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Numero do processo: 19515.001352/2010-91
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2006 a 31/12/2007
RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA.
O conhecimento do recurso especial de divergência pressupõe que o entendimento consagrado no acórdão paradigma seja suficiente para, se adotado na situação dos autos, resultar em reforma do acórdão recorrido.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.602
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad Relator
EDITADO EM: 08/03//2015
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Tereza Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada).
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
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AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA. O conhecimento do recurso especial de divergência pressupõe que o entendimento consagrado no acórdão paradigma seja suficiente para, se adotado na situação dos autos, resultar em reforma do acórdão recorrido. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. Vencido o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 13 52 /2 01 0- 91 Fl. 378DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 EDITADO EM: 08/03//2015 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Tereza Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Relatório Em face de Instituto Presbiteriano Mackenzie, foi lavrado o Auto de Infração de fls. 01/34, para cobrança de contribuições previdenciárias destinadas a terceiros, no período de 12/2006 a 12/2007. A Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao apreciar o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, exarou o acórdão n° 2401002.503, que se encontra às fls. 268/278 e cuja ementa é a seguinte: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2006 a 31/12/2007 OMISSÃO NO RELATÓRIO FISCAL. SANEAMENTO MEDIANTE RELATÓRIO COMPLEMENTAR. CIÊNCIA DO CONTRIBUINTE. VALIDADE. Havendo omissões/erros no relatório fiscal, é válido, antes da decisão de primeira instância, o saneamento, mediante a emissão de relatório complementar, desde que deste seja dada ciência ao contribuinte, com reabertura do prazo de defesa. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. VIGÊNCIA DO ART. 55 DA LEI N.º 8.212/1991. NECESSIDADE DE REQUERIMENTO À ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA PARA RECONHECIMENTO DA ISENÇÃO. Respeitado o direito adquirido, na vigência do art. 55 da Lei n. 8.212/1991, as entidades beneficentes de assistência social deveriam, além de comprovar o cumprimento de todos os requisitos da referida norma, requerer a Administração Tributária o reconhecimento da isenção. Recurso Voluntário Negado” A anotação do resultado do julgamento indica que a turma, por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de nulidade. No mérito, por maioria de votos, negou provimento ao recurso. Intimado do acórdão em 02/08/2012 (fls. 282), o contribuinte interpôs recurso especial (fls. 283/290), sustentando divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão Fl. 379DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 19515.001352/201091 Acórdão n.º 9202003.602 CSRFT2 Fl. 7 3 n° 230200.308, no tocante à possibilidade de convalidação do lançamento por meio de relatório fiscal complementar em caso de falha na descrição dos fatos geradores. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2400 059/2013, de 15/01/2013 (fls. 352/355). Intimada sobre a admissão do recurso especial interposto pelo contribuinte, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões (357/364). É o Relatório. Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Analiso a admissibilidade do Recurso Especial interposto pelo contribuinte. O recurso foi interposto em razão da divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão nº 230200.308 no tocante à possibilidade de convalidação do lançamento por meio de relatório fiscal complementar. O acórdão paradigma possui a seguinte ementa: “(...) CARACTERIZAÇÃO EMPREGADO. VÍCIO NO RELATÓRIO FISCAL, INCOMPLETO. Não se pode confundir o órgão fiscalizador com o julgador Cabe à Receita Federal fiscalizar e lançar os tributos, e cabe ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF a tarefa de verificar a regularidade da decisão de primeira instância, e não efetuar ou complementar o lançamento. A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto nº 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vicio formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto n 70,235). A descrição implica a exposição circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo. Auto de infração anulado. Crédito Tributário Exonerado.” A meu ver o acórdão recorrido e o acórdão paradigma adotaram a mesma interpretação não havendo, assim, divergência de teses a permitir o conhecimento do recurso especial de divergência. Explico. Ao analisar a preliminar de nulidade do lançamento o acórdão recorrido considerou que o lançamento original de fato continha lacunas e omissões. Entendeu, no Fl. 380DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 entanto, que tais vícios foram devidamente sanados por meio do Relatório Fiscal Complementar, proferido em atendimento à solicitação de diligência efetuada antes da decisão de primeira instância, nos termos do que determina o artigo 18, parágrafo 3º do Decreto 70.235/1972. Assim o acórdão recorrido rejeitou a preliminar de nulidade do lançamento O acórdão paradigma, por sua vez, foi expresso em afirmar que não cabe ao CARF (órgão julgador de segunda instância) complementar o lançamento em caso de existência de vícios, na medida em que tal providência, nos termos do artigo 18, parágrafo 3º do Decreto 70.235/1972, compete à autoridade de primeira instância. De fato, no acórdão paradigma, o voto condutor entendeu que diante dos vícios ali presentes, a complementação do lançamento determinada pelo julgador de primeira instância deveria exatamente ter sido a providência a ser adotada. Ausente tal providência determinouse o cancelamento do lançamento. Isto consta expressamente em longo trecho do paradigma: “Diante da irregularidade constatada, há que ser aplicado o Decreto n.° 70.235/1972 devendo ser efetuado novo lançamento, conforme previsto no 18, §3º, nestas palavras: “Art. 18 §3º Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendose, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada (Redação dada pelo art.1º da Lei n.º 8.748/93)” Tal complementação tem que ser comandada pelo órgão de primeira instância, mesmo que de oficio, pois o caput do art. 18 é determinante para a autoridade julgadora de primeira instância. É como é sabido os parágrafos e incisos devem ser interpretados em conformidade com o caput do dispositivo, que determina a regra geral. É possível a complementação do relatório fiscal por decisão de primeira instância, entretanto não cabe tal complementação pela segunda instância, pois enquanto a primeira instância aprecia a impugnação quanto ao lançamento, a segunda aprecia o recurso quanto à decisão a quo.” Para que não restem dúvidas confronto a seguir trechos dos votos do acórdão recorrido e acórdão paradigma que apontam para a adoção por ambos da mesma tese, in verbis: Acórdão recorrido (2401002.503) Acórdão paradigma (230200.308) De fato, não se pode deixar de reconhecer que o Relatório Fiscal apresentouse omisso e Entendo que o lançamento possui um vício na formalização. Não restou caracterizado o Fl. 381DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 19515.001352/201091 Acórdão n.º 9202003.602 CSRFT2 Fl. 8 5 lacunoso quando tratou de descrever as circunstâncias em que ocorreram os fatos geradores, mormente quanto à condição de isenta da entidade autuada. enquadramento dos segurados como empregados. O relatório fiscal está incompleto, uma vez que não houve detalhamento acerca da subordinação, para a maioria dos casos o Auditor sequer indicou qual seria a atividade prestada pelo segurado, fl. 37. Tal situação revelase muito claramente quando o órgão de primeira instância, ao requerer a diligência lança vários questionamentos sobre fatos narrados no relato da Auditoria e pugna pela emissão de relatório complementar necessário ao saneamento das lacunas presentes na descrição inicial. Com o novo pronunciamento fiscal, todavia, verifico que foram apresentados todos os elementos necessários a boa compreensão dos motivos que deram ensejo ao lançamento. Diante da irregularidade constatada, há que ser aplicado o Decreto nº 70.235/1972 devendo ser efetuado novo lançamento, conforme previsto no 18, § 3º, nestas palavras: (...) Tal complementação tem que ser comandada pelo órgão de primeira instância, mesmo que de ofício, pois o caput do art. 18 é determinante para a autoridade julgadora de primeira instância. E como é sabido os parágrafos e incisos devem ser interpretados em conformidade com o caput do dispositivo, que determina a regra geral. Entendo ser perfeitamente cabível a emissão de relatório complementar quando o órgão julgador, percebendo algum ponto controverso na elaboração da peça inaugural do processo administrativo tributário, baixa o processo em diligência com os questionamentos que entende necessários a boa compreensão do lançamento. É de se ressaltar que, após a emissão do relatório adicional, o sujeito passivo teve a oportunidade de novamente apresentar o seu inconformismo, não se configurando qualquer prejuízo ao direito de defesa ou ao contraditório, posto que todas as vezes em que o Fisco se pronunciou foi facultada a parte adversa possibilidade de contraatacar. É possível a complementação do relatório fiscal por decisão de primeira instância, entretanto não cabe tal complementação pela segunda instância, pois enquanto a primeira instância aprecia a impugnação quanto ao lançamento, a segunda aprecia o recurso quanto à decisão a quo. O trecho constante do paradigma no sentido de distinguir entre erros/vicios que podem ou não ser complementados como resultado de diligência acabou caracterizando, em seu contexto, obter dictum e não razão de decidir, já que naquele caso concreto o voto condutor demonstrou que aceitaria a complementação em diligência determinada a partir da decisão de primeira instância, fato que aconteceu no acórdão recorrido mas não no paradigma. Destarte, tanto o acórdão recorrido quanto o acórdão colacionado como paradigma entendem que nas respectivas hipóteses seria possível a efetivação de lançamento Fl. 382DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 por meio de relatório complementar a partir de diligência determinada em primeira instância. A diferença é que no caso do acórdão recorrido tal providencia se deu enquanto no paradigma ela não aconteceu, disto decorrendo resultado diverso nos respectivos julgamentos. Em outras palavras, não é possível dizer que a adoção da tese do acórdão paradigma aos fatos do acórdão recorrido seria capaz de reverter seu resultado. Este, a meu ver o “teste” para se caracterizar a divergência, não presente na espécie. Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial interposto. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 383DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD
score : 1.0
Numero do processo: 13811.004872/2003-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
Ano-calendário: 1997
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO.
1. O Regimento Interno do CARF, pela Portaria do Ministro da Fazenda 586, 2010 (publicada em 22/12/2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (art. 62-A do anexo II).
2. O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C do CPC, definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial 973.733).
3. O termo inicial do prazo decadência do poder-dever do Fisco em lançar créditos tributários é: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento e nos casos de dolo, fraude e simulação (CTN, art. 173, I); (b) dia do fato gerador, caso tenha ocorrido pagamento ou recolhimento, ainda que parcial (CTN, art. 150, § 4º).
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF 11).
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS.
A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, exceto quanto às exceções previstas no art. 16, §4º, do Decreto 70.235, de 1972. Aceita-se a prova juntada por ocasião do recurso voluntário que se destine a contrapor fatos ou razões trazidas aos autos por ocasião do julgamento em 1º instância.
FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS RECOLHIMENTOS DO IRRF.
Não restando provado que o IRRF recolhido por darf, do qual se fez redarf em favor da matriz, corresponde ao recolhimento do IRRF exigido neste processo, mantém-se o lançamento.
Numero da decisão: 2102-003.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, afastar as preliminares suscitadas pelo contribuinte e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a decadência dos créditos tributários cujos fatos geradores tenham ocorrido até 05/08/1998. Acompanhou o julgamento o patrono da contribuinte, advogado Pedro Henrique Andrade Souza, OAB nº30.347/DF.
Nome do relator: JOAO BELLINI JUNIOR
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF Ano-calendário: 1997 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. 1. O Regimento Interno do CARF, pela Portaria do Ministro da Fazenda 586, 2010 (publicada em 22/12/2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (art. 62-A do anexo II). 2. O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C do CPC, definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial 973.733). 3. O termo inicial do prazo decadência do poder-dever do Fisco em lançar créditos tributários é: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento e nos casos de dolo, fraude e simulação (CTN, art. 173, I); (b) dia do fato gerador, caso tenha ocorrido pagamento ou recolhimento, ainda que parcial (CTN, art. 150, § 4º). EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF 11). PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, exceto quanto às exceções previstas no art. 16, §4º, do Decreto 70.235, de 1972. Aceita-se a prova juntada por ocasião do recurso voluntário que se destine a contrapor fatos ou razões trazidas aos autos por ocasião do julgamento em 1º instância. FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS RECOLHIMENTOS DO IRRF. Não restando provado que o IRRF recolhido por darf, do qual se fez redarf em favor da matriz, corresponde ao recolhimento do IRRF exigido neste processo, mantém-se o lançamento.
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Recorrida União (Fazenda Nacional) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF Ano-calendário: 1997 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. 1. O Regimento Interno do CARF, pela Portaria do Ministro da Fazenda 586, 2010 (publicada em 22/12/2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (art. 62-A do anexo II). 2. O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C do CPC, definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial 973.733). 3. O termo inicial do prazo decadência do poder-dever do Fisco em lançar créditos tributários é: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento e nos casos de dolo, fraude e simulação (CTN, art. 173, I); (b) dia do fato gerador, caso tenha ocorrido pagamento ou recolhimento, ainda que parcial (CTN, art. 150, § 4º). EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF 11). Fl. 408DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, exceto quanto às exceções previstas no art. 16, §4º, do Decreto 70.235, de 1972. Aceita-se a prova juntada por ocasião do recurso voluntário que se destine a contrapor fatos ou razões trazidas aos autos por ocasião do julgamento em 1º instância. FALTA DE COMPROVAÇÃO DOS RECOLHIMENTOS DO IRRF. Não restando provado que o IRRF recolhido por darf, do qual se fez redarf em favor da matriz, corresponde ao recolhimento do IRRF exigido neste processo, mantém-se o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, afastar as preliminares suscitadas pelo contribuinte e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a decadência dos créditos tributários cujos fatos geradores tenham ocorrido até 05/08/1998. Acompanhou o julgamento o patrono da contribuinte, advogado Pedro Henrique Andrade Souza, OAB nº30.347/DF. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Relator e presidente-substituto EDITADO EM: 06/04/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (presidente-substituto e relator) Roberta de Azevedo Ferreira Pagetti (vice-presidente), Núbia Matos Moura, Alice Grecchi e Lívia Vilas Boas e Silva. Relatório Trata-se de recurso voluntário, em face do Acórdão 16-32.981, de 27/07/2011, exarado pela 2ª Turma da DRJ/SP1 (fls. 114 a 117, numeração dos autos eletrônicos). Na ação fiscal foi apurada falta de recolhimentos do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF) relativos ao segundo, terceiro e quarto trimestres de 1998, declarados em DCTF, cujos pagamentos não foram localizados. O auto de infração apura crédito tributário (tributo, multa proporcional e juros de mora) no total de R$368.306,21. Cientificado, o contribuinte apresentou, em 09/09/2003, impugnação (fls. 01 a 04) alegando a decadência dos fatos geradores ocorridos no segundo e parte do terceiro trimestre de 1998 e a extinção do crédito tributário pelo pagamento (comprovantes de pagamentos às fls. 42/87). A DRJ julgou parcialmente procedente a impugnação, tendo o referido acórdão recebido a seguinte ementa: Fl. 409DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13811.004872/2003-03 Acórdão n.º 2102-003.272 S2-C1T2 Fl. 2 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE – IRRF Ano-calendário: 1998, 1999 AUTO DE INFRAÇÃO - REDARF ALTERANDO CNPJ - NÃO QUITAÇÃO DO DÉBITO LANÇADO. Após REDARF alterando o CNPJ para 57.029.431/0001-06, não ocorre a quitação do débito lançado no Auto de Infração com CNPJ 57.029.431/0002- 89. MULTA DE OFÍCIO - RETROATIVIDADE BENIGNA DO ART. 18 DA LEI N° 10.833/2003. Com a edição da MP n° 135/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, não cabe mais imposição de multa excetuando-se os casos mencionados em seu art. 18. Sendo tal norma aplicável aos lançamentos ocorridos anteriormente à edição da MP n° 135/2003 em face da retroatividade benigna (art. 106, II, "c" do CTN), impõe-se o cancelamento da multa de ofício lançada. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte A ciência dessa decisão ocorreu em 1º/12/2011, por termo de vista em processo (fl. 123). Em 09/12/2011 foi apresentado recurso voluntário (fls. 167 a 175), sendo afirmado que: (a) em relação à decadência, deve ser aplicado o disposto no art. 150 , § 4º, do CTN, uma vez que não há fraude, dolo ou simulação e qualquer referência no CTN à possibilidade de aplicação dos termos do seu artigo 173 aos casos de lançamento por homologação quando o Fisco não consegue localizar os efetivos pagamentos. No presente caso, houve recolhimentos vinculados à filial, com manifestação de vontade neste sentido, sendo posteriormente elaborado pedido de Redarf para o exclusivo fim de proceder ao recolhimento centralizado na matriz. Em nenhum momento o contribuinte se manifestou no sentido de desvincular o pagamento elaborado em relação à filial, e não se pode extrair tal conclusão do simples fato de o fisco, até o presente momento, não ter apreciado o pedido administrativo de recolhimento centralizado; (b) uma vez que pende declaração do contribuinte a ser apreciada (em relação à filial, processo administrativo 10880.001321/99-49), e que se encontra relacionada com os recolhimentos juntados no presente processo administrativo, o fisco não estaria autorizado a proceder ao lançamento; (c) teria ocorrido o autolançamento, em 1998, o que impediria o lançamento de ofício e levaria à ocorrência da prescrição dos créditos tributários, em face do disposto na Súmula Vinculante do STF nº 8; (d) o procedimento de Redarf não decorreu de equivoco, mas de centralização da apuração e recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) da filial (CNPJ n° 57.029.431/0002-89) na matriz (CNPJ n° 57.029.431/0001-06) – faculdade prevista na Instrução Normativa SRF 128/92, vigente à época dos fatos geradores (ano- Fl. 410DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 calendário 1997) –, solicitado no processo administrativo 10880.001321/99-49, o qual não chegou ao seu termo, sendo arquivado sem que fosse apreciado o seu pedido; o Redarf foi apresentado em 1999, quando já vigia a Medida Provisória 1.788, de 1998, a qual redundou na Lei Ordinária 9.779/99, cujos dispositivos retiraram a faculdade de centralização do recolhimento conferida pela Instrução Normativa 128/92, para torná-la obrigatória; (e) os débitos pagos e juntados aos autos com a impugnação inicial dizem respeito aos valores apurados na filial, os quais, posteriormente, foram objeto de Redarf, mas apenas em decorrência da centralização indicada, como demonstra a capa da Dctf relativa ao segundo trimestre de 1998 da matriz (doc. 07), em que se aponta um valor total de R$ 496.040,19 de débitos apurados de IRRF, indicando-se créditos vinculados nesse mesmo montante. Em momento oportuno, juntar-se-á a capa da DCTF da filial alusiva ao segundo trimestre de 1998, demonstrando-se que os valores nelas especificados correspondem com exatidão à somatória dos Darfs das competências de abril, maio e junho de 1998, colacionados como apresentados quando da impugnação; (f) em um pior cenário, teria havido pagamento a maior na matriz, nos exatos valores da autuação, como deixa claro a DCTF, com o que haveria o direito da contribuinte à compensação do pagamento que teria sido feito a maior com relação à matriz, o que era permitido pela Instrução Normativa SRF n° 21, de 10 de março de 1997. Voto Conselheiro Relator João Bellini Júnior O recurso voluntário é tempestivo. Dele tomo conhecimento. QUESTÃO PRELIMINAR – FALTA DE AUTORIZAÇÃO PARA O FISCO LANÇAR Como questão preliminar, é argumentado que o Fisco não possuía autorização para lançar, em face de que pende declaração do contribuinte a ser apreciada no processo administrativo 10880.001321/99-49, pelo qual solicitou a retificação das DCTFs do 1º a 4º trimestres de 1997 e 1º trimestre de 1998, que teria erroneamente constado em nome da filial, em vez de terem sido declarados pela matriz, que possuía autorização para efetuar o recolhimento centralizado. Cópia do referido processo administrativo foi juntado aos autos por ocasião da interposição do recurso voluntário. A principal razão para o indeferimento da impugnação foi a existência de Redarfs, os quais foram feitos, segundo a recorrente, para corrigir o erro de ter declarado em DCTFs da filial os IRRF objeto da centralização de recolhimento. Afora essa razão, há apenas um recolhimento do débito do IRRF código 0588, que indica o CNPJ da matriz (sem que tenha sido feito Redarf). A questão do Redarf não havia sido levantada anteriormente, nem pelo Fisco, nem pelo contribuinte. Assim, embora o referido processo administrativo tenha sido juntado aos autos somente por ocasião da interposição do recurso voluntário, penso que tais provas devem ser conhecidas, por se enquadrarem na alínea “c” do § 4º do art. 16 do Decreto 70.235, de 1972, que permite a apresentação de prova documental após a interposição da impugnação, quando se destine a contrapor razões posteriormente trazidas aos autos (no caso, a motivação do acórdão DRJ) : Art. 16. A impugnação mencionará: Fl. 411DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13811.004872/2003-03 Acórdão n.º 2102-003.272 S2-C1T2 Fl. 3 5 (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refira-se a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Porém, ocorre que o auto de infração questionado trata de IRRF, códigos de arrecadação 0588, 1708, 0561, 3208 e 8045, cujos fatos geradores ocorreram no 2º, 3º e 4º trimestres de 1998 (ver auto de infração, anexo Ia, fls. 32 a 37 e anexo III, fls. 38 e 39). Já as DCTFs objeto do processo administrativo 10880.001321/99-49, como já referido, correspondem a períodos anteriores, 1º a 4º trimestres de 1997 e 1º trimestre de 1998, inexestindo, portanto, qualquer relação com os créditos tributários lançados. Assim, entendo que não existia, à época do lançamento, qualquer impeditivo ao lançamento ora questionado. QUESTÃO PREJUDICIAL DE MÉRITO – DECADÊNCIA Propugna o contribuinte pela aplicação do disposto no art. 150, § 4º, do CTN, uma vez que não há dolo, fraude ou simulação e qualquer referência no CTN à possibilidade de aplicação dos termos do seu artigo 173 aos casos de lançamento por homologação quando o Fisco não consegue localizar os efetivos pagamentos. A ciência do auto de infração ocorreu em 11/08/2003 (aviso de recebimento à fl. 90). Como visto, trata-se de IRRF, códigos de arrecadação 0588, 1708, 0561, 3208 e 8045, cujos fatos geradores ocorreram no 2º, 3º e 4º trimestres de 1998 (ver auto de infração, anexo Ia, fls. 32 a 37 e anexo III, fls. 38 e 39), anteriores ao regime jurídico advindo com a edição da Instrução Normativa 126, de 30/10/1998, o qual instituiu, a partir do ano-calendário de 1999, a nova DCTF, pela qual passou a existir confissão de dívida quantos aos débitos declarados, questão que será abordada com mais detalhes adiante. Deve-se registrar que em 21/12/2010, houve a edição da Portaria MF 586, que alterou o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF) aprovado pela Portaria MF n° 256, de 2009. Diante disso, a redação do art. 62-A do RICARF dispôs: Art. 62-A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça Fl. 412DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543-B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. No que se refere à contagem do prazo decadencial, em observância do disposto no art. 62-A do RICARF, deve-se adotar as conclusões exaradas no Recurso Especial 973.733/SC (2007/0176994-0), cuja ementa abaixo se transcreve: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em Fl. 413DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13811.004872/2003-03 Acórdão n.º 2102-003.272 S2-C1T2 Fl. 4 7 que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (Grifos no original.) Assim, na ausência de pagamento ou nas hipóteses de dolo, fraude e simulação, aplica-se o art. 173, I, do CTN, e o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário tem como termo inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Nesse sentido, a Súmula CARF 101: Na hipótese de aplicação do art. 173, inciso I, do CTN, o termo inicial do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Sob o meu ponto de vista, a maior dificuldade é definir o que é considerado “pagamento antecipado”, mormente nos casos de IRRF que não seja antecipação do devido na Declaração e Ajuste (pessoa física e jurídica). Há julgados que, nesses casos, entendem que o pagamento do IRRF deve ser aferido código a código e mês a mês, como por exemplo o Acórdão 2202-002.995, de 11 de fevereiro de 2015, do qual transcrevo: Conforme apontado pela relatora do acórdão da DRJ: CÓDIGO 0561 Em pesquisas aos sistemas da Receita Federal do Brasil, fls. 410, foram confirmados recolhimentos para os fatos geradores de janeiro a setembro de 2006, que ocorrem no final de cada mês. Ou seja, o fato gerador do mês de setembro ocorre em 30/09/2006. Logo, aplicando a contagem do prazo decadencial previsto no artigo 150, §4º do CTN, ou seja, cinco anos a contar da data do fato gerador, para estes períodos, o direito para efetuar o lançamento já estava decaído no dia 24/01/2012. Não foi encontrado recolhimento para o mês de dezembro de 2006, devendo se aplicar a regra para contagem do prazo decadencial prevista no artigo 173, inciso I do CTN, a saber, a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele que a Administração poderia ter lançado. No caso, o primeiro dia do exercício seguinte seria em 01/01/2008, já que o lançamento já poderia ser efetuado durante o exercício de 2007. Portanto, o Fl. 414DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 direito ao lançamento deste crédito tributário não estava decaído em 24/01/2012. CÓDIGO 3208 Não constam nos sistemas da Receita Federal do Brasil recolhimentos sob o código 3208 para os fatos geradores a partir de março/2006. Cabe, portanto, a aplicação da regra prevista no artigo 173, inciso I do CTN. Para os fatos geradores de março a novembro de 2006, o primeiro dia do exercício seguinte seria em 01/01/2007, já que o lançamento já poderia ser efetuado durante o Ano calendário de 2006. Portanto, o direito ao lançamento destes créditos tributários estava decaído em 24/01/2012. Já para os demais períodos lançados, deve ser mantida a cobrança. CÓDIGO 5952 Não constam nos sistemas da Receita Federal do Brasil recolhimentos sob o código 3208 para os fatos geradores a partir de janeiro/2006, a exceção do pagamento efetuado em 30/05/2007, relativo ao mês de abril/2007. Cabe, portanto, a aplicação da regra prevista no artigo 173, inciso I do CTN, para todos os fatos geradores lançados, exceto do mês de abril/2007. Entretanto, mesmo com a aplicação da regra prevista no artigo 150, §4º do CTN, não ocorreu o direito de constituir o crédito tributário do mês de abril de 2007. Para os fatos geradores de janeiro a novembro de 2006, o primeiro dia do exercício seguinte seria em 01/01/2007, já que o lançamento já poderia ser efetuado durante o ano calendário de 2006. Portanto, o direito ao lançamento destes créditos tributários estava decaído em 24/01/2012. Deste modo no que toca ao lançamento relativo ao código 0561 (Rendimentos do Trabalho Assalariado), mantém o lançamento de 31/12/2006, os demais estão decadentes . No que toca ao código 3208 (IRRF - Aluguéis e Royalties pagos a Pessoa Física) , reconhece-se a decadência dos lançamentos anteriores a 07/12/2006. Relativamente ao código 5952 (Retenção Contribuições pagamento de PJ a PJ de direito privado CSLL/ COFINS/PIS), reconhece-se a decadência dos lançamentos anteriores a 31/12/2006. (Grifos no original.) Concordo com tal posicionamento. No caso dos autos, a data de ciência do auto de infração acorreu em 11/08/2003 (fl. 90). Estão em julgamento, nesse recurso voluntário, os seguintes débitos (resumo da tabela do acórdão da DRJ, fl. 117): EXIGIDO EXONERADO MANTIDO Cód Receita PA IRRF MULTA PROP. IRRF MULTA PROP. IRRF MULTA PROP. 0561 04-04/1998 282,54 211,91 0,00 211,91 282,54 0,00 0561 02-04/1998 544,63 408,47 0,00 408,47 544,63 0,00 0561 01-04/1998 28.273,84 21.205,38 0,00 21.205,38 28.273,84 0,00 Fl. 415DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13811.004872/2003-03 Acórdão n.º 2102-003.272 S2-C1T2 Fl. 5 9 0561 04-06/1998 834,39 625,79 0,00 625,79 834,39 0,00 0561 01-05/1998 48.477,82 36.358,37 0,00 36.358,37 48.477,82 0,00 0561 01-04/1998 3.425,84 2.569,38 0,00 2.569,38 3.425,84 0,00 0561 03-05/1998 318,64 238,98 0,00 238,98 318,64 0,00 0561 05-05/1998 39.289,75 29.467,31 0,00 29.467,31 39.289,75 0,00 0588 02-11/1998 830,00 622,50 0,00 622,50 830,00 0,00 Assim, deve-se verificar se há provas nos autos de recolhimentos relativos ao IRRF, código 0561, referentes a fatos geradores ocorridos em abril, maio e junho de 1998. os recolhimentos das fls. 45 a 50 referem-se aos períodos (e valores) exigidos (à exceção do IRRF de R$834,39), porém tais débitos foram objeto de Redarf, em favor da matriz (fls. 94 a 99), pelo que entendo que eles não podem ser considerados para a antecipação do prazo decadencial. Pensar diferentemente equivale a reconhecer que os recolhimentos estão alocados à recorrente (e não à matriz), pelo que caberia o reconhecimento de seu recolhimento (e não da decadência). Não tendo conseguido convencer os meus pares desses argumentos, eis que, sem exceção, entendem as outras integrantes desta Turma que tais pagamentos devem ser reconhecidos para fins da antecipação do prazo decadencial, me submeto à maioria, modificando eu voto, tão-somente para evitar o retrabalho por parte da colega que seria designada para proferir o voto vencedor, e voto, com elas, para reconhecer a decadência dos créditos tributários cujos fatos geradores tenham ocorrido até 05/08/1998. QUESTÃO PREJUDICIAL DE MÉRITO – PRESCRIÇÃO Não se sustentam as alegações de que teria ocorrido o autolançamento em 1998, o que impediria o lançamento de ofício e levaria à ocorrência da prescrição dos créditos tributários, em face do disposto na Súmula Vinculante do STF nº 8. Em 1998, a DCTF sequer constituía confissão de dívida, o que somente ocorreu a partir da edição da Instrução Normativa 126, de 30/10/1998, que instituiu a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), a qual substituiu a Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), pela qual “Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, serão enviados para inscrição em Dívida Ativa da União, imediatamente após a entrega da DCTF” (art. 7º, I). A esse respeito, também se pronunciou o Parecer PGFN/CAT/Nº 632, de 2011, citado pelo Parecer PGFN/CAT/Nº 1372, de 2012: 10. Sobre as diferenças normativas entre a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais- DCTF e a DIPJ, o Parecer PGFN/CAT/Nº 632, de 2011, teceu, entre outras, as seguintes considerações: "27. Não é demais repetir que a previsão de inscrição em dívida ativa dos débitos declarados em DCTF existe desde a publicação da IN SRF n° 126, de 1998, que a criou, mantendo-se vigente, até os dias atuais, ex vi do art. 8°, § 1°, da IN RFB n° 1.110, de 24 de dezembro de 2010: Art. 8°. (...) Fl. 416DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR 10 § 1°. Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, bem como os valores das diferenças apuradas em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, serão objeto de cobrança administrativa com os acréscimos moratórios devidos e, caso não liquidados, enviados para inscrição em dívida ativa. Conforme determina o artigo 151, III, do CTN, as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo, suspendem a exigibilidade do crédito tributário. Desse modo, estando os créditos tributários em fase de constituição definitiva, não há falar em prescrição, que só ocorre após decisão final no processo administrativo. Nesse sentido, a Súmula CARF 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. QUESTÃO DE MÉRITO – COMPROVAÇÃO DOS RECOLHIMENTOS DO IRRF Como constou na decisão recorrida, Em análise prévia das alegações do impugnante, a autoridade preparadora juntou os elementos de fls. 88/106 para evidenciar que de fato houve erro no preenchimento dos documentos de arrecadação de fls. 76, 82 e 83 e procedeu a retificação de ofício conforme comprovantes de fls. 89/91. Por outro lado, constatou que os demais pagamentos foram objetos de REDARF a favor da matriz (CNPJ 57.029.431/0001- 06) em 19/11/1999, de acordo com o histórico pesquisado no SIEF/DOC. ARRECADAÇÃO, cujos relatórios foram juntados em fls. 92/97. Assim, os referidos DARF não extinguem os respectivos débitos do CNPJ n° 57.029.431/0002-89 lançados no presente Auto de Infração tanto é que a pesquisa aos sistemas de controle da RFB não mostra nenhum pagamento para o CNPJ 57.029.431/0002-89. A isto se acrescente que, o débito de n° 9272189, código 0588, PA 0211/1988, valor declarado de R$ 830,00 também não extingue o débito ora exigido do impugnante, vez que o DARF apresentado em fls. 70 indica o pagamento para o CNPJ 57.029.431/0001-06. São contestados no presente recurso voluntário os débitos remanescentes após o acórdão da DRJ: oito débitos de IRRF código 0561 (rendimento do trabalho assalariado), referentes ao segundo trimestre de 1998 e um débito de IRRF, código 0588 (rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício), relativo ao terceiro trimestre de 1998. Para comprovar que os recolhimentos dos débitos, todos objetos de redarf em favor da matriz (CNPJ 57.029.431/0001-06) em 19/11/1999 (SIEF/DOC. ARRECADAÇÃO, relatórios às fls. 92 a 97), dizem respeito à filial, a contribuinte, como visto, juntou aos autos cópia dos autos de processo, pela qual a matriz pede que sejam retificadas DCTFs do 1º ao 4 º trimestre de 1997 e 1º trimestre de 1998, entregues pela filial, para que os IRRF códigos de arrecadação 0561, 8109 e 2172, informados erroneamente nas DCTFs da filial, sejam considerados como sendo da matriz, em face do recolhimento centralizado por ela operacionalizado. Tais períodos de apuração não se relacionam com os períodos do IRRF contestados neste recurso voluntário, que dizem respeito, repito, ao segundo e ao terceiro trimestre de 1998. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13811.004872/2003-03 Acórdão n.º 2102-003.272 S2-C1T2 Fl. 6 11 As demais provas juntadas aos autos – darfs de recolhimentos de IRRF objeto de redarf em favor da matriz – não são aptas a provar que a contribuinte não possuía a obrigação de recolher o valor do IRRF declarado em suas DCTFs. Para tanto, poderia ter juntados aos autos provas como os livros contábeis da matriz e da filial, demonstração documental dos cálculos do IRRF em questão, para evidenciar que a matriz não aproveitou os valores dos darfs objetos dos redarf. Voto, portanto, por afastar as preliminares suscitadas pelo contribuinte e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer a decadência dos créditos tributários cujos fatos geradores tenham ocorrido até 05/08/1998. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Relator Fl. 418DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por JOAO BELLINI JUNIOR Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 13819.002735/2003-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 27 00:00:00 UTC 2010
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Data do fato gerador: 30/12/1998
Recurso de Oficio. Dispensa.
Tratando-se de litígio autônomo, cujo resultado não depende de decisão a ser prolatada em processo conexo, não ha porque se considerar, para efeito de apuração do limite de alçada, a soma do montante exonerado nos dois processos.
Recurso de Oficio Não Conhecido
Numero da decisão: 3102-00.747
Decisão: Acórdão os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso de oficio, nos termos do voto do Relator. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama, que foi substituída pelo Conselheiro Helder Massaaki Kanamaru.
Matéria: DCTF - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada(TODOS)
Nome do relator: Luis Marcelo Guerra de Castro
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/12/1998 Recurso de Oficio. Dispensa. Tratando-se de litígio autônomo, cujo resultado não depende de decisão a ser prolatada em processo conexo, não ha porque se considerar, para efeito de apuração do limite de alçada, a soma do montante exonerado nos dois processos. Recurso de Oficio Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acórdão os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não tomar conhecimento do recurso de oficio, nos termos do voto do Relator. Ausente,,justificadamente, a Conselheira Nanci Gama, que foi substituida pelo Conselheiro Helder Massaaki Kanamaru Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros José Fernandes do Nascimento, Ricardo Paulo Rosa, Beatriz Veríssimo de Sena, Luciano Pontes de Maya Gomes, Nanci Gama, Helder Massaaki Kanamaru e Luis Marcelo Guerra de Castro. Relatório Assinado d vitalinenle em cm s 0/201D poi LUIS MARCELO GUERRA DE Ci , STRO Auk:Wit:a& di rl italmenie ern Oiii10/20 Ili poi LUIS MAitCii.0 GUFF:fit: DR GAS rko. Etniiido ern 30112/2010 polo Mini;Iterio t13 Falenda DF CA RI' MF FL 137 Por bem descrever a matéria litigiosa, adoto relatório que embasou o acórdiio recorrido, que passo a transcrever: I, Trata o presente processo do Auto de Infração relativo Contribuição para Financiamento da Seguridade Social — Cofins, lavrado em 16/06/2003 e cientificado ao contribuinte, por via postal, em 18/07/2003 07s. 30), formalizando crédito tributário no valor total de R$ 120.409,30, com os acréscimos legais cabíveis até a data da lavratura, em virtude da não confirmação do processo judicial indicado para ,fins de suspensão da exigibilidade do débito declarado de dezembro de 1998. 2. Inconformada coin a exigência fiscal, a contribuinte, por intermédio de seu advogado, encaminhou, por via postal, em 19/08/2003 (fls. 30), a impugnação de fls. 01, juntando os documentos de fls. 03/29 e esclarecendo que o processo judicial efetivamente existe conforme cópia da decisão concessiva da tutela antecipada que apresenta. Ponderando as razões aduzidas pela autuada, juntamente com o consignado no voo condutor, decidiu o órgao de piso pelo afastamento integral da exigancia, conforme se observa na ementa abaixo transcrita: Assunto.' Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador.. 31/12/1998 Ementa: COMPENSAÇÃO. Verificada a existência de outro processo fiscal no qual foi exarado Acórdão em que o débito aqui lançado foi considerado amortizado por compensação com crédito reconhecido pela fiscalização, impõe-se a exclusão da exigência Langamento Improcedente Dado que o montante exonerado, se somado ao do processo n° 13819i000222/2005-72, considerado conexo com o presente, é superior ao limite fixado pela legisla9ao de regência, foi apresentado o correspondente recurso de oficio. o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator As razões de decidir do orgao de piso podem ser sintetizadas no seguinte excertc 4. De inicio, cumpre observar que a ausência de assinatura na pega de impugnação, ressaltada pela autoridade preparadora às fls. 37, pode ser considerada suprida, no presente caso, pela procuração apresentada ás fls. 12, mesmo porque, ainda que se considerasse não regularmente impugnada a exigência, essa não se sustentaria em face da Revisão de Oficio que se . faria necessária tendo em conta o Acórdão DRI/CPS n° 10 314, de Assinado digit Alinente em 07(10/2010 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Auteritioado digitalmento em 00/10i2010 por LUIS MARCELO GUERRA DE cASTRC; Emitido cm 3011212010 peto Ministemo da Fazendo 2 DV; CAR!: MI' Fl. 138 Processo rt° 13819.002735/2003-56 S3-CIT2 AcerclAo n. ° 3102-00.741 FL 2 23/08/2005, exarado por essa In Turma de Julgamento nos autos do processo 13819.000222/2005-72 5, De fato, conforme cópias de fis. 38/39, o referido processo cuida de lançamento de débitos de PIS e Cofins de períodos entre outubro de 1997 e julho de 2001 (entre os quais o débito de Colitis de dezembro de 1998, no valor principal de R$ 47.000,00), compensados indevidamente em DCTF com créditos de PIS e de FINSOCML provenientes, respectivamente, das ações judiciais de n's 97.0047929-3 e 92.0084741-2, por ter a fiscalização constatado que o crédito, apurado em função dos critérios de correção monetária estabelecidos nas decisões judiciais, não foi suficiente para amortizar a totalidade das valores que a contribuinte pretendeu extinguir em suas declarações. No seu julgamento, acatando a alegação da defesa de necessidade de observância da ordem de compensação indicada pela contribuinte em suas DCTF e em função dos mesmos critérios de compensação adotados na autuação, o débito de Cofins de dezembro de 1998 resultou amortizado pelo crédito reconhecido pela ,fiscalização naqueles autos, como segue: Com efeito, compulsando os autos, em especial o auto de infração as fls. 05 a 08, verifica-se que a exigência diz respeito a debito da Cofins relativos ao mês 12/1998, declarado na DCTF do quarto trimestre de 1999, onde teria sido informada a compensação do montante devido com créditos oriundos do processo 97.0047929-3. Por outro lado, segundo decidido no acórdão que julgou a exigência atrelada ao processo 13819.000222/2005-72, se respeitada a ordem de compensação indicada pelo sujeito passivo, o débito objeto do presente litígio restaria extinto, circunstância que igualmente se configuraria no presente processo. Ocorre que, como destacado no acórdão que reconheceu o direito compensatório, o débito relativo o presente litígio foi excluído daquele processo em razão da realização de lançamento em duplicidade. Confira-se excerto do voto condutor: 11. Cumpre, ainda, consignor que o débito de Cofins do período de dezembro de 1998, no valor principal de R$ 47.000,00, foi objeto de autuação anterior., decorrente de revisão interna de DCTF e formalizada no processo 13819.002735/2003-56 por processo judicial não comprovado (utilizer° do processo judicial foi indicado na DCTF com um digito "9" a mais), conforme cópia juntada as .fls. 438/447. Em razão disso, ern que pese a conclusão contida no item 8.16 de que referido débito restou amortizado pelo crédito de PIS reconhecido pela fiscalização (com a observância da ordem de compensação indicada pela contribuinte e dos critérios de compensação adotados na autua cão,), nula é a exigência desse débito formalizada no presente processo por existir autuação anterior (duplicidade de lançamento em mesmo veiculo - Auto de Infração,). Assoado d "solemn:ad Erni CM Ou seja, embora baseada na matéria fatica que orientou a solução daquele processo, o que se verifica no presente é uma decisão autônoma, cuja definitividade não está condicionada à solução do litígio que tramita no processo considerado conexo gitatmente ern 0711U/2010 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO 3 digitelluento ern 0/1/10/2010 por LUIS MARCELO GUEI21'2A DE CA11f20 30/1212010 polo Minrstedo da Fazoncla Dr CARE NIF 1'1. 139 Por outro lado, há que se destacar que o valor exonerado (R$ 120.409,39), ainda que corrigido do até a presente data, segundo os procedimentos da própria Secretaria da Receita Federal do Eirasil l , ficaria abaixo do valor do "limite de alçada" fixado no art. 20 da Portaria MF n°375, de 2001 2, vigente à época da decisão recorrida (R$ 500.000,00). Ante a tais considerações, voto no sentido de não tomar conhecimento do presente recurso de oficio. Sala das Sessões, em 27 de agosto de 2010 Luis Marcelo Guerra de Castro I Aplicativo disponivel em https;llpagamento,serpro,gov.brisicalc‘,veb/default.asp711prributo=2&FormaPagto=1 2 Mt. 2° 1 O Presidente da turma de julgamento das DR! deve recorrer de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento do tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Assinado diglolinente cm 07/10/21)10 poi LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO , Autenticado dipilahneine ern 00/10/2010 por LUIS MARCELO GDFF.:(tA DE GAS mo Emilkto cm 31) 12/2010 polo Miniz;t:rio da Fazondo 4
score : 1.0
Numero do processo: 13896.911272/2009-98
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.870
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flavio de Castro Pondes (Presidente).
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira e Flavio de Castro Pondes (Presidente). Relatório Tratase de Pedido de Compensação em decorrência de suposto pagamento a RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 11 27 2/ 20 09 -9 8 Fl. 289DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 12 2 maior de COFINS, o qual não foi homologado sob fundamento de o crédito ser ilegítimo. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ Campinas/SP, abaixo transcrito: A Declaração de Compensação apresentada pela contribuinte não foi homologada, conforme Despacho Decisório Eletrônico. Como razão da não homologação, a decisão aponta a integral utilização do pagamento indicado como origem do direito de crédito em outros débitos confessados pela contribuinte. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação assim fundamentado: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão do PER/DCOMP: 146.987,70 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante do exposto, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Notificada do teor do despacho, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese que em 2005 (sic), à época dos fatos geradores os mesmos foram informados em DCTF e DACON, entretanto a Impugnante procedeu a revisão dos valores de modo que concluiu que os valores recolhidos eram efetivamente maiores do que os devidos, assim procedeu a retificação da DCTF sem contudo retificar a DACON, o que ocasionou a inconsistência e a não homologação da compensação. Demonstrada a legitimidade do crédito utilizado requer a procedência da manifestação de inconformidade e a homologação da compensação. Junta aos autos a DCTF e DACON original e retificadora, DARF e Per/Dcomp. Analisando o litígio, a DRJ de Campinas/SP considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade da ora Recorrente e manteve a decisão pela não homologação da compensação efetivada, sob o argumento de que não houve comprovação com elementos hábeis para desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF. A ementa do acórdão foi assim transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. NÃO HOMOLOGAÇÃO COMPENSAÇÃO Não elidido o fato de que o pagamento foi alocado a débito confessado, mantémse o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 13 3 DÉBITO CONFESSADO. DCTF. REDUÇÃO. A redução do débito confessado em DCTF, após o procedimento de oficio, somente pode ser desconstituído com base em elementos e documentos hábeis e suficientes que comprovem a incorreção apontada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido A Recorrente, não concordando com a decisão exarada, apresentou Recurso Voluntário, no qual, repisando os argumentos anteriormente apresentados, alega que (i) tributou em duplicidade determinadas receitas; (ii) deixou de tomar créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado; (iii) desconsiderou no cálculo da referida contribuição a pagar retenções realizadas diretamente na fonte; e (iv) retificou a DCTF e a DACON e que, por tais razões, não pode lhe ser retirado o direito creditório, uma vez que pelos documentos contábeis anexados aos autos, é possível identificar o pagamento indevido e o crédito levado à compensação. É o relatório. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 14 4 VOTO Conheço do Recurso Voluntário, uma vez que apresenta os requisitos de admissibilidade e foi apresentado dentro do prazo de 30 dias fixado pela legislação. Como se depreende da leitura dos autos, a matéria devolvida a este Conselho referese, tãosomente, à desconsideração, pela fiscalização, de supostos créditos tributários decorrentes de pagamento a maior de COFINS, na competência de janeiro de 2006. Tais créditos são oriundos, segundo a ora Recorrente, de tributação em duplicidade de determinadas receitas, não utilização de créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado e desconsideração, no cálculo da referida contribuição a pagar, de retenções realizadas diretamente na fonte. Na decisão recorrida, a douta Delegacia de Julgamento não acatou os argumentos da Recorrente, sob a argumentação de que “no momento da transmissão da DCTF retificadora, a recorrente não gozava mais de espontaneidade para efetuar a alteração pretendida, conforme dispõe o art. § 10 do art. 70 do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972 e alterações, combinado com o inciso III do § 2° do art. 11 da IN RFB n° 786, de 19 de novembro de 2007”. E, ainda, que “quando da transmissão e da análise do PER/DCOMP em tela, o crédito efetivamente não existia, pois o pagamento efetuado estava integralmente alocado ao débito declarado pela própria contribuinte em sua DCTF, ou seja, na data da transmissão do PER/ DCOMP, a interessada não era detentora de crédito liquido e certo, condição sem a qual não há que se falar em direito à compensação (art. 170 do CTN)”. A conclusão dos Julgadores foi no sentido de negar a existência do crédito pleiteado, sob o argumento de que o interessado não apresentou elementos hábeis a desconstituir a confissão do débito que fez na DCTF, não existindo razão para se reconhecer o pleiteado direito creditório relativo a pagamento pretensamente maior do que o devido, referente ao período de apuração. Ocorre que a própria Delegacia da Receita Federal poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir a autenticidade dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento Fl. 292DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 15 5 constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse).(MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) Pelo princípio da verdade material, o próprio administrador pode buscar as provas para chegar à sua conclusão. Atua, assim, como norte para que o processo administrativo sirva realmente para alcançar a verdade incontestável, e não apenas a que ressai de um procedimento meramente formal. Devese lembrar de que, nos processos administrativos, diversamente do que ocorre nos processos judiciais, não há propriamente partes, mas sim interessados, e entre estes se coloca a própria Administração. Por conseguinte, o interesse da Administração em alcançar o objeto do processo e, assim, satisfazer o interesse público pela conclusão calcada na verdade real, tem prevalência sobre o interesse do particular. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 21. ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Editora Lúmen Juris, 2009. p. 933 e 934) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita; não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está Fl. 293DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 16 6 em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/0099, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda)PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 10318789 3 ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo: 13877.000442/200269– Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇAO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Processo: 10768.100409/200368– Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, todos os documentos apresentados pela Recorrente. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de origem, é que se poderá ter certeza de que houve a retenção e se os valores retidos são os mesmos que deixaram de ser declarados pela Recorrente, de que foram tributadas receitas em duplicidade e de que não foram utilizados créditos da referida contribuição relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado. Desta forma, na diligência que será realizada, a DRF de origem deve, com base na documentação apresentada pela Recorrente referente ao período de apuração supra mencionado: Fl. 294DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.911272/200998 Resolução nº 3801000.870 S3TE01 Fl. 17 7 (i) verificar se houve tributação em duplicidade nas receitas mencionadas pela Recorrente, recompondo, dessa forma, a base de cálculo da contribuição para o COFINS na competência de janeiro/2006; (ii) verificar a existência de créditos de COFINS relativamente a despesas de armazenagem e depreciação do ativo imobilizado e se estes foram utilizados; (iii) verificar se os valores não declarados são, de fato, aqueles retidos na fonte; (iv) apurar se os valores dos créditos acima mencionados são os mesmos que o contribuinte deixou de declarar. Intimar a Recorrente a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de 30 (trinta) dias de sua ciência; Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 295DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 01 /04/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10070.000155/2004-16
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Feb 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício:2003
RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTO INTRÍNSECO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO.
Para conhecimento do Recurso Especial interposto sob o fundamento de existência de divergência jurisprudencial, deverá o interessado demonstrar fazer constar do recurso interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.497
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os menbros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(Assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Manoel Coelho Arruda Junior Relator
EDITADO EM:02/02/2015
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício:2003 RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTO INTRÍNSECO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. Para conhecimento do Recurso Especial interposto sob o fundamento de existência de divergência jurisprudencial, deverá o interessado demonstrar fazer constar do recurso interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. Recurso especial não conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os menbros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Relator EDITADO EM:02/02/2015 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire.
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PRESSUPOSTO INTRÍNSECO. DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. NÃO DEMONSTRAÇÃO. NÃO CONHECIMENTO. Para conhecimento do Recurso Especial interposto sob o fundamento de existência de divergência jurisprudencial, deverá o interessado demonstrar fazer constar do recurso interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os menbros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior – Relator EDITADO EM:02/02/2015 AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 0. 00 01 55 /2 00 4- 16 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão de n° 2201 01.000, proferido em 16/03/2011, interpõe Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, com fulcro nos artigos 67 e 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, visando a revisão do julgado. Ciente, formalmente, daquele acórdão em 27/07/2011, conforme Intimação constante às fls. 48, a digna representante da Fazenda Nacional protocolizou o Recurso Especial, em 01/08/2011, isto é, dentro do prazo de 15 (quinze) dias fixado pelo caput do art. 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Suscita a recorrente que, nos termos do art. 67 do Regimento Interno, compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Em sessão plenária de 16/03/2011, a I a Turma da Segunda Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais julgou o Recurso Voluntário n° 165.822, proferindo a decisão consubstanciada no Acórdão n° 2201 01.000, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 Ementa: IRPF. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. São dedutíveis na declaração de rendimentos os pagamentos efetuados a médicos dentistas, psicólogos e outros profissionais de saúde. Comprovado o pagamento, como documentos hábeis e idôneos, admitese a dedução da despesa. Recurso parcialmente provido. A decisão foi assim resumida: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade dar parcial provimento ao recurso para restabelecer a dedução, como despesa médica, de R$ 1.449,00. Ausente, justificadamente, a Conselheira Janaina Mesquita Lourenço de Souza. O recurso está manejado quanto à discussão sobre a glosa de dedução por apresentação de comprovantes de despesas médicas sem a correspondente comprovação do desembolso de tais despesas e dos serviços efetivamente prestados. Segue abaixo o acórdão paradigma apresentado seguido de sua respectiva ementa: 10615.445 IRPF DEDUÇÃO DESPESAS MÉDICAS GLOSA – Fl. 140DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10070.000155/200416 Acórdão n.º 9202003.497 CSRFT2 Fl. 7 3 Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação permite o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. Recurso parcialmente provido. Submetido ao exame de admissibilidade, a i. Presidente entendeu pela admissibilidade/seguimento do Recurso Especial interposto [...] Do simples confronto do voto do acórdão recorrido com a ementa e voto do acórdão paradigma, é possível se concluir que houve o dissídio jurisprudencial. Isso porque se trata da mesma matéria fática e a divergência de julgados, nos termos Regimentais, referese a interpretação divergente em relação ao mesmo dispositivo legal aplicado ao mesmo fato, que no caso em questão é a glosa da dedução de despesas médicas em virtude do sujeito passivo não haver comprovado a efetividade dos pagamentos realizados e da efetividade da prestação dos serviços. Assim, o mero cotejo do voto condutor do acórdão recorrido com a ementa e voto do acórdão paradigma já caracteriza a divergência, haja vista que tipifica tratamentos diferenciados. Ou seja, o acórdão recorrido entende dedutíveis as despesas médicas incorridas, mesmo sem comprovação da efetividade dos pagamentos realizados, ao passo que o acórdão paradigma entende ser indispensável a comprovação da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual e da efetiva prestação dos serviços realizados. Perpassado tal procedimento, o Contribuinte foi devidamente intimado do decisum e recurso, tendo apresentado, tempestivamente, contrarrazões. É o relatório. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior, Relator Analiso, inicialmente, se o recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional preenche os requisitos de admissibilidade. Para melhor entendimento, peço vênia aos ilustres Conselheiros para colacionar trecho do voto condutor do acórdão recorrido que esclarece objetivamente o objeto do Auto de Infração [fls. 46 e ss]: Como se colhe do relatório, a matéria em discussão referese à comprovação de valores deduzidos na DIRPF/2003 como despesas com instrução. A Recorrente afirma que os valores referemse, de fato, a despesas médicas. Examinando o quadro 7 Pagamentos e Doações Efetuados, da DIRPF/2003 da Contribuinte verificase que, de fato, foram informados nos códigos 03 e 04, que se referem a despesas médicas, pagamentos em valor igual a 5.533,79, que é o mesmo valor deduzido como despesa com instrução. Portanto, é lícito concluir que houve erro de fato e que, realmente, os valores referemse a despesas médicas. [...] Passo a examinar os documentos, então, os documentos. Pois bem, às fls. 22 consta declaração, emitida por Adelmir Soares Barreto (psicólogo), informando que recebeu da ora Recorrente, no ano de 2002, R$ 600,00 referente a tratamento psicológico da dependente Paula Santos Ferreira. Verificase que o valor do recibo e o CPF do declarante coincidem com o que foi informado na DIRPF. Portanto, acato o documento como prova da despesa. Às fls. 23 consta declaração de Paulo Roberto Chaves Ferreira atestando que recebeu da ora Recorrente R$ 2.394,11 referente a reembolso de valor que este teria pago (descontado no contracheque) referente a plano de saúde de suas filhas. O que se extrai do teor da declaração é que o Declarante pagou o plano de saúde, mas não comprova que a ora Recorrente arcou com o ônus deste pagamento. Neste ponto, a declaração refere se a acordo particular o que não se presta para comprovar a alegação. Não há como acolher, portanto, esta dedução. As fls. 27/26 a Recorrente apresenta cópias de contracheques nos quais estariam descontados, em cada um. valores que, segundo anotação feita no primeiro deles, referirseiam a plano de assistência médica dos servidores públicos do Rio de Janeiro. Ocorre que não há comprovação de que estes valores realmente referemse a pagamentos de tal plano bem como não é possível se identificar, a partir destes elementos, que se trata dos mesmos valores informados na declaração. Portanto, também não há como acolher a referida dedução. Às fls. 37 e 38 constam cópias de dois recibos, nos valores de R$ 180,00 e R$ 319,00, que teriam sido emitidos por Adriana Ribeiro Souza (odontóloga). Observo que o valor correspondente à soma dos dois recibos coincide, com pequena diferença de R$ 1,00, com o valor declarado, bem como coincide o CPF da Fl. 142DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 10070.000155/200416 Acórdão n.º 9202003.497 CSRFT2 Fl. 8 5 declarante. Assim, penso que deve ser considerada comprovada a despesa no valor de R$ 419,00. Da mesma forma, às fls. 39 a 42 constam cópias de 03 recibos, que totalizam 350,00, emitidos por Napoleão Teixeira Leão Júnior (médico) referente a tratamentos da própria recorrente e de sua filha. Pelo mesmo critério acima, devese considerar comprovada a despesa. Finalmente, às fls. 43 e 44 contam duas cópias de notas fiscais emitidas por MAMMA CLÍNICA MÉDICA S/C LTDA., ambas nos valores de R$ 40,00. Ocorre que nada foi informado na DIRPF referente a pagamento à tal Clínica, conforme CPF e CNPJ informados. Portanto, não há como acolher a dedução. Assim, em conclusão, considerado os documentos' apresentados pela Recorrente e, com base nas considerações acima, penso que deve ser restabelecida parcialmente a dedução, como despesa médica, no valor de R$ 1.449,00. Com espeque nesses argumentos, a então 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF proferiu Acórdão que deu provimento parcial, por unanimidade, ao Recurso Voluntário interposto pelo Interessado, para restabelecer a dedução, como despesa médica, de R$ 1.449,00. Em contraponto, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial – divergência , sob a alegação de que para restabelecer deduções de despesas médicas, com base em recibos emitidos por profissionais da saúde, como também nas declarações por eles firmadas, sem, no entanto, a prova do efetivo pagamento de tais despesas: [...] A divergência, destarte, entre acórdão recorrido e paradigma, afigurase clara, visto que o primeiro (acórdão recorrido) restabeleceu a dedução de despesas médicas em face da apresentação de simples recibos e declarações firmadas por profissionais de saúde, sem a prova do efetivo desembolso por tais dispêndios. Por outro lado, o acórdão paradigma, a respeito da mesma situação fática (comprovação de despesas médicas para fins de dedução da base de cálculo do imposto de renda), decidiu pela manutenção da glosa, considerando que para comprovar a efetividade da despesa não basta simplesmente apresentar os documentos que lastreiam a dedução, mas sim comprovar a efetividade do gasto, apresentando provas da saída dos recursos e da destinação coincidente com o fim utilizado. Não obstante esse fato, é sabido que para a caracterização do dissídio jurisprudencial, nos termos dos artigos 541, parágrafo único, do Código de Processo Civil e 255, §§ 1º e 2º, do RISTJ e consolidado pelo RICSRF, fazse necessária a demonstração da similitude de panorama de fato e da divergência na interpretação do direito entre os acórdãos confrontados. Da análise dos dois julgados (recorrido e paradigma) verificase que não há divergência na interpretação do direito entre os acórdãos, conforme se evidencia abaixo: pois, há convergência dos julgados em face do seguinte argumento: deve o sujeito passivo apresentar aos autos elementos suficientes para firmar a convicção de que os alegado pagamentos foram efetivamente realizados, por meio de documentos idôneos. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 Ademais, o paradigma manifesta que os documentos relacionados às despesas permitidas como dedução da base de cálculo do imposto sobre a renda não representam uma presunção absoluta a inquestionável, pois, sempre que necessário, a autoridade tributária poderá exigir do sujeito passivo a comprovação da sua efetividade: Tão importante quanto o preenchimento dos requisitos formais do documento comprobatório da despesa, é a constatação da efetividade do pagamento direcionado ao fim indicado. Isto quer dizer que os documentos relacionados às despesas permitidas como dedução da base de cálculo do imposto sobre a renda não representam uma presunção absoluta a inquestionável, pois, sempre que necessário, a autoridade tributária poderá exigir do sujeito passivo a comprovação da sua efetividade. Registrese que essa “comprovação” da efetividade da despesa não foi solicitada pela Autoridade Fiscal. Pelo exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É o voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 144DF CARF MF Impresso em 24/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/02/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 11060.001874/2009-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Apr 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Data do fato gerador: 31/12/2003, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006, 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007
RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO.
O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância, ex vi do disposto no art. 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972.
Recurso apresentado após o prazo estabelecido, dele não se toma conhecimento, visto que, nos termos do art. 42 do mesmo diploma, a decisão de primeira instância já se tornou definitiva.
Numero da decisão: 1301-001.767
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros deste colegiado, por.unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário face sua intempestividade.
(documento assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Data do fato gerador: 31/12/2003, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006, 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância, ex vi do disposto no art. 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972. Recurso apresentado após o prazo estabelecido, dele não se toma conhecimento, visto que, nos termos do art. 42 do mesmo diploma, a decisão de primeira instância já se tornou definitiva.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, por.unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário face sua intempestividade. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes - Presidente. (documento assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
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COM. RESTAURAÇÃO PROD. EQUIPAMENTOS FIBRA VIDRO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Data do fato gerador: 31/12/2003, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006, 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO. O prazo para apresentação de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais é de trinta dias a contar da ciência da decisão de primeira instância, ex vi do disposto no art. 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972. Recurso apresentado após o prazo estabelecido, dele não se toma conhecimento, visto que, nos termos do art. 42 do mesmo diploma, a decisão de primeira instância já se tornou definitiva. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, por.unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário face sua intempestividade. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente. (documento assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 0. 00 18 74 /2 00 9- 32 Fl. 835DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 836DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 11060.001874/200932 Acórdão n.º 1301001.767 S1C3T1 Fl. 12 3 Relatório Inicialmente foi encaminhado “Relatório de Ação Fiscal Interno” conforme Memorando n° 120/08//DRF/NIIO/Selíis, de 07/08/2008, sobre a fiscalização interna da contribuinte Iracema Moser, CPF 686.404.98091 (fl. 01). Naquela fiscalização foi constatado que Iracema Moser possuía conta bancária que era movimentada por empresa que tem como sócios a sua filha e seu cônjuge cuja razão social é Santa Maria Ind Com Rest Prod Equip Fibra Vidro Ltda., CNPJ 73.206.997/000104. O referido Memorando foi instruído com o próprio Relatório de Ação Fiscal Interno, Termos lavrados pela Fiscalização da DRF de Novo Hamburgo, consultas ao Sistema CNPJ e cópias das Declarações Anuais Simplificadas da Pessoa Jurídica relativas aos anos calendário 2003 a 2007 e cópias das Declaração Anual do Simples Nacional DASN dos periodos de 01/07/2007 a 31/12/2007; DCTF; Consultas ao Sistema CPF; Declarações de Rendimentos de Antônio Luiz Klein de Azevedo e Margarida Moser de Azevedo, Exercícios 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008 conforme consta nas folhas 02 a 92. Assim a contribuinte acima identificada foi fiscalizada em atendimento ao Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização n° l0.1.l3.002008004480 e Termo de Início de Procedimento Fiscal (fl. 93), resultando no Relatório Exclusão do Simples (fls. 279 a 289); Ato Declaratório Executivo (Comunicação de Exclusão) AD ExtraSIVEX n° 016/2009 (fl. 284); Termo de Exclusão do Simples Nacional n° 02 (Comunicação de Exclusão) (Il. 285); Levantamento débitos IPI (fls. 292 a 337); Demonstrativo Consolidado do Credito Tributário do Processo (fl. 338); Relatório do Procedimento Fiscal (fls. 339 a 343); Anexo O1 (fl. 344), Anexo 02 (fls. 345 a 371), referentes a Depósitos Bancários de Origem não Comprovada; Anexo 3 (fls. 372 e 373) (Receitas Escrituradas); Anexo 4 Lucro Arbitrado Apuração do IRPJ e CSLL, PIS e Cofins Regime Cumulativo (fls. 374 a 377); Anexo 5 Decomposição do Simples Recolhido (fl. 378); e, nos seguintes Autos de Infração: a) Imposto de Renda Pessoa Jurídica Lucro Arbitrado (fls. 379 a 386); a infração apontada foi: Omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada e o enquadramento legal foi o seguinte: artigo 27, inciso I, e 42 da Lei n° 9.430/96; e artigos 532 e 537 do RIR/99 (Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° 3000, de 29 de março de 1999). As mesmas infrações foram apuradas nos autos de infração decorrentes relativos à exigência das contribuições. b) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido Lucro Arbitrado (fls. 387 a 394). Enquadramento Legal: artigo 2° e §§ da Lei n° 7.689/88; artigo 24 da Lei n° 9.249/95; artigo 29 da Lei n° 9.430/96; e, artigo 37 da Lei n° 10.637/02; Fl. 837DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 4 c) Contribuição para o PIS/PASEP (fls. 397 a 404). Enquadramento Legal: artigos 1° e 3° da Lei Complementar n° 7/70; artigo 24 da Lei n° 9.249/95; artigos 2°, inciso I, alínea “a” e parágrafo único, 3°, 10, 22, 51 e 91 do Decreto n° 4.524/O2; d) Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (fls. 405 a 412). Enquadramento Legal: artigo 2°, inciso II e parágrafo único, 3°, 10, 22, 51 e 91 do Decreto 4.524/02; e) Imposto de Renda Pessoa Jurídica (fls. 413 a 416). Infração: Apuração incorreta do Imposto Falta e/ou Insuficiência de Recolhimento do Imposto de Renda. Enquadramento Legal: artigos 530, 532, 536, 541 e 841, incisos I e IV do RIR/99; f) Contribuição Sobre o Lucro Liquido (fls. 417 a 420). Infração: Falta de recolhimento/Declaração da CSLL Insuficiência de Recolhimento ou Declaração. Enquadramento Legal: artigo 2° e §§ da Lei n° 7.689/88 e artigo 29 da Lei n° 9.430/96; artigo 37 da Lei n° 10.637/02. g) Contribuição para PIS/PASEP (fls. 421 a 427). Inflação: PIS (Faturamento) Falta/Insuficiência de Recolhimento do PIS. Enquadramento Legal: artigos 1° e 3° da Lei Complementar n° 07/70; artigos 2°, inciso I, alínea “a” e parágrafo único, 3°, 10, 22 e 51 do Decreto n° 4.524/02. h) Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (fls. 428 a 435). Cofins Falta/Insuficiência de Recolhimento da Cofins. Enquadramento Legal: artigos 2°, inciso II e parágrafo único, 3°, 10, 22 e 51 do Decreto n° 4.524/02. Conforme Termo de Encerramento (fl. 436) o crédito tributário apurado foi de R$ 1.459.162,54. Nesse total estão inclusos os acréscimos legais. A interessada tomou ciência do “Relatório de Exclusão do Simples” (fls. 279 a 282), em 24/07/2009. Na mesma data tomou ciência do Ato Declaratório Executivo (Comunicação de Exclusão AD ExtraSivex n° 016/2009 (fl. 284) e do Termo de Exclusão do Simples Nacional n° 2 (Comunicação de Exclusão) (fl. 285). Foi cientificada dos lançamento em 31/08/2009, conforme consta nos respectivos autos de infração a Contribuinte apresentou, em 30/09/2009, a impugnação de fls. 445 a 459 onde faz sua defesa. Não instruiu a impugnação com qualquer documento ou prova. Inicia levantando questões preliminares, como segue: Da Preliminar de Decadência: os impostos apurados nos autos de lançamento estão todos sujeitos a lançamento por homologação; lembra que tomou ciência da notificação administrativa em 31/08/2009 e entende que o lançamento não poderia alcançar os anosbase de 2003 e 2004, com base no parágrafo 4° do artigo 150 do CTN; alternativamente defende a decadência referente ao anocalendário de 2004 com base no inciso I do artigo 173 do CTN; Dos efeitos retroativos do Ato de Exclusão Fl. 838DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 11060.001874/200932 Acórdão n.º 1301001.767 S1C3T1 Fl. 13 5 lembra que foi excluído do Simples Federal conforme Ato Declaratório Executivo AD Extra Sivex n° 016/2009, com efeitos retroativos a 1°/01/2003, data esta que, de acordo com o fisco, iniciou a omissão de rendimentos; entende que a fixação dessa premissa é de extrema importância, haja vista que o efeito da exclusão desse regime de tributação pela prática reiterada de infrações à legislação tributária diverso daquele estabelecido pelo ato administrativo; diz que a jurisprudência administrativa é no sentido de que os efeitos da exclusão do Simples pela prática reiterada de infração à legislação tributária se reportam a data em que o fato foi constatado; faz referência ao Acórdão n° 0621.075, 18/02/2009, da 2” Turma da DRJ Curitiba; argumenta que o Acórdão é no sentido de que os efeitos da exclusão, de acordo com o artigo 15 da Lei n° 9.317, de 1996, somente se aplica a casos em que houve fato impeditivo superveniente ao ingresso do contribuinte no Simples; então lembra que desde 2003 (ainda antes) vinha exercendo a opção pelo regime simplificado de recolhimento de tributos, sempre aceitos pela Administração; conclui que houve homologação da opção e, em face disto, esta se encontra revestida de presunção de legalidade e legitimidade; que se encontrava sob o manto da regularidade fiscal; entende que os efeitos da exclusão só podem surgir a partir da ciência da exclusão; diz que a Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB tem o dever e condições de averiguar as opções de todos os contribuintes, afastando desde o inicio aqueles que fazem a opção indevidamente; que não pode ser penalizado por uma omissão da RFB; 0 mesmo se aplica em relação à exclusão do Simples Nacional, cujos efeitos retroagiram a 1°/07/2007; entende que são opções que possuem presunção de legalidade e legitimidade; lembra as disposições do artigo 105 do CTN no sentido de que a lei tributária não retroage; entende que não pode ser excluída do Simples Nacional em 2007 por um fato ocorrido em 2006 (excesso de receita bruta); Do direito de permanência no Simples lembra que a Constituição Federal de 1988 estabelece tratamento favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte e tratamento jurídico diferenciado; ainda, lembra que com esse objetivo foram publicadas a Lei n° 9.317, de 1996, e a Lei Complementar n° 123, de 2006; argüi que se a própria norma constitucional fixa diretrizes para um tratamento favorecido e diferenciado, não pode um simples ato administrativo excluir do Simples as empresas que atendem aos requisitos para a devida opção; lembra novamente que uma vez reconhecida a opção não seria plausível supervenientemente fazer a retirada desse sistema; Fl. 839DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 6 sustenta que sua exclusão do Simples de modo discricionário e, ainda, impor o pagamento retroativo de tributos devidos, atenta contra os princípios da capacidade contributiva e contra a isonomia tributária; diz que a exclusão arbitrária do Simples contraria à intenção constitucional de estabelecer um tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte; acrescenta que obrigála a recolher tributos como se fosse uma grande empresa representa sério inconveniente e arriscará, inclusive, a sua sobrevivência; Da Multa Oualificada Ausência do intuito de fraude a autoridade administrativa não pode ampliar as presunções legais para justificar a aplicação da multa qualificada; não podem as presunções serem empregadas em matéria de penalidade tributária; lembra que a aplicação da multa qualificada exige comprovação inequívoca do intuito de fraude; insiste que a aplicação da multa qualificada exige a comprovação minuciosa do evidente intui de fraude; nesse sentido cita Ementas de Acórdãos do Conselho de Contribuintes (Acórdão 10612351; 10615412); argumenta que não ficaram evidenciadas circunstâncias ou fatos que justificariam a exasperação da multa; não ficou demonstrado comportamento fraudulento ou evidente intuito de fraude de parte da lmpugnante; lembra que a lei tributária que define infrações ou lhe comina penalidades deve ser interpretada de maneira mais favorável ao contribuinte; cita o artigo 112 do CTN; entende que fica afastada a presença da conduta descrita no artigo 1°, incisos 1 e II da Lei n° 8.137, de 1990, restando prejudicada a Representação Fiscal para Fins Penais; Da indevida cumulação das Multas de Oficio argüi que os lançamentos revelam a cumulação de multa tributária isolada e de oficio o que se mostra ilegal; nesse sentido cita Ementa ao Acórdão n° 10616.008, do Conselho de Contribuintes); Dos Juros Moratórios a incidência dos juros moratórios desde a época do fato até a data do lançamento não merece prosperar porque primeiro o devedor devese constituir o devedor em mora, o que se da com o vencimento do prazo para pagamento do crédito tributário; no caso concreto a contribuinte não foi constituída em mora; entende que a taxa SELIC compreende a correção da moeda e juros moratórios, por isso tal índice deve ser fracionado, posto que não se aplica juros de mora ao caso, mas apenas a correção monetária. Requer a sua manutenção no Simples. Alternativamente requer sejam afastados os efeitos retroativos dos atos de exclusão do Simples e, em conseqüência, a extinção do crédito tributário constituído através dos lançamentos fiscais constantes dos processos n°s Fl. 840DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 11060.001874/200932 Acórdão n.º 1301001.767 S1C3T1 Fl. 14 7 11060.001874/200932; 11060002024/200951 (Lançamento relativo ao ano calendário de 2004, no qual a contribuinte optou tempestivamente pelo Lucro Presumido Diferenças de IRPJ e CSLL e IRPJ e seus reflexos relativos às receitas omitidas); 11060.002025/200904 (diferenças de PIS e Cofins); e, n° 11060.002026/200941 (Diferenças do IPI e do IPI relativo às receitas omitidas). Matéria dos processos administrativos como se vê no item 9 do Relatório do Procedimento Fiscal (fl. 343). Requer ainda o reconhecimento da decadência e, também, que seja afastada a exigência da multa qualificada, a exigência cumulativa da multa isolada com multa de oficio e os juros de mora. A DRJ/SANTA MARIA (RS) decidiu a matéria por meio do Acórdão 18 12.764, de 13/08/2010 (fls. 474), julgando improcedente a impugnação apresentada, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. IRPJ. O lançamento por homologação ocorre quando O sujeito passivo da obrigação tributária apura O montante tributável e efetua O pagamento do imposto devido, sem prévio exame da autoridade administrativa. Não ocorrendo a antecipação do pagamento, e caracterizada a presença de dolo, fraude Ou simulação, a decadência regese pelo artigo 173, inciso I, do CTN. DECADÊNCIA. CSLL. CONTRIBUIÇÃO AO PIS. COFINS. Afastado, por inconstitucional, O prazo de dez anos para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social, a contagem do prazo decadencial regese pelo disposto no Código Tributário Nacional. Na hipótese em que houve a caracterização de dolo, fraude ou simulação, com o conseqüente agravamento da multa de ofício, o prazo decadencial de cinco anos regese pela norma jurídica inserta no artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESA E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2003 EXCLUSÃO. IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. NÃO INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário e nem é objeto de decisão. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2007 EXCLUSÃO. IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. NÃO INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA. A impugnação intempestiva não instaura a fase litigiosa do procedimento, não suspende a exigibilidade do crédito tributário e nem é objeto de decisão. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Fl. 841DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 8 Data do fato gerador: 31/12/2003, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006, 31/03/2007, 30/06/2007, 30/09/2007, 31/12/2007 EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA Definida a exclusão do Simples, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, a pessoa jurÍdica está sujeita às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive com relação à forma de apuração dos seus resultados. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Evidenciam omissão de receita os depósitos realizados em contascorrente bancárias, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. LANÇAMENTOS DECORRENTES. Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL A solução dada ao litígio principal, relativo ao IRPJ, aplicase aos lançamentos decorrentes, quando não houver fatos ou argumentos novos a ensejar decisão diversa. MULTA DE OFÍCIO. INFRAÇÃO QUALIFICADA. É devida a multa qualificada de 150% nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. Sobre o imposto de contribuições lançados de oficio incidirão juros de mora calculados à taxa SELIC, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo para seu recolhimento até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. É o relatório. Fl. 842DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 11060.001874/200932 Acórdão n.º 1301001.767 S1C3T1 Fl. 15 9 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O Recurso Voluntário impetrado, não merece ser acolhido, pois constatase que não foi respeitado o prazo para a sua interposição. Vêse dos autos que a peça recursal foi assinada e protocolizada na data de 26 de outubro de 2010, conforme atesta o carimbo receptor da DRF/SANTA MARIA de fls. 497. Consta às fls. 496 “AR” de intimação pessoal com ciência em 16/09/2010 (quinta feira). Portanto, o prazo recursal esgotouse em 16/10/2010 (30 dias a partir do dia 17/09/2010, (sextafeira). Logo, intempestivo nos termos do artigo 33 do PAF, verbis: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. E, mais, no caso, tornase definitiva a decisão prolatada em primeira instância, conforme expresso no art. 42, I, do mesmo diploma legal acima citado: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; Assim, considerando que não cumprido o prazo previsto no art. 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972, para interposição do recurso voluntário contra a decisão exarada em primeira instância, conduzo meu voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso voluntário, por perempto. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 843DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 13/ 02/2015 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES
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Numero do processo: 19515.001609/2003-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1995, 1996, 1997, 1998
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE.
O prazo prescricional inicia-se a partir da constituição do crédito tributário, suspendendo-se com a apresentação da defesa administrativa do contribuinte (art. 174 c/c art. 151, III do CTN). Nesses termos não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11).
APLICAÇÃO DE MULTA. LEGALIDADE. LEI 9.430/1996.
Constatada a existência de infração à legislação tributária, aplicam-se as multas previstas no art. 44 da Lei nº 9.430/1996, no percentual estabelecido legalmente.
ATUALIZAÇÃO DOS DÉBITOS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. ART. 13, DA LEI Nº 9.065/95.
A correção monetária nada mais é do que a restauração do poder econômico da moeda correspondente ao tributo devido, corroída pela inflação, durante o período de sua inadimplência.
No caso de débitos tributários, está definida a aplicação da Taxa Selic como índice de juros e correção monetária, em obediência a previsão legal (art. 13 da Lei nº9.065/95).
IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÕES.
Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação permite o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago.
IRPF. GLOSA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO.
Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com instrução quando o contribuinte não apresenta a documentação comprobatória do gasto declarado.
IRPF. GLOSA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA.
A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário (Súmula CARF nº 98).
IRPF. GLOSA DE DEDUÇÕES DECLARADAS. DESPESAS COM DEPENDENTES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA.
Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com dependentes quando não comprovado a realização de pagamentos e que as alegadas pessoas se enquadram no conceito de dependentes estabelecido pela legislação tributária.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. TRIBUTAÇÃO.
São tributáveis as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 2101-002.710
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente.
EDUARDO DE SOUZA LEÃO - Relator.
EDITADO EM: 23/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS (presidente da turma), DANIEL PEREIRA ARTUZO, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARIA CLECI COTI MARTINS, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA e EDUARDO DE SOUZA LEÃO.
Nome do relator: EDUARDO DE SOUZA LEAO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1995, 1996, 1997, 1998 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. O prazo prescricional inicia-se a partir da constituição do crédito tributário, suspendendo-se com a apresentação da defesa administrativa do contribuinte (art. 174 c/c art. 151, III do CTN). Nesses termos não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11). APLICAÇÃO DE MULTA. LEGALIDADE. LEI 9.430/1996. Constatada a existência de infração à legislação tributária, aplicam-se as multas previstas no art. 44 da Lei nº 9.430/1996, no percentual estabelecido legalmente. ATUALIZAÇÃO DOS DÉBITOS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. ART. 13, DA LEI Nº 9.065/95. A correção monetária nada mais é do que a restauração do poder econômico da moeda correspondente ao tributo devido, corroída pela inflação, durante o período de sua inadimplência. No caso de débitos tributários, está definida a aplicação da Taxa Selic como índice de juros e correção monetária, em obediência a previsão legal (art. 13 da Lei nº9.065/95). IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÕES. Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação permite o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. IRPF. GLOSA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com instrução quando o contribuinte não apresenta a documentação comprobatória do gasto declarado. IRPF. GLOSA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário (Súmula CARF nº 98). IRPF. GLOSA DE DEDUÇÕES DECLARADAS. DESPESAS COM DEPENDENTES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA. Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com dependentes quando não comprovado a realização de pagamentos e que as alegadas pessoas se enquadram no conceito de dependentes estabelecido pela legislação tributária. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. TRIBUTAÇÃO. São tributáveis as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente. EDUARDO DE SOUZA LEÃO - Relator. EDITADO EM: 23/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS (presidente da turma), DANIEL PEREIRA ARTUZO, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARIA CLECI COTI MARTINS, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA e EDUARDO DE SOUZA LEÃO.
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PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE. O prazo prescricional iniciase a partir da constituição do crédito tributário, suspendendose com a apresentação da defesa administrativa do contribuinte (art. 174 c/c art. 151, III do CTN). Nesses termos não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11). APLICAÇÃO DE MULTA. LEGALIDADE. LEI 9.430/1996. Constatada a existência de infração à legislação tributária, aplicamse as multas previstas no art. 44 da Lei nº 9.430/1996, no percentual estabelecido legalmente. ATUALIZAÇÃO DOS DÉBITOS. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. ART. 13, DA LEI Nº 9.065/95. A correção monetária nada mais é do que a restauração do poder econômico da moeda correspondente ao tributo devido, corroída pela inflação, durante o período de sua inadimplência. No caso de débitos tributários, está definida a aplicação da Taxa Selic como índice de juros e correção monetária, em obediência a previsão legal (art. 13 da Lei nº9.065/95). IRPF. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. DEDUÇÕES. Cabe ao sujeito passivo a comprovação, com documentação idônea, da efetividade da despesa médica utilizada como dedução na declaração de ajuste anual. A falta da comprovação permite o lançamento de ofício do imposto que deixou de ser pago. IRPF. GLOSA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 16 09 /2 00 3- 85 Fl. 507DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com instrução quando o contribuinte não apresenta a documentação comprobatória do gasto declarado. IRPF. GLOSA DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário (Súmula CARF nº 98). IRPF. GLOSA DE DEDUÇÕES DECLARADAS. DESPESAS COM DEPENDENTES. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA. Deve ser mantido o lançamento fiscal com a glosa de supostas despesas com dependentes quando não comprovado a realização de pagamentos e que as alegadas pessoas se enquadram no conceito de dependentes estabelecido pela legislação tributária. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. TRIBUTAÇÃO. São tributáveis as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. EDUARDO DE SOUZA LEÃO Relator. EDITADO EM: 23/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS (presidente da turma), DANIEL PEREIRA ARTUZO, HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, MARIA CLECI COTI MARTINS, ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA e EDUARDO DE SOUZA LEÃO. Fl. 508DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 3 3 Relatório Em princípio deve ser ressaltado que a numeração de folhas referidas no presente julgado foi a identificada após a digitalização do processo, transformado em meio eletrônico (arquivo.pdf). Também merece destaque que o procedimento inicialmente restou extraviado dentro da Delegacia da Receita Federal de origem, tendo sido reconstituído, inclusive sendo cientificado o Contribuinte/Autuado da situação, e assim intimado para reapresentar sua impugnação, conforme noticiado às fls. 03/05 dos autos. Desta feita, tratase de Recurso Voluntário onde o Contribuinte/Recorrente objetiva a reforma do Acórdão de nº 1729.206 da 5ª Turma da DRJ/SPOII (fls. 449/469), que, por unanimidade de votos, considerou procedente em parte o lançamento, exonerando parcialmente o crédito tributário relativo ao anocalendário de 1995, mantendo a exação remanescente a título de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF. No caso, o Contribuinte/Recorrente teria reduzido a base de cálculo do imposto por meio de deduções indevidas, intentado restituição tributária a que não tinha direito, além de omitido rendimentos tendo em vista variação patrimonial a descoberto. Os argumentos trazidos na Impugnação foram sintetizados pelo Órgão Julgador a quo nos seguintes termos: “A ciência ao contribuinte do despacho referente à reconstituição do auto de infração foi dada pela intimação de fl. 200, pela qual se solicitou a reapresentação da impugnação originalmente entregue, sendolhe facultada vista ao processo no órgão emitente. A intimação foi recebida pelo interessado por via postal na data de 02/06/2003, conforme AR de fl. 201. Em 02/07/2003 (fl. 205), o procurador do contribuinte, constituído conforme instrumento de fl. 215, apresentou a impugnação solicitada (fls. 209/214), instruída pelos documentos de fls. 216/222 na qual, após proceder ao relato dos fatos, aduz as razões de defesa que a seguir se reproduzem sinteticamente: A) DA REDUÇÃO INDEVIDA DA BASE DE CÁLCULO Fl. 509DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Documentos comprobatórios de despesas médicas Alega que mudou por diversas vezes o seu endereço comercial, tendo os documentos comprobatórios das despesas médicas sido extraviados, fato comunicado auditora fiscal, que não concedeu prorrogação de prazo adicional para sua apresentação. Afirma que já solicitou às empresas Golden Cross e Clube Sul América Saúde e Vida relatório completo e discriminado acerca dos pagamentos efetuados, não logrando seu intento por força da burocracia interna destas. Assim, requer sejam as empresas oficiadas para que apresentem tais comprovantes ou, alternativamente, prazo adicional de 30 (trinta) dias para obtenção destes. Documentos comprobatórios de despesas com instrução Repete os argumentos colocados no item anterior, solicitando, da mesma forma, diligência junto às instituições Fundação Getúlio Vargas, Cultura Inglesa e Sociedade pela Família. Dedução a titulo de pagamento de pensão alimentícia Afirma que efetivamente pagou o acordado em processo judicial, a titulo de pensão alimentícia, para Cynthia Pereira de Souza, por força de obrigação contraída nos autos do Divorcio consensual que tramitou perante a 3" Vara da Família e Sucessões de São Paulo, mas a auditora fiscal não acatou os argumentos. Menciona a Certidão de Casamento com averbação do divorcio (fl. 216). Afirma que, posteriormente, foi efetivado novo acordo extraautos, exonerando o requerente do pagamento da referida pensão. Dedução de dependentes Requer seja sua mãe considerada como dependente, por se tratar de viúva, aposentada pelo INSS, sem condições de sustento próprio. Reclama, ainda, a consideração dos filhos como dependentes, uma vez que o motivo alegado pela autuante para efetuar a glosa, qual seja, a não estipulação da guarda pelo requerente, não pode prevalecer. Sustenta que arca, entre outras, com as despesas médicas e de instrução, fato que seria oportunamente comprovado, corroborando a relação de dependência. Fl. 510DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 4 5 B) ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Diferenças apuradas no anocalendário 1995 Requer sejam considerados como origens de recursos na aquisição do imóvel situado na Av. Angélica os valores de R$ 27.789,20 e R$ 34.689,10 referentes a verbas indenizatórias e saldo de FGTS, respectivamente, conforme documentos acostados às fls. 217/220. Acrescenta que o saldo do pagamento do referido bem foi efetivado com a venda de outro bem imóvel, conforme consignado em sua DIRPF. Não localizou o comprovante de alienação do veiculo Santana pelo valor de R$ 7.000,00, requerendo diligência junto ao DETRAN para que seja apresentado comprovante de transferência do referido bem, ou, alternativamente, requer prazo adicional de 30 dias para apresentação do documento. Em relação as linhas telefônicas, afirma que mudou de residência e, tendo em vista que a empresa de telefonia não transferia linhas, vendeu e adquiriu outra. Requer prazo de 30 dias para apresentação dos comprovantes. Reclama que a auditora fiscal não considerou como origens os empréstimos concedidos em 24/04/95 e 20/07/95 pela empresa Dieselbrás Revendedora de Petróleo Ltda, nos valores de R$ 10.000,00 e R$ 10.970,00 respectivamente, embora tenha considerado em sua análise os pagamentos no anocalendário de 1996. Apresenta os documentos de fls. 221/222. Diferenças apuradas no anocalendário 1996 Afirma que a auditora fiscal incorreu em equivoco ao considerar a aquisição do veiculo Blazer como aplicação de recursos no ano de 1996, uma vez que a aquisição ocorreu em 1999. Requer prazo para juntada dos comprovantes de aquisição, ou, alternativamente, a expedição de oficio ao DETRAN para que seja apresentado o termo de transferência datado de 1999. Em relação ao empréstimo concedido pela empresa TDR Produtos de Petróleo Ltda., afirma que foi obtido e pago no anocalendário de 1994, tendo indevidamente constado como divida no anocalendário de 1995. Acrescenta que embora não tenha retificado a declaração oportunamente, tal fato pode ser notado pela ausência da divida no anocalendário de 1996. Fl. 511DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 DAS MULTAS E JUROS Insurgese, ainda, o requerente contra a aplicação das multas e de juros de mora, haja vista estarem em desacordo com os dispositivos constitucionais e legislação vigente. CONCLUSÃO Diante do exposto, requer a insubsistência do auto de infração pelas razões de fato e de direito expostas, bem como o seu arquivamento, tendo em vista que solicitou parcelamento do débito dos itens incontroversos e não atacados. Por fim, protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial, ulterior juntada de documentos.” (fls. 453/457). Atentando aos argumentos de defesa e as provas acostadas, a 5ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal em São Paulo II (SP) proferiu decisão que restou assim ementada: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 1995, 1996, 1997, 1998 REDUÇÃO INDEVIDA DA BASE DE CALCULO Mantidas as glosas das deduções pleiteadas nas declarações de ajuste anual por ausência de provas de que o contribuinte faz jus à sua fruição. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO O acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis ou isentos e tributados exclusivamente na fonte só é elidido mediante a apresentação de documentação hábil que não deixe margem a dúvida. Retificase o lançamento relativo ao ano calendário de 1995, tendo em vista que o contribuinte apresentou prova de parte da origem de recursos utilizados nas aplicações. MULTA DE OFÍCIO E TAXA SELIC. A utilização da taxa SELIC como juros moratórios, assim como a aplicação da multa de oficio decorrem de expressas disposições legais. Tendo sido a exigência efetuada em consonância com as normas legais, não cabem reparos. Fl. 512DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 5 7 PROVAS. APRESENTAÇÃO. A impugnação deve ser apresentada no prazo de trinta dias da ciência do auto de infração e conter os argumentos e provas de que dispuser o contribuinte, precluindo o direito de apresentação de provas em outro momento, a menos que reste comprovada circunstância prevista em lei para tal. Lançamento Procedente em Parte” No Recurso Voluntário disposto às fls. 485/503, o Recorrente repisou sua argumentação de Defesa, destacando a incidência de prescrição no feito e a inaplicabilidade de correção monetária, para ao final requerer a insubsistência do Auto de Infração contestado. Distribuído o feito para nossa Relatoria, coloco em pauta para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Relator EDUARDO DE SOUZA LEÃO O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Em princípio, conforme se verifica nos autos, importa salientar que no Recurso Voluntário em julgamento, o Contribuinte/Recorrente se esforça em arguir a incidência de uma suposta prescrição do crédito tributário, tendo em vista o tempo decorrido de sua constituição. Atentese que a referida matéria não foi submetida à apreciação na primeira instância, não integrando, por tal motivo, a decisão ora guerreada. Contudo, são facilmente superadas as alegativas superficiais e genéricas trazidas no Recurso Voluntário sobre prescrição. A bem da verdade, realizado o lançamento e constituído o crédito tributário, não há mais que se falar em prescrição ou decadência, enquanto perdurar a discussão Fl. 513DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 administrativa do crédito tributário, porquanto as reclamações e os recursos do processo tributário administrativo suspendem a exigibilidade do crédito tributário (art. 151, III do CTN). Vale ressaltar ainda, quanto ao tempo para promoção da ação de cobrança do crédito tributário (art. 174, do CTN), que o prazo somente começa a correr a partir da decisão administrativa definitiva, ou seja, com a constituição definitiva do crédito tributário. Nesses termos, o tema da prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal foi amplamente discutido no âmbito desta Corte Tributária, de modo que, após reiteradas decisões, foi emitida a Súmula nº 11 do CARF, no seguinte sentido: “Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Tendo em vista que as Súmulas do CARF são de observância obrigatória nas decisões proferidas por este Conselho, aplicase a Súmula CARF nº 11 para afastar qualquer presunção de prescrição do lançamento fiscal em debate. Quanto às disposições trazidas no Recurso sobre a impossibilidade da aplicação de multa no crédito tributário apurado após a primeira decisão administrativa, também não conforma nenhuma repercussão jurídica diante da determinação literal trazida na Lei nº 9.430/96, in verbis: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: (texto em vigor na data da autuação) I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (texto em vigor na data da autuação) Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação atual, dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação atual, dada pela Lei nº 11.488, de 2007)” Fl. 514DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 6 9 Nesse sentido, não se pode impedir a fiscalização tributária de cumprir sua função institucional (art. 142 do CTN), ainda mais diante da previsão legal expressa autorizando a aplicação de multa em face de infração à legislação tributária. E uma suposta incompatibilidade da lei com o sistema constitucional não é matéria a ser tratada em sede de julgamento administrativo, conforme o artigo 26A do Decreto nº 70.235/1972. Ademais, nos termos da Súmula nº 2 do CARF, esta Corte não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Quanto aos questionamentos pretendendo afastar a correção monetária aplicada sobre o crédito tributário em análise, não se pode olvidar que o instituto apenas representa a restauração do poder econômico do valor monetário do tributo corroído pela inflação, durante o período de sua inadimplência, conformando de forma apropriada o respectivo valor originário, no tempo e modo aferidos. Na lição do Ministro Demócrito Reinaldo, “É ressabido que o reajuste monetário visa exclusivamente a manter no tempo o valor real da dívida, mediante a alteração de sua expressão nominal. Não gera acréscimo ao valor nem traduz sanção punitiva. Decorre do simples transcurso temporal, sob regime de desvalorização da moeda.” (REsp 20924/SP, PRIMEIRA TURMA, DJ 15.06.1992, p. 9237). Aliás, o § 2º do art. 97 do CTN já previa que não constitui majoração de tributo a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. De todo modo, para encerrar qualquer debate, figura legítima a aplicação da Taxa SELIC como índice de correção monetária e de juros de mora, na atualização dos débitos tributários pagos em atraso, ex vi do disposto no artigo 13, da Lei nº 9.065/95, matéria inclusive sumulada nesta Corte: Súmula nº 4 do CARF: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Superadas as alegativas preliminares trazidas no Recurso Voluntário, melhor sorte não socorre o Recorrente em suas arguições meritórias. Fl. 515DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 No caso, o Lançamento Fiscal foi lavrado por autoridade competente, com observância ao art. 142 do CTN e ao art. 10 do Decreto nº 70.235/72, contendo a descrição dos fatos e enquadramentos legais, permitindo ao contribuinte o pleno exercício do direito de defesa, mormente quanto se constata que o mesmo conhece a matéria fática e legal e exerceu, plenamente, o seu direito de defesa, conforme se afere nos argumentos colacionados na Impugnação e no Recurso Voluntário. A verdade que todas as alegativas da Recorrente não conseguem superar, é que os procedimentos questionados pela Fiscalização não foram defendidos de forma satisfatória pelo Contribuinte, cujas manifestações deveriam ser instruídas com elementos de prova que confirmassem suas afirmações, sendo responsabilidade do contribuinte a perfeita instrução probatória, até porque a simples alegação de extravio de documentos não exime o contribuinte da sua obrigação de comprovação documental. Ora, quanto às deduções de imposto de renda lançadas pelo Recorrente em face de supostas despesas médicas, a verdade é que estão desconstituídas de qualquer elemento probatório. E nestes casos, o entendimento pacificado neste CARF é que devem ser glosadas as deduções desacompanhadas de prova. Vejamos: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2007, 2008, 2009 DESPESAS MÉDICAS GLOSADAS. COMPROVAÇÃO. A falta de comprovação, mediante documentação hábil e idônea, dos valores deduzidos a título de despesas médicas na Declaração de Ajuste Anual implica na manutenção das despesas glosadas. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. SÚMULA ADMINISTRATIVA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ. SÚMULA CARF Nº 40. A apresentação de recibo emitido por profissional para o qual haja Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, desacompanhado de elementos de prova da efetividade dos serviços e do correspondente pagamento, impede a dedução a título de despesas médicas e enseja a qualificação da multa de ofício. (...) Recurso Voluntário Negado.” (Acórdão nº 2801003.915, Processo nº 10830.722121/201158, Relator Cons. JOSE VALDEMIR DA SILVA, 1ª TE/ 1ª CÂMARA/ 2ª SEJUL/ CARF/MF, Data de Publicação: 29/01/2015 grifamos); “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2007, 2008, 2009, 2010 Fl. 516DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 7 11 DESPESAS COM DEPENDENTES. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. NÃOCONHECIMENTO. Não tendo havido a impugnação por parte do contribuinte em relação à glosa de despesas com dependentes, inviável haja discussão apenas em sede de recurso voluntário. Risco de supressão de instâncias. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual está condicionada à comprovação hábil e idônea dos gastos efetuados, relativos ao atendimento do próprio contribuinte e dos respectivos dependentes, podendo ser exigida a demonstração do efetivo pagamento e prestação do serviço. Recurso voluntário negado.” (Acórdão nº 2801003.896, Processo nº 12571.720098/201191, Relator Cons. FLAVIO ARAUJO RODRIGUES TORRES, 1ª TE/ 1ª CÂMARA/ 2ª SEJUL/ CARF/MF, Data de Publicação: 10/12/2014 grifamos). Da mesma forma se apresentam carentes de comprovação as alegadas despesas com instrução dispostas pelo Contribuinte/Recorrente, cujo entendimento pacificado neste CARF segue no mesmo sentido da Decisão recorrida: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2006 GLOSA DE DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA. NÃO COMPROVAÇÃO. Apenas quando comprovado nos autos, de forma inequívoca, que o valor declarado estava correto deve se restabelecer as deduções da base de cálculo do imposto de renda informadas pelo contribuinte. DEDUÇÃO. DESPESAS DEPENDENTE. INSTRUÇÃO Apenas será restabelecida a dedução de pagamentos de despesas com dependente e com sua instrução quando o contribuinte provar a relação de dependência, e que realizou tais pagamentos. DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS. EXISTÊNCIA DE INDÍCIO DE INIDONEIDADE. COMPROVAÇÃO EFETIVO PAGAMENTO. Recibos emitidos por profissionais da área de saúde com observância aos requisitos legais são documentos hábeis para comprovar dedução de despesas médicas, salvo quando comprovada nos autos a existência de indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado. Recurso Voluntário Negado.” (Acórdão nº 2801003.882, Processo nº 10384.003906/200838, Relator Cons. CARLOS CESAR QUADROS Fl. 517DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 12 PIERRE, 1ª TE/ 1ª CÂMARA/ 2ª SEJUL/ CARF/MF, Data de Publicação: 10/12/2014 grifamos); “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2009 GLOSA DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. Mantém o lançamento quando o contribuinte não apresenta a documentação comprobatória do gasto declarado como despesas de instrução. GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Somente são considerados hábeis, para fins de dedução de despesas médicas, os pagamentos realizados em favor de profissionais da área de saúde relacionados e que atendam os requisitos formais previstos, dentre os quais, no caso concreto, a indicação do seu endereço. Recurso voluntário provido em parte. (Acórdão nº 2802003.225, Processo nº 11080.724187/201256, Relator Cons. JACI DE ASSIS JUNIOR, 2ª TE/ 2ª CÂMARA/ 2ª SEJUL/ CARF/MF/, Data de Publicação: 19/11/2014 – grifamos). No que diz respeito a dedução do Imposto de Renda Pessoa Física com os valores pagos a título de pensão alimentícia, este CARF já sumulou entendimento no sentido de exigir prova do seu efetivo pagamento e que tal obrigação decorra de decisão judicial ou acordo homologado. Na letra da Súmula nº 98 do CARF: “A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário.” Ocorre que, como bem destacado na decisão recorrida, não foi apresentada qualquer prova que atendesse as exigências legais. No caso, a averbação constante na certidão de casamento de fl. 434 não faz qualquer alusão à determinação de pagamento de pensão judicial, e sequer foram apresentados comprovantes de pagamento da aludida pensão. No mesmo sentido se observa a intenção do Contribuinte/Recorrente em proceder com deduções da base de cálculo do imposto em face de despesas provenientes com seus supostos dependentes, sem que em nenhum momento junte aos autos algum indício de prova da efetiva relação de dependência. Nesses casos: Fl. 518DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 8 13 “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2007, 2009, 2010 DEDUÇÕES. DEPENDENTE. Não comprovada a relação de dependência é dever manter as glosas das deduções a ela relativas. (...) DESPESAS MÉDICAS. DEPENDENTES. Só são dedutíveis as despesas médicas ou de hospitalização pagas pela contribuinte para o seu próprio tratamento ou o de seus dependentes relacionados na Declaração de Ajuste Anual. Recurso Provido em Parte.” (Acórdão nº 2801003.320, Processo nº 11634.720401/201119, Relator Cons. CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, 1ª TE/ 2ª SEJUL/ CARF/MF, Data de Publicação: 13/02/2014 – grifamos); “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2005 DEDUÇÃO COM DEPENDENTES. Deve ser comprovada, documentalmente, a condição de dependência, para fins de dedução com dependentes da base de cálculo do imposto sobre a renda da pessoa física. DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. Deve se mantida a glosa das deduções quando não comprovadas por documentação hábil apresentada pelo contribuinte. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO CONTRÁRIA. EXIGÊNCIA DE OFÍCIO. CABIMENTO. Quando do confronto das informações prestadas pelo contribuinte e pelas fontes pagadoras restar constatada a omissão de rendimentos, e não havendo elemento de prova que a descaracterize, cabível a exigência de ofício do crédito tributário apurado. Recurso Voluntário Negado.” (Acórdão nº 2801003.170, Processo nº 11080.100353/200848, Relatora Conselheira TANIA MARA PASCHOALIN, 1ª TE/ 2ª SEJUL/ CARF/MF, Data de Publicação: 29/08/2013 – grifamos). Deste modo, resta mantida a glosa das despesas com dependentes quando não comprovado que as alegadas pessoas que supostamente se beneficiaram dos gastos desembolsados pelo contribuinte estão enquadradas no conceito de dependentes estabelecido pela legislação tributária. Fl. 519DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 14 No caso em análise, o Contribuinte/Recorrente não se desincumbiu de sua obrigação quanto aos procedimentos questionados pela fiscalização, resultando totalmente procedente o feito fiscal neste aspecto. Quanto a exação verificada em face de acréscimos patrimonial a descoberto diante da incapacidade do contribuinte em justificar a legalidade da disponibilidade econômica por meio de documentação hábil e idônea, atentese que a tributação está fundada nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, in verbis: “Art. 1º Os rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de 1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta Lei. Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos. Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. (Vide Lei 8.023, de 12.4.90) § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. § 2º Integrará o rendimento bruto, como ganho de capital, o resultado da soma dos ganhos auferidos no mês, decorrentes de alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, considerandose como ganho a diferença positiva entre o valor de transmissão do bem ou direito e o respectivo custo de aquisição corrigido monetariamente, observado o disposto nos arts. 15 a 22 desta Lei. § 3º Na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou cessão ou promessa de cessão de direitos à sua aquisição, tais como as realizadas por compra e venda, permuta, adjudicação, desapropriação, dação em pagamento, doação, procuração em causa própria, promessa de compra e venda, cessão de direitos ou promessa de cessão de direitos e contratos afins. Fl. 520DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 9 15 § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título.” (grifamos) Por sua vez, o Regulamento do Imposto de Renda disposto no Decreto nº 3.000/1999, prevê expressamente: “Art. 55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, § 2º, inciso IV, e 70, § 3º, inciso I): (...) XIII as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, apurado mensalmente, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva; (...) Parágrafo único. Na hipótese do inciso XIII, o valor apurado será acrescido ao valor dos rendimentos tributáveis na declaração de rendimentos, submetendose à aplicação das alíquotas constantes da tabela progressiva de que trata o art. 86.” Avultam das normas transcritas que o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, incidirá sobre o acréscimo patrimonial, compreendido como rendimento bruto do Contribuinte, que não corresponda ao seu rendimento declarado. E a presunção legal da omissão de rendimentos representada pelo acréscimo patrimonial a descoberto, decorre da constatação lógica de que ninguém aumenta seu patrimônio sem a obtenção dos recursos para isso necessários. Neste sentido, para que seja desconstituída a presunção fiscal, caberia ao Contribuinte/Fiscalizado justificar o acréscimo patrimonial verificado nos autos com provas e/ou documentos satisfatórios, que apontassem a disponibilidade financeira por meio de Fl. 521DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 16 rendimentos tributáveis, isentos ou não tributáveis ou, ainda, tributáveis exclusivamente na fonte. Assim foi admitido na Decisão combatida a comprovação de uma parte dos valores referentes ao anocalendário de 1995, restando reduzido o respectivo crédito tributário. Contudo, quanto aos valores remanescentes, as conclusões proferidas pela Fiscalização não foram superadas no Recurso, sendo ônus do contribuinte desconstituir o lançamento fiscal com documentos hábeis e idôneos, conforme sistema de repartição do ônus probatório adotado pelo Decreto nº 70.235/1972, norma que rege o processo administrativo fiscal, no seu artigo 16, inciso III, e de acordo com o artigo 333 do Código de Processo Civil, aplicável à espécie de forma subsidiária –, eis que deveria apresentar elementos de convicção satisfatórios quanto à inocorrência de fato gerador do imposto. Ora, em nenhum momento a Recorrente conseguiu comprovar a origem dos recursos que legitimassem o acréscimo patrimonial questionado, de modo que os valores envolvidos conformam uma disponibilidade econômica injustificada. Além disso, as alegativas trazidas no Recurso quanto a alguns valores que deveriam ser observados no cálculo do imposto, carecem de documentação comprobatória, não havendo como serem admitidos. Destarte, verificase que todas as provas e documentos produzidos no procedimento fiscal foram consideradas no lançamento fiscal, tanto para afastar como para confirmar a conclusão do acréscimo patrimonial a descoberto, e os argumentos trazidos na Impugnação e no Recurso da Contribuinte/Recorrente não conseguiram aferir a justa obtenção de recursos disponibilizados, restando íntegra a decisão recorrida. Em face de todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a Decisão recorrida em todos os seus termos. É como voto. Relator EDUARDO DE SOUZA LEÃO Fl. 522DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 19515.001609/200385 Acórdão n.º 2101002.710 S2C1T1 Fl. 10 17 Fl. 523DF CARF MF Impresso em 15/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por EDUARDO DE SOUZA LEAO, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10880.941904/2012-24
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. IRRF. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao recorrente o ônus da prova de liquidez e certeza do crédito pleiteado em pedido de restituição/compensação.
Numero da decisão: 1801-002.282
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente
(assinado digitalmente)
Neudson Cavalcante Albuquerque Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE
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PAGAMENTO. EQUIVALÊNCIA. A compensação pressupõe um pagamento anterior, ocorrido a maior ou indevidamente. A DCOMP é apenas a afetação desse pagamento, surtindo o mesmo efeito e merecendo equivalência. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO. IRRF. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao recorrente o ônus da prova de liquidez e certeza do crédito pleiteado em pedido de restituição/compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. (ASSINADO DIGITALMENTE) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Neudson Cavalcante Albuquerque – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 94 19 04 /2 01 2- 24 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 162 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório COMPANHIA BRASILIANA DE ENERGIA, pessoa jurídica já qualificada nestes autos, inconformada com a decisão proferida no Acórdão nº 1445.189 (fl. 124), pela DRJ Ribeirão Preto, interpõe recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, objetivando a reforma da decisão. O recorrente apresentou à Receita Federal do Brasil a declaração de compensação nº 19030.37195.240409.1.3.028016 (fl. 109), que não foi homologada por aquele órgão, nos termos do despacho decisório de fl. 105, com a seguinte fundamentação: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, verificouse: ... O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados no PER/DCOMP, razão pela qual HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP acima identificado. Ciente dessa decisão, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade de fl. 2, cujos argumentos são assim resumidos no relatório do acórdão recorrido (fl. 125): Defende a manifestante que a insuficiência do crédito constatada pelo despacho decisório em litígio não se confirma, posto que indevida a multa de mora de 20% aplicada sobre o débito excedente, cuja compensação restou não homologada. Isso porque, em 30/01/2006, teria protocolado consulta formal junto à Receita Federal do Brasil buscando esclarecer dúvidas relativas à exigência de IRPJ e CSLL cujos fatos geradores ocorreram em 31/12/2005 (vencimento 31/01/2006), dando ensejo ao processo administrativo n° 19679.001131/200663. Relata que em 30/09/2006, antes que a consulta fosse solucionada, a empresa teria sido incorporada pela sociedade Transgás Empreendimentos S/A. Esta, por sua vez, fora posteriormente incorporada pela manifestante. Não havendo resposta no processo citado, a contribuinte teria iniciado novo processo de consulta, em 21/12/2006, sob o Fl. 162DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 163 3 n° 11610.012639/200670, fazendo referência ao anteriormente protocolado. Afirma que somente em 03/04/2009 fora notificada do resultado da solução de consulta n° 64/2009, tendo procedido à transmissão da DCOMP em análise dentro do prazo de 30 dias previsto na legislação, razão pela qual considera indevida a cobrança de multa sobre o débito em litígio, nos termos do artigo 14 da IN RFB n° 740/07. Além disso, parte do saldo negativo em análise seria formado por Imposto de renda retido na fonte em seu nome. Entretanto, requer posterior juntada dos informes de rendimento respectivos com vistas a provar a efetiva retenção. Dessa forma, entende a contribuinte que o crédito de saldo negativo em litígio deve ser integralmente reconhecido, homologandose integralmente a DCOMP em análise. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade (fl. 123), com a fundamentação assim sintetizada: (i) o manifestante não comprovou as retenções na fonte em seu benefício; (ii) a multa de mora combatida é devida em razão de o contribuinte não ter realizado o pagamento do tributo devido dentro do prazo legal, considerando que a compensação realizada não tem o mesmo efeito de um pagamento, para fins de verificação da espontaneidade. A decisão adotou a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA – IRPJ Anocalendário: 2005 SALDO NEGATIVO. ANTECIPAÇÕES. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Para utilização do imposto retido na fonte como dedução na apuração do IRPJ ao final do período, fazse necessário que, além da tributação dos correspondentes rendimentos, seja comprovada a efetividade das retenções mediante apresentação dos respectivos informes de rendimentos emitidos pelas fontes pagadoras, o que pode ser suprido pela confirmação da retenção em DIRF. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Fl. 163DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 164 4 CONSULTA. EFICÁCIA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DCOMP. Conforme entendimento enunciado na Nota Técnica Cosit n. 19 de 2012, não considerase ocorrida a denúncia espontânea com a simples apresentação de DCOMP. Apenas o pagamento do débito efetuado até o trigésimo dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da Solução de Consulta formulada antes do prazo legal para recolhimento de tributo, é suficiente para evitar a aplicação de multa de mora, relativamente à matéria consultada. DIREITO CREDITÓRIO INEXISTENTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não deve ser homologada a compensação quando inexistente o crédito informado na respectiva declaração. Cientificado dessa decisão, o contribuinte apresentou o recurso voluntário de fl. 134, trazendo os argumentos a seguir sintetizados: i) a parcela do saldo negativo que não foi reconhecida (R$ 16.483,32) referese a IRRF sobre aplicações financeiras mantidas no BankBoston, que, por um lapso da referida instituição financeira, não foi apontado no informe de rendimentos enviado ao recorrente; ii) o cotejo das informações constantes da contabilidade (juntada aos autos) com aquelas constantes da DIPJ não deixa dúvida de que o recorrente sofreu a mencionada retenção de imposto na fonte e que ofereceu a respectiva receita financeira integralmente à tributação, fazendo jus ao aproveitamento do imposto retido para composição do saldo negativo do anocalendário 2005. iii) O fato de o débito ter sido liquidado por "compensação" ao invés de "pagamento" em nada prejudica o direito do consulente de não se sujeitar ao pagamento da multa de mora. O relevante é que a liquidação do débito ocorra dentro do prazo de 30 dias da ciência da solução de consulta. iv) em razão de uma parcela ínfima do crédito utilizado na DCOMP não ter sido confirmada, a multa de mora foi aplicada sobre a totalidade do débito, como se nenhuma parcela desse débito tivesse sido liquidada dentro do mencionado prazo de 30 dias; v) o procedimento de imputação proporcional é manifestamente ilegal, seja por ausência de fundamento legal, seja por afronta ao artigo 43 da Lei 9.430/96, conforme jurisprudência deste Egrégio Conselho. É o relatório Voto Conselheiro Neudson Cavalcante Albuquerque, Relator. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 165 5 O recurso voluntário apresentado atende aos pressupostos de admissibilidade, sendo digno de conhecimento. A presente lide contém duas questões que demandam uma solução: a primeira relativa ao crédito parcialmente reconhecido e a segunda relativa à exigência de multa de mora no âmbito do crédito tributário que se pretende extinguir por compensação. O contribuinte declarou, em sua DCOMP, possuir crédito oriundo do saldo negativo de IRPJ do ano 2005 no valor de R$ 812.979,19, sendo R$ 601.641,86 em razão de IRRF sobre juros pagos aos sócios e R$ 211.337,33 em razão de IRRF sobre aplicações financeiras. A primeira parcela supracitada foi totalmente reconhecida em despacho decisório, mas a segunda parcela foi apenas parcialmente reconhecida, até o valor de R$ 194.854,01, restando R$ R$ 16.483,32 sem reconhecimento (fl. 106). Em sua manifestação de inconformidade, o contribuinte afirma a legitimidade do crédito glosado e protesta pela possibilidade de juntar o respectivo comprovante de rendimentos em momento posterior. Esse comprovante não foi juntado e a DRJ manteve a referida glosa. Em sede de recurso voluntário, o contribuinte afirma que não foi possível obter o comprovante supracitado, mas afirma que são suficientes para provar o seu crédito as informações contidas em sua DIPJ em conjunto com o seu livro razão. Embora o comprovante de retenção emitido pela fonte pagadora seja o meio de prova regular no âmbito da Administração Tributária, o processo administrativo fiscal comporta outros meios de prova, em homenagem ao princípio da verdade material. As declarações apresentadas pelo contribuinte à Administração Tributária dizem respeito a fatos pretéritos que devem ter sido oportunamente registrados na contabilidade do contribuinte. A prova da veracidade das informações assim declaradas está nessa contabilidade, que deve ser apresentada à autoridade julgadora na extensão suficiente para que seja demonstrada a correta apuração do seu saldo negativo. O artigo 16, inciso III, da Lei do Processo Administrativo Fiscal (Decreto nº 70.235, de 1972) determina que a impugnação aponte as provas dos fatos em que são fundamentados os pontos de discordância. Na mesma linha, o artigo 333 do Código de Processo Civil Pátrio atribui ao acusado o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Na espécie, verificase que o recorrente não fez a demonstração necessária para evidenciar o seu direito creditório e a documentação apresentada é insuficiente para tanto. Além de sua DIPJ, o contribuinte apresenta apenas o documento de fl. 152, consistente de planilha que contém dados associados à conta contábil “11102002 – APLICAÇÕES MERCADO ABERTO – Bank Boston”. Entendo que esse documento, mesmo sendo reconhecido como parte do Livro Razão, não é suficiente para demonstrar que houve a retenção ora glosada. Assim, deve ser mantida essa glosa. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 166 6 Em relação ao crédito tributário que se pretende quitar por compensação, o contribuinte declarou, em sua DCOMP (fl. 112), que se trata de débito de IRPJ (2430), vencido em 31/01/2007, no valor de R$ 911.218,75, e acrescido de juros, no valor de R$ 235.732,29. Informa ainda que esse débito está sendo controlado no processo 11610.012639/200670. Conforme o documento de fl. 33, esse processo tem como objeto consulta formulada pelo contribuinte que trata de matéria pertinente à determinação do crédito tributário supracitado. A referida DCOMP foi transmitida em 24/04/2009, sete dias após a solução da referida consulta. Todavia, o despacho decisório, emitido de forma eletrônica, não considerou os efeitos do processo de consulta e entendeu ser devida multa de mora associada aquele crédito tributário. Por seu turno, a autoridade julgadora a quo, em resposta à manifestação de inconformidade, posicionouse por manter a exigência da multa de mora, entendendo que a exoneração da penalidade em razão do processo de consulta somente teria efeito se o crédito tributário fosse quitado por pagamento dentro do prazo de trinta dias da ciência da solução de consulta, afastando o mesmo efeito quando o crédito tributário é quitado por compensação, o que ocorreu na espécie. Para isso, cita a Nota Técnica Cosit nº 12/2012. A presente Turma de Julgamento, ao prolatar o Acórdão nº 1801002.053 (proc. nº 10675.900823/200813), de 30 de julho de 2014, manifestou seu entendimento de que a compensação equivale ao pagamento para fins de configurar a denúncia espontânea, suficiente para afastar a multa de mora incidente sobre crédito tributário extinto por compensação. Essa decisão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. A denúncia espontânea também se configura com a quitação do tributo formalizada por meio de compensação, pleiteada anterior ou contemporaneamente à declaração do débito, devendo ser afastada a imposição da multa de mora. Naquela ocasião, acompanhando o relator, manifesteime pela equivalência em tela, considerando que a compensação é apenas a afetação de um pagamento anterior, que foi realizado indevidamente e está disponível para ser utilizado. Assim, entendo que a multa de mora atacada deve ser afastada. Por todo o exposto, voto no sentido dar provimento parcial ao recurso voluntário, ratificando o direito de crédito já reconhecido, no valor de R$ 796.495,87, declarando a inexigibilidade de multa de mora sobre o crédito tributário declarado e homologando parcialmente a compensação em tela, até o limite do crédito disponível, a ser verificado pela unidade de jurisdição do contribuinte. (assinado digitalmente) Neudson Cavalcante Albuquerque Fl. 166DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10880.941904/201224 Acórdão n.º 1801002.282 S1TE01 Fl. 167 7 Fl. 167DF CARF MF Impresso em 10/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por NEUDSON CAVALCANTE ALBUQUERQUE, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10111.000457/2008-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3201-000.517
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência , nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Joel Miyazaki Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo- Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência , nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Joel Miyazaki – Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki (Presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Daniel Mariz Gudino. Referese o presente processo a auto de infração para a cobrança de PIS e Cofins, incidentes sobre a importação de produto químicos farmacêuticos. Para bem relatar os fatos, transcrevese o relatório da decisão proferida pela autoridade a quo: Trata o presente processo dos autos de infração de fls. 43/63 constituídos para cobrança da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços (Pis/Pasep Importação)e da Contribuição Social para o Financiamento RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 11 .0 00 45 7/ 20 08 -8 6 Fl. 292DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 94 2 da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior (Cofins Importação), da multa de 75% prevista no art. 44, inc. I, da Lei nº 9.430, de 27/12/96 e juros de mora, perfazendo, na data da autuação, o valor de R$ 107.318,35 (cento e sete mil, trezentos e dezoito reais e trinta e cinco centavos) e, ainda, da multa de que trata o art. 69, § 2º, inc. III, da Lei nº 10.833, de 29/12/03 no valor de R$ 5.142,17 (cinco mil, cento e quarenta e dois reais e dezessete centavos). Na descrição dos fatos, a fiscalização consignou que o interessado por meio das Declarações de Importação (DI) nº 08/02550058 e 08/04377582, registradas, respectivamente, em 19/02/08 e 24/03/08, submeteu a despacho o produto cefaclor monoidratado, identificandoo nas DI apenas como cefaclor e requerendo a redução a zero da alíquotas de Cofins Importação e PIS/Pasep Importação, conforme o inciso I do artigo 1° do então vigente Decreto nº 5.821 de 29/06/06. No entender do autuante, apenas o produto cefaclor é citado na relação exaustiva de produtos do capitulo 29 constante do Anexo I do citado decreto, assim, o produto monoidratado que foi importado não se enquadraria entre aqueles que fazem jus ao benefício fiscal. Ainda segundo o fiscal, “a hidratação do produto é um detalhamento considerado pelo legislador no Decreto 5.821/2006, como se pode observar, por exemplo, no caso da AMOXICILINA, da AMPICILINA e da CEFALEXINA” e “A distinção entre os produtos químicos pode ser observada através do número CAS, um número de registro único no banco de dados do Chemical Abstracts Service, uma divisão da Chemical American Society, também utilizado pela Secretaria da Receita Federal na elaboração da Instrução Normativa 701/2006, que trata sobre Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística – NVE”. O autuante ainda registra que nas DI o importador faz menção ao processo administrativo de consulta nº 11610.008872/200739, protocolado em 11/09/07, e que versa sobre interpretação da legislação tributária e aduaneira, formulada pela entidade de classe representativa da categoria empresarial da indústria fabricante de medicamentos genéricos PRO GENÉRICOS Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, pela qual o importador alega ser representado, tendo como objeto o mesmo assunto aqui em discussão, no entanto, afirma o fiscal, de acordo com o art. 15, inc. V, da então vigente IN SRF nº 740, de 02/05/07, tal consulta não produz efeitos, uma vez que o importador na data do protocolo já se encontrava sob procedimento fiscal relacionado à mesma matéria consultada, por força do registro das DI nº 06/09202728, de 04/08/06; 06/10336708, de 29/08/06; 06/11004792, de 14/09/06; 06/13184739, de 31/10/06; 07/11075284, de 17/08/07; 07/06602476, de 22/05/07 e 07/09997331, de 30/07/07. Cientificado dos autos de infração em 07/07/08, conforme fls. 43, 48 e 55, o interessado apresentou em 18/07/08 a impugnação de fls. 70/90, onde solicita preliminarmente a realização de laudo técnico (perícia) indicando os quesitos que anseia ver respondidos, porém sem indicar o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito, passando em seguida a apresentar os argumentos de mérito, afirmando, em Fl. 293DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 95 3 síntese, que o cefaclor é considerado gênero, que comporta as espécies cefaclor anidro (CAS 53994733)e cefaclor monoidrato (CAS 70356035); que a Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística especificou o cefaclor com o CAS correspondente ao cefaclor monoidrato, conforme literatura técnica, corroborando o entendimento da empresa quando da aplicação da redução de alíquotas. O impugnante assevera que o Decreto nº 5.821/06 em seu anexo I, sem quaisquer outras informações técnicas, possui, na posição n° 338 o cefaclor, em seu termo mais genérico, sem especificar suas espécies conhecidas. Assim, defende, ao contemplar o gênero, o legislador reduziu a zero a alíquota da Pis/Pasep Importação e da Cofins Importação para todas as espécies e, “não é dado ao aplicador da norma (no caso em concreto, da autoridade fiscalizadora) [dar] entendimento diverso dos conceitos consagrados pelas Ciências Farmacêuticas”. Em 20/09/10, foi recepcionado por esta DRJ/FOR o documento de fls. 118/119, por meio do qual o interessado solicitou a juntada de perícia técnica, realizada por solicitação da Alfândega da Receita Federal do Brasil no Aeroporto Internacional de Viracopos (fls. 120/155), afirmando que o estudo “acata a tese da IMPUGNANTE no sentido de que o termo CEFACLOR referese ao gênero, não se restringindo às fórmulas anidras como entendeu a D. Autoridade autuante”. Em 23/05/12, a empresa novamente compareceu aos autos para noticiar sobre o Relatório Fiscal emitido pelo Serviço de Fiscalização Aduaneira, da Alfândega da Receita Federal do Brasil no Aeroporto Internacional de Viracopos, que, após análise técnica e pericial, indicou pelo encerramento do Mandado de Procedimento Fiscal nº 0817700 2009 001503 que tinha como objeto a “auditoria da Operação Fiscal nº 42111 – Classificação Fiscal e 49112 – PIS e COFINS NA IMPORTAÇÃO para os produtos CEFACLOR, CEFADROXILA E AZITROMICINA” e solicitou que tais documentos fossem acatados como prova emprestada e que o presente Auto de Infração fosse julgado improcedente (fls. 159/172). A Delegacia de Julgamento julgou parcialmente procedente a impugnação, em decisão assim ementada: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 19/02/2008, 24/03/2008 OUTORGA DE BENEFÍCIO FISCAL. INTERPRETAÇÃO LITERAL DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do fato gerador: 19/02/2008, 24/03/2008 CEFACLOR MONOIDRATADO. NÃO CONTEMPLAÇÃO À REDUÇÃO A ZERO DAS ALÍQUOTAS DA COFINS IMPORTAÇÃO E DA PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 96 4 O cefaclor monoidratado não foi elencado no Anexo I do Decreto nº 5.821, de 29 de junho de 2006, por isso não faz jus à redução a zero das alíquotas das contribuições Cofins Importação e Pis/Pasep Importação. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 19/02/2008, 24/03/2008 DESCRIÇÃO INEXATA DA MERCADORIA. NÃO CONFIGURAÇÃO. LANÇAMENTO IMPROCEDENTE. Configurado nos autos que o importador descreveu de forma completa e exata a mercadoria, não se sustenta a fundamentação para a aplicação da multa, devendo a exação correspondente ser afastada. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Na decisão recorrida, em síntese, entendeuse que desde o advento da Portaria Interministerial nº 1, de 06/09/83 (DOU 12/09/83), do Ministério da Saúde, do Ministério da Previdência e Assistência Social, e do Ministério da Indústria e Comércio, que aprovou as Denominações Comuns Brasileiras – DCB para fármacos, a lista DCB é de adoção obrigatória em todos os documentos oficiais. De acordo com referida normativa, temse que: Na tabela das Denominações Comuns Brasileiras, a coluna que traz o princípio ativo corresponde ao nome genérico das substâncias farmacêuticas, em ordem alfabética. Relacionamse também, na mesma coluna, os derivados correspondentes, que estão dispostos logo abaixo da molécula principal com um pequeno recuo. A cada princípio ativo é associado em outra coluna o correspondente nº CAS que, conforme informação constante das RDC “Tratase do número de registro atribuído pelo Chemical Abstracts Service CAS, órgão da Sociedade Americana de Química (American Chemical Society ACS) às substâncias químicas. Na ausência desta informação, este campo será preenchido com as chamadas de[Ref.1] até [Ref.11], indicando a referência bibliográfica, [...]”No mesmo manual acima citado, pode ser encontrada a seguinte explicação para a estrutura dos códigos da DCB, então constantes da tabela, que elucida a estrutura de organização das substâncias: Os cinco primeiros números são referentes à família do fármaco e não devem ser alterados. São dados a partir de uma seqüência numérica. Fl. 295DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 97 5 As moléculas principais e seus derivados terão esses cinco primeiros números em comum. Os dois números seguintes correspondem à molécula base (sempre números 01) ou derivados/sais (02 a 99). [...]. Para ilustrar, dá como o exemplo a forma de classificação da substância cefalexina, e prossegue: Vêse que o que o perito chamou de gênero, a DCB chama de molécula base. A questão que se apresenta, no estado atual de cognição da matéria, é: quando o legislador se refere à molécula base ele pretende contemplar somente esta com o benefício fiscal ou toda a família do fármaco? Se a resposta for afirmativa para o cefaclor, o mesmo raciocínio deve ser usado para a cefalexina e tantos outros produtos que aparecem entre os 2.032 constantes do anexo I do decreto, afinal não se pode conceber que o legislador tenha aplicado raciocínios variáveis dentro do mesmo ato, a depender do produto. No entanto, após detida análise do assunto, do cotejo do anexo I do decreto com a lista DCB, a conclusão que se chega é que a interpretação deve ser a mais restrita. Vejase que em se assumindo como verdadeira a afirmação de que quando o legislador contemplou o cefaclor com o benefício fiscal pretendeu fazêlo para toda a família do fármaco, se deve assumir que a redução concedida para a cefalexina, deveria ser estendida também para toda a família, o que tornaria despiciendo elencar a cefalexina monoidratada e o cloridrato de cefalexina como fez o legislador e, além disso, assumir que o benefício deveria ser estendido para os produtos cefalexina sódica e lisinato de cefalexina, estes dois últimos não contemplados no anexo I do decreto. A título de exemplo, a mesma reflexão deve ser feita para o cefetamete (item 347 do decreto) que não teve o seu derivado cloridrato de cefetamete pivoxila contemplado pela redução, para a ceftriaxona que, não obstante tenha dois derivados, a ceftriaxona sódica e a ceftriaxona sódica hemieptaidratada, somente foi beneficiada a molécula base e o primeiro derivado citado (itens 363 e 364 do decreto), o ciprofloxacino que, não obstante tenha dois derivados, o cloridrato de ciprofloxacino e o lactato de ciprofloxacino, somente foi beneficiada a molécula base e o primeiro derivado citado (itens 408 e 542 do decreto), o clobetasol que, não obstante tenha dois derivados, o butirato de clobetasol e o propianato de clobetasol, somente foi beneficiada a molécula base e o segundo derivado citado (itens 447 e 1697 do decreto), entre outros. Assim, repitase, o entendimento deve ser restrito, pois uma interpretação ampla sobre o alcance dos termos constantes do Anexo I do Decreto nº 5.821/06 não se mostra coerente quando se analisa o ato como um todo, além de não se alinhar com a rigidez de controle imposta pelo Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aos princípios ativos e aos medicamentos que os contém e a todas as atividades a eles relacionadas, aí incluídas as importações Sobre o argumento do NVE, afirma a decisão: Fl. 296DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 98 6 Por outro lado, a empresa argui, com razão, que na Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística (NVE), divulgada à época dos fatos geradores, por meio da IN SRF nº 701, de 27/12/065, o produto envolvido na lide era apresentado da seguinte forma: Subitem 29419033 Cefaclor e cefalexina monoidratados, cefalotina sódica Atributos e Especificações de Nível 'U' Atributo AA CAS/DCB Especificações: 0001 070356035/ Cefaclor [...]Vêse que dentro da NVE, que procura destacar o produto sob o ponto de vista da sua relevância, seja quanto ao valor, seja quanto à importância estatística ou comercial ou ambos, foi eleito como único atributo o número de registro no Chemical Abstracts Service (CAS) associado à Denominação Comum Brasileira (DCB). Na especificação 0001 foi consignado o CAS nº 070356035, que se refere ao produto monoidratado, associado à denominação cefaclor. No entanto, pelo que até aqui foi exposto, entendese que o que ocorre é uma impropriedade na edição da NVE que suprimiu indevidamente o termo monoidratado e que deve ser corrigida, tendo em vista que, conforme dito, os documentos oficiais devem obedecer a lista DCB e esta associa o CAS nº 070356035 ao cefaclor monoidratado. A decisão manteve a multa de ofício, por ser multa aplicada sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição em qualquer lançamento de ofício em que se detecte falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Finalmente, exonerou a multa de 1%, por entender que houve a correta descrição dos produtos químicos importados nas declarações de importação. Em sede de recurso voluntário, a Recorrente reiterou os argumentos da manifestação de inconformidade. Posteriormente à apresentação de recurso voluntário e após a inclusão em pautado processo, para julgamento, a Recorrente apresentou laudo técnico de engenheiro químico, sobre os produtos químicos em referência. É o relatório. Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora Tal como relatado, pelas Declarações de Importação 08/02550058 e 08/04377582, registradas, respectivamente, em 19/02/08 e 24/03/08, a Recorrente submeteu a despacho o produto cefaclor monoidratado, identificandoo como “cefaclor” e requerendo a redução a zero da alíquotas de Cofins Importação e PIS/Pasep Importação, conforme o inciso I do artigo 1°, do então vigente Decreto nº 5.821 de 29/06/06. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10111.000457/200886 Resolução nº 3201000.517 S3C2T1 Fl. 99 7 Referido decreto reduz a zero as alíquotas do PIS e da COFINS, incidentes na importação, dos produtos que mencionava, tendo sido revogado pelo Decreto n. 6.426, de 2008. Prescrevia em seu art.1o , inciso I: Art.1o Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP Importação e da COFINS Importação incidentes sobre a receita decorrente da venda no mercado interno e sobre a operação de importação dos produtos: I químicos classificados no Capítulo 29 da Nomenclatura Comum do Mercosul NCM, relacionados no Anexo I deste Decreto; No Anexo I do referido decreto, temse como contemplado com a alíquota zero: 338 CEFACLOR Portanto, o cerne da controvérsia reside em saber se a versão monoidratada de cefaclor, estaria fora do benefício de redução à zero das alíquotas das contribuições incidentes sobre as importações, considerandose que, sob a perspectiva da fiscalização e da autoridade julgadora de primeira instância, a leitura exegética literal da norma, excluiria o produto importado do benefício. Conforme relatado, foi juntado laudo técnico que em casos como o presente, no qual se abordam questões que tangenciam propriedades merceológicas de produtos químicos, pode ser fundamental ao deslinde da questão. Embora intempestiva a juntada do documento, que ocorre em momento adiantado do processo administrativo, sem justificativa para tanto, posicionome no sentido de privilegiar a Verdade Material, como importante vetor do processo administrativo fiscal,em detrimento do rigor processual. Assim sendo, proponho a conversão do julgamento em diligência, para dar ciência à Fazenda Nacional da juntada do presente laudo técnico, para que, querendo, manifestese. Após, retornem os autos para o prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 298DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000740/2008-54
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃO INSCRIÇÃO DE SEGURADOS COMO EMPREGADOS NO RGPS. ENQUADRAMENTO LEGAL.
Constitui infração ao disposto no artigo 17 da Lei nº 8.213, de 1991 c/c o artigo 18, I e § 1º do Regulamento da Previdência Social - RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, deixar a empresa de inscrever segurados empregados.
Nada obstante os argumentos carreados aos autos pelo contribuinte, não se pode negar que a fiscalização respeitou com absoluto rigor, as regras legais previstas para a constituição do crédito tributário, nomeadamente aquelas estabelecidas no artigo 142 do CTN c/c o artigo 10 do Decreto nº 70.235, de 1972.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-004.089
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. PREVISÃO NA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃO INSCRIÇÃO DE SEGURADOS COMO EMPREGADOS NO RGPS. ENQUADRAMENTO LEGAL. 1. Constitui infração ao disposto no artigo 17 da Lei nº 8.213, de 1991 c/c o artigo 18, I e § 1º do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, deixar a empresa de inscrever segurados empregados. 2. Nada obstante os argumentos carreados aos autos pelo contribuinte, não se pode negar que a fiscalização respeitou com absoluto rigor, as regras legais previstas para a constituição do crédito tributário, nomeadamente aquelas estabelecidas no artigo 142 do CTN c/c o artigo 10 do Decreto nº 70.235, de 1972. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 07 40 /2 00 8- 54 Fl. 151DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 18088.000740/200854 Acórdão n.º 2803004.089 S2TE03 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 18088.000740/200854 Acórdão n.º 2803004.089 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Acessória lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, tendo em vista que a empresa deixou de inscrever segurado empregado, descumprindo, desse modo, a previsão contida no art. 17 da Lei nº 8.213/91 c/c o art. 18, I e § 1º do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 18 de março de 2010 e ementada nos seguintes termos: ASUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 Nº do processo na origem DEBCAD nº 37.183.2799 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Constitui infração ao disposto na Lei nº 8.213, de 24/07/1991, art. 17 combinado com art. 18, I e § 1º do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 06/05/1999, deixar a empresa de inscrever segurado empregado. ENQUADRAMENTO COMO SEGURADO EMPREGADO Preenchida as condições estabelecidas no art. 12, I, “a” da Lei nº 8.212/91, deverá ser desconsiderado o vínculo pactuado com o segurado sob qualquer denominação e enquadrálo como segurado empregado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: Notase de imediato, que se trata de autuação absolutamente nula, na medida em que o relatório da infração, o qual deveria descrever pormenorizadamente quais segurados empregados a fiscalização constatou em atividade, sem que estivessem devidamente inscritos na Previdência Social. Nos termos do art. 293 do RPS, é obrigação da fiscalização ao lavrar o auto de infração, fazer a discriminação clara e precisa da infração, o que significa no presente caso, identificar quem é o segurado, bem como sua função, quando foi admitido e o respectivo salário, e os demais elementos caracterizadores da relação empregatícia. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 18088.000740/200854 Acórdão n.º 2803004.089 S2TE03 Fl. 5 4 Se há segurados em atividade remunerada, não inscritos, a correta identificação tem por finalidade, não só a cobrança das contribuições decorrentes, mas também a proteção de direitos desses segurados. Não é o que se verifica no presente caso, onde, com a devida vênia, temos um relatório fiscal, tanto ou mais abstrato que as normas a que se refere, onde a fiscalização se limita a apontar os segurados como empregados não inscritos. Não havendo nenhuma concretude explicitada no relatório fiscal da infração, não há como se possa contraditalo de forma ampla e absoluta, mormente porque, se trata de contribuintes individuais empresários, devidamente inscritos na previdência social. Nestas condições, requer a decretação de improcedência do AI e reforma do acórdão prolatado pela DRJ. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 18088.000740/200854 Acórdão n.º 2803004.089 S2TE03 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Discutese nestes autos o descumprimento da obrigação acessória de que trata o artigo 17 da Lei nº 8.312, de 1991 c/c o inciso I e § 1º do artigo 18 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999. De acordo com o Relatório Fiscal, a autoridade administrativa incumbida do lançamento enquadrou como segurado empregado o reclamante Wellington Sérgio Souza da Silva com base nos lançamentos contábeis de prestação de serviço, bem como em processos trabalhistas antecedentes. Também se caracterizou como pagamento a pessoas físicas, os valores das notas fiscais emitidas para Ras engenharia e Consultoria Ltda, Tem Tecnologia, Engenharia e J. Pontes Engenharia e Consultoria Ltda, tendo em vista que referidas empresas têm como responsáveis os sócios da autuada, e emitem continuamente notas fiscais para a autuada, e tê despesas pagas pela autuada e não tiveram empregados no período da prestação de serviços. Denotase, pois, das informações contidas no Relatório Fiscal, a absoluta dependência econômica na relação entre as prestadoras de serviços com a autuada. Em razão das evidências contidas nos autos, a desconsideração da personalidade jurídica das empresas se deu em perfeita conformidade com a legislação em vigor, nomeadamente os artigos 12, I, “a” e 33 da Lei nº 8.212, de 1991c/c o artigo 229 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999. O procedimento da desconsideração da personalidade jurídica por parte da fiscalização, fez com que a autoridade administrativa vislumbrasse, no caso concreto, o efetivo descumprimento das regras contidas no artigo 17 da Lei nº 8.213, de 1991 c/c o artigo 18, I, § 1º do RPS, in verbis: Art. 18. Considerase inscrição de segurado para os efeitos da previdência social o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis a sua caracterização, observado o disposto no art. 330 e seu parágrafo único, na seguinte forma: I – empregado e trabalhador avulso – pelo preenchimento dos documentos que os habilitem ao exercício da atividade, formalizado pelo contrato de trabalho, no caso de empregado, observado o disposto no § 2º do art. 20, e pelo cadastramento e registro no sindicato ou órgão gestor de mãodeobra, no caso de trabalhador avulso. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 18088.000740/200854 Acórdão n.º 2803004.089 S2TE03 Fl. 7 6 (...) § 1º. A inscrição do segurado de que trata o inciso I será efetuada diretamente na empresa, sindicato ou órgão gestor de mãodeobra e a dos demais no Instituto Nacional do Seguro Social. Destarte, constitui infração ao disposto no artigo 17 da Lei nº 8.213, de 1991 c/c o artigo 18, I e § 1º do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, deixar a empresa de inscrever segurados empregados. Nada obstante os argumentos carreados aos autos pelo contribuinte, não se pode negar que a fiscalização respeitou com absoluto rigor, as regras legais previstas para a constituição do crédito tributário, nomeadamente aquelas estabelecidas no artigo 142 do CTN c/c o artigo 10 do Decreto nº 70.235, de 1972. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 28/02/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
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