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Numero do processo: 10530.724796/2011-16
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/05/2011
ENTREGA DE INFORMAÇÕES FISCAIS. RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO. ENTE PÚBLICO.
Nos casos de erro na apuração dos tributos e sua informação aos órgãos fazendários competentes, assim como pedido de compensação indevido, que resultem em sanções, a responsabilidade pelo adimplemento dos créditos perante o sujeito ativo será sempre do contribuinte.
A responsabilidade de terceiro, mesmo nos casos de contratos com entes públicos, deverá ser analisado pelo judiciário em ação própria.
COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO.
Para que haja direito à compensação, deve ser comprovada, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor pleiteado a título de restituição.
MULTA. PESSOAS JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
Não existe imunidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público, morosas no pagamento de seus débitos, em relação aos juros e multas em que incorrem.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2403-001.841
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2009 a 31/05/2011 ENTREGA DE INFORMAÇÕES FISCAIS. RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO. ENTE PÚBLICO. Nos casos de erro na apuração dos tributos e sua informação aos órgãos fazendários competentes, assim como pedido de compensação indevido, que resultem em sanções, a responsabilidade pelo adimplemento dos créditos perante o sujeito ativo será sempre do contribuinte. A responsabilidade de terceiro, mesmo nos casos de contratos com entes públicos, deverá ser analisado pelo judiciário em ação própria. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. Para que haja direito à compensação, deve ser comprovada, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor pleiteado a título de restituição. MULTA. PESSOAS JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. Não existe imunidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público, morosas no pagamento de seus débitos, em relação aos juros e multas em que incorrem. Recurso Voluntário Negado.
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RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO. ENTE PÚBLICO. Nos casos de erro na apuração dos tributos e sua informação aos órgãos fazendários competentes, assim como pedido de compensação indevido, que resultem em sanções, a responsabilidade pelo adimplemento dos créditos perante o sujeito ativo será sempre do contribuinte. A responsabilidade de terceiro, mesmo nos casos de contratos com entes públicos, deverá ser analisado pelo judiciário em ação própria. COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO. Para que haja direito à compensação, deve ser comprovada, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor pleiteado a título de restituição. MULTA. PESSOAS JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. Não existe imunidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público, morosas no pagamento de seus débitos, em relação aos juros e multas em que incorrem. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 47 96 /2 01 1- 16 Fl. 194DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ivacir Júlio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10530.724796/201116 Acórdão n.º 2403001.841 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de n., que culminou em glosa de compensação de contribuições declaradas em GFIP, no valor de R$ 13.595.502,08 (treze milhões, quinhentos e noventa e cinco mil, quinhentos e dois reais e oito centavos). Segundo o relatório fiscal, fls. 17/23: 2. O ente Municipal aproveitandose da vulnerabilidade apresentada pelo Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – SEFIP, qual seja, admite qualquer período, mesmo que alcançado pelo instituto da prescrição ou decadência, tampouco verifica se para os valores compensados constam os devidos recolhimentos, compensou valores da Contribuição Previdenciária, supostamente indevidos. Conforme consta das cópias das Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, extraídas da base de dados digitais da Previdência Social (GFIPWeb) a suposta arrecadação dos valores compensados ocorreu no período que compreende 01/2000 a 08/2008, ou seja, a maior parte do período encontrase alcançado pela prescrição. Em decorrência, se apropriou do erário destinada à Previdência Social de forma inescrupulosa ignorando completamente a legislação de regência da Arrecadação das Contribuições Sociais Previdenciárias. Desrespeita, sobretudo o Princípio Fundamental da legalidade geral preconizado na Lei Maior (...) 3. É composto das compensações efetuadas nas GFIPs declaradas no período de 01/2009 a 12/2010, para as quais o ente Municipal informa não ter sido responsável pela elaboração dos referidos documentos (Documento 1). Da análise das GFIPs constatase: As compensações dos valores das Contribuições Sociais Previdenciárias ocorridas nas competências (meses) de 01/2009 a 08/2010, se referem a valores supostamente arrecadados no período de 01/2000 a 08/2004; As compensações dos valores das referidas Contribuições ocorridas nas competências (meses) de 09/2010 a 12/2010, se referem a valores, supostamente arrecadados no período de 04/2004 a 08/2008. (...) Fl. 196DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 Como pode ser constatado não há como se admitir compensar valores que não foram efetivamente recolhidos. Logo, uma vez não comprovado pagamento, o ente Municipal, em tese, cometeu fraude contra a Previdência Social. (...) Portanto, a partir da data de eficácia (09062005) da Lei Complementar n. 118/2005, o prazo para postular a repetição de indébito ou compensação de tributo e contribuição social inclusive previdenciária é de cinco anos contados da data do pagamento antecipado. (...) 6. Decorre da glosa de contribuições sociais previdenciárias compensadas em desacordo com as determinações legais e regulamentares de regência (compensou valores alcançado pela prescrição e sem comprovação de recolhimento) conforme item 3 acima e da aplicação da multa isolada de 150% (cento e cinqüenta por cento) sobre os montantes compensados, ilegalmente – cujos valores apurados mais os correspondentes acréscimos legais devidos, calculados com base nas respectivas alíquotas previstas em lei, encontramse demonstrados no Relatório DD – Discriminativo de Débito, em anexo. A multa isolada de 150%, tem como base de cálculo, o valor compensado indevidamente e é devida a partir da competência de entrega da declaração em que consta a referida conduta. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou tempestivamente, fl. 164, o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls.153/163. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador – 6ª Turma DRJ/SDR, prolatou Acórdão 1529.103, de fls. 171/178, integralmente o lançamento, conforme ementa que abaixo se transcreve, verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/05/2011 COMPENSAÇÃO. DIREITO. PRAZO. O direito de compensação do indébito tributário extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados a partir da data em que se deu o pagamento indevido. decai após 5 (cinco) anos da data do pagamento. Fl. 197DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10530.724796/201116 Acórdão n.º 2403001.841 S2C4T3 Fl. 4 5 COMPENSAÇÃO INDEVIDA. GLOSA. EXIGÊNCIA DO CRÉDITO. Compensação é o procedimento através do qual o sujeito passivo se ressarce de valores pagos indevidamente, deduzindoos das contribuições devidas à Previdência Social. Não atendidas as condições estabelecidas na legislação previdenciária para a compensação de créditos, deverá a fiscalização efetuar a glosa dos valores indevidamente compensados. Os valores indevidamente compensados devem ser recolhidos pelo contribuinte acrescidos de juros e multa. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. FALSIDADE DA DECLARAÇÃO. MULTA ISOLADA AGRAVADA. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada agravada. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não se configura o cerceamento do direito de defesa quando o Auto de Infração permite ao contribuinte entender quais os valores que estão sendo cobrados e quais as razões que motivaram o lançamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO Inconformada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário de fls. 182/190, requerendo a reforma do Acórdão, com o seguinte argumento, em suma: Contratou empresa (JBS Contabilidade) para executar serviços fiscais e de acordo com o artigo 77 da Lei 8.666/93 o contratado é o exclusivo responsável pelos prejuízos causados à Administração ou a terceiros o que causaria nulidade absoluta do lançamento por erro na identificação do sujeito passivo; O artigo 74 da Lei 9.430/96 não traz nenhuma limitação de prazo para a compensação, não competindo ao interprete fazêlo, por isso não ocorreu a prescrição, de sorte a impedir a compensação efetuada; Impossibilidade de imposição de multa entre pessoas jurídicas de direito público, dado um desnivelamento de planos revelador da supremacia jurídica de uma das partes em relação à outra. É o relatório. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o documento de fl. 112, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO DA RESPONSABILIDADE DE TERCEIRO No que toca a alegação de que a responsabilidade no caso concreto é única e exclusiva de terceiro contratado, nos termos do art. 77 da Lei 8.666/1993, entendo não assistir razão à recorrente. Ocorre que a entrega das GFIP por meio de internet exige a apresentação de certificado digital, não havendo a possibilidade de entrega de informações por parte de terceiros não responsáveis, conforme preconiza as Portarias Interministeriais MPS/MTE n. 227/2005 e 116/2004. Também, digase, a própria recorrente informa que havia um contrato entre a empresa e o município para prestação de serviços de assessoria previdenciária e, neste período a entrega de informações à previdência se deu pela contratada e não pela contratante, conforme se percebe de tabela na fl. 174 dos autos. À respeito da responsabilidade da JBS pelos erros cometidos, esclareçase que essa responsabilidade decorrente do contrato é inoponível à Fazenda Nacional, nos termos do art. 123 do Código Tributário Nacional, in verbis: Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Caso realmente haja responsabilidade da empresa contratada deve ela ser analisada pelo judiciário, através de ação própria para discussão acerca da caracterização dos pressupostos insculpidos nos artigos 186 e 927 do diploma civil, não é da competência deste conselho a análise de questões alheias à da relação jurídico tributária. A empresa nem sequer é responsável, art. 121, nem mesmo obrigada solidariamente ao cumprimento da obrigação, art. 124, ambos do CTN. Portanto, não há de se falar em erro na identificação do sujeito passivo. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10530.724796/201116 Acórdão n.º 2403001.841 S2C4T3 Fl. 5 7 DOS MOTIVOS DA GLOSA – NÃO COMPROVAÇÃO E PRESCRIÇÃO Alega o contribuinte que a DRJ se equivocou ao afirmar que haveria prazo para pleitear a compensação de tributos. Aduz que conforme expressaria o artigo 74 da Lei 9.430/96 não haveria prazo e não se poderia usar analogia para suprir essa ausência. O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária de 12 de Junho de 2008, aprovou a Súmula Vinculante nº 8, nos seguintes termos: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Referida Súmula declara inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que impõem o prazo decadencial e prescricional de 10 (dez) anos para as contribuições previdenciárias, o que significa que tais contribuições passam a ter seus respectivos prazos contados em consonância com os artigos 150, § 4º, 173 e 174, do Código Tributário Nacional. Portanto, ao caso, seria aplicável o art. 174 do CTN, por se tratar de pleito ressarcitório, portanto, cinco anos, a contar da data da constituição definitiva do crédito tributário, não havendo pois que se falar em ausência de prazo para restituição por via de compensação. No entanto, a matéria não apresenta tanto relevo haja vista que, apesar de ter sido objeto de análise pela autuação, não é este o principal motivo para o indeferimento, sendo o porém, a ausência de comprovação dos créditos que embasariam o pleito, conforme se percebe de trecho do relatório fiscal, fl. 18/19, abaixo transcrito: Ocorre que a legislação que regem a arrecadação da Contribuição em comento e abaixo transcrita, não permite compensar valores da referida contribuição sem comprovação do seu efetivo pagamento e que o período ao qual se refira o pagamento dito indevido, não esteja alcançado pela prescrição. (...) Como pode ser constatado não há como se admitir compensar valores que não foram efetivamente recolhidos. Logo, uma vez não comprovado pagamento, o ente Municipal, em tese, cometeu fraude contra a Previdência Social. Ademais, de acordo com a legislação abaixo citada, o período da suposta arrecadação dos valores indevidos já está alcançado pela prescrição, senão vejase: (...) Fl. 200DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 O contribuinte limitase, desde sua peça de impugnação a afirmar que a empresa JBS que realizou materialmente o fornecimento de informações perante o sistema da receita não tinha autorização para tanto e não adentrou à materialidade do crédito, sem acostar aos autos, qualquer prova que pudesse afastar a imputação do fiscal. Logo, não cumpriu o contribuinte com o ônus probatório, conforme art. 247 e 253 do Regulamento da Previdência Social – RPS. Para tanto, também, apesar de ser matéria pacífica, segue precedente deste conselho acerca da necessidade de comprovação da materialidade do crédito, in verbis: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002 COMPROVAÇÃO. Alegações desprovidas de comprovação efetiva de sua materialidade não são suficientes para evidenciar o direito creditório pleiteado. PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. LIQUIDEZ E CERTEZA. Para que haja direito à compensação, deve ser comprovada, de maneira inequívoca, a liquidez e a certeza do valor pleiteado a título de restituição.Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.(CARF. Processo 10830.720478/200804, Órgão Julgador: Terceira Turma Especial/Primeira Seção de Julgamento; Data da Sessão: 21/02/2011, Relator(a): Carmen Ferreira Saraiva, Nº Acórdão 1801000.472) DAS MULTAS APLICADAS Por fim, alega o município que não há a possibilidade de a União impor multa às demais pessoas jurídicas de direito público por ferir o pacto federativo, uma vez que são todos entes autônomos. No entanto, não merece guarida a alegação do ente municipal. A Lei nº 8.212/91, que dispõe sobre a seguridade social, equipara os órgãos e entidades da administração pública à empresas em geral, portanto, terão o mesmo tratamento, no que toca as obrigações e ônus decorrentes das contribuições previdenciárias, in verbis: Art. 15. Considerase: I empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; A Advocacia Geral da União, já emitiu o parecer AC16, datado de 18/02/2004, aprovado nos termos do art. 41 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993, no sentido da possibilidade de imposição de multa, conforme segue sua ementa: Fl. 201DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 10530.724796/201116 Acórdão n.º 2403001.841 S2C4T3 Fl. 6 9 AS MULTAS PREVISTAS EM LEI SÃO APLICÁVEIS ÀS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO. O FAVORECIMENTO, PELA EXCLUSÃO, CARACTERIZA DESVIO DE PODER. Importante também, esclarecer, que, conforme citado inclusive no inteiro teor do parecer, o sistema constitucional de imunidades das pessoas jurídicas de direito público tem por finalidade pôlas a salvo da ação fiscal ou administrativa de qualquer outro quando no desempenho lícito ou regular de seus próprios encargos. O mesmo não se haverá de afirmar quando desgarrados da legalidade, ou pela mora ou pela inadimplência, puderem ser penalizados. A imposição de penalidades e fiscalização do cumprimento das regras administrativas revelam a prevalência do interesse ou necessidade pública ao que inclusive o administrador está sujeito. Por fim, há de se destacar que o próprio Supremo Tribunal Federal já apreciou a matéria a qual já era levantada desde 1969, conforme segue ementa abaixo colacionada: IMUNIDADE DAS PESSOAS DE DIREITO PÚBLICO. CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS A PREVIDENCIA SOCIAL. JUROS E MULTAS. NÃO EXISTE IMUNIDADE DAS PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PÚBLICO, MOROSAS NO PAGAMENTO DE SEUS DEBITOS, EM RELAÇÃO AOS JUROS E MULTAS EM QUE INCORREM E SÃO CONDENADAS. RECURSO PROVIDO. (RE 65806, Relator(a): Min. ADAUCTO CARDOSO, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/10/1969, DJ 29121969 PP*****) Portanto, não merece prosperar a alegação da recorrente. CONCLUSÃO Do exposto, conheço do recurso para negar provimento. Marcelo Magalhães Peixoto Fl. 202DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 14/03 /2013 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10935.002595/2010-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 31/05/2009, 30/06/2009, 31/07/2009, 31/08/2009, 30/09/2009, 31/10/2009, 30/11/2009, 31/12/2009
CONCOMITÂNCIA. INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. MATÉRIA DISTINTA. INEXISTÊNCIA. SÚMULA CARF 1.
Na propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, cabe ao órgão de julgamento administrativo a apreciação de matéria distinta da constante do processo judicial.
CONCOMITÂNCIA. MATÉRIA DISTINTA. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre matéria impugnada, distinta da questionada concomitantemente em juízo.
Numero da decisão: 3403-001.891
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o julgamento de primeira instância. Ausente ocasionalmente o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Rosaldo Trevisan - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. MATÉRIA DISTINTA. INEXISTÊNCIA. SÚMULA CARF 1. Na propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, cabe ao órgão de julgamento administrativo a apreciação de matéria distinta da constante do processo judicial. CONCOMITÂNCIA. MATÉRIA DISTINTA. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre matéria impugnada, distinta da questionada concomitantemente em juízo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o julgamento de primeira instância. Ausente ocasionalmente o Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz. Antonio Carlos Atulim Presidente. Rosaldo Trevisan Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 25 95 /2 01 0- 21 Fl. 264DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Robson José Bayerl, Marcos Tranchesi Ortiz, Ivan Allegretti e Domingos de Sá Filho. Relatório Versa o presente sobre auto de infração (fls. 2 e 181 a 1851) lavrado em 29/4/2010, para exigência de multa regulamentar (prevista no art. 30 da Lei no 11.488/2007) no valor comercial da mercadoria produzida (R$ 46.847.719,15). No termo de verificação fiscal (fls. 174 a 177), informase que a contribuinte, fabricante de bebidas, apesar de intimada duas vezes (20/11/2009 e 12/3/2010) para regularizar a situação em 10 dias, deixou de efetuar o ressarcimento à Casa da Moeda do Brasil pela execução dos procedimentos de integração e manutenção preventiva e corretiva do SICOBE, de que trata a IN RFB no 869/2008, em todas as linhas de produção. Há ação mandamental em curso (no 500005936.2010.404.7005), ajuizada perante a Justiça Federal do Paraná (inicial às fls. 17 a 60), tendo sido o pedido de liminar indeferido e o agravo de instrumento (no 000751406.2010.404.0000/PR) convertido em agravo retido no âmbito do TRF da 4a Região. Cientificada da autuação (em 30/4/2010), a empresa apresentou a impugnação de fls. 187 a 208, sustentando que: (a) o valor comercial da mercadoria não pode incluir o IPI e o ICMSsubstituição destacados nas Notas Fiscais; (b) a exigência é confiscatória e carece de amparo legal, sendo o valor da taxa estabelecido por ato infralegal; (c) são violados ainda os princípios da capacidade contributiva, proporcionalidade, publicidade e isonomia; e (d) a cobrança da taxa do SICOBE para exercício do poder de polícia já exercido pela RFB caracteriza “bis in idem”. Solicita, por fim, o cancelamento da exigência, ou, que a aplicação da multa se dê sem o IPI e o ICMSsubstituição, e que, subsidiariamente, a multa seja aplicada sobre o valor da taxa não paga (R$ 0,03), reduzindose para parâmetros usuais e justos (20%), e que o valor referente à taxa do SICOBE seja compensado com qualquer tributo federal. Em 20/10/2010, no julgamento de primeira instância (fls. 231 a 236), acorda se que houve renúncia ao litígio administrativo em virtude de busca da tutela jurisdicional do Poder Judiciário com o mesmo objeto da autuação, o que impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa competente. Noticiase ainda que houve sentença de mérito (em 25/8/2010), ainda não definitiva, proferida no mandado de segurança impetrado pela empresa, concedendo a segurança, e declarando a inconstitucionalidade da “taxa” SICOBE e a ilegalidade da aplicação da multa de 100% do valor comercial da mercadoria. A empresa apresenta recurso voluntário em 19/1/2011 (fls. 242 a 247), no qual argumenta que: (a) houve erro no julgamento de primeira instância, pois a matéria do recurso administrativo (discussão da base de cálculo da autuação) difere da demandada judicialmente; (b) a multa deve ser aplicada, conforme estabelece o art. 30 da Lei no 11.488/2007, sobre o valor comercial da mercadoria, e tal valor não inclui o IPI e o ICMS substituição, tributos que não fazem parte do valor comercial do produto; e (c) a base de 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 265DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10935.002595/201021 Acórdão n.º 3403001.891 S3C4T3 Fl. 265 3 cálculo do IPI estabelecida no art. 47, II, “a” do CTN deixa claro que o valor comercial é a base de cálculo. Solicita, por fim, o cancelamento do lançamento, a determinação de retorno à primeira instância para julgamento em relação à matéria não questionada judicialmente, ou a aplicação da multa sem considerarse os valores de IPI e ICMSsubstituição tributária. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Incumbe analisar preliminarmente se há identidade entre a matéria discutida administrativamente e a discutida judicialmente, alegação central da recorrente em sede de Recurso Voluntário. Da existência de concomitância A ação judicial interposta em 22/2/2010 (fls. 19 a 62) buscava (inclusive liminarmente) suspensão dos efeitos, da aplicabilidade e da exigibilidade da Instrução Normativa no 943/2009, do Ato Declaratório Executivo RFB no 61/2008, do Termo de Diligência Fiscal no 09.01.03.00.2009012220 e do art. 58T da Lei no 10.833/2003, “autorizando a impetrante a não efetuar o recolhimento da taxa SICOBE sobre cada unidade de produto produzida, determinando que se abstenha (sic) a Receita Federal do Brasil e a Casa da Moeda, de aplicar contra a impetrante quaisquer multas, penalidade ou autuações, inscrição da empresa em dívida ativa, no Cadin e em órgão de proteção ao crédito, de forma a evitar lesão de difícil e incerta reparação. Os fundamentos da ação, em síntese, são: (a) a ausência de previsão em lei de alíquota, base de cálculo e/ou valor do tributo/taxa; (b) violação aos princípios da proporcionalidade, da publicidade, da isonomia e da capacidade contributiva; (c) ausência de finalidade da taxa, que constitui um “bis in idem” em relação ao controle já efetuado na produção; (d) não observância da capacidade produtiva na aplicação, e impossibilidade de delegação aberta, caso a natureza seja de ressarcimento (para argumentar); (e) inaplicabilidade penalidade estabelecida na Instrução Normativa, sobre o valor comercial do produto, por violação aos princípios da legalidade e do nãoconfisco; e (f) violação à destinação constitucionalmente estabelecida para os tributos. No momento da autuação (29/4/2010), não havia nenhum impeditivo judicial ao feito: a ação judicial já havia sido liminarmente apreciada e indeferida (fls. 64 e 65 24/2/2010), tendo a recorrente interposto agravo de instrumento, convertido em agravo retido pelo TRF da 4a Região (fls. 66 e 67 5/4/2010), o que não implicou alteração do conteúdo da decisão monocrática. Na impugnação de fls. 187 a 208 (datada de 19/5/2010), a recorrente silencia sobre a ação judicial, e efetua basicamente os mesmos questionamentos na via administrativa. Vejase que dos quatro temas tratados na impugnação, citados no relatório que antecede o presente voto, apenas um não foi expressamente questionado em juízo: a abrangência da Fl. 266DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN 4 expressão “valor comercial da mercadoria” na penalidade aplicada (com inclusão ou não do IPI e do ICMSsubstituição destacados nas Notas Fiscais). É justamente com respeito a este tema que o Recurso Voluntário vem a defender não ter havido concomitância entre a via administrativa e a judicial. Na ação judicial, ao questionar a multa que seria depois a ela aplicada pelo fisco, a recorrente não parecia ter dúvida sobre o conteúdo da expressão “valor comercial”. Vejase o único excerto da petição inicial em que se trata reflexamente do tema: “Assim, por exemplo, se não há recolhimento do IPI, o contribuinte deve pagar multa pelo atraso sobre o valor não recolhido do IPI e nunca sobre o valor comercial do produto. E assim em todos os tributos existentes, e também nas relações privadas, ou seja, a multa deve ser pautada no valor do descumprimento da obrigação. Excelência, vejase o absurdo que referida instrução normativa ocasiona, pois se considerarmos como preço médio de uma lata de cerveja 350 ml o valor de R$ 1,50 (um real e cinquenta) a aplicação de multa de 100% sobre o valor comercial do produto, conforme estipula a referida instrução normativa resultaria em multa de R$ 1,50 (um real e cinquenta) por lata.” A alegação de diferença de conteúdo entre “preço de venda” e “valor comercial” surge na impugnação administrativa à autuação. Em tópico específico (intitulado “erro de cálculo base de cálculo incorreta auto de infração ilíquido e inexigível prejuízo latente ao contribuinte nulidade”), sustenta a recorrente que: “Para obterse o valor comercial é preciso (sic) a nota fiscal de cada produto vendido e neste caso, jamais considerar o valor total da nota fiscal, pois neste há a cobrança destacada do valor do produto, do IPI e do ICMS Substituição Tributária, tributos que não fazem parte do valor comercial do produto. Ocorre que a fiscalização considerou como base de cálculo da multa o valor de venda total constante nas notas fiscais, ou seja, acabou de maneira direta fazendo incidir uma multa sobre o valor do IPI e ICMS Substituição Tributária, impostos que notoriamente são destacados em separado no documento fiscal, para serem cobrados dos destinatários (contribuintes de fato) e recolhidos aos cofres públicos pelo responsável tributário (contribuinte de direito), neste caso concreto a requerente. Tal fato, além de majorar de forma relevante e injustificável o auto de infração ora impugnado, o torna ilíquido e inexigível, pois considerando que a base está incorreta, todo o cálculo e apuração da multa, por óbvio também está, de forma a ser nulo o presente auto de infração” (grifo nosso) Em relação a todos os demais temas discutidos, v.g. natureza da cobrança (taxa/ressarcimento), legalidade da cobrança (inclusive da multa), proporcionalidade, e existência de confisco, patente a concomitância, sendo diversos excertos da petição judicial e da impugnação administrativa literalmente os mesmos. Inquestionável, assim, a concomitância, a ponto de a própria recorrente reconhecêla, restringindo o Recurso Voluntário ao tema da abrangência da expressão “valor comercial”, e sua desconsideração pelo julgador de primeira instância. Fl. 267DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10935.002595/201021 Acórdão n.º 3403001.891 S3C4T3 Fl. 266 5 Compulsando os autos, entendemos não existir concomitância em relação ao tema da citada discussão sobre o “valor comercial” da mercadoria. Vejase que na hipótese de procedência da demanda judicial da recorrente, pouca relevância teria a discussão, pois a multa seria indevida. Contudo, se improcedente o pleito judicial, a discussão é não só recomendável, mas necessária. Consultando o sítio do Tribunal Regional Federal na 4a Região Fiscal, verificase que na Ação (Mandado de Segurança) no 500005936.2010.404.7005, embora a recorrente tenha obtido sentença favorável (25/8/2010), em sede de reexame necessário pelo TRF (5/7/2012) a segurança foi denegada, nos seguintes termos: “TRIBUTÁRIO. SISTEMA DE CONTROLE DE PRODUÇÃO DE BEBIDAS SICOBE. ART. 58T. LEI Nº 11.827/2008. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RELAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO. OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR OS CUSTOS INCORRIDOS PELA CASA DA MOEDA. RELAÇÃO DE DIREITO PRIVADO. AUSÊNCIA DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DOS TRIBUTOS. FIXAÇÃO DOS VALORES DO RESSARCIMENTO POR ATO DA RECEITA FEDERAL. PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. MULTA PELO NÃO FUNCIONAMENTO REGULAR DO SICOBE. LEGALIDADE. 1. O art. 58T da Lei nº 11.827/2008 institui obrigação tributária acessória, cujos sujeitos são os fabricantes de bebidas frias e a União, que tem por objeto a instalação de equipamentos contadores de produção e aparelhos para controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos. 2. O regime jurídico da nova obrigação acessória de instalação do SICOBE deve observar os arts. 27 a 30 da Lei nº 11.488/2007. 3. Há outra obrigação na Lei nº 11.827/2008, completamente distinta da obrigação tributária acessória posta no caput do art. 58T, porquanto os sujeitos são a Casa da Moeda do Brasil e os fabricantes de bebidas. Tratandose de uma relação jurídica de direito privado, assomase a conclusão de que a obrigação de ressarcir os custos incorridos pela Casa da Moeda do Brasil não se amolda à categoria de tributo, ainda que se constitua uma prestação pecuniária compulsória. 4. Não se caracteriza a obrigação de instalação e utilização dos instrumentos de controle, sob a responsabilidade da Casa da Moeda, como exercício do poder de polícia ou utilização de serviço público específico e divisível, justamente porque não estão presentes os elementos essenciais dessa espécie de tributo. 5. A prestação devida pelo fabricante de bebidas à Casa da Moeda do Brasil nada mais é do que o ressarcimento de custos pelo fornecimento de instrumentos de controle, cuja finalidade é facilitar a fiscalização tributária. Assemelhase a utilização do SICOBE ao dever de emitir notas fiscais ou de manter a escrituração contábil, sempre tendo em mente, porém, uma diferença crucial: os custos do controle são objeto de relação Fl. 268DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN 6 jurídica própria, em que os sujeitos não são os mesmos da relação jurídica que estabeleceu a obrigação acessória. 6. Afastada a natureza tributária dos custos de utilização do SICOBE, a fixação dos valores do ressarcimento por ato da Secretaria da Receita Federal, não viola o princípio da reserva legal. A própria lei atribuiu à SRF a incumbência de fixar a remuneração pelos serviços prestados pela Casa da Moeda aos contribuintes, em razão das atividades de instalação e manutenção do SICOBE, para o cumprimento de uma obrigação acessória, essa sim instituída necessariamente por lei em sentido formal. Frisese mais uma vez, tratase de um ônus de ressarcimento de custos, não de um tributo; por essa razão, não se exige que seus elementos quantitativos sejam estabelecidos por lei. 7. Considerando que os dispêndios exigidos para a operação e manutenção do sistema são extremamente onerosos, os valores cobrados a título de utilização do SICOBE são razoáveis, incorporandose à atividade produtiva como custos indiretos de produção. Cumpre acrescentar que o legislador concedeu aos contribuintes crédito presumido de PIS/COFINS em valor equivalente ao ressarcimento pago à Casa da Moeda, neutralizando o seu impacto econômico. 8. A multa pelo não funcionamento regular do SICOBE decorre do disposto no parágrafo 1º do art. 30 da Lei nº 11.488/2007, que tipifica a conduta prejudicial ao normal funcionamento do sistema, após a sua instalação, como impedimento criado pelo estabelecimento industrial, nos termos do inciso I. Não é a ausência de ressarcimento dos custos do SICOBE o elemento essencial do tipo, mas sim a falta de manutenção do sistema de controle da produção, em decorrência do não pagamento, que é identificada pelo art. 30 da Lei nº 11.488/2007 como prática prejudicial ao normal funcionamento do sistema. 9. A Instrução Normativa nº 869/2008 apenas explicita que constitui prática prejudicial ao normal funcionamento do sistema a falta de manutenção preventiva e corretiva, informada pela Casa da Moeda, em virtude do não ressarcimento dos custos do SICOBE, em conformidade com a Lei que, ao cominar a sanção, prevê como fato típico qualquer ação ou omissão praticada pelo fabricante que prejudique o normal funcionamento do SICOBE. O regulamento não institui novo fato típico, mas tão somente descreve uma prática que se amolda à conduta descrita na lei.” 2 Em que pese ainda não ser definitiva a decisão do tribunal judicial, percebe se mais uma vez que não se está discutindo em juízo se a expressão “valor comercial” da multa se referia ao preço da mercadoria, como sugeria a petição inicial da recorrente em juízo, ou a 2 TRF4, 1a Turma, Apelação/Reexame Necessário no 500005936.2010.404.7005/PR, Rel. Des. Joel Ilan Paciornik, unânime, 4.jul.2012. Disponível em: <https://eproc.trf4.jus.br/eproc2trf4/controlador.php?acao=acessar_documento_publico&doc=4134150464913166 1110000000004&evento=41341504649131661110000000001&key=253ecebe73ffb8064dcdd68fbb148b10fddf59 c31634b8835e9ad9dfa40fc67c>. Acesso em 25.jan.2013. Fl. 269DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10935.002595/201021 Acórdão n.º 3403001.891 S3C4T3 Fl. 267 7 tal preço subtraído de IPI e ICMSSubstituição, como propugnava a recorrente em sua impugnação administrativa. De qualquer modo, resta analisar se nosso entendimento de que não há concomitância entre as demandas administrativa e judicial estritamente nesse tópico enseja reversão parcial ou nulidade do julgamento de primeira instância. Do julgamento de primeira instância No julgamento de piso, a discussão sobre a expressão “valor comercial” é explícita no relatório, no qual se narra (fl. 232) que a recorrente “sustenta que o valor comercial da mercadoria, base de cálculo da multa, não pode incluir o IPI e o ICMS Substituição destacados nas Notas Fiscais, ...”. O julgador a quo, ao apontar a existência de ação judicial (Mandado de Segurança em comento), no entanto, sintetiza que “é insofismável a caracterização da concomitância de objeto entre a exigêncioa tributária e a demanda judicial, à luz do conteúdo da exordial”, remetendo diretamente ao Ato Declaratório Normativo COSIT no 3/1996, que afirma que a propositura de ação judicial, antes ou depois da autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, devendo o julgador não tomar conhecimento da matéria comum. Vejase que o julgador transcreve ainda o excerto do Ato Declaratório (alínea “b”) que trata do prosseguimento normal do processo no que se relaciona a matéria diferenciada (como aspectos formais do lançamento, base de cálculo etc). O teor do Ato Declaratório é semelhante ao da Súmula CARF no 1: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial”. (grifo nosso) É inegável que tanto administrativa quanto judicialmente se discutiu o cabimento da multa, a existência de caráter confiscatório e a ausência de proporcionalidade. Ocorre que administrativamente a empresa apresentou, ad argumentandum tantum, caso sua sustentação pela inaplicabilidade da multa não prosperasse, que dela fosse excluído o valor de IPI e ICMSSubstituição. E isso exclusivamente no foro administrativo. Não há no Acórdão da DRJ (a não ser no relatório, como comentado) referência expressa ao tema do “valor comercial” (assim como não há referência expressa a nenhum outro tema, tendo o voto sido conduzido em torno da concomitância), possivelmente porque o julgador: (a) não detectou que a matéria estava ausente na ação judicial; ou (b) detectou a ausência, mas mesmo assim entendeu que havia concomitância. Ocorrendo a hipótese “b” acima, e apresentando o julgador a justificativa para seu entendimento explicitamente em relação ao tema ausente, não haveria motivação para nulidade do acórdão. No máximo, poderia o julgador do CARF concluir em sentido contrário, de que não havia a concomitância, e apreciar a matéria, sem que isso ensejasse a nosso ver supressão de instância. Fl. 270DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN 8 Diferente, no entanto, é o caso de que trata o presente processo, no qual o julgador de primeira instância não analisa a argumentação apresentada exclusivamente na via administrativa (referente ao “valor comercial”), incluindoa sem justificativa expressa no bojo da concomitância. A ausência de análise, nesse contexto, ocasiona cerceamento do direito de defesa, e o tratamento inaugural da matéria por este CARF pode ser percebido como supressão de instância administrativa. Resta, assim, declarar a nulidade do Acórdão referente ao julgamento de primeira instância, pela preterição do direito de defesa (com fundamento no art. 59, II do Decreto no 70.235/1972). Objetivando considerações úteis ao prosseguimento e à solução do processo, com base no § 2o do art. 59 do Decreto no 70.235/1972, declarase a nulidade do Acórdão no 1431.280, da 2a Turma da DRJ/RPO, exarado no presente processo (afetando as peças processuais que lhe sucedem), devendo a DRJ, em seu novo julgamento, manifestarse expressamente sobre a matéria questionada exclusivamente na via administrativa (abrangência do termo “valor comercial”). Rosaldo Trevisan Fl. 271DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 23/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10283.721281/2009-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS
MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano calendário: 2004, 2005
OMISSÃO DE RECEITAS. TRIBUTAÇÃO. Apurada omissão de receitas direta,bem como em face de depósitos bancários de origem não comprovada correta a tributação na sistemática do Simples, observando a opção adotada pelo contribuinte.LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DA MULTA DE 150%. ALEGAÇÃO DE CONFISCO. A multa constitui penalidade aplicada como sanção de ato ilícito, não se revestindo das características de tributo, sendo inaplicável o
conceito de confisco previsto no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-000.961
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Nome do relator: LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE OLIVEIRA
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano calendário: 2004, 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. TRIBUTAÇÃO. Apurada omissão de receitas direta,bem como em face de depósitos bancários de origem não comprovada correta a tributação na sistemática do Simples, observando a opção adotada pelo contribuinte.LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DA MULTA DE 150%. ALEGAÇÃO DE CONFISCO. A multa constitui penalidade aplicada como sanção de ato ilícito, não se revestindo das características de tributo, sendo inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal. Recurso Voluntário Negado.
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Matéria AUTO DE INFRAÇÃO SIMPLES Recorrente COMERCIAL PIC LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2004, 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. TRIBUTAÇÃO. Apurada omissão de receitas direta, bem como em face de depósitos bancários de origem não comprovada correta a tributação na sistemática do Simples, observando a opção adotada pelo contribuinte. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DA MULTA DE 150%. ALEGAÇÃO DE CONFISCO. A multa constitui penalidade aplicada como sanção de ato ilícito, não se revestindo das características de tributo, sendo inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Fl. 661DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório COMERCIAL PIC LTDA. recorre a este Conselho contra o acórdão proferido pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal, em primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Em razão de sua pertinência, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): Trata o processo de lançamentos (fls. 349/427), ciência em 30/10/2009 (fl. 428) decorrentes do SIMPLES (11/2004 a 12/2005) de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, PIS, CSLL, Cofins e Contribuição para a Seguridade Social, no montante de R$ 2.076.331,76, já acrescidos de multa de ofício e juros de mora calculados até 30/09/2009. Segundo Descrição dos Fatos (fls. 382) e Relatório de Fiscalização (fls. 349/361) a imputação fundamentouse: a) Omissão de Receitas – Receitas Não Escrituradas e Não Declaradas. b) Omissão de Receitas – Depósitos Bancários Não Escriturados e de Origem Não Comprovada. (...) Em 30/10/2006, O Comando da 12a Região Militar encaminhou resposta ao Ofício GAB/SEFIS/DRF/MNS/N° 443, por meio do qual apresenta cópias de Empenhos e demais documentos concernentes aos contratos de fornecimento celebrados com a empresa sob fiscalização. Em 21/11/2006, recebemos da Junta Comercial do Estado do Amazonas, cópia do Contrato Social e Alteração Contratual, em resposta ao Ofício GAB/SEFIS/DRF/MNS/N° 435/2006: Com base nos extratos recebidos pelas instituições financeiras, o contribuinte foi intimado, em 26/11/2007, a comprovar a origem dos valores creditados nas suas contascorrentes, constantes no demonstrativo anexo à intimação. Em 13/12/2007, a Companhia Nacional de Abastecimento — CONAB encaminhou “espelhos das ordens bancárias” referentes aos contratos de fornecimentos celebrados com a empresa fiscalizada. Esclareceu, ainda, que as cópias das Notas Fiscais foram solicitadas às Superintendências Regionais do Amazonas e do Pará, que as enviariam diretamente à Delegacia da Receita Federal em Manaus. A SUREG AM/RR encaminhou, por meio do Oficio n° 783/2007, cópias das notas fiscais autenticadas juntamente com as respectivas Ordens de Pagamento. Quanto à SUREG /PARA, tivemos acesso às cópias autenticadas das notas fiscais e às respectivas Ordens Bancárias por meio da Carta CONAB n° 561, encaminhada em 03/11/2008. Ressaltamos que o contribuinte, apesar das solicitações de prazo formuladas em 03/10/2006 e 13/10/2006, não atendeu integralmente às intimações cientificadas Fl. 662DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 3 em 13/09/2006 e 26/11/2007, o que demonstra o caráter meramente protelatório dos referidos documentos.” (...) Verificamos que o contribuinte mantevese somente no campo das alegações, sem contudo apresentar quaisquer elementos que as comprovem, senão, vejamos: Não apresentou as notas fiscais, os livros da escrita fiscal e o livro caixa, solicitados no Termo de Início de Fiscalização e no Termo de Reintimação acima citado, necessários à verificação de suas atividades comerciais e apuração de suas receitas; também não apresentou qualquer justificativa plausível para a não disponibilização desses elementos à fiscalização. Não logrou êxito, portanto, em comprovar a origem dos valores depositados nas contascorrentes bancárias, uma vez que não demonstrou os recursos obtidos com a atividade comercial da empresa e nem sua vinculação aos valores depositados nas contascorrentes. Quanto às alegações a título de justificativa pela não apresentação dos elementos acima citados, e demais documentos solicitados, não apresentou qualquer elemento de prova que respaldasse essa afirmação, tais como termos de apreensão ou documento equivalente, emitido pelo órgão competente da Polícia Federal. Não houve empenho, por parte do sujeito passivo, apesar de ter sido disponibilizado tempo mais do que o suficiente para que o tivesse feito, em obter ou recuperar os documentos demandados, e recompor os livros da escrita fiscal e do Livro Caixa. Sendo optante do regime de tributação simplificado “SIMPLES”, o contribuinte está desobrigado a manter escrituração contábil nos termos da legislação comercial. Deve, contudo, apresentar o Livro Caixa, com a escrituração de toda sua movimentação financeira, inclusive bancária. Ocorre que, apesar de ter sido intimado e reintimado, conforme citado acima, o contribuinte não apresentou à fiscalização os livros da escrita fiscal, nem tampouco apresentou o Livro Caixa. Procedemos, ainda, à intimação do procurador do contribuinte sob fiscalização, Sr. João Leitão Limeira, a informar a destinação dos recursos relacionados no respectivo termo, e apresentar os documento comprobatórios que respaldam a utilização desses recursos nas atividades operacionais da empresa Comercial PIC Ltda. Em resposta, a pessoa física intimada na qualidade de procurador, não apresentou os elementos solicitados. Justificou a não apresentação em decorrência de Medida Cautelar de Busca e Apreensão realizada pela Polícia Federal mas na apresentou cópia do termo de apreensão ou documento equivalente, emitido pelo órgão competente da Polícia Federal, com a relação de todos os elementos apreendidos pelo referido órgão durante o procedimento de Busca e Apreensão. (...) Procedemos à qualificação da multa de ofício em 150%, com relação ao lançamento das receitas omitidas, mencionadas no item II.2 acima, com fundamento no art. 44, inciso II, da Lei 9.430/96 (atual art. 44, § 1°, inciso I, da referida Lei), uma vez que o sujeito passivo incorreu em conduta que, a princípio, caracteriza crime contra a ordem tributária, tipificado no art. 10 da Lei 81370/90, na espécie Fl. 663DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 4 de sonegação fiscal. Tal conduta está caracterizada pelos seguintes aspectos identificados durante o procedimento fiscal: A omissão intencional do contribuinte em apresentar as informações à Secretaria da Receita Federal quanto aos valores tributáveis correspondentes às suas atividades comerciais, está caracterizada nas declarações apresentadas em 2005 e 2006: O contribuinte, optante do “Simples”, apresentou a PJSI 2005 completamente “zerada”. Quanto ao anocalendario de 2005, a PJSI apresenta o montante discriminado na tabela abaixo, bem inferior ao montante apurado na ação fiscal. Para esclarecer melhor a situação exposta, apresentamos abaixo quadro comparativo entre as receitas de vendas anuais apuradas pelo Fisco na presente ação fiscal, e as receitas declaradas nas declarações simplificadas (PJSI) apresentadas pelo contribuinte: Anocalendário Vendas Apuradas II) Vendas Declaradas (PJSI) Diferenças (III) 2004 6.500,00 0,00 6.500,00 2005 3.557.780,00 26.793,83 3.530.986,17 Total 3.564.280,00 26.793,83 3.537.486,17” (...) 3. A interessada apresentou impugnação (fls. 479/481), de 02/12/2009, em que alega, em resumo: a) Optante do Simples, a requerente estaria obrigada tão somente à apresentação dos livros de escrita fiscal e Livro Caixa; b) Toda e qualquer documentação pertinente às empresas envolvidas na cognominada “Operação Saúva” fora apreendida por determinação judicial, e até a presente data não fora devolvida; c) Notadamente nesta apreensão restam inclusos documentos que justificaria ou explicaria o fluxo das operações comerciais realizadas; d) Repisese que os recursos movimentados (depósitos/créditos) em contas correntes, eram pertinentes de atividades econômicas do grupo de empresas ou mesmo grupo societário que o subscritor as representava; e) As movimentações financeiras havidas não podem ser consideradas, em seus montantes, para fins de fato gerador de tributação, máxime por arbitramento. È necessário que se verifique se houve benefício efetivo em termos de presunção de lucros; f) A tributação das operações de fornecimento à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Comando do Exército já ocorria na fonte (retenção por ocasião do pagamento), pelo que querer tributar novamente seria realizar bis in idem tributário; g).A multa de 150% tem o condão de confisco h) Pugna por perícia que o caso requer. Fl. 664DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 5 A decisão recorrida está assim ementada: OMISSÃO. Aplicamse à microempresa e à empresa de pequeno porte todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos impostos e contribuições de que trata esta Lei, desde que apuráveis com base nos livros e documentos a que estiverem obrigadas aquelas pessoas jurídicas. Impugnação improcedente. Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, alegando que (verbis): (...) 7. Ora, o que se tem ê uma decisão vazada, absoluta exclusivamente no poder de império da Administração, assentada no mais concertado poder ilegal. A lei diz tudo, é a "bitola" do sujeito ativo da relação tributária, nenhum argumento (aqui tido como genérico) pode sobrepôla. In dúbio, PROFISCO! 8. E nisso, e só nisso, mostrase a moralidade e a eficiência do Fisco (art. 37, caput, CF). 9. Mas não se tem mais vigente uin ordenamento jurídico que admita a VERDADE SABIDA. Pelo contrario, há proteção para os bens dos administrandos e garantia ao devido processo legal (art. 5 o LTV, LV, CF). 10. Nesta esteira, este sábio Conselho Recursal há de apreciar com maior precisão e envergadura os argumentos da recorrente arrazoada em sua impugnação, máxime quanto a necessidade de realização de perícia, sob pena de cerceamento de defesa, o acórdão ora reprochado já deixa transparecer. DO PEDIDO Posto isto, requer a recorrente, seja conhecido e provido o presente recurso voluntário para, reformando o acórdão objurgado, determinese: a)A perícia que o caso requer; b)Como corolário, seja rejeitado o termo de verificação fiscal com a exclusão da multa; e, c)Redução do crédito tributário. É o relatório. Fl. 665DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 6 Voto Conselheiro Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, a fiscalização apurou que ano de 2005 a contribuinte auferiu receitas de R$ 3.557.780,00 e declarou apenas 26.793,83 na sistemática do Simples. Tais valores foram efetivamente pagos, via ordem bancária pela Companhia Nacional de Abastecimento — CONAB e pelo Comando da 12a Região Militar, bem como em face de depósitos bancários de origem não comprovada. As irregularidades e omissões apuradas estão detalhadamente descritas no termo de verificação fiscal de fls. 349 a 354. Devidamente intimado durante a auditoria fiscal o contribuinte nada justificou. De igual forma, nada apresentou junto a impugnação ou ao recurso voluntário, limitandose a repisar o pedido de pericia, bem como alegar a ilegalidade da exigência. O pleito do recorrente não pode prosperar. Isso porque a omissão de receitas é patente e foi comprovada pela fiscalização. A toda evidência a perícia requerida é protelatória, sendo que caberia a contribuinte fazer prova de suas alegações. Contudo, passados mais de dois anos nada apresentou. Tal qual registrado no acórdão recorrido “a realização de diligência e perícia pressupõe que o fato a ser provado necessite de conhecimento técnico especializado e/ou esclarecimento de fatos considerados obscuros no processo. No presente caso, tais motivos são inexistentes, uma vez que nos autos constam todas as informações necessárias e suficientes para o deslinde da questão. Desta forma, e em conformidade com o artigo 18, caput, do Decreto nº 70.235, de 1972, indefiro os pedidos de diligência e perícia, por considerálas prescindíveis para o julgamento da presente lide.” Ainda quanto ao mérito, verificase que os fundamento da decisão de 1a. instancia, a seguir transcritos amoldamse ao melhor entendimento aplicado neste Conselho, pelo que não merecem reparos: (...) OMISSÃO DE RECEITAS A jurisprudência administrativa tem o entendimento de que o controle da constitucionalidade das leis é de competência exclusiva do Poder Judiciário e, no sistema difuso, centrado em última instância revisional no Supremo Tribunal Federal – art. 102, I, “a”, III da Constituição Federal de 1988. Fl. 666DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 7 Portanto, é defeso aos órgãos administrativos, de forma original, reconhecer alegada inconstitucionalidade da lei que fundamenta o lançamento, seja por qualquer pretexto, como, por exemplo, de deixar de aplicála ao caso concreto ou de considerala confiscatória. Conforme art. 179 da Constituição federal, devese atribuir às microempresas e às empresas de pequeno porte tratamento jurídico diferenciado, o que se observa com a criação do sistema simplificado de tributação – Simples, através da Lei 9.137/96. Mas este tratamento privilegiado não dispensa a tributação de receitas omitidas pela micro empresa ou empresa de pequeno porte, conforme art. 18 da Lei 9.317/96, art. 24 da Lei nº 9.249, de 1995. “ Art. 18. Aplicamse à microempresa e à empresa de pequeno porte todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos impostos e contribuições de que trata esta Lei, desde que apuráveis com base nos livros e documentos a que estiverem obrigadas aquelas pessoas jurídicas.” “Art. 24. Verificada a omissão de receita, a autoridade determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no período de apuração a que corresponder a omissão. (...)” Cabe destacar que as receitas comprovadas através dos documentos fornecidos pela Conab e pelo Comando da 12a Região Militar não tiveram retenção de impostos segundo o que dispõe o art. 3o da Instrução Normativa SRF nº 381, de 30 de dezembro de 2003 No que diz respeito às justificativas dos depósitos bancários, não ficando comprovada a origem dos depósitos bancários nas contas corrente de responsabilidade da autuada, procedente a presunção legal (conforme previsto na Lei 9.430/96, art.42) para aferir a receita omitida, em conseqüência dos depósitos bancários não justificados: Depósitos Bancários Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação, específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. (...)” Fl. 667DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 8 Importante destacar que a súmula 182, do extinto TRF, que dispunha ser ilegítimo o lançamento do Imposto de Renda arbitrado com base apenas em extratos ou em depósitos bancários, fundamentavase em legislação já revogada, razão pela qual não pode aqui ser considerada. Entre esta legislação incluise o Decretolei n.º 2.471, de 01 de setembro de 1988. Cabe considerar que a Lei n.º 8.021, editada em 12 de abril de 1990, da qual abaixo se transcreve alguns artigos, teria revogado dispositivo até então vigente o tão conhecido Decretolei nº 2.471/88 que proibia a ação fiscal embasada exclusivamente em documentos relativos à movimentação bancária dos contribuintes, ou seja: “Lei n.º 8.021/90 (...) “Art. 6.º. O lançamento de ofício, além dos casos já especificados em lei, far seá arbitrandose os rendimentos com base na renda presumida, mediante utilização dos sinais exteriores de riqueza. §1.º. Considerase sinal exterior de riqueza a realização de gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte. §2.º. Constitui renda disponível a receita auferida pelo contribuinte, diminuída dos abatimentos e deduções admitidos pela legislação do Imposto de Renda em vigor e do Imposto de Renda pago pelo contribuinte. §3.º. Ocorrendo a hipótese prevista neste artigo, o contribuinte será notificado para o devido procedimento fiscal de arbitramento. §4.º. No arbitramento tomarseão como base os preços de mercado vigentes à época da ocorrência dos fatos ou eventos, podendo, para tanto, ser adotados índices ou indicadores econômicos oficiais ou publicações técnicas especializadas. §5.º. O arbitramento poderá ainda ser efetuado com base em depósitos ou aplicações realizadas junto a instituições financeiras, quando o contribuinte não comprovar a origem dos recursos utilizados nessas operações (grifei). §6.º. Qualquer que seja a modalidade escolhida para o arbitramento, será sempre levada a efeito aquela que mais favorecer o contribuinte” .” Pelas (então) novas regras, os rendimentos omitidos poderiam ser arbitrados com base nos sinais exteriores de riqueza, caracterizados por gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte. A omissão poderia, ainda, ser presumida no valor dos depósitos bancários injustificados, desde que apurados os citados dispêndios e que este fosse o critério de arbitramento mais benéfico ao contribuinte. A partir de 1997, o assunto em tela passou a ter um disciplinamento diferente daquele previsto na nominada Lei n.º 8.021/90, estabelecido, então, pela Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Desta forma, o legislador estabeleceu, uma presunção legal de omissão de rendimentos. Não logrando o titular Fl. 668DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 9 comprovar a origem dos créditos efetuados em sua conta bancária, temse caracterizado o montante do fato gerador, ou seja, os recursos depositados traduzem rendimentos do contribuinte. O fato gerador foi constatado com base no art. 43, II, do CTN, que prescreve que o imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no conceito de renda. Há a inversão do ônus da prova, característica das presunções legais relativas – o contribuinte é quem deve demonstrar que o numerário creditado não é renda ou provento tributável. Alertese que não cabe à autoridade administrativa afastar a eficácia de lei. O objeto da tributação não foi o depósito bancário ou a aplicação financeira, em si, mas a omissão de rendimentos representada e exteriorizada pelo mesmo. Os depósitos bancários são utilizados unicamente como instrumento de arbitramento dos rendimentos presumidamente omitidos. Desta forma, é perfeitamente cabível a tributação com base na presunção definida em lei. O depósito bancário é considerado uma omissão de receita ou rendimento quando sua origem não for devidamente comprovada, conforme previsto no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Alertese que a alegação genérica, como a de que parte dos depósitos são oriundos de renda líquida disponível, não pode ser considerada como justificativa específica de cada depósito. Afirmação desacompanhada de comprovação não elide a tributação. Portanto, verificada a ocorrência da hipótese descrita em lei, qual seja, de que o contribuinte recebeu depósitos e eximiuse de comprovar, depósito por depósito, mediante documentação hábil e idônea, a sua origem, fato descrito no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, correta é a autuação. A justificativa para cada depósito deve ser acompanhada de provas a cargo do contribuinte. Qualquer alegação efetuada para justificar cada depósito deve ser comprovada documentalmente e individualizadamente, conforme prescreve a art. 42 da Lei 9.430/96. Prescreve o citado artigo 42 que se caracterizam também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento. Ou seja, não importa se foi um depósito em dinheiro vivo, uma transferência, um DOC... O que importa, para que se comprove a origem, é que tenha havido um crédito, um acréscimo no saldo da conta bancária. Dispensase a prova da origem no caso em que os créditos são decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica (§ 3°, I, do art. 42). Ou seja, quando houver a transferência de conta de qualquer outro titular não estará dispensada a prova da origem. É também conveniente abordar a questão acerca da comprovação da origem dos depósitos bancários. Ora, comprovar a origem dos depósitos não é tão somente comprovar de onde veio o dinheiro, mas também comprovar a natureza destes ingressos. Esse é o verdadeiro significado de “comprovar a origem”. Tanto isso é verdade que o § 2º do artigo 42 da Lei 9.430/96 estabelece que os valores com origem comprovada e que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos a que estiverem submetidos, submeterseão às normas de tributação específicas previstas na legislação. Fl. 669DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 10 Assim, para que não ocorra a tributação por parte do beneficiário é necessário que este justifique a natureza da transferência como não tributável. O Impugnante teria que comprovar a origem de cada depósito referido nas intimações apresentadas pela fiscalização. A alegação genérica não comprova a origem dos depósitos. Observar que o contribuinte não pode furtarse de sua obrigação legal de apresentar a documentação pertinente sob a alegação de que as empresas envolvidas na cognominada “Operação Saúva” tiveram seus livros e documentos apreendidos por determinação judicial e não devolvidos. Primeiro que a Impugnante sequer comprova a retenção. Segundo que deve envidar esforços para trazer os elementos solicitados, comprovando que requereu cópias junto ao órgão que efetuou a retenção ou junto às pessoas jurídicas com as quais manteve relação comercial. (...) No que tange ao questionamento do percentual da multa de oficio e juros de mora à taxa Selic, registrese que a apuração de infrações em auditoria fiscal é condição suficiente para ensejar a exigência dos tributos mediante lavratura do auto de infração e, por conseguinte, aplicar a multa de ofício de 150%, nos termos do artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/1996. Essa multa é devida quando houver lançamento de ofício, como é o caso. De qualquer forma, convém esclarecer, que o princípio do não confisco insculpido na Constituição, em seu art. 150, IV, dirigese ao legislador infraconstitucional e não à Administração Tributária, que não pode furtarse à aplicação da norma, baseada em juízo subjetivo sobre a natureza confiscatória da exigência prevista em lei. Ademais, tal princípio não se aplica às multas, conforme entendimento já consagrado na jurisprudência administrativa, como exemplificam as ementas transcritas na decisão recorrida e que ora reproduzo: "CONFISCO – A multa constitui penalidade aplicada como sanção de ato ilícito, não se revestindo das características de tributo, sendo inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal (Ac. 102 42741, sessão de 20/02/1998). MULTA DE OFÍCIO – A vedação ao confisco, como limitação ao poder de tributar, restringese ao valor do tributo, não extravasando para o percentual aplicável às multas por infrações à legislação tributária. A multa deve, no entanto, ser reduzida aos limites impostos pela Lei nº 9.430/96, conforme preconiza o art. 112 do CTN (Ac. 20171102, sessão de 15/10/1997)." Frisese que o contribuinte não contesta as razões ou motivação fiscal para aplicar a multa qualificada, que a meu ver estão corretas haja vista a conduta dolosa da empresa que sistematicamente apresentou declarações e efetuou recolhimentos de valores a menor das receitas efetivamente auferidas. Essa pratica reiterada de pagamento e confissão de tributos devidos a menor, premeditada, revela, indubitavelmente a intenção de ocultar ao fisco o conhecimento da obrigação tributária em sua inteireza. Fl. 670DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O Processo nº 10283.721281/200917 Acórdão n.º 140200.961 S1C4T2 Fl. 0 11 Por sua vez, A aplicação da taxa Selic no cálculo dos juros de mora também está prevista em normas legais em pleno vigor, regularmente citada no auto de infração (artigo 61, § 3º da Lei 9.430 de 1996), portanto, deve ser mantida. Nesse sentido dispõe o enunciado nº 4 da Súmula do CARF: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Conclusão Diante do exposto voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira Fl. 671DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQUE MAGALHAES DE O, Assinado digitalmente e m 04/06/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 29/05/2012 por LEONARDO HENRIQU E MAGALHAES DE O
score : 1.0
Numero do processo: 10640.005298/2008-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2007
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. CIÊNCIA POSTAL DA DECISÃO RECORRIDA. TRINTÍDIO LEGAL CONTADO DA DATA REGISTRADA NO AVISO DE RECEBIMENTO OU, SE OMITIDA, CONTADO DE QUINZE DIAS APÓS A DATA DA EXPEDIÇÃO DA INTIMAÇÃO. RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO
CONHECIMENTO.
Na forma dos arts. 5º, 23 e 33 do Decreto nº 70.235/72, o recurso voluntário deve ser interposto no prazo de 30 dias da ciência da decisão recorrida. Os prazos serão contínuos, excluindo-se
na sua contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento. No caso de intimação postal, esta será considerada ocorrida na data do recebimento colocada no AR ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 2102-002.189
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do recurso, pois perempto.
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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CIÊNCIA POSTAL DA DECISÃO RECORRIDA. TRINTÍDIO LEGAL CONTADO DA DATA REGISTRADA NO AVISO DE RECEBIMENTO OU, SE OMITIDA, CONTADO DE QUINZE DIAS APÓS A DATA DA EXPEDIÇÃO DA INTIMAÇÃO. RECURSO INTEMPESTIVO. NÃO CONHECIMENTO. Na forma dos arts. 5º, 23 e 33 do Decreto nº 70.235/72, o recurso voluntário deve ser interposto no prazo de 30 dias da ciência da decisão recorrida. Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. No caso de intimação postal, esta será considerada ocorrida na data do recebimento colocada no AR ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do recurso, pois perempto. Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 19/07/2012 Fl. 168DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório À contribuinte foi imputada uma glosa de despesas médicas, no importe de R$ 31.095,00, a partir da revisão das despesas informadas na declaração de ajuste anual do anocalendário 2006, o que culminou em notificação de lançamento, acostada a estes autos. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A 4ª Turma da DRJ/JFA, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 0935.140, de 20 de maio de 2011. A contribuinte foi intimada da decisão a quo em 09/06/2011. Irresignada, interpôs recurso voluntário em 20/07/2011, combatendo o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator A contribuinte foi intimada da decisão a quo em 09/06/2011, quintafeira, e interpôs o recurso voluntário em 20/07/2011, quartafeira, quando já fluíra o trintídio legal, que teve seu termo final em 11/07/2011, segundafeira. Para aclarar a afirmação acima, transcrevemse os arts. 5º, 23 e 33 do Decreto nº 70.235/72, que dispõem sobre as formas e prazos de intimação no rito do Processo Administrativo Fiscal: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 169DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10640.005298/200828 Acórdão n.º 210202.189 S2C1T2 Fl. 2 3 III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o , I a III – omissis; § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III e IV – omissis; § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5o a §9º omissis. (...) SEÇÃO VI Do Julgamento em Primeira Instância (...) Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. (grifouse) Pelo acima destacado, vêse que o trintídio legal para interposição do recurso voluntário contase da data de ciência anotada no aviso de recebimento AR ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação. Ainda, os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 Pelo que consta dos autos, a contribuinte foi intimada da decisão a quo em 09/06/2011, quintafeira, e interpôs o recurso voluntário em 20/07/2011, quartafeira. Assim, o prazo de trinta dias contase a partir de 10/06/2011, encerrandose no dia 11/07/2011, segunda feira. Dessa forma, quando interposto o recurso voluntário em 20/07/2011, já tinha fluído o prazo legal. Ante o exposto, patente a intempestividade do recurso voluntário, sendo definitiva a decisão da Turma de Julgamento da DRJ que aqui se recorre, como se vê pelo art. 42 do Decreto nº 70.235/72, verbis: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; (...) Dessa forma, voto no sentido de NÃO CONHECER o recurso voluntário interposto, pois perempto. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 171DF CARF MF Impresso em 17/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 19/07/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 17883.000209/2007-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2002
ITR. IMUNIDADE CONSTITUCIONAL. CABIMENTO.
Cabível a imunidade tributária de imóveis cuja finalidade possui relação com as atividades essenciais de entidade de assistência social, em observância aos requisitos estabelecidos no art. 150, VI, c e seu § 4°, da Constituição Federal de 1988.
Numero da decisão: 2201-002.001
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah Relator
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rayana Alves de Oliveira França, Ricardo Anderle (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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IMUNIDADE CONSTITUCIONAL. CABIMENTO. Cabível a imunidade tributária de imóveis cuja finalidade possui relação com as atividades essenciais de entidade de assistência social, em observância aos requisitos estabelecidos no art. 150, VI, “c” e seu § 4°, da Constituição Federal de 1988. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rayana Alves de Oliveira França, Ricardo Anderle (suplente convocado), Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Rodrigo Santos Masset Lacombe. Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2002, consubstanciado na Notificação de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 88 3. 00 02 09 /2 00 7- 62 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Lançamento (fls. 01 e 12/18), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 69.640,20, relativo ao imóvel rural denominado “Fazenda São Francisco”, com área total de 614,7 ha, localizado no município de Rio das Flores RJ. A fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 0,00 para R$ 581.586,11, com base no SIPT, conforme demonstrativo de fl. 10. Cientificado do lançamento, o interessado apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: o impugnante é uma entidade de educação e assistência social, sem fins lucrativos, cujo imóvel rural, como internato para crianças carentes, atende exclusivamente às necessidades essenciais dessa instituição, no teor do seu estatuto social (cópia de fls. 25/33); a partir de 1999, a fazenda foi desativada para o internato, mas mantém em convênio com a prefeitura local crianças com aulas de reforço escolar, esporte, lazer e cursos profissionalizantes; os empregados lá residentes cuidam de pequena horta e produção leiteira, para consumo próprio; o Patronato goza de imunidade do ITR, conforme documentos anexados às fls. 44/54. Ao final, pelas informações trazidas e pelas decisões da Receita Federal, requer seja cancelado o referido auto de infração e o respectivo crédito tributário. A 1ª Turma da DRJ em Brasília/DF julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: DA IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. As instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, necessitam atender aos requisitos estabelecidos na legislação de regência, para fazerem jus à imunidade tributária referente ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com suas finalidades essenciais. Intimado da decisão de primeira instância, o autuado apresenta Recurso Voluntário, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 17883.000209/200762 Acórdão n.º 2201002.001 S2C2T1 Fl. 3 3 Como visto do relatório, a fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 0,00 para R$ 581.586,11, com base no SIPT, conforme demonstrativo de fl. 10. Em sua peça recursal alega o suplicante que por ser uma entidade de educação e assistência social goza de imunidade constitucional, portanto, o auto de infração e o respectivo crédito tributário deve ser cancelado. Pois bem, a imunidade tributária está definida na Constituição Federal em seu art. 150, inciso VI, alínea "c" e § 4°: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; § 4° As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. Por sua vez, alguns requisitos deverão ser preenchidos para fazer jus à imunidade constitucional. Transcrevese, outrossim, o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; Fl. 178DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 4 d) conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e) apresentar, anualmente, Declaração de Rendimentos, em conformidade com o disposto em ato da Secretaria da Receita Federal; f) recolher os tributos retidos sobre os rendimentos por elas pagos ou creditados e a contribuição para a seguridade social relativa aos empregados, bem assim cumprir as obrigações acessórias daí decorrentes; g) assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições para gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou de encerramento de suas atividades, ou a órgão público. h) outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o funcionamento das entidades a que se refere este artigo. § 3° Considerase entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, destine referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. (Redação dada pela Lei nº 9.718, de 1998) (grifei) Pelo que se vê, para que seja alcançada a imunidade deve haver prova inequívoca de que o imóvel está diretamente relacionado com a finalidade proposta pela instituição, bem como demonstração de que a atividade por ela explorada alcança os fins beneméritos de uma entidade com objetivos sociais. Portanto, a matéria é unicamente de prova, sendo certo que o contribuinte em seu apelo trouxe diversos documentos que demonstra que efetivamente desenvolve no imóvel atividade vinculadas as finalidades essenciais. São eles: 1 Estatuto Social (fls. 123/161); 2 Convênio de cooperação entre o Município de Rio das Flores/RJ e o Patronato de Menores (fls. 163/166); 3 Declaração da Prefeitura de Rio das Flores/RJ informando que utiliza as dependências do imóvel para a implantação de programas sociais (fl. 174). Assim, penso que a prova produzida pelo recorrente é apta a demonstrar a utilização do imóvel rural da entidade de assistência social à consecução de seus fins. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 179DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 17883.000209/200762 Acórdão n.º 2201002.001 S2C2T1 Fl. 4 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 17883.000209/200762 Recurso nº: TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201002.001. Brasília/DF, 19 de fevereiro de 2013 Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 180DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Fl. 181DF CARF MF Impresso em 17/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 13/04/2013 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 11543.001582/2002-09
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1998
MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE.
É incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício exigida pela constatação de omissão de receitas, por ambas recairem sobre a receita omitida.
Numero da decisão: 9101-001.560
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente.
(assinado digitalmente)
JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, Suzy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Valmar Fonsêca de Menezes, José Ricardo da Silva, Plínio Rodrigues de Lima.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 1998 MULTA ISOLADA E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. É incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício exigida pela constatação de omissão de receitas, por ambas recairem sobre a receita omitida.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Especial. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, Suzy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Valmar Fonsêca de Menezes, José Ricardo da Silva, Plínio Rodrigues de Lima.
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CONCOMITÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. É incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício exigida pela constatação de omissão de receitas, por ambas recairem sobre a receita omitida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Especial. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO – Presidente. (assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Junior, Jorge Celso Freire da Silva, Suzy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Valmar Fonsêca de Menezes, José Ricardo da Silva, Plínio Rodrigues de Lima. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 15 82 /2 00 2- 09 Fl. 395DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 2 Relatório Tratase de Recurso Especial (fls. 300/317) interposto pela Fazenda Nacional com fundamento no artigo 7º, I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela portaria MF 147 de 25/06/2007. O presente processo trata de auto de infração (fls. 150/154) lavrado para constituição de crédito tributário relativo à Contribuição Social (CSLL) no valor de R$ 766.175,10, com multa de 75% e juros de mora, bem como por falta ou insuficiência nos recolhimentos da CSLL mensais por estimativas dos meses de março, junho e novembro de 1998 no valor de R$ 1.308.153,98. O crédito total lançado foi de R$ 3.043.923,66. Consta dos autos que o Contribuinte, em relação à acusação de falta de recolhimento de CSLL, informou que não logrou êxito em encontrar o comprovante do pagamento e, diante disso, efetuou pedido de compensação no mesmo valor declarado pela fiscalização como não recolhido (fl.170). Dessa maneira, restou em debate nos autos apenas a exigência de multa isolada por insuficiência nos recolhimentos mensais por estimativa e, nesse ponto, em sede de Recurso Voluntário foi proferido o acórdão, ora recorrido, por meio do qual a multa isolada foi afastada. Nesse contexto, insurgiuse a Recorrente contra o acórdão nº 10709.191 proferido pelos membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes que, por maioria de votos, deram provimento ao recurso voluntário. O acórdão recorrido foi assim ementado: “MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS A multa isolada por falta de recolhimento da estimativa de que trata o art. 2° da Lei nº. 9.430/96 não tem lugar quando aplicada após o encerramento do exercício, sendo apurado prejuízo ou base de cálculo negativa. Outrossim, descabe a concomitância da referida multa com a proporcional ao imposto devido, tendo ambas as multas se baseado nos mesmos fatos, sob pena de aplicarse dupla penalidade sobre uma mesma infração.” O ilustre relator que proferiu o voto vencedor do acórdão recorrido assim concluiu: “(...) A multa isolada por falta de recolhimento da estimativa de que trata o art. 2° da Lei n° 9.430/96 não tem lugar quando aplicada após o encerramento do exercício, sendo apurado prejuízo ou base de cálculo negativa. Outrossim, descabe a concomitância da referida multa com a proporcional ao imposto devido, tendo Fl. 396DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 11543.001582/200209 Acórdão n.º 9101001.560 CSRFT1 Fl. 396 3 ambas as multas se baseado nos mesmos fatos, sob pena de aplicarse dupla penalidade sobre urna mesma infração. Na esteira dessas considerações, dou provimento ao recurso para afastar a multa isolada.” A Fazenda Nacional, em sede de Recurso Especial, afirmou que o acórdão recorrido contraia o art. 44, §1°, "IV", da Lei 9.430/96. Em suas razões recursais argumentou que é equivocada a afirmação de que no caso dos autos estaria se exigindo duas multas sobre uma única infração e, isto porque, as infrações apenadas pela chamada "multa de oficio" e pela "multa isolada" são diferentes, já que a multa de oficio decorre do não pagamento de tributo pelo contribuinte e a multa isolada decorre do descumprimento do regime de estimativa. Concluiu que no caso não houve “confisco” ou “excesso punitivo”, pois o contribuinte cometeu dois atos ilícitos previstos em lei, e a lei prevê uma punição para um deles, razão pela qual deve ser restabelecida a decisão de primeira instância e mantido o lançamento da multa de oficio, bem como da multa isolada por ausência de recolhimento de estimativas. Em sede de exame de admissibilidade (fls. 318/320) foi dado seguimento ao Recurso. O contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 325/334 pugnando pela manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 4 Voto Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. O presente processo trata de auto de infração (fls. 150/154) lavrado para constituição de crédito tributário relativo à Contribuição Social (CSLL) decorrente do resultado do ajuste do anocalendário de 1998, bem como à multa isolada por falta ou insuficiência nos recolhimentos mensais por estimativas dos meses de março, junho e novembro de 1998, perfazendo à época o total de R$ 3.043.923,66, inclusos juros de mora e multa de oficio. Em relação à multa isolada aplicada pela falta de recolhimento da CSLL sobre a base de cálculo estimada, objeto do presente Recurso Especial, o acórdão recorrido não comporta reforma. No caso em análise, entendo ser incabível a multa isolada, pois esta foi aplicada concomitantemente à multa de ofício, sobre a mesma receita omitida, o que caracterizou dupla penalização da recorrente. Portanto, é incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo com base em estimativa e da multa de ofício, pois ambas incidem sobre a receita omitida, apurada em procedimento fiscal. Neste mesmo sentido é a jurisprudência pacífica desta 1ª Turma da CSRF, conforme se verifica das ementas a seguir transcritas, as quais fundamentam o presente voto: “FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. MULTA ISOLADA. CONCOMITÂNCIA. A multa isolada por falta de recolhimento de CSLL sobre base de cálculo mensal estimada não pode ser aplicada cumulativamente com a multa de lançamento de oficio prevista no art. 44, I, da Lei 9.430/96, sobre os mesmos valores apurados em procedimento fiscal.” (Processo 14041.000389/200453. Acórdão 910100.713 – 1ª Turma CSRF) “CSLL MULTA ISOLADA Encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter eficácia, uma vez que prevalece a exigência do tributo efetivamente devido apurado com base no lucro real anual e, dessa forma, não comporta a exigência da multa isolada, seja pela ausência de base imponível, bem como pelo malferimento do princípio da Fl. 398DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR Processo nº 11543.001582/200209 Acórdão n.º 9101001.560 CSRFT1 Fl. 397 5 não propagação das multas e da não repetição da sanção tributária. CSLL – MULTA ISOLADA CONCOMITÂNCIA – Incabível a aplicação da multa isolada concomitantemente com a multa de ofício.” (Processo 10680.004021/200569. Acórdão 910100.744 – 1ª Turma CSRF) “MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO EXIGIDA EM LANÇAMENTO LAVRADO PARA A COBRANÇA DO TRIBUTO. Conforme precedentes da CSRF são incabíveis a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento sobre bases estimadas e da multa de oficio exigida no lançamento para cobrança de tributo quando ambas as penalidades tiveram como base o valor da receita omitida apurada em procedimento fiscal.” (Processo 10680.720360/200677. Acórdão 9101 001.043 — 1ª Turma CSRF) “MULTA ISOLADA. ANOCALENDÁRIO DE 2000 FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFÍCIO EXIGIDA EM LANÇAMENTO LAVRADO PARA A COBRANÇA DO TRIBUTO. Incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo sobre bases estimadas e da multa de oficio exigida no lançamento para cobrança de tributo, visto que ambas as penalidades tiveram como base o valor da receita omitida apurado em procedimento fiscal.” (Processo 10930.003123/200144. Acórdão 910100.112 — 1ª Turma CSRF) “RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFICIO EXIGIDA EM LANÇAMENTO LAVRADO PARA A COBRANÇA DO TRIBUTO. Incabível a aplicação concomitante da multa por falta de recolhimento de tributo sobre bases estimadas e da multa de oficio exigida no lançamento para cobrança de tributo, Visto que ambas as penalidades tiveram como base os valores apurados em procedimento fiscal para lançamento de IRPJ e CSLL.” (Processo 10855.002105/200357. Acórdão 910100.196 — 1ª Turma CSRF) Fl. 399DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR 6 Portanto, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional para negarlhe provimento. É como voto. (documento assinado digitalmente) JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR – Relator. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 02/0 4/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNI OR
score : 1.0
Numero do processo: 10980.004273/2003-41
Turma: Segunda Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1992 a 30/09/1995
RECURSO ESPECIAL. PIS. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 08.
Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o crédito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei nº 8.212/91.
Aplicação do disposto na Súmula Vinculante nº 08: são inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
Recurso Especial do Procurador Não Conhecido.
Numero da decisão: 9303-001.984
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso especial, por se tratar de matéria sumulada.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Rodrigo Cardozo Miranda - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1992 a 30/09/1995 RECURSO ESPECIAL. PIS. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 08. Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o crédito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei nº 8.212/91. Aplicação do disposto na Súmula Vinculante nº 08: “são inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Recurso Especial do Procurador Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso especial, por se tratar de matéria sumulada. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Rodrigo Cardozo Miranda Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 42 73 /2 00 3- 41 Fl. 335DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por OTA CILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama. Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional (fls. 298 a 305) contra acórdão proferido pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 283 a 294) que, por voto de qualidade, deu provimento ao recurso voluntário, entendendo ter decaído o direito do fisco em cobrar créditos de PIS das competências janeiro a agosto de 1995, cujo auto de infração foi lavrado em 8 de abril de 2003 com lastro no prazo decadencial de dez anos previsto no artigo 45 da Lei nº 8.212, de 24 de junho de 1991. A ementa do julgado ora recorrido é a seguinte: PIS. DECADÊNCIA. PERÍODO 01/95 a 08/95. As contribuições sociais, dentre elas a referente ao PIS, embora não compondo o elenco dos impostos, têm caráter tributário devendo seguir as regras inerentes aos tributos, no que não colidir com as constitucionais que lhe forem especificas. A falta de lei complementar especifica dispondo sobre a matéria, a Fazenda Pública deve seguir as regras de caducidade previstas no Código Tributário Nacional. Em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a contagem do prazo decadencial se desloca da regra geral, prevista no art. 173 do CTN, para encontrar respaldo no § 4, do art. 150 do mesmo Código, hipótese em que o termo inicial para contagem do prazo de cinco anos é a data de ocorrência do fato gerador. Expirado esse prazo, sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito.” Recurso provido. Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs recurso especial, apontando que como o PIS é uma contribuição para custeio da seguridade social, prevista na Lei nº 8.212/91, submetese, portanto, ao prazo decadencial de 10 anos para constituição do crédito. O recurso especial foi admitido através do r. despacho de fl. 308. É o relatório. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por OTA CILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA Processo nº 10980.004273/200341 Acórdão n.º 9303001.984 CSRFT3 Fl. 322 3 Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o presente recurso especial da Fazenda Nacional merece ser conhecido. No tocante ao mérito, todavia, melhor sorte não assiste à Recorrente. Com efeito, a matéria ora controvertida diz respeito, apenas, ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o crédito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei nº 8.212/91. Ocorre que o Egrégio Supremo Tribunal Federal já dirimiu definitivamente a controvérsia, inclusive através da edição da Súmula Vinculante nº 08, cujo teor é o seguinte: SÃO INCONSTITUCIONAIS O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 5º DO DECRETOLEI Nº 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI Nº 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Rodrigo Cardozo Miranda Fl. 337DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/03/2013 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2013 por OTA CILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Numero do processo: 10675.004886/2007-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2402-000.266
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 369 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente o lançamento fiscal realizado em 28/11/2007 para constituição de crédito por arbitramento de contribuições incidentes sobre supostos pagamento de prêmios a segurados da recorrente beneficiários de programas de incentivo contratado de empresas da área de consultoria empresarial e marketing. Seguem trechos da acórdão recorrida e do relatório fiscal: ELEMENTOS PROBANTES DO LANÇAMENTO. VALIDADE DE INDÍCIOS E PRESUNÇÕES. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. No lançamento de tributos, é válida a utilização também de indícios e presunções legais cujo ônus da prova em contrário é levada ao sujeito passivo. As provas apresentadas pelo impugnante devem trazer supedâneo cabal para desconstituir os elementos trazidos no lançamento. Não é confiscatória a multa aplicada nos termos dos • dispositivos normativos reguladores. Não é possível, em sede administrativa, afastarse a aplicação de lei, decreto ou ato normativo em vigor. ... O débito apurado referese a contribuições incidentes sobre pagamentos de prêmios de incentivo à produtividade, a segurados empregados, aferidos indiretamente, apuradas com base em notas fiscais de prestação de serviço emitidas pelas empresas FILIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA, em 2005 e 2006, e IPIZI PUBLICIDADE E MARKETING LTDA, em 2007. ... Em todas as empresas que eu auditei, e também em diversas outras empresas auditadas por outros fiscais de Uberlândia, constatamos que os cartões foram utilizados para pagamentos de salários extra folha, e ainda para remunerar diretores e outras pessoas físicas que prestaram serviços às empresas, e as notas fiscais emitidas pelas empresas prestadoras de serviço sempre mencionavam o pagamento de "Prêmios de Incentivo à Produtividade ". Atendendo solicitação do Ministério Público do Trabalho, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Uberlândia, realizou uma diligência à empresa FILLIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA, para apurar a utilização de cartões de premiação como prática de pagamentos de salários sem as devidas retenções de imposto de renda e obrigações previdenciárias. ... Fl. 369DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 370 3 Durante a análise da contabilidade da AUTUS, verificamos que a empresa era cliente da FILLIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA e da IPIZI PUBLICIDADE E MARKETING LTDA. Solicitamos então que a Autus apresentasse as notas fiscais de prestação de serviço, bem como a relação dos beneficiários dos pagamentos efetuados pelas duas empresas. Todas as notas fiscais foram apresentadas, bem como os contratos de prestação de serviço com as duas empresas. Mas a relação de beneficiários não foi apresentada, sob a alegação de que a Autus contratou serviço de marketing, e não o pagamento de prêmios através de cartões. Todos os contratos apresentados têm por objeto a prestação de serviços de marketing, abrangendo planejamento, desenvolvimento, execução e administração das campanhas e ações promocionais, visando aumentar as vendas e maximizar os lucros da contratante. ... Os contratos mencionam ainda que a contratante pagará à contratada, a título de remuneração pelos serviços prestados, 5,5% sobre o valor de cada campanha, e que todos os custos relativos ao fornecimento de mãodeobra, materiais de marketing ou produtos de terceiros, correrão às expensas da contratante, e ainda que "a contratante se responsabiliza integralmente por todos e quaisquer pagamentos, contribuições trabalhistas e previdenciárias, referentes aos seus funcionários e%u propostos, público alvo da campanha de marketing" contratada. Apesar dos contratos apresentados se referirem a serviços de marketing, as notas fiscais apresentadas pela Autus mencionam como descrição do serviço "Premiação — Campanha de Incentivo à Produtividade " ou "Premiação — Campanha de Incentivo nos departamentos de Administração, Vendas de veículos novos e usados, Funilaria e Pintura, Mecânica e Auto Peças. Diante da incompatibilidade de informações entre contratos e notas fiscais, foi realizada uma reunião com o Sr. Ricardo Siqueira Monteiro, diretor da Autus, onde informamos sobre as inconsistências, que nos levavam à conclusão de tratarse de campanhas de incentivo à produtividade e não campanhas de marketing, como mencionam os contratos. O Sr. Ricardo manteve a informação de que os serviços executados se referiam a campanhas de marketing. Solicitamos então, nesta reunião, que outros documentos fossem apresentados que pudessem sustentar a informação da empresa, O Sr. Ricardo informou que não dispunha de outros documentos que pudessem confirmar a sua informação, que não mantinha estes controles, mas que solicitaria estes documentos à Fillip e à Ipizi. ... Diante da situação colocada realizamos uma diligência nas duas empresas Fillip e Ipizi, que, digase de passagem, funcionam no mesmo local, e são administradas pelo mesmo sóciogerente, Sr. Luciano Soares Martins. Para as duas empresas foram solicitados, contrato Fl. 370DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 371 4 social e alterações, os Livros Diário e Razão e documentos relativos aos contratos de prestação de serviço firmados com a Autus. Na diligência foram analisados os Livros Diários n. 4 e 5 da Fillip, referentes aos períodos de 07 a 12/2005, e de 01 a 12/2006, registrados no Cartório de Títulos e Documentos de Uberlândia, sob n. 13.853, de 0611112006, e 14.055, de 30/04/2007, respectivamente. Não examinamos a contabilidade da Ipizi, tendo em vista que os livros contábeis relativos ao exercício de 2007, ainda não haviam sido formalizados. O Sr. Luciano informou que a forma de contabilização das duas empresas seguiam a mesma orientação. No exame dos livros diários e razão da Fillip verificamos que as notas fiscais relativas aos serviços prestados para a Autus tiveram o mesmo tratamento das demais empresas clientes da Fillip, ou seja, a empresa contabiliza como receita apenas a comissão estabelecida no contrato, o restante do valor da nota fiscal é contabilizado como pagamento de prêmios, e normalmente a saída dos recursos é imediata, exatamente como em todas as demais empresas que contrataram a Fillip para pagamento de prêmios de incentivo. ... Como nenhum documento foi apresentado, nem pela Autus, nem pelas empresas contratadas, confirmando que os montantes se destinavam à campanhas de marketing, entendemos que a informação correta é a que consta das notas fiscais, de que os valores foram destinados ao pagamento de premiações. Aliás, na verdade, analisando os contratos detalhadamente, percebemos que não há contradições entre as notas fiscais e os contratos, pois o público alvo das campanhas eram os empregados da Autus, e o objetivo final dos contratos o de maximizar as vendas e o lucro da empresa. Que campanha de marketing poderia dar melhor resultado, poderia motivar mais os empregados, a maximizar vendas e lucro da empresa, do que uma campanha com prêmios de incentivo à produtividade? [... j Como a empresa não apresentou a listagem de beneficiários dos prêmios de incentivo à produtividade, na falta da discriminação dos beneficiários consideramos que os prêmios foram pagos a segurados empregados e as contribuições foram aferidas com base no valor dos prêmios contidos nas notas fiscais listadas no Anexo I ao Relatório Fiscal da NFLD. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde reitera as alegações trazidas na impugnação: Contratou "empresa especializada em marketing para identificar e compreender as necessidades de seu mercado alvo' (folha 111), necessidade em seu segmento de mercado. Esta empresa, Fillip Consultoria Empresarial, tem, por representante, pessoa graduada e especializada em tecnologias de marketing (folha 112). O contrato firmado estabelecia como escopo do trabalho na área de marketing, a definição das tarefas do marketing, o processo de Fl. 371DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 372 5 planejamento e execução de idéias, bens e serviços, canais de distribuição, promoção e incentivos aos profissionais da impugnante. Entendese por incentivo aos profissionais, ações pontuais que representem estímulos a estes por meio de treinamentos, vídeos motivacionais, apoios e acompanhamentos nas vendas, correto posicionamento do mercado visando aumentar sua capacitação e desempenho profissional. A remuneração foi estabelecida de forma variável, "decorrente diretamente dos custos incorridos e cobrados por meio de faturas de responsabilidade única e exclusiva da empresa fornecedora de serviços" (folha 112). ... Do histórico do procedimento adotado no caso das empresas que foram objeto de investigação pelo Ministério Público, decorrem os elementos essenciais (folha 123): "elaboração de cartão magnético; empregados ou terceiros recebiam os cartões magnéticos; relação dos beneficiários do esquema fornecido pela empresa, créditos individualizados efetuados pela empresa de cartões magnéticos. Uma vez que "toda documentação solicitada e existente foram entregues", não existiu "relação de beneficiário de cartão porque a empresa nunca se utilizou de tal artifício. Não houve, por parte da fiscalização, a desincumbência do ônus da prova das alegações (folha 125), e, "considerando que a impugnante forneceu toda documentação solicitada para análise e procedimentos da agente fiscal é incabível a inversão do ônus da prova' A alegação da Auditoria Fiscal da ocorrência de fato gerador não foi comprovada. São juntados demonstrativos de alguns dos trabalhos efetuados. ... Ao contestar o contido no final do item II do Relatório Fiscal (folha 58), à folha 118, constata que se as indagações da auditoria fiscal `fossem verdadeiras inúmeros profissionais da área de marketing, propaganda, rádio, televisão e de recursos humanos estariam desempregados." E que não é só "o dinheiro que move o mundo (folha 119). Entende que ao não haver citação, no Relatório de Fundamentos Legais, do art. 233 do RPS, teria havido o reconhecimento "que a impugnaste apresentou toda documentação solicitada' (folha 122). ... Ressalta que a busca da verdade material é um imperativo no processo administrativo fiscal (folha 129). Quanto à multa aplicada, entende revestirse de feições confiscatórias, dado o seu valor em relação ao tributo devido, ou dado seu acréscimo, em função do decurso do tempo (folha 132). Fl. 372DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 373 6 Termina por pedir o cancelamento do débito fiscal, por falta de motivação (folha 132). Junta, à folhas 134 a 142 e 239 a 246, amostras de peças publicitárias e, à folhas 178 a 238, comunicados de incorreções de documentos fiscais. Em diligência solicitada à folha 250, são juntados, pela Seção de Fiscalização, à folhas 253 a 260, dois dos contratos estabelecidos entre a empresa Fillip Consultoria Empresarial Ltda e a impugnante, sendo também informado, à folha 252, que os contratos firmados com a Ipizi Publicidade e Marketing Ltda possuem as mesmas cláusulas e conteúdo. É o Relatório. Fl. 373DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 374 7 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Uma vez cumpridos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. Antes do exame das questões preliminares e de mérito, há alguns fatos que precisam ser elucidados. Com a experiência de outras auditoriasfiscais em empresas contratantes dos serviços prestados pelas Fillip Consultoria Empresarial Ltda e Ipizi Publicidade e Marketing Ltda, a fiscalização, ao examinar documentos da recorrente e das prestadoras de serviços e diante da falta de informação dos beneficiários dos programas de incentivo, concluiu que a maioria dos valores contratuais recebidos pelas contratadas se prestavam ao pagamento de prêmios aos segurados da contratante, ora recorrente. Essa, por sua vez, defende que não. O objeto do contrato é o desenvolvimento de serviços de marketing interno visando o incentivo ao ganho de produtividade. A escrituração contábil das prestadoras de serviços não possibilita a identificação das despesas inerentes ao contrato. Ainda que a fiscalização tenha sido diligente ao examinar também documentos da prestadora de serviços, para melhor compreensão da verdade dos fatos, penso ser cabível uma diligência, a fim de que: a) seja oportunizada à recorrente a comprovação dos serviços recebidos das empresas Fillip Consultoria Empresarial Ltda e Ipizi Publicidade e Marketing Ltda, como publicidades, relatórios e outros produtos que justifiquem os valores repassados e demonstrem os resultados alcançados em razão desses serviços; b) seja informado o veículo de comunicação das mídias publicitárias às fls. 251/258 e de quem foram os custos; e c) ao final, a fiscalização se manifeste em definitivo sobre a destinação dos vários pagos aos prestadores de serviços, seria, de fato, pagamento de prêmios a segurados da recorrente como resultado de endomarketing ou não, seria a produção de marketing voltado ao mercado. Diante do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para os esclarecimentos solicitados e seja oportunizado ao recorrente o direito de manifestação no prazo de 30 dias sobre o relatório conclusivo a ser redigido pela fiscalização. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 374DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 10508.000160/2004-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003
BASE DE CÁLCULO. EMPRESA VENDEDORA DE MERCADORIAS E PRESTADORA DE SERVIÇOS. VARIAÇÕES CAMBIAIS. BENEFÍCIO FISCAL ESTADUAL. LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 1º. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA.
À vista da jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal aplicável às empresas vendedoras de mercadorias ou prestadoras de serviços, excluem-se da base de cálculo da Cofins os valores exigidos com base no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, dentre os quais se encontram os de variações cambiais ativas e de incentivo estadual concedido sob a forma de crédito presumido do ICMS.
MATÉRIA NÃO TRATADA NA INSTÂNCIA A QUO. PRECLUSÃO.
Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício.
Numero da decisão: 3401-002.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração no Acórdão nº 3401-01.060 e, com efeitos infringentes, dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator.
JÚLIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente
EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718/98. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. Embargante WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA Interessado WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. RETIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO. Constatada omissão relativa à analise da tempestividade, por não se ter verificado que foi feriado o dia seguinte ao da ciência do auto de infração, carece complementar o acórdão e acolher embargos de declaração com efeitos infringentes, de modo a considerar tempestivo o recurso voluntário e apreciálo. MATÉRIA NÃO TRATADA NA INSTÂNCIA A QUO. PRECLUSÃO. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 BASE DE CÁLCULO. EMPRESA VENDEDORA DE MERCADORIAS E PRESTADORA DE SERVIÇOS. VARIAÇÕES CAMBIAIS. BENEFÍCIO FISCAL ESTADUAL. LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 1º. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. À vista da jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal aplicável às empresas vendedoras de mercadorias ou prestadoras de serviços, excluem se da base de cálculo da Cofins os valores exigidos com base no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, dentre os quais se encontram os de variações cambiais ativas e de incentivo estadual concedido sob a forma de crédito presumido do ICMS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 50 8. 00 01 60 /2 00 4- 33 Fl. 623DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração no Acórdão nº 340101.060 e, com efeitos infringentes, dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. JÚLIO CESAR ALVES RAMOS Presidente EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de Embargos de Declaração tempestivos (ver fls. 610/611), interpostos pela contribuinte no Acórdão nº 340101.060, que não conheceu do recurso voluntário por considerálo intempestivo. Alega a Embargante omissão no julgado, por ter desprezado que o dia 06/04/2007, quando se encerraria o prazo de trinta dias, foi feriado (sextafeira da Paixão de Cristo). E como a peça recursal foi apresentada em 09/04/2007, apresentase tempestivo. Em face da tempestividade, requer o acolhimento dos Embargos e, consequentemente, a análise do Recurso Voluntário. É o Relatório. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator Comprovado que o dia 06/04/2007 foi feriado (sextafeira da Paixão de Cristo), o trintídio legal para apresentação do Recurso Voluntário, que se encerraria nessa data porque a ciência do acórdão da DRJ se deu em 07/03/2007 (fl. 541, verso), foi deslocado para o dia 09/03/2007. Daí a tempestividade, pelo que cabe admitir e acolher plenamente os Embargos de Declaração e conhecer da peça recursal. RELATÓRIO DO RECURSO VOLUNTÁRIO Passo, então, ao conhecimento e decisão do litígio. Fl. 624DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 634 3 O Auto de Infração da Cofins foi mantido pela DRJ, sob a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 INCONSTITUCIONALIDADE. A Secretaria da Receita Federal, como órgão da administração direta da União, não é competente para decidir quanto à inconstitucionalidade de norma legal. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. VARIAÇÃO CAMBIAL. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. As variações cambiais ativas de direitos e obrigações em moeda estrangeira compõem a base de cálculo da Cofins, e, se tributadas pelo regime de competência, devem ser reconhecidas a cada mês, independentemente da efetiva liquidação das operações correspondentes. BENEFÍCIO FISCAL DO ICMS. Por não estar inserido no rol das exclusões da base de cálculo da Cofins previstas na legislação de regência, mantémse a autuação dos valores relativos a esse benefício fiscal. Lançamento Procedente No Recurso Voluntário a contribuinte, refutando o acórdão recorrido, alega inicialmente a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição, à vista da série de recursos julgados pelo Pleno do STF tendo por objeto o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Em seguida, inovando em relação à peça impugnatória aponta erros que teriam sido cometidos no cálculo da Contribuição pela fiscalização, por inclusão indevida na base de cálculo de valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus. Para correção desses erros, requer diligência. Ao final requer o cancelamento do auto de infração ou, em caso contrário, a realização de diligência, objetivando revisar os valores da base de cálculo, deduzindose os valores de IPI, de vendas para a Zona Franca de Manaus “e levandose em consideração os estornos nas contas de demais receitas”. ANÁLISE DO LITÍGIO Por ser tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo, cabe conhecer da peça recursal, exceto no que inova em relação à Impugnação apontando erros que teriam sido cometidos no cálculo da Contribuição pela fiscalização, por inclusão indevida na base de cálculo de valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus. Fl. 625DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 4 No que inovou, o Recurso Voluntário não deve ser conhecido. Na lição de Chiovenda, repetida por Luiz Guilherme Marioni e Sérgio Cruz Arenhart, temse que:1 ... a preclusão consiste na perda, ou na extinção ou na consumação de uma faculdade processual. Isso pode ocorrer pelo fato: i) de não ter a parte observado a ordem assinalada pela lei ao exercício da faculdade, como os termos peremptórios ou a sucessão legal das atividades e das exceções; ii) de ter a parte realizado atividade incompatível com o exercício da faculdade, como a proposição de uma exceção incompatível com outra, ou a prática de ato incompatível com a intenção de impugnar uma decisão; iii) de ter a parte já exercitado validamente a faculdade A cada uma das situações acima corresponde, respectivamente, os três tipos de preclusão: a temporal, a lógica e a consumativa. No caso em tela ocorreu a preclusão temporal (ou consumativa, para outros), consistente na perda da oportunidade que o contribuinte teve para contestar supostos erros que teriam sido cometidos pela fiscalização, relativos a valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM). De todo modo, os autos dão conta de que a autuação devese, tãosomente, à tributação escorada no alargamento da base de cálculo da Cofins promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Tanto assim que na Impugnação a contribuinte informa o seguinte (fl. 478): Conforme consta do Relatório Fiscal anexo ao Auto de Infração ora atacado que foram encontradas diferenças na apuração da COFINS relacionadas aos seguintes itens: não inclusão de valores relativos a variação cambial e valores referentes aos incentivos fiscais do ICMS. O RELATÓRIO FISCAL – COFINS, por sua vez, confirma que o auto de infração não engloba vendas à ZFM, mas apenas valores da variação cambial e do incentivo do Estadual da Bahia, conforme os trechos seguintes (fl. 015, com negritos acrescentados): Com relação às vendas para Zona Franca de Manaus, o contribuinte foi solicitado pelo Termo de Intimação Fiscal (...) a apresentar por meio de listagem a composição das vendas efetuadas. (...) Com base no que foi apresentado, os valores de Vendas para Zona Franca de Manaus foram excluídos da base de cálculo. (...) Com relação aos valores de Variação Cambial, apesar do contribuinte ter informado em 04/07/2003 (fls.35 ) que considerou as variações monetárias para efeito de determinação da base de cálculo do IR, da CSLL, do PIS/PASEP e COFINS segundo o regime de competência, em sua resposta entregue em 1 MARIONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz Arenhart. Manual do Processo do Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 665, apud CHIOVENDA, Giuseppe. "Cosa giudicata e preclusione", in Saggi di diritto processuale civile. Milano: Giuffrè, 1993, vol. 3, p. 233. Fl. 626DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 635 5 08/01/2004 (fls.g) ) não concorda com os valores lançados nas planilhas, que são exatamente os valores contantes no Razão Contábil, conforme cópias às fls.387 A 433. Se o contribuinte não concorda com os valores contábeis, ou seja, pelo regime de competência, supõese então que o contribuinte considerou as variações monetárias para efeito da determinação da base de cálculo quando da liquidação das operações. Sendo assim, o contribuinte foi intimado (...) A solicitação não foi atendida e os valores de Variação Cambial foram mantidos na base de cálculo. Os créditos efetuados na conta ICMS Incentivos Fiscais referemse aos benefícios fiscais instituídos pelo Decreto n°4.316 de 19 de junho de 1995 (Governo do Estado da Bahia) e suas alterações (fls 434 A 466) e constituem receitas uma vez que reduzem o ICMS a recolher (baixa do passivo) sem a concomitante diminuição do ativo. Os valores foram mantidos na base de cálculo. Por fim, em linha com a autuação e a Impugnação, o acórdão recorrido cuidou apenas a apenas dos valores da variação cambial e do incentivo do Estadual da Bahia, que como já dito foram tributados com base no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Se antes havia divergências neste Colegiado quanto à aplicação da inconstitucionalidade do citado § 1º, com base no qual foi lavrado o Auto de Infração em questão, hoje a posição é uníssona pelo seu afastamento, em relação às pessoas jurídicas que não as financeiras. Daí o provimento integral ao Voluntário. É que a ampliação da base tributada no regime anterior à nãocumulatividade, nos termos do que tem decidido o STF de modo reiterado em relação às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços, impõe o cancelamento da presente autuação. Tal inconstitucionalidade só não pode ser aplicada em relação às instituições financeiras, já que na hipótese destas o STF ainda não decidiu o que, exatamente, constitui receita tributável.2 Ao contrário da DRJ, e diferentemente de votos meus antigos nos quais me posicionei pela não aplicação da inconstitucionalidade em debate por ter sido proferida em sede do controle difuso de inconstitucionalidade – atualmente vejo que é preferível afastar logo a eficácia do multicitado § 1º, desde que não se trate de instituição financeira, como acontece na presente lide. Referida inconstitucionalidade foi declarada na via incidental Recursos Extraordinários nºs 357.950, 358.273, 390.840, 346.084 e 585.235, dentre outros , mas o STF debate a edição de súmula vinculante sobre o tema, cuja redação inicialmente proposta foi a seguinte (conforme o site do STF na internet, no endereço 2 Nos termos do Acórdão nº 340101.051, processo nº 16327.000998/200512, sessão de 30 de setembro de 2010, esta Primeira Turma decidiu, por maioria, o seguinte: BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ALARGAMENTO. LEI 9.718/98, ART. 3º, § 1º. CONTROVÉRSIA NÃO DIRIMIDA PELO STF. O Supremo Tribunal Federal, ao declarar a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e Cofins promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, decidiu o tema em relação às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços, mas não às instituições financeiras. Fl. 627DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 6 http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/PropostasdeSumula.pdf, consulta em 06/02/2012, proposta de Súmula 6): TRIBUTO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA BRUTA. INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO 1º DA LEI 9.718/98. Enunciado: “É inconstitucional o parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, a qual deve ser entendida como a proveniente das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais.” Precedentes: RE nº 346.084 Rel. orig. Min. Ilmar Galvão, DJ 01.09.2006; RE nº 357.950, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006; RE nº 358.273, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006; RE nº 390.840, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006. O STF, no julgamento Questão de Ordem levantada no RE nº 585.235, em 10/09/2008 reconheceu a existência de repercussão geral da questão, reafirmou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98 e aprovou a proposta do Min. Cezar Peluso, relator, para edição de súmula vinculante, ainda não votada. A redação acima proposta não restou aprovada. De todo modo, por meio de edital da Secretaria do STF com data de 13/05/2009, veiculado nos termos da Resolução nº 388STF, de 5 de dezembro de 2008, foram propostas três novas redações (Proposta de Súmula Vinculante nº 22), com os seguintes verbetes: Assunto: TRIBUTO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA BRUTA. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI 9718/98: “É inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou a base de cálculo do PIS e da COFINS.” (proposta do Min. Cesar Peluso) ou “A alteração da base de cálculo da COFINS, pelo art. 3º, § 1º, da Lei 9718/98, mediante a ampliação do conceito de faturamento, violou o art. 195, I e § 4º, da CF, vício que a subseqüente edição da Emenda Constitucional 20/98 não convalidou.”(Presidência) ou “É inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998, que ampliou o conceito de receita bruta, a qual deve ser entendida como a proveniente das vendas das mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza.” (proposta dos Min. Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, na primeira vez em que foi sugerida esta súmula vinculante) ou Diante da provável irreversibilidade no trato da matéria pelo STF, no tocante às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços (ressalvo mais uma vez as financeiras), este Colegiado já decidiu, à unanimidade, conforme a ementa seguinte (Acórdão nº 340101.627, sessão de 6 de outubro de 2011, relator o ilustre Conselheiro Odassi Guerzoni Filho): Fl. 628DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 636 7 COFINS. ART. 3º, § 1º DA LEI 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL. EXISTÊNCIA. Em sede de reafirmação de jurisprudência em repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou pela inconstitucionalidade do conteúdo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, conhecido como alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins. Assim, de se retirar da base de cálculo da contribuição quaisquer outras receitas que não as decorrentes do faturamento, por este compreendido apenas as receitas com as vendas de mercadorias e/ou de serviços. Por oportuno, observo que o art. 9º da Lei nº 9.718/98, a incluir na base de cálculo do PIS e da COFINS, a partir de fevereiro de 1999, as variações cambiais ativas (ou positivas), deve ser interpretação com o § 1º do art. 3º da mesma Lei. Como o valor de variações cambiais não integra o faturamento definido como o produto da venda de mercadorias ou da prestação de serviços (antes da ampliação para receita bruta), só se admitia a tributação enquanto não afastado o alargamento delineado no § 1º em comento. O contrário ocorre na presente situação, pois a Recorrente não é uma instituição financeira e, por isso, a ela se aplica a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição. Pelos fundamentos acima, e levando em conta que a autuação recai tão somente sobre valores tributados em face do alargamento da base de cálculo da Contribuição sob o regime cumulativo, em face da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 dou provimento ao Recurso Voluntário para cancelar o lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, admito os presentes Embargos de Declaração e os acolho com efeitos infringentes para retificar o Acórdão nº 340101.060, cujo resultado passa a ser o seguinte: não conheço da parte do Recurso Voluntário ausente da Impugnação, por preclusão, mas na parte conhecida dou provimento para cancelar a autuação. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 629DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10830.722838/2011-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2202-000.443
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acórdão os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Odmir Fernandes Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Guilherme Barranco de Souza, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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Acórdão os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Guilherme Barranco de Souza, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 22 83 8/ 20 11 -0 8 Fl. 257DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10830.722838/201108 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202 000.443 S2C2T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão 1ª Turma de Julgamento da DRJ de Campo Grande/MS, que manteve a autuação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, do exercício de 2008 no valor de R$ 112.649,98, tendo como objeto o imóvel rural denominado Estância dos Ipês, com área total de 224,9 ha., localizado no Município de Paulínia/SP pela falta de comprovação da área de pastagem e do VTN, declarados. Auto de infração (fls. 100/104), com ciência em 01.08.2011 (fls. 197) lavrado após o contribuinte, intimado, não comprovar a área de pastagens declarada e o VTN – Valor da terra nua. Impugnação (fls. 199/204). Decisão recorrida (fls. 224/234), com ciência em 18/04/2012 (AR fls. 238), manteve a autuação pela falta da comprovação dos valores declarados das pastagens e do VTN valor da terra nua e esta assim ementada: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2008 NIFR: 6.170.6779 Estância dos Ipês CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. TESE NÃO CONHECIDA. É vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. IMÓVEL RURAL. INCORPORAÇÃO AO PERÍMETRO URBANO. PROVA INSUFICIENTE. A exclusão de área rural da incidência do ITR, em razão de sua incorporação ao perímetro urbano do respectivo município de sua localização, está condicionada à comprovação de sue cadastro fiscal como imóvel urbano para efeito de IPTU, em data anterior a 1º de janeiro de 2008. DESAPROPRIAÇÃO. SUJEITO PASSIVO. Na hipótese de desapropriação do imóvel rural por pessoa jurídica de direito público, é contribuinte do ITR, o expropriado em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da perda da posse ou da propriedade. ÁREA IMPRESTÁVEL PARA A ATIVIDADE RURAL. ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. Para que a área imprestável para atividade rural seja excluída do ITR, deve ficar comprovado que se trata de área imprestável para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, agrícola ou florestal e que Fl. 258DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10830.722838/201108 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202 000.443 S2C2T2 Fl. 4 3 declarada de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. ÁREA UTILIZADA COM PASTAGENS. PROVA INEFICAZ. A dedução da área de pastagem depende da comprovação da existência de animais apascentados no imóvel. VALOR DA TERRA NUA. FALTA DE PROVA. O valor da terra nua, apurado pela fiscalização em procedimento de ofício nos termos do art. 14 da lei 9.393/96, não é passível de alteração quando o contribuinte não apresenta elementos de convicção que justifiquem reconhecer valor menor. MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. Em caso de apresentação de declaração com inexatidões e sem recolhimento do tributo, há incidência da multa de ofício de 75% e não da multa de mora de 20%. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Recurso Voluntário (fls. 241/242), interposto em 14/05/2012, sustenta, em síntese, que apresentou fartas e irrefutáveis provas da situação peculiar da área explorada em toda a sua extensão, perdendo a exploração agropastoril pelo acelerado progresso do Município de Paulínia/SP e, e de a área pertencer ao perímetro urbano. É o breve relatório. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10830.722838/201108 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202 000.443 S2C2T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Odmir Fernandes Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Cuidase de autuação do ITR pela falta de comprovação da área de pastagem e do VTN – Valor da Terra Nua declarados no DITR/2008. VTN – Valor da Terra Nua, declarado no DITR/2008. Com a falta de comprovação pelo autuado do Valor da Terra Nua, declarado para a época do fato gerador do tributo exigido – exercício de 2008, a fiscalização arbitrou o VTN pelo sistema de preços da Receita Federal – SIPT. Contudo, não consta dos autos a demonstração da aptidão agrícola. Em razão dessa falta aptidão agrícola – é necessário converter os autos em diligencia para que a digna autoridade fiscal lançadora traga ou junte aos autos o demonstrativo da aptidão agrícola, caso possua. Pelo meu voto, converto os auto em diligencia para os fins expostos. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 260DF CARF MF Impresso em 28/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/03/2013 por ODMIR FERNANDES
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