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Numero do processo: 10380.015567/2001-04
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Sep 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1996
CONHECIMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE.
Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos.
Numero da decisão: 9900-001.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: CRISTIANE SILVA COSTA
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. Embargos de declaração apresentados após o transcurso do prazo de 5 dias, previsto no artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015), não são conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer dos Embargos de Declaração, por intempestividade, vencidos os conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho, Luciana Matos Pereira Barbosa, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Adriana Gomes Rêgo, que conheceram dos embargos. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 01 55 67 /2 00 1- 04 Fl. 373DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Gerson Macedo Guerra, Flávio Franco Corrêa, Demetrius Nichele Macei, Rafael Vidal de Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada), Viviane Vidal Wagner, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Luciana Matos Pereira Barbosa (suplente convocada), Rodrigo da Costa Pôssas, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Vanessa Marini Cecconello, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Cristiane Silva Costa e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Ausentes os conselheiros Luís Flávio Neto e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de processo originado por auto de infração de IRPF, com a imposição de multa de 75% (fls. 9, volume 1), constatandose três infrações no ano calendário de 1996: (i) omissão de ganhos de capital na alienação de bens e direitos, (ii) compensação indevida de imposto, e (iii) indevida classificação de rendimentos na DIPF. O TVF consta às fls. 16, esclarecendo que o equívoco na apuração de ganho de capital pelo contribuinte deveu se à identificação do custo de aquisição, pois “o contribuinte informou indevidamente o valor de R$ 93.324,79 UFIR’s (valor informado em sua declaração de vens da IRPF/95) como se fosse em reais, não convertendoo primeiramente para reais”. O contribuinte foi intimado quanto ao auto de infração em 28/11/2001. Após a apresentação de impugnação administrativa (fls. 122), a Delegacia da Receita Federal em Fortaleza decidiu pela procedência integral do lançamento (fls. 158). O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 185, pdf 184, volume 1), no qual alega a respeito da omissão de ganhos de capital, tema ainda em discussão nestes autos: (i) Decadência, entendendose pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional. Alega, ainda, que “declarou regularmente a alienação do terreno em causa através do formulário próprio e pagou o imposto de renda que apurou na sua declaração de rendimentos daquele período” (reprodução de trecho do recurso voluntário); (ii) Questiona, no mérito, a mensuração do ganho de capital pois “desconsidera os valores corretamente informados na sua declaração de rendimentos” (trecho do recurso voluntário, reiterando razões de Impugnação); O recurso voluntário foi julgado pela 2ª Câmara do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes (fls. 246, volume 2, pdf 15), em acórdão assim ementado (acórdão nº 10247.329): DECADÊNCIA – HOMOLOGAÇÃO – GANHO DE CAPITAL – TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA DIRPF AJUSTE ANUAL Sendo o lançamento das pessoas físicas por homologação, o direito de a Fazenda Nacional lançar decai após cinco anos contados do fato gerador que, no caso, ocorre quando da alienação do imóvel. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 374 3 AJUDA DE CUSTO ISENÇÃO Somente pode ser considerada isenta a ajuda de custo, verba eventualmente recebida pelo contribuinte para atender despesas com transporte, frete e locomoção do mesmo e sua família, no caso de mudança permanente de domicílio em decorrência de remoção de um município para outro. Quando paga habitualmente, sem que haja mudança de domicílio, deve integrar os rendimentos tributáveis, na declaração de ajuste anual, tenha ou não havido retenção na fonte. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS – INCIDÊNCIA – As verbas de ajuda de custo e indenização pelo comparecimento a convocação extraordinária não estão sujeitas à incidência do Imposto de Renda Pessoa Física. (...) Preliminar acolhida. Recurso parcialmente provido. Destacase trecho do voto condutor do acórdão 10247.329 do Conselheiro Relator do recurso voluntário, quanto à matéria ainda em discussão (decadência para lançamento de imposto quanto ao ganho de capital): Assim sendo, do confronto da data dos fatos geradores e do lançamento, verificase a ocorrência da decadência, uma vez que o prazo para que o Fisco promovesse o lançamento tributário relativo aos fatos geradores ocorridos em 30/04/96 e 31/05/96 começou a fluir, respectivamente, em 01/05/96 e 01/06/96, expirandose em 30/04/01 e 31/05/01, ficando evidente que em 27/11/01 a Fazenda Pública não poderia mais constituir o crédito tributário. (...) Pelo exposto, conheço do recurso por tempestivo e apresentado na forma da lei, para darlhe provimento parcial, no sentido de declarar a decadência do direito do Fisco lançar o imposto de renda incidente sobre o ganho de capital na alienação de bem imóvel e excluir da exigência o montante recebido a título de remuneração por convocação extraordinária. Diante da apresentação de recurso especial pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls 257, pdf 27, volume 2), a Quarta Turma da CSRF decidiu por negarlhe provimento (acórdão 102134363), verbis: Assumo: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FISICA IRPF Anocalendário: 1996. DECADÊNCIA — Sujeitandose o rendimento das pessoas físicas à incidência na declaração de ajuste anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação (art. 150, § 4° do CTN), devendo o prazo decadencial ser contado do fato gerador, que ocorre em 31 de dezembro, tendo o fisco cinco anos, a partir dessa data, para efetuar o lançamento Fl. 375DF CARF MF 4 Consta do voto da Relatora, exConselheira Ivete Malaquias Pessoa Monteiro: Em litígio o posicionamento, à maioria dos pares da Segunda Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, de julgar decadente o lançamento de exigência constituída em 28/11/2001, para fatos geradores ocorridos em 11/04/1996, ganhos de capital na alienação de imóvel. Este Colegiado vem decidido que as alterações legislativas do imposto de renda, ao atribuir à pessoa física a incumbência de apurar e pagar o imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, diz respeito à espécie de lançamento por homologação, na forma do artigo 150 do CTN, sendo a entrega da declaração de rendimentos apenas o cumprimento da obrigação acessória, que propicia informações para fins de controle do adequado cumprimento da legislação tributária, com ou sem obrigação principal a ser adimplida, nos termos do Acórdão CSRF/0104.493 de 14/04/2003 — DOU de 12/08/2003. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou recurso extraordinário (fls. 300/305 PDF 70 volume 2), devidamente contraarrazoado pelo contribuinte (fls. 301/308 PDF fls 5/12 volume 2) Este recurso foi admitido em 02/10/2008, em despacho às fls. 314/316 (fls. 84 a 86 do PDF volume 2), do qual se extrai: Cristalino o dissídio jurisprudencial. Nos autos, não houve pagamento do imposto sobre o ganho de capital e o Colegiado entendeu aplicável a disposição contida no art. 150 do CTN, contandose o prazo decadencial do mês seguinte ao da alienação. No Acórdão apresentado ao dissídio, julgouse que não havendo pagamento antecipado, não há que se falar em homologação (artigo 150 do CTN) com o prazo de 5 anos contados do fato gerador. Sustenta o Acórdão divergente que, não havendo pagamento, aplicável a norma do artigo 173 do CTN, (5 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte ao que o tributo poderia ser lançado). Caracterizado o dissídio, MERECE seguimento o recurso interposto pela Fazenda Nacional. ... Por decisão unânime, foi negado provimento ao recurso extraordinário, conforme julgamento realizado em 07/12/2011 (acórdão nº 9900000.274): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/04/1996, 31/05/1996 DECADÊNCIA Nos casos de lançamento por homologação, ausente dolo, fraude ou simulação, e constatandose pagamento antecipado, a decadência se opera após o decurso do prazo de cinco anos, contado do fato gerador. Fl. 376DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 375 5 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. GANHO DE CAPITAL. TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA. FATO GERADOR. O Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre ganhos de capital na alienação de bens e direitos constitui tributação definitiva, não se sujeitando ao ajuste anual, considerandose ocorrido o fato gerador no mês do recebimento. Recurso Extraordinário Negado Destaco trecho do voto da Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, redatora designada ad hoc: Assim, no caso dos autos, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação, portanto o prazo decadencial de cinco anos, para a constituição de eventual crédito pelo Fisco, deve ser contado de acordo com o disposto no artigo 150, § 4°, do CTN, ou seja, da ocorrência do fato gerador, constatandose pagamento antecipado, conforme afirma o Contribuinte em sede de Contrarrazões. Destarte, considerandose que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001 (fl. 114), correto o acórdão recorrido, no ponto em que reconheceu a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996. O acórdão foi assinado pelo Presidente do CARF em 05/11/2015, quinta feira, considerandose publicado o acórdão nesta data. Em 09/11/2015 os autos foram remetidos à Procuradoria para ciência (fls. 331), que informou não apresentaria recursos (fls. 332). Em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, no qual sustenta que "o pagamento a que se refere o Contribuinte diz respeito ao ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996." Pondero que consta do cabeçalho dos citados embargos a data de 05/11/2015 – como também a assinatura física pelo Conselheiro embargante , mesma data em que assinado o acórdão embargado pelo Presidente do CARF. Os embargos de declaração foram admitidos, conforme razões reproduzidas a seguir (fls. 336/337): Tratase de embargos de declaração formalizados pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres em face do acórdão nº 9900000.274 do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (efls. 326/330), conforme argumentos de fls. 334/335. No julgado referenciado foi negado provimento ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional à unanimidade. Ressalta o embargante que teria ocorrido um "lapso por ocasião do relatório do recurso, especificamente quanto à existência de pagamento antecipado do tributo, para fins de aplicação do art. Fl. 377DF CARF MF 6 150, § 4º, do CTN, na aferição acerca da decadência do direito de o fisco efetuar o lançamento". Afirma que nos julgados levados a cabo na mesma assentada vários conselheiros entenderam que o pagamento antecipado do tributo é necessário para fins de aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, na determinação do dies a quo para a contagem do prazo decadencial. E o caso embargado "diz respeito exigência de Imposto de Renda incidente sobre ganhos de capital na alienação de imóvel, cujos fatos geradores ocorreram em 30/04/1996 e 31/05/1996, sendo que a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2001". Portanto, "a única hipótese de, à unanimidade de votos, ter sido negado provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, seria a constatação da existência de pagamento antecipado, pois do contrário haveria o registro de Conselheiros vencidos". No caso específico, ressalta que o contribuinte afirmou, em sede de contrarrazões, que o pagamento do imposto foi realizado no ajuste anual, cujo fato gerador ocorreu em 31/12/1996. "Entretanto, repitase que a decadência ora tratada diz respeito a modalidade de incidência que não faz parte do ajuste, ou seja, que tem tributação definitiva, com fatos geradores ocorridos em 30/04/1996 e 31/05/1996". Nesse sentido, defende seja realizado novo julgamento do feito, dado que "não é unânime a tese de que um pagamento antecipado ligado ao ajuste anual seja apto a atrair a aplicação do art. 150, § 4º, a uma incidência definitiva, fora do ajuste". Diante dos argumentos aduzidos pelo embargante, entendo como razoável submeter os presentes embargos declaratórios à análise do Colegiado julgador, até porque o acórdão recorrido não foi formalizado pelo conselheiro relator, tendo sido necessária a indicação de conselheira redatora ad hoc, que foi responsável, inclusive, pela elaboração do relatório correspondente. Assim, em face da aparente omissão da perfeita realidade dos fatos objeto do julgamento embargado, decido por admitir os embargos declaratórios em tela e determino, após a ciência da Procuradoria da Fazenda Nacional e do interessado, seja o processo incluído em pauta de julgamento do Pleno da CSRF. A Procuradoria apresentou manifestação em 23/09/2016, requerendo o provimento aos embargos de declaração. Os autos foram devolvidos à Secretaria para intimação do contribuinte quanto ao acórdão 9900000.274, embargos de declaração e decisão que o admitiu (fls. 343). O contribuinte foi intimado em 30/12/2016 (fls. 351), apresentando manifestação na qual alega: (a) Intempestividade dos embargos de declaração, especialmente porque não haveria prova da apresentação tempestiva pelo Conselheiro embargante; (b) Não haveria qualquer omissão, eis que a Turma se pronunciou sobre a decadência relacionada ao ganho de capital, decidindo pela aplicação do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional; Fl. 378DF CARF MF Processo nº 10380.015567/200104 Acórdão n.º 9900001.028 CSRFPL Fl. 376 7 (c) Não caberia a rediscussão do mérito, julgado anteriormente por este Colegiado, por inexistir recurso de revisão. É o relatório. Voto Conselheira Cristiane Silva Costa, Relatora O prazo para apresentação de embargos de declaração esgotase em 5 dias, nos termos do artigo 65, do RICARF (Portaria MF 343/2015): Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado, inclusive pelo próprio relator; Os embargos de declaração são intempestivos, eis que autenticados (data em que se considera foram devidamente apresentados em processo digital) após o transcurso do prazo de 5 (cinco) dias desde a publicação do acórdão. Com efeito, o acórdão foi publicado em 05/11/2015 (quintafeira), esgotandose o prazo para interposição no dia 10/11/2015 (terça feira). Assim, a juntada aos autos em 12/11/2015 revelase intempestiva à luz do artigo 65, parágrafo primeiro, acima reproduzido. Com efeito, em 12/11/2015, quintafeira, o Sr. Jorge Guedes Pinto autenticou a juntada de embargos de declaração opostos pelo Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, não havendo justificativa nos autos para a apresentação após o prazo de 5 dias. Diante disso, não conheço dos embargos de declaração apresentados por Conselheiro do CARF, diante de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 379DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.009394/2002-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.503
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Mineiro Fernandes Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila. Relatório Trata presente processo de auto de infração eletrônico (fls. 8 a 17), decorrente do processamento da DCTF do anocalendário de 1998, pela alegada falta de recolhimento da COFINS. O sujeito passivo apresentou sua Impugnação (fls. 2 a 6), alegando que os débitos exigidos teriam sido quitados por intermédio de compensação com créditos do IPI, cujos montantes teriam sido deferidos a diversos estabelecimentos da empresa, nos autos de processos administrativos conforme relacionados abaixo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .0 09 39 4/ 20 02 -3 0 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.009394/200230 Resolução nº 3402001.503 S3C4T2 Fl. 203 2 A unidade de origem, proferiu o Despacho DRF/RECIFE REVISÃO DE LANÇAMENTO (fls. 56 a 57), com a revisão de ofício do lançamento originalmente efetuado através do Auto de Infração n° 0004617, cancelando débitos da COFINS dos períodos de apuração de 02/1998, 09/1998 e 10/1998, nos valores respectivos de R$ 32.300,78, R$ 63.695,88 e R$ 66.508,22, e mantendo a cobrança dos débitos desta contribuição dos períodos de apuração de 01/1998 e 02/1998, nos valores respectivos de R$ 53.430,96 e R$ 15.827,40. Transcrevo excerto do referido Despacho com a justificativa para a manutenção dos valores restantes: “Quanto aos débitos da COFINS dos períodos de apuração de 01/1998 e 02/1998, nos valores respectivos de R$ 53.430,96 e R$ 15.827,40, verificamos que os mesmos foram objeto de pedido de compensação com crédito de ressarcimento de IPI do estabelecimento filial do contribuinte, CNPJ n° 10.805.893/000449, pertencente à jurisdição é a Delegacia da Receita Federal em Osasco SP, cuja análise foi efetuada pela Agência da Receita Federal em Franco da Rocha/SP nos autos do processo administrativo n° 13898.000098/9750, abaixo resumida: • Inicialmente, em 10/10/1997, o contribuinte pediu a compensação do crédito de ressarcimento de IPI com débitos de terceiros, em nome da empresa LUCAS DIESEL DO BRASIL LTDA, CNPJ n° 49.871.155/000192 (cópia às fls. 43/44). • Em seguida, em 08/01/98 e 23/01/98, pediu desistência da compensação com débitos de terceiros para utilizar o crédito na compensação de débitos próprios (cópia dos requerimentos às fls. 45/47) • Em 10/02/98 e 11/03/98 apresentou requerimentos e formulários de compensação, onde solicita a compensação de diversos débitos, entre eles os débitos da COFINS aos períodos de apuração de 01/1998 e 02/1998, nos valores respectivos de R$ 53.430,96 e R$ 15.827,40 (cópias às fls. 48/52). • Em 15/04/1998, o contribuinte foi intimado a apresentar documentação referente ao pedido de ressarcimento de IPI, sendo alertado que o não atendimento a esta intimação implicaria no arquivamento do processo por falta de interesse (cópia às fls. 53) • Em 21/12/98, o processo foi arquivado por falta de interesse do interessado (cópia às fls. 54), o que resultou na manutenção da cobrança de seus os débitos.” Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.009394/200230 Resolução nº 3402001.503 S3C4T2 Fl. 204 3 Regulamente cientificado do Despacho com a revisão de ofício, o contribuinte apresentou Petição de fls. 64/65, alegando a impossibilidade de cobrança dos valores pela interposição de impugnação, e que não foi cientificada de intimação do processo administrativo 13898.000098/9750, que embasou as compensações referidas na impugnação. A 15ª Turma da DRJ Ribeirão Preto, por meio do Acórdão 1444.577, sessão de 3 de setembro de 2013, julgou parcialmente procedente a Impugnação, com a exoneração da multa de ofício lançada, mantendo o lançamento do principal. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1998 FALTA DE RECOLHIMENTO. DCTF. Não apresentados meios de prova suficientes a efetividade das compensações alegadas, mantémse a exigência fiscal correspondente. MULTA DE OFÍCIO VINCULADA. Em face do princípio da retroatividade benigna, consagrado no Código Tributário Nacional, é cabível a exoneração da multa de lançamento de ofício, para débitos já declarados em DCTF. Impugnação Procedente em Parte Devidamente cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário (fls.127 a 199) em 31/08/2015, com as seguintes alegações, em síntese: (i) da obrigatoriedade de Recurso de Ofício ao CARF, conforme art. 34 do Decreto 70.235; (ii) da inexistência de intimação formal da recorrente quanto ao acórdão da DRJ; (iii) do mérito, da existência de pedidos de compensação quanto aos débitos exigidos; (iv) da nulidade do procedimento fiscal decorrente de vícios de formalidade no auto de infração; (v) da necessidade de vinculação dos atos; (vi) da multa moratória e juros moratórios; (vii) da natureza confiscatória da multa de 20%; (viii) da limitação inconstitucional ao exercício da atividade econômica; (ix) do contraditório, ampla defesa, devido processo legal e publicidade sob pena de nulidade dos atos; (x) da suspensão da exigibilidade. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10480.009394/200230 Resolução nº 3402001.503 S3C4T2 Fl. 205 4 O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. Ao examinar os argumentos trazidos pela Recorrente, em cotejo com as alegações da Autoridade Fiscal, entendo necessária a conversão do julgamento em diligência com vistas a aclarar a situação que passo a descrever. Preliminarmente, a Recorrente alega a obrigatoriedade de Recurso de Ofício ao CARF, conforme art. 34 do Decreto 70.235, tendo em vista a decisão proferida pela DRJ que desonerou parcialmente o contribuinte. Entretanto, a Recorrente não se atentou para o limite de alçada para o Recurso de Ofício, que impõe o valor mínimo de R$2.500.000,00 para o recurso ao CARF. Como a desoneração foi inferior a tal valor, não procede a alegação da Recorrente de obrigatoriedade do Recurso de Ofício ao CARF. A Recorrente alega também a inexistência de intimação formal quanto ao acórdão da DRJ. Não procede tal alegação, visto que a Recorrente foi cientificada em 07/05/2015, conforme comprova o TERMO DE CIÊNCIA POR ABERTURA DE MENSAGEM à fl.118. Também não procede a alegação de nulidade do procedimento fiscal decorrente de vícios de formalidade no auto de infração, e a necessidade de vinculação dos atos administrativos. A nulidade disposta nos arts. 59 c/c 60 do Decreto n.º 70.235/72 decorre da ocorrência de uma das seguintes hipóteses: (i) quando se tratar de ato/decisão lavrado ou proferido por pessoa incompetente; (ii) quando resultar em inequívoco cerceamento de defesa à parte. Nenhum desses vícios foi verificado no lançamento efetuado, que foi realizado por autoridade competente, e assegurado o pleno exercício do direito de defesa à parte. Também se constata que o ato administrativo de lançamento e os procedimentos fiscais preparatórios foram plenamente vinculados e não foram identificados vícios na condução dos trabalhos. Os atos praticados pela autoridade fiscal permitiram o exercício do contraditório e ampla defesa, cujo resultado deuse com a apresentação da Impugnação, da Petição, e do Recurso Voluntário, que fazem parte do presente processo, com alegações da parte contra os atos administrativos. No mérito, a Recorrente alega a existência de pedidos de compensação quanto aos débitos exigidos, vinculados ao processo administrativo 13898.000098/9750. Entretanto, o referido processo administrativo foi arquivado por falta de interesse da parte. A unidade de origem informa que teria intimado a empresa a comparecer à ARF/Franco da Rocha para apresentar documentação referente ao pedido de ressarcimento de Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10480.009394/200230 Resolução nº 3402001.503 S3C4T2 Fl. 206 5 IPI, sendo alertada que o não atendimento a esta intimação implicaria no arquivamento do processo por falta de interesse. Entretanto, não consta no presente processo a comprovação da ciência da intimação, da solicitação de comparecimento emitida pela Agência da Receita Federal de Franco da Rocha. Diante disso, converto o julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem para que a autoridade preparadora anexe o inteiro teor do processo 13898.000098/9750, incluindo a comprovação da ciência da intimação à empresa determinando seu comparecimento à ARF/Franco da Rocha para apresentar documentação referente ao pedido de ressarcimento de IPI. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento. É como voto. É a resolução. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13855.001424/2010-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006
DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA.
O Contribuinte que tem negado pedido administrativo de restituição de tributos, posteriormente ajuíza ação judicial com o objetivo e ver assegurado este direito, mas que em seguida tem este direito reconhecido por norma jurídica, ao desistir da referida ação judicial com o objetivo de extinguir a concomitância, não pode ter a petição pela qual informa a desistência da ação judicial interpretada como novo pedido de ressarcimento, mormente em detrimento de prazo decadencial.
Numero da decisão: 3302-006.051
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em segunda votação, em afastar a decadência declarada e devolver os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida, vencido o Conselheiro Raphael Madeira Abad que negava provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior votaram pelas conclusões, entendendo pela anulação da decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus. Designado o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho para redigir o voto vencedor. Em primeira votação, o Conselheiro Raphael Madeira Abad negava provimento ao recurso voluntário, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud e Paulo Guilherme Deroulede afastavam a decadência declarada e devolviam os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida e os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior anulavam a decisão recorrida anulavam a decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Raphael Madeira Abad - Relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Redator designado.
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araujo, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jose Renato Pereira de Deus, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: RAPHAEL MADEIRA ABAD
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. O Contribuinte que tem negado pedido administrativo de restituição de tributos, posteriormente ajuíza ação judicial com o objetivo e ver assegurado este direito, mas que em seguida tem este direito reconhecido por norma jurídica, ao desistir da referida ação judicial com o objetivo de extinguir a concomitância, não pode ter a petição pela qual informa a desistência da ação judicial interpretada como novo pedido de ressarcimento, mormente em detrimento de prazo decadencial.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em segunda votação, em afastar a decadência declarada e devolver os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida, vencido o Conselheiro Raphael Madeira Abad que negava provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior votaram pelas conclusões, entendendo pela anulação da decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus. Designado o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho para redigir o voto vencedor. Em primeira votação, o Conselheiro Raphael Madeira Abad negava provimento ao recurso voluntário, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud e Paulo Guilherme Deroulede afastavam a decadência declarada e devolviam os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida e os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior anulavam a decisão recorrida anulavam a decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad - Relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Redator designado. Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araujo, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jose Renato Pereira de Deus, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
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INOCORRÊNCIA. O Contribuinte que tem negado pedido administrativo de restituição de tributos, posteriormente ajuíza ação judicial com o objetivo e ver assegurado este direito, mas que em seguida tem este direito reconhecido por norma jurídica, ao desistir da referida ação judicial com o objetivo de extinguir a concomitância, não pode ter a petição pela qual informa a desistência da ação judicial interpretada como novo pedido de ressarcimento, mormente em detrimento de prazo decadencial. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em segunda votação, em afastar a decadência declarada e devolver os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida, vencido o Conselheiro Raphael Madeira Abad que negava provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior votaram pelas conclusões, entendendo pela anulação da decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus. Designado o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho para redigir o voto vencedor. Em primeira votação, o Conselheiro Raphael Madeira Abad negava provimento ao recurso voluntário, os Conselheiros Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud e Paulo Guilherme Deroulede afastavam a decadência declarada e devolviam os autos à primeira instância para pronunciamento de mérito quanto às demais matérias, relativamente ao período considerado decaído na decisão recorrida e os Conselheiros Walker Araújo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Junior anulavam a decisão recorrida anulavam a decisão de primeira instância por vedação ao reformatio in pejus. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 14 24 /2 01 0- 62 Fl. 457DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 3 2 Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad Relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Redator designado. Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araujo, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jose Renato Pereira de Deus, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad. Relatório Tratase de Processo Administrativo por meio do qual a Recorrente objetiva direito a créditos decorrentes da aquisição de matéria prima de pessoas físicas no mercado interno. Isto porque em 2004 a Lei 10.925 estabeleceu Crédito Presumido da agroindústria, a ser deduzido dos valores de PIS e COFINS devidas em cada período de apuração, nos seguintes termos: Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos (...) destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (destaques nossos) (...) Art. 15. As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem vegetal, classificadas no código 22.04, da NCM, poderão deduzir da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. A Recorrente, valendose da legislação, requereu o ressarcimento do crédito no bojo do Processo originário 13852000568/200645. Fl. 458DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 4 3 Em 21.01.2006 a Recorrente impetrou Mandado de Segurança (Processo n. 2006.61.13.0002504) por meio do qual discute a forma de aproveitamento dos créditos de PIS e COFINS pleiteando, inclusive, o seu recebimento em pecúnia. "Por todo o exposto, requerse a concessão de medida liminar suspendendo, de logo, a eficácia do injurídico Ato Declaratório Interpretativo SRF n.° 15, de 22 de dezembro de 2005 (doe. n.° 6), bem como das teratológicas decisões administrativas exaradas, em 13 de dezembro de 2005, pelo Delegado da Receita Federal em Franca (does. n.o S 4 e 4 A), de forma a garantir, à impetrante, o regular e imediato aproveitamento e/ou ressarcimento, em pecúnia, dos créditos de PIS/Pasep e COFINS (provenientes da aquisição de bens que entraram no processo produtivo de mercadorias que exportou para o exterior), conforme determinado nas Leis no s 10.637/2002 (art. 5º , § 2º), 10.833/2003 (art. 6º , § 2º) e 10.925/2004 (art. 8º)." (destaques nossos) Posteriormente, a Lei 12.058/2009 estabeleceu UM NOVO DIREITO, UMA NOVA FORMA de utilização de Crédito de PIS / COFINS. "Art. 36. O saldo de créditos presumidos apurados na forma do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, relativo aos bens classificados nos códigos 01.02, 02.01, 02.02, 02.06.10.00, 02.06.20, 02.06.21, 02.06.29 da NCM, existentes na data de publicação desta Lei, poderá: I ser compensado com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria; II ser ressarcido em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 1º O pedido de ressarcimento ou de compensação dos créditos presumidos de que trata o caput deste artigo somente poderá ser efetuado: I relativamente aos créditos apurados nos anoscalendário de 2004 a 2007, a partir do primeiro dia do mês subsequente ao de publicação desta Lei; II relativamente aos créditos apurados no anocalendário de 2008 e no período compreendido entre janeiro de 2009 e o mês de publicação desta Lei, a partir de 1º de janeiro de 2010. § 2º O disposto neste artigo aplicase aos créditos presumidos que tenham sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação, observado o disposto nos §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e §§ 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003." (grifos nossos) Fl. 459DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 5 4 Sinteticamente, a Lei 12.058/2009 criou novo direito, qual seja o de ressarcimento, em dinheiro, dos créditos, estabelecendo ainda que este direito surgiu a partir de 01.11.2009 para os saldos dos créditos presumidos nos períodos dos anos calendário 2004 a 2007 e a partir de 01.01.2010 para os anos seguintes. Ressalvou ainda que tais créditos devem ter sido apurados em relação a custos, despesas e encargos vinculados à receita de exportação. A partir deste novo marco normativo, o contribuinte efetuou, em 04.11.2009, ainda nos autos do mencionado processo originário novo pedido de ressarcimento em relação ao crédito presumido do já mencionado período, inclusive quanto à correção pela SELIC desde a data do primeiro pedido. Para a análise deste novo direito o processo originário foi desmembrado no processo ora sob análise, no bojo do qual passou a ser discutida a aplicação do artigo 36 da Lei 12.058/2009. A determinação da formalização deste novo processo ocorreu conforme ato administrativo de fls. 03. Contudo a DRF de Franca (05.05.2010 efls 211) não conheceu do pedido administrativo por força da sua CONCOMITÂNCIA com o Mandado de Segurança n. 2006.61.13.0002504. Ementa: COFINS. RESSARCIMENTO. CREDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. ART. 36 DA LEI 10.058/2009. EXISTÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL QUE INTERFERE NO VALOR A SER RESSARCIDO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de pedido administrativo de ressarcimento de Cofins quando o contribuinte possui ação judicial que possa interferir no valor a ser ressarcido, conforme o teor e a inteligência do § 3o do art. 28 da IN RFB 900/2008 e do ADN Cosit 03/96." Posteriormente (10.08.2011) a Recorrente desistiu do Mandado de Segurança sob o argumento de que ele haveria perdido o objeto em razão da edição da lei 12.058/2009, editada dois anos antes e que teria garantido o seu direito ao crédito e, diante deste fato novo, em agosto de 2011 peticionou à DRF Franca, em peça denominada "Desistência de Ação Judicial" por meio da qual informou o fim da apontada concomitância e reiterou o pedido de utilização dos créditos (efls. 220). Analisando o presente processo, já desmembrado, a DRF de Franca salientou que o pedido de ressarcimento realizado em 04.11.2009 ainda nos autos do processo original, do qual este foi desmembrado, não pode ser conhecido em razão da concomitância com ação judicial. Contudo, também entendeu que a partir do momento que a Contribuinte desistiu da ação judicial, a ela passou a ser possível formular novo pedido, o que a DRJ de Franca entendeu haver sido formulado em agosto de 2011 por meio da já mencionada petição que informou a desistência do Processo Judicial. Fl. 460DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 6 5 Seguindo este raciocínio, a DRJ de Franca, em 11.01.2012, reconheceu o direito da Recorrente ao ressarcimento em valor inferior ao que foi por ele pleiteado (efls. 260). Irresignada com o percentual que lhe foi deferido, a Recorrente apresentou MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE por meio da qual fundamenta e requer o crédito (08.05.2102, efls. 272 e seguintes). Em 08.01.2014 foi apresentado pedido de reconsideração (fls. 308) Contudo, a DRJ do Rio de Janeiro, ao julgar a MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE em 09.05.2014, fls. 323 e seguintes, entendeu que a análise do crédito se encontrava preclusa em razão de não haver sido apresentado recurso em face da decisão que não conheceu do pedido de ressarcimento por força de concomitância. A DRJ admitiu que como o reconhecimento da concomitância não foi objeto de recurso, a discussão foi encerrada em âmbito administrativo. Entendeu ainda que o requerimento de desistência da ação judicial ocorrido em 09.08.2011 acompanhado de novo requerimento de utilização do crédito, realizado em agosto de 2011 (efls. 220) é um PEDIDO NOVO. Valendose de tal raciocínio, a DRJ entendeu que o citado PEDIDO NOVO, por ter sido realizado em relação a créditos surgidos em 2004, teria sido afetado pela preclusão cinco anos após o início do direito ao crédito, tendo sido lavrada a seguinte ementa: COFINS NÃO CUMULATIVA CRÉDITO PRESUMIDO RESSARCIMENTO PRAZO DECADENCIAL O prazo decadencial para aproveitamento de crédito presumido da Cofins não cumulativa para fins de ressarcimento/compensação é de cinco anos, a contar da data do ato ou fato que originou o direito creditório. COFINS NÃO CUMULATIVA CRÉDITO PRESUMIDO RESSARCIMENTO PEDIDO JÁ JULGADO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO Não cabe nova apreciação de pedido de ressarcimento já definitivamente julgado nas instâncias administrativas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido" Irresignada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário (efls. 343) por meio do qual sustenta, em síntese, que não restou operada a decadência, eis que o desmembramento do processo administrativo original foi realizado de ofício. Defende que a Ação Judicial cuja existência motivou o indeferimento do pedido de reconhecimento do crédito na verdade não questionava o direito ao ressarcimento com base na Lei n. 12.058/2009, nem influenciaria no montante a ser ressarcido, razão pela qual não haveria óbice para a análise administrativa do pleito naquele momento. Fl. 461DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 7 6 Entende que na decisão proferida pela DRF houve enfrentamento da questão do direito ao ressarcimento, reforçando a sua tese de que o direito não estaria decaído. No mérito, sustenta o seu direito de que o calculo do créditopresumido de PIS/PASEP das agroindústrias seja calculado em razão dos produtos produzidos e das mercadorias vendidas e não dos insumos adquiridos, no caso dos frigoríficos a alíquota deve ser de 60% daquela prevista no artigo 2º da Lei n. 10.637/2002, ou seja 1,65% x 60% = 0,99. Finalmente, defende que ao seu crédito deve ser aplicada a Taxa Selic, uma vez que a Administração criou óbice ilegítimo ao reconhecimento do crédito. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Raphael Madeira Abad Relator. O presente Recurso Voluntário é tempestivo e revestese dos demais requisitos legais, razão pela qual dele conheço. Em janeiro de 2006 a contribuinte impetrou o Mandado de Segurança n. 2006.61.13.0002504 por meio do qual questionou a forma de aproveitamento dos créditos de PIS e COFINS em discussão no bojo do já mencionado processo originário. Em 04.11.2009 a Recorrente formulou o pedido de ressarcimento de créditos presumidos da agroindústria, com fulcro na Lei 12.058/2009, pedido este que acarretou o desmembramento do processo ordinário no presente processo. Em razão da existência de processo judicial versando sobre a mesma matéria, em 05.05.2010 a DRF de Franca não conheceu o pedido administrativo de ressarcimento de COFINS formulado ainda nos autos do já mencionado processo originário com fulcro na Lei 12058/2009, declarando a CONCOMITÂNCIA entre o pedido administrativo e o processo judicial (efls 211). Ementa: COFINS. RESSARCIMENTO. CREDITO PRESUMIDO DA AGROINDÚSTRIA. ART. 36 DA LEI 10.058/2009. EXISTÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL QUE INTERFERE NO VALOR A SER RESSARCIDO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de pedido administrativo de ressarcimento de PIS quando o contribuinte possui ação judicial que possa interferir no valor a ser ressarcido, conforme o teor e a inteligência do § 3o do art. 28 da IN RFB 900/2008 e do ADN Cosit 03/96." Contudo, a Recorrente NÃO RECORREU desta decisão que NÃO CONHECEU A PETIÇÃO de pedido de ressarcimento e declarou a concomitância, LIMITANDOSE a providenciar a extinção do processo judicial (10.08.2011), informar tal fato Fl. 462DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 8 7 à DRF e requerer novamente o crédito (23.08.2011), pressupondo, talvez, que tal medida fosse suficiente para extinguir a concomitância. "De forma a afastar esse impedimento, esta Contribuinte achou por bem desistir de referido litígio judicial, tendo assim feito conforme é possível observar do documento anexo de petição protocolada junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em 10 de agosto de 2011." Ocorre que não foi assim que entendeu a DRF. Diante da inexistência de recurso e da adoção de medida diversa, a DRF admitiu que a contribuinte havia aberto mão do direito de recorrer e formulado outro pedido, tendo enfatizando esta linha de raciocínio no despacho decisório. Outro elemento relevante com relação ao contribuinte é a existência de ação judicial questionando a possibilidade do ressarcimento dos créditos presumidos da agroindústria com base na lei 10.925/2004. Após ter o seu pedido de ressarcimento e compensação de créditos presumidos da agroindústria previstos nos artigos 8 e 15 da Lei 10.925/2004 indeferido, o contribuinte impetrou mandado de segurança procurando rever os despachos em questão bem como afastar de uma maneira geral o ADI SRF 15/2005 para atingir os demais períodos. A ação mandamental recebeu o número 2006.61.13.0002504 (folhas 172 a 195) e em primeira instância a segurança foi denegada (folhas 196 a 204). Oportuno indicar que o contribuinte também tentara anteriormente ação declaratória com pedido de antecipação de tutela, que recebeu o n° 2005.61.02.0130763, com objeto muito similar. O contribuinte solicitou a desistência desta ação após ter a tutela antecipada negada Desta forma, não havia outra possibilidade senão não conhecer da petição de ressarcimento, por existência de ação judicial em andamento que pode interferir no valor a ser ressarcido, em paralelo com o disposto no A DN Cosit 03/96. Ocorre que houve desistência do pleito judicial, desaparecendo o óbice anteriormente relatado, o que viabilizou a apresentação de novo pedido de ressarcimento constate às fls. 217 a 219. Conhecendo o pedido formulado em agosto de 2011 como um novo pedido, desta vez sem o óbice da concomitância, a DRF o deferiu parcialmente. Irresignada, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade em 08.05.2012 (efls. 272 e seguintes), no bojo da qual requereu o direito ao crédito de 60% como lhe foi deferido, requerendo, por fim, a homologação dos pedidos de compensações. Contudo, ao analisar a Manifestação de Inconformidade, a DRJ Rio de Janeiro entendeu que em razão da Contribuinte não haver recorrido da decisão que não Fl. 463DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 9 8 conheceu do seu requerimento por concomitância, o pedido formulado em agosto de 2011, após a desistência da ação judicial, tratavase de um pedido novo. Assim, posteriormente à edição da Lei nº 12.058/2009, em 04/11/2009 (...) o contribuinte apresentou um segundo requerimento, (...) considerando a alteração legislativa que lhe permitia, agora, tal faculdade. Tal requerimento foi tomado, corretamente, como novo pedido pela unidade local, sendo objeto da decisão (...) que não conheceu do pedido, em razão da existência de ação judicial com o mesmo objeto. Esta decisão não foi objeto de manifestação de inconformidade pelo requerente, caracterizandose, portanto, como definitiva no âmbito administrativo, uma vez que o requerimento foi analisado pela autoridade competente, e que a correspondente decisão não foi contestada pelo sujeito passivo, por meio dos recursos previstos na legislação. (...) a empresa apresentou um terceiro requerimento (...) no qual novamente solicita o ressarcimento (...) informando que havia desistido do pleito judicial, não permanecendo, portanto, o óbice que havia fundamentado a negativa anterior da Administração. Em resposta, foi proferido pela unidade local o despacho decisório (...) reconhecendo parcialmente o crédito pleiteado. Contra tal decisão o contribuinte interpôs a manifestação de inconformidade (...) objeto do presente julgamento. (...) Assim, como já dito, vêse que a presente análise se restringe ao pedido de ressarcimento formulado pelo contribuinte (...) devidamente contestado pela empresa por meio da manifestação de inconformidade submetida a este Colegiado. Partindo do paradigma de que o pedido em exame foi formulado em agosto de 2011, a DRJ entendeu que tal direito estaria alcançado pela decadência. No presente caso, tendo sido o pedido de ressarcimento em análise formulado em 28/08/2011, somente poderia ser reconhecido o crédito apurado até ago/2006. Em decorrência, encontramse alcançados pela decadência os períodos objeto do presente pedido, outubro, novembro e dezembro de 2004. Finalmente, após a análise, assim restou lavrada a ementa do Acórdão 12 64.672. COFINS NÃO CUMULATIVA CRÉDITO PRESUMIDO RESSARCIMENTO PRAZO DECADENCIAL O prazo decadencial para aproveitamento de crédito presumido da COFINS não cumulativa para fins de ressarcimento/compensação é de cinco anos, a contar da data do ato ou fato que originou o direito creditório. Fl. 464DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 10 9 COFINS NÃO CUMULATIVA CRÉDITO PRESUMIDO RESSARCIMENTO PEDIDOS DIVERSOS. Para cada pedido de ressarcimento específico formulado pelo contribuinte, fundamentado em legislação e/ou fatos diversos, deve ser proferida decisão específica pela autoridade originalmente competente para apreciar o pedido, passível de contestação por meio dos recursos previstos nas normas administrativas. Agora, no presente Recurso Voluntário a Recorrente sustenta a tese de que não havia concomitância entre o Mandado de Segurança e os créditos. Alega que o direito ao ressarcimento foi realizado com base na Lei n. 12.058/2009 e a causa de pedir do Mandado de Segurança era fundamentado na Lei 10.925/2004. Sustenta ainda que a própria decisão judicial fez menção à inocorrência de similitude de matérias. Efetivamente, ao tomar ciência da decisão que declarou a concomitância entre as medidas judiciais e a Recorrente não manejou qualquer recurso com o objetivo de reformála, onde poderia formular todos estes argumentos. Em seu Recurso Voluntário a Recorrente afirma que a DRF havia admitido a sua petição de desistência da ação judicial como uma superação de óbice e dado continuidade à análise do processo formulado em 2009. Contudo, a DRF, ao deferir parcilamente o direito de compensação ressaltou expressamente que recebeu a petição de desistência do Mandado de Segurança em agosto de 2011 como um novo pedido de utilização do crédito, agora sem o óbice da concomitância, decisão esta que não foi objeto de qualquer recurso. "Ocorre que houve desistência do pleito judicial, desaparecendo o óbice anteriormente relatado, o que viabilizou a apresentação de novo pedido de ressarcimento (...)/' Efetivamente, neste grau recursal não é possível analisar se a matéria do Mandado de Segurança era ou não concomitante com a matéria discutida no Processo Administrativo, se influenciaria a decisão, ou se tratavam de assuntos distintos e independentes, uma vez que a decisão que declarou a concomitância não foi questionada. Assim, o Recurso Voluntário sob análise circunscrevese à seguinte discussão: Se o pedido formulado após a desistência do Mandado de Segurança, era um "pedido novo" como admite a DRJ, ou se era uma "continuação" do pedido que foi realizado em 04.11.2009, agora sem o impedimento da Concomitância. No caso concreto, admito que assiste razão à DRJ ao entender que a decisão que declarou a concomitância tornouse definitiva por ausência de manifestação de inconformidade que atacasse o mérito do que foi decidido, no caso a dita concomitância entre o que foi requerido em esfera administrativa e em esfera judicial. Fl. 465DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 11 10 A concomitância entre o processo administrativo e ação judicial é fator que impede a continuidade da tramitação do requerimento administrativo, entendimento esposado na Sumula CARF n. 01, que por força da Portaria MF n. 277/2018, possui efeito vinculante em todos os órgão da Receita Federal do Brasil. Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Por esta razão a DRF entendeu que após a formulação do pedido de desistência da ação judicial a contribuinte estaria livre para reformular o pedido perante a Administração Pública, e que agora não era mais concomitante. Este raciocínio foi seguido pela DRJ quando do julgamento da Manifestação de Inconformidade. Contudo, pela leitura do Parecer Cosit n. 07, de 22 de agosto de 2014 é possível extrair o entendimento de que nem mesmo a desistência da Ação Judicial seria suficiente para encerrar a concomitância, verbis. É irrelevante que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois a renúncia às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é insuscetível de retratação. A definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da ação. Segundo este entendimento, perfeitamente válido, nem mesmo após o pedido de desistência da ação judicial poderia ser formulado o mesmo requerimento na instância administrativa. Ocorre que o pedido formulado após a desistência do Mandado de Segurança não se confunde com o que foi nele requerido, eis que impetrado quando ainda não havia lei expressa que autorizasse o exercício do direito pleiteado no writ. Contudo, não há como esquivarse do fato de que não houve recurso da decisão que declarou a concomitância, razão pela qual tornouse imutável na instância administrativa. Por este motivo admitese que assiste razão à DRF quando reconheceu a petição de agosto de 2011 como um novo pedido, eis que o anterior foi negado e não recorrido. Da mesma forma entendese que assiste razão à DRJ quando, ao cotejar as datas nas quais foram formulados os requerimentos, declarou a decadência do direito pleiteado. Assim, por estes motivos, voto no sentido de conhecer do Recurso Administrativo mas negarlhe provimento por entender correta a decisão que reconheceu a decadência dos créditos objeto do presente recurso. Fl. 466DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 12 11 Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Raphael Madeira Abad Fl. 467DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 13 12 Voto Vencedor Gilson Macedo Rosenburg Filho Redator designado. A maioria do Colegiado afastou a decadência de o sujeito passivo requerer o ressarcimento de crédito presumido apurado na forma do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, relativo aos bens classificados nos códigos 01.02, 2.01, 02.02, 02.06.10.00, 02.06.20, 02.06.21 e 02.06.29 da NCM. Não se discutiu o cânone legal que regia o prazo decadencial dos créditos pleiteados. A questão se restringiu na definição do instrumento legal que caracterizou o pedido de ressarcimento do crédito presumido. Para o relator original, o documento apresentado em 23/11/2011 seria um novo pedido de ressarcimento. Partindo dessa premissa, os créditos pleiteados estariam fulminados pela decadência, conforme demonstrado no voto vencido. Acontece que o Colegiado entendeu de forma diferente. Para a Turma Julgadora a petição protocolada em 23/08/2011 não passou de mera informação sobre os créditos pleiteados na petição protocolada em 04/11/2009. Sendo este o pedido de ressarcimento que deve ser usado para contagem do prazo decadencial. A questão é meramente fática, de forma que seu deslinde terá obrigatoriamente que passar pelos documentos que a lastreiam. O sujeito passivo apresentou pedido de ressarcimento de créditos das contribuições vinculados à receita de exportação relativo ao 1º trimestre de 2006. Seu pedido fora parcialmente deferido, uma vez que montante do crédito pleiteado não era ressarcível, pois teria sido apurado nos moldes dos artigos 8º e 15 da Lei nº 10.925/2004. Em 04/11/2009, o sujeito passivo atravessa petição solicitando o ressarcimento do valor correspondente a parte que foram indeferido sob o fundamento da edição da Lei nº 12.058/2009, que estabeleceu novas regras para o setor frigorífico, trazendo a possibilidade de compensação ou ressarcimento a tais créditos. Segue trecho da petição: "A Requerente ingressou com Pedido de Ressarcimento de créditos de Contribuição a COFINS, vinculados à receita de exportação, (...) Todavia, a fiscalização houve por bem reconhecer apenas parte dos créditos pleiteados pela Requerente (...) não passível de Ressarcimento nas formas dos artigo 8º e 15 da Lei 10.925/2004. Com a edição da lei 12.058 de 13 de outubro de 2009 a qual estabelece novas regras para o setor frigorífico, sendo que no artigo 36 trata que o crédito presumido apurados na forma do § 3º do art. 8º da Lei 10.925 de 23 de julho de 2004 advindo de pessoa física e não deduzido nas saídas do mercado interno Fl. 468DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 14 13 como determinava o Ato Declaratório n. 15 de 10 de dezembro de 2005, poderá ser compensados ou ressarcidos. (...) Referido valor (...) não foi ressarcido ou autorizado a compensação com débitos da própria Receita Federal, conforme INFORMAÇÃO FISCAL, datada de 30 de abril de 2009 nas folha de n. 124. Portanto, solicitamos o seu ressarcimento ou autorização para compensação com débitos administrado pela Receita Federal. DO PEDIDO Diante do exposto, solicitamos o seu ressarcimento ou autorização para compensação com débitos administrado pela Receita Federal do valor referente ao credito da Agroindústria no valor de R$ 2.907.136,91".(...) Em 23/08/2011, o contribuinte apresenta requerimento informando a desistência de ação judicial que poderia impedir o ressarcimento pleiteado na petição apresentada no dia 04/11/2009, que abaixo reproduzo: "Requerente ingressou em 04/11/2009 com Pedido de Ressarcimento dos saldos de créditos de Contribuição para a COFINS, vinculados à receita de exportação, (...) Em 05/05/2010 a fiscalização desta Delegacia fez por bem separar os créditos apurados no referido (...) haja vista a entrada e vigor da Lei 12.058/2009. Referida Lei autorizou o ressarcimento dos saldos de créditos apurados ainda na forma da Lei n° 10.925/2004, conforme pode ser observado do caput do artigo 36 e incisos ss., que dispõe: (...) Ocorre que o despacho decisório (...) reconheceu a previsão legal de ressarcimento/compensação dos citados créditos, porém, indeferido seu pagamento imediato sob os fundamento da existência de ação judicial (...) envolvendo referidos créditos. De forma a afastar esse impedimento, esta Contribuinte achou por bem desistir de referido litígio judicial, tendo assim feito conforme é possível observar do documento anexo de petição protocolada junto ao Tribunal Regional Federal da 3° Região, em 10 de agosto de 2.011. (...) Do Pedido. Diante do exposto e por acreditar na inexistência de qualquer impedimento legal, REQUER seja deferido o ressarcimento e/ou compensação os saldos apurados na forma da Lei n° 10.925/2004 e autorizado pela Lei 12.058/2009 (...)". Fl. 469DF CARF MF Processo nº 13855.001424/201062 Acórdão n.º 3302006.051 S3C3T2 Fl. 15 14 Pela análise das petições, na minha visão, resta evidente que o documento protocolado em 23/08/2011 tem natureza meramente informativa, pois visou informar a desistência de um possível impedimento uma ação judicial ao pedido de ressarcimento apresentado em 04/11/2009. Definido o documento apresentado em 04/11/2009 como o pedido de ressarcimento, e tendo em vista que o crédito pleiteado se refere aos períodos de apuração compreendidos entre 01/01/2006 e 31/03/2006, entendo que não houve a decadência de o sujeito passivo solicitar seu direito, nos termos do art. 1º do Decreto nº 20.910/32. Conforme já mencionado no recurso voluntário, a Delegacia de Julgamento não enfrentou as outras questões suscitadas na manifestação de inconformidade em virtude da prejudicial de decadência. Diante deste fato, é importante ressaltar que este Colegiado cingise a enfrentar a matéria controversa. Em consequência, as demais questões relativas ao processo, aqui não examinadas, devem ser objeto de análise pela DRJ a fim de ser prolatada nova decisão observandose este julgado. Ademais não se pode perder de perspectiva que a apreciação completa do caso por este Colegiado, neste momento, provocaria a supressão de instância administrativa e, por aí, abalaria o amplo direito de defesa do contribuinte que tem a prerrogativa de exercêlo em todas as instâncias cabíveis, sem qualquer indevida supressão. Como o amplo direito de defesa deve ser obviamente preservado, devem ser preservadas todas as instâncias previstas. Por todos os fundamentos expostos, VOTO no sentido dar provimento parcial ao recurso voluntário para reformar o acórdão vergastado no sentido de afastar a decadência do direito ao ressarcimento dos créditos presumidos apurados na forma do § 3º do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, e determinar que a DRJ examine as demais questões pertinentes ao caso, não integrantes da matéria controversa decidida no presente julgamento. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 470DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10730.720535/2012-51
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
DEPENDENTES. PENSÃO ALIMENTÍCIA. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO.
Somente podem ser aceitas as deduções legais da base de cálculo do IRPF, quando comprovados, mediante documentação hábil, o preenchimento dos requisitos legais, no curso do processo administrativo fiscal.
Numero da decisão: 2001-000.830
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 DEPENDENTES. PENSÃO ALIMENTÍCIA. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO. Somente podem ser aceitas as deduções legais da base de cálculo do IRPF, quando comprovados, mediante documentação hábil, o preenchimento dos requisitos legais, no curso do processo administrativo fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
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score : 1.0
Numero do processo: 18470.732443/2012-34
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103.
A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
Numero da decisão: 1402-003.542
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2009 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
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LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 15521.000284/200979, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 0. 73 24 43 /2 01 2- 34 Fl. 1201DF CARF MF Processo nº 18470.732443/201234 Acórdão n.º 1402003.542 S1C4T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório Trata de Recurso de Ofício oposto em face do cancelamento de exações sofridas pela Contribuinte, promovido pela DRJ a quo, dando provimento às razões de Impugnação opostas contra o lançamento de ofício procedido. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.484, de 18/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15521.000284/2009 79, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.484): "Inicialmente, analisando os requisitos de admissibilidade do Recurso de Ofício, constatase que tal apelo foi tirado de v. Acórdão que exonerou débito tributário (considerando, aqui, principal e multas) em monta inferior ao atual valor de alçada que propiciaria seu manejo e consequente conhecimento por este E. CARF. Posto isso, tal montante está abaixo do mínimo de R$ 2.500.000,00 fixados pela Portaria MF nº 63/2017, acarretando no seu não conhecimento, considerandose definitivamente exonerado tal crédito fiscal, nos precisos termos e limites da r. decisão da DRJ a quo. Fl. 1202DF CARF MF Processo nº 18470.732443/201234 Acórdão n.º 1402003.542 S1C4T2 Fl. 4 3 Tais circunstâncias e ocorrência também atraem a incidência da Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Como se extrai de tal entendimento sumular plenamente vigente deste E. Conselho, ainda que quando da prolatação do v. Acórdão recorrido a monta do débito cancelado enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador de 2ª Instância administrativa. In casu, como mencionado, tal evento ocorre após a vigência Portaria MF nº 63/2017, não havendo mais justificativa e motivação para o conhecimento recursal. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do Recurso de Ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103, conforme voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 1203DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.905086/2013-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2012 a 29/02/2012
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE.
Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco.
Numero da decisão: 3401-005.399
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Marcos Antonio Borges (suplente convocado). Ausente justificadamente a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/02/2012 a 29/02/2012 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE. Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Marcos Antonio Borges (suplente convocado). Ausente justificadamente a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
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ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE. Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Marcos Antonio Borges (suplente convocado). Ausente justificadamente a conselheira Mara Cristina Sifuentes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 90 50 86 /2 01 3- 11 Fl. 193DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 194 2 Relatório 1. Adoto, por fidedigno, o relatório da decisão recorrida: A empresa acima identificada transmitiu declaração de compensação (Dcomp) nº 06442.54528.080313.1.3.042757 visando compensar os débitos ali declarados, informando como crédito o valor de R$ 18.210,90, decorrente de pagamento indevido ou a maior de PIS de entidades financeiras e equiparadas (cód. 4574) do período de apuração março de 2012, arrecadado em 20/04/2012. O Darf em questão foi recolhido no valor total de R$ 187.608,17. A Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro (DRF/RJO), através do Despacho Decisório da fl. 14, não reconheceu o direito creditório pleiteado e não homologou a compensação declarada, por ausência de crédito. É informado que o DARF indicado como pagamento indevido ou a maior teve seu valor integralmente aproveitado na amortização do crédito tributário a que se refere, confessado pela empresa na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF). A empresa foi cientificada em 17/06/2013 (fl. 33). Em 17/07/2013, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 17 a 31). Alega que o crédito em questão foi descrito na DCTF de março de 2012, retificada em 07/07/2013. Anexa mapa demonstrativo do crédito. Requer a revisão para homologação das compensações. A DRF de origem atesta a tempestividade da manifestação e encaminha para apreciação de DRJ. É o relatório. 2. Em 06/06/2015, a 02ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS) proferiu o Acórdão DRJ nº 1055.299, situado às fls. 38 a 41, de relatoria do AuditorFiscal Marcelo Enk de Aguiar, que entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente manifestação de inconformidade, indeferindo o direito creditório pleiteado, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2012 a 29/02/2012 DIREITO CREDITÓRIO. CERTEZA E LIQUIDEZ. A restituição e/ou compensação de indébito fiscal com créditos tributários está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 194DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 195 3 3. Em 06/08/2015, em conformidade com o termo de solicitação de juntada situado à fl. 46, a contribuinte interpôs recurso voluntário, situado às fls. 48 a 58, no qual reiterou as razões de sua manifestação de inconformidade. É o Relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator 4. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 5. Transcrevo abaixo, por irreprochável, o pedagógico voto da decisão recorrida: Nos sistemas internos da RFB, é possível verificar que o valor do débito confessado em DCTF, afora eventuais outras extinções, correspondia ao valor pago. Em 05/07/2013, foi entregue retificadora para alterar o valor devido de PIS de março de 2012 para R$ 187.608,17. Também, constatase que o Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais (Dacon) foi alterado, com apresentação de retificadora em 08/08/2013. Desse modo, não havia nenhuma informação anterior ao despacho decisório que justificasse ao indébito. Tampouco foi apresentado qualquer registro anterior, contábil ou fiscal, na manifestação. A Dcomp foi criada a partir da Lei 10.637/2002, que alterou o art. 74 da Lei 9.430/96. A empresa poderia ter se beneficiado da Dcomp entregue caso tivesse ficado inerte a administração tributária, do mesmo modo que poderia ter se beneficiado da declaração dos débitos em questão via DCTF, evitando qualquer procedimento fiscalizatório sobre os mesmos. A Dcomp não é um pedido, nem produz efeitos similares ao de um pedido administrativo de restituição ou de ressarcimento. Pelo contrário, a apresentação desta declaração é um ato jurídico unilateral que o sujeito passivo pratica por sua conta e risco e que, desde logo, extingue o débito tributário que está sendo compensado. A manifestação da empresa se resume a alegação de erro. Nenhum documento contábil ou fiscal foi apresentado. Fl. 195DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 196 4 Ademais, a apuração detalhada da contribuição era registrada, na época, pelos contribuintes para a Receita Federal no Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais (Dacon). Embora não tenha sido alegado, tampouco este demonstrativo foi alterado espontaneamente, no que respeita ao despacho decisório. A manifestação de inconformidade era a oportunidade para a empresa fornecer a devida comprovação do direito creditório e/ou do erro em que se fundou a DCTF transmitida. O art. 170 do CTN fixa pressuposto nuclear a ser atendido pelo contribuinte a fim de que possa ser corroborada a compensação pela Fazenda Nacional: que seus créditos estejam revestidos de liquidez e certeza. As alegações devem ser comprovadas documentalmente, nos termos dos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235, de 1972 (aplicável tanto a impugnações quanto a manifestações de inconformidade, por força dos §§ 9° a 11 do art. 74 da Lei 9.430/96 – redação atual), cabendo à interessada apresentar as provas necessárias para confirmar sua defesa. (...) Para o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional, necessário que o interessado demonstrasse que suas alegações encontramse fundamentadas em sua escrituração. No presente processo, nenhuma comprovação da apuração da base de cálculo foi ofertada, seja por meio do Livro Diário ou do Razão. Não se pode acolher a argumentação de que a confirmação da existência do pagamento do tributo, em dissonância com a DCTF, seja suficiente para comprovação do indébito, nem tampouco que a retificadora posterior, reduzindo o valor de modo a justificar o indébito, seja comprovação suficiente. Para a situação em comento, esta DRJ tem admitido a demonstração do erro em que se fundou a declaração original, acompanhada de sua comprovação taxativa, o que poderia justificar uma reforma do despacho ou uma diligência com realização de auditoria fiscal na interessada. Não é possível reconhecer o direito se o contribuinte não traz dados fidedignos aptos a provar o direito alegado, pois é ônus exclusivo deste, provar o que alega, nos termos do art. 333, do Código de Processo Civil (...). Isso posto, VOTO para que seja julgada improcedente a manifestação de inconformidade apresentada. 6. Como se sabe, nos pedidos de compensação ou de restituição, como o presente, o ônus de comprovar o crédito postulado permanece a cargo da contribuinte, a quem incumbe a demonstração do preenchimento dos requisitos necessários para a compensação, Fl. 196DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 197 5 pois "(...) o ônus da prova recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato",1 postura consentânea com o art. 36 da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.2 Neste sentido, já se manifestou esta turma julgadora em diferentes oportunidades, sempre por unanimidade de votos, como no Acórdão CARF nº 3401004.923, proferido em sessão de 21/05/2018, acórdão paradigma de lote de recursos repetitivos de minha relatoria: PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE. Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. 7. E, neste sentido, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução, tem reiteradamente este colegiado decidido que "o ônus da prova atua de forma diversa em processos decorrentes de lançamento tributário, no qual cabe ao Fisco provar a ocorrência do fato gerador, e em processos relativos a pedidos de ressarcimento e compensação, em que cabe ao contribuinte provar o seu direito de crédito", trecho que se extrai do Acórdão CARF nº 3401003.204, proferido em sessão de 23/08/2016, de relatoria do Conselheiro Augusto Fiel Jorge d'Oliveira. Transcrevo, ainda, as razões do Acórdão CARF nº 3401004.146, de idêntica relatoria: "Assim, uma vez não homologada a compensação da Recorrente e ficando claro à Recorrente que tal decisão se deu em razão da ausência de DCTF, caberia a ela, na apresentação de sua Manifestação de Inconformidade, demonstrar o indébito, o que poderia ser feito, inicialmente, com a exposição do valor que foi pago e do que, a seu entender deveria ter sido pago, a gerar a diferença. Segundo, as razões de fato ou de direito que levam a conclusão de que os valores efetivamente pagos o foram de forma indevida. Terceiro, a juntada da documentação comprovando a ocorrência do indébito, o que, a depender do caso, exigiria documentos contábeis, notas fiscais etc. Porém, em sua Manifestação de Inconformidade, para sustentar o seu direito de crédito, a Recorrente apenas reitera a afirmação de que teria ocorrido um pagamento a 1 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros Editores, 26ª edição, 2010, p. 380. 2 Lei nº 9.784/1999 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 197DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 198 6 maior e que o excesso em tal pagamento corresponderia ao exato valor objeto da declaração de compensação (...). Porém, a Recorrente inicia e encerra ali as suas explicações acerca do pagamento a maior que teria realizado. A Recorrente deixa de expor as razões de fato ou de direito que levam a conclusão de que os valores efetivamente pagos o foram de forma indevida e não apresenta documento algum que porventura pudesse dar suporte à ocorrência do indébito, como documentos contábeis e notas fiscais, ainda que de modo rudimentar, para indicar um princípio de prova, a ser potencialmente aprofundada em diligência. Nesse cenário, entendo que a Recorrente não se desincumbiu do ônus de provar o seu direito de crédito. Ressaltese que esse direito não foi obstado pela ausência de retificação de DCTF, providência que já se afirmou não é entendida por essa Turma como condição para homologação da compensação, mas por carência probatória do direito alegado, que poderia ter sido suprida no decorrer do contencioso, seguindo as regras de processo administrativo, mas não o foi pela parte a quem interessava demonstrálo, a Recorrente" (seleção e grifos nossos). 8. Assim, não se trata de hipótese de conversão do julgamento em diligência, mas sim de carência probatória por parte da contribuinte recorrente, o que, em pedidos de compensação ou de restituição, milita em seu desfavor. 9. Assim, com base nestes fundamentos, voto por conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário interposto. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 198DF CARF MF Processo nº 12448.905086/201311 Acórdão n.º 3401005.399 S3C4T1 Fl. 199 7 Fl. 199DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.728700/2016-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015
APURAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. LUCRO REAL.
A apuração pelo Lucro Real Trimestral é a regra geral de tributação, só podendo ser substituída por outra forma dentro das hipóteses previstas em lei.
OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. COMPROVAÇÃO.
Caracterizam-se como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
OMISSÃO DE RECEITAS. REGIME DE TRIBUTAÇÃO.
Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período-base a que corresponder a omissão.
CUSTOS E DESPESAS. CONDIÇÕES DE DEDUTIBILIDADE.
Somente são dedutíveis os custos e despesas que, além de preencherem os demais requisitos legais, sejam comprovados por meio de documentação hábil e idônea.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS.
Estende-se aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015
MULTA QUALIFICADA. IDENTIDADE DA DESCRIÇÃO DA CONDUTA QUALIFICADORA COM A PRÓPRIA INFRAÇÃO COLHIDA. OMISSÃO DE RECEITAS. INADIMPLEMENTO FISCAL E DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. SÚMULA CARF Nº 14. AFASTAMENTO.
A interpretação de que determinados ilícitos tributário, per si, automática e conceitualmente, sempre identificam-se com a definição especial tributária de sonegação, fraude e conluio não encontra guarida jurídica. Deve ser especificamente demonstrado, além da ocorrência do ilícito ordinário - que dá ensejo à cobrança do tributo e da multa de ofício - a perpetração do ardil, próprio e autônomo, na consecução dos atos envolvidos na infração apurada.
A ausência de declaração e pagamento traduz-se em inadimplemento tributário (descumprimento de obrigação principal e acessória), não podendo ser revestido, objetivamente, de ocultação de fato jurídico tributário ou impedimento e retardamento da sua apuração pela Fiscalização.
Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.
DIRETORES. EXCESSO DE PODERES, INFRAÇÃO DE LEI E CONTRATO SOCIAL. CRÉDITOS RESULTANTES. RESPONSABILIDADE.
Os diretores da pessoa jurídica são responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.
Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS / PAGAMENTOS SEM CAUSA.
Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, assim como pagamentos efetuados ou recursos entregues a terceiros ou sócios, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa.
Numero da decisão: 1402-003.402
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário da recorrente unicamente para afastar a qualificação da multa de ofício, reduzindo-a a 75%, vencidos o Relator e o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira que negavam provimento e, por unanimidade de votos, manter a imputação de responsabilidade solidária de Yssuvuki Nakano. Designado para redigir o voto vencedor acerca da qualificação da multa o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella. Ausentes, momentaneamente os conselheiros Edgar Bragança Bazhuni e Eduardo Morgado Rodrigues (Suplentes Convocados).
(assinado digitalmente)
Evandro Correa Dias - Relator
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
Caio Cesar Nader Quintella - Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto).
Nome do relator: EVANDRO CORREA DIAS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 APURAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. LUCRO REAL. A apuração pelo Lucro Real Trimestral é a regra geral de tributação, só podendo ser substituída por outra forma dentro das hipóteses previstas em lei. OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. COMPROVAÇÃO. Caracterizam-se como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RECEITAS. REGIME DE TRIBUTAÇÃO. Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período-base a que corresponder a omissão. CUSTOS E DESPESAS. CONDIÇÕES DE DEDUTIBILIDADE. Somente são dedutíveis os custos e despesas que, além de preencherem os demais requisitos legais, sejam comprovados por meio de documentação hábil e idônea. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Estende-se aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 MULTA QUALIFICADA. IDENTIDADE DA DESCRIÇÃO DA CONDUTA QUALIFICADORA COM A PRÓPRIA INFRAÇÃO COLHIDA. OMISSÃO DE RECEITAS. INADIMPLEMENTO FISCAL E DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. SÚMULA CARF Nº 14. AFASTAMENTO. A interpretação de que determinados ilícitos tributário, per si, automática e conceitualmente, sempre identificam-se com a definição especial tributária de sonegação, fraude e conluio não encontra guarida jurídica. Deve ser especificamente demonstrado, além da ocorrência do ilícito ordinário - que dá ensejo à cobrança do tributo e da multa de ofício - a perpetração do ardil, próprio e autônomo, na consecução dos atos envolvidos na infração apurada. A ausência de declaração e pagamento traduz-se em inadimplemento tributário (descumprimento de obrigação principal e acessória), não podendo ser revestido, objetivamente, de ocultação de fato jurídico tributário ou impedimento e retardamento da sua apuração pela Fiscalização. Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. DIRETORES. EXCESSO DE PODERES, INFRAÇÃO DE LEI E CONTRATO SOCIAL. CRÉDITOS RESULTANTES. RESPONSABILIDADE. Os diretores da pessoa jurídica são responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS / PAGAMENTOS SEM CAUSA. Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, assim como pagamentos efetuados ou recursos entregues a terceiros ou sócios, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 21; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1945; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 2.025 1 2.024 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12448.728700/201668 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402003.402 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 18 de setembro de 2018 Matéria OMISSÃO DE RECEITA DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO COMPROVADOS Recorrente FINEGROVE DO BRASIL COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 APURAÇÃO DO LUCRO TRIBUTÁVEL. LUCRO REAL. A apuração pelo Lucro Real Trimestral é a regra geral de tributação, só podendo ser substituída por outra forma dentro das hipóteses previstas em lei. OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM. COMPROVAÇÃO. Caracterizamse como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RECEITAS. REGIME DE TRIBUTAÇÃO. Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. CUSTOS E DESPESAS. CONDIÇÕES DE DEDUTIBILIDADE. Somente são dedutíveis os custos e despesas que, além de preencherem os demais requisitos legais, sejam comprovados por meio de documentação hábil e idônea. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Estendese aos lançamentos decorrentes, no que couber, a decisão prolatada no lançamento matriz, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 87 00 /2 01 6- 68 Fl. 2025DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.026 2 Anocalendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 MULTA QUALIFICADA. IDENTIDADE DA DESCRIÇÃO DA CONDUTA QUALIFICADORA COM A PRÓPRIA INFRAÇÃO COLHIDA. OMISSÃO DE RECEITAS. INADIMPLEMENTO FISCAL E DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. SÚMULA CARF Nº 14. AFASTAMENTO. A interpretação de que determinados ilícitos tributário, per si, automática e conceitualmente, sempre identificamse com a definição especial tributária de sonegação, fraude e conluio não encontra guarida jurídica. Deve ser especificamente demonstrado, além da ocorrência do ilícito ordinário que dá ensejo à cobrança do tributo e da multa de ofício a perpetração do ardil, próprio e autônomo, na consecução dos atos envolvidos na infração apurada. A ausência de declaração e pagamento traduzse em inadimplemento tributário (descumprimento de obrigação principal e acessória), não podendo ser revestido, objetivamente, de ocultação de fato jurídico tributário ou impedimento e retardamento da sua apuração pela Fiscalização. Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. DIRETORES. EXCESSO DE PODERES, INFRAÇÃO DE LEI E CONTRATO SOCIAL. CRÉDITOS RESULTANTES. RESPONSABILIDADE. Os diretores da pessoa jurídica são responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2011, 2012, 2013, 2014, 2015 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS / PAGAMENTOS SEM CAUSA. Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, assim como pagamentos efetuados ou recursos entregues a terceiros ou sócios, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário da recorrente unicamente para afastar a qualificação da multa de ofício, reduzindoa a 75%, vencidos o Relator e o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira que negavam provimento e, por unanimidade de votos, manter a imputação de Fl. 2026DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.027 3 responsabilidade solidária de Yssuvuki Nakano. Designado para redigir o voto vencedor acerca da qualificação da multa o Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella. Ausentes, momentaneamente os conselheiros Edgar Bragança Bazhuni e Eduardo Morgado Rodrigues (Suplentes Convocados). (assinado digitalmente) Evandro Correa Dias Relator (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni (Suplente Convocado), Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Fl. 2027DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.028 4 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Recife (PE). Adoto, em sua integralidade, o relatório do Acórdão de Impugnação nº 11 57.249 3ª Turma da DRJ/REC, complementandoo, ao final, com as pertinentes atualizações processuais. "Contra a contribuinte acima qualificada foram lavrados os autos de infração de fls. 06/163, através dos quais foi constituído o crédito tributário referente ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins, à Contribuição para o PIS/Pasep e ao Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF. O crédito tributário importou em R$ 47.091.535,50, conforme termo de fls. 1.600/1.603. 2. De acordo com os autos de infração e com o Termo de Verificação Fiscal – TVF de fls. 164/189, o lançamento, que se refere aos anoscalendário 2011 a 2015, decorreu de (i) omissão de receitas recebidas da empresa NAVE GUIA Empreendimentos, decorrentes de operações imobiliárias; (ii) depósitos bancários de origem não comprovada, (iii) despesas não comprovadas, (iv) resultados escriturados e não declarados e (v) pagamentos sem causa ou de operação não comprovada. 3. Os procedimentos fiscais foram desenvolvidos a partir da Operação Lava Jato e, após análise dos dados disponíveis nos sistemas das Receita Federal, verificouse a presença de movimentação financeira incompatível com a receita declarada. A empresa não declarou nem recolheu tributos entre os anos de 2011 a 2015, nem foi localizada no endereço informado à Receita Federal. 4. Qualificouse a multa, ante a prática dolosa de omitir receitas e declarações sobre rendas. Efetuouse Representação Fiscal para Fins Penais. 5. Foi responsabilizado solidariamente, com fulcro no art. 135, III, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN), o sócio administrador e gerente Yssuyuki Nakano, CPF 925.704.88887. 6. A contribuinte e o responsável apresentaram impugnação conjunta de fls. 1.653/1.700, alegando, em síntese: Fl. 2028DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.029 5 a) nulidade quanto à solidariedade com fundamento no art. 135, III, do CTN, pois não houve intimação do Senhor Yssuyuki Nakano durante o procedimento fiscal; b) que o lançamento deveria ter sido pelo Lucro Arbitrado, e não pelo Lucro Real, haja vista não ter apresentado os livros e documentos de sua escrituração; c) que os valores depositados pela NAVE GUIA não podem ser tributados porque o contrato de negociação não se concluiu, já que não implementadas as condições suspensivas nele estipuladas; d) que os valores lançados são impagáveis e representam confisco; e) que a tributação sobre depósitos bancários se deu apenas por presunção, que a fiscalização não aceitou os comprovantes referentes a vendas de veículos, receitas de arrendamentos, empréstimos e depósitos de cheques administrativos do banco; f) que as despesas glosadas devem ser desconsideradas, haja vista que a tributação deveria ser pelo Lucro Arbitrado; g) que os valores tidos como pagamentos sem causa referemse a contrato de arrendamento de aeronave com a empresa Alcicla Indústria e Comércio, e que a fiscalização os glosou apenas pelo fato de o contrato não estar registrado na ANAC, o que não se justificaria; e) que não houve dolo a justificar a majoração da multa; f) que não houve dolo por parte do administrador, pelo que deve ser afastada sua responsabilidade. 7. Requereu, ao final, a concessão de prazo adicional para juntada de documentos, a suspensão da exigibilidade dos débitos e a sustentação oral. 8. Os impugnantes ingressaram com petição às fls. 1.719/1.726, por meio da qual buscam comprovar o pagamento no valor de R$ 3.660.000,00 em favor da empresa Alcicla Ind. e Com. S/A, objeto do lançamento do IRRF. Requerem diligências. 9. Às fls. 1.729/1.736, consta outra petição dos impugnantes, desta feita postulando a juntada de provas de que não foram implementadas as condições suspensivas referentes ao contrato com a empresa NAVE GUIA, em razão do que os valores dela recebidos não poderiam ensejar a tributação por omissão de receitas. 10. Despacho exarado pela DRF/Rio de Janeiro (fl. 1.786) dá conta de que a contribuinte foi cientificada em 24/11/2016 (fls. 1.595/1.596 e 1.597/1.598) e sua impugnação foi intempestiva. Entretanto, como a impugnação apresentada pelo responsável se deu tempestivamente, suspendeuse a Fl. 2029DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.030 6 exigibilidade do crédito tributário e encaminhouse o processo para julgamento. É o relatório. Do Recurso Voluntário Inconformada com a decisão da Instância a quo, o Contribuinte e o Responsável apresentaram recurso voluntário conjunto (fls. 1846/1911) repisando, em síntese, a razões de fato e de direito já colacionadas em sua impugnação. Por fim, fizeram o requerimento para atendimento aos seguintes pedidos: a) Que seja adotado, para o período da fiscalização, Anos Calendários 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 (01/2011 a 12/2015), o regime de tributação pelo Lucro Arbitrado, em razão dos princípios (i) do não confisco e (ii) da menor onerosidade ao contribuinte e ainda pelo estabelecido no artigo 47 da Lei n° 8.981/95, artigos 15 e 16 da Lei n° 9.249/1995, artigo 27,1, da Lei n° 9.430/1996, artigo 532 do Decreto n° 3.000/1999 e artigo 112, IV do CTN, tributando as receitas conhecidas conforme prescrição legal, ou seja: (i) IRPJ e CSLL com a base de cálculo ao percentual de 8% acrescida de 20%, que corresponderá a 9,6% e alíquota de 15% mais alíquota de 10% sobre o valor que superar o montante trimestral de R$60.000,00; (ii) PIS com base de cálculo de 100% e alíquota de 0,65%; (iii) COFINS com base de cálculo de 100% e alíquota de 3,0%; b) Em razão da aplicação do regime de Lucro Arbitrado, que não sejam tributados: (i) despesas glosadas no montante de R$3.977.812,46; (ii) lucro do período 12/2012 apurado no LALUR, no montante de R$199.795,53 em virtude de não poder ser utilizado dois regimes de tributação em um mesmo ano calendário, Lucro Arbitrado e Lucro Real; (iii) lucro do perfodo 12/2013 apurado no LALUR, no montante de R$366.801,20 em virtude de não poder ser utilizado dois regimes de tributação em um mesmo ano calendário, Lucro Arbitrado e Lucro Real; c) Que todos os valores referentes ao período de 01/2011 a 12/2015, tributados com a rubrica de "OMISSÃO DE RECEITAS DE VENDA E SERVIÇOS", relacionado na Planilha de fls. 204 e 205 dos autos, recebidos de Nave Guia Empreendimentos e Participações Ltda. por conta e ordem de Patrimônio Empreendimentos Imobiliários Ltda., relacionados ao "Instrumento Particular de Ajuste de Intenções e de Ações para Desenvolvimento de Empreendimento Imobiliário e Outras Avenças" assinado em 05 de fevereiro de 2007 (fls 1011 a 1026) sejam excluídos de qualquer tributação (IRPJ, CSLL, PIS e COFINS), cancelando, por consequência as penalidades e juros legais, haja vista que os mesmos encontramse inexigíveis em razão das condições suspensivas e com os fundamentos dos artigos 110,116e117do CTN e da jurisprudência do CARF, supra transcritos; Fl. 2030DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.031 7 d) Sejam reconhecidos os esclarecimentos prestados pela autuada para os depósitos bancários, excluindo da base de cálculo dos Autos de Infração os valores relativos à rubrica "OMISSÃO DE RECEITAS POR PRESUNÇÃO LEGAL DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA"; e) Seja cancelado o Auto de Infração de IRRF sobre os valores de R$257.812,46, R$3.660.000,00 e R$60.000,00, haja vista que os mesmos foram pagos a pessoa identificada, qual seja. CIMEELI Comércio e Indústria de Metais Ltda, conforme provam os documentos juntados às fls 650 (Contrato de Arrendamento); fls. 716 (cópia do cheque administrativo de R$3.660.000,00); f) Seja cancelada a multa penal qualificada de 150% (cento e cinquenta por cento) aplicada com fundamento de que a autuada apresentou documentos inidôneos e tendenciosos, visando, dolosamente, embaraçar ou dificultar a fiscalização, o que ficou comprovado nos autos não ser a verdade, com aplicação de multa não agravada; g) Seja o impugnante solidário: YSSUYUKI NAKANO, CPF n° 925.704.88887, excluído do pólo passivo das autuações, afastando, no mérito, a solidariedade ora imputada peia autoridade que lavrou os autos de infração, em razão de não ter existido o dolo e não haver as hipóteses de enquadramento nos artigos 134 e 135 do CTN. h) Enquanto não transitado em julgado esse recurso na esfera administrativa, em todas as instâncias, mantenhase a suspensão do crédito tributário referente ao IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e IRRF, em atendimento ao artigo 151, inciso III do Código Tributário Nacional. Fl. 2031DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.032 8 Voto Vencido Conselheiro Evandro Correa Dias, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende ao demais requisitos, motivo pelo qual dele conheço. Do Regime de Tributação Os Recorrentes alegam que a Autoridade Fiscal efetuou indevidamente a tributação com base no Lucro Real, quando o correto, a seu ver, teria sido o arbitramento do lucro. Argumentam que a apuração pelo Lucro Real foi mais onerosa para a empresa, tanto para o IRPJ e CSLL quanto para o PIS e a Cofins, e que nas últimas DIPJs sua opção foi pelo Lucro Presumido, e não pelo Lucro Real. O contribuinte sustenta, ainda, que não apresentou os livros e documentos de sua escrituração, razão para o arbitramento com base no que prevê o art. 530, III, do vigente Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Constam nos autos os Livros Razão e Diário dos anos 2011 a 2013 (fls. 272/432), SPED 2014 e 2015 (fls. 985/986), Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados de 2011 a 2015 (fls. 522/532), além do Livro de Apuração do Lucro Real Lalur com apuração trimestral em todos os anoscalendário da autuação. Acrescentase que, em resposta ao Termo de Intimação Fiscal nº 01 (fls. 498/501), informa a contribuinte estar anexando, em meio digital, DIPJs e ECFs no regime de Lucro Real Trimestral, esclarecendo que sua transmissão se daria tão logo regularizado seu cadastro perante a Receita Federal. O lucro real é a regra geral de tributação, em que qualquer pessoa jurídica pode se enquadrar. Mais complexo, deve ter um acompanhamento atento de todas as operações contábeis da empresa e há documentos que devem ser apresentados à Receita Federal, como o Lalur Livro de Apuração do Lucro Real. Portanto, não procede a alegação de que não foram apresentados os livros comerciais e fiscais, também não restou dúvida de que o regime de tributação adotado pela contribuinte foi o do Lucro Real Trimestral. A recorrente alega que "é inquestionável que a adoção do Lucro Real gerou uma autuação ABSURDAMENTE SUPERIOR do que a que seria gerada se o fiscal tivesse adotado o regime de Lucro Arbitrado, o que comprova que o auditor utilizou o Lucro Real para penalizar o contribuinte, sem atentarse aos princípios da Legalidade, Razoabilidade e do Não Confisco". Observase que cabe à empresa contribuinte fazer a opção pelo regime de tributação. Desde que se enquadre dentre os requisitos legais, o contribuinte tem a liberdade de Fl. 2032DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.033 9 optar pelo regime que lhe for mais favorável. Os Recorrentes não tem razão em alegar que a Fiscalização deveria adotar um outro regime mais favorável, seja o presumido ou o arbitrado, pois como vimos foram apresentados os Livros Razão e Diário dos anos 2011 a 2013 (fls. 272/432), SPED 2014 e 2015. Acrescentase o fato de que a omissão de receita deve ser lançada de acordo com o regime de tributação adotado pela pessoa jurídica, conforme Art. 288 do RIR/99: Art. 288. Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão (Lei nº 9.249, de 1995, art. 24). Portanto devem ser afastados os argumentos dos Recorrentes para que seja adotado, para o período da fiscalização, Anos Calendários 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 (01/2011 a 12/2015), o regime de tributação pelo Lucro Arbitrado Da Omissão de Receitas Recebidas da Empresa Nave Guia A Autoridade Fiscal considerou que teria ocorrido omissão de receitas recebidas da empresa Nave Guia, em virtude de, supostamente, tais recursos não terem sido contabilizados como receita pela autuada Finegrove. Os Recorrentes alegam que tais recursos eram decorrentes de operações imobiliárias, porém os Recorrentes afirma que estes não eram tributáveis, alegando que a negociação não se concluiu, motivo pelo qual o contrato está sendo rescindido judicialmente. Apresentam a seguinte síntese para explicar como se deu a negociação dos imóveis em CampinasSP: A autuada celebrou com a empresa Patrimônio Empreendimentos Imobiliários Ltda., em 05 de fevereiro de 2007, "Instrumento Particular de Ajuste de Intenções e de Ações para Desenvolvimento de Empreendimento Imobiliário e Outras Avenças" (fls. 1011 a 1026). Em decorrência deste contrato, a empresa Nave Guia Empreendimentos e Participações Ltda. depositou na conta corrente da Autuada, por conta e ordem de Patrimônio Empreendimentos Imobiliários Ltda., a importância total der R$16.785.000,00. Os valores depositados foram reconhecidos pela fiscalização como de origem do mencionado contrato imobiliário (fls. 1011 a 1026), conforme consta à página 18 do Termo de Verificação Fiscal (fls. 181 dos autos). Alegam que estabeleceuse no citado contrato que deveriam ser cumpridas condições em relação a cada um dos imóveis negociados, haja vista que pairavam pendências judiciais sobre os mesmos e assim sendo, caso as pendências jurídicas não fossem sanadas, o negócio não se realizaria e os imóveis retomariam ao seu status quo ante, por força do que prevê o artigo 474 do Código Civil. Fl. 2033DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.034 10 Destacam que a condição de somente se realizar o negócio com o atendimento de condições estabelecidas se trata de clausula suspensiva, e não resolutória. Destacase os seguintes trechos do recurso: · O preço total dos Imóveis estabelecido foi de R$72.000.000,00 (setenta e dois milhões de reais). Em virtude da área de cada imóvel, o preço proporcional, ainda que não declarado expressamente no Contrato, era o seguinte: · As Partes estabeleceram no Contrato condições para a implementação do negócio envolvendo todos os três imóveis, sob pena de resolução do Contrato, fixado na Cláusula 8, haja vista que a Patrimônio somente interessava em fazer o empreendimento imobiliário se pudesse dispor da área dos 03 Imóveis, em conjunto, já que os mesmos são contínuos e lindeiros, formando um único bloco. (grifo nosso) · No caso em tela, merecem atenção os fatos relacionados aos imóveis pertencentes à Finegrove, quais sejam, as Glebas A.2 e A.3. Todavia, não se pode deixar de mencionar que as pendências vinculadas ao imóvel pertencente a Heitor e esposa também deveriam ser solucionadas, sob pena de não se realizar o negócio pretendido. · Quando as Partes idealizaram o negócio pretendido através do Contrato, ou seja, construir um empreendimento imobiliário dentro dos três terrenos, as mesmas já estavam cientes da hipótese do negócio não se realizar. · Como essas pendências poderiam não ser sanadas, as Partes entenderam que o negócio poderia ser desfeito e assim definiram na Cláusula Oitava as condições essenciais para a realização do Contrato. Tais condições estão previstas nas Cláusulas 8.1, 8.1.1 e 8.1.2 do Contrato. (grifo nosso). · Conforme já informado, as pendências jurídicas sobre os imóveis denominados de Gleba A.1 e Gleba A.3 não foram solucionadas, situação que impossibilita a realização do contrato na forma em que fora pactuado e idealizado. Fl. 2034DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.035 11 · O contrato ainda previu hipótese de descumprimento das obrigações ali estabelecidas por alguma das partes contratantes. Essa previsão encontra respaldo nas Cláusulas 9.2, e 9.2.1, senão confira: "9.2.1. Rescindindo o ajuste por inadimplência obrigacional, será devida a restituição pela Parte Infratora dos valores até então por ela recebidos da Parte Lesada, ficando ainda obrigada a pagar uma multa no valor de 2% (dois por cento) do valor total do Contrato, atribuído na cláusula 6.1 retro, sem prejuízo do pagamento das perdas e danos comprovadamente sofridos pela Parte Lesada". "9.22. A parte lesada poderá preferir a via de execução das obrigações em falta a rescisão acima tratada". Os Recorrentes alegam, em resumo, que as afirmações do próprio auditor, o contrato, as diligências, a legislação e a jurisprudência do CARF trazidos aos autos confirmam que o implemento das condições suspensivas ainda não ocorreu e não se consolidou o negócio e, por tais razões, todos os valores recebidos de Nave Guia Empreendimentos e Participações Ltda devem ser excluídos do Auto de Infração. Verificase pelas cláusulas do contrato, que de fato este ocorreu e que as referidas condições são resolutivas: Fl. 2035DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.036 12 Nesta questão não há reparos a serem feitos no entendimento da Decisão a quo, de que a redação das cláusulas do contrato não poderia ser mais eloqüentes de que as condições estipuladas são de natureza resolutiva. Não bastassem as referências explicitas à expressão "condição resolutiva", a essência das disposições não deixa dúvidas de que o ajuste vigorou desde sua celebração e que somente perderia eficácia se não viessem a ser superadas as pendências existentes na transação. Constatandose serem resolutivas as condições, reputase, para os efeitos tributários, perfeito e acabado o negócio jurídico desde sua celebração. Assim, ainda que não solucionadas as pendências, o que teria motivado disputa judicial para rescisão do contrato, como sustentam os Recorrentes, tal fato extinguiria o direito já constituído anteriormente, não afetando a obrigação tributária surgida desde o momento da celebração do negócio, conforme Art. 117, II, do CTN. Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputamse perfeitos e acabados: [...] II sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Da Omissão de Receita por Depósito Bancários de Origem Não Comprovada Os Recorrentes alegam que todos os valores foram esclarecidos pela autuada de conformidade com as respostas aos Termos de Intimações e constam dos autos os respectivos comprovantes, todavia, o auditor desconsiderou a grande maioria, não admitindo: (i) parte dos comprovantes de vendas de veículos; (ii) receitas de subarrendamento de aeronave; (iii) empréstimos; (iv) depósitos de "troco" de cheques administrativos descontados no próprio banco. Argumentam que não se pode admitir a tributação de tamanha quantia apenas por presunção do fiscal, pois a razoabilidade é um princípio que deve nortear os atos administrativos. Além de ferir a razoabilidade, tributar todos os valores é uma agressão ao Princípio da "Capacidade Contributiva". Não se trata de tributar, mas de confiscar, retirar do sujeito passivo mais do que o sujeito ativo tem de direito. Verificase que os documentos apresentados pelos Recorrentes em sede de procedimento fiscal e de impugnação não foram aceitos como suficiente para comprovar os depósitos efetuados, conforme trechos do Acórdão da DRJ: · O exame dos autos evidencia que a fiscalização somente considerou os créditos/depósitos cuja origem o sujeito passivo não logrou comprovar com documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores. · Nessa quadra, foram considerados de origem não comprovada, entre outros, depósitos para os quais a contribuinte alegara tratarse de venda e de subarrendamento de veículos. Fl. 2036DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.037 13 · Para os depósitos efetuados pela própria empresa, o sujeito passivo apresentou à fiscalização apenas cópias de comprovantes de depósitos, o que não comprova sua origem, para a qual não basta a identificação do depositante. · Com relação ao depósito no valor de R$ 1.700.000,00, para o qual se alega tratar de empréstimo celebrado com o Senhor José Carlos Vieira da Silva, a contribuinte não apresentou documentação comprobatória na fase de fiscalização, como também não acostou à peça de defesa qualquer documento que se relacione ao tema. Constase que de fato os documentos apresentados pelos Recorrentes não comprovam a origem dos depósitos/créditos efetuados nas contas correntes da empresa. Ressaltase que o lançamento no presente caso tem como base a presunção legal de que os valores creditados em relação aos quais a contribuinte não comprovou a origem foram considerados como omissão de receita, nos termos do art. 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. (...) O referido dispositivo guarda presunção legal de omissão de rendimentos, do tipo juris tantum (relativa), que decorre unicamente da falta de comprovação da origem dos recursos depositados. Caberia aos Recorrentes para afasta a presunção simplesmente a comprovação da origem dos recursos através da apresentação de documentação hábil e idônea, o que não foi feito no presente caso. Os princípios citados pelos Recorrente, da Razoabilidade, da Capacidade Contributiva, do Efeito de Confisco não tem o efeito de afastar a omissão de receita por não comprovação da origem dos recursos depositados/creditados. Logo deve ser afastada alegação de que os valores foram esclarecidos pela autuada. Fl. 2037DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.038 14 Da Glosa de Despesas não comprovadas Os Recorrente alegam que o Auditor, equivocadamente, manteve integralmente a tributação das Despesas que foram glosadas, estas num montante total de R$3.977.812,46, e os resultados do LALUR de 12/2012 e 12/2013, nos valores respectivos de R$199.795,53 e R$366.801,20, haja vista que a autuação deve ocorrer pelo Regime do Lucro Arbitrado e não pelo Regime do Lucro Real e, por força da norma daquele regime, devem ser tributadas as receitas conhecidas à base de cálculo de acordo com a atividade econômica do contribuinte. Com relação aos resultados apurados no LALUR, os mesmos não devem ser considerados, haja vista que não se pode adotar dois regimes de tributação em um mesmo Auto de Infração. Da mesma forma, esses valores não estão sujeitos às contribuições para o PIS e COFINS, razão pelas quais devem ser excluídos da base de cálculo de tais tributos. A questão do regime de tributação adotado pela empresa e utilizado para realizar o lançamento já foi abordada neste relatório no item "Do Regime de Tributação". Como já relatado, a Autoridade Fiscal efetuou os lançamento de for correta no regime de tributação adotado pela empresa, ou seja, o Lucro Real Trimestral. Em face da estreita relação de causa e efeito existente entre os autos de infração matriz e reflexos, o entendimento adotado com referência ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica se estende aos lançamentos decorrentes PIS, Cofins e CSLL. Da Tributação do Imposto de Renda Retido na Fonte Pagamento Sem Causa Os Recorrentes argumentam que a decisão de 1ªinstância, manteve integralmente a indevida glosa e tributação das despesas com o arrendamento de aeronaves, efetivamente comprovadas, bem como ainda efetivou a tributação dos mesmos valores, sob a rubrica de Imposto de Renda Retido na Fonte. Neste momento, incorrese na conduta do bis in idem. Os Recorrentes destacam que não foram considerados que os valores de R$257.812,46, R$3.660.000,00 e R$60.000,00, pagos pela aeronave Cessna, prefixo PRALC, modelo 525B, da empresa Alcicla Indústria e Comércio Ltda, através de Contrato de Arrendamento firmado no dia 15 de março de 2011, teriam se dados como contrapartida a arrendamento de aeronave, pois entendeu que a causa dos referidos pagamentos não teria sido comprovada. Embora o auditor prolator da decisão impugnada tenha informado que a não comprovação da operação não teria ligação com a ausência de registro na ANAC, o julgador do recurso de impugnação em 1ª instância não justificou o motivo de não ter sido comprovada a operação de arrendamento. Alegam, em resumo, que resta provado que os valores foram pagos em favor de terceiro conhecido e com prova robusta da existência de um Contrato de Arrendamento de Aeronave devidamente assinado, recibo assinado pelo beneficiário, cópia do cheque e outros documentos anexados ao processo de fiscalização. Dessa forma, os valores jamais poderiam ser enquadrados nos moldes dos artigos 674 e 675 do RIR. Verificase que os Recorrentes não lograram comprovar a alegação de que os pagamentos se deram em contrapartida a arrendamento de aeronave, nem indicou qualquer Fl. 2038DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.039 15 outra causa ou operação que pudesse justificar os pagamentos, logo deve ser mantido o lançamento para exigência do IRRF. Quanto à alegação da conduta do bis in idem, também não assiste razão aos Recorrentes quanto à alegação de que não se poderia ao mesmo tempo glosar despesas e exigir o IRRF por pagamento sem causa. Lícitas as duas exigências por se tratar de normas autônomas e que convivem harmonicamente, de modo que a exigência cumulativa de IRPJ e IRRF não esbarraria em qualquer vedação legal. Nesse sentido observase que precedentes recentes, inclusive da Câmara Superior de Recursos Fiscais, adotam tal orientação, é o caso do Acórdão nº 9202003.876, de 2016, proferido pela 1ª Turma, com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Exercício: 2005 RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. FALTA DE INTERESSE. Somente deve ser conhecido o Recurso Especial quanto à matéria cujo deslinde possa alterar a decisão recorrida. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. GLOSA DE DESPESA. POSSIBILIDADE. A glosa de custo ou despesa, baseada em nota fiscal inidônea é compatível com o lançamento reflexo do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) motivado pelo pagamento sem causa ou a beneficiário não identificado. (grifo nosso) Da Aplicabilidade da Multa Qualificada Os Recorrentes alegam, em resumo, que a multa qualificada de 150% deve ser revista, porque não há elementos probatórios aptos a qualificála e não houve dolo por parte da fiscalizada que apenas Juntou documentos verdadeiros. Que expressam o Que realmente de fato aconteceu, tendo sempre atendido à fiscalização em tempo e hora marcados. Ressaltase o contexto do procedimento fiscal, que foi desenvolvido a partir da Operação Lava Jato e, após análise dos dados disponíveis nos sistemas das Receita Federal, verificouse a presença de movimentação financeira incompatível com a receita declarada. A empresa não declarou nem recolheu tributos entre os anos de 2011 a 2015, nem foi localizada no endereço informado à Receita Federal. Destacase que o fato de o sujeito passivo haver atendido à fiscalização não implica desonerálo da multa qualificada, cuja previsão legal é distinta daquela estabelecida para os casos de desatendimento à fiscalização. Como bem destacou a decisão de 1ª Instância, as práticas do sujeito passivo, evidenciam que este teria agido com dolo perante a Administração Tributária, utilizandose de práticas que, em seu conjunto, revelam sua intenção de evadirse da tributação, conforme trecho da referida decisão: Fl. 2039DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.040 16 a) a mudança de endereço sem comunicação à Receita Federal, o que configura dissolução irregular, como se verá adiante neste voto, quando do exame da responsabilidade tributária; b) a omissão na entrega de declarações desde o anocalendário 2008, não obstante expressiva movimentação financeira nos anos fiscalizados; c) operações de empréstimo sem qualquer comprovação; d) vultosas transações circulando pela conta caixa, várias delas tendo como destinatário o sóciogerente da empresa. Acrescentase ainda a confusão patrimonial entre a empresa e o sócio gerente. Conforme destacou a Autoridade Fiscal: "Pela sistemática dos seus registros contábeis, verificamos que as transações financeiras circularam pela conta caixa, tendo o sócio YSSUYUKI NAKAN, como destinatário de expressiva soma de numerários". Devese portanto ser mantida a aplicação da multa qualificada. Do Princípio da Legalidade Os Recorrente alegam que a autoridade fiscal agiu com desrespeito a vários dispositivos legais, principalmente: Art. 47 da Lei 8.981/95; Artigos 530, 532, 674 do Decreto 3000/99; Art. 27 da Lei 9.430/96; Art. 150 inciso IV da CRFB/1988; Artigos 112, 116 e 117 do CTN. Além destes também fere o princípio da legalidade o auditor quando resolve agir de maneira desarrazoada, desproporcional, parcial e injustificadamente, para, por pura e simples presunção, considerar todos os créditos em contas de depósitos como "Omissão de Receitas", desconsiderando todas as explicações do Contribuinte. Alegam ainda que se não existe prova segura de que os fatos demonstrados pelo contribuinte não são verdadeiros, a legislação tributária deverá ser interpretada da maneira mais favorável ao contribuinte, em respeito ao disposto no artigo 112, incisos I e II do Código Tributário Nacional. Concluem que a conduta da autoridade fiscal, a manutenção do Auto de Infração, bem como a manutenção da decisão de 1ª instância e, consequentemente, a manutenção do crédito tributário, não encontram guarida no princípio da legalidade. Como visto a tanto a conduta da autoridade fiscal quanto a decisão de 1ª Instância se pautaram pelo Princípio da Legalidade. Os artigos citados pelos Recorrentes ou não se aplicavam ao caso ou tiverem interpretação divergente pelas Autoridades Ficais. Especificamente quanto ao Art. 112 do CTN a não comprovação dos depósitos e despesas não se caracteriza como sendo a dúvida do referido artigo, portanto não tem aplicação no presente caso. Fl. 2040DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.041 17 Da Solidariedade com fundamento no Artigo 135, inciso III, do CTN Os Recorrentes requerem que o responsável, Yssuyuki Nakano, CPF n° 925.704.88887, seja excluído do pólo passivo das autuações, afastando a solidariedade ora imputada pela autoridade que lavrou os autos de infração. Primeiramente, os Recorrentes alegam que o referido dispositivo referese à responsabilidade pessoal e exclusiva. Isso porque, caso o diretor tivesse praticado algum ato com excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatuto (para então configurar a responsabilidade com base no artigo 135, inciso III, como destacado na decisão impugnada), então não haveria de se falar em solidariedade. Nesse caso teria ocorrido verdadeira substituição do sujeito passivo. Ou seja, caso tivesse configurado o disposto no artigo 135, III, a empresa contribuinte seria afastada da relação obrigacional, sendo atribuída a responsabilidade somente no diretor da empresa. Não assiste razão aos Recorrentes quanto à alegação que a empresa deveria ser afastada da relação obrigacional, pois o artigo 135 do CTN trata da responsabilidade solidária, em que o contribuinte e o responsável solidário respondem integralmente pelo crédito tributário. O referido artigo não expressa nem que tratase de responsabilidade exclusiva nem de responsabilidade subsidiária. Os Recorrente argumentam que, eventuais e simples inadimplementos de tributos por força do risco do negócio, isto é, com atraso no pagamento dos tributos, são incapazes de fazer com que os diretores, gerentes ou representantes respondessem, com seu próprio patrimônio, por suposta dívida da sociedade. Seria necessário um ato qualificado e provado como ilícito, o que não ocorreu no presente caso para se configurar a responsabilidade pessoal do sócio diretor, com base no artigo 135, III, CTN. Como bem destacou a decisão de 1ª Instância, as práticas do sujeito passivo, evidenciam os atos praticados com excesso de poder ou infração de lei, vejamos: a) a mudança de endereço sem comunicação à Receita Federal, o que configura dissolução irregular, como se verá adiante neste voto, quando do exame da responsabilidade tributária; b) vultosas transações circulando pela conta caixa, várias delas tendo como destinatário o sóciogerente da empresa. Configurase no presente caso a responsabilidade pessoal do artigo 135, inciso III, portanto devem ser mantido no pólo passivo das obrigações o responsável Yssuyuki Nakano, CPF n° 925.704.88887. Fl. 2041DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.042 18 Conclusão Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, e manter a imputação de responsabilidade solidária de Yssuvuki Nakano. (assinado digitalmente) Evandro Correa Dias Fl. 2042DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.043 19 Voto Vencedor Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella, Redator Designado. Com a devida vênia, ouso discordar do entendimento adotado pelo I. Conselheiro Relator, Evandro Correa Dias, em seu profundo e preciso voto como de costume especificamente no que tange à manutenção da multa qualificada. Analisando os autos e, especialmente, o TVF que lastreia a Autuação sofrida pela Contribuinte, temos que a fundamentação para a qualificação da sanção deuse assim: 7 MULTA DE OFÍCIO O artigo 44 da Lei nº 9.430/96 abaixo transcrito determinou que nos lançamentos de ofício para constituição de créditos tributários a multa incidente será de 75% sobre o valor do tributo. Nos casos em que se verificar a prática de sonegação, fraude ou conluio por parte do contribuinte, a multa do lançamento de ofício será duplicada. Abaixo transcrevemos igualmente o conceito de sonegação, fraude e conluio contido na Lei nº 4.502/64. (...) O crédito tributário constituído no presente trabalho fiscal foi lançado com a multa duplicada do §1º, inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430/96. Fartamente demonstrada a intenção do contribuinte de burlar o fisco com a utilização de uma rede de operações para propiciar o ingresso de numerários em sua conta bancária, aliada à falta de declaração e de recolhimentos/pagamentos dos tributos e contribuições devidas, relativas às receitas auferidas nos períodos fiscalizados, que caracteriza a intenção dolosa de omitir informações, e/ou omitir declarações sobre rendas, para eximirse de pagamento de tributos e contribuições, em evidente intuito de fraude. A omissão de receitas apuradas com base em depósitos bancários em conta corrente, sem as correspondentes comprovações da origem dos recursos dessas operações, a omissão de receitas auferidas em suas atividades imobiliárias, a glosa de despesas não comprovadas e os pagamentos efetuados sem causa, configuram, s.m.j., ilícitos tipificados nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64, e, na Lei n° 8.137/90, artigos 1° e 2°, Fl. 2043DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.044 20 motivando, assim, a aplicação da multa prevista no artigo 44, inciso I, § 1° da Lei n° 9.430/96 (redação dada pelo art. 14 da Lei n° 11.488/2007), art. 957, II, c/c art. 959, I do RIR/99. (fls. 186 e 187) Primeiramente, em relação às omissões de receitas apuradas, temos aqui didática circunstância que atrai a incidência da Súmula CARF nº 14, plenamente vigente e aplicável, sem qualquer celeuma: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo Afastando qualquer dúvida sobre a incidência de tal entendimento sumular, o fato de o contribuinte ter registrado sua a movimentação financeira em contabilidade (prestandose tal registro e informação inclusive como base material utilizada pela Autoridade Fiscal na Autuação lavrada) deixa claro estarse diante de simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos. A ausência de declaração e pagamento traduzse em mero inadimplemento tributário (descumprimento de obrigação principal e acessória), não podendo ser revestido, automática e objetivamente, em ocultação de fato jurídico tributário ou impedimento e retardamento da sua apuração pela Fiscalização. Em relação à glosa de despesas e aos pagamentos efetuados sem causa, configuram é improcedente a afirmação da N. Autoridade Fiscal de que estes são ilícitos tipificados nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64, e, na Lei n° 8.137/90, artigos 1° e 2°. A interpretação de que determinados ilícitos tributário, per si, automática e conceitualmente, sempre identificamse com a definição especial tributária de sonegação, fraude e conluio não encontra guarida jurídica. Deve ser especificamente demonstrado, além da ocorrência do ilícito ordinário que da ensejo à cobrança do tributo e da multa de ofício a perpetração do ardil, próprio e autônomo, na consecução dos atos envolvidos na infração apurada. A afirmação genérica e especulativa de que houve intenção do contribuinte de burlar o fisco com a utilização de uma rede de operações não basta para a devida e hígida Fl. 2044DF CARF MF Processo nº 12448.728700/201668 Acórdão n.º 1402003.402 S1C4T2 Fl. 2.045 21 fundamentação da qualificação de multa ofício, dobrando seu efeito punitivo. Muito menos pode ser validada tal manobra quando tais condutas qualificadoras acabam confundindose com a descrição e apuração do próprio ilícito fiscal ordinário, como ocorreu no presente feito. Diante de todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, apenas para afastar a qualificação da multa de ofício, reduzindoa para a percentagem de 75%. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Fl. 2045DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.720403/2014-13
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2010
ITR - PRODUÇÃO RURAL - GRAU DE UTILIZAÇÃO - ALÍQUOTA INCIDENTE - COMPROVAÇÃO
Comprovada a utilização da área com produção vegetal e atividades pecuárias por meio de prova hábil e idônea, deve ser aplicada a alíquota correspondente ao grau de utilização verificado..
Numero da decisão: 2002-000.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para considerar a área comprovada de 17,3 ha destinadas a produção de café.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2010 ITR - PRODUÇÃO RURAL - GRAU DE UTILIZAÇÃO - ALÍQUOTA INCIDENTE - COMPROVAÇÃO Comprovada a utilização da área com produção vegetal e atividades pecuárias por meio de prova hábil e idônea, deve ser aplicada a alíquota correspondente ao grau de utilização verificado..
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para considerar a área comprovada de 17,3 ha destinadas a produção de café. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 72 04 03 /2 01 4- 13 Fl. 141DF CARF MF 2 Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (efls. 03 a 07), relativa ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, pela qual se procedeu autuação sob os seguintes fundamentos, constantes às efls. 04: Area de Produtos Vegetais informada não comprovada Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o sujeito passivo não comprovou a área efetivamente utilizada para plantação com produtos vegetais declarada. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Enquadramento Legal: Art. 10, §1°, Inciso V, alínea a da Lei n° 9.393/96. Área de Pastagem informada não comprovada Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o sujeito passivo não comprovou a área efetivamente utilizada para pastagens declarada. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Enquadramento Legal: Art. 10, §1°, inciso V, alínea b da Lei n° 9.393/96. Valor da Terra Nua declarado não comprovado (...) Enquadramento Legal: Art. 10, §1°, inciso I e art. 14 da Lei n° 9.393/96. Tal omissão gerou lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$ 68.702,89, acrescido de multa de ofício no importe de 75%, bem como juros de mora. Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, apresentada pelo espólio da contribuinte, às efls. 74 a 111 dos autos, que conforme decisão da DRJ: considera que existe no imóvel, conforme Laudo Técnico, uma área com produtos vegetais destinada ao cultivo de milho e sorgo de 30,0 ha para produção de grãos e silagem, com a finalidade de manutenção de animais durante o período da seca, informando que a produção das lavouras não é comercializada com terceiros e sim para a utilização interna; esclarece que existe no imóvel uma área destinada a pastagem de gramínias plantadas de 1.550,0 ha de brachiara e de 14,0 ha de pastagem nativa, totalizando 1.564,0 ha, com a finalidade de apascentar os animais em regime extensivo; Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10835.720403/201413 Acórdão n.º 2002000.414 S2C0T2 Fl. 142 3 diz que a quantidade média de animais existentes em 2009 no imóvel era 1.520 bovinos, destinados ao corte e para produção de bezerros; registra que a comprovação do VTN segue conforme Declaração da Prefeitura Municipal de Luziânia/GO, contendo os valores praticados no mercado à época; menciona que as informações prestadas estão presentes no Laudo Técnico elaborado pelo Engenheiro Agrônomo Gilson Zanatta, com a comprovação por meio de fotos, Declaração, mapas e documentos anexos ao Laudo; informa que segue, em anexo, sugestão de DITR/2010, com as informações do Laudo Técnico. A impugnação foi apreciada na 1ª Turma da DRJ/BSB que, por unanimidade, em 24/02/2017, no acórdão 03073.570, às efls. 117 a 125, julgou à unanimidade, a impugnação procedente em parte, admitindo a área de pastagens de 114,2 ha e de produtos vegetais de 86,5 ha. Manteve autuação em para R$12.086,84. Recurso voluntário Ainda inconformado, o espólio contribuinte, representado pelo seu inventariante, apresentou recurso voluntário, em 10/04/2017 às efls. 132 a 136 no qual alega, em síntese e com as cálculos apresentados: Fl. 143DF CARF MF 4 É o relatório. Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10835.720403/201413 Acórdão n.º 2002000.414 S2C0T2 Fl. 143 5 Voto Conselheiro Thiago Duca Amoni Relator Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi intimado do teor do acórdão da DRJ em 09/03/2017, efls. 130, e interpôs o presente Recurso Voluntário em 10/04/2017, efls. 132, primeiro dia útil posterior ao dia 08/04/2017 (sábado), posto que atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. A notificação de lançamento glosou as áreas de produtos vegetais de 226,7 ha e de pastagens de 56,8 ha. Como a DRJ afastou parte glosa, necessária se faz a delimitação da lide, considerando a área de produtos vegetais de 86,5 ha, considerada para a produção mínima das culturas de canadeaçúcar (77,15 ha) e de café (9,3 ha). Ainda, considerou que as áreas de pastagens da Fazenda é de 114,2 ha, para efeitos, de apuração Grau de Utilização do imóvel. Ainda, a DRJ manteve a autuação pela suposta subavaliação da terra nua, nos seguintes termos: Assim, entendo que deve ser mantida a tributação do imóvel com base no VTN arbitrado de R$ 2.268.625,80 (R$ 7.334,71/ha), apontado no SIPT, por aptidão agrícola, por ter ficado caracterizada a subavaliação do VTN declarado de R$ 535.000,00 (R$ 1.729,71/ha). O contribuinte não questiona o arbitramento do Valor da Terra Nua (VTN) por parte do Fisco, atraindo a aplicação do artigo 17 da Decreto nº 70.235/72: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Assim, o contribuinte limitase a recorrer da área de produção vegetal comprovada e de pastagens, aumentando o grau de utilização de 70,8% para 80,1%, reduzindo a alíquota de incidência do ITR de 0,6% para 0,1%, resultando em imposto, acrescido de multa e juros, no valor de R$3.873, 18, já recolhidos, conforme DARF de efls. 137. O ITR está previsto no artigo 153, VI da Constituição Federal de 1988 e no artigo 29 do Código Tributário Nacional (CTN), tendo como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana de município, em 1º de janeiro de cada ano. Fl. 145DF CARF MF 6 Conforme art. 11 da Lei nº 9.393/96, o valor do ITR será apurado aplicandose sobre o VTN a alíquota correspondente ao anexo da Lei, considerados a área total do imóvel e o Grau de Utilização, conforme se vê: Art. 11. O valor do imposto será apurado aplicandose sobre o Valor da Terra Nua Tributável VTNt a alíquota correspondente, prevista no Anexo desta Lei, considerados a área total do imóvel e o Grau de Utilização GU. § 1º Na hipótese de inexistir área aproveitável após efetuadas as exclusões previstas no art. 10, § 1º, inciso IV, serão aplicadas as alíquotas, correspondentes aos imóveis com grau de utilização superior a 80% (oitenta por cento), observada a área total do imóvel. § 2º Em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será inferior a R$ 10,00 (dez reais). Comprovada a utilização da área com produção vegetal e atividades pecuárias por meio de prova hábil e idônea, deve ser aplicada a alíquota correspondente ao grau de utilização verificado. O contribuinte, proprietário do imóvel, arrendou sua Fazenda tanto para plantação de produtos agrícolas, para a Central de Álcool Lucélia, quanto para confinamento de gado, com o senhor João Vicente Miguel. Nestes contratos, às efls. 63 e seguintes, constam a área do imóvel levada em conta pela fiscalização para o cálculo do grau de utilização para fins de alíquota do ITR, conforme tabela anexa à Lei nº 9.393/96. Os documentos que instruem o Recurso Voluntário são documentos da Bioenergia do Brasil S/A, razão social da Central de Álcool Lucélia. Contudo, em que pese as alegações do contribuinte de que as áreas produtivas devem ser consideradas em maior extensão, não há qualquer comprovação, como laudos, mapas, dentre outras, destas informações prestadas pelo recorrente. Quanto as notas fiscais apresentadas às efls. 98 a 101, de fato, como se vê, refletem a venda de 433 sacas de café, sendo que a área comprovada para a produção do grão, conforme demonstra o contribuinte, é de 17,3 ha. Quanto as demais infrações, não assiste razão o recorrente. Assim, mantenho a decisão de piso, pois, como se vê, está muito bem fundamentada: A avaliação da área necessária para a produção de produtos vegetais tem como referência a Instrução Normativa nº 11/2003 do INCRA que Estabelece diretrizes para fixação do Módulo Fiscal de cada Município de que trata o Decreto nº 84.685/1980, bem como os procedimentos para cálculo do Grau de Utilização da Terra (GUT) e Grau de Eficiência na Exploração (GEE), observadas as disposições constantes na Lei nº 8.629/1993. Essa Instrução Normativa traz em anexo os Índices de Rendimentos para Produtos Agrícolas por região do Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10835.720403/201413 Acórdão n.º 2002000.414 S2C0T2 Fl. 144 7 país, identificado os Rendimentos por Hectare utilizados no cálculo da área plantada. O citado critério considera como produtiva, no Estado de São Paulo, a área na qual haja produção mínima de 70 toneladas de canadeaçúcar por hectare, assim, é possível concluir que no exercício 2010 a área comprovada, considerando a referida produção mínima, para a produção de canadeaçúcar é de 77,15 ha (5.400,54 toneladas/70). (...) Dessa forma, resta comprovado que o imóvel possui uma área de produtos vegetais de 86,5 ha, considerada para a produção mínima das culturas de canadeaçúcar (77,15 ha) e de café (9,3 ha). Assim, cabe restabelecer, parcialmente, a área de produtos vegetais de 86,5 ha, comprovada com documentos hábeis, para efeitos, de apuração da área utilizada pela atividade rural. Para comprovação de uma área de pastagens é necessário apresentar documentos que comprovem a quantidade suficiente de animais de grande e/ou de médio porte existentes no imóvel no ano de 2009 (exercício 2010), para efeito de aplicação do índice de lotação mínima por zona de pecuária (ZP), no caso, 0,70 (zero setenta) cabeça de animais de grande porte por hectare (0,70 cab/hec), fixado para a região onde se situa o imóvel, nos termos da Instrução Especial INCRA nº 019, de 28.05.1980, observada o art. 25 da IN/SRF nº 256/2002 e seu Anexo I, conforme previsto na alínea “b”, inciso V, § 1º, do art. 10 da Lei nº 9.393/96. Nos termos da legislação citada anteriormente, a área efetivamente utilizada com Atividade Pecuária, a ser considerada para efeito de apuração do Grau de Utilização do imóvel, será a menor entre a declarada pelo contribuinte e a área calculada, obtida pelo quociente entre a quantidade de cabeças do rebanho ajustada, desde que comprovada, e o índice de lotação mínima, no ano de 2009 (exercício 2010). O requerente apresentou, nos autos do processo, entre outros documentos, o Comprovante de Entrega da Declaração de Vacinação, da Fazenda São José, gerado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, de fls. 104/105, onde é indicado que foram vacinados contra febre aftosa, em 27/05/2009, 100 cabeças de animais, e em 23/11/2009, 128 animais, perfazendo uma média de 114 [(100 + 128) : 2] animais. Ainda, para a área de pastagem, foi apresentado o Contrato de Arrendamento de uma área de 96,6 ha, com o Sr. João Vicente Miguel, assinado em 01/01/2005, encerrandose em 31/12/2010, para o pastoreio de 150 cabeças de gado. Para esses animais, Fl. 147DF CARF MF 8 foi fornecido o Comprovante de Entrega da Declaração de Vacinação, da Fazenda São José, gerado pela Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo, de fls. 106/107, onde é indicado que foram vacinados contra febre aftosa, em 27/05/2009, 35 cabeças de animais, e em 23/11/2009, 58 animais, perfazendo uma média de 47 [(35 + 58) : 2] animais. Com essas quantidades médias de animais apascentados no imóvel, podese concluir que a “Fazenda São José” dispôs de quantidade de cabeças de gado suficiente para ocupar a área de 114,2 ha, pretendida pelo impugnante, às fls. 76, levandose em consideração o índice de lotação mínima fixado para a região onde se situa o imóvel (0,70 cabeça por hectare), nos termos da legislação de regência aplicada à matéria (alínea “b”, inciso V, art. 10, da Lei nº 9.393/93, art. 25, incisos I e II da IN/SRF nº 0256/2002 e no art. 25 do Decreto nº 4.382/2002 – RITR). Desta maneira, cabe acatar as áreas comprovadas de produtos vegetais, de 86,5 ha, e de pastagens, de 114,2 ha, para efeitos, de apuração da área utilizada pela atividade rural, para fins de apuração do Grau de Utilização do imóvel. Diante do exposto, conheço do Presente Recurso voluntário para, no mérito dar lhe parcial provimento para considerar a área comprovada de 17,3 ha destinadas a produção de café. (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Fl. 148DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13893.720755/2012-19
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2010
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.757
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros José Ricardo Moreira (relator) e Fernanda Melo Leal, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros José Ricardo Moreira (relator) e Fernanda Melo Leal, que lhe negaram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 3. 72 07 55 /2 01 2- 19 Fl. 194DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (f. 09/12), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2010, anocalendário de 2009, em que foram glosadas dedução de despesas médicas no valor de R$ 17.067,27. O contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente, mediante Acórdão da DRJ Brasília de f. 165/169. Cientificado, o interessado apresentou recurso voluntário de f. 176/179. Sua contestação restringese à parte da glosa, mais especificamente o valor de R$ 10.000,00, relativos a serviços de fisioterapia. Em síntese, alega que atendeu ao que foi solicitado pela autoridade fiscal, apresentando os respectivos recibos relativos às despesas médicas. Aduz que os recibos, por si só, fazem prova dos pagamentos realizados a este título. Argumenta que não está obrigado a apresentar seus exames médicos e laboratoriais. Sustenta ainda que não é razoável exigir a apresentação de extratos ou outros meios de prova dos pagamentos, seja porque a pessoa física não é obrigada a ter escrita fiscal, seja porque a reunião destes documentos é difícil para o contribuinte.. Pugna pela procedência do recurso e pelo cancelamento do crédito tributário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. DELIMITAÇÃO DA LIDE. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. O recorrente restringe sua insurgência em relação à glosa de despesas médicas no valor de R$ 10.000,00, relativos a serviços de fisioterapia. Temse, portanto, concordância em relação aos demais aspectos do lançamento que não foram questionados, para os quais há de ser reconhecida a definitividade na esfera administrativa. MÉRITO DESPESAS MÉDICAS. A questão aqui posta cingese à glosa de despesas médicas. O interessado, no recurso, insurgese contra estas glosas, pelas razões que enumera. Dispõe o art. o art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). Fl. 195DF CARF MF Processo nº 13893.720755/201219 Acórdão n.º 2001000.757 S2C0T1 Fl. 3 3 § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Consta da fundamentação do lançamento, bem como da decisão de primeira instância, que é necessária a apresentação de documentação do efetivo pagamento para comprovação das despesas médicas. Desta forma, verificase que o recibo, ao contrário do que defende a recorrente, não faz prova absoluta da real ocorrência do pagamento. A autoridade fiscal, se entender necessário, pode solicitar outros elementos de convicção da efetiva realização da despesa que se pretende deduzir. Não poderia ser de outra forma. Entender o contrário seria tolher a ação da fiscalização, que ficaria impossibilitada de exercer sua atividade investigativa, na busca de verificar a veracidade das declarações prestadas. Há que ser frisado que aqui não se trata de mera prerrogativa, mas de um dever da autoridade fiscal, haja vista tratarse de dedução da base de cálculo e, portanto, de redução do tributo. Com efeito, as solicitações de documentos devem atender à razoabilidade, devendo ser evitados os pedidos de provas impossíveis ou de difícil produção. Analisando a Notificação de Lançamento, verificamos que foram glosadas despesas médicas de valores significativos, que justifica a solicitação de informações adicionais. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal do Lançamento encontrase devidamente fundamentado, com todas as razões que levaram a efetivação da glosa. Não foram apresentadas provas do efetivo pagamento das despesas, não houve suficiente descrição do tratamento ou dos exames realizados. Aqui deve prevalecer o princípio do benefício da prova, já que o interesse em provar é do contribuinte, a quem a prova aproveita. Não há que se falar em quebra de sigilo ou de invasão à privacidade do cidadão. Não há quebra de sigilo perante o fisco, cuja atividade primordial é justamente investigar a veracidade dessas despesas que resultam em redução de tributo. Ademais, ao intimar o contribuinte para apresentar documentos adicionais que comprovam a efetividade das despesas (provas essas que beneficiam o contribuinte), a autoridade fiscal não está interessada na intimidade da pessoa, mas está cumprindo o dever legal de investigar a veracidade das declarações prestadas. Tratase de imposto lançado por homologação e o quantum devido pode ser alterado pela autoridade lançadora, no exercício de suas atribuições legais. Da mesma forma, não se mostra desarrazoado o pedido de apresentação de extratos bancários. Pode ocorrer de o contribuinte haver pago as despesas em cheques ou mediante saques da conta corrente, o que seria facilmente comprovado pela existência de saques de valores compatíveis em datas aproximadas das da efetivação das despesas. O contribuinte poderia requerer à instituição financeira os referidos extratos (em alguns casos, obtémse extratos pela internet, em poucos instantes), sendo que essa providência não lhe seria de difícil execução. Fl. 196DF CARF MF 4 Se tivesse atendido a este simples pedido, provavelmente não seriam glosadas parte ou a totalidade das despesas. O contribuinte, entretanto, por diversas vezes, mediante negativas genéricas, se opôs a trazer os elementos de prova que lhe seriam benéficos. Não apresentou à autoridade lançadora, não juntou à impugnação e não se aproveita da oportunidade agora trazida pelo recurso voluntário. Desta forma, adoto a motivação do voto exposto na decisão de primeira instância, que indeferiu a dedução das despesas glosadas. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, negarlhe provimento, mantendo o crédito tributário lançado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Voto Vencedor Discordo do Relator em relação às despesas médicas. Os recibos não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, tanto do serviço como do pagamento. Mesmo que não sejam apresentados outros elementos de comprovação, a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve estar fundamentada. Como se trata do documento normal de comprovação, para que seja glosado devem ser apontados indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, na falta de fundamentação na recusa, os recibos comprovam despesas médicas. No caso, não foram solicitados outros elementos de prova de maneira objetiva, e o fundamento para lançar limitase a que recibos não comprovam pagamento de despesas médicas. O lançamento pode até ocorrer sem pedido de esclarecimentos ou de prévia intimação ao contribuinte, como consta inclusive em súmula do CARF: Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. No entanto, a recusa a documentos usuais não pode prescindir de justificativa, inclusive porque deduções elevadas podem estar completamente dentro da lei e do direito do contribuinte. Não deixo de fazer aqui uma fundamentação do entendimento expresso acima, pois a falta de fundamentação é a matéria em discussão. Muitas vezes a autoridade fiscal baseia a recusa a deduções no art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999, que assim dispôs: Fl. 197DF CARF MF Processo nº 13893.720755/201219 Acórdão n.º 2001000.757 S2C0T1 Fl. 4 5 Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Tal artigo indica que determinados documentos não fazem prova absoluta, podendo ser solicitados elementos adicionais de comprovação. No entanto, isso não significa que o juízo, o fundamento da autoridade, dos fatos e do direito, não necessite ser apresentado. E tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como se pode ver no art 2º Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento exofficio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de prova, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. Assim, na ausência de fundamentação plausível para a recusa de documentos usuais de comprovação é indevida a glosa de despesas médicas. Diante do exposto, voto por dar provimento integral ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Redator Designado. Fl. 198DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.729146/2017-95
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
É licita a exigência de outros elementos de prova além dos recibos das despesas médicas quando a autoridade fiscal não ficar convencida da efetividade da prestação dos serviços ou da materialidade dos respectivos pagamentos.
Numero da decisão: 2002-000.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil que lhe deram provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: MONICA RENATA MELLO FERREIRA STOLL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil que lhe deram provimento parcial. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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COMPROVAÇÃO. É licita a exigência de outros elementos de prova além dos recibos das despesas médicas quando a autoridade fiscal não ficar convencida da efetividade da prestação dos serviços ou da materialidade dos respectivos pagamentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil que lhe deram provimento parcial. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Fereira Stoll Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Fereira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 72 91 46 /2 01 7- 95 Fl. 72DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (efls. 36/41) em nome do sujeito passivo acima identificado, decorrente de procedimento de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2013, onde se apurou a Dedução Indevida de Despesas Médicas no valor total de R$ 16.730,00. O contribuinte ingressou com impugnação contestando apenas a glosa de R$ 16.000,00 referente ao profissional Waldeck Lemos (efls. 04/10). Conforme relatado pela primeira instância, o contribuinte alega que os pagamentos foram comprovados por meio dos recibos apresentados, do imposto de renda do sr. Waldeck Lemos e do livrocaixa do mesmo. Aduz que o auditor requereu documentos inexistentes, pois o pagamento ocorreu em espécie, não existindo cheque, comprovante de depósito bancário ou qualquer outro que o valha. A impugnação foi julgada improcedente pela 3ª Turma da DRJ/SDR por não ter o contribuinte comprovado o efetivo pagamento das despesas médicas (efls. 49/51). Cientificado da decisão de piso em 09/05/2018 (efls. 57/58), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 01/06/2018 (efls. 61/68) reiterando as alegações contidas em sua impugnação. Voto Conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. O litígio a ser analisado recai somente sobre a Dedução Indevida de Despesas Médicas de R$ 16.000,00 referente ao profissional Waldeck Lemos. Sobre o assunto, aplicase o disposto no art. 80 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99, aprovado pelo Decreto 3.000/99. Extraise da Notificação de Lançamento (efls. 38/39) que a glosa do valor declarado para Waldeck Lemos foi efetuada por não ter sido comprovado o seu efetivo pagamento. De acordo com a autoridade lançadora, o contribuinte foi intimado a apresentar comprovantes bancários da despesa (cópia microfilmada do cheque emitido, depósitos, etc), mas, em resposta, informou que o pagamento foi efetuado em espécie e apresentou uma declaração emitida pelo profissional atestando o recebimento do referido montante. Ainda que os pagamentos tenham sido realizados em dinheiro, tal como alega o recorrente, verificase que este não trouxe à sua defesa nenhum comprovante bancário a fim de demonstrar a correspondência de datas e valores entre saques efetuados em sua conta e os recibos apresentados, permanecendo sem comprovação o efetivo pagamento da despesa. Cumpre ressaltar que a dedução de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual está sujeita à comprovação por documentação hábil e idônea a juízo da autoridade lançadora, nos termos do art. 73 do RIR/99. Dessa forma, ainda que o contribuinte Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10480.729146/201795 Acórdão n.º 2002000.491 S2C0T2 Fl. 73 3 tenha apresentado recibos emitidos pelos profissionais, é licito a autoridade fiscal exigir, a seu critério, outros elementos de prova caso não fique convencida da efetividade da prestação dos serviços ou da materialidade dos respectivos pagamentos. Assim, havendo questionamento acerca das despesas declaradas, cabe ao sujeito passivo o ônus de comproválas de maneira inequívoca, sem deixar margem a dúvidas. O contribuinte deve levar em consideração que o pagamento de despesas médicas não envolve apenas ele e o profissional, mas também o Fisco, caso haja intenção de se beneficiar da dedução correspondente em sua Declaração de Ajuste Anual. Por esse motivo, deve se acautelar na guarda de elementos de prova da efetividade dos pagamentos e dos serviços prestados. É possível que o recorrente tenha feito seus pagamentos em espécie, tal como alega, não havendo nada de ilegal neste procedimento. A legislação não impõe que se faça pagamentos de uma forma em detrimento de outra. Não obstante, ao optar por pagamento em dinheiro, o sujeito passivo abre mão da força probatória dos documentos bancários, restando prejudicada a comprovação dos pagamentos. O pagamento em dinheiro serve muito bem para quitar um débito, mas para comproválo, ainda mais junto a terceiros, pode se tornar tarefa árdua. Importa salientar, por fim, que não é o Fisco quem precisa provar que as despesas médicas declaradas não existiram, mas o contribuinte quem deve apresentar as devidas comprovações quando solicitado. Isto porque, sendo a inclusão de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual nada mais do que um benefício concedido pela legislação, incumbe ao interessado provar que faz jus ao direito pleiteado. Em vista do exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Mônica Renata Mello Ferreira Stoll Fl. 74DF CARF MF
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