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Numero do processo: 10530.723933/2009-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/07/2006 a 30/09/2006
COFINS. REGIME DA NÃO-CUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR ORIGINADO DE OPERAÇÕES VINCULADAS À VENDAS EFETUADAS COM INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O saldo credor da Cofins obtido com base em créditos relacionados às operações vinculadas às vendas tributadas, regra geral, só pode ser aproveitado diminuindo o valor devido da contribuição.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-002.172
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2006 a 30/09/2006 COFINS. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR ORIGINADO DE OPERAÇÕES VINCULADAS À VENDAS EFETUADAS COM INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O saldo credor da Cofins obtido com base em créditos relacionados às operações vinculadas às vendas tributadas, regra geral, só pode ser aproveitado diminuindo o valor devido da contribuição. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 39 33 /2 00 9- 81 Fl. 91DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 05/03/201 3 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Por meio de Pedido Eletrônico de Ressarcimento transmitido eletronicamente em 27/10/2006, a interessada, que atua no ramo de venda, no varejo, de combustíveis e lubrificantes, postulou o ressarcimento de saldo credor da Cofins apurado ao final do 3º trimestre de 2006 após a dedução, da soma dos créditos, do valor devido da contribuição em cada um dos períodos de apuração que compõem o referido trimestre. A DRF em Feira de SantanaBA indeferiu o pedido de ressarcimento sob o argumento de que os créditos em questão não se encaixam na norma prevista pelo artigo 16 da Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005, podendo ensejar apenas sua utilização na diminuição do valor da contribuição devida. Na Manifestação de Inconformidade a interessada defendeu a utilização do crédito em compensação (sic) citando como base legal o artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; os inciso I e II do artigo 16 da Lei nº 11.116, de 2005; o art. 34 da IN SRF nº 900, de 2008; e o art. 26 da IN SRF nº 460, de 2004. Reproduziu ementa de decisão do STJ sobre compensação de débitos, entendendo lhe socorrer, e, ao final, pediu o reconhecimento do crédito e a “extinção da dívida” (sic). A 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em SalvadorBA manteve o indeferimento, na linha do entendimento da DRF. No Recurso Voluntário a interessada repetiu as mesmas argumentações de sua manifestação de inconformidade. É o Relatório. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 05/03/201 3 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10530.723933/200981 Acórdão n.º 3401002.172 S3C4T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Despacho da DRF em Feira de SantanaBA dá conta da tempestividade do Recurso Voluntário, que, preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. Inicialmente, de afastar da análise a aplicação dos dispositivos legais e infralegais, bem como decisão do STJ colacionada, equivocadamente invocados pela Recorrente em seu auxílio, porquanto não relacionados à matéria em julgamento. Refirome aqui ao artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; ao art. 34 da IN SRF nº 900, de 2008; e ao art. 26 da IN SRF nº 460, de 2004, visto que tratam eles de compensação de débitos, enquanto que o que está em julgamento é o ressarcimento de créditos da Cofins apurados sob o regime da nãocumulatividade. Créditos esses que, de acordo com as fichas do Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais (Dacon) anexadas ao processo, tiveram como origem as aquisições no mercado interno e vinculadas à receita tributada no mercado interno, mais especificamente, sobre as rubricas Bens Adquiridos para Revenda, Despesas com Energia Elétrica, Despesas de Aluguéis de Prédios Locados de Pessoa Jurídica, Despesas de Contraprestação de Arrendamento Mercantil, e Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado. Ou seja, os créditos em discussão não têm origem em operações que possuam vinculação com vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Cofins. Mas, a Recorrente entende que seu direito está lastreado nos seguintes dispositivos: à No art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. à Combinandoo com o art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3 o das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou Fl. 93DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 05/03/201 3 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Ora, da leitura desses dois artigos, depreendese que o pedido de ressarcimento a que alude o inciso II do art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, é para aquele saldo credor que cumpre duas condições cumulativas, quais sejam, a primeira, que tenha sido apurado na forma do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29/12/2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 2004, e, a segunda, que esse saldo credor tenha se acumulado em virtude da existência de créditos vinculados a operações de vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da Cofins. E, como dito acima, a segunda das condições não foi atendida neste caso, já que os créditos que ensejaram o saldo credor objeto do pedido de ressarcimento estão vinculados apenas às operações de vendas tributadas. Ou, dito de outra forma, a interessada, acertadamente, não postula créditos calculados sobre as aquisições vinculadas às operações de venda efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, pelo simples fato de que, referindose elas a gasolina, óleo diesel e álcool, há vedação expressa nesse sentido, a teor do contido no inciso I, alínea “a”, do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, com a redação dada pelo art. 21 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004. Vejamos de que tratam tais dispositivos: [...] Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Vide Medida Provisória nº 497, de 2010) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) nos incisos III e IV do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) [...] Art. 1º A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 3º Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo as receitas: [...] III auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV de venda dos produtos de que tratam as Leis nos 9.990, de 21 de julho de 2000, 10.147, de 21 de dezembro de 2000, 10.485, de 3 de julho de 2002, e 10.560, Fl. 94DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 05/03/201 3 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10530.723933/200981 Acórdão n.º 3401002.172 S3C4T1 Fl. 4 5 de 13 de novembro de 2002, ou quaisquer outras submetidas à incidência monofásica da contribuição; [...] Vêse, pois, que o saldo credor em discussão submetese à regra geral de aproveitamento dos créditos do regime da nãocumulatividade, qual seja, o da diminuição da contribuição devida, consoante, aliás, preceitua o caput do art. 3º da Lei nº 10.833, de 29/12/2003. Pelo exposto, nego provimento ao recurso. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 95DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2013 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 05/03/201 3 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 10855.902706/2008-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Mar 15 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004
DCOMP. CRÉDITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO E LIQUIDAÇÃO DO DÉBITO. EFEITOS EQUIVALENTES AO DO PAGAMENTO.
Apesar de a compensação ser meio de extinção do crédito tributário distinto do pagamento, quando reconhecido crédito do contribuinte e homologada a compensação a extinção torna-se definitiva.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO DECLARADO. DCOMP. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA CARACTERIZADA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. STJ. RECURSO REPETITIVO. REPRODUÇÃO NO CARF.
Extinto, por meio de Declaração de Compensação homologada, crédito tributário antes não declarado à administração tributária, resta caracterizada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, com exclusão da multa de mora segundo interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória no âmbito do CARF.
Numero da decisão: 3401-002.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Júlio Cesar Ramos, que negava provimento.
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente
EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Adriana Oliveira de Ribeiro (Suplente), Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004 DCOMP. CRÉDITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO E LIQUIDAÇÃO DO DÉBITO. EFEITOS EQUIVALENTES AO DO PAGAMENTO. Apesar de a compensação ser meio de extinção do crédito tributário distinto do pagamento, quando reconhecido crédito do contribuinte e homologada a compensação a extinção torna-se definitiva. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO DECLARADO. DCOMP. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA CARACTERIZADA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. STJ. RECURSO REPETITIVO. REPRODUÇÃO NO CARF. Extinto, por meio de Declaração de Compensação homologada, crédito tributário antes não declarado à administração tributária, resta caracterizada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, com exclusão da multa de mora segundo interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória no âmbito do CARF.
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I. SILVICULTURA LTDA Recorrida DRJ RIBEIRÃO PRETOSP ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004 DCOMP. CRÉDITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO E LIQUIDAÇÃO DO DÉBITO. EFEITOS EQUIVALENTES AO DO PAGAMENTO. Apesar de a compensação ser meio de extinção do crédito tributário distinto do pagamento, quando reconhecido crédito do contribuinte e homologada a compensação a extinção tornase definitiva. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO DECLARADO. DCOMP. COMPENSAÇÃO HOMOLOGADA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA CARACTERIZADA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. STJ. RECURSO REPETITIVO. REPRODUÇÃO NO CARF. Extinto, por meio de Declaração de Compensação homologada, crédito tributário antes não declarado à administração tributária, resta caracterizada a denúncia espontânea prevista no art. 138 do Código Tributário Nacional, com exclusão da multa de mora segundo interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos, de aplicação obrigatória no âmbito do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Júlio Cesar Ramos, que negava provimento. JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 27 06 /2 00 8- 76 Fl. 171DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 2 EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Adriana Oliveira de Ribeiro (Suplente), Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão que manteve Despacho Decisório eletrônico homologando em parte Declaração de Compensação (DCOMP) transmitida em 29/10/2004, com créditos da Cofins e débitos desta Contribuição e do IRPJ, vencidos, respectivamente, em 14/05/2004 e 29/10/2004. Na Manifestação de Inconformidade a contribuinte requer o cancelamento da cobrança do saldo devedor, alegando que o indébito foi “atualizado” (referese à aplicação da Selic) e não resta nada a recolher. O Colegiado da DRJ manteve a homologação parcial, observando que não há controvérsia sobre o valor original do crédito da contribuinte porque esse foi julgado integralmente procedente. A divergência reside tãosomente no valor do débito compensado da Cofins ao tempo da transmissão da DCOMP, em face do acréscimo da multa de mora. Como o contribuinte deixou de incluir a multa de mora e segundo o acórdão recorrido estes são devidos, haja vista o art. 28 da IN SRF nº 460/2004 e o art. 61 da Lei nº 9.430/96, a Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente. No Recurso Voluntário, tempestivo, a interessada insiste na compensação integral, sem o cômputo da multa de mora aplicada até a data de transmissão da DCOMP, invocando a denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN. Destaca ter transmitido a DCOMP antes da DCTF retificadora, argüindo que de acordo com a jurisprudência do STJ resta caracterizada a denúncia espontânea, vez que (i) a quitação/compensação foi realizada após o vencimento do débito, (ii) foram acrescidos juros de mora ao débito compensado, (iii) a entrega da DCOMP se deu antes da entrega da DCTF e (iv) de qualquer procedimento de fiscalização. Argúi ainda não haver mora, já que possuía um crédito a ser compensado, apenas aguardando homologação, pelo que, se inaplicável o art. 138 do CTN, de todo modo deve ser afastada a multa de mora. Este Colegiado determinou diligência, visando verificar se o valor do débito compensado, e que se encontrava em atraso na data de transmissão do PER/DCOMP (por isto a contribuinte incluiu na compensação os juros de mora), já constava da DCTF original ou se foi informado apenas na DCTF retificadora. O resultado da diligência confirma que a DCTF retificadora foi transmitida em 19/11/2004 (após a DCOMP, então) e que o débito da Cofins compensado, com código da Receita 21721 (cumulativa), não constava da DCTF original. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 172 3 Pronunciandose sobre o resultado acima, a Recorrente considera que as informações da diligência confirmam a caracterização da denúncia espontânea, reiterando o pedido pela compensação integral. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator O resultado da diligência confirma que a DCTF retificadora foi transmitida em 19/11/2004 (após a DCOMP, então) e que o débito da Cofins compensado, com código da Receita 21721 (cumulativa), não constava da DCTF original. A primeira DCTF contemplava somente Cofins sob o código 58561, próprio do regime nãocumulativo, cujo valor na DCTF retificadora foi reduzido. Como pagamento foi efetuado no montante original, originouse o indébito compensado por meio da DCOMP ora em debate. O litígio, como já definido com precisão no voto que resultou da diligência, versa unicamente sobre a exigência (ou não) da multa ofício, na situação em que a contribuinte transmite PER/DCOMP compensando débito em atraso, quando considerada a data da transmissão. Para a Recorrente a denúncia restou caracterizada e, por isso, descabe a multa de mora, de modo que deviam ser exigidos apenas o principal e os juros de mora incidentes entre a data de vencimento do débito compensado e a de transmissão do PER/DCOMP. Reconhecendo que o tema é controverso e já adotei interpretação diversa em julgamentos anteriores, curvome à interpretação do STJ quanto à exclusão da multa de mora na hipótese da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN, que na situação dos autos vejo caracterizada por não haver dúvida quanto ao crédito da Recorrente. A Turma da DRJ, ao manter a homologação parcial, observou que não há controvérsia sobre o valor original do crédito da contribuinte porque esse foi julgado integralmente procedente. A divergência reside tãosomente no valor do débito compensado ao tempo da transmissão da DCOMP, em face do acréscimo da multa de mora. Sendo certo o reconhecimento do crédito informado na DCOMP, a compensação declarada nos termos da Medida Provisória nº 66, convertida na Lei nº 10.637, ambas de 2002, equiparase ao pagamento por não restar mais dúvida quanto à extinção do crédito tributário. Assim, as condições exigidas pelo art. 138 do CTN, para fins de caracterização da denúncia espontânea defendida pela Recorrente, e consoante interpretação do STJ em Recurso Repetitivo, estão satisfeitas: o débito constante da DCOMP (no caso, a Cofins sob o Código 58561) não foi informado antes à Receita Federal e houve a sua liquidação por meio da compensação (no lugar do pagamento a que se refere o texto do citado art. 138) Caracterizada a denúncia espontânea, a multa moratória deve ser excluída por ser obrigada a aplicação da jurisprudência do STJ, como determinada pelo art. 62A do Fl. 173DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 4 RICARF (Anexo II da Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, modificado pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010)1. Segundo julgamentos do STJ na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, a exemplo do Recurso Especial nº 1149022SP, temse o seguinte, verbis: 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes.(AC) Fl. 174DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 173 5 de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ, Primeira Seção, REsp 1149022, unânime, Relator Min. Luiz Fux, trânsito em julgado em 30/08/2010) Apesar de a compensação ser meio de extinção do crédito tributário distinto do pagamento, homologada a compensação de débito antes não declarado à administração tributária, a extinção tornase definitiva (antes era precária por se submeter a ulterior homologação, nos termos do regime introduzido pela Medida Provisória nº 66, convertida na Lei nº 10.637, ambas de 2000). Na sistemática da compensação introduzida pela MP nº 66, 2002, em que a compensação extingue o crédito tributário, há de se admitir que o contribuinte pode, no lugar do pagamento, preferir compensar o que deve com o crédito que possui. Afinal, não se pode exigir do contribuinte detentor de crédito junto à Fazenda Pública que efetue, a fim de caracterizar a denúncia espontânea, pagamento que pode ser suprido pela compensação. À opção dele, pode ser feito o pagamento do débito confessado espontaneamente ou declarada a compensação a extinguir o débito, extinção esta que poderá ficar sem efeito caso não homologada a compensação. A corroborar a interpretação ora adotada, o Acórdão sob o nº 340101.045, desta Turma sob a relatoria do ilustre Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, processo nº 11516.002888/200714, sessão de 30/09/2010. Destacando que naquela ocasião adotei posição diversa, transcrevo os fundamentos daquele julgado, que é orientado, inclusive, por julgado do STJ, tudo conforme adiante: Inicialmente, de se ressaltar duas características da Dcomp, quais sejam, a de que, nos termos do parágrafo 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, acrescentado pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002, “A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” (grifei), e a de que, nos termos do parágrafo 6º do mesmo art. 74, acrescentado pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003, “A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados.” (grifei) Fl. 175DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 6 Para mim, embora o artigo 138 do CTN refirase a pagamento e a compensação seja apenas uma forma de extinção do crédito tributário, que não o pagamento, há que se considerar os efeitos idênticos em ambos os casos, ou seja, ambos, o pagamento e a compensação, quando homologados, extinguem o crédito na data em que realizados, isto é, respectivamente, na data do pagamento e na data da entrega da Dcomp. Para referendar a minha linha de raciocínio, lembro o teor do parágrafo 1º do art. 150 do Código Tributário Nacional, segundo o qual “O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento”. (grifei) A relevância das observações constantes dos parágrafos acima está no fato de que, neste caso, haverá a prevalência dos efeitos da entrega das Dcomp (pagamento) sobre os decorrentes da entrega das DCTF (confissão), visto que a entrega daquelas ocorreu antes da entrega dessas. Explicando melhor e situando os fatos no contexto da discussão, o “pagamento” do PIS/Pasep do período de apuração de dezembro de 2004, vencido em 14/01/2005, ocorreu por meio das Dcomp entregues no dia 31/01/2005, enquanto que a entrega da DCTF do 4º trimestre de 2004, que também é forma de constituição dos créditos tributários, só veio ao conhecimento do Fisco em 11/02/20052, após, portanto, a ocorrência do “pagamento” que ocorreu, frisese, acrescido dos juros de mora. Esclarecimento adicional não menos importante se faz necessário em faz das retificações havidas nas Dcomp originais, isto é, embora as retificadoras tenham sido entregues em 05/05/2005, o encontro de contas, ou as compensações, levou em conta a data de entrega das Dcomp originais, ou seja, em 31/01/2005. Assim, no presente caso, em que a interessada, antes de apresentar a DCTF indicando os débitos em atraso e antes de qualquer iniciativa do Fisco relacionada à cobrança desses débitos, procedeu, janeiro de 2005, via entrega da Dcomp, à confissão e à “extinção” daqueles débitos vencidos em 12/11/2004, com juros de mora, resta caracterizada a denúncia espontânea de que trata o art. 138 do Código Tributário Nacional, na linha do entendimento manifestado pelo STJ, que, à propósito e em situação semelhante a esta, assim se manifestou no AgRg no REsp 1136372/RS, T1, Ministro Hamilton Carvalhido, votação unânime, julgamento em 04/05/2010, Dje 04/05/2010: ‘AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOCORRÊNCIA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA OU PUNITIVA. POSSIBILIDADE. IMPROVIMENTO. 1. (...). 2 Vide "Consulta Declarações DCTF", por mim anexado ao eprocesso. Fl. 176DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 174 7 2. Caracterizada a denúncia espontânea, quando efetuado o pagamento do tributo em guias DARF e com a compensação de vários créditos, mediante declaração à Receita Federal, antes da entrega das DCTFs e de qualquer procedimento fiscal, as multas moratórias ou punitivas devem ser excluídas. 3. Agravo regimental improvido.’ Colhese da referida decisão a informação de que o Recurso Especial então interposto pela Fazenda Nacional atacara o Acórdão da Primeira Turma do TRF da 4ª Região, assim ementado: ‘TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO INTEGRAL DO TRIBUTO MEDIANTE GUIAS DARF E COMPENSAÇÃO DECLARADA À RECEITA FEDERAL. EXCLUSÃO DA MULTA.COMPENSAÇÃO. 1. O pagamento espontâneo do tributo, antes de qualquer ação fiscalizatória da Fazenda Pública, acrescido dos juros de mora previstos na legislação de regência, enseja a aplicação do art. 138 do CTN, eximindo o contribuinte das penalidades decorrentes de sua falta. 2. O art. 138 do CTN não faz distinção entre multa moratória e multa punitiva, aplicandose o favor legal da denúncia espontânea a qualquer espécie de multa. 3. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, declarados em DCTF e pagos com atraso, o contribuinte não pode invocar o art. 138 do CTN para se exonerar da multa de mora, consoante a Súmula nº 360 do STJ. Tal entendimento deriva da natureza jurídica da DCTF, GFIP ou outra declaração com idêntica função, uma vez que, formalizando a existência do crédito tributário, possuem o efeito de suprir a necessidade de constituição do crédito por meio de lançamento e de qualquer ação fiscal para a cobrança do crédito. 4. Todavia, enquanto o contribuinte não prestar a declaração, mesmo que recolha o tributo extemporaneamente, desde que pelo valor integral, permanece a possibilidade de fazer o pagamento do tributo sem a multa moratória, pois nesse caso inexiste qualquer instrumento supletivo da ação fiscal. 5. A exegese firmada pelo STJ é plenamente aplicável às hipóteses em que o tributo é pago com atraso, mediante PER/DCOMP, antes de qualquer procedimento do Fisco e, por extensão, da entrega da DCTF. A declaração de compensação realizada perante a Receita Federal, de acordo com a redação do art. 74 da Lei nº 9.430/96, dada pela Lei nº 10.637/2002, extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Até que o Fisco se pronuncie sobre a homologação, seja expressa ou tacitamente, no prazo de cinco anos, a compensação tem o mesmo efeito do pagamento antecipado. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 8 6. A multa, por força do art. 113, § 1º, do CTN, é alçada à categoria de obrigação tributária principal, submetendose ao mesmo regime de constituição, inscrição em dívida ativa e execução dos tributos. Tornandose irrelevante a distinção doutrinária quanto à natureza jurídica da multa, é possível a compensação, desde que o encontro de contas seja feito perante o ente responsável pela arrecadação, fiscalização e lançamento do tributo’ E que os argumentos lançados pela Fazenda Nacional para fustigar o mérito do referido Acórdão foram os de que teriam sido violados os artigos 138 e 113, parágrafos 2º e 3º do Código Tributário Nacional, bem como o artigo 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, porque: ‘(...) Ora, não efetuado o pagamento do tributo devido, mas apenas o pagamento de valor que a parte entendeu como correto, ou seja, sem a multa moratória, descabida a aplicação da denúncia espontânea, em frontal afronta ao disposto nos artigos retro transcritos. A recorrida entende indevida a multa moratória, alegando que, no caso de mera inadimplência, ao efetuar o pagamento em momento anterior a qualquer atividade do Fisco, estaria caracterizada a denúncia espontânea prevista no artigo 138 do CTN. Sem razão, contudo, considerando que a multa moratória não deve ser excluída em face da denúncia espontânea, que, consoante estabelece o artigo 138, está relacionada à responsabilidade por infrações. Isto porque a multa moratória não se constitui em penalidade por infração à legislação tributária, como refere o eminente tributarias Ruy Barbosa Nogueira: (...) Não merece prosperar, portanto a pretensão da recorrida de eximirse do pagamento da multa moratória, sob a alegação de que efetuou o pagamento espontaneamente. Ora, o recolhimento do tributo se deu fora do prazo, estando sujeito ao acréscimo da multa moratória, não se tratando, no caso, de aplicação de multa de ofício, hipótese em que deveria ser observado o disposto no artigo 138 do CTN. Tratase no presente caso, de tributo sujeito ao lançamento por homologação, cujo montante foi recolhido fora do prazo legalmente previsto, mas espontaneamente pago pelo contribuinte. Em tal hipótese, não há se falar em multa punitiva, mas, sim, de aplicação da multa moratória, porque prevista em lei, como medida de garantia indenizatória. (...) Fl. 178DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 175 9 Outrossim, vale seja recordado que a legislação prevê que em casos como o dos autos, em que exista débito tributário impago e informado pelo contribuinte, através de declaração de compensação, não é necessário o lançamento do débito, uma vez que devidamente confessado. Desse modo, havendo previsão normativa afirmando a suficiência da declaração do contribuinte a respeito de sua situação fiscal, é legítima a recusa da Fazenda em reconhecer a espontaneidade do recolhimento. Porque a espontaneidade implica, isto sim, em pagamento do débito ao mesmo tempo que o confessa. Assim, se há legislação tornando dispensável o lançamento e considerando formalizado o crédito tributário, em documento que se tem o valor de confissão de dívida, não há como se exigir o lançamento fiscal para caracterizar a exigibilidade da multa. De outro viés, fica afastada, por certo, eventual multa de ofício, eis que o contribuinte declarou dever o tributo. Mas, como já dito acima, multa de ofício não se confunde com multa moratória, esta última devida simplesmente pelo pagamento a destempo, da mesma forma como é devida a multa nas hipóteses em que se atrasa o pagamento de prestações outras, tais como cartões de crédito, condomínio, prestações habitacionais, etc. (...)’ Negando seguimento ao referido Recurso Especial, assim se manifestou a autoridade Judicial: ‘(...) Tudo visto e examinado, decido. Esta é a letra do acórdão recorrido, particularmente a parte em que o Tribunal a quo afirma que o contribuinte efetuou o pagamento do tributo antes do início de qualquer procedimento fiscalizatório do Fisco ou antes, sequer, da entrega da respectiva declaração tributária: (...) A exegese firmada pelo STJ é plenamente aplicável às hipóteses em que o tributo é pago com atraso, mediante PER/DCOMP, antes de qualquer procedimento do Fisco e, por extensão, da entrega da DCTF. O que ocorre, na verdade, é que a declaração de compensação realizada perante a Receita Federal, de acordo com a redação do art. 74 da Lei nº 9.430/96, dada pela Lei nº 10.637/2002, extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Na sistemática dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a compensação equivale ao pagamento antecipado, visto que o sujeito passivo, ao invés de recolher o valor do tributo em pecúnia, registra na escrita fiscal o crédito oponível ao Fisco e o informa na PER/DCOMP. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 10 Em outras palavras, até que o Fisco se pronuncie sobre a homologação, seja expressa ou tacitamente, no prazo de cinco anos, a compensação tem o mesmo efeito do pagamento antecipado. Este entendimento coadunase com a jurisprudência deste Tribunal e do STJ, consoante os acórdãos a seguir transcritos: (...) In casu, a autora promoveu o pagamento em guias DARF e a compensação de vários créditos, mediante declaração à Receita Federal, antes da entrega das DCTFs e de qualquer procedimento fiscal. Resta configurada, por conseguinte, a denúncia espontânea, fazendo jus à restituição dos valores pagos a título de multa moratória. (...)" Nesse passo, verificase estar caracterizada a denúncia espontânea, eis que não houve a constituição do crédito tributário, seja mediante declaração do contribuinte, seja mediante procedimento fiscalizatório do Fisco, anteriormente ao seu respectivo pagamento, o que, in casu, se deu com a compensação de tributos. Ademais, a compensação efetuada possui efeito de pagamento sob condição resolutória, ou seja, a denúncia espontânea será válida e eficaz, salvo se o Fisco, em procedimento homologatório, verificar a ocorrência de algum erro na operação de compensação.’ (...) No tocante à validade e eficácia imediata do pedido de compensação, colaciono os seguintes precedentes: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO NÃO DECIDIDO PELO FISCO SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO POSSIBILIDADE. 1. O pedido de compensação na esfera administrativa, mesmo anteriormente à nova redação do art. 74 da Lei 9.430/96, suspende a exigibilidade do crédito tributário porque enquanto pendente discussão administrativa, a dívida carece de certeza (existência) e exigibilidade. Precedente da Primeira Seção. 2. A processualidade administrativa é instrumento de acertamento do crédito tributário, além de conferir legitimidade ao título extrajudicial fazendário (CDA) pela participação em contraditório do contribuinte, razão pela qual se lhe deve render toda a eficácia possível. 3. Recurso especial provido." (REsp 972.531/AL, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/10/2009, DJe 27/11/2009). TRIBUTÁRIO – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – COMPENSAÇÃO –HOMOLOGAÇÃO INDEFERIDA PELA ADMINISTRAÇÃO – RECURSO ADMINISTRATIVO PENDENTE –SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO TRIBUTO Fl. 180DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 176 11 – FORNECIMENTO DE CERTIDÃO POSITIVA COM EFEITO DE NEGATIVA. 1. As impugnações, na esfera administrativa, a teor do CTN, podem ocorrer na forma de reclamações (defesa em primeiro grau) e de recursos (reapreciação em segundo grau) e, uma vez apresentadas pelo contribuinte, têm o condão de impedir o pagamento do valor até que se resolva a questão em torno da extinção do crédito tributário em razão da compensação. 2. Interpretação do art. 151, III, do CTN, que sugere a suspensão da exigibilidade da exação quando existente uma impugnação do contribuinte à cobrança do tributo, qualquer que seja esta. 3. Nesses casos, em que suspensa a exigibilidade do tributo, o fisco não pode negar a certidão positiva de débitos, com efeito de negativa, de que trata o art. 206 do CTN. 4. Embargos de divergência providos." (EREsp 850332/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/05/2008, DJe 12/08/2008). Uma vez configurada a denúncia espontânea no presente caso, passo à análise da outra questão suscitada pela recorrente, qual seja, a de que a denúncia espontânea não exclui o contribuinte do pagamento da multa moratória. Sobre o tema, o Superior Tribunal de Justiça possui firme entendimento de que o artigo 138 do CTN, ao ressalvar o contribuinte do pagamento de multa, não fez diferenciação entre multa punitiva e a multa moratória, motivo pelo qual não cabe ao intérprete fazêlo, pena de restrição indevida do âmbito de incidência normativo’. Nas suas razões de Agravo, a Procuradoria da Fazenda Nacional alegou: ‘(...) De início, ponderase acerca da legalidade do julgamento monocrático da presente causa, uma vez que a matéria objeto desta demanda não se enquadra nas hipóteses no art. 557, do CPC (...) Perceba Excelência que a decisão não poderia ter sido proferida monocraticamente, eis que não se afigura presente qualquer das hipóteses autorizadoras previstas no art. 557, do CPC. A pretensão recursal deduzida pela União não contraria súmula ou entendimento jurisprudencial predominante deste STJ, nem do STF, muito menos de qualquer outro Tribunal Superior. (...) Ademais, mesmo no mérito, a r. Decisão agravada merece reparos (...) Fl. 181DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 12 Com efeito, vêse que a caracterização do instituto da denúncia espontânea demanda o pagamento do tributo devido e dos juros de mora. Em tese, é possível que se considere o pedido de compensação como efetivo pagamento, caso se paute por uma concepção genérica do termo pagamento. Todavia, da detida análise do CTN, aferese que o referido Código pautase por uma concepção estrita dos referidos termos, uma vez que diferencia pagamento e compensação (...) Outrossim, o Capítulo IV do Código Tributário Nacional é subdividido em seções, sendo que o pagamento e a compensação são tratados em seções distintas, nas quais são esmiuçadas as particularidades das referidas formas de extinção do crédito tributário . Ora, diante da concepção restrita do termo pagamento propugnada pelo Código Tributário Nacional, não cabe o alargamento de seu conceito, de modo a permitir que o contribuinte que formalize pedido de compensação possa beneficiarse do instituto da denúncia espontânea. Destarte, se o art. 138 do CTN exige pagamento do tributo e dos juros de mora, e o mesmo Código diferencia pagamento de compensação, é de se concluir que não se configura hipótese de denúncia espontânea no caso em que o contribuinte formaliza pedido de compensação de tributos’. E, finalmente, enfrentandoas, o Ministro Hamilton Carvalhido, acompanhado pelos Ministros Luiz Fux, Teori Albino Zavascki e Benedito Gonçalves (Presidente), assim se posicionou: ‘(...) In casu, negouse seguimento ao recurso especial interposto, com fulcro na jurisprudência dominante, por "(...) estar caracterizada a denúncia espontânea, eis que não houve a constituição do crédito tributário, seja mediante declaração do contribuinte, seja mediante procedimento fiscalizatório do Fisco, anteriormente ao seu respectivo pagamento, o que, in casu, se deu com a compensação de tributos." Tal entendimento se compatibiliza com as hipóteses traçadas no artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, que autoriza o Relator a negar seguimento a recurso, quando contrário à jurisprudência dominante do respectivo tribunal, restando consolidado, ainda com mais força, o entendimento dominante do Superior Tribunal de Justiça. De resto, merece prevalecer a decisão ora agravada, posto que, uma vez configurada a denúncia espontânea no presente caso, passo à análise da outra questão suscitada pela recorrente, qual seja, a de que a denúncia espontânea não exclui o contribuinte do pagamento da multa moratória. (...) Pelo exposto, nego provimento ao agravo regimental. É O VOTO.’ Fl. 182DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10855.902706/200876 Acórdão n.º 3401002.101 S3C4T1 Fl. 177 13 Assim, repito, no presente caso, em que a interessada, por meio da entrega da Dcomp extinguiu o débito em atraso antes de ter levado ao conhecimento do Fisco tal fato, resta caracterizada a denúncia espontânea de que trata o art. 138 do Código Tributário Nacional, na linha do entendimento manifestado pelo STJ e das demais considerações por mim expostas acima. Pelo exposto, dou provimento ao Recurso. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 183DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 08/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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Numero do processo: 10580.900432/2006-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003
RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. STJ. RECURSO REPETITIVO.
Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62-A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, é devida a incidência da Selic no ressarcimento do IPI quando há oposição ilegítima do Fisco.
Numero da decisão: 3401-001.942
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário interposto nos termos do voto do Relator.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Ângela Sartori - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori, Jean Cleuter Mendonça Simões.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. STJ. RECURSO REPETITIVO. Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, é devida a incidência da Selic no ressarcimento do IPI quando há oposição ilegítima do Fisco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial ao Recurso Voluntário interposto nos termos do voto do Relator. Júlio César Alves Ramos – Presidente Ângela Sartori Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori, Jean Cleuter Mendonça Simões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 04 32 /2 00 6- 96 Fl. 689DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de Pedido de Ressarcimento com crédito de IPI, relativo ao 1º trimestre de 2003, solicitado no valor de R$ 173.830,43 concomitantemente para compensar débitos de IRPJ, CSLL e COFINS, débitos dos períodos de 04/2003 e 05/2003. A PER/DCOMP foi transmitida em 14/06/2003. O pedido de Ressarcimento foi transmitido sob o número nº 01328.41277.140603.1.1.011424 e a Declaração de Compensação sob o nº 17229.23776.140603.1.3.015315, no qual foi utilizado o valor de R$ 152.560,11. Para verificar a exatidão do cálculo do crédito presumido em 2003 a fiscalização apurou, a partir da documentação fiscal e contábil do contribuinte, os valores de receita bruta, receita de exportação e consumo de materiais no processo produtivo, assim como os valores de estoque de matériasprimas, produtos auxiliares e materiais de embalagem, necessários aos ajustes determinados pelas normas regentes do imposto. Ocorre que após obter esses valores foi feito a comparação com os valores informados nos demonstrativos de cálculo de crédito presumido de IPI – DCP´s trimestrais, do ano de 2003. Com essa análise se constatou que havia vários erros de preenchimentos nas referidas DCP´s, assim como várias diferenças, obrigando a fiscalização a preencher novamente os demonstrativos para chegar aos valores corretos de crédito de IPI. Com base nessas informações, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador – BA, através do Despacho Decisório DRF/SDR nº 0091/2008, não homologou as compensações por não ter verificado a existência de saldo credor após a dedução do tributo devido, verbis; Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 Ementa: O direito à compensação de débitos com crédito referente à Ressarcimento de IPI depende da existência do saldo credor, após dedução do imposto devido. Rest/Ress. deferido Comp. não homologada Em 13/05/2008, a Recorrente protocolou, tempestivamente, Manifestação de Inconformidade de fls. 160/172 e anexos de fls. 173/244. Em 26/08/2009, foi prolatado o Acórdão nº 1520.411 da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em SalvadorBA, fls. 249/252, o qual considerou procedente em parte a manifestação de inconformidade, expressando seu entendimento por meio da seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 Fl. 690DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.900432/200696 Acórdão n.º 2403001.924 S2C4T3 Fl. 6 3 RESSARCIMENTO. Reconhecese a parcela do saldo credor que remanesceu na escrituração após dedução do imposto devido e estornos dos valores requeridos em PER/DCOMP anteriores. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. A manifestação de inconformidade apresentada a partir de 30/10/2003, data da vigência da Lei n° 10.833, de 2003, suspende a exigibilidade dos débitos cuja compensação foi considerada nãohomologada, abrangendo tão somente os débitos confessados em declaração própria. RESSARCIMENTO. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. Por ausência de previsão legal, descabe falarse em atualização monetária ou juros incidentes sobre o eventual valor a ser objeto de ressarcimento. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte” Inconformada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 255/268, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ, com os seguintes argumentos: Síntese dos Fatos Inicialmente informa que se trata de uma indústria produtora de chapas de acrílico, cuja parte de sua produção é destinada ao exterior, o que lhe daria direito a usufruir do benefício fiscal previsto nas leis 9.363/96 e 10.276/01, ou seja, crédito presumido de IPI. Assim, procedeu com o levantamento de seu crédito de IPI, bem como com os pedidos de Ressarcimento e declarações de compensação, as quais não foram homologadas, sob o fundamento de que não haveria crédito suficiente para o ressarcimento 1º trimestre de 2003. Que foi reconhecido apenas R$ 63.658,31 de crédito pela Delegacia Regional de Julgamento DRJ, homologando as compensações até o limite do crédito reconhecido. Das Razões de Direito que Justificam a Reforma do V. Acórdão Recorrido A Recorrente alega que no primeiro trimestre de 2003, conforme Demonstrativo de Crédito Presumido de IPI e livro registro de apuração do IPI, acumulou saldo credor no montante de R$ 184.512,65 (cento e oitenta e quatro mil, quinhentos e doze reais e sessenta e cinco centavos). Após diligência fiscal no estabelecimento da Recorrente foi constatado divergências no crédito presumido apurado durante o exercício de 2003, consoante Termo de Fl. 691DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Verificação Fiscal, relativo ao processo administrativo n° 10580.003170/200377, o que ensejou o indeferimento do pedido de ressarcimento pela DRF. Ocorre que, a fiscalização teria deixado de considerar o pagamento realizado pela Recorrente no valor de R$ 1.205.152,22, a título de credito negativo de 2003, quando o valor correto seria R$ 66.607,49, conforme anexado às fls. 304 dos autos. Alega assim, que o valor recolhido a maior é suficiente para cobertura dos valores escriturados a maior no exercício, bem como em relação ao saldo negativo originário de 2002. Cumpre destacar que o valor de R$ 188.277,78, escriturado a maior pela Recorrente, foi objeto de lançamento de ofício, controlado no processo administrativo n° 10580.04609/200711, cuja procedência foi reconhecida pela empresa com o pagamento integral do valor devido, fls. 311/320. Assim, o pagamento de R$ 1.205.152,22, seria suficiente para cobertura dos valores apropriados a maior pela Recorrente, exceto nos meses de outubro, novembro e dezembro, cujo valor acumulado (R$ 188.277,78), repitase, foi objeto de lançamento de ofício e devidamente quitado pela empresa. Após o julgamento do processo nº 10580.900433/200631, relativo do crédito de IPI acumulado do 2º trimestre de 2003, foi realizada nova diligência fiscal na qual foi reconhecido o crédito de IPI do 1º trimestre de 2003 no montante de R$ 184.512,65. Assim, já tendo sido utilizado o montante de R$ 120.854,34 nas declarações de compensação apresentadas, no processo nº 10580.003170/200370 foi reconhecido apenas o saldo de R$ 63.658,31. Ocorre que, no demonstrativo de reconstituição de escrita fiscal já está considerando os estornos do crédito relativo ao processo administrativo nº 10580.003170/2003 70, isto porque teria havido um equívoco nos campos “10 e 11”, conforme fls. 330/336. Dessa forma, os débitos considerados no novo demonstrativo de reconstituição fiscal nos 3º decêndios de Fev/Mar e Abr/2003 já estão considerando os débitos por saídas no mercado nacional, bem como os estornos de créditos relativos às compensações formalizadas no processo administrativo nº 10580.003170/200370. Destarte, pugna pelo reconhecimento do crédito no montante de R$ 184.512,65 para fins de apreciação do presente processo administrativo, não devendo ser deduzido qualquer valor decorrente do processo administrativo de ressarcimento nº 10580.003170/200370. Da aplicação da Taxa Selic A Recorrente requer além do reconhecimento creditório, a incidência de juros pela Taxa Selic para corrigir seu crédito. Alega que o ressarcimento é uma espécie de restituição e que as mesmas regras aplicadas a este devem ser aplicadas àquele, devendo por via de conclusão ser aplicado a taxa Selic sobre o valor a ser ressarcido, nos termos do art. 39, §4º da lei nº 9.250/95. Fl. 692DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.900432/200696 Acórdão n.º 2403001.924 S2C4T3 Fl. 7 5 Por fim colaciona trechos do acórdão nº 0201.160 prolatado pelo Conselho administrativo de recursos Fiscais – CARF, no qual é determinado a aplicação da taxa Selic sobre indébitos tributários. É o relatório. Fl. 693DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Voto O Recurso é tempestivo e segue os pressupostos de admissibilidade por isto dele tomo conhecimento. Quanto à parte que diz respeito à aplicação (ou não) de juros com base na taxa Selic sobre a parcela do ressarcimento deferido cabe dar provimento para admitir a aplicação da referida taxa a partir da data do protocolo do pedido de ressarcimento, haja vista o art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça na sistemática de recurso repetitivo. Ao tema ressarcimento não se aplica o mesmo tratamento próprio da restituição ou compensação, curvo à posição do STJ, levando em conta o art. 62A do Anexo II do RICARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, que dispõe o seguinte: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes A corroborar a aplicação dos juros Selic sobre a parte do ressarcimento deferida na origem, na esteira da interpretação do STJ, o Acórdão nº 9303001471, da 3ª Turma da CSRF, prolatado em 31/05/2011 à unanimidade e que negou provimento ao Recurso Especial nº 124456, do Procurador da Fazenda Nacional. Nesse julgado da CSRF o relator, ilustre Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, menciona o Recurso Especial nº 993164/MG, julgado pela 1ª Seção do STJ na sessão de 13/12/2010, cuja ementa informa o seguinte: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO Fl. 694DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.900432/200696 Acórdão n.º 2403001.924 S2C4T3 Fl. 8 7 NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(STJ, 1ª Turma, REsp993164/ MG, Relator Min. Luiz Fux, unânime). Destarte, devem ser aplicados juros com base na taxa Selic, a partir da data de protocolo do pedido de ressarcimento. Em relação ao crédito propriamente dito, tendo o interessado aproveitado o montante de R$120.854,34, utilizado para fins de compensação nas DCOMP apresentadas no processo n°10580.003170/200377, cabe reconhecer neste voto o direito a ressarcimento do crédito do IPI da diferença do saldo credor passível de utilização no valor de R$ 63.658,31 nos termos da decisão da DRJ. Pelo exposto, dou provimento parcial ao Recurso Voluntário interposto, para aplicar a taxa Selic sobre a parcela ressarcida, a partir do protocolo do pedido. Angela Sartori (assinado digitalmente) Fl. 695DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 Fl. 696DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 11020.912253/2009-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2003 a 30/11/2003
MATÉRIA AUSENTE DA IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO.
É inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício.
DCOMP. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS. INDEFERIMENTO.
Tratando-se de restituição o ônus de provar a existência do indébito é do contribuinte, pelo que se indefere Declaração de Compensação justificada sob a alegação genérica de erro na apuração do tributo e acompanhada apenas de DCTF retificada após o despacho decisório na origem.
Numero da decisão: 3401-002.149
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso quanto à matéria não arguida na primeira instância, e na parte conhecida negar provimento, nos termos do voto do Relator.
JÚLIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente
EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/2003 a 30/11/2003 MATÉRIA AUSENTE DA IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. É inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício. DCOMP. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS. INDEFERIMENTO. Tratando-se de restituição o ônus de provar a existência do indébito é do contribuinte, pelo que se indefere Declaração de Compensação justificada sob a alegação genérica de erro na apuração do tributo e acompanhada apenas de DCTF retificada após o despacho decisório na origem.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso quanto à matéria não arguida na primeira instância, e na parte conhecida negar provimento, nos termos do voto do Relator. JÚLIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
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LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 2º, III Recorrente BOMBARDELLI COMPONENTES LTDA Recorrida DRJ PORTO ALEGRERS ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2003 a 30/11/2003 MATÉRIA AUSENTE DA IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. É inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício. DCOMP. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS. INDEFERIMENTO. Tratandose de restituição o ônus de provar a existência do indébito é do contribuinte, pelo que se indefere Declaração de Compensação justificada sob a alegação genérica de erro na apuração do tributo e acompanhada apenas de DCTF retificada após o despacho decisório na origem. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso quanto à matéria não arguida na primeira instância, e na parte conhecida negar provimento, nos termos do voto do Relator. JÚLIO CESAR ALVES RAMOS Presidente EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 22 53 /2 00 9- 52 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da DRJ, que mantendo despacho decisório eletrônico da origem julgou improcedente Manifestação de Inconformidade relativa à Declaração de Compensação (DCOMP) cujo crédito alegado é da Cofins. O direito creditório não foi reconhecido na origem em razão de o DARF indicado como pagamento indevido ou a maior constar como integralmente aproveitado para quitação do respectivo débito. Na Manifestação de Inconformidade a empresa alega que o indébito tem origem em recolhimento indevido, por terem sido computados na base de cálculo da Contribuição valores repassados a terceiros. Afirma que deixou de excluir da base de cálculo as deduções previstas no art. 3º, § 2º, da Lei nº 9.718, de 1998, especialmente aquela prevista no inciso III do referido parágrafo, arguindo que a inexistência de norma regulamentadora não pode restringir as deduções. Transcreve decisões judiciais favoráveis às exclusões apontadas, citando o art. 66 da Lei 8.383, de 1991, e defendendo o direito à compensação. A DRJ manteve o indeferimento, levando em conta, primeiro, que a restituição ou compensação tributária está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do indébito, o que não ocorreu neste processo, e segundo, que o inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 não possuía força executória, por depender de norma regulamentadora, não editada até a sua revogação pela MP nº 1.991, de 2000. No Recurso Voluntário, tempestivo, a contribuinte insiste na compensação, introduzindo alegação nova ausente da Manifestação de Inconformidade ao afirmar que o indébito decorre de recolhimento indevido a título de PIS, apurado com base nos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449, de 1988. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo Fiscal, pelo que dele conheço, exceto no que alega se tratar de indébito com origem em recolhimento indevido a título de PIS, cuja apuração teria se dado com base nos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449, de 1988. Ao defender, apenas na peça recursal, que o pagamento indevido teria tal origem, a contribuinte introduz matéria que não deve ser conhecida nesta segunda instância. Por ter sido abordada apenas em sede recursal, resta impossibilidade o seu conhecimento em face da preclusão. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 11020.912253/200952 Acórdão n.º 3401002.149 S3C4T1 Fl. 61 3 Na lição de Chiovenda, repetida por Luiz Guilherme Marioni e Sérgio Cruz Arenhart, temse que:1 ... a preclusão consiste na perda, ou na extinção ou na consumação de uma faculdade processual. Isso pode ocorrer pelo fato: i) de não ter a parte observado a ordem assinalada pela lei ao exercício da faculdade, como os termos peremptórios ou a sucessão legal das atividades e das exceções; ii) de ter a parte realizado atividade incompatível com o exercício da faculdade, como a proposição de uma exceção incompatível com outra, ou a prática de ato incompatível com a intenção de impugnar uma decisão; iii) de ter a parte já exercitado validamente a faculdade A cada uma das situações acima corresponde, respectivamente, os três tipos de preclusão: a temporal, a lógica e a consumativa. No caso em tela ocorreu a preclusão temporal, consistente na perda da oportunidade que o contribuinte teve para tratar, já que na Manifestação de Inconformidade alegou origem diversa para o indébito – teria deixado de excluir da base de cálculo as deduções previstas no art. 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718, de 1998. Caso não incorresse em preclusão e tivesse repetido na peça recursal a alegação escorada no citado inc. III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, de todo modo não assistiria razão à Recorrente, como já decidiram o órgão de origem e a DRJ. É que o referido inciso foi revogado pelo art. 47, IV, "b", da MP nº 1.99118, de 09/06/2000, atual MP 2.15835, de 24/08/2001, antes de ter sido regulamentado. O poder atribuído ao Executivo para regulamentar o inc. III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 nada tem de ilegal ou inconstitucional. Neste sentido já assentou o STJ, inclusive, como se observa no julgado abaixo: RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO E TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. LEI N.º 9.718/98, ARTIGO 3º, § 2º, INCISO III. NORMA DEPENDENTE DE REGULAMENTAÇÃO. REVOGAÇÃO PELA MEDIDA PROVISÓRIA N.º 199118/2000. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 97, IV, DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. DESPROVIMENTO. 1. Se o comando legal inserto no artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 previa que a exclusão de crédito tributário ali prevista dependia de normas regulamentares a serem expedidas pelo Executivo, é certo que, embora vigente, não teve eficácia no mundo jurídico, já que não editado o decreto regulamentador, a citada norma foi expressamente revogada com a edição de MP 199118/2000. Não comete violação ao artigo 97, IV, do Código 1 MARIONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz Arenhart. Manual do Processo do Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 665, apud CHIOVENDA, Giuseppe. "Cosa giudicata e preclusione", in Saggi di diritto processuale civile. Milano: Giuffrè, 1993, vol. 3, p. 233. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 4 Tributário Nacional o decisório que em decorrência deste fato, não reconhece o direito de o recorrente proceder à compensação dos valores que entende ter pago a mais a título de contribuição para o PIS e a COFINS. 2. "In casu", o legislador não pretendeu a aplicação imediata e genérica da lei, sem que lhe fossem dados outros contornos como pretende a recorrente, caso contrário, não teria limitado seu poder de abrangência. 3. Recurso Especial desprovido. (Superior Tribunal de Justiça, Resp n° 445.452 RS (2002∕00836607) DJ de 10/03/2003, Relator Min. José Delgado). A decisão acima produz a melhor interpretação, ao determinar que o citado dispositivo, não produziu eficácia no período em que vigente – até ter sido revogado pelo art. 47, IV, "b", da MP nº 1.99118, de 09/06/2000, atual MP 2.15835, de 24/08/2001 , em virtude da ausência de regulamentação. Vem, a interpretação do STJ, ao encontro do Ato Declaratório do Secretário da Receita Federal nº 56, de 20/07/2000, segundo o qual a norma veiculada pelo III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 é ineficaz, para fins de eventual exclusão de valores que, computados como receita bruta, hajam sido transferidos para outra pessoa jurídica. Por fim, ressalto que em pedido de restituição ou ressarcimento o ônus de provar a existência do indébito é do sujeito passivo. Sendo assim, a alegação genérica de pagamento indevido ou a maior precisava ser esclarecida. Cabia à Recorrente evidenciar com precisão e de modo não contraditório a origem do indébito, para que esse pudesse ser reconhecido e a compensação homologada. Tendo acontecido o contrário, a compensação não deve ser homologada. Pelo exposto, em face da preclusão não conheço da alegação de que o indébito teria tido origem em recolhimentos indevidos do PIS, e na parte conhecida nego provimento ao Recurso Voluntário. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 63DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10630.000211/2004-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2000 a 31/07/2003
NORMAS PROCESSUAIS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ENSEJADORES DOS EMBARGOS.
Verificada a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido, devem ser rejeitados os embargos interpostos. Não se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação.
Numero da decisão: 3401-002.029
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, embargos conhecidos e parcialmente providos nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente Dr Geraldo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz OAB/MG 68816.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 26/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1841; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 611 1 610 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10630.000211/200411 Recurso nº 251.363 Embargos Acórdão nº 3401002.029 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de outubro de 2012 Matéria Embargo Cofins Embargante Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha Ltda. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2000 a 31/07/2003 NORMAS PROCESSUAIS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ENSEJADORES DOS EMBARGOS. Verificada a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido, devem ser rejeitados os embargos interpostos. Não se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, embargos conhecidos e parcialmente providos nos termos do voto do relator. Fez sustentação oral pela recorrente Dr Geraldo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz OAB/MG 68816. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 26/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 63 0. 00 02 11 /2 00 4- 11 Fl. 611DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório Trata o presente processo de Embargos de Declaração, protocolados pela contribuinte, Cooperativa dos Cafeicultores da Regido de Lajinha Ltda, referentes à decisão de 30.9.2010 proferida por esta câmara. Por suficiente para a compreensão do processo, adoto o relatório pronunciado por esta Câmara, na ocasião do julgamento do Recurso Voluntário da contribuinte: “Em 11.3.2004, foi lavrado Auto de Infração contra a contribuinte Cooperativa dos Cafeicultores da Regido de Lajinha LTDA. (CNPJ 21.025.069/000140) exigindo o recolhimento de crédito tributário de COFINS no valor de R$ 332.444,90 (atualizado até 27.2.2004), composto da seguinte forma: Contribuição: R$ 153.810,38 Juros de mora: R$ 63.276,87 Multa proporcional (passível de redução): R$ 115.357,65 O lançamento referese à diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago. Os fatos geradores ocorreram entre os meses de fev/00 a ago/03. Em 22.4.2004, a contribuinte protocolou, tempestivamente, impugnação ao lançamento, na qual alega que: a) a única renda tributável das cooperativas, segundo os arts. 85, 86 e 88 da Lei nº 5.764/71 são aqueles envolvendo terceiros e que não estejam atreladas ao objetivo social da cooperativa, ou seja, os atos não cooperativos. Todas as entradas da contribuinte advêm dos cooperados, e são, por isso, atos cooperativos; b) pela Lei n° 10.676/03, a sobra deve ser deduzida da base de cálculo da COFINS. A fiscalização, no entanto, autuou a contribuinte com pretensos valores devidos no ano de 2003, efetuando o cálculo de tal montante desconsiderandose a sobra passível de dedução e considerando que somente no exercício seguinte será apurada essa sobra. c) a Lei n° 10.854/03 e a Instrução Normativa/SRF nº 358/03 permitiram a exclusão da base de cálculo da COFINS, dos valores referentes aos "custos agregados ao produto agropecuário dos associados". O art. 15 da MP no 1.859/99 também determina uma série de possíveis deduções. A Fiscalização incorreu em erro ao tributar as seguintes contas: ICMS café é permitida a exclusão, da base de cálculo, do valor repassado ao cooperado decorrente da comercialização do seu produto, devendo também abranger o tributo incidente sobre ele; Gastos com Utilidades e Serviços e Materiais Diversos — os itens "manutenção de máquinas e equipamentos", "manutenção de veículos", "energia elétrica", "consumo de água"encaixamse na conceituação de "custos agregados ao produto agropecuário". Materiais Diversos combustíveis e lubrificantes são conceituados como "custos agregados ao produto agropecuário". As despesas de escritório também devem ser Fl. 612DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000211/200411 Acórdão n.º 3401002.029 S3C4T1 Fl. 612 3 deduzidas, pois sem eles é impossível realizar a venda. Quanto ao material de limpeza, é a própria legislação, ao dispor "manutenção de bens aplicados na produção, beneficiamento ou acondicionamento", que permite a sua exclusão; Serviços Diversos — as despesas com o Sindicato encaixamse no termo “custos agregados ao produto agropecuário", que considera também os dispêndios com mão de obra. Os serviços de auditoria e informática são fundamentais para o funcionamento da cooperativa. Os serviços de consultoria destinamse A proporcionar aos cooperados o melhor preço, por isso agregamse no "custos agregados ao produto". Quanto a escolta, encontrase no objetivo social da empresa a garantia e segurança no deslocamento da entrega; Despesas Diversas — os gastos com correio referemse ao envio de amostras para os pontos de venda, sem a qual seria impossível chegar até o terceiro comprador. Assim a sua exclusão encaixase em "receitas de venda de bens e mercadorias". Os gastos com cartórios justificamse na exata complexidade burocrática da concretização dos negócios que envolvem os produtos cooperados. Em relação a informativos e publicidade e propaganda, é fundamental para a atividade comercial o uso de informação; Despesas com administração — a administração da cooperativa é realizada pelos cooperados, tratandose essa despesa, portanto, de relação entre cooperativa e cooperados; Despesas Tributárias — todos os encargos tributários da contribuinte estão abrangidos pelo inciso II do art.15 da MP n° 1.858/99 c/c inciso II do art. 33 da IN/SRF n° 247/2002. Acrescentase que a COFINS incide sobre receitas, e cooperativas não auferem receitas. Em sessão de 19.10.2007, a 9° Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento do Rio de Janeiro I — RJ acordou, por unanimidade de votos, considerar procedente o lançamento. De acordo com o voto: a) a partir da Instrução Normativa SRF n° 247/02, com redação dada pela IN SRF n° 358/03, vêse que a base de cálculo das contribuições é a totalidade das receitas auferidas pela cooperativa, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida pela contribuinte e a classificação contábil adotada para a sua escrituração; b) somente nos meses de dezembro dos anos 2000, 2001 e 2002 a contribuinte excluiu da sua base de cálculo as sobras do ano, não as apurando nos demais meses. No ano de 2003, como o último mês autuado foi agosto, a sobra do ano não foi excluída da base de cálculo. Caso a contribuinte queira deduzir as sobras mensais de 2003 da base de cálculo, é preciso a apuração delas por meio de Demonstração de Sobras e Perdas mensal; c) o § 9° do art. 33 da IN SRF n° 247/02 define o chamado custo agregado ao produto agropecuário como: "... os dispêndios pagos ou incorridos com matériaprima, mãodeobra, encargos sociais, locação, manutenção, depreciação e demais bens Fl. 613DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 aplicados na produção, beneficiamento ou acondicionamento e os decorrentes de operações de parcerias e integração entre a cooperativa e o associado, bem assim os de comercialização ou armazenamento do produto entregue pelo cooperado". Numa primeira conclusão, excluemse as despesas administrativas e as financeiras por não serem agregadas de forma direta ao produto. d) desde o DecretoLei n° 406/68, e mantido na Lei Complementar n° 87/96, o ICMS integra o preço da mercadoria, sendo calculado "por dentro", sendo por isso, indubitável a sua inclusão na base de cálculo da COFINS. Ademais, o Decreto n° 4.254/02 define em seu art. 10 a base de cálculo da COFINS como "o valor do faturamento que corresponde a receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas"; e) os demais itens considerados pela contribuinte como passíveis de redução não têm natureza de custo agregado ao produto, e sim de gastos administrativos; f) jurisprudência do 2° Conselho de Contribuintes contraria o entendimento de que essas despesas, assim como todas as operacionais, por serem necessárias à consecução dos objetivos sociais da contribuinte, são passíveis de exclusão da base de cálculo da COFINS. Em 03.12.2007, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Recurso Voluntário, no qual: a) reitera os argumentos apresentados na impugnação; b) os atos cooperativos não constituem fatos geradores da COFINS, uma vez que não geram lucro e/ou receita própria para a cooperativa, pois todos os eventuais lucros são repassados para os cooperados; c) é necessário excluir da base de cálculo os valores referentes ao ICMS, pois eles não são conceituados como receita por parte da contribuinte, e sim por parte do Estado Destinatário. É o relatório. Em 30.9.2010, este Conselho julgou a Impugnação da contribuinte improcedente, sob os seguintes fundamentos: a) a medida provisória nº 18586 de 29 de junho de 1999 e suas reedições revogaram a isenção dada às cooperativas pelo art. 6º da Lei complementar nº 70/91, devendo a base de cálculo do PIS e da Cofins incidir sobre o faturamento, conforme o art. 2º da mesma lei, isto é, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, como as exclusões admitidas pela legislação; b) A apuração mensal da Cofins devida mensalmente pelas sociedades cooperativas não fica condicionada à verificação, ao final de cada ano calendário, da ocorrência de sobras líquidas; c) O valor do ICMS destacado nas notas fiscais de saída deve ser incluso na base de cálculo da Cofins, como reza a súmula nº 68 do E. Superior Tribunal de Justiça; d) As despesas de cunho administrativo não devem ser excluídas da base de cálculo da Cofins, por não configurarem custos de produção das cooperativas. Fl. 614DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000211/200411 Acórdão n.º 3401002.029 S3C4T1 Fl. 613 5 Em 4.3.2011 a contribuinte foi cientificada da decisão e, em 14.3.2011, protocolou Embargos de Declaração, no qual alega, em síntese, que: a) O ilustre Conselheiro relator não se manifestou, com relação aos argumentos trazidos no Recurso Voluntário, em relação à inexistência de Receita/Faturamento nas cooperativas em razão da prática de atos cooperativos. b) O acórdão limitouse a defender a incidência da Cofins sobre as sociedades cooperativas sob o argumento de que a MP 18586/99 teria revogado os incisos I e III de Lei Complementar nº70/91. c) Em nenhum momento o acórdão embargado se manifesta sobre a possibilidade de se deduzir da base de cálculo da Cofins referente a períodos subseqüentes, os valores remanescentes das sobras anteriormente apuradas e não deduzidas, o que evidencia a sua omissão no que se refere a essa matéria. Por fim, a contribuinte requer que seus embargos sejam recebidos e acolhidos para corrigir as seguintes omissões constantes nos acórdãos: a) Ausência de manifestação quanto à inexistência de hipótese de incidência do PIS nas sociedades cooperativas, quando da prática de atos cooperativos, tendo em vista o não auferimento de faturamento/receita nessas oportunidades, com base na Lei nº 5764/71; b) Ausência de manifestação quanto à possibilidade de se deduzir valores remanescentes/excedentes de sobras apuradas e não utilizadas totalmente na competência de sua formação (em razão da apuração de base de cálculo negativa) para a dedução na competência subseqüente. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Analisando o presente embargo, que foi interposto, em 4.3.2011, sexta feira que antecedeu o carnaval, período de recesso no país, a contagem do prazo processual iniciase a partir do primeiro dia útil após o feriado (quartafeira de cinzas), conforme corrobora ementa do E. STJ, que ipses litteris: “PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL CONSIDERADO INTEMPESTIVO. PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO NO SÁBADO DE CARNAVAL. CONSIDERASE PUBLICADO NA QUARTA FEIRA DE CINZAS. DIA ÚTIL ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO. DESPROVIMENTO. I. É intempestivo o recurso especial interposto fora do prazo estipulado no art. 508 da Lei Adjetiva Civil. II. Quando o Fl. 615DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 6 acórdão recorrido é publicado no sábado de carnaval, considerase, para todos os efeitos, como data da efetiva publicação a quartafeira de cinzas, que é considerado como dia útil, a não ser que o agravante prove o contrário, quando da interposição do agravo de instrumento. III. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 815737 / MG Processo nº 2006/02058865, Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, T4 QUARTA TURMA, Publicado: 4.10.2007, DJe: 10.12.2007 p. 376) Verificada a tempestividade da interposição destes embargos, passo a apreciálos A recorrente alega que toda a matéria não foi devidamente questionada, porém, as alegações da contribuinte parecemme falaciosas, pois, a decisão recorrida tratou da matéria discutida no processo, tendo sido devidamente fundamentada, o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde que fundamente sua decisão, conforme jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça, que reproduzo abaixo. “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO FALIMENTAR. OBRIGAÇÃO DE NÃO SE AUSENTAR DA COMARCA ONDE DECLARADA A QUEBRA SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PEDIDO DE AFASTAMENTO DA RESTRIÇÃO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO A DIREITOS FUNDAMENTAIS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO. PRETENDIDA EQUIPARAÇÃO DA RESTRIÇÃO CONTIDA NO ART. 34, III, DA ANTIGA LEI DE FALÊNCIAS À PRISÃO DOMICILAR. Não há que se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação. Precedentes. A obrigação conferida ao falido pelo art. 34, III, da antiga Lei de Falências e repetida pelo art. 104, III da Lei nº. 11.101/05 não tem caráter de pena, visando, ao contrário, simplesmente facilitar o curso da ação falimentar, pela garantia de que o falido estará disponível para esclarecimentos e para participar dos atos que dele dependam Recurso especial não conhecido. (REsp 763.983/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/11/2005, DJe 28/11/2005) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. ART. 535, II, DO CPC NÃO VIOLADO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO HOSTILIZADO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO PELA CONCESSIONÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. DÉBITO SOB DISCUSSÃO JUDICIAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. SUPORTE FÁTICO DESSEMELHANTE. Fl. 616DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000211/200411 Acórdão n.º 3401002.029 S3C4T1 Fl. 614 7 1. Cuidase, na origem, de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por CEAL Companhia Energética de Alagoas contra decisão que, nos autos de ação declaratória negativa ajuizada por Exata Empreendimentos e Participações Ltda, deferiu a antecipação de tutela requerida, determinando a então agravante não suspender o fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora da agravada, impedindo, ainda, a inclusão do nome desta no rol de devedores inadimplentes. 2. Não se vislumbra afronta aos arts. 165, 459, e 535, II, do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal local, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos apresentados pela vencida, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a questão controvertida. 3. Deve ser rejeitada a alegada violação ao art. 535 do CPC, uma vez que o acórdão recorrido está devidamente fundamentado. A jurisprudência desta Corte é uníssona no sentido de que o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde que fundamente sua decisão. Precedente: AgRg no Ag 1124027, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/9/2009. 4. A Primeira Seção desta Corte firmou o entendimento de que a empresa concessionária do serviço poderá suspender o fornecimento de energia desde que precedido de aviso prévio, no caso de inadimplemento da conta. Precedentes: REsp 460.271/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJU 21.2.2005; REsp 591.692/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJU 14.3.2005; REsp 615.705/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU 13.12.2004. 5. Tal orientação não se aplica ao caso dos autos, tendo em vista que o Tribunal a quo não reconheceu a inadimplência da recorrida, já que as partes discutem, na via judicial, a existência e o valor da dívida. 6. O dissídio pretoriano não restou configurado ante a ausência de similitude fática e jurídica entre os casos confrontados, o que inviabiliza o conhecimento da divergência, porquanto desatendidos os requisitos dos arts. 541, parágrafo único, do CPC, e 255 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 7. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 854.204/AL, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 18/11/2010)” Com isso é perceptível a inexistência de omissão no acórdão recorrido e o animus da embargante, neste caso, de querer rediscutir o mérito do processo, questão que não é possível por via de Embargo Declaratório. Em razão de todo o exposto, não conheço os presentes embargos. É como voto! Fl. 617DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 8 Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE – Relator. Fl. 618DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 10630.000210/2004-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2000 a 30/08/2003
Ementa:
NORMAS PROCESSUAIS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ENSEJADORES DOS EMBARGOS. Verificada a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido, devem ser rejeitados os embargos interpostos. Não se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação.
Numero da decisão: 3401-002.028
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, embargos conhecidos e parcialmente providos nos termos do voto do relator.Fez sustentação oral pela recorrente Dr Geraldo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz OAB/MG 68816.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 26/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/02/2000 a 30/08/2003 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ENSEJADORES DOS EMBARGOS. Verificada a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido, devem ser rejeitados os embargos interpostos. Não se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação.
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Interessado FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/02/2000 a 30/08/2003 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS ENSEJADORES DOS EMBARGOS. Verificada a inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão proferido, devem ser rejeitados os embargos interpostos. Não se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, embargos conhecidos e parcialmente providos nos termos do voto do relator.Fez sustentação oral pela recorrente Dr Geraldo Mascarenhas Lopes Cançado Diniz OAB/MG 68816. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 26/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 63 0. 00 02 10 /2 00 4- 77 Fl. 594DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório Trata o presente processo de Embargos de Declaração, protocolados pela contribuinte, Cooperativa dos Cafeicultores da Regido de Lajinha Ltda, referentes à decisão de 30.9.2010 proferida por esta câmara. Por suficiente para a compreensão do processo, adoto o relatório pronunciado por esta Câmara, na ocasião do julgamento do Recurso Voluntário da contribuinte: “Em 11.3.2004, foi lavrado Auto de Infração contra a contribuinte Cooperativa dos Cafeicultores da Regido de Lajinha LTDA. (CNPJ 21.025.069/000140) exigindo o recolhimento de crédito tributário de PIS no valor de RS 72.029,66 (atualizado até 27.2.2004), composto da seguinte forma: Contribuição: R$ 33.325,60 Juros de mora: R$ 13.710,01 Multa proporcional (passível de redução): R$ 24.994,05 O lançamento referese à diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago. Os fatos geradores ocorreram entre os meses de fev/00 a ago/03. Em 22.4.2004, a contribuinte protocolou, tempestivamente, impugnação ao lançamento, na qual alega que: a) a única renda tributável das cooperativas, segundo os arts. 85, 86 e 88 da Lei n° 5.764/71, são aqueles envolvendo terceiros e que não estejam atreladas ao objetivo social da cooperativa, ou seja, os atos não cooperativos. Todas as entradas da contribuinte advêm dos cooperados, e são, por isso, atos cooperativos; b) pela Lei n° 10.676/03, a sobra deve ser deduzida da base de cálculo da COFINS. A fiscalização, no entanto, autuou a contribuinte com pretensos valores devidos no ano de 2003, efetuando o cálculo de tal montante desconsiderandose a sobra passível de dedução e considerando que somente no exercício seguinte será apurada essa sobra; c) a Lei n° 10.854/03 e a Instrução Normativa/SRF nº 358/03 permitiram a exclusão da base de cálculo do PIS, dos valores referentes aos "custos agregados ao produto agropecuário dos associados". 0 art. 15 da MP no 1.859/99 também determina uma série de possíveis deduções. A Fiscalização incorreu em erro ao tributar as seguintes contas: ICMS café é permitida a exclusão, da base de cálculo, do valor repassado ao cooperado decorrente da comercialização do seu produto, devendo também abranger o tributo incidente sobre ele; Gastos com Utilidades e Serviços e Materiais Diversos — os itens "manutenção de máquinas e equipamentos", "manutenção de veículos", "energia elétrica", "consumo de água"encaixam Fl. 595DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000210/200477 Acórdão n.º 3401002.028 S3C4T1 Fl. 326 3 se na conceituação de "custos agregados ao produto agropecuário". Materiais Diversos combustíveis e lubrificantes são conceituados como „custos agregados ao produto agropecuário". As despesas de escritório também devem ser deduzidas, pois sem eles é impossível realizar a venda. Quanto ao material de limpeza, é a própria legislação, ao dispor "manutenção de bens aplicados na produção, beneficiamento ou acondicionamento", que permite a sua exclusão; Serviços Diversos — as despesas com o Sindicato encaixamse no termo ,,custos agregados ao produto agropecuário", que considera também os dispêndios com mãodeobra. Os serviços de auditoria e informática são fundamentais para o funcionamento da cooperativa. Os serviços de consultoria destinamse a proporcionar aos cooperados o melhor preço, por isso agregamse no "custos agregados ao produto". Quanto à escolta, encontrase no objetivo social da empresa a garantia e segurança no deslocamento da entrega; Despesas Diversas — os gastos com correio referemse ao envio de amostras para os pontos de venda, sem a qual seria impossível chegar até o terceiro comprador. Assim a sua exclusão encaixase em "receitas de venda de bens e mercadorias". Os gastos com cartórios justificamse na exata complexidade burocrática da concretização dos negócios que envolvem os produtos cooperados. Em relação a informativos e publicidade e propaganda, é fundamental para a atividade comercial o uso de informação; Despesas com administração — a administração da cooperativa é realizada pelos cooperados, tratandose essa despesa, portanto, de relação entre cooperativa e cooperados; Despesas Tributárias — todos os encargos tributários da contribuinte estão abrangidos pelo inciso II do art.15 da MP no 1.858/99 c/c inciso II do art. 33 da IN/SRF nº 247/2002. Acrescentase que o PIS incide sobre receitas, e cooperativas não auferem receitas. Em sessão de 19.10.2007, a 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento do Rio de Janeiro I — RJ acordou, por unanimidade de votos, considerar procedente o lançamento. De acordo com o voto: a) a partir da Instrução Normativa S ° 247/02, com redação dada pela IN SRF no 358/03, vêse que a base de cálculo das contribuições é a totalidade das receitas auferidas pela cooperativa, sendo irrelevante o tipo de atividade exercida pela contribuinte e a classificação contábil adotada para a sua escrituração; b) nos meses de dezembro dos anos 2000, 2001 e 2002 a contribuinte excluiu da sua base de cálculo as sobras do Fl. 596DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 ano, não as apurando nos demais meses. No ano de 2003, como o último mês autuado foi agosto, a sobra do ano não foi excluída da base de cálculo. Caso a contribuinte queira deduzir as sobras mensais de 2003 da base de cálculo, é preciso a apuração delas por meio de Demonstração de Sobras e Perdas mensal; c) o § 9º do art. 33 da IN SRF nº 247/02 define o chamado custo agregado ao produto agropecuário como: "... os dispêndios pagos ou incorridos com matériaprima, mãodeobra, encargos sociais, locação, manutenção, depreciação e demais bens aplicados na produção, beneficiamento ou acondicionamento e os decorrentes de operações de parcerias e integração entre a cooperativa e o associado, bem assim os de comercialização ou armazenamento do produto entregue pelo cooperado". Numa primeira conclusão, excluem—se as despesas administrativas e as financeiras por não serem agregadas de forma direta ao produto. d) desde o DecretoLei n° 406/68, e mantido na Lei Complementar n° 87/96, o ICMS integra o preço da mercadoria, sendo calculado "por dentro", sendo por isso, indubitável a sua inclusão na base de cálculo do PIS. Ademais, o Decreto n° 4.254/02 define em seu art. 10 a base de cálculo do PIS como "o valor do faturamento que corresponde receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas"; e) os demais itens considerados pela contribuinte como passíveis de redução não têm natureza de custo agregado ao produto, e sim de gastos administrativos; f) jurisprudência do 2° Conselho de Contribuintes contraria o entendimento de que essas despesas, assim como todas as operacionais, por serem necessárias à consecução dos objetivos sociais da contribuinte, são passíveis de exclusão da base de cálculo do PIS. Em 13.12.2007, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Recurso Voluntário, no qual: a) reitera os argumentos apresentados na impugnação; b) os atos cooperativos não constituem fatos geradores do PIS, uma vez que • não geram lucro e/ou receita própria para a cooperativa, pois todos os eventuais lucros são repassados para os cooperados; c) é necessário excluir da base de cálculo da base de cálculo os valores referentes ao ICMS, pois eles não são conceituados como receita por parte da contribuição, e sim por parte do Estado Destinatário. É o relatório. Em 30.9.2010, esta câmara negou provimento ao recurso da contribuinte, em síntese: a) a medida provisória nº 18586 de 29 de junho de 1999 e suas reedições revogaram a isenção dada às cooperativas pelo art. 6º da Lei complementar nº 70/91, devendo a base de cálculo do PIS incidir sobre o faturamento, conforme o art. 2º da mesma lei, isto é, a Fl. 597DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000210/200477 Acórdão n.º 3401002.028 S3C4T1 Fl. 327 5 receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, como as exclusões admitidas pela legislação; b) A apuração do PIS devido mensalmente pelas sociedades cooperativas não fica condicionada à verificação, ao final de cada ano calendário, da ocorrência de sobras líquidas; c) O valor do ICMS destacado nas notas fiscais de saída deve ser incluso na base de cálculo do PIS, como reza a súmula nº 68 do E. Superior Tribunal de Justiça; d) As despesas de cunho administrativo não devem ser excluídas da base de cálculo do PIS, por não configurarem custos de produção das cooperativas. Em 4.3.2011 a contribuinte foi cientificada da decisão e em 14.3.2011 protocolou Embargos de Declaração, no qual alega, em síntese, que: a) O ilustre Conselheiro relator não se manifestou, com relação aos argumentos trazidos no Recurso Voluntário, em relação à inexistência de Receita/Faturamento nas cooperativas em razão da prática de atos cooperativos. b) O acórdão limitouse a defender a incidência do PIS sobre as sociedades cooperativas sob o argumento de que a MP 18586/99 teria revogado os incisos I e III de Lei Complementar nº70/91. c) Em nenhum momento o acórdão embargado se manifesta sobre a possibilidade de se deduzir da base de cálculo do PIS referente a períodos subseqüentes, os valores remanescentes das sobras anteriormente apuradas e não deduzidas, o que evidencia a sua omissão no que se refere a essa matéria. Por fim, a contribuinte requer que seus embargos sejam recebidos e acolhidos para corrigir as seguintes omissões constantes nos acórdãos: a) Ausência de manifestação quanto à inexistência de hipótese de incidência do PIS nas sociedades cooperativas, quando da prática de atos cooperativos, tendo em vista o não auferimento de faturamento/receita nessas oportunidades, com base na Lei nº 5764/71; b) Ausência de manifestação quanto à possibilidade de se deduzir valores remanescentes/excedentes de sobras apuradas e não utilizadas totalmente na competência de sua formação (em razão da apuração de base de cálculo negativa) para a dedução na competência subseqüente. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Fl. 598DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 6 Analisando o presente embargo, que foi interposto, em 4.3.2011, sexta feira que antecedeu o carnaval, período de recesso no país, a contagem do prazo processual iniciase a partir do primeiro dia útil após o feriado (quartafeira de cinzas), conforme corrobora ementa do E. STJ, que ipses litteris: “PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL CONSIDERADO INTEMPESTIVO. PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO NO SÁBADO DE CARNAVAL. CONSIDERASE PUBLICADO NA QUARTA FEIRA DE CINZAS. DIA ÚTIL ATÉ PROVA EM CONTRÁRIO. DESPROVIMENTO. I. É intempestivo o recurso especial interposto fora do prazo estipulado no art. 508 da Lei Adjetiva Civil. II. Quando o acórdão recorrido é publicado no sábado de carnaval, considerase, para todos os efeitos, como data da efetiva publicação a quartafeira de cinzas, que é considerado como dia útil, a não ser que o agravante prove o contrário, quando da interposição do agravo de instrumento. III. Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Ag 815737 / MG Processo nº 2006/02058865, Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, T4 QUARTA TURMA, Publicado: 4.10.2007, DJe: 10.12.2007 p. 376) Verificada a tempestividade da interposição destes embargos, passo a apreciálos A recorrente alega que toda a matéria não foi devidamente questionada, porém, as alegações da contribuinte parecemme falaciosas, pois, a decisão recorrida tratou da matéria discutida no processo, tendo sido devidamente fundamentada, o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde que fundamente sua decisão, conforme jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça, que reproduzo abaixo. “PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO FALIMENTAR. OBRIGAÇÃO DE NÃO SE AUSENTAR DA COMARCA ONDE DECLARADA A QUEBRA SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. PEDIDO DE AFASTAMENTO DA RESTRIÇÃO. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO A DIREITOS FUNDAMENTAIS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO QUE INDEFERIU O PEDIDO. PRETENDIDA EQUIPARAÇÃO DA RESTRIÇÃO CONTIDA NO ART. 34, III, DA ANTIGA LEI DE FALÊNCIAS À PRISÃO DOMICILAR. Não há que se confundir fundamentação sucinta com ausência de fundamentação. Precedentes. A obrigação conferida ao falido pelo art. 34, III, da antiga Lei de Falências e repetida pelo art. 104, III da Lei nº. 11.101/05 não tem caráter de pena, visando, ao contrário, simplesmente facilitar o curso da ação falimentar, pela garantia de que o falido estará disponível para esclarecimentos e para participar dos atos que dele dependam Recurso especial não conhecido. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10630.000210/200477 Acórdão n.º 3401002.028 S3C4T1 Fl. 328 7 (REsp 763.983/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/11/2005, DJe 28/11/2005) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. ART. 535, II, DO CPC NÃO VIOLADO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO HOSTILIZADO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO PELA CONCESSIONÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. DÉBITO SOB DISCUSSÃO JUDICIAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO COMPROVADO. SUPORTE FÁTICO DESSEMELHANTE. 1. Cuidase, na origem, de agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo interposto por CEAL Companhia Energética de Alagoas contra decisão que, nos autos de ação declaratória negativa ajuizada por Exata Empreendimentos e Participações Ltda, deferiu a antecipação de tutela requerida, determinando a então agravante não suspender o fornecimento de energia elétrica na unidade consumidora da agravada, impedindo, ainda, a inclusão do nome desta no rol de devedores inadimplentes. 2. Não se vislumbra afronta aos arts. 165, 459, e 535, II, do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal local, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos apresentados pela vencida, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a questão controvertida. 3. Deve ser rejeitada a alegada violação ao art. 535 do CPC, uma vez que o acórdão recorrido está devidamente fundamentado. A jurisprudência desta Corte é uníssona no sentido de que o julgador não está adstrito a responder a todos os argumentos das partes, desde que fundamente sua decisão. Precedente: AgRg no Ag 1124027, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 16/9/2009. 4. A Primeira Seção desta Corte firmou o entendimento de que a empresa concessionária do serviço poderá suspender o fornecimento de energia desde que precedido de aviso prévio, no caso de inadimplemento da conta. Precedentes: REsp 460.271/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJU 21.2.2005; REsp 591.692/RJ, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, DJU 14.3.2005; REsp 615.705/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, DJU 13.12.2004. 5. Tal orientação não se aplica ao caso dos autos, tendo em vista que o Tribunal a quo não reconheceu a inadimplência da recorrida, já que as partes discutem, na via judicial, a existência e o valor da dívida. 6. O dissídio pretoriano não restou configurado ante a ausência de similitude fática e jurídica entre os casos confrontados, o que Fl. 600DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 8 inviabiliza o conhecimento da divergência, porquanto desatendidos os requisitos dos arts. 541, parágrafo único, do CPC, e 255 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 7. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 854.204/AL, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/11/2010, DJe 18/11/2010)” Com isso é perceptível a inexistência de omissão no acórdão recorrido e o animus da embargante, neste caso, de querer rediscutir o mérito do processo, questão que não é possível por via de Embargo Declaratório. Em razão de todo o exposto, não conheço os presentes embargos. Sala das Sessões, em 27 de setembro de 2012 Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE – Relator. Fl. 601DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
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Numero do processo: 13971.002845/2002-74
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. NECESSIDADE DE ESCLARECIMENTO. ERRO MATERIAL. RETIFICAÇÃO.
Constatada obscuridade no julgado, por conter erro material no resultado e a redação da parte dispositiva do voto suscitar dúvida, cabe a retificação em sede de Embargos de Declaração.
Numero da decisão: 3401-001.913
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, conhecer em parte dos embargos de declaração, e por unanimidade acolhê-los parcialmente para re-ratificar o Acórdão nº 3401-001. Vencido o Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, que votou por não apreciar a parte não conhecida entendendo que não devia ser submetida ao Colegiado, mas apenas à Presidência da Turma. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Júlio César Alves Ramos.
Jean Cleuter Simões Mendonça Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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Embargante BUNGE ALIMENTOS S/A Interessado BUNGE ALIMENTOS S/A ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OBSCURIDADE. NECESSIDADE DE ESCLARECIMENTO. ERRO MATERIAL. RETIFICAÇÃO. Constatada obscuridade no julgado, por conter erro material no resultado e a redação da parte dispositiva do voto suscitar dúvida, cabe a retificação em sede de Embargos de Declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, conhecer em parte dos embargos de declaração, e por unanimidade acolhêlos parcialmente para reratificar o Acórdão nº 3401001. Vencido o Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, que votou por não apreciar a parte não conhecida entendendo que não devia ser submetida ao Colegiado, mas apenas à Presidência da Turma. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Júlio César Alves Ramos. Jean Cleuter Simões Mendonça –Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fenelon Moscoso de Almeida (Suplente), Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 28 45 /2 00 2- 74 Fl. 751DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 13971.002845/200274 Acórdão n.º 3401001.913 S3C4T1 Fl. 752 2 Tratase dos Embargos de Declaração de fls. 741/747, interpostos tempestivamente pelo contribuinte contra o Acórdão nº 3401001.558, de 31/08/2011. Alega o Embargante três vícios no julgado: 1) erro material, por ausência de referência às cooperativas no resultado do Aresto (ficou registrado o provimento parcial “para reconhecer o direito em relação às aquisições de pessoas físicas”, não obstante haja menção expressa às aquisições de cooperativas na ementa e na conclusão do voto); 2) obscuridade, omissão ou contradição (não especifica qual seria exatamente o vício), por ter sido considerado precluso o tema da Selic desprezandose que inicialmente o pedido de ressarcimento foi indeferido por impossibilidade de apuração dos créditos e somente na diligência tal apuração restou possível, pelo que argúi não ter tratado da Selic na manifestação de inconformidade por não haver necessidade; e 3) erro material, obscuridade ou omissão (mais uma vez sem definir qual seria o vício, dentre as três possibilidade indicadas), por não “homologar” expressamente o resultado da diligência, o que pede seja feito no dispositivo. Ao final requer sejam acolhidos os Embargos, “sanando a obscuridade, a omissão, contradição e o erro material”. É o Relatório, elaborado a partir do processo digitalizado . Voto Dos três vícios apontados pelo Embargante, considero passíveis de análise nesta via estreita dos Embargos de Declaração o erro material no resultado do Acórdão (item 1) e o que pode ser tida como obscuridade na conclusão do voto, ao não mencionar o resultado da diligência (item 3). Assim, os presentes Declaratórios devem ser admitidos para a correção e o esclarecimento cabível. Antes cuido do vício relatado no item 2, que não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade. Sem enquadrar em uma dessas três espécies o defeito levantado por ter o Acórdão embargado considerado precluso o tema da Selic, o Embargante argúi que foi desprezada a circunstância de que inicialmente o pedido de ressarcimento foi indeferido por impossibilidade de apuração dos créditos. Somente na diligência tal apuração restou possível. Daí concluir que a Selic não foi abordada na manifestação de inconformidade porque não havia necessidade. Todavia, o voto é claro ao considerar o seguinte: A incidência (ou não) da Selic sobre eventual sobra de crédito não utilizada na compensação, que segundo a Recorrente deve ser aplicada a partir do pedido de ressarcimento, é tema precluso, por não ter sido abordada nem na manifestação de inconformidade nem no recurso voluntário. Tendo sido tratada apenas na manifestação sobre o resultado da diligência determinada pelo segundo acórdão da Terceira Câmara do Fl. 752DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 13971.002845/200274 Acórdão n.º 3401001.913 S3C4T1 Fl. 753 3 Segundo Conselheiros de Contribuintes, resta impossibilitada o seu conhecimento. (...) No caso em tela ocorreu a preclusão temporal (ou consumativa, para outros), consistente na perda da oportunidade que o contribuinte teve para tratar da questão na manifestação de inconformidade. A argüição do item 2 parece mais adequada a eventual Recurso Especial endereçado à Câmara Superior de Recursos Fiscais, não à via estreitíssima dos Declaratórios. Ultrapassado o item que não merece admissibilidade, doravante cuido de corrigir o Acórdão embargado, levando em conta os itens 1 e 3, que configuram obscuridades. A ausência da menção às cooperativas no resultado do Acórdão caracteriza erro material porque, em consonância o com o relatório, tanto os fundamentos do voto quanto sua parte dispositiva sempre se referem às aquisições de pessoas físicas e de cooperativas, nunca às de pessoas físicas apenas. Observo que o erro material em tela pode ser visto como obscuridade, na medida em que causa dúvida quanto à deliberação do Colegiado. Daí a possibilidade de correção por meio destes Embargos. Patente que é, poderia até ser corrigido de ofício, nos termos do nos termos do art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Bastaria que o contribuinte requeresse a retificação ao Presidente desta Turma, como previsto no art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009. O § 2º do referido art. 66, à semelhança do que se dá na hipótese de Embargos de Declaração, informa: “Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma.” De todo modo, por têlo como obscuridade admito a possibilidade de correção por meio destes Declaratórios, para o que se faz necessária alteração no resultado do Aresto, nos termos postos mais adiante na parte conclusiva deste voto. Também carece ser alterada a parte dispositiva do voto, para evidenciar que o resultado da diligência foi plenamente acolhido no julgamento e, assim, sanar o que pode ser visto como uma segunda obscuridade, relatada no item 3. Como bem observou o Embargante, a ausência de menção ao resultado da diligência pode causar dúvidas quando do retorno à DRF. Daí o acolhimento dos Embargos também nesta parte, mais uma vez sem efeitos infringentes. Pelo exposto, não conheço dos Embargos no que trata da preclusão atinente à Selic e, nas partes admitidas, o acolho para alterar as redações do resultado do Acórdão e da parte dispositiva do voto, que passam a ser as seguintes: resultado: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em relação à Selic, por preclusão, e dar provimento parcial para reconhecer o direito em relação às aquisições de pessoas físicas e de cooperativas, por aplicação do art. 62A do Regimento Interno. Esteve presente o advogado Bruno Padovan OAB/DF 28.460; Fl. 753DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 13971.002845/200274 Acórdão n.º 3401001.913 S3C4T1 Fl. 754 4 parte final do voto: Pelo exposto, não conheço da alegação quanto à incidência da taxa Selic, em face da preclusão, e dou provimento parcial determinar o ressarcimento do valor apurado na diligência, a ele acrescendose a parcela decorrente do cômputo, na base de cálculo do Crédito Presumido do IPI, dos valores das aquisições de insumos a pessoas físicas e a cooperativas. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 754DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 13558.721414/2011-82
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/01/2007 a 31/12/2009
PASEP. AUTO DE INFRAÇÃO. ARGUMENTAÇÃO QUE SE LIMITA A APONTAR ILEGALIDADE E FALTA DE AMPARO LEGAL NO PROCEDIMENTO FISCAL.
A singela e genérica argumentação de que a exigência do Pasep seria ilegal e/ou que estaria desamparada de base legal não pode ser acatada diante do trabalho fiscal que detalhou o seu procedimento e especificou os dispositivos legais infringidos.
APLICAÇÃO DA TAXA SELIC.
De acordo com o enunciado da Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-001.988
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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AUTO DE INFRAÇÃO. ARGUMENTAÇÃO QUE SE LIMITA A APONTAR “ILEGALIDADE” E “FALTA DE AMPARO LEGAL” NO PROCEDIMENTO FISCAL. A singela e genérica argumentação de que a exigência do Pasep seria ilegal e/ou que estaria desamparada de base legal não pode ser acatada diante do trabalho fiscal que detalhou o seu procedimento e especificou os dispositivos legais infringidos. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. De acordo com o enunciado da Súmula CARF nº 4, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Júlio César Alves Ramos Presidente Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 55 8. 72 14 14 /2 01 1- 82 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de auto de infração cientificado em 02/05/2011 à Prefeitura do Município de MascoteBA, lavrado para a exigência de diferenças de Pasep dos períodos de apuração compreendidos entre janeiro de 1997 e dezembro de 2009. De acordo com o autor do procedimento, as diferenças lançadas correspondem à incidência da contribuição sobre rubricas que teriam sido deduzidas indevidamente da base de cálculo pela autuada quando de sua apuração e do recolhimento. Foi elaborada Representação Fiscal para Fins Penais. Na Impugnação a autuada, preliminarmente, suscitou a nulidade da ação fiscal sob a alegação de que a mesma não teria sido precedida de um Termo de Início, em violação à regra constante do art. 196 do Código Tributário Nacional. No mérito, insurgiuse contra a utilização taxa Selic como forma de atualização monetária do débito lançado e, em relação a exigência do Pasep sobre os valores do Fundeb, consideroua ilegal “uma vez que tais recursos possuem destinação específica”, e, em relação à exação calculada sobre os “Convênios”, que não existiria amparo legal para tanto. A 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em SalvadorBA considerou a impugnação improcedente em decisão assim ementada: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2007 a 31/12/2009 NULIDADE. As arguições de nulidade só prevalecem se enquadradas nas hipóteses previstas na lei para a sua ocorrência. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEF/FUNDEB. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, ao receberem da União valores relativos às transferências constitucionais do FPE e do FPM, inclusive a parte destacada para FUNDEF/FUNDEB, devem incluílos na sua totalidade em suas respectivas bases de cálculos mensais de incidência da Contribuição para o PIS/Pasep. Quando ficar comprovado que houve a retenção pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) da Contribuição para o PIS/Pasep na fonte, à alíquota de 1%, incidente sobre o total dos valores transferidos pela União, poderão os Estados, o Distrito Federal e os Municípios excluir de suas respectivas bases de cálculos da Contribuição para o PIS/Pasep os valores recebidos a título de transferências constitucionais relativas ao FPE e ao FPM, inclusive os valores destacados para o FUNDEF/FUNDEB. BASE DE CÁLCULO. CONVÊNIOS. Os valores referentes a convênios são tributados pelo Pasep na entidade de direito público destinatária dos recursos. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. A cobrança de débitos para com a Fazenda Nacional, após o vencimento, acrescidos de juros moratórios calculados com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, além de ampararse em legislação ordinária, não contraria as normas balizadoras contidas no Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 336DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13558.721414/201182 Acórdão n.º 3401001.988 S3C4T1 Fl. 336 3 No Recurso Voluntário a Recorrente repetiu os termos da impugnação, exceção feita à preliminar de nulidade, não mais arguida. No essencial, é o Relatório. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Cientificada da decisão da DRJ em 22/04/2012, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 02/05/2012, portanto, de forma tempestiva. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. Em relação à exigência do PASEP, o Recurso da Recorrente foi vazado nos seguintes termos, verbis: “3 DA ILEGALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PASEP INCIDENTE SOBRE OS FUNDOS Desta a outra parte, o procedimento adotado na ação fiscal não pode aferir para efeito de cálculo de contribuição para o PASEP as receitas transferidas da UNIÃO para o FUNDEB, vez que tais recursos possuem destinação específica. 4 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PASEP INCIDENTE SOBRE AS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS (CONVÊNIOS) – ILEGALIDADE No tocante as transferências voluntárias de recursos para o município sob a forma de convênios estes não devem integrar a base de cálculo para a contribuição do PASEP. Nesse toar, tais valores devem ser expurgados por ausência de amparo legal.” (sic) Como se observa, a argumentação da Recorrente é de cunho genérico e se restringe a alegar, de um lado, a “ilegalidade da contribuição para o Pasep incidente sobre os Fundos”, e, de outro, a “ausência de amparo legal” para a incidência do Pasep sobre as transferências sob a forma de Convênios. A meu ver, essa singela argumentação revelase por demais fragilizada, na medida em que, tendo sido lançada quando da impugnação e devidamente rechaçada pela instância ora recorrida, não apresenta nenhum elemento concreto a sugerir ilegalidade no procedimento do Fisco, ou que este tivesse sido realizado sem amparo legal. Ao contrário, o lançamento restou devidamente fundamentado, citando os dispositivos legais utilizados para a formação da correta base de cálculo da exação, quais sejam, o art. 2º, inciso III, da Lei nº 9.715, de 25 de novembro de 1998, os artigos 6º, § único, e 70 e 71 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002, dentre outros, de sorte de que uma simples alegação, repitase, de forma genérica, de que haveria ilegalidade no lançamento e/ou de que este padeceria de amparo legal não merece acolhida. Quanto à utilização da Taxa Selic, cabe a aplicação da Súmula CARF nº 4, consolidada no Anexo III da Portaria CARF nº 106, de 21 de dezembro de 2009, segundo a qual "A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais". Fl. 338DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 13558.721414/201182 Acórdão n.º 3401001.988 S3C4T1 Fl. 337 5 Pelo exposto, nego provimento ao recurso. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 339DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 08/10/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 10820.900147/2008-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO.
Reconhecido em diligência, parcialmente, o indébito decorrente de pagamento a maior do PIS Faturamento, homologa-se a compensação respectiva.
Numero da decisão: 3401-002.063
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO. Reconhecido em diligência, parcialmente, o indébito decorrente de pagamento a maior do PIS Faturamento, homologa-se a compensação respectiva.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Júlio César Alves Ramos - Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
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Recorrente SEMENTES J C MASCHIETTO LTDA Recorrida DRJ RIBEIRÃO PRETOSP ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO. Reconhecido em diligência, parcialmente, o indébito decorrente de pagamento a maior do PIS Faturamento, homologase a compensação respectiva. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Júlio César Alves Ramos Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 90 01 47 /2 00 8- 67 Fl. 110DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10820.900147/200867 Acórdão n.º 3401002.063 S3C4T1 Fl. 111 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da 1ª Turma da DRJ que manteve a não homologação de compensação (PER/DCOMP) cujo crédito alegado tem origem em pagamento a maior do PIS Faturamento, período de apuração 01/2003, utilizado para compensar débito da mesma Contribuição, período 08/2003. A Declaração de Compensação (DCOMP) foi entregue em 15/07/2004 e, na origem, sua análise se deu por meio de despacho decisório eletrônico. Na manifestação de inconformidade a contribuinte alega que o processamento da DCOMP – onde consta novamente o débito do período de apuração 01/2003, a menor em relação à DCTF, além do débito a ser compensado, período 08/2003 – resultou em “novo lançamento”, cujo cancelamento requer. Juntou à manifestação de inconformidade cópia do Livro Razão, conta PIS A RECOLHERMATRIZ, onde constam valores recolhidos superiores aos devidos nos períodos de apuração 01/2003 e 04/2003 e o contrário no período 08/2003. A 1ª Turma da DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não admitindo o cancelamento da DCOMP porque formulado após o despacho decisório. Empregou o art. 62 da IN SRF nº 600/2005, segundo o qual o cancelamento de PER/DCOMP somente será deferido caso o Pedido de Restituição, o Pedido de Ressarcimento ou a compensação se encontre pendente de decisão administrativa, e afirmou o seguinte, verbis: ...não há qualquer contestação às razões da não homologação da contestação — inexistência de crédito O interessado pretende, simplesmente o cancelamento da PER/DCOMP, uma vez que declarou o débito do PIS (sic), do período de apuração jan/2003, em duplicidade, na DCTF e na PER/DCOMP. (...) Isto posto, voto pela improcedência da manifestação de inconformidade, relativamente ao pedido de cancelamento da PER/DCOMP, devendo a DRF de origem, se assim o entender, apreciar as razões do interessado e rever de ofício o Despacho Decisório, conforme previsto nos artigos 56 a 64 da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999 No recurso voluntário, tempestivo, a contribuinte insiste que o débito constante da DCTF está sendo exigido em duplicidade, requerendo ao final “o cancelamento da DCTF, apresentada indevidamente.” Esta Primeira Turma determinou diligência em 10 de agosto de 2011, para que o órgão de origem verificasse se os débitos dos 01/2003 e 04/2003 foram informados em duplicidade, tanto na DCTF quanto nas DCOMP entregues. A diligência apurou existir um indébito da PIS Faturamento no valor principal de R$ 12,06, relativo a pagamento a maior em 14/02/2003 e período de apuração Fl. 111DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10820.900147/200867 Acórdão n.º 3401002.063 S3C4T1 Fl. 112 3 janeiro de 2003, aproveitado na compensação com o débito do período de agosto/2003, de modo que remanesceu neste o saldo devedor no valor original de R$ 1,33. A contribuinte, intimada para se pronunciar sobre o resultado da diligência, não se manifestou. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto Diante do resultado da diligência, não contestado pela contribuinte e que reconhece em parte o indébito informado no PER/DCOMP, cabe dar provimento parcial ao Recurso. Transcrevo a conclusão da diligência (fl. 104): a) Existe, de fato, conforme planilha demonstrativa de créditos (fl. 100), um crédito vinculado na DCOMP em tela, no valor original de R$ 12,06 (R$ 15,16 – valor atualizado até a data de 15/07/2004), que corresponde ao valor residual (indébito tributário) do pagamento efetuado, em 14/02/2003, no valor de R$ 2.866,53; utilizado, em parte, na amortização total do valor do respectivo débito de PIS (R$ 2.854,47), relativo ao período de janeiro/2003; b) Confirmase a existência de parte do débito de PIS, confessado e vinculado à DCOMP em análise, relativo ao período de apuração de agosto/2003 (08/03), no valor original de R$ 12,76 (valor total consolidado, até a data de 15/07/2004, de R$ 16,93), conforme demonstrativo de débitos e saldos remanescentes (fl. 102). Do encontro de contas entre crédito e débito, conforme demonstrativo analítico de compensação (fl. 101), remanesceu parte do débito, no valor de R$ 1,33 (atualizado até a data de 15/07/2004). c) Constatase, por fim, diante do exposto, a inexistência do débito de PIS, vinculado à DCOMP em análise, relativo ao período de apuração de janeiro/2003 (01/03), no valor original de R$ 2.851,56, declarado em duplicidade. Ao considerar impossibilitado o cancelamento da DCOMP após o despacho decisório, a DRJ encontrou amparo no art. 62 da IN SRF nº 600/2005. Todavia, deixou de levar em conta que na situação dos autos havia necessidade de maior investigação na escrita fiscal e contabilidade da empresa, para que ao final se tivesse certeza (ou não) do erro que a Recorrente alegava ter cometido (duplicidade de débito, informado tanto na DCTF quanto na DCOMP). Por se tratar de despacho eletrônico há necessidade de maior cautela por parte das autoridades julgadoras, especialmente porque antes a contribuinte não tem oportunidade de se manifestar. De todo modo, com a realização da diligência determinada por este Colegiado se viu que a contribuinte tinha razão, em parte, pelo que cabe reconhecer o indébito apurado e homologar parcialmente a compensação declarada. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10820.900147/200867 Acórdão n.º 3401002.063 S3C4T1 Fl. 113 4 Pelo exposto, nos termos do resultado da diligência dou provimento parcial ao Recurso Voluntário de modo a reconhecer o indébito do PIS Faturamento no valor original de R$ 12,06 (R$ 15,16, na data de transmissão da DCOMP), correspondente ao valor residual do pagamento efetuado em 14/02/2003, no montante de R$ 2.866,53 e referente ao período de apuração janeiro de 2003. Realizado o encontro de contas, mais uma vez conforme o resultado da diligência remanesce parte do débito de PIS Faturamento confessado e vinculado à DCOMP deste processo, relativo ao período de apuração de agosto de 2003, no valor original de R$ 1,33 (valor atualizado até 15/07/04). Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 113DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10120.902849/2008-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/07/1999
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO.
Constatada contradição no julgado, decorrente de erro na parte dispositiva, cabe retificação em sede de embargos de declaração.
Numero da decisão: 3401-001.963
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para retificar a parte dispositiva do Acórdão nº 3401-001.657.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/07/1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO. Constatada contradição no julgado, decorrente de erro na parte dispositiva, cabe retificação em sede de embargos de declaração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para retificar a parte dispositiva do Acórdão nº 3401-001.657. Júlio César Alves Ramos Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/07/1999 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO. Constatada contradição no julgado, decorrente de erro na parte dispositiva, cabe retificação em sede de embargos de declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para retificar a parte dispositiva do Acórdão nº 3401001.657. Júlio César Alves Ramos – Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase dos Embargos de Declaração de fls. 741/747, interpostos tempestivamente pelo contribuinte contra o Acórdão nº 3401001.558, de 31/08/2011. Alega o Embargante três vícios no julgado: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 28 49 /2 00 8- 72 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10120.902849/200872 Acórdão n.º 3401001.963 S3C4T1 Fl. 752 2 1) erro material, por ausência de referência às cooperativas no resultado do Aresto (ficou registrado o provimento parcial “para reconhecer o direito em relação às aquisições de pessoas físicas”, não obstante haja menção expressa às aquisições de cooperativas na ementa e na conclusão do voto); 2) obscuridade, omissão ou contradição (não especifica qual seria exatamente o vício), por ter sido considerado precluso o tema da Selic desprezandose que inicialmente o pedido de ressarcimento foi indeferido por impossibilidade de apuração dos créditos e somente na diligência tal apuração restou possível, pelo que argúi não ter tratado da Selic na manifestação de inconformidade por não haver necessidade; e 3) erro material, obscuridade ou omissão (mais uma vez sem definir qual seria o vício, dentre as três possibilidade indicadas), por não “homologar” expressamente o resultado da diligência, o que pede seja feito no dispositivo. Ao final requer sejam acolhidos os Embargos, “sanando a obscuridade, a omissão, contradição e o erro material”. É o Relatório, elaborado a partir do processo digitalizado . Voto Dos três vícios apontados pelo Embargante, considero passíveis de análise nesta via estreita dos Embargos de Declaração o erro material no resultado do Acórdão (item 1) e o que pode ser tida como obscuridade na conclusão do voto, ao não mencionar o resultado da diligência (item 3). Assim, os presentes Declaratórios devem ser admitidos para a correção e o esclarecimento cabível. Antes cuido do vício relatado no item 2, que não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade. Sem enquadrar em uma dessas três espécies o defeito levantado por ter o Acórdão embargado considerado precluso o tema da Selic, o Embargante argúi que foi desprezada a circunstância de que inicialmente o pedido de ressarcimento foi indeferido por impossibilidade de apuração dos créditos. Somente na diligência tal apuração restou possível. Daí concluir que a Selic não foi abordada na manifestação de inconformidade porque não havia necessidade. Todavia, o voto é claro ao considerar o seguinte: A incidência (ou não) da Selic sobre eventual sobra de crédito não utilizada na compensação, que segundo a Recorrente deve ser aplicada a partir do pedido de ressarcimento, é tema precluso, por não ter sido abordada nem na manifestação de inconformidade nem no recurso voluntário. Tendo sido tratada apenas na manifestação sobre o resultado da diligência determinada pelo segundo acórdão da Terceira Câmara do Segundo Conselheiros de Contribuintes, resta impossibilitada o seu conhecimento. (...) Fl. 82DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10120.902849/200872 Acórdão n.º 3401001.963 S3C4T1 Fl. 753 3 No caso em tela ocorreu a preclusão temporal (ou consumativa, para outros), consistente na perda da oportunidade que o contribuinte teve para tratar da questão na manifestação de inconformidade. A argüição do item 2 parece mais adequada a eventual Recurso Especial endereçado à Câmara Superior de Recursos Fiscais, não à via estreitíssima dos Declaratórios. Ultrapassado o item que não merece admissibilidade, doravante cuido de corrigir o Acórdão embargado, levando em conta os itens 1 e 3, que configuram obscuridades. A ausência da menção às cooperativas no resultado do Acórdão caracteriza erro material porque, em consonância o com o relatório, tanto os fundamentos do voto quanto sua parte dispositiva sempre se referem às aquisições de pessoas físicas e de cooperativas, nunca às de pessoas físicas apenas. Observo que o erro material em tela pode ser visto como obscuridade, na medida em que causa dúvida quanto à deliberação do Colegiado. Daí a possibilidade de correção por meio destes Embargos. Patente que é, poderia até ser corrigido de ofício, nos termos do nos termos do art. 32 do Decreto nº 70.235/72. Bastaria que o contribuinte requeresse a retificação ao Presidente desta Turma, como previsto no art. 66 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009. O § 2º do referido art. 66, à semelhança do que se dá na hipótese de Embargos de Declaração, informa: “Caso o presidente entenda necessário, preliminarmente, será ouvido o conselheiro relator, ou outro designado, na impossibilidade daquele, que poderá propor que a matéria seja submetida à deliberação da turma.” De todo modo, por têlo como obscuridade admito a possibilidade de correção por meio destes Declaratórios, para o que se faz necessária alteração no resultado do Aresto, nos termos postos mais adiante na parte conclusiva deste voto. Também carece ser alterada a parte dispositiva do voto, para evidenciar que o resultado da diligência foi plenamente acolhido no julgamento e, assim, sanar o que pode ser visto como uma segunda obscuridade, relatada no item 3. Como bem observou o Embargante, a ausência de menção ao resultado da diligência pode causar dúvidas quando do retorno à DRF. Daí o acolhimento dos Embargos também nesta parte, mais uma vez sem efeitos infringentes. Pelo exposto, não conheço dos Embargos no que trata da preclusão atinente à Selic e, nas partes admitidas, o acolho para alterar as redações do resultado do Acórdão e da parte dispositiva do voto, que passam a ser as seguintes: resultado: ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em relação à Selic, por preclusão, e dar provimento parcial para reconhecer o direito em relação às aquisições de pessoas físicas e de cooperativas, por aplicação do art. 62A do Regimento Interno. Esteve presente o advogado Bruno Padovan OAB/DF 28.460; parte final do voto: Pelo exposto, não conheço da alegação quanto à incidência da taxa Selic, em face da preclusão, e dou provimento parcial para determinar o ressarcimento do valor apurado na diligência, a ele acrescendose a parcela decorrente do Fl. 83DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10120.902849/200872 Acórdão n.º 3401001.963 S3C4T1 Fl. 754 4 cômputo, na base de cálculo do Crédito Presumido do IPI, dos valores das aquisições de insumos a pessoas físicas e a cooperativas. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 84DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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