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Numero do processo: 10855.720410/2011-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2008, 2009
AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS OU NÃO INCIDÊNCIA DE IPI. CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é possível escriturar crédito de IPI sobre aquisições de produtos isentos. não tributados ou sujeitos à alíquota zero, pois a não cumulatividade exige a incidência de imposto para a possibilidade de crédito. Repercussão Geral RE nº 398.365 RG/RS. O STF já consolidou o entendimento que é preciso ter incidência de imposto em cada etapa econômica de incidência do IPI para geração de crédito para abater da próxima etapa
Assunto: Classificação de Mercadorias
Exercício: 2008, 2009
OPERAÇÃO COM ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E/OU ALÍQUOTA
Falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial promovido as saídas de produtos tributados, com insuficiência de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal e/ou erro de alíquota. Insuficiência do recolhimento dada a equivocidade da classificação fiscal dada ao produto indutrializado.
Numero da decisão: 3301-005.455
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Exercício: 2008, 2009 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS OU NÃO INCIDÊNCIA DE IPI. CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Não é possível escriturar crédito de IPI sobre aquisições de produtos isentos. não tributados ou sujeitos à alíquota zero, pois a não cumulatividade exige a incidência de imposto para a possibilidade de crédito. Repercussão Geral RE nº 398.365 RG/RS. O STF já consolidou o entendimento que é preciso ter incidência de imposto em cada etapa econômica de incidência do IPI para geração de crédito para abater da próxima etapa Assunto: Classificação de Mercadorias Exercício: 2008, 2009 OPERAÇÃO COM ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E/OU ALÍQUOTA Falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial promovido as saídas de produtos tributados, com insuficiência de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal e/ou erro de alíquota. Insuficiência do recolhimento dada a equivocidade da classificação fiscal dada ao produto indutrializado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Exercício: 2008, 2009 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS OU NÃO INCIDÊNCIA DE IPI. CRÉDITO. IMPOSSIBILIDADE. Não é possível escriturar crédito de IPI sobre aquisições de produtos isentos. não tributados ou sujeitos à alíquota zero, pois a não cumulatividade exige a incidência de imposto para a possibilidade de crédito. Repercussão Geral RE nº 398.365 RG/RS. O STF já consolidou o entendimento que é preciso ter incidência de imposto em cada etapa econômica de incidência do IPI para geração de crédito para abater da próxima etapa ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Exercício: 2008, 2009 OPERAÇÃO COM ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E/OU ALÍQUOTA Falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial promovido as saídas de produtos tributados, com insuficiência de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal e/ou erro de alíquota. Insuficiência do recolhimento dada a equivocidade da classificação fiscal dada ao produto indutrializado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 72 04 10 /2 01 1- 34 Fl. 4263DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório Tratase de auto de infração lavrado (fls. 4.0144.206) em 24/05/2011 para constituição do crédito tributário de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, no montante total de R$ 3.120.145,51 (inclusos juros de mora e multa de ofício), sob o fundamento de que o estabelecimento apurou crédito do imposto em razão de entradas de matériaprima e produtos intermediários sujeitos à alíquota zero, isenta ou não tributada, bem como o recolhimento a menor em suas saídas em virtude de erro de classificação fiscal e/ou alíquota: 001 PRODUTO SAÍDO DO ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL OU EQUIPARADO A INDUSTRIAL COM EMISSÃO DE NOTA FISCAL OPERAÇÃO COM ERRO DE CLASSIFICAÇÃO FISCAL E/OU ALÍQUOTA Falta de lançamento de imposto por ter o estabelecimento industrial ou equiparado a industrial promovido as saídas de produtos tributados, com insuficiência de lançamento de imposto, por erro de classificação fiscal e/ou erro de alíquota, em relação aos produtos saídos nos períodos de apuração dos anoscalendário de 2008 e 2009, conforme detalhado no Relatório Fiscal anexo, o qual passa a fazer parte integrante deste Auto. ENQUADRAMENTO LEGAL Arts. 15, 16, 17, 24 inciso II, 34, inciso II, 122, 123, inciso I, alínea "b" e inciso II, alínea "c", 127, 130, 131, inciso II, 199, 200, inciso IV e 202, inciso III, do Decreto nº4.544/02 (RIPI/02). 002 CRÉDITOS INDEVIDOS CRÉDITO PRESUMIDO INDEVIDO O estabelecimento produtor recolheu a menor, o imposto, por ter utilizado indevidamente o crédito presumido do IPI, no periodo de apuração correspondente aos anoscalendário de 2008 e 2009, e após a reconstituição de escrita resultou no saldo devedor, conforme detalhado no Relatório Fiscal anexo, o qual passa a fazer parte integrante deste Auto. Fl. 4264DF CARF MF Processo nº 10855.720410/201134 Acórdão n.º 3301005.455 S3C3T1 Fl. 4.264 3 ENQUADRAMENTO LEGAL Arts. 34, inciso II, 122, 127, 130, 163, 164, inciso I, 195, 196, 199, 200, inciso IV e 202, inciso III, do Decreto nº4.544/02 (RIPI/02). Conforme relatório fiscal de fls. 3.9943.998, em relação à glosa dos créditos presumidos sobre as aquisições de produtos com alíquota zero, isento ou de não contribuinte do IPI, foram escrituradas no Livro Registro de Entrada como sendo de Base de Cálculo do IPI ISENTA, indicando na observação o valor correspondente ao IPI, calculado mediante aplicação do percentual de 10% (sua alíquota de saída) sobre o valor do produto e/ou mercadoria adquirida a título de Outros Créditos no Resumo de Apuração do Imposto do Livro Registro de Apuração de IPI. As glosas totalizaram os montantes de R$ 342.551,09 e R$ 130.921,83 nos anoscalendário de 2008 e 2009 respectivamente, conforme Demonstrativo de Outros Créditos de IPI Aproveitados, anexo I do auto de infração (fls. 226236). Quanto à segunda acusação, consta do Relatório Fiscal que a autuada realizou saídas de produto de sua fabricação Balões de látex utilizandose da classificação fiscal na posição e subitem NCM 9503.00.99 com a alíquota do IPI de 10% (classificação fiscal de Triciclos, patinetes, carros de pedais e outros brinquedos semelhantes de rodas, etc.). A fiscalização entendeu por incorreta a classificação fiscal utilizada, tendo em vista que os produtos comercializados são Balões de látex para festas, sendo mais específica e apropriada a classificação NCM 95.05 (Artigos para festas, carnaval ou outros divertimentos, incluídos os artigos de magia e artigossurpresa) cuja alíquota de IPI é de 20%. Com a aplicação desta alíquota, a apuração do IPI foi refeita e a diferença apurada a menor do imposto totalizaram montante de R$ 523.268,47 e R$ 587.842,72 nos anoscalendário de 2008 e 2009 respectivamente, conforme Demonstrativo de Diferença de IPI anexo II (fls. 2383.992). O anexo III do auto de infração se presta à reconstrução da escrita fiscal do IPI, computandose as glosas dos créditos e os débitos apurados pela fiscalização, apurandose uma diferença total de imposto a recolher na monta de 1.584.584,11 (fls. 3.993) para o período apurado. Notificada do auto de infração em 24/05/2011 (fls. 4.026), a contribuinte apresentou sua impugnação (fls. 4.0304.069) para instauração do contencioso administrativo nos termos do Decreto nº 70.235/1972, argumentando, em breve síntese: A nulidade do auto de infração pela não observância de qualquer das exigências constantes no artigo 142 do CTN ou no artigo 10, do Decreto n° 70.235/72, na medida em que o auto de infração não descreve de forma clara e objetiva quais seriam as infrações supostamente cometidas pela Impugnante a ensejar a aplicação das correlatas multas. A nulidade também é detectada porque a acusação fiscal elaborou uma planilha de difícil compreensão para apuração do quantum supostamente devido, o que dificulta o exercício de seu direito de defesa (referese ao anexo III do auto de infração); Ainda, afirma que o corpo do Auto de Infração não contém a indicação do percentual e o valor exato da multa aplicável, bem como deixou de indicar as respectivas bases legais nas quais se pautou para a aplicação de supostas multas, o que viola o disposto nos artigos 37 e 5º, da Constituição Federal de 1988, artigo 142 do CTN e artigo 10, do Decreto n° 70.235/72, tornando o Auto de Infração nulo. Fl. 4265DF CARF MF 4 Os demonstrativos anexos ao Auto de Infração têm função auxiliar, prestandose tão somente a detalhar as informações constantes do Auto de Infração, instruindo o na forma do artigo 9, do Decreto n°. 70.235/72, não podendo conter, apenas nestes documentos, a descrição da infração e enquadramento legal. No mérito, defende ter adotado a correta classificação fiscal e alíquota, pois, de acordo com a Nomenclatura de Classificação do Mercosul do Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias, ("NCM/SH"), os produtos fabricados pela contribuinte devem ser classificados na posição e subitem 9503.90.00, uma vez que são "brinquedos", devidamente certificados pelo Instituto Brasileiro de qualificação e Certificação ("IQB"), conforme dispõe a Portaria n° 108/2005, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial ("INMETRO"), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ("MDIC"), expedida em razão do disposto na Resolução MERCOSUL/GMC/RES. n° 23/04, Regulamento Técnico Mercosul sobre Segurança em Brinquedos. Afirma que a Resolução MERCOSUL/GMC/RES. n° 23/04, em seu artigo 1º, determina que se deve entender por brinquedo o produto destinado a ser utilizado com fins de jogo por criança de idade inferior aos 14 (quatorze) anos. O artigo 2º determina quais produtos não são considerados brinquedos, para efeitos da aplicação da Resolução MERCOSUL/GMC/RES. n°. 23/04, os produtos relacionados no seu Anexo II, dentre os quais não estão relacionados os Balões de Látex. Portanto, os produtos fabricados pela Contribuinte, Balões de Látex, são BRINQUEDOS. Assim, de acordo com as regras de interpretação da "NCM/SH", os "Balões de Látex" devem ser classificados no capítulo, posição e subposição 9503.90.00, devendo ser aplicada a alíquota de 10% de "IPI", de acordo com a "TIPI". Quanto ao direito ao crédito presumido do IPI, defende seu direito ao creditamento em decorrência do princípio da não cumulatividade, previsto no inciso II do §3°, do inciso IV, do artigo 153 da Constituição Federal de 1988. A Constituição confere o direito deste abater do valor que tem a recolher a título de IPI a quantia que seria devida pelos contribuintes que lhes forneceram as mercadorias ou insumos necessários para obtenção do produto final, não havendo no texto constitucional qualquer tipo de restrição ao creditamento do IPI. Assim, o Fisco pretende desvirtuar a escorreita interpretação acerca de tal princípio, impedindo o direito ao creditamento do valor do IPI incidente sobre insumos sob o regime de isenção, alíquota zero e dos nãotributados, em desrespeito à Constituição, vez que, o princípio da não cumulatividade garante ao contribuinte do IPI o direito de abater créditos resultantes de operações anteriores mesmo quando não tenha sido recolhido o tributo nas operações subseqüentes. Defende, ainda a impossibilidade de aplicação de juros moratórios sobre multa, caracterizandose "BIS IN IDEM", bem como a inconstitucionalidade da incidência da taxa "SELIC" sobre débitos tributários. Em 21/11/2017, a 8ª Turma da DRJ/RPO proferiu o acórdão nº 1474.981 (fls. 4.1624.187), julgando improcedente a impugnação apresentada para manter o crédito tributário em sua totalidade: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Fl. 4266DF CARF MF Processo nº 10855.720410/201134 Acórdão n.º 3301005.455 S3C3T1 Fl. 4.265 5 Exercício: 2008, 2009 NULIDADE. É descabida a alegação de nulidade do lançamento de ofício, por não ter sido verificada qualquer das hipóteses que invalidam esse ato administrativo. Restando evidenciado que a descrição dos fatos e enquadramento legal encontramse suficientemente claros para propiciar o entendimento das infrações imputadas, descabe acolher alegação de nulidade do auto de infração. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA A alegação de cerceamento do direito de defesa sem a apresentação de elemento que evidencie sua caracterização em termos materiais e formais carece de fundamento, pois há que ser identificado real prejuízo ao contribuinte. GLOSA DE CRÉDITO. AQUISIÇÃO PRODUTOS ISENTOS, NÃOTRIBUTADOS, ALÍQUOTA ZERO. As matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, adquiridos sem pagamento de IPI, em razão de imunidade, isenção ou não incidência, não propiciam direito ao crédito desse imposto, a não ser em casos excepcionais previstos em lei. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. BALÕES LÁTEX (BEXIGA) Os balões embora possam ser denominados brinquedos têm sua maior aplicação em espaços e ocasiões de eventos, feiras, promoções, decoração interna de estabelecimentos comerciais, vitrines, operações internas e externas de marketing, festas infantis, chá de bebê, etc. O uso como brinquedo é uma decorrência destes eventos e devem ser classificados na posição NCM 9505. 90.00 artigos para festas outros JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. Sendo a multa de ofício classificada como débito para com a União, decorrente de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, é regular a incidência dos juros de mora, a partir de seu vencimento. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestarse quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 4267DF CARF MF 6 Notificada da decisão em 28/11/2017 (fls. 4.194), a Contribuinte apresentou, no prazo, seu Recurso Voluntário de fls. 4.1974.233, repisando seus argumentos trazidos na impugnação. É o breve relato, passo a decidir. Voto Conselheiro SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os demais requisitos legais; merece ser conhecido. De início, destaco que a r. decisão recorrida não merece reparos. Da análise dos autos, constatase que a controvérsia cingese em dois pontos: I a glosa de créditos de IPI decorrentes de aquisição de produtos isentos, não tributados ou com alíquota zero e; II diferenças na apuração do débito decorrente da adoção de classificação fiscal dos produtos de sua produção tida pela fiscalização como incorreta. Preliminarmente, antes da análise do mérito, necessário discorrer acerca das alegações de nulidade do auto de infração realizadas pela Recorrente. Das Nulidades Afirma a Recorrente que o auto de infração é nulo, por não atender o art. 142 do CTN, bem como os artigos 9º e 10 do Decreto nº 70.235/1972, pois o auto de infração não contém uma descrição clara e objetiva sobre qual é a infração imputada à Recorrente, nem mesmo consta do corpo do auto o enquadramento legal da infração e da multa aplicada, além de afirmar que os demonstrativos de apuração do débito de IPI não são claros, o que dificultou o exercício de seu direito de defesa. Afirma ainda que este enquadramento legal e a descrição da multa não pode ser realizada no demonstrativo dos débitos apurados. No entanto, não há que se falar em nulidade. Resta destacado, propositadamente, no relatório do voto, as folhas dos autos onde constam do auto de infração e seus demonstrativos (parte integrante daquele), bem como seus anexos contendo informações detalhadas dos valores, notas fiscais, período a período, tanto das glosas, quanto dos débitos. O demonstrativo do quantum devido (Anexo III do auto de infração fls. 3.993), tido pela Recorrente como incompreensível, nada mais é do que a reconstituição do livro registro de apuração de IPI, onde constam os débitos e créditos originais, as glosas dos créditos, a adição dos débitos em razão do erro na classificação fiscal, tudo feito por período de apuração, para se apurar a diferença do imposto. Ainda consta do auto de infração (fls. 4.013), ao contrário do que afirmado pela Recorrente, a capitulação da multa aplicada, qual seja, o art. 80 da Lei nº 4.502/1964, o qual prevê a aplicação da multa de ofício de 75% sobre o imposto não lançado na escrita fiscal, total ou parcialmente, ou que se deixou de recolher. Também há informação sobre a aplicação dos juros de mora, em percentual equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, nos termos do art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96. Fl. 4268DF CARF MF Processo nº 10855.720410/201134 Acórdão n.º 3301005.455 S3C3T1 Fl. 4.266 7 Assim, não há que se falar em nulidade do auto de infração, pois contém todas as informações necessárias para a identificação da matéria tributável, a legislação de regência, a identificação do sujeito passivo, bem como a apuração do quanto devido, nos termos do art. 142 do CTN e art. 9º e art. 10 do Decreto nº 70.235/1972. Também não há que se falar em ofensa ao direito de defesa, pois o cálculo do tributo devido, constituindo o crédito tributário sobre as diferenças, é de fácil identificação e discernimento. Nestes termos, não houve impedimento ou limitação para o exercício do contraditório e ampla defesa. Ademais, a Recorrente instaurou o contencioso administrativo por meio de sua impugnação, por não concordar com o auto de infração, onde lhe foi dada a oportunidade para contraditar as acusações fiscais, trazendo argumentos de fato e de direito para desconstituir ou modificar o auto de infração em seu mérito. Afastada, portanto, as argüições de nulidade. I Do crédito presumido Considerase crédito presumido a escrituração de um crédito de IPI em relação aos produtos adquiridos como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem sem a incidência do imposto, tais como as situações de isenção, alíquota zero e imunidade. Afirma a Recorrente que o direito ao crédito, nestes casos, decorre do princípio da não cumulatividade do IPI previsto no art. 153, § 3º da Constituição, onde resta previsto a possibilidade de deduzir do imposto devido o imposto cobrado nas operações anteriores. Tal princípio, afirma a Recorrente, não comporta restrições, e limitar o crédito ofende a Constituição. Nada mais equivocado. Sabese que imposto "cobrado", realmente, não é imposto pago. Com isso, o crédito do adquirente não é afastado no caso de o fornecedorcontribuinte ser inadimplente. No entanto, imposto "cobrado", significa imposto devido, isto é, que incidiu na operação. O que se tem assentado na jurisprudência é que o direito de crédito, tanto para IPI, quanto para ICMS, fruto da não cumulatividade, independe do efetivo recolhimento do imposto que incidiu nas prestações ou operações anteriores. O requisito bastante para fazer nascer o direito de crédito para esta compensação é a incidência tributária do imposto sobre uma operação ou prestação anterior1. “A expressão ‘montante cobrado’, contida na segunda parte do art. 153, § 3º, II, da CF, deve ser juridicamente entendida como montante devido e, não, como montante efetivamente exigido” 2e, muito menos, “pago”. Quando da implementação de um imposto sobre o consumo com incidência não cumulativa, pretendendose aplicar uma tributação sobre o valor acrescido, a Constituição elegeu o método da subtração conhecido como "imposto sobre imposto" (tax on tax). Por este 1 Cf. CARRAZZA, Roque Antônio. ICMS. Malheiros: São Paulo, 2009. p. 359; CARVALHO, Paulo de Barros. A Concessão de Isenções, Incentivos ou Benefícios Fiscais no Âmbito do ICMS. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva; CARVALHO, Paulo de Barros. Guerra Fiscal. Reflexões sobre a Concessão de Benefícios Fiscais no âmbito do ICMS. São Paulo: Noeses, 2012. pp. 6468. 2 Cf. COSTA, Alcides Jorge. ICM na Constituição e na Lei Complementar. São Paulo: Resenha Tributária, 1979. p. 156; BONILHA, Paulo Celso Bergstrom. IPI e ICM. Fundamentos da Técnica nãocumulativa. São Paulo: Resenha Tributária, 1979. p. 143. Fl. 4269DF CARF MF 8 método, o montante de imposto a ser recolhido é obtido a partir da identificação do imposto devido nas operações praticadas pelo contribuinte, subtraindose deste montante o imposto que incidiu sobre os produtos adquiridos no mesmo período. Com isso, caso não tenha havido incidência do imposto na operação anterior, não haverá um crédito a compensar com o débito futuro. Pelo método de apuração imposto sobre imposto, é da própria natureza da metodologia de apuração a falta de geração de crédito para a fase posterior da cadeia produtiva, ocorrendo o denominado “efeito de recuperação” 3 Destaquese, por certo tempo o STF4, acolhia o entendimento dos contribuintes no sentido de que para o IPI não há a restrição de geração de créditos em casos de operações de entrada com incentivos fiscais, sendo devida e de pleno direito a obtenção de crédito nestas operações em homenagem ao princípio da não cumulatividade. Recentemente, porém, percebendo a necessidade de haver imposto devido na operação anterior, o STF reviu seu posicionamento ao negar direito ao crédito presumido de IPI em operações de aquisição de insumos sujeitos à alíquota zero e não tributada5, bem como em operações com isenção6, por entender que não seria possível a outorga de crédito se não houver incidência do imposto na etapa anterior, manifestando um entendimento mais alinhado com a natureza da não cumulatividade do IPI. Nesta Colenda 1º Turma da 3ª Câmara da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, citese o excelente voto proferido no acórdão nº 3301004.768 de 21/06/2018, da lavra do ilustre Conselheiro Ari Vendramini, onde, para negar o direito ao crédito presumido nestes casos, foi traçado toda a evolução jurisprudencial do STF sobre este tema, culminando na decisão proferida em sede de Repercussão Geral RE nº 398.365 RG/RS, em sessão plenária realizada em 27/08/2015, onde o STF confirmou sua jurisprudência sobre a impossibilidade de empresas aproveitarem créditos do IPI na aquisição de insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero. Ademais, vige neste Egrégio Conselho a Súmula CARF nº 18, ao dispor que "a aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem tributados à alíquota zero não gera crédito de IPI." (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Desta feita, não é possível apurar créditos na aquisição de matériasprima, material de embalagem e produtos intermediários sujeitos à alíquota zero, isentos ou não tributados. II Da classificação fiscal dos produtos industrializados Neste ponto, não merece reparos os fundamentos a r. decisão guerreada, por também entender que a classificação fiscal adequada para o produto deve ser a de artigos para festas, da posição 9505.90.00 artigos para festas outros. Afirma a Recorrente que os balões de latex (bexiga) de sua produção devem ser enquadrados como brinquedos, em vista da certificação de qualidade e segurança conferidas pelo Instituto Brasileiro de qualificação e Certificação ("IQB"), conforme dispõe a 3 TORRES, Ricardo Lobo. O Princípio da nãocumulatividade e o IVA no Direito Comparado. In: MARTINS, Ives Gandra da Silva (coord.). O Princípio da NãoCumulatividade. Nova Série nº 10. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004. p. 152. 4 STF, Pleno, RE 212.484/RS. Rel. Min. Nelson Jobim, DJU 27/11/1998 5 STF, Pleno, RE 353.657/PR, Rel. Min. Marco Aurélio. DJe 06/03/2008. 6 STF, Pleno, RE 566.819/RS, Rel. Min. Marco Aurélio. DJe 09/02/2011. Fl. 4270DF CARF MF Processo nº 10855.720410/201134 Acórdão n.º 3301005.455 S3C3T1 Fl. 4.267 9 Portaria n° 108/2005, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial ("INMETRO"), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior ("MDIC"), expedida em razão do disposto na Resolução MERCOSUL/GMC/RES. n° 23/04, Regulamento Técnico Mercosul sobre Segurança em Brinquedos. Para a Recorrente, portanto, a classificação adequada, no entender da Recorrente, é a da posição 9503.00.99 outros brinquedos outros, cuja classificação "mãe" 9503.00, se refere à: Triciclos, patinetes, carros de pedais e outros brinquedos semelhantes de rodas; carrinhos para bonecos; bonecos; outros brinquedos; modelos reduzidos e modelos semelhantes para divertimento, mesmo animados; quebracabeças (“puzzles”)de qualquer tipo. Por ser simples e objetiva, adoto como fundamento para decisão o voto exarado no v. Acórdão da DRJ ora recorrido, que peço vênia para transcrever: A classificação das mercadorias na Nomenclatura regese pelas seguintes regras: 1. Os títulos das Seções, Capítulos e Subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das Notas de Seção e de Capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e Notas, pelas Regras seguintes: 2.a) Qualquer referência a um artigo em determinada posição abrange esse artigo mesmo incompleto ou inacabado, desde que apresente, no estado em que se encontra, as características essenciais do artigo completo ou acabado. Abrange igualmente o artigo completo ou acabado, ou como tal considerado nos termos das disposições precedentes, mesmo que se apresente desmontado ou por montar. 2.b) Qualquer referência a uma matéria em determinada posição diz respeito a essa matéria, quer em estado puro, quer misturada ou associada a outras matérias. Da mesma forma, qualquer referência a obras de uma matéria determinada abrange as obras constituídas inteira ou parcialmente por essa matéria. A classificação destes produtos misturados ou artigos compostos efetuase conforme os princípios enunciados na Regra 3. 3. Quando pareça que a mercadoria pode classificarse em duas ou mais posições por aplicação da Regra 2.b) ou por qualquer outra razão, a classificação deve efetuarse da forma seguinte: 3.a) A posição mais específica prevalece sobre as mais genéricas. Todavia, quando duas ou mais posições se refiram, cada uma delas, a apenas uma parte das matérias constitutivas de um produto misturado ou de um artigo composto, ou a apenas um dos componentes de sortidos acondicionados para venda a retalho, tais posições devem considerarse, em relação a esses produtos ou artigos, como igualmente específicas, ainda que Fl. 4271DF CARF MF 10 uma delas apresente uma descrição mais precisa ou completa da mercadoria. 3.b) Os produtos misturados, as obras compostas de matérias diferentes ou constituídas pela reunião de artigos diferentes e as mercadorias apresentadas em sortidos acondicionados para venda a retalho, cuja classificação não se possa efetuar pela aplicação da Regra 3.a), classificamse pela matéria ou artigo que lhes confira a característica essencial, quando for possível realizar esta determinação. 3.c) Nos casos em que as Regras 3.a) e 3.b) não permitam efetuar a classificação, a mercadoria classificase na posição situada em último lugar na ordem numérica, dentre as suscetíveis de validamente se tomarem em consideração. 4. As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das Regras acima enunciadas classificamse na posição correspondente aos artigos mais semelhantes. 5. Além das disposições precedentes, as mercadorias abaixo mencionadas estão sujeitas às Regras seguintes: 5.a) Os estojos para aparelhos fotográficos, para instrumentos musicais, para armas, para instrumentos de desenho, para jóias e receptáculos semelhantes, especialmente fabricados para conterem um artigo determinado ou um sortido, e suscetíveis de um uso prolongado, quando apresentados com os artigos a que se destinam, classificamse com estes últimos, desde que sejam do tipo normalmente vendido com tais artigos. Esta Regra, todavia, não diz respeito aos receptáculos que confiram ao conjunto a sua característica essencial. 5.b)Sem prejuízo do disposto na Regra 5.a), as embalagens contendo mercadorias classificamse com estas últimas quando sejam do tipo normalmente utilizado para o seu acondicionamento. Todavia, esta disposição não é obrigatória quando as embalagens sejam claramente suscetíveis de utilização repetida. 6. A classificação de mercadorias nas subposições de uma mesma posição é determinada, para efeitos legais, pelos textos dessas subposições e das Notas de Subposição respectivas, assim como, mutatis mutandis, pelas Regras precedentes, entendendo se que apenas são comparáveis subposições do mesmo nível. Para os fins da presente Regra, as Notas de Seção e de Capítulo são também aplicáveis, salvo disposições em contrário. RGC 1. (RGC1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis, para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente, entendendose que apenas são comparáveis desdobramentos regionais (itens e subitens) do mesmo nível. 2. (RGC2) As embalagens contendo mercadorias e que sejam claramente suscetíveis de utilização repetida, mencionadas na Fl. 4272DF CARF MF Processo nº 10855.720410/201134 Acórdão n.º 3301005.455 S3C3T1 Fl. 4.268 11 Regra 5.b), seguirão seu próprio regime de classificação sempre que estejam submetidas aos regimes aduaneiros especiais de admissão temporária ou de exportação temporária. Caso contrário, seguirão o regime de classificação das mercadorias. RGC/TIPI 1. (RGC/TIPI1) As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado se aplicarão, mutatis mutandis, para determinar, no âmbito de cada código, quando for o caso, o “Ex” aplicável, entendendose que apenas são comparáveis “Ex” de um mesmo código. Extraise das próprias RGI que o principal aspecto envolvido na classificação fiscal de um produto é a sua identidade precisamente como descrito nos textos das posições, subposições, itens e subitens da Tabela NCM. Neste diapasão, a despeito de qualquer classificação científica, técnica ou comercial em que as mercadorias possam se enquadrar, para os efeitos da classificação fiscal importa saber como a elas se referem os textos, observados os critérios das RGI/SH. No caso em concreto o produto pode ser usado para diversão ou para decoração, mas qual seria a posição mais específica a 9503.90.00 outros brinquedos outros ou a 9505.90.00 artigos para festas outros? Entendo que classificação se daria pelo o uso da regra 3.a), posição mais específica o que se daria verificando qual o uso mais comum dos balões de latex, ou pelo foco que se direciona a produção do contribuinte e suas vendas. Conforme se pode verificar dos documentos juntados às efls 135 a 139 e de informações extraídas do site da empresa, os produtos tem sua maior aplicação em espaços e ocasiões de eventos, feiras, promoções, decoração interna de estabelecimentos comerciais, vitrines, operações internas e externas de marketing, festas infantis, chá de bebê, etc. O uso como brinquedo é uma decorrência destes eventos. (grifei) Ademais, acrescentese que em resposta à intimação fiscal realizada durante o procedimento de fiscalização, a Recorrente afirmou em fl. 31 que os produtos de sua produção são "balões para festas". Quanto à aplicação dos juros sobre a multa de ofício, já é de entendimento deste E. CARF sobre a possibilidade de aplicação dos juros sobre a multa, tendose em vista o que dispões os artigos 113, § 1º, 139 e 161, todos do CTN, entendendose que há incidência de juros de mora sobre o crédito tributário, o qual pode ser composto tanto de imposto quanto de penalidade pecuniária, pois ambas as prestações pecuniárias referidas são objeto da obrigação tributária principal. Outrossim, este entendimento esta matéria se encontra sumulada: Súmula CARF nº 108 Fl. 4273DF CARF MF 12 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Quanto à inconstitucionalidade da taxa SELIC, deixo de analisar, pois não compete ao órgão administrativo de julgamento a análise e julgamento de norma inconstitucional. Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Diante do exposto, conheço do recurso voluntário para, no mérito, negar provimento. SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator Fl. 4274DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15471.004263/2010-07
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.396
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento.Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento.Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 47 1. 00 42 63 /2 01 0- 07 Fl. 51DF CARF MF 2 Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2009, anocalendário de 2008, onde foram glosadas deduções de despesas médicas no valor de R$ 29.00.000,00. O contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada procedente em parte, mediante Acórdão da Porto Alegre, de f. 34/37. A Decisão acatou despesas no montante de R$ 3.000,00. Cientificado, o interessado apresentou recurso voluntário de f. 43/44. Em síntese, alega que atendeu ao que foi solicitado pela autoridade fiscal, apresentando os respectivos recibos relativos às despesas médicas. Aduz que os recibos, por si só, fazem prova dos pagamentos realizados a este título. Argumenta que não está obrigado a apresentar seus exames médicos e laboratoriais. Pugna pela procedência do recurso e pelo cancelamento do crédito tributário. É o relatório Voto Vencido Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. O lançamento cingese à glosa de despesas médicas. O interessado, no recurso, insurgese contra estas glosas, pelas razões que enumera. Dispõe o art. o art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Consta da fundamentação do lançamento, bem como da decisão de primeira instância, que é necessária a apresentação de documentação do efetivo pagamento para comprovação das despesas médicas. Desta forma, verificase que o recibo, ao contrário do que defende o recorrente, não faz prova absoluta da real ocorrência do pagamento. A autoridade fiscal, se entender necessário, pode solicitar outros elementos de convicção da efetiva realização da despesa que se pretende deduzir. Não poderia ser de outra forma. Entender o contrário seria tolher a ação da fiscalização, que ficaria impossibilitada de exercer sua atividade investigativa, na busca de Fl. 52DF CARF MF Processo nº 15471.004263/201007 Acórdão n.º 2001000.396 S2C0T1 Fl. 3 3 verificar a veracidade das declarações prestadas. Há que ser frisado que aqui não se trata de mera prerrogativa, mas de um dever da autoridade fiscal, haja vista tratarse de dedução da base de cálculo e, portanto, de redução do tributo. Com efeito, as solicitações de documentos devem atender à razoabilidade, devendo ser evitados os pedidos de provas impossíveis ou de difícil produção. Analisando a Notificação de Lançamento, verificamos que foram glosadas despesas médicas de valores significativos, que justifica a solicitação de informações adicionais. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal do Lançamento encontrase devidamente fundamentado, com todas as razões que levaram a efetivação da glosa. Não foram apresentadas provas do efetivo pagamento das despesas, não houve suficiente descrição do tratamento ou dos exames realizados. Além disso, não foram apresentadas notas fiscais, nos casos de serviços prestados por pessoas jurídicas. Aqui deve prevalecer o princípio do benefício da prova, já que o interesse em provar é do contribuinte, a quem a prova aproveita. Não há que se falar em quebra de sigilo ou de invasão à privacidade do cidadão. Não há quebra de sigilo perante o fisco, cuja atividade primordial é justamente investigar a veracidade dessas despesas que resultam em redução de tributo. Ademais, ao intimar o contribuinte para apresentar documentos adicionais que comprovam a efetividade das despesas (provas essas que beneficiam o contribuinte), a autoridade fiscal não está interessada na intimidade da pessoa, mas está cumprindo o dever legal de investigar a veracidade das declarações prestadas. Tratase de imposto lançado por homologação e o quantum devido pode ser alterado pela autoridade lançadora, no exercício de suas atribuições legais. Da mesma forma, não se mostra desarrazoado o pedido de apresentação de extratos bancários. Pode ocorrer de o contribuinte haver pago as despesas em cheques ou mediante saques da conta corrente, o que seria facilmente comprovado pela existência de saques de valores compatíveis em datas aproximadas das da efetivação das despesas. O contribuinte poderia requerer à instituição financeira os referidos extratos (em alguns casos, obtémse extratos pela internet, em poucos instantes), sendo que essa providência não lhe seria de difícil execução. Se tivesse atendido a este simples pedido, provavelmente não seriam glosadas parte ou a totalidade das despesas. O contribuinte, entretanto, por diversas vezes, mediante negativas genéricas, se opôs a trazer os elementos de prova que lhe seriam benéficos. Não apresentou à autoridade lançadora, não juntou à impugnação e não se aproveita da oportunidade agora trazida pelo recurso voluntário. Também não há razão na insurgência à multa de ofício de 75%. Tratase de multa decorrente de previsão legal (Lei 9.430/96, art. 44), de aplicação obrigatória. Em decorrência do princípio da legalidade, não cabe ao servidor público deixar de aplicar a multa, ou aplicala em percentual diverso do previsto na legislação. Desta forma, reitero a motivação do voto exposto na decisão de primeira instância. Fl. 53DF CARF MF 4 CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, negarlhe provimento, mantendo o crédito tributário lançado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Voto Vencedor Discordo do Relator em relação às despesas médicas. Os recibos não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, tanto do serviço como do pagamento. Mesmo que não sejam apresentados outros elementos de comprovação, a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve estar fundamentada. Como se trata do documento normal de comprovação, para que seja glosado devem ser apontados indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, na falta de fundamentação na recusa, os recibos comprovam despesas médicas. No caso, não foram solicitados outros elementos de prova de maneira objetiva, e o fundamento para lançar limitase a que recibos não comprovam pagamento de despesas médicas. O lançamento pode até ocorrer sem pedido de esclarecimentos ou de prévia intimação ao contribuinte, como consta inclusive em súmula do CARF: Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. No entanto, a recusa a documentos usuais não pode prescindir de justificativa, inclusive porque deduções elevadas podem estar completamente dentro da lei e do direito do contribuinte. Não deixo de fazer aqui uma fundamentação do entendimento expresso acima, pois a falta de fundamentação é a matéria em discussão. Muitas vezes a autoridade fiscal baseia a recusa a deduções no art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999, que assim dispôs: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Tal artigo indica que determinados documentos não fazem prova absoluta, podendo ser solicitados elementos adicionais de comprovação. No entanto, isso não significa que o juízo, o fundamento da autoridade, dos fatos e do direito, não necessite ser apresentado. Fl. 54DF CARF MF Processo nº 15471.004263/201007 Acórdão n.º 2001000.396 S2C0T1 Fl. 4 5 E tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como se pode ver no art 2º Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento exofficio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de prova, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. Assim, na ausência de fundamentação plausível para a recusa de documentos usuais de comprovação é indevida a glosa de despesas médicas. Diante do exposto, voto por dar provimento integral ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Redator Designado. Fl. 55DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.948474/2011-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004
FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO.
Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior.
Numero da decisão: 1402-003.175
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO. Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 94 84 74 /2 01 1- 91 Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Adoto o bem elaborado relatório do v. acórdão recorrido: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório [...] emitido eletronicamente [...] referente ao PER/DCOMP [...]. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório correspondente a SIMPLES – Código de Receita 6106, no valor original na data de transmissão de R$ 170,52, representado por Darf recolhido em 10/05/2004 e de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando que o Despacho Decisório foi recebido e assinado por pessoa não habilitada para receber tal correspondência, que o assinante não é sócio e não representa legalmente a requerente; que a intimação não é válida, porque não esta formalmente revestida dos requisitos da lei e que dessa forma trás consigo a nulidade do ato praticado e conseqüentemente a nulidade do processo; pede que em preliminares seja declarada a nulidade da notificação do Despacho Decisório, entregue sem a observância dos ditames da lei, contrariando os dispostos nos art. 214,215,247 do Código de Processo Civil; que efetuou a compensação conforme art. 66, da Lei 8383/91; que a partir de 30/09/2003, foi instituído o processo eletrônico de pedido de compensação, o qual o contribuinte não tem como esclarecer a origem do crédito; que a Constituição Federal em seu art. 195 explicita que o PIS irá incidir sobre o faturamento obtido pelas empresas; que o fato gerador do PIS/Cofins é o faturamento, não podendo ampliar tal conceito para o ICMS que é faturado pelo Estado; que o valor do ICMS destacado na nota fiscal da manifestante é para simples registro contábil fiscal, sendo que em hipótese alguma deve ser Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 4 3 incluído na base de cálculo do PIS; Pede a reforma do despacho decisório e a homologação da compensação. Em seguida, a DRJ proferiu v. acórdão negando provimento a impugnação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2004 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.165, de 16/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.937246/2011 95, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.165): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. Da nulidade da citação do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade da citação por não ter sido recebida pelo representante legal da empresa, entendo que não deve ser acolhida. Em relação a esta matéria, este E. Tribunal já pacificou seu entendimento e editou a Súmula CAR 9, com o texto abaixo colacionado. SÚMULA CARF N.o 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 5 4 eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. De acordo com a cópia do AR (fl. 9), a Recorrente foi devidamente notificada. Sendo assim, afasto a preliminar relativa a nulidade da citação do r. Despacho Decisório. Da nulidade do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade alegada pela Recorrente de que o r. Despacho Decisório é confuso, não determina claramente a matéria, bem como não fundamenta adequadamente a não homologação da compensação dos créditos, entendo que não merece ser acolhida. A Recorrente conseguiu entender perfeitamente os motivos pela qual seu pedido de compensação não foram homologados. Tanto foi assim, que apresentou manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário apresentando argumentos de defesa contra a não homologação da compensação do crédito. Ademais, a matéria relativa a nulidade no processo administrativo tributário é regida exclusivamente pelos arts. 59 e 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972, abaixo transcritos: "Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ................................................... Art. 60 As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio." O despacho contestado não é nulo eis que não afrontou nenhuma das hipóteses do inciso II do art. 59 acima transcrito e foi lavrado por autoridade competente, sendo que não houve preterição do direito de defesa. Desta forma, nega provimento a esta preliminar de nulidade. Mérito: Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 6 5 Conforme r. Despacho Decisório a compensação do crédito não foi homologada devido ao fato de o valor de R$ 325,51 constante no DARF ter sido integralmente alocado para a quitação de outros débito do contribuinte. A Recorrente apresenta alegação em sua manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário, mas não traz aos autos nenhuma prova ou fato que possa modificar tanto o r. Despacho Decisório, como o v. acórdão recorrido. O Darf foi integralmente utilizado para o pagamento do débito declarado pelo contribuinte, não restando saldo para operar a compensação, inexistindo provas ou argumentos que provem situação diferente da que foi apontada no r. Despacho Decisório. A Recorrente também questiona a legalidade da legislação que regula o instituto da compensação defendendo a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais, porém não traz aos autos nenhum documento que relacione que os créditos objeto da compensação se referem a tal exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais. Assim, ainda que o alegado direito existisse, a Recorrente não faria jus à compensação, pois não apresenta sequer um documento fiscal que confirme a necessária liquidez ao crédito pleiteado. Desta forma, afasta a alegação da Recorrente relativa exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, eis que não verifiquei ser matéria versada nos autos. De resto, colaciono a parte do v. acórdão recorrido relativa a esta matéria para fundamentar meu voto. EXCLUSÃO DE ICMS A base de cálculo das Contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/ PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS é o faturamento. Somente a lei pode modificar a base de cálculo do tributo. A legislação do PIS/PASEP e da COFINS prevê exclusões da base de cálculo. Especificamente quanto ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, excluemse da receita bruta o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário, no regime cumulativo, e a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação em ambos regimes. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 7 6 Da mesma forma, também não acato a alegação da Recorrente relativa a ilegalidade da Instrução Normativa que tornou o procedimento de compensação e restituição de seus créditos por meio de mecanismo eletrônico denominado PER/DCOMP. Até o presente momento não existe qualquer manifestação do judiciário relativa a ilegalidade da IN 320/2003 que regulamentou o procedimento da PER/DCOMP. De resto, em relação a esta alegação da Recorrente utilizo os fundamentos do v. acórdão recorrido para fundamento meu voto. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Não se acolhem as alegações de ilegalidade da Instrução Normativa que regulamenta a compensação. Ao contrário do alegado, as condições para o contribuinte efetuar compensação podem ser estabelecidas por atos normativos. O art. 170 do CTN, assim disciplina: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. De acordo com o dispositivo transcrito, a lei pode autorizar a compensação sob determinadas condições e garantias. Ainda conforme art. 170 do CTN, a lei que autorizar a compensação pode estipular referidas condições e garantias ou pode atribuir à autoridade administrativa o poder de as estipular. Na espécie, a autorização da compensação foi dada pelo art. 74 da Lei n.º 9.740, de 1996. Seu § 14, incluído pela Lei nº 11.051, de 2004, autoriza, expressamente, a Secretaria da Receita Federal a disciplinar o que dispõe o artigo. Portanto, as instruções normativas expedidas pela Receita Federal são instrumentos legítimos para estipular condições não expressamente previstas em lei. Ainda que assim não fosse, os argumentos do contribuinte não teriam proveito neste foro. Os atos normativos expedidos pela Receita Federal compõem a legislação tributária e a todos vinculam (art. 96 e art. 100 do CTN). A autoridade fiscal não se pode furtar ao cumprimento da legislação vigente, pois sua atividade é plenamente vinculada, sob pena de responsabilidade funcional (parágrafo único do art. 142 do CTN). De acordo como o inciso V do art. 7º da Portaria do Ministro da Fazenda n.º 341, de 12 de julho de 2011, “são deveres do julgador observar o disposto no art. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10880.948474/201191 Acórdão n.º 1402003.175 S1C4T2 Fl. 8 7 116, III, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem como da RFB expresso em atos normativos”. Por fim, o que a impugnante alega ser entendimento do Judiciário não pode ser imposto ao fisco. Via de regra, entendimentos expressos em decisões judiciais ficam restritos às partes integrantes do processo, não cabendo a extensão dos seus efeitos jurídicos a terceiros. Conseqüentemente, não se estende à impugnante a jurisprudência por ela invocada. Pelo exposto e por tudo que consta processado nos autos, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento, mantendo o v. acórdão recorrido. " Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10872.720061/2014-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2011
INFORMAÇÕES APÓS O TÉRMINO DA FISCALIZAÇÃO. INEFICÁCIA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO FISCAL. SUMULA CARF N. 59.
A apresentação de livros e documentos após o término da fiscalização não é, por si só, suficiente para invalidação do lançamento por arbitramento do lucro, cuja origem é a própria ausência da apresentação de documentação durante o processo fiscalizatório. Inteligência da Sumula CARF n. 59.
Os contornos da lide administrativa são definidos pela impugnação ou manifestação de inconformidade, oportunidade em que todas as razões de fato e de direito em que se funda a defesa devem deduzidas, em observância ao princípio da eventualidade, sob pena de se considerar não impugnada a matéria não expressamente contestada, configurando a preclusão consumativa, conforme previsto nos arts. 16, III e 17 do Decreto nº 70.235/72, que regula o processo administrativo-fiscal
MULTA QUALIFICADA PRESUNÇÃO
A ocorrência de presunção, por si só, não é fator impeditivo à autoridade fiscal para constituir a multa qualificada, especialmente, quando não for o único elemento formador da convicção da fiscalização acerca do infrator ter agido ou se omitido intencionalmente sobre a ocorrência do fato gerador do tributo, não podendo a autoridade administrativa furtar-se à sua aplicação.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Com relação aos demais lançamentos decorrentes IRPJ, aplica-se o reflexo, visto serem oriundos do principal e referir-se à mesma matéria tributável, mantendo-se também os lançamentos de CSLL, PIS e COFINS
Numero da decisão: 1201-002.625
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Luis Fabiano Alves Penteado - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente).
Nome do relator: LUIS FABIANO ALVES PENTEADO
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2011 INFORMAÇÕES APÓS O TÉRMINO DA FISCALIZAÇÃO. INEFICÁCIA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO FISCAL. SUMULA CARF N. 59. A apresentação de livros e documentos após o término da fiscalização não é, por si só, suficiente para invalidação do lançamento por arbitramento do lucro, cuja origem é a própria ausência da apresentação de documentação durante o processo fiscalizatório. Inteligência da Sumula CARF n. 59. Os contornos da lide administrativa são definidos pela impugnação ou manifestação de inconformidade, oportunidade em que todas as razões de fato e de direito em que se funda a defesa devem deduzidas, em observância ao princípio da eventualidade, sob pena de se considerar não impugnada a matéria não expressamente contestada, configurando a preclusão consumativa, conforme previsto nos arts. 16, III e 17 do Decreto nº 70.235/72, que regula o processo administrativo-fiscal MULTA QUALIFICADA PRESUNÇÃO A ocorrência de presunção, por si só, não é fator impeditivo à autoridade fiscal para constituir a multa qualificada, especialmente, quando não for o único elemento formador da convicção da fiscalização acerca do infrator ter agido ou se omitido intencionalmente sobre a ocorrência do fato gerador do tributo, não podendo a autoridade administrativa furtar-se à sua aplicação. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Com relação aos demais lançamentos decorrentes IRPJ, aplica-se o reflexo, visto serem oriundos do principal e referir-se à mesma matéria tributável, mantendo-se também os lançamentos de CSLL, PIS e COFINS
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2038; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10872.720061/201495 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1201002.625 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 17 de outubro de 2018 Matéria IRPJ Recorrente KAISTUDO DISTRIBUIDOR VAREJISTA LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011 INFORMAÇÕES APÓS O TÉRMINO DA FISCALIZAÇÃO. INEFICÁCIA. MANUTENÇÃO DO LANÇAMENTO FISCAL. SUMULA CARF N. 59. A apresentação de livros e documentos após o término da fiscalização não é, por si só, suficiente para invalidação do lançamento por arbitramento do lucro, cuja origem é a própria ausência da apresentação de documentação durante o processo fiscalizatório. Inteligência da Sumula CARF n. 59. Os contornos da lide administrativa são definidos pela impugnação ou manifestação de inconformidade, oportunidade em que todas as razões de fato e de direito em que se funda a defesa devem deduzidas, em observância ao princípio da eventualidade, sob pena de se considerar não impugnada a matéria não expressamente contestada, configurando a preclusão consumativa, conforme previsto nos arts. 16, III e 17 do Decreto nº 70.235/72, que regula o processo administrativofiscal MULTA QUALIFICADA — PRESUNÇÃO A ocorrência de presunção, por si só, não é fator impeditivo à autoridade fiscal para constituir a multa qualificada, especialmente, quando não for o único elemento formador da convicção da fiscalização acerca do infrator ter agido ou se omitido intencionalmente sobre a ocorrência do fato gerador do tributo, não podendo a autoridade administrativa furtarse à sua aplicação. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Com relação aos demais lançamentos decorrentes IRPJ, aplicase o reflexo, visto serem oriundos do principal e referirse à mesma matéria tributável, mantendose também os lançamentos de CSLL, PIS e COFINS AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 2. 72 00 61 /2 01 4- 95 Fl. 6671DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Luis Fabiano Alves Penteado Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Relatório Em sede de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo foram constatadas omissões de receitas no ano calendário de 2011, decorrentes de receita de revenda de mercadorias e ato continuo foram lavrados os seguintes autos de infração: Com efeito, trata o presente processo de Autos de infração lavrados no âmbito da Delegacia da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro – DRF/RJ II, Divisão de Fl. 6672DF CARF MF Processo nº 10872.720061/201495 Acórdão n.º 1201002.625 S1C2T1 Fl. 3 3 fiscalização – equipe fiscal I, por meio dos quais são exigidos do interessado, antes identificado, o Imposto Sobre a Renda Pessoa Jurídica IRPJ, no valor de R$ 2.994.422,87 (fls. 6.560/6.571); a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CSLL, no valor de R$ 1.373.221,65 (fls.6.572/6.582), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, no valor de R$ 3.587.798,26 (fls 6.583/6.588), a Contribuição para o Programa de Integração Social e Programa de Formação de Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP, no valor de R$ 829.320,41 (fls. 6.589/6.594), todos os valores já acrescidos da multa de oficio de 112,50% e os juros de mora calculados pela taxa Selic. O lançamento relativo ao IRPJ decorre do fato descrito com o correspondente enquadramento legal no Auto de infração de (fls. 6.560/6.571), e no Termo de Constatação TC de fls. 6.555/6.559, parte integrante do auto. Em suma, foi apurada Omissão de Receita caracterizada pela revenda de mercadorias no anocalendário 2011. Intimado através do termo de intimação fiscal em 22/09/2014, o contribuinte não apresentou os livros fiscais legalmente exigidos (fl.76), sendo reintimado através do termo de reintimação fiscal em 07/10/2014, momento em que novamente se manteve omisso, o que motivou o arbitramento do seu lucro, com base no artigo 530, inciso III, o lançamento de ofício nos termos do artigo 845, incisos I e III, e a incidência da multa de 112,50% conforme dispõe o artigo 959, todos do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99. Os Autos de infração relativos à CSLL, COFINS e PIS/PASEP foram lavrados em decorrência da apuração da infração que ensejou o lançamento principal. Impugnação O Recorrente manifestase às fls. 6.616/6.617, alegando: que no caso em espécie, o atraso se deu por um equívoco não intencional, pelo fato de que os documentos comprobatórios exigidos para apuração dos valores, ou seja todos os seus livros fiscais, estavam em posse da Receita Estadual para apuração dos agentes Estaduais de valores devidos, acostou como comprovação os documentos de fls. 6.625/6.629 que dizem respeito a Auto de infração relativo ao não recolhimento do ICMS, onde teria sido o contribuinte intimado a apresentar os mesmos documentos. que o responsável pela contabilidade da empresa se encontrava acometido por sérios problemas de saúde, o que resultou no atraso com relação as manifestações que lhe cabiam, indicando documento comprobatório anexo que, entretanto, não fora localizado nos autos. que para todos os fins legais, a Impugnação apresentada não possuía o condão de dificultar qualquer intervenção fiscal Requer, por fim a declaração de nulidade da avaliação fiscal apurada, bem como de seus consectários lógicos, para que seja recalculado os valores que eventualmente subsistirem. Fl. 6673DF CARF MF 4 Acórdão da DRJ A 3°Turma da DRJ/POR julgou improcedente a Impugnação apresentada e manteve integralmente o lançamento fiscal. Recurso Voluntário O Recorrente repisa todas as alegações trazidas em sede de Impugnação, mas enfatiza trazendo em sede de preliminar de mérito a necessidade de reconhecimento da ausência de fundamentação para arbitramento dos valores, alegando que conforme outrora comprovado, os livros fiscais estariam em posse da Fiscalização Estadual, acostando novamente os documentos indicados na Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado Relator Admissibilidade O recurso interposto é tempestivo e encontrase revestido das formalidades legais cabíveis merecendo ser apreciado. Da nulidade arguida – do arbitramento do lucro. O Recorrente em suma reitera as mesmas alegações aduzidas através da impugnação já rechaçada pelo acórdão proferido pelo DRJ, a qual foi contundente em evidenciar que ausente qualquer das hipóteses previstas no artigo 59 e devidamente preenchidos todos os requisitos do artigo 10, ambos do Decreto nº 70.235/72, razão pela qual se afasta a fundamentação ventilada de suposta nulidade do procedimento fiscal realizado. A argumentação do Recorrente consiste na alegação de nulidade em virtude da carência de fundamentação para o arbitramento dos valores, em virtude da não apresentação dos livros fiscais por “equivoco não intencional, decorrente da evidente complexidade das intervenções fiscal...”, o que culminaria na nulidade do débito fiscal e consequente reabertura de prazo para apresentação das documentações pertinentes, para apuração do real débito fiscal devido. Todavia, a Fiscalização realizou o arbitramento do lucro, através da utilização de notas fiscais eletrônicas emitidas pelo próprio contribuinte coletadas através do Sistema Receitanet BX/SpedNFe, agindo de forma correta, visto que este foi motivado em decorrência de 2 (dois) fatos determinantes apurados no decorrer do procedimento fiscal, quais Fl. 6674DF CARF MF Processo nº 10872.720061/201495 Acórdão n.º 1201002.625 S1C2T1 Fl. 4 5 sejam: (i) apresentação da Declaração de informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ do anocalendário de 2011, sem estar devidamente autenticada, e transmitida com todos os campos zerados, o que deu ensejo ao arbitramento do lucro nos termos do inciso I do artigo 530 do Decreto nº 3000/99 e (ii) a ausência de apresentação de qualquer documentação hábil e idônea para realização da apuração dos valores, o que deu ensejo nos termos do inciso III do artigo 530 do Decreto nº 3000/99. Importante destacar que a Fiscalização, carreou inúmeras oportunidades ao contribuinte para que este apresentasse as documentações comprobatórias, tendo havido diversas intimações para juntada dos documentos e comparecimento a Repartição para prestar esclarecimentos. Não tendo ocorrido, entretanto, qualquer manifestação do Recorrente durante está fase de apuração dos valores fiscais. Nesta linha de raciocínio, peço venia para transcrever trecho do acórdão proferido, nos seguintes dizeres: “Não sendo disponibilizada ao fisco a escrituração e documentação comprobatória de regularidade do procedimento da contribuinte no período, a autoridade lançadora ficou autorizada ao arbitramento, que se configura como uma medida de salvaguarda do crédito tributário, posta a serviço da Fazenda Nacional.” Os contornos da lide administrativa são definidos pela impugnação ou manifestação de inconformidade, oportunidade em que todas as razões de fato e de direito em que se funda a defesa devem deduzidas, em observância ao princípio da eventualidade, sob pena de se considerar não impugnada a matéria não expressamente contestada, configurando a preclusão consumativa, conforme previsto nos arts. 16, III e 17 do Decreto nº 70.235/72, que regula o processo administrativofiscal Tal “salvaguarda” mencionada pelos nobres julgadores decorre do fato de que o Recorrente é quem dispõe dos documentos comprobatórios necessários para real apuração dos valores, e que compete a este alcançar a Fiscalização às provas que possui momento em que, não resta outra opção à autoridade senão o arbitramento do lucro, quando nenhum documento sequer é apresentado, como ocorre no caso em espécie. É sabido que todo o processo instaurado deve ser lastreado pela aplicação do princípio da verdade material, e sempre em garantia ao atendimento dos princípios do contraditório e ampla defesa ao contribuinte, razão pela qual, o arbitramento tratase de ultimação decorrente da presunção da verdade formal dos fatos, que somente se dá após a frustração da busca pela verdade material. Não restam dúvidas, portanto, que a Fiscalização procedeu com a primazia ao princípio da verdade material, concedendo ao Recorrente diversas oportunidades para apresentação da documentação, o que não ocorreu, limitandose este a arguição de alegações genéricas e dispersas, mediante inclusive indicação de documentações supostamente comprobatórias de difícil constatação e outras que sequer foram acostadas. Ainda, para fins de argumentação, importante relacionar o entendimento dominante consolidado por meio da Súmula nº 59 do CARF o qual preleciona que, inexiste Fl. 6675DF CARF MF 6 qualquer termo impeditivo ao contribuinte de realizar a apresentação de documentação por meio da Impugnação e do Recurso Voluntário, senão vejamos: “Súmula CARF nº 59: A tributação do lucro na sistemática do lucro arbitrado não é invalidada pela apresentação, posterior ao lançamento, de livros e documentos imprescindíveis para a apuração do crédito tributário que, após regular intimação, deixaram de ser exibidos durante o procedimento fiscal.” Sendo ainda, entendimento jurisprudencial também do CARF que, ainda que os documentos tenham sido juntados na Impugnação até antes do proferimento do acórdão, a busca pela verdade material deve sempre predominar, conforme ementa: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário. Exercício de 2005. VERDADE REAL E VERDADE FORMAL. A não apreciação de documentos juntados aos autos depois da impugnação tempestiva e antes da decisão fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento. (...) (Processo nº 19515.005831/200942, Acórdão nº 1301001958, Relator Hélio Eduardo de Paiva Araujo, Data de publicação 29/03/2016)” Com efeito, sequer impugnou especificamente qualquer lançamento em sede de procedimento fiscal ou a aplicação da multa qualificada, restando preclusa a renovação da oportunidade de inovar os pleitos em qualquer outra instancia recursal. Temse que o pleito genérico formulado não merece guarida. Isso porque, foi oportunizado ao Contribuinte, mais de uma vez, a possibilidade de coligir os documentos de sua defesa, sem a necessidade dos pedidos de dilação efetuados, uma vez que, mesmo após a apresentação da Impugnação, ou ainda quando do apelo a este e. Conselho, poder se ia juntar aqueles documentos que julgasse indispensáveis à sua defesa, justificando a impossibilidade de obtêlos no ato da impugnação por estarem em poder de terceiros, como alega, mas não o fez. Há que se sublinhar que não há no auto de infração qualquer arbitrariedade, como lança o contribuinte, eis que o próprio teve a oportunidade de defender se. Não há que se falar, nessa esteira, em qualquer retirada de direitos fundamentais e processuais do contribuinte, eis que, em todo momento, a razoabilidade administrativa esteve presente, sendo aberta, repriso, inúmeras oportunidades para que o sujeito passivo se pronunciasse e demonstrasse o seu direito. Lado outro, em todos os momentos que compareceu aos autos, o contribuinte quedou se inerte em trazer qualquer elemento probatório capaz de ilidir o lançamento por Fl. 6676DF CARF MF Processo nº 10872.720061/201495 Acórdão n.º 1201002.625 S1C2T1 Fl. 5 7 arbitramento ou, por hipótese, a qualificação da multa aplicada, repitase, mormente instado a fazêlo inúmeras vezes. Portanto, diante das conclusões acima atingidas, respaldadas pelo que se depreende dos autos, afasto a preliminar de nulidade e no mérito, por todo o raciocínio desenvolvido, entendo como não possuidor de sorte o Recorrente uma vez que infundada as argumentações aduzidas. Destacandose por fim, a ausência de impugnação com relação aos valores fiscais apontados em decorrência da tributação principal (IRPJ), e por consectário lógico, dos lançamentos reflexos (CSLL, PIS/PASEP e COFINS). Conclusão Diante de todo o exposto, CONHEÇO do RECURSO VOLUNTÁRIO para, no MÉRITO, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Luis Fabiano Alves Penteado Relator Fl. 6677DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.900208/2009-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2004
CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
Numero da decisão: 3301-005.141
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Ano-calendário: 2004 CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159 70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.15970/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 02 08 /2 00 9- 02 Fl. 101DF CARF MF Processo nº 13819.900208/200902 Acórdão n.º 3301005.141 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido e aproveitar esse crédito com débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito para ser utilizado na compensação em questão. Com isso, decidiu pela não homologação da referida Declaração de Compensação. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva alegando, em suma, que seu direito creditório tem fundamento no artigo 4º da Medida Provisória nº 2.15970/2001, o qual afirma terlhe outorgado o direito de compensar tal crédito com débitos do mesmo tributo, conforme o fez através da Dcomp em tela. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 12065.693. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em que discorre sobre sua atividade, o contrato de exploração de patente e uso de marca que firmou com empresa estrangeira, as remessas de royalties, o direito ao crédito de CIDE, sob o amparo da MP n° 2.15970/01, e a correção do procedimento adotado utilização do crédito da CIDE para liquidação de débitos vincendos, via PER/DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.136, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.136): Fl. 102DF CARF MF Processo nº 13819.900208/200902 Acórdão n.º 3301005.141 S3C3T1 Fl. 4 3 "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99, adoto como razão de decidir o voto condutor do Acórdão DRJ n° 1265.687, de 22/05/14, da lavra do i.julgador Bernardo Moraes Fiuza Pequeno: "(. . .) Verificase que o interessado fundamenta sua defesa no art. 4º da MP Nº 2.15970/2001, deste modo, transcrevo o referido dispositivo legal por ser de suma importância para a solução da lide (grifos de minha autoria). 'Art. 4º É concedido crédito incidente sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pela Lei nº 10.168, de 2000, aplicável às importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a título de róialties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas. § 1º O crédito referido no caput: I será determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior a título de róialties de que trata o caput deste artigo, mediante utilização dos seguintes percentuais: a) cem por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2003; b) setenta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; c) trinta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013; II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo. § 2o O Comitê Gestor definido no art. 5º da Lei nº 10.168, de 2000, será composto por representantes do Governo Federal, do setor industrial e do segmento acadêmicocientífico.' Percebese na leitura deste artigo, que a MP nº 2.15970/2001 concedeu crédito ao contribuinte nos casos de remessas ao exterior a título de róialties, o qual é calculado com base na contribuição devida. No entanto, o interessado informou na Declaração de Compensação crédito oriundo de pagamento indevido, ou seja, o crédito previsto na MP nº 2.15970/2001 não tem relação com o Fl. 103DF CARF MF Processo nº 13819.900208/200902 Acórdão n.º 3301005.141 S3C3T1 Fl. 5 4 crédito de pagamento indevido, haja vista que o pagamento só é indevido se a CIDE não é devida. Por outro lado, o crédito da MP nº 2.15970/2001 só é gerado com base na CIDE que é devida. Portanto, percebese que a defesa sustenta um crédito distinto daquele informado na Declaração de Compensação. Ademais, ainda que o interessado obtivesse êxito em comprovar o suposto crédito previsto na MP nº 2.15970, este não poderia ser utilizado através de Declaração de Compensação, mas tão somente por meio de dedução da CIDE de períodos subseqüentes, em conformidade com o art. 4º, § 1º, inciso II, que diz (grifos meus): 'II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo.' Portanto, diante de todo exposto, voto por julgar a manifestação de inconformidade improcedente, mantendose integralmente o Despacho Decisório, a fim de não homologar a Declaração de Compensação." Com base no acima exposto, nego provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 104DF CARF MF
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Numero do processo: 13886.001236/2002-67
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. ADMISSÃO, POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL VINCULANTE, NA FORMA REGIMENTAL.
Havendo decisão definitiva do STJ (REsp nº 993.164/MG), proferida na sistemática do art 543-C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), no sentido da inclusão na base de cálculo do Crédito Presumido de IPI na exportação (Lei nº 9.363/96) das aquisições de não contribuintes PIS/Cofins, como as pessoas físicas e cooperativas, ela deverá ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, por força regimental (art. 62, § 2º, do RICARF).
INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC.
É devida a correção monetária pela taxa Selic sobre o crédito presumido de IPI objeto de pedido de ressarcimento/restituição, consoante Resp nº 1.035.847/RS, de aplicação obrigatória por este Conselho, pois submetido à sistemática dos recursos repetitivos pelo STJ.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. TAXA SELIC. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS.
A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça - STJ, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pela Fazenda.
É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei nº11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543-C do CPC e da Resolução 8/STJ.
Numero da decisão: 9303-007.422
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI dos valores relativos às aquisições de insumos de pessoas físicas, bem como determinar a incidência da taxa SELIC sobre referido montante a partir do prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) do protocolo do pedido de ressarcimento, vencidas as Conselheiras Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama e Érika Costa Camargos Autran que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. SELIC. Recorrente TOYOBO DO BRASIL PARTICIPAÇÕES LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. ADMISSÃO, POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL VINCULANTE, NA FORMA REGIMENTAL. Havendo decisão definitiva do STJ (REsp nº 993.164/MG), proferida na sistemática do art 543C do antigo CPC (Recursos Repetitivos), no sentido da inclusão na base de cálculo do Crédito Presumido de IPI na exportação (Lei nº 9.363/96) das aquisições de não contribuintes PIS/Cofins, como as pessoas físicas e cooperativas, ela deverá ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, por força regimental (art. 62, § 2º, do RICARF). INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. É devida a correção monetária pela taxa Selic sobre o crédito presumido de IPI objeto de pedido de ressarcimento/restituição, consoante Resp nº 1.035.847/RS, de aplicação obrigatória por este Conselho, pois submetido à sistemática dos recursos repetitivos pelo STJ. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. TAXA SELIC. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça STJ, no julgamento do REsp 1.035.847/RS, sob o rito do art. 543C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente o creditamento pela Fazenda. É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco" (Súmula AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 6. 00 12 36 /2 00 2- 67 Fl. 296DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 3 2 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei nº11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI dos valores relativos às aquisições de insumos de pessoas físicas, bem como determinar a incidência da taxa SELIC sobre referido montante a partir do prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) do protocolo do pedido de ressarcimento, vencidas as Conselheiras Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama e Érika Costa Camargos Autran que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Contribuinte com fulcro no art. 67 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, buscando a reforma do Acórdão nº 210200.071. Na parte de interesse ao presente julgamento o colegiado a quo não reconheceu o direito à inclusão, na base de cálculo do crédito presumido do IPI, das aquisições de insumos efetuadas perante pessoas físicas, nem o direito à incidência da taxa Selic sobre os valores pleiteados em ressarcimento. O recurso especial foi admitido, consoante despacho do presidente da Câmara competente, com relação às seguintes insurgências da Contribuinte: a interpretação de que as aquisições de insumos de pessoas físicas não compõem a base de cálculo do crédito presumido de IPI da Lei n.º 9.363/96; e a interpretação de que não incide correção monetária ou juros Selic sobre valores recebidos a título de ressarcimento de créditos de IPI decorrentes de incentivos fiscais. A Fazenda Nacional, devidamente intimada, apresentou contrarrazões ao recurso especial da Contribuinte. É o Relatório. Fl. 297DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.411, de 19/09/2018, proferido no julgamento do processo 13886.001231/200234, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 9303007.411): "Admissibilidade O recurso especial de divergência interposto pela Contribuinte atende aos requisitos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 (anteriormente Portaria MF n.º 256/2009), devendo, portanto, ter prosseguimento. Mérito No mérito, a controvérsia posta no recurso especial da Contribuinte cingese às seguintes matérias: (i) requer a inclusão de insumos adquiridos de pessoas físicas na base de cálculo do crédito presumido de IPI; e (ii) postula a aplicação da taxa Selic aos pedidos de ressarcimento. 1. Da inclusão de insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas na base de cálculo do crédito presumido de IPI A possibilidade de inclusão das aquisições de não contribuintes do PIS e da COFINS, como pessoas físicas e cooperativas, no cálculo do crédito presumido de IPI, foi reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do REsp n.º 993.164/MG, pela sistemática dos recursos repetitivos. O acórdão recebeu a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535, DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. Fl. 298DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 5 4 2. A Lei 9.363/96 instituiu crédito presumido de IPI para ressarcimento do valor do PIS/PASEP e COFINS, ao dispor que: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior." 3. O artigo 6º, do aludido diploma legal, determina, ainda, que "o Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta Lei, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador". 4. O Ministro de Estado da Fazenda, no uso de suas atribuições, expediu a Portaria 38/97, dispondo sobre o cálculo e a utilização do crédito presumido instituído pela Lei 9.363/96 e autorizando o Secretário da Receita Federal a expedir normas complementares necessárias à implementação da aludida portaria (artigo 12). 5. Nesse segmento, o Secretário da Receita Federal expediu a Instrução Normativa 23/97 (revogada, sem interrupção de sua força normativa, pela Instrução Normativa 313/2003, também revogada, nos mesmos termos, pela Instrução Normativa 419/2004), assim preceituando: "Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. § 1º O direito ao crédito presumido aplicase inclusive: I Quando o produto fabricado goze do benefício da alíquota zero; II nas vendas a empresa comercial exportadora, com o fim específico de exportação. § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matéria prima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS." 6. Com efeito, o § 2º, do artigo 2º, da Instrução Normativa SRF 23/97, restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciarseão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (Precedentes do Supremo Tribunal Federal: ADI 531 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 11.12.1991, DJ 03.04.1992; e ADI 365 AgR, Rel. Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 07.11.1990, DJ 15.03.1991). 8. Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não Fl. 299DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 6 5 sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (Precedentes das Turmas de Direito Público: REsp 849287/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 19.08.2010, DJe 28.09.2010; AgRg no REsp 913433/ES, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.06.2009, DJe 25.06.2009; REsp 1109034/PR, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 16.04.2009, DJe 06.05.2009; REsp 1008021/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 01.04.2008, DJe 11.04.2008; REsp 767.617/CE, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 15.02.2007; REsp 617733/CE, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 03.08.2006, DJ 24.08.2006; e REsp 586392/RN, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.10.2004, DJ 06.12.2004). 9. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). 10. A Súmula Vinculante 10/STF cristalizou o entendimento de que: "Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte." 11. Entrementes, é certo que a exigência de observância à cláusula de reserva de plenário não abrange os atos normativos secundários do Poder Público, uma vez não estabelecido confronto direto com a Constituição, razão pela qual inaplicável a Súmula Vinculante 10/STF à espécie. 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. 16. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. 17. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 993.164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010) Fl. 300DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 7 6 Por força do art. 62, §2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF n.º 343/2015, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça para o caso dos autos deve ser reproduzido por este Conselho, sendo reconhecido o direito ao crédito presumido de IPI com relação às aquisições de não contribuintes do PIS e da COFINS pessoas físicas e cooperativas. 2. Incidência da taxa Selic sobre o ressarcimento de crédito presumido de IPI No acórdão recorrido, entendeuse pela impossibilidade de incidência da taxa Selic sobre o crédito presumido de IPI a ser ressarcido. Com relação à atualização do ressarcimento de crédito presumido de IPI, instituído pela Lei nº 9.363/96, pela taxa Selic, o Superior Tribunal de Justiça posicionouse no sentido de ser cabível a correção monetária, por meio do julgamento do recurso especial nº 1035847/RS, pela sistemática dos recursos repetitivos do art. 543C do Código de Processo Civil de 1973 (correspondente ao art. 1.036 do Novo Código de Processo Civil), que recebeu a seguinte ementa: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel.Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro oLUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) (grifouse) Fl. 301DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 8 7 O caso julgado em sede de recursos repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça aplicase ao presente processo administrativo, uma vez que também tratou de pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI da Lei nº 9.363/96, decorrente de impedimento interposto por atos normativos infralegais para aproveitamento do benefício. Portanto, deverá haver a incidência da correção monetária pela taxa Selic sobre o montante a ser ressarcido, conforme entendimento já consolidado neste Colegiado. No caso dos autos, houve a oposição estatal ilegítima a obstar o aproveitamento do crédito presumido de IPI: o direito creditório da Contribuinte foi indeferido, nos termos do despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Limeira/SP (fls. 87 a 88), direito de crédito indeferido também nas demais decisões da DRJ (fls. 108 a 117) e do CARF, consoante acórdão de recurso voluntário (fls. 138 a 150). Portanto, dúvidas não há quanto à possibilidade de incidência da correção monetária sobre o valor a ser ressarcido, no caso tão somente quanto às aquisições de pessoas físicas, deferida no presente recurso especial. Nesse sentido, é o entendimento já consolidado desta 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, como se vê no Acórdão n.º 9303007.012, de relatoria do Ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas." (...)1 "Em que pese os argumentos do voto da Ilustre Conselheira Relatora, discordo diametralmente de seu entendimento. O Recurso foi apresentado tempestivamente e atende os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deles tomo conhecimento, passo a decidir. A matéria divergente posta a julgamento nesta E.Câmara Superior, diz respeito a incidência ou não da taxa SELIC, sobre o cálculo de crédito presumido de IPI a ressarcir, bem como o termo inicial de incidência. Com efeito, na forma reiterada da jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a inclusão na base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei nº 9.363/96, das aquisições efetuadas junto a pessoas físicas e cooperativas bem como a aplicação da taxa Selic acumulada, a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164). Embora, o STJ tenha definido aplicação da Taxa Selic acumulada a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração, entendo que os processos ao crivo de julgamento desta E. Câmara Superior, a turma deve analisar detidamente se houve ou não "oposição estatal" ou "ilegítima resistência por parte da Administração Pública". Nos processos de minha relatoria, adoto o entendimento expresso do STJ de que o aproveitamento de créditos escriturais, em regra, não dá ensejo à correção monetária, exceto quanto obstaculizado injustamente pelo fisco, caracterizada a mora administrativa (REsp 1.035.847/RS, julgado sob o rito do art. 543C do CPC, e Súmula 411/STJ). E ainda, também justificada a imposição de correção monetária, pela taxa SELIC, a contar do fim do prazo que 1 Deixouse de transcrever, do voto da relatora do processo paradigma, a parte que tratou do termo inicial para a incidência da taxa Selic, por ser entendimento que restou vencido na votação, não se aplicando, portanto, à solução do litígio do presente processo. Contudo, a íntegra do voto encontrase no acórdão do processo paradigma (9303007.411). Fl. 302DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 9 8 a administração tinha para apreciar o pedido, que é de 360 dias, independentemente da época do requerimento (art. 24 da Lei 11.457/07), conforme decidiu a Corte Superior ao apreciar o REsp. 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. Neste mesmo diapasão, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça STJ, sedimentou o entendimento de que, nos termos do artigo 24 da lei nº11.457/07, a Administração Pública deve obedecer ao prazo de 360 dias para decidir sobre os pedidos de ressarcimento, independentemente da época do requerimento (REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC/73). Assim, o marco inicial da correção monetária, levando em consideração os termos da Lei nº 11.457/2007, é o fim do prazo que a Administração tinha para apreciar o pedido, que é de 360 dias. Confiramse recentes julgados: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. IPI. CREDITAMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. SÚMULA 411/STJ. TERMO INICIAL: 360 DIAS APÓS PROTOCOLADO O PEDIDO DE RESSARCIMENTO. VERBA HONORÁRIA FIXADA EM R$ 5.000,00. VALOR NÃO CONSIDERADO IRRISÓRIO PELO STJ, CONSIDERANDO O VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA (R$ 200.000,00) E O DECAIMENTO PARCIAL DAS AUTORAS. AGRAVO INTERNO DAS CONTRIBUINTES A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Encontrase pacificado o entendimento da 1a. Seção desta Corte de que eventual possibilidade de aproveitamento dos créditos escriturais não dá ensejo à correção monetária, exceto se tal creditamento for injustamente obstado pela Fazenda, considerandose a mora na apreciação do requerimento administrativo de ressarcimento feita pelo Contribuinte como um óbice injustificado. Aplicase a essa hipótese o enunciado 411 da Súmula do STJ, segundo o qual é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco. A propósito, 1a. Seção do STJ consolidou esse entendimento por ocasião do julgamento do REsp. 1.035.847/RS, relatado pelo ilustre Ministro LUIZ FUX e julgado sob o regime do art. 543C do CPC/1973. 2. O marco inicial da correção monetária só pode ser o término do prazo conferido à Administração Tributária para o exame dos requerimentos de ressarcimento, qual seja, 360 dias após o protocolo dos pedidos. Precedentes: AgInt no REsp. 1.581.330/SC, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, DJe 21.8.2017; AgRg no AgRg no REsp. 1548446/RS, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 10.12.2015; AgRg no AgRg no REsp. 1.255.025/SC, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 8.9.2015. [...] 6. Agravo Interno das Contribuintes a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1348672/SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/11/2017, DJe 5/12/2017) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS ESCRITURAIS. APROVEITAMENTO. RESISTÊNCIA INJUSTIFICADA DO FISCO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO A QUO. 1. A jurisprudência do STJ firmou o posicionamento de que éincabível a correção monetária de créditos escriturais como regra, exceto na hipótese de ocorrer "vedação ao aproveitamento desses créditos, com o conseqüente Fl. 303DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 10 9 ingresso no Judiciário", situação em que "postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco" (REsp 1035847/RS RECURSO ESPECIAL 2008/00448972, Relator Ministro LUIZ FUX, Primeira Seção, Data de Julgamento 24/06/2009, DJe 03/08/2009, julgado pela sistemática dos recursos repetitivos). 2. Concedido à Administração Pública o prazo máximo de 360 dias, a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte, para que seja proferida decisão administrativa (art. 24 da Lei n. 11.457/2007), a interpretação literal e teleológica de tal dispositivo legal conduz à conclusão de que somente após o término desse prazo é que deve incidir a correção monetária pela taxa Selic. 3. Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp 1637361/RS, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 28/9/2017, DJe 13/11/2017) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CRÉDITO ESCRITURAL. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO A QUO. LEI 11.457/2007. DISSÍDIO INTERNO NÃO DEMONSTRADO. ACÓRDÃO EM SINTONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DAS TURMAS DE DIREITO PÚBLICO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 168/STJ. 1. Agravo regimental contra decisão que indeferiu liminarmente embargos de divergência que versam sobre o termo inicial da correção monetária de créditos tributários objeto de pedido de ressarcimento. 2. Não há similitude entre os acórdãos confrontados, tendo em vista que o acórdão embargado, para decidir a questão relativa ao termo a quo da correção monetária, ponderou o prazo estipulado pela Lei 11.451/07 para a Administração analisar o pedido de ressarcimento, sendo que essa lei nem sequer foi sopesada no julgamento do aresto apontado como paradigma. 3. Ademais, o entendimento adotado pelo acórdão embargado, de que após a vigência do art. 24 da Lei 11.457/2007 a correção monetária de ressarcimento de créditos de ocorre após o prazo de 360 dias para análise do pedido administrativo, encontrase em conformidade com a jurisprudência das Turmas de Direito Público. Precedentes: AgRg no REsp 1.465.567/PR, Rel. Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 24/3/2015; REsp 1.240.714/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/9/2013; AgRg no REsp 1.353.195/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 5/3/2013; AgRg no REsp 1.232.257/SC, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 21/2/2013; AgRg nos EDcl no REsp 1.222.573/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 7/12/2011. Incide, pois, a Súmula 168/STJ. 4. Agravo regimental não provido. (AgRg nos EREsp 1490081/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/6/2015, DJe 1º/7/2015. Os Tribunais vem decidido da mesma forma, ou seja, no que diz respeito a incidência da taxa SELIC e o seu termo inicial, as decisões ultrapassadas vinham no sentido de que, havendo pedido administrativo de restituição e/ou compensação dos créditos tributários, formulado pela Contribuinte, a eventual "resistência ilegítima" da Fazenda Pública, Fl. 304DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 11 10 configurada pela demora em analisar o pedido, ensejaria a sua constituição em mora, sendo devida a correção monetária dos respectivos créditos a partir da data de protocolo do pedido. Ocorre, contudo, que recentemente o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de Embargos de Divergência, uniformizou entendimento no sentido de que a correção monetária deve incidir apenas após o encerramento do prazo legal (360 dias contados da data do protocolo administrativo) concedido à autoridade fiscal para analisar os pedidos administrativos de ressarcimento, senão vejamos: TRIBUTÁRIO. AÇÃO ORDINÁRIA. PEDIDO ADMINISTRATIVO. TAXA SELIC. TERMO INICIAL DA CORREÇÃO MONETÁRIA. 1. Caracterizada a mora do Fisco ao analisar o pedido administrativo de reconhecimento de crédito escritural ou presumido (quando extrapolado o prazo de análise do pedido), deve incidir correção monetária, pela taxa SELIC. 2. O termo inicial da correção monetária de ressarcimento de crédito de PIS/COFINS não cumulativo ocorre somente após escoado o prazo de 360 dias para a análise do pedido administrativo pelo Fisco, consoante entendimento pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça quando do julgamento dos Embargos de Divergência no Recurso Especial n.º 1.461.607/SC. (TRF4 AC: 50001491820184047117 RS 500014918.2018.4.04.7117, Relator: ROGER RAUPP RIOS, Data de Julgamento: 10/10/2018, PRIMEIRA TURMA) Não é diferente o entendimento desta E. Câmara Superior. Vejamos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. TAXA SELIC. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. 360 DIAS. Não existe previsão legal para a incidência da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da atualização monetária só é possível em face de decisões do STJ na sistemática dos Recursos Repetitivos, quando existentes atos administrativos que indeferiram parcial ou totalmente os pedidos, e o entendimento neles consubstanciados foi revertido nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao seu aproveitamento. Configurada esta situação, a Taxa SELIC incide sobre a parcela revertida no contencioso a favor do contribuinte, mas somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido, pois, antes deste prazo, não existe permissivo, nem mesmo jurisprudencial, com efeito vinculante, para a sua incidência. (3ª Turma da CSRF Acórdão nº 9303007.011, Relator: Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, data de julgamento: 14 de junho de 2018). Como visto, o Poder Judiciário sedimentou o entendimento de que, nos termos do artigo 24 da lei nº11.457/07, a Administração Pública deve obedecer ao prazo de 360 dias para decidir sobre os pedidos de ressarcimento, independentemente da época do requerimento (REsp 1.138.206/RS, submetido ao rito do art. 543C do CPC/73). Assim, o marco inicial da correção monetária, levando em consideração os termos da Lei nº 11.457/2007, é o fim do prazo que a Administração tinha para apreciar o pedido, que é de 360 dias. Fl. 305DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 12 11 Sem embargo, as conclusões da Ilustre Relatora vencida, não se coaduna com os princípios da eficiência e celeridade processual, concluise que sua leitura não atingiu os objetivos de aplicação do artigo 24 da Lei n° 11.457/2007 aos processos administrativos fiscais, inclusive aos requerimentos efetuados antes de sua vigência, que de modo vinculante estabeleceu um prazo razoável para duração do processo administrativo, ou seja, para que a autoridade administrativa de origem desse uma solução aos pedidos de restituição, ressarcimento e afins seria de 360 dias. Ora, se a administração tem o prazo de 360 dias para solucionar os processos administrativos de ressarcimento, há previsão legal para incidência da correção monetária sobre referidos pedidos, a conclusão inequívoca transmitida por esses julgados é que não há possibilidade de incidência da correção monetária neste interregno, uma vez que este seria o prazo razoável determinado pela lei. Diametralmente oposto no voto vencido, in caso como se observa nas razões de decidir da Relatora Vencida, é visível o prejuízo suportado pela Contribuinte, em razão da postergação de um prazo razoável para solução de lide, não há justificativa para o que não se pode justificar, a incidência de correção monetária pela Taxa Selic desde o protocolo do pedido, colide com os princípios da celeridade e eficiência. Por oportuno, esclareço que o processo administrativo fiscal esta adstrito as regras positivadas do sistema, neste sentido, invoco o magistério do Professor Luiz Orlando Junior Zanon (pg.104,105106) o qual em sua tese de Doutorado, Teoria Complexa do Direito2, esclarece a correta inserção das normas no plano sistêmico. In verbis: "O Positivismo Jurídico pressupõe que o Direito é formado exclusivamente (ou ao menos preponderantemente) por Regras Jurídicas, como sinônimo de Normas Jurídicas positivadas, devidamente fixadas pelos parlamentares (no sistema codificado) ou estabelecidas em precedentes judiciais anteriores (no modelo judiciário ou consuetudinário)3 No primeiro cenário (civil law, statutory law ou code based legal system), a Regra Jurídica é o resultado da interpretação de um texto elaborado pelo legislador, no sentido de reconstruir sua intenção ao prolatar o dispositivo normativo, como se fosse um procedimento de adivinhação de qual teria sido a solução dada pelo órgão legiferante, acaso diante do caso concreto. E, no segundo (common law ou judge made law), a Regra Jurídica pode ser extraída não só da legislação, mas também do texto de um precedente anterior, num esforço de verificar qual seria a solução que teria sido dada pelo Poder Legislativo para reger o novo caso, nos pontos relevantes em que é precisamente similar ao julgamento anterior. Em ambas hipóteses, a interpretação e a aplicação do Direito são consideradas, pela generalidade dos juspositivistas [...] (com a notável ressalva de Kelsen), como meramente reprodutoras de sentidos já previamente fixados por Regras Jurídicas anteriores, que já guardam a resposta para solução do novo problema emergido no tecido social”. (pg.104,105106). [...]. 2 ZANON JUNIOR, Orlando Luiz. Teoria Complexa do Direito. Florianópolis: Cejur, 2013. 3 DIMOULIS, Dimitri. Positivismo jurídico: Introdução a uma teoria do direito e defesa do pragmatismo jurídicopolítico. São Paulo: Método, 2006. p. 68: “Isso indica que ser positivista no âmbito jurídico significa escolher como exclusivo objeto de estudo o direito que é posto por uma autoridade e, em virtude disso, possui validade (direito positivo)”; e, p. 131: “Partindo dessa delimitação negativa, o PJ stricto sensu afirma a absoluta identidade entre o conceito de direito e o direito efetivamente posto pelas autoridades competentes, isto é, pelas autoridades que, em razão de uma constelação de poder, possuem a capacidade de impor o direito”. E FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: teoría del derecho y de la democracia. V 1. Madrid: Trotta, 2011. p. 395457. Especialmente, p. 396: “Las normas son reglas que pertenecen al derecho positivo em cuanto son efectos jurídicos puestos o causados por actos (T8.11, T8.12). Obviamente, em tanto que reglas, las normas son significados de preceptos (T8.13), a los que vienen asociadas em cada caso mediante interpretación jurídica”. Fl. 306DF CARF MF Processo nº 13886.001236/200267 Acórdão n.º 9303007.422 CSRFT3 Fl. 13 12 Dispositivo Ex positis, em razão da resistência ilegítima configurada, dou provimento parcial ao Recurso, para reconhecer o direito à inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI dos valores relativos às aquisições de insumos de pessoas físicas, bem como determinar a incidência da taxa SELIC sobre referido montante a partir do prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) do protocolo do pedido de ressarcimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o recurso especial do Contribuinte foi conhecido e, no mérito, o colegiado deulhe provimento parcial, para reconhecer o direito à inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores relativos às aquisições de insumos de pessoas físicas, bem como determinar a incidência da taxa SELIC sobre referido montante a partir do prazo de 360 (trezentos e sessenta dias) do protocolo do pedido de ressarcimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 307DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.720944/2015-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Exercício: 2009
ACÓRDÃO DE 1ª INSTÂNCIA. NULIDADE.
Descabe o pleito de nulidade do Acórdão de 1ª instância de julgamento se a acusação de preterição do direito de defesa é infundada.
DILIGÊNCIA/PERÍCIA.
Rejeita-se o pedido de diligência/perícia se os quesitos postos foram respondidos no voto.
INTIMAÇÕES. DOMICÍLIO FISCAL DO CONTRIBUINTE.
As intimações por via postal, telegráfica, por meio eletrônico ou por qualquer outro meio ou via, serão feitas, com prova de recebimento, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; não há previsão de as intimações serem dirigidas a procuradores.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. SÚMULA CARF nº 104 VINCULANTE.
Lançamento de multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativa de IRPJ ou de CSLL submete-se ao prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN.
MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE
Aplicável a multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado e no percentual determinado expressamente em lei.
MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano-calendário correspondente.
MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105.
Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II c do Código Tributário Nacional - CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996.
JUROS SELIC. SÚMULA CARF Nº 108.
Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
DESPESAS PROVISIONADAS. LALUR. EXCLUSÕES INDEVIDAS
Mantém-se a glosa referente aos valores das provisões cuja exclusão se revelou indevida.
FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. MULTA ISOLADA.
Mantém-se as multas isoladas aplicadas sobre o não recolhimento de estimativas mensais devidas.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2009
LANÇAMENTO DECORRENTE
Aplicam-se ao lançamento decorrente os mesmos fundamentos do IRPJ, no
que couber.
Numero da decisão: 1201-002.666
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Luis Henrique Marotti Toselli, Bárbara Santos Guedes, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa que acolhem os embargos de declaração mas sem efeitos infringentes.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Henrique Marotti Toselli, Ailton Neves da Silva (Suplente convocado), Bárbara Santos Guedes (Suplente convocada), Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente): ausente justificadamente, o conselheiro José Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Exercício: 2009 ACÓRDÃO DE 1ª INSTÂNCIA. NULIDADE. Descabe o pleito de nulidade do Acórdão de 1ª instância de julgamento se a acusação de preterição do direito de defesa é infundada. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Rejeita-se o pedido de diligência/perícia se os quesitos postos foram respondidos no voto. INTIMAÇÕES. DOMICÍLIO FISCAL DO CONTRIBUINTE. As intimações por via postal, telegráfica, por meio eletrônico ou por qualquer outro meio ou via, serão feitas, com prova de recebimento, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; não há previsão de as intimações serem dirigidas a procuradores. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2009 MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. SÚMULA CARF nº 104 VINCULANTE. Lançamento de multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativa de IRPJ ou de CSLL submete-se ao prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE Aplicável a multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado e no percentual determinado expressamente em lei. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano-calendário correspondente. MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105. Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II c do Código Tributário Nacional - CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996. JUROS SELIC. SÚMULA CARF Nº 108. Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2009 DESPESAS PROVISIONADAS. LALUR. EXCLUSÕES INDEVIDAS Mantém-se a glosa referente aos valores das provisões cuja exclusão se revelou indevida. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. MULTA ISOLADA. Mantém-se as multas isoladas aplicadas sobre o não recolhimento de estimativas mensais devidas. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2009 LANÇAMENTO DECORRENTE Aplicam-se ao lançamento decorrente os mesmos fundamentos do IRPJ, no que couber.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Luis Henrique Marotti Toselli, Bárbara Santos Guedes, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa que acolhem os embargos de declaração mas sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Souza - Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Henrique Marotti Toselli, Ailton Neves da Silva (Suplente convocado), Bárbara Santos Guedes (Suplente convocada), Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente): ausente justificadamente, o conselheiro José Carlos de Assis Guimarães.
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NULIDADE. Descabe o pleito de nulidade do Acórdão de 1ª instância de julgamento se a acusação de preterição do direito de defesa é infundada. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Rejeitase o pedido de diligência/perícia se os quesitos postos foram respondidos no voto. INTIMAÇÕES. DOMICÍLIO FISCAL DO CONTRIBUINTE. As intimações por via postal, telegráfica, por meio eletrônico ou por qualquer outro meio ou via, serão feitas, com prova de recebimento, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; não há previsão de as intimações serem dirigidas a procuradores. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. SÚMULA CARF nº 104 VINCULANTE. Lançamento de multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativa de IRPJ ou de CSLL submetese ao prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. PERCENTUAL. LEGALIDADE Aplicável a multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado e no percentual determinado expressamente em lei. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 09 44 /2 01 5- 10 Fl. 1769DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 3 2 MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei nº 11.488 de 15 de junho de 2007, no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmai que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no ano calendário correspondente. MULTA ISOLADA. SÚMULA CARF Nº 105. Se a autuação da multa isolada foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que c/c o art. 106, II “c” do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual da multa de 75% para 50%, não se aplica a Súmula Carf nº 105, a qual se refere à multa isolada de 75% com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996. JUROS SELIC. SÚMULA CARF Nº 108. Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009 DESPESAS PROVISIONADAS. LALUR. EXCLUSÕES INDEVIDAS Mantémse a glosa referente aos valores das provisões cuja exclusão se revelou indevida. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. MULTA ISOLADA. Mantémse as multas isoladas aplicadas sobre o não recolhimento de estimativas mensais devidas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2009 LANÇAMENTO DECORRENTE Aplicamse ao lançamento decorrente os mesmos fundamentos do IRPJ, no que couber. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 1770DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 4 3 Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Luis Henrique Marotti Toselli, Bárbara Santos Guedes, Rafael Gasparello Lima e Gisele Barra Bossa que acolhem os embargos de declaração mas sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Souza Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Luis Henrique Marotti Toselli, Ailton Neves da Silva (Suplente convocado), Bárbara Santos Guedes (Suplente convocada), Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente): ausente justificadamente, o conselheiro José Carlos de Assis Guimarães. Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela União (Fazenda Nacional) em relação ao Acórdão nº 1201002.146 de 13 de abril de 2018, que foram admitidos; apontam omissão sobre a questão da decadência do direito de o Fisco exigir multa isolada por falta de pagamento de estimativas mensais de IRPJ e CSLL. No Acórdão embargado, a Turma decidiu como segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2009 AUSÊNCIA DE CARACTERIZAÇÃO DE CONDUTA DOLOSA. DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. A autoridade fiscal não logrou êxito em comprovar que a contribuinte teria praticado quaisquer das condutas dolosas descritas nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64 hábeis a afastar a aplicação da contagem do prazo decadencial, nos termos do artigo 150, §4º, do CTN. Súmulas CARF nºs 14, 25 e 72. Diante do decurso do prazo de 5 anos da ocorrência do fato gerador dos débitos de IRPJ e CSLL em exigência, quando da ciência da autuação fiscal, deve ser reconhecida a ocorrência da decadência. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTOS INDIRETOS. CONDIÇÃO RESOLUTÓRIA DE ULTERIOR HOMOLOGAÇÃO. Tanto o pagamento como a compensação são formas de extinção do crédito tributário, sob condição resolutória de ulterior homologação, nos termos dos artigos 150, §1º, do CTN e 74, §2º, da Lei nº 9.430/96, respectivamente. Logo, em consonância com o princípio da isonomia tributária, é aplicável o prazo Fl. 1771DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 5 4 decadencial previsto no artigo 150, §4º, do CTN para as duas hipóteses. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em acolher a preliminar de decadência para dar provimento ao recurso voluntário. Vencidos a conselheira Eva Maria Los (relatora) e o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar que não reconheciam a decadência e davam parcial provimento ao recurso voluntário. Designada a conselheira Gisele Barra Bossa para redigir o voto vencedor. 2. É o relatório. Voto Conselheira Eva Maria Los, Relatora 3. Trata o processo dos autos de infração, que exigiram Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e Multa exigida Isoladamente devido à falta de recolhimento do IRPJ sobre a base de cálculo mensal estimada, fatos geradores em 30/06/2009, 31/07/2009, 31/08/2009, 30/09/2009, 31/10/2009, 30/11/2009 e 31/12/2009; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, relativa à mesma infração e fatos geradores e Multa exigida Isoladamente, devido à falta de recolhimento da CSLL sobre a base de cálculo mensal estimada, fatos geradores em 30/06/2009, 31/07/2009, 31/08/2009, 30/09/2009, 30/11/2009 e 31/12/2009. 1 IRPJ. CSLL apuração anual. Decadência. 4. A decisão da Turma, por maioria de votos, foi pela decadência dos lançamentos de IRPJ e CSLL na apuração anual com fato gerador em 31/12/2009, a qual se baseou em duas premissas; a) de que as compensações de estimativas durante o ano devem ser reconhecidas como pagamentos indiretos efetuados durante o anocalendário; b) ausência de dolo, fraude ou sonegação. 5. A presente análise, portanto, deve se ater a esses limites. 2 Acórdão recorrido. Nulidade. Questão não decidida no Acórdão embargado. 6. Pleiteia nulidade da decisão recorrida, porque indeferiu o pedido de diligência/perícia e deixou de analisar com o devido cuidado os argumentos e documentos apresentados, violando o direito de defesa da Recorrente; reitera a necessidade de realização de diligência/perícia dos quesitos que relaciona às págs. 1.266/1.267 e indica e qualifica os peritos. 7. Estatuem os arts. 59 e 60 do Decreto nº 70.235, de 1972: Fl. 1772DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 6 5 Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. (...) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. (Grifouse) 8. Como se vê, de acordo com o art. 59, II, supra, só se pode cogitar de declaração de nulidade do Acórdão DRJ/CTA que se insere na categoria de decisão, se houver preterição do direito de defesa; quaisquer outras irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, a teor do art. 60 do Decreto nº 70.235, de 1972. Caso não influam na solução do litígio, também prescindirão de saneamento. 2.1.1 Acusação de Cerceamento de Defesa. 9. Verificase que o contribuinte teve acolhida a impugnação apresentada e esta foi objeto do Acórdão DRJ/CTA, no qual os argumentos foram analisados e considerados improcedentes, bem como o pedido de diligência, extensamente analisado, foi negado, pois a DRJ/CTA entendeu que: 23. A autuada pede a conversão do julgamento em diligência, todavia não traz documentos ou argumentação que justifiquem tal medida, ficando evidente que, na verdade, busca uma refiscalização, mas tão somente em seus próprios termos, pois nem mesmo tentou suprir as informações e documentos que deixou de apresentar no curso de procedimento fiscal. (...) 32. Do exame da opinião contida no parecer contábil contratado pela autuada fica evidente a tentativa de desviar da falta de comprovação sobre o que efetivamente foi pago em razão de reclamatórios e rescisões trabalhistas e de como se da irregularidade quanto ao provisionamento e reversão relativos ao PPR da empresa. 10. O contribuinte foi cientificado regularmente do feito e, segundo prevê a legislação relativa ao processo administrativofiscal, apresentou Recurso Voluntário, que foi acolhido e que é objeto do presente voto. 11. Dessa forma, não se identifica cerceamento no direito de defesa, dado que os argumentos e documentos de prova estão sendo reexaminados, suprindo dessa forma, eventual omissão da 1ª instância de julgamento. Fl. 1773DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 7 6 3 Estimativas mensais. Decadência. 12. Determina a Súmula CARF nº 104, (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018); Acórdãos Precedentes: 9101001.861, de 30/01/2014; 1102 000.824, 04/12/2012; 140201.217, de 04/10/2012; 1401000.804, de 12/06/2012; 1202 00.658, de 16/01/2012; 130100.503, de 23/02/2011; 140200.219, de 06/07/2010; 1803 00.426, de 20/05/2010; 19800.101, de 30/01/2009; 1950.125, de 10/12/2008; 19300.017, de 13/10/2008; 10196.215, de 14/06/2007; CSRF/0105.653, de 27/03/2007 Lançamento de multa isolada por falta ou insuficiência de recolhimento de estimativa de IRPJ ou de CSLL submetese ao prazo decadencial previsto no art. 173, inciso I, do CTN. 13. A autuação fiscal exige multas isoladas sobre estimativas mensais não recolhidas de IRPJ e de CSLL, dos meses de 06/2009 a 12/2009. 14. A data da ciência dos autos foi em 16/09/2015, pág. 559: a. para as multas isoladas referentes aos meses 06/2009, 07/2009, 08/2009, 09/2009, 10/2009, 11/2009, a teor do art. 173, I do CTN, iniciase a contagem do prazo em 01/01/2010, encerrandose em 31/12/2015 portanto, não atingidos pela decadência; b. para as multas isoladas referentes ao mês 12/2009, iniciase em 01/01/2011, encerrandose o prazo quinquenal em 31/12/2016 portanto, tampouco atingidos pela decadência. 15. Resulta que o lançamento fiscal das multas isoladas não foi atingido pela decadência. 4 Estimativas mensais. Quantum exigível. Base para multa isolada. 16. Primeiramente, há que se analisar o mérito da autuação e seus possíveis reflexos na apuração das estimativas mensais, 4.1 MÉRITO. 17. A Recorrente optou pelo Lucro Real Anual, com estimativas mensais com base em balanços/balancetes de suspensão/redução. 18. O Autuante identificou exclusões do Lucro Real e da base de cálculo da CSLL, de reversões de provisões feitas em exercícios anteriores, descritas no TVF, pág. 636: 5.5. As exclusões de bases de cálculo do IRPJ e CSLL que se registram em Lalur, relacionadas a provisões não previstas nos Art. 336, 337, e 338 do Dec. nº 3.000/1999(RIR), ou nos Art. 8º e 9º da Lei nº 10.753/2003, como ensejadoras de exclusões da base de cálculo do lucro real, devem ser apuradas quanto as suas regularidades para serem admitidas nos seus efeitos fiscais. 5.6. Exclusões não relacionadas a adições feitas no mesmo ano calendário é situação que impõe a realização de exames num Fl. 1774DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 8 7 intervalo maior de tempo para cada título de provisão, para que, então, se tenha condições de se fazer a necessária correlação entre as adições e as correspondentes exclusões posteriores. 5.7. Exames exigíveis para se firmar a admissibilidade dos valores ligados às exclusões das bases de cálculo tributárias, o que, conforme o tratado neste relatório, devem ser feitos evento a evento para cada título provisionado. 5.8. Provisão é um passivo de prazo ou valor incertos, item 7 da NBC TG 25, e, assim, cada valor provisionado se relaciona a uma expectativa de despesa ou custo a se realizar ou não, e se realizada o será nas mais diferentes proporções, seja a menor ou a maior do provisionado. 5.9. O valor provisionado pode não ser o mesmo que aquele que será quitado; No 5.10.Na realização das despesas provisionadas, temse como possibilidades: 1 A expectativa do evento que gerou a provisão não acontece, ou a empresa foi desonerada da obrigação, e, portanto, não se transforma em despesa, podendo ser toda revertida, a provisão, para compor com saldo credor o resultado do período de reconhecimento da situação; 2 Situação mista, parcela do provisionado é usado com a despesa que se realizou, e parcela do provisionado ficou excedente para o efetivamente exigível do montante provisionado; Para um provisionamento bem calculado, a situação mais comum. Revertese a provisão, destinase para contas próprias o devido para o quitamento ou reconhecimento da obrigação, e o excedente entra em conta de resultado com lançamento a crédito. 3O provisionado é igual a despesa realizada; Entre as possibilidades, a situação menos comum. Revertese a provisão e, em contrapartida, fazse os lançamentos em contas a pagar, e/ou Caixa, e/ou Bancos; 4O provisionado foi insuficiente para o realizado; A situação mais indesejável. Revertese toda a provisão tendo como contrapartida "Contas a Pagar", e/ou Caixa, e/ou Bancos, e, para o déficit do valor provisionado, acrescentase o lançamento extra de despesa devida. (...) Temse, portanto, que nas reversões das provisões, que foram anteriormente adicionadas em Lalur, se imporá efetuar 2(dois) controles para que se possa considerar que foram feitos todos Fl. 1775DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 9 8 os ajustes contábeis, com efeitos fiscais, para que se possa dar por justificadas as magnitudes das exclusões no Lalur das competências das reversões, que são: 1 – o quanto da provisão foi usada com o custo/despesa efetivamente realizada, e, se insuficiente, o quanto precisou ser complementado; 2 – o excedente da provisão, se acontecido. 5.12. Para que este controle seja possível devem ser conhecidos: 1 – o efetivamente provisionado para cada evento especifico, ou expectativa de obrigação, objeto de provisão; 2 – o total do custo/despesa, relacionado a provisão, que efetivamente tornou se exigível. 5.13. O efetivamente provisionado para cada evento tratado não pode ser substituído pelo conhecimento da totalização que, alegadamente, seria valida para um grupo de eventos, o conhecimento deve ser individuado, pois o controle deve ser feito provisão a provisão. O custo/despesa efetivamente realizado, relacionado com as exclusões, deve ser controlado e conhecido, assim como os eventuais superávits gerados pelas provisões, a inexistência ou não apresentação dos controles relacionados podem encobrir situações com potencial de alterar significativamente os reflexos das exclusões em Lalur, alargando seus efeitos como instrumento de estreitamento da base de calculo das obrigações fiscais para com o IRPJ e CSLL; Sem os controles relacionados não se pode afirmar a correção dos efeitos fiscais produzidos pelas exclusões fiscais em Lalur. 5.15. Todos os controles e conhecimentos devem ser feitos sempre individuados para cada evento relacionado as provisões revertidas. 19. O RIR de 1999, arts. 249, 336 a 338, somente autoriza a dedução como despesas, das provisões para férias, 13º e respectivos encargos e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável. 20. No caso das provisões que se discute neste autos, não há autorização para que sejam deduzidas, e segundo o art. 249, estas despesas deverão ser objeto de Adição ao lucro líquido contábil, no LALUR. 21. Por isso, cabe fazer um paralelo entre a apuração de resultados segundo as normas da contabilidade comercial e a apuração do Lucro Real, que segue normas tributárias: 22. Exemplificase a seguir, com números hipotéticos: 23. Se no ano 1, a empresa efetuou a provisão de R$1.000.000,00 e teve lucro (antes da provisão) de R$5.000.000,00. a. Contabilmente, deduzirá como despesa os R$1.000.000,00 e apurará o lucro contábil de R$4.000.000,00 Fl. 1776DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 10 9 b. Tributariamente, como a provisão não é dedutível, efetuará Adição ao lucro contábil, no LALUR: R$(4.000.000,00+1.000.000,00)=R$5.000.000,00, anulando aquela despesa e oferecendo à tributação o lucro antes da provisão . c. Diferença entre lucro contábil e tributável R$1.000.000,00; 24. Se num ano futuro, a empresa, efetivamente, desembolsa R$1.000.000,00 daquela despesa. a. Contabilmente, os R$1.000.000,00 desembolsados, serão creditados a Caixa/Bancos, não afetando o resultado (pois já foram apropriados pelo regime de competência). Se, hipoteticamente, o lucro foi novamente R$5.000.000,00 (antes da despesa), este será o resultado contábil. b. Tributariamente, a despesa realizada de R$1.000.000,00 será objeto de Exclusão no LALUR, pois o valor já havia sido tributado no ano da constituição. Se, hipoteticamente, o lucro foi novamente R$5.000.000,00 (antes da despesa), o Lucro Real oferecido à tributação será de R$4.000.000,00; c. Diferença entre lucro contábil e tributável R$1.000.000,00; 25. Porém, se naquele ano futuro, a empresa, efetivamente, desembolsa apenas R$600.000,00 daquela despesa: a. Contabilmente, os R$600.000,00 desembolsados, serão creditados a Caixa/Bancos, não afetando o resultado (pois já foram apropriados pelo regime de competência); e os R$400.000,00 de Provisão Não Dedutível, não realizados, deverão ser revertidos a resultados, isto é, serão lançados a crédito da conta de resultados, pois, contabilmente, já haviam sido deduzidos, porém essa despesa não se realizou, assim o resultado contábil será R$(5.000.000+400.000,00=)5.400.000,00. b. Tributariamente, o valor desembolsado, tratase de despesa dedutível, assim, o valor desembolsado (R$600.000,00) será registrado como Exclusão, no LALUR (haja vista que neste ano, não foi lançado na conta de resultado, pois já havia sido por ocasião da constituição da provisão), resultando R$(5.400.000,00 600.000,00=)4.800.000,00. Quanto ao valor da Reversão da Provisão Não Dedutível (R$400.000,00): i. se for tratado como Exclusão no LALUR, resultara lucro tributável R$(4.800.000,00 400.000,00=)4.400.000,00; Diferença entre lucro contábil e tributário R$1.000.000,00 ii. se a reversão não for objeto de Exclusão, o valor tributável será R$4.800.000,00. Diferença entre lucro contábil e tributário R$600.000,00 c. Assim, a despesa realizada de R$600.000,00 foi tributada no ano 1, portanto, deve ser excluída no ano da sua realização (ano futuro); e a Provisão Não Dedutível deve ser excluída, pois foi, corretamente, tributada no ano 1; uma vez que esta despesa não foi realizada, o contribuinte a adicionou ao seu resultado contábil, ponto de partida para a Fl. 1777DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 11 10 apuração do Lucro Real se não for objeto de Exclusão no LALUR, o valor será tributado novamente. 26. Em outras palavras, a empresa pode constituir a provisão que lhe seja necessária para seu gerenciamento contábil, debitando o valor da provisão à conta de despesas e conseqüentemente diminuindo o lucro líquido. Se, fiscalmente ou tributariamente, não há previsão legal para que tal provisão seja dedutível, a legislação comanda que nesses casos se faça a respectiva adição ao lucro líquido para anular extracontabilmente aquele efeito de dedutibilidade. 27. É o que a Recorrente alega que fez. 28. Quando da realização/desembolso da parcela da provisão realizada (R$600.000,00, no exemplo dado), não debitará contabilmente a conta de resultados, porque já o fez, mas registrará como Exclusão no LALUR, este valor, pois quando da constituição da provisão, já foi tributado. 29. Quanto à parcela da Provisão Não Dedutível que não se realizou (R$400.000,00 no exemplo dado), a Recorrente deve reverter este valor, estornandoo contabilmente, e lançando a crédito da conta de resultados, pois foi uma despesa que havia deduzido, mas que não se realizou, portanto, deve ser "neutralizada" assim procedendo, esta valor aumentará o lucro líquido contábil. 30. No entanto, o valor desta reversão (R$400.000,00 do exemplo) já havia sido oferecidos à tributação, por isso, a Recorrente irá anular esse efeito contábil através de uma exclusão extracontábil exatamente nesse valor (R$400.000,00), isto é , registrará uma Exclusão nesse valor no LALUR. 31. Portanto, o que deve ser verificado no presente caso, é se a Recorrente de fato, havia oferecido os valores das Provisões à tributação, quando das respectivas constituições. 4.1.1 Conta 2251101 (conta contábil 2210701003001 Contingências Trabalhistas) : Provisão Reclamatória Trabalhista. 32. Relata o Autuante que intimou a empresa a : 1.1. Se as exclusões forem relacionadas a reversões de provisões, que se apresentem planilhas para cada um dos itens listados, em que se apontem, caso tenham ocorrido, os momentos anteriores, mês a mês, inclusive para anos anteriores a 2009, em que as provisões anotadas no Lalur como exclusões estiveram lançadas como adições da base de cálculo em períodos passados; Ou seja, que se demonstre que as provisões não dedutíveis foram objeto de adições em Lalur em ocasiões anteriores, e, por terem sido revertidas em 2009, foram lançadas como exclusões; Cabendo destacar que para a eficaz comprovação do que se requer demonstrar se imporá que as adições anteriores e as exclusões em 2009, apresentadas mês a mês, sejam decompostas nas parcelas que compuseram suas totalizações mensais, de forma que se possa estabelecer uma relação precisa e única entre cada adição original e cada exclusão final; Sendo imperativo, se envolver anos anteriores, a Fl. 1778DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 12 11 apresentação de cópias dos Lalur relacionados aos anos calendário envolvidos, com as cópias das folhas das contas contábeis onde se fizeram os lançamentos das provisões nos Razões que as embasaram, registros estes que permitam comprovar os demonstrativos; Demonstrativos estes que deverão apresentar, no mínimo, as informações indicadas no modelo abaixo(exemplo ilustrativo): Exclusão em 2009 (Lalur) Adição em Período Anterior (Lalur) Mês Item Parcela N° Parcela do Total Total no Mês Mês/Ano Parcela do Total Total no Mês jul/09 Provisão Reclamatória Trabalhista Conta 2251101 1 50.000,00 4.223.511,34 jul/08 50.000,00 1.200.000,00 jul/09 idem 2 80.000,00 4.223.511,34 out/08 80.000,00 890.000,00 jul/09 idem 3 328.000.00 4.223.511.34 jan/09 328 000.00 1.642 000.00 jul/09 idem 4 152.000,00 A 4.223.511,34 fev/09 152.000,00 B 720.000,00 Nesta Intimação procurouse tão somente saber em que competências passadas aconteceram as adições em Lalur, adições que vieram a gerar as exclusões quando das supostas reversões das provisões, pois na parte B do Lalur de 2009 não ha nenhuma anotação que permitisse tal identificação, e muito menos os eventos envolvidos, para que, em consequência, se pudesse mensurar os impactos da realização dos custos/despesas na apuração do lucro societário, com reflexos no lucro fiscal. 33. E relata que, contrariando o requerido, a empresa não abriu os valores das diversas parcelas que compunham as totalizações de cada mês, tratando os meses como pacotes fechados de eventos; e que no TIF nº 7, o Autuante informou quanto à não comprovação e orientou como fazêlo, bem como requereu que a empresa apresentasse os livros Lalur anteriores a 2009, partes A e B, onde foram lançadas as adições às bases de cálculo do IRPJ e CSLL relacionadas às exclusões de mesmo tipo de bases que se fizeram em 2009, incluindo os livros dos anos intermediários entre 2009 e os dos anos relacionados às adições inicialmente referidas. 6.12. Referido no extrato do TIF 07, acima, o anexo II, em anexo a este relatório, foi apresentado para preenchimento do sujeito passivo, e tinha como objetivo permitir que este demonstrasse o efeito das reversões de provisões no cálculo do resultado societário ao longo de 2009, em se considerando as apropriações dos correspondentes custos/despesas realizadas e/ou, se acontecidos, das apropriações de saldos de provisões superavitárias em contas de resultados, controles que deveriam se dar evento a evento, com o que se comprovaria a justeza das exclusões em Lalur sobre bases de resultados societários realmente corretos. 34. Mas que: 6.14. Os Livros Lalur de 2006 a 2008 foram apresentados em atendimento ao TIF nº 07, o de 2009 já o tinha sido, mas, entretanto, por insuficiência das informações necessárias nas partes B, para os títulos e valores de provisões que se apontam Fl. 1779DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 13 12 em tópicos próprios deste relatório, não puderam ser contornadas as dúvidas apresentadas nas constatações fiscais no Termo de Intimação. 35. E esclarece: 7.8. O que se aponta neste relatório é que o sujeito passivo deixou de demonstrar ter tido os controles individuados das provisões e suas reversões, de tal forma que o permitisse ter feito as exclusões em Lalur sobre bases corretamente ajustadas de lucro/prejuízo contábil/societário, por justa apropriação de despesas realizadas e de receitas sobre desonerações relacionadas a provisões, razão porque foram glosadas as exclusões em Lalur promovidas pelo sujeito passivo que não puderam ser demonstradas ou serem objeto de conferência quanto a terem sido feitas sobre lucro/prejuízo contábil/societário corretamente calculado. (...) 7.10. O direito ao aproveitamento das adições feitas anteriormente, relacionadas a provisões não dedutíveis, não desaparece, permanece, mas fica postergado para o momento em que o sujeito passivo consiga recompor todas as informações relacionadas às provisões, com possibilidade de comprovação, de tal forma que as exclusões correspondentes aconteçam sobre bases calculadas de lucro/prejuízo societário comprovadamente calculados após os impactos das reversões das provisões que se fizeram. 7.11. Aproveitamento que só poderá ser feito no futuro, pois o que ficou constatado neste procedimento fiscal é que as exclusões quando feitas aconteceram sem os controles devidos nos meses de 2009, e, ainda que tendo lhe sido facultada a possibilidade, o sujeito passivo não recompôs as informações necessárias nesta ocasião. 36. E ainda: 8.1.5. Quando das intimações fiscais, foi apresentado ao sujeito passivo o modelo de planilha que deveria preencher, o anexo II do TIF 07, em anexo a este Termo, onde se apresentavam os itens que a empresa deveria indicar para que se tornasse possível apurarse os impactos de cada sentença ou acordo no calculo do lucro societário de cada período. 8.1.6. O anexo II do TIF 07 foi ignorado pela empresa, e, em substituição a planilha fiscal, a empresa apresentou uma planilha com os itens que decidiu informar, referente tão somente as provisões relacionadas a “Provisões para Reclamatórias Trabalhistas – Conta 2251101”, e não a outros tipos de provisões, onde, se por um lado, aparece pela primeira vez o numero de processos trabalhistas, de outra parte, faltam: 1 – a relação completa dos processos para os quais foram feitas provisões desde o inicio destas, anterior a 2006; 2 – a Fl. 1780DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 14 13 individuação de quanto foi provisionado para cada processo; 3 a indicação dos processos que foram decididos ao longo do tempo, ate chegar a 2009; Informações e valores que permitiriam apurar os impactos de cada processo decidido no calculo do lucro societário de cada período, alem de se conferir que cada processo somente produziu efeito uma única vez. 8.1.7. Outra exigência em intimação fiscal, das 30(trinta) comprovações que deveriam ter sido apresentadas, como amostragem inicial, apresentou 19(dezenove), e para nenhuma destas deu elementos ou informou qual seria o provisionado especificamente para cada RT, parâmetro sem o qual tornase impossibilitada apurarse a relação “Provisionado” X Custo/Despesa realizada", referencia obrigatória para apurarse o impacto dos lançamentos contábeis, que se fizeram imponíveis na reversão de cada provisão, na apuração do resultado societário em cada mês de 2009. 37. O contribuinte apresentou a planilha de pág. 265, na qual, em relação à Provisão Reclamatória Trabalhista, lista que os valores das Exclusões em 2009, no Lalur, a partir de 01/2009 até 12/2009, haviam sido provisionadas e adicionadas em 12/2006, em idênticos valores, porém, sem detalhar sua composição como foi requerido; a seguir se reproduz parte dessa planilha apresentada: Exclusão em 2009 (LALUR) Adições no Período anterior Mês Item Parcela nº Parcela Total Total no Mês Mês/Ano Parcela Total Total no Mês jan/09 Prov Rescisões Trabalhistas 1 2.440.244,50 2.440.244,50 dez/06 2.440.244,50 280.776.300,10 fev/09 Prov Rescisões Trabalhistas 2 1.803.438,20 4.243.682,40 dez/06 1.803.438,20 280.776.300,10 mar/09 Prov Rescisões Trabalhistas 3 2.451.497,65 6.695.180,05 dez/06 2.451.497,65 280.776.300,10 abr/09 Prov Rescisões Trabalhistas 4 4.656.057,72 11.351.237,77 dez/06 4.656.057,72 280.776.300,10 (...) 38. Mas o Autuante apontou divergências nas informações apresentadas pelo contribuinte na planilha relativa à conta RT 2251101, no ano 2009: Planilha apresentada Exclusões em LALUR, págs. 148/256 Condenações/Acordos + Encargos/Custos (a) no mês (b) Diferenças (a)(b) JAN 1.544.772,73 2.440.244,20 895.471,47 FEV 1.434.516,87 1.803.438,20 368.921,33 MAR 1.293.830,37 2.451.497,65 1.157.667,28 ABR 3.752.040,85 4.656.057,72 904.016,87 MAI 2.008.756,91 3.336.436,87 1.327.679,96 JUN 765.461,11 5.857.474,33 5.092.013,22 JUL 2.230.465,17 4.223.511,34 1.993.046,17 AGO 2.507.523,57 5.009.447,47 2.501.923,90 Fl. 1781DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 15 14 SET 930.861,68 3.769.362,32 2.838.500,64 OUT 2.049.033,52 5.201.764,31 3.152.730,79 NOV 3.196.260,01 5.464.059,05 2.267.799,04 DEZ 3.047.740,32 6.834.324,33 Prejudicado Em 12/09 o registro de exclusão no Lalur indica acumulado em dezembro menor que em novembro 8.1.10. As diferenças na planilha acima, entre os valores informados na planilha de atendimento à fiscalização, fora do padrão exigido na intimação fiscal, e os valores das exclusões que se acusam em Lalur, projetam dúvida sobre a abrangência da planilha apresentada. 8.1.11. As diferenças são grandes, e as exclusões sempre tem valores maiores, nesta situação, se a planilha apresentada representava o universo total dos eventos os lançamentos a crédito em conta de resultados nas reversões de resultados seriam da mesma grandeza das exclusões, o que não se observa nos lançamentos contábeis, se o universo da planilha é parcial nada se pode afirmar pois faltaram dados. 8.1.12. Devese agravar, relativo ao quadro acima, que a empresa promoveu e se beneficiou de exclusões relacionadas a RT Conta 2251101 até novembro, sendo que em dezembro, sem outros registros que justificassem, indicou no Lalur de dezembro que as exclusões acumuladas relacionadas eram menores que as acumuladas até novembro; O acumulado das exclusões até novembro não teria como ser inferior ao acumulado até dezembro, situação que é indicadora de inconsistência nos registros do Lalur. 39. E demonstra os valores do lançamento fiscal: Provisão para reclamação trab Conta 2251101 / 2210701003001 Auto de Infração Exclusões no LALUR , págs. 148/256 R$ (valores acumulados) Lançamentos c/conta 2210701003001(D) e Resultados(C) (isto é, valores da Provisão, revertidos e adicionados ao resultado, contabilmente) págs. 674/678 Glosas de Exclusões (para as quais não localizou a reversão correspondente da Provisão valores acumulados) jan/09 2.440.244,20 2.440.244,20 fev/09 4.243.682,40 4.243.682,40 mar/09 6.695.180,05 539.075,75 6.156.104,30 abr/09 11.351.237,77 448.011,55 10.903.226,22 mai/09 14.687.674,64 417.543,23 14.270.131,41 jun/09 20.545.148,97 333.900,53 20.211.248,44 jul/09 24.768.660,31 497.508,63 24.271.151,68 ago/09 29.778.107,78 370.847,39 29.407.260,39 Fl. 1782DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 16 15 set/09 33.547.470,10 447.322,53 33.100.147,57 out/09 38.749.234,41 416.126,87 38.333.107,54 nov/09 44.213.293,46 396.487,88 43.816.805,58 dez/09 37.378.969,13 406.160,17 36.972.808,96 4.1.1.1 Erro de cálculo: 40. Verificase que o Autuante deveria acatar as Exclusões que correspondiam à soma da despesa efetivamente desembolsada, mais as reversões da Provisão não realizadas, porque ambos já haviam sido oferecidos à tributação (ou assim foram aceitos pelo Autuante); quanto aos valores da Provisão que haviam sido objetos de Adições quando da constituição em 12/2006, porém, cuja reversão não foi contabilizada em 2009, não podem ser excluídos em 2009, porque, ao não ser contabilizada a reversão, não foram adicionados ao resultado em 2009, não se justificando a Exclusão. 41. Também se observa na tabela supra que os valores acumulados dos Lançamentos na conta 2210701003001 D(ébito) e Resultados C(rédito) deixaram de considerar as provisões dos meses anteriores. 42. Dessa forma, as Exclusões a serem glosadas são: Condenações/Acordos + Encargos/Custos Voto Exclusões no LALUR R$ (valores acumulados) Lançamentos c/conta 2210701003001(D) e Resultados(C) (isto é, valores provisionados cuja reversão foi contabilizada, portanto, adicionados ao resultado de 2009) Valores acumulados no ano (depesas de Reclamatórias Trabalhistas realizadas) Valores mensais Valores acumulados no ano Glosas de Exclusões Valores Acumulados no ano jan/09 2.440.244,20 1.544.772,73 1.544.772,73 895.471,47 fev/09 4.243.682,40 1.434.516,87 2.979.289,60 1.264.392,80 mar/09 6.695.180,05 539.075,75 1.293.830,37 4.273.119,97 1.882.984,33 abr/09 11.351.237,77 987.087,30 3.752.040,85 8.025.160,82 2.338.989,65 mai/09 14.687.674,64 1.404.630,53 2.008.756,91 10.033.917,73 3.249.126,38 jun/09 20.545.148,97 1.738.531,06 765.461,11 10.799.378,84 8.007.239,07 jul/09 24.768.660,31 2.236.039,69 2.230.465,17 13.029.844,01 9.502.776,61 ago/09 29.778.107,78 2.606.887,08 2.507.523,57 15.537.367,58 11.633.853,12 set/09 33.547.470,10 3.054.209,61 930.861,68 16.468.229,26 14.025.031,23 out/09 38.749.234,41 3.470.336,48 2.049.033,52 18.517.262,78 16.761.635,15 nov/09 44.213.293,46 3.866.824,36 3.196.260,01 21.713.522,79 18.632.946,31 dez/09 37.378.969,13 4.272.984,53 3.047.740,32 24.761.263,11 8.344.721,49 43. Caso apurados pelos valores mensais, resultam: Fl. 1783DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 17 16 Voto Exclusões no LALUR valores mensais Reversões contabilizadas Val mensais (despesas de Reclamatórias Trabalhistas realizadas) Val mensais Exclusões Val mensais jan/09 2.440.244,20 0,00 1.544.772,73 895.471,47 fev/09 1.803.438,20 0,00 1.434.516,87 368.921,33 mar/09 2.451.497,65 539.075,75 1.293.830,37 618.591,53 abr/09 4.656.057,72 448.011,55 3.752.040,85 456.005,32 mai/09 3.336.436,87 417.543,23 2.008.756,91 910.136,73 jun/09 5.857.474,33 333.900,53 765.461,11 4.758.112,69 jul/09 4.223.511,34 497.508,63 2.230.465,17 1.495.537,54 ago/09 5.009.447,47 370.847,39 2.507.523,57 2.131.076,51 set/09 3.769.362,32 447.322,53 930.861,68 2.391.178,11 out/09 5.201.764,31 416.126,87 2.049.033,52 2.736.603,92 nov/09 5.464.059,05 396.487,88 3.196.260,01 1.871.311,16 dez/09 6.834.324,33 406.160,17 3.047.740,32 10.288.224,82 Total 37.378.969,13 4.272.984,53 24.761.263,11 8.344.721,49 4.1.2 Conta 2183622 (conta contábil 2160501999999 Outras Provisões): Provisão Rescisões Trabalhistas 44. O Autuante identificou valores de Exclusões no Lalur, sem suporte em lançamentos contábeis de reversões: Conta 2183622 / 2160501999999 Estorno de Prov. de Rescisões Estorno/Revers ões acumulados (a) Exclusões no Lalur acumulados (b) Exclusões no Lalur sem lançamentos contábeis de reversões: (b)(a) valores acumulados jan/09 0.00 95.034.26 95.034.26 fev/09 95.701.15 95.701.15 233.593,45 137.892.30 mar/09 208.101,88 303.803.03 1.822.184,30 1.518.381,27 abr/09 435.432.62 739.235.65 2.340.516,66 1.601.281,01 mai/09 958.688.80 1.697.924.45 3.059.533,26 1.361.608,81 jun/09 585.190.96 2.283.115.41 3.405.052,02 1.121.936,61 jul/09 763.536.70 3.046.652.11 4.813.159,38 1.766.507,27 aqo/09 370.719.97 3.417.372,08 5.183.879,35 1.766.507,27 set/09 0,00 3.417.372,08 5.183.879,35 1.766.507,27 out/09 1.071.940.65 4.489.312.73 6.255.820,00 1.766.507,27 nov/09 1.925.525.00 6.414.837.73 8.319.720,54 1.904.882,81 dez/09 699.921.98 7.114.759.71 20.083.779.36 12.969.019.65 45. E comparou com os valores das rescisões, constantes da Folha de Pagamento, no ano 2009, que totalizaram R$399.963,21: R$ jan/09 18.723,28 fev/09 96.294,93 mar/09 11.209.08 Fl. 1784DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 18 17 abr/09 26.859.43 mai/09 18.256.56 jun/09 9.883,37 jul/09 14.490.45 ago/09 12.102.49 set/09 1.125.15 out/09 20.635,83 nov/09 17.720,41 dez/09 152.662,23 46. Se as Provisões foram objeto de Adição no Lalur, nos anos em que constituídas, o valor realizado e o excedente revertido devem ser objeto de Exclusão em 2009; observase das tabelas supra o total realizado foi de R$399.963,21 e o total revertido foi de R$7.114.759,71; a Exclusão deverá se limitar à soma do valor da Provisão realizado, R$399.963,21, mais o valor da Provisão revertido, R$7.114.759,71, totalizando R$7.514.722,92 no ano 2009. 47. Como a empresa registrou Exclusões de R$20.083.779,36, então excluiu indevidamente R$(20.083.779,6 () 7.514.722,92=) 12.569.056,44, no ano 2009: Voto Conta 2183622 / 2160501999999 Estorno de Prov. de Rescisões Estorno/Reversões Valor acumulado no ano Rescisões efetivadas valor mensal Rescisões efetivadas Valor acumulado no ano Exclusões no Lalur Valor acumulado no ano Exclusão jan/09 0,00 0,00 18.723,28 18.723,28 95.034,26 76.310,98 fev/09 95.701,15 95.701,15 96.294,93 115.018,21 233.593,45 22.874,09 mar/09 208.101,88 303.803,03 11.209,08 126.227,29 1.822.184,30 1.392.153,98 abr/09 435.432,62 739.235,65 26.859,43 153.086,72 2.340.516,66 1.448.194,29 mai/09 958.688,80 1.697.924,45 18.256,56 171.343,28 3.059.533,26 1.190.265,53 jun/09 585.190,96 2.283.115,41 9.883,37 181.226,65 3.405.052,02 940.709,96 jul/09 763.536,70 3.046.652,11 14.490,45 195.717,10 4.813.159,38 1.570.790,17 aqo/09 370.719,97 3.417.372,08 12.102,49 207.819,59 5.183.879,35 1.558.687,68 set/09 0,00 3.417.372,08 1.125,15 208.944,74 5.183.879,35 1.557.562,53 out/09 1.071.940,65 4.489.312,73 20.635,83 229.580,57 6.255.820,00 1.536.926,70 nov/09 1.925.525,00 6.414.837,73 17.720,41 247.300,98 8.319.720,54 1.657.581,83 dez/09 699.921,98 7.114.759,71 152.662,23 399.963,21 20.083.779,36 12.569.056,44 4.1.3 Conta 2183602 (conta 21204019999999 Outros salários e remunerações a pagar): Provisão Remuneração Variável 48. Às págs. 84/147, foi a Recorrente intimada, entre outros, a explicar: Ficha 09A Demonstração do Lucro Real PJ em Geral Exclusões 1 item 40/Reversão dos Saldos das Provisões não Dedutíveis ao valor de R$ 97.256.020,83 49. Sua resposta foi: Ficha 09 A Demonstração do Lucro Real PJ em geral 1 Item 40/ Reversão dos Saldos de Provisões não Dedutíveis no Valor de R$ 97.256.020,83: Código da Conta Descrição Saldo Final 2251101 Baixa provisão para reclamação traba/ 2251101 37.378.969,13 Fl. 1785DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 19 18 2133622 Baixa provisão para rescisões trabalhistas c/218362 20.083.779,36 2183602 Baixa de remuneração variável 2133602 11.894.617,06 (...) (...) (...) Total 97.256.020,83 50. E detalhou: Exclusões em 2009 ( Lalur) Adições no Período Mês Item Parcela Nº Parcela Total Total no Mês Mês/Ano Parcela Total Total no Mês (acumulado) jan/09 1 1 0,00 jan/08 342.157,35 342.157,35 fev/08 3.906,15 346.063,50 mar/08 300.745,25 646.808,75 abr/08 327.918,92 974.727,67 mai/08 342.157,35 1.316.885,02 jun/08 342.157,35 1.659.042,37 jul/08 342.157,35 2.001.199,72 ago/08 342.157,35 2.343.357,07 set/08 342.157,35 2.685 514,42 out/08 342.157,35 3.027.671,77 nov/08 342.157,35 3.369.829,12 dez/08 342.157,35 3.711.986,47 fev/09 Prov. p/ Remuneração Variável 1 4.102.214,79 4.102.214,79 jan/09 390.228,32 390.228,32 fev/09 390.228,32 390.228,32 mar/09 1 4.451.032,35 8.553.247,14 mar/09 4.060.804,03 5.841.260,67 abr/09 1 8.553.247,14 mai/09 1 8.553.247,14 jun/09 1 8.553.247,14 jul/09 1 8.553.247,14 ago/09 1 8.553.247,14 mar/09 1.000.000,00 5.841.260,67 abr/09 390.228,32 6.231.488,99 set/09 1 3.341.369,92 11.894.617,06 mai/09 390.228,32 6.621.717,31 jun/09 390.228,32 7.011.945,63 jul/09 390.228,32 7.402.173,95 ago/09 390.228,32 7.792.402,27 set/09 390.228,32 8.182.630,59 Obs: R$(3.711.986,47 + 8.182.630,59) = 11.894.617,06; R$(3.711.986,47+390.228,32( jan/09))= 4.102.214,79. 51. Às págs. 1.114/1.121, consta a descrição do Programa de Remuneração Variável e do PPR: a empresa deve atingir o resultado de Geração de Caixa, que é a diferença entre o dinheiro que entra e o que sai, orçado para o ano; equivalerá como um 14º salário e o trabalhador deve ter trabalhado até 31/12/2009, o que conduz à conclusão que a remuneração e exclusões ocorridas no anocalendário 2009, não podem ser referentes a este, cujo pagamento ocorreria em 2010. Fl. 1786DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 20 19 4.1.3.1 A Autuação 52. Em relação à conta 2183602 Remuneração Variável, que são valores relacionados a Plano de Participação de empregados nos Resultados PPR, e a conta 212040199999 Outros salários e remunerações a pagar, relata o Autuante que o contribuinte informou ter pago PPR (copa Diesel, Campeonato, Pagamento e Bônus com encargos) de R$828.653,31 em 02/2009 e R$103.478,70, em 03/2009, totalizando R$932.132,01, confirmados na Folha de Pagamento, valores que corresponderam à totalidade dessa remuneração realizada a esse título, no ano 2009; depois desses pagamentos, conforme determina a NBC TG 25, já não sendo mais provável que haveria a saída de recursos a esse título, a Provisão deveria ter sido revertida, por não mais ser necessária, e o superávit lançado a crédito na conta de resultados; isto é, após 31/03/2009, valores de provisões a esse título devem ser considerados como novas provisões constituídas, desvinculadas daquelas; o Autuante identificou na contabilidade e Lalur que foram registradas Exclusões, no período de 01/01/2009 a 30/09/2009, no total acumulado de R$3.341.369,92; a remuneração variável comprovada pela Folha de Pagamento, nos meses 01 e 02/2009, correspondentes aos valores provisionados, totalizou R$932.132,01, enquanto que foram lançados a crédito na conta 5110101008001, R$2.004.821,95 (soma de R$234.136,99 mais R$1.770.684,96), no mês 09/2009 (referente a nova provisão) assim, o Autuante apurou a Exclusão a glosar resultante da diferença entre as Exclusões no Lalur para o ano 2009 e este lançamento a crédito relativo a reversão não correspondente à Provisão constituída, apurando a Exclusão indevida de R$1.336.547,97, consta do TVF: 8.2.2. Em demonstrativo do contribuinte, para remunerações variáveis, PPR como identificou, foram pagos R$828.653,31 em fevereiro e R$103.478,70 em março, perfazendo o total de R$932.132,01 pagos durante o ano, valor este confirmado nas Folhas de Pagamento de 2009. 8.2.3. No demonstrativo da empresa as remunerações variáveis tiveram como composição: Competência Evento Valor fev/09 PPR Copa Diesel 12.323,57 Anexo 1 fev/09 PPR Campeonato 43.968,91 Anexo 1 fev/09 PPR Pagamento 308.202,01 Anexo 1 fev/09 Bonus 339.297,38 Anexo 1 fev/09 Encargos s/ Bonus 124.861,44 Anexo 1 mar/09 PPR Campeonato 2.602,61 Anexo II mar/09 PPR Pagamento 100.876,09 Anexo II Total 932.132,01 (...) 8.2.7. Com lançamentos credores e relativo a PPR, encontrase na conta de despesa 5110101008001 Remuneração Variável: 53. Cabe aqui observar que o Autuante destacou que o correto teria sido a Recorrente ter lançado a Crédito de Resultados, mas que o lançamento a Crédito na conta de despesa resulta também em aumento do Resultado. Fl. 1787DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 21 20 Data Cód.Conta Conta D/C Valor Saldo D/C Histórico 28/02/2009 2120401999999 Outros Salários e Remunerações a Pagar D 2.202.345,42 1.732.389,25 C Complemento/ Reversão PPR 2008 60% 28/02/2009 5110101008001 Remuneração Variável C 2.202.345,42 1.732.389,25 C Complemento/ Reversão PPR 2008 60% 31/03/2009 2120401999999 Outros Salários e Remunerações a Pagar D 3.951.480,79 3.481.464,61 C Reversão de PPR 31/03/2009 5110101008001 Remuneração Variável C 3.951.480,79 3.481.464,61 C Reversão de PPR 30/09/2009 2120401999999 Outros Salários e Remunerações a Pagar D 234.136,99 1.173.986,56 D Doc Contábil 30/09/2009 5110101008001 Remuneração Variável C 234.136,99 1.173.986,56 D Doc Contábil 30/09/2009 2120401999999 Outros Salários e Remunerações a Pagar D 1.770.684,96 596.698,40 C Reversão de Provisão PPR 60% 30/09/2009 5110101008001 Remuneração Variável C 1.770.684,96 596.698,40 C Reversão de Provisão PPR 60% 8.3.8 Em se considerandose os lançamentos para reversões de provisões para remunerações variáveis, temse que em 09/09 aconteceram exclusões sem os necessários suportes escriturais que ajustassem o fato contábil no cálculo do lucro societário, e, para estas, impõese a glosa de exclusões indicada abaixo. Provisão Remuneração Variável Conta 2183602 / 2120401999999 Conta 21204019999999 Outros salários e remunerações a pagar LALUR (retificado) Remuneração Variável em F. Pagamento Período Adições Exclusões no mês acumulado no ano * Conta 5110101008001 Remun. Variável Lançamentos a crédito Exclusões a glosar 01/01 a 30/09 2.341.369,92 3.341.369,92 0,00 932.132,01 2.004.821,95 1.336.547,97 * As remunerações variáveis. PPR. aconteceram em 02 e 03/09 54. O valor R$1.336.547,97 é resultado da Exclusão de R$3.341.369,92 () o lançamento a crédito na conta de despesa de remuneração variável R$2.004.821,95. 55. A Recorrente alega que a exclusão questionada se refere à Provisão/adição efetuada a partir de 03/2009 para remunerações variáveis, PPR, que previa para o ano de 2009 a distribuição apenas se fosse atingido o resultado de Geração Caixa diferença entre o que entra e o que sai da empresa orçado para o ano; mas, a Recorrente apurou prejuízo em 2009, conforme verificado pela própria Fiscalização e, em 09/2009, a Recorrente identificou que não atingiria o Geração Caixa, a fim de efetuar a distribuição do PPR 2009, e efetuou a reversão das provisões efetuadas, conforme Razão Contábil da conta, mencionado pelo parecer técnico; que o PPR 2009 seria pago em 2010 e as Folhas de Pagamento de 2010 evidenciam que não Fl. 1788DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 22 21 ocorreram pagamentos. O "PPR campeonato" indicado no Resumo de Folha de Pagamento de 02/2010, tratase de parte do Programa de Remuneração Variável da Recorrente definida como "Campeonato das UPs" do plano; este não está atrelado a resultado a ser atingido pela Recorrente e, portanto, não foi abrangido pelas provisões efetuadas na conta 2183602. 4.1.3.2 Documentação acostada. Análise 56. Às págs. 205/256, no Lalur do anocalendário 2008, constam as Adições relativas a Provisão Remuneração Variável Conta 2183602, nos valores conforme a tabela fornecida pelo fiscalizado já descrita. 57. Quanto à Provisão Remuneração Variável Conta 2183602 (conta 21204019999999 Outros salários e remunerações a pagar), o Autuante relatou: Para que este controle seja possivel devem ser conhecidos: 1 – o efetivamente provisionado para cada evento especifico, ou expectativa de obrigacao, objeto de provisao; 2 – o total do custo/despesa, relacionado a provisao, que efetivamente tornou se exigivel. 5.13. O efetivamente provisionado para cada evento tratado nao pode ser substituido pelo conhecimento da totalizacao que, alegadamente, seria valida para um grupo de eventos, o conhecimento deve ser individuado, pois o controle deve ser feito provisao a provisao. 5.14. O custo/despesa efetivamente realizado, relacionado com as exclusoes, deve ser controlado e conhecido, assim como os eventuais superavits gerados pelas provisões, a inexistência ou não apresentação dos controles relacionados podem encobrir situacoes com potencial de alterar significativamente os reflexos das exclusoes em Lalur, alargando seus efeitos como instrumento de estreitamento da base de calculo das obrigacoes fiscais para com o IRPJ e CSLL; Sem os controles relacionados nao se pode afirmar a correcao dos efeitos fiscais produzidos pelas exclusoes fiscais em Lalur. 5.15. Todos os controles e conhecimentos devem ser feitos sempre individuados para cada evento relacionado as provisoes revertidas. 5.16. Controles por evento que se impoe para a apuracao das reais bases de calculo tributaria e pelo que se projeta das disposicoes em norma contabil, pela NBC1 TG2 no 25, emitida pelo CPC3 do CFC4: (...) Na situacao fatica encontrada no sujeito passivo, o registro de provisoes apresentada na parte B do Lalur no ano calendario de 2009, e tambem anteriores, se da apenas em tres linhas para cada tipo de provisao: 1 – Valor Transferido do Livro Anterior; 2 – Valor Lancado nesta data; 3 – Valor Baixado nesta Data. Fl. 1789DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 23 22 6.2. O tratamento dispensado as provisoes e a de controle proprio para extrato bancario, tudo se passando como se a unica grandeza a se controlar era a existencia ou nao de saldo, sem nenhuma consideracao para os impactos em termos de ocorrencia de superavit ou insuficiencia do provisionado na formacao do lucro societario com reflexos no lucro fiscal. 6.3. O constatado indica que no ano calendario de 2009 foram feitas exclusoes em Lalur sem os competentes controles para os impactos das reversoes de provisoes. 6.4. O que se ofereceu ao sujeito passivo neste procedimento fiscal foi a oportunidade para que compusesse demonstrativos, com possibilidade de comprovacao, de que os valores efetivamente excluidos no calculo do lucro real para calculo de IRPJ e CSLL tinham como ser comprovados nas magnitudes com que foram informadas em Lalur. 6.5. Foi, portanto, uma oportunidade extra tempore para suprir uma obrigacao acessoria de informacao e controle que nao foi cumprida no tempo proprio. 58. Descreve as intimações, especialmente a nº 06 e a 07. Nesta Intimacao (nº 06) procurouse tao somente saber em que competencias passadas aconteceram as adicoes em Lalur, adicoes que vieram a gerar as exclusoes quando das supostas reversoes das provisoes, pois na parte B do Lalur de 2009 nao ha nenhuma anotacao que permitisse tal identificacao, e muito menos os eventos envolvidos, para que, em consequencia, se pudesse mensurar os impactos da realizacao dos custos/despesas na apuracao do lucro societario, com reflexos no lucro fiscal. 6.9. A manifestacao da empresa para o TIF no 06 esta exposta em Termo de entrega de documentos e em planilhas, em anexo a este relatorio, e relativo ao apresentado devese destacar que contrariando ao que lhe foi requerido, nao abriu os valores das diversas parcelas quecompunham as totalizacoes de cada mes, tratando os meses como pacotes fechados de eventos. 6.10. O TIF no 06 serviu de referencia para a emissao do TIF no 07, onde se requereu esclarecimentos que permitissem apurar os impactos no resultado societario das realizacoes em 2009 dos custos/despesas que geraram as provisoes. 6.11. No TIF nº 07, além das intimações, foi apresentada a constatação fiscal quanto a não comprovação da regularidade das exclusões em 2009, e feitas orientações, inclusive com planilhas a serem preenchidas, que se seguidas permitiriam as comprovacoes, conforme se apresenta abaixo:(...) Para titulos e valores provisionados que se apontam neste relatorio, e apos os esclarecimentos requeridos ao sujeito passivo, constatouse que: Fl. 1790DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 24 23 1 – Nao ficou demonstrado que as exclusoes feitas em Lalur no ano calendario de 2009 foram feitos a partir de controles precisos: 1.1 – as partes B dos livros Lalur nao tinham as informacoes para tanto; 1.2 – nao se apresentaram controles complementares aos existentes em Lalur, mesmo tendo sido dada a oportunidade de reconstituicao destes controles no procedimento fiscal; 2 – O que ficou evidente e que o unico criterio para as exclusoes em Lalur era a existencia de saldos de adicoes feitas em tempos passados no mesmo titulo de provisao nao dedutivel. 7.2. Dos constatados podese afirmar: 1 – Nao se pode apurar para cada provisao feita, para cada evento em cada titulo provisionado, qual era o valor do custo/despesa realizado e qual era o superavit, se acontecido, de cada provisao; 2 – Nao sendo possivel apurar custos/despesas e superavit de cada provisao nao se pode admitir que o resultado societario em cada mes de 2009 foi ajustado como deveria ter sido, para que, entao, se pudesse admitir que as efetivacoes das exclusoes sobre os lucros societarios mensais representaram de fato o justo calculo dos resultados fiscais mensais. 7.3. O conhecimento de custos/despesas efetivamente incorridos, e de eventuais superavits, no momento que os valores provisionados se tornaram exigiveis, sao grandezas indispensaveis para o ajuste do lucro societario no momento das reversoes das provisoes, ajuste que acontecera por efeito dos lancamentos relacionados as reversoes: (...) constatado na contabilidade da empresa e que as desoneracoes acontecidas nas provisoes foram registradas por lancamentos a credito em conta de despesas relacionadas ao titulo de cada provisao revertida, ao inves dos lancamentos a credito em conta de receita, indicado no modelo. 7.5. Devese ressalvar que o procedimento tem potencial de gerar despesas com saldo credor, impossibilidade notacional contraria as convencoes contabeis, entretanto, por respeito a materialidade dos resultados, foram considerados admitidos como aproveitaveis os lancamentos contrarios a regra contabil que nao produziam saldo credor, por reconhecimento que, nas situacoes em que se apresentaram, produziram o mesmo efeito na composicao de resultados que o registro de receitas, nao tendo, em consequencia, ensejado prejuizo na apuracao fiscal para os lancamentos examinados. 59. Verificandose às págs. 687/746:, Folhas de Pagamento do ano 2009, Empresa 23, constatamse os Proventos: Fl. 1791DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 25 24 a. fevereiro/2009: R$308.202,01 na rubrica PPRPagamento, R$43.968,91, PPR Campeonato e R$12.323,57 de PPR Diesel, págs. 693/694; b. março/2009: R$100.876,09 na rubrica PPRPagamento, R$2.206,61, PPR Campeonato, págs. 698/699.; c. Total R$467.577,19. 60. Verificandose às págs. 1.150/1.196, Folhas de Pagamento do ano 2010, Empresa 23, constatase: a. fevereiro/2010: R$16.121,00 na rubrica PPRCampeonato; b. maio/2010: R$1.968,26 na rubrica PPRCampeonato;. c. julho/2010: R$553,32 na rubrica PPRCampeonato; d. Total R$18.642,58. 61. O Campeonato de UP's está explicado às págs. 1.122/1.145: 62. Do transcrito supra se conclui que os pagamentos na Folha de 2010 se referem ao PPR Campeonato do ano 2009, o que integra a Remuneração Variável (a Recorrente alega que não teriam sido objeto da Provisão). 4.1.3.3 Conclusão sobre a Provisão Remuneração Variável. 63. Em suma, a Recorrente informou que excluiu R$11.894.617,06, Item 40 Reversão dos Saldos de Provisões não Dedutíveis, na DIPJ do anocalendário 2009, contabilizados na conta 2133602, relativos a Baixa de remuneração variável ; informou que o total Exclusões de Fl. 1792DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 26 25 R$11.894.617,06 corresponde a valores que foram objeto de Adições: de 01 a 12/2008 R$3.711.986,47, e de 01 a 09/2009, R$8.182.630,59; e que o total de Exclusões de R$11.894.617,06, correspondem aos meses 01 a 03/2009, R$8.553.247,14 e no mês 09/2009, R$3.341.369,92. 64. E a conta contábil que o Autuante apresenta evidencia R$(2.202.345,42+3.951.480,79+1.770.684,96=) 7.924.511,17 de lançamentos a Crédito da conta 5110101008001 Remuneração Variável e a Débito da conta 2120401999999 Outros Salários e Remunerações a Pagar, a título de Reversões de PPR 2008 e PPR; e de R$234.136,99, a título de Doc Contábil (seriam desembolsos efetivos?), totalizando R$8.158.648,16, no período de 02 a 09/2009. 65. Isto é, do total de R$11.894.617,06 de Exclusão em 2009, R$8.158.648,16 estariam contabilizados como reversões ou como desembolsos, restando R$3.825.968,90, excluídos, não contabilizados a serem glosados. 66. Neste caso, o valor glosado pelo Autuante de R$1.336.547,97 é inferior ao valor a glosar apurado conforma o parágrafo anterior; por isso, cabe se limitar a manter o montante objeto do lançamento fiscal. 4.1.4 Síntese das Exclusões a glosar, conforme este Voto. Exclusões glosadas ano 2009 AI Voto Reclamatórias Trabalhistas 36.972.808,96 8.344.721,49 Rescisões Trabalhistas 12.969.019,65 12.569.056,44 Remun Variável 1.336.547,97 1.336.547,97 Total 51.278.376,58 22.250.325,90 4.2 VALOR DAS ESTIMATIVAS MENSAIS NÃO RECOLHIDAS. 67. A seguir se apresenta: a. os valores das estimativas mensais apuradas pelo Autuante; b. os valores das estimativas confessadas como dívida em DCTF e PER/Dcomp; c. os valores das estimativas mensais não recolhidas nem confessadas em DCTF ou PER/Dcomp, objetos de multa isolada. 68. Destaquese que as estimativas mensais, tendo sido apuradas com base na receita bruta (demonstradas pelo autuante à pág. 663), não sofreram alteração pela análise e conclusões efetuados no voto, no que tange às exclusões indevidas na apuração do Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL. 69. Nas planilhas a seguir se demonstra que, mesmo com parcial cancelamento da autuação, permanecem os valores das estimativas mensais não recolhidas de 06 a 12/2009: AUTO DE INFRAÇÃO, TVF pág. 663 Fl. 1793DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 27 26 Lalur Retificado AI Receitas IRPJ CSLL Período BC IRPJ BC CSLL Período (Base de Cálculo) 8% da Rec. 12% da Rec. 01/01 a 31/01 6.865.811,57 6.865.811,57 JAN 49.716.627,59 3.977.330,21 5.965.995,31 01/01 a 28/02 12.098.013,81 12.098.013,81 FEV 51.446.422,74 4.115.713,82 6.173.570,73 01/01 a 31/03 17.156.288,98 17.156.288,98 MAR 62.705.132,97 5.016.410,64 7.524.615,96 01/01 a 30/04 25.013.015,36 25.013.015,36 ABR 64.314.267,07 5.145.141,37 7.717.712,05 01/01 a 31/05 21.362.229,44 21.362.229,44 MAI 70.998.473,41 5.679.877,87 8.519.816,81 01/01 a 30/06 15.092.467,57 15.092.467,57 JUN 77.897.959,80 6.231.836,78 9.347.755,18 01/01 a 31/07 22.041.873,11 22.041.873,11 JUL 90.389.996,33 7.231.199,71 10.846.799,56 01/01 a 31/08 20.814.232,78 20.814.232,78 AGO 71.058.887,84 5.684.711,03 8.527.066,54 01/01 a 30/09 34.189.132,31 34.189.132,31 SET 83.886.716,53 6.710.937,32 10.066.405,98 01/01 a 31/10 53.597.391,79 53.597.391,79 OUT 57.643.022,85 4.611.441,83 6.917.162,74 01/01 a 30/11 62.569.833,55 62.569.833,55 NOV 49.230.098,59 3.938.407,89 5.907.611,83 01/01 a 31/12 26.022.839,16 26.022.839,16 DEZ 42.102.594,75 3.368.207,58 5.052.311,37 Voto impacto no cálculo das estimativas mensais Lalur Retificado AI Voto Período BC IRPJ BC CSLL Glosa Exclusões conta 2251101 (L) Glosa Exclusões conta 2183622 (M) Glosa Exclusões conta 2183602 (N) Glosa Exclusões conta 2251101 (O) Glosa Exclusões conta 2183622 (P) Glosa Exclusões conta 2183602 (Q) 01/01 a 31/01 6.865.811,57 6.865.811,57 2.440.244,20 95.034,26 895.471,47 76.310,98 01/01 a 28/02 12.098.013,81 12.098.013,81 1.803.438,20 42.858,04 368.921,33 53.436,89 01/01 a 31/03 17.156.288,98 17.156.288,98 1.912.421,90 1.380.488,97 618.591,53 1.369.279,89 01/01 a 30/04 25.013.015,36 25.013.015,36 4.747.121,92 82.899,74 456.005,32 56.040,31 01/01 a 31/05 21.362.229,44 21.362.229,44 3.366.905,19 239.672,20 910.136,73 257.928,76 01/01 a 30/06 15.092.467,57 15.092.467,57 5.941.117,03 239.672,20 4.758.112,69 249.555,57 01/01 a 31/07 22.041.873,11 22.041.873,11 4.059.903,24 644.570,66 1.495.537,54 630.080,21 01/01 a 31/08 20.814.232,78 20.814.232,78 5.136.108,71 0,00 2.131.076,51 12.102,49 01/01 a 30/09 34.189.132,31 34.189.132,31 3.692.887,18 0,00 1.336.547,97 2.391.178,11 1.125,15 1.336.547,97 01/01 a 31/10 53.597.391,79 53.597.391,79 5.232.959,97 0,00 2.736.603,92 20.635,83 01/01 a 30/11 62.569.833,55 62.569.833,55 5.483.698,04 138.375,54 1.871.311,16 120.655,13 01/01 a 31/12 26.022.839,16 26.022.839,16 6.843.996,62 11.064.136,84 10.288.224,82 10.911.474,61 Total 36.972.808,96 12.969.019,65 1.336.547,97 8.344.721,49 12.569.056,44 1.336.547,97 51.278.376,58 22.250.325,90 Fl. 1794DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 28 27 Voto impacto no cálculo das estimativas mensais (continuação) Continua a base de cálculo por estimativa sobre Receita Bruta, para o período autuado Voto Lalur Retificado Voto BC IRPJ BC CSLL Período Glosa cancelada pelo voto (L+M+NOPQ) BC IRPJ BC CSLL Receitas 8% da Rec. 12% da Rec. 01/01 a 31/01 1.563.496,01 8.429.307,58 8.429.307,58 49.716.627,59 3.977.330,21 5.965.995,31 01/01 a 28/02 1.530.811,80 13.628.825,61 13.628.825,61 51.446.422,74 4.115.713,82 6.173.570,73 01/01 a 31/03 1.305.039,45 18.461.328,43 18.461.328,43 62.705.132,97 5.016.410,64 7.524.615,96 01/01 a 30/04 4.317.976,03 29.330.991,39 29.330.991,39 64.314.267,07 5.145.141,37 7.717.712,05 01/01 a 31/05 2.475.025,02 23.837.254,46 23.837.254,46 70.998.473,41 5.679.877,87 8.519.816,81 01/01 a 30/06 1.192.887,71 13.899.579,86 13.899.579,86 77.897.959,80 6.231.836,78 9.347.755,18 01/01 a 31/07 2.578.856,15 19.463.016,96 19.463.016,96 90.389.996,33 7.231.199,71 10.846.799,56 01/01 a 31/08 3.017.134,69 17.797.098,09 17.797.098,09 71.058.887,84 5.684.711,03 8.527.066,54 01/01 a 30/09 1.302.834,22 32.886.298,09 32.886.298,09 83.886.716,53 6.710.937,32 10.066.405,98 01/01 a 31/10 2.516.991,88 51.080.399,91 51.080.399,91 57.643.022,85 4.611.441,83 6.917.162,74 01/01 a 30/11 3.630.107,29 58.939.726,26 58.939.726,26 49.230.098,59 3.938.407,89 5.907.611,83 01/01 a 31/12 3.596.890,43 22.425.948,73 22.425.948,73 42.102.594,75 3.368.207,58 5.052.311,37 Total 29.028.050,68 70. A apuração dos valores mensais (as cores correspondem às da penúltima tabela), consta das planilhas a seguir: AI Glosa Exclusões conta 2251101 Acum no ano Valor mensal jan/09 2.440.244,20 2.440.244,20 fev/09 4.243.682,40 1.803.438,20 mar/09 6.156.104,30 1.912.421,90 abr/09 10.903.226,22 4.747.121,92 mai/09 14.270.131,41 3.366.905,19 jun/09 20.211.248,44 5.941.117,03 jul/09 24.271.151,68 4.059.903,24 ago/09 29.407.260,39 5.136.108,71 set/09 33.100.147,57 3.692.887,18 out/09 38.333.107,54 5.232.959,97 nov/09 43.816.805,58 5.483.698,04 dez/09 36.972.808,96 6.843.996,62 36.972.808,96 AI Glosa Exclusões conta 2183622 Fl. 1795DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 29 28 Acum Mensal jan/09 95.034,26 95.034,26 fev/09 137.892,30 42.858,04 mar/09 1.518.381,27 1.380.488,97 abr/09 1.601.281,01 82.899,74 mai/09 1.361.608,81 239.672,20 jun/09 1.121.936,61 239.672,20 jul/09 1.766.507,27 644.570,66 ago/09 1.766.507,27 0,00 set/09 1.766.507,27 0,00 out/09 1.766.507,27 0,00 nov/09 1.904.882,81 138.375,54 dez/09 12.969.019,65 11.064.136,84 12.969.019,65 Voto Glosa Exclusões conta 2183622 Acum no ano Valor mensal jan/09 76.310,98 76.310,98 fev/09 22.874,09 53.436,89 mar/09 1.392.153,98 1.369.279,89 abr/09 1.448.194,29 56.040,31 mai/09 1.190.265,53 257.928,76 jun/09 940.709,96 249.555,57 jul/09 1.570.790,17 630.080,21 ago/09 1.558.687,68 12.102,49 set/09 1.557.562,53 1.125,15 out/09 1.536.926,70 20.635,83 nov/09 1.657.581,83 120.655,13 dez/09 12.569.056,44 10.911.474,61 25.521.114,18 12.569.056,44 71. NOTA: As págs. 1.727/1.768 do processo devem ser desconsideradas pois a planilha demonstrativa nelas constante é confusa e nada esclarece solicitouse a exclusão destas páginas do processo. 72. O Autuante esclareceu no Termo de Verificação Fiscal, pág. 662: 13.2. Por não ter se confirmado situação prevista no Art. 230, Caput, do Dec. no 3.000/99(RIR) em competências mensais de 2009, para a suspensão do pagamento do imposto, através de balanços ou balancetes mensais, conforme o que se concluiu dos exames fiscais que se descrevem neste relatório, impõese a aplicação de multa isolada determinada na Lei no 9.430. 73. O contribuinte não contestou a apuração de estimativas mensais com base na receita bruta efetuada na apuração fiscal. Fl. 1796DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 30 29 74. A seguir se demonstra os valores confessados em DCTF ou PER/Dcomp e os valores das multas isoladas que, como exposto, permanecem os mesmos que os da autuação: Estimativas não compensadas Multa isolada IRPJ IRPJ Estimativas apuradas na autuação fiscal confessadas em DCTF PER/Dcomp Estimativa AI (autuação () DCTF) Multa isolada 50% jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 1.557.959,20 0,00 1.557.959,20 778.979,60 jul/09 1.807.799,93 0,00 1.807.799,93 903.899,97 ago/09 1.421.177,76 0,00 1.421.177,76 710.588,88 set/09 1.677.734,33 1.220.640,02 1.220.640,02 457.094,31 228.547,16 out/09 1.152.860,46 0,00 1.152.860,46 576.430,23 nov/09 984.601,97 0,00 984.601,97 492.300,99 dez/09 842.051,90 0,00 842.051,90 421.025,95 Estimativas não compensadas Multa isolada CSLL CSLL Estimativas apuradas na autuação fiscal confessadas em DCTF PER/Dcomp Estimativa AI (autuação ( )DCTF) Multa isolada 50% jan/09 fev/09 mar/09 abr/09 mai/09 jun/09 841.297,97 14.331,42 14.331,42 826.966,55 413.483,28 jul/09 976.211,96 329.064,65 329.064,65 647.147,31 323.573,66 ago/09 767.435,99 0,00 0,00 767.435,99 383.717,99 set/09 905.976,54 452.824,06 452.824,06 453.152,48 226.576,24 out/09 622.544,65 1.417.067,00 1.417.066,88 0,00 0,00 nov/09 531.685,06 453.329,00 453.329,12 78.356,06 39.178,03 dez/09 454.708,02 0,00 0,00 454.708,02 227.354,01 Total 2.666.616,13 2.666.616,13 5 Demais questões postas no Recurso Voluntário e não julgadas. 5.1 PERÍCIA/DILIGÊNCIA 75. Requer que seja deferida a realização de perícia e, às págs. 1.266/1.267, relaciona os quesitos e qualifica os peritos; os quesitos são: • Esclareça o Sr. Fiscal se no curso do ano de 2009 foram efetuados recolhimentos no importe de R$ 1.220.640,02 a título de IRPJ e de R$ 2.666.616,13 a título de CSLL, por meio da apresentação de DCOMPs. i. Avaliação: constam no Termo de Verificação Fiscal pág. 663, quadros demonstrativos das Estimativas Fl. 1797DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 31 30 Mensais Calculadas de IRPJ e CSLL do ano calendário 2009; neles, o Autuante informa os valores que a Autuada declarou como dívida em DCTF: 1. estimativa IRPJ 09/2009 R$1.220.640,02; 2. estimativas CSLL: 06, 07, 09, 10 e 11/2009, que totalizam R$(14.331,42+329.064,65+452.824,06+1.417067,0 0+453.329,00)=2.666.616,13 3. os valores supra foram subtraídos e a autuação foi sobre as diferenças não confessadas em DCTF; 4. por isso, este quesito revelase desnecessário. • Esclareça o Sr. Fiscal se a Recorrente obedeceu as regras tributárias referentes à adição e exclusão dos valores provisionados na apuração do Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL. ii. Avaliação: este voto analisou detalhadamente os documentos e informações constantes dos autos e concluiu que, em parte, as exclusões estão em desacordo com as regras tributárias, o que está detalhadamente explicado; por isso, o pedido de perícia é não pertinente, pois se a recorrente visualiza reparos nas conclusões deste voto, é o caso de interpor recurso especial, se houver causa. • Esclareça o Sr. Fiscal se os registros contábeis constantes do Razão Contábil das contas 2251101, 2183602 e 2183622, bem como os demais documentos apresentados pela Recorrente à d. Fiscalização e ora anexados, permitem a identificação da movimentação das provisões efetuadas. iii. Avaliação: os quadros e demonstrativos entregues pela recorrente, relativos às provisões não permitem a identificação da movimentação individualizada de cada componente de cada provisão, e que foram requeridos pelo Autuante, porém, não fornecidos pela Recorrente; o Autuante discorre detalhadamente sobre esse não atendimento das intimações pelo contribuinte (relatado no item 41, §§ 50 a 54 deste voto); por isso, também este quesito é sem motivação concreta e deve ser recusado. 76. A avaliação desta Relatora é de que os quesitos postos já foram respondidos neste voto; que a Recorrente tenta submeter à perícia de terceiros, matéria que se subsome à competência de julgamento pelo CARF. Fl. 1798DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 32 31 77. Cabe destacar que a Recorrente, juntou em 12/04/2018 (pág. 1.312), véspera do julgamento no CARF que resultou no Acórdão nº 1201002.146 de 13/04/2018, objeto dos presentes Embargos, Petição para que se analisasse os documentos de págs. 1.315/1.668, consistentes em Razão das contas 2251101, 2183622 e 3183602 e respectivos memoriais gráficos ocorre que o Acórdão de Impugnação foilhe cientificado em 11/10/2016 sendo a Petição e respectivos demonstrativos extemporâneos. 78. Por isso, o pedido de perícia deve ser rejeitado. 5.2 MULTA ISOLADA CONJUNTAMENTE COM A MULTA DE OFÍCIO. 79. Reclama que a multa isolada, por suposta falta de recolhimento das estimativas do período, não poderia ter sido lançada cumulativamente com a multa de ofício, e invoca a Súmula nº 105 do CARF) 80. A multa isolada de 50%, foi lançada de ofício, com base no art. 44, II, “b” da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. 81. A redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 originalmente foi: Art.44.Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Ide setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; IIcento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. §1º As multas de que trata este artigo serão exigidas I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão)na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; V isoladamente, no caso de tributo ou contribuição social lançado, que não houver sido pago ou Fl. 1799DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 33 32 recolhido. (Revogado pela Lei nº 9.716, de 1998) (Grifou se.) 82. Posteriormente, a multa isolada que era de 75%, conforme a redação do art. 44 que se transcreveu, foi reduzida a 50%, pelo art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, que é a capituação legal na presente autuação. 83. Portanto, as multas aplicadas, obedecerem à legislação vigente. 84. As multas exigidas, juntamente com o tributo ou isoladamente, como definidas no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, vinculamse a infrações de natureza distinta. De fato, a multa exigida isoladamente decorre da falta de recolhimento das estimativas mensais devidas ainda que se apure prejuízo fiscal ao fim do períodobase. Por sua vez a multa de ofício é exigida sobre o valor do IRPJ ou CSLL anual que deixou de ser recolhido. Tanto são independentes as penalidades que pode haver a imposição de uma sem que haja o nascimento da outra, por exemplo, quando a contribuinte deixa de recolher as estimativas mas tenha apurado prejuízo fiscal ao final do anocalendário, conforme a alínea “b” do inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. 85. Em 12/2014, foi editada: Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. 86. Posteriormente à edição da Súmula nº 105, foi proferido o seguinte Acórdão CARF, do qual se transcrevem ementa e parte do voto vencedor: Data da Sessão: 03/03/2015 Nº Acórdão : 1301001.787 Data da publicação: 11/05/2015 Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas, e, por maioria de votos, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO no que diz respeito à tributação do ganho de capital. Vencidos os Conselheiros Carlos Augusto de Andrade Jenier (Relator) e Valmir Sandri. E, pelo voto de qualidade, mantida a multa isolada. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Wilson Fernandes Guimarães relativo ao ganho de capital e à multa isolada. (Assinado digitalmente) ADRIANA GOMES REGO Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. (Assinado digitalmente) WILSON FERNANDES GUIMARÃES Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Adriana Gomes Rego (Presidente), Wilson Fernandes Guimarães, Valmir Sandri, Paulo Jakson Da Silva Lucas, Edwal Casoni De Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Ementa Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: (...) MULTA ISOLADA. FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA. No caso de aplicação de multa de ofício sobre os Fl. 1800DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 34 33 tributos e contribuições lançados de ofício e de multa isolada em virtude da falta ou insuficiência de recolhimento de antecipações obrigatórias (estimativas), não há que se falar em aplicação concomitante sobre a mesma base de incidência, visto que resta evidente que as penalidades, não obstante derivarem do mesmo preceptivo legal, decorrem de obrigações de naturezas distintas. Inexiste, também, fator temporal limitador da aplicação da multa isolada, eis que a lei prevê a sua exigência mesmo na situação em que as bases de cálculo das exações são negativas. CONFISCO E CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INCONSTITUCIONALIDADES. SÚMULA CARF N. 02. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (...) 87. Voto Vencedor: “No que diz respeito à MULTA ISOLADA, merece registro, em primeiro lugar, o fato de inexistir na lei instituidora da sanção a condição explicitada pelo Ilustre Conselheiro Relator, isto é, a lei, ao descrever as situações motivadoras da aplicação da penalidade, não fez menção à circunstância de que, encerrado o período de apuração, a penalidade não poderia ser aplicada. Destaco que a norma impositiva estabelece de forma expressa que, ainda que se tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa, a sanção pecuniária deve ser aplicada, bastando para tanto que o sujeito passivo tenha incorrido na sua hipótese de incidência, qual seja, deixar de ter efetuado (ou ter efetuado com insuficiência) o recolhimento mensal incidente sobre a base de cálculo estimada. A conclusão, pois, dirigese no sentido de que o requisito condicionador da aplicação da penalidade indicado no pronunciamento do Ilustre Conselheiro Relator decorre de exercício de interpretação da norma sancionadora que, na visão do Colegiado, não pode ser recepcionado, sob pena de violação ao disposto no art. 97 do Código Tributário Nacional Filiouse também a Turma Julgadora ao entendimento de que inexiste duplicidade de incidência sobre um mesmo fato (concomitância), pois, na situação sob análise, estamos diante de duas infrações distintas, quais sejam: a) falta de recolhimento do imposto e da contribuição sobre o ganho de capital auferido; e b) falia de recolhimento das antecipações obrigatórias (estimativas). O entendimento é de que a norma legal aplicada, art. 44 da Lei n°. 9.430/96, revela obrigações distintas que, uma vez inobservadas, podem ensejar a aplicação da sanção. A primeira, consubstanciada no dever de recolher o imposto e a contribuição com base em estimativa a que se submetem as pessoas jurídicas que, por opção, apuram o resultado tributável anualmente. A segunda, decorrente da opção em questão, surge em consequência da eventual apuração de saldo positivo no resultado tributável anual. O fato de as infrações terem sido apuradas por meio de um mesmo procedimento revela, apenas, concomitância de verificação das irregularidades, não constituindo, contudo, causa capaz de fazer desaparecer a infração antes cometida. A variação do aspecto temporal da apuração reflete a evidência de que, no caso, estamos diante de duas infrações absolutamente distintas. Tomese, por exemplo, a situação em que, no curso do períodobase de incidência, apurouse receita omitida e, em razão disso, aplicouse a multa isolada em virtude da insuficiencia de recolhimento das estimativas devidas. Noutro momento, restou verificado que a mesma receita, antes omitida, também não foi considerada nas bases de cálculo do tributo e da contribuição devidos. Fica claro que, nessa circunstância, o tributo, assim como a contribuição, serão lançados com a multa de ofício correspondente, não havendo que se falar, nesse caso, em duplicidade de sanção sobre o mesmo fato. Fl. 1801DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 35 34 Cabe registrar que a multa isolada em questão teve por fundamento o art. 44, II, b, da Lei n° 9.430, de 1996, ou seja, com as alterações introduzidas pela Lei n° 11.488. de 2007. de modo que, aqui, não é aplicável a súmula CARF n° 105, recentemente publicada e que abaixo reproduzo: Súmula CARF Nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º. inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de oficio por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de oficio. (GRIFEI) Notese que o enunciado trata especificamente da multa isolada lançada com fundamento no art 44, § 1°, inciso IV, da Lei n° 9.430, de 1996, isto é, na redação original do dispositivo legal, antes, portanto, das alterações promovidas pela Lei n0 11.488, de 2007.” (Grifouse.) 88. Fica evidente, portanto, que a legislação da multa isolada da presente capitulação legal não é a que é objeto da Súmula CARF nº 105. 89. A presente autuação foi com base no art. 44, § 1º, IV da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação do art. 14 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, c/c o art. 106, II “c” do Código Tributário Nacional CTN, Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, que reduziu o percentual de 75% para 50%, não se lhe aplicando, portanto a citada Súmula CARF nº 105. 90. Cabe manter a multa de ofício de 75% pela falta de declaração ou pagamento do imposto devido e a multa isolada de 50% pela falta de recolhimento das estimativas mensais, pelas quais optou. 5.3 JUROS SELIC SOBRE MULTA DE OFÍCIO 91. A multa de ofício é parte integrante da obrigação ou crédito tributário e, quando não extinta na data de seu vencimento, estará sujeita à incidência de juros conforme estabelecido no art. 113 do CTN. 92. Esse é também o entendimento do STJ sobre o assunto, conforme se observa na ementa ao AgRg no REsp 1335688/PR (DJe de 10/12/2012) seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS DE MORA SOBRE MULTA. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES DE AMBAS AS TURMA QUE COMPÕEM A PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ. Entendimento de ambas as Turmas que compõem a Primeira Seção do STJ no sentido de que: "É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário." (REsp 1.129.990/PR, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 14/9/2009). De igual modo: REsp 834.681/MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 2/6/2010. 2. Agravo regimental não provido. 93. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, determina: Fl. 1802DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 36 35 Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal,cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. 94. Notese que no caput do art. 61, o texto é “débitos [...] decorrentes de tributos e contribuições” e não meramente “débitos de tributos e contribuições”. O termo “decorrentes” evidencia que o legislador não quis se referir, apenas aos tributos e contribuições em termos estritos para todas as situações. 95. E o CTN determina: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. 96. Assim, o crédito tributário decorre da obrigação principal que, por sua vez, tem por objeto também a penalidade pecuniária. Consequentemente, o entendimento sumulado compreende todo o crédito tributário lançado, ou seja, tributos e multas aplicadas. 97. A jurisprudência do CARF vem convergindo no sentido de considerar procedente a aplicação de juros de mora sobre a multa de ofício, depois de vencido o prazo para pagamento, uma vez que passa a integrar o crédito tributário. Acórdão nº 1401001.578 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 5 de abril de 2016 Ementa: (...) JUROS SOBRE MULTA. Sobre a multa de oficio devem incidir juros a taxa Selic, após o seu vencimento, em razão da aplicação combinada dos artigos 43 e 61 da Lei n° 9.430/96. Acórdão nº 9303003.476 – 3ª Turma Sessão de 24 de fevereiro de 2016 Ano calendário:2007 Ementa: JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento. Selic exigida nos termos da lei. Fl. 1803DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 37 36 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1401001.573– 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 03 de março de 2016 Matéria IRPJ. Glosa de participação nos lucros e resultados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2006 JUROS SOBRE MULTA. POSSIBILIDADE. Os juros moratórios são devidos à taxa SELIC e sobre o “crédito tributário”. Este decorre da obrigação principal que, por sua vez, inclui também a penalidade pecuniária. 98. E culmina com a Súmula nº 108, que se refere especificamente aos juros calculados pela taxa referencial do Sistema de Liquidação e Custódia para títulos federais Selic: Súmula CARF nº 108 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. 5.4 INTIMAÇÕES. 99. Requer que as intimações e notificações relativas às decisões proferidas neste processo sejam encaminhadas a representante legal. 100. A legislação que rege o procedimento administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, art. 23, e alterações, determina que farseá a intimação por via postal, telegráfica, por meio eletrônico ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, não havendo previsão de as intimações serem dirigidas a procuradores. 5.5 MULTA ISOLADA. PERCENTUAL CONFISCATÓRIO. 101. Acusa de confiscatório o percentual da multa. 102. Considerações sobre a graduação da penalidade, no caso, não se encontram sob a discricionariedade da autoridade administrativa, uma vez definida objetivamente pela lei, não dando margem a conjecturas atinentes à ocorrência de efeito confiscatório ou de ofensa ao princípio da proporcionalidade. Nesse sentido, qualquer pedido ou alegação que ultrapasse a análise de conformidade do ato administrativo de lançamento com as normas legais vigentes, em franca ofensa à vinculação a que se encontra submetida a instância administrativa (art. 142, parágrafo único, do CTN), como a contraposição a princípios constitucionais, somente podem ser reconhecidos pela via competente, o Poder Judiciário. 103. E quanto às acusações de inconstitucionalidade e ilegalidade de legislação devese esclarecer que, sendo aos Conselheiros do CARF, não compete apreciar a conformidade de lei, validamente editada segundo o processo legislativo constitucionalmente previsto, com preceitos emanados da própria Constituição Federal ou mesmo de outras leis, a ponto de declararlhe a nulidade ou inaplicabilidade ao caso expressamente previsto, haja vista tratarse de matéria reservada, por força de determinação constitucional, ao Poder Judiciário. Fl. 1804DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 38 37 6 Conclusão Voto por ACOLHER os Embargos de Declaração, com efeitos infringentes, para manter as exigências de multas isoladas pelo não recolhimento de estimativas mensais de IRPJ e de CSLL dos meses de 06 a 12/2009. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 1805DF CARF MF Processo nº 19515.720944/201510 Acórdão n.º 1201002.666 S1C2T1 Fl. 39 38 Fl. 1806DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.004202/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURADO.
O direito ao contraditório e à ampla defesa devem ser plenamente garantidos ao contribuinte desde a ciência do lançamento. Afasta-se a alegação de nulidade da autuação por cerceamento do direito de defesa se o teor da impugnação e a farta documentação apresentadas indicam que o contribuinte teve pleno conhecimento da matéria tida como infringida, não restando comprovado nos autos qualquer embaraço ao exercício do seu direito de defesa.
DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OMISSÃO DE RENDIMENTOS.
Mantém-se o lançamento quando rendimentos tributáveis comprovadamente auferidos pelo contribuinte tenham sido omitidos na declaração de ajuste anual.
DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO.
Mantêm-se como indevidas as deduções efetuadas na declaração de ajuste anual, quando não autorizada pela legislação tributária ou não apresentada documentação comprobatória hábil e suficiente para caracterizar a efetiva realização das despesas.
MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO -CONCOMITÂNCIA
Incabível a aplicação da multa isolada quando em concomitância com a multa de ofício, ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS.
A prova documental deve ser apresentada juntamente com a impugnação, não podendo o contribuinte apresentá-la em outro momento a menos que demonstre motivo de força maior, refira-se a fato ou direito superveniente, ou destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos.
Numero da decisão: 2202-004.863
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade, e no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa isolada do carnê-leão aplicada em concomitância com a multa de ofício.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo de Sousa Sáteles - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa de Moraes Chieregatto, Marcelo de Sousa Sáteles, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Rorildo Barbosa Correia, Wilderson Botto (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson (Presidente).
Nome do relator: MARCELO DE SOUSA SATELES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURADO. O direito ao contraditório e à ampla defesa devem ser plenamente garantidos ao contribuinte desde a ciência do lançamento. Afasta-se a alegação de nulidade da autuação por cerceamento do direito de defesa se o teor da impugnação e a farta documentação apresentadas indicam que o contribuinte teve pleno conhecimento da matéria tida como infringida, não restando comprovado nos autos qualquer embaraço ao exercício do seu direito de defesa. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Mantém-se o lançamento quando rendimentos tributáveis comprovadamente auferidos pelo contribuinte tenham sido omitidos na declaração de ajuste anual. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO. Mantêm-se como indevidas as deduções efetuadas na declaração de ajuste anual, quando não autorizada pela legislação tributária ou não apresentada documentação comprobatória hábil e suficiente para caracterizar a efetiva realização das despesas. MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO -CONCOMITÂNCIA Incabível a aplicação da multa isolada quando em concomitância com a multa de ofício, ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. A prova documental deve ser apresentada juntamente com a impugnação, não podendo o contribuinte apresentá-la em outro momento a menos que demonstre motivo de força maior, refira-se a fato ou direito superveniente, ou destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos.
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NÃO CONFIGURADO. O direito ao contraditório e à ampla defesa devem ser plenamente garantidos ao contribuinte desde a ciência do lançamento. Afastase a alegação de nulidade da autuação por cerceamento do direito de defesa se o teor da impugnação e a farta documentação apresentadas indicam que o contribuinte teve pleno conhecimento da matéria tida como infringida, não restando comprovado nos autos qualquer embaraço ao exercício do seu direito de defesa. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Mantémse o lançamento quando rendimentos tributáveis comprovadamente auferidos pelo contribuinte tenham sido omitidos na declaração de ajuste anual. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO. Mantêmse como indevidas as deduções efetuadas na declaração de ajuste anual, quando não autorizada pela legislação tributária ou não apresentada documentação comprobatória hábil e suficiente para caracterizar a efetiva realização das despesas. MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO CONCOMITÂNCIA Incabível a aplicação da multa isolada quando em concomitância com a multa de ofício, ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. A prova documental deve ser apresentada juntamente com a impugnação, não podendo o contribuinte apresentála em outro momento a menos que AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 00 42 02 /2 00 8- 51 Fl. 105DF CARF MF 2 demonstre motivo de força maior, refirase a fato ou direito superveniente, ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade, e no mérito, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa isolada do carnêleão aplicada em concomitância com a multa de ofício. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo de Sousa Sáteles Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa de Moraes Chieregatto, Marcelo de Sousa Sáteles, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Rorildo Barbosa Correia, Wilderson Botto (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o acórdão nº 1518.321, proferido pela 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador Ba (DRJ/SDA) que julgou procedente o lançamento, mantendo a cobrança parcial do crédito tributário. Reproduzse, na sequência, os termos da autuação e da respectiva impugnação, tal como sintetizados pela decisão de piso, no essencial (efls. 84/87): Tratase de Auto de Infração relativo ao Imposto sobre a Renda, exercício 2006, anocalendário de 2005 (fls.3 a 16), por meio do qual formalizouse a exigência de imposto suplementar, no valor de R$31.874,63 (trinta e um mil, oitocentos e setenta e quatro reais e sessenta e três centavos), acrescido de multa de oficio e juros de mora, calculados até outubro de 2008, bem como de multa isolada por falta de recolhimento do carnêleão, no valor de R$12.931,58 (doze mil, novecentos e trinta e um reais e cinquenta e oito centavos), perfazendo um crédito tributário total de R$78.268,19 (setenta e oito mil, duzentos e sessenta e oito reais e dezenove centavos). O lançamento decorreu da constatação de irregularidades nos rendimentos tributáveis e nas deduções da base de cálculo declarados pelo Contribuinte. Ficou caracterizada omissão de rendimentos de pessoas físicas, de quem o Contribuinte teria recebido honorários advocatícios em ações trabalhistas, no total de RS 95.740,07 (noventa e cinco mil, setecentos e quarenta reais e sete centavos). Este valor resultou de Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10530.004202/200851 Acórdão n.º 2202004.863 S2C2T2 Fl. 106 3 diligências efetuadas em razão da ausência de manifestação do Contribuinte quanto a reconhecer os valores declarados por seus clientes (fls.31 a 65). E o rendimento auferido pela dependente Francisca Maria dos Santos totalizou R$12.672,00 (doze mil, seiscentos e setenta e dois reais), conforme informe de rendimentos (fl.22). As deduções consideradas indevidas referemse a despesas com instrução e despesas médicas não comprovadas. Cientificado, o Contribuinte contesta o lançamento, argumentando em síntese que não fora considerada a prova documental carreada ao procedimento fiscal, notadamente a deficiência física alegada para a sua filha, com quem efetuara despesas com instrução. Refere também haver sido desconsiderada a despesa com instrução do cônjuge, Francisca Maria dos Santos Souza. Afirma que os honorários advocatícios recebidos de Antonio Marcos Cordeiro de Barros e Dácio da Silva Melo já haviam sido declarados mês a mês no ajuste anual e, por essa razão, não teria sido recolhido o carnêleão. Refere dispensável a reapresentação dos documentos que julgou suficientes à comprovação durante a ação fiscal, insurgese contra a aplicação da multa isolada, para o que cita jurisprudência administrativa e doutrina e requer a juntada de provas a posteriori e a improcedência do lançamento (fls.74 a 79).(grifos nossos) A impugnação foi julgada improcedente pela DRJ/SDR. A decisão teve a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2006 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Mantémse o lançamento quando rendimentos tributáveis comprovadamente auferidos pelo contribuinte tenham sido omitidos na declaração de ajuste anual. DESPESAS MÉDICAS. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEDUÇÃO. Mantêmse como indevidas as deduções efetuadas na declaração de ajuste anual, quando não autorizada pela legislação tributária ou não apresentada documentação comprobatória hábil e suficiente para caracterizar a efetiva realização das despesas. CARNÊLEÃO. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. CABIMENTO. É cabível a exigência de multa isolada, incidente sobre o valor do imposto mensal devido a título de carnêleão e não recolhido Fl. 107DF CARF MF 4 A exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 84/87), ensejando a interposição de recurso voluntário em 17/04/2009 (fls. 93/101), no qual foram renovados, em linhas gerais, os termos da impugnação. É o relatório. Voto Marcelo de Sousa Sáteles Relator O recurso foi apresentada tempestivamente, atendendo também aos demais requisitos de admissibilidade previstos nos artigos 15 e 16 do Decreto 70.235/1972, portanto, dela tomo conhecimento. DA PRELIMINAR DE NULIDADE CERCEAMENTO DE DEFESA Quanto ao cerceamento de defesa, cumpre esclarecer que, no curso da ação fiscal, a Autoridade Fiscal atua com poderes amplos de investigação, tendo liberdade para interpretar os elementos de que dispõe para efetuar o lançamento. O direito ao contraditório e à ampla defesa devem ser plenamente garantidos ao Contribuinte desde a ciência do lançamento. Afastase a alegação de nulidade por cerceamento do direito de defesa se o teor da impugnação e a documentação apresentadas indicam que o Contribuinte teve pleno conhecimento da matéria tida como infringida, não restando comprovado nos autos qualquer embaraço ao exercício do seu direito de defesa. Observese, ainda, que o auto de infração combatido foi lavrado por autoridade competente, contém precisa e clara descrição dos fatos e da infração, bem como indica os dispositivos legais infringidos, não se vislumbrando, pois, qualquer vício apto a ensejar a nulidade do lançamento, nos termos do art. 12 do Decreto nº 7.574/11, impondose a rejeição das preliminares de nulidade. DO MÉRITO Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoas Físicas (honorários advocatícios em ações trabalhistas) e Deduções indevidas de Despesas Médicas e Instrução No que tange às alegações do Recorrente quanto omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas e deduções indevidas de despesas médicas e instrução, não cabe nenhum reparo na decisão de piso, que adoto como razões de decidir: Diferentemente do que afirma, foram sim consideradas no procedimento fiscal as despesas com instrução declaradas como efetuadas com a dependente Carline Pereira de Souza Santos, no total de R$1.320,00 (mil, trezentos e vinte reais). O valor a esse título que fora glosado no lançamento R$1.968,00 (mil, novecentos e sessenta e oito reais) referese à despesa com instrução declarada como tendo sido paga à Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá para a dependente Francisca Maria dos Santos Souza, pois que o documento apresentado à fl.26 é da Universidade Castelo Branco e não se refere ao ano calendário revisado. O motivo da glosa fora claramente Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10530.004202/200851 Acórdão n.º 2202004.863 S2C2T2 Fl. 107 5 expresso no Termo de Verificação de Infração (fl.13), do qual o Contribuinte foi cientificado. Nesse mesmo documento também consta o motivo da glosa das despesas médicas, por terem sido efetuadas com beneficiário cujo vínculo de dependência com o fiscalizado não fora comprovado por documento hábil e idôneo (fl.l4). Os documentos que o Impugnante junta às fls.24/25 identificam como beneficiária dos serviços médicos Maria José dos Santos, não declarada como sua dependente e inviabilizada a respectiva inclusão nesse momento processual, pois implicaria retificação da declaração de ajuste anual, vedada expressamente pela legislação tributária após a notificação do lançamento, como dispõe o art. 147, § Io, do Código Tributário Nacional (CTN): Art. 147 (...) § Io A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento, (grifouse). Do exposto, restam mantidas as deduções indevidas consideradas no lançamento. Em relação à omissão de rendimentos, o Contribuinte limitase a referir haver declarado mês a mês no ajuste anual os honorários advocatícios recebidos de Antonio Marcos Cordeiro de Barros e Dacio da Silva Melo, mas não apresenta qualquer documento comprobatório do que afirma. E as informações prestadas na diligência pelos dois clientes sinalizam que os depósitos foram efetuados em parcela única, inclusive com rascunho do valor e número da contacorrente em um deles (fls.47 a 49 e 53 a 55). Procedente, portanto, a omissão de rendimentos caracterizada no lançamento. Da Multa Isolada Quanto à alegação de ser indevida a cobrança da multa isolada, já está consolidado em reiteradas decisões da segunda instância administrativa que antes da vigência da Medida Provisória n° 351, de 22 de janeiro de 2007 (convertida na Lei n° 11.488. de 2007) havia uma concomitância indevida entre a multa isolada do carnêleão com a multa de ofício (Acórdãos nsº 2202004.745, de 07/08/2018, 2401005.738, de 12/09/2018). Portanto, devese excluir a multa isolada do carnêleão no anocalendário 2005. Juntada posterior de provas O Impugnante requer a juntada posterior de provas, a este respeito, assim dispõe o Decreto 7574/2011 que regulamenta o Processo Administrativo Fiscal: Art.57. A impugnação mencionará (Decreto no 70.235, de 1972, art. 16, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 1993, art. 1o, e pela Lei no 11.196, de 2005, art. 113): Fl. 109DF CARF MF 6 [...] III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; [...] §4o A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: I fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; II refirase a fato ou a direito superveniente; ou III destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. O princípio do ônus da prova é inerente a todo ordenamento jurídico, sendo que deve ser obedecido também na esfera administrativa. Assim, incumbe ao impugnante apresentar tempestivamente, ou seja, junto com a impugnação, as provas em direito admitidas, pois o ônus da prova cabe a quem alega, precluindo o direito de fazêlo em outra ocasião, ressalvada a impossibilidade por motivo de força maior, quando se refira a fato ou direito superveniente ou no caso de contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. Assim, concluise pela preclusão do direito de apresentação de novas provas, salvo nas hipóteses previstas na legislação. Além disso, o pedido de juntada de novos documentos aos autos, para ser viável, deve vir acompanhado dos documentos cuja juntada pretendese seja realizada, fato que não se verificou no caso em análise. Em face do exposto, indefiro o pedido de produção de provas, em especial, a de prova documental. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto em rejeitar a preliminar de nulidade, e no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa isolada do carnêleão aplicada em concomitância com a multa de ofício. (assinado digitalmente) Marcelo de Sousa Sateles Relator Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10530.004202/200851 Acórdão n.º 2202004.863 S2C2T2 Fl. 108 7 Fl. 111DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.001897/2002-47
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 1997
IRPJ. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE.
O cômputo do saldo de reservas de lucros para fins de apuração do limite de dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio somente é permitido a partir do ano calendário de 1997, em razão do disposto no art. 78 da Lei nº 9.430/96.
Numero da decisão: 1202-000.817
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta.
Nome do relator: Viviane Vidal Wagner
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JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE. O cômputo do saldo de reservas de lucros para fins de apuração do limite de dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio somente é permitido a partir do ano calendário de 1997, em razão do disposto no art. 78 da Lei nº 9.430/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Ausente, justificadamente, a conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta. (assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Geraldo Valentim Neto, Orlando Jose Gonçalves Bueno, Viviane Vidal Wagner e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Fl. 274DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 275 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo contribuinte em face de decisão de primeira instância que julgou procedente o lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), oriundo de revisão interna da DIPJ ano calendário 1996, em que foram constatadas as seguintes infrações à legislação tributária: a) lucro inflacionário acumulado realizado a menor na demonstração do lucro real; b) juros sobre o capital próprio adicionado a menor na apuração do lucro real, configurando transgressão ao limite estabelecido no art. 9º da Lei nº 9.249/1995. Cientificado da autuação em 22/03/2002, o contribuinte impugnou o lançamento somente em relação ao item “b”, apresentando alegação preliminar de decadência e, no mérito, sustentando que “o limite legal para dedutibilidade dos juros sobre capital próprio foi respeitado”, com base no art. 29 da IN nº 93/97, tendo sido adotado o valor correspondente a "50% do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros" como limite para a dedução na apuração do lucro real (fls.162/163). A 1ª Turma da DRJ/Porto Alegre julgou procedente o lançamento editando a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1996 DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. IRPJ. JUROS SOBRE CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE. Não havia previsão legal, em 1996, para computar o saldo de reservas de lucros para fins de apuração do limite de dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio. A autorização legal somente foi inaugurada com a edição da Lei nº 9.430/1996, cujos efeitos, neste particular, somente vigoraram a partir de 1997. Cientificado da decisão em 08/03/2007 (fl.190), o contribuinte apresentou recurso voluntário em 09/04/2007 (fls.191 e ss), sustentando o seguinte: a) o prazo aplicável é o disposto no art. 150, §4°, do CTN, in fine, tendo em vista que o tributo ora combalido se submete ao tipo de lançamento homologatório, tendo havido, em relação ao exercício em questão, inequívoco pagamento de IRPJ, ainda que, aos olhos do Fisco, de maneira insuficiente; Fl. 275DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 276 3 b) quanto à suposta "infração" consiste na dedução, na apuração do lucro real, dos juros sobre capital próprio em valor superior ao limite previsto no art. 9º, § 1°, da Lei n°9.249/95, a conclusão da turma julgadora está equivocada, pois o dispositivo legal fixou o limite de dedutibilidade, para efeito de apuração do lucro real, em (i) 50% (cinqüenta por cento) do lucro líquido correspondente ao períodobase do seu pagamento ou crédito, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução desses juros; ou (ii) 50% (cinqüenta por cento) dos saldos de lucros acumulados de períodos anteriores. Para determinar a escolha do limite aplicável, dispôs o ADN COSIT n°13/96, e, posteriormente, a IN/SRF n°93/97, que entre ambos prevaleceria o maior. Dessa forma, considerando o valor correspondente a "50% do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros" como limite para a dedução na apuração do lucro real, o limite legal para dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio foi respeitado, inexistindo o "excesso de juros sobre o capital próprio" apontado pela fiscalização. A Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes analisou o recurso voluntário e reconheceu a decadência, prolatando o acórdão nº 10323.400, em 06/03/2008, com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Exercício: 1997 Ementa: DECADÊNCIA o imposto sobre a renda é lançado segundo a modalidade por homologação. Assim, ressalvada a hipótese de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial é regido segundo as regras próprias dessa modalidade, mesmo na hipótese de lançamento de oficio suplementar. Na seqüência, a 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, apreciou o recurso especial da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, prolatando o acórdão nº 9101 001.109, na sessão de 01/08/2011, em que afasta a preliminar de decadência e determina o retorno dos autos à Câmara a quo para análise das demais razões de mérito, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 1997 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO DO ART. 173, INCISO I, DO CTN. TERMO INICIAL. INTERPRETAÇÃO CONFORME RECURSO ESPECIAL N° 973.733/SC. IMPOSSIBILIDADE. A contagem do prazo decadencial, na forma do art. 173, I, do CTN, deve se iniciar a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em poderia ter sido efetuado o lançamento de oficio. 0 disposto no art. 62A do RICARF não implica o dever do julgador administrativo em reproduzir a decisão proferida em sede de recurso repetitivo, sem antes analisar a situação fatica que ensejou a decisão do precedente judicial. A finalidade da disposição regimental é impedir que decisões administrativas sejam contrárias a entendimentos considerados definitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática prevista pelo art. Fl. 276DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 277 4 543C da Lei n2 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Retornando à Câmara, o recurso foi distribuído a esta relatora, através de novo sorteio, nos termos do art. 49, §§7º e 9º, da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009 (Regimento Interno do CARF), em razão do relator original não fazer mais parte do quadro de conselheiros da 1ª Seção do CARF. É o relatório. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 278 5 Voto Conselheira Viviane Vidal Wagner, Relatora Superada a questão da preliminar de decadência em caráter definitivo pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, órgão que representa a última instância de julgamento administrativo, através do acórdão nº 9101001.109, de 01/08/2011, cabe a este colegiado se manifestar unicamente sobre as demais razões de mérito, as quais, no presente caso, se resumem à dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio. Consoante se extrai do termo de verificação fiscal (fl.13) a fiscalização autuou em razão da seguinte constatação: Apuração de Excesso de Juros s/ Capital Próprio Ficha 06, Linha 16 (A) R$ 17.555.597,55 IRRF (B) > (R$ 2.289.860,55) Ficha 06, Linha 33 (fl. 36 ) R$ 11.761.846,43 Soma Algébrica/2 (C) 13.513.791,72 Valor dos Juros sobre Cap. Próprio (AB) > R$ 15.265.737,00 Excesso de Juros s/ Cap. Próprio (ABC) > R$ 1.751.945,29 A recorrente sustenta que o limite do art. 9º, § 1°, da Lei n°9.249/95 para dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio foi respeitado, considerando o valor correspondente a "50% do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros" como limite para a dedução na apuração do lucro real, de acordo com o ADN COSIT n°13/96, e a IN/SRF n° 93/97. Segunda ela, inexiste excesso, conforme demonstrativo (fl.163) abaixo reproduzido: Ficha 06, Linha 16 (A) 17.555.597,55 IRRF (B) (2.289.860,55) Ficha 06, Linha 29 4 1.443.754,92 Ficha 18, Linha 27 74.351.596,92 Saldo de Lucros Acumulados/2 (C) —› 37.175.798,46 Valor dos Juros s/ Cap. Próprio (AB) 15.265.737,00 Excesso de Juros s/ Cap. Próprio (ABC) —> (21.910.061,46) A diferença, é de se notar, se dá em função da inclusão do montante das reservas de lucros (Ficha 18, Linha 27 da DIRPJ/97) no cômputo do limite de dedutibilidade dos juros. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 279 6 Ocorre que, até o final de 1996, não era permitido incorporar o saldo de reserva de lucros no cálculo do limite de dedução dos juros sobre o capital próprio. Senão, vejamos. O art. 9º, §1º, da Lei nº 9.249/95, originalmente dispôs: Art. 9º. A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido (...) § 1º. O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados. (destaquei) Da mesma forma dispôs o art. 29, §3º, da IN nº 11/96, como se vê: Art. 29, § 3º. O valor dos juros pagos ou creditados, ainda que capitalizados, não poderá exceder, para efeitos de dedutibilidade como despesa financeira, a cinqüenta por cento de um dos seguintes valores: b) dos saldos de lucros acumulados de períodos anteriores. Observese que o ADN COSIT nº 13, de 27/05/96, referido pela recorrente, ainda considerava a redação original: O limite, para fins de dedutibilidade, como despesa financeira, do valor dos juros pagos ou creditados, ainda que capitalizados, a título de remuneração do capital próprio, será de cinqüenta por cento do lucro líquido correspondente ao períodobase do seu pagamento ou crédito, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução dos referidos juros, ou dos saldos de lucros acumulados de períodos anteriores, o que for maior.(destaquei) Apenas em 30/12/96, com a publicação da Lei nº 9.430, de 27/12/96, a redação do art. 9º, §1º, da Lei nº 9.249/95, foi alterada para considerar as reservas de lucros na apuração do limite de dedutibilidade dos juros, verbis: Art. 78. O § 1º do art. 9º da Lei nº 9.249,de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 9º (...). §1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados. " (destaquei) Fl. 279DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 11020.001897/200247 Acórdão n.º 120200.817 S1C2T2 Fl. 280 7 Assim, ao contrário do que sustenta a recorrente, os efeitos dessa alteração, com a inclusão do cômputo das reservas de lucros na apuração do limite da dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio, somente passaram a vigorar a partir de 01/01/1997. Vejase que da IN SRF nº 93/97, que dispõe sobre a apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas a partir do anocalendário de 1997, veio regulamentar os efeitos da redação alterada da Lei nº 9.430/96, ao dispor, em seu o art. 29, inciso II: Art. 29. O montante dos juros remuneratórios do capital passível de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limitase ao maior dos seguintes valores:(...) II 50% (cinqüenta por cento) do somatório dos lucros acumulados e reserva de lucros. Assim, a partir de 01/01/97, para fins de dedutibilidade do lucro real devem ser considerado o maior dos seguintes limites: (i) 50% (cinqüenta por cento) do lucro líquido correspondente ao períodobase do seu pagamento ou crédito, antes da provisão para o imposto de renda e da dedução desses juros; ou (ii) 50% (cinqüenta por cento) dos saldos de lucros acumulados e reservas de lucros de períodos anteriores. Em relação ao ano calendário 1996, objeto do presente lançamento, contudo, como demonstrado acima, apenas devem ser considerados como parte do segundo limite os lucros acumulados em períodos anteriores. Consta dos autos (fl.39) que, conforme “Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados” (Ficha 19), da DIRPJ/97 apresentada pela recorrente, inexistia saldo de lucros acumulados ao final de 1996 (linha 1). Intimado pela fiscalização, o contribuinte, ora recorrente, esclareceu que dentre as adições não constava qualquer valor a título de juros sobre capital próprio. Assim, em razão da inexistência de lucros acumulados de 1996, resta evidenciado o excesso de dedução de despesas de juros, conforme apurado pela fiscalização. Diante do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 280DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 30/07/2012 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 11330.001094/2007-01
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 30/11/2006
DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 173, INC. I, DO CTN. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. PORTARIA MF Nº 586/2010. APLICAÇÃO.
O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, afetado como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC, pacificou o entendimento de que o prazo decadencial para lançar os tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que não houve pagamento antecipado do tributo, conforme disposto no art. 173, inc. I, do CTN, ou de 5 anos a contar da data do fato gerador, caso tenha havido o pagamento antecipado do tributo, consoante art. 150, § 4º, do CTN.
Numero da decisão: 9202-007.211
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Ana Paula Fernandes Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA PAULA FERNANDES
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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ART. 173, INC. I, DO CTN. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. PORTARIA MF Nº 586/2010. APLICAÇÃO. O E. Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 973.733/SC, afetado como representativo da controvérsia, nos termos do art. 543C, do CPC, pacificou o entendimento de que o prazo decadencial para lançar os tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 5 anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que não houve pagamento antecipado do tributo, conforme disposto no art. 173, inc. I, do CTN, ou de 5 anos a contar da data do fato gerador, caso tenha havido o pagamento antecipado do tributo, consoante art. 150, § 4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Ana Paula Fernandes – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 33 0. 00 10 94 /2 00 7- 01 Fl. 347DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório O presente Recurso Especial trata de pedido de análise de divergência motivado pelo Contribuinte face ao acórdão 240200.675, proferido pela 2ª Turma Ordinária / 4ª Câmara / 2ª Seção de Julgamento. Tratase de crédito lançado contra o contribuinte acima identificado, através da Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD DEBCAD n° 37.090.9445, no valor de R$ 81.513,67 (oitenta e um mil quinhentos e treze reais e sessenta e sete centavos), que acrescido de multa e juros corresponde ao valor consolidado em 13/06/2007 de R$ 189.206,34 (cento e oitenta e nove mil duzentos e seis reais e trinta e quatro centavos). O presente lançamento engloba as contribuições relativas à parcela patronal, à parcela do segurado empregado, ao SAT (seguro de acidente de trabalho) e às destinadas aos Terceiros, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados a título de prêmio incentivo, através dos cartões magnéticos, denominados FLEXCARD e premiação TOP PREMIUM, ambos administrados pela empresa INCENTIVE HOUSE S/A, CNPJ n° 00.406.126/000141, no período 03/1999 a 03/2000, 06/2000, 08/2000 a 12/2001, nos termos do relatório fiscal (fls. 42/59). Contra o lançamento, o Contribuinte apresentou impugnação, de fls. 161/170, acompanhada de anexos. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRFBJ), Rio de Janeiro I/RJ, fls. 207/221, analisou o lançamento e a impugnação, julgando procedente o lançamento. O Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, fls. 232/242, acompanhado de anexos, onde alegou, em síntese, que a regra decadencial deveria ser a determinada no Código Tributário Nacional (CTN); o prêmio por cartão é concedido pela impugnante por liberalidade; as parcelas não são pagas pela recorrente; por fim, requereu o provimento do Recurso Voluntário. A 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, às fls. 247/254, DEU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para, nas preliminares, excluir do lançamento, devido à decadência, as contribuições apuradas nas competências até 11/2001, anteriores a 12/2001, nos termos do voto. A ementa do acórdão recorrido assim dispôs: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/12/2001 Fl. 348DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 10 3 PROGRAMA DE INCENTIVO. PREMIO ATRAVÉS DE CARTÃO. GRATIFICAÇÃO. REMUNERAÇÃO. INCIDÊNCIA. A verba paga pela empresa aos segurados por intermédio de programa de incentivo, mesmo através de cartões de premiação, constitui gratificação e, portanto, tem natureza salarial e deve integrar o SaláriodeContribuição (SC). DECADÊNCIA. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras do Código Tributário Nacional. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE. Intimada à fl. 255, a Fazenda Nacional mantevese inerte. Às fls. 264/269, o Contribuinte igualmente interpôs Recurso Especial, alegando divergência entre decisões, para a seguinte matéria: Regra decadencial a ser aplicada, afirmando que o acórdão recorrido, sob a alegação de não haver recolhimentos a homologar, aplicou, equivocadamente, a regra prevista no artigo 173 do CTN, mantendo as contribuições relativas à competência 12/2001 e excluindo as relativas às demais competências. Para demonstrar a divergência, apresentou como paradigma o acórdão nº 230101.552, segundo o qual o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN; 2. Falta de demonstração, por parte da Autoridade Lançadora, da existência, ou não, do pagamento antecipado de parte do tributo que enseja a aplicação da regra decadencial prevista no artigo 150, § 4º, do CTN. À fl. 298, o Contribuinte apresentou petição para informar que jamais pretendeu incluir os débitos objeto do presente procedimento em qualquer modalidade de parcelamento de débitos, requerendo, assim, o seguimento ao Recurso Especial de Divergência interposto em 12/05/2011, sendo determinada a remessa dos autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Às fls. 302/304, a 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento realizou o Exame de Admissibilidade do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte, DANDO PARCIAL SEGUIMENTO em relação apenas à matéria relativa à regra decadencial, uma vez vislumbrada a similitude das situações fáticas nos acórdãos recorrido e paradigmas, configurando a divergência jurisprudencial apontada. Já, em relação à segunda divergência arguida, não restou suficientemente discutida no aresto atacado, a ponto de caracterizar a divergência suscitada. À fl. 305 foi realizado o Reexame de Admissibilidade pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que manteve o despacho do Presidente da Câmara que negou seguimento de parte do Recurso Especial do Contribuinte. Às fls. 307/312, a Fazenda Nacional interpôs contrarrazões, combatendo estritamente o mérito, requerendo o não provimento do Recurso Especial do Contribuinte. Fl. 349DF CARF MF 4 Vieram os autos conclusos para julgamento e, às fls. 315/318, esta c. Turma proferiu a Resolução nº 9202000089 determinando a conversão do feito em diligência para que os autos retornassem à Unidade de Origem para providenciar levantamento dos débitos e respectivos recolhimentos de contribuições previdenciárias patronais, dos segurados e destinadas a terceiros sobre a remuneração dos segurados empregados sobre a folha de pagamentos, na competência de 12/2001, e para elaborar relatório conclusivo. Contudo, relatório constante naquela Resolução foi equivocado, constando dados estranhos aos presentes autos. Em cumprimento à diligência determinada, a Unidade de Origem, às fls. 323/324, apresentou Relatório Fiscal de Diligência, informando, dentre outras, que, consultando o banco de dados da RFB, ficou constatado que a empresa, em 02/01/2002, efetuou recolhimento na competência 12/2001, com código de recolhimento 2100 – Empresas em Geral CNPJ, no valor total de R$ 40.008,29. Informou também restar cristalino que houve recolhimento parcial por parte do contribuinte na competência 12/2001 antes da emissão da NFLD ora guerreada que foi emitida apenas em 13/06/2007. Finalizou informando que, com base no que foi exposto, a fiscalização ficou impedida de levantar os débitos com base em folhas de pagamento da empresa, conforme determinou a Resolução nº 9202000.089, haja vista que houve recolhimento parcial na competência 12/2001. Desta diligência, o Contribuinte foi citado, conforme fl. 328, e, às fls. 337/338, manifestouse nos autos aduzindo ter restado inconteste o recolhimento parcial das contribuições sociais e, por isso, tendo havido o recolhimento parcial do tributo objeto de lançamento fiscal, há de ser aplicada a regra de que trata o CTN em seu artigo 150, § 4º, consoante entendimento pacificado através da Súmula nº 99/CARF já ratificada pela jurisprudência desta E. Turma. À fl. 344, a Unidade de Origem manifestou ter evidenciado o equívoco do relatório constante na Resolução nº 9202000089. Retornaram os autos para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Ana Paula Fernandes Relatora O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, merece ser conhecido. Tratase de crédito lançado contra o contribuinte acima identificado, através da Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD DEBCAD n° 37.090.9445, no valor de R$ 81.513,67 (oitenta e um mil quinhentos e treze reais e sessenta e sete centavos), que acrescido de multa e juros corresponde ao valor consolidado em 13/06/2007 de R$ 189.206,34 (cento e oitenta e nove mil duzentos e seis reais e trinta e quatro centavos). O presente lançamento engloba as contribuições relativas à parcela patronal, à parcela do segurado empregado, ao SAT (seguro de acidente de trabalho) e às destinadas aos Terceiros, incidentes sobre os valores pagos aos segurados empregados a título de prêmio incentivo, através dos cartões magnéticos, denominados FLEXCARD e premiação TOP PREMIUM, ambos Fl. 350DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 11 5 administrados pela empresa INCENTIVE HOUSE S/A, CNPJ n° 00.406.126/000141, no período 03/1999 a 03/2000, 06/2000, 08/2000 a 12/2001, nos termos do relatório fiscal (fls. 42/59). O Acórdão recorrido deu parcial provimento ao Recurso Ordinário. O Recurso Especial apresentado pelo Contribuinte trouxe para análise a divergência jurisprudencial no tocante à decadência, afirmando que, conforme entendeu o acórdão paradigma, o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN. O Recurso Especial insurgiuse tão somente quanto à tese decadencial, conforme relatado alhures. Pois bem, para tratar da decadência do direito da Fazenda Nacional em lançar de ofício o imposto em questão é preciso analisar o fato gerador deste tributo. No presente caso tratase de Contribuição Previdenciária, cujo auto de infração discute o descumprimento de obrigação principal, a empresa recorrente deixou de recolher a contribuição devida sobre a remuneração de seus empregados. Estamos tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, onde parte da obrigação foi omitida pelo contribuinte e lançada de ofício pela Receita Federal, ensejando a dúvida entre a aplicação do disposto no art. 150, §4 ou 173, I, do CTN. Para elidir esta discussão, necessário se faz que se observem outros requisitos. Embora o contribuinte tenha de fato omitido parte das receitas em sua declaração e isso tenha ensejado o lançamento de ofício, é preciso que se observe se houve adiantamento do pagamento do imposto devido ou de parte dele. Contudo, embora minha simpatia com a tese esposada pela Fazenda Nacional no tocante a aplicação do art. 173, I, nos casos de lançamento de ofício, no caso em tela, por força do artigo 62 do RICARF havendo orientação firmada no RE 973.733SC, me filio ao atual entendimento do STJ, no qual ficou definido que havendo o adiantamento de pelo menos parte do pagamento do imposto, este atrai a aplicação do art. 150, § 4 do CTN. Observese a Ementa do referido julgado: AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ICMS. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, E 173, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. (RECURSO REPETITIVO RESP 973.733SC). Relator(a) Ministro LUIZ FUX (1122) Órgão Julgador T1 PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 02/03/2010 Data da Publicação/Fonte DJe 16/03/2010 1. O tributo sujeito a lançamento por homologação, em não ocorrendo o pagamento antecipado pelo contribuinte, incumbe ao Fisco o poderdever de efetuar o lançamento de ofício substitutivo, que deve obedecer ao prazo decadencial estipulado pelo artigo 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (...) Fl. 351DF CARF MF 6 3. Desta sorte, como o lançamento direto (artigo 149, do CTN) poderia ter sido efetivado desde a ocorrência do fato gerador, é do primeiro dia do exercício financeiro seguinte ao nascimento da obrigação tributária que se conta o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário, na hipótese, entre outras, da não ocorrência do pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, independentemente da data extintiva do direito potestativo de o Estado rever e homologar o ato de formalização do crédito tributário efetuado pelo contribuinte ... (...) 5. À luz da novel metodologia legal, publicado o julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC, submetido ao regime previsto no artigo 543C, do CPC, os demais recursos já distribuídos, fundados em idêntica controvérsia, deverão ser julgados pelo relator, nos termos do artigo 557, do CPC (artigo 5º, I, da Res. STJ 8/2008). 6. Agravo regimental desprovido. A doutrina também se manifesta neste sentido: O prazo para homologação é, também, o prazo para lançar de ofício eventual diferença devida. O prazo deste § 4° tem por finalidade dar segurança jurídica às relações tributárias. Ocorrido o fato gerador e efetuado o pagamento pelo sujeito passivo no prazo do vencimento, tal como previsto na legislação tributária, tem o Fisco o prazo de cinco anos, a contar do fato gerador, para emprestar definitividade a tal situação, homologando expressa ou tacitamente o pagamento realizado, com o que chancela o cálculo realizado pelo contribuinte. É neste prazo para homologação que o Fisco deve promover a fiscalização, analisando o pagamento efetuado e, no caso de entender que é insuficiente, fazer o lançamento de ofício através da lavratura de auto de infração, em vez de chancelálo pela homologação. Com o decurso do prazo de cinco anos contados do fato gerador, portanto, ocorre a decadência do direito do Fisco de lançar eventual diferença. A regra do § 4° deste art. 150 é regra especial relativamente à do art. 173, I, deste mesmo Código. E, havendo regra especial, prefere à regra geral. Não há que se falar em aplicação cumulativa de ambos os artigos, conforme se pode ver em nota ao art. 173, I, do CTN”. (PAULSEN, Leandro, 2014). Grifo nosso. Nessa perspectiva, cumpre enfatizar que o cerne da questão aqui debatida reside na análise da existência de pagamento antecipado de parte da contribuição exigida, cujo reconhecimento tem a aptidão de atrair a incidência do art. 150, § 4.º, do CTN. Em não havendo tal antecipação de pagamento, a aplicação do art. 173, I, do CTN é impositiva. Para o exame da ocorrência de pagamento antecipado parcial, para os fins ora pretendidos, afigurase óbvia a necessidade de se verificar se o contribuinte pagou parte do débito tributário objeto de cobrança, e não daqueles afetos a outros fatos. Ou seja, delimitar o significado e abrangência do termo início de pagamento. Registro aqui meu posicionamento de que o adiantamento do pagamento não se verifica pelo recolhimento de contribuições sobre qualquer rubrica, mas tão somente aquelas cujo fato gerador seja equivalente. No caso em tela, o Contribuinte alega que assiste razão ao acórdão paradigma que contrariando o acórdão recorrido decidiu que o pagamento de contribuição incidente sobre qualquer rubrica da folha de salário caracteriza a antecipação de pagamento, devendo, assim, ser utilizada a regra prevista no artigo 150, § 4°, do CTN. Em cumprimento à diligência determinada, a Unidade de Origem, às fls. 323/324, apresentou Relatório Fiscal de Diligência, informando, dentre outras, que, consultando o banco de dados da RFB, ficou constatado que a empresa, em 02/01/2002, efetuou recolhimento na competência 12/2001, com código de recolhimento 2100 – Fl. 352DF CARF MF Processo nº 11330.001094/200701 Acórdão n.º 9202007.211 CSRFT2 Fl. 12 7 Empresas em Geral CNPJ, no valor total de R$ 40.008,29. Informou também restar cristalino que houve recolhimento parcial por parte do contribuinte na competência 12/2001 antes da emissão da NFLD ora guerreada que foi emitida apenas em 13/06/2007. Finalizou informando que, com base no que foi exposto, a fiscalização ficou impedida de levantar os débitos com base em folhas de pagamento da empresa, conforme determinou a Resolução nº 9202000.089, haja vista que houve recolhimento parcial na competência 12/2001. Assim, considerando que a contribuição previdenciária há início de pagamento este atrai a aplicação do art. 150, §4° do CTN, devendo ser aplicada a competência 12/2001 os efeitos da decadência. Diante do exposto, recebo o Recurso Especial interposto pelo contribuinte, para no mérito darlhe provimento. É como voto. Ana Paula Fernandes Relatora. Fl. 353DF CARF MF
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