rito do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal. RESSARCIMENTO. CRÉDITO BÁSICO. CONCEITO DE MATÉRIA- PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. A legislação do IPI estabeleceu o limite até onde se pode considerar os bens consumidos no processo produtivo como matéria-prima, produto intermediário ou material de embalagem. Desta forma, não geram direito ao crédito de IPI os insumos que, embora se desgastem ou se consumam no decorrer do processo industrial, não se caracterizam como produtos intermediários, nos termos definidos no Parecer Normativo CST nº 65/79. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3403-001.610
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os Conselheiros Raquel Motta Brandão Minatel, Rosaldo Trevisan e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões e apresentaram declarações de voto. O Conselheiro Domingos de Sá Filho acompanhou o voto da Conselheira Raquel Motta Brandão Minatel. Sustentou pela recorrente o Dr. Thiago Maia Sacic. OAB/RJ nº 151.411.
Nome do relator: LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os Conselheiros Raquel Motta Brandão Minatel, Rosaldo Trevisan e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões e apresentaram declarações de voto. O Conselheiro Domingos de Sá Filho acompanhou o voto da Conselheira Raquel Motta Brandão Minatel. Sustentou pela recorrente o Dr. Thiago Maia Sacic. OAB/RJ nº 151.411.
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NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. Não é nula a decisão de primeira instância que seguiu rigorosamente o rito do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal. RESSARCIMENTO. CRÉDITO BÁSICO. CONCEITO DE MATÉRIA PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. A legislação do IPI estabeleceu o limite até onde se pode considerar os bens consumidos no processo produtivo como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem. Desta forma, não geram direito ao crédito de IPI os insumos que, embora se desgastem ou se consumam no decorrer do processo industrial, não se caracterizam como produtos intermediários, nos termos definidos no Parecer Normativo CST nº 65/79. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os Conselheiros Raquel Motta Brandão Minatel, Rosaldo Trevisan e Marcos Tranchesi Ortiz votaram pelas conclusões e apresentaram declarações de voto. O Conselheiro Domingos de Sá Filho acompanhou o voto da Conselheira Raquel Motta Brandão Minatel. Sustentou pela recorrente o Dr. Thiago Maia Sacic. OAB/RJ nº 151.411. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Antonio Carlos Atulim – Presidente Liduína Maria Alves Macambira Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Liduína Maria Alves Macambira, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Raquel Motta Brandão Minatel e Marcos Tranchesi Ortiz. . Relatório Por bem descrever os fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão recorrida, fls. 269/270: Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de Saldo Credor de IPI no valor de R$ 43.750,17, relativo ao 1.° trimestre de 2006, formalizado por meio do PER/DCOMP n.° 00824.56773.060406.1.1.013005, retificado pelo PER/DCOMP n.°12150.24097.060406.1.5.016708, combinado com a apresentação de Declaração de Compensação nºs. 18925.24940.070406.1.3.013600. 28503.04989.110406.1.3.01 4250 e 03746.99314.260406.1.3.012084, todas vinculadas ao crédito acima citado. A Delegacia de origem, em 18/01/2011, emitiu Despacho Decisório (fls. 91/92) nos seguintes termos: Com base nas informações e documentos constantes deste processo, particularmente no Parecer SEORT/DRF/BEL n° 032/2011, que aprovo, e no uso da competência estabelecida pelo art. 280, inc. VI, da Portaria MF n° 125/2009, publicada no DOU de 24 de abril de 2009, c/c a delegação prevista no Artigo 3 o da Portaria DRF/BEL n° 47/2009, publicada no DOU de 24 de abril de 2009, resolvo: a) Não reconhecer o direito creditório referente ao 1º trimestre de 2006, indicado PER/DCOMP N° N°00824.56773.060406.1.1.013005 e sua retificação pelo PER/DCOMP de N° 12150.24097.060406.1.5.01 6708; b) Não homologação das compensações pretendidas nas DCOMP's N°. 18925.24940.070406. 1.3.013600, 28503.04989.110406.1.3.014250 e 03746.99314.260406.1.3.01 2084: (...) O parecer SEORT/DRF/BEL nº 032, de 17/01/2011, com o intuito de subsidiar a decisão da Autoridade Administrativa, presta as seguintes informações: (...) Fl. 309DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 309 3 Em consonância, foi solicitada diligência ao SEFIS/DRF/BEL, sendo que o Despacho Decisório SEFIS/DRF/BEL N°068/2010, com base no Termo da Informação Fiscal e no art. 57 da Instrução Normativa RFB N° 900 de 30/12/2008, decidiu Deferir Totalmente o direito creditório relativo ao Saldo Credor do IPI referente I. trimestre de 2006, no valor de R$43.750,17,(quarenta e três mil, setecentos e cinqüenta reais e dezessete centavos), (fls.42/46). Tendo em vista o Despacho SEORT/DRF/BEL N°0553 e pelo que declara o próprio contribuinte em cotejo com o disposto na Informação Fiscal, às fls. 42/44, concluíse que diversos itens considerados no cálculo do crédito do IPI não se coadunam com o conceito de insumos, seja por não entrarem em contato direto com a fabricação; seja por sua vida útil, que sugere a sua inclusão no ativo permanente, (fls.51/52). Diante do fato acima, foi expedido novo Despacho Decisório SEFIS/DRF/BEL N°121/2010. com base Relatório Fiscal, decidiu Anular o Despacho Decisório SEFIS/DRF/BEL N°068/2010 e Indeferir o Pedido de Ressarcimento de Crédito do Saldo Credor do IPI referente ao I. o trimestre de 2006.(fls. 63/65). (...) A Contribuinte apresentou manifestação de Inconformidade, em 31.03.2011, alegando em síntese: a) Embora não integrem o produto final, os materiais utilizados pela Requerente (tubos de aço e placas de represamento e desgaste) são inteiramente consumidos/desgastados no processo de industrialização, conforme laudo anexo, caracterizandose como produtos intermediários, os quais de acordo com o art. 164 do RIPI, permitem o crédito do IPI incidente sobre suas aquisições; b) O entendimento da Autoridade Administrativa extrapola o teor do art. 164, I, do RIPI, impondo, para o aproveitamentos dos créditos de IPI, requisitos não positivados em lei, o que constitui afronta ao princípio da estrita legalidade tributária; c) Cita decisões do Poder Judiciário e da Administração, reforçando, desse modo, a sua linha de defesa. d) Solicita realização de perícia; e) Por fim, solicita o provimento da Manifestação de Inconformidade A 3ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém, mediante Acórdão nº 0122.436, de 27 de julho de 2011, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, sob os fundamentos conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Fl. 310DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, pois tais decisões não constituem normas complementares do Direito Tributário, já que foram proferidas por órgãos colegiados sem, entretanto, uma lei que lhes atribuísse eficácia normativa, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional. IPI. INSUMOS. CRÉDITOS No cálculo do IPI somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos além dos bens que integram o produto final (matérias primas e produtos intermediários stricto sensu, além de materiais de embalagem), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como desgaste, danos ou perdas de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação ou viceversa, desde que não devam, em face dos princípios contábeis geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente. Cientificada da decisão em 18/08/2011, fls. 275/276 e 289, a recorrente interpôs Recurso Voluntário em 19/09/2011, fls. 277/287, no qual reitera os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, requer a nulidade do acórdão nº 0122.436, caso assim não se entenda, seja o mesmo reformado em sua totalidade, para ao final ser homologado integralmente o pedido de compensação formulado.Acrescentando que o acórdo recorrido quedouse silente quanto ao argumento da recorrente de que as disposições contidas no Parecer Normativo nº 65/1979 violariam o art. 164, I do RIPI, fato suficiente para que seja declarada a sua nulidade. É o relatório. Voto Conselheira Liduína Maria Alves Macambira, Relatora O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. De acordo com os autos, trata o presente processo de ressarcimento de saldo credor de IPI, de acordo com o art. 11 da Lei nº 9.799, de 1999, combinado com pedidos de compensação, tendo a recorrente seu pleito negado por entender a autoridade de origem que o contribuinte não tinha o direito de crédito pretendido por falta de previsão legal, e, por conseguinte, não foram homologadas as compensações. Essa decisão foi acompanhada pela autoridade julgadora a quo. A recorrente, além dos argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, vem requerendo a nulidade do acórdão recorrido por preterição do direito de Fl. 311DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 310 5 defesa por se quedar silente quanto ao argumento da recorrente que as disposições contidas no Parecer Normativo nº 65/1979 violariam o art. 164, I do RIPI e pelo indeferimento de pedido de perícia. Antes de se adentrar no exame de mérito, há de se examinar a preliminar de nulidade da decisão recorrida de preterição do direito de defesa da recorrente. Examinando, preliminarmente, a argüição de nulidade do acórdão recorrido, vêse que a mesma não pode ser acatada uma vez que a autoridade julgadora manifestouse sim quanto a ilegalidade de atos normativos pronunciandose que o julgador administrativo deve estrita observância aos atos expedidos pela Receita Federal e, de acordo com o art. 142 do Código Tributário Nacional – CTN, a autoridade fiscal encontrase limitada ao estrito cumprimento da legislação tributária, estando, portanto, impedida de examinar as questões levantadas pela recorrente.Transcrevo trecho do voto condutor do julgamento a quo: Ilegalidade de ato normativo. No que diz respeito à alegação de ilegalidade do conceito de insumo utilizado em ato normativo expedido pela Receita Federal, vale lembrar que não cabe à autoridade administrativa, em face de sua vinculação ao texto legal, apreciar questões de ordem constitucional ou doutrinária, competindolhe tãosomente aplicar o direito tributário positivo. O julgador administrativo, nesta instância, deve estrita observância aos atos expedidos pela Receita Federal, consoante estabelece o art. 7º da Portaria MF nº 58, de 17 de março de 2006, que “Disciplina a constituição das turmas e o funcionamento das Delegacias da Receita Federal de Julgamento – DRJ”. Em verdade, de acordo com o parágrafo único do artigo 142 do CTN, a autoridade fiscal encontrase limitada ao estrito cumprimento da legislação tributária, estando impedida de ultrapassar tais restrições para examinar questões outras como as suscitadas na impugnação em exame. Quanto a argüição de nulidade por ter o acórdão recorrido cerceado o seu direito de defesa, com base no art. 59, II, do Decreto nº 70.235, de 1972, ao não analisar o argumento de violação ao art. 164, I do RIPI, também não pode ser acolhida. Ora, não se pode falar de cerceamento de direito de defesa quando a recorrente vem rebatendo no mérito as questões de discordância ao entendimento dado tanto pela autoridade de origem quanto pela autoridade julgadora a quo ao seu pedido de ressarcimento de saldo credor de IPI. No tocante ao pedido de perícia negado na decisão recorrida cumpre esclarecer que a prerrogativa de conceder ou não pedido de diligência ou perícia cabe ao julgador, de acordo com o previsto nos arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235, de 1972, verbis: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou Fl. 312DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 6 impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine”. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748/93). (...) Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Com base nos arts. 18 e 28 do Decreto nº 70.235, de 1972, o julgador de primeira instância considerou desnecessária a perícia proposta por entendêla desnecessária para o deslinde do presente julgamento, justificando que a perícia pressupõe que o fato a ser provado necessite de conhecimento técnico especializado, fora do campo de atuação do julgador, o que não seria o caso. Portanto, o indeferimento do pedido de perícia formulado pela recorrente, não implica na nulidade do acórdão recorrido. No mérito, a recorrente alega, em síntese, que os “tubos de aço” e “placas de represamento e desgaste” utilizados pela recorrente são inteiramente consumidos/desgatados no processo de industrialização – conquanto não integrem diretamente o produto final – caracterizandose como produtos intermediários, os quais de acordo com o art. 164, permite o crédito de IPI incidente sobre suas aquisições. Geram crédito de IPI porque constituem produtos intermediários consumidos no processo de industrialização e são assim classificados não por mera exclusão, uma vez que não pertencem ao ativo permanente da empresa, mas porque sofrem inegável desgaste durante a produção do bem. Analisando os documentos a fls. 173/303, acostados aos autos, atestam que os materiais ref. NF 4381 e NF 72, são tubulações utilizadas no processo de transporte de caulim e sofrem desgaste pelo contato com os reagentes corrosivos e abrasivos nas diversas fases do processo de produção. Quanto aos matérias ref. NF 104 são placas de desgastes utilizadas nos chutes dos transportadores para estocagem do caulim e carregamento de navios, são peças de sacrifício, devido o contato direto com o produto. De se notar que de acordo com a planilha à fl. 59, para as notas fiscais mencionadas acima, NF 4381 e 72, os materiais descritos são tubos de aço e para a NF 104 o materiais descritos são placas de represamento e desgaste. Conforme o voto condutor da decisão recorrida, respaldados pela legislação que norteiam o assunto e com base nas informações prestadas pela própria recorrente no documento às fls. 41/42, as aquisições dos tubos de aço e das placas de represamento e desgaste não se enquadrariam nas normas mencionadas, no caso art. 1º da Lei nº 9.779, de 1999, art. 4º da IN SRF nº 33/99 e PN nº 65/79, para geração de direito creditório. Pois bem. Sobre os créditos básicos de IPI , assim está disciplinado no Regulamento do IPI Decreto 4.544/2002 : Art. 164. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a MP, PI e ME , adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no Fl. 313DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 311 7 processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente;(grifei) Da leitura do artigo transcrito, depreendese que foi o Regulamento que tratou de disciplinar o aproveitamento do crédito, com fundamento no art. 25, §1º da Lei nº 4.502/64. Ele regulamentou que tipos de bens empregados na industrialização reconhecerá o direito ao crédito de IPI. O Poder Executivo tratou de incluir, entre as matérias primas e produtos intermediários, aqueles que embora não se integrando ao novo produto sejam consumidos no processo de industrialização, saldo se compreendidos entre os bens do ativo permanente. Como já dito em julgados dessa Corte Administrativa, na verdade, o Parecer Normativo CST nº 65, de 1979, publicado no Diário Oficial, em 06/11/1979, vem elucidar a correta interpretação do art. Art.164, inciso I do RIPI/2002, não lhe modificando o sentido e o alcance. A orientação administrativa contida nesse parecer é válida e acompanho os fundamentos nele ancorado. Assim, não vislumbro, violação nas disposições contidas no referido parecer ao art. 164 do RIR/02. Cumpre reproduzir as disposições do aludido Parecer dada a importância do entendimento nele contido: “Em estudo o inciso I do artigo 66 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto nº 83.263, de 9 de março de 1979 (RIPI/79). 2 O artigo 25 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, com a redação que lhe foi dada pela alteração 8ª do artigo 2o do Decretolei no 34, de 18 de novembro de 1966, repetida ipsis verbis pelo artigo 1º do Decretolei no 1.136, de 7 de setembro de 1970, dispõe: ‘Art. 25 A importância a recolher será o montante do imposto relativo aos produtos saídos do estabelecimento, em cada mês, diminuindo do montante do imposto relativo aos produtos nele entrados no mesmo período, obedecidas as especificações e normas que o regulamento estabelecer’. Como se vê, tratase de norma não autoaplicável, de vez que ficou atribuído ao regulamento especificar os produtos entrados que geram o direito à subtração do montante de IPI a recolher. 3 Diante disto, ressaltese serem ex nunc os efeitos decorrentes da entrada em vigência do inciso I do artigo 66 do RIPI/79, ou seja, usando da atribuição que lhe foi conferida em lei, o novo Regulamento estabeleceu as normas e especificações que a partir daquela data passaram a reger a matéria, não se tratando, como há quem entenda, de disposição interpretativa e, por via de conseqüência, retroativa, somente sendo, portanto, aplicável a norma em análise, a seguir transcrita, aos fatos ocorridos a partir da vigência do RIPI/79: ‘Art. 66 Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei no 4.502/64 arts. 25 a 30 e Decretolei no 3.466, art. 2o, alt. 8ª): Fl. 314DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 8 I do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente.’ 4 Notese que o dispositivo está subdividido em duas partes, a primeira referindose às matériasprimas, aos produtos intermediários e ao material de embalagem; a segunda relacionada às matériasprimas e aos produtos intermediários que, embora não se integrando ao novo produto, sejam consumidos no processo de industrialização. 4.1 Observese, ainda, que enquanto na primeira parte da norma ‘matériasprimas’ e ‘produtos intermediários’ são empregados stricto sensu, a segunda usa tais expressões em seu sentido lato: quaisquer bens que, embora não se integrando ao produto em fabricação se consumam na operação de industrialização. 4.2 Assim, somente geram direito ao crédito os produtos que se integrem ao novo produto fabricado e os que, embora não se integrando, sejam consumidos no processo de fabricação, ficando definitivamente excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização. 5 No que diz respeito à primeira parte da norma, que se refere a matériasprimas e produtos intermediários stricto sensu, ou seja, bem dos quais, através de quaisquer das operações de industrialização enumeradas no Regulamento, resulta diretamente um novo produto, tais como, exemplificadamente, a madeira com relação a um móvel ou o papel com referência a um livro, nada há que se comentar de vez que o direito ao crédito, diferentemente do que ocorre com os referidos na segunda parte, além de não se vincular a qualquer requisito, não sofreu alteração com relação aos dispositivos constantes dos regulamentos anteriores. 6 Todavia, relativamente aos produtos referidos na segunda parte, matériasprimas e produtos intermediários entendidos em sentido amplo, ou seja, aqueles que embora não sofram as referidas operações são nelas utilizados, se consumindo em virtude do contato físico com o produto em fabricação, tais como lixas, lâminas de serra e catalisadores, além da ressalva de não gerarem o direito se compreendidos no ativo permanente, exige se uma série de considerações. 6.1 Há quem entenda, tendo em vista tal ressalva (não gerarem direito ao crédito os produtos compreendidos entre os bens do ativo permanente), que automaticamente gerariam o direito ao crédito os produtos não inseridos naquele grupo de contas, ou seja, que a norma em questão teria adotado como critério distintivo, para efeito de admitir ou não o crédito, o tratamento contábil emprestado ao bem. 6.2 Entretanto, uma simples exegese lógica do dispositivo já demonstra a improcedência do argumento, uma vez que, consoante regra fundamental de lógica formal, de uma premissa Fl. 315DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 312 9 negativa (os produtos ativados permanentemente não geram o direito) somente concluise por uma negativa, não podendo, portanto, em função de tal premissa, ser afirmativa a conclusão, ou seja, no caso, a de que os bens não ativados permanentemente geram o direito de crédito. 7 Outrossim, aceita, em que pese a contradição lógicoformal, a tese de que para os produtos que não sejam matérias nem produtos intermediários stricto sensu, vigente o RIPI/79, o direito ou não ao crédito deve ser deduzido exclusivamente em função do critério contábil ali estatuído, estarseia considerando inócuas diversas palavras constantes do texto legal, de vez que bastaria que o referido comando, em sua segunda parte, rezasse “...e os demais produtos que forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens ao ativo permanente”, para o mesmo resultado. 7.1 Tal opção, todavia, equivaleria a pôr de lado o princípio geral de direito consoante o qual ‘a lei não deve conter palavras inúteis’, o que só é lícito fazer na hipótese de não se encontrar explicação para as expressões inúteis. 8 No caso, entretanto, a própria exegese histórica da norma desmente esta acepção, de vez que a expressão ‘incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando no novo produto forem consumidos no processo de industrialização’ é justamente a única que consta de todos os dispositivos anteriores (inciso I do artigo 27 de Decreto 56.791/65, inciso I do artigo 30 do Decreto no 61.514/67 e inciso I do artigo 32 do Decreto nº 70.162/72), o que equivale a dizer que foi sempre em função dela que se fez a distinção entre os bens que, não sendo matériasprimas nem produtos intermediários stricto sensu, geram ou não direito ao crédito, isto é, segundo todos estes dispositivos, geravam o direito os produtos que embora não se integrando no novo produto,fossem consumidos no processo de industrialização. 8.1 A norma constante do direito anterior (inciso I do artigo 32 do Decreto no 70.162/72), todavia restringia o alcance do dispositivo, dispondo que o consumo do produto, para que se aperfeiçoasse o direito do crédito, deveria se dar imediata e integralmente. 8.2 O dispositivo vigente inciso I do artigo 66 do RIPI/79 por sua vez, deixou de registrar tal restrição, acrescentando, a título de inovação, a parte final referente à contabilização no ativo permanente. 9 Como se vê, o que mudou não foi o critério, que continua sendo o do consumo do bem no processo industrial, mas a restrição a este. 10 Resumese, portanto, o problema na determinação do que se deve entender como produtos ‘que embora não se integrando no novo produto, forem consumidos, no processo de Fl. 316DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 10 industrialização’, para efeito de reconhecimento ou não do direito ao crédito. 10.1 Como o texto fala em ‘incluindose entre as matérias primas e os produtos intermediários’, é evidente que tais bens hão de guardar semelhança com as matériasprimas e os produtos intermediários stricto sensu, semelhança esta que reside no fato de exercerem na operação de industrialização função análoga a destes, ou seja, se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto de fabricação, ou por este diretamente sofrida. 10.2 A expressão ‘consumidos’ sobretudo levandose em conta que as restrições ‘imediata e integralmente’, constantes do dispositivo correspondente do Regulamento anterior, foram omitidas, há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. 10.3 Passam, portanto, a fazer jus ao crédito, distintamente do que ocorria em face da norma anterior, as ferramentas manuais e as intermutáveis, bem como quaisquer outros bens que, não sendo partes nem peças de máquinas, independentemente de suas qualificações tecnológicas, se enquadrem no que ficou exposto na parte final do subitem 10.1 (se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida). 10.4 Notese, ainda, que a expressão "compreendidos no ativo permanente" deve ser entendida faticamente, isto é, a inclusão ou não dos bens, pelo contribuinte, naquele grupo de contas deve ser "júris tantum" aceita como legítima, somente passível de impugnação para fins de reconhecimento, ou não, do direito ao crédito quando em desrespeito aos princípios contábeis geralmente aceitos. 11. Em resumo, geram o direito ao crédito, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, "stricto sensu", e material de embalagem), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou, viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, desde que não devam, em face de princípios contábeis geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente. 11.1. Não havendo tais alterações, ou havendo em função de ações exercidas indiretamente, ainda que se dêem rapidamente e mesmo que os produtos não estejam compreendidos no ativo permanente, inexiste o direito de que trata o inciso I do artigo 66 do RIPI/79. Aceito o entendimento dado pelo Parecer. Assim, nem todos os insumos consumidos na industrialização podem ser considerados matérias primas e produtos Fl. 317DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 313 11 intermediários para fins de gerar o respectivo direito de crédito de acordo com o art. 11 da Lei nº 9.779/99, verbis: Art. 11. 0 saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI,acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. Nos termos do art. 147, inciso I, do RIPI/98, atual art. 164, inciso I, do RIPI/2002, os estabelecimentos industriais e os que lhe são equiparados, podem creditarse do imposto relativo às matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de fabricação, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente. A Secretaria da Receita Federal examinando o alcance dos termos empregados pelo art. 147, inciso I, do RIPI/98, exarando o Parecer Normativo CST nº 65/79 deixou claro o entendimento de que o fato de todos os bens registrados no ativo permanente não darem o direito ao crédito de IPI não significa que, a contrariu sensu, todos os bens que não precisam ser ativados dão este direito. Esclarece, assim, que dos insumos consumidos ou utilizados na produção, nem todos são matériasprimas ou produtos intermediários, de acordo com a legislação do IPI. No mesmo sentido, eis o que dispõe a norma complementar contida no Parecer Normativo CST nº 181, de 1974, em seu item 13: ... não geram direito ao crédito do imposto os produtos incorporados às instalações industriais, as partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização, bem como os produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos, inclusive lubrificantes e combustíveis necessários ao seu acionamento. Entre outros, são produtos dessa natureza: limas, rebolos, lâmina de serra, mandris, brocas, tijolos refratários usados em fornos de fusão de metais, tintas e lubrificantes empregados na manutenção de máquinas e equipamentos, etc.” Nos termos dos dois pareceres acima referenciados, e em consonância com o disposto no inciso I do art. 164 do RIPI/2002, e na Lei nº 9.779, de 1999, não se pode admitir o creditamento do IPI pago na aquisição de tubos de aço e placas de represamento e desgaste pois o simples fato destes elementos tão somente sejam utilizados e consumidos(desgastados) durante o processo industrial não é elemento suficiente para o exercício deste direito. Nesse contexto, a jurisprudência trazida à colação, tanto a do STJ quanto às do Segundo Conselho de Contribuintes, não se prestam para o fim colimado pela recorrente. Fl. 318DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 12 Ante todo o exposto, rejeitase a preliminar de nulidade da decisão recorrida e, no mérito, negase provimento ao recurso. Liduína Maria Alves Macambira Declaração de Voto Acompanhei o votocondutor do acórdão, da lavra da ilustre relatora, Conselheira Liduína M. A. Macambira, pelas conclusões. Minha divergência relativamente aos fundamentos do votocondutor em questão é de caráter conceitual. Refirome ao artigo 164, do RIPI/02 e, em particular, à interpretação que lhe confere o PN CST nº 65/79, a cuja orientação adere a ilustre relatora. Refirome, pois, ao debate em torno de um dos pressupostos para o creditamento de IPI, qual seja, o de que os insumos do processo fabril, mesmo não se integrando ao produto final, acabem “consumidos” na industrialização. Sob o entendimento predominante deste Conselho, a ação direta do insumo sobre o produto final é uma exigência a que se o considere “consumido” no processo industrial. Nesse sentido, além do próprio votocondutor do presente julgado, o seguinte acórdão da Segunda Turma da E. CSRF: “Somente geram direito ao crédito presumido de IPI os materiais intermediários que se enquadrem no conceito jurídico de produto intermediário, ou seja, aqueles que se desgastem ou sejam consumidos mediante contato físico direto com o produto em fabricação. Parecer Normativo CST nº 65/79”1. Referida jurisprudência busca fundamento no Parecer Normativo CST nº 65/79, que emprestou a seguinte exegese ao art. 66 do RIPI/72, idêntico ao art. 164 do atual RIPI/02: “10.1. Como o texto fala em ‘incluindose entre as matériasprimas e os produtos intermediários’, é evidente que tais bens hão de guardar semelhança com as matériasprimas e os produtos intermediários stricto senso, semelhança esta que reside no fato de exercerem na operação de industrialização função análoga à destes, ou seja, se consumirem em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente 1 2º CC. CSRF. 2ª T. Recurso de Divergência nº 202121596. Proc. 11050.000112/8904. j. 23. 4.07. Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim. Fl. 319DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 314 13 exercida sobre o produto em fabricação, ou por este diretamente sofrida”. O PN/CST vislumbra, pois, (i) matériasprimas e produtos intermediários stricto senso, que se incorporam ao produto final e (ii) matériasprimas e produtos intermediários lato senso, que a ele não se incorporam, mas que precisam manter com suas co espécies alguma similitude que justifique pertencerem ao mesmo gênero. Essa similitude mínima exigida, o PN encontra no contato direto do insumo com o produto final, como que a concluir: “se a MP/PI lato senso não integram o produto final, que ao menos com ele tenham contato físico”. Elogiando embora a razoabilidade e a inteligência da exegese consagrada no PN/CST, dele ouso dissentir. MP/PI lato senso e stricto senso são espécies do mesmo gênero. Como tal, devem necessariamente ostentar ao menos uma semelhança (comum ao gênero) e ao menos uma diferença (própria de cada espécie). A diferença, extreme de dúvidas, é a incorporação ou não ao produto final. Insta, pois, encontrar a semelhança que os aproxime e reúna no gênero MP/PI. Até aqui, sigo de pleno acordo com a proposta exegética do PN/CST. Entretanto, entendo que a semelhança bastante exigida pelo RIPI é a utilização do insumo no âmbito do processo industrial da empresa. O RIPI bastase com esta proximidade entre a MP/PI lato senso e stricto senso. Não vai ao ponto de reclamar ainda maior identidade, consistente no contato com o produto final. Subsumirseão ao gênero MP/PI todos os insumos que guardem a característica comum de serem consumidos no iter industrial da empresa2. Se interagem ou não diretamente com o produto final, é critério excedente e irrelevante à definição do gênero MP/PI. O PN/CST, portanto, exige uma identidade mais intensa que aquela trazida no art. 164 do RIPI, diminuindolhe o âmbito de incidência. Ainda em favor da hermenêutica proposta no PN/CST, costumase alegar que o desgaste é destino inexorável de qualquer bem nãodurável e, portanto, a se afastar a exigência de contato direto do insumo com o produto final, todo e qualquer insumo seria classificável como MP/PI. Nesse sentido, julgado da Quarta Câmara do antigo Segundo Conselho de Contribuintes: “Por outro lado, [é insuficiente] o fato de os produtos sofrerem desgastes após prolongado e repetido uso, no estabelecimento fabril, e tornaremse imprestáveis para o fim que originariamente se destinavam, aliás, como acontece com todos os bens não duráveis. Na realidade, qualquer material, seja qual for o sem emprego, possui um desgaste natural em função deste emprego”3. 2 e que não estejam contabilizados no ativo permanente. 3 2ª CC. 4ª C. Recurso nº 124.446. Proc. 10680.013260/200267. Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres. Fl. 320DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 14 Entendo que o argumento não autoriza a conclusão a que, com ele, pretende se chegar. Realmente, o desgaste no tempo não é semelhança suficiente a que qualquer bem alce à categoria de MP/PI. Para tanto, esse desgaste há de ocorrer no processo industrial. Assim o RIPI calibrou o grau de identidade que os insumos devem ostentar para que sejam MP/PI. Nem mais, nem menos semelhanças. É por este motivo que, com todo o respeito, não me filio ao votocondutor, no que desprovê o recurso voluntário ao fundamento de que a apropriação do crédito do IPI pressuporia que o insumo, além de exaurirse no processo industrial e de não integrar o ativo permanente da pessoa jurídica, mantivesse contato direto com o produto em fabricação. Pois a despeito desta divergência teórica, chego a resultado semelhante ao do votocondutor quanto ao desfecho possível do recurso voluntário em questão. É que tenho por insuficientemente comprovado que as aquisições sobre as quais se debate in casu o direito de crédito digam respeito a insumos efetivamente aplicados pela recorrente no processo fabril que desenvolve. Chamame à atenção, em particular, o seguinte trecho do votocondutor, no qual, reportandose ao laudo técnico trazido pela recorrente aos autos, a relatora descreve a aplicação dos insumos em questão: “Analisando os documentos a fls. 173/303, acostados aos autos, atestam que os materiais ref. NF 4381 e NF 72, são tubulações utilizadas no processo de transporte de caulim e sofrem desgaste pelo contato com os reagentes corrosivos e abrasivos nas diversas fases do processo de produção. Quanto aos materiais ref. NF 104 são placas de desgastes utilizadas nos chutes dos transportadores para estocagem do caulim e carregamento de navios, são peças de sacrifício, devido o contato direto com o produto.” O descritivo acima planta relevante questionamento em torno da função que os itens desempenham no estabelecimento da recorrente. Excessivamente sucinta, a narrativa não oferece segurança suficiente ao julgador para concluir se os insumos em questão, especialmente as “placas de desgaste”, são empregados no transporte da matériaprima, ainda durante a execução do processo industrial, ou no transporte do produto acabado, em etapa pós industrial. Em especial, a menção de que estes últimos itens estejam associados ao “carregamento de navios” sugere a utilização no transporte para além do estabelecimento industrial. É, pois, tãosomente em virtude da insuficiência da prova produzida nos autos quanto à pertinência dos insumos em debate ao processo produtivo que acompanho a ilustre relatora para negar provimento ao recurso. É como voto. Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz Declaração de Voto Em relação ao voto apresentado pela relatora no processo supra, acordase com a compatibilidade entre o Parecer Normativo CST n. 65/79 e o teor do RIPI/2002 (Art. 164, I), fundado no art. 25 da Lei n. 4.502/64. Fl. 321DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10280.003364/200608 Acórdão n.º 3403001.610 S3C4T3 Fl. 315 15 Entendese que a conclusão externada no item 7 do referido parecer reflete logicamente o teor do comando regulamentar, no sentido de que a classificação contábil não é o fator primordial na análise do cabimento do crédito de IPI. Há que se indagar ainda sobre a adequação ao restante do texto do inciso I do art. 164 (“adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matérias primas e produtos intermediários aqueles que, embora não se integrando ao produto, forem consumidos no processo de industrialização”). Contudo, enquadráveis os bens no ativo permanente, não há sequer margem para a análise do excerto regulamentar trazido no parágrafo anterior, face ao texto que o complementa no comando normativo (“salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente”). Como se chega, no voto da relatora, à conclusão de que no caso dos “tubos de aço” e das “placas de represamento e desgaste” não basta para o creditamento o fato de que “estes elementos tão somente sejam utilizados e consumidos/desgastados durante o processo industrial”, poderseia indagar sobre eventual afirmação implícita de que os referidos bens seriam enquadráveis no ativo permanente. De acordo com o que se está aqui sustentando, a conclusão poderia prescindir da afirmação (mesmo implícita) de que os bens são classificados no ativo permanente, pois ainda que não o fossem, o mérito da decisão não se alteraria, em função dos itens 6 e 10 do Parecer Normativo CST n. 65/79. É de se destacar, por fim, que o entendimento aqui externado não afeta a conclusão a que chega a relatora, pela negação de provimento ao recurso. Conselheiro Rosaldo Trevisan Declaração de Voto Ouso divergir da fundamentação adotada pela relatora, Conselheira Liduína Maria Alves Macambira, mas não de suas conclusões, no tocante à impossibilidade de se admitir o creditamento do IPI relativamente à aquisição de tubos de aço e placas de represamento. A Recorrente pretende se creditar do IPI relativo às “tubulações utilizadas no processo de transporte de caulim” alegando sofrerem desgaste pelo “contato com os reagentes corrosivos e abrasivos nas diversas fases do processo de produção”. Também requer o crédito de IPI relativo às “placas de desgastes utilizadas nos chutes dos transportadores para estocagem do caulim e carregamento de navios”, por serem “peças de sacrifício, devido o contato direto com o produto”. Assim, no seu entender, tais itens deveriam ser considerados como “produtos intermediários”, e como tal, gerar direito a crédito. Além das alegações da Recorrente não há nos autos qualquer elemento que demonstre que tais itens de fato fazem parte do processo produtivo, ou se fazem, se efetivamente se desgastam, em quanto tempo esse desgaste ocorre. Limitouse a Recorrente a juntar declaração do engenheiro de produção da própria empresa, cujos termos foram reproduzidos nas razões de recurso, mas que nada esclarecem nesse sentido, ficando a dúvida Fl. 322DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 16 se os tubos de aço poderiam integral o ativo fixo/imobilizado, e se as placas de represamento seriam utilizadas no transporte do produto já acabado, pois, tanto a declaração do engenheiro, como nas alegações da Recorrente, tais itens são apresentadas como: “placas de desgastes utilizadas nos chutes dos transportadores para estocagem do caulim e carregamento de navios” (grifei). Assim, apesar de entender diferentemente da Relatora, que não admite o creditamento do IPI pago na aquisição de tubos de aço e placas de represamento e desgaste por entender que “o simples fato de estes elementos tão somente sejam utilizados e consumidos (desgastados) durante o processo industrial não é elemento suficiente para o exercício deste direito”, pois, no meu entendimento, o conceito produto intermediário não pressupõe o contato direto com o produto em produção, mas sim o seu desgaste durante o processo industrial, na linha do Supremo Tribunal Federal, que tem entendido como produtos intermediários aqueles que “se consomem ou se inutilizam no processo de fabricação, como cadinho, lixas, feltros etc.” (STF, Primeira Turma, RE 79.601 RS, DJ 8175, relator: Ministro Aliomar Baleeiro). Entendo que o elemento essencial do conceito de produto intermediário é a relação do material com o processo fabril. Este aspecto já foi enfatizado pelo Superior Tribunal de Justiça ao conceituar os produtos de uso intermediário como “insumos que, apesar de integrarem o processo de industrialização, não integram o produto final, tampouco são consumidos de forma imediata e integral” (STJ, Primeira Turma, AgRg no REsp 139.996 SP, DJ 1282002, p. 166) – grifos acrescidos. Porém, entendo que no presente caso o contribuinte não logrou comprovar que os referidos itens têm essa relação material com o processo de fabricação, ou seja, faltou comprovar que se tratam efetivamente de produtos intermediários. Assim, como em matéria de ressarcimento a prova deve ser produzida pelo contribuinte, no meu entendimento faltou à Recorrente comprovar, seja por meio da contabilidade, ou por meio de laudo, se os itens apontados seriam efetivamente custo/item de produção. Desta forma, pela falta de provas para determinar a natureza dos itens elencados pela Recorrente, tubos de aço e placas de represamento, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Conselheira Raquel Motta Brandão Minatel Fl. 323DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MACAMBIRA, Assinado digitalmente em 0 6/08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por LIDUINA MARIA ALVES MAC AMBIRA, Assinado digitalmente em 10/07/2012 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/06/201 2 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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