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Numero do processo: 13884.901894/2008-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2000
CARÊNCIA DE CRÉDITO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA.
Comprovado que o pagamento apontado como crédito fora totalmente utilizado para satisfazer outro crédito tributário, declarado pela própria recorrente, legítima é a não homologação da compensação encetada.
Numero da decisão: 3101-001.329
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 22/02/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Leonardo Mussi da Silva, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Comprovado que o pagamento apontado como crédito fora totalmente utilizado para satisfazer outro crédito tributário, declarado pela própria recorrente, legítima é a não homologação da compensação encetada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 22/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Leonardo Mussi da Silva, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Corintho Oliveira Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 18 94 /2 00 8- 66 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 15/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 22/02 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Tratase de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de contribuição social oriundo de pagamento indevido ou a maior. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada desse despacho, a manifestante protocolou sua manifestação de inconformidade, alegando, em síntese e fundamentalmente, que: recolheu aos cofres públicos tributos superiores aos efetivamente devidos, pois não considerou os termos do inciso III do parágrafo 2º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, quando apurou as bases de cálculos das contribuições; o único fundamento para a glosa das compensações é uma pretensa inexistência de crédito; não foi sequer solicitado ao contribuinte qualquer documento capaz de comprovar ou não o crédito; tivesse a autoridade intimado o contribuinte, teria acesso às planilhas de apuração, podendo verificar a regularidade do encontro de contas efetuado; pelas razões alegadas, deve ser anulado o despacho decisório, determinando que a autoridade efetue as diligências necessárias para comprovar a origem e existência do crédito utilizado, alternativamente, requer que seja logo homologada a compensação. Ao final pede deferimento da presente manifestação de inconformidade. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 15/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 22/02 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 13884.901894/200866 Acórdão n.º 3101001.329 S3C1T1 Fl. 156 3 A DRJ em SÃO PAULO II/SP julgou a Manifestação de Inconformidade Improcedente, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2000 Faturamento. Valores Repassados A Terceiros. Exclusão da Base De Cálculo. Os valores faturados, ainda que repassados a terceiros, compõem a base tributável da contribuição social, em face da inexistência de permissivo legal para sua exclusão. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório não Reconhecido. Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, onde basicamente reprisa os argumentos de primeira instância e aduz argumentos no sentido de mostrar que a norma do artigo 3º, parágrafo 2º, inciso III, da Lei nº 9.718/98 1 teria sido autoaplicável enquanto não revogado; ao final requer a reforma do acórdão a quo, para que seja reconhecido seu direito creditório. Ato seguido, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau. Relatados, passo a votar. 1 Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (...) § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: (...) III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (...) Fl. 74DF CARF MF Impresso em 15/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 22/02 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator Preenchidos os requisitos de admissibilidade, passo à apreciação do apelo. À míngua de preliminares, adentro o mérito do litígio. A decisão recorrida não merece qualquer reparo. Notase que a causa principal para a não homologação da compensação encetada é a carência de crédito da recorrente, porquanto o pagamento apontado fora totalmente utilizado para satisfazer o crédito tributário declarado pela própria recorrente. Significa dizer que antes de transmitir a DCOMP, a recorrente devia ter retificado sua declaração de débito se quisesse ter direito a algum crédito. Num segundo momento, deve ser afastada também a pretensão da recorrente porque a origem veiculada para o seu suposto crédito transferências para outra pessoa jurídica nos termos do art. 3º, § 2º, III, da Lei nº 9.718/98, não chegou a existir, de fato, em nosso sistema jurídico tributário, por falta de regulamentação durante a vigência do dispositivo legal, e o advento de sua revogação em 2001, pela medida provisória nº 2.15835, de 24 de agosto. Sendo a matéria inclusive objeto de AD da Secretaria da Receita Federal do Brasil, de nº 56/2000, cuja redação foi trazida no bojo do acórdão guerreado. No vinco do exposto, voto por DESPROVER o apelo, prejudicadas as demais alegações. Sala das Sessões, em 31 de janeiro de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 75DF CARF MF Impresso em 15/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 22/02 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 13884.901894/200866 Acórdão n.º 3101001.329 S3C1T1 Fl. 157 5 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 15/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 22/02 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 19709.000006/2009-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/2004 a 31/08/2008
RELAÇÃO JURÍDICA APARENTE - DESCARACTERIZAÇÃO
Pelo Princípio da Verdade Material, se restar configurado que a relação jurídica formal apresentada não se coaduna com a relação fática verificada, subsistirá a última. De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES - NULIDADE - INEXISTÊNCIA
A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção.
PROVA EMPRESTADA -NÃO OCORRÊNCIA
De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas
SOLIDARIEDADE
São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2402-003.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/06/2004 a 31/08/2008 RELAÇÃO JURÍDICA APARENTE - DESCARACTERIZAÇÃO Pelo Princípio da Verdade Material, se restar configurado que a relação jurídica formal apresentada não se coaduna com a relação fática verificada, subsistirá a última. De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES - NULIDADE - INEXISTÊNCIA A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção. PROVA EMPRESTADA -NÃO OCORRÊNCIA De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas SOLIDARIEDADE São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária Recurso Voluntário Negado
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De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES NULIDADE INEXISTÊNCIA A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção. PROVA EMPRESTADA NÃO OCORRÊNCIA De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas SOLIDARIEDADE São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 70 9. 00 00 06 /2 00 9- 84 Fl. 312DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 313 3 Relatório Inicialmente, a DRF Campo Grande (MS) informa que no processo n° 14120.000101/200975, em nome de CAMPO OESTE CARNES — IND. COM. IMP. E EXP. LTDA, os responsáveis solidários ALBERTO PEDRO DA SILVA, ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO E DUÍLIO VETORAZZO FILHO apresentaram, individualmente, impugnações contestando apenas os respectivos termos de sujeição passiva solidária. Portanto, foi lavrada REPRESENTAÇÃO para fins de formalização de um novo processo, constituído com a cópia do processo original, para que as impugnações pudessem prosseguir no julgamento. A DRF informa ainda que o processo original encontrase em situação de cobrança. Tratase de Auto de Infração, lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista nos §§ 2º e 3º do artigo 33 da Lei nº 8.212 de 1991 c/c os artigos 232 e 233, § único do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, que consiste em a empresa deixar de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições para a Seguridade Social ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 07), o contribuinte deixou de apresentar à fiscalização as Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, os Livros de Registro de Entrada de Mercadorias, os Livros Diário, os Livros Razão e as Notas fiscais de entrada, todos relativos ao período de 06/2004 a 08/2008, documentos estes solicitados através do Termo de Início de Procedimento Fiscal TIPF, emitido em 18/02/2009. De acordo com informações apresentadas nos autos do processo 19709.000007/200929, a auditoria fiscal considerou como sócios gerentes de fato Alberto Pedro da Silva ALBERTO, Alberto Pedro da Silva Filho – ALBERTO FILHO e Duílio Vetorazzo Filho –DUÍLIO, atribuindolhes responsabilidade solidária pelo crédito em questão pelas razões que se seguem. A empresa CAMPO OESTE foi constituída em 19 de novembro de 1999 pelos senhores Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos e a gerência da sociedade foi atribuída a ambos os sócios. Posteriormente, retirouse da sociedade o sócio Sebastião Silva dos Santos e ingressou o Sr. Mario Antônio Guizilini. Em seguida, retirouse da sociedade o Sr. Manoel Marques da Silva e ingressou o Sr. José Luiz da Rocha e a administração da sociedade passou a ser exercida pelos sócios Mario Antônio Guizilini e José Luiz da Rocha. Relativamente a tais sócios, a auditoria fiscal apurou o seguinte: Fl. 314DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 § Manoel Marques da Silva – de acordo com os vínculos empregatícios constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais — CNIS (anexo 02), este trabalhou de 01/10/1992 a 31/05/2005 como trabalhador rural para o empregador Jarbas Alves Martins Souza na Fazenda Panorama, localizada Rod. BR 267, km 50. No período de 09/09/2002 a 17/10/2002 recebeu beneficio de auxíliodoença da Previdência Social. Segundo consta no atestado de óbito (anexo 05) faleceu em 04/12/2006. Observase que neste atestado consta "profissão: lavrador". Além disso, os relatórios extraídos dos sistemas informatizados da Previdência Social mostram que este senhor percebia remuneração média entre um e dois salários mínimos. Sebastião Silva dos Santos apresenta vínculos empregatícios como trabalhador rural. Conforme consta no Cadastro Nacional de Informações Sociais — CNIS (anexo 02), trabalhou para os empregadores rurais Ary Toledo Moraes Junior — Fazenda Santo Antônio — e Milton Massari Martins — Fazenda Nossa Senhora Aparecida. Em sua vida laboral a média da remuneração foi de dois salários mínimos. A partir de 18/04/2008 este senhor passou a receber o beneficio de amparo social ao idoso da Previdência Social. A auditoria fiscal observa que estes senhores apresentaram Declaração de Ajuste Anual Simplificada para o exercício de 2003, anocalendário de 2002, onde declararam valor ZERO no quadro destinado a declaração de bens e direitos. Nos exercícios de 2004, 2005 e 2006 os bens e direitos declarados resumiramse à participação de 50% no capital social da empresa Campo Oeste Carnes. É mencionada operação conhecida por 'Grandes Lagos', deflagrada pela Policia Federal a partir de denúncias recebidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil dando conta de um mega esquema de sonegação fiscal envolvendo frigoríficos. Após analisar os documentos arrecadados, os auditores fiscais concluíram que os titulares de direito da empresa, Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos são interpostas pessoas (laranjas) dos titulares de fato Alberto Pedro da Silva Filho, conhecido como “Beto Beleza” e Duilio Vetorazzo Filho. Os elementos analisados são os seguintes: § Ficha Cadastral — Pessoa Física do Banco Safra preenchida de próprio punho pelo Sr. Duilio Vetorazzo Filho, onde no quadro "Seu Trabalho e/ou Fontes de Renda", o sr. Duilio informa ser o proprietário da empresa Campo Oeste Ltda. § Cheque n° 021674 no valor de R$ 50.000,00: emitido por Campo Oeste Carnes, Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. nominal a Cirlei Terezinha Ortega Amad e assinado pelo sr. Alberto Pedro da Silva. Foi Fl. 315DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 314 5 constatado que a sra. Cirlei é sogra de Duilio Vetorazzo Filho. § Cópia de Cheques" nºs 0156825, 0156833 e 015685 0 apreendidos pela Policia Federal em cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão no decorrer da operação "Grandes Lagos". Os documentos foram apreendidos na empresa Fri Rio Distribuidora de Carnes Ltda., cujos sócios são Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Tratase de cópias de cheques emitidos pela empresa Campo Oeste em cujo histórico "UTILIZADO PARA" consta "Retirada parcial Beto correspondente ao mês de Outubro/006, conf. instruções , BX4912 (pro labore)". Estes documentos mostram que o Sr. Alberto Pedro da Silva Filho recebia valores a titulo de prólabore da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. § Ficha cadastral de contacorrente no Banco Bradesco referente à abertura de contacorrente em agência do Banco Bradesco de São José do Rio Preto., onde o Sr. Alberto Pedro da Silva Filho informa que "trabalha" na empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda., com "tempo de serviço' de 05 anos e 04 meses. Declara ainda que possui renda mensal de R$ 41.847,00. § Folhas de cheques em branco apreendidas pela Policia Federal na empresa Frio Rio Distribuidora de Carnes Ltda de propriedade dos srs. Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Tratase de cheques da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com .Imp. e Exportação Ltda. relativos a contacorrente de uma agência do Banco Bradesco situada em São José do Rio PretoSP. Os cheques estão em branco, cruzados e assinados por Alberto Pedro da Silva Filho. Os Auditores Fiscais concluíram que esta assinatura é do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho em virtude da semelhança existente entre esta e as assinaturas constantes nos documentos de identidade e do CPF do referido senhor. Ressaltese que há uma procuração lavrada em 04/05/2000 em que os sócios formais da Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos constituem como procurador desta empresa o sr. Alberto Pedro da Silva, pai de Alberto Pedro da Silva Filho, atribuindolhe entre outros poderes o de abrir, movimentar e encerrar conta bancaria em qualquer estabelecimento creditício. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 § Comentários do analista da Policia Federal sobre documentos apreendidos no escritório de Beto Beleza: "Os vários extratos encontrados nesse item demonstram o controle da conta corrente 01465805, em nome da Campo Oeste carnes Ind C I e Expor, por parte do escritório de 'Beto Beleza', vinculandoo assim a referida empresa. Foi autuada 01 (uma) folha por amostragem, sendo as demais apreendidas a disposição do Juízo". "Os vários extratos encontrados nesse item demonstram o controle da conta corrente 01285106, em nome da Campo Oeste carnes Ind C I e Expor, por parte do escritório de 'Beto Beleza'. Vinculandoo assim a referida empresa. Destaque para uma folha (na parte superior há a inscrição 'SIST CADASTRAMENTO CONTAS/EVENTOS INCLUIR ENCERRAMENTO CONTA') encontrada junto a esse item onde consta como endereço da empresa Campo oeste o mesmo da empresa Fri Rio, ou seja, o escritório de 'Beto". "Os documentos (cópias de cheques) apreendidos nesse item demonstram diversos pagamentos oriundos da conta 1465805, em nome da Campo Oeste, comprovando assim que o controle financeiro desta empresa era realizado no escritório de 'Beto'. Foi autuada 01 (uma) folha por amostragem, sendo as demais apreendidas à disposição do Juizo". § Resultado Operacional de junho/2006: tratase de planilha demonstrativa da apuração do resultado operacional da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. O demonstrativo evidencia as receitas, custos e despesas operacionais do mês de junho de 2006. Observase neste demonstrativo uma despesa de "pro labore — RP" de R$ 30.000,00 e outra de "pro labore — CG" de R$ 20.000,00. E intuitivo deduzir que RP referese a Rio Preto (São José do Rio Preto) e CG a Campo Grande, cidade sede da indústria Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Destaquese que são nestas cidades que residem e desempenham suas atividades empresariais os senhores Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho respectivamente. É relevante observar que este documento foi apreendido pela Policia Federal no escritório do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho. § Extrato de Conta Corrente do Banco Safra: extrato bancário de conta corrente de titularidade da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. O documento também foi apreendido pela Policia Federal no escritório do sr. Alberto Pedro da Silva Filho. Fl. 317DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 315 7 § Movimentação diária de 26/09/2006 de contas correntes bancarias: diversos relatórios intitulados "Movimentação diária" relativos a diversas contas bancárias mantidas em vários bancos pela empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. Estes documentos foram apreendidos pela Policia Federal no escritório do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho. § Comentários do analista da Policia Federal sobre documentos dos três itens anteriores apreendidos no escritório de "Beto Beleza": "Tratase do resultado operacional referente ao mês de junho/2006, o que indica o interesse de 'Beto' no controle operacional da empresa Campo Oeste, pois os dados expressam as diversas despesas ocorridas bem como o estoque de mercadorias. Nesse item ainda foram juntados outros controles (na forma de fax) tanto da empresa Campo Oeste quanto da Norte Riopretense. Nos respectivos fax encontramse a inscrição 'a/c Beto' o que indica que ele seria a pessoa interessada em tais informações, ou seja, necessitava conhecer a situação de tais empresas"; § Ficha de Cadastro Pessoa Física do Banco Sudameris Brasil: tratase da ficha cadastral do sr. Sebastião Silva dos Santos contendo informações declaradas ao Banco Sudameris Brasil. No quadro "Informações Profissionais", este senhor informa ser o "proprietário" da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. e que sua renda mensal é de R$ 500,00. Destaquese aqui o descompasso escabroso entre o volume de recursos movimentado pela empresa Campo Oeste, que segundo apurado pela fiscalização de Araçatuba foi de R$ 392.747.603,60 nos anos de 2003, 2004 e 2005, e a renda declarada pelo seu suposto proprietário. Também foram obtidos documentos e informações do inquérito policial 096/08 instaurado em decorrência de NotíciaCrime apresentada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul — FAMASUL em 29/09/2008 que a auditoria fiscal entendeu virem a corroborar suas conclusões. Os documentos analisados pela auditoria fiscal são os seguintes: § Atestado de óbito do Sr. Manoel Marques da Silva: neste atestado emitido em 04/12/2006 esta declarado que a sua profissão era de "LAVRADOR". § Correspondências destinadas a diversos bancos: são correspondências encaminhadas ao Banco Real S/A, Banco Rural S/A, Bradesco S/A, Fl. 318DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Banco lndusval S/A e Banco Safra S/A pelo sr. Duilio Vetorazzo Filho nas quais requer a desoneração de sua responsabilidade pessoal na condição de avalista de qualquer operação de crédito firmada pela empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Estas cartas estão datadas de 27/12/2007. A empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. não possuía qualquer ativo — tendo em vista que todo o parque industrial era arrendado — para garantir empréstimos captados na rede bancária. Os sócios formais, srs. Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos eram pessoas completamente despidas de patrimônio e, portanto, sem a mínima capacidade financeira para obter empréstimos e oferecer garantias aos financiadores. Assim, conforme demonstram estes documentos, o sr. Duílio Vetorazzo Filho assumia as responsabilidades pelos empréstimos bancários na condição de fiador. § Termo de Declarações do Sr. Reginaldo da Silva Maia: afirma que "... que seu filho é proprietário do imóvel onde funcionou o frigorifico CAMPO OESTE..."; "QUE ... no inicio do ano de 2000 o imóvel foi locado para a pessoa de ALBERTINO DA SILVA FILHO, vulgo BETO, mas o contrato foi redigido em nome de MANOEL ..."; "QUE mensalmente BETO pagava pontualmente o aluguel, sem apresentar nenhum problema; ..." § Contrato Particular de Locação de Imóvel: tratase do contrato de arrendamento das instalações industriais onde a empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. desenvolvia suas atividades. O contrato está assinado pelo "sóciogerente" Manoel Marques da Silva. § Termo de Declarações do sr. Mário Antônio Guizilini a Policia Federal em 23/06/2005: declarou "... QUE o proprietário de fato da empresa é o senhor Alberto Pedro da Silva; QUE é Alberto quem dá ordens na empresa; QUE Alberto é quem movimenta a conta corrente da empresa, cabendo a ele o pagamento de gado e outras dividas da empresa ..." § Termo de Declarações do sr. Mário Antônio Guizilini a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários — DEDFAZ/MS em 28/10/2008: declarou "... QUE o declarante esclarece que a CAMPO OESTE foi aberta em nome de duas (2) pessoas que são 'laranjas', um chamado SEBASTIÃO SILVA DOS SANTOS, o qual residia na cidade de MirandaMS, segundo informações trabalhava como peão em uma fazenda da região, e MANOEL MARQUES DA SILVA, o qual residia na cidade de MaracajuMS e trabalhava também como peão naquela região, e não possuíam bens moveis e imóveis; QUE quem negociou para que eles fornecessem o nome para a constituição e abertura da empresa CAMPO OESTE foi a pessoa de DUILIO VETORAZZO FILHO, o qual era de fato um dos proprietários do frigorifico CAMPO OESTE residente nesta cidade; QUE além de DUILIO, era proprietário do frigorifico a pessoa de ALBERTO PEDRO DA SILVA, juntamente com seu filho ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO, mas nada havia formalmente em nome dos três Fl. 319DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 316 9 (03); ... QUE em meados do ano de 2006, a pessoa de MANOEL, o qual era um dos 'laranjas', faleceu; QUE diante disto, DUILIO procurou o declarante, para que este assumisse o papel de MANOEL, qual seja, ingressasse formalmente como sócio proprietário 'laranja' do frigorífico CAMPO OESTE, o que foi aceito pelo declarante na condição de receber um salário no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais), pela profissão de comprador de gado, mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela condição de sócio proprietário; QUE o declarante tem conhecimento que MANOEL e SEBASTIÃO percebiam mensalmente a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) para ser laranja'; QUE DUILIO comandava pessoalmente a parte financeira do frigorífico CAMPO OESTE, apesar de nada ser em seu nome, tudo era vistado e rubricado por ele, muito embora ALBERTO e ALBERTO FILHO eram (sic) também proprietários de fato frigorífico, pelo fato de residirem em outra cidade, qual seja, São José do PretoSP, não acompanhavam pessoalmente a movimentação financeira da empresa diariamente, apenas quando vinham para esta cidade, cerca de quatro (4) vezes por ano; ... QUE o declarante permaneceu no frigorífico até o seu fechamento, que ocorreu no inicio do mês de setembro deste ano; ..." § Termo de Declarações do Sr. Mário Antônio Guizilini a Delegacia de Policia Civil de Terenos em 30/10/2008: declarou "QUE configura como sócio cotista FRIGORÍFICO CAMPOESTE, localizado na cidade de Campo Grande, o qual fechou suas portas no mês de agosto, porém não é dono de fato, sendo apenas, nas palavras do declarante, um 'LARANJA', já que os proprietários de fato são ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO e DUÍLIO VETORAZZO FILHO; § Termo de Declarações do sr. Duilio Vetorazzo Filho a Policia Federal em 23/06/2005: declarou "... QUE o proprietário de fato da empresa Campo Oeste é o senhor ALBERTO PEDRO DA SILVA; QUE ALBERTO é quem dá ordens e exerce os poderes de gerência da empresa; ..." § Termo de Declarações do Sr. Julio Cesar Moraes Nantes: declarou "... que é produtor rural; QUE o declarante esclarece que manteve relações comerciais com Frigorífico Campo Oeste há aproximadamente 12 (doze) anos, sendo que na época que iniciou suas relações comerciais com referido frigorífico o mesmo era denominado BOI GRANDE; QUE o declarante tem o conhecimento que os proprietários eram as pessoas de ALBERTO PEDRO DA SILVA, ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO da cidade de São José do Rio PretoSP e PoloniSP, e que posteriormente surgiu o sócio DUILIO VETORAZZO FILHO; QUE agora então o frigorífico passou a sua denominação para frigorífico Campo Oeste; ...QUE o responsável pelas vendas de carnes do frigorífico ou seja cuidava da parte financeira da empresa eram as pessoas de ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO e DUÍLIO VETORAZZO FILHO; QUE quem assinava os cheques inicialmente e demais documentos era a pessoa Fl. 320DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 de ALBERTO PEDRO DA SILVA e posteriormente passou a ser a pessoa de MARIO ANTONIO GUIZILINI; QUE ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO acompanhava a empresa na cidade de São José do Rio PretoSP, onde a empresa tinha uma conta corrente do BANCO BRADESCO daquela cidade, agência 0023, conta corrente 1465805 ..." § Procuração lavrada em 04.05.2000 pelo Cartório Medeiros — AnastácioMS: a procuração tem como outorgante a firma Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. representada pelos sócios Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos, constituindo como seu bastante procurador o Sr. Mário Antônio Guizilini ao qual confere poderes de administração da empresa. § Procuração lavrada em 04.05.2000 pelo Cartório Medeiros — AnastácioMS: a procuração tem como outorgante a firma Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. representada pelos sócios Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos, constituindo como seu bastante procurador o Sr. Alberto Pedro da Silva ao qual confere poderes de administração financeira da empresa. A auditoria fiscal concluiu que existia uma simulação, pois a situação de fato constatada diverge frontalmente daquela apresentada no plano da formalidade. Entendeu estar patente que se engendrou intencionalmente uma aparência artificiosa com o único intuito de se esquivar do efetivo pagamento dos tributos e contribuições devidos em decorrência da atividade econômica desenvolvida Pelas razões expostas, a auditoria fiscal entendeu por incluir no pólo passivo Alberto Pedro da Silva, Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Os solidários apresentaram defesas nos seguintes termos: Duílio Vertorazzo Filho (fls. 13/30) manifesta seu inconformismo pelo fato de o Fisco Federal querer imputarlhe o ônus da sujeição passiva solidária no Auto de Infração que aponta como devedor o Frigorífico CAMPO OESTE CARNES IND. COM. IMP. E EXP. LIDA, com a alegação de que mesmo não pertencendo ao quadro societário e sequer ter gerido aquele frigorífico – seria um dos reais titulares de tal empresa. Argumenta que o Fisco Federal não conseguiu trazer aos autos nada além de meras suposições e indícios e/ou "provas" pouco significantes, relativos a tal imputação. Alega que por não ser sócio ou gerente da Campo Oeste Carnes, desconhece os registros fiscais e/ou contábeis da mesma. Argumenta que alguns dos documentos verificados pela auditoria fiscal continham equívocos no preenchimento, além disso, desconhece a existência de diversos cheques mencionados pela auditoria fiscal. Entende que as evidência encontradas na investigação da Policia Federal, em diligência de busca e apreensão, no escritório situado à Rua Fuad Jorge Goraieb, 120, São José do Rio Preto, SP concluem claramente que tratase de um escritório de operações particulares de Alberto Pedro da Silva e Alberto Pedro da Silva Filho (Locatário), nada havendo que pudesse envolver o impugnante. Fl. 321DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 317 11 Relativamente a outros fatos narrados pela auditoria fiscal considera que estão relacionadas a Alberto Pedro da Silva Filho e não ao impugnante. Considera que por ter sido avalista em algumas operações de venda não poderia ser considerado sócio do frigorífico. Quanto aos testemunhos verificados no Inquérito Policial, considera que tais pessoas estariam tentando envolvêlo em falcatruas. Alega que não há evidências, provas, citações ou indícios de que Duilio Vetorazzo Filho esteja ou esteve envolvido ou foi beneficiado em qualquer esquema de sonegação fiscal da referida empresa, de seus sócios ou parceiros. Argumenta que a prova emprestada, para se tornar válida e eficaz, primeiramente deve ser obtida após oportunizar o contraditório e ampla defesa. Aduz que a autuação está eivada de vícios insanáveis e que a solidariedade não pode ser presumida. Alberto Pedro da Silva (fls. 90/101) alega que desconhece qualquer dos fatos narrados no "Termo de Declaração de Sujeição Passiva Solidária", mesmo porque, como dele consta, não foi feita nenhuma busca e apreensão de documentos em seu estabelecimento, mas somente na pessoa jurídica Campo Oeste. Quanto à alegação de que assinava cheques em nome da empresa Campo Oeste Carnes Indústria, Comércio Importação e Exportação Ltda., entende que não se justifica a sua inclusão como sujeito passivo solidário, pois, isso ocorreu somente no período em que era comprador de bovinos para a referida empresa e deste modo movimentava uma conta bancária através de procuração que lhe fora outorgada, pelos antigos sócios proprietários da referida empresa. Argumenta que os tributos não recolhidos são de responsabilidade da pessoa jurídica Campo Oeste e de seus verdadeiros e efetivos sócios. Não obstante sua falta de responsabilidade, o autuado informa que tomou conhecimento da existência de uma decisão judicial que teria suspendido o recolhimento da contribuição objeto do lançamento e informa que averiguará a veracidade de tal decisão e solicita a possibilidade de juntála aos autos posteriormente. Alberto Pedro da Silva Filho (fls. 96/101) alega que desconhece qualquer dos fatos narrados nos "Termos de Declaração de Sujeição Passiva Solidária". Argumenta que teve um relacionamento com a referida empresa, somente de ordem comercial, pois, mantinha uma empresa de representação comercial, o qual efetuava vendas de carnes e subprodutos de bovinos, e nessa condição também promoveu vendas para a empresa fiscalizada. Alega que o verdadeiro dono do negócio seria o Sr. Mário Antônio Guizilini que teria faltado com a verdade em diversas oportunidades. Fl. 322DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 12 Informa que o Sr. Mário Antônio Guizilini, real e verdadeiro proprietário da empresa Campo Oeste, sempre foi proprietário de rebanho bovino, com boa situação financeira e, segundo fontes oficiosas, é possuidor de empresa de transporte, posto de combustível e imóvel rural (haras) com valiosos eqüinos de raça. Protesta pela produção de provas quanto a esses fatos. Argumenta que os tributos não recolhidos são de responsabilidade da pessoa jurídica Campo Oeste e de seus verdadeiros e efetivos sócios como também menciona a suposta existência da decisão judicial já mencionada por Alberto Pedro da Silva. Pelo Acórdão nº 0420.454 (fls. 105/129) a 4ª Turma da DRJ/Campo Grande julgou improcedente as impugnações mantendo no pólo passivo, como solidárias, todas as pessoas físicas assim consideradas pela auditoria fiscal. Devidamente intimados, os autuados apresentaram recursos tempestivos . Duilio Vetorazzo Filho (fls. 140/167) efetua a repetição das alegações de defesa. Alberto Pedro da Silva (fls. 211/242) e Alberto Pedro da Silva Filho (fls. 248/279) apresentam os mesmos argumentos no sentido de que a decisão recorrida não teria apreciado todas as alegações apresentadas limitandose a confirmar o trabalho fiscal o que representaria cerceamento de defesa. No mais, reforçam os argumentos já apresentados de que não possuiriam vínculo com os fatos geradores e que caberia à auditoria fiscal o ônus de demonstrar tal vínculo. Os autos foram encaminhados ao CARF para apreciação dos recurso interpostos. É o relatório. Fl. 323DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 318 13 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora Os recursos são tempestivos e podem ser conhecidos. Quanto ao mérito, nada mencionam os recorrentes que argumentam apenas a ilegitimidade passiva destes, pois entendem que não haveria elementos suficientes para que fossem incluídos no pólo passivo do lançamento. Para tanto, buscam desqualificar o trabalho fiscal sob o argumento de que teria se baseado em indícios e provas pouco significantes. Também consideram que a decisão recorrida deveria ser anulada por não ter sido motivada adequadamente e tampouco enfrentado os argumentos apresentados em defesa, limitandose a corroborar o que foi apresentado pela auditoria fiscal. Da análise dos elementos que compõem os autos, podese concluir que não assiste razão aos recorrentes. Ao contrário do afirmado, o lançamento realizado assentase em fartas e robustas provas reunidas pela auditoria fiscal que demonstram claramente a conduta dos recorrentes em simular situação formal totalmente diversa da fática. Resta plenamente demonstrada a utilização de pessoas físicas interpostas (laranjas) para ocultar os verdadeiros donos do negócio, no caso, os recorrentes, senão vejamos. A auditoria fiscal apurou que as pessoas físicas integrantes do contrato social da empresa eram pessoas simples, lavradores, os quais não detinham qualquer capacidade financeira para possuir negócio do porte da Campo Oeste. Tal verificação se deu em pesquisa no banco da dados da Previdência Social, onde se constatou que os sócios formais haviam trabalhado como segurados empregados para empregadores rurais e um deles ainda havia recebido o benefício de amparo social ao idoso concedido pela Previdência Social, o qual só é concedido àquele que demonstra não ter capacidade sequer de contribuir para a Previdência Social. Além disso, salientase os testemunhos obtidos em inquérito policial, sobretudo de um dos ditos “laranjas”, Sr. Mário Antônio Guizilini, o qual afirmou junto à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários — DEDFAZ/MS que a CAMPO OESTE foi aberta em nome de duas pessoas, peões de fazenda, desprovidas de quaisquer bens, as quais foram convencidas pelo recorrente Duílio, considerado proprietário do frigorífico, juntamente com Alberto e Alberto Filho, para que fornecessem seus nomes para a constituição da empresa Campo Oeste, mediante o pagamento de uma quantia mensal. Fl. 324DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 14 Posteriormente, com o falecimento de um dos laranjas, o Sr. Mário Antônio Guizilini, teria recebido a proposta, por parte do recorrente Duílio, de figurar como laranja no lugar do sócio falecido, a qual teria sido aceita sob a condição de recebimento de um salário no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais), pela profissão de comprador de gado, mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela condição de sócio proprietário. Além disso, vários documentos e testemunhos levam à conclusão de que os recorrentes é que administravam a empresa, como a existência de procurações outorgando poderes a estes pelos sócios formais, a assunção da condição de donos do negócio perante terceiros como bancos e fornecedores, existência de cheques da empresa assinados pelos recorrente Alberto Filho, bem como a apreensão de vários documentos relativos a movimentação bancária da empresa no escritório deste. Interessante o fato da auditoria fiscal haver verificado correspondências destinadas a diversos bancos onde o recorrente Duilio requer a desoneração de sua responsabilidade pessoal na condição de avalista de qualquer operação de crédito firmada pela empresa Campo Oeste. Estas cartas estão datadas de 27/12/2007. Tal situação leva a inferir que em face na inexistência de quaisquer bens em nome da empresa ou de seus sócios formais, a obtenção de operações de crédito junto às instituições financeiras era viabilizada mediante a condição de fiador do recorrente Duílio. Observase que os recorrentes tentam, em suas alegações, dar uma aura de normalidade aos procedimentos adotados e que foram verificados pela auditoria fiscal, porém sem sucesso. A meu ver, não se pode dizer que os recorrentes não possuem qualquer vinculação ou interesse relativamente aos fatos geradores sob o argumento de que não integram formalmente a sociedade. O que se evidencia é um mascaramento, sob a forma de um negócio ficto, com o objetivo de ocultar os verdadeiros responsáveis pela empresa. Tal conduta se revela verdadeira simulação. O Código Civil Brasileiro instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 regula a questão da simulação no Capítulo que trata da Invalidade do Negócio Jurídico e no inciso I do § 1º do artigo 167 temos o exato enquadramento da situação verificada pela auditoria fiscal, in verbis: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados Fl. 325DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 319 15 Na definição de Clóvis Beviláqua, a simulação é uma declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado1 Segundo Orlando Gomes, ocorre simulação quando em um negócio jurídico se verifica intencional divergência entre a vontade real e a vontade declarada, com o fim de enganar terceiro. 2 Escudada no Princípio da Verdade Material e pelo poderdever de buscar o ato efetivamente praticado pelas partes, a Administração, ao verificar a ocorrência de simulação, pode superar o negócio jurídico simulado para aplicar a lei tributária, aos verdadeiros participantes do negócio pois, de acordo com o art. 118, inciso I do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, entendo que a auditoria fiscal, na presença de simulação não se obriga a permanecer inerte, pois tais negócios são inoponíveis ao fisco no exercício da atividade plenamente vinculada do lançamento. Nesse diapasão, podese citar o entendimento de Heleno Tôrres em sua obra Direito Tributário e Direito Privado – Autonomia Privada, Simulação, Elusão Tributária: “Como é sabido, a Administração Tributária não tem nenhum interesse direto na desconstituição dos atos simulados, salvo para superarlhes a forma, visando a alcançar a substância negocial, nas hipóteses de simulação absoluta. Para a Administração Tributária, como bem recorda Alberto Xavier, é despiciendo que tais atos sejam considerados válidos ou nulos, eficazes ou ineficazes nas relações privadas entre os simuladores, nas relações entre terceiros ou nas relações entre terceiros com interesses conflitantes. Eles são simplesmente inoponíveis à Administração, cabendo a esta o direito de superação, pelo regime de desconsideração do ato negocial, da personalidade jurídica ou da forma apresentada, quando em presença do respectivo “motivo” para o ato administrativo: o ato simulado” Não restam dúvidas de que todos os expedientes utilizados tinham por objetivo simular negócio jurídico, no qual a intentio facti se divorcia da intentio iuris, ou seja, a intenção das partes é uma, a forma jurídica adotada é outra; Nessa esteira, manifestaramse Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Lucena de Menezes em Parecer sobre Elisão Fiscal. 3 “A simulação é a modalidade de ilícito tributário que, com maior freqüência costuma ser confundida com a elisão. As figuras não se equivalem, todavia, pois na simulação temse a pactuação de algo distinto daquilo que realmente se almeja, com o fito de se obter alguma vantagem. Na visão sintética e objetiva 1 Código Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado – 15ª Edição 2 Introdução ao Estudo do Direito – 7ª Edição 3 Revista Tributária e de Finanças Públicas nº 36 de 2001 Fl. 326DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 16 de Pero Villani, o traço distintivo entre ambas decorre de que “na simulação, a declaração recíproca das partes não corresponde à vontade efetiva”. Colocandose de outra forma, duas realidades distintas concorrem na simulação: existe uma verdade aparente (jurídica), que se exterioriza para o mundo, e existe uma outra verdade (real), que não é perceptível, ao menos à primeira vista, e que se restringe ao círculo de partícipes do engodo.” No caso em tela, entendo que a situação verificada pela auditoria fiscal demonstra que todo o emaranhado de relações aparentes criado teve como objetivo lesar terceiro, no caso, o fisco, pois escorados na inexistência de qualquer lastro que suportasse eventual cobrança dos créditos tributários, bem como na aparente ausência de qualquer vinculação entre estes e a empresa notificada, os recorrentes, verdadeiros beneficiários do negócio, permitiram que, sistematicamente, contribuições previdenciárias deixassem de ser recolhidas aos cofres públicos, no caso, as contribuições sociais devidas por subrogação na aquisição de produção rural de pessoas físicas. Os recorrentes alegam que o trabalho fiscal se baseou em indícios e provas pouco significantes. Entendo o contrário da recorrente. A auditoria fiscal fundamentou bem a situação verificada, A meu ver, carentes de argumentos sustentáveis foram as impugnações e recursos apresentados. Além de tentar desqualificar o trabalho fiscal e a decisão de primeira instância, os recorrentes se limitam a atribuir responsabilidades uns aos outros ou às pessoas utilizadas como laranjas, como também, alegam equívocos nas provas trazidas aos autos, como erros de preenchimento de fichas bancárias. Os recorrentes pleiteiam a nulidade da decisão recorrida sob o argumento de que não teria tratado adequadamente as alegações de defesa, o que representaria cerceamento de defesa. O julgador de primeira instância, com base nas informações fornecidas pela auditoria fiscal e razões de defesa apresentadas pelos recorrentes decidiu pela procedência do lançamento pelos motivos que elenca. Cumpre ressaltar que o órgão julgador não se obriga a apreciar toda e qualquer alegação apresentada pela recorrente, mas tão somente aquelas que possuem o condão de formar ou alterar sua convicção. Tal entendimento encontra respaldo em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça aplicada subsidiariamente conforme se depreende do Recurso Especial, cuja ementa transcrevo abaixo: “RESP 208302 / CE ; RECURSO ESPECIAL1999/00235967 – Relator: Ministro Edson Vidigal – Quinta Turma – Julgamento em 01/06/1999 – Publicação em 28/06/1999 – DJ pág 150 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. ADMISSIBILIDADE. REFERÊNCIA A CADA DISPOSITIVO LEGAL INVOCADO. DESNECESSIDADE. 1. Legal a oposição de Embargos Declaratórios para pré questionar matéria em relação a qual o Acórdão embargado Fl. 327DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 320 17 omitiuse, embora sobre ela devesse se pronunciar; o juiz não está obrigado, entretanto, a responder todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão. 2. Recurso não conhecido.” “REsp 767021 / RJ ; RECURSO ESPECIAL 2005/01171187 – Relator: Ministro JOSÉ DELGADO PRIMEIRA TURMA – Julgamento em 16/08/2005 DJ 12.09.2005 p. 258 PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU FALTA DE MOTIVAÇÃO NO ACÓRDÃO A QUO. EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. GRUPO DE SOCIEDADES COM ESTRUTURA MERAMENTE FORMAL. PRECEDENTE. 1. Recurso especial contra acórdão que manteve decisão que, desconsiderando a personalidade jurídica da recorrente, deferiu o aresto do valor obtido com a alienação de imóvel. 2. Argumentos da decisão a quo que são claros e nítidos, sem haver omissões, obscuridades, contradições ou ausência de fundamentação. O nãoacatamento das teses contidas no recurso não implica cerceamento de defesa. Ao julgador cabe apreciar a questão de acordo com o que entender atinente à lide. Não está obrigado a julgar a questão conforme o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento (art. 131 do CPC), utilizandose dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso. Não obstante a oposição de embargos declaratórios, não são eles mero expediente para forçar o ingresso na instância especial, se não há omissão a ser suprida. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC quando a matéria enfocada é devidamente abordada no aresto a quo. (g.n.)” Portanto, há que se afastar a alegação de cerceamento de defesa. O recorrente Duílio alega que a prova emprestada, para se tornar válida e eficaz, primeiramente deve ser obtida após oportunizar o contraditório e ampla defesa. Não vislumbro que ocorreu a hipótese aventada nos presentes autos. A prova emprestada é o material probatório produzido num processo e conduzido a outro. Segundo Fredie Didier Jr4 "Prova emprestada é a prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele". 4 Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do processo e processo de conhecimento. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2006, p.523. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 18 Não se verifica que tenha ocorrido tal fato nos presentes autos. Se o recorrente está se referindo às declarações de diversas pessoas prestadas no inquérito policial, as quais foram transcritas em parte no relatório elaborado pela auditoria fiscal, não entendo que se encaixe no conceito de provas emprestada, uma vez que fatos utilizados para embasar o próprio lançamento em sua origem não podem ser considerados prova emprestada. Além disso, ainda que assim fossem considerados, tais fatos foram utilizados na origem do lançamento, ou seja, desde o início os recorrentes tiveram oportunidade de se manifestar a respeito, portanto, não se vislumbra qualquer cerceamento de defesa nesse sentido. Quando da lavratura da presente autuação, tais fatos já constavam dos autos, ou seja, não foram trazidos posteriormente sem oportunizar ao recorrente manifestação. Portanto, não se verifica qualquer cerceamento de defesa. Quanto à alegação de que a solidariedade não pode ser presumida, a mesma não merece melhor sorte. Como já argüido, o conjunto probatório reunido pela auditoria fiscal é mais que suficiente para comprovar o interesse dos recorrentes no negócio, situação que se enquadra perfeitamente no art. 124, inciso I, do Código Tributário Nacional, in verbis: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER dos recursos e NEGARLHES PROVIMENTO. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 329DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 11020.001123/2007-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/11/2002
COMPENSAÇÃO. PIS. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. COMPENSAÇÃO.
Existindo norma individual e concreta, com trânsito em julgado, sujeitando o contribuinte ao recolhimento do PIS com base no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, inexiste crédito por pagamento indevido passível de compensação.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3403-001.990
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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PIS. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. COMPENSAÇÃO. Existindo norma individual e concreta, com trânsito em julgado, sujeitando o contribuinte ao recolhimento do PIS com base no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, inexiste crédito por pagamento indevido passível de compensação. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 11 23 /2 00 7- 21 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Tratase de pedido eletrônico de compensação dos créditos de PIS transmitido em 26/11/2006, relativo a pagamentos indevidos do período de fevereiro de 1999 a novembro de 2000, com base no mandado de segurança nº 2001.71.0000034. Por meio do despacho decisório exarado em 16 de maio de 2007, a autoridade administrativa não homologou as compensações, em razão dos seguintes motivos: a) o mandado de segurança nº 2001.71.0000034 não ampara o pleito do contribuinte, pois ele foi excluído da relação jurídica processual em razão de litispendência com o mandado de segurança nº 2000.71.07.0023560; b) no mandado de segurança nº 2000.71.07.0023560 o contribuinte não teve nenhum direito creditório reconhecido em relação ao PIS. Regularmente notificado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que teve deferido seu pedido de habilitação do crédito e que deve ser respeitada a coisa julgada que se formou no mandado de segurança 2000.71.07.0023560, cujo julgamento culminou no RE nº 331.8993. Caso assim não se entenda, que seja aplicado o Decreto nº 2.346/97 para estender ao caso concreto a jurisprudência do STF quanto à declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Por meio do Acórdão nº 0935.868, de 7 de julho de 2011, a 1ª Turma da DRJ – Juiz de Fora julgou a manifestação de inconformidade improcedente. Foi decidido que no RE nº 331.8993 o Acórdão do TRF da 4ª Região foi reformado apenas quanto à ampliação da base de cálculo da Cofins, tendo, portanto, sido mantida a cobrança do PIS com base no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Foi decidido também que não cabe a extensão administrativa dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, pois os julgados do STF não possuem eficácia erga omnes. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância em 06/09/2011, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 05/10/2011, no qual reprisou as alegações oferecidas na impugnação e acrescentou o seguinte: a) a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 no mandado de segurança nº 2000.71.07.0023560 alcançou tanto o PIS quanto a Cofins; b) a DRJ entendeu que a recorrente pleiteou a aplicação do art. 1º do Decreto nº 2.346/97, mas na verdade pleiteou a aplicação do art. 4º do referido Decreto, que permite aos órgãos administrativos de julgamento afastarem a aplicação da norma inconstitucional. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. É incontroverso nos autos que o contribuinte foi excluído do polo passivo do mandado de segurança nº 2001.71.0000034. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 11020.001123/200721 Acórdão n.º 3403001.990 S3C4T3 Fl. 4 3 Quanto ao mandado de segurança nº 2000.71.07.0023560, verificase na sentença de fls. 16/28, que seu objeto englobou o afastamento da Lei nº 9.718/98 em relação ao PIS e à Cofins, in verbis: “Vistos, etc. I – RELATÓRIO TELASUL S/A impetrou o presente Mandado de Segurança contra ato do DELEGADO DA RECEITA FEDERAL EM CAXIAS DO SUL/RS, visando a afastar as disposições da Lei n° 9.718/98 no tocante à alteração da base de cálculo do PIS e da COFINS e da alíquota desta última, e ver declarado seu direito de compensar o que recolhido com base na mencionada lei. (...)” A Meritíssima Juíza julgou parcialmente procedente o pedido do autor, reconhecendo apenas a inconstitucionalidade da elevação da alíquota da Cofins. Vejamos a transcrição da parte dispositiva da sentença: “III – DISPOSITIVO Face ao exposto, julgo parcialmente procedente o pedido e concedo a segurança para: a) dando ao artigo 3º, e seu § 1º, da Lei n° 9.718/98 uma interpretação conforme a Constituição, manter o seu comando em relação ao PIS, e declarar indevido o que recolhido a título de COFINS com base nas suas disposições; b) reconhecendo incidentalmente a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 8o da Lei n° 9.718/91, declarar indevido o recolhimento da COFINS, até a data em que publicada a Medida Provisória n° 1.99112/99, em percentual superior a 2%; c) reconhecer a existência, em favor da impetrante, de um crédito referente à COFINS em face dos recolhimentos realizados com base nos dispositivos acima referidos; d) declarar o direito à compensação desse crédito com parcelas vencidas ou vincendas da própria COFINS, mediante o acréscimo de juros pela Taxa SELIC, a partir do recolhimento indevido, e de mais 1% no mês em que efetuada a compensação, na forma do § 4º do artigo 39 da Lei n° 9.250/95, ressalvada a posterior fiscalização do procedimento pela autoridade administrativa.” Portanto, a norma individual e concreta que exsurge dessa sentença em relação ao PIS é no sentido de que a recorrente está sujeita ao seu recolhimento nos moldes do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, não tendo direito ao indébito pleiteado. Houve remessa de ofício e apelação da União e da recorrente. Foram providos a remessa oficial e apelação da União. A apelação da recorrente foi improvida. Com isso, o TRF da 4ª Região reformou a sentença quanto à declaração de inconstitucionalidade da alíquota de 3%. A norma individual e concreta que substituiu a sentença passou a prever que o contribuinte deve se sujeitar ao recolhimento do PIS e da Cofins com base na Lei nº 9.718/98, sem nenhum direito à restituição por pagamento indevido. No recurso extraordinário nº 331.8993 o Ministro Sepúlveda Pertence só se pronunciou quanto à Cofins, in verbis: Fl. 163DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 “DECISÃO: RE contra acórdão que julgou válidas a ampliação da base de cálculo, a majoração da alíquota e o regime de compensação da COFINS, nos termos dos arts. 3° e 8º da Lei 9.718/98. (...) Na linha dos precedentes, dou parcial provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1°A, do C.Pr.Civil) para reformar o acórdão recorrido na parte em que julgou válida a ampliação da base de cálculo da COFINS. Brasilia, 14 de dezembro de 2005” Portanto, a norma individual e concreta que rege as relações entre a União e o contribuinte é a seguinte: a) quanto ao PIS é válida a exigência com base no art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, pois o Acórdão do TRF da 4ª Região transitou em julgado nesse sentido; b) quanto à Cofins, o contribuinte deve se sujeitar ao recolhimento com alíquota de 3% sobre o faturamento, tendo direito ao indébito por pagamento indevido. Existindo decisão judicial transitada em julgado sujeitando o contribuinte aos recolhimentos do PIS com base na Lei nº 9.718/98 não há que se falar na aplicação do art. 4º do Decreto nº 2.346/97, pois deve prevalecer a norma individual e concreta emanada do Poder Judiciário. Estando o contribuinte sujeito ao recolhimento do PIS com base na Lei nº 9.718/98, não existe o crédito por pagamento indevido informado no PER/Decomp, sendo correta a exigência dos tributos compensados indevidamente. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Fl. 164DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10183.004322/2007-65
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das
Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples
Ano-calendário: 2003, 2004
Ementa: EMBARGOS
Não havendo omissão os embargos devem ser rejeitados.
Numero da decisão: 1103-000.733
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos.
Nome do relator: MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente (assinado digitalmente) Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, Eduardo Martins Neiva Monteiro, Cristiane Silva Costa, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Trata o presente processo de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO da COELHO AUTO PEÇAS LTDA ME. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 COELHO AUTO PEÇAS LTDA ME, acima qualificada, foi lançada no valor total do crédito tributário de R$ 99.302,05 relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) Simples, conforme Auto de Infração e demonstrativos (fls. 0340, vol. 01). O lançamento ocorreu em virtude dos seguintes fatos: omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários, liquidações de cobranças e transferências entre agências, não escriturados, realizados junto ao Banco Bradesco S/A, Agência 12890, conta corrente nº 3.8393, em relação aos quais a contribuinte foi regularmente intimada e não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações correspondentes aos anoscalendário de 2003, 2004. Enquadramento: art. 24 da Lei nº 9.249/1995; arts. 2º. § 2º, 3º, § 1º, alínea “a”, 5º, 7º, § 1º, 18, da Lei nº 9.317/96; art. 42 da Lei nº 9.430/96; art. 3º da Lei nº 9.732/98; arts. 1860 188 e 199 do RIR/1999 (fls. 0408); Foi à empresa lançada, em procedimentos decorrentes, a recolher: a Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) Simples, no total do crédito tributário de R$ 99.302,05 (fls. 4155); a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) Simples, no total do crédito tributário de R$ 324.357,75 (fls. 7185); a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) – Simples, no valor total do crédito tributário de R$ 162.178,76 (fls. 5670); e a Contribuição para Seguridade Social (INSS) – Simples, no valor total do crédito tributário de R$ 638.225,44 (fls. 86102) conforme a fundamentação legal constante das referidas autuações. O total do crédito tributário no processo é de R$ 1.323.366,04 (fls. 02). Foram juntados os demonstrativos que acompanham os autos de infração às fls. 105200 (vol. 01). Os demais documentos constam do volume 02. A contribuinte foi intimada em 18/09/2007 (fls. 272, vol. 02). Foi lavrado Termo de Revelia (fls. 343). A interessada apresentou impugnação em 22/11/2007 (fls. 354 373, vol. 02) alegando, em síntese, o seguinte: a) preliminarmente, tempestividade da impugnação, pois seu procurador requereu que todas as intimações lhe fossem endereçadas ao escritório profissional, mas tal pleito não foi atendido, o que contribuiu para que não tivesse ciência do auto, e mesmo constando no aviso de recebimento o seu domicílio tributário, é desconhecida a pessoa que o recebeu, muito menos que tal correspondência tenha sido repassada ao representante legal da empresa; e somente tomou conhecimento da autuação por ocasião da devolução de seus livros fiscais e documentos utilizados na fiscalização, em 13/11/2007 (fls. 345), e o fato dos livros não terem sido restituídos em tempo hábil evidencia o cerceamento de defesa; b) é de ser declarada a nulidade do lançamento tendo em vista que houve violação de seu sigilo bancário, que exige autorização judicial, tendo sido utilizada sua movimentação financeira como base de cálculo para constituição do crédito tributário, o que infringe o art. 5º, X e XII da Constituição e conforme doutrina e decisões de nossos tribunais, que transcreveu; c) há ilegalidade na utilização da movimentação financeira como base de cálculo para constituição do crédito tributário, já tendo o extinto TFR editado a Súmula nº 182 dispondo que é ilegítimo o lançamento do imposto de renda com base apenas em extratos ou depósitos bancários e, no caso, a autoridade ignorou os arts. 43 e 44 do Código Tributário Nacional na medida em que as transações financeiras, por si só não são capazes de provar a aquisição de disponibilidade econômica, daí porque violouse tais dispositivos, conforme decisões do Conselho de Contribuintes e CSRF que citou, restando ser declarada a nulidade do auto de infração. Fl. 478DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10183.004322/200765 Acórdão n.º 110300.733 S1C1T3 Fl. 2 3 A DRJ decidiu (ementa): “Inconstitucionalidade E Ilegalidade. É defeso em sede administrativa discutirse sobre a constitucionalidade e legalidade das leis em vigor. Nulidade. Quebra Do Sigilo Bancário. A utilização, pela fiscalização, de documentos e extratos bancários fornecidos pelas instituições financeiras, face à quebra do sigilo bancário do contribuinte, não configura nulidade, vez que a prova foi obtida nos termos legais. Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 2003, 2004 irpj. omissão de receita. depósitos bancários. Nos termos da legislação de regência, inexiste sigilo bancário para o Fisco. Caracteriza omissão de receita os valores creditados em contas bancárias, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Autuações Reflexas Do Simples: Pis/pasep CSLL Cofins CSS/INSS. Dada a íntima relação de causa e efeito, aplicase ao lançamento reflexo o decidido no principal.” A contribuinte, ora recorrente, alega (resumo): PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA A contribuinte Recorrente foi preterida no seu direito de defesa, pois, apesar de requerida a produção de outras provas na impugnação, o órgão julgador de primeira instância não oportunizou tal ato, prolatando a decisão atacada; Dessa forma, nula se mostra a decisão atacada, pois, mesmo requerida a produção de prova pericial acerca da disponibilidade econômica para fins de lançamento tributário, o órgão julgador nem oportunizou a contribuinte fazer tal produção, nem mesmo as indeferiu em decisão fundamentada, como rege a norma; Assim, requer o conhecimento da presente preliminar, declarando nula da decisão de fls. 383389, oportunizando a parte Recorrente a produção da prova pretendida, qual seja, perícia sobre a movimentação financeira ante os documentos existentes nos autos; PRELIMINAR DA NULIDADE PROCESSUAL POR NÃO OPORTUNIZAR À CONTRIBUINTE APRESENTAÇÃO DE ALEGAÇÕES FINAIS Fl. 479DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 Segundo redação do artigo 2°, X, da Lei Federal n° 9.784/99, todo processo administrativo deverá assegurar, dentre outras, garantia "(...) á apresentação de alegações finais à produção de provas (...) nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio"; In casu, além de não ter havido dilação probatória em detrimento único e exclusivo da Recorrente, também não lhe foi oportunizada a apresentação de alegações finais, o que se infere pela simples análise dos autos, muito embora o dispositivo legal acima seja categórico neste sentido; PRELIMINAR DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO ANTES DA INSTAURAÇÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO ILEGALIDADE Mesmo que a legislação autorize a quebra do sigilo bancário do contribuinte, nesse procedimento deveria ter que ser observado alguns requisitos, os quais não foram pelo órgão fiscalizador. Verificase, que no procedimento em curso, a quebra se deu antes mesmo da instauração da fiscalização, portanto, desrespeitando o que determina a legislação, bem como o entendimento do STF sobre o assunto; A quebra se deu anteriormente a instauração do procedimento fiscalizatório, pois, diante dessas informações é que o órgão fiscalizador intimou a Contribuinte Recorrente para prestar esclarecimentos; Vejase às fls. 01/02 dos autos que embora tenham sido expedidos os Mandados de Procedimento Fiscal MPF'S, conforme determina a lei, os mesmos não foram devidamente apresentados à Recorrente, tanto que o campo para ciência da contribuinte está "em branco"; DO ÔNUS DA PROVA DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL.COMPROVAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO CONTRIBUINTE O ônus da prova caberia ao fisco. DA ILEGALIDADE NA UTILIZAÇÃO DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA DA CONTRIBUINTE COMO BASE DE CÁLCULO PARA A CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A base, de cálculo para a apuração do crédito tributário, conforme a própria autoridade responsável pela lavratura dos autos de infrações, foi baseada nas transações bancárias e depósitos efetivados na conta corrente da recorrente perante o Banco Bradesco S.A; A Jurisprudência que cruzam os nossos Tribunais Federais são no sentido da ilegalidade da base de cálculo seja feita desse modo, pois, é ilegítima o lançamento do imposto apenas em extratos ou depósitos bancários (súmula 182 do TFR). A 3ª Turma por meio do acórdão n.º 110300.467 decidiu: “NULIDADE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA Só se cogita da nulidade do ato praticado pela autoridade administrativa, quando presentes os pressupostos dispostos no art. 59 do Decreto nº 70.235/72. Assim, em havendo no lançamento informações e justificativas que permitam ao contribuinte oferecer impugnação fundamentada e completa, não Fl. 480DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10183.004322/200765 Acórdão n.º 110300.733 S1C1T3 Fl. 3 5 há de se falar em nulidade do lançamento por cerceamento ao direito de defesa. DEPÓSITOS. OMISSÃO DE RECEITAS. Os depósitos em contacorrente da empresa cujas operações que lhes deram origem restem incomprovadas presumemse advindos de transações realizadas à margem da contabilidade.” Em sede de embargos a contribuinte alega: Não houvera por parte do acórdão embargado manifestação a respeito da nulidade do acórdão de 1ª instância que não se pronunciara a respeito de produção e prova testemunhal para comprovação da movimentação bancária da contribuinte. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator Os embargos preenchem os requisitos de admissibilidade, assim, dele conheço. A embargante alega que o acórdão embargado fora omisso quanto a nulidade do acórdão de 1ª instância, que não enfrentara a questão das oitivas solicitadas pela contribuinte. Na realidade o acórdão embargado enfrentou a questão da nulidade por cerceamento ao direito de defesa (produção de provas) como a seguir: “PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA Não há, em absoluto, nulidade do acórdão recorrido, pois, a produção de provas, de acordo com o Decreto n.º 70.235, de 1972, se dá na impugnação, assim, tal pedido da recorrente não encontra amparo na legislação que rege o processo administrativo fiscal. grifado Quanto à produção de provas periciais, elas tem a forma própria (Decreto n.º 70.235/72), que também não foi seguida pela contribuinte, assim, rejeito o pedido de perícia.” Quanto especificamente a produção de provas testemunhais, no recurso voluntário, a recorrente não questiona a negativa ou a omissão deste tipo de prova, mas apenas cita como exemplo a questão a saber: “Em que pese o poder discricionário da autoridade em julgar pela necessidade ou não das provas, como se sabe, não deve tal decisão ferir os direitos garantidos constitucional e Fl. 481DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 6 infraconstitucional, proporcionando a contribuinte comprovar suas alegações fáticas. Em razão disso, deve esse órgão julgador se manifestar pela nulidade da decisão de primeira instância que tolheu o direito da Recorrente na produção de outras provas, como exemplo a oitiva de testemunhas de seus clientes para provar a origem da movimentação financeira levada em consideração pelo fisco.”grifado Assim, resta clara que o acórdão embargado se manifestou a respeito do alegado cerceamento no caso de “produção de outras provas”. Em face do exposto, voto por rejeitar os embargos. Sala das Sessões, em 08 de agosto de 2012 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 482DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/09/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
score : 1.0
Numero do processo: 10680.923215/2009-99
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002
PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO.
A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de tê-la apresentado a destempo.
Numero da decisão: 3803-003.923
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Presidente e Relator
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO. A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de tê-la apresentado a destempo.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Presidente e Relator Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROVA. SEGUNDA INSTÂNCIA. NECESSÁRIA. SUFICIENTE. VERDADE MATERIAL. IDENTIFICÁVEL EM ATO DE SIMPLES VERIFICAÇÃO. A prova trazida apenas no recurso voluntário em descumprimento ao que dispõe a regra do Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, precisa estar consubstanciada na escrituração contábil/fiscal e ressalte a verdade material em ato de simples verificação, para que tenha a sorte suplantar a preclusão do direito do recorrente de têla apresentado a destempo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Presidente e Relator Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 92 32 15 /2 00 9- 99 Fl. 40DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 Trata o presente de recurso voluntário contra o Acórdão de nº 0232.026, da DRJ/Belo Horizonte, de 25 de abril de 2011, fls. 21/23 (da imagem digitalizada), que considerou improcedente a manifestação de inconformidade. O processo foi constituído a partir da DComp transmitida em por meio da qual a Contribuinte acima identificada compensou os débitos nela declarados, com crédito proveniente de pagamento a maior de PIS, relativo ao fato gerador encerrado em 31 de dezembro de 2002. A Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico, fl. 2, mediante o qual não homologou a compensação pleiteada, fundada no fato de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos do contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Em manifestação de inconformidade apresentada, de fl. 1, alegou possuir créditos referentes ao PIS e à Cofins recolhidos a maior no período de novembro 2002 a setembro 2005, e que, após a constatação da existência de tais créditos, em dezembro de 2005 procedeu à sua compensação com impostos federais, por meio de PER/Dcomp, conforme legislação em vigor. Ressaltou que, por conta do equívoco incorrido quanto às informações que figuraram na DCTF entregue em 13 de fevereiro de 2003, retificada em 21 de maio de 2009, demonstrando a existência do crédito. Em julgamento da lide a DRJ/Belo Horizonte constatou que a DCTF foi retificada após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Pela intempestividade da retificação e na ausência de prova que demonstrasse a existência do direito creditório, declarou a improcedência da manifestação de inconformidade. Cientificada da decisão em 21 de dezembro de 2011, irresignada, apresentou recurso voluntário em 19 de janeiro de 2012, em que indica o valor das receitas do mês de dezembro de 2002 com peças tributadas à alíquota zero e anexa relatórios, sintético e analítico, em que lista os clientes a quem efetuara as vendas, notas fiscais correspondentes e respectivos valores. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Como se vê do relatório, o desprovimento da manifestação de inconformidade centrouse na retificação da DCTF que extrapolou o prazo de cinco anos da ocorrência do fato gerador e ma falta de prova da alegação da existência do crédito utilizado na DComp. Na pretensão de estar suprindo a falha da defesa na primeira instância a Recorrente anexa os documentos acima referidos. Fl. 41DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10680.923215/200999 Acórdão n.º 3803003.923 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 3 Consignese, antes do mais, que as provas do direto alegado devem vir acompanhadas da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o impugnante fazê lo em outro momento processual, por força do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72, ressalvadas as hipóteses das letras “a”a “c”, deste parágrafo. A Recorrente não alega nenhuma das impossibilidades para a anexação dos elementos na manifestação de inconformidade, ou após a entrega desta, a requerimento perante a autoridade julgadora de primeira instância, documentos com que a Recorrente pretende provar sua alegação de legitimidade do crédito. Portanto, está, em tese, precluso o direito de fazêlo nesta instância, a menos que a prova trazida aos autos seja singela, de simples, direta e pontual verificação, em virtude do que sobrelevaria privilegiar o princípio da verdade material, que deve informar o processo administrativo fiscal. Contudo, no presente caso, a defesa não cuidou de apresentar o direito em que se funda a sua alegação, segundo os fundamentos jurídicos. Ademais, apreciando os documentos eles nada dizem com a escrituração contábil/fiscal, não são documentos contábeis, são anexos de algo não identificado, não são assinados, indicam clientes, não peças, portanto, não trazem qualquer comprovação do direito alegado. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 26 de fevereiro de 2013 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 42DF CARF MF Impresso em 12/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 10/03/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 10530.001432/2005-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 02 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA
Exercício 2002.
BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA.
RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS MENOS DESPESAS DEDUTÍVEIS.
Comprovada a intenção do contribuinte em deduzir as despesas dedutíveis dos rendimentos recebidos, deve a autoridade lançadora diminuir tais despesas dos rendimentos, apurando a base de cálculo tributável. Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2102-001.032
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA
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ementa_s : IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA Exercício 2002. BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS MENOS DESPESAS DEDUTÍVEIS. Comprovada a intenção do contribuinte em deduzir as despesas dedutíveis dos rendimentos recebidos, deve a autoridade lançadora diminuir tais despesas dos rendimentos, apurando a base de cálculo tributável. Recurso Voluntário Provido.
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BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS MENOS DESPESAS DEDUTÍVEIS. Comprovada a intenção do contribuinte em deduzir as despesas dedutíveis dos rendimentos recebidos, deve a autoridade lançadora diminuir tais despesas dos rendimentos, apurando a base de cálculo tributável. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente (ASSINADO DIGITALMENTE) Francisco Marconi de Oliveira – Relator (ASSINADO DIGITALMENTE) EDITADO EM: 24/03/2011 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Giovanni Christian Nunes Campos (presidente), Acácia Sayuri Wakasugi, Núbia Matos Moura, Francisco Marconi de Oliveira e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Ausente justificadamente a Conselheira Vanessa Pereira Rodrigues Domene. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 5/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/2011 por GIOVANNI CHRIST IAN NUNES CAMPOS 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração (fls. 15 e 24 a 27) referente imposto suplementar decorrente de alterações nos valores informados em sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2002, anocalendário 2001. O contribuinte apresentou a declaração de Imposto de Renda Pessoa Física sem informar os rendimentos e sem incluir as deduções. Na impugnação, pleiteou a inclusão de deduções com dependentes, despesas médicas e instrução. A 3ª Turma de Julgamento da DRJ/SDR decidiu, por unanimidade de votos, considerar procedente o lançamento, mantendo se o crédito tributário, fundamentando a decisão no artigo 147 do Código Tributário Nacional (CTN) e no artigo 832 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99. O recorrente recebeu ciência do julgamento em 26 de maio de 2008 (fl. 49) e apresentou recurso no dia 19 de junho de 2008 (fls. 67 e 68), alegando que entregou a declaração de rendimento com valores “zerados” “pensando que seria a mesma coisa da declaração de isento”. Entretanto, tinha diversas despesas que poderiam ser utilizadas como dedução. Argumenta que, já como estava aposentado, tinha certeza que estava isento da obrigatoriedade da entrega da declaração e que no lançamento não foram considerados as despesas dedutíveis. Requer, por fim, a anulação do auto de infração por falta de dolo. É o relatório. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 5/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/2011 por GIOVANNI CHRIST IAN NUNES CAMPOS Processo nº 10530.001432/200516 Acórdão n.º 2102001.032 S2C1T2 Fl. 73 3 Voto Conselheiro Francisco Marconi de Oliveira Declarase a tempestividade, uma vez que o contribuinte interpôs recurso no prazo regulamentar. Atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o recurso. A matéria em litígio é resultado da revisão de lançamento por omissão de rendimentos na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, com apuração de imposto suplementar no valor de R$ 1.991,89, lavrada em 3 de maio de 2005, cuja notificação ocorreu em 14 de junho de 2005, conforme consulta no sistema de postagem (fl. 31) e no sistema Sincor (fl. 41). O contribuinte entregou a Declaração de Ajuste Anual “zerada”, sem as informações dos rendimentos e deduções. No dia 3 de maio, apresentou uma declaração retificadora, conforme pesquisa do resultado de processamento (fl. 20). A legislação tributária determina que as alterações na declaração sejam efetuadas antes do início da ação fiscal. Exceto em situações que comprove erro de fato, não é permitido ao contribuinte efetuar alterações nos valores apresentados na Declaração de Ajuste Anual. Não resta dúvida que a dedução de despesa na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte é uma faculdade, a qual deve ser expressamente exercida na ocasião da entrega da declaração de ajuste, como se pode deduzir dos arts. 4º e 35 da Lei nº 9.250, de 1995. Porém, eventualmente, em procedimento de ofício de revisão, a autoridade fiscal pode acatar despesas dedutíveis não incluídas originalmente, atitude corriqueira na fiscalização, que busca, em regra, tributar os rendimentos descontadas as deduções. Ou seja, a renda líquida, ao invés dos rendimentos brutos. Iniciado o procedimento de ofício, a autoridade deveria ter intimado a contribuinte a apresentar os rendimentos e as despesas dedutíveis, apurando a base de cálculo do imposto de renda, notadamente em um caso como o presente, em que constou rendimentos tributáveis e despesas dedutíveis “zeradas” na declaração. Ao somente lançar, fez transparecer a idéia de tributar os rendimentos brutos do contribuinte, ao invés de perseguir a renda tributável, signo elementar da tributação do imposto de renda. A decisão da Turma de Julgamento da DRJ ratificou o procedimento da fiscalização, esquecendo que a função precípua do contencioso administrativo fiscal é rever a legalidade e legitimidade do lançamento. Como o afastamento das despesas pessoais dedutíveis gera uma tributação do imposto de renda da pessoa física completamente dissociada do caráter pessoal de tal imposto, a autoridade julgadora de primeira instância poderia revisar o lançamento, deferindo a dedução das despesas comprovadas, já que o contribuinte manifestou seu interesse no restabelecimento das deduções. Em não agindo assim, não diferindo a dedução das despesas dedutíveis, merece reparos a decisão. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 5/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/2011 por GIOVANNI CHRIST IAN NUNES CAMPOS 4 As despesas constantes na declaração retificadora estão apresentadas nos autos, por isso, aqui se deve deferir a dedução da base de cálculo do imposto de renda dos valores seguintes: a) R$ 4.320,00 referente aos dependentes Maria Zenilda de Oliveira Rios (fl. 2), Mônica de Oliveira Rios (fl. 3), José Carneiro Rios e Joaquina Lima Rios (fl. 4), no limite de até R$ 1.080 por dependente; b) R$ 1.700,00, dedutível como despesa com educação, do recibo no valor de R$ 2.432,88 anexado à folha 16; c) R$ 1.670,91, referente a soma de R$ 1.655,85 e R$ 15,26, constante como despesas médicas no comprovante de rendimentos pagos e de retenção do IR (fl. 10); e d) R$ 180,27 referente a despesa de previdência privada do contribuinte, constante no comprovante de rendimentos pagos e de retenção do IR (fl. 10). Os valores são os mesmos registrados na declaração retificadora não acatada. Ainda, como não há nos autos informações sobre o inicio do procedimento fiscal e que a ciência do lançamento ocorreu em 16 de junho de 2005, data superior a registrada na declaração retificadora, deve ser considerada a retificadora. Ante o exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso para acatar a declaração retificadora. Francisco Marconi de Oliveira – Relator (ASSINADO DIGITALMENTE) Fl. 4DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 2 5/03/2011 por FRANCISCO MARCONI DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 25/03/2011 por GIOVANNI CHRIST IAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 10384.720190/2011-32
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 04 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1101-000.060
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Manoel Mota Fonseca e Guilherme Pollastri Gomes da Silva.
RELATÓRIO
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Manoel Mota Fonseca e Guilherme Pollastri Gomes da Silva. RELATÓRIO
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Acordam os membros do colegiado em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (presidente da turma), Edeli Pereira Bessa, Benedicto Celso Benício Júnior, Carlos Eduardo de Almeida Guerreiro, Manoel Mota Fonseca e Guilherme Pollastri Gomes da Silva. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 84 .7 20 19 0/ 20 11 -3 2 Fl. 1914DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 3 2 RELATÓRIO SHOPCELL COMÉRCIO LTDA ME, já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Fortaleza/CE que, por maioria de votos, julgou IMPROCEDENTE a impugnação interposta contra lançamento formalizado em 29/03/2011, exigindo crédito tributário no valor total de R$ 1.350.939,01. No Termo de Verificação Fiscal de fls. 42/49, a autoridade lançadora inicialmente registrou que a fiscalizada promove a compra e venda de créditos telefônicos para aparelhos celular, os quais são materializados em cartões telefônicos para “recarga” de aparelhos celulares pré pagos ou créditos online a serem ativados pelo usuário através dos terminais de venda em varejo. Observou que tal mercadoria tem um valor de face representativo do crédito, ao qual nada pode ser acrescido, de modo que o fornecedor concede descontos sobre tal valor de face, e esta diferença representa a margem de lucro do vendedor. Acrescentou, ainda, que esta sistemática de preços impõe ao fiscalizado a necessidade de vender o mais rápido que lhe for possível, toda a mercadoria comprada, não havendo nenhum sentido em retêla, visto que ela não se valorizará mais do que o seu valor de face. Diante deste contexto, registrou que a constatação de compras (R$ 11.406.790,62) em valor superior às vendas (R$ 8.765.009,09), na maior parte dos meses do período fiscalizado, contraria toda lógica econômica da atividade comercial em que o contribuinte está inserido. Cogitando que tal diferença poderia decorrer de vendas com prejuízo, por valor inferior ao da compra, ou por interesse em estocar uma mercadoria que não se valoriza, entendeu a Fiscalização mais razoável supor que as vendas ocorreram em volume compatível com as compras, mas sem a emissão de notas fiscais, mormente tendo em conta o volume anual de depósitos bancários nas contas correntes movimentas pela contribuinte (R$ 13.062.584,95), passando a investigar o montante omitido e apurando as seguintes infrações: · Receita escriturada e não declarada, correspondente à diferença entre os valores de receitas escriturados no livro Caixa e os montantes informados em DIPJ (R$ 3.958.090,20); · Notas fiscais não escrituradas no livro Caixa, em razão de erro de transcrição (a menor parte) e do comportamento ambíguo do fiscalizado (a maior parte) que ora contabiliza como receita as saídas de mercadorias na modalidade “a vender” e ora, inexplicavelmente, desconsidera estas notas emitidas e não contabiliza as receitas decorrentes das vendas externas efetuadas, sendo certo que não houve registro de entrada das eventuais mercadorias não vendidas nessas citadas operações de vendas externas (R$ 1.466.521,51). Ainda, tendo em conta que a fiscalizada não apresentara todos os talonários de notas fiscais, e à vista da discrepância entre a movimentação financeira do anocalendário 2008 (R$ 13.062.584,95) e a receita total indicada nas notas e cupons fiscais emitidos (R$ 6.173.658,20), a autoridade fiscal intimou a contribuinte a justificar a origem dos créditos de valor acima de R$ 1.000,00 verificados em suas contas bancárias. Na medida em que a Fl. 1915DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 4 3 contribuinte não respondeu a esta intimação, e supondo que os créditos efetuados nas contas correntes bancárias do fiscalizado se dão em sua quase totalidade em razão das atividades de vendas efetuadas, presumiu o fiscal autuante que houve omissão de receita equivalente à diferença entre a movimentação financeira da contribuinte e as demais receitas apuradas pela fiscalizada (R$ 6.824.226,71). A autoridade lançadora registrou que os fatos apontados acima: declaração a menor das receitas contabilizadas e a omissão de escrituração de notas fiscais demonstram a vontade consciente do fiscalizado de omitir do conhecimento do fisco o auferimento de receitas tributáveis e, com isso, obter a redução indevida dos tributos a pagar. Entendendo tipificado crime contra a Ordem Tributária, afirmou que formalizaria representação fiscal para fins penais, mas exigiu o crédito tributário devido com acréscimo de multa de 75%. Impugnando a exigência, a interessada argüiu a nulidade do lançamento, que deveria ter se limitado à sua efetiva remuneração, qual seja, o comissionamento auferido na prestação do serviço de distribuição de crédito telefônico, apontando também a utilização de prova obtida por meio ilícito (seus dados bancários), restando desatendidos os requisitos da Lei Complementar nº 105/2001 e a decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou a inconstitucionalidade da quebra do sigilo sem ordem judicial. No mérito, abordou as características de sua atividade para defender que não realiza venda de crédito telefônico, mas sim distribui produtos mediante comissão, e também defendeu que os depósitos bancários não representam renda. A Turma julgadora rejeitou estes argumentos aduzindo que: · A partir da edição da Lei nº 9.430/96, sempre que o Titular de conta bancária, Pessoa Física ou Pessoa Jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento, está o Fisco autorizado a proceder ao Lançamento do imposto correspondente, não mais havendo a obrigatoriedade de se estabelecer o nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de receita; · A decisão do Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário nº 389.808PR ainda não transitou em julgado e não tem efeito erga omnes. Quanto aos demais argumentos acerca da inconstitucionalidade do acesso do Fisco às informações bancárias, a autoridade julgadora de 1a instância é incompetente para apreciálos; · Os argumentos da impugnante acerca de sua remuneração mediante comissão não se prestam a desconstituir as constatações de receitas escrituradas e não declaradas e de notas fiscais de venda não escrituradas. Firmou que o valor de face dos cartões é a importância final da comercialização; · As decisões do Superior Tribunal de Justiça e do CARF não vinculam as autoridades administrativas, pois têm efeitos apenas inter partes; · Não há nulidade, na medida em que o lançamento observou as disposições do art. 142 do CTN e dos arts. 10 e 59 do Decreto nº 70.235/72. Houve divergência na Turma Julgadora, restando vencido o relator que entendia aplicável a multa de 75%, porque não caracterizada a conduta dolosa do agente, e prevalecendo Fl. 1916DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 5 4 o entendimento de que tal matéria não integra o litígio, na medida em que desconhecidas as razões pelas quais a autoridade lançadora não qualificou a penalidade, além de não ser possível identificar qual das três condutas apuradas foi tida como dolosa, e também porque controvérsias acerca da Representação Fiscal para Fins Penais não são apreciadas no contencioso administrativo, como reconhecido na Súmula CARF nº 28, declarada vinculante a Administração Tributária Federal pela Portaria MF nº 383/2010. Cientificada da decisão de primeira instância em 04/11/2011 (fl. 1880), a contribuinte interpôs recurso voluntário, tempestivamente, em 05/12/2011 (fls. 1881/1907), no qual reprisa os argumentos apresentados na impugnação acerca do não atendimento dos requisitos previstos na Lei Complementar nº 105/2001, da decisão do STF declarando a inconstitucionalidade da quebra do sigilo sem ordem judicial, da indevida majoração da base de incidência e da ausência de requisitos para imposição da multa qualificada. Ao final conclui: 24. Posto isto, caracterizada à saciedade a fragilidade do auto de infração guerreado, quer seja em face da ausência dos pressupostos prescritos pelo art. 6o da Lei Complementar nº 105/2001 para possibilitar o lançamento tributário com fulcro nas informações financeiras da Recorrente, quer seja em razão da declaração de inconstitucionalidade, pelo Supremo Tribunal Federal, da quebra do sigilo bancário sem autorização judicial, depreca para que seja conhecido e provido o presente recurso voluntário para declarar nulo o lançamento de ofício. Ultrapassadas as questões preliminares, no mérito, requer seja julgado improcedente a autuação, uma vez comprovada a erronia praticada pela auditoria fiscal, que deveria ter limitado o lançamento à efetiva remuneração do contribuinte, caracterizada pelo comissionamento auferido na prestação do serviço de distribuição do crédito telefônico, excluindo, em todo o caso, a imposição da multa qualificada. Fl. 1917DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 6 5 VOTO Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Inicialmente no que diz respeito às alegações de irregular quebra de sigilo bancário, cabe esclarecer que os extratos bancários foram fornecidos pela própria contribuinte, em atendimento ao Termo de Início de Fiscalização, juntamente com os demais documentos e livros de sua escrituração (fls. 177/178). Logo, a autoridade fiscal não fez uso da faculdade que lhe foi conferida por meio da Lei Complementar nº 105/2001: Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. (Regulamento) Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. (negrejouse) Não há qualquer requisito especial para exame, pela Fiscalização, de documentos, livros e registros do próprio sujeito passivo. O rito especial ao qual a recorrente se reporta destinase a alcançar registros de instituições financeiras, as quais têm o dever de conservar sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados, na forma do art. 1o daquela mesma lei. Na medida em que a contribuinte forneceu à Fiscalização seus extratos bancários, impróprias são as argüições de nulidade do lançamento em razão da inobservância do art. 6o da Lei Complementar nº 105/2001, ou da declaração de inconstitucionalidade deste dispositivo legal em decisão do Supremo Tribunal Federal. O presente voto, portanto, é no sentido de REJEITAR as argüições de nulidade do lançamento. No mérito, a recorrente opõese à conclusão fiscal que reputou como receita tributável a integralidade dos valores identificados em sua escrita e em sua movimentação financeira. Opõe os contratos firmados com a operadora Claro, nos quais figura como intermediador na distribuição dos cartões de telefonia celular, cadastrando pontos de venda (PDVs) para comercialização do crédito eletrônico no aparelho celular, como postos de gasolina, bancas de jornais, padarias, etc.. Afirma que não pratica a mercancia propriamente dita, mesmo porque não há margem para precificar o crédito telefônico a seu critério, já que os mesmos são tarifados e vendidos por preços iguais em todo território nacional. Ressalta que este aspecto foi reconhecido pela própria autoridade lançadora, e conclui que resta descaracterizada juridicamente a operação de compra e venda, até porque não é concessionário de serviço público de telefonia. Acrescenta que notas fiscais da Claro, juntadas por amostragem à defesa, evidenciam que os cartões lhe são enviados em operação enquadrada no CFOP 5.949, de remessa para distribuição. E aponta cláusula contratual que evidenciaria sua remuneração equivalente a um percentual sobre a respectiva venda, e não mediante concessão de descontos sobre o seu valor de face, como disse a Fiscalização. Fl. 1918DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 7 6 Conclui que, frente a provas da existência da atividade de corretagem ou intermediação da venda do produto, não há efetiva identificação da hipótese de incidência dos tributos em testilha, à semelhança do que já decidido neste Conselho (Acórdão nº 10515.407). Menciona, ainda, ofensa ao princípio da capacidade contributiva, e aponta a existência de depósitos bancários de terceiros, que transitaram em sua conta bancária, mas não lhe pertencem. A jurisprudência deste Conselho é pacífica no sentido de que na revenda de cartões telefônicos, considerase receita tributável a totalidade dos valores percebidos pelo vendedor. Neste sentido são as ementas dos seguintes julgados administrativos: LUCRO PRESUMIDO. REVENDA DE CARTÕES TELEFÔNICOS. Integra a receita tributável, para fins de apuração do IRPJ, a totalidade dos valores percebidos nas operações de revenda de cartões telefônicos aos consumidores finais. A contribuinte não firmou contrato de prestação de serviços com a empresa concessionária de telefonia, mas sim contrato de credenciamento para que pudesse comprar os cartões telefônicos e, depois, revendêlos. O campo de incidência do tributo federal é mais amplo que o do ICMS, abarcando operações com uma série de bens e direitos que não são tributados pelo imposto estadual. Embora o cartão telefônico não tenha a característica de uma mercadoria, como as que são normalmente tributadas pelo ICMS, ele representa um direito à utilização de um serviço, direito que é efetivamente comercializado pela recorrente. (Acórdão nº 180500.057, sessão de 27 de maio de 2009) PIS. BASE DE CÁLCULO. REVENDA DE CARTÕES TELEFÔNICOS. O produto da revenda de cartões telefônicos, adquiridos por contrato de compra e venda da empresa de telefonia, integra a base de cálculo da contribuição como receita de vendas. (Acórdãos nº 20179.266, sessão de 23 de maio de 2006; e 20181.083, sessão de 10 de abril de 2008 ) ATIVIDADE DA EMPRESA. REVENDA DE CARTÕES TELEFÔNICOS. A base de cálculo para fins de apuração dos tributos pelo LUCRO PRESUMIDO é a receita bruta auferida nas operações de venda de cartões telefônicos aos consumidores finais, não admitida qualquer dedução além daquelas previstas na norma. (Acórdão nº 1302 000.826, sessão de 1o de fevereiro de 2012) Contudo, especialmente no primeiro julgado acima referido, resta patente que o contrato firmado entre a contribuinte autuada e a empresa de telefonia revelava operações de compra e venda, nas quais eram concedidos descontos sobre o preço oficial do cartão telefônico. Já no presente caso, embora a autoridade fiscal também tenha constatado que a margem de lucro da fiscalizada seria representada pelos descontos concedidos pelo fornecedor dos cartões, a partir de seu valor de face, a recorrente faz referência a documento juntado a sua impugnação, do qual transcreve a seguinte cláusula contratual: 4 – Do Comissionamento: 4.1. Pela prestação de serviços a BSE concederá à CONTRATADA desconto de 13% (treze por cento) sobre o valor do cartão prépago, desde que os pague a vista, para fazer face a distribuição dos sobreditos cartões nos pontos de venda da CONTRATADA, servindo esse desconto como comissionamento pelos serviços prestados. Referido acordo foi intitulado Contrato de Prestação de Serviços de Distribuição de Cartões de Telefonia Móvel Celular na Modalidade PréPaga e expressa o seguinte objeto: Fl. 1919DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 8 7 1.1 O objeto do presente contrato é a distribuição de cartões prépagos pela CONTRATADA em pontos de venda devidamente indicados pela BSE, por tempo determinado e em caráter não exclusivo, na área do estado do Piauí, parte da área de concessão de SMC da BSE, observandose os pontos de venda em que já não exista outro distribuidor de cartões da BSE. Outras referências contratuais denotam que a fiscalizada não poderia comercializar livremente os cartões telefônicos. Vejase: 3. Responsabilidades da CONTRATADA: 3.1 Realizar a distribuição de cartões prépagos em pontos de vendas devidamente indicados pela BSE, por tempo determinado e em caráter não exclusivo, na área de concessão de SMC da BSE. 3.2 Prestar sempre que solicitado pela BSE relatório indicando a quantidade de cartões prépagos distribuídos por pontos de venda, e na ausência desses relatórios a CONTRATADA será multada em 0,5% (meio por cento) sobre o percentual de 13% (treze por cento) referente a comissão da cláusula 4.1. 3.3. A CONTRATADA será responsável pela armazenagem e transporte dos cartões prépagos nas condições estipuladas pela BSE, sendo de responsabilidade da CONTRATADA qualquer defeito nos cartões prépagos em decorrência de problemas de armazenagem e transporte, inclusive, os mesmos problemas relacionados ao ponto de venda. [...] 5. Obrigações Adicionais da CREDENCIADA: 5.1 A CONTRATADA concorda em observar os critérios e instruções para comercialização estabelecidos pela BSE neste instrumento e em seus Anexos, sob pena de, não o fazendo, ficar sujeita às penalidades contratuais, inclusive com a rescisão do presente contrato. A interessada também juntou, na impugnação, cópia de notas fiscais emitidas pela BCP S/A (Claro) em seu favor, durante o anocalendário de 2008, as quais indicam como a operação REM P/ DIST CARTAO TEL, CFOP 5.949. Nelas os cartões fornecidos estão indicados pelo seu valor de face, reduzidos por desconto equivalente a 12% em operação a prazo e 13% em operação a vista (fls. 1803/1807). Tais elementos indicam que a relação comercial existente entre a fornecedora dos cartões e a autuada poderia ser distinta daquelas verificadas em outros litígios apreciados neste Conselho. Todavia, o contrato antes referido, embora aponte a autuada como contratada, está datado de 15 de novembro de 2000 e não está assinado (fls. 1788/1794). Ainda, às fls. 1770/1787 consta contrato de distribuição de créditos prépagos online Projeto Claro PDV, no qual a autuada está indicada como distribuidor, é remunerada também percentual de comissionamento sobre o valor final de cada crédito, e submetese a diversas exigências para distribuição dos créditos. Referido contrato também não está assinado, e está datado de 11 de dezembro de 2008. Assim, para melhor solução da lide, o presente voto é no sentido de CONVERTER o julgamento em diligência, para que a interessada seja intimada a: 1) apresentar o(s) contrato(s) original(is) que orientaram as operações no período fiscalizado, devendo a autoridade administrativa anexar sua imagem aos autos do presente processo; 2) apresentar as notas fiscais emitidas pela Claro S/A em seu favor, durante o anocalendário Fl. 1920DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 9 8 2008, devendo a autoridade administrativa confirmar se todos os fornecimentos foram realizados sob o código CFOP 5.949, prestando tal informação por escrito nos autos deste processo. Reunidas estas informações, a autoridade lançadora deverá emitir relatório circunstanciado, cientificando a contribuinte deve ser cientificada do resultado do trabalho fiscal para que esta, querendo, complemente suas razões de defesa em 30 (trinta) dias, antes do retorno dos autos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 1921DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10384.720190/201132 Resolução nº 1101000.060 S1C1T1 Fl. 10 9 Fl. 1922DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES
score : 1.0
Numero do processo: 10880.014763/00-15
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Apr 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
CERCEAMENTO DE DEFESA. DESPACHO DECISÓRIO NULO. ANULAÇÃO DE TODOS OS ATOS POSTERIORES.
São nulos, por cerceamento do direito de defesa, nos termos do artigo 59, inciso II, do Decreto n° 70.235/72, o despacho decisório e a decisão de primeira instância que se fundamentam em premissas falsas. A nulidade do despacho decisório implica no expurgo dos seus efeitos do mundo jurídico.
HOMOLOGAÇÃO TÁCITA - NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO
O CARF não pode declarar a ocorrência de homologação tácita que decorra do escoamento do prazo em face da declaração de nulidade do despacho decisório.
Recurso Voluntário Provido em parte
Numero da decisão: 3801-001.607
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, declarar a nulidade do despacho decisório da delegacia de origem por cerceamento do direito de defesa. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Jose Luiz Bordignon; e por maioria de votos, não reconhecer as homologações tácitas. Vencido o Conselheiro Sidney Eduardo Stahl (Relator). Designado o Conselheiro Marcos Antônio Borges para elaborar o voto vencedor referente a esta matéria.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2141; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 4.015 1 4.014 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.014763/0015 Recurso nº 944.670 Voluntário Acórdão nº 3801001.607 – 1ª Turma Especial Sessão de 28 de novembro de 2012 Matéria Ressarcimento de IPI Recorrente R R INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ETIQUETAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 CERCEAMENTO DE DEFESA. DESPACHO DECISÓRIO NULO. ANULAÇÃO DE TODOS OS ATOS POSTERIORES. São nulos, por cerceamento do direito de defesa, nos termos do artigo 59, inciso II, do Decreto n° 70.235/72, o despacho decisório e a decisão de primeira instância que se fundamentam em premissas falsas. A nulidade do despacho decisório implica no expurgo dos seus efeitos do mundo jurídico. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO O CARF não pode declarar a ocorrência de homologação tácita que decorra do escoamento do prazo em face da declaração de nulidade do despacho decisório. Recurso Voluntário Provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, declarar a nulidade do despacho decisório da delegacia de origem por cerceamento do direito de defesa. Vencidos os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Jose Luiz Bordignon; e por maioria de votos, não reconhecer as homologações tácitas. Vencido o Conselheiro Sidney Eduardo Stahl (Relator). Designado o Conselheiro Marcos Antônio Borges para elaborar o voto vencedor referente a esta matéria. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 01 47 63 /0 0- 15 Fl. 4015DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.016 2 (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente). Fl. 4016DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.017 3 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido de Imposto Sobre Produtos Industrializados IPI referente ao 1º trimestre de 1999, apresentado em 28/09/2000, no valor total de R$ 80.313,02 (oitenta mil trezentos e treze reais e dois centavos), ao qual se vinculam as Declarações de Compensação de nº 38466.32434.150405.1.3.019702 e 08844.19320.030505.1.3.014443 (fls. 111/114), transmitidas respectivamente em 15/04/2005 e 03/05/2005 computando valor total de R$ 80.232,42 (oitenta mil duzentos e trinta e dois reais e quarenta e dois centavos). A Recorrente foi intimada em 07/01/2010 para apresentar no prazo de 20 dias os documentos comprobatórios da origem do crédito (fl. 116/117 – pedido esse feito em conjunto para os processos nº 10880.014764/0088,10880.014765/0041,10880.014766/0011 e 10880.014763/0015), a saber: 1. Apresentar original e cópia do livro registro de entradas referente ao período de janeiro a dezembro de 1999; 2. Apresentar original e cópia do livro registro apuração de IPI referente ao período de janeiro a dezembro de 1999; 3. Apresentar original e cópia do livro registro de apuração de IPI em que conste o estorno do crédito pleiteado; 4. Apresentar a relação dos produtos fabricados no ano de 1999 e a sua classificação fiscal; 5. Apresentar listagem completa de todas as notas fiscais de venda emitidas nos meses de março, maio, setembro e outubro de 1999; 6. Esclarecer se o crédito de Imposto Sobre Produtos Industrializados IPI pleiteado foi gerado com fundamento no art. 11 da lei n° 9.779/99, ou com fundamento na portaria MF n° 38/97 como consta no pedido protocolizado; Em 04/03/2010 a DRF de origem proferiu despacho decisório (fls. 118/119) indeferindo o pedido de ressarcimento e não homologando as compensações formuladas sob a alegação de que não houve apresentação de documentos pedidos na referida intimação e nem a solicitação de dilação do prazo concedido: Inconformado, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade em 13/04/2010 (fls.121/142), alegando cerceamento de defesa, tendo comprovado que havia protocolizado pedido de prazo suplementar de 30 dias para apresentação da documentação exigida ainda no prazo para apresentação dos documentos, em 28/02/2010, juntando todos os documentos solicitados e os esclarecimentos necessários (fls. 143/489), alegando, ainda, que a decisão se deu com supedâneo na IN 900/2008, posterior à data do pedido e que deveria se dar com base na IN 21/1997 e ainda sustentando que o procedimento não seguiu os mínimos princípios básicos da administração tais como a razoabilidade e verdade material. Fl. 4017DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.018 4 A DRJ em Ribeirão PretoSP, por sua vez, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade ofertada pela Recorrente, através do acórdão de fls. 491/496, cuja ementa tem o seguinte teor: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 Ementa: RESSARCIMENTO DE IPI. COMPROVAÇÃO. Quando dados ou documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará o indeferimento do pleito. IPI. RESSARCIMENTO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que, regularmente intimado, tenha deixado de apresentar as provas solicitadas, visando à comprovação do direito reclamado. RESSARCIMENTO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. E ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Devidamente intimado para tanto, fls. 498, interpôs a Recorrente o presente Recurso Voluntário de fls. 500 a 511, em 06/05/2011, e que se vale dos mesmos argumentos perpretados em sua Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 4018DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.019 5 Voto Vencido Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. A questão aqui posta se resume em saber se houve por parte da Recorrente negligência que implicasse em perda do direito de apresentar as provas que juntou somente em sede de Manifestação de Inconformidade, ou não. Para tanto, peço vênia aos meus pares para apresentar a cronologia dos fatos aqui passados. A Recorrente apresentou pedido de Ressarcimento em 28/09/2000, acompanhada de documentos – notas fiscais e registro de entrada (01 a 03/1999). Em 15/04/2005 e 03/05/2005 apresentou pedidos de compensação. Em 07/01/2010, ou seja, 4 anos, 8 meses e 24 dias (1.728 dias) após o primeiro pedido de compensação e 4 anos, 8 meses e 6 dias (1.710 dias) após os segundo e 9 anos, 3 meses e 11 dias (3.388 dias) após o protocolo do pedido de ressarcimento a DRF intima a Recorrente a apresentar documentos, concedendolhe ora prazo de 20 dias, ora de 10 dias, nos processos relatados nessa data por este Conselheiro. A Recorrente protocoliza pedido de prorrogação de prazo para a entrega de documentos antes do julgamento do seu pedido. A DRF prolata o despacho decisório após o prazo do protocolo do pedido de prorrogação e o faz negando o direito do contribuinte sob o fundamento de que ficou inviabilizado o exame do crédito porque a contribuinte deixou de apresentar os documentos solicitados no prazo. e o pedido deveria ser indeferido. A Recorrente intimada dessa decisão em 15/03/2010 interpõe a Manifestação de Inconformidade em 13 de abril, juntando toda a documentação constante da intimação. Em 1º de fevereiro de 2011 a DRJ de Ribeirão Preto julga a Manifestação de Inconformidade. Tenho que poderia, após a exposição feita acima, poupar os meus pares de uma argumentação mais pormenorizada para sustentar o meu entendimento sobre o caso, mas me é defeso fazêlo, não só em respeito a minha obrigação de fundamentar as decisões, mas também em respeito a todos que se manifestaram nesse processo. Nesse sentido quero dividir um trecho do acórdão recorrido (fls 516), que tomo a liberdade de destacar: Fl. 4019DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.020 6 “E, mesmo tendo a recorrente alegado que apresentou pedido de prorrogação de prazo, não vislumbro qualquer irregularidade na decisão ora recorrida, pois a autoridade administrativa pode recusar tal prorrogação, fato que ficou tacitamente demonstrado pela prolação da decisão em 4/02/2010. E, nenhuma prova foi apresentada para que a autoridade administrativa pudesse decidir se o motivo alegado para a solicitação de prorrogação era verídico.” Portanto, a ilustre relatora do acórdão na DRJ entendeu que houve recusa tácita do pedido de prorrogação de prazo feito pela Recorrente, por conta da prolação do despacho decisório e que nenhuma prova foi apregoada aos autos que justificasse o pedido de prorrogação. Não posso concordar com tal entendimento. Primeiro, porque é defeso à administração fazêlo – não há para a administração como fazer qualquer indeferimento tácito, porque suas decisões devem ser fundamentadas. Segundo, porque o que de fato fundamentou o despacho decisório e motivou o indeferimento do ressarcimento e a nãohomologação das compensações foi o fato dos documentos não terem sido apresentados no prazo determinado e a inação da Recorrente, o que na realidade não aconteceu, porque a Contribuinte não só requereu a dilação do prazo, mas justificou o pedido. A contribuinte juntou documentos demonstrando que a documentação requisitada estava em dividida em diversos lugares por conta de um sinistro ocorrido dois anos antes na empresa. Mas, se vale o meu palpite, se mesmo assim não tivesse ocorrido, razoável seria conceder um prazo maior para recolher documentos fiscais que tinham cerca de dez anos e não mais estavam tramitando pela diuturnidade da Recorrente. Pelo que me lembro, era Nelson Rodrigues que dizia que o mais persuasivo meio de convencer alguém é a pancada. Mas no Estado de Direito não é assim que se procede. O direito deve ser dito e justificado. Agora sim, tenho que já está suficientemente justificado o meu entendimento. E nem acho que é preciso discutir e apresentar aqui toda a retórica referente aos princípios constitucionais e legais que norteiam a administração – legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência –, porque não há nenhuma razão para carregálos de culturalismo jurídico, quando estamos nos deparando com o instituto preliminar a todos esses: o ético. Na realidade a decisão da DRF se sustentou em premissa errônea. Alegou que houve inércia da contribuinte. Fato esse inexistiu. Ficou evidenciado que a recorrente apresentou pedido de prorrogação no prazo e o indeferimento e nãohomologação se deram motivados pela inação da contribuinte, ou seja, a decisão se fundamentou em premissa falsa. No mais a autoridade não examinou documento que deveria examinar, protocolizado antes do julgamento, o pedido de prorrogação, que não pode ser tacitamente negado. Tenho que o despacho decisório é nulo. Fl. 4020DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.021 7 As provas contradizem a fundamentação do despacho decisório, isso é incontestável e, nesse sentido, a decisão cerceou o direito a defesa da Recorrente que nos termos do artigo 59, inciso II do Decreto nº 70.235/1972, implica em nulidade do despacho, a saber (os grifos são meus): Art. 59. São nulos: II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Quanto à matéria acima exposta, este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, tem sido firme quanto à anulação da decisão em casos análogos a este, conforme se verifica nos julgamentos colacionados abaixo: PEDIDO DE EXECUÇÃO DE DECISÃO JUDICIAL. MATÉRIA NÃO APRECIADA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO E DA DECISÃO RECORRIDA. São nulos, por cerceamento do direito de defesa, nos termos do artigo 59, inciso II, do Decreto n° 70.235/72, o despacho decisório e a decisão de primeira instância que deixam de apreciar o efetivo pedido formulado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido Processo nº 11610.003783/200372, Ac. 210201.005 – Segunda Seção,1ª Câmara, 2ª Turma Ordinária. PRELIMINAR. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. São nulas as decisões proferidas com preterição do direito de defesa da parte, nos termos do art. 59, inc. II do Decreto n° 70.235/72. A falta de análise da documentação acostada aos autos pela Impugnante implica em flagrante cerceamento do seu direito de defesa, devendo a nulidade ser reconhecida de oficio. Preliminar acolhida Processo n° 16045.000216/200510, Ac. 210200.712, – Segunda Seção, 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Fl. 4021DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.022 8 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. Caracterizase cerceamento do direito de defesa a não apreciação do parecer jurídico trazido aos autos antes do julgamento, bem como, a recusa da administração em juntar aos autos cópias de documentos que estavam em seu poder, considerados pelo sujeito passivo como provas de suas razões de impugnação. NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. IMPEDIMENTO DE AUTORIDADE JULGADORA. Configurase hipótese de impedimento da autoridade julgadora de 1ª instancia quando restar caracterizada a sua participação, direta ou indiretamente, na ação fiscal. (Portaria MF 258, de 24 de agosto de 2001). Processo Anulado. Processo n° 10283.002649/200421, Ac. 310100.363 , Terceira Seção, 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sendo nulo o despacho decisório, tudo o que dele decorrer também é nulo. É essa a determinação legal, tanto do PAF quanto do CPC1, ou seja, nesse caso a correção somente pode ser realizada através da invalidação retroativa, leiase ex tunc, desde o momento do ato praticado, conforme nos ensina Pontes de Miranda2: “... de regra, as nulidades podem ser decretadas de oficio, quando o juiz as encontra. A eficácia constitutiva negativa da anulação é ex tunc. Tudo que a sentença pode alcançar é expelido do mundo jurídico. Se ato jurídico de disposição foi anulado, a disposição temse como se não houvesse acontecido: o direito, a pretensão, a ação...”. Muito bem, nesse vetor, tendo sido expurgada a única decisão que examinou as compensações requeridas tenho que nada mais há que se fazer senão homologálas tacitamente nos termos da Lei, vejamos: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão 1 Art. 248. Anulado o ato, reputamse de nenhum efeito todos os subseqüentes, que dele dependam; todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras, que dela sejam independentes. 2 Miranda, Pontes de. Tratado das Ações, Campinas: Bookseller, 1998, p.130. Fl. 4022DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.023 9 informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Assim, nenhuma das compensações, no meu entender foi examinada até o presente momento porque nula a decisão que as examinou. Conseqüentemente, voto por julgar procedente o presente recurso voluntário para declarar a nulidade do despacho decisório e de todos os atos posteriores que dele dependam e declarar homologadas tacitamente as compensações ora pleiteadas e, ainda, para determinar o retorno dos autos para a DRF de origem para que examine o pedido de ressarcimento. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl, Relator Fl. 4023DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.024 10 Voto Vencedor Conselheiro Marcos Antonio Borges, Redator Designado Com o devido acatamento, permito me divergir do voto do Ilmo. Sr. Relator em relação ao reconhecimento das homologações tácitas. O artigo 59 do Decreto n.º 70.235/1972 tem três parágrafos, nos quais estão postos os limites e a extensão da declaração de nulidade dos atos que compõem o processo administrativo fiscal: Art. 59. [...] § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Tais regras reproduzem regras similares constantes dos artigos 248 e 249 do Código de Processo Civil, e têm um claro objetivo de privilegiar a economia processual; sim, porque não há porque anular os atos que não tenham sido resultado, direto ou indireto, do ato declarado nulo. Por conta disto os dispositivos comandam que a autoridade, ao declarar a nulidade, especifique todos os atos atingidos e determine as providências necessárias ao prosseguimento regular do processo. A disposição do parágrafo 3º também visa a economia processual. Se a autoridade julgadora percebe que no mérito o lançamento é improcedente, não deve declarar a nulidade, pois se assim não for, a nulidade pode ser saneada e o lançamento, desde sempre irregular, voltará a ser efetuado e uma vez mais submetido a uma evidentemente inútil reapreciação administrativa. No entanto, uma vez declarada a nulidade do despacho decisório, conforme expresso no voto do eminente relator, não há que se entrar no mérito do pedido administrativo, devendo o processo retornar a DRF de origem para que essa se posicione quanto à procedência e ao montante do crédito do sujeito passivo para com a União. No caso em tela, por se tratar de pedido de ressarcimento cumulado com pedido de compensação, caso o crédito seja reconhecido e tiver valor superior ao total do débito objeto da compensação, a autoridade competente da Receita Federal do Brasil deverá promover o ressarcimento do saldo creditório remanescente, desde que inexistam outros débitos a serem compensados com o referido crédito. Ainda que haja o reconhecimento da homologação tácita da compensação pela autoridade competente da Receita Federal do Brasil, é cabível a apresentação de Fl. 4024DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES Processo nº 10880.014763/0015 Acórdão n.º 3801001.607 S3TE01 Fl. 4.025 11 manifestação de inconformidade contra o nãoreconhecimento do direito creditório quando o crédito informado pelo sujeito passivo em seu pedido de ressarcimento cumulado com pedido de compensação não for integralmente reconhecido. Com estas considerações, voto no sentido de julgar procedente em parte o presente recurso voluntário para declarar a nulidade do despacho decisório e de todos os atos posteriores que dele dependam, não declarar a homologação tácita das compensações ora pleiteadas e, ainda, para determinar o retorno dos autos para a DRF de origem para que essa se posicione quanto à procedência e ao montante do crédito do sujeito passivo para com a União. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 4025DF CARF MF Impresso em 02/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/03/201 3 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinad o digitalmente em 08/03/2013 por MARCOS ANTONIO BORGES
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Numero do processo: 13603.004972/2007-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SAT. DECADÊNCIA TOTAL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras de decadência estabelecidas no Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. Recurso de Ofício Negado. Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 2301-002.970
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros imposto e contrib federais adm p/ SRF - ação fiscal
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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ementa_s : Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1998 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SAT. DECADÊNCIA TOTAL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras de decadência estabelecidas no Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. Recurso de Ofício Negado. Crédito Tributário Exonerado.
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SAT. DECADÊNCIA TOTAL. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicadas as regras de decadência estabelecidas no Código Tributário Nacional. No presente caso, todo o lançamento fiscal foi alcançado pela decadência quinquenal, tanto pela regra estabelecida no art. 150, §4º do CTN, quanto pela disposição do art. 173, inciso I, do mesmo Codex. Recurso de Ofício Negado. Crédito Tributário Exonerado. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Mauro Jose Silva, Damiao Cordeiro de Moraes, Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete De Oliveira Barros, Leonardo Henrique Pires Lopes. Relatório 1. Tratase de recurso de ofício interposto pela julgadora de primeira instância (Delegacia da Receita Federal do Brasil em Contagem MG) em razão de decisão que julgou improcedente o lançamento e declarou a extinção do crédito tributário lançado em face da contribuinte SOCORRO COSTA LTDA na forma do artigo 173, I do Código Tributário Nacional (CTN). 2. Segundo o relatório fiscal, o débito lançado contra o contribuinte referese às contribuições previdenciárias devidas ao INSS e destinadas ao custeio da Seguridade Social, ao financiamento das prestações por acidente de trabalho SAT e benefícios concedidos em razão da incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, e a outras Entidade e Fundos, contribuições estas incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados (fl. 46). 3. O contribuinte foi devidamente intimado e apresentou impugnação pelas seguintes razões de fato e de direito a saber: “A análise da notificação de lançamento demonstra de maneira clara que a, mesma não pode subsistir, tendo em vista a exação de várias parcelas caducas, ilegais ou inconstitucionais” (f. 53). 4. O colegiado de primeira instância entendeu que o lançamento foi improcedente restando o julgado ementado nos termos que passo a transcrever abaixo: “DECADÊNCIA QUINQUENAL. A decadência das contribuições previdenciárias operase em 05 (cinco) anos em face da declaração de inconstitucionalidade Fl. 2DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13603.004972/200719 Acórdão n.º 2301002.970 S2C3T1 Fl. 2 3 formal dos art. 45 46 de Lei 8.212/91 pelo Supremo Tribunal Federal. Lançamento Improcedente”. 5. Justifica a autoridade julgadora o recurso de ofício conforme expressamente previsto no art. 34, do Decreto n° 70.235 de 1972, “a autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a decisão de exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total, lançamento principal e decorrentes, a ser fixado em ato do Ministro de Estado da Fazenda”. 6. Dessa forma, em cumprimento do dispositivo supra mencionado, os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1. Conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos de admissibilidade. DA DECADÊNCIA 2. Preliminarmente, é importante que seja feita a análise da decadência, tendo em vista o prazo quinquenal previsto no Código Tributário Nacional (CTN). 3. Sobre essa questão, cumpre dizer que, nas sessões plenárias dos dias 11 e 12/06/2008, respectivamente, o Supremo Tribunal Federal STF, por unanimidade, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91 e editou a Súmula Vinculante n° 08. Seguem transcrições: “Parte final do voto proferido pelo Exmo Senhor Ministro Gilmar Mendes, Relator: Resultam inconstitucionais, portanto, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 e o parágrafo único do art.5º do Decretolei n° 1.569/77, que versando sobre normas gerais de Direito Tributário, invadiram conteúdo material sob a reserva constitucional de lei complementar. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 Sendo inconstitucionais os dispositivos, mantém se hígida a legislação anterior, com seus prazos quinquenais de prescrição e decadência e regras de fluência, que não acolhem a hipótese de suspensão da prescrição durante o arquivamento administrativo das execuções de pequeno valor, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições de Seguridade Social sujeitamse, entre outros, aos artigos 150, § 4º, 173 e 174 do CTN. Diante do exposto, conheço dos Recursos Extraordinários e lhes nego provimento, para confirmar a proclamada inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, por violação do art. 146, III, b, da Constituição, e do parágrafo único do art. 5º do Decretolei n° 1.569/77, frente ao § 1º do art. 18 da Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional 01/69. É como voto. Súmula Vinculante n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. 4. Os efeitos da Súmula Vinculante estão previstos no artigo 103A da Constituição Federal, regulamentados pela Lei n° 11.417, de 19/12/2006, in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.” 5. Ainda sobre o assunto, a Lei n° 11.417, de 19 de dezembro de 2006, dispõe o que segue: “Regulamenta o art. 103A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. ... Art. 2º O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração Fl. 4DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 13603.004972/200719 Acórdão n.º 2301002.970 S2C3T1 Fl. 3 5 pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.” 6. Assim, como demonstrado, a partir da publicação na imprensa oficial, todos os órgãos judiciais e administrativos ficam obrigados a acatarem a Súmula Vinculante. 7. Dessa forma, afastado por inconstitucionalidade o artigo 45 da Lei n° 8.212/91, resta verificar qual regra de decadência, prevista no Código Tributário Nacional – CTN se aplica ao caso concreto. 8. Compulsando os autos depreendese do relatório fiscal que a autuação foi lavrada contra o contribuinte e recebida em 20/02/2007, referente às contribuições do período de 01/01/1997 a 31/12/1998, assim, constatase que independentemente da regra a ser aplicada, artigos 173, inciso I ou 150, § 4º, do CTN, encontramse decaídas em sua totalidade as contribuições levantadas pelo fisco. CONCLUSÃO 9. Pelo exposto, voto por CONHECER do RECURSO DE OFÍCIO para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, uma vez que todo o débito encontram decaído. Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 5DF CARF MF Impresso em 11/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 01/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10865.903794/2009-95
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Cabem Embargos de Declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
Numero da decisão: 3803-003.994
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitado os Embargos de Declaração, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Eduardo Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Cabem Embargos de Declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
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Cabem Embargos de Declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitado os Embargos de Declaração, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Juliano Eduardo Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, João Alfredo Eduão Ferreira e José Luiz Feistauer de Oliveira. Relatório Tratase de Embargos de Declaração interposto pelo Conselheiro Alexandre Kern, designado para a elaboração do voto vencedor do julgamento ocorrido em 17 de julho AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 37 94 /2 00 9- 95 Fl. 118DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 nesta Turma, que por sua vez negou provimento ao recurso em epígrafe, por maioria de votos, tendo sido ele designado para elaboração do voto vencedor. Todavia, no momento da elaboração do voto, o embargante constatou que embora o Recurso Voluntário tivesse sido apresentado dentro do prazo estabelecido na legislação, a Manifestação de Inconformidade seria intempestiva e por este motivo interpôs os Embargos de Declaração com o objetivo de alertar que o colegiado não poderia ter adentrado ao mérito da demanda, sob o pressuposto de que o acórdão foi omisso na medida em que deixou de apreciar pressuposto de admissibilidade do processo administrativo em epígrafe, especificamente em relação a intempestividade da Manifestação de Inconformidade. Comenta ainda, nos embargos, que talvez o equívoco possa ser atribuído ao servidor Reinaldo Brigatto que ignorou a informação de postagem e por isso sugeriu que a Manifestação de Inconformidade fosse conhecida pela DRJ. Agora, resta analisar se os embargos preenchem os pressupostos de admissibilidade, bem como se cabe reformar o acórdão. É o Relatório Voto Conselheiro Juliano Eduardo Lirani, Relator De acordo com o art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver omissão, contradição ou obscuridade entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Primeiramente é preciso dizer que os embargos são tempestivos, visto que foram apresentados no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão, pelo que conheço do recurso, no termos do § 1º do art. 65 do Regimento Interno do CARF. Tendo em vista tal dispositivo regulamentar, será possível concluir que os embargos não preenchem os requisitos de admissibilidade, uma vez que o pressuposto de intempestividade da Manifestação de Inconformidade alegado não se encontra peremptoriamente atestado nos autos, conforme será demonstrado a seguir. Conforme se verifica do despacho da repartição de origem que encaminhou a Manifestação de Inconformidade à Delegacia de Julgamento, o agente consignou que não era possível constatar nos elementos presentes nos autos a data da ciência do despacho decisório por parte do contribuinte, o que, em princípio, fragiliza, de pronto, o argumento do Embargante. Além disso, as telas em que o Embargante se embasa para afirmar a ocorrência da intempestividade da Manifestação de Inconformidade não são originadas da Empresa Brasileira de Correios – ECT, mas de sistemas do Serpro, em que não se tem a imagem do Aviso de Recebimento (AR), elemento esse primordial à verificação da tempestividade. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10865.903794/200995 Acórdão n.º 3803003.994 S3TE03 Fl. 112 3 Não bastassem tais constatações, temse que o relator a quo afirmou que a Manifestação de Inconformidade atendia todos os pressupostos de admissibilidade, dentre os quais se inclui a tempestividade. Considerando que o relator a quo tem acesso às informações dos sistemas internos da Receita Federal, essa sua afirmativa, para ser afastada, dependeria de elemento de prova inequívoco, o que não ocorre no presente caso. Conforme este Colegiado já decidiu em outras ocasiões, havendo dúvida quanto à tempestividade de uma peça recursal, concluise pela regularidade processual, com fundamento nos princípios da eficiência, da oficialidade e formalidade mitigada. O Embargante, valendose da alegação de ocorrência de omissão desta Turma quanto à não constatação do erro no acórdão de primeira instância – erro esse não demonstrado, conforme acima apontado –, quis fazer uso dos embargos para provocar a prolação de nova decisão, de forma não consentânea com a previsão do Regulamento do CARF. Por fim, embora o Embargante tenha manifestado opinião de que este relator desconhece as rudimentares regras processuais e que ignora o prazo de 30 dias para a interposição da Manifestação de Inconformidade, cumpre esclarecer que tal alegação não procede, conforme acima demonstrado. Nesse sentido, voto por rejeitar os embargos de declaração. Sala das sessões, 28 de fevereiro de 2013 (assinado digitalmente) Juliano Eduardo Lirani Fl. 120DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 01/04/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
score : 1.0