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Numero do processo: 10830.010516/2007-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2301-000.227
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencido o Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes, que votou em analisar e decidir o recurso.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencido o Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes, que votou em analisar e decidir o recurso. Marcelo Oliveira Presidente Adriano Gonzales Silvério Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Marcelo Oliveira (Presidente), Damião Cordeiro de Moraes, Leonardo Henrique Pires Lopes, Mauro José Silva e Adriano Gonzales Silvério. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Tratase de Auto de Infração nº 37.137.9547, cientificado ao contribuinte em 11/12/2007, o qual exige multa pelo fato de a empresa não ter preparado Folhas de Pagamento de acordo com as normas e padrões exigidos pela legislação. Segundo o Relatório Fiscal a “empresa não discrimina a integralidade da remuneração paga aos segurados, nem inclui todos os segurados a seu serviço em folhas de pagamento de salário.” Os equívocos que teriam sido cometidos pelo sujeito passivo foram assim apontados pela Fiscalização: “Na referida planilha (item 3), relativa a 12/1998, a titulo de ilustração, encontramse discriminadas as remunerações dos conselheiros Srs. Candido Ferreira da Silva, Jose Antonio Trevisan, Jose Roberto Mendes dos Santos, Natal Galé, Ruy Jose C. de Almeida Barbosa e Salvador Scarpelli, no valor de R$728,54 para cada um, perfazendo, então, total de R$4.371,24. Nenhum deles, todavia, consta da Folha de Pagamento de Salários do mês. Também, foram detectadas despesas contabilizadas 6 conta de código 510210190, Verba de Representação, não discriminadas nas respectivas folhas de pagamento. Até julho de 1999, existia a rubrica de código 291, denominada "Verba de Representação", normalmente, na folha de pagamento. Entretanto, a partir de agosto, a respectiva despesa passou a ser lançada na conta contábil mencionada, e a rubrica 291, foi excluída da folha de pagamento.” A ora recorrente, devidamente intimada, apresentou sua impugnação suscitando, preliminarmente, decadência do direito do Fisco de exigir a multa e, no mérito, que a despeito de eventuais equívocos o Fisco fora capaz de apurar as contribuições previdenciárias que entendia devidas. A DRJ de São Paulo manteve a autuação tal como lançada, pelos seguintes fundamentos: “como a infração foi cometida no período de 01/1997 a 09/2007, ainda que parte do período (de 01/1997 a 11/2001) tenha sido alcançado pela decadência tanto para as obrigações principais como para as acessórias, o restante do lançamento (obrigação principal) permanece e foi julgado procedente (vide acórdãos acima mencionados), bem como permanece a obrigação acessória e a constatação de seu descumprimento para as competências de 12/2001 a 09/2007.” O sujeito passivo, devidamente intimado, renovando os seus argumentos. É o relatório. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10830.010516/200728 Resolução n.º 2301000.227 S2C4T2 Fl. 132 3 Conselheiro Adriano Gonzales Silvério, Relator Da análise dos documentos acostados ao AI em referência percebese que a sua lavratura se deve em decorrência da apuração fiscal que averiguou a ausência da preparação de folha de pagamento nos moldes exigidos pela legislação. Segundo apurou a fiscalização não foram computados, exemplificativamente, valores pagos a contribuintes individuais (Membros do Conselheiro Fiscal, do Conselho de Administração etc). A ora Recorrente interpôs Recurso Voluntário esclarecendo que teria ocorrido a decadência do direito do Fisco de exigir a citada multa, eis que o período em que se teria verificado a ocorrência teria se dado em 1998 e 1999. A decisão recorrida, por sua vez, em que pese reconhecer que o relatório fiscal faz referência a esse período, retrata que o fez de maneira exemplificativa e que, em períodos não acolhidos pela decadência, também se deram as falhas ora lançadas. A decisão toma como suporte outros dois processos administrativos, originados de NFLDs lavradas em desfavor da Recorrente, nos quais, aplicouse a Sumula Vinculante nº 08 e, mesmo assim, foram mantidas as autuações parcialmente em relação ao período não decaído. Peço vênia para transcrever parte da decisão que se mostra esclarecedora: “De fato, não há dúvida quanto a natureza tributária das contribuições sociais destinadas à Previdência Social e à aplicação das regras previstas no CTN quanto à contagem do prazo decadencial, isto em razão da Súmula Vinculante do STF n° 08 de 12/06/2008 que decidiu pela inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91 que estabeleciam o prazo decenal para constituição e cobrança dos créditos relativos As contribuições sociais previdenciárias; assim, a matéria passou a ser regida pelo Código Tributário Nacional. Entretanto, ainda que parte da obrigação principal tenha sido alcançada pela decadência, conforme constou dos autos que tratam das obrigações principais, as Notificações Fiscais de Lançamento de Débitos processos n° 10830.010511/200703 e n° 10830.010512/2007 40, como os Acórdãos n°s 20.393 e 20.394, respectivamente — o mesmo não ocorre no presente processo que é relativo a uma obrigação acessória descumprida, porque a caracterização da infração e o correspondente valor da multa é fixo, independe do período ou da quantidade de folhas de pagamento com lançamentos incorretos, incompletos ou omissos. Melhor explicando: como a infração foi cometida no período de 01/1997 a 09/2007, ainda que parte do período (de 01/1997 a 11/2001) tenha sido alcançado pela decadência tanto para as obrigações principais como para as acessórias, o restante do lançamento (obrigação principal) permanece e foi julgado procedente (vide acórdãos acima mencionados), bem como permanece a obrigação acessória e a constatação de seu descumprimento para as competências de 12/2001 a 09/2007.” Nesse sentido, cabe salientar que, ao acessar o sítio da oficial do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, com o propósito de checar a interposição de eventual Fl. 139DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 recurso, constatei o registro do protocolo de Recurso Voluntário pela Recorrente, justamente nos autos dos processos administrativos mencionados na r. decisão de 1º Instância Administrativa. De acordo com o andamento processual daquele processo fiscal, verifiquei, ainda, que os Recursos lá interpostos encontramse de triagem aguardando distribuição. Considerando que, tanto o processo ora em apreciação quanto os que aguardam distribuição detêm, como se vê, a mesma causa de pedir, pois os fundamentos de fato e direito dos pedidos de um e de outro processo são praticamente idênticos e sucessórios. Isto é, o resultado de julgamento de um influenciará diretamente no desfecho do outro. Nesse caso, resta inexoravelmente configurada a conexão entre os dois processos, e, para evitar que se tenha decisões contraditórias, devese reunir os processos em uma mesma câmara para que se aplique a ambos a mesma decisão. Sobre tal aspecto, nada melhor que recorrer as lições do Ministro LUIZ FUX para melhor retratar a presente situação: “A conseqüência jurídicoprocessual mais expressiva da conexão, malgrado não lhe seja a única, é a imposição de julgamento simultâneo das causas conexas no mesmo processo (simultaneus processu). A razão desta regra deriva do fato de que o julgamento em separado das causas conexas gera o risco de decisões contraditórias, que acarretam grave desprestígio para o Poder Judiciário. Assim, v.g., seria incoerente, sob o prisma lógico, que um juiz acolhesse a infração contratual para efeito de impor perdas e danos e não a colhesse para o fim de rescindir o contrato, ou ainda, que anulasse a assembléia na ação movida pelo acionista X e não fizesse o mesmo quanto ao acionista Y, sendo idêntico a causa de pedir.” (Luiz Fux; Cursos de Direito Processual Civil; Editora Forense; Edição 2001) Já a jurisprudência deste próprio E. Conselho de Contribuinte é pacífica no sentido de admitir a possibilidade da aplicação da conexão em matéria de processo administrativo fiscal, conforme se denota das ementas abaixo colacionadas, vejase: “NORMAS PROCESSUAIS. CONEXÃO. Dáse a conexão quando os fundamentos de fato e direito dos pedidos de um e de outro processo são idênticos. Neste caso, devese reunir os processos em uma mesma câmara para que se aplique a ambos a mesma decisão. Recurso não conhecido.” (Acórdão nº 20400694 do Processo Administrativo nº 10980013136200217; Órgão julgador: Segundo Conselho de Contribuintes. 4ª Câmara. Turma Ordinária; Data de Julgamento 08/11/2005) ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 1999 Ementa: CONEXÃO DE MATÉRIAS ANÁLISE CONJUNTA NECESSIDADE – Identificada conexão entre as matérias contidas em processos administrativos distintos, os autos devem ser reunidos para que as decisões prolatadas sejam fundadas na totalidade dos elementos trazidos à consideração da autoridade julgadora. (Acórdão nº 10517246 do Processo 19740000426200389; Órgão Julgador: Primeiro Conselho de Contribuintes. 5ª Câmara. Turma Ordinária; Data de Julgamento 15/10/2008) Por toda essa razão, entendo que a decisão a ser tomada naqueles autos, pode, sobremaneira, surtir efeitos na decisão aqui a ser proferida por essa Egrégia 1º Turma, motivo Fl. 140DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10830.010516/200728 Resolução n.º 2301000.227 S2C4T2 Fl. 133 5 pelo qual é prudente emprestar do Código de Processo Civil o instituto jurídico processual da conexão previsto expressamente no artigo 103 do CPC, e aplicálo no caso dos presentes autos, analogicamente. Isso se faz necessário porque se for decidido nos autos dos processos nºs 10830.010511/200703 e n° 10830.010512/200740 que o Recorrente não é obrigado a efetuar arrecadação das contribuições previdenciárias sobre a folha de pagamento, devidas pelos contribuintes individuais a seu serviço, segundo dispõe a regra contida na alínea “a”, inciso I, do artigo 30, da Lei nº 8.212/91, não haverá que se falar na multa ora aplicada. Além do que, a análise relativa à decadência naqueles processos revelará se a aplicação no caso concreto. Daí porque é necessário determinar, com fim específico de afastar a ventilada hipótese de decisões contraditórias, a reunião dos referidos processos administrativos fiscais, nos termos do artigo 6º do Regimento Interno do CARF, que assim dispõe: “Art. 6º Verificada a existência de processos pendentes de julgamento, nos quais os lançamentos tenham sido efetuados com base nos mesmos fatos, inclusive no caso de sujeitos passivos distintos, os processos poderão ser distribuídos para julgamento na Câmara para a qual houver sido distribuído o primeiro processo.” Contudo, certo da perfeitamente configuração da conexão entre os citados processos, devem, assim, ser os mesmos apensados e reunidos para que sejam julgados pela C. Câmara para a qual foi distribuído o primeiro processo. Portanto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que sejam os autos dos processos administrativos nºs 10830.010511/2007 03 e n° 10830.010512/200740 apensados ao presente processo administrativo, a fim de que sejam julgados simultaneamente pela Câmara para a qual foi distribuído o primeiro processo. Adriano Gonzales Silvério – Conselheiro Fl. 141DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 13876.000236/2003-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Embargos de Declaração conhecidos apenas para esclarecimento, sem alterar o decidido. Os Embargos de Declaração não são o veículo adequado para a discussão do inconformismo da Recorrente, pois eventual inconformismo do embargante deve ser objeto de discussão nos meios processuais cabíveis.
Numero da decisão: 1401-000.913
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos tão somente para prestar esclarecimentos, mas negando-lhes provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Celso Freire da Silva Presidente
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva.
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos tão somente para prestar esclarecimentos, mas negando-lhes provimento. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva.
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Embargos de Declaração conhecidos apenas para esclarecimento, sem alterar o decidido. Os Embargos de Declaração não são o veículo adequado para a discussão do inconformismo da Recorrente, pois eventual inconformismo do embargante deve ser objeto de discussão nos meios processuais cabíveis. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos embargos tão somente para prestar esclarecimentos, mas negandolhes provimento. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Alexandre Antônio Alkmim Teixeira, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Maurício Pereira Faro, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 6. 00 02 36 /2 00 3- 40 Fl. 1525DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA 2 Relatório Tratase de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em que se alega omissão/obscuridade no Acórdão nº 140100.454, proferido por esta 1a Turma da 4ª Câmara da 1a Seção do CARF, que, por unanimidade de votos, NEGARAM provimento ao recurso, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 Ementa. NULIDADE. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. Não restou comprovada a ocorrência de quaisquer das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72, para se declarar a nulidade da decisão de primeira instância. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO PERANTE A AUTORIDADE JULGADORA. Caracteriza novo pedido, a exigir os trâmites próprios, a pretensão de reconhecimento de crédito contra a Fazenda Pública, formulado na manifestação de inconformidade. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DA CSLL. A matéria submetida à glosa em análise de pedido de restituição não contestada na manifestação de inconformidade, é reputada como incontroversa e é insuscetível de ser trazida à baila em momento processual subseqüente. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 IRPJ/CSLL RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA. A lei pode nas condições que estipular autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, não se admitindo, portanto, o desrespeito ao princípio da competência positivado na legislação de regência do imposto de renda que garante que as retenções inclusas no cálculo do saldo negativo do IRPJ/CSLL devam se referir a receitas auferidas no próprio anocalendário correspondente às retenções. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. RETENÇÕES NA FONTE. A restituição/compensação de tributos e contribuições administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil está condicionada à comprovação de certeza e liquidez dos alegados indébitos, exigência que, no caso de saldo negativo de IRPJ a compensar, oriundo de retenções do imposto de renda na fonte, pressupõe a comprovação de sua retenção, da formação do saldo negativo do imposto, no correspondente anocalendário, e de sua regular escrituração contábil/fiscal. Fl. 1526DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13876.000236/200340 Acórdão n.º 1401000.913 S1C4T1 Fl. 1.526 3 Transcrevo parte do relatório do Acórdão embargado naquilo que é essencial: (...) Em relação à tributação do A análise da liquidez e certeza do crédito utilizado nas DCOMP, bem como a sua suficiência para a extinção dos débitos nelas declarados, foi efetuada pela DRF Sorocaba, mediante Despacho Decisório DRF/Sorocaba/Saort/n° 319/2005, fls. 280/283, no qual a autoridade competente reconheceu parcialmente o direito creditório pleiteado, nas cifras de R$ 5.322.595,38 e R$ 1.842.395,87, a título de saldo negativo de IRPJ e CSLL, respectivamente, ambos do anocalendário de 2002, com a homologação parcial, até o limite do crédito reconhecido, das declarações de compensação vinculadas aos autos, aos "seguintes fundamentos: a) para o saldo negativo de IRPJ, ocorreu a exclusão de valores relativos ao imposto de renda retido na fonte, cujos montantes não constam em DIRF (Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte), bem como o fato de o contribuinte não ter registrado as receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados na apuração do resultado; b) para o saldo negativo de CSLL, a glosa se deu em razão de valores considerados a maior a título de CSLL mensal paga por estimativa, conforme demonstrativo de fl. 282. Cientificada do Despacho Decisório, em 11/08/2005 (fl. 343), a contribuinte ingressou, em 05/09/2005, com a manifestação de inconformidade de fls. 344/345, acompanhada dos documentos de fls. 346/488, na qual alega, em síntese, que: a) a empresa apurou saldo negativo de IRPJ na declaração de ajuste anual, no ano calendário de 2002, no montante de R$ 5.382.795,06, conforme demonstrado na Ficha 12A, linha 18; b) conforme fundamentação constante do despacho decisório n° 319/2005, foi glosado o valor de R$ 60.107,84, relativo ao imposto de renda retido na fonte (IRRF), utilizado para composição do saído negativo de IRPJ, tendo em vista a não confirmação da retenção através de DIRF; d) para solução desta pendência, anexou aos autos cópia dos documentos do ano de 2002, cujo somatório é o valor integral das retenções utilizadas para liquidação de estimativas e composição do saldo negativo, lembrando que estes documentos foram fornecidos pelas fontes pagadoras, que são as responsáveis pela informação das retenções na DIRF; e) a empresa não tem participação em nenhuma outra empresa para auferir receita de juros sobre o capital próprio; f) a empresa não realiza investimentos no mercado de renda variável e que por ser empresa destinada exclusivamente ao comércio varejista não possui receita sobre prestação de serviços. Ao final, requer que a apresentação dos documentos comprobatórios sane as irregularidades apontadas e que esta impugnação, enquanto analisada, surta efeito suspensivo para imediata expedição de certidão positiva com efeitos de negativa. (...) O CARF acatou em parte suas razões de defesa em relação ao pedido de Restituição feito 01/12/2006 e juntado aos autos segundo a DRJ extemporaneamente e por isso considerado inovação. No caso, o CARF em nome do princípio da verdade material, determinou que tais pedidos fossem analisados em separado do presente processo. Fl. 1527DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA 4 Ao fim e ao cabo, restou na lide apenas a glosa da parcela no valor de R$ 60.107,84 cujos valores não constavam da DIRF – Composição do saldo negativo do IRPJ – 2002, sendolhe atribuída duas causas para sua denegação: a) não constar da DIRF (R$ 54.777,03) b) não ter registrado as receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados na apuração do resultado (R$ 5.330,81). Em sede de Embargos alega que: Há omissão e obscuridade no Acórdão. Isso porque a empresa não teria participação em nenhuma outra empresa para auferir receita de juros sobre o capital próprio; f) a empresa não realiza investimentos no mercado de renda variável e que por ser empresa destinada exclusivamente ao comércio varejista, conforme contrato social não analisado pelo Relator, não possui receita sobre prestação de serviços. Eis as suas próprias palavras, naquilo que é mais relevante: 7. Noutras palavras, a EMBARGANTE não obteve receitas decorrentes de investimento e/ou aplicação em renda variável que lhe gerasse a obrigação de recolhimento do IRPJ, mas sim teve despesas com a distribuição de lucros aos sócios. 8. Além disso, podese aferir da Ficha 43 (Demonstrativo do Imposto de Renda Retido na Fonte) da DIPJ anobase 2002, que foram feitas apenas aplicações financeiras em fundos de renda fixa. 9. Ora, Nobres Conselheiros, como dizer então que a EMBARGANTE não refutou as razões para afastar a glosa sobre supostos recebimentos de JSCP e renda variável? É o relatório. Fl. 1528DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13876.000236/200340 Acórdão n.º 1401000.913 S1C4T1 Fl. 1.527 5 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator Atendidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento dos embargos de declaração. a) Omissão/Obscuridade Alega a Embargante que: Há omissão/obscuridade, (...) pois não obteve receitas decorrentes de investimento e/ou aplicação em renda variável que lhe gerasse a obrigação de recolhimento do IRPJ, mas sim teve despesas com a distribuição de lucros aos sócios. Não prospera a alegada omissão, a uma porque o Acórdão recorrido tratou especificamente sobre a questão de forma substanciosa, abrindo tópicos específicos para fundamentar cada uma delas. Inclusive essas mesmas razões aduzidas pela Recorrente foram analisadas pela DRJ e pelo CARF, conforme se demonstrará mais abaixo; A duas, porque foi por demais genérica, onde não conseguiu apontar de forma específica onde estaria a omissão do Acórdão. A três, tratase de matéria eminentemente de prova, onde o relator transcreveu minuciosamente os motivos que o levaram a negar provimento. Por fim, ao que parece, o inconformismo do embargante referese ao fato de o Acórdão embargado haver adotado entendimento diverso daquele que entende seja o correto. Entretanto, tal circunstância não comparece como motivo suficiente a viabilizar os embargos de declaração. Isso porque eventual inconformismo do embargante deve ser objeto de discussão nos meios processuais cabíveis, porquanto os embargos declaratórios não se prestam a modificar o julgado ou a responder questionamentos das partes. O Acórdão embargado considerou não comprovado a parcela de retenção informada no valor de R$ 60.107,84 na composição do saldo negativo do IRPJ – 2002, atribuindolhe duas causas para sua denegação que se acumulam em quase a integralidade do valor glosado: a) não constar da DIRF (R$ 54.777,03) b) não ter registrado as receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados na apuração do resultado (R$ 5.330,81). Basicamente a Embargante insurgese contra o segundo motivo. Vejamos como o Acórdão embargado tratou minuciosamente da matéria: Fl. 1529DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA 6 (...) A contribuinte, para refutar as divergências entre os valores do IRRF reconhecido pela autoridade fiscal e aqueles informados em sua DIPJ, na composição do saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2002, apresentou um conjunto de comprovantes de rendimentos fornecidos pelas próprias fontes pagadoras, conforme documentos juntados às fls. fls. 348/488. A DRJ após uma análise minuciosa de todos esses documentos, fazendo referência um a um no corpo do voto, chegou à conclusão de que apenas três deles não haviam sido reconhecidos pela autoridade fiscal em seu despacho decisório: documentos de fls. 348, 349 e 350. Acontece que a DRJ não considerouos, pois não ficou comprovado o oferecimento à tributação das Receitas correspondentes a essas retenções. De fato, no pedido de compensação, não basta à Recorrente comprovar a retenção do imposto de renda na fonte, mas também deve comprovar a efetiva apuração de saldo negativo de IRPJ ao final de cada período e, para tanto, deve demonstrar que as receitas sobre as quais incidiram as retenções foram oferecidas à tributação. Em relação a essa ponto, a recorrente faz ouvido de mercador em relação às razões e explicações fornecidas pela DRJ, onde a prova foi considerada totalmente insuficiente, limitandose a reproduzir novamente, em sede de recurso especial, todos os argumentos apresentados na impugnação. Eis as palavras da DRJ: Contudo, é preciso insistir que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior de tributo, fazendose necessário verificar a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoo com os registros contábeis e fiscais efetuados com base na documentação pertinente e análise da situação fática, de modo a se conhecer qual seria o montante de tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Em razão disso, a contribuinte deveria trazer, por ocasião do presente contencioso, justificativas lastreadas em documentos e lançamentos contábeis que identificassem, inequivocamente, entre outras, o registro do lançamento do IRRF sob exame, a(s) fontes pagadora(s) que possibilitou (aram) os respectivos rendimentos, os títulos envolvidos, o ônus financeiro da retenção, etc, vez que os documentos trazidos pela contribuinte em sua peça impugnatória não permitem, por si só, o reconhecimento do direito. Daí porque seria imprescindível que viessem aos autos as provas, notadamente contábeis, mesmo porque a contribuinte é pessoa jurídica sujeita ao regime do Lucro Real, para a qual a lei exige contabilidade regular E como se não bastasse, a DRJ ainda indica minuciosamente o tipo de prova que a Recorrente poderia se valer: Dentre outras provas, destacamse: os registros contábeis do IRRF sob exame em conta do ativo "Imposto de Renda a recuperar", a expressão deste direito em Balanços ou Balancete e a demonstração do Resultado do Exercício, o oferecimento das receitas que ensejaram as retenções, os Livros Diário e Razão, etc., e ainda os registros no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), tudo a dar sustentação à veracidade do saldo negativo de IRPJ declarado. Mas, a Recorrente termina por não aproveitar mais essa oportunidade de fazer a prova em sede recursal, não fazendo um esforço sequer a fim de trazer a prova contábil requerida. Portanto, nego provimento em relação a esse item. Fl. 1530DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13876.000236/200340 Acórdão n.º 1401000.913 S1C4T1 Fl. 1.528 7 b) não ter registrado as receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados na apuração do resultado (R$ 5.330,81) – Saldo negativo do IRPJ A causa do indeferimento parcial do indébito baseiase no fato de o contribuinte não ter registrado as receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados na apuração do resultado. A DRJ indeferiu o pleito, nos seguintes termos: Quanto ao IRRF decorrente de receitas correspondentes a juros sobre capital próprio, a rendimentos de renda variável e a serviços prestados, a contribuinte alega não ter participação em nenhuma outra empresa para auferir receita de juros sobre o capital próprio, nem realiza investimentos no mercado de renda variável e que por ser empresa destinada exclusivamente ao comércio varejista não possui receita sobre prestação de serviços. Em relação a estas glosas, na cifra de R$ 5.330,81, efetuadas pela autoridade fiscal no despacho decisório de fls. 280/283, reputase matéria incontroversa. A postulante não contestou a correção, reconhecendo a licitude do feito. O Decreto n° 70.235 (PAF), de 1972, em seu art. 17, dispõe: "Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante ". (...) A Recorrente por sua vez defendese, nos seguintes termos: 47.Entendeu a DRJ, com o devido acatamento, de forma manifestamente indevida, que a matéria "reputase incontroversa" já que a RECORRENTE não teria contestado a correção "reconhecendo a licitude do feito". 48.Ora, Colenda Câmara, a RECORRENTE não reconheceu a licitude com relação a este aspecto, tal como mencionado pela r. decisão recorrida. 49.Tanto isso é verdade que ela (RECORRENTE) asseverou de forma clara e concisa que à época da glosa não detinha participação societária em outras pessoas jurídicas, razão pela qual não fazia jus ao recebimento de JSCP. 50.Realmente ela deixou claro à Administração que o procedimento por ela adotado é o de despesa com a distribuição de JSCP aos seus acionistas, o que passou a ser dedutível para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ, com o advento da Lei n° 9.249/1995. 51.Outro aspecto que ficou claro, é relativo ao fato de que a RECORRENTE não possuía quaisquer investimentos no mercado de renda variável, e que por ser pessoa jurídica cujo principal objeto é o comércio varejista, não possuía receitas auferidas com "prestação de serviços". Ora, apesar a Contribuinte de fato ter consignado algumas frases em sua defesa, pragmaticamente falando ela não se defende. Sua defesa é contraditória e como tal ela implicitamente admite o fato de não ter oferecido à tributação os rendimentos que se relacionariam as códigos de retenção encontrados pela DRF (retenções oriundas de receita de juros sobre o capital próprio, de investimentos no mercado de renda variável e por fim, receita sobre prestação de serviços. Fl. 1531DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA 8 Como já se colocou retro, no pedido de compensação, não basta à Recorrente comprovar a retenção do imposto de renda na fonte, mas também deve comprovar a efetiva apuração de saldo negativo de IRPJ ao final de cada período e, para tanto, deve demonstrar que as receitas sobre as quais incidiram as retenções foram oferecidas à tributação, condição sine qua non para que o IRRF possa ser aproveitado na compensação do imposto de renda apurado no final do período, originando, se for o caso, o saldo negativo de IRPJ. No caso concreto, a defesa deveria seguir de duas, uma: Ou provava que os códigos de retenções estariam errados e a que se referiam verdadeiramente ou demonstrava que as receitas apontadas por esses códigos haviam sido oferecidas, sim, a tributação em outro campo da declaração, pois os campos específicos para tal estão zerados. Contudo, a Recorrente nada disso fez, limitase a manter os seus argumentos contraditórios sem explicar ou justificar os fatos. Portanto, nego provimento também a esse item. Como se vê, o Acórdão embargado tratou da matéria, não deixando nada omisso. A leitura dos dois últimos parágrafos é suficiente para demonstrar a inadequação dos Embargos. O Acórdão aponta o problema (a falta da demonstração de que a receita que deu origem à retenção foi oferecida ‘a tributação) e ainda vai além, diz como o contribuinte deveria ter solucionado ou esclarecido melhor a situação: No caso concreto, a defesa deveria seguir de duas, uma: Ou provava que os códigos de retenções estariam errados e a que se referiam verdadeiramente ou demonstrava que as receitas apontadas por esses códigos haviam sido oferecidas, sim, a tributação em outro campo da declaração, pois os campos específicos para tal estão zerados. Contudo, a Recorrente nada disso fez, limitase a manter os seus argumentos contraditórios sem explicar ou justificar os fatos. Ora, se a retenção a ser compensada é sempre uma antecipação do imposto a ser pago em função de rendimentos auferidos, recebido de terceiros e, portanto, constante na DIRF desses terceiros. Não há como alegar que a retenção que se pretende compensar originouse de uma despesa com a distribuição de lucros aos sócios. Se pretende compensar, tal retenção originase de uma receita auferida e cabe à Recorrente demonstrar minuciosamente que receita é essa e também que a mesma fora oferecida à tributação. Se os códigos de retenções encontrados pela DRF na DIRF estão equivocados, caberia ela demonstrar esse equívoco. Como se vê, o inconformismo do embargante referese ao fato de o Acórdão embargado haver adotado entendimento diverso daquele que entende seja o correto, o que não é motivo para Embargos Afasto, portanto, com esses esclarecimentos afasto a omissão/obscuridade apontada. Fl. 1532DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 13876.000236/200340 Acórdão n.º 1401000.913 S1C4T1 Fl. 1.529 9 Por todo o exposto, conheço dos embargos tão somente para prestar esclarecimentos, mas negandolhes provimento. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 1533DF CARF MF Impresso em 26/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 11075.720020/2010-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
DIÁRIAS. ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA O VALOR DE ATÉ 50% DA REMUNERAÇÃO.
O valor das diárias correspondente a até 50% da remuneração é isento de contribuição previdenciária em todos os casos, conforme interpretação harmonizada da alínea “h” do §9º do art. 28 com o §8º do art. 28 da Lei 8.212/91.
ACORDOS COLETIVOS. OBEDIÊNCIA Á LEI.
Os acordos coletivos não têm a força de alterar disposições legais, em especial, as inseridas na Lei 8.212/91.
LIVROS COMERCIAIS. PROVA CONTRA O SEU AUTOR.
Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Na ausência de tais provas, permanece a força probante da escrita contábil.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2301-002.357
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo os valores das diárias até o limite de 50% da remuneração, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão; II) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, para o cálculo da multa mais benéfica de acordo com o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram para que seja efetuada a comparação do artigo citado com a multa aplicada; III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Declarações de voto: Bernadete de Oliveira Barros e Leonardo Henrique Pires Lopes.
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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ementa_s : CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 DIÁRIAS. ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA O VALOR DE ATÉ 50% DA REMUNERAÇÃO. O valor das diárias correspondente a até 50% da remuneração é isento de contribuição previdenciária em todos os casos, conforme interpretação harmonizada da alínea “h” do §9º do art. 28 com o §8º do art. 28 da Lei 8.212/91. ACORDOS COLETIVOS. OBEDIÊNCIA Á LEI. Os acordos coletivos não têm a força de alterar disposições legais, em especial, as inseridas na Lei 8.212/91. LIVROS COMERCIAIS. PROVA CONTRA O SEU AUTOR. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Na ausência de tais provas, permanece a força probante da escrita contábil. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo os valores das diárias até o limite de 50% da remuneração, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão; II) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, para o cálculo da multa mais benéfica de acordo com o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram para que seja efetuada a comparação do artigo citado com a multa aplicada; III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Declarações de voto: Bernadete de Oliveira Barros e Leonardo Henrique Pires Lopes.
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DIÁRIAS PRÓLABORE Recorrente INTERFLET TRANSPORTES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 DIÁRIAS. ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PARA O VALOR DE ATÉ 50% DA REMUNERAÇÃO. O valor das diárias correspondente a até 50% da remuneração é isento de contribuição previdenciária em todos os casos, conforme interpretação harmonizada da alínea “h” do §9º do art. 28 com o §8º do art. 28 da Lei 8.212/91. ACORDOS COLETIVOS. OBEDIÊNCIA Á LEI. Os acordos coletivos não têm a força de alterar disposições legais, em especial, as inseridas na Lei 8.212/91. LIVROS COMERCIAIS. PROVA CONTRA O SEU AUTOR. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Na ausência de tais provas, permanece a força probante da escrita contábil. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para excluir da base de cálculo os valores das diárias até o limite de 50% da remuneração, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão; II) Por voto de qualidade: a) em negar provimento ao recurso, para o cálculo da multa mais benéfica de acordo com o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Adriano Gonzáles Silvério e Damião Fl. 309DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 Cordeiro de Moraes, que votaram para que seja efetuada a comparação do artigo citado com a multa aplicada; III) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Declarações de voto: Bernadete de Oliveira Barros e Leonardo Henrique Pires Lopes. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. (assinado digitalmente) Bernadete de Oliveira Barros – Declaração de voto (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Pires Lopes – Declaração de Voto Participaram, do presente julgamento, a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Adriano González Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 309 3 Relatório Tratase de Lançamento por meio de Auto de Infração, lavrado em 25/02/2010, que constituiu crédito tributário de R$ 56.605,25 referente a contribuição previdenciária devida pelos empregados e contribuintes individuais, segundo Relatório Fiscal da Infração, fls. 24/33, incidente sobre valores de diárias que excederam o limite de 50% e sobre prólabore pago aos diretores, nas competências 01/2005 a 12/2006. Após tomar ciência postal da autuação em 03/03/2010, fls. 259, a recorrente apresentou impugnação, fls. 260/264, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. A 3ª Turma da DRJ/Santa Maria, no Acórdão de fls. 287/290 julgou o lançamento procedente, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 03/09/2010, fls. 297. O recurso voluntário, apresentado em 04/10/2010, fls. 302/308, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. Argumenta que o valor pago aos motoristas serve para ressarcir diversas despesas destes tais como, entre outras: pedágios não oficiais, enlonamento e desenlonamento. Insiste que são pagamentos previstos em Convenção Coletiva que tem natureza indenizatória. Quanto aos prólabores, devem permanecer os valores efetivamente recebidos e não aqueles utilizados por força e apenas para fins da contabilidade. É o relatório. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 Voto Conselheiro Mauro José Silva, Relator Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. Inicialmente, destacamos que não é a denominação do pagamento que determina sua natureza jurídica, mas sim suas características e suas finalidades. In casu, é fora de dúvida que o ressarcimento de despesas gerais tem natureza de diária, uma vez que é pago mensalmente sem necessidade de comprovação de efetividade de qualquer despesa. A natureza indenizatória do ressarcimento precisaria ser corroborada com comprovante de despesas, pois uma indenização deve, por sua própria natureza, servir para ressarcir um dano efetivo. Sendo diária, a parcela que não excede 50% do salário não comporá a remuneração do empregado conforme previsto no art. 457, §2º da CLT. Mas caso ultrapasse será parcela remuneratória que está no campo de incidência da contribuição previdenciária. Diárias paga a empregado em montante que excede 50% da remuneração A lei 8.212/91 concedeu uma isenção para as diárias no §9º, alínea “h” do art. 28, in verbis: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) h) as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinqüenta por cento) da remuneração mensal; O referido dispositivo isencional pode ser interpretado de duas formas. A primeira, consideraria que a isenção só é concedida quando o total das diárias não exceder 50% da remuneração. Sendo ultrapassado tal limite, não há isenção para qualquer parte das diárias pagas. A segunda forma de interpretar a isenção em destaque consideraria que o valor das diárias até 50% da remuneração estaria isento. Optamos pela segunda forma de interpretar o dispositivo, pois entendemos que na primeira hipótese – só há isenção se o total das diárias não ultrapassar 50% da remuneração – estaríamos negando qualquer hipótese de isenção no caso da contribuição incidente sobre o saláriodecontribuição. Explicamos. A incidência sobre as diárias a serem incluídas no saláriodecontribuição, conforme consta do art. 28, §8º, só ocorre no caso de o Fl. 312DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 310 5 total das diárias ultrapassar 50% da remuneração. Não ultrapassando tal limite, as diárias não compõem o saláriodecontribuição e não sofrem a incidência da contribuição a cargo do empregado ou trabalhador avulso. Tomando o dispositivo isencional em comento com a primeira hipótese hermenêutica, só concederíamos isenção para aqueles casos nos quais as diárias não ultrapassam 50% da remuneração, ou seja, concederíamos isenção para casos em que nem incidência há! Por isso, tal alternativa não nos parece ser a melhor opção hermenêutica no caso da contribuição incidente sobre o saláriodecontribuição. No caso da contribuição a cargo das empresas, a incidência não considera o saláriodecontribuição, mas por uma questão de coerência e tratamento isonômico, adotamos a mesma interpretação do dispositivo isencional que utilizamos para a contribuição incidente sobre o saláriode contribuição. Assim interpretamos a isenção da alínea “h” do 9º do art. 28, em todos os casos, como aplicável ao valor das diárias que não ultrapassam 50% da remuneração. Ressalvamos que não vemos nisso qualquer ofensa ao art. 111 do CTN, pois dado o aparente conflito entre as normas de incidência e de isenção, nossa interpretação acabou por harmonizar os dispositivos sem que utilizássemos uma interpretação ampliativa ou analógica. Passemos ao caso dos autos. Observamos, fls. 34/39, que a autoridade fiscal incluiu na base de cálculo da contribuição previdenciária o valor total das diárias e não considerou a isenção da maneira como entendemos aplicável. Logo, devem ser excluídos do lançamento os valores das diárias que não atingem 50% da remuneração, mantendo os valores que ultrapassam tal limite sofrendo a incidência do tributo. Conteúdo dos Acordos Coletivos. Respeito à lei. Em que pese o entendimento da recorrente de que as Convenções Coletivas de Trabalho, conforme a CLT, produzem efeitos de lei entre as partes, conforme o art. 7o, XXVI da CF, vale esclarecer que estas não podem contrariar a lei. Nesse sentido, nos ensina Adriana Hilgenberg de Araújo (Direito do trabalho e direito processual do trabalho: temas atuais, Editoria Juruá, p 55 e 56) : “ Como visto, as convenções e acordos coletivos são fontes do Direito do Trabalho, cujas cláusulas serão aplicadas a todos os pertencentes a uma determinada categoria ou empresa (no caso dos acordos). As cláusulas, tanto as obrigatórias (CLT artigo 616), facultativas, obrigatórias ou normativas, devem respeitar o ordenamento legal, não podendo ferir preceitos, sejam eles constitucionais ou infraconstitucionais, salvo expressa autorização .” (grifei). Assim, a observância ao ordenamento jurídico infraconstitucional não agride a garantia constitucional do reconhecimento das convenções e acordos coletivos, prevista no inciso XXVI, art. 7º, da Constituição Federal, vez que se encontra insculpida, em toda a Constituição, o respeito ao princípio da legalidade. Em conseqüência, os acordos coletivos não têm a força de alterar disposições legais, em especial, as inseridas na Lei 8.212/91. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 No tocante ao prólabore, a recorrente não trouxe qualquer prova que pudesse afastar a legalidade do procedimento da fiscalização. A diferença encontrada referese a diferença a maior entre o que foi escriturado e o que foi lançado em folha de pagamento. Conforme muito bem assinalado pela decisão a quo, a escrita contábil, faz prova contra o seu autor em conformidade com o Código Civil e o Código de Processo Civil, in verbis: Código Civil Art. 226. Os livros e fichas dos empresários e sociedades provam contra as pessoas a que pertencem, e, em seu favor, quando, escriturados sem vício extrínseco ou intrínseco, forem confirmados por outros subsídios. Código de Processo Civil Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes. Assim, não tendo a recorrente trazido aos autos provas de que a escrita contábil não corresponde à verdade dos fatos, permanece a força probante do conteúdo de seus livros, resultando na ausência de reparos a fazer no trabalho fiscal. Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009 Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, seja aquelas já declaradas em GFIP, omitidas da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de Fl. 314DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 311 7 definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de três situações: 1 lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores esta. 2 lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449 Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP: o art. 32A e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Para tanto, nossa análise percorre o seguinte caminho: primeiro verificamos a existência de diferença de contribuição constada no mesmo procedimento de ofício, depois determinamos a multa de ofício aplicável e, por último, na ausência de diferença de tributo, verificamos a multa pelo descumprimento de obrigação acessória. Logo, apurada diferença de contribuição, a falta de apresentação da GFIP e a declaração inexata da GFIP, hipótese antes punidas pelos §§4º e 5º do art. 32 da Lei 8.212/981, são puníveis pela multa de 75% sobre a diferença do tributo, com base no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Por fim, se não foi apurada diferença de contribuição, hipótese antes punida pelo §6º do art. 32 da Lei 8.212/91, a MP 449 previu a aplicação da multa do art. 32A da Lei 8.212/91. Fl. 315DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida em na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável às outras duas situações. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 312 9 Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449 Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. No tocante às penalidades que se relacionam com a GFIP, o novo regime das infrações relativas às contribuições previdenciárias prevê que separemos duas situações: quando houver diferença de tributo e quando não houver tal diferença. Nas competências em que houver tal diferença, ou seja, quando no mesmo procedimento de ofício houver lançamento de penalidade por infração relativa à GFIP e lançamento da própria contribuição em relação ao mesmo período, devemos nos basear no art. 35A. Assim, comparamos a multa de 75% prevista no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96 com a soma das multas dos §§4º, 5º e 7º do art. 32 da Lei 8.212/91. A penalidade mais benéfica ao contribuinte é aquela que deve prevalecer. Se o caso restringese a declaração inexata de GFIP, comparamos a multa de 75% prevista no inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96 com a soma das multas dos §§ 5º e 7º do art. 32 da Lei 8.212/91. Nas competências em que não houver tal diferença, ou seja, quando a multa for fundamentada no §6º do art. 32 da Lei 8.212/91, a comparação há de ser feita com o art. 32 A da Lei 8.212/91, prevalecendo a multa mais benéfica. No caso concreto, em relação à multa aplicada, não vislumbramos qualquer violação à lei, uma vez que a tabela de fls. 37 aponta que a penalidade mais benéfica foi aplicada ao caso. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO VOLUNTÁRIO de modo a excluir da base de cálculo os valores das diárias até o limite de 50% da remuneração. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 317DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 Declaração de Voto Conselheira Bernadete de Oliveira Barros Permitome divergir do entendimento do Conselheiro Relator, em relação à nãoincidência de contribuição previdenciária sobre a parte das diárias pagas que não atinge 50% da remuneração, pelas razões a seguir expostas. O Relator, entendendo que há conflito entre as normas de incidência e de isenção, faz uma interpretação da alínea “h” do 9º do art. 28, da Lei 8.212/91, e conclui que, nos casos em que as diárias pagas exceder 50% da remuneração, incide contribuição somente sobre a parte excedente, estando isento a parte que não exceder os 50% previstos na norma. Contudo, não vislumbro o conflito entre normas, apontado pelo Relator. A alínea “h”, do § 9o, transcrito no voto do relator, deixa claro que estão isentos da contribuição previdenciária as diárias, desde que não excedam os 50% da remuneração. Ou seja, se exceder o limite estipulado por lei, as diárias integram o salário de contribuição. E a alínea “a”, do § 8o, do art. 28, da Lei 8.212/91, não deixa margens para interpretação ao estabelecer que integram o salário de contribuição, pelo seu valor total, as diárias pagas quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal. Portanto, como no caso em tela as diárias pagas pelo contribuinte, objeto do lançamento, superam 50% da remuneração, entendo que devam integrar o salário de contribuição por seu valor total, por expressa determinação legal. Em relação às demais matérias, acompanho o entendimento do Relator. Conselheiro Leonardo Henrique Pires Lopes Da multa aplicada A autuação em comento referese ao descumprimento pelo contribuinte da sua obrigação tributária principal, consistente no dever de recolher a contribuição previdenciária dentro do prazo previsto em lei. Além do pagamento do tributo não recolhido, a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores previa a imposição ao contribuinte da penalidade correspondente ao atraso no pagamento, conforme art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que escalonava a multa (I) de 4% a 20%, quando o valor devido não tivesse sido incluído em notificação fiscal de lançamento, (II) de 12% a 50% para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal, e (III) de 30% a 100% nos casos em que o débito já tivesse sido inscrito em dívida ativa. Fl. 318DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 313 11 Como se depreende do caput do art. 35 referido (sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos...) a penalidade decorria do atraso no pagamento, independentemente de o lançamento ter sido efetuado de ofício ou não. Em outras palavras, não existia na legislação anterior a multa de ofício, aplicada em decorrência do lançamento de ofício pela auditoria fiscal, mas apenas a multa de mora, oriunda do atraso no recolhimento da contribuição. A punição do art. 35 da referida lei dirigiase à demora no pagamento, sendo mais agravada/escalonada de acordo com o momento em que fosse recolhida. Ocorre que, com o advento da MP nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 foi revogado, tendo sido incluída nova redação àquele art. 35. A análise dessa nova disciplina sobre a matéria, introduzida em dezembro/2008, adquire importância em face da retroatividade benigna da legislação posterior que culmine penalidade mais benéfica ao contribuinte, nos termos do art. 106, II do CTN, in verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Cabe, portanto, analisar as disposições introduzidas com a referida MP nº 449/2008 e mantidas com a sua conversão na Lei nº 11.941/2009: Art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 61 da Lei nº 9.430/1996 Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. Fl. 319DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. À primeira vista, a indagação de qual seria a norma mais favorável ao contribuinte seria facilmente resolvida, com a aplicação retroativa da nova redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo esta última a utilizada nos casos em que a multa de mora excedesse o percentual de 20% previsto como limite máximo pela novel legislação. Contudo, o art. 35A, também introduzido pela mesma Lei nº 11.941/2009, passou a punir o contribuinte pelo lançamento de ofício, conduta esta não tipificada na legislação anterior, calculado da seguinte forma: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Pela nova sistemática aplicada às contribuições previdenciárias, o atraso no seu recolhimento será punido com multa de 0,33% por dia, limitado a 20% (art. 61 da Lei nº 9.430/1996). Sendo o caso de lançamento de ofício, a multa será de 75% (art. 44 da Lei nº 9.430/1996). Não existe qualquer dúvida quanto à aplicação da penalidade em relação aos fatos geradores ocorridos após o advento da MP nº 449/2008. Contudo, diante da inovação em se aplicar também a multa de ofício às contribuições previdenciárias, surge a dúvida de com que norma será cotejada a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 para se verificar a existência da penalidade mais benéfica nos moldes do art. 106, II, “c” do CTN. Isto porque, caso seja acolhido o entendimento de que a multa de mora aferida em ação fiscal está disciplinada pelo novo art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei 9.430/1996, terá que ser limitada ao percentual de 20%. Fl. 320DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11075.720020/201023 Acórdão n.º 230102.357 S2C3T1 Fl. 314 13 Ocorre que alguns doutrinadores defendem que a multa de mora teria sido substituída pela multa de ofício, ou ainda que esta seria sim prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, na sua redação anterior, na medida em que os incisos II e III previam a aplicação da penalidade nos casos em que o débito tivesse sido lançado ou em fase de dívida ativa, ou seja, quando tivesse decorrido de lançamento de ofício. Contudo, nenhum destes dois entendimentos pode prevalecer. Consoante já afirmado acima, a multa prevista na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 destinavase a punir a demora no pagamento do tributo, e não o pagamento em razão de ação fiscal. O escalonamento existente era feito de acordo com a fase do pagamento, isto é, quanto mais distante do vencimento do pagamento, maior o valor a ser pago, não sendo punido, portanto, a não espontaneidade do lançamento. Também não seria possível se falar em substituição de multa de mora por multa de ofício, pois as condutas tipificadas e punidas são diversas. Enquanto a primeira relacionase com o atraso no pagamento, independentemente se este decorreu ou não de autuação do Fisco, a outra vinculase à ação fiscal. Por outro lado, não me parece correta a comparação da nova multa calculada conforme o art. 35A da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício prevista em 75% do valor da contribuição devida) com o somatório das multas previstas no art. 32, §4º e 5º e no revogado art. 35 ambos da Lei nº 8.212/1991. Em primeiro lugar, esse entendimento somente teria coerência, o que não significa legitimidade, caso se entendesse que a multa de ofício substituiu as penalidades tanto pelo descumprimento da obrigação principal quanto pelo da acessória, unificandoas. Nesses casos, concluindose pela aplicação da multa de ofício, por ser supostamente a mais benéfica, os autos de infração lavrados pela omissão de fatos geradores em GFIP teriam que ser anulados, já que a penalidade do art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício) estaria substituindo aquelas aplicadas em razão do descumprimento da obrigação acessória, o que não vem sendo determinado pelo Fisco. Em segundo lugar, não se podem comparar multas de naturezas distintas e aplicadas em razão de condutas diversas. Conforme determinação do próprio art. 106, II do CTN, a nova norma somente retroage quando deixar de definir o ato como infração ou quando cominarlhe penalidade menos severa. Tanto em um quanto no outro caso verificase a edição de duas normas em momentos temporais distintos prescrevendo a mesma conduta, porém com sanções diversas. Assim, somente caberia a aplicação do art. 44, I da Lei nº 8.212/1996 se a legislação anterior também previsse a multa de ofício, o que não ocorria até a edição da MP nº 449/2008. A anterior multa de mora somente pode ser comparada com penalidades que tenha a mesma ratio, qual seja, o atraso no pagamento das contribuições. Fl. 321DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA 14 Revogado o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, cabe então a comparação da penalidade aplicada anteriormente com aquela da nova redação do mesmo art. 35, já transcrita acima, que remete ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Não só a natureza das penalidades leva a esta conclusão, como também a própria alteração sofrida pelo dispositivo. No lugar da redação anterior do art. 35, que dispunha sobre a multa de mora, foi introduzida nova redação que também disciplina a multa de mora, agora remetendo ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Estes dois dispositivos é que devem ser comparados. Diante de todo o exposto, não é correto comparar a multa de mora com a multa de ofício. Esta terá aplicação apenas aos fatos geradores ocorridos após o seu advento. Para fins de verificação de qual será a multa aplicada no caso em comento, deverão ser cotejadas as penalidades previstas na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a instituída pela sua nova redação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), aplicandolhe a que for mais benéfica. Diante do exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Fl. 322DF CARF MF Impresso em 05/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 2 8/06/2012 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 04/10/2012 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 24 /08/2012 por MAURO JOSE SILVA
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Numero do processo: 16095.000205/2008-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999, 01/02/2003 a 30/07/2005 Ementa: DECADÊNCIA PARCIAL De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional. Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Nas situações em que se caracteriza a conduta dolosa da notificada que, embora legalmente responsável, arrecadou e deixou de recolher contribuição de terceiros, aplica-se a regra decadencial prevista no art. 173, I, do CTN LISTA DE CO-RESPONSÁVEIS A relação de co-responsáveis é meramente informativa do vinculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores não podendo servir de base para configurar a responsabilidade do artigo 135 do CTN, até porque não foi comprovado nesses autos a ocorrência de que os dirigentes (sócios, diretores, gerentes etc) agiram com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. CONTRIBUIÇÃO DESCONTADA DOS SEGURADOS EMPREGADOS – INFORMADA EM GFIP A empresa está obrigada a recolher, à Previdência Social, as quantias descontadas da remuneração paga aos segurados empregados a seu serviço, conforme estabelece o art. 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei 8.212/91 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO LEGAL. JUROS E MULTA
Inexiste o cerceamento de defesa quando a notificação de débito for lavrada de forma clara e precisa e em estrita consonância com a legislação previdenciária. A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo.
Numero da decisão: 2301-002.954
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão da decadência, para excluir do lançamento as contribuições apuradas na competência 04/1999, nos termos do relatório e voto da Relatora; b) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso voluntário, nas preliminares, para afastar a responsabilidade dos administradores da recorrente, nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira que votaram em dar provimento parcial para deixar claro que o rol de co-responsáveis é apenas uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo Fisco, já que, posteriormente, poderá servir de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Adriano Gonzáles Silvério.
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. Nas situações em que se caracteriza a conduta dolosa da notificada que, embora legalmente responsável, arrecadou e deixou de recolher contribuição de terceiros, aplicase a regra decadencial prevista no art. 173, I, do CTN LISTA DE CORESPONSÁVEIS A relação de coresponsáveis é meramente informativa do vinculo que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores não podendo servir de base para configurar a responsabilidade do artigo 135 do CTN, até porque não foi comprovado nesses autos a ocorrência de que os dirigentes (sócios, diretores, gerentes etc) agiram com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. CONTRIBUIÇÃO DESCONTADA DOS SEGURADOS EMPREGADOS – INFORMADA EM GFIP A empresa está obrigada a recolher, à Previdência Social, as quantias descontadas da remuneração paga aos segurados empregados a seu serviço, conforme estabelece o art. 30, inciso I, alíneas “a” e “b”, da Lei 8.212/91 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO LEGAL. JUROS E MULTA Fl. 332DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 2 Inexiste o cerceamento de defesa quando a notificação de débito for lavrada de forma clara e precisa e em estrita consonância com a legislação previdenciária. A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso, na questão da decadência, para excluir do lançamento as contribuições apuradas na competência 04/1999, nos termos do relatório e voto da Relatora; b) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a); II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso voluntário, nas preliminares, para afastar a responsabilidade dos administradores da recorrente, nos termos do voto do Redator. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira que votaram em dar provimento parcial para deixar claro que o rol de coresponsáveis é apenas uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo Fisco, já que, posteriormente, poderá servir de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Adriano Gonzáles Silvério. Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete de Oliveira Barros Relator. Adriano Gonzáles Silvério Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 333DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 16095.000205/200889 Acórdão n.º 2301002.954 S2C3T1 Fl. 327 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição dos segurados empregados. Conforme Relatório Fiscal (fls. 61), o lançamento se refere à contribuição descontada da remuneração paga aos segurados empregados, relativa ao período de 04/99, 02/03, 04/03 a 07/03 e 07/05, e não repassados ao INSS. A autoridade lançadora informa que serviram de base ao lançamento as folhas de pagamento de salários, Recibos de Pagamento e GFIP, e que foi elaborada Representação Fiscal Para Fins Penais a ser encaminhado à autoridade competente. A recorrente apresentou defesa e a Secretaria da Receita Previdenciária, por meio da DecisãoNotificação nº 21.4254/0631/2007 (fls 183), julgou o lançamento procedente. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 193), alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, alega inexigibilidade do depósito recursal, decadência de parte do débito e impossibilidade da inclusão dos sócios e exsócia como coresponsáveis pelo cumprimento da obrigação tributaria. Reitera que a autoridade lançadora incorreu em diversos equívocos que levaram à constituição de vícios materiais e formais no referido ato administrativo de lançamento, o que lhe impõe desconstituição sumária, ante à referida nulidade insanável. Reafirma que houve cerceamento do regular e pleno exercício do Direito do Contraditório e da Ampla Defesa, em afronta ao disposto no art. 50, LV, da Constituição Federal. Entende a ausência de documentos imprescindíveis, como o MPF, TIAD e TEAF, impedemo livre e pleno exercício do Direito de Defesa, o que configura vicio inadmissível, pelo que define o Principio do Devido Processo Legal. No mérito, insurgese contra a multa aplicada e a utilização da taxa SELIC para correção do débito lançado, argumentando ilegalidade e inconstitucionalidade de tais exações. É o relatório. Fl. 334DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 4 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os pressupostos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice ao seu conhecimento. Preliminarmente, a autuada alega inexigibilidade do depósito prévio. De fato, plenário do Supremo Tribunal Federal, ao julgar os Recursos Extraordinários ns. 390.513 e 389383, declarou a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do artigo 126 da Lei n. 8213/91, cujos acórdãos possuem a seguinte ementa: “RECURSO ADMINISTRATIVO – DEPÓSITO §§ 1º E 2º DO ARTIGO 126 DA LEI Nº 8.213/1991 – INCONSTITUCIONALIDADE. A garantia constitucional da ampla defesa afasta a exigência do depósito como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo.” A situação acima aplicase ao caso concreto e o efeito erga omnes somente se daria após a publicação de Resolução do Senado Federal conforme dispõe o inciso X do artigo 52 da Constituição Federal. Ocorre que o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria 256, de 22/06/2009, prevê, em seu artigo 62, parágrafo único, inciso I, o seguinte: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; Portanto, com amparo no dispositivo acima, acato a preliminar de inexigibilidade do depósito prévio. Em relação à decadência,verificase que a fiscalização lavrou a presente NFLD com amparo na Lei 8.212/91 que, em seu art. 45, dispõe que o direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. No entanto, o Supremo Tribunal Federal, entendendo que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, nos termos do artigo 146, III, ‘b’ da Constituição Federal, negou provimento por unanimidade aos Recursos Extraordinários nº 556664, 559882, 559943 e 560626, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei n. 8212/91,. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 16095.000205/200889 Acórdão n.º 2301002.954 S2C3T1 Fl. 328 5 Na oportunidade, foi editada a Súmula Vinculante nº 08 a respeito do tema, publicada em 20/06/2008, transcrita abaixo: Súmula Vinculante 8 “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário” Como já exposto acima, o inciso I do § único do art. 62, da Portaria 256/2009, determina que o disposto no caput não se aplica a dispositivo que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal: Portanto, em razão da declaração de inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 pelo STF, restaram extintos os créditos cujo lançamento tenha ocorrido após o prazo decadencial e prescricional previsto nos artigos 173 e 150 do Código Tributário Nacional. É necessário observar ainda que as súmulas aprovadas pelo STF possuem efeitos vinculantes, conforme se depreende do art. 103A e parágrafos da Constituição Federal, que foram inseridos pela Emenda Constitucional nº 45/2004. in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (g.n.)." Da leitura do dispositivo constitucional acima, concluise que a vinculação à súmula alcança a administração pública e, por conseqüência, os julgadores no âmbito do contencioso administrativo fiscal. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 6 Ademais, no termos do artigo 64B da Lei 9.784/99, com a redação dada pela Lei 11.417/06, as autoridades administrativas devem se adequar ao entendimento do STF, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal” O STJ pacificou o entendimento de que nos casos de lançamento em que o sujeito passivo antecipa parte do pagamento da contribuição, aplicase o prazo previsto no § 4º do art. 150 do CTN, ou seja, o prazo de cinco anos passa a contar da ocorrência do fato gerador, uma vez que resta caracterizado o lançamento por homologação. No caso de lançamento de ofício, para o qual não houve antecipação da contribuição devida, aplicase o disposto no art. 173 do mesmo diploma legal. O Auto de Infração foi lavrado em 29/11/2006. Dessa forma, considerando o exposto acima, constatase que se operara a decadência do direito de constituição do crédito apenas para a competência 04/1999, independente da regra do CTN a ser aplicada. Para as demais competências, observase que não ocorrera a decadência, nem pelo art. 150 do CTN. A empresa autuada requer, ainda, que seja afastada a responsabilização pessoal dos sócios pelas dívidas tributárias da empresa, ressaltando que não restou demonstrado, pela autoridade fiscal, a prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Todavia, cumpre esclarecer que a inclusão do nome dos coresponsáveis é um dos requisitos necessários para a constituição do crédito. O sujeito passivo que deve suporta o ônus contido no AI em tela é a própria empresa, sendo ela, em primeira análise, a responsável pelo crédito ora discutido, não podendo se afirmar que sejam as pessoas arroladas no relatório de coresponsáveis, neste momento, o sujeito passivo da obrigação inadimplida. Desse modo, a indicação dos sócios e administradores no anexo denominado de CORESP nada mais representa do que documento instrutório do AI, previsto na legislação previdenciária. Como o art. 79, inciso VII, da Lei n.º 11.941/2009, revogou o art. 13 da Lei n.º 8.620/93, a simples indicação dos representantes legais da empresa por meio do CORESP não implica a sua inscrição de imediato em dívida ativa. Registrese que a lista nominal serve apenas como uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo fisco, já que posteriormente servirá de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 16095.000205/200889 Acórdão n.º 2301002.954 S2C3T1 Fl. 329 7 Porém, para deixar claro que o fisco não pode incluir as pessoas físicas relacionadas no CORESP de pronto na certidão da dívida ativa, entendo que deva ser deixado consignado o provimento parcial do recurso, eis que necessário para o dispositivo final do julgado. Nesse sentido, acato o requerimento formulado pela recorrente, a fim de afastar a coresponsabilidade dos representantes legais. Ainda em preliminar, a recorrente alega nulidade da NFLD tendo em vista a ocorrência de vícios materiais e formais no referido ato administrativo de lançamento, como cerceamento do regular e pleno exercício do Direito do Contraditório e da Ampla Defesa, em afronta ao disposto no art. 50, LV, da Constituição Federal. Entende a ausência de documentos imprescindíveis, como o MPF, TIAD e TEAF, impedem o livre e pleno exercício do Direito de Defesa, o que configura vicio inadmissível, pelo que define o Principio do Devido Processo Legal. Contudo, não se verifica a nulidade alegada pela recorrente. A fiscalização constatou que a recorrente arrecadou, mediante desconto da remuneração de seus empregados, as contribuições previdenciárias por eles devidas e não recolheu aos cofres públicos o valor arrecadado. Consta, ainda, que os valores arrecadados foram informados em GFIP e em folhas de pagamento. Dessa forma, os valores devidos à Previdência Social foram confessados pela própria notificada por meio de instrumento próprio, ou seja, GFIP, e a diferença apurada ensejou a lavratura da NFLD em tela. No entanto, vem alegar que “a ausência de prova impede, inclusive, o regular exercício do direito de defesa garantido em virtude dos princípios já ventilados do contraditório e da ampla defesa”. Na verdade, a recorrente confessa uma dívida e depois a nega, transferindo o ônus de provar que o valor por ela confessado está equivocado para a fiscalização da Previdência Social. Porém, tal conduta não encontra amparo legal, já que o § 4º, do art. 225, do RPS determina que “O preenchimento, as informações prestadas e a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social são de inteira responsabilidade da empresa”. Assim, se a notificada concluir que se equivocou no preenchimento da GFIP ou da GPS, a ela cabe comprovar que de fato ocorreu o erro e proceder à sua retificação, consoante os normativos que regem a matéria. Ao agente fiscal cabe o lançamento da contribuição confessada e não recolhida pela empresa. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 8 Cumpre observar que, de acordo com o § 1º, do art. 225, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, as informações prestadas nas GFIP’s constituirseão em termo de confissão de dívida, na hipótese de não recolhimento. Portanto, a notificada confessou que deve um certo valor à Previdência Social e não comprovou o pagamento da totalidade do valor que reconheceu como devido. Nesse sentido, não procedem os argumentos de nulidade do lançamento, mesmo porque, o Decreto 70.235, tantas vezes citado pela recorrente, dispõe, em seu art. 59, que são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente ou com preterição do direito de defesa. No caso presente, verificase que não ocorrera as hipóteses de nulidade elencadas pelo Decreto, pois a NFLD foi lavrada por pessoa competente e a notificada não demonstrou que teve seu direito de defesa cerceado. Observase que o Relatório de Lançamento aponta, por competência, os valores relativos às contribuições retidas dos segurados, extraídos das folhas de pagamentos. Nesse sentido, como todos os elementos necessários para a elaboração de defesa pelo contribuinte encontramse nos autos, não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa. Assim, não há que se falar em nulidade da NFLD, que foi lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente notificante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem a Notificação, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura da NFLD e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à notificada. No mérito, a recorrente insurgese contra a multa e a correção aplicadas. Contudo, é oportuno salientar que a utilização da taxa para atualizações e correções dos débitos apurados e a multa aplicada encontram respaldo nos art. 34 e 35, da Lei 8.212/91 vigentes à época da ocorrência do fato gerador (multa mais benéfica ao contribuinte). Cabe destacar, ainda, que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” E sendo a atividade administrativa vinculada aos ditames legais, a fiscalização lavrou o competente Auto, fazendo incidir juros e multa, em observância à legislação que rege o lançamento. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 16095.000205/200889 Acórdão n.º 2301002.954 S2C3T1 Fl. 330 9 Ademais, o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, veda aos Conselhos de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62. E o Conselho Pleno, no exercício de sua competência, uniformizou a jurisprudência administrativa sobre tais matérias, por meio dos Enunciados 02/2007 e 03/2007, transcritos a seguir: Enunciado nº 02: O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Enunciado nº 03: É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais. Pelo exposto e Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO por CONHECER DO RECURSO, para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para excluir do débito, por decadência, o valor lançado na competência 04/99, e para deixar claro que o rol de coresponsáveis é apenas uma relação indicativa de representantes legais arrolados pelo fisco, podendo servir, posteriormente, de consulta para a Procuradoria da Fazenda Nacional É como voto Bernadete de Oliveira Barros Relator Voto Vencedor Conselheiro Adriano Gonzáles Silvério, Redator Designado Conforme decidido pela 1ª Turma, a divergência aqui a ser tratada diz respeito apenas à lista de coresponsáveis. Quanto à alegação de que devem ser excluídos os dirigentes da relação de co responsáveis, procede o argumento da recorrente. A relação de coresponsáveis é meramente informativa do vinculo societário que os dirigentes tiveram com a entidade em relação ao período dos fatos geradores. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 10 Ademais, os relatórios de coresponsáveis e de vínculos fazem parte de todos processos apenas como instrumento de informação, a fim de se esclarecer a composição societária da empresa no período do lançamento ou autuação, relacionando todas as pessoas físicas e jurídicas, representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação, não podendo servir de base para configurar a responsabilidade do artigo 135 do CTN, até porque não foi comprovado, nesses autos, a ocorrência de que os dirigentes (sócios, diretores, gerentes etc) agiram com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Assim, VOTO no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir a lista de coresponsáveis dos autos. Adriano Gonzáles Silvério – Redator . Fl. 341DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 24/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assin ado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
score : 1.0
Numero do processo: 10675.903124/2009-14
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
Restituição. Compensação. Admissibilidade.
Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008.
Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida.
Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringe-se a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte.
Numero da decisão: 1801-001.305
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para análise do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes - Presidente
(assinado digitalmente)
Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 Restituição. Compensação. Admissibilidade. Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008. Reconhecimento do Direito Creditório. Análise Interrompida. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringe-se a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para análise do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes - Presidente (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo - Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. Somente são dedutíveis da CSLL apurada no ajuste anual as estimativas pagas em conformidade com a lei. O pagamento a maior de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento e, com o acréscimo de juros à taxa SELIC, acumulados a partir do mês subseqüente ao do recolhimento indevido, pode ser compensado, mediante apresentação de DCOMP. Eficácia retroativa da Instrução Normativa RFB nº. 900/2008. RECONHECIMENTO DO DIREITO CREDITÓRIO. ANÁLISE INTERROMPIDA. Inexiste reconhecimento implícito de direito creditório quando a apreciação da restituição/compensação restringese a aspectos como a possibilidade do pedido. A homologação da compensação ou deferimento do pedido de restituição, uma vez superado este ponto, depende da análise da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pela autoridade administrativa que jurisdiciona a contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição da recorrente, para análise do mérito do litígio, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 90 31 24 /2 00 9- 14 Fl. 93DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 2 Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. Relatório A Recorrente transmitiu a Dcomp nº 22087.38679.281205.1.3.042070, para a compensação de débitos nela declarados, com crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior ao IRPJ, efetuado em 28/02/2005, no valor de R$1941,30 (mil, novecentos e quarenta e um reais e trinta centavos), relativo a estimativa do mês de janeiro de 2005. A DRFUBE/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico de não– homologação da compensação pleiteada, pois por se tratar de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, portanto o recolhimento somente poderia ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela 2ª Turma da DRJ/JFA, corroborando o entendimento da DRF no sentido de que pagamento efetuado a título de estimativa de IRPJ não poderia ser objeto de compensação, devendo ser usado para dedução da contribuição anual devida ou na composição do saldo negativo respectivo, em decisão assim ementada: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário:2005 ESTIMATIVA IRPJ. COMPENSAÇÃO. Pagamento efetuado a título de estimativa de IRPJ não pode ser objeto de compensação, devendo ser usado para dedução da contribuição anual devida ou na composição do saldo negativo respectivo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 23.02.2012 a Recorrente apresentou recurso voluntário em que alega que por erro de apuração nos balancetes de suspensão/redução, efetuou recolhimento no período de apuração em referência, apesar de que não estava obrigada a qualquer recolhimento. Não se trataria os autos, portanto, de compensação de saldo negativo, mas, sim, de pagamento a maior ou indevido. Juntou, a respectiva DIPJ e o DARF referente ao pagamento indevido. É o relatório. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10675.903124/200914 Acórdão n.º 1801001.305 S1TE01 Fl. 4 3 Voto Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Relatora O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade e por essa razão, dele tomo conhecimento. A Recorrente alega a existência de direito creditório oriundo de pagamento indevido de estimativa, pois em janeiro de 2005 não deveria realizar qualquer pagamento, porém, por erro em sua apuração, acabou por recolher o valor de R$ 1941,30. A DRJ em Juiz de Fora não se pronunciou sobre o mérito do direito creditório, porém, com fundamento no art. 10 da IN SRF 600/2005, a Recorrente apenas deveria utilizar tal pagamento quando da apuração do IRPJ anual, seja para dedução do IRPJ devido ou na composição do respectivo saldo negativo. Observese que esse tema já é pacificado nessa Turma Especial, citandose o Acórdão n° 180100.490, de 22/02/2011, em que foi Relatora a Conselheira Maria de Lourdes Ramirez , no qual se fixou o entendimento segundo o qual à Administração Tributária não é permitido definir qual momento é possível pleitear a restituição ou compensar um recolhimento indevido decorrente de erro na determinação ou recolhimento de estimativas. Nesse sentido, pedese vênia para a transcrição do referido voto, que expõe mais detalhadamente o entendimento deste Colegiado sobre o tema: “[...] Relativamente aos indébitos de estimativas, não há como tratar a restrição inserta a partir da Instrução Normativa SRF nº. 460/2004 como procedimental. Não se vislumbra espaço para a Administração Tributária definir, para além das normas que estabelecem a incidência do IRPJ ou da CSLL, em qual momento é possível pleitear a restituição ou compensar um recolhimento indevido decorrente de erro na determinação ou recolhimento de estimativas. Poderia se cogitar de tal possibilidade em razão destes recolhimentos não se constituírem, propriamente, em pagamentos, na medida em que não extinguem uma obrigação tributária principal, aproximandose, mais, de obrigações acessórias impostas aos contribuintes que optam pela apuração anual do lucro real e da base de cálculo da CSLL, para não se sujeitar à regra geral de apuração trimestral destas bases de cálculo. Esta interpretação, porém, exigiria que a Administração Tributária se posicionasse contrariamente à formação de indébitos de estimativas a qualquer tempo, e não apenas na vigência das Instruções Normativas que veicularam a dita proibição. Neste aspecto, relevante notar que durante a vigência das Instruções Normativas SRF nº. 460/2004 e 600/2005, ou seja, no período de 29/10/2004 a 30/12/2008 (até ser publicada a Instrução Normativa RFB nº 900/2008), a Fl. 95DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 4 Receita Federal buscou coibir a utilização imediata de indébitos provenientes de estimativas recolhidas a maior, assim dispondo: [...] Assim, as antecipações recolhidas deveriam ser, primeiro, confrontadas com o tributo determinado na apuração anual, e só então, se evidenciada a existência de saldo negativo, seria possível a utilização do indébito. E este crédito, na forma da interpretação veiculada no Ato Declaratório Normativo SRF nº. 03/2000, seria atualizado com juros à taxa SELIC a partir do mês subseqüente ao do encerramento do ano calendário: [...] Entretanto, a própria Receita Federal mudou seu entendimento, ao suprimir parte da redação do dispositivo, quando da edição da IN RFB nº. 900, de 2009, como se verifica a seguir: [...] Não é por demais relembrar que o artigo 74 da Lei nº. 9.430, de 1996, já previu, expressamente os casos em que é vedada a compensação: [...] É verdade que, pela Medida Provisória n° 449, de 3 de dezembro de 2008, se procurou acrescentar novas restrições à compensação, por meio da inserção dos incisos VII a IX, ao § 3° do artigo 74 da Lei n° 9.430, de 1996, dentre elas a compensação de indébitos de estimativas. Entretanto, na conversão da referida MP 449, de 2008, na Lei no. 11.941, de 2009, não se manteve a alteração acima: [...] Portanto, não foi da vontade do legislador vedar a compensação de indébitos de estimativas de IRPJ e de CSLL. Diante deste contexto, temse que as estimativas recolhidas a maior não poderiam ser deduzidas na apuração anual do IRPJ – já que o recolhimento efetuado a maior não observou o regramento acima, posto que feito a maior que o devido e o crédito daí decorrente, poderia ser utilizado em compensação, mediante apresentação de DCOMP, evidentemente sem a dedução das parcelas excedentes. Eventualmente a contribuinte pode, por facilidade operacional, computar estimativas recolhidas indevidamente na formação do saldo negativo, mas este procedimento em nada prejudica o Fisco, na medida em que desloca para momento futuro a data de formação do indébito e assim reduz os juros de mora sobre ele aplicáveis. Por outro lado, se a contribuinte erra ao calcular ou recolher a estimativa mensal, não se vislumbra, ante o contexto exposto, obstáculo legal ao pedido de restituição ou à compensação deste indébito antes de seu prévio cômputo na apuração ao final do anocalendário. Comprovado o erro e, por conseqüência, o indébito, o pedido de restituição ou a declaração de compensação já podem ser apresentados, incorrendo juros de mora contra a Fazenda a partir do mês subseqüente Fl. 96DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO Processo nº 10675.903124/200914 Acórdão n.º 1801001.305 S1TE01 Fl. 5 5 ao do pagamento a maior, na forma do art. 39, § 4o da Lei nº. 9.250/95 c/c art. 73 da Lei nº. 9.532/97. Em conseqüência, por ocasião do ajuste anual, o contribuinte deve confrontar, apenas, as estimativas que considerou devidas, sob pena de duplo aproveitamento do mesmo crédito. Ainda, interpretandose que somente as estimativas devidas na forma da Lei nº. 9.430/96 são passíveis de dedução na apuração anual do IRPJ ou da CSLL, concluise que, mesmo após o encerramento do ano calendário, se o contribuinte identificar um erro em sua apuração e ele repercutir não só em sua apuração final, mas também no resultado de seus balancetes de suspensão/redução, tem ele o direito de pleitear o indébito na data do recolhimento da estimativa correspondente, ao invés de apenas reconstituir a apuração anual do IRPJ ou da CSLL. Esta interpretação, frisese, tem por pressuposto a ocorrência de erro no cálculo ou no recolhimento da estimativa. Não está aqui abarcada a mudança de opção quanto à sistemática de cálculo das estimativas, formalizada definitivamente quando o contribuinte determina o valor inicialmente recolhido com base na receita bruta e acréscimos ou em balancetes de suspensão/redução. Em face do exposto, uma vez que a Recorrente não teve apreciado o mérito de seu direito creditório, pois a instâncias administrativas a quo estabeleceram como prejudicial ao exame, a impossibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, deve ser o retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação. Ainda, deve se ressaltar, conforme a linha de entendimento adotada, que enquanto a Recorrente não for cientificada de uma nova decisão quanto ao mérito de sua compensação, os débitos compensados permanecem com a exigibilidade suspensa, por não se verificar decisão definitiva acerca de seus procedimentos, abrindose inclusive, novos prazos para o exercício do contraditório e ampla defesa, sobre o entendimento meritório acerca do direito de crédito. Assim sendo, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a possibilidade de formação de indébitos em recolhimentos por estimativa, mas sem homologar a compensação por ausência de análise do mérito pela autoridade preparadora, com o conseqüente retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para verificação da existência, suficiência e disponibilidade do crédito pretendido em compensação. (assinado digitalmente) Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo Fl. 97DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO 6 Fl. 98DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO, Assinado digitalme nte em 25/02/2013 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por ANA CLARISSA MASUKO DOS SANTOS ARAUJO
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Numero do processo: 11080.720435/2012-90
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007, 2008
Omissão de Receitas. Receitas Auferidas de Instituições Financeiras. Atividade de Intermediação de Negócios.
As receitas auferidas de instituições financeiras em decorrência da atividade de revenda de veículos explorada pela pessoa jurídica são de natureza operacional e integram a receita bruta para fins de arbitramento do lucro.
Lucro Presumido. Venda de Veículos Usados Adquiridos para Revenda. Atividade de Consignação. Equiparação.
A legislação de regência equipara a operação de venda de veículos usados adquiridos para revenda, para efeitos tributários, às operações de consignação. (Lei no. 9.716, de 1998, artigo 5o. e parágrafo único. IN SRF no. 152, de 1998, artigos 1o. e 2o.).
Arbitramento dos Lucros.
O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527 do RIR/99 (RIR/99, arts. 529 e 530, III).
O valor total da receita omitida apurada pela auditoria fiscal passa a ser a receita conhecida, para fins de incidência dos percentuais de arbitramento previstos pelo legislador e, consequentemente, para definição da base de cálculo sobre a qual deverão incidir as alíquotas do IRPJ e da CSLL.
Tributação Reflexa. CSLL, PIS e COFINS.
O entendimento adotado nos respectivos lançamentos reflexos acompanha o decidido acerca da exigência matriz, em virtude da intima relação de causa e efeito que os vincula.
Numero da decisão: 1801-001.224
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
______________________________________
Ana de Barros Fernandes Presidente
(assinado digitalmente)
______________________________________
Maria de Lourdes Ramirez Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007, 2008 Omissão de Receitas. Receitas Auferidas de Instituições Financeiras. Atividade de Intermediação de Negócios. As receitas auferidas de instituições financeiras em decorrência da atividade de revenda de veículos explorada pela pessoa jurídica são de natureza operacional e integram a receita bruta para fins de arbitramento do lucro. Lucro Presumido. Venda de Veículos Usados Adquiridos para Revenda. Atividade de Consignação. Equiparação. A legislação de regência equipara a operação de venda de veículos usados adquiridos para revenda, para efeitos tributários, às operações de consignação. (Lei no. 9.716, de 1998, artigo 5o. e parágrafo único. IN SRF no. 152, de 1998, artigos 1o. e 2o.). Arbitramento dos Lucros. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527 do RIR/99 (RIR/99, arts. 529 e 530, III). O valor total da receita omitida apurada pela auditoria fiscal passa a ser a receita conhecida, para fins de incidência dos percentuais de arbitramento previstos pelo legislador e, consequentemente, para definição da base de cálculo sobre a qual deverão incidir as alíquotas do IRPJ e da CSLL. Tributação Reflexa. CSLL, PIS e COFINS. O entendimento adotado nos respectivos lançamentos reflexos acompanha o decidido acerca da exigência matriz, em virtude da intima relação de causa e efeito que os vincula.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto e Ana de Barros Fernandes.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007, 2008 OMISSÃO DE RECEITAS. RECEITAS AUFERIDAS DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ATIVIDADE DE INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS. As receitas auferidas de instituições financeiras em decorrência da atividade de revenda de veículos explorada pela pessoa jurídica são de natureza operacional e integram a receita bruta para fins de arbitramento do lucro. LUCRO PRESUMIDO. VENDA DE VEÍCULOS USADOS ADQUIRIDOS PARA REVENDA. ATIVIDADE DE CONSIGNAÇÃO. EQUIPARAÇÃO. A legislação de regência equipara a operação de venda de veículos usados adquiridos para revenda, para efeitos tributários, às operações de consignação. (Lei no. 9.716, de 1998, artigo 5o. e parágrafo único. IN SRF no. 152, de 1998, artigos 1o. e 2o.). ARBITRAMENTO DOS LUCROS. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do anocalendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado quando o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527 do RIR/99 (RIR/99, arts. 529 e 530, III). O valor total da receita omitida apurada pela auditoria fiscal passa a ser a “receita conhecida”, para fins de incidência dos percentuais de arbitramento previstos pelo legislador e, consequentemente, para definição da base de cálculo sobre a qual deverão incidir as alíquotas do IRPJ e da CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL, PIS E COFINS. O entendimento adotado nos respectivos lançamentos reflexos acompanha o decidido acerca da exigência matriz, em virtude da intima relação de causa e efeito que os vincula. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 04 35 /2 01 2- 90 Fl. 403DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carmen Ferreira Saraiva, João Carlos de Figueiredo Neto e Ana de Barros Fernandes. Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra acórdão da 5a. Turma de Julgamento da DRJ em Porto Alegre/RS que, por unanimidade de votos, manteve integralmente as exigências consubstanciadas nos autos. O presente processo trata de autos de infração à legislação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, Contribuição ao Programa de Integração Social – PIS, que exigem da empresa acima qualificada o crédito tributário no montante total de R$ 125.080,57, aí incluídos o principal, a multa de ofício qualificada e os juros de mora calculados até a data da lavratura, tendo em conta a constatação de irregularidades apuradas nos anoscalendário 2007 e 2008, relativas a utilização de incorreto índice de presunção do lucro e omissão de receitas de prestação de serviços de intermediação que ensejaram o arbitramento dos lucros. De acordo com o relato constante do Termo de Verificação Fiscal, a pessoa jurídica tem por objeto social o comercio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários novos e usados; comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores; comércio a varejo de motocicletas e motonetas; comércio a varejo de peças e assessórios para motocicletas e motonetas; aluguel de veículos sem motorista, recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósito à vista, a prazo e de poupança, recepção e Fl. 404DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 4 3 encaminhamento de pedidos de empréstimos e de financiamentos, análise de crédito e de cadastro e representação em geral. Nos anoscalendário 2007 e 2008 optou pela apuração de seus resultados com base no lucro presumido e ofereceu à tributação a receita obtida com a revenda de veículos utilizandose do percentual de presunção de 8%, quando o correto para a atividade seria 32%. Apurouse, ainda, que a empresa auferiu receitas de comissões e corretagens por serviços prestados a outras pessoas jurídicas, suprimindoas da devida tributação. Em razão da ausência de escrituração mínima obrigatória a fiscalização arbitrou os lucros da empresa, nos anoscalendário 2007 e 2008, como também qualificou a multa de ofício por entender que os fatos caracterizariam sonegação nos termos dos artigos 71 e 72 da Lei n º 4.502/64. Houve exigência das diferenças apuradas a título de PIS e COFINS. Cientificada dos lançamentos em 25/01/2012, apresentou a contribuinte impugnação tempestiva na qual, em extenso arrazoado, alegou (conforme extraído do relatório da DRJ em Porto Alegre/RS): 1) A fiscalização teria se equivocado ao apurar a base de cálculo pelo “lucro arbitrado” e não pelo “lucro presumido”, pois a empresa é do ramo de atividade “comércio e indústria” e não de prestação de serviços, se enquadrando na condição de “revenda de mercadorias”, no caso, “revenda de veículos usados”. 2) Para revendas de automóveis, na condição de lucro presumido, o percentual a ser utilizado seria de 8% sobre o valor declarado (conforme estaria disposto no art. 223 do RIR) e não o de 38,40% utilizado pela fiscalização. 3) Ressalta que o próprio Termo de Reintimação Fiscal (que anexa), enquadra a empresa recorrente na condição de “lucro presumido”. 4) A fiscalização teria se equivocado na cobrança da multa de 75%, pois todos os lucros teriam sido devidamente declarados. 5) Teria também havido um equivoco na aplicação do percentual de 38,40% sobre as comissões de retorno da empresa (folha 9 do auto de infração). Essas comissões corresponderiam a valores que as financeiras pagam às revendas sobre o valor financiado do veículo. Esses pagamentos teriam retenções na fonte que, por um lapso, não foram declaradas pela empresa recorrente. Por enquadrarse como “serviços em geral” a apuração da base de cálculo sobre essas comissões de retorno deveriam utilizar o percentual de 32% e não de 38,40% utilizado pela fiscalização. 6) A fiscalização teria aplicado a multa de 150% de forma totalmente arbitrária. 7) Todos os valores declarados pela empresa recorrente na declaração do imposto de renda, equivalentes ao lucro sobre a revenda de veículos nos períodos apurados estão perfeitamente corretos. 8) O valor da multa aplicada deverá ser reduzido, caso contrário estará ferindo o princípio constitucional da proporcionalidade e da legalidade. 9) A impugnante não quer deixar de pagar seus impostos, mas sim, excluir toda e qualquer tributação diversa da determinada por lei, bem como reduzir, por Fl. 405DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 5 4 medida de justiça, o valor exorbitante aplicado na sanção, pois estaria totalmente desproporcional e contrário ao permitido na legislação pertinente. A 5a. Turma da DRJ em Porto Alegre/RS proferiu o Acórdão 1037.963 e julgou os lançamentos procedentes. Observou aquela autoridade que a atividade praticada pela empresa equiparase a de venda por consignação e, nessas condições, sujeitase ao percentual de presunção de 32%. Confirmou a exigência nos moldes do arbitramento e esclareceu que o percentual aplicado, de 38,40% é decorrência dessa forma de apuração. Validou a aplicação da multa qualificada por entender caracterizada a prática dolosa e reiterada de infração à legislação tributária. Notificada da decisão, em 07/05/2012, apresentou, a interessada, em 24/05/2012, recurso voluntário. Inicia a defesa ilustrando com julgado de agravo discutindo que na venda por consignação não se incidem o PIS e a COFINS, para concluir que na revenda de veículos a receita a ser considerada é a diferença entre o preço de aquisição e o preço de venda do veículo e que nem todas as revendas são por consignação. Também contesta a apuração com base no lucro arbitrado quando optou pelo lucro presumido. Pede pela concessão do efeito suspensivo ao recurso. É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. O recurso é tempestivo. Dele tomo conhecimento. No Termo de Verificação Fiscal o auditor relata que em várias oportunidades intimou a empresa, optante pelo lucro presumido nos períodos auditados, a apresentar sua escrituração contábil e fiscal e que recebeu reiteradas solicitações de prorrogação de prazo para a apresentação dos Livros Caixa. Apenas meses depois de iniciada a ação fiscal a recorrente apresentou os Livros Caixa dos anos de 2007 e 2008. Contudo, ainda que tenhamlhe sido concedidos prazos e prorrogações para a escrituração completa dos referidos livros, a empresa omitiu dos apontamentos as receitas auferidas com comissões e corretagens pela prestação de serviços, conforme letra “B” do item 4 do Termo de Verificação Fiscal: “Também foi identificado DIRFs – Declarações do Imposto Retido na Fonte de instituições financeiras que apontavam a empresa Leeds Automarcas Ltda., como beneficiária de valores pagos a título de comissões e corretagens por serviços prestados. Esses valores foram somados mês a mês configurando a infração RECEITA BRUTA MENSAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM GERAL. Todos esses valores não foram declarados e recolhidos pelo contribuinte. [...]” A legislação de regência é clara ao determinar que as empresas optantes pelo Lucro Presumido devem manter escrituração completa na forma das leis comerciais e fiscais ou, ao menos, o Livro Caixa com o registro de toda a movimentação financeira, inclusive Fl. 406DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 6 5 bancária, em boa ordem e guarda durante todo o anocalendário, bem como toda a documentação que comprove seus registros: RIR/1999 – Decreto n º 3.000, de 1999: Art. 527. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter (Lei nº 8.981, de 1995, art. 45): I escrituração contábil nos termos da legislação comercial; ... Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do anocalendário, mantiver Livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária (Lei nº. 8.981, de 1995, art. 45, parágrafo único). Justificado está, portanto, o arbitramento dos lucros e, consequentemente, a forma de apuração dos tributos exigidos nos presentes autos, em estrita observância ao que determina a legislação de regência. RIR/1999 – Decreto n º 3.000, de 1999: Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do anocalendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº. 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº. 9.430, de 1996, art. 1º): II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou ... III o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; A jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, também já se encontra solidamente consolidada nesse sentido, como ilustra a ementa do acórdão abaixo reproduzida: LUCRO PRESUMIDO. ESCRITURAÇÃO A pessoa jurídica que optar pela tributação com base no lucro presumido estará obrigada a comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, e a escriturar todos os recebimentos e pagamentos ocorridos em cada período em Livro Caixa de forma a refletir toda a sua movimentação financeira, inclusive a bancária, salvo se mantiver escrituração contábil de acordo com a legislação comercial. (1º CC. / 3ª Câmara / ACÓRDÃO 10320.374 em 18.08.2000. Publicado no DOU em: 27.09.2000.) Fl. 407DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 7 6 Reprisese: A auditoria fiscal arbitrou os lucros da empresa em conseqüência da deficiência da escrituração mantida pela empresa e não somente por erro na utilização de percentual de presunção de lucro. No que toca aos percentuais utilizados, a auditoria fiscal apurou que as receitas foram auferidas pela empresa em decorrência de sua atividade de revendedora de veículos, e, portanto, constituem receita operacional, o que levou aos lançamentos de ofício, formalizados nos moldes do arbitramento dos lucros por ausência de escrituração comercial e fiscal mínima obrigatória, nos termos das leis comerciais e fiscais. Quanto a tais fatos, devidamente comprovados pela fiscalização, e que levaram ao arbitramento sequer se pronunciou a defesa, limitandose a contestar as exigências de PIS e de COFINS ao argumento de se estar praticando, no presente caso, o bis in idem sobre as receitas auferidas com a revenda de veículos que deveriam ser consideradas como atividade comercial e não como prestação de serviços. Entretanto, a atividade operacional restou plenamente caracterizada, pois a pessoa jurídica tem por objeto social o comercio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários novos e usados; comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores; comércio a varejo de motocicletas e motonetas; comércio a varejo de peças e assessórios para motocicletas e motonetas; aluguel de veículos sem motorista, recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósito à vista, a prazo e de poupança, recepção e encaminhamento de pedidos de empréstimos e de financiamentos, análise de crédito e de cadastro e representação em geral. A Lei n º 9.716, de 1998, dispõe: Art. 5º As pessoas. jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados. Parágrafo único. Os veículos usados, referidos neste artigo, serão objeto de Nota Fiscal de Entrada e, quando da venda, de Nota Fiscal de Saída, sujeitandose ao respectivo regime fiscal aplicável às operações de consignação. (destaques acrescidos) A Instrução Normativa SRF n º 152, de 16 de dezembro de 1998, disciplinando o dispositivo acima citado, estabeleceu que o referido tratamento fiscal se aplica às pessoas jurídicas sujeitas à tributação do imposto de renda com base no lucro real, presumido ou arbitrado: IN SRF n º 152, de 1998: Art. 1º A pessoa jurídica sujeita à tributação pelo imposto de renda com base no lucro real, presumido ou arbitrado, que tenha como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores, deverá observar, Fl. 408DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 8 7 quanto à apuração da base de cálculo dos tributos e contribuições de competência da União, administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF, o disposto nesta Instrução Normativa. Art. 2º Nas operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, inclusive quando recebidos como parte do pagamento do preço de venda de veículos novos ou usados, o valor a ser computado na determinação mensal das bases de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, pagos por estimativa, da contribuição para o PIS/PASEP e da contribuição para o financiamento da seguridade social COFINS será apurado segundo o regime aplicável às operações de consignação. § 1º Na determinação das bases de cálculo de que trata este artigo será computada a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado houver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada. § 2º O custo de aquisição de veículo usado, nas operações de que trata esta Instrução Normativa, é o preço ajustado entre as partes. Por conseguinte, conforme descrito no caput do art. 2° da IN SRF n° 152, de 1998, editada com fundamento na Lei n°. 9.716, de 1998, a operação de venda de veículos usados adquiridos para revenda, para efeitos tributários, foi equiparada às operações em consignação. A legislação também é clara quando determina que sobre operações de intermediações de negócios, dentre elas a consignação, deve incidir o percentual de 32% para apuração do lucro tributável: Decreto no. 3000, de 1999 – RIR/99: Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7º do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25, e inciso I). Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, § 1º). ... III trinta e dois por cento, para as atividades de: ... b) intermediação de negócios; Fl. 409DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 9 8 Caracterizada, portanto, e plenamente comprovada, a omissão de receita operacional oriunda da atividade de intermediação de negócios – consignação. A auditoria fiscal cumpriu estritamente as determinações da legislação sobre o tema. Nesse sentido transcrevemse os artigos do Regulamento do Imposto de Renda – Decreto n º 3.000, de 1999 – RIR/99: Art. 532. O lucro arbitrado das pessoas jurídicas, observado o disposto no art. 394, § 11, quando conhecida a receita bruta, será determinado mediante a aplicação dos percentuais fixados no art. 519 e seus parágrafos, acrescidos de vinte por cento (Lei nº. 9.249, de 1995, art. 16, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 27, inciso I). Quanto à qualificação da multa cumpre destacar que a fraude e a simulação devem, necessariamente, ser veiculadas em instrumento específico, de forma que não se podem imputar tais infrações se não materializadas documentalmente. In casu, cumpre reconhecer que o instrumento mediante o qual a fraude se materializou foram as irrefutavelmente inverídicas declarações IRPJ – DIPJ dos anoscalendário 2007 e 2008, mediante as quais a pessoa jurídica sonegou do conhecimento do Fisco o seu movimento operacional e financeiro, nos respectivos períodos. Observese que a admissão de apresentação de Declaração da Pessoa Jurídica com a inserção de falsas informações, dentre elas a DIPJ, como suporte fático da incidência da multa qualificada pelo evidente intuito de fraude, é aceita pela jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, e do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementas de recentes julgados abaixo colacionadas: MULTA QUALIFICADA – CABIMENTO. Cabível a aplicação da multa de lançamento de ofício qualificada, quando a contribuinte, mediante fraude, modifica as características essenciais do fato gerador da obrigação tributária, reduzindo o montante do tributo. Acórdão 10517.249, de 15/10/2008 1o. C.C / 5a. Câmara. Relator Paulo Jacinto do Nascimento. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. CONCEITUAÇÃO LEGAL. VINCULAÇÃO DA ATIVIDADE DO LANÇAMENTO. A aplicação da multa qualificada no lançamento tributário depende da constatação do evidente intuito de fraude conforme conceituado nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no. 4.502/65, por força legal (art. 44, ii, Lei no. 9.430/96). Constatado pelo auditor fiscal que a ação, ou omissão, do contribuinte identificase com uma das figuras descritas naqueles artigos é imperiosa a qualificação da multa, não podendo a autoridade administrativa deixar de aplicar a norma tributária, pelo caráter obrigatório e vinculado de sua atividade. Acórdão 19100.016, de 20/10/2008. 1o. C.C. 1a. Turma Especial. Relatora Ana de Barros Fernandes. Superior Tribunal de Justiça – Resp 601106/PR / 2003/01318517 – 5a. Turma – Relator Ministro Gilson Dipp Fl. 410DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 10 9 CRIMINAL. SONEGAÇÃO FISCAL. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS IMPORTADOS. ... X. Constatada a existência da obrigação tributária e comprovada a fraude na documentação exigida pelo Fisco, com a supressão do pagamento do imposto devido, inviável, nesta sede, o afastamento da condenação, ao fundamento de que a entrada irregular da mercadoria não constitui fato gerador do tributo. ... Recursos parcialmente conhecidos e desprovidos. Em sendo assim, cumpre reconhecer a fraude na apresentação das DIPJ dos anoscalendário 2007 e 2008, como uma tentativa da contribuinte de impedir ou retardar o conhecimento pelo Fisco Federal das receitas comprovadamente auferidas na sua atividade operacional. As DIPJ confrontadas com as DIRF apresentadas pelas fontes pagadoras da empresa caracterizam a prática da omissão de receitas reiterada e sistemática. Dessa forma, tendo em conta a conduta reiterada e sistemática de omissão de receitas, caracterizada está a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. Adotado tais fundamentos, a exigência da multa qualificada subsiste na exigência da omissão de receitas sobre os valores exigidos nos autos. No que tange aos autos de infração da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, destaquese que se tratam de exigências reflexas que tem por base os mesmos fatos que ensejaram o lançamento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ. Em assim sendo, a decisão de mérito prolatada em relação à exigência matriz constitui prejulgados na decisão das exigências reflexas. Por todo o exposto voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 411DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 11080.720435/201290 Acórdão n.º 1801001.224 S1TE01 Fl. 11 10 Fl. 412DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/11/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 08/11/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 13/11/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10980.720795/2008-07
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE - PROVENTOS NÃO DECORRENTES DE APOSENTADORIA, PENSÃO OU REFORMA.
O benefício da isenção do imposto de renda, concedido aos portadores de moléstia grave, somente se aplica aos proventos de aposentadoria, pensão ou reforma. Os rendimentos de natureza diversa não estão isentos do imposto.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2801-002.913
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relatora.
Assinado digitalmente
Antonio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Tânia Mara Paschoalin e Ewan Teles Aguiar. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis. Ausente, ainda, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE - PROVENTOS NÃO DECORRENTES DE APOSENTADORIA, PENSÃO OU REFORMA. O benefício da isenção do imposto de renda, concedido aos portadores de moléstia grave, somente se aplica aos proventos de aposentadoria, pensão ou reforma. Os rendimentos de natureza diversa não estão isentos do imposto. Recurso Voluntário Negado.
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O benefício da isenção do imposto de renda, concedido aos portadores de moléstia grave, somente se aplica aos proventos de aposentadoria, pensão ou reforma. Os rendimentos de natureza diversa não estão isentos do imposto. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relatora. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Tânia Mara Paschoalin e Ewan Teles Aguiar. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis. Ausente, ainda, justificadamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 07 95 /2 00 8- 07 Fl. 48DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 3 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH AES Processo nº 10980.720795/200807 Acórdão n.º 2801002.913 S2TE01 Fl. 49 2 Tratase de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 4ª Turma da DRJ/CTA/PR. Por bem descrever os fatos, reproduzse abaixo o relatório da decisão recorrida: “Por meio da Notificação de Lançamento de fls. 16 a 19, exigemse do contribuinte os montantes de R$ 12.927,53 de imposto suplementar, R$ 9.695,64 de multa de ofício de 75% e encargos legais, relativos ao exercício 2007, anocalendário 2006. A autuação, originada da revisão da declaração de ajuste anual (fls. 12 a 14) e da apreciação da Solicitação de Retificação de Lançamento SRL (fl. 15), constatou omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas pelo titular, R$ 79.971,80, em virtude das informações em Dirf da fonte pagadora Propex do Brasil Ltda., CNPJ 04.671.122/000160. Cientificado, em 27/11/2008 (fl. 20), o contribuinte interpôs, em 26/12/2008, por intermédio de procurador (fl. 05), a impugnação de fls. 02 a 04, acatada como tempestiva pelo órgão de origem (fl. 22), discordando da autuação, afirmando haver apresentado toda documentação necessária para comprovar seu direito à isenção do imposto de renda. Diz anexar à petição, declaração de isenção emitida pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, em face de ser portador de cardiopatia grave, hipótese de isenção prevista no art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que transcreve. Aduz ser a finalidade da norma legal, que prevê a isenção, possibilitar ao enfermo o custeio do tratamento de doença indicada no dispositivo legal transcrito.” A impugnação foi julgada improcedente, conforme Acórdão de fls. 23/26, que restou assim ementado: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Inexistindo nos autos comprovação suficiente de que se tratam de rendimentos de aposentadoria auferidos pelo portador de moléstia grave, constatada em laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com prazo de validade, no caso de moléstias passíveis de controle, não há como ser reconhecida a isenção prevista em lei. IMPUGNAÇÃO. INSTRUÇÃO DOS AUTOS. A impugnação, formalizada por escrito, dever ser instruída com os documentos em que se fundamentar. Fl. 49DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 3 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH AES Processo nº 10980.720795/200807 Acórdão n.º 2801002.913 S2TE01 Fl. 50 3 Regularmente cientificado daquele Acórdão em 19/09/2011 (AR fl. 30), o interessado, representado pelo seu advogado (fl. 05), interpôs o recurso de fls. 31/35, em 18/10/2011. Em sua defesa, alega, em síntese, que efetivamente anexou aos autos o laudo oficial do INSS que garante a isenção do pagamento do imposto de renda. É o relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. O recorrente sustenta que os rendimentos tidos como omitidos, oriundos da fonte pagadora Propex do Brasil Ltda., estariam abrangidos pela isenção prevista no inciso XIV, artigo 6º, da Lei nº 7.713, de 1988, e alterações. Por oportuno, confirase o disposto na Lei nº 7.713, de 1988: “Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004). (...) XXI – os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão de pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992)” (grifos acrescidos) Ressaltese que a isenção em questão restringese a proventos de aposentadoria ou reforma ou pensão. No caso, o recorrente afirma que é portador de moléstia grave devidamente constatada pelo serviços médico oficial do INSS, mas não se pronuncia quanto à natureza dos Fl. 50DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 3 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH AES Processo nº 10980.720795/200807 Acórdão n.º 2801002.913 S2TE01 Fl. 51 4 rendimento recebidos, no anocalendário 2006, da fonte pagadora Propex do Brasil Ltda. Também não apresenta documento algum que comprove que tais rendimentos referemse a proventos de aposentadoria, reforma ou pensão, conforme alertado pela decisão recorrida. Sendo assim, tais rendimentos sujeitamse à tributação na fonte e na declaração de ajuste anual correspondente. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 51DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/02/2013 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 23/02/201 3 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 26/02/2013 por ANTONIO DE PADUA ATHAYDE MAGALH AES
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Numero do processo: 10580.721277/2008-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2007 ISENÇÃO. CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. Fazem jus à isenção do imposto os proventos de aposentadoria, pensão ou reforma recebidos por contribuinte portador de doença especificada em lei, comprovada por meio de laudo emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados e dos Municípios. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2102-002.166
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura (relatora) que negava provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rubens Mauricio Carvalho.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. Fazem jus à isenção do imposto os proventos de aposentadoria, pensão ou reforma recebidos por contribuinte portador de doença especificada em lei, comprovada por meio de laudo emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados e dos Municípios. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao recurso. Vencida a Conselheira Núbia Matos Moura (relatora) que negava provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Rubens Mauricio Carvalho. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora Assinado digitalmente Rubens Maurício Carvalho – Redator designado EDITADO EM: 07/12/2012 Fl. 55DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assina do digitalmente em 08/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.721277/200813 Acórdão n.º 210202.166 S2C1T2 Fl. 2 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Contra JURANDIR ELIAZAGI ISMAEL foi lavrada Notificação de Lançamento, fls. 03/05, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2006, exercício 2007, no valor total de R$ 2.287,88, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 30/05/2008. A infração apurada pela autoridade fiscal foi omissão de rendimentos recebidos da Fundação Petrobras de Seguridade Social – Petros, no valor de R$ 59.622,52. Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls. 02, onde alega que os rendimentos considerados omitidos são isentos por ser portador de moléstia grave. A autoridade julgadora de primeira instância, por maioria de votos, julgou improcedente a impugnação, conforme Acórdão DRJ/SDR nº 1524.730, de 08/09/2010, fls. 38/41. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 16/11/2010, Aviso de Recebimento (AR), fls. 44, o contribuinte apresentou, em 09/12/2010, recurso voluntário, fls. 45, juntando aos autos, documentos, fls. 50/51. É o Relatório. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assina do digitalmente em 08/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.721277/200813 Acórdão n.º 210202.166 S2C1T2 Fl. 3 3 Voto Vencido Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Cuidase de omissão de rendimentos recebidos da Petros, que o contribuinte afirma tratarse de rendimentos isentos por ser portador de moléstia grave. A decisão recorrida não acolheu a pretensão do recorrente pois entendeu que o documento, fls. 10, trazido aos autos pelo contribuinte não se prestava para comprovar ser o contribuinte portador de moléstia grave, nos termos do que determina a legislação de regência. Para melhor elucidar a questão transcrevese a seguir parte do voto vencedor: A fim de se verificar se o relatório médico apresentado pelo impugnante poderia ser considerado laudo pericial oficial, foi realizada diligência para que o Centro de Saúde Mental Prof. Aristides Novis informasse se o profissional emitente estava em exercício de cargo que o autorizasse a representar o órgão na emissão de laudos periciais. Nesta hipótese, deveriam ser apresentados documentos que indicassem o cargo exercido pelo profissional ou eventual delegação de competência que o investisse nesta função. Em resposta, o serviço médico se limita a relatar que se trata de funcionário em efetivo exercício na instituição, apto a realizar atendimentos médicos e a emitir laudos pertinentes à sua especialidade. Evidenciase, assim, de forma tácita, que o funcionário não havia sido designado para representar oficialmente o órgão público nesta função, mesmo porque não foram apresentados os documentos requeridos na diligência. Por seu turno, quando da apresentação do recurso, o recorrente juntou aos autos Laudo Médico Pericial, fls. 51, emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, em 21/01/2011, do qual se infere que o contribuinte é portador de moléstia grave, sendo que a data do enquadramento ali discriminado é 01/08/2008. Portanto, temse que tal documento também não se presta para comprovar que no anocalendário 2006 o contribuinte fosse portador de moléstia grave, visto que o laudo é categórico em afirmar que a data do enquadramento é de 01/08/2008. Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora Fl. 57DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assina do digitalmente em 08/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.721277/200813 Acórdão n.º 210202.166 S2C1T2 Fl. 4 4 Voto Vencedor Conselheiro Rubens Maurício Carvalho, Redatordesignado. Divirjo da ilustre relatora, exclusivamente, em relação à questão do início da moléstia grave do contribuinte, óbice único para fruição da benesse da isenção do IRPF. Pleiteia o reconhecimento de isenção do IRPF sobre seus rendimentos tributáveis por ser aposentado e portador de moléstia grave. De acordo com o RIR/99, a isenção relativa aos rendimentos percebidos a título de aposentadoria ou pensão por contribuintes portadores de doença grave somente se inicia na data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial (art. 39, §5o do Decreto n. 3.000/99). No mesmo sentido, a Instrução Normativa/SRF/nº 25, de 29/04/1996, que já dispunha sobre a matéria anteriormente ao Decreto n. 3.000/99, determina, em seu art. 5º, parágrafos 1º e 2º, o seguinte: Art. 5º (...) § 1º A concessão das isenções de que tratam os incisos XII e XXXV, solicitada a partir de 1º de janeiro de 1996, só poderá ser deferida quando a doença houver sido reconhecida mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. § 2º A isenção a que se refere o inciso XII se aplica aos rendimentos recebidos a partir: ... b) do mês da emissão do laudo pericial, emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria ou reforma.” Ao cuidar deste tema, o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 10, de 16/05/96, fixou as seguintes regras: I a isenção a que se referem os incisos XII e XXXV do art. 5º IN SRF nº 025/96 se aplica aos rendimentos recebidos a partir da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial; Fl. 58DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assina do digitalmente em 08/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10580.721277/200813 Acórdão n.º 210202.166 S2C1T2 Fl. 5 5 Como se vê, a solução da lide cingese à comprovação do início da moléstia e o cerne da questão a ser aqui examinada, portanto, é se os documentos apresentado se prestam como documento hábeis e idôneos a comprovar a moléstia. Da análise do documento de fl. 10, assinado pelo Dr. Gorender, Psiquiatra, CRM 7478, da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Saúde Mental Prof. Aristides Novis, CNPJ 13.927.88/005572, CNES 0004421, resta evidente que o contribuinte é portador de alienação mental desde 1997. Do exposto, estou convencido que a formalidade legal, laudo pericial emitido por serviço médico oficial está presente e assim a contribuinte faz jus ao benefício da isenção pleiteada. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO PELO PROVIMENTO DO RECURSO. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho, Redatordesignado. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assina do digitalmente em 08/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 10675.900581/2008-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 31 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 1998 PRESCRIÇÃO. COMPENSAÇÃO. RE 566.621 - STF. REPERCUSSÃO GERAL. Para as ações e pedidos de repetição realizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 (considerado, aqui, a vacatio legis de 120 dias da sua publicação), o prazo prescricional para restituição de tributos deve ser contado da data da homologação do pagamento, nos termos da “tese dos cinco mais cinco” Para as ações e pedidos de repetição realizados após a vigência da Lei Complementar nº 118/05, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005, aplica-se o prazo prescricional de cinco anos, contados do pagamento.
Numero da decisão: 1401-000.717
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em DAR provimento ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância de origem para apreciação da certeza e liquidez do crédito objeto de restituição, assim como de sua suficiência e legalidade da compensação pleiteada, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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ementa_s : NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 1998 PRESCRIÇÃO. COMPENSAÇÃO. RE 566.621 - STF. REPERCUSSÃO GERAL. Para as ações e pedidos de repetição realizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 (considerado, aqui, a vacatio legis de 120 dias da sua publicação), o prazo prescricional para restituição de tributos deve ser contado da data da homologação do pagamento, nos termos da “tese dos cinco mais cinco” Para as ações e pedidos de repetição realizados após a vigência da Lei Complementar nº 118/05, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005, aplica-se o prazo prescricional de cinco anos, contados do pagamento.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1998 PRESCRIÇÃO. COMPENSAÇÃO. RE 566.621 STF. REPERCUSSÃO GERAL. Para as ações e pedidos de repetição realizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 (considerado, aqui, a vacatio legis de 120 dias da sua publicação), o prazo prescricional para restituição de tributos deve ser contado da data da homologação do pagamento, nos termos da “tese dos cinco mais cinco” Para as ações e pedidos de repetição realizados após a vigência da Lei Complementar nº 118/05, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005, aplicase o prazo prescricional de cinco anos, contados do pagamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em DAR provimento ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância de origem para apreciação da certeza e liquidez do crédito objeto de restituição, assim como de sua suficiência e legalidade da compensação pleiteada, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Celso Freire da Silva, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Alexandre Antonio Alkmin Teixeira, Mauricio Pereira Faro e Karem Jureidini Dias. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10675.900581/200868 Acórdão n.º 140100.717 S1C4T1 Fl. 80 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto parcialmente o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 61): O interessado transmitiu a Dcomp n° 04583.41740.020404.1.7.032880, que retifica a de n° 41168.43730.310304.1.3.036403, visando compensar os débitos nela declarados, com crédito oriundo de saldo negativo de CSLL do anocalendário 1998; A DRFUberlândia/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico, no qual não homologa a compensação pleiteada, em virtude do prazo de 05 anos entre a data da transmissão da Dcomp e a data de apuração do saldo negativo; A empresa apresenta manifestação de inconformidade, na qual alega que o prazo decadencial começou a correr em 1999; A 2ª Turma da DRJ Juiz de Fora, por unanimidade, indeferiu a solicitação da interessada, por meio do Acórdão 33857, assim ementado (fls. 60): ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1998 COMPENSAÇÃO. INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO DA DECADÊNCIA. A contagem do prazo decadencial para solicitar compensação de saldo negativo do IRPJ e/ou CSLL iniciase no primeiro dia seguinte à data de apuração do imposto e/ou contribuição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada do Acórdão em 17/03/2011 (fls. 64), a contribuinte, em 18/04/2011, interpôs o recurso voluntário de fls. 6577, argumentando que o prazo para restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 10 anos. Ainda que esse prazo fosse de 5 anos, deverseia levar em conta que o termo inicial do aludido prazo seria o mês de abril do anocalendário subsequente à apuração do saldo negativo. No seu entender, o AD SRF nº 03/2000 somente é aplicável em relação à restituição de tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido após sua edição (ano 2000). Neste sentido, fez referência ao Acórdão nº 10516.976, do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes. Nestes termos, requereu que seja dado provimento ao presente recuso voluntário, homologandose as compensações pleiteadas. É o relatório. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 4 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos O recurso atende aos requisitos legais, razão pela qual deve ser conhecido. No âmbito deste Conselho, já havia se consolidado o entendimento de que o prazo para formalização do pedido de compensação dos saldos negativos relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL) tinha início a partir da data do pagamento que se considera indevido (extinção do crédito tributário), o que, no que concerne aos tributos em questão, equivaleria à data do encerramento do exercício (31/12/1998). Nessa linha, tendo se constituído os saldos negativos pleiteados pelo contribuinte no anocalendário de 1998, o direito de postular a restituição/compensação se extinguiria em 31/12/2003. Notese que o direito à restituição, nos termos do art. 165 do Código Tributário Nacional, decorre do pagamento a maior de tributo e não, como defende a Recorrente, da entrega das declarações de ajuste. A decisão de origem indeferiu o pleito da contribuinte, entendendo ter havido a prescrição para a apresentação do pedido de compensação, por decurso do prazo de cinco anos. Em sede de manifestação de inconformidade, o referido entendimento foi ratificado pela Delegacia Regional de Julgamento. Contra essa decisão foi aviado recurso voluntário para este Conselho. No entanto, a matéria em discussão foi analisada pelo Supremo Tribunal Federal, sob a sistemática prevista no art. 543B, § 3º do CPC (repercussão geral). Vale dizer que o Superior Tribunal de Justiça, por meio de reiteradas decisões, já havia firmado o entendimento de que o prazo de restituição dos tributos pagos sob o regime de lançamento por homologação deveria ser contado a partir da data da homologação do pagamento, e não da data do pagamento. Esse entendimento, popularmente conhecido como “tese dos cinco mais cinco”, outorgava aos contribuintes que não tiveram o seu pagamento expressamente homologado pela autoridade fiscal, que postulassem a restituição de tributos no prazo de até cinco anos após a homologação tácita do pagamento, ou seja, cinco anos para homologação tácita (contados da ocorrência do fato gerador) mais cinco anos para prescrição (contados da homologação tácita). Em decacordo com este entendimento, foi editada a Lei Complementar nº 118/05 que, a título interpretativo, estabeleceu que, nos casos de pedido de restituição, o prazo prescricional para postular a restituição deveria ser contado da data do pagamento, e não da data da homologação do pagamento. Surgiu, então, questionamento acerca da aplicação retroativa de referida lei, que foi julgada definitivamente pelo Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal no processo nº 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, tendo ficado assentado o seguinte: Fl. 195DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA Processo nº 10675.900581/200868 Acórdão n.º 140100.717 S1C4T1 Fl. 81 5 Para as ações e pedidos de repetição realizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05 (considerado, aqui, a vacatio legis de 120 dias da sua publicação), o prazo prescricional para restituição de tributos deve ser contado da data da homologação do pagamento, nos termos da “tese dos cinco mais cinco”; Para as ações e pedidos de restituição realizados após a vigência da Lei Complementar nº 118/05, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005, aplicase o prazo prescricional de cinco anos, contados do pagamento. Transcrevo a ementa do julgado do STF, verbis: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da Fl. 196DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA 6 LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. A decisão acima transcrita transitou em julgado. No caso dos autos, o pedido de restituição postulado pelo Recorrente ocorreu em 02/04/2004, ou seja, antes da vigência da Lei Complementar nº 118/05, razão pela qual deve ser dado provimento ao recurso. Conclusão Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, determinando o retorno dos autos à instância de origem para apreciação da certeza e liquidez do crédito objeto de restituição, assim como de sua suficiência e legalidade da compensação pleiteada. (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Fl. 197DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 2 1/03/2012 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 23/05/2012 por JORGE CELSO FRE IRE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 11070.001782/2009-33
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de PIS referente ao segundo trimestre/2008. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 82 /2 00 9- 33 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 142/143 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pela legislação. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 145/147, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 155/157 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3832ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de Fl. 232DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001782/200933 Acórdão n.º 3803003.698 S3TE03 Fl. 172 3 ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2008 a 30/06/2008 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade do PIS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade de lei que tenha vedado a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001782/200933 Acórdão n.º 3803003.698 S3TE03 Fl. 173 5 § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 235DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/02/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 24/02/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
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