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Numero do processo: 19679.005734/2005-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1995, 1996
PRESCRIÇÃO. DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE).
Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco.
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543-B DO CPC.
Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF".
Numero da decisão: 3302-003.082
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Aguardando Nova Decisão
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a prescrição, ressalvado o direito da Autoridade Fiscal ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado.
[assinado digitalmente]
RICARDO PAULO ROSA - Presidente.
[assinado digitalmente]
MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE). Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, em conformidade com a tese cognominada de cinco mais cinco. NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543B DO CPC. Nos termos do § 2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF". Recurso Voluntário Provido em Parte Aguardando Nova Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a prescrição, ressalvado o direito da Autoridade Fiscal ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 57 34 /2 00 5- 53 Fl. 226DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 2 [assinado digitalmente] RICARDO PAULO ROSA Presidente. [assinado digitalmente] MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. A empresa acima identificada ingressou, em 08/06/2005, com Pedido de Restituição (fls. 01/05), no valor de R$ 283.385,28 (duzentos e oitenta e três mil, trezentos e oitenta e cinco reais e vinte e oito centavos), sob a alegação de ter efetuado, no período de 30/11/1995 a 15/03/1996, recolhimentos indevidos de PIS relativos aos fatos geradores de 10/1995 a 02/1996 (fls. 06/08). 2. Posteriormente, em 31/08/2005, o Interessado protocolizou a petição de fls. 89/90, solicitando a retificação do pedido de restituição para a quantia de R$ 283.284,71 (duzentos e oitenta e três mil, duzentos e oitenta e quatro reais e setenta e um centavos) com base nas planilhas de fls. 91/93. 3. A DERAT/DIORT/EQITD proferiu, em 23/04/2008, Despacho Decisório de fls. 95/98 com ciência à empresa em 19/05/2008 (fls. 99/99v), por intermédio do qual indeferiu o Pedido de Restituição no montante de R$ 283.284,71 (duzentos e oitenta e três mil, duzentos e oitenta e quatro reais e setenta e um centavos) com fulcro nos arts. 165, I, 168, I, do CTN, art. 3° da Lei Complementar n° 118/2005 e AD SRF n° 096/1999 (fls. 97). 4. Em virtude desta decisão, a empresa apresentou, tempestivamente, a manifestação de inconformidade de fls. 100/128, acompanhada de documentos (fls. 129/156), alegando, em síntese, que: 4.1. A decisão proferida pela DIORT não merece prevalecer, pois carece de fundamentação fática e jurídica. 4.2. É detentora de créditos, pois incorporou, em 31/12/2002, a empresa Companhia Química Metacril, conforme documentos societários contidos nos autos, créditos estes passíveis de restituição e oriundos de diferenças entre os pagamentos de PIS efetuados no período da vacância da MP n° 1.212/1995 e o que seria devido pela LC n° 7/1970 em razão da declaração de inconstitucionalidade dos Decretoslei n° 2.445/1988 e n° 2.449/1988. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 19679.005734/200553 Acórdão n.º 3302003.082 S3C3T2 Fl. 227 3 4.3. A referida Medida Provisória, ao estabelecer a modificação da base de cálculo da contribuição para o PIS, determinando sua apuração mensal com base no faturamento do mês, e dispondo sobre sua aplicação aos fatos geradores ocorridos a partir de outubro de 1995, afrontou disposições constitucionais (arts. 150, III, “a” e 196, § 6°). Neste sentido, têm se posicionado os órgãos administrativos, conforme decisões transcritas às fls. 106/108, devendo a Administração Tributária envidar todos os esforços para que lhe sejam restituídos os valores recolhidos indevidamente com base na sistemática desta MP. 4.4. Devem ser considerados no cômputo do indébito os índices de correção e expurgos inflacionários, cuja matéria já se encontra pacificada na esfera administrativa e judicial sob pena de enriquecimento sem causa e afronta aos princípios informadores da Administração Pública (fls. 108/114). 4.5. Não ocorreu a decadência na hipótese dos autos, pois, por se tratar de lançamento por homologação, o prazo para pleitear a restituição é de 10 (dez) anos (tese dos 5 + 5). Ademais, a Lei Complementar n° 118/2005 não teve o condão de afastar a aplicação deste prazo. Caso não seja este o entendimento, deve se contar o prazo de 5 (cinco) anos a partir de 23/03/2001, data da publicação do acórdão da ADIN 1417/DF (fls. 115/127). 4.6. Diante do exposto, requer a reforma do Despacho Decisório e o reconhecimento de seu direito à restituição. 5. É o relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA o PIS/PASEP Anocalendário: 1995, 1996 RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição extingue se com o decurso do prazo quinquenal contado da data da extinção d O crédito tributário, assim entendido o pagamento antecipado nos casos de lançamento por n° 96/1999 e dos arts. 3° e 4° da Lei Complementar n° 118/2005. NORMA INTERPRETATIVA. RETROATIVIDADE. O art. 3° da Lei Complementar n° 118/2005, dado o seu caráter eminentemente interpretativo, possui eficácia retroativa, consoante dispõe o art. 106,1, do CTN. CITAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. No julgamento de primeira instância, a autoridade administrativa observará apenas a legislação de regência, assim como o entendimento da Receita Federal do Brasil (RFB), Fl. 228DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 4 expresso em atos normativos de observância obrigatória, não estando vinculada às decisões administrativas ou judiciais proferidas em processos dos quais não participe o Interessado ou que não possuam eficácia erga omnes. DECADÊNCIA. EXISTÊNCIA. OUTRAS MATÉRIAS. PREJUDICIALIDADE. Reconhecida a decadência do direito de o contribuinte pleitear a restituição de supostos créditos, fica prejudicada a apreciação de outras matérias suscitadas pela Manifestante na solução do contencioso administrativo. Cientificada da decisão de primeira instância em 13/01/2010, conforme Aviso de Recebimento de fl. 172, a interessada apresentou Recurso Voluntário de fls. 173/189 e documentos anexados, fls. 190/205, em 11/02/2010, onde reitera os mesmos argumentos já aduzidos na manifestação de inconformidade e ao final requer seja acolhido o presente Recurso Voluntário, a fim de que seja REFORMADO o Acórdão DRJISP2 n° 1623.733, de 07 de dezembro de 2009 e reconhecido o direito da Requerente à restituição dos valores indevidamente recolhidos a título de Contribuição do PIS. É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Matéria sumulada pela CSRF O pedido de restituição foi apresentado em 08/06/2005, relativo à Contribuição para o PIS referente ao período de apuração de outubro/1995 a fev/1996, no valor de R$ 283.284,71. A matéria em exame foi decidida pela CSRF, a exemplo dos Acórdãos nºs 9303001.831, 9303001.845, 846 e 847, de 02/02/2012 e 9900000.943, 09/12/2014. Nesse sentido trago à colação o voto do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, exarado no Acórdão nº 9900000.943, de 09/12/2014, cujos fundamentos adoto como razão de decidir: O pedido de restituição foi apresentado em 30/06/1999, relativo ao período de apuração de 01/09/1989 a 31/01/1992. Não assiste razão à recorrente, pois, com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de Fl. 229DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR Processo nº 19679.005734/200553 Acórdão n.º 3302003.082 S3C3T2 Fl. 228 5 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Com efeito, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido.(grifei). Ante o exposto, constatase na lide ora em exame que a petição ocorreu em data anterior à vigência em 09/06/2005 da LC nº 118, de 2005, de modo que conforme se demonstra na tabela abaixo, não estava prescrito o direito do contribuinte à restituição dos valores recolhidos conforme planilhas de fls. 93/94. PEDIDO EM 08/06/2005 NÃO PRESCRITOS FATO GERADOR VENCIMENTO outubro/1995 fevereiro/1996 30/11/1995 31/03/1996 Assim conforme as disposições regimentais do § 2º do art. 62 do Anexo II à Portaria MF nº 343, de 2015 (RICARF), deve ser reconhecida a aplicabilidade do prazo prescricional de 10(dez) anos a partir do fato gerador. A matéria em exame já foi sumulada por este E. Conselho conforme a seguir transcrita: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Desse modo, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para afastar a prescrição com respeito aos recolhimentos efetuados de 30 de outubro de 1995 a 31 de março de 1996 (relativo a fatos geradores ocorridos de outubro de 1995 a fevereiro de 1996, consoante planilhas de fls. 93/94, devendo retornar os autos para que a unidade competente proceda ao exame do efetivo direito ao crédito pleiteado. É como voto. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 230DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR 6 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 07/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR, Assinado digitalmente e m 05/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por MARIA DO SOCORRO FERREI RA AGUIAR
score : 1.0
Numero do processo: 10945.004983/2002-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Exercício: 2000, 2001
PIS. VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS. COMPENSAÇÃO.
Apurados valores indevidamente recolhidos do PIS, é de se convalidar compensação realizada, nos termos apurados em diligência, cancelando-se o lançamento realizado pela insuficiência de créditos, mais tarde constatada inexistente.
Recurso Voluntário Provido
Embargos Acolhidos
Numero da decisão: 3301-002.844
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, para sanar a omissão e a contradição apresentados mas, sem efeitos infringentes, isto é, para dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente
Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Exercício: 2000, 2001 PIS. VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS. COMPENSAÇÃO. Apurados valores indevidamente recolhidos do PIS, é de se convalidar compensação realizada, nos termos apurados em diligência, cancelando-se o lançamento realizado pela insuficiência de créditos, mais tarde constatada inexistente. Recurso Voluntário Provido Embargos Acolhidos
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, para sanar a omissão e a contradição apresentados mas, sem efeitos infringentes, isto é, para dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente Luiz Augusto do Couto Chagas - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, e Semíramis de Oliveira Duro.
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VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS. COMPENSAÇÃO. Apurados valores indevidamente recolhidos do PIS, é de se convalidar compensação realizada, nos termos apurados em diligência, cancelandose o lançamento realizado pela insuficiência de créditos, mais tarde constatada inexistente. Recurso Voluntário Provido Embargos Acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, para sanar a omissão e a contradição apresentados mas, sem efeitos infringentes, isto é, para dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 49 83 /2 00 2- 17 Fl. 863DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 28 /02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10945.004983/200217 Acórdão n.º 3301002.844 S3C3T1 Fl. 864 2 Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional, com fulcro nos artigos 64, inciso I e 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, alegando omissão e contradição no acórdão 330100.192, proferido por este Colegiado, em que foi dado provimento ao recurso voluntário, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados da ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 2000, 2001 PIS. VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS. COMPENSAÇÃO. Apurados valores indevidamente recolhidos do PIS, é de se convalidar compensação realizada, cancelandose lançamento realizado pela insuficiência de créditos, mais tarde constatada inexistente. Recurso Voluntário Provido. A embargante alega que no teor do voto condutor é dito que foi dado provimento parcial ao recurso voluntário, enquanto o resultado do julgamento deu provimento total ao recurso voluntário. Alegou que isso é contradição. Os embargos de declaração foram admitidos. É o relatório. Fl. 864DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 28 /02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10945.004983/200217 Acórdão n.º 3301002.844 S3C3T1 Fl. 865 3 Voto Tratase de embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional, com fulcro nos artigos 64, inciso I e 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, alegando omissão e contradição no acórdão proferido no processo em epígrafe. O processo trata de auto de infração de PIS, lavrado em decorrência de a empresa ter deixado de recolher valores devidos a titulo de PIS, nos períodos de competência de agosto de 1992 a setembro de 1995, bem como de janeiro de 2000 a dezembro de 2001. De acordo com a autoridade autuante, a ação fiscal verificou os créditos tributários declarados pelo sujeito passivo, bem como verificou compensações realizadas pela contribuinte com base em ação judicial na qual a mesma teve reconhecido o direito de compensar, com débitos de PIS apurados na forma da LC 07/70, valores que haviam sido pagos a titulo de PIS com fulcro nos DecretosLeis nºs 2.445 e 2.449, ambos de 1988. A embargante alega que, na comparação entre a ementa, o voto condutor e a conclusão do acórdão em apreço, deparase com contradição e omissão que estão a merecer a devida retificação. No voto condutor do acórdão embargado, ficou consignado que as demais questões aventadas pela contribuinte por ocasião da interposição do recurso voluntário, isto é, a semestralidade e correção monetária dos créditos, por já estarem pacificadas no CARF, não mereciam maiores ilações. Também no corpo do voto condutor, o relator entendeu por bem convalidar a compensação efetuada, em razão do crédito apurado em diligência realizada, apontando para o provimento parcial ao recurso. A contradição está no fato de que, na ementa e no acórdão do julgado embargado, ficou consignado que o recurso voluntário estava sendo provido, enquanto que, no voto condutor do acórdão, ficou consignado que o recurso voluntário estava sendo parcialmente provido. Além disso, a omissão do julgado reside no fato de que, no voto condutor do acórdão, ficou consignado que o recurso voluntário estava sendo parcialmente provido sem a referência clara e especifica aos pedidos que efetivamente não foram providos. Entendo que a embargante tem razão em parte das suas alegações. Entretanto, entendo que a decisão correta é o provimento total do recurso voluntário. As matérias abordadas no recurso voluntário e que não haviam sido tratadas no acórdão embargado, não alteram o mérito da controvérsia, que é o cancelamento do auto de infração e a validação da compensação realizada. Fl. 865DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 28 /02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL Processo nº 10945.004983/200217 Acórdão n.º 3301002.844 S3C3T1 Fl. 866 4 Portanto, reconheço que houve a contradição apresentada pela embargante, já que o corpo do voto fala em provimento parcial e o resultado e a ementa do julgado são pelo provimento total do recurso voluntário. Como dito, considero que a decisão correta para a controvérsia é o provimento total do recurso voluntário. Portanto, mantenho a ementa e a conclusão do julgado para dar provimento ao recurso voluntário, para convalidar a compensação efetuada, até o limite do crédito e nos termos do relatório da diligência realizada pela Delegacia da Receita Federal de circunscrição do contribuinte, com o conseqüente cancelamento o auto de infração. Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Fl. 866DF CARF MF Impresso em 08/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 28 /02/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS, Assinado digitalmente em 04/03/2016 por ANDRADA MARCIO CA NUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 13770.000890/2005-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2005 a 30/09/2005
Ementa:
ÔNUS DA PROVA. GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO.
Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3402-002.846
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntáro. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
(assinado digitalmente)
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente
(assinado digitalmente)
MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/2005 a 30/09/2005 Ementa: ÔNUS DA PROVA. GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO. Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntáro. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. (assinado digitalmente) ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente (assinado digitalmente) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
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GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO. Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntáro. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. (assinado digitalmente) ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente (assinado digitalmente) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 77 0. 00 08 90 /2 00 5- 01 Fl. 469DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento no Rio de Janeiro II que julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Por retratar os fatos que sucederam no presente processo até a apresentação da manifestação de inconformidade, transcrevese abaixo o relatório da decisão recorrida: Relatório 1 Tratase no presente processo de exame das declarações de compensação do interessado acima identificado (Dcomp´s às fls. 01 e 56/59; a análise das Dcomp´s às 34, 37, 44 e 47 foi promovida pela autoridade local no processo nº 15578.000006/200966, conforme noticia o despacho à fl. 51), por intermédio das quais se pleiteia o reconhecimento da existência de crédito da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS referente ao período de apuração de setembro de 2005 (PA 09/2005; valor: R$ 4.032.805,40), apurado segundo o regime da nãocumulatividade, a ser compensado com débitos de outros tributos e contribuições federais. 2 Inicialmente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória/ES (DRF/VIT/ES) exarou o Parecer SEORT/DRF/VIT/ES nº 1.410/2009 e Despacho Decisório (fls. 143/167), reconhecendo apenas parcialmente (valor: R$ 2.365.572,88) o direito creditório pleiteado pelo interessado, e homologando também parcialmente, até o limite do crédito reconhecido, as compensações de que tratam as Dcomp´s de fls. 01 e 56/59, sob os seguintes fundamentos: os valores devidos mensalmente a título de COFINS não cumulativa foram calculados tomandose por base os montantes constantes dos balancetes mensais, partindose, para efeitos de conferência, dos demonstrativos analíticos apresentados pelo contribuinte, em complemento às informações constantes dos Dacon´s, sendo que, do exame levado a cabo, constatouse a não inclusão dos valores contabilizados na conta 415350 (Outras Receitas Eventuais), cuja natureza, segundo informou o contribuinte, revestese de valores percebidos por uso de marca (royalties), indenização por servidão administrativa (passagem de gasoduto) e atualização monetária de contas a receber, os quais, à exceção desses últimos (valores de atualização monetária, quisse dizer), que tiveram suas alíquotas reduzidas a zero pelo Decreto nº 5.164/04, não têm base legal para a sua exoneração, devendo ser tributadas normalmente, motivo pelo qual foram objeto de auto de infração, pelo que também os débitos apurados pelo contribuinte foram admitidos sem qualquer ajuste, remetendose as diferenças à referida autuação; Fl. 470DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 470 3 já no que concerne aos créditos da nãocumulatividade, e no que se refere à rubrica “Bens utilizados como insumos”, as exclusões ficaram por conta (v. planilha analítica das notas fiscais excluídas do cálculo às fls. 129/133) de: combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos e embarcações (transporte de papel e celulose), por, nessa condição, não se qualificarem como insumo; insumos agrícolas utilizados na operação florestal, que tiveram suas alíquotas reduzidas a zero pelos Decretos nºs 5.195/04 e 5.630/05, e do carvão mineral utilizado para geração de energia, que também teve sua alíquota reduzida a zero por força do art. 2º da Lei nº 10.312/01; óleo lubrificante, utilizado na retífica das facas do picador de cavacos, agente de limpeza e agente hidrofílico, aplicados na limpeza das máquinas do processo produtivo, que não se fazem diretamente aplicados no processo industrial, não atendendo o requisito para a sua configuração como insumo; notas fiscais de importação de insumos sob o regime aduaneiro de drawback (CFOP 3.127), que, como tal, não sofrem a incidência, na nacionalização, do PIS/Pasep e da COFINS nãocumulativos; já em relação ao item “Serviços utilizados como insumos”, somente assim se consideram aqueles aplicados diretamente na produção, não se confundindo com aqueles prestados na área de produção, motivo pelo qual foram glosados um sem número de serviços adquiridos, tais como: os serviços relacionados às áreas de centros de custos denominados “Apoio”, “Administração”, “Pesquisa e Silvicultura”, “Ações Sociais”, “Comunicação Interna”, etc, enfim, uma série de serviços relacionados aos centros de custo enumerados pelo Parecer Fiscal à fl. 160, que se entendem como não aplicados diretamente no processo produtivo, mesmo critério adotado para os serviços vinculados às contas do razão discriminadas à fl. 161 do Parecer Fiscal (planilha demonstrativa das exclusões perpetradas pela fiscalização às fls. 134/138); foram ainda objeto de glosa, na citada rubrica “Serviços utilizados como insumos”: serviços atinentes à operação florestal, tais como a manutenção/abertura de estradas, os serviços topográficos e o inventário florestal; serviços de apoio, análise, assessoria, consultoria e outros serviços afins, descritos no Parecer Fiscal à fl. 161, porquanto não aplicados diretamente no processo produtivo; serviços de empilhadeiras, retroescavadeiras, guinchos e guindastes, não admitidos pela mesma razão, ressalvandose a locação destes mesmos equipamentos, devido a previsão explícita de admissão de crédito pelo aluguel de máquinas e equipamentos, mas não como insumos; serviços de construção, reparo e manutenção civil, pintura, hidrojateamento, limpeza e lubrificação realizadas na área de produção, manutenção de elevadores, segurança, meio ambiente, remoção de resíduos e cascas, aterros e serviços administrativos (confecção de placas, carteiras, diagramação, “folders”, reprografia, desenhos, despesas de viagens, etc), todos que se consideram como não aplicados diretamente no processo produtivo; Fl. 471DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 4 ainda nesta categoria (serviços) e pelos mesmos motivos, foram glosadas as aquisições de combustíveis para utilização em veículos da empresa, por não possuírem a natureza de insumo, haja vista sua não utilização direta no processo produtivo, além de outras que se limitaram à descrição “serviços”, ou que trouxeram em sua indicação o reajuste/adicionais de contratos, rateios, migração de saldos contábeis, bem como pagamento de horas extras de mãodeobra, ao entendimento de que não configuram serviços prestados, propriamente ditos, mas ajustes contratuais complementares ou acertos contábeis, além do que, ainda que como serviços pudessem ser tidos, não há como definir, nestas situações, quais foram os serviços efetivamente prestados, o que impede seu reconhecimento como insumo; na operação florestal foram excluídos os gastos com topografia, cartografia, inventário, vigilância, manutenção e abertura de estradas, construção e manutenção de cercas e viveiros, coleta de dados, confecção de porteiras e torres de vigilância, dentre outros, sendo mais esclarecedor especificar os serviços admitidos, que foram os serviços de manutenção das máquinas e equipamentos, derrubada/colheita, roçada, corte/descasque/baldeio, silvicultura e preparo de solo e mudas, tudo em conformidade com a consulta formulada pela Unidade (DRF/VIT/ES) à Superintendência (SRRF/7ª. RF/Disit), descrita resumidamente no Parecer Fiscal (cf. fls. 153/157); foram também glosadas as despesas relativas a serviços de carga, descarga, baldeio, de empilhadeiras e manuseio de mercadorias em elaboração e/ou insumos, enfim, a movimentação destes materiais dentro do estabelecimento da pessoa jurídica, bem como o transporte entre suas unidades, pois não aplicados diretamente na produção, e também porque não subsumíveis às espécies de fretes admitidos, cuja aceitação somente se admite para os casos em que é textual, ou seja, para aqueles incidentes sobre as vendas, ou implícita, como custo de aquisição, para aqueles cobrados sobre as compras, desde que, em qualquer caso, seja tal gasto arcado pelo requerente (além daqueles referenciados, foram estornados todos os fretes da VIX Transportes e Logística Ltda., Gafor Ltda. e Júlio Simões Transportes e Serviços Ltda., sendo que, desta última, forma excepcionados aqueles referentes ao transporte de toras de eucalipto entre a Veracel e a Aracruz, ressalvandose ainda o frete entre as unidades fabris e os armazéns portuários, onde a mercadoria é destinada ao embarque de exportação, pois, nestes casos, os fretes incidem sobre a operação internacional de venda, e desde que o pagamento tenha sido feito em benefício de pessoa jurídica nacional; v. também notas fiscais e conhecimentos de transporte, que demonstram a movimentação entre os estabelecimentos do requerente, fls. 92/128, e planilha de exclusões às fls. 134/138); em linha semelhante, ou seja, por não guardarem referência com o conceito de serviço prestado como insumo, as despesas de carregamento (carga, descarga e movimentação), as despesas com pedágios, taxas de utilização portuária, limpeza e conservação de armazéns, empilhadeiras, marcação de fardos, mãodeobra de terceiros relacionados a tais atividades, foram expurgadas em sua integralidade; Fl. 472DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 471 5 quanto aos créditos que se referem às despesas apropriadas com energia elétrica, aquelas que dizem respeito à consultoria prestada no mercado livre de energia, as contribuições para a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia – ABRACE, e as taxas de fiscalização de serviços de energia elétrica – TFSEE cobradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL (vide demonstrativo de fl. 139), por não se qualificarem como gastos específicos com energia elétrica e, também, por falta de previsão legal para sua absorção como crédito da nãocumulatividade, não puderam ser admitidas; no item “Despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas”, foram glosados os lançamentos relativos à locação de veículos, ambulâncias e o arrendamento de veículos para transporte de pessoal, por não se enquadrarem tais despesas no conceito estreito de aluguel de máquinas e equipamentos (cf. fl. 140); os valores apropriados pelo interessado na rubrica “Outros valores com direito a crédito”, tais como despesas com hospedagem de empregados, material de escritório, proteção ao trabalhador, manutenção de móveis e utensílios, programas de formação profissional, materiais de escritório e propaganda e publicidade, devem ser expurgados, porquanto não são passíveis de inclusão por inexistência de permissivo legal (demonstrativo de glosas à fl. 141). 3 Cientificado da decisão da autoridade administrativa local acima mencionada em 22/09/2009 (v. Aviso de Recebimento – AR à fl. 173), o contribuinte, irresignado, apresentou, em 20/10/2009, a Manifestação de Inconformidade de fls. 174/186 e demais documentos a ela anexados às fls. 187/210 (cópia de carteira de identidade do procurador da empresa, procuração, atas e estatuto social), alegando, em síntese, que: a) o conceito de insumo deve ser entendido como toda e qualquer matériaprima, cuja utilização na cadeia produtiva seja necessária à consecução do produto final, sendo que, no ciclo produtivo do impugnante, as mudas são selecionadas e enviadas para o plantio no campo, e, após o tempo de maturação, as árvores são cortadas e colhidas, processos estes realizados através de diversas atividades (roçada précorte; corte e processamento manual e corte e processamento mecanizado), sendo que, durante toda a fase de silvicultura e de colheita, ocorre o consumo de combustíveis em veículos, máquinas e equipamentos próprios e arrendados ou locados, ou ainda de propriedade e operados por terceiros, que são contratados para a prestação de serviços intrinsecamente ligados à produção, além do que todos os itens ligados a peças de manutenção, itens de reposição e os imprescindíveis equipamentos de segurança são consumidos em significativo valor durante todo o processo produtivo da empresa; Fl. 473DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 6 b) o combustível, bem como as peças de reposição e de manutenção adquiridos pelo impugnante são totalmente consumidos em máquinas e veículos próprios, locados, arrendados e de propriedade de terceiros quando da execução dos serviços contratados na área do impugnante e exclusivamente para o impugnante, sendo que, sem eles não há como produzir a celulose, revestindo dessa forma não apenas o combustível, mas também todos os demais insumos equivocadamente glosados pela fiscalização, de indiscutível essencialidade no processo produtivo da empresa, conforme entendimento das: Solução de Consulta nº 260, de 26/09/2008; Solução de Consulta nº 85, de 07/04/2008; Solução de Consulta nº 72, de 04/09/2006; c) também não há que se falar em glosa de créditos de COFINS, decorrentes da aquisição de insumos de pessoas supostamente tributadas pela COFINS pela sistemática da cumulatividade, conforme entendimento do STJ para fins de crédito presumido de IPI (cf. Resp nº 1008021/CE; Resp nº 617.733/CE; Resp nº 813.280/SC), conceito posto para insumo que o impugnante pega emprestado para a apuração da COFINS; d) ante o exposto, requerse a reforma do Parecer SEORT/DRF/VIT/ES nº 1.410/2009, para que seja homologado todo o ressarcimento de crédito de COFINS constante deste processo nº 13770.000890/200501, assim como homologada a compensação constante do processo de cobrança nº 10783.721268/200919 (v. fls. 168/171), ou, caso não seja esse o entendimento, que o referido processo seja convertido em diligência, para que todos os equívocos cometidos ao longo do procedimento de fiscalização sejam sanados. Mediante o Acórdão nº 1331.270, de 03 de setembro de 2010, a 5ª Turma da DRJ/Rio de Janeiro II julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, conforme ementa abaixo: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/2005 a 30/09/2005 COFINS. BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS. Na aquisição de bens e serviços, não efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de produtos destinados à venda, ou na prestação de serviços, é cabível a manutenção da glosa promovida na base de cálculo de créditos da COFINS. COFINS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. FRETE ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PESSOA JURÍDICA. O transporte de insumos, produtos acabados ou em elaboração entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não gera direito a crédito a ser descontado da COFINS com incidência nãocumulativa. COFINS. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES SUJEITAS À ALÍQUOTA ZERO. FERTILIZANTES E CONGÊNERES. CARVÃO MINERAL. Fl. 474DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 472 7 A partir do advento da Lei nº 10.865, de 2004, que deu nova redação ao art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, não mais se poderá apropriar créditos relativos à COFINS, decorrentes de aquisições de mercadorias não sujeitas ao pagamento da contribuição, inclusive quando adquiridas com alíquota zero, utilizadas na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DILIGÊNCIAS. A autoridade julgadora de primeira instância indeferirá as diligências que considerar prescindíveis ou impraticáveis, fazendo constar do julgamento o seu indeferimento fundamentado. A contribuinte foi regularmente cientificada, por via postal, da decisão de primeira instância em 07/01/2011. Em 08/02/2011, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, mediante o qual alega, em síntese, que: Entendese por insumo toda e qualquer matériaprima, cuja utilização na cadeia produtiva seja necessária à consecução do produto final. Para a produção de celulose de fibra curta branqueada, o processo industrial da recorrente se inicia no viveiro florestal, onde são produzidas as mudas de eucalipto que irão formar as futuras florestas renováveis mantidas pela empresa. As mudas são selecionadas e enviadas para o plantio no campo. Após o tempo de maturação, as árvores são cortadas e colhidas, processos estes realizados através de diversas atividades (Roçada Précorte; Corte e Processamento Manual e Corte e Processamento Mecanizado). Durante toda a fase de silvicultura e de colheita ocorre consumo de combustíveis em veículos, máquinas e equipamentos próprios e arrendados ou locados, ou ainda de propriedade e operados por terceiros que são contratados para prestação de serviços intrinsecamente ligados à produção. Todos os itens ligados a peças de manutenção, itens de reposição e os imprescindíveis equipamentos de segurança são consumidos em significativo valor durante todo o processo produtivo. Desde a fase de preparação do viveiro até a introdução da madeira no ciclo de produção, a recorrente utiliza caminhões, máquinas e diversos equipamentos operados em sua quase totalidade por terceiros, que irão formar o custo de produção da celulose. Tais custos integram a cadeia de produção de forma indireta por representarem ora custos de formação da matériaprima, ora insumos consumidos para a realização do objeto social da empresa. O combustível, bem como as peças de reposição e de manutenção adquiridos pela recorrente são totalmente consumidos em máquinas e veículos próprios, locados, arrendados e de propriedade de terceiros quando da execução dos serviços contratados na área da recorrente e exclusivamente para a recorrente, sendo que, sem eles não há como produzir a celulose, revestindo dessa forma não apenas o combustível, mas também todos os demais insumos equivocadamente glosados pelo autuante, de indiscutível essencialidade no processo produtivo da recorrente. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 8 Por atender à lógica da não cumulatividade, creditouse a recorrente da COFINS incidente sobre o combustível, itens de manutenção, itens de reposição, equipamentos de segurança, entre outros equivocadamente glosados pelo agente fiscal. Esse entendimento é respaldado por diversos precedentes e soluções de consulta. Também não há que se falar em glosa de créditos de COFINS decorrentes da aquisição de insumos de pessoas supostamente tributadas pela COFINS pela sistemática da cumulatividade, conforme entendimento do STJ para fins de crédito presumido de IPI, conceito posto para insumo que a recorrente, assim como feito pelo autuante, pega emprestado para a apuração da COFINS. Com efeito, resta completamente assentado que não se pode impedir o creditamento presumido do IPI, bem como no caso em tela da COFINS em razão do fato de estar ou não o fornecedor direto do exportador sujeito ao pagamento destas contribuições. Assim, tentou o autuante inovar e impor regras e conceitos para fins de creditamento da COFINS na sistemática da não cumulatividade, extrapolando sua competência no intuito de limitar o disposto na Lei 10.833/2003, razão pela qual não pode prosperar também nesse ponto a alegação fiscal. Ao final, requereu a recorrente: i) a reforma da decisão recorrida para que seja confirmada a homologação da compensação (DCOMP's de fls. 01 e 56/59), e também todo o ressarcimento de crédito de COFINS constante no processo N.° 13770.000890/200501. ii) Caso não seja esse o entendimento imediato do julgador, a conversão em DILIGÊNCIA, para que todos os equívocos cometidos ao longo do procedimento de fiscalização sejam sanados e ao final seja CONFIRMADA A HOMOLOGAÇÃO na integralidade da compensação constante do Processo n°. 13770.000890/200501. Em 05/12/2014 foi juntado ao processo o Laudo/Parecer Técnico das fls. 275/468 acerca da cadeia produtiva do sistema agroindustrial de produção de celulose, elaborado por professores da Esalq/USP. É o relatório. Voto Conselheira MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA O recurso é tempestivo e foi apresentado por legítimo representante da contribuinte, pelo que dele se toma conhecimento. Não pode prosperar o conceito de insumo proposto pela recorrente que seria toda e qualquer matéria prima, cuja utilização na cadeia produtiva fosse necessária à consecução do produto final. O direito ao crédito das contribuições não cumulativas deve ser interpretado com as peculiaridades e restrições que lhe são próprias, dispostas no art. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003 e nas demais normas aplicáveis à espécie. Este Conselho Administrativo não tem adotado, para fins de aproveitamento de créditos do PIS/Pasep e da Cofins, a interpretação restrita de insumos veiculada pelas Instruções Normativas SRF nºs 247/2002 e 404/2004, e nem tão amplo como a legislação do Fl. 476DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 473 9 Imposto de Renda, conforme bem esclarece o Acórdão nº 3403002.656, julgado em 28/11/2013, cujo Relator foi Conselheiro Rosaldo Trevisan, cuja ementa ora se transcreve: ASSUNTO:CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração:01/04/2004 a 30/06/2004 Ementa: PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação ou ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. Filiome ao entendimento deste Conselho Administrativo que tem aceitado os créditos relativos a bens e serviços utilizados como insumos que são pertinentes e essenciais ao processo produtivo ou à prestação de serviços, ainda que neles sejam empregados indiretamente, conforme ilustra a ementa abaixo do Acórdão nº 3403003.052, julgado em 23/07/2014, por voto condutor do Relator Conselheiro Alexandre Kern: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 DIREITO DE CRÉDITO. PROVA INSUFICIENTE. Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Insumos, para fins de creditamento da Contribuição Social não cumulativa, são todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade empresária, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. (...) Fl. 477DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 10 Com relação à insurgência genérica ao conceito de insumo aplicado nas glosas, devese ressaltar que o fato de este Colegiado ter entendimento divergente da autoridade de primeira instância no que concerne ao conceito de insumos para fins de creditamento das contribuições sociais não cumulativas não acarreta, de forma alguma, a revisão total das glosas mantidas pela decisão recorrida, a qual foi legitimamente emitida em conformidade com a regulamentação trazida pelas referidas Instruções Normativas. Não há que se olvidar que cada órgão julgador age, dentro da sua esfera de competência, segundo o princípio da livre persuasão racional. Com relação à alegação da recorrente de que seu processo industrial se inicia no viveiro florestal, é de se esclarecer que o entendimento da fiscalização não é dela divergente. A fiscalização considera que os custos incorridos na fase agrícola da produção são insumos para fins de creditamento das contribuições não cumulativas. Com efeito, registrou a fiscalização que a DRF/Vitória já havia formulado consulta à Divisão de Tributação desta Superintendência quanto à correta interpretação do art. 66 da IN SRF 247/02 em relação às pessoas jurídicas que realizam atividades agroindustriais, a qual solucionou a questão em abono quase integral da proposta submetida por aquela Unidade, conforme trecho abaixo extraído do Parecer Seort: (...) É pertinente registrar a realização de consulta à Divisão de Tributação desta Superintendência quanto à correta interpretação do art. 66 da IN SRF 247/02 em relação às pessoas jurídicas que realizam atividades agroindustriais, cujos termos se transcrevem na íntegra: "DESCRIÇÃO DETALHADA DA QUESTÃO Em procedimento de verificação de ressarcimento de créditos da não cumidatividade das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, realizada junto a pessoa jurídica que exerce atividade de fabricação de celulose juntamente com a produção de toras de eucalipto, esta a principal matériaprima na industrialização daquele produto, deparouse a fiscalização com dúvidas acerca do real alcance do termo "insumo " para fins de apropriação de créditos daquela natureza na operação realizada pela empresa. Assim como na atividade sucroalcooleira, é comum no setor de fabricação de celulose que as indústrias desenvolvam o cultivo de eucalipto para garantia do fornecimento de matériaprima, o que a caracteriza como típica agroindústria. (...) SOLUÇÃO PROPOSTA PELA CONSULENTE Quanto ao primeiro questionamento, entende esta Unidade que, sendo princípio comezinho de direito que a lei não utiliza palavras vãs, os termos "produção" e fabricação" possuem sentidos distintos, não podendo serem tomados como sinônimas no contexto legal sob enfoque. O vocábulo "fabricação", sem maiores controvérsias, guarda relação com "industrialização" na concepção do art. 4o do RIPI/02, aprovado pelo Decreto n° 4.544/02, segundo o qual corresponde a "qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo". Tanto assim que a IN SRF 247/02 buscou a noção de insumo Fl. 478DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 474 11 no Parecer CST 65/79 que demarca os conceitos de matériasprimas, produtos intermediários e de embalagem, indiscutivelmente espécies do gênero "insumo ". Produção, por sua vez, não se enquadra como industrialização, ainda que do ponto de vista econômico o possa ser. Este entendimento encontrase pacificado na seara administrativa, tendo, inclusive, o próprio Conselho de Contribuintes firmado posição neste sentido, quando, ao analisar o direito ao crédito presumido de IPI da Lei n° 9.363/96 a pessoa jurídica exportadora de café em grão, reafirmou a inexistência de qualquer processo industrial, do ponto de vista legal, que lhe fosse possível conferir o beneplácito, uma vez que as operações se resumiam a limpar, secar, classificar e ensacar o produto (café) destinado ao mercado internacional (vide acórdãos 20179.068 e 201.79.070). (...) Nesta senda e já adentrando à segunda indagação, encarada a produção como algo distinto de industrialização, temse que as Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03 conferiram, sim, o direito ao aproveitamento de créditos incidentes sobre insumos bens e serviços utilizados na produção, no caso em apreço, entendida como a atividade rural empreendida como acessória à industrialização de celulose, não se erigindo em óbice a tal conclusão a simples omissão da IN SRF 247/02 em conceituar os bens utilizados como insumos em relação à produção, mesmo porque ao definir serviços como insumos estipulou que seriam aqueles aplicados ou consumidos na produção ou na fabricação de bens destinados à venda. Não faria sentido lógicojurídico que se permitisse a apropriação de créditos na produção, exclusivamente em relação serviços tomados como insumos, refutada quanto aos bens, o que leva a crer que houve certa mistura terminológica, em princípio, nada impedindo que, adotando uma interpretação sistemática, apliquese a analogia in bonam partem para se concluir que é possível, na atividade agroindustrial, a tomada de créditos pela utilização de bens e serviços que são consumidos/aplicados na produção. Outrossim, não parece haver dúvida que, acaso a operação florestal fosse realizada em pessoa jurídica distinta e não em processo integrado, como sói ocorrer, os créditos em comento poderiam ser apropriados sem qualquer censura. Isto posto, resta a terceira questão, qual seja, admitidos os créditos, quais seriam os insumos passíveis de admissão no cômputo da apuração dos créditos. Em relação aos bens, dúvida não surge quanto aos herbicidas, fertilizantes e corretivos de solo, eis que consumidos diretamente na produção de toras de eucalipto; entretanto, a mesma facilidade não se repete no que concerne aos serviços, de forma que aqueles relacionados à silvicultura, assim entendido como o cultivo de árvores florestais, e de topografia, visando o levantamento das áreas a serem cultivadas, haveriam de ser admitidos no cálculo. Já os serviços de manutenção de estradas para escoamento da produção e os serviços de satélite para acompanhamento das áreas cultivadas, assim como, a vigilância patrimonial e a construção de cercas divisórias, o mesmo raciocínio não seria aplicável porquanto são Fl. 479DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 12 serviços que, nada obstante a utilidade na atividade desenvolvida, não se aplicam diretamente na produção, mas apenas de maneira indireta. Nesta linha exegética, "o termo 'insumo' não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tão somente, como aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica, efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço" (SC SRRF/7a RF/Disit n° 69/2007). Na Solução de Consulta SRRF/7" RF/Disit n° 05/2007, destaca se que "( ...) segundo a nova sistemática de apuração não cumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, os contribuintes a elas sujeitos podem apurar um crédito correspondente à aplicação das respectivas alíquotas sobre determinados custos, para ser abatido do que for devido, num mesmo período, a título das referidas contribuições. Como a utilização desse crédito resultará em redução da contribuição devida, equivalendo a uma renúncia de receita, cumpre salientar o dever de obediência ao princípio da interpretação literal, sendo vedada a extensão da norma a casos nela não previstos, consoante o disposto no art. 111 da Lei n°. 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional." Com estas considerações, submetese o posicionamento retro a esta Divisão de Tributação para que o referende ou, caso contrário, forneça a interpretação mais consentânea com o direito posto, pugnandose desde já, na medida do possível, por uma breve solução, em razão da pendência de análise de pedidos de ressarcimento. " Em abono quase integral da exegese submetida, referida Divisão solucionou a questão no sentido proposto, à exceção dos serviços topográficos, que não vislumbrou hipótese para seu aproveitamento, por falta de respaldo legal, isto é, não se verificava ali a prestação de um serviço diretamente realizado na produção. Fixadas tais premissas, destacase que do exame da escrita contábil/fiscal e dos mapas demonstrativos da composição das contribuições sob exame foram detectados alguns pontos divergentes entre a interpretação levada a cabo pelo contribuinte e a engendrada pela fiscalização, não no que concerne à exatidão dos números fornecidos, mas sim em relação à inclusão/exclusão de certos itens (insumos e/ou receitas) no cálculo dos valores aproveitados na apuração do tributo sob exame. (...) No que concerne aos combustíveis, alega a recorrente que eles são consumidos em veículos, máquinas e equipamentos, durante toda a fase de silvicultura e de colheita, de forma que são essenciais no seu processo produtivo. No Parecer Seort, observase que as glosas a título de combustíveis foram somente relativas àqueles utilizados em veículos e embarcações, em face da sua não utilização direta no processo produtivo, conforme se vê abaixo: Fl. 480DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 475 13 (...) Nesta rubrica as exclusões ficaram por conta dos combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos e embarcações (transporte de papel e celulose), por, nessa condição, não se qualificarem como insumo, visto sua influência indireta no processo produtivo; (...) Nesta categoria (serviços) também foram relacionadas aquisições de combustíveis para utilização em veículos da empresa, redundando em sua glosa, não pelo equívoco da classificação proposta (insumo bem x serviço), mas sim, por não possuir este combustível a natureza de insumo, haja vista sua não utilização direta no processo produtivo. (...) O julgador de primeira instância manteve a referida glosa sob o argumento de que a mera alegação na manifestação de inconformidade de que os combustíveis seriam essenciais à produção de celulose não seria suficiente para afastála, nesses termos: (...) 11 Por outro lado, e nos termos da legislação, a mera alegação, constante da Manifestação de Inconformidade apresentada pelo interessado, no sentido de que, sem tais gastos, não haveria como produzir a celulose, não é suficiente para afastar a glosa promovida pela fiscalização, até mesmo porque o interessado não comprovou documentalmente na citada peça recursal que os correspondentes gastos especificamente com combustíveis e lubrificantes se fizeram efetivamente utilizados, não no transporte da celulose ou em outras atividades não diretamente ligadas ao seu ciclo produtivo, como afirmado pela fiscalização, mas, de outro modo, e tal como alegado pelo manifestante, em máquinas e equipamentos, ou, ainda, em veículos e embarcações – a que, na espécie, se referem os combustíveis e lubrificantes glosados – desde que, necessariamente, empregados diretamente nas atividades que dizem respeito ao seu objeto social (florestamento, reflorestamento, industrialização, comercialização de produtos florestais, exploração de fontes renováveis de energia e o exercício de atividades industriais, comerciais, agrícolas e pastoris em geral; (...) II – serviços, direta e indiretamente relacionados com suas atividades principais, na forma do objeto da empresa, descrito no art. 2º do estatuto social, v. fl. 198). De fato, caberia à recorrente, por ocasião da manifestação de inconformidade, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que glosou, motivadamente, o crédito decorrente de combustíveis. Embora esta Relatora pudesse, em conformidade com precedentes deste Colegiado, reconhecer, por exemplo, o crédito decorrente dos combustíveis utilizados em veículos ou embarcações em relação ao transporte ou manuseio de insumos ou produtos Fl. 481DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 14 inacabados dentro do contexto do seu processo produtivo, nele incluído a fase agrícola, a recorrente não trouxe aos autos, até a manifestação de inconformidade, a comprovação de que os combustíveis questionados estariam inseridos nessa situação ou, eventualmente, em outra que ensejasse o referido creditamento. A recorrente, no recurso voluntário e na manifestação de inconformidade, restringiuse à alegação de que o combustível seria essencial ao seu processo produtivo e seria consumido em veículos, máquinas e equipamentos na fase de silvicultura e de colheita. No Laudo posteriormente apresentado há a informação de que toda a atividade silvicultural e fabril depende da movimentação de veículos leves, ônibus, vans, tratores, caminhões, máquinas leves e pesadas, todos consumidores de combustível. Não resta mesmo dúvida de que o combustível seja essencial à atividade produtiva da recorrente, entretanto, ela não comprovou que as despesas relativas às aquisições tributadas de combustíveis glosadas seriam, efetivamente, aplicadas nos veículos, máquinas e equipamentos do seu processo produtivo, mas não em outras operações que, embora sejam da atividade da empresa como um todo, não gerariam direito ao crédito das contribuições. A apuração dessa questão exigiria dilação probatória, não mais cabível neste momento processual, quando já preclusa a produção de provas pela recorrente, sem olvidar que seria dela o ônus da prova do seu direito creditório. Pelo que entendo que devem ser mantidas as glosas correspondentes aos combustíveis. Alega a recorrente também a essencialidade no seu processo produtivo de todos os itens ligados a peças de manutenção, a itens de reposição e aos equipamentos de segurança, bem como caminhões, máquinas e diversos equipamentos operados em sua quase totalidade por terceiros. Entretanto, além de os bens não constarem expressamente no Parecer Seort como glosados, acerca dos itens de manutenção, há menção no Parecer Seort de que foram admitidos os créditos relativos aos "serviços de manutenção das máquinas e equipamentos, derrubada/colheita, roçada, corte/descasque/baldeio, silvicultura e preparo de solo e mudas, tudo isso em conformidade, como já dito, com a consulta formulada por esta Unidade", mas também de que foram efetuadas várias glosas relativas a manutenção, como, por exemplo, "manutenção de móveis e utensílios", "manutenção de cercas e viveiros" e "manutenção e abertura de estradas". Não se sabe, pela leitura do recurso voluntário, quais seriam especificamente os itens recorridos. Tratase de defesa muito genérica, deficiente e desprovida de comprovação. Assim, diante da ausência da delimitação da discordância e dos seus correspondentes fundamentos de fato e de direito respaldados em provas, conforme exige o art. 16 do Decreto nº 70.235/72, deixo de conhecer essa alegação. O Parecer Seort também não trata de qualquer questão quanto à "glosa de créditos de COFINS decorrentes da aquisição de insumos de pessoas supostamente tributadas pela COFINS pela sistemática da cumulatividade", alegada pela recorrente no recurso voluntário. Por fim, requereu a recorrente, a conversão em diligência "para que todos os equívocos cometidos ao longo do procedimento de fiscalização sejam sanados", entretanto, não Fl. 482DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 13770.000890/200501 Acórdão n.º 3402002.846 S3C4T2 Fl. 476 15 logrou êxito em demonstrar quais seriam esses equívocos, conforme acima analisado, além do que, a diligência não se presta a suprir a deficiência probatória da requerente de reconhecimento de direito creditório. A autoridade julgadora administrativa, a teor do art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, pode determinar, de ofício ou a requerimento do interessado, a realização de diligências ou perícias, mas somente quando entendêlas necessárias ao seu convencimento, devendo indeferir as prescindíveis ao julgamento. No entanto, essas previsões legais não existem com o propósito de suprir o ônus da prova colocado às partes, mas sim de elucidar questões pontuais mantidas controversas mesmo em face dos documentos trazidos pela requerente. Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de indeferir o pedido de diligência e negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinatura digital) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA Relatora Fl. 483DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001454/2008-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1999 a 30/11/2001
NFLD. LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. LANÇAMENTO ORIGINAL ANULADO EM DECORRÊNCIA DA AUSÊNCIA CLARA E PRECISA ACERCA DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. VÍCIO INSANÁVEL. NOVO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Tendo em vista que o lançamento original foi anulado pela própria Secretaria da Receita Previdenciária, em decorrência de ofensa o disposto no art. 37 da Lei 8.212/91, por ausência da clara descrição da ocorrência do fato gerador das contribuições lançadas, tendo sido, na oportunidade, considerado como erro insanável, caracterizado, portanto, com vício de natureza material, não há que se falar na possibilidade de novo lançamento.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.913
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo, Marcelo Oliveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. LANÇAMENTO ORIGINAL ANULADO EM DECORRÊNCIA DA AUSÊNCIA CLARA E PRECISA ACERCA DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. VÍCIO INSANÁVEL. NOVO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. Tendo em vista que o lançamento original foi anulado pela própria Secretaria da Receita Previdenciária, em decorrência de ofensa o disposto no art. 37 da Lei 8.212/91, por ausência da clara descrição da ocorrência do fato gerador das contribuições lançadas, tendo sido, na oportunidade, considerado como erro insanável, caracterizado, portanto, com vício de natureza material, não há que se falar na possibilidade de novo lançamento. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 14 54 /2 00 8- 82 Fl. 1682DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo, Marcelo Oliveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 1683DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 18471.001454/200882 Acórdão n.º 2402004.913 S2C4T2 Fl. 290 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela PETROBRÁS PETRÓLEO BRASILEIRO S/A, em face do acórdão que manteve integralmente a NFLD n. 35.699.7030, lavrado para a cobrança de contribuições previdenciárias parte dos segurados, da empresa e as destinadas ao financiamento do SAT, até 06/1997, e ao GILRAT a partir de então, na qualidade de responsável tributária solidária em decorrência da contratação de serviços da empresa CALORISOL ENGENHARIA LTDA. Consta do relatório fiscal que a recorrente contratou com a empresa CALORISOL a “manutenção de refratário, isolamento térmico e construção civil no depin compreendendo os serviços de soldagem de ancoragem, aplicação de isolamento térmico a quente em equipamentos, demolição de isolamento térmico dentre outros serviços.” Também fora informado pelo auditor que a empresa não comprovou o cumprimento das obrigações da construtora para com a Seguridade Social, ou seja, não houve a devida comprovação, através de guias de recolhimento especificas para a obra contratada, nem a apresentação de folhas de pagamentos especificas dos segurados empregados alocados na obra contratada, de modo que a responsabilização da recorrente deuse com base no art. 30, IV, da Lei 8.212/91. Em continuidade o fiscal esclarece que quando da análise da defesa formulada pela empresa contratada na NFLD 35.521.0517, foi apresentada documentação pela Calorisol Engenharia Ltda, constante de folhas de pagamentos e guias de recolhimento vinculadas ao contrato, Notas fiscais e guias de retenção. Na análise da documentação apresentada, verificouse, de pronto, que o lançamento original fora efetuado, a partir de 03/1999, como pertencente ao mês seguinte ao da prestação do serviço, o que justificou a anulação do débito, embora tenham sido analisados os documentos apresentados visando a futuro lançamento que viesse a substituir o original. Assim, a responsabilidade solidária referente a diversas competências restou elidida, exceto para as competências ora lançadas. Assim sendo, a presente NFLD tem por finalidade substituir o lançamento antes efetuado (NFLD 35.521.0517), somente em relação às competências não consideradas como elididas diante da apresentação da documentação contábil no processo relativo ao lançamento original (NFLD 35.521.0517). O lançamento fora efetuado por aferição indireta considerando o percentual de 40 % (quarenta por cento) sobre a parte considerada como mãodeobra constante nas notas fiscais de prestação de serviço. Por fim, consta que quando do lançamento foram consideradas como responsáveis solidárias as empresas PETROBRAS GÀS S/A – GASPETRO, PETROBRAS TRANSPORTE S/A – TRANSPETRO e PETROBRAS QUÍMICA S.A. – PETROQUISA, com fundamento no art. 30, IX da Lei 8.212/91. Fl. 1684DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 4 O lançamento compreende, as competências de 04/1999, 06/2000, 02/2001, 04/2001 a 06/2001 e 08/2001 a 11/2001, tendo sido o contribuinte cientificado em 29/07/2005 (fls. 01) Apresentadas as impugnações, fora proferido o julgamento em primeira instância, sendo que dele, a recorrente e as demais responsáveis solidárias interpuseram os competentes recursos voluntários, através do qual sustentam, em síntese PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A 1. o cerceamento de seu direito de defesa, na medida em que a Recorrente não recebeu cópia da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) e dos documentos que a instruem, mas tão somente oficio informando diversos lançamentos. 2. na contratação de serviços, empresas que eventualmente componham grupo econômico com a contratante não têm qualquer ligação com o fato gerador da contribuição previdenciária — folha de salários de contratada — bem como não têm absolutamente nenhuma possibilidade de efetuar a retenção e assim elidir sua responsabilidade; 3. que as empresas do grupo econômico, com exceção da contratante, por não terem relação com a contratada não podem efetuar retenção nem exigir daquela a apresentação de documentos comprobatórios da quitação do tributo, motivo pelo qual não lhe pode ser atribuída a responsabilidade solidária. PETROBRÁS GÁS S/A – GASPETRO 4. Além das alegações supra, acrescenta que todas as empresas apontadas como componentes do grupo econômico são pessoas jurídicas distintas uma das outras; possuem quadro próprio de empregados, admitidos por processo seletivo público, bem como suas Gerências, Diretorias Executivas, Conselhos Fiscal e de Administração e, principalmente, não estão sujeitas a qualquer tipo de orientação, emanada diretamente da Petrobrás S/A; PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRÁS 5. que o Acórdão que determinou a anulação da NFLD, também determinou que a fiscalização verificasse a oportunidade de efetuar um novo lançamento, desde que demonstrasse "a inidoneidade da documentação apresentada", o que não ocorreu na presente notificação, lavrada apenas com base nos dados obtidos pela análise do Relatório de Fatos Geradores da NFLD 35.371.8939, não atendendo, dessa forma, a determinação daquele julgado; Fl. 1685DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 18471.001454/200882 Acórdão n.º 2402004.913 S2C4T2 Fl. 291 5 6. a decadência do lançamento com arrimo no art. 150, §4o do CTN; 7. que a fiscalização não obedeceu o disposto no Parecer CJ/MPAS no 2.376, que determinava o prévio cruzamento de dados entre as empresas tidas como solidárias para que então se formalizasse o lançamento; 8. a inexistência da cessão de mãodeobra, que justifique a lavratura do lançamento, pois não houve um serviço contínuo, com a colocação de empregados / segurados à disposição da Recorrente, de modo a configurar uma cessão de mãodeobra, e, por via de conseqüência, ensejar a responsabilidade tributária, já que o contrato versou sobre uma prestação de serviços específica, com direção e coordenação exclusivas da contratada e dentro dos limites de seu objeto, com a execução do serviço como um todo, não existindo qualquer previsão contratual que deixe à disposição do contratante o pessoal que participou da prestação dos serviços; 9. que a imputação da solidariedade enseja a necessidade de prévia constituição da dívida ou da obrigação, afim de que o credor possa imputálas aos demais responsáveis. Assim é mister que a fiscalização faça a verificação prévia junto a empresa prestadora dos serviços. 10. que o agente fiscal, equivocadamente, considerou o valor bruto das notas fiscais como a base de cálculo da contribuição, quando deveria fazêlo somente sobre o montante relativo ao pessoal empregado, isso porque outras verbas também integram a NF (materiais, insumos etc PETROBRÁS QUÍMICA S/A PETROQUISA 11. que todas as empresas apontadas como componentes do grupo econômico são pessoas jurídicas distintas uma das outras; possuem quadro próprio de empregados, admitidos por processo seletivo público, bem como suas Gerências, Diretorias Executivas, Conselhos Fiscal e de Administração e, principalmente, não estão sujeitas a qualquer tipo de orientação, emanada diretamente da Petrobrás S/A; 12. que deve ser reconhecida como parte ilegítima ao lançamento; Fl. 1686DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 6 Após a interposição dos recursos, às fls. 299, o Serviço de Contencioso Administrativo da DRP RJ/ determinou o retorno dos autos à Junta Notificante para que esta se manifestasse sobre os termos do recurso da empresa recorrente (PETROBRÁS S/A). Sobreveio resposta às fls. 308, através de novo relatório fiscal do lançamento, cuja conclusão fora a de se excluir do lançamento as competências de 06/2000 e 04/1999, tendo em vista que fora apresentada documentação específica apta a elidir a responsabilidade. Após, todos os envolvidos foram intimados a apresentar nova impugnação em face do novo relatório fiscal lavrado. Apresentadas as novas impugnações e documentos a ela acostados, os autos foram enviados a este Eg. Conselho. É o relatório Fl. 1687DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 18471.001454/200882 Acórdão n.º 2402004.913 S2C4T2 Fl. 292 7 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso e presentes os demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. PRELIMINARES Conforme já relatado, o presente lançamento visa substituir lançamento anterior declarado nulo pela própria Secretaria da Receita Previdenciária, quando, através da Decisão Notificação n. 17.401.4/0294/2004, achou por bem reformar a anterior Decisão Notificação n.e 17.401.4/0739/2003, pois entendeu que esta deixou de analisar fato que teria o condão de justificar a nulidade do lançamento. E ao analisar tal fato, a Secretaria da Receita Previdenciária entendeu pela ocorrência de vício insanável no caso, “por não conter a descrição clara e precisa dos fatos geradores” o que a seu ver constituiu ofensa ao disposto no art. 37 da Lei 8.212/91, a seguir: "Art.37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições" tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisados fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento.")" A propósito, cito, a seguir, excerto do teor da decisão notificação que entendeu pela ocorrência de vício insanável e que, portanto, anulou o lançamento. Confirase: "Os autos foram submetidos à apreciação do AFPS notificante para que houvesse manifestação sobre os serviços prestados que deram origem ao lançamento, haja vista os argumentos da empresa, onde a impugnante assegurava a regularidade de tais recolhimentos . 14. Considerando que foram apresentados pela empresa prestadora guias de recolhimento, folhas de pagamento e notas fiscais dos serviços prestados, conforme Informação Fiscal conclusiva do AFPS notificante (fls 488/500), constatamos que foi elidida em parte a responsabilidade solidária da notificada, nos termos do § 3S, do artigo 220, Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. 15. Na análise dos documentos pelo AFPS notificante, foi verificado também que nas competências a partir de 03/1999 os lançamentos foram efetuados, em regra, como pertencentes ao mês seguinte ao da prestação do serviço, ou seja, embora np campo observação do recolhimento conste o período da Fl. 1688DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 8 prestação do serviço, na competência o lançamento foi efetuado no mês seguinte. 16. Tendo em vista o citado no item anterior e a analise conclusiva do AFPS notificante, a NFLD é NULA por não conter a descrição clara e precisa dos fatos geradores do lançamento. 17. O artigo 37 da Lei 8212/91 dispõe: "Art.37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições" tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisados fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento.") 18. O artigo 243 do Regulamento de Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3048/99, estabelece: "Art. 243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes." 19. Assim, o lançamento contém vício insanável por defeito nos requisitos essenciais e sua constituição, pois não se reveste das formalidades exigidas pela legislação previdenciaria. 20. Tal irregularidade leva à nulidade do ato, a teor do artigo 59, inciso II, do Decreto 70.235/72, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, e do artigr>53, da Lei 9784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federai, conforme segue: Decreto 70235/75 "Art. 59. São nulos: I os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa." Lei 9784/99 ' Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogálos por motivo de conveniência ou de oportunidade, respeitados os direitos adquiridos". 21. Ademais, o artigo 50, inciso II, da mesma Lei estabelece que os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções. Vislumbrase que o presente lançamento descumpriu o mandamento legal. 22. Concluindo, o artigo 28, inciso III, da Portaria 357 de 17/04/2002 determina que: "Artigo 28 São nulos: (•••) Fl. 1689DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 18471.001454/200882 Acórdão n.º 2402004.913 S2C4T2 Fl. 293 9 III o lançamento com ausência de fundamentação legal, erro na identificação do fato gerador, do período ou do sujeito passivo ou não precedido de Manchado de Procedimento Fiscal MPF;" 23. Assim, O LANÇAMENTO É NULO, e como determinam as normas vigentes, deverá ser lavrado outro, revestido de todas as formalidades legais, se persistirem os fatos ou motivos que ensejaram o lançamento, ora objeto de anulação, nas competências e com os valores determinados na Informação Fiscal (fls. 488/500)." O vício constatado e tido por ofensor ao disposto no artigo 37 da Lei 8.212/91, fora o seguinte: "Na análise dos documentos pelo AFPS notificante, foi verificado também que nas competências a partir de 03/1999 os lançamentos foram efetuados, em regra, como pertencentes ao mês seguinte ao da prestação do serviço, ou seja, embora np campo observação do recolhimento conste o período da prestação do serviço, na competência o lançamento foi efetuado no mês seguinte." Fato é que, conforme jurisprudência consolidada deste Conselho e, digase por oportuno, desta Turma de Julgamentos, a violação ao disposto no art. 142 do CTN e ao próprio art. 37 da Lei 8.212/91, geram a ocorrência de vício material, que não permite novo lançamento, procedimento autorizado quando o vício declarado é meramente formal, conforme preconiza o art. 173, II do CTN. Também compartilho do entendimento de que o vício declarado pela Secretaria da Receita Previdenciária referese à própria substância do lançamento, por ter deixado de apontar e fixar claramente o critério temporal acerca do fato gerador das contribuições, situação esta que, uma vez maculada, sequer comprova a existência da ocorrência do fato a ser tributado. Vejamos o que dispõe o art. 142 do CTN: "Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível." Cito, ainda, jurisprudência deste conselho: "Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/07/1997 NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. O vício material ocorre quando o auto de infração não preenche aos requisitos constantes do art. 142 do Código Tributário Nacional, havendo equívoco na construção do lançamento quanto à verificação das condições legais para a exigência do tributo ou contribuição do crédito tributário, enquanto que o Fl. 1690DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 10 vício formal ocorre quando o lançamento contiver omissão ou inobservância de formalidades essenciais, de normas que regem o procedimento da lavratura da auto, ou seja, da maneira de sua realização. PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, § 4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. Recurso Voluntário Provido. (Acórdão 2403002.707, Rel. MARCELO MAGALHAES PEIXOTO)" Assim, entendo que em razão da decretação de nulidade pela ocorrência de vício material, assim apurado pela própria secretaria da receita previdenciária, não há que se falar em novo lançamento. Ante todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 1691DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/0 2/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O
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Numero do processo: 10209.000390/2005-58
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 26 00:00:00 UTC 2010
Numero da decisão: 3101-000.109
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o
julgamento do recurso em diligência. Vencidos os Conselheiros Tarásio Campelo Borges (Relatar) e Henrique Pinheiro Torres, que negavam a diligência. Designada a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro para redigir o voto vencedor.
Nome do relator: TARASIO CAMPELO BORGES
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Vencidos os Conselheiros Tarásio Campeio Borges (Relatar) e Henrique Pinheiro Torres, que negavam a diligência. Designada a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro para redigir o voto vencedor. _f, 77Henrique Pinheiro Torres - presidente yen Tarásio Campeio Borges - Relator Valdete ApáreCidft MarAheiro - Redatora Designada EDITADO EM: 01/10/2010 Participaram do presente julgamento os conselheiros Corintho Oliveira Machado, Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Tarásio Campeio Borges, Valdete Aparecida Marinheiro e Vanessa Albuquerque Valente. 2 3 Relatório Cuida-se de recurso voluntário contra acórdão da Segunda Turma da DIU Fortaleza (CE) que, por maioria de votos, julgou parcialmente procedente [ 1 ] a exigência do imposto de importação [ 2], acrescido de juros de mora equivalentes à taxa Selic e de multa de oficio (75%, passível de redução) [ 3], decorrente de importação de butano liquefeito desembaraçado com redução da alíquota prevista em acordo tarifário no âmbito da Aladi [4] cujo certificado de origem foi rejeitado em revisão aduaneira. Ciência pessoal dos lançamentos a preposto da sociedade empresária em 16 de maio de 2005. Fatos extraídos da denúncia fiscal: a) exportadora: Petrobrás International Finance Company (Pifco), com sede nas Ilhas Cayman (fatura comercial de folha 24); b) país de origem: Venezuela (certificado de origem de folha 25 e conhecimento de embarque de folha 23), com embarque diretamente da Venezuela para o Brasil; c) importadora: Petróleo Brasileiro SA. (Petrobrás) (declaração de importação Vícios do certificado de origem apontados na descrição dos fatos de folhas 4 a a) discrepância entre o certificado de origem de folha 25 e a fatura comercial PIFSB-566/2000 (folha 24) emitida pela empresa Petrobrás International Finance Company (Pifco) com sede nas ilhas Cayman, país estranho à Aladi; b) equivocada referência do certificado de origem à Venezuela como país exportador e à fatura comercial de PDVSA Petroleo y Gas S.A. Na impugnação de folhas 39 a 49 a empresa importadora inicialmente aduz que a triangulação comercial objeto da denúncia fiscal é "prática internacional comum, adotada por razões comerciais de alongamento de prazo para pagamento e ampliação de fontes de captação de recursos" e não elide a fruição da redução tarifária prevista em acordo firmado no âmbito da Aladi. Também pugna pela regularidade dos documentos que instruíram a declaração de importação, reputando-os "em absoluta consonância com o disposto no artigo oitavo da Resolução 252, aprovada pelo Decreto n" 3.325, de 30/12/1999", bem como destaca o caráter instrumental do imposto de importação, tomando de empréstimo lição de Celso Ribeiro Bastos: Inteiro teor do acórdão recorrido às folhas 67 a 82. Vencido o julgador Luis Carlos Maia Cerqueira, que votou pela improcedência do lançamento Data do fato gerador: 18 de maio de 2000. "[.,1 para: a) CONSIDERAR DEVIDO o crédito tributário relativo ao Imposto de Importação, acrescido da multa de mora e dos juros de mora, nos termos da legislação aplicável; b) EXONERAR o crédito tributário relativo à multa de oficio de 75%, prevista [no] artigo 44,!, da Lei n° 9 430/96" Acordo de Complementação Econômica (ACE) 39, firmado entre o governo do Brasil e os governos da Colômbia, do Equador, do Peru e da Venezuela (países-membros da Comunidade Andina), intemalizado no Brasil pelo Decreto 3 138, de 16 de agosto de 1999 ,-. 11 de folha 12). 8: - (\-CA 2 Processo n° /0209 000390/2005-58 S3-C1T1 Resolução n.° 3101-00,109 Fl. 124 Tratam-se de impostos que objetivam bem mais a regulação do comércio exterior do que propriamente uma arrecadação para a União, São os chamados "impostos regulatórios", que todos os países possuem. Por fim, se ultrapassadas as demais razões de impugnação, contesta também: a) a inaplicabilidade da multa proporcional de 75% prevista no artigo 44, inciso 1, da Lei 9,430, de 27 de dezembro de 1996, em face da expedição do Ato Declaratório Interpretativo SRF 13, de 10 de setembro de 2002, que exclui das infrações puníveis com essa multa "a solicitação, feita no despacho aduaneiro de importação, de [,..] redução do imposto de importação e preferência percentual negociada em acordo internacional, quando incabíveis, [...]"; b) a cobrança dos juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, porque alega contrariar o artigo 161, § 1°, do Código Tributário Nacional, lei complementar então modificada por lei ordinária. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido estão consubstanciados na ementa que transcrevo: Assunto: Imposto sobre a Importação -II Data do fato gerador: 18/05/2000 Ementa: PREFERÊNCIA TARIFARIA PREVISTA EM ACORDO INTERNACIONAL. CERTIFICADO.DE ORIGEM. É incabível a aplicação de preferência tarifária percentual em caso de divergência entre Certificado de Origem e fatura comercial bem corno quando o produto importado é com ereiálizado por terceiro país, sem que tenham sido atendidos os requisitos previstos na legislação de regência., Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador' 18/05/2000 Ementa: MULTA DE OFICIO. INEXIGIBIL IDADE. Incabível a exigência da multa de oficio capitulada no artigo 44, bicão I, da Lei n° 9430/96, quando a mercadoria se encontra corretamente descrita na declaração de importação, com todos os elementos necessários à sua identificação e enquadramento tarifário, em consonância com Ato Declaratorio Intopretativo SRF n° 13/2002. JUROS DE MORA TAXA SELIC. ARGÜIÇÃO DE INSUBSISTÊNCIA FORMAL DAS LEIS. FORO ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA PARA ANÁLISE DO MÉRITO.. 5 BASTOS, Celso Ribeiro Curso de direito financeiro e de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 1991, p. 250 O processo administrativo está adstrito à observação do cumprimento da legislação vieente, sendo o mesmo inaplicável à análise de questões atinentes a supostas incongruências formais existentes no texto legal ou no processo legislativo. Lançamento Procedente em Parte Ciente do inteiro teor desse acórdão, recurso voluntário foi interposto às folhas 87 a 116, Nessa petição, além de buscar apoio em nota expedida pela Coordenação- Geral de Administração Aduaneira (Coana) 6 , na qual a triangulação comercial é enfrentada, para defender a validade do certificado de origem e o consequente reconhecimento da improcedência da exação, reitera as razões iniciais noutras palavras. A autoridade competente deu por encerrado o preparo do processo e encaminhou para a segunda instância administrativa [ 7] os autos posteriormente distribuídos a este conselheiro e submetidos a julgamento em único volume, ora processado com 122 folhas. É o relatório, Voto Vencido Conselheiro •Tarásio Campeio Borges, Relator Conheço do recurso voluntário interposto às folhas 87 a 116, porque tempestivo e atendidos os demais requisitos para sua admissibilidade, Preliminarmente, ao contrário do pensamento da conselheira Valdete Aparecida Marinheiro, entendo desnecessária a diligência por ela proposta. Faço isso porque considero os fatos contidos nos autos do presente processo suficientes para solucionar o litígio. Com essas considerações, rejeito a proposta de conversão do julgamento deste recurso voluntário em diligência à repartição de origem. j Aí) Tarásio Campeio Borges /1( 6 Nota Coana/Colad/Diteg 60, de 19 de agosto de 1997 Despacho acostado à folha 122 determina o encaminhamento dos autos para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. 4 Processo n° 10209.000390/2005-58 83-C11-1 Resolução n° 3101-K109 Fl 125 Voto Vencedor Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro, Redatora Com o objetivo de enriquecer a instrução dos autos deste presente processo, voto pela conversão do julgamento do recurso voluntário em diligência à repartição de origem para que a autoridade competente: i. intime o sujeito passivo da obrigação tributária a trazer aos autos cópia da NF referente a operação realizada entre a PETROBRAS e a PDVSA PETROLEO Y GAS S,A. Posteriormente, providenciar o retorno dos autos para este colegiada É com voto. V 711Y- Valdete Pipa cida/marinheiro 5
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Numero do processo: 13855.002592/2007-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 20 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2007
MPF. CIÊNCIA A PESSOA SEM PODERES DE REPRESENTAÇÃO. APLICAÇÃO, MUTATIS MUTANDIS, DA SUMULA CARF 09.
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.
CONSULTA FISCAL POSTERIOR À FISCALIZAÇÃO.
Nenhum procedimento será instaurado quando o sujeito passivo tenha iniciado, previamente, o processo de consulta, cuja matéria seja semelhante. No caso dos autos o pedido de consulta protocolado foi posterior ao procedimento fiscal.
EDUCAÇÃO. BOLSAS DE ESTUDO A DEPENDENTES.
As bolsas de estudo concedidas aos dependentes dos segurados empregados e diretores, sob a forma de descontos nas mensalidades, assumem a feição de remuneração e estão sujeitas à incidência da tributação.
MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA.
A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto entre a penalidade prevista no art. 44, inciso I, da Lei n.º 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35-A da Lei 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades aplicadas com base na legislação vigente à época do fato gerador, a saber: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes do art. 32, §§ 4º a 6º, da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do art. 35, inciso II, desta mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal.
Numero da decisão: 2301-004.301
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em dar provimento parcial ao recurso, na questão da aplicação da multa de ofício, a fim de que se verifique, na execução do julgado, para efeitos do Art. 106, do CTN, com a aplicação do cálculo mais benéfico, as penalidades que o sujeito passivo poderia sofrer na legislação anterior (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória - falta de declaração e nos de declaração inexata - e principal), com as penalidades determinadas atualmente pelo Art. 35-A da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória - falta de declaração e nos de declaração inexata - e principal), nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Manoel Coelho Arruda Júnior, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, e o Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, que limitava a presente multa a 75% (setenta e cinco por cento); b) em negar provimento ao recurso, na questão do auxílio educação a dependentes; nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério, Natanael Vieira dos Santos e Manoel Coelho Arruda Júnior, que davam provimento ao recurso nesta questão; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do Relator. Redator: Cleberson Alex Friess.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Andrea Brose Adolfo
Relatora ad hoc na data da formalização
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Redator ad hoc na data da formalização
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CLEBERSON ALEX FRIESS (Redator), NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, ADRIANO GONZALES SILVERIO (Relator).
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2007 MPF. CIÊNCIA A PESSOA SEM PODERES DE REPRESENTAÇÃO. APLICAÇÃO, MUTATIS MUTANDIS, DA SUMULA CARF 09. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. CONSULTA FISCAL POSTERIOR À FISCALIZAÇÃO. Nenhum procedimento será instaurado quando o sujeito passivo tenha iniciado, previamente, o processo de consulta, cuja matéria seja semelhante. No caso dos autos o pedido de consulta protocolado foi posterior ao procedimento fiscal. EDUCAÇÃO. BOLSAS DE ESTUDO A DEPENDENTES. As bolsas de estudo concedidas aos dependentes dos segurados empregados e diretores, sob a forma de descontos nas mensalidades, assumem a feição de remuneração e estão sujeitas à incidência da tributação. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto entre a penalidade prevista no art. 44, inciso I, da Lei n.º 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35-A da Lei 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades aplicadas com base na legislação vigente à época do fato gerador, a saber: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes do art. 32, §§ 4º a 6º, da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do art. 35, inciso II, desta mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em dar provimento parcial ao recurso, na questão da aplicação da multa de ofício, a fim de que se verifique, na execução do julgado, para efeitos do Art. 106, do CTN, com a aplicação do cálculo mais benéfico, as penalidades que o sujeito passivo poderia sofrer na legislação anterior (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória - falta de declaração e nos de declaração inexata - e principal), com as penalidades determinadas atualmente pelo Art. 35-A da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória - falta de declaração e nos de declaração inexata - e principal), nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Manoel Coelho Arruda Júnior, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, e o Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, que limitava a presente multa a 75% (setenta e cinco por cento); b) em negar provimento ao recurso, na questão do auxílio educação a dependentes; nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério, Natanael Vieira dos Santos e Manoel Coelho Arruda Júnior, que davam provimento ao recurso nesta questão; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do Relator. Redator: Cleberson Alex Friess. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora ad hoc na data da formalização (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator ad hoc na data da formalização Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CLEBERSON ALEX FRIESS (Redator), NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, ADRIANO GONZALES SILVERIO (Relator).
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CIÊNCIA A PESSOA SEM PODERES DE REPRESENTAÇÃO. APLICAÇÃO, MUTATIS MUTANDIS, DA SUMULA CARF 09. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. CONSULTA FISCAL POSTERIOR À FISCALIZAÇÃO. Nenhum procedimento será instaurado quando o sujeito passivo tenha iniciado, previamente, o processo de consulta, cuja matéria seja semelhante. No caso dos autos o pedido de consulta protocolado foi posterior ao procedimento fiscal. EDUCAÇÃO. BOLSAS DE ESTUDO A DEPENDENTES. As bolsas de estudo concedidas aos dependentes dos segurados empregados e diretores, sob a forma de descontos nas mensalidades, assumem a feição de remuneração e estão sujeitas à incidência da tributação. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. A análise da multa mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, deverá ser realizada mediante confronto entre a penalidade prevista no art. 44, inciso I, da Lei n.º 9.430, de 1996, introduzida pelo art. 35A da Lei 8.212, de 1991, e o somatório das penalidades aplicadas com base na legislação vigente à época do fato gerador, a saber: multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes do art. 32, §§ 4º a 6º, da Lei nº 8.212, de 1991, e a multa do art. 35, inciso II, desta mesma Lei, imposta na autuação correlata pelo descumprimento de obrigação principal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 25 92 /2 00 7- 70 Fl. 1116DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por voto de qualidade: a) em dar provimento parcial ao recurso, na questão da aplicação da multa de ofício, a fim de que se verifique, na execução do julgado, para efeitos do Art. 106, do CTN, com a aplicação do cálculo mais benéfico, as penalidades que o sujeito passivo poderia sofrer na legislação anterior (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória falta de declaração e nos de declaração inexata e principal), com as penalidades determinadas atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em autuações por descumprimento de obrigação acessória falta de declaração e nos de declaração inexata e principal), nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério e Manoel Coelho Arruda Júnior, que votaram em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, e o Conselheiro Natanael Vieira dos Santos, que limitava a presente multa a 75% (setenta e cinco por cento); b) em negar provimento ao recurso, na questão do auxílio educação a dependentes; nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Adriano Gonzáles Silvério, Natanael Vieira dos Santos e Manoel Coelho Arruda Júnior, que davam provimento ao recurso nesta questão; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao recurso nas demais alegações da recorrente, nos termos do voto do Relator. Redator: Cleberson Alex Friess. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora ad hoc na data da formalização (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator ad hoc na data da formalização Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCELO OLIVEIRA (Presidente), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CLEBERSON ALEX FRIESS (Redator), NATANAEL VIEIRA DOS SANTOS, MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR, ADRIANO GONZALES SILVERIO (Relator). Fl. 1117DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 3 3 Relatório Conselheira Andrea Brose Adolfo Relatora designada ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo relatório ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designada AD HOC para fazêlo. Esclareço que aqui reproduzo o relato deixado pelo conselheiro nos sistemas internos do CARF, com as quais não necessariamente concordo. Feito o registro. Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito — NFLD DEBCAD 37.129.8946, consolidada em 28/09/2007, atinente às contribuições correspondentes aos segurados (não descontada), parte da empresa, alíquota para financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho RAT, e contribuições destinadas a outras entidades e fundos — Terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC e SEBRAE). Esclarece o Relatório Fiscal que constituem fatos geradores que deram origem ao lançamento fiscal o salário indireto na forma de Bolsas de Estudo, previstas em Convenções Coletivas de Trabalho e concedidas pela notificada aos dependentes de seus empregados e aos dependentes de seus administradores (contribuintes individuais), mediante desconto nas mensalidades dos cursos oferecidos pela UNIFRAN e pelo Instituto Francano de Ensino — Alto Padrão, dos quais é mantenedora. O sujeito passivo apresentou sua impugnação alegando o seguinte: i) nulidade da autuação haja vista que o MPF foi entregue a pessoa sem poderes para tanto; ii) existe consulta fiscal pendente de solução com o mesmo assunto; iii) a concessão de bolsa de estudos não se enquadra como de natureza remuneratória. A instância a quo manteve a autuação fiscal, o que ensejou a interposição de recurso voluntário a esse Conselho, o qual reitera os argumentos já despendidos anteriormente. É o relatório. Fl. 1118DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Voto Vencido Conselheira Andrea Brose Adolfo Relatora ad hoc na data da formalização. Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designada AD HOC para fazêlo. Esclareço que aqui reproduzo integralmente as razões de decidir do então conselheiro, constantes dos arquivos do CARF, com as quais não necessariamente concordo. Feito o registro. O recurso reúne as condições de admissibilidade e dele conheço. Preliminarmente alega que há nulidade da autuação porque o MPF foi entregue a pessoa que não detinha poderes para recebêlo. Na visão da recorrente o MPF somente poderia ter sido entregue ao seu Diretor Presidente ou Diretor Superintendente, aos quais cabem os poderes de representação. Questão similar relativa à ciência da própria notificação fiscal de lançamento já foi superada nesse Conselho, o qual admite sua validade ainda que o recebedor não detenha poderes de representação. Nesse sentido a Súmula CARF 09: Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Por decorrência lógica, se é valida a ciência do lançamento ainda que o recebedor não detenha poderes para tanto, quanto mais o MPF que demarca o início da fiscalização. Rejeito portanto a preliminar de nulidade. Consulta fiscal Sustenta o recorrente que não poderia ter sido lavrada a NFLD uma vez que havia processo de consulta pendente com o mesmo matéria objeto do lançamento. Acerca do processo de consulta dispõe do artigo 48 do Decreto 70.235/72: Art. 48. Salvo o disposto no artigo seguinte, nenhum procedimento fiscal será instaurado contra o sujeito passivo relativamente à espécie consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente à data da ciência: I de decisão de primeira instância da qual não haja sido interposto recurso; II de decisão de segunda instância. Fl. 1119DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 4 5 Como se vê nenhum procedimento será instaurado quando o sujeito passivo tenha iniciado, previamente, o processo de consulta, cuja matéria seja semelhante. No caso dos autos, como bem apontado pela r. decisão recorrida o pedido de consulta protocolado pelo recorrente foi posterior ao procedimento fiscal. Vejase: Assim, em decorrência do afastamento da argüição da nulidade da entrega dos MPF e demais termos à Coordenadora de Recursos Humanos, ao Contador do sujeito passivo ou a outro preposto, resta prejudicada a análise de tal argumento, vez que a fiscalização teve início em 07 de março de 2007, antes portanto, das consultas trazidas aos autos pela impugnante às fls. 616/652, datadas de setembro de 2007. Uma vez que o sujeito passivo já estava sob procedimento fiscal quando da formulação das consultas em questão, não se verifica qualquer óbice à lavratura fiscal consubstanciada na presente NFLD. Logo, rejeito também a preliminar. Bolsas de estudo No mérito está em discussão, em apertada síntese, se as bolsas escolares concedidas aos dependentes dos empregados e diretores, sob a forma de descontos nas mensalidades constituemse como remuneração dos segurados da recorrente e, portanto, sujeitas à incidência de contribuição previdenciária. A Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação vigente à época dos fatos, dispõe que apenas o valor relativo a plano educacional relativo à educação básica e extensível a todos os empregados não está sujeito às contribuições previdenciárias. Vejase: “Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo” De acordo com a previsão legal o valor relativo a plano educacional deve visar a educação básica prevista no artigo 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, cuja redação é a seguinte: “Art. 21. A educação escolar compõese de: I educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio: Fl. 1120DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 II educação superior” Em que pese o mencionado artigo 21 também arrolar a educação superior, uma análise um pouco mais detida à Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, verificase que a educação básica, toda ela versada no seu Capítulo II compreende apenas o ensino infantil, fundamental e médio, não contemplando, dessa forma o ensino superior. Não obstante as conclusões acima, outras considerações devem ser feitas, sobre pena de olharmos o sistema jurídico de forma parcial e incoerente. Com efeito, a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 utilizase do termo “remuneração” que ela própria não define e nem poderia por força do artigo 110 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, o qual determina que à legislação tributária é vedada alterar o conteúdo, a definição e o alcance dos termos de direito privado. Dessa forma, surge a obrigação de recorrermos ao direito do trabalho para buscarmos o conceito de remuneração. Dispõe o artigo 457 do DecretoLei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, na redação conferida pela Lei nº 1.999, de 1º de outubro de 1953: “Art. 457 Compreendemse na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 1º Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 2º Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado. (Redação dada pela Lei nº 1.999, de 1.10.1953) § 3º Considerase gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que fôr cobrada pela emprêsa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada a distribuição aos empregados.” Extraise do dispositivo supra transcrito que remuneração é a soma de salário (valor pago diretamente pelo empregador em decorrência da contraprestação do serviço, estipulada no contrato de trabalho) mais as gorjetas que o empregado receber. Importante aqui transcrever a nota dedicada a esse artigo por Eduardo Gabriel Saad na obra CLT Comentada, revista e atualizada por José Eduardo Duarte Saada e Ana Maria Saada C. Branco, Editora LTr, 42ª edição, 2009, pág. 563: “1) O caput do artigo acima transcrito faz distinção entre remuneração e salário. Este é contraprestação devida e paga diretamente ao empregado; a remuneração compreende o salário e mais o que o empregado recebe de terceiros (gorjetas, por exemplo), em virtude do contrato de trabalho.” (grifamos) Fl. 1121DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 5 7 A remuneração, desse modo, resultado de salário mais gorjeta, é decorrente do contrato de trabalho firmado entre empregado e empregador. No caso das gorjetas, além do salário o empregado espera recebêlas, em decorrência da práxis da atividade exercida, sejam aquelas espontaneamente dadas pelo cliente, sejam aquelas cobradas pelo empregador nas contas e distribuídas aos empregados. Há, a nosso ver, nítida caracterização da habitualidade decorrente da própria atividade exercida pelo empregado, tornandose a gorjeta elemento seguro do seu orçamento. Além disso, não esquecendo do disposto no retro citado § 1º do artigo 457, integram o salário e, portanto, o conceito de remuneração, as comissões, percentagens e gratificações ajustadas. Aqui também podemos entender que se tratam de verbas pagas com habitualidade, em decorrência da natureza da atividade exercida pelo empregado, previamente ajustadas no contrato de trabalho. Em 19 de junho de 2001, a Lei nº 10.243 incluiu o inciso II ao § 2º do artigo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho para excluir do conceito de salário, e portanto de remuneração, a utilidade fornecida pelo empregador em relação à educação, seja em estabelecimento próprio ou de terceiro. A previsão da lei trabalhista, nessa ótica, é mais ampla, pois exclui do conceito de salário a educação lato sensu, não se limitando a qualificála, isto é, emprestar atributos, tais como “básica”, “fundamental”, utilizadas pelas leis acima citadas. Com isso, a Lei nº 10.243 de 19 de junho de 2001 excluiu do conceito de salário qualquer benesse concedida pelo empregador seja no âmbito da educação básica, seja no âmbito do ensino superior. Esse raciocínio ora construído sob o enfoque do segurado também se aplica aos seus dependentes, pois a legislação não faz restrição nesse mister. Se a bolsa de estudo não é conceituada como remuneração, quanto mais se diga do seu dependente, o qual não mantém qualquer relação jurídica de trabalho com a empresa concedente. O argumento de que concedendo a bolsa de estudo ao dependente o empregado teria um ganho, pois deixaria de efetuar gasto total ou parcial com a educação também cai por terra, pois esse suposto acréscimo não é conceituado juridicamente como salário ou remuneração. Por outros fundamentos vem o Superior Tribunal de Justiça entendendo que a bolsa auxílio a dependente não detém natureza remuneratória: “PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUXÍLIO EDUCAÇÃO. BOLSA DE ESTUDO. VERBA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE A BASE DE CÁLCULO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. "O auxílioeducação, embora contenha valor econômico, constitui investimento na qualificação de empregados, não podendo ser considerado como salário in natura, porquanto não retribui o trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a remuneração do empregado. É verba empregada para o Fl. 1122DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 trabalho, e não pelo trabalho." (RESP 324.178PR, Relatora Min. Denise Arruda, DJ de 17.12.2004). 2. In casu, a bolsa de estudos, é paga pela empresa e destinase a auxiliar o pagamento a título de mensalidades de nível superior e pósgraduação dos próprios empregados ou dependentes, de modo que a falta de comprovação do pagamento às instituições de ensino ou a repetição do ano letivo implica na exigência de devolução do auxílio. Precedentes:. (Resp. 784887/SC. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. DJ. 05.12.2005 REsp 324178/PR, Rel. Min. Denise Arruda, DJ. 17.02.2004; AgRg no REsp 328602/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ.02.12.2002; REsp 365398/RS, Rel. Min. José Delgado, DJ. 18.03.2002). 3. Agravo regimental desprovido.” (AgRg no Ag 1330484/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe 01/12/2010) Assim, entendo que a bolsa auxílio deve ser decotado do lançamento. Retroatividade da multa – artigo 106 do CTN. Em relação à multa há de se registrar que o dispositivo legal que lhe dá supedâneo foi alterado pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), uma vez que submetida às disposições do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Incabível a comparação da multa prevista no artigo 35A da Lei nº 8.212/91, já que este dispositivo veicula multa de ofício, a qual não existia na legislação previdenciária à época do lançamento e, de acordo com o artigo 106 do Código Tributário Nacional deve ser verificado o fato punido. Ora se o fato “atraso” aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do artigo 35 acima citado. Incide na espécie a retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo ser a multa lançada na presente autuação calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER o recurso voluntário para, NO MÉRITO, darlhe PARCIAL PROVIMENTO, para reconhecer a nãoincidência das contribuições previdenciárias sobre as bolsas de estudo concedidas aos dependentes dos segurados, bem como aplicar a multa do artigo 35 caput da Lei 8.212/91, se mais benéfica ao contribuinte. Fl. 1123DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 6 9 Foi assim que o conselheiro votou na sessão de julgamento, conforme registro. (assinado digitalmente) Andrea Brose Adolfo Relatora ad hoc na data da formalização Fl. 1124DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Oliveira Redator designado ad hoc na data da formalização. Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto vencido ter deixado o CARF antes de sua formalização e pelo fato do conselheiro responsável pelo voto vencedor não mais integrar o colegiado, fui designado AD HOC para redigir o voto vencedor. Esclareço que aqui reproduzo integralmente as razões de decidir do então conselheiro responsável pelo voto vencedor, constantes dos arquivos do CARF, com as quais não necessariamente concordo. Feito o registro. Peço licença ao nobre relator para divergir quanto: I) à tributação das parcelas concedidas aos dependentes dos segurados empregados e diretores, na forma de bolsas de estudo, e II) ao critério a ser utilizado para aplicar, em relação à multa, a retroatividade benigna expressa no art. 106, inciso II, alínea "c", da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que veicula o Código Tributário Nacional (CTN). BOLSA DE ESTUDO 2. Em que pese à reconhecida autonomia do Direito Previdenciário, é certo que há forte vinculação com outros ramos do Direito e, com isso, sofre diversas influências. 3. O conceito de remuneração, por exemplo, próprio da área trabalhista, é utilizado para definir a base de cálculo da contribuição previdenciária das empresas, incidente sobre a remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais (art. 22, incisos I e III, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991). 4. Por sua vez, a quantificação da base de cálculo da contribuição previdenciária dos segurados empregados e contribuintes individuais é realizada com fundamento em um conceito exclusivo do Direito Previdenciário, qual seja o saláriode contribuição. Nada obstante, equivale a delimitação do saláriodecontribuição, em regra, à remuneração do trabalhador (art. 28, incisos I e III, da Lei nº 8.212, de 1991) 5. Na relação de custeio, as parcelas que não integram o saláriode contribuição também não compõem a base de cálculo da contribuição patronal (art. 22, § 2º, c/c art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212, de 1991). Fl. 1125DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 7 11 6. No que tange ao direito laboral, o art. 457 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo DecretoLei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, define a remuneração como gênero, em que o salário é espécie. 7. Já o art. 458 da CLT autoriza, além do salário em espécie, o seu pagamento na forma de utilidades. É o denominado salárioutilidade, mediante fornecimento de bens ou serviços. 8. Assente na doutrina e jurisprudência que nem toda utilidade assume a natureza salarial. Em linhas gerais, para fins da inclusão no conceito de salário e, por conseguinte, no âmbito da remuneração do trabalhador, é fundamental examinar se o fornecimento da utilidade tem por objetivo a retribuição pelo trabalho. Vale dizer, se há um caráter contraprestativo no fornecimento da utilidade. 9. Nessa linha de pensamento, pareceme oportuno transcrever as palavras de Maurício Godinho Delgado (Curso de Direito do Trabalho. Editora LTr:São Paulo, 4ª ed., 2005, página 719): "(...) É preciso que a utilidade seja fornecida preponderantemente com intuito retributivo, como um acréscimo de vantagens contraprestativas ofertadas ao empregado. Se as causas e objetivos contemplados com o fornecimento forem diferentes da ideia de retribuição pelo contrato (contraprestação, portanto), desaparece o caráter salarial da utilidade ofertada." 10. Consequência desse raciocínio, distinguemse as utilidades fornecidas “para o trabalho” e as utilidades fornecidas “pelo trabalho”. As primeiras, “para o trabalho”, seriam funcionais, instrumentais, verdadeiros equipamentos de trabalho e, portanto, sem natureza salarial; as segundas, “pelo trabalho”, seriam contraprestativas e com natureza salarial. 11. Ainda que contenha inegável valor econômico, a bolsa de estudo ao trabalhador constitui um evidente investimento na qualificação deste, fornecendolhe meios para exercer a atividade profissional e a cidadania, cuja formação educacional revertese em favor da empresa e da sociedade. Ao não se destinar a retribuir o trabalho efetivo, é uma verba empregada para o trabalho, e não pelo trabalho. 12. Porém, a bolsa escolar concedida ao dependente do segurado empregado ou diretor, sob a forma de desconto na mensalidade, revela situação bem distinta. 13. Com efeito, esse tipo de concessão advém apenas da relação de trabalho e tem por finalidade precípua acrescer vantagem contraprestativa ao trabalhador, com ou sem vínculo empregatício, configurando clara remuneração indireta, na medida em que a utilidade é fornecida "pelo trabalho", e não "para o trabalho". 14. Ressalvo que, a meu sentir, a Lei nº 10.243, de 19 de junho de 2001, ao proporcionar nova redação ao art. 458, § 2º, da CLT, conforme já mencionado pelo relator, pretendeu excluir da remuneração, sob o prisma trabalhista, tão somente os valores despendidos com educação dos empregados, e não indistintamente os dispêndios com empregados e seus dependentes. Fl. 1126DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 12 15. Entretanto, ainda que o conceito de remuneração, retirado da legislação trabalhista, influencie sobremaneira a seara previdenciária, os princípios basilares tributários, tais como legalidade e tipicidade, cuja aplicação é obrigatória ao custeio das prestações securitárias, impõem observar nas relações entre Fisco e contribuintes, entre outros, as regras matrizes de incidência e as hipóteses de exclusão tributária. 16. Nesse contexto, o legislador elegeu como base de cálculo da incidência da contribuição previdenciária as parcelas remuneratórias destinadas a retribuir o trabalho, conforme expressam os arts. 22 e 28, incisos I e II, da Lei nº 8.212, de 1991. 17. Este mesmo legislador achou por bem explicitar, no art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212, de 1991, parcelas que estão fora do campo de incidência, seja pela ausência intrínseca da natureza remuneratória, sejam verbas que, mesmo destinadas a retribuir o trabalho, devem ser excluídas da tributação por opção legislativa. 18. Na época dos fatos geradores da autuação, vigorava a seguinte redação para a alínea "t" do art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212, de 1991: Art. 28 (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; 19. Notase que os dispêndios com a educação do trabalhador, em harmonia com o conceito de remuneração "para o trabalho", escapam à tributação, ainda que o legislador tenha limitado e condicionado a não integração à base de cálculo ao atendimento de certas condições. 20. Por outro lado, a extensão da não incidência a qualquer gasto com a educação de familiares depende da expressa previsão em lei, dado o seu caráter de remuneração "pelo trabalho". 21. Apenas no ano de 2011, com a Lei nº 12.513, de 26 de outubro de 2011, que deu nova redação à alínea "t" do art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212, de 1991, o valor relativo a bolsa de estudo que vise à educação dos dependentes foi excluído da base de cálculo da contribuição previdenciária, nesses termos: Art. 28 (...) § 9º (...) t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: 1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e Fl. 1127DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 8 13 2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do saláriodecontribuição, o que for maior; 22. Essa exclusão, porém, não se aplica aos autos, pois o lançamento reporta se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente (art. 144, do CTN). 23. Quanto às contribuições apuradas pela fiscalização e devidas a terceiros, assim compreendidas outras entidades e fundos, decorrente do lançamento reflexo em relação às contribuições previdenciárias, o seu destino não é diferente, pois a base é a mesma sobre a qual incidem as contribuições previdenciárias, calculada, no caso dos segurados empregados, sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada. 24. Assim, entendo que a incidência sobre a bolsa de estudo deve ser mantida no lançamento. RETROATIVIDADE DA MULTA Art. 106, inciso II, do CTN 25. Em face às alterações promovidas na Lei nº 8.212, de 1991, pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, há que se verificar, em matéria de penalidade relacionada a infrações anteriores a 12/2008, a situação mais favorável ao sujeito passivo. 26. Sob a égide da legislação vigente à época da autuação, a não apresentação ou apresentação com incorreções da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), independentemente da existência ou não de tributo a recolher, resultava em imposição de multa com fundamento no art. 32, inciso IV, e §§ 4º a 6º, da Lei nº 8.212, de 1991. Penalidade, portanto, relativa ao descumprimento de obrigação acessória. 27. Na hipótese de se verificar na ação fiscal, além do descumprimento de obrigação acessória, a falta de recolhimento das contribuições previdenciárias, ainda havia o lançamento do crédito tributário, com aplicação da multa então prevista no art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, cuja natureza vinculavase ao descumprimento de obrigação principal. 28. A MP nº 449, de 2008, introduziu uma nova sistemática de multas. A penalidade por incorreção ou omissão nas informações na GFIP passou a ser tratada, em substituição ao art. 32, §§ 4º a 6º, no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. 29. Por sua vez, o art. 35A trouxe para o contexto da legislação previdenciária a multa do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, na hipótese de lançamento de ofício das contribuições previdenciárias, isto é, quando do descumprimento de obrigação principal (não recolher tributo): Fl. 1128DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 14 Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 30. De sorte que o art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, ao estabelecer um percentual fixo de multa de 75% (setenta e cinco por cento), em seu inciso I, sobre o valor da contribuição não declarada, impõe uma única multa tanto para a conduta do não recolhimento das contribuições previdenciárias, quanto para a falta de GFIP ou de sua apresentação deficiente em relação a essas mesmas contribuições. Transcrevo a literalidade do art. 44, inciso I: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (grifei) (...) 31. É de verse que na legislação atual, verificado simultaneamente o descumprimento de obrigação principal e acessória relacionadas às contribuições previdenciárias (não recolher, falta de declaração e/ou declarar com incorreções/omissões), haverá a incidência de apenas uma penalidade, qual seja a multa de ofício do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzida por força do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, 32. Por conseguinte, para se verificar a situação mais benéfica ao sujeito passivo, no caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, há que se realizar, por competência, a seguinte comparação de penalidades entre mesmas contribuições: a) legislação anterior: somatório da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (obrigação principal), e das multas aplicadas na forma do art. 32, §§ 4º a 6º, da mesma Lei (obrigação acessória), e b) legislação atual: multa de ofício de 75% prevista no art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, e introduzida pela MP nº 449, de 2008, sem qualquer limitação. 33. Em outras palavras, no que tange à penalidade constante desses autos, deverá ser verificado, por competência, o cálculo mais benéfico à recorrente, mediante comparação: a) legislação anterior: multa de mora (não recolher) + multa por não declarar (CFL 67) ou multa por declarar com omissão/incorreção (CFL 68/69); e b) legislação atual: multa de ofício de 75% (não recolher, não declarar e/ou declarar com omissões/incorreções). Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13855.002592/200770 Acórdão n.º 2301004.301 S2C3T1 Fl. 9 15 CONCLUSÃO Ante o exposto, voto no sentido de: a) NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto às bolsas escolares concedidas aos dependentes dos segurados empregados e contribuintes individuais, sob a forma de descontos nas mensalidades; e b) DAR PROVIMENTO ao recurso no que tange à aplicação da multa de ofício, a fim de que se verifique, na execução do julgado, para efeitos da retroatividade benigna, a situação mais favorável ao sujeito passivo: a) penalidades impostas sob a égide da legislação anterior (autuações por descumprimento de obrigação acessória falta de declaração e nos de declaração inexata e por descumprimento da obrigação principal), ou b) penalidade determinada atualmente pelo art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991 (multa de ofício de 75%). Acompanho o relator nas demais matérias do seu voto. Foi assim que o conselheiro votou na sessão de julgamento, conforme registro. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator ad hoc na data da formalização Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 20/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/12/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por ANDREA BROSE ADOLFO, Assinado digitalment e em 19/01/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 16832.000290/2010-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
AUXÍLIO-EDUCAÇÃO. ENSINO SUPERIOR. NÃO EXTENSIVO À TOTALIDADE DOS SEGURADOS. NÃO INCIDÊNCIA. LEGISLAÇÃO POSTERIOR FIRMOU INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA SUPRINDO OMISSÃO DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR.
A concessão de bolsas de estudo e de material escolar aos empregados, desde que atenta os requisitos da legislação previdenciária, é isenta da contribuição previdenciária.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2301-004.379
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões as Conselheiras Alice Grecchi e Luciana de Souza Espíndola Reis.
João Bellini Junior - Presidente
Julio Cesar Vieira Gomes - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, IVACIR JULIO DE SOUZA, NATHALIA CORREIA POMPEU, LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR e MARCELO MALAGOLI DA SILVA.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1836; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 546 1 545 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16832.000290/201019 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2301004.379 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de dezembro de 2015 Matéria AUXÍLIOEDUCAÇÃO Recorrente FRANCECAR COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 AUXÍLIOEDUCAÇÃO. ENSINO SUPERIOR. NÃO EXTENSIVO À TOTALIDADE DOS SEGURADOS. NÃO INCIDÊNCIA. LEGISLAÇÃO POSTERIOR FIRMOU INTERPRETAÇÃO AUTÊNTICA SUPRINDO OMISSÃO DA LEGISLAÇÃO ANTERIOR. A concessão de bolsas de estudo e de material escolar aos empregados, desde que atenta os requisitos da legislação previdenciária, é isenta da contribuição previdenciária. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões as Conselheiras Alice Grecchi e Luciana de Souza Espíndola Reis. João Bellini Junior Presidente Julio Cesar Vieira Gomes Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, IVACIR JULIO DE SOUZA, NATHALIA CORREIA POMPEU, LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR e MARCELO MALAGOLI DA SILVA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 83 2. 00 02 90 /2 01 0- 19 Fl. 546DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente em parte o lançamento fiscal realizado em 24/04/2010 para constituição de crédito relativo da parte patronal sobre pagamentos de auxílioeducação para segurados matriculados em instituição de ensino superior, com restrições aos segurados com menos tempo de serviço na empresa. A decisão de primeira instância excluiu os meses alcançados pela decadência, artigo 150, §4º do CTN. Segue transcrição de trecho da decisão recorrida: CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DA EMPRESA SOBRE A REMUNERAÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. Devida contribuição a cargo da empresa sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados que lhe prestem serviços. AUXÍLIO EDUCAÇÃO. A inobservância das condições na concessão de auxílio educação, conforme previsto na legislação específica vigente à época, atribui a esta verba o caráter remuneratório, para todos os efeitos, inclusive para fins de incidência das contribuições destinadas à Seguridade Social. ... Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde se reiteram as alegações trazidas na impugnação: 3.2.2. A cobrança das contribuições ser totalmente equivocada já que: 3.2.2.1. A integralidade dos valores foi creditada em razão de sua política de concessão de benefício educativo (em anexo) e atende a todos os requisitos previstos na Lei Orgânica da Seguridade Social; 3.2.2.2. Os valores em tela somente eram pagos a funcionários que atestavam estar regularmente inscritos nos cursos aprovados pela empresa, também eram exigidos os comprovantes de pagamento dos cursos em que estavam matriculados e a política de concessão do beneficio previa o limite de R$ 500,00 para o custeio dos cursos indicados. 3.3. O mérito: ... 3.2. Pormenoriza os motivos que implicam na exclusão do auxílio educação como salário de contribuição, dentre eles: 3.2.1. Que é possível verificar a presença de todos os requisitos previstos na Lei Orgânica da Seguridade Social, Fl. 547DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 16832.000290/201019 Acórdão n.º 2301004.379 S2C3T1 Fl. 547 3 3.2.2. “O referido documento prevê que, como forma não só de investir no desenvolvimento de sua equipe, mas também para aprimorála, poderá custear até 70% (ao teto máximo de R$ 500,00) dos cursos de graduação ou pósgraduação relacionados às atividades fins ou desenvolvidas pela Empresa. Enumera, assim os cursos potencialmente interessantes2.” 3.2.3. Política estendida a todos os funcionários, sem discriminação de cargos ou funções, o que lhe assegura o atributo da generalidade. 3.2.4. O item 7.2. do documento consta a exigência de apresentação de comprovação de pagamento do curso subsidiado; 3.2.5. Dessa forma, os documentos apresentados são suficientes para comprovação de que os valores pagos a título de auxílio educação possuíam como único objetivo o custeio dos cursos previamente aprovados pela Empresa. 3.2.6. Cita legislação e jurisprudência. Após recurso voluntário traz aos autos acórdão da terceira turma da quarta câmara deste segunda seção que decidiu pela não incidência da contribuição previdenciária relativa a parte patronal, fls. 535. É o Relatório. Fl. 548DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Verifico o cumprimento dos pressupostos processuais, passo a examinar o recurso. Quanto ao auxílioeducação não extensivo a todos os segurados, por adotar entendimento semelhante peço vênia ao Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo para reproduzir parte de seu voto proferido no acórdão nº 2402004.164: Com relação às bolsas de estudo concedidas aos dependentes (filhos e outros) dos segurados empregados da Recorrente, constatase que os requisitos para a aplicação da regra de isenção estavam previstos no art. 28, § 9°, alínea “t”, da Lei 8.212/1991, com redação dada pela Lei 9.711/1998, que eram: (i) o valor não poderia ser utilizado em substituição de parcela salarial; e (ii) o plano educacional deveria ser disponibilizado a todos os empregados e dirigentes. Posteriormente, houve alteração dessa regra pela Lei 12.513/2011, modificando os requisitos para a obtenção da isenção, inclusive não exigiu mais o requisito de que o acesso ao plano educacional deveria ser extensivo a todos os empregados (requisito ii), e incluiu, no âmbito da isenção, a concessão de bolsa de estudo aos dependentes dos empregados. (grifo nosso) ... Lei 8.212/1991: Art. 28 (...) (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) t) o valor relativo a plano educacional que vise ao ensino fundamental e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Incluída pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo; (Redação dada pela Lei nº 9.711, de 1998). t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e tecnológica de empregados, nos termos Fl. 549DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 16832.000290/201019 Acórdão n.º 2301004.379 S2C3T1 Fl. 548 5 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e: (Redação dada pela Lei nº 12.513, de 2011) ......................................................................................................... ... Mesmo havendo dúvida sobre o correto enquadramento do fato delineado pelo Fisco como campo de incidência da contribuição previdenciária, seja na regra anterior dada pela Lei 9.711/1998 – entendimento capitaneado pelo Fisco –, seja na regra atual dada pela Lei 12.513/2011, fazse necessário realizar uma interpretação sistemática da legislação tributária e, com isso, a retroatividade deverá ser obrigatória, pois, em caso de dúvida, devese adotar a interpretação mais favorável ao sujeito passivo, conforme deixa claro o art. 112, incisos I e II, do CTN. Lei 5.172/1966 – Código Tributário Nacional (CTN): Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I à capitulação legal do fato; II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; (g.n.) III à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Conforme se verifica do Relatório Fiscal não fora imputada à Recorrente o fato de que o benefício não era estendido ou acessível a todos os segurados, de modo que não fora verificado o descumprimento de quaisquer outros requisitos da norma isentiva supramencionada. Fica consignado ainda que há precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) entendendo que o auxílioeducação constitui investimento na qualificação de empregados, não podendo ser considerado como salário in natura, porquanto não retribui o trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a remuneração do empregado, conforme transcrição abaixo. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIOEDUCAÇÃO. BOLSA DE ESTUDO. VERBA DE CARÁTER INDENIZATÓRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA SOBRE BASE DE CÁLCULO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. O STJ tem pacífica jurisprudência no sentido de que o auxílioeducação, embora contenha valor econômico, constitui investimento na qualificação de empregados, não podendo ser considerado como salário in natura, porquanto não retribui o trabalho efetivo, não integrando, desse modo, a remuneração do empregado. É verba utilizada para o trabalho, e não pelo trabalho. 2. In casu, a bolsa Fl. 550DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 de estudos é paga pela empresa para fins de cursos de idiomas e pósgraduação. 3. Agravo Regimental não provido. (STJ, AgRg no AREsp 182495/RJ, Segunda Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 07/03/2013) Nesse passo, de acordo com o § 2o do art. 458 da CLT, os valores pagos a título de educação não compreendem salário pago aos funcionários, bem como que não há amparo legal para se exigir contribuição sobre esta rubrica. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Art. 458. Além do pagamento em dinheiro, compreendese no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. (...) § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; (g.n.) Nesse caminhar, percebese que não houve a caracterização do fato gerador da contribuição previdenciária, incidente sobre a verba paga a título de auxílioeducação (bolsa de estudos, levantamentos SU e SU1SALÁRIO UTILIDADE), eis que os elementos probatórios juntados aos autos apontam que a Recorrente cumpria a regra matriz prevista no art. 28, § 9°, alínea “t”, da Lei 8.212/1991. Em síntese, na vigência da regra anterior havia divergência de interpretação quanto a isenção no caso de segurado matriculado em estabelecimento de ensino superior e pósgraduação. Nela havia no texto as expressões “cursos de capacitação e qualificação profissionais”, o que aparentemente não contempla o ensino profissional de nível superior. Com a redação atual se adotou a expressão “educação profissional e tecnológica de empregados”, o que é mais amplo, podendo também contemplar os cursos de pósgraduação e graduação, desde que tenham relação com a atividade da empresa. Assim, entendo que a nova redação não inovou no ordenamento jurídico, mas apenas dirimiu uma dúvida de interpretação: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; Fl. 551DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 16832.000290/201019 Acórdão n.º 2301004.379 S2C3T1 Fl. 549 7 III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Como fundamento não se pode ignorar o acórdão relativo à contribuição patronal, Processo nº 16832.000291/201063, Acórdão nº 2803003.306 e que adota o mesmo entendimento. Inclusive a restrição aos segurados com menos de 1 anos não desvirtua a generalidade da norma, que ainda assim não discrimina os beneficiários, apenas cria uma regra objetiva e razoável já que no curso período de 1 ano ainda não se sabe quais as necessidades de qualificação profissional serão necessárias para cada segurado: BOLSAS DE ESTUDO DE GRADUAÇÃO E PÓS GRADUAÇÃO. BASE , DE CÁLCULO.INAPLICABILIDADE Acórdão n° Recorrida Matéria Recorrente O pagamento de bolsas de estudo de graduação e pósgraduação a todos os empregados e dirigentes, enquadrase na exceção legal prevista na alínea "t"do S 9' do art. 28 da lei 8.212/91, não se constituindo em salário de contribuição. Recurso Voluntário Provido ... Assim sendo, o pagamento de bolsas de graduação e pós graduação pode ser enquadrado na exceção legal, não se configurando como base de cálculo de contribuições previdenciárias. Acerca da vedação constante nos normativos da empresa, de que somente empregados há mais de um ano se habilitariam às bolsas, temos norma objetiva que atinge indistintamente todos os que pleiteiam as referidas bolsas, não desvirtuando assim a norma legal. Por tudo, voto pelo provimento ao recurso voluntário. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 552DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 16/12/ 2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13052.000022/2003-67
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Sep 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
RECURSO ESPECIAL. INADMISSIBILIDADE. DIVERSIDADE DE PREMISSAS. PARADIGMA INSERVÍVEL PARA COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA.
Quando as premissas específicas do caso não foram abordadas nos paradigmas colacionados, eles se mostram inservíveis para comprovação da divergência.
IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS ADQUIRIDAS PARA REVENDA. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO.
A norma jurídica instituidora do beneficio fiscal atribuiu ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir "receita de exportação". Anteriormente a 26 de março de 2003, a "receita de exportação" alcançava, indistintamente, todas as mercadorias nacionais.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-003.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
assinado digitalmente
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente
assinado digitalmente
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Redator Ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 RECURSO ESPECIAL. INADMISSIBILIDADE. DIVERSIDADE DE PREMISSAS. PARADIGMA INSERVÍVEL PARA COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. Quando as premissas específicas do caso não foram abordadas nos paradigmas colacionados, eles se mostram inservíveis para comprovação da divergência. IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS ADQUIRIDAS PARA REVENDA. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do beneficio fiscal atribuiu ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir "receita de exportação". Anteriormente a 26 de março de 2003, a "receita de exportação" alcançava, indistintamente, todas as mercadorias nacionais. Recurso Especial do Procurador Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. assinado digitalmente CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente assinado digitalmente JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Redator Ad hoc Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 RECURSO ESPECIAL. INADMISSIBILIDADE. DIVERSIDADE DE PREMISSAS. PARADIGMA INSERVÍVEL PARA COMPROVAÇÃO DE DIVERGÊNCIA. Quando as premissas específicas do caso não foram abordadas nos paradigmas colacionados, eles se mostram inservíveis para comprovação da divergência. IPI. RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS ADQUIRIDAS PARA REVENDA. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do beneficio fiscal atribuiu ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir "receita de exportação". Anteriormente a 26 de março de 2003, a "receita de exportação" alcançava, indistintamente, todas as mercadorias nacionais. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. assinado digitalmente CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO – Presidente assinado digitalmente JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Redator Ad hoc AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 05 2. 00 00 22 /2 00 3- 67 Fl. 280DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13052.000022/200367 Acórdão n.º 9303003.238 CSRFT3 Fl. 281 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional (fls. 344 a 368) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Terceira Turma da Quarta Câmara da Terceira Seção do CARF (fls. 336 a 340) que, por maioria de votos, deu parcial provimento ao recurso voluntário para incluir a receita de exportação das mercadorias adquiridas de terceiros na determinação da relação percentual entre a receita de exportação e a receita operacional bruta. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, tem o seguinte teor: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 CRÉDITO PRESUMIDO. EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS ADQUIRIDAS PARA REVENDA. Para fins de apuração da relação percentual entre a receita de exportação e a receita operacional bruta, incluise no cálculo de ambas o valor correspondente às exportações de produtos adquiridos de terceiros, mas tais produtos são excluídos do valor correspondente às compras de insumos. TAXA SELIC. NÃOINCIDÊNCIA. A taxa Selic é imprestável como instrumento de correção monetária, não justificando a sua adoção, por analogia, em processos de ressarcimento de créditos incentivados, por implicar a concessão de um “plus”, sem expressa previsão legal. Recurso voluntário provido em parte. A Colenda Turma a quo na esteira do voto proferido pelo Ilustre relator, Conselheiro Antonio Carlos Atulim, deu parcial provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito de o contribuinte incluir a receita de exportação de produtos adquiridos para revenda tanto no valor da receita de exportação como no valor da receita operacional bruta para fins de apuração do coeficiente de exportação. Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs o já mencionado recurso especial, requerendo, em síntese, com base em divergência jurisprudencial, a reforma do v. acórdão recorrido para se determinar a exclusão das receitas de mercadorias adquiridas de terceiros da rubrica “receita de exportação”, por não se tratar de um produto industrializado. O recurso foi admitido através do r. despacho de fls. 65. É o relatório. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13052.000022/200367 Acórdão n.º 9303003.238 CSRFT3 Fl. 282 3 Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Relator ad doc Por intermédio do Despacho de fl. 279, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, incumbiume o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais de formalizar o presente acórdão. Ressaltese que o relator original entregou à secretaria da Câmara Superior, a ementa e o relatório já aqui reproduzidos bem como o voto que segue. Contudo, em virtude de sua renúncia ao mandato, não foi possível concluir a formalização da citada decisão. Desta forma, adotase o voto entregue pelo relator original, Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, vazado nos seguintes termos: "Inicialmente, quanto à admissibilidade, entendo que o recurso especial interposto pela Fazenda Nacional não merece ser conhecido. Com efeito, verificase que nenhum dos paradigmas trazidos a colação no recurso especial enfrentou a matéria considerando as premissas do v. acórdão recorrido, quais sejam, de que está se tratando de ressarcimento de crédito presumido de IPI cujos períodos de apuração são de outubro a dezembro de 2002 e, mais especificamente, que à época a Portaria MF 38/97 estabelecia que a receita bruta de exportação englobava a receita auferida com a venda de mercadorias, e não só a receita auferida com a exportação de produtos industrializados. Nesse sentido, o voto condutor do v. acórdão recorrido, dispõe que o artigo 6o da Lei nº 9.363/96 trata as receitas de forma genérica, sendo a Portaria MF 38/97, “que define a receita bruta de exportação para efeito da apuração do crédito presumido, condiciona apenas que o objeto da venda para o exterior e para empresa comercial exportadora seja mercadorias nacionais”. Assim, nos termos do v. acórdão recorrido, anteriormente a 26 de março de 2003, data de publicação da mencionada Portaria MF 64/2003, a "receita de exportação" alcançava, indistintamente, todas as mercadorias nacionais. Pelo exposto, as premissas específicas deste caso (período de apuração de outubro a dezembro de 2002 e aplicação da Portaria MF 38/97) não foram abordadas nos paradigmas colacionados e, por consequência, se mostram inservíveis para comprovação da divergência. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto pelo NÃO CONHECIMENTO do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13052.000022/200367 Acórdão n.º 9303003.238 CSRFT3 Fl. 283 4 Caso reste vencido quanto ao conhecimento, entendo que melhor sorte não assiste à Fazenda Nacional no tocante ao mérito. A propósito, a fim de reforçar o entendimento acima, mister transcrever a redação das referidas Portarias Ministeriais: Portaria MF 38, de 1997, artigo 3°: O crédito presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim especifico de exportação. (§ 15) Para os efeitos deste artigo, considerase: (I) receita operacional bruta, o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o prego dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia; (II) receita bruta de exportação, o produto da venda para o exterior c para empresa comercial exportadora com o fim especifico de exportação, de mercadorias nacionais; (1H) venda com o fim especifico de exportação, a saída de produtos do estabelecimento produtor vendedor para embarque ou depósito, por conta e ordem da empresa comercial exportadora adquirente. [...]. Portaria MF 64, de 2003, artigo 3°: 0 crédito presumido será apurado ao final de cada mês em que houver ocorrido exportação ou venda para empresa comercial exportadora com o fim especifico de exportação.(§ 12) Para os efeitos deste artigo, considerase: (I) receita operacional bruta, o produto da venda de produtos industrializados pela pessoa jurídica produtora e exportadora nos mercados interno e externo; (11) receita bruta de exportação, o produto da venda para o exterior e para empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação, de produtos industrializados nacionais; (111) venda com o fim especifico de exportação, a saída de produtos do estabelecimento produtor vendedor para embarque ou deposito, por conta e ordem da empresa comercial exportadora adquirente. [...1." Com base nesses fundamentos o relator original negou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, sendo acompanhado pela unanimidade do Colegiado, e esse é o acórdão que me coube redigir. assinado digitalmente Júlio César Alves Ramos redator ad hoc Fl. 283DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 14041.001364/2007-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. ACOLHIMENTO.
Acolhem-se os embargos declaratórios para sanar eventuais equívocos verificados na parte dispositiva do Acórdão, sem, contudo, gerar efeitos infringentes.
LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITES.
A despesa dedutível escriturada em Livro Caixa está limitada ao valor da receita mensal recebida de pessoa física ou jurídica. O excesso de despesas existente em dezembro não deve ser informado nesse mês nem transposto para o próximo ano-calendário.
Numero da decisão: 2201-002.927
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos apresentados para rerratificar o Acórdão nº 2201-002.541, de 07/10/2014, e sanando o vício apontado, manter a decisão no sentido de "rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para reduzir a base de cálculo da omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa física ao valor de R$ 154.061,73 e excluir da exigência a multa isolada do carnê-leão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício".
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah Presidente-Substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos Cesar Quadros Pierre e Ana Cecilia Lustosa da Cruz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior (Presidente).
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. ACOLHIMENTO. Acolhem-se os embargos declaratórios para sanar eventuais equívocos verificados na parte dispositiva do Acórdão, sem, contudo, gerar efeitos infringentes. LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITES. A despesa dedutível escriturada em Livro Caixa está limitada ao valor da receita mensal recebida de pessoa física ou jurídica. O excesso de despesas existente em dezembro não deve ser informado nesse mês nem transposto para o próximo ano-calendário.
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ACOLHIMENTO. Acolhemse os embargos declaratórios para sanar eventuais equívocos verificados na parte dispositiva do Acórdão, sem, contudo, gerar efeitos infringentes. LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITES. A despesa dedutível escriturada em Livro Caixa está limitada ao valor da receita mensal recebida de pessoa física ou jurídica. O excesso de despesas existente em dezembro não deve ser informado nesse mês nem transposto para o próximo anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos apresentados para rerratificar o Acórdão nº 2201002.541, de 07/10/2014, e sanando o vício apontado, manter a decisão no sentido de "rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para reduzir a base de cálculo da omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa física ao valor de R$ 154.061,73 e excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício". Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – PresidenteSubstituto e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 13 64 /2 00 7- 10 Fl. 9716DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos Cesar Quadros Pierre e Ana Cecilia Lustosa da Cruz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior (Presidente). Relatório A Fazenda Nacional opôs, tempestivamente, Embargos de Declaração, fls. 9705/9706, contra o Acórdão n° 2201002.541, de 07/10/2014, alegando, essencialmente, que o aresto proferido contém contradições, nos termos que se seguem, verbis: Na parte dispositiva do acórdão consta que foi dado provimento parcial ao recurso voluntário para “reduzir a base de cálculo ao valor de R$ 154.061,73” (fls. 1/2) Em sentido diverso, na conclusão do voto condutor do acórdão, consta que foi dado provimento ao recurso voluntário para “excluir da base de cálculo o valor de R$ 154.061,73” (fl. 13). Pela leitura do inteiro teor do acórdão extraise que, aparentemente, se trata de mero equívoco na transcrição dos valores constantes na tabela elaborada pela DRF por ocasião da diligência fiscal, eis que no voto restou expressa a concordância com os cálculos ali elaborados. Nesse contexto, fazse mister que o Colegiado se manifeste sobre a contradição apontada e proceda à devida retificação no acórdão a fim de sanar o vício evidenciado. Por fim, e considerando: 1) que no auto de infração constam duas infrações, quais sejam, omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica e omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas; 2) que no voto condutor do acórdão o provimento limitouse à redução da base de cálculo do imposto no que toca à omissão de rendimentos do trabalho recebidos de pessoas físicas; 3) que no dispositivo do acórdão restou alusão apenas à expressão “reduzir a base de cálculo ao valor de R$ 154.061,73”, sem especificações, o que pode levar à conclusão equivocada de que foi cancelada a omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica; requerse que seja esclarecido o exato alcance do resultado do julgamento a fim de que não restem dúvidas acerca do decidido pela Turma. De fato, compulsandose o voto condutor do acórdão embargado, verificase que na parte dispositiva do acórdão consta que foi dado provimento parcial ao recurso voluntário para “reduzir a base de cálculo ao valor de R$ 154.061,73”, fls. 01/02. Por sua vez, na conclusão do voto condutor do acórdão, consta que foi dado provimento ao recurso voluntário para “excluir da base de cálculo o valor de R$ 154.061,73” (fl. 13). Fl. 9717DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 14041.001364/200710 Acórdão n.º 2201002.927 S2C2T1 Fl. 3 3 Assim, em razão da contradição apontada pela Fazenda Nacional, a presidência da Câmara acolheu os Embargos para sanar o vício apontado, conforme Despacho de Admissibilidade de Embargos às fls. 9713/9715. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah, Relator Os embargos são tempestivos e atendem os requisitos de admissibilidade. Em sessão plenária de 07/10/2014, foi exarado o Acórdão nº 2201002.541, assim ementado: LIVRO CAIXA. DESPESAS NECESSÁRIAS À PERCEPÇÃO DOS RENDIMENTOS E À MANUTENÇÃO DA FONTE PRODUTORA. DEDUTIBILIDADE. MEIOS DE PROVA. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, poderá deduzir todas as despesas previstas na legislação como necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Para que sejam consideradas dedutíveis as despesas escrituradas em livro Caixa devem ser comprovadas com documentação idônea que identifique o beneficiário, o valor, a data da operação e que contenha a discriminação das mercadorias ou dos serviços prestados. MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Em relação aos fatos geradores ocorridos até o anocalendário de 2006, a aplicação concomitante da multa isolada e da multa de oficio não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. Precedentes da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Por sua vez, na parte dispositiva do acórdão consta que foi dado provimento parcial ao recurso voluntário para “reduzir a base de cálculo ao valor de R$ 154.061,73” (fls. 1/2). Assim sendo, compulsandose o voto condutor do acórdão embargado, verificase que o Relator, referendado pelo Colegiado, acompanhou integralmente o resultado da diligência efetuada pela autoridade lançadora, no sentido de considerar a omissão de rendimentos recebidos de pessoa física o montante de R$ 154.061,73. Assim, embora tenha a autoridade fiscal apurado despesas do livro caixa no valor de R$ 191.541,98, cumpre esclarecer que o valor das despesas dedutíveis, escrituradas em livrocaixa, está limitado ao valor da receita mensal recebida de pessoa física ou jurídica. Ademais, o excesso de despesas existente em dezembro não deve ser informado nesse mês nem transposto para o próximo ano Fl. 9718DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 4 calendário, consoante dispõe a Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990, art. 6º; Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda RIR/1999, art. 76. Assim, como a omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas representou o montante de R$ 154.061,73, houve um equívoco na parte dispositiva do acórdão, que constou erroneamente “excluir da base de cálculo o valor de R$ 154.061,73”. Ressaltese que o litígio está restrito à omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício recebidos de pessoas físicas, já que não houve manifestação do contribuinte, relativamente à omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa jurídica. Ante a todo o exposto, voto no sentido de acolher os embargos apresentados para rerratificar o Acórdão nº 2201002.541, de 07/10/2014, e sanando o vício apontado, manter a decisão no sentido de “rejeitar a preliminar e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para reduzir a base de cálculo da omissão de rendimentos do trabalho com vínculo empregatício recebidos de pessoa física ao valor de R$ 154.061,73 e excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, aplicada concomitantemente com a multa de ofício”. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 9719DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 12268.000459/2008-17
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Sep 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/10/2008
LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. DEIXAR PREPARAR FOLHA DE PAGAMENTO.
O dever preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço está disposto no art. 32, I, da Lei n. 8212/1991, seu descumprimento constitui em sua infração.
Numero da decisão: 2803-003.989
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO, EDUARDO DE OLIVEIRA.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 31/10/2008 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. DEIXAR PREPARAR FOLHA DE PAGAMENTO. O dever preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço está disposto no art. 32, I, da Lei n. 8212/1991, seu descumprimento constitui em sua infração.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO, EDUARDO DE OLIVEIRA.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1424; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE03 Fl. 2 1 1 S2TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 12268.000459/200817 Recurso nº 999.999 Voluntário Acórdão nº 2803003.989 – 3ª Turma Especial Sessão de 21 de janeiro de 2015 Matéria Obrigações Acessórias Recorrente HIGI SERV LIMPEZA E CONSERVACAO S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DATA DO FATO GERADOR: 31/10/2008 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INFRAÇÃO. DEIXAR PREPARAR FOLHA DE PAGAMENTO. O dever preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço está disposto no art. 32, I, da Lei n. 8212/1991, seu descumprimento constitui em sua infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 8. 00 04 59 /2 00 8- 17 Fl. 160DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO, EDUARDO DE OLIVEIRA. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 12268.000459/200817 Acórdão n.º 2803003.989 S2TE03 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário que busca a reforma da decisão da DRJ que manteve o crédito tributário com base em descumprimento da obrigação acessória preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela Administração Tributária., referente às competências 05/2006 e 09/2006. Os pagamento que deixaram de ser incluídos na folha de pagamentos tratamse de valores pagos mediante cartão eletrônico de premiação administrado pela empresa SPIRIT INCENTIVO & FIDELIZAÇÃO LTDA. O Recurso Voluntário, remetese aos argumentos da peça impugnatória, ressalta que a multa é confiscatória, bem como representa um bis in iden, tratandose de obrigação acessória, que deve ser colocada dependentemente das obrigações principais. É o relatório. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização Para registro e esclarecimento, pelo fato do conselheiro responsável pelo voto ter deixado o CARF antes de sua formalização, fui designado AD HOC para redigir o voto. Esclareço que aqui reproduzo as razões de decidir do então conselheiro, com as quais não necessariamente concordo. I O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, assim deve o mesmo ser conhecido. II – O dever preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço está disposto no art. 32, I, da Lei n. 8212/1991, e seu descumprimento é punível na forma do art. 92 e 102, da Lei n. 8221/1992, e art. 283, I, a, do Regulamento da Previdência SocialRPS (Dec. N. 3048/1999). No que refere à tipificação e lançamento da penalidade, está correto o Auto de Infração, conforme obrigação acessória prevista ao artigo 32, inciso I, da Lei n° 8.212/91, e artigo 225, inciso I, parágrafo 9°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, contribuinte deixou de incluir em suas folhas de pagamento o total das remunerações creditadas aos segurados empregados que lhe prestaram serviços. A penalidade está prevista disposto nos artigos 92 e 102 da Lei n° 8.212/91, combinados o artigo 283, inciso I, alínea "a", e artigo 373 do Regulamento da Previdência Social – RPS aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, atualizado pela Portaria Interministerial MPS/MF n° 48, de 12/02/2009. A sanção é fixa, indiferentemente da quantidade das faltas ou outras obrigações descumpridas. Obrigação essa que tem natureza instrumental (art. 113, do CTN), como forma de auxiliar o controle e arrecadação tributária, mas é autônoma do cumprimento das demais obrigações, da mesma forma que as demais sanções. O lançamento do crédito em razão da falta, cumpriu os requisitos do art. 142, do CTN, tendo sido lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, consoante os artigos 33 e 37 da Lei nº 8212/91, que dispõem sobre a competência/dever de fiscalizar, não cabendo qualquer discricionariedade à Autoridade Administrativa. A recorrente não trouxe qualquer elemento probatório de que teria realizado conforme descrito na norma de incidência, ou que sofreu causa impeditiva para tanto, como faculta o art. 16, do Dec. 70.235, não havendo questionamento efetivo das presunções de veracidade dos fatos relatados no auto de infração. Por final, quanto à suposta inconstitucionalidade de tal aplicação da sanção em face do principio da legalidade ou vedação de confiscatoriedade, é vedado aos Conselheiros do CARFMF afastarem a aplicação da lei ou decreto sob tal argumento, salvo nas exceções expressas dos artigos 62 e 62A, do Anexo II, do Regimento Interno do CARFMF. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 12268.000459/200817 Acórdão n.º 2803003.989 S2TE03 Fl. 4 5 III Isso posto, voto por conhecer o recurso voluntário para, no mérito, negá lhe provimento. É como voto. Foi assim que o conselheiro votou na sessão de julgamento. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 15/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA
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