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Numero do processo: 10935.006504/2010-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007
DECADÊNCIA - TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO - APLICAÇÃO DO ART. 173, I, CTN.
O prazo para constituição do crédito tributário, quando originado de dolo, fraude ou simulação inicia-se no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
SIMULAÇÃO - VÍNCULO DE EMPREGO CARACTERIZADO - CONTRATO DE PARCERIA DESCONSIDERADO.
A ocorrência dos requisitos da relação de emprego, pessoalidade, subordinação, não eventualidade e onerosidade estão perfeitamente demonstrados nos autos, ensejando a caracterização de segurados como empregados.
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA MULTA CONFISCATÓRIA.
A multa de ofício aplicada decorre de expressa disposição legal. O CARF não competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei ributária. Aplicação da Súmula CARF nº 2.
APLICABILIDADE DA TAXA SELIC - INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 4 CARF.
Pacífica a possibilidade da Taxa SELIC em tributos federais, inclusive objeto de entendimento sumulado por este órgão julgado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.366
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos: i) rejeitar a arguição de decadência; ii) rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva; iii) rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento; e iv) no mérito, negar provimento ao recurso. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Carolina Wanderley Landim - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Kleber Ferreira de Araújo.
Nome do relator: CAROLINA WANDERLEY LANDIM
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O prazo para constituição do crédito tributário, quando originado de dolo, fraude ou simulação iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. SIMULAÇÃO VÍNCULO DE EMPREGO CARACTERIZADO CONTRATO DE PARCERIA DESCONSIDERADO. A ocorrência dos requisitos da relação de emprego, pessoalidade, subordinação, não eventualidade e onerosidade estão perfeitamente demonstrados nos autos, ensejando a caracterização de segurados como empregados. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA MULTA CONFISCATÓRIA. A multa de ofício aplicada decorre de expressa disposição legal. O CARF não competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei ributária. Aplicação da Súmula CARF nº 2. APLICABILIDADE DA TAXA SELIC INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 4 CARF. Pacífica a possibilidade da Taxa SELIC em tributos federais, inclusive objeto de entendimento sumulado por este órgão julgado. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 65 04 /2 01 0- 26 Fl. 153DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos: i) rejeitar a arguição de decadência; ii) rejeitar a preliminar de ilegitimidade passiva; iii) rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento; e iv) no mérito, negar provimento ao recurso. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares. Elias Sampaio Freire Presidente Carolina Wanderley Landim Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 154 3 Relatório Tratase de Auto de Infração sob Mandado de procedimento Fiscal (MPF) nº 0910100.2010.004835 e DEBCAD n° 37.298.2824, tendo como objeto a contribuição dos segurados empregados, no período de apuração compreendido entre 01/2005 a 12/2007, cuja ciência foi obtida pela ora Recorrente em 14/10/2010. Inferese que o crédito tributário tem origem na transferência simulada de empregados da empresa Diplomata S/A Industrial e Comercial, tributada pelas contribuições previdenciárias sobre a folha de salários, para a Diplomata Agro Avícola, pessoa jurídica sujeita à tributação sobre a produção rural. Os fatos geradores do presente auto foram separados por código, da seguinte forma: F1 Folha empregados não inscritos: contribuição previdenciária incidentes sobre remuneração paga aos trabalhadores da DIPLOMATA S/A INDUSTRIAL E COMERCIAL, mas que estavam registrados na empresa DIPLOMATA AGRO AVÍCOLA LTDA e de acordo com as atividades que desenvolviam, estão vinculados ao FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) 531; F2 Folha empregados não inscritos 507: contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração paga aos trabalhadores que são segurados empregados da empresa DIPLOMATA S/A INDUSTRIAL E COMERCIAL, mas que estavam registrados na empresa DIPLOMATA AGRO AVÍCOLA LTDA., e pela atividade que desenvolviam, estão vinculados ao FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) 507; F3 Folha empregados não inscritos 531: competência de 13/2007referente às contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos trabalhadores da empresa DIPLOMATA S/A INDUSTRIAL E COMERCIAL, mas que estavam registrados na empresa DIPLOMATA AGRO AVÍCOLA LTDA e de acordo com as atividades que desenvolviam, estão vinculados ao FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) 531; F4 Folha empregados não inscritos 507: competência de 13/2007referente às contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos trabalhadores da empresa DIPLOMATA S/A INDUSTRIAL E COMERCIAL, mas que estavam registrados na empresa DIPLOMATA AGRO AVÍCOLA LTDA e de acordo com as atividades que desenvolviam, estão vinculados ao FPAS (Fundo de Previdência e Assistência Social) 507; Segundo o relatório fiscal (fls. 31/47): · a empresa Diplomata S/A Industrial e Comércio, sempre se enquadrou no FPAS 507 ou 531, recolhendo as contribuições patronais sobre a folha de pagamento de seus empregados, até que, em 10/2001, grande parte de seus empregados foram transferidos para a empresa Diplomata Agro Avícola, se enquadrou na FPAS 604 e 744; Fl. 155DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 4 · após as transferências verificouse uma sensível diminuição na soma dos valores recolhidos pelas duas empresas, embora o número de empregados tenha permanecido constante no início, e aumentado no decorrer do período; · analisando a composição societária e dados cadastrais e endereço (fls. 34/35), constatouse que no mesmo endereço da matriz da empresa Diplomata Agro Avícola funciona uma filial da Diplomata S.A Industrial e Comercial, bem como no mesmo endereço de uma filial da empresa Diplomata Agro Avícola, funciona outra filial da Diplomata S.A Industrial e Comercial. Portanto, a empresa Diplomata Agro Avícola não possui nenhuma sede própria; · analisando os documentos apresentados pela Recorrente no curso da fiscalização, tais como fichas de registro de empregados, livros contábeis, GFIP Guias de Recolhimentos do FGTS e Informações a Previdência Social, constatouse que a empresa Diplomata S/A Industrial e Comercial era quem cuidava de toda a parte de recursos humanos e de contabilidade da Diplomata Agro Avícola. Além disso, observouse que o principal sócio e administrador das duas empresas é o Sr. Jacob Alfredo Stoffels Kaefer; · as empresas Diplomata Agro Avícola e Diplomata S/A Industrial e Comercial firmaram "contrato de parceira rural integrada" com o objetivo único de fornecimento de mãodeobra da primeira para a segunda. Verificouse que os trabalhadores da empresa Diplomata Agro Avícola não desempenhavam atividades de produção rural, mas funções ligadas à empresa Diplomata Industrial e Comercial (processos de industrialização de frango e produção de ração), conforme fls.36/37; · No ano de 2007, ao término da suposta parceria, verificouse caminho inverso, pois quase a totalidade dos empregados da empresa Diplomata Agro Avícola retornaram para a Diplomata S/A Industrial e Comercial. Novamente a mudança foi apenas na parte documental, pois os empregados continuaram exercendo as mesmas funções, no mesmo local e da mesma forma que sempre exerceram; · com base na análise dos documentos contábeis e conforme confirmado pela própria Diplomata Agro Avícola, a empresa não possuía: (i) imóveis, veículos ou qualquer outro equipamento no ativo imobilizado; (ii) movimentos em conta caixa ou conta bancos (não possuía sequer conta corrente bancária); (iii) todos os custos da empresa Diplomata Agro Avícola são representados por salários, encargos trabalhistas e previdenciários, ou seja, a empresa praticamente não tem qualquer outro custo ou despesa com instalações, manutenção, ou mesmo outras despesas operacionais (tais como aluguel, energia, água, telefone); · verificouse que os pagamentos de todas as despesas, e em especial dos salários dos empregados que estavam registrados na Diplomata Agro Industrial, sempre foram feitos diretamente pela Diplomata S/A Industrial e Comercial, através de transferência bancária direta aos empregados ou através de recursos do seu caixa; · além das evidências acima mencionadas, que já demonstram que os empregados registrados na Diplomata Agro Avícola eram, na verdade, empregados da Diplomata S/A Industrial e Comercial, essa situação foi também comprovada "in loco" pela Fiscalização do Ministério do Trabalho, tendo sido lavrado o Auto de Infração N° 011755504. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 155 5 Diante de todas essas circunstâncias, a Autoridade concluiu que os empregados formalmente registrados na empresa Diplomata Agro avícola mantinham, na prática, vínculo de emprego com a empresa autuada. Ou seja, concluiu que a autuada simulou a existência de registros de empregados na empresa Diplomata Agro Avícola para diminuir, de forma evasiva, a sua carga tributária. O Auto de Infração foi então lavrado em nome da empresa Diplomata S.A Industrial e Comercial, considerando como base de cálculo as informações constantes das folhas de pagamento e de GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social da empresa Diplomata Agro Avícola. Para aplicação da multa, utilizouse da inteligência do art. 106, II, c, do CTN, sendo aplicada a multa menos gravosa, qual seja, a prevista na legislação vigente à época do fato gerador (Lei 8.212/91) em detrimento a penalidade disposta na MP 449. Devidamente intimada em 14/10/2010, a empresa Diplomata S.A Industrial e Comercial apresentou impugnação às fls. 50/87, tempestivamente, alegando em sede preliminar: Decadência do crédito tributário, uma vez que a ciência do contribuinte ocorreu em 14/10/2010 e as contribuições exigidas são de 01/2005 a 12/2007; Que deveria figurar apenas como devedora solidária e não como devedora principal, razão pela qual o lançamento deveria ser nulo. Nulidade por insuficiência de fundamentação na autuação, considerando que não foram descritos pormenorizadamente os fatos e a incidência de tais fatos nas hipóteses genericamente previstas em leis. Defende ainda a nulidade da autuação sob a alegação de que não se vislumbra nos autos a forma como foram realizados os cálculos, o que acabou por violar o direito de ampla defesa. No mérito, o contribuinte, ora Recorrente, alegou, em síntese, que: pelo contrato de parceriarural e parceriaruralintegrada, a empresa Diplomata Agro Avícola se responsabiliza pela criação dos frangos de corte, fornecendo pessoal, energia elétrica, água, materiais de consumo, limpeza e material de formação de cama para aves, cabendo a Diplomata S.A a aquisição do resultado da produção; a atividade da empresa Diplomata Agro Avícola resumese à produção rural própria e integrada de ovos férteis, criação de pintos de um dia e aves in natura; ao passo que a empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial se dedica a produção e industrialização de produtos rurais; o lançamento não pode se basear em incertezas, mas em provas robustas; se comprometeu, por meio do contrato de parceria, a garantir recursos financeiros (empréstimos) a título de adiantamento para que a própria Diplomata Agro Avícola pudesse arcar com parte de suas despesas de custeio, entre elas de transporte, medicamentos, água, luz entre outras atividades inerentes. Em razão disso, a Diplomata S.A tornouse credora dos valores adiantados. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 6 a multa aplicada é confiscatória e, portanto, inconstitucional. Ademais, alega que a Taxa SELIC não deve ser aplicada, tendo em vista que tem natureza remuneratória e não moratória, devendo ser adotado juros de 1% ao mês, previstos no art. 161, §1º do CTN. Ao apreciar a impugnação apresentada, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento Em Curitiba (PR) julgoua totalmente improcedente, mantendo incólume o crédito tributário, nos termos do acórdão abaixo ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 DECADÊNCIA. DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. O prazo de decadência para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, quando comprovadas as hipóteses de dolo, fraude ou simulação. SIMULAÇÃO. VÍNCULO DE EMPREGO. ENQUADRAMENTO. COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO. Atendidas as condições legais, pode a fiscalização desconsiderar o vínculo pactuado e proceder a caracterização do trabalhador como segurado empregado. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. É vedado a autoridade julgadora administrativa afastar a aplicação, por inconstitucionalidade de tratado,acordo, tratado internacional, lei decreto ou ato normativo. Impugnação Improcedente Intimado em 08/04/2011 (fl.99) da decisão proferida pela primeira instância administrativa, e irresignada com a mesma, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, às fls.100/142, em 10.05.2011, reiterando todos os argumentos já apresentados na impugnação. É o relatório. Decido. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 156 7 Voto Conselheira Carolina Wanderley Landim, Relatora O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. DECADÊNCIA Preliminarmente, alegou a Recorrente, com base na previsão contida no art. 150, § 4º, do CTN, que o crédito tributário ora em comento resta decaído, tendo em vista que o Auto de Infração tem a competência compreendida entre 01/2005 a 12/2007, tendo o contribuinte tomado ciência em 14/10/2010. Da análise das provas carreadas no Auto de Infração, percebese como veremos adiante que houve simulação praticada pelo contribuinte, ora Recorrente, de modo que o prazo decadencial passa a ter início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Em se tratando de tributos cujo lançamento se dá por homologação, o prazo para a homologação é de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, considerandose extinto o crédito quando decorrido o prazo sem o pronunciamento da fazenda. É o que preconiza o art. 150, § 4º, do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Da análise da parte final do dispositivo acima transcrito, constatase que o prazo decadencial na hipótese dos autos, simulação, será regido pela regra geral do art. 173, I, do CTN. Dito isto, levando em consideração que o Auto de Infração referese a contribuições patronais destinadas a Seguridade Social, de competências compreendidas entre 01/2005 a 12/2007, não há que se falar em decadência uma vez que, nos termos do art. 173, I do CTN, o prazo decadencial da primeira competência lançada teve início em 01/2006 (exercício seguinte aquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), findandose em 31/12/2010. Como o crédito tributário foi constituído em 14/10/2010 (ciência da recorrente), não há que se falar em escoamento do prazo decadencial. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 8 Assim, rejeitase a preliminar de decadência, suscitada pela Recorrente. ILEGITIMIDADE PASSIVA No que toca a preliminar de ilegitimidade passiva, sustenta a Recorrente que, por não ser a devedora principal do lançamento, apenas poderia ser incluída no pólo passivo da autuação como devedora solidária, em razão de pertencerem ao mesmo grupo econômico da Empresa Diplomata Agro Avícola. Não merece prosperar o quanto alegado pela Recorrente, a um porque como veremos no mérito do voto, o contrato de parceria não passou de uma mera simulação entre as empresas; a duas, porque em se tratando de empresas de um mesmo grupo econômico, como alegado pela própria Recorrente, há solidariedade na arrecadação e recolhimento das contribuições devidas à Seguridade Social, nos termos do art. 30, IX da Lei 8.212/91, abaixo transcrito: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: IX as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei; Assim, poderia o Fisco exigir o cumprimento da obrigação tributária de ambos ou devedores ou de apenas um deles, cabendo àquele que cumprir a obrigação o direito de regresso contra o outro devedor solidário. Esse também é o entendimento da jurisprudência administrativa sobre o assunto: (CARF Segunda Seção MATÉRIA: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF ação fiscal ACÓRDÃO: 2302002.634 Data de decisão: 14/08/2013) Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1996 a 31/03/2003 GRUPO ECONÔMICO. INTERESSE COMUM NO FATO GERADOR DO TRIBUTO. O art. 30, IX da Lei nº 8.212/1991, que impõe a responsabilidade solidária das empresas do mesmo grupo econômico pelo pagamento das contribuições previdenciárias, deve ser interpretado conforme os dispositivos do Código Tributário Nacional que tratam da matéria, quais sejam, os arts. 124 e 128. Restando comprovado pela fiscalização que as empresas apontadas como co responsáveis compartilhavam de quadro de pessoal e de mesma direção, controle ou administração, devem ser consideradas como solidariamente responsáveis. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. ART. 133 DO CTN. ESTABELECIMENTO COMERCIAL OU FUNDO DE COMÉRCIO. A legislação tributária prevê a responsabilidade por sucessão tanto na hipótese de transferência do fundo de comércio, quanto na transferência de estabelecimento comercial, sendo este, nos termos do art. 1.142 do CC/02, o complexo de bens destinados ao exercício da empresa, enquando aquele é o sobrevalor atribuído ao estabelecimento, em decorrência de sua perspectiva de produzir resultados. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 157 9 Dessa forma, rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva suscitada pela Recorrente. DA ALEGADA NULIDADE DA AUTUAÇÃO Em suas razões de recurso, alega a Recorrente que os fatos que deram origem ao lançamento não forma pormenorizados nem apresentados cálculos explicativos de como a Autoridade chegou ao valor lançado. Não merece prosperar a alegação da Recorrente, uma vez que o relatório Fiscal apresenta de forma detalhada os fatos que ensejaram a autuação, os fundamentos legais e a apuração dos créditos tributários, como bem ressaltou a decisão proferida pela DRJ: Observase dos autos que a autoridade lançadora esmerouse em subsumir com excelência o fato à norma, elaborando um minucioso relatório fiscal, demonstrando ao contribuinte o que deve e por que deve. O relatório fiscal e anexos detalha com meridiana clareza os fatos geradores (remunerações pagas a segurados empregados), a origem da apuração do crédito (GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social e folha de pagamento da empresa Diplomata Agro Avícola em razão da simulação) e citação dos dispositivos legais que regem a matéria tributável. Ademais, o auto de infração destacou que o crédito tributário foi apurado com base na GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social e folhadepagamento da empresa Diplomata Agro Avícola. A referida documentação, aliás, é de inteiro conhecimento da autuada, já que os setores contábil e de recursos humanos da Empresa Diplomata Agro Avícola responsável pela confecção das GFIP e folhas de pagamento eram centralizados na própria empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial, não podendo, desse modo, alegar ignorância dos fatos geradores. Por sua vez, o DD Discriminativo do Débito, aponta além da base de cálculo, as alíquotas aplicadas, os crédito e deduções aproveitadas, a incidência de juros e multa, explicitando, assim, a apuração do cálculo tributário, tudo em consonância as exigências prescritas no art. 142 do CTN (...) Portanto, não merece acolhida a alegação da Recorrente de nulidade da autuação por insuficiência de fundamentação ou por falta de clareza da apuração do crédito tributário lançado. DA SIMULAÇÃO No mérito, por entender que o voto proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento – DRJ se posicionou de forma clara e precisa sobre a existência de simulação no negócio jurídico firmado entre as empresas Diplomata S.A Industrial e Comercial e Diplomata Agro Avícola, bem como considerando que a Recorrente não trouxe aos autos qualquer argumento ou elemento novo no Recurso Voluntário ora apreciado, apenas limitando Fl. 161DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 10 se a reproduzir os argumentos já aventados na impugnação, utilizo os fundamentos expostos pela decisão de 1ª instância, os quais se encontram abaixo transcritos: “A empresa Diplomata S.A Industrial e Comercial em razão de suas atividades econômicas (industrialização e comercialização de produtos rurais) estabelecidas no art.3° do seu Estatuto Social, encontrase vinculada aos códigos de FPAS 507 e 531, contribuindo desse modo, sob sua folhadepagamento.A empresa Diplomata Agro Avícola, por sua vez, motivada pelo seu objeto social (produção avícola), tem sua tributação substituída pela comercialização rural. A partir de 10/2001 a maioria dos trabalhadores da empresa Diplomata Industrial foram transferidos para a empresa Diplomata Agro Avícola. Desde então, novos trabalhadores passaram a integrar os quadros da Diplomata Agro Avícola. Não obstante por meio da formalização de um "contrato de parceria rural integrada" firmado entre as citadas empresas, os trabalhadores formalmente registrados na empresa Diplomata Agro Avícola (parceiraoutorgada) continuaram prestando serviços à empresa Diplomata S.A Industrial e Comercial. A autuada ao proceder o registro da maior parte dos empregados na Diplomata Agro Avícola, empresa enquadrada no regime de contribuição substituída pela comercialização rural, passava a se beneficiar, dessa sistemática contributiva mais favorecida. Ao passo que, mantendo baixa massa salarial na empresa notificada, reduzia seus encargos tributários sobre a folhade pagamento. Os contornos descritos de uma aparente normalidade de planejamento tributário, se revelaram em sua essência, no entanto, um condenável expediente de evasão fiscal. Isso porque, embora presente a formalização de um contrato de parceria rural, os trabalhadores transferidos para a empresa Diplomata Agro Avícola permaneceram executando suas atividades nas dependências da antiga empregadora, nas mesmas funções e em condições idênticas de labor desempenhados anteriormente. Vale dizer, a empresa Diplomata S.A. continuou dirigindo e controlando a execução dos serviços prestados pelos empregados da empresa "parceira", estabelecendo, desse modo, autêntica relação empregatícia com esses mesmos trabalhadores. O art.149 do CTN, em casos dessa natureza, traz a possibilidade do Fisco realizar o lançamento de ofício: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de oficio pela autoridade administJativa nos seguintes casos: (...) VII quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em beneficio daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; Fl. 162DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 158 11 Logicamente, o lançamento pressupõe a reunião de provas com o propósito de demonstrar a ocorrência da simulação para beneficiar o sujeito passivo. Certo de que a simulação deixa rastros, cabe ao Fisco reunir os elementos indiciários e promover a exigência devida. A propósito, Galvão Telles disserta com propriedade a respeito do tema: "A simulação deixa quase sempre vestígios que a denunciam: há fatos, circunstâncias que a experiência aponta como sintomas ou indícios do caráter ficticios ou imaginário de um ato jurídico. (...) A simulação representa um esforço de construção artificial, distanciada e deformada da realidade, e raras vezes essa construção será um todo lógico e coerente, que forme cobertura completa de fatos. A verdade vem à superfície e denunciasse através de brechas daquela construção. Os indícios que fazem presumir a simulação serão particularmente convincentes se se tornar aparente motivo simulatório".(Manual dos Contratos em geral. P. 172/174)': No caso, entendo que elementos contidos nos autos são bastantes persuasivos em retratar a ocorrência do simulacro empregado pela empresa, objetivando se esquivar de suas obrigações previdenciárias. Vejamos: Natureza das atividades desenvolvidas A empresa Diplomata Agro Avícola (parceiraoutorgada), sob a roupagem de "parceria rural integrada" como dito, passou a ceder sistematicamente seus trabalhadores a notificada. Consoante se verifica das fichas de registros de empregados, os trabalhadores desempenhavam as mais variadas funções: motorista, auxiliar de câmera fria, auxiliar de produção de sala de corte, atendente de portaria em depósito de fábrica de ração, operador de secador em fábrica de ração, operador de caldeira, encarregado de evisceração, encarregado de miúdo, encarregado de sala de embalagem, etc. A natureza dos serviços descritos não só se mostramse incompatíveis com o objeto da empresa Produtora Rural (atividades rurais), como se afeiçoam necessárias às atividades industriais (atividades de frigoríficos, abaste de aves e fabricação e comercialização de ração) do contribuinte. Por outro lado, os serviços acima descritos se mostraram distanciados, outrossim, do próprio objeto contratual da parceria, qual seja de produção de pintos de corte de um dia (Cláusula primeira do contrato de parceria rural, fls.157). Aliás, a autoridade lançadora bem destacou essa situação em seu relatório fiscal: Essa simulação fica ainda mais clara quando se observa que na realidade os funcionários da empresa Diplomata Agro Avícola Ltda, nunca exerceram as atividades previstas nos contratos de parceria, mas sim sempre trabalharam nos frigoríficos e na fábrica de ração da empresa Diplomata S/A Industrial e Comercial, exercendo funções relacionadas a atividade industrial desta empresa, e não atividades rurais relacionadas ao contrato de parceria e ao suposto objeto social da Diplomata Agro Avícola. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 12 Ora, resta evidente o desvio de finalidade do contrato dito de "parceria rural integrada". Os préstimos habitualmente desempenhados pelos supostos rurícolas, em sua imensa maioria, são estranhos à atividade tipicamente de produção rural. Desse modo, o desenvolvimento de atividades de comercialização e industrialização pelos trabalhadores da "empresa outorgada" atua como fator desqualificante da parceria rural. Por outro lado, se observa que os segurados empregados laboravam nas dependências da empresaoutorgante, como se contrato de cessão de mãodeobra fosse. Terceirização, portanto, irregular, visto que era permeada pela submissão dos trabalhadores aos controles da notificada, bem como ligada a atividade fim do empreendimento e não as de meio. A propósito, a terceirização de atividades necessárias e permanentes para manutenção da empresa contratante e, portanto, não limitadas as de meio , nos termos do enunciado da Súmula 331 do TST, autoriza a formação do vínculo com a tomadora. I A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formandSse o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário. III Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei n° 7.102, de 20061983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividademeio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta Aliás, o Ministério do Trabalho em verificação in loco, observou essa grave ocorrência e noticiou a existência das irregularidades à Receita Federal do Brasil por meio da Representação n°706/2007 encaminhado pelo ofício MPT/PRT 12/SC/SC/Chapecó n°56072007. A autoridade do Ministério do Trabalho, lavrou, ainda, na oportunidade, o Auto de Infração n° 011755504, pelo fato da empresa admitir ou manter empregados sem o respectivo registro no livro de empregados. É pertinente a transcrição do conteúdo do Auto de Infração a esse respeito: "Em fiscalização na empresa ficou constatado que a mesma utiliza na execução de sua atividade fim, atividade frigorífica com abate de aves e fábrica e transporte de ração, empregados que não estão devidamente registrado no seu quadro de empregados. A Autuada vem utilizado em números de 30.04.2007, 1.025( mil e vinte cinco) empregados de outra empresa para realizar suas atividades. A empresa "prestadora" que mantêm o vínculo de emprego (registro) dos referidos empregados é a DIPLOMATA AGRO AVÍCOLA LTDA, CNPJ 03.720.774/000266. Esta empresa temse configurado nesta relação com autêntica intermediadora de mãodeobra. (...) Não foi apresentado contrato de prestação de serviços entre a autuada e a Diplomata Agro Avícola, mas ressaltasse que mesmo que este exista a terceirização terseia como ilícita de acordo como entendimento expressado pelo TST na súmula 331, em que fica claro ser ilícita a terceirização de atividade fim da empresa, como as de abate de frangos e transporte de ração que figuram no objeto social da autuada.” O contrato de parceria como apresentado afigurase como instrumento ilícito de redução de carga tributária, visto que a empresa autuada se beneficiava da mãodeobra intermediada por outra, sem pagar o correspondente tributo (contribuição incidente sobre a remuneração paga aos segurados empregados). Nesse panorama, o vínculo previdenciário se Fl. 164DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 159 13 forma com a empresa autuada, sendo, portanto, correto imputar lhe o crédito tributário. Centralização administrativa, financeira e patrimonial e risco do Empreendimento. Foi constatado pela autoridade lançadora que o controle de pessoal, contábil, administrativo e financeiro da Diplomata Agro Avícola Ltda eram exercidos pela empresa Diplomata Industrial e Comercial; situação reveladora de uma única empresa e, por conseguinte, de um só empregador. Registrese que não é aceitável o argumento da empresa de que a concentração desses setores internos se justifica em razão da existência de grupo econômico, com objetivo de racionalizar custo. Ora, como dito alhures nesse voto, direção comum de empresas com personalidades jurídicas distintas pressuposto do grupo econômico não é sinônimo de confusão patrimonial, financeira, contábil e de pessoal entre empresas. Por outro lado, observase que a empresa Diplomata Agro Avícola não, apresentou patrimônio e capital suficientes para gerir suas atividades empresariais. Tal fato foi confirmado pela própria empresa que, em atendimento ao Termo de Início de Procedimento Fiscal apresentou declaração, com data 05/04/2010, informando que: 1) Não possui Imóveis integrando o seu Ativo imobilizado. 2) Não possui Veículos Integrando o seu Ativo Imobilizado. 3) Não possui Arquivos de Controle Patrimonial. 4) Não possui conta Bancária. Ademais, a sede e filiais da empresa Diplomata Agro Avícola foram constituídas, conforme consta do item 15 e 16 do Relatório Fiscal, nos mesmos endereços da empresa autuada, que, por si só, caracteriza um forte indício de se tratar de um mesmo estabelecimento produtivo. Além da empresa não possuir registros em seu ativo permanente, não apresentou qualquer autonomia financeira. Aliás, revelou se, peculiar o fato da empresa não apresentar conta bancária ou mesmo dinheiro em espécie registrado em seu caixa para fazer frente as suas despesas dependendo, para tanto, de recursos financeiros da Diplomata S/A Industrial. É pertinente transcrever as observações da autoridade lançadora contida em seu Relatório Fiscal a esse respeito: Além da ausência de ativo permanente que representa o patrimônio da empresa, a Diplomata Agro Avícola não possui autonomia financeira, dependendo dos recursos da Diplomata S/A Industrial para pagar suas despesas, inclusive salários, ressaltandose o fato de sequer possuir conta bancária. (...) Por não possui conta bancária, seria normal supor que os recursos utilizados nas suas atividades fossem movimentos através do caixa, ou seja, em espécie. Entretanto conforme se observa pela análise de seus livros contábil (Diário e Razão) a empresa não possui nenhum lançamento na conta "Caixa ". De acordo com as normas contábeis, a conta Fl. 165DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 14 "Caixa ", pertence ao grupo de contas do Ativo Circulante onde são registrados os ativos financeiros da empresa, que possuem liquidez imediata, em outras palavras, "dinheiro em espécie ". E continua: Ou seja, o fato de não possuir conta bancária e não possuir "Caixa " significa dizer que a empresa Diplomata Agro Avícola nunca movimentou nenhum recurso financeiro por conta própria. Destacase que o pagamento dos salários dos empregados registrados na empresa Diplomata Agro Avícola, aliás, era feito diretamente pela empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial, através de transferência bancária direta aos empregados ou recursos de seu caixa. O pagamento de despesas operacionais, inclusive das remunerações dos trabalhadores, sinalizam que os riscos de toda atividade produtiva era assumido apenas pela empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial. Ora, a transferência completa dos riscos da atividade econômica é incompatível com a ideia de autonomia empresarial que se espera de uma pessoa jurídica. Entendo que a onerosidade suportada pela empresa autuada, nessas circunstâncias, revela sua faceta empregadora e, portanto, sujeito passivo das contribuições sociais apuradas. Destacase que não é crível imaginar qual empresa, na prática, aceitaria assumir até R$3.000.000,00 a título de pagamento de salários dos funcionários de outra empresa, bem como o pagamento de tributos e demais despesas operacionais (disposições contidas nos arts. 1º e 2º do contrato de parceria) a uma empresa que possui capital social de apenas R$50.000,000 (capital social estabelecido no Contrato Social) e apresenta sistematicamente receita incompatível para honrar seus compromissos. A empresa Diplomata Agro Avícola, mesmo estando registrada nos órgãos competentes e adquirida personalidade jurídica de sociedade empresarial, não apresentou todos os elementos que são gerados quando da criação da pessoajurídica, quais sejam: patrimônio e domicílios próprios. Assim, entendo que a empresa autuada é a única empregadora que se utiliza da forçade trabalho alheia como fator de produção. Registrese que em visita realizada pela fiscalização nas dependências das empresa autuada, foi constatado que os empregados formalmente registrado na empresa Diplomata Agro Avícola encontravamse uniformizados e com identificação no crachá da empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial, o que torna inobjetável com quem o vínculo de subordinação jurídica era estabelecido. Concluise, portanto, que o contrato firmado de parceria rural integrada, foi criada com intuito de ocultar o verdadeiro sujeito passivo e mascarar a ocorrência dos fatos geradores, devendo, assim ser desconsiderado. Vínculo de emprego Fl. 166DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 160 15 A autoridade lançadora entendendo que os vínculos de emprego formalizados com a empresa Produtora Rural são reconhecidamente, na prática, da empresa Diplomata S.A. Industrial e Comercial, adotou o procedimento descrito no art. 229 do Decreto Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Dec.3048/99 , in verbis: Art. 229(...J §2° Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9°, deverá desconsiderar o vinculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado." A Lei n° 8.212/91, por sua vez, dispõe a respeito da condição de segurado empregado: Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I como empregado: aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado. Assim, cabe destacar didaticamente os elementos indicativos do vínculo de emprego autorizadores do lançamento. Onerosidade Como restou demonstrado, a empresa autuada era quem diretamente assalariava os empregados da outra, por meio de transferência bancária. Não eventualidade Para fins previdenciários, considerase serviço prestado em caráter não eventual, aquele relacionado direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa, conforme art.9°, § 4 o do regulamento aprovado pelo Dec.3048/99. Conforme demonstrado nos autos, a mãodeobra foi alocada em atividade necessária a realização do objeto social da empresa autuada a saber: atividade de frigorífico, abate de aves e outras atividade industriais da empresa. Subordinação — Os trabalhadores exerciam atividades industriais e comerciais nas dependências da autuada, estando, inclusive, devidamente uniformizados e identificados como empregados da empresa Diplomata Industrial e Comercial. Desse modo, se apresentavam para o público em geral como empregados da empresa autuada e como tal devem ser considerados. O controle das atividades laborais eram realizado pela autuada, visto que serviços executados pelos trabalhadores se relacionavam ao seu objeto social. Destacase que a Diplomata Agro Avícola não possui condições de suportar os encargos com a massa salarial e nem os riscos do empreendimento como um todo, fazendo a Diplomata S.A. Industrial as suas vezes. A constatação do Ministério do Trabalho, igualmente, robustece a existência da relação Fl. 167DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 16 empregatícia entre a empresa autuada e os empregados registrados na empresa Diplomata Agro Avícola Ltda. O conjunto probatório é, portanto, particularmente convincente em demonstrar o uso de ardil pela autuada para obter uma vantagem tributária que não seria obtida pelas vias normais. Desse modo, entendo, que o lançamento não merece qualquer reparo. De fato, a Fiscalização levantou diversos elementos que comprovam a existência de simulação no negócio jurídico firmado entre as empresas, dentre os quais destacamse: ü as empresas funcionam nos mesmos endereços; ü o principal sócio e administrador das duas empresas é a mesma pessoa Sr. Jacob Alfredo Stoffels Kaefer; ü os trabalhadores da empresa Diplomata Agro Avícola não desempenhavam atividades de produção rural, mas funções ligadas à empresa Diplomata Industrial e Comercial (processos de industrialização de frango e produção de ração); ü com base na análise dos documentos contábeis e confirmado pela própria Diplomata Agro Avícola, a empresa não possuía: (i) imóveis, veículos ou qualquer outro equipamento no ativo imobilizado; (ii) movimentos em conta caixa ou conta bancos (não possuía sequer conta corrente bancária); ü todos os custos da empresa Diplomata Agro Avícola são representados apenas por salários, encargos trabalhistas e previdenciários, sendo que a empresa praticamente não possuía qualquer outro custo ou despesa com instalações, manutenção, ou mesmo outras despesas operacionais (tais como aluguel, energia, água, telefone); ü até mesmo os salários dos empregados da Diplomata Agro Avícola eram pagos pela Diplomata S/A Industrial e Comercial; Além de todas essas evidências, o Fiscal autuante ainda demonstrou que essa situação foi também confirmada "in loco" pela Fiscalização do Ministério do Trabalho, devidamente formalizada no Auto de Infração N° 011755504, lavrado pela referida instituição. Diante de todo manancial probatório que foi levantado pelo Auditor Fiscal autuante, resta evidenciado que os empregados registrados na Diplomata Agro Avícola eram, na verdade, empregados da Diplomata S/A Industrial e Comercial, e, portanto, a existência de simulação na “parceria rural” firmada por essas empresas. MULTA A Recorrente alega que a multa aplicada é confiscatória e, portanto, inconstitucional. No entanto, a análise dessa alegação não é cabível nessa instância, pois o CARF nãoé competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de leitributária, conforme sedimentado na Súmula CARF nº 2: Fl. 168DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10935.006504/201026 Acórdão n.º 2401003.366 S2C4T1 Fl. 161 17 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre ainconstitucionalidade de lei tributária. JUROS Por fim, no que toca a incidência da Taxa SELIC, alegou a Recorrente que ensejaria enriquecimento ilícito por parte da União, uma vez que está tem natureza remuneratória e não moratória, conforme circular do BACEN 2868/99, ofendendo o princípio da legalidade e capacidade contributiva, implicando em efeito confisco. Sobre a aplicabilidade da Taxa SELIC, esse Egrégio Conselho já pacificou as discussões, conforme sedimentado na Súmula n°4: Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Nessa esteira de pensamento, não há que se afastar a aplicabilidade da Taxa SELIC, estando esta em conformidade com o ordenamento jurídico. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO, julgando totalmente PROCEDENTE o Auto de Infração DEBCAD n° 37.298.2824. É como voto. Carolina Wanderley Landim. Fl. 169DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001846/2008-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2007
CRÉDITO EM DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. INCLUSÃO EM PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO CONTENCIOSO.
Estado o crédito em discussão administrativa, a sua inclusão em parcelamento implica desistência do contencioso.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-003.351
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso e na parte conhecida dar provimento. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2007 CRÉDITO EM DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. INCLUSÃO EM PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO CONTENCIOSO. Estado o crédito em discussão administrativa, a sua inclusão em parcelamento implica desistência do contencioso. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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PAGAMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Constatandose a antecipação de pagamento parcial do tributo aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no § 4.º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2007 VALE TRANSPORTE EM PECÚNIA. NATUREZA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. Por possuir natureza de indenização, o valetransporte, mesmo quando pago em pecúnia, não sofre incidência de contribuições sociais. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2003 a 31/12/2007 CRÉDITO EM DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. INCLUSÃO EM PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA DO CONTENCIOSO. Estado o crédito em discussão administrativa, a sua inclusão em parcelamento implica desistência do contencioso. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 18 46 /2 00 8- 80 Fl. 606DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso e na parte conhecida dar provimento. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001846/200880 Acórdão n.º 2401003.351 S2C4T1 Fl. 604 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 16 20.955 de lavra da 11.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em São Paulo (SP), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.190.2045. O lançamento em questão diz respeito à exigência das contribuições patronais para outras entidades ou fundos. Nos termos do relatório fiscal os fatos geradores contemplados na autuação foram: a) pagamento de PLR paga ou creditada em desacordo com a lei específica; e b) o vale transporte fornecido em pecúnia. Para a tributação da PLR o fisco apresentou as seguintes justificativas: a) pagamentos efetuados a diretores não empregados (contribuintes individuais), sem previsão legal para exclusão do saláriodecontribuição; b) para os anos de 2003 e 2004 não foram apresentados planos para pagamento da PLR; c) nos exercícios seguintes não consta a participação de representante indicado pelo sindicato dos empregados; d) falta de pactuação prévia ao período aquisitivo das regras para pagamento da verba; e) caracterização da PLR como verba destinada à complementação salarial. Cientificada da lavratura em 16/12/2008, a empresa apresentou impugnação, cujas razões não foram acatadas pela DRJ. Irresignada, a autuada apresentou recurso, aduzindo que o presente feito deve ser julgado em conjunto com o de n. 16327.001845/200835 e depois acrescentou: a) são decadentes as contribuições relativas ao período de 05/2003 a 11/2003; b) os pagamentos foram feitos com base em Programas de Participação nos Lucros e Resultados mantidos pelo Recorrente com seus empregados nos estritos termos da legislação aplicável, de modo que tais valores não possuem natureza. salarial e não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária; c) é improcedente o lançamento fiscal quanto ao valetransporte, pois essa verba não tem natureza salarial e não há vedação em lei para o seu pagamento em dinheiro; Fl. 608DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 d) mesmo que fosse válida a exigência, os valores supostamente devidos não poderiam ter sido calculados levandose em conta a alíquota adicional de 2,5%, sob pena de clara discriminação em relação a todas as demais empresas, em flagrante violação ao princípio da isonomia insculpido na Constituição Federal; e) os juros moratórios jamais poderiam ser calculados na dimensão pretendida; e f) não há que se falar em corresponsabilidade dos diretores. Ao final, requereu o reconhecimento da decadência parcial e, no mérito, o cancelamento do AI. Posteriormente a empresa atravessou petição requerendo desistência parcial do recurso para inclusão da parte não contestada no parcelamento especial instituído pela Lei n. 11.941/2009. Foram incluídas na desistência as contribuições incidentes sobre os pagamentos efetuados a título de PLR nas competências de 03/2004 a 08/2007. É o relatório. Fl. 609DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001846/200880 Acórdão n.º 2401003.351 S2C4T1 Fl. 605 5 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade A inclusão de parte do crédito em parcelamento implica em desistência do contencioso administrativo fiscal. Nos termos do art. 78 e parágrafos do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n. 256/2009, com as alterações introduzidas pela Portaria MF nº 586, o pedido de parcelamento é causa de renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto. Vejase o dispositivo: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1° A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. (...) Assim, o recurso merece conhecimento apenas na parte que não foi objeto da renúncia, qual seja, as competências de 05 a 11/2003 e as contribuições incidentes sobre os valores pagos em pecúnia a título de valetransporte. O pedido para julgamento conjunto do presente AI com aquele relativo ao processo n. 16327.001845/200835 está sendo atendido com a inclusão em pauta de ambos nesta sessão. Decadência É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto Fl. 610DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. ................................................................................................ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que não havendo a menção à ocorrência de recolhimentos, com base nos elementos constantes nos autos, seja possível se chegar a uma conclusão segura acerca da existência de pagamento antecipado. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação e também para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. Na espécie verificase que houve recolhimentos antecipados das contribuições, conforme consta do Termo de Encerramento da Ação Fiscal – TEAF, fl. 50, o exame de guias de pagamento. Assim, devese aplicar para contagem da decadência a norma do § 4. do art. 150 do CTN. Considerandose que a ciência do lançamento deuse em 16/12/2008, devem ser afastadas pela caducidade o período de 05 a 11/2003. Vale Transporte O motivo que levou o fisco a incluir na base de cálculo dos lançamentos os valores relativos ao vale transporte, foi o fato dos pagamentos terem sido efetuados em pecúnia. Acerca dessa exação, já não há mais celeumas entre o fisco e os contribuintes. É que se curvando a jurisprudência da Corte Máxima, que em decisão plenária, no bojo do RE n.º 478.410, afastou a incidência de contribuições sociais sobre o valetransporte pago em pecúnia, a Advocacia Geral da União editou a Súmula n.º 60, em 08/12/2011, assim redigida: "Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba". Assim, devem ser afastadas, por improcedência, as contribuições incidentes sobre o valetransporte pago em dinheiro. Fl. 611DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 16327.001846/200880 Acórdão n.º 2401003.351 S2C4T1 Fl. 606 7 Demais questões O inconformismo contra a cobrança do adicional de 2,5% e da aplicação taxa de juros SELIC perderam o objeto na medida em que, na parte conhecida do recurso, as contribuições foram excluídas na íntegra em razão da decadência e da aplicação da Súmula AGU n. 60/2011. Conclusão Voto por conhecer do recurso na parte em que não houve renúncia, por acolher a decadência para as competências até 11/2003 e, no mérito, por afastar as contribuições incidentes sobre os pagamentos efetuados a título de valetransporte em pecúnia. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 612DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 13/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000052/2009-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
GRATIFICAÇÃO EM RAZÃO DA ADMISSÃO. EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão da admissão do empregado, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea e do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991.
CRITÉRIO PARA PAGAMENTO DA PLR. LUCRATIVIDADE DA EMPRESA. CONFORMIDADE COM A NORMA DE REGÊNCIA.
A estipulação da lucratividade da empresa como critério para pagamento da PLR não fere a regra legal que determina o estabelecimento de regras claras nos instrumentos de negociação para pagamento da verba.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. AUSÊNCIA DO SINDICATO NAS NEGOCIAÇÕES. DESATENDIMENTO À NORMA DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES.
A participação de representante do sindicato na comissão responsável pela negociação para pagamento da participação nos lucros e resultados é formalidade legal que, uma vez descumprida, torna os pagamentos a esse título suscetíveis de incidência de contribuições sociais.
RECUSA DO SINDICATO EM PARTICIPAR DAS NEGOCIAÇÕES PARA PAGAMENTO DA PLR. OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR DE COMUNICAR TAL SITUAÇÃO Á AUTORIDADE COMPETENTE.
Tendo o ente sindical se recusado a participar das negociações para pagamento da participação nos lucros, deve o empregador comunicar tal recusa ao Ministério do Trabalho e Emprego, para adoção das providências legais cabíveis.
ASSINATURA DO REPRESENTANTE SINDICAL NO ACORDO. COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO.
Havendo nos autos a comprovação de que o representante do sindicato assinou o acordo para pagamento da PLR celebrado por comissão eleita para esse fim, deve-se considerar cumprido o requisito legal que exige a participação do ente sindical nas negociações, salvo se restar configurada fraude.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-003.409
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para que sejam excluídos da apuração os seguintes levantamentos: "3ER - PLR CCT 2003 RJ EMP"; 3ES PLR CCT 2003 EMP SP; 4ER PLR CCT 2004 EMP RJ; 4ES PLR CCT 2004 EMP SP e PER- PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que dava provimento parcial somente para afastar a tributação do levantamento PER- PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP. Os conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Carolina Wanderley Landim, também excluíam da tributação todas as parcelas pagas a título de participação nos lucros ou resultados e os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira também excluíam da tributação parcela paga a título de gratificação espontânea de admissão.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Leo Meirelles do Amaral, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 GRATIFICAÇÃO EM RAZÃO DA ADMISSÃO. EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão da admissão do empregado, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea e do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. CRITÉRIO PARA PAGAMENTO DA PLR. LUCRATIVIDADE DA EMPRESA. CONFORMIDADE COM A NORMA DE REGÊNCIA. A estipulação da lucratividade da empresa como critério para pagamento da PLR não fere a regra legal que determina o estabelecimento de regras claras nos instrumentos de negociação para pagamento da verba. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. AUSÊNCIA DO SINDICATO NAS NEGOCIAÇÕES. DESATENDIMENTO À NORMA DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. A participação de representante do sindicato na comissão responsável pela negociação para pagamento da participação nos lucros e resultados é formalidade legal que, uma vez descumprida, torna os pagamentos a esse título suscetíveis de incidência de contribuições sociais. RECUSA DO SINDICATO EM PARTICIPAR DAS NEGOCIAÇÕES PARA PAGAMENTO DA PLR. OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR DE COMUNICAR TAL SITUAÇÃO Á AUTORIDADE COMPETENTE. Tendo o ente sindical se recusado a participar das negociações para pagamento da participação nos lucros, deve o empregador comunicar tal recusa ao Ministério do Trabalho e Emprego, para adoção das providências legais cabíveis. ASSINATURA DO REPRESENTANTE SINDICAL NO ACORDO. COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO. Havendo nos autos a comprovação de que o representante do sindicato assinou o acordo para pagamento da PLR celebrado por comissão eleita para esse fim, deve-se considerar cumprido o requisito legal que exige a participação do ente sindical nas negociações, salvo se restar configurada fraude. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para que sejam excluídos da apuração os seguintes levantamentos: "3ER - PLR CCT 2003 RJ EMP"; 3ES PLR CCT 2003 EMP SP; 4ER PLR CCT 2004 EMP RJ; 4ES PLR CCT 2004 EMP SP e PER- PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que dava provimento parcial somente para afastar a tributação do levantamento PER- PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP. Os conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Carolina Wanderley Landim, também excluíam da tributação todas as parcelas pagas a título de participação nos lucros ou resultados e os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira também excluíam da tributação parcela paga a título de gratificação espontânea de admissão. Elias Sampaio Freire - Presidente Kleber Ferreira de Araújo - Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Leo Meirelles do Amaral, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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EVENTUALIDADE NÃO DECORRENTE DE LIBERALIDADE DO EMPREGADOR. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sobre a gratificação paga em razão da admissão do empregado, posto que a eventualidade não decorreu de mera liberalidade do empregador, restando afastada a aplicação da norma desonerativa prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. CRITÉRIO PARA PAGAMENTO DA PLR. LUCRATIVIDADE DA EMPRESA. CONFORMIDADE COM A NORMA DE REGÊNCIA. A estipulação da lucratividade da empresa como critério para pagamento da PLR não fere a regra legal que determina o estabelecimento de regras claras nos instrumentos de negociação para pagamento da verba. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. AUSÊNCIA DO SINDICATO NAS NEGOCIAÇÕES. DESATENDIMENTO À NORMA DE REGÊNCIA. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. A participação de representante do sindicato na comissão responsável pela negociação para pagamento da participação nos lucros e resultados é formalidade legal que, uma vez descumprida, torna os pagamentos a esse título suscetíveis de incidência de contribuições sociais. RECUSA DO SINDICATO EM PARTICIPAR DAS NEGOCIAÇÕES PARA PAGAMENTO DA PLR. OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR DE COMUNICAR TAL SITUAÇÃO Á AUTORIDADE COMPETENTE. Tendo o ente sindical se recusado a participar das negociações para pagamento da participação nos lucros, deve o empregador comunicar tal recusa ao Ministério do Trabalho e Emprego, para adoção das providências legais cabíveis. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 00 00 52 /2 00 9- 97 Fl. 373DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ASSINATURA DO REPRESENTANTE SINDICAL NO ACORDO. COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA NEGOCIAÇÃO. Havendo nos autos a comprovação de que o representante do sindicato assinou o acordo para pagamento da PLR celebrado por comissão eleita para esse fim, devese considerar cumprido o requisito legal que exige a participação do ente sindical nas negociações, salvo se restar configurada fraude. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para que sejam excluídos da apuração os seguintes levantamentos: "3ER PLR CCT 2003 RJ EMP"; “3ES PLR CCT 2003 EMP SP”; “4ER PLR CCT 2004 EMP RJ”; “4ES PLR CCT 2004 EMP SP” e “PER PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP”. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que dava provimento parcial somente para afastar a tributação do levantamento “PER PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP”. Os conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Carolina Wanderley Landim, também excluíam da tributação todas as parcelas pagas a título de participação nos lucros ou resultados e os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira também excluíam da tributação parcela paga a título de gratificação espontânea de admissão. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Leo Meirelles do Amaral, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 374 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 12 24.720 de lavra da 15.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ no Rio de Janeiro I (RJ), que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.179.4897. O lançamento diz respeito às contribuições patronais para o Salário Educação. De acordo com o relatório fiscal, os fatos geradores contemplados no lançamento foram verificados na documentação relativa ao Banco UBS S/A, o qual foi incorporado pelo Banco UBS Pactual S/A, conforme Ata da Assembleia Geral Extraordinária do Banco UBS S/A, de 01/05/2007. Esclareceu o fisco que os fatos geradores que deram ensejo ao lançamento foram os pagamentos efetuados pela empresa a título de: a) participação nos lucros ou resultados – PLR em desconformidade com a lei de regência; b) “gratificação espontânea de admissão”, paga a doze dos segurados a serviço da empresa. Acerca da PLR, o fisco apresentou motivos para concluir que os instrumentos firmados pela empresa e empregados não atendiam ao disposto na Lei n. 10.101/2000, conforme abaixo demonstrado: a) Convenção Coletiva de Trabalho sobre PLR dos Bancos em 2003 – CCT PLR2003 (pagamentos efetuados em 02/2004): instrumento carente de regras claras, posto que a Convenção Coletiva limitase a determinar o pagamento de percentuais do salário dos empregados, tendo como condição para percepção do benefício o lucro das empresas, sem levar em conta a parcela do esforço dos trabalhadores na obtenção do resultado. b) PLR Programa Próprio – 2002 (pagamentos efetuados na competência 02/2004): acordo firmado entre empresas e comissão de empregados – no Rio de Janeiro em 09/12/2002 e em São Paulo em 11/12/2002. No primeiro consta a assinatura do representante do sindicato, contudo não há assinatura do representante no acordo assinado em São Paulo e a ata lavrada na reunião para aprovação do acordo registra a ausência da entidade sindical. Foram entregues cópias de correspondências que teriam encaminhado cópias dos acordos aos Sindicatos do Rio de Janeiro e de São Paulo. c) PLR Programa Próprio – 2004 (pagamentos efetuados na competência 07/2004): o instrumento, firmado em 02/12/2004 não contempla os empregados da filial de São Paulo, assim os pagamentos efetuados a estes empregados encontramse em desacordo com o inciso I do art. 2. da Lei da PLR. Afirmase ainda que o pagamento efetuado para a competência em questão (07/2004) não tinha amparo em nenhum acordo, posto que a Fl. 375DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 assinatura do instrumento somente ocorreu em 02/12/2004. Outra observação diz respeito à falta de assinatura do representante da entidade sindical, fato que foi corroborado pela ata da reunião da comissão, a qual registra a ausência do sindicato, que teria sido notificado a indicar um representante para participar das negociações; c) Convenção Coletiva de Trabalho sobre PLR dos Bancos em 2003 – CCT PLR2003 (pagamentos efetuados em 11/2004): instrumento carente de regras claras, posto que a Convenção Coletiva limitase a determinar o pagamento de percentuais do salário dos empregados, tendo como condição para percepção do benefício o lucro das empresas, sem levar em conta a parcela do esforço dos trabalhadores na obtenção do resultado. Segundo o fisco a verba denominada “gratificação espontânea de admissão” foi tributada por não haver previsão legal de sua exclusão do saláriodecontribuição. Cientificada a lavratura em 20/02/2009, a empresa apresentou defesa, cujas razões foram acatadas em parte pela DRJ, que excluiu do lançamento a competência 01/2004, por entender que havia sido alcançada pela decadência, conforme aplicação do § 4. do art. 150 do CTN. No mérito, a decisão recorrida manteve o lançamento. Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário, no qual, em apertada síntese, alegou que: Gratificação espontânea na admissão a) inobstante o conceito de salário previsto na CLT, a legislação que normatiza as contribuições previdenciárias a cargo do empregador expressamente prevê a exclusão dos ganhos eventuais recebidos pelo empregado da sua base de cálculo. Deve, portanto, ser excluída da exigência a verba “gratificação espontânea na admissão”, posto que é um ganho eventual, percebido em decorrência das despesas da contratação de determinado funcionário; b) o simples fato de uma importância representar um ganho para o empregado não significa que o mesmo está abrangido pelo conceito de saláriodecontribuição, mesmo porque o § 4. do art. 201 da Constituição Federal indica que não é qualquer vantagem do empregado que integrará a base de cálculo das contribuições; c) a habitualidade é característica marcante para que um determinado pagamento venha a sofrer a incidência das contribuições previdenciárias e no caso sob comento a própria Autoridade Lançadora reconhece que os pagamentos a título de “gratificação admissional” foram efetuados uma única vez para um mesmo empregado; d) revelase, portanto, totalmente ilegítima a pretensão de incluir essa verba no saláriodecontribuição. Participação nos lucros ou resultados a) é infundada a assertiva da Autoridade Fiscal acerca da desconformidade legal das Convenções Coletivas de Trabalho na parte que trata da PLR, posto que a lucratividade da empresa representa uma meta, a qual decorre do esforço individual de cada trabalhador a serviço da empresa; b) a recorrente deu ciência aos sindicatos da realização de reunião para elaboração de acordo para pagamento da PLR, sendo que estes deixaram de enviar representantes. Assim a empresa não deixou de cumprir as determinações legais; Fl. 376DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 375 5 c) o não comparecimento do representante da entidade sindical é fato que foge ao controle da recorrente, razão pela qual a intimação deste é bastante para suprir a ausência do representante da citada organização; d) na negociação para pagamento da PLR mediante comissão composta de representantes do empregador e dos empregados, a pessoa indicada pelo sindicato tem função de mera observadora e a sua ausência não pode implicar em óbice à implantação do programa; e) apresenta textos da doutrina e decisões judiciais que dariam reforço a sua tese; f) o inciso XI do art. 7. da Constituição Federal consigna que a participação nos lucros ou resultados não possui natureza salarial, independentemente de qualquer prescrição legal, cuja obrigatoriedade se refere exclusivamente à participação na gestão da empresa; g) nos acordos firmados entre a recorrente e seus funcionários, foram estabelecidas regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação nos lucros e regras adjetivas, os quais seguiam os parâmetros contidos na Convenção Coletiva de Trabalho, fato este que é reconhecido pelo próprio fisco; h) ademais a função das CCT é criar um direito mínimo, permitindo a cada empresa estabelecer o seu próprio programa de PLR; i) a fixação de metas, resultados e prazos são optativos, sendo certo que a falta destes não desqualifica a PLR; j) as Convenções fazem lei entre as partes e não podem ser desqualificadas sem que haja um fundamento válido. Ao final, requer o cancelamento do AI ou, pelo menos, que sejam excluídos da apuração os pagamentos efetuados com arrimo nas Convenções Coletivas. É o relatório. Fl. 377DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Gratificação espontânea na admissão Quanto a esse ponto do lançamento, o sujeito passivo não se insurge contra os valores apresentados pela auditoria. O seu questionamento é no sentido que as verbas não se enquadram no conceito de salário, por lhes faltar o caráter de habitualidade, além de que não representariam retribuição pelo trabalho. Iniciemos a fundamentação lançando comentários sobre a legislação que regula a cobrança de contribuições para financiamento da Seguridade Social. As contribuições incidentes sobre as remunerações pagas às pessoas físicas com e sem vínculo empregatício encontram fundamento máximo de validade no art. 195, alínea “a” do inciso I da Constituição Federal de 1988 (redação dada pela EC n.º 20/1998): Art.195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (...) Observese que a Lei Maior, a princípio permite a exação para a Seguridade Social sobre pagamentos efetuados pelo empregador a qualquer título a pessoa que lhe preste serviço, sendo irrelevante o fato da quantia ter sido paga ou creditada ao obreiro. A Lei n.º 8.212/1991 confere eficácia à citada determinação constitucional, tratando da contribuição patronal sobre as remunerações disponibilizadas aos empregados nos seguintes termos: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, Fl. 378DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 376 7 inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 26/11/1999). (...) Temos que o conceito previdenciário de remuneração, o chamado saláriode contribuição, é bastante amplo, o qual também é cuidado no inciso I do art. 28 da Lei n.º 8.121/1991, nestes termos: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/1997). Como se pode observar, a princípio, qualquer rendimento pago em retribuição ao trabalho, independentemente da forma de pagamento, enquadrase como base de cálculo das contribuições previdenciárias. Todavia, tendose em conta a abrangência do conceito de saláriode contribuição, o legislador achou por bem excluir determinadas parcelas da incidência previdenciária, enumerando em lista exaustiva as verbas que estariam fora deste campo de tributação. Essa relação encontrase presente no § 9.º do artigo acima citado. A tese da recorrente é de que esses ganhos seriam eventuais e por isso estariam livres da tributação em razão da norma inserta no item 7 da alínea “e” do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Para nós esse entendimento não se coaduna com a melhor exegese da legislação. Eis a norma citada: § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) e) as importâncias: (...) 7. recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do salário; (...) Fl. 379DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 A interpretação do dispositivo acima não pode ser dissociada daquele inserto no “caput” do mesmo artigo, acima transcrito, mas que não custa apresentar mais uma vez: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (...) À luz da legislação citada, o melhor entendimento é o de que somente não incidem contribuições sobre os ganhos eventuais, se esses forem pagos como mera liberalidade do empregador, sem que possuam qualquer vinculação com a prestação dos serviços. Entendo que somente os pagamentos que não guardam relação com o contrato de trabalho podem ser tidos como opção graciosa do empregador, devendo decorrer de condições específicas de um trabalhador tomado na sua individualidade, a exemplo de eventos de doença e outros sinistros que venham a recair sobre este e levem a empresa socorrerlhe financeiramente. Não há dúvida de que no caso sob cuidado o pagamento de gratificação em razão da admissão do empregado tem relação direta com o vínculo contratual estabelecido entre as partes, e o seu principal objetivo é atrair profissionais para o quadro funcional da empresa, representando, a bem da verdade, um pagamento antecipado pela futura prestação de serviço do trabalhador. Sobre essa questão não posso deixar de mencionar a semelhança entre essa rubrica e as luvas, conforme mencionou o órgão recorrido: 18. Ainda no que tange à gratificação paga no momento da admissão, não se pode ignorar o seu cunho nitidamente salarial, como incentivo ao início da relação laboral, mormente quando se trata de cargos estratégicos em que as pessoas mais qualificadas são disputadas no mercado de trabalho. 19. Neste sentido, recentemente a Justiça do Trabalho decidiu em situação semelhante: EMENTA: BANCÁRIO. GRATIFICAÇÃO PAGA COMO INCENTIVO À CONTRATAÇÃO. LUVAS. A gratificação concedida pelo empregador, como incentivo à contratação, possui semelhança às luvas devidas ao atleta profissional e, nessa condição, por analogia, afirmase ter natureza salarial. (TRT3ªR., 8ª TURMA, Processo: 00755200800403009 RO) 20. Por sua vez, o TST definiu que: “Luvas são antecipação salarial para viabilizar o contrato de trabalho e não há nenhuma circunstância que as caracterize como indenização” (AIRR e RR 25959/20029000300.5” Fl. 380DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 377 9 De fato, a moderna doutrina do Direito Laboral tem interpretado a remuneração não somente como a contraprestação pelos serviços efetivamente prestados pelo empregado, mas inclui também as verbas recebidas pelo obreiro decorrentes do contrato de trabalho. Essa construção doutrinária manifesta o entendimento de que a pessoa física pode oferecer ao contratante, além do seu labor, também sua imagem, seu não labor nas empresas concorrentes, sua disponibilidade, sua credibilidade no mercado, dentre outros valores caros ao mercado de trabalho. Já o contratante, por seu turno, em contrapartida, pode oferecer não só o salário stricto sensu, como também uma série de vantagens diretas, indiretas, em utilidades, in natura, e assim adiante. Observo que a gratificação em razão da admissão é um artifício para atrair trabalhadores valorizados em seu segmento profissional, funcionando como um diferencial em relação aos concorrentes. Por esse motivo, mesmo que a recorrente tente rotulála como mera liberalidade, a rubrica em questão ostenta, no seu âmago, uma ponta de contraprestação, posto que tem por desiderato oferecer um atrativo econômico ao obreiro para com este firmar o vínculo laboral. Portanto, deve ser afastada a tese de que a “gratificação admissional” se enquadra na exceção prevista no item 7 da alínea “e” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991, posto que não se observa o seu caráter eventual, uma vez que estabelecida como forma de seduzir o empregado para laborar para o empregador, não se observando por parte deste a alegada liberalidade. Participação nos lucros ou resultados – Convenções Coletivas de Trabalho Vamos agora à suposta ausência de regras claras nas Convenções Coletivas de Trabalho. Afirma o fisco que a previsão de que o pagamento da PLR seria fixada num percentual do salário do empregado e estaria condicionada à lucratividade da empresa representaria contrariedade ao disposto no § 1. do art. 2. da Lei n. 10.101/2000. Sobre essa questão, com todo o respeito às opiniões em sentido contrário, entendo que o argumento do fisco carece de amparo legal. Vejamos o que diz o dispositivo invocado: Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: Fl. 381DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2º O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. Verificase do dispositivo acima que o legislador em sua lista exemplificativa menciona dentre os critérios e condições para pagamento da PLR a lucratividade da empresa. Assim, quando as Convenções Coletivas do Setor Bancário dispuseram que a participação dos empregados nos lucros estaria condicionada ao percentual de lucro obtido pelas empresas foi atenderam literalmente a regra acima, devendo ser excluídas as parcelas pagas conforme as Convenções Coletivas. Não custa acrescentar que esses instrumentos estabelecem direitos mínimos, os quais podem ser ampliados pelos acordos efetuados entre empresas e empregados levadas a efeito com sindicatos ou em comissão formada para esse fim. Demais disso, devemos ter em conta que a lucratividade de uma empresa é formada pela soma dos esforços dos trabalhadores a seu serviço, fato que invalida a conclusão fiscal de que o critério do lucro não contemplaria a contribuição individual de cada empregado. Assim, devem ser excluídos da apuração os seguintes levantamentos: “3ER – PLR CCT 2003 RJ EMP”; “3ES PLR CCT 2003 EMP SP”; “4ER PLR CCT 2004 EMP RJ” E “4ES PLR CCT 2004 EMP SP”. Participação nos Lucros ou Resultados – Acordos Próprios Sobre essa questão controvertida, que diz respeito à falta de comprovação de participação de representante dos sindicatos na comissão eleita para tratar das regras atinentes ao pagamento da PLR, é de bom alvitre que iniciemos fazendo um breve passeio pela legislação de regência. A participação dos empregados no lucro das empresas tem sede constitucional no Capítulo que trata dos Direitos Sociais. Eis o que preleciona a Carta Máxima: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (...) Atendendo a essa previsão, veio ao mundo legal a Medida Provisória n. 794/2004, sucessivamente reeditada até a conversão na Lei n. 10.101/2000. O art. 1. desse diploma normativo dispõe: Art.1o Esta Lei regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7o, inciso XI, da Constituição. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 378 11 Pois bem, esse diploma veio normatizar a sistemática atinente à participação dos trabalhadores nos resultados obtidos empregador, tratando dos seguintes temas: forma de negociação, impossibilidade de substituição da remuneração por esse benefício, periodicidade, isenção tributária, etc. Ao tratar das negociações entre empregador e empregados para o pagamento da PLR o legislador colocou a disposição das partes dois instrumentos negociais, quais sejam: convenção coletiva/acordo coletivo ou comissão formada por representantes da empresa e dos trabalhadores, esta obrigatoriamente com participação do ente sindical. Eis a disposição legal: Art.2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: Icomissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. Observese que recentemente foi alterado o inciso I acima para que a comissão formada para negociar a PLR seja paritária, mantendose inalterada a obrigatoriedade de participação do sindicato. Eis o texto alterado: I comissão paritária escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; (Redação dada pela Lei nº 12.832, de 20 de junho de 2013) Claro, então, que, ao negociar o pagamento da PLR sem a participação da entidade sindical, a recorrente atropelou o art. 2. da Lei n. 10.101/2000. Portanto, é de se reconhecer que o pagamento foi efetuado em dissonância com a lei que rege a matéria. A empresa alega que a participação do sindicato é mera formalidade e que o descumprimento desse requisito não pode acarretar na desconsideração da natureza jurídica do pagamento. A presença de representante do sindicato nas negociações, antes de representar uma faculdade para as partes, constitui norma obrigatória, cujo desiderato é resguardar os interesses dos empregados mediante a assistência da sua entidade sindical. Essa exigência nada mais é que um desdobramento do que dispõe o inciso III do art. 8. da Carta Magna, o qual se reporta ao sindicato como legítimo defensor dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, dentre os quais, inegavelmente, situase a participação nos lucros e resultados da empresa. Outra questão que se mostra de suma relevância é a comprovação da empresa de que os Sindicatos dos Empregados em Estabelecimento Bancários do Rio de Janeiro e de São Paulo fora convocado para participar das negociações, todavia, não se fez presente nas tratativas. Fl. 383DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 De fato, o próprio relatório fiscal já dá conta de que os próprios Sindicatos manifestaramse no sentido de que não teriam acordo para pagamento da PLT, nem teriam indicado representantes para participar de comissão com esta finalidade. Embora plausível a alegação da empresa, não serve de escusa para descumprimento da exigência legal de participação de representante sindical nas negociações para pagamento da PLR. É que o ordenamento pátrio prevê remédio para este tipo de situação. Eis a norma da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT que trata da questão: Nos termos do art. 616 da CLT: "Art. 616. Os sindicatos representativos de categorias econômicas ou profissionais e as empresas, inclusive as que não tenham representação sindical, quando provocados, não podem recusarse à negociação coletiva. § 1° Verificandose recusa à negociação coletiva, cabe aos sindicatos ou empresas interessadas dar ciência do fato, conforme o caso, ao Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, para convocação compulsória dos sindicatos ou empresas recalcitrantes. § 2°No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacional do Trabalho ou órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, ou se malograr a negociação entabulada, é facultada aos sindicatos ou empresas interessadas a instauração de dissídio coletivo. Assim, diante da recusa dos entes sindicais em participar das negociações em questão, tinha a empresa ao seu dispor de instrumento legal para suscitar ao Ministério do Trabalho a sua convocação compulsória. Não tendo a recorrente adotado essa providência, resta caracterizado o descumprimento do requisito obrigatório previsto no art. 2. da Lei n. 10.101/2000. A Lei n. 8.212/1991, na alínea “j” do § 9. do art. 28, que regula a exclusão da participação nos lucros do saláriodecontribuição, prevê que não haverá a incidência de contribuições previdenciárias sobre a citada verba, mas condiciona o benefício fiscal ao pagamento da parcela dos resultados em conformidade com a lei específica, no caso a Lei n. 10.101/2000. Eis o dispositivo: Art. 28. (...) § 9 Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (...) Sobre essa norma é bom que se diga que a nossa Corte Constitucional reconheceu que a PLR, somente a partir da edição da MP 794/1994, por várias vezes reeditada e finalmente convertida na Lei n.º 10.101/2000, passou a não integrar a base de cálculo das Fl. 384DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 19740.000052/200997 Acórdão n.º 2401003.409 S2C4T1 Fl. 379 13 contribuições previdenciárias. É o que se observa do julgado (RE 398284 / RJ RIO DE JANEIRO): EMENTA Participação nos lucros. Art. 7°, XI, da Constituição Federal. Necessidade de lei para o exercício desse direito. 1. O exercício do direito assegurado pelo art. 7°, XI, da Constituição Federal começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentálo, diante da imperativa necessidade de integração. 2. Com isso, possível a cobrança das contribuições previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. Assim, forçoso concluir que a falta de participação do representante sindical nas negociações para pagamento da PLR constitui afronta a lei específica, sendo lícita a incidência de contribuições sobre as parcelas pagas a esse título, eis que não atendida a norma constante na alínea “j” do § 9. do art. 28 da Lei n.º 8.212/1991. Todavia uma questão colocada no relatório do fisco chama atenção, merecendo ser colocada em relevo. Falo da seguinte ponderação: “2.15.2. Em seguida temos um segundo acordo firmado pelo então BANCO UBS WARBURG e seus empregados (representados por comissão), em 09112/2002 (no Rio de Janeiro), e outro firmado entre as mesmas partes , em 11 11212002 (em São Paulo), ambos com vigência retroativa a partir de 01101 12002 e com prazo indeterminado , Anexo Doc02 Acordo PLR — RJ em 0911212002 (fls. 101 a 120) e Anexo Doc03 Acordo PLR — SP 1111212002 (fis. 121 a 139), respectivamente. Foi apresentada, ainda, a Ata de Reunião e Constituição da Comissão de Empregados, relativa à filial de São Paulo Anexo Doc04 —Composição da Comissão de Empregados — SP 1111212002 (fis. 140 a 150). 2.15.2.1. No instrumento datado de 09/12/2002, assinado no Rio de Janeiro, consta assinatura de representante do sindicato, Sr. Juvenal Bezerra dos Santos (Diretor). 2.15.2.2. Contudo, não há assinatura de representante do sindicato no acordo assinado em São Paulo, 1111212002, e a Ata lavrada na reunião para exame e aprovação do acordo registra a ausência da entidade sindical.” (grifei) Percebese, portanto, que o próprio fisco admite que o acordo efetuado com a comissão na filial do Rio de Janeiro teve a chancela do Sindicato representativo dos trabalhadores, o que resta comprovado às folhas 208 e 220 do processo principal (19740.000050/200906). Esse fato poderia passar despercebido, posto que a empresa não o adotou nas razões de seu recurso, todavia, em homenagem ao princípio da verdade material, não posso deixar de considerálo. Assim, levandose em conta que para o levantamento “PER PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP” a única desconformidade com a lei da PLR apontada pelo fisco foi a falta de participação da entidade sindical, não deve subsistir a contribuição lançada para a competência 02/2004, posto que a PLR foi paga com base em acordo que o próprio fisco Fl. 385DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 14 reconheceu que foi chancelado pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Rio de Janeiro. Frisese que no relato fiscal consta ainda a informação de que os acordos foram enviados aos sindicatos para arquivamento. Uma outra questão que poderia suscitar alguma controvérsia diz respeito ao desatendimento da periodicidade prevista na Lei n. 10.101/2000, todavia, há um trecho no relatório fiscal que resolve este ponto: “2.15.6. Periodicidade de pagamento Foi também examinada o aspecto da periodicidade dos pagamentos de PLR efetuados pelo BANCO UBS em favor de seus empregados. Analisando as Folhas de Pagamento e planilhas demonstrativas dos pagamentos de PLR por funcionário, verificamos que, ao longo do ano 2004, foram efetuados pagamentos a título de PLR em três oportunidades: em Fevereiro/2004 (PLR competência 2003, no valor de R$ 10.923.747,00), Julho/2004 (PLR competência 2004, no valor de R$ 221.500,41) e em Novembro/2004 (PLR competência 2004, no valor de R$ 158.956,81). Examinados os pagamentos por funcionário, verificamos que foram observados os parâmetros de periodicidade determinados em lei.”(grifei) Conclusão Voto por dar provimento parcial ao recurso para que sejam excluídos da apuração os seguintes levantamentos: “3ER – PLR CCT 2003 RJ EMP”; “3ES PLR CCT 2003 EMP SP”; “4ER PLR CCT 2004 EMP RJ”; “4ES PLR CCT 2004 EMP SP” e “PER PLR PROGRAMA PROPRIO RJ EMP”, este último apenas para a competência 02/2004. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/02 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 14367.000530/2009-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/10/2004
EMBARGOS - CONTRADIÇÃO - PROPOSITURA PELA PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL.
Com fulcro no art. 66 e seguintes do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita serão retificados mediante requerimento do titular da unidade da administração tributária encarregado da execução do julgado.
Existindo evidente erro material quanto a parte dispositiva do acordão, porém tendo o julgamento levado em considerações as informações corretas do processo, não há de se promover alteração no resultado proferido, mas tão somente a correção do texto .
Embargos acolhidos.
Numero da decisão: 2401-003.467
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, passando a parte dispositiva do acórdão a ter a seguinte redação: "Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DAR-LHE PROVIMENTO.", sem alteração do resultado do julgamento.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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Com fulcro no art. 66 e seguintes do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, as inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita serão retificados mediante requerimento do titular da unidade da administração tributária encarregado da execução do julgado. Existindo evidente erro material quanto a parte dispositiva do acordão, porém tendo o julgamento levado em considerações as informações corretas do processo, não há de se promover alteração no resultado proferido, mas tão somente a correção do texto . Embargos acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 36 7. 00 05 30 /2 00 9- 50 Fl. 574DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração, passando a parte dispositiva do acórdão a ter a seguinte redação: "Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DARLHE PROVIMENTO.", sem alteração do resultado do julgamento. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 575DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14367.000530/200950 Acórdão n.º 2401003.467 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de embargos opostos pela unidade da DRFB, com fulcro no art. 66 do Regimento Interno dos Conselhos Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, contra o acórdão 2401002.461 de 17 de maio de 2012., por entender que o acórdão prolatado apresenta evidente erro material na parte dispositiva, conforme descrito abaixo. Embora, não tenha aquela autoridade da DRFB, encaminhado o referido pedido de revisão na forma de embargos, entendo possível o recebimento nessa modalidade, considerando o disposto no próprio art. 66, senão vejamos: Art. 66. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão serão retificados pelo presidente de turma, mediante requerimento de conselheiro da turma, do Procurador da Fazenda Nacional, do titular da unidade da administração tributária encarregada da execução do acórdão ou do recorrente. § 2° Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma. Contudo para adentrar aos pontos que entende a relatora geraram o acatamento dos presente embargos, transcrevo abaixo o relatório do acordão transcrevendoo na forma como trazido pelo relator originário. O presente Auto de Infração de Obrigação Principal, lavrada sob o n.37.243.5955, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela cargo da empresa, incluindo a relativa ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa em virtude dos riscos ambientais do trabalho sobre as remunerações pagas aos segurados empregados no período de 01/2004 a 10/2004. Destacase que, conforme descrito no relatório fiscal, a presente Ação Fiscal analisou exclusivamente para as obras de Construção Civil inscritas no Cadastro de Especifico do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) sob os números 41.590.00450/77 e 41.620.00407/70 de propriedade da empresa PLATINUM CONSTRUÇÕES LTDA. Ainda conforme o relatório fiscal, constituem Fatos Geradores das Contribuições lançadas, o montante das Contribuições Previdenciárias correspondentes à parte da EMPRESA, incidentes sobre as Remunerações pagas e/ou creditadas aos Segurados Empregados constantes em suas Folhas de Pagamento, apurada pelo batimento folhas versus GFIP versus Fl. 576DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 FOLHA DE PAGAMENTO, assim como NÃO FORAM EFETUADOS OS RECOLHIMENTOS DEVIDOS. A empresa NÃO COMPROVOU ter efetuado o Recolhimento Integral do montante das Contribuições Previdenciárias Devidas. Consoante o descrito pela autoridade fiscal, em consulta ao Banco de Dados de Recolhimentos da Previdência Social restou constatado que a empresa havia efetuado recolhimentos parciais através de Guias de Recolhimento da Previdência Social GPS. Os valores recolhidos foram deduzidos dos valores apurados através dos Autos de Infrações, constituídos neste procedimento fiscal, conforme demonstrado no Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados RADA, anexo do Auto de Infração AI. Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 29/12/2009, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 30/12/2009. Inconformada, a empresa notificada apresentou impugnação à fls. 95 a 105. Foi exarada Decisão que determinou a procedência do lançamento, fls. 521 a 526, conforme ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 PERÍCIA. DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO. Se o fato controverso puder ser comprovado por meio de prova documental que deveria ser produzida pelo próprio impugnante, a prova pericial é prescindível. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO. Não apresentando as provas documentais no momento da impugnação, e não apontando justificativas para essa omissão, há a preclusão desse direito. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao autor o ônus da prova dos fatos constitutivos do direito alegado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não conformado com o resultado proferido a tomadora apresentou recurso, fl. 276 a 302. Em síntese alega: 1. não se desmerece o trabalho efetuado pelo Auditor Fiscal durante a fiscalização, até porque este lhe oportunizou a apresentação de documentos e esclarecimentos, na intenção de apurar os fatos que estavam sob investigação; 2. porém, as informações que apresentou à fiscalização possuíam erros, que induziram o Auditor Fiscal a apurar divergências que não existem; Fl. 577DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14367.000530/200950 Acórdão n.º 2401003.467 S2C4T1 Fl. 4 5 3. esse equívoco cometido por ele próprio reside no fato de, em algumas competências, existirem a indicação de pagamento de remuneração a empregados em duplicidade, pagamentos de remunerações em montantes que não foram efetivamente pagos aos empregados e pagamento de bolsa de estágio, sobre a qual não incide a contribuição previdenciária; 4. não lhe resta outra alternativa senão reconhecer seu erro no fornecimento de suas próprias informações, requerendo, todavia, a apuração correta dos dados condizentes aos fatos geradores das contribuições em análise, em especial a composição das folhas de pagamento, como forma de ser atestado por esta Delegacia de Julgamento que as divergências apontadas não existem. 5. os fatos aqui apontados são de fácil verificação, o que se depreende dos próprios relatórios elaborados pela fiscalização, intitulados "CRUZAMENTO DE GFIP VERSUS FOLHA DE PAGAMENTO", os quais integram o auto de infração. 6. como forma de corrigir os equívocos constatados, elaborou dossiês de cada competência fiscalizada, nos quais constam as informações lançadas em GFIP, as respectivas GPS, que permitem constatar a realidade de cada folha de pagamento, afastando, assim, alguns valores indicados erroneamente na documentação entregue à fiscalização. 7. se tais levantamentos não forem suficientes à conclusão do caso, solicita a realização de perícia contábil, relativa às competências de 2004, por meio da qual o perito designado terá acesso a todos os documentos correspondentes aos dados em análise. 8. o lançamento não pode ser convalidado em razão de afrontar os princípios da razoabilidade, da proporcionalidade, da legalidade, da verdade material, da capacidade contributiva; do enriquecimento sem causa do Estado; 9. os dados anexados a esta defesa, baseados nas explicações e documentos correspondentes, demandam a apreciação de perícia contábil, a ser designada por esta Delegacia de Julgamento. O processo foi encaminhado para julgamento no âmbito deste Conselho. É o relatório. DA ANÁLISE DOS EMBARGOS Da análise dos elementos expostos, entendo que razão assiste ao embargante, tendo em vista que na parte dispositiva do acórdão prolatado realmente encontrase evidente erro material, senão vejamos: Fl. 578DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DAR LHE PROVIMENTO, mantendo o lançamento efetuado. É o relatório. Fl. 579DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 14367.000530/200950 Acórdão n.º 2401003.467 S2C4T1 Fl. 5 7 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: Considerando a necessidade de corrigir os evidentes erros materiais constantes dos acórdãos prolatados por meio deste Conselho, os presentes autos foram manejados na forma de embargos, nos termos do art. 66 do RI do CARF, Portaria MF nº 256 de 22 de junho de 2009, para que se proceda a correção da parte dispositiva do mesmo. Importante ressaltar que desnecessário se faz transcrever a totalidade do acórdão Assim, considerando que o julgamento em si, bem como os fundamentos da decisão encontramse corretos, existindo evidente erro material apenas na parte dispositiva. Isto posto, entendo deva ser apenas corrigida o referido erro, mantendose integralmente o julgamento realizado. Dessa forma, onde se lê: CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DARLHE PROVIMENTO, mantendo o lançamento efetuado. Leiase: CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DAR LHE PROVIMENTO.. CONCLUSÃO Isto posto, voto pelo ACOLHIMENTO dos presentes embargos, para re ratificar o acordão 2401002.461, passando a parte dispositiva do acórdão a ter a seguinte redação: “Voto pelo CONHECIMENTO do recurso para no mérito DARLHE PROVIMENTO.”, sem alteração do resultado do julgamento. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 580DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/04/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 11020.002055/2009-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM PELA REGRA DO INCISO I DO ART. 173 DO CTN.
Inexistindo antecipação de recolhimento das contribuições sociais, a contagem do prazo decadencial tem como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte aquele em que os tributos poderiam ter sido lançados.
EMPRESA QUE SE ENQUADRA INDEVIDAMENTE COMO ISENTA. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. INEXISTÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGEMENTO PARA A COTA PATRONAL.
Não se considera antecipação de pagamento o recolhimento pela empresa indevidamente enquadrada como isenta da contribuição dos segurados, devendo-se contar a decadência das contribuições patronais pela regra do inciso I do art. 173 do CTN.
Recurso Voluntário Negado.
Consoante a jurisprudência dominante, é legítima a cobrança da contribuição para o INCRA das empresas urbanas, a qual tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico e foi recepcionada pela Carta de 1988.
Numero da decisão: 2401-003.419
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade. II) Por maioria de votos, rejeitar a argüição de decadência, vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que aplicavam a regra do art. 150, § 4º do CTN. III) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Leo Meirelles do Amaral, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. REGRAS DE ISENÇÃO. ART. 14 DO CTN. Não se aplicam às contribuições sociais as regras de isenção previstas no art. 14 do Código Tributário Nacional. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. PERDA DA ISENÇÃO. NECESSIDADE DE REQUERIMENTO ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. Durante a vigência do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, para as entidades que haviam perdido o direito à isenção mediante Ato Cancelatório, havia a necessidade de pedido à Administração Tributária visando ao reconhecimento do benefício fiscal. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA. NATUREZA JURÍDICA. POSSIBILIDADE DE COBRANÇA DAS EMPRESAS URBANAS. Consoante a jurisprudência dominante, é legítima a cobrança da contribuição para o INCRA das empresas urbanas, a qual tem natureza jurídica de contribuição de intervenção no domínio econômico e foi recepcionada pela Carta de 1988. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. AUSÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. CONTAGEM PELA REGRA DO INCISO I DO ART. 173 DO CTN. Inexistindo antecipação de recolhimento das contribuições sociais, a contagem do prazo decadencial tem como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte aquele em que os tributos poderiam ter sido lançados. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 20 55 /2 00 9- 89 Fl. 756DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 EMPRESA QUE SE ENQUADRA INDEVIDAMENTE COMO ISENTA. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS. INEXISTÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGEMENTO PARA A COTA PATRONAL. Não se considera antecipação de pagamento o recolhimento pela empresa indevidamente enquadrada como isenta da contribuição dos segurados, devendose contar a decadência das contribuições patronais pela regra do inciso I do art. 173 do CTN. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade. II) Por maioria de votos, rejeitar a argüição de decadência, vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que aplicavam a regra do art. 150, § 4º do CTN. III) Por unanimidade de votos, no mérito, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Leo Meirelles do Amaral, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 757DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 757 3 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 10 24.970 de lavra da 6.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Porto Alegre (RS), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o Auto de Infração – AI n.º 37.218.7730. O crédito em questão referese à exigência das contribuições patronais para outras entidades ou fundos e, consoante o relatório fiscal, os fatos geradores das contribuições sociais lançadas decorreram das remunerações pagas a segurados empregados no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2007, inclusive 13. salários, discriminadas nas folhas de pagamento do sujeito passivo. Afirmase que o sujeito passivo, na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, declarouse indevidamente como entidade beneficente de assistência social em gozo da isenção da cota patronal, deixando de recolher as contribuições devidas. Acerca da perda da isenção, o fisco assim se pronunciou: “3. Da perda da isenção patronal: 3.1. Da ação fiscal desenvolvida no Círculo Operário Caxiense em 2005, resultou na Informação Fiscal n° 35249.00029312005 10, para fins de cancelamento de isenção. Emitida a Decisão Notificação DN n° 19.422.4/001/2007, determinando o cancelamento da isenção patronal a partir de 01/01/1995, o que foi feito através do Ato Cancelatório de Isenção de Contribuições Sociais n° 19.422.1/001/2007, de 16/02/2007. Da decisão, o Círculo Operário Caxiense não apresentou recurso na esfera administrativa. Ajuizou Ação Ordinária n° 2008.71.07.0004642/RS, pretendendo a anulação do referido Ato (Liminar/Antecipação da Tutela indeferido em 17/06/2008) e Agravo de Instrumento n° 2008.04.00.0237710/RS, contra a decisão da ação ordinária que indeferiu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela (convertido em agravo retido, em 09/07/2008), tudo conforme cópias em anexo.” Cientificado do lançamento em 19/06/2009, a autuada apresentou impugnação, cujas razões não foram acolhidas pelo órgão de primeira instância. Inconformado, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário, no qual em apertada síntese apresentou os pontos abaixo. Afirma que cumpre integralmente com seus objetivos estatutários, mencionando todas as atividades assistenciais e de promoção à saúde que desenvolve. Apresenta títulos e registros que lhe foram outorgados em razão das suas ações na área de assistência social, quais sejam: Fl. 758DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 a) Registro no Conselho Nacional de Assistência Social, conforme Processo n. 00000.044804/195200, sessão de 03/10/1952; b) Primeiro Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos (atual Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social), processo n.° 00000.061883/196300, concedido em 20/08/1963; c) Atestado de Registro no Conselho Municipal de Assistência Social, sob o n. 015/2009; d) Declaração de Utilidade Pública Federal, pelo Decreto n. 64.309, de 07/04/1969, publicado no Diário Oficial da ' União de 09/04/1069; e) Declaração de Utilidade Pública Estadual, Decreto n° 13.558/62, de 09 de maio de 1962; f) Declaração de Utilidade Pública Municipal, Lei n. 973, de 17/06/1960; g) Registro no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente sob o n° 119/99. Ressalta que, desde 1963, o Círculo Operário Caxiense teve continuamente deferidos os seus pedidos de renovação do CEBAS, sendo o último com validade até 31/12/2009. Diante de todos esse elementos, afirma não se sustentar o argumento do fisco de que as contribuições seriam devidas em razão do cancelamento do seu direito à isenção, decorrente do Ato Cancelatório de Isenção de Contribuições Sociais n. 19.422.1/001/2004, de 16/02/2007. Nesse sentido, assevera que atende a todos os requisitos previstos no art. 14 do CTN, além ter demonstrado nos autos que preenche integralmente os requisitos constitucionais e infraconstitucionais necessários para que se revista da característica de imune ao recolhimento das contribuições sociais. Apresenta jurisprudência que militaria em seu favor. Sustenta que não poderia ser afastada pela turma julgadora a preliminar de nulidade do AI pelo incorreto enquadramento da recorrente no “FPAS 515”, distinto daquele ao qual deveria ser enquadrada – “FPAS 639”. Isso porque o único fundamento em que se sustenta o acórdão recorrido é o Ato Cancelatório, que não tem força necessária a desconstituir a condição de entidade de utilidade pública, a qual foi concedida à recorrente mediante minucioso processo administrativo voltado à escorreita análise do cumprimento dos requisitos legais aplicáveis. Suscita que ocorreu decadência parcial do crédito, uma vez que foi constituído em 16/07/2009, quando já havia transcorrido para algumas competências o prazo decadencial estabelecido no § 4. do art. 150 do CTN. Acrescenta que é inexigível a contribuição de 0,2% destinada ao INCRA pois tal contribuição foi revogada pela Lei n° 7.787/89. Ademais alega também, que tal contribuição não foi recepcionada pela EC 18/65, pela Constituição Federal de 1967, pela EC 1/69 e muito menos pela Constituição Federal de 1988, com a qual se mostra incompatível por não se amoldar seja como imposto, seja como contribuição social. Em derradeiro afirma não ser devedora de contribuição ao INCRA por não exercer qualquer atividade rural. Fl. 759DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 758 5 Alega que a multa foi aplicada incorretamente, posto que não foi observada a retroatividade benéfica da nova legislação, a qual conduziria à imposição da multa no patamar fixado no art. 61 da Lei n. 9.430/1996, ou seja, no máximo, 20% das contribuições devidas. Ao final pede o cancelamento do AI, ou a sua retificação de modo que sejam saneadas as irregularidades ocorridas na apuração fiscal. É o relatório. Fl. 760DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Isenção das contribuições No período do lançamento 01/2004 a 12/2007, bem como na data da ciência da lavratura pelo sujeito passivo estavam em vigor as disposições do hoje revogado art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, as quais regulavam a imunidade/isenção das contribuições sociais, prevista no § 7. do art. 195 da Constituição Federal. Eis a norma: Art. 55. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 desta Lei a entidade beneficente de assistência social que atenda aos seguintes requisitos cumulativamente: I seja reconhecida como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal; II seja portadora do Certificado e do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; II seja portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos; III promova a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes; IV não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores, remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título; V aplique integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais apresentando, anualmente ao órgão do INSS competente, relatório circunstanciado de suas atividades. § 1º Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata este artigo será requerida ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, que terá o prazo de 30 (trinta) dias para despachar o pedido. Fl. 761DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 759 7 § 2º A isenção de que trata este artigo não abrange empresa ou entidade que, tendo personalidade jurídica própria, seja mantida por outra que esteja no exercício da isenção. § 3o Para os fins deste artigo, entendese por assistência social beneficente a prestação gratuita de benefícios e serviços a quem dela necessitar. § 4o O Instituto Nacional do Seguro SocialINSS cancelará a isenção se verificado o descumprimento do disposto neste artigo. § 5o Considerase também de assistência social beneficente, para os fins deste artigo, a oferta e a efetiva prestação de serviços de pelo menos sessenta por cento ao Sistema Único de Saúde, nos termos do regulamento. §6oA inexistência de débitos em relação às contribuições sociais é condição necessária ao deferimento e à manutenção da isenção de que trata este artigo, em observância ao disposto no § 3o do art. 195 da Constituição. O texto legal transcrito nos indica que as entidades, ressalvados os casos de direito adquirido, deveriam requerer ao INSS a isenção das contribuições patronais previdenciárias. No caso sob apreciação, percebese a entidade autuada teve o seu direito ao gozo da isenção cancelado com efeitos retroativos a 01/1995. Contra esse Ato foi ofertada impugnação, a qual não foi acolhida pelo órgão de julgamento. Desistindo do processo administrativo, a autuada buscou a via judicial para afastar os efeitos do Ato Cancelatório de Isenção. O processo em questão Mandado de Segurança 2007.71.07.0040976/RS, foi extinto sem julgamento de mérito. Não tendo sucesso no mencionado Mandado de Segurança, apresentou questionamento no Poder Judiciário através da Ação Ordinária nº 2008.71.07.0004642 pedindo Antecipação de Tutela, que foi indeferida em 19/06/2008. Assim, não há dúvida que para readquirir a condição de entidade imune/isenta, a recorrente teria que novamente requerer o benefício à Administração Tributária, demonstrando que atendia a todos os requisitos da legislação vigente, in casu, o art. 55 da Lei n.º 8.212/1991. Quanto às questões discutidas no processo relativo ao Ato Cancelatório de Isenção não nos cabe apreciálas por dois motivos. Primeiro, o julgamento de primeira instância transitou em julgado na esfera administrativa, posto que a entidade dele não recorreu. Em segundo lugar, ao recorrer ao Judiciário para afastar os efeitos do Ato, a autuada renunciou à discussão administrativa, conforme previsto em súmula do CARF: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo Fl. 762DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. O fato da entidade apresentar vasto rol de atividades assistenciais, bem como de comprovar a posse de títulos, certificações e registros necessários ao gozo do benefício fiscal não altera a sua situação. É que, conforme visto acima, nos termos do § 1. do art. 55 da Lei n.º 8.212/1991, havia a necessidade da empresa fazer o requerimento ao INSS e apresentar toda a documentação exigida na Lei, portanto, somente a posse dos documentos e o cumprimento de outros requisitos não eram suficientes a garantir a isenção/imunidade. Diante dessas evidências, forçoso concluir que não deve prevalecer a tese da nulidade do AI em razão do incorreto enquadramento efetuado pelo fisco no “FPAS 515”, haja vista que a empresa não era reconhecida pela Administração Tributária como entidade beneficente de assistência social isenta/imune do recolhimento das contribuições sociais. Aplicação do art. 150, VI da CF e art. 14 do CTN A invocada imunidade da recorrente com base no art. 150, VI, da Constituição Federal não se sustenta. Vejamos: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (...) Como se pode ver do comando constitucional, a imunidade ali traçada diz respeito apenas aos impostos, que é espécie tributária diferente de contribuição, exação tratada no presente AI. Na verdade, o desdobramento infraconstitucional do inciso IV do art. 150 da Lei Maior encontrase na alínea “c” do inciso IV do art. 9.º e no art. 14, ambos do CTN, assim redigidos: Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV cobrar imposto sobre: (...) Fl. 763DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 760 9 c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 104, de 10.1.2001) (...) Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) II aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. (...) Como se pode ver, esses dispositivos do CTN tem aplicação restrita à imunidade/isenção relacionada aos impostos. Para as contribuições destinadas à Seguridade Social, o legislador constituinte reservou o § 7.º do art. 195 quando pretendeu tratar de imunidade/isenção, dispositivo esse que foi regulamentado pelo art. 55 da Lei n.º 8.212/1991 e hoje é tem regramento ordinário na Lei n.º 12.101/2009. Decadência Tendo entendido que de fato a empresa não era detentora da imunidade/isenção quanto ao recolhimento da cota patronal previdenciária, agora já posso tratar da alegada decadência. É cediço que, com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.º 8.212/1991 pela Súmula Vinculante n.º 08, editada pelo Supremo Tribunal Federal em 12/06/2008, o prazo decadencial para as contribuições previdenciárias passou a ser aquele fixado no CTN. Quanto à norma a ser aplicada para fixação do marco inicial para a contagem do quinquídio decadencial, o CTN apresenta três normas que merecem transcrição: Art. 150 (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 764DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 ........................................................................................... Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. (...) A jurisprudência majoritária do CARF, seguindo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, tem adotado o § 4.º do art. 150 do CTN para os casos em que há antecipação de pagamento do tributo, ou até nas situações em que não havendo a menção à ocorrência de recolhimentos, com base nos elementos constantes nos autos, seja possível se chegar a uma conclusão segura acerca da existência de pagamento antecipado. O art. 173, I, tem sido tomado para as situações em que comprovadamente o contribuinte não tenha antecipado o pagamento das contribuições, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação e também para os casos de aplicação de multa por descumprimento de obrigação acessória. Por fim, o art. 173, II, merece adoção quando se está diante de novo lançamento lavrado em substituição ao que tenha sido anulado por vício formal. Considerandose que a empresa se declarava indevidamente como entidade isenta do recolhimento das contribuições lançadas, não há o que se falar em antecipação do pagamento, haja vista que havia apenas o recolhimento da contribuição descontada dos segurados. Assim, a contagem do prazo decadencial deve ser efetuada com base na regra constante no inciso I do art. 173 do CTN. Tendose em conta que a cientificação da lavratura ocorreu em 19/06/2009 e o período do crédito é de 01/2004 a 12/2007, não há o que se falar em transcurso do prazo decadencial, devendo ser afastada essa alegação recursal. Contribuição ao INCRA Afirma a recorrente em seu arrazoado que a contribuição paro Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, não poderia ser aplicada às empresas urbanas, por ser destinada ao atendimento dos trabalhadores rurais. Além de que é a mesma seria inconstitucional por não se enquadrar em nenhuma das espécies tributárias previstas na Constituição Federal. Para afastar essa tese, devo utilizar a jurisprudência do STJ, a qual manifesta o entendimento de que a contribuição ao INCRA enquadrase como contribuição de intervenção no domínio econômico, a qual pode ser exigida também das empresas urbanas. Eis um julgado que bem retrata o posicionamento daquele tribunal superior: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO INCRA. Fl. 765DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 761 11 LEGALIDADE (RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 977.058/RS, DJ DE 10/11/2008). REQUISITOS DE VALIDADE DA CDA. REVISÃO. SÚMULA 7 DESTE TRIBUNAL. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL. TAXA SELIC. LEGITIMIDADE. PRONUNCIAMENTO DA PRIMEIRA SEÇÃO SOB O RITO DO ART. 543C, DO CPC. 1. O exame da alegação de que a CDA não preenche os requisitos de validade encontra óbice na Súmula 7 do STJ. Precedentes. 2. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, mediante pronunciamento sob o regra prevista no art. 543C do CPC (REsp 977.058/RS, DJ de 10/11/2008), firmou o posicionamento no sentido de que, por se tratar de contribuição especial de intervenção no domínio econômico, a contribuição ao Incra, destinada aos programas e projetos vinculados à reforma agrária e suas atividades complementares, foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 e continua em vigor até os dias atuais, pois não foi revogada pelas Leis 7.787/89, 8.212/91 e 8.213/91, não existindo, portanto, óbice a sua cobrança, mesmo em relação às empresas urbanas. (grifo nosso). 3. Extrapola o limite de competência do recurso especial, ex vi do art. 105, III, da CF, enfrentar a tese recursal autoral, acerca da multa aplicada pelo descumprimento da obrigação tributária, fundada no principio constitucional do não confisco. 4. A Primeira Seção, no julgamento do REsp 1.111.175/SP, em 10/6/2009, feito submetido à sistemática do art. 543C do CPC, decidiu pela legalidade da incidência da Taxa Selic para fins tributários. 5. Agravo regimental não provido. (AgRg no Ag 1394332 / RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Dje 26/05/2011) Diante desse julgado, posso concluir que, ao contrário do que afirma a recorrente, a jurisprudência tem sedimentado o entendimento de que a contribuição ao INCRA pode ser exigida também das empresas urbanas, por se caracterizar como contribuição especial de intervenção no domínio econômico, tendo sido perfeitamente recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Multa Sobre as contribuições lançadas foi aplicada multa no patamar de 24%, conforme o art. 35 da Lei n.º 8.212/1991, na redação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores. Fl. 766DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Requer o sujeito passivo que a multa seja imposta observandose a nova redação dada ao dispositivo em questão pela MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2009, que trouxe ao art. 35 da Lei n.º 8.212/1991 a seguinte redação: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). O referido art. 61 da Lei n. 9.430/1996 assim prescreve: Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. (...) Ocorre que a aplicação retroativa a que se refere dispositivo acima somente tem lugar quando se está diante de pagamento espontâneo, ou seja, não objeto de lançamento de ofício. Às situações em que o sujeito passivo deixou de declarar os fatos geradores e recolher as contribuições, levando o fisco a constituir o crédito tributário, a regra da novel legislação é o art. 44, I, da Lei n. 9.430/2006, conforme previsão do art. 35A da Lei n.º 8.212/1991, introduzida pela MP n. 449/2008, convertida na Lei n. 11.941/2008: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Portanto, não há de se acatar o requerimento da empresa, posto que o art. 44, I, da Lei n. 9.430/1996, impõe multa mais gravosa (75% do tributo não recolhido) que aquela prevista no art. 35 da Lei n.º 8.212/1991, na redação vigente quando da ocorrência dos fatos geradores. Nesse sentido, devese manter a multa aplicada no lançamento, posto que a aplicação retroativa da nova legislação conduziria a um valor mais gravoso ao sujeito passivo. Fl. 767DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 11020.002055/200989 Acórdão n.º 2401003.419 S2C4T1 Fl. 762 13 Conclusão Voto por afastar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 768DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 26/03 /2014 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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Numero do processo: 10925.001667/2009-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 27/07/2009
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 - AIOP CORRELATO
A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores, sendo que a procedência dos mesmos
Recurso Voluntário Provido em Parte.
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - NÃO APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS - ALEGAÇÕES DESPROVIDAS DE ELEMENTOS DE PROVA - IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES
Uma vez que a autoridade fiscal demonstrou de forma clara a falta descrita na autuação, bem como toda a fundamentação legal, incumbe ao recorrente comprovar a improcedência dos fatos descritos pela autoridade fiscal.
Meras alegações de existência de documentos e folhas de pagamento à disposição da fiscalização não se prestam a desconstituir o lançamento, fundamentados em registros contábeis apurados nos livros dos recorrentes verificados durante o procedimento fiscal.
Numero da decisão: 2401-003.378
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade; e II) no mérito, dar provimento parcial para excluir do lançamento os fatos geradores correspondentes as CTRC descritas na planilha fls. 16 do recurso voluntário. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 27/07/2009 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 - AIOP CORRELATO A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores, sendo que a procedência dos mesmos Recurso Voluntário Provido em Parte. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - NÃO APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS - ALEGAÇÕES DESPROVIDAS DE ELEMENTOS DE PROVA - IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES Uma vez que a autoridade fiscal demonstrou de forma clara a falta descrita na autuação, bem como toda a fundamentação legal, incumbe ao recorrente comprovar a improcedência dos fatos descritos pela autoridade fiscal. Meras alegações de existência de documentos e folhas de pagamento à disposição da fiscalização não se prestam a desconstituir o lançamento, fundamentados em registros contábeis apurados nos livros dos recorrentes verificados durante o procedimento fiscal.
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Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA NÃO APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS ALEGAÇÕES DESPROVIDAS DE ELEMENTOS DE PROVA IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES Uma vez que a autoridade fiscal demonstrou de forma clara a falta descrita na autuação, bem como toda a fundamentação legal, incumbe ao recorrente comprovar a improcedência dos fatos descritos pela autoridade fiscal. Meras alegações de existência de documentos e folhas de pagamento à disposição da fiscalização não se prestam a desconstituir o lançamento, fundamentados em registros contábeis apurados nos livros dos recorrentes verificados durante o procedimento fiscal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 16 67 /2 00 9- 06 Fl. 336DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 27/07/2009 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 AIOP CORRELATO A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores, sendo que a procedência dos mesmos Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade; e II) no mérito, dar provimento parcial para excluir do lançamento os fatos geradores correspondentes as CTRC descritas na planilha fls. 16 do recurso voluntário. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório O presente Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP, lavrada sob o n. 37.154.3754, em desfavor da recorrente, originado em virtude do descumprimento do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999. Conforme descrito no Relatório Fiscal de fls. 101 e seguintes, consta que entre os documentos constou a solicitação para apresentação dos Conhecimentos de Transportes Rodoviários de Carga (CTRC) em meio magnético, em que questionado o presidente da cooperativa sobre a possibilidade da disponibilização destes dados, informou em meio magnético só havia a partir do ano de 2007 e que para os anos anteriores somente em meio papel. Que a empresa inicialmente solicitou prorrogação de prazo para apresentação de documentos, que foi acatada, porém, com objetivo de iniciar os trabalhos de fiscalização, foi visitada a empresa a fim de coletar CTRC em meio papel do período de 07/2004 a 12/2005, cujos documentos constavam arquivados em caixas no escritório da empresa, pelo que entendeu que os 20 dias para separar tais caixas seriam suficientes. Que em 05/03/2009, na presença do presidente da cooperativa e do Contador da empresa Valdenir Menegat (CRC/SC 18.36509), separaram 27 caixas de documentos, além dos livros de 110 Atas e de Matriculas e levaram para a repartição da Receita Federal do Brasil, cuja relação foi elaborada pelo contador da empresa e entregues à fiscalização (fls. 157 e 158). Explica que o procedimento adotado encontra amparo no art. 35 da lei 9.430/96, que permite o exame de documentos fora do estabelecimento do sujeito passivo e que a medida foi necessária porque a empresa alegou não possuir arquivo digital com tais informações; que posteriormente foram devolvidos, mediante Termos de Devolução (fls. 160, 183, 184, 206 e 207). Consta que os registros contábeis mostram que a empresa (Cooperativa COTRAMOL) executa seus serviços na área de transporte rodoviário de cargas, sem possuir os meios de produção, ou seja, não possui caminhões, sendo os fretes realizados por seus cooperados e outras pessoas físicas ou jurídicas que detém os veículos para a prestação do serviço. Que para a execução dos serviços a empresa contratante faz contato com a cooperativa COTRAMOL, solicitando o frete e esta estipula o preço, recebendo diretamente o valor; que a cooperativa aloca seus cooperados ou terceiros, remunerandoos em cada operação, recebendo um percentual a título de comissão. Relata que a cooperativa não segrega em sua contabilidade os serviços executados por cooperados e não cooperados, bem como sem distinguir os prestados por pessoas jurídicas ou físicas. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Com relação a dificuldade de identificar os valores pagos de forma diferenciada, assim destacou a autoridade fiscal? Em 31/03/2009, reintimamos a cooperativa a apresentar arquivo digital referente aos CTRC's, conforme Termo de Intimação 103/2009, fls. 165/166. Em 06/04/2009, a cooperativa nos entregou o documento mencionando de como é calculado o valor que é repassado aos prestadores de serviços, fls. 167. Nesta oportunidade, a empresa nos entregou também a relação dos cooperados da COTRAMOL fls. 168/170, e também CD contendo os CTRC's referente aos anos 2007 e 2008, conforme recibo de entrega gerado pelo sistema SVA, fls. 171. Na tentativa de resolver o problema de identificar o efetivo prestador do serviço uma vez que em muitos CTRC's não existe esta informação, porém existe a placa do veiculo , intimamos a cooperativa por intermédio do Termo de Intimação N° 128/2009, fls. 176/181, a apresentar uma relação dos cooperados e a placa dos respectivos veículos. Assim poderíamos identificar para cada CTRC nos quais existe a informação da placa do veiculo, se o serviço havia sido prestado por um cooperado. Porém esta tentativa não logrou êxito, pois a cooperativa, por meio do documento de fls. 185/187, informa que não possui este registro. Observa, ainda, que na contabilidade não existe por parte da Cotramol, qualquer desconto para a previdência social, sobre a remuneração repassada aos transportadores, o que afasta a caracterização do crime contra a ordem tributária. Importante, destacar que a lavratura da AIOP deuse em 22/07/2009, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 29/07/2009. Não conformada com a autuação, foi apresentada defesa pela notificada, fls. 129 a 136 A Decisão de 1 instância confirmou a procedência parcial do lançamento, acatando as retificações propostas pela informação fiscal. fls. 209 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2008 CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RETENÇÃO. PRESUNÇÃO DO DESCONTO. A cooperativa possui obrigação legal de efetuar o desconto da contribuição dos contribuintes individuais cooperados, nãocooperados e demais pessoas físicas que lhe prestam serviço, e repassálos à Seguridade Social. O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente, não sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, Fl. 339DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 4 5 ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com a lei. FRETES AUTÔNOMOS. CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo da contribuição previdenciária sobre os serviços de fretes por contribuintes individuais corresponde a vinte por cento do valor bruto auferido pelo frete, carreto, transporte. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 31/12/2008 PRERROGATIVAS DA FISCALIZAÇÃO. ACESSO AO ESTABELECIMENTO. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos, inclusive o acesso ao estabelecimento onde o sujeito passivo desenvolve suas atividades, cuja negativa se constitui em resistência à fiscalização tributária. LAVRATURA FISCAL FORA DO ESTABELECIMENTO. É legitima a lavratura de auto de infração no local em que constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. DOCUMENTO DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. AUTO DE INFRAÇÃO OU NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE NULIDADE. no âmbito da Receita Federal do Brasil o crédito tributário, decorrente de obrigação principal ou acessória, pode ser constituído por auto de infração ou notificação de lançamento. Nulidade ausente. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS O prazo para apresentação de provas no processo administrativo fiscal coincide com o prazo de que o contribuinte dispõe para impugnar o lançamento, salvo se comprovada alguma das hipóteses autorizadoras para juntada de documentos após esse prazo. PERÍCIA PRESCINDÍVEL. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. INDEFERIMENTO. Temse por prescindível de perícia o lançamento baseado em fatos geradores verificados em documentos da própria empresa, suficientemente pormenorizados no procedimento fiscal. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 A perícia formulada deve atender aos requisitos estabelecidos na legislação que rege o contencioso. A não conformidade motiva o indeferimento e não conhecimento. INTIMAÇÃO NO PROCURADOR A Secretaria da Receita Federal do Brasil tem o direito de, em sede de processo administrativo fiscal, efetuar intimações de qualquer uma das formas previstas nos incisos I, II e III, do caput do artigo 23, do Decreto nº 70.235/1972. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 247 a 281. 1. O fisco simplesmente ignora uma série de documentos apresentados pela requerente. , com fulcro na subjetiva ilação de que a cooperativa não distingue os prestadores de serviços em sua contabilidade, chega a exigir valores que não compõem a base de cálculo de contribuições. 2. Não verifica a inadimplência ds tributos em comento, simplesmente autua, sem observar que os mesmos podem ter sido recolhidos aos cofres públicos pelo próprio contribuinte individual. 3. Em preliminar fala em nulidade, ao entendimento de abuso de poder da autoridade fiscal que agiu de forma ilegal e arbitrária no procedimento de fiscalização. 4. Cita que a empresa cumpriu todas as exigências e intimações no curso da fiscalização e que por várias vezes a autoridade fiscal invadiu a sede da recorrente, abrindo gavetas e arquivos, jogando papéis no chão e levandoos como se seu fossem. 5. improcedência da pretensão fiscal, além do teto limite.Que embora a Lei nº 8.212/91 em se art. 15 equipare a cooperativa a empresa, tal fato serve apenas para os fins desta lei, e não para a Lei nº 8.706/93 e, ainda, mesmo que equiparada por esta lei, tem que é irrelevante quando a contribuição é a devida pelos transportadores autônomos. 6. Aduz que o art. 2º do Decreto nº 1.007, de 13 de dezembro de 1993 é claro ao dispor que a responsabilidade é da pessoa jurídica tomadora dos serviços do transportador autônomo. 7. Discorre sobre as Sociedades Cooperativas, seus fins e que se trata de um sistema de ajuda mútua, mediante esforço comum de interessados, eliminando intermediários, que foi o motivo da criação da COTRAMOL, sociedade cooperativa de transporte, que pratica atos cooperados e não cooperados e que no seu caso, os fretes realizados pelos cooperados a tomadores de serviços são atos cooperados. 8. Que é uma sociedade cooperativa e não uma transportadora (sociedade empresária). 9. Fala que o lançamento é nulo porque contém valores a título de terceiros e esporádicos quando se trata de frete prestado por cooperado. 10. Diz que em inúmeros casos, a autoridade fiscal apura valores supostamente devidos quando o frete é prestado por Cooperado (C), lançando valores de fretes na coluna Cooperado e também na coluna Terceiro (T) e Esporádicos (E). Fl. 341DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 5 7 11. Fala em nulidade por tipificação indevida no fato que a legislação não se refere a matéria objeto do lançamento, aduzindo que o § 4° do art. 201 do Decreto 3.048/99 não se aplica a atividade de transporte rodoviário de cargas, mas sim de atividade remunerada de condutor autônomo de veiculo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veiculo rodoviário. 12. Aduz que não está obrigada a prestar informação em Guia de Recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social (GFIP) sobre os valores que repassa a transportador autônomo cooperado e não cooperado; que não há fato gerador nestas operações e que informa corretamente em GFIP os segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestam serviços, remetendo aos argumentos da peça de impugnação que apresentou no Auto de Infração nº 37.180.7875, da mesma forma quanto a não exigência de contribuição ao SEST/SENAT conforme impugnação que apresentou no Auto de Infração 37.180.7867, que alega ter anexado. 13. Fala que inexiste crime contra a ordem tributária na sua conduta de não informar em GFIP, objeto da Representação Fiscal para Fins Penais nos processos nº 13982.000859/200909 e 13982.000860/200925 e que a fiscalização não indicou claramente qual seria o dolo ou evidente intuito de fraude praticado pela impugnante. 14. Por fim requereu a nulidade do procedimento fiscal e insubsistente o auto de infração, produção de todos os meios de provas, especialmente documental, bem como sejam as intimações encaminhadas aos advogados. A Delegacia da Receita Federal do Brasil, encaminhou o processo a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 342DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 8 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 247. Superados os pressupostos, passo ao exame do mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO PARA O LANÇAMENTO – CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Alegando nulidade, argumenta o recorrente que o procedimento administrativo adotado não poderia ser realizado da forma como foi, independente da causa, legal ou contratual, tendo em vista que o fisco simplesmente ignora uma série de documentos apresentados pela requerente, com fulcro na subjetiva ilação de que a cooperativa não distingue os prestadores de serviços em sua contabilidade o que malfere o princípio do devido processo legal, posto que não houve a devida motivação, ou mesmo comprovação das alegações fiscais. Quanto as ditas alegações, em primeiro lugar cumprenos destacar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa, conforme alegado pela recorrente, quanto a norma procedimental adotada pela autoridade fiscal, ou mesmo o abuso do direito por parte da auditoria. Observase anexo ao relatório fiscal e mencionado no corpo do próprio relatório as autorizações por meio da emissão do Termo de Início de Procedimento Fiscal, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Foi realizada a devida intimação para a apresentação dos documentos e prestação de diversos esclarecimentos para que se determinasse o alcance dos segurados e das contribuições sobre referidas contratações. Conforme Termos de Intimação Fiscal, fls. 163, 165, 176 intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária, inclusive solicitando esclarecimentos sobre diversos pontos apurados durante o procedimento, bem como reiterando o pedido de alguns documentos. Dessas solicitações e apresentação de documentos restaram elaborados diversos termos de constatações, anexados aos autos como por exemplo, fls. 172, 190. Or, embora diversos outros termos, os acimas citados demonstram a reiterada tentativa do fisco em buscar não apenas motivar o lançamento, como frente ao princípio da legalidade e da verdade material, buscar efetivamente identificar os fatos geradores que ensejam a exigência de contribuições previdenciárias. Foi realizada a conclusão dos trabalhos com a emissão do Termo de Encerramento, fl. ___, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes. Da mesma forma, quando da baixa do processo em diligência pelo órgão julgador, providenciou a autoridade fiscal a devida cientificação do recorrente dos termos da informação fiscal Neste sentido, as alegações de que o procedimento não poderia prosperar por não ter a autoridade realizado a devida indicação dos motivos que ensejaram a autuação, ou mesmo apreciação dos documentos, entendo que razão não assiste ao recorrente. Ao ler o Fl. 343DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 6 9 relatório constante dos autos, tenho interpretação totalmente diversa com relação ao cuidado tomado pelo auditor. DA AÇÃO FISCAL A ação fiscal teve seu inicio em 13/02/2009, com a ciência pelo responsável da cooperativa, Senhor Darci Balestrin Presidente da Cooperativa, CPF 501.934.069 34, no Termo de Inicio de Fiscalização N ° 044/2009 fls. 122/124, onde foram solicitados os documentos para dar inicio ao procedimento. Nesta mesma oportunidade, em virtude de no item '6 do termo de inicio, haver a solicitação dos Conhecimentos de Transportes Rodoviários de Carga CTRC em meio magnético, questionamos o presidente sobre a possibilidade de nos disponibilizar estes dados. Fomos informados que a cooperativa só tem esta informação em meio magnético, a partir do ano 2007. Para os anos anteriores a informação constante nos cadastros da empresa, são somente os documentos em meio papel. Em 03/03/2009, a empresa fiscalizada, apresentou o Estatuto Social, Declaração de Inexistência de ações judiciais e Declaração de inexistência de processos de consulta formulados a RFB 129/155. No documento de fls. 126/128, a empresa em questão solicita prorrogação do prazo em 20 dias para a entrega dos demais documentos. Acatada a solicitação de prorrogação de prazo solicitada pelo contribuinte, porém com o objetivo de poder iniciar os trabalhos de fiscalização, procedemos visita ao contribuinte no intuito de coletar os CTRC's em meio papel referente ao período de 07/2004 a 12/2005. Estes documentos constavam arquivados em caixas no escritório da empresa, e entendemos que o prazo de 20 dias para separar estas caixas foi mais do que suficiente. Então em 05/03/2009, na presença do presidente da cooperativa e do Contador da empresa Valdenir Menegat, CRC/SC 18.3650 9, separamos 27 caixas de documentos, além dos livros de Atas e de Matriculas e trouxemos para dentro da repartição da RFB, para a análise. Nesta data o Sr. Contador da empresa, de próprio punho fez uma relação dos documentos que foram entregues a esta fiscalização fls. 156/157. 0 procedimento acima relatado foi realizado com amparo no artigo 35 da lei 9.430/96, abaixo transcrito. LEI N° 9.430, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1996. Art. 35. Os livros e documentos poderão ser examinados fora do estabelecimento do sujeito passivo, desde que lavrado termo escrito de retenção pela autoridade fiscal, em que se especifiquem a quantidade, espécie, natureza e condições dos livros e documentos retidos. Observamos que esta medida, referente a análise documental, só foi necessária, pois a empresa menciona que não possui arquivo digital com as informações destes documentos. Caso possuísse estas informações conforme solicitado, haveria apenas coleta Fl. 344DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 10 por amostragem, para conferir a exatidão dos registros constantes no arquivo. Em 09/03/2009, a empresa entregou os dados referente & contabilidade, em meio digital, com recibo de entrega validado pelo SVA fls. 158, data em que foram devolvidos a empresa todos os livros entregues anteriormente, conforme termo de devolução N° 0001, fls. 159. Na análise dos registros contábeis da empresa, verificamos que o contribuinte executa seus serviços na area de transporte rodoviário de cargas, sendo que este não possui os meios de produção, ou seja a COTRAMOL não possui caminhões para realização de fretes. Os serviços de fretes são realizados através de seus cooperados e outras pessoas físicas ou jurídicas que detém os veículos para a prestação do serviço. Então, o serviço prestado pela cooperativa funciona do seguinte modo: 0 contratante de serviço entra em contato com a COTRAMOL, solicitando o frete. A COTRAMOL estipula o prego do frete, o qual este contratante lhe paga diretamente o valor total. A COTRAMOL aloca um de seus cooperados ou um terceiro para realizar o frete, remunerandoo pelo serviço prestado. A COTRAMOL, por cada operação acima transcrita, retém um percentual do frete a titulo de comissão. DA SEGREGAÇÃO ENTRE COOPERADOS E NÃO COOPERADOS Para a apuração da correta base de cálculo da CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA, há a necessidade da segregação entre os serviços que foram prestados por cooperados e por não cooperados, conforme prevê a legislação de regência destes tributos. As cooperativas de transporte, deveriam ter segregado n• a sua contabilidade, entre os serviços prestados, aqueles que foram realizados por cooperados e aqueles realizados por nãocooperados. Neste particular, como primeiro passo do nosso trabalho, através do termo de inicio de fiscalização N° 044/2009 fls.122/124, requisitamos A fiscalizada o livro de matriculas da cooperativa, pois conforme a Lei 5.764/1971 (Lei do Cooperativismo), em seus artigos 22 e 23, todos os associados devem ser cadastrados neste livro. LEI N ° 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971. Art. 22. A sociedade cooperativa deverá possuir os seguintes livros: I de Matricula; Art. 23. No Livro de Matricula, os associados serão inscritos por ordem cronológica de admissão, dele constando: I o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e residência do associado; II a data de sua admissão e, quando for o caso, de sua demissão a pedido, eliminação ou exclusão; III a conta corrente das respectivas quotaspartes do capital social. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 7 11 Com base no disposto na legislação supra, e de posse do livro de matriculas, construímos a planilha com a relação dos sócios da cooperativa, fls. 160/162, onde constam todos • os cooperados, contendo nome, CPF ou CNPJ, data de admissão e demissão se for caso. Nas fls. 205/347 do Auto de infração 10925.001666/200953, o qual este encontrase apensado, consta cópia de todo o livro de matriculas da cooperativa. Da analise da contabilidade da empresa, verificamos que a mesma não está segregada. Na contabilidade não consta de forma discriminada os serviços que são prestados por cooperados e por não cooperados, e também não ha distinção entre quais serviços foram prestados por pessoas físicas e jurídicas. Todavia, no que concerne a este quesito, é sabido que existe o dever das cooperativas de segregarem sua contabilidade, em função da origem do fato contábil, se proveniente de operações com associados ou nãoassociados, dever este estabelecido pela já mencionada lei disciplinadora do cooperativismo Lei 5.764/71 em seus arts. 87 e 111 , e pela legislação do Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas (arts. 182 e 183), além de estar previsto nas Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 10.8. (...) Então para a correta apuração da base de cálculo da Contribuição Previdenciária, coubenos a análise de cada Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas CTRC, na tentativa de discriminar os serviços prestados por cooperados e nãocooperados. Para isso, inicialmente, requisitamos & empresa, por meio do item 06 do termo de intimação N° 044/2009, a apresentação em arquivo digital contendo todos os CTRC's compreendidos no período da fiscalização. Todavia, devido a problemas internos, a empresa nos informou que somente a partir do ano de 2007 é que a mesma passou registrar em meio magnético os CTRC's requisitados. Portanto, com relação aos anos 2005 e 2006, segundo informação da empresa, só há registro de CTRC's em meio papel. Em decorrência disso, coube a esta fiscalização a análise de todos os CTRC's, em meio papel, referentes aos anos 2005 para então identificar para cada um, quem foi o efetivo de serviço. Ressaltamos que este trabalho tornouse devido ao grande volume de documentos da empresa (em vinte mil CTRC's por ano). No decorrer do trabalho de analise dos CTRC's nos deparamos com diversos problemas, a saber : CTRC's nos quais não constam prestadores de serviço; CTRC's onde a parte que consta a identificação do prestador do serviço havia sido destacada, portanto, inexistente a informação; Fl. 346DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 12 Modelo de CTRC onde não existe um campo especifico para a informação do prestador do serviço; CTRC's que, apesar de conterem os dados do prestador de serviço, encontravamse ilegíveis, quer seja pela grafia, quer ser pelo fato de estar apagado devido As várias vias de carbono; Na maioria dos CTRC's não consta o valor que foi efetivamente repassado ao prestador do serviço (informação é necessária para a apuração da base de cálculo da contribuição previdencidria). Nas fls. 348/419, do Auto de infração 10925.001666/200953, o qual este encontrase apensado, apresentamos cópias dos CTRC's por amostragem onde podem ser evidenciados estes problemas. Não foram anexados todos os CTRC's que apresentam os problemas mencionados acima ou que efetivamente contém a base de cálculo dos tributos aqui fiscalizados, devido ao grande volume de informações da empresa, excedendo a 75 mil documentos, no seu total. No intuito de resolver a questão referente ao valor que efetivamente foi repassado ao prestador de serviço, intimamos a cooperativa em 16/03/2009, conforme Termo de Intimação 075/2009, fls. 163/164, a prestar a informação de como é feito o cálculo do valor que é repassado ao transportador. Em 31/03/2009, reintimamos a cooperativa a apresentar arquivo digital referente aos CTRC's, conforme Termo de Intimação 103/2009, fls. 165/166. Em 06/04/2009, a cooperativa nos entregou o documento mencionando de como é calculado o valor que é repassado aos prestadores de serviços, fls. 167. Nesta oportunidade, a empresa nos entregou também a relação dos cooperados da COTRAMOL fls. 168/170, e também CD contendo os CTRC's referente aos anos 2007 e 2008, conforme recibo de entrega gerado pelo sistema SVA, fls. 171. Na tentativa de resolver o problema de identificar o efetivo prestador do serviço uma vez que em muitos CTRC's não existe esta informação, porém existe a placa do veiculo , intimamos a cooperativa por intermédio do Termo de Intimação N° 128/2009, fls.176/181, a apresentar uma relação dos cooperados e a placa dos respectivos veículos. Assim poderíamos identificar para cada CTRC nos quais existe a informação da placa do veiculo, se o serviço havia sido prestado por um cooperado. Porém esta tentativa não logrou êxito, pois a cooperativa, por meio do documento de fls. 185/187, informa que não possui este registro. Neste documento protocolado pela empresa em 11/05/2009, consta a declaração da qual transcrevo parte abaixo: "Porem, a solicitação evidenciada no último Termo de n°128/2009, foge completamente aos preceitos da materialidade e do bom senso. A cooperativa não tem motivo algum em ter controle de placas por associado. Essa informação é colocada no CTRC para evitar multas nos CTRC's postos fiscais de competência dos estados, caminhões tra, fegam, nada mais. E de costume no setor de transporte, a constante troca de veículos. 0 transportador seguidamente troca um veiculo usado Fl. 347DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 8 13 por um mais novo haja vista a necessidade de renovação da frota. Então, esses veículos que realizaram o transporte no período solicitado, certamente já mudaram de proprietário. A cooperativa não tem esse controle de placas por proprietário, por isso é impossível fornecer esta informação." Em 05/05/2009, através do Termo de Devolução N° 002 fls.182/183, devolvemos todas as caixas contendo os CTRC's referente ao ano 2005, e procedemos a guarda dos documentos referente ao ano de 2006, conforme documento de fls. 184. Por fim, restaram esgotadas as tentativas desta fiscalização de identificar, junto d COTRAMOL, quais os serviços foram prestados por cooperados ou por não cooperados. Com o exposto acima, nos deparamos com duas situações distintas dentro da cooperativa'. A primeira referente aos anos 2005 e 2006, nos quais precisamos verificar os documentos físicos na tentativa de identificar o prestador do serviço. A segunda situação, referente aos anos 2007 e 2008, nos quais nos foi entregue arquivo digital referente aos CTRC's. A transcrição dos termos do relatório acima, em especial aqueles pontos grifados, visa tão somente evidenciar, que a autoridade fiscal, buscou sim, obter a correta base de cálculo durante o procedimento fiscal, inclusive , reiterando o recorrente e apontando especificamente os pontos aos quais tinha dúvida sobre constituir fato gerador de contribuições. Assim, não acato o argumento que a autoridade fiscal esteja transferindo o ônus da prova, já que a mesma utilizouse de pagamentos à título de transporte, porém em alguns embora intimada não esclareceu a empresa tratarse de pessoas físicas ou jurídicas. Segundo as regras processuais que disciplinam a distribuição do ônus da prova, a demonstração dos fatos extintivos, impeditivos e modificativos incumbe a quem os alega, portanto, à impugnante.estabelece sobre o tema, o artigo 16, inciso III , do Decreto n° 70.235/72, assim art.16" A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n° 8.748, de 1993); No mesmo sentido, há mandamento expresso na Lei 9.784/99, quanto ao ônus probatório, conforme segue: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Há mandamento semelhante no Código de Processo C i v i l , o qual, em seu artigo 333, impõe ao sujeito passivo o ônus da prova dos fatos extintivos, impeditivos ou modificativos por ele alegados, nos seguintes termos: "Art. 333. O ônus da prova incumbe:(...) Fl. 348DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 14 II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor" 14. É o que se depreende também da doutrina de Marcos Vinícius Neder e Maria Teresa Martinez Lopez, in "Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado", Dialética, 2002, p. 207: "A palavra ônus, do latim ônus, significa carga, peso, encargo, obrigação. Quando se indaga a quem cabe o ônus da prova, quer se saber a quem cabe a obrigação de prover os elementos probatórios suficientes para formação do convencimento do julgador. No processo administrativo fiscal federal, temse como regra que aquele que alega algum fato é quem deve provar. Então, o ônus da prova recai a quem dela se aproveita. Assim, se a Fazenda alega ter ocorrido fato gerador da contribuição previdenciária, deverá apresentar a prova de sua ocorrência. Se, por outro lado, o interessado aduz a inexistência da ocorrência do fato gerador, igualmente, terá que provar a falta dos pressupostos de sua ocorrência ou a existência de fatores excludentes " Segundo Alberto Xavier, i n " Do Lançamento: Teoria Geral do A t o , do Procedimento e do Processo Tributário, p. 337, "compete indiscutivelmente ao autor a prova dos fatos constitutivos do direito alegado, isto é, do direito à anulação, e, portanto, a prova dos fatos que se traduzem em vícios do lançamento impugnado ". Bastanos uma simples leitura do relatório fiscal, fl. 63 e seus anexos, para que se perceba, que auditor desincumbiuse de identificar claramente não apenas o fato gerador como toda a legislação que fundamenta o lançamento, inclusive, anexando planilhas com os fatos geradores individualizados extraídos dos próprios livros contáveis do recorrente. Ou seja, facil seria ao recorrente realizar a conferência dos valores ora lançados com aqueles efetivamente recolhidos, e indicando durante a fase impugnatória, ou mesmo na recursal (caso, os documentos fossem encontrados a destempo)). A indicação dos fatos geradores apurados durante o procedimento fiscal, realmente é da competência da autoridade fiscal, que tem o dever de efetuar o lançamento de forma clara, permitindo o exercício da ampla defesa e do contraditório, porém a partir do momento que não são apresentados documentos que comprovem o recolhimento sobre todos os fatos geradores apurados durante o procedimento fiscal, deve a recorrene, de posse dos relatórios constantes do presente documento, providenciar uma defesa específica em relação a cada fato gerador, o que não identifico no presente recurso. A autoridade fiscal ao iniciar o procedimento fiscal, utilizase de técnicas de auditoria, para frente aos termos de intimação, requerer os documentos e livros contábeis, capazes de refletir a contratação de mão de obra. Assim, a documentação, a qual o auditor tem acesso é limitada àquela que lhe foi apresentada e a qual foram solicitados esclarecimentos. Se a autoridade fiscal, identifica, possíveis fatos geradores, requer maiores esclarecimentos e os mesmos não são prestados, ocorrerá a inversão do ônus da prova, devendo o recorrente comprovar a inexistência dos fatos. Quem faz os lançamentos contábeis é a empresa, em sendo uma cooperativa, deve ter ciência de quais os fatos ensejam a incidência de contribuição previdenciária. Em assim, sendo, quem mais poderia indicar, sobres os elementos lançados em sua própria contabilidade, quais aqueles que não sofrerão incidência de contribuições. DO MÉRITO Em primeiro lugar, importante destacar que as cooperativas em relação aos segurados que contrata, sejam eles, segurados empregados ou mesmo contribuintes individuais, possui as mesmas obrigações que as empresas em geral, tendo em vista sua equiparação. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 9 15 Art. 12. Consideramse: I empresa a firma individual ou a sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e as entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; e II empregador doméstico aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparamse a empresa, para os efeitos deste Regulamento: (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) I o contribuinte individual, em relação a segurado que lhe presta serviço; (Redação alterada pelo Decreto nº 3.265/99) II a cooperativa, a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras; III o operador portuário e o órgão gestor de mãodeobra de que trata a Lei nº 8.630, de 1993; e IV o proprietário ou dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviço. Ao contrário do que alega o recorrente quando o serviço de transporte é intermediado via cooperativa de trabalho, no caso: sendo essa a intermediadora, contratante, e a ela que compete o recolhimento das contribuições previdenciária seja dos cooperados ou dos contribuintes individuais a lhe prestarem serviços. Os tomadores de serviços de transportadores deverão reter e recolher quando contratarem diretamente. A empresa COTRAMOL nada mais é do que uma cooperativa de transpporte e como tal ao intermediar a contratação de seus cooperados e outras pessoas físicas junto aos seus tomadores deve arcar com a obrigação imposta no presente AIOP. Aliás as fls. 254, a recorrente destaca seu objeto: “No caso da lmpugnante, que é uma sociedade cooperativa de transporte, viabiliza serviços (frete) para seu cooperado (transportador rodoviário autônomo ou pessoa jurídica cooperada). Este serviço é prestado tomador do serviço (cliente, exemplo: Perdigão Agroindustrial S.A, Nestlé Brasil S. A., Danone Ltda., Marfrig Frigorifico e Comércio de Alimentos S. A., Avipal Nordeste S. A., JBS S. A. e Sadia'S. A., dentre outras).” Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. DO MÉRITO No mérito, foram trazidos os mesmos argumentos da impugnação, ou seja, o recorrente alega que ocorreu o efetivo recolhimento , e que as folhas de pagamento para Fl. 350DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 16 comprovar suas alegações, inclusive para efeitos do arbitramento da multa imposta, encontram se à disposição da fiscalização. Ora, ao recorrente dáse o direito de insurgirse contra as autuações que lhe foram imputadas, colacionando alegações que demonstrem a fragilidade do mesmo, mas desde que, para tanto, demonstre inexistir os fatos que ensejaram a autuação. Conforme descrito no relatório fiscal a autuação teve por fundamento o art. 32, IV da Lei n ° 8.212/1991, que disciplina que o contribuinte é obrigado informar ao INSS, por meio de documento próprio, informações a respeito dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, nestas palavras: Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97) (grifo nosso) No presente caso, embora alegue o recorrente o fato de ter informado em GFIP todos os segurados que lhe prestaram serviços, e que as faltas imputadas encontrase questionadas na obrigação principal, devemos lembrar que tratandose de AI de obrigação acessória, não há quanto ao mérito qualquer questão a ser apreciada, posto que a procedência dos fatos geradores que ensejaram a multa ora aplicada, já foram objeto de apreciação nesta mesma sessão, processos n. 10.925.001666/200953 e 10.925.001664/200964, cuja ementa abaixo transcrevo respectivamente: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2008 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AIOP – CONTRIBUIÇÃO PATRONAL CONTRATAÇÃO DE TRABALHADORES AUTÔNOMOS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS VINCULADOS A COOPERATIVA Houve discriminação clara e precisa dos fatos geradores, possibilitando o pleno conhecimento pela recorrente. A não apresentação dos documentos durante o procedimento fiscal, acaba por inverter o ônus da prova, competindo ao recorrente a apresentação de argumentos e provas da inexistência dos fatos geradores. Empresa de transporte rodoviário: é a que exercite a atividade de transporte rodoviário de pessoas ou bens, próprios ou de terceiros, com fins econômicos ou comerciais, por via pública ou rodovia, assim, aplicável a exigência de contribuições para o SEST e SENAT. MULTA LEI 11.941/08 RETROATIVIDADE BENIGNA Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. Com a alteração introduzida pela lei 11.941/08, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo Fl. 351DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 10 17 contribuinte, como no presente caso, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no art. 44: 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Recurso Voluntário Negado. As alegações apresentadas pelo recorrente quanto a dupla penalidade também não merecem prosperar. Tratamse de obrigações distintas. Os AI de obrigação principal são lavrados no intuito de cobrar contribuições não recolhidas em época própria, já os AI de obrigação acessória, em especial o de GFIP visa aplicar penalidade pelo não cumprimento de uma obrigação de fazer, qual seja, informar os segurados em GFIP. Como é do conhecimento de todos os objetivo da GFIP é alimentar o banco de dados da previdência social, com informações pertinentes a todos os segurados a ela vinculados, indicando durante toda a vida laboral do segurado, seus vínculos, seja como empregado ou contribuinte individual, ou mesmo a remuneração percebida, possibilitando a concessão de benefícios, bem como tornar o sistema muito mais célere na busca das informações. A AuditoraFiscal agiu de acordo com a norma aplicável, e não poderia deixar de fazêlo, uma vez que sua atividade é vinculada. Destacase que as obrigações acessórias são impostas aos sujeitos passivos como forma de auxiliar e facilitar a ação fiscal. Por meio das obrigações acessórias a fiscalização conseguirá verificar se a obrigação principal foi cumprida. Como é de conhecimento, a obrigação acessória é decorrente da legislação tributária e não apenas da lei em sentido estrito, conforme dispõe o art. 113, § 2º do CTN, nestas palavras: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Conforme descrito no art. 96 do CTN, a legislação engloba não apenas as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos, mas também as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Assim, foi correta a aplicação do auto de infração pelo órgão previdenciário. O relatório fiscal, indicou de maneira clara e precisa todos os fatos ocorridos, havendo subsunção destes à norma prevista na Lei n ° 8.212/1991. Os valores aplicados em auto de infração pela omissão justificamse pelo fato da importância dos esclarecimentos para Fl. 352DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 18 administração previdenciária. As informações prestadas auxiliarão na fiscalização das contribuições arrecadadas em prol da Previdência Social. Vale destacar, ainda, que a responsabilidade pela infração tributária é em regra objetiva, isto é independe de culpa ou dolo, ou das circunstâncias que geraram o descumprimento da legislação, dessa forma, indiferente a argumentação de que não agiu de máfe. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA Com relação da interpretação em relação a aplicação dos dispositivos da MP 449/2008, convertida na lei 11.941, entendo que os argumentos do recorrente não merecem prosperar. Filiome a tese adotado pelo auditor fiscal e ratificada pelo julgador de primeira instância. No que tange ao cálculo da multa, face à edição da MP 449/08, convertida em lei 11.941, a citada MP alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, a MP 449/2008, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Fl. 353DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 2401003.378 S2C4T1 Fl. 11 19 Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I – de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, como no presente caso, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado (75%). As contribuições decorrentes da omissão em GFIP foram objeto de lançamento, por meio da atuação já mencionada e, tendo havido o lançamento de ofício, não se aplicaria o art. 32A, sob pena de bis in idem. Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No caso conforme descrito no relatório fiscal, para que se determinasse o valor da multa a ser aplicada, procedeuse ao comparativo: com base na antiga sistemática, multa moratória, com a aplicação de multa pela não informação em GFIP, e da sistemática descrita na nova legislação. Na hipótese dos autos, a fiscalização achou por bem aplicar a multa de 75% (setenta e cinco por cento), nos termos explicitados acima. Em relação as competências anteriores a edição da referida MP (04/12/2008) e considerando que o art. 106 que, inciso II, "c do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172/66) dispõe que tratandose de ato não definitivamente julgado a lei aplicase a ato ou fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, efetuamos o demonstrativo da multa entre as penalidades da legislação posterior e anterior a MP 449/2008 para a aplicação da mais benéfica, conforme Anexo único e resumo abaixo. Ou seja, para efeitos da apuração da situação mais favorável, observou o auditor fiscal notificante: 1. Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou 2. Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Conforme descrito à fl. 96, a autoridade fiscal, fez o devido comparativo da multa, não havendo reparo a ser feito no presente AI. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 20 CONCLUSÃO Voto pelo CONHECIMENTO do recurso, para rejeitar a preliminar de nulidade e no mérito DAR PROVIMENTO PARCIAL para excluir do lançamento os fatos geradores correspondentes as CTRC descritas na planilha fls. 16 do recurso voluntário no processo principal n. 10.925.001666/200953 É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 19/06/2014 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 05/08/2014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003488/2010-35
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Aug 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2009
LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, com esteio na legislação que disciplina a matéria. O fato de ter entrevisto ex-empregados
Recurso Voluntário Provido em Parte.
No caso dos benefícios de previdência complementar, descumpriu o recorrente o preceito legal básico descrito na lei para excluir os valores da base de cálculo, qual seja, a extensão do benefício a todos os empregados, assim, correto o lançamento em relação a essas verbas.
PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS - DESCUMPRIMENTO DOS PRECEITOS LEGAIS - ESTIPULAÇÃO - AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO SINDICATO.
Não demonstrou o recorrente que as metas foram acordadas pela comissão de empregados, o que fere o disposto na lei 10.101.
Ao descumprir os preceitos legais e efetuar pagamentos de participação nos lucros, em periodicidade superior ao permitido em lei, e em valores superiores ao acordado, o recorrente assumiu o risco de não se beneficiar pela possibilidade de que tais valores estariam desvinculados do salário.
BÔNUS- GRATIFICAÇÕES E PRÊMIOS - PAGAMENTO POR LIBERALIDADE - NATUREZA SALARIAL
O pagamento de bônus ou gratificações possuem nítida natureza salarial, uma vez que pagos em decorrência do atingimento de metas, ou mesmos de pactos realizados em decorrência de contratos de trabalho.
MULTA - QUALIFICADA - COMPROVAÇÃO DA INTENÇÃO DE OMITIR BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES
O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nosarts. 71, 72 e 73 da Lei no4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)
Demonstrou a autoridade fiscal os elementos fáticos que demonstraram a intenção de omitir base de cálculo de contribuições previdenciárias em relação ao valores pagos por meio de aportes em previdência privada.
Para os valores de PLR pagos por meio de Folha de Pagamento, embora correto o lançamento realizado, posto a feição salarial do benefício, deve ser afastada a qualificação da multa, posto não ter logrado êxito o auditor em enquadrar o pagamento, como verdadeira omissão, ou desvirtuamento do pagamento.
SEGURADOS EMPREGADOS - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS - BÔNUS DE CONTRATAÇÃO - PAGAMENTO POR MEIO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA - CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO NÃO DESCONTADA EM ÉPOCA PRÓPRIA - ÔNUS DO EMPREGADOR
O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei.
Numero da decisão: 2401-003.026
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para desqualificar a multa de ofício referente ao levantamento LEV 04. Vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landin e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento parcial em maior extensão, que cancelavam a multa de ofício referente aos fatos geradores anteriores a vigência da MP nº 449, de 2008, sendo que o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira excluía, ainda, os juros sobre a multa.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO CONTRIBUIÇÕES SOBRE A REMUNERAÇÃO PAGA AOS SEGURADOS EMPREGADOS PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR NATUREZA SALARIAL NÃO EXTENSÃO A TODOS OS EMPREGADOS E DIRIGENTES No caso dos benefícios de “previdência complementar, descumpriu o recorrente o preceito legal básico descrito na lei para excluir os valores da base de cálculo, qual seja, a extensão do benefício a todos os empregados, assim, correto o lançamento em relação a essas verbas. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS DESCUMPRIMENTO DOS PRECEITOS LEGAIS ESTIPULAÇÃO AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO SINDICATO. Não demonstrou o recorrente que as metas foram acordadas pela comissão de empregados, o que fere o disposto na lei 10.101. Ao descumprir os preceitos legais e efetuar pagamentos de participação nos lucros, em periodicidade superior ao permitido em lei, e em valores superiores ao acordado, o recorrente assumiu o risco de não se beneficiar pela possibilidade de que tais valores estariam desvinculados do salário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 34 88 /2 01 0- 35 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 2 BÔNUS GRATIFICAÇÕES E PRÊMIOS PAGAMENTO POR LIBERALIDADE NATUREZA SALARIAL O pagamento de bônus ou gratificações possuem nítida natureza salarial, uma vez que pagos em decorrência do atingimento de metas, ou mesmos de pactos realizados em decorrência de contratos de trabalho. MULTA QUALIFICADA COMPROVAÇÃO DA INTENÇÃO DE OMITIR BASE DE CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nosarts. 71, 72 e 73 da Lei no4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Demonstrou a autoridade fiscal os elementos fáticos que demonstraram a intenção de omitir base de cálculo de contribuições previdenciárias em relação ao valores pagos por meio de aportes em previdência privada. Para os valores de PLR pagos por meio de Folha de Pagamento, embora correto o lançamento realizado, posto a feição salarial do benefício, deve ser afastada a qualificação da multa, posto não ter logrado êxito o auditor em enquadrar o pagamento, como verdadeira omissão, ou desvirtuamento do pagamento. SEGURADOS EMPREGADOS PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS BÔNUS DE CONTRATAÇÃO PAGAMENTO POR MEIO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO NÃO DESCONTADA EM ÉPOCA PRÓPRIA ÔNUS DO EMPREGADOR O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2009 LANÇAMENTO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa os fatos que suportaram o lançamento, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, com esteio na legislação que disciplina a matéria. O fato de ter entrevisto exempregados Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 3 3 ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para desqualificar a multa de ofício referente ao levantamento LEV 04. Vencidos os conselheiros Carolina Wanderley Landin e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que davam provimento parcial em maior extensão, que cancelavam a multa de ofício referente aos fatos geradores anteriores a vigência da MP nº 449, de 2008, sendo que o conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira excluía, ainda, os juros sobre a multa. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Carolina Wanderley Landim e Ricardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 4 Relatório O presente AI de obrigação principal, lavrado sob o n. 37.308.8566, em desfavor da recorrente, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo dos segurados empregados e contribuintes individuais, no período de 02/2006 a 12/2009. Conforme descrito no Relatório Fiscal do AIOP (fls. 10/54), a Fiscalização constatou, mediante exame das informações da empresa contidas na sua contabilidade e nos documentos relativos aos seus planos próprios de previdência privada complementar, que a mesma, além de plano disponível a todos os seus empregados, contratado junto à seguradora BrasilPrev, também mantinha um outro restrito aos funcionários ocupantes de cargos de confiança (níveis hierárquicos a partir de coordenador), contratado junto à seguradora Itaú Unibanco Vida e Previdência. Destacase que a autoridade fiscal não lançou contribuições sobre o referido plano. Segundo a autoridade fiscal a "previdência complementar" do Itaú Unibanco Vida e Previdência era utilizada para pagamento de parcelas variáveis de salário, identificadas com "bônus', "prêmio por desempenho" e "PLR", em afronta à legislação previdenciária e à própria Lei Complementar LC n° 109, de 29/05/2001, reguladora do Regime de Previdência Complementar, que impõem o oferecimento do plano de previdência privada complementar à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa que o institua, sob pena da integração dessas verbas ao saláriodecontribuição previdenciário. Destacou, ainda que os valores não constavam de contracheque, sem qualquer participação do empregado. Informa a Fiscalização, que no início da ação fiscal, não foi possível identificar os registros contábeis referentes ao plano de previdência contratado com a seguradora Itaú Unibanco, pois não havia na contabilidade nenhuma conta ou histórico contábil específico para o referido plano ou seguradora; entretanto, posteriormente, com o depoimento de exfuncionários e, por meio da utilização de um "software" de auditoria em arquivos digitais, foi executado um rastreamento de "palavras", possibilitando a identificação de duas contas contábeis (contas nrs. 213.350 e 407.150), onde foram contabilizados os valores correspondentes. Consta no Relatório Fiscal que a empresa pagou verbas a título de participação nos Lucros ou Resultados (PLR) em desacordo com os requisitos previstos na Lei n°l0.101/2000, razão pela qual foram desconsiderados ( para os efeitos referentes à incidência de contribuições previdenciárias) os acordos celebrados entre a empresa e o sindicato dos empregados. Conforme foi informado pela autoridade fiscal "o contribuinte segregou seus funcionários em duas categorias: graduados e não graduados, remunerando a primeira, conforme estipulado nos acordos de participação nos resultados, vias folhas de pagamento, retendo e declarando (DIRF) o imposto de renda na fonte, e, por intermédio de contas previdenciárias abertas em um plano corporativo de previdência complementar contratado com a seguradora Itaú Unibanco Vida e Previdência creditou aos integrantes da segunda categoria (diretores, gerentes) vultosos valores não previstos nos referidos acordos, sem trânsito pela folhas de pagamento, não declarados em DIRF e sem a devida retenção do imposto de renda na fonte. Fl. 396DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 4 5 Procedeu o Agente Fiscal ao seu lançamento de ofício no presente AIOP, onde constam os seguintes Levantamentos: a) LEV 01 PREV ATÉ 11/2008 Levantamento referente às contribuições ao plano corporativo de previdência complementar contratado com a Itaú Unibanco Vida e Previdência (período de 02/2006 a 11/2008). b) LEV 03 PLR FP ATÉ 11/2008 Levantamento referente às parcelas pagas a título de PLR constantes na folha de pagamento (período de 02/2007 a 11/2008). c) LEV 02 PREV APÓS 11/2008 Levantamento referente às contribuições ao plano corporativo de previdência complementar contratado com a Itaú Unibanco Vida e Previdência (período de 12/2008 a 12/2009). b) LEV 04 PLR FP APOS 11/2008 Levantamento referentes pagas a título de PLR constantes na folha de pagamento (período de 12/2008 a 12/2ÕÜ9) Informa ainda a autoridade fiscal ter aplicado na ação fiscal princípio da norma mais benéfica, expresso no art. 106, II, alínea "c", do Código Tributário Nacional — CTN, na apuração da multa exigível sobre a contribuição não recolhida tempestivamente, mediante cotejo, competência a competência, entre a soma da multa moratória incidente sobre a contribuição devida com a multa por descumprimento da obrigação acessória (não declaração, em GFIP, da contribuição devida), calculadas de acordo com a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores, e a multa de ofício de 75% sobre a contribuição devida, prevista no art. 35A da Lei 8.212/91, acrescido pela Lei 11.941/2009; dessa comparação, detalhada na planilha CD digital anexa, resultou na aplicação da multa prevista na legislação atual, qual seja a multa de ofício de 75% em todas as competências anteriores a 12/2008. Nas competências de 12/2008 a 12/2009, período onde já estava vigente a MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, houve a aplicação da multa de ofício qualificada (150%), em virtude da intenção de sonegar que caracteriza fraude, nos termos do previsto no art. 72 da Lei n° 4502/64, uma vez que foi constatado pela fiscalização que: a) os valores pagos não constam nas declarações tributárias (DIRF e GFIP), nas folhas de pagamento e nos acordos de participações nos resultados; b) houve lançamentos contábeis em títulos não próprios; c) houve omissão do plano e dos valores nos relatórios societários divulgados (CVM e SEC); todos os fatos também encontram respaldo nos depoimentos de exfuncionários. Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 28/10/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido em 02/10/2010. Inconformado com a NFLD, a notificada apresentou defesa, conforme fls. 59 a 105. Foi exarada a Decisão de Primeira instância que confirmou a procedência do lançamento, fls. 275 a 298. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/2006 a 31/07/2009 SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. EXCLUSÕES LEGAIS. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 6 Considerase saláriodecontribuição a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas e os ganhos habituais sob a forma de utilidades, integrandoo igualmente as verbas pagas em desacordo com as hipóteses taxativas de sua exclusão. Art. 28, I, c/c § 9o da Lei 8.212/91 e art. 214, § 9°do Decreto 3.048/99. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. Integram o saláriodecontribuição as verbas a título de participação nos lucros ou resultados, quando pagas em desacordo com a legislação correlata, recebendo a incidência das contribuições sociais previdenciárias. Art. 28, § 9o , " j " , da Lei 8.212/91 e Art. 214, § 9o , X, e § 10, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.040/99. CONTRIBUIÇÃO DO SEGURADO EMPREGADO. A contribuição do empregado, inclusive o doméstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu saláriodecontribuição mensal, de forma não cumulativa, cabendo à empresa a sua arrecadação, descontandoa da respectiva remuneração. MULTA MAIS BENÉFICA. RETROAÇÃO. De acordo com o expresso no art. 106, II, alínea "c", do Código Tributário Nacional CTN, cm Auto de Infração lavrado contra o contribuinte por descumprimento de obrigação tributária previdenciária, devem ser confrontadas as penalidades apuradas conforme a legislação de regência do fato gerador com a multa determinada pela norma superveniente, aplicandose a que lhe for menos severa. INAPLICABILIDADE DE JUROS SOBRE MULTA. No lançamento de ofício, não há previsão legal de aplicação, sobre a multa, de juros de mora, os quais incidem somente sobre o valor originário atualizado da contribuição. Lei 8.212/91, art. 34; Decreto 3.048/99, art. 239, II, e art. 242, § 2°. CORESPONSABILIDADE. O Relatório de Vínculos não teu escopo incluir os diretores da empresa no pólo passivo da dürigáçls tributária, mas sim listar todas as pessoas físicas e jurídicas representantes legais do sujeito passivo que, eventualmente, possam ser responsabilizadas na esfera judicial, nos termos do § 3 9 do art. 4 e da Lei n 2 6.830/80. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso, conforme fls. 339 a 362, onde, em síntese a recorrente alegou o seguinte: 1. Preliminarmente, nulidade da autuação considerando que Pelo simples exame do Termo de Verificação Fiscalentre outras citações constantes do Termo os AFRFB afirmam categoricamente que, selecionaram e entrevistaram 5 (cinco) EXEMPREGADOS da Fl. 398DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 5 7 empresa, com o objetivo de "obter informações" a respeito do plano de previdência da Seguradora Itaú Unibanco Vida e Previdência. Com base nessa entrevista unilateral e preparada, os agentes do fisco entenderam que estava comprovada toda a "engenharia" que montaram para impor à Recorrente as contribuições previdenciárias lançadas na "fiscalização previdenciária" anterior, bem como a penalidade aplicada por meio do presente Al, conexa e relacionada com a anterior, que diz respeito à suposta infração cometida pela empresa. 2. Acrescentese, por oportuno, que os depoimentos dos exempregados "escolhidos" pela fiscalização como essenciais para a fundamentação do Al, se apresentam, no mínimo, frágeis e tendenciosos, até mesmo pela própria situação de exfuncionários da empresa, além do inconstitucional procedimento adotado pelo fisco, de não intimar a Recorrente para exercer o legítimo princípio do contraditório no curso da inquirição e nem mesmo permitindo aos depoentes que se fizessem acompanhar de advogados. 3. Conforme já exposto nos itens acima, os AFRFB utilizaramse de argumentos frágeis e provas testemunhais unilaterais e preparadas, sem assegurar a ampla defesa e o contraditório à empresa, para chegar à falsa conclusão de que os pagamentos feitos aos seus empregados a título de participação nos lucros e resultados por meio de contribuições extraordinárias para participação destes no plano de benefícios de previdência da "Seguradora Itaú Vida e Previdência", caracterizamse como parcelas de natureza salarial. 4. Observese que esse plano está em conformidade com a Lei Complementar n° 109, de 29 de maio de 2001 e funcionando de acordo com todas as normas regulamentares legalmente previstas pelo Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC), Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), por delegação de competência oriunda da Lei Complementar n° 109, de 2001, conforme citações constantes do Anexo 37 deste auto de infração. 5. Da análise do texto constitucional se conclui que a PLR é um direito do trabalhador, que não depende, somente, da existência de lucro, mas, também, da obtenção de um resultado; a PLR não se constitui em remuneração, desde que paga ou creditada conforme definido em lei. 6. Portanto, as finalidades da lei são integração entre capital e trabalho e ganho de produtividade. Deve haver uma negociação entre empresa e empregados, por meio de acordo coletivo ou comissão de trabalhadores: clareza e objetividade das condições a serem satisfeitas (regras adjetivas) para a participação nos lucros ou resultados (direito substantivo). Entre outros, podem ser considerados como critérios ou condições: produtividade, qualidade, lucratividade, programas de metas e resultados mantidos pela empresa. 7. Com efeito, ao contrário do que afirma a fiscalização, todos os requisitos previstos na legislação acima apontada foram cumpridos. De início, cumpre esclarecer que a Recorrente e os empregados optaram por fazer negociação coletiva por meio de "Acordo Nacional de Participação nos Resultados", celebrado com o Sindicato dos Empregados do Comércio de São Paulo, exatamente nos termos do artigo 2o , inciso II, da Lei n° 10.101, de 2000. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 8 8. Ora, conforme já sobejamente demonstrado na impugnação relativa ao processo n° 19515.003483/201011, pelas mesmas razões (exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre valores pagos a título de PLR, tidos como verbas de natureza salarial pela fiscalização), observase que os agentes fiscais extrapolaram as suas atribuições e efetuaram lançamento com suporte em "requisitos" que eles mesmos criaram, fazendo exigências além daquelas previstas na Lei n° 10.101, de 2000, que a própria lei que lhes dá amparo para a tipificação da natureza jurídica dos pagamentos do PLR (Lei n° 8.212. de 1991, art. 28, § 9°, alínea "i"), remete a definição dos requisitos para a lei específica. 9. Todas as informações, detalhes e especificações (não exigidas pela Lei n° 10.101, de 2000), denominadas "Programas de PLR", foram amplamente divulgadas aos empregados, assim como as metas a serem alcançadas e a quem eram aplicáveis, tudo de acordo com as diretrizes estabelecidas nos Acordos de PLR, de forma transparente, que os AFRFB tiveram acesso e, inclusive, se referiram a eles (Programas de PLR) no Termo de Verificação Fiscal. 10. Não se pode, contudo, admitir a interferência da fiscalização no conteúdo dos Acordos, que as partes (empresa e sindicato de empregados) livremente pactuaram em conformidade com a lei específica que disciplina a matéria, pois tornaria as disposições legais criadas por determinação da Constituição Federal, art. 7o , inciso XI, letra morta. 11. A participação nos resultados também consta do acordo, consistindo em um pagamento anual e será feito conforme o grau alcançado na análise de desempenho individual ou por equipes, de acordo com procedimentos e critérios da empresa. 12. Acrescentese que, as metas e os objetivos mais específicos não constaram por escrito dos acordos porque são dados sigilosos que não podiam ser expostos para o público externo, mas que seus empregados foram cientificados das metas e objetivos a serem alcançados, fato notório e divulgado internamente pela empresa. 13. Por outro lado, em todos os Acordos Coletivos constou previsão expressa para pagamentos superiores ao teto estabelecido, estando assim redigidos os dispositivos pactuados. 14. Destaquese, ainda, que a Lei n° 10.101 de 2000 não proíbe o pagamento da PLR com assentimento dos empregados, por meio de depósitos em plano de previdência. 15. Quanto à afirmação de que os pagamentos efetuados à Seguradora Itaú Vida e Previdência não transitaram pelas folhas de pagamento, é óbvio que, por se tratarem de aportes que poderiam ou não se converter em planos de benefícios de previdência, dependendo da opção que cada beneficiário desse ao seu quinhão, não poderiam integrar a folha de pagamento, dada a sua natureza. Ademais, o fato da PLR ter sido paga por meio de conta de previdência privada, não tem o condão de alterar a natureza jurídica de verba nãosalarial. 16. Por outro lado, quando os agentes fiscais afirmam que para alguns empregados que receberam o PLR por meio de depósitos na Seguradora, não foi respeitado o § 2o do art. 3o da Lei n° 10.101, de 2000, nenhuma razão lhes assiste visto que, conforme mencionado na defesa do Al relativo ao processo n° 19515.003483/201011, parte dos depósitos não se tratam de PLR e sim de esporádicas gratificações liberais ou bônus de contratação, que não integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias, razão pela qual não podem ser consideradas no cômputo da semestralidade previsto no dispositivo citado. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 6 9 Acrescentese, ainda, que os Auditores não apontaram especificamente estes casos, o que torna imponderável a contestação. 17. Assim, a Recorrente, visando assegurar a sua função social, realizou, com a concordância de seus empregados, os pagamentos por meio de depósitos junto ao Plano de Previdência Privada. Não obstante os argumentos expendidos, ainda que não se entendesse que os pagamentos fossem relativos ao PLR, que a Lei n° 8.212, de 1991, artigo 28, § 9o , alínea "j", exclui da base de cálculo das contribuições previdenciárias, as verbas, forçosamente, deveriam ser enquadradas na hipótese de exclusão prevista na alínea "p" do mesmo parágrafo 9o , que dispõe que não integra o saláriodecontribuição "o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9o e 468 da CLT." 18. Em todos os pagamentos efetuados a título de PLR, observouse, rigorosamente, a semestralidade exigida pela Lei n° 10.101, de 2000. Observese que, parte dos pagamentos efetuados nas contas de previdência privada não se referem a PLR e sim à gratificações liberais e bônus de contratação relativos a profissionais extremamente qualificados circunstância comum no mercado de trabalho de Executivos. Esses pagamentos não têm natureza salarial e, portanto, não integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias. 19. Não obstante, e tendo em vista o princípio da eventualidade, a Recorrente requer desde já que, na remota hipótese de Vossas Senhorias entenderem que esses pagamentos foram feitos a título de PLR, que sejam apenas eles mantidos no presente Al, excluindo todos os outros. 20. Quanto à suposta natureza remuneratória dos pagamentos efetuados a título de gratificações e bônus de contratação que, a juízo da Turma Julgadora (item 4.48 do acórdão proferido no processo n° 19515.003483/201011), não merecem qualquer reparo, nenhuma razão lhes assiste visto que, além de não compor a base de cálculo das contribuições, no Anexo de Fundamentos Legais não consta especificamente, a legislação infringida nesse particular. 21. A fiscalização alegou em suas razões, que a Recorrente revelou a evidente intenção de sonegar contribuições previdenciárias e IRRF ao não incluir nas declarações tributárias (DIRF e GFIP), nas folhas de pagamentos e acordos os valores pagos; ao deixar de efetuar lançamentos contábeis em títulos não próprios e, principalmente, os depoimentos dos exempregados. 22. Ora, a fraude, o dolo e a simulação não podem ser definidos por mera presunção. Para a sua caracterização, a autoridade deve apresentar provas concretas e obtidas de forma legal e com respeito à ampla defesa e o pleno exercício do contraditório. Na vertente hipótese, como já mencionado anteriormente na preliminar de cerceamento de defesa, os AFRFB se basearam, principalmente (vide Termo de Verificação Fiscal), nos ilegais depoimentos dos exempregados, colhidos de forma ilegal e sem assegurar o contraditório à empresa. 23. Como então caracterizar o evidente intuito de fraude, se a própria fiscalização alega que a empresa também forneceu os documentos e as informações que serviram de base para o lançamento? Fl. 401DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 10 24. A jurisprudência das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento e do Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) entende, de forma reiterada, que não basta a existência de indícios da ocorrência de dolo, devendo ser comprovada de forma inequívoca a conduta atípica do sujeito passivo. 25. Por essas razões, a Recorrente requer o acolhimento da preliminar suscitada e, na inconcebível hipótese de não ser acatada, que essa d. Turma Julgadora, pelos fundamentos de mérito, decida pela total. improcedência do presente auto de infração, pelos fundamentos acima descritos. 26. Em qualquer hipótese, contudo, sendo mantido em parte ou totalmente o lançamento contido no presente Auto de Infração, deverá ser dele excluída a multa qualificada, em face das razões de direito expendidas A DRFB encaminhou o recurso a este Conselho para Julgamento. É o relatório. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 7 11 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 799. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS PRELIMINARES AO MÉRITO DA NULIDADE DA AUTUAÇÃO Destacase, ainda em sede de preliminar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa, ou ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa, tampouco pela falta de fundamentação legal. Destacase como passos necessários a realização do procedimento: autorização por meio da emissão do Mandato de Procedimento Fiscal – MPF F e complementares, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Autuação dentro do prazo autorizado pelo referido mandato, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura da NFLD ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes. O fato de a autoridade fiscal, ter entrevistado exempregados da autuada, de modo a identificar pagamentos, ou mesmo identificar salários indiretos não nulidifica o lançamento. Pelo contrário a autoridade fiscal tem a prerrogativa de diligênciar, sempre que entender necessário na busca de fatos que possam melhor esclarecer como se dava a prestação de serviços. No caso, a entrevista não consubstanciou o lançamento, muito menos houve arbitramento de base de cálculo, como base nas entrevista. O que se identificou, foi o aporte de recursos a entidades de previdência privada complementar, tendo por meio de auditoria nas contas da autuada e de processo de diligência junto ao Banco Itau, identificado a autoridade fiscal, diversos desembolsos por parte da autuada em benefício de determinados empregados de nível gerencial. Assim, as entrevistas serviram tão somente para identificar a existência dos pagamentos, mas, a apuração dos mesmos deuse na forma devida, qual seja, auditoria nas contas contábeis da autuada e apuração junto a instituição financeira Itaú, que recebia e repassava os aportes de recursos aos empregados nos cargos de direção. Ademais,, a própria empresa em sua impugnação argumenta que os valores descritos nas contas contábeis consistem em pagamentos de PLR. As informações fornecidas nas entrevistas foram descritas pelo autoridade lançadora, que indicou todas as contas onde encontrou os valores ora lançados. Assim, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, nem tampouco nulidade da autuação. Da mesma forma, entendo desnecessário. Fl. 403DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 12 DO MÉRITO Para iniciarmos a análise da procedência ou não do lançamento, importante identificar quais as contribuições apuradas pelo lançamento. Assim, foram apuradas contribuições sobre os valores pagos s pessoas físicas, enquanto empregados pelo pagamento por meio de plano de previdência e participação no lucros em desacordo com o previsto em lei. Vale ressaltar que fiscalização previdenciária possui competência para arrecadar e fiscalizar as contribuições destinadas a terceiros, conforme art. 94 da Lei 8.212/91. DA NULIDADE DA AUTUAÇÃO Destacase, ainda em sede de preliminar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa, ou ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa, tampouco pela falta de fundamentação legal. Destacase como passos necessários a realização do procedimento: autorização por meio da emissão do Mandato de Procedimento Fiscal – MPF F e complementares, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Autuação dentro do prazo autorizado pelo referido mandato, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura da NFLD ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes. O fato de a autoridade fiscal, ter entrevistado exempregados da autuada, de modo a identificar pagamentos, ou mesmo identificar salários indiretos não nulidifica o lançamento. Pelo contrário, a autoridade fiscal tem a prerrogativa de diligenciar, sempre que entender necessário na busca de fatos que possam melhor esclarecer como se dava a prestação de serviços. No caso, a entrevista não consubstanciou o lançamento, muito menos houve arbitramento de base de cálculo, como base nas entrevista. O que se identificou, foi o aporte de recursos a entidades de previdência privada complementar, tendo por meio de auditoria nas contas da autuada e de processo de diligência junto ao Banco Itau, identificado a autoridade fiscal, diversos desembolsos por parte da autuada em benefício de determinados empregados de nível gerencial. Assim, as entrevistas serviram tão somente para identificar a existência dos pagamentos, mas, a apuração dos mesmos, deuse na forma devida, qual seja, auditoria nas contas contábeis da autuada e apuração junto a instituição financeira Itaú, que recebia e repassava os aportes de recursos aos empregados nos cargos de direção. Ademais,, a própria empresa em sua impugnação argumenta que os valores descritos nas contas contábeis consistem em pagamentos de PLR. As informações fornecidas nas entrevistas foram descritas pelo autoridade lançadora, que indicou todas as contas onde encontrou os valores ora lançados. Assim, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, nem tampouco nulidade da autuação. Da mesma forma, entendo desnecessário que a entrevista tenha sido acompanhada pelo representante das empresas, desde que a empresa tenha acesso as informações prestadas. Assim, afasto a nulidade quanto as entrevistas realizadas pela autoridade fiscal. Superadas as preliminares, passo ao exame do mérito. Fl. 404DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 8 13 NULIDADE PELO PERÍODO DO DEBITO Quanto a nulidade por ter a auditoria extrapolado os limites do MPF, discordo do entendimento do recorrente. Ele próprio cita que a cobertura do MPF deuse de 01/2006 a 12/2009, assim sendo, tendo o pagamento de PLR do ano de 2005, sido exercido em 02/2006, correto o lançamento de contribuições , face a ocorrência do fato gerador ocorrer, dentro do período de cobertura. DO MÉRITO Para iniciarmos a análise da procedência ou não do lançamento, importante identificar quais as contribuições apuradas pelo lançamento. Assim, foram apuradas contribuições sobre os valores pagos s pessoas físicas, enquanto empregados pelo pagamento por meio de plano de previdência e participação no lucros em desacordo com o previsto em lei. Inicialmente convém descrever o conceito de salário de contribuição para que só então possamos identificar pontualmente o descumprimento de preceitos legais capazes de determinar a procedência de lançamentos em relação a pagamentos indiretos feitos aos segurados empregados. De acordo com o previsto no art. 28 da Lei n ° 8.212/1991, para o segurado empregado entendese por saláriodecontribuição: Art.28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) grifo nosso. Segundo o ilustre professor Arnaldo Süssekind em seu livro Instituições de Direito do Trabalho, 21ª edição, volume 1, editora LTr, o significado do termo remuneração deve ser assim interpretado: No Brasil, a palavra remuneração é empregada, normalmente, com sentido lato, correspondendo ao gênero do qual são espécies principais os termos salários, vencimentos, ordenados, soldo e honorários. Como salientou com precisão Martins Catharino, “costumeiramente chamamos vencimentos a remuneração dos magistrados, professores e funcionários em geral; soldo, o que os militares recebem; honorários, o que os profissionais liberais ganham no exercício autônomo da profissão; ordenado, o que percebem os empregados em geral, isto é, os trabalhadores cujo esforço mental prepondera sobre o físico; e finalmente, salário, o que ganham os operários. Na própria linguagem do povo, o vocábulo salário é preferido quando há prestação de trabalho subordinado.” Fl. 405DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 14 Não se pode descartar o fato de que os valores pagos á título de previdência complementar e participação nos lucros, não representam alguma espécie de ganho. Pelo contrário, estão inseridos no conceito lato de remuneração, assim compreendida a totalidade dos ganhos recebidos como contraprestação pelo serviço executado, todavia, se pagos dentro dos exatos limites legais, estarão excluídos do conceito de salário de contribuição. Também convém reproduzir a posição da professora Alice Monteiro de Barros acerca da distinção entre utilidades salariais e nãosalariais: "As utilidades salariais são aquelas que se destinam a atender às necessidades individuais do trabalhador, de tal modo que, se não as recebesse, ele deveria despender parte de seu salário para adquirilas. As utilidades salariais não se confundem com as que são fornecidas para a melhor execução do trabalho. Estas equiparamse a instrumentos de trabalho e, conseqüentemente, não têm feição salarial." Vale lembrar, ainda, que a interpretação para exclusão de parcelas da base de cálculo é literal. A isenção é uma das modalidades de exclusão do crédito tributário, e desse modo, interpretase literalmente a legislação que disponha sobre esse benefício fiscal, conforme prevê o CTN em seu artigo 111, I, nestas palavras: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; Assim, onde o legislador não dispôs de forma expressa, não pode o aplicador da lei estender a interpretação, sob pena de violarse os princípios da reserva legal e da isonomia. DA APRECIAÇÃO DO PAGAMENTO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Afastado o primeiro argumento quanto a possibilidade de pagamento na forma de utilidades, como os depósitos de previdência privada, convém apreciar se o benefício concedidos pela empresa recorrente, para os segurados empregados, satisfazem os requisitos legais para que sua concessão deixe de constituir fato gerador de contribuições previdenciárias. Ao contrário do que afirma a recorrente, a verba paga a título de “previdência complementar (aportes em previdência privada), possui natureza remuneratória. Tal ganho ingressou na expectativa dos segurados empregados e dirigentes em decorrência do contrato de prestação de serviços à recorrente, sendo, portanto, uma verba paga pelo trabalho e não para o trabalho. Ao contrário do argumento trazido pelo recorrente, os depósitos foram feitos em contas de previdência privada destacando o auditor os seguintes fatos: > O contribuinte utiliza um plano de previdência privada contratado com a seguradora Itaú Unibanco Vida e Previdência S.A. CNPJ 92.661.388/000190 para pagamento da parcela variável dos salários; > Somente funcionários ocupantes de cargos de confiança (nível hierárquico a partir de coordenador) recebiam através do Itaú Unibanco Vida e Previdência; > Os valores destes pagamentos não constavam dos contracheques; > Os participantes não contribuíram para o plano; Fl. 406DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 9 15 > Em datas previamente agendadas, comparecia nas dependências da empresa um funcionário da seguradora para prestar informações e viabilizar os resgates dos valores depositados; > Apesar de estes pagamentos ocorrerem a título de remuneração por desempenho, não havia transparência quanto aos critérios adotados nas avaliações; > O plano de previdência privada com a seguradora Itaú Unibanco era utilizado para pagamentos de verbas salariais; 4.4. Portanto, segundo os relatos destes exfuncionários, a previdência complementar do Itaú Unibanco era utilizada para pagamento da parcela variável do salário, identificada como "bônus", "prêmio por desempenho" e "PLR". Ou seja, através de uma manobra engendrada pelo contribuinte, e ao que tudo indica com a participação da seguradora, simulavase o crédito em conta de previdência privada dos referidos empregados quando na verdade o que se estava a fazer era o pagamentOMÍe verbas salariais. 4.5. Em decorrência de inexistir na documentação apresentada pelo contribuinte tal plano de previdência complementar, foi instaurado procedimento fiscal (MPF n° 0810400.2009.007106) na Itaú Unibanco Vida e Previdência para esclarecimento dos fatos. Ou seja, restou demonstrado a existência dos referidos depósitos, tendo sido inclusive realizado procedimento específico junto o Itáu Unibanco, para identificar como eram realizados os pagamentos, o que colaborou com a conclusão do auditor de que as verbas na verdade possuíam natureza salarial. Assim, duas frentes foram abordadas pela autoridade fiscal em seu relatório para determinar a natureza da verba: · Primeira, que em se tratando de depósitos em conta de previdência complementar, sem que o programa fosse estendido a todos os empregados, mas direcionado apenas aos ocupantes aos cargos de gerência, afastado estaria a possibilidade de aplicação do art. 28, § 9º, p da lei 8212/91. · Segundo, que em tratando de pagamento de PLR, com depósito em contas de previdência privada, conforme algumas explicações dadas pela empresa durante o procedimento fiscal, mesmo assim, não haveria como afastar ditos pagamentos do conceito de salário de contribuição posto não ter sido cumprido os requisitos previsto em lei para referida exclusão. Para melhor abordar os argumento do recorrente vamos enfrentar a questão pelos 2 suportes fáticos trazidos pela autoridade fiscal. Ao contrário do que alega o recorrente, houve a contratação de uma plano de previdência, com o banco Itaú, contendo duas modalidade. No caso a autoridade fiscal restringiu o lançamento apenas aos plano, cujo direcionamento beneficiou apenas parte dos empregados, conforme observamos no relatório fiscal, fl. 21 a 23. Fl. 407DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 16 4.10. Conforme descrito no capítulo três do contrato (CONTRIBUIÇÕES PARA O PROGRAMA), onde se encontram definidas as regras de custeio do programa e que o mesmo foi segmentado em dois planos (A e B), somente o plano A (modalidade FGB) é custeado pela empresa, através de contribuições "extraordinárias", de valor e frequência livres. Sendo assim, iremos analisar somente o plano A, conforme abaixo: > No período de 01/01/2006 a 31/12/2009 a emprega— dispendeu com o custeio do PLANO A o valor total de R$ 162.634.855,72 (CENTO E SESSENTA E DOIS MILHÕES, SEISCENTOS E TRINTA E QUATRO MIL, OITOCENTOS E A E CINCO REAIS). Este montante foi disponibilizado a 834 funcionários ocupantes de cargos de chefia. > Trinta e cinco por cento do custeio do Plano A (R$ 50.405.348,74) referemse a apenas 18 funcionários, todos ocupantes de cargos de diretoria, conforme demonstra a tabela 4: > No mesmo período foram resgatados R$150.740.787,90 (CENTO E CINQUENTA MILHÕES, SETECENTOS E QUARENTA MIL, SETECENTOS E OITENTA E SETE REAIS). > Dois dias foi o prazo médio decorrido entre as contribuições creditadas e respectivos resgates ou transferências. No caso, para que a verba PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR esteja excluída do conceito de salário de contribuição deveria ser paga nos limites do art. 28, § 9º da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; (Alínea acrescentada pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Grifo nosso Ao contrário do que tentou demonstrar o recorrente, não entendo que o plano de previdência privada “Itáu Unibanco” é destinando a todos os empregados. Demonstrou a autoridade existirem plano distintos, sendo que o que ora se discuti, destinouse a remunerar indiretamente os dirigentes, razão pela qual por essa ótica, correto o lançamento realizado. Conforme descrito, ainda no relatório fiscal, ao ser questionada sobre a natureza dos pagamentos (depósitos individualizados nas contas dos empregados junto ao banco Itaú), após ser confrontado com os as informações obtidas pelos exempregados e junto a instituição Itapu, a empresa argumentou tratarse de pagamento de PLR, ou em outros casos pagamentos de gratificações e bônus de contratação, no qual define como características dos pagamentos : estarem atreladas ao atingimento de resultados financeiros obtidos por excelência de performance gerencial. Fl. 408DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 10 17 Assim, foram analisados documentos internos da empresa, bem como o programa realizado denominado "PROGRAMA PREVIDENCIÁRIO CBD CONTRATO DE ADESÃO", em vigor a partir de 01.10.05, e o segundo, com 04 páginas, assinado em 01.02.06, intitulado "TERMO ADITIVO N° 01 AO PROGRAMA DE PREVIDÊNCIA CBD AO CONTRATO DE ADESÃO", obtido junto a diligência na instituição de previdência. Tais descrições feitos pela autoridade fiscal, em análise conjunta com o próprio recurso do recorrente demonstram, que se trata de pagamento indireto feito aos dirigentes e gerentes, constituindo verdadeiro prêmio, bônus pelo alcance de metas. Entendo que dita natureza acaba por ratificada não apenas pelo relatório, como pela tentativa da empresa de desqualificar a natureza salarial pelo pagamento eventual, condicionado por exemplo a resultados. Assim, independente da nomenclatura adotada, se pagamento de previdência complementar, ou bônus e gratificações, fato que é que nenhuma dessa duas possibilidade afastaria a natureza salarial da verba, pelo contrario, demonstram claramente o direcionamento a determinados empregados de uma verba com intuito de remunerar o serviço prestado, por meio de estímulo pelo alcance de metas. Mesmo considerando o argumento de serem prêmio ou gratificações observa se que a definição de “prêmios, bônus” dada pela recorrente não se coaduna com a de verba indenizatória, mas, com a de parcelas suplementares pagas em razão do exercício de atividades, ou antecipação salarial de futura prestação de serviços, tendo o empregado alcançado resultados no exercício da atividade laboral. Entendo não ser relevante a quantidade de vezes que realizado o pagamento, mas a sua natureza em si, ou seja, se representa um ganho pelo desempenho da atividade, ou perspectiva pela prestação de serviços. O ilustre professor Maurício Godinho Delgado, em seu livro “Curso de Direito do Trabalho”, 3º edição, editora LTr, pág. 747, assim referese ao assunto: (...) Os prêmios consistem em parcelas contraprestativas pagas pelo empregador ao empregado em decorrência de um evento ou circunstância tida como relevante pelo empregador e vinculada à conduta individual do obreiro ou coletiva dos trabalhadores da empresa.(...) O prêmio, na qualidade de constraprestação paga pelo empregador ao empregado, têm nítida feição salarial. (...) Analisando a natureza do benefício, importante destacar que prêmios são considerados parcelas salariais suplementares, pagas em função do exercício de atividades atingindo determinadas condições. Neste sentido, adquirem caráter estritamente contraprestativo, ou seja, de um valor pago a mais, um “plus” em função do alcance de metas e resultados. Não tem por escopo indenizar despesas, ressarcir danos, mas, atribuir um incentivo ao trabalhador seja ele empregado ou contribuinte individual. Segundo o professor Amauri Marcaro Narcimento, em seu livro Manual do salário, Ed. Ltr, p. 334, nestas palavras “Prêmio é modalidade de salário vinculado a fatores de ordem pessoal do trabalhador, como produtividade e eficiência. Os prêmios caracterizamse por seu aspecto condicional, sendo que uma vez instituídos e pagos com habitualidade não podem ser suprimidos .” Fl. 409DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 18 Pelo exposto o campo de incidência é delimitado pelo conceito remuneração. Remunerar significa retribuir o trabalho realizado. Desse modo, qualquer valor em pecúnia ou em utilidade que seja pago a uma pessoa natural em decorrência de um trabalho executado ou de um serviço prestado, ou até mesmo por ter ficado à disposição do empregador, está sujeito à incidência de contribuição previdenciária, seja ele um prêmio de Previdência privada, um bônus ou uma gratificação. Estando, portanto, no campo de incidência do conceito de remuneração e não havendo dispensa legal para incidência de contribuições previdenciárias sobre tais verbas, no período objeto do presente lançamento, conforme já analisado, deve persistir o lançamento. DA CONCESSÃO DE BENEFÍCIOS EVENTUAIS E POR LIBERALIDADE Vários foram os argumentos trazidos pelo recorrente, dentre eles que parte dos pagamentos efetuados não se referiam a PLR ou mesmo previdência complementar, mais simplesmente pagamentos de bônus, feitos de forma eventual e por liberalidade, o que por si só, já é suficiente para afastar a natureza salarial da verba fornecida. Quanto a este ponto, divirjo dos argumentos trazidos pelo recorrente. Ao contrário do pensamento exposto no recurso, entendo que os argumentos acima descritos é que deixam clara a natureza salarial dos pagamentos e por conseguinte, são suficientes para manutenção do lançamento. Qualquer espécie de pagamento ou utilidade fornecida pelo empregador ao empregado, seja para remunerar seu desempenho, ou simplesmente premiálo, constitui verba salarial uma vez fornecida em caráter de contraprestação pelo serviço prestado. Neste caso, o fato de ter sido fornecida por liberalidade, nada mais demonstra, que a vontade do empregador de estimular seu empregado, premiálo. O pagamento de bônus de contratação, nada mais é do que uma promessa de pagamento, uma antecipação salarial, de uma prestação de serviços que se realiza, ou se realizará em curto espaço de tempo. Dessa forma, possui vinculação direta com o contrato de trabalho ajustado. Assim, o fato de ser pago por liberalidade, ou mesmo eventualmente não se prestam a afastar a sua natureza salarial, razão porque esse argumento é irrelevante para refutar o lançamento. Da mesma forma, o argumento de pagamento eventual não afasta a vinculação a contraprestação. Não se trata de um pagamento fortuito, sem qualquer vinculação contraprestativa, pelo contrário, vinculase a prestação de serviço, sendo que o número de vezes em que deuse o pagamento mostrase irrelevante, posto que quando pago possui nítida feição salarial.. O pagamento eventual descrito na norma previdência, diz respeito aquele desvinculado do contrato de trabalho, , por exemplo decorrente de uma caso fortuito, o que não se coaduna com um pagamento feito por atingimento de metas, pactuação prévia de contratação ou mesmo gratificação espontaneamente concedida. Não merece guarida o argumento de que: mesmo que os valores fossem considerados remuneração, não indicou a autoridade fiscal o dispositivo legal infringido, sendo dessa forma nulo o lançamento. Indicou precisamente a autoridade fiscal, os fundamentos legais do lançamento. No caso, o dispositivo legal é o próprio dispositivo que descreve a remuneração do empregado como salário de contribuição, já que o termo remuneração e amplo e engloba todos as espécies de valores e benefícios concedidos aos empregados. Assim, também não acato o argumento trazido pelo recorrente. DO PAGAMENTO DE PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS Fl. 410DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 11 19 Por outro lado argumenta o recorrente que os valores depositados nas contas de previdência privada, ora representavam participação nos lucros, ora bônus. Assim, importante analisar o pagamento sob essa ótica considerando os argumentos apresentados. Quanto aos pagamentos a título de PLR argumenta o recorrente, que todos os preceitos da lei 10.101, restaram cumpridos, sendo improcedente o lançamento realizado. Realizou a empresa com seus empregados acordo para o pagamento de PLR, sendo que os valores que ultrapassaram a semestralidade prevista em lei, não consistem em PLR, mas sim bônus de permanência, segundo seus argumentos. Vejamos o que diz o recurso: Com efeito, ao contrário do que afirma a fiscalização, todos os requisitos previstos na legislação acima apontada foram cumpridos. De início, cumpre esclarecer que a Recorrente e os empregados optaram por fazer negociação coletiva por meio de "Acordo Nacional de Participação nos Resultados", celebrado com o Sindicato dos Empregados do Comércio de São Paulo, exatamente nos termos do artigo 2o , inciso II, da Lei n° 10.101, de 2000. Ora, conforme já sobejamente demonstrado na impugnação relativa ao processo n° 19515.003483/201011, pelas mesmas razões (exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre valores pagos a título de PLR, tidos como verbas de natureza salarial pela fiscalização), observase que os agentes fiscais extrapolaram as suas atribuições e efetuaram lançamento com suporte em "requisitos" que eles mesmos criaram, fazendo exigências além daquelas previstas na Lei n° 10.101, de 2000, que a própria lei que lhes dá amparo para a tipificação da natureza jurídica dos pagamentos do PLR (Lei n° 8.212. de 1991, art. 28, § 9°, alínea "i"), remete a definição dos requisitos para a lei específica. Todas as informações, detalhes e especificações (não exigidas pela Lei n° 10.101, de 2000), denominadas "Programas de PLR", foram amplamente divulgadas aos empregados, assim como as metas a serem alcançadas e a quem eram aplicáveis, tudo de acordo com as diretrizes estabelecidas nos Acordos de PLR, de forma transparente, que os AFRFB tiveram acesso e, inclusive, se referiram a eles (Programas de PLR) no Termo de Verificação Fiscal. Não se pode, contudo, admitir a interferência da fiscalização no conteúdo dos Acordos, que as partes (empresa e sindicato de empregados) livremente pactuaram em conformidade com a lei específica que disciplina a matéria, pois tornaria as disposições legais criadas por determinação da Constituição Federal, art. 7o , inciso XI, letra morta. A participação nos resultados também consta do acordo, consistindo em um pagamento anual e será feito conforme o grau alcançado na análise de desempenho individual ou por equipes, de acordo com procedimentos e critérios da empresa. Acrescentese que, as metas e os objetivos mais específicos não constaram por escrito dos acordos porque são dados sigilosos que não podiam ser expostos para o público externo, mas que Fl. 411DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 20 seus empregados foram cientificados das metas e objetivos a serem alcançados, fato notório e divulgado internamente pela empresa. Por outro lado, em todos os Acordos Coletivos constou previsão expressa para pagamentos superiores ao teto estabelecido, estando assim redigidos os dispositivos pactuados. Destaquese, ainda, que a Lei n° 10.101 de 2000 não proíbe o pagamento da PLR com assentimento dos empregados, por meio de depósitos em plano de previdência. Quanto à afirmação de que os pagamentos efetuados à Seguradora Itaú Vida e Previdência não transitaram pelas folhas de pagamento, é óbvio que, por se tratarem de aportes que poderiam ou não se converter em planos de benefícios de previdência, dependendo da opção que cada beneficiário desse ao seu quinhão, não poderiam integrar a folha de pagamento, dada a sua natureza. Ademais, o fato da PLR ter sido paga por meio de conta de previdência privada, não tem o condão de alterar a natureza jurídica de verba nãosalarial. Por outro lado, quando os agentes fiscais afirmam que para alguns empregados que receberam o PLR por meio de depósitos na Seguradora, não foi respeitado o § 2o do art. 3o da Lei n° 10.101, de 2000, nenhuma razão lhes assiste visto que, conforme mencionado na defesa do Al relativo ao processo n° 19515.003483/201011, parte dos depósitos não se tratam de PLR e sim de esporádicas gratificações liberais ou bônus de contratação, que não integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias, razão pela qual não podem ser consideradas no cômputo da semestralidade previsto no dispositivo citado. Acrescentese, ainda, que os Auditores não apontaram especificamente estes casos, o que torna imponderável a contestação. Assim, a Recorrente, visando assegurar a sua função social, realizou, com a concordância de seus empregados, os pagamentos por meio de depósitos junto ao Plano de Previdência Privada. Não obstante os argumentos expendidos, ainda que não se entendesse que os pagamentos fossem relativos ao PLR, que a Lei n° 8.212, de 1991, artigo 28, § 9o , alínea "j", exclui da base de cálculo das contribuições previdenciárias, as verbas, forçosamente, deveriam ser enquadradas na hipótese de exclusão prevista na alínea "p" do mesmo parágrafo 9o , que dispõe que não integra o saláriodecontribuição "o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9o e 468 da CLT." 2.3.1. Em todos os pagamentos efetuados a título de PLR, observouse, rigorosamente, a semestralidade exigida pela Lei n° 10.101, de 2000. Observese que, parte dos pagamentos efetuados nas contas de previdência privada não se referem a PLR e sim à gratificações liberais e bônus de contratação relativos a profissionais extremamente qualificados circunstância comum no mercado de trabalho de Executivos. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 12 21 Esses pagamentos não têm natureza salarial e, portanto, não integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS Conforme consta do relatório fiscal, foram apresentados 3 documentos intitulados de ACORDO NACIONAL DE PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS, para os anos de 2006, 2007 e 2008. Antes de apreciarmos pontualmente, cada um dos requisitos abordados pela autoridade fiscal, convém destacar a legislação que disciplina o pagamento de PLR. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL NO TEMPO SOBRE PLR Quanto a verba participação nos lucros e resultados, em primeiro lugar, deve se ter em mente que é norma constitucional de eficácia limitada. Para fins de esclarecimento, cabe citar, o item 02, do Parecer CJ/MPAS no 547, de 03 de maio de 1996, aprovado pelo Exmo. Sr. Ministro do MPAS, dispõe, verbis: (...) de forma expressa, a Lei Maior remete à lei ordinária , a fixação dos direitos dessa participação. A norma constitucional em foco pode ser entendida, segundo a consagrada classificação de José Afonso da Silva, como de eficácia limitada, ou seja, aquela que depende "da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador ordinário, integrandolhe a eficácia, mediante lei ordinária, lhes dê capacidade de execução em termos de regulamentação daqueles interesses". (Aplicabilidade das normas constitucionais, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1968, pág. 150). (Grifamos) Vale ressaltar o que o Parecer CJ/MPAS nº 1.748/99 traz em seu bojo acerca da matéria, descrevendo a extensão da aplicação do PLR as contribuições previdenciárias: EMENTA DIREITO CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO TRABALHADOR PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS ART. 7º , INC. XI DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA POSSIBILIDADE DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. 1) O art. 7º , inciso XI da Constituição da República de 1988, que estende aos trabalhadores o direito a participação nos lucros desvinculado da remuneração é de eficácia limitada. 2) O Supremo Tribunal Federal ao julgar o Mandado de Injunção nº 426 estabeleceu que só com o advento da Medida Provisória nº 794, de 24 de dezembro de 1994, passou a ser lícito o pagamento da participação nos lucros na forma do texto constitucional. 3) A parcela paga a título de participação nos lucros ou resultados antes da regulamentação ou em desacordo com essa norma, integra o conceito de remuneração para os fins de incidência da contribuição social. (...) 7. No entanto, o direito a participação dos lucros, sem vinculação à remuneração, não é auto aplicável, sendo sua eficácia limitada a edição de lei, consoante estabelece a parte final do inciso anteriormente transcrito. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 22 8. Necessita portanto, de regulamentação para definir a forma e os critérios de pagamento da participação nos lucros, com a finalidade precípua de se evitar desvirtuamento dessa parcela. 9. A regulamentação ocorreu com a edição da Medida Provisória nº 794, 29 de dezembro de 1994, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas e dá outras providências, hoje reeditada sob o nº 1.76956, de 8 de abril de 1999. 10. A partir da adoção da primeira Medida Provisória e nos seus termos, passou a ser lícito o pagamento de participação nos lucros desvinculada da remuneração, mas, destaco, a desvinculação da remuneração só ocorrerá se atender os requisitos pré estabelecidos. 11. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ao julgar o Mandado de Injunção nº 426, onde foi Relator o Ministro ILMAR GALVÃO, que tinha por escopo suprir omissão do Poder Legislativo na regulamentação do art. 7º, inc. XI, da Constituição da República, referente a participação nos lucros dos trabalhadores, julgou a citada ação prejudicada, face a superveniência da medida provisória regulamentadora. 12. Em seu voto, o Ministro ILMAR GALVÃO, assim se manifestou: O mandado de injunção pretende o reconhecimento da omissão do Congresso Nacional em regulamentar o dispositivo que garante o direito dos trabalhadores de participarem dos lucros e resultados da empresa (art. 7º, inc. IX, da CF), concedendose a ordem para efeito de implementar in concreto o pagamento de tais verbas, sem prejuízo dos valores correspondentes à remuneração. Tendo em vista a continuação da transcrição a edição, superveniente ao julgamento do presente WRIT injuncional, da Medida Provisória nº 1.136, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras providências, verificase a perda do objeto desta impetração, a partir da possibilidade de os trabalhadores, que se achem nas condições previstas na norma constitucional invocada, terem garantida a participação nos lucros e nos resultados da empresa. (grifei) 14. O Pretório Excelso confirmou, com a decisão acima, a necessidade de regulamentação da norma constitucional (art. 7º, inc. XI), ficando o pagamento da participação nos lucros e sua desvinculação da remuneração, sujeitas as regras e critérios estabelecidos pela Medida Provisória. 15. No caso concreto, as parcelas referemse a períodos anteriores a regulamentação do dispositivo constitucional, em que o Banco do Brasil, sem a devida autorização legal, efetuou o pagamento de parcelas a título de participação nos lucros. 16. Nessa hipótese, não há que se falar em desvinculação da remuneração, pois, a norma do inc. XI, do art. 7º da Constituição da República não era aplicável, na época, consoante ficou anteriormente dito. (Grifamos) Fl. 414DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 13 23 Conforme disposição expressa no art. 28, § 9º, alínea “j”, da Lei nº 8.212/91 (já citada), notase que a exclusão da parcela de participação nos lucros na composição do saláriodecontribuição está condicionada à estrita observância da lei reguladora do dispositivo constitucional. Essa regulamentação somente ocorreu com a edição da Medida Provisória nº 794, de 29 de dezembro de 1994, reeditada sucessivas vezes e convertida na Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, que veio regular o assunto em tela. De forma expressa, a Constituição Federal de 1988 remete à lei ordinária a fixação dos direitos da participação nos lucros, nestas palavras: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei. A Lei nº 8.212/1991, em obediência ao preceito constitucional, na alínea “j”, § 9º, do art. 28, dispõe, nestas palavras: Art. 28 § 9º Não integram o saláriodecontribuição: (...) j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica. DO DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS Os pagamentos referentes à Participação nos Lucros pela recorrente sofrem incidência de contribuição previdenciária, haja vista no período em que foram efetuados terem sido realizadas em desacordo com a legislação específica. Senão vejamos Assim prescreve a legislação Lei nº 10.101/2000 dispõe, nestas palavras : Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; Fl. 415DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 24 II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2º O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. (...) Art. 3º A participação de que trata o art. 2onão substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. §1oPara efeito de apuração do lucro real, a pessoa jurídica poderá deduzir como despesa operacional as participações atribuídas aos empregados nos lucros ou resultados, nos termos da presente Lei, dentro do próprio exercício de sua constituição. §2oÉ vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. §3oTodos os pagamentos efetuados em decorrência de planos de participação nos lucros ou resultados, mantidos espontaneamente pela empresa, poderão ser compensados com as obrigações decorrentes de acordos ou convenções coletivas de trabalho atinentes à participação nos lucros ou resultados. §4oA periodicidade semestral mínima referida no § 2opoderá ser alterada pelo Poder Executivo, até 31 de dezembro de 2000, em função de eventuais impactos nas receitas tributárias. Para excluir a referida verba da base de cálculo, deve a empresa cumprir os estritos ditames da lei. Também não merece guarida o argumento de que o mero descumprimento de algumas formalidades não desnaturariam o plano. Se as formalidades não tivessem que ser cumpridas, para que o legislador criaria tantas especificidades em relação ao pagamento desvinculado do salário. Se adotássemos a tese do recorrente, para que seria necessário editar a lei 10.101, o texto constitucional seria o suficiente. O primeiro requisito descumprido segundo a autoridade fiscal, diz respeito a não inclusão no acordo de PLR de regras clara e objetivas, ou seja, foram apresentados planos, mas os mesmos não foram acordados. Nesse sentido, assim, destacou a autoridade lançadora: > Os Funcionários não graduados receberam valores proporcionais ao tempo de serviço na companhia e os funcionários graduados valores que, diferentemente do que ocorreu com os não graduados, não obedeceram a uma lógica temporal. Para estes foram criadas 03 faixas de pagamentos. A primeira contemplando diretores e gerentes seniores, a segunda gerentes juniores e a última demais categorias (coordenadores, chefes, etc). Cada faixa previa pagamentos em múltiplos de salários. Ou seja, diretores receberiam de 01 a 06 salários, gerentes de 01 a 03 e os demais de Vz a 1 Vz. > Para estes funcionários, ao que tudo indica, houve metas de vendas e lucratividade que, conforme o grau de atingimento das mesmas embasaria os valores das participações. "PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS 2006 Fl. 416DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 14 25 Diretores, Gerentes e Profissionais" > Convém mencionar que este documento não consta, nem se encontra mencionado, do acordo nacional de participação nos resultados de 2006. > Conjunto de folhas (capa mais 26 páginas numeradas pela fiscalização) com dados que, tudo leva a crer, referemse às metas, e grau de atingimento destas, da participação nos resultados para os funcionários graduados (diretores, gerentes e profissionais). > À página 01 constam os cargos "elegíveis" para esta sistemática de participação nos resultados (somente os graduados). > Da página 02 (DOIS) à 21 (VINTE E UM) constam diversos indicadores (vendas, lucro líquido, lucro bruto, competitividade, custo logístico, etc), diferenciados por níveis hierárquicos (diretores, gerentes, coordenadores e chefes de seção) e respectivas áreas (comercial, administrativa, marketing, etc), das empresas que compõem o Grupo CBD (Extra, Comprebem, Sendas e Pão de Açúcar). Ao que parece, estes dados representam as metas, e respectivos índices de grau de atingimento, que resultaram nos valores da participação nos resultados por nível hierárquico em 2006. > Da página 22 (VINTE E DOIS) à 26 (VINTE E SEIS) constam, em uma planilha intitulada "Gradiente de Salários", diferenciados por cargo (diretores, gerentes regionais e de operações, gerentes administrativos, gerentes de loja supermercados, chefes de seção e de operações, coordenadores, compradores e profissionais) o potencial de ganho por cargo em uma escala de 0 a 5 conforme o lucro líquido. > Ou seja, suponhamos que o lucro líquido da companhia em 2006 tenha sido acima de 450 milhões. Neste caso, a participação que um diretor teria direito seria, dependendo das demais avaliações acima citadas, de 0 a 9 salários. Um gerente de loja, na mesma faixa de lucro, teria direito a um pagamento de 0 a 4 salários. > Ora, está explícito na cláusula 2 a (vide tabela 2) do acordo nacional de 2006 que o teto da participação de diretores e gerentes seniores é 06 (SEIS) salários, e o de gerentes 03 (TRÊS) salários! Para os anos seguintes, conforme descrito no relatório fiscal, a situação repetiuse, sendo que os acordos foram realizado nos mesmos moldes (um para 2007 e outro para 2008/2009) com a definição de n. máximo de salários para s funcionários graduados, dependendo do tipo de cargo ocupado: Diretores e gerentes, coordenadores, lideranças, chefias e profissionais liberais, apenas destacando o auditor as seguintes observações. Novamente, não foram acordados as metas a serem alcançadas, tendo sido apresentado documento apartado. 2007 – Ao contrário de 2006, no plano apresentado não constam valores pagos em 2007. (gradiente de salários). Para o ano de 2009 não foram colacionadas informações acerca das metas estipuladas, nem mesmo no documento apartado apresentado pela empresa. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 26 Após a análise dos planos assim, concluiu a autoridade fiscal: > Não foram apresentadas atas das assembléias realizadas para a aprovação dos programas de participação nos resultados. > Em nenhum dos acordos constam regras claras e objetivas quanto às metas e critérios de aferição das mesmas. O contribuinte simplesmente segregou seus funcionários em duas categorias graduados e não graduados. Para os primeiros foi adotado um único parâmetro para fazer jus ao pagamento: tempo de serviço na empresa. Para os demais, constam apenas tabelas com faixas de pagamentos por cargo. > O contribuinte apresentou documentos referentes aos anos 2006, 2007 e 2008 onde constam diversas informações sobre lucratividade e produtividade. Entretanto, devido a esta documentação não constar dos acordos, não contemplar todas as categorias de funcionários e apresentar valores de pagamentos não previstos nos acordos, a mesma não foi validada por esta fiscalização. > Parte dos pagamentos ocorreu, sem trânsito pelas folhas de, pagamento, através de um plano de previdência privada contratado com a seguradora Itaú Unibanco Vida e Previdência. > Para aqueles que receberam através da seguradora não foi respeitada o parágrafo 2odo art. 3 o "periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil" (vide anexo XI). > Ainda em relação aos que receberam através da seguradora, não foi respeitada a previsão do parágrafo 5 o do art. 3 o "As participações de que trata este artigo serão tributadas na fonte, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, como antecipação do imposto de renda devido na declaração de rendimentos da pessoa física, competindo à pessoa jurídica a responsabilidade pela retenção e pelo recolhimento do imposto." > Ou seja, os pagamentos ocorridos através de créditos em contas previdenciárias da seguradora Itaú Unibanco não foram tributados na fonte e sim no momento do resgate a uma alíquota de 15 (QUINZE) por cento. 6.7. Semelhante ao ocorrido com os planos de previdência complementar, em que se constatou que apenas o da BrasilPrev foi devidamente divulgado, as informações referentes às participações nos resultados também não foram divulgadas corretamente, conforme a seguir: 6.8. Portanto, na documentação analisada (Demonstrações Financeiras divulgadas e livros contábeis, dos anos 2006, 2007, 2008 e 2009), não constam os valores referentes às participações nos resultados pagos por intermédio da previdência complementar da seguradora Itaú Unibanco. Ou seja, foram omitidos (vide tabela 14): 6.9. Ou seja, no período de 01/2006 a 12/2009, o contribuinte dispendeu a título de participação nos resultados aproximadamente duzentos e vinte e seis milhões de reais. Desse total, sessenta e cinco milhões foram divulgados em documentos societários, contabilizados em títulos próprios e informados nas Fl. 418DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 15 27 Declarações de Imposto de Renda na Fonte (DIRF). O restante, cento e sessenta milhões de reais, transitou por meio de créditos em contas de um plano de previdência complementar para apenas 863 funcionários, sem registros em folhas de pagamento e sem a devida incidência do imposto de renda na fonte. Assim, após a apreciação dos argumentos trazidos entendo que não restou cumprido o requisito previsto no art. 2 da lei 10.101. O programa de metas não foi acordado na mesma oportunidade da realização do acordo com os empregados, sendo implementado em documento apartado, mas sem que contasse com a participação do sindicato. Pela análise dos documentos observase que os mesmos foram estipulados pela empresa, contudo alguns objetivos e metas específicos não foram estipulados, fae o sigilo da empresa. A participação nos resultados também consta do acordo, consistindo em um pagamento anual e será feito conforme o grau alcançado na análise de desempenho individual ou por equipes, de acordo com procedimentos e critérios da empresa. Acrescentese que, as metas e os objetivos mais específicos não constaram por escrito dos acordos porque são dados sigilosos que não podiam ser expostos para o público externo, mas que seus empregados foram cientificados das metas e objetivos a serem alcançados, fato notório e divulgado internamente pela empresa. Por outro lado, em todos os Acordos Coletivos constou previsão expressa para pagamentos superiores ao teto estabelecido, estando assim redigidos os dispositivos pactuados. Ora, o legislador, foi bem claro que para a verba PLR estar desvinculada do salário, deveria ser objeto de negociação entre os empregados e empregadores, com a participação do sindicato. Descreveu a autoridade fiscal, que existiam metas, mas as mesmas não foram descritas no Acordo para pagamento de PLR, além do que os valores distribuídos encontramse superiores aos estabelecidos nos referidos acordos, o que pode ser confirmado com os exemplos trazidos pela autoridade fiscal, fl. 42. Assim, não há de se falar em pagamento dentro dos limites acordados, o que demonstra a liberalidade e a intenção da empresa em remunerar indiretamente seus empregados. Importante frisar quanto aos valores depositados nas contas de previdência, que as explicações e valores trazidos pelo contribuinte, nas intimações realizadas pela autoridade fiscal durante o procedimento de auditoria, não conferem com os aportes realizados e informados pela instituição de previdência. Procedeu a autoridade fiscal, neste casos a conferência com os valores declarados pelas Pessoas Físicas nas declarações de imposto de renda, confirmando os valores obtidos junto a instituição financeira. (fl. 41 a 43). Ressaltase que o sindicato tem por escopo proteger a categoria profissional, frente a superioridade econômica do empregador, dessa forma, não age como mero telespectador, mas intervindo de forma a evitar que o “poder de coerção” do empregador acabe por intimidar empregados a firmar acordos que os prejudicariam mesmo que indiretamente, já que, na maneira como pago, segundo o recorrente, o PLR, não reflete nas demais verbas trabalhistas devidas aos empregados (FGTS, Férias, 13 salário etc.). Não podemos simplesmente afastar requisitos legais, acatando o argumento do recorrente de que existiam metas. A lei é clara! Dos acordos deverão constar regras claras e objetivas. Assim, ao definir regras em documento apartado, sem que as mesmas fossem negociadas com a participação do Fl. 419DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 28 sindicato, ou mesmo argumentar que algumas não são divulgadas, por serem sigilosas não tem o condão de refutar o lançamento, que encontrase devidamente fundamentado. Da mesma forma, não acato o argumento de que os pagamentos de PLR obedeceram a semestralidade, sendo que os demais, correspondem a bônus, gratificações etc. Ora, analisando o lançamento e os argumentos trazidos pelo recorrente e pelo próprio responsável pela fiscalização (descritos no relatório fiscal), parecenos, realmente que o recorrente buscou mascarar os pagamentos, posto que realizou programa de Previdência complementar apartado para os dirigentes, conjugouos argumentando que os pagamentos referiamse a PLR e para os que ultrapassam a periodicidade permitida em lei (um semestre), descreve serem bônus ou gratificações desvinculadas do salário. Dessa forma, o recorrente passanos a impressão de que a empresa buscou várias possibilidades legais para que os valores estivessem excluídos do conceito do salário de contribuição, mas sem se ater ao fiel cumprimento dos requisitos legais em relação a cada uma delas. Assim, encontrase correto o lançamento realizado, sendo que o detalhamento realizado pela autoridade fiscal em seu relatório (por meio das planilhas, da análise contábil, dos fatos obtidos junto a instituição Itaú) demonstram realmente que os pagamento constituem modalidade de remuneração paga aos seus dirigentes. Ressalto, novamente, que os argumentos trazidos pelo recorrente não são suficientes para refutar o dados fáticos colacionados aos autos. Por exemplo, com relação a alegação de que parte dos valores lançados à título de Bónus eram na verdade provisões, não apresentou o recorrente documentos contábeis que representariam, quanto as provisões foram efetivadas, nem tampouco o estorno dos valores provisionados e não utilizados. QUANTO AO MONTANTE DISTRIBUIDO Segundo ponto, não encontrei nenhum documento que afastasse o argumento da autoridade, quanto a ata das reuniões para identificação da realidade dos valores distribuídos:. 8.6. Na verdade, o que se constatou foi uma manobra em que o contribuinte segregou seus funcionários em duas categorias: graduados e não graduados. Remunerou a primeira, conforme estipulado nos acordos de participação nos resultados, via folhas de pagamento, retendo e declarando (DIRF) o imposto na fonte, e, por intermédio de contas previdenciárias abertas em um plano corporativo de previdência complementar contratado com a seguradora Itaú Unibanco creditou aos integrantes da segunda vultosos valores não previstos nos referidos acordos, sem trânsito pelas folhas de pagamento, não declarados em DIRF e sem a devida retenção do imposto de renda na fonte. Outro ponto demonstrado pelo auditor e para o qual os argumentos apresentados pelo recorrente não refutam o lançamento efetuado, é o fato de que o Acordo de PLR define o máximo a ser pago considerando os salários do gerente, sendo que os valores distribuídos são bem superiores aos acordados, o que demonstra, que os pagamentos realizados visaram, como disse a autoridade fiscal, remunerar indiretamente o ocupantes de cargos de direção. Mesmo que se considere o argumento trazido de que no acordo, consta que a empresa, pode a seu livre critério estabelecer valores superiores a título de PLR e que os mesmos não serão base de cálculo de qualquer encargo trabalhista ou previdenciário, isso apenas demonstra a liberalidade da empresa em pagar PLR a seu livre critério, sem o conhecimento do empregado, e que se assim o fizer estaria livre de pagamento de encargos Fl. 420DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 16 29 sobre esses valores. Quais os critérios vinculados a esse “plus”; mais uma vez isso demonstra, como bem trazido pelo auditor a discricionariedade e ausência de elementos objetivos acordados, o impossibilita acatar o argumento de verbas desvinculadas do salário. Aliás, um dos indicadores de desempenho descritos nos documentos de avaliação é “discricionário” (fls. 312). Vejamos o que diz o art. 2º, § 1º da lei 10.101/2000: § 1º Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: Assim, ao descumprir os preceitos legais e efetuar pagamentos de participação nos lucros, sem a existência de regras clara e objetivas negociadas com o empregados o recorrente assumiu o risco de não se beneficiar pela possibilidade de que tais valores estariam desvinculados do salário. Da mesma forma, o pagamento de bônus de permanência ou qualquer outra espécie de gratificação, por liberalidade, deixa clara a intenção da empresa em remunerar indiretamente os empregados, razão porque procedente o lançamento realizado. QUANTO A CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS Sendo válida a base de cálculo dos segurados, surge a obrigação da empresa em arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço mediante desconto sobre as respectivas remunerações está prevista no art. 30, I da Lei n ° 8.212/1991, nestas palavras: Art.30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 8.620, de 5/01/93) I a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração; b) recolher o produto arrecadado na forma da alínea anterior, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, até o dia dois do mês seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Uma vez que a recorrente remunerou segurados, deveria a notificada efetuar o desconto e recolhimento à Previdência Social. Não efetuando o recolhimento, a notificada passa a ter a responsabilidade sobre o mesmo. “Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das Fl. 421DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 30 contribuições sociais previstas nas alíneas "a", ‘b" e "c" do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal – SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "d" e "e" do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. § 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei.” DA MULTA APLICADA Conforme descrito no relatório fiscal a autoridade aplicou na ação fiscal princípio da norma mais benéfica, expresso no art. 106, II, alínea "c", do Código Tributário Nacional — CTN, na apuração da multa exigível sobre a contribuição não recolhida tempestivamente, mediante cotejo, competência a competência, entre a soma da multa moratória incidente sobre a contribuição devida com a multa por descumprimento da obrigação acessória (nãodeclaração, em GFIP, da contribuição devida), calculadas de acordo com a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores, e a multa de ofício de 75% sobre a contribuição devida, prevista no art. 35A da Lei 8.212/91, acrescido pela Lei 11.941/2009; dessa comparação, detalhada na planilha anexa ao relatório, resultou na aplicação da multa prevista na legislação atual, qual seja a multa de ofício de 75% em todas as competências anteriores a 12/2008. Já para as competências de 12/2008 a 12/2009, período onde já estava vigente a MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009, houve a aplicação da multa de ofício qualificada (150%), em virtude da intenção de sonegar que caracteriza fraude, nos termos do previsto no art. 72 da Lei n° 4502/64, uma vez que foi constatado pela fiscalização que: a) os valores pagos não constam nas declarações tributárias (DIRF e GFIP), nas folhas de pagamento e nos acordos de participações nos resultados; b) houve lançamentos contábeis em títulos não próprios; c) houve omissão do plano e dos valores nos relatórios societários divulgados (CVM e SEC); todos os fatos também encontram respaldo nos depoimentos de ex funcionários. A legislação que respalda o lançamento, assim prescreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata;(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal:(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Fl. 422DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 17 31 a) na forma doart. 8oda Lei no7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física;(Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) b) na forma do art. 2odesta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.(Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nosarts. 71, 72 e 73 da Lei no4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I (revogado);(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II (revogado);(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) III (revogado);(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV (revogado);(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) V (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998).(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) § 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1odeste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para:(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I prestar esclarecimentos;(Renumerado da alínea "a", pela Lei nº 11.488, de 2007) II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam osarts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de 29 de agosto de 1991;(Renumerado da alínea "b", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei.(Renumerado da alínea "c", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007) §3º Aplicamse às multas de que trata este artigo as reduções previstas noart. 6º da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e noart. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991.(Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §4º As disposições deste artigo aplicamse, inclusive, aos contribuintes que derem causa a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou benefício fiscal. § 5o Aplicase também, no caso de que seja comprovadamente constatado dolo ou máfé do contribuinte, a multa de que trata o inciso I do caput sobre:(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) I a parcela do imposto a restituir informado pelo contribuinte pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual, que deixar de ser Fl. 423DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 32 restituída por infração à legislação tributária; e(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) II –(VETADO).(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Conforme descrito pelo auditor, pelo relatos de exfuncionários, a previdência complementar do Itaú Unibanco era utilizada para pagamento da parcela variável do salário, identificada como "bônus", "prêmio por desempenho" e "PLR". Ou seja, através de uma manobra engendrada pelo contribuinte, e ao que tudo indica com a participação da seguradora, simulavase o crédito em conta de previdência privada dos referidos empregados quando na verdade o que se estava a fazer era o pagamento de verbas salariais. A citada lei 4502/64, em seu art. 72, assim, define a caracterização de fraude? Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Assim, descreveu a autoridade fiscal em seu relatório, os fatos que entendeu demonstram a nítida intenção da empresa em omitir pagamentos feitos a empregados por meio de aporte a contas de previdência privada. Restou clara a existência de dois planos de previdência complementar (BrasilPrev e Itaú Unibanco). Entretanto, no período de 01/2006 a 12/2009, somente foram identificados na contabilidade os recursos aportados no plano da BrasilPrev (vide tabela 5), fl. 24. Informa a Fiscalização, que no início da ação fiscal, não foi possível identificar os registros contábeis referentes ao plano de previdência contratado com a seguradora Itaú Unibanco, pois não havia na contabilidade nenhuma conta ou histórico contábil específico para o referido plano ou seguradora; entretanto, posteriormente, com o depoimento de exfuncionários e, por meio da utilização de um "software" de auditoria em arquivos digitais, foi executado um rastreamento de "palavras", possibilitando a identificação de duas contas contábeis (contas nrs. 213.350 e 407.150), onde foram contabilizados os valores correspondentes. Em decorrência de inexistir na documentação apresentada pelo contribuinte tal plano de previdência complementar, foi instaurado procedimento fiscal (MPF n° 0810400.2009.007106) na Itaú Unibanco Vida e Previdência para esclarecimento dos fatos. (...) Portanto, a documentação analisada e os esclarecimentos prestados demonstram: > Que houve pagamentos de verbas salariais (participação nos lucros e resultados), a determinados funcionários, por intermédio do plano de previdência da seguradora Itaú Unibanco (itens 05 e 06), sem transitarem pelas folhas de pagamento; > Que também ocorreram pagamentos de participações nos resultados com trânsito pelas folhas de pagamento fitem 03); Fl. 424DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA Processo nº 19515.003488/201035 Acórdão n.º 2401003.026 S2C4T1 Fl. 18 33 > Que pagamentos a fornecedores foram lançados nestas mesmas contas contábeis (item 12); > Que a contabilização de despesas de pessoal ocorre no centro de custos 401 (salários, horas extras, 13° salário, bonificações, honorários da diretoria, PLR, etc). Porém, os pagamentos à seguradora Itaú Unibanco foram contabilizados no centro de custos 407 (Despesas de Funcionamento) utilizado para aglutinar gastos com lavanderia, materiais de limpeza, despesas legais e judiciais, etc. > Que a terminologia utilizada para descrever as contas não guarda relação com a finalidade das mesmas, conforme tabela 7: Conta contábil Descrição 407.150 Bônus performance 213.350 Bônus performance 211.285 Outros fornecedores mecanizados 5.6. Tais explicações demonstram claramente que o contribuinte, para acobertar a ocorrência de pagamentos de verbas salariais sem trânsito pela folha de pagamentos, aglutinou em uma mesma conta contábil lançamentos (aportes em planos da previdência, pagamentos de participações nos resultados e fornecedores). 5.9. Ou seja, a boa conduta exige que os registros de todas as operações relativas ao exercício da empresa sejam lançados no Livro Diário com individuação, clareza e caracterização do documento. 5.10. Portanto, segundo os fatos apurados, foi constatado que o plano de previdência contratado com a seguradora Itaú Unibanco tinha como única finalidade o pagamento (sem trânsito pelas folhas de pagamento) da parcela variável dos salários dos funcionários ocupantes de cargos de chefia. Com base nas citações transcritas no relatório fiscal, entendo ter a autoridade fiscal se desincumbido do ônus de demonstrar a intenção do recorrente de fraudar a legislação previdenciária, quanto a incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores destinados aos empregados por intermédio de planos de previdência complementar. Contudo, não posso ratificar o mesmo procedimento em relação ao LEV 04, tendo em vista, que descreve o próprio auditor em seu relatório que parte dos pagamentos de PLR transitaram pelas folhas de pagamento, senão vejamos, especificamente um trecho: Portanto, a documentação analisada e os esclarecimentos prestados demonstram: > Que houve pagamentos de verbas salariais (participação nos lucros e resultados), a determinados funcionários, por intermédio do plano de previdência da seguradora Itaú Unibanco (itens 05 e 06), sem transitarem pelas folhas de pagamento; Fl. 425DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA 34 > Que também ocorreram pagamentos de participações nos resultados com trânsito pelas folhas de pagamento fitem 03). É fato, que referidos pagamentos constituem salário de contribuição, conforme já apreciado, porém, entendo que não há sustentáculo para manutenção da qualificação da multa, tendo em vista, nos casos de pagamentos que transitam pela folha de pagamento, não restar caracterizado a intenção do agente em omitir, ou mesmo esconder o pagamento, razão pela qual deve ser afastada a qualificação da multa.qualificada. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar a preliminar de nulidade, e no mérito voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, para desqualificar a multa aplicada em relação ao LEV 04. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 11/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 05/08/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 15/07/2013 por ELAINE CRISTIN A MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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Numero do processo: 10680.721856/2010-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
Constitui infração à Legislação Previdenciária deixar, o contribuinte, de exibir, quando solicitado, todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta legislação.
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO DE OFÍCIO. INCOMPETÊNCIA.
O CARF não é competente para apreciar pedido de compensação de créditos de natureza previdenciária de titularidade do contribuinte, com os débitos apurados no lançamento de ofício discutido. O contribuinte deve realizar o procedimento compensatório de acordo com os procedimentos previstos na legislação vigente à época do encontro de contas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.446
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Carolina Wanderley Landim - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Igor Araújo Soares, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Kleber Ferreira de Araújo.
Nome do relator: CAROLINA WANDERLEY LANDIM
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Constitui infração à Legislação Previdenciária deixar, o contribuinte, de exibir, quando solicitado, todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta legislação. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO DE OFÍCIO. INCOMPETÊNCIA. O CARF não é competente para apreciar pedido de compensação de créditos de natureza previdenciária de titularidade do contribuinte, com os débitos apurados no lançamento de ofício discutido. O contribuinte deve realizar o procedimento compensatório de acordo com os procedimentos previstos na legislação vigente à época do encontro de contas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 18 56 /2 01 0- 44 Fl. 144DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Carolina Wanderley Landim Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim, Igor Araújo Soares, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10680.721856/201044 Acórdão n.º 2401003.446 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Auto de Infraçãode Obrigação Acessória nº 37.267.3678, do qual a Autuada foi cientificada em 13.07.2010, que objetiva a cobrança de multa em virtude de a empresa ter deixado de apresentar os acordos e/ou sentenças trabalhistas solicitadas através do Termo de Intimação Fiscal TIF nº 03 de 01/06/2010 e os documentos relacionados no anexo I, referentes a lançamentos na conta “Outras Despesas 3.1.1.006.00276”, onde foi constatada a contabilização de pagamentos de despesas particulares dos sócios que caracterizam o recebimento de prólabore indireto. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 24/25), a empresa infringiu ao art. 33, §§ 2º e 3º da Lei 8.212/91, combinado com o art. 232 e 233, parágrafo único do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, sendolhe aplicada a multa prevista nos artigos 92 e 102 da Lei 8.212/91 e art. 283, inciso II, “j” e art. 373 do RPS, no valor de R$ 14.317,78. Em13/07/2010, o Recorrente tomou ciência do Auto de Infração (fl.3) e, em seguida, apresentou impugnação (fls. 31/34) alegando, em síntese: · A preliminar de nulidade do Auto de Infração em virtude de tratarse de obrigação acessória dos Autos de Infração DEBCADs nº 37.267.3686, 37.291.6783, 37.291.6791 e 37.291.3805, no bojo dos quais fora requerida a decretação da nulidade pelo fato de não terem sido apreciados pela fiscalização os documentos juntados; · Que a não apreciação dos documentos juntados concorreu de forma efetiva para a penalização da impugnante, pois os valores descontados dos segurados não foram recolhidos porque foram compensados na forma da lei e as parcelas não tributadas não o foram por determinação nas convenções coletivas de trabalho. · Que conforme se verifica do PER/DCOMP, bem como das notas fiscais e planilha de retenções/compensações juntados, há um considerável crédito da recorrente com a Previdência Social, que, nos termos da legislação vigente, pode ser utilizado para compensação de valores devidos. Sendo assim, se após o julgamento da demanda restar apurado algum crédito em desfavor da recorrente, requereu a sua compensação com tais créditos. Instada a manifestarse acerca da matéria, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonteàs fls. 48/58 julgou improcedente a impugnação, nos termos do acórdão abaixo ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 A 31/12/2008 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. Constitui infração à Legislação Previdenciária deixar, o contribuinte, de exibir, quando solicitado, todos os documentos e Fl. 146DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 4 livros relacionados com as contribuições previstas nesta legislação. Impugnação Improcedente. Crédito tributário mantido. Devidamente intimada em 19/12/2012 (conforme AR de fl.62), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 09/01/2013 (fls.66/70), rebatendo apenas em parte a decisão proferida pela DRJ, com base nos seguintes argumentos: · Que há vários PER/DCOMP em análise no âmbito da Receita Federal, requerendo seja autorizado sua compensação com os débitos reconhecidos. · Por fim, requereu a suspensão da exigibilidade do crédito tributário para que possa obter junto à Receita Federal a Certidão Positiva com efeito de Certidão Negativa após a decisão de procedência pela compensação. É o relatório. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM Processo nº 10680.721856/201044 Acórdão n.º 2401003.446 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheira Carolina Wanderley Landim, Relatora Recurso voluntário tempestivo. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto. Como se percebe da peça recursal (fl. 66/70), as razões aduzidas pela Recorrente limitaramse ao pleito de compensação da multa contra si aplicada nos presentes autos com os créditos que entende fazer jus, objeto de PER/DCOMPs. Ou seja, a Autuada reconheceu a procedência da acusação fiscal e, consequentemente, da penalidade lançada e busca a reforma da decisão de primeira instância apenas no que tange à possibilidade de proceder ao encontro de contas entre o débito constituído e os créditos pleiteados no PER/DCOMP. Sendo assim, em virtude de não ter alegado que não deixou de apresentar os documentos mencionados no relatório fiscal da infração, mantenho a multa aplicada pela fiscalização em virtude do descumprimento da obrigação acessória. Quanto à pretensão de compensar no bojo dos presentes autos os créditos objeto de PER/DCOMP, não assiste razão ao Recorrente. Mostrase necessário esclarecer à Recorrente que o regime de compensação das contribuições previdenciárias não segue a disciplina prevista no art. 74 da Lei n. 9.430/96, não sendo autorizada sua compensação com quaisquer tributos administrados pela SRFB, apesar da unificação do órgão, mas apenas com a própria contribuição. De outro giro, como bem ressaltado pela decisão de primeira instancia, também não cabe a este Conselho deferir o procedimento sugerido pela Recorrente, por ausência de norma que o autorize. Ou seja, falece ao órgão julgador a competência para promover o encontro de contas entre os débitos reconhecidos pela Recorrente e os créditos que entende fazer jus, objeto de PER/DCOMP. É o que dispõe o art. 69 da IN n. 1300/2012, que atualmente disciplina a matéria: Art. 69. A decisão sobre o pedido de restituição de crédito relativo a tributo administrado pela RFB, o pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins, relativo ao Reintegra e o pedido de reembolso, caberá ao titular da Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF), da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária (Derat), da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes no Rio de Janeiro (Demac/RJ) ou da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Instituições Financeiras (Deinf) que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre Fl. 148DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM 6 o domicílio tributário do sujeito passivo, ressalvado o disposto nos arts. 70 e 72. Parágrafo único. A restituição, o reembolso ou o ressarcimento dos créditos a que se refere o caput , bem como a compensação de ofício desses créditos com os débitos do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, caberão à DRF, à Derat, à Demac/RJ ou à Deinf que, à data da restituição, do reembolso, do ressarcimento ou da compensação, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO, julgando totalmente PROCEDENTE o Auto de Infração DEBCAD n° 37.267.3678. É como voto. Carolina Wanderley Landim. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/07/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 05/08/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CAROLINA WANDERLEY LANDIM
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Numero do processo: 10830.015784/2009-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 19 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 07 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2007
RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA NÃO ALCANÇADO. NÃO CONHECIMENTO. Tendo em vista que o contribuinte foi exonerado de crédito tributário em valor inferior a R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais) o recurso de ofício não merece conhecimento.
Recurso de Ofício não Conhecido.
Numero da decisão: 2401-003.458
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Igor Araújo Soares - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Vieira e Silva, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique M. de Oliveira.
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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SALÁRIO INDIRETO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado LUCENT TECNHOLOGIES DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2007 RECURSO DE OFÍCIO. VALOR DE ALÇADA NÃO ALCANÇADO. NÃO CONHECIMENTO. Tendo em vista que o contribuinte foi exonerado de crédito tributário em valor inferior a R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais) o recurso de ofício não merece conhecimento. Recurso de Ofício não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício. Elias Sampaio Freire Presidente Igor Araújo Soares Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Vieira e Silva, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique M. de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 01 57 84 /2 00 9- 06 Fl. 1001DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 2 Relatório Tratase de recurso de ofício interposto pela FAZENDA NACIONAL em face do acórdão de fls., que anulou integralmente o Auto de Infração n. 37.198.6761, lavrado para a cobrança de contribuições previdenciárias parte dos segurados e contribuintes individuais. Conforme apuração fiscal foram considerados como fatos geradores das contribuições lançadas, as seguintes rubricas: a) Remuneração de contribuintes individuais, apurada mediante extração de informações constantes na folha de pagamentos em batimento com os valores contidos em GFIP b) Remuneração de Segurados Empregados constantes da Folha de Pagamento e não declarados em GFIP, pagas a título de: b.1) Participação nos resultados em desacordo com o disposto na Lei 10.101/00, tendo em vista que a fiscalização (i) apurou que os acordos de , metas não foram estipulados previamente, o que violou o art. 2o §1o, inciso II, bem como (ii) os acordos estipularam metas conjuntas para duas empresas, utilizandose de metas em siglas e língua estrangeira, além dos valores devidos terem sido fixados em moeda estrangeira; b.2) Vale Transporte pago em dinheiro; O Conforme consta do relatório fiscal, a empresa ALCATELLUCENT BRASIL S.A e ALCATEL EQUIPAMENTOS LTDA, em razão da caracterização de grupo econômico de fato, diante da cisão total da empresa LUCENT TECHNOLOGIES DO BRASIL (autuada). O período apurado compreende a competência de 01/2004 a 01/2007, tendo sido o último contribuinte cientificado em 30/11/2009 (fls. 01). Às fls.... foi determinada a realização de diligência para que o fiscal melhor esclarecesse os fatos geradores das contribuições lançadas no presente, bem como fizesse juntar aos autos uma série de relatórios indicados no Auto de Infração que sequer foram incluídos como seus anexos e cientificados ao contribuinte. Em resposta à diligência solicitada, o fiscal justificou a impossibilidade de apresentar referidas planilhas, sob o argumento de que com as modificações havidas no art. 229 do Regimento Interno da Receita Federal, ocorridas após a solicitação da diligência, somente caberia a DRJ julgar os argumentos de defesa apontados pelo contribuinte em sua impugnação, de modo que, somente se resumiu a fazer considerações sobre a tese de defesa constante na impugnação, sem, contudo, atender aquilo o que lhe fora requerido pela DRJ. A empresa recorrida fora devidamente cientificada do resultado da diligência requerida. Diante de petição apresentada pela contribuinte, a DRF, em Campinas, acatando o pedido formulado pela parte, procedeu à exclusão das contribuições, Fl. 1002DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10830.015784/200906 Acórdão n.º 2401003.458 S2C4T1 Fl. 2.526 3 desmembrando o lançamento para que uma parte prossiga no julgamento e outra se submeta ao parcelamento de que trata a Lei 11.941, de 2009. Às fls. 1112, por email, o fiscal que atendeu a solicitação de diligência formulada pela DRJ, requreu a juntada aos autos de informação fiscal complementar àquela que já havia apresentado em oportunidade anterior, da qual apenas reforçou alguns dos argumentos para a desconsideração da impugnação da recorrente, apresentando, agora o RL – Relatório de Lançamentos e comparativo da multa objeto de cobrança. A informação fiscal complementar foi devidamente cientificada a autuada e as demais empresas consideradas como solidárias ao lançamento, as quais, em suma, impugnaram o Auto original e informações complementar, sob os seguintes argumentos: a) Vícios de nulidade; b) Decadência parcial; e c)Não incidência de contribuição sobre os valores pagos a título de Vale Transporte, Previdência Complementar Privada e Participação nos Lucros e Resultados. Da análise dos argumentos constantes nas impugnações, em contrapartida com o relatório fiscal e resultados de diligência formulados, a DRJ entendeu por anular integralmente o lançamento, o fazendo pelos seguintes motivos: 1. No que se refere ao lançamento da rubrica previdência privada, entendeu que o beneficio estava disponível a todos os empregados e dirigentes, motivo pelo qual foram excluídos do lançamento os levantamentos: PP2 – PREVID PRIVADA COMERCIO(competências: 11/2004, 12/2004, 01/2005, 05/2005, 07/2005; 12/2005; 12/2006; 02/2007 e 03/2007) e Z12 – TRANSF DO LEV PP – ATE 11/08 (competências: 08/2004, 02/2006, 10/2006; 11/2006 e 01/2007) 2. Quanto aos demais levantamentos, entendeu que a fiscalização, mesmo instada a corrigir o lançamento original, pecou em demonstrar a efetiva ocorrência dos fatos geradores das contribuições lançadas e sanar as irregularidades apontadas quando solicitada a diligência através da resolução 3.101 de 10/12/2010. O julgamento restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2007 LANÇAMENTO DE DÉBITO. FATO GERADOR. MOTIVAÇÃO INCOMPLETA. VÍCIO FORMAL. NULIDADE. É nulo o lançamento efetuado em desconformidade com as disposições legais e normativas que prescrevem o dever de motivação, restando caracterizado vício formal insanável. Fl. 1003DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por IGOR ARAUJO SOARES 4 Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado O contribuinte e as demais empresas tidas como responsáveis solidárias foram intimadas do resultado do julgamento, sendo que nenhuma delas interpôs recurso voluntário ou contrarrazões ao recurso de ofício. É o relatório. Fl. 1004DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 10830.015784/200906 Acórdão n.º 2401003.458 S2C4T1 Fl. 2.527 5 Voto Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator CONHECIMENTO Tendo em vista que o contribuinte foi exonerado pelo julgamento da DRJ de crédito tributário no valor de R$ 47.324,17 (quarenta e sete mil trezentos e vinte e quatro reais e dezessete centavos), apesar de ter sido interposto recurso de ofício, entendo presentes os requisitos da portaria MF 03/2008 não foram cumpridos. Por tais motivos, NÃO CONHEÇO do recurso de ofício. É como voto. Igor Araújo Soares. Fl. 1005DF CARF MF Impresso em 07/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 19/05/2014 por IGOR ARAUJO SOARES
score : 1.0
Numero do processo: 15504.009832/2009-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 09 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2005
PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. INOBSERVÂNCIA DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. ART. 32, INCISO IV, § 5º, LEI Nº 8.212/91.
Constitui fato gerador de multa, por descumprimento de obrigação acessória, apresentar o contribuinte à fiscalização Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP com omissão de fatos geradores de todas contribuições previdenciárias.
AUTO DE INFRAÇÃO DECORRENTE DE LANÇAMENTO POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL JULGADO PROCEDENTE. AUTUAÇÃO REFLEXA. OBSERVÂNCIA DECISÃO.
Impõe-se a manutenção da multa aplicada decorrente da ausência de informação em GFIP de fatos geradores lançados em Autuação Fiscal, pertinente ao descumprimento da obrigação principal, declarada procedente, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula, o que se vislumbra na hipótese vertente.
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PENALIDADE. GFIP. OMISSÕES. INCORREÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA.
A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração.
No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias.
Correta a aplicação da regra pertinente à de aplicação da multa mais benéfica, entre a vigente no momento da prática da conduta apenada e a atualmente disciplinada no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLDs correlatas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-003.437
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Igor Araújo Soares e Carolina Wanderley Landim, que davam provimento parcial para recalcular a multa nos termos do artigo 32-A, inciso I, da Lei nº 8.212/1991, se mais benéfico ao contribuinte. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Elias Sampaio Freire.
Elias Sampaio Freire Presidente e Redator Designado
Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira - Relator
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. INOBSERVÂNCIA DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. ART. 32, INCISO IV, § 5º, LEI Nº 8.212/91. Constitui fato gerador de multa, por descumprimento de obrigação acessória, apresentar o contribuinte à fiscalização Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP com omissão de fatos geradores de todas contribuições previdenciárias. AUTO DE INFRAÇÃO DECORRENTE DE LANÇAMENTO POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL JULGADO PROCEDENTE. AUTUAÇÃO REFLEXA. OBSERVÂNCIA DECISÃO. Impõe-se a manutenção da multa aplicada decorrente da ausência de informação em GFIP de fatos geradores lançados em Autuação Fiscal, pertinente ao descumprimento da obrigação principal, declarada procedente, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula, o que se vislumbra na hipótese vertente. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PENALIDADE. GFIP. OMISSÕES. INCORREÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA. A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração. No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias. Correta a aplicação da regra pertinente à de aplicação da multa mais benéfica, entre a vigente no momento da prática da conduta apenada e a atualmente disciplinada no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLDs correlatas. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Igor Araújo Soares e Carolina Wanderley Landim, que davam provimento parcial para recalcular a multa nos termos do artigo 32-A, inciso I, da Lei nº 8.212/1991, se mais benéfico ao contribuinte. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Elias Sampaio Freire. Elias Sampaio Freire Presidente e Redator Designado Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira - Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. AUTO DE INFRAÇÃO. INOBSERVÂNCIA DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. ART. 32, INCISO IV, § 5º, LEI Nº 8.212/91. Constitui fato gerador de multa, por descumprimento de obrigação acessória, apresentar o contribuinte à fiscalização Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP com omissão de fatos geradores de todas contribuições previdenciárias. AUTO DE INFRAÇÃO DECORRENTE DE LANÇAMENTO POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL JULGADO PROCEDENTE. AUTUAÇÃO REFLEXA. OBSERVÂNCIA DECISÃO. Impõese a manutenção da multa aplicada decorrente da ausência de informação em GFIP de fatos geradores lançados em Autuação Fiscal, pertinente ao descumprimento da obrigação principal, declarada procedente, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula, o que se vislumbra na hipótese vertente. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PENALIDADE. GFIP. OMISSÕES. INCORREÇÕES. RETROATIVIDADE BENIGNA. A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração. No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 00 98 32 /2 00 9- 34 Fl. 145DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 2 inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias. Correta a aplicação da regra pertinente à de aplicação da multa mais benéfica, entre a vigente no momento da prática da conduta apenada e a atualmente disciplinada no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLDs correlatas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Igor Araújo Soares e Carolina Wanderley Landim, que davam provimento parcial para recalcular a multa nos termos do artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212/1991, se mais benéfico ao contribuinte. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Elias Sampaio Freire. Elias Sampaio Freire – Presidente e Redator Designado Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira Relator Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Elias Sampaio Freire, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Carolina Wanderley Landim e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 146DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 146 3 Relatório INSTITUTO CORAÇÃO DE JESUS LTDA., contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho da decisão da 7a Turma da DRJ em Belo Horizonte/MG, Acórdão nº 0241.027/2012, às fls. 105/113, que julgou procedente em parte a autuação fiscal lavrada contra a empresa, nos termos do artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91, por ter apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, em relação ao período de 05/2004 a 12/2005, conforme Relatório Fiscal da Infração, às fls. 06/08, e demais documentos constantes dos autos. Tratase de Auto de Infração (Descumprimento de Obrigação Acessória), lavrado em 03/06/2009, nos termos do artigo 293 do RPS, contra a contribuinte acima identificada, constituindose multa com base nos artigos 284, inciso II, e 373, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, c/c artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91. De conformidade com o Relatório Fiscal da Infração, a contribuinte deixou informar em GFIP´s as remunerações dos segurados contribuintes individuais, assim consideradas as verbas pagas a título de Plano de Saúde em contrariedade à lei, cujas contribuições previdenciárias (obrigação principal) pertinentes foram lançadas na AI n° 37.220.7448 – Processo n° 15504.009833/200989. Inconformada com a Decisão recorrida, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, às fls. 120/128, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões. Após breve relato das fases e fatos ocorridos no decorrer do processo administrativo fiscal, insurgese contra a exigência consubstanciada na peça vestibular do feito, notadamente em relação à incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos aos diretores e respectivos dependentes a título de Plano de Saúde, aduzindo para tanto que são concedidos na forma de antecipação de lucros apurados. Em defesa de sua pretensão, argumenta que o fato de ser pago/concedido somente aos diretores e respectivos familiares corrobora o entendimento de se tratar de distribuição antecipada de lucros, fora, portanto, do campo de incidência de contribuições previdenciárias. Defende que o pagamento do plano de saúde pela empresa aos seus sócios não configura remuneração por serviços prestados, mas sim uma mera facilidade operacional conferida aos sócios por decisão deles próprios, ressaltando que a prova de não se caracterizar como remuneração é que sequer são dedutíveis do Imposto de Renda e da CSLL. Assevera que os valores do prólabore pago aos diretores da empresa encontramse registrados na contabilidade da contribuinte, razão pela qual somente tal pagamento pode ser objeto de tributação. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 4 Explicita que a empresa apurou lucro líquido de R$ 242.534,07 e R$ 92.965,62, nos exercícios 2004 e 2005, respectivamente, conforme consta da Demonstração de Resultado, o que comprova que os valores pagos a título de plano de saúde (R$ 20.159,09) são totalmente compatíveis de serem considerados como lucros distribuídos, não sujeitos à incidência de contribuições previdenciárias, na linha da jurisprudência judicial transcrita na peça recursal. Quanto à penalidade imputada, aduz que esta nova sistemática de aplicação de multa por lançamentos de ofício referente às obrigações principais de contribuições previdenciárias deve ser aplicada somente em relação aos fatos geradores ocorridos após a vigência da Lei n° 11.941/2009, uma vez que a legislação anterior dispensava tratamento mais benéfico ao sujeito passivo. Defende não haver lógica na soma das multas por descumprimento de obrigações principal e acessória, de maneira a limitar a 75%, tendo em vista que se tratam de penalidades distintas para fatos geradores diferentes, devendo, portanto, ser aplicada a penalidade prevista pela redação do artigo 35 vigente à época dos fatos geradores, no que atine às multas por descumprimento de obrigação principal, e, em relação à obrigação acessória, imperiosa a retroatividade da Lei n° 11.941/09 que enxertou o artigo 32A na Lei 8.212/91, por trazer tratamento mais benéfico. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para desconsiderar o Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 148DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 147 5 Voto Vencido Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, a presente autuação foi lavrada em virtude de a recorrente ter apresentado GFIP’s com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, mais precisamente deixando de informar as remunerações dos segurados contribuintes individuais, relativamente ao período de 05/2004 a 12/2005. Com mais especificidade, a contribuinte deixou informar em GFIP´s as remunerações dos segurados contribuintes individuais, assim considerados os valores pagos aos diretores e seus dependentes a título de Plano de Saúde, não extensivo à totalidade dos empregados, cujas contribuições previdenciárias (obrigação principal) pertinentes foram lançadas AI n° 37.220.7448 – Processo n° 15504.009833/200989. Nesse contexto, a contribuinte fora autuada, com fundamento no artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei 8.212/91, ensejando a aplicação da multa calculada com arrimo no artigo 284, inciso II, do RPS, que assim prescrevem: “Lei 8.212/91 Art. 32. A empresa também é obrigada: [...] IV – informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. [...] § 5° A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior.” “Regulamento da Previdência Social Art. 284. A infração ao disposto no inciso IV do caput do art. 225 sujeitará o responsável às seguintes penalidades administrativas: [...] Fl. 149DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 6 II cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no inciso I, pela apresentação da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que alterem o valor das contribuições, ou do valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição, quando se tratar de infração cometida por pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de isenção das contribuições previdenciárias ou por empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham sido substituídas por outras;” Verificase, que a recorrente não apresentou a documentação exigida pela Fiscalização na forma que determina a legislação previdenciária, incorrendo na infração prevista nos dispositivos legais supratranscritos, o que ensejou a aplicação da multa, nos termos do Regulamento da Previdência Social. Em suas razões de recurso, além do pedido de recálculo da multa com base no artigo 32A da Lei n° 8.212/91, que trataremos adiante, pretende a contribuinte a reforma da decisão recorrida, a qual manteve a exigência fiscal em sua plenitude, insurgindose contra a incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos aos diretores e dependentes a título de Plano de Saúde. Inicialmente devese frisar que, não obstante tratarse de autuação face a inobservância de obrigações acessórias, os argumentos da recorrente estão ligados basicamente à procedência da exigência fiscal consubstanciada no AI n° 37.220.7448 – Processo n° 15504.009833/200989, onde o Fisco promoveu os lançamentos exigindo as contribuições previdenciárias devidas pela empresa, incidentes sobre as remunerações (salário indireto) dos segurados contribuintes individuais (diretores), fatos geradores não declarados em GFIP’s. Registrese, que em nenhum momento a contribuinte alega não ter incorrido na falta imputada, se limitando a questionar o mérito da autuação fiscal correlata acima mencionada. Em verdade, a contribuinte faz confusão ao tratar da questão, trazendo à colação argumentos relativos à constituição de créditos previdenciários decorrentes do descumprimento de obrigação principal. Consoante se positiva do artigo 113 do Código Tributário Nacional, as obrigações tributárias são divididas em duas espécies, principal e acessória. A primeira diz respeito à ocorrência do fato gerador do tributo em si, por exemplo, recolher ou não o tributo propriamente dito, extinguindo juntamente com o crédito decorrente. Por outro lado, a obrigação acessória, relacionase às prestações positivas ou negativas, constantes da legislação tributária de interesse da arrecadação ou fiscalização tributária, sendo exemplo de seu descumprimento a contribuinte deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas contribuições previdenciárias, situação que se amolda ao caso sub examine. Com efeito, restou circunstanciadamente demonstrado pela autoridade lançadora, que a lavratura do presente auto de infração se deu em virtude da contribuinte ter deixado de informar em GFIP’s a integralidade dos fatos geradores das contribuições Fl. 150DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 148 7 previdenciárias, contrariando o disposto no artigo 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/91, ensejando a aplicação da penalidade calculada com arrimo no artigo 284, inciso II, do RPS. Não obstante as substanciosas razões de fato e de direito suscitadas pela contribuinte, seu inconformismo, contudo, não tem o condão de prosperar. Do exame dos elementos que instruem o processo, constatase que a decisão recorrida, no mérito, apresentase incensurável, devendo ser mantida em sua plenitude. Destarte, consoante explicitado alhures, a ação fiscal desenvolvida na contribuinte em questão culminou com a lavratura do AI n° 37.220.7448 – Processo n° 15504.009833/200989, exigindo as contribuições previdenciárias incidentes sobre os fatos geradores não informados em GFIP’s, objeto da presente autuação. Sucede que, incluído nesta mesma pauta de julgamento, esta Egrégia 1a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a SJ do CARF entendeu por bem conhecer do recurso voluntário interposto naquele Auto de Infração (Obrigação principal) e negarlhe provimento, mantendose, por conseguinte, a exigência fiscal em sua integralidade, como se extrai do Acórdão assim ementado: “Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2004 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. OBRIGAÇÃO RECOLHIMENTO. Nos termos do artigo 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei nº 8.212/91, a empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, descontandoas das respectivas remunerações e recolher o produto no prazo contemplado na legislação de regência. SALÁRIO INDIRETO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. INCIDÊNCIA. INOBSERVÂNCIA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. PLANO DE SAÚDE. NÃO EXTENSÃO TOTALIDADE EMPREGADOS E DIRIGENTES. SALÁRIO INDIRETO. Somente não integram a base de cálculo das contribuições previdenciárias as verbas concedidas aos segurados empregados e/ou contribuintes individuais da empresa que observarem os requisitos inscritos nos dispositivos legais que regulam a matéria, notadamente artigo 28, § 9º, da Lei nº 8.212/91, o qual, quando tratar de isenção, deverá ser interpretado de maneira literal e restritiva, conforme preceitos do artigo 111, inciso II, e 176, do Códex Tributário. De conformidade com a legislação de regência, mais precisamente artigo 28, § 9º, alínea “q”, da Lei nº 8.212/91, o pagamento de Plano de Saúde – Assistência Médica somente ficará fora do campo de incidência das contribuições previdenciárias se ofertados à totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, o que não se vislumbra no caso vertente, Fl. 151DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 8 caracterizandose, portanto, como salário indireto, passível de tributação. Recurso Voluntário Negado.” Dessa forma, no julgamento da presente autuação impõese à observância à decisão levada a efeito no Auto de Infração suso mencionado, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula, uma vez que os fatos geradores pretensamente não informados em GFIP foram caracterizados/lançados naquela autuação. Na esteira desse entendimento, no mérito, uma vez mantida a exigência fiscal com esteio nas remunerações dos segurados contribuintes individuais, não há que se falar na improcedência da presente autuação, na forma que pretende fazer crer a recorrente, impondo seja mantida a exigência na forma lançada. DO CÁLCULO DA MULTA – LEI Nº 11.941/2009 RETROATIVIDADE Por derradeiro, em que pese à procedência do lançamento em seu mérito, destacase que posteriormente à lavratura do Auto de Infração fora publicada a Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, trazendo nova redação ao artigo 32 da Lei nº 8.212/91, acrescentando, ainda, o artigo 32A aquele Diploma Legal, estabelecendo nova forma do cálculo da multa ora exigida e, bem assim, determinando a exclusão da multa de mora do artigo 35 da Lei nº 8.212/91, com a consequente aplicação das multas constantes da Lei nº 9.430/96, senão vejamos: “Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; III – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) [...] § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2o A declaração de que trata o inciso IV do caput deste artigo constitui instrumento hábil e suficiente para a exigência do Fl. 152DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 149 9 crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 6o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 7o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 8o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 9o A empresa deverá apresentar o documento a que se refere o inciso IV do caput deste artigo ainda que não ocorram fatos geradores de contribuição previdenciária, aplicandose, quando couber, a penalidade prevista no art. 32A desta Lei. § 10. O descumprimento do disposto no inciso IV do caput deste artigo impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 153DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 10 § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). [...] Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).” Partindo dessa premissa, em face da legislação posterior contemplando penalidades mais benéficas para o mesmo fato gerador, impõese à aplicação desse novo calculo da multa, em observância ao disposto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, que assim prescreve: “Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.” (grifamos) Antes mesmo de contemplar as razões meritórias, mister analisarmos o disposto no artigo 113 do Código Tributário Nacional, o qual determina que as obrigações tributárias são divididas em duas espécies, principal e obrigação acessória. A primeira diz respeito à ocorrência do fato gerador do tributo em si, por exemplo, recolher ou não o tributo propriamente dito, extinguindo juntamente com o crédito decorrente. Por outro lado, a obrigação acessória relacionase às prestações positivas ou negativas constantes da legislação de regência, de interesse da arrecadação ou fiscalização tributária, sendo exemplo de seu descumprimento deixar a contribuinte de informar em GFIP a Fl. 154DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 150 11 totalidade dos fatos geradores das contribuições previdenciárias, situação que se amolda ao caso sub examine. Após a unificação das Secretarias das Receitas Previdenciária e Federal, em Receita Federal do Brasil (“Super Receita”), as contribuições previdenciárias passaram a ser administradas pela RFB que, em curto lapso temporal, compatibilizou os procedimentos fiscalizatórios e, por conseguinte, de constituição de créditos tributários, estabelecendo, igualmente, para os tributos em epígrafe multas de ofício a serem aplicadas em observância à Lei n° 9.430/1996, conforme alterações na legislação introduzidas pela Lei nº 11.941/2009. Como se observa, a nova legislação, de fato, contemplou inédita formula de cálculo de aludidas multas que, em suma, vem sendo conduzida pelo Fisco e fora adotada no Acórdão recorrido, da seguinte forma: 1) Na hipótese do descumprimento de obrigações acessórias ocorrer de maneira isolada (p.ex. tão somente deixar de informar a totalidade dos fatos geradores em GFIP), com a ocorrência da observância da obrigação principal (pagamento do tributo devido), aplicarseá para o cálculo da multa o artigo 32A da Lei n° 8.212/91; 2) Por seu turno, quando o contribuinte, além de inobservar as obrigações acessórias, também deixar de recolher o tributo correspondente, a multa a ser aplicada deverá obedecer aos ditames do artigo 35A da Lei n° 8.212/91, que remete ao artigo 44 da Lei n° 9.430/96, determinando a aplicação de multa de ofício de 75%; Não obstante parecer simples, aludida matéria encontrase distante de remansoso desfecho. Isto porque, a legislação anterior apartava as autuações por descumprimento de obrigações acessórias das notificações fiscais (NFLD) decorrentes de inobservância das obrigações principais, levando a efeito multas distintas, inclusive, no segundo caso, com aplicação de multa de mora variável no decorrer do tempo (fases processuais). Assim, com a introdução de novas formas de cálculo da multa, nos casos de descumprimento de obrigações tributárias (principal e acessória), os lançamentos pretéritos, bem como aqueles mais recentes que abarcam fatos geradores relacionados a período anterior a referida alteração, tiveram que ser reanalisados com a finalidade de se verificar a melhor modalidade do cálculo da penalidade e, se mais benéfico, aplicálo. A propósito da matéria, o ilustre Conselheiro Júlio César Vieira Gomes se manifestou com muita propriedade, conforme se depreende do excerto do Voto condutor do Acórdão n° 2402001.895, exarado nos autos do processo n° 15983.000199/200892, de onde peço vênia para transcrever e adotar como razões de decidir: “ [...] O recorrente já se beneficiou do direito à relevação de parte da multa aplicada pela correção parcial da falta, mas ainda não quanto à retroatividade benéfica prevista no artigo 106 do Código Tributário Nacional e em face da regra trazida pelo artigo 26 da Lei n° 11.941, de 27/05/2009 que introduziu na Lei n° 8.212, de 24/07/1991 o artigo 32A. Passo, então, ao exame desse direito. Seguem transcrições: Fl. 155DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 12 [...] Podemos identificar nas regras do artigo 32A os seguintes elementos: a) é regra aplicável a uma única espécie de declaração, dentre tantas outras existentes (DCTF, DCOMP, DIRF etc): a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP; b) é possibilitado ao sujeito passivo entregar a declaração após o prazo legal, corrigila ou suprir omissões antes de algum procedimento de ofício que resultaria em autuação; c) regras distintas para a aplicação da multa nos casos de falta de entrega/entrega após o prazo legal e nos casos de informações incorretas/omitidas; sendo no primeiro caso, limitada a vinte por cento da contribuição; d) desvinculação da obrigação de prestar declaração em relação ao recolhimento da contribuição previdenciária; e) reduções da multa considerando ter sido a correção da falta ou supressão da omissão antes ou após o prazo fixado em intimação; e f) fixação de valores mínimos de multa. Inicialmente, esclarecese que a mesma lei revogou as regras anteriores que tratavam da aplicação da multa considerando cem por cento do valor devido limitado de acordo com o número de segurados da empresa: Art. 79. Ficam revogados: I – os §§ 1o e 3º a 8º do art. 32, o art. 34, os §§ 1º a 4º do art. 35, os §§ 1º e 2º do art. 37, os arts. 38 e 41, o § 8º do art. 47, o § 2º do art. 49, o parágrafo único do art. 52, o inciso II do caput do art. 80, o art. 81, os §§ 1º, 2º, 3º, 5º, 6º e 7º do art. 89 e o parágrafo único do art. 93 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991; Para início de trabalho, como de costume, devese examinar a natureza da multa aplicada com relação à GFIP, sejam nos casos de “falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo” ou “informações incorretas ou omitidas”. No inciso II do artigo 32A em comento o legislador manteve a desvinculação que já havia entre as obrigações do sujeito passivo: acessória, quanto à declaração em GFIP e principal, quanto ao pagamento da contribuição previdenciária devida: II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 151 13 Portanto, temos que o sujeito passivo, ainda que tenha efetuado o pagamento de cem por cento das contribuições previdenciárias, estará sujeito à multa de que trata o dispositivo. Comparando com o artigo 44 da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, que trata das multas quando do lançamento de ofício dos tributos federais, vejo que as regras estão em outro sentido. As multas nele previstas incidem em razão da falta de pagamento ou, quando sujeito a declaração, pela falta ou inexatidão da declaração, aplicandose apenas ao valor que não foi declarado e nem pago. Melhor explicando essa diferença, apresentamos o seguinte exemplo: o sujeito passivo, obrigado ao pagamento de R$ 100.000,00 apenas declara em DCTF R$ 80.000,00, embora tenha efetuado o pagamento/recolhimento integral dos R$ 100.000,00 devidos, qual seria a multa de ofício a ser aplicada? Nenhuma. E se houvesse pagamento/recolhimento parcial de R$ 80.000,00? Incidiria a multa de 75% (considerando a inexistência de fraude) sobre a diferença de R$ 20.000,00. Isto porque a multa de ofício existe como decorrência da constituição do crédito pelo fisco, isto é, de ofício através do lançamento. Caso todo o valor de R$ 100.000,00 houvesse sido declarado, ainda que não pagos, a DCTF já teria constituiria o crédito tributário sem necessidade de autuação. A diferença reside aí. Quanto à GFIP não há vinculação com o pagamento. Ainda que não existam diferenças de contribuições previdenciárias a serem pagas, estará o contribuinte sujeito à multa do artigo 32A da Lei n° 8.212, de 24/07/1991. Seguem transcrições: LEI Nº 9.430, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências. ... Seção V Normas sobre o Lançamento de Tributos e Contribuições ... Multas de Lançamento de Ofício Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; Fl. 157DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 14 II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. A DCTF tem finalidade exclusivamente fiscal, diferentemente do caso da multa prevista no artigo 32A, em que independentemente do pagamento/recolhimento da contribuição previdenciária, o que se pretende é que, o quanto antes (daí a gradação em razão do decurso do tempo), o sujeito passivo preste as informações à Previdência Social, sobretudo os salários de contribuição percebidos pelos segurados. São essas informações que viabilizam a concessão dos benefícios previdenciários. Quando o sujeito passivo é intimado para entregar a GFIP, suprir omissões ou efetuar correções, o fisco já tem conhecimento da infração e, portanto, já poderia autuálo, mas isso não resolveria um problema extrafiscal: as bases de dados da Previdência Social não seriam alimentadas com as informações corretas e necessárias para a concessão dos benefícios previdenciários. Por essas razões é que não vejo como se aplicarem as regras do artigo 44 aos processos instaurados em razão de infrações cometidas sobre a GFIP. E no que tange à “falta de declaração e nos de declaração inexata”, parte também do dispositivo, além das razões já expostas, devese observar o Princípio da Especificidade a norma especial prevalece sobre a geral: o artigo 32A da Lei n° 8.212/1991 traz regra aplicável especificamente à GFIP, portanto deve prevalecer sobre as regras no artigo 44 da Lei n° 9.430/1996 que se aplicam a todas as demais declarações a que estão obrigados os contribuintes e responsáveis tributários. Pela mesma razão, também não se aplica o artigo 43 da mesma lei: Auto de Infração sem Tributo Art.43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Em síntese, para aplicação de multas pelas infrações relacionadas à GFIP devem ser observadas apenas as regras do artigo 32A da Lei n° 8.212/1991 que regulam exaustivamente a matéria. É irrelevante para tanto se houve ou não pagamento/recolhimento e, nos casos que tenha sido lavrada NFLD (período em que não era a GFIP suficiente para a constituição do crédito nela declarado), qual tenha sido o valor nela lançado. E, aproveitando para tratar também dessas NFLD lavradas anteriormente à Lei n° 11.941, de 27/05/2009, não vejo como lhes aplicar o artigo 35A, que fez com que se estendesse às Fl. 158DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 152 15 contribuições previdenciárias, a partir de então, o artigo 44 da Lei n° 9.430/1996, pois haveria retroatividade maléfica, o que é vedado; nem tampouco a nova redação do artigo 35. Os dispositivos legais não são interpretados em fragmentos, mas dentro de um conjunto que lhe dê unidade e sentido. As disposições gerais nos artigos 44 e 61 são apenas partes do sistema de cobrança de tributos instaurado pela Lei n° 9.430/1996. Quando da falta de pagamento/recolhimento de tributos são cobradas, além do principal e juros moratórios, valores relativos às penalidades pecuniárias, que podem ser a multa de mora, quando embora a destempo tenha o sujeito passivo realizado o pagamento/recolhimento antes do procedimento de ofício, ou a multa de ofício, quando realizado o lançamento para a constituição do crédito. Essas duas espécies são excludentes entre si. Essa é a sistemática adotada pela lei. [...] Retomando os autos de infração de GFIP lavrados anteriormente à Lei n° 11.941, de 27/05/2009, há um caso que parece ser o mais controvertido: o sujeito passivo deixou de realizar o pagamento das contribuições previdenciárias (para tanto foi lavrada a NFLD) e também de declarar os salários de contribuição em GFIP (lavrado AI). Qual o tratamento do fisco? Por tudo que já foi apresentado, não vejo como bis in idem que seja mantida na NFLD a multa que está nela sendo cobrada (ela decorre do falta de pagamento, mas não pode retroagir o artigo 44 por lhe ser mais prejudicial), sem prejuízo da multa no AI pela falta de declaração/omissão de fatos geradores (penalidade por infração de obrigação acessória ou instrumental para a concessão de benefícios previdenciários). Cada uma das multas possuem motivos e finalidades próprias que não se confundem, portanto inibem a sua unificação sob pretexto do bis in idem. Agora, temos que o valor da multa no AI deve ser reduzido para ajustálo às novas regras mais benéficas trazidas pelo artigo 32A da Lei n° 8.212/1991. Nada mais que a aplicação do artigo 106, inciso II, alínea “c” do CTN: [...] De fato, nelas há limites inferiores. No caso da falta de entrega da GFIP, a multa não pode exceder a 20% da contribuição previdenciária e, no de omissão, R$ 20,00 a cada grupo de dez ocorrências: Art. 32A. (...): I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 16 § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. Certamente, nos eventuais casos em a multa contida no autodeinfração é inferior à que seria aplicada pelas novas regras (por exemplo, quando a empresa possui pouquíssimos segurados, já que a multa era proporcional ao número de segurados), não há como se falar em retroatividade. Outra questão a ser examinada é a possibilidade de aplicação do §2° do artigo 32A: § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Deve ser esclarecido que o prazo a que se refere o dispositivo é aquele fixado na intimação para que o sujeito passivo corrija a falta. Essa possibilidade já existia antes da Lei n° 11.941, de 27/05/2009. Os artigos 291 e 292 que vigeram até sua revogação pelo Decreto nº 6.727, de 12/01/2009 já traziam a relevação e a atenuação no caso de correção da infração. E nos processos ainda pendentes de julgamento neste Conselho, os sujeitos passivos autuados, embora pudessem fazê lo, não corrigiram a falta no prazo de impugnação; do que resultaria a redução de 50% da multa ou mesmo seu cancelamento. Entendo, portanto, desnecessária nova intimação para a correção da falta, oportunidade já oferecida, mas que não interessou ao autuado. Resulta daí que não retroagem as reduções no §2°: Art.291.Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até o termo final do prazo para impugnação. §1oA multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. ... CAPÍTULO VI DA GRADAÇÃO DAS MULTAS Art.292. As multas serão aplicadas da seguinte forma: ... Fl. 160DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 153 17 V na ocorrência da circunstância atenuante no art. 291, a multa será atenuada em cinqüenta por cento. Retornando à aplicação do artigo 32A da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, ressaltase que a verificação da regra mais benéfica deve ser em relação ao valor da multa aplicada no autode infração, anteriormente à qualquer outra redução em face da correção parcial da falta ou outro motivo. Isto porque a retroatividade benéfica do artigo 106 do CTN se opera no plano da subsunção do fato à nova regra jurídica. A relevação de parte da multa pela correção parcial da falta do decorrer do processo deve ser realizada após a incidência da nova regra. Melhor explicando: devem ser comparadas as duas multas, a aplicada pela fiscalização com a prevista no artigo 32A, inciso II da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, prevalecendo a menor; após, a relevação de parte da multa remanescente na proporção da correção parcial da infração. [...]” Na esteira desse entendimento, em que pese à procedência do lançamento em relação ao mérito, impõese determinar o recálculo da multa, com fulcro no artigo 32A da Lei n° 8212/91, na forma prescrita na legislação hodierna mais benéfica, retroagindo, portanto, para alcançar fatos pretéritos. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração sub examine parcialmente em consonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO E DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, somente para recalcular a multa nos termos do artigo 32A, inciso I, da Lei nº 8.212/1991, se mais benéfico ao contribuinte, pelas razões de fato e de direito encimadas. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 18 Voto Vencedor Conselheiro Elias Sampaio Freire – Redator Designado Ouso divergir do ilustre conselheiro relator no que diz respeito à regra de aplicação da multa mais benéfica. Na hipótese dos autos o contribuinte foi autuado pela entrega da GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, com previsão legal no art. 32, IV e § 5º da Lei nº 8.212, de 1991. A obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente, nos temos do art. 113, § 1°, do CTN, tendo por fato gerador, de acordo com o art. 114 do mesmo diploma legal, a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. Já o fato gerador da obrigação tributária acessória, diz o art. 115 do CTN, é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Isto porque em se tratando de obrigação acessória, clara é a disposição do § 3° do art. 113 do CTN, de que a sua inobservância convertea em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária, como no dizer de Luiz A. Gurgel de Faria, in. Código Tributário Nacional Comentado, que havendo descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à penalidade pecuniária (§3º), o que significa dizer que a sanção imposta ao inadimplente é uma multa que, como tal, constitui uma obrigação principal, sendo exigida e cobrada através dos mesmos mecanismos aplicados ao tributo. Assim sendo, já que pelo simples fato da sua inobservância, a obrigação acessória é convertida em principal (CTN, art. 113, § 3°), sujeitandose, portanto, ao lançamento de oficio, na forma do art. 149 do CTN. Relembrese que, no presente caso o contribuinte foi autuado pela entrega da GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, com previsão legal no art. 32, IV e § 5º da Lei nº 8.212, de 1991. Ocorre que a MP n.º 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, ao mesmo tempo em que revogou os referidos dispositivos da Lei nº 8.212, de 1991, promoveu nova sistemática de aplicação de multas. Assim dispunha o revogado art. 32, § 5º da Lei n.º 8.212, de 1991, in verbis: “§ 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009)” Fl. 162DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 154 19 Código Tributário Nacional, que dá tratamento específico no que tange a aplicação temporal de norma que trate penalidades, em seu art. 106, prevê que caso a nova lei traga tratamento mais benéfico para o contribuinte, deve se reduzir ou cancelar as multas aplicadas, in verbis: "Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão» desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática." É Indubitável a aplicação da multa benéfica, conforme disciplina do art. 106, II, “c” do CTN. O ponto submetido a apreciação deste colegiado resumese em definir como deve ser aplicada a multa nos termos da atual regência normativa. O supracitado art. 32, § 5º, destinavase a punir a apresentação, pelo contribuinte, de declaração inexata quanto aos dados relativos a fatos geradores de tributos, independentemente da existência ou não de tributo a recolher. Ante o exposto e em decorrência da alteração legislativa, o acórdão recorrido optou por aplicar a regra contida no art. 32A da Lei n.º 8.212, de 1991, in verbis: Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Sob a égide da sistemática anterior à MP n.º 449, de 2008, a constatação pelo Fisco de que o contribuinte apresentara declaração inexata ensejaria o direito de aplicação da multa do art. 32, § 5º, da Lei 8.212, de 1991, que poderia corresponder a 100% do valor relativo às contribuições não declaradas, limitada aos valores previstos no art. 32, § 4º, da Lei 8.212, de 1991, in verbis: Fl. 163DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 20 § 4º A não apresentação do documento previsto no inciso IV, independentemente do recolhimento da contribuição, sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente a multa variável equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo previsto no art. 92, em função do número de segurados, conforme quadro abaixo: (Parágrafo e tabela acrescentados pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) 0 a 5 segurados1/2 valor mínimo 6 a 15 segurados1 x o valor mínimo 16 a 50 segurados2 x o valor mínimo 51 a 100 segurados5 x o valor mínimo 101 a 500 segurados10 x o valor mínimo 501 a 1000 segurados20 x o valor mínimo 1001 a 5000 segurados35 x o valor mínimo acima de 5000 segurados50 x o valor mínimo Nessa mesma hipótese, caso se verificasse, além da declaração incorreta, a existência de tributo não recolhido, terseia, em acréscimo, a incidência da multa prevista na redação anterior do art. 35, inciso II, da referida lei (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009), in verbis: “Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) Fl. 164DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA Processo nº 15504.009832/200934 Acórdão n.º 2401003.437 S2C4T1 Fl. 155 21 d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999) d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999).” Vêse, pois, na sistemática revogada, a existência de multas diversas para fatos geradores igualmente distintos e autônomos: uma, prevista no art. 32, § 5°, que tem natureza de multa por descumprimento de obrigação acessória e, portanto, constituirá o próprio crédito tributário, não guardando vinculação com a obrigação principal de pagamento do tributo devido no prazo de lei; e a outra, consistente em penalidade pecuniária que decorre do não recolhimento do tributo devido dentro do respectivo vencimento, prevista no art. 35, II. Entendo que na atual sistemática, nos casos de lançamento de ofício, têmse uma única multa, prevista no art. 35A da Lei 8.212, de 1991, que faz remissão expressa ao art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Ou seja, a multa prevista no art. 44, inciso I da Lei 9.430, de 1997, decorrente do lançamento de ofício é única, no importe de 75% (se não duplicada), e visa apenar, de forma conjunta, tanto o não pagamento (parcial ou total) do tributo devido, quanto a não apresentação da declaração ou a declaração inexata, sem haver como mensurar o que foi aplicado para punir uma ou outra infração. No presente caso, em que houve a aplicação da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, que se refere à apresentação de declaração inexata, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido no prazo de lei, estabelecida no igualmente revogado art. 35, II, o cotejo das duas multas, em conjunto, deverá ser feito em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1997, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que agora encontra aplicação no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias. Deste modo, impõese determinar a aplicação da regra pertinente à de aplicação da multa mais benéfica, entre a vigente no momento da prática da conduta apenada e a atualmente disciplinada no art. 44, I da Lei no 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLDs correlatas, conforme restou decidido pelo julgador de primeira instância. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA 22 Isso posto, divirjo do relator para NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO, mantendo o recálculo da multa com base no artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96, na forma decidida no Acórdão recorrido. É como voto. Elias Sampaio Freire. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/04/2014 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/05/2 014 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/04/2014 por RYCARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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