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Numero do processo: 10830.003689/89-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/1984 a 01/12/1986
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA.
Não devem ser acolhidos os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão no acórdão embargado.
Embargos Rejeitados
Acórdão Ratificado
Numero da decisão: 3302-003.392
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração para ratificar o Acórdão Embargado. A Conselheira Lenisa Prado se declarou impedida. Fez sustentação oral o Dr. Júlio Cesar Soares - OAB 29266 - DF
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Linhares e Walker Araújo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. Não devem ser acolhidos os Embargos de Declaração quando não demonstrada omissão no acórdão embargado. Embargos Rejeitados Acórdão Ratificado Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração para ratificar o Acórdão Embargado. A Conselheira Lenisa Prado se declarou impedida. Fez sustentação oral o Dr. Júlio Cesar Soares OAB 29266 DF (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa – Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Linhares e Walker Araújo. Relatório A Embargante em epígrafe interpõe Embargos de Declaração ao Acórdão 30331.850, de 23 de fevereiro de 2005, que, à época, recebeu a seguinte ementa: CONTRIBUIÇÃO SOBRE O AÇÚCAR E O ÁLCOOL — CAA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 36 89 /8 9- 10 Fl. 406DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 186 2 Inexistência de publicação dos atos do Conselho Monetário Nacional, pelo BACEN, resulta na ineficácia dos mesmos, por inexistência de obrigatoriedade de seu cumprimento — Precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais. CORREÇÃO MONETÁRIA INTEGRAL. A correção monetária de indébito tributário há de ser plena, mediante a aplicação dos índices representativos da real perda de valor da moeda, não se admitindo a adoção de índices inferiores expurgados. Recurso Voluntário Parcialmente Provido. O Relatório que fundamentou o Acórdão pelo presente embargado teve o seguinte teor. O Contribuinte ingressou, na via administrativa, em 31/07/1989, com Pedido de Restituição do montante que indevidamente recolheu a titulo de Contribuição sobre o Consumo de Açúcar e o Álcool e respectivo Adicional, durante o período compreendido entre junho de 1984 e dezembro de 1986, acrescido de correção monetária, desde a data do pagamento até a data de sua efetiva devolução à suplicante, eis que as referidas exigências, a seu ver, padeciam de vícios de ilegalidade e inconstitucionalidade. Às fls. 156/161, foi certificado que os valores reclamados foram, efetivamente, pagos pelo Contribuinte. A Delegacia da Receita Federal de Campinas/SP indeferiu o Pedido de Restituição, sob o fundamento de que (i) os recolhimentos obedecem aos ditames dos Decretosleis n.° 1.712/79 e n.° 1.952/82; (ii) não está caracterizada nenhuma das hipóteses previstas no artigo 165 do Código Tributário Nacional; e (iii) o disposto no art. 166 do CTN é condição necessária mas não suficiente à restituição pleiteada. Ademais sustentou que a "'arguição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria do ponto de vista constitucional, consoante orientação que emana do Parecer Normativo CST n.° 329/70. Irresignado, o Contribuinte, em 16/02/1995, apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 166/170, onde alegou, em síntese, que: i) houve reconhecimento expresso da d. autoridade administrativa quanto ao fato de terem sido observados os requisitos do art. 166 do CTN, eis que, por se tratar de tributo cuja natureza comporta a transferência do respectivo encargo financeiro a terceiro, foram apresentadas as autorizações dos compradores da ora Recorrente; ii) o c. Primeiro Conselho de Contribuintes vem orientando seus julgamentos em consonância com a jurisprudência da Suprema Corte; iii) o Conselho Monetário Nacional era o órgão competente para estabelecer os percentuais da contribuição e do adicional, indicando apenas que estes não poderiam ser superiores a 20% do preço oficial dos mencionados produtos. No entanto, inexistiu ato formal do Conselho Monetário Nacional fixando esses percentuais, sendo certo que este era o único órgão habilitado pela legislação para estabelecêlos; Fl. 407DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 187 3 iv) ainda que o CMN tivesse exercido regularmente essa competência, tal fato não foi regularmente publicado no Diário Oficial para produzir efeitos; v) o Decretolei n.° 1.952/82 contemplava uma delegação legislativa vedada pela Constituição Federal; e vi) a base de cálculo da contribuição e do adicional eram desconformes com a legislação que os instituíra, eis que deveria ser o preço oficial (Preço de Liquidação) e não, o Preço de Faturamento (PVU). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Campinas negou provimento à Impugnação do Contribuinte, mantendo o indeferimento de seu Pedido de Restituição, sob o argumento de que a via administrativa não seria competente para apreciar alegações de inconstitucionalidade e ilegalidade. Inconformado, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, alegando, como novidade, cerceamento de defesa, eis que, a seu ver, o argumento de que a via administrativa depende de prévio posicionamento do Poder Judiciário para se manifestar sobre a legitimidade de um tributo esvazia o principio da ampla defesa, tornando inócua a opção pela discussão nessa via. Conforme descreve o Despacho de Admissibilidade dos Embargos de que se trata Após a formalização do Acórdão acima identificado, através do despacho de fl. 378, a DRF/Limeira/SP encaminha ao CARF Embargos de Declaração nos seguintes termos: o Acórdão 30331.850, de 23 de fevereiro de 2005 ["determina correção dos pagamentos "...crédito este que deverá ser apurado, tomando por base a Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997, porém com a recomposição de seus índices... Por fim, a partir de 01/01/1996 deve ser aplicada a Taxa Selic"] (grifos do original); a referida Norma de Execução trata de atualização de valores apenas a partir de janeiro/1988; data posterior aos pagamentos a serem restituídos; encaminhese ao CARF [...para que este se manifeste em relação à correção a partir da data dos pagamentos até janeiro/1988, omitida no Acórdão.]. Admitidos os Embargos, o processo foi a mim distribuído por sorteio. É o Relatório. Voto Como fica claro da breve descrição dos fatos acima, haveria aparente omissão do acórdão embargado em relação ao índice de correção do valor do indébito para o período compreendido entre o pagamento indevido e o mês de janeiro de 1988, na medida em que a Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997 trata de atualização de indébitos ocorridos a partir desse mês (janeiro de 1988) e os pagamentos de que aqui se trata ocorrem em período bem anterior. De fato, vê se que a tabela (folha 200) com a qual a Relatora do processo pretendeu demonstrar, mês a mês, os índices aplicáveis à correção do pagamentos indevidos, Fl. 408DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 188 4 inicia no mês de janeiro de 1989 e termina no mês de fevereiro de 1991, ao passo que, conforme consta no Relatório do Acórdão e no pedido formulado pelo contribuinte (folha 01), a seguir reproduzido, os pagamentos que deram azo ao pleito ocorreram entre junho de 1984 e dezembro de 1986. A Suplicante é empresa que se dedica à fabricação de açúcar e de álcool e §como tal promoveu, no período compreendido entre junho de 1984 e dezembro de 1986, pagamento de uma contribuição de intervenção no domínio econômico de natureza tributária, incidente sobre o preço dos referidos produtos. (grifos acrescidos) A primeira vista, pareceria tratarse de lapso que exigisse a integração do acórdão com nova formação de juízo a respeito do assunto, uma vez que fosse impossível determinar com certeza qual seria a interpretação que o Colegiado de origem daria aos fatos, à legislação que considerasse aplicável e a consequente decisão que adotaria, acaso tivesse ele enfrentado, em sua plenitude, a questão posta nos autos. Contudo, uma releitura do teor da decisão sugere que o encaminhamento deva ser outro. A Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997, como é de sabença, tem origem no reconhecimento, por parte da Fazenda Pública, do direito à correção do valor do indébito, decisão tomado com fulcro no Parecer AGU nº 001/96, se não vejamos. Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997 Regulamenta a atualização monetária, até 31/12/95, de valores pagos ou recolhidos no período de 01.01.88 a 31.12.91, para fins de restituição ou compensação. OS COORDENADORESGERAIS DOS SISTEMAS DE TRIBUTAÇÃO E ARRECADAÇÃO E COBRANÇA, no uso de suas atribuições e tendo em vista o disposto nos arts. 40, § 1º, e 41 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, no art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, bem assim as conclusões do Parecer da Advocacia Geral da União nº AGU/MF01/96, de 11 de janeiro de 1996, resolvem: (grifos acrescidos) Por seu turno, o Parecer da Advocacia Geral da União nº AGU/MF01/96, de 11 de janeiro de 1996, está alicerçado na jurisprudência pacificada dos Tribunais Superiores do Poder Judiciário e trata da possibilidade da incidência de correção monetária para pagamentos indevidos realizados em data anterior à Lei 8.383/91. Observese sua ementa. ASSUNTO: Incidência de correção monetária nas parcelas devidas em razão de repetição de indébito tributário, anteriormente à Lei nº 8.383/91. EMENTA: Mesmo na inexistência de expressa previsão legal, é devida correção monetária de repetição de quantia indevidamente recolhida ou cobrada a título de tributo. A restituição tardia e sem atualização é restituição incompleta e representa enriquecimento ilícito do Fisco. Correção monetária não constitui plus a exigir expressa previsão legal. É, apenas, recomposição do crédito corroído pela inflação. O dever de restituir o que se recebeu indevidamente inclui o dever de restituir o valor atualizado. Se a letra fria da lei não cobre tudo o que no seu espírito se contém, a interpretação legislativa se impõe como medida de Justiça. Disposições legais anteriores à Lei nº 8.383/91 e princípios superiores do Direito brasileiro autorizam a conclusão no sentido de ser devida a correção na hipótese em exame. A jurisprudência unânime dos Tribunais reconhece, nesse caso, o direito Fl. 409DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 189 5 à atualização do valor reclamado. O Poder Judiciário não cria, mas, tãosomente, aplica o direito vigente. Se tem reconhecido esse direito é porque ele existe. Em recente pronunciamento, a Procuradoria da Fazenda Nacional, por meio do Parecer/PGFN/CRJ/Nº 2601/2008, tratando da dispensa de interposição de recursos e da desistência dos já interpostos nos casos de litígios que envolvam a inclusão de índices expurgados pelos planos econômicos na atualização dos créditos tributários, esclarece: O entendimento reiteradamente invocado pela Fazenda Nacional em sua defesa sempre foi no sentido de ser descabida a aplicação dos índices expurgados para fins de correção monetária de valores recolhidos indevidamente a serem compensados ou restituídos, somente sendo possível, para este fim, a aplicação dos índices legalmente estatuídos. 5. Ocorre que o Poder Judiciário entendeu diversamente, tendo sido pacificado no âmbito do STJ o entendimento no sentido de que devem ser incluídos, para cálculo da correção monetária de débitos judiciais, os percentuais dos expurgos inflacionários verificados na implantação dos planos governamentais, sendo esta incidência decorrente de lei (Lei 6.899/81), pelo que se faz desnecessária a expressa menção no pedido formulado em juízo, a teor do que dispõe o art 293 do CPC. A Lei 6.899/81 citada no texto do Parecer e o Decreto nº 86.649, do mesmo ano, têm o seguinte teor. LEI No 6.899, DE 08 DE ABRIL DE 1981. Determina a aplicação da correção monetária nos débitos oriundos de decisão judicial e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art 1º A correção monetária incide sobre qualquer débito resultante de decisão judicial, inclusive sobre custas e honorários advocatícios. § 1º Nas execuções de títulos de dívida líquida e certa, a correção será calculada a contar do respectivo vencimento. § 2º Nos demais casos, o cálculo farseá a partir do ajuizamento da ação. Art 2º O Poder Executivo, no prazo de 60 (sessenta) dias, regulamentará a forma pela qual será efetuado o cálculo da correção monetária. Art 3º O disposto nesta Lei aplicase a todas as causas pendentes de julgamento. Art 4º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. Art 5º Revogamse as disposições em contrário. Brasília, em 08 de abril de 1981; 160º da Independência e 93º da República. DECRETO No 86.649, DE 25 DE NOVEMBRO DE 1981. Regulamenta a Lei nº 6.899, de 8 de abril de Fl. 410DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 190 6 1981, que determina a aplicação de correção monetária nos débitos oriundos de decisão judicial. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 2º da Lei nº 6.899, de 8 de abril de 1981, combinado com o artigo 2º da Lei nº 6.423, de 17 de junho de 1977, DECRETA: Art . 1º Quando se tratar de dívida líquida e certa, a correção monetária a que se refere o artigo 1º da Lei nº 6.899, de 8 de abril de 1981, será calculada multiplicandose o valor do débito pelo coeficiente obtido mediante a divisão do valor nominal reajustado de uma Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN) no mês em que se efetivar o pagamento (dividendo) pelo valor da ORTN no mês do vencimento do título (divisor), com abandono dos algarismos a partir da quinta casa decimal, inclusive. Parágrafo único. Nos demais casos, o divisor será o valor da ORTN no mês do ajuizamento da ação. Art . 2º A correção monetária das custas a serem reembolsadas à parte vencedora será calculada a partir do mês do respectivo pagamento. Art . 3º Nas causas pendentes de julgamento à data da entrada em vigor da Lei nº 6.899/81 e nas ações de execução de títulos de dívida líquida e certa vencidos antes do advento da mesma lei, mas ajuizadas a partir do início de sua vigência, o cálculo a que se refere o artigo 1º se fará a partir de 9 de abril de 1981. Art . 4º Nos débitos para com a Fazenda Pública objeto de cobrança executiva ou decorrentes de decisão judicial, a correção monetária continuará a ser calculada em obediência à legislação especial pertinente. Art . 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 25 de novembro de 1981; 160º da Independência e 93º da República. JOÃO FIGUEIREDO Ibrahim AbiAckel A leitura de todo o arcabouço normativo acima reproduzido deixa claro que a decisão tomada pelo Poder Executivo, expressa na Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997, foi motivada pelo Parecer da AdvocaciaGeral da União nº AGU/MF01/96, que, por sua vez, teve como escopo a jurisprudência formada pelos Tribunais Superiores, e, conforme esclareceu mais tarde o Parecer/PGFN/CRJ/Nº 2601/2008, particularmente pela jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, firmada em torno das disposições contidas na Lei nº 6.899/81. Notadamente, tanto a Lei nº 6.899/81 quanto o Decreto nº 86.649/81 reconhecem o direito à correção monetária do valor do indébito para pagamentos ocorridos em Fl. 411DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 191 7 data anterior ao mês de janeiro de 1989, ao tempo que o Parecer nº AGU/MF01/96 reconhece esse direito para períodos anteriores a 1991. Isto posto e, considerando que é descabida a aplicação da Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997 a indébitos havidos em data anterior ao mês de janeiro de 1988, é de se imaginar que, em consonância com animus que se depreende da decisão tomada no acórdão embargado, a estes indébitos devesse ser aplicado o critério informado no Decreto nº 86.649/81, uma vez que, à época, a correção determinada na Lei nº 6.899/81 fosse por ele regulamentada. Assim sendo, e a correção monetária correspondente ao período anterior a janeiro de 1988 deveria ser calculada multiplicandose o valor do pagamento pelo coeficiente obtido mediante a divisão do valor nominal reajustado de uma Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN) no mês do pagamento (dividendo), pelo valor da OTN do mês de janeiro de 1989 (divisor), com abandono dos algarismos a partir da quinta casa decimal, inclusive. Contudo, embora a toda a lógica abraçada até aqui demonstrese, a meu sentir, irretocável, o problema é que o Acórdão embargado em nenhum momento demonstrou intenção de proteger os valores pagos indevidamente pelo contribuinte dos efeitos corrosivos da inflação ocorrida em períodos anteriores a janeiro de 1988. De fato, a leitura atenta das disposições finais do Voto permite compreender que a Relatora não fez qualquer referência à data em que teriam ocorrido os pagamentos indevidos. Significa dizer que não houve confusão (obscuridade/contrariedade) a esse respeito. Nitidamente, o Acórdão apenas determinou que fosse observada a Norma COSIT/COSAR nº 08/97 e, para os meses de Janeiro de 1989, Fevereiro de 1989, Março de 1990, Abril de 1990, Maio de 1990, Fevereiro de 1991, os índices fossem recompostos pela aplicação do IPC. Ao fim, que, a partir de 01/01/1996, fosse aplicada a Taxa Selic. Observese como consta no Voto. Assim, por todas as razões acima expostas, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário, deferindo a restituição pleiteada, crédito este que deverá ser apurado, tomando por base a Norma de Execução COSIT/COSAR n.° 08/97, porém com a recomposição de seus índices para aplicação do IPC nos seguintes períodos: Período Norma Execução n.° IPC — Percentual de Índice a ser a ser Janeiro de 1989 x 42,72% 42,72% Fevereiro de 1989 3,6% 6,31% 10,14% Março de 1990 41,28% 30,46% 84,32% Abril de 1990 21,87% 44,80% 44,80% Maio de 1990 5,38% 2,36% 7,87% Fevereiro de 1991 21,87% x 21,87% Por fim, a partir de 01/01/1996 deve ser aplicada a Taxa Selic. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10830.003689/8910 Acórdão n.º 3302003.392 S3C3T2 Fl. 192 8 Finalmente, releva dizer que não se pode aqui discutir se o Colegiado que proferiu a decisão embargada acertou ou não em aplicar índices de correção que, conforme letra fria da Norma de Execução COSIT/COSAR nº 08/1997, somente poderiam ser aplicados em relação aos pagamentos havidos a partir de janeiro de 1989. Certo ou errado, foi essa a decisão tomada e, sendo ela, salvo hipóteses expressamente previstas na legislação, irreformável, deve prevalecer. Nestes termos, VOTO rejeitar os Embargos e ratificar o Acórdão embargado. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Relator Fl. 413DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 14/10/2016 p or RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10711.006163/2010-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 07/10/2008
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto-Lei nº 37/66.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-003.493
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 07/10/2008 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/66. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Por bem retratar a realidade dos fatos, adoto e transcrevo, no que for relevante, o relatório da decisão de piso proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 61 63 /2 01 0- 13 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 3 2 O presente processo é referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O lançamento, que totalizou R$ 5.000,00 à época de sua formalização, foi contestado pela empresa autuada. Da Autuação Antes de adentrar na descrição dos fatos que ensejaram a autuação, a autoridade lançadora fez longa explanação acerca do comércio marítimo internacional, na qual esclarece quem são os intervenientes nessa atividade, a documentação utilizada, as informações a serem prestadas e seus respectivos prazos e a sistemática de utilização delas. Foram apresentados tópicos específicos sobre a obrigatoriedade de prestar informação pelo transportador e sobre a importância, para o controle aduaneiro, de os dados exigidos serem prestados correta e tempestivamente. A fiscalização expôs detalhadamente quais as informações que devem ser prestadas e os respectivos prazos estabelecidos na legislação regente. Em seguida apresentou dispositivo legal que trata da denúncia espontânea esclarecendo que, depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior, esse instituto não é mais aplicável para infrações imputadas ao transportador, por força de expressa disposição do Regulamento Aduaneiro (art. 683, § 3°). Foi também comentado sobre os danos causados ao controle aduaneiro pelo descumprimento das normas referentes à prestação de informações pelos intervenientes no transporte internacional de cargas. Na sequência, a fiscalização discorreu sobre o tipo de infração verificada, inclusive no tocante a sua penalização. Depois, passou a demonstrar a irregularidade apurada que, de acordo com o relatado no tópico Dos Fatos, consistiu na prestação de informação intempestiva referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali identificado. De acordo com a autoridade fiscal, a autuada deixou de atender ao prazo estabelecido no parágrafo único, inciso II, do art. 50 da Instrução Normativa RFB n° 800, de 27/12/2007. Assim, a fiscalização considerou caracterizada a infração tipificada no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n° 37/1966, com redação dada pela Lei n° 10.833/2003, e aplicou a multa ali prescrita, que entende ser cabível para cada CE incluído ou retificado após o prazo para prestar informações. Da Impugnação O sujeito passivo foi cientificado da exação e, apresentou impugnação na qual aduz os seguintes argumentos. Inobservância do art. 50 da IN RFB 800/2007. Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional. Duplicidade de multa para o mesmo navio/viagem. O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma Fl. 122DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 4 3 embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento. A Turma Julgadora "a quo", por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela Recorrente, mantendo integralmente o crédito constituído. Inconformada com o resultado do julgamento, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, reproduzindo os mesmos argumentos apresentados em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302003.395, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10711.006561/201030, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302003.395): 1. Tempestividade O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. 2. Preliminar 2.1 Duplicidade: Cobrança de múltiplas multas decorrente do mesmo fato gerador Em síntese apartada, alega a Recorrente que" O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados em seu recurso voluntário, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/20081." 1 Trecho destacada no voto: Ora, o transportador que deixou de informar os dados de embarque de uma declaração de exportação e o que deixou de informar os dados de embarque sobre todas as declarações de exportação cometeram a mesma infração, ou seja, deixaram de cumpri a obrigação acessória de informar os dados de embarque. Nestes termos, a multa deve ser aplicada uma única vez por veículo transportador, pela omissão de não prestar as informações exigidas na forma e no prazo estipulados. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 5 4 Em relação ao primeiro ponto suscitado pela Recorrente, na parte em que ela afirma ser impossível existir mais de uma penalidade para o mesmo fato, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu da seguinte forma: "No caso sob análise não houve uma infração. Examinandose as ocorrências citadas pela fiscalização, verificase que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos. Sendo assim, não se pode afirmar sequer que as infrações são idênticas, uma vez que são diferente seus objetos materiais." Já em relação ao segundo ponto (aplicação da solução de consulta interna Cosit nº 8/2008), a fiscalização justificou seu afastamento com base nos seguintes argumentos. "Todavia, esse entendimento não é aplicável ao caso sob exame. As informações cujos atrasos na prestação deram ensejo ao lançamento são referentes a importação de mercadorias, enquanto a citada decisão soluciona consulta relativa à exportação. Cada um desses tipos de operações envolve peculiaridades próprias, especialmente no tocante ao controle administrativo, as quais se refletem na legislação regente e não podem ser desprezadas. O caso ora apreciado diz respeito à importação de cargas consolidadas, as quais são acobertadas por documentação própria, cujos dados devem ser informados de forma individualizada para a geração dos correspondentes conhecimentos eletrônicos (CE). Esses registros devem representar fielmente as correspondentes mercadorias, a fim de possibilitar à Aduana definir previamente o tratamento a ser adotado a cada caso, de forma a racionalizar procedimentos e agilizar o despacho aduaneiro. Nesses casos, não é viável estender a conclusão trazida na citada SCI, conforme se passa a demonstrar. Pois bem. Em que pese os argumentos explicitados pela Recorrente, fato é que não houve comprovação da existência de duplicidade de cobrança por parte da fiscalização, tampouco argumentos capazes de infirmar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou " que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos". Sequer um demonstrativo analítico, com os registros relativos as operações tratadas em cada processo apontado no recurso foram produzidas pela Recorrente, em total desrespeito ao artigo 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou inexplicavelmente de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte, restando, assim, prejudicado a análise dos demais argumentos por ela suscitado. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 6 5 3. Mérito 3.1. Ilegalidade do Auto de Infração O presente processo administrativo diz respeito a exigência de multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Em sede Recursal a Recorrente alegou que "Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional". Como se vê, a multa sob análise foi aplicada com fundamento no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, que assim disciplina: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; Do que se extrai do artigo 77 alhures, é que sua finalidade visa penalizar os contribuintes que descumprirem as obrigações acessórias, na forma e nos prazos instituídos pelo legislador e/ou pela Receita Federal, com aplicação de multa. Além disso, a obrigação do agente de carga de prestar as informações à Receita Federal do Brasil está prevista no artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003, a saber: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Fl. 125DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 7 6 § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Já no que tange ao prazo e forma para prestar informações à fiscalização, os artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007, assim dispõem: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: I as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, exceto quando se tratar de granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) b) cinco horas antes da saída da embarcação, para manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, quando toda a carga for granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) c) cinco (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com descarregamento em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1o Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no Siscomex Carga pela Coordenação Geral de Administração Aduaneira (Coana), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 8 7 (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 3o Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput reduzse a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto ou arribada. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 5º Os CE de serviço informados até a atracação ou registro do passe de saída serão dispensados dos prazos de antecedência previstos nesta Instrução Normativa. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 6º Para os manifestos de cargas nacionais, as informações a que se refere o inciso II do caput devem ser prestadas antes da solicitação do passe de saída. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) *** Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Com todo respeito aos argumentos tecidos pela Recorrente, entendo que razão não lhe assiste. Com efeito, os prazos mínimos de prestação de informações à Receita Federal do Brasil (vide artigo 22, da IN 800/2007 e IN 899/2008), passaram a ser obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009, exceção feita as hipóteses dos incisos do artigo 50, a saber: (i) sobre a escala; e (ii) sobre as cargas transportadas, que permaneceram válidas e vigentes, produzindo seus efeitos legais e jurídicos. Ou seja, embora o prazo previsto no artigo 22 não se aplique a fatos ocorridos em data anterior a 1º de abril de 2009, a Recorrente deveria ter observado as demais obrigações previstas no parágrafo único do artigo 50, sob pena de ensejar a aplicação da multa em comento. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 9 8 Assim, considerando que a obrigação do agente de cargas de apresentar as informações antes da atracação da embarcação era obrigatória, entendo legítima a penalidade imposto à Recorrente. No mais, destacase que o artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003 define, igualmente ao previsto no artigo 2º, da IN 800/20072, o agente de carga como sendo " qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos". Ou seja, referido dispositivo equipara o agente de carga ao transportar para efeitos de aplicação da multa em comento. Este destaque se faz necessário na medida em que a Recorrente suscitou a aplicação do artigo 110, do Código Tributário Nacional, arguindo que a fiscalização ao equiparar o agente de cargas ao transportador, para efeito da obrigação tributária acessória em apreço que no seu texto normativo prevê a obrigação somente ao transportar distorce conceitos de direito privado, o que é expressamente vedado pelo referido artigo. Cita a definição de "transportar" e "agente de cargas" do Dicionário Aurélio como fonte de direito privado. O artigo 110 do CTN prevê: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e forma de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios, para definir ou limitar competências tributária. Ao contrário do que explicitou a Recorrente, suas razões não merecem respaldo. A uma porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" extraída do Dicionário Aurélio não é fonte de direito privado e, a duas porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" não estão previstas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados, ou nas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios. Portanto, considerando que o Decreto 37/66 e a IN 800/2007 não alteraram definição prevista nos diplomas legais citados no artigo 110, do CTN, fica afastada a alegação da Recorrente neste ponto. Por fim, não vejo que o artigo 150, inciso III, da Constituição Federal tenha aplicabilidade ao presente caso, posto que referido dispositivo impede a cobrança de tributo antes da vigência da lei que os instituiu, ao que passo que no presente a discussão corresponde a aplicação de multa administrativa por descumprimento de obrigação acessória, institutos estes totalmente distintos e que não se confundem. O artigo 3º, do Código Tributário Nacional é claro ao definir tributo como sendo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada." 2 Art. 2o Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: § 1o Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: IV o transportador classificase em: e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; Fl. 128DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.006163/201013 Acórdão n.º 3302003.493 S3C3T2 Fl. 10 9 Como se vê, o legislador ao estabelecer que tributo não constitui sanção de ato ilícito, faz a diferenciação fundamental entre tributo e multa, deixando cristalino que um não se confunde com o outro. Isso porque, tributo somente pode ter, por fato gerador, situação lícita, fato lícito, ao contrário da sanção, que por excelência tem o fato gerador proveniente de ato ilícito. Por todo exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, rejeitase a preliminar de nulidade e, no mérito, negase provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Fl. 129DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10120.006884/2010-83
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2009
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.655
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 68 84 /2 01 0- 83 Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10660.722287/201173. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14, de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo ofereceu contrarrazões, pugnando pela negativa de provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.650, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10660.722287/201173, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.650): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 4 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De início, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime, pacificou o entendimento de que, na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61, da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdãonº9202004.262, de 23/06/2016, cuja ementa a seguir se transcreve: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 5 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, é necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o parágrafo anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106, do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA, somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP, não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que, na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, correspondente aos 75% previstos no art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º doart. 32, da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pelaMP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas noart. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingido pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime, proferido no Acórdãonº9202004.499, de 29/09/2016: Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 6 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 7 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 8 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 9 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Nesse passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 10 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10120.006884/201083 Acórdão n.º 9202004.655 CSRFT2 Fl. 11 10 Em face ao exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 170DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007374/2007-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 30/06/2002 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PRESSUPOSTO.
OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA
Nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Embargos de Declaração somente são oponíveis quando o acórdão contiver omissão, contradição ou obscuridade entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma. Não identificado tal pressuposto, incabíveis os embargos, especialmente quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes. Embargos Rejeitados
Numero da decisão: 3201-002.375
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitaram-se os embargos declaratórios. Acompanhou o julgamento, pela Embargada, o advogado Antonio Sinhiti Myasava, OAB/PR nº 25937.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano DAmorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Charles Mayer de Castro Souza.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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PRESSUPOSTO. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. OBSCURIDADE. INEXISTÊNCIA Nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os Embargos de Declaração somente são oponíveis quando o acórdão contiver omissão, contradição ou obscuridade entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Não identificado tal pressuposto, incabíveis os embargos, especialmente quando pretende dar aos embargos efeitos infringentes. Embargos Rejeitados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitaramse os embargos declaratórios. Acompanhou o julgamento, pela Embargada, o advogado Antonio Sinhiti Myasava, OAB/PR nº 25937. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 73 74 /2 00 7- 06 Fl. 637DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano DAmorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Ausência justificada de Charles Mayer de Castro Souza. Relatório Tratase de despacho para apreciar a admissibilidade de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, ao amparo do art. 65 do RICARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 e alteração, em face do acórdão n° 3201002.062, de 24/02/2016, que foi assim ementado: Assunto: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração:30/06/2002 a 31/12/2002 PRELIMINARES DE NULIDADE.INEXISTÊNCIA. Em matéria de processo administrativo fiscal, não há que se falar em nulidade caso não se encontrem presentes as circunstâncias previstas pelo art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO IPI. CRÉDITOS. PRESCRIÇÃO. Período de apuração:30/06/2002 a 31/12/2002 Consideramse prescritos os créditos de IPI apurados em relação aos períodos de apuração anteriores a cinco anos da ação judicial proposta com o fim de garantir o direito de sua escrituração. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração:30/06/2002 a 31/12/2002 AÇÃO JUDICIAL. OBEDIÊNCIA DA DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO A empresa tem direito ao reconhecimento do crédito do IPI decorrente dos insumos isentos e sujeitos à alíquota zero, de acordo com decisão judicial, ainda que extra petita, posto que transitada em julgado, estando válida, vigente e eficaz. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração:30/06/2002 a 31/12/2002 ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS/CORREÇÃO MONETÁRIA. DECISÃO JUDICIAL. Deve ser efetuada a atualização monetária dos créditos que têm direito, posto que deferida pela sentença do TRF da 4ª Região, aplicandose os índices de atualização monetária (expurgos inflacionários) previstos na Resolução n° 561 do Conselho de Justiça Federal. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. Fl. 638DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10980.007374/200706 Acórdão n.º 3201002.375 S3C2T1 Fl. 631 3 A penalidade pecuniária aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória convertese em obrigação principal e está sujeita, como tal, a incidência de juros de mora após o seu vencimento. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA. Constatada a falta de recolhimento da exação impõese a sua exigência por meio de lançamento de oficio, a aplicação da multa de 75%, em conformidade com o art. 44, I e § 1° da Lei n° 9.430/96 e dos juros de mora, com base na taxa Selic. MULTA CONFISCATÓRIA Aplicase Súmula CARF de n° 2. O Carf não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária. TAXA SELIC Aplicase Súmula CARF de n° 4. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário a que se dá Provimento em Parte. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e no mérito em dar provimento parcial ao recurso voluntário; exceto quanto à incidência dos juros sobre a multa de ofício, matéria a que se negou provimento por voto de qualidade. Vencidos os Conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo, que, nesta parte, davam provimento ao recurso. A Fazenda nacional apresentou, tempestivamente, os embargos de declaração, alegando omissão, contradição e obscuridade a serem sanadas, tendo em vista a não fundamentação pelo afastamento da Súmula CARF nº 1, que proibiria o conhecimento da matéria levada ao Judiciário, nestes termos: É importante observar que essa matéria foi levada ao Judiciário pelo contribuinte. Portanto, em seu voto, a e. Turma deveria ter se pronunciado sobre o afastamento da Súmula CARF nº 1, que assim dispõe: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. Assim, em relação a esse tema, o Recurso Voluntário não merecia ser conhecido. A decisão judicial deveria ser cumprida em seus exatos termos, de forma que não poderia haver previsão Fl. 639DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 4 de incidência de índices estranhos ao pedido da ação e ao dispositivo do acórdão judicial. Diante do exposto, requer seja dado provimento aos embargos de declaração, por conta das matérias apontadas acima. Os embargos declaratórios foram conhecidos por decisão do Presidente da Turma, na forma do art. 65, caput, Anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015. Foi determinada, assim, a inclusão do processo em pauta para julgamento do Colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Para relembrar, versa o processo de auto de infração referente ao IPI não recolhido, acrescido de juros de mora e de multa, no período de junho/2002 a dezembro/2002, por se utilizar de créditos indevidos. A mesma obteve, na esfera judicial, o reconhecimento do direito de se creditar do IPI em decorrência de aquisições de matériasprimas isentas, não tributadas ou com alíquota reduzida a zero, por força do Mandado de Segurança no 98.00209263, com Acórdão transitado em julgado, com certidão de 20/11/2000, que foi objeto de Recurso Voluntário julgado pela 1a Turma Ordinária, da 2a Câmara, da 3a Seção de Julgamento do CARF, na sessão do dia em 24/02/2016, nos termos do Acórdão n° 3201 002.062, de 24/02/2016. Por sua vez, a Fazenda nacional apresentou, tempestivamente, os embargos de declaração, alegando omissão, contradição e obscuridade a serem sanadas, tendo em vista a não fundamentação pelo afastamento da Súmula CARF nº 1, que proibiria o conhecimento da matéria levada ao Judiciário; assim, em relação a esse tema, continua, o Recurso Voluntário não merecia ser conhecido. A decisão judicial deveria ser cumprida em seus exatos termos, de forma que não poderia haver previsão de incidência de índices estranhos ao pedido da ação e ao dispositivo do acórdão judicial. Relatados os fatos, passemos à análise: 1) Quanto à primeira matéria: Sobre a alegação inicial de que no resultado do julgamento nada foi dito sobre o afastamento da Súmula CARF de n° 01, temse que de fato não houve referência direta, por desnecessária, pois a embargada obteve, na esfera judicial, o reconhecimento do direito de se creditar do IPI em decorrência de aquisições de matériasprimas isentas, nãotributadas ou com alíquota reduzida a zero, por força do Mandado de Segurança no 98.00209263, com Acórdão transitado em julgado, com certidão de 20/11/2000, ou seja, o lançamento foi decorrente do entendimento da fiscalização de que o contribuinte teria exacerbado o provimento dado em decisão final, utilizando créditos ilegítimos de IPI para compensação, na escrita, com débitos do mesmo imposto, além aproveitar indevidamente crédito presumido de IPI, restando em aberto esse débito, ou seja, o lançamento foi decorrente da diferença apurada pela compensação indevida referente ao alcance e abrangência do M.S. 98.00209263 da 2 ª Vara da Justiça Federal do Paraná, conforme relatado na Folha de Continuação do Auto de Infração. Portanto, o auto de infração, em discussão, não foi realizado com efeito suspensivo Fl. 640DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA Processo nº 10980.007374/200706 Acórdão n.º 3201002.375 S3C2T1 Fl. 632 5 para evitar a decadência e sim, por conta do entendimento da fiscalização da abrangência do MS. A embargada teve ciência do mesmo (AI). Logo, neste item, não há que se falar na existência de omissão no acórdão embargado, daí o seu conhecimento; bem como, não há que se falar em não observância da Súmula CARF n° 01. Quanto à 2) segunda matéria, que a decisão judicial deveria ser cumprida em seus exatos termos, de forma que não poderia haver previsão de incidência de índices estranhos ao pedido da ação e ao dispositivo do acórdão judicial, temse que consta na descrição do Auto de infração (efl. 208, subitem 1.2): Utilização dos Indices UFIR + 1% e Taxa SELIC como Correção Monetária. A fiscalização constatou, através da documentação apresentada, que a empresa utilizou para correção monetária dos créditos de IPI os índices da UFIR +.1%, ate dezembro de 1995 e a Taxa SELIC, a partir de Janeiro de 1996. Considerando que no âmbito legal a utilização do crédito do IPI se dá pelo valor nominal e que a decisão não fixou os índices de correção monetária, ouvido o Serviço de Tributação, este se manifestou , no sentido de que o aproveitamento dos créditos de IPI, no presente caso deve ser feito sem a correção monetária, já que, omissa a decisão judicial, não cabe a Administração fixar índices não previstos em lei. Conforme, cópias em anexo, docs, de fls. 161 a 163. A fiscalização em seu levantamento não utilizou nenhum índice de correção monetária. Verificase que na peça incial do MS, o contribuinte afirma que busca a declaração do direito de aplicar a correção monetária sobre créditos pretéritos não alcançados pela prescrição quinquenal não aproveitados na época, por oposição do fisco. O fato do MS, não haver determinado o índice, não prejudica a determinação judicial de existência da correção monetária. Enfim, é um aspecto não enfrentado pela autoridade fiscal que simplesmente desconsiderou a ordem judicial. Não resta dúvida que houve deferimento da correção monetária, o que possibilita ao contribuinte de forma conservadora utilizar os mesmos índices aplicados pelo fisco para correção de seu crédito tributário. Caso a autoridade fiscal não concordasse com esses índices, deveria substituir por outro índice, mas não afastar a incidência, uma vez que a aplicação decorre de decisão judicial transitada em julgado. Dessa maneira que as razões do AI são decorrentes de parte da glosa dos créditos escriturados, por entender que os mesmos terem sido escriturados sem nenhum tipo de correção. Enfim, os créditos pleiteados não admitidos pelo fisco, havendo oposição ilegítima do fisco à sua escrituração, daí o direito da atualização monetária sobre esses créditos. Fl. 641DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA 6 Portanto, também, nessa parte, não há que se falar em omissão no acórdão embargado, pois o mesmo enfrentou a matéria de atualização do crédito. Por todo o exposto, e com a devida vênia, não há que se falar em omissão, contradição e obscuridade no referido acórdão na parte que verse sobre o não enfrentamento pelo afastamento da Súmula Carf n° 1, e da atualização monetária, fundado que está em legítima interpretação da norma por parte do colegiado que julgou a lide. Se a Fazenda Pública não se conforma com aludido entendimento, tem a seu dispor a possibilidade de interpor recurso especial, como faculta o artigo 67 do anexo II do Regimento do CARF. Da conclusão Diante do exposto, voto para que seja rejeitado o recurso formulado pela Fazenda Pública. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Relator Fl. 642DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 2 6/09/2016 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por WINDERLEY MORAI S PEREIRA
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Numero do processo: 15892.000071/2010-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
EMBARGOS. OMISSÃO E OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES.
Deve ser acolhido o Embargo que aponta omissão e obscuridade, e que leva à necessidade de apreciar preliminar e matéria de mérito que implica em revisão da decisão recorrida.
IMPOSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO DE SALDO RESIDUAL NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO PRETENDENDO APROVEITAR SALDO RESIDUAL CREDOR NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE.
Não pode ser deferida e ou homologada, por conflitar com o que dispõe o inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, o pedido de ressarcimento e declarações de compensação para aproveitar saldo credor residual quando já existia decisão administrativa indeferindo o pedido originário e que, no mérito, não reconhecera a existência desse saldo credor. O inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, impõe que não pode ser objeto de compensação via PER/DCOMP valor informado em Declaração de Compensação a título de crédito contra a Fazenda Nacional que não tenha sido reconhecido pela autoridade competente.
Recurso Voluntário não provido.
Direito creditório não reconhecido.
Numero da decisão: 3401-003.212
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, com efeitos infringentes, nos seguintes termos: a) por maioria, para reconhecer a tempestividade do recurso voluntário, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl; e, b) por unanimidade, para negar provimento ao recurso voluntário, em razão da inexistência de saldos credores de períodos anteriores.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: Relator Eloy Eros da Silva Nogueira
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OMISSÃO E OBSCURIDADE. EFEITOS INFRINGENTES. Deve ser acolhido o Embargo que aponta omissão e obscuridade, e que leva à necessidade de apreciar preliminar e matéria de mérito que implica em revisão da decisão recorrida. IMPOSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO DE SALDO RESIDUAL NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO PRETENDENDO APROVEITAR SALDO RESIDUAL CREDOR NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE. Não pode ser deferida e ou homologada, por conflitar com o que dispõe o inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, o pedido de ressarcimento e declarações de compensação para aproveitar saldo credor residual quando já existia decisão administrativa indeferindo o pedido originário e que, no mérito, não reconhecera a existência desse saldo credor. O inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, impõe que não pode ser objeto de compensação via PER/DCOMP valor informado em Declaração de Compensação a título de crédito contra a Fazenda Nacional que não tenha sido reconhecido pela autoridade competente. Recurso Voluntário não provido. Direito creditório não reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, com efeitos infringentes, nos seguintes termos: a) por maioria, para reconhecer a tempestividade do recurso voluntário, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl; e, b) por AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 89 2. 00 00 71 /2 01 0- 62Fl. 373DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 unanimidade, para negar provimento ao recurso voluntário, em razão da inexistência de saldos credores de períodos anteriores. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida, e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente de Embargos ingressados nos termos do artigo 65 do RICARF em vigor, face o Acórdão n. 3401003.068 proferido por esta turma na sessão de 26 de fevereiro de 2016, cuja Ementa ficou assim redigida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização; e que insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se restringe apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Os serviços diretamente utilizados no processo de produção dos bens dão direito ao creditamento do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo incidente em suas aquisições. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS. A aquisição de combustíveis gera direito a crédito quando utilizado como insumo no processo de produção dos bens vendidos e que geraram receita tributável. Fl. 374DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15892.000071/201062 Acórdão n.º 3401003.212 S3C4T1 Fl. 3 3 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RENÚNCIA FISCAL. INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA. DESPESAS COM ALUGUEL DE PROPRIEDADE RURAL. Não há como reconhecer o direito à apuração de créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativo em relação as despesas de aluguel de propriedade rural, por falta de expressa autorização em Lei. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. Em relação as despesas de exportação, apenas as despesas de frete do produto destinado à venda, ou de armazenagem, geram direito ao crédito do Cofins ou do Pis não cumulativo. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. DESPESAS DE EXPORTAÇÃO. COMERCIAL EXPORTADORA. VEDAÇÃO LEGAL. O direito de utilizar o crédito do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa não beneficia a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim especifico de exportação, ficando vedada, nesta hipótese, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. APROVEITAMENTO. COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. Apenas os créditos do PIS não cumulativo e da Cofins não cumulativa apurados, respectivamente, na forma do art. 3º da Lei n. 10.627/2002 e do art. 3º da Lei n.º 10.833/2003 podem ser objetos de aproveitamento para fins de compensação ou ressarcimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Regra geral, considerase definitiva, na esfera administrativa, a exigência relativa matéria que não tenha sido expressamente contestada no recurso. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas no recurso devem vir acompanhadas das provas correspondentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado dar parcial provimento ao recurso, nos seguintes termos: i) Despesas e custos relacionados às oficinas por unanimidade de votos, parcial provimento, nos termos do voto do relator; ii) Despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar por unanimidade de votos, provimento, nos termos do voto do relator; iii) Despesas relacionadas a armazenamento por unanimidade de votos, provimento, nos termos do voto do relator; iv) Despesas de materiais elétricos e de materiais de construção usados na área agrícola por unanimidade de votos, negouse provimento, nos termos do voto; v) Despesas e custos com serviços de manutenção (i) das oficinas e (ii) dos armazéns pagos a pessoas jurídicas por maioria de votos, deuse parcial Fl. 375DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 provimento, nos termos do voto, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl, que dava provimento em menor extensão; vi) Comissões e corretagens e gastos em venda e comercialização, pagas a pessoas jurídicas por unanimidade de votos, negouse provimento; vii) Despesas de transporte pagos a PJ Por maioria de votos, deuse provimento, nos termos do voto, vencido o Conselheiro Robson José Bayerl; viii) Despesas com aluguel de veículos por unanimidade, negouse provimento; ix) Despesas com aluguel e arrendamento rural PF e PJ por maioria de votos, deuse parcial provimento para os valores pagos a pessoas jurídicas, vencidos os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Rosaldo Trevisan e Robson José Bayerl, designado o Conselheiro Augusto Fiel Jorge d'Oliveira para redigir o voto vencedor; x) Despesas portuárias, despesas com armazenagem e despesas com documentação e estadias, nas operações de exportação por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso; xi) Despesas de exportação pela proporcionalidade das receitas de exportação por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso. O recurso alega que houve omissão e/ou obscuridade com relação ás seguintes matérias: (a) sobre a tempestividade do recurso; (b) direito ao ressarcimento pelo suposto saldo credor residual dos processos originários 13888.001431/200510, 13888.001886/200535 e 13888.002068/200550; (c) glosa dos gastos com combustíveis usados no transporte. É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Este processo cuida de pedido de ressarcimento da contribuição social e das Declarações de Compensação a ele vinculadas, por meio dos quais a contribuinte requer, primeiramente, reconhecimento de créditos da contribuição social em comento, do regime não cumulativo (PIS ou COFINS mercado externo nos termos do art. 3o da Lei n. 10.627/2002 e Lei n° 10.833/2003). A contribuinte alega possuir créditos no período de apuração, referentes a custos, despesas e encargos vinculados às receitas decorrentes das operações de exportação de mercadorias para o exterior. A auditoria fiscal propôs glosas, confirmadas pela autoridade administrativa no Despacho Decisório, que, somadas, reduziram o pretendido e solicitado pelo contribuinte DISPONÍVEL para as compensações. E concluíram não existir saldo disponível para o ressarcimento tratado neste processo. Após apreciar a manifestação de inconformidade, os Julgadores de 1º piso não acolheram as alegações da contribuinte e mantiveram as glosas fiscais. Este colegiado apreciou o recurso voluntário e, na sessão de 26 de janeiro de 2016, decidiu darlhe parcial provimento. Senhores Conselheiros, proponho que analisemos separadamente cada uma das matérias questionadas nos Embargos, e dessa maneira verifiquemos a existência da omissão ou da obscuridade aventada e, se admitida, passemos à apreciação do mérito. Creio Fl. 376DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15892.000071/201062 Acórdão n.º 3401003.212 S3C4T1 Fl. 4 5 que nesse andar, conjugando a decisão de admissão do recurso com a decisão de mérito da matéria, ganharemos em eficiência e objetividade. 1ª Matéria: sobre a tempestividade do recurso. O Acórdão deixou de registrar a apreciação do Colegiado a respeito das razões propostas pelo Conselheiro relator para que se admita como tempestivo o recurso. Vejamos: Sobre os requisitos de admissibilidade. O Acórdão de 1º piso foi proferido na sessão de 27/01/2012 e anexado aos autos em 24/02/2012 (fls. 135150). Verifico que o processo foi encaminhado da Delegacia da RFB em Bauru para a DERAT em São Paulo em 07/03/2012 (fls. 151), em função da mudança de jurisdição da contribuinte. E que a contribuinte solicitou cópia do processo em 01/06/2012, e a recebeu em 19/06/2012 tomando ciência dos autos nessa data (fls. 175232, em Piracicaba). Ademais, constato que a contribuinte foi intimada pela DERAT em 04/07/2012 (Intimação n. 2106/2012, às fls. 152) com ciência em 16/07/2012 (AR às fls. 153) do Acórdão da DRj e do prazo para recorrer. A contribuinte novamente solicitou cópia do processo em 26/07/2012, recebendoa em 08/08/2012 (fls. 155172). A contribuinte apresentou seu recurso voluntário em 09/08/2012 no CAC da DERAT em São Paulo SP. Tendo a Receita Federal intimado a contribuinte do Acórdão da DRJ, apesar do contribuinte já dele ter tomado ciência ao obter cópia do processo e dessa decisão, entendo que a data da sua segunda ciência deve prevalecer sobre a primeira e que há reabertura do prazo para recurso. O recurso voluntário foi apresentado antes do decurso dos trinta dias contados a partir da segunda ciência. Sendo assim, concluo e proponho que seja considerado tempestivo esse recurso. Foram atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Proponho a este Colegiado seja admitido o Embargo e seja esta matéria submetida a julgamento, para que fique registrada no Acórdão recorrido a decisão a seu respeito, para considerar tempestivo o recurso voluntário. 2ª Matéria: direito ao ressarcimento pelo suposto saldo credor residual dos processos originários 13888.001431/200510, 13888.001886/200535 e 13888.002068/200550. Fl. 377DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 O Acórdão recorrido deixou de por em relevo que este processo tinha uma relação de dependência direta com três outros processos, que lhe são anteriores, e dos quais ele pretenderia aproveitar eventual saldo credor residual. O relatório do voto condutor trazia as seguintes explicações: Relatório: Este processo se refere a Pedido de Ressarcimento (PER n.º21180.37503.180110.1.1.092262) de créditos da contribuição para a Cofins do período de todo o 2° trimestre de 2005, no valor de R$ 647.375,06 Este valor é o resultado do saldo do crédito apurado no período R$ 8.241.563,07 deduzido do valor utilizado no pagamento da Cofins do próprio período (R$ 763.377,98) e deduzido do valor já utilizado em declarações de compensações via PER/DCOMP (R$ 6.830.810,03fls. 02). Procurando demonstrar como o contribuinte justifica o cálculo do valor pleiteado: Quadro: crédito exportação x parcela deduzida x parcelas compensadas = saldo para ressarcir abril 2005 maio 2005 junho 2005 total Crédito de COFINS exportação 2.174.819,63 2.368.810,95 3.697.932,49 8.241.563,07 Parcela usada para deduzir a COFINS 269.186,49 109.430,29 384.761,20 763.377,98 Parcela usada para compensar via PERDCOMP 1.693.856,52 2.012.860,39 3.124.093,12 6.830.810,03 Saldo de crédito para ser ressarcido 0,00 0,00 0,00 647.375,06 Os valores desses créditos foram solicitados em diferentes processos administrativos e a cada um deles foram vinculados vários pedidos de compensação para aproveitar esses créditos, conforme indicados no quadro a seguir: Quadro: Processos administrativos com pedidos de reconhecimento de créditos e valores de compensação cujos pedidos PERDCOMP foram respectivamente vinculados: abril 2005 maio 2005 junho 2005 total 13888.001596/200591 955.169,83 955.169,83 13888.001431/200510 738.686,69 738.686,69 13888.002291/200510 343.783,84 343.783,84 13888.001926/200549 1.508.892,78 1.508.892,78 13888.001886/200535 160.183,77 160.183,77 13888.003087/200501 886.459,71 886.459,71 13888.002818/200593 968.336,,02 968.336,,02 13888.002577/200582 606.159,84 606.159,84 13888.002378/200574 97.252,40 97.252,40 13888.002292/200541 2.938,97 2.938,97 13888.002068/200550 562.946,18 562.946,18 TOTAL 1.693.856,52 2.012.860,39 3.124.093,12 6.830.810,03 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15892.000071/201062 Acórdão n.º 3401003.212 S3C4T1 Fl. 5 7 Na sessão em que se apreciou este processo, foram analisados as razões arguidas no recurso voluntário para discutir as glosas fiscais, que haviam reduzido o saldo pretendido pela contribuinte em sua petição originária. Ocorre que, nessa ocasião, deixou o Colegiado de apreciar as considerações do Conselheiro relator sobre a relação de dependência deste processo com aqueles a partir dos quais se demonstraria o saldo credor, e, ainda, o direito da contribuinte a esse ressarcimento. O Conselheiro relator teria exposto, na oportunidade, in verbis: Sobre o mérito do pedido de ressarcimento, com relação ao saldo de crédito no 2º trimestre de 2005: Como vimos, este processo tem como objeto o pedido de ressarcimento de saldo de créditos de COFINS exportação ao final do 2º trimestre de 2005. Esse saldo seria o resultado, após se apurar os créditos de COFINS Exportação nos meses de abril maio e junho de 2005, da subtração dos valores usados como dedução da contribuição devida em cada um desses meses, e da subtração dos valores usados em pedidos de compensação. Os créditos de COFINS exportação estão sendo tratados pelos processos indicados a seguir: Período de apuração N. do processo Objeto do processo e processos vinculados Situação do processo abril de 2005 13888.001431/200510 pedido de reconhecimento de crédito COFINS Exportação; PERD/COMPs pedidos de compensação vinculados; 13888.001596/200591 aguardando apreciação de Recurso Especial da PFN pela CSRF. aguardando ciência do acórdão pelo contribuinte. maio de 2005 13888.001886/200535 pedido de reconhecimento de crédito COFINS Exportação; PERD/COMPs pedidos de compensação vinculados; 13888.002291/200505, 13888.001926/200549 aguardando apreciação de Recurso Voluntário pela 1ª TO da 4ª Câmara da 3ª Seção. junho de 2005 13888.002068/200550 pedido de reconhecimento de crédito COFINS Exportação; PERD/COMPs pedidos de compensação vinculados; 13888.003087/200501, 13888.002818/200593, 13888.002577/200582, 13888.002378/200574, 13888.002292/200541. decisão da autoridade administrativa é definitiva., pois contribuinte perdeu o prazo para recorrer. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 Com relação aos processos administrativos referentes ao crédito de COFINS Exportação de junho de 2005, a autoridade de jurisdição iniciou os procedimentos para a exigência dos valores devidos pelas compensações não homologadas. A contribuinte ingressou em juízo (em 10/08/2010) com a ação ordinária n.º 000661022.2010.403.6108. A sentença proferida este ano (16/03/2015) nos autos foi desfavorável à pretensão da contribuinte. Ela apelou ao Eg. Tribunal Regional Federal. Com relação aos demais períodos de apuração e respectivos processos administrativos, eles aguardam a conclusão do contraditório na esfera administrativa. Mas essa conclusão, a meu sentir, não conseguirá estabelecer os valores de crédito pleiteados pela contribuinte, de modo a gerar o saldo de crédito para o ressarcimento pedido neste processo. No processo 13888.002068/200550, o crédito de COFINS exportação do mês de junho é insuficiente para as compensações (PER/DCOMP) vinculadas, logo não há qualquer saldo residual a ser ressarcido. No processo 13888.001431/200510, o crédito de COFINS exportação do mês de abril de 2005 é insuficiente para as compensações (PER/DCOMP) vinculadas, logo não há qualquer saldo residual a ser ressarcido. E é necessário recordar que seria necessário que a apreciação do Recurso Especial da PFN pela CSRF aumentasse o crédito, de modo a beneficiar a contribuinte, mas, creio que seria pouco provável que esse eventual aumento chegaria a alterar o quadro até aqui obtido. No processo 13888.001886/200535, cujo recurso voluntário foi apreciado nesta sessão e foi dado provimento parcial, o crédito de COFINS exportação do mês de maio de 2005 é insuficiente para as compensações (PER/DCOMP) vinculadas, logo não há qualquer saldo residual a ser ressarcido. Não há saldo residual no 2º trimestre de créditos de Cofins Exportação passível de ressarcimento. Portanto, proponho a este colegiado não dar provimento ao recurso voluntário. A apreciação das razões das glosas fiscais foi necessária, tendo em vista as alegações brandidas pela contribuinte em seu recurso voluntário e o teor do julgado de 1º instância. Mas essa apreciação pelo Colegiado não resolve a questão objeto desta matéria omitida. E a sua submissão ao Colegiado pode alterar o resultado daquele julgamento, resultado que me parece necessário, como explicado acima. Como se vê, esta é matéria relevante que compunha o contraditório, cuja omissão não pode ser aceita. Por essas razões, proponho que os Embargos sejam acolhidos para sanear a omissão e, no mérito, a decisão obtenha efeitos infringentes, e negue provimento ao recurso voluntário. 3ª Matéria: glosa dos gastos com combustíveis usados no transporte. A autoridade fiscal firmou seu entendimento de que insumo, utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda, compreende “a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam, incluídos no Fl. 380DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15892.000071/201062 Acórdão n.º 3401003.212 S3C4T1 Fl. 6 9 ativo imobilizado (IN 404/04, art. 8o, § 4o c/c § 9o)”. Além desse entendimento, adotado como critério para a glosa, a autoridade fiscal glosou também as despesas relacionados a centros de custos que não estavam diretamente vinculados á produção e fabricação dos produtos vendidos. Nesse conjunto, estavam os gastos com combustíveis usados no transporte. A contribuinte trouxe ao contraditório as razões por que defende a legalidade e correção dos créditos apurados a partir desses gastos. Em resumo: sobre as despesas com combustíveis que os combustíveis foram adquiridos para o transporte do produto para exportação e que são indispensáveis à atividade agroindustrial. Argumenta que não há como se negar que a atividade agroindustrial integrada demanda grandes espaços, e, por isso mesmo, uma movimentação muito grande de máquinas e veículos, seja na colheita e nos transporte de matériaprima dos fundos agrícolas para a indústria, seja no transporte de máquinas, equipamentos e, sobretudo, adubos e produtos químicos aos diversos fundos agrícolas onde são aplicados. Sem mencionar o transporte da mão de obra que é indispensável em todo o processo de plantio, tratos culturais, colheita e industrialização. Em decorrência da necessidade de constante vigilância das lavouras, em todo o seu estágio, são necessárias diligências diárias aos diversos fundos agrícolas por agrimensores, agrônomos e demais empregados qualificados para a finalidade de tratar da cultura. E que todo esse transporte se faz em sua grande parte por meio de veículos próprios e de terceiros movidos à gasolina ou álcool ou, na hipótese de ônibus, óleo diesel. Sem combustível, portanto, não há como se conceber o plantio, os tratos culturais, a colheita, o transporte e, por fim, a industrialização da canadeaçúcar. ... resta patente que os combustíveis se consubstanciam em verdadeiro insumo de produção intrinsecamente ligados ao processo agroindustrial e, conseqüentemente, à atividade da Recorrente. Os julgadores de 1ºpiso, sobre combustíveis utilizados no transporte, decidiram que a legislação equiparou os combustíveis aos demais bens considerados como insumos, desde que aqueles também sejam utilizados diretamente no processo produtivo, de fabricação do açúcar e do álcool destinado à venda. Portanto, em seu entendimento, não haveria que se falar em creditamento na aquisição de combustíveis utilizados no transporte da produção para a exportação ou mesmo da mãodeobra utilizada no processo agrícola, como pleiteou expressamente a recorrente. A aquisição de combustíveis geraria direito a crédito apenas quando utilizado como insumo na fabricação dos bens destinados à venda. No caso, não aceitaram as alegações da contribuinte. Essa matéria foi contraditada novamente pela contribuinte, vindo para julgamento da 2ª instância. No voto do Conselheiro relator constaram as seguintes considerações e decisões a respeito dessa matéria: Fl. 381DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 10 Sobre as despesas e custos relacionados às oficinas (a) Depreendo, portanto, que as despesas com combustíveis, lubrificantes, consumo de água, materiais de manutenção e materiais elétricos nas oficinas de serviços de limpeza operativa, de serviços auxiliares, de serviços elétricos, de caldeiraria e de serviços mecânicos e automotivos para as máquinas, equipamentos e veículos utilizados no processo produtivo da canadeaçúcar, ou seja, sua semeadura, colheita e transporte até a usina onde será fabricado o açúcar, atendem ao critério para caracterização como insumos. (b) CONTUDO, as despesas relacionadas aos centros de custos: "Diretoria Industrial/Administração planejamento", "Manutenção Conservação Civil" e "brigada de incêndio", "Central de ar condicionado", "Serviços Auxiliares", Funcionários afastados industrial, incentivo vale transporte industrial , não têm demonstradas pela recorrente a sua característica de insumo e a sua vinculação com o processo de produção propriamente dito e com os produtos vendidos. Por falta de comprovação e previsão legal, entendo que as glosas devem ser mantidas. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste item. (GRIFOS ACRESCIDOS) Sobre as despesas relacionadas diretamente ao preparo da cana de açúcar para se tornar insumo na produção do álcool e do açúcar Com a mesma razão anteriormente exposta, entendo que atendem aos critério para caracterização como insumo as despesas e custos com combustíveis, consumo de água e materiais elétricos para emprego nas atividades: balança de cana; destilaria de álcool; ensacamento de açúcar; fabricação de açúcar; fermentação; geração de energia (turbo gerador); geração de vapor (caldeiras); laboratório teor de sacarose; lavagens de cana/ residuais; mecanização industrial; preparo e moagem; recepção e armazenagem; transporte industrial; tratamento do caldo; captação de água; rede de restilo; refinaria granulado. Proponho dar provimento ao recurso neste item. (GRIFOS ACRESCIDOS) Como se vê, o voto tratou da matéria, propondo provimento ao recurso quanto a este ítem. Contudo, no desdobrar da sessão, faltou a apreciação dos Conselheiros sobre a seguinte parte do voto do relator, com considerações e proposição diretamente vinculadas a essa matéria. Vejamos: Glosa das despesas de transporte pagos a PJ e dos gastos relacionados a transportes a autoridade fiscal e os julgadores a quo decidiram que essas despesas não podem ser consideradas insumo e não podem gerar credito na apuração da contribuição em questão. Consultei os documentos que instruem este processo, as planilhas demonstrando a apuração das receitas, as despesas e os centros de custos e, nelas, vejo dois tipos de categorias de serviços de transporte: Fl. 382DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15892.000071/201062 Acórdão n.º 3401003.212 S3C4T1 Fl. 7 11 1º) as que se referem a transporte de empregados e de mão de obra no contexto do cultivo e colheita da cana de açúcar, transporte aéreo para aplicação de produtos na área cultivada, transporte de resíduos, transportes nas atividades de colheita e na fase de tratamento da cana e dos subprodutos da cana, antes da obtenção do produto final (açúcar ou alcool); 2º) as que se referem a transporte de produtos acabados e os serviços de transporte que não se relacionam diretamente com as atividades de cultivo, colheita e tratamento da cana de açúcar e de seus subprodutos, antes da obtenção do produto final açúcar ou alcool. Nesse ponto, entendo que razão assiste à recorrente quando se trata da primeira categoria acima, de gastos e custos agrícolas, pois elas se referem a serviços e insumos necessários ao processo de produção da cana e seus derivados, e também transporte de pessoal no âmbito das colheitas, e, a meu ver, guardam relação direta com a produção de cana de açúcar. Mas entendo que razão não lhe assiste quanto ao segundo grupo de despesas acima indicado, pois não guardam relação direta com o processo de produção da cana, de seus derivados, e também com a fabricação de açúcar e alcool. Entendo que a glosa deve ser mantida para essa segunda categoria, pois não se trata de insumo necessário tendo em vista as especificidades do processo da colheita de cana de açúcar, nem se enquadram na previsão para obtenção de créditos a partir de despesas de transporte. Proponho dar PARCIAL provimento ao recurso neste aspecto. A meu ver, o texto do Acórdão recorrido traz obscuridade que deve ser sanada, para que fique expresso e julgado o entendimento do relator de que os gastos com combustíveis usados no transporte podem gerar crédito nos termos que constam do voto, o que justificaria dar parcial provimento ao recurso voluntário neste item. Por essas razões, proponho seja admitido, conhecido e apreciado este Embargo, e no mérito passe a constar do Acórdão recorrido o entendimento do relator que seria favorável ao provimento do recurso neste item. CONCLUSÃO FINAL Seja acolhido o Embargo para não dar provimento ao recurso voluntário, tendo em vista inexistir saldo residual credor obtido a partir dos processos listados na 1ª matéria tratada acima antecedentes deste processo. Que essa decisão altere o que consta Fl. 383DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 12 como dispositivo conclusivo do Acórdão recorrido, com efeitos infringentes, cuja Ementa passa ser totalmente substituída pela seguinte: IMPOSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO DE SALDO RESIDUAL NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO PRETENDENDO APROVEITAR SALDO RESIDUAL CREDOR NÃO RECONHECIDO EM PER ANTECEDENTE. Não pode ser deferida e ou homologada, por conflitar com o que dispõe o inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, o pedido de ressarcimento e declarações de compensação para aproveitar saldo credor residual quando já existia decisão administrativa indeferindo o pedido originário e que, no mérito, não reconhecera a existência desse saldo credor. O inciso IV do § 3º do artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, impõe que não pode ser objeto de compensação via PER/DCOMP valor informado em Declaração de Compensação a título de crédito contra a Fazenda Nacional que não tenha sido reconhecido pela autoridade competente. Recurso Voluntário não provido. Direito creditório não reconhecido. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 384DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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Numero do processo: 10708.000038/00-61
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999
COMPOSIÇÃO DO SALDO NEGATIVO. PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento ou sofrido retenções em valor maior que o imposto devido. Mas nada impede que o Fisco verifique a existência e procedência dos valores que compuseram o saldo negativo pleiteado, a partir dos elementos constantes de suas bases de dados, se o contribuinte se encontra impossibilitado de fazê-lo por comprovado motivo de força maior.
Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido.
Numero da decisão: 9101-002.370
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Hélio Eduardo de Paiva Araújo, André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rêgo, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Luis Flávio Neto, Nathalia Correia Pompeu e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1999 COMPOSIÇÃO DO SALDO NEGATIVO. PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento ou sofrido retenções em valor maior que o imposto devido. Mas nada impede que o Fisco verifique a existência e procedência dos valores que compuseram o saldo negativo pleiteado, a partir dos elementos constantes de suas bases de dados, se o contribuinte se encontra impossibilitado de fazê-lo por comprovado motivo de força maior. Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido.
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NÃO RECONHECIMENTO Recorrente MATOS TEIXEIRA CONSTRUÇÕES E TERRAPLANAGEM LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999 COMPOSIÇÃO DO SALDO NEGATIVO. PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento ou sofrido retenções em valor maior que o imposto devido. Mas nada impede que o Fisco verifique a existência e procedência dos valores que compuseram o saldo negativo pleiteado, a partir dos elementos constantes de suas bases de dados, se o contribuinte se encontra impossibilitado de fazêlo por comprovado motivo de força maior. Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Hélio Eduardo de Paiva Araújo, André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rêgo, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Luis Flávio Neto, Nathalia Correia Pompeu e Marcos Aurélio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 70 8. 00 00 38 /0 0- 61 Fl. 910DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 911 2 Pereira Valadão (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório MATOS TEIXEIRA CONSTRUÇÕES E TERRAPLENAGEM LTDA recorre a este Colegiado, por meio do Recurso Especial (efls. 737/777), contra o acórdão de nº 130200.342 (efls. 691/701) que, por unanimidade de votos, deu provimento parcial ao seu recurso voluntário e reconheceu, em parte, o direito creditório pleiteado. Transcrevese a ementa do acórdão recorrido: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 1999 DIREITO CREDITORIO. RECONHECIMENTO. DOCUMENTAÇÃO. EXTRAVIO. Provado por meio de elementos carreados aos autos que o contribuinte não deu causa ao extravio dos documentos de suporte dos registros feitos em Declaração de Informações, e que foram adotadas as providências exigidas pela legislação de regência, o eventual indeferimento do pedido de reconhecimento do direito creditório deve ser feito a partir da indicação de justificativas inequívocas da insubsistência dos elementos formadores do crédito pleiteado. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. COMPROVAÇÃO, DECADÊNCIA, INOCORRÊNCIA. Tratandose de aferição de liquidez e certeza de direito crédito, promovida dentro do prazo regulamentar, descabe falar em decadência do direito de se constituir o crédito tributário. Recurso Voluntário Provido em Parte. A Recorrente aponta divergência jurisprudencial entre o Acórdão nº 1302 00.342, e os Acórdãos nº 10193.224 e 10195.683, no que respeita ao tema "penalização do contribuinte, na ocorrência de caso fortuito, ao exemplo do arbitramento". As ementas dos paradigmas são as seguintes: Acórdão nº 10193.224 IRPJ LUCRO ARBITRADO DETERIORAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS CASO FORTUITO Se por ocasião da elaboração das declarações de rendimentos e sua apresentação nos respectivos prazos, o sujeito passivo tinha a escrituração contábil e a documentação em ordem, a deterioração posterior em virtude de inundação, não pode dar causa a arbitramento de lucro fundada na recusa de apresentação dos mesmos livros e documentos, já que não há indícios de que o sujeito passivo tenha deixado de tomar as cautelas necessárias para evitar o caso fortuito ou de força maior. Acórdão nº 10195.683 Fl. 911DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 912 3 IRPJ LUCRO ARBITRADO DETERIORAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS CASO FORTUITO Se por ocasião da elaboração das declarações de rendimentos e sua apresentação nos respectivos prazos, o sujeito passivo tinha a escrituração contábil e a documentação em ordem, a deterioração posterior em virtude de inundação, não pode dar causa a arbitramento de lucro fundada na recusa de apresentação dos mesmos livros e documentos, já que não há indícios de que o sujeito passivo tenha deixado de tomar as cautelas necessárias para evitar o caso fortuito ou de força maior. O contribuinte, em suas razões recursais: a) preliminarmente, ressalta que o valor a restituir de IRPJ é da ordem de R$ 221.033,27, não restando quaisquer dúvidas; no mérito, defende que: b) houve caso fortuito comprovado nos autos, em que a documentação contábil e fiscal foi destruída por fenômeno natural, não tendo como promover sua reconstituição; c) a presunção de veracidade da DIPJ do exercício 1999, anocalendário 1998, não pode ser elidida pelo fisco, pois foram declarados corretamente os valores; d) ao final, deve ser reformada a decisão para que sejam desfeitas as glosas efetuadas. O recurso foi admitido por meio do Despacho de efls. 893/896, e a PFN apresentou Contrarrazões às fls. 899/907, em que aduz: a) não merece prosperar a intenção do contribuinte em ver seu direito creditório atendido em face da nãodemonstração da origem, liquidez e certeza do crédito pleiteado, b) apesar da demora na apreciação do pedido por parte da RFB e, ainda que tenha ocorrido o evento natural que resultou na destruição de seus documentos, esses fatos não descaracterizam a necessidade de ser demonstrado o direito pleiteado; c) a diligência, efetuada pelo fisco buscou comprovar os créditos que a interessada pleiteia em relação ao anocalendário 1999, ocorreu em 2003, ocasião em não foram homologados os valores por falta de comprovação, não havendo que se falar em aceitação obrigatória dos valores em decorrência de admissão tácita; d) que seja improvido o Recurso Especial do contribuinte. É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Relatora. O recurso é tempestivo. Mas, com a devida vênia, discordo de sua admissibilidade por entender que a divergência argüida não se caracterizou, vez que a decisão do acórdão recorrido analisou situação distinta dos acórdãos trazidos como paradigma. No caso dos autos, a recorrente pleiteia o reconhecimento de direito creditório relativo a saldo negativo de IRPJ do anocalendário 1999, no valor de R$ 221.033,97, para utilizálo em compensações com outros débitos. O acórdão recorrido entendeu que, como a contribuinte comprovou que não deu causa ao extravio da documentação que deu suporte à declaração apresentada, para deixar Fl. 912DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 913 4 de reconhecer o crédito, a autoridade administrativa deveria indicar os elementos que tornaram o crédito insubsistente. A partir dessa premissa, verificou o que constava da declaração retificadora, comparou com declarações de anos anteriores, e reconheceu uma parte do crédito pleiteado. Por outro lado, ambos os paradigmas apreciaram constituição de crédito tributário pelas regras do arbitramento dos lucros. Para demonstrar melhor a falta de similitude fática entre as decisões, transcrevo os seguintes excertos do acórdão paradigma nº 10193.224: [...] No mérito, o lançamento diz respeito a lucros arbitrados nos anoscalendário de 1994 e 1995, por infração do inciso III, do artigo 539 do RIR/94 com a seguinte dicção: [...] Efetivamente e como diz a recorrente, há uma incompatibilidade entre a descrição do fundamento para arbitramento do lucro com a capitulação legal contida no Auto de Infração. Se o sujeito passivo não mantinha a escrituração contábil como diz o item 25 1, Termo n° 13 — Constatação Final, não poderia recusarse a apresentar os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal à autoridade tributária. A autoridade julgadora de 1° grau percebeu esta discordância e na tentativa de sanar a incompatibilidade disse que existiram as duas infrações, ou seja, falta de escrituração em virtude de não reconstituição e recusa da apresentação da escrituração, também, pela não reconstituição da escrituração comercial e fiscal. Em verdade, este posicionamento não se sustenta por falta de um mínimo de lógica porque não ficou evidenciado nos autos que o sujeito passivo tenha sido intimado para apresentar os livros comerciais e fiscais relativos aos anoscalendário de 1994 e 1995. Uma retrospectiva dos procedimentos adotados pela autoridade lançadora pode esclarecer melhor o fato acima examinado, porquanto as intimações expedidas pela fiscalização, em sua maior parte, diziam respeito aos anoscalendário de 1996 e 1997 e de um momento para outro passou a exigir a reconstituição da escrituração contábil de 1994 e 1995, sem a prévia intimação para apresentar os livros e os respectivos documentos. [...] A bem da verdade, as três intimações expedidas e que se relacionam com anoscalendário de 1994 e 1995 não tem qualquer eficácia pretendida pela fiscalização posto que somente em 30 de novembro de 1999, o Senhor Delegado da Receita Federal em Guarulhos, em Memorando n° 0129/99/DRF/GUA/GAB, de fls 89, autorizou a reabertura da fiscalização na FORMILINE INDÚSTRIA DE LAMINADOS LTDA., para os anoscalendário objeto dos presentes autos e o Fl. 913DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 914 5 Auto/de Infração foi lavrado no dia subseqüente, ou seja, no dia 10 de dezembro de 1999. Se a autorização para a reabertura da fiscalização deuse no dia 30 de novembro de 1999, qualquer providencia anterior a esta autorização não poderia ter qualquer eficácia e, portanto, restaria válido apenas o Termo n° 13 Constatação Final, que arbitrou o lucro. Com estas considerações e tendo em vista que não restou comprovada a recusa do sujeito passivo para apresentar os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal à autoridade tributária e que o sujeito passivo não foi intimado em nenhum momento para apresentar a escrituração fiscal e comercial, não vejo como prosperar o arbitramento do lucro. O paradigma de nº 10195.683 também tratou de analisar autos de infração para constituição de crédito tributário pelo lucro arbitrado: [...] Como visto do relatório, tratase de arbitramento dos lucros da interessada, tendo em vista a falta de apresentação à fiscalização, os livros e documentos contábeis e fiscais por parte da recorrente. [...] À época do exame de admissibilidade do REsp da contribuinte, o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, dispunha, no caput do art. 67: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. (*) (*) destaquei Ora, não se pode dizer que os mesmos comandos normativos (lei tributária) regem declarações de compensação e autos de infração pelo arbitramento dos lucros. Vejase que, em ambos os casos do paradigmas o comando legal adotado para fundamentar as autuações foi o artigo do regulamento do imposto de renda que trata de arbitramento no caso do RIR/94, o art. 539 e, no caso do RIR/99, o art. 530 enquanto que no caso do recorrido o Despacho Decisório que não reconheceu o direito creditório pleiteado e não homologou as compensações, fundamentouse nos seguintes dispositivos normativos (fls. 92/94 do volume 1 digitalizado): Art. 170, II, do CTN; Lei nº 10.637, de 2002; Art. 21, §§ 1º e 2º e 35, §§ 1º e 2º, ambos da IN SRF nº 210, de 2002. Poderseia dizer que a similitude fática entre as decisões residiria na deterioração dos livros e documentos da escrituração contábil e fiscal dos contribuintes, por Fl. 914DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 915 6 ocorrência de caso fortuito/força maior o que, com efeito, ocorreu em todos os casos recorrido e paradigmas. Mas esse fato deterioração dos livros e documentos da contabilidade foi considerado irrelevante, tanto no caso do recorrido, quanto no caso dos paradigmas, para o deslinde dos litígios. Pelo contrário, no caso do acórdão recorrido, constou expressamente do voto do relator: Divergindo do posicionamento adotado pela autoridade julgadora de primeira instância, entendo que, na medida em que Recorrente trouxe aos autos elementos suficientes a comprovação de que não deu causa ao extravio da documentação de suporte da declaração apresentada e que adotou as providências exigidas pela legislação de regência, a autoridade administrativa, para decidir pela ausência de liquidez e certeza do crédito pleiteado, deveria indicar, de forma inequívoca, os elementos que, contribuindo para a formação do crédito, o tornaram insubsistente. Não identifico, também, recomendação no parágrafo 2° do art. 264 do RIR/99 no sentido de que o contribuinte deveria envidar esforços para reconstruir a escrituração contábil e recuperar as informações que dela constavam, bem como os papéis e documentos pertinentes, eis que o citado dispositivo trata tão somente da legalização de novos livros e documentos. (*) (*) negritei Como visto, o extravio dos livros e documentos fiscais também não pesou na decisão consignada pelo paradigma de nº 10193.224, como se verifica do extenso trecho do voto reproduzido anteriormente, já que, naquele caso, o relator entendeu que não havia autorização para que a fiscalização procedesse ao arbitramento dos lucros nos anoscalendário 1994 e 1995, pois “porque não ficou evidenciado nos autos que o sujeito passivo tenha sido intimado para apresentar os livros comerciais e fiscais relativos aos anoscalendário de 1994 e 1995”, ou seja, a motivação para afastar o arbitramento é peculiar e em nada pode ser aplicada ao presente processo. E, no mesmo sentido do recorrido, o paradigma de nº 10195.683: Como visto acima, a recorrente tomou todas as providências legais exigidas em vista do infortúnio ocorrido, denotando que não houve recusa na apresentação dos livros fiscais e comerciais e respectivos documentos. Também não seria cabível argumentar no sentido de que teria ocorrido a falta de adoção de medidas mínimas para preservar seus livros e documentos contábeis e fiscais, pois a inundação, conforme comprovam os documentos juntados aos autos, abrangeu todo o município de Nova Friburgo/RJ, tendo motivado a decretação de situação de emergência por parte do Executivo Municipal. [...] Fl. 915DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10708.000038/0061 Acórdão n.º 9101002.370 CSRFT1 Fl. 916 7 No caso, devese registrar que, diante dos fatos em análise, não houve recusa, mas sim impossibilidade de apresentação ao fisco dos documentos destruídos pela inundação. [...] Portanto, além de entender que as situações fáticas analisadas são distintas, se semelhança houvesse, as decisões comparadas não seriam divergentes, mas exatamente convergentes sobre o ponto questionado. Conclusão Em face ao exposto, voto no sentido de não conhecer do Recurso Especial da Contribuinte. Adriana Gomes Rêgo Relatora Fl. 916DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 09/08/2016 p or ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 15463.722270/2014-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL DE RELATIVIZAÇÃO. INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. POSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE OFÍCIO.
1. De acordo com o art. 15 do Decreto nº 70.235/1972, a impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar. O § 4º do art. 16, por sua vez, estabelece que a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual.
2. Excepcionalmente, pode ser atenuado o rigor legal, para, com base nos princípios da razoabilidade e da legalidade, alcançar-se a desejada verdade real.
3. O próprio julgador pode, de ofício, determinar a realização das provas que entender necessárias para a formação do seu convencimento.
DIREITO DE DEFESA. PRETERIÇÃO. INEXISTÊNCIA.
A fiscalização transcorreu dentro da mais restrita legalidade e não houve qualquer inobservância ao direito de defesa da parte.
NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA.
A fiscalização se originou dos dados internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil e a omissão apontada foi suficientemente precisa, sendo desnecessária a apresentação de qualquer outro documento que respaldasse o lançamento.
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE OU NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE.
1. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
2. Por opção do contribuinte, o total dos rendimentos acumulados poderá integrar a base de cálculo do imposto devido no ajuste anual.
INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA RETIFICAR A DIRPF.
1. Não compete ao CARF retificar a declaração do contribuinte.
2. A retificação somente pode ser feita de acordo com as regras e os prazos estabelecidos na legislação tributária.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.469
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso e dar-lhe provimento parcial, a fim de determinar a retificação do lançamento, nos termos da fundamentação do voto, vencido o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que votou na reunião de junho pelo provimento total do recurso. Não votou o Conselheiro Theodoro Vicente Agostinho, posto que atuou em substituição ao Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que já havia votado em sessão anterior.
(Assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
(Assinado digitalmente)
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2010 IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL DE RELATIVIZAÇÃO. INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. POSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE OFÍCIO. 1. De acordo com o art. 15 do Decreto nº 70.235/1972, a impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar. O § 4º do art. 16, por sua vez, estabelece que a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual. 2. Excepcionalmente, pode ser atenuado o rigor legal, para, com base nos princípios da razoabilidade e da legalidade, alcançar-se a desejada verdade real. 3. O próprio julgador pode, de ofício, determinar a realização das provas que entender necessárias para a formação do seu convencimento. DIREITO DE DEFESA. PRETERIÇÃO. INEXISTÊNCIA. A fiscalização transcorreu dentro da mais restrita legalidade e não houve qualquer inobservância ao direito de defesa da parte. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. A fiscalização se originou dos dados internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil e a omissão apontada foi suficientemente precisa, sendo desnecessária a apresentação de qualquer outro documento que respaldasse o lançamento. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE OU NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. 1. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. 2. Por opção do contribuinte, o total dos rendimentos acumulados poderá integrar a base de cálculo do imposto devido no ajuste anual. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA RETIFICAR A DIRPF. 1. Não compete ao CARF retificar a declaração do contribuinte. 2. A retificação somente pode ser feita de acordo com as regras e os prazos estabelecidos na legislação tributária. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2251; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15463.722270/201417 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402005.469 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de agosto de 2016 Matéria IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Recorrente SONIA LUCIA STANGER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 IMPUGNAÇÃO. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL DE RELATIVIZAÇÃO. INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. POSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE OFÍCIO. 1. De acordo com o art. 15 do Decreto nº 70.235/1972, a impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar. O § 4º do art. 16, por sua vez, estabelece que a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. 2. Excepcionalmente, pode ser atenuado o rigor legal, para, com base nos princípios da razoabilidade e da legalidade, alcançarse a desejada verdade real. 3. O próprio julgador pode, de ofício, determinar a realização das provas que entender necessárias para a formação do seu convencimento. DIREITO DE DEFESA. PRETERIÇÃO. INEXISTÊNCIA. A fiscalização transcorreu dentro da mais restrita legalidade e não houve qualquer inobservância ao direito de defesa da parte. NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. NECESSIDADE DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. A fiscalização se originou dos dados internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil e a omissão apontada foi suficientemente precisa, sendo desnecessária a apresentação de qualquer outro documento que respaldasse o lançamento. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE OU NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO DO CONTRIBUINTE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 72 22 70 /2 01 4- 17 Fl. 311DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 1. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente fiscal inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. 2. Por opção do contribuinte, o total dos rendimentos acumulados poderá integrar a base de cálculo do imposto devido no ajuste anual. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA RETIFICAR A DIRPF. 1. Não compete ao CARF retificar a declaração do contribuinte. 2. A retificação somente pode ser feita de acordo com as regras e os prazos estabelecidos na legislação tributária. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em conhecer do recurso e darlhe provimento parcial, a fim de determinar a retificação do lançamento, nos termos da fundamentação do voto, vencido o Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que votou na reunião de junho pelo provimento total do recurso. Não votou o Conselheiro Theodoro Vicente Agostinho, posto que atuou em substituição ao Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, que já havia votado em sessão anterior. (Assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 15463.722270/201417 Acórdão n.º 2402005.469 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 17ª Turma da DRJ/SPO, cuja ementa e resultado são os seguintes: NULIDADE DO LANÇAMENTO. PRELIMINAR. Constatado que o procedimento fiscal foi realizado com estrita observância das normas de regência, tendo sido os atos e termos lavrados por servidor competente e respeitado o direito de defesa da contribuinte, fica afastada a hipótese de nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA DECORRENTES DE AÇÃO DA JUSTIÇA FEDERAL. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Não comprovado o preenchimento das condições prescritas para a tributação exclusiva na fonte dos rendimentos recebidos acumuladamente, devem os rendimentos considerados omitidos ser mantidos na base de cálculo do imposto de renda. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Assim, foi mantida integralmente a exigência do crédito tributário constituído através de Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física, no valor total de R$ 74.892,85, decorrente da seguinte acusação: a) omissão de rendimentos recebidos acumuladamente em virtude de ação judicial federal, no valor de R$ 159.897,92; b) foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos, no valor de R$5.546,93; c) regularmente intimada, a contribuinte não logrou comprovar o número de meses referentes aos rendimentos recebidos, razão pela qual eles foram tributados no ajuste anual. Para manter o lançamento, o acórdão da DRJ se baseou nos seguintes fundamentos: d) quanto à alegação de que não houve investigação dos fatos, a contribuinte foi intimada para prestar esclarecimentos e apresentar documentos no curso do procedimento fiscal, de forma que houve sim investigação; Fl. 313DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 e) quanto à alegação de que a autoridade fiscal não anexou a DIRF à notificação de lançamento, o Decreto nº 70.235/1972 não faz essa exigência. Ademais, a contribuinte demonstra, em sua impugnação, conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas; f) a respeito da alegação de nulidade, verificase que a notificação de lançamento contém todos os requisitos estabelecidos no Decreto nº 70.235/72, tendo sido lavrada por servidor competente; g) não houve cerceamento de defesa; h) em relação aos RRA, a contribuinte afirma que não foi intimada a informar o número de meses referentes aos rendimentos recebidos da Justiça Federal e que o auditor autuante teria condições de obter este dado com as informações de que dispunha. Com o fim de esclarecer a situação, juntou documentos; i) a contribuinte informa que ao fazer o somatório do número de meses entre a data de início do benefício (01/07/2008) e o período em que o benefício voltou a ser regularmente pago (07/2008), obteve o número de 120 meses em que o beneficio deixou de ser pago pelo INSS, que corresponderia ao número de meses relativo à verba recebida acumuladamente em abril de 2010. Contudo, a contribuinte não apresentou qualquer documento relativo ao processo judicial que demonstrasse exatamente a natureza dos rendimentos recebidos e os meses a que correspondem; j) desse modo, não há como corrigir o erro da contribuinte no preenchimento da DAA, para aplicar a tributação exclusiva na fonte; k) a prova documental deve ser apresentada da Impugnação, precluindo o direito de a impugnante fazêlo em outro momento processual, admitidas as exceções somente em casos previstos em lei. Até o momento da decisão pela DRJ, a contribuinte não anexou aos autos outra documentação adicional que pudesse justificar e materializar o pedido formulado. A contribuinte tomou ciência da decisão em 24/03/2015 (fl. 306) e interpôs recurso voluntário em 10/04/2015 (fl. 88), reiterando, em linhas gerais, os termos da sua Impugnação: l) caracteriza cerceamento do direito de defesa, a não intimação da contribuinte para informar o número de meses referentes ao rendimento recebido da Justiça Federal. O termo de intimação fiscal recebido limitouse à solicitar outros elementos (comprovante de todos os rendimentos recebidos e sentença judicial ou acordo homologado judicialmente; planilha das verbas contendo os cálculos de liquidação de sentença, planilha com discriminação das parcelas de previdência patronal e do empregado, quando for o caso; atualização dos cálculos; alvará de levantamento com autenticação mecânica do banco ou extrato Fl. 314DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 15463.722270/201417 Acórdão n.º 2402005.469 S2C4T2 Fl. 4 5 da conta corrente judicial; DARF do recolhimento do IRRF; e recibos de honorários advocatícios); m) a autoridade tributária valeuse das informações constantes nos sistemas internos da SRFB, sem ter dado à contribuinte a oportunidade de manifestarse a respeito, posto que tais informações não foram disponibilizadas. Ademais, não anexou qualquer documento comprobatório que respalde o lançamento; n) no que se refere ao número de meses a que se refere os rendimentos recebidos, discorda que não comprovou; o) o número de meses poderia ser obtido mediante simples análise da documentação já acostada ao processo. p) em relação aos documentos juntados após a impugnação, invoca o princípio da verdade material e defende o seu recebimento; q) o agente fiscal optou indevidamente pela forma de tributação mais gravosa (regime de caixa), quando, em verdade, a contribuinte tinha o direito legal de optar pelo regime de competência; r) por distração, a contribuinte declarou indevidamente como rendimentos isentos o montante recebido acumuladamente proveniente de decisão da justiça federal; s) em verdade, tais rendimentos deveriam ter sido declarados na ficha “rendimentos recebidos acumuladamente – RRA da DAA”; t) optou por lançar como rendimentos isentos, uma vez que entendeu, corretamente, não se tratar de rendimento tributável em função da quantidade de meses a que o valor recebido se referia; u) mencionou o RE nº 614.406, com repercussão geral reconhecida nos termos do artigo 543B do CPC, concluindo pela impossibilidade de aplicação do regime de caixa, previsto no art. 12 da Lei nº 7.713/1988, disciplinando que a partir dessa data passaria a utilizar o regime de competência; v) a manutenção do credito tributário na decisão singular baseouse exclusivamente no argumento simplório de que “não teria sido comprovado o número de meses a que corresponderiam os rendimentos decorrentes de decisão da Justiça Federal”; w) no entanto, tal argumento resta totalmente superado face à documentação ora anexada, que deve ser considerada de forma integral para fundamentar e comprovar os fatos e argumentos apresentados, com o cancelamento do lançamento efetuado; Fl. 315DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 x) caso tivesse utilizado a opção pela forma de tributação exclusiva na fonte, teria apurado imposto a restituir, ao invés de a pagar, conforme declaração retificadora apresentada na impugnação (doc. 4); y) apresenta demonstrativo de apuração do imposto a restituir, no valor de R$ 4,270,00. Nesses termos, a recorrente pede o cancelamento integral do lançamento e a liberação do valor de sua restituição É o relatório. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 15463.722270/201417 Acórdão n.º 2402005.469 S2C4T2 Fl. 5 7 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci – Relator 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 Juntada de documentos no recurso A DRJ tem razão quando afirma que a prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual. Excepcionalmente, contudo, pode ser atenuado o rigor legal, para, com base no princípio da razoabilidade, alcançarse a desejada verdade real, que decorre do princípio da legalidade. Embora os princípios da boafé e da lealdade processual obriguem a parte a agir com zelo, cuidado, cooperação e diligência (colaborando com a marcha processual), a razoabilidade e a legalidade permitem, em caráter excepcional, a juntada ulterior de documentos. O próprio julgador pode, de ofício, determinar a realização das provas que entender necessárias para a formação do seu convencimento. Não raro, a propósito, este Conselho resolve converter o julgamento em diligência, para aperfeiçoar a instrução probatória. No caso dos autos, na medida em que a própria acusação fiscal é de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente, a determinação do número de meses é imprescindível para permitir a correta aplicação da lei sobre os fatos. Sendo assim, deve ser deferida a juntada dos documentos apresentados após a impugnação, mormente daqueles em anexo à peça recursal, pois de fundamental importância para o julgamento da presente controvérsia. 3 Preterição do direito de defesa e ausência de peça essencial A ação fiscal foi conduzida por servidor competente, que concedeu à recorrente os prazos legais para a apresentação de documentos e prestação de esclarecimentos; a Notificação de Lançamento Imposto de Renda Pessoa Física foi devidamente motivada e foi Fl. 317DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 concedido ao sujeito passivo o prazo legal para a formulação de impugnação; a Notificação ainda contém clara descrição do fato gerador da obrigação, da matéria tributável, do montante do tributo devido, da identificação do sujeito passivo e da penalidade aplicável; não houve nenhum prejuízo para os direitos de defesa e do contraditório da recorrente, que puderam ser exercidos na forma e no prazo legal. Isto é, a fiscalização transcorreu dentro da mais restrita legalidade e não houve qualquer inobservância ao direito de defesa da parte. A contrario sensu, se a recorrente tivesse apresentado os documentos inicialmente solicitados, como ela mesma o afirma1, é bem provável que o mui digno agente fiscal já tivesse se utilizado do regime de tributação exclusiva na fonte. É o que se depreende da complementação da descrição dos fatos de fl. 24. Vejase: Ademais, na medida em que a fiscalização se originou dos dados internos da Secretaria da Receita Federal do Brasil, e na medida em que a omissão apontada foi suficientemente precisa, não havia necessidade de anexação de qualquer outro documento que respaldasse o lançamento. Os fatos foram adequadamente relatados pela agente fiscal nos seguintes termos: Esse relato propiciou o exercício do direito de defesa por parte da contribuinte, como se vê, a propósito, na sua impugnação e no seu recurso, peças nas quais ela se insurgiu contra o mérito do lançamento, fazendoo com indubitável conhecimento dos fatos. Logo, afastamse as alegações de que houve cerceamento do direito de defesa e de que havia necessidade de documento comprobatório para o lançamento. 1 Comprovante de todos os rendimentos recebidos e sentença judicial ou acordo homologado judicialmente; planilha das verbas contendo os cálculos de liquidação de sentença, planilha com discriminação das parcelas de previdência patronal e do empregado, quando for o caso; atualização dos cálculos; alvará de levantamento com autenticação mecânica do banco ou extrato da conta corrente judicial; DARF do recolhimento do IRRF; e recibos de honorários advocatícios Fl. 318DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 15463.722270/201417 Acórdão n.º 2402005.469 S2C4T2 Fl. 6 9 4 Omissão de rendimentos Inicialmente, cumpre observar que os rendimentos em questão foram recebidos no anocalendário 2010, conforme notificação fiscal de lançamento. Tratase, outrossim, de rendimentos recebidos acumuladamente (RRA), vez que decorrentes de ação ordinária para implementação de benefício previdenciário (vide petição inicial de fls. 112/115), cujo montante total foi pago de forma acumulada (vide planilha de fls. 276/279, petição de fl. 283 e requisição de pagamento de fl. 284). A própria acusação fiscal é de que os rendimentos são acumulados (vide fl. 24), não tendo sido feita a tributação exclusivamente na fonte por falta de comprovação do número de meses. Desta forma, o presente caso é regido pelo art. 12A da Lei nº 7.713/1988, com a redação da Lei nº 12.350/2010, vigente à época dos fatos, conversão da MP nº 497/2010, sendo inaplicável o precedente do Supremo Tribunal Federal, RE nº 614.406, com repercussão geral e trânsito em julgado. Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 1o O imposto será retido pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. [...] § 3º. A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) Fl. 319DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 10 § 5o O total dos rendimentos de que trata o caput, observado o disposto no § 2o, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do ano calendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. § 6o Na hipótese do § 5o, o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual. (destacouse) O programa gerador da declaração do referido anocalendário já contava com campo específico para a declaração dos rendimentos tributáveis de pessoa jurídica recebidos acumuladamente pelo titular ou dependentes. Logo, os valores em questão, correspondentes àqueles descritos no caput da norma encimada, deveriam ter sido declarados naquele campo específico (regra do caput) ou, opcionalmente, serem oferecidos ao ajuste anual (opção prevista no § 5º). No caso concreto, vêse que a recorrente não declarou os rendimentos no campo atinente aos RRA, tampouco os ofereceu ao ajuste anual (vide Declaração de Ajuste Anual de fls. 47/52). Logo, concluise que houve omissão. Contudo, e ainda que por fato imputável exclusivamente à recorrente, o lançamento está equivocado. Ao tributar os valores no ajuste anual, o agente autuante inobservou a regra geral, que determina que os valores devem ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Como dito acima, a regra é a tributação exclusivamente na fonte (caput do art. 12A), sendo a exceção, por opção do contribuinte, a tributação no ajuste anual (§ 5º do art. 12A). Sendo assim, deve ser retificado o lançamento, para que o imposto seja calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se referem os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito (§ 1º), permitida a dedução, já feita em sede de fiscalização, da quantia de R$5.546,93, a título de IRRF. 5 Imposto a restituir A recorrente alega que se tivesse utilizado a opção pela forma de tributação exclusiva na fonte, teria apurado imposto a restituir, ao invés de imposto a pagar, conforme declaração retificadora apresentada na impugnação (doc. 4). Apresenta, em seu recurso, quadro demonstrativo de apuração de imposto a restituir, no valor de R$ 4,270,00, pedindo, assim, a sua liberação. Ocorre que a única declaração de rendimentos constante dos autos é do tipo original, e não retificadora. Vejase: Fl. 320DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 15463.722270/201417 Acórdão n.º 2402005.469 S2C4T2 Fl. 7 11 Diante do procedimento de fiscalização, não é mesmo crível que a recorrente tivesse conseguido apresentar declaração retificadora. Vejase, nesse sentido, o que dispõe o art. 832 do Regulamento do Imposto de Renda: Art. 832. A autoridade administrativa poderá autorizar a retificação da declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que sem interrupção do pagamento do saldo do imposto e antes de iniciado o processo de lançamento de ofício (DecretoLei nº 1.967, de 1982, art. 21, e DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, art. 6º). Parágrafo único. A retificação prevista neste artigo será feita por processo sumário, mediante a apresentação de nova declaração de rendimentos, mantidos os mesmos prazos de vencimento do imposto. (destacouse) Vejase, ainda, o que dispõe o art. 82 da IN RFB nº 1500/2014: Art. 82. Eventuais erros ou omissão de informações verificados na DAA, depois de sua apresentação, devem ser retificados pelo contribuinte por meio de declaração retificadora, desde que não esteja sob procedimento de ofício, independentemente de autorização administrativa. Parágrafo único. A declaração retificadora referida no caput: I tem a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, devendo conter todas as informações anteriormente declaradas com as alterações e exclusões necessárias, bem como as informações adicionadas, se for o caso; e II será processada, inclusive para fins de restituição, em função da data de sua entrega. (destacouse) Isso já seria suficiente para desprover o recurso neste ponto. Ocorre que também não compete a este Conselho retificar a declaração do contribuinte. Em primeiro lugar, e conforme preleciona o art. 64 da Lei nº 9.784/1999, que regulamenta o processo administrativo federal, "o órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de sua competência". Tendo competência apenas para confirmar, modificar, anular ou revogar a decisão recorrida, é evidente que este Conselho não tem competência para retificar a declaração de rendimentos da parte. Em segundo lugar, e nos termos da legislação retro mencionada, eventuais erros ou omissões verificados na DAA devem ser retificados pelo contribuinte, o que exclui a possibilidade de retificação pela autoridade julgadora. Fl. 321DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 12 6 Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos da fundamentação. (Assinado digitalmente) João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 322DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 0 2/09/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 03/09/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 19515.002989/2004-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2000
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE. NATUREZA DO VÍCIO.
A declaração de nulidade sem indicação expressa acerca se ser uma nulidade por vício material ou formal, por implicar prejuízo à defesa da Fazenda Nacional constitui omissão a ser sanada.
LANÇAMENTO. NULIDADE, VÍCIO MATERIAL.
A ausência da descrição dos fatos e da indicação do enquadramento legal correta, determinam a nulidade do ato administrativo de lançamento por vício de natureza material.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2401-004.552
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos de declaração, para, sanando a omissão apontada, declarar a nulidade do lançamento por vício material
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Marcio de Lacerda Martins, Andre Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos de declaração, para, sanando a omissão apontada, declarar a nulidade do lançamento por vício material (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Marcio de Lacerda Martins, Andre Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
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NULIDADE. NATUREZA DO VÍCIO. A declaração de nulidade sem indicação expressa acerca se ser uma nulidade por vício material ou formal, por implicar prejuízo à defesa da Fazenda Nacional constitui omissão a ser sanada. LANÇAMENTO. NULIDADE, VÍCIO MATERIAL. A ausência da descrição dos fatos e da indicação do enquadramento legal correta, determinam a nulidade do ato administrativo de lançamento por vício de natureza material. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 29 89 /2 00 4- 56 Fl. 176DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos de declaração, para, sanando a omissão apontada, declarar a nulidade do lançamento por vício material (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Marcio de Lacerda Martins, Andre Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. Fl. 177DF CARF MF Processo nº 19515.002989/200456 Acórdão n.º 2401004.552 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório ROBERTO MYUNG JIN CHOI, contribuinte, pessoa física, já qualificado nos autos do processo em referência, teve contra si lavrado o Auto de Infração exigindolhe crédito tributário concernente a6o Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, decorrente da constatação de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada e transferência de recursos ao exterior mediante operação Beacon Hill, em relação ao exercício 2000, conforme Auto de Infração, às fls. 78/79, e demais documentos que instruem o processo. Após regular processamento, interposto recurso voluntário à 2ª Seção de Julgamento do CARF, contra decisão de primeira instância, a egrégia 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara, em 21/10/2010, por unanimidade de votos, achou por bem conhecer do Recurso do contribuinte e DARLHE PROVIMENTO, o fazendo sob a égide dos fundamentos consubstanciados no Acórdão nº 210100.832, com sua ementa abaixo transcrita: "IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000 IRPF. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS AO EXTERIOR NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO "BEACON HILL". RECORRENTE IDENTIFICADA COMO ORDENANTE E BENEFICIÁRIA FINAL EM DOCUMENTO ANEXO A LAUDO DE EXAME ECONÔMICOFINANCEIRO. O Recorrente foi identificado, ao mesmo tempo, como remetente e beneficiário final de recursos ao exterior, não se lhe podendo atribuir a presunção de omissão de rendimentos de que trata o artigo 42 da Lei 9.430/96, uma vez que, na origem, supostamente transferiu recursos para conta corrente de sua titularidade. A única presunção que poderia eventualmente ter sido utilizada é a de acréscimo patrimonial a descoberto, o que não foi feito pela fiscalização. Ainda que a acusação fosse de acréscimo patrimonial a descoberto, caberia à fiscalização comprovar de forma inequívoca a entrega do numerário aos doleiros ou a titularidade da conta no exterior. Precedentes. Recurso voluntário provido." Irresignada, a Procuradoria da Fazenda Nacional opôs Embargos de Declaração, à efl. 168/169, com fulcro no artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, pugnando pela sua reforma em virtude da omissão a seguir exposta. Insurgese contra o Acórdão recorrido, por entender ter havido omissão na sua fundamentação, eis que o crédito exonerado do lançamento, pela leitura do corpo, foi anulado por vício, não constando a natureza deste. Fl. 178DF CARF MF 4 Entende a embargante tratar de uma nulidade formal, pois seu fulcro estaria centrado em fato procedimental. Por fim, pugna pelo recebimento e acolhimento dos presentes Embargos de Declaração, para que a Turma recorrida se pronuncie a respeito da omissão suscitada, capaz de justificar a conclusão levada a efeito no resultado final do julgamento. Submetido à análise de admissibilidade, por parte da nobre Conselheiro, Heitor de Souza Lima Junior, este entendeu por bem acolher o pleito da PGFN inscrito nos Embargos de Declaração, propondo inclusão em nova pauta de julgamento para sanear a omissão apontada, onde se explicite a natureza do vício que maculou o lançamento por nulidade, nos termos do Despacho de efls. 173/174. Distribuídos os presentes Embargos, ad hoc, a este Relator já com Despacho de acolhimento e determinação de inclusão em pauta, consoante Despacho encimado, assim o faço. É o relatório. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 19515.002989/200456 Acórdão n.º 2401004.552 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, uma vez tempestivos e comprovada a omissão apontada pela Embargante, acolho os Embargos de Declaração, pelas razões de fato e de direito a seguir esposadas. Como já devidamente lançado no Despacho que propôs o acolhimento dos presentes Embargos, constatase que, de fato, o Acórdão guerreado deixou de explicitar qual teria sido a natureza do vício que ensejou a nulidade do lançamento. Com mais especificidade, constatase do voto a nulidade, mas não contempla aludida matéria de maneira a esclarecer qual fora a natureza do referido vicio levado a efeito no julgamento, impondo seja conhecido os Embargos para fins de esclarecimento em relação ao tema. Nesse sentido, procedem os Embargos de Declaração opostos pela douta representante da Fazenda Nacional, impondo seja acolhida sua pretensão para que aludida omissão seja devidamente saneada. De fato houve declaração de nulidade sem indicação expressa acerca de ser uma nulidade por vício material ou por vício formal, sendo certo que na segunda modalidade a Fazenda tem prazo específico para promover novo lançamento, nos termos do inciso II do art. 173 do CTN, de forma que não ter constado essa informação no acórdão, em tese, implica prejuízo à Fazenda Nacional por lhe vedar a aplicação do dispositivo do CTN encimado, motivo pelo qual defende o vício formal. A nulidade declarada por meio da Decisão Guerreada decorre das seguintes deficiências do auto de infração, senão vejamos: Fl. 180DF CARF MF 6 Como se observa, entendeu a Turma recorrida que os vícios presentes no lançamento estão intimamente ligados à materialidade do crédito tributário, posto que são a própria verificação da ocorrência do fato gerador, determinação da matéria tributável etc, ou seja, são intrínsecos ao lançamento, portanto, ostentam a natureza de vício material. Para melhor elucidar a questão, válido transcrever o disposto no artigo 142 do CTN, que trata do lançamento, in verbis: “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Os requisitos definidos no artigo 142 acima transcrito representam elementos essenciais para a formação e existência do lançamento, sendo que sua ausência gera insubsistência da autuação, não sua anulação por vício formal. Fl. 181DF CARF MF Processo nº 19515.002989/200456 Acórdão n.º 2401004.552 S2C4T1 Fl. 5 7 Na presente hipótese, verificase a existência de vício material que macula o lançamento em questão. Com efeito, o auto de infração possui vícios quanto à descrição dos fatos e ao enquadramento legal, comprometendo o direito de defesa da contribuinte. A este respeito, é pacífica a jurisprudência deste CARF, inclusive o próprio relator tem acórdão neste sentido: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000 LANÇAMENTO. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. Reconhecese a nulidade material do lançamento quando inexiste descrição da infração, que ofende o direito à ampla defesa e ao contraditório pelo contribuinte. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. NA AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO, APLICASE O PRAZO DECADENCIAL PREVISTO NO ART. 173, I, DO CTN. ENTENDIMENTO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE ACORDO COM A SISTEMÁTICA PREVISTA PELO ARTIGO 543C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. REPRODUÇÃO NOS JULGAMENTOS DO CARF, CONFORME ART. 62A, DO ANEXO II, DO SEU REGIMENTO INTERNO. Consoante entendimento consignado no Recurso Especial n.º 973.733/SC, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Nos casos em que a lei prevê o pagamento antecipado e esse ocorre, a contagem do prazo decadencial deslocase para a regra do art. 150, §4º, do CTN. Hipótese em que houve princípio de pagamento, reconhecendose a decadência. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos" (Acórdão n° 2101002.168 1° Câmara/1° Turma Ordinária Rel Alexandre Naoki Nishioka) Fl. 182DF CARF MF 8 Por todo o exposto VOTO NO SENTIDO DE ACOLHER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, exclusivamente para incluir no acórdão a descrição de que a motivação da nulidade foi por vício material, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira. Fl. 183DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13005.720038/2011-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3402-000.818
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Relatório
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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RESOLVEM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Os processos administrativos 13005.720742/201037, 13005.720743/201081, 13005.720027/201185, 13005.720025/201196, 13005.720038/201165, 13005.72041/2011 89, 13005.720363/201128 e 13005.720364/201172, a mim sorteados e em julgamento na presente sessão, referemse, respectivamente, a pedidos de ressarcimento, cumulado com DCOMP no processo 13005.720363/201128, de saldos credores de exportação de COFINS 2Trimestre/2010, PIS 2T 2010, COFINS 3T 2010, PIS 3T 2010, COFINS 1T/2010, PIS 1T/2010, COFINS 4T 2010 e PIS 4T 2010. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 30 05 .7 20 03 8/ 20 11 -6 5 Fl. 1774DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 29/08/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13005.720038/201165 Resolução nº 3402000.818 S3C4T2 Fl. 1.774 2 Encaminhados os referidos pleitos à SAFIS/DRF em Santa Cruz do Sul/RS, esta, em todos esses processos, propôs glosa de valores nos seguintes termos, (transcrevo como exemplo o que consta no PA 13005.720742/201037), o que foi acatado pelo correspondente despacho decisório: Do transcrito, observase que o agente fiscal ao fundar a glosa fez referência ao processo do auto de infração, sem transcrevêla nos processos de ressarcimento/compensação. Nas manifestações de inconformidade opostas aos despachos decisórios nos referidos PA, a requerente adentrou no mérito das glosas conforme consta do processo do auto de infração, de nº 13005.721311/201179, a que alude as informações fiscais, e que abrange os períodos objetos dos pedidos de ressarcimento de PIS/COFINS sob análise. Isto porque, como dito, o relatório fiscal que motivou o lançamento e as glosas nos processos em análise não foram anexadas aos mesmos. E justamente por essa omissão foi que a DRJ/POA baixou os processos em diligência para, dentre outras questões, determinar que fosse anexado a esses processos "uma cópia daquele relatório que amparou o referido Auto de Infração", o que veio a ser feito. A DRJ/POA, em 29/04/2014, manteve (fls. 563/596) a glosa em seus termos originais. Não resignada, a empresa recorreu dessa decisão. O Acórdão 3202000.291, de 15/10/2014, converteu o julgamento em diligência para que a recorrente fosse intimada a apresentar laudo técnico que descrevesse detalhadamente seu processo produtivo, o que foi feito, conforme acostado aos autos. O órgão local replicou o laudo, em suma concluindo "que fosse a intenção do legislador que o conceito de insumo alcançasse todas as despesas necessárias ao desenvolvimento da atividade econômica, como pretende o contribuinte, não haveria necessidade de elencar uma a uma as hipóteses de creditamento". É o relatório. Fl. 1775DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 29/08/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13005.720038/201165 Resolução nº 3402000.818 S3C4T2 Fl. 1.775 3 VOTO Emerge do relato que todos os períodos de apuração dos processos da recorrente por mim pautados para esta sessão de julgamento, arrolados no relatório, estão abarcados pelo auto de infração constante do processo 13005.721311/201179. E o entendimento desta Turma Ordinária é que o destino dos processos de ressarcimento/compensação quando a análise dos mesmo der azo a glosas e que em função dessas tenha havido lançamento de ofício, estarão aqueles vinculados ao decidido neste. Com efeito, julgado o lançamento, a própria unidade local da RFB pode liquidar os processos de ressarcimento/compensação aos termos do que se tornar julgado em definitivo naquele. Por isso, entendo que os processos em questão deveriam estar apensados aos autos do processo de lançamento. Ou, em outros termos, entendese haver prejudicialidade da análise dos processos administrativos de PER/DCOMP em relação ao decidido no processo do auto de infração. Deveras, a decisão nos autos do processo administrativo onde esteja encartada a exigência fiscal vinculará a decisão nos processos de PER/DCOMP dos períodos e tributos abrangidos pelo período da autuação. Justamente por esta causa que esses processos deveriam "correr" apensados ao processo de cobrança de crédito tributário, assim vinculados ao decidido neste. Mas não foi isso que ocorreu in casu, pois embora absolutamente conexos, tiveram seu iter processual apartado, o que, a meu juízo, não faz o menor sentido. No presente caso ocorreu o inverso, pois o julgamento do recurso voluntário no processo do auto de infração a que aludi, examinandoo no eprocesso, nos termos da Resolução 3403000.464, de 27/06/2013, foi convertido em diligência para que "...os autos retornem ao órgão preparador, onde deverão aguardar a solução definitiva dos processos administrativofiscais em que se debate a existência e a extensão do direito ao ressarcimento (autos cujos números estão relacionados às fls. 2.183/4). Tão logo a cópia da decisão última de cada um deles seja trasladada para estes autos, a autoridade de origem encarregada da diligência deverá elaborar quadro demonstrativo, a fim de identificar a porção do crédito definitivamente reconhecida à recorrente e, eventualmente, a parcela que lhe foi recusada". E em cumprimento à essa diligência, o processo 13005.721311/201179 (AI) encontrase na repartição local de origem, na ARF Montenegro/RS. Sem embargo, o que vimos entendendo é que o julgamento do auto de infração é que é prejudicial, vinculando os processos de PER/DCOMP dos mesmos períodos de apuração ao que nele for decidido. Nesse rumo foram julgados os acórdãos 3402003.120, 3402003.121 e 3402003.122, em 23/06/2015, ementados nos seguintes termos: COMPENSAÇÃO VINCULAÇÃO AO LANÇAMENTO O destino da compensação vinculase ao decidido no processo cujo objeto é o lançamento do IPI que glosou os créditos que foram compensados refazendo a escrita do IPI e lançando eventual saldo devedor. Assim, invalidado o lançamento, que abarca o período de apuração do crédito compensado, por decisão do CARF, em decorrência restituise o crédito à escrita fiscal e homologase a compensação feita com arrimo naquele. E nosso entendimento não destoa do da Administração Tributária, pois vai ao encontro do que consigna a Portaria RFB nº 354, de 11/03/2016 (DOU 14/03/2016), que Fl. 1776DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 29/08/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13005.720038/201165 Resolução nº 3402000.818 S3C4T2 Fl. 1.776 4 "dispõe sobre a formalização de processos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (RFB)". Estatui seu artigo 3º: Art. 3° Os autos serão juntados por apensação nos seguintes casos: I recurso hierárquico relativo à compensação considerada não declarada e ao lançamento de ofício de crédito tributário, inclusive da multa isolada, dela decorrente; II autos de exigências de crédito tributário relativo a infrações apuradas no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) que tiverem dado origem à exclusão do sujeito passivo dessa forma de pagamento simplificada, autos de exclusão do Simples e os possíveis autos de lançamentos de ofício de crédito tributário decorrente dessa exclusão em anoscalendário subsequentes que sejam constituídos contemporaneamente e pela mesma unidade administrativa; e III indeferimento de pedido de ressarcimento ou não homologação de DCOMP e o lançamento de ofício deles decorrentes. § 1° No caso de que trata o inciso III do caput, o processo principal ao qual devem ser apensados os demais será: I o que contiver os autos de infração, se houver; ou II o de reconhecimento de direito creditório mais antigo, não existindo autuação. § 2° A apensação, na hipótese a que se refere o inciso III do caput, deve ser efetuada: I depois do decurso do prazo de contestação dos autos de infração e dos despachos decisórios e envolverá todos os processos para os quais tenham sido apresentadas impugnações e manifestações de inconformidade, observado o disposto no § 18 do art. 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996; e ... Portanto, forte nessa norma administrativa, decido converter o presente julgamento em diligência para determinar que este e os demais processos (13005.720742/2010 37, 13005.720743/201081, 13005.720027/201185, 13005.720025/201196, 13005.720038/201165, 13005.72041/201189, 13005.720363/201128 e 13005.720364/2011 72) retornem à repartição de origem (ARF Montenegro/RS), devendo ser todos apensados ao processo 13005.721311/201179, no qual se controverte o auto de infração, anexando nele (processo do auto de infração) todas as decisões dos processos em referência, acima listados, e ora em julgamento. Feito isso, deve o processo 13005.721311/201179 regressar a esta Terceira Seção do CARF para novo sorteio e posterior julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 1777DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 29/08/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13005.720038/201165 Resolução nº 3402000.818 S3C4T2 Fl. 1.777 5 Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 1778DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 29/08/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 16561.000192/2007-13
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002, 2003
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. LEGISLAÇÃO DIVERSA. INADMISSIBILIDADE.
Não há que se falar em divergência de interpretação da legislação tributária entre os acórdãos recorrido e paradigma, na medida em que as normas que orientaram cada um dos julgados não coincidem.
Numero da decisão: 9101-002.405
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rêgo, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Luís Flávio Neto, Nathalia Correia Pompeu e Marcos Aurélio Pereira Valadão. Ausente momentaneamente a Conselheira Cristiane Silva Costa.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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LEGISLAÇÃO DIVERSA. INADMISSIBILIDADE. Não há que se falar em divergência de interpretação da legislação tributária entre os acórdãos recorrido e paradigma, na medida em que as normas que orientaram cada um dos julgados não coincidem. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rêgo, Rafael Vidal de Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Luís Flávio Neto, Nathalia Correia Pompeu e Marcos Aurélio Pereira Valadão. Ausente momentaneamente a Conselheira Cristiane Silva Costa. Relatório A FAZENDA NACIONAL recorre a este Colegiado, por meio do Recurso Especial (efls. 2291/2301), contra o acórdão de nº 110100.571 (efls. 1621/1662), que, por AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 01 92 /2 00 7- 13 Fl. 2391DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.392 2 unanimidade de votos, negou provimento ao recurso de ofício, rejeitou a arguição de nulidade de decisão recorrida e deu provimento ao recurso voluntário para afastar a imputação de responsabilidade tributária à recorrente. Transcrevese a ementa do acórdão recorrido: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LIQUIDO CSLL Anocalendário: 2002, 2003 DUPLICIDADE DE EXIGÊNCIAS. EXONERAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CORRESPONDENTE. REGULARIDADE. Correta a decisão que afasta crédito tributário exigido em duplicidade sobre infrações submetidas à incidência tributária em outro lançamento, especialmente se há evidências de erro de cálculo no lançamento cancelado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. ARGUMENTOS NÃO APRECIADOS NA DECISÃO RECORRIDA. INOCORRÊNCIA. Válida a decisão na qual foram apreciados os argumentos defesa apresentados em impugnação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002, 2003 RESPONSABILIDADE TRIBUTARIA. RECURSO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE. Deve ser conhecido o recurso interposto por sujeito passivo apontado em lançamento como responsável tributário solidário. CARACTERIZAÇÃO DE INTERESSE COMUM. SOCIEDADE DE FATO ENTRE EMPRESAS DE MESMO GRUPO EMPRESARIAL. RESULTADOS INFLUENCIADOS POR OPERAÇÕES INTERNAS. INSUBSISTÊNCIA. Não é possível imputar responsabilidade tributária a outra empresa de um mesmo grupo por crédito tributário significativamente influenciado por operações internas, sem maior aprofundamento acerca da efetividade destes ganhos, mormente depois de se ter questionado a existência daquelas operações. Houve a apresentação de Embargos (efls. 1665/1673) interpostos pela Fazenda Nacional, os quais não foram acolhidos. A Recorrente aponta divergência jurisprudencial no que se refere ao acórdão nº 2803001.075, em relação à matéria Responsabilidade Tributária, cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/09/2000 a 31/08/2002 Fl. 2392DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.393 3 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. GFIP. DADOS NÃO CORRESPONDENTES AOS FATOS GERADORES. LEI nº 11.941/2009. RETROATIVIDADE BENIGNA. REDUÇÃO DA MULTA. A apresentação de GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições constitui infração a legislação previdenciária. As multas em GFIP foram alteradas pela Medida Provisória n º 449 de 2008, convertida na Lei n º 11.941/2009, sendo benéfica para o infrator. Foi acrescentado o art. 32A à Lei n º 8.212/91. Conforme previsto no art. 106 do CTN, a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado. GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE. Caracterizase grupo econômico quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou a administração de outra, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer atividade econômica, ainda que cada uma delas tenha personalidade jurídica própria. As empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações tributárias decorrentes da Lei 8.212/1991, não comportando benefício de ordem. Por certo, se existe compartilhamento na utilização da mão de obra de segurados, certamente, haverá compartilhamento nas obrigações das contribuições previdenciárias. Em síntese, argumenta a Fazenda Nacional que: a) para se imputar a responsabilidade solidária é suficiente a configuração do interesse comum entre o efetivo contribuinte e o coresponsabilizado na situação que descreve o fato gerador, rebatendo o argumento da Parmalat Brasil, que confunde os conceitos de contribuinte e responsável, exigindo provas que demonstrassem tal interesse; b) o interesse comum, tal qual o preconizado no art. 124, I, do CTN, seguindo palavras de ementa colacionada ao recurso, não é relevado somente pelo interesse econômico no resultado ou no proveito da situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, mas pelo interesse jurídico, que diz respeito à realização comum ou conjunta que constitui o fato gerador; c) a PRM é inscrita no CNPJ como holding, e suas despesas e seu aporte financeiro ficavam a cargo da responsável, pois a mesma não possuía receita própria e a Parmalat costumeiramente se apropriava das despesas da PRM; d) o interesse jurídico revelase através de uma atitude voltada ao atendimento de uma necessidade, seja ela econômica, moral ou social, e, no interesse comum, as pessoas são interligadas por circunstâncias fáticas que as tornam solidárias. O recurso foi admitido por meio do Despacho (efls. 2303/2306), havendo a apresentação de Contrarrazões (efls. 2357/2387), que visam atacar o acórdão paradigma colacionado pela Fazenda Nacional, pois, em suas palavras: a) seu objeto é contribuição previdenciária; b) houve utilização comum de funcionários das empresas envolvidas; c) esta utilização comum teve impacto direto na apuração do tributo envolvido da autuação fiscal; d) o artigo 30, inciso IX da Lei nº 8.212/91, dispõe sobre a existência de solidariedade entre empresas do mesmo grupo econômico pelas obrigações decorrentes da referida lei, ou seja, de contribuições previdenciárias e não sobre tributos em geral, não se aplicando pois, ao IRPJ. Fl. 2393DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.394 4 É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Relatora. Embora tempestivo, o recurso não deve ser conhecido pelas razões a seguir expostas. Preliminar de Imprestabilidade do Paradigma Como relatado, argumenta a Contribuinte em suas contrarrazões que o acórdão paradigma indicado pela Fazenda Nacional para sustentar o dissídio jurisprudencial, não se presta para esse fim, uma vez que tem por objeto contribuição previdenciária, houve utilização comum de funcionários das empresas envolvidas e tal utilização teve impacto direto na apuração do tributo envolvido na autuação fiscal, bem como porque "o artigo 30, inciso IX da Lei nº 8.212/91, dispõe sobre a existência de solidariedade entre empresas do mesmo grupo econômico pelas obrigações decorrentes da referida lei, ou seja, de contribuições previdenciárias e não sobre tributos em geral". Compulsandose o paradigma, vêse que, de fato, a argumentação para manter a solidariedade atribuída pela Fiscalização se baseou em norma específica atinente às contribuições previdenciárias, qual seja o art. 30, inciso IX, da Lei n.° 8.212/1991, que estatui que "as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta lei" (sublinhouse). E quando aplicou disposição Código Tributário Nacional sobre a matéria da solidariedade, utilizou o inciso II do art. 124, que estabelece solidariedade entre "as pessoas expressamente designadas por lei", combinando esse dispositivo com o antes referido da Lei n.° 8.212/1991. Confirase (sublinhei): ANÁLISE DA CARACTERIZAÇÃO DO GRUPO ECONÔMICO DE FATO E DEMAIS ARGUMENTOS APRESENTADOS PELO CONTRIBUINTE PRINCIPAL E SOLIDÁRIOS A decisão de primeira instância administrativa DECISÃO NOTIFICAÇÃO n° 12.401.4/0332, de 13/11/2006, fls. 159/179, já analisou todos os argumentos apresentados pelo contribuinte principal e solidários constantes dos autos, concluindo pela procedência da autuação fiscal dos valores retificados, inclusive quanto à formação do grupo econômico de fato. Assim se pronunciou, itens 24 e seguintes, fls. 167/179: 24. Passarei a seguir a contra argumentar, nesta decisão, todas as questões suscitadas pelo contribuinte principal SOLUÇÃO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA e solidário D'AMAZÔNIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, por meio das impugnações de fls. 18/52, 88/100, 111/113 e 133. (...) 37. A legislação previdenciária prevê a solidariedade entre as empresas que integram o grupo econômico no inciso IX, do art. 30, da Lei n.° 8.212/1991, que estatui: Fl. 2394DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.395 5 IX — as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta lei." 38. A solidariedade fixada na legislação previdenciária em relação ao grupo econômico é bastante ampla, abrange todas as obrigações das empresas ali imposta. Basta uma das componentes do grupo não cumprir as obrigações previdenciárias, para todas assumirem a responsabilidade por via da solidariedade, sem benefício de ordem. O INSS poderá exigir de uma das empresas a dívida de outra, sem ter que demonstrar a incapacidade da originariamente devedora. 39. Doutro lado, ainda que a existência de grupo econômico entre as empresas supra citadas pudesse comportar dúvidas ou suscitar discussões, em nada alteraria a presente situação, pois o Código tributário Nacional — CTN, claramente dispõe: "Art. 124. São solidariamente obrigadas: I — as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II — as pessoas expressamente designadas por lei; Parágrafo único — A solidariedade referida neste artigo não comporta beneficio de ordem." 40. Portanto, respondem solidariamente pelas obrigações decorrente da legislação previdenciária, as empresas que integram grupo econômico e, dentro do permissivo constante no art. 124, II do CTN, a Lei do Custeio atribui a qualquer integrante deste grupo a responsabilidade pelo pagamento das contribuições previdenciárias devidas. A citada norma determina que todo o patrimônio do grupo econômico responda pelas obrigações tributárias de natureza previdenciária de cada uma das empresas membros. 41. Assim, face a todo o exposto agiu corretamente a fiscalização ao caracterizar o grupo econômico, fundamentado na legislação de comando e em consonância com a doutrina reinante, e apesar de toda a negativa da empresa nesse sentido, sem comprovação alguma de suas argumentações restou mais do que comprovado o grupo econômico e a sua responsabilidade pelo débito previdenciário apurado. O grupo econômico responde solidariamente pelas obrigações tributárias previdenciárias dos segurados (empregados e contribuintes individuais) que lhes prestem serviços. É o que determina o art. 2o, §2o da CLT – Decreto n º 5.452/43, bem como, art. 124 do CTN, e art. 30, inciso IX da Lei 8.212/91, in verbis: (...) Da análise do art. 124, inciso II do CTN c/c art. 30, inciso IX da Lei n º 8.212/91, podemos concluir que as empresas que integram grupo econômico, não importando a sua natureza (de Fl. 2395DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.396 6 fato ou de direito), são solidárias nas obrigações previdenciárias dos segurados que lhes prestem serviços. Assim, a questão a saber é se o contribuinte principal (Solução Indústria) e os suposto solidários deram causa a incidência do fato gerador da obrigação tributária previdenciária, melhor dizendo, se é fato incontroverso nos autos que as empresas compartilharam instalações e funcionários, se houve negócios entre as empresas (cessão de bens) e outros mais que denotam que fazem parte de um mesmo grupo econômico. Determinadas as condições de grupo econômico e a utilização compartilhada de mão de obra de segurados está caracterizada a solidariedade pelo cumprimento das obrigações tributárias previdenciárias. Por certo, se existe compartilhamento na utilização da mão de obra de segurados, certamente, haverá compartilhamento nas obrigações das contribuições previdenciárias. (...) Diante do exposto, no plano fático não há separação entre as empresas, o que comprova a existência de um grupo econômico e justifica o reconhecimento da solidariedade entre o contribuinte principal (Solução Indústria) e os solidários. Assim, incide a regra do art. 124, inciso II, do CTN c/c art. 30, inc. IX, da Lei n. 8.212/91, nos casos em que configurada, no plano fático, a existência de grupo econômico entre empresas formalmente distintas mas que atuam sob comando único e compartilhando trabalhadores, justificando a responsabilidade solidária pelo pagamento das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais a serviço das empresas indistintamente, bem como, a obrigação do cumprimento das obrigações acessórias previdenciárias. Já no acórdão recorrido, a fundamentação para afastar a solidariedade foi construída em torno da insuficiência dos elementos colhidos pela Fiscalização para caracterizar o disposto no inciso I do art. 124 do CTN, que trata da solidariedade estabelecida "entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal". É dizer, não se cogitou da aplicação nem do art. 30, inciso IX, da Lei n. 8.212/1991, nem do inciso II do art. 124 do CTN. Vejase: Como relatado, a autoridade lançadora afirmou existir interesse comum, na forma do art. 124, I do CTN, e expôs os motivos de fato e de direito para assim concluir. E, nestes fundamentos, resta evidente que vislumbrouse, dentre outros aspectos, a existência de uma sociedade de fato entre a recorrente, a autuada (PRM) e a outra responsável tributária (PPL), além de estarem elas submetidas a controle comum. (...) Para caracterizar o interesse comum mencionado no art. 124, I do CTN, a autoridade lançadora desenvolveu quatro argumentos, que a recorrente pretendeu desconstituir. Necessária, portanto, a análise individualizada de cada um deles para, na seqüência, determinar se tais argumentos, quando Fl. 2396DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.397 7 confirmados e mantidos, prestamse a caracterizar a responsabilidade tributária solidária da recorrente pelos créditos tributários remanescentes nestes autos. (...) Como antes exposto, os fundamentos apresentados pela autoridade lançadora são contraditórios: se existe uma total dependência da autuada em relação ao Grupo Parmalat, hábil a integrar a fundamentação da responsabilidade tributária atribuida a outras empresas do Grupo por interesse comum, a determinação do crédito tributário, neste contexto, não poderia se limitar à desconstituição dos efeitos negativos das operações postas em dúvida, e deveria ter tido em conta, também, as receitas decorrentes de operações realizadas dentro do Grupo. Em conseqüência, não é possível imputar responsabilidade tributária a outra empresa do referido Grupo por crédito tributário relativo a IRPJ e CSLL incidentes sobre acréscimo patrimonial significativamente influenciado por operações internas, sem maior aprofundamento acerca da efetividade destes ganhos, mormente depois de se ter questionado a existência daquelas operações. Assim, por todo o exposto, e também tendo em conta o disposto no art. 59, §3 ° do Decreto n° 70.235/72, é dispensável concluir a apreciação da argüição de nulidade do lançamento apresentada pela recorrente, pois devese DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para afastar a responsabilidade tributária solidária que lhe foi imputada. Não há falar, assim, em divergência de interpretação da legislação tributária entre os acórdãos recorrido e paradigma, na medida em que as normas que orientaram cada um dos julgados não coincidem. Além disso, se no acórdão paradigma se entendeu que diante do comando único e compartilhamento de funcionários e instalações, além da cessão de bens, restava caracterizado a formação de grupo econômico da qual fazia parte a empresa responsabilizada solidariamente, no acórdão recorrido a responsabilização foi afastada em razão de ter a Turma entendido que a Fiscalização não podia imputar responsabilidade tributária com base em interesse comum na situação que constitui fato gerador de IRPJ e CSLL se limitando a desconstituir as despesas das operações de mútuo postas em dúvida, mas deveria ter tido em conta, também, "as receitas decorrentes de operações realizadas dentro do grupo". Confirase: Como antes exposto, os fundamentos apresentados pela autoridade lançadora são contraditórios: se existe uma total dependência da autuada em relação ao Grupo Parmalat, hábil a integrar a fundamentação da responsabilidade tributária atribuída a outras empresas do Grupo por interesse comum, a determinação do crédito tributário, neste contexto, não poderia se limitar à desconstituição dos efeitos negativos das operações postas em dúvida, e deveria ter tido em conta, também, as receitas decorrentes de operações realizadas dentro do Grupo. Em conseqüência, não é possível imputar responsabilidade tributária a outra empresa do referido Grupo por crédito tributário relativo a IRPJ e CSLL incidentes sobre acréscimo patrimonial significativamente influenciado por operações Fl. 2397DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16561.000192/200713 Acórdão n.º 9101002.405 CSRFT1 Fl. 2.398 8 internas, sem maior aprofundamento acerca da efetividade destes ganhos, mormente depois de se ter questionado a existência daquelas operações. É dizer, além de a responsabilidade tributária ter sido imputada pela Fiscalização pelo interesse comum no fato gerador de que trata o art. 124, inciso I, do CTN, o afastamento da imputação da responsabilidade se deu por incompletude do procedimento fiscal, incompletude essa que diz com aspecto próprio do IRPJ e da CSLL, de incidência sobre lucro, o qual resulta, grosso modo, da diferença entre receitas e despesas. Da leitura do recurso especial da Fazenda, temse a impressão de que ela quer demonstrar a divergência a partir das soluções distintas para situações que caracterizariam a existência de grupo econômico. Contudo, a divergência não está em uma decisão reconhecer se tratar de grupo econômico e a outra, não. A divergência é porque como o acórdão paradigma tratava da Contribuição Previdência, e como para essa legislação, a simples caracterização do grupo econômico já permite a responsabilização por solidariedade, no caso, solidariedade de direito, nos termos do art. 124, inciso II, do CTN, o julgamento manteve a responsabilidade tributária atribuída pela Fiscalização. Já no caso do acórdão recorrido, a relatora também reconheceu a existência de grupo econômico (na própria ementa ela faz essa afirmação); entretanto, mesmo sendo um grupo, ela entendeu que os elementos trazidos aos autos pela Fiscalização eram insuficientes para caracterizar o interesse comum de que trata o art. 124, inciso I, do CTN, a ensejar a solidariedade de fato. Acolhese, portanto, a preliminar de imprestabilidade do paradigma. Conclusão Em face ao exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional. Adriana Gomes Rêgo Fl. 2398DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 13/09/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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