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Numero do processo: 16095.000376/2007-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005
DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99.
O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extingue-se com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN.
Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 173, I.
Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE.
O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entende-se por salário-de-contribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS.
A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e dar-lhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/0008-23) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/0001-57).
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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PLR. Recorrente CONTINENTAL BRASIL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/10/2005 DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99. O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extinguese com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN. Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I. Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. O processo administrativo não é via própria para a discussão da constitucionalidade das leis ou legalidade das normas. Enquanto vigentes, os dispositivos legais devem ser cumpridos, principalmente em se trantando da administração pública, cuja atividade está atrelada ao princípio da estrita legalidade. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entendese por saláriodecontribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. EMPREGADOS. A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica, integra o salário de contribuição. Recurso Voluntário Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 03 76 /2 00 7- 27 Fl. 423DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02, e, no mérito, excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 424DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 424 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (Debcad 37.079.4230) lavrada contra a empresa em epígrafe, referente à contribuição social correspondente à contribuição previdenciária dos segurados e da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), e para outras entidades e fundos (Sebrae e Incra), incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de participação nos lucros ou resultados PLR, no período de 01/99 a 10/05, não informada em GFIP. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 27/34), a empresa deixou de apresentar convenção ou acordo coletivo com previsão de PLR ou comprovou formação de comissão escolhida pelas partes integrada também por um representante do sindicato da categoria para a filial sediada na cidade de Gravataí para o ano de 2001. Para a matriz em Guarulhos e filiais em Salto e Resende, ocorreu o pagamento em mais de duas vezes no mesmo ano civil, Guarulhos e Salto em 2002 e Resende em 1999 e 2005. Em Guarulhos, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em fevereiro, maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Salto, os pagamentos ocorreram em janeiro, abril e outubro e em maio e novembro junto com rescisões de contrato de trabalho. Em Resende, no ano de 2005, os pagamentos ocorreram em janeiro, fevereiro, abril e outubro. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, alegando em síntese que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, a inconstitucionalidade da Lei 10.101/2000 e que os pagamentos correspondem a PLR, razão pela qual não seriam passíveis de cobrança de encargos previdenciários. Foi proferido o Acórdão 0522.729 9ª turma da DRJ/CPS, fls. 297/308, com a seguinte ementa e resultado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1990 a 31/10/2005 PLR. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. Valores pagos pela empresa a título de Participação nos Lucros e Resultados em desacordo com a lei de regência, são considerados remuneração e sofrem incidência previdenciária. DECADÊNCIA. SÚMULOA Nº 8. EXCLUSÃO DE VALORES EM PERÍODO DECADENTE. Em decorrência da Súmula nº 8, o prazo para constituição de crédito previdenciário é de cinco anos. Lançamento Procedente em Parte Fl. 425DF CARF MF 4 De acordo com referido acórdão, foram excluídos os lançamentos efetuados nas competências até 11/01, atingidas pela decadência, aplicandose o disposto no CTN, art. 173, I. Assim, foi excluído todo o lançamento efetuado para a filial de Gravataí e o lançamento referente ao ano de 1999 para a filial de Resende. Também foi excluído do lançamento os pagamentos que tinham respaldo em acordo coletivo e em alteração contratual: matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05. Não houve recurso de ofício. Mantido o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 01/02, 02/02, 04/02, 05/02 e 11/02; Salto, 01/02, 05/02 e 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. Cientificado do Acórdão em 4/11/08 (Aviso de Recebimento AR de fl. 313), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 18/11/08, fls. 318/331, que contém, basicamente, os mesmos argumentos da impugnação, em síntese: Argumenta que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, pois a contribuição previdenciária é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, sendo aplicável o CTN, art. 150, § 4º e não o art. 173, I. Para o período objeto da autuação houve antecipação de pagamento. Disserta sobre o direito constitucional dos trabalhadores à participação nos lucros da empresa, afirma ser ilegítima a Lei 10.101/00, por ser ordinária. Afirma serem inconstitucionais os requisitos da Lei 10.101/00. Entende que embora os julgadores de primeira instância tenham entendido como correto o procedimento fiscal, eles procuraram verificar a natureza efetiva do pagamento, excluindo alguns valores lançados justamente porque concluíram que correspondiam à PLR. Aduz que também os valores mantidos na decisão recorrida correspondem à PLR e devem ser excluídos. Para o estabelecimento em Guarulhos, explica que os valores pagos em 01/02 correspondem ao lucro distribuído referente ao segundo semestre de 2001. O mesmo para a competência 02/02, que foi pago aos empregados demitidos. Para a competência 04/02, o valor pago se refere ao lucro do período de 01/02 a 03/02 que deveria ser pago em 04/02 e os pagamentos realizados em 05/02 tiveram como beneficiários os empregados demitidos entre janeiro e abril de 2002. Os pagamentos feitos em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002, conforme documentos juntados por amostragem 16B e 16C da impugnação. Para o estabelecimento de Salto, os pagamentos realizados em maio e novembro de 2002 são referentes aos empregados demitidos, conforme documentos 24A, 24 B e 24C da impugnação, pago em conformidade com a cláusula 4.4 do acordo (doc. 19 da impugnação). Para o estabelecimento em Resende, os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). Fl. 426DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 425 5 Afirma que não obstante a existência de cláusula expressa que comprova que ambos os pagamentos de fato correspondem à PLR, a decisão de primeira instância apenas excluiu do lançamento a competência outubro, mantendo a competência abril/05, sob a alegação de que este pagamento não havia sido objeto de acordo prévio entre as partes, uma vez que referido acordo teria sido assinado a posteriori (em 3/10/02). Entende que a data de assinatura do acordo não possui relevância para esse caso concreto, pois ele registra que as partes já tinham acordado, tendo a assinatura ocorrido em momento posterior tão somente por questões burocráticas. O contrato se celebra pelo acordo de vontade entre as partes, que já existia em abril, não sendo a mera assinatura a posteriori suficiente para retirarlhe a efetividade. Requer sejam canceladas as exigências remanescentes e o arquivamento do processo administrativo. É o relatório. Fl. 427DF CARF MF 6 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. DECADÊNCIA Para verificar se houve decadência, quando se tratar de crédito tributário o qual o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento do tributo, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Por outro lado, quando ocorrer lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; No presente caso, houve princípio de recolhimento, pois foram lançadas as contribuições adicionais relacionadas aos valores pagos a título de PLR, portanto, devese excluir deste lançamento, ocorrido em 09/07, o período até 08/02, aplicandose o disposto na Súmula CARF nº 99: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. (grifo nosso) Fl. 428DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 426 7 Diante da decadência ora declarada, por evidente perda de objeto, não cabe a análise dos argumentos apresentados relacionados ao período até 08/02. Assim, permanecem em discussão o lançamento nos seguintes estabelecimentos e competências: Guarulhos, 11/02; Salto, 11/02; e Resende, 01/05, 02/05 e 04/05. ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não há que se falar em inconstitucionalidade ou ilegalidade. A validade ou não da Lei, em face da suposta ofensa a princípio de ordem constitucional, escapa ao exame da administração, pois se a lei é demasiadamente severa, gerando injustiça, cabe ao Poder Legislativo fazer a sua revisão, ou ao Poder Judiciário declarar a ilegitimidade de um texto legal em face da Constituição, quando o preceito nele inserido se mostre evidentemente em desconformidade com a Lei Maior. Nesse sentido, a inconstitucionalidade ou ilegalidade de uma lei não se discute na esfera administrativa. À fiscalização da RFB não assiste o direito de questionar a lei, tão somente, zelar pelo seu cumprimento, sendo o lançamento fiscal um procedimento legal a que a autoridade fiscal está vinculada. Ademais, o Decreto 70.235/72, dispõe que: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. E a Súmula CARF nº 2 determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim, irrelevantes os argumentos de que a Lei 10.101/00 é ilegítima ou que seus requisitos são inconstitucionais. PLR Para o segurado do RGPS, qualquer parcela destinada a retribuir o seu trabalho integra o salário de contribuição, conforme Lei 8.212/1991, artigo 28, inciso I: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Entretanto, a Lei 8.212/91, no art. 28, § 9º, exclui algumas rubricas da base de incidência das contribuições previdenciárias, contudo para que tais rubricas sejam Fl. 429DF CARF MF 8 excluídas, elas devem estar previstas no citado dispositivo legal e devem ser pagas dentro dos ditames da lei. De fato, o art. 28, § 9º, prevê hipóteses de não incidência de contribuições sociais sobre participação nos lucros e resultados: Art. 28. [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (grifo nosso) [...] Vêse, portanto, que tais hipóteses de renúncia fiscal não são absolutas, mas sim condicionadas pelo próprio dispositivo legal que as prevê. No caso da PLR, a isenção apenas acontece se os pagamentos forem efetuados de acordo com a lei específica, no caso, a Lei 10.101/2000. De acordo com a fiscalização a empresa não observou referida lei, pois efetuou pagamentos mais de duas vezes no ano, sujeitando então, os valores pagos a esse título, à incidência da contribuição social previdenciária e destinada a terceiros. Para os valores ainda mantidos, devese avaliar o caso concreto. A autuada explica que para os estabelecimentos em Guarulhos e Salto, os pagamentos realizados em 11/02 foram feitos aos demitidos no período de maio a setembro de 2002. A fiscalização aponta no relatório fiscal que tais pagamentos feitos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Da análise dos documentos de fls. 106/112 (matriz de Guarulhos), vêse, no item 4, a previsão de pagamento de PLR proporcional aos empregados demitidos. No documento de fls. 184/192 (filial de Salto), no item 4.4, verificase a previsão do pagamento da PLR proporcional aos empregados demitidos, com pagamentos em maio/02, para os demitidos no primeiro semestre do acordo vigente para 2002/2003, e em novembro/02, para os demitidos no segundo semestre de tal acordo. Da leitura de tais documentos, vêse que há previsão nos acordos assinados de pagamento de PLR, com apuração semestral, nos períodos de setembro a março, com pagamento em abril, e de abril a setembro, com pagamento em outubro. Para os demitidos da filial de Salto, a PLR proporcional seria paga em maio e novembro, conforme descrito acima. Logo, para a matriz em Guarulhos e filial de Salto, não há que se falar em mais que dois pagamentos no ano para o mesmo empregado, pois os empregados demitidos desses estabelecimentos não receberam a PLR paga por ocasião da apuração normal para os ativos. O acórdão recorrido considerou correto o acordo para o pagamento da PLR para os ativos, pois excluiu do lançamento os pagamentos da matriz em Guarulhos, competência 10/02, filial em Salto, competências 04/02 e 10/02, e filial em Resende, competência 10/05, sob o argumento de que tais pagamentos tinham respaldo em acordo Fl. 430DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 427 9 coletivo e em alteração contratual. Não excluiu os valores pagos aos demitidos por entender que a notificada não apresentou os comprovantes das rescisões. Contudo, a própria fiscalização, conforme acima destacado, informa que os valores pagos em novembro/02 foram feitos junto com as rescisões de contrato de trabalho. Diante do exposto, concluise que está também correto o pagamento aos empregados demitidos para os estabelecimentos em Guarulhos e em Salto na competência 11/02. Assim, deve ser excluído do lançamento os valores apurados em 11/02, estabelecimentos filial em Salto e matriz em Guarulhos. Resta analisar os pagamentos efetuados para os empregados da filial em Resende, em 01/05, 02/05 e 04/05, pois a DRJ excluiu o lançamento efetuado na competência 10/05. A notificada alega que os valores pagos em 2005 se referem: a) 01/05, resultados referentes ao ano de 2004, conforme cláusula 1.4.7 do acordo de PLR para o ano de 2004 (doc. 28B da impugnação); b) 02/05, PLR proporcional devida aos empregados demitidos em 2004 (doc. 29 da impugnação); e c) 04/05 e 10/05, pagamentos referentes à distribuição do próprio ano de 2005 (período de outubro de 2004 a setembro de 2005 ano fiscal da recorrente), efetuados com fundamento nas cláusulas 1.4.6 e 1.4.7 do acordo coletivo (doc. 30D da impugnação). O Acordo apresentado para filial de Resende, de junho/2004, fls. 247/256, estabelece, no item 1.4.6, que em 9/6/04 seria paga uma parcela a título de antecipação dos resultados alcançados no primeiro semestre de 2004 e no item 1.4.7 consta que o valor apurado de PLR seria pago em 21/1/05. Verificase então a previsão do pagamento de uma parcela, a título de antecipação, em 9/6/04 e o restante em 21/1/05, referente à PLR de 2004. Em que pese a existência do item 1.4.7 no acordo, a recorrente não comprovou que os valores pagos em 01/05 se referem à segunda parcela da PLR de 2004. Observase também que não há previsão nesse acordo para pagamento aos empregados demitidos em datas diferentes das citadas. Os termos de rescisão do contrato de trabalho apresentados às fls. 258/266 não podem ser aceitos, pois não apresentam datas e nem assinaturas. Portanto, também não há elementos nos autos capazes de comprovar que os pagamentos realizados em 02/05 se referem à PLR de 2004 paga a empregados demitidos, como alega a recorrente. O acordo apresentado para a filial de Resende, assinado em 3/10/05, fls. 283/289, estabelece, no item 1.4.6 que o valor da primeira parcela da PLR de 2005 "foi pago" em 29/4/05. No item 1.4.7 conta que o complemento da PLR/05 seria pago em 13/10/05. Consta ainda no item 1.4.6 que o valor apurado conforme cláusula 1.3 seria pago em 27/1/06. Vêse que o próprio acordo previa o pagamento de três parcelas de PLR/05. Cabe aqui observar o disposto na Lei 10.101/2000, na redação vigente à época dos fatos geradores: Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: [...] Fl. 431DF CARF MF 10 § 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. [...] Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. [...] § 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. Apesar de o acórdão recorrido ter excluído do lançamento a competência 10/05, por considerar correto o pagamento, este não é meu entendimento, mas não há como restabelecer referido lançamento, pois não há recurso de ofício e este valor não está mais em litígio. Contudo, explico a seguir o porquê de considerar correto o lançamento para todo o ano de 2005. Não há como validar a elaboração integral do plano de participação nos lucros ou resultados, como ocorreu, restrito a eventuais acordos prévios entre patrão e empregados, sem a efetiva assinatura do acordo e a intermediação do sindicato. Verificase, no caso, afronta ao previsto na Lei 10.101/2000, em desprezo à finalidade das suas normas de garantia, cuja manifestação posterior das partes e do sindicato, não tem o condão de legitimar o conteúdo do acordo. A meu ver, o acordo deve ser assinado antes mesmo do período de apuração da PLR, e no presente caso, o primeiro pagamento aconteceu antes da assinatura do acordo e o segundo apenas dez dias depois. A situação ideal para garantia dos direitos dos trabalhadores é a assinatura do acordo antes do início do período a que se refiram os lucros ou resultados, para que haja um verdadeiro estímulo para o aumento de produtividade. Contudo, diante das dificuldades práticas de negociação que se verifica na realidade, poderseia admitir a tese dos que defendem que o acordo poderia ser assinado no Fl. 432DF CARF MF Processo nº 16095.000376/200727 Acórdão n.º 2401004.757 S2C4T1 Fl. 428 11 início do período de apuração da PLR. Não concordo, de qualquer forma, com os que defendem que bastaria que o acordo fosse formalizado antes do pagamento da parcela da PLR. Ressaltese que apenas o acordo assinado, com a participação do respectivo sindicato, produziria efeitos jurídicos. Apesar da Lei 10.101/2000 não mencionar expressamente o momento da assinatura do instrumento de negociação, a interpretação sistemática da Lei 10.101/2000 c/c a CR/88, art. 7º, inciso XI, impõe a necessidade da pactuação prévia para incentivar a produtividade do empregado e atingimento das metas e resultados préestabelecidos, como efetivo instrumento de integração entre capital e trabalho. Assim, entendo que da forma como foi feito o acordo de 2005, não foram atendidos os requisitos legais e a assinatura apenas no último mês do período de apuração dos resultados, dez dias antes do pagamento da parcela final, não permitiria o lapso temporal necessário para que o empregado se esforçasse para cumprir com o acordado. Desta foram, correto o procedimento fiscal que considerou como saláriode contribuição os valores pagos a título de PLR para os empregados da filial em Resende no ano de 2005, por estarem em desconformidade com o que dispõe a Lei 10.101/2000. CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para excluir todos os lançamentos até a competência 08/02, em razão da decadência, e excluir o valor lançado na competência 11/02 na filial de Salto (CNPJ 48.754.139/000823) e na matriz em Guarulhos (CNPJ 48.754.139/000157). (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Fl. 433DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 36624.000814/2007-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Mar 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente a omissão apontada no julgado.
Embargos Rejeitados.
Numero da decisão: 2401-004.604
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios, para, no mérito, negar-lhes provimento, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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IMUNIDADE/ISENÇÃO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado ISCP SOCIEDADE EDUCACIONAL S.A. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente a omissão apontada no julgado. Embargos Rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 62 4. 00 08 14 /2 00 7- 39 Fl. 1232DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.233 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios, para, no mérito, negarlhes provimento, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 1233DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.234 3 Relatório Cuidamse de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, às fls. 1.156/1.159, contra o Acórdão nº 2401003.876, da relatoria do Conselheiro Igor Araújo Soares, o qual está juntado às fls. 1.130/1.153. 2. O crédito tributário diz respeito à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 37.014.2349, concernente ao período de 01/1998 a 09/2000 e 09/2003 a 12/2005, lavrada para a exigência de contribuições previdenciárias relativas à parte dos segurados empregados, da empresa e às destinadas ao financiamento do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos do Ambiente de Trabalho (GILRAT), além das contribuições devidas a terceiros. A ciência da NFLD ocorreu em 28/12/2006 (fls. 3/48). 3. Alega a embargante a existência de omissão e/ou contradição no v. acórdão, sob os seguintes fundamentos: (i) ausência de exame do disposto no § 3º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, o qual, segundo a recorrente, prevê que o Certificado de Entidade de Assistência Social (Ceas) concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), com base na legislação do Programa Universidade para Todos (Prouni), apenas possibilita a requisição pela pessoa jurídica de um novo pedido de isenção/imunidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, caso deferido o pleito, o benefício fiscal passaria a produzir efeitos a contar da data da entrada em vigor da novel legislação, isto é, 10/9/2004; e (ii) falta de pronunciamento a respeito da adesão do contribuinte antes do julgamento do recurso voluntário ao parcelamento previsto na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que tal ato equivale à concordância com a exigência fiscal. 4. Os autos digitais foram enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional em 1º/6/2015, que interpôs os embargos de declaração em 10/6/2015 (fls. 1.155 e 1.160). 5. Tendo em vista que o conselheiro relator originário não mais integra a Turma, o processo foi sorteado no âmbito da 1ª Turma da 4ª Câmara, na sessão de 13/4/2016, para análise da admissibilidade dos embargos. 6. Os aclaratórios foram admitidos por meio de despacho do presidente da Turma, Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, cujo processo foi devolvido para relatoria e inclusão em pauta de julgamento (fls. 1.221/1.222). 7. Ressalto que consta manifestação do contribuinte a respeito dos embargos declaratórios opostos pela Fazenda Nacional. Em síntese, o interessado defende a correção do julgado proferido no âmbito do colegiado e requer a negativa de provimento ao recurso (fls. 1.162/1.167 e 1.187/1.201). Fl. 1234DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.235 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator 8. Preenchidos os requisitos de admissibilidade dos embargos de declaração, passo ao exame de mérito (art. 65, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). 1 9. Antes, porém, novamente saliento que a minha designação como relator, por intermédio de sorteio, foi devida à circunstância de o relator originário não mais compor o colegiado. 9.1 À vista disso, incumbeme a emissão de opinião sobre a necessidade de saneamento do Acórdão nº 240103.876, submetendo as questões à apreciação da Turma. Tal juízo não implica, contudo, anuência ou discordância com os fundamentos e as conclusões da decisão embargada. 10. Pois bem. Para melhor explanação das razões de decidir, analisemos em separado os vícios apontados pela Fazenda Nacional: a) omissão do colegiado no exame do conteúdo do art. 11, § 3º, da Lei nº 11.096, de 2005; e b) previamente ao julgamento do recurso voluntário, havia pedido de parcelamento do crédito tributário. a) Falta de exame da norma jurídica contida no art. 11, § 3º, da Lei nº 11.096, de 2005 11. Nesse ponto, a Fazenda Nacional sustenta que o acórdão embargado centralizou a sua atenção no § 2º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, deixando de apreciar, por outro lado, o disposto no § 3º do mesmo artigo, preceptivo essencial ao deslinde da controvérsia trazida a debate nos autos. 11.1 Para compreensão da legislação questionada, transcrevo abaixo o inteiro teor do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005: Art. 11. As entidades beneficentes de assistência social que atuem no ensino superior poderão, mediante assinatura de termo de adesão no Ministério da Educação, adotar as regras do Prouni, contidas nesta Lei, para seleção dos estudantes beneficiados com bolsas integrais e bolsas parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), em especial as regras previstas no art. 3º e no inciso II do caput e §§ 1º e 2º do art. 7º desta Lei, comprometendose, pelo prazo de 1 Tempestividade, conforme §§ 3º, 5º e 6º do art. 7º da Portaria MF nº 527, de 9 de novembro de 2010. Fl. 1235DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.236 5 vigência do termo de adesão, limitado a 10 (dez) anos, renovável por iguais períodos, e respeitado o disposto no art. 10 desta Lei, ao atendimento das seguintes condições: I oferecer 20% (vinte por cento), em gratuidade, de sua receita anual efetivamente recebida nos termos da Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999, ficando dispensadas do cumprimento da exigência do § 1º do art. 10 desta Lei, desde que sejam respeitadas, quando couber, as normas que disciplinam a atuação das entidades beneficentes de assistência social na área da saúde; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) II para cumprimento do disposto no inciso I do caput deste artigo, a instituição: (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) a) deverá oferecer, no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo integral a estudante de curso de graduação ou seqüencial de formação específica, sem diploma de curso superior, enquadrado no § 1º do art. 1º desta Lei, para cada 9 (nove) estudantes pagantes de curso de graduação ou seqüencial de formação específica regulares da instituição, matriculados em cursos efetivamente instalados, observado o disposto nos §§ 3º, 4º e 5º do art. 10 desta Lei; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) b) poderá contabilizar os valores gastos em bolsas integrais e parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), destinadas a estudantes enquadrados no § 2º do art. 1º desta Lei, e o montante direcionado para a assistência social em programas não decorrentes de obrigações curriculares de ensino e pesquisa; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) III gozar do benefício previsto no § 3o do art. 7o desta Lei. § 1º Compete ao Ministério da Educação verificar e informar aos demais órgãos interessados a situação da entidade em relação ao cumprimento das exigências do Prouni, sem prejuízo das competências da Secretaria da Receita Federal e do Ministério da Previdência Social. § 2º As entidades beneficentes de assistência social que tiveram seus pedidos de renovação de Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social indeferidos, nos 2 (dois) últimos triênios, unicamente por não atenderem ao percentual mínimo de gratuidade exigido, que adotarem as regras do Prouni, nos termos desta Lei, poderão, até 60 (sessenta) dias após a data de publicação desta Lei, requerer ao Conselho Nacional de Assistência Social CNAS a concessão de novo Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social e, posteriormente, requerer ao Ministério da Previdência Social a isenção das contribuições de que trata o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. § 3º O Ministério da Previdência Social decidirá sobre o pedido de isenção da entidade que obtiver o Certificado na forma do caput deste artigo com efeitos a partir da edição da Medida Provisória nº 213, de 10 de setembro de 2004, cabendo à Fl. 1236DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.237 6 entidade comprovar ao Ministério da Previdência Social o efetivo cumprimento das obrigações assumidas, até o último dia do mês de abril subseqüente a cada um dos 3 (três) próximos exercícios fiscais. § 4º Na hipótese de o CNAS não decidir sobre o pedido até o dia 31 de março de 2005, a entidade poderá formular ao Ministério da Previdência Social o pedido de isenção, independentemente do pronunciamento do CNAS, mediante apresentação de cópia do requerimento encaminhando a este e do respectivo protocolo de recebimento. § 5º Aplicase, no que couber, ao pedido de isenção de que trata este artigo o disposto no art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (GRIFEI) 12. Prossegue a embargante que a falta de pronunciamento sobre o § 3º acarretou omissão no julgado, na medida em que, conquanto tenha havido o deferimento do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, referente ao período de 09/2000 a 09/2003, pela Resolução nº 49/2005 do CNAS, a concessão do documento com base no art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, apenas tinha o condão de viabilizar um novo pedido de isenção junto ao INSS, a qual, se deferida, produziria efeitos a partir de 10/9/2004. 13. A Fazenda Nacional pretende a rediscussão de questão devidamente examinada e decidida no acórdão embargado. O eventual equívoco na interpretação da legislação pelo julgador que pode levar ao erro de julgamento, ao qual faço alusão tão somente para possibilitar o desenvolvimento do meu ponto de vista, não configura hipótese capaz de ser corrigida por meio dos embargos de declaração. 14. Na visão do relator originário a motivação adotada para o lançamento fora exclusivamente a falta do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, relativamente ao período da autuação. 14.1 Logo, tendo sido deferida a concessão do certificado para o período de 09/2000 a 09/2003, em face da Resolução CNAS nº 49/2005, não haveria, segundo entendimento acatado pela unanimidade dos conselheiros nessa matéria, como manter o lançamento relativamente a tal período. 14.2 De maneira análoga, também produziu efeitos para a improcedência do lançamento tributário a renovação do Certificado de Entidade de Assistência Social para o período de 09/2003 a 09/2006, por meio da Resolução CNAS nº 11/2009, datada de 9 de fevereiro de 2009. 15. Trago excertos do Acórdão nº 240103.876 sobre o ponto questionado pela embargante (fls. 1.140/1.145): (...) Da renovação do certificado no período de 09/2000 a 09/2003 Conforme já relatado, o presente lançamento decorreu tão somente da emissão do Ato Cancelatório n. 01/2005, através do Fl. 1237DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.238 7 qual se apurou que a ora recorrente não era possuidora do CEAS a partir do ano de 1998, tendo descumprido, portanto, aquilo o que disposto no art. 55, II, da Lei 8.212/91, não lhe sendo reconhecido, portanto, o direito de usufruir da isenção das contribuições patronais a cargo das entidades beneficentes de assistência social. (...) Defende [a recorrente], sobre este aspecto, ter o fiscal autuante incorrido em erro, na medida em que, inobstante as conclusões do Ato Cancelatório n. 01/2005, teve o restabelecimento do seu CEAS pela adesão ao PROUNI, nos termos do artigo 11, parágrafo 2º, da Lei n. 11.096, de 13 de janeiro de 2005 para o período de 18/09/2000 a 17/09/2003 (processo 71010.000437/2005095). (...) Percebese, pois, que a legislação supra permitiu ao contribuinte que teve o seu pedido de renovação do CEAS indeferido pelo não atendimento do percentual mínimo de gratuidade exigido pela legislação, que requeresse a concessão de novo certificado, a partir do momento de sua adesão as regras do PROUNI (Lei 11.096/05), para, então, posteriormente viesse a requerer a isenção das contribuições ao Ministério da Previdência. E em razão da promulgação de referida legislação, assim o fez a recorrente, lhe tendo sido deferida a expedição do CEAS para o período de 09/2000 a 09/2003 pela Resolução n. 49/2005 do CNAS, conforme se percebe da informação do fiscal autuante constante no relatório fiscal complementar, verbis: (...) Ou seja, diante de tais informações, vislumbro que antes mesmo da formalização do presente Auto de Infração (algo em torno de um ano e meio antes de tal evento) a recorrente já possuía em seu favor o Certificado de Entidade de Assistência Social – CEAS, devidamente válido para o período em questão. E a concessão do CEAS resta comprovada, também, pela certidão concedida à parte pelo CNAS, cujo teor transcrevo a seguir: (...) Ou seja, tendo em vista que a motivação adotada para o lançamento fora exclusivamente a de que a recorrente não era portadora do CEAS, sem que qualquer outra tenha sido considerada pelo fiscal autuante, não vejo como considerar que tenha a mesma descumprido o disposto no art. 55, II, da Lei 8.212/91. Se a questão central do presente processo é saber se a recorrente possuía ou não o CEAS, de modo a que possa ou não usufruir da isenção da cota patronal, esta fica esclarecida, a meu ver, em face da Resolução CNAS n. 49/2005, que deferiu de forma expressa a concessão do certificado para o período de 09/2000 a 09/2003. Fl. 1238DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.239 8 Logo, não vejo como manter o lançamento relativamente a tal período. Da renovação do certificado no período de 2003 a 2006. Outro ponto que necessariamente deve ser analisado por esta Turma referese aos argumentos da recorrente no sentido de que também era possuidora do CEAS válido para o triênio posterior ao período de 09/2003. (...) E diante de tal preceito legal, aponta a recorrente que em fevereiro de 2009 fora publicada a Resolução CNAS n. 11/09, deferindolhe a renovação do CEAS para o período de 09/2003 a 09/2006, cujo teor segue transcrito: (...) Em face de tais constatações, vejo, mais uma vez, que o fundamento adotado pela fiscalização para levar a efeito o lançamento das contribuições previdenciárias não se sustenta, na medida em que a condição de não possuidora do CEAS não mais se verifica, pois sua renovação fora deferida em decorrência de autorização legal expressa. (...) Assim, do mesmo modo que para o período de 09/2000 a 09/2003, entendo que a recorrente possui certificado válido para o período de 09/2003 a 09/2006, motivo pelo qual, a meu ver, resta insustentável o lançamento efetuado. Em face do entendimento supra abarcar a totalidade do período objeto do presente lançamento, tenho por prejudicados os demais argumentos trazidos no recurso voluntário. (...) 16. Tendo em conta o raciocínio esquadrinhado pelo relator originário, entendo não haver vazio na fundamentação utilizada no acórdão recorrido, dispensandose, à vista disso, a necessidade de complementação da decisão pelo exame da aplicação ao caso concreto da norma jurídica contida no § 3º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, conforme defende a Fazenda Nacional. 17. Sublinho que o julgador "ad quem" não está obrigado a enfrentar e/ou refutar todos os fundamentos do acórdão de primeira instância que deram esteio à manutenção da autuação fiscal. O decisório recorrido apreciou, de modo fundamentado, as questões relevantes trazidas ao debate pelas partes, com base nos fatos e no direito que entendeu aplicável à questão controvertida. 18. Portanto, cabe rejeitar a alegação de omissão no acórdão suscitada pela embargante. Fl. 1239DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.240 9 b) Parcelamento 19. Assinala a Fazenda Nacional uma outra omissão identificada no Acórdão nº 240103.876, relacionada à falta de pronunciamento sobre a adesão do contribuinte ao parcelamento especial da Lei nº 11.941, de 2009. A inclusão do débito em parcelamento caracteriza a desistência do recurso voluntário, em razão da perda de interesse no julgamento do apelo recursal. 20. A embargante não mostra as fls. dos autos que comprovaria a inclusão do débito em parcelamento especial. Ao compulsar os autos, igualmente não localizei documento vinculado a parcelamento da NFLD nº 37.014.2349. 21. O recurso voluntário foi protocolado em 26/5/2010, juntado às fls. 969/1.032, e encaminhado a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em 2/6/2010, sem qualquer alusão, por parte do Fisco, à inclusão do débito tributário discutido em acordo de parcelamento (fls. 1.034). 22. Destarte, pelos elementos que instruem os autos a omissão apontada pela Fazenda Nacional é manifestamente improcedente, inexistindo comprovação de desistência do contribuinte quanto à discussão administrativa do crédito tributário, devido à inclusão do débito no parcelamento especial da Lei nº 11.941, de 2009, antes do julgamento do recurso voluntário. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER dos embargos declaratórios e, no mérito, NEGARLHES PROVIMENTO, por ausência dos vícios apontados pela Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess. Fl. 1240DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000379/2007-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/2006
DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99.
O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extingue-se com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN.
Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 173, I.
Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplica-se o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99.
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entende-se por salário-de-contribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PLANO DE SAÚDE. COBERTURAS DIFERENTES.
O valor pago por assistência médica prestada por plano de saúde, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, não integra o salário-de-contribuição, ainda que os serviços sejam prestados por mais de um plano ou que os riscos acobertados e as comodidades do plano sejam diferenciados por grupos de trabalhadores, desde que todos os trabalhadores tenham acesso aos planos.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.758
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso. Por maioria, dar-lhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02. Vencidos os conselheiros Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Andréa Viana Arrais Egypto, que davam provimento ao recurso quanto ao mérito.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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PLANO DE SAÚDE. Recorrente CONTINENTAL BRASIL INDÚSTRIA AUTOMOTIVA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/2006 DECADÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 99. O direito da fazenda pública constituir o crédito tributário da contribuição previdenciária extinguese com o decurso do prazo decadencial previsto no CTN. Na hipótese de lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I. Caso tenha havido antecipação do pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º, conforme súmula CARF nº 99. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Entendese por saláriodecontribuição a remuneração auferida, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, inclusive os ganhos habituais sob forma de utilidades. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PLANO DE SAÚDE. COBERTURAS DIFERENTES. O valor pago por assistência médica prestada por plano de saúde, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, não integra o saláriodecontribuição, ainda que os serviços sejam prestados por mais de um plano ou que os riscos acobertados e as comodidades do plano sejam diferenciados por grupos de trabalhadores, desde que todos os trabalhadores tenham acesso aos planos. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 03 79 /2 00 7- 61 Fl. 362DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso. Por maioria, darlhe provimento parcial para reconhecer a decadência até a competência 08/02. Vencidos os conselheiros Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Andréa Viana Arrais Egypto, que davam provimento ao recurso quanto ao mérito. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andrea Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 363DF CARF MF Processo nº 16095.000379/200761 Acórdão n.º 2401004.758 S2C4T1 Fl. 363 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD (Debcad 37.079.4265) lavrada contra a empresa em epígrafe, referente à contribuição social correspondente à contribuição previdenciária da empresa, inclusive para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT), e para outras entidades e fundos (Sebrae e Incra), incidente sobre valores pagos a segurados empregados a título de plano de assistência médica, no período de 05/99 a 12/06, não informada em GFIP. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 69/74), a empresa oferece aos seus diretores planos de assistência médica diferenciados dos demais empregados da empresa. Na cartilha de benefícios que a empresa oferece aos seus empregados não constam os planos de saúde a seguir: a) Omint Assist. Serv. Saúde S/C Ltda oferecido para o dirigente Sr. Sten Borup Sorensen (levantamentos OMS e OMI); e b) Sul América para os diretores Srs. Wolfgang Lucas, Kurt Hupperich e Maurício Muramoto. Assim, os valores assumidos pela empresa pagos a esses planos de saúde foram considerados como base de cálculo de contribuição social previdenciária e para outras entidades e fundos. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, alegando em síntese que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002 e que os valores em questão são isentos dos encargos previdenciários. Foi proferido o Acórdão 0523.037 9ª turma da DRJ/CPS, fls. 241/248, com a seguinte ementa e resultado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1990 a 31/10/2005 OBRIGAÇÃO PRINCIPAL.DESCUMPRIMENTO. A empresa é obrigada a recolher à Seguridade Social as contribuições sob sua responsabilidade, incidentes sobre as remunerações pagas aos segurados empregados. DECADÊNCIA. SÚMULOA Nº 8. EXCLUSÃO DE VALORES EM PERÍODO DECADENTE. Em decorrência da Súmula nº 8, o prazo para constituição de crédito previdenciário é de cinco anos. ASSISTÊNCIA MÉDICA. Integram o salário de contribuição da empresa, os valores relativos à assistência prestada por serviço médico próprio da empresa ou por ela conveniado, se a cobertura não abranger a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa. Lançamento Procedente em Parte Fl. 364DF CARF MF 4 De acordo com referido acórdão, foram excluídos os lançamentos efetuados nas competências até 11/01, atingidas pela decadência, aplicandose o disposto no CTN, art. 173, I. Cientificado do Acórdão em 4/11/08 (Aviso de Recebimento AR de fl. 252), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 18/11/08, fls. 257/265, que contém, basicamente, os mesmos argumentos da impugnação, em síntese: Argumenta que ocorreu a decadência em relação aos fatos geradores anteriores a setembro de 2002, pois a contribuição previdenciária é um tributo sujeito ao lançamento por homologação, sendo aplicável o CTN, art. 150, § 4º e não o art. 173, I. Para o período objeto da autuação houve antecipação de pagamento. Alega serem isentos os encargos previdenciários sobre os valores pagos pela recorrente a título de plano de assistência médica aos seus dirigentes. Afirma que o requisito da isenção previsto na lei consiste na possibilidade ou não de qualquer empregado ou dirigente ter acesso à prestação de serviço médico, nada mais. Cita doutrina e jurisprudência sobre interpretação da lei pela administração. Cita decisão do 2º Conselho de Contribuintes no sentido de que a legislação não fez qualquer outra limitação à não integração do benefício ao salário de contribuição, a não ser exclusivamente que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa, não devendo ser considerado que o fato de que a certos níveis de empregados lhe sejam concedidos benefícios diferenciados. Requer sejam canceladas as exigências remanescentes e o arquivamento do processo administrativo. É o relatório. Fl. 365DF CARF MF Processo nº 16095.000379/200761 Acórdão n.º 2401004.758 S2C4T1 Fl. 364 5 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, Relatora. ADMISSIBILIDADE O recurso voluntário foi oferecido no prazo legal, assim, deve ser conhecido. DECADÊNCIA Para verificar se houve decadência, quando se tratar de crédito tributário o qual o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento do tributo, aplicase o disposto no CTN, art. 150, § 4º: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Por outro lado, quando ocorrer lançamento de ofício de crédito tributário que o sujeito passivo não tenha antecipado o pagamento, aplicase o disposto no CTN, art. 173, I: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; No presente caso, houve princípio de recolhimento, pois foram lançadas as contribuições adicionais relacionadas aos valores pagos a título de plano de saúde, portanto, devese excluir deste lançamento, ocorrido em 09/07, o período até 08/02, aplicandose o disposto na Súmula CARF nº 99: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor Fl. 366DF CARF MF 6 considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. (grifo nosso) Diante da decadência ora declarada, por evidente perda de objeto, não cabe a análise dos argumentos apresentados relacionados ao período até 08/02. PLANO DE SAÚDE Para o segurado do RGPS, qualquer parcela destinada a retribuir o seu trabalho integra o salário de contribuição, conforme Lei 8.212/1991, artigo 28, inciso I: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). Entretanto, a Lei 8.212/91, no art. 28, § 9º, exclui algumas rubricas da base de incidência das contribuições previdenciárias, contudo para que tais rubricas sejam excluídas, elas devem estar previstas no citado dispositivo legal e devem ser pagas dentro dos ditames da lei. De fato, o art. 28, § 9º, prevê hipóteses de não incidência de contribuições sociais sobre o valor despendido pelas empresas relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico: Art. 28. [...] § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: [...] q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despesas médicohospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa; [...](grifo nosso) Vêse, portanto, que tais hipóteses de renúncia fiscal não são absolutas, mas sim condicionadas pelo próprio dispositivo legal que as prevê. Fl. 367DF CARF MF Processo nº 16095.000379/200761 Acórdão n.º 2401004.758 S2C4T1 Fl. 365 7 No caso dos planos de saúde, para se subsumir à hipótese de isenção legal é indispensável que a cobertura do plano oferecido pela empresa abranja a totalidade dos seus empregados e dirigentes. De acordo com a fiscalização, a condição legal não foi adimplida pela empresa, pois ofereceu planos diferenciados aos seus dirigentes, razão pela qual os valores pagos a esse título foram incluídos na base de cálculo da contribuição social previdenciária e destinada a terceiros. Vêse que a controvérsia dos autos está na interpretação conferida à Lei 8.212/91, art. 28, § 9º, alínea ‘q’. De um lado a fiscalização entendeu que para o gozo da isenção prevista no dispositivo legal citado, o plano de saúde ofertado pela empresa deve ser idêntico para todos os empregados e dirigentes. Já o sujeito passivo entende que basta ter cobertura a todos, não havendo impedimento em diferenciar a qualidade ou abrangência do plano em virtude do cargo ocupado pelo segurado. A cobertura é a garantia de proteção contra o risco de determinado evento. Já o risco é um evento futuro, incerto e que independe da vontade das partes. Para o custeio de um plano, cada risco deve ser considerado isoladamente, devendo o prêmio ou contribuição a ser pago pelo segurado (ou pela empresa, ou por ambos) ser calculado conforme os riscos contratados. Assim, dependendo dos riscos acobertados, temse o montante devido pelo participante do plano para caso haja o sinistro (acontecimento do evento de risco previsto no plano), possa usufruir os benefícios propostos pelo plano contratado. No caso dos planos de saúde, além dos riscos acobertados, também são oferecidas comodidades, como planos enfermaria ou apartamento, com ou sem reembolso de despesas médicas, reembolso de medicamentos etc. Tais comodidades também integram o cálculo do prêmio ou contribuição. Logo, os riscos acobertados e as comodidades do plano importam no valor a ser pago pelo participante ou por ele e a patrocinadora (empresa que oferece o plano a seus empregados), ou somente pela patrocinadora. Portanto, dizer que a cobertura deve abranger a todos os empregados e dirigentes não significa, necessariamente, que os riscos acobertados e as comodidades tenham que ser iguais para todos. Aliás, caso assim o fosse, seria uma forma de burlar o dispositivo previsto em lei, acima transcrito, pois se o plano é também custeado pelo trabalhador e a empresa oferecesse somente um plano que cobrisse vários riscos e com muitas comodidades (mais caro), poderia incorrer na grande probabilidade dos segurados com menores salários não aderirem ao plano, podendose inferir que o plano, apesar de “oferecido para todos”, somente visaria a acobertar os trabalhadores com maiores salários. Fl. 368DF CARF MF 8 Desta forma, para os planos coparticipativos, em que trabalhador e empresa participam do custeio, não existe vedação legal à oferta de planos diferenciados para determinados trabalhadores (por exemplo, um plano para empregados e outro para dirigentes). Basta que sejam oferecidos a todos. A condição estipulada pelo legislador na Lei 8.212/91, art. 28, § 9º, alínea “q” restaria atendida pelo fato de haver cobertura de assistência médica e/ou plano de saúde a todos os empregados e dirigentes da empresa, ainda que os riscos acobertados sejam diferentes entre si. Assim, não é necessário que a cobertura disponibilizada pela empresa seja a mesma para todos os grupos de colaboradores, basta que haja cobertura e que ela abranja a todos os empregados e dirigentes para que seja determinada a não inclusão dos valores correspondentes à assistência médica ou ao plano de saúde no cômputo do saláriode contribuição e a consequente não incidência de contribuições previdenciárias. Exigir que haja cobertura a todos os empregados e dirigentes da empresa é diferente de exigir que haja a mesma cobertura a todos estes funcionários. A condição imposta pelo legislador para a não incidência da contribuição previdenciária é, simplesmente, a existência de cobertura que abranja a todos os empregados e dirigentes. A condição assim delineada está em acordo com a finalidade da norma de não incidência condicionada, que é a de garantir a isonomia entre todos os empregados e dirigentes. Assim, para planos custeados por empregado e empresa, não há problema em se oferecer planos diferenciados aos empregados e dirigentes, desde que os funcionários possam optar pelo plano que desejarem. Esta seria a melhor forma de atingir o propósito legal, oferecendo planos diferenciados, mas que todos os trabalhadores pudessem aderir a eles, garantindo a cobertura a todos os empregados e dirigentes. Por outro lado, se a empresa assume a totalidade do custo com o plano, a oferta de planos diferenciados, em função do cargo ou salário, com acesso exclusivo, apresenta evidente discriminação, desvirtuando o propósito legal. No presente caso, não restou suficientemente esclarecido nos autos se os planos de saúde ofertados eram custeados exclusivamente pela empresa ou por empresa e empregados. Contudo, essa informação não mudará a conclusão do voto, pois restou claro que os planos ofertados aos dirigentes foram oferecidos a eles com exclusividade. Caso o plano tenha sido custeado exclusivamente pela empresa, correto o procedimento fiscal, pois, como dito acima, a oferta de planos diferenciados em função do cargo apresenta evidente discriminação. Por outro lado, se o plano era custeado por empresa e empregados, a oferta de planos diferenciados para os dirigentes não descaracterizaria a condição de abrangência geral, desde que os funcionários pudessem optar pelo plano que desejassem, o que não ocorreu, pois o acesso aos planos da Omint e Sul América era exclusivo aos dirigentes. Assim, os valores recebidos pelos segurados a título de assistência médica, em dissonância com o plano básico oferecido pela empresa, são entendidos como remuneração e integram o salário de contribuição, pois assim não está garantida a isonomia entre todos os empregados e dirigentes, estando correto o procedimento fiscal que apurou referidas contribuições. Fl. 369DF CARF MF Processo nº 16095.000379/200761 Acórdão n.º 2401004.758 S2C4T1 Fl. 366 9 CONCLUSÃO Voto por conhecer do recurso, e darlhe provimento parcial para excluir todos os lançamentos até a competência 08/02, em razão da decadência. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Fl. 370DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.723204/2014-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
AJUSTE. DESCONTO SIMPLIFICADO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPENDENTE.
Ainda que optante pelo desconto simplificado, a inclusão na declaração de dependente que receba rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, de qualquer valor, obriga a que sejam acrescentados tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual do declarante.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.654
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (suplente convocado).
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPENDENTE Recorrente MARIA DA GRAÇA DINIZ Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 AJUSTE. DESCONTO SIMPLIFICADO. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPENDENTE. Ainda que optante pelo desconto simplificado, a inclusão na declaração de dependente que receba rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, de qualquer valor, obriga a que sejam acrescentados tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual do declarante. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 72 32 04 /2 01 4- 67 Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10320.723204/201467 Acórdão n.º 2401004.654 S2C4T1 Fl. 70 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (suplente convocado). Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10320.723204/201467 Acórdão n.º 2401004.654 S2C4T1 Fl. 71 3 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza (DRJ/FOR), cujo dispositivo tratou de considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do Acórdão nº 0831.748 (fls. 41/44): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Prevalece o lançamento de ofício de rendimentos recebidos de pessoas físicas não oferecidos à tributação na Declaração de Ajuste Anual. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 2. Em face da contribuinte foi emitida a Notificação de Lançamento nº 2013/177782754189141, relativa ao anocalendário 2012, decorrente de procedimento de revisão de Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que foi apurado omissão de rendimentos recebidos de pensão alimentícia em nome dos dependentes declarados, no valor de R$ 23.010,91 (fls. 30/33). 2.1 A Notificação de Lançamento alterou o resultado de sua Declaração de Ajuste Anual (DAA), exigindo o Fisco imposto suplementar, acrescido de juros de mora e multa de ofício. 3. Cientificada da notificação por via postal em 10/9/2014, às fls. 35, a contribuinte impugnou a exigência fiscal (fls. 2/3). 4. Intimada em 26/1/2015, por via postal, da decisão do colegiado de primeira instância, às fls. 50/51, a recorrente apresentou recurso voluntário no dia 25/2/2015, no qual alega que utilizou o modelo simplificado para apresentar a declaração de rendimentos e, por lapso, os seus filhos foram incluídos como dependentes. Dada a opção pelo desconto simplificado, não houve qualquer benefício para a contribuinte oriundo de dedução com tais dependentes (fls. 55). É o relatório. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10320.723204/201467 Acórdão n.º 2401004.654 S2C4T1 Fl. 72 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator Juízo de admissibilidade 5. Uma vez realizado o juízo de validade do procedimento, verifico que estão satisfeitos os requisitos de admissibilidade do recurso voluntário e, por conseguinte, dele tomo conhecimento. Mérito 6. É incontroverso que a declarante incluiu na DAA 2013/2012 os seus filhos, Januário Diniz Silva e Frederico Diniz Silva, na qualidade de dependentes para fins do imposto sobre a renda. Os descendentes receberam rendimentos no anocalendário 2012 a título de pensão alimentícia determinada via judicial (fls. 9/23). 7. A inclusão de dependente que receba rendimentos tributáveis sujeitos ao ajuste anual, de qualquer valor, obriga a que sejam acrescentados tais rendimentos na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do declarante. 8. Com efeito, tal conduta implica opção pela tributação em conjunto dos rendimentos, correspondendo a base de cálculo do imposto devido no anocalendário a diferença entre todos os rendimentos percebidos e as deduções permitidas pela legislação, relativamente ao declarante e a seus dependentes. 9. A opção pelo desconto simplificado, consoante o art. 10 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, não altera a situação fiscal da declarante. Art. 10. O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie, limitada a: (...) VI R$ 14.542,60 (quatorze mil, quinhentos e quarenta e dois reais e sessenta centavos) para o anocalendário de 2012; (...) 9.1 Como diferença relevante, apenas, que a declaração simplificada autoriza o uso do desconto padrão em substituição a todas as deduções admitidas na legislação tributária, equivalente à dedução de 20% do valor dos rendimentos tributáveis na DAA, observado o limite máximo, dispensadas a comprovação da natureza das despesas e indicação de sua espécie. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10320.723204/201467 Acórdão n.º 2401004.654 S2C4T1 Fl. 73 5 9.2 Em outras palavras, o desconto simplificado engloba todas as despesas admitidas na legislação tributária, inclusive a dedução com os filhos da declarante. 10. Por outro lado, não há notícias nos autos que os filhos não poderiam constar como dependentes na declaração anual da recorrente, tampouco que apresentaram declarações em separado. 11. Verifico, ainda, que no caso sob apreciação a inclusão dos filhos dependentes não caracteriza um mero erro de fato no preenchimento da declaração de rendimentos. De maneira sincera, a contribuinte reconhece em sua petição que lhe faltou uma melhor análise e orientação por ocasião da apresentação da declaração, tendo em vista a legislação tributária de regência. 12. Logo, não merece reparo o procedimento fiscal, pois a contribuinte deixou de declarar o valor de R$ 23.010,91 de rendimentos recebidos de pensão alimentícia por seus dependentes. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e, no mérito, NEGO PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.730182/2011-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
VALOR PAGO EM AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF N º 42.
Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-004.658
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Márcio de Lacerda Martins - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MARCIO DE LACERDA MARTINS
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NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF N º 42. Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 73 01 82 /2 01 1- 38 Fl. 125DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Carlos Alexandre Tortato, Márcio de Lacerda Martins, Rayd Santana Ferreira, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 12448.730182/201138 Acórdão n.º 2401004.658 S2C4T1 Fl. 126 3 Relatório Da Notificação de Lançamento: (efls. 29 a 33) Apurouse a omissão de rendimentos tributáveis recebidos pela Contribuinte em virtude de ação judicial federal no valor de R$ 45.829,08, com retenção na fonte de R$ 1.374,87, conforme Dirf entregue pela Caixa Econômica Federal, efls. 43 a 44). Em virtude dessa infração, foi apurado o imposto de renda suplementar de R$ 6.656,07, acrescido de multa de ofício e juros de mora regulamentares, perfazendo o crédito total de R$ 12.328,37. A descrição dos fatos e o devido enquadramento legal constam da notificação acrescidos da informação: "Documentação apresentada insuficiente para identificar bem a finalidade da desapropriação impossibilitando verificar incidência ou não do imposto de renda." (v. efl. 20) Da Impugnação: (efls. 2 a 12 e 24 a 27) Inconformada, a procuradora do espólio da Interessada apresentou a impugnação de fls. 2 a 12, argumentando em síntese que os rendimentos recebidos referemse a desapropriação de terras por interesse público e assim sendo a verba recebida não está sujeita à tributação. Complementa a seguir, que foi retido 3% sobre o montante pago, e discorre que não incide a tributação de ganho de capital sobre bens sujeitos à “justa indenização”. Por fim, pede o integral acolhimento da impugnação de lançamento. Do Acórdão de Impugnação: (efls. 102 a 106) A 18ª Turma de julgamento da DRJRJ1, por meio do acórdão 1262.209, julgou procedente em parte a impugnação devendo ser mantido o imposto lançado acrescido da multa de 10% e juros de mora regulamentares e cancelada a multa de ofício de 75%. Veja os trechos extraídos do voto condutor do acórdão, que sintetizam as fundamentações do aresto: "[...] A cópia do Diário Oficial D.O. (fl. 27) datado de agosto de 1957 por meio do Decreto nº 41.540 classifica sob a rubrica “Interesse Público” a desapropriação em pauta. Conseqüentemente, a fonte efetivamente recolhida em DARF e transmitida à RFB por meio da DIRF (cópia de fls. 43 e 44), enseja a imposição legal da apuração do imposto devido, tendo em vista não ter sido a indenização recebida decorrente de desapropriação para fins de reforma agrária. Ressaltese que a interessada na sua impugnação não demonstrou que se trata de rendimento isento, tampouco o poder judiciário quando da expedição do Alvará de fl. 24, determinou a isenção. [...] Fl. 127DF CARF MF 4 Sendo assim, considerando que não foram trazidos aos autos qualquer documentação que pudesse afastar a informação prestada em DIRF (fls. 43 e 44) aos sistemas da RFB, é de se manter a omissão de rendimentos apurada. Diante do todo exposto, VOTO pela IMPROCEDÊNCIA da impugnação mantendose o crédito tributário exigido" Do Recurso Voluntário: (efls. 112 a 117) Cientificada do acórdão de impugnação em 04/11/2014, efl. 50 e conforme atestado no doc. efl. 61, a Representante interpôs em 28/11/2014, o Recurso Voluntário alegando, em síntese: 1. que se trata de valor decorrente de desapropriação de terras por interesse público e reconhecidamente isento de imposto sobre a renda; 2. que por força do disposto no art. 19, V, da Lei nº 10.522/02 a RFB deve submeterse ao entendimento consignado pelo STJ no Recurso Especial nº 1.116.460/SP; 3. que o Recurso Especial nº 1.116.460/SP foi julgado na âmbito da sistemática instituída pelo art. 543C do CPC e, portanto, sua decisão deve ser reproduzida pelo CARF, por força do art. 62A do RICARF; 4. que a matéria consta consolidada em Súmula nº 42 do CARF. Requer o provimento do presente recurso, tornando insubsistente a Notificação de Lançamento. É o relatório. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 12448.730182/201138 Acórdão n.º 2401004.658 S2C4T1 Fl. 127 5 Voto Conselheiro Marcio de Lacerda Martins Relator 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O Recurso Voluntário foi apresentado em 28/11/2014 após a ciência da Contribuinte do Acórdão de Impugnação ocorrida em 04/11/2014. Portanto, o recurso é tempestivo e deve ser conhecido. 2. DO MÉRITO A matéria discutida no presente processo foi sumulada no âmbito deste Conselho Súmula CARF nº 42: "Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação." Portanto, devese dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Fl. 129DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.730840/2010-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
ISENÇÃO. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULA CARF Nº 63. COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DE LAUDO OFICIAL. REQUISITOS LEGAIS OBSERVADOS
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Levando em consideração todo o conjunto probatório acostado aos autos, em especial os laudos oficiais constantes às fls. 6 e 49, restou comprovado por documento hábil, e, por conseguinte, atendidos os requisitos legais necessários para o gozo da isenção dos proventos de aposentadoria recebidos pela Recorrente, no calendário de 2008, nos termos do os requisitos exigidos pelo art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, dar-lhe provimento parcial. Vencido o relator. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Andréa Viana Arrais Egypto.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Márcio de Lacerda Martins - Relator
(assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Redatora designada
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MARCIO DE LACERDA MARTINS
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA. PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. SÚMULA CARF Nº 63. COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DE LAUDO OFICIAL. REQUISITOS LEGAIS OBSERVADOS Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Levando em consideração todo o conjunto probatório acostado aos autos, em especial os laudos oficiais constantes às fls. 6 e 49, restou comprovado por documento hábil, e, por conseguinte, atendidos os requisitos legais necessários para o gozo da isenção dos proventos de aposentadoria recebidos pela Recorrente, no calendário de 2008, nos termos do os requisitos exigidos pelo art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 73 08 40 /2 01 0- 51 Fl. 61DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, darlhe provimento parcial. Vencido o relator. Designado para redigir o voto vencedor a conselheira Andréa Viana Arrais Egypto. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Relator (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Redatora designada Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10580.730840/201051 Acórdão n.º 2401004.584 S2C4T1 Fl. 62 3 Relatório Das declarações de ajuste do exercício 2009: (efls. 13 a 26) A Contribuinte transmitiu duas declarações de ajuste para este exercício: A primeira, entregue em 25/04/2009, informando ter recebido R$ 59.145,19 de pessoas jurídicas, com retenção na fonte de imposto sobre a renda de R$1.451,13; resultando em imposto a pagar de R$3.730,75. A segunda, retificadora entregue em 26/04/2010, informando ter recebido R$22.856,98 de pessoas jurídicas, com imposto sobre a renda retido na fonte de R$1.451,13; resultando em imposto a restituir de R$1.451,13. A retificadora alterou os rendimentos tributáveis recebidos da Secretaria da Educação de R$49.325,19 para R$17.946,98. Entretanto, a fonte pagadora informou na Declaração do Imposto sobre a Renda retido na Fonte Dirf, que a Contribuinte teria recebido de rendimentos tributáveis no valor de R$31.478,66. Da Notificação de Lançamento: (efls. 8 a 12) A partir da divergência entre o valor dos rendimentos tributáveis, informado pela Contribuinte em sua declaração de ajuste retificadora e a Dirf da Secretaria da Educação, constatouse omissão de rendimentos tributáveis de R$13.531,68, exigidos por meio da Notificação de Lançamento. Com as alterações efetuadas no lançamento, o imposto a restituir foi reduzido de R$1.451,13 para R$835,85. Da Impugnação: (efls. 2 a7) A Contribuinte afirma não ter omitido rendimentos e sim declarado como isento a parcela ora exigida, por ser portadora de paralisia irreversível e incapacitante. Junta Relatório Médico à efl. 6, datado de 22/09/2010 e emitido em papel timbrado do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos Universidade Federal da Bahia, atestando que a Contribuinte apresenta sequelas que caracterizam "paralisia irreversível e incapacitante que a impede de exercer atividades laborativas definitivamente. O AVC ocorreu em 17/07/2008".(efl. 06) Do acórdão de impugnação: (efls. 37 e 38) A terceira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Salvador julgou improcedente a impugnação, prolatando o acórdão nº 1532.713, de 10 de julho de 2013. No voto condutor do acórdão a justificativa para a decisão consta do seguinte trecho, efl. 38, a saber: "O documento apresentado pelo contribuinte (fls. 06) não possui características de um laudo pericial oficial. O fato de haver sido emitido em papel com o timbre do Hospital Universitário Professor Edgar Santos, vinculado à Universidade Federal da Bahia, não lhe confere esta qualidade, pois não há qualquer indicação de delegação de competência Fl. 63DF CARF MF 4 autorizando o profissional emitente a representar o órgão em caráter oficial na realização de perícias, nem sequer a sua matrícula na instituição. Sem os elementos requeridos, o laudo não se distingue de um atestado particular emitido em formulário timbrado, disponível aos médicos que aí prestam serviços sem exercerem cargo de representação oficial." Do Pedido de prorrogação de prazo e Laudo: (efls. 41 a 43) Cientificada do acórdão em 23/07/2013, a Contribuinte solicitou prorrogação de prazo por meio do documento de efl. 41, protocolado na DRF em Salvador/BA em 16/08/2013. Nesta mesma data, apresentou Laudo médico nº 299, de 23/05/2012, emitido pela Junta Médica do Estado da Bahia. Do Recurso Voluntário: (efls. 44 a 56) Em 09/09/2013, a Contribuinte, por meio de seu representante, protocolou complementação do recurso "para fins de comprovar a patologia grave de que é portadora e que lhe garante, na forma da lei a isenção de imposto de renda que pleiteia." Juntou Laudos e Relatórios Médicos, comprovantes de rendimentos e outros documentos às efls. 46 a 56. Solicita a reforma da decisão com o reconhecimento da isenção do imposto sobre a renda, conforme preceitua o art. 1º da Lei nº 11.052, de 2004. É o relatório. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10580.730840/201051 Acórdão n.º 2401004.584 S2C4T1 Fl. 63 5 Voto Vencido Conselheiro Marcio de Lacerda Martins – Relator 1. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: 1.1. TEMPESTIVIDADE: Cientificada do acórdão nº 1532.713 em 23 de julho de 2013, terçafeira, conforme entrega postal comprovada por Aviso de recebimento juntado à efl. 40, a Contribuinte teria que recorrer até o dia 22/08/2013, quintafeira, em obediência ao prazo de trinta dias fixados na legislação. Entretanto, em 16/08/2013, a Recorrente entregou pedido de prorrogação de prazo para apresentação de novas provas, juntou o Laudo Médico pericial nº 299/2012, e justificou estar providenciando nova perícia médica que lhe demandaria mais tempo para a sua defesa. Transcrevo a seguir suas justificativas: (efl. 41) Assim, apesar da Contribuinte nomear sua petição como simples pedido de prorrogação de prazo, conheço da petição apresentada em 16/08/2013 como recurso voluntário e, como tal, tempestivo, e acato a documentação complementar juntada posteriormente a esta data. 1.2. DELIMITAÇÃO DA LIDE: A lide foi estabelecida a partir da rejeição do doc. efl. 06 como prova hábil para comprovar ser a Contribuinte portadora de moléstia grave dentre as listadas no art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713, de 1988. O documento apresentado não tem as características e os requisitos exigidos pelo art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995. Fl. 65DF CARF MF 6 2. MÉRITO: A lei nº 9.250, de 1995, estabeleceu os requisitos para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 1998, a saber: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. § 2º Na relação das moléstias a que se refere o inciso XIV do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, fica incluída a fibrose cística (mucoviscidose). A Recorrente cita o art. 1º da Lei nº 11.052, de 2004, que assim dispõe: Art. 1º O inciso XIV do art. 6oda Lei no7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pela Lei no 8.541, de 23 de dezembro de 1992, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 6o............................................................................ ........................................................................................ XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; ......................................................................................." (NR) Assim, examinando o documento apresentado pela Contribuinte, a terceira Turma da DRJ em Salvador julgou improcedente a impugnação porque faltou ao documento apresentado as características de um laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios Em 16/08/2013, a Contribuinte apresenta o Laudo Médico Pericial nº 299/2012, da Secretaria da Administração do Estado da Bahia, datado de 23 de maio de 2012 que atesta que "a inspecionada é portadora de MONOPLEGIA DO MEMBRO SUPERIOR SECUNDÁRIO A SEQUELA DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL CID G 83.2, condição patológica que atende ao disposto na Lei 8541/1992, fazendo jus à Isenção de Imposto de Renda em Caráter Definitivo."(Destaque do original) Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10580.730840/201051 Acórdão n.º 2401004.584 S2C4T1 Fl. 64 7 Em 09/09/2016 a Contribuinte complementa as informações com os documentos de efls. 44 a 56: juntou laudo datado de 23/05/2012 onde consta declarado que a contribuinte "é portadora de monoplegia do membro superior secundário a sequela de acidente vascular cerebral." Apresentou ainda, efl. 47, Laudo Médico Pericial nº 2437/2009 que declara que a inspecionada é portadora de Hemiplegia Flácida CID G 81.0. Hemiplegia é a paralisia de todo um lado do corpo, conforme definição extraída de dicionário de termos utilizados em medicina: "Hemiplegia é um conceito que deriva da língua grega e que se usa no âmbito da medicina para evocar a paralisia de todo um lado do corpo. Isto significa que a pessoa que sofra de hemiplegia verá paralisada uma metade lateral do seu corpo." 1 É lícito concluir que a hemiplegia diagnosticada pelos laudos pode ser considerada uma paralisia irreversível e incapacitante como consta registrado no doc. efl.06. Apesar dos Laudos Médicos de efls. 42 e 47, documentos que atendem aos requisitos legais faltantes ao doc. efl. 06, não especificarem a data de início da doença, afirmam que a moléstia identificada foi "secundário a sequela de acidente vascular cerebral", ou seja, decorrente de sequelas de um AVC. Entretanto, extraise dos autos nos docs. efls. 06 e 49 que a Contribuinte foi acometida de um AVC isquêmico em 15/07/2008 e que esta doença provocou sequelas, a monoplegia do membro superior ou hemiplegia flácida. Superadas as condições formais dos laudos restou sem comprovação o termo inicial da enfermidade, uma vez que o exame clínico, mais antigo, ter sido realizado em 12 de novembro de 2009. Seria, portanto, inservível para comprovar o direito à isenção para o ano calendário de 2008, como requer a Contribuinte. Ocorre que, quando não há nos laudos, devidamente formalizados, a menção a data em que a doença foi contraída devese considerar como termo de início da cobertura isentiva, a data de emissão do laudo. No caso, o laudo mais antigo apresentado é datado de 12/11/2009, portanto, inservível para dar a isenção pretendida pela Recorrente relacionada ao anocalendário de 2008. Diante do exposto, conheço do recurso e, no mérito, nego provimento ao recurso. É como voto . (assinado digitalmente) Marcio de Lacerda Martins. 1 Pesquisa no google extraido do site conceito.de Fl. 67DF CARF MF 8 Voto Vencedor Conselheira Andréa Viana Arrais Egypto – Redatora Designada Peço vênia para manifestarme de forma divergente do voto do nobre julgador. Segundo o i. Relator, é lícito concluir que a hemiplegia diagnosticada pelos laudos adunados aos autos, pode ser considerada uma paralisia irreversível e incapacitante como consta registrado no documento juntado à efl.06. No entanto, entendeu que restou sem comprovação o termo inicial da enfermidade, uma vez que o laudo mais antigo apresentado faz prova somente a partir de 12/11/2009, portanto, não se presta para dar a isenção pretendida pela Recorrente relacionada ao anocalendário de 2008. Discordo da conclusão firmada. É certo que ao beneficiário da isenção do imposto sobre a renda recai o ônus de comprovar o cumprimento dos requisitos legais para a sua fruição, quais sejam: (i) serem os rendimentos percebidos por portador de moléstia grave provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão; (ii) ser a moléstia grave devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Quanto à prova hábil para comprovar ser a Contribuinte portadora de moléstia grave relativa ao anocalendário de 2008, cumpre observar que foram juntados os seguintes documentos: · Relatórios Médicos emitidos por serviço médico da Universidade Federal da Bahia – Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar Santos (fl. 6) e pelo Instituto Baiano de estudos em neurologia (fl. 49), os quais comprovam que a Contribuinte foi acometida de um AVC isquêmico em 15/07/2008 e que esta doença provocou sequelas, a monoplegia do membro superior ou hemiplegia flácida; · Perícia Médica emitida por junta médica do Estado da Bahia, com a emissão do Laudo Médico Pericial da Secretaria da Administração do Estado da Bahia (fls. 46/47), através dos quais atestam ser a inspecionada é portadora de Hemiplegia Flácida CID G 81.0, Monoplegia do Membro Superior Secundário e sequela de Acidente Vascular Cerebral CID G 83.2, condição patológica que atende ao disposto na Lei nº 8.541/1992, fazendo jus à Isenção de Imposto de Renda em Caráter Definitivo; · Documentos anexados ao processo da Diretoria de administração dos benefícios Previdenciários, com a juntada de vários documentos (fls. 52/56), onde constam laudos e exames Médicos, em que resta comprovada a sua condição de portadora de moléstia grave isentiva, decorrente de sequelas de um AVC isquêmico desde 2008. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10580.730840/201051 Acórdão n.º 2401004.584 S2C4T1 Fl. 65 9 Assim sendo, levando em consideração todo o conjunto probatório acostado aos autos, em especial os laudos constantes às fls. 6 e 49, considero comprovado por documento hábil (art. 6º, XIV, da Lei nº 7.713/988), e, por conseguinte, atendidos os requisitos legais necessários para o gozo da isenção dos proventos de aposentadoria recebidos pela Recorrente, no calendário de 2008, nos termos do art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995. Conclusão Por todo o exposto, dou parcial provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 69DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.724941/2012-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
VALOR PAGO EM AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF N º 42.
Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2401-004.657
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Márcio de Lacerda Martins - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MARCIO DE LACERDA MARTINS
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NÃO INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF N º 42. Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 49 41 /2 01 2- 12 Fl. 66DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez e Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 67DF CARF MF Processo nº 12448.724941/201212 Acórdão n.º 2401004.657 S2C4T1 Fl. 67 3 Relatório Da Notificação de Lançamento: (efls. 18 a 23) Apurouse a omissão de rendimentos tributáveis recebidos pela Contribuinte em virtude de ação judicial federal no valor de R$ 45.829,08, com retenção na fonte de R$ 1.374,87, conforme Dirf entregue pela Caixa Econômica Federal, efls. 43 a 44). Em virtude dessa infração, foi apurado o imposto de renda suplementar de R$ 6.656,07, acrescido de multa de ofício e juros de mora regulamentares, perfazendo o crédito total de R$ 12.328,37. A descrição dos fatos e o devido enquadramento legal constam da notificação acrescidos da informação: "Documentação apresentada insuficiente para identificar bem a finalidade da desapropriação impossibilitando verificar incidência ou não do imposto de renda." (v. efl. 20) Da Impugnação: (efls. 2 a 12 e 24 a 27) Inconformada, a procuradora do espólio da Interessada apresentou a impugnação de fls. 2 a 12, argumentando em síntese que os rendimentos recebidos referemse a desapropriação de terras por interesse público e assim sendo a verba recebida não está sujeita à tributação. Complementa a seguir, que foi retido 3% sobre o montante pago, e discorre que não incide a tributação de ganho de capital sobre bens sujeitos à “justa indenização”. Por fim, pede o integral acolhimento da impugnação de lançamento. Do Acórdão de Impugnação: (efls. 45 a 48) A 18ª Turma de julgamento da DRJRJ1, por meio do acórdão 1257.410, julgou improcedente a impugnação face à não comprovação de se tratar de desapropriação para fins de reforma agrária. Veja os trechos extraídos do voto condutor do acórdão, que sintetizam as fundamentações do aresto: "[...] A cópia do Diário Oficial D.O. (fl. 27) datado de agosto de 1957 por meio do Decreto nº 41.540 classifica sob a rubrica “Interesse Público” a desapropriação em pauta. Conseqüentemente, a fonte efetivamente recolhida em DARF e transmitida à RFB por meio da DIRF (cópia de fls. 43 e 44), enseja a imposição legal da apuração do imposto devido, tendo em vista não ter sido a indenização recebida decorrente de desapropriação para fins de reforma agrária. Ressaltese que a interessada na sua impugnação não demonstrou que se trata de rendimento isento, tampouco o poder judiciário quando da expedição do Alvará de fl. 24, determinou a isenção. [...] Fl. 68DF CARF MF 4 Sendo assim, considerando que não foram trazidos aos autos qualquer documentação que pudesse afastar a informação prestada em DIRF (fls. 43 e 44) aos sistemas da RFB, é de se manter a omissão de rendimentos apurada. Diante do todo exposto, VOTO pela IMPROCEDÊNCIA da impugnação mantendose o crédito tributário exigido" Do Recurso Voluntário: (efls. 54 a 59) Cientificada do acórdão de impugnação em 04/11/2014, efl. 50 e conforme atestado no doc. efl. 61, a Representante interpôs em 28/11/2014, o Recurso Voluntário alegando, em síntese: 1. que se trata de valor decorrente de desapropriação de terras por interesse público e reconhecidamente isento de imposto sobre a renda; 2. que por força do disposto no art. 19, V, da Lei nº 10.522/02 a RFB deve submeterse ao entendimento consignado pelo STJ no Recurso Especial nº 1.116.460/SP; 3. que o Recurso Especial nº 1.116.460/SP foi julgado na âmbito da sistemática instituída pelo art. 543C do CPC e, portanto, sua decisão deve ser reproduzida pelo CARF, por força do art. 62A do RICARF; 4. que a matéria consta consolidada em Súmula nº 42 do CARF. Requer o provimento do presente recurso, tornando insubsistente a Notificação de Lançamento. É o relatório. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 12448.724941/201212 Acórdão n.º 2401004.657 S2C4T1 Fl. 68 5 Voto Conselheiro Marcio de Lacerda Martins Relator 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O Recurso Voluntário foi apresentado em 28/11/2014 após a ciência da Contribuinte do Acórdão de Impugnação ocorrida em 04/11/2014. Portanto, o recurso é tempestivo e deve ser conhecido. 2. DO MÉRITO A matéria discutida no presente processo está sumulada no âmbito deste Conselho a Súmula CARF nº 42: "Não incide o imposto sobre a renda das pessoas físicas sobre os valores recebidos a título de indenização por desapropriação." Portanto, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Márcio de Lacerda Martins Fl. 70DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11543.720563/2013-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE.COMPENSAÇÃO. RESTRIÇÃO. RENDIMENTOS DECLARADOS. MATÉRIA ESTRANHA AO LITÍGIO.
Somente o imposto correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo é passível de compensação na declaração de ajuste anual.
In casu, a instância de julgamento tem por atribuição a solução dos litígios instaurados, não lhe cabendo prover direito que não foi submetido pela via própria à autoridade administrativa competente.
Numero da decisão: 2401-004.636
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado Por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento, vencida a relatora. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Rayd Santana Ferreira.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly, Cleberson Alex Friess, Marcio Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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RESTRIÇÃO. RENDIMENTOS DECLARADOS. MATÉRIA ESTRANHA AO LITÍGIO. Somente o imposto correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo é passível de compensação na declaração de ajuste anual. In casu, a instância de julgamento tem por atribuição a solução dos litígios instaurados, não lhe cabendo prover direito que não foi submetido pela via própria à autoridade administrativa competente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 72 05 63 /2 01 3- 20 Fl. 135DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado Por unanimidade, em conhecer do recurso, e, no mérito, por maioria, negarlhe provimento, vencida a relatora. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Rayd Santana Ferreira. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly, Cleberson Alex Friess, Marcio Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Alexandre Tortato e Rayd Santana Ferreira. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 11543.720563/201320 Acórdão n.º 2401004.636 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (DRJ/CTA), que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada pela contribuinte, afastando a omissão de rendimentos recebidos acumuladamente de pessoa jurídica e mantendo a glosa no valor de R$ 18.165,52 (Cód. 0211), a ser acrescido de multa e juros de mora, conforme ementa do Acórdão nº 0653.554 (fls. 96/104): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2012 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. APURAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO. COMPROVAÇÃO DO NUMERO DE MESES. O imposto incidente sobre rendimentos recebidos acumuladamente é calculado sobre o montante pago, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito, desde que devidamente comprovado o número de meses a que se refere o rendimento. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE.COMPENSAÇÃO. RESTRIÇÃO. Somente o imposto correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo é passível de compensação na declaração de ajuste anual. RENDIMENTOS DO TRABALHO. MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO DOS HERDEIROS. DESCABIMENTO. A isenção concedida aos portadores de moléstia grave especificada na legislação tributária quando atestada por laudo médico oficial, não contempla os rendimentos do trabalho recebidos acumuladamente em decorrência de ação judicial e não pode ser estendido aos herdeiros. RENDIMENTOS DECLARADOS. MATÉRIA ESTRANHA AO LITÍGIO. A instância de julgamento tem por atribuição a solução dos litígios instaurados, não lhe cabendo prover direito que não foi submetido pela via própria à autoridade administrativa competente. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte O Presente processo teve sua origem na Notificação de lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (fls. 06/11), lavrada em face da revisão da Declaração de Ajuste Anual do exercício 2012, anocalendário 2011, apurandose: Fl. 137DF CARF MF 4 1. Imposto de Renda Pessoa Física – Suplementar (Cód. 2904) de R$ 18.244,04, Multa de Ofício de R$ 13.683,03 e Juros de Mora de R$ 2.116,80; 2. Imposto de renda Pessoa Física (Cód. 0211) de R$ 18.165,52, Multa de Mora de R$ 3.633,10 e Juros de Mora de R$ 2.107,20. De acordo com as Descrições dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 08/09) constatouse: 1. Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de ação trabalhista no valor de R$ 66.341,95; 2. Compensação indevida de imposto de renda retido na fonte, no valor de R$ 18.165,52. Devidamente notificada do lançamento em 15/10/2013 (fl.80), a Contribuinte apresentou, em 12/11/2013, impugnação (fls. 02/04), instruída com os documentos de fls. 13 a 72. Em sua impugnação, informa que os rendimentos considerados omitidos são oriundos de ação trabalhista (processo nº 2306.0071.1990.5.17.0131) movida por seu falecido esposo, Aselzion César Moulin, onde consta como inventariante do Espólio. Alega que se trata de Rendimentos Recebidos Acumuladamente relativos às verbas salariais do período de 07/1989 a 10/2011, razão porque deveriam ser tributados de acordo com o previsto no art. 12A, da Lei nº 7.713/1998, considerandose para tal o período de 287 meses. Solicita que seja descontado da base de cálculo os honorários advocatícios no valor de R$ 40.000,00 e afirma não ter havido omissão de rendimentos na Declaração de Ajuste Anual, mas apenas um erro na classificação dos mesmos. Afirma estar correto o valor declarado de IRRF, conforme comprovado pelo DARF recolhido em 16/12/2011 (fl. 63), e que referido tributo havia sido retido indevidamente já que o autor da ação (seu marido) era portador de moléstia grave, o que o tornaria beneficiário da isenção de IRPF. Por fim, requer o acolhimento da defesa com o conseqüente cancelamento do crédito tributário e restituição do Imposto de Renda pago a maior. A 4ª Turma da DRJ/CTA julgou parcialmente procedente a impugnação, considerando como parcela do RRA sujeita à tributação o montante de R$ 50.642,27, para o período aquisitivo de 105 meses, afastando assim a omissão de rendimentos, em virtude da contribuinte ter declarado como tributáveis à título de RRA valor superior ao que deveria ser declarado a esse título, mantendo, no entanto, a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física no valor de R$ 18.165,52, relativo à glosa. Conforme se vê na decisão de piso, com base na documentação apresentada pela contribuinte o lançamento foi constituído da seguinte forma: Fl. 138DF CARF MF Processo nº 11543.720563/201320 Acórdão n.º 2401004.636 S2C4T1 Fl. 4 5 Após os cálculos efetuados pela DRJ, foram apresentados os seguintes valores: Em face da decisão proferida, a recorrente foi cientificada do Acórdão em 07/12/2015 (fl. 109) e em 04/01/2016 apresentou seu Recurso Voluntário (fls. 111/113), onde alega que na conclusão da decisão do Acórdão (fl. 104) ocorreu erro material quando da repetição do valor R$ 18.165,52, glosado do IRRF, requerendo, por conseguinte: 1. A alteração dos quadros da DIRPF exercício 2012, de acordo com os valores apresentados nas folhas 111 e 112, modificando, ou até mesmo, anulando o lançamento efetuado; 2. O cancelamento do débito fiscal no valor de R$ 18.165,52, a Multa de Mora no valor de R$ 3.633,10 e os Juros de Mora no valor de R$ 6.292,53 (fl. 107); 3. Que seja feita a compensação do IRRF no valor de R$ 18.165,52, glosado tendo em vista ter oferecido à tributação montante maior que o devido e a devolução dos valores pagos a maior; Requer a tramitação do Recurso Voluntário com base no Estatuto do Idoso fundamentado na data de nascimento da recorrente comprovada na cópia do seu RG (fl. 87). É o relatório. Fl. 139DF CARF MF 6 Voto Vencido Conselheira Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito A Contribuinte, em seu Recurso Voluntário, alega a existência de erro material na conclusão do Acórdão nº 0653.554 da DRJ/CTA, que julgou parcialmente procedente a impugnação, excluindo a omissão apontada no lançamento e mantendo a cobrança do Imposto de Renda Pessoa Física no importe de R$ 18.165,52, equivalente ao valor da glosa de 50% do IRRF (fls. 17 e 63). Assevera que restou demonstrada a improcedência da ação fiscal e pleiteia o cancelamento do débito e a devolução do imposto pago a maior. Pois bem. O lançamento em disputa foi perfectibilizado pela autoridade fiscal em virtude da constatação de: (i) omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de ação trabalhista, no valor de R$ 66.341,95; (ii) compensação indevida de imposto de renda retido na fonte no valor de R$ 18.165,52. O colegiado de primeira instância afastou a omissão de rendimentos e manteve a glosa por compensação indevida de IRRF, não havendo que se falar em erro material na conclusão do Acórdão. No entanto, há de se verificar se ocorreu erro material na apuração do lançamento. Como se observa, a DRJ entendeu pela inexistência da omissão levantada pelo Auditor Fiscal ao reconhecer que do total de R$ 148.794,37, oferecidos à tributação pela contribuinte na sua Declaração de Ajuste Anual como Rendimentos Recebidos Acumuladamente, apenas o montante de R$ 50.642,27 seria o valor correto a ser oferecido como Rendimento Tributável. Portanto, o fato incontroverso do presente processo administrativo é que não houve omissão de rendimento na sua Declaração de Ajuste Anual, haja vista que o valor oferecido à tributação de RRA foi superior ao valor que deveria ter sido oferecido, conforme calculado na decisão de piso. A questão ainda em disputa é a cobrança do valor de R$ 18.165,52, referente à glosa do IRRF, bem como a devolução do Imposto de Renda pago a maior. Conforme se constata dos documentos adunados aos autos, a contribuinte procedeu à compensação indevida do IR Fonte sobre a parcela dos rendimentos pagos aos Fl. 140DF CARF MF Processo nº 11543.720563/201320 Acórdão n.º 2401004.636 S2C4T1 Fl. 5 7 herdeiros. Assim, do total de R$ 36.331,04 de IRRF, apenas o montante de R$ 18.165,52 poderia ter sido deduzido pela contribuinte. No entanto, a totalidade dos R$ 36.331,04 a título de Imposto de Renda retido na fonte já foi devidamente recolhida, não cabendo ao Fisco proceder novamente a sua cobrança (fls. 62/63). A glosa da compensação indevida de IRRF não tem como consequência a existência de débito do mesmo valor glosado; primeiro porque já ocorreu o pagamento da totalidade dos R$ 36.331,04 retidos do imposto; segundo, porque não foi procedido ao recálculo do lançamento na forma estabelecida pelo artigo 12A, da Lei nº 7.713/1988, considerando como parcela do RRA sujeita à tributação o montante de R$ 50.642,27 para o período aquisitivo de 105 meses, valor bem inferior do que o montante de R$ 148.794,37 oferecidos pela contribuinte à tributação. Ora, se a própria Delegacia de Julgamento entendeu que a parte do lançamento que versa sobre forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente, no curso de Ação Trabalhista, estava incorreto, da mesma forma deve ser o raciocínio aplicado quanto ao cálculo do imposto de renda retido pela fonte sobre referidas verbas. Conquanto tenha ocorrido equívoco no valor da retenção na fonte declarado, é de se observar o equívoco com relação ao valor dos rendimentos declarados a maior. Com efeito, quanto à tributação dos Rendimentos Recebidos Acumuladamente da forma prevista no art. 12A da Lei nº 7.713/1988, a DRJ/CTA assim se posicionou: Assiste razão a contribuinte no referido pleito. Pelo dispositivo transcrito verificase que, no ano de 2011, os rendimentos recebidos acumuladamente eram de tributação exclusiva na fonte, com o cálculo do imposto obedecendo ao que é estabelecido nos parágrafos e incisos. Aplicase especialmente ao caso desses autos o parágrafo primeiro, que estatui que o imposto será “calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. [...] Desta forma, deve ser considerado o valor constante da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento no ano calendário de 2011, que era de R$1.566,61 para o mês de dezembro (quando ocorreu o pagamento) e multiplicado pelo número de meses ao qual o rendimento era relativo (105). O resultado de R$ 164.494,05 revela que parcela dos rendimentos recebidos acumuladamente estava isenta (tendo em vista que o total recebido pela contribuinte relativo aos RRA, após as deduções previstas pela legislação, foi de R$ 215.136,32). A diferença de R$50.642,27 deveria ter sido oferecida à tributação.(Grifamos). Fl. 141DF CARF MF 8 Verificase que, apesar da decisão de 1ª instância ter reconhecido como correta a aplicação do art. 12A da Lei nº 7.713/1988 aos rendimentos oriundos do processo trabalhista, limitouse apenas a recalcular a parcela desse rendimento que deveria ser oferecida à tributação, objetivando tão somente reconhecer que não houve omissão de rendimento, já que o valor oferecido na Declaração da Contribuinte era superior ao valor calculado. No entanto, a correta aplicação do referido dispositivo legal se perfectibilizaria com a apuração do imposto devido dentro dessa nova sistemática de cálculo, o que não foi feito pelo Auditor Fiscal por ocasião do lançamento, quando era cediço que desde a época do fato gerador já se encontrava em vigor o art. 12A da Lei nº 7.713/1988, acrescido pela Medida Provisória nº 497/2010, posteriormente convertida na Lei nº 12.350/2010, que alterou a sistemática de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente correspondentes a anoscalendário anteriores ao do recebimento. Ora, apesar da Recorrente ter oferecido à tributação valor bem superior ao que legalmente deveria ter sido oferecido, consoante destacado na decisão de piso, além de ter ocorrido o pagamento do total do Imposto de Renda Retido (fl. 63), foi mantida a cobrança do valor glosado de compensação indevida de IR Fonte. Por outro lado, observase nitidamente o equívoco da fiscalização na apuração da base de cálculo tributável, na medida em que a fiscalização utilizou o regime de caixa e não o de competência, configurando erro de cunho material na apuração do montante devido, nos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional. Assim, em face do exame dos elementos que instruem o processo administrativo, deve ser exonerado o crédito tributário em sua totalidade. Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário, para, no mérito, DAR LHE PARCIAL PROVIMENTO, para cancelar a exigência contida no lançamento. (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 11543.720563/201320 Acórdão n.º 2401004.636 S2C4T1 Fl. 6 9 Voto Vencedor Conselheiro Rayd Santana Ferreira Redator Designado Não obstante as sempre bem fundamentadas razões do ilustre Conselheiro Relator, peço vênia para manifestar entendimento divergente, por vislumbrar na hipótese vertente conclusão diversa da adotada pelo nobre julgador, quanto o posicionamento ao Recurso Voluntário, devendo ser mantida a decisão a quo, como passaremos a demonstrar. No que diz respeito à compensação indevida do IRRF ocorreu a glosa de R$ 18.165,52 do total de R$ 36.331,04 declarados pela contribuinte em sua DAA. A impugnação afirma que o valor declarado corresponde ao retido pela fonte pagadora quando do recebimento dos rendimentos recebidos em virtude de ação judicial. Junta aos autos o documento de fl. 63 no intuito de comprovar suas alegações. O valor retido de IR, entretanto, referese ao total pago em função da ação trabalhista que deu origem aos rendimentos ora analisados. Tendo em vista que a contribuinte, como viúva meeira recebeu apenas 50% do total destes rendimentos, somente poderia deduzir o percentual a eles equivalente. Assim sendo, é de se manter a glosa do IRRF efetuada pelo lançamento. Não é porque fora ofertado tributação a maior que esta deve ser considerada para o presente litígio, a Notificação de Lançamento é precisa a infirmar a infração, ou seja, há uma delimitação quanto a demanda. Vale salientar ser bem provável que a contribuinte tenha de fato razão quanto as suas alegações, até mesmo o direito creditório, porém não cabe a este Tribunal se manifestar sobre assunto que não faça parte do litígio, por isso há de negar provimento ao recurso. Da mesma forma no que concerne ao pedido de retificação da DIRPF 2012/2011, cumpre observar que a competência desta Turma em sede de Recurso Voluntário de lançamento encontrase restrita aos litígios instaurados. O pedido para alteração na forma de declaração dos rendimentos declarados decorrentes da reclamatória trabalhista haveria de ser submetido pela contribuinte, mediante declaração retificadora ou procedimento equivalente, à autoridade competente para proceder à sua revisão, atribuição que, no âmbito da Receita Federal, recai sobre as Delegacias da Receita Federal do Brasil DRF, Alfândegas da Receita Federal do Brasil ALF e Inspetorias da Receita Federal do Brasil IRF de Classes “Especial A”, “Especial B” e “Especial C”, a teor do art. 224, XXII, do Regimento Interno deste órgão (Portaria MF nº 203, de 2012) Nesse contexto, não cabe a esta Turma de Julgamento reconhecer direito à retificação da declaração, com o objetivo de implementar modificação que haveria de ser submetida à autoridade competente, a qual detém o poder de acatála ou não, efetuando os atos de fiscalização que reputar necessários a esse fim, nada impedindo que seja feita no momento da execução deste Julgado. Fl. 143DF CARF MF 10 Por todo o exposto, estando a Notificação de Lançamento, sub examine, em consonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Fl. 144DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18239.002848/2008-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
RECURSO VOLUNTÁRIO. PEDIDO NÃO CONHECIDO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. Tendo sido declarado não conhecido o pedido feito na impugnação em vista da concomitância com a ação judicial, não há que se conhecer do recurso voluntário.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2401-004.561
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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PEDIDO NÃO CONHECIDO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. Tendo sido declarado não conhecido o pedido feito na impugnação em vista da concomitância com a ação judicial, não há que se conhecer do recurso voluntário. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 23 9. 00 28 48 /2 00 8- 19 Fl. 204DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira. Fl. 205DF CARF MF Processo nº 18239.002848/200819 Acórdão n.º 2401004.561 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Recurso voluntário interposto em 08/05/2013, em face do acórdão 1246.366 19a. Turma da DRJ/RJI, do qual teve conhecimento em 10/04/2013. O processo administrativo referese ao lançamento de ofício do imposto sobre a renda da pessoa física para o anocalendário 2003. A decisão a quo está assim ementada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 IRPF. AÇÃO JUDICIAL. INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. RENÚNCIA. UNIDADE DE JURISDIÇÃO. A propositura de ação judicial pelo contribuinte com o mesmo objeto de pleito administrativo importa renúncia deste, em razão do princípio constitucional da unidade da jurisdição. DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. Uma vez comprovadas as deduções informadas pelo contribuinte na declaração de rendimentos, conforme previsão contida na legislação pertinente, há de se restabelecer os respectivos valores. O recorrente aduz as seguintes razões. A Receita Federal lançou de ofício os rendimentos recebidos da Fundação Petrobrás de Seguridade Social PETROS. Considera que tais rendimentos são isentos de tributação desde 1995. Entende que, mesmo em 2003, tais valores não poderiam ser considerados como rendimentos tributáveis, sobretudo porque estariam abrangidos pela decisão judicial já transitada em julgado e que lhe garantiu a isenção tributária para tais rendimentos. Informa que a decisão a quo não conheceu dessa parte do recurso por entender que haveria concomitância com o processo judicial, o qual o recorrente discorda. Afirma que, como entende que não há identidade de objetos entre a ação judicial e o processo administrativo, a impugnação deveria ter sido conhecida e julgada normalmente. Reforça que o objeto do recurso voluntário deste processo administrativo é o reconhecimento da validade da decisão judicial transitada em julgado sobre o imposto de renda indevidamente recolhido sobre parte dos rendimentos auferidos pelo contribuinte da PETROS, no ano calendário 2003. Pretende com este recurso que a Receita Federal dê cumprimento à decisão judicial transitada em julgado e reconheça a natureza de benefício isento e não tributável. É o relatório. Fl. 206DF CARF MF 4 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso foi interposto no prazo e passo a analisar. A decisão a quo não conheceu da parte do recurso relativo à incidência de imposto de renda sobre as prestações de complementação de aposentadoria, tendo em vista ter entendido haver concomitância com a ação judicial processo nº 2000.51.01.0127810, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, já transitada em julgado. Correto o entendimento da primeira instância quanto à concomitância de ação judicial, pois ficou claro na decisão da Justiça Federal que a União fora condenada a devolver os valores recolhidos a título de imposto de renda, a partir dos cinco anos anteriores à propositura da ação, ocorrida em 29/05/2000(efl. 38). Assim, judicialmente ficou reconhecida a exoneração de imposto de renda sobre os rendimentos da aposentadoria a partir de 29/05/1995. No caso dos autos estáse cobrando crédito tributário relativo ao ano calendário 2003, exercício 2004, abrangido, portanto, pela decisão judicial do processo 2000.51.01.0127810 da Justiça Federal do Rio de Janeiro. O contribuinte pretende fazer a execução da decisão judicial através deste processo administrativo. Entendo que são procedimentos diferenciados e que não se confundem. A execução da decisão judicial deve ser peticionada junto ao cartório da jurisdição em que foi proferida a referida sentença. Voto por não conhecer do recurso voluntário, vez que já não fora conhecido na primeira instância, tendo em vista a concomitância entre os processos administrativo e judicial. (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins. Fl. 207DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10943.000246/2007-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 30/12/2005
EMBARGOS. OBSCURIDADE.
Sendo verificada obscuridade a ser sanada apontada nos embargos inominados, entendendo-se que o acórdão embargado não foi claro o suficiente acerca de todos os procedimentos para a execução do julgado, deve ser dado provimento aos embargos.
Numero da decisão: 2401-004.646
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos inominados, sem efeitos infringentes, para, sanando o vicio apontado, determinar que o comparativo da multa, para as competências em que não há lançamento de obrigação principal no auto de infração 10943.000290/2007-80, seja feito entre a multa prevista na Lei 8.212/91, art. 32, IV, § 5º, e a prevista na Lei 8.212/91, art. 32-A.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Carlos Alexandre Tortato - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
Nome do relator: CARLOS ALEXANDRE TORTATO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 30/12/2005 EMBARGOS. OBSCURIDADE. Sendo verificada obscuridade a ser sanada apontada nos embargos inominados, entendendo-se que o acórdão embargado não foi claro o suficiente acerca de todos os procedimentos para a execução do julgado, deve ser dado provimento aos embargos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos inominados, sem efeitos infringentes, para, sanando o vicio apontado, determinar que o comparativo da multa, para as competências em que não há lançamento de obrigação principal no auto de infração 10943.000290/2007-80, seja feito entre a multa prevista na Lei 8.212/91, art. 32, IV, § 5º, e a prevista na Lei 8.212/91, art. 32-A. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez.
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OBSCURIDADE. Sendo verificada obscuridade a ser sanada apontada nos embargos inominados, entendendose que o acórdão embargado não foi claro o suficiente acerca de todos os procedimentos para a execução do julgado, deve ser dado provimento aos embargos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 3. 00 02 46 /2 00 7- 70 Fl. 289DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, acolher os embargos inominados, sem efeitos infringentes, para, sanando o vicio apontado, determinar que o comparativo da multa, para as competências em que não há lançamento de obrigação principal no auto de infração 10943.000290/200780, seja feito entre a multa prevista na Lei 8.212/91, art. 32, IV, § 5º, e a prevista na Lei 8.212/91, art. 32A. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Marcio de Lacerda Martins, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 10943.000246/200770 Acórdão n.º 2401004.646 S2C4T1 Fl. 290 3 Relatório Tratase de embargos inominados (fls. 280/281), opostos pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Bernardo do Campo, com fulcro no art. 66 do RICARF, contra o Acórdão nº. 2401003.219 (fls 256/273), que restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 30/12/2005 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto de infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “ informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/12/2005 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 NFLD CORRELATAS CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS AÇÕES TRABALHISTAS. A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado das NFLD lavradas sobre os mesmos fatos geradores. AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP MULTA RETROATIVIDADE BENIGNA Fl. 291DF CARF MF 4 Na superveniência de legislação que estabeleça novos critérios para a apuração da multa por descumprimento de obrigação acessória, fazse necessário verificar se a sistemática atual é mais favorável ao contribuinte que a anterior. PRAZO DECADENCIAL AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA CORRELATA Tratandose de auto de infração pelo descumprimento de obrigação acessória não há que se falar em recolhimento antecipado, devendo a decadência ser apreciada a luz do art. 173, I do CTN. Independente da decadência das obrigações principais ter sido decretada a luz do art. 150, § 4, nos autos de obrigação acessória não há como atribuir mesmo raciocínio, tendo em vista serem obrigações distintas, a de recolher a contribuição devida, e a de informar em GFIP fatos geradores de contribuição previdenciária. A informação em GFIP não possui o condão de apenas informar a contribuição devida, mas acima de tudo, informar a remuneração do segurado da previdência social, informação essa que irá subsidiar a concessão de benefícios e o correspondente cálculo do salário de benefício. Recurso Voluntário Provido em Parte. Para melhor elucidação, trata o acórdão embargado de decisão que reconheceu parcialmente a decadência do crédito tributário lançado e determinou o recálculo do valor da multa, de acordo com o art. 44, I, da Lei nº. 9.430/96, acaso fosse mais benéfico ao contribuinte. Alega o embargante que há erro no resultado do acórdão, já que este não contemplaria todas as situações discutidas naquele julgado, nos seguintes termos dos embargos inominados: Em face de recurso interposto, a 4a Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, por meio do Acórdão n° 2401003.219 de 19/09/2013, votou no sentido de CONHECER do recurso, para rejeitar a preliminar de nulidade, excluir da multa os fatos geradores até 11/1999 e no mérito DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para recalcular o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 44,1 da Lei n" 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa nas NFLD correlatas. Diante do relatado pelo Auditor Fiscal às fls. 07/26 e 190/191, foram constatadas as seguintes situações: os valores devidos referentes aos autônomos e transportadores autônomos omitidos nas GFIP do período de 09/1999 a 05/2003, conforme demonstrativo de fls. 23/24, também foram objeto da Fl. 292DF CARF MF Processo nº 10943.000246/200770 Acórdão n.º 2401004.646 S2C4T1 Fl. 291 5 NFLD n° 35.903.6805, assim é viável a análise da multa mais benéfica de acordo com o disciplinado no art. 44,1 da Lei n° 9.430, de 1996, deduzidos os valores levantados a título de multa na NFLD correlata; os valores devidos referentes ao Décimo Terceiro Salário dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004, conforme discriminado à fl. 11 , omitidos, respectivamente, nas GFIP de 12/2009, 12/2000, 12/2001, 12/2002, 12/2003 e 12/2004 não foram objeto de qualquer lançamento, assim não é viável a análise da multa mais benéfica com base no disciplinado no art. 44,1 da Lei n° 9.430, de 1996. Assim, entendo que fica prejudicado o cumprimento, na forma proposta, do determinado pelo Acórdão em questão no que tange à multa decorrente da omissão dos valores devidos em face do Décimo Terceiro Salário dos anos de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004 nas respectivas GFIP, pois foi omisso quanto ao procedimento a ser adotado para o cálculo da multa mais benéfica para situações em que não houve lançamento correlato. Assim, haveria erro manifesto no acórdão embargado, posto que não teria enfrentado todos os pontos do lançamento e, assim, a decisão proferida não seria passível de execução. Para melhor elucidação, extraímos o excerto da decisão objeto dos embargos: Não obstante a correção do auditor fiscal em proceder ao lançamento nos termos do normativo vigente à época da lavratura do AI, foi editada a Medida Provisória MP 449/09, convertida na Lei 11.941/2009, que revogou o art. 32, § 4o, da Lei 8.212/91. Assim, no que tange ao cálculo da multa, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da referida MP, convertida em lei. A citada MP alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, a MP 449/2008, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: (...) Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: Fl. 293DF CARF MF 6 I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado. As contribuições decorrentes da omissão em GFIP foram objeto de lançamento, por meio da notificação já mencionada e, tendo havido o lançamento de ofício, não se aplicaria o art. 32A, sob pena de bis in idem. Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No caso da notificação conexa e já julgada, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 35, inciso II, revogado pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. No caso da autuação em tela, a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de cem por cento da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, a situação mais benéfica ao contribuinte. Segundo os embargos apresentados, haveria erro no acórdão, o que pode ser entendido como omissão, por não explicitar o entendimento em relação ao lançamento do 13º salário, o que inviabilizaria a execução do julgado. Em despacho de admissibilidade de fls. 286/287, datado de 23/03/2015, foi apresentada e admitida a proposta de admissão dos embargos inominados, a fim de que seja sanado o equívoco cometido. É o relatório. Fl. 294DF CARF MF Processo nº 10943.000246/200770 Acórdão n.º 2401004.646 S2C4T1 Fl. 292 7 Voto Conselheiro Carlos Alexandre Tortato Relator Pressupostos de Admissibilidade Os Embargos Inominados opostos pela autoridade fiscal da Delegacia da Receita Federal do Brasil em São Bernardo do Campo, inicialmente, atendem aos pressupostos de admissibilidade, já que não estão sujeitos ao prazo de cinco dias para sua inteposição, ante o disposto no art. 66 do RICARF. Mérito No tocante ao mérito dos embargos de declaração, sobre a alegada existência de erro no r. acórdão que inviabiliza a execução do julgado, data maxia venia, discordo do Despacho de Admissibilidade de fls. 286/287 e entendo que estes aclaratórios não merecem provimento. Conforme relatado acima e da análise integral do acórdão embargado, este trata de Auto de Infração por descumprimento das obrigações acessórias, nos termos do art. 32, IV, § 5º da Lei nº. 8.212/91. As razões de decidir do r. acórdão se dão sob o prisma da análise da retroatividade ou não da aplicação da multa mais benéfica, por força do art. 106, II, c, do CTN, já que a multa originariamente aplicada no presente processo administrativo fiscal foi posteriormente revogada pela Lei nº. 11.941/2009. A controvérsia se dá, ante a apresentação dos embargos inominados pela autoridade fazendária, pela ausência de explicação sobre a existência de lançamento do 13º salário no lançamento principal, a fim de se realizar a comparação no presente lançamento para aplicação ou não da multa mais benéfica, por força da retroatividade benigna. Ocorre que, para que seja realizada a verificação pleiteada pela autoridade embargante, necessário se faz que aquela realize análise do PAF nº. 10943.000290/200780, que contém o lançamento das obrigações principais conexas ao presente. Por essas razões, na execução do presente processo administrativo, deve a autoridade fiscal aplicar, para as competências em que há lançamento correspondente de obrigação principal (13/2001 e 13/2002), exatamente os termos determinados no acórdão embargado. Já para as competências restantes, onde não há lançamento correspondente de obrigação principal, deverá a autoridade fazendária fazer o comparativo entre a multa lançada do art. 32, IV, § 5º, da Lei nº. 8.212/91, com a multa do art. 32A, da mesma lei, com redação dada pela Lei nº. 11.941/09, aplicando a que for mais benéfica, por força da retroatividade benigna determinada no acórdão embargado. Isto posto, entendo que os embargos inominados devem, no mérito, ser acolhidos. Fl. 295DF CARF MF 8 CONCLUSÃO Ante o exposto, voto por ACOLHER os Embargos Inominados para, no MÉRITO, DAR PROVIMENTO, sem efeitos infringentes, mantendo incólume o Acórdão nº. 2401003.219, para o fim de sanar a omissão/obscuridade apontada para o fim de que seja realizado o comparativo de multas nos termos acima expostos. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos Alexandre Tortato Fl. 296DF CARF MF
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