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Numero do processo: 12448.720620/2010-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 26 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
IRPF - DEDUÇÃO DESPESAS MÉDICAS.
Nos termos do art. 8º, inciso II, alíneas "a", e §2º, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física os serviços médicos devidamente comprovados.
Numero da decisão: 2202-003.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Cecilia Dutra Pillar e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, que deram provimento parcial ao recurso, para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 525,00.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa- Presidente.
(Assinado digitalmente)
Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar, Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 IRPF - DEDUÇÃO DESPESAS MÉDICAS. Nos termos do art. 8º, inciso II, alíneas "a", e §2º, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física os serviços médicos devidamente comprovados.
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Nos termos do art. 8º, inciso II, alíneas "a", e §2º, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física os serviços médicos devidamente comprovados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Cecilia Dutra Pillar e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, que deram provimento parcial ao recurso, para afastar a glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$ 525,00. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar, Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 06 20 /2 01 0- 79 Fl. 176DF CARF MF 2 Por bem descrever os fatos, adoto Relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP): Em procedimento de revisão da Declaração de Ajuste Anual 2008, anocalendário 2007, do contribuinte acima identificado, procedeuse ao lançamento de ofício, originário da apuração das infrações abaixo descritas, por meio da Notificação de Lançamento do Imposto de Renda Pessoa Física, lavrada em 18/10/2010, de fls. 06/12. (...) Dedução Indevida de Previdência Oficial Conforme disposto no art. 73 do Decreto n.º 3.000/99 – RIR/99, todas as deduções pleiteadas na Declaração de Ajuste Anual estão sujeitas à comprovação ou justificação. Regularmente intimado, o contribuinte não atendeu a Intimação até a presente data. Em decorrência do não atendimento da referida Intimação, foi glosado o valor de R$ 17.076,06 deduzido indevidamente a título de Contribuição à Previdência Oficial, por falta de comprovação. Dedução Indevida de Despesas Médicas Conforme disposto no art. 73 do Decreto n.º 3.000/99 – RIR/99, todas as deduções pleiteadas na Declaração de Ajuste Anual estão sujeitas à comprovação ou justificação. Regularmente intimado, o contribuinte não atendeu a Intimação até a presente data. Em decorrência do não atendimento da referida Intimação, foi glosado o valor de R$ 18.069,48 deduzido indevidamente a título de Despesas Médicas, por falta de comprovação. Compensação Indevida de Imposto Complementar Regularmente intimado a comprovar os valores compensados a título de Imposto Complementar (mensalão), o contribuinte não atendeu à Intimação até a presente data. Em decorrência do não atendimento da intimação, foi glosado o valor de R$ 2.506,89 compensado indevidamente a título de Imposto Complementar (mensalão), correspondente à diferença entre o valor declarado R$ 2.506,89 e o efetivamente recolhido sob o código de receita 0246 R$ 0,00, conforme informações constantes dos Sistemas da Receita Federal do Brasil. DA IMPUGNAÇÃO Devidamente intimado das alterações processadas em sua declaração, o contribuinte apresentou impugnação por meio do instrumento de fls. 02/03, alegando, em síntese, que: Fl. 177DF CARF MF Processo nº 12448.720620/201079 Acórdão n.º 2202003.998 S2C2T2 Fl. 177 3 no que concerne às despesas médicas declaradas, informa que são despesas próprias; anexa documentos e solicita análise da impugnação. TERMO CIRCUNSTANCIADO E DESPACHO DECISÓRIO Nas fls. 67/69 consta Termo Circunstanciado lavrado pela Equipe de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro, em que se verifica: foi comprovada a contribuição à previdência oficial com os comprovantes anexados. Os valores encontramse informados em DIRF. No demonstrativo emitido pela PETROS houve contribuição à previdência complementar, mas foi informado na DIRPF/2008 pelo contribuinte como previdência oficial. No entanto, o valor da contribuição é dedutível plenamente na DIRPF, não havendo prejuízo à Fazenda Nacional. Cancelou se a glosa; em relação à compensação indevida de Imposto Complementar informa que foi pago complemento do imposto a pagar, por falta de documentos originais de despesas médicas; em relação à dedução indevida de contribuição para a previdência oficial informa que o valor corresponde a pagamento de contribuição à Previdência Oficial do contribuinte; o contribuinte efetuou o recolhimento do imposto complementar conforme documentos apresentados no processo e valores contidos no sistema da Receita Federal. No novo Demonstrativo de Apuração IRPF/2008, verificase que o Imposto Suplementar a Pagar passou de R$ 12.171,91 para R$ 935,00. Na fl. 70 há Despacho Decisório que aprovou o Termo Circunstanciado acima referido. Consta na fl. 71 Termo de Ciência dos documentos elaborados e houve a concessão do prazo de trinta dias da ciência da revisão de ofício para que o contribuinte apresentasse manifestação contrária ao decidido. Consta na fl. 73 Extrato do Processo em que se verifica: Imposto Suplementar 9.665,02 Extinto Revisão de Lançamento 8.730,02 Saldo de Principal e Multa Vinculada 935,00 O contribuinte foi cientificado da revisão de ofício procedida em 27/03/2015, fl. 75. O contribuinte protocolou contestação ao decidido em 06/05/2015, fl. 79. Fl. 178DF CARF MF 4 A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP) negou provimento à impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 Ementa: REVISÃO DE OFÍCIO. QUESTÕES DE FATO. Procedida a Revisão de Ofício da Notificação de Lançamento e tratando a impugnação do contribuinte somente de questões de fato, resta mantido o Imposto Suplementar exposto no novo demonstrativo de imposto suplementar a pagar. Cientificado da decisão acima transcrita (AR. fls. 161) o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 164/167, no qual reitera da dedutibilidade das despesas médicas. É o relatório. Voto Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual, dele conheço; A Delegacia da Receita Federal de Julgamento negou provimento à impugnação apresentada pelo contribuinte, em razão do seguinte: Verificamse nas fls. 39/47 cópias de 9 Notas Fiscais de Serviços emitidas por CLINIMEX – Medicina do Exercício, em nome do contribuinte e referentes a 2007. Na discriminação dos serviços constam: em 8 notas fiscais “sessões de exercícios físicos com supervisão médica” e, em uma nota fiscal “consulta médica, eletrocardiograma de repouso, prova ventilatória e teste cardiopulmonar de exercício”. Na contestação à revisão de ofício, o contribuinte anexou documentos da CLINIMEX e avaliações, fls. 95/144 datadas dos anoscalendário 2006, 2011 2012, 2013, 2014 e 2015, portanto, pertencentes a anoscalendário diferentes do fiscalizado. Em consulta aos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil verificase que a empresa CLINIMEX MEDICINA DO EXERCÍCIO, CNPJ 74.066.465/000181 está cadastrada com o Fl. 179DF CARF MF Processo nº 12448.720620/201079 Acórdão n.º 2202003.998 S2C2T2 Fl. 178 5 CNAE: 8650099 – Atividades de profissionais da área de saúde não especificada anteriormente. Conforme visto na legislação acima colacionada, as despesas com “sessões de exercícios físicos com supervisão médica” não estão compreendidas entre aquelas previstas como dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Física. Ademais, a empresa CLINIMEX não está cadastrada como hospital, motivo pelo qual tais despesas não podem ser deduzidas. As deduções de despesas médicas encontram previsão legal no art. 8º, inciso II, alíneas "a", e §2º, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, que assim dispõe: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: (...) II das deduções relativas a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Sendo assim, não há no dispositivo legal supra transcrito a distinção pretendida pela DRJ. Assim, desde que os serviços prestados sejam caracterizados como serviços médicos, pouco importa se esses são prestados em clínicas, hospitais ou consultório Fl. 180DF CARF MF 6 particulares. As notas relativas à CLINIMEX. referemse à serviços médicos prestados no ano de 2007 e identificam o Recorrente como beneficiário dos referidos serviços. Em face do exposto, dou provimento ao recuso para excluir a glosa relativa à despesas médicas. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Fl. 181DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11330.001094/2007-01
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Feb 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 23 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 9202-000.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para levantar os débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Em seguida, dar ciência ao contribuinte dos despachos de exame de admissibilidade e respectivo reexame, bem como do relatório da diligência, com abertura do prazo de trinta dias para manifestação exclusivamente quanto ao relatório, com retorno à conselheira relatora, para prosseguimento.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Fábio Piovesan Bozza.
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para levantar os débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Em seguida, dar ciência ao contribuinte dos despachos de exame de admissibilidade e respectivo reexame, bem como do relatório da diligência, com abertura do prazo de trinta dias para manifestação exclusivamente quanto ao relatório, com retorno à conselheira relatora, para prosseguimento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Fábio Piovesan Bozza.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para levantar os débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Em seguida, dar ciência ao contribuinte dos despachos de exame de admissibilidade e respectivo reexame, bem como do relatório da diligência, com abertura do prazo de trinta dias para manifestação exclusivamente quanto ao relatório, com retorno à conselheira relatora, para prosseguimento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Fábio Piovesan Bozza. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 13 30 .0 01 09 4/ 20 07 -0 1 Fl. 315DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Resolução nº 9202000.089 CSRFT2 Fl. 215 2 Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 2403002.042, proferido pela 3ª Turma Ordinária / 4ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de Lançamento que compreende os seguintes Autos de Infração – DEBCAD: a) 37.361.7097 – Patronal – R$ 942.389,32; b) 37.361.7100 – Segurados – R$ 499.716,36; c) 37.361.7119 – Terceiros – R$ 97.383,19; d) 37.361.7089 – Obrigação Acessória – R$ 161.712,00. A notificação ocorreu em 26/01/2012, lavrado em face de LAFIMAN DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS LTDA., por ter deixado de recolher contribuições previdenciárias devidas pela empresa à Seguridade Social e a Terceiros, incidentes sobre remuneração paga a título de prêmios, mediante a utilização de sistema, que consistia no fornecimento de bônus que poderiam ser trocados por produtos ou serviços em rede de fornecedores oferecidos pela empresa administradora do sistema, assim como parte patronal e terceiros concernentes a valores pagos a empregados irregularmente contratados como estagiários, não incluídos em folhas de pagamento/GFIP, no período compreendido entre 01/2007 a 12/2007. Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração às fls. 584/614. A Secretaria da Receita Previdenciária – Unidade Atendimento em Suzano/SP, prolatou o Acórdão, às fls. 693/709, mantendo procedente o lançamento. Às fls. 739/776, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário reiterando as alegações anteriores. A 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 802/820, DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Ordinário para determinar o recálculo da multa do AI DEBCAD 37.361.7089 de acordo com o art. 32A e dos AI DEBCAD 37.361.710.0, 37.361.7097 e 37.361.7119 de acordo com o disposto no art. 35, caput (art. 61, da Lei 9.430/96), todos da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.491/2009, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte, na forma descrita no corpo do voto. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 ESTÁGIO. PAGAMENTO DE BOLSA DE FORMA IRREGULAR. VIGÊNCIA DA LEI 6.494/77. Fl. 316DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Resolução nº 9202000.089 CSRFT2 Fl. 216 3 O pagamento de bolsa a estagiário em desacordo com os requisitos formais e materiais da Lei de regência da relação especial de trabalho, enseja o lançamento de contribuições previdenciárias. PROGRAMA DE INCENTIVO. PAGAMENTO COM CARTÃO PREMIAÇÃO. REMUNERAÇÃO INDIRETA. Constitui infração ao disposto no art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n. 8.212/91, sendo correto o auto de infração que considerou a ausência de recolhimento de tributo sobre tais verbas. Recurso Voluntário Provido em Parte. Às fls. 822/833, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, alegando divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e os paradigmas trazidos para analise sobre dois temas: havendo lançamento das contribuições, juntamente com a multa por descumprimento de obrigação acessória, o dispositivo legal aplicado passa a ser o art. 35A da Lei 8.212/91, que remete ao art. 44, I da Lei 9.430/96, e tal norma deve ser comparada com a soma das multas aplicadas nos moldes do art. 35, inciso II e do art. 32, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, na redação anterior. Não mais se aplica o art. 32A da Lei 8.212/91, conforme entendeu a Câmara a quo, haja vista que este preceito normativo somente se aplica às situações em que somente tenha havido descumprimento de obrigação acessória relacionada à GFIP. Havendo lançamento de tributo, a multa passa a ser aplicada nos termos do art. 35A da Lei 8.212/91. Quanto à aplicação da multa de mora, a Fazenda Nacional entendeu que o aresto recorrido assim como o paradigma foram proferidos após o advento da MP nº 449/08, convertida na Lei nº 11.941/09 e, portanto, a análise da matéria ocorreu à luz da alteração da redação do caput do art. 35 da Lei nº 8212/91. Assim, conforme o acórdão paradigma, entende que o art. 35 da Lei nº 8.212/91 deve agora ser observado à luz da norma introduzida pela Lei nº 11.941/09, qual seja, o art. 35A, que, por sua vez, faz remissão ao art. 44 da Lei 9.430/96. Já o acórdão recorrido entendeu que deveria ser aplicada ao caso a retroatividade benigna sob fundamento de que o art. 35, caput da Lei 8.212/91 deveria ser observado e comparado com a atual redação emprestada pela Lei nº 11.941/09. Como na atual redação há remissão ao art. 61 da Lei nº 9.430/96, entendeu o acórdão recorrido que o patamar da multa aplicada estaria limitado a 20%. Porém, no paradigma, a aplicação da retroatividade benigna na forma do art. 61, § 2º da Lei 9.430/96 foi rechaçada de forma expressa. Às fls. 879/882, a 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, DANDO SEGUIMENTO ao recurso em relação às divergências arguidas, uma vez vislumbrada a similitude das situações fáticas nos acórdãos recorrido e paradigmas, configurando as divergência jurisprudenciais apontadas. De fato, as decisões em comento adotaram critérios distintos em situações semelhantes para os cálculos da multa por descumprimento de obrigação acessória e da multa de mora mais benéfica ao contribuinte. Às fls. 1001/1012, o Contribuinte igualmente interpôs Recurso Especial, alegando que os contratos de estágios restaram desconsiderados e que restou demonstrada a divergência jurisprudencial ao se extrair dos acórdãos paradigmas que os contratos de estágio devem ser considerados, sob pena de flagrante violação ao princípio da verdade material. Às fls. 1078/1079, a 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte, NEGANDO Fl. 317DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Resolução nº 9202000.089 CSRFT2 Fl. 217 4 SEGUIMENTO ao recurso por entender que não foram atendidos os pressupostos necessários para sua admissibilidade, uma vez que o recorrente deixou de demonstrar analiticamente quais pontos dos paradigmas colacionados divergem de pontos específicos no acórdão recorrido. À fl. 1080 foi realizado o reexame de admissibilidade pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que manteve o despacho do Presidente da Câmara que negou seguimento ao Recurso Especial do Contribuinte. Vieram os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Trata o presente auto de infração em desfavor do recorrente, por ter deixado de recolher contribuições previdenciárias devidas pela empresa à Seguridade Social e a Terceiros, incidentes sobre remuneração paga a título de prêmios, mediante a utilização de sistema, que consistia no fornecimento de bônus que poderiam ser trocados por produtos ou serviços em rede de fornecedores oferecidos pela empresa administradora do sistema, assim como parte patronal e terceiros concernentes a valores pagos a empregados irregularmente contratados como estagiários, não incluídos em folhas de pagamento/GFIP, no período compreendido entre 01/2007 a 12/2007. O Acórdão recorrido deu parcial provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional trouxe para análise as divergências jurisprudenciais no tocante à multa por descumprimento de obrigação acessória e à multa de mora. Contudo, observo que o presente processo se encontra com irregularidades processuais a serem sanadas, e por esta razão converto o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para levantar os débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Em seguida, dar ciência ao contribuinte dos despachos de exame de admissibilidade e respectivo reexame, bem como do relatório da diligência, com abertura do prazo de trinta dias para manifestação exclusivamente quanto ao relatório. É como voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 318DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.001787/2005-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO-CUMULATIVO.
O crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS, visto que se insere no conceito de receita, sujeitando-se à incidência não-cumulativa da contribuição.
CRÉDITOS SOBRE FRETES. IMPOSSIBILIDADE. VIGÊNCIA. LEI POSTERIOR AOS FATOS.
Os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004.
CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL.
Inexiste previsão legal para o creditamento de valores de aluguéis para utilização de veículos.
CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES. SUPORTE PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA.
Inexiste nos autos qualquer suporte probatório que demonstre a pertinência ao processo produtivo dos valores referentes a aluguel de softwares.
Numero da decisão: 3302-004.376
Decisão: Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
[assinado digitalmente]
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO CUMULATIVO. O crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS, visto que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. CRÉDITOS SOBRE FRETES. IMPOSSIBILIDADE. VIGÊNCIA. LEI POSTERIOR AOS FATOS. Os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE VEÍCULOS. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. Inexiste previsão legal para o creditamento de valores de aluguéis para utilização de veículos. CRÉDITOS SOBRE VALORES DE ALUGUÉIS PAGOS PARA UTILIZAÇÃO DE SOFTWARES. SUPORTE PROBATÓRIO. INEXISTÊNCIA. Inexiste nos autos qualquer suporte probatório que demonstre a pertinência ao processo produtivo dos valores referentes a aluguel de softwares. Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 17 87 /2 00 5- 13 Fl. 521DF CARF MF 2 Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. [assinado digitalmente] Paulo Guilherme Déroulède Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados de forma minudente, adoto o relatório da r. decisão recorrida, conforme a seguir transcrito: O contribuinte supracitado solicitou compensação de supostos créditos de PIS Nãocumulativo de março de 2003 com débitos da filial, conforme declaração de compensação de fls.01 e 02. Devido ao pedido de compensação, foi apensado aos autos o processo administrativo n°s 10925.000836/200630, que envolvem a exigência dos débitos da filial contidos na declaração de compensação (fl.21). A DRF de origem indeferiu o pleito do contribuinte através do Despacho Decisório 2.520/2007, de fl.129, fundamentado nos demonstrativos e na Informação Fiscal, de fls.118 a 128. Inconformado, o contribuinte apresenta manifestação de inconformidade, de fls.136 a 141. Nesta, começa alegando que as receitas financeiras, outras receitas e crédito presumido de IPI não podem ser tributadas, pois não tem o objeto/finalidade principal da empresa, bem como não fazem parte da base de cálculo da contribuição, conforme jurisprudência que analisou a inconstitucionalidade do art.3° da Lei 9.718/1998. Ademais, a tributação sobre o crédito presumido de IPI não poderia ocorrer, pois é uma recuperação de custos de insumos aplicados em produtos exportados, não uma receita. Mesmo que receita fosse, seria isenta, porque decorre da exportação de produtos. Traz jurisprudência para alicerçar sua defesa. No tocante à glosa de créditos do tributo decorrentes da utilização indevida de valores de oriundos de fretes nas vendas e aluguéis (de veículos e software) pagos, haveria uma incorreta Fl. 522DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 522 3 interpretação dos fatos pela autoridade fiscal, pois os créditos se enquadram dentro dos permissivos legais contidos na Lei 10.637/2002, conforme doutrina. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 RECEITAS NÃOCONSIDERADAS DESPESAS/CUSTOS INDEVIDOS COMPONDO A BASE DE CÁLCULO DO CRÉDITO AO CONTRIBUINTE INFLUÊNCIA NO VALOR A RESSARCIR PLEITO INDEFERIDO. Na apuração do valor a ressarcir de PIS nãocumulativo devem se somar as receitas não consideradas e diminuir a/os despesas/custos indevidamente considerados, que são regidos pela lei aplicável aos fatos, ambos para fins de apuração da base de cálculo da contribuição que serve para apurar 1 o valor do ressarcimento, nos termos da legislação. Rest/Ress. Indeferido Comp. não homologada Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após ciência em 05/01/2009, conforme AR de fl. 191, apresenta em 04/02/2009, fl. 192/205 Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, arguindo em síntese: • O Fisco não considerou os estornos de lançamentos efetuados indevidamente ou a maior, os quais podem ser identificados no Razão da empresa (juros sobre duplicata, descontos lançados e não obtidos, despesas de aluguel, multa e juros de débitos inscritos no PAES): • Tais valores representam estorno de custo ou despesa, não sendo tributáveis pelo PIS; • O Fisco glosou também valores referentes a estorno de variação cambial e outras receitas não operacionais (créditos de PIS, ajustes de folha de pagamento, reembolsos), sendo estes não tributáveis, pois não se referem a receitas; • O valor referente ao credito presumido de IPI não foi incluído na base de cálculo do PIS, pois corresponde a recuperação de custo e sua tributação ofenderia a razão da criação do referido crédito; • Transcrevese jurisprudência administrativa e judicial sobre a questão; • Os créditos glosados oriundos de despesas com aluguéis e fretes foram utilizados na produção de bens destinados A. venda, sem os quais não se completaria o ciclo produtivo da Fl. 523DF CARF MF 4 recorrente, nos termos previstos no inciso IV do art. 3° da Lei n° 10.637/02; • Requer que o presente processo seja apensado ao de n° 11080.013973/200767, correspondente ao auto de infração decorrente do não reconhecimento dos créditos pleiteados. Requerse a efetuação de diligência, a fim de elucidar e comprovar todo o crédito discutido. Através da Resolução Carf nº 3801000.518, o julgamento foi convertido em diligência nos seguintes termos: I. Verificar os valores lançados a débito nas contas relacionadas na planilha de fls., registrados no balancete do mês de janeiro e no Livro Razão da recorrente, apurando se efetivamente correspondem a estornos das respectivas receitas lançadas a credito, devendo, nesta hipótese, ser excluídos dos totais relacionados na referida planilha, respectivamente a cada conta; 2. Considerando o apurado no item anterior, elaborar novas planilhas de cálculo em substituição àquelas constantes da informação fiscal de fls. 3. Intimar a empresa a se manifestar em aditamento ao recurso voluntário interposto, se assim desejar, relativamente apenas ao resultado da presente diligência, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os autos a este CARF para julgamento. Em decorrência da diligência foi emitida a Informação Fiscal de fls.477/478. O contribuinte teve ciência da Informação Fiscal já referida em 22/11/2013, conforme AR de fl.481 e embora tenha sido reaberto o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação acerca do resultado da diligência, não compareceu aos autos. Ressaltese que o processo nº 11080.013973/200767, referido no Recurso Voluntário, trata de auto de infração para a exigência do PIS/Pasep dos períodos de apuração de março, abril e julho de 2003 e de março a dezembro de 2005, o qual foi objeto da Resolução Carf nº 3401000.546, de 19/07/12 e seguintes: Resolução Carf nº 3401000.580, de 24/10/2012 e Resolução Carf nº 3401000.646, de 31/01/2013, que determinaram em síntese: Desta feita, o que a autoridade preparadora deve fazer é aguardar o desfecho na esfera administrativa das lides instauradas em relação aos processos nºs. 11080.001780/2005 00, 11080.001788/200568 e 11080.001787/200513, para, somente então, anexar as cópias correspondentes a este processo e remetêlo ao Carf. Antes, não.(grifei). É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Fl. 524DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 523 5 Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. DA MATÉRIA LITIGIOSA Destaca a Recorrente que é uma empresa devidamente constituída, conforme os respectivos atos constitutivos anexados aos autos, cujo objeto social gira em torno da produção de celulose, papéis kraft, chapas e embalagens de papelão ondulado, resinas e móveis de pinus, entre outros, nesse sentido as matérias submetidas à segunda instância de julgamento estão assim pontuadas em sua defesa. Receitas Financeiras, Outras Receitas e Valores Lançados Indevidamente Destaca o Recorrente que pela planilha de cálculos elaborada pelo Fisco, [...constatouse que não foram levados em consideração os estornos de lançamentos efetuados indevidamente ou a maior realizados pela Recorrente, e reconhecidos por esta na mesma data.] Para melhor compreensão da matéria transcrevese a seguir, excertos da Resolução Carf nº 3801000.518: Como visto acima, trata o presente processo de compensação pretendida pelo contribuinte, utilizandose de créditos decorrentes da apuração do PIS não cumulativo, no período de janeiro a outubro de 2003. Verificando tais créditos, a Fiscalização efetuou glosas relativas a receitas financeiras (juros e variações cambiais ativas, aluguéis recebidos), alem de valores referentes ao crédito presumido de IPI, não oferecidos à tributação. Também foram glosados créditos decorrentes de fretes pagos nas operações de vendas, por falta de previsão legal para tanto à época da ocorrência dos fatos geradores, e, ainda, créditos sobre valores de aluguéis pagos para utilização de veículos e software, por não se classificarem tais dispêndios como aluguéis de máquinas e equipamentos, conforme previsão legal.(grifei). O contribuinte alega em seu recurso que a Fiscalização não levou em conta os estornos de lançamentos registrados nas contas por ela consideradas em sua apuração, os quais correspondem ao cancelamento de receitas registradas indevidamente. Analisandose os autos, vêse que a autoridade fiscal tornou como base os balancetes mensais trazidos pela empresa, tendo sido elaborada a planilha, na qual consta a relação das contas consideradas, o total da receita apurada e o PIS devido em cada mês. Os balancetes em questão trazem os valores lançados a crédito nas contas de apuração de receita relacionadas pela Fiscalização, bem como aqueles lançados a débito, sem, no entanto, especificar a natureza destes últimos. A empresa junta Fl. 525DF CARF MF 6 ao recurso copia do Livro Razão das contas nas quais constam registros a débito, solicitando a exclusão destes da base de cálculo do PIS, uma vez que não corresponderiam a receitas efetivamente. A principio parece ter razão a recorrente, uma vez que, comparandose os valores relacionados pela Fiscalização na planilha de fls. e aqueles constantes dos balancetes mensais, vêse que a autoridade fiscal considerou apenas os registros a crédito, sem fazer qualquer exclusão relativa Aqueles registrados a débito.(...)(grifei). Em face das questões trazidas em sede recursal, acolhidas pela Resolução Carf nº 3801000.518, foi emitida a Informação Fiscal de fls.477/478. Cumpre esclarecer que, embora no verso da folha 465 da Resolução do CARF o período mencionado seja janeiro de 2003, o presente processo é relativo ao mês de março de 2003 e assim a fiscalização entendeu ser esse período o objeto de execução da Diligência solicitada. Também a fiscalização entendeu que o Demonstrativo de cálculo mencionado na referida Resolução (fl.465verso) seja o constante da folha no 118, uma vez que não constou a numeração da folha na Decisão. Para o período objeto deste processo, apenas as rubricas contábeis 3.05.01.01 Juros s/duplicatas (fls.250/258), 3.05.01.04 Descontos obtidos (f1.375), 3.05.01.05 Recuperação Desp Financ., 3.05.01.10.01 Var.Ativacliente do exterior (fl.441) e 3.06.01.04 Outras Receitas Operacionais (fl.453) apresentaram lançamentos a débito. Tais débitos correspondem a estornos das respectivas receitas não oferecidas à tributação que não foram considerados pela fiscalização em sua Informação Fiscal das fls. 123 a 127, devendo, portanto, ser excluídos dos totais relacionados na planilha da folha 118; os novos valores para o período estão quadro demonstrativo em anexo a este Relatório. Tendo o Recorrente anexado cópia dos razões contábeis das seguintes contas a) 3.05.01.01 Juros s/Duplicatas; b) 3.05.01.04 Descontos Obtidos; c) 3.05.01.06 Juros sobre parcelamento; d) 3.05.01.10.01 Var. Ativa Cliente Ext.; e) 3.05.03.02.06 Var. Ativa Outras; f) 3.06.01.02 Aluguéis Rec.; g) 3.06.01.04 Outras Rec. Oper.; h)3.06.01.05 IPI Ressarcimento, conforme documentos de fls.208/469, verificase que a fiscalização em cumprimento à diligência solicitada, procedeu à análise das rubricas contábeis acima destacadas, com lançamentos a débitos, cujos estornos foram excluídos dos totais da planilha de fl. fl.124 ( fl.118 proc.físico), todos referentes ao mês de março/2003, como bem enfatizado na informação fiscal. Ao final da análise dos demais itens demonstrarseá a nova planilha com os valores considerados pela fiscalização. Crédito Presumido de IPI Pondera a Recorrente que se trata de uma recuperação de custo, materializada por meio de um ressarcimento de IPI, haja vista que crédito presumido é ressarcimento de custo, e ressarcimento de custo não é receita. Fl. 526DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 524 7 A Informação Fiscal de fls.129/133, destaca: Na verificação da apuração da base de cálculo do tributo no período analisado constatouse que o contribuinte, embora use as despesas financeiras como base de cálculo dos créditos de PIS, não ofereceu à tributação as receitas financeiras auferidas (juros e variações cambiais ativas, aluguéis recebidos) no período e os valores de crédito presumido de IPI. (...) Em vista desta constatação foram calculados os valores de PIS devidos p tributação das receitas financeiras e do crédito presumido de IPI com base na escrituração contábil do contribuinte (balancetes mensais fls. 94/117) e elaborado um quadro demonstrativo desses valores que encontrase anexo a esta Informação Fiscal (fl. 118). Em decorrência das receitas não incluídas na base de cálculo do tributo, a proporção dos créditos relativos a receitas no mercado interno e o mercado externo foi recalculada conforme quadro abaixo.(grifei). A matéria em tela, inclusão ou não do crédito presumido de IPI na base de cálculo do PIS e da Cofins nãocumulativas, tem sido objeto de inúmeros julgados neste E. Conselho, comportando um respeitável dissenso jurisprudencial. Para melhor cognição, é importante destacar como evolução histórica da legislação que a regra de incidência da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e do Programa de Integração Social PIS, até o período de janeiro de 1999, alcançava apenas a receita advinda da venda de mercadorias e serviços. Ocorre que para os fatos geradores ocorridos a partir de fevereiro de 1999, nos termos da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, a incidência passou a alcançar em princípio, todas as receitas da empresa (receita bruta, independentemente de sua classificação contábil) passando referidas contribuições a incidir não só sobre receitas relativas à venda de mercadorias e prestação de serviços, mas também sobre qualquer outra auferida pela pessoa jurídica, salvo as exceções listadas em lei. Era a chamada base universal para fins de exigência das contribuições que se examina. É digno de realce que o Supremo Tribunal Federal STF ao declarar a inconstitucionalidade do §1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718, de 1998, no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, pacificou o entendimento de que a receita a ser tributada pela Cofins e pela contribuição para o PIS/Pasep, com base na referida lei, deveria ser entendida como a receita de vendas e serviços próprios da atividade da empresa. Ocorre que a lide em apreço decorre de compensação de supostos créditos de PIS nãocumulativo de março de 2003 com débitos da filial, conforme declaração de compensação. Assim a matéria ora em debate está sob o regramento do regime da não cumulatividade do PIS/Pasep, instituído, pela Lei nº 10.637, de 30/12/2002, cuja incidência quantos aos efeitos referentes à nãocumulatividade do PIS/Pasep, notadamente quanto à vigência dos artigos 1ºa 6º e 8º a 11 da referida lei ocorre a partir de 1º de dezembro de 2002, conforme, artigo 68, II. Nesse mister, verificase que a base de cálculo para o PIS/Pasep Faturamento nãocumulativo referente ao período analisado, anocalendário 2003, comporta a totalidade das Fl. 527DF CARF MF 8 receitas auferidas independentemente de sua classificação contábil, conforme art 1º a seguir transcrito: Lei nº 10.637, de 2002, redação vigente à época dos fatos: Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2o A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. Prevê ainda a referida lei em seu § 3º, de forma exaustiva, quanto às receitas que podem ser excluídas da base de cálculo: § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: § 3o Não integram a base de cálculo a que se refere este artigo, as receitas: I decorrentes de saídas isentas da contribuição ou sujeitas à alíquota zero; II (VETADO) III auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias em relação às quais a contribuição seja exigida da empresa vendedora, na condição de substituta tributária; IV de venda de álcool para fins carburantes; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) V referentes a: a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos; b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. VI–não operacionais, decorrentes da venda de ativo imobilizado. (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) Em face da linha defensória do Recorrente, de que crédito presumido é ressarcimento de custo e ressarcimento de custo não é receita, bem como das disposições legais acima transcritas cabe então perquirir quanto à natureza jurídica do crédito presumido de IPI, Fl. 528DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 525 9 núcleo da presente discussão, bem como quanto à definição de receita no ordenamento jurídico brasileiro. Dispõe o artigo 1º da Lei nº 9.363, de 1996: Art. 1ºA empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos7, de 7 de setembro de 1970,8, de 3 de dezembro de 1970, e70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.(grifei). Art.2o A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. (...) Art.3o Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único.Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Art.4oEm caso de comprovada impossibilidade de utilização do crédito presumido em compensação do Imposto sobre Produtos Industrializados devido, pelo produtor exportador, nas operações de venda no mercado interno, farseá o ressarcimento em moeda corrente.(grifei) Parágrafo único.Na hipótese de crédito presumido apurado na forma do § 2odo art. 2o, o ressarcimento em moeda corrente será efetuado ao estabelecimento matriz da pessoa jurídica. Os excertos extraídos do AC CSRF nº 9303002.825, de 23/01/2014 conferem uma primorosa exegese quanto à natureza jurídica do crédito presumido de IPI, como a seguir se transcreve: (...) o crédito presumido de IPI não se confunde com uma restituição de tributos e nem com uma “recuperação de Fl. 529DF CARF MF 10 despesa”, já que o crédito, como o próprio nome já diz, é presumido, conforme brilhantemente esclarecido pela douta procuradora da fazenda nacional em sua peça recursal, cujo excerto peço vênia para abaixo transcrever: Apesar de o credito instituído pela Lei nº. 9.363/96 ter como objetivo o ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem aplicados em produtos exportados, o ressarcimento em si é meramente presumido, não havendo como assemelhálo a uma restituição de tributos, porque não houve pagamento indevido de PIS e COFINS. Ao contrário, o credito presumido do IPI representa, efetivamente, um aumento patrimonial para a empresa beneficiária, pois ela deduz integralmente as despesas pelo PIS/Cofins como custo e, ainda, recebe um credito de IPI para abater débitos, também de IPI. O ganho auferido com o credito presumido do IPI, portanto, deve tributado pela Cofins, na forma do art. 2o. e 3o. da Lei 9.718/99.(grifei). Verificado nos termos dos excertos acima a natureza jurídica do crédito presumido, o qual adoto no presente voto, cabe então perquirir acerca da definição conceitual de receita, utilizandose a definição adotada pela Contabilidade, nos termos do Pronunciamento Técnico CPC 130, a seguir transcrito: Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período observado no curso das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido relacionados às contribuições dos proprietários. Para fins tributários verificase que o DecretoLei n° 5.844, de 1943, que trata da cobrança e fiscalização do imposto de renda, assim estabelece: Art. 40. (...) § 1º Constitue receita bruta a soma das operações, realizadas por conta própria e das remunerações recebidas como preço de serviços prestados. § 2º Incluemse na receita bruta as receitas totais de transações alheias ao objeto do negócio.(grifei). No mesmo escopo normativo o DecretoLei nº 1.598, de 1977, visando adaptar a legislação do imposto sobre a renda às inovações da lei de sociedades por ações (Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976), determina em seu artigo 12, in verbis: Art. 12. A receita bruta compreende:(Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) I o produto da venda de bens nas operações de conta própria;(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) II o preço da prestação de serviços em geral;(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) 1 http://static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/332_CPC%2030%20%28R1%29%2031102012 limpo%20final.pdf> Acesso em 20/06/2017 Fl. 530DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 526 11 III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III.(Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014)(Vigência) (...) § 5o Na receita bruta incluemse os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) Dispõe ainda o Decreto nº 4.524, de 2002, que regulamenta a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins devidas pelas pessoas jurídicas em geral: Art. 10. As pessoas jurídicas de direito privado e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, observado o disposto no art. 9º, têm como base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins o valor do faturamento, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas (Lei Complementar nº70, de 1991, art. 1º,Lei nº9.701, de 1998, art. 1º,Lei nº9.715, de 1998, art. 2º,Lei nº9.716, de 26 de novembro de 1998, art. 5º, eLei nº9.718, de 1998, arts. 2ºe 3º).(grifei). Do cotejo dos atos normativos acima citados com o Pronunciamento Técnico CPC 30, constatase que o crédito presumido não se enquadra como restituição de tributos, tampouco como uma recuperação de custos, mas representa um aumento patrimonial para a empresa beneficiária, como bem assinalado na decisão acima referenciada, situação que se amolda ao conceito de receita como acima destacado, quer seja pelas definições no âmbito tributário, utilizadas aqui apenas em reforço argumentativo, mas sobretudo pelo critério contábil, fonte original do conceito em referência e nessa condição é alcançada pelo regramento que rege a espécie dos autos, art. 1º da Lei nº 10.637, de 2002, inexistindo assim amparo legal para a exclusão pretendida, haja vista que a referida lei além de compreender um conceito mais alargado de receita, as hipóteses de exclusão da receita da base de cálculo, exaustivamente elencadas no § 3º do art. 1º, não contemplam o crédito presumido do IPI, assim podese inferir que o crédito presumido do IPI, para ressarcimento do PIS/Pasep e da Cofins, encontrase abrangido pelo conceito de receita, cuja totalidade representa a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A matéria sub examine encontra precedente nesta E. turma, a exemplo do Acórdão nº 3302002.962, de 26/02/2016, cuja ementa e excertos do voto a seguir se transcrevem: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 Fl. 531DF CARF MF 12 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2.EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/04/2004 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. O crédito presumido de IPI sobre a aquisição de insumos não tributados, do qual a empresa é beneficiária por força de tutela judicial, representa ganho que se insere no conceito de receita, sujeitandose à incidência nãocumulativa da contribuição. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2.EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 E 62A DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas nos artigos 62 e 62A do Anexo II do RICARF Excertos do voto: Como mencionado pelo acórdão recorrido, a NBC T 19.30, norma brasileira de contabilidade aprovada pelo Conselho Federa de Contabilidade, dispõe que Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições dos proprietários. O Pronunciamento Técnico CPC 30 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis assim define receita: Objetivo A receita é definida no Pronunciamento Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis como aumento nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários Fl. 532DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 527 13 da entidade. As receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos. A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos e royalties. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil de receitas provenientes de certos tipos de transações e eventos. A questão primordial na contabilização da receita é determinar quando reconhecêla. A receita é reconhecida quando for provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e esses benefícios possam ser confiavelmente mensurados. Este Pronunciamento identifica as circunstâncias em que esses critérios são satisfeitos e, por isso, a receita deve ser reconhecida. Ele também fornece orientação prática sobre a aplicação desses critérios. Conceitualmente, receita é o ingresso econômico representado por um aumento de ativo ou diminuição de passivo que resultam em aumentos de patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003 ainda determinam que a incidência independe da denominação ou classificação contábil.(grifei). Nesse sentido, há outros precedentes, conforme as ementas a seguir transcritas, na parte de interesse: · Acórdão 3301002.395, de 23/07/2014: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 30/06/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO DO PIS NÃO CUMULATIVO. Por força do art. 1º da Lei nº 10.637/2002, o crédito presumido do IPI integra a base de cálculo do PIS. Tratase de um benefício fiscal com natureza de subvenção de custeio, integrando a receita bruta do contribuinte.grifei). CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. Não há como concluir que a receita decorrente do crédito presumido de IPI é decorrente de operação de exportação de mercadorias para o exterior. É um benefício fiscal instituído unilateralmente pelo Poder Público e decorre das operações internas com incidência de PIS e Cofins. Nos termos do art. 111 do CTN interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre exclusão de crédito tributário. Fl. 533DF CARF MF 14 · 9303002.609, de 10/10/2013 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2004 a 31/05/2004 [...] COFINS. BASE DE CÁLCULO NA VIGÊNCIA DA LEI 10.833.CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO. O direito correspondente ao crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 constitui receita e é tributável pelas contribuições que tenham como base de cálculo a totalidade das receitas auferidas, o que se dá, para a COFINS, a partir do mês de fevereiro de 2004, a teor do art. 3º da Lei 10.833, o qual não foi julgado inconstitucional pelo e. STF. · 9303002.825, de 23/01/2014: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2004 [...] CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DA COFINS NÃO CUMULATIVA. O crédito presumido do IPI constitui receita sujeita à incidência da COFINS não cumulativa. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte. Créditos sobre Fretes Pontua o Recorrente que esses créditos foram apurados com base na previsão legal contida na Lei nº 10.637, de 2002 e que todos os créditos levantados e glosados são oriundos de despesas com aluguéis e fretes utilizados na produção de bens destinados à venda, e que sem esses serviços, não se completaria o ciclo produtivo da Recorrente. Ressalta que possui em seu ciclo produtivo, todas as cadeias necessárias para a confecção do produto final, desde o corte da madeira em seus campos florestais, até a efetiva produção do papel. Diante disso, a despesa com locação de software, é custo, e por isso, passível de creditamento. Enfatiza ainda que além das despesas com aluguéis, os valores de frete também devem ser passíveis de creditamento, haja vista serem indispensáveis para o complemento do processo produtivo. E afirma que tanto é verdade que o frete é essencial para compor o custo de produção que posteriormente a Lei nº 10.833, de 2003 reconheceu o direito de crédito para a despesa de frete. Esclarece a Informação Fiscal de fls. 129/133: Fl. 534DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 528 15 O contribuinte apropriouse de créditos dos fretes pagos nas operações de vendas no período de janeiro a outubro de 2003 indevidamente. No período em análise não havia disposição legal para utilização de fretes pagos pelo vendedor. Apenas com a edição da Medida Provisória 135/2003, convertida na Lei 10.833, de 29 de dezembro de 2003, com vigência a partir de 01 de fevereiro de 2004 foi possível o cálculo de crédito sobre os fretes pagos nas operações de vendas. Nesse sentido pertinentemente aborda a decisão de piso: Diante deste texto normativo é que se deve analisar a contestação do contribuinte, pois seu pleito abrange o ano calendário de 2003. Por conseguinte, os valores pagos/incorridos de fretes não podem gerar crédito tributário favorável ao contribuinte, pois somente foram previstos na Medida Provisória 135, de 30 de outubro de 2003, em seu artigo 15, que foi convertida na Lei 10.833,de dezembro de 2003. Sua eficácia somente ocorreu em 10 de fevereiro de 2004, conforme prescreve o artigo 93, inciso I, da citada norma legal. Retroagir seus efeitos, de forma a beneficiar o contribuinte, afrontaria ao princípio constitucional da Legalidade, não podendo ser aplicado. Constatado que à época dos fatos não havia a previsão legal para os créditos referidos e considerandose que toda regra excepcional de tributação deve estar expressa no texto legal, visto que o tributo é sempre decorrente de lei, não há reparos na decisão de piso. Créditos sobre Aluguéis Constata a Informação Fiscal de fls. 129/133: O contribuinte apurou indevidamente créditos de PIS sobre valores de aluguéis pagos para utilização de veículos e softwares sem permissão legal, pois esses dispêndios não se classificam como aluguel de máquinas ou equipamentos.(grifei) Dispõe a Lei nº 10.637, de 2002: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I [...] II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 535DF CARF MF 16 III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; [...] § 1o O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2o desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I dos itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; II dos itens mencionados nos incisos IV, V e IX do caput, incorridos no mês; (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; IV dos bens mencionados no inciso VIII do caput, devolvidos no mês.(grifei) [...] Depreendese do texto legal que não há amparo para créditos dessa natureza. Quanto ao aluguel dos softwares, ainda que se admitisse através de exegese do artigo 3º, II, da lei em destaque, inexiste nos autos suporte probatório quanto à utilização do referido software no processo produtivo. Assim, examinadas as questões postas, tendo em vista os demonstrativos nos autos dos Créditos Apurados, Utilizados e Remanescentes que envolvem valores de créditos passíveis de ressarcimento/compensação (mercado externo) e os não passíveis (mercado interno), de janeiro a outubro de 2003, pela Informação Fiscal de fls.477/478 e anexos de fls.479/480, verificase que não houve alteração do valor pretendido, mesmo após os estornos efetuados. Conclui a Informação Fiscal de fls.477/478: Levandose em conta os valores corrigidos das receitas não oferecidas a tributação com a redução do PIS incidente, o valor total do crédito reconhecido ao contribuinte não sofreu alteração, ou seja, continua a ser R$0,00. O novo Quadro Demonstrativo de Créditos Apurados, Utilizados e Remanescentes também se encontra em anexo ao presente Relatório em substituição ao da folha 122. A nova conclusão mantém o valor original da folha 127, sendo o valor pleiteado pelo contribuinte no mês de março de 2003 e o reconhecido pela fiscalização o do quadro abaixo. Planilha de fl.124 ( fl.118 proc.físico); Fl. 536DF CARF MF Processo nº 11080.001787/200513 Acórdão n.º 3302004.376 S3C3T2 Fl. 529 17 Planilha após a diligência, fl.479: Resume assim a fiscalização os valores envolvidos. Ante o exposto, VOTO POR NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 537DF CARF MF
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Numero do processo: 11128.728865/2013-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 15/09/2008
MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE.
A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea e do inciso IV do artigo 107 do Decreto-lei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/09/2008
MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE.
1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração.
2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração.
AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE.
O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/09/2008
INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.036
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 15/09/2008 MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea e do inciso IV do artigo 107 do Decreto-lei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 15/09/2008 MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração. 2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE. O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/09/2008 INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 15/09/2008 MULTA REGULAMENTAR. SISCOMEX CARGA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DA CARGA. IMPOSIÇÃO DA MULTA. POSSIBILIDADE. A prestação de informação a destempo sobre a carga transportada no Siscomex Carga configura a infração regulamentar definida na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, sancionada com a multa regulamentar fixada no referido preceito legal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/09/2008 MULTA REGULAMENTAR. INFRAÇÃO ADUANEIRA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O instituto da denúncia espontânea é incompatível com o descumprimento extemporâneo de obrigação acessória concernente à prestação de informação ou entrega de documentos à administração aduaneira, uma vez que tal fato configura a própria infração. 2. A multa por atraso na prestação de informação, no Siscomex, sobre dados de embarque de mercadoria exportada não é passível de denúncia espontânea, porque o fato infringente consiste na própria denúncia da infração. AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE PELA MULTA APLICADA. POSSIBILIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 88 65 /2 01 3- 47 Fl. 124DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 3 2 O agente de carga, na condição de representante do transportador e a este equiparado para fins de cumprimento da obrigação de prestar informação sobre a carga transportada no Siscomex Carga, tem legitimidade passiva para responder pela multa aplicada por infração por atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por ele cometida. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/09/2008 INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. ALEGAÇÃO DE PROBLEMA NO ACESSO AO SISTEMA DE REGISTRO. AUSÊNCIA DE PROVAS. AFASTAMENTO DA PENALIDADE. IMPOSSIBILIDADE. A mera alegação de que o atraso na prestação de informação sobre veículo, operação ou carga foi motivado por impossibilidade de acesso sistema (Siscomex Carga), desprovida comprovação do fato, segundo as regras de contingência estabelecidas, não configura condição suficiente para afastar a aplicação da multa cominada. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá Filho, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Walker Araújo e Ricardo Paulo Rosa. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Nos termos do relatado no acórdão recorrido, de acordo com a descrição dos fatos constante no Auto de Infração, a autuada concluiu a destempo a desconsolidação das cargas relativas ao conhecimento eletrônico (CE) genérico ali identificado (MasterHouse Bill of LadingMHBL), em razão de ter informado com atraso o CE agregado (House Bill of LadingHBL) especificado. Para demonstrar a irregularidade apurada, a autoridade lançadora também apresentou dados referentes à embarcação, viagem, escala, data da atracação, manifesto eletrônico relativos à carga cujo atraso na informação deu ensejo ao lançamento. Na sequência a fiscalização discorreu sobre o Siscomex Carga e sua norma regente, a IN RFB nº 800/2007, destacando a abrangência do termo transportador nela utilizado, e os prazos estabelecidos para prestar as informações exigidas (arts. 22 e 50 da referida IN, e art. 64 do ADE Corep nº 3/2008). Fl. 125DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 4 3 Em seguida, falou da responsabilidade legal do transportador e da penalidade aplicável em caso de descumprimento da obrigação em foco (arts. 37 e 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966), enfatizando a natureza objetiva dessa responsabilidade, que independe da intenção do agente ou responsável, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato (art. 94 do DL 37/1966). A autoridade lançadora prosseguiu seu relato explanando acerca da motivação da obrigação imposta, destacando sua importância na definição prévia de procedimentos a serem aplicados, objetivando proporcionar maior segurança e racionalidade ao controle aduaneiro de cargas. Foi descrita a nova sistemática de controle implementada a partir de 2002, quando a fiscalização aduaneira passou a ter foco mais abrangente, de forma a alcançar não apenas os importadores e exportadores, mas todos os intervenientes envolvidos nas operações de comércio exterior. Dando seguimento, a fiscalização comentou sobre a interpretação da norma que prescreve a multa imposta. Foi considerado que, com base no art. 112 do CTN, deve ser considerada a conclusão veiculada na Solução de Consulta Interna Cosit nº 8/2008, relativamente à quantidade de multas a serem aplicadas. No tópico seguinte, intitulado “DA APLICAÇÃO DA PENALIDADE IMPOSTA”, foi feita detalhada abordagem a respeito da denúncia espontânea e chegada à conclusão que, apesar de sua aplicabilidade ter sido estendida às penalidades de natureza administrativa (Lei nº 12.350/2010), não foram atendidos os requisitos próprios desse instituto. Para reforçar seu entendimento, a autoridade lançadora recorreu à doutrina e também à jurisprudência administrativa e judicial. Na sequência a fiscalização falou sobre a materialidade da infração, que considerou devidamente caracterizada, e sobre os intervenientes aduaneiros designados pela legislação, tendo em vista o disposto no art. 76, § 2º, da Lei nº 10.833/2003 e nos arts. 3º a 5º da IN RFB nº 800/2007. Concluiu que, com base na documentação juntada aos autos, era a autuada, na condição de consignatária do citado CE genérico, a responsável por prestar as informações relativas aos correspondentes CEs agregados incluídos com atraso. A penalidade foi formalizada no Auto de Infração em debate. Cientificado da exação, o sujeito passivo, apresentou impugnação alegando, em síntese: a) Ilegitimidade passiva. O prazo estabelecido pela IN RFB n° 800/2007 não se aplica à impugnante, que na condição de agente de carga, não se confunde com a atividade do transportador, que é o sujeito das obrigações instituídas pela referida Norma. A classificação da impugnante como tal distorce conceito de direito privado, o que é expressamente vedado pelo art. 110 do CTN. b) Denúncia espontânea. Conforme se depreende dos autos, ainda que a destempo, as informações foram prestadas pela própria impugnante, antes do início de fiscalização. Assim não é cabível a multa exigida, pois se aplica ao caso o instituto da denúncia espontânea, consoante dispõe o art. 102, § 2º, do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 12.350/2010. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 5 4 c) Inaplicabilidade de multa no período de contingência do Siscomex Carga. As operações objeto da autuação ocorreram no chamado “período de contingência”, em que o cumprimento dos prazos da IN RFB nº 800/2007 não era exigido, já que o Siscarga não estava integralmente disponível para utilização pelos agentes e desconsolidadores. Dessa forma, evidenciado que a impugnante não poderia agir de outra forma, a aplicação de multa no presente caso afronta, além do princípio da inexigibilidade de conduta diversa, o da razoabilidade, que impõe à Administração Pública o dever de agir com bom senso, prudência e moderação, levando em conta a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a prática do ato. Ao final a impugnante pedia o cancelamento do lançamento. Sobreveio a decisão de primeira instância, em que, por unanimidade de votos, os integrantes do Colegiado de primeiro grau rejeitaram a preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, julgaram a impugnação improcedente e mantiveram integralmente a exigência fiscal, nos termos do Acórdão 0833.476. Após ciência ao acórdão de primeira instância, a autuada protocolou recurso voluntário em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Em aditamento, alegou que o acórdão recorrido não dera aos fatos em análise a correta interpretação, aplicando equivocadamente a legislação vigente; e que os argumentos expostos na impugnação foram refutados por simples negativa, sem que se levantassem razões jurídicas hábeis a infirmálos. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.022, de 29 de março de 2017, proferido no julgamento do processo 11128.730402/201345, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.022): O recurso é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O litígio cingese aos seguintes pontos: a) ilegitimidade passiva da recorrente; b) impossibilidade de aplicação da multa durante o período de contingência do Siscomex Carga; e c) excludente de responsabilidade por denúncia espontânea da infração. Previamente a análise controvérsia, cabe destacar que a aplicação da penalidade em apreço foi motivada pela prática da infração tipificada, genericamente, na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei 10.833/2003, a seguir transcrito: Fl. 127DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; (...) E em relação à prestação de “informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute” no Siscomex Carga, para conferir efetividade a referida norma penal em branco, foi editada a Instrução Normativa RFB 800/2007, que estabeleceu a forma e o prazo para a prestação das referidas informações. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal que integra o presente Auto de Infração (fls. 01/05), a conduta que motivou a imputação da multa em apreço foi a prestação da informação a destempo, no Siscomex Carga, dos dados relativos ao conhecimento eletrônico (HBL) CE 150805190343826, vinculado à operação de desconsolidação do Conhecimento Eletrônico SubMaster (MHBL) CE 150805184751721, conforme explicitado no trecho que segue transcrito: O Agente de Carga CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA, CNPJ 03.229.138/000406, concluiu a desconsolidação relativa ao Conhecimento Eletrônico Sub Master (MHBL) CE 150805184751721 a destempo às 09h52min do dia 09/10/2008, segundo o prazo previamente estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, para o seu conhecimento eletrônico agregado (HBL) CE 150805190343826. A carga objeto da desconsolidação em comento foi trazida ao Porto de Santos acondicionada nos Containers NYKU7940080, NYKU7104578 e NYKU7149079, pelo Navio M/V CAPE CHARLES, em sua viagem 101W, no dia 07/10/2008, com atracação registrada às 18h26min. Os documentos eletrônicos de transporte que ampararam a chegada da embarcação para a carga são Escala 08000222050, Manifesto Eletrônico 1508501842589, Conhecimento Eletrônico Master MBL 150805183878000, Conhecimento Eletrônico SubMaster MHBL 150805184751721 e Conhecimento Eletrônico Agregado HBL 150805190343826. Especificamente, no que tange à prestação de informação sobre a conclusão da operação de desconsolidação, os prazos permanentes e temporários foram estabelecidos, respectivamente, no art. 22, “d”, III, e art. 50, parágrafo único, da Instrução Normativa RFB 800/2007, que seguem transcritos. Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: Fl. 128DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 7 6 [...] III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. [...] Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. (grifos não originais) No caso, como as informações sobre a operação de desconsolidação ocorreu antes de 1º de abril de 2009, a recorrente estava obrigada a cumprir o prazo estabelecido no norma temporária, inscrita no inciso II do parágrafo único do art. 50 destacado. Os extratos colacionados aos autos, contendo o registro da conclusão referida operação de desconsolidação, comprovam que a informação fora prestada pela recorrente fora do prazo estabelecido no citado preceito normativo, ou seja, as informações foram prestadas somente às 09h52min do dia 9/10/2008 (data/hora da inclusão no Siscomex Carga do conhecimento eletrônico agregado HBL 150805190343826), portanto, após a atracação da embarcação no Porto de Santos, ocorrida no dia 07/10/2008, às 18h26min. Logo, fica claramente evidenciado que a recorrente praticou a conduta infracionária em apreço. Além disso, não resta qualquer dúvida que a conduta praticada pela recorrente subsumese perfeitamente à hipótese da infração descrita nos referidos preceitos legal e normativo. Aliás, em relação à materialidade da mencionada infração inexiste controvérsia nos autos. Apresentadas essas breves considerações, passase a analisar as razões de defesa suscitadas pela recorrente. Da ilegitimidade passiva A recorrente alegou que, na condição de agente de carga, no período compreendido entre a data da vigência da Instrução Normativa RFB 800/2007 até 1º de abril de 2009, ela não estava obrigada a respeitar o prazo estabelecido no art. 22 da citada IN, nem o prazo estabelecido no inciso II do parágrafo único do art. 50 do citado ato, sob o argumento de que este último preceito normativo aplicavase apenas ao transportador. A alegação da recorrente não procede, porque, embora o disposto no parágrafo único do art. 50 da referida IN tenha se referido apenas ao Fl. 129DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 8 7 transportador, não se pode olvidar que, para fins de cumprimento de obrigação acessória perante o Siscomex Carga, o termo transportador compreende o agente de carga e demais pessoas jurídicas que presta serviços de transporte e emite conhecimento de carga, discriminadas no inciso IV do § 1º do art. 2º da Instrução Normativa RFB 800/2007, a seguir transcrito: Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: [...] V transportador, a pessoa jurídica que presta serviços de transporte e emite conhecimento de carga; [...] § 1º Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: [...] IV o transportador classificase em: a) empresa de navegação operadora, quando se tratar do armador da embarcação; b) empresa de navegação parceira, quando o transportador não for o operador da embarcação; c) consolidador, tratandose de transportador não enquadrado nas alíneas "a" e "b", responsável pela consolidação da carga na origem; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.473, de 2 de junho de 2014) d) desconsolidador, no caso de transportador não enquadrado nas alíneas “a” e “b”, responsável pela desconsolidação da carga no destino; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; [...] Além disso, há expressa menção na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, que o agente de carga responde pela referida penalidade, se prestar informação sobre a carga fora do prazo estabelecido. No caso em tela, é fato incontroverso que, em relação às operações de desconsolidação que executou, a recorrente atuou como representante do transportador estrangeiro, no País. Logo, dada essa condição, era dela a responsabilidade de proceder o registro tempestivo, no Siscomex Carga, dos dados sobre as operações que executou em nome da empresa de navegação representada. Dessa forma, tratandose de infração à legislação aduaneira e tendo em vista que a recorrente concorreu para a prática da questionada infração, induvidosamente, ela deve responder pela correspondente Fl. 130DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 9 8 penalidade aplicada, conforme dispõe o inciso I do art. 95 do Decretolei nº 37, de 1966, a seguir transcrito: Art. 95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; [...]. Assim, na condição de agente e, portanto, mandatário do transportador estrangeiro, a recorrente estava obrigada a prestar, tempestivamente, as informações no Siscomex Carga sobre a carga transportada pelo seu representado. Em decorrência dessa atribuição e por ter cumprido a destempo a dita obrigação, a autuada foi quem cometeu a infração capitulada na alínea “e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo artigo 77 da Lei n° 10.833, de 2003, por conseguinte, deve responder pela infração em apreço. Por fim, cabe ainda ressaltar que, os termos do caput do art. 94 do Decreto lei 37/1966, no âmbito da legislação aduaneira, constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que “importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste Decretolei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completá los”. Com base nessas consideração, resta demonstrado que a recorrente deve ser mantida polo passivo da autuação, porque há expressa previsão legal que nesse sentido. Da inaplicabilidade da multa na fase de contingência do Siscomex Carga. Em relação a esse ponto, a recorrente alegou que não havia que se falar em aplicação ou descumprimento dos prazos estabelecidos pela “IN RFB 800/2007, vez que ao operador não restava qualquer alternativa para a imputação das informações no sistema”. Segundo a recorrente, a exigência do cumprimento de uma obrigação sem que lhe fosse oferecidos os meios indispensáveis para tanto feriria o princípio da razoabilidade e o instituto da inexigibilidade de conduta diversa. Este Relator está de pleno acordo com a recorrente de que imputar infração ao usuário do Sistema por descumprimento de obrigação que ele não cumpriu ou não poderia cumprir por falhas operacionais ou ausência de meios necessários, revelase, nitidamente, irrazoável e desproporcional, conforme alegado. Porém, como se trata de alegação que envolve situação de natureza fática, a recorrente tinha o dever de comprovála, o que não ocorreu no caso em tela. E na distribuição do ônus prova, prevista o art. 373, II, da Lei 13.105/2015, que instituiu o vigente Código de Processo Civil (CPC), que corresponde ao art. 333, II, do CPC anterior, por ser fato relevante para isentar a recorrente da exigência, não era suficiente a simples alegação de que não havia meios para prestar informações sobre a carga. Dada a alegada impossibilidade, cabia a recorrente o dever prová la, o que não ocorreu. Neste sentido, prevendo a possibilidade de falhas de funcionamento, na fase inicial de implantação do sistema, foram fixados os procedimentos a serem adotados pelos usuários, nos termos dos arts. 1º, 2º e 4º, III da IN RFB 835/2008, a seguir transcritos: Fl. 131DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 10 9 Art. 1º Na impossibilidade de acesso ao Siscomex Carga, por mais de duas horas consecutivas, em virtude de problemas de ordem técnica do sistema, ou na ocorrência de fatores operacionais que prejudiquem o fluxo de comércio exterior, as operações relativas ao controle de embarcações e cargas em portos alfandegados, conforme estabelecido na Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, observarão os procedimentos previstos nesta Instrução Normativa. Art. 2º Compete ao chefe da unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no âmbito de sua jurisdição, reconhecer a impossibilidade de acesso ao sistema, por razões de ordem técnica, e autorizar a adoção dos procedimentos de contingência. Parágrafo único. A data e a hora da restauração do acesso ao sistema deverá ser registrada nos documentos de autorização, para fins de auditoria e controle. Art. 4º Na hipótese do art. 2º, restaurado o acesso ao sistema: [...] III relativamente à informação dos manifestos, conhecimento eletrônico (CE) e itens, o transportador deverá informar todos os manifestos, CE e itens no sistema, relacionálos e solicitar à RFB a baixa dos bloqueios decorrentes da informação após o prazo estabelecido. [...] (grifos não originais) Assim, como a recorrente não trouxe aos autos nenhum elemento de prova, em que demonstrado a impossibilidade de acesso ao Sistema, conforme procedimentos disciplinados nos referidos preceitos normativos, a alegação suscitada não tem qualquer relevância. A recorrente alegou ainda que era descabida a exigência de prova da indisponibilidade do Sistema, porque a própria edição da IN RFB 835/2008 já constituía prova de que o Sistema não funcionava adequadamente. Essa alegação também não procede, porque não é verdade que a referida IN reconheceu a impossibilidade de funcionamento do Sistema, mas, na possibilidade dessa situação vir a ocorrer e, caso ocorresse, o usuário deveria adotar os procedimentos nela estabelecidos com vistas a resguardálo da imposição de qualquer sanção. Da denúncia espontânea da infração. A recorrente alegou a denúncia espontânea da infração cometida, para excluir a multa que lhe fora aplicada, sob o argumento de que as informações foram prestadas antes de qualquer ato da fiscalização, portanto, em conformidade com o previsto no art. 102, § 2º, do Decretolei 37/1966, com redação dada pela Lei 12.350/2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá Fl. 132DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 11 10 a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) [...] § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) A alegação da recorrente não procede, porque a denúncia da infração, no caso em tela, não restou configurada, haja vista que, embora realizada antes do “início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração” (CTN, art. 138, parágrafo único), no caso em tela, as informações foram prestadas após a “entrada do veículo procedente do exterior”, o que afasta a aplicação da referida excludente de responsabilidade, segundo preceitua o art. 683, § 3º, do Decreto 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro de 2009 RA/2009), que tem o mesmo teor do art. 612, § 3º, do Decreto 4.543/2002, Regulamento Aduaneiro (RA/2002) anterior, vigente à época dos fatos, in verbis: Art. 612. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso [...] § 3º Depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior não mais se tem por espontânea a denúncia de infração imputável ao transportador. (grifos não originais) Porém, ainda que tal restrição não se aplicasse à infração em apreço, o que se admite apenas para argumentar, melhor sorte não teria a recorrente, porque a infração em apreço, inequivocamente, não é passível de denúncia espontânea, pela razões aduzidas no voto da lavra deste Conselheiro que serviu de fundamento da decisão consignada no Acórdão nº 3102002.187, de 26 março de 2014, cujos excertos relevantes, que aqui adotase como fundamento de decidir, seguem transcritos: Da denúncia espontânea da infração. Alegou a recorrente que, no caso em tela, era incabível a aplicação de qualquer penalidade, porque às informações sobre a carga transportada fora feita a tempo e antes de qualquer intimação ou de qualquer outra notificação porventura expedida pela fiscalização aduaneira, o que configurava denúncia espontânea da infração, nos termos do art. 138 do CTN e do art. 102 do Decretolei nº 37, de 1966. Não procede a alegação da recorrente, pois, no caso em comento, não se aplica o instituto da denúncia espontânea da infração previsto no art. 138 do CTN e tampouco o específico da infração a legislação aduaneira estabelecido no art. 102 do Decretolei n° 37, de 1966, com as novas redações dadas pelo Decretolei nº 2.472, de 01 de setembro de 1988 e pela Lei nº 12.350, de 20 dezembro de 2010, a seguir reproduzido: Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a Fl. 133DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 12 11 imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. (Incluído pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 2o A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) (grifos não originais) O objetivo da norma em destaque, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias ou deveres instrumentais (segundo alguns) que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior, incluindo os aspectos de natureza tributária, administrativo, comercial, cambial etc. Não se pode olvidar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à fiscalização pelo infrator. Em outras palavras, é requisito essencial da excludente de responsabilidade em apreço que a infração seja denunciável. No âmbito da legislação aduaneira, em consonância com o disposto no retrotranscrito preceito legal, as impossibilidades de aplicação dos efeitos da denúncia espontânea podem decorrer de circunstância de ordem lógica (ou racional) ou legal (ou jurídica). No caso de impedimento legal, é o próprio ordenamento jurídico que veda a incidência da norma em apreço, ao excluir determinado tipo de infração do alcance do efeito excludente da responsabilidade por denunciação espontânea da infração cometida. A título de exemplo, podem ser citadas as infrações por dano erário, sancionadas com a pena de perdimento, conforme expressamente determinado no § 2º, in fine, do citado art. 102. A impossibilidade de natureza lógica ou racional ocorre quando fatores de ordem material tornam impossível a denunciação espontânea da infração. São dessa modalidade as infrações que Fl. 134DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 13 12 têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. Para tais tipos de infração, a denúncia espontânea não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo. Compõem essa última modalidade toda infração que tem o atraso no cumprimento da obrigação acessória (administrativa) como elementar do tipo da conduta infratora. Em outras palavras, toda infração que tem o fluxo ou transcurso do tempo como elemento essencial da tipificação da infração. São dessa última modalidade todas as infrações que têm no núcleo do tipo da infração o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A título de exemplo, pode ser citado a conduta do transportador de registrar extemporaneamente no Siscomex os dados das cargas embarcadas, infração objeto da presente autuação. Veja que, na hipótese da infração em apreço, o núcleo do tipo é deixar de prestar informação sobre a carga no prazo estabelecido, que é diferente da conduta de, simplesmente, deixar de prestar a informação sobre a carga. Na primeira hipótese, a prestação intempestiva da informação é fato infringente que materializa a infração, ao passo que na segunda hipótese, a mera prestação de informação, independentemente de ser ou não a destempo, resulta no cumprimento da correspondente obrigação acessória. Nesta última hipótese, se a informação for prestada antes do início do procedimento fiscal, a denúncia espontânea da infração configurase e a respectiva penalidade é excluída. De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em consequência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 14 13 [...].1 (destaques do original) No mesmo sentido, o entendimento manifestado pela 3ª Turma da CSRF, por meio do Acórdão nº 9303003.552, cujo enunciado da ementa segue reproduzido: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 07/06/2006 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decretolei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado. 2 No âmbito dos Tribunais Regionais Federais (TRF), o entendimento tem sido o mesmo. A título de exemplo, citase trechos do enunciado da ementa e do voto condutor do do TRF da 4ª Região, proferido no julgamento da Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/SC, que seguem parcialmente transcritos: EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIAESPONTÂNEA. MULTA. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966.2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas.3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. [...] Voto. 1 BRASIL. CARF, 3ª Seção, 1ª Câmara, 2ª Turma Ordinária, Ac. 3102002.187, de 26/03/2014, rel. José Fernandes do Nascimento. 2 BRASIL. CARF, CSRF, 3ª Turma, Ac. 9303003.552, de26/04/2016, rel. Rodrigo da Costa Pôssas. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 15 14 [...] Não é caso, também, de acolhimento da alegação de denúncia espontânea. A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. [...]3. Também com base no mesmo entendimento, a questão tem sido decidida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme confirma, a título de exemplo, o recente acórdão proferido no julgamento do REsp 1613696/SC, cujo enunciado da ementa segue transcrito: O art. 107 do Decretolei 37, de 1966, por sua vez, estabelece a penalidade de multa, no caso de descumprimento da obrigação acima mencionada. Oportuno anotar, ainda, que a declaração do embarque das mercadorias é obrigação acessória e sua apresentação intempestiva caracteriza infração formal, cuja penalidade não é passível de ser afastada pela denúncia espontânea.”. 4 Com base nessas considerações, afastase a alegada excludente de responsabilidade por denúncia espontânea, suscitada pela recorrente. Da conclusão. Por todo o exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra o acórdão recorrido." Ressaltese que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo: a) a conduta que motivou a imputação da multa em apreço foi a prestação da informação a destempo, no Siscomex Carga, dos dados relativos a conhecimento eletrônico (HBL), vinculado à operação de desconsolidação do Conhecimento Eletrônico SubMaster (MHBL), Conhecimentos Eletrônicos cujos números constam da descrição dos fatos do Auto de Infração deste; b) as informações sobre a operação de desconsolidação ocorreram antes de 1º de abril de 2009, o que sujeita a recorrente a cumprir o prazo estabelecido na norma temporária, inscrita no inciso II do parágrafo único do art. 50 da Instrução Normativa RFB 800/2007; 3 BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013. 4 BRASIL. STJ. REsp 1613696/SC. Rel. Min. Herman Benjamim. Decisão Monocrática de 2/9/2016. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 11128.728865/201347 Acórdão n.º 3302004.036 S3C3T2 Fl. 16 15 c) os extratos colacionados aos autos, contendo o registro da conclusão da referida operação de desconsolidação, comprovam que a informação fora prestada pela recorrente fora do prazo estabelecido no citado preceito normativo, ou seja, após a atracação da embarcação no Porto de Santos, ficando claramente evidenciado que a recorrente praticou a conduta infracionária em apreço. Desta forma, os fundamentos adotados para manter exigência da penalidade no caso do paradigma, também justificam sua manutenção nos presentes autos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Ricardo Paulo Rosa Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000340/2001-36
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Dec 13 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ
Ano calendário: 2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE CERTEZA E
LIQUIDEZ.
Na Declaração de Compensação somente podem ser utilizados os
créditos comprovadamente existentes, passíveis de
restituição/compensação, respeitadas as demais regras determinadas
pela legislação vigente para a sua utilização.
Numero da decisão: 1802-000.717
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Primeira Seção de
Julgamento, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso
Nome do relator: Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior
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Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ. Na Declaração de Compensação somente podem ser utilizados os créditos comprovadamente existentes, passíveis de restituição/compensação, respeitadas as demais regras determinadas pela legislação vigente para a sua utilização. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso (assinado digitalmente) ESTER MARQUES LINS DE SOUSA – Presidente. (assinado digitalmente) EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, João Francisco Bianco, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Nelso Kichel e Alfredo Henrique Rebello Brandão. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada contra decisão proferida pela 3ª Turma da DRJ de Belo Horizonte/MG. O processo em análise se relaciona com Pedido de Restituição de pretenso "Saldo Negativo de IRPJ" apurado no ano calendário 1999, no importe de R$ 106.269,21, (fl. 01.). Na mesma oportunidade a recorrente pleiteou a utilização deste crédito nos "Pedidos de Compensação" anexados às folhas 03 e 04. Posteriormente, foram apresentadas diversas DCOMP's utilizando este mesmo crédito pleiteado em compensações eletrônicas. Em análise do feito, foi proferido o Despacho Decisório (fls. 104 – 108), por meio do qual se assinalou que a recorrente se encontrava na situação "Baixado por Incorporação" no cadastro deste Órgão desde 31/12/2001, figurando como incorporadora a empresa LEME ENGENHARIA LTDA, CNPJ 33.633.561/000187". Dito isso, esclareceuse que a incorporadora apresentou diversas DCOMP's eletrônicas, cadastradas no processo 10680.720605/200917 utilizando o mesmo crédito pleiteado no pedido de restituição formalizado em 14/02/2001 e que a contribuinte foi intimada em 03/04/2009 a apresentar a documentação comprobatória da origem do crédito pleiteada e utilizada nas DCOMP's identificadas anteriormente. Em resposta, a contribuinte informara que não mais possuía a documentação solicitada, invocando os institutos da decadência e da homologação tácita e requerendo fosse desconsiderada a intimação, homologandose as compensações declaradas e restituindose os créditos que excederem ao montante utilizado na compensação. Diante disso, em vista do disposto nos artigos 927 e 928 do RIR/99 e que após a intimação a contribuinte não apresentou os documentos solicitados, analisouse o crédito pleiteado à luz dos documentos anexados ao processo, nas declarações apresentadas pelo contribuinte e nas informações extraídas dos sistemas eletrônicos do Fisco, constatandose a incompatibilidade entre as receitas de prestações de serviços oferecidas à tributação e o IRRF deduzido pelo contribuinte em sua DIRPJ. Diante da constatação acima, e das alegações apresentadas pelo contribuinte em resposta à intimação efetuada, a DRF concluiu que o órgão fiscalizador não poderia, dado o instituto da decadência, alterar os dados da declaração do exercício de 2000, ano calendário 1999, transformando o saldo de imposto a restituir apurado originalmente pelo contribuinte em imposto a pagar; da mesma forma, não pode restituir ao contribuinte ou utilizar supostos créditos em compensações informadas pelo contribuinte, se os créditos não fossem líquidos e certos, o que não seria o caso da recorrente. Neste contexto, considerando o disposto no art. 17 da Lei n° 10.833/03, a DRF deferiu o pedido de restituição "apenas no montante necessário para liquidar os débitos objeto do pedido de compensação em formulário, convertido em declaração de compensação (R$ 20.570,06), com o indeferimento do pedido de restituição do valor excedente (R$ 85.699,15), com a consequente não homologação das compensações declaradas conforme declarações de compensação. Devidamente notificada (fl. 115), a recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 116 – 126), alegando em síntese que informou ao Fisco que não mais Fl. 2DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 11516.000340/200136 Acórdão n.º 180200.717 S1TE02 Fl. 2 3 possuía a documentação solicitada, contestando a aplicabilidade dos artigos 927 e 928 do RIR/99 invocados pela DRF, argumentando que não se discute a obrigatoriedade de o contribuinte apresentar os documentos solicitados pelo Fisco, desde que sejam solicitados tempestivamente. No mais, teceu diversas considerações acerca do assunto afirmando que o crédito está informado em D1PJ retificadora entregue ao fisco em 12.12.2000, portanto, há mais de 8 anos e tal lapso temporal seria suficiente para tornar imutáveis os valores informados na declaração fiscal, sendo certo que o fisco deixou transcorrer os prazos a que tinha direito, seja para homologação da compensação, das bases tributáveis ou eventual lançamento de ofício ou até mesmo para a revisão da DIPJ. No mais, salientou a aplicação do artigo 150 do Código Tributário Nacional que trata do lançamento por homologação, afirmando ser defeso ao Fisco pretender discutir a base de cálculo de tributo relativo ao período decaído, por constituirse uma situação jurídica consolidada, já que se reporta a período pretérito alcançado pela decadência. Em outra linha argumentativa, teceu diversas considerações acerca da homologação tácita das compensações, invocando o artigo 17 da Lei n° 10.833/03 e o artigo 150 do CTN, concluindo ser evidente que o pedido de restituição transmitido pela recorrente em 2001 já estava tacitamente homologado no momento em que foi cientificada da intimação em questão, razão pela qual não teria o condão de produzir qualquer efeito jurídico, requerendo ao fim a reforma do Despacho Decisório e a Homologação das compensações declaradas. A 3ª Turma da DRJ de Belo Horizonte/MG, nos termos do acórdão e voto de folhas 223 a 232, deferiu parcialmente a solicitação, destacando que o pedido de restituição e os pedidos de compensação foram apresentados pela recorrente em 14/02/2001 e a após a incorporação ocorrida, já na vigência do artigo 74 da Lei n° 9.430/96, com as alterações da Lei 10.637/02, a incorporadora utilizou parte do crédito pleiteado na extinção de seus débitos mediante DCOMP's eletrônicas. Nesse passo, relembrou a decisão recorrida, que a DRF não reconheceu como válido o crédito pleiteado, mas em respeito ao artigo 17 da Lei n° 10.833/03, considerou homologadas tacitamente as compensações constantes dos Pedidos de Compensação protocolizados em formulário, convertidos em DCOMP por força de lei. Assentou, portanto, que o contribuinte se insurge quanto ao indeferimento da restituição pleiteada e a não homologação das compensações eletrônicas declaradas ao fisco, no entanto, diante dos esclarecimentos acima, se encontrariam presentes neste processo dois litígios, a inconformidade quanto ao indeferimento do pedido de restituição e aquela atinente à não homologação das compensações declaradas nas DCOMP's eletrônicas. Quanto ao pedido de restituição, consignou a decisão recorrida, que o crédito pleiteado pelo contribuinte (fl. 01) reportase ao Saldo Negativo de IRPJ apurado no ano calendário 1999, no valor de R$ 106.269,21, originado nas retenções do imposto de renda na fonte ocorridas no decorrer do período, consignando que a DRF indeferiu o pleito do contribuinte considerando que os rendimentos que deram origem ao IRF deduzido na apuração anual não foram oferecidos à tributação e que a recorrente rechaça a motivação do fisco, tecendo extensa argumentação acerca da definitividade dos valores apurados na DIPJ, sem, contudo, trazer qualquer argumento ou comprovação documental destinados a comprovar a Fl. 3DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 4 legitimidade do crédito utilizado nas DCOMP's, invocando a decadência e a homologação tácita. Nesse ponto em particular, anotou a decisão recorrida que em se tratando do IRPJ apurado pelo sujeito passivo em sua declaração de ajuste e efetivamente pago (ainda que parcialmente), submetese ao prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, nos moldes do lançamento por homologação e expirado este prazo, não pode mais o fisco exigir do contribuinte um valor maior que o por ele apurado, fato este que não impede a Administração Pública de aferir eventuais créditos decorrentes desta apuração para restituição ou utilização para compensação em períodos posteriores. Assim sendo, seria equivocada a alegação da recorrente quanto à aferição do crédito pleiteado e utilizado nas DCOMP's, que passa a ser dever do agente administrativo, quando objeto de pedido de restituição ou utilizado para extinguir débitos pela compensação e que efetuadas estas considerações iniciais, estaria claro que para que fossem homologadas as DCOMP's apresentadas pelo contribuinte, seria imprescindível a verificação da certeza e liquidez dos créditos utilizados, independentemente da data de origem deste crédito. Nesse propósito, e considerando que a análise do crédito já foi efetuada pela DRF e o contribuinte não contestou os dados de apuração constantes do Despacho Decisório exarado, a decisão recorrida manteve o entendimento da DRF, afirmando inexistir qualquer direito de crédito a ser reconhecido ao contribuinte, além daquele já reconhecido pela DRF. Quanto à homologação tácita das declarações, entendeu a decisão recorrida que diferente do argumento apresentado pela recorrente, o prazo para homologação da compensação concedido pela lei ao fisco não tem qualquer correspondência com o pedido de restituição formalizado. O marco inicial para a contagem do prazo previsto na lei teria início na data da entrega da declaração de compensação e assim sendo seria imprescindível averiguar a data em que foram protocoladas as DCOMP's em análise neste processo. Cumprindo o mister proposto consignou a decisão recorrida que as Declarações de Compensação foram apresentadas de fevereiro de 2001 a julho de 2008 e a recorrente foi cientificado da invalidação do procedimento pelo Fisco em 12 de maio de 2009 (fl. 115), de sorte que os pedidos de compensação protocolados em 2001, convertidos em DCOMP já foram considerados tacitamente homologados pela DRF e não fazem parte do litígio deste processo. Ademais, a DCOMP protocolada em 05/04/2004 também já se encontrava tacitamente homologada na data da recepção do Despacho Decisório emitido pela DRF, e o débito declarado nesta DCOMP não pode mais ser exigido. Quanto às demais DCOMP's, protocoladas a partir de 30/06/2004 (inclusive), constatouse que a invalidação dos procedimentos ocorreu mediante Despacho Decisório cuja ciência se deu em 12/05/2009, portanto, dentro do prazo previsto pela legislação de regência, concluindose por indeferir a restituição pleiteada e considerar tacitamente homologada a compensação declarada na DCOMP protocolada em 05/04/2004 e não homologar as compensações declaradas nas DCOMP's protocoladas no período de junho de 2004 a julho de 2008. Devidamente notificada (fl. 238), a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 239 – 251), reiterando os argumentos e pugnando por provimento. É o relatório. Fl. 4DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Processo nº 11516.000340/200136 Acórdão n.º 180200.717 S1TE02 Fl. 3 5 Voto Conselheiro EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos genéricos de admissibilidade, admitoo para julgamento. Registro de início que as questões afetas a eventuais homologações tácitas foram cotejadas e reconhecidas desde a primitiva decisão proferida pela DRF, de sorte que não compõem a controvérsia que remanesce para enfrentamento nesse Conselho. Dito isso, cumpre relembrar que o argumento da recorrente, segundo o qual o a decisão recorrida mereceria reforma ao passo em que o crédito apontado no pedido de restituição está informado em DIPJ retificadora entregue ao Fisco em 12.12.2000, e tal lapso temporal seria suficiente para tornar imutáveis os valores indicados na declaração fiscal, sendo certo que o Fisco deixou transcorrer os prazos a que tinha direito. Com efeito, o raciocínio desenvolvido pela recorrente é equivocado, ao intimar o contribuinte para que comprove a certeza e liquidez dos créditos apontados para compensação/restituição, em procedimento instaurado para esses fins, o Fisco não está pretendendo refazer as bases do ano calendário em que o crédito foi supostamente apurado, busca tão somente, que o contribuinte cumpra seu mister de demonstrar a inafastável certeza e liquidez. Tanto é assim, que jamais se cogitou de glosar os valores constantes na DIPJ/99 apresentada pela recorrente, ou seja, não se está a discutir a base de cálculo de tributo decaído, antes, porém, se está a solicitar comprovação dos requisitos exigidos pelo artigo 170 do Código Tributário Nacional, como viabilizadores das compensações. Sendo assim, tem razão a decisão recorrida ao afirmar que a intimação enviada à recorrente em 03/04/2009 (fls. 78 – 79), em nada se relacionam com o prazo decadencial descrito no § 4º do artigo 150, do CTN, aliás, o teor da referida Intimação é esclarecedora, observese: (...) Para fins de subsidiar a análise do pedido de restituição cumulado com pedido de compensação formulado por meio do processo em referência, além da análise das declarações de compensação transmitidas pela incorporadora com indicação do processo em referência como origem do crédito, fica o contribuinte acima identificado INTIMADO , nos termos do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 3.000/99, a apresentar, no prazo de 20(vinte) dias, no endereço abaixo, no horário de 13: 00 às 17:00 horas, os elementos abaixo relacionados: 1)Comprovantes(informes) anuais rendimentos e do Imposto de Renda retido na fonte fornecidos pelas fontes pagadoras à sucedida(beneficiária), relativamente ao IRRF informado na Fl. 5DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES 6 ficha 12(linha 07) e ficha 13A(linha 13), bem como ao IRRF informado na linha 14(renda variável) da ficha 13A da Declaração de Informações Econômico Fiscais(DIPJ ) do ano calendário de 1999; (Base Legal: art. 942 e 943 do Decreto n° 3.000, de 26/03/99(RIR/99). 2)Comprovação de que os rendimentos correspondentes às retenções foram oferecidos à tributação(linhas 08 e 24 da ficha 07 A da DIPJ). Observação.: Outros documentos como notas fiscais, notas de negociação de títulos, comprovantes de resgates, extratos bancários, dentre outros, não suprem a falta do comprovante(informe) anual. A falta de atendimento integral do conteúdo desta intimação implicará a homologação parcial das compensações declaradas, limitada ao crédito apurado de acordo com as informações constantes em Dirf, e cobrança dos débitos remanescentes objeto da compensação. (...) A atividade fiscal empreendida, reafirmo, dirigiuse à comprovação pelo contribuinte, dos requisitos indispensáveis à homologação do pedido de restituição/compensação, requisito, aliás, que a recorrente não comprovou limitandose a afirmar que não dispõe dos elementos solicitados. Diante disso, o cotejo dos fatos e da legislação de regência empreendido pela decisão recorrida não merecem reparos, carecendo o caso concreto da certeza e liquidez dos créditos pleiteados, motivo pelo qual voto no sentido de NEGAR provimento ao Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 13 de dezembro de 2010. (assinado digitalmente) EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR Fl. 6DF CARF MF Emitido em 04/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES Assinado digitalmente em 03/08/2011 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, 02/08/2011 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 13826.000051/98-57
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES
Período de apuração: 01/01/1990 a 31/03/1992
CONCOMITÂNCIA ENTRE AS ESFERAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. Pelo princípio constitucional da unidade de jurisdição, as medidas submetidas à apreciação do Judiciário prejudicam o conhecimento por este órgão do Poder Executivo. Inteligência da Súmula CARF nº 01. Se o processo administrativo versar sobre objeto, pedido ou causa de pedir em parte diversa da matéria submetida ao Poder Judiciário, a tutela jurisdicional atípica (administrativa) deve ser prestada para o pleito cuja discussão não é concomitante.
Numero da decisão: 9100-000.327
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar parcial provimento ao Recurso.
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Karem Jureidini Dias
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/01/1990 a 31/03/1992 CONCOMITÂNCIA ENTRE AS ESFERAS JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. Pelo princípio constitucional da unidade de jurisdição, as medidas submetidas à apreciação do Judiciário prejudicam o conhecimento por este órgão do Poder Executivo. Inteligência da Súmula CARF nº 01. Se o processo administrativo versar sobre objeto, pedido ou causa de pedir em parte diversa da matéria submetida ao Poder Judiciário, a tutela jurisdicional atípica (administrativa) deve ser prestada para o pleito cuja discussão não é concomitante. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em dar parcial provimento ao Recurso. (ASSINADO DIGITALMENTE) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. (ASSINADO DIGITALMENTE Karem Jureidini Dias Relatora. EDITADO EM: 26/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 82 6. 00 00 51 /9 8- 57 Fl. 463DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP27.0717.12515.Q1QR. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 2 Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional (fls.366/384), em face do Acórdão CSRF/0304.916, da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais. O processo trata de pedido de restituição/compensação de crédito originário de pagamentos referentes ao FINSOCIAL, relativos ao período de apuração de agosto de 1990 a março de 1992. O pedido foi apresentado em 02/03/1998. Em sede de Recurso Especial, a Câmara Superior de Recursos Fiscais negou provimento ao Recurso da Fazenda Nacional, por entender aplicável o prazo de 5 anos contados da MP nº 1.110, de 31/10/1995, que foi o primeiro ato emanado pelo Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento do FINSOCIAL à alíquota superior a 0,5%. O acórdão restou assim ementado: FINSOCIAL — MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTAS — INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF — PEDIDO DE RESTITUIÇÃO — PRAZO DECADENCIAL É de 5 anos o prazo deferido ao contribuinte para pleitear a restituição das parcelas de tributos pagas a maior em virtude de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal — STF em ação direta, ou com a suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta, através do pedido de restituição/compensação perante a autoridade administrativa. Por esta razão, o termo a quo tem início na data da publicação da MP n.° 1.110, em 31/10/95 — p. 013397, eis que foi o primeiro ato emanado do Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento do FINSOCIAL à alíquota superior a 0,5%. PRECEDENTES: AC. CSRF/03 04.227, 30131.406, 30131404 e 30131.321. RECURSO ESPECIAL NEGADO Em face do mencionado acórdão, a Fazenda Nacional opôs embargos de declaração, o qual foi rejeitado pelo despacho de fls. 363/364. A Fazenda Nacional interpôs, então, Recurso Extraordinário, no qual requer a reforma do acórdão recorrido na parte em que “desconsiderou a existência de ação judicial transitada em que se discutiu a mesma matéria tratada neste procedimento administrativo e não observou o inteiro teor de decisão judicial definitiva em favor da União prolatada naquele processo judicial, sob o fundamento de que o decisorium na órbita judiciária não impede discussão no fluxo administrativo” (fls. 369). Como paradigma, a Recorrente aponta diversos julgados da Câmara Superior de Recursos Fiscais, nos quais é reconhecida a concomitância entre processo administrativo e judicial. Fl. 464DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP27.0717.12515.Q1QR. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13826.000051/9857 Acórdão n.º 9100000.327 CSRFPL Fl. 464 3 Em Despacho de admissibilidade de fls. 686/687, foi dado seguimento ao Recurso da Fazenda Nacional. Após o retorno de AR, o contribuinte foi cientificado via edital, não tendo apresentado contrarrazões, conforme informação de fls. 392/397. É o relatório. Voto Conselheira Karem Jureidini Dias Delimitando a lide, o Recurso Extraordinário versa sobre a concomitância entre o processo administrativo e o processo judicial. A Recorrente argumenta, citando acórdãos da Câmara Superior de Recursos Fiscais da Primeira e Segunda Turmas, que a concomitância do processo administrativo fiscal com o processo judicial implica em renúncia à discussão no âmbito administrativo. Já no acórdão recorrido, há menção, em seu relatório, ao processo judicial transitado em julgado em favor da Fazenda Nacional, porém, o entendimento acolhido pela Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais foi o de que “o decisorium na órbita judiciária não impede discussão no fluxo administrativo, sendo esse último autônomo para interpretar da mais perfeita forma e justiça que entender”. Nesse passo, decidiu que o marco inicial para a formalização dos pedidos de restituição seria o da publicação da Medida Provisória 1.110/95, sendo o dies ad quem o de 31/08/2000. Em face da comprovada divergência, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional. Inicialmente, esclareço que em razão de o sistema jurídico brasileiro ter adotado o princípio da jurisdição una (artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal), não se mostra possível a concomitância entre ação judicial e processo administrativo envolvendo a discussão do mesmo direito sobre os mesmos fatos. De um lado, o Poder Judiciário é a instância responsável por decidir questões a ele requeridas e a lei não pode dele excluir a apreciação de qualquer lesão ou ameaça a direito; de outro lado, também é fato que é dever da administração zelar pela legalidade de seus atos, o que se faz, in casu, por meio do processo administrativo, em que lhe é possível rever a prática destes atos, ratificandoos, ajustandoos ou anulandoos, conforme o caso, antes que o contribuinte, no âmbito tributário, sofra constrição de seus bens ou qualquer medida coativa por parte do Estado. A compatibilização dessas premissas, no âmbito do sistema jurídico brasileiro, que privilegiou a jurisdição una, prevê o controle de legalidade pelo processo administrativo fiscal, mas impede a concomitância. Para a caracterização da concomitância entre o processo judicial e o processo administrativo, não importa o momento em que a ação judicial foi ajuizada, se antes ou depois do lançamento de ofício. Este, inclusive, é entendimento consolidado pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na Súmula CARF nº 01: Fl. 465DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP27.0717.12515.Q1QR. Consulte a página de autenticação no final deste documento. 4 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Em razão do teor da mencionada Súmula, não restam dúvidas de que a concomitância entre processo administrativo e processo judicial importa em renúncia à discussão na seara administrativa. Tem razão a Fazenda Nacional neste ponto. Desta forma, o órgão julgador administrativo, em qualquer instância, deve analisar o processo administrativo apenas nos pontos que não se refiram especificamente àqueles tratados no âmbito do Poder Judiciário, inclusive sob pena de cerceamento do direito de defesa do contribuinte. Devese verificar, portanto, se são equivalentes os objetos discutidos nas esferas judicial e administrativa. No presente processo administrativo, até o momento, a discussão travada nos autos limitouse ao prazo prescricional para pleitear pagamentos referentes ao FINSOCIAL do período de agosto/1990 a março/1992, correspondentes a valores calculados a alíquotas superiores a 0,5%, cujas majorações foram declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Conforme informações trazidas pela Recorrente, que se refere aos documentos de fls. 323/334, no ano de 2001, o mesmo contribuinte formulou Mandado de Segurança, de nº 2001.61.11.0019677, objetivando a compensação de valores indevidamente recolhidos a título de FINSOCIAL, com parcelas de quaisquer tributos. Entretanto, conforme acórdão do TRF3 (juntado ao presente processo às fls. 330/333), a referida ação foi julgada extinta, com julgamento de mérito, tendo sido reconhecida a prescrição dos valores reclamados a título de FINSOCIAL, uma vez que recolhidos no período de agosto de 1991 a março de 1992. Nesse sentido, reproduzo a ementa do acórdão do TRF3 (fls. 331): TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS. PRESCRIÇÃO. 1. O Código Tributário Nacional estabelece o prazo de 5 (cinco) anos para a extinção do direito do contribuinte pleitear a restituição de tributo pago indevidamente ou a maior (artigo 168) e determina a contagem a partir da data da extinção do crédito tributário (artigo 168, inciso I). 2. Conforme jurisprudência firmada nesta Terceira Turma, o termo inicial do prazo previsto no artigo 168 do CTN é a data do recolhimento, inclusive dos tributos lançados por homologação. 3. Somente podem ser compensados os valores recolhidos nos cinco anos que antecedem a propositura da ação. 4. Apelação da União e Remessa Oficial providas. Às fls. 332, consta certidão de trânsito em julgado do acórdão supracitado. Verifico, portanto, que houve trânsito em julgado em relação aos períodos de agosto de 1991 a março de 1992, já que, conforme afirma a própria Recorrente, apenas estes são objeto do processo judicial. Já o período de agosto de 1990 a julho de 1991 não está abrangido pelo trânsito em julgado, razão pela qual possível a discussão na órbita administrativa. Fl. 466DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP27.0717.12515.Q1QR. Consulte a página de autenticação no final deste documento. Processo nº 13826.000051/9857 Acórdão n.º 9100000.327 CSRFPL Fl. 465 5 Quanto à parte não abarcada pela concomitância entre processo judicial e administrativo, entendo que deve ser mantido o acórdão recorrido, uma vez que o Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional não impugna o termo inicial do prazo prescricional adotado pela referida decisão, recorrendo tão somente em relação à concomitância. Conforme se verifica às fls. 367 do processo, nas razões de Recurso Extraordinário, a própria d. Procuradoria relata que a restituição requerida pelo contribuinte abrangera o período de agosto/1990 a março/1992 e, a seguir menciona que foi objeto de medida judicial transitada em julgado, o período compreendido entre agosto/1991 e março/1992. Desta forma, a tutela na seara administrativa fica mantida para o período de agosto de 1990 a julho de 1991. Sobre este aspecto, de se consignar que além de inexistir recurso no que tange a esse período, o pleito de restituição foi apresentado pelo contribuinte em março de 1998, portanto, antes dos 10 anos do fato gerador, nos termos das decisões do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, na sistemática dos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil. Pelo exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional, a fim de reconhecer a existência da concomitância entre processo administrativo e processo judicial, no que tange ao período compreendido entre agosto de 1991 e março de 1992, pelo que não há que existir decisão administrativa em relação a este período de restituição. Para os demais períodos (agosto de 1990 a julho de 1991), fica ratificada a decisão recorrida. Karem Jureidini Dias Relatora Fl. 467DF CARF MF Documento de 5 página(s) assinado digitalmente. Pode ser consultado no endereço https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx pelo código de localização EP27.0717.12515.Q1QR. Consulte a página de autenticação no final deste documento. PÁGINA DE AUTENTICAÇÃO O Ministério da Fazenda garante a integridade e a autenticidade deste documento nos termos do Art. 10, § 1º, da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001 e da Lei nº 12.682, de 09 de julho de 2012. Documento produzido eletronicamente com garantia da origem e de seu(s) signatário(s), considerado original para todos efeitos legais. Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001. Histórico de ações sobre o documento: Documento juntado por KAREM JUREIDINI DIAS em 27/11/2012 18:13:42. Documento autenticado digitalmente por KAREM JUREIDINI DIAS em 28/11/2012. Documento assinado digitalmente por: OTACILIO DANTAS CARTAXO em 12/03/2013 e KAREM JUREIDINI DIAS em 28/11/2012. Esta cópia / impressão foi realizada por MARIA MADALENA SILVA em 27/07/2017. Instrução para localizar e conferir eletronicamente este documento na Internet: EP27.0717.12515.Q1QR Ministério da Fazenda 1) Acesse o endereço: https://cav.receita.fazenda.gov.br/eCAC/publico/login.aspx 2) Entre no menu "Outros". 3) Selecione a opção "eAssinaRFB - Validação e Assinatura de Documentos Digitais". 4) Digite o código abaixo: 5) O sistema apresentará a cópia do documento eletrônico armazenado nos servidores da Receita Federal do Brasil. página 1 de 1 Página inserida pelo Sistema e-Processo apenas para controle de validação e autenticação do documento do processo nº 138260000519857. Por ser página de controle, possui uma numeração independente da numeração constante no processo.
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Numero do processo: 11020.910105/2012-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/11/2008
COFINS. REPETIÇÃO/COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não se reconhece o direito à compensação quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova sobre a liquidez e certeza dos créditos que alega possuir na sistemática da não-cumulatividade.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3402-004.054
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
ANTÔNIO CARLOS ATULIM - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Renato Vieira de Avila (suplente), Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 28/11/2008 COFINS. REPETIÇÃO/COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à compensação quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova sobre a liquidez e certeza dos créditos que alega possuir na sistemática da não-cumulatividade. Recurso voluntário negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 28/11/2008 COFINS. REPETIÇÃO/COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à compensação quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova sobre a liquidez e certeza dos créditos que alega possuir na sistemática da nãocumulatividade. Recurso voluntário negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ANTÔNIO CARLOS ATULIM Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Renato Vieira de Avila (suplente), Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Versam os autos sobre pedido de reconhecimento de direito creditício de COFINS, informado como oriundo de recolhimento efetuado a maior, cumulado com declaração de compensação (PER/DCOMP). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 91 01 05 /2 01 2- 07 Fl. 120DF CARF MF Processo nº 11020.910105/201207 Acórdão n.º 3402004.054 S3C4T2 Fl. 3 2 No Despacho Decisório, a autoridade local da RFB indeferiu o pleito da interessada, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, "não restando crédito disponível para restituição". Inconformada com a decisão proferida, a empresa apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega, após ter "efetuado revisão completa retroativa de suas últimas bases de cálculo de COFINS", possuir créditos oriundos de suas seguintes contas, discorrendo acerca da legislação que em tese respaldaria os mesmos: A DRJ/RPO, nos termos do Acórdão 14046.818, julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Inconformado, o contribuinte interpôs o presente recurso voluntário, no qual, em suma, restringese a afirmar que o "processo já dispõe dos documentos comprobatórios dos créditos apurados", e nada mais! É o relatório. Voto Conselheiro Antônio Carlos Atulim Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402004.034, de 25 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 11020.910095/201200, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3402004.034): "Alega o contribuinte, de forma genérica, ter créditos para fins de apuração da COFINS a pagar no sistema nãocumulativo. Tais créditos seriam oriundos de valores constantes nas contas especificadas no relatório. Feita essa apuração, a posteriori, sem qualquer liquidez e certeza já saiu a se compensar com débitos de tributos administrados pela RFB. Ou seja, não há prova específica a respaldar os alegados créditos. Acostou cópia do livro razão onde constam tais contas contábeis, sem qualquer documento fiscal e referência a seu processo produtivo em que se pudesse constatar de quais insumos se tratam e, mais, se efetivamente são utilizados na produção das mercadorias que produz. Demais disso, em tese, em análise superficial, valores referente à manutenção e reparos, fretes com vendas (nas quais não se sabe quem arcou com os valores), despesas diversas (que não se sabe do que se tratam), e mão de obra de terceiros (que em tese podem ser feitas por pessoas física, o que afastaria qualquer direito a crédito) não dão direito a crédito. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 11020.910105/201207 Acórdão n.º 3402004.054 S3C4T2 Fl. 4 3 Assim, sendo firme a jurisprudência desse Colegiado no sentido de que recai sobre o contribuinte o onus probandi dos créditos que alega ter, mormente em relação a valores que já se compensou, que pressupõe sua certeza e liquidez, constatase que ele não provou por todos os meios e de forma específica (não há um documento fiscal nos autos) os créditos declarados. CONCLUSÃO Portanto, ante a falta de prova dos declarados créditos, ônus seu de produzir, deve ser negado seu pleito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário." Ressaltese que, neste processo, as contas especificadas como origem dos créditos (indicadas no relatório) são as mesmas que as tratadas no caso do paradigma, e que o contribuinte, nestes autos, também "não provou por todos os meios e de forma específica (não há um documento fiscal nos autos) os créditos declarados". Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Antônio Carlos Atulim Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.009775/2010-18
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Apr 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jul 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Exercício:2005, 2008
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-005.391
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencido o conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci, que lhe negou provimento.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Exercício:2005, 2008 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencido o conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci, que lhe negou provimento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVETIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencido o conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci, que lhe negou provimento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 97 75 /2 01 0- 18 Fl. 602DF CARF MF 2 Ana Paula Fernandes – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e João Victor Ribeiro Aldinucci. Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pela Fazenda Nacional face ao acórdão 2301002.799, proferido pela 1ª Turma Ordinária / 3ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Trata o presente auto de infração, lavrado em desfavor do Contribuinte, no valor de R$ 217.296,54 (duzentos e dezessete mil, duzentos e noventa e seis reais e cinquenta e quatro centavos), por descumprimento de obrigação principal, referente às contribuições previdenciárias a cargo da sociedade empresária, parte patronal e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho GILRAT destinadas ao financiamento da Seguridade Social, os quais não tiveram suas bases de cálculo informadas em folhas de pagamentos e, também, não declaradas em Guias de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP. O Contribuinte apresentou impugnação às fls. 288 e seguintes. A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília emitiu a Decisão, fls. 348/357, mantendo em parte a autuação, tendo sido aplicada a decadência de acordo com o disposto no art. 150, § 4º, do CTN. O Contribuinte interpôs Recurso Voluntário, fls. 376 e seguintes, alegando, em síntese, necessidade de anulação do auto de infração em virtude dos vícios insanáveis de não observância ao princípio do ônus da prova como também pelo cerceamento do direito de defesa; necessidade de exclusão da tributação das bases de cálculo lançadas indevidamente por ter a Recorrente declarado a maior as aludidas bases de cálculo; necessidade de exclusão do lançamento a multa de ofício de 75% por ser mais maléfica que a multa de mora de 24% em lançamento de ofício, incluindo a multa de ofício lançada sobre o 13º salário pago até 30 de novembro de 2008. A 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 416/429, DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Ordinário, apenas para que seja aplicada a penalidade prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, caso seja mais benéfica para o contribuinte até 11/08. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: Assunto: Contribuições Previdenciárias Período de Apuração: 01/05 a 12/05, 02/06 a 12/06, 01/07 a 11/07, 01/08 a 12/08. Fl. 603DF CARF MF Processo nº 10120.009775/201018 Acórdão n.º 9202005.391 CSRFT2 Fl. 10 3 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. DIFERENÇA DE CONTRIBUIÇÕES ENTRE A FOLHA DE PAGAMENTO. GFIP E O VALOR RECOLHIDO. Presumemse verdadeiros os valores lançados como base de cálculo pela autoridade fiscal fundamentado nas folhas de pagamento, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário. PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE. ÔNUS DA PROVA. O ato administrativo se presume legítimo, cabendo à parte que alegar o contrário a prova correspondente. A simples alegação contrária a ato da administração sem carrear aos autos provas documentais, não tem o condão de desconstituir o lançamento. ARGUIÇÃO DE NULIDADE. NÃO ACOLHIMENTO. Não ficaram configurados nos autos os casos de nulidade arguidos pela defendente. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. TAXA DE DEPRECIAÇÃO DE FERRAMENTAS. USO DE VEÍCULO PRÓPRIO DO EMPREGADO. ALÍNEA “S” DO §9º DO ARTIGO 28 DA LEI 8.212/91. AJUDA DE CUSTO. NATUREZA INDENIZATÓRIA PRESMUIDA. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVA DAS DESPESAS REALIZADAS. 1. O ressarcimento de despesas pela utilização de ferramentas próprias possui natureza indenizatória, uma vez que é pago em decorrência dos prejuízos experimentados pelo empregado para a efetivação de suas tarefas laborais. 2. A verba paga em razão de despesas com veículo de propriedade do empregado tem natureza jurídica indenizatória e não salarial, principalmente quando o valor se prestar a cobrir as despesas com consumo de combustível e com a depreciação do carro. 3. A configuração do caráter indenizatório dos valores descritos na alínea “s” do §9º do artigo 28 da Lei 8.212/91 depende da comprovação efetiva de que se destinaram tais verbas a compensar os gastos, devidamente comprovados, com os quais teve que arcar o empregado quando da utilização de veículo próprio na execução de atividades da empresa. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação acessória punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Fl. 604DF CARF MF 4 Às fls. 432/439, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência, alegando divergência jurisprudencial em relação à regra aplicável à multa mais benéfica ao contribuinte. A Turma prolatora do acórdão paradigma entendeu que, para efeito da apuração da multa mais benéfica ao contribuinte, em hipóteses tais como a dos autos, em que houve lançamento da obrigação principal bem como lançamento da obrigação acessória, devese efetuar o seguinte cálculo: somar as multas da sistemática antiga, somando as multas das obrigações principal e acessória (art. 35, II e art. 32, IV da norma revogada) e comparar o resultado dessa operação com a multa atual, prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/91, introduzido pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009 e que remete ao art. 44, I, da Lei nº 9.430/96 (75%), em conformidade com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 22/10/2010. Já o Colegiado a quo entendeu que, para alcance da multa mais benéfica ao sujeito passivo, devese comparar a multa prevista na redação antiga do art. 35 da Lei nº 8.212 com a multa prevista no art. 35A da Lei nº 8.212, introduzido pela MP nº 449/2008. Em suma, o Colegiado a quo entendeu ser desnecessária a soma do valor da multa da obrigação principal com a multa da obrigação acessória para efeitos de comparação com o que dispõe o art. 35A da lei nº 8.212/91. Às fls. 450/452, a 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, DANDO SEGUIMENTO ao recurso em relação à divergência sobre o cálculo da multa. Devidamente intimado, às fls. 455, o Contribuinte apresentou Embargos de Declaração, às fls. 516/526, alegando omissão e obscuridade, requerendo a exclusão da tributação para as competências de 01/05 a 10/05, na conclusão do Acórdão, já excluída no Acórdão da DRJ/BSB, mas trazidas no Acórdão recorrido; exclusão explicita da multa de ofício na conclusão do acórdão recorrido no termo do art. 144 do CTN; redução da multa de mora de 24% para 20% na conclusão do acórdão, apenas sobre as competências cuja multa aplicada era a multa de mora, em face da retroatividade nos termos do inciso II do art. 106 do CTN; exclusão de novos lançamentos da multa de mora efetivados no acórdão recorrido, já alcançados pelo lustro decadencial do direito de lançar do fisco, nas competências cuja multa aplicada era a multa de ofício; a quantificação do valor remanescente da contribuição, dos juros e da multa de mora na conclusão do acórdão, neste caso pedindo que seja quantificado cada uma das rubricas que compõe o valor total remanescente a pagar. Às fls. 546/559, o Contribuinte apresentou Contrarrazões, reiterando todos os pedidos feitos em sede de Embargos. Às fls. 565/582, o Contribuinte interpôs Recurso Especial, informando se tratar a divergência jurisprudencial entre os acórdãos recorrido e paradigma sobre a exclusão da multa de ofício, devido à aplicação do art. 144 do CTN, sem realizar o cotejo analítico entre as ementas. Reiterou, ao final, os mesmos pedidos já lançados em Embargos de Declaração e nas contrarrazões, acrescendo o pedido de nulidade do presente feito. Às fls. 587/588, a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, no Despacho nº 2301342, rejeitou os embargos opostos pelo Contribuinte, eis que não atendidos os pressupostos do Art. 65 do RICARF. Às fls. 592/595, a 3ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, ao realizar o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial do Contribuinte, NÃO CONHECEU do recurso devido a sua intempestividade, tendo o contribuinte sido cientificado do resultado do acórdão em 19/07/2013 por intermédio de Aviso de Recebimento AR dos Correios, fls. 455 a 456, e apresentado o recurso especial somente em 09/08/2013 (fls. 565 e 590), portanto, fora do prazo Fl. 605DF CARF MF Processo nº 10120.009775/201018 Acórdão n.º 9202005.391 CSRFT2 Fl. 11 5 de 15 (quinze) dias da ciência estabelecido pelo artigo 68 do Regimento Interno do CARF, que expirou em 05/08/2013. Vieram os autos conclusos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Trata o presente auto de infração, lavrado em desfavor do Contribuinte, no valor de R$ 217.296,54 (duzentos e dezessete mil, duzentos e noventa e seis reais e cinquenta e quatro centavos), por descumprimento de obrigação principal, referente às contribuições previdenciárias a cargo da sociedade empresária, parte patronal e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho GILRAT destinadas ao financiamento da Seguridade Social, os quais não tiveram suas bases de cálculo informadas em folhas de pagamentos e, também, não declaradas em Guias de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP. O Acórdão recorrido deu parcial provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante a retroatividade benigna. Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) Fl. 606DF CARF MF 6 De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade Fl. 607DF CARF MF Processo nº 10120.009775/201018 Acórdão n.º 9202005.391 CSRFT2 Fl. 12 7 benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: Fl. 608DF CARF MF 8 I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Fl. 609DF CARF MF Processo nº 10120.009775/201018 Acórdão n.º 9202005.391 CSRFT2 Fl. 13 9 No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Fl. 610DF CARF MF 10 Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Fl. 611DF CARF MF Processo nº 10120.009775/201018 Acórdão n.º 9202005.391 CSRFT2 Fl. 14 11 dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. É como voto. (assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes Fl. 612DF CARF MF 12 Fl. 613DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.726598/2014-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jun 26 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
DIRPF. DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA/RIR 1999.
Todas as deduções na base de cálculo do imposto previstas pela legislação estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°).
DEPENDENTES. COMPROVAÇÃO.
Poderá ser considerado como dependente, o filho de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho.
DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO.
O pagamento de despesas médicas e com instrução de beneficiário não dependente do declarante, não é dedutível da base de cálculo do IRPF.
ÔNUS DA PROVA. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Não tendo o contribuinte apresentado documentação comprobatória de seu direito, deve ser mantida a glosa.
Numero da decisão: 2202-003.956
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente
(assinado digitalmente)
Cecilia Dutra Pillar - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto.
Nome do relator: CECILIA DUTRA PILLAR
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DEDUÇÕES. COMPROVAÇÃO. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA/RIR 1999. Todas as deduções na base de cálculo do imposto previstas pela legislação estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n° 5.844, de 1943, art. 11, § 3°). DEPENDENTES. COMPROVAÇÃO. Poderá ser considerado como dependente, o filho de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. O pagamento de despesas médicas e com instrução de beneficiário não dependente do declarante, não é dedutível da base de cálculo do IRPF. ÔNUS DA PROVA. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. Não tendo o contribuinte apresentado documentação comprobatória de seu direito, deve ser mantida a glosa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 72 65 98 /2 01 4- 09 Fl. 64DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. Ausente justificadamente Rosemary Figueiroa Augusto. Relatório Trata o presente processo de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (fls. 32/39), decorrente de revisão da Declaração de Ajuste Anual do IRPF do exercício de 2013, ano calendário de 2012, em que foram glosados valores indevidamente deduzidos a título de: a) dependentes, no valor de R$ 1.974,72, por falta de comprovação da dependência de Marcos Guedes de Oliveira (não fez prova da incapacidade física ou mental para o trabalho); b) despesas médicas, no valor de R$ 7.250,00, por se referirem ao dependente não comprovado Marcos Guedes de Oliveira; c) despesas com instrução, no valor de R$ 3.091,35, em favor de Marcos Guedes de Oliveira, por falta de comprovação da condição de dependência; Foi apresentada impugnação tempestiva onde o contribuinte afirmou que seu filho Marcos Guedes de Oliveira, é incapacitado física ou mentalmente para o trabalho, de acordo com os documentos anexados às fls. 12/18, e que as despesas com instrução e médicas relativas ao dependente devem ser acatadas. A 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC), julgou improcedente a impugnação, conforme acórdão de fls. 47/51, mantendo integralmente as glosas, visto que o contribuinte embora apresente documentos que demonstram que seu filho Marcos é portador de deficiência intelectual, com quadro eminentemente psiquiátrico, controlado e acompanhado com o uso de medicamentos, não logrou comprovar que, no ano de 2012, Marcos Guedes de Oliveira estava incapacitado para o trabalho. Cientificado dessa decisão por via postal em 15/05/2015 (A.R. de fls. 54), o interessado interpôs Recurso Voluntário em 29/05/2015 (fls. 57), trazendo os mesmos argumentos arguidos na impugnação e enfatizando ter apresentado tomografia computadorizada (fls. 18) que esclarece que o filho teria algum tipo de deficiência mental; que na declaração juntada às fls. 24, da Fundação Edson Queiroz, onde Marcos frequenta os cursos de engenharia elétrica e engenharia eletrônica, deve ser observado que o curso é frequentado em sala especial, para pessoas portadoras de distúrbio mental; que no atestado de fls. 16, datado de 14/02/2002, da Clínica de Psiquiatria Cleto Pontes, o psiquiatra informa que o paciente tem déficit de cognição; que o laudo neurológico de fls. 17 diz não apresentar déficits motores, que o quadro é eminentemente psiquiátrico, não havendo a mínima possibilidade de assumir emprego. Afirma que os documentos são de exercícios anteriores ao litígio e corroboram que seu filho apresentava sintomas mesmo antes de ser considerado dependente, Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10380.726598/201409 Acórdão n.º 2202003.956 S2C2T2 Fl. 65 3 pois quem apresenta sintomas psiquiátricos não pode ser considerado capaz de exercer qualquer tipo de atividade laborativa, estando às expensas do pai. É o Relatório. Voto Conselheira Cecilia Dutra Pillar Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais formalidades legais, portanto dele conheço. O presente recurso resumese à controvérsia acerca da não aceitação do filho do declarante como seu dependente na DIRPF, com as consequentes glosas das deduções de despesas a ele concernentes. As alegações e documentos apresentados até a impugnação foram tratados no Acórdão recorrido, não havendo reparos a fazer. Os atestados médicos juntados aos autos às fls. 12/24 não comprovam que o filho do declarante, Marcos Guedes de Oliveira, estivesse incapacitado física ou mentalmente para o trabalho no ano de 2012, conforme exigido na legislação (art. 35, inc. III da Lei nº 9.250/1995), in verbis: Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea c, poderão ser considerados como dependentes: (...) III a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até 21 anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; (grifei) Em sede de recurso o interessado faz alegações que não se confirmam com os documentos acostados aos autos. O laudo da tomografia computadorizada de crânio (fls. 18), não esclarece que o paciente teria algum tipo de deficiência mental, atestando como "Impressão Tomográfica": 1) Leve redução volumétrica cerebral, predominando nos lobos frontais e temporais. 2) Redução volumétrica do tronco cerebral. As declarações juntadas às fls. 23 e 24, da Fundação Edson Queiroz Universidade de Fortaleza, atestam tão somente que Marcos estava matriculado no Centro de Ciências Tecnológicas, nos cursos de engenharia elétrica e engenharia eletrônica, e informa os valores pagos durante o ano de 2013, não havendo qualquer observação do curso ser frequentado em sala especial, para pessoas portadoras de distúrbio mental, como afirmou o recorrente. O atestado de fls. 16, da Clínica de Psiquiatria Cleto Pontes, foi firmado em 14/02/2002, onde o psiquiatra informava que o déficit de cognição apresentado pelo paciente, Fl. 66DF CARF MF 4 justificava mudança de curso universitário, nada atestando com relação à sua capacidade laborativa. O laudo neurológico de fls. 17 diz que o paciente não apresenta déficits motores e que o quadro é eminentemente psiquiátrico, não fazendo qualquer referência à possibilidade ou não do paciente assumir emprego. Portanto, não restou comprovado que o filho do declarante estivesse efetivamente incapacitado física ou mentalmente para o trabalho no ano calendário de 2012, o que impossibilita sua declaração como dependente. Por consequência, as demais despesas médicas e com instrução, relacionadas a Marcos Guedes de Oliveira, são indedutíveis da DIRPF do pai, pois a legislação permite a dedução apenas das despesas do titular e de seus dependentes: “Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I – de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II – das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. b) a pagamentos de despesas com instrução do contribuinte e de seus dependentes, efetuados a estabelecimentos de ensino, relativamente à educação infantil, compreendendo as creches e as préescolas; ao ensino fundamental; ao ensino médio; à educação superior, compreendendo os cursos de graduação e de pósgraduação (mestrado, doutorado e especialização); e à educação profissional, compreendendo o ensino técnico e o tecnológico, até o limite anual individual de: (...) § 2º O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos feitos pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; (sem grifos no original) Assim, devem ser mantidas as glosas do dependente e das deduções de despesas médicas e com instrução. Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10380.726598/201409 Acórdão n.º 2202003.956 S2C2T2 Fl. 66 5 Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Cecilia Dutra Pillar Relatora Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.904085/2012-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2007
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido.
ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-004.382
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2007 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado.
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PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES. Recorrente PARATI S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2007 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o despacho decisório que não homologou o pedido de restituição deve ser mantido. ICMS. BASE DE CÁLCULO. PIS/COFINS. COMPOSIÇÃO. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Walker Araujo, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Charles Pereira Nunes, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e José Renato Pereira de Deus. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 40 85 /2 01 2- 71 Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição (PER) eletrônico por meio da qual a contribuinte solicita restituição de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o PIS/Pasep. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Joaçaba SC pelo indeferimento do pedido de restituição, mediante Despacho Decisório, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o valor recolhido já havia sido integralmente utilizado para extinção do débito relativo ao período de apuração a que se referia, não restando crédito disponível para restituição. Inconformada com o indeferimento do PER, a contribuinte apresenta manifestação de inconformidade na qual alega que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. A DRJ julgou, por unanimidade de votos, improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 07031.429. O fundamento adotado, em síntese, foi: (i) que, pagamentos efetuados mediante DARF (vinculados a débitos declarados em DCTF) somente se caracterizam como indevidos ou a maior, quando o contribuinte retifica a DCTF, informando corretamente o débito (a menor); e (ii) que, não procede a alegação da contribuinte de que o ICMS não compõe as bases de cálculo da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins; e (iii) que o órgão administrativo não pode ser pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Intimada de decisão piso, a Recorrente interpôs tempestivamente recurso voluntário, aduzindo (i) ausência de previsão legal exigindo a retificação da DCTF como condição para a restituição; (ii) inconstitucionalidade e ilegalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS; (iii) sobrestamento do feito até o transito em julgado da decisão proferida pelo STF (RE 574.706). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302004.379, de 28 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10925.907614/201298, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302004.379): Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 4 3 "I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 19.03.2014 (fls.43) e protocolou Recurso Voluntário em 07.04.2014 (fls.4653), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche o requisito de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Mérito II.1 Inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF nº 02 Inicialmente é imperioso destacar que nos termos da Súmula nº 02 "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". Deste modo, a análise da inconstitucionalidade da legislação tributária envolvendo a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS resta totalmente prejudicada. II.2 Ausência de retificação da DCTF direito creditório É incontroverso nos autos que a Recorrente não retificou a DCTF antes de apresentar o Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, fato este que para fiscalização obsta o direito ao crédito buscado pelo contribuinte. Contudo, o fato de a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, por si só, não é motivo suficiente para que seu crédito não seja reconhecido, podendo, tal procedimento, ser superado com a apresentação de provas capazes de comprovar a existência de erro na apuração contábil/fiscal e consequentemente do pagamento indevido ou a maior alegado pelo contribuinte, nos termos do §1º ao art. 147 do CTN, a saber: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. §1º. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. No presente caso, a Recorrente não trouxe aos autos documentos necessários e substanciais à comprovar suas alegações e demonstrar a origem do crédito apresentado no Pedido de Restituição (PER) Eletrônico nº 15219.42808.210808.1.2.043337, alegando, pura e simplesmente que o citado pedido referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 5 4 Com efeito, o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC2). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o indeferindo do crédito é medida que se impõe. Nesse sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/ RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/ PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Pertinente destacar a lição do professor Hugo de Brito Machado, a respeito da divisão do ônus da prova: No processo tributário fiscal para apuração e exigência do crédito tributário, ou procedimento administrativo de lançamento tributário, autor é o Fisco. A ele, portanto, incumbe o ônus de provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária que serve de suporte à exigência do crédito que está a constituir. Na linguagem do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus do fato constitutivo de seu direito (Código de Processo Civil, art.333, I). Se o contribuinte, ao impugnar a exigência, em vez de negar o fato gerador do tributo, alega ser imune, ou isento, ou haver sido, no todo ou em parte, desconstituída a situação de fato geradora da obrigação tributária, ou ainda, já haver pago o tributo, é seu ônus de provar o que alegou. A imunidade, como isenção, impedem o nascimento da obrigação tributária. São, na linguagem do Código de Processo Civil, fatos impeditivos do direito do Fisco. A desconstituição, parcial ou total, do fato gerador do tributo, é fato modificativo ou extintivo, e o pagamento é fato extintivo do direito do Fisco. Deve ser comprovado, portanto, pelo contribuinte, que assume no processo administrativo de determinação e exigência do tributo posição equivalente a do réu no processo civil”. (original não destacado)3 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor 3 Mandado de Segurança em Matéria Tributária, 3. ed., São Paulo: Dialética, 1998, p.252. Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 6 5 Somase a isso, que a escrituração somente faz prova a favor do sujeito passivo se acompanhada por documentos hábeis à comprovar a origem do crédito pleiteado, conforme previsão contida no artigo 26, do Decreto nº 7574/20114. Superada essa questão, passase a análise da matéria sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS. II.3 ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente, sem contudo provar, que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação dos RE´s 240.785 2/MS e 574.706. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302 004.158): A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 4 Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o). Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 7 6 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da não cumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 8 7 técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendo se à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS inclui se na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃO APLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 9 8 de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.158 35, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 10 9 § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706 RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. II.4 Sobrestamento do processo Por fim, a Recorrente pleiteou o sobrestamento do feito até o julgamento definitivo do RE 504.706, suplicando pela aplicação do princípio da economia processual. Com todo respeito ao pedido formulado pela Recorrente, as hipóteses de sobrestamento do feito previstas no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, não albergam o pedido do contribuinte, logo, deve ser afastado o requerimento anteriormente citado, por total ausência de fundamento legal. III. Conclusão Diante do exposto, considerando que a Recorrente não comprovou a origem do crédito e, que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.144.469/PR), aplicável ao presente caso, é no sentido de manter o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10925.904085/201271 Acórdão n.º 3302004.382 S3C3T2 Fl. 11 10 Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o recurso voluntário também foi apresentado tempestivamente e, não obstante a Recorrente não ter retificado a DCTF antes de apresentar o pedido de restituição, não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, decorrente de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 73DF CARF MF
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