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Numero do processo: 19515.001303/2008-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003, 2004, 2005, 2006
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INTIMAÇÃO.
CIÊNCIA POR EDITAL. No processo administrativo fiscal a intimação pode ser feita por edital sempre que tentativa anterior de intimação pessoal ou por via postal ou por meio eletrônico resultar improfícua.
IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITOS. Não se conhece de
impugnação a auto de infração quando formalizada depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da autuação que, no caso de intimação por edital, ocorre no 15º dia da publicação do edital.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.632
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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INTIMAÇÃO. CIÊNCIA POR EDITAL. No processo administrativo fiscal a intimação pode ser feita por edital sempre que tentativa anterior de intimação pessoal ou por via postal ou por meio eletrônico resultar improfícua. IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITOS. Não se conhece de impugnação a auto de infração quando formalizada depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da autuação que, no caso de intimação por edital, ocorre no 15º dia da publicação do edital. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 12/07/2012 Fl. 948DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada). Relatório RICARDO OTERO GIL interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ SÃO PAULO/SPO II (fls. 704) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 611/616, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente aos exercícios de 2003, 2004, 2005 e 2006, no valor de R$ 2.059.543,82, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 4.886.085,72. A infração que ensejou o lançamento foi a omissão de rendimentos apurada com base em depósitos bancários com origens não comprovadas, conforme detalhadamente descrito no auto de infração e no termos de verificação fiscal, este às fls. 523/529. O Contribuinte impugnou o lançamento e defendeu, inicialmente, a tempestividade da impugnação. Argumentou que antes da ciência por edital não haviam sido esgotadas as possibilidades de intimação pessoal ou por via postal, como determina a legislação; que no endereço constante do cadastro foi informado que o Contribuinte havia se mudado há mais de dois anos, e a Receita Federal deveria ter pesquisado, utilizando os diversos meios de que dispõe, para localizálo, o que não fez. E conclui que deveria ser considerada como data da ciência da autuação aquela em que foi juntada aos autos a procuração de fls. 626. O Contribuinte arguiu também a nulidade da intimação de fls. 03, pois a mesma teria sido emitida três dias antes da emissão do Mandado de Procedimento Fiscal. E contesta o Termo de Embaraço à Ação Fiscal de fls. 13, que teria sido lavrado antes de esgotado o prazo para atendimento da intimação, que somente começaria a fluir após os quinze dias da afixação do edital. Também afirmou que no Termo de Verificação Fiscal (intimação) não consta o ano de 2002 de modo que não teria havido intimação relativamente a este ano; o mesmo teria ocorrido com relação ao BankBoston, que não constaria dos Termos de Intimação lavrados, de forma que o Contribuinte não tinha conhecimento de que a Receita Federal do Brasil pretendia verificar os depósitos nas contas desse banco. O Contribuinte também apontou irregularidade4s quanto ao Mandado de Procedimento Fiscal. Afirmou que no Termo de Constatação Fiscal de fls. 485 constaria "em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal — Fiscalização n° 08.1.90.00200701256 9", porém este teria vencido em 17/05/2007 sem que tenha sido prorrogado. E afirmou que o Termo de Verificação Fiscal de fls. 523 a 529 faria menção a MPF do ano de 2005, que não seria seu, e indica valores que pretende sejam excluídos, pois não alcançariam os limites mínimos legalmente determinados. A DRJSÃO PAULO/SPO II não conheceu do recurso por intempestivo, embora conste do dispositivo do acórdão que se negou provimento ao recurso. Entendeu a turma julgadora de primeira instância que a ciência do lançamento ocorreu em 24/04/2008, por meio do Edital nº 103/2008 (fls. 622). Observa que, diante da impossibilidade de intimação por via postal, dada a informação sobre a mudança de Fl. 949DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 2 3 endereço, o Fisco poderia, como fez, realizar a intimação por edital. Sobre a mudança de endereço, registra que era ônus do Contribuinte informar o novo domicílio fiscal, alterando os seus dados cadastrais, o que o Contribuinte não fizera; que ao contrário do que afirmado pelo impugnante, a Receita Federal teria diligenciado no sentido de tentar localizar o Contribuinte no endereço constante do Cadastro, sem sucesso. Portanto, arremata, a ciência do auto de infração feita por edita foi válida, considerandose como data da ciência 24/04/2008 e, consequentemente, sendo intempestiva a impugnação apresentada em 01/07/2008. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 31/07/2009 (fls. 713) e, em 26/08/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 716/789, que ora se examina, e no qual sustenta, em síntese, a tempestividade da impugnação apresentada. Referese inicialmente que no auto de infração consta como seu endereço a Rua Tabapuã, nº. 627 — Conj. 62, Itaim Bibi — São Paulo/SP, quando a Fiscalização já havia sido informada, pelo Porteiro do local daquele endereço, da mudança do Contribuinte, o que classifica como imprecisão injustificada. Ressalta que no endereço em questão funcionava a empresa Viagens e Turismo Ltda., da qual o Recorrente figurou como sócio até 19/12/2007 e que em 05/06/2008 foi entregue Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), na qual consta a total ausência de movimentação da referida empresa, reafirmando, assim, a sua inatividade e a ausência de representantes legais em seu endereço, reforçando o fato de que não mais se encontraria no endereço em questão. O Recorrente questiona a intimação por edital sob a justificativa de que o Contribuinte estava ausente ou não fora localizado, pois, na verdade, como já referido anteriormente, havia mudado de endereço. Registra que o edital foi afixado em 08/04/2008 e desafixado em 24/04/2008, mas que, na DIRPF entregue em 21/04/2008, referente ao exercício 2008, anocalendário 2007, já havia sido informado o novo endereço, conforme cópia do recibo em anexo (doc. 02). O Contribuinte repete argumentos da impugnação no sentido de que a Receita Federal tinha meios de localizálo, sem ter que recorrer à intimação por edital. Subsidiariamente, invoca dispositivos da Constituição e da legislação tributária, bem como jurisprudência, administrativa e judicial, que, segundo seu entendimento, reforçariam a necessidade do conhecimento da impugnação, ou, alternativamente, a necessidade de revisão de ofício dos atos administrativos, quando eivados de nulidade. Quanto ao mérito, o Contribuinte reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Por fim, formula pedido nos seguintes termos: Ante o exposto, demonstrada e insubsistência e improcedência da ação fiscal, requerse, respeitosamente a Vossa Senhoria, seja acolhido o presente recurso, dando total provimento ao mesmo, a fim de que seja(m): a) declarada tempestiva a manifestação formulada em primeira instância, em razão de a efetiva ciência da lavratura do Auto de Infração ora combatido ter ocorrido somente com a juntada aos autos do instrumento de procuração assinado pelo Recorrente, a qual ocorreu em 02/06/2008 (fls. 624), iniciando se, então, o prazo de 30 (trinta) dias para apresentação de Fl. 950DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 impugnação administrativa ao Auto de Infração, nos moldes dos arts. 15 e 16 do Decreto n. 70.235/72; isto porque, o uso de edital sem dúvida deve ser feito somente em casos extremos, onde de fato foram esgotados os meios para intimação regular do 'contribuinte, o que não foi feito no presente caso, ante a ausência de tentativa de cientificação do Recorrente na Rua Casemiro de Abreu, nº 763 — Braz, São Paulo/SP, CEP 03.013 000, (endereço comercial do Recorrente; sede da empresa Vindextur Câmbio e Turismo Ltda, na qual o Recorrente é sócio desde 16/07/2003 e domicílio informado em sua Declaração de IRPF, exercício 2008), não restando, assim, preenchidos os requisitos do art. 23 do Decreto nº 70.235/72 — ante o não exaurimento de todas as tentativas de intimação. Fato este cabalmente comprovado da análise das fls. 11 autos, vez que na mesma somente consta pesquisa quanto ao CPF do Recorrente. Tudo, em consagração ao princípio da ampla defesa e contraditório, encartado no art. 5º, LV da CF, como também no efetivo direito à comunicação, previsto no inciso X do art. 2° da Lei n. 9.784/99. b) reapreciados os termos constates da manifestação apresentada em primeira instância, embora a mesma não tenha sido conhecida pela DRJ, sob a alegação de intempestividade, afastandoa, a fim de que o mérito do presente recurso seja, então, analisado mediante provimento dos argumentos suscitados no presente, nos termos em que requerido, ou, em último caso, que seja determinado o retorno dos autos à primeira instância para que conheça da Impugnação e, sendo o caso, julgue o mérito. Por oportuno, cabe mencionar que se trata de matérias que não convalescem, podendo ser analisadas a qualquer momento, até de ofício pela Administração, conforme entendimento desposado pela Legislação, Doutrina e entendimento Sumulado. c) declarada a total improcedência do lançamento realizado, tornando insubsistente o Auto de Infração em questão, mediante anulação do mesmo e conseqüente cancelamento do débito imputado, tendo em vista a ocorrência de vício insanável (nulidade formal absoluta), que ensejou a não convalidação do procedimento fiscal sub examine, a caracterizar a ausência de competência e poder legal da autoridade fiscal quanto à prática de atos, decisões e termos, bem como pela preterição ao direito de defesa do Recorrente, assim como pelas demais nulidades formais mencionadas, o que acarreta a nulidade do processo e conseqüentemente do Auto de Infração, nos termos do art. 59, I e II, do Decreto nº . 70.235/72; art. 149 e 145 do Código Tributário Nacional e art. 53 c/c § 2° do art. 63 da Lei n. 9.784/99. d) em caso em não acolhimento dos pedidos ora formulados no que tange à improcedência do lançamento, o que se admite apenas a título de argumentação, propugnase pela diminuição do crédito tributário imposto, reformulandoo, levandose em Fl. 951DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 3 5 consideração os valores demonstrados nas tabelas encartadas no presente Recurso. Requerse, por fim, a realização de sustentação oral perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, propugnandose, para tanto, pela devida intimação do Recorrente, através do endereço mencionado no início do presente, da data da sessão de julgamento a ser designada para tanto, a fim de comparecimento, em consonância com o disposto no art. 52 e seguintes da Portaria MF n° 256/09. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o que se discute em sede de recurso voluntário é apenas a tempestividade ou não da impugnação, posto que a DRJSÃO PAULO/SPO II considerou intempestiva a impugnação e, consequentemente, não apreciou o mérito das questões levantadas pelo Impugnante. Sustenta o Contribuinte que não se justificava a intimação por edital porque a Receita Federal tinha meios para localizálo, uma vez que fora informada de que o Contribuinte não mais tinha domicílio no endereço informado no Cadastro da Receita Federal. Sobre este ponto convém examinarmos o que dispõe o Decreto n° 70.235, de 1972, que disciplina os meios e condições de intimação: Art. 23. Farseá a intimação: I Pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II – por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III – por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. Fl. 952DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 § 1°. Quanto resultar improfícuo um dos meios previstos no caput ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I – no endereço da administração tributária na internet; II – em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III – Considerarseá feita a intimação: [...] II – no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, 15 (quinze) dias após a data da expedição da intimação; [...] IV – 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3°. Os meios de intimação previstos no caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. § 4°. Para fins de intimação, considerarseá domicílio tributário do sujeito passivo: I – o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; [...] Ora, no caso concreto, houve tentativas iniciais de intimação por via postal com a remessa do objeto para o domicílio tributário do Contribuinte, as primeiras, inclusive, foram recebidas no endereço. Resultando improfícua a intimação por este meio, a autoridade fiscal procedeu à intimação por edital, com a fixação do mesmo nas dependências da Receita Federal. Agiu, portanto, exatamente conforme a orientação normativa, acima reproduzida. As alegações do Contribuinte de que a Receita Federal tinha meios de localizálo, de que o local onde foi fixado o Edital não lhe facilitava o conhecimento da intimação, não aproveita à defesa, pois são questões que não foram contempladas pelo legislador, que definiu objetivamente os procedimentos a serem observados no processo administrativo tributário. Também não altera o desfecho deste processo o fato de que 03 (três) dias antes de vencer o prazo de 15 (quinze) dias de afixação do edital o Contribuinte apresentou declaração de rendimentos por meio da qual formalizou mudança de endereço. No momento da intimação, quando da afixação do edital, o domicílio tributário do contribuinte era aquele constante dos cadastros da Receita Federal e, como se disse, a intimação realizada por via postal com a remessa do objeto para esse endereço resultou frustrada, justificando a intimação por meio de edital. A realidade da mudança posterior do endereço certamente terá implicações em intimações e outros eventos futuros, mas não quando à ciência da autuação objeto deste processo. Fl. 953DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 4 7 Assim, em conclusão, considerase como data da ciência do auto de infração, realizada por edital, 24/04/2008, e como a impugnação somente foi apresentada em 01º/07/2008, após o prazo de 30 dias da ciência da autuação, é forçoso concluir pelo acerto da decisão de primeira instância que considerou a impugnação intempestiva. Fica assim prejudicada a análise de quaisquer considerações sobre o mérito da autuação. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 954DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 13971.001052/2007-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 30/01/2004 a 06/10/21004
Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ.
1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista
em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido.
2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.642
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 30/01/2004 a 06/10/21004 Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Recurso negado.
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TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Recurso negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Fl. 97DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 12/07/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada). Relatório CÍRCULO S/A interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ FLORIANÓPOLIS/SC (fls. 54) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 18/38, para exigência de multa de mora, no valor de R$ 7.410,16, incidentes sobre pagamentos com atraso de tributos, apurados em DCTF. Segundo o relatório fiscal, a Contribuinte teria recolhido tributos, apurados em DCTF, com atraso, referente a diversos períodos, sem o pagamento da multa de mora, conforme detalhadamente demonstrado no auto de infração. A Contribuinte impugnou o lançamento e, embora reconheça que fez os recolhimentos com atraso, defende que os fez espontaneamente e que, nessas condições, não estaria sujeito a multa de mora. Invoca o art. 138 do CTN. A DRJFLORIANÓPOLIS/SC julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Sustenta a DRJ que o art. 138 alcança apenas as multas de caráter punitivo, as chamadas multas de ofício pela prática de infração tributária; que o dispositivo não alcança as multas de caráter moratório, devidas apenas em razão da mora. Menciona o art. 74 da Lei nº 9.779, de 1989 e o art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que, expressamente, referemse à incidência da multa de mora nos casos de pagamento e recolhimento de tributos com atraso e, no mesmo sentido, invoca também o art. 161 do próprio CTN, que prevê a aplicação de penalidades definidas em lei nos casos de pagamento de créditos nos vencimentos. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 05/07/2011 (fls. 65) e, em 05/08/2011, interpôs o recurso voluntário de fls. 66/72, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Relatório. Voto Fl. 98DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13971.001052/200742 Acórdão n.º 220101.642 S2C2T1 Fl. 2 3 Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, cuidase de exigência de multa de mora pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. O cerne da questão a ser aqui decidida é se os efeitos da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN alcança, também, a multa moratória. É dizer, se o pagamento ou recolhimento de tributo com atraso, mas por iniciativa do próprio contribuinte, afasta a possibilidade de exigência da multa moratória. Para maior clareza, reproduzo a seguir os artigos 44, caput e § 1º, II, e 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que prevêem, respectivamente, a incidência da multa de ofício isolada no caso de pagamento de tributo ou contribuição, em atraso, sem a multa de mora, e a própria incidência da multa de mora, verbis Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributos ou contribuições: I – de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1º. As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) II – isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo, mas sem o acréscimo de multa de mota; Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora calculada à taxa de 0,33 (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir de 1º (primeiro) dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (vinte por cento). § 3º. Sobre o débito a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º a partir do 1º (primeiro) dia do Mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.” Como se vê, o simples fato do pagamento do tributo ter sido feito após a data do vencimento, sem a multa de mora, é hipótese típica de incidência da multa de ofício, no caso, exigida isoladamente. Tratase, portanto, de exigência baseada em disposição expressa de lei. Sobre a aplicação dos efeitos da denúncia espontânea no caso de ocorrência da hipótese típica, porém por iniciativa do próprio contribuinte, penso que a questão se resolve pela verificação da natureza da multa moratória, se esta tem caráter punitivo ou apenas moratório. Essa distinção foi feita com muita clareza pelo Parecer Normativo CST nº 61, de 26 de outubro de 1979, verbis: “4.1 As multas fiscais ou são punitivas ou são compensatórias. 4.2 Punitiva é aquela que se fundamenta no interesse público de punir o inadimplente. É a multa proposta por ocasião do lançamento E aquela mesma cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, onde o arrependimento, oportuno e formal, da infração faz cessar o motivo de punir. 4.3 A multa de natureza compensatória destinase, diversamente, não a afligir o infrator, mas a compensar o sujeito ativo pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento do que lhe era devido. É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, via de regra chamados moratórios.” Pois bem, penso que o art. 138 do CTN alcança apenas as penalidades de caráter punitivo. Vejamos o que dispõe o referido artigo: Art. 138 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. (grifei). Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. É certo que o referido dispositivo não faz distinção expressa entre a multa punitiva e a moratória. Por outro lado, é fato, também, que o texto do art. 138 se refere à exclusão da responsabilidade pela infração, e não à exclusão da penalidade. Com essa dicção o dispositivo restringe seu alcance às penalidades de caráter punitivo, uma vez que a multa de Fl. 100DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13971.001052/200742 Acórdão n.º 220101.642 S2C2T1 Fl. 3 5 mora, tendo caráter indenizatório, não é devida em decorrência de infração, mas apenas do dano causado pelo atraso no pagamento. Não tem sentido, portanto, falarse em exclusão de multa moratória pelo pagamento em atraso, pelo simples fato de que esse pagamento foi feito espontaneamente, posto que o dano ocorre tendo sido o pagamento espontâneo, ou não. A prevalecer a tese de que a multa de mora também deve ser afastada quando o pagamento é espontâneo, não haverá hipótese de aplicação dessa multa. É que ou o pagamento será feito espontaneamente, e por esse entendimento não incidirá multa de mora, ou será ex officio, e aí será devia sempre a multa punitiva. No caso concreto, com mais razão ainda, era devida a multa de mora pelo pagamento em atraso. É que se trata de mero recolhimento intempestivo de tributo que a Recorrente, na condição de fonte pagadora, reteve de terceiros. Não houve confissão de infração porque não havia infração a ser confessada, mas apenas tributo retido a ser recolhido. Este entendimento, aliás, foi consolidado pelo STJ que no Resp nº 962.379 confirmou entendimento anterior de que não configura denúncia espontânea o recolhimento a destempo de débito informado em DCTF, conforme ementa a seguir reproduzida: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Devida a multa de mora, e não tendo sido esta paga, resta configurada a hipótese de exigência da penalidade, isoladamente, por meio de auto de infração. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10840.720704/2009-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2006
Ementa:
PAF. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as
causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. De acordo com a Lei 7.713/88, o acréscimo patrimonial a
descoberto deve ser apurado através de demonstrativo de evolução
patrimonial que indique, mensalmente, tanto as origens e recursos, como os dispêndios e aplicações.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊ-LEÃO.
Está obrigada ao pagamento do carnê-leão a pessoa física que receber rendimentos tributáveis de outra pessoa física ou de fontes situadas no exterior. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual.
JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril
de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários
administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.623
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Fez sustentação oral a Dra. Cristiane Tamy Tina de Campos, OAB 273.788/SP.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2006 Ementa: PAF. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. De acordo com a Lei 7.713/88, o acréscimo patrimonial a descoberto deve ser apurado através de demonstrativo de evolução patrimonial que indique, mensalmente, tanto as origens e recursos, como os dispêndios e aplicações. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊ-LEÃO. Está obrigada ao pagamento do carnê-leão a pessoa física que receber rendimentos tributáveis de outra pessoa física ou de fontes situadas no exterior. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual. JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso Voluntário Provido em Parte.
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NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. CRITÉRIO DE APURAÇÃO. De acordo com a Lei 7.713/88, o acréscimo patrimonial a descoberto deve ser apurado através de demonstrativo de evolução patrimonial que indique, mensalmente, tanto as origens e recursos, como os dispêndios e aplicações. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊLEÃO. Está obrigada ao pagamento do carnêleão a pessoa física que receber rendimentos tributáveis de outra pessoa física ou de fontes situadas no exterior. A falta de seu recolhimento enseja a aplicação da multa isolada, independentemente de ter sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste anual. JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 503DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o Acréscimo Patrimonial a Descoberto. Fez sustentação oral a Dra. Cristiane Tamy Tina de Campos, OAB 273.788/SP. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 11/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Márcio de Lacerda Martins, e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente momentaneamente os Conselheiros Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eduardo Tadeu Farah. Relatório DOS PROCEDIMENTOS FISCAIS Tratase de auto de infração de fls.03/09, lavrado em 04/05/2009, contra o contribuinte acima qualificado, no qual foi apurado crédito tributário no montante total de R$306.493,96, calculado até 30/04/2009. As infrações apuradas foram (1) omissão de rendimentos, apurada mediante constatação de gastos com cartões de crédito em valor superior aos recursos disponíveis e (2) multa isolada por falta de recolhimento de Imposto de Renda de Pessoa Física a título de carnê leão relativo a rendimentos declarados recebidos de pessoas físicas, considerando a data de 31 de dezembro. O contribuinte desde o início da ação fiscal, foi intimado a apresentar cópia das faturas de cartões de crédito do Unicard Unibanco, comprovantes dos pagamentos de faturas, bem como apresentar cópias dos extratos bancários mensais das contas mantidas no Unibanco, Itaú e Bradesco e outras, caso houvesse, e ainda, cópia de informes de rendimentos das fontes pagadoras, rendimentos isentos, de tributação exclusiva na fonte e valores recebidos de pessoas físicas. Em resposta, o contribuinte apresentou parcialmente os documentos solicitados. Através dos quais a autoridade lançadora consolidou as informações financeiras, totalizando mensalmente os pagamentos dos cartões de créditos, excluídos os valores identificados como relativos a gastos do irmão do contribuinte e apurando omissão de rendimentos, conforme planilha de fls.11/12. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação de fls. 379/441, cujos principais argumentos estão sintetizados pelo relatório do Acórdão de primeira instância, o qual adoto, nesta parte: Fl. 504DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 2 3 “Afirma que a presunção de omissão de rendimentos que decorre do acréscimo patrimonial a descoberto pressupõe um levantamento apurado nos termos do artigo 142 do CTN e que deve ser feito mês a mês, considerando os ingressos inclusive dos rendimentos isentos e não tributáveis bem como os de tributação definitiva. Assim, também reclama por procedimento que apure o referido acréscimo com transporte de saldos mensais, credores ou devedores, incluindo receitas de venda de bens e rendimentos do cônjuge. Prosseguindo seu arrazoado, afirma que o Auditor Fiscal somente teria elaborado quadros de valores, sem considerar a correlação entre receitas e despesas e que não teria havido sido feita prova do “fato conhecido”, que os cálculos realizados não constituem prova do fato gerador e que o acréscimo patrimonial é inexistente. Mencionando mês a mês, sustenta que os pagamentos integrais feitos pelos seus parentes deveriam ser considerados. Nesse compasso, critica o fato do Fiscal não ter excluído os valores pagos por seu irmão Luís Otávio com recursos que não transitaram nas contas correntes decorrente de venda de imóveis. Alega ainda que estaria sendo indevidamente aplicada a multa isolada junto com multa de ofício e requer que aquela seja afastada. Sob argumento de ilegalidade da utilização da Taxa Selic, pretende também, que seja afastada. Finaliza com pedido de anulação do lançamento ou, de outro modo, que seja excluído o lançamento de acréscimo patrimonial a descoberto, reconhecendo os pagamentos realizados pelos familiares e que se considere a soma dos rendimentos do impugnante com os do cônjuge no ano calendário. Pede ainda cancelamento da multa isolada e afastamento da Taxa Selic.” DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Após analisar a matéria, os Membros da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar improcedente a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ/SP2 n°1751.342 de 07 de junho de 2011, fls. 445/453, em decisão assim ementada: ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Se Sujeita à tributação a variação patrimonial apurada, não justificada por rendimentos declarados/comprovados, por caracterizar omissão de rendimentos. Lei 7.713/88, art. 1º, 2º, 3º e §§. MULTA ISOLADA SOBRE CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO SIMULTANEIDADE. É cabível o lançamento da multa isolada sobre carnê leão não recolhido concomitante à multa de ofício sobre o imposto apurado de ofício na declaração inexata, visto que se trata de infrações distintas. Fl. 505DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas e judiciais, não se constituem em normas gerais, razão pela qual os seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela, objeto da decisão. JUROS SELIC. Os juros calculados pela Taxa Selic são aplicáveis aos créditos tributários não pagos no prazo de vencimento consoante previsão do § 1° do artigo 161 do CTN, artigo 13 da Lei n.º 9.065/95 e artigo 61 da Lei n.º 9.430/96 e Súmula n° 4 do 1° Conselho de Contribuintes. Impugnação Improcedente DO RECURSO VOLUNTÁRIO Cientificado da decisão da DRJ em 14/06/2011 (“AR”fls.457PDF), o contribuinte apresentou , através de seu procurador, na data de 13/07/2011, Recurso Voluntário Tempestivo de fls.459/488PDF, no qual demonstra fatos e fundamentos semelhantes aos que foram interpostos na impugnação, aduzidos através dos tópicos abaixo sintetizados: a) nulidade do auto de infração impugnado constatado apenas através de pagamentos de cartões sobre as origens existentes; b) ausência de prova do fato ensejador da presunção de acréscimo patrimonial a descoberto, pela falta de fluxo financeiro de evolução patrimonial; c) inexistência de acréscimo patrimonial passível de tributação pelo imposto de renda; visto que não houve aumento real do seu patrimônio; d) improcedência da autuação fiscal ora impugnada, pela falta da devida análise dos documentos comprobatórios apresentados e a inclusão na apuração da omissão constada os rendimentos declarados do contribuinte e da sua cônjuge; e) improcedência da aplicação multa isolada com multa de oficio concomitantemente; f) inaplicabilidade da taxa selic. É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. Em preliminar alega o recorrente a nulidade do lançamento que apurou a infração de omissão de rendimentos, baseada apenas em gastos com cartões de crédito em valor superior aos recursos disponíveis. Inicialmente deve ser esclarecido que a legislação processual administrativo fiscal não prevê entre as hipóteses de nulidade o motivo alegado pela recorrente, conforme se extrai do art. 59 do Decreto nº. 70.235/1972, in verbis: Fl. 506DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 3 5 Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não obstante, entendo que embora o recorrente esteja argüindo nulidade, essa é questão de mérito e com tal será analisado a seguir. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. A Lei nº 7.713, de 27 de dezembro de 1988, trouxe a mais significativa alteração para a sistemática de incidência e apuração do imposto de renda pessoa física – IRPF, ao dispor, em seus artigos 2º e 3º, que este seria devido, mensalmente, à medida que os rendimentos e ganhos de capital fossem percebidos: “ Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. § 2º Integrará o rendimento bruto, como ganho de capital, o resultado da soma dos ganhos auferidos no mês, decorrentes de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, considerandose como ganho a diferença positiva entre o valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo de aquisição corrigido monetariamente, observado o disposto nos arts. 15 a 22 desta Lei.” Da leitura dos dispositivos legais acima mencionados, depreendese que se devem confrontar, mensalmente, as mutações patrimoniais com os rendimentos auferidos para se apurar a evolução patrimonial do contribuinte. Não obstante, cabe destacar que não foi dessa forma que procedeu a autoridade autuante. Conforme verificase na planilha de demonstrativo do acréscimo patrimonial a descoberto (fls.11/12), na base de cálculo do lançamento foram considerados apenas as despesas com cartão de crédito, tributando esses valores como omissão de rendimentos declarados. A omissão de rendimentos devido à variação patrimonial a descoberto deve ser apurada pelo método do fluxo de caixa, considerandose o saldo de disponibilidade de um Fl. 507DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 mês como recurso para o mês subseqüente (dentro do mesmo anocalendário), na determinação da base de cálculo anual do tributo De fato, para apuração da infração de acréscimo patrimonial a descoberto é imperiosa a elaboração de um demonstrativo de evolução patrimonial, que indique mensalmente, tanto a origem e recursos, como os dispêndios e aplicações. Nas origens devem ser considerados todos os rendimentos: tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Neste sentido é pacífica a jurisprudência deste Colegiado: “IRPF EX: 1998 e 1999 OMISSÃO DE RENDIMENTOS PRESUNÇÃO LEGAL A presunção legal de omissão de rendimentos pela pessoa física com lastro em acréscimos patrimoniais a descoberto somente pode ser aceita se o respectivo levantamento for analítico e mensal, de maneira a identificar o momento da percepção dos valores correspondentes. Recurso de ofício negado”.(Acórdão nº 102 45.853 de 05 de dezembro de 2002) “IRPF Exs.: 1992, 1994 e 1995 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO GASTOS INCOMPATÍVEIS COM A RENDA DISPONÍVEL BASE DE CÁLCULO PERÍODOBASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL FLUXO DE CAIXA. O Imposto de Renda das pessoas físicas, a partir de 01/01/89, será apurado, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos, incluindo se, quando comprovada pelo Fisco, a omissão de rendimentos apurada através de planilhamento financeiro ("fluxo de caixa"), onde serão considerados todos os ingressos e dispêndios realizados no mês pelo contribuinte. Desta forma, somente é correto apurar a omissão de rendimentos, através de "fluxo de caixa", quando esta apuração for mensal. Não se mantém o lançamento apurado incorretamente.”(Acórdão nº: 10611.427, de 15 de agosto de 2000.) “IRPF – ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – COMPROVAÇÃO DE ORIGEM – Com o advento da Lei n° 7.713, de 1988, o acréscimo patrimonial há de ser apurado mensalmente, competindo ao sujeito passivo a comprovação de recursos disponíveis no mês da constatação do acréscimo. Admitese, como recurso, os valores comprovadamente recebidos, no próprio anobase, até o mês da apuração do acréscimo, pelo valor líquido. Não é de ser aceito documento relativo a aplicações financeiras há mais de um ano do fato gerador, mormente quando, mesmo intimada, a contribuinte não logra comprovar ter sacado essas disponibilidades para compra do bem.” (Acórdão nº 0103.104, da CSRF de 12 de setembro de 2000.) Portanto, resta claro que no lançamento ora combatido, houve a utilização de forma indevida para presumir a renda auferida, pois o feito não exprime a verdade material das situações concretas motivadoras da incidência tributária, não se amoldando aos ditames das Fl. 508DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 4 7 Leis nºs 7.713/88, 8.134/90, 8.383/91 e 9.250/95, nem atendendo às determinações do artigo 142 do CTN, a seguir transcrito: “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Aplicável à situação, as considerações de José Souto Maior Borges em Lançamento Tributário, 2.ª Ed. Malheiros, 1999, p. 246, sobre os feitos portadores de vícios de elaboração: “ O lançamento vicioso é, nesses termos considerado, aquele que apresenta deficiências jurídicas. Mas a conversão do lançamento num ato defeituoso não é decorrência de sua injustiça ou inconveniência. Apenas se liga a razões de ilegalidade ou, mais amplamente, de antijuridicidade. Defeito do lançamento significa, por um lado, que ele se encontra em contradição com um requisito qualquer, contemplado pela norma que lhe fundamenta a validade; não, porém, com toda a norma de sua produção. Mas, por outro lado, há de significar que o lançamento estará de acordo com o mínimo de determinação por essa norma, ou seja, com alguns critérios que lhe estão supraordenados, porque, do contrário, sequer existiria o lançamento como norma individual e concreta, ou seja, o lançamento não teria nenhuma validade. O lançamento defeituoso e, portanto, aquele que se encontra, sob um ângulo qualquer– ou seja, parcialmente –, em desacordo com as normas que regulam sua produção. Vale dizer: com as normas administrativas tributárias postas no Código Tributário Nacional e outros atos normativos de caráter geral e abstrato” Diante do exposto não pode prosperar o lançamento de acréscimo patrimonial a descoberto no moldes em que foi apurado. MULTA ISOLADA Referente a multa isolada aplicada concomitantemente com a multa de oficio, tenho entendimento que a mesma deve ser afastada quando incidente sobre o mesmo fato gerador. Ocorre que no presente caso, a multa de oficio foi aplicada sobre a infração de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto. Por outro lado, a multa isolada no percentual de 50% foi aplicada sobre a infração da falta de recolhimento a título de Carnê Leão sobre o montante de R$ 54.000,00 que o contribuinte declarou ter recebido de pessoas físicas. Isto posto, tratase de infrações diferente e estando a multa isolada legalmente prevista, não pode a mesma ser afastada. Fl. 509DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 8 TAXA SELIC Por fim, no que se refere à inconstitucionalidade e ilegalidade da aplicação da taxa Selic, esta matéria já foi objeto de súmula deste Primeiro Conselho de Contribuinte, e, portanto dispensa maiores considerações a respeito. Tratase da Súmula nº 4 do CARF, a seguir reproduzida: “JUROS DE MORA TAXA SELIC INCIDÊNCIA A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais” (Súmula CARF nº 4). Isto posto voto no sentido rejeitar a preliminar da nulidade do lançamento e no mérito dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência o acréscimo patrimonial a descoberto. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora Fl. 510DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10840.720704/200919 Acórdão n.º 2201001.623 S2C2T1 Fl. 5 9 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 11/07/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 511DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 11070.001391/2010-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2302-000.166
Decisão: RESOLVEM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda
Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por unanimidade em converter o julgamento em diligência nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 11080.013169/2007-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri May 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
Ementa:
IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte os benefícios recebidos de entidade de previdência privada.
Numero da decisão: 2201-002.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Relator.
EDITADO EM: 16/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Relator. EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
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RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte os benefícios recebidos de entidade de previdência privada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator. EDITADO EM: 16/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Ricardo Anderle (Suplente convocado), Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 31 69 /2 00 7- 88 Fl. 82DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2005, consubstanciado na Notificação de Lançamento de fls. 38/40, pela qual reduziu o saldo de imposto a restituir de R$ 10.662,74 para R$ 1.727,28. A fiscalização efetuou a revisão da Declaração de Ajuste Anual, exercício 2005, Retificadora, fls. 21/24, quando foi constatada a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, Brasilprev Seguros e Previdência S/A, CNPJ n° 27.665.207/000131, no valor de R$ 35.252,32. Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: ... participa de Plano PGBL, da Brasilprev Seguros e Previdência S/A, com contribuições periódicas desde 31.07.1998. Acrescenta que, em janeiro de 2004, migrou do Plano PGBL para o Plano VGBL o saldo de R$ 44.595,81, tendo sido descontado o de imposto de renda no valor de R$ 11.840,77. Entende que, a luz do disposto no art. 43 do Código Tributário Nacional CTN, Lei n° 5.172/66, no caso da migração não ocorreu a disponibilidade do rendimento, nada acrescentou ao seu patrimônio. A 4ª Turma da DRJ em Porto Alegre/RS julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: RENDIMENTO TRIBUTÁVEL Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como o valor das contribuições resgatadas. Impugnação Improcedente Intimada da decisão de primeira instância em 16/07/2010 (fl. 67), Cecília Silveira de Farias apresenta Recurso Voluntário em 10/08/2010 (fls. 68/74), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Alega a suplicante, em linhas gerais, que participou de plano de previdência denominado PGBL, da Brasilprev Seguros e Previdência S/A, com contribuições periódicas Fl. 83DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 11080.013169/200788 Acórdão n.º 2201002.025 S2C2T1 Fl. 3 3 desde 31/07/1998. Assevera que, em janeiro de 2004, migrou do plano PGBL para o plano VGBL, portanto, do saldo de R$ 44.595,81 foi descontado o imposto de renda no valor de R$ 11.840,77. Contudo, entende que o referido valor não poderia ter sido alcançado pela tributação, pois não ocorreu a disponibilidade do rendimento, bem como não houve acréscimo patrimonial, conforme dispõe o art. 43 do Código Tributário Nacional (CTN). De início, cumpre reproduzir o inciso XIV do art. 43 do Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999: RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS Seção I Rendimentos do Trabalho Assalariado e Assemelhados Rendimentos do Trabalho Assalariado, de Dirigentes e Conselheiros de Empresas, de Pensões, de Proventos e de Benefícios da Previdência Privada Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.769 55, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) XIV os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições, observado o disposto no art. 39, XXXVIII (Lei nº 9.250, de 1995, art. 33); (grifei) Da leitura supra, verificase que são tributados os benefícios recebidos de entidades de previdência privada, inclusive as importâncias relativas ao resgate de contribuições, exceto as próprias contribuições efetuadas pela recorrente no período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Quanto ao fato gerador da obrigação tributária principal, conforme dispõe o art. 114 do CTN, é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A situação necessária e suficiente à ocorrência do fato gerador do imposto de renda, segundo o art. 43 do mesmo Código, é a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda. Assim, o fato gerador, ressalvadas as exceções legais expressas, ocorre automática e instantaneamente no momento da obtenção da disponibilidade econômica ou jurídica da renda, nele não interferindo qualquer atividade posterior do sujeito passivo. Portanto, não há qualquer reparo a ser feito na informação prestada pela BrasilPrev Seguros e Previdência S/A, fl. 61, quando consignou no “Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte anocalendário 2004”, resgate de previdência privada PF código da receita 3223, o montante de R$ 45.653,81 e o correspondente imposto de renda retido na fonte no valor de R$ 11.840,77. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Ante a todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 85DF CARF MF Impresso em 03/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 13019.000159/2004-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2009
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2009
Ementa: CONTRJRIAÇÂO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004
PIS NÃO-CUMULATIVO. FRETE PARA ESTABELECIMENTO DA
CONTRIBUINTE. O frete de mercadorias acabadas para armazenamento em estabelecimento da contribuinte não dá direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido.
PIS NÃO-CUMULATIVO. DESPESAS FINANCEIRAS COM CONTRATOS DE CÂMBIO. As despesas com contratos de câmbio não dão direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2201-000.073
Decisão: ACORDAM os Membros da 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, da Segunda Seção do CARF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Nome do relator: Fernando Marques Cleto Duarte
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PIS não-cumulativo. Despesas com frete para armazém da contribuinte. Despesas com contratos de câmbio de exportação. Recorrente Itapinus Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. (CNPJ 01.133.600/0001-90) Recorrida DRJ Florianópolis - SC ASSUNTO: CONTRJRIAÇÂO PARA O PIS/PAsEP Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 PIS NÃO-CUMULATIVO. FRETE PARA ESTABELECIMENTO DA CONTRIBUINTE. O frete de mercadorias acabadas para armazenamento em estabelecimento da contribuinte não dá direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido. PIS NÃO-CUMULATIVO. DESPESAS FINANCEIRAS COM CONTRATOS DE CÂMBIO. As despesas com contratos de câmbio não dão direito a créditos de PIS por falta de previsão legal nesse sentido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da 2' Câmara/1" Turma Ordinária, da Segunda Seção do CARF, por 5.snimidade de otos, em ne_ar provimento ao recurso. / P' -4/ GILSON CEDO ROSENBURG FILHO Presidente FERNAND0 AR UES CLETO DUARTE Relator Processo n° 130 19.000 159/2004-1 7 S2-C2T1 Acórdão n.° 2201-00.073 Fl. 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Andréia Dantas Lacerda Moneta (Suplente), Robson José Bayerl (Suplente), Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, José Adão Vitorino de Morais e Dalton Cesar Cordeiro de Miranda. Relatório Em 17.11.2004, a contribuinte ltapinus Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. protocolizou, com base no § 1 0 do art. 5" da Lei tf 10.637/02, pedido de ressarcimento de créditos do PIS, referentes ao 2° trimestre de 2004, no qual requereu a restituição do montante de R$ 203.958,85. Em 21.1.2007, o pleito da contribuinte foi parcialmente deferido, nos termos do Parecer SAORT/DRF/ITJ 11 0 06/2007 (fls. 350 a 365), que reconheceu seu direito ao ressarcimento em espécie do montante de R$ 168.615,23, na forma da legislação vigente. Em 23.2.2007, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 405 a 409), na qual alegou, em síntese que: a) o fisco glosou determinados gastos relativos a transportes de mercadorias entre filiais por entender que estes não geram créditos de PIS por falta de previsão legal. Entretanto, tais despesas referem-se ao frete de produtos para o porto, ou seja, o frete de mercadorias para a exportação, que enseja o crédito das contribuições. Isso porque a contribuinte: "Vende suas mercadorias, basicamente, para clientes domiciliados no exterior, comercializando tais produtos COM o compromisso de entrega no porto de embarque, onde se dá a tradição. (..) Ocorre que a estrutura portuária do Pais é demasiadamente precária. Assim, o porto (que é onde deveriam se formar os lotes das mercadorias e se aguardar a chegada do navio para seu embarque), não dispõe de espaço .fisico suficiente para o armazenamento destas mercadorias. Então, a empresa se viu obrigada a alugar armazém próximo ao porto, onde instalou estabelecimento seu, para que ali sejam formados os lotes das mercadorias e estes sejam devidamente acomodados à espera do atraque do navio. De sorte que as mercadorias, provenientes das .filiais, ao chegarem à cidade portuária, vão direto para os armazéns da própria da empresa, onde são formados os lotes os quais, no momento em que o navio atraca no porto, são embarcados. Seria exatamente a mesma despesa de frete de venda se os lotes se formassem no próprio porto ou no estabelecimento industrial, mas, o primeiro não tem estrutura para albergar a mercadoria à espera do navio e, a partir do segundo, não haveria condições fisicas da mercadoria ser deslocada de uma única vez por toda a 11 distância para embarque no navio. „/"- 2 Processo n" I 30 I 9.000 159/2004-17 52-C21'1 Acórdão li. 0 2201-00.073 Fl. 3 Então, num ou noutro momento o movimento da mercadoria até o porto aconteceria, e não é possível desclassificar o crédito pelo fato da Requerente organizar a sua atividade de modo a armazenar as mercadorias que fabrica próximas ao local de sua tradição por ocasião da venda. Também não se pode perder de vista que a madeira tipo exportação tem bitolas e medidas especiais, não servindo para a comercialização no mercado interno. Uma vez fabricada, ela só tem um destino: o cliente no exterior. Assim, não é correta a interpretação dessa operação feita pela Autoridade Fiscal como transferência porque ela é, em realidade, o frete da exportação (da venda), suportado única e exclusivamente pelo vendedor. Desta forma, não haveria sentido em transportar a mercadoria inteiramente acabada de unia.fflial à outra, sendo a exportação o único objetivo, se tal não se fizesse já como antecipação de parte da etapa de entrega da mesma ao adquirente". b) a Autoridade Fiscal glosou o crédito oriundo de todas as despesas lançadas nas contas contábeis 302020011865, 30202001324 e 30202001739, por entender que não estava clara a origem dos valores lançados. Entende a contribuinte que a glosa é indevida, uma vez que as despesas registradas na conta contábil 302020011865 referem-se a contratos dc câmbio de exportação, gerando, portanto, créditos da COF1NS passíveis de restituição. A contribuinte concluiu a Manifestação requerendo a reforma parcial da decisão proferida, nos termos acima. Em 29.2.2008, a 4a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Florianópolis — SC indeferiu a solicitação do contribuinte. De acordo com a decisão às fls. 446 a 450: a) no que diz respeito aos créditos relativos às despesas de fretes realizados entre estabelecimentos da contribuinte, entendeu o órgão julgador que: "O mero deslocamento de mercadorias (prontas para a venda) de estabelecimento industrial até o estabelecimento distribuidor, onde ocorrerá a efetiva venda, não integra a 'operação de venda'. Trata-se tão-somente de transporte interno de mercadoria acabada e não de despesas com fretes utilizados na operação de transporte na venda de mercadoria ao cliente adquirente. Assim, no caso concreto que se analisa, se a venda das mercadorias transponadas ocorrer na filial-armazém, não pode esse frete ser entendido como frete na operação de venda. A contribuinte, em sua defesa, ao descrever seu modus operandi se limita a alegar que faz jus aos créditos correspondentes aos custos com .fretes na operação de venda unia vez que se tratam de "frete de mercadorias para a exportação", as quais são armazenadas próximas ao porto de embarque, onde se dá a tradição. Em certo momento da manifestação de inconformidade a contribuinte afirma que '[...] de modo a armazenar as 3 Processo n° 13019.000159/2004-17 52-C2TI_ Acórdão n." 2201-00.073 Fl. 4 mercadorias que fabrica próximas ao local de sua tradição por ocasião da venda', dando a entender que transporta as mercadorias (prontas para serem exportadas) para o armazém e, a partir desta filial é que as mercadorias serão vendidas. Dentro deste quadro, à contribuinte caberia provar que as mercadorias transportadas entre estabelecimentos da mesma empresa estão vinculadas a uma venda já efetuada pelo estabelecimento remetente. Somente os conhecimentos de transporte vinculados às notas fiscais de saídas nas operações de remessa para .fins de exportação não provam que a mercadoria tenha sido efetivamente vendida pelo estabelecimento remetente. Apenas a comprovação de que as exportações se deram por conta e ordem do estabelecimento industrial remetente, e não do estabelecimento destinatário (armazém), é que dariam o direito de creditamento". Assim, a glosa promovida pelo fisco estaria correta. b) a contribuinte não juntou aos autos documentos que evidenciem a impropriedade das glosas efetuadas nos créditos registrados nas contas contábeis 302020011865, 30202001324 e 30202001739 e os documentos juntados pela autoridade fiscal são suficientes para que se verifique a improcedência das alegações da contribuinte, uma vez que não há previsão legal para o creditamento de valores relativos ao tipo de operação alegada pela contribuinte. Em 17.4.2008, a contribuinte protocolizou Recurso Voluntário (fls. 455 a 461), no qual reiterou os argumentos expostos em sua Manifestação de Inconformidade.. É o relatório. Voto Conselheiro FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Relator Conheço do recurso por ser tempestivo e cumprir os pressupostos de admissibilidade. Inicialmente, a contribuinte contesta a glosa dos créditos relacionados às despesas de frete em suas operações de venda. O titulo do trecho também menciona as despesas com armazenamento, entretanto, apenas as despesas com frete são efetivamente objeto das alegações apresentadas. Em suma, a defesa da contribuinte consiste em urna descrição detalhada de sua operação, segundo a qual o transporte de mercadorias para seu armazém próximo ao porto seria, na realidade, despesa de frete na operação de venda e, portanto, seria despe apta a gerar créditos de PIS, nos termos do inciso IX do art. 30 cumulado com o inciso II d . 15, todos da Lei n° 10.833/2003:r. 4 Processo n° 13019.000159/2004-17 S2-C2TI Acórdão n•" 2201-00.073 Fl. 5 "Art. 3' Do valor apurado na forma do art. 2' a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: IX - armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. Art. 11 Aplica-se à contribuição para o PIS/PASEP não- cumulativa de que trata a Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, o disposto: II - nos incisos VI, VII e IX do caput e nos §§ jQ e 10 a 20 do art. 3' desta Lei". Tal transporte deveria ser efetuado para o porto, onde deveriam ser formados os lotes das mercadorias, que aguardariam então o embarque. Ocorre que, devido à precariedade da estrutura portuária, que não possui espaço fisico para tanto, a contribuinte alega que não teve outra escolha que não alugar armazém próximo ao porto para acomodar suas mercadorias até o atraque do navio. Assim, a despesa referente ao transporte seria a mesma se os lotes se formassem no porto ou no estabelecimento industrial, sendo que esta parte da operação é realizada no citado armazém por ser esta a melhor forma que a contribuinte encontrou para organizar sua atividade. Ocorre que, como bem apontou o relatório da DRJ, a contribuinte afirma que: "Não é possível desclassificar o crédito pelo fato da requerente organizar sua atividade de modo a armazenar as mercadorias que fabrica próximas ao local de sua tradição por ocasião da venda". (grifamos) Ou seja, parece-me que a venda ocorre apenas e tão somente após o armazenamento dos bens. E é de se observar também que a contribuinte não trouxe documentos aptos a comprovar que os fretes em questão estão relacionados a vendas já efetuadas. Assim, tudo leva ao entendimento de que, efetivamente, o que ocorre é o transporte de produtos acabados entre estabelecimentos da mesma contribuinte e, unia vez que tal operação não dá direito a créditos de PIS, está correta a glosa realizada pelo fisco. No que tange à glosa dos créditos relacionados às despesas registradas nas contas contábeis 30202001324, 30202001739 e, em especial, na conta 3020211865, relativas a despesas financeiras de adiantamento de contratos de câmbio, também está correto o procedimento do fisco. Não há nos autos documentos capazes de demonstrar que a glosa em questão foi indevida e a contribuinte tampouco apresentou argumentos a fim de sustentar seu pedido. Ora, de acordo com informações da própria contribuint , as despesas registradas nas supracitadas contas referem-se à emissão de contratos de câi io e não há 14 5 Processo na 13019.000159/2004-17 S2-C2T1 Acórdào n.° 2201-00.073 Fl. 6 previsão legal autorizando o desconto de créditos calculados em relação a tais dispêndios. Assim, conclui-se estar correta a glosa. Assim, em face de todo o exposto, conheço do recurso voluntário, para no mérito, negar-lhe provimento, mantendo integralmente a decisão da DR.J. É como voto. Sala das Sessões, em 04 de março de 2009 9._ FERNA O MA QUES CLETO DUARTE 6 Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1
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Numero do processo: 18471.002749/2003-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 1999, 2000, 2001
DECADÊNCIA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do
crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário.
IRPF. DESCONTO SIMPLIFICADO O contribuinte poderá optar por
desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie. (10 da Lei n° 9.250, 1995)
Numero da decisão: 2201-001.073
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria dar provimento parcial ao recurso para aplicar o limite de 20% relativo ao desconto simplificado, observado o limite legal, na declaração de ajuste do ano-calendário de 1998. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França e Guilherme Barranco de Souza que davam provimento em maior extensão.
Matéria: IRPF- ação fiscal - outros assuntos (ex.: glosas diversas)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1999, 2000, 2001 DECADÊNCIA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratando-se de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada ano-calendário. IRPF. DESCONTO SIMPLIFICADO O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie. (10 da Lei n° 9.250, 1995)
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS Nos casos de lançamento por homologação, o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário expira após cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador. O fato gerador do IRPF, tratandose de rendimentos sujeitos ao ajuste anual, se perfaz em 31 de dezembro de cada anocalendário. IRPF. DESCONTO SIMPLIFICADO O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie. (10 da Lei n° 9.250, 1995) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria dar provimento parcial ao recurso para aplicar o limite de 20% relativo ao desconto simplificado, observado o limite legal, na declaração de ajuste do anocalendário de 1998. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França e Guilherme Barranco de Souza que davam provimento em maior extensão. (Assinado Digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 2 (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Guilherme Barranco de Souza, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado Auto de Infração (fls. 21/26), relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, na qual se apurou crédito tributário no valor total de R$ 39.868,68, acrescido da multa isolada no valor de R$ 10.118,72, por ausência de recolhimento do carnêleão. A fiscalização, por meio de revisão da Declaração de Ajuste Anual, apurou omissão de rendimentos de pensão alimentícia do filho Marcio Hendrik Macieira Fortes, nos anos de 1998, 1999 e 2000 (fls.72/83) e multa isolada por falta de recolhimento do imposto devido a título de carnêleão. Cientificada da exigência em 08/12/2003 (fl. 21), a autuada apresenta Impugnação (fl.102), alegando, verbis: Em 6 de janeiro de 1994, o Juízo da Segunda Vara de Família Comarca da Capital, homologou sentença no processo n o 105.184/93 (cópia em anexo), de acordo com a qual meu filho, o menor Marcio Hendrik Macieira Fortes, passaria a receber pensão do pai para alimentação (30%), educação (25%), vestuário (10%), lazer (10%), saúde ,inclusive plano de saúde (10%), transporte (5%) e eventuais (10%). Daí se conclui que outra destinação da pensão se constituiria em descumprimento de sentença judicial. Desempregada e sem qualquer outro bem senão o apartamento de quarto e sala, precariamente mobiliado e obtido por doação do pai do menor em 1991, onde vivo com o filho, venho, desde a homologação da sentença, entregando a declaração de ajuste anual simplificada, na qual faço constar a propriedade do imóvel e o recebimento da pensão, integralmente destinada à finalidade que a originou. Daí, não me conformar com o impedimento de lançar, como despesas dedutíveis, os gastos estipulados na sentença e, sim, apenas as quantias referentes ao colégio e à saúde do meu filho. Nem sequer a alimentação pode ser deduzida da Pensão de Alimentos. Em conseqüência, o crédito tributário referente aos exercidos de 1998, 1999 e 2000, segundo Termo de Verificação Fiscal lavrado em 8/12/2003, atinge quase R$ 40.000,00 total equivalente a um ano de pensão alimentícia. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 18471.002749/200361 Acórdão n.º 220101.073 S2C2T1 Fl. 2 3 Não é minha intenção ficar em situação irregular perante a Receita, mas como sanear a pendência sem descumprir Sentença judicial? E quanto aos exercícios de 2001, 2002, 2003? À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência total do lançamento, requer seja acolhida a presente impugnação. A 3ª Turma da DRJ – Rio de Janeiro/RJ II julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. PENSÃO ALIMENTÍCIA. Mantida a tributação por reconhecimento da Contribuinte. MULTA ISOLADA. CARNÊLEÃO. Mantida matéria não impugnada. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Cabível deduzir da base de cálculo do imposto despesas permitidas pela legislação tributária. Lançamento Procedente Intimada da decisão de primeira instância, Maria Fernanda de Cameira Macieira apresenta tempestivamente Recurso Voluntário, sustentando, essencialmente, verbis: ... os valores da pensão paga nos meses de janeiro a outubro do ano calendário 1998 devem ser retirados da base de cálculo do IRPF cobrado da Recorrente, devendo ser cancelada a parte do imposto calculada em cima dessa base de cálculo que cujo direito da Fazenda de cobrar decaiu. (...) A conclusão lógica é a de que embora devesse realmente considerar as verbas recebidas como tributadas, a Recorrente pode não dever, necessariamente, NADA ao Fisco, se juntar documentos de valor suficiente a diminuir a base de cálculo a ponto de se isentar do imposto, ao aplicar a tabela de I.R. anual exercícios fiscalizados. (...) A decisão ora recorrida é ainda mais ingrata com a Recorrente quando se omite em informar que a mesma poderia adotar em sua declaração de rendimentos dos exercícios 1999, 2000 e 2001 (anos calendários de 1998, 1999 e 2000) a forma simplificada, reduzindose a base de cálculo em 20%, sem qualquer necessidade de juntada de qualquer comprovante de despesa dedutível. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos a autoridade fiscal lavrou a exigência relativa à omissão de rendimentos recebidos a título de pensão alimentícia, posto que a contribuinte não ofereceu à tributação nos anos de 1998, 1999 e 2000 a pensão alimentícia recebida referente ao filho Marcio Hendrik Macieira Fortes (fls.72/83). Por seu turno, alega a recorrente que “.... os valores da pensão paga nos meses de janeiro a outubro do ano calendário 1998 devem ser retirados da base de cálculo do IRPF cobrado da Recorrente, devendo ser cancelada a parte do imposto calculada em cima dessa base de cálculo que cujo direito da Fazenda de cobrar decaiu.” A argüição de decadência levantada pela defesa deve ser refutada. Senão vejamos: As alterações legislativas do imposto de renda ao atribuir à pessoa física e jurídica a incumbência de apurar o imposto, sem prévio exame da autoridade administrativa, classificase na modalidade de lançamento por homologação. E o § 4º, do art. 150, do Código Tributário Nacional CTN fixa prazo de homologação de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, no caso em que a lei não fixar outro limite temporal. Transcrevese o § 4º do art. 150, do CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Assim, o lançamento por homologação se consolida quando o sujeito passivo identifica a ocorrência do fato gerador, determinando a matéria tributável e, conseqüentemente, o montante do tributo devido. Durante o anocalendário o sujeito passivo submete à tributação os rendimentos de forma antecipada, cuja apuração definitiva somente se dará quando do acerto por meio da declaração de ajuste anual, ou seja, no encerramento do anocalendário. É nessa oportunidade que o fato gerador do imposto de renda resta concluído, por ser do tipo complexo (complexivo), completando, desta feita, no último dia do ano. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 18471.002749/200361 Acórdão n.º 220101.073 S2C2T1 Fl. 3 5 Portanto, o fato gerador do IRPF referente ao anocalendário de 1998 perfez se em 31 de dezembro daquele ano. Sendo assim, o dies a quo para a contagem do prazo de decadência iniciase em 01 de janeiro de 1999 e, considerando o lapso temporal de cinco anos para que a Fazenda Pública exerça o direito de efetuar o lançamento, a data fatal completase em 31 de dezembro de 2003. Destarte, como a ciência do lançamento ocorreu em 08/12/2003 (fl. 21), o crédito tributário relativo ao anocalendário de 1998 ainda não havia sido atingido pela decadência. Em outra passagem, prossegue a recorrente alegando que não se conforma com o impedimento de lançar, como despesas dedutíveis, os gastos estipulados na sentença e, sim, “... apenas as quantias referentes ao colégio e à saúde do meu filho.” Quanto ao questionamento supra, em que pese possua a recorrente diversos gastos com o alimentado, a dedução para fins de imposto de renda se restringe às despesas fixadas na Lei n° 9.250, 1995, a saber: DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS Art. 7º A pessoa física deverá apurar o saldo em Reais do imposto a pagar ou o valor a ser restituído, relativamente aos rendimentos percebidos no anocalendário, e apresentar anualmente, até o último dia útil do mês de abril do ano calendário subseqüente, declaração de rendimentos em modelo aprovado pela Secretaria da Receita Federal. (...) Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as préescolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pósgraduação (mestrado, doutorado e especialização); e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico, até o limite anual individual de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) (Vide Medida Provisória nº 2.159 70, de 2001) (...) Fl. 5DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 6 c) à quantia, por dependente, de: (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) (...) d) às contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e) às contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social; (...) Pelo que se depreende do excerto reproduzido somente as despesas supras poderão ser deduzidas do rendimento relativo à pensão alimentícia recebida. Outrossim, não há como considerar como dedutíveis, por exemplo, as despesas com alimentação, como pretende a recorrente. Finalmente, em relação à alegação de que a autoridade fiscal não considerou a dedução de 20% da base de calculo do imposto, relativa à opção pela forma simplificada, verifico, pois, que a recorrente nos anoscalendário de 1999 e 2000 optou pela forma de tributação completa, razão pela qual a autoridade fiscal considerou como dedutíveis as despesas médicas e de instrução informada pela contribuinte. Contudo, em relação ao anocalendário de 1998, assiste razão a contribuinte, posto que no referido ano a suplicante optou em apresentar sua Declaração de Ajuste em formulário simplificado. Assim sendo, deve ser deduzida da base de cálculo do imposto o valor correspondente a 20% dos rendimentos tributáveis, observado o limite legal, na forma do art. 10 da Lei n° 9.250, 1995: Art. 10. O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, independentemente do montante desses rendimentos, dispensadas a comprovação da despesa e a indicação de sua espécie ... (Redação dada pela Lei nº 11.482, de 2007) Destarte, em relação ao anocalendário 1998 deverá ser concedido o desconto simplificado, correspondente a 20% dos rendimentos tributáveis. Ante o exposto, voto por DAR parcial provimento para aplicar o limite de 20% relativo ao desconto simplificado na Declaração de Ajuste, anocalendário 1998, observado o limite legal. (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Fl. 6DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 18471.002749/200361 Acórdão n.º 220101.073 S2C2T1 Fl. 4 7 SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 18471.002749/200361 Recurso nº: 163.865 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 220101.073. Brasília/DF, 14 de abril de 2011 ______________________________________ FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNIOR Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 7DF CARF MF Emitido em 19/05/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 16/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 30/04/2011 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 15956.000194/2006-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 11 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Feb 10 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2002
Ementa: ITR. ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a
apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel.
ADA. RETIFICAÇÃO. EFEITOS. O Ato Declaratório Ambiental ADA
pode ser retificado e nas hipóteses em que admitido, substitui o originalmente apresentado para todos os efeitos. Sendo assim, qualquer procedimento de fiscalização deve tomar por base o último ato retificador regularmente apresentado.
DIVERGÊNCIA ENTRE A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
INFORMADA NA DITR. ERRO DE FATO. No caso de evidente erro de
fato no preenchimento da informação da DITR, comprovado com
documentais hábeis, que a área declarada de reserva legal, efetivamente é de preservação permanente e sendo ambas não sujeitas ao ITR, a mesma deve ser restabelecida.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-000.997
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a área de preservação permanente equivalente a 167,3ha. Vencidos os conselheiros
Pedro Paulo Pereira Barbosa (relator) que reconhecia apenas 13,5ha e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
Matéria: ITR - ação fiscal (AF) - valoração da terra nua
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2002 Ementa: ITR. ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel. ADA. RETIFICAÇÃO. EFEITOS. O Ato Declaratório Ambiental ADA pode ser retificado e nas hipóteses em que admitido, substitui o originalmente apresentado para todos os efeitos. Sendo assim, qualquer procedimento de fiscalização deve tomar por base o último ato retificador regularmente apresentado. DIVERGÊNCIA ENTRE A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE INFORMADA NA DITR. ERRO DE FATO. No caso de evidente erro de fato no preenchimento da informação da DITR, comprovado com documentais hábeis, que a área declarada de reserva legal, efetivamente é de preservação permanente e sendo ambas não sujeitas ao ITR, a mesma deve ser restabelecida. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a área de preservação permanente equivalente a 167,3ha. Vencidos os conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (relator) que reconhecia apenas 13,5ha e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
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ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel. ADA. RETIFICAÇÃO. EFEITOS. O Ato Declaratório Ambiental ADA pode ser retificado e nas hipóteses em que admitido, substitui o originalmente apresentado para todos os efeitos. Sendo assim, qualquer procedimento de fiscalização deve tomar por base o último ato retificador regularmente apresentado. DIVERGÊNCIA ENTRE A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE INFORMADA NA DITR. ERRO DE FATO. No caso de evidente erro de fato no preenchimento da informação da DITR, comprovado com documentais hábeis, que a área declarada de reserva legal, efetivamente é de preservação permanente e sendo ambas não sujeitas ao ITR, a mesma deve ser restabelecida. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a área de preservação permanente equivalente a 167,3ha. Vencidos os conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (relator) que reconhecia apenas 13,5ha e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Fl. 147DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 2 Assinatura digital Francisco Assis de Oliveira Júnior – Presidente Assinatura digital Rayana Alves de Oliveira França – Relatoradesignada EDITADO EM: Participaram da sessão: Francisco Assis Oliveira Júnior (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Gustavo Lian Haddad, Eduardo Tadeu Farah, Guilherme Barranco de Souza (Suplente convocado) e Rayana Alves de Oliveira França. Ausente, justificadamente, a Conselheira Janaína Mesquita Lourenço de Souza. Relatório USINA SÃO MARTINHO S/A interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCAMPO GRANDE/MS (fls. 8) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 03/18, para exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR referente ao exercício de 2002, no valor de R$ 27.113,93, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 66.675,85. Segundo o relatório fiscal o lançamento decorre da revisão da DITR/2002 da qual foram glosados os valores declarados como área de preservação permanente (13,5ha) e área de utilização limitada (153,8ha) e foi arbitrado o Valor da Terra Nua – VTN que foi alterado de R$ 2.982.883,28 para R$ 3.594.435,67. O relatório Segundo relatório fiscal, as glosas das áreas ambientais ocorreram devido ao fato de a Contribuinte não ter apresentado Ato Declaratório Ambiental ou averbação da área à margem da matrícula do imóvel, que seriam requisitos necessários ao gozo do benefício da isenção. Quanto ao arbitramento do VTN este decorreu do fato de o Contribuinte não ter comprovado o valor declarado. A Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 47/60 na qual alegou, em síntese, que informou na DITR a área total do imóvel como sendo 722,1 ha, dos quais deduziu 13,5 ha consignados como de preservação permanente e 153,8 hectares como área de utilização limitada por gozarem de benefícios fiscais conforme previsto em lei; que o direito ao devido processo legal na via administrativa foi elevado à garantia fundamental e constitucional, espelhandose repetidamente, em vários dispositivos, como o direito à ampla defesa e ao contraditório, à publicidade dos atos decisórios, dupla instância de decisão, fundamentação das decisões, defesa técnica, produção de provas, proibição de tribunais de exceção, etc; que a Administração Pública lavrou o Auto de Infração, alegando falta de recolhimento do imposto sobre a propriedade territorial rural, não levando em consideração as áreas informadas na declaração como de preservação permanente e utilização limitada; que o lançamento é nulo porque não foram levados em consideração os princípios fundamentais que devem nortear o Ato Administrativo; que no imóvel não existe área de utilização limitada/reserva legal, só há área de preservação permanente no valor de 186,5 hectares, conforme enquadramento do art. 2º do Código Florestal. A DRJCAMPO GRANDE/MS julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Fl. 148DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 15956.000194/200625 Acórdão n.º 220100.997 S2C2T1 Fl. 2 3 Inicialmente, quanto à alegação de cerceamento de direito de defesa, a DRJ ressaltou que, no processo administrativo, somente com a fase contenciosa do procedimento, a partir da apresentação da impugnação, abrese a oportunidade do contraditório e da ampla defesa e que, no caso concreto, a Contribuinte pôde exercer com desembaraço o exercício do direito de defesa. Quanto ao mérito, relativamente à área de preservação permanente, já que, conforme a própria Contribuinte afirma, não há área de reserva legal no imóvel, entendeu a DRJ, em síntese, que a não apresentação do ADA é suficiente para justiçar a glosa uma vez que a apresentação deste documento ao Ibama é uma das condições para o exercício do direito à isenção sobre as áreas ambientais. Sobre o arbitramento do VTN, observou a DRJ que não houve manifestação da defesa quanto a este ponto, considerando não impugnada a matéria. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 13/10/2008 (fls. 92) e, em 06/11/2008, interpôs o recurso voluntário de fls. 94/118 na qual alega, em síntese, que o lançamento baseouse em presunção simples; que a autoridade fiscal não comprovou a inexistência das áreas de preservação permanente e de reserva legal. Reafirma que, embora tenha declarado uma área de preservação permanente de 13,5ha e uma área de reserva legal de 153,8ha, posteriormente constatou que não possuía uma área de reserva legal, mas apenas área de preservação permanente e que esta mede 186,5ha. e que se prontificou a apresentar novo ADA, o que já fez. Diz que essa área de preservação permanente está corroborada pelo levantamento topográfico feito à época da fiscalização, por engenheiro agrônomo. Argumenta que a apresentação do ADA não é condição necessária para o exercício do direito á isenção das áreas ambientais, bastando comprovar a existência efetiva das áreas, o que diz ter feito neste caso. Também argumenta a respeito da desnecessidade de averbação de área de reserva legal. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Segundo o relatório fiscal, o lançamento decorre da revisão da DITR/2002 da qual foram glosados os valores declarados como área de preservação permanente (13,5ha) e área de utilização limitada (153,8ha) e foi arbitrado o Valor da Terra Nua – VTN que foi alterado de R$ 2.982.883,28 para R$ 3.594.435,67. Quanto às glosas, a matéria em discussão diz respeito apenas à necessidade do ADA como condição para a exclusão das áreas ambientais para fins de apuração do ITR. O único fundamento da autuação para as glosas foi a falta de apresentação do ADA. Fl. 149DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 4 Pois bem, o dispositivo que trata da obrigatoriedade do ADA, e que é o fundamento legal da autuação, é o art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, que deu nova redação ao artigo 17O da Lei nº 6.938/81, in verbis: Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. [...] § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. [...] Inicialmente, embora admitindo como possibilidade a interpretação de que o dispositivo esteja a prescrever a necessidade do ADA, para todas as situações de áreas ambientais, como condição para a redução dessas áreas para fins de apuração do valor do ITR a pagar, conforme os atos normativos da RFB e do Ibama, não me parece que este sentido e alcance da norma estejam claramente delineados, a ponto de dispensar o esforço de interpretação. Isto é, não me parece que se aplique aqui o brocardo in claris cessat interpretatio. Não basta, portanto, simplesmente dizer que a lei impõe ou não a necessidade do ADA, é preciso expor as razões que levam a esta conclusão. O que chama a atenção no dispositivo em apreço é que o mesmo tem como escopo claro a instituição de uma Taxa de Vistoria, a ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA, de uma taxa que tem como fato gerador o serviço público específico e divisível de realização da vistoria, que presumivelmente será realizada nos casos de apresentação do ADA, e não de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou regular procedimentos de apuração do ITR. Também não se deve desprezar o fato de que a referência à obrigatoriedade do ADA vem apenas no parágrafo primeiro e, portanto, deve ser entendido levando em conta o quanto disposto no caput. E este, como se viu, restringe a tal taxa às situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, o que implica no reconhecimento da existência de reduções que não sejam baseadas no ADA. Aliás, a função sintática da expressão “com base em Ato Declaratório Ambiental” é exatamente denotar uma circunstância relativa ao fato expresso pelo verbo “beneficiar”. Ora, entendendose o chamado “benefício de redução” como sendo a exclusão de áreas ambientais para fins de apuração da base de cálculo do ITR, indagase se a exclusão de áreas ambientais cuja existência decorre diretamente da lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, pode ser entendida como uma redução “com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA”. Penso que não. Vejase o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 2º da lei nº 4.771, de 1965, e que existe “pelo só efeito desta lei”, in verbis: Art. 2° Consideramse de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: (sublinhei) Fl. 150DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 15956.000194/200625 Acórdão n.º 220100.997 S2C2T1 Fl. 3 5 [...] E também o caso da área de reserva legal do art. 16 da mesma lei, a saber; Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) [...] §8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) No caso da área de preservação permanente, a lei define, objetivamente, por exemplo, que tanto metros à margem dos rios, conforme a largura deste, é área de preservação permanente, independentemente de qualquer ato do Poder Público. É a própria lei que impõe ao proprietário o dever de preservar essa área e, para tanto, este não deve esperar qualquer determinação do Poder Público. O mesmo ocorre com relação à área de reserva legal. A lei impõe que, conforme certas circunstâncias de localização etc. da propriedade, um mínimo das florestas e outras formas de vegetação nativa devem ser preservadas de forma permanente. E a lei também exige que estas áreas, identificadas mediante termo de compromisso com o órgão ambiental competente, sejam averbadas à margem da matricula do imóvel, vedada sua alteração em caso de transmissão a qualquer título. Também neste caso o proprietário não deve esperar qualquer ato do Poder Público determinando que tal ou qual área deve ser preservada. Por outro lado, a Lei nº 9.393, de 1996, ao cuidar da apuração do ITR, define a área tributável como sendo a área total do imóvel subtraída de áreas diversas, dentre elas as de preservação permanente e de reserva legal, sem impor qualquer condição, in verbis: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: [...] II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou Fl. 151DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 6 estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006) e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006) f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008) Se as áreas de preservação permanente e as de reserva legal independem de manifestação do Poder Público, outras áreas ambientais, passíveis de exclusão, para fins de apuração do ITR, dependem da manifestação de vontade do proprietário ou da imposição do próprio órgão ambiental, observadas certas circunstâncias específicas do imóvel. Vejase, por exemplo, o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 3º da Lei nº 4.771, de 1965, in verbis: Art. 3º Consideramse, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bemestar público. Aqui, a declaração da área como de preservação permanente deve ocorrer em cada caso, conforme entenda o órgão ambiental, considerada a necessidade específica em face de alguma circunstância de risco ao meio ambiente ou de preservação da fauna ou da flora. O mesmo se pode dizer das áreas de que trata a alínea “b” do § 1º do inciso II da lei nº 9.393, de 1996. Ali a área deve ser declarada de interesse ecológico visando à proteção de um determinado ecossistema. Ela não existe “pelo só efeito da lei”, e nem decorre de uma imposição legal genérica de preservação, de uma fração determinada da floresta ou mata nativa. Decorre do entendimento por parte do Poder Público, com base no exame do caso concreto, que aquela área deve ser preservada. Fl. 152DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 15956.000194/200625 Acórdão n.º 220100.997 S2C2T1 Fl. 4 7 Existe, portanto, uma clara diferença entre áreas ambientais: umas cujas existências decorrem diretamente da lei, sem necessidade de prévia manifestação por parte do Poder Público por meio de qualquer ato, e outras que devem ser declaradas ou reconhecidas pelo poder Público por meio de ato próprio. Dito isto, não me parece minimamente razoável que a exclusão, prevista em lei, de uma área ambiental, cuja existência independe de manifestação do Poder Público, fique condicionada a um ato formal de apresentação do tal ADA. Mas não há dúvida de que a lei poderia criar tal exigência: A questão aqui, entretanto, é se o art. 170, em que se baseiam os que defendem esta posição, permite esta interpretação; se é este o sentido e o alcance que se deve extrair da norma que melhor a harmonize com os demais princípios e normas que regem a tributação do ITR e a preservação do meio ambiente. E a resposta é negativa. Em conclusão, penso que o art. 170 da Lei nº 6.938/81 impõe a exigência da apresentação tempestiva do ADA apenas nos casos em que a existência da área ambiental dependa de declaração ou reconhecimento por parte do Poder Público. No caso concreto, foi declarada uma área de reserva legal de 153,8ha, a qual, todavia, a própria Recorrente admite não existir de fato. Nestas condições não vejo razão para se negar o direito á isenção relativamente á área de reserva legal. Sustenta, entretanto, que apesar de ter declarado uma área de preservação permanente de apenas 13,5ha, a qual também foi glosada, esta mede, de fato, 186,5ha, conforme documentos que acosta aos autos e que afirma comprovar a alegação, e pede seja considerada, então, a área de preservação permanente de 186,5ha. Com relação à are de preservação permanente originalmente declarada, por tudo o que foi exposto acima, penso que deve ser restabelecido o valor declarado. Porém, quanto à área originalmente declarada como de reserva legal e que a Recorrente pretende ver admitida como área de preservação permanente, penso que o pleito não merece prosperar. É que não cabe aos órgãos julgadores promover retificações em declarações apresentadas pelos Contribuintes no que se refere a matérias em relação às quais não se instaurou o litígio, salvo, eventualmente, nos casos de evidente erro de fato. Neste caso, não vislumbro que a declaração da área de reserva legal tenha isso um erro de fato. Aliás, a própria Contribuinte reconhece que somente em momento posterior à declaração é que verificou a inexistência de área de preservação permanente, sendo que já havia declarado como APP um valor menor. Finalmente, apenas para que não pairem dúvidas, a Recorrente não se insurgiu na impugnação contra a retificação do VTN e, portanto, em relação a este item, não se instaurou o litígio. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para reconhecer uma área de preservação permanente de 13,5ha. Assinatura digital Fl. 153DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 8 Pedro Paulo Pereira Barbosa Voto Vencedor Conselheira Rayana Alves de Oliveira França – Relatoradesignada Com todo respeito à posição do nobre Conselheiro Relator, com o qual coaduno, ipsis litreris, o entendimento da prescindibilidade do ADA para exclusão das áreas de reserva legal e preservação permanente para fins de apuração do ITR. Entretanto, nesse processo específico, ouso discordar das conclusões apresentadas. Como bem enfatizado no seu voto: “O único fundamento da autuação para as glosas foi a falta de apresentação do ADA”. Em 21/10/10, fui relatora do Processo nº 10840.001145/200511, da mesma contribuinte e matéria, cujo fato gerador era referente ao exercício anterior, 2001, nesse processo através do Acórdão nº22.0100.877, foi dado , por unanimidade de votos, provimento ao recurso, em decisão assim ementada: “ADA. RETIFICAÇÃO. EFEITOS. O Ato Declaratório Ambiental ADA pode ser retificado e nas hipóteses em que admitido, substitui o originalmente apresentado para todos os efeitos. Sendo assim, qualquer procedimento de fiscalização deve tomar por base o último ato retificador regularmente apresentado. DIVERGÊNCIA ENTRE A ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE INFORMADA NA DITR. ERRO DE FATO. No caso de evidente erro de fato no preenchimento da informação da DITR, comprovado com documentais hábeis, que a área declarada de reserva legal, efetivamente é de preservação permanente e sendo ambas não sujeitas ao ITR, não deve prosperar o lançamento. Recurso Voluntário Provido.” Verificando o presente processo, constato que a contribuinte apresentou o ADA em 21/09/1998 (fls.39) e o retificou em 16/13/2003 (fls.40), antes de iniciada a fiscalização, conforme se verifica do Termo de Intimação Fiscal, emitido em 14/08/2006 (fls.22/23). Nesse período ainda não havia sido instituída anualidade da apresentação do ADA, que foi implementada pela Instrução Normativa IBAMA n°76/05, posteriormente revogada pela Instrução Normativa IBAMA n°25/2009. Assim, apenas a partir do Exercício de 2007, o ADA passou a ser exigido anualmente, independentemente de entregas efetuadas em exercícios anteriores, 1997 a 2006, e/ou da ocorrência de alterações nas características dos imóveis rurais. Fl. 154DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI Processo nº 15956.000194/200625 Acórdão n.º 220100.997 S2C2T1 Fl. 5 9 Entre 1997 e 2006, bastava uma só apresentação do ADA, desde que nesse intervalo não tivesse ocorrido alterações nas características do imóvel rural. Em caso de alteração após a primeira apresentação, deveria ser apresentado um ADA retificador. No caso em tela, o ADA foi apresentado inicialmente em 1998 e retificado em 2003, antes da exigência da anualidade da apresentação. Portando, deve ser considerado como prova, o ADA retificador,. Não há portanto, que se falar em intempestividade na apresentação do ADA, no exercício 2002, como entendeu a decisão de primeira instância, pois o mesmo foi protocolado tempestivamente e retificado, antes do inicio de qualquer procedimento fiscal. Durante o curso do processo ficou comprovado que a área de 186,5ha efetivamente é Área de Preservação Permanente, conforme demonstrado no ADA retificador e no Levantamento Planimétrico apresentado, não havendo como se exigir sua averbação na matrícula do Imóvel. Ademais, não há como o contribuinte averbar um reserva legal que não existe. Efetivamente ocorreu erro na DITR que não foi retificada. Entretanto, constatada que a área declarada de reserva legal, efetivamente é de preservação permanente e sendo ambas não sujeitas ao ITR, não deve prosperar o lançamento neste tocante. Assim, reconheço como área de preservação permanente, além da área já reconhecida pelo Relator de 13,5ha, também a área de 153,8ha, declarada por erro de fato como de reserva legal. Diante do exposto voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a área de preservação permanente equivalente a 167,3ha, restando incólume o lançamento no que se refere a retificação do VTN. Assinatura digital Rayana Alves de Oliveira França Fl. 155DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI 10 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 28/07/2011 __________(assinado digitalmente)_____________ FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNIOR Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 156DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA Assinado digitalmente em 29/07/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 28/07/2011 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, 03/08/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI
score : 1.0
Numero do processo: 10935.001206/2004-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2002
Ementa: IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS – A omissão de rendimentos, apurada em procedimento de ofício, enseja a lavratura de auto
de infração ou notificação de lançamento para formalização da exigência da diferença do imposto, acrescido de multa de ofício.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.036
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Ausência justificada da conselheira Janaína Mesquita Lourenço de Souza
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS – A omissão de rendimentos, apurada em procedimento de ofício, enseja a lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento para formalização da exigência da diferença do imposto, acrescido de multa de ofício. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Ausência justificada da conselheira Janaína Mesquita Lourenço de Souza. Assinatura digital Francisco Assis de Oliveira Júnior – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 18/03/2011 Participaram da sessão: Francisco Assis Oliveira Júnior (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Gustavo Lian Haddad, Eduardo Tadeu Farah, Guilherme Barranco de Souza (Suplente convocado) e Rayana Alves de Oliveira França Relatório Fl. 46DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU 2 ANTÔNIO CARLOS DE CASTILHO interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCURITIBA/PR (fls. 27) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 07/14, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF suplementar, referente ao exercício de 2002, no valor de R$ 1.962,64, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 6.235,17. A infração que ensejou a autuação foi a omissão de rendiemntos recebidos de pessoa jurídica, da fonte pagadora Associação Brasileira de Cultura. O Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 01 na qual aduziu que, por não estar de posse dos comprovantes de rendimentos recebidos de sua única fonte pagadora, informou incorretamente os rendimentos como tendo sido recebidos de pessoas físicas e pede a retificação da declaração para que sejam considerados os rendimentos declarados como recebidos de pessoas físicas como rendimentos da pessoa jurídica, no valor de R$ 13.635,98. A DRJCURITIBA/PR julgou procedente o lançamento com base, em spintese, na consideração de que erestou comprovada a omissão dos rendimentos recebidos da pessoa jurídica e que não é cabível a retificação da declaração após o lançamento de ofício. Observou também que, embora o Contribuinte afirme receber rendimentos apenas da atividade de professor, informou na declaração, como ocupação principa, “advogado”. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 09/10/2007 (fls. 32) e, em 30/10/2007, interpôs o recurso voluntário de fls. 33/34, que ora se examina, e no qual rafirma que recebeu, no ano de 2001, apenas rendimentos do trabalho assalariado e que, por engano, informou o recebimento de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Sobre a informação na DIRPF que exercia a atividade de advogado, alega que a incrição na OAB somente ocorreu em 2004 e que a indicação da profissão também foi feita com erro. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o lançamento decorre da constatação de que o Contribuinte omitiu, na DIRPF/2002, da fonte pagadora Associação Brasileira de Educação e Cultura, rendimentos do trabalho com vínculo empregatício no valor de R$ 15.865,65, apurado com base na DIRF. Fl. 47DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU Processo nº 10935.001206/200400 Acórdão n.º 220101.036 S2C2T1 Fl. 2 3 O Recorrente admite que recebeu rendimentos desta fonte pagadora, embora em valor menor (R$ 13.635,98), mas diz que, por engano, declarou rendimentos recebidos como recebidos de pessoas físicas, e pede a retificação da declaração. Pois bem, às fls. 26 consta cópia da DIRF apresentada pela fonte pagadora com a indicação dos valores pagos mensalmente ao Recorrente, com os valores correspondentes ao IRRF, e que totalizam no ano R$ 15.865,65. Portanto, não há dúvidas quanto ao recebimento dos rendimentos, no valor acima. Cabe discutir, portanto, a alegação de erro de fato no preenchimento da declaração. Examinando a declaração apresentada pelo Contribuinte verificase que este informou ter recebido rendimentos de pessoas físicas ao longo do ano, no valor mensal de R$ 900,00, totalizando R$ 10.800,00, tendo, inclusive, preenchido o quadro 02 da declaração com a indicação dos valores recebidos a cada mês. Nestas condições, não vejo possibilidade de que a informação tenha sido prestada com erro de fato. O que se tem, portanto, é que o Contribuinte declarou ter recebido R$ 10.800,00 como rendimentos recebidos de pessoas físicas e nada declarou como rendimentos recebidos de pessoa jurídica, caracterizandose, portanto, a omissão destes últimos. Também não é o caso de se admitir a retificação da declaração, seja para somar os rendimentos omitidos, seja para considerar os rendimentos recebidos de pessoas físicas como sendo rendimentos de pessoa jurídica, pois, como é cedido, após o início de procedimento fiscal, neste caso, após a autuação, eventuais diferenças de imposto devem ser exigidas mediante a lavratura de auto de infração ou notificação de lançamento. Por fim, registrese que é irrelevante a data em que o Contribuinte efetuou seu registro na OAB. A questão foi aduzida pela decisão de primeira instância apenas como fundamento subsidiário. O fato relevante é que não há evidência de que tenha havido erro de fato no preenchimento da declaração, hipótese em que seria possível a retificação de ofício e que, constatada a omissão de rendimentos, está correto o lançamento para a formalização da exigência do imposto pago a menos com os devidos acréscimos. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 48DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU 4 Fl. 49DF CARF MF Emitido em 01/04/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 26/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Assinado digitalmente em 28/03/2011 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, 31/03/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU
score : 1.0
Numero do processo: 13707.000317/2004-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 12 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003
IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEPENDENTE.
Ausente nos autos documentação que comprove a despesa de instrução, deve-se manter a glosa.
Numero da decisão: 2201-001.119
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEPENDENTE. Ausente nos autos documentação que comprove a despesa de instrução, deve-se manter a glosa.
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente. (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Fl. 55DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Afonso Ligorio de Oliveira recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância proferida pela 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília/DF, pleiteando sua reforma, nos termos do Recurso Voluntário apresentado. Tratase de Auto de Infração (fls. 2/6), relativo ao IRPF, exercício 2000, que se exige imposto no valor total de R$ 35.072,88, já acrescido de multa de ofício e de juros de mora. A fiscalização, por meio de revisão da Declaração de Ajuste Anual do contribuinte, alterou os seguintes itens: 1 rendimentos recebidos de pessoas jurídicas ou físicas para R$ 132.807,40, devido à omissão de rendimentos, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício; 2 dedução com contribuição à previdência privada e FAPI para R$ 0,00, em virtude de dedução indevida a esse título; 3 dedução com dependentes para R$ 0,00, em virtude da dedução indevida a esse título; 4 dedução com despesas com instrução para R$ 0,00, em virtude da dedução indevida a esse título; 5 dedução com despesas médicas para R$ 0,00, em virtude de dedução indevida a esse título; 6 imposto de renda retido na fonte para R$ 12.985,27, devido à inclusão do imposto retido na fonte incidente sobre os rendimentos omitidos. Cientificado da exigência, o contribuinte apresenta Impugnação (fl. 01), alegando, em síntese, que não recebeu nenhuma intimação para prestar esclarecimentos acerca da revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício de 2000. Além do mais, no lançamento dos rendimentos recebidos de pessoas jurídicas não lhe foi informado quais as fontes omitidas. Por fim, não foram consideradas as despesas médicas relativas ao recibo (fl. 7) e Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção de Imposto de Renda na Fonte (fl. 8). A 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Brasília/DF julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: PRELIMINAR DE NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. A infração legal descrita de forma insuficiente incide em preterição de requisito legal obrigatório do lançamento e cerceamento de defesa. Incabível a sanatória do lançamento quando extinto o prazo para que a autoridade lançadora revise de ofício o lançamento DEDUÇÕES DA BASE DE CÁCULO DO IMPOSTO. Fl. 56DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13893.001339/200319 Acórdão n.º 220101.099 S2C2T1 Fl. 2 3 Todas as deduções permitidas para apuração do imposto de renda esta sujeitas à comprovação ou justificação. Lançamento Procedente em Parte Em relação ao aresto proferido, transcrevese a conclusão do voto: Do exposto e por tudo o mais que do processo consta, VOTO pela procedência parcial do lançamento, para excluir da tributação o valor de R$ 23.520,59, e do imposto de renda retido na fonte o valor de R$ 985,65; restabelecer dedução com despesas médicas no valor de R$ 1.799,88 e, por conseguinte, apurar imposto suplementar no valor de R$ 8.241,58, conforme demonstrativo abaixo, a ser acrescido de multa de ofício de 75% e juros moratórios, de acordo com legislação regente. Intimado da decisão de primeira instância em 24/09/2007 (fl. 42), Afonso Ligorio de Oliveira apresenta Recurso Voluntário em 05/10/2007 (fl. 43), sustentando, essencialmente, verbis: 1.Preliminar : O recibo apresentado do profissional Carlos Eduardo, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), referese ao tratamento dentário à minha pessoa no decorrer do ano de 1999, apesar dos termos usados inadequadamente. Procurei o mesmo e ele emitiu um novo recibo com os termos adequados, o qual anexo ao recurso solicitado. 2. Mérito: Motivo deste recurso é considerar o recibo emitido pelo profissional Carlos Eduardo Rezende CPF 078.452.21899 no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais) para deduzir como despesa médica no cálculo do imposto suplementar, já que o beneficiário dos serviços odontológicos é a minha própria pessoa, conforme o novo recibo emitido. Conclusão À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 57DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Segundo se colhe dos autos, a controvérsia cingese, nesta segunda instância, a glosa de despesa médica relativa ao profissional Carlos Eduardo Rezende, no valor de R$ 8.000,00. De acordo com o recorrente “O recibo apresentado do profissional Carlos Eduardo, no valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais), referese ao tratamento dentário à minha pessoa no decorrer do ano de 1999, apesar dos termos usados inadequadamente. Procurei o mesmo e ele emitiu um novo recibo com os termos adequados, o qual anexo ao recurso solicitado”. Pois bem, a autoridade lançadora glosou a dedução pleiteada a título de despesas médicas relativa ao anocalendário de 1999, o que nos leva a reproduzir os dispositivos legais que regulam a matéria. O art. 80 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) – Decreto 3.000 de 26 de março de 1999, que dispõe sobre a base de cálculo do imposto devido na declaração de rendimentos determina: Art. 80 – Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250/95, art. 8º, II, alínea “a”). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250/95, art. 8º, §2º): (...) II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento. O mesmo Regulamento, em seu art. 73 e § 1º, estabelece: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretoslei nº 5.844, de 1943, art. 11 e § 3º) (...) § 1º se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). (grifei) Da análise dos dispositivos supracitados, depreendese que cabe ao beneficiário dos recibos e/ou das deduções provar que realmente efetuou o pagamento do valor constante no comprovante e pleiteado como despesa, bem assim a época em que o serviço foi prestado, para que fique caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução. Primeiramente, admitese como prova idônea de pagamentos os recibos fornecidos por profissional competente legalmente habilitado. Entretanto, existindo dúvida quanto à idoneidade do documento por parte do Fisco, pode este solicitar provas não só dos Fl. 58DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13893.001339/200319 Acórdão n.º 220101.099 S2C2T1 Fl. 3 5 pagamentos, mediante cópia de cheques nominativos e de extratos bancários, mas também dos serviços prestados pelos profissionais, tais como radiografias, exames, laudos médicos, etc. Em conformidade com o artigo 11, § 3°, do Decretolei n° 5.844, de 1943, supracitado, todas as deduções estarão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. Assim, sempre que entender necessário, a fiscalização tem a prerrogativa de exigir a comprovação ou justificação das despesas deduzidas. Em verdade, a comprovação das despesas havidas por meio de recibos é muito frágil. A apresentação deste documento, em muitos casos, deve servir apenas como ponto de partida para esta comprovação, não podendo o Fisco se satisfazer apenas com eles. Portanto, o simples recibo, ainda que substituído por outro, dando conta de quem efetivamente foi o beneficiário do serviço prestado, fl. 45, não é hábil para comprovar a efetividade da prestação de serviço. Ressaltese que o pagamento das despesas médicas não envolve apenas o contribuinte e o profissional de saúde, mas também o Fisco caso haja intenção de se beneficiar desta dedução na declaração de rendimentos. E, por isso, deve se acautelar na guarda de elementos de prova da efetividade do pagamento e do serviço prestado. Sobre a matéria já manifestou este Conselho Administrativo, consoante as ementas transcritas: IRPF DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E OUTRAS DEDUTÍVEIS A efetividade do pagamento a título de despesas odontológicas não se comprova com mera exibição de recibo, mormente quando o contribuinte não carreou para os autos qualquer prova adicional da efetiva prestação dos serviços e existem fortes indícios de que os mesmos não foram prestados. (Ac. 1ºCC 10244154) IRPF DEDUÇÕES COM DESPESAS MÉDICAS COMPROVAÇÃO Para se gozar do abatimento pleiteado com base em despesas médicas, não basta a disponibilidade de um simples recibo, sem vinculação do pagamento ou a efetiva prestação de serviços. Essas condições devem ser comprovadas quando restar dúvida quanto à idoneidade do documento. (Ac. 1º CC 10243935) IRPF DESPESAS MÉDICAS DEDUÇÃO Inadmissível a dedução de despesas médicas, na declaração de ajuste anual, cujos comprovantes não correspondam a uma efetiva prestação de serviços profissionais, nem comprovado os desembolsos. Tais comprovantes são inaptos a darem suporte à dedução pleiteada. Legítima, portanto, a glosa dos valores correspondentes, por se respaldar em recibo imprestável para o fim a que se propõe. (Ac. 1º CC 10416647) Com efeito, no caso em tela, verificase que o recibo emitido pelo profissional Carlos Eduardo Rezende, no valor de R$ 8.000,00, deveria estar acompanhado de documentos que comprovem a transferência de numerário (o pagamento) ou de documentos que comprovem a realização do serviço (laudos, relatórios e outros). Além do mais, o recibo Fl. 59DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH 6 carreado à fl. 07 informava “serviços odontológicos a seus familiares no exercício de 1999”, posteriormente, com a glosa dos dependentes o recorrente efetuou a troca do recibo, fl. 45, passando a descrição dos serviços para “serviços odontológicos”. E, em arremate, o recibo acostado à fl. 45 não apresenta o carimbo do prestador de serviço, tampouco o número de inscrição no conselho de classe. Frisese, novamente, que não foi carreado aos autos qualquer prova adicional de que o recorrente tenha de fato suportado o valor da despesa médica relacionada em sua DIRPF/2000. Ante ao exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Fl. 60DF CARF MF Emitido em 16/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH Assinado digitalmente em 30/05/2011 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JU, 29/05/2011 por EDUARDO TADEU FARAH
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