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Numero do processo: 19515.000528/2008-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Exercício: 2006
Ementa
RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA.
É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decreto-lei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade.
Numero da decisão: 3402-003.306
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário por ser intempestivo. Esteve presente ao julgamento o Dr. Celso Alves Feitosa, OAB/SP nº 26.464.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, , Jorge Lock Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: Relator Diego Diniz Ribeiro
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INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decretolei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso voluntário por ser intempestivo. Esteve presente ao julgamento o Dr. Celso Alves Feitosa, OAB/SP nº 26.464. Antonio Carlos Atulim Presidente. Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, , Jorge Lock Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 05 28 /2 00 8- 72 Fl. 648DF CARF MF 2 1. Trata o presente processo de Auto de Infração de Multa Isolada no percentual de 75%, prevista no art. 18 da lei n. 10.833/2003, por compensações no valor total de R$ 3.681.000,00, bem como de Cofins do P.A. 12/2003 (fls. 139/143), por falta de declaração e recolhimento, no valor de R$ 721.846,18, incluindo a multa de 75% (setenta e cinco por cento). 2. Uma vez notificado da referida autuação, a Recorrente apresentou a impugnação de fls. 155/171, a qual foi julgada improcedente pela DRJBelo Horizonte (acórdão n. 0250.865 fls. 303/307) nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Exercício: 2006 MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA EFETUADA EM DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SUJEITO PASSIVO. É devida multa isolada por compensação indevida efetuada por sujeito passivo de débitos com créditos de natureza não tributária. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. FALTA DE PROVAS. Na ausência da apresentação de provas pela impugnante, mantémse o lançamento de ofício das diferenças apuradas entre os valores de débitos informados em Dcomp não admitida e os informados em DCTF. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 3. Devidamente intimado, o contribuinte interpôs o Recurso Voluntário de fls. 357/388, oportunidade em que alegou, em suma: (i) ausência da tipificação da conduta; (ii) a incerteza do lançamento, o seu caráter confiscatório e o enriquecimento sem causa do erário público; e (iii) da insubsistência do lançamento da COFINS. 4. Uma vez pautado para julgamento, a então Relatora do caso, Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro, propôs a diligência externada na Resolução n. 3101000.399 (fls. 428/432), a qual foi, por unanimidade, acolhida pela então turma julgadora. Referida Resolução assim determinou: (...). Que traga aos autos esclarecimentos sobre os processos nº 10880.720887/200645 e nº 10980.011651/200696 e seus reflexos sobre o presente processo. Fl. 649DF CARF MF Processo nº 19515.000528/200872 Acórdão n.º 3402003.306 S3C4T2 Fl. 932 3 Também, esclarecimentos sobre o débito de COFINS, do mês de dezembro/2003, afirmado pela Recorrente de que já se encontrava inscrito desde 21/07/2006, conforme consta da CDA nº 80 6 06 15664200, tendo por origem o PAF 10880593157/200665, compondo, inclusive, a Execução Fiscal nº 200761820285932, que foi distribuída em 17/07/2007, cujo feito sequer foi mencionado pela decisão aqui atacada. Esclarecimentos sobre a inclusão desse débito do COFINS de 12/2003 em parcelamento e se esses pagamentos estão ativos ou já liquidados. Realizada as diligências propostas, da sua conclusão deve ser dado ciência a Recorrente para que se desejar faça sua manifestação final, para depois retorne o processo para esse Conselho – CARF que em conjunto com as demais questões seja proferido o seu julgamento. 5. Em resposta a tal Resolução, assim se manifestou a unidade preparadora as fls. 442/443, in verbis: Processo 10880.720887/200645 Despacho Decisório Derat/São Paulo (fls. 09/12) declarou as Dcomp transmitidas em 2004 foram consideradas “não admitidas” e as demais Dcomp, entregues em 2005, foram consideradas “não declaradas.” (doc. 01). Contribuinte foi intimado da decisão (Intimação 3656/2006), com ciência 18/09/2006 (doc. 02) Em 09/10/2006 apresentou Impugnação a Intimação (doc. 03). Em 11/03/2010, despacho recebendo a manifestação do contribuinte como recurso hierárquico intempestivo, segundo art. 59 da lei 9784/1999. (doc. 04). Consta ainda requerimento de desistência do contribuinte (doc. 05). Processo 10980.011651/200696 Débito inscrito. Inscrição 802071275543. Conforma despacho DERAT de 21/12/2012, que se manifestou sobre o pedido de Revisão de Débitos inscritos em DAU, (doc. 06). Débito COFINS 12/2003 O débito Cofins de 12/2003 inscrito pela CDA nº 8060615664200 diz respeito ao débito declarado e não recolhido. Já o débito constante no presente processo da Cofins 12/2003 é relativo ao lançamento de ofício de tributo não declarado em DCTF. Conforme Termo de Constatação (doc. 07). Quanto a situação atual do débito inscrito sob o número de inscrição 8060615664200 encontrase na situação EXTINTA Fl. 650DF CARF MF 4 POR PAGAMENTO COM AJUIZAMENTO A SER CANCELADO (doc. 08). (...). 6. Uma vez intimado do resultado de diligência o contribuinte apresentou a manifestação de fls. 496/510. 7. Com o término do mandato da então Relatora, o presente caso foi objeto de redistribuição eletrônica neste Tribunal, cabendo a mim o mister de relatálo. 8. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 9. O Recurso voluntário é intempestivo, o que impede o seu conhecimento. 10. Como é sabido, o prazo para interposição de Recurso Voluntário no âmbito do processo administrativo federal é de 30 (trinta) dias, conforme prevê o art. 33, caput do Decretolei n. 70.235/72. 11. Não obstante, segundo o disposto no art. 5o. do sobredito Decretolei, os prazos no processo administrativo federal são contínuos e deverão ser contados excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Este também é o teor do art. 66 da lei n. 9.784/991. 12. Pois bem. No presente caso o Recorrente foi cientificado via postal da decisão guerreada, sendo o correspondente aviso de recebimento recebido em 23 (vinte e três) de janeiro de 2014 (quintafeira) (fl. 314). Logo, levando em consideração as disposições legais acima mencionadas, o termo inicial para a contagem do prazo recursal ocorreu em 24 (vinte e quatro) de janeiro de 2014 (sextafeira), vencendo, por sua vez, no dia 22 (vinte e dois) de fevereiro de 2014 (sábado). Por não se tratar de dia útil, referido prazo ficou prorrogado para a data útil subsequente23., i.e., 24 (vinte e quatro) de fevereiro de 2014 (segundafeira). Acontece que o recurso em apreço só foi interposto em 25 (vinte e cinco) de fevereiro de 2014 (fl. 357), ou seja, quando já transcorrido o prazo legal. 13. Patente está, portanto, a intempestividade do Recurso Voluntário em análise. Dispositivo 1 "Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindose da contagem o dia do começo e incluindose o do vencimento." 2 Decreto lei n. 70.235/72 "Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato." 3 Lei n. 9.784/99 "Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindose da contagem o dia do começo e incluindose o do vencimento. § 1o Considerase prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal." Fl. 651DF CARF MF Processo nº 19515.000528/200872 Acórdão n.º 3402003.306 S3C4T2 Fl. 933 5 14. Diante do exposto, deixo de conhecer o Recurso Voluntário interposto haja vista a sua intempestividade. 15. É como voto. Diego Diniz Ribeiro Relator Fl. 652DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007621/2003-32
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/1998 a 30/11/1998
TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ.
Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4º do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.
Numero da decisão: 9303-003.847
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso especial. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Maria Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Rodrigo da Costa Pôssas - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos (Substituto convocado), Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/1998 a 30/11/1998 TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4º do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.
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ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62 DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4º do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso especial. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Maria Cecconello e Maria Teresa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 76 21 /2 00 3- 32 Fl. 441DF CARF MF 2 Martínez López, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Tatiana Midori Migiyama Relatora Rodrigo da Costa Pôssas Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos (Substituto convocado), Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratamse de Recursos Especial apresentado pela Fazenda Nacional e pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 340200.503, da 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso para reconhecer a decadência até 1.6.98, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN. O Colegiado dessa turma considerou que no presente caso aplicarseia o disposto no art. 150, § 4º do CTN, para fins de contagem decadencial, sendo publicado acórdão com a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/1998 a 30/11/1998 PIS. DECADÊNCIA. RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR. CTN, ART. 150, § 40. PREVALÊNCIA. LEI Nº 8.212/91. INAPLICABILIDADE. SÚMULA VINCULANTE DO STF N° 8/08. As contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm natureza tributária e estão submetidas ao princípio da reserva de lei complementar (art. 146, III, b, da CF/88), cuja competência abrange as matérias de prescrição e decadência tributárias, Fl. 442DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 442 3 compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos, em razão do que os EE. STF e STJ expressamente reconheceram que padece de inconstitucionalidade formal o art. 45 da Lei 8.212/91, que fixou em dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais, em desacordo com o disposto na lei complementar. DECADÊNCIA. CTN. ARTS. ARTIGOS 150, § 4º E 173. APLICAÇÃO EXCLUDENTE. As normas dos arts. 150, § 4° e 173 do CTN não são de aplicação cumulativa ou concorrente, mas antes são reciprocamente excludentes, tendo em vista a diversidade dos pressupostos da respectiva aplicação: o art. 150, § 4° aplicase exclusivamente aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa; o art. 173, ao revés, \a plicase tributos em que o lançamento, em princípio, antecede o pagamento. AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. PIS. COMPROVAÇÃO PARCIAL DOS RECOLHIMENTOS. CANCELAMENTO PARCIAL DAS EXIGÊNCIAS FISCAIS. Uma vez comprovado parcialmente que a falta de recolhimento do tributo acusada não se deu nos termos invocados no lançamento, cancelase parcialmente o auto de infração. Recurso Provido em Parte.” Não obstante a decisão acordada pelo Colegiado, importante trazer parte do voto do relator, que contempla a particularidade do caso concreto (Grifos meus): “Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça, Relator 0 Recurso Voluntário reúne as condições de admissibilidade e merece provimento. Preliminarmente, entendo que a r. decisão recorrida merece reforma, eis que verifico a ocorrência da decadência em relação ao período de 01/03/98 a 01/06/98 (fls. 36), nos termos do art. 150, § 4° do CTN, com a conseqüente extinção do crédito tributário dela decorrente nos termos do art. 156, inc. V do CTN, e que, como ensina Luciano Amaro, analisando os institutos da decadência e da prescrição, "enquanto a Fl. 443DF CARF MF 4 prescrição pode ser objeto de renúncia, a decadência, quando prevista em lei, é irrenunciável e deve ser reconhecida de oficio pelo juiz." (cf. in Direito Tributário Brasileiro, 12ª. Ed. Saraiva, 2006, pág. 401). De fato, solidamente apoiado no princípio constitucional da reserva da lei complementar, o E. STJ recentemente proclamou que "as contribuições sociais, inclusive as destinadas a financiar a seguridade social (CF, art. 195), têm, no regime da Constituição de 1988, natureza tributária" e, "por isso mesmo, aplicase também a elas o disposto no art. 146, III, b, da Constituição, segundo o qual cabe à lei complementar dispor sobre normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias, compreendida nessa cláusula inclusive a fixação dos respectivos prazos", razões pelas quais aquela E. Corte Superior de Justiça expressamente reconheceu que "padece de inconstitucionalidade formal o artigo 45 da Lei 8.212, de 1991, que fixou com dez anos o prazo de decadência para o lançamento das contribuições sociais devidas A. Previdência Social" (cf. Ac. da lª Turma do STJ no AgRg no REsp n° 616.348MG, Reg. n° 2003/02290040, em sessão de 14/12/04, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, publ. in DJU de 14/02/05 p. 144 e in RDDT vol. 115 p. 164), diferentemente do prazo de quinquenal estabelecido na lei complementar (CTN, arts. 150, § 4 0 e 173). No mesmo sentido, reiterando a inconstitucionalidade do referido art. 45 da Lei n° 8.212/91, a Suprema Corte tem reiteradamente rejeitado a admissão dos RREE relativos A matéria, como se j:iode ver dentre inúmeros (RE n° 552.757, Rel. Min. Carlos Britto, DJU de 07/08/07; RE n° 548.785, Rel. Min. Eros Grau, DJU de 15/08/07; RE n° 534.856, Rel. Min. Eros Grau, DJU de 22/03/07) do r. despacho exarado no RE n° RE 540.704, Rel. Min. Marco Aurélio, publ. no DJU de 08/08/07, sob a seguinte e elucidativa ementa: "CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PRAZO PRESCRICIONAL — REGÊNCIA ARTIGO 46 DA LEI N" 8.212/91 —DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELA CORTE DE ORIGEM — HARMONIA COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL — PRECEDENTES RECURSO EXTRAORDINÁRIO — NEGATIVA DE SEGUIMENTO." (cf. RDDT vol. 145/189190) Analisando os efeitos reflexos da declaração de inconstitucionalidade sobre os lançamentos fiscais, o E. STJ recentemente Fl. 444DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 443 5 esclareceu que "a inconstitucionalidade é vicio que acarreta a nulidade ex tunc do ato normativo, que, por isso mesmo, já não pode ser considerado para qualquer efeito" e, "embora tomada em controle difuso, a decisão do STF tem natural vocação expansiva, com eficácia imediatamente vinculante para os demais tribunais, inclusive para o STJ (CPC, art. 481, § único), e com a força de inibir a execução de sentenças judiciais contrárias (CPC, art. 741, § único; art. 475L, § 1 0, redação da Lei 11.232/05). (...)". (cf. Ac. da P Turma do STJ no RESP n° 828.106SP, Reg. n° 200600690920, em sessão de 02/05/06, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, publ. in DJU de 15/05/06, pág. 186) Consubstanciando atividade essencialmente realizadora do Direito, inteiramente vinculada e subordinada ao princípio da legalidade do tributo (art. 150, inc. I da CF/88; arts. 97 e 142 do CTN), a atividade administrativa do lançamento tributário necessariamente fid de conformarse com a Constituição e com a interpretação que lhe emprestam a Suprema Corte e o E. STJ, só podendo se efetivar nas condições e sob os pressupostos estipulados em lei válida, donde decorre que ante a formal declaração de inconstitucionalidade ou invalidade da lei pela Suprema Corte, deslegitimamse todos os lançamentos nela fundados. Na mesma ordem de ideias, já na interpretação dos dispositivos da lei complementar prevalente, aquela mesma E. Corte Superior de Justiça recentemente esclareceu que "as normas dos artigos 150, § 4 0 e 173" do CTN "não são de aplicação cumulativa ou concorrente, antes são reciprocamente excludentes, tendo em vista a diversidade dos pressupostos da respectiva aplicação: o art. 150, § 4° aplicase exclusivamente aos tributos 'cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa'; o art. 173, ao revés, aplicase tributos em que o lançamento, em princípio, antecede o pagamento". Assim, entende aquela E. Corte que "a aplicação concorrente dos artigos 150, § 4° e 173", a par de ser "juridicamente insustentável" e padecer de invencível "ilogicidade", apresentase como "solução (...) deplorável do ponto de vista dos direitos do cidadão porque mais que duplica o prazo decadencial de cinco anos, arraigado na tradição jurídica Fl. 445DF CARF MF 6 brasileira como o limite tolerável da insegurança jurídica" (cf. Ac. da 2' Turma do STJ no R. Esp. n° 638.962PR, rel. Min. Luiz Fux, publ. no DJU de 01/08/05 e na RDDT 121/238). Acolhendo e conformandose com esses ensinamentos de inegável juridicidade a Jurisprudência desse E. Conselho tem reiteradamente proclamado a inaplicabilidade do art. 45 da Lei 8.2123/91 invocado como fundamento da r. decisão recorrida, em razão do que dispõem as normas da Lei Complementar (art. 150, §4° do CTN), como se pode ver das seguintes e elucidativas ementas: "DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO: (.) a regra a ser seguida na contagem do prazo decadencial é a estabelecida no artigo 150, § 4", do Código Tributário Nacional, que é de 5 (cinco) anos, a contar da data da ocorrência do fato gerador. Da mesma forma, os lançamentos das contribuições sociais que, por se revestirem de natureza tributária, sujeitamse as regras instituídas por lei complementar (CTN), por expressa previsão constitucional (artigos 146, III, "h" e 149 da C.F). Por unanimidade de votos, acolher a preliminar de decadência para dar provimento ao recurso." (Acórdão 17° 10194.394, da 1° Câmara do 1° CC Relator: Raul Pimentel pub'. in DOU 1 28.01.2004, pág. 9 e in "JurisprudênciaIR anexo ao Boi. 10B nº 11/04) "CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – NATUREZA JURÍDICA TRIBUTARIA PRAZO DE DECADÊNCIA DE 10 ANOS PARA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO ART. 45 DA LEI 8.212/91, DIANTE DO ART. 150, § 4' DO CTN. CSLL de 1997. Preliminar decadência CSLL Inaplicabilidade do art. 45 da Lei 8.2123/91 frente às normas dispostas no art. 150, §4° do CTN. A partir da Constituição Federal de 1988, as contribuições sociais voltaram a ter natureza jurídicotributária, aplicandose lhes todos aos princípios tributários previstos na Constituição (art. 146, III, "b"), e no CTN (arts. 150, §4"e 173)." (cf Acórdão n" 10194.602 da I" Câm. do I." CC/MF, publ. no DJ de 28/04/2005 e in RDDT 118/146) "CSLL Decadência Caracterização "CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO DECADÊNCIA – CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ART. 150, § 4" – NÃO APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.212/91. 0 prazo decadencial das contribuições é o previsto no art. 150, do CTN, Fl. 446DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 444 7 pois, em virtude de prescrição constitucional (art. 146, III), tratase de matéria exclusiva de lei complementar, não podendo ser tocada por lei ordinária. No caso, até o exercício de 1996, podese falar em decadência (.). Por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso, vencido o Conselheiro Octávio Campos Fischer (Relator). Designado o Conselheiro Natanael Martins para redigir o voto vencedor." (cf. Acórdão nº 107 07049, da 7° Cam. Do 1° CC, Rel. Cons. Natanael Martins; publ. DOU 1 de 10/12/03, pág. 38 e in "JurisprudênciaIR anexo ao Boi. JOB n° 1/04) CPMF. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo à CPMF decai em cinco anos contados da data da ocorrência do fato gerador. Recurso não conhecido em parte, por opção pela via judicial e na parte conhecida provido em parte. (cf ACÓRDÃO 20310412 da 3º Câm do 2° CC, Rec. nº 129448, Proc. nº 16327.001090/2004 45,em sessão de 13/09/2005, Rel. Cons. Silvia de Brito Oliveira, publ. in D.O.U. de 12/03/2007, Seção I, pág. 45) No mesmo sentido, reiterando a inconstitucionalidade do referido art. 45 da Lei n° 8.212/91, o STF recentemente editou a Sumula Vinculante n° 8 relativa à matéria, como se pode ver da seguinte ementa: "Súmula Vinculante n°8 "São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5' do DecretoLei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n" 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário." (cf. Decisão de Sessão Plenária do STF de 12/06/2008, publ in DJU nº 112/2008, de 20/06/2008, p.1). Notese que a Súmula Vinculante no 8 do STF, tendo por objeto a interpretação e eficácia de normas determinadas, acerca das quais há controvérsia atual entre órgãos judiciários e a administração pública que acarreta grave insegurança e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica, tem efeito vinculante em relação à administração pública federal direta e indireta a partir de sua publicação na imprensa, nos expressos termos no art. 103A da Constituição (redação dada pela EC n° 45/04). Fl. 447DF CARF MF 8 Isto posto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reformando parcialmente a r. decisão da DRJ de Curitiba PR, para proclamar a decadência e a extinção do direito de constituir o crédito tributário em relação as operações ocorridas no período de 01/03/98 a 01/06/98 (fls. 36), nos expressos termos dos arts. 150, § 40 e 156, inc. V do CTN e, no mérito, manter a r. decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos fundamentos.” Irresignada, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, requerendo a reforma parcial do acórdão recorrido, a fim de que a decadência na espécie seja contada na forma prevista no art. 173, inciso I, e não no art. 150, § 4º, ambos do CTN. O apelo fazendário foi admitido nos termos do despacho nº 34001142 de fls. 399. O sujeito passivo tomou conhecimento, entre outros, do teor do Recurso Especial e Despacho de Admissibilidade, apresentando Recurso Especial ao acórdão nº 340200.503, requerendo a reforma da decisão recorrida, a fim de que seja reconhecida que a base de cálculo do PIS, nos termos do LC nº 7/70, corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. Não obstante, conforme despacho de fls. 438/439, foi negado seguimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, por inexistência de prequestionamento e/ou divergência interpretativa a justificar a manifestação da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Continuando, em Despacho de nº 340000.275R de Reexame de Admissibilidade, o nobre Presidente Substituto da Câmara Superior de Recursos concluiu que não há qualquer reparo a ser feito no despacho examinado, porquanto, de fato, faltam requisitos de admissibilidade ao recurso especial ora aviado, quais sejam, a existência de interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, Turma de Câmara, Turma Especial ou a própria CSRF, em relação ao acórdão recorrido, bem assim, que a questão objeto do recurso especial tenha sido examinada e decidida de maneira pontual no aresto recorrido, ex vi do art. 67, caput e § 3° do RICARF. Fl. 448DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 445 9 O que, por conseguinte, decidiu por manter na íntegra o despacho do Presidente da Câmara que negou seguimento ao recurso especial, acentuando que esta decisão é irrecorrível, nos termos do art. 71, § 3 0 do regimento interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Tatiana Midori Migiyama. Considerando que foi negado seguimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo, é de se considerar para a análise da admissibilidade somente o recurso interposto pela Fazenda Nacional. Depreendendose da análise do Recurso interposto pela Fazenda Nacional, é de se conhecêlo, considerando ser tempestivo e por atender aos demais requisitos de admissibilidade, eis que a divergência apontada foi descrita adequadamente no Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Do confronto entre o Acórdão recorrido e o paradigma CSRF/02 02.288, verificase que restou efetivamente comprovada e demonstrada a divergência de entendimento quanto à questão da regra de contagem do prazo de decadência quando não houve o pagamento antecipado do tributo, pois, enquanto o Acórdão recorrido aplicou a regra do art. 150, § 42 do CTN para reconhecer a decadência em relação aos fatos geradores em relação aos quais não houve pagamento antecipado do tributo, o acórdão paradigma, em situação fática semelhante, aplicou a regra prevista no art. 173, I, do CTN Passadas tais considerações, no que tange à decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário, vêse, primeiramente, ser importante trazer que o tema abrangente do prazo – se aplicável os dez anos ou cinco anos, à época, foi amplamente debatido no CARF. Não obstante, em virtude da Súmula Fl. 449DF CARF MF 10 Vinculante nº 08 do STF, houve clarificação dessa questão, ao afastar o art. 45 da Lei 8.212/1991. Restando, portanto, a priori, analisar se o termo inicial dos 5 anos previstos no CTN considera a da data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, § 4º ou o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado, nos termos do art. 173, inciso I. Quanto ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, temse que tal matéria encontrase pacificada com o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.733SC, apreciado na sistemática de recursos repetitivos: “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: I Em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN); I Nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN); b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). É de se trazer ainda que, por conta dessa decisão, foi emitida Súmula STJ 555 – que traz o seguinte enunciado: Fl. 450DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 446 11 “Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.” Vêse, então, que essa discussão não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. Destarte, se o STJ decidiu que o pagamento antecipado ou declaração de débito são relevantes para caracterizar o lançamento por homologação, importante discorrer se no presente caso ocorreu efetivamente o pagamento ou a declaração do tributo em discussão. Sendo assim, depreendendose da análise dos autos, é de se verificar que os fatos geradores da presente autuação cingemse aos períodos de apuração de março a novembro de 1998 (primeiro ao quarto trimestres de 1998) e que a ciência pelo sujeito passivo aconteceu em 27/07/2003 (fl. 223). No caso concreto, temse que o auto de infração advém de auditoria interna das DCTFs originais do primeiro ao quarto trimestre de 1998 (fl. 26), que foram preenchidas e apresentadas pela contribuinte, e em relação aos quais foram identificadas a falta de recolhimento da contribuição e a declaração inexata, circunstâncias descritas 6. fl. 27, com a correspondente indicação dos dispositivos legais que, assim, restaram infringidos. O que resta claro, a meu ver, que deverseia já aplicar o art. 150, § 4º, do CTN para se definir o termo inicial do prazo decadencial. Eis houve declaração dos débitos assim questionados, independentemente de haver ou não pagamento. Fl. 451DF CARF MF 12 Não obstante ao meu entendimento, caso o entendimento predominante do Colegiado for pela aplicação do art. 150, § 4º, do CTN apenas se houver comprovação do pagamento para o período ora em discussão, é de se destacar que, depreendendose dos Demonstrativos acostados aos autos, em especial os de fls. 32 e 33, inexiste no caso a antecipação de pagamento do tributo devido nos períodos de apuração considerados decaídos pela decisão atacada. Nesse sentido, considerando que houve declaração dos débitos, é mister concluir pela manutenção da decisão do acórdão recorrido – aplicandose a regra prevista no art. 150, § 4º, do CTN. Em vista de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda. É como voto. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 452DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 447 13 Voto Vencedor Rodrigo da Costa Pôssas Redator Designado Ouso discordar da ilustre relatora, no presente caso. Cabe salientar que a declaração não é um fato suficiente para deslocar a contagem do prazo decadencial do art. 173, I, para o art. 150, § 4º do CTN. Pela análise dos autos, verificase os fatos geradores da presente autuação cingemse aos períodos de apuração de março a novembro de 1998 (primeiro ao quarto trimestres de 1998) e que a ciência pelo sujeito passivo aconteceu em 27/07/2003 (fl. 223). No caso concreto, temse que o auto de infração advém de auditoria interna das DCTFs originais do primeiro ao quarto trimestre de 1998 (fl. 26), que foram preenchidas e apresentadas pela contribuinte, e em relação aos quais foram identificadas a falta de recolhimento da contribuição e a declaração inexata, circunstâncias descritas 6. fl. 27, com a correspondente indicação dos dispositivos legais que, assim, restaram infringidos. A PGFN recorre e pede a aplicação do art. 173, I do CTN, ante a inexistência de pagamentos. A relatora considerou que bastava a declaração para se considerar o termos inicial do prazo decandencial o constante no art. 150, §4º do CTN. O CTN preceitua duas formas para se contar o prazo decadencial, na primeira delas o termo de início deve coincidir com data de ocorrência do fato gerador, quando o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento, e, na segunda, o termo inicial é o 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, quando não tiver havido antecipação de pagamento ou ainda houver sido verificada a existência de dolo, fraude ou simulação, por parte do sujeito passivo. Nesse caso, não há que se falar em pagamento ou não. Com relação ao mérito, especificamente quanto ao prazo decadencial para lançamento dos créditos tributários nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação, é de se destacar que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça já se posicionou quanto à matéria na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 453DF CARF MF 14 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Fl. 454DF CARF MF Processo nº 10980.007621/200332 Acórdão n.º 9303003.847 CSRFT3 Fl. 448 15 (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) (grifos e destaques nossos) Com isso, restou consolidado no âmbito do Egrégio Superior Tribunal o entendimento de que, nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação e não há pagamento, o termo inicial do prazo decadencial é o previsto no inciso I do artigo 173 do CTN, e não no § 4º do artigo 150 do mesmo Código. A aplicação do artigo 62A do antigo RICARF, atualmente § 2º do art. 62 do RICARF1, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, implica na adoção da referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça não apenas pela CSRF, mas também por todas as turmas de julgamento do CARF Assim, não havendo pagamento, nos termos da jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, aplicase ao presente caso o disposto no inciso I do artigo 173 do Código Tributário Nacional. No presente caso, verificase os fatos geradores da presente autuação cingem se aos períodos de apuração de março a novembro de 1998, e que a ciência pelo sujeito passivo aconteceu em 27/07/2003 (fl. 223). Assim, não há não há que se falar em decadência do direito de a autoridade tributária efetuar o lançamento em nenhum período objeto do presente processo. Pelo exposto, dou provimento ao recurso interposto pela PGFN. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas 1 Art. 62 (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 455DF CARF MF 16 Fl. 456DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15504.722978/2015-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
DEDUÇÕES. ADMISSIBILIDADE.
São admissíveis as deduções incluídas em Declaração de Ajuste Anual quando comprovadas as exigências legais para a dedutibilidade, com documentação hábil e idônea.
ÔNUS DA PROVA. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. PROCEDÊNCIA PARCIAL.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Tendo a contribuinte apresentado documentação comprobatória parcial de seu direito, deve ser afastada parcialmente a glosa.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2202-003.531
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 5.360,00.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Rosemary Figueiroa Augusto e Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado).
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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ADMISSIBILIDADE. São admissíveis as deduções incluídas em Declaração de Ajuste Anual quando comprovadas as exigências legais para a dedutibilidade, com documentação hábil e idônea. ÔNUS DA PROVA. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. PROCEDÊNCIA PARCIAL. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Tendo a contribuinte apresentado documentação comprobatória parcial de seu direito, deve ser afastada parcialmente a glosa. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 5.360,00. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 50 4. 72 29 78 /2 01 5- 17 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 94 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Rosemary Figueiroa Augusto e Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 15504.722978/201517, em face do acórdão nº 0369.067, julgado pela 3ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DRJ/BSB) no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar procedente em parte a impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de origem, que assim os relatou: Para o sujeito passivo em epígrafe foi emitida Notificação de Lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Física – IRPF (fls. 0509), referente ao exercício 2013, anocalendário 2012, por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Após a revisão da Declaração, foi apurado saldo de imposto a pagar de R$3.784,80, mais multa de ofício e juros de mora. O lançamento acima foi decorrente da seguinte infração: Dedução Indevida de Despesas Médicas. Glosa de R$13.762,90, por falta de comprovação. Enquadramento legal consta da Notificação de Lançamento supracitada. A contribuinte apresenta impugnação (fl. 02), na qual, em síntese, expõe os motivos de fato e de direito que se seguem: O valor referese ao pagamento das despesas médicas próprias, à exceção da realizada com Eduardo Rodarte Queiroz, no valor de 250,00. A DRJ de origem entendeu pela procedência em parte da impugnação apresentada pelo contribuinte, para restabelecer, a título de despesas médicas, o valor de R$5.964,90, bem como para manter a infração restante apurada, resultando em saldo de imposto a pagar de R$2.144,45, mais multa de ofício de 75% e juros de mora. Deste modo, entendeu a DRJ de origem, conforme voto do ilustre relator, cujo teor está parcialmente abaixo transcrito, que: A impugnante sustenta que faz jus à dedução, pois o valor refere se ao pagamento das despesas médicas próprias, à exceção da realizada com Eduardo Rodarte Queiroz, no valor de 250,00, que diz respeito a Priscila de Almeida Aguiar, sua dependente e Fl. 94DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 95 3 incapaz física ou mentalmente para o trabalho, conforme Laudo expedido por junta médica. Compulsando os autos (fls. 1039), verificase que há ateste de apenas parte das despesas médicas declaradas. Senão vejamos. Não são dedutíveis, por falta de amparo legal, despesas realizadas com academias. No caso em concreto, com a Fisiodinâmica Academia Esportiva Ltda (fls. 22, 2428). Nos documentos apresentados, cabe destacar, apesar de indicação de sessões de fisioterapia, não há qualquer informação de atendimento por profissional habilitado e de seu respectivo registro no órgão de classe. Mantida a glosa deste gasto (R$4.720,00), portanto. Igualmente não há amparo legal para despesas realizadas com Pilates, conforme recibos de fl. 15. No que tange à profissional Dra. Raquel Profeta, comprovou adequadamente tão somente a importância de R$2.920,00 (fls. 3035), a qual será restabelecida, mantendose a glosa restante, R$1.000,00, por falta de comprovação. Em relação ao Instituto Hermes Pardini, no valor de R$290,00 (fl. 14), não há no documento apresentado identificação do pagador da despesa. Mantida a glosa, portanto. Não comprova a impugnante o gasto com a profissional Micheline Tavares de Oliveira, razão pela qual fica mantida a glosa de R$1.788,00. No que tange ao cheque de folha 36, no valor de R$480,00, não é possível identificar o nome da pessoa para a qual foi passado. Por fim, os gastos realizados com todos os profissionais restantes, elencados à folha 06, foram, de forma hábil e idônea, atestados pela ora impugnante. Dessa forma, será restabelecido o valor total de R$5.964,90, que corresponde ao somatória de todas as despesas comprovadas. Mantida a glosa restante, por falta de comprovação na forma da lei. (grifouse) Em razão da procedência em parte da impugnação, a apuração do imposto sofreu os ajustes assim discriminados: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 96 4 Inconformada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário às fls. 77/78, onde reitera o argumento já lançado na impugnação no tocante ao que foi vencida, reiterando os argumentos respectivos. Além disso, apresenta documentos de fls. 83/85, quais sejam: · Declaração do fisioterapeuta Marco Túlio Sandanha dos Anjos, inscrito no Crefito sob o nº 51246F, onde este declara que a contribuinte recebeu tratamento fisioterápico na Fisiodinâmica Academia Esportiva no ano de 2012 (fl. 83); · Cópia de cheque emitido pela contribuinte, em 08/08/2012 em favor de Raquel Profeta, no valor de R$ 240,00 (fl. 84); · Cópia de cheque emitido pela contribuinte, em 02/10/2012 em favor de Raquel Profeta, no valor de R$ 400,00 (fl. 85). É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Primeiramente, quanto aos documentos juntados em anexo ao recurso voluntário, entendo que devem ser recebidos como prova do alegado, por força do princípio da verdade material e formalismo moderado. 1. Despesas com a Fisiodinâmica Academia Esportiva Ltda. A contribuinte apresenta uma despesa no valor de R$ 4.720,00 com sessões de fisioterapia, o qual realizou junto a empresa Fisiodinâmica Academia Esportiva Ltda. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 97 5 A DRJ de origem entendeu que não há amparo legal para dedução de despesas com academias, referindo que "apesar de indicação de sessões de fisioterapia, não há qualquer informação de atendimento por profissional habilitado e de seu respectivo registro no órgão de classe". Em sede de recurso voluntário é apresentado, à fl. 84, a Declaração do fisioterapeuta Marco Túlio Sandanha dos Anjos, inscrito no Crefito sob o nº 51246F, onde este declara que a contribuinte recebeu tratamento fisioterápico na Fisiodinâmica Academia Esportiva no ano de 2012. Deste modo, entendo como dedutíveis as referidos valores. Saliento que muito embora a contribuinte apresente cheques no valor de R$ 4.720,00 repassados à Fisiodinâmica Academia Esportiva Ltda., somente há nos autos 1 (uma) nota fiscal, no valor de R$ 1.120,00, a qual confere com o valor do cheque de fl. 22. Assim, ainda que o valor restante (R$ 3.600,00) não venha acompanhado de documento fiscal, entendo que os cheques de fls. 2428 servem para fins de comprovação das referidas despesas, nos termos do art. 46 da Instrução Normativa SRF nº 15, de 2001, que assim dispõe: Art. 46. A dedução a título de despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, a comprovação ser feita com a indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. (grifouse) Portanto, deve ser afastada a glosa consubstanciada na notificação de lançamento no valor de R$ 4.720,00, referente a despesas médicas com a empresa Fisiodinâmica Academia Esportiva Ltda. 2. Despesas com pilates Quanto as despesas com Pilates, entendeu a DRJ de origem que não há amparo legal para despesas realizadas com Pilates, cuja comprovação de pagamento se deu pelos recibos de fl. 15. Entendo que as despesas com pilates, quando estas executadas por fisioterapeuta devidamente inscrito em conselho profissional, podem ser dedutíveis de imposto de renda, devendo, porém que o recibo prestado pelo profissional atenda aos requisitos previstos na legislação. De acordo com o ar. 46 da Instrução Normativa SRF nº 15, de 2001, "a dedução a título de despesas médicas é condicionada a que os pagamentos sejam especificados e comprovados com documentos originais que indiquem nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, a comprovação ser feita com a indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento". Salientase que a DRJ também considerou que "não comprova a impugnante o gasto com a profissional Micheline Tavares de Oliveira, razão pela qual fica mantida a Fl. 97DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 98 6 glosa de R$1.788,00", sendo o CPF de Michele o mesmo que consta nos recibos de fl. 15, referente ao Pilates. Todavia, os valores são discrepantes. Portanto, em razão dos recibos de fl. 15 não atenderem aos requisitos necessários, mantémse a referida glosa. 3. Despesas com a profissional Raquel Profeta Quanto a estas despesas médicas, assim compreendeu a DRJ de origem: "No que tange à profissional Dra. Raquel Profeta, comprovou adequadamente tão somente a importância de R$2.920,00 (fls. 3035), a qual será restabelecida, mantendose a glosa restante, R$1.000,00, por falta de comprovação." Em recurso voluntário, foram apresentados novos documentos, quais sejam: cópia de dois cheques emitidos pela contribuinte em favor de Raquel Profeta, sendo um, em 08/08/2012, no valor de R$ 240,00 (fl. 84) e o outro em 02/10/2012, no valor de R$ 400,00 (fl. 85). Portanto, além dos R$ 2.920,00 já reconhecidos como comprovados pela primeira instância julgadora, entendo como comprovado também o valor de R$ 640,00, o qual deverá ser restabelecido, mantendose, todavia, a glosa restante, no valor de R$ 360,00, por falta de comprovação. 4. Despesas com o Instituto Hermes Pardini Conforme bem decidiu a DRJ de origem, em relação ao Instituto Hermes Pardini, no valor de R$290,00 (fl. 14), não há nos autos documento apresentado identificação do pagador da despesa. Mantida a glosa, portanto. 5. Cheque de folha 36, no valor de R$480,00 Entendeu a DRJ de origem, no que tange ao cheque de folha 36, no valor de R$480,00, não é possível identificar o nome da pessoa para a qual foi passado. Na análise dos autos, verifiquei não ser o referido valor compatível com a relação de despesas glosadas (fl. 06) ou, ainda, com as valores impugnados em impugnação e recurso voluntário. Em razão disso, o referido cheque não comprova nenhuma das despesas médicas glosadas. 6. Demais despesas Em relação as demais despesas, a DRJ de origem já afastou a glosa, consoante se verifica pela voto do relator: Por fim, os gastos realizados com todos os profissionais restantes, elencados à folha 06, foram, de forma hábil e idônea, atestados pela ora impugnante. Dessa forma, será restabelecido o valor total de R$5.964,90, que corresponde ao somatória de todas as despesas comprovadas. Mantida a glosa restante, por falta de comprovação na forma da Fl. 98DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 15504.722978/201517 Acórdão n.º 2202003.531 S2C2T2 Fl. 99 7 Em razão disso, deixo de analisar as demais deduções glosadas, pois embora constem no recurso voluntário, já foram estas afastadas pela DRJ de origem 7. Conclusão. Ante o exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, afastandose a glosa no valor de R$ 5.360,00, em relação a dedução de despesas médicas. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Fl. 99DF CARF MF Impresso em 13/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA
score : 1.0
Numero do processo: 13839.002790/2007-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 13/08/2007
AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA QUINQUENAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ART. 173, I DO CTN.
Em se tratando de Auto de Infração de Obrigação Acessória, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN.
Numero da decisão: 9202-004.444
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial para aplicar a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindo o valor da multa ao estabelecido no art. 32-A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência, vencidos os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora) e Heitor de Souza Lima Junior, que lhe deram provimento integral. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Redatora Designada
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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DE PRECISÃO LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 13/08/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA QUINQUENAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ART. 173, I DO CTN. Em se tratando de Auto de Infração de Obrigação Acessória, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 27 90 /2 00 7- 31 Fl. 877DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial para aplicar a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindo o valor da multa ao estabelecido no art. 32A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência, vencidos os conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora) e Heitor de Souza Lima Junior, que lhe deram provimento integral. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Fl. 878DF CARF MF Processo nº 13839.002790/200731 Acórdão n.º 9202004.444 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de auto de infração, DEBCAD: 37.092.5505, lavrado contra o contribuinte identificado acima, em decorrência do descumprimento da obrigação acessória de Fundamento Legal 68 (apresentar GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias). Conforme informações contidas no relatório fiscal, fls. 13 e seguintes, o crédito tributário lançado decorre da constatação da empresa autuada ter apresentado, na rede bancária, nos períodos de janeiro a junho e setembro e outubro de 1999; fevereiro, julho, agosto, outubro e novembro de 2000; janeiro e julho de 2001 e janeiro de 2002, suas Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP com omissão de dados relacionados a fatos geradores de contribuições previdenciárias, o que caracteriza a infração descrita no §5º do art. 32 da Lei nº 8.212/91. A autuada apresentou impugnação, fls. 22, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP julgado o lançamento procedente. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, fls. 76, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. No Acórdão de Recurso Voluntário, o Colegiado, por maioria de votos, acatou a preliminar de decadência total com base nos critérios estabelecidos no art. 150, §4º do CTN. Portanto, em sessão plenária de 09/09/2014, deuse parcial provimento ao recurso, prolatandose o Acórdão nº 2403000.555, fls. 821, assim ementado: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/10/1999 a 30/01/2002 PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA.. Ocorre a decadência com a extinção do direito pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado. As edições da Súmula Vinculante n° 8 exarada pelo Supremo Tribunal Federal STF e da Lei Complementar n° 128 de dezembro de 2008, artigo 13, I , “a ” determinaram que são inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Recurso Voluntário Provido.” ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em acatar a preliminar de decadência total com base nos critérios estabelecidos no Art. 150, § 4º, CTN. O Conselheiro Carlos Fl. 879DF CARF MF 4 Alberto Mees Stringari votou pelas conclusões. Vencido o conselheiro. Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro que votou pela aplicação do art. 173, I do CTN. O processo foi encaminhado, para ciência da Fazenda Nacional, em 01/10/2012 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 17/10/2012, o Recurso Especial. Em seu recurso visa a reforma do acórdão recorrido a fim de afastar a decadência declarada. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho nº 2400 690, da 4ª Câmara, de 23/10/2012. O recorrente traz como alegações, que: · o acórdão recorrido deve ser reformado, visto que diverge da jurisprudência consolidada no âmbito desse Conselho, notadamente no que tange à aplicabilidade do art. 173, I, do CTN, nas hipóteses em que, embora o tributo esteja sujeito à sistemática do lançamento por homologação, não haja pagamento por parte do contribuinte, além do que contraria o entendimento do STJ, no recurso especial repetitivo nº 973.733. · reiterados acórdãos, inclusive da CSRF, sufragam a posição de que, se não foi recolhido tributo, nada há a homologar, tratandose de caso de lançamento de ofício, cujo prazo decadencial é regido pelo art. 173, I, do CTN, que assim dispõe: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” · ainda que não se tratasse de lançamento de ofício, o termo inicial da decadência deslocase para o fato gerador, nos termos do art. 150, §4º do CTN, tãosomente quando for lançamento por homologação e o contribuinte efetuar recolhimento antecipado do tributo, conforme doutrina de Ricardo Alexandre, in “Direito Tributário Esquematizado”, verbis: “É interessante notar que, na sistemática do lançamento por homologação, temse o único caso em que o prazo decadencial é contado exatamente da data da ocorrência do fato gerador. Entende se que não se justificaria esperar um prazo razoável para o início da contagem de prazo (conforme ocorre na regra geral) porque a antecipação do pagamento provoca imediatamente o Estado a verificar sua correção, de forma que a inércia inicial já configura cochilo. Justamente por isso, temse por correto o posicionamento do STJ, no sentido de que a regra do art. 150, § 4º, não é aplicável nos casos em que o Fl. 880DF CARF MF Processo nº 13839.002790/200731 Acórdão n.º 9202004.444 CSRFT2 Fl. 4 5 contribuinte não faz, até a data do vencimento, pagamento algum, devendo, neste caso, o prazo decadencial ser contado na forma definida na regra geral prevista no art. 173, I, do CTN.” · No presente caso, tratandose de lançamento de multa, por meio de auto de infração, cujo lançamento será sempre de ofício, e não por homologação, não existe dispositivo legal que autorize deslocar o termo inicial da decadência para o fato gerador, devendo ser aplicada a regra geral do artigo 173, I do CTN. Cientificado do Acórdão nº 2403000.555, do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial, em 21/01/2013, o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 881DF CARF MF 6 Voto Vencido Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Recurso Especial interposto pelo Procurador é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, conforme Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, fls. 864. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. DO MÉRITO A questão objeto do recurso, referese ao acatamento da preliminar referente ao prazo de decadência, para o fisco constituir os créditos objeto deste Auto de Infração de obrigação acessória, considerando que a Câmara a quo apreciou a decadência a luz do art. 150, §4º do CTN. Em primeiro lugar, devemos considerar que se trata de auto de infração, que ao contrário das NFLD ou dos AI de obrigações principais, constitui obrigação acessória de “fazer” ou “deixar de fazer”, sendo irrelevante a existência ou não de recolhimentos antecipados. Porém, antes de identificar o período abrangido pela decadência, exponha a tese que adoto sobre o assunto. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. O texto constitucional em seu art. 103A deixa claro a extensão dos efeitos da aprovação da súmula vinculando, obrigando toda a administração pública ao cumprimento de seus preceitos. Assim, prescreve o artigo em questão: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Ao declarar a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212, prevalecem as disposições contidas no Código Tributário Nacional – CTN, quanto ao prazo para a autoridade Fl. 882DF CARF MF Processo nº 13839.002790/200731 Acórdão n.º 9202004.444 CSRFT2 Fl. 5 7 previdenciária constituir os créditos resultantes do inadimplemento de obrigações previdenciárias. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, nos casos de lançamentos em que não houve antecipação do pagamento assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." Já em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplicase o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN, segundo o qual, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, Senão vejamos o dispositivo legal que descreve essa assertiva: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifo nosso) Fl. 883DF CARF MF 8 Contudo, para que possamos identificar o dispositivo legal a ser aplicado, seja o art. 173, I ou art. 150 do CTN, devemos identificar a natureza das contribuições para que, só assim, possamos declarar da maneira devida a decadência de contribuições previdenciárias. No caso, a aplicação do art. 150, § 4º, é possível quando realizado pagamento de contribuições, que em data posterior acabam por ser homologados expressa ou tacitamente. Contudo, conforme descrito anteriormente, tratase de lavratura de Auto de Infração por não ter a empresa cumprido obrigação acessória, mais especificamente, informar no documento GFIP fatos geradores de contribuições previdenciárias. Dessa forma, não há que se falar em recolhimento antecipado devendo a decadência ser avaliada a luz do art. 173, I do CTN. Neste ponto, apenas esclareço a inaplicabilidade da súmula 99 do CARF, considerando que a regra ali expressa, visa deixar claro que rubricas pagas pelo empregador na condição de salário indiretos serão apreciadas a luz do art. 150, §4º do CTN, sempre que demonstrado recolhimento antecipado/parcial sobre o mesmo fundamento legal. Entretanto, como já enfatizado estamos falando de obrigação acessória, dessa forma, não há que se falar de recolhimento antecipado. Notese que, a apreciação da decadência a luz do art. 173 do CTN que descreve: "O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado", deve levar em consideração que a data limite para entrega da GFIP. Nesse sentido, convém verificar nos normativos próprio da GFIP Manual da GFIP, versão 8.4, qual a data para apresentação: A GFIP/SEFIP é utilizada para efetuar os recolhimentos ao FGTS referentes a qualquer competência e, a partir da competência janeiro de 1999, para prestar informações à Previdência Social, devendo ser apresentada mensalmente, independentemente do efetivo recolhimento ao FGTS ou das contribuições previdenciárias, quando houver: a) recolhimentos devidos ao FGTS e informações à Previdência Social; b) apenas recolhimentos devidos ao FGTS; c) apenas informações à Previdência Social. O arquivo NRA.SFP, referente ao recolhimento/declaração, deve ser transmitido pelo Conectividade Social até o dia sete do mês seguinte àquele em que a remuneração foi paga, creditada ou se tornou devida ao trabalhador e/ou tenha ocorrido outro fato gerador de contribuição ou informação à Previdência Social. Caso não haja expediente bancário, a transmissão deve ser antecipada para o dia de expediente bancário imediatamente anterior. O arquivo NRA.SFP, referente à competência 13, destinado exclusivamente à Previdência Social, deve ser transmitido até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência. Dessa forma, tanto a entrega da GFIP da competência dezembro como do 13º salário, em matéria previdenciária, somente vence no dia 07 e 31 do mês subsequente, ou seja, aproximadamente 07 e 31 de janeiro do ano seguinte (a depender se é dia útil ou não). Nesse Fl. 884DF CARF MF Processo nº 13839.002790/200731 Acórdão n.º 9202004.444 CSRFT2 Fl. 6 9 sentido, a competência dezembro e 13º salário, só terá o prazo para lançamento (autuação) iniciado no dia 1º dia do exercício seguinte àquele em que poderia ser lançado o tributo ou aplicada a multa correspondente. Por fim, esclareço que a decisão aqui refletida não afronta, de forma alguma, decisão do STF, uma vez que a súmula nº 08 declara a inconstitucionalidade do art. 45 da lei 8212/91, passando a decadência a ser apreciada a luz do disposto no CTN, conforme foi analisado no corpo desse voto. Assim, no lançamento em questão a lavratura do AI deuse em 23/07/2007, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no mesmo dia. Os fatos geradores omitidos referemse ao período de 01/99 a 06199; 09 e 10/99; 02/00; 07 e 08/00; 10 e 11/00; 01 e 07/01; e 01/02, dessa forma, a luz do art. 173, I do CTN, encontrarseiam decadentes as multas aplicadas pelos fatos geradores até 11/2001. CONCLUSÃO: Voto pelo CONHECIMENTO do recurso ESPECIAL DO PROCURADOR para DARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 885DF CARF MF 10 Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Divirjo do brilhante voto da Ilustre Conselheira Relatora, apenas para ressalvar que, tratandose de multa por descumprimento de obrigação acessória, analisandose as obrigações de uma forma global, pode haver competências em que, embora a obrigação acessória seja mantida, a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Nesses casos, há que ser ressalvado o direito do Contribuinte ao cálculo mais benéfico da multa por descumprimento da obrigação acessória, já que esta é mantida, desatrelada da obrigação principal. Assim, dou provimento parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, para que seja aplicada a regra decadencial do art. 173, I, do CTN, porém reduzindose o valor da multa ao estabelecido no art. 32A, da Lei n° 8.212, de 1991, nas competências em que a correspondente obrigação principal estiver alcançada pela decadência. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 886DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.014943/2002-98
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1997, 1998
DECADÊNCIA. FORMA DE CONTAGEM. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ).
Por força do art. 62, § 2º do Regimento Interno do CARF, impõe-se a observância das decisões proferidas pelo STJ sob a sistemática do art. 543-C do Código de Processo Civil de 1973. No Recurso Especial nº 973.733/SC restou pacificado que a aplicação do prazo previsto no art. 150, §4º do CTN, está condicionada à realização do pagamento antecipado do tributo sujeito ao lançamento por homologação. Do contrário, aplica-se o prazo de decadência previsto no art. 173, I do CTN. Constatada inexistência de pagamento antecipado, no caso dos autos, observa-se a contagem do prazo de decadência conforme previsto no art. 173, inciso I, do CTN. Acórdão CARF 9900-000.269 - Pleno, de 07 de dezembro de 2011.
LEI COMPLEMENTAR Nº 105 de 2001. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS AO FISCO. PROCEDIMENTO FISCAL.
A Constituição Federal de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º).
O Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu, na sessão de 24.02.2016, o julgamento conjunto de cinco processos (ADIs 2397 2386, 2389, 2390, 2397 e 2406) que questionavam dispositivos da Lei Complementar nº 105/2001, entendendo que a Receita Federal pode receber dados bancários de contribuintes, fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA. APLICAÇÃO DE RECURSOS A PARTIR DE CHEQUES EMITIDOS.
Para se configurarem gastos que representem sinais exteriores de riqueza (§ 1º do artigo 6º da Lei nº 8.021, de 1990), na apuração de acréscimo patrimonial, não basta se considerar registro de cheques emitidos, a partir de extratos bancários, sem que seja demonstrada a efetividade, aplicação ou consumo do valor, por eles representados.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996.
Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26:
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada.
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
Presentes os pressupostos de exigência, cobra-se multa de ofício pelo percentual legalmente determinado (Art. 44, da Lei 9.430/1996). Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4)
Está firmado no âmbito da 1º Seção o entendimento da legitimidade da aplicação da taxa SELIC como índice de juros de mora sobre débitos tributários para com a Fazenda Nacional, foi o que afirmou o STJ, 1ª Turma, no Resp 1048710/PR, Min. TEORI ZAVASCKI, ago/08 e também no Resp 879844/MG, Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, julgado em 11/11/2009.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2202-003.582
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, quanto às preliminares: por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade; por maioria de votos, rejeitar a preliminar de decadência em relação ao ano-calendário 1996, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto e Dilson Jatahy Fonseca Neto, que a acolheram. Quanto ao mérito: por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir da exigência a infração "acréscimo patrimonial a descoberto - sinais exteriores de riqueza", relativa ao ano calendário de 1996.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada.
Fez sustentação oral, pelo contribuinte, o advogado Antonio Elmo Queiroz, OAB/PE nº 23.878.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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FORMA DE CONTAGEM. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). Por força do art. 62, § 2º do Regimento Interno do CARF, impõese a observância das decisões proferidas pelo STJ sob a sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil de 1973. No Recurso Especial nº 973.733/SC restou pacificado que a aplicação do prazo previsto no art. 150, §4º do CTN, está condicionada à realização do pagamento antecipado do tributo sujeito ao lançamento por homologação. Do contrário, aplicase o prazo de decadência previsto no art. 173, I do CTN. Constatada inexistência de pagamento antecipado, no caso dos autos, observase a contagem do prazo de decadência conforme previsto no art. 173, inciso I, do CTN. Acórdão CARF 9900000.269 Pleno, de 07 de dezembro de 2011. LEI COMPLEMENTAR Nº 105 de 2001. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES FINANCEIRAS AO FISCO. PROCEDIMENTO FISCAL. A Constituição Federal de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). O Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu, na sessão de 24.02.2016, o julgamento conjunto de cinco processos (ADIs 2397 2386, 2389, 2390, 2397 e 2406) que questionavam dispositivos da Lei Complementar nº 105/2001, entendendo que a Receita Federal pode receber dados bancários de contribuintes, fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 01 49 43 /2 00 2- 98 Fl. 562DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 563 2 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA. APLICAÇÃO DE RECURSOS A PARTIR DE CHEQUES EMITIDOS. Para se configurarem gastos que representem sinais exteriores de riqueza (§ 1º do artigo 6º da Lei nº 8.021, de 1990), na apuração de acréscimo patrimonial, não basta se considerar registro de cheques emitidos, a partir de extratos bancários, sem que seja demonstrada a efetividade, aplicação ou consumo do valor, por eles representados. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. Presentes os pressupostos de exigência, cobrase multa de ofício pelo percentual legalmente determinado (Art. 44, da Lei 9.430/1996). Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula CARF nº 4) “Está firmado no âmbito da 1º Seção o entendimento da legitimidade da aplicação da taxa SELIC como índice de juros de mora sobre débitos tributários para com a Fazenda Nacional”, foi o que afirmou o STJ, 1ª Turma, no Resp 1048710/PR, Min. TEORI ZAVASCKI, ago/08 e também no Resp 879844/MG, Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, julgado em 11/11/2009. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, quanto às preliminares: por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade; por maioria de votos, rejeitar a preliminar de decadência em relação ao anocalendário 1996, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Fl. 563DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 564 3 Gesto e Dilson Jatahy Fonseca Neto, que a acolheram. Quanto ao mérito: por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, para excluir da exigência a infração "acréscimo patrimonial a descoberto sinais exteriores de riqueza", relativa ao ano calendário de 1996. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada. Fez sustentação oral, pelo contribuinte, o advogado Antonio Elmo Queiroz, OAB/PE nº 23.878. Relatório Este processo retorna de diligência determinada pela Resolução nº 2202 000.466, de 16 de abril de 2013, desta Turma Ordinária (fl. 533). Adoto como relatório, em parte, aquele proferido na ocasião, complementandoo no que entendo cabível: Contra o contribuinte acima qualificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 8 a 12, integrado pelos demonstrativos de fls. 13 a 15, pelo qual se exige a importância de R$397.179,13, a título de Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora, referente aos anos calendário 1996 e 1997. O procedimento fiscal encontrase resumido na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 9 a 12, no qual o autuante esclarece que: a fiscalização decorre da Representação Fiscal contida no Processo Administrativo no 10280.006167/9815, na qual consta decisão do juiz federal da 3a Vara em Belém/PA, datada de 14/04/98 (fls. 28 a 33 do presente processo), autorizando o repasse das informações referentes à movimentação financeira de diversas pessoas físicas e jurídicas, dentre elas o Sr.Francisco Bradley Alves; a ação fiscal teve início com a ciência do Termo de Início de Fiscalização (fls. 35 e 36), em 21/06/2001, conforme AR de fl. 37; no curso da ação fiscal, o contribuinte foi intimado a comprovar a origem dos depósitos efetuados na conta corrente mantida junto ao Citibank, referente aos anos calendário 1995, 1996 e 1997, conforme Termos de Intimação (fls. 40, 41, 43, 45 e Fl. 564DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 565 4 46), solicitando diversas prorrogações do prazo as quais foram concedidas, sem que ele apresentação a documentação comprobatória requerida; em 22/11/2001, o contribuinte apresentou a documentação de fls. 49 a 51, na qual informa que teria sido impetrado no TRF da 1ª Região um Habeas Corpus, que recebeu o no 8317PA (1998/00953604), reformando a decisão do Juiz da 3ª Vara Federal em Belém/PA, que autorizou a quebra de sigilo bancário; em resposta a intimação para apresentar a documentação comprobatória relativa à sua condição de parte na ação referente ao Habeas Corpus no 8.317PA, proposta junto ao Superior Tribunal de Justiça, o fiscalizado apresentou os documentos de fls. 54 a 70; examinando os documentos apresentados, a fiscalização constatou que o Habeas Corpus no 8.317/PA tem como paciente Luiz Alberto de Goes Hinrichsen e não era extensivo ao contribuinte; com base no art. 6o da Lei Complementar no 105, de 2001, no art. 3o, inciso V, do Decreto no 3.724, de 2001, foi encaminhada ao Citibank a Requisição de Informações sobre Movimentação (fl. 73); em resposta, a instituição financeira enviou os documentos de fls. 75 a 152, com base nos quais foram elaborados os demonstrativos de fls. 155 a 157, fls. 158 a 175 e fls. 176 e 177, os quais foram encaminhados ao contribuinte para manifestação, que solicitou prorrogação de prazo para atendimento à intimação fiscal; em razão da documentação comprobatória da origem dos recursos creditados na conta bancária do contribuinte, a fiscalização apurou as seguintes infrações: 1. omissão de rendimentos apurada por acréscimo patrimonial a descoberto/sinais exteriores de riqueza, com fulcro no art.6o, §6o, da Lei no Lei 8.021, de 1990, pelo confronto do total dos valores creditados no ano calendário 1996 com o total das aplicações mesmo período (vide demonstrativos de fls. 155 a 175); 2. omissão de rendimentos caracterizado por depósitos bancários de origem não comprovada, com base no art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, no ano calendário 1997 (vide demonstrativo de fls. 176 e 177. DA IMPUGNAÇÃO Inconformado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 184 a 205, instruída com os documentos de fls. 206 a 297, cujo resumo se extraí da decisão recorrida (fls. 305 a 308): (...) Fl. 565DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 566 5 DO JULGAMENTO DE 1ª INSTÂNCIA Apreciando a impugnação apresentada, a 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Recife (PE) manteve integralmente o lançamento, proferindo o Acórdão no 03.713 (fls. 302 a 332), de 21/02/2003, assim ementado: DECADÊNCIA DO DIREITO DE EFETUAR O LANÇAMENTO. Não há que se falar em decadência do direito de lançar, quanto ao imposto de renda pessoa física do exercício 1997, quando a declaração de ajuste anual somente foi apresentada em 1998, o contribuinte não efetuou o recolhimento do imposto exigido no auto de infração, e a ciência do lançamento suplementar ocorreu antes do término do prazo de cinco anos contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ARBITRAMENTO DOS RENDIMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. O contribuinte tem o dever de comprovar a origem dos recursos utilizados nos depósitos bancários ou aplicações financeiras, sob pena de que tais depósitos ou aplicações sirvam de base para o arbitramento dos seus rendimentos. SIGILO BANCÁRIO. EXAME DE EXTRATOS. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. Não ocorre a violação do direito ao sigilo de operações bancárias, quando o exame dos extratos correspondentes pela Secretaria da Receita Federal se dá por solicitação do Ministério Público Federal, mediante expressa extensão judicial da sua quebra. SIGILO BANCÁRIO. EXAME DE EXTRATOS. AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. DESNECESSIDADE. É lícito ao Fisco, mormente após a edição da Lei Complementar n° 105/2001, examinar informações relativas ao contribuinte, constantes de documentos, livros e registros de instituições financeiras e de entidades a elas equiparadas, inclusive os referentes a contas de depósitos e de aplicações financeiras, quando houver procedimento de fiscalização em curso e tais exames forem considerados indispensáveis, independentemente de autorização judicial. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA. CHEQUES EMITIDOS PELO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. É válido considerar como gastos do contribuinte, para fins de tributação com base em sinais exteriores de riqueza, os valores correspondentes aos cheques por ele emitidos. MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. Não pode a autoridade administrativa negarse a aplicar multa de oficio prevista em lei vigente. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. A autoridade administrativa está obrigada a aplicar as taxas de juros previstas em lei vigente. Fl. 566DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 567 6 Notificado do Acórdão de primeira instância, em 11/08/2003 (vide AR de fl. 349), o contribuinte interpôs, em 08/09/2003, o recurso de fls. 354 e ss., no qual reitera, basicamente, os termos de sua impugnação, reforçandoos com os argumentos a seguir sintetizados: 1 decadência do direito de lançar para os fatos geradores ocorridos em 1996, nos termos do artigo 150, § 4º do CTN; 2 nulidade da autuação baseada em prova ilícita, referindose às informações bancárias que fundamentaramna. A par de todas as falhas e ilegalidades do Pedido de Quebra de Sigilo Bancário, feito pelo MPF e autorizado pelo MM. Juiz Federal da 3ª Vara de Belém/PA, a Egrégia 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Habeas Corpus n.° 8.317 Pará (1998/00953604), impetrado em favor do litisconsorte passivo naquela medida Luiz Alberto de Góes Hcnrichscn, decidiu conceder a ordem por ausência de fundamentação do despacho impositivo da violação do sigilo bancário. Assim, entendeu o Procurador da República que a quebra do sigilo bancário não mais subsistiria, pelo que seria urgente a convalidação dessa prova, providência que, a seu ver, depende exclusivamente de nova decisão judicial autorizativa da quebra de sigilo bancário; 3 a Receita Federal não foi, em momento algum, autorizada a utilizar ditas informações obtidas com aquela quebra de sigilo bancário para outros fins senão aqueles para o qual especificamente foram requeridas pelo Ministério Público Federal, razão pela qual é, também por esse motivo, a autuação nula, representando essa utilização indevida das referidas informações grave ilícito. Se a Receita Federal pretendia a quebra de sigilo bancário do Recorrente para instruir procedimento fiscal, caberia a ela, comprovando a existência de graves indícios do não recolhimento tributos devidos, requerer a autorização judicial da quebra de sigilo bancário, especificamente para esse fim, o que não fez; 4 a Autuação ora impugnada baseiase única e exclusivamente nos depósitos bancários realizados na conta corrente do Recorrente. Ocorre que tal prática configurase como inaceitável, uma vez que a mera movimentação de recursos na conta corrente bancária do Recorrente não se constitui como prova de renda ou receita auferida. É indubitável que a base de cálculo extraída pela fiscalização tomou como base exclusivamente os valores lançados nos extratos bancários, tendo sido abatidos apenas, por ocasião da decisão recorrida, parte da receita declarada pelo Recorrente cm suas declarações de rendimentos; 5 sendo o Recorrente sócio de várias empresas, muitas vezes recursos das mesmas transitavam por sua conta corrente para pagamento de despesas urgentes daquelas empresas. Da mesma forma, o Recorrente prestou serviços de assessoria e acompanhamento na execução das obras de instalação do frigorífico industrial da empresa Xinguara Indústria e Comércio S/A, como também da empresa Curtume do Pará S/A, instaladas no município de Xinguara, Estado do Pará, transitando por suas contascorrentes recursos enviados por elas, inclusive por ordem da empresa Tecmafrig S/A, contratada por aquelas empresas para confecção, instalação e montagem de seus parques industriais, para efetuar compra e pagamentos de materiais e serviços para referidas obras. 6 os Auditores Fiscais consideraram, sem qualquer suporte legal, todos os ingressos de recursos nas contas correntes do Recorrente como rendimentos tributáveis, sem levar em consideração que a maior parte daqueles recursos movimentados naquelas contas bancárias se tratavam de recursos de terceiros, que simplesmente transitaram pelas contas; Fl. 567DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 568 7 7 indevida, também, é a multa aplicada de 75% (setenta e cinco por cento) sobre o valor do Imposto de Renda Pessoa Física, por ser nitidamente inconstitucional; 8 não poderiam os juros moratórios ser calculados com base na Taxa Referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC. Assim, PEDIU que fosse declarada a nulidade do auto de infração ou, alternativamente, que fosse dado provimento ao recurso em face da inexistência de crédito fiscal reclamado e ainda reconhecida a inconstitucionalidade da multa aplicada e do emprego da taxa Selic como referencial dos juros de mora, ou a exclusão de valores que pertencem a terceiros. Conforme despacho de fl. 466, uma vez que o contribuinte não atendeu à intimação para cumprir os requisitos previstos para seguimento do recurso voluntário, nos termos do art. 33, §§2o e 3o, do Decreto no 70.235, de 1972, foi negado seguimento ao referido recurso e determinado o encaminhamentos dos autos para inscrição em Dívida Ativa da União. De acordo com o Memorando no 1434/2012 da PRFNS 5ª Região (fl. 491), o contribuinte apresentou embargos de execução nos autos do processo no 001784991.2007.4.05.8300, os quais foram acolhidos pelo juízo monocrático que declarou a nulidade da inscrição em dívida ativa por não esgotamento da via administrativa e impôs a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, determinando o retorno dos autos para prosseguimento do julgamento do recurso interposto pelo recorrente. Ao analisar os autos, a ilustre Relatora anterior entendeu que: Em sede de recurso, o contribuinte anexou cópia de petição do Ministério Público Federal, datada de 06/08/2003 (posterior a decisão de primeira instância), nos autos do processo 2000.39.00.0000764 (fls. 395 e 396), na qual, diante da decisão prolatada pelo Superior Tribunal de Justiça que decidindo pelo Habeas Corpus intentado por Luis Alberto de Góes Hinrichsen, considerou nula a decisão que autorizada a quebra do sigilo bancário por falta de fundamentação, o Procurador da República requer que seja convalidada a prova obtida com a inicial por meio de nova decisão judicial. Não consta dos autos qualquer notícia a respeito do andamento do processo judicial no 2000.39.00.0000764. Por todo o exposto, para que se possa formar uma convicção acerca da matéria, voto no sentido de CONVERTER o julgamento em diligência, para que a autoridade preparadora: a) informe a situação atual do processo judicial no 2000.39.00.0000764 e de qualquer outro que possa influenciar no presente lançamento, elaborando um relatório no qual conste o trâmite processual e principais decisões; Realizada a diligência, veio aos autos a manifestação do Ministério Público Federal nas folhas 547 e ss. Fl. 568DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 569 8 Assim, o processo retorna à pauta de julgamentos. É o Relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, relator. O recurso é tempestivo, conforme relatado, e atendidas as demais formalidades legais, dele tomo conhecimento. A numeração de folhas a que me refiro a seguir é aquela existente após a digitalização do processo, transformado em arquivo magnético (arquivo .pdf) DECADÊNCIA Necessário tratar da decadência do direito de lançar, pelo Fisco, uma vez que a infração capitulada como "acréscimo patrimonial a descoberto sinais exteriores de riqueza", referese a eventos ocorridos no ano de 1996, com base no artigo 6º da Lei nº 8.021/1990, e o lançamento foi efetuado em 05/11/2002, aperfeiçoandose com a ciência ao contribuinte em 07/11/2002, conforme AR na folha 193. Primeiro, destaquese que apesar de se fazer a apuração mensal do acréscimo patrimonial, o fato gerador do imposto de renda sujeito ao ajuste anual ocorre no dia 31 de dezembro de cada ano, portanto, ocorreu aqui em 31 de dezembro de 1996. Segundo, o dies a quo do tributo, indiscutivelmente sujeito a lançamento por homologação, somente é a data de ocorrência do fato gerador quando o contribuinte, obrigado a apurar o imposto e antecipar o pagamento, o faz conforme a legislação em vigor. Esse é o entendimento já expresso, à guisa de exemplo, no seguinte Acórdão deste CARF, que transcrevo, e ao qual me filio: Acórdão 2202 002.484 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, Sessão de 17 de outubro de 2013, Relator Rafael Pandolfo: PRELIMINAR. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. O prazo decadencial aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos casos em que não houver pagamento antecipado, é o do art. 173, I, do CTN. PRELIMINAR. FATO GERADOR. IRPF. APD. O fato gerador do IRPF apurado com base em Acréscimo Patrimonial a Descoberto é o dia 31 de dezembro. (sublinhei) Fl. 569DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 570 9 Assim, o prazo decadencial contase a partir da ocorrência do fato gerador, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, inexistindo declaração prévia do débito, ou ainda quando se verifica a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Esse, aliás, é o entendimento do STJ, no Recurso Especial nº 973.733/SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC/1973 e da Resolução STJ 08/2008, e, portando, de observância obrigatória neste julgamento administrativo, por força de disposição regimental interna, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaquei) Fl. 570DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 571 10 A cópia da declaração do exercício de 1997, ano calendário de 1996, está na folha 18 e observo que o contribuinte somente a apresentou em 15/04/1998, como demonstra o extrato de consulta na folha 314, apurando saldo de imposto a pagar (R$ 410,84). Portanto, após o encerramento do exercício. A tese do Recurso Especial repetitivo, do STJ, é expressa em sua ementa, acima transcrita, em abraçar que a homologação do Fisco é sobre o "pagamento antecipado" da exação, pelo contribuinte, citando Eurico de Santi. E o que é "pagamento antecipado"? Entendo que seja o pagamento efetuado dentro do prazo de vencimento do tributo, conforme a legislação tributária de regência. Não há como se ver como "antecipado", para fins de contagem de prazo decadencial, aquele efetuado depois de encerrado o exercício de referência, o que daria ao Fisco prazo menor que os cinco anos que a lei claramente quis lhe conferir, para homologar. Em conclusão, para se aplicar a tese do recurso especial repetitivo em comento, conforme expresso em sua ementa, é necessário que se verifique se efetivamente o contribuinte realizou o pagamento do tributo declarado como devido, no prazo determinado, ou seja, "antecipadamente". Como a declaração que apurou o imposto só foi apresentada em abril de 1998, está claro que isso não ocorreu e, nesses casos, a contagem do prazo decadencial deve ser feita na forma do artigo 173, I, do CTN. Verifico então a aplicação do seguinte entendimento, já estabelecido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão CARF 9900000.269 Pleno, de 07 de dezembro de 2011: DECADÊNCIA. FORMA DE CONTAGEM. APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA STJ, CONFORME RECURSO ESPECIAL Nº 973.733/SC SUBMETIDO AO REGIME DO ART. 543C DO CPC. Por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, impõese a observância das decisões proferidas pelo STJ sob a sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil. No Recurso Especial nº 973.733/SC restou pacificado que a aplicação do prazo previsto no art. 150, §4º do CTN, está condicionada à realização do pagamento antecipado do tributo sujeito ao lançamento por homologação. Do contrário, aplicase o prazo de decadência previsto no art. 173, I do CTN. Constatada inexistência de pagamento antecipado no caso dos autos, observase o prazo de decadência previsto no art. 173, inciso I, do CTN.(sublinhei) Portanto, ocorrido o fato gerador em 31 de dezembro de 1996, o lançamento poderia ser efetuado no exercício de 1997, e contandose o prazo na forma do artigo 173, I, do CTN, o dies a quo deuse em 01 de janeiro de 1998, findandose em 01 de janeiro de 2003 e o lançamento efetuado em 05/11/2002, aperfeiçoadose com a ciência ao contribuinte em 07/11/2002, não foi atingido pela decadência. NULIDADE. SIGILO BANCÁRIO E APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO. Fl. 571DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 572 11 A base do lançamento foram extratos bancários fornecidos pelo Citibank, sobre contas correntes mantidas naquela instituição, em 24 de abril de 2002. A Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira (RMF) está na fl. 82 e, na folha 85, assim apresentou os documentos, a instituição financeira: Atendendo a Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira RMF, instituída pela Portaria SRF 180, e com fundamento na Lei Complementar n° 105, de 10/01/2001, e, havendo procedimento de fiscalização em curso, com a instalação de procedimento administrativo, sendo considerado como indispensáveis a apresentação das informações, conforme hipóteses previstos no Decreto 3724, vem o Banco Citibank S/A, apresentar os seguintes documentos e informações, em anexo: O Recorrente alega que o procedimento fiscal teve origem em uma operação comandada pelo Ministério Púbico Federal no intuito de apurar desvios de recursos da extinta SUDAM. No curso daquele procedimento, obteve autorização judicial para a "quebra de sigilo" bancário dos investigados e, posteriormente, foi requisitado apoio da Receita Federal. Essa, por sua vez, teria obtido assim os dados bancários que subsidiam o lançamento. Defende ainda que, posteriormente, o STJ teria entendido pela irregularidade da decisão judicial, no bojo de habeas corpus impetrado por litisconsorte, o que tornaria todas as provas obtidas nulas. Exatamente para que se pudesse entender essa questão do habeas corpus, seu alcance e validade, foi determinada a diligência relatada. Na folha 547, o Ministério Público Federal no Pará manifestou que em 07/08/2003, a fim de evitar futuras ações de nulidade, o MPF levantou questão de ordem relativa á decisão do STJ em sede de habeas corpus intentado pelo réu Luiz Alberto Góes Hinrichsen, a qual deu por nula a decisão que determinou a quebra de sigilo bancário dos requeridos. Em 12/04/2004, o juízo prolatou decisão, determinando, ao final, o regular prosseguimento do feito, "primeiro porque a ordem concedida apenas aproveita a um dos co réus", não se estendendo aos demais. Não obstante, a matéria relativa à utilização de informações bancárias por parte da RFB encontrase pacificada no STJ, que decidiu, em sede de recurso repetitivo, que a autoridade fazendária pode ter acesso às operações bancárias do contribuinte até mesmo para constituição de créditos tributários anteriores à vigência da Lei Complementar nº 105 de 2001, ainda que sem o crivo do Poder Judiciário. A ementa do acórdão submetido ao rito do art. 543C do CPC está assim redigida: QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A FATOS IMPONÍVEIS ANTERIORES À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001. APLICAÇÃO IMEDIATA. ARTIGO 144, § 1º, DO CTN. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE. 1. A quebra do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, para fins de constituição de crédito tributário não extinto, é autorizada pela Lei 8.021/90 e pela Lei Complementar Fl. 572DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 573 12 105/2001, normas procedimentais, cuja aplicação é imediata, à luz do disposto no artigo 144, § 1º, do CTN.(destaquei) 2. ... 4. O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, determinou que a Secretaria da Receita Federal era obrigada a resguardar o sigilo das informações financeiras relativas à CPMF, facultando sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. 5. ... 6. As informações prestadas pelas instituições financeiras (ou equiparadas) restringemse a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados (artigo 5º, § 2º, da Lei Complementar 105/2001). ... 12. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). 13. Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos.(destaquei) ... 20. Recurso especial da Fazenda Nacional provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(REsp 1134665 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) Ademais, ocorre que o Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu, na sessão de 24.02.2016, o julgamento conjunto de cinco processos (ADIs 2397, 2386, 2389, 2390, 2397 e 2406) que questionavam dispositivos da Lei Complementar nº 105/2001, Fl. 573DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 574 13 entendendo que a Receita Federal pode receber dados bancários de contribuintes, fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial. No referido julgado, por maioria de votos, prevaleceu o entendimento de que a norma não resulta em quebra de sigilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência de informações é feita dos bancos ao Fisco, que tem o dever de preservar o sigilo dos dados, portanto não há ofensa à Constituição Federal. Portanto, ainda que se alegue qualquer vício ou impedimento na decisão judicial que determinou a possibilidade do Fisco ter acesso às contas do contribuinte, ele poderia fazêlo mesmo sem essa autorização, uma vez que coberto pelo permissivo da Lei Complementar nº 105, de 2001, que, como estabeleceu o STJ, poderia ser aplicada retroativamente, para alcançar fatos geradores ocorridos em 1996 ou 1997, como é o caso. Havia procedimento fiscal em curso, como se observa na fl. 03 (Mandado de Procedimento Fiscal) e no Termo de Início de Fiscalização (fl. 39), e o contribuinte fora intimado a apresentar documentação comprobatória da origem dos recursos depositados em sua conta bancária. Outrossim, esclareço que conforme artigo 72 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, as "decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória" pelos seus membros. A utilização de súmulas, que também são aplicadas pelos Tribunais Judiciários, visa a conferir confiança, segurança e eficiência aos julgamentos administrativos, dentre outros princípios a serem observados pela Administração Pública. Diz a Súmula CARF nº 35: O artigo 11, § 3º, da Lei nº 9.311/96, com redação dada pela Lei nº 10.174/2001, que autoriza o uso de informações da CPMF para a constituição do crédito tributário de outros tributos, aplicase retroativamente. Superadas essas preliminares, passemos ao mérito. MÉRITO São duas as infrações capituladas no Auto de Infração: a) para o ano calendário de 1996, exercício de 1997, apontouse acréscimo patrimonial a descoberto, caracterizado por sinais exteriores de riqueza, descrevendo os fatos (fl. 10) e tendo por base o artigo 6º da Lei nº 8.021/1990, que assim diz: Art. 6° O lançamento de ofício, além dos casos já especificados em lei, farseá arbitrandose os rendimentos com base na renda presumida, mediante utilização dos sinais exteriores de riqueza. § 1° Considerase sinal exterior de riqueza a realização de gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte.(destaquei) Fl. 574DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 575 14 § 2° Constitui renda disponível a receita auferida pelo contribuinte, diminuída dos abatimentos e deduções admitidos pela legislação do Imposto de Renda em vigor e do Imposto de Renda pago pelo contribuinte. § 3° Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o contribuinte será notificado para o devido procedimento fiscal de arbitramento. § 4° No arbitramento tomarseão como base os preços de mercado vigentes à época da ocorrência dos fatos ou eventos, podendo, para tanto, ser adotados índices ou indicadores econômicos oficiais ou publicações técnicas especializadas. § 5° O arbitramento poderá ainda ser efetuado com base em depósitos ou aplicações realizadas junto a instituições financeiras, quando o contribuinte não comprovar a origem dos recursos utilizados nessas operações. (Revogado pela lei nº 9.430, de 1996) § 6° Qualquer que seja a modalidade escolhida para o arbitramento, será sempre levada a efeito aquela que mais favorecer o contribuinte. Ao debruçarse sobre a questão, a DRJ realizou longo exercício de interpretação, para concluir que (fl. 337): Assim, a interpretação mais correta só pode ser aquela já indicada anteriormente, ou seja, a de que o artigo 6º da Lei n° 8.021/90 prevê duas modalidades de arbitramento dos rendimentos: a primeira, com base nos sinais exteriores de riqueza (caput), e a segunda, com base em depósitos ou aplicações realizadas junto a instituições financeiras (§ 5o). A descrição dos fatos empreendida pela Autoridade lançadora não deixa dúvidas que ela optou pela modalidade do caput e § 1º, acima especificada, não realizando autuação com base nos depósitos bancários, simplesmente. Disse a DRJ (fl. 342): Também é importante mencionar que, conforme descrito à folha 11, para o lançamento fundamentado em sinais exteriores de riqueza (anocalendário 1996) foram efetuados dois levantamentos diferentes, o primeiro com base nos depósitos bancários, nos termos do § 5º do artigo 6º da Lei n° 8.021/90 (com o cuidado de excluir da base de cálculo os créditos com origem em linha de crédito, estorno e resgates de aplicações financeiras, conforme folha 09) e o segundo com base nos valores gastos pelo contribuinte, nos termos do §1º do artigo 6ºo da mesma Lei, tendo o autuante escolhido o critério mais favorável ao contribuinte, nos termos do § 6º da citada Lei, isto é, o critério correspondente ao menor valor total. 9.32. A leitura atenta da "Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is)", às folhas 09/12, revela que a autoridade lançadora considerou como gastos os próprios valores lançados a débito em suas contas bancárias. Tal Fl. 575DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 576 15 identificação é perfeitamente válida, uma vez que os valores em questão correspondem basicamente a cheques emitidos pelo contribuinte, conforme demonstram os documentos às folhas 158/175. E não se pode negar que os cheques representam gastos, uma vez que são utilizados para pagamentos, ou para saque de quantias que, posteriormente, serão utilizadas em pagamentos.(destaquei) O Auditor Fiscal considerou como "entradas" os créditos identificados na conta corrente (fl. 168 e ss.) e como "aplicações" os valores debitados na mesma conta (fl. 171 e ss.). Basicamente, essas aplicações referemse a cheques compensados e cheques pagos no caixa, como se pode observar. Assim, descreveu que fizera (fl.12) : "Demonstrativo dos Valores Creditados 1996 (fls. 155 a 157). Esse demonstrativo contém os valores creditados no ano de 1996, totalizados mês a mês, na contacorrente n° 94104182 no banco Citibank S.A... e demonstrativo das Aplicações 1996 (fls. 158 a 175). Esse demonstrativo contém os valores debitados no ano de 1996, totalizados mês a mês. Em atendimento ao artigo 6°, parágrafo 6º. da Lei 8.021/90, comparamos o total dos valores creditados no anocalendário 1996 (fl. 157) com o total das aplicações no referido ano (fl. 175) com vistas a efetuar o lançamento pela modalidade mais favorável ao contribuinte". Em resumo, identificado o enquadramento legal e o procedimento, estatuiu a DRJ em sua ementa que: LANÇAMENTO DE OFÍCIO. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA. CHEQUES EMITIDOS PELO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. É válido considerar como gastos do contribuinte, para fins de tributação com base em sinais exteriores de riqueza, os valores correspondentes aos cheques por ele emitidos. Mas não se encontram esses cheques nos autos nem qualquer menção a que despesa teriam pago. Não há qualquer referência na descrição dos fatos, baseandose a Autoridade Fiscal meramente nos extratos bancários, sem identificar a efetividade das despesas ou consumo que teriam justificado a emissão deles ou, no caso daqueles "pagos no caixa", sua destinação. Aplico o raciocínio contido na Súmula CARF nº 67: Súmula CARF nº 67: Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. Assim, para se configurarem "gastos" que representem sinais exteriores de riqueza (§ 1º do artigo 6º da Lei nº 8.021, de 1990), na apuração de acréscimo patrimonial, não bastaria se considerar registro de cheques emitidos, a partir de extratos bancários, sem que seja demonstrada a efetividade, aplicação ou consumo do valor, por eles representados. b) para o ano calendário de 1997, o lançamento foi lastreado no artigo 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com base na omissão de rendimentos caracterizada Fl. 576DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 577 16 por depósitos bancários não comprovados. A partir dos extratos bancários, o Auditor Fiscal intimou o contribuinte a justificar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados (fl. 45). Não havendo resposta, foi feito o lançamento com base na presunção estabelecida no dispositivo legal. Em sede de recurso o contribuinte alega que parte desses depósitos seria pertencente a terceiros, que a mera movimentação de recursos na conta corrente bancária não se constitui como prova de renda ou receita auferida, que era sócio de várias empresas e muitas vezes recursos das mesmas transitavam por sua conta corrente para pagamento de despesas urgentes daquelas empresas. Da mesma forma, que prestou serviços de assessoria e acompanhamento na execução das obras de instalação do frigorífico industrial da empresa Xinguara Indústria e Comércio S/A, como também da empresa Curtume do Pará S/A, instaladas no município de Xinguara, Estado do Pará, transitando por suas contascorrentes recursos enviados por elas. Não foi apresentado nenhum documento nem especificado nenhum dos depósitos considerados pela fiscalização, para fins de comprovação das alegações acima resumidas. Diz o artigo 42 da Lei nº 9.430, de 1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. § 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 12.000,00 (doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Fl. 577DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 578 17 § 4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. § 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares. Quanto a matéria relativa a autuação com base apenas em presunção de renda caracterizada pelos depósitos bancários, fundada exclusivamente nos extratos, destaco que já há entendimento pacificado no âmbito do CARF, com a seguinte Súmula, que é de aplicação obrigatória por estes Conselheiros: Súmula CARF nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. Isso porque existe, no caso, a inversão do ônus da prova, não necessitando o Fisco demonstrar que aquele depósito tratase de ingresso patrimonial inédito na esfera de disponibilidade do contribuinte, portanto passível de tributação, cabendo ao sujeito passivo demonstrar o contrário. As presunções legais são admitidas em diversos casos para fins de tributação e isso não é inovação ou exclusividade da legislação brasileira. Assim, os extratos bancários constantes dos autos (fls. 120 e ss.) são suficientes para a comprovação dos depósitos bancários e sobre estes é correta a aplicação da presunção de omissão de rendimentos, quando o contribuinte, regularmente intimado, não demonstra, com documentação hábil e idônea, a origem dos recursos. A comprovação da origem dos recursos deve ser feita "individualizadamente", como expressamente prescrito no § 3º do artigo 42, da Lei em comento. Alegações genéricas de que os recursos em parte pertencem a terceiros ou são decorrentes de prestação de serviços não podem ilidir a presunção legalmente estabelecida, muito menos quando desprovidas de qualquer suporte documental. É claro o artigo 42, acima transcrito, que reputo bastar para fundamentar este entendimento. Observo ainda que na DIRPF do ano de 1997, exercício de 1998, cuja cópia está na folha 26, o contribuinte não declarou nenhum rendimento proveniente de pessoas físicas ou jurídicas, declarando apenas rendimentos que seriam provenientes de atividade rural. Fl. 578DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 579 18 Assim, onde estão os rendimentos decorrentes de serviços de assessoria e acompanhamento de execução de obras, alegados no recurso? DA MULTA DE OFÍCIO. 75%. O Contribuinte questiona a aplicação da multa de ofício, no percentual de 75%, reputandoa inconstitucional e confiscatória e pedindo, alternativamente, que seja reduzida "a um percentual condizente". Essas multas, aplicadas aos tributos e contribuições federais, estão previstas no art. 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, que dispõe: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata;” Bem, a fundamentação legal está clara no Auto de Infração, fl. 16, de onde transcrevo "Fatos Geradores a partir de 01/01/1997. 75,00% Art. 44, inciso I, da Lei n°9.430/96". Constatadas as infrações à legislação tributária, aplicamse as multas legalmente previstas. No caso, como expressamente indicado, aplicouse a multa prevista no dispositivo legal transcrito. A atividade administrativa de lançamento de tributos é vinculada à lei, não cabendo às autoridades administrativas aplicarem outros percentuais, não previstos. Quanto ao cabimento da legislação tributária federal e sua compatibilidade com a Constituição de 1988, citese: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Os créditos tributários são cobrados e pagos com a aplicação de juros de mora, com base na Taxa SELIC, conforme estabelecido em Súmula, de observância obrigatória. Vejamos: Súmula CARF nº 4 “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. CONCLUSÃO Pelo todo acima exposto, VOTO por rejeitar as preliminares de nulidade e decadência argüidas e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a infração capitulada como "acréscimo patrimonial a descoberto sinais exteriores de riqueza", relativa ao ano calendário de 1996 (fl. 14). Fl. 579DF CARF MF Processo nº 10480.014943/200298 Acórdão n.º 2202003.582 S2C2T2 Fl. 580 19 Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 580DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.001713/2003-79
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2010
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 1997, 1998
DECADÊNCIA - PIS, COFINS, CSLL E INSS
A partir da Súmula 8 do STF, a contagem do prazo decadencial para o lançamento das contribuições sociais deve orientar-se pelos dispositivos do Código Tributário Nacional - CTN, e não mais pelo art. 45 da Lei 8.212/1991.
DECADÊNCIA - RH, PIS, COFINS, CSLL E INSS
Estando claramente configuradas nos autos as hipóteses excludentes do prazo decadencial reduzido (Dolo e Fraude), o inicio da contagem se desloca para o art. 173 do CTN.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 1997, 1998
PAGAMENTOS EFETUADOS NO REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA - SIMPLES
Havendo pagamentos realizados na sistemática simplificada, estes devem ser considerados para efeito de dedução no presente auto de infração, uma vez que dizem respeito ao próprios tributo e aos mesmos períodos autuados.
DUPLICIDADE DE COBRANÇA - DÉBITO INCLUÍDO EM PROCESSO
DE PARCELAMENTO
Caso seja confirmado o Parcelamento Especial - PAES - Conta n°
100300372066, bem como a coincidência entre os tributos e os períodos de apuração, incumbe à Delegacia de origem fazer o ajustamento entre os processos, mediante a devida imputação dos valores já pagos, especialmente em relação aos acréscimos legais (multa e juros).
ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS - TAXA SELIC
Perfeitamente cabível a exigência dos juros de mora calculados à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para
títulos federais, acumulada mensalmente, conforme os ditames do art. 61, § 3°, e art. 5°, § 3°, ambos da Lei n° 9.430/96, uma vez que se coadunam com a norma hierarquicamente superior e reguladora da matéria - Código Tributário Nacional, art 161, § 1°.
ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - TAXA SELIC
O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico
nacional.
ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES
Ano-calendário: 1997, 1998
LANÇAMENTOS DECORRENTES
Tratando-se da mesma matéria fática, e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, o decidido quanto ao lançamento de IRPJ deve ser estendido às contribuições - PIS, COFINS, CSLL e INSS.
Numero da decisão: 1802-000.332
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente
julgado.
Nome do relator: José de Oliveira Ferraz Corrêa
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ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 1997, 1998 DECADÊNCIA - PIS, COFINS, CSLL E INSS A partir da Súmula 8 do STF, a contagem do prazo decadencial para o lançamento das contribuições sociais deve orientar-se pelos dispositivos do Código Tributário Nacional - CTN, e não mais pelo art. 45 da Lei 8.212/1991. DECADÊNCIA - RH, PIS, COFINS, CSLL E INSS Estando claramente configuradas nos autos as hipóteses excludentes do prazo decadencial reduzido (Dolo e Fraude), o inicio da contagem se desloca para o art. 173 do CTN. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1997, 1998 PAGAMENTOS EFETUADOS NO REGIME DE TRIBUTAÇÃO SIMPLIFICADA - SIMPLES Havendo pagamentos realizados na sistemática simplificada, estes devem ser considerados para efeito de dedução no presente auto de infração, uma vez que dizem respeito ao próprios tributo e aos mesmos períodos autuados. DUPLICIDADE DE COBRANÇA - DÉBITO INCLUÍDO EM PROCESSO DE PARCELAMENTO Caso seja confirmado o Parcelamento Especial - PAES - Conta n° 100300372066, bem como a coincidência entre os tributos e os períodos de apuração, incumbe à Delegacia de origem fazer o ajustamento entre os processos, mediante a devida imputação dos valores já pagos, especialmente em relação aos acréscimos legais (multa e juros). ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS - TAXA SELIC Perfeitamente cabível a exigência dos juros de mora calculados à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, conforme os ditames do art. 61, § 3°, e art. 5°, § 3°, ambos da Lei n° 9.430/96, uma vez que se coadunam com a norma hierarquicamente superior e reguladora da matéria - Código Tributário Nacional, art 161, § 1°. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE - TAXA SELIC O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário: 1997, 1998 LANÇAMENTOS DECORRENTES Tratando-se da mesma matéria fática, e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, o decidido quanto ao lançamento de IRPJ deve ser estendido às contribuições - PIS, COFINS, CSLL e INSS.
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I W MINISTÉRIO DA FAZENDA • A, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 13819.001713/2003-79 Recurso n° 158.799 Voluntário Acórdão n° 1802-00.332 — 2. Turma Especial Sessão de 26 de janeiro de 2010. Matéria SIMPLES Recorrente TRANSPACON LOCAÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA. Recorrida 2' TURMA/DRJ-CAMPINAS/SP ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano-calendário: 1997, 1998 DECADÊNCIA - PIS, COFINS, CSLL E INSS A partir da Súmula 8 do STF, a contagem do prazo decadencial para o lançamento das contribuições sociais deve orientar-se pelos dispositivos do Código Tributário Nacional - CTN, e não mais pelo art. 45 da Lei 8.212/1991. DECADÊNCIA - RH, PIS, COFINS, CSLL E INSS Estando claramente configuradas nos autos as hipóteses excludentes do prazo decadencial reduzido (Dolo e Fraude), o inicio da contagem se desloca para o art. 173 do CTN. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 1997, 1998 PAGAMENTOS EFETUADOS NO REGIME DE TRIBUTAÇÃO 1 SIMPLIFICADA - SIMPLES Havendo pagamentos realizados na sistemática simplificada, estes devem ser considerados para efeito de dedução no presente auto de infração, uma vez que dizem respeito ao próprios tributo e aos mesmos períodos autuados. DUPLICIDADE DE COBRANÇA - DÉBITO INCLUÍDO EM PROCESSO DE PARCELAMENTO Caso seja confirmado o Parcelamento Especial - PAES - Conta n° 100300372066, bem como a coincidência entre os tributos e os períodos de apuração, incumbe à Delegacia de origem fazer o ajustamento entre os processos, mediante a devida imputação dos valores já pagos, especialmente em relação aos acréscimos legais (multa e juros). ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS - TAXA SELIC Perfeitamente cabível a exigência dos juros de mora calculados à taxa referencial do sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, conforme os ditames do art. 61, § 3°, e art. 5°, § 3°, ambos da Lei n° 9.430/96, uma vez que se coadunam com a norma hierarquicamente superior e reguladora da matéria - Código Tributário Nacional, art 161, § 1°. ARGUIÇÃO DE INCONSITMCIONALIDADE - TAXA SELIC O controle de constitucionalidade dos atos legais é matéria afeta ao Poder Judiciário. Descabe às autoridades administrativas de qualquer instância examinar a constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico nacional. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Ano-calendário: 1997, 1998 LANÇAMENTOS DECORRENTES Tratando-se da mesma matéria fática, e não havendo questões de direito específicas a serem apreciadas, o decidido quanto ao lançamento de IRPJ deve ser estendido às contribuições - PIS, COEINS, CSLL e INSS. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos • • elatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ESTER ri' QUES LINS DE SOU' — Presidente (i 9— ,l( n ------7 1 J . DE OLIVEIRA FERRAZ .4 " '. A — Relator •EDITADO EM: 8 8 ABR 2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente da Turma), João Francisco Bianco (Vice-Presidente), José de Oliveira Ferraz Corrêa, Natanael Vieira dos Santos (Suplente convocado), Nelso Kichel (Suplente convocado) e Edwal Casoni de Paula Femandes hmior. Ausente justificadamente o conselheiro Leonardo Lobo de Almeida. 2 Processo na 13819.001713/2003-79 SI-TE02 Acórdão n.° 180240332 Fl. 2 Relatório Trata-se de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, que considerou parcialmente procedente o lançamento realizado para a constituição de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica — IRPJ, à Contribuição para o Programa de Integração Social - PIS, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL, à. Contribuição para Financiamento da Seguridade Social — COFINS e à Contribuição para Seguridade Social - INSS, conforme os autos de infração de fls. 42 a 96, lavrados de acordo com o regime de tributação simplificada — SIMPLES para os fatos geradores ocorridos no ano de 1997, e no regime de tributação geral para os fatos geradores de 1998, com arbitramento do lucro nos trimestres desse segundo ano. De acordo com o Termo de Verificação e Constatação Fiscal, às fls. 40 e 41, o lançamento sob exame decorreu de ação fiscal desenvolvida inicialmente em nome de João Pascon Filho, CPF n°388.154.358-91, sócio-administrador da empresa acima referida. O Termo de Encerramento da ação fiscal realizada na pessoa fisica (fls. 6 e 7) esclarece que aquela outra fiscalização teve como objetivo verificar se valores remetidos ao exterior haviam sido declarados pelo Contribuinte, bem como a existência de contas correntes no exterior, e ainda a movimentação financeira incompatível com a renda declarada nos anos- calendário de 1997 e 1998. Constam ainda as seguintes informações: - a pessoa fisica, apesar de intimada e reintimada, não conseguiu apresentar os extratos bancários solicitados, o que levou à emissão de Requisição de Informação sobre Movimentação Financeira — RNIF, dirigida às instituições financeiras; - após o recebimento e análise dos extratos bancários, o Contribuinte pessoa fisica foi então intimado a apresentar justificativas e/ou comprovações dos valores creditados nas contas correntes, em seu nome, conforme "Quadros Demonstrativos dos Depósitos/Créditos efetuados nas contas correntes em 1997 e 1998"; - em resposta, o Sr. João Pascon Filho declarou que os valores cogitados estavam acobertados pelos depósitos de clientes como pagamentos à empresa Transpacon Locação de Máquinas e Equipamentos, da qual é sócio juntamente com sua esposa, apresentando documentos comprobatórios que identificam que parte dos recebimentos refere- se a vendas de imóveis entregues como receitas de serviços prestados pela citada empresa, mas não depositados na conta corrente da mesma. A auditoria na pessoa fisica foi encenada sem resultados, mas em razão dos fatos apurados foi iniciada fiscalização na mencionada empresa. O já referido Termo de Verificação e Constatação Fiscal, às fls. 40 e 41, traz os seguintes fundamentos para o lançamento realizado na pessoa jurídica: 3 03. Verificadas as Declarações Anuais Simpltficaelas (fls. 34/36), anos-calendário de 1997 e 1998, da empresa cogitada, detectou- se que os valores apontados nos "Quadros Resumos dos Totais de Depósitos/Créditos Efetuados nas Contas-Correntes em 1997 e 1998" (fls. 37/38) não foram declarados pela empresa, considerando-se assim receitas ou rendimentos "omissos", que acrescidos aos valores declarados extrapolam limites legais estabelecidos, tanto para microempresas, quanto para as empresas de pequeno porte (EPP), no sistema SIMPLES; 05. Sendo assim lavramos Autos de Infração, nos quais estamos adicionando os valores declarados em suas Declarações PJ — SIMPLES, anos-calendário de 1997 e 1998 (fls. 34/36), aos valores constantes dos "Quadros Resumos dos Totais de Depósitos/Créditos Efetuados nas Contas-Corrente em 1997 e 1998", em nome do sócio da empresa (11s. 37/38), onde constam os depósitos/créditos, que por falta de apresentação de documento hábil e idôneo, !astreado em escrituração contábil- fiscal da empresa em epígrafe, estão caracterizados como "omissão de receitas ou rendimentos". Sendo que, no primeiro ano, conforme legislação de regência, permanece sua opção pelo SIMPLES, mas incluindo-se a omissão (somatórios mensais dos Quadros Resumos), enquanto no ano seguinte, os valores foram arbitrados, tendo em vista não haver resposta do sócio responsável ao Termo encaminhado (fl. 30), sendo a empresa descaracterizada do sistema SIMPLES, conforme determinação legal. Em todos os autos de infração, foi aplicada a multa de oficio de 75%. Instaurada a fase contenciosa, com a apresentação da impugnação de fls. 114/115, a Contribuinte alegou basicamente que os tributos do ano de 1997 não podiam mais ser cobrados em razão da prescrição, que extingue o crédito tributário. Conforme já mencionado, a DPI em Campinas/SP, ao proferir o Acórdão n° 05-13.917, em 05/07/2006, considerou parcialmente procedente o lançamento, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1997, 1998 Ementa: DECADÊNCIA — OMISSÃO DE RECEITAS — TRIBUTOS. O prazo decadencial regido pelas disposições do art. 150, §4°, do Código Tributário Nacional, tem como termo de inicio a data de ocorrência do fato gerador, desde que vinculado à efetiva apuração regularmente informada à SRF, em estrita observância à legislação tributária. Comprovada a omissão de receitas na base , tributável reconhecida pela pessoa jurídica, detectada pelo Fisco em fontes alheias aos dados fornecidos pela contribuinte à administração tributária, o inicio da contagem do prazo se desloca para o art. 173. Processo n° 13819.001713/2003-79 S1 -TE02 Acórdão' n.° 1802-00.332 Fl 3 DECADÊNCIA — CONTRIBUIÇÕES. Segundo a legislação tributária, o prazo decadencial para a Fazenda Pública apurar e constituir os créditos relativos às Contribuições Sociais é de dez anos, contados a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 1997 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS - RECEITAS NÃO ESCRITURADAS— EXCLUSÃO DO SIMPLES. Os valores creditados em cont&corrente, em relação aos quais o sujeito passivo não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações, evidenciam omissão de receita. Comprovado pela fiscalização que a pessoa jurídica auferiu receitas em montante superior ao limite de enquadramento das microempresas e empresas de pequeno porte, fica descaracterizada a opção da contribuinte pelo simples no ano subseqüente, sendo exigíveis as diferenças de tributos e contribuições ainda na sistemática do SIMPLES no ano em que ocorrido o excesso. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1998 Ementa: ESCRITURAÇÃO INSUFICIENTE - LUCRO ARBITRADO - DESENQUADRAMENTO. Constatada a omissão de receitas pelo Fisco e inexistindo escrituração suficiente para apuração do lucro real ou presumido, a pessoa jurídica desenquadrada do SIMPLES terá o lucro arbitrado no ano subseqüente em que constatado o excedente de receita. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1997, 1998 Ementa: TRIBUTAÇÃO REFLEXA — CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A decisão acerca de exigências decorrentes deve seguir a mesma orientação decisória prolatada no processo principal em virtude da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Comprovada a omissão de receitas no período fiscalizado, correta a exigência das contribuições incidentes sobre a base não oferecida à tributação. s Lançamento Procedente em Parte Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 03/10/2006, a Contribuinte apresentou em 03/11/2006 o recurso voluntário de fls. 224 a 236, onde desenvolve argumentos sobre os pontos descritos a seguir: Da decadência: - o Auditor Fiscal não levou em conta que o correto seria promover a apuração do fato gerador dos impostos com bases mensais, pois à época estes tributos estavam sujeitos a lançamento por homologação, destarte, e com base no próprio relatório elaborado pelo Sr. Auditor, deveria ser considerado como fato gerador o último dia útil do mês corrente à época do fato gerador, - o lançamento se consumou em 05/06/2003, portanto, nessa data já ocorrera a extinção do direito de constituir os créditos tributários do ano de 1997 até maio de 1998; - a decadência ocorreu tanto em relação ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, quanto em relação às Contribuições. Dos Débitos relativos ao ano-calendário de 1998: - os créditos tributários referentes ao ano-calendário de 1998, contidos no presente lançamento, encontram-se em fase de parcelamento especial — PAES — conta n° 100300372066, cujo pedido foi validado em 07/07/2003 e permanece ativo e adimplente, conforme Extrato Demonstrativo de Pagamentos realizados (Doc. n° 04/06); - para corroborar tal afirmativa, estão acostados aos autos o Recibo de Entrega da DIPJ do ano-calendário 1998, contendo o demonstrativo dos valores dos impostos confessados pela ora Recorrente (Doc. n° 07), os quais deverão ser comparados ao Extrato da Dívida confessada no PAES (Doc. n° 08/09), onde a igualdade dos valores e seus respectivos meses de competência estão demonstrados. Da compensação dos tributos recolhidos: - na remotíssima possibilidade do não reconhecimento do efeito prescricionalldecadencial, a compensação é fato real, pois conforme relatório constante do Auto de Infração, em nenhum momento o Sr. Auditor demonstrou a compensação dos valores 1 pagos, sendo que neste mesmo documento afirma-se que a empresa autuada deveria recolher os impostos sobre a diferença do valor das notas fiscais e do valor efetivamente declarado; - sendo assim, requer-se o detalhamento no que consiste entre o valor do tributo com base no valor da nota fiscal e o valor já recolhido pela empresa. Da multa penal agravada para 75%: - o lançamento da multa agravada para 75% não é procedente, porque a Digna Autoridade Fiscal não apontou qualquer situação que a justificasse; - o fato ensejador da multa agravada em 75% deve ser caracterizado como de má-fé ou de evidente intuito doloso. No caso em tela, não há nem referência nem prova dessa situação; 1-13 Processo n° 13819.001713/2003-79 81-TE02 Acórdão n.° 1802-00.332 Fl. 4 - simples omissão de receita constitui fato objetivo. Para qualificá-lo como de má-fé ou decorrente de evidente intuito de fraude — em tese crime contra a ordem tributária — é essencial que se demonstre ou prove o elemento subjetivo ou a vontade dirigida para o resultado ilícito. Da taxa SELIC: - a taxa SELIC é apurada unilateralmente pelo Poder Público, sendo considerado no seu cálculo tanto os juros quanto a inflação; - os juros devem ser fixados em lei, nunca em ato administrativo, nem mesmo quando o ato administrativo é cometido por indevida delegação legislativa; - se a correção monetária foi expressamente revogada por lei, essa medida tem que valer tanto para a Receita quanto para os contribuintes; - há julgados proferidos pelo Superior Tribunal de Justiça que reforçam os argumentos apresentados. Este é o Relatório. 9, 7 Voto Conselheiro JOSÉ DE OLIVEIRA FERRAZ CORRÊA, Relator O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme o relatório, a Fiscalização apurou nos anos de 1997 e 1998 receitas da empresa que foram movimentadas na conta bancária de seu sócio, e que não foram declaradas pela Contribuinte. Em 1997, o lançamento foi realizado no regime do SIMPLES, e em 1998, no regime normal de tributação, em razão de a empresa ter extrapolado no ano anterior o limite de receitas permitido para a tributação simplificada. Diante da não apresentação de escrituração suficiente para apuração do lucro real, foi realizado o arbitramento dos lucros em 1998. Quanto à decadência, a DRJ em Campinas aplicou o art. 173, I, do CTN, cancelando as exigências de IRPJ cujos fatos geradores ocorreram até novembro de 1997. Já em relação às Contribuições (CSLL, PIS, COFINS e INSS), o prazo adotado foi o de 10 anos, conforme previsto no art. 45 da Lei 8.212/91, e a preliminar foi totalmente rejeitada. O lançamento ocorreu em 05/06/2003. Dentre os argumentos contidos na decisão de primeira instância para a aplicação do art. 173, I, do CTN, destaco o seguinte: Deveras, no caso de omissão de receitas torna-se patente a intenção da contribuinte de não oferecer à tributação os rendimentos auferidos nas operações constatadas posteriormente pela fiscalização junto a terceiros. Tratando-se, pois, de fatos detectados sem qualquer cooperação da pessoa jurídica, não há que se falar em homologação tácita no prazo de cinco anos prevista no §4 0 do art. 150 do C77n1, mas sim no prazo previsto no artigo 173, inciso 1, do CT1V. Portanto, a manutenção de rendimentos à margem da tributação, com o evidente intuito de reduzir o montante de sua obrigação tributária principal mediante inobservância de suas atribuições legais como contribuinte, não pode ser objeto de homologação tácita, ficando tais fatos sujeitos à revisão de oficio pela autoridade administrativa, deslocando-se o prazo para o art 173, inc. 1, do CT1V, dispondo, assim, a Fazenda Pública de um prazo maior para apuração das ocorrências concernentes aos tributos devidos no período. Considero correto o entendimento da Delegacia de Julgamento, inobstante o fato de a Autoridade Fiscal não ter aplicado a multa qualificada no percentual de 150% No caso, vejo claramente configuradas nos autos as hipóteses excludentes do prazo decadencial reduzido (Dolo e Fraude), uma vez que além de as receitas estarem sendo auferidas mediante Processo n° 13819.001713/2003-79 81-TE02 Acórdão n.° 1802-00332 Fl. 5 conta bancária não pertencente à empresa, a sua apuração só foi possivel com a colaboração de terceiros, por meio de expedição de RMF. Além disso, não é demais lembrar que o tipo legal para a qualificação da multa (artigos 71 a 73 da Lei 4.502/1964) não é coincidente com aquele que enseja a ampliação do prazo decadencial (art. 150, § 4°, do CTN), abrangendo, inclusive, figuras jurídicas distintas, de onde posso afirmar uma independência, pelo menos relativa, no processo de subsunção a estas normas. Portanto, não merece reparo a aplicação do art. 173, I, do CTN, para fins de contagem do prazo decadencial em relação ao IRPJ. Quanto às contribuições, cabe mencionar que o Supremo Tribunal Federal — STF aprovou em 12106/2008 a Súmula Vinculante n° 8 (publicada em 20/06/2008), declarando inconstitucional o artigo 45 da Lei 8.212/1991, que previa o prazo decadencial de 10 anos para o seu lançamento. Assinalo também que nos termos do art. 103-A da Constituição, essa súmula alcança a Administração Pública, que deve, portanto, observá-la. Deste modo, não apenas para o 1RPJ, mas também para as contribuições abrangidas nesse processo, há que se reconhecer a decadência para os fatos geradores ocorridos até novembro de 1997. Em relação ao aproveitamento dos pagamentos feitos pela Recorrente, sob o regime do SIMPLES, merecem ser acolhidos os argumentos de defesa. Isto porque o SIMPLES não se caracteriza como um tributo, mas apenas como uma forma simplificada de recolhimento dos vários tributos que engloba, dentre eles o IRPJ e as contribuições aqui em pauta, que mantêm, cada uma deles, sua perfeita identidade, mesmo nesse regime de tributação, inclusive sob o aspecto quantitativo, uma vez que a lei especifica as parcelas relativas a cada imposto ou contribuição, em termos percentuais. Não ha que se falar na necessidade de compensação via PER/DCOMP (compensação eletrônica), posto que os pagamentos referem-se aos mesmos tributos e períodos autuados. Portanto, devem ser deduzidos do presente auto de infração os valores espontaneamente recolhidos na sistemática do SIMPLES, na medida em que forem confirmados pela unidade preparadora. Quanto às considerações relativas ao Parcelamento Especial — PAES, cabe mencionar que a Contribuinte tomou ciência do lançamento em 05/06/2003, vindo alegar no recurso que teve seu pedido de parcelamento validado em 07/07/2003, o que evidencia uma aparente contradição, pois, embora alegue ter ingressado com os débitos em processo de parcelamento, continuou questionando esses mesmos débitos, inclusive junto a essa segunda instância administrativa. De todo modo, nada convalida uma cobrança em duplicidade, pelo que a Delegacia de origem deverá realizar o ajustamento de um processo com o outro, na medida em que realmente haja coincidência entre os tributos e os períodos de apuração, mediante a devida imputação dos valores já pagos, especialmente em relação aos acréscimos legais (multa e juros). 9 Quanto à multa de oficio, cabe esclarecer que não foi aplicada pela Fiscalização a multa qualificada no percentual de 150%, mas sim a multa de oficio padrão, no percentual de 75%, que é cabível para os casos de simples falta de recolhimento de tributo, situação que está devidamente caracterizada, tanto o é que os tributos estão sendo exigidos no presente processo. No que toca às alegações da Recorrente acerca da taxa SELIC, cujo acolhimento implicaria no afastamento de norma legal vigente (art. 61 da Lei 9.430/96), por suposto vício de inconstitucionalidade e afronta ao Código Tributário ao Nacional, cabe ressaltar que falece a esse órgão de julgamento administrativo competencia para provimento dessa natureza, que está a cargo do Poder Judiciário, exclusivamente. tkortuno lembrar que apenas de modo excepcional, havendo prévia decisão por parte do Supremo Tribunal Federal, e cumpridos os requisitos do Decreto n° 2.346/97 ou do art. 103-A da Constituição, o que não ocorre no presente caso, é que a Administração Pública deixaria de aplicar a norma legal. O art. 161 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966— Código Tributário Nacional, estabelece que o crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora..., e no seu parágrafo primeiro determina que se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de I% (um por cento) ao mês. Portanto, a taxa de juros de mora a ser exigida sobre os débitos fiscais de qualquer natureza para com a Fazenda Pública pode ser definida em percentual diferente de 1%. Basta que uma lei ordinária assim determine. Neste contexto, o artigo 61 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, assim dispõe: Artigo 61 — Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria de Receita Federal cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1° de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação especifica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 3° Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3 0 do art. 5°, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. E o § 3° do art. 5° da Lei n°9.430/1996, por sua vez, estabelece que: § 3° As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia — SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. 90 Processo n° 13819.00171312003-79 S1-TE02 Acórdão n.° 1802-00332 Fl. 6 Portanto, incumbe a esse órgão julgador cumprir a norma legal que se encontra em pleno vigor, aplicando-a às situações concretamente verificadas, não lhe cabendo a apreciação da alegada inconstitucionalidade ou ilegalidade da taxa SELIC Apenas vale frisar que essa mesma taxa de juros é garantida aos contribuintes nos casos de restituição de indébitos. O tratamento, portanto, é isonômico, ou seja, tanto vale para a cobrança, quanto para a devoluçZto de valores, o que reforça a justeza de sua aplicação. Registro ainda que a matéria já se encontra sumulada: Súmula Y CC n°2 - O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula 1° CC n° 4 - A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórias incidentes sobre débitos ti butários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no penado de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. Todos os argumentos acima valem tanto para o IRPJ, quanto para as contribuições PIS, COFINS, CSLL e INSS. Diante do exposto, dou provimento parcial ao recurso para: - acolher, em relação às Contribuições, a preliminar de decadência para os fatos geradores ocorridos até o mês de novembro de 1997, no mesmo sentido que a DRJ já havia decidido para o IRPJ; - determinar que sejam deduzidos da parte remanescente do presente auto de infração os valores espontaneamente recolhidos na sistemática do SIMPLES, na medida em que os pagamentos forem confirmados pela unidade preparadora; - que seja realizado o ajustamento deste processo com o Parcelamento Especial — PAES — Conta n° 100300372066, na medida em que seja confirmada a coincidência entre os tributos e os períodos de apuração, mediante a devida imputação dos valores já pagos, especialmente em relação aos acréscimos legais (multa e juros). je-- aÉ DE OLIVEIRA FERRAZ CORRÊA II MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Processo : 13819.001713/2003-79 Recurso : 158799 Acórdão : 1802-00.332 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3° do artigo 81 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Portaria MF n° 259/2009), intime-se o(a) Senhor(a) Procurador(a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Primeira Seção do CARF, a tomar ciência do inteiro ter do Acórdão n° 1802-00.332. Brasília - DF, em 14 de abril de 2010 /_----- /José Roberto França Secre ' o da r Câmara da Primeira Seção CARI Ciente, com a observação abaixo: [ ] Apenas com Ciência [ ] Com Recurso Especial [ ] Com Embargos de Declaração Data da ciência: Procurador(a) da Fazenda Nacional 1
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Numero do processo: 10880.029086/99-05
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 16 00:00:00 UTC 2002
Numero da decisão: 202-00.394
Decisão: RESOLVEM os Membros da Segunda Câmara. do Segundo Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, declinar competência ao Terceiro Conselho de Contribuintes para o julgamento do recurso, em razão da matéria.
Nome do relator: Gustavo Kelly Alencar
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Numero do processo: 10830.009106/2009-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Dec 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2008
SETOR AUTOMOTIVO. SUSPENSÃO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL.
As hipóteses de suspensão do IPI previstas no art. 5º da Lei n° 9.826/99, com a redação dada pelo art. 4 da Lei n° 10.485/2002, não são aplicáveis a estabelecimento equiparado a industrial.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.103
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, ficando o voto vencedor a cargo do Conselheiro Marcelo Costa Marques d´Oliveira.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora.
(assinado digitalmente)
Marcelo Costa Marques d´Oliveira - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente).
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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SUSPENSÃO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. As hipóteses de suspensão do IPI previstas no art. 5º da Lei n° 9.826/99, com a redação dada pelo art. 4 da Lei n° 10.485/2002, não são aplicáveis a estabelecimento equiparado a industrial. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, ficando o voto vencedor a cargo do Conselheiro Marcelo Costa Marques d´Oliveira. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora. (assinado digitalmente) Marcelo Costa Marques d´Oliveira Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 91 06 /2 00 9- 04 Fl. 312DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 11 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório constante da decisão da DRJ (fls. 247/251 dos autos): Tratase de exigência do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), formalizada no auto de infração de fls. 02/06, lavrado em 22/07/2009, com ciência da contribuinte em 28/07/2009, totalizando o crédito tributário de R$ 8.408.210,15. Segundo a descrição dos fatos de fls. 03/06, houve falta de lançamento de IPI por ter o estabelecimento, em operações que o caracterizava como equiparado a industrial, promovido a saídas de produtos tributados, sem o devido destaque. A contribuinte importou e revendeu no mercado interno, no período de janeiro de 2005 a dezembro de 2008, os produtos destinados à indústria automotiva listados à fl.03, produtos esses sujeitos a alíquotas de IPI de 10% e 15%. Deu saída a esses produtos sem o lançamento do imposto, em razão da suspensão prevista no art. 4o da Lei n° 10.485/2002, que alterou o art. 5o da Lei n° 9.826/99, e no art. 113, inciso III, do RIPI/2002. Porém, a referida suspensão somente se aplica a estabelecimentos industriais, e não atinge as operações em que há a equiparação a estabelecimento industrial. Tal entendimento está expresso no art. 23, inciso II da IN SRF n° 296/03. Consequentemente, foi lançado o imposto, e aplicada a multa de ofício de 75%. Em virtude da existência de saldos credores de IPI, foi reconstituída a escrita fiscal do estabelecimento (fls. 20/21). Inconformada com a autuação, a contribuinte, por intermédio de seu representante legal, protocolizou impugnação de fls. 169/184, aduzindo em sua defesa as seguintes razões: 1. Os estabelecimentos equiparados a industrial estão sujeitos aos mesmos direitos e obrigações fiscais que os estabelecimentos industriais; 2. As disposições da legislação que versam sobre obrigações e direitos endereçados aos "estabelecimentos industriais", também se destinam aos estabelecimentos equiparados; 3. A norma de suspensão de tributo deve ser interpretada pelo operador do direito de forma a proporcionar à norma o mesmo resultado almejado pelo legislador, sem ampliar nem restringir seu alcance; 4. O Conselho de Contribuintes já se manifestou no sentido de estender o referido benefício aos estabelecimentos equiparados, conforme Acórdão n° 20217.844; 5. A Lei n° 9.826/99 criou o benefício de suspensão do IPI na importação de alguns produtos específicos, bem como na saída desses mesmos produtos dos estabelecimentos industriais, deixando claro que o intuito principal era o de desonerar a aquisição de autopeças e, em última instância, a indústria automobilística; 6. O intuito acima foi reforçado com a edição da Lei n° 10.485/2002, trazendo para o âmbito do benefício em pauta as pessoas jurídicas controladas de Fl. 313DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 12 3 pessoas jurídicas fabricante ou de suas controladoras que comercializem os produtos beneficiados, o que permitiu ampliar as hipótese de destinatários da norma; 7. A Lei n° 10.865/2004 eliminou a possibilidade de utilização do benefício em exame pela controlada, mas, por outro lado, facultou sua aplicação também ao estabelecimento equiparado a industrial especificado no parágrafo 5o do art. 17 da Medida Provisória n° 2.18949/2001, cuja equiparação não se deu através do RIPI, mas sim de uma Medida Provisória; 8. O tratamento desigual realizado pela autoridades fiscais entre os produtos importados e os produtos nacionais ferem frontalmente as regras do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio GATT. Por fim, requer o cancelamento do auto de infração. Ao analisar o caso, a DRJ julgou procedente o auto de infração, sob o fundamento de que não há previsão legal para a saída de produtos tributados com suspensão do IPI no caso de estabelecimento equiparado a industrial. A decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2008 SETOR AUTOMOTIVO. SUSPENSÃO. ESTABELECIMENTO EQUIPARADO A INDUSTRIAL. As hipóteses de suspensão do IPI previstas no art. 5º da Lei n° 9.826/99, com a redação dada pelo art. 4 da Lei n° 10.485/2002, não são aplicáveis a estabelecimento equiparado a industrial, salvo quando se tratar da hipótese de equiparação prevista no §5° do art. 17 da Medida Provisória n° 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O contribuinte tomou ciência desta decisão em 10/05/2011 (vide fl. 257) e, insatisfeito com o seu teor, interpôs em 07/06/2011 Recurso Voluntário, através do qual repisou os argumentos trazidos em sua impugnação. Os autos, então, vieramme conclusos para fins de análise do referido recurso. É o relatório. Fl. 314DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 13 4 Voto Vencido Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões: O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Do relato acima, extraise que o cerne da presente demanda é identificar se o estabelecimento equiparado a industrial pode usufruir da suspensão disposta no art. 5º da Lei nº 9.826/99 e no art. 136, III do RIPI/2010, que assim dispõem: Art. 5º Os componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11, da TIPI, sairão com suspensão do IPI do estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 1º Os componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças, referidos no caput, de origem estrangeira, serão desembaraçados com suspensão do IPI quando importados diretamente por estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 2º A suspensão de que trata este artigo é condicionada a que o produto, inclusive importado, seja destinado a emprego, pelo estabelecimento industrial adquirente: (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002)I na produção de componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes ou peças dos produtos autopropulsados; (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) II na montagem dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01, 87.02, 87.03, 87.05, 87.06 e 87.11, e nos códigos 8704.10.00, 8704.2 e 8704.3, da TIPI. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 3º A suspensão do imposto não impede a manutenção e a utilização dos créditos do IPI pelo respectivo estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 4º Nas notas fiscais relativas às saídas referidas no caput deverá constar a expressão ‘Saída com suspensão do IPI com a especificação do dispositivo legal correspondente, vedado o registro do imposto nas referidas notas. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 5º Na hipótese de destinação dos produtos adquiridos ou importados com suspensão do IPI, distinta da prevista no § 2º deste artigo, a saída dos mesmos do estabelecimento industrial adquirente ou importador darseá com a incidência do imposto. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 6º O disposto neste artigo aplicase, também, ao estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o § 5o do art. 17 da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) *** Fl. 315DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 14 5 Art. 136. Sairão com suspensão do imposto: (...) III do estabelecimento industrial, os componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos autopropulsados classificados nas Posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11 da TIPI (Lei no 9.826, de 1999, art. 5o, e Lei no 10.485, de 2002, art. 4o); (...) § 3o A suspensão de que tratam os incisos III e IV do caput é condicionada a que o produto, inclusive importado, seja destinado a emprego, pelo estabelecimento industrial adquirente (Lei nº 9.826, de 1999, art. 5º, § 2º, e Lei nº 10.485, de 2002, art. 4º): I na produção de componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes ou peças dos produtos autopropulsados (Lei nº 9.826, de 1999, art. 5º, § 2º, inciso I, e Lei nº 10.485, de 2002, art. 4º); ou II na montagem dos produtos autopropulsados classificados nas Posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01, 87.02, 87.03, 87.05, 87.06 e 87.11, e nos Códigos 8704.10, 8704.2 e 8704.3 da TIPI (Lei nº 9.826, de 1999, art. 5º, § 2º, inciso II, e Lei nº 10.485, de 2002, art. 4º). § 4o O disposto nos incisos III e IV do caput aplicase, também, ao estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o art. 137 (Lei nº 9.826, de 1999, art. 5º, § 6º, Lei nº 10.485, de 2002, art. 4º, e Lei no 10.865, de 2004, art. 33). O contribuinte defende que a referida suspensão destinase não apenas ao estabelecimento industrial, como também ao estabelecimento equiparado a industrial, nos termos do art. 9º, inciso III dos Decretos nº 4.544/2002 e 7.212/2010, in verbis: Art. 9º Equiparamse a estabelecimento industrial: (...) III as filiais e demais estabelecimentos que exercerem o comércio de produtos importados, industrializados ou mandados industrializar por outro estabelecimento do mesmo contribuinte, salvo se aqueles operarem exclusivamente na venda a varejo e não estiverem enquadrados na hipótese do inciso II (Lei nº 4.502, de 1964, art. 4º, inciso II, e § 2º, Decretolei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 1ª, e Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 37, inciso I); A DRJ, por seu turno, entendeu por julgar procedente o auto de infração, sob o fundamento de que a suspensão teria sido estendida apenas aos estabelecimentos equiparados a industrial de que trata o § 5o do art. 17 da Medida Provisória no 2.18949/2001, em razão do disposto no parágrafo 6º do art. 5º da Lei nº 9.826/99, supra transcrito. Fundamentou ainda a sua decisão na Instrução Normativa SRF nº 296/2003, que assim dispõe: Art. 23. O disposto nesta Instrução Normativa não se aplica: (Redação dada pela IN SRF n° 429, de 21/06/2004) I às pessoas jurídicas optantes do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples); Fl. 316DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 15 6 II a estabelecimento equiparado a industrial, salvo quando se tratar da hipótese de equiparação prevista no art. 4º. O referido artigo 4º assim dispõe: Art. 4° O disposto nos arts. 2º e 3º aplicase, também, ao estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o § 5º do art. 17 da Medida Provisória n° 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Nesse contexto, concluiu a DRJ que, por força do disposto na Portaria MF nº 58/2006, a qual disciplina a constituição das turmas e o funcionamento das Delegacias da Receita de Julgamento, não poderia questionar o entendimento manifestado no referido art. 23. Ou seja, a matéria fática encontrase incontroversa tratase de estabelecimento equiparado a industrial que usufruiu da suspensão do IPI disposta no art. 5º da Lei nº 9.826/99 , bastando, então, que se analise o aspecto de direito possibilidade desse estabelecimento equiparado a industrial de usufruir dessa suspensão. Embora ciente que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais já se manifestou em outros julgados contrariamente ao pleito do contribuinte, sigo a corrente que entende que a suspensão do IPI também poderá ser usufruída pelos estabelecimentos equiparados a industrial. E, por se amoldar exatamente ao caso ora analisado, transcrevo a seguir Declaração de voto apresentada pela Conselheira Tatiana Josefovicz Belisario nos autos do Processo nº 13603.723343/201387 (Acórdão nº 3201002067), cujos fundamentos adoto como razão de decidir: A DRJ negou o direito da Recorrente com base em dois fundamentos: (i) que a Instrução Normativa RFB nº 948, de 2009, em seu art. 27, dispõe claramente que a suspensão do IPI não se aplica a estabelecimento equiparado à industrial, salvo aqueles previstos no art. 4º do citado normativo (empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda equiparada a estabelecimento industrial), concluindo que " não cabe ao julgador de primeira instância administrativa questionar o entendimento manifestado no art. 27 da IN RFB nº 948, de 2009". (ii) "não faria sentido o parágrafo 6º, do art. 5º da Lei nº 9.826/99, com a redação dada pela Lei nº 10.865/2004. O referido parágrafo 6º incluiu nas hipóteses de suspensão, os produtos saídos de estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o § 5º do art. 17 da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. Ora, se como entende a recorrente, a Lei já abrangia todos os estabelecimentos equiparados, qual seria a necessidade de acrescentar o parágrafo 6º? Não há outra conclusão possível, senão a de que os estabelecimentos equiparados não estão incluídos nas hipóteses de suspensão." Quanto ao primeiro argumento, despiciendo traçar maiores comentários, uma vez que o julgador de segunda instância não está adstrito a comandos contidos em instruções normativas e demais atos internos da RFB. As decisões do CARF apenas deverão subsumirse a normas contidas em leis e decretos. Quanto ao segundo argumento, divirjo do posicionamento exposto na decisão recorrida, assim como aquele defendido pelo D. Relator do presente Recurso Voluntário. Entendo que, uma vez que a norma geral do IPI houve por bem equiparar os estabelecimentos comerciais do contribuintes à industrial, criando a figura do Fl. 317DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 16 7 "equiparado à industrial", não é dado às demais normas regulamentares efetuar exclusões que a própria norma geral não efetuou. In casu, necessário abordar a disposição constante do §6º do art. 5º da Lei nº 9.826/99, que, segunda a interpretação fiscal, confirmaria o entendimento de que apenas o equiparado a industrial "de que trata o §5º do art. 17 da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001" estaria alcançado pela suspensão prevista na norma. Confirase o disposto no citado §5º do art. 17 da MP 2.18949/01: Art. 17. Fica instituído regime aduaneiro especial relativamente à importação, sem cobertura cambial, de insumos destinados à industrialização por encomenda dos produtos classificados nas posições 8701 a 8705 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, por conta e ordem de pessoa jurídica encomendante domiciliada no exterior. (...) § 5o A empresa comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por encomenda equiparase a estabelecimento industrial. Notase que a referida norma, em verdade, criou uma nove espécie de equiparado à industrial, além daquelas já previstas nas normas gerais vigentes (transcrito anteriormente). Por essa razão, ao meu ver, o legislador, ao inserir o parágrafo 6º, do art. 5º da Lei nº 9.826/99, o fez no sentido de incluir na possibilidade de suspensão do IPI também o estabelecimento comercial atacadista adquirente de produtos industrializados por encomenda, uma vez que estes não estão abarcados pelo conceito de equiparado à industrial que se extrai das regras gerais do IPI. Ou seja, o destaque feito pelo legislador não foi no sentido de excluir os demais equiparados (conforme regra geral), mas o de incluir uma nova espécie de equiparado (previsto apenas em norma específica). Tal interpretação, em caráter teleológico, está em perfeita consonância com o objetivo do legislador assinalado na própria exposição de motivos da Lei nº 9.826/99, qual seja, o de simplificação de procedimentos por parte dos contribuintes e a melhoria dos controles fiscais. Até porque, a regra da suspensão do IPI tem efeitos meramente de controle, uma vez que não implica redução ou majoração da carga tributária. Com efeito, excluir a possibilidade de suspensão do IPI aos estabelecimentos equiparados a industriais, culmina por tornar ainda mais complexos tanto os procedimentos contábeis, como a sua fiscalização. E que não se fale ser hipótese de aplicação do art. 111 do CTN, que impõe a interpretação literal do dispositivo legal, uma vez que não se está diante de nenhuma das hipóteses nele taxativamente descritas. Diante do exposto, com base naquela que entendo ser a melhor interpretação a ser dada ao art. 5º da Lei nº 9.826/99, obedecendo primordialmente ao critério teleológico, entendo ser cabível a aplicação da regra da suspensão do IPI aos estabelecimentos equiparados a industriais. Fl. 318DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 17 8 Concordo com o entendimento acima exposto, no sentido de que a legislação federal, ao equiparar determinados estabelecimentos a industrial, não trouxe a restrição de que tal equiparação deva se dar apenas para alguns fins. Até porque, é cediço que o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar os Embargos de Divergência em RESP nº 1.403.532SC, cujo julgamento deuse na sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), manifestouse sobre a incidência do IPI no que tange aos estabelecimentos equiparados a industrial. É o que se extrai da decisão a seguir transcrita: EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. FATO GERADOR. INCIDÊNCIA SOBRE OS IMPORTADORES NA REVENDA DE PRODUTOS DE PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA. FATO GERADOR AUTORIZADO PELO ART. 46, II, C/C 51, PARÁGRAFO ÚNICO DO CTN. SUJEIÇÃO PASSIVA AUTORIZADA PELO ART. 51, II, DO CTN, C/C ART. 4º, I, DA LEI N. 4.502/64. PREVISÃO NOS ARTS. 9, I E 35, II, DO RIPI/2010 (DECRETO N. 7.212/2010). 1. Seja pela combinação dos artigos 46, II e 51, parágrafo único do CTN que compõem o fato gerador, seja pela combinação do art. 51, II, do CTN, art. 4º, I, da Lei n. 4.502/64, art. 79, da Medida Provisória n. 2.15835/2001 e art. 13, da Lei n. 11.281/2006 que definem a sujeição passiva, nenhum deles até então afastados por inconstitucionalidade, os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil. 2. Não há qualquer ilegalidade na incidência do IPI na saída dos produtos de procedência estrangeira do estabelecimento do importador, já que equiparado a industrial pelo art. 4º, I, da Lei n. 4.502/64, com a permissão dada pelo art. 51, II, do CTN. 3. Interpretação que não ocasiona a ocorrência de bis in idem, dupla tributação ou bitributação, porque a lei elenca dois fatos geradores distintos, o desembaraço aduaneiro proveniente da operação de compra de produto industrializado do exterior e a saída do produto industrializado do estabelecimento importador equiparado a estabelecimento produtor, isto é, a primeira tributação recai sobre o preço de compra onde embutida a margem de lucro da empresa estrangeira e a segunda tributação recai sobre o preço da venda, onde já embutida a margem de lucro da empresa brasileira importadora. Além disso, não onera a cadeia além do razoável, pois o importador na primeira operação apenas acumula a condição de contribuinte de fato e de direito em razão da territorialidade, já que o estabelecimento industrial produtor estrangeiro não pode ser eleito pela lei nacional brasileira como contribuinte de direito do IPI (os limites da soberania tributária o impedem), sendo que a empresa Fl. 319DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 18 9 importadora nacional brasileira acumula o crédito do imposto pago no desembaraço aduaneiro para ser utilizado como abatimento do imposto a ser pago na saída do produto como contribuinte de direito (nãocumulatividade), mantendose a tributação apenas sobre o valor agregado. 4. Precedentes: REsp. n. 1.386.686 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17.09.2013; e REsp. n. 1.385.952 SC, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03.09.2013. Superado o entendimento contrário veiculado nos EREsp. nº 1.411749PR, Primeira Seção, Rel. Min. Sérgio Kukina, Rel. p/acórdão Min. Ari Pargendler, julgado em 11.06.2014; e no REsp. n. 841.269 BA, Primeira Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 28.11.2006. 5. Tese julgada para efeito do art. 543C, do CPC: "os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido industrialização no Brasil". 6. Embargos de divergência em Recurso especial não providos. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Nesse contexto, se a equiparação serve justamente para fins de igualar a situação do importador com a situação do industrial, em observância ao princípio da isonomia, exigindo o IPI também do estabelecimento equiparado a industrial, não se justifica que não sirva para fins de concederlhe o direito à suspensão deste tributo, concedida ao industrial, em especial quando a norma não traz tal restrição. Ao contrário do que constou da decisão recorrida, não há previsão expressa dispondo sobre a impossibilidade de usufruto da suspensão em tela pelos equiparados a industrial. O parágrafo 6º do art. 5º da Lei nº 9.826/99 dispõe que este artigo aplicase, também, ao estabelecimento equiparado a industrial de que trata o parágrafo 5º do art. 17 da Medida Provisória nº 2.18949/2001, mas não exclusivamente a tais equiparados. Não há, pois, qualquer restrição legal nesse sentido. Por fim, entendo ainda que a negativa de usufruto da suspensão pelas empresas equiparadas a industrial, quando estas muitas vezes representam empresas importadoras, findam por ferir as regras dispostas no GATT, inserido no ordenamento jurídico brasileiro pela Lei nº 313/1948, que visa a igualdade de tratamento tributário aos produtos oriundos dos países signatários em relação aos produtos nacionais. Com base nestes fundamentos, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. É como voto. Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Fl. 320DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 19 10 Voto Vencedor Peço vênia para discordar da Conselheira Relatora, no que concerne à extensão aos estabelecimentos equiparados a industrial do benefício da suspensão do IPI, prevista no art. 5° da Lei n° 9.826/1999. No período fiscalizado (janeiro de 2005 a dezembro de 2008), a Recorrente deu saída de produtos importados, pelo que se revestiu da condição de contribuinte do IPI por equiparação, nos termos do inciso I art. 9° do RIPI/2002 (Decreto n° 4.544/2002). Com efeito, este fato restou incontroverso nos autos. A Recorrente entende que tem direito à fruição do benefício fiscal previsto no art. 5° da Lei n° 9.826/1999, pelos seguintes motivos: a) por uma questão de equidade, os estabelecimentos equiparados a industriais teriam os mesmos direitos que os industriais, uma vez que têm as mesmas obrigações; b) a Lei n° 10.865/2004 alterou o § 6° do art. 5° da Lei n° 9.826/1999, dispondo que a suspensão "(. . .) aplicase também ao estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o § 5° do art. 17 da Medida provisória n° 2.18949/2001." (g.n.) b1) com a adição dos estabelecimentos equiparados a industrial citados no § 5° do art. 17 da Medida provisória n° 2.18949/2001, restaria implícito que todos os demais estabelecimentos equiparados a industrial, não expressamente citados, que dessem saída a componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos auto propulsados classificados nas posições 84.29/32/33, 87.01 a 06 e 87.11 da TIPI, também teriam direito à utilização do citado benefício fiscal; e c) o não reconhecimento do direito à fruição do benefício fiscal feriria as regras do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneira e Comércio GATT, pois estaria conferindo tratamento fiscal desigual aos produtos importados. Para começar, transcrevo o art. 5° da Lei n° 9.826/1999: "Art. 5o Os componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11, da TIPI, sairão com suspensão do IPI do estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 1o Os componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças, referidos no caput, de origem estrangeira, serão desembaraçados com suspensão do IPI quando importados diretamente por estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 2o A suspensão de que trata este artigo é condicionada a que o produto, inclusive importado, seja destinado a emprego, pelo Fl. 321DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 20 11 estabelecimento industrial adquirente: (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) I na produção de componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes ou peças dos produtos autopropulsados; (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) II na montagem dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01, 87.02, 87.03, 87.05, 87.06 e 87.11, e nos códigos 8704.10.00, 8704.2 e 8704.3, da TIPI. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 3o A suspensão do imposto não impede a manutenção e a utilização dos créditos do IPI pelo respectivo estabelecimento industrial. (Redação dada pela Lei nº 10.485, de 2002) § 4o Nas notas fiscais relativas às saídas referidas no caput deverá constar a expressão ‘Saída com suspensão do IPI’ com a especificação do dispositivo legal correspondente, vedado o registro do imposto nas referidas notas. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 5o Na hipótese de destinação dos produtos adquiridos ou importados com suspensão do IPI, distinta da prevista no § 2o deste artigo, a saída dos mesmos do estabelecimento industrial adquirente ou importador darseá com a incidência do imposto. (Incluído pela Lei nº 10.485, de 2002) § 6o O disposto neste artigo aplicase, também, ao estabelecimento equiparado a industrial, de que trata o § 5o do art. 17 da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004)" (g.n.) A matriz legal do IPI (RIPI/2002 Decreto n° 4.544/2002), em seus artigos 8° e 9°, traz as definições de "estabelecimento industrial" e "estabelecimento equiparado a industrial". Não há dúvidas de que são figuras distintas, do contrário, tratadas de formas distintas não seriam pelo legislador. E não cabe ao operador do direito igualálas. Carlos Maximiliano, em sua obra "Hermenêutica e Aplicação do Direito" (20° Ed. Rio de Janeiro: Forense , 2011 páginas 189), dispõe que "281 As isenções e as simples atenuações de impostos e taxas, decretadas em proveito determinados indivíduos ou corporações sofrem exegese estrita; e não se presumem, precisam ser plenamente provadas.(...)." Com efeito, o CTN (Lei n° 5.172/1966), em seu art.111, determina que seja adotada tal postura, diante de normas exonerativas. Assim, não cabe estender aos estabelecimentos equiparados a industrial o tratamento diferenciado dispensado pelo art. 5° da Lei n° 9.826/1999 aos estabelecimentos industriais. Portanto, a suspensão aplicase exclusivamente aos estabelecimentos industriais, não abrangendo os equiparados a industriais, não expressamente mencionados na Lei n° 9.826/1999. Fl. 322DF CARF MF Processo nº 10830.009106/200904 Acórdão n.º 3301003.103 S3C3T1 Fl. 21 12 Por outro lado, não se verifica a suposta afronta ao Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneira e Comércio GATT, por ter conferido tratamento mais favorável a produtos nacionais. O caput e os §§ 1° e 2° do art. 5° da Lei n° 9.826/199 dispõem que tanto a saída de estabelecimento industrial para outro estabelecimento industrial quanto a importação por estabelecimento industrial de "componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11, da TIPI" gozam da suspensão do IPI. De todo o exposto, voto por negar provimento aos argumentos da Recorrente, que tinham como objetivo o de expandir o benefício da suspensão prevista no art. 5° da Lei n° 9.826/199 a saídas de "componentes, chassis, carroçarias, acessórios, partes e peças dos produtos autopropulsados classificados nas posições 84.29, 84.32, 84.33, 87.01 a 87.06 e 87.11, da TIPI" de estabelecimentos equiparados a industrial. É como voto. Conselheiro Marcelo Costa Marques d'Oliveira Fl. 323DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.721790/2013-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
IRPF. GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS.
Deve ser cancelada a glosa de despesa médica realizada pela fiscalização se o contribuinte comprova, por meio de documentação hábil e idônea, a realização do ônus financeiro e dos beneficiários envolvidos no respectivo plano de saúde.
Numero da decisão: 2301-004.817
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábio Piovesan Bozza Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes, Alice Grecchi, Andréa Brose Adolfo, Fábio Piovesan Bozza, Marcela Brasil de Araújo Nogueira, Gisa Barbosa Gambogi Neves, Amílcar Barca Teixeira Junior.
Nome do relator: FABIO PIOVESAN BOZZA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005 IRPF. GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. Deve ser cancelada a glosa de despesa médica realizada pela fiscalização se o contribuinte comprova, por meio de documentação hábil e idônea, a realização do ônus financeiro e dos beneficiários envolvidos no respectivo plano de saúde.
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GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. Deve ser cancelada a glosa de despesa médica realizada pela fiscalização se o contribuinte comprova, por meio de documentação hábil e idônea, a realização do ônus financeiro e dos beneficiários envolvidos no respectivo plano de saúde. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior – Presidente. (assinado digitalmente) Fábio Piovesan Bozza – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Júlio César Vieira Gomes, Alice Grecchi, Andréa Brose Adolfo, Fábio Piovesan Bozza, Marcela Brasil de Araújo Nogueira, Gisa Barbosa Gambogi Neves, Amílcar Barca Teixeira Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 17 90 /2 01 3- 01 Fl. 37DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Relatório Conselheiro Relator Fábio Piovesan Bozza Na Declaração de Anual de Ajustes da ora Recorrente, relativa ao exercício 2012, anocalendário 2011, a fiscalização tributária precedeu à glosa da despesa médica correspondente a R$ 13.948,71, em virtude de o documento comprobatório da referida despesa ter deixado de discriminar os beneficiários, conforme solicitado previamente mediante Termo de Intimação. Inconformada, a Recorrente apresentou impugnação, juntando declaração da Coordenação de Benefícios do Banco Central do Brasil, do qual é funcionária, que atesta sua participação e contribuição para o Programa de Assistência à Saúde dos Servidores do Banco Central (PASBC), na condição de titular (fls. 11). Contudo, a decisão de primeira instância administrativa manteve a glosa, uma vez que o documento juntado pela Recorrente apenas demonstrou quem assumiu o encargo financeiro das despesas médicas, mas não indicou que ela seria a única beneficiária. Novamente inconformada, a Recorrente apresenta recurso voluntário, contestando a validade da autuação e, para tanto, junta nova declaração da Coordenação de Benefícios do Banco Central do Brasil (fls. 28). É o relatório. Voto Conselheiro Relator Fábio Piovesan Bozza A intimação do acórdão de primeira instância ocorreu em 08/07/2013 e o recurso voluntário foi interposto na mesma data, em 27/02/2013. Por ser tempestivo e por cumprir com as formalidades legais, dele tomo conhecimento. Realmente, como já antecipado pela decisão de primeira instância administrativa, não basta a prova da assunção da despesa médica. É necessário também provar que tal despesa reverteu em proveito do contribuinte ou de algum dependente E tal prova acaba por vir agora na fase recursal, por meio da qual declaração feita pela Coordenação de Benefícios do Banco Central do Brasil, na qual elenca as despesas médicas do período e afirma que a Recorrente é a única beneficiária, “não possuindo dependentes agregados” (fls. 28). Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o recurso voluntário e lhe dar provimento, a fim de cancelar a glosa de despesa médica contida no auto de infração. É como voto. Fl. 38DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 10730.721790/201301 Acórdão n.º 2301004.817 S2C3T1 Fl. 38 3 Fábio Piovesan Bozza – Relator Fl. 39DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por FABIO PIOVESAN BOZZA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13878.000209/2004-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. SANEAMENTO. SEM EFEITO MODIFICATIVO
Configurada a omissão e contradição na decisão recorrida, acolhem-se os embargos de declaração, sem efeito modificativo, para suprir os vícios apontados no acórdão embargado.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3402-003.468
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos declaratórios, sem efeito modificativo, para suprir a omissão e contradição apontadas pela Embargante, inclusive na ementa constante do Acórdão nº 3402-002.823, de 25/01/2016.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. SANEAMENTO. SEM EFEITO MODIFICATIVO Configurada a omissão e contradição na decisão recorrida, acolhem-se os embargos de declaração, sem efeito modificativo, para suprir os vícios apontados no acórdão embargado. Embargos Acolhidos.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos declaratórios, sem efeito modificativo, para suprir a omissão e contradição apontadas pela Embargante, inclusive na ementa constante do Acórdão nº 3402-002.823, de 25/01/2016. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. SANEAMENTO. SEM EFEITO MODIFICATIVO Configurada a omissão e contradição na decisão recorrida, acolhemse os embargos de declaração, sem efeito modificativo, para suprir os vícios apontados no acórdão embargado. Embargos Acolhidos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos declaratórios, sem efeito modificativo, para suprir a omissão e contradição apontadas pela Embargante, inclusive na ementa constante do Acórdão nº 3402002.823, de 25/01/2016. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 8. 00 02 09 /2 00 4- 38 Fl. 494DF CARF MF 2 Tratase de Embargos de declaração, tempestivo, interposto pelo Contribuinte acima identificado (fls. 420/424), ao amparo do art. 65 e seguintes, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, em face do Acórdão nº 3402002.823, de 25/01/2016 (fls. 673/699), que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2004 PIS. REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. UTILIZAÇÃO DE BENS E SERVIÇOS . CREDITAMENTO. AMPLITUDE DO DIREITO. No regime de incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis 10.637/02 e 10.833/03 (art. 3º, inciso II) possibilitam o creditamento tributário pela utilização de bens e serviços como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou ainda na prestação de serviços, com algumas ressalvas legais. Diante do modelo prescrito pelas retrocitadas leis dadas as limitações impostas ao creditamento pelo texto normativo vêse que o legislador optou por um regime de nãocumulatividade parcial, onde o termo “insumo”, como é e sempre foi historicamente empregado, nunca se apresentou de forma isolada, mas sempre associado à prestação de serviços ou como fator de produção na elaboração de produtos destinados à venda, e, neste caso, portanto, vinculado ao processo de industrialização. PIS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO DECORRENTE DE CUSTOS E DESPESAS COM INSUMOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. O creditamento objeto do regime da nãocumulatividade do PIS/Pasep e da COFINS, além da necessária observação das exigências legais, requer a perfeita comprovação, por documentação idônea, dos custos e despesas decorrentes da aquisição de bens e serviços empregados como insumos na atividade da pessoa jurídica. CRÉDITO. EMBALAGEM DE TRANSPORTE. APROVEITAMENTO. POSSIBILIDADE. Os gastos com embalagens de transporte pallet, papelão e os filmes strech, integram o custo dos produtos fabricados e exportados pela recorrente, gerando créditos passíveis de desconto da contribuição apurada sobre o faturamento mensal e/ ou de ressarcimento/compensação do saldo credor trimestral. REGIME DA NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. NÃO COMPROVAÇÃO. GLOSA. A não comprovação dos créditos, referentes à nãocumulatividade, indicados no Dacon, implica sua glosa por parte da fiscalização. Na apuração de PIS/Cofins não cumulativo, aprovada existência do direito de crédito incumbe ao contribuinte, de Fl. 495DF CARF MF Processo nº 13878.000209/200438 Acórdão n.º 3402003.468 S3C4T2 Fl. 495 3 maneira que, não havendo tal demonstração por parte do contribuinte, deve a Fiscalização promover o lançamento com os dados que se encontram ao seu alcance. Recurso Voluntário Provido em Parte O processo foi encaminhado para ciência da Embargante em 03/08/2016 (data da abertura do DTE eletrônico à fl. 418). Cientificado do referido Acórdão, em 08/08/2016, tempestivamente portanto, foi interposto os Embargos de declaração de fls. 420/424, apontando omissão e contradição no referido julgado. Quando da análise dos referidos arestos, o Presidente da 2ª Turma, conforme o Despacho S/Nº (4ª Câmara/2ª Turma Ordinária) à fl. 493, admitiu e encaminhou o processo a este Conselheiro para que coloque em pauta com proposta de saneamento dos vícios apontados. Vejase: "Tendo em vista a interposição de embargos de declaração (fls.420/425), encaminho o processo ao relator originário, Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, para que o coloque em pauta com proposta de saneamento dos vícios apontados". Pois bem. Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento, cujo crédito provém do saldo credor de PIS, relativo a receitas de exportação, apurado no regime de incidência não cumulativa, referente ao 3º trimestre de 2004. Este Colegiado, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário, para reverter as seguintes glosas dos créditos tomados: (i) gastos com embalagens de transporte pallet, papelão e os filmes strech; e (ii) água e seu tratamento, 40% que foram glosados por não ser utilizada no processo produtivo. Posto isto, a Embargante colaciona a seguir, no seu entender, os 3 vícios apontados pelo Acórdão embargado, na parte em que reverteu a glosa e a exigência do crédito tributário, os quais justificariam a oposição dos Embargos de declaração: 1ª contradição e omissão Aduz que ao redigir o Voto Vencedor, os fundamentos utilizados pelo Conselheiro designado contradizem o disposto na ementa do Acórdão embargado: "(...) Isto porque, o Voto Vencedor reverteu a glosa de crédito de PIS e COFINS sobre 40% do total de água (e seu respectivo tratamento) consumida pela Embargante em seu processo de produção. Entretanto, o trecho do Termo de Informação Fiscal colacionado pelo Relator não corresponde à glosa de créditos sobre água e produtos químicos acrescidos à água, mas, sim, à glosa de créditos oriundos dos gastos com produtos químicos acrescidos à água que se transforma em vapor durante o processo produtivo, in verbis (fls. 684, do v. acórdão): "Acerca da glosa de 40% sobre o total de água consumida, entendo Que tal vedação de creditamento não deva prosperar, sobretudo diante do minucioso trabalho do fiscal durante o procedimento de fiscalização, como se vê no item 16 do Termo de Informação Fiscal elaborado pelo Fisco, argumenta que: "(...) A água que e utilizada nos processos produtivos da empresa, unidades matriz e filial, recebe inúmeros produtos químicos para garantir sua qualidade (ver fls 464 item 1). Inicialmente parte da Fl. 496DF CARF MF 4 água será utilizada nas caldeiras para produção de vapor, e a outra nos processos de fermentação, isolação e purificação. Ao final, 40% (quarenta por cento) da água será descartada, retornando ao rio, e os outros 60% (sessenta por cento) irão compor o fertilizante nitrogenado. Dos gastos tidos com a água e seu tratamento, 60% geram direito a crédito, pois irão compor o fertilizante nitrogenado (...)" [g n]. Aduz que o trecho do TIF colacionado no acórdão enfoca o "item 16", do referido Termo, como se este item contivesse a glosa de créditos oriundos de 40% do volume de água descartada e dos produtos químicos necessários à sua utilização e purificação. Entretanto, ao cotejar o "item 16" com os fundamentos expostos no acórdão, a Embargante observou que todos os valores glosados contidos no "item 16" correspondem, na realidade, a produtos químicos utilizados no processo de vaporização da água. Fica, portanto, demonstrada a contradição entre a ementa do acórdão e o Voto Vencedor. A glosa de créditos sobre o volume de 40% da água utilizada no processo produtivo e seu tratamento está contida no "item 17" (fl. 204). Entretanto o Voto Vencedor do acórdão foi omisso por não incluir o "item 17" em sua fundamentação. Devese, portanto, sanar esta omissão, incluindo, na fundamentação do Voto Vencedor, o "item 17", para que ocorra, efetivamente, a reversão da glosa da água (e seu respectivo tratamento) que é descartada ao final do processo produtivo. 2ª contradição Argumenta que o acórdão contém uma segunda contradição entre a decisão prolatada e o item "5d", do voto do relator, que versa sobre a parcela de água que evapora antes de se incorporar ao processo produtivo. "(...) O Conselheiro Waldír Navarro Bezerra considerou procedente a glosa dos créditos originados na parcela de água que evapora durante o processo de produção, supostamente, porque a possibilidade de creditamento da energia sob a forma de vapor só teria sido concedida com a redação dada ao artigo 3º, da Lei n° 10.833/03, pela Lei n° 11.488/07. Ocorre que não há, na presente controvérsia, glosa de créditos sobre a água utilizada sob a forma de vapor, mas, sim e exclusivamente sobre os produtos químicos adicionados à água utilizada nas caldeiras para a produção de vapor, conforme descrição contida no "item 17". Ora, os créditos glosados no "item 17" correspondem aos gastos com produtos acrescidos à água dedicada às caldeiras que se transforma em vapor. Consequentemente, tem a mesma natureza que os créditos glosados decorrentes das despesas com os produtos utilizados no tratamento da água utilizada no processo produtivo e descartada ao final do processo ("item 17", do Termo de Informação Fiscal"). No presente caso, reconhecese o direito ao crédito sobre os produtos necessários ao tratamento da água descartada que fez parte do processo produtivo da Embargante (item 18"), mas, contraditoriamente, mantémse a glosa de créditos sobre as despesas com produtos utilizados no tratamento da água utilizada nas caldeiras ("item 18") que gerarão o vapor utilizado no processo de produção. Deste modo, o item "5d", do voto do Relator, é contraditório, a uma por versar sobre elemento desconhecido, já que o "vapor" não foi glosado, mas, sim, as despesas com os produtos químicos utilizados na água que gerará o vapor e, a duas, porque concedeu o direito ao crédito sobre os gastos com o tratamento da água descartada, mas não com o tratamento da água que será transformada em vapor. Fl. 497DF CARF MF Processo nº 13878.000209/200438 Acórdão n.º 3402003.468 S3C4T2 Fl. 496 5 3ª contradição apontada Informa que há, ainda, contradição na ementa do acórdão que mencionou a suposta ausência de comprovação, por parte da Embargante, da utilização dos insumos no processo de produção. Ora, a única suposta glosa mantida foi a de produtos químicos utilizados na água que gerará o vapor ("item 17), sendo certo que restou comprovado, pelo voto vencedor, que toda a água é utilizada no processo produtivo, inclusive a água que gerará o vapor. Portanto, não há que se falar em ausência de comprovação. Além disso, consta do acórdão, que a glosa (inexistente) sobre o "vapor" foi acertada, já que a legislação que permitiria o seu creditamento (2007) é posterior aos fatos geradores do crédito (2005). Ou seja, ainda que subsista o erro, o motivo da manutenção da glosa (indevida) do "vapor" não é a ausência de comprovação, mas, sim, aplicação ou não da legislação (Lei n° 11.488/07). Ao final, requer que sejam os presentes embargos admitidos, postos para apreciação do Colegiado, para que sejam acolhidos para sanar os vícios apontados, na forma do art. 65, §§ 2º ao 6º, do RICARF. Esses são os fatos. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, relator. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 – RICARF, cabem Embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma, e poderão ser opostos, mediante petição fundamentada, no prazo de 5 dias contados da ciência do acórdão. Nesse espeque, foi procedida à análise dos Embargos de declaração apresentados, verificado que atendem aos requisitos de admissibilidade e considerando a omissão e as contradições acima expostas, os mesmos foram admitidos, a fim de serem corrigidos os vícios apontadas pela Embargante (omissão e contradição), conforme Despacho do Presidente desta Turma Ordinária à fl. 493. É cediço que o objeto dos Embargos de declaração tem como fulcro permitir que a decisão seja a mais hígida possível, de modo a permitir sua execução, sem margem à dúvida, quer quanto ao seu teor quer quanto à sua liquidação. Passamos, então, à análise dos pontos elencados pela Embargante e as considerações proferidas pelo Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, quanto ao voto vencedor: 1) Quanto ao Voto Vencedor: Foi alegada omissão e contradição no voto vencedor, da seguinte maneira: "A glosa de créditos sobre o volume de 40% da água utilizada no processo produtivo e seu tratamento Fl. 498DF CARF MF 6 está contida no 'item 17' do TIF Termo de Informação Fiscal" (fl. 208/210), fazse necessária o seguinte esclarecimento. A Embargante alega que na redação do Voto Vencedor foram invocados fundamentos que não se aplicariam à reversão da glosa proposta, nominalmente a menção ao item 16, mencionado no Acórdão embargado. Diante disso, apontou a existência de contradição, pelo fato do item 16 do Termo de Informação Fiscal versar sobre gastos com embalagens de transporte, pallet, papelão e filme stretch. Verificando às fls. 208/210 do processo, notase que o Embargante tem razão. Invocouse o item equivocado para reverter as glosas sobre a água evaporada, que não se integrou no fertilizante nitrogenado. Em rigor, o fundamento reside no item 18, in verbis: Como se interpreta claramente da descrição acima dada, 100% da água é utilizada no processo produtivo, de diversas formas (produção de vapor, processos de fermentação, isolação e purificação, e composição do fertilizante nitrogenado), apesar de que apenas 60% dele será incorporado efetivamente ao produto final, restando 40% descartado após tratamento químico. Caso essa turma adotasse o vetusto conceito de insumo de IPI para os casos de PIS e COFINS, faria sentido a glosa de parcela da água que não fora incorporada ao produto. Todavia, temos firme entendimento de que a noção de insumo está relacionada ao processo produtivo como um todo e as despesas necessárias para sua ocorrência, ainda que não haja a incorporação física ao produto. Desse modo, corrigese a fundamentação da decisão embargada, para sanar a contradição apontada, mantendo a reversão da glosa de crédito de PIS e COFINS sobre os 40% da água descartada, conforme o contido no item 18 do TIF. 2) Quanto ao Voto do Relator: No que pertine à alegação de que o acórdão contém uma segunda contradição entre a decisão prolatada e o item "5, letra 'd" do Acórdão, que versa sobre a parcela de água que evapora antes de se incorporar ao processo produtivo, também assiste razão à Embargante e, portanto, passo a esclarecer o seguinte: De fato o Acórdão embargado considerou procedente a glosa elaborada pelo Fisco, dos créditos originados na parcela de água que evapora durante o processo de produção, porque a possibilidade de creditamento da energia sob a forma de vapor só teria sido concedida com a redação dada pelo artigo 3º, da Lei n° 10.833/03, incluído pela Lei n° 11.488/07. No entanto, na controvérsia, verificase que não há glosa de créditos sobre a água utilizada sob a forma de vapor, mas sim sobre os produtos químicos adicionados à água utilizada nas caldeiras para a produção de vapor, conforme descrição contida no "item 17" do Termo de Informação Fiscal tratamento, que correspondem aos gastos com produtos acrescidos à água dedicada às caldeiras que se transforma em vapor. Fl. 499DF CARF MF Processo nº 13878.000209/200438 Acórdão n.º 3402003.468 S3C4T2 Fl. 497 7 Verificase isto pelas alegações da Recorrente em seu recurso: "(...) Incorreta também é a glosa dos créditos correspondentes a parcela da água que não teve contato com o produto, uma vez que 100% da água utilizada é necessária para o processo produtivo, tal qual o vapor utilizado na secagem e finalização do produto, ou seja, parte indispensável na cadeia produtiva". Por outro lado, no presente caso, reconheceuse, pelo voto vencedor, o direito ao crédito sobre os produtos necessários ao tratamento da água descartada que fez parte do processo produtivo da Embargante (item 17, do TIF fl. 209). Assim, o item "5, letra 'd" do voto (Da parcela da água que evapora antes de se incorporar ao processo produtivo (produção vapor), tornouse realmente contraditório, por versar sobre "vapor" (um tipo de energia), insumo este que não foi glosado pelo Fisco. O que foi objeto de glosa foram as despesas com os produtos utilizados na água que produzirá o vapor (tratamento), e tal glosa foi revertida pelo voto vencedor do Acórdão (conforme item (ii) dar provimento parcial, para reverter as seguintes glosas [...] água e seu tratamento). 3) Por fim, quanto à alegada contradição contida na ementa do acórdão: Quanto à alegada contradição contida na ementa do acórdão, que menciona a suposta ausência de comprovação, por parte da Embargante, da utilização dos insumos no processo de produção, entendo que também assiste razão à Recorrente. Como a única glosa mantida foi a de produtos químicos utilizados na água que gerará o vapor (item 17, do TIF), sendo certo que restou comprovado pelo voto vencedor, que toda a água é utilizada no processo produtivo, inclusive a água que gerará o vapor (água e seu tratamento), não há mais que se falar em ausência de provas na ementa do Acórdão. Ressaltese que, com relação a glosa (inexistente) sobre o "vapor", muito embora se encontra fundamentada no Acórdão, já que a legislação que permitiria o seu creditamento (2007) é posterior aos fatos geradores do crédito (2005), o motivo da manutenção da glosa (indevida) do "vapor" não seria a ausência de comprovação, mas, sim, a aplicabilidade ou não da legislação do art. 3º, III, da Lei n° 10.833/07. Conclusão Assim, voto no sentido de acolher os embargos declaratórios, sem efeito modificativo, para aclarar as contradições e omissão apontadas pela Embargante, inclusive quanto a ementa da decisão constante no Acórdão nº 3402002.823, uma vez que não há que se falar em ausência de comprovação dos créditos referente ao "vapor". É como voto. (assinatura digital) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 500DF CARF MF 8 Fl. 501DF CARF MF
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