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Numero do processo: 10280.722255/2009-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 24 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
REFRATÁRIOS E ASSEMELHADOS. PRODUÇÃO DE ALUMINIO. PIS E COFINS
Os elementos refratários usado no processo de produção de aluminio dão direito a crédito, não necessitando que atendam aos critérios advindos da legislação do IPI.
SERVIÇOS MOVIMENTAÇÃO, MANUTENÇÃO E TRATAMENTO. INSUMOS AO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALUMINIO. POSSIBILIDADE DE CRÉDITO. PIS E COFINS.
Processamento de borras e de RGC (tratamento dos resíduos), nos gastos com manutenção e reparo dos elementos refratários, das cubas, dos fornos, das esteiras e correias e dos anodos, nos gastos com beneficiamento de banho e fundição e nos gastos com transportes de resíduos, de banho/ borra e alumínio recuperado são serviços insumo no processo de produção, como prevê a legislação, dando direito a crédito.
Numero da decisão: 3401-003.262
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso. Esteve presente ao julgamento a advogada Edna Maria Oliveira Cardoso, OAB DF n.º 32.155.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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PRODUÇÃO DE ALUMINIO. PIS E COFINS Os elementos refratários usado no processo de produção de aluminio dão direito a crédito, não necessitando que atendam aos critérios advindos da legislação do IPI. SERVIÇOS MOVIMENTAÇÃO, MANUTENÇÃO E TRATAMENTO. INSUMOS AO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ALUMINIO. POSSIBILIDADE DE CRÉDITO. PIS E COFINS. Processamento de borras e de RGC (tratamento dos resíduos), nos gastos com manutenção e reparo dos elementos refratários, das cubas, dos fornos, das esteiras e correias e dos anodos, nos gastos com beneficiamento de banho e fundição e nos gastos com transportes de resíduos, de banho/ borra e alumínio recuperado são serviços insumo no processo de produção, como prevê a legislação, dando direito a crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso. Esteve presente ao julgamento a advogada Edna Maria Oliveira Cardoso, OAB DF n.º 32.155. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 22 55 /2 00 9- 28 Fl. 851DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente). Relatório Trata este processo de pedido de ressarcimento de PIS que, após diligência para verificar o direito creditório, resultou em despacho decisório proferiu pela autoridade de jurisdição que indeferiu totalmente o pedido da contribuinte e não homologou as compensações requeridas vinculadas. Foram as seguintes as razões para a glosa dos créditos e/ou indeferimento do pedido, segundo resumo do relator da decisão de 1ºpiso, que transcrevo por sua objetividade: a) No que se refere aos créditos provenientes de bens utilizados como insumos, houve glosa de IPI recuperável, referente às entradas no mercado interno, incluído indevidamente na base de cálculo como parte integrante do valor de aquisição dos bens; b Foram glosados os valores descritos como itens Refratários, os quais são utilizados como material refratário de bens integrantes do ativo imobilizado, não caracterizados como gastos de manutenção do diaadia, uma vez que a reposição se dá a intervalos superiores a um ano. Também valores referentes à Manutenção de Cubas, semelhante à situação dos refratários, foram glosados.Tratamse de dispêndios relevantes e recuperáveis por meio das operações normais da empresa, pertinentes a serviços contratados de terceiros para a manutenção de cubas integrantes de bens do ativo imobilizado, não caracterizados como gasto de manutenção do diaadia, uma vez que tais serviços, conjuntamente com a substituição dos refratários, são efetivados a intervalos superiores a um ano. c) No que concerne à análise dos créditos decorrentes de despesas financeiras e empréstimos e financiamentos obtidos junto a pessoas jurídicas, houve enquadramento no conceito de receitas financeiras das variações monetárias ativas. Foram, pois, incluídos valores lançados a crédito (receitas financeiras) de contas de despesa financeira identificadas nas contas dos grupos 3401, 3402, 3406. d) As operações de hedge/opções identificadas nas contas do grupo 4303, bem como as transações controladas nas contas de receita do grupo 4304, a empresa aproveitou indevidamente no DACON os lançamentos a débitos de tais contas. e) No que concerne aos lançamentos da conta de despesa 330101 (IPI s/ venda de alumínio primário), os quais foram subtraídos das Receitas de Vendas no Mercado Interno, o contribuinte informou que utilizou na base de cálculo do PIS o valor contábil, excluindo o IPI recuperável. Portanto, foram indevidamente deduzidos os valores de IPI das Receitas de Venda no Mercado Interno, pois a memória de cálculo das contas 4102 e 4103 já reflete os valores das vendas excluído o IPI recuperável, sendo tal procedimento revertido no DACON elaborado pela fiscalização. f) Por último, a contribuinte cometeu erros nos DACONs transmitidos, ao não informar/informar incorretamente valores objeto de compensação em DCOMP, referente a alguns meses do AC 2004, gerando saldo de créditos indevidos de um mês para os seguintes, havendose procedido à retificação cabível. Também cometeu erro no DACON do 4° Trimestre de 2004 ao informar incorretamente os valores de R$ 775.195,81 (mercado interno) e R$_18.604.699,54 (mercado externo) referentes a encargos de depreciação na apuração dos créditos para o Fl. 852DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 3 3 PIS (FICHA 04 / LINHA 09), quando os valores corretos são de R$ 2.003,18 (mercado interno) e R$ 48.076,30 (mercado externo), conforme planilha entregue pelo próprio contribuinte (em anexo) e o preenchimento do DACON transmitido pelo contribuinte à SRFB (em anexo) em relação à encargos de depreciação na apuração dos créditos para a COFINS (FICHA 06 / LINHA 09). Tais circunstâncias foram retificadas nos DACON's elaborados pela fiscalização (em anexo) g) O Crédito Presumido de IPI enquadrase como receita para fins de incidência das contribuições PIS. Destarte, foi acrescido ao cálculo da contribuição ao PIS o valor do credito/presumido de IPI. Em sua manifestação de inconformidade a contribuinte traz as seguintes alegações, segundo resumo elaborado pelo Acórdão recorrido que transcrevo: a) "Razão não assiste à Nobre Fiscalização pelo que pelas razões expendidas a seguir há que ser desconstituído o crédito suplementar pretendido, senão, preliminarmente reconhecida sua nulidade ante a violação do devido processo legal e normas procedimentais peculiares à constituição de glosas sobre insumos contabilizados na quantificação do créditopresumido de IPI, usado em analogia ao crédito de PIS/PASEP nãocumulativo, e benefícios congêneres'"; b) "Com base na Planilha Demonstrativa de Créditos formulada pela própria fiscalização referente ao processo em discussão, constatase divergência entre o valor glosado de R$1.252.547,26 (hum milhão, duzentos e cinqüenta e dois mil, quinhentos e quarenta e sete reais e vinte e seis centavos) e o valor constante na Planilha de R$ 321.295,94 (trezentos e vinte e um mil, duzentos e noventa e cinco reais e noventa e quatro centavos), razão pela qual pugna a contribuinte, preliminarmente, pela RETIFICAÇÃO DO DESP/ch DECISÓRIO SEFIS/DRF/BEL N° 386/2012. POIS DIVERGE DOS PRÓPRIOS CÁLCULOS FORMULADOS PELA I. FISCALIZAÇÃO, sob pena de incorrer a mesma em CERCEAMENTO DE DEFESA." c) Quanto ao IPI recuperável referente a aquisições no mercado interno manifestase a requerente da seguinte forma: "a contribuinte ratifica o entendimento já apresentado de que o mesmo enquadrarseia como receita para fins de incidência das contribuições de PIS e COFINS, tal crédito representaria entrada de benefício econômico recebido/a receber, com aumento do patrimônio líquido e a contrapartida de tal beneficio (ativo), para que não transitasse em contas de resultado (receita), dependeria de expressa previsão legal."; d) "...conforme a decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região, acima transcrita, a ALBRAS está desobrigada a recolher a contribuição do PIS/PASEP com a ampliação da base de cálculo da Lei n° 9.718 de 1998. Cumpre destacar inclusive que esta própria delegacia da Receita Federal, em cumprimento à decisão judicial acima, vem anulando Autos de Infração, como o presente, onde se questiona pretendida tributação das "receitas financeiras" geradas por variações cambiais em face de PIS/PASEP, conforme se observa na decisão proferida no PAF n° 10208.006.163/2002.21 (documento em anexo)."; Fl. 853DF CARF MF 4 e) "Nada obstante ao que está explicado acima que já é causa suficiente para anular a presente autuação, por mero exercício da faculdade de argumentação, a requerente vem argumentar o seguinte:" e.l) "Face à majoração das alíquotas tanto da COFINS, quanto do PIS/Pasep, a própria legislação permitiu aos contribuintes a fruição de um sistema de desconto de créditos pertinentes a determinadas despesas e custos da sociedade empresária. Exatamente em meio a essas despesas e custos que geram os créditos, dedutíveis da base apuratória, no vertente caso, do PIS/Pasep, estão os desembolsos da requerente com bens e serviços utilizados como insumos em seu processo produtivo, energia elétrica, aluguéis, bens do ativo imobilizado e afins, inclusive as despesas financeiras e aplicações financeiras. Desta forma, inviável é a tributação de receitas financeiras, mesmo em face a Lei 10.637, a qual foi indevidamente realizada pela I. fiscalização. O próprio Conselho de Contribuintes não admite de há muito que Contribuições Sociais que oneram o faturamento, como é o caso da Contribuição a COFINS, recaiam sobre "receitas" de aplicação financeira, exatamente porque não estão compreendidas no conceito de faturamento. Mesmo antes da aludida decisão do Supremo Tribunal Federal, o Conselho de Contribuintes somente admitia a repercussão das variações cambiais sobre a base apuratória das contribuições sociais, quando houvesse efeito direto no produto da venda:" Cita decisões; e.2) "É cristalino o impacto direto das decisões do STF sobre o lançamento suplementar ora objurgado, uma vez que com a decisão do Supremo, retirase o subsídio fundamental do mesmo a base de cálculo do PIS/PASEP de sorte que jamais poderia a postulante ter sido autuada com fundamento em uma base de cálculo inconstitucional receita bruta, como receitas financeiras."; e.3) "Por derradeiro, quanto à tributação dos ganhos de variação cambial nos empréstim s contraídos no exterior, há inúmeros precedentes também do STJ no sentido de que há isenção em face da COFINS e PIS PASEP, senão determinando que apenas a variação final apurada quando da liquidação da operação de empréstimo é que pode ser efetivamente tributada, entendimento este abaixo transcrito'". Cita decisões e.4) "As contribuições para o PIS/PASEP, inclusive sob a égide do regime da incidência nãocumulativa, tal como se trata no vertente caso, mantémse com a base apuratória, consoante a emenda Constitucional 20/1998, correspondente à totalidade das receitas amealhadas pela sociedade empresária malgrado o enquadramento contábil que lhe seja atribuído pela mesma. É o que consagra, aliás os arts. 1°, §§1° e 2° d a Lei 10.637, de 2002."; e.5) "A questão central, portanto, para a análise do Despacho Decisório presentemente impugnado é a possibilidade ao lume do ordenamento vigente, de que os valores dos serviços e produtos adquiridos pela postulante para aplicação/consumo direto em seu processo produtivo da alumina, são ou não repetíveis via créditos sobre as bases de cálculo do mesmo PIS/PASEP. Ponto fundamental, portanto, em razão das glosas perpetradas pelo I. Fiscal, é o da definição e amplitude conceitual dispensadas aos insumos que gerariam o crédito das Contribuições ao PIS/PASEP nãocumulativo, e que seriam os bens e serviços que seriam utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, abrangendo mas não se restringindo ao universo das matérias primas, produtos intermediários, material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em Fl. 854DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 4 5 fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto destinado à venda."; e.6) "O fato é que a D. autoridade fazendária, glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e manutenção de material refratário. Ora, com toda a necessidade de que o insumo material refratário seja empregado de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte do item em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não pode ser recusado enquanto serviço creditável. e.7) A instrução normativa SRF n° 457/2004 veiculo a facultatividade do cálculo do crédito insculpido na aludida lei ordinária, observada a periodicidade de 4 (quatro) anos, ou seja 1/48 meses sobre o valor da aquisição do bem destinado ao ativo imobilizado da pessoa jurídica . É ver o art. 1° da aludida IN, incisos I e II, §§ 1 ° e 2°. Ocorre que a lei 11.196/2005, o Decreto 5789/2006, e o Decreto 5988/2006 , previram que sociedades empresárias, beneficiárias de incentivos da SUDAM poderiam optar por uma periodicidade diferenciada, de 1/12 (um e doze avos) para os equipamentos descritos no Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para empresas Exportadoras RECAP. A Lei 11196, de 21 de novembro de 2005, que institui o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação REPES, o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras RECAP e o Programa de Inclusão Digital; dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica, prevê em seus art. 13 e 14. O decreto 5789/2006, que dispõe sobre os bens amparados pelo Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras RECAP, na forma do art. 16 da Lei n 11.196, de 21 de novembro de 2005, preceitua, [sic] A querela reside, pois, no fato de que a I. fiscalização, injustificadamente, glosou não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizandose ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 (um e doze avos) sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data venia, desmantela a pretensão esposada pela I. Autoridade Fazendária, é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais crédito automaticamente, de modo que pelas especificidades da impugnante, evidente que a conduta apontada no Despacho Decisorio seria, como é impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da N. Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, s em observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. Logo não há como se vislumbrar infringência da requerente à Lei 11488/2007, que criara o Regime Especial de Incentivos par a o Desenvolvimento da InfraEstrutura REIDI; reduzindo para 24 (vinte e quatro) meses o prazo mínimo para utilização dos créditos da Contribuição para o PIS/Pasep decorrentes da aquisição de edificações; ampliando o prazo p a r a pagamento de impostos e contribuições, em seus arts. 6o e estipulando o termo inicial de vigência em seu art. 4 1. Fl. 855DF CARF MF 6 e.8) "Aduzse do Relatório de Diligência Fiscal, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito nãocumulativo de PIS/PASEP caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo, e a rigor, segundo a legislação regente da não cumulatividade para o PIS, não há diversidade de tratamento de vez gue seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não cumulativo. Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito não cumulativo de PIS/COFINS relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de PIS/COFINS nãocumulativa, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapore s alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Examinandose o arquétipo legal bem se vê que não pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional." Em face de tais alegações, requer que: 1) que seja anulada a glosa em razão da decisão transitada em julgado, proferida pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região no Processo Judicial 1999.39.00.003461.5. Em caráter argumentativo: 2) preliminarmente, que seja RETIFICADO o montante glosado no despacho decisório SEFIS/DRF/BEL N° 387/2012 de R$ 546.622,32 (quinhentos e quarenta e seis reais, seiscentos e vinte e dois reais e trinta e dois centavos) pois que INCOMPATÍVEL com o valor de R$ 383.010,18 (trezentos e oitenta e três mil, dez reais e dezoito centavos) constante na Planilha DACON, com posterior ciência à contribuinte. Em caráter argumentativo: 3) sejam acolhidas as razões constantes da presente Manifestação de Inconformidade por este Ilustre Órgão, para o fim de desconstituir as glosas Fl. 856DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 5 7 objeto do Despacho Decisório constante no Processo n° 10280.722.777/201144, homologadas no DESPACHO DECISÓRIO SEFIS/DRJ/BEL N° 387/2012 no valor de R$ 546.622,32 (quinhentos e quarenta e seis reais, seiscentos e vinte e dois reais e trinta e dois centavos) e o aproveitamento dos créditos lançados nos pedidos de compensação do 4o trimestre de 2004a advindos da não cumulatividade da COFINS, sob pena de violação frontal art. 195, §12, da Constituição Federal, ao § 1o do art. 6o , da Lei N° 10.833/2003, art. 100 da Lei 5.172/1966 (CTN), arts. 13 e 14, da Lei 11.196/2005, art. Ldo Decreto 5789/2006, arts. 1o,, 2° e 3° do Decreto 5988/2006, art. 6o e 41 da Lei 11.488/2007, art. 8o , inciso I, alínea b e § 4°, Inc. II, alíneas a e b, da IN/SRF n° 404, de 12 de março de 2004, art. 1o incisos I e II, §§1° e 2o da IN/SRF 457/2004, ao lado da farta Doutrina e Jurisprudência colacionadas ao longo da presente, sendo esta pois a medida de pleno Direito. Os respeitáveis Julgadores da 3ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém não acolheram a preliminar, por meio da qual a contribuinte solicitava a retificação do despacho decisório sob pena de incorrer em cerceamento de defesa. eles concluíram que não havia a divergência suscitada pela contribuinte. Além disso, declararam como não impugnadas pelo fato de que a contribuinte não contestou as seguintes matérias da decisão fiscal: (i) glosa do IPI recuperável relativo às entradas no mercado interno, incluído no valor de aquisição dos bens; ; (ii) inclusão na base de cálculo do PIS/Pasep os valores de crédito presumido do IPI, por se enquadrarem como receita; (iii) inclusão na base de cálculo respectiva o valor do IPI incidente na venda de alumínio primário, os quais foram (novamente) subtraídos das Receitas de Vendas no Mercado Interno, embora o contribuinte já houvesse efetuado anteriormente tais exclusões (memória de cálculo das contas 4102 e 4103); e (iv) erros identificados nos DACONs transmitidos, os quais não informaram ou informaram incorretamente valores objeto de compensação em DCOMP para alguns meses do AC 2004, gerando saldo de créditos indevidos de um mês para os seguintes. Eles ainda entenderam que a decisão judicial invocada pela contribuinte para definir como inconstitucional a inclusão de receitas financeiras na base de cálculo das contribuições não poderia ser considerada nos autos por que a contribuinte não trouxera certidão de pé ou cópia das decisões judiciais, e os processos administrativos informados não constam da base de dados da Receita Federal ou do COMPROT. As matérias, então, que comporiam o contraditório seriam: (v) glosas dos valores referentes a Refratários e à Manutenção de Cubas, por corresponderem a bens do ativo imobilizado; (vi) inclusão dos valores lançados a crédito (receitas financeiras) de contas de despesa financeira identificadas nas contas dos grupos 3401, 3402 e 3406; (vii) inclusão na base de cálculo respectiva as operações de hedge/opções (contas 4303), bem como as transações controladas nas contas de receita do grupo 4304 Os Julgadores a quo consideraram improcedente a manifestação de inconformidade, adotaram as razões das glosas fiscais e do despacho decisório, e decidiram pelo não reconhecimento do direito creditório submetido ao contraditório. O Acórdão n.º 01 25872, proferido em 29/01/2013, ficou assim ementado: Fl. 857DF CARF MF 8 Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. São improfícuos os julgados judiciais e administrativos trazidos pelo sujeito passivo, por lhes falecer eficácia normativa, na forma do artigo 100, II, do Código Tributário Nacional. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE VALIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos normativos. A legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. PIS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. Na sistemática não cumulativa, o PIS incide sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, nelas incluídas as receitas operacionais e não operacionais, inclusive receitas financeiras, uma vez que inexiste dispositivo legal que possibilite suas exclusões da base de cálculo respectiva. PIS. CRÉDITOS. INSUMOS. No cálculo do PIS não cumulativo somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens ou serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços. PROVAS. INFORMAÇÕES PRESTADAS PELO CONTRIBUINTE. Inatacável o procedimento fiscal baseado em informações prestadas pelo próprio contribuinte no decorrer da auditoria. Ineficaz a contestação de tais informações, na impugnação, sem a reunião e apresentação de um conjunto probatório capaz de infirmar os dados originais. Manifestação de inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte ingressou com recurso voluntário, por meio do qual repisou os argumentos anteriormente apresentados. O processo chegou a este Tribunal Administrativo e na sessão de 26 de fevereiro de 2015 este Colegiado converteu o julgamento em diligência para o atendimento da seguinte demanda: Tecidas estas considerações se faz indispensável analisar o conteúdo do objeto social da Recorrente para se verificar se os insumos aqui discutidos são considerados indispensáveis para a formação do produto final. Outro ponto a observar no caso em comento é o entendimento já esposado em julgamento anterior da mesma empresa, (Processo n. 10280.722246/200937, 4a Câmara da 2a Turma Ordinária) onde se decidiu que a Autoridade Fiscal e a Delegacia de Julgamento partiram da premissa de que, para serem considerados insumos, os itens devem ser aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação do bem, tendo sido glosado tudo aquilo que não se submeteram a tal regra. Deste modo, aproveito tal julgado, o qual será reproduzido abaixo, para requerer análise conclusiva por parte da unidade de origem sobre as características de Fl. 858DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 6 9 cada um dos "insumos" glosados e o seu entendimento sobre a relação com o processo produtivo da Recorrente, especialmente após a análise do recurso voluntário ora apresentado e dos objetivos da empresa mencionados em seu contrato social. Vejamos a decisão mencionada: "..Ao meu sentir, o conceito utilizado de insumo utilizado pelo Legislador na apuração de créditos a serem descontados da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa.. Por isso, entendo que em todo processo administrativo que envolver créditos referentes a não cumulatividade do PIS ou da Cofins, deve ser analisado cada item relacionado como "insumos" e o seu envolvimento no processo produtivo, para então definir a possibilidade de aproveitamento do crédito. Retornando aos autos, para uma decisão justa e precisa, necessito que a Unidade de Origem emita um parecer conclusivo acerca da relação de inerência entre os dispêndios realizados a título de transporte e coprocessamento de rejeito gasto de cubas RGC, de beneficiamento de banho eletrolítico, de processamento de borra de alumínio e refratários e o transporte de rejeitos industriais, e a realização da produção industrial do recorrente em face da eventual inexistência desses gastos. Necessito, outrossim, que sejam identificas as máquinas, os equipamentos e as edificações do parque industrial do recorrente e seus os respectivos custos. Da conclusão da diligência deve ser dada ciência à contribuinte, abrindolhe O prazo de trinta dias para, querendo, pronunciarse sobre o feito. Após todos os procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. É como voto. Sala das Sessões, em 27/11/2007. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO. " Ante o exposto, voto por converter o presente julgamento em diligência para que seja descrita a função, forma de utilização dos produtos, análise conclusiva sobre as características e relação dos insumos com o processo produtivo, forma de desgaste do produto no processo produtivo. Após a emissão de relatório circunstanciado pela SRF e manifestação do contribuinte em 30 dias para que se manifeste sobre o relatório. Angela Sartori Relator Em atendimento à solicitação do CARF, a autoridade fiscal e a de administração prestaram as seguintes informações: Em atendimento ao relato da eminente conselheira da 4a Câmara 1a Turma Ordinária do CARF, Angela Sartori, fl. 241 do presente processo, que em seu voto pede o retorno do mesmo a sua origem para realização de diligência no sentido de relatar conclusivamente o que segue: (i) Descrever a função, forma de utilização dos produtos, análise conclusiva sobre as características e relação dos insumos com o processo produtivo; (ii) Forma de desgaste do produto no processo produtivo. 2. DA DILIGÊNCIA Fl. 859DF CARF MF 10 2.1 No que tange ao item (i) entendemos que o mesmo está prejudicado, visto que os bens objeto da glosa não dão direito ao crédito do PIS e da COFINS pelo fato de não serem aplicados diretamente no processo produtivo, tampouco consumido na produção dos produtos destinados a venda. 2.2, No que concerne ao item(ü), (forma de desgaste do produto no processo produtivo). Os produtos objeto de glosas foram: refratários e manutenção de cubas, tais produtos tem prazo de vida útil superior a um ano. Logo não podem ser considerados como insumos. Destaquese que os dispêndios com materiais refratários destinados à manutenção de fornos industriais estão excluídos do direito ao crédito presumido, é o que se infere da letra do Parecer Normativo CST n° 260/71 (D.O.U) de 06/05/71. Apesar de intimada, a contribuinte não se manifestou tempestivamente a respeito do resultado desta diligência. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo o recurso e atendidos mos demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós um contraditório que discute, basicamente, as glosas dos dispêndios com aquisição (a) de bens considerados insumos pela contribuinte, (b) da inclusão na base de cálculo das contribuições das receitas financeiras, das variações cambiais positivas de empréstimos obtidos no exterior e das receitas de operações de hedge. 1ª parte: sobre as glosas A contribuinte rebate o conceito de insumo adotado pela autoridade fiscal e pelos julgadores de 1º piso. A meu ver, há a necessidade de apreciarmos esta matéria como pressuposto e fundamento das glosas. Por essa razão, antes de adentrarmos ao mérito propriamente dito, passo a expor a este Colegiado, com a máxima brevidade, o entendimento a que pude chegar as este respeito. Considerações preliminares para o conceito de insumo ao caso O sentido de não cumulatividade para o PIS e para a COFINS e a lógica básica para sua apuração Fl. 860DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 7 11 A Constituição Federal, em seu artigo 195, estabeleceu contribuições incidentes sobre as receitas ou faturamento do empregador, da empresa ou de entidade equiparada na forma da lei, cuja arrecadação desse tributo se constituiria em recursos a serem destinados a financiar a seguridade social. Ela, em seu § 12, atribuiu ao legislador ordinário a competência para a criação e o disciplinamento do regime de não cumulatividade dessas contribuições. A Constituição Federal cria a incidência desses tributos sobre a receita ou a faturamento. Mas, são as Leis n.º 10.637, de 2002, e n.º 10.833, de 2003 que trazem elementos para definir as hipóteses de incidência e as de exclusão ou isenção. Além disso, essas leis, regulam o PIS e a COFINS e pretendem vir ao encontro daquela previsão constitucional de um regime de não cumulatividade. Nesse sentido, elas trazem as regras para a determinação do valor devido dessas contribuições, e, para tanto, prevêem que o cálculo considere a redução por créditos apurados para fatores que concorreram para a obtenção dessa receita ou faturamento. A regra da não cumulatividade estatuída pelo inciso II, § 3º do artigo 153 da CF/1988 para o IPI não corresponde ao regime de não cumulatividade previsto pelo § 12 do artigo 195 da mesma CF. E mesmo as regras das Leis acima citadas, que se apresentam como sob o manto desse regime de não cumulatividade, não correspondem à lógica e regime previsto para o IPI. Mas o uso da mesma expressão pareceme pode causar confusão para os iniciantes da matéria. Por isso propugno seja o regime de não cumulatividade do PIS e da COFINS considerado um regime próprio e distinto daquele reservado ao IPI. Para disciplinar o creditamento, que abate o valor devido, essas leis informam e disciplinam o creditamento para, por dedução ou abatimento, se determinar o valor devido dessas contribuições. O creditamento assim estabelecido pretende atender ao regime de não cumulatividade previsto na Constituição Federal e criado através das Leis aqui citadas. E, até o momento, este é um ponto central em minha compreensão a respeito dessa matéria: 1. a materialidade desse tributo está na receita tributável; 2. a materialidade da não cumulatividade está na relação de dependência da receita tributável para com a ocorrência do fator previsto em lei qual seja, corresponda à uma das hipóteses dos §§ e incisos do artigo 3º da Lei em tela; 3. logo, o direito de creditamento está reservado para os fatores em que esteja demonstrado ser ele necessário para a geração da receita tributável. Apesar de mal traçadas, essas breves considerações representam, a meu ver, a lógica da não cumulatividade do PIS e da COFINS expressa na leitura conjugada dos artigos dessas Leis. Não faz sentido que se possa gerar creditamento a partir da ocorrência de fatores que não tenham relação de causação ou de concorrência para com a geração da receita a ser tributada. Contradiz essa lógica ler os incisos e §§ do artigo 3º desconectados dos demais artigos da mesma Lei, principalmente os artigos 1º e 2º. Pressupostos para interpretar e identificar os insumos para o creditamento do PIS e da COFINS: Fl. 861DF CARF MF 12 Além dessas considerações gerais, ainda preciso me aproximar de outro aspecto central da matéria: a referência a insumo constante nessas leis. Grande controvérsia se instalou a respeito desse creditamento, especialmente quanto ao inciso II, que traz o seguinte texto: II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Principalmente os debates se centram na definição de insumos para efeito dessa regra. Os estudiosos sintetizam relatando a existência de três correntes de interpretação e decisão: 1. a primeira que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do IPI, e constantes nas Instruções Normativas da Receita Federal que tratam do PIS e da COFINS, e circunscrevem insumos a matérias primas, produtos intermediário e material de embalagem; 2. a segunda que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do Imposto de Renda, e identificam e separam os custos e despesas das operações e os custos e despesas não operacionais; insumos seriam toda e qualquer custo ou despesa operacional da pessoa jurídica; 3. a terceira que entende que o PIS e a COFINS deve se pautar por conceitos e definições próprias, que acaba por se afastar da visão estreita da primeira e, também, da visão alargada da segunda. As duas primeiras perspectivas, (1º) para se tratar insumos no PIS e na COFINS a partir da legislação do IPI, malgrado ser a esposada pela Receita Federal em suas normativas, e (2ª) a que se alinha com a legislação do Imposto de Renda, vêm sendo questionadas recorrentemente. Decisões proferidas nas altas cortes administrativas vêm assentando o entendimento da 3ª perspectiva, de que o PIS e a COFINS demandam critérios próprios. Dentre essa decisões destaco o bem fundamentado voto do Ilmo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres na Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão n.º 930301.035: A questão que se apresenta a debate diz respeito à possibilidade ou não de se apropriar como crédito de Pis/Pasep dos valores relativos a custos com combustíveis, lubrificantes e com a remoção de resíduos industriais. O deslinde está em se definir o alcance do termo insumo, trazido no inciso II do art. 3º da Lei 10.637/2002. A Secretaria da Receita Federal do Brasil estendeu o alcance do termo insumo, previsto na legislação do IPI (o conceito trazido no Parecer Normativo CST n° 65/79), para o PIS/Pasep e a para a Cofins não cumulativos. A meu sentir, o alcance dado ao termo insumo, pela legislação do IPI não é o mesmo que foi dado pela legislação dessas contribuições. No âmbito desse imposto, o conceito de insumo restringese ao de matériaprima, produto intermediário e de material de embalagem, já na seara das contribuições, houve um alargamento, que inclui até prestação de serviços, o que demonstra que o conceito de insumo aplicado na legislação do IPI não tem o mesmo alcance do aplicado nessas contribuições. Neste ponto, socorrome dos sempre precisos ensinamentos do Conselheiro Julio César Alves Ramos, em minuta de voto referente ao Processo n° 13974.000199/2003 61, que, com as honras costumeiras, transcrevo excerto linhas abaixo: Fl. 862DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 8 13 Destarte, aplicada a legislação do ao caso concreto, tudo o que restaria seria a confirmação da decisão recorrida. Isso a meu ver, porém, não basta. É que, definitivamente, não considero que se deva adotar o conceito de industrialização aplicável ao IPI, assim como tampouco considero assimilável a restritiva noção de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem lá prevista para o estabelecimento do conceito de ‘insumos’ aqui referido. A primeira e mais óbvia razão está na completa ausência de remissão àquela legislação na Lei 10.637. Em segundo lugar, ao usar a expressão ‘insumos’, claramente estava o legislador do PIS ampliando aquele conceito, tanto que ai incluiu ‘serviços’, de nenhum modo enquadráveis como matérias primas, produtos intermediários ou material de embalagem. Ora, uma simples leitura do artigo 3º da Lei 10.637/2002 é suficiente para verificar que o legislador não restringiu a apropriação de créditos de Pis/Pasep aos parâmetros adotados no creditamento de IPI. No inciso II desse artigo, como asseverou o insigne conselheiro, o legislador incluiu no conceito de insumos os serviços contratados pela pessoa jurídica. Esse dispositivo legal também considerou como insumo combustíveis e lubrificantes, o que, no âmbito do IPI, seria um verdadeiro sacrilégio. Mas as diferenças não param aí, nos incisos seguintes, permitiuse o creditamento de aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa, máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado etc. Isso denota que o legislador não quis restringir o creditamento do Pis/Pasep as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagens (alcance de insumos na legislação do IPI) utilizados, diretamente, na produção industrial, ao contrario, ampliou de modo a considerar insumos como sendo os gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada. Vejamos o dispositivo citado: [...] As condições para fruição dos créditos acima mencionados encontramse reguladas nos parágrafos desse artigo. Voltando ao caso dos autos, os gastos com aquisição de combustíveis e com lubrificantes, junto à pessoa jurídica domiciliada no pais, bem como as despesas havidas com a remoção de resíduos industriais, pagas a pessoa jurídica nacional prestadora de serviços, geram direito a créditos de Pis/Pasep, nos termos do art. 3º transcrito linhas acima. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional.. Por causa dessas considerações que entendo: (a) não se poder limitar o creditamento aos conceitos e critério advindos da legislação do IPI. Os insumos não se limitam às matérias primas, aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem, e não se limitam à avaliação pela aplicação do critério de consumo/desgaste físico. Essa limitação não encontra sustentação no que dispôs a Constituição Federal e as Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003 sobre a matéria; (b) não se pode acriticamente transpor para o creditamento do PIS e da COFINS os conceitos e regras da legislação do Imposto de Renda, pois, além de serem de materialidades distintas, essa legislação não se destina a tratar a hipótese de incidência do tributo contemplando a unidade de análise representada pela relação "insumo processoproduto/serviço destinados a venda", como é o caso do PIS e da COFINS. A meu ver, essas duas leis informam que dão direito a crédito os bens e serviços, utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção de bens ou serviços Fl. 863DF CARF MF 14 destinados a venda. Quando designam insumos, tenho como certo que se referem a fatores de produção, os fatores necessários para que os serviços possam estar em condições de serem prestados ou para que os bens e produtos possam ser obtidos em condições de serem destinados a venda. E quando afirmam que são os utilizados na prestação de serviços e na produção, depreendo que: são os utilizados na ação de prestar serviços ou na ação de produzir ou na ação de fabricar. Para se decidir que um bem ou serviço possa gerar crédito com relação a determinada receita tributada, há que se perquirir em que medida esse bem ou serviço é fator necessário para a prestação do serviço ou para o processo de produção do produto ou bem destinado a venda, e geradores, em última instância, da receita tributada. A meu sentir, não é o caso de restringir a que o bem ou serviço tenha sido utilizado como insumo do próprio produto a ser vendido ou do próprio serviço; ou que ele seja adstrito pelo principio do contato físico, ou do desgaste ou transformação. Embora o serviço prestado ou o produto vendido seja o alfa da obtenção da receita a ser tributada, a lei indica que o bem ou o serviço utilizado como insumo alcança a atividade de prestação do serviço ou a atividade de produção, direta ou indiretamente quanto ao produto vendido. Essa visão conjuga o "processo" e o "produto/serviço resultante do processo". Mas esses processos devem estar inequivocamente ligados ao serviço prestado ou ligados ao produto vendido. Para se justificar o creditamento, não basta demonstrar que os bens e serviços concorreram para o processo de produção, ou de fabricação, ou de prestação do serviço, mas é necessário em adição demonstrar para qual produto ou serviço aqueles fatores de produção ou insumos concorreram. Concluídas essas considerações introdutórias, sintome em condições de propor passar à análise das questões de mérito. Da glosa dos bens utilizados como insumos A recorrente é uma empresa industrial que apresenta como sua finalidade e atividade de empreendimento a produção de alumínio e de bens primários dele compostos, e a venda desses produtos. Da análise do exposto acima, considero "insumos", para fins de desconto de créditos na apuração da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nãocumulativos, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, aplicados ou consumidos no processo de produção do qual resultam, principalmente, bens destinados ao comércio, ou para serem usadas em novo processo de transformação, ou para serem usados nos processos de prestação de serviços, ou para serem usados no processo de revenda, observados os limites e as condições dadas pela lei. Também entendo que o termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tãosomente, como aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica, efetivamente sejam aplicados ou consumidos nesses processos. E, ainda, em se tratando de aquisição de bens, como regra geral, estes não poderão estar incluídos no ativo imobilizado da empresa. Entretanto, esta regra geral não é aplicada quando se verifica que os bens serão consumidos em função do processo produtivo ou da sucessão de ciclos produtivos em um tempo excepcionalmente menor quando comparado com o tempo normal de vida útil e de depreciação dos bens imobilizados. Nessa situação, resolvida caso a caso, em face a diversidade de possibilidades de tipos de processos produtivos, poderá ser justificável que, ao invés da forma de apropriação da depreciação Fl. 864DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 9 15 (acelerada ou não) dos bens ativados para fins de apuração de crédito, se adote o próprio dispêndio com a aquisição dos bens, considerandoos como insumos ao processo de produção (ex.: instrumentos de medição de temperatura que são consumidos em um ou poucos mais ciclos de produção). Mas os dispositivos legais que estabelecem o PIS e a COFINS não invocaram a legislação do IPI ou do IRPJ para subsidiar a determinação do direito de creditamento. Por todas essas considerações feitas, proponho que não deve prevalecer a motivação da autoridade fiscal quando ela aplica apenas os conceitos da legislação do IPI para justificar as glosas. Nesse sentido, as possibilidades para se caracterizar insumos não se limitam a: · quando se tratar de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, bens esses que efetivamente compõem ou se agregam ao bem final da etapa de industrialização; · quando se tratar de outros bens quaisquer, os quais não se agregam ao bem final, desde que sofram alterações, como desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em industrialização. · aos bens obtidos por processo industrial. No caso em discussão neste processo, há que se identificar que despesas e custos se referem aos fatores que se ligam comprovadamente ao processo de produção, de prestação de serviços e de revenda. As informações presentes neste processo, a meu ver, permitem que formemos convicção a esse respeito. Créditos tomados sobre aquisição de bens e serviços considerados sem amparo legal pela autoridade fiscal: A autoridade fiscal identificou que a contribuinte tomou créditos sobre aquisição de bens e serviços sem amparo na legislação. Em suas palavras: Foram glosados os valores descritos como itens Refratários, os quais são utilizados como material refratário de bens integrantes do ativo imobilizado, não caracterizados como gastos de manutenção do diaadia, uma vez que a reposição se dá a intervalos superiores a um ano. Também valores referentes à Manutenção de Cubas, semelhante à situação dos refratários, foram glosados.Tratamse de dispêndios relevantes e recuperáveis por meio das operações normais da empresa, pertinentes a serviços contratados de terceiros para a manutenção de cubas integrantes de bens do ativo imobilizado, não caracterizados como gasto de manutenção do diaadia, uma vez que tais serviços, conjuntamente com a substituição dos refratários, são efetivados a intervalos superiores a um ano. Os julgadores de 1º piso adotaram o mesmo entendimento da autoridade fiscal e esclareceram sua posição com os seguintes argumentos: Fl. 865DF CARF MF 16 Alega a interessada que houve glosa indevida de créditos nãocumulativos referentes a Refratários e à Manutenção de Cubas, e que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo, e que não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. No cálculo não cumulativo, somente podem ser descontados créditos relativos às operações listadas no art. 3° da Lei n° 10.637, de 2002, para o PIS/Pasep, sendo que, quanto a insumos, o conceito destes vinculase a que os bens ou serviços sejam aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços. A simples leitura do Parecer Normativo CST n° 65/1979 contradita a equivocada interpretação de que, desde que não façam parte do ativo permanente, todos os insumos consumidos na industrialização poderiam ser considerados matériasprimas e produtos intermediários com fins de gerar o respectivo direito ao crédito. Não é essa a correta exegese do Parecer, pois, de forma oposta, no universo de insumos consumidos ou utilizados na produção, certo é que nem todos exibirão a natureza de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem. Assim, geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários "strictosensu" e material de embalagem que se integram ao produto final, quaisquer outros bens desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente que se consumam por decorrência de um contato direto, ou melhor dizendo, que sofram, em função de ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação ou, viceversa, proveniente de ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, alterações ntais como desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, ficando excluídos os produtos: (a) que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização; (b) incorporados às instalações industriais, as partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização; (c) empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos. Em síntese, o termo "insumo", possui conceito jurídico, e não contábil ou econômico. No que diz respeito às glosas procedidas pela unidade de origem, constatase as mesmas referemse a refratários e serviço de manutenção destes. Ora, como já se afirmou, para fins de apuração da PIS devida pelo regime não cumulativo, a pessoa jurídica poderá descontar somente os créditos calculados sobre os valores de insumos, assim entendidos os bens ou serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços, não correspondendo a este conceito serviços de terceiros que não foram aplicados diretamente na produção. Também não se podem considerar insumos serviços de manutenção em refratários, notadamente porque sequer os bens em referência encontramse circunscritos ao conceito de insumo. Nesse mesmo sentido, o Parecer Normativo n° 181/1974, dispõe em seu item 13: Fl. 866DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 10 17 "13 Por outro lado, ressalvados os casos de incentivos expressamente previstos em lei, não geram direito ao crédito do imposto os produtos incorporados às instalações industriais, as partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização, bem como os produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos, inclusive lubrificantes e combustíveis necessários ao seu acionamento. Entre outros, são produtos dessa natureza: limas, rebolos, lâmina de serra, mandris, brocas, tijolos refratários usados em fornos de fusão de metais, tintas e lubrificantes empregados na manutenção de máquinas e equipamentos etc."(grifouse) Notese que também o Parecer Normativo CST n° 260/71 (D.O.U. de 06/05/71), cuja ementa segue transcrita, prescreve de forma expressa que produtos compostos por materiais refratários, destinados à manutenção de fornos industriais, estão excluídos do direito ao crédito presumido: "Substâncias refratárias adquiridas por usinas siderúrgicas e destinadas à construção ou reparo (manutenção) dos fornos e demais instalações. Não constituindo matéria prima ou produto intermediário, estão excluídas do direito ao crédito previsto no inciso I, art 30, do RIPI (Decreto n° 61.524/67)" (grifouse) Desta feita, verificase que o despacho decisório recorrido não merece reparo. Vimos, no relatório deste voto, os argumento da contribuinte, por que ela defende a correção do seu procedimento e a legitimidade dos créditos peticionados, razão por que não os repito aqui. Após a apresentação desses argumentos aos senhores Conselheiros, creio que reunimos condições para analisar e decidir cada um dos itens desse contraditório. Sobre os refratários e assemelhados. O processo traz informações que nos permitem visualizar o processo e a estruturação da produção da contribuinte, as unidades da seqüência de produção, as etapas do processo e a inserção de alguns dos bens identificados nas glosas. A autoridade fiscal indica no termo da autuação as glosas relacionadas a bens desse tipo refratário e considerados insumos pela contribuinte. Nesse tipo provavelmente há gastos com aquisição de: tijolos refratários, fitas de sintagem, ferro gusa, barras em aço carbono, ferro fósforo, granalha em aço carbono, pasta de socagem, argamassa refratária, barilha em pó e feltro agulhado. Tendo em conta as informações a respeito desse processo de produção de alumínio e de domínio público nas enciclopédias e obras técnicas, pareceme evidente a natureza eletroquímica do processo de produção do alumínio, na etapa de redução. Considero relevante se ter em mente essa natureza ao se analisar processos de produção. Isso fica mais claro quando comparamos entre tipos. Por exemplo, o processo de montagem de veículos automotores (predominantemente acoplamento de partes), ou o processo de confecção de Fl. 867DF CARF MF 18 vestuários, ou o processo de produção de tecidos. Nenhum desses pode ser caracterizado como eletro químico. Na identificação dos elementos que compõe o processo, em sua estruturação e dinâmica, há os insumos, os equipamentos, os instrumentos de controle, produtos intermediários, resíduos, partes, etc. Quando comparados entre si, é possível que haja diferenças nas hipóteses de classificação e de ocorrência desses elementos em cada tipo de processo de produção. Com esta aproximação, pretendo justificar que se tenha em mente as peculiaridades de cada caso para se concluir sobre a procedência ou não da visão defendida pelas partes da lide. Não me delongando mais e indo direto ao caso, não há discordância de que esses produtos refratários compõe a atividade nuclear da etapa de redução no processo de produção do alumínio. A sua função nesta etapa direciona e potencializa os efeitos térmicos e eletro químicos, e que implicam em severo desgaste. A princípio, o esforço de analisar esse tipo de produto pode ser restringir a tentar enquadrálo em uma ou na outra categoria, como se elas fossem excludentes: ou ele é insumo, ou ele é ativo imobilizado. Mas, a meu ver, as características funcionais desse tipo no processo de produção desafia a lógica de classificação simples e dicotômica. De um lado, o seu tempo de vida aponta que ele deveria ser ativado como parte do imobilizado, mas, paradoxalmente e por outro ângulo, sua função nos permite perceber que eles não se confundem com equipamentos e máquinas, nem se confundem com insumos tais como a bauxita usados no processo de produção para serem transformados em ou comporem o produto final. Por isso, até o momento, tenho que eles se constituem em produtos mediadores do processo de produção, um tipo que pode ser considerado hibrido entre o insumo e o bem ativado, indispensável ao processo e nele consumido, não para constituir o produto final, mas para viabilizar diretamente a sua obtenção. Vejamos que esses bens efetivamente integram o processo de produção. Segundo pude depreender, nem a autoridade fiscal disso discorda. Ela não aceitou que fossem considerado insumos, mas não se posicionou contrária quanto serem eles aproveitados por meio da depreciação após sua incorporação ao ativo. De qualquer forma, seja como insumo, seja como bem tratado como ativo imobilizado, para um bem assim integrante do processo de produção o direito de crédito é previsto na Lei, mudando apenas a forma de aproveitálo. A interpretação da lei que disciplina a matéria deve ser vista integradamente, considerando os vários dispositivos e a sua finalidade. É o que identifico nos princípios estabelecidos pela Lei .9.784, de 1999, especialmente os da razoabilidade, da economicidade e da responsabilidade por decidir da autoridade administrativa. A materialidade de que tais bens refratários, mediadores no processo de produção, e neles consumidos severamente, distanciaos dos outros tipos de máquinas e equipamentos usados, são justificativas para que se supere a formalidade da classificação como insumos, e se chegue a reconhecer o direito ao crédito, nos termos do inciso III do § 1º c/c o § 4º, ambos do artigo 3º da Lei da contribuição social em comento . Por isso, considerando os princípios que regem os atos da administração pública, é que proponho a este colegiado seja dado provimento ao recurso voluntário quanto a estes itens, para atender sua argumentação de que a glosa seja superada e que o direito ao crédito seja aceito e se dê na forma de apuração como ativo imobilizado com depreciação acelerada. Fl. 868DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 11 19 Há uma glosa irmã desta que se refere aos serviços de transporte desses refratários e das cubas onde estão esses refratários, bem como aos serviços de manutenção. Esses serviços se dão dentro do escopo de um processo de produção. Sua finalidade é alocar o material e as cubas entre as unidades de redução e as unidades de manutenção. Por isso, entendo que esses transportes e as manutenções desses tipos de bens são serviços necessários ao processo de produção, e proponho ao colegiado que os gastos respectivos possam dar direito a crédito nos termos definidos no inciso II do artigo 3º da Lei da contribuição social em análise. Sobre a inclusão na base de tributação de receitas financeiras, variação cambial ativa e receitas de operações de hedge: A recorrente argumenta que é indevida a inclusão na base de tributação do PIS e da COFINS das receitas financeiras, das variações cambiais ativas e das receitas advindas de operações de hedge, e que ela conflita com a decisão proferida pelo STF que considerou inconstitucional o disposto no § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998, que pretendeu alargar o conceito de receita para fins da incidência dessas contribuições sociais. Cita jurisprudência e decisões e doutrinadores. Que essas receitas não se confundem com faturamento ou com receitas operacionais, significados mais consoante o admitido pela decisão do Supremo, com efeitos erga omnes. Além disso, no caso das variações cambiais, a contribuinte sublinha que haveria uma contradição ao se exigir a inclusão das variações cambiais ativas na base de tributação, como se receitas fossem, mas, por outro lado, o fisco não admitindo que se pudesse usar também as variações cambiais passivas para abater na apuração do devido e dos créditos. Analisemos primeiramente a alegação de que a decretação judicial de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718, de 1998, beneficia a contribuinte nesta matéria. A meu ver a razão não a socorre, pois este parágrafo foi revogado em 2009. Estamos a tratar de receitas auferidas em 2004 analisadas pela autoridade fiscal em 2009, e que não adota como fundamento aquele parágrafo, nem o sentido que ele propunha ao ordenamento jurídico. A decisão do Supremo não alcançou o artigo 9º da Lei 9.718, de 1998. Recuperemos como a autoridade fiscal caracterizou o fato, no termo e informação fiscal: Com efeito, a partir do AC 1999, as variações monetárias ativas e passivas recebem o tratamento de receitas e despesas financeiras, respectivamente, e a partir do AC 2000, as variações monetárias serão consideradas na base de cálculo do PIS e da COFINS quando da liquidação da operação (regime de caixa), ou, opcionalmente, pelo regime de competência. A empresa sob diligência optou por tributar as variações monetárias pelo regime de competência (mensal) e, sob esta circunstância, descontou créditos de despesas financeiras referentes a empréstimos /financiamentos obtidos de pessoas jurídicas domiciliadas o País. Nos meses em que houve inversão de posição financeira da moeda nacional (valorização) em relação à moeda estrangeira, efetuou lançamentos a crédito da respectiva conta (p.ex., 340604 / VC NACC), por entender estar diante de situação Fl. 869DF CARF MF 20 que caracterizaria redução de despesa financeira. Mesmo procedimento foi adotado em relação às variações monetárias sujeitas a índices ou coeficientes Afièx., 340608 / VM BNDES). 7 Tal procedimento contábil não teve maiores reflexos no cálculo das contribuições devidas, pois, o saldo credor das contas de despesas financeiras (código 34) que a empresa utilizou como base para o cálculo dos créditos foram oferecidos à tributação no DACON, sob o título "Ajustes Negativos de Créditos" [PIS (FICHA 04 / LINHA 27) / COFINS (FICHA 06 LINHA 27)]. Por outro lado, afastada a hipótese de retificação de lançamento, cabe ressaltar que redução de despesa financeira é receita financeira, haja vista que as variações monetárias somente podem ser. ativas ou passivas. Adotado por opção o regime de competência, ou seja, renunciandose à regra geral (caixa), a partir da contabilização do direito de crédito/obrigação do contribuinte em função da taxa de câmbio ou de índice ou coeficiente, apurase mensalmente ganho ou perda, considerados por expressa disposição legal receita ou despesa financeira, respectivamente, sendo àquela tributável, por estar abrangida no conceito de faturamento, base de cálculo da contribuição para o PIS e COFINS, conforme definição da Lei n° 10.637/02 e da Lei n° 10.833/03, verbis: ... Nesse diapasão, as receitas financeiras decorrentes de operações realizadas com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior são tributáveis, sendo que as despesas financeiras não dão direito a créditos [Lei n° 10.637/02, art. 1 o , art. 3o , V (redação original) e § 3o , II, c/c a Lei n° 10.833/03, art. 1 o , art. 3o , V (redação original) e § 3o , II]. Tal sistemática vigorou até o advento do Decreto n° 5.164/04, o qual reduziu a zero a alíquota incidente sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime nãocumulativo da referida contribuição, com vigência para os fatos geradores a partir de 02/08/2004, exclusive quanto às operações de Hedge e Juros sobre o Capital Próprio. Sob este aspecto, o contribuinte deixou de incluir no DACON valores lançados a crédito (receitas financeiras) de contas de despesa financeira identificadas nas contas dos grupos 3401, 3402 e 3406 . Os valores apurados e acrescidos ao cálculo das contribuições constam da planilha em anexo, extraídos com base nos balancetes mensais disponibilizados pela empresa (em anexo). 5 Quanto às operações de "Hedge/Opções" identificadas sob as contas de receita do grupo 4303, bem como, as transações controladas nas contas de receita do grupo 4304, a empresa aproveitou indevidamente no DACON [PIS (FICHA 05 / LINHAS 09 e 24) / COFINS (FICHA 07 / LINHAS 09 E 24)] os lançamentos a débito de tais contas. Ainda que corretamente não tenham sido considerados para fins de descontar créditos, por representarem despesas financeiras de contratos celebrados com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, conforme resposta do contribuinte ao Termo de Intimação e Solicitação de Esclarecimentos (em anexo), foram subtraídos das receitas financeiras, em afronta ao permissivo legal referente às deduções na base de cálculo das contribuições, admitidas de forma exaustiva, a teor do art. 1 o , § 3o , da Lei n° 10.637/02, e art. 1 o , § 3o , da Lei n) 10.833/OB, verbis: A meu ver, não há reparos a fazer no entendimento da autoridade fiscal, nem no dos Julgadores de 1º piso. As leis que estabelecem e disciplinam essas contribuições sociais são precisas ao informarem que a incidência se dá sobre a totalidade das receitas auferidas, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Nessa definição devem ser incluídas as receitas advindas de operações de hedge, as variações cambiais e as receitas de operações financeiras. Como bem demonstrou a decisão de 1º piso, esse significado é confirmado quando se lê o Decreto n.º 5.442/2005 que, a partir de 2005, reduziu a zero as Fl. 870DF CARF MF Processo nº 10280.722255/200928 Acórdão n.º 3401003.262 S3C4T1 Fl. 12 21 alíquotas do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras, excepcionando as receitas financeiras advindas de hedge. Por isso, proponho a este Colegiado não seja dado provimento ao recurso voluntário neste item a partir dessas argumentações. Sobre o erro no despacho decisório A contribuinte repisa que há incompatibilidade entre o valor cobrado no despacho decisório e o valor calculado na planilha demonstrativa da autoridade fiscal, o primeiro indeferindo R$ 1.252.547,26 e a segunda totalizando R$ 321.295,94. Entendo que não há s suposta incompatibilidade, ou incongruência. Recordemos que o Pedido de Ressarcimento (PER) originário apresentado pela contribuinte afirmava possuir um saldo credor de R$ 1.252.547,26, saldo esse obtido após a dedução dos valores descontados nos próprios meses e após os valores aproveitados em compensações (DCOMPS). A autoridade administrativa concluiu que não existe esse saldo credor. De fato, após os descontos nos próprios meses, o saldo disponível é insuficiente para atender integralmente as compensações (DCOMPS) vinculadas a esse PER (pedido de ressarcimento). A diferença desses débitos não compensados pela falta de saldo credo somou R$ 321.295,94. Quer dizer que as Declarações de Compensação não poderiam serem homologadas integralmente. E mais, quer dizer que, após esses descontos e compensações, nada restaria para servir de ressarcimento ao final para a contribuinte. Portanto, está correto que o despacho decisório indefira o valor total do pedido de ressarcimento, pois nenhum valor ficou disponível para esse fim. Sendo assim, proponho a este Colegiado não da provimento a esta alegação do recurso voluntário. Sobre a decisão judicial transitada em julgado, invocada pela contribuinte, em ação em que é a autora: A recorrente alega a nulidade da glosa em razão da decisão transitada em julgado proferida pelo Eg TRF 1ª no processo 1999.39.00.0034615 da inexistência de recolhimento a menor da contribuição no 4º trimestre de 2004 da impossibilidade que se proceda à tributação de receitas financeiras, ainda que advindas de operações de hedge, aplicações financeiras, empréstimos. Ocorre que a contribuinte informa que há essa decisão, mas não traz aos autos administrativos qualquer documento ou ato que reproduza o teor do decidido, ou mesmo cópia da sua petição. Agindo dessa forma, a contribuinte deixa de demonstrar o que alega. Faço notar que os julgadores de 1º piso expressaram a mesma decisão e posicionamento, mas mesmo assim, a contribuinte em seu recurso voluntário deixa de instruílo com as provas dessa decisão transitada em julgado. Fl. 871DF CARF MF 22 Sendo assim, proponho a este colegiado não dar provimento ao recurso voluntário nesta matéria a partir dessa argumentação. Concluindo, proponho seja dado parcial provimento ao recurso voluntário para reverter integralmente todas as glosas referentes aos elementos aqui classificados como refratários, seus gastos, incluindo os serviços de transporte. movimentação e manutenção. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 872DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13005.000359/2005-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. ERRO FORMAL NO PEDIDO. JUSTIFICATIVA. EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE.
Demandado o ressarcimento de Contribuição para o PIS/PASEP, bem assim sua compensação, a existência de erro formal no pedido não obsta o direito de crédito, se atendidas duas condições cumulativas: (a) seja justificado documentalmente que os créditos já eram contemplados no pedido efetuado (pois se nele não estavam contemplados tratar-se-ia de novo pedido); e (b) a unidade preparadora ateste a existência e a disponibilidade dos valores indicados como crédito.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
COMPENSAÇÃO. REQUISITO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
É requisito necessário à compensação a comprovação, pelo postulante, da certeza e da liquidez do crédito utilizado.
Numero da decisão: 3401-003.202
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. ERRO FORMAL NO PEDIDO. JUSTIFICATIVA. EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Demandado o ressarcimento de Contribuição para o PIS/PASEP, bem assim sua compensação, a existência de erro formal no pedido não obsta o direito de crédito, se atendidas duas condições cumulativas: (a) seja justificado documentalmente que os créditos já eram contemplados no pedido efetuado (pois se nele não estavam contemplados tratar-se-ia de novo pedido); e (b) a unidade preparadora ateste a existência e a disponibilidade dos valores indicados como crédito. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. É requisito necessário à compensação a comprovação, pelo postulante, da certeza e da liquidez do crédito utilizado.
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RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. ERRO FORMAL NO PEDIDO. JUSTIFICATIVA. EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Demandado o ressarcimento de Contribuição para o PIS/PASEP, bem assim sua compensação, a existência de erro formal no pedido não obsta o direito de crédito, se atendidas duas condições cumulativas: (a) seja justificado documentalmente que os créditos já eram contemplados no pedido efetuado (pois se nele não estavam contemplados tratarseia de novo pedido); e (b) a unidade preparadora ateste a existência e a disponibilidade dos valores indicados como crédito. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITO. CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. É requisito necessário à compensação a comprovação, pelo postulante, da certeza e da liquidez do crédito utilizado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 03 59 /2 00 5- 00 Fl. 228DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 2 ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre diversas Declarações de Compensação (DCOMP) de fls 4 a 55, com a retificação de fl. 461, utilizando crédito de R$ 332.734,73, apurado mês de março de 2005, decorrente de Contribuição para o PIS/PASEP mercado externo § 1o do artigo 5o da Lei no 10.637/2002. Encontramse ainda DACON às fls. 57 a 64. No Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 65 a 74, narrase que: (a) a empresa, produtora de fumo, e fortemente exportadora, apura saldos de créditos da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS; (b) anteriormente a 2006, era facultada a compensação com outros tributos sem solicitação prévia de ressarcimento de saldos trimestrais de créditos das contribuições vinculados à exportação, como fazia a empresa; (c) parte das compensações de 2005 lastrearamse em créditos apurados e acumulados em períodos anteriores ao anocalendário de 2005; (d) as glosas de créditos das contribuições foram efetuadas mediante lavratura de autos de infração sem exigência de crédito tributário; (e) no Relatório da Ação Fiscal (RAF), são detalhadas e fundamentadas as glosas, apurandose de ofício a nova sequência de saldos de créditos mensais das contribuições vinculados à exportação, disponíveis para compensação, apontandose ainda os períodos para os quais houve compensação indevida; (f) por razão de economia processual, a documentação que embasa as glosas de créditos efetuadas se encontra no processo administrativo no 13005.001272/200975, referente a autuação de COFINS com exigência de crédito tributário; (g) as glosas de créditos das contribuições conduziram à redução de saldos disponíveis para compensação, gerando compensações indevidas e auto de infração de COFINS com exigência de crédito tributário; e (h) foram reconhecidos créditos da Contribuição para o PIS/PASEP para o 1o trimestre de 2005 no valor de R$ 193.006,52, com glosa de R$ 7.739,19 (fl. 74). Às fls. 75 a 78 consta Auto de Infração relativo à COFINS dos quatro trimestres de 2005 e dos dois primeiros trimestres de 2006, lavrado em 25/01/2010, tratando dos processos administrativos no 13005.001058/200595, no 13005.000553/200587, no 13005.000593/200618 e no 13005.000589/200641. E, às fls. 79 a 82, consta auto de infração de Contribuição para o PIS/PASEP, dos quatro trimestres de 2005, vinculados aos processos administrativos no 13005.000359/200500 (o presente processo) e no 13005.000696/200599. Com base no Parecer DRF/SCS no 3/2010 (fls. 84/85), relativo a todos os processos citados, o Despacho Decisório de 01/03/2010 (fl. 87) reconhece crédito de Contribuição para o PIS/PASEP para o 1o trimestre de 2005 no valor de R$ 193.006,52, com glosa de R$ 139.728,21, homologando as compensações até o limite do crédito reconhecido. Cientificada do despacho decisório em 09/03/2010 (fl. 91), a empresa apresenta manifestação de inconformidade em 25/03/2010 (fls. 92 a 95), sustentando, basicamente, que: (a) os créditos de Contribuição para o PIS/PASEP para o 1o trimestre de 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 229DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13005.000359/200500 Acórdão n.º 3401003.202 S3C4T1 Fl. 229 3 2005 eram decorrentes de saldos de 2004 (R$ 238.010,33), e créditos apurados no trimestre (R$ 208.332,42), subtraídos de créditos compensados e saldos de créditos do mercado interno, resultando em R$ 332.755,91; (b) foi efetuada compensação de R$ 144.098,65 invocando o crédito, tendo a fiscalização entendido que deveria haver glosa de R$ 7.739,19, reconstituindo o saldo credor disponível para compensação, que passou a ser de R$ 325.016,72 em 31/03/2005; e (c) inexplicavelmente, o despacho decisório, em vez de reconhecer tal montante, isto é, o montante resultante após a glosa fiscal, reconheceu o direito de crédito somente dos créditos havidos no 1o trimestre de 2005 (R$ 193.006,52), sem agregar o valor oriundo dos créditos acumulados em 2004, pelo que acabou glosando a importância de R$ 139.728,21 sem motivação. Não havendo inconformidade em relação à parcela de R$ 7.739,19, a autoridade local informa que esta quantia não contestada foi apartada para o processo administrativo no 13005.000512/201058 (fl. 137). Em 28/04/2011 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 138 a 145), no qual se decide unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos: (a) a utilização de saldo de créditos de meses anteriores em um procedimento de compensação era faculdade do contribuinte, não podendo a autoridade fiscal incluir tais créditos de ofício em uma DCOMP que versou apenas sobre créditos de um período de apuração específico, no caso, março de 2005 (1o trimestre daquele ano); (b) a forma de repetição tem a ver com a natureza dos créditos apurados e com o período em que foram gerados; e (c) créditos extemporâneos devem compor pedidos de ressarcimento/compensação específicos. Cientificada da decisão da DRJ em 17/05/2011 (fl. 149), a empresa apresentou Recurso Voluntário em 09/06/2011 (fls. 150 a 157), afirmando que em seus pedidos já informava créditos referentes a saldo de período anteriores, reiterando a argumentação exposta em sua manifestação de inconformidade, de que houve consideração apenas dos créditos do 1o trimestre de 2005, sem motivação para o afastamento do saldo acumulado de períodos anteriores. Adiciona ainda que: (a) a DRJ inovou na fundamentação para a negativa de crédito, com razões sequer suscitadas no despacho decisório; (b) o direito de utilizar todo o saldo credor está bastante claro no artigo 16 da Lei no 11.116/2005, e no artigo 21, § 4o, I da IN SRF no 460/2004; e (c) o presente processo não trata de "inclusão de créditos de ofício" ou "necessidade de segregação dos créditos por período de apuração", como entendeu o julgador de piso. Em 21/08/2012, por meio da Resolução no 3301000.156 (fls. 183 a 188), o julgamento foi convertido em diligência pela Primeira Turma da Terceira Câmara da Terceira Seção do CARF, por maioria, para que a unidade local verificasse na escrituração contábil e fiscal da contribuinte a liquidez e certeza do crédito financeiro declarado pela recorrente relativo aos meses anteriores a março de 2005, bem como eventual utilização por desconto ou ressarcimento/compensação em outros períodos. No Termo de Diligência Fiscal de fls. 192 a 194, a fiscalização informa que: (a) o procedimento fiscal referente à análise em comento verificou somente os créditos do 1o trimestre de 2005 ao 2o trimestre de 2006, constantes do TVF que embasou o despacho decisório; (b) como não foi requerida análise dos créditos de períodos anteriores, estes não foram reconhecidos, por não fazerem parte daquele procedimento fiscal; e (c) com a conversão Fl. 230DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 4 em diligência, passouse a verificar tais valores, chegandose ao saldo devedor de R$ 12.273,20, em 31/12/2004. Cientificada do Termo de Diligência Fiscal em 11/03/2014 (fl. 194), a empresa se manifesta em 04/04/2014 (fls. 200 a 214), dispondo que: (a) a fiscalização não se limitou a apurar os créditos da contribuição no 4o trimestre de 2004, estendendo a verificação a todo o período de 2003 e 2004, inclusive no que se refere a outras DCOMP do período; (b) que no período de julho a setembro de 2003, a empresa utilizou saldo credor de Contribuição para o PIS/PASEP para compensar com saldo devedor de COFINS, mas posteriormente verificou (em auditoria interna) que deveria ter informado a compensação em DCOMP, tendo recolhido espontaneamente, em março de 2004, o valor de R$ 34.165,73, correspondente a multa e juros referentes a entrega em atraso dos pedidos de compensação referentes a julho a setembro de 2003, no processo no 13005.000287/200410, originando a diferença detectada pela fiscalização; (c) em relação às glosas, a empresa: (c1) acata a referente a "serviços utilizados como insumos", de R$ 13.916,22; (c2) a requerente utilizou o método do rateio proporcional, com base na proporção da receita bruta auferida, para apuração dos créditos, mas a fiscalização entendeu que deveria ser excluído do rateio proporcional a parcela correspondente aos "bens adquiridos para revenda", reconstituindo o saldo credor disponível, excluindo a parcela correspondente do mercado externo, e incluindo (acrescentando) no mercado interno, aproximandose de uma apropriação direta, em oposição ao que recomendavam as ajudas do "programa DACON" daqueles períodos (2003 e 2004), e à jurisprudência do CARF (v.g., Acórdão no 340100.982); (c3) o valor de R$ 34.165,73, referente ao citado atraso na entrega de DCOMP, decorre de compensação do débito apurado com multa e juros referente ao pagamento em atraso com saldo credor disponível de COFINS, e deve ser reincluído ao saldo credor disponível; e (c4) pelo exposto, entende a recorrente ser o saldo credor disponível em 31/12/2004 de R$ 224.094,11, tendo a empresa compensado a maior o valor de R$ 4.131,33. Pede, por fim, que seja integralmente reconhecido crédito no montante de R$ 311.100,50, homologandose as compensações declaradas, reconhecendo que houve compensação a maior de R$ 4.131,33. Em 09/12/2015 o processo foi distribuído a este relator, por sorteio (fl. 227). O processo foi pautado para as sessões de maio, de junho e de julho de 2016, sendo retirado de pauta, em todas as ocasiões, por motivo de falta de tempo para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Os aspectos fáticos, no presente processo, são pouco controversos. As DCOMP apresentadas tratam de créditos da Contribuição para o PIS/PASEP, indicando a recorrente como mês e ano da apuração do crédito "março/2005", e como valor total do crédito R$ 332.734,73. É desse valor que vão sendo, nos sucessivos pedidos, deduzidos os valores a serem compensados. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13005.000359/200500 Acórdão n.º 3401003.202 S3C4T1 Fl. 230 5 A fiscalização, de fato, analisou somente o primeiro trimestre de 2005, concentrandose no pedido da empresa. Daí ter concluído que o crédito apurado no período era de R$ 193.006,52. E disso não parece discordar a recorrente, que havia informado crédito de R$ 200.745,71, e sequer questionou a diferença de R$ 7.739,19, sendo incontroversa a matéria. Mas vejase que, no pedido (fl. 2), apesar da indicação do mês e ano da apuração do crédito ser "março/2005", o valor de crédito demandado de Contribuição para o PIS/PASEP não foi de R$ 200.745,71, mas de R$ 332.734,73, a serem usados na DCOMP inicial, no valor de R$ 188.636,08: No TVF que ampara o parecer da unidade local, que, por sua vez, fundamenta o Despacho Decisório, partese de um saldo de crédito do mercado externo, anterior a janeiro/2005, no valor de R$ 132.010,20 (fl. 68): Fl. 232DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 6 Tal saldo, de R$ 132.010,20, é somado aos créditos apurados no mês de janeiro, resultando no saldo a transpor para o mês seguinte, no qual novamente é somado com os créditos apurados em fevereiro, resultando no saldo a transpor para o mês de março, e assim por diante, como se mostra no quadro a seguir, elaborado a partir das tabelas de fls. 68 a 73: Mês Saldo de crédito do mês anterior (R$) Apurado no mês (+) (R$) Utilizado em compensações no mês () (R$) janeiro/2015 132.010,20 19.970,11 fevereiro/2015 151.980,31 72.019,28 março/2015 223999,59 101.017,13 abril/2015 325.016,72 38627,51 maio/2015 363.644,22 108.283,14 155.706,40 junho/2015 316.220,97 66.371,05 252.028,33 julho/2015 130.923,68 17.933,51 agosto/2015 148.857,19 16.071,97 150.025,88 setembro/2015 14.903,28 5.171,96 20.075,24 Percebase, no quadro, que somandose os valores apurados em janeiro (R$ 19.970,11), fevereiro (R$ 72.019,28) e março de 2005 (R$ 101.017,13), chegase exatamente aos R$ 193.006,52 reconhecidos pelo fisco. E, somandose o valor reconhecido às glosas, de R$ 7.739,19, chegase ao valor pleiteado: R$ 200.745,71. Ocorre que, como vimos, o valor pleiteado foi de R$ 332.734,73. A diferença, de R$ 131.989,02, corresponde, aproximadamente, ao saldo de crédito do mercado externo, anterior a janeiro/2005, no valor de R$ 132.010,20. Aqui fazemos uma pausa para duas observações. A primeira, de que assiste razão da alegação da empresa de que os créditos referentes ao 4o trimestre de 2004 sequer foram analisados. Aliás, isso é isso é também incontroverso, pois a própria fiscalização o admite expressamente. A segunda, de que a fiscalização, apesar de não considerar os saldos de créditos nas compensações em análise neste processo, o que, como visto, é consensual, não os Fl. 233DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13005.000359/200500 Acórdão n.º 3401003.202 S3C4T1 Fl. 231 7 excluiu, nem os negou, mas simplesmente os transferiu para períodos seguintes, como se percebe facilmente das tabelas de fls. 68 a 73, e, mais nitidamente, do quadro aqui inserido. O saldo de R$ 132.010,20, após ser somado com os créditos apurados nos meses, e subtraído das compensações efetuadas, resultou, em setembro de 2005, em R$ 14.903,28. Ou seja, o saldo foi totalmente reconhecido e utilizado, mas em outra compensações. Assim, tanto o TVF quanto o parecer que ampara o Despacho Decisório propõem tão somente uma glosa de R$ 7.739,19, à qual a recorrente não se opõe especificamente. Ocorre que o texto do despacho decisório, diferentemente de seus fundamentos, afirma (fl. 87) que foi efetuada glosa de R$ 139.728,21, número sequer antes suscitado, e que equivale à soma do valor efetivamente glosado (R$ 7.739,19) com o saldo acumulado de 2004 que sequer foi analisado (R$ 132.010,20, para o fisco, ou R$ 131.989,02, para a empresa). Assim, ou o Despacho Decisório é contrário a seus fundamentos, que propuseram reconhecimento de R$ 193.006,52, glosa de R$ 7.739,19 e sequer analisaram o restante, ou foi descumprido, porque o valores de créditos "glosados" referentes a saldos foram utilizados em outras compensações. A nosso ver, nem um nem outro. Houve simples confusão terminológica no despacho decisório, que pareceu imaginar que a quantia que a empresa estava a pleitear (R$ 332.734,73) era integralmente derivada de 2005. Afinal de contas, até o despacho decisório não havia nenhuma menção expressa ao fato de o pedido incluir saldos credores de 2004. A confusão terminológica perpetrada no despacho decisório polui as discussões travadas daí para diante, no processo, que, a nosso ver, já não trata mais propriamente de existência de crédito, mas de possibilidade de alocação do crédito a compensações. Fossem, além dos saldos de 2004, demandados créditos de R$ 332.734,73, correto estaria o despacho decisório. Mas não é isso que ocorre nestes autos. O direito de crédito foi expressamente reconhecido em relação aos R$ 193.006,52, expressamente negado em relação a R$ 7.739,19 (sem contestação), e implicitamente tomado em conta no que se Fl. 234DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 8 refere aos R$ 131.989,02 pleiteados (aliás, mais do que isso, porque o fisco toma como saldo credor o valor de R$ 132.010,20), que o próprio TVF, embora reconheça não ter fiscalizado 2004, utilizou no cômputo nos saldos que culminaram em compensações subsequentes, como aqui demonstrado. Portanto, quando a DRJ alega a empresa deveria ter solicitado o crédito para o período correto, não está a, a nosso ver, a afirmar que o crédito de R$ 132.010,20 é inexistente, mas tão somente que a fiscalização, a partir do pedido efetuado, não concluiu (nem era obrigada a concluir) que deveria o pedido de março de 2005 abranger o saldo de 2004. Não vemos, ainda, inovação argumentativa na decisão da DRJ, mas apego e endosso à terminologia (ainda que inadequada) do Despacho Decisório, que entendeu como "glosada" parcela que sequer foi analisada. E também o recurso voluntário parece entender que houve negativa do direito de crédito, pois pede, ao final (fl. 157): Não percebe a recorrente que foram reconhecidos os R$ 325.016,72 que demanda, sendo R$ 193.006,52 utilizados em DCOMP que fazem parte do presente processo e R$ 132.010,20 levados para períodos seguintes como saldo, até serem utilizados em compensações. E o CARF, na primeira apreciação da matéria, determinou a conversão em diligência para que fossem verificadas na escrituração contábil e fiscal da contribuinte a liquidez e certeza do crédito declarado pela recorrente relativo aos meses anteriores a março de 2005, bem como eventual utilização por desconto ou ressarcimento/compensação em outros períodos. As razões para a conversão são nobres, e concordamos (ainda que parcialmente) com o voto que norteou a conversão em diligência, no sentido de que (fls. 186 a 188): "...ainda que se entenda que o mais adequado seria apresentar uma declaração de compensação para cada mês no qual se tenha apurado saldo credor, não há qualquer fundamento jurídico para desconsiderar o procedimento adotado pelo contribuinte, muito menos para proceder à glosa do saldo credor acumulado em 2004, uma vez que, em face do que prescrevia a IN SRF nº 460, era facultado ao contribuinte a utilização do saldo de créditos de meses anteriores em um mês de compensação. Por outro lado, também não procede o argumento da decisão recorrida no sentido de que a simples circunstância de a Fl. 235DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13005.000359/200500 Acórdão n.º 3401003.202 S3C4T1 Fl. 232 9 Recorrente ter preenchido as declarações de compensação indicando Março de 2005 no campo reservado para mês e ano de apuração do crédito, seria suficiente para não admitir as alegações da Manifestação de Inconformidade, no sentido de que o saldo de 31.03.2005 contempla créditos de meses anteriores. (...) Neste contexto verificase que, diferentemente do que defende a decisão recorrida, a vedação para utilizar em um único mês saldo credor acumulado de meses anteriores a um único trimestre calendário veio apenas com a IN SRF nº 600/06, a qual não se aplica ao presente processo, por se tratar de norma posterior. Postas essas razões jurídicas, ultrapasso o argumento da inadequação do procedimento adotado pelo contribuinte, para afastar as glosas fundamentadas exclusivamente no fato de se referirem a créditos relativos a meses anteriores a março de 2005. Tecido esses esclarecimentos e considerando o que dispõe o art. 18, I, Anexo II, da Portaria MF n° 256/08, o qual prevê a realização de diligências para suprir deficiências do processo, e para que esta decisão não implique supressão de instancia, proponho que se converta o julgamento deste Recurso Voluntário em diligência à repartição de origem, para que verifique na escrituração contábil e fiscal da contribuinte a liquidez e certeza do crédito financeiro declarado pela Recorrente relativo aos meses anteriores a março de 2005, bem como eventual utilização por desconto ou ressarcimento/compensação em outros períodos."(sic) (grifo nosso) Assim, o CARF entendeu a nosso ver, corretamente que a negativa de direito de crédito não pode ser ancorada na forma, caso exista certeza da existência e disponibilidade do crédito. Mas, ao perguntar sobre eventual utilização, pareceu ignorar os elementos que já constam no processo, que, como demonstramos, dão conta de que o crédito não só foi acolhido, mas utilizado em compensações. Na mesma linha, entendemos que caso seja demandado ressarcimento da contribuição, bem assim sua compensação, a existência de erro formal no pedido não obsta o direito de crédito, se atendidas duas condições cumulativas: (a) seja justificado documentalmente que os créditos já eram contemplados no pedido efetuado (pois se nele não estavam contemplados tratarseia de novo pedido); e (b) a unidade preparadora ateste a existência e a disponibilidade dos valores indicados como crédito. A primeira condição, a nosso ver, está atendida, pois é matematicamente perceptível e juridicamente possível que o pedido inicial (fl. 2) já contivesse o saldo acumulado de 2004. A diligência foi útil, assim, para verificação da segunda, no que se refere à existência (visto que a indisponibilidade parece já estar clara no processo). Fl. 236DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 10 Na diligência, a fiscalização não se limita a verificar os "meses anteriores a março de 2005", estendendo o procedimento aos anos de 2003 e 2004. A recorrente chega a se opor a tal data de corte, que, digase, não foi precisamente delimitada na conversão em diligência, mas, a nosso ver, nada obsta a opção justificada da fiscalização, que indica, à fl. 193, que os créditos originaramse em fevereiro de 2003, sendo acumulados, mês a mês a partir de então. Como resultado da diligência, a fiscalização informa que, à época, "preocupouse unicamente ao período solicitado no MPF no 10.1.11.002009001983 (1o tri/2005 ao 2o tri/2006) considerando na análise, como saldo inicial/anterior, ... PIS Mercado Externo o valor de R$ 132.010,20", mas que, ao apurar os anos de 2003/2004, chegou a um saldo negativo de créditos, em 31/12/2004, no valor de R$ 12.273,20. Diante do resultado da diligência, a empresa tece uma série de discussões afetas a outros processos, sobre o saldo acumulado em 31/12/2004, que, para os efeitos destes autos, só se prestam a dar conta da ausência da certeza e da liquidez do crédito postulado, no que se refere a tal parcela. Nesta etapa processual, o que se esperava era a prova definitiva da certeza e da liquidez do crédito, que, recordese, além de ser obrigação / ônus da postulante, é condição para a homologação da compensação. Pelo exposto, não se reconhece, no presente processo, o direito a compensar o saldo de R$ 132.010,20, por ausência dos requisitos de certeza e liquidez, ainda mais após o apurado no relatório de diligência. Advertese, contudo, que a presente decisão, adstrita ao caso concreto, não afeta outros processos nos quais eventualmente se tenha utilizado, à época, tal saldo, como parece ter exposto o TVF, e como nós entendemos e demonstramos em quadro específico, neste voto. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 237DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0
Numero do processo: 11610.002614/00-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1991 a 31/12/1994
PIS SEMESTRALIDADE. SUMULA CARF 15. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA.
A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.
RESTITUIÇÃO. PRAZO DE PRESCRIÇÃO.
Para a contribuinte pleitear a restituição ou a compensação consoante decisão do Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 566.621 (transitado em julgado em 27/02/2012), submetido a sistemática da repercussão geral, ficou pacificado que o prazo qüinqüenal estabelecido na Lei Complementar n.° 118/05 somente se aplica para os processos ajuizados a partir 09 de junho de 2005, e que antes dessa data se aplica a tese de que o prazo para repetição ou compensação é de dez anos contados de seu fato gerador.
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA.
É na data da ciência da decisão de não homologação que ela é aperfeiçoada para fins de concluir o pedido de compensação. Ultrapassado o prazo de cinco anos desde o pedido de compensação sem que a contribuinte não tenha sido intimado da decisão de não homologação, deve ser ele considerado homologado tacitamente.
COMPENSAÇÃO. CÁLCULO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA.
A partir da edição do Ato Declaratório PGFN n. 10/2008, entendo que é mandatório a aplicação nos pedidos de restituição/ compensação, em procedimento pela via administrativa, dos índices de atualização monetária (expurgos inflacionários) previstos na Resolução n.º 561 do Egrégio Conselho da Justiça Federal, inclusive de aplicação do entendimento do E STJ no REsp 1.112.524/DF julgado na sistemática do art. 543-C do CPC, com base no artigo 62-A do Regimento do CARF.
Numero da decisão: 3401-003.231
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso. Sustentou pela recorrente o advogado Renato Silveira, OAB/SP n.º 222.047.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1991 a 31/12/1994 PIS SEMESTRALIDADE. SUMULA CARF 15. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. RESTITUIÇÃO. PRAZO DE PRESCRIÇÃO. Para a contribuinte pleitear a restituição ou a compensação consoante decisão do Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 566.621 (transitado em julgado em 27/02/2012), submetido a sistemática da repercussão geral, ficou pacificado que o prazo qüinqüenal estabelecido na Lei Complementar n.° 118/05 somente se aplica para os processos ajuizados a partir 09 de junho de 2005, e que antes dessa data se aplica a tese de que o prazo para repetição ou compensação é de dez anos contados de seu fato gerador. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. É na data da ciência da decisão de não homologação que ela é aperfeiçoada para fins de concluir o pedido de compensação. Ultrapassado o prazo de cinco anos desde o pedido de compensação sem que a contribuinte não tenha sido intimado da decisão de não homologação, deve ser ele considerado homologado tacitamente. COMPENSAÇÃO. CÁLCULO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. A partir da edição do Ato Declaratório PGFN n. 10/2008, entendo que é mandatório a aplicação nos pedidos de restituição/ compensação, em procedimento pela via administrativa, dos índices de atualização monetária (expurgos inflacionários) previstos na Resolução n.º 561 do Egrégio Conselho da Justiça Federal, inclusive de aplicação do entendimento do E STJ no REsp 1.112.524/DF julgado na sistemática do art. 543-C do CPC, com base no artigo 62-A do Regimento do CARF.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1991 a 31/12/1994 PIS SEMESTRALIDADE. SUMULA CARF 15. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. RESTITUIÇÃO. PRAZO DE PRESCRIÇÃO. Para a contribuinte pleitear a restituição ou a compensação consoante decisão do Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 566.621 (transitado em julgado em 27/02/2012), submetido a sistemática da repercussão geral, ficou pacificado que o prazo qüinqüenal estabelecido na Lei Complementar n.° 118/05 somente se aplica para os processos ajuizados a partir 09 de junho de 2005, e que antes dessa data se aplica a tese de que o prazo para repetição ou compensação é de dez anos contados de seu fato gerador. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. É na data da ciência da decisão de não homologação que ela é aperfeiçoada para fins de concluir o pedido de compensação. Ultrapassado o prazo de cinco anos desde o pedido de compensação sem que a contribuinte não tenha sido intimado da decisão de não homologação, deve ser ele considerado homologado tacitamente. COMPENSAÇÃO. CÁLCULO. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA. A partir da edição do Ato Declaratório PGFN n. 10/2008, entendo que é mandatório a aplicação nos pedidos de restituição/ compensação, em procedimento pela via administrativa, dos índices de atualização monetária (expurgos inflacionários) previstos na Resolução n.º 561 do Egrégio Conselho da Justiça Federal, inclusive de aplicação do entendimento do E AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 26 14 /0 0- 65 Fl. 598DF CARF MF 2 STJ no REsp 1.112.524/DF julgado na sistemática do art. 543C do CPC, com base no artigo 62A do Regimento do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso. Sustentou pela recorrente o advogado Renato Silveira, OAB/SP n.º 222.047. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente). Relatório Trata o presente de pedido de restituição de PIS referente aos períodos de apuração de janeiro a dezembro de 1989, janeiro a abril de 1990, junho a dezembro de 1993, janeiro a dezembro de 1994 e janeiro a setembro de 1995. A esse pedido de restituição há vinculação de pedidos de compensação. A contribuinte alega seu direito à restituição pelo fato de ter havido pagamento indevido do PIS fundado na inconstitucionalidade dos decretosleis n.º 2.445/88 e 2.449/88 e na apuração da contribuição com base no faturamento do sexto mês anterior. A autoridade de administração de jurisdição local indeferiu o pedido de restituição com o seguinte fundamento: (a) o transcurso do prazo decadencial/prescrição de cinco anos (art. 168, I, do CTN; Ato Declaratório DRF n. 96/1999), excepcionando apenas o pagamento efetuado em 13/10/1995; (b) e que o prazo de seis meses para o recolhimento da contribuição, previsto na Lei Complementar n. 7/1970, foi alterado pela Lei n. 7.691/1988. Após a manifestação de inconformidade da contribuinte, a autoridade de administração de jurisdição local complementou seu despacho decisório para acrescer a não homologação dos pedidos de compensação vinculados ao pedido de restituição. O Colegiado de 1º piso, após apreciar a manifestação de inconformidade e demais atos e documentos que instruem o processo, decidiu deferir em parte da petição da contribuinte, definindo a procedência da base de cálculo do PIS pela semestralidade, sem correção monetária, mas mantendo o entendimento da ocorrência da decadência para parte dos períodos de apuração pleiteados pela contribuinte. O acórdão n. 1621.561, proferido em 25 de maio de 2009 pela respeitável 9ª Turma da 1ª Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (DRJ SPO I) ficou assim ementada: Fl. 599DF CARF MF Processo nº 11610.002614/0065 Acórdão n.º 3401003.231 S3C4T1 Fl. 3 3 DECADÊNCIA O direito de pleitear restituição de tributo ou contribuição pago a maior ou indevidamente extinguise com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da extinção do crédito tributário. observância da Lei Complementar n. 118, inclusive. PIS SEMESTRALIDADE. A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar n. 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. A contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual argumenta e pede: · preliminarmente o reconhecimento da prejudicialidade do fato da decisão de não homologar os pedidos de compensação apresentados em 13/07/2001, 14/09/2001 e 15/10/2001 não ter sido dada ciência á contribuinte, implicando em cerceamento do direito de defesa; · preliminarmente o reconhecimento de que a esses pedidos de compensação se deu a homologação tácita pelo decurso de mais de cinco anos entre a data do pedido de compensação e a ciência da decisão de não homologação; · inocorrência de preclusão para análise de matéria de ordem pública, no caso a homologação tácita e a decadência e a prescrição; · inocorrência da decadência do direito de pleitear a restituição; que a data a quo desse prazo deveria ser a da Resolução do Senado que declarou a inconstitucionalidade, e não a do pagamento indevido como adotou os julgadores de 1º piso ; cita jurisprudência; que não se aplica ao caso a Lei Complementar n. 118/2005; que o prazo seria de 10 anos, cinco mais cinco, considerando o dedicado à homologação tácita e o de autorização para a restituição; · que ao caso de aplica o que dispõe o artigo 1º do Decreto n. 20.910/1932 (princípio da Actio Nata), segundo o qual a ação surge com a pretensão, ou seja, o termo inicial do direito de agir corresponde ao momento em que pode ser exercida; no caso, não pode ser considerado prescrito ou decaído um direito que não poderia ter sido exercido perante a administração pública; a declaração de inconstitucionalidade corresponde ao fato originário da pretensão. É o relatório. Voto Fl. 600DF CARF MF 4 Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo o recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Preliminares Peço para apresentar, como preliminares, entendimentos que, a meu ver, alcançam o contraditório deste processo, são eles: (a) sobre a semestralidade e base de cálculo do PIS; (b) sobre o prazo decenal para se pedir restituição antes de 09/06/2005, e (c ) sobre a aplicação obrigatória dos índices dos expurgos inflacionários. Sobre o PIS e a base de cálculo: A meu ver, irretocável a decisão que reconhece o direito da requerente quanto à forma de apuração dos valores, pela definição de que a base de cálculo do PIS é o faturamento do sexto mês anterior (art. 6º da LC n. 7/1970). Nesse sentido, temos a Súmula CARF n. 15 que pacifica esse entendimento na esfera administrativa. Súmula CARF nº 15: A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Esta é matéria incontroversa, pois já definida jurisprudencialmente, e incide sobre o contraditório para estabelecer a solução ao caso. Proponho que esta matéria seja decretada por este Colegiado como decidida, nos termos da Súmula n. 15. Sobre o prazo para pedir restituição Ainda antes de adentrarmos à alegações da contribuinte e as razões da autoridade de administração de jurisdição local e dos julgadores a quo, outra matéria de ordem pública, acima do contraditório, se impõe à apreciação deste processo administrativo. Tratase de matéria que creio resolvida pelo STF por decisão com eficácia erga omnes. O prazo para a contribuinte pleitear a restituição ou a compensação consoante decisão do Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 566.621 (transitado em julgado em 27/02/2012), submetido a sistemática da repercussão geral, ficou pacificado que o prazo estabelecido na Lei Complementar n.° 118/05 somente se aplica para os processos ajuizados a partir 09 de junho de 2005, e que antes dessa data se aplica a tese de que o prazo para repetição ou compensação é de dez anos contados de seu fato gerador. O pedido de restituição deste processo foi protocolizado em 09/10/2000, antes de 09 de junho de 2005, data da inflexão definida pelo STF no RE 566.621. Assim, este pedido está albergado pelo prazo de 10 anos admitido para requerer restituição. A declaração de inconstitucionalidade dos Decretos lei n. 2.445/1988 e 2.449/1988 é datada de 09 de outubro de 1995 pela Resolução do Senado Federal n. 49. O pedido de restituição do contribuinte é de 09/10/2000, portanto, ele alcança os fatos geradores com pagamentos indevidos de tributo nos 10 anos que o antecedem, ou seja a partir de 09/10/1990. Fl. 601DF CARF MF Processo nº 11610.002614/0065 Acórdão n.º 3401003.231 S3C4T1 Fl. 4 5 Os períodos de apuração objeto do pedido de restituição abrangem janeiro de 1989 a abril de 1990 e de junho de 1993 a setembro de 1995. Portanto, a aplicação do prazo decenal impede o direito a reconhecer o pagamento indevido dos períodos de apuração de janeiro de 1989 a abril de 1990, mas possibilita quanto ao restantes períodos de apuração pleiteados. Proponho a este Colegiado a adoção deste entendimento como definidor do prazo fatal decadencial ou prescricional. Sobre a atualização dos valores pelos expurgos inflacionários: Trago à consideração dos Senhores Conselheiros mais um ponto. A partir da edição do Ato Declaratório PGFN n. 10/2008, entendo que é mandatório a aplicação nos pedidos de restituição/ compensação, em procedimento pela via administrativa, dos índices de atualização monetária (expurgos inflacionários) previstos na Resolução n.º 561 do Egrégio Conselho da Justiça Federal, inclusive de aplicação do entendimento do E STJ no REsp 1.112.524/DF julgado na sistemática do art. 543C do CPC, com base no artigo 62A do Regimento do CARF. Portanto, carece a verificação dos valores de direito creditório da adoção desses índices, nos termos aqui postos. Preliminar da contribuinte que pede nulidade da decisão administrativa pelo cerceamento de defesa Preliminarmente, a recorrente roga pelo reconhecimento da prejudicialidade do fato da decisão de não homologar os pedidos de compensação apresentados em 13/07/2001, 14/09/2001 e 15/10/2001 não ter sido dada ciência á contribuinte, implicando em cerceamento do direito de defesa. Como vimos anteriormente neste voto, nas considerações das preliminares que se debruçaram sobre matéria de ordem pública, De fato, a contribuinte não foi intimada da não homologação dos pedidos de compensação. Ela não pode exercer plenamente o contraditório e, assim, apresentar suas razões de defesa contra essa decisão. A meu ver, a situação se enquadra no que prevê o artigo 59 do Decreto n. 70.235, de 1972, o que, a priori, se imporia a nulidade da decisão da administração. Entretanto, como discutido e aprovado pelo Colegiado, a nulidade pode não ser declarada que a alternativa seria favorável à contribuinte. è o que dispõe o parágrafo 3º do artigo 59 dessa lei do processo administrativo. Vejamos: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; Fl. 602DF CARF MF 6 II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3° Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Medida Provisória nº 367, de 1993) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Como se pode verificar no exposto nas preliminares anteriores e como está argumentado e proposto pelo voto do relator, no mérito, o acórdão é favorável à contribuinte. Por essa base, proponho a este Colegiado que não seja acatada essa preliminar de cerceamento de defesa pelo fato de que a decisão de mérito lhe é favorável, nos termos do § 3º do art. 59 do Decreto 70.235, de 1972. MÉRITO Antes de adentrarmos no mérito, recomponho a cronologia dos fatos para facilitar, aos Senhores Conselheiros, a visualização das etapas e fatos do processo administrativo; 09/10/2000 protocolo do pedido de restituição; 13/07/2001 protocolo de pedido de compensação; 14/09/2001 protocolo de pedido de compensação; 15/10/2001 protocolo de pedido de compensação; 02/04/2002 despacho decisório indeferindo o pedido de restituição; 26/04/2002 intimação do despacho decisório para a contribuinte; 22/05/2002 protocolo da manifestação de inconformidade; 22/11/2005 despacho da DRJ para processo retornar à autoridade local para decidir os pedidos de compensação; 13/04/2006 despacho decisório confirmando o anterior e indeferindo e não homologando as compensações; 13/04/2006 intimação deste despacho decisório à contribuinte (mas não há provas de que ela tenha sido recebida); 18/02/2009 procurador da recorrente pede vista do processo; 27/05/2009 acórdão da DRJ acolhendo parcialmente a manifestação de inconformidade; 25/11/2010 intimação desse acórdão da DRJ à contribuinte; 23/12/2010 protocolo do recurso voluntário. Sobre a homologação tácita dos pedidos de compensação Fl. 603DF CARF MF Processo nº 11610.002614/0065 Acórdão n.º 3401003.231 S3C4T1 Fl. 5 7 A Lei n. 9.430, de 1996, estabeleceu regra para lidar com os pedidos de compensação apresentados antes de 2002, e também estabeleceu um prazo limite de cinco anos para a administração se manifestar a respeito da procedência de compensações declaradas pelo contribuinte. Lei n. 9430, de 1996: artigo 74 ....... (...) § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 5º A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 5o A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 135, de 2003) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) As normas advindas em 2002 foram efetivas para os processos e pedidos de compensação pendentes de decisão administrativas naquela ocasião, como foi a situação deste processo administrativo. Como se vê, o § 4º converteu em declaração de compensação os pedidos de compensação anteriores a 2002. No caso deste processo, os pedidos de compensação foram apresentados em 2001. Sendo assim, em 2002, eles foram convertidos em declaração de compensação para os efeitos da legislação que disciplina a matéria. A autoridade de administração proferiu seu despacho decisório de não homologação dos pedidos de compensação em 13 de abril de 2006 (fls. 166). Apesar de orientar para ser dada ciência à contribuinte por via de intimação, não consta dos autos registro de tal procedimento. A contribuinte tomou ciência da não homologação quando obteve visto deste processo em 18 de fevereiro de 2009 (fls. 421 Termo de Visto Processual). As normas emitidas pela Receita Federal esclareceram que é na data da ciência da decisão de não homologação que ela é aperfeiçoada para fins de concluir o pedido de compensação. Vejamos como consta da Instrução Normativa vigente à época dos fatos: IN SRF n. 600, de 2005 Art. 73. Considerase pendente de decisão administrativa, para fins do disposto nos arts. 57, 62 e 64, a Declaração de Compensação, o Pedido de Restituição ou o Pedido de Ressarcimento em relação ao qual ainda não tenha sido intimado o sujeito passivo do despacho decisório proferido pelo titular da DRF, Derat, Deinf, IRFClasse Especial ou ALF competente para decidir sobre a compensação, a restituição ou o ressarcimento Fl. 604DF CARF MF 8 Para o caso aqui sob análise, os pedidos de compensação foram protocolados em 2001 e a ciência da decisão se deu em 2009, ou seja, quando já passados mais de cinco anos de seu protocolo. A meu ver, não há dúvida de que esses pedidos de compensação foram alcançados pelo prazo legal da homologação tácita durante 2006, uma vez que a contribuinte não fora cientificada via intimação, como reza a norma infra legal, da posição de não homologação por parte da autoridade de jurisdição. Por estas razões proponho a este Colegiado seja reconhecido a homologação tácita dos pedidos de compensação apresentados em 2001 e tratados neste processo. Quanto às outras alegações da recorrente constas do resumo do relatório deste voto , foram elas analisadas nas preliminares com entendimento a ela favorável. Portanto, proponho a este colegiado seja dado provimento ao recurso voluntário para afastar as razões que motivaram o indeferimento do pedido de reconhecimento de direito creditório e dos pedidos de homologação, devendo se aplicar ao caso o que posto neste voto: a Súmula CARF 15, o prazo de dez anos para peticionar restituição de tributo, a atualização dos valores, e a homologação tácita dos pedidos de compensação ingressados em 2001. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 605DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.723154/2014-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012
EMBARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES.
Não podem ser acolhidos os Embargos que não logram demonstrar omissão, contradição ou obscuridade.
Numero da decisão: 3401-003.268
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos de declaração. Esteve presente ao julgamento o advogado Luiz Paulo Romano, OAB DF n.º 14.303.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012 EMBARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES. Não podem ser acolhidos os Embargos que não logram demonstrar omissão, contradição ou obscuridade.
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012 EMBARGOS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DAS ALEGAÇÕES. Não podem ser acolhidos os Embargos que não logram demonstrar omissão, contradição ou obscuridade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os Embargos de declaração. Esteve presente ao julgamento o advogado Luiz Paulo Romano, OAB DF n.º 14.303. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 31 54 /2 01 4- 05 Fl. 697DF CARF MF 2 Tratase de Embargos de Declaração interpostos pela contribuinte ao amparo do art. 65, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, em face do Acórdão nº 3401003.073, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 02/11/2009 a 30/05/2012 ERRO DE JULGAMENTO. NECESSIDADE DE REAPRECIAÇÃO. Nos casos em que se detecte que a instância de piso (DRJ) julgou equivocadamente tema distinto do constante na autuação ("erro de julgamento"), erro que se alastra por toda a compreensão dos tópicos a serem julgados, mister se faz nova apreciação da matéria naquele tribunal administrativo, sob pena de supressão de instância e cerceamento do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, dar provimento ao recurso de ofício para anular a decisão de primeira instância nos termos do voto vencedor, vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que dava provimento em maior extensão. Designado o Conselheiro Rosaldo Trevisan para redigir o voto vencedor. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Rosaldo Trevisan Redator Designado. Este processo tem por objeto autos de infração que exigem Imposto de Importação, multa de ofício (75% da diferença do tributo não pago), multa administrativa por declarar informação incorreta (1% do valor aduaneiro em razão de informação inexata), multa administrativa por subfaturamento (100% da diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado pela autoridade aduaneira) e juros de mora, pela constatação, pela autoridade fiscal, de subfaturamento e declaração inexata das mercadorias nas importações realizadas entre 02/11/2009 e 30/05/2012 pela contribuinte. A embargante afirma que o acórdão traz omissão, contradição e obscuridade nos seguintes pontos: 1. "é claro o escopo e alcance do aspecto da valoração aduaneira no Auto de Infração lavrado pelo Agente Autuante, e a omissão do V. Acórdão recorrido quanto a esses pontos fundamentais constantes do Auto de Infração deve ser corrigida". 2. "No presente caso, contudo, as importações de Elaprase objeto da presente autuação foram realizadas pela Embargante a título de doação para que o medicamento fosse fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter, uma vez que referido medicamento foi objeto do denominado "uso compassivo". Não se trata de uma compra e venda dos medicamentos, e o próprio Auto de Infração reconhece que não houve e nem haverá pagamento por esses produtos. Deve, portanto, ser também sanada essa contradição e/ou obscuridade contida no V. Acórdão de fls. 633/657 uma vez que não poderia ser aplicado arbitramento de preço no presente caso porque não há sequer que se falar em "preço" nas importações realizadas pela Embargante, de forma gratuita." 3. "Também existe omissão e/ou obscuridade no V. Acórdão de fls. 633/657 ao determinar que seja proferida nova decisão apreciando a imputação fiscal e o arbitramento com base no art. 88, I da Medida Provisória n° 2.158 53/2001 sem que fosse esclarecido se tratase este caso de fraude, sonegação ou conluio, premissa necessária para se permitir a aplicação do referido dispositivo legal. (...)A apreciação do Auto de Infração somente como matéria de arbitramento de preço como aparenta determinar o V. Acórdão recorrido terá como consequência uma flagrante violação ao princípio da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Isso porque a Fl. 698DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 3 3 Embargante deixaria de ter a oportunidade de ter analisados seus argumentos referentes à valoração aduaneira, em clara supressão de instância de julgamento ao se considerar inclusive a hipótese de, em uma eventual futura decisão em terceira instância administrativa, vir a prevalecer entendimento diverso do V. Acórdão recorrido, no sentido de tratarse o presente caso sim de hipótese de valoração aduaneira." A admissibilidade foi aferida nos termos objetivos dados pelo Regimento Interno do CARF atualmente em vigor. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo e legítimo o recurso. Preliminarmente, podemos por em relevo que o acórdão recorrido, com base nas informações que instruem este processo, reconheceu a (i) existência de referência ao Acordo de Valoração Aduaneira feita pela autoridade fiscal, ao traçar os contornos do fato imputado, inclusive (ii) de se tratar de importação de bem de uso terapêutico de origem de indústria farmacêutica, e (iii) da suspeita da prática de fraude. Passemos a analisar cada uma das alegações da Embargante. 1ª) A primeira afirma haver omissão por parte da decisão embargada quanto ao escopo do Auto de Infração. Em suas palavras: 3. O V. Acórdão de fls. 633/657, ao determinar que a presente autuação fiscal deve ser apreciada e julgada como "arbitramento de preço" ao invés de "valoração aduaneira", foi omisso com relação às seguintes determinações expressamente contidas na Introdução do Relatório Fiscal do Auto de Infração: (i) nfoi realizada ação fiscal na empresa SHIRE FARMACÊUTICA BRASIL LTDA., CNPJ 07.898.671/000160. doravante apenas SHIRE FARMACÊUTICA, com o objetivo específico de verificar inconsistências no valor aduaneiro dos produtos abarcados pelas importações registradas entre 01/2009 e 03/2013." (grifos originais); (ii) "Após a realização dos devidos procedimentos fiscais, e conforme ficará exaustivamente demonstrado neste relatório, concluiuse aue a SHIRE FARMACÊUTICA, em algumas operações de importação, Fl. 699DF CARF MF 4 desrespeitou o Acordo Sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral Sobre Tarifas E Comércio ÍAVAGATT 1994), declarando os preços dos produtos por ela importados a um valor muito inferior ao aue deveria ter sido declarado." (grifos originais); (iii) "ainda que as DI 12/06693349 e 12/09842833 já tenham sido analisadas pela Alfândega do Aeroporto Internacional de São Paulo, tal análise não englobou o aspecto da valoração aduaneira, o que torna legitima a sua inclusão neste auto de infração", (grifos nossos) 4. A Embargante entende que é claro o escopo e alcance do aspecto da valoração aduaneira no Auto de Infração lavrado pelo Agente Autuante, e a omissão do V. Acórdão recorrido quanto a esses pontos fundamentais constantes do Auto de Infração deve ser corrigida. Exponho a este Colegiado meu entendimento de que não houve omissão na decisão embargada quanto ao escopo do auto de infração. O voto vencedor é preciso e claro ao tratar da conformação e escopo do ato fiscal. Ele demonstra que a autoridade fiscal decidiu que o que foi verificado nas importações fiscalizadas impedia a adoção do método de valoração aduaneira, nos termos definidos pela AVA GATT, mas exigia a adoção do prescrito no artigo 88 da Medida Provisória 2.15835/2001, qual seja, o procedimento de arbitramento. Vejamos como o acórdão recorrido argumentou a respeito: VOTO VENCEDOR No presente processo, o Relatório Fiscal que acompanha a autuação, após tecer comentários sobre a infração detectada (fl. 26 a 28)1, sobre a fiscalização aduaneira, em geral (fls. 28 a 31), e no caso concreto (fls. 31 a 43), passa a tratar, também de forma geral, da base de cálculo dos tributos incidentes sobre importações, mencionando os seis métodos de valoração aduaneira previstos no AVAGATT (fls. 43 a 61). E, só na fl. 61, inicia o tópico que denomina de "aplicação do AVA a este caso específico", descartando a aplicação do primeiro método, seja pela inexistência de cobertura cambial, ou ainda pela vinculação entre as partes, como explicitado às fls. 76/77: "Como já foi aqui explanado, o fato de a SHIRE FARMACÊUTICA ter registrado as importações ora autuadas sem cobertura cambial indica que não houve e nem haverá pagamento ao exterior por esses produtos, o que já é suficiente para o afastamento do primeiro método de valoração. Além disso, a SHIRE FARMACÊUTICA (importadora) está vinculada aos exportadores estrangeiros das DI em questão que, conforme se pode ver nas telas printadas (sic) acima, são sempre ou a SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES C/O ou a SHIRE HGT C/O EMINENT SERVICE CORPORATION, ambos situados no mesmo endereço (New Technology Way, 007295, MD 21703, FrederickUSA). A SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES INCORPORATED é sócia majoritária da SHIRE FARMACÊUTICA, com participação de 99,99% nela, conforme se pode ver na tela abaixo, printada (sic) do cadastro CNPJ da SHIRE FARMACÊUTICA: (...)" (grifo nosso) Fl. 700DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 4 5 Em uma fiscalização aduaneira, diante do afastamento do primeiro método, cabe verificar se o caso concreto reúne características que o amoldam a uma mera questão de valoração aduaneira, tratada plenamente no AVA GATT, ou a hipótese tratada especificamente na legislação nacional, mais precisamente no art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001 (que prevê arbitramento do preço da mercadoria). A sequência do tópico intitulado "aplicação do AVA a este caso específico", a nosso ver, reflete que a opção foi pelo arbitramento (fl. 81): "O fato de a SHIRE FARMACÊUTICA declarar que a vinculação ao exportador não influenciou o valor do ELAPRASE é ainda mais grave se considerarmos que, justamente pela vinculação existente entre o exportador e a SHIRE FARMACÊUTICA, a SHIRE FARMACÊUTICA não pode alegar desconhecer o preço praticado entre esses exportadores e outros importadores brasileiros. Essa declaração falsa se trata de evidente artifício para diminuir a base de cálculo dos tributos incidentes sobre o comércio exterior. É incontestável o afastamento do primeiro método de valoração. A legislação sobre valoração até aqui exposta determina o arbitramento de preço e multa de 100% sobre a diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado, ainda que a conduta da empresa fiscalizada (destacada no parágrafo anterior) não seja classificada como fraude, sonegação ou conluio (Medida Provisória no 2.158 35, de 2001, art. 88, parágrafo único, ADI SRF17/2004, DecretoLei 37/66, art 169). Devendo, portanto, a fiscalização arbitrar o valor de transação com base no preço de exportação, para o Brasil, de mercadoria idêntica, foram feitos os levantamentos detalhados no item 3.4 deste relatório fiscal, (...)". (grifo nosso) E aplica ainda o autuante a multa de 100% sobre a diferença "entre o valor praticado e o valor arbitrado" (fl. 83), transcrevendo dispositivos do Regulamento Aduaneiro (arts. 86 e 703), do art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001, e do art. 169, II do DecretoLei no 37/1966, que trata de subfaturamento. Não se pode aqui cerrar os olhos à inadequação terminológica empregada na autuação (que confunde "valor aduaneiro" com "preço da mercadoria"), e à aparente incompatibilidade entre as conclusões do relatório (fls. 87/88), que parecem destoar de seu teor, aqui narrado, se lidas de forma isolada e descontextualizada. A leitura direta das conclusões do relatório fiscal, sem a compreensão de seu integral teor, por certo levaria a um equívoco na compreensão da matéria que se está a discutir. Isso porque o autuante foi infeliz ao sintetizar seus argumentos, da mesma forma em que foi pouco técnico no emprego da terminologia aduaneira. Isso resta claro nas tabelas de fls. 28, 41 e 42. O Colegiado naquela oportunidade, a meu ver, enfrentou o fato do Auto de Infração trazer referências ao acordo AVA GATT e concluiu que elas não demonstram que o ato fiscal se propôs a proceder a uma valoração aduaneira. Essas referências à verificação do valor aduaneiro e aos métodos de valoração aduaneira de um lado contextualizam a necessidade de se encontrar a base de cálculo para o Imposto de Importação, e de outro secundam o procedimento de arbitramento que se reporta subsidiariamente aos métodos citados. Fl. 701DF CARF MF 6 Portanto, não há a suposta omissão quanto ao escopo do auto de infração. Ao contrário, a decisão recorrida demonstrou que o escopo era diverso do alegado pela recorrente. Proponho não seja dado provimento aos Embargos neste ítem. 2ª) A segunda alegação dos Embargos é de que há contradição e/ou obscuridade quanto à inexistência de preço nas importações ora em julgamento. A este respeito a embargante afirma: 5. Além do exposto acima, o V. Acórdão de fls. 633/657 também incorreu em contradição e/ou obscuridade ao afirmar que houve "inadequação terminológica empregada na autuação (que confunde "valor aduaneiro" com "preço da mercadoria")", e ainda que "não se arbitra "valor aduaneiro"; arbitrase o "preço da mercadoria".". 6. Isso porque o conceito de preço está intimamente ligado a uma compra e venda. Conforme a Opinião Consultiva n° 1.1 do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira (internalizado no ordenamento jurídico nacional por meio da Instrução Normativa SRF n° 318, de 4 de abril de 2003), "quando as transações não envolvem o pagamento de um preço, não podem ser consideradas como vendas segundo o Acordo". E segundo Maria Helena Diniz1, preço é a "Soma em dinheiro que o comprador paga ao vendedor em troca da coisa adquirida". 7. No presente caso, contudo, as importações de Elaprase objeto da presente autuação foram realizadas pela Embargante a título de doação para que o medicamento fosse fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter, uma vez que referido medicamento foi objeto do denominado "uso compassivo". 8. Não se trata de uma compra e venda dos medicamentos, e o próprio Auto de Infração reconhece que não houve e nem haverá pagamento por esses produtos. Deve, portanto, ser também sanada essa contradição e/ou obscuridade contida no V. Acórdão de fls. 633/657 uma vez que não poderia ser aplicado arbitramento de preço no presente caso porque não há sequer que se falar em "preço" nas importações realizadas pela Embargante, de forma gratuita. A contribuinte, em sua impugnação, afirmara que Que, importou da Empresa SHIRE HUMAN GENETIC THERAPIES INCORPORATED, a título de doação, o Elaprase para ser fornecido, igualmente de forma gratuita, a pacientes acometidos da Síndrome de Hunter a Impugnante não fez e não fará qualquer pagamento ao exterior; Que, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autoriza o chamado "uso compassivo" de medicamentos disponibilização de medicamento novo promissor que esteja em processo de desenvolvimento clínico, destinado a pacientes portadores de doenças debilitantes graves e/ou que ameacem a vida; Fl. 702DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 5 7 A autoridade fiscal questionou a natureza econômica da transação entre as fornecedoras estrangeira desse produto e a importadora SHIRE no Brasil. A esse respeito, a decisão embargada traz a seguinte apreciação: A autoridade lançadora revisou as Declarações de Importação da contribuinte no período de 2/11/2009 ao final de 2012. Para o auto de infração neste processo administrativo, estão sendo analisadas as DIs referente à importação de um mesmo produto (o medicamento ELAPRASE). Constatou ela que: 1. são duas as fornecedoras do produto, e elas são vinculadas à contribuinte (uma delas é a sócia da contribuinte, com 99,99% do seu capital social); 2. a contribuinte declarou que a fornecedora doou, ao invés de vender, os produtos importados; e que se tratava de importações sem cobertura cambial; 3. a contribuinte informou nas DI's que havia vinculação entre ela e seus fornecedores, mas que isso não influiu no preço; e que adotou o 1° método do AVA (valor de transação), e que não houve ajustes no preço declarado; os preços unitários declarados pela contribuinte à Receita Federal eram muito inferiores (+ de 1.000 vezes) quando comparados às outras importações, no mesmo período, para o mesmo produto, com origem no mesmo país e com destino ao Brasil, segundo levantamento na base de dados do sistema SISCOMEX. A autoridade fiscal reuniu as informações de 277 importações feitas no mesmo período para comparar e analisar os preços (ex.: a contribuinte importou esse medicamento por US$ 1,42/unidade em 02/11/2009, enquanto seu concorrente importou o mesmo produto e mesma origem por US$ 3.621,25/unidade em 05/11/2009) 5. Essa diferença de preço também se deu quando, para os mesmos dois fornecedores e o mesmo produto, se comparava o preço declarado pela contribuinte quando comparadas com as importações de seus concorrentes; 6. a contabilidade da contribuinte identifica lançamentos em "contas a pagar intercompany" em favor dos fornecedores estrangeiros, para o período dessas importações, de valores muito superiores aos declarados em suas importações. A autoridade lançadora concluiu que: • a vinculação entre a contribuinte e seus fornecedores influiu no preço; • o 1° método de valoração aduaneira (valor efetivamente pago ou a pagar), usado pela contribuinte, não seria aplicável às importações, por que (i) a contribuinte declarara que se tratava de operações sem cobertura cambial, (ii) entretanto, a vinculação realmente influiu no preço, ao contrário do que informara a contribuinte, e ela não realizou os ajustes nesse valor. • a informação de se tratar de importações sem cobertura cambial, deveria significar que não houve ou haveria pagamento ao exterior por elas, mas isso não se confirmou pois, quando analisada a contabilidade da contribuinte, os registros indicam que a contribuinte mantinha pendências Fl. 703DF CARF MF 8 e dívidas, com relação às fornecedoras, de significativos valores, ou mesmo de remessas de valores a esses fornecedores, supostamente por outras razões; ou seja, ao ver da autoridade fiscal, as importações implicaram em outras formas de pagamentos entre a contribuinte e suas fornecedoras, considerando a condição de que elas pertencem ao mesmo grupo econômico empresarial. • a contribuinte prestou falsa declaração à Receita Federal ("Essa declaração falsa se trata de evidente artifício para diminuir a base de cálculo dos tributos incidentes sobre o comércio exterior.", fls. 81) • o produto importado teve seu preço deliberadamente alterado para menor pela contribuinte, ou seja, não foi um erro ou acidente; e que isso implicou que o tributo incidente na importação foi pago a menor do que o devido; • que para se determinar essa diferença seria necessário arbitrar o valor, e que o método de obtenção desse arbitramento seria através do 2° método do AVA (método do valor de transação de mercadorias idênticas), uma vez que o 1° método do AVA (do valor de transação da própria mercadoria) estava afastado ao caso; a autoridade fiscal fundamentou esse entendimento e procedimento no art. 88, caput e parágrafo único da MP n. 2.15835, de 2001, no art. 169 do Decretolei n. 37, de 1966, e no ADI SRF n. 17/2004. • a soma dos valores declarados pela contribuinte nessas importações foi de R$ 446.569,92, mas o valor arbitrado pela autoridade fiscal foi de R$ 15.034.276,57, significando uma diferença de R$ 14.587.706,65. • além da diferenças de tributos a ser exigida, ao caso incidiriam: a multa de ofício e juros de mora sobre essa diferença de tributos não pagos; multa de 1° sobre o valor aduaneiro pelas informações incorretas prestadas nas importações; multa de 100% sobre a diferença entre o valor declarado e o valor arbitrado. • o auto de infração traz a motivação e parecer para a não aceitação dos valores declarados, para a rejeição do 1° método de determinação do valor aduaneiros das importações, e que a contribuinte poderia contestar essas decisões e o auto de infração no prazo da impugnação. Essas informações e as provas trazidas pela autoridade fiscal na autuação foram fundamentais para o Colegiado de 2º piso concluir que havia se configurado a condição para exigir o procedimento de arbitramento do artigo 88 da MP 2.15835/2001. A alegação da contribuinte de que se tratava de importação de bens em doação para uso compassivo havia sido analisada pela autoridade fiscal e também foi considerada pelo acórdão embargado. Está claro nessas análises que a hipótese de ser doação, ou mesmo a hipótese de ser doação de uso compassivo, não afastariam a incidência dos tributos na importação, nem afastariam a necessidade de se submeter ao despacho aduaneiro e de prestar a declaração de importação, nem excluiriam a verificação do valor aduaneiro e da base de cálculo dos tributos por parte da autoridade fiscal e aduaneira. O acórdão embargado, ao concluir que houve fraude a justificar o procedimento de arbitramento está acolhendo as razões da autuação, e, dentre elas, a de que houve transação entre a SHIRE no Brasil e seus fornecedores na importação desse produtos e que implicaram em cobertura e/ou ônus cambial. Fl. 704DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 6 9 Portanto, não é verdade que houve omissão e/ou contradição no acórdão embargado. Ele reconheceu essa argumentação da contribuinte e demonstrou que ela não teria o poder de afastar a conclusão da autoridade fiscal, nem a necessidade de se apurar o preço do produto importado para fins de determinar os tributos incidentes na importação. Proponho a este Colegiado não seja dado provimento aos Embargos neste item. 3º) Como última alegação da Embargante, ela afirma que houve omissão e /ou obscuridade quanto à existência de fraude, sonegação ou conluio. 9. Também existe omissão e/ou obscuridade no V. Acórdão de fls. 633/657 ao determinar que seja proferida nova decisão apreciando a imputação fiscal e o arbitramento com base no art. 88, I da Medida Provisória n° 2.158 53/2001 sem que fosse esclarecido se tratase este caso de fraude, sonegação ou conluio, premissa necessária para se permitir a aplicação do referido dispositivo legal. 12. Ademais, a declaração feita pela Embargante de que "Há vinculação entre comprador e vendedor sem influência no preço da mercadoria" tampouco pode ser tida como falsa, uma vez que é em razão do "uso compassivo" do medicamento e não da vinculação entre exportador e importador que a importação se deu de forma gratuita (vide art. 18 e parágrafo único da Resolução Anvisa RDC n° 38/2013)2, por doação, e conforme já visto acima, sequer há que se falar em "preço" nessa hipótese. 2 Art. 18. São atribuições do patrocinador: I o fornecimento do tratamento completo e gratuito do medicamento objeto dos programas de acesso expandido, uso compassivo ou fornecimento de medicamento pósestudo ao paciente; Parágrafo único. Na hipótese do inciso I deste artigo, tratandose de portadores de doenças crônicas, o patrocinador deve garantir o acesso gratuito ao medicamento objeto dos programas de acesso expandido, uso compassivo ou fornecimento de medicamento pósestudo, enquanto houver benefício ao paciente, a critério médico. JUR SP 24044589V5 5451004.363383 13. E ainda que as informações prestadas pela Embargante fossem falsas o que se admite apenas a título de argumentação, eis que de fato a Embargante repudia veementemente tal assertiva tal fato não poderia excluir a aplicação do AVAGATT 1994. 14. Nos termos dos artigos 1.2.(a) e 17 do AVAGATT 1994, da Nota Interpretativa ao mencionado Artigo 1.2.(a) constante do Anexo I do AVA GATT 1994, do artigo 82 do Regulamento Aduaneiro (Decreto n° 6.759/09), da Decisão 6.1 do Comitê de Valoração Aduaneira da OMC (incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro pela Instrução Normativa n° 318/03) e dos artigos 29 a 33 da Instrução Normativa n° 327/03, quando a Administração Aduaneira tiver motivo para duvidar da veracidade ou exatidão das informações ou dos documentos apresentados pelo Importador, deve primeiro observar o rito prévio de consultas de valoração aduaneira, dando Fl. 705DF CARF MF 10 JO importador a oportunidade para fornecer documentos e/ou informações a respeito do valor aduaneiro declarado, o que não foi respeitado pela D. Fiscalização no presente caso. 15. O Tribunal Regional Federal da 3a Região já decidiu que indício de fraude não justifica a rejeição da aplicabilidade do AVAGATT 1994 pela autoridade alfandegária, pois é justamente pela correta valoração aduaneira que se dá a prova do ilícito: Na medida em que a cogitação da fraude, por declaração subfaturada da operação comercial praticada, fundase na incorreção do valor aduaneiro declarado, resta evidente que a prova do ilícito se dá, precisamente, pela valoração correta das mercadorias. Não há razão, portanto, para não se aplicar o Acordo de Valoração Aduaneira, justamente porque seus métodos de valoração são ordenados segundo a potencial precisão para aferição do preço efetivamente praticado." (Apelação Cível n° 000564391.2007.4.03.6104/SP, Relator Desembargador Carlos Muta, D.E. 21.3.2016) (grifos nossos) 16. Assim, ainda que seja proferida nova decisão de primeira instância, a DRJ pode e deve apreciar os argumentos de valoração aduaneira expostos na Impugnação da ora Embargante e toda e qualquer matéria de valoração aduaneira que depreender do Auto de Infração ora em julgamento, eis que a cogitação de fraude não exclui a aplicação do AVAGATT 1994. 17. A apreciação do Auto de Infração somente como matéria de arbitramento de preço como aparenta determinar o V. Acórdão recorrido terá como consequência uma flagrante violação ao princípio da ampla defesa e do duplo grau de jurisdição. Isso porque a Embargante deixaria de ter a oportunidade de ter analisados seus argumentos referentes à valoração aduaneira, em clara supressão de instância de julgamento ao se considerar inclusive a hipótese de, em uma eventual futura decisão em terceira instância administrativa, vir a prevalecer entendimento diverso do V. Acórdão recorrido, no sentido de tratarse o presente caso sim de hipótese de valoração aduaneira. Não vejo no acórdão embargado a omissão e obscuridade suscitadas pela recorrente. Se o Colegiado entendeu que houve erro de julgamento da instância a quo, por que se tratava de fato que ensejava o procedimento de arbitramento previsto no artigo 88 da MP 2.16835/2001, é justamente por que se decidiu pela demonstração da existência de fraude, nos termos presentes na autuação. Fico com a impressão de que a recorrente pretenderia rediscutir a matéria já analisada. Ademais, o processo fiscal está seguindo o curso disciplinado pela lei do contraditório administrativo, onde há previsão para que a contribuinte possa exercer seu direito de defesa. Entendo que não está se dando a supressão de instância, como alegado. Proponho a este Colegiado não seja dado provimento aos Embargos neste item. Conclusão: Fl. 706DF CARF MF Processo nº 10314.723154/201405 Acórdão n.º 3401003.268 S3C4T1 Fl. 7 11 Proponho seja negado acolhimento aos Embargos. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 707DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13804.000467/2005-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Nov 10 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3401-000.960
Decisão: Vistos e relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria, converter os presentes autos em diligência, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan e Robson José Bayerl.
ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rodolfo Tsuboi.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria, converter os presentes autos em diligência, nos termos do voto do Relator. Vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan e Robson José Bayerl. ROBSON JOSÉ BAYERL – Presidente FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rodolfo Tsuboi. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 04 .0 00 46 7/ 20 05 -6 9 Fl. 23781DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.782 2 Relatório Versa o presente sobre Declaração de Compensação, em formulário aprovado pela IN SRF nº 460/2004, protocolizado em 31/01/2005, de um único débito com saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP, na sistemática da não cumulatividade, relativo a receitas de exportação do mês de outubro de 2003, no valor de R$ 500.000,00 (fls1. 3/4), com fundamento no inc. II, do §1º, do art. 5º, da Lei n° 10.637/2002. No Parecer de fls. 42/45, que embasa o Despacho Decisório proferido em 05/11/2009 (fl. 45) e cientificado em 02/12/2009 (AR à fl. 47), restou consignado que: (a) para comprovação dos créditos pleiteados, este e outros processos parentes, foram encaminhados para DEFIC/SP, iniciandose a ação fiscal com o Termo de Início de Fiscalização, lavrado em 14/04/2009, cientificado por via postal em 17/04/2009; não havendo resposta à primeira intimação, a Fiscalização intimou novamente a empresa, pelo Termo de ReIntimação, lavrado em 29/05/2009, recebido por via postal em 24/06/2009; e, diante da ausência de respostas às intimações, a DEFIC/SP encerrou a ação fiscal, propondo o indeferimento do pedido pela falta de apresentação de documentação comprobatória dos créditos pleiteados, enviando os processos para DERAT/SP para prosseguimento, conforme Informação Fiscal às fls. 39/41; (b) a empresa, mesmo sendo intimada por duas vezes pela DEFIC/SP, não comprovou a veracidade dos créditos pleiteados, portanto, não satisfazendo os requisitos de liquidez e certeza exigidos pelo artigo 170, do CTN, para efeitos de autorização da compensação; (c) a não apresentação dos documentos solicitados implicou o indeferimento integral do direito creditório e a não homologação da compensação vinculada, pela falta de comprovação dos créditos pleiteados. Ciente do despacho decisório em 02/12/2009 (AR à fl. 47), a empresa apresenta Manifestação de Inconformidade em 30/12/2009 (fls. 50/70), sustentando, em síntese emprestada da decisão recorrida, que: (a) apresenta inicialmente um quadro demonstrativo, no qual expõe minuciosamente o conteúdo da declaração de compensação ora examinada, informando a natureza do débito a compensar, bem como o respectivo valor, código e período de apuração; (b) afirma que o "histórico do objeto" emitido pelos Correios e anexo indica meramente a data de entrega do Termo de Início de Fiscalização, não contendo o aviso de recebimento com o nome e assinatura do recebedor. Acrescenta que o setor responsável da empresa não recebeu o aludido documento, o que a levou a solicitar aos Correios informações acerca do nome do recebedor no intuito de averiguar se teria havido extravio no interior de suas dependências; (c) assevera que, ao receber o Termo de Reintimação, entrou em contato com os auditores fiscais por intermédio de seu, patrono, a fim de obter cópia do Termo de Início de Fiscalização e solicitar prorrogação do prazo de 5 dias concedido para a entrega dos arquivos magnéticos, tendo em vista que o art. 20 da IN SRF n° 86/2001 lhe facultava prazo de 20 dias para cumprir tal exigência; (d) observando que, além de indeferir o pedido de prorrogação, os auditores fiscais não aceitaram os arquivos magnéticos que lhes foram apresentados após o decurso do prazo de 5 dias, assinala que o prazo de atendimento da segunda intimação também deveria ser de 20 dias, visto que, embora possuam discricionariedade para decidir se devem reintimar ou não o contribuinte, não podem as ditas autoridades fixar o prazo a ser cumprido, quando este se encontra previsto em diploma legal. Entende portanto que a fixação do referido prazo constitui ato vinculado, diferentemente do envio de nova intimação, a seu ver ato discricionário da autoridade administrativa; (e) ressalta ademais ser desnecessária a verificação dos arquivos magnéticos pertinentes à contabilidade da empresa, alegando que, para atestar a 1 Todos os números de folhas indicados neste documento referemse à numeração eletrônica do eprocesso. Fl. 23782DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.783 3 existência e a validade dos créditos de Pis apurados, bastaria analisar seus documentos fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco, consistindo basicamente em DIPJ, DCTF, DACON, notas fiscais, livros de registro de entradas e saídas, etc.; (f) salienta a impossibilidade de apresentar no exíguo prazo de 5 dias os documentos requisitados, em virtude de seu volume expressivo, o qual se deve à quantidade de informações solicitadas e de lançamentos correspondentes; (g) no tocante ao item "6" do Termo de Início de Fiscalização, afirma que as notas fiscais de entrada e saída nele mencionadas sempre estiveram à disposição do Fisco e continuam a sua disposição; (h) esclarece que os créditos de Pis pleiteados, como consta no demonstrativo anexo, provêm de custos, despesas e encargos vinculados a receitas de exportação e que os apurou na forma da lei n° 10.833/2003 (na verdade na lei 10.637/2002, conforme se lê no dito demonstrativo), declarandoos devidamente na DIPJ e no DACON; (i) ressalta que as autoridades fiscais, além de não abordar nenhum aspecto relativo à inexistência do direito creditório ou do seu quantum, não comprovaram que ele seja facto ou inventado; (j) voltando a mencionar o DACON, o demonstrativo de créditos de Pis anexo, a DCTF e a DIPJ, assinala que os auditores fiscais não lhes questionaram a veracidade ou validade; (k) assinala que as informações contidas nas fichas 20 e 21 da DIPJ relativa ao exercício de 2004 conferem com aquelas exibidas pelo DACON, como mostram as cópias desses documentos; (l) declara que, ao não apreciar os arquivos magnéticos, a DIPJ (fichas 20 e 21), o DACON, a DCTF, as notas fiscais de saída e de entrada e os livros fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco, o autor do parecer decisório impugnado feriu os princípios da instrumentalidade processual e da verdade material; (m) afirma haver juntado aos autos 1 DVD contendo os arquivos magnéticos solicitados, assim como cópia física dos seguintes documentos: DACON, Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON, e Demonstrativo do Crédito de Pis; e (n) finalmente, estribada em diversos julgados do Conselho de Contribuintes transcritos, requer que — na linha desses precedentes e em nome do princípio da verdade material — este órgão judicante anule o presente processo a partir do despacho decisório e determine que a autoridade a quo analise o pedido de restituição à luz dos documentos e arquivos magnéticos trazidos aos autos, "deferindose, por conseguinte, o pedido de restituição e homologandose as compensações declaradas vinculadas ao presente processo". Por fim, demanda juntada à manifestação de inconformidade os seguintes documentos: Procuração; Atas de Incorporação da Perdigão Agroindustrial S.A. pela Perdigão S.A.; Ata de alteração da denominação social de Perdigão S.A. para BRFBrasil Foods S.A.; Ata de Eleição da Diretoria; Cópia da cédula de identidade; e Cópia do despacho decisório; Cópia do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais — DACON; Planilhas informando a composição dos valores constante da DACON (linha a linha), indicando as contas contábeis lançadas, sendo: Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais DACON; e Demonstrativo do crédito do PIS; além de 1 (um) DVD contendo os arquivos magnéticos solicitados. Na decisão de primeira instância, proferida em 10/06/2010 (fls. 164/173) e cientificada em 09/07/2010 (AR à fl. 176), a DRJ acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos: (a) carece de fundamento a pretensão de invalidar o despacho ora impugnado, somente sendo nulos se lavrados por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa e que, no caso vertente, não vislumbrase nenhuma dessas hipóteses do art. 59, do Decreto nº 70.235/72; (b) o histórico do objeto constitui documento oficial extraído do sítio dos Correios, possuindo fé pública; (c) não há prova nos autos de que a contribuinte tenha de fato apresentado os arquivos magnéticos às autoridades fiscais ou pedido dilação de prazo; (d) não houve nenhuma irregularidade processual, visto que o prazo concedido pelas autoridades tributárias decorre de disposição Fl. 23783DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.784 4 expressa de lei; (e) o art. 11, caput, da lei n° 8.218/91 prevê textualmente a obrigatoriedade de os contribuintes que possuam escrituração em meio magnético conservála à disposição das autoridades fiscais; (f) em face da inação da interessada, não restou alternativa além de encerrar a ação fiscal e propor que se denegasse o ressarcimento dos referidos créditos, citando o art. 40, da lei n° 9.784/99; (g) para apurar a liquidez e certeza do direito creditório em apreço, cumpre verificar se possui todos os documentos necessários à comprovação; (h) entre outros elementos de prova, as notas fiscais dos bens e serviços utilizados como insumos (linhas 2 e 3), assim como documentos comprobatórios das despesas relativas a energia elétrica (linha 4), aluguéis de máquinas (linha 6), bens do ativo imobilizado (linha 9), etc.; (i) sem tal documentação tornase impossível aferir a veracidade dos dados registrados nos livros contábeis e fiscais da empresa, dos quais se presume que ela tenha extraído as informações contidas nos arquivos magnéticos que apresentou com a manifestação de inconformidade; (j) a documentação a que aludi não foi anexada ao processo, cuja instrução portanto ficou prejudicada, não havendo qualquer indício de que o sujeito passivo a teria posto à disposição do Fisco; (k) único disco digital (DVD) juntado aos autos está incompleto; (l) embora esteja sujeita à observância dos princípios da instrumentalidade processual e da verdade material, a autoridade administrativa não pode examinar o mérito de uma declaração de compensação se não dispuser de todos os elementos necessários a sua análise; e (m) por ausência de lei que atribua eficácia normativa, não constitui norma geral de direito tributário a decisão processo fiscal proferida pelo CARF. Após ciência ao acórdão de primeira instância (AR à fl. 176) em 09/07/2010, apresentase, em 10/08/2010, o recurso voluntário de fls. 183/196, sustentando, em síntese que: (a) o Termo de Início de Ação Fiscal, jamais chegou a conhecimento da ora Recorrente e que somente o AR Aviso de Recebimento, não o "histórico do objeto", comprovaria o recebimento; (b) não questiona a fé pública dos documentos: "histórico do objeto" emitidos pelos Correios, mas o encaminhamento do Termo Início de Ação Fiscal ao seu estabelecimento (c) ao receber o Termo de Reintimação, solicitou prorrogação do prazo de 5 dias concedido para a entrega dos documentos solicitados, reiterando que o art. 2º da IN SRF n° 86/2001 lhe facultava o prazo de 20 dias para cumprir tal exigência e, ainda que fosse de 5 dias, deveria ser de 5 dias úteis; (d) além de indeferir o pedido de prorrogação, os auditores fiscais não aceitaram documentos que lhes foram apresentados após o decurso do prazo de 5 dias; (e) não foi dada à Recorrente a real e efetiva oportunidade de demonstrar seu crédito, seja pela falta de intimação em um primeiro momento, seja pelo reduzido prazo concedido no Termo de Reintimação; (f) ser desnecessária a verificação da parte dos arquivos magnéticos não apresentados, alegando que, para atestar a existência e a validade dos créditos de Pis apurados, bastaria analisar os DACON, as planilhas demonstrativas da apuração do crédito, além dos seus documentos fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco; (g) apresenta, nesta oportunidade, o balancete mensal da empresa, no qual constam todas as contas que compõem os créditos e débitos de PIS de outubro de 2003, referidas nas citadas planilhas; e (h) finalmente, na linha de precedentes do Conselho de Contribuintes transcritos, — e em nome dos Princípios da Verdade Material, do Informalismo e da Instrumentalidade — preliminarmente, requer que este órgão judicante anule o presente processo, a partir do despacho decisório, em razão de vício no procedimento de fiscalização; e, no mérito, seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, para o fim de reconhecer o crédito de PIS; ou ainda, a conversão do julgamento em diligência para confirmação do crédito de PIS, a partir dos documentos constantes nos autos e os disponíveis no estabelecimento da o Recorrente. Por fim, demanda juntada ao recurso voluntário os seguintes documentos: Substabelecimento, documentos societários e documentos pessoais; e Balancete contábil. Fl. 23784DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.785 5 Em Sessão de 27/02/2014, via Resolução nº 3401000.801 4ªCAM/1ªTO, determinouse a conversão do julgamento em diligência, nos termos determinados pela Relatora original, in verbis: "Entendo que os autos devam ser baixados em diligência para que a DRF competente intime o Recorrente para apresentar, no prazo de 30 (trinta) dias, para que venha a apresentar as notas fiscais referentes ao objeto do requerimento, livro razão, bem como demais documentos que entenda por bem juntar aos autos para comprovar o crédito." Em 25/08/2014, por meio da Intimação nº 324/2014 ARFITJ/DRF/FNS, a Recorrente foi intimada à apresentação dos documentos, nos exatos termos da Resolução, atendendoa parcialmente, com a anexação dos documentos às fls. 307/411, conforme Despacho de Encaminhamento (fl. 412). Às folhas seguintes (fls. 413/23.780), diversos outros anexos, juntados após o retorno do processo ao CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de Declaração de Compensação, de um único débito com saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP, na sistemática da não cumulatividade, relativo a receitas de exportação do mês de outubro de 2003, com fundamento no inc. II, do §1º, do art. 5º, da Lei n° 10.637/2002. Preliminar Antes de se entrar no mérito da questão, cumpre enfrentar a preliminar suscitada pelo recorrente. No que tange ao pedido de nulidade, a partir do despacho decisório, em razão de vício no procedimento de fiscalização, penso que o argumento não merece prosperar. Alega a recorrente nulidade do procedimento de fiscalização, prévio ao Despacho Decisório ora tratado, e, conseqüentemente, de todos os atos processuais e decisões que o sucederam, seja pela falta de intimação em um primeiro momento: Termo de Início de Fiscalização, seja pelo reduzido prazo concedido em um segundo momento: Termo de Reintimação. Fl. 23785DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.786 6 Tratandose de lançamento de ofício, comprovase a regularidade do procedimento fiscal, fundamentalmente, porque atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN, bem como os requisitos dos arts. 10 e 11, do Decreto nº 70.235/1972 (PAF). Tratandose de pedido de compensação, o procedimento fiscal ganha contornos distintos, servindo também de meio de coleta de provas em favor da preensão do requerente, não havendo que se falar em nulidade de um procedimento inquisitivo auxiliar, ainda mais, quando o ônus da prova pertence ao inquirido (art. 36, da Lei nº 9.784/1999), e os documentos solicitados e não entregues tempestivamente à fiscalização dizem respeito a fatos que deveriam estar previamente detalhados, registrados na escrituração contábil/fiscal do sujeito passivo e disponíveis, não sendo razoável pleitear crédito sem medidas prévias de detalhamento da quantificação e comprovação, inclusive, por meio dos arquivos magnéticos exigíveis. Ainda assim, a prova documental tem seu momento próprio de apresentação, na instauração do procedimento contraditório, em sede de Impugnação ou Manifestação de Inconformidade, nos termos do § 4º, do art. 16, do PAF, não havendo prejuízo ou cerceamento do direito de defesa com a apresentação de provas nesse instante processual, guardada também prerrogativa do julgador demandar por novas provas, ao teor do livre convencimento motivado, do art. 29, do mesmo diploma legal, assim como ocorrido no presente caso, onde determinou se a conversão do julgamento em diligência, por meio da Resolução nº 3401000.801, de 2014. Por fim, analisando detidamente o despacho decisório e o procedimento fiscal, também não se constatando hipóteses de nulidade, nos termos do art. 59, do PAF, atos e termos lavrados por pessoa incompetente e/ou despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, devese rejeitar a preliminar suscitada. Mérito A Recorrente requer, no mérito, seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, para o fim de reconhecer o crédito de PIS nãocumulativo, decorrente de operações de exportações de mercadorias de outubro de 2003, homologandose a compensação declarada; ou a conversão do julgamento em diligência, para que as r. autoridades fiscais, com os documentos constantes nos autos e os disponíveis no estabelecimento da Recorrente, possam confirmar a existência do crédito de PIS. Quando ao pedido principal da Recorrente, entendo, da mesma forma que a relatora original, que os documentos até então apresentados, mesmo após a diligência inicial, não são suficientes, por si sós, para demonstrar a existência do direito creditório pleiteado. No entanto, não é também o caso de indeferimento sumário do direito de crédito, uma vez que, nos termos do § 4º, do art. 16, do PAF, documentos foram inicialmente juntados no momento próprio: Manifestação de Inconformidade, consubstanciando indícios de provas suficientes à permitir o julgador administrativo manifestarse sobre o mérito do pedido e respectivas provas indicadas, ou propor uma dilação probatória mínima, necessária à formação do convencimento para a solução da lide. Em Sessão de 27/02/2014, essa mesma Turma, em outra composição, atendendo ao pedido alternativo da Recorrente, determinou a conversão do julgamento em diligência, por meio da Resolução nº 3401000.801, de 27/02/2014, para que a DRF competente intimasse a Recorrente à apresentar, no prazo de 30 (trinta) dias, as notas fiscais referentes ao objeto do requerimento, livro razão, bem como demais documentos que entendesse por bem juntar aos autos para comprovar o crédito. Fl. 23786DF CARF MF Processo nº 13804.000467/200569 Resolução nº 3401000.960 S3C4T1 Fl. 23.787 7 A Recorrente foi intimada à apresentação dos documentos, nos exatos termos da Resolução, atendendoa parcialmente, com nova apresentação de documentos (fls. 307/411), em momento próprio, no curso da diligência fiscal, e posteriormente, às folhas seguintes (fls. 413/23.780), diversos outros anexos, juntados após o retorno do processo ao CARF. Da leitura, chegase à conclusão que a diligência foi cumprida, tanto pela DRF competente, quanto pela Recorrente, ainda que parcialmente, em um primeiro momento. Na ATA DA REUNIÃO DE JULGAMENTO, de 27/02/2014, registrouse apenas que, por maioria, converteuse o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto da relatora. Vencido o Conselheiro Júlio Ramos. E, nos termos do voto da relatora, o qual determinava, exclusivamente, a juntada de documentos: notas fiscais, livro razão e demais documentos, a diligência foi cumprida, porém, não sendo conclusiva quando a (in)existência do direito creditório pleiteado, mesmo porque, não foi expressamente demandada à DRF competente (para decidir sobre o reconhecimento do direito creditório/compensação de débitos) nada além do que foi feito, apesar da reconhecida expertise e atribuição originária da DRF que, à presente data do eventual reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, para conclusivamente manifestarse sobre o pedido de ressarcimento de créditos e/ou compensação de débitos, quantificando e reconhecendo, ou não, o direito de crédito alegado, concluindo por homologar, ou não, a compensação declarada. Do exposto, entendo que os autos devam ser novamente baixados em diligência, agora, para que a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis/SC exercite seu mister à quantificar e reconhecer o direito de crédito de saldo credor do PIS nãocumulativo, decorrente de operações de exportações de mercadorias de outubro de 2003, caso existente, a partir dos documentos já apresentados e outros que entenda necessários, concluindo sobre a possibilidade de homologação da compensação declarada pela Recorrente, apresentando, ao final, Relatório Conclusivo sobre ser o valor do direito de crédito reconhecido suficiente, ou não, à extinção do débito declarado no presente processo, informando o valor remanescente à cobrança, se houver. Concluído os trabalhos, o sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização da diligência: Relatório Conclusivo, sendo concedido prazo de 30 (trinta) dias para manifestação, nos termos do parágrafo único, do art. 35, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Após os autos deverão retornar ao CARF para julgamento. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 23787DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12466.001851/2010-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 28/02/2005 a 26/01/2006
Ementa PROVA EMPRESTADA. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CABIMENTO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA.
É válido no processo administrativo o instituto da prova emprestada, desde que garantido às partes o contraditório e a ampla defesa, mostrando-se válido o lançamento que carreia aos autos elementos de prova suficientes a demonstrar a ocorrência de fatos jurídicos semelhantes àqueles verificados em outro procedimento administrativo, ainda que envolva partes distintas.
AUSÊNCIA DE PROVA. ACOLHIMENTO. RECURSO DE OFÍCIO. PROVIMENTO. MÉRITO. ENFRENTAMENTO.
Revista, em sede de recurso de ofício, a decisão de primeira instância administrativa que acolhe argumento de ausência de prova do ilícito administrativo, necessária se faz a devolução do julgamento para enfrentamento da questão meritória remanescente, a fim de que não haja indevida supressão de instância.
Numero da decisão: 3401-002.919
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar provimento ao recurso de ofício com retorno à unidade julgadora de primeiro grau, vencidos os Conselheiros Bernardo Leite de Queiroz Lima e Ângela Sartori(relatora) que negavam provimento e o Conselheiro Eloy que dava provimento sem retorno. Designado o Conselheiro Robson Bayerl para o voto vencedor. Fez sustentação oral pela recorrente dr. Carlos Eduardo Garcia Ashikaga OAB/SP/171032.
JULIO CÉSAR ALVES RAMOS- Presidente.
ANGELA SARTORI - Relator.
ROBSON JOSE BAYERL Redator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: JULIO CESAR ALVES RAMOS (Presidente), ROBSON JOSE BAYERL, JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, ANGELA SARTORI e BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA .
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CABIMENTO. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. É válido no processo administrativo o instituto da “prova emprestada”, desde que garantido às partes o contraditório e a ampla defesa, mostrandose válido o lançamento que carreia aos autos elementos de prova suficientes a demonstrar a ocorrência de fatos jurídicos semelhantes àqueles verificados em outro procedimento administrativo, ainda que envolva partes distintas. AUSÊNCIA DE PROVA. ACOLHIMENTO. RECURSO DE OFÍCIO. PROVIMENTO. MÉRITO. ENFRENTAMENTO. Revista, em sede de recurso de ofício, a decisão de primeira instância administrativa que acolhe argumento de ausência de prova do ilícito administrativo, necessária se faz a devolução do julgamento para enfrentamento da questão meritória remanescente, a fim de que não haja indevida supressão de instância. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar provimento ao recurso de ofício com retorno à unidade julgadora de primeiro grau, vencidos os Conselheiros Bernardo Leite de Queiroz Lima e Ângela Sartori(relatora) que negavam provimento e o Conselheiro Eloy que dava provimento sem retorno. Designado o Conselheiro Robson Bayerl para o voto vencedor. Fez sustentação oral pela recorrente dr. Carlos Eduardo Garcia Ashikaga OAB/SP/171032. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 18 51 /2 01 0- 61 Fl. 777DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 2 JULIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. ANGELA SARTORI Relator. ROBSON JOSE BAYERL – Redator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: JULIO CESAR ALVES RAMOS (Presidente), ROBSON JOSE BAYERL, JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, ANGELA SARTORI e BERNARDO LEITE DE QUEIROZ LIMA . Relatório A autoridade fiscal apontou algumas simulação perpetrada pelas empresas: Segurança em relação à fiscalização, visto que os elementos que revelam as efetivas transações comerciais permanecem ocultos; Quebra da cadeia do IPI, visto que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. deveria ser equiparada à empresa industrial, esquivandose assim de obrigações tributárias principais e acessórias, obtendo substancial vantagem fiscal indevida; Informa a autoridade fiscal que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. está habilitada para atuar como interveniente no comércio internacional desde 27/12/2002 e poderia ter sido apresentada como importadora, seja por conta própria, seja através de terceiros (por sua conta e ordem ou como encomendante), atendendo ainda a legislação do IPI,o que não o fez, demonstrando sua intenção de se manter à margem da legislação, utilizandose de interpostas pessoas para promover o comércio de mercadorias importadas. A fiscalização, com vistas a demonstrar o modus operandi adotado pela empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., traz aos autos provas emprestadas do processo administrativo fiscal n° 12466.002687/200976. Com relação a tais documentos indica que se tratam de operação de importação em que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A utilizou outro interveniente com vistas a realizar operação de importação de mercadorias do mesmo tipo que é objeto da presente "autuação, restando demonstrado a natureza das mercadorias e os necessários ajustes pelo fabricante no exterior para que as mesmas possam ser adequadas às especificações determinadas pela real adquirente, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. Fl. 778DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 6 3 Conforme relatado à folhas 22 e 23, o negócio real, era efetuado nos seguintes moldes: LA GRADIENTE interessada em reduzir seus custos, e aumentar sua competitividade, passou, a comercializar produtos fabricados na CHINA. Para isso localizou fabricantes.de eletroeletrônicos nesse País, através de escritório próprio estabelecido para esse fim, em Shenzen (sul do País)., Uma vez localizado o fabricante, combinaram os principais pontos, quantidades, preços, itens da customização, prazos e demais condições do negócio real. 2. Uma vez acertadas às condições definidas as quantidades totais, com base em schedule estipulando as datas de produção e embarque nas datas próprias, a GRADIENTE passou a formularmos pedidos ao fabricante (exemplo fls. 119 a 121); O fabricante promoveu a produção dás encomendas, que quando concluídas foram, inspecionadas a pedido da GRADIENTE (exemplo do relatório fls. 122 à 125): Aprovadas as mercadorias e definida a data de embarque, a GRADIENTE,. Considerando os preços negociados formulou os pedidos destinados à COTIA, que passou a cuidar dos demais trâmites para os embarques e nacionalização das mercadorias. 3. Em posse do pedido recebido, a COTIA, coordenou a parte logística da operação, preparou os pagamentos antecipados ou contratou as cartas de crédito, conforme o caso. Informa que fez a devida Representação Fiscal para Fins Penais, processo administrativo n° 12466.001852/201014. Intimada, a empresa COTIA TRADING S.A. apresentou impugnação às folhas 526 a 574, anexando os documentos de folhas.575 a 582. Em síntese, traz as seguintes alegações: Que, há nulidades, na autuação, visto, que deveriam ser lavrados autos de infração, distintos para cada contribuinte; a revisão aduaneira não se destina a aplicar a pena de perdimento de mercadoria já desembaraçada; Que a conversão do perdimento em multa, somente é admitida no caso de mercadoria não localizada ou que tenha sido consumida. No presente caso, a mercadoria foi desembaraçada e comercializada no País, não sendo o caso de mercadoria extraviada ou Fl. 779DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 4 perdida (não localizada), nem mesmo de mercadoria que pereceu, evaporou desapareceu ou foi roubada (consumida), o que impede a aplicação da penalidade, em razão do princípio daestrita legalidade; Seguiuse então o transporte internacional e a nacionalização a cargo da COTIA, e as entregas acobertadas por notas fiscais de venda de mercadorias já nacionalizadas. Os argumentos apresentados pela autoridade fiscal objetivam comprovar que o importador, empresa COTIA TRADLNG S.A., e o adquirente, empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., praticaram diversas irregularidades em suas operações de importação, todas com vistas a reduzir tributos devidos ou a simular situação distinta da realidade, com a finalidade de descaracterizar a incidência do IPI, calculados sobre a diferença entre a compra e venda, na saída dos produtos importados colocados a consumo pela real importadora, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., que se manteve oculta em todas as declarações formuladas perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil. Portanto, ambas empresas praticaram simulação fraudulenta, ocultação do real comprador, falsificação de documentos e prestaram informações falsas à Secretaria da Receita Federal do Brasil. Em síntese, a pessoa jurídica importadora, empresa COTIA TRADLNG S.A., não participou das transações comerciais que originaram as importações das mercadorias. Participou, entretanto, de simulações de importações por conta própria, em acordo simulatório com o real adquirente das mercadorias. Logo, sua atividade dizia respeito ao despacho aduaneiro das mercadorias importadas, ou seja, é de se dizer que atuava por conta e ordem do real adquirente das mercadorias de procedência estrangeira. Indica também a autoridade fiscal que ocorreu simulação e falsidade ideológica em todas as declarações de importação feitas e registradas no SISCOMEX, falsidade ideológica nos BL e Faturas Internacionais apresentados. Informa a autoridade fiscal que a conduta perpetrada pelas interessadas causou dano ao Erário (fls. 48 a 56), apresentando demonstrativo de cálculo do IPI que deixou de ser recolhido pela filial da empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. : (CNPJ 43.185.362/002827), destinatária das mercadorias importadas, conforme notas fiscais de venda da empresa COTIA TRADLNG S.A. Que, a ciência do auto de infração foi dada em 23/07/2010, houve inequívoca decadência para as DI's registradas antes de 23/07/2005; Que, a autuação é ilegal devido à falta de amparo em Mandado de Procedimento Fiscal válido, violando o princípio constitucional do devido processo legal; Que, a impugnante contratou o câmbio, recebeu a fatura comercial e os conhecimento de transporte em seu nome (legítima proprietária da mercadoria conforme consignado nestes documentos), emitiu notas fiscais a título de compra e venda, além de contabilizar a operação como compra e venda de mercadorias de seu estoque. Não ocorreu mera prestação de serviço, mas sim operação de compra e venda de mercadorias importadas regularmente, mesmo que sob encomenda prévia; Que, não há como aplicar retroativamente o disposto na Lei n° 11.281/06, que criou nova hipótese de equiparação a industrial, tornando o Fl. 780DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 7 5 encomendante um contribuinte do IPI. A mesma só pode atingir fatos geradores ocorridos após a publicação da referida lei, pois criou nova hipótese tributária. A importação para revenda a encomendante predeterminado não configura importação por conta e ordem de terceiros; Que, a análise da documentação anexada ao presente processo administrativo e utilizada no despacho aduaneiro de importação (faturas comerciais, declaração de importação, contrato de câmbio, conhecimento de transporte, packing list, notas fiscais), prova que a impugnante promoveu a importação em nome e com recursos próprios, sendo a real adquirente das mercadorias importadas, visando revendêlas no mercado nacional a um proponente comprador, a Gradiente; Que, para que as operações fossem consideradas como uma importação por conta e ordem de terceiros, estas deveriam preencher os requisitos das INs SRF n° 225/02 e 247/02, além do ADI SRF n° 07/02, o que não ocorreu no presente caso. O procedimento adotado pela impugnante está em conformidade com interpretação fiscal constante" de ato expedido pela Secretaria da Receita Federal", afastando a aplicação de qualquertipo de penalidade, consoante o artigo 610 do Regulamento Aduaneiro, além do artigo 101 do Decreto lei n° 37/66; Que, a operação presumida pelo agente fiscal no presente auto de infração não encontra amparo legal, fático, probatório e, por tanto, "não fecha". Meras presunções não provam efetivamente o alegado sem o amparo de outros elementos probatórios; Que, a alegação de ocultação do real adquirente, mediante fraude ou simulação, inclusive interposição fraudulenta não pode simplesmente ser presumida, mas sim provada de forma inequívoca, sob pena de cometer injustiças e atrocidades absurdas, além de inexplicáveis. Não havia obrigação legal que impusesse ao importador informar na DI que era seu possível e futuro cliente comprador (imposição que viola o princípio da legalidade);Que, não houve adiantamento de recursos, pois todos os pagamentos da Gradiente foram posteriores ao faturamento da Cotia, a qual não pediu reembolso, mas sim realizou uma venda com pagamento parcelado, praxe comercial comum, legal e efetivamente realizada no presente caso, tendo em vista que a Cotia tinha comprovada capacidade econômicofinanceira, agiu com recursos próprios e, portanto, assumiu o risco comercial da operação Que, houve claro intuito comercial por parte da impugnante ao realizar à operação de compra e venda muito mais lucrativa que uma mera prestação de serviços por conta e ordem; Que, a conversão da pena de perdimento após o desembaraço acarreta em penalização de valor superior ao que seria devido caso tais bens ainda não tivessem sido desembaraçados, isto é, a interessada recolheu os valores a título de tributos incidentes na operação de importação, e posteriormente, após o desembaraço sofre com penalização de 100% do valor aduaneiro, total absurdo. Viola princípios constitucionais da legalidade e da isonomia. Enriquecimento ilícito da União em detrimento aos contribuintes de boafé; Que, a presunção de falta de recolhimento de tributos, em especial do IPI, por equiparação a industrial do futuro cliente da impugnante é improcedente. A impugnante recolheu efetivamente todos os tributos correta e tempestivamente; Que, a aplicação da multa em trato afronta o princípio da proporcionalidade, o dano ao Erário alegado pelo fisco é muito menor que a penalidade imposta ao contribuinte; Que, somente o ato comissivo, a ação do importador em elaborar documento falso caracterizaria tal infração, o que não ocorreu no presente caso, pois a impugnante não elaborou tais faturas comerciais ou conhecimentos de transporte. Tais documentos foram elaborados pelo exportador, a impugnante apenas adquiriu os produtos, não Fl. 781DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 6 tendo como e nem porque duvidar das informações ali constantes. Não há provas ou indícios de conduta delituosa, não há que se falar em falsidade ideológica nem material; Que, a prova emprestada utilizada é falha justamente por se equiparar a um mero indício, já que nem sempre o que ocorreu em um procedimento terá ocorrido em outro, a autoridade administrativa tem o dever de apurar os fatos; Que, a aplicação da multa substitutiva à pena de perdimento de mercadorias em sede de revisão aduaneira não encontra fundamento legal no enquadramento citado, pela fiscalização. As mercadorias em trato já foram submetidas ao despacho aduaneiro; foram regularmente desembaraçadas. O enquadramento invocado destinase à aplicação da pena de perdimento nas hipóteses em que ainda não houve a conclusão do despacho aduaneiro de importação; Que, a autuação deveria estar limitada ao disposto no artigo 33 da Lei n° 11.488/07; Que, a impugnante não tem interesse comum com a Gradiente; na situação que constitui o fato gerador dos tributos em questão. As empresas possuem objetivos totalmente divergentes em suas operações; Requer seja declarada a nulidade do auto de infração, no mérito julgado insubsistente e improcedente, revogada a aplicação da pena de perdimento, alternativamente, seja reduzida para multa mais benéfica (10% do valor aduaneiro), por fim, que todas as intimações sejam feitas em nome da impugnante. Intimada, a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. apresentou impugnação às folhas 588 a 608, anexando os documentos de folhas 609 a 677. Em síntese, traz as seguintes alegações: Que, para que seja configurada a importação por conta e ordem de terceiros, é condição determinante que a real adquirente tenha suportado todos os gastos e despesas decorrentes da operação a que deu mando. No caso dos autos a própria fiscalização atesta que as operações foram custeadas pela empresa importadora; Que, a impugnante agiu como adquirente de boa fé, ausente a responsabilidade tributária. Apenas adquiriu mercadorias da empresa autuada sem, contudo, participar de qualquer procedimento ou planejamento tendente a simular operações de importação, não participou do procedimento de internação das mercadorias; Que, para a configuração de presunção capaz de subsidiar uma autuação fiscal e, por via de conseqüência, a responsabilização de terceiro, é de fundamental importância que o fato conhecido esteja adequada e cabalmente provado. No caso há ausência de prova do fato ensejador da responsabilidade da impugnante. Sequer existe julgamento em definitivo nos autos do PA n° 12466.002687/200976 capaz de atestar a veracidade e seriedade das provas nele constante; DRJ decidiu: A S S U N T O : O B R I G A Ç Õ E S A C E S S Ó R I AS Período de apuração: 28/02/2005 a 26/01/2006 PENALIDADE. PROVAS. SUBSUNÇÃO DOS FATOS À NORMA. É ônus da fiscalização instruir o lançamento com todos os elementos de prova dos fatos constituintes do direito da Fazenda. A caracterização da infração depende da subsunção dos fatos à Fl. 782DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 8 7 norma legal, sem o que é impossibilitada, a aplicação de penalidade. Impugnação Procedente O processo subiu para análise de Recurso de Ofício tão somente. Voto Vencido Conselheiro Angela Sartori Preenchidos os requisitos formais de admissibilidade do processo conheço do recurso de ofício. Ambas empresas alegam, em síntese, que a fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que as interessadas tenham incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias. A fiscalização traz aos autos documentos que indicam que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., por ocasião de outras operações de importação, utilizandose de outros intervenientes que não a empresa COTIA TRADLNG S.A., efetivamente encomendou mercadorias junto à fabricantes/exportadores: e que naquelas operações a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. efetivamente era á real responsável. Tal conduta, provada para aquelas operações, traduzse em indícios que; eventualmente, podem demonstrar um modus operandidi empresa para realizar suas operações de importação de mercadorias, contudo não há, nos autos qualquer outro elemento que confirme, a prática deste modus operandi nas operações em tela. Não houve a apresentação de qualquer documento capaz de atestar que nas operações em caso tenham sido utilizadas as mesmas práticas. A fiscalização não logrou demonstrar que existisse qualquer contrato ou acordo entre as empresas objeto de lançamento, também não logrou demonstrar e provar documentalmente que a empresa COTIA TRADING S.A. tenha atuado como mera prestadora de serviço, isto é, que as vendas realizadas à empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. não tenham sido efetuadas em condições normais de mercado, com margem de lucro; também não foram anexados aos autos planilhas ou documentos emitidos pelas interessadas e que demonstrem que tenha ocorrido mero repasse de custos com ausência de lucro na venda das mercadorias. Em que pese se tratar de importações de mercadorias da marca "GRADIENTE", a fiscalização não logrou demonstrar que a empresa COTIA TRADING S.A não pudesse comercializar livremente estas mercadorias com qualquer empresa. Em suma, não Fl. 783DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 8 foram trazidos aos autos outros elementos além dos indícios relacionados à prova emprestada de outro procedimento relacionado à outro contribuinte que não a empresa COTIA TRADING S.A.. Tais indícios, no ver deste julgador, não lograram possuir a necessária força para imputar às interessadas os fatos acusados no lançamento. Assim, tendo em vista os argumentos acima destacados e a legislação de regência, fazse necessário apresentar algumas considerações a respeito do tema concernente ao ônus da prova no processo administrativo fiscal. De certo que a presunção dos atos administrativos serem como meio de supressão de lacunas probatórias. Tal entendimento, antes de ser resultado de qualquer formulação doutrinária ou jurisprudencial, nasce diretamenteda lei, posto que, como se depreende da parte final do caput do art. 9° do Decreto n° 70;235/1972, os autos de infração e notificações de lançamento "deverão estar instruídos com iodos os termos', depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito". Justificada resta hoje a disposição legal, em razão de que, no âmbito de um procedimento obrigatoriamente informado por princípios como o do contraditório e o da ampla defesa, inadmissível se torna o desequilíbrio na repartição do ônus probatório. As ações fiscais, por estarem submetidas ao princípio inquisitivo circunstância, por vezes, indispensável aos procedimentos de caráter investigativo,podem até ser conduzidas unilateralmente por parte da autoridade, fiscal; entretanto os resultados desta conduta unilateral devem ficar devidamente consubstanciados por provas nos termos do direito , sob pena de, em assim não sendo, restar comprometida a possibilidade concreta assegurada pela Constituição Federal no inciso LV do' art. 5o ) de o contribuinte, na fase litigiosa do procedimento fiscal, contraditar os argumentos e meios utilizados pelo fisco para embasar o lançamento. No âmbito do Código do Processo Civil (CPC), encontrase rio art 333 um importante preceito que define uma regra fundamental para a compreensão do sistema adotado pelo legislador nacional: "Art. 333. O ônus da prova incumbe: .. . . . Iao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo òu extintivo do direito do autor. (...)" ' ' Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe á quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída tanto ao autor do procedimento, a autoridade fiscal (consoante o art. 9o do Decreto n° Fl. 784DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 9 9 70.235/1972), quanto ao contribuinte que contesta o lançamento (art. 16, inciso III do mesmo diploma legal). Por outro lado, vale lembrar que o direito processual brasileiro adotou, em termos de prova, um sistema bastante aberto, fundado em poucas restrições à atividade probatória. Assim é que o art. 332 do citado CPC assim dispõe: "Art. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa." Assim, excetuado o uso das provas ilícitas (inciso LVI do art. 5o da Constituição Federal), podese provar qualquer situação de fato por qualquer via, ou seja, pode se demonstrar a veracidade de uma dada assertiva tanto por meio de uma prova direta (por exemplo, um documento que, por si só, ateste a verdade dos fatos), quanto por meio de provas indiretas (indícios, presunções, ficções legais, etc). Na busca pela verdade material, que é um princípio do processo administrativo fiscal, a comprovação de uma dada situação fática pode ser feita, em regra, por uma de duas vias: ou por uma prova direta, concludente por si. só, ou por um conjunto de elementos/indícios que, se isoladamente pouco podem atestar, agrupados têm o condão de estabelecer a certeza daquela matéria de fato. Não há, em sede de processo administrativo, uma préestabelecida hierarquização dos meios de prova, sendo perfeitamente regular a formação da convicção a partir do cotejamento de subsídios de variada ordem. E a consagração da chamada prova indiciária, de largo uso no Direito. Neste sentido, no caso concreto, impende notar que a autoridade fiscal não logrou carrear aos autos elementos que demonstrem, de forma insofismável, a ocultação do real responsável pelas operações de importação objeto da presente autuação, caracterizando a simulação e conseqüente interposição fraudulenta, também por via de conseqüência não logrou apresentar elementos que corroborem a aventada "falsidade ideológica" dos documentos apresentados por ocasião dos despachos de importação, posto que referida falsidade seria conseqüência da própria ocultação do real responsável pelas operações de importação. A atuação, apesar dos argumentos apresentados no lançamento, acabou por se prender somente no plano dos indícios, os quais, contudo, não se mostram com força para ser usado como prova indiciária, haja vista que os elementos efetivamente existentes nos autos não atestam a comprovação da conduta ilícita. Fl. 785DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 10 Assim, diante da ausência de um conjunto consistente provas diretas ou de indícios convergentes levantados pela fiscalização, resta plenamente caracterizado que a presente autuação não pode prosperar, eis que dos autosnão se extraem elementos suficientemente adequados a comprovar as hipóteses de infração apontadas pela fiscalização. Assim, em virtude de todos os motivos apresentados e dos fatos presentes no caso concreto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício. Angela Sartori Relator Voto Vencedor Conselheiro Robson José Bayerl, Redator designado Com as costumeiras vênias, divirjo da conclusão lançada pela Conselheira Relatora e, por via reflexa, da decisão submetida ao recurso de ofício. Inicialmente convém destacar o fundamento adotado pela decisão sob reexame para tornar insubsistente a autuação, no caso vertente, a ausência de elementos de prova que pudessem confirmar que a GRADIENTE ELETRÔNICA S/A fosse a real adquirente das mercadorias importadas, a partir de elementos trazidos de outros processos, como se extrai da seguinte passagem do voto: “A fiscalização traz aos autos documentos que indicam que a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A., por ocasião de outras operações de importação, utilizandose de outros intervenientes que não a empresa COTIA TRADING S.A., efetivamente encomendou mercadorias junto à fabricantes/exportadores e que naquelas operações a empresa GRADIENTE ELETRÔNICA S/A. efetivamente era a real responsável. Tal conduta, provada para aquelas operações, traduzse em indícios que, eventualmente, podem demonstrar um modus operandi da empresa para realizar suas operações de importação de mercadorias, contudo não há, nos autos qualquer outro elemento que confirme, a prática deste modus operandi nas operações em tela.” Pois bem, fixado o ponto nodal do debate, cabe então examinar se os documentos juntados ao presente processo respaldam a acusação fiscal estampada no lançamento. Neste passo, distintamente do entendimento de aludidas autoridades julgadoras, vislumbro, sim, elementos suficientes neste processo a embasar a autuação. Primeiramente, chamo a atenção para a validade da prova emprestada, eis que colhida de procedimento administrativo aviado pela própria unidade de jurisdição onde realizado o procedimento fiscal sub examine, sendo que um dos contribuintes listados no pólo passivo desta exigência fiscal, GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, também figurava, como interveniente, nos processos administrativos em que extraídas as provas aqui utilizadas. Relativamente ao sujeito passivo remanescente, COTIA TRADING S/A, ainda que não compondo, em qualquer condição, os processos originários dos elementos de prova aqui empregados, foilhe franqueado amplo acesso a estes documentos e ao presente Fl. 786DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 10 11 processo, bem como, oportunizado o pleno contraditório, como corolário da ampla defesa, mediante o procedimento contencioso administrativo, com todas as faculdades, ônus e efeitos daí decorrentes, principalmente, a interposição dos recursos cabíveis. A meu sentir o transplante de provas de um processo para outro é plenamente admissível, desde que observado o princípio da ampla defesa, mormente o contraditório em relação a estes elementos de convicção, o que, sem dúvida alguma, ocorreu nestes cadernos processuais. Logo, não vislumbro vício algum que possa macular a higidez do acervo probatório coligido aos autos. Ultrapassado este ponto, destaco que os principais documentos acostados e que lastreiam a argumentação da autuação são a existência de acordos de fornecimento (purchase agreements) firmados pela pessoa jurídica GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, e as empresas estrangeiras, fornecedoras das mercadorias importadas por COTIA TRADING S/A, a exemplo do contrato de fls. 117/118; a indicação de que as mercadorias já eram importadas com a marca GRADIENTE, segundo consta do campo “Descrição Detalhada da Mercadoria”, da Declaração de Importação (p.e. doc. fls. 195/196, 212/213, 227/228, 261/262, 309/310, 344 e 395/396); e, que todas estas mercadorias foram vendidas à GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, como atestam as notas fiscais de venda juntadas (p.e. doc. fls. 201/207, 219/223, 233/238, 267/275, 314/319, 350/351 e 401/406). Somese a estas provas documentais a incontrovérsia dos fatos atinentes à destinação das mercadorias importadas, previamente à operação, concertada entre a GRADIENTE ELETRÔNICA S/A e a COTIA TRADING S/A, narrados no instrumento de lançamento, como bem observou a Procuradoria da Fazenda Nacional em suas contrarrazões, que peço licença para transcrever: “A Turma julgadora a quo entendeu que as provas trazidas de outras autuações contra a GRADIENTE, nas quais ela se valeu de outras empresas importadoras para internar mercadorias, não se prestariam a dar sustentação documental ao presente feito, por se tratar de operações distintas, sendo que nada garantiria que aquele modus operandi ali demonstrado teria se repetido aqui. Os documentos referentes a outros processos administrativos estão acostados entre as fls. 102 e 175. Em síntese, tratase de documentos cuja finalidade seria demonstrar que a Cotia Trading é empresa especializada na nacionalização de mercadorias importadas para terceiras empresas; que a Gradiente terceirizou a produção e a aquisição de determinados equipamentos contratando fabricantes chineses (purchase agreement e purchase order de fls. 117/121); que a Gradiente negociava as mercadorias com o exportador (emails de fls. 126/132); que a Gradiente era o destinatário predeterminado das mercadorias importadas, sendo que a importadora atuava conforme suas orientações (emails de fls. 122/125 e 133/135). Tais documentos buscam provar, simplesmente, que a Gradiente seria a real adquirente das mercadorias, na medida em que se apresenta como encomendante das mesmas junto ao importador e ao exportador. Identificando esta forma de agir em diversos casos, a autoridade fiscal considerou que este seria o modus operandi da Gradiente na introdução de Fl. 787DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 12 mercadorias fabricadas para ela na China. Isto é, as importadoras nacionais importavam os produtos sob encomenda da Gradiente. Este modus operandi depreendido pela fiscalização NÃO FOI NEGADO POR NENHUMA DAS AUTUADAS. Pelo contrário, foi admitido expressamente no recurso voluntário da Cotia Trading: ‘Entretanto, nesse caso, não houve contrato e câmbio entre Gradiente Eletrônica S.A. (Brasil) e os exportadores estrangeiros, nem registro de Declaração de Importação por parte da Gradiente Eletrônica S.A., tratandose de, no máximo, mera relação comercial que não descaracteriza a importação por encomenda EFETIVAMENTE realizada pela Cotia Trading S.A.’ (fl. 542) ‘Deste modo, é cristalina a caracterização da presente operação como uma importação por conta própria, mesmo que sob encomenda mas realizada antes da vigência da IN SRF 634/06, ou seja, antes da obrigatoriedade de informar os dados do encomendante na DI, sendo impossível a caracterização da suposta ocultação do real adquirente, pois este é inegavelmente a COTIA!’ (fl. 543) ‘Retomando o já exposto, concluímos que a operação realizada pela Impugnante não se enquadra como uma importação por conta e ordem de terceiros, mas sim uma importação própria para revenda a um cliente ou destinatário no mercado nacional, ainda que sob encomenda prévia.’ (fl. 552) Portanto, restou INCONTROVERSO que a Gradiente tenha encomendado ao importador as mercadorias relacionadas nas DI objeto da autuação. Para fatos incontroversos, não é necessária prova. Assim, ainda que os documentos “emprestados” de outros processos não configurem prova cabal de que as presentes importações se deram por encomenda da Gradiente, a não contestação de tal fato (ou melhor, sua confirmação pelas autuadas), é suficiente para manter o sustentáculo fático da autuação.” (destaques no original) Na seqüência, verificase que a planilha constante da fl. 3, componente do quadro “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, do auto de infração, revela que os exportadores que produziram as mercadorias importadas pela COTIA TRADING S/A são os mesmos identificados nos PAs 12466.002687/200976 e 12466.000121/201043, que albergam procedimentos fiscais que demonstraram ser a GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, também citada nestes autos, como a real adquirente das mercadorias importadas, situação esta textualmente apontada pela fiscalização, verbis: “Nesses Processos Administrativos (autuação envolvendo as outras empresas FUNDAPEANAS e a mesma empresa GRADIENTE), estão incluídos processos de importação de 2005 e 2006, igual período dos processos tratados neste procedimento e foram envolvidas as empresa exportadoras PRO VERSATILE INC, ALFA TECHNOLOGY, MICO ELETRIC LIMITED, BEST SUCCESSION, EASTECH ELETRONICS, XIAMEN OVERSEAS, PT SANSUNG ELETRONICS e LE HONG PO COMP, já neste procedimento estão envolvidas as exportadoras PRO VERSATILE INC, MICO ELETRONIC LIMITED, EASTECH ELETRONICS e CHIAMEN OVERSEAS CHINESE, como vemos são as mesmas empresas.” (fls. 41) Segundo a fiscalização, a produção exportada de equipamentos da marca “GRADIENTE” para o Brasil atendia à demanda definida pela GRADIENTE ELETRÔNICA Fl. 788DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12466.001851/201061 Acórdão n.º 3401002.919 S3C4T1 Fl. 11 13 S/A, submetendose à sua inspeção e aprovação. Acentuese que esta imputação não foi contraditada em momento pela recorrente interessada, a quem se refere a afirmação. Aliada a esta coincidência de exportadores estrangeiros, considerando que as mercadorias já eram importadas, como dito alhures, com a marca “GRADIENTE” e que todas elas foram posteriormente enviadas à GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, como devidamente comprovado pelas notas fiscais de saída, é, sim, plausível e lícito concluir que o modus operandi adotado pelas autuadas era idêntico àquele constatado nos PAs 12466.002687/2009 76 e 12466.000121/201043, modificando tãosomente o “importador”, que nesta autuação é a COTIA TRADING S/A. Outrossim, como reconhecido pelos recorrentes, a destinatária predeterminada das mercadorias importadas era, de fato, a GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, de modo que, à luz dos elementos de prova juntados ao processo, na compreensão da maioria dos julgadores formada em plenário, há fundamento fático suficiente para o lançamento realizado. Da mesma forma, mostrase infundado o raciocínio apresentado pela decisão recorrida segundo o qual a COTIA TRADING S/A teria a livre disponibilidade das mercadorias importadas, haja vista que houve reconhecimento, em recurso de impugnação, que apenas atendia a “encomenda” formalizada pela GRADIENTE ELETRÔNICA S/A, como aduziu a Procuradoria da Fazenda Nacional, o que demonstra justamente o inverso da premissa. Demais disso, a totalidade das mercadorias importadas, além de ostentarem a marca “GRADIENTE”, foram entregues a esta última autuada. Cabe agora, então, o exame se essas operações de importação, nos termos da legislação vigente por ocasião de sua ocorrência, caracterizamse como sendo “por conta própria”, segundo pretendem as autuadas, ou se se qualificam como sendo “por conta e ordem de terceiros”, como defendem a autoridade autuante e a Procuradoria da Fazenda Nacional. Nesta senda, uma vez que esta questão de direito, o verdadeiro mérito do lançamento ora combatido, não foi enfrentado pelo colegiado a quo, uma vez acolhida a alegação de ausência de prova, deve o processo ser devolvido à DRJ Florianópolis/SC para que, transposta a questão probatória, julgue da forma que entender consoante com o direito envolvido, evitando com isso a indesejada supressão de instância. Em face de todo exposto, voto por dar provimento ao recurso de ofício e reconhecer a existência de prova suficiente a calçar a acusação fiscal, devendo o processo retornar à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento competente para julgamento de mérito. Robson José Bayerl Fl. 789DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL 14 Fl. 790DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 04/03/2015 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalment e em 11/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL
score : 1.0
Numero do processo: 11516.721152/2014-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012
PASEP. BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como entidade pública para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP.
MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE.
A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3401-002.897
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator.
Júlio Césaer Alves Ramos - Presidente
Robson José Bayerl - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2012 PASEP. BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como entidade pública para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PASEP. MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE. A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário. Recurso voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator. Júlio Césaer Alves Ramos - Presidente Robson José Bayerl - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
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BASE DE CÁLCULO. VALORES REPASSADOS AO FUNDEB. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) não ostenta personalidade jurídica própria, razão pela qual não pode ser qualificado como “entidade pública” para a finalidade do art. 7º da Lei nº 9.718/98, não havendo previsão legal para sua exclusão da base de cálculo do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP. MULTA DE OFÍCIO. ONEROSIDADE. A aplicação da multa de ofício está devidamente arrimada na legislação ordinária, especificamente art. 44 da Lei nº 9.430/96, falecendo competência a este conselho administrativo para examinar aventada onerosidade deste consectário. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto relator. Júlio Césaer Alves Ramos Presidente Robson José Bayerl Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 11 52 /2 01 4- 60Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Júlio, César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl, Eloy Eros da Silva Nogueira, Angela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima. Relatório Cuidase de auto de infração de PASEP, período de apuração janeiro/2010 a dezembro/2012, onde, dentre outras situações, verificouse que as verbas relativas ao FUNDEB não foram incluídas na base de apuração do tributo. O Município de Florianópolis/SC, por intermédio de sua procuradoria, defendeu a exclusão de tais repasses, por força do art. 7º in fine Lei nº 9.715/98, bem como, questionou o caráter confiscatório da multa aplicada. A DRJ Rio de Janeiro/RJ manteve o lançamento em decisão assim ementada: “LANÇAMENTO DE OFÍCIO MULTA DE OFÍCIO – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO INCIDÊNCIA – Por expressa determinação legal, correta a incidência da multa de ofício sobre valores exigidos por meio de auto de infração, não havendo previsão para sua não incidência sobre valores devidos por órgãos públicos. INCONSTITUCIONALIDADE/ILEGALIDADE Não compete à autoridade administrativa julgadora de qualquer instância apreciar argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade de norma legitimamente inserida no ordenamento jurídico, cabendo tal controle ao Poder Judiciário. PASEP PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO BASE DE CÁLCULO A base de cálculo do PASEP devido pelas pessoas jurídicas de direito público interno é a totalidade das receitas correntes arrecadadas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas, e das transferências correntes e de capital recebidas, vedada a dedução dos valores destinados ao FUNDEB, por falta de amparo legal.” O recurso voluntário reprisou a impugnação interposta. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. O histórico e a natureza do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB já foram bem expostos pela decisão recorrida, não merecendo qualquer reparo. O foco central do debate, nesta assentada, fixarseá no argumento do recorrente consoante o qual o art. 7º da Lei nº 9.715/98 permitiria o abatimento das Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11516.721152/201460 Acórdão n.º 3401002.897 S3C4T1 Fl. 11 3 transferências a “outras entidades públicas”, categoria em que pretensamente se enquadraria o FUNDEB. Após a leitura da Lei nº 11.494/2007, que criou aludido fundo, constatase que não se trata de uma “entidade pública”, com personalidade jurídica própria, como insinua o recorrente, mas simplesmente, como indica o próprio título, um fundo com destinação vinculada à sua aplicação na manutenção e no desenvolvimento do ensino, como dispõe o art. 1º, parágrafo único de referido diploma legal. Tanto não são fundos com personalidade jurídica própria que a própria Lei nº 11.494/2007 estabelece que os recursos serão transferidos e disponibilizados a contas únicas e específicas para utilização pelo Município, e não por uma entidade própria, como se extrai dos arts. 17 e 21, a seguir reproduzidos: “Art. 17. Os recursos dos Fundos, provenientes da União, dos Estados e do Distrito Federal, serão repassados automaticamente para contas únicas e específicas dos Governos Estaduais, do Distrito Federal e dos Municípios, vinculadas ao respectivo Fundo, instituídas para esse fim e mantidas na instituição financeira de que trata o art. 16 desta Lei. (...) Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive aqueles oriundos de complementação da União, serão utilizados pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, no exercício financeiro em que lhes forem creditados, em ações consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino para a educação básica pública, conforme disposto no art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.” Portanto, verificase que a disponibilização e utilização dos recursos se dá em favor e pelo Município, não havendo qualquer outra “entidade pública” a que destine, como sustenta a recorrente, haja vista que, como já dito, o FUNDEB não possui personalidade jurídica própria. Assim, por ausência de previsão legal, não é possível a exclusão das verbas destinadas ao FUNDEB da base de cálculo da contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PASEP. Neste sentido, trazse à colação decisões proferidas por este Conselho Administrativo com este posicionamento: “PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEB. FUS. As pessoas jurídicas de direito público interno devem apurar a contribuição para o PIS/Pasep com base nas receitas arrecadadas e nas transferências correntes e de capital recebidas. Os recursos recebidos pelos municípios e destinados ao FUNDEB e FUS não podem ser excluídos da base de cálculo do PIS/Pasep do ente que efetuar o repasse/alocação, por falta de amparo legal.” (Acórdão 3202001.601, de 29/01/2014) “BASE DE CÁLCULO. FUNDEF E FUNDEB. CONTRIBUIÇÃO. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Os valores destinados pelo município ao Fundef/Fundeb não podem ser excluídos da base de cálculo do Pasep porque originários de receitas arrecadadas por outras entidades da administração pública e por falta de previsão legal, já que as exclusões permitidas contemplam as transferências efetuadas a outras entidades públicas, o que não é o caso desses fundos, que se constituem em meros fundos de natureza contábil, não possuindo personalidade jurídica.” (3403003.104, de 23/07/2014) “CONTRIBUIÇÃO PARA O PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. PARCELA DESTINADA AO FUNDEB. O FUNDEB é um fundo de natureza contábil, sem personalidade jurídica, não se constituindo em entidade pública, pelo que as receitas a ele destinadas não podem ser excluídas da base de cálculo da Contribuição para o PASEP.” (3403002.806, de 27/02/2014) “PASEP. GOVERNO DE ESTADO. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE. As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não se excluem da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98.” (3101001.655, de 28/05/2014) “PASEP. MUNICIPALIDADE. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES.VALORES RECEBIDOS EM TRANSFERÊNCIA DA UNIÃO E DESTINADOS À COMPOSIÇÃO DO FUNDEB. IMPOSSIBILIDADE. As transferências recebidas da União e destinadas a compor o Fundo de que cuida a Lei nº 11.494/2007 não são excluídas da base de cálculo da contribuição devida pelos Estados e Municípios por não ter o referido fundo personalidade jurídica própria, não se podendo equiparar às entidades mencionadas no art. 7º da Lei nº 9.715/98.” (3101001.785, de 10/12/2014) Respeitante ao pretenso caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, temse que sua inflição está respaldada no art. 44, I da Lei nº 9.430/96, norma válida e vigente, não cabendo a quaisquer das turmas julgadoras integrantes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF manifestarse acerca da juridicidade dos diplomas legais em vigor, encontrandose a matéria devidamente sumulada (Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária). Com estas considerações, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Robson José Bayerl Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11516.721152/201460 Acórdão n.º 3401002.897 S3C4T1 Fl. 12 5 Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2015 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 04/03/2015 p or ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 13839.001097/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Mar 31 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.817
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, converter o julgamento do recurso em diligência. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl e Claudio Monroe Massetti, que davam provimento ao recurso voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira.
JULIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇCA - Relator.
ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente).
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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Resolvem os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, converter o julgamento do recurso em diligência. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl e Claudio Monroe Massetti, que davam provimento ao recurso voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. JULIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇCA Relator. ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 39 .0 01 09 7/ 20 05 -8 0 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 331 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição de valores do PIS e da COFINS supostamente recolhidos a maior no período entre fevereiro de 1999 e abril de 2000, apresentado em 08/06/2005 (fl. 03). A delegacia de origem negou o direito creditório por entender que o recolhimento foi feito conforme a legislação vigente na época (fls. 48/49). A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 52/61), mas a DRJ em Campinas/SP manteve o indeferimento ao prolatar acórdão com a seguinte ementa: “RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. AD SRF 96/99. VINCULAÇÃO. Consoante Ato Declaratório SRF 96/99, que vincula este órgão, o direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive para os tributos sujeito ao lançamento por homologação ou nos casos de declaração de inconstitucionalidade. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade da legislação é de competência exclusiva do Poder Judiciário. A extensão administrativa dos efeitos jurídicos de declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF no exercício do controle difuso condicionase às hipóteses estabelecidas no Decreto n°2.346, de 1997”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 29/01/2008 (fl.274) e interpôs recuso voluntário em 26/02/2008 (fls. 275/292), com as alegações resumidas abaixo: 1. No presente caso, não se aplica a determinação da Lei Complementar nº 118/05, sendo o prazo decadencial para o pedido de restituição de dez anos; 2. A Recorrente não pede a declaração de inconstitucionalidade de lei, pois a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo já foi declarada pelo STF; 3. A Administração Pública tem o dever de atender o que foi decidido pelo STF, sob pena de ferir os Princípios da Igualdade, da Moralidade e da Eficiência; Ao final, a Recorrente pediu reconsideração do acórdão da DRJ, “determinando se o prosseguimento da análise do pedido de restituição”. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 332 3 É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O recurso é tempestivo de atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente pretende o ressarcimento do PIS e da COFINS supostamente recolhido indevidamente em razão da declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do alargamento da base de cálculo promovida pela Lei nº 9.718/98. As matérias devolvidas apara a apreciação deste conselho foram: prazo decadencial para a repetição de indébito; base de cálculo do PIS e da COFINS faturamento. 1. Do prazo decadencial para a Contribuinte pleitear a repetição de indébito de tributos sujeitos ao lançamento por homologação O art. 168, inciso I, do CTN, determina que o direito de pleitear a restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação extinguese em cinco anos, contados da extinção do crédito tributário. Por sua vez, a Lei Complementar nº 118, de 09 de fevereiro de 2005, em seu art. 3o, trouxe o seguinte: “Art. 3oPara efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o§ 1º do art. 150 da referida Lei”. Em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal julgou o RE Recurso Extraordinário nº 566621, reconhecendo a sua Repercussão Geral, nos termos do art. 543B, do CPC Código de Processo Civil, e decidiu que a Lei Complementar nº 118/2005 trouxe inovação normativa, de modo que a sua aplicação não retroage. Dessa forma, para os pedidos de ressarcimento efetuados antes do vacatio legis da citada lei, isto é, antes de 09 de junho de 2005, aplicase o entendimento firmado pelo STJ, pelo qual o prazo para o ressarcimento é de cinco anos, a serem contados após os primeiros cinco anos do prazo para a homologação tácita (tese dos 5+5). Para os pedidos formulados após o vacatio legis, aplicase o prazo de cinco anos, contados da data do fato gerador, em conformidade com Lei Complementar nº 118/2005. Abaixo segue a ementa do julgamento do RE nº 566621: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS – Fl. 54DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 333 4 APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.(RE 566621, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL0260502 PP00273) (grifo nosso) Como no julgamento do STF foi reconhecida a sistemática do art. 543B, do CPC, é o caso da aplicação do art. 62A, Caput, do Regimento Interno do CARF, cujo teor é o seguinte: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, Fl. 55DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 334 5 deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. No presente caso, o pedido foi protocolado em 08/06/2005(fl.03), ou seja, antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, de modo que o prazo decadencial do direito de a Recorrente pleitear a restituição, in casu, deve ser contado pela tese dos 5+5. Os supostos pagamentos indevidos foram realizados entre fevereiro de 1999 e abril de 2000 (fl.03). Portanto, o direito da Recorrente não decaiu. 2 Da inconstitucionalidade do termo “faturamento” da Lei nº 9.718/98 Alega a Recorrente que o termo “faturamento” disposto na Lei nº 9.718/98 é inconstitucional por expandir o significado do termo. O termo “faturamento” disposto no texto constitucional referese às receitas adquiridas com a venda de produtos ou prestação de serviço objeto da empresa, isto é, tratase do resultado das receitas oriundas da atividadefim da contribuinte. Por essa razão, quando o art. 3º, da Lei nº 9.718/98, dispõe que o faturamento “corresponde à receita bruta da pessoa jurídica” e o seu § 1º menciona que “entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”, estáse ampliando a interpretação do texto constitucional de forma irregular. O STF, em 10/09/2008, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235, com Repercussão Geral reconhecida, prolatou a seguinte decisão: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008, ) (grifo nosso) Um dos precedentes utilizados pelo Supremo para chegar ao julgamento do RE 585.235 e reconhecêlo na sistemática de repercussão Geral foi o seguinte: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do Fl. 56DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 335 6 artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346084, Relator (a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator (a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 01092006 PP00019 EMENT VOL0224506 PP01170) (grifos nosso) Em suma, o STF julgou que o PIS e a COFINS tributada na forma da Lei nº 9.718/98 incidem somente sobre as receitas oriundas de venda e de prestação de serviço, de modo que é indevido o recolhimento efetuado sobre receitas que não tenha origem em venda ou prestação de serviço. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntário interposto para que seja ressarcido o PIS e COFINS recolhidos indevidamente entre fevereiro de 1999 e abril de 2000, sobre receitas que não são oriundas de venda, de prestação de serviço ou de venda e prestação de serviço, homologando as compensações até o limite do crédito encontrado. É como voto. Relator Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Voto Vencedor Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Redator Designado. Afiliome às razões argüidas pelo Mui Ilustre Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça em seu bem fundamentado voto. Não há como discordar das suas ponderações a respeito do prazo decenal para solicitar restituição de indébito tributário e a respeito da inconstitucionalidade do alargamento da base de tributação prevista no parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei n. 9.718/1998. Entretanto, antes de concluirmos o mérito da lide, sinto ser necessário conhecermos o indébito alegado pelo contribuinte. Para tanto, a meu ver, não basta invocar a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF para a pretensão de alargamento do conceito de receita trazida pelo artigo 3º a Lei n. 9.718/1998. Há de haver a identificação das receitas que supostamente teriam sido incorretamente incluídas pelo contribuinte para Fl. 57DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 336 7 determinar os valores de PIS e da COFINS. Afinal, este processo ainda carece da análise da procedência dos motivos e dos valores indicados como indevidamente pagos. Ressalto que o contrato social da contribuinte delimita seu objeto social nos seguintes termos: Sociedade tem os seguintes objetivos: a fabricação de peças forjadas e sua usinagem e a fabricação de aparelhos, maquinário e locomotivas, construções de metal e aço e o comércio dos mesmos, incluindo importação e exportação, representação e consignações, por conta própria e" de terceiros, a execução de todos e quaisquer atos e o envolvimento em todas e quaisquer atividades necessárias, convenientes ou pertinentes realização dos objetivos acima, incluindo a participação, direta ou indireta, em outras empresas ou sociedades de qualquer espécie, observandose as exigências legais. Portanto, proponho a este Colegiado seja o julgamento convertido em diligência para a unidade de jurisdição: 1. identificar as razões do indébito alegado e correspondentes valores; 2. verificar a correção dos valores pleiteados; 3. verificar a correspondência com os valores pagos/recolhidos e sua disponibilidade. O contribuinte deverá ser notificado dessa decisão e do resultado da diligência, podendo, em cada caso, apresentar suas considerações e informações no prazo de 30 dias da ciência. Ademais, para que a unidade de jurisdição realize a diligência, deve observar o seguinte: conforme o teor do voto do Relator o Ilustre Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça cuja proposição foi aprovada neste plenário: (i) está pacificado que o prazo para peticionar restituição é de 10 anos contado do fato gerador e (ii) o PIS e a COFINS tributadas com base na Lei n. 9.718/1998, incidem sobre as receitas provenientes das atividades da contribuinte (ex.:vendas de bens, venda de serviços, venda de bens e serviços). Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Redator Designado. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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Numero do processo: 13888.002894/2004-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2004 a 30/10/2004
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO.
Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins - não cumulativa, entende-se que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO.
Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento da Cofins - não cumulativa incidente em suas aquisições.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS.
A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL.
Não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Cofins - não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural, por falta de expressa autorização em Lei.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO.
Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis - não cumulativo.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL.
O direito de utilizar o crédito da Cofins - não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO.
Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10637/2992 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento.
CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
A utilização dos créditos do PIS - Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno.
PRELIMINAR. "PRECLUSÃO". COMPENSAÇÃO EXPRESSAMENTE HOMOLOGADA. EXTINÇÃO DO DÉBITO. FALTA DE OBJETO.
Rejeita-se, por falta de objeto, pleito preliminar acerca de alegada "preclusão" do direito de o Fisco "desconsiderar a compensação realizada", em face do transcurso do prazo legal para homologação expressa, ante à constatação da extinção do débito a ela relativo.
MATÉRIA NÃO CONTESTADA.
Regra geral, considera-se definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa matéria que não tenha sido expressamente contestada no recurso.
CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes.
Numero da decisão: 3401-002.892
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar parcial provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos e Robson José Bayerl divergiram quanto às despesas com oficinas; e os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça e Bernardo Leite Queiroz Lima e a Conselheira Ângela Sartori que davam provimento também quanto às despesas de arrendamento e às despesas portuárias. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Pedro Caplossi OAB/SP 288.044.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
EDITADO EM: 04/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins não cumulativa, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento da Cofins não cumulativa incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. Não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Cofins não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural, por falta de expressa autorização em Lei. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 28 94 /2 00 4- 18 Fl. 344DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 2 Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito da Cofins não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10637/2992 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. A utilização dos créditos do PIS Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno. PRELIMINAR. "PRECLUSÃO". COMPENSAÇÃO EXPRESSAMENTE HOMOLOGADA. EXTINÇÃO DO DÉBITO. FALTA DE OBJETO. Rejeitase, por falta de objeto, pleito preliminar acerca de alegada "preclusão" do direito de o Fisco "desconsiderar a compensação realizada", em face do transcurso do prazo legal para homologação expressa, ante à constatação da extinção do débito a ela relativo. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Regra geral, considerase definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa matéria que não tenha sido expressamente contestada no recurso. CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar parcial provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Os Conselheiros Júlio César Alves Ramos e Robson José Bayerl divergiram quanto às despesas com oficinas; e os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça e Bernardo Leite Queiroz Lima e a Conselheira Ângela Sartori que davam provimento também quanto às despesas de arrendamento e às despesas portuárias. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr. Pedro Caplossi OAB/SP 288.044. Júlio César Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 3 3 EDITADO EM: 05/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Bernardo Leite de Queiroz Lima. Relatório Este processo cuida das Declarações de Compensação por meio da qual requer, primeiramente, reconhecimento de créditos da contribuição para a COFINS Mercado Externo, do regime não cumulativo, nos termos do art. 3o da Lei n° 10.833/2003 A contribuinte alega possuir créditos no valor de R$ 2.869.731;52, no período de apuração OUTUBRO DE 2004, referentes a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior. A parcela de R$ 10,17 do citado crédito foi utilizada para a dedução da própria contribuição para a COFINS apurada no período, como estabelece o art. 2° da Lei n° 10.833/2003, restando, segundo a contribuinte, o valor de R$ 2.869.721,35 desse crédito para efetuar compensações com outros tributos de sua responsabilidade ou solicitar o ressarcimento ao final do período de apuração. A contribuinte requereu o aproveitamento INTEGRAL desse valor restante de crédito, por meio de declarações de compensação (DCOMP), identificadas pelo Despacho Decisório DRF/PCA n. 919/2009, às fls. 72/79. A auditoria fiscal (Termo às fls. 7 a 25) propôs glosas, confirmada pela autoridade administrativa às fls. 72/79 no Despacho Decisório DRF Piracicaba n. 919/2009, que GLOSARAM em R$ 1.396.516,88 a pretensão da contribuinte, reduzindo o crédito reconhecido E DISPONÍVEL para as compensações para R$ 1.473.204,47. Foram as seguintes as glosas e respectivas justificativas constante dessa decisão da unidade de jurisdição: (i) bens utilizados como insumos "Entendese como insumo, utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda, a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam, incluídos no ativo imobilizado (IN 404/04, art. 8o, § 4o c/c § 9o). Aliás, este conceito de insumo já se encontra consolidado na legislação do IPI, há muito tempo, dando suporte ao item 11 do Parecer CST n° 65 de 05/11/1979, o qual definiu claramente o conceito de matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem: " item 11 Em resumo, geram o direito ao crédito, além dos que se integram ao produto final (matériasprimas e produtos intermediários, stricto sensu e material de embalagem), quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função de ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, ou, viceversa, proveniente da ação exercida diretamente pelo bem em industrialização, desde que não devam, em face de Fl. 346DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 4 princípios contábeis, geralmente aceitos, ser incluídos no ativo permanente". Acrescentese: Pelo que se depreende do texto, acima citado, para gerar o direito ao crédito do imposto, o insumo tem que estar relacionado diretamente ao processo produtivo de fabricação do produto final; nele se transformando, a exemplo da madeira se transformando em móveis ou nele se consumindo, química e fisicamente, exemplo a lixa que se consume em contato com o produto final. Em decorrência da definição de insumo, todas as despesas e custos lançados nos centros de custo não diretamente relacionados ao processo produtivo deixaram de ser considerados, pela fiscalização como passíveis de gerar créditos. Quatro planilhas relacionam despesas e custos glosados pela fiscalização (fls.63/82), no valor de R$ 107.747,02(=R$ 19.551,13+ R$ 47.076,30+ R$ 9.526,91 + R$ 31.591,68)." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do mês outubro de 2004 DIRETORIA INDUSTRIAL combustíveis, materiais de manutenção R$ 97,64 MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL ferramentas operacionais, materiais manutenção civil, materiais de manutenção, materiais elétricos R$ 38,25 PROGRAMA ALIMENTAÇÃO TRABALHADORES alimentações R$ 7.361,11 oficinas mecânica (manutenção automotiva), elétrica (instrumenta) e de caldeiraria. serviços auxiliares e limpeza operativa. combustíveis; ferramentas operacionais; lubrificantes, material manutenção, materiais elétricos. R$ 2.752,55 armazéns de açúcar; armazém externo de açúcar; tonéis de álcool; tonéis de melaço. lubrificantes, material manutenção, consumo água, ... R$ 3.652,91 balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório industrial e micro; laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo, armazéns de açúcar; armazém externo de açúcar; tonéis de álcool; tonéis de melaço; rede de restilo; refinaria granulado. combustíveis; materiais manutenção, .... R$ 27.574,70 contas 4301232301 e 4301181831 e 4301181929 e 4301181836 alimentações, materiais de construção, materiais elétricos, materiais e utensílios. R$ 9.119,17 TOTAL R$ 50.596,33 (iiA) Serviços utilizados como insumo: "São insumos os serviços prestados por pessoas jurídicas domiciliadas no país, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação de produtos destinados à venda (IN SRF 404/04, art. 8o, § 4o c/c/ § 9o). Em decorrência da definição de insumo, todas as despesas e custos lançados nos centros de custo não diretamente relacionados ao processo produtivo não foram considerados, pela Fl. 347DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 4 5 fiscalização, como passíveis de gerar créditos. Quatro planilhas relacionam despesas e custos glosados pela fiscalização ( fls. 71/72), no valor de R$ 132.676,82 (= R$ 29.141,38 + R$ 42.510,78+ R$ 36.034,07 + R$ 24.990,59)." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do mês de outubro de 2004 oficinas mecânica (manutenção automotiva), caldeiraria e elétrica (instrumenta) mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ.. R$ 783,94 MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ;. R$ 50,36 administração industrial corporativa e diretoria industrial, administração e planejamento industrial mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ.. R$ 3.950,64 brigada de combate a incêndio mão de obra PJ R$ 61,70 funcionários afastados industria mão de obra de terceiros PJ R$ 116,63 incentivo vale transporte indu. transporte de empregados R$ 11.096,20 armazéns de açúcar; armazéns externo de açúcar; toneis de alcool; toneis de melaço. mão de obra de manutenção PJ; mão de obra de terceiros PJ; serviços de máquinas PJ; serviços prestados PJ; mão de obra contratada; R$ 18.804,66 ÁREA DE VENDAS: contas contábeis 6101141407, 6101141411, 6101141413. mão de obra de terceiros PJ; serviços prestados PJ;. R$ 9.860,43 TRANSPORTE DE PESSOAL: contas contábeis 4301202003 E 4301202001. transporte TURMAS E EMPREGADOS PJ. R$ 22.159,01 TOTAL R$ 66.883,57 Para a autoridade fiscal (fls. 124138) os serviços de manutenção em instalações próprias para armazenagem não dão direito a crédito, pois não são considerados insumos, tendo em vista que não foram consumidos no processo de fabricação das mercadorias, que obviamente já estavam acabadas por ocasião da armazenagem; e não geram crédito as despesas de serviços prestados por PJ que "não são insumos do processo produtivo das mercadorias, pois são despesas específicas da área de vendas." (iiB) Gastos relacionados a bens adquiridos para revenda: A autoridade fiscal consigna que a contribuinte registrou custos e gastos "na conta contábil 3101043204 (CUSTO DE VENDAS MERCADO INTERNO) e calculou créditos sobre estes custos, vinculando, por rateio, uma parcela desses créditos às receitas do mercado externo (ME). Entretanto, pela própria descrição da conta utilizada, verificase que são custos vinculados exclusivamente ao mercado interno (MI). Assim sendo, tais créditos não podem ser Fl. 348DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 6 utilizados para compensação, apenas para dedução ou desconto da contribuição. Rejeitados, portanto, para fins de compensação os seguintes créditos e OUTUBRO: conta custos de venda mercado interno = R$ 59.854,84. (iii) despesas de arrendamento: "É vedado o aproveitamento de créditos sobre o valor dos aluguéis de bens, quando devidos a pessoa jurídica domiciliada no País e não se enquadrem no conceito de prédios, máquinas e equipamentos, como por exemplo, o aluguel ou arrendamento de terrenos e propriedades rurais, entre outros ( Lei 10.833/2003, art. 3o, inciso IV). Pelo demonstrativo da contribuinte, constam despesas com arrendamento de propriedades rurais, as quais não se pode admitir, em face da legislação citada e transcrita. Glosado, por conseguinte, neste item, o montante de R$ 281.205,73." As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total do outubro 2004 contas contábeis 4301212101, 4301212119, 4301212105. arrendamento agrícola PJ; arrendamento manaca/s.an; arrendamento agrícola coligadas.. R$ 133.446,54 (iv) bens e serviços adquiridos de pessoas físicas: "Há permissão legal para o aproveitamento de crédito presumido relativo às aquisições de bens ou serviços utilizados como insumos, em operações junto a pessoa física, a partir de 01/02/2003, quando da edição da Lei 10.684/2003, art. 25, ao Introduzir o § 10 ao art. 3o da Lei 10.637/2002 e Lei 10.925/2004, art. 16,1. a). Lei 10.684 de 30 de maio de 2003, art. 25. Nos centros de custo examinados observase que houve introdução de diversos custos e despesas, contratados junto a pessoas físicas, que não se enquadram como insumos, por isso, glosados como demonstrado por planilha à fl. 107, no valor de R$ 511.925,50." A autoridade fiscal (fls. 21) reconheceu que as despesas pagas a pessoas físicas (listadas às fls. 21 termo de informação fiscal) e vinculadas por rateio às receitas do mercado externo, podem ser usadas para apurar crédito presumido e desconto ou dedução da própria contribuição, MAS NÃO PARA COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Ademais há gastos com pessoas físicas que a contribuinte pretendeu apurar crédito e que foram glosados, como demonstrado a seguir. As citadas planilhas do Termo de Auditor Fiscal (fls. 63/82) se referem aos seguintes encargos, despesas e custos e aos seguintes valores glosados para apuração do COFINS, relacionados ao mercado externo (ME) PARA O MÊS DE OUTUBRO DE 2004: centro de custo descrição tipos de despesas valor total de novembro 2004 contas contábeis 4301212116, 61011202017 e 4740 arrendamento agrícola PF; . R$ 360,44 contas 4210 e 4720 matérias primas fornecedores PF; geração de vapor (caldeiras). R$ 380.769,02 TOTAL v despesas com exportação: Fl. 349DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 5 7 A contribuinte registrou na conta contábil 6101242421 (Despesas Portuárias) R$ 7.184.225,93 no período de apuração em questão. Desse total, a autoridade fiscal glosou R$ 5.351.935,31 por se referirem a despesas com serviços de operações portuárias e de embarque, e elas não poderiam se enquadrar como despesas de armazenagem e frete. Após essa glosa, restou o saldo de R$ 1.832.290,62. A autoridade fiscal também glosou neste mês em discussão as despesas de estadia (conta 6101242422), valor R$ 11.777,52, por não corresponder a serviço de frete ou armazenagem. Mas a autoridade fiscal apurou também que a contribuinte é comercial exportadora, que revende no mercado externo bens adquiridos no mercado interno. E o § 4º do artigo 6º da Lei n. 10.833, de 2003, veda a apuração de créditos vinculados à receita desse tipo de exportação. Dessa forma, as parcelas dos encargos de exportação (despesas portuárias, despesas transporte rodoviário e despesas transporte ferroviário) proporcionais às receitas como comercial exportadora não podem ser aproveitadas como crédito. Somente a parcela proporcional às receitas com mercadorias de produção própria é que podem ser aproveitadas. O Despacho Decisório assim resume a apuração consoante essa proporcionalidade e o disposto no § 4º do art. 6º da Lei 10.833/2003: Considerando a atuação da empresa também como comercial exportadora, na proporção de 40,39% em outubro, 40,76% em novembro e 48,70 % em dezembro de 2004, fará jus ao crédito sobre as despesas de exportação, que após todas as glosas, montam: outubro R$ 8.706.692,94, novembro R$ 6.140.375,78 e dezembro R$ 6.278.488,95, realizando a seguinte operação: outubro ( 8.706,692,94 X 59,61% = R$ 5.190.059,66 X 7,6%= R$ 394.444,53) obtémse R$ 394.444,53 de crédito permitido. Em novembro (6.140.375,78 X 59,24% ). R$ 3.637.558,61 X 7,6% = R$ 276.454,45 de crédito permitido e em dezembro ( 6.278.488,95X 51,30%) = R$ 3.220.864,83 X 7,6% = R$ 244.785,63 de crédito permitido. Assim, considerando que a empresa havia calculado créditos de R$ 1.068.455,74, R$ 617.330,99 e R$ 612.223,35, respectivamente para os meses de outubro, novembro e dezembro as glosas efetuadas nos referidos meses foram de R$ 674.011,31, R$ 340.876,54 e R$ 367.437,62, perfazendo o importe de R$ 1.382.325,47( fl. 57). Também glosadas DESPESAS DE ESTADIAS, Conta 6101242422, nos meses de outubro a dezembro/2004, uma vez que não se caracterizam como insumos no processo produtivo e nem podem ser classificados como serviços de frete ou armazenagem. Valor da glosa no trimestre R$ 20.607,00. (vi) perdas com operações derivativas: A autoridade fiscal glosou o valor R$ 5.841,13 lançado na conta 6301171713 (PERDAS COM OPERAÇÕES DERIVATIVAS) por que os créditos calculados sobre esse tipo de perda não pode ser usada para compensação, à alíquota de 4,6%, pois ele não está elencados no que prescreve o artigo 3º a Lei que rege essa contribuição. Esse tipo de crédito pode ser usado apenas para desconto ou dedução da própria contribuição apurada. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando: o a não cumulatividade do PIS e da COFINS é distinto da não cumulatividade do IPI e do ICMS; o conceito de insumo para o PIS e a COFINS não pode se basear no que determina a legislação do IPI; há vicio de ilegalidade; Fl. 350DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 8 o especificamente em relação às glosas relativas aos bens utilizados como insumos. elas não podem prevalecer porquanto "tratamse de ferramentas operacionais, materiais de manutenção utilizados na mecanização industrial, no tratamento do caldo, na balança de canadeaçúcar, na destilaria de álcool, os quais estão diretamente ligados ao processo produtivo, razão pelo qual deveriam ter sido admitidos pela autoridade fiscal". o sobre as despesas com combustíveis "... com relação aos combustíveis adquiridos para o transporte do produto para exportação e indispensáveis a atividade agroindustrial. Não há como se negar que a atividade agroindustrial integrada demanda grandes espaços, e, por isso mesmo, uma movimentação muito grande de máquinas e veículos, seja na colheita e nos transporte de matériaprima dos fundos agrícolas para a indústria, seja no transporte de máquinas, eguipamentos e, sobretudo, adubos e produtos guímicos aos diversos fundos agrícolas onde são aplicados. Sem mencionar o transporte da mão de obra que é indispensável em todo o processo de plantio, tratos culturais, colheita e industrialização. Em decorrência da necessidade de constante vigilância das lavouras, em todo o seu estágio, são necessárias diligências diárias aos diversos fundos agrícolas por agrimensores, agrônomos e demais empregados qualificados para a finalidade de tratar da cultura." Todo esse transporte se faz em sua grande parte por meio de veículos próprios e de terceiros movidos à gasolina ou álcool ou, na hipótese de ônibus, óleo diesel. Sem combustível, portanto, não há como se conceber o plantio, os tratos culturais, a colheita, o transporte e, por fim, a industrialização da canadeaçúcar. ... resta patente que os combustíveis se consubstanciam em verdadeiro insumo de produção intrinsecamente ligados ao processo agroindustrial e, conseqüentemente, à atividade da Recorrente. o "no item de serviços utilizados como insumos. todas as glosas são equivocadas e indevidas, tendo em vista que todos os itens indicados pela fiscalização também estão diretamente ligados ao processo produtivo". o são também indevidas as glosas dos custos relacionados com armazenagem e transporte do produto para fins de exportação, inclusive as demais despesas portuárias. "Não há como negar que essas despesas estão diretamente ligadas ao processo produtivo"; não pode ser aceita a glosa com as despesas de exportação, pois se referem a "serviços com o recebimento, armazenagem e embarque, ... e transporte rodoviário para os terminais portuários cujo nítido propósito é o transporte para exportação. ... O mesmo com as despesas de estadia .. que se referem ao custo adicional ao frete pela demora no recebimento da mercadoria pelo terminal portuário." E elas encontram amparo nos §§ 1º a 3º do art. 6º da Lei 10.833/2003. o "no amplo conceito de aluguel de prédio deve ser enquadrado também o arrendamento de propriedades rurais, razão pela qual é legítimo o crédito pleiteado". E que, juridicamente, o imóvel rural pode ser considerado um "prédio rústico", como prescreve o art. 4o do Estatuto da Terra (Lei n° 4.504/64), conceito este posteriormente incorporado no texto da Lei n° 8.629/93, que tratou da reforma agrária. Neste sentido, aplicase à espécie o disposto no art. 1 1 0 do CTN; o não deve prosperar a indevida glosa dos créditos dos veículos utilizados pela recorrente, na medida em que também estão vinculados ao seu processo produtivo, com o transporte de cana (caminhões) e locomoção Fl. 351DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 6 9 de funcionários do setor agrícola nas lavouras de canadeaçúcar. Destarte, deve prevalecer um conceito mais amplo de equipamentos e máquinas, de modo a abranger também os veículos utilizados no processo de produção agroindustrial. o sobre os bens e serviços adquiridos de pessoas físicas "não há dúvida de que os serviços de pessoas físicas mencionados (transporte de resíduos industriais vinhaça para aplicação na lavoura de cana de açúcar como fertilizante, armazenagem de açúcar, etc), também se enquadram perfeitamente no conceito de insumos para efeitos de créditos de Pis não cumulativo. " o sobre a glosa pela receita de exportação de mercadorias adquiridas no mercado interno "Igualmente não pode a recorrente se resignar com a glosa alusiva as despesas com exportação excluídas por proporcionalidade, porquanto tal exclusão vulnera a não cumulatividade do PIS e da COFINS, como acima elucidado." o sobre glosa das perdas com operações derivativas "Igualmente não há razões para a glosa das despesas relacionadas com perdas com operações derivativas (despesas e perdas com aplicações financeiras) porquanto o seu aproveitamento encontra amparo no artigo 3º, inciso V, da lei n. 10.833, 2003." Os julgadores a quo apreciaram a contestação, a autuação e demais documentos que instruem o processo, e firmaram as seguintes considerações e conclusões: 1. não apreciar as alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade; 2. considerar definitiva a glosa quanto a crédito presumido de agro indústria, no montante de R$ 380.769,02, por não ter sido contestada na impugnação; 3. analisaram a questão das glosas nos mesmos termos genéricos postos pela recorrente, sem se debruçar especificamente e individualizadamente nos itens glosados pela fiscalização (identificados pelas respectivas notas fiscais de aquisição); 4. sobre bens utilizados como insumos "nenhum dos itens relacionados pela recorrente, já reproduzidos (ferramentas operacionais e materiais de manutenção), podem efetivamente ser enquadrados na eonceituaçâo de insumos recém transcrita, porquanto não se tratam de matériasprimas ou materiais de embalagem e tampouco desgastamse em contato direto com o produto em fabricação." 5. sobre combustíveis utilizados no transporte "a legislação equiparou os combustíveis aos demais bens considerados como insumos. desde que aqueles também sejam utilizados diretamente no processo produtivo, de fabricação do açúcar e do álcool destinado à venda. Portanto, não há que se falar em creditamento na aquisição de combustíveis utilizados no transporte da produção para a exportação ou mesmo da mãodeobra utilizada no processo agrícola, como pleiteou expressamente a recorrente. Em resumo, a aquisição de combustíveis gera direito a crédito apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda." Fl. 352DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 10 6. sobre serviços utilizados como insumos "também neste caso o direito arguido reportase ao conceito de insumos. Ou seja, apenas os serviços efetivamente utilizados (aplicados ou consumidos) na fabricação ou produção de bens destinados à venda, podem gerar créditos do PIS/COFINS Não cumulativo. Tendo a fiscalização observado este critério nas glosas procedidas, reputo como também correio o procedimento fiscal, nesse aspecto." 7. sobre aluguel de propriedade rural " ..... as normas que criam direitos em matéria tributária devem ser interpretadas de forma restritiva. Isto porque tais direitos implicam, em última análise, cm renúncia fiscal a favor de uns em detrimento do interesse público da arrecadação de tributos. Nesse sentido, penso que ao intérprete/aplicador destas normas não é dado o direito de ampliar o alcance dos benefícios criados pelo legislador ordinário, sob pena de estendêlos a quem ele não quis alcançar, mormente quando se trata de autoridade administrativa. Destarte, a meu sentir o direito à apuração de créditos do PIS Não cumulativo só alcança as despesas de aluguéis de prédios (obviamente, utilizados nas atividades da empresa), no sentido estrito da palavra, que não abrange a propriedade rural." 8. despesas de exportação as glosas se justificaram pela constatação que as despesas (despesas com embarque, despesas portuárias s/retenção) não podiam ser associadas a encargos com frete e armazenagem na operação de venda. E a contribuinte não apresentou prova do direito material que alega. E sobre a glosa pela proporcionalidade entre receitas de exportação e receitas de exportação com revenda, ela corresponde à prescrição legal que veda o aproveitamento de créditos de encargos desse tipo de receita de exportação por revenda. 9. manteve a glosa referente aos bens adquiridos para revenda, pois ela corresponde à prescrição da legislação, e a contribuinte não logrou provar em contrário. A utilização de créditos para fins de compensação ou ressarcimento só pode ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes de exportação de bens para o exterior, não abrangendo os custos de aquisições para revenda no mercado interno. 10. manteve a glosa aos valores relacionados às perdas com derivativos, pois os créditos assim apurados podem ser usados para dedução da própria contribuição, mas não para compensação e ressarcimento. O Acórdão n.º 1434.269 proferido por unanimidade de votos em 20/06/2011 pela mui respeitável 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto ficou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Período de apuração: 01/10/2004 a 30/10/2004 ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. A argüição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: : 01/10/2004 a 30/10/2004 IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 7 11 As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa à matéria que não tenha sido expressamente contestada. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: : 01/10/2004 a 30/10/2004 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins Não cumulativa, entendese como insumos utilizados na fabricação ou produção de bens destinados venda apenas as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Apenas os serviços diretamente utilizados na fabricação dos produtos que dão direito ao creditamento da Cofins Não cumulativa incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. No contexto de interpretação restritiva de norma que implica em renúncia fiscal, não há como reconhecer o direito à apuração de créditos da Corms Não cumulativa em relação as despesas de aluguel de propriedade rural. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Pis Não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito da Cofins Não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA, APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos da COFINS não cumulativa apurados na forma do art. 3º da Lei n. 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES DE BENS PARA MERCADO REVENDA NO MERCADO INTERNO. COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 12 A utilização dos créditos do PIS Não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados As receitas decorrentes de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte ingressou com recurso voluntário contra essa decisão e repisou as razões que compuseram sua contestação apreciada pela instância de 1º piso. Contradita a afirmação dos julgadores a quo de que ela não teria contestada a glosa referente aos créditos presumidos. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Tempestivo o recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Prolegômenos O sentido de não cumulatividade para o PIS e para a COFINS e a lógica básica para sua apuração A Constituição Federal, em seu artigo 195, estabeleceu contribuições incidentes sobre as receitas ou faturamento do empregador, da empresa ou de entidade equiparada na forma da lei, cuja arrecadação desse tributo se constituiria em recursos a serem destinados a financiar a seguridade social. Ela, em seu § 12, atribuiu ao legislador ordinário a competência para a criação e o disciplinamento do regime de não cumulatividade dessas contribuições. A Constituição Federal cria a incidência desses tributos sobre a receita ou a faturamento. Mas, são as Leis n.º 10.637, de 2002, e n.º 10.833, de 2003 que trazem elementos para definir as hipóteses de incidência e as de exclusão ou isenção. Além disso, essas leis, regulam o PIS e a COFINS e pretendem vir ao encontro daquela previsão constitucional de um regime de não cumulatividade. Nesse sentido, elas trazem as regras para a determinação do valor devido dessas contribuições, e, para tanto, prevêem que o cálculo considere a redução por créditos apurados para fatores que concorreram para a obtenção dessa receita ou faturamento. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 8 13 A regra da não cumulatividade estatuída pelo inciso II, § 3º do artigo 153 da CF/1988 para o IPI não corresponde ao regime de não cumulatividade previsto pelo § 12 do artigo 195 da mesma CF. E mesmo as regras das Leis acima citadas, que se apresentam como sob o manto desse regime de não cumulatividade, não correspondem à lógica e regime previsto para o IPI. Mas o uso da mesma expressão pareceme pode causar confusão para os neófitos da matéria. Por isso propugno seja o regime de não cumulatividade do PIS e da COFINS considerado um regime próprio e distinto daquele reservado ao IPI. Para disciplinar o creditamento, que abate o valor devido, essas leis informam e disciplinam o creditamento para, por dedução ou abatimento, se determinar o valor devido dessas contribuições. O creditamento assim estabelecido pretende atender ao regime de não cumulatividade previsto na Constituição Federal e criado através das Leis aqui citadas. E, até o momento, este é um ponto central em minha compreensão a respeito dessa matéria: 1. a materialidade desse tributo está na receita tributável; 2. a materialidade da não cumulatividade está na relação de dependência da receita tributável para com a ocorrência do fator previsto em lei qual seja, corresponda à uma das hipóteses dos §§ e incisos do artigo 3º da Lei em tela; 3. logo, o direito de creditamento está reservado para os fatores em que esteja demonstrado ser ele necessário para a geração da receita tributável. Apesar de mal traçadas, essas breves considerações representam, a meu ver, a lógica da não cumulatividade do PIS e da COFINS expressa na leitura conjugada dos artigos dessas Leis. Não faz sentido que se possa gerar creditamento a partir da ocorrência de fatores que não tenham relação de causação ou de concorrência para com a geração da receita a ser tributada. Contradiz essa lógica ler os incisos e §§ do artigo 3º desconectados dos demais artigos da mesma Lei, principalmente os artigos 1º e 2º. Pressupostos para interpretar e identificar os insumos para o creditamento do PIS e da COFINS: Além dessas considerações gerais, ainda preciso me aproximar de outro aspecto central da matéria: a referência a insumo constante nessas leis. Grande controvérsia se instalou a respeito desse creditamento, especialmente quanto ao inciso II, que traz o seguinte texto: II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 356DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 14 Principalmente os debates se centram na definição de insumos para efeito dessa regra. Os estudiosos sintetizam relatando a existência de três correntes de interpretação e decisão: 1. a primeira que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do IPI, e constantes nas Instruções Normativas da Receita Federal que tratam do PIS e da COFINS, e circunscrevem insumos a matérias primas, produtos intermediário e material de embalagem; 2. a segunda que se utiliza dos conceitos e definições proporcionadas pela legislação do Imposto de Renda, e identificam e separam os custos e despesas das operações e os custos e despesas não operacionais; insumos seriam toda e qualquer custo ou despesa operacional da pessoa jurídica; 3. a terceira que entende que o PIS e a COFINS deve se pautar por conceitos e definições próprias, que acaba por se afastar da visão estreita da primeira e, também, da visão alargada da segunda. As duas primeiras perspectivas, (1º) para se tratar insumos no PIS e na COFINS a partir da legislação do IPI, malgrado ser a esposada pela Receita Federal em suas normativas, e (2ª) a que se alinha com a legislação do Imposto de Renda, vêm sendo questionadas recorrentemente. Reproduzo, a título de exemplos, trecho do bem fundamentado voto do I Conselheiro Maurício Taveira e Silva proferido no Acórdão n. 3301000.954, refletindo a intensidade crescente dos debates: O tema em questão enseja as maiores polêmicas acerca do PIS e Cofins não cumulativos em decorrência do termo “insumo” utilizado pelo legislador, sem a devida definição de sua amplitude, ou seja, se o insumo a ser considerado deva ser somente o “direto” ou se o termo deve abarcar, também, os insumos “indiretos”. Nesse contexto, tornase necessária uma maior reflexão sobre o tema. Os arts 3º, inciso II das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, dispõem sobre a possibilidade de a pessoa jurídica descontar créditos relacionados a bens e serviços, utilizados como “insumo” na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Visando normatizar o termo “insumo” a Receita Federal editou as Instruções Normativas, IN SRF nº 247/02, art. 66, § 5º, no caso do PIS e IN SRF nº 404/04, art. 8º, § 4º para a Cofins. Nelas, o fisco limitou a abrangência do termo “insumos” utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda, à matériaprima, ao produto intermediário, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Em se tratando de serviços, os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços. Necessário, ainda, que os bens não estejam incluídos no ativo imobilizado, bem assim, os serviços sejam prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, sendo aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto ou prestação do serviço. De modo a esclarecer o alcance de tais normas em relação a casos concretos, foram editadas diversas Soluções de Consultas, por vezes conflitantes, as quais acabaram por ensejar a elaboração de inúmeras Soluções de Divergência. Na sequência dos acontecimentos, decorridos alguns anos desde a edição das leis criadoras do PIS e da Cofins na sistemática não cumulativa, percebese ser cada vez mais intenso o coro a rejeitar a não cumulatividade dessas contribuições de modo tão restritivo, nos moldes do IPI. (...) Tendo em vista a extensa redação levada a efeito no caso do Imposto de Renda, não posso compreender que o simples termo “insumo” utilizado na norma tenha a mesma amplitude do citado imposto. Acaso o legislador pretendesse tal alcance do referido Fl. 357DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 9 15 termo teria aberto mão deste vocábulo, “insumo”, assentando que os créditos seriam calculados em relação a “todo e qualquer custo ou despesa necessários à atividade da empresa ou à obtenção de receita”. Dispondo desse modo o legislador, sequer, precisaria fazer constar “inclusive combustíveis e lubrificantes”. Creio que o termo “insumo” foi precisamente colocado para expressar um significado mais abrangente do que MP, PI e ME, utilizados pelo IPI, porém, não com o mesmo alcance do IRPJ que possibilita a dedutibilidade dos custos e das despesas necessárias à atividade da empresa. Precisar onde se situar nesta escala é o cerne da questão. Destarte, entendo que o termo “insumo” utilizado pelo legislador na apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa. Sua justa medida caracterizase como elemento diretamente responsável pela produção dos bens ou produtos destinados à venda, ainda que este elemento não entre em contato direto com os bens produzidos, atendidas as demais exigências legais. A recorrente invoca o entendimento do IRPJ para servir de fonte aos critérios de determinação dos insumos para o PIS e para a COFINS. Mas não me parece que seja ele adequado. É verdade que a legislação do IRPJ possui uma longa trajetória de existência e consolidação, mas, a principio, creio que a sua simples transposição pode gerar mais imprecisões que soluções. Aproveito também o raciocínio da I Conselheira Fabíola Cassiano Keramidas a esse respeito, em seu alentado Acórdão 3302002.262: Melhor sorte não alcança a equiparação do conceito da não cumulatividade com as noções de custo e despesa necessária para o Imposto de Renda, conforme os artigos 290 e 299 do RIR/99. Realmente, correta a doutrina ao perceber que o conceito de receita está mais próximo do conceito de lucro, do que da definição de valor agregado ao produto, aplicável ao ICMS e IPI. Todavia, não se trata de identidade de materialidade, receita não é lucro e este fato não pode ser ignorado. Ao analisar o disposto na legislação verificase que as despesas contabilizadas como “operacionais” são mais amplas do que o conceito de insumos em análise. O critério de classificação da despesa operacional é que ela seja necessária, usual ou normal para as atividades da empresa. Todavia, este não é o critério utilizado para o conceito de insumos. Vários itens, que são classificados como despesas necessárias (despesas realizadas com vendas, pessoal, administração, propaganda, publicidade, etc) ao meu sentir, não serão, obrigatoriamente, insumos para o PIS e Cofins não cumulativos. Da mesma forma, o custo de produção também é diferente de insumos, basta constatar que as Leis nº10.833/03 e 10.637/02 negam, expressamente, a folha de salários como insumo para o PIS COFINS. Decisões proferidas nas altas cortes administrativas vêm assentando o entendimento da 3ª perspectiva, de que o PIS e a COFINS demandam critérios próprios. Dentre essa decisões destaco o bem fundamentado voto do Ilmo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres na Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão n.º 930301.035: A questão que se apresenta a debate diz respeito à possibilidade ou não de se apropriar como crédito de Pis/Pasep dos valores relativos a custos com combustíveis, lubrificantes e com a remoção de resíduos industriais. O deslinde está em se definir o alcance do termo insumo, trazido no inciso II do art. 3º da Lei 10.637/2002. A Secretaria da Receita Federal do Brasil estendeu o alcance do termo insumo, previsto na legislação do IPI (o conceito trazido no Parecer Normativo CST n° 65/79), para o Fl. 358DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 16 PIS/Pasep e a para a Cofins não cumulativos. A meu sentir, o alcance dado ao termo insumo, pela legislação do IPI não é o mesmo que foi dado pela legislação dessas contribuições. No âmbito desse imposto, o conceito de insumo restringese ao de matériaprima, produto intermediário e de material de embalagem, já na seara das contribuições, houve um alargamento, que inclui até prestação de serviços, o que demonstra que o conceito de insumo aplicado na legislação do IPI não tem o mesmo alcance do aplicado nessas contribuições. Neste ponto, socorrome dos sempre precisos ensinamentos do Conselheiro Julio César Alves Ramos, em minuta de voto referente ao Processo n° 13974.000199/2003 61, que, com as honras costumeiras, transcrevo excerto linhas abaixo: Destarte, aplicada a legislação do ao caso concreto, tudo o que restaria seria a confirmação da decisão recorrida. Isso a meu ver, porém, não basta. É que, definitivamente, não considero que se deva adotar o conceito de industrialização aplicável ao IPI, assim como tampouco considero assimilável a restritiva noção de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem lá prevista para o estabelecimento do conceito de ‘insumos’ aqui referido. A primeira e mais óbvia razão está na completa ausência de remissão àquela legislação na Lei 10.637. Em segundo lugar, ao usar a expressão ‘insumos’, claramente estava o legislador do PIS ampliando aquele conceito, tanto que ai incluiu ‘serviços’, de nenhum modo enquadráveis como matérias primas, produtos intermediários ou material de embalagem. Ora, uma simples leitura do artigo 3º da Lei 10.637/2002 é suficiente para verificar que o legislador não restringiu a apropriação de créditos de Pis/Pasep aos parâmetros adotados no creditamento de IPI. No inciso II desse artigo, como asseverou o insigne conselheiro, o legislador incluiu no conceito de insumos os serviços contratados pela pessoa jurídica. Esse dispositivo legal também considerou como insumo combustíveis e lubrificantes, o que, no âmbito do IPI, seria um verdadeiro sacrilégio. Mas as diferenças não param aí, nos incisos seguintes, permitiuse o creditamento de aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa, máquinas e equipamentos adquiridos para utilização na fabricação de produtos destinados à venda, bem como a outros bens incorporados ao ativo imobilizado etc. Isso denota que o legislador não quis restringir o creditamento do Pis/Pasep as aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e ou material de embalagens (alcance de insumos na legislação do IPI) utilizados, diretamente, na produção industrial, ao contrario, ampliou de modo a considerar insumos como sendo os gastos gerais que a pessoa jurídica precisa incorrer na produção de bens ou serviços por ela realizada. Vejamos o dispositivo citado: [...] As condições para fruição dos créditos acima mencionados encontramse reguladas nos parágrafos desse artigo. Voltando ao caso dos autos, os gastos com aquisição de combustíveis e com lubrificantes, junto à pessoa jurídica domiciliada no pais, bem como as despesas havidas com a remoção de resíduos industriais, pagas a pessoa jurídica nacional prestadora de serviços, geram direito a créditos de Pis/Pasep, nos termos do art. 3º transcrito linhas acima. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional.. Por causa dessas considerações que entendo: (a) não se poder limitar o creditamento aos conceitos e critério advindos da legislação do IPI. Os insumos não se limitam às matérias primas, aos produtos intermediários e aos materiais de embalagem, e não se limitam à avaliação pela aplicação do critério de consumo/desgaste físico. Essa limitação não encontra sustentação no que dispôs a Constituição Federal e as Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003 sobre a matéria; Fl. 359DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 10 17 (b) não se pode acriticamente transpor para o creditamento do PIS e da COFINS os conceitos e regras da legislação do Imposto de Renda, pois, além de serem de materialidades distintas, essa legislação não se destina a tratar a hipótese de incidência do tributo contemplando a unidade de análise representada pela relação "insumoprocessoproduto/serviço destinados a venda", como é o caso do PIS e da COFINS. Perdoemme mais uma vez pela brevidade nas considerações. Reconheço que Conselheiros desta Alta Corte têm dedicado longos estudos à matéria e têm produzido artigos e votos que, pela profundidade do conhecimento e da análise, acabam por se constituir em ensinamentos e abastadas fontes para nossa aprendizagem e reflexão. Este voto nada pretende acrescer nos debates em andamento. Está sendo ele proferido sob o manto da cautela, mas com convicção, pela constatação de que, apesar das leis em comento estarem vigentes, o direito correspondente ainda está em construção. Fazme necessário esclarecer que entendo que produção abrange fabricação; mas o inverso não é verdadeiro: fabricação está contida em produção. E também industrialização está contida em produção. Mas nem fabricação, nem industrialização compreende a totalidade das possibilidades da produção. Quando se industrializa, se produz. Quando se fabrica, se produz. Mas há produções que não são industrialização e que não são fabricação. Produzir, em um sentido lato, é dar existência, gerar, fornecer, fazer, realizar, fabricar, manufaturar. Mas, para o âmbito da Lei em discussão, produzir subentende um agir humano, deliberado e com propósito, e capaz de atrair interesse jurídico. Há criação resultante de um esforço físico e mental. Ainda para o âmbito da Lei em discussão, as atividades de produção de bens, regra geral, não se confundem com outras atividades do empreendimento, tais como: vendas, publicidade, comercialização, finanças, administração, pesquisa e desenvolvimento, projetos, e outras. Muito bem, prosseguindo: a meu ver, essas duas leis informam que dão direito a crédito os bens e serviços, utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção de bens ou produtos destinados a venda. Quando designam insumos, tenho como certo que se referem a fatores de produção, os fatores necessários para que os serviços possam estar em condições de serem prestados ou para que os bens e produtos possam ser obtidos em condições de serem destinados a venda. E quando afirmam que são os utilizados na prestação de serviços e na produção, depreendo que: são os utilizados na ação de prestar serviços ou na ação de produzir ou na ação de fabricar. Para se decidir que um bem ou serviço possa gerar crédito com relação a determinada receita tributada, há que se perquirir em que medida esse bem ou serviço é fator necessário para a prestação do serviço ou para o processo de produção do produto ou bem destinado a venda, e geradores, em última instância, da receita tributada. A meu sentir, não é o caso de restringir a que o bem ou serviço tenha sido utilizado como insumo do próprio produto a ser vendido ou do próprio serviço; ou que ele seja adstrito pelo principio do contato físico, ou do desgaste ou transformação. Fl. 360DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 18 Embora o serviço prestado ou o produto vendido seja o alfa da obtenção da receita a ser tributada, a lei indica que o bem ou o serviço utilizado como insumo alcança a atividade de prestação do serviço ou a atividade de produção, direta ou indiretamente. Essa visão conjuga o "processo" e o "produto/serviço resultante do processo". Mas esses processos devem estar inequivocamente ligados ao serviço prestado ou ligados ao produto vendido. Para se justificar o creditamento, não basta demonstrar que os bens e serviços concorreram para o processo de produção, ou de fabricação, ou de prestação do serviço, mas é necessário em adição demonstrar para qual produto ou serviço aqueles fatores de produção ou insumos concorreram. Concluídas essas considerações introdutórias, sintome em condições de propor passar à análise das questões de mérito. Mérito Da glosa dos bens utilizados como insumos A recorrente é uma empresa agroindustrial que tem por objeto social a produção e comercialização de açúcar, de álcool, de canadeaçúcar e demais derivados desta, entre outras atividades. Da análise do exposto nos prolegômenos acima, concluo que, além dos lubrificantes expressamente referidos no art. 3o, II, da Lei 10.637, de 2002, com redação dada pelo art. 37 da Lei 10.865/2005, considero "insumos", para fins de desconto de créditos na apuração da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins nãocumulativos, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas domiciliadas no País, aplicados ou consumidos na produção ou na fabricação do açúcar e dos outros produtos não cumulativos, como o álcool industrial. Também entendo que o termo "insumo" não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tãosomente, como aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica, efetivamente sejam aplicados ou consumidos no processo que produz açúcar e álcool. E, ainda, em se tratando de aquisição de bens, estes não poderão estar incluídos no ativo imobilizado da empresa. Mas os dispositivos legais que estabelecem o PIS e a COFINS não invocaram a legislação do IPI ou do IRPJ para subsidiar a determinação do direito de creditamento. Por todas essas considerações feitas, proponho que não pode prosperar a argumentação da recorrente de que os custos e despesas de operação orientados pelo entendimento do Imposto de Renda sejam critérios suficientes para justificar o creditamento. E também que não deve prevalecer a motivação da autoridade fiscal quando ela aplica apenas os conceitos da legislação do IPI para justificar as glosas. Nesse sentido, as possibilidades para se caracterizar insumos não se limitam a: · quando se tratar de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, bens esses que efetivamente compõem ou se agregam ao bem final da etapa de industrialização; · quando se tratar de outros bens quaisquer, os quais não se agregam ao bem final, desde que sofram alterações, como desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em industrialização. Fl. 361DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 11 19 · aos bens obtidos por processo industrial. No caso em discussão neste processo, e divergindo da autoridade fiscal e dos julgadores a quo, entendo que o preparo da cana de açúcar para ser ela um insumo da industrialização do açúcar e do álcool é, sim, etapa do processo de produção do açúcar e do álcool. E, sendo assim, há que se identificar que despesas e custos se referem aos fatores que se ligam comprovadamente a esse processo de produção e aos produtos açúcar e álcool vendidos. As informações presentes neste processo, a meu ver, permitem que formemos convicção a esse respeito. Das glosas dos bens utilizados como insumos: Inicialmente, neste tópico, esclareço que me parece informação evidente, de domínio público, que o processo de colheita de cana e o seu aproveitamento para o processo de produção de açúcar e álcool, quando em escala industrial, implica em operações realizadas ininterruptamente, dia e noite, durante semanas, até meses. Ademais, não só essa extensão, intensidade e freqüência de uso, mas também os efeitos abrasivos e erosivos da natureza do material colhido, promovem desgaste substantivo nos instrumentos usados nessas operações. Por isso, julgo razoável que as ferramentas de operação e os materiais elétricos e de manutenção efetivamente aplicados no processo de colheita e tratamento dessa matéria prima possam ser considerados como não ativados ou imobilizados. Sobre as despesas e custos relacionados às oficinas (a) Depreendo, portanto, que as despesas com combustíveis, lubrificantes, consumo de água, materiais de manutenção e materiais elétricos nas oficinas de serviços de limpeza operativa, de serviços auxiliares, de serviços elétricos, de caldeiraria e de serviços mecânicos e automotivos para as máquinas, equipamentos e veículos utilizados no processo produtivo da canadeaçúcar, ou seja, sua semeadura, colheita e transporte até a usina onde será fabricado o açúcar, atendem ao critério para caracterização como insumos. (b) CONTUDO, as despesas relacionadas aos centros de custos: "Diretoria Industria,", "Manutenção Conservação Civil" e "Programa Alimentação trabalhador" (valor total no período = R$ 7.497,00), não têm demonstradas pela recorrente a sua característica de insumo e a sua vinculação com o processo de produção propriamente dito e com os produtos vendidos. por falta de comprovação e previsão legal, entendo que as glosas devem ser mantidas. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste item. Sobre as despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar Com a mesma razão as despesas e custos com combustíveis, consumo de água e materiais elétricos para emprego nas atividades: balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção e armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo; captação de água; rede de restilo; refinaria granulado. Proponho dar provimento ao recurso neste item. Fl. 362DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 20 Sobre as despesas relacionadas a armazenamento Pareceme que as despesas e custos glosadas neste processo não são de armazenagem. As atividades que cuidam dos estoques dos insumos, dos bens em fase de processamento, dos semiacabados e dos acabados que ainda não estão prontos para comercialização podem ser, a meu ver, como necessárias ao processo de produção. Portanto, divirjo das decisões anteriores, pois entendo que as despesas com materiais de manutenção, materiais de acondicionamento, materiais elétricos, lubrificantes e combustíveis empregados nas atividades de estocagem são insumos no processo de produção da cana de açúcar e do açúcar e do álcool. Proponho dar provimento ao recurso neste item. Sobre a glosa das despesas de materiais elétricos e de alimentação das contas contábeis 4301181829 e 4301232301 A autoridade fiscal efetuou esta glosa porque eles não teriam sido diretamente consumidos na produção da matéria prima cana de açúcar. A recorrente não contesta especificamente essa glosa, e também não apresenta elementos que possam invalidála, nem demonstra que se referem a fatores ligados efetivamente às atividades de produção. Por falta de comprovação de se tratar de insumo e falta de amparo legal, proponho manter a glosa. Das glosas dos serviços utilizados como insumos: Glosa das despesas e custos com serviços de manutenção das oficinas e dos armazéns pagos a pessoas jurídicas a autoridade fiscal afirma que esses tipos de despesas não correspondem ao conceito de insumo pois não estão diretamente relacionados ao processo da fabricação do açúcar e do álcool. Mas pareceme que razão assiste à recorrente. Como já visto anteriormente, o conceito de insumo não pode ficar adstrito ao haurido a partir da legislação do IPI. Separo a apreciação dessas glosas em dois itens. (a) As atividades das oficinas e de estocagem que atendem as outras atividades de preparo da cana de açúcar e de fabrico do açúcar e do alcool são parte do processo de produção. As despesas pagas a pessoas jurídicas para a manutenção dos equipamentos e instalações pertencentes às oficinas e depósitos dedicados ao processo de produção podem gerar creditamento. (b) Contudo, a recorrente não demonstra se tratar de insumos ou como se integram com o processo de produção os serviços prestados por pessoa jurídica para os seguintes centros de custo: "MANUTENÇÃO CONSERVAÇÃO CIVIL", " ADMINISTRAÇÃO INDUSTRIAL CORPORATIVA", ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO INDUSTRIAL", DIRETORIA INDUSTRIAL, FUNCIONÁRIOS AFASTADOS INDÚSTRIA, INCENTIVO VALE TRANSPORTE INDUSTRIAL, BRIGADA DE INCENDIO (valor total no período R$ 15.275,53), donde concluo que, por falta de comprovação e falta de previsão legal, elas não podem gerar crédito pelos valores pagos. Essas glosas, a meu sentir, devem ser mantidas. Proponho dar parcial provimento ao recurso neste item. Glosa das despesas pagas a pessoas jurídicas e lançadas nas contas contábeis 6101141407, 6101141411 e 610114113 A autoridade fiscal glosou por se referirem ao setor de vendas da contribuinte, e não ter relação com a produção. A recorrente não contesta Fl. 363DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 12 21 especificamente essa glosa, e também não apresenta elementos que possam invalidála, nem demonstra que se referem a fatores ligados efetivamente às atividades de produção. Por falta de comprovação de se tratar de insumo e falta de amparo legal, proponho manter a glosa. Glosa das despesas de transporte lançadas nas contas contábeis 4301202001 e 4301202003 pagos a PJ a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não podem ser consideradas insumo e não podem gerar credito na apuração da COFINS. Nesse ponto, entendo que razão assiste à recorrente quando se trata de custos agrícolas, pois elas se referem a transporte de pessoal no âmbito das colheitas, e, a meu ver, guardam relação direta com a produção de cana de açúcar. Entendo que a glosa não deve ser mantida, pois se trata de insumo necessário tendo em vista as especificidades do processo da colheita de cana de açúcar. Proponho dar provimento ao recurso neste aspecto. Glosa referente às despesas relacionadas aos bens adquiridos para revenda no mercado interno: As autoridades fiscal e administrativa identificam que a contribuinte registrou custos e gastos "na conta contábil 3101043204 (CUSTO DE VENDAS MERCADO INTERNO) e calculou créditos sobre estes custos, vinculando, por rateio, uma parcela desses créditos às receitas do mercado externo (ME). Entretanto, pela própria descrição da conta utilizada, verificase que são custos vinculados exclusivamente ao mercado interno (MI). Assim sendo, em sua visão, tais créditos não podem ser utilizados para compensação, apenas para dedução ou desconto da contribuição. Rejeitam, portanto, para fins de compensação os créditos em OUTUBRO relacionados a custos de venda mercado interno = R$ 59.854,84. A recorrente alega que há previsão legal. E que os bens vendidos para o exterior permitem que o exportador aproveite créditos nos termos do art. 3º (§ 8º) da Lei 10.833/03 e compense com débitos próprios. E que não há razão para a glosa, pois l lançamento na conta de custo de vendas no mercado interno foi feito por simples impossibilidade de saber no momento da operação o que seria exportado e o que seria vendido no mercado nacional. Pareceme que a recorrente não logra demonstrar o suposto direito que alega. Nesse ponto, concordo com os julgadores a quo, cuja argumentação reproduzo: "De fato, não se trata aqui de apropriar créditos relativos a despesas comuns a operações sujeitas à cumulatividade e não cumulatividade, como alegou a recorrente, e, sim, tão somente, do destino das créditos apropriados, relativos à aquisições de bens no mercado interno. Ou seja, a glosa procedida pela fiscalização não correspondeu a uma negativa do direito ao creditamento realizado pela contribuinte, como incorretamente entendeu a recorrente. OS créditos, em si, não foram contestados pela autoridade fiscal. O que foi contestado foi apenas a sua utilização, que não poderia se dar para fins de compensação ou ressarcimento, como feito pela contribuinte, porquanto não se relacionavam com operações de exportação. (..) Em resumo, a utilização dos créditos da contribuição em regime não cumulativo para fins de compensação ou ressarcimento só Fl. 364DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 22 poderá ser realizada em relação a custos, despesas e encargos vinculados às receitas de exportação de mercadorias para o exterior, não abrangendo, assim, os custos de aquisições de mercadorias para revenda no mercado interno." Por esposar o mesmo entendimento dos julgadores de primeiro piso, proponho não se dar provimento ao recurso voluntário neste item. Glosas de bens e serviços adquiridos de pessoas físicas a autoridade fiscal glosou arrendamento agrícola pago a pessoa física, despesas de geração de vapor caldeiras pagos a pessoas físicas e gastos de fornecimento pagos a pessoas físicas. A recorrente alega que os gastos pagos a pessoas físicas "(transporte de resíduos industriais — vinhaça — para aplicação na lavoura de canadeaçúcar como fertilizante, armazenagem de açúcar, etc.) , também se enquadram perfeitamente no conceito de insumos para efeitos de crédito de PIS não cumulativo." A meu ver, a recorrente não apresenta argumento congruente com os itens glosados, e silencia a respeito das despesas de arrendamento pagos a pessoas físicas. Entendo que a legislação não acode a recorrente: o § 5º do artigo 3º da Lei n. 10.833, de 2003, admitia que se pudesse deduzir da COFINS devida em cada período de apuração os créditos presumido calculado sobre o valor dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas e usados como insumos ao processo de produção. § 5o Sem prejuízo do aproveitamento dos créditos apurados na forma deste artigo, as pessoas jurídicas que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2 a 4, 8 a 12 e 23, e nos códigos 01.03, 01.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, 15.07 a 1514, 1515.2, 1516.20.00, 15.17, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, destinados à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da COFINS, devida em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens e serviços referidos no inciso II do caput deste artigo, adquiridos, no mesmo período, de pessoas físicas residentes no País. (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) § 6o Relativamente ao crédito presumido referido no § 5o: (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) I seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela constante do art. 2o; I seu montante será determinado mediante aplicação, sobre o valor das mencionadas aquisições, de alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela constante do caput do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) II o valor das aquisições não poderá ser superior ao que vier a ser fixado, por espécie de bem ou serviço, pela Secretaria da Receita Federal – SRF, do Ministério da Fazenda. (Revogado pela Lei nº 10.925, de 2004) A meu ver, correto foi o entendimento fiscal que identificou e delimitou os gastos pagos a pessoas físicas que podem dar direito ao aproveitamento de crédito presumido no mês de apuração do tributo (a partir de 01/02/2003, quando da edição da Lei 10.684/2003, art. 25, ao Introduzir o § 10 ao art. 3o da Lei 10.637/2002 e Lei 10.925/2004, art. 16,1. a). Lei 10.684 de 30 de maio de 2003, art. 25.). Ademais as despesas de arrendamento não podem ser aceitas, pois a recorrente não contesta a glosa, nem traz elementos que demonstrem que elas se constituem em insumos. Proponho não dar provimento ao recurso neste item. Fl. 365DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 13888.002894/200418 Acórdão n.º 3401002.892 S3C4T1 Fl. 13 23 Glosa das despesas com aluguel e arrendamento rural A autoridade fiscal propôs a glosa das despesas com arrendamento agrícola e rural por não se enquadraram na hipótese do inciso IV do art. 3º das Leis em comento. Não consigo acompanhar a recorrente em sua argumentação de que o vocábulo 'prédios' desta hipótese legal abrange as propriedades rurais. A meu ver, não há essa equivalência e carece, no texto legal, a expressa autorização para creditamento desse tipo de gasto (arrendamentos rural e agrícola). Proponho não dar provimento ao recurso neste item, por falta de previsão legal. Glosa das despesas portuárias e de estadia nas operações de exportação a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não faziam jus ao creditamento por que lhes falta a previsão legal. Elas se referem a gastos com serviços relacionados ao porto, com destaque para as de movimentação e embarque e estadia. A esse respeito a recorrente afirma, sem demonstrar, que elas estão ligadas diretamente ao processo de produção ou que elas deveriam ser consideradas como de frete ou armazenagem. Os valores de despesas com estadia foram integralmente glosados (R$ 11.777,52). As despesas portuárias foram parcialmente glosadas: valor total de despesas portuárias R$ 7.184.225,93 valor glosado R$ 5.351.935,31 valor despesas portuárias não glosados R$ 1.832.290,62 Concluo sublinhando que, a meu ver, as despesas glosadas não se confundem com o frete ou a armazenagem, nem podem ser consideradas insumos, como propõe a recorrente, e que não há previsão legal para o creditamento desse tipo de despesa. Proponho não dar provimento ao recurso neste aspecto. Glosas das despesas de exportação pela proporcionalidade das receitas de exportação Do valor das despesas portuárias não glosadas (R$ 1.832.290,62), e das despesas de transporte rodoviário (conta 6101242401) que somam no trimestre R$ 6.842.717,55 e das despesas de transporte ferroviário (conta 6101242411_ que somaram R$ 31.684,77 , a autoridade fiscal aplicou o que dispõe o § 4º do art. 6º da Lei 10.833/2003, ou seja, apurou o valor correspondente à proporção de receitas de exportação de bens adquiridos no mercado interno sobre o total das receitas. A recorrente não se resigna com a glosa alusiva às despesas com exportação excluídas por proporcionalidade. Ela firma que essa exclusão vulnera a não cumulatividade do PIS e da COFINS. Contudo, a contribuinte não apresentou prova do que alega. Ocorre que o texto do § 4º do artigo 6º da Lei n. 10.833, de 2003, é cristalino a respeito: art. 6º A COFINS não incidirá sobre sa receitas decorrentes das operações de: (...) § 4º O direito de utilizar o crédito de acordo com o § 1º não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim previsto no inciso III do caput, ficando vedado, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. Fl. 366DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA 24 A recorrente não contradita o fato de ser comercial exportadora e ter receita de exportação proveniente de bens adquiridos no mercado interno e exportados, nem contesta a apuração dos percentuais adotados pela autoridade fiscal para os cálculos. Foi correta a glosa pela proporcionalidade entre receitas de exportação e receitas de exportação com revenda, pois ela corresponde à prescrição legal que veda o aproveitamento de créditos de encargos desse tipo de receita de exportação por revenda. Do total de R$ 1.068.455,74 de crédito inicialmente calculado pelo próprio contribuinte, a autoridade fiscal corretamente glosou R$ 674.011,31, e manteve o crédito de R$ 394.444,43. Proponho manter a glosa e não dar provimento ao recurso neste item. Glosa dos créditos relacionados às perdas com operações derivativas: A autoridade fiscal glosou o valor R$ 5.841,13 lançado na conta 6301171713 (PERDAS COM OPERAÇÕES DERIVATIVAS) por que os créditos calculados sobre esse tipo de perda não pode ser usada para compensação, à alíquota de 4,6%, pois ele não está elencado no que prescreve o artigo 3º da Lei que rege essa contribuição. Esse tipo de crédito pode ser usado apenas para desconto ou dedução da própria contribuição apurada. Essa também foi a conclusão dos julgadores de primeiro piso. A recorrente alega se tratar de operações realizadas com hedge, com o objetivo de obter garantia do preço do açúcar destinado ao mercado externo, e que a base legal está no artigo 84 da Lei que disciplina essa contribuição. A leitura do§ 1º do art. 6º dessa Lei informa que o previsto no artigo 84 não pode ser fonte de utilização de crédito para aproveitamento. Não há possibilidade dos créditos apontados pela contribuinte servirem para fins de compensação e ressarcimento, muito embora possam servir para dedução de débitos da própria contribuição. Portanto, entendo que não merecem reparos a glosa e a conclusão da DRJ a este respeito. Proponho não dar provimento ao recurso neste ítem. Conclusão: Concluindo, proponho dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos exposto neste voto, e considerar homologadas as compensações até o limite do valor líquido assim determinado, após a dedução das glosas e do valor que foi aproveitado como crédito para deduzir a própria contribuição. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 367DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
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Numero do processo: 10805.001357/00-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.890
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto do relator.
Júlio César Alves Ramos - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori, Bernardo Leite de Queiroz Lima..
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2063; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10805.001357/0040 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401000.890 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 24 de fevereiro de 2015 Assunto PIS FATURAMENTO Recorrente PIRELLI Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência nos termos do voto do relator. Júlio César Alves Ramos Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori, Bernardo Leite de Queiroz Lima.. Relatório: Cuida este processo de pedido de restituição do PIS Faturamento, com data de protocolo em 31/07/2000, que o contribuinte afirma ter recolhido a maior que o devido nos períodos de apuração entre 05/10/1990 e 14/07/1995, tendo em vista a inconstitucionalidade dos Decretoslei 2.445/88 e 2.449/88, até 14/07/1995 com fundamento na Resolução do Senado Federal 49/95, considerando que na sistemática da Lei Complementar 7/70, o PIS tem por base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior A Recorrente explica que, no período de 1990 a 1995, tinha como atividade principal a prestação de serviços administrativos para as demais empresas do grupo, não realizando venda de mercadoria de qualquer espécie, e estava obrigada ao recolhimento da contribuição destinada ao PIS, nos termos do § 2o, do artigo 3o da RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 05 .0 01 35 7/ 00 -4 0 Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 3 2 Lei Complementar n°. 07/70, ou seja, à alíquota de 5% (cinco por cento) sobre o imposto de renda apurado como se devido fosse. A esse pedido de restituição do PIS foram associados pedidos de compensação. Em 14/08/2009, a autoridade da unidade de jurisdição indeferiu o pedido de restituição e declarou não compensados os pedidos de compensação associados. A motivação para o indeferimento se apoiou na afirmação de que teria havido a decadência pelo transcurso do prazo de cinco anos, conforme previsto no artigo 168, I, do Código Tributário Nacional CTN (Lei n° 5.172, de 25/10/1966), entendimento este em conformidade com o Ato Declaratório SRF n° 96, de 26.11.1999, e com o art. 3o da Lei Complementar 118/2005. A contribuinte contestou a decisão, alegando: o que ocorreu a homologação tácita do pedido de restituição; o que o prazo para pleitear a restituição do indébito é de 5 anos, acrescidos de mais 5 anos, resultando num prazo de 10 (dez) anos favorável à Contribuinte; o que a Resolução do Senado Federal n° 49/1995 é o marco inicial para a contagem do prazo para pedir restituição; o que a Lei Complementar 118/2005, tratandose de lei nova, não pode ser aplicada retroativamente; o e que o crédito alegado advém da inconstitucionalidade dos Decretoslei 2.445/88 e 2.449/88, considerando que na sistemática da Lei Complementar 7/70, o PIS tem por base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior. A Respeitável 9ª Turma da 1ª Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (DRJ SP1) teceu as seguintes considerações e conclusões: o "...não caber aplicar ao pedido de restituição a homologação tácita prevista para a declaração de compensação, dado que a compensação declarada está afeta a um regime declaratório (Declaração de Compensação), enquanto que o pleito de restituição está afeto a um regime de requerimento (Pedido de Restituição)." o transcorreu o prazo decadencial de cinco anos para o pedido de restituição em questão; o "E sendo inexequível ou insubsistente o alegado direito creditório, se revelam insustentáveis compensações nele baseadas ou com ele vinculadas ou combinadas." o "Quanto à questão dos Decretoslei 2.445/88 e 2.449/88 suspensos pela Resolução do Senado Federal 49/95 e da base de cálculo do PIS nos termos da Lei Complementar 7/70, cabe registrar ser dispensável a discussão de tal matéria, pois a pretensão do sujeito passivo já se acha Fl. 1019DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 4 3 totalmente prejudicada, como demonstrado na abordagem preliminar de decadência. Ademais, a matéria nem sequer foi analisada pela Autoridade a quo, inexistindo presentemente litígio em relação a isto a ser dirimido no âmbito desta primeira instância julgadora administrativa." O Acórdão n.º 1623.855 por ela proferido em 16/12/2009 ficou assim ementado: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 DECADÊNCIA. O direito de pleitear restituição de tributo ou contribuição pago a maior ou indevidamente extinguise com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da extinção do crédito tributário. Observância da Lei Complementar n° 118, inclusive. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Sendo diferentes os regimes administrativofiscais que regem o pedido de restituição e a declaração de compensação, descabe aplicar ao pedido a homologação tácita prevista para a declaração. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO EXPLÍCITA. A Lei 9.748/99, em seu art. 48, exige que as solicitações do administrado sejam enfrentadas por decisão explícita da administração. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte ingressa com recurso voluntário por meio do qual repisa os argumentos de sua anterior contestação e contesta o Acórdão e o indeferimento e a não homologação das compensações pleiteadas. Ao final requer: o a intimação pessoal dos Procuradores da Requerente para realizar sustentação oral das razões do presente recurso, sob pena de nulidade; o que o presente recurso voluntário seja conhecido e provido em sua integralidade, a fim de reformar a respeitável decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP), no sentido de julgar nulo e/ou improcedente o lançamento fiscal pelas razões expostas; o todas as intimações e/ ou publicações sejam realizadas exclusivamente em nome dos subscritores da presente, no endereço: Avenida Giovanni Battista Pirelli, n°. 871, Porta T, Santo André, SP, CEP 09111310. É o relatório. Fl. 1020DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Preambulares: A recorrente pede para os Procuradores serem pessoalmente intimados para que realizem a defesa oral, sob pena de nulidade. E pede para ser intimada exclusivamente através das pessoas de seus procuradores e nos endereços destes. Proponho o entendimento que a inclusão em pauta, nos modos realizado pelo CARF, com publicidade oficial, já atende à necessidade do recorrente conhecer com antecipação essa condição e a oportunidade para a defesa oral. E, ainda, que não há previsão legal para que as intimações sejam realizadas exclusivamente em endereço de seus procuradores e através das pessoas de seus procuradores. Para essas solicitações, com essas minhas considerações e razões, proponho a este colegiado o seu indeferimento. Mérito: São três os pontos em discussão no presente processo, o um, o prazo prescricional para pedir a restituição de tributos pagos a maior; o dois, o mérito de ter ocorrido pagamento indevido passível de ser reconhecido como direito creditório; o três, o direito da Recorrente em ver reconhecida a homologação tácita do seu pedido de restituição. O prazo de prescrição para o pedido de restituição: Com relação ao prazo para se pleitear a restituição ou a compensação, consoante a decisão do Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 566.621, transitado em julgado em 27/02/2012, que foi submetido à sistemática da repercussão geral (art. 543B e 543C do CPC), ficou pacificado o entendimento de que o prazo estabelecido na Lei Complementar n.° 118/05 somente se aplica para os processos ajuizados a partir 09 de junho de 2005, e que anteriormente a este limite temporal aplicase a tese de que o prazo para repetição ou compensação era de dez anos contados de seu fato gerador. Esse entendimento é de observação pelos julgados deste Conselho nos termos do art. 62A do RICARF. Portanto, o termo inicial do prazo para o exercício do direito de pleitear a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 10 anos para os pedidos protocolizados antes de 9 de junho de 2005 e de 5 anos se o pedido foi apresentado a partir dessa data. No caso em discussão neste processo, não ocorreu a prescrição ou a decadência, como denominam alguns pois o pedido de restituição foi apresentado em Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 6 5 31/07/2000 concernente a pagamentos feitos para os períodos de apuração compreendidos entre 05/10/1990 e 14/07/1995, ou seja, antes de decorrido os dez anos fatais. Assim, proponho a este colegiado este entendimento e a reforma da decisão da unidade de jurisdição e da decisão de primeiro piso neste particular. Sobre a homologação tácita do pedido de restituição e das declarações de compensação: A recorrente pede a aplicação do que prescreve o § 5º do artigo 74 da Lei n.º 9.430, de 1996, qual seja, a homologação tácita pelo decurso de prazo de cinco anos para o seu pedido de restituição, apresentado em 2000, e para as suas declarações de compensação. Assim dispõe os §§ 4º e 5º do artigo 74 da Lei 9.430, de 1996: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) VII os débitos relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00 (quinhentos reais); (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 7 6 VIII os débitos relativos ao recolhimento mensal obrigatório da pessoa física apurados na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 1988; e (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) IX os débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL apurados na forma do art. 2o. (Vide Medida Provisória nº 449, de 2008) § 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) (grifos nossos) Primeiramente, pareceme que decidiram bem os Julgadores a quo ao não acolherem o argumento da contribuinte de homologação tácita do pedido de restituição. Afinal, é cristalino que o prazo previsto nos §§ 4º e 5º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, se aplica a pedido de compensação ou a declaração de compensação, e não a pedido de restituição, como roga a recorrente. Ademais, as declarações de compensação apresentadas pela contribuinte, consoante o relatório de fls. 814 a 816, se deram entre 09/09/2004 e 16/10/2006. O prazo a que se submetem é o do § 5º do artigo 74 citado, ao invés do prazo do parágrafo anterior, caso se as declarações de compensação tivessem sido registradas antes de 29/08/2002. A decisão de não homologar as declarações de compensação por parte da autoridade administrativa foi proferida em 14/08/2009 (fls. 822), antes do decurso dos cinco anos para a homologação tácita. Portanto, proponho a este colegiado o entendimento de que não ocorreu a homologação tácita das declarações de compensação em discussão por que a autoridade competente proferiu decisão antes dos cinco anos fatais , nem do pedido de restituição por falta de amparo legal. Do direito a crédito por pagamento indevido: Para justificar a sua petição de reconhecimento de direito creditório por pagamento maior que o devido, a contribuinte apresenta a seguinte razão: Nesse diapasão, no período de vigência dos Decretoslei declarados inconstitucionais, a Requerente deveria ter recolhido a contribuição 'ao PIS conforme a Lei Complementar n° 07/70, isto é, com base no faturamento auferido no sexto mês anterior .àquele em que se tornava devido o tributo, o que lhe ocasionou créditos a recuperar relativos aos fatos geradores entre o período de outubro de 1990 a julho de 1995. Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA Processo nº 10805.001357/0040 Resolução nº 3401000.890 S3C4T1 Fl. 8 7 O direito da Recorrente em reaver os valores indevidamente recolhidos a título de PIS, no período compreendido entre outubro de 1990 e julho de 1995 é legítimo e inquestionável, tendo em vista a declaração de inconstítucíonalidade dos DecretosLei n.º 2.445 e 2.449 de 1988, pelo Supremo Tribunal Federal, através de decisão proferida nos autos do Recurso Extraordinário no. 148.754 2/RJ, restando suspensa sua execução pela Resolução n.º 49/95, do Senado Federal. Assim, resta evidente que durante a vigência dos malfadados dispositivos, as regras aplicáveis ao pagamento da contribuição para o PIS eram aquelas determinadas pela Lei Complementar n o . 07/70, ou seja, 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento) sobre o faturamento do sexto mês anterior àquele em que a contribuição se tornava devida. Desta forma, ao confrontar as regras acima com a inconstitucional regra dos DecretosLei n.º 2.445 e n.º 2.449 — 0,65% sobre a receita operacional bruta do mês, restou apurado pela Recorrente, créditos a recuperar, decorrentes do recolhimento indevido, a maior, da mencionada contribuição. A matéria está pacificada no âmbito administrativo desde o advento da Súmula CARF n. 15, devendo ser de observação obrigatória, inclusive quanto à semestralidade, in verbis: A base de cálculo do PIS previsto no artigo 6º da Lei Complementar n.º 07, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. Ocorre que nos autos não houve analise dos valores que seriam devidos do tributo nos períodos de apuração mencionados e dos valores que teriam sido pagos a maior que o devido. Entendo, por isso, que o acatamento do recurso requer a verificação da veracidade das informações apostas nas declarações prestadas e nos documentos que instruem este processo. Sou, por isso, pela baixa do processo em diligência para que a d. fiscalização aponte qual é o valor devido da contribuição e o valor pago a maior que o devido, argüidos neste processo, levando em conta as decisões tomadas nesta Resolução. Conclusão: Com esses fundamentos, voto no sentido de afastar a prescrição decretada pela DRJ, mas também voto no sentido de converter o julgamento em diligência, para que a unidade de jurisdição, respeitando o entendimento e decisões aqui apresentados, verifique o alegado pagamento indevido e determine o direito creditório e verifique, ainda, o crédito líquido e certo para a homologação das declarações de compensação. Que a contribuinte seja cientificada desta decisão e seja cientificada do resultado da diligência e possa, em cada caso, apresentar suas considerações. Ao final, seja este processo retornado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Fl. 1024DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 10/ 03/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGU EIRA
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