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Numero do processo: 10980.008444/2008-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 30/06/2005
RECEITAS FINANCEIRAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
É ônus da interessada comprovar, por meio da escrita fiscal e contábil, especialmente, a alegada existência de receitas financeiras, então submetidas à alíquota zero. Ausente tal comprovação, não há como excluir valores da base de cálculo adotada pela autuação, extraída dos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) apresentados pelo próprio contribuinte, nos quais os campos destinados às receitas financeiras encontram-se zerados.
DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. PRIMEIRO DIA DO ANO SEGUINTE. CTN, ART. 173, I. STJ. RECURSO REPETITIVO.
Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF em obediência ao art. 62-A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário ofício é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, tal pagamento não ocorre.
Numero da decisão: 3401-001.977
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Júlio César Alves Ramos Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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Recorrente AUTO VIAÇÃO MARECHAL LTDA Recorrida CURITIBAPR ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/03/2003 a 30/04/2003 DECADÊNCIA. CINCO ANOS A CONTAR DO FATO GERADOR. SÚMULA VINCULANTE DO STF Nº 8/2008. Editada a Súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal nº 8/2008, segundo a qual é inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212/91, o prazo para a Fazenda proceder ao lançamento do PIS e da Cofins é de cinco anos, nos termos do CTN. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. PRIMEIRO DIA DO ANO SEGUINTE. CTN, ART. 173, I. STJ. RECURSO REPETITIVO. Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF em obediência ao art. 62A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário ofício é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, tal pagamento não ocorre. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2003 a 30/04/2003, 01/06/2003 a 30/06/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPRESCINDIBILIDADE A PARTIR 01/10/2002. RITO PRÓPRIO. Não compete ao CARF se pronunciar sobre pedido de compensação, exceto em sede de recurso voluntário interposto contra decisão da primeira instância que apreciou manifestação de inconformidade relativa ao pedido, sendo que a partir de 01/10/2002, com a entrada em vigor do art. 49 da MP nº 66, de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 84 44 /2 00 8- 16 Fl. 184DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 185 2 29/08/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002, que alterou o art. 74 da Lei nº 9.430/96, a compensação de tributos administrados pela extinta Secretaria da Receita Federal passou a ser efetivada por meio de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação, inclusive quando realizada entre tributos da mesma espécie. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 30/06/2005 RECEITAS FINANCEIRAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. É ônus da interessada comprovar, por meio da escrita fiscal e contábil, especialmente, a alegada existência de receitas financeiras, então submetidas à alíquota zero. Ausente tal comprovação, não há como excluir valores da base de cálculo adotada pela autuação, extraída dos Demonstrativos de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) apresentados pelo próprio contribuinte, nos quais os campos destinados às receitas financeiras encontramse zerados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). Júlio César Alves Ramos – Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Relatório O processo trata de 2 autos de infração, referentes ao PIS e à Cofins, com ciências em 19/06/2008, mantidos integralmente pela DRJ. Por bem resumir o que consta dos autos até então, reproduzo o relatório da primeira instância: (a) de fls. 26/31, em que são exigidos R$ 11.638,08 de contribuição ao PIS, além de multa de ofício de 75% e encargos legais, relativamente aos períodos de apuração março/2003 a abril/2003, junho/2003 e outubro/2003; instruem o referido auto a descrição dos fatos c enquadramento legal de íls. 29/30, o demonstrativo de apuração de fl. 26 e o demonstrativo de multa e juros de mora de fl. 27; (b) de fls. 32/41, em que são exigidos: (b.l) R$ 596,31 de Cofins cumulativa, além de multa de ofício de 75% e encargos legais, relativamente aos períodos de apuração agosto/2003 a Fl. 185DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 186 3 outubro/2003; e (b.2) R$ 13.711,94 de Cofins nãocumulativa, além de multa de ofício de 75% e encargos legais, relativamente aos períodos de apuração janeiro/2005 a junho/2005; instruem o referido auto a descrição dos fatos c enquadramento legal de fls. 38/40, o demonstrativo de apuração de fls. 32/33 e o demonstrativo de multa e juros de mora de fls. 34/35. Cientificada em 19/06/2008 (fl. 148), a interessada apresentou, em 21/07/2008, as seguintes impugnações: (a) de fls. 44/49, instruída com os documentos de fls. 50/76, contra o lançamento de PIS; e (b) de fls. 77/83, instruída com os documentos de fls. 84/145, contra o lançamento de Cofins. Tais impugnações são a seguir sintetizadas. Impugnação contra o PIS: argüi a decadência do lançamento de PIS relativo aos períodos de apuração março e abril de 2003, tendo por base legal o art. 150, § 4° do CTN; caso não seja aceita a alegação de decadência, argumenta que houve pagamento a maior nos períodos de apuração janeiro a março de 2003, conforme estaria demonstrado na planilha de fl. 50 e cópias de DARF de fls. 51/54; acrescenta que teria compensado esses recolhimentos havidos a maior (corrigidos pela Selic), com o PIS devido para os períodos de apuração março e abril de 2003, nos termos do art. 66 da Lei n.° 8.383, de 1991; por sua vez, na eventualidade de não serem aceitas as compensações assim feitas, requer que as mesmas sejam concretizadas a partir de sua impugnação; sustenta que não procede a diferença apontada referente ao período de apuração junho/2003 (de R$ 10.308,77), uma vez que teria se valido de pagamento a maior efetuado no período de apuração maio/2003 (no montante de R$ 10.432,43) para quitar a precitada diferença por meio de compensação via PER/Dcomp; também neste caso, caso não se aceite a compensação que empreendeu, consoante previsão do art. 66 da Lei 8.383, de 1991, requer a sua efetivação por meio da impugnação; afirma que irá recolher a diferença apontada de PIS para o período de apuração outubro/2003 (R$ 283,87), inclusive com multa e encargos legais, pedindo um prazo de 5 dias úteis para ajuntada do comprovante. Impugnação contra a Cofins: avisa que não impugnará os lançamentos da Cofins cumulativa (períodos de apuração agosto a outubro de 2003), e que fará o recolhimento por meio de DARF em 21/07/2008 (requerendo, ainda, a juntada do comprovante de pagamento no prazo de 5 dias úteis); na seqüência, fala que inexiste diferença para os períodos de apuração janeiro a junho de 2005, posto que a partir de Fl. 186DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 187 4 02/08/2004 a alíquota de Cofins foi reduzida a zero, quando incidente sobre receitas financeiras (Decreto n.° 5.164, de 2004, com autorização do art. 27 § 2° da Lei n.° 10.865, de 2004, c/c Decreto n.° 5.442, de 2005), sendo que o valor que recolheu (e que foi informado cm DCTF) seria o correto, enquanto que o valor indicado no auto de infração (advindo de diferença entre DACON e DCTF) não levaria em conta a incidência da referida alíquota zero; reafirma que a inconsistência teria ocorrido unicamente no DACON, já que nele teria incluído, indevidamente, as receitas financeiras sem levar em consideração a mencionada alíquota zero; anexa planilha (fl. 84) que permitiria a análise dos valores, dizendo que na última coluna dessa planilha constariam valores que estão inclusos no DACON, que não dizem respeito às receitas financeiras, totalizando R$ 426,84, os quais também recolherá via DARF, em 21/07/2008, que posteriormente apresentará. A 3ª Turma da DRJ, após destacar os períodos de apuração em relação aos há concordância com os dois lançamentos, rejeitou as alegações do restante considerando basicamente o seguinte: por não ter havido pagamentos antecipados do PIS nos períodos de apuração de março de abril de 2003, conforme o extrato de fl. 152 (que contempla pagamentos com vencimentos em 15/01/2003, 14/02/2003 e 14/03/2003), o prazo decadencial de cinco anos começa a ser contado em 01/01/2004 e expira em 31/12/2008, pelo que em 19/06/2008, esta a data da ciência, não tinha ocorrido a decadência; por não haver Declarações de Compensação (DCOMP) visando aproveitar os alegados recolhimentos a maior do PIS nos períodos de apuração de janeiro, fevereiro, março e maio de 2003 negou a compensação pleiteada, observando que declaração de compensação n° 30532.78864.221203.1.3.571409, para quitação do débito da Contribuição período de apuração junho/2003, foi levada em conta pela fiscalização; por não constar dos DACON receitas financeiras nos períodos de apuração de janeiro a junho de 2005, manteve os valores autuados da Cofins nesses meses, os quais decorrem de diferenças entre os informados nos DACON e os confessados nas DCTF respectivas. Observou a DRJ que não foram trazidos aos autos elementos da escrituração contábil/fiscal (cópias do livro Diário e/ou Razão) onde conste o correto e efetivo registro de receitas financeiras, reputando insuficientes para comprovação alegada as cópias de balancetes contábeis e de extratos bancários apresentadas. No Recurso Voluntário, tempestivo, a contribuinte repisa alegações da impugnação parcial, requerendo ao final a reforma do acórdão da primeira instância. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 188 5 Voto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo, pelo que é conhecido. Diante da peça recursal, que não acrescentou à Impugnação provas novas, descabe qualquer reforma no acórdão recorrido. Os temas a tratar dizem respeito às seguintes alegações: 1) decadência do PIS nos períodos de apuração de março e abril de 2003, em relação aos quais a Recorrente defende que o termo inicial do prazo decadencial deve ser contado dos fatos geradores porque teria havido compensação dos débitos nesses dois meses, questão relacionada com a alegação 2; 2) compensação de débitos PIS lançados nos períodos de apuração março e abril de 2003, para o que teriam sido aproveitados indébitos dos períodos de janeiro a março de 2003, bem como do débito da mesma Contribuição no período de junho de 2003, com indébito de maio de 2003; 3) redução dos valores devidos da Cofins nos períodos de apuração de janeiro a junho de 2005, porque segundo a Recorrente teria sido desprezada a alíquota zero da Contribuição sobre as receitas financeiras desses meses. Cuido inicialmente do item 2, porque da compensação (ou não) dos débitos do PIS nos meses de março e abril de 2003 pode depender o termo inicial da decadência nesses dois períodos de apuração. COMPENSAÇÃO A PARTIR DE 01/10/2002: IMPRESCINDIBILIDADE DE DCOMP A compensação pleiteada não pode ser admitida porque, a partir de 01/10/2002, com a entrada em vigor do art. 49 da MP nº 66, de 29/08/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002, que alterou o art. 74 da Lei nº 9.430/96, a compensação de tributos administrados pela extinta Secretaria da Receita Federal passou a ser efetivada por meio de Pedido de Restituição/Declaração de Compensação, inclusive quando realizada entre tributos da mesma espécie, sendo que na data da sua transmissão se dá o encontro de contas entre débitos e créditos. Na situação em tela a ausência das DCOMP constitui óbice incontornável à compensação defendida, que inclusive somente foi requerida após a autuação. Como não foi solicitada antes, não poderia mesmo ser considerada nesta etapa recursal. É que, sob pena de supressão de instância, os pedidos de compensação (ou DCOMP, no caso destes autos) devem seguir rito próprio, a começar pela análise por parte das Delegacias ou Inspetorias da Receita Federal, cujo indeferimento pode ser seguido de manifestação de inconformidade à Delegacia da Receita Federal de Julgamento e posterior Recurso Voluntário, se for o caso. Se ao final do processo específico (ou da análise da DCOMP) for reconhecido ao contribuinte algum direito creditório, o valor a repetir poderá até ser utilizado para liquidação de crédito tributário objeto do Auto de Infração contestado, mediante Fl. 188DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 189 6 compensação. Não se admite, todavia, que a repetição de indébito requerida após a autuação sirva como meio transverso de contestação ao lançamento regular, como pretendido neste processo. Saliento, por oportuno, que mesmo quando era dispensado processo específico para compensação entre tributos da mesma espécie (antes da DCOMP instituída nos termos da MP nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002), a compensação precisava ser informada em DCTF. E na situação dos autos também não consta tenha havido qualquer informação em DCTF, da compensação debatida. PRAZO DECADENCIAL: CONTAGEM A PARTIR DO ANO SEGUINTE EM QUE PODERIAM SER EFETUADOS OS LANÇAMENTOS, POR INEXISTIR PAGAMENTO ANTECIPADO Por inexistir pagamentos antecipados, nos termos exigidos pelo art. 150 do CTN, tampouco caber admitir a compensação requerida para débitos do PIS (tratada no tópico acima), a contagem do prazo decadencial é feita como interpretado pela DRJ. Como se sabe, no trato da decadência cabe aplicar, primeiro, a Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal nº 8/20081, segundo a qual é inconstitucional o art. 45 da Lei nº 8.212/91 e por isto o prazo decadencial é dado pelo CTN, sendo então de cinco anos, e segundo, os julgados repetitivos do STJ, pelos quais o início da contagem, inexistente pagamento antecipado, é o previsto no art. 173, I, do mesmo Código, ou seja, o primeiro do ano seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. O meu entendimento pessoal, que prevaleceu por maioria neste Colegiado até as reuniões anteriores ao mês de fevereiro de 2011, é o de que o termo inicial ou dies a quo do prazo decadencial deve ser contado sempre da ocorrência do fato gerador, tenha havido ou não a antecipação de pagamento exigida referida no art. 150 do CTN. Importa investigar a respeito do que se homologa – se o pagamento antecipado, ou toda a atividade do sujeito passivo. Ressaltando que há inúmeras opiniões em contrário, segundo as quais não há lançamento por homologação se não houver pagamento antecipado, filiome à corrente minoritária a qual pertence José Souto Maior Borges, que entende haver homologação da atividade do contribuinte, consistente na identificação do fato gerador e apuração do imposto, que deve ser antecipado somente se devido. Lembro, por oportuno, o lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física, em que o contribuinte, após computar os valores retidos pela fonte pagadora, calcula o imposto anual podendo chegar a três resultados diferentes: valor devido, zero ou imposto a restituir. Após o cálculo, o sujeito passivo preenche e entrega a declaração, devendo antecipar o pagamento se apurou valor a pagar, ou então aguardar a restituição, caso os valores retidos tenham sido maiores que o imposto devido anualmente. A Secretaria da Receita Federal, após processar a declaração, emite uma notificação, através da qual o auditor fiscal homologa expressamente todo o procedimento do contribuinte, já que confirma o imposto a restituir ou o valor zero, ou ainda, caso tenha 1 São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do decretolei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 190 7 apurado valor diferente, procede ao lançamento desta diferença. Quando a autoridade administrativa confirma o valor declarado pelo sujeito passivo, é expedida uma notificação ao sujeito passivo e temse o lançamento por homologação; quando o valor apurado pela autoridade é maior, ao invés de uma notificação lavrase um auto de infração, procedendose ao lançamento de ofício. Nos outros tributos lançados por homologação – hoje quase todos o são , o procedimento não é substancialmente diferente, sendo que em vez de notificação expressa na grande maioria dos casos ocorre a homologação ficta, na forma do previsto no § 4º do art. 150 do CTN. Ora, se a autoridade administrativa homologa um valor zero, ou uma restituição, evidente que não está homologando pagamento. A redação do caput do art. 150 do CTN emprega o termo pagamento para informar o dever de sua antecipação (“... tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento ...”), não para dizer de sua homologação. Esta referese à atividade (ou procedimento) do sujeito passivo (“... a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.” Feita a ressalva quanto ao meu entendimento particular, curvose à posição contrária do STJ, levando em conta o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, que dispõe o seguinte: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes A questão referente ao termo inicial do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário de ofício nas hipóteses em que o contribuinte não declara, nem efetua o pagamento antecipado do tributo sujeito a lançamento por homologação (discussão acerca da possibilidade de aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do CTN), foi decidida pelo STJ no Recurso Especial nº 973.733SC, julgado sob o regime de recurso repetitivo, com a ementa seguinte (negrito acrescentado): PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS Fl. 190DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 191 8 PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050∕PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758∕SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142∕SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163∕210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa∕concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91∕104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396∕400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183∕199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. Fl. 191DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10980.008444/200816 Acórdão n.º 3401001.977 S3C4T1 Fl. 192 9 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08∕2008. (STJ, Primeira Seção, REsp 973.733SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 12/8/2009, unânime). Conforme os fundamentos acima, e porque inexistiram pagamentos antecipados em relação aos fatos geradores de março de abril de 2003, o prazo decadencial começa a contar em 1º de janeiro de 2004, de modo que em 19/06/2008, data da ciência do auto de infração do PIS (também nesta mesma data houve ciência do auto da Cofins, mas a decadência é alegada tãosomente em relação ao PIS), ainda não tinha havido decadência. RECEITAS FINANCEIRAS: AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO No tocante às receitas financeiras dos períodos de apuração de janeiro a junho de 2005, sobre as quais caberia reconhecer a alíquota zero da Cofins, não assiste razão à Recorrente porque não foram apresentadas provas de que, nos valores informados nos DACON – superiores aos confessados nas DCTF desses meses, o que acarretou as autuação respectiva , teriam sido somadas indevidamente tais receitas. Como bem observou a DRJ, não foi trazida aos autos a escrituração contábil e fiscal (cópias dos Livros Diário e Razão), mas apenas cópias de balancetes contábeis e de extratos bancários. Sendo assim, não há como identificar cada uma das diversas parcelas que somadas resultaram nos montantes informados nos DACON. A ausência de dados da escrituração contábil e fiscal, aliada ao que consta nos DACON, nos quais a linha correspondente às receitas financeiras encontrase zerada nos meses de janeiro a junho de 2005 (ver cópias às fls. 16/21, linha 07, coluna Regime Não Cumulativo), a autuação deve ser mantida. CONCLUSÃO Pelo exposto, nego provimento ao Recurso. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 192DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 11065.003280/2002-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/10/1997, 30/11/1997, 31/12/1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FALTA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO.
Quando no acórdão não há obscuridade, contradição ou omissão, os embargos não devem ser conhecidos.
Numero da decisão: 3401-001.908
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não admitir os embargos por não restar caracterizada a contradição apontada. Vencidos os Conselheiros Odassi Guerzoni Filho e Emanuel Carlos Dantas de Assis, que os admitiam. Designado o conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça para elaborar o voto vencedor.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho Relator
Jean Cleuter Simões Mendonça - Redator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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Bebidas Antarctica Polar S/A) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/10/1997, 30/11/1997, 31/12/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FALTA DE OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO. Quando no acórdão não há obscuridade, contradição ou omissão, os embargos não devem ser conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não admitir os embargos por não restar caracterizada a contradição apontada. Vencidos os Conselheiros Odassi Guerzoni Filho e Emanuel Carlos Dantas de Assis, que os admitiam. Designado o conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça para elaborar o voto vencedor. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho – Relator Jean Cleuter Simões Mendonça Redator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 32 80 /2 00 2- 40 Fl. 142DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO 2 Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 20313.713, de 3/12/2008, proferido pela extinta Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, atual Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF, de relatoria do exConselheiro Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, sob o argumento de que o mesmo encerraria uma contradição. Para a Douta Embargante, a contradição residiria no fato de o motivo do lançamento efetuado por meio de auto de infração [auditoria eletrônica na DCTF que constatou divergência no número do CNPJ indicado como beneficiário de ação judicial] ainda persistir e não ter sido afastado pelas “provas trazidas aos autos quanto a legitimidade da sucessão societária”, consoante restara afirmado no Acórdão ora embargado. É que, argumenta a Embargante, a informação de que a empresa beneficiária da ordem judicial fora incorporada por um terceiro não seria capaz de sanar o conflito existente com o CNPJ da empresa autuada. Assim, aduz ela, “a assertiva de que ‘a legitimidade da sucessão societária [...] explica a questão da suposta indicação equivocada de CNPJ’ não parece encontrar respaldo nas circunstâncias fáticas retratadas nos autos. Isso porque não houve nenhuma conexão da referida divergência de CNPJ com a sucessão societária noticiada no feito.” Por fim, observa a Embargante ser importante que se verifique “com precisão a identidade de CNPJ para a concessão da compensação ora ventilada, haja vista a necessidade de impedirse que o contribuinte acabe usufruindo do benefício em duplicidade, vinculando créditos auferidos a CNPJ diversos.” No essencial, é o Relatório. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO Processo nº 11065.003280/200240 Acórdão n.º 3401001.908 S3C4T1 Fl. 143 3 Voto Vencido Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Admissibilidade dos embargos De fato, a divergência existente entre os números de CNPJ, isto é, aquele da empresa que ingressou com a ação ordinária de repetição de indébito do PIS/Pasep [estabelecimento matriz] e aquele da DCTF auditada [estabelecimento filial], nada tem de conexo com a sucessão societária [incorporação da Indústria de Bebidas AntarcticaPolar S/A pela Ambev] havida somente em agosto de 2002, depois, da autuação. Daí, então, que não poderia ser esse [a sucessão societária] o motivo para o afastamento da exigência consubstanciada no auto de infração que ensejou a abertura deste processo administrativo. De serem admitidos, pois, os presentes embargos, para sanar a contradição. Histórico do caso Em 17/06/2002 a empresa Indústria de Bebidas AntarcticaPolar S/A, com endereço à Rua Osvaldo Aranha, 4.520, Olaria, em MontenegroRS, CNPJ 95.424.479/0012 52, foi cientificada do auto de infração, originado de auditoria eletrônica em suas DCTF dos meses de outubro, novembro e dezembro de 1997, por meio da qual constatouse que os créditos vinculados [exigibilidade suspensa por conta de processo judicial indicado] aos débitos não teriam sido totalmente confirmados. A infração foi, então, caracterizada pela ocorrência denominada: “Proc jud de outro CNPJ” (sic) Na impugnação, em suas duas folhas, a autuada clamou pelo cancelamento da exigência sob o argumento de que os débitos lançados estariam com a sua exigibilidade suspensa em face da existência de uma decisão judicial. A 2ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto AlegreRS, sob o argumento de que a autuada não trouxera qualquer prova capaz de elidir a exação, manteve o lançamento, transformando, entretanto, a multa de oficio de 75% numa multa de mora de 20%. No Recurso Voluntário a autuada argumentou que a ação judicial indicada na DCTF e que daria suporte às vinculações de crédito efetuadas junto aos débitos era de repetição de indébito, autuada sob o nº 95.00601346 e distribuída em nome de Indústria de BebidasAntarctica Polar S/A, cuja sede, naquele momento, diz ela, era em Porto Alegre, daí ter constado um número de CNPJ diverso da empresa autuada pela fiscalização. De fato, do documento constante da fl. 50, verificase que na petição inicial protocolizada junto ao Poder Judiciário em 1995, consta, juntamente com outros, o nome de Indústria de Bebidas AntarcticaPolar S/A, cujo CNPJ indicado é 95.424.479/000108, com sede em Porto Alegre. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO 4 O Acórdão ora embargado teve a seguinte fundamentação, verbis: “[...] A recorrente traz provas nos autos quanto a legitimidade da sucessão societária levada a efeito, o que explica e justifica a questão da suposta indicação equivocada de CNPJ entre empresa autora da ação e autuada. Por fim, não vejo como deixar de reconhecer seu direito, pois que efetivamente os créditos reclamados nestes autos foram por ela compensados em face de decisão judicial que lhe foi amplamente favorável e quanto ao mesmo tributo (PIS). Mesmo porque, o próprio Poder Judiciário já declarou o esgotamento jurisdicional de sua análise sobre o tema, o que implica no fato de que a recorrente não pode ficar sem um provimento na esfera administrativa e sobre tal matéria. Entendo que a mesma recorrente , bem como seus argumentos de defesa e razões de recorrer não pode ficar à margem duma manifestação na esfera administrativofiscal, observado para o caso concreto os mais comezinhos princípios constitucionais de Direito. Com essas considerações, voto por dar provimento parcial ao recurso, sem prejuízo de verificação dos cálculos relativos à compensação realizada pela recorrente, devendo a autoridade administrativa observar a semestralidade da base de cálculo sem correção, tudo nos termos do comando judicial definitivo que a recorrente detém em seu favor.” (grifei) O destaque que dei ao trecho do Acórdão, acima reproduzido, tem por objetivo ressaltar que, diferentemente do que nele afirmado, não está na sucessão societária [a autuada foi incorporada em agosto de 2002 pela Cia. Brasileira de Bebidas] a justificativa para a indicação equivocada de CNPJ. Ocorreu, conforme já dito acima, que a ação judicial de repetição de indébito fora interposta pelo estabelecimento matriz da então denominada Industria de Bebidas AntarcticaPolar S/A, enquanto que as compensações de débitos foram utilizadas por um de seus estabelecimentos filiais, qual seja, o de CNPJ com final “0012”. Daí, portanto, não ter a varredura eletrônica procedida pela Receita Federal ter encontrado correspondência entre o número do CNPJ que constou da ação judicial e aquele que se utilizou dos benefícios da referida ação judicial. A decisão judicial de primeira instância, que, afinal, acabou transitada em julgado, se deu nos seguintes termos, fl. 63: “Isto posto, julgo procedente o pedido inicial e condeno a ré devolução da diferença recolhida a maior, em face da aplicação dos Decretosleis nos 2445 e 2449/88, respeitada a decadência quinquenal, e cujos comprovantes de recolhimento estejam acostados aos autos, acrescido de correção monetária a partir do indevido pagamento e juros moratórios nos termos do artigo 167, parágrafo único, do CTN.” Assim, a autuada apurou o crédito que entendia fazer jus em face dessa decisão judicial e, diante da negativa do juízo em se manifestar sobre seus cálculos [fls. 65 e 66], procedeu, por conta própria e invocando a observância da regra contida no artigo 14 da IN SRF 21, de 1997, às compensações dos débitos do PIS/Pasep de outubro, novembro e dezembro de 1997, o fazendo nos meses de novembro [R$ 20.000,00] e dezembro [R$ Fl. 145DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO Processo nº 11065.003280/200240 Acórdão n.º 3401001.908 S3C4T1 Fl. 144 5 20.000,00] de 1997 e em janeiro de 1998 [R$ 30.000,00], conforme atestam os registros contábeis às fls. 42, 43 e 39, respectivamente. Referido dispositivo legal estava assim redigido: Art. 14. Os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, de tributos e contribuições da mesma espécie e destinação constitucional, inclusive quando resultantes de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamento de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes, desde que não apurados em procedimento de ofício, independentemente de requerimento. [...] § 6º A utilização de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, para compensação, somente poderá ser efetuada após atendido o disposto no art.17. § 7º A compensação de créditos com débitos de tributos e contribuições de períodos anteriores ao do crédito, mesmo que de mesma espécie, deverá ser solicitada à DRF ou IRFA do domicílio do contribuinte, por meio de Pedido de Restituição, acompanhado do respectivo Pedido de Compensação.” Deliberação Não constam dos autos as cópias das DCTF auditadas e que se referem aos meses de outubro a dezembro de 1997, mas, muito provavelmente, foram entregues tempestivamente, e, em o sendo e obedecendo o regramento então vigente, referiramse à movimentação do estabelecimento filial, detentor do CNPJ de final “0012”. De outra parte, a varredura eletrônica feita pela Receita Federal não poderia, mesmo, encontrar correspondência entre o número da ação judicial indicada na DCTF para justificar a vinculação dos créditos, porquanto, como se viu acima, a ação judicial fora interposta em nome do estabelecimento matriz. Tampouco pode ser aceito aqui o argumento da Recorrente para justificar a diferença entre os números de CNPJ, de que, à época em que distribuída a ação ordinária, a sede da empresa era em Porto Alegre. Ora, isso apenas confirma que a ação judicial foi promovida pelo estabelecimento matriz, cujo CNPJ possui o final “0001”. De se lembrar que, naquela época, os recolhimentos do PIS/Pasep e da Cofins, dentre outros, bem como a entrega da DCTF, se davam de forma descentralizada, sendo que, somente a partir da edição da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, art. 15, é que tais procedimentos passaram a ser de forma centralizada. Para mim, portanto, isso tem importância fundamental para o deslinde da presente lide. Sim, pois, se os recolhimentos do PIS/Pasep se davam de forma descentralizada e a ação judicial fora intentada pelo estabelecimento matriz, não poderia ter havido o aproveitamento de um crédito reconhecido judicialmente para o CNPJ de final “0001” Fl. 146DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO 6 para fins de quitar, mediante compensação, débitos de outro estabelecimento, de final “0012”, como ocorreu. Fosse o caso, deveria, ou poderia, o estabelecimento matriz aproveitar tais créditos para quitar seus próprios débitos de PIS/Pasep e não os de seu estabelecimento filial. Correta se mostrou, pois, a autuação, que apontou e motivou o lançamento na diferença entre os números de CNPJ. Em face do exposto, acolho os presentes embargos e a eles dou efeitos infringentes, modificando os termos do Acórdão nº 20313.713, de 03/12/2008, para negar provimento ao Recurso Voluntário. Odassi Guerzoni Filho Relator Voto Vencedor Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça, redator designado. Muito embora tenha grande respeito pelo notável conhecimento do Eminente Conselheiro Relator, dele ouso discordar. A Embargante alega que no acórdão embargado houve contradição, em razão de que, supostamente, o fundamento da existência da comprovação da sucessão para justificar a divergência da CNPJ inscrito na DCTF não é suficiente para afastar o lançamento. É cediço que os Embargos de Declaração são instrumento processual utilizado para sanar os vícios da decisão embargada, quando esta contém contradição, omissão ou obscuridade. No presente caso, não houve a suposta obscuridade apontada pela Embargante, haja vista que o Relator originário, que redigiu o voto condutor do acórdão prolatado, foi claro ao afirmar que as provas produzidas eram suficientes para justificar a sucessão societária, o que confirmaria o direito ao crédito aproveitado, afastando, por consequência, o auto de infração. Esse voto foi acolhido pela maioria do Colegiado, demonstrando que a maior parte dos Conselheiros da então Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes entendeu da mesma forma que o Relator. Nos Embargos de Declaração ora analisados, o que se percebe é a vontade da Embargante na reapreciação da mesma matéria já julgada pelo Acórdão Embargado, o que é inviável por essa via. Assim, por não estar presente a contradição apontada, nem haver omissão ou obscuridade, os presentes Embargos de Declaração não merecem ser acolhidos. Ex positis, voto por rejeitar os presentes Embargos. É como voto. Jean Cleuter Simões Mendonça – Redator. Fl. 147DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO Processo nº 11065.003280/200240 Acórdão n.º 3401001.908 S3C4T1 Fl. 145 7 Fl. 148DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO
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Numero do processo: 10665.901726/2010-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITOS. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Inexistindo crédito capaz de suportar a compensação declarada, de considerá-la como não homologada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-002.002
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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INEXISTÊNCIA DE CRÉDITOS. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Inexistindo crédito capaz de suportar a compensação declarada, de considerá la como não homologada. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Ausente justificadamente o Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho e Fernando Marques Cleto Duarte. Relatório O presente processo trata de Declarações de Compensação de débitos nos valores de R$ 43.565,76, R$ 13.998,40 e R$ 152.461,55, todas as três efetuadas mediante o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 90 17 26 /2 01 0- 81 Fl. 273DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 aproveitamento de alegado crédito de IPI (ressarcimento do saldo credor apurado com base na Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999) do 4º trimestre de 2006. O Despacho Decisório da DRF em DivinópolisMG homologou apenas a primeira das três compensações, no valor de R$ 43.565,76, sob o argumento de que não haveria crédito em montante suficiente para tanto, a teor do levantamento realizado pela fiscalização constante do processo nº 10665.001722/201000 e reproduzido neste processo. Na Manifestação de Inconformidade a interessada pugnou pela suspensão da exigibilidade do crédito tributário até que seja proferida decisão em definitivo no referido processo que tratou da revisão de seu saldo credor e que resultou na lavratura de auto de infração. Juntou cópia da impugnação apresentada contra o referido lançamento no processo nº 10665.001722/201000. Despacho monocrático do Presidente da 3ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de ForaMG determinou a devolução do processo à DRF em Divinópolis para que essa Unidade avaliasse a possibilidade de revisão de seu Despacho Decisório no sentido de não reconhecer a totalidade do direito creditório postulado e não homologar as compensações dos débitos contidos nas Dcomp que especificou. Referido despacho da DRJ invocara a regra contida no art. 20 da IN SRF nº 600, de 28/12/2005, reproduzida no art. 25 da IN SRF nº 900, de 30/12/2008, segundo a qual “É vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente a pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação de exigência de crédito de IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido.” A DRF em Divinópolis, por sua vez, não acatou a recomendação da instância julgadora e não procedeu a nenhum reparo em seu Despacho Decisório por entender que o comando dado pelo artigo 25 da IN SRF 600, de 2006, aplicarseia somente aos casos em que a discussão administrativa antecedesse ao pedido de ressarcimento, o que não é o caso. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de ForaMG manteve então os termos do Despacho Decisório de indeferimento em decisão que insistiu na necessidade de aplicação daquela regra contida no art. 25 da IN SRF 600, de 2006. No Recurso Voluntário a Recorrente argumentou que o dispositivo invocado pela DRJ somente poderia ser aplicado no caso de o processo judicial ou administrativo ser anterior à data das compensações, sob pena de violação da regra contida no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Entende a Recorrente que, em o crédito tendo sido apurado no momento da compensação pelo contribuinte e não pelo Fisco, e, ainda, que referido crédito fora estornado na escrita fiscal por determinação infralegal, não haveria de se glosar o que não mais existe. Considera também a Recorrente que o referido dispositivo invocado pela instância de piso não encontraria previsão no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, o que lhe daria a característica de ilegalidade por prever hipótese negativa sumária de recurso onde o Decreto que regula o processo administrativo não prevê. Para ela, estaria havendo violação do princípio da segurança jurídica por se invocar fato posterior que, obviamente, a seu ver, não tinha ciência à época da realização da compensação. Fl. 274DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.901726/201081 Acórdão n.º 3401002.002 S3C4T1 Fl. 3 3 Por fim, em face das circunstâncias, defende que haja o sobrestamento do julgamento do processo e não o indeferimento sumário da manifestação de inconformidade. No essencial, é o Relatório. Fl. 275DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Cientificada da decisão da DRJ em 09/04/2012, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 09/05/2012, portanto, de forma tempestiva. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. A Recorrente tem razão quando contesta o indeferimento sumário do reconhecimento de seu crédito e, consequentemente, da não homologação de todas as suas compensações. Ora, a regra contida no caput dos artigos 20 e 25, respectivamente, das instruções normativas da SRF de nºs. 600, de 2005 e 900, de 2008, invocado pela DRJ, segundo a qual “É vedado o ressarcimento a estabelecimento pertencente à pessoa jurídica com processo judicial ou com processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão definitiva, judicial ou administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido.”, à evidência não se aplica ao presente caso, uma vez que o procedimento de fiscalização foi deflagrado justamente para que a Autoridade Tributária tivesse a certeza da existência dos saldos credores informados nos pedidos de ressarcimento e, dessa forma, homologasse as compensações declaradas. Referido procedimento de fiscalização, aquele consubstanciado por meio do processo administrativo nº 10665.001722/201000, por certo, baseouse noutra regra, contida nos artigos 19 e 65, respectivamente, das referidas instruções normativas 600, de 2006 e 900, de 2008, a seguir reproduzidos: Art. 19. A autoridade da SRF competente para decidir sobre o pedido de ressarcimento de créditos do IPI poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação, pelo estabelecimento que escriturou referidos créditos, do livro Registro de Apuração do IPI correspondente aos períodos de apuração e de escrituração (ou cópia autenticada) e de outros documentos relativos aos créditos, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal no estabelecimento da pessoa jurídica a fim de que seja verificada a exatidão das informações prestadas. Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. Além disso, o parágrafo único dos mencionados artigos 20 e 25 das referidas IN SRF nºs. 600, de 2006 e 900, de 2008, estabelecem que “Ao requerer o ressarcimento, o representante legal da pessoa jurídica deverá prestar declaração, sob penas da lei, de que a pessoa jurídica não se encontra na situação mencionada no caput.” Mas, no presente caso, a tal “situação mencionada no caput” [existência de processo administrativo fiscal de determinação e exigência de crédito do IPI cuja decisão Fl. 276DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10665.901726/201081 Acórdão n.º 3401002.002 S3C4T1 Fl. 4 5 definitiva, na esfera administrativa, possa alterar o valor a ser ressarcido] só veio a ocorrer após a entrega dos vários PER/Dcomp, de modo que, repito, não há que se falar naquele indeferimento sumário a que se referem os tais artigos 20 e 25 das duas instruções normativas acima citadas consoante defendeu a instância de piso em seu voto. Conforme relatado, naquele processo administrativo nº 10665.001722/2010 00, a auditoria fiscal detectou infrações à legislação do IPI que resultaram na reconstituição de ofício da escrita fiscal do contribuinte, inserindo débitos e glosando créditos, de sorte que os saldos credores originais apurados não foram reconhecidos pelo Fisco. Resta bastante claro, portanto, que a auditoria fiscal que culminou na lavratura do auto de infração nada mais é do que o resultado da apreciação dos pedidos de ressarcimento dos saldos credores, caracterizandose, portanto, uma relação indissociável entre ambos os procedimentos [PER/Dcomp e auto de infração]. Na sessão de 25 de setembro de 2012, por meio do Acórdão nº 3401001.946, esta Turma, por unanimidade de votos, referendou integralmente os procedimentos do Fisco relacionados à mencionada reconstituição dos saldos credores da interessada, de maneira que somente os saldos credores ali apurados é que podem ser utilizados em procedimento de compensação. Para o presente processo o Fisco informou que não há saldo credor suficiente para suportar as compensações nos valores de R$ 13.998,40 e R$ 152.461,55. Voto, pois, por negar provimento ao Recurso. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 277DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 10983.901219/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 3401-000.587
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Júlio César Alves Ramos - Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
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RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Júlio César Alves Ramos Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão que manteve Despacho Decisório eletrônico não homologando compensação constante de PER/DCOMP, cujo crédito tem origem, segundo a contribuinte, em retenções feitas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo o Despacho denegatório o DARF não foi localizado nos sistemas da Receita Federal. O processo retorna a este Colegiado após duas diligências: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 83 .9 01 21 9/ 20 08 -2 1 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10983.901219/200821 Resolução nº 3401000.587 S3C4T1 Fl. 159 2 a primeira determinou ao órgão de origem se pronunciar sobre a DCTF retificadora e a existência de pagamento a maior ou não, quando a DRF de Florianópolis entendeu não caber qualquer revisão no Despacho Decisório que não reconheceu o crédito e, além do mais, afirmou que o recurso voluntário não devia ser conhecido porque firmado por pessoa sem poderes de representação para tanto; a segunda visou sanar a falha na representação e intimar a contribuinte a se pronunciar sobre o entendimento da DRF FlorianópolisSC, exposto na primeira diligência. Intimado por ocasião da segunda diligência, a contribuinte insiste na compensação, referindose a outros dois processos semelhantes a este – os de nºs 10983.901218/200886 e 10983.901097/200872 – e afirmando que as telas SIAFI demonstram a retenção pelos órgãos públicos. Requer a reforma do acórdão recorrido ou, então, nova diligência para que se proceda à juntada dos “Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS”, expedidos pelos órgãos públicos pagadores, que são espelhos das telas SIAFI, tal como adotado nos dois processos acima referidos, nos quais o valor compensado decorrente das retenções foi confirmado pela DRF. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator Diante da insuficiência das diligências realizadas até agora, e por ter sido regularizada a representação processual, carece realizar uma nova, desta feita para que a unidade de origem adote procedimentos semelhantes aos realizados nos processos nºs 10983.901218/200886 e 10983.901097/200872, investigando a fundo a existência de pagamento a maior ou não. Para tanto, deve buscar junto ao SIAFI os dados das retenções e, se necessário, solicitar à contribuinte os Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS fornecidos por órgãos públicos (incluindo autarquias e fundações da administração pública federal) a pessoas jurídicas fornecedoras de bens ou prestadoras de serviços, nos termos do art. 64 da Lei nº 9.430/96. A Recorrente possui inúmeros processos semelhantes ao presente, sendo em que alguns foram comprovadas, ao menos em parte, as retenções alegadas. Diante dessas comprovações, reforçase a necessidade de nova investigação. Pelo exposto, voto por converter o presente julgamento em nova diligência para que a unidade de origem, primeiro, verifique as retenções alegadas, seja por meio do sistema SIAFI, seja obtendo junto à contribuinte os Comprovantes Anuais de Retenção de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS, e segundo, emita parecer conclusivo sobre a compensação, respondendo: a) se restaram comprovadas tais retenções, discriminando os seus valores em caso positivo, e b) se houve ou não compensação com os montantes devidos, elaborando demonstrativo com os valores retidos, compensados e os saldos porventura disponíveis. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10983.901219/200821 Resolução nº 3401000.587 S3C4T1 Fl. 160 3 Do parecer deve ser dada ciência à contribuinte, abrindoselhe o prazo de trinta dias para, querendo, se manifestar sobre o resultado desta nova diligência. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 160DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10850.001610/00-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS.
Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62-A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas dão direito ao Crédito Presumido instituído pela Lei nº 9.363/96.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO A COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, TELEFONIA E LENHA.
Não se permite o aproveitamento de créditos relativos a combustíveis, energia elétrica e a telefonia, visto não possuir relação com a produção industrial. Sumula CARF nº 19.
CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É cabível a aplicação da taxa SELIC em casos de cobrança de juros moratórios, conforme a Súmula nº 4 deste egrégio Conselho.
APURAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. CENTRALIZADA. A partir da edição da Lei nº 9.779/99, o crédito presumido de IPI passou a ter sua apuração a sua apuração realizada de forma centralizada na matriz.
Numero da decisão: 3401-002.012
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer o direito às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e à incidência da selic, a partir do protocolo do pedido, sobre a parcela inicialmente indeferida
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 26/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62-A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas dão direito ao Crédito Presumido instituído pela Lei nº 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO A COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, TELEFONIA E LENHA. Não se permite o aproveitamento de créditos relativos a combustíveis, energia elétrica e a telefonia, visto não possuir relação com a produção industrial. Sumula CARF nº 19. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É cabível a aplicação da taxa SELIC em casos de cobrança de juros moratórios, conforme a Súmula nº 4 deste egrégio Conselho. APURAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. CENTRALIZADA. A partir da edição da Lei nº 9.779/99, o crédito presumido de IPI passou a ter sua apuração a sua apuração realizada de forma centralizada na matriz.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer o direito às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e à incidência da selic, a partir do protocolo do pedido, sobre a parcela inicialmente indeferida JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator. EDITADO EM: 26/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
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LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas dão direito ao Crédito Presumido instituído pela Lei nº 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO A COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, TELEFONIA E LENHA. Não se permite o aproveitamento de créditos relativos a combustíveis, energia elétrica e a telefonia, visto não possuir relação com a produção industrial. Sumula CARF nº 19. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É cabível a aplicação da taxa SELIC em casos de cobrança de juros moratórios, conforme a Súmula nº 4 deste egrégio Conselho. APURAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. CENTRALIZADA. A partir da edição da Lei nº 9.779/99, o crédito presumido de IPI passou a ter sua apuração a sua apuração realizada de forma centralizada na matriz. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer o direito às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e à incidência da selic, a partir do protocolo do pedido, sobre a parcela inicialmente indeferida JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 00 16 10 /0 0- 74 Fl. 477DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 26/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de crédito presumido de IPI protocolado pela contribuinte Cargill Agrícola (sucessora da antiga Cargill Citrus), referente ao primeiro trimestre de 2000, no valor de R$ 771.266,67. Em 11.06.2010, a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo deferiu parcialmente o pleito da contribuinte, reconhecendo o direito creditório no valor de R$ 298.180,43. Quanto às glosas efetuadas pela fiscalização, a recorrente teria incluído, indevidamente, em suas planilhas de custo de produção de produtos exportados gastos com combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, água, lenha e insumos adquiridos de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas). Cientificada da decisão, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Manifestação de Inconformidade, na qual alega, em síntese, que: a) Quanto às glosas da fiscalização relacionadas aos insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, a Lei 9.363/96 é clara ao definir que a base de cálculo do crédito presumido do IPI será o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. b) A decisão do legislador foi no sentido de que a totalidade dos insumos em questão seja computada no cálculo do crédito presumido do IPI, desde que consumidos em processo de industrialização de produtos exportados. Sendo assim, sua determinação é genérica, não vedando o creditamento em relação aos insumos adquiridos junto a pessoas físicas ou cooperativas. c) Instruções Normativas, de grau hierárquico inferior à lei, não podem restringir a aplicação do diploma que deveria apenas regulamentar. Se a lei não restringiu o crédito presumido a aquisições de pessoas jurídicas, não pode o Poder Executivo invadir competências exclusivas do Poder Legislativo por intermédio de Instruções Normativas, a exemplo da INSRF nº 23/97. d) O Conselho de Contribuintes, por meio de sua Câmara Superior, já reconheceu a ilegalidade e invalidade da IN nº 23/97. e) Com a revogação da Medida Provisória 674/94, não há mais qualquer ato normativo exigindo a comprovação de pagamento de PIS e COFINS para que a contribuinte faça jus ao crédito. O direito ao crédito presumido se restringe a duas condições: ser a empresa produtora e exportadora de produtos nacionais e adquirir insumos no mercado interno para a industrialização de seus produtos vendidos no exterior. Fl. 478DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10850.001610/0074 Acórdão n.º 3401002.012 S3C4T1 Fl. 477 3 f) No que tange aos créditos referentes aos gastos com energia elétrica, bagaço de cana, água, combustíveis, telefonia e lenha, o creditamento é válido, pois estes são produtos intermediários. O regulamento do IPI, em seu art. 164, define produtos intermediários como “aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente.” g) Inicialmente, a contribuinte apurou o crédito presumido do IPI de forma centralizada, nos temos da Lei nº 9.363/96, apurando um valor a ser ressarcido no montante de R$ 897.970,28. Para o cálculo, foi utilizado como valor de “Receita de Exportação” a totalidade das receitas auferidas por todos os seus estabelecimentos, chegando a um montante de R$ 59.008.440,30. Foi a “Receita Operacional Bruta”, considerado como o somatório de todas as receitas operacionais brutas dos estabelecimentos filiais, no montante de R$ 62.891.473,00. Entretanto, no momento da protocolização do pedido, a contribuinte recebeu orientação de funcionários da RFB no sentido de que o pedido de ressarcimento deveria ser descentralizado. Desta forma, um novo cálculo foi elaborado, de modo que a receita de exportação e a receita operacional bruta de cada estabelecimento fossem consideradas. O valor a ser ressarcido pela filial de Uchoa foi de R$ 771.266,67 e pela filial de Bebedouro, R$ 126.703,61. h) No entanto, a forma de cálculo sugerida pela fiscalização distorce totalmente o verdadeiro valor a ser apurado pela recorrente a título de crédito presumido de IPI. Isto porque, a redução dos valores utilizados no cálculo como receita de exportação e receita operacional bruta reduzem drasticamente o percentual de receita de exportação x receita operacional bruta. i) Após a edição da Lei nº 9.779/99, a apuração do crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, passou a ser, obrigatoriamente de forma centralizada no estabelecimento matriz, devendo, portanto, ser considerado no cálculo de tal incentivo a totalidade, não só das receitas de exportação, como também da receita operacional bruta. j) Por questão de isonomia, já que os débitos dos contribuintes para com a União são acrescidos de Taxa Selic, a recorrente requer que seja reconhecido o direito da Recorrente ao ressarcimento de seus créditos presumidos de IPI com o acréscimo de juros Selic, desde a data de seu protocolo do pedido, ou seja, setembro de 2000. Por fim, a requerente requereu o acolhimento de sua Manifestação de Inconformidade para que reste amplamente deferido seu pleito, mediante o reconhecimento do crédito presumido de IPI em sua totalidade, com o devido acréscimo da Taxa Selic. Em 01.06.2011, a 2ª Turma da DRJ/POR julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, sob os seguintes fundamentos: a) O art. 1º da MP n° 148427, convertida na Lei nº 9.363/1996, trata de ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep/Cofins, incidentes sobre as aquisições. Portanto, é claro que para o gozo do benefício é necessário eu tenham incidido tais contribuições sobre as aquisições, Fl. 479DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 tenha ocorrido o fato gerador e o recolhimento das contribuições pelos fornecedores. Não ocorrendo tal fato, não há o que ressarcir. b) Geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários “scrictosensu” e material de embalagem que e integram com o produto final, quaisquer outros bens – desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente – que se consumam por decorrência de um contato físico, ou seja, sofram em função da ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou viceversa. Isto é, desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas do material, sendo excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização. Deste modo, não são produtos intermediários: combustíveis, lubrificantes e a energia elétrica. c) Por outro lado, admitese energia elétrica e combustível na apuração do crédito presumido quando a contribuinte optar pela base de cálculo da Lei 10.276/01, o que não foi o presente caso. d) A requerente não tem direito aos juros pleiteados, pois não existe previsão legal neste sentido. No âmbito do direito público, administração e administrado estão submetidos ao princípio da legalidade estrita, ou seja, só se pode fazer aquilo que a lei manda. A contribuinte foi cientificada da decisão em 20.10.2011 e, em 3.11.2011, protocolou Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que: a) Os insumos que foram computados no cálculo do aludido valor foram exatamente aqueles autorizados pela Lei 9.363/96, ou seja, matérias primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, energia elétrica, combustíveis e lenha consumidos no processo produtivo. b) A Instrução Normativa nº 27/97 não é respaldo para a glosa de insumos adquiridos de pessoas físicas, na medida em que pretende limitar o alcance da lei, restringindo, arbitrariamente, o direito ao crédito presumido do IPI. c) A Lei 9.363/96 determina que a base de cálculo do crédito presumido do IPI será o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. d) A forma de cálculo sugerida pela fiscalização distorce totalmente o verdadeiro valor a ser apurado pela recorrente a título de crédito presumido de IPI. Isto porque, a redução dos valores utilizados no cálculo como receita de exportação e receita operacional bruta reduzem drasticamente o percentual de receita de exportação x receita operacional bruta. A contribuinte repisa todos os outros argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade e, por fim, requer o deferimento de seu Recurso Voluntário mediante reconhecimento do crédito presumido de IPI em sua totalidade, com o devido acréscimo dos juros Selic. É o Relatório. Fl. 480DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10850.001610/0074 Acórdão n.º 3401002.012 S3C4T1 Fl. 478 5 Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Este recurso apresenta os requisitos de tempestividade e cumpre os pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Em suma, a contribuinte protocolou pedido de ressarcimento de créditos de IPI referente ao período 1º trimestre de 2000. Não logrando êxito em sua demanda, protocolou Recurso Voluntário onde defende que os insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, bem como, energia elétrica, combustíveis, água, telefonia e lenha geram créditos de IPI, passiveis de ressarcimento. No que toca à glosa dos créditos presumidos como ressarcimento das contribuições relativas às aquisições de pessoas físicas, os artigos 1º e 2º da Lei nº 9.363/96 dispõem que a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do IPI, como forma de ressarcimento das contribuições incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Sendo que a base de cálculo do crédito presumido será determinada sobre o valor total das aquisições, conforme artigos que transcrevo abaixo: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador.” Entretanto o art. 2º, § 2º, da IN SRF nº 23/97 delimitou a utilização do crédito presumido, instituído pela Lei nº 9.363/96, somente em relação às aquisições, efetuadas de pessoa jurídicas, sujeitas às contribuições de PIS/PASEP e Cofins, conforme abaixo reproduzo: Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. (...) § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto Fl. 481DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 6 intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS. Entretanto é importante ressaltar que reconhecendo a jurisprudência do Egrégio STJ, proclamando que a IN SRF nº 23/97 extrapolou a regra prevista no art. lº da Lei nº. 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do beneficio do crédito presumido do IPI as referidas aquisições, como constam as elucidativas ementas, a seguir transcritas: "PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO REMESSA EX OFFICIO: ABRANGÊNCIA CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI AQUISIÇÃO DE MATÉRIASPRIMAS E INSUMOS DE PESSOA FÍSICA LEI 9.363/96 E IN/SRF 23/97 LEGALIDADE (...) 4. A IN/SRF 23/97 extrapolou a regra prevista no art. 1º, da Lei 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições, relativamente aos produtos da atividade rural, de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. 5. Entendimento que se baseia nas seguintes premissas: a) a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição; b) o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais; c) a base cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes. 6. Regra que tentou resgatar exigência prevista na MP 674/94 quanto à apresentação das guias de recolhimentos das contribuições do PIS e da COFINS, mas que, diante de sua caducidade, não foi renovada pela MP 948/95 e nem na Lei 9.363/96. 7.Precedente da Segunda Turma no REsp 586.392/RN. 8. Recurso especial provido em parte." (cf. Acórdão da 2ª Turma do STJ no REsp nº. 529.758SC, Reg. nº. 2003/00726199, em sessão de 13/12/2005, rel. Min Eliana Calmon, publ. in DJU de 20/02/2006 p. (268)). “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N. 9.363/96. IN/SRF 23/97 ILEGALIDADE.1. A Lei n. 9.363/96 instituidora de crédito presumido do IPI não distinguiu entre os fornecedores as pessoas físicas e jurídicas, não podendo a IN 23/97, da SRF, implantar tal distinção, estabelecendo que o benefício do crédito presumido do IPI, para ressarcimento de PIS/Pasep e COFINS, somente será cabível em relação às aquisições de pessoa jurídicas.2. Recurso especial improvido (Acórdão da 2ª Turma do STJ no REsp nº. 627.941 CE, Reg. nº. 2003/02193428, em sessão de 15/02/2007, rel. Min João Otávio de Noronha , publ. in DJU de 07/03/2007 p)” No mesmo sentido vem decidindo a CSRF, como se pode ver da seguinte ementa: (grifamos) Fl. 482DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10850.001610/0074 Acórdão n.º 3401002.012 S3C4T1 Fl. 479 7 "IPI CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI NA EXPORTAÇÃO AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1° da Lei n°. 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2° da Lei n°9.363/96). A lei citada referese a 'valor total' e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nº. 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei n°9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN n°. 23/97), bem como que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN n° 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art.. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. (..) Recurso especial provido parcialmente." (cf. Acórdão CSRF/0201.416 da 2ª Turma da CSRF, no Recurso nº . 115.731, Processo nº 10980.015233/9941, rel. Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, em sessão de 08/09/2003)” Levando em conta o art. 62A do Anexo II do RICARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21.12.2010, que dispõe o seguinte: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes Portanto o direito ao crédito de IPI está restrita apenas as aquisições feitas de pessoa jurídica, sujeita a contribuição de PIS e Cofins. Se o insumo for fornecido por pessoa jurídica não sujeita ao PIS/Pasep e Cofins, ou diretamente por pessoa física, não há direito ao crédito presumido destes insumos. Conclui que a IN nº. 23/97 não extrapolou a regra prevista pelo art. 1º da Lei nº. 9.363/96.” Após essa exposição, parece não haver dúvida de que há que se reconhecer o crédito presumido, proveniente de insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas. Fl. 483DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 8 Quanto à alegação dos créditos referentes aos gastos com energia elétrica, água, combustíveis, telefonia e lenha, em outras palavras insumos que não se alteram em função de ação exercida sobre a fabricação do produto, a legislação dispõe, conforme dispõe o art. 1º da Lei nº. 9.363/96, o qual segue abaixo: (grifamos) “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” O Decreto nº 2.637/98, vigente a época dos fatos, corrobora com a idéia de que é necessário, para contabilização do crédito, que a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem deve ser utilizado no processo produtivo, mesmo não integrando o novo produto, conforme art. 147, inc. I do RIPI/98, que abaixo transcrevo: (grifos nossos) Art. 147. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo se, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; Portanto, verificase que insumo, para gerar o direito ao crédito de IPI, deve ser consumido no processo de industrialização não precisando necessariamente integrarse ao novo produto. Entretanto, a contribuinte não comprovou de que forma estes produtos se integram ao produto. Não obstante, em relação aos valores referentes ao óleo diesel e à eletricidade a Súmula CARF nº 19 dispõe: (grifos nossos) “Súmula CARF nº 19: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário.” Outrossim, a telefonia não pode ser contemplada pelo conceito insumo, nem que seja feita uma interpretação mais ampla deste conceito, carecendo também de força legal para o seu crédito. Portanto, são corretas as glosas efetuadas a respeito de energia elétrica, água, combustíveis, telefonia e lenha. Quanto a inaplicabilidade da taxa de juros SELIC para fins de ressarcimento de débitos tributários, trata de matéria que já se encontra pacificada neste Tribunal Administrativo, conforme ementas abaixo reproduzidas: (grifamos) Fl. 484DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10850.001610/0074 Acórdão n.º 3401002.012 S3C4T1 Fl. 480 9 “RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu indeferimento constitui ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164) (Acórdão nº 9303 002.020, da 3ª Turma do CSRF, no recurso nº 132.107, Processo: 10665.000086/0093, Rel. Júlio César Alves Ramos, em sessão de 14 de junho de 2012)” “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES. Por força das reiteradas decisões do STJ e do art. 62A do RICARF, incluise na base de cálculo do crédito presumido o valor das aquisições de insumos que não sofreram a incidência do PIS e Cofins. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA. As aquisições de energia elétrica estão excluídas do cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, uma vez que tal insumo não é considerado produto intermediário à luz da legislação do IPI. Súmula CARF nº 19. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. EXCLUSÃO DAS VARIAÇÕES CAMBIAIS. As variações cambiais não compõem a receita de exportação para efeito de apuração do crédito presumido de IPI. TAXA SELIC. Por força das reiteradas decisões do STJ e do art. 62A do RICARF, o valor do ressarcimento do crédito presumido deve ser corrigido pela variação da taxa Selic. (Acórdão nº 3403001.527, da 4ª Câmara da 3ª Turma Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF, Processo: 10783.901514/200833, Rel. Luduína Maria Alves Macambira, em sessão de 21 de março de 2012)” “CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMOS DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. ADMISSIBILIDADE. A Lei n. 9.363/1996 permite a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI os valores referentes a aquisições de insumos para utilização no processo produtivo de bens destinados à exportação, independentemente de o fornecedor ser pessoa física (produtor rural) ou cooperativa. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos. CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. DEFINIÇÃO DE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. RESTRIÇÃO A BENS NÃO INDUSTRIIALIZADOS. PROCEDÊNCIA. A definição de receita de exportação estabelecida nas Portarias do MF encontra expresso amparo no art. 6o da Lei nº 9.363(1996. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. CABIMENTO. O crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos.(Acórdão nº 3403001.738, da 4ª Câmara da 3ª Turma Fl. 485DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 10 Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF, Processo: 13807.006966/200459, Rel. Rosaldo Trevisan, em sessão de 22 de agosto de 2012)” Portanto, verificase que o crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária da taxa Selic. Finalmente, quanto à forma de apuração do incentivo fiscal do crédito presumido do IPI, a contribuinte alegou que apurou de forma centralizada, para o 1º trimestre de 2000, um valor a ser ressarcido no montante de R$ 897.970,28 (fls.458). De forma a se adequar a uma solicitação dos funcionários da Receita Federal do Brasil a contribuinte apurou os valores de forma descentralizada alegando que a filial de Uchoa teria um valor a ser ressarcido de R$ 771.266,67 e a filial de Bebedouro, o montante de R$ 126.703.61 (fls.459), entretanto, verificase o somatório destes valores é igual ao montante de R$ 897.970,28. Logo não há diferenças entre os valores apurados de forma centralizada ou descentralizada. Para analisar esta questão está disposto no artigo 2º, da Lei nº 9.363/96, ao fixar as diretrizes em relação à forma de apuração de tal incentivo fiscal, que abaixo transcrevo: “Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. § 1º O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual de 5,37% sobre a base de cálculo definida neste artigo. § 2º No caso de empresa com mais de um estabelecimento produtor exportador, a apuração do crédito presumido poderá ser centralizada na matriz.” Tal dispositivo legal permitia ao produtor exportador a facultatividade de optar pela apuração do crédito presumido IPI de forma centralizada na matriz, ou de forma descentralizada em cada um de seus estabelecimentos exportadores. Porém, após a publicação da Lei nº 9.779/99, a apuração centralizada deixou de ser uma faculdade, devendo o produtor exportador calcular o incentivo fiscal em comento de forma centralizada no estabelecimento da matriz, conforme disposto no art. 15, Inc. II, da referida Lei, que reproduzo abaixo: “Art. 15. Serão efetuados, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica: I o recolhimento do imposto de renda retido na fonte sobre quaisquer rendimentos; II a apuração do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI de que trata a Lei no 9.363, de 13 de dezembro de 1996; (...)” Fl. 486DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10850.001610/0074 Acórdão n.º 3401002.012 S3C4T1 Fl. 481 11 Diante de tal alteração legislativa, caso a Recorrente apurasse o valor do crédito presumido de forma centralizada, utilizando a receita bruta operacional das receitas auferidas por estabelecimentos não exportadores, teria que utilizar, na fórmula de cálculo do crédito presumido, a totalidade dos insumos adquiridos, inclusive pelos estabelecimentos não exportadores, o que causaria verdadeira distorção no cálculo do benefício, podendo aumentar ou diminuir o valor de tal incentivo fiscal como se pode ver no exemplo abaixo: RECEITA % IMPOSTO INSUMOS CRÉDITO Filial 1: 10 (Receita de Exportação) 100 (Receita Bruta Op.) 10,0% 50 5 Filial 2: 22 (RE) 200 (RB) 11,0% 60 6,6 IMPOSTO DESCENTRALIZADO 11,6 CENTRALIZADO I* 32 300 10,67% 110 11,73333333 Filial 3: 0 (RE) 700 (RB) 0,0% 200 0 CENTRALIZADO II** 32 1000 3,20% 110 3,52 CENTRALIZADO III*** 32 1000 3,20% 310 9,92 * Centralizado I: Foram contabilizados os insumos, apenas, das empresas que tiveram RE ** Centralizado II: Foram contabilizados as receitas brutas e os insumos das empresas que tiveram RE *** Centralizado III: Foram contabilizados os insumos de todas as empresas Portanto, verificase com base nos artigos legais que a forma de apuração deve ser centralizada, contabilizando para o cálculo do crédito todas as receitas de exportação de todos os estabelecimentos da empresa, todas as receitas operacionais brutas, bem como todos os insumos utilizados no processo produtos, corroborando o art. 2º, caput, da Lei 9.363/96, que abaixo reproduzo: “Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. Fl. 487DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 12 Frente a todo o exposto, voto por julgar parcialmente procedente o Recurso Voluntário, acatando, pelos motivos acima expostos, o pleito relativo à aquisição de insumos provenientes de pessoas físicas, a apuração de forma centralizada do direito ao crédito presumido de IPI e a aplicação da taxa Selic para atualização monetária do crédito a ser ressarcido. É como voto! Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator Fl. 488DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
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Numero do processo: 10120.905417/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.073
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado
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conteudo_txt : Metadados => date: 2018-02-19T17:12:37Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-02-19T17:12:37Z; Last-Modified: 2018-02-19T17:12:37Z; dcterms:modified: 2018-02-19T17:12:37Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2018-02-19T17:12:37Z; pdf:docinfo:creator_tool: pdfsam-console (Ver. 2.4.0e); access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-02-19T17:12:37Z; meta:save-date: 2018-02-19T17:12:37Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-02-19T17:12:37Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-02-19T17:12:37Z; created: 2018-02-19T17:12:37Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; Creation-Date: 2018-02-19T17:12:37Z; pdf:charsPerPage: 1637; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-02-19T17:12:37Z | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.905417/200813 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401004.073 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de outubro de 2017 Matéria DCOMP PIS ELETRÔNICO Recorrente UNIDROGAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 54 17 /2 00 8- 13 Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10120.905417/200813 Acórdão n.º 3401004.073 S3C4T1 Fl. 3 2 de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10120.905417/200813 Acórdão n.º 3401004.073 S3C4T1 Fl. 4 3 Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 75DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.908983/2012-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 09 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.358
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja informado e providenciado o seguinte: (a) aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; (b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; (c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e (d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas.
(Assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente a Cons. Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que seja informado e providenciado o seguinte: (a) aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; (b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; (c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e (d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. (Assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente a Cons. Mara Cristina Sifuentes.
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(Assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Renato Vieira de Ávila (suplente convocado) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente a Cons. Mara Cristina Sifuentes. Relatório Cuidase, na espécie, de despacho decisório eletrônico de não homologação de compensação, cujo fundamento é a integral vinculação do crédito indicado em outro(s) débito(s) de titularidade do sujeito passivo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .9 08 98 3/ 20 12 -0 1 Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10380.908983/201201 Resolução nº 3401001.358 S3C4T1 Fl. 4 2 Em manifestação de inconformidade o contribuinte esclareceu tratarse de recolhimento indevido de Cofins e atribuiu a não homologação da compensação a erro no preenchimento na DCTF. Foram juntadas cópias do DARF, PERDCOMP, DCTF e DACON. A DRJ Brasília/DF julgou a manifestação improcedente, em decisão assim ementada: “APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente.” O recurso voluntário asseverou que o indébito tem origem em erro no recolhimento da contribuição, oportunidade que juntou planilhas de apuração, balancete e demonstrativos para comprovação da alegação. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3401001.352, de 20 de março de 2018, proferida no julgamento do processo 10380.908971/201278, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10380.908983/201201 Resolução nº 3401001.358 S3C4T1 Fl. 5 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3401001.352 "O recurso protocolado é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Em exame da situação observei que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Notei, também, que a Administração Tributária em momento algum contestou diretamente a existência do crédito vindicado, mas sim sua apropriação em outra finalidade. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria uma perfeita demonstração dos argumentos deduzidos, tudo devidamente acompanhado de elementos que os embasasse, especialmente documentos contábeis e fiscais. É certo que na primeira oportunidade processual o recorrente não produziu a prova necessária, limitandose a anexar cópias de declarações, que, por si só, nada demonstram, entretanto, no recurso voluntário, trouxe planilhas e demonstrativos, além de extrato do balancete, o que, a meu sentir, consubstancia um início razoável de prova a justificar o retorno dos autos à DRF de jurisdição para exame das alegações do recorrente. Poderseia, em princípio, indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Nestas condições, é natural que os contribuintes, como no caso vertente, compreendam que a singela retificação da DCTF seja suficiente para a solução da “pendência”, restando claro que esta providência não soluciona o problema somente com a prolação da decisão de primeiro grau administrativo, o que, aliás, até justifica a juntada tardia de um acervo probatório mínimo a supedanear a demonstração dos valores recolhidos indevidamente. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que em situações como a deste processo, onde há um início razoável de prova, composto por documentos outros que não apenas declarações ou mesmo debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito invocado. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10380.908983/201201 Resolução nº 3401001.358 S3C4T1 Fl. 6 4 Assim, considerando que o processo não se encontra em condições de julgamento, proponho sua conversão em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: · Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; · Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; · Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, · Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que seja informado e providenciado o seguinte: · Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; · Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; · Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento (Assinado com certificado digital) Rosaldo Trevisan Fl. 159DF CARF MF
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Numero do processo: 10530.722230/2012-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Feb 15 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.347
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que se aguarde, na unidade preparadora, a prolação da decisão administrativa irreformável nos PA 10425.720873/2011-66 e 10425.721069/2011-02, com colação das respectivas decisões, para prosseguimento deste feito.
Rosaldo Trevisan Presidente
Robson José Bayerl Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente o Cons. André Henrique Lemos.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que se aguarde, na unidade preparadora, a prolação da decisão administrativa irreformável nos PA 10425.720873/2011-66 e 10425.721069/2011-02, com colação das respectivas decisões, para prosseguimento deste feito. Rosaldo Trevisan Presidente Robson José Bayerl Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente o Cons. André Henrique Lemos.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que se aguarde, na unidade preparadora, a prolação da decisão administrativa irreformável nos PA 10425.720873/201166 e 10425.721069/201102, com colação das respectivas decisões, para prosseguimento deste feito. Rosaldo Trevisan – Presidente Robson José Bayerl – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente o Cons. André Henrique Lemos. Relatório Cuidase de auto de infração para exigência de multa isolada, nos termos do art. 74, § 17 da Lei nº 9.430/96, introduzido pelo art. 62 da Lei nº 12.249/10, no percentual de 50% (cinquenta por cento), decorrente de compensação não homologada por ausência do direito creditório apontado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 30 .7 22 23 0/ 20 12 -3 1Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10530.722230/201231 Resolução nº 3401001.347 S3C4T1 Fl. 4 2 Segundo o relatório fiscal de autuação e os despachos decisórios colacionados (efls. 3/14 e 33), os pedidos de ressarcimento apresentados foram considerados não formulados e não homologadas as compensações atreladas, tratadas nas DCOMP 12650.25020.081111.1.3.016256 e 23363.32441.081111.1.3.016392, no PA 10425.720873/201166, e as DCOMP 11441.31998.251111.1.3.011661 e 28968.04834.281111.1.7.016806, no PA 10425.721069/201102. Em impugnação o contribuinte contestou a subsistência da autuação, informando que a compensação se deu com créditos de terceiros (DESTILARIA PAL LTDA.) e fundavase em decisão judicial válida e vigente, mesmo não transitada em julgado; que a Lei nº 11.051/2004 não poderia limitar o seu direito à compensação, operando efeitos somente após sua vigência; que a possibilidade de compensação com créditos de terceiros e antes da prolação da decisão judicial definitiva somente poderia ocorrer perante o Poder Judiciário; que as decisões judiciais devem ser cumpridas em seus exatos termos, consoante SD Cosit nº 38/08; que as restrições ao seu direito de compensação são ilegítimas; que houve violação aos princípios da autonomia dos poderes, irretroatividade das leis, segurança jurídica, direito adquirido e direito de petição; e, por fim, argüiu o caráter confiscatório da multa de 75% (setenta e cinco por cento). Citou doutrina e jurisprudência. A DRJ Juiz de Fora/MG manteve o lançamento através de decisão assim ementada: “COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. MULTA ISOLADA. É devida a multa isolada no caso de não homologação da compensação de débitos. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu.” O recurso voluntário aduziu a irregularidade formal do auto de infração, por falta de clareza e objetividade quanto à indicação do dispositivo infringido, e, no mais, reprisou os fundamentos da reclamação inaugural. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso protocolado é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Nada obstante a identidade das defesas apresentadas neste feito e no PA 10480.721568/201046, julgados nesta mesma assentada, a solução para ambos é distinta, ao passo que são diversos os fatos sub examine. Aqui, não se cuida de compensação não declarada, como naqueloutro, mas sim de compensação não homologada, cujo recurso – manifestação de inconformidade – está sujeito às disposições do Decreto nº 70.235/72, razão pela qual o exame da compensação erige Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10530.722230/201231 Resolução nº 3401001.347 S3C4T1 Fl. 5 3 se como matéria prejudicial ao cabimento da multa pela sua improcedência, consubstanciada neste processo. Com efeito, é pressuposto para aplicação da multa por compensação indevida a existência de decisão administrativa irreformável que mantenha a não homologação integral das declarações de compensação correspondentes. Não sem razão o próprio art. 18, § 3º da Lei nº 10.833/03 estabelece que, “ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente” – destacado –, justamente para se evitar decisões conflitantes. No caso dos autos, a predita reunião não ocorreu, muito provavelmente, porque as declarações de compensação foram examinadas em processos distintos. Seja como for, considerando que aludidos autos (10425.720873/201166 e 10425.721069/201102) ainda estão pendentes de julgamento administrativo em primeira instância, conforme consulta ao sistema eprocesso realizada na data de 21/08/2017, smj, entendo que não há como examinar apenas os aspectos formais do lançamento e o caráter confiscatório da penalidade, como proposto no voluntário, sem a decisão definitiva naqueles cadernos processuais. Pelo exposto, voto por converter o julgamento em diligência para que se aguarde, na unidade preparadora, a prolação da decisão administrativa irreformável nos PA 10425.720873/201166 e 10425.721069/201102, com colação das respectivas decisões, para prosseguimento deste feito. Robson José Bayerl Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.721171/2011-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 30/04/2008 a 31/08/2008
IPI. INCIDÊNCIA. REVENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IMPORTADOS.
Por força do §2º, do art. 62, do RICARF/2015, reproduz-se o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em Recurso Repetitivo (art. 543-C do CPC), de que os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil (EREsp 1.403.532/SC, DJe 18/12/2015).
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 30/04/2008 a 31/08/2008
JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO.
Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3401-004.417
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado para o cancelamento do lançamento da multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, integralmente no PA de 07/2008 (R$ 11.125,68); e parcialmente, nos PA de 05/2008 (de R$ 16.022,51, para R$ 15.649,29 = 20.865,72 x 75%); PA de 06/2008 (de R$ 30.666,39, para R$ 10.972,83 = 14.630,45 x 75%); e PA de 08/2008 (de R$ 25.125,06, para R$ 19.252,39 = 25.669,86 x 75%).
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente), Renato Vieira de Ávila (Suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado para o cancelamento do lançamento da multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, integralmente no PA de 07/2008 (R$ 11.125,68); e parcialmente, nos PA de 05/2008 (de R$ 16.022,51, para R$ 15.649,29 = 20.865,72 x 75%); PA de 06/2008 (de R$ 30.666,39, para R$ 10.972,83 = 14.630,45 x 75%); e PA de 08/2008 (de R$ 25.125,06, para R$ 19.252,39 = 25.669,86 x 75%). ROSALDO TREVISAN - Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente), Renato Vieira de Ávila (Suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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INCIDÊNCIA. REVENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IMPORTADOS. Por força do §2º, do art. 62, do RICARF/2015, reproduzse o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em Recurso Repetitivo (art. 543C do CPC), de que os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil (EREsp 1.403.532/SC, DJe 18/12/2015). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 30/04/2008 a 31/08/2008 JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado para o cancelamento do lançamento da multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, integralmente no PA de 07/2008 (R$ 11.125,68); e parcialmente, nos PA de 05/2008 (de R$ 16.022,51, para R$ 15.649,29 = 20.865,72 x 75%); PA de 06/2008 (de R$ 30.666,39, para R$ 10.972,83 = 14.630,45 x 75%); e PA de 08/2008 (de R$ 25.125,06, para R$ 19.252,39 = 25.669,86 x 75%). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 11 71 /2 01 1- 90 Fl. 422DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 423 2 ROSALDO TREVISAN Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Robson Jose Bayerl, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (Suplente), Renato Vieira de Ávila (Suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: "Relatório 1. Tratase de Auto de Infração do IPI, abrangendo cinco períodos de apuração, de 30/04/2008 a 31/08/2008, lavrado pela DRF/Contagem, contra uma filial das maiores empresas do ramo de supermercados no Brasil (“Pão de Açúcar” e “Extra”). Os valores globais, em Reais, são os seguintes: 2. A descrição dos fatos, contida no Termo de Verificação Fiscal (fls. 014 e 018), em apertada síntese, diz que o Auto de Infração é decorrente da falta de lançamento do imposto nas saídas para o mercado interno de produtos industrializados (pneumáticos) importados pelo estabelecimento, equiparado a industrial, por força do inciso I do art. 9º do RIPI/2002 (Decreto nº 4.544/2002), vigente à época dos fatos geradores: Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: I os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I); 3. Os débitos que deixaram de ser lançados foram calculados com base nos arquivos digitais do SINTEGRA entregues pelo contribuinte e os créditos a partir dos valores pagos no desembaraço aduaneiro. 4. Do encontro dos créditos com os débitos, resultaram saldos devedores em todos os períodos de apuração auditados. Foram aplicadas as multas por falta de recolhimento (do que pôde ser cobrado, após a reconstituição da escrita fiscal), bem como a por falta de lançamento, com cobertura de créditos, previstas no art. 80, caput, da Lei nº 4.502/64: Fl. 423DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 424 3 Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) 5. A Fiscalização ainda relata que “apesar de algumas notas fiscais terem sido destinadas a outro estabelecimento da mesma firma, não há que se falar, neste caso, em suspensão do imposto, instituto previsto no art. 42, inciso IX, do ... RIPI/2002. O instituto da suspensão, conforme este dispositivo legal, é opcional ao contribuinte, que se manifesta, conforme art. 341, inciso III do mencionado Regulamento, pela inscrição da expressão ‘Saído com suspensão do IPI’ na Nota Fiscal”. 6. A autuada foi intimada pessoalmente da exigência em 11/03/2011 (fls. 004) e, irresignada, apresentou Impugnação, em 11/04/2011 (fls. 094 a 113) – considerada tempestiva pela SACAT/DRF/Contagem, conforme Despacho às fls. 149. 6.1. Inicialmente diz que, “Para a consecução de suas atividades ... eventualmente, procede à importação de mercadorias, recolhendo o ... IPI incidente na ocasião do desembaraço aduaneiro, nos termos do artigo 46, I, do ... CTN”. 6.1.1. “Nesse contexto, ... registrou as Declarações de Importação nos 08/04218182, 08/06351009, 08/09302530 e 08/12163146 ... , no caso, aquisição de pneus. 6.1.2. “Prosseguindo em suas atividades, a Impugnante remeteu as mercadorias importadas ... aos seus ‘centros de distribuição’ para, oportuna e posteriormente, transferilas para suas lojas, revendêlas diretamente para outras empresas do mesmo Grupo Econômico, ou mesmo revendêlas para ‘centros de distribuição’ de outras empresas do mesmo Grupo Econômico, que, poderão proceder à respectiva transferência para as lojas”. 6.2. Depois desfia longa argumentação, estribado em princípios constitucionais, na legislação, na doutrina e em decisões administrativas e judiciais, defendendo que os importadores comerciantes não poderiam ser equiparados a industriais, sendo, portanto, desobrigados a destacar o IPI nas saídas para o mercado interno. Seus argumentos podem ser assim sintetizados: 1) À luz do inciso III do art. 51 do CTN, só poderiam ser equiparados a industrial se fornecessem os produtos a estabelecimentos industriais, também em observância ao princípio da nãocumulatividade; 2) Haveria um “bis in idem na tributação no despacho aduaneiro e na saída para o mercado interno; 3) Para que o produto seja tributado pelo IPI seria necessário que o estabelecimento realizasse alguma operação de industrialização; 6.3. Depois contesta a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, por ser ilegal (já que o art. 161 do CTN só contemplaria o valor do tributo) Fl. 424DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 425 4 e por não constituir objeto do lançamento, obsta o direito do contribuinte contestála previamente à constituição definitiva do crédito tributário. 6.4. Ao final, pede que seja cancelada a exigência fiscal na sua totalidade (principal, multa, juros Selic e demais encargos legais) “e, determinado, por conseguinte, o arquivamento do processo administrativo instaurado”. É o que importa relatar." A decisão de primeira instância, proferida em 26/02/2014 (fls. 164/171), foi pela improcedência da impugnação, em decisão cuja ementa abaixo transcrevese: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 30/04/2008 a 31/08/2008 IMPORTADOR DE PRODUTOS QUE DÁ SAÍDA AOS MESMOS. EQUIPARAÇÃO A INDUSTRIAL. INCIDÊNCIA DO IPI NESTAS SAÍDAS. Equiparamse a estabelecimento industrial os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira que derem saída a esses produtos para o mercado interno, devendo ser lançado e escriturado o IPI devido decorrente destas saídas (destinadas a quem quer que seja), com direito ao creditamento na escrita fiscal do imposto pago no desembaraço aduaneiro. Não há que se falar em ilegalidade na equiparação estabelecida pelo art. 9º, I, do RIPI/2002 (Decreto nº 4.544/2002) vigente à época da ocorrência dos fatos geradores abrangidos por este Auto de Infração , pois encontra guarida nos arts. 46, II, c/c 51, II, do CTN, e no art. 4º, I, da Lei nº 4.502/64. O IPI incide sobre produtos industrializados (art. 153, IV, da Constituição Federal) e não necessariamente sobre uma operação de industrialização. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 30/04/2008 a 31/08/2008 INCIDÊNCIA DE JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. DESCONHECIMENTO. Não pode esta instância julgadora conhecer de contestação da incidência de juros sobre a multa de ofício, pois não faz parte do lançamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Após ciência ao acórdão de primeira instância (AR à fl. 177), em 09/04/2014, apresentou o recurso voluntário de fls. 322/363, em 07/05/2014, em essência, reiterando a argumentação expressa na impugnação. Fl. 425DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 426 5 Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida O recurso apresentado preenche os requisitos de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. MÉRITO INCIDÊNCIA DO IPI NA REVENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IMPORTADOS Inferese do voto condutor da decisão ora combatida que na Impugnação, em nenhum momento, digase, oportuno, sob pena de preclusão (arts. 16 e 17, do Decreto nº 70.235/72 PAF) o contribuinte contesta a forma de apuração dos valores lançados, o que, portanto, não está em discussão. Desse modo, como bem entendido pelo órgão julgador recorrido, a lide resumese a uma questão de Direito, sobre ser legítima a exigência do IPI na saída para o mercado nacional promovida por estabelecimento importador do mesmo produto, em decorrência da sua equiparação a industrial. Vale a pena rever a legislação abordada no voto condutor da decisão recorrida: Código Tributário Nacional Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; III a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. (...) Art. 51. Contribuinte do imposto é: I o importador ou quem a lei a ele equiparar; II o industrial ou quem a lei a ele equiparar; III o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. Fl. 426DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 427 6 Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. ................... Lei nº 4.502/64 Art . 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. Art . 4º Equiparamse a estabelecimento produtor, para todos os efeitos desta Lei: I os importadores e os arrematantes de produtos de procedência estrangeira; ................... RIPI/2002 (Decreto nº 4.544/2002) Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: I os estabelecimentos importadores de produtos de procedência estrangeira, que derem saída a esses produtos (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso I); Vejase que o contribuinte do IPI é o industrial ou quem a lei a ele equiparar, nos termos do inciso II, do artigo 51, do CTN. Com fulcro nesse comando de lei complementar, o inciso I, do artigo 4º, da Lei nº 4.502/64, equiparou os importadores de produtos de procedência estrangeira a estabelecimento produtor, para todos os efeitos da referida lei. Assim, entendo, andou muito bem a decisão recorrida ao concluir que os importadores foram sim equiparados a industrial (produtor) por lei e, assim sendo, está devidamente prevista a hipótese de incidência na saída dos produtos destes estabelecimentos. Exatamente sobre essa matéria, o Superior Tribunal de Justiça STJ, com fundamento na sistemática do art. 543C, do CPC, firmou o seguinte entendimento: RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. FATO GERADOR. INCIDÊNCIA SOBRE OS IMPORTADORES NA REVENDA DE PRODUTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. FATO GERADOR AUTORIZADO PELO ART. 46, II, C/C 51, PARÁGRAFO ÚNICO DO CTN. SUJEIÇÃO PASSIVA AUTORIZADA PELO ART. 51, II, DO CTN, C/C ART. 4º, I, DA LEI N. 4.502/64. PREVISÃO NOS ARTS. 9, I E 35, II, DO RIPI/2010 (DECRETO N. 7.212/2010). 1. Seja pela combinação dos artigos 46, II e 51, parágrafo único do CTN que compõem o fato gerador, seja pela combinação do art. 51, II, do CTN, art. 4º, I, da Lei n. 4.502/64, art. 79, da Medida Provisória n. 2.15835/ 2001 e art. 13, da Lei n. Fl. 427DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 428 7 11.281/2006 que definem a sujeição passiva, nenhum deles até então afastados por inconstitucionalidade, os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. 2. Não há qualquer ilegalidade na incidência do IPI na saída dos produtos de procedência estrangeira do estabelecimento do importador, já que equiparado a industrial pelo art. 4º, I, da Lei n. 4.502/64, com a permissão dada pelo art. 51, II, do CTN. 3. Interpretação que não ocasiona a ocorrência de bis in idem, dupla tributação ou bitributação, porque a lei elenca dois fatos geradores distintos, o desembaraço aduaneiro proveniente da operação de compra de produto industrializado do exterior e a saída do produto industrializado do estabelecimento importador equiparado a estabelecimento produtor, isto é, a primeira tributação recai sobre o preço de compra onde embutida a margem de lucro da empresa estrangeira e a segunda tributação recai sobre o preço da venda, onde já embutida a margem de lucro da empresa brasileira importadora. Além disso, não onera a cadeia além do razoável, pois o importador na primeira operação apenas acumula a condição de contribuinte de fato e de direito em razão da territorialidade, já que o estabelecimento industrial produtor estrangeiro não pode ser eleito pela lei nacional brasileira como contribuinte de direito do IPI (os limites da soberania tributária o impedem), sendo que a empresa importadora nacional brasileira acumula o crédito do imposto pago no desembaraço aduaneiro para ser utilizado como abatimento do imposto a ser pago na saída do produto como contribuinte de direito (nãocumulatividade), mantendose a tributação apenas sobre o valor agregado. 4. Precedentes: REsp. n. 1.386.686 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17.09.2013; e REsp. n. 1.385.952 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03.09.2013. Superado o entendimento contrário veiculado nos EREsp. nº 1.411749PR, Primeira Seção, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. p/acórdão Min. Ari Pargendler, julgado em 11.06.2014; e no REsp. n. 841.269 BA, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 28.11.2006. 5. Tese julgada para efeito do art. 543C, do CPC: "os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil". 6. Embargos de divergência em Recurso especial não providos. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (EREsp 1403532/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/10/2015, DJe 18/12/2015) Fl. 428DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 429 8 Assim, por força do §2º, do art. 621, do RICARF/2015 (Portaria MF nº 343, de 09/06/2015), os Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, devem reproduzir as decisões definitivas de mérito do STJ em matéria infraconstitucional, na sistemática dos recursos repetitivos, neste caso concreto, reconhecendo que os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. Por fim, a par da legalidade da exigência do IPI, eventuais discussões sobre ofensa aos ofensa aos princípios constitucionais da nãocumulatividade e da isonomia, ou qualquer outro questionamento de cunho constitucional, ainda que de forma reflexa, v.g., observância de acordos internacionais, encontra óbice no enunciado da Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.", restando vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar a Lei nº 4.502/64, sob fundamento de inconstitucionalidade, também, nos termos do art. 62, do RICARF/2015, ainda mais, estando o Tema 906: "Violação ao princípio da isonomia ante a incidência do IPI no momento do desembaraço aduaneiro de produto industrializado, assim como da sua saída do estabelecimento importador para comercialização no mercado interno.", afetado à sistemática da repercussão geral, à ser decidida pelo E. STF, no RE 946.648/SC. DAS MULTAS APLICADAS Recorre a contribuinte contra as multas de ofício aplicadas (i) multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito; e (ii) multa vinculada, ao IPI lançado de ofício; ambas no percentual de 75%. Quanto a multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, tem previsão legal, fixada no percentual exigido (75%), no caput, do art. 80, da Lei nº 4.502/64: Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal ou a falta de recolhimento do imposto lançado sujeitará o contribuinte à multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento) do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido.(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Ainda que a contribuinte alegue genericamente suposto equívoco quanto ao procedimento seguido pelo fisco para cobrança da multa sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito, entendo suficiente à verificação da sua legalidade e quantificação dos valores. Pela simplicidade e clareza, transcrevo, na parcela pertinente ao caso, as razões de decidir, do Relator Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, no voto condutor do Acórdão nº 3302002.675, 19/08/2014: "No caso, sobre o mesmo fato gerador, não deve ser aplicada a mesma multa, ou seja, se o imposto não lançado na nota tiver créditos suficientes para sua cobertura, não há imposto a ser lançado, mas apenas a multa 1 § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 429DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 430 9 isolada sobre a falta de destaque na nota. Por outro lado, se o imposto, ou parte, não possuir cobertura de créditos, então o saldo devedor é lançado com multa de ofício vinculada, e, neste caso, não há lançamento de multa isolada." (grifei) Pois bem, ainda seguindo o raciocínio do precedente supracitado, a partir do quadro resumido da reconstituição da escrita fiscal (fl. 18) : em 31/05/2008 – valor de IPI não lançado = R$30.865,84; – valor de IPI cobrado juntamente com multa de ofício vinculada = R$10.000,12. Conclusão: a diferença de R$20.865,72 corresponde ao IPI não lançado com cobertura de crédito, base da multa isolada; o mesmo, em 30/06/2008 – valor de IPI não lançado = R$40.888,53; – valor de IPI cobrado juntamente com multa de ofício vinculada = R$26.258,08. Conclusão: a diferença de R$14.630,45 corresponde ao IPI não lançado com cobertura de crédito, base da multa isolada; o mesmo, em 31/08/2008 – valor de IPI não lançado = R$33.500,09; – valor de IPI cobrado juntamente com multa de ofício vinculada = R$7.830,23. Conclusão: a diferença de R$25.669,86 corresponde ao IPI não lançado com cobertura de crédito, base da multa isolada. Em 31/07/2008 – valor de IPI não lançado = R$14.834,25; – valor de IPI cobrado juntamente com multa de ofício vinculada = R$14.834,25. Conclusão: o IPI não lançado está contido na autuação de IPI devido e, portanto, não houve cobertura de crédito, não havendo a multa isolada sobre este valor. De fato, só faz sentido existir imputação de multa de oficio isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, existindo créditos suficiente à cobrir, ainda que parcialmente, os débitos, não restando, portanto, saldo devedor, superior ao IPI não lançado, à ser constituído juntamente com multa de ofício vinculada. Portanto, a reconstituição da escrita permite uma clara visualização dos PA passíveis de incidência da multa isolada, quais sejam, todos com débitos de IPI não lançado apurados e com saldos credores ou com saldos devedores inferiores ao IPI não lançado, pois, no primeiro caso, houve cobertura de crédito integral, restando saldo credor; e, no segundo caso, houve cobertura de crédito parcial, restando a própria parcela não coberta do IPI não lançado, como saldo devedor à lançar. Assim, reconheço, nesse subitem, o cancelamento do lançamento da multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, integralmente no PA de 07/2008 (R$11.125,68); e parcialmente, nos PA de 05/2008 (de R$16.022,51, para R$15.649,29 = 20.865,72x75%); PA de 06/2008 (de R$30.666,39, para R$10.972,83 = 14.630,45x75%); e PA de 08/2008 (de R$25.125,06, para R$19.252,39 = 25.669,86x75%) Quanto a multa vinculada, e mesmo a multa isolada, reiterados os argumentos de que o percentual aplicado seria abusivo, desproporcional e inconstitucional, diante do seu caráter confiscatório, requerendo que seja excluída ou reduzida, em razão de ter observado orientação jurisprudencial prévia (art. 486, do RIPI/2002) e práticas reiteradas da administração (art. 100, do CTN). Fl. 430DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 431 10 Não merece acolhida tais argumentos, pois, além de genéricos, sem nem mesmo apontar a orientação jurisprudencial ou as práticas reiteradas, entendo inaplicáveis ao caso, ainda mais, diante da previsão legal expressa, fixada nos percentuais exigidos para as imposições (75%), no artigo 80, da Lei nº 4.502/64, não restando configurada nenhuma das causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, elencadas nos incisos, do art. 151, do CTN, na data do lançamento de ofício, aplicandose ao caso, quanto aos juros à taxa Selic, as Súmulas CARF nº 4 e 5 2. Logo, devem ser mantidas as multas de ofício (75%), lançadas no percentual previsto no art. 80, da Lei n°4.502/64, com a redação dada pelo art. 13, da Lei n° 11.488/07, não havendo porque afastarse a aplicação ou deixar de observar leis válidas, estando, mesmo, vedado aos Conselheiros do CARF fazêlo, sob fundamento de inconstitucionalidade (art. 62, da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015 RICARF/15 e Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.") JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO A recorrente também alega que não podem ser exigidos juros sobre a multa de ofício lançada, pois, para os artigo 161, do CTN, os juros moratórios incidem somente sobre o valor da obrigação tributária principal e por não constituir objeto do lançamento, obstaria o direito do contribuinte contestála previamente à constituição definitiva do crédito tributário. A incidência de juros de mora sobre o crédito tributário, composto pelo tributo e/ou penalidade pecuniária, guarda consonância com o CTN e leis ordinárias. Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. Além do CTN afirmar que o crédito tributário decorre da obrigação tributaria principal de pagamento de tributo, penalidade pecuniária ou ambos; e que, o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora; a incidência de juros de mora sobre a multa de oficio, após o seu vencimento, está prevista pelos art.43 (multa isolada) e art.61, § 3º (débitos para com a União), da Lei nº 9.430/96. 2 Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais; Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Fl. 431DF CARF MF Processo nº 13603.721171/201190 Acórdão n.º 3401004.417 S3C4T1 Fl. 432 11 Art.61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Assim, tem plena previsão legal a incidência, ex lege, independente de lançamento, de juros moratórios sobre a multa aplicada, visto que se trata de débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Por tudo exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado para o cancelamento do lançamento da multa isolada, por IPI não lançado com cobertura de crédito, integralmente no PA de 07/2008 (R$11.125,68); e parcialmente, nos PA de 05/2008 (de R$16.022,51, para R$15.649,29 = 20.865,72x75%); PA de 06/2008 (de R$30.666,39, para R$10.972,83 = 14.630,45x75%); e PA de 08/2008 (de R$25.125,06, para R$19.252,39 = 25.669,86x75%). Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 432DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13855.004138/2010-59
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
PERÍCIAS. REQUERIMENTO EM RECURSO. REQUISITOS. OBSERVÂNCIA. NECESSIDADE.
As diligências e perícias requeridas pelo recorrente devem obedecer aos requisitos estatuídos no art. 16, IV do Decreto nº 70.235/72, como justificativa para o procedimento, formulação de quesitos e indicação de perito próprio, sem os quais considera-se não formulado o pleito, conforme previsão do parágrafo primeiro do mesmo dispositivo.
PROVA DOCUMENTAL. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRODUÇÃO. MOMENTO PROCESSUAL.
Nos termos do art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/72 (c/c art. 74, § 11 da Lei nº 9.430/96), que regula o processo administrativo fiscal, a prova documental será apresentada na impugnação ou manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o recorrente fazê-lo em outra oportunidade processual, ressalvadas as hipóteses de demonstração impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refira-se a fato ou direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, o que exige demonstração da ocorrência dessas situações, não bastando meras alegações.
MULTAS. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ALEGAÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANIFESTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
As alegações de inconstitucionalidade de normas válidas e vigentes não podem ser apreciadas em sede contenciosa administrativa, por expressa vedação do art. 26-A do Decreto nº 70.235/72 e art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscal - RICARF (Portaria MF nº 343/2015), entendimento sedimentado no verbete da Súmula CARF nº 2.
Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
PESSOAS JURÍDICAS DECLARADAS INAPTAS. DOCUMENTOS FISCAIS INIDÔNEOS. PRESUNÇÃO BASOLUTA. AQUISIÇÕES DE BOA-FÉ. PROVA INEQUÍVOCA DA REGULARIDADE DA OPERAÇÃO MERCANTIL.
O art. 82 da Lei nº 9.430/96 incorpora presunção relativa de hipótese de inidoneidade de documentos fiscais, ao dispor que não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas tenha sido considerada ou declarada inapta, ressalvado direito do adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços que comprovem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços, a eles cabendo a produção da prova inequívoca dessa situação jurídica.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SÓCIOS. PRÁTICA DE CRIMES. ART. 137 DO CTN. DOLO. CONCURSO. DEMONSTRAÇÃO.
A atribuição de responsabilidade tributária pessoal pelo art. 137 do Código Tributário Nacional exige a prova que o sujeito passivo tenha praticado crime ou contravenção, ou, ainda, infrações em que o dolo do agente seja específico, não se enquadrado em qualquer das hipóteses legais a simples outorga de procuração com amplos poderes, cabendo a responsabilização àquele que efetivamente praticou as infrações, no caso, o mandatário, salvo se comprovado o concurso ou conluio entre os envolvidos.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-004.372
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário interposto pela empresa e por dar provimento ao recurso voluntário apresentado por Manoel Justino de Paula, a fim de excluí-lo do pólo passivo. Os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanharam o relator pelas conclusões, no que se refere à manutenção do lançamento em face da empresa.
Rosaldo Trevisan Presidente
Robson José Bayerl Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente o Cons. André Henrique Lemos.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 PERÍCIAS. REQUERIMENTO EM RECURSO. REQUISITOS. OBSERVÂNCIA. NECESSIDADE. As diligências e perícias requeridas pelo recorrente devem obedecer aos requisitos estatuídos no art. 16, IV do Decreto nº 70.235/72, como justificativa para o procedimento, formulação de quesitos e indicação de perito próprio, sem os quais considera-se não formulado o pleito, conforme previsão do parágrafo primeiro do mesmo dispositivo. PROVA DOCUMENTAL. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRODUÇÃO. MOMENTO PROCESSUAL. Nos termos do art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/72 (c/c art. 74, § 11 da Lei nº 9.430/96), que regula o processo administrativo fiscal, a prova documental será apresentada na impugnação ou manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o recorrente fazê-lo em outra oportunidade processual, ressalvadas as hipóteses de demonstração impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refira-se a fato ou direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, o que exige demonstração da ocorrência dessas situações, não bastando meras alegações. MULTAS. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ALEGAÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANIFESTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. As alegações de inconstitucionalidade de normas válidas e vigentes não podem ser apreciadas em sede contenciosa administrativa, por expressa vedação do art. 26-A do Decreto nº 70.235/72 e art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscal - RICARF (Portaria MF nº 343/2015), entendimento sedimentado no verbete da Súmula CARF nº 2. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 PESSOAS JURÍDICAS DECLARADAS INAPTAS. DOCUMENTOS FISCAIS INIDÔNEOS. PRESUNÇÃO BASOLUTA. AQUISIÇÕES DE BOA-FÉ. PROVA INEQUÍVOCA DA REGULARIDADE DA OPERAÇÃO MERCANTIL. O art. 82 da Lei nº 9.430/96 incorpora presunção relativa de hipótese de inidoneidade de documentos fiscais, ao dispor que não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas tenha sido considerada ou declarada inapta, ressalvado direito do adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços que comprovem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços, a eles cabendo a produção da prova inequívoca dessa situação jurídica. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SÓCIOS. PRÁTICA DE CRIMES. ART. 137 DO CTN. DOLO. CONCURSO. DEMONSTRAÇÃO. A atribuição de responsabilidade tributária pessoal pelo art. 137 do Código Tributário Nacional exige a prova que o sujeito passivo tenha praticado crime ou contravenção, ou, ainda, infrações em que o dolo do agente seja específico, não se enquadrado em qualquer das hipóteses legais a simples outorga de procuração com amplos poderes, cabendo a responsabilização àquele que efetivamente praticou as infrações, no caso, o mandatário, salvo se comprovado o concurso ou conluio entre os envolvidos. Recurso voluntário provido em parte.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2138; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 10 1 9 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13855.004138/201059 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401004.372 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de fevereiro de 2018 Matéria IPI Recorrente INDÚSTRIA DE CALÇADOS TROPICÁLIA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PERÍCIAS. REQUERIMENTO EM RECURSO. REQUISITOS. OBSERVÂNCIA. NECESSIDADE. As diligências e perícias requeridas pelo recorrente devem obedecer aos requisitos estatuídos no art. 16, IV do Decreto nº 70.235/72, como justificativa para o procedimento, formulação de quesitos e indicação de perito próprio, sem os quais considerase não formulado o pleito, conforme previsão do parágrafo primeiro do mesmo dispositivo. PROVA DOCUMENTAL. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRODUÇÃO. MOMENTO PROCESSUAL. Nos termos do art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/72 (c/c art. 74, § 11 da Lei nº 9.430/96), que regula o processo administrativo fiscal, a prova documental será apresentada na impugnação ou manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o recorrente fazêlo em outra oportunidade processual, ressalvadas as hipóteses de demonstração impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou direito superveniente ou se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, o que exige demonstração da ocorrência dessas situações, não bastando meras alegações. MULTAS. CARÁTER CONFISCATÓRIO. ALEGAÇÃO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANIFESTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. As alegações de inconstitucionalidade de normas válidas e vigentes não podem ser apreciadas em sede contenciosa administrativa, por expressa vedação do art. 26A do Decreto nº 70.235/72 e art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscal RICARF (Portaria MF nº 343/2015), entendimento sedimentado no verbete da Súmula CARF nº 2. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 41 38 /2 01 0- 59Fl. 528DF CARF MF 2 Anocalendário: 2005, 2006, 2007 PESSOAS JURÍDICAS DECLARADAS INAPTAS. DOCUMENTOS FISCAIS INIDÔNEOS. PRESUNÇÃO BASOLUTA. AQUISIÇÕES DE BOAFÉ. PROVA INEQUÍVOCA DA REGULARIDADE DA OPERAÇÃO MERCANTIL. O art. 82 da Lei nº 9.430/96 incorpora presunção relativa de hipótese de inidoneidade de documentos fiscais, ao dispor que não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas tenha sido considerada ou declarada inapta, ressalvado direito do adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços que comprovem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços, a eles cabendo a produção da prova inequívoca dessa situação jurídica. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006, 2007 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SÓCIOS. PRÁTICA DE CRIMES. ART. 137 DO CTN. DOLO. CONCURSO. DEMONSTRAÇÃO. A atribuição de responsabilidade tributária pessoal pelo art. 137 do Código Tributário Nacional exige a prova que o sujeito passivo tenha praticado crime ou contravenção, ou, ainda, infrações em que o dolo do agente seja específico, não se enquadrado em qualquer das hipóteses legais a simples outorga de procuração com amplos poderes, cabendo a responsabilização àquele que efetivamente praticou as infrações, no caso, o mandatário, salvo se comprovado o concurso ou conluio entre os envolvidos. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário interposto pela empresa e por dar provimento ao recurso voluntário apresentado por Manoel Justino de Paula, a fim de excluílo do pólo passivo. Os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanharam o relator pelas conclusões, no que se refere à manutenção do lançamento em face da empresa. Rosaldo Trevisan – Presidente Robson José Bayerl – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, Renato Vieira de Fl. 529DF CARF MF Processo nº 13855.004138/201059 Acórdão n.º 3401004.372 S3C4T1 Fl. 11 3 Ávila (suplente convocado), Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Ausente justificadamente o Cons. André Henrique Lemos. Relatório Albergam estes autos lançamento de multa proporcional ao valor da mercadoria, referente aos anoscalendários 2005/2007, devido à utilização de notas fiscais inidôneas. Por bem refletir o contexto fático da autuação, adoto o relatório da decisão de primeiro grau administrativo: “Em ação fiscal levada a efeito contra a contribuinte em epígrafe, doravante denominada Tropicália, relativa aos anoscalendário de 2005, 2006 e 2007, foi efetuado lançamento para exigência de crédito tributário no valor total de (omissis), conforme demonstrativo de fl. 1, tendo sido lavrado o auto de infração de fls. 9/15 para exigir multa regulamentar proporcional ao valor da mercadoria, em virtude da utilização e emissão de grande monta de notas fiscais que não correspondem a efetivas movimentações de mercadorias, nos termos do Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002 (RIPI/2002), art. 490, II. O relatório da fiscalização de fls. 16/27 descreve em detalhes a ação fiscal, destacando que em auditorias anteriores foram constatadas infrações tributárias com reflexos na autuada e assim, a partir dos elementos e conclusões fiscais levantados, foram consideradas as infrações tributárias relativas ao IPI. Destacou as constatações da auditoria fiscal dos tributos fazendários na empresa Trieste Comércio de Artefatos de Couros Ltda. (doravante denominada Trieste), segundo a qual se concluiu que houve a formação de uma cadeia sonegatória construída com o fito de evadir tributos. Ressaltou que o trabalho é decorrente do apurado no processo administrativo nº 13855.003495/201008, no qual foi apurado um forte e completo esquema de compra, venda e utilização de notas fiscais inidôneas, com a participação de pessoas físicas e jurídicas ‘laranjas’, pessoas jurídicas de fato inexistentes e movimentação financeira em contas de terceiros, sempre à margem da legalidade e sem qualquer pagamento ou mesmo reconhecimento de obrigação pelo pagamento de tributos. Naquela fiscalização, constatouse que a Trieste, gerida pelo sócio Rubens Cintra, utilizavase de notas fiscais relativas a supostas aquisições de grande monta de couro com o intuito de dar um ar de legalidade a entradas irregulares e até mesmo forjar entradas de forma a viabilizar a emissão de também grande monta em notas fiscais de saída e, por conseguinte, permitir a fruição irregular de créditos tributários e gerar despesas fictícias na cadeia produtiva subseqüente, e que, para tanto, Fl. 530DF CARF MF 4 operava em contas de terceiros, dentre esses, Salvina Alves Cintra, mãe de Rubens Cintra. Destacou que entre um dos maiores beneficiários se encontra a empresa Tropicália, que supostamente adquiria enorme monta de couros da Trieste, mas que, intimada a comprovar os pagamentos dessas aquisições, sequer se dá ao trabalho de responder, mesmo porque tais pagamentos de fato não existem, e que, além disso, a Tropicália se utilizava de inúmeras empresas satélites, todas comprovadamente sob sua administração, que se relacionavam de maneira escusa com a Trieste, por meio de terceiros ‘laranjas’. Observou que tanto a Tropicália quanto suas empresas satélites eram administradas de forma oculta, por meio de procurações, por Vera Lúcia de Paula Cintra, esposa de Rubens Cintra. Concluiu que a Trieste é na verdade um braço operacional da Tropicália, que se utiliza daquela como empresa de aluguel para ‘criar’ créditos tributários passíveis de ressarcimento e, como nem a Trieste ou seus sócios possuem patrimônio passível de garantir eventuais cobranças de dívidas tributárias, esta declara seus débitos para dar um ar de legalidade, mas não paga nada. Ressaltou que, para simular pagamentos de supostas aquisições de couro da Trieste pela Tropicália, ambas realizam operações de descontos de títulos junto a terceiros da seguinte forma: a Trieste cede a terceiros (desconto de títulos) o direito creditório do couro supostamente adquirido pela Tropicália; entretanto, o controle do pagamento dos títulos é feito pela própria Trieste, bem assim o efetivo pagamento, mediante repasse desta para a Tropicália ou mesmo efetuando o pagamento diretamente. Ressaltou que o regramento do art. 490, II, do RIPI/2002, não restringe sua aplicabilidade somente aos contribuintes do IPI, haja vista não se tratar de uma imputação correspondente a crédito tributário, mas sim de multa por utilização de documentação falsa e inidônea. Foram considerados responsáveis pessoais por infrações os senhores Vera Lúcia de Paula Cintra, Manoel Justino de Paula e José Justino de Paula, com a lavratura dos termos de responsabilização de fls. 2/7. Houve, ainda, lavratura de representação fiscal para fins penais.” Devidamente intimados os sujeitos passivos arrolados, apenas o contribuinte e o responsável Manoel Justino de Paula apresentaram impugnação, com idêntico teor, onde protestaram, preliminarmente, pela suspensão do processo administrativo, tendo em conta que a presente autuação estaria ancorada em procedimentos fiscais anteriores, ainda em discussão administrativa, bem assim, a própria declaração de inaptidão da pessoa jurídica Trieste Com. Couros Ltda. penderia de decisão administrativa. No mérito, sustentaram que Trieste é apenas um dos fornecedores da autuada; que desconhecem as operações comerciais deste fornecedor; que houve comprovação de pagamento das duplicatas emitidas por Trieste, com entrega de toda a documentação à fiscalização; que os fatos narrados na autuação não condizem com a realidade; que em outro processo administrativo (13855.004137/201012), a autoridade fiscal reconheceu a existência das operações, o que se apresentaria contraditório; que essas divergências levariam a autuação ao descrédito; que inexistiu operação financeira entre a recorrente e Trieste que não estivesse amparada em documentação idônea; que não há documento nos autos que justifique a infração; que a operação de repasse de valores entre Trieste/autuada para quitação das duplicatas descontadas em empresas de fomento mercantil Fl. 531DF CARF MF Processo nº 13855.004138/201059 Acórdão n.º 3401004.372 S3C4T1 Fl. 12 5 (factoring) é fantasiosa; que a narrativa fiscal é deturpada e ilógica; que não há prova que o recorrente seria controlador da Trieste; que a recorrente é empresa lícita (sic); que a multa é confiscatória; foi requerido que a coresponsabilidade fosse imputada integralmente a Vera Lúcia de Paula Cintra, administradora da pessoa jurídica recorrente. Ao final pugnaram pela improcedência da autuação, juntada posterior de documentos e realização de perícia. A DRJ Ribeirão Preto/SP manteve o lançamento em decisão assim ementada: “MULTA REGULAMENTAR. Infligese multa igual ao valor comercial da mercadoria, ou ao que lhe for atribuído na nota fiscal, aos que utilizarem nota fiscal que não corresponda à entrada efetiva de produto nela descrito, no estabelecimento adquirente. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EXCLUSÃO DE PESSOAS. FALTA DE COMPETÊNCIA. Não compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento a apreciação da exclusão de pessoas arroladas como responsáveis solidárias pelos tributos exigidos do contribuinte. PERÍCIA. REQUISITOS Considerase não formulado o pedido de perícia que deixe de atender os requisitos legais. JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO. IMPEDIMENTO DE APRECIAÇÃO DA IMPUGNAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O protesto pela juntada posterior de documentação não obsta a apreciação da impugnação, e ela só é possível em casos especificados na lei.” Em recurso voluntário o contribuinte alegou que o processo deveria ser suspenso até o encerramento do contencioso em relação à declaração de nulidade da pessoa jurídica Trieste; que a decisão recorrida seria nula por cerceamento de defesa, ao indeferir a prova pericial; e, que a juntada extemporânea de documentos se devia ao fato de estar em poder da fiscalização da RFB, coligindoa nessa oportunidade recursal. No mérito, com certa variação, reprisou a fundamentação da impugnação. Foram anexados aos autos cópias de boletos bancários e duplicatas emitidas por Trieste, com o intuito de comprovar o pagamento das respectivas aquisições. A 3ª TO/4ª Câmara/3ª SEJUL/CARF, através do Acórdão 3403003.348, de 16/10/2014, anulou a decisão de primeira instância, por deixar de apreciar a contestação atinente à responsabilidade tributária solidária. Em novo julgado, A DRJ Ribeirão Preto/SP manteve o lançamento: “MULTA REGULAMENTAR. Fl. 532DF CARF MF 6 Infligese multa igual ao valor comercial da mercadoria, ou ao que lhe for atribuído na nota fiscal, aos que utilizarem nota fiscal que não corresponda à entrada efetiva de produto nela descrito, no estabelecimento adquirente. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. RESPONSABILIDADE. SÓCIO. Imputase responsabilidade ao sócio de empresa que concorre para a prática de condutas conceituadas como crime. PERÍCIA. REQUISITOS. Considerase não formulado o pedido de perícia que deixe de atender os requisitos legais.” Em novo recurso voluntário o contribuinte pugnou pela conversão do julgamento em diligência “para realização de perícia no que tange a equalização entrada de matériaprima x volume de produção”, ao passo que uma das acusações fiscais consistia na inexistência de operações entre Trieste/Tropicália (recorrente), sendo que o recorrente é fabricante de calçados e Trieste, seu maior fornecedor de matériaprima. Argumentou que a declaração de inidoneidade de Trieste pende de julgamento, devendo o presente processo ser suspenso; discordou que o processo esteja apto a ser julgado; que desconhecia as irregularidades cometidas pela Trieste; que fazia o beneficiamento do couro adquirido do fornecedor Trieste; que as operações de aquisição existiram de fato; que a perícia requerida era imprescindível; que a retroatividade dos efeitos da declaração de inaptidão não poderia prosperar, dado seu efeito ex nunc; que uma das provas da realização das operações seria a perícia requerida; que os pagamentos foram efetivamente realizados; que a cessão de títulos e as operações de factoring são rotineiras e legais; e, que a multa aplicada foi abusiva e confiscatória, devendo ser limitada a 100% (cem por cento) do tributo devido na operação. O responsável Manoel Justino de Paula asseverou que não exerceu qualquer atividade gerencial na empresa, não sendo possível mantêlo no pólo passivo da autuação sob alegação de conivência com a infração, pelo fato de haver outorgado procuração com amplos poderes a terceira pessoa, não restando evidenciado o dolo necessário à imputação, como fizera a decisão recorrida. É o relatório. Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade. Concernente ao requerimento de sobrestamento deste processo, devido à ausência de definitividade sobre a declaração de inaptidão da pessoa jurídica Trieste Comércio Fl. 533DF CARF MF Processo nº 13855.004138/201059 Acórdão n.º 3401004.372 S3C4T1 Fl. 13 7 de Artefatos de Couros Ltda., PA 13855.003495/201008, é fato que a DRF Franca/SP expediu o ADE nº 55/2010, reproduzido no corpo do relatório fiscal, onde declarou BAIXADA a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica em questão, por inexistência de fato, por não dispor de patrimônio e capacidade operacional necessários à realização de seu objeto, declarando inidôneas todas as notas fiscais por ela emitidas a partir de 01/01/2005, resguardados os direitos dos adquirentes de boafé, em conformidade com a IN RFB 1.005/2005, cuja eficácia da declaração de inidoneidade, segundo o ato administrativo de cassação, iniciarseia a partir da publicação do ADE, ocorrida no DOU de 01/12/2010. Assim, a declaração de inaptidão deflagra, sim, efeitos retrospectivos (ex tunc), desde a data de publicação do respectivo ato declaratório executivo, nos termos dos arts. 80 a 82 da Lei nº 9.430/96, o que já se verificou, não havendo razão para reconhecimento de qualquer questão prejudicial a influir no regular iter desse processo administrativo. Outrossim, se ainda pende apreciação recursal nos autos do processo 13855.003495/201008, como aduz o recorrente, sua interposição se respaldaria na garantia do art. 30, § 3º da IN RFB 1.005/2010, que, todavia, é despido de efeito suspensivo, ex vi do art. 61 da Lei nº 9.784/99, de sorte que indigitada declaração de inaptidão espraia normalmente seus efeitos, até que se reverta pelo restabelecimento da inscrição baixada, cuja validade se retoma a partir do ADE respectivo, esta sim, sem eficácia retroativa. Demais disso, o sobrestamento de processo administrativo é medida excepcional, que exige clara demonstração do prejuízo à continuidade do procedimento e prova cabal do contexto fático exposto, não sendo suficiente a tal finalidade a singela alegação de possibilidade de prolação de decisões contraditórias ou mesmo a própria pendência de apreciação de pedido de restabelecimento de inscrição de CNPJ baixado, que sequer foi documentado. Respeitante ao pedido de perícia formulado, correto o posicionamento da decisão reclamada, haja vista que, nos termos expressos do art. 16, IV, § 1º do Decreto nº 70.235/72, a realização de perícias, a requerimento do sujeito passivo, exige a justificação, a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados e a indicação do perito próprio, com a qualificação profissional, nome e endereço, sob pena de, não atendido esses requisitos, reputálo não formulado. No caso vertente, como argumento de nulidade, o recorrente apenas proclama a necessidade genérica de realização de diligência para averiguação do que denominou “equalização entrada de matériaprima x volume de produção”, a fim de certificar as aquisições da matériaprima couro, uma vez que foi desconsiderada a realização dessas “operações físicas”. Entretanto, tenho que o peticionante partiu de uma premissa equivocada, porquanto não houve acusação, por parte da autoridade autuante, de falta de recebimento do couro empregado na fabricação de calçados, mas sim que tais aquisições eram provenientes da pessoa jurídica Trieste Comércio Artefatos de Couros Ltda., o que se mostrou inverídico, como se destaca das seguintes passagens do relatório de autuação: “A empresa Trieste, gerida pelo seu sócio Rubens Cintra, utilizavase de NF's de emissão da J.G. Com. Couros Ltda, Yuri Comércio De Couros Ltda, Vaz Comércio de Couro Ltda e Comércio de Couros São José relativas a supostas Fl. 534DF CARF MF 8 aquisições de grande monta de couro junto a essas empresas com o intuito de dar um ar de legalidade à entradas irregulares e até mesmo forjar entradas de forma a viabilizar a emissão de também grande monta em NF de saída e, por conseguinte, permitir a fruição irregular de créditos tributários e gerar despesas fictícias na cadeia produtiva subseqüente. Para tanto, operava amparada em contas de terceiros, dentre esses, Salvina Alves Cintra, mãe de Rubens Cintra. Em relação aos créditos tributários, um dos maiores beneficiários era/é a empresa Tropicália, que supostamente adquiria enorme monta de couros da Trieste. Sobre a questão, intimada a comprovar os pagamentos das supostas aquisições de couros da Trieste, a empresa Tropicália sequer se dá ao trabalho de responder, mesmo porque tais pagamentos de fato não existem. Além disso, também se utilizava de inúmeras empresas satélites (Vera Lúcia de Paula Cintra ME, Lilian Cristina de Lima Franca ME e Maria Lúcia de Paula Cintra Franca ME), todas comprovadamente sob sua administração, as quais se relacionavam de maneira escusa com a Trieste, através de terceiros laranjas. Observase que tanto a Tropicália quanto as suas empresas satélites eram administradas de forma oculta, através de procurações, por Vera Lúcia de Paula Cintra, esposa de Rubens Cintra. Em outras palavras, Trieste e Tropicália agiam/agem em conluio e sempre, é claro, utilizandose do artifício da interposição fraudulenta de terceiros de forma a ocultar suas efetivas relações e reais intenções. A Trieste, empresa desprovida de qualquer tipo de patrimônio, é na verdade um braço operacional da empresa Tropicália, a qual se utiliza da dessa como empresa de aluguel para ‘criar’ créditos tributários passíveis de ressarcimento. Como a Trieste nem seu sócio possuem patrimônio passíveis de garantir eventuais cobranças de dívidas tributárias, a empresa declara seus débitos, para dar um ar de legalidade, mas não paga nada. Por outro lado, garante a geração de créditos nas empresas que registram NF provenientes dessa. Necessário esclarecer que esses créditos somente são possíveis quando as compras (ou supostas) são feitas de pessoas jurídicas. Daí a necessidade, para viabilizar a fruição de créditos na cadeia comercial subseqüente, da ‘intermediação’ da PJ Trieste no negócio, a qual, quando compra couro, o faz, provavelmente, através dos ditos ‘marreteiros/catadores’, pessoas físicas que recolhem couro de diversos lugares e vendem em grande quantidade uma carga fechada. Como a Tropicália, fabricante de sapatos, não teria direito ao crédito de tributos se efetuasse Fl. 535DF CARF MF Processo nº 13855.004138/201059 Acórdão n.º 3401004.372 S3C4T1 Fl. 14 9 a compra diretamente dos marreteiros, criase a figura fictícia de uma PJ intermediária no negócio como forma de gerar o crédito para o REAL adquirente da mercadoria, no caso a Tropicália. As notas fiscais ideologicamente falsas emitidas em nome das empresas fantasmas supostas fornecedoras de couro da Trieste servem para simular uma origem legal do.couro adquirido, haja vista o fato dos ditos marreteiros não fornecerem NF de venda da mercadoria.” (grifado) Da leitura desses excertos é possível inferir que não há acusação de inexistência de recebimento de couros, mas sim que essas aquisições não teriam se realizado através da Trieste, porém, de “marreteiros/catadores” através de um, cognominado pela fiscalização, “esquema fraudulento” de interposição de pessoas jurídicas de fachada. Desse modo, mostrase dispensável a realização da perícia requerida, ainda que suplantado o óbice erigido anteriormente, para aferição da regularidade do binômio “aquisições x produção”, apresentandose como necessária, isso sim, a prova admitida pelo art. 82, parágrafo único, da Lei nº 9.430/96, ao regular os efeitos jurídicos das relações comerciais havidas com pessoas jurídicas declaradas inaptas. Nesses autos, como relatado, a celeuma gira em torno da possibilidade de admissão, para fins fiscais, da apropriação de créditos pelas supostas aquisições de matéria prima, especificamente couro, da pessoa jurídica Trieste Comércio Artefatos de Couros Ltda, cuja inscrição no CNPJ foi declarada inapta no bojo do PA 13855.003495/201008, onde a DRF Franca/SP expediu o ADE nº 55/2010, com declaração de baixa correspondente e inidoneidade de todos os documentos fiscais, inclusive notas fiscais, por ela emitidas a partir de 01/01/2005, cuja publicação ocorreu em 01/12/2010. Segundo mencionado art. 82, além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas tenha sido considerada ou declarada inapta, ressalvando o seu parágrafo único o direito dos adquirentes de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços, ou seja, os adquirentes de boafé. De se notar que o dispositivo em comento encerra presunção relativa, ou seja, declarada a inaptidão da pessoa jurídica, não produzem efeito fiscal algum os documentos por ela emitidos em favor de terceiros, daí decorrendo a inversão do onus probandi, cumprindo ao adquirente, mediante prova inequívoca do seu direito, a demonstração da efetivação do pagamento e do recebimento da mercadoria, ou, por outras palavras, que desconhecia as irregularidades praticadas pelo seu fornecedor. Pois bem, a pretensa “boafé”, a meu sentir, deve ser rechaçada de plano, haja vista que a exercente da administração geral da pessoa jurídica autuada (efls. 35/36), mandatária de plenos poderes, ora recorrente (Tropicália), Vera Lúcia de Paula Cintra, era cônjuge, do sóciogerente da pessoa jurídica Trieste, não havendo como admitir, ante os laços conjugais, que não houvesse conhecimento das irregularidades perpetradas por aqueloutra, mesmo porque aludida administradora, sequer pertencia ao quadro social do contribuinte. Fl. 536DF CARF MF 10 Além disso, como comprovado nos autos, exercia a administração de outras pessoas jurídicas, também mediante procuração, que, segundo a fiscalização, participavam da estrutura empresarial montada para burlar o erário. No entanto, para evitar alegações de julgamento baseado em meras ilações, prossigo a análise dos elementos coligidos pelo recorrente, como prova de suas alegações. Consoante art. 16, III, § 4º do já citado Decreto nº 70.235/72, a prova documental deve ser produzida na impugnação, exceção feita às hipóteses taxativamente arroladas, dentre elas, em que pretende se respaldar o contribuinte, a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior. Sustentou o recorrente, nesse ponto, ainda no recurso primevo, que a impossibilidade de produção do acervo documental se deveu à sua indisponibilidade, eis que se encontrava em poder da fiscalização. Nada obstante, a alegação não veio acompanhada de qualquer suporte probatório dessa situação jurídica, como determina o art. 16, § 4º, “a” do Decreto nº 70.235/72, fincado apenas na assertiva do recorrente, valendo mencionar em contrário que, segundo o Termo de Encerramento (efls. 30 e 161) da ação fiscal, todos os livros e documentos utilizados no procedimento foram devolvidos, no estado em que recebidos. Outrossim, cabe registrar o fato que o contribuinte foi intimado em duas oportunidades (efls. 73 e 89) a apresentar a prova do pagamento pelas aquisições de couro e não o fez, restringindose a apresentar Livro Razão, LALUR e notas fiscais de entradas (efl. 77) e informar que “todos os comprovantes encontramse devidamente encaminhados junto ao termo de fiscalização”, sem juntar a prova da entrega respectiva. Assim, entendo que não restou adequadamente demonstrada a impossibilidade de colação da prova documental no momento processual oportuno, consubstanciadose a preclusão consumativa de sua apresentação a posteriori, como pretendeu o recorrente, motivo pelo qual entendo que não deve ser considerado o material anexado ao primeiro recurso voluntário apresentado. Todavia, ainda que ultrapassado esse obstáculo, como concessão dialética, não tomo como cabalmente comprovada a existência de pagamentos pela aquisição de couro, uma vez que, utilizandose a Trieste de desconto de títulos junto a empresas de fomento mercantil (factorings), praticamente todas as supostas liquidações pela recorrente, em que pese a emissão de boletos bancários, foram realizadas fora do sistema bancário, não possuindo autenticação mecânica alguma, mas tãosomente, aposição de “recibos”, manuscritos ou por carimbos, sem identificação de signatário. Tocante à legitimidade das operações de factoring, entendo que é tema estranho e tangencial à autuação, pois a investigação perpassa a prova da realização do pagamento e não da regularidade de operações financeiras realizadas por Trieste. Por conveniente, assevero que, diversamente do que afirma o contribuinte em recurso, a maior parte dos boletos que contém autenticação mecânica referese a período anterior ou posterior àquele autuado nesse processo (01/200506/2007), motivo pelo qual, à luz do contexto fático da autuação, à mingua de robustos elementos de prova a profligar a imputação fiscal e pelas considerações até aqui tecidas, entendo acertado o lançamento, tendo em conta que o recorrente não se desvencilhou de seu ônus probatório em face da presunção de inidoneidade dos documentos fiscais emitidos pelo fornecedor Trieste. Fl. 537DF CARF MF Processo nº 13855.004138/201059 Acórdão n.º 3401004.372 S3C4T1 Fl. 15 11 Quanto ao caráter abusivo e confiscatório da penalidade imposta, é remansoso neste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais a exegese segundo a qual não compete aos julgadores administrativos formar juízo axiológico sobre a justiça da norma tributária, tampouco se manifestar sobre aspectos de sua constitucionalidade, ex vi do art. 26A do Decreto nº 70.235/72 e art. 62 do RICARF (Portaria MF nº 343/2015), devidamente consolidada na Súmula CARF nº 2 (O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária). Nessa toada, a multa aplicada está devidamente escorada no art. 83, II da Lei nº 4.502/64, verbis: “Art . 83. Incorrem em multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuído na nota fiscal, respectivamente: (Vide Decreto Lei nº 326, de 1967) (...) II Os que emitirem, fora dos casos permitidos nesta Lei, notafiscal que não corresponda à saída efetiva, de produto nela descrito, do estabelecimento emitente, e os que, em proveito próprio ou alheio, utilizarem, receberem ou registrarem essa nota para qualquer efeito, haja ou não destaque do impôsto e ainda que a nota se refira a produto isento. (Redação dada pelo DecretoLei nº 400, de 1968) § 1º No caso do inciso I, a pena não prejudica a que fôr aplicável ao comprador ou recebedor do produto, e no caso do inciso II, é independente da que fôr cabível pela falta ou insuficiência de recolhimento do impôsto, em razão da utilização da nota, não podendo, em qualquer dos casos, o mínimo da multa aplicada ser inferior ao grau máximo da pena prevista no artigo seguinte para a classe de capital do infrator.” (destacado) Concernente à atribuição de responsabilidade tributária a Manoel Justino de Paula, invoca a autoridade fiscal a tal propósito as disposições do art. 137, do Código Tributário Nacional, c/c os arts. 1º, 2º e 11 da Lei nº 8.137/90. O recorrente, por sua vez, defende o não exercício de poderes de mando e gestão, inexistindo elemento volitivo necessário à configuração de causa a atrair a responsabilização tributária pessoal, in casu, o dolo. Nos termos do art. 137 do CTN, é pessoal a responsabilidade do agente, quanto às infrações conceituadas por lei como crimes, consistindo a infração, nesse processo, em omitir informação, prestar declaração falsa ou empregar outra fraude para eximirse, total ou parcialmente, de pagamento de tributo, qualificando essa conduta como crime contra a ordem tributária, cujo alcance se estende àqueles que, de qualquer modo, concorreram para a prática delitiva. O Superior Tribunal de Justiça é uníssono quanto à necessidade de prova do cumprimento dos requisitos arrolados no dispositivo legal específico para atribuição de responsabilidade tributária pessoal (e.g. REsp 1.669.441/PE e 1.658.548/PE). Fl. 538DF CARF MF 12 A autoridade fiscal imputa a esse sujeito passivo a outorga de procuração, com amplos poderes, à “sócia oculta” (Vera Lúcia de Paula Cintra) da pessoa jurídica Tropicália, autuada, objetivando a obtenção de vantagens tributárias indevidas, pela utilização de documentos contábeis e fiscais inidôneos. Entretanto, a conduta de Manoel Justino de Paula se limitou, como dito, à outorga de poderes à mandatária, não havendo qualquer prova do consilium fraudis (o conluio) ou mesmo da prática de outros atos lesivos ao patrimônio da entidade ou do Estado. Os ilícitos tributários foram perpetrados pela mandatária, única administradora da pessoa jurídica. O mandato foi conferido por instrumento público, com amplos poderes para a administração geral da pessoa jurídica e, como não poderia deixar de ser, não se estende à práticas de atos contrários à lei, de modo que a imputação da responsabilidade se ressentiu de prova do concurso do sujeito passivo para a prática infracional catalogada, não bastando a isso a mera outorga de poderes, mediante procuração. Os demais sujeitos passivos, pessoas físicas, não apresentaram recurso, razão pela qual, em relação a eles, a responsabilidade pelo crédito tributário é incontroversa. Em face de todo o acima exposto, voto por i) negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, e ii) por dar provimento ao recurso voluntário apresentado por Manoel Justino de Paula, a fim de excluílo do pólo passivo. Robson José Bayerl Fl. 539DF CARF MF
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