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Numero do processo: 12963.000287/2007-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/04/2000 a 31/08/2007
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN.
INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições.
Numero da decisão: 2302-001.839
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, reconhecendo a fluência do prazo decadencial nos termos do art. 173, inciso I do CTN. Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior que entendeu aplicar-se o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o período. Para o período não decadente não houve divergência.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Recorrente ASSOCIAÇÃO DOS SERVENTUÁRIOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE MINAS GERAIS SERVPOÇOS Recorrida DRJ JUIZ DE FORA MG ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2000 a 31/08/2007 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado, reconhecendo a fluência do prazo decadencial nos termos do art. 173, inciso I do CTN. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior que entendeu aplicarse o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o período. Para o período não decadente não houve divergência. Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato e Manoel Coelho Arruda Júnior. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 175 3 Relatório O presente lançamento tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa. O período do levantamento abrange as competências abril de 2000 a agosto de 2007, conforme relatório fiscal às fls. 45 a 47. Segundo a fiscalização, os fatos geradores referemse a valores pagos a cooperativas de trabalho (UNIMED) por serviços prestados por cooperados. Por não concordar com o lançamento, a autuada apresentou impugnação ao lançamento, conforme fls. 65 a 85. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento analisou os argumentos de defesa e confirmou a procedência, em parte, do lançamento, fls. 118 a 129. Houve retificação do débito para algumas competências. Não concordando com a decisão de primeira instância, a autuada interpôs recurso, conforme fls. 133 a 171. Em suma, o recorrente alegou o seguinte: a) era inconstitucional a Lei n. 9.876 de 1999; b) devia ser reconhecida a decadência parcial; Não foram apresentadas contrarrazões pelo órgão fazendário. É o Relato suficiente. Fl. 182DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 173. Pressuposto de admissibilidade superado, passase para o exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO: A primeira questão a ser enfrentada é a decadência, após serão analisadas as questões de mérito propriamente ditas. Quanto à questão preliminar relativa à fluência do prazo decadencial, a mesma não deve ser reconhecida, seguindo orientação do Supremo Tribunal Federal (STF) e observando o art. 173, inciso I do CTN. O STF, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Dessa forma, não é mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, e devem ser observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional (CTN). As contribuições previdenciárias são tributos lançados por homologação, assim devem, em regra, observar o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Havendo então o pagamento antecipado, observarseá a extinção prevista no art. 156, inciso VII do CTN (operase a homologação tácita). Entretanto, se não houver o pagamento antecipado não se aplica o disposto no art. 156, inciso VII do CTN; deve, assim, ser observado o disposto no art. 173, inciso I do CTN; há a necessidade de lançamento de ofício substitutivo, conforme previsto no art. 149, inciso V do CTN. Nessa hipótese, caso não ocorra o lançamento, o crédito tributário será extinto em função do previsto no art. 156, inciso V do CTN (decadência). Fl. 183DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 176 5 Destacase que, nas hipóteses de ocorrências de dolo, fraude, ou simulação; não será observado o disposto no art. 150, parágrafo 4o do CTN. Nesses casos deve ser aplicado necessariamente o previsto no art. 173, inciso I, independentemente de ter havido o pagamento antecipado. Para aplicação dos arts. 150, parágrafo 4º, ou 173, inciso I do CTN, há que se analisar o recolhimento rubrica por rubrica, pois na hipótese de o contribuinte não reconhecer determinada parcela como incidente, essa somente conseguiria ser apurada em uma ação fiscal. Caso o sujeito passivo não antecipe o pagamento, porque entende que o tributo não é devido, obviamente não haverá crédito a ser extinto por homologação. Por não ter pago nem ter declarado em Gfip, os valores somente conseguiriam ser apurados em ação fiscal, daí a aplicabilidade do art. 173, inciso I do CTN – para efeitos da contagem do prazo decadencial – relativamente ao levantamento cooperativa de trabalho. No presente caso o lançamento foi cientificado ao sujeito passivo em novembro de 2007, fl. 01. Assim, os fatos geradores anteriores a novembro de 2001, inclusive esta, estão abrangidos pela decadência. A competência dezembro de 2001 não decaiu, uma vez que o vencimento da obrigação ocorreu em 1º de janeiro de 2002 e teve como termo de início da contagem 1º de janeiro de 2003, o que findaria em 31 de dezembro de 2007. Nesse sentido da contagem é o entendimento exarado pelo STJ nos Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial n 674.497, cuja ementa foi publicada nestas palavras: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I, do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. O art. 22, IV da Lei n ° 8.212/1991 prevê a obrigatoriedade de as empresas tomadoras de serviço efetuarem o recolhimento das contribuições devidas sobre a nota fiscal, quando a prestadora de serviço for uma cooperativa de trabalho. Assim, a cota patronal sobre os segurados cooperados filiados à cooperativa de trabalho é custeada pela tomadora de serviços e não pela própria cooperativa de trabalho. Fl. 184DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Caso a cooperativa também tivesse que arcar com as contribuições haveria mais de um ente colaborando para a previdência dos segurados cooperados filiados à cooperativa de trabalho. No caso, a recorrente tomou serviços das cooperativas arroladas no relatório fiscal, conforme demonstram as cópias dos contratos juntados pela fiscalização previdenciária, bem como as notas fiscais. Portanto, nesse ponto, não merece reparo a presente notificação fiscal. Ao contrário do afirmado pela recorrente, o Fisco não possui obrigação de apreciar inconstitucionalidade. Não há possibilidade para a autoridade administrativa recursar o cumprimento de norma supostamente inconstitucional. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Conforme expressamente previsto no art. 26A do Decreto n 70.235 de 1972, na redação conferida pela Lei n 11.941 de 2009, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. De acordo com a Súmula n ° 2 aprovada pelo Conselho Pleno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não pode ser declarada a inconstitucionalidade de norma pela Administração. Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo conhecimento do recurso e pelo provimento parcial a ele, reconhecendo que parte do lançamento foi atingido pela fluência do prazo decadencial, na forma do art. 173, inciso I do CTN. É o voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 185DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 12963.000287/200753 Acórdão n.º 230201.839 S2C3T2 Fl. 177 7 Fl. 186DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/06/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 15/06/ 2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10120.002180/96-77
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício: 1991
IRPF. DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4º, DO CTN.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 - SC, decidido na sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4º, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações.
No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda retido na fonte, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4º do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador.
Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do ano-calendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995.
Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-002.214
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 150, §4o, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. No presente caso, houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda retido na fonte, e não houve a imputação de existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que fez com que o prazo decadencial tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996, o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 522 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres – PresidenteSubstituto (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM: 05/07/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (PresidenteSubstituto), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório O Acórdão nº 10246.415, da 2a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes (fls. 344 a 362), julgado na sessão plenária de 07 de julho de 2004, por maioria de votos, rejeitou a preliminar de decadência do anobase de 1990, e, no mérito, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso. Transcrevese a ementa do julgado: NORMAS PROCESSUAIS DECADÊNCIA O prazo para o exercício do direito de formalizar o crédito tributário que deixou de ser recolhido, antes sujeito à modalidade de lançamento por homologação, é de 5 (cinco) anos com marco inicial de contagem no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, na forma dos artigos 149, V, e 173, I, do CTN. IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL NÃO JUSTIFICADO PROVAS Em havendo nos autos provas da aquisição de bens imóveis e móveis e tendo sido reconhecido no "fluxo financeiro" todos os rendimentos do sujeito passivo e da esposa e, ainda, considerando que as aplicações foram superiores aos recursos, resulta, à evidência, acréscimo patrimonial a descoberto, mormente quando o contribuinte deixa de apresentar provas e documentos que pudessem contrapor os fatos constatados pela fiscalização. Preliminar rejeitada. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 523 3 Recurso negado. Cientificado dessa decisão, o contribuinte apresentou embargos de declaração (fls. 367 a 374), indicando omissões e erros materiais. Após converter o julgamento em diligência (fls. 382 a 389), 2a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes acolheu os embargos e deu provimento parcial ao recurso para reduzir o imposto devido relativo ao ano de 1994, por meio do Acórdão no 10248.552, de 24 de maio de 2007 (fls. 402 a 413). A Fazenda Nacional não recorreu dessa decisão (fl. 414). Cientificado dessa decisão em 11/07/2008 (fl. 437), contribuinte manejou, em 24/07/2008, recurso especial de divergência (fls. 438 a 501), onde pugnava pela decadência do acréscimo patrimonial de julho de 1990, e questionava o acréscimo patrimonial de outubro e de dezembro de 1994. Os despachos de fls. 505 a 507 deram seguimento parcial ao recurso especial para a matéria decadência, mas não o admitiram para a discussão do acréscimo patrimonial de 1994 por falta de comprovação de divergência jurisprudencial. Para a matéria admitida, o recorrente alega que, como o lançamento é por homologação, aplicase a regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN. Em sede de contrarrazões (fls. 510 a 519), a Fazenda Nacional defende inexistir decadência, devido à inexistência de recolhimento antecipado, o que obriga a utilização da regra de decadência do art. 173, inciso I, do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Sabese que a discussão da decadência dos tributos lançados por homologação é questão tormentosa, que vem dividindo a jurisprudência administrativa e judicial há tempos. No âmbito dos antigos Conselhos de Contribuintes, e agora no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, praticamente todas as interpretações possíveis já tiveram seu espaço. É notório que as inúmeras teses que versam sobre o assunto surgiram do fato do nosso Código Tributário Nacional CTN possuir duas regras de decadência, uma para o direito de constituir o crédito tributário (art. 173), e outra para o direito de não homologar o pagamento antecipado de certos tributos previstos em lei (art. 150, §4o). Apesar de serem situações distintas, o efeito atingido é o mesmo, pois, uma vez homologado tacitamente o pagamento, o crédito tributário estará definitivamente extinto, não se permitindo novo lançamento, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 524 4 Na verdade, a celeuma não está no prazo da decadência, que é de cinco anos nas duas situações, mas na data de início de sua contagem. Enquanto o art. 173 fixa essa data no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou no dia em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o art. 150, §4o, determina o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Pacificando essa discussão, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, órgão máximo de interpretação das leis federais, firmou o entendimento de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Vejase a ementa do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/0176994 0), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, Fl. 4DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 525 5 iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) Observese que o acórdão do REsp nº 973.733/SC foi submetido ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil, reservado aos recursos repetitivos, o que significa que essa interpretação deverá ser aplicada pelas instâncias inferiores do Poder Judiciário. Recentemente, a Portaria MF no 586, de 21 de dezembro de 2010, introduziu o art. 62A no Regimento Interno do CARF RICARF, com a seguinte redação: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. Desta forma, este CARF forçosamente deve abraçar a interpretação do Recurso Especial nº 973.733 – SC, de que a regra do art. 150, §4o, do CTN, só deve ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nos demais casos. Tem sido esse o entendimento da 2a Turma da CSRF, como demonstram os acórdãos a seguir transcritos: DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO, AO RESPECTIVO PRAZO DECADENCIAL, DO ARTIGO 150, PARÁGRAFO 4º. DO CTN. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STJ PROFERIDA EM JULGAMENTO DE RECURSO REPETITIVO. Fl. 5DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 526 6 Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, se houve pagamento antecipado, o respectivo prazo decadencial é regido pelo artigo 150, parágrafo 4º. do CTN, nos termos do entendimento pacificado pelo STJ, em julgamento de recurso especial, sob o rito de recurso repetitivo, tendo em vista o previsto no artigo 62A do Regimento Interno do CARF. (Acórdão nº 920201.61, sessão de 10/05/2011, Relatora Susy Gomes Hoffmann) TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). (Acórdão nº 920201.376, sessão de 11/04/2011, Relator Gustavo Lian Haddad) Neste processo, a questão é de fácil deslinde, pois existiu antecipação de pagamento na forma de imposto de renda retido na fonte, devidamente deduzido na declaração de ajuste do exercício de 1991 (fl. 4), não tendo sido imputada a existência de dolo, fraude ou simulação, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 150, §4o, do CTN, que fixa o marco inicial na ocorrência do fato gerador. Como o fato gerador do imposto de renda é complexivo anual, ele só se aperfeiçoa em 31 de dezembro do anocalendário, o que faz com que, no presente caso, ele tenha se iniciado em 31/12/1990 e terminado em 31/12/1995. Como a ciência do lançamento se deu apenas em 12/07/1996 (fl. 48), o crédito tributário já havia sido fulminado pela decadência. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS Processo nº 10120.002180/9677 Acórdão n.º 920202.214 CSRFT2 Fl. 527 7 Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, dar provimento ao recurso especial do contribuinte, para reconhecer a decadência dos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 1990. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 7DF CARF MF Impresso em 26/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/07/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 18/07/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 13/07/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA S ANTOS
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Numero do processo: 15540.720419/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada.
O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano-calendário.
Numero da decisão: 1302-001.050
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri.
EDUARDO DE ANDRADE - Presidente.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator.
EDITADO EM: 13/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada. O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano-calendário.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri. EDUARDO DE ANDRADE - Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1826; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 132 1 131 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15540.720419/201111 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1302001.050 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 6 de março de 2013 Matéria IRPJ Recorrente Didico Comércio Consultoria e Assessoria Ltda Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 Multa isolada. Falta de pagamento do IR sobre a base estimada. O legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44 da Lei 9.430/96, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ao final do ano, razão pela qual, há que se concluir que não há óbice ao seu lançamento após o encerramento do ano calendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Márcio Frizzo, Paulo Cortez e Guilherme Pollastri. EDUARDO DE ANDRADE Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Márcio Rodrigo Frizzo, Paulo Roberto Cortez, Alberto Pinto Souza. Junior, Guilherme Pollastri Gomes da Silva e Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 72 04 19 /2 01 1- 11 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 2 Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão no 1246.918 da 6a Turma da DRJ/RJ1, na parte que manteve a multa isolada sobre o imposto sobre as bases estimadas que deixaram de ser recolhidos, se não vejamos o seguinte excerto da ementa: “MULTA ISOLADA. MULTA ACOMPANHADA DO TRIBUTO. CONCOMITÂNCIA. A multa de ofício aplicada isoladamente sobre o valor do imposto apurado por estimativa, que deixou de ser recolhido, no curso do ano calendário, é aplicável concomitantemente com a multa de ofício calculada sobre o imposto devido com base no lucro real anual igualmente não recolhido, em face de se tratar de infrações distintas.”. Em sua peça recursal, a contribuinte alega as seguintes razões de defesa: a) que o autuante levantou débitos complementares de IRPJ com acréscimo da multa de ofício, e, ao mesmo tempo, lançou multas isoladas por falta de recolhimento das antecipações mensais, ou seja, a ora recorrente foi penalizada duas vezes em função de uma mesma infração; b) que a posição deste Colegiado é favorável ao contribuinte no que tange à aplicação da multa isolada após o encerramento do exercício; c) que foi demonstrado ao autuante, durante sua verificação, que existia um erro material quanto ao preenchimento da DIPJ, sendo este o único elemento de convicção do mesmo; d) que há necessidade de realização de diligência para apuração do alegado pela verificação dos livros da ora recorrente. É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Preliminarmente, com relação ao pedido de diligência, ratifico tudo quanto fora sustentado no acórdão recorrido. Ademais, ao se compulsar os autos, não se encontra qualquer demonstração do aludido erro material, como alegar ter feito a contribuinte na sua peça recursal. Ora, a contribuinte teve já duas oportunidades para demonstrar o referido erro material, a primeira na fase impugnatória e a segunda nesta fase recursal, podendo fazêlo já Fl. 133DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 133 3 que estava de posse de sua escrita contábil, mas nada demonstrou, o que revela que o seu pleito tem função meramente protelatória do feito. Por essa razão afasto a preliminar suscitada. No mérito, a questão reside em saber se há possibilidade ou não de aplicação da multa isolada por falta de pagamento do imposto sobre a base estimada após o encerramento do período de apuração. Inicialmente, friso que este Colegiado tem firmado diferentes posições sobre o tema, se não vejamos: a) há quem sustente que não se aplica a multa isolada após o encerramento do anocalendário, pois, a partir desse momento, só caberia a multa de ofício sobre o imposto de renda devido sobre o lucro real, já que não se pode penalizar duas vezes pela mesma infração; b) há quem sustente que só se aplica a multa isolada sobre o valor que o montante do imposto sobre as bases estimadas superarem o imposto de renda sobre o lucro real devido ao final do ano; c) há quem sustente que, até a entrada em vigor da redação dada pela Lei 11.488/07, a literalidade da redação original do art. 44, § 1o , IV, da Lei 9.430/96 impunha que a multa isolada só fosse devida quando a pessoa jurídica deixasse de pagar o IRPJ e a CSLL e que os valores calculados sobre a base estimada são meras antecipações, logo não se confundem com tais tributos; d) há quem sustente que a multa isolada não é devida juntamente com a multa de ofício por ser aplicável o instuto do Direito Penal da “consunção”. Tratase assim de questão de amplo conhecimento deste Colegiado, razão pela qual, peço vênia aos meus pares para reproduzir voto proferido em outras assentadas, no qual enfrentei cada uma dessas posições. Da inviabilidade de aplicação do princípio da consunção O princípio da consunção é princípio específico do Direito Penal, aplicável para solução de conflitos aparentes de normas penais, ou seja, situações em que duas ou mais normas penais podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato. Primeiramente, há que se ressaltar que a norma sancionatória tributária não é norma penal stricto sensu. Vale aqui a lembrança que o parágrafo único do art. 273 do anteprojeto do CTN (hoje, art. 112 do CTN), elaborado por Rubens Gomes de Sousa, previa que os princípios gerais do Direito Penal se aplicassem como métodos ou processos supletivos de interpretação da lei tributária, especialmente da lei tributária que definia infrações. Esse dispositivo foi rechaçado pela Comissão Especial de 1954 que elaborou o texto final do anteprojeto, sendo que tal dispositivo não retornou ao texto do CTN que veio a ser aprovado pelo Congresso Nacional. À época, a Comissão Especial do CTN acolheu os fundamentos de que o direito penal tributário não tem semelhança absoluta com o direito penal (sugestão 789, p. 513 dos Trabalhos da Comissão Especial do CTN) e que o direito penal tributário não é autônomo ao direito tributário, pois a pena fiscal mais se assemelha a pena cível do que a criminal (sugestão 787, p.512, idem). Não é difícil, assim, verificar que, na sua gênese, o CTN afastou a possibilidade de aplicação supletiva dos princípios do direito penal na interpretação Fl. 134DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 4 da norma tributária, logicamente, salvo aqueles expressamente previstos no seu texto, como por exemplo, a retroatividade benigna do art. 106 ou o in dubio pro reo do art. 112. Das condutas infracionais diferentes Ainda que aplicável fosse o princípio da consunção para solucionar conflitos aparentes de norma tributárias, não há no caso em tela qualquer conflito que justificasse a sua aplicação. Conforme já asseverado, o conflito aparente de normas ocorre quando duas ou mais normas podem aparentemente incidir sobre um mesmo fato, o que não ocorre in casu, já que temos duas situações fáticas diferentes: a primeira, o não recolhimento do tributo devido; a segunda, a não observância das normas do regime de recolhimento sobre bases estimadas. Ressaltese que o simples fato de alguém, optante pelo lucro real anual, deixar de recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada não enseja per se a aplicação da multa isolada, pois esta multa só é aplicável quando, além de não recolher o IRPJ mensal sobre a base estimada, o contribuinte deixar de levantar balanço de suspensão, conforme dispõe o art. 35 da Lei no 8.981/95. Assim, a multa isolada não decorre unicamente da falta de recolhimento do IRPJ mensal, mas da inobservância das normas que regem o recolhimento sobre bases estimadas, ou seja, do regime. Temos, então, duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas também diferentes. O art. 44 da Lei no 9.430/96 (na sua redação vigente à época do lançamento) já albergava várias normas, das quais vale pinçar as duas sub examine: a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o aplicável por falta de pagamento do tributo; e a decorrente da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do § 1o – aplicável pela não observância das normas do regime de recolhimento por estimativa. Ora, a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso I do § 1o do art. 44 jamais poderia ser aplicada pela falta de recolhimento do IRPJ sobre a base estimada, então, como se falar em consunção, para que esta absorva a norma prevista da combinação do inciso I do caput com o inciso IV do mesmo § 1o . Assim, demonstrado que temos duas situações fáticas diferentes, sob as quais incidem normas diferentes, resta irrefutável que não há unidade de conduta, logo não existe qualquer conflito aparente entre as normas dos incisos I e IV do § 1º do art. 44 e, consequentemente, indevida a aplicação do princípio da consunção no caso em tela. Noutro ponto, refuto os argumentos expendidos no acórdão recorrido, os quais concluem que a falta de recolhimento da estimativa mensal seria uma conduta menos grave, por atingir um bem jurídico secundário – que seria a antecipação do fluxo de caixa do governo. Conforme já demonstrado, a multa isolada é aplicável pela não observância do regime de recolhimento pela estimativa e a conduta que ofende tal regime jamais poderia ser tida como menos grave, já que põe em risco todo o sistema de recolhimento do IRPJ sobre o lucro real anual – pelo menos no formato desenhado pelo legislador. Em verdade, a sistemática de antecipação dos impostos ocorre por diversos meios previstos na legislação tributária, sendo exemplos disto, alem dos recolhimentos por estimativa, as retenções feitas pelas fontes pagadoras e o recolhimento mensal obrigatório (carnêleão), feitos pelos contribuintes pessoas físicas. O que se tem, na verdade são diferentes formas e momentos de exigência da obrigação tributária. Todos esses instrumentos visam ao mesmo tempo assegurar a efetividade da arrecadação tributária e o fluxo de caixa para a execução do orçamento fiscal pelo governo, impondose igualmente a sua proteção (como bens jurídicos). Portanto, não há um bem menor, nem uma conduta menos grave que possa ser englobada pela outra, neste caso. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE Processo nº 15540.720419/201111 Acórdão n.º 1302001.050 S1C3T2 Fl. 134 5 Ademais, é um equívoco dizer que o não recolhimento do IRPJestimada é uma ação preparatória para a realização da “conduta mais grave” – não recolhimento do tributo efetivamente devido no ajuste. O não pagamento de todo o tributo devido ao final do exercício pode ocorrer independente do fato de terem sido recolhidas as estimativas, pois o resultado final apurado não guarda necessariamente proporção com os valores devidos por estimativa. Ainda que o contribuinte recolha as antecipações, ao final pode ser apurado um saldo de tributo a pagar, com base no resultado do exercício. As infrações tributárias que ensejam a multa isolada e a multa de ofício nos casos em tela são autônomas. A ocorrência de uma delas não pressupõe necessariamente a existência da outra, logo inaplicável o princípio da consunção, já que não existe conflito aparente de normas. Das diferentes bases para cálculos das multas A tese de que as multas isolada e de ofício, no presente caso, estariam incidindo sobre a mesma base, também, não deve prosperar, seja porque as bases não são idênticas, seja porque, ainda que idênticas, o bis in idem só ocorreria se as duas sanções fossem aplicadas pela ocorrência da mesma conduta, o que já ficou demonstrado que não ocorre, se não vejamos. A multa isolada corresponde a um percentual do IRPJ calculado sobre a base estimada, na qual o valor das despesas e custos decorrem de uma estimativa legal, ou seja, o legislador quando determina a aplicação de um percentual sobre a receita bruta, para o cálculo da base estimada, está, em verdade, estimando custos e despesas. A multa de ofício, in casu, corresponde a um percentual sobre o IRPJ calculado sobre o lucro real, na qual se leva em conta as despesas e custos efetivamente incorridos. Em suma, se a base estimada difere do lucro real, se são valores distintos, inclusive com previsões legais distintas, os impostos delas resultantes são também valores distintos e, consequentemente, as multas ad valorem que incidem sobre elas, também, são valores que não se confundem. Todavia, ainda que as multas isolada e de ofício fossem calculadas sobre o IRPJ incidente sobre a mesma base de cálculo, isso não significaria um bis in idem, pois, como já asseverado acima, a ocorrência de uma infração não importa necessariamente na ocorrência da outra, o que torna irrefutável que as infrações decorrem de condutas diversas. O contribuinte pode ter recolhido todo o IRPJ devido sobre a base estimada em cada mês do anocalendário e não recolher a diferença calculada ao final do período, ficando sujeito assim a multa de ofíco, mas não a multa isolada. Ao contrário, pode deixar de recolher o IRPJ sobre a base estimada, mas pagar, ao final do ano, todo o IRPJ sobre o lucro real, hipótese na qual só ficará sujeito à multa isolada. A definição da infração, da base de cálculo e do percentual da multa aplicável é matéria exclusiva de lei, nos termos do art. 97, V do CTN, não cabendo ao intérprete questionar se a dosimetria aplicada em tal e qual caso é adequada ou excessiva, a não ser que adentre a seara da sua constitucionalidade, o que está expressamente vedado pela Súmula CARF no 2. Da redação original do art. 44, § 1o, IV, da Lei 9430/96 Aditese ainda, que o legislador dispôs expressamente, já na redação original do inciso IV do § 1o do art. 44, que é devida a multa isolada ainda que o contribuinte apure prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa ao final do ano, deixando claro, assim, que: Fl. 136DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE 6 a) primeiro, que estava se referindo ao imposto ou contribuição calculado sobre a base estimada, já que em caso de prejuízo fiscal e base negativa, não há falar em tributo devido no ajuste; e b) segundo, que o valor apurado como base de cálculo do tributo ao final do ano é irrelevante para se saber devida ou não a multa isolada; e c) terceiro, que a multa isolada é devida ainda que lançada após o encerramento do anocalendário, já que pode ser lançada mesmo após apurado prejuízo fiscal ou base negativa. Da negativa de vigência de lei federal Peço vênia aos meus pares, para expressar minha profunda discordância com as referidas posições adotadas por este Colegiado: Entendo que tais posicionamentos têm, em verdade, por via oblíqua, negado vigência a uma lei federal, pois afrontam literalmente o disposto nos art. 2o e 44, § 1o , IV, da Lei no 9.430/96 (vigente à época do lançamento) e no art. 35 da Lei 8.981/95. É demais imaginar que se coaduna com os mais comezinhos princípios do direito a permissão dada ao contribuinte, por tais decisões, para, em janeiro de um determinado ano calendário, decidir se obedece ou não o art. 2o e segs. da Lei no 9.430/96. Em outras palavras, os referidos posicionamentos deste Colegiado desnaturam a norma tributária tornandoa uma norma facultativa, já que a sua não observância não traz, à luz de tais posicioamentos, qualquer consequência jurídica. Alfim, ressalto que a autoridade lançadora, em observância ao disposto no art. 106, II, c, do CTN, já aplicou a multa no percentual de 50%, conforme previsto no art. 44 da Lei 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 11.488/2007. Assim, por todo o exposto, voto no sentido de afastar a preliminar suscitada e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 137DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por EDUARDO DE ANDRADE
score : 1.0
Numero do processo: 10925.002478/2004-38
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Ano-calendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.
Numero da decisão: 1803-001.346
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: WALTER ADOLFO MARESCH
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GRATT Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 EXCLUSÃO DO SIMPLES. ATIVIDADE VEDADA. MANUTENÇÃO E REPARO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. TORNO E SOLDA. Conforme entendimento da Súmula CARF nº 57, a atividade de prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (assinado digitalmente) Walter Adolfo Maresch Relator. Fl. 1017DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 502 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (presidente), Walter Adolfo Maresch, Sergio Rodrigues Mendes, Victor Humberto Da Silva Maizman, Viviani Aparecida Bacchmi e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório B. J. GRATT, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida pela DRJ BELO HORIZONTE (MG), interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. Adoto o relatório da DRJ por bem retratar os fatos. A optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições Empresas de Pequeno Porte — SIMPLES foi excluída de oficio pelo Ato Declaratório Executivo DRF/JOA n° 552.135, de 02 de agosto de 2004, fl. 13 com efeitos a partir de 01/01/2002, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: Data da opção pelo Simples: 01/01/1997 Situação excludente: (evento 306): Descrição atividade econômica vedada: 29297102 Instalação, reparação e manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral Data da ocorrência: 28/03/1996 Fundamentação legal: Lei n° 9.317, de 05/12/1996, art. 9° XIII; art. 12; art. 14, I art. 15, II. Medida Provisória n" 2.15834, de 27/07/2001. art. 73. Instrução Normativa SRF n° 355, de 29/08/2003, art. 20, XII; art. 21; art. 23, I; art. 24, II, c/c parágrafo único. A empresa manifestouse contrariamente ao procedimento, apresentando a Solicitação de Revisão a Exclusão do Simples — SRS, fl. 14, com pedido de revisão do ato em rito sumário. A decisão administrativa considerou improcedente a SRS, fl. 15, nos seguintes termos: 1..1 as empresas que se dedicam as atividades de: auto mecânica, autoelétrica, serviços de latoaria, funilaria, pintura, manutenção, reparação e substituição de peças, por assemelharemse à profissão legalmente habilitada estão impedidas pela legislação de optarem pelo SIMPLES. Cientificada em 13/10/2004, fls. 15 e 21, a optante em 12/11/2004 apresentou manifestação de inconformidade, fls. 01/12, com as alegações abaixo sintetizadas. Discorre sobre a exclusão efetuada de ofício contra a qual se insurge. Aduz que efeito retroativo é imotivado, uma vez que sua opção foi efetuada e então cumpre com suas obrigações tributárias. Esclarece que presta serviços de conservação de máquinas industriais, manutenção e conservação de máquinas agrícolas, comércio varejista e transporte rodoviário de cargas em geral. Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 503 3 Informa que não aufere receita de serviço profissional de engenheiro ou assemelhado e que o exercício da sua atividade não depende de habilitação profissional legalmente exigida, tampouco está expressamente indicada do inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 1996. Esclarece que não está sujeita à inscrição no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia — CREA. Alega novamente que essa matéria está prevista na Lei n° 9.317, de 1996 e que a indicação de um código Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE) não pode inovar na ordem jurídica (art. 110 e art. 111 do Código Tributário Nacional — CTN), em conformidade com o princípio da legalidade. Com o objetivo de sustentar o instrumento jurídico de que quer se socorrer interpreta a legislação de regência e cita entendimentos jurisprudenciais. Em face do exposto requer o cancelamento do ato de exclusão e que seja intimação da decisão. Houve alteração da competência de julgamento deste processo pela Portaria 10.621, de 06/07/2007. Tendo em vista Despacho DRJ/BHE n° 48, de 16/08/2007, fls. 38/40, em observância do disposto no art. 10, § 8°, do art. 15 e § 2º do art. 22, da Portaria MF nº 58, de 17 de março de 2006, para retorno do processo à unidade de origem para caracterizar a prestação de serviço profissional que a pessoa jurídica exerce e qual a receita auferida a partir de 01/01/2002, fl. 41. A requerente foi cientificada em 12/12/2007, fls. 42, e de acordo com a Informação SACAT n° 175/2008 de 20/06/2008, fls. 45/46 ela se absteve de se pronunciar a respeito. A DRJ BEL HORIZONTE (MG), através do acórdão nº 0218.449, de 17 de julho de 2007 (fls. 47/53), julgou procedente em parte o lançamento, ementando assim a decisão: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE – SIMPLES Exercício: 2003 OPÇÃO. Vedada a opção pelo Simples pela pessoa jurídica que presta serviço profissional de engenheiro. Solicitação Indeferida Ciente da decisão em 07/08/2008, conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 55), apresentou o recurso voluntário em 29/08/2008 fls. 480/487, onde reitera os argumentos da inicial aduzindo que há ofensa ao princípio da isonomia e que a Lei 10.964, de 01/01/2004 (alterada pela Lei 11.054/2004), permitiu a inclusão e manutenção retroativa da atividade no SIMPLES FEDERAL. Fl. 1019DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 504 4 Por oportuno, registrese a existência da informação SACAT nº 246/2008 (fls. 475/476), que analisando as notas fiscais apresentadas extemporaneamente pela contribuinte (fls. 56/473), apenas consignou as diversas atividades detectadas através das notas fiscais apresentadas. A informação SACAT foi cientificada à contribuinte e que em 21/09/2008, apenas ratificou suas declarações anteriores afirmando não haver exercício de atividade vedada e solicitando o prosseguimento do feito (fls. 494/495). É o relatório. Voto Conselheiro Walter Adolfo Maresch O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais para sua admissibilidade, dele conheço. Trata o presente processo de exclusão do SIMPLES conforme ADE (fl. 13), por exercício de atividade vedada, com base no CNAE Fiscal 29297/02 – Instalações, Reparos, manutenção de outras máquinas e equipamentos de uso geral . Alega a recorrente que não exerce qualquer atividade vedada para ingresso ou manutenção do SIMPLES FEDERAL e que a sua exclusão implica ofensa ao princípio da isonomia. A decisão de primeira instância merece reforma. Com efeito, a elástica ampliação de atividades vedadas com base na restritiva interpretação do inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317/96, conduziu a absurda exclusão de milhares de pequenos estabelecimentos de prestação de serviços principalmente no ramo de manutenção e reparação de veículos, máquinas e equipamentos como aqui se observa. Não há nos autos qualquer evidência de que a recorrente atue utilizando os serviços de engenheiro ou mesmo de profissão regulamentada (por lei) sendo que o Ato Declaratório Executivo (fl. 13), tem por base única e exclusivamente o CNAE Fiscal informado no CNPJ. Ao revés temse que a recorrente apresentou embora extemporaneamente, a totalidade ou grande parte das notas fiscais emitidas no período de 2002 a 2007. Nestas, conforme verificou a própria Administração Tributária, constatase em sua esmagadora maioria, simples serviços de torno e solda ou manutenção e reparação de máquinas, equipamentos e veículos, bem como usinagem e jato de areia. Embora possa ser afirmado que algumas atividades exercidas pela recorrente, ultrapassem de certa forma o conceito de simples serviços pois tem nítida conotação de fabrico de pequenas peças de reposição principalmente de máquinas utilizadas em agroindústrias, não Fl. 1020DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 505 5 há qualquer elemento que possa conduzir a conclusão de que utilizem ou sejam equiparadas ou assemelhadas a de engenheiro ou outra profissão legalmente regulamentada. Neste diapasão, pacificouse o entendimento no CARF consubstanciado na Súmula CARF nº 57, com o seguinte teor: Súmula CARF nº 57: A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal. Destarte, entendo que o CNAE Fiscal apontado pelo Ato Declaratório de Exclusão não caracteriza qualquer exercício de atividade vedada, segundo exegese extraída da Súmula CARF nº 57. Conforme consignado pela recorrente, a própria legislação que rege a sistemática de recolhimento simplificado foi melhor elucidada com o advento da Lei 10.964/2004 (com a redação que lhe foi dada pela Lei 11.051/2004): (verbis) Art. 4o Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) I – serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus e outros veículos pesados; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) II – serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) III – serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) IV – serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) V – serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1o Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH Processo nº 10925.002478/200438 Acórdão n.º 180301.346 S1TE03 Fl. 506 6 § 2o As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema, com efeitos retroativos à data de opção desta, nos termos, prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal – SRF, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) § 3o Na hipótese de a exclusão de que trata o § 2o deste artigo ter ocorrido durante o anocalendário de 2004 e antes da publicação desta Lei, a Secretaria da Receita Federal – SRF promoverá a reinclusão de ofício dessas pessoas jurídicas retroativamente à data de opção da empresa. § 4o Aplicase o disposto no art. 2o da Lei no 10.034, de 24 de outubro de 2000, a partir de 1o de janeiro de 2004. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Destarte, conforme dispõe o § 2º do dispositivo legal transcrito, considerando seu caráter interpretativo, já poderia ter a Administração Tributária procedido de ofício a inclusão em caráter definitivo da recorrente pois equivocada a exegese adotada como fundamento para o Ato Declaratório Executivo de Exclusão. À toda evidência, mediante uma exegese de integração entre os dispositivos da Lei nº 10.964/2004 e a Súmula CARF nº 57, constatase não haver qualquer óbice ou impedimento para a permanência da recorrente na sistemática do SIMPLES FEDERAL (Lei nº 9.317/96), desde 01/01/2002 até sua exclusão voluntária requerida a partir de 01/01/2006 (fl. 499). Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinatura digital) Walter Adolfo Maresch Relator Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH, Assinado digitalmente em 07/08/201 2 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/07/2012 por WALTER ADOLFO MARESCH
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Numero do processo: 19515.003325/2010-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condições à interessada de contestar o lançamento ou o Termo de Responsabilidade tributária, descabe a alegação de nulidade. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Durante a fase procedimental inexiste litígio que enseje alegação de nulidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. IRPJ E CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. A existência de dolo, fraude ou simulação na conduta do contribuinte, bem assim a ausência de pagamentos impõe necessariamente que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para constituição de créditos referentes ao IRPJ e Contribuições, submetido a lançamento por homologação, seja deslocado da ocorrência do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
Numero da decisão: 1401-000.835
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso .
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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NULIDADE. Tendo o auto de infração preenchido os requisitos legais e o processo administrativo proporcionado plenas condições à interessada de contestar o lançamento ou o Termo de Responsabilidade tributária, descabe a alegação de nulidade. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Durante a fase procedimental inexiste litígio que enseje alegação de nulidade do lançamento, por cerceamento do direito de defesa. IRPJ E CONTRIBUIÇÕES. PRAZO DECADENCIAL. DOLO FRAUDE OU SIMULAÇÃO. A existência de dolo, fraude ou simulação na conduta do contribuinte, bem assim a ausência de pagamentos impõe necessariamente que o termo inicial do prazo decadencial de cinco anos para constituição de créditos referentes ao IRPJ e Contribuições, submetido a lançamento por homologação, seja deslocado da ocorrência do fato gerador para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n° 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de receita com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 952DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 953 2 PRESUNÇÕES LEGAIS RELATIVAS. DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA. As presunções legais relativas obrigam a autoridade fiscal a comprovar, tão somente, a ocorrência das hipóteses sobre as quais se sustentam as referidas presunções, atribuindo ao contribuinte o ônus de provar que os fatos concretos não ocorreram na forma como presumidos pela lei. GLOSA DE DESPESAS. A despesas registradas nos livros contábeis devem estar suportadas por documentação hábil e idônea. Mantida a glosa realizada. MULTA QUALIFICADA. Correta a aplicação da multa qualificada sobre o IRPJ e lançamentos reflexos decorrente das receitas omitidas, pois a conduta do contribuinte se enquadrou no previsto no art. 71, inciso I, da Lei n.° 4.502/64, ao sonegar imposto e contribuições não informando valores de receitas tributáveis na DIPJ, agindo reiteradamente com essa finalidade, tentando impedir o conhecimento, por parte das autoridades tributárias, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2) TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS COFINS – CSLL. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade, AFASTAR a decadência e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso . (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva. Fl. 953DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 954 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra Acórdão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de São Paulo I. Adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância, compondo em parte este relatório: Em decorrência de ação fiscal levada a efeito junto ao contribuinte acima identificado e, em razão de irregularidades apuradas, foram lavrados 4 (quatro) Autos de Infração (fls.590 a 626), em 14/10/2010, com ciência dada em 15/10/2010, por meio dos quais foram constituídos os seguintes créditos tributários: 2. Totalizaram, portanto, tais lançamentos, a importância de R$ 3.272.968,38, aí incluídos os valores dos tributos, das multas de ofício e dos juros de mora (estes calculados até 30/09/2010). Os enquadramentos legais utilizados para fundamentar as autuações encontramse nos respectivos autos de infração. 3. A fiscalização apresenta por meio do "Termo de Verificação Fiscal" (TVF), (fls. 583 a 589), resumidamente, o seguinte. Convém salientar que em pesquisa realizada em nossos sistemas, constatamos que após intimada do início da ação fiscal, a empresa retificou a sua DIPJ do ano calendário de 2005. Com esse procedimento, procurou gerar um prejuízo maior àquele que já apresentava na DIPJ originariamente entregue, aumentando o valor das despesas, para possível diminuição do valor tributável eventualmente apurado no decorrer da fiscalização; elevou também as receitas, porém não na mesma proporção das despesas. Abaixo, reproduzimos a Demonstração do Resultado, constante da DIPJ original e na retificadora: DIPJ/2006 ORIGINAL RETIFICADORA Ficha 06A Demonstração do Resultado R$ R$ 08Receita da Prestação de Serviços 264.824,04 795.675,17 09 Receita Líquida das Atividades 264.824,04 752.354,12 18 () Custo Bens, Serv. Vendidos 37.115,97 347.330,30 19 () Lucro Bruto 227.708,07 405.023,82 24 Outras Receitas Financeiras 466,33 31 Despesas Operacionais 275.443,10 961.607,25 36 Outras Despesas Financeiras 29.020,07 55 Lucro Líquido do Período 76.755,10 556.117,10 Fl. 954DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 955 4 Com o intuito de verificar a veracidade e a confiabilidade das informações constantes da DIPJ/2006 retificadora, solicitamos a comprovação das despesas daquelas contas mais expressivas, mediante a apresentação dos respectivos documentos em que se embasariam tais dispêndios e necessários à obtenção da sua receita. Os documentos apresentados foram cotejados com a escrituração do Livro Razão e constatamos que grande parte dos valores escriturados não estão embasados em qualquer documentação ou não nos foram apresentados, mesmo após cientificado dessas deficiências através do Termo de Constatação e Intimação Fiscal. Ocorreram diversos casos em que documentos apresentados não foram localizados na escrituração das contas onde deveriam constar, pela natureza dos produtos adquiridos. Há, ainda, documentos que podem sido registrados em contas que não foram examinadas e, portanto, confrontadas com o Livro Razão. Encontramos, também, notafíscal emitida em nome da Empresa Hosp. São Paulo Laser and Medical Center S/C Ltda, estranha à empresa objeto desta fiscalização. Ademais, localizamos comprovante de Despesas de Viagens que se refere a dispêndio com turismo realizado pelo sócio majoritário, com a respectiva família, conforme discriminado no documento apresentado. Expostas essas situações, foram examinadas as contas de despesas que apresentavam montantes mais significativos, quais sejam: I 411.07.00.0014 Materiais Clínicos R$ 347.330,30 1411.05.00.0123Serviços Pessoas Jurídicas R$35.422,15 I 411.09.00.0012 Locação de Imóveis R$ 61.168,00 I 411.09.00.0053 Locações Diversas R$ 166.189,78 I 411.10.00.0053 Manutenção de Bens e Instalações R$ 71.869,53 I 411.17.00.0053 Assistência Médica 52.059,86 I 411.18.00.0037 Despesas de Viagens R$ 41.202,90 I 411.18.00.0094 Telefone R$ 45.631,75 I 411.18.00.0227 Cópias e Reproduções Gráficas R$ 84.865,45 Resumidamente, verificamos que do total da amostra de despesas, no valor de R$ 905.729,72, o contribuinte não logrou comprovar com documentos hábeis e idôneos o montante de R$ 400.072,48: Janeiro 17.211,92 Fevereiro 17.626,90 Março 9.856,18 Abril 19.981,34 Maio 38.256,53 Junho 41.630,01 Julho 55.558,77 Agosto 60.254,92 Fl. 955DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 956 5 Setembro 40.213,20 Outubro 29.230,20 Novembro 45.209,73 Dezembro 25.042,78 Total não comprovado 400.072,48 3.1. A fiscalização apresenta demonstrativo, para cada conta contábil analisada, com os valores totais mensais correspondentes aos lançamentos em que os documentos não foram apresentados. Os valores individualizados por lançamento estão assinalados nas cópias do livro razão (fls 451 a 581). 3.2. Continuando, o relatado no (TVF): Ainda, através do exame de sua contabilidade, constatamos que/b contribuinte não contabilizou a movimentação financeira dos Banco Santander, Unibanco e Safra, o que demonstra fortes indícios de omissão de receitas. Desta forma, em que se pese o fato do contribuinte ter refeito a contabilidade, aumentando receitas, custos e despesas, esta fiscalização não pode aceitála pelos motivos acima expostos e, conseqüentemente, não pode aceitar sua DIPJ/2006 retificadora, mesmo porque foi entregue após o início do procedimento fiscal. Em continuação aos trabalhos de fiscalização, com base nos extratos bancários entregues pelo contribuinte, após expurgados os valores referentes a empréstimos, transferências interagências e outros créditos que consideramos justificados, intimamos o mesmo a apresentar justificativas quanto à origem dos demais créditos. Decorrido o prazo legal, o contribuinte não ser manifestou, o que levou esta fiscalização a apurar o seguinte, conforme o quadro demonstrativo abaixo: Janeiro 17.211,92 Fevereiro 17.626,90 Março 9.856,18 Abril 19.981,34 Maio 38.256,53 Junho 41.630,01 Julho 55.558,77 Agosto 60.254,92 Setembro 40.213,20 Outubro 29.230,20 Novembro 45.209,73 Dezembro 25.042,78 Total não comprovado 400.072,48 Lavramos, ainda, Termo de Constatação e Intimação Fiscal, através do qual foi intimada a apresentar dados que retificassem ou complementassem as informações ali mencionadas, sendo que o contribuinte não se manifestou dentro do prazo que lhe foi concedido. Fl. 956DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 957 6 Diante do exposto, será lavrado o competente Auto de Infração de IRPJ e seus reflexos, por evidente omissão de receitas decorrentes de prestação de serviços com cartão de crédito não declaradas em sua DIPJ/2006 com multa de 150%, em consonância com os Art. 24 da Lei n. 9.249/95, Arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 278, 279,280, 283 e 288 do RIR/99 e Art. 44, inciso I, § 1° da Lei n. 9.430/96, com redação dada pela Lei n. 11.488/2007 e por presunção de omissão de receitas decorrentes depósitos bancários não contabilizados com multa de ofício de 75%, consonância com o Art. 24 da Lei n. 9.249/95, Arts. 42, 44, inciso I, da Lei n. 9.430/96 e Arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 279, 282, 287 e 288 do RIR/99. Informamos que será formalizada Representação Fiscal para fins penais, pela existência de fatos que, em tese, configuram crime contra ordem tributária, definidos pelos artigos 1° e 2° da Lei n. 8.137/90. IMPUGNAÇÃO 4. A Empresa tempestivamente apresentou impugnação protocolada em 16/11/2010 (fls. 645 a 656) contestando a lavratura dos Autos de Infração, nos seguintes termos, resumidamente. PRELIMINAR DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA 4.1. Embora conste do relatório fiscal a intimação da Impugnante para prestar esclarecimentos quanto a eventuais diferenças apontadas pela fiscalização, a autuação se deu por mera presunção, considerando toda a movimentação financeira na conta bancária como receita omitida. 4.2. Não há como aceitar que houve a ampla defesa e contraditório, quando a presunção considerada é genérica e indiscriminada. Ainda, quando houve exame parcial dos documentos fiscais. DA OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA 4.3. Os tributos objeto desta autuação estão sujeitos ao regime de lançamento por homologação, regulamentado pelo artigo 150 do CTN, cujo prazo para homologação é de 5 (cinco) anos a contar de sua constituição. 4.4. A partir da entrega da declaração, seja DCTF ou DIPJ, está constituído o crédito tributário, passando a ser regido pelas disposições do artigo 150 do CTN. Desta forma, os débitos constituídos pela entrega da DCTF do 1o semestre do ano de 2005, "tiveram findo o seu prazo exatamente em julho de 2010, por decorrido 5 (cinco) anos de sua constituição". MÉRITO DA ILEGALIDADE DA AUTUAÇÃO POR MERA PRESUNÇÃO 4.5. A fiscalização com o singelo posicionamento, de que houve depósitos bancários que em seu entendimento constituem receita da Impugnante, sem identificar pormenorizadamente quais são esses depósitos, impede até mesmo a defesa da Impugnante. O artigo 42 da lei n° 9.430/96, § 3o prevê; "para efeito de Fl. 957DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 958 7 determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualmente, observando que não serão considerados...". 4.6. A Fiscalização não cumpriu o determinado pela lei, não identificou individualmente cada depósito, não produzindo prova competente. Ao contrário, analisou os depósitos por amostragem, como afirma em seu termo de encerramento de fiscalização. Entendeu que por ter intimado a Impugnante a prestar os esclarecimentos e em razão dela não ter feito esse esclarecimento, presumiu que todos os depósitos bancários se referem à receita omitida. 4.7. A aplicação da presunção legal de omissão de receitas encontra limites objetivos. Mesmo se tratando de presunção legal, esta presunção deve estar pautada em provas concretas, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 333 do Código de Processo Civil, cuja aplicação é indubitavelmente subsidiária ao Decreto n° 70.235/72. 4.8. Não há como constituir crédito tributário por mera presunção, sem que haja alguma prova desta suspeita. Tal pratica viola frontalmente o princípio da prova, segundo o qual quem alega tem de provar. DA ILEGALIDADE NA GLOSA DAS DESPESAS CONTABILIZADAS 4.9. Com relação a glosas de despesas, por não terem sido comprovadas com a apresentação de documentos hábeis e idôneos, pela simples leitura do relatório fiscal, constatase claramente que não há certeza no procedimento adotado pela fiscalização, já que o mesmo afirma, que os documentos não foram localizados onde, em seu entendimento, deveriam estar e, ainda, há documentos que podem estar registrados em outras contas não examinadas. 4.10. Completa a Impugnante "pasmem Nobres Julgadores” analisou a contabilidade de forma integral, ao contrário, analisou por anos ainda assim, considerou não comprovadas determinadas receitas e sob este frágil fundamento, houve por bem glosar e autuar". 4.11. "É inadmissível considerar essa prática como legítima, e os motivos são vários". Uma, porque a análise foi superficial, já que se preocupou com as contas contábeis com montantes mais significativos. Segundo, a atividade da Impugnante se refere a uso de produtos específicos, de sua especialidade, cabendo a ela "o entendimento de como proceder ao registro contábil/fiscal de acordo com seu magistério". Caso a fiscalização não entendesse da mesma maneira deveria proceder à discussão, garantindo o contraditório e a ampla defesa. 4.12. Conforme já mencionado a Autoridade Administrativa não é livre para formar sua convicção em presunções. Para que possamos considerar como válida a presunção, há necessidade de que a fiscalização comprove que esgotou todas as possibilidades de exame dos documentos fiscais e contábeis, o que não restou provado nos autos. 4.13. Todos os documentos fiscais relacionados ao ano calendário sob exame estavam à disposição da fiscalização, de forma que se não foram considerados e analisados, não há que se falar em transferir essa responsabilidade de apuração e, tampouco, o ônus da prova para o contribuinte. DA INEXISTÊNCIA DE CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA 4.14. Pelo apresentado é de se considerar pela inexistência de qualquer conduta tida como crime contra a ordem tributária. Primeiro porque em nenhum Fl. 958DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 959 8 momento a Impugnante se furtou em atender à fiscalização e em segundo, porque a fiscalização não agiu com a acuidade que deveria, em examinar todos os documentos fiscais e contábeis, de forma a esgotar qualquer possibilidade de prova em contrário quanto à suposta omissão de receitas, que caracteriza crime. 4.15. Diz a Impugnante que "é patente a ilegalidade cometida nesta autuação, seja pela presunção imotivada, forçosa e prematura de que houve receita e omissão de receita seja pela precariedade do procedimento adotado, em analisar parcialmente os documentos contábeis e, como se não bastasse, entender/que TESE, há crime contra a ordem tributária". 5. É o relatório. A DRJ MANTEVE os lançamentos, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 2005 PRESUNÇÃO HUMANA. PRESUNÇÃO LEGAL. Nada impede a utilização da presunção humana, como meio de prova, nos casos das vendas omitidas realizadas por meio de cartão de crédito. No caso dos depósitos bancários, em que não foi comprovada a origem, correto a aplicação da presunção legal de omissão de receita. GLOSA DE DESPESAS. A despesas registradas nos livros contábeis devem estar suportadas por documentação hábil e idônea. Mantida a glosa realizada. MULTA QUALIFICADA. Correta a aplicação da multa qualificada sobre o IRPJ e lançamentos reflexos decorrente das receitas omitidas, pois a conduta do contribuinte se enquadrou no previsto no art. 71, inciso I, da Lei n.° 4.502/64, ao sonegar imposto e contribuições não informando valores de receitas tributáveis na DIPJ, agindo reiteradamente com essa finalidade, tentando impedir o conhecimento, por parte das autoridades tributárias, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. AUTOS REFLEXOS. PIS. COFINS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplicase à tributação dele decorrente. Irresignada com a decisão de primeira instância a interessada interpôs recurso voluntário a este CARF, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório. Fl. 959DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 960 9 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a autuação envolveu omissão de receitas por presunção legal a partir de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, bem assim glosa de despesas que também não foram comprovas através de documentos hábeis e idôneos. Após intimada sem que comprovasse a origem dos depósitos bancários constante em extratos bancários apresentados por ela própria o autuante lavrou a presente autuação para o anocalendário de 2005 com base em presunção legal de depósitos não comprovados (art. 42 da Lei n. 9.43096). Preliminar de Nulidade Alega, em síntese, que a lavratura dos autos de infração implicou cerceamento do direito de defesa, vez que a fiscalização se valeu de presunções. Apenas para um melhor esclarecimento sobre o assunto, transcrevese o dispositivo que rege a matéria no processo administrativo fiscal. Prescreve o art. 59 do Decreto 70235/72 com a nova redação dada pela Lei 8748/93: Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa; Por conseguinte, considerase nulo o ato, se praticado por pessoa incompetente ou com preterição do direito de defesa, não tendo se caracterizado quaisquer das situações, pois não se põe em dúvida a competência do autor, nem há que se falar em preterição do direito de defesa, vez que os fatos apurados foram descritos com o respectivo enquadramento legal, e levados ao conhecimento, da autuada, levando a mesma a defenderse plenamente através da peça impugnatória acostada aos autos. Examinadose o Auto de Infração, não se constata nenhum vício de forma, tendo sido observadas as prescrições contidas no Decreto n° 70.235, de 1972. Verificase que constam adequadamente descritos os fatos apurados pela autoridade, a fundamentação legal, a matéria tributável, os valores apurados e os fatos motivadores da autuação. A fase preliminar do procedimento fiscal tem natureza inquisitorial não se aplicando nesse momento o princípio do contraditório e da ampla defesa. Até porque nem todo documento apreendido tem, necessariamente, interesse fiscal. Porém, até isso Fl. 960DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 961 10 Após a lavratura do Auto de Infração, abrese o prazo para manifestação do sujeito passivo que, além de receber cópia dos principais elementos identificadores da exigência, tem acesso aos autos e pode solicitar cópias de quaisquer documentos que entender relevantes à sua defesa. No entanto, no decorrer da ação fiscal, a interessada foi intimada de acordo com os Termos de Intimações, sempre com oportunidade de apresentar documentação que comprovasse a origem dos depósitos bancários ou sua contabilização, não logrando êxito nesse mister. O mesmo aconteceu em relação à glosa de despesas. O que se vê foi um grande empenho da fiscalização em cumprir o seu papel e somente após a não comprovação da origem dos depósitos bancários relacionados pela fiscalização é que o auto de infração foi lavrado, tudo isso com base em previsão legal muito bem consignada no auto de infração (art. 42 da Lei n. 9.43096). A Recorrente quer fazer crer que o procedimento fiscal estaria pretensamente amparado na Lei n° 10.174, de 09/01/2001 e que haveria quebra ilegal do sigilo bancário. Desarrazoada a alegação da Recorrente por ser impertinente ao caso concreto. É que os dados da movimentação financeira foram obtidos por meio dos extratos bancários fornecidos pela própria fiscalizada, em atendimento às intimações feitas no decorrer desta ação fiscal. Portanto, inválida a alegação de que o procedimento fiscal estaria pretensamente amparado na Lei n° 10.174, de 09/01/2001. Acrescentese que, quando muito, em se admitindo o fato da autoridade lançadora ter cometido algum engano com relação à matéria de fato, enquadramento legal e a sua subsunção à norma, tratarseia então de questão de mérito e não de preliminar de nulidade. Assim, rejeito as preliminar de nulidade suscitada. PREJUDICIAL DE DECADÊNCIA A DRJ afastou a decadência nos termos descritos abaixo, naquilo que interessa: (...) d) para fins de cômputo do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, inc. I do CTN, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; e) para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento antecipado, aplicase a regra do § 4o do art. 150 do CTN; f) para fins de cômputo do prazo de decadência, todas as vezes que comprovadas as hipóteses de dolo, fraude e simulação devese aplicar o modelo do inciso I, do art. 173, do CTN; (...)" 13. No presente caso em discussão, aplicase o previsto no artigo 173, inciso I, do CTN, visto que: (i) não houve pagamento parcial, pois, tratase de omissão de receita e, (ü) houve a qualificação da multa de ofício. 14. Conseqüentemente: (i) no caso do IRPJ e da CSLL, como a Impugnante optou pelo lucro real anual, no anocalendário de 2005, não ocorreu à decadência. Foi dada ciência do auto de infração em 15/10/2010, antes da data limite de 31/12/2011 (contagem do prazo: primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido feito); (ii) no caso do PIS e da COFINS, também não Fl. 961DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 962 11 foram atingidos pela decadência os lançamentos (visto que a contagem destes início em 01/01/2006, com o prazo até 31/12/2010). 15. Ressaltase que, o exercício seguinte se refere ao exercício financeiro posterior àquele em que o lançamento poderia ser efetuado, em consonância com o art. 9o, II do CTN ("... com base em lei posterior à data inicial do exercício financeiro...") e com a CF/88, art. 150, III, "b" ("cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou majorou"). Nada a reparar na decisão de piso tanto na questão de direito quanto em relação à aplicação da regra de direito aos fatos. É que “curveime” à jurisprudência atual do STJ, no sentido de entender que a aplicação do art.150, §4º, do CTN atrai a realização de um pagamento. Porém, na ausência de pagamentos ou no caso de dolo, como é o caso concreto, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese também após 5 (cinco) anos, mas, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art.173, I, do CTN). Pelo exposto, AFASTO a decadência. MÉRITO PRESUNÇÃO LEGAL Depósitos Bancários Sem Comprovação da Origem dos Recursos O art. 42, da Lei nº 9.430/1996 é cristalino ao determinar que a omissão de receitas pode ser caracterizada por meio de valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Ora, como se vê da descrição dos fatos, a empresa não apresentou documentação que comprovasse a origem dos recursos daqueles diversos depósitos apontados pela fiscalização com base nos extratos bancários fornecidos pelo próprio contribuinte. Com efeito, sequer os contabilizou ou os declarou. A recorrente não logrou comprovar, através de documentação hábil e idônea, coincidentes em datas e valores, a ligação dos recursos recebidos em conta bancária e o seu discurso apresentado. Na verdade, a interessada ao invés de tentar provar os fatos alegados, se limita a tecer considerações de direito, no sentido de enfraquecer o lançamento por ter sido lastreado apenas em presunções. Nesse ponto, cabe ressaltar que presunção é um meio válido de prova há muito admitido pelo Direito e isso está positivado tanto no novo quanto no antigo código civil (arts. 212, 136, respectivamente), bem assim no art. 332 do CPC (Código de Processo Civil). E com mais motivo ainda a presunção legal, como é o caso que se cuida, é também admitida, pois é estipulada pela própria lei. Porém, as presunções, tirante a “presunção absoluta”, admite sempre prova em contrário. Assim, uma vez que a peça de defesa rebate a acusação fiscal sem qualquer apresentação de prova, sem se desincumbir do seu ônus, prevalece a presunção de omissão de receita. Em verdade, a argumentação da recorrente denota um total desconhecimento da existência do art. 42 da Lei nº 9.43096, fazendo referência inclusive a jurisprudência Fl. 962DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 963 12 judicial ultrapassada, anterior a edição da referida Lei, que representa um verdadeiro marco em termos de presunção legal de omissão de receitas, verbis: LEI n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 DOU de 30.12.96 “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Tratandose de uma presunção legal de omissão de rendimentos, o ônus da prova fica invertido, a autoridade lançadora eximese de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo o ônus da prova à contribuinte. O contribuinte, por sua vez, não logrando êxito nessa tarefa que se lhe impunha, como ocorre no caso presente, temse a autorização para considerar ocorrido o fato gerador, ou seja, por presunção legal se toma como verdadeiro que os recursos depositados representam rendimentos do contribuinte. Por se tratar de uma presunção relativa juris tantum, somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal regularmente estabelecida. Feitas tais digressões e, evidenciada a absoluta licitude do estabelecimento das presunções legais, cumpre dizer que, em relação ao anoscalendário 2005, as alegações trazidas pelo contribuinte mostramse despropositadas, visto que, o simples fato da existência de depósitos bancários com origem não comprovada é, por si só, hipótese presuntiva de omissão de receitas, cabendo ao sujeito passivo a prova em contrário que, conforme dito, não as apresentou. Outrossim, o dispositivo legal acima citado supramencionado é válido e vigente em nosso ordenamento jurídico, dando respaldo à autuação praticada pela Autoridade Fiscal. Por diversas vezes em seu recurso, a Recorrente aponta ilegalidades e inconstitucionalidades no auto de infração guerreado que gravitariam em torno do art. 42 da Lei n. 9.430/96, bem assim o caráter confiscatório de tal dispositivo. Quanto à esse aspecto reiterese, a autoridade administrativa é vinculada a lei válida e vigente, não cabendo a este órgão do Poder Executivo deixar de aplicálas, encontrando óbice, inclusive na Súmula nº 2 deste Conselho (atual Primeira Sessão do CARF), in verbis: Súmula 1ºCC nº 2: O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (DOU, Seção 1, dos dias 26, 27 e 28/06/2006, vigorando a partir de 28/07/2006). Portanto, mantenho a autuação. Glosa de despesas contabilizadas Apesar de a fiscalização trazer provas que precisariam ser infirmadas pela recorrente, bem assim a DRJ ter reforçado mais ainda os argumentos da fiscalização, a Fl. 963DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 964 13 recorrente faz ouvido de mercador e em sede recursal contentase em repisar as mesmas justificativas que foram reportadas para o fiscal e para a DRJ. Os princípios da ampla defesa e do contraditório garantem ao defendente o direito de tomar conhecimento de tudo o que consta nos autos e de se manifestar a respeito, trazendo para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade. Apesar desses princípios se caracterizarem como direitos dos contribuintes, estão implícitos nos mesmos, também deveres, de forma a regulamentar o processo para que chegue a um fim. Nesse passo, é inerente ao princípio do contraditório que o processo deva caminhar através de um caráter dialético que perpassa, se for o caso, as duas instâncias do Processo Administrativo Fiscal. Dessa forma, é imperioso, em acontecendo de a lide atingir a segunda instância, que se ofereçam razões ou contraargumentações claras e específicas contra não somente a manutenção do lançamento, mas também levando em consideração, um mínimo que seja, o que ficou dito na decisão de primeira instância, mormente em se tratando de matéria probatória, como é o caso. Isso porque as contradições ou erros ainda por ventura existentes por ocasião da decisão de primeira instância devem ser apontadas especificamente para que a instância ad quem, tome conhecimento, e se for o caso, corrijaos e supereos pela sua atividade sintetizadora de órgão revisor. Dessa forma, em vista das explicações escorreitas da decisão de piso e do que se colocou nos parágrafos anteriores, complemento as minhas razões de decidir adotando também os fundamentos utilizados pela decisão de piso, abaixo reproduzidos: 26. Quanto à glosa de despesas a Impugnante declara que: (i) não há certeza no procedimento adotado pela fiscalização, pois, ela própria declara que pode haver documentos que não foram contabilizados nas contas onde deveriam ser registradas; (ii) fica perplexa pelo fato da fiscalização não ter analisado a contabilidade de forma integral, mas sim por amostragem; (iii) alega que se a fiscalização tinha um entendimento diferente da Impugnante quanto à conta que deveria ser contabilizada certa despesa, deveria proceder à discussão, garantido o contraditório; (iv) para ser aceita a presunção a fiscalização teria que esgotar todas as possibilidades de exame das despesas e (v) todos os documentos estavam àdisposição da fiscalização. 27. Quanto a estas alegações, temse que: (i), (iii) e (v) a fiscalização na verdade mencionou no TFV que "os documentos apresentados foram cotejados com a escrituração do Livro Razão e foi constatado que grande parte dos valores escriturados não estavam embasados em qualquer documentação ou não foram apresentados". Menciona inclusive, que os documentos não foram apresentados mesmo após a Impugnante ter sido informada destas deficiências através do "Termo de Constatação e Intimação Fiscal". Quanto aos documentos que a fiscalização menciona que não foram localizadas as contabilizações nas contas onde deveriam constar, também, a Impugnante foi informada pelo recebimento do termo acima mencionado. Cabe destacar que nas cópias no Livro Razão (fls. 452 a 581) estão assinalados individualmente os lançamentos das despesas em que os documentos não foram apresentados. Logo, ao contrário do que afirma a Impugnante foi garantido o contraditório e a ampla defesa, inclusive possibilitando que ela apresentasse os documentos que alega ter, durante a fiscalização e agora na impugnação. Fl. 964DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 965 14 (ii) quanto ao fato da fiscalização ter realizado os seus exames por amostragem e não ter analisado a contabilidade de forma integral, como já comentado acima, tal prática é aplicada normalmente em uma fiscalização, pois, seria totalmente inviável, dependendo do porte de uma empresa, analisar todos registros contábeis das operações realizadas juntamente com os documentos. (iv) quanto à alegação de que, no caso da glosa das despesas para se aplicar à presunção teria que esgotar todas as possibilidades de exame, é der dizer que na verdade não foi aplicada presunção: foi apurado um fato, ou seja, falta de apresentação de documentação. 28. Concluindo, a Impugnante sem fazer nenhuma menção em sua impugnação e sem dar nenhuma explicação, anexa ao processo cópias dispersas dos seguintes documentos: (i) "Protocolo de Entrega de Declaração de Serviços" da Secretaria Municipal de Finanças da Prefeitura de São Paulo, juntamente com relação das notas fiscais de serviços emitidas e cópias das mesmas. Não dá nenhuma informação se as notas foram pagas através de cartão de crédito e se foram devidamente contabilizadas, ou outra informação que justificasse a apresentação destes documentos. (ii) Cópias de notas fiscais emitidas por fornecedores em nome da Impugnante, sem apresentar indicação em que contas foram contabilizadas e se referem a alguma nota não apresentada durante a fiscalização. Portanto, mantenho a glosa de despesas. Multa Qualificada (150%) Quanto à multa qualificada: Artigo 14, da Lei n° 11.488/2007, que deu nova redação ao artigo 44, da Lei n° 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ajnda \ que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo^ A negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano ^ calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 965DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 966 15 § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. § 2° Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1° deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: I prestar esclarecimentos; II apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11a 13 da Lei n° 8.218, de 29 de agosto de 1991; III apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei (destaquei) Assoma claro nos autos que a empresa, de forma intencional e reiterada, buscou ocultar receitas com o fim de eximirse do devido recolhimento dos tributos, o que caracteriza ação dolosa visando a impedir ou retardar o conhecimento da obrigação tributária por parte da Fazenda Pública, nos termos do art. 71 da Lei nº 4.502, de 1964, adiante reproduzido: Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Nestes termos, como nos autos está devidamente evidenciado que o contribuinte, ao longo de 12 (doze) meses, omitia receitas de forma contínua e reiterada, em valores substancialmente mais elevados do que os montantes declarados (deixou de oferecer à tributação menos de 10% do total de seu faturamento), não se pode chegar a outra conclusão que não seja a de que o que houve, concretamente, foi conduta tendente a manter ao largo da tributação o montante dos seus ganhos auferidos. Apesar de o caso concreto não se amparar apenas na chamada “prática reiterada” de omissão de receitas, a existência dessa, para mim, por si só, já constitui condição suficiente para a caracterização do evidente intuito de fraude. É que pauto o meu sistema de referência em cima da impossibilidade epistemológica (limites do conhecimento) de se caracterizar o evidente “intuito” de fraude nos termos postos por alguns julgados. Parto do princípio de que não se deve nunca interpretar uma lei quando o resultado dessa exegese leve a absurdos tais como o de imaginar que o dolo ou “o evidente intuito de fraude” devam ser extraídos da mente do sujeito passivo e não das circunstâncias fáticas que permeiam todo o contexto onde a prática aconteceu. É o elemento objetivo que se deve procurar e daí, a partir dele, valendose do raciocínio lógico e probabilístico, extrair aquilo que o impregna: o elemento subjetivo (dolo). Nesse contexto, descabida a alegação de que o caso concreto se enquadraria na súmula nº 25 do CARF, uma vez que não se trata de mera presunção legal de omissão de receitas, como já se disse a prática é reiterada e o montante declarado (R$ 264.824,04) é significativamente menor do que a parcela omitida(R$ 3.326.393,18), ou seja o declarado foi Fl. 966DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 19515.003325/201052 Acórdão n.º 1401000.835 S1C4T1 Fl. 967 16 menos de 10%(7,96%)do omitido, ou por outras palavras, para cada 1 (um) real declarado R$ 12,56 (doze reais e cinqüenta e seis centavos) foram omitidos. Dessa forma, a prática de omitir receitas por 12 meses de forma de forma reiterada (elemento objetiva) e em montantes bastante superiores ao declarado denota concretamente o “evidente intuito de fraude”. Não se pode aqui imaginar que o agente que pratica “erros” de forma contínua por um longo tempo não possua a intenção de retardar/impedir ou afetar as características essenciais da ocorrência do fato gerador. Diante desse contexto, deve ser mantida a multa qualificada de 150%. Lançamentos Reflexos Por estarem sustentados na mesma matéria fática, os mesmos fundamentos devem nortear a manutenção em parte das exigências lançadas por via reflexa. Por todo o exposto, rejeito a preliminar de nulidade, AFASTO a Decadência e, quanto ao mérito, NEGO provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 967DF CARF MF Impresso em 21/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 18/09/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
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Numero do processo: 10855.001065/99-24
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996, 1997
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS.
Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus.
Numero da decisão: 1401-000.708
Decisão: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendo-se o reformatio in pejus.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIRA
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Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1996, 1997 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROVIMENTO RECURSAL COM REFORMATIO IN PEJUS. Tendo sido identificado que a decisão do recurso tornou a situação do Recorrente mais gravosa, [é de se limitar os seus efeitos ao que decido na decisão original, sob pena de ofensa ao princípio do non reformatio in pejus. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e lhes dar efeitos infringentes para então negar provimento ao recurso voluntário, desfazendose o reformatio in pejus. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Mauricio Pereira Faro, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes De Mattos e Karem Jureidini Dias. Fl. 808DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 2 Relatório Trata o presente feito de embargos de declaração opostos pela Delegacia da Receita Federal de Sorocaba, em que argui contradição na decisão proferida por este Conselho Administrativo de Recurso Fiscais, consubstanciada no acórdão nº 140100410, da 4ª Turma Ordinária da 1ª Seção. Na processo em questão, pretende, a Contribuinte, a restituição de saldo negativo de imposto de renda dos anoscalendário 1996 e 1997, no valor de R$2.886.506,55 (dois milhões, oitocentos e oitenta e seis mil, quinhentos e seis reais e cinquenta e cinco centavos). Por meio do despacho decisório nº 461, de 22 de setembro de 2006, a SEORTR deferiu parcialmente o pedido da Contribuinte, reconhecendo um direito de crédito no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146). Inconformada, a Contribuinte aviou manifestação de inconformidade, alegando equívoco na apreciação do seu direito creditório, tendo o pedido sido negado pela Delegacia Regional d Julgamento. Inconformada, a Contribuinte aviou recurso voluntário pata este Conselho, acostando farta documentação comprobatória do seu direito creditório. Tendo o processo sido distribuído para minha relatoria, e tendo em vista o princípio da verdade material, a 3ª Câmara do então 1º Conselho de Contribuintes determinou a baixa do feito em diligência para que fossem confrontadas as documentações apresentadas pela Contribuinte. Em retorno da diligência, restou reconhecido o direito de crédito no montante de R$1.244.556,47. Diante disso, a 4ª Câmara da 1ª Seção deste CARF decidiu por dar pracial provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório postulado no montante de R$ 1.244.556,47, homologando as respectivas compensações neste limite. Todavia, como o valor do crédito reconhecido nesta Instância foi inferior àquele reconhecido pelo despacho decisório original, a Delegacia da Receita Federal em Sorocaba embargou de declaração, postulando a solução da contradição da decisão. É este o relatório. Fl. 809DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR Processo nº 10855.001065/9924 Acórdão n.º 1401 S1‐C4T1 Fl. 2 3 Voto Conselheiro Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Relator: Os embargos são tempestivos e a parte embargante é legítima em razão da matéria invocada, razão pela qual conheço dos embargos de declaração. Revisitando o relatório da diligência realizado pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sorocaba às fls. 484 e seguintes, identifico que a Autoridade Fiscal recompôs os recolhimentos por estimativa e antecipações de IRRF dos anoscalendário de 1996 e 1997, assim como das compensações de saldo negativo de 196 nos anoscalendário de 1997 e 1998, de forma a apurar eventual saldo negativo passível de restituição, tendo encontrado direito creditório no montante de R$1.244.556,47. Todavia, a decisão original havia reconhecido direito creditório no montante de R$2.135.987,88 (fls. 142 a 146), não podendo, o recurso voluntário, implicar em decisão mais prejudicial do que aquela objeto de recurso. De fato, segundo o princípio da reformatio in pejus, a decisão do recurso não pode ser mais gravosa do que a decisão recorrida, pelo que o resultado do recurso voluntário apresentado pela Recorrente não poderia ser mais gravoso do que a decisão originária que reconheceu o direito creditório em R$2.135.987,88. Diante do exposto, conheço dos embargos de declaração e lhe dou efeito infringente, para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alexandre Antonio Alkmim Teixeira Relator Fl. 810DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR 4 Fl. 811DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTONIO ALKMIM TEIXEIR, Assinado digitalmente e m 15/08/2012 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/06/2012 por ALEXANDRE ANTO NIO ALKMIM TEIXEIR
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Numero do processo: 10640.720845/2009-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 2005
RETIFICAÇÃO DAS ÁREAS DISTRIBUÍDAS E UTILIZADAS DO IMÓVEL A alteração da distribuição das áreas do imóvel informadas na DITR, somente é possível quando constatada a ocorrência de erro de fato, comprovado por meio seguros de prova. DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exige-se outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE.
O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos
da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo.
Numero da decisão: 2202-001.774
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2005 RETIFICAÇÃO DAS ÁREAS DISTRIBUÍDAS E UTILIZADAS DO IMÓVEL A alteração da distribuição das áreas do imóvel informadas na DITR, somente é possível quando constatada a ocorrência de erro de fato, comprovado por meio seguros de prova. DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exige-se outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE. O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo.
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DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exigese outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE. O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva Fl. 147DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 2 com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Nelson Mallmann – Presidente. Odmir Fernandes – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Lopo Martinez, Eivanice Canário da Silva, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Rafael Pandolfo e Helenilson Cunha Pontes. Relatório Fl. 148DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 3 3 Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 1ª Turma de Julgamento da DRJ/Brasília/DF que manteve a autuação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, do exercício de 2005, acrescido de multa de oficio de 75,0% e juros, do móvel rural denominado "Fazenda Santa Helena", com área declarada de 410,2 ha, localizado no Município de Simão Pereira/MG. O lançamento (fls. 2 a 4) decorre da alteração da área do imóvel e do VTN: VTN Valor da Terra Nua declarado Intimado, o sujeito passivo apresentou Laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.6533 da ABNT. No Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), o valor da terra nua foi alterado, tendo como base os valores informados pelo contribuinte no atendimento a intimação. Em conformidade com o Laudo de Avaliação elaborado pelo Engenheiro Agrônomo Severino Rodrigues Costa, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART registrada no CREA, o valor da terra nua do imóvel, para o exercício de 2005, foi alterado para R$ 313.900,00. Área total do imóvel Conforme a Matricula do Registro de Imóveis, a área total do imóvel foi alterada de R$ 410,2 ha para R$ 546,9 ha. A decisão recorrida, de fls. 97/145, com ciência do contribuinte em 15/01/2010 (AR de fls. 113), manteve a autuação pela falta de comprovação das informações prestadas na DITR/2005 – VTN, grau de utilização e a área do imóvel. Recurso Voluntário, de fls. 114/140, sustentando nulidade do Laudo de Avaliação, por não obedecer às normas da ABNT, com superavaliação e inexistência de levantamento de outros imóveis semelhantes, para apuração dos preços médios de terras comercializados no município e região. Pede, assim, nova avaliação do imóvel. Caso mantido o Laudo pede a alteração do grau de utilização da propriedade por ultrapassar a 80%, com alíquota de 0,10 e não de 4,70. Pede, ainda, seja mantida a área declarada do imóvel de 410,2 ha, porque parte pertencente a outra pessoa, que declarou o imóvel e pagou o imposto. É o breve relatório. Voto. Voto Fl. 149DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 4 Conselheiro Odmir Fernandes, Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de revisão do lançamento do ITR do ano de 2004, com alteração da área do imóvel e do Valor da Terra Nua VTN. A Recorrente é usufrutuária vitalícia do imóvel, objeto do lançamento, possuidora, portanto, do domínio útil de uso e fruição da propriedade. VTN Valor da terra Nua Nas razões de recurso pede o Recorrente seja desconsiderado o Laudo de Avaliação que ele mesmo apresentou e foi acolhido pela fiscalização, por não refletir a realidade e não obedecer às normas da ABNT na sua elaboração. Pede também nova avaliação do imóvel, alteração do grau de utilização e manutenção da área declarada, porque a diferença acrescida pela autuação pertence a outro contribuinte, que declarou e pagou o imposto. Sem razão, contudo. O Laudo técnico de avaliação pode não ser dos melhores ou não obedecer às normas técnicas, mas é o único que existe nos autos e foi apresentado pelo próprio autuado. Se lhe foi prejudicial, fez prova contra si, agora não pode alegar esse fato em sua defesa. Sustentar a imprestabilidade do Laudo que o próprio Recorrente trouxe aos autos é admitir a sua própria torpeza. Não há cabimento e razão plausível para desconsiderar o Laudo se não existe nos autos outra prova técnica para infirmálo ou contrariálo. Dessa forma, o Valor da Terra Nua – VTN, objeto da autuação, deve ser mantido, diante do laudo apresentado pelo próprio contribuinte, e sem outra prova para infirmálo. Grau de utilização da terra Sustenta também que o grau de utilização do imóvel ultrapassa a 80%, mas o laudo não traz essa informação. Não basta alegar, precisa provar. O laudo traz apenas percentuais diferenciados, com áreas aproximadas, com mata de preservação permanente, pastagens, culturas, benfeitorias, área imprestável, tudo repetimos, com áreas aproximadas, sem nada concreto, certo, determinado. Com isso, vemos que a redução da alíquota, pelo grau de utilização da terra, não pode ser acolhida pela precariedade do Laudo ao descrever as medidas do imóvel como sendo “aproximadas”, sem trazer qualquer especificação e caracterização das áreas exatas do aproveitamento de cada uma delas. Pode parecer certa incoerência em acolher o VTN do laudo e não acolher o grau de utilização. A avaliação foi questionada pela fiscalização e o próprio contribuinte trouxe a prova, que foi aceita pelo fisco. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 4 5 No grau de utilização da terra é necessária prova mais firme e contundente, Laudo mais elaborado da descrição das áreas utilizadas, sob pena incidir na tabela de alíquotas, integral do imóvel. Por falta de provas, não há como acolher esse pedido da Recorrente. Nova avaliação. Diligencias. Prova pericial Não é hipótese de se deferir a prova pericial, fazer nova avaliação ou converter os autos em diligência. Cabe ao autuado trazer a prova desejada para comprovar o direito que alega possuir. Se não faz essa prova, e não há dúvida do julgador na solução do conflito, não é hipótese de nova avaliação ou conversão dos autos em diligência. Área acrescida. Domínio pleno. Domínio útil. Nua propriedade No tocante à área acrescida pela fiscalização, de 410,2 ha. para 546,9 ha., que a Recorrente diz pertencer a Fernando Carvalho de Faria, também não lhe assiste razão. A matrícula do Registro de Imóveis, foi retificada em 23.10.2008, para averbar a área acrescida pela autuação, com o seguinte registro: Av 09 273. Em 23/outubro/2008. CONSIGNAÇÃO "EXOFFICIO" A MATRÍCULA. Com fulcro no artigo 213 inciso I alínea "a" da L.F. 6.015/73 e no titulo anterior n° 3.360 fls. 166 do livro 3A, fica consignado "ex officio" à matricula que a Fazenda Santa Helena possui a totalidade de 580 0800 hectares, sendo que não se constou quando da abertura da mesma a área de 145200 hectares de propriedade de FERNANDO DE CARVALHO FARIA menor, brasileiro proprietário, residente em Juiz de Fora que fica incluída doravante PASSANDO A ÁREA REMANESCENTE A SER DE 561 4400 HECTARES, sendo 546,92ha. gravado com a cláusula de usufruto vitalício e, os restantes, 145200 HECTARES de propriedade plena de Fernando de Carvalho Faria, já qualificado, advindo pela partilha, de 02.01.1996, expedida pelo escrivão de Mercês/MG, do Espólio de Luis Homem de Faria. Dou fé. 0 Oficial Substituto. A Recorrente é usufrutuária vitalícia do imóvel, com área de 546,92 ha. Fernando de Carvalho Faria é um dos instituidores desse usufruto vitalício e detentor da nua propriedade, que voltará a ser plena com a revogação do usufruto ou o falecimento da usufrutuária. Consta da averbação retificadora que Fernando possui 14,52ha de propriedade plena do mesmo imóvel, vale dizer, possui o domínio pleno e exclusivo, sem a limitação pelo domínio útil cedido à Recorrente na área de 546,9ha., objeto da exigência, e do qual Fernando é detentor, em condomínio, da nua propriedade. O fato de Fernando eventualmente ter declarado e pago o imposto do imóvel do qual não detinha o domínio útil, não dispensa a Recorrente de declarar e pagar o tributo devido do imóvel da qual é detentora e titular do domínio útil. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 6 O proprietário do imóvel, ao instituir o usufruto, destituise da maioria dos poderes dominiais, passando a deter o domínio direito ou a nua propriedade, e, nessa qualidade, não reúne a materialidade e a sujeição passiva para se sujeitar ao ITR. Apenas aos detentores do domínio pleno (proprietário), do domínio útil (usufrutuário, enfiteuta) e da posse aquisitiva, com animus domini, com os poderes e atributos da propriedade, se sujeitam ao ITR. É certo que a retificação da matricula somente ocorreu em 23.10.2008, mas o imóvel existia. Era usado e usufruído pela Recorrente, a exemplo da posse aquisitiva ou ad usucapionem ao seu possuidor, que detém o imóvel pelo poder de fato e se sujeita ao tributo, sem qualquer reflexo pelo fato de inexistir o registro dominial, ou de existir, mas em nome de outrem. Em outras palavras, não é o registro dominial que faz nascer a obrigação tributária do ITR, ela decorre também da posse ao seu possuidor. A retificação do registro não criou nenhum direito novo para a Recorrente ou para o ITR, apenas reconheceu o domínio útil da área que a Recorrente detinha, sem a retificação da figura da posse pacifica sem oposição. Assim, o fato de a retificação ocorrer após o nascimento da obrigação tributária, não beneficia nem dispensa a Recorrente da obrigação de conhecer e declarar corretamente a área do imóvel ao ITR. Cabe aqui exame sobre os três Recursos Repetitivos do C. Superior Tribunal de Justiça de n°s. 1.111.202/SP, 1.110.551/SP e 1.073.846/SP e da Sumula 399 ao estabelecer competir à lei a escolha do sujeito passivo da obrigação, entre o detentor propriedade (domínio pleno), domínio útil ou a posse. Não cremos seja assim. O titular do domínio pleno, por reunir nele todos os poderes da propriedade, elimina, naturalmente, as demais possibilidades de sujeição passiva aos impostos sobre a propriedade eleitas pelo CTN. No momento em que o CTN e a lei ordinária elegem o titular do domínio útil para sujeição passiva acaba por exclui, naturalmente, o titular do domínio direto ou da nua propriedade, por se destituir o proprietário dos poderes de usar e gozar da propriedade. O mesmo ocorre com a posse aquisitiva, com animus domini ou ad usucapionem. Se a posse aquisitiva é elemento material e pessoal do fato gerador, o titular da propriedade que não detiver a posse como atributo do direito de propriedade não pode se sujeitar ao imposto. Por essas razões, somente podermos entender e compreender os recursos repetitivos do C. STJ e a Súmula 339, pelo desconhecimento do sujeito ativo da obrigação do efetivo titular da posse aquisitiva, exatamente por esta ser um poder de fato e de direito sobre a coisa. Nesta situação, em que se desconheça o possuidor, a evidência, a tributação deve ser na pessoa que domínio (propriedade) registrado no Cartório Imobiliário. Nestes autos, a autuada detinha a posse com o poder dominial, regularizada após pela retificação da matricula e não há qualquer prova ou mesmo alegação a que titulo Fernando teria declarado o imóvel ao ITR. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 5 7 Ante o exposto, pelo meu voto, rejeito a preliminar de conversão dos autos em diligencia, conheço e nego provimento ao recurso para manter a decisão recorrida e a autuação. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 153DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES
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Numero do processo: 10120.900443/2008-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 24/04/2008
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO.
As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.
Numero da decisão: 3101-001.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES
Presidente
VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 24/04/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira.
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EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 04 43 /2 00 8- 55 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 46 e 47 dos autos emanados da decisão DRJ/BSB, por meio do voto da relatora Andreia Lucia Machado Mourao, nos seguintes termos: “Tratam os autos da Declaração de Compensação (DCOMP) de nº 05910. 12988.141103.1.3.041992 (fls. 01/05), transmitida eletronicamente em 14/11/2003, com base no aproveitamento de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. A contribuinte declarou no PER/DCOMP a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior referente à Cofins que teria sido apurado no mês de fevereiro de 2003. Em 24/04/2008 foi emitido eletronicamente o Despacho Decisório (fl. 8), cuja decisão não homologou a compensação declarada, por não ter sido confirmada a existência do crédito informado, pois o DARF descriminado no referido instrumento não foi localizado nos sistemas da RFB. O valor atualizado do principal correspondente aos débitos informados, cuja compensação não foi homologada, totalizou R$ 371.712,88, conforme demonstrado no quadro a seguir: Detalhamento da Compensação e Valores Devedores VALOR UTILIZADO DO CRÉDITO NA DATA DA VALORAÇÃO VALOR DECLARADO NA DCOMP SALDO DEVEDOR APURADO PARA COMPENSAÇÃO (A) PRINC. MULTA JUROS VALOR AMORTIZADO DO DÉBITO (B) SALDO DEVEDOR (C = A B) 371.712,88 371.712,88 0,00 0,00 0,00 0,00 371.712,88 Cientificado, via postal, dessa decisão em 09/05/2008, bem como da cobrança dos débitos compensados na Dcomp, o sujeito passivo apresentou em 09/06/2008, manifestação de inconformidade às fls. 12/14, acrescida de documentação anexa. Para tentar reverter à decisão proferida no Despacho Decisório, a interessada relata a ocorrência de erro no preenchimento do PER/DCOMP, quanto às informações contidas no DARF que teria gerado o crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, conforme relação a seguir: a) informou erroneamente a data de arrecadação como 14/11/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; b) informou erroneamente o período de apuração como sendo fevereiro/2003, quando, na verdade, o período correto seria março/2003; c) informou erroneamente a data do vencimento como 14/03/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 4 3 Apresenta cópia do DARF (Comprovante de Arrecadação) no valor de R$ 553.390,00 para comprovar as alegações feitas (fl. 34). Ao final requer que seja julgada procedente a presente Manifestação de Inconformidade, com a consequente reforma do despacho decisório em tela, a fim de que seja homologada a declaração de compensação objeto dos presentes autos. Face à ausência de elementos suficientes, nos autos, que possibilitassem a formação de convicção do julgador, os autos foram baixados em diligência (fls. 40/41), a fim de responder aos seguintes quesitos: a) verificar a existência de crédito indevido ou a maior referente ao comprovante de pagamento acostado à fl. 34 (pagamento de contribuição para a Cofins, código 2172, efetuado em 15/04/2003); b) caso haja disponibilidade, fazer a alocação do referido crédito ao débito informado no presente processo, conforme solicitado pela contribuinte; c) refazer os cálculos, elaborando novo demonstrativo de compensação. Ressaltese que, para fins de cálculos, cada débito deverá estar acrescido de juros e multa de mora, quando cabíveis; d) retornar os autos para essa DRJ para fins de dar prosseguimento ao julgamento. Conforme Relatório juntado à fl. 44, a Fiscalização respondeu aos quesitos acima listados, afirmando que conforme pesquisa realizada (fls. 42/43), o pagamento de fl. 34 encontrase indisponível nos sistemas da RFB.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 0333.944 de fls. 45 traz a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 24/04/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas não comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF , em (fls. 55 a 61) onde resumidamente, faz as seguintes alegações: I – Tempestividade de seu Recurso Voluntário; Fl. 161DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 5 4 II – Do Acórdão ora recorrido; III – Dos Equivocos Cometidos Pela Companhia no Preenchimento do PER/DCOMP; a) afirmando que “não obstante os equívocos cometidos, para que se prevaleça a verdade material no processo administrativo, a Companhia argumenta, ao amparo da melhor jurisprudência, que erros de preenchimento não são óbice ao reconhecimento do direito creditório diante da comprovação do pagamento efetuado, a exemplo das decisões transcritas. IV – Comprovação do Crédito Por Meio do Comprovante de Arrecadação Extraído Dos Sistemas da Receita Federal do Brasil Por Meio do ECAC; a) Entendendo que o comprovante de Arrecadação de fls 34 atesta o pagamento efetuado pela Companhia, inclusive na forma correta, ou seja, aquela regulamentada pelo Ato Declaratório Executivo Conjunto Cotec/Corat nº 2, de 07/11/2006, como documento hábil e idôneo para a comprovação de que tal pagamento existe nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil porque não há como ser emitido Comprovante de Arrecadação para pagamento que não conste dos sistemas da Receita Federal do Brasil; V – Validade Jurídica do Comprovante De Arrecadação Emitido Por Meio Do ECAC; a) Da MP 2.2002/2001; b) Da InfraEstrutura de Chaves Públicas Brasileiras – IN nº 580 de 12/12/2005, restando fundamentado, no seu entendimento a b.1) autenticidade dos emissores e destinatários; b.2) segurança quanto à privacidade e inviolabilidade; b.3) integridade e b.4) validade jurídica. VI – Insuficiência Da Verificação Da Disponibilidade Do Pagamento Por Parte Da DRF Em Goiânia; Aqui a Recorrente requer que seja ampliada a pesquisa efetuada pelo órgão da DRF em Goiânia porque a pesquisa efetuada às fls.42 e 43 do presente processo foi insuficiente para identificar o pagamento efetuado pela Companhia, pelo fato de que não foi considerado a totalidade das informações pertinentes para a alocação do pagamento efetuado pela mesma ao débito declarado no PER/DCOMP, protestando por uma pesquisa mais extensa, utilizando parâmetros adicionais, em especial aqueles em relação as quais a Recorrente não se equivocou ao preencher o PER/DCOMP. VII – Pedido A Recorrente espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP nº 05910.12988.141103.1.3.041992, não obstam o reconhecimento do seu direito creditório por ter a existência do pagamento que originou o Fl. 162DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 6 5 crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restado devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação. Assim, requer seja julgado procedente o presente recurso voluntário com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório com base em documento emitido por sistema da RFB e, portanto, no seu entendimento, autêntico, seguro, integro e válido juridicamente, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Em complemento ao relatório acima, fica registrado que o julgamento foi convertido em diligência para: “(...) que a repartição de origem informe detalhadamente as razões da indisponibilidade do pagamento apresentado pelo contribuinte, informando as alocações pertinentes a esse pagamento, dando ciência a Recorrente com abertura de prazos para sua manifestação quanto à diligência realizada”. Realizada a diligência em relação à Resolução 3101000.232 do CARF ha informação nos autos que o pagamento de R$ 553.390,00 pago no dia 15/04/2003, no código 2172, encontrase disponível, conforme folha 95, e que depois de cientificado o contribuinte esse apresentou tempestivamente sua manifestação, folhas 98 a 100. Definitivamente a Recorrente em sua manifestação requer e espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP n° 05910.12988.141103.1.3.041992 não obstam o reconhecimento do seu direito creditório. Isto porque a existência do pagamento que originou o crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restou devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação, Comprovante esse reconhecido agora em diligência como disponível. Assim, a Companhia requer ao órgão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que julgue procedente o presente Recurso Voluntário, com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil e ora reconhecido como disponível, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Voto Conselheira Relatora Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Conforme podemos observar, já na decisão recorrida, já foi atendida e reconhecida os equívocos no preenchimento da PER/DCOMP pertinente aos autos, razão pelo qual foi baixado o presente processo em diligência na oportunidade do julgamento para confirmar o pagamento referido pela Recorrente. A diligência não foi extensa naquela oportunidade, pois, não considerou os equívocos confessados pelo Recorrente no preenchimento da referida PER/DCOMP e os argumentos da Recorrente foram desprezados quanto à veracidade do seu comprovante de pagamento, que agora são reconhecidamente verdadeiros pela disponibilidade do pagamento pela repartição de origem. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 7 6 Certo é que se as razões da indisponibilidade do pagamento não foram detalhadamente apresentadas pela repartição de origem, evidentemente por sua disponibilidade agora com a última diligência, as suas alocações pertinentes, também, por certo, são desnecessárias em razão dos valores exigidos e do pagamento localizado. Isto Posto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO do contribuinte a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil. É como voto. Relatora – VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Fl. 164DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10680.910309/2009-06
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2002
DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL
O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO
Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo.
PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO
É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3801-001.659
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl Relator.
EDITADO EM: 19/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes (Presidente), Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, , Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator)
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CREDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus da sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem trazer aos autos prova da origem e liquidez do mesmo. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 03 09 /2 00 9- 06 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 2 (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl – Relator. EDITADO EM: 19/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio de Castro Pontes (Presidente), Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, , Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e eu, Sidney Eduardo Stahl (Relator) Fl. 81DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 10680.910309/200906 Acórdão n.º 3801001.659 S3TE01 Fl. 82 3 Relatório Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Relator Por descrever bem os fatos, o relatório da DRJ de origem é suficiente para compreensão. “A contribuinte aqui identificada transmitiu Per/Dcomp visando a compensar o(s) débito(s) nela declarado(s), com crédito proveniente de pagamento a maior de Cofins, relativo ao fato gerador de 28/02/2002. A Delegacia da Receita Federal de Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl. 6) no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos da contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Irresignada com o indeferimento do seu pedido, tendo sido cientificada em 02/04/2009 (fl. 29), a contribuinte apresentou, em 04/05/2009, a manifestação de inconformidade de fls. 01/04, com os argumentos a seguir resumidos. Alega que houve um recolhimento de R$ 136.292,28, referente a Cofins do fato gerador de 28/02/2002. Por outro lado, o débito correspondente ao período era menor. Infelizmente, o contribuinte não realizou a retificação da DCTF, sendo certo que, em razão de infiltração no local em que arquivava os documentos fiscais, perdeu vários dados que comprovariam, no momento, o real valor do tributo então devido. Assim, fazse necessária a reconstrução das bases de cálculo do tributo em destaque para comprovar a existência de crédito capaz de legitimar a compensação realizada. E certo que, diante do ocorrido, e por se tratar de fatos ocorridos há quase 09 anos, o contribuinte necessita de tempo para recompor a base de cálculo e demonstrar que recolheu tributo a mais, possuindo, assim, crédito para legitimar a compensação não homologada. De outro lado, é sabido que um dos princípios que informam o processo administrativo é o da verdade material, o qual obriga o administrador a perseguir a verdade que resulta efetivamente dos fatos ocorridos. Ademais, é possível a apresentação de documentação após a impugnação, como bem permite o § 5o do art. 16 do Decreto 70.235/72. Isso sem falar que o art. 18 do mencionado Decreto confere ao julgador administrativo o poder, de ofício, de requisitar as diligências, ou perícias que entender ser necessárias. Assim, invocando o princípio da verdade material, protesta pela realização de perícia técnica para se constatar a veracidade de suas alegações, indicando quesitos e nomeando contador para acompanhá la, assim como a posterior juntada de documentos que se façam necessários.” Fl. 82DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 4 A DRJ em Belo Horizonte MG, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte através do acórdão de fls. 43/47, considerando a ausência de comprovação do direito ao credito objeto da compensação materializada na PER/DCOMP. Devidamente intimado para tanto (fls. 51), interpôs o contribuinte o presente Recurso Voluntário de fls. 52/77 em 23/04/2012, e que se vale basicamente dos mesmos argumentos perpetrados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL Processo nº 10680.910309/200906 Acórdão n.º 3801001.659 S3TE01 Fl. 83 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Relator O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Analisando os presentes autos verificase que a Recorrente em sede de Manifestação de Inconformidade, com o fito de demonstrar seu direito creditório, limitouse a apresentar os seguintes documentos: 1. Despacho decisório que indeferiu a compensação pleiteada 2. Guia DARF referente a COFINS, supostamente recolhida à maior no valor de R$136.292,28 (cento e trinta e seis mil, duzentos e noventa e dois reais e vinte e oito centavos) 3. Pedido de Compensação 4. DCTF originalmente transmitida, onde constam débitos de COFINS no valor de R$136.292,28 (cento e trinta e seis mil, duzentos e noventa e dois reais e vinte e oito centavos). Ademais, alegou não haver transmitido DCTF retificadora, protestou pela posterior juntada de provas sob alegação de que havia perdido documentos em razão de uma infiltração, que nem ao mesmo se deu ao trabalho de tentar comprovar, e por fim, requereu a realização de perícia contábil a fim de fazer valer o princípio da verdade material. Interessante ressaltar que a DRJ de origem constatou durante análise ao sistema da RFB haver sido transmitida DCTF retificadora, no entanto, somente após decorridos 5(cinco) anos da data do fato gerador, sendo, no entendimento da turma julgadora intempestiva, não podendo, destarte, produzir os efeitos legais, assim emendando o acórdão: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Data do fato gerador: 28/02/2002 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA FORA DO PRAZO LEGAL COMPENSAÇÃO INDEFERIDA O prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Fl. 84DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL 6 No entanto, independentemente da retificação ter ou não ocorrido, a Recorrente sequer demonstrou qual a origem do crédito pleiteado, limitandose a argumentar que realizou pagamento a maior, sem ao menos acostar aos autos quaisquer documentos que comprovassem suas alegações. Completando o cenário desfavorável, alegou com suas próprias palavras em seu Recurso Voluntário que “...a prova documental que eventualmente fosse juntada aos autos não traria certeza da existência e do montante do crédito...”! Estamos diante de um pedido de compensação e cabe exclusivamente ao contribuinte, nos termos do inciso I do artigo 333 do Código Civil, apresentar as provas do seu direito creditório, sendo imprescindível que estas sejam carreadas aos autos revestidas de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento dos julgadores. Não é o que se verifica no presente caso. A Recorrente não somente não apresenta quaisquer documentos, como reconhece que, toda e qualquer prova que viesse a ser produzida, não seria capaz de comprovar seu direito, em substituição requer seja feita uma perícia. A matéria já foi insistentemente examinada por esse Conselho e a jurisprudência unânime é no sentido de que a perícia não serve para produzir prova que a parte deveria produzir, a saber: “IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF. ANO CALENDÁRIO 2007. PEDIDO DE PERÍCIA – INDEFERIMENTO É de ser indeferido o pedido de perícia contábil quando a prova que se pretende formular com a perícia era de exclusiva responsabilidade do sujeito passivo (Acórdão nº 2202001.996 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária – Sessão de 18 de Setembro de 2011) Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para INDEFERIR o pedido de perícia formulado, bem como para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl. Relator Fl. 85DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 29/04/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/04/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL
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Numero do processo: 16682.900180/2010-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Ano-calendário: 2003
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.
ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõe-se a não homologação das compensações com ele pleiteadas.
Numero da decisão: 1102-000.719
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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Recorrente PETROBRAS DISTRIBUIDORA S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõese a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões. Documento assinado digitalmente. Albertina Silva Santos de Lima Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Albertina Silva Santos de Lima, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Plínio Rodrigues Lima, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Relatório No presente recurso insurgese a recorrente contra a decisão da 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 que não acolheu a solicitação de reforma do despacho eletrônico da Demac/RJ, o qual por sua vez, não homologara as compensações por ela pretendidas. Na Declaração de Compensação apresentada, foi informado como origem do crédito o saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. De acordo com o Despacho Decisório nº 863963237 (fls. 53 a 58), não foi confirmada a existência do crédito informado, pois, embora coincidente o mesmo com aquele informado na DIPJ/2004, nem todas as parcelas que compunham o crédito ali informado puderam ser confirmadas. Conforme as tabelas anexas ao Despacho, um total de R$ 4.036.159,13 informado como retenção de fonte sob o código 6150 não foi confirmado. Além disto, com relação às estimativas, apenas o montante de R$ 40.326.979,41 foi confirmado como o total de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Cientificada do despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 62 a 67), argumentando, em síntese, o seguinte: • Foram formalizados quatro PER/DCOMP: A de número 31558.99246.211008.1.7.030874, retificadora da PERD/COMP nº 17574.80105.190204.1.3.038450, para a compensação do Saldo Negativo de CSLL do período 01/01/2003 a 31/12/2003 de R$ 4.004.379,74 conforme DIPJ/2004. Esta PER/DCOMP foi utilizada parcialmente para pagamento da CSLL Código 2484 de Janeiro/2004 no valor de R$ 3.805.106,71. Este valor foi informado na DCTF Retificadora do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004 como sendo o utilizado no PER/DCOMP 36922.23146.301107.1.7027407 (PERD/COMP informada ERRONEAMENTE). Solicitamos RETIFICAR a DCTF do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004, informando o número do PER/DCOMP correto:31558.99246.211008.1.7.030874. tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição. • Parte do saldo restante da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizada para pagamento da CSLL Código 2484 referente à competência de Fevereiro de 2004 no valor de R$ 143.140,09. Após análise, verificamos a existência de duas DCOMP de mesmo valor para quitação do mesmo débito, sendo que a correta é a DCOMP Fl. 141DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 12 3 08425.34643.301107.1.3.030369, portanto solicitamos o cancelamento do PER/DCOMP 23677.53089.240304.1.3.032684. • O saldo remanescente da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizado para pagamento da CSLL Código 2484 referente a competência de Maio de 2004 no valor de R$ 155.600,93, através da DCOMP 41974.43653.301107.1.3.038638.Solicitamos retificar a DCTF do 2° Trim. de 2004 no mês de Maio/2004, informando o número da PERD/COMP correta:41974.43653.301107.1.3.038638 tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição de prazo. • Em síntese: os valores recolhidos não se alteraram em momento algum, apenas houve imputação dos pagamentos por meio das PER/DCOMPs informadas (1a, 2a e 3a ) e retifícação das: DCTF do 1° Trim. 2004, nos meses de Janeiro e Fevereiro/2004 e DCTF do 2° Trim. 2004, no mês de Maio/04. Na fl. 65 consta o resumo das solicitações feitas, ratificando o que deverá constar nas DCTF do 1° e 2° Trim. de 2004. • Na decisão em tela negouse a homologação integral do pleito pelo fundamento da inexistência do crédito. Ora, como já se informou, a questão é de simples compreensão. O pagamento deuse tempestivamente através das PERD/COMPs relacionadas, conforme demonstrado acima. O que. ocorreu após foi apenas o uso dos PERD/COMPs para quitação de débitos com o crédito demonstrado. • Não houve pagamento novo ou intempestivo, apenas se procedeu a informação que viabilizava imputação de pagamento já efetuado. Todos os valores devidos já estavam nos cofres da Receita Federal desde o primeiro DARF. • Requer a homologação das compensações. A 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 julgou improcedente a manifestação de inconformidade, e destacou que o contribuinte não acostou ao feito qualquer documento que comprovasse as retenções de CSLL no código 6150, nem apresentou qualquer argumento ou documento que comprovasse a existência de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2003, limitandose a solicitar retificações de DCTF relativas ao ano de 2004, e cancelamento de PER/DCOMP apresentado, itens que não fazem parte do litígio. Apesar disto, observou a DRJ que, em razão de duplicidade de declaração dos mesmos débitos em duas PER/DCOMP, de fato não deve ser objeto de cobrança o débito da PER/DCOMP 23667.53089.240304.1.3.03 2684, de estimativa de CSLL de 02/2004, no valor de R$ 143.140,09, e que, portanto, a mesma deve ser considerada como cancelada. O Acórdão 1234.979, fls. 89 a 93, está assim ementado: “MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. EFICÁCIA. Não há como abrigar manifestação de inconformidade que não logra desconstituir os fundamentos do despacho decisório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 13 4 CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição/compensação, devendo o contribuinte comproválo.” Cientificada desta decisão em 30/12/2010, conforme AR de fls. 99, e com ela inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 27/01/2011, fls. 100 a 106, no qual reprisa os argumentos já expostos por ocasião da inicial, e acrescenta, ainda, o seguinte: O fato é que os códigos na PER/DCOMP em litígio foram todos informados como sendo 6150 (COMBUSTÍVEIS — RETENÇÃO EM PAGAMENTO POR ÓRGÃO PÚBLICO) devido à impossibilidade sistêmica do Sistema Contábil utilizado na época, no qual não foi possível utilizar os códigos corretamente de acordo com a retenção feita. Ratificamos que todos os créditos informados referentes a impostos retidos na fonte são reais, relacionamos abaixo alguns de nossos principais clientes que juntos representam 90% (noventa por cento) do valor retido informado, com os códigos 8739, 8770 e 6147 e que tais informações são geradas pelo SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), como Órgão da União, será possível (sic) confirmar tais retenções (apresenta tabela discriminando cinco retenções, totalizando R$ 3.629.687,48). Apesar de a RFB ter acolhido o pedido de cancelamento da PER/DCOMP n° 23667.53089.240304.1.3.032684, conforme voto da 8ª Turma da DRJ/RJ1, a mesma emitiu uma cobrança através do DARF nº de referência 16682900.303/201012 no valor total atualizado de R$ 293.594,63, do que decorrem a inexistência de valor cobrado e a improcedência da decisão no que se refere a tal quantia. Finaliza requerendo o provimento do recurso, o cancelamento da cobrança do DARF acima especificado, e o reconhecimento de que o presente feito nada tem a ver com a PETRÓLEO BRASILEIRO S/A — PETROBRAS, CNPJ 33.000.167/000101, razão pela qual não seria legitimo qualquer impacto a sua regularidade fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Cediço que o regime jurídico da compensação tributária, em vigor a partir da Lei nº 10.637, de 2002, e Lei nº 10.833, de 2003, as quais introduziram alterações no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, requisita a iniciativa do contribuinte, que, mediante a apresentação da Declaração de Compensação, informa ao Fisco que efetuou o encontro de contas entre seus débitos e créditos, o qual possui o efeito de extinção dos débitos fiscais ali indicados, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Ao fisco cabe verificar a consistência das Fl. 143DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 14 5 informações prestadas pelo contribuinte na Declaração de Compensação, em especial quanto ao crédito por ele alegado, posto que somente créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública podem ser compensados, conforme reza o artigo 170 do CTN. As informações prestadas no PER/DCOMP, portanto, situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, a quem cabe demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. No caso concreto, o crédito alegado é de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. No Despacho Decisório, consta que o somatório das parcelas de composição do crédito informado na DIPJ é de R$ 57.839.042,52, e que a CSLL devida é R$ 53.834.662,78, do que decorreria, por subtração, o referido saldo negativo. Ocorre que, consoante o mesmo Despacho Decisório, das parcelas de composição do crédito, somente foi confirmado o montante de R$ 40.326.979,41, a título de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Por outro lado, nenhum dos valores informados a título de retenção de fonte, no total de R$ 4.036.159,13, foi confirmado. Em lugar de demonstrar, com provas consistentes, que efetivamente recolhera ou compensara estimativas em valor superior aos R$ 40.326.979,41 informado no Despacho, ou que efetivamente sofrera as retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, a defesa inicial do contribuinte apresentouse completamente desconexa dos fatos em litígio, posto que limitouse a apontar incorreções no preenchimento de várias DCTF relativas a trimestres do ano de 2004, enquanto o crédito em litígio é do ano calendário de 2003. Mesmo após ter tomado conhecimento, por meio do acórdão ora recorrido, de tais impropriedades, em sede recursal torna a recorrente a não apresentar um único documento comprobatório de seu pretenso crédito, e almeja repassar à administração tributária a responsabilidade por identificar as retenções alegadamente por ela sofridas, sob códigos distintos daqueles por ela apresentados no PER/DCOMP, o que se revela uma total impropriedade ante o ônus da prova que lhe compete. A simples alegação de impossibilidade técnica do sistema contábil utilizado na época para indicar o correto código de arrecadação sob o qual se fez a retenção tampouco pode ser acatada, posto que desacompanhada de qualquer prova de sua efetiva existência, além do que soa desarrazoada, ante o porte da empresa de que aqui se trata. Por fim, de se destacar também que, além da não comprovação da retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, tampouco houve qualquer contestação por parte da recorrente quanto ao fato de somente terem sido confirmadas estimativas pagas ou compensadas no montante de R$ 40.326.979,41, de sorte que, ainda que porventura viessem a ser comprovadas as referidas retenções, o somatório das parcelas de composição do crédito seria insuficiente para produzir saldo negativo, ante o valor da CSLL informada como devida na DIPJ. Assim, em face da inexistência do direito creditório alegado, a decorrência legalmente prevista é a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 15 6 Quanto ao pedido de cancelamento da cobrança do DARF afeto à PER/DCOMP cujo cancelamento a DRJ reconhecera devido, observo que tal providência deve ser demandada junto à própria unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, sendo matéria alheia ao presente litígio. Da mesma forma, não faz parte do presente litígio qualquer reconhecimento quanto à regularidade ou irregularidade fiscal da empresa mencionada pela recorrente, assim não há por que esta Turma julgadora pronunciarse a respeito. Pelo exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 145DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA
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