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Numero do processo: 10166.720559/2010-09
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - RECURSO INTEMPESTIVO
É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Não se toma conhecimento de recurso intempestivo
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2403-001.691
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER DO RECURSO.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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CORRETORES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO RECURSO INTEMPESTIVO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Não se toma conhecimento de recurso intempestivo Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER DO RECURSO. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Carolina Wanderley Landim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 05 59 /2 01 0- 09 Fl. 280DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente – M. A. CORRETORES LTDA. contra Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF, que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigações acessórias AIOA – Auto de Infração de Obrigação Acessória nº. 37.220.7952, com ciência da Recorrente em 18.05.2010, conforme fls. 01. Segundo o Relatório Fiscal da Infração, o Código de Fundamentação Legal – CFL nº 35 infringido ocorre por deixar a empresa de prestar à RFB todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse da mesma, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. Conforme o Relatório da decisão de primeira instância: Tratase de Auto de Infração, por descumprimento de obrigação acessória, lavrado contra a empresa em epígrafe, em razão de a mesma ter infringido o dispositivo previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, artigo 32, inciso III e parágrafo 11, com a redação da MP n° 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27/05/2009, combinado com o artigo 225, inciso III, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, de 06/05/99. Segundo o Relatório Fiscal do Auto de Infração, constante das fls. 06/08, a empresa foi intimada a apresentar os seguintes documentos: a) documentos de caixa, que serviram de base para os lançamentos contábeis registrados nos livros diário e razão do período sob fiscalização, conta 3.1.1.3.01.0001 Serviços Prestados à Vista; b) informação, por lançamento e competência, sobre a natureza dos serviços prestados, registrados na conta contábil acima, assim como a identificação do prestador de serviço; c) RAIS, relativas ao período de fiscalização (exercícios de 2004 a 2007); d) documento de comunicação do extravio das notas fiscais da empresa à repartição fiscal do Governo do Distrito Federal (GDF), como também, cópia da publicação em jornal local de grande circulação, ou no Diário Oficial do Distrito Federal, conforme determina o Regulamento do ISS do GDF, cujo extravio foi objeto do Boletim de Ocorrência Policial n° 1.009/20080, de 25/11/2008, apresentado à auditoria fiscal. Informa o Relatório Fiscal que, não obstante a intimação da auditoria fiscal, o contribuinte não apresentou os documentos e informações acima mencionados, motivo que ensejou a lavratura do presente auto de infração. A ciência do AIOA ocorreu em 18.05.2010, conforme fls. 01. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10166.720559/201009 Acórdão n.º 2403001.691 S2C4T3 Fl. 136 3 O período objeto do AIOA, conforme o Relatório Fiscal, é de 01/2004 a 12/2007. A Recorrente apresentou impugnação tempestiva. A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF, Ementa a seguir: Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 18/05/2010 AIOA DEBCAD n.º 37.220.7952 CFL 35 AUTO DE INFRAÇÃO. INFORMAÇÕES E ESCLARECIMENTOS. Constitui infração deixar de prestar à Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse da fiscalização, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar IMPROCEDENTE a impugnação, mantendo integralmente o crédito tributário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em igual prazo, conforme facultado pelo artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972 e alterações. Encaminhese à DRF de origem. Sala de Sessões, em 11 de Outubro de 2011.A empresa foi cientificada do Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF conforme a Intimação ARF/CNV nº 025/2011, recebida via Aviso de Recebimento – AR nº RM 496045700BR. Houve comunicação do Acórdão ao sujeito passivo pela DRFB//DF/DICAT/Carta nº 452/11 Brasília DF 04/11/2011: DRFB//DF/DICAT/Carta nº : 452/11 Brasília DF 04/11/2011 (...) Fl. 282DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 4 Estamos encaminhando, anexo, o documento em referência, que julgou a IMPUGNAÇÃO IMPROCEDENTE. Comunicamos que o interessado poderá se dirigir ao CAC/DRFB/DF, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do recebimento desta, para, conforme sua opção: a) Retirar a GPS para pagamento b) Apresentar Pedido de Parcelamento (exceto para as contribuições descontadas de segurados); ou; c) Interpor recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. (O protocolo do recurso poderá ser efetivado no CAC/DF, ou, no Protocolo Geral da Receita Federal do Brasil em Brasília – lª RF. Transcorrido o prazo sem qualquer manifestação do interessado, o débito será encaminhado para cobrança judicial, e poderá ter o seu nome incluído no CADIN Cadastro de Inadimplentes do Banco Central, conforme o prazo previsto no § 2º, do art. 2º, da Lei 10.522, de 19.07.02. A ciência do sujeito passivo, via Aviso de Recebimento – AR, em relação ao Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF ocorreu em 10/11/2011, fato que implicava o término do prazo de interposição do Recurso Voluntário em 12/12/2011: Fl. 283DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10166.720559/201009 Acórdão n.º 2403001.691 S2C4T3 Fl. 137 5 Foi interposto Recurso Voluntário, em 16.12.2011, onde a Recorrente aduz: Fl. 284DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 6 A Unidade da Receita Federal do Brasil encaminha o Recurso Voluntário ao CARF, comunicando que o Recurso Voluntário foi apresentado intempestivamente: Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário – Dicat/DRFB/DF 19/01/2012 Interessado: M. A . CORRETORES LTDA Processo: 10166720559/201009 Cnpj/Cei: 05823108000106 Debcad:37.220.7952 Assunto: Encaminhamento recurso ao CARF 1. Tratase de Recurso Voluntário apresentado intempestivamente em 16/12/2011. O prazo final para defesa expirou em 12/12/2011. 3. Face o exposto, propomos o encaminhamento ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda para apreciação e julgamento. De acordo. É o Relatório. Fl. 285DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10166.720559/201009 Acórdão n.º 2403001.691 S2C4T3 Fl. 138 7 Voto Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Na verificação dos requisitos de admissibilidade, devese analisar a tempestividade do Recurso Voluntário. A ciência do AIOA ocorreu em 18.05.2010, conforme fls. 01. A Recorrente apresentou impugnação tempestiva. A primeira instância analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF, . A ciência do sujeito passivo, via Aviso de Recebimento – AR, em relação ao Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF ocorreu em 10/11/2011, fato que implicava o término do prazo de interposição do Recurso Voluntário em 12/12/2011: Foi interposto Recurso Voluntário, em 16.12.2011. A Unidade da Receita Federal do Brasil encaminha o Recurso Voluntário ao CARF, comunicando que o Recurso Voluntário foi apresentado intempestivamente: Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário – Dicat/DRFB/DF 19/01/2012 Interessado: M. A . CORRETORES LTDA Processo: 10166720559/201009 Cnpj/Cei: 05823108000106 Debcad:37.220.7952 Assunto: Encaminhamento recurso ao CARF 1. Tratase de Recurso Voluntário apresentado intempestivamente em 16/12/2011. O prazo final para defesa expirou em 12/12/2011. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 8 3. Face o exposto, propomos o encaminhamento ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda para apreciação e julgamento. De acordo. Deste modo, resta evidenciado que a Recorrente, cuja ciência do Acórdão nº 0345.388 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília DF ocorreu em 10/11/2011, interpôs Recurso Voluntário no presente processo relacionado ao AIOA nº. 37.220.7952 apenas em 16.12.2011, portanto após o prazo de trinta dias estabelecido no art. 33 do Decreto nº 70.235/1972: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Assim, o Recurso Voluntário apresentado pela Recorrente foi intempestivo e, dessa forma, não foi cumprido requisito de admissibilidade o que impede o seu conhecimento. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO do Recurso Voluntário, em face de sua intempestividade. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 287DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 11080.011967/2007-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2004
IRRF. COMPENSAÇÃO. Somente é compensável na declaração de ajuste anual o Imposto de Renda Retido na Fonte-IRRF incidente sobre rendimentos declarados sujeitos ao ajuste anual.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.904
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 20 de dezembro de 2012
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (suplente convocado). Ausente justicadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2004 IRRF. COMPENSAÇÃO. Somente é compensável na declaração de ajuste anual o Imposto de Renda Retido na Fonte-IRRF incidente sobre rendimentos declarados sujeitos ao ajuste anual. Recurso negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator EDITADO EM: 20 de dezembro de 2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (suplente convocado). Ausente justicadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1614; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.011967/200775 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201001.904 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de novembro de 2012 Matéria IRRF Recorrente FERNANDO LARGURA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2004 IRRF. COMPENSAÇÃO. Somente é compensável na declaração de ajuste anual o Imposto de Renda Retido na FonteIRRF incidente sobre rendimentos declarados sujeitos ao ajuste anual. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 20 de dezembro de 2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Gustavo Lian Haddad, Rodrigo Santos Masset Lacombe e Ewan Teles Aguiar (suplente convocado). Ausente justicadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 19 67 /2 00 7- 75 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Relatório FERNANDO LARGURA interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJPORTO ALEGRE/RS (fls. 51) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio da notificação de lançamento de fls. 02/06, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente ao exercício de 2004, que alterou o resultado da DIRPF/2004 de imposto a restituir de R$ 4.232,04 para R$ 2.326,26. A infração que ensejou o lançamento foi a compensação indevida de imposto complementar. Segundo o relatório fiscal, o Contribuinte compensou imposto recolhido com o código 5204 – IRRF juros indenizações/lucros cessantes, no valor total de R$ 1.905,78, não compensáveis como imposto complementar. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que os pagamentos objeto da compensação foram realizados com o código do DARF errado; “que quando do recebimento do alvará o DARF era preenchido com o código informado pela Justiça do Trabalho.” Junta cópias dos DARF. A DRJPORTO ALEGRE/RS julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que o Contribuinte não comprovou o recolhimento de imposto passível de compensação, que deveria ter o código de receita 0246 e, quanto ao alegado erro na indicação do código no DARF, observa que o Impugnante reportase a alvará da Justiça Federal a que se refeririam os pagamentos, mas não declarou nenhum rendimento recebido em decorrência de decisão judicial e/ou por liberação de alvará. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 31/08/2010 (fls. 59) e, em 28/09/2010, interpôs o recurso voluntário de fls. 61, que ora se examina, e no qual reitera a alegação de erro quanto ao código de receita lançado no DARF, e pede a oportunidade de apresentar REDARF. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, cuidase de glosa de valor compensado como imposto complementar. Tratase de valor recolhido sob o código 5204 – IRRF juros indenizações/lucros cessantes, sendo o motivo da glosa o fato de que o imposto recolhido sob esse código não é passível de compensação com o imposto apurado no ajuste anual. O Contribuinte afirma que se trata de erro no preenchimento do DARF e se refere a alvará da Justiça do Trabalho que seria a origem do recolhimento do imposto. Porém, como observou a decisão de primeira instância, não foi declarado nenhum rendimento, Fl. 66DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 11080.011967/200775 Acórdão n.º 2201001.904 S2C2T1 Fl. 3 3 tributável ou isento, recebido em decorrência de ação trabalhista, mediante liberação de alvará. Na declaração de rendimentos do exercício de 2004 foram declarados R$ 28.387,62 de rendimentos tributáveis recebidos de pessoas jurídicas com as correspondentes retenções de imposto na fonte, R$ 6.116,26 de rendimentos recebidos de pessoas física, e R$ 100.384,91 de rendimentos isentos, sendo 99.000,00 de lucros distribuídos e R$ 1.384,91 de rendimentos de caderneta de poupança. Portanto, nada foi declarado relativamente a rendimentos sobre os quais teria incidido o imposto compensado, objeto da glosa. Ora, a compensação do imposto retido na fonte somente é possível mediante declaração dos rendimentos a ele correspondentes. Assim, se como afirmado, o Contribuinte recebeu rendimentos decorrentes de ação trabalhista e sobre eles incidiu imposto de renda na fonte, teria que declarar esses rendimentos. Não se trata, portanto, apenas de erro quanto ao preenchimento do DARF. Ainda que se considerasse a correção pretendida pelo Recorrente, o que se admite apenas para argumentar, já que não foi apresentada nenhuma prova do alegado, ainda assim não seria devida a compensação, pela falta de declaração dos rendimentos correspondentes. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 67DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 28/ 12/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 18088.720131/2011-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a existência de valores creditados em conta de depósito mantida em instituição financeira, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Outrossim, devem ser cancelada a exigência quanto aos depósitos de origem em receitas comprovadamente oferecidas a tributação.
MULTA DE OFÍCIO ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a multa isolada, quando há concomitância com a multa de oficio proporcional sobre o tributo devido no ajuste anual, mesmo após a vigência da nova redação do art. 44 da Lei 9.430/1996 dada pela Lei 11.488/2007.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 1402-001.283
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para acatar como demonstrado o depósito no valor de R$ 37.995,50 ocorrido em março/2008, e cancelar a multa isolada, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido, em relação à multa isolada, o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Antônio José Praga de Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a existência de valores creditados em conta de depósito mantida em instituição financeira, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Outrossim, devem ser cancelada a exigência quanto aos depósitos de origem em receitas comprovadamente oferecidas a tributação. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a multa isolada, quando há concomitância com a multa de oficio proporcional sobre o tributo devido no ajuste anual, mesmo após a vigência da nova redação do art. 44 da Lei 9.430/1996 dada pela Lei 11.488/2007. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. 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(assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 72 01 31 /2 01 1- 11 Fl. 4107DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. Relatório TRANSNETO ARARAQUARA TRANSPORTES LTDA recorre a este Conselho contra a decisão de primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF). Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pela empresa acima citada, foi constatada, no anocalendário (AC) de 2008, omissão de receitas proveniente da falta de comprovação da origem dos recursos depositados em conta bancária. Foram exigidas, também, PIS e Cofins sobre as receitas declaradas. Foram lavrados os seguintes autos de infração: 1 – Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) – fls. 3730 a 3737. Imposto: R$ 2.907.659,73 Juros de mora: R$ 675.449,35 Multa proporcional: R$ 2.180.744,79 Multa Exigida Isoladamente: R$ 1.453.829,86 Total: R$ 7.217.683,73 Enquadramento legal do imposto: Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 24; RIR, de 1999, arts. 249, II, 251 e parágrafo único, 279, 282, 287 e 288; Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 42. 2 – Contribuição Social sobre o Lucro líquido (CSLL) – fls.3738 a 3747 Contribuição: R$ 1.053.930,39 Juros de mora: R$ 244.828,02 Multa Proporcional: R$ 790.447,79 Multa Exigida Isoladamente: R$ 526.965,18 Enquadramento legal da contribuição: Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 2°; Lei nº 9.249, de 1995, art. 24; Lei nº 9.316, de 1996, art. 1º; Lei nº 9.430, de 1996, art. 28; Lei nº 10.637, de 2002, art.37. 3 Contribuição para o PIS – fls. 3748 a 3755 Contribuição: R$ 202.805,92 Juros de mora: R$ 58.729,12 Multa Proporcional: R$ 152.104,39 Total: R$ 413.39,43 Enquadramento legal da contribuição: Lei nº 9.249, de 1995, art. 24, § 4º; Lei nº 10.637, de 2002, arts. 1º, 3º e 4º. 4 Contribuição para o PIS (b) – fls. 3756 a 3762 Fl. 4108DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 3 Contribuição: R$ 10.077,31 Juros de mora: R$ 2.829,67 Multa Proporcional: R$ 7.557,96 Total: R$ 20.464,94 Enquadramento legal da contribuição: Lei nº 10.637, de 2002, arts. 1º, 3º e 4º. 5 – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – fls.3763/3770 Contribuição: R$ 934.146,79 Juros de mora: R$ 270.513,61 Multa Proporcional: R$ 700.610,05 Total: R$ 1.905.270,45 Enquadramento legal da contribuição: Lei nº 10.833, de 2003, arts. 1º, 3º e 5º; Lei nº 9.249, de 1995, art. 24. 6 – Cofins_2 – fls.3771/3777 Contribuição: R$ 46.416,72 Juros de mora: R$ 13.033,81 Multa Proporcional: R$ 34.812,53 Total: R$ 94.263,06 Enquadramento legal da contribuição: Lei nº 10.833, de 2003, arts. 1º, 3º e 5º. Consta no Relatório Fiscal, que a contribuinte foi intimada a apresentar os extratos bancários relativos ao anocalendário de 2008 e, posteriormente, a comprovar a origem dos créditos efetuados em suas contas correntes. Foi comprovada apenas parte dos créditos relacionados pela fiscalização, sendo a contribuinte novamente intimada a comprovar os demais créditos. Restou sem comprovação da origem o total anual de R$ 12.668.605,53. Quanto à falta de recolhimento do PIS e da Cofins sobre as receitas declaradas, constatouse que a fiscalizada auferiu receitas decorrentes da venda de óleo diesel e óleo combustível e considerou que os produtos estavam sujeitos à tributação monofásica, tributandoos à alíquota zero. Constatou a fiscalização que somente o óleo diesel estava sujeito à tributação monofásica e que o mesmo não acontece com o óleo combustível. Sendo intimada, a contribuinte citou como justificativa a Lei nº 11.774, de 2008, que, no entanto, se refere aos combustíveis destinados à navegação de cabotagem e de apoio marítimo, para a pessoa jurídica previamente habilitada. Afirma o autuante que a Lei nº 9.718, de 1998, quando cita o termo óleo diesel e suas correntes não leva ao entendimento de que “suas correntes” se referem ao óleo combustível. Levandose em consideração o exposto, foi feita a planilha “Apuração Mensal dos valores das Contribuições Sociais do PIS e Cofins – Regime NãoCumulativo – Referente às Receitas Declaradas de Óleo” (fl.3724), descontandose os créditos decorrentes dos valores de compra do óleo combustível revendido. Fl. 4109DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 4 Foram lavrados os autos de infração com exigência da multa de ofício de 75%. Notificada da autuação a contribuinte, representada pelo sócio Deives Henrique Bonifácio Vitória, ingressou com as impugnações de fls. 3804/3823, 3836/3840, 3851/3864, 3875/3879, 3890/3895, 3906/3919, 3930/3934, alegando: · Cerceamento do direito de prestar informações ao fisco no curso da fiscalização, uma vez que foi concedido o exíguo prazo de cinco dias para prestar informações a respeito de 1.220 registros de movimentação financeira, ressaltandose que, até então, os livros contábeis e a documentação correspondente estavam retidos em poder da autoridade fiscal. Somente depois de um ano da retenção é que os livros foram devolvidos. Estando os livros retidos com o fisco, é inadmissível que sejam solicitadas informações neles contidas. Portanto, por quase dois anos restou cerceado o seu direito de defesa, o que acarreta a nulidade do lançamento; · A fundamentação legal em que se ancora o crédito fiscal está equivocada quanto à suposta infração referente a depósitos de origem não comprovada; · Quanto ao mérito, não há norma que autoriza presumir que depósitos bancários são omissão de rendimentos. · Em relação à perfeita identificação da origem dos recursos creditados nas contas correntes mantidas pela impugnante não há falar da não identificação da origem de qualquer valor creditado mediante a utilização de cheque, uma vez que uma das suas características legais que lhe confere legitimidade é a indicação do emitente, o qual a instituição financeira reconhece sob todos os aspectos, inclusive para fins legais de pagamento e compensação; · Portanto, é inócuo o art 42 da Lei nº 9.430, de 1996, no que se refere aos depósitos efetuados em suas contas bancárias mediante cheques, por estar perfeitamente identificado o emitente. Nesse caso, deve a autoridade fiscal perscrutar na contabilidade da pessoa jurídica fiscalizada, de modo a apontar o nexo causal que ligue o crédito na conta corrente bancária da impugnante a uma operação de natureza mercantil ou de prestação de serviços, fatos geradores da incidência do IRPJ, o que no caso não ocorreu. Deve o fisco verificar se o cheque se refere a valor efetivamente transacionado pelo favorecido em relação ao emitente, ou seja, se referido cheque tem por finalidade liquidar uma operação que se caracteriza como fato gerador do tributo; · Não compete à impugnante, no caso de ser o favorecido do cheque, a comprovação da origem dos recursos, se eles são idôneos ou não (não perquire ao impugnante saber a origem dos numerários depositados na conta do emitente do cheque, e sim à fiscalização federal). O referido artigo somente se aplica ao impugnante nos casos em que ele for o depositante, ou seja, quando o impugnante, devidamente identificado no depósito, efetua o mesmo em dinheiro. Da mesma forma, não se aplica às Ted e aos DOC o art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996; Fl. 4110DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 5 · Houve erro do fiscal em reter os livros contábeis e fiscais da impugnante por mais de um ano e depois exigir que apresentássemos explicações de centenas de depósitos bancários em exíguo espaço de tempo, sem que pudéssemos ter elementos de busca e pesquisa, somente à guisa de valores aproximadamente coincidentes em datas. A autoridade fiscal por desconhecer as especificidades do ramo de atuação do impugnante não sabe que os produtos derivados de petróleo sofrem expansão e compressibilidade em função da variação de temperatura, acarretando com tais fatos, variações volumétricas e de peso; · Dessa forma, relativamente ao valor de R$ 37.975,50 foi depositado em 25/03/2008 no Banco do Brasil e é relativo à nota fiscal nº 203, de 06/03/2008, contra Indústrias Alimentícias Liane Ltda., referente à venda de 29.300 Kg de óleo combustível no valor de R$ 38.236,50. Referida quantidade (29.300 Kg) vendida ao cliente acima mencionado, sofreu perda de peso devido a temperatura ambiental que alterou a viscosidade e peso do produto, tanto que ao ser pesado pelo adquirente, o mesmo reclamou da alteração no peso, sendo então concedido, em relação à citada nota fiscal, desconto no valor, para que ficasse condizente com o peso final. Anexa a cópia autenticada da citada nota fiscal, bem assim o Borderô de Consulta de Títulos do Banco do Brasil (doc. nº 3), onde se demonstra a liquidação da nota fiscal e do valor correspondente que nos foi creditado; · Com relação à multa isolada, sendo desconsiderado o levantamento efetuado pela autoridade fiscal por não se coadunar com as normas legais estabelecidas no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, insubsistente se torna a cobrança da referida multa; · Pela fundamentação legal adotada vêse que a multa foi aplicada em dobro, passou de 75% para 150%. Entretanto, no auto de infração do IRPJ, do qual esse é mera decorrência, foi aplicada a multa de 75%, demonstrando que houve mais um equívoco, dentre tantos já apontados e que resulta na inconsistência da multa aplicada; · Ocorreram erros no cálculo da multa isolada, como se pode ver, por exemplo, nos meses de janeiro (o valor correto é R$ 25.932,83 e não R$ 27.993,33) e junho (valor correto é R$ 58.249,97 e não R$ 107.130,17); · Todos os valores exigidos a título de multa isolada estão incorretos, pois não se considerou que a impugnante levantou, em todos os meses, balanços ou balancetes de suspensão ou redução da CSLL. Além disso, não é aplicável a multa isolada, pois tem a mesma base de cálculo aplicável à multa de ofício; · Quanto à exigência da Cofins sobre as vendas de óleo combustível, com a edição da Lei nº 9.718, de 1998, a substituição tributária era total na cadeia dos produtos derivados de petróleo. Com a Lei nº 10.925, de 2004, foi estendida a sistemática de tributação às suas correntes (subprodutos), que englobam o óleo combustível e o óleo diesel (teor de enxofre mais baixo). No decreto que aprovou a TIPI não existe distinção no comando geral relativamente à espécie de óleos, ou seja, todos são tratados como óleos de petróleo. Os demais óleos são correntes do óleo diesel; · Para o PIS e Cofins não existe a tributação monofásica, eis que a cadeia mercantil superveniente a tributação é pela alíquota zero; · Houve equívoco da fiscalização ao lastrear o lançamento na Lei nº 11.774, de 2008, art. 2º, pois não é vendedora e sim revendedora; Fl. 4111DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 6 · O fiscal, nos cálculos do PIS, deduziu o valor dele obtido pela aplicação da alíquota de 0,65% e não 1,65%, existindo, assim, erro de base de cálculo; · Não foi feita a demonstração dos cálculos relativos à Cofins e não há informação se deduziu o valor da Cofins cobrada quando da compra do produto pela aplicação da alíquota de 3% e não de 7,6%, restando demonstrada a existência de erro na base de cálculo. A decisão recorrida está assim ementada: DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITA. Evidencia omissão de receita a existência de valores creditados em conta de depósito mantida em instituição financeira, em relação aos quais a contribuinte, regularmente intimada, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. A presunção legal tem o condão de inverter o ônus da prova, transferindoo para a contribuinte, que pode refutála mediante oferta de provas hábeis e idôneas. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Rejeitase a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando o conhecimento dos atos processuais pelo acusado e o seu direito de resposta ou de reação se encontraram plenamente assegurados. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. PIS. COFINS. Aplicase à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal em face da estreita relação de causa e efeito. JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO. A juntada posterior de documentação só é possível em casos especificados na lei. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade de lei. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. É cabível a aplicação simultânea da multa isolada por falta ou insuficiência do recolhimento das antecipações mensais das estimativas e da multa proporcional ao tributo exigido no auto de infração. ÓLEO COMBUSTÍVEL. COFINS. INCIDÊNCIA. À exceção do óleo diesel e suas correntes, o óleo combustível se enquadra na regra geral de incidência prevista nos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718/1998. (...) Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido Cientificada da aludida decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual contesta as conclusões do acórdão recorrido, repisa as alegações da peça impugnatória e, ao final, requer o provimento. É o relatório. Fl. 4112DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 7 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Tratase de exigência por omissão de receitas, em face de depósitos bancário de origem não comprovada. Relevante transcrever os seguintes fundamentos da autuação: Fl. 4113DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 8 Passo a apreciar as alegações recursais, nas quais o contribuinte reitera sua peça impugnatória. Cerceamento do Direito de Defesa. Alega a contribuinte que houve cerceamento do direito de defesa, uma vez que foi concedido o exíguo prazo de cinco dias para prestar informações a respeito de 1.220 registros de movimentação financeira, ressaltandose que, até então, os livros contábeis e a documentação correspondente estavam retidos em poder da autoridade fiscal. Verificase no processo que, desde 22/07/2010, a contribuinte já tinha sido cientificada da intimação para comprovar a origem dos créditos bancários e somente em 08/02/2011 é que alegou que deixara de indicar a escrituração dos valores creditados por não possuir os livros contábeis da empresa. Em 22/02/2011 foram devolvidos os livros fiscais e, em 28/02/2011, ela se limitou a indicar as folhas dos livros Diário e Razão, nas quais estariam registrados os valores questionados pela fiscalização, sem individualizálos como determina a Lei nº 9.430, de 1996, em seu art. 42. Além disso, juntamente com a impugnação entregue em agosto de 2011 e até a presente data a contribuinte não anexou ao processo qualquer documento para comprovar a origem dos créditos bancários tributados. Portanto, não há que se falar em exíguo prazo para apresentar esclarecimentos e documentação. Devese acrescentar que, segundo o art. 59 do PAF, o cerceamento do direito de defesa somente ocorre nas decisões de primeira e segunda instância, quando são aplicáveis os princípios do contraditório e da ampla defesa. Antes da apresentação da impugnação, não há litígio, não há contraditório, o procedimento é levado a efeito, de ofício, pelo Fisco. O ato do lançamento é privativo da autoridade, e não uma atividade compartilhada com o sujeito passivo (CTN, art.142). No presente caso, a contribuinte foi intimada antes do lançamento e, depois da autuação, teve o prazo de trinta dias para ter acesso aos documentos constantes dos autos, ter vista do inteiro teor do processo no Órgão Preparador, solicitar cópia e apresentar impugnação escrita, instruída com os documentos que julgasse necessários, exercitando seu direito ao contraditório e à ampla defesa. Rejeitase, dessa forma, a preliminar suscitada. Tributação dos Depósitos Bancários. Quanto à tributação de depósitos bancários de origem não comprovada, é fundamentada na Lei nº 9.430, de 1996, art.42, que determina: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Referida lei estabeleceu uma presunção legal de que os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, não comprovados com documentação hábil e idônea, constituem receita omitida. Fl. 4114DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 9 Em relação às presunções de omissão de receita, destacase que essas são classificadas pela doutrina como espécies de provas indiretas. A doutrina do Direito Tributário identifica duas espécies distintas: as legais e as simples (comuns). As presunções legais se subdividem em absolutas (jure et de jure) e relativas (jures tantum). As presunções absolutas não admitem prova em contrário ao fato presumido; já as relativas admitem prova contrária, reputandose verdadeiro o fato presumido até que a parte interessada prove o contrário. As presunções legais relativas provocam a chamada “inversão do ônus da prova”, cabendo ao contribuinte provar que o Fisco está equivocado. A falta de adequada comprovação impede o acolhimento do pleito, este é o entendimento expresso pelo Código de Processo Civil, art. 333, II. Cumpre ao fisco, em tais circunstâncias, tãosomente provar o indício, como de fato foi feito. A relação de causalidade, entre ele e a infração imputada, é estabelecida pela própria lei, o que torna lícita a inversão do ônus da prova e a conseqüente exigência atribuída à contribuinte de demonstrar que tais valores não são provenientes de receitas omitidas. A comprovação da origem dos valores depositados em conta corrente bancária deve ser detalhada, coincidente em data e valores. Deve ficar claro que o numerário teve origem em valores já tributados pela empresa ou em valores não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. No caso presente, a fiscalização efetuou a conciliação entre os valores das contas bancárias da contribuinte, excluindo as transferências entre contas de mesma titularidade, créditos decorrentes de resgate de aplicações financeiras, empréstimos bancários, resgate de caderneta de poupança e intimou a empresa a esclarecer e comprovar adequadamente a origem dos recursos depositados em suas contascorrentes e a contribuinte deixou de comprovar a totalidade dos valores questionados pelo fisco. Nem mesmo na fase impugnatória apresentou qualquer documento que comprovasse a origem dos depósitos bancários tributados. Ficou bastante claro no processo que não restou comprovada essa origem durante a ação fiscal. Portanto, a materialidade do fato gerador ficou evidenciada. Assim descabido qualquer questionamento acerca da possibilidade de utilização dos valores dos depósitos como base de cálculo dos tributos lançados. Ao contrário do que afirma a contribuinte, não basta identificar o emitente do cheque depositado ou o remetente da Ted. É necessário que a contribuinte comprove que os valores depositados/transferidos provêm, como dito anteriormente, de rendimentos já tributados ou não tributáveis. Alega, ainda, a contribuinte que houve diferença no peso da mercadoria, o que alterou o seu valor e do respectivo crédito efetuado nas contas bancárias. Para o crédito de R$ 37.975,50, que foi recebido em 25/03/2008, a contribuinte indica a nota fiscal nº 203, de 06/03/2008, no valor de R$ 38.236,50, e apresenta apenas uma relação emitida pelo Banco do Brasil, que indica o valor de R$ 37.975,50 com vencimento para 21/03/2008, para comprovar o citado crédito bancário. Referidos documentos a meu ver comprovam a alegação feita, posto que é verossímil a incidência de juros.. Fl. 4115DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 10 O PAF dispõe em seu art. 16, III, que devem ser apresentados na impugnação os documentos e provas que a impugnante possuir, que possam influir na solução do litígio. Não tendo sido apresentadas provas hábeis e idôneas não se altera o lançamento. Devese esclarecer que, com a entrada em vigor da Lei nº 9.430, de 1996, não há mais que se comprovar evidências de sinais exteriores de riqueza, pois a própria lei determina, nesses casos, que os valores depositados constituem receita. Não estão sendo tributados os depósitos bancários, mas a receita que eles representam por expressa disposição legal. Os depósitos são o sinal de exteriorização pelo qual se manifesta a omissão de receita, quando não comprovada a origem financeira dos recursos utilizados. Tributação Reflexa. Cabe informar que a tributação da CSLL, PIS e Cofins quando se apuram receitas omitidas está prevista na Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art. 24, § 2o, verbis: Art. 24. Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. (...) § 2º O valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cálculo para o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, da Contribuição para o PIS/Pasep e das contribuições previdenciárias incidentes sobre a receita. Exigência de PIS e Cofins sobre Vendas de Óleo . A contribuinte questiona a exigência da Cofins e PIS sobre as vendas de óleo combustível. De acordo com o contrato social (fls. 16 a 24), a empresa tem por objetivo o exercício da atividade de Transportador Revendedor Retalhista de óleo diesel, óleo combustível, querosene e lubrificantes, por meio Rodoviário. Nos termos do parágrafo único do art. 3° da Portaria n º 201 da Agência Nacional de Petróleo – ANP, de 30/12/1999, a atividade de TRR caracterizase pela aquisição a granel e revenda a retalho, com entrega no domicílio do consumidor. A partir de 1° de fevereiro de 1999, a Lei n º 9.718, de 1998, alterou o regime de substituição tributária aplicável às operações de venda de combustíveis, concentrando a obrigação pelo recolhimento do PIS/PASEP e da Cofins nas refinarias quanto às vendas de combustíveis derivados de petróleo. A Medida Provisória (MP) n º 1.807, de 28 de janeiro de 1999, alterou o artigo 4º nos seguintes termos: Art 4º O disposto no art. 4º da Lei nº 9.718, de 1998, aplicase, exclusivamente, em relação às vendas de gasolina automotiva e óleo diesel. Fl. 4116DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 11 Parágrafo único. Nas vendas de óleo diesel ocorridas a partir de 1º de fevereiro de 1999, o fator de multiplicação previsto no parágrafo único do art. 4º da Lei nº 9.718, de 1998, fica reduzido de quatro para três inteiros e trinta e três centésimos. E a MP nº 1.8586, de 1999, incluiu o gás liquefeito de petróleo (GLP) no rol dos produtos cuja comercialização é atingida pelo regime de substituição tributária do PIS e da Cofins. Com o advento da MP 1.99115, de 10 de março de 2000, foi abolido o sistema de substituição relativa às contribuições em comento e foram fixadas alíquotas incidentes sobre a receita bruta auferida pelas refinarias, decorrente da venda de gasolina automotiva, gás liquefeito de petróleo (GLP), óleo diesel e de demais atividades. Dessa forma, o regime de substituição, que constava no art. 4º da Lei 9.718, de 1998, desapareceu. Tal artigo passou a regular a tributação a ser imposta sobre refinarias, mas lhes subtraiu o encargo de substituto. O art. 43 da referida MP, reduziu a zero as alíquotas da contribuição para o PIS e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda de gasolina automotiva, óleo diesel e GLP, auferida por distribuidores e comerciantes varejistas. Sendo assim, não há que se falar em alíquota zero para o óleo combustível, uma vez que a MP enumerou claramente que referida alíquota se aplicava apenas à gasolina automotiva, GLP e óleo diesel, sendo este último, tal como consta na TIPI, uma espécie de óleo combustível e somente a ele se aplica a alíquota zero. Todos os demais se submetem à regra comum dos arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 1998. Conforme descrito no Relatório Fiscal, a base de cálculo considerada na parte da autuação relativa ao período em foco corresponde unicamente às receitas provenientes das vendas de óleo combustível, apuradas por meio das notas fiscais emitidas pela empresa e relacionadas pelo autor do feito, cujos valores não foram contestados pela contribuinte. Concluise, portanto, não merecer reparo o lançamento em exame, uma vez que se encontra em consonância com as normas legais vigentes. Ao contrário do que alega a contribuinte, nos cálculos do PIS e da Cofins de fls. 3724 foram deduzidos os créditos decorrentes dos valores de compra do óleo combustível revendido e obtidos pela aplicação da alíquota de 1,65% e 7,6%, respectivamente, não existindo qualquer erro na base de cálculo das referidas contribuições. Notase, no Relatório Fiscal, que o autuante apenas citou a Lei nº 11.774, de 2008, com a finalidade de esclarecer à contribuinte que referida lei tratava tãosomente daqueles combustíveis destinados à navegação de cabotagem e de apoio marítimo, não se aplicando ao presente caso. Multa Isolada. Quanto a matéria em epígrafe, este Colegiado possui entendimento sedimentado, no sentido de sua inaplicabilidade da multa de oficio isolada concomitante. Nesse sentido, cito, dentre outros, o acórdão CSRF 910100.450, de 4/11/2009, cuja ementa elucida: Fl. 4117DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 12 MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade quando há concomitância com a multa de oficio sobre o ajuste anual, ou apuração inexistência de tributo a recolher no ajuste anual. Transcrevo agora excertos do voto condutor daquele julgado: “ (...) No que tange a exigência da multa de oficio isolada, por falta de recolhimento do IRPJ ou CSLL sobre estimativas, após o encerramento do anocalendário, verificase que a penalidade foi aplicada com fulcro no art. 44, inciso I, e § 1o, inciso IV, da Lei 9.430/96, do seguinte teor: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte;” ................................................................................................... § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos ................................................................ IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente;” (Grifei) Por sua vez, o art. 2o, referido no inciso IV do § 1o do art. 44, dispõe: Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995 Os artigos 29, 30, 31, 32 e 34 da Lei 8.981/95 tratam da apuração da base estimada. O art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, consubstancia hipótese em a falta de pagamento ou o pagamento em valor inferior é permitida (exclusão de ilicitude). Diz o dispositivo: “Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada mês, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. § 1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo: a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro Diário; Fl. 4118DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 13 b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro devidos no decorrer do ano calendário. (...)” Do exame desses dispositivos podese concluir que o art. 44, inciso I, c.c o inciso IV do seu § 1º, da Lei 9.430/96 é norma sancionatória que se destina a punir infração substancial, ou seja, falta de pagamento ou pagamento a menor da estimativa mensal. Para que incida a sanção é condição que ocorram dois pressupostos: (a) falta de pagamento ou pagamento a menor do valor do imposto apurado sobre uma base estimada em função da receita bruta; e (b) o sujeito passivo não comprove, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em curso. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/2003 12, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. (...)” Reafirmo a impossibilidade da aplicação cumulativa dessas multas, mesmo após a vigência das alterações da Lei 11.488/2007. Isso porque, é sabido que um dos fatores que levou a mudança da redação do citado art. 44 da Lei 9.430/1996 foram os julgados deste Conselho, sendo que a época da edição da Lei 11.488/2007 já predominava esse entendimento. Vejamos novamente a redação de parte disposições do art. 44 da Lei 9.430/1996 alteradas/incluídas pela Lei 11.488/2007: “(...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis; (...)” Grifei. Ora, o legislador tinha conhecimento da jurisprudência deste Conselho quanto a impossibilidade de aplicação cumulativa da multa isolada com a multa de oficio, além de outros entendimentos no sentido de que não poderia ser exigida se apurado prejuízo fiscal Fl. 4119DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18088.720131/201111 Acórdão n.º 1402001.283 S1C4T2 Fl. 0 14 no encerramento do anocalendário, ou se o tributo tivesse sido integralmente pago no ajuste anual. Todavia, tratou apenas das duas últimas hipóteses na nova redação, ou seja, deixou de prever a possibilidade de haver cumulatividade dessas multas. E não se diga que seria esquecimento, pois, logo a seguir no parágrafo §1o. , excetuou a cumulatividade de penalidades quando a ensejar a aplicação dos art. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502/1964. Bastava ter acrescentado mais uma alínea no inciso II da nova redação do art. 44 da 9.430/1996, estabelecendo expressamente essa hipótese, que aliás é a questão de maior incidência. Ao deixar de fazer isso, uma das conclusões factíveis é que essa cumulatividade é mesmo indevida. Portanto, a multa de oficio isolada deve ser mesmo exonerada. Juntada posterior de documentação. O pedido para juntada posterior de documentação foi inócuo já que nada foi trazido aos autos. Conclusão. Diante de todo o exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso par excluir da tributação a importância de R$ 37.975,50 em março/2008, bem como a multa de oficio isolada. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 4120DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 07/ 02/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10940.900844/2008-51
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2003, 2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA
Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário negado,
Numero da decisão: 3801-001.279
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
EDITADO EM: 13/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator)
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2003, 2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário negado,
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. EDITADO EM: 13/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator)
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PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário negado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. EDITADO EM: 13/09/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 90 08 44 /2 00 8- 51 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator) Fl. 51DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900844/200851 Acórdão n.º 3801001.279 S3TE01 Fl. 41 3 Relatório Trata o presente processo administrativo de pedido de compensação realizado através de PER/DCOMP, transmitida em 20/09/2006 (fls. 16/20), com base em suposto pagamento a maior a título de PIS/PASEP do período de apuração de março de 2003, por meio de guia DARF cujo recolhimento se deu em 15/04/2003, com débitos de COFINS do período de apuração de julho de 2004, tendo sido objetivada compensação no montante total de R$ 1.750,93. A DRF de origem proferiu despacho decisório (fls. 02) não homologando a compensação sob o fundamento de que o pagamento informado em PER/DCOMP, através de guia DARF, foi integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte. Inconformado, apresentou o contribuinte manifestação de inconformidade às fls. 01, sustentando, em síntese, que a origem do seu crédito decorre de pagamentos a maior, realizados em função da ausência de dedução da base de cálculo da Contribuição de valores legalmente dedutíveis, conforme supostamente lhe autorizaria a Lei nº 10.833/2003, sendo tais créditos aferíveis das respectivas DACON e DIPJ do período. A DRJ em Curitiba – PR, por sua vez, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte através do acórdão de fls. 23/24, considerando a ausência de comprovação do direito ao credito objeto da compensação materializada na PER/DCOMP, o que se confirmaria, inclusive, a partir inconsistências apuradas conta dos documentos mencionados pelo contribuinte na sua Manifestação de Inconformidade (DACON, DIPJ e DCTF) e planilha apresentada. Devidamente intimado para tanto (fls. 25), interpôs o contribuinte o presente Recurso Voluntário de fls. 26 (em 15/04/2003), através do qual sustenta, em síntese, que o argumento trazido em sua Manifestação de Inconformidade foi equivocado, e que em verdade “(...) os valores apropriados em Perd/Comp tem como sua origem o crédito de PIS nas entradas de Produtos e Serviços, como permite o contido no artigo 3º e parágrafos da MP 66/2002.” É o relatório. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. O argumento recursal fundamental é o de que a Recorrente tem direito a indébitos de PIS/COFINS por recolhimentos foram feitos a maior por conta de não aproveitamento dos créditos que teria direito em decorrência da legislação pertinente. Para tanto a Recorrente juntou as planilhas demonstrativas dos créditos não aproveitados em suas operações. A DRJ com base nas declarações da contribuinte (DACON, DIPJ e DCTF), entendeu não estarem comprovados os créditos requeridos, mantendo o mesmo suporte do despacho decisório. Despacho Decisório este, ressaltese, elaborado eletronicamente, isto é, a partir de um mero confronto de informações realizadas pelos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil (Dacon x DCTF x Darf), do qual exsurgiu a informação de que valor algum havia sido recolhido a maior, e, portanto, crédito algum haveria de ser reconhecido. No caso em concreto, o Contribuinte administrado deve apresentar as provas do seu direito creditório. Tratase de postulado do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao PAF, vejamos: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações. No processo administrativo fiscal, temse como regra que cabe àquele que pleiteia o direito, provar os fatos, prevalecendo o princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Portanto, no caso em apreço, compete ao sujeito passivo. À ora Recorrente, a comprovação de que preenche os requisitos para fruição do ressarcimento. Ademais, do mesmo modo que o Decreto nº 70.235/1972 estabelece, em seu artigo 9°, a obrigatoriedade da autoridade fiscal traduzir por provas os fundamentos do lançamento, também atribui ao contribuinte, no inciso III do artigo 16, o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Em verdade, este dispositivo legal apenas transfere, para o processo administrativo fiscal, o sistema adotado pelo Código de Processo Civil, que, em seu artigo 333, ao repartir o ônus probandi, o faz inadmitindo a mera alegação e a negação geral. Assim, na hipótese de ressarcimento pleiteado, recai sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida. Logo, é imprescindível que as provas e argumentos sejam Fl. 53DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900844/200851 Acórdão n.º 3801001.279 S3TE01 Fl. 42 5 carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, se revistam de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Do exame desse litígio administrativo, verificase que a Recorrente não apresentou documentos suficientes para demonstrar o seu crédito, juntando mera planilha de valores que pretende compensar de que sorte o pedido de compensação nos moldes requeridos não deve prosperar. Consignese que o artigo 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo. No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não comprovou por meio de demonstrativos, da escrituração fiscal, notas fiscais que alega estarem canceladas e dos lançamentos contábeis o valor de seu crédito. Nesse sentido voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. É como voto. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 54DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10680.012352/2002-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/1990 a 31/08/1991
PIS. DECADÊNCIA. LEI Nº 8.212/91. INAPLICABILIDADE. SÚMULA Nº 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
O prazo para constituição das contribuições sociais, incluindo as previdenciárias, é de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Inteligência da Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
CORREÇÃO MONETÁRIA. DECISÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO.
Para interpretar a decisão judicial deve-se utilizar os critérios e premissas do judiciário, por isso, quando a decisão judicial dispor genericamente sobre a atualização do crédito do contribuinte, devem ser aplicados os índices aceitos pelo Judiciário, no caso, pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. MULTA. CANCELAMENTO.
De acordo com a alínea e, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, a decretação da liquidação extrajudicial impede a exigência de penas pecuniárias por infrações de leis, penais e administrativas. Aplicação do artigo 112 do Código Tributário Nacional.
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. JUROS. MANUTENÇÃO.
A alínea d, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, determina que a decretação da liquidação extrajudicial produzirá, imediatamente, a suspensão da incidência de juros, mesmo que estes tenham sido estipulados, enquanto não tiver sido pago integralmente o passivo. Não há previsão para o cancelamento dos juros de mora sobre débitos tributários, que são previstos em lei e não estipulados em contrato.
Recurso Voluntário Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3302-001.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, em dar provimento parcial ao recurso voluntário nos seguintes termos: por maioria de votos, para incluir os expurgos inflacionários no cálculo do indébito e declarar a improcedência da compensação de ofício, nos termos do voto da relatora. Vencidos, na primeira matéria, os conselheiros Walber José da Silva e José Antonio Francisco e, na segunda matéria, o conselheiro Walber José da Silva; pelo voto de qualidade, para declarar devidos os juros de mora e a multa de mora nas compensações realizadas após a data do vencimento do tributo compensado, nos termos do voto do redator designado. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto, que consideravam suspensos os juros de mora. Designado o conselheiro José Antonio Francisco para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Walber José da Silva
Presidente
(assinado digitalmente)
Fabiola Cassiano Keramidas
Relatora
(assinado digitalmente)
José Antonio Francisdo
Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Amauri Amora Câmara Júnior, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/05/1990 a 31/08/1991 PIS. DECADÊNCIA. LEI Nº 8.212/91. INAPLICABILIDADE. SÚMULA Nº 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O prazo para constituição das contribuições sociais, incluindo as previdenciárias, é de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Inteligência da Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. CORREÇÃO MONETÁRIA. DECISÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO. Para interpretar a decisão judicial deve-se utilizar os critérios e premissas do judiciário, por isso, quando a decisão judicial dispor genericamente sobre a atualização do crédito do contribuinte, devem ser aplicados os índices aceitos pelo Judiciário, no caso, pelo Superior Tribunal de Justiça - STJ. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. MULTA. CANCELAMENTO. De acordo com a alínea e, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, a decretação da liquidação extrajudicial impede a exigência de penas pecuniárias por infrações de leis, penais e administrativas. Aplicação do artigo 112 do Código Tributário Nacional. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. JUROS. MANUTENÇÃO. A alínea d, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, determina que a decretação da liquidação extrajudicial produzirá, imediatamente, a suspensão da incidência de juros, mesmo que estes tenham sido estipulados, enquanto não tiver sido pago integralmente o passivo. Não há previsão para o cancelamento dos juros de mora sobre débitos tributários, que são previstos em lei e não estipulados em contrato. Recurso Voluntário Parcialmente Provido
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DECADÊNCIA. LEI Nº 8.212/91. INAPLICABILIDADE. SÚMULA Nº 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O prazo para constituição das contribuições sociais, incluindo as previdenciárias, é de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Inteligência da Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. CORREÇÃO MONETÁRIA. DECISÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO. Para interpretar a decisão judicial devese utilizar os critérios e premissas do judiciário, por isso, quando a decisão judicial dispor genericamente sobre a atualização do crédito do contribuinte, devem ser aplicados os índices aceitos pelo Judiciário, no caso, pelo Superior Tribunal de Justiça STJ. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. MULTA. CANCELAMENTO. De acordo com a alínea ‘e’, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, a decretação da liquidação extrajudicial impede a exigência de penas pecuniárias por infrações de leis, penais e administrativas. Aplicação do artigo 112 do Código Tributário Nacional. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. JUROS. MANUTENÇÃO. A alínea ‘d’, do artigo 18, da Lei nº 6.024/74, determina que a decretação da liquidação extrajudicial produzirá, imediatamente, a suspensão da incidência de juros, mesmo que estes tenham sido estipulados, enquanto não tiver sido pago integralmente o passivo. Não há previsão para o cancelamento dos juros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 23 52 /2 00 2- 20 Fl. 7DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 666 2 de mora sobre débitos tributários, que são previstos em lei e não estipulados em contrato. Recurso Voluntário Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, em dar provimento parcial ao recurso voluntário nos seguintes termos: por maioria de votos, para incluir os expurgos inflacionários no cálculo do indébito e declarar a improcedência da compensação de ofício, nos termos do voto da relatora. Vencidos, na primeira matéria, os conselheiros Walber José da Silva e José Antonio Francisco e, na segunda matéria, o conselheiro Walber José da Silva; pelo voto de qualidade, para declarar devidos os juros de mora e a multa de mora nas compensações realizadas após a data do vencimento do tributo compensado, nos termos do voto do redator designado. Vencidos os conselheiros Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto, que consideravam suspensos os juros de mora. Designado o conselheiro José Antonio Francisco para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora (assinado digitalmente) JOSÉ ANTONIO FRANCISDO Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Amauri Amora Câmara Júnior, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Fl. 8DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 667 3 Tratase de pedido de restituição de PIS, recolhido indevidamente com base nos Decretoslei nº 2445 e 2449/88, nos anos de 1990 e 1991. O pedido está fundamentado na ação judicial nº 92.00018084, na qual a Recorrente obteve decisão judicial favorável para a declaração de inconstitucionalidade dos Decretoslei, conforme depreendese das fls. 560, Vol. II, verbis: Acórdão do STF – RE 192.091/MG “Em face do exposto, conheço do presente recurso e lhe dou provimento, para julgar procedente a ação, restituindose o indevidamente recolhido com atualização e com juros de mora a partir do trânsito em julgado, condenada a recorrida nas custas e nos honorários de advogado que fixo em 10% do valor da condenação.” Parte do PIS referente ao período declarado inconstitucional estava depositado nos autos (fatos geradores ocorridos no ano de 1992 e seguintes), e foi levantado pela Recorrente (fls. 731/732 – Vol. II) e o restante (maio de 1990 a agosto de 1991) foi recolhido aos cofres públicos e, portanto, gerou o presente processo administrativo. Registrase que a Recorrente desistiu da execução dos valores nos autos do processo judicial, optando pela via administrativa (fls. 54/55 – Vol. I). O valor pleiteado pela Recorrente foi de R$1.994.607,63 e o deferido por meio do Despacho Decisório de fls. 1078/1081, foi de R$ 43.429,55, em 02/01/96. Inconformada com o Despacho Decisório que indeferiu grande parte de seu crédito, a Recorrente opôs manifestação de inconformidade às fls. 1095/1110 alegando, em resumo, nos termos relatados na decisão de primeira instância administrativa: “ Discorda da apuração procedida pela DRF BHE, afirmando fazer “jus à correção de seus créditos por meio da aplicação de correção monetária integral, juros remuneratórios e juros de mora, tudo nos termos da lei e de ordem judicial específica”. Acrescenta que, conforme estabelecido em decisão judicial transitada em julgado, uma vez realizados os recolhimentos indevidos de PIS, a requerente faz jus à repetição de tais valores, integralmente corrigidos, de forma que seja recomposto o seu poder aquisitivo e afastado o enriquecimento ilícito do Estado. Aduz que, além de necessária a aplicação dos mesmos índices de correção utilizados pelo Fisco para cobrar seus créditos, é justo que os valores a serem restituídos aos contribuintes sejam atualizados de forma a recompor a real desvalorização da moeda, inclusive no que se refere aos expurgos inflacionários perpetrado pelo Poder Público. Nesse contexto, atendendo à ordem judicial que determina a correção integral dos créditos da Requerente, o crédito a ser restituído há de ser integralmente corrigido, inclusive com a aplicação da UFIR, acrescida do IPC integral de 1990 (84,32% março/90 e 44,80% abril/90) e o INPC de 1991 (21,87% fevereiro/91), além do IGPM para junho e julho de 1994. Após citar jurisprudência judicial e administrativa, afirma fazer jus ainda à incidência de juros moratórios de 1% sobre seu Fl. 9DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 668 4 crédito, contados a partir do trânsito em julgado, em vista do disposto nas Súmulas nºs 12 e 102 do STJ, pois a exigência de juros compensatórios não exclui a dos moratórios, previsto no art. 167 do CTN. Com relação à suposta existência de créditos tributários em aberto relativos ao PIS, os quais deveriam ser compensados por meio de imputação com os créditos da requerente, não assiste razão à decisão da DRF BHE. O próprio Fisco reconhece (fls. 1.026/1.034) que os mencionados débitos se referem ao períodos compreendido entre 1993 e 1994, ou seja, época posterior àquela em que foram realizados os pagamentos indevidos (até setembro/91). No período compreendido entre 1993 e 1994, foram efetuados depósitos judiciais objetivando a suspensão da exigibilidade do PIS, e sendo, assim, qualquer crédito em aberto deveria ser extinto por meio da conversão de depósitos judiciais em renda da União. No entanto, tal conversão não foi levada a efeito, e exclusivamente porque o Fisco não constituiu seu crédito por meio do lançamento tributário de ofício, conforme art. 142 do CTN; limitouse a estimar o valor que seria devido a título de PIS por meio das informações prestadas pela requerente e outras empresas do grupo, relativas ao IRPJ, não havendo razão nem mesmo para se falar na existência de autolançamento no presente caso. Portanto, ante a inexistência de créditos tributários constituídos, não há que se falar em débitos fiscais em aberto, e mesmo se estes fossem existentes, a compensação de ofício destes valores deveria se dar dentro do prazo prescricional e não quase doze anos depois da suposta ocorrência do fato gerador do tributo. Historia o tratamento dado à compensação pela legislação tributária, para concluir que o encontro de contas entre o crédito de PIS e os débitos objeto das compensações apresentadas pela requerente deve ocorrer na data do respectivo pedido de compensação, 28/08/2002, como faz citar. Estando a empresa em processo de liquidação extrajudicial, regida pela Lei nº 6.024, de 1974, não incidem juros nem multa de qualquer espécie sobre seus eventuais débitos, conforme expressamente consignado no art. 18, alíneas “d” e “f” daquela lei, entendimento já sedimentado pelo STJ, conforme decisão que faz citar. Uma vez que a efetivação das compensações realizadas pela requerente não se deu na forma pleiteada e nos termos da legislação em vigor à data das compensações, requerse seja corrigido o procedimento adotado pela Delegacia da Receita Federal.” Após analisar as razões apresentadas, a Primeira Turma da Delegacia de Julgamento de Belo Horizonte/MG proferiu o acórdão nº 0214.238, fls. 1130/1133 verso – Vol. IV, por meio do qual manteve o Despacho Decisório mencionado, a saber: Fl. 10DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 669 5 “Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/05/1990 a 31/08/1991 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. Somente são passíveis de restituição/compensação os créditos comprovadamente existentes, devendo estes gozar de liquidez e certeza.” Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário às fls. 1131/1159, por meio do qual reiterou os argumentos trazidos em sua impugnação, a saber: (i) a decisão judicial e a própria legislação, prevêem a aplicação da correção monetária integral (UFIR acrescida de IPC integral de 1990 – 84,32% março/90 e 44,80% abril/90 – INPC de 1991, 21,87% fevereiro/91; IGPM para junho e julho/94); dos juros compensatórios pela Taxa SELIC (Lei nº 9.250/95) e os juros moratórios de 1%, nos termos do artigo 167, § único do Código Tributário Nacional (Súmulas 12 e 102 do STJ); (ii) a administração pública não pode reduzir seu crédito com a compensação de ofício de valores que seriam devidos nos anos de 1993 e 1994 a título de PIS, isso porque os valores referentes a este período foram depositados judicialmente e levantados pela Recorrente por ausência de lançamento de valores e porque já ocorreram há bem mais de 5 anos (praticamente 12 anos); (iii) não há impeditivo para as compensações indicadas pela Recorrente, sendo que a compensação deve ser considerada como realizada no momento de vencimento do débito a compensar e no momento do pedido de restituição no que se refere aos débitos vencidos; (iv) os débitos vencidos não podem sofrer a incidência de juros após a decretação da liquidação extrajudicial, por força do artigo 18 da Lei nº 6.024/74; (v) Não são exigíveis as multas em razão da liquidação extrajudicial, também em virtude do artigo 18 da Lei nº 6.024/74. Em 05/05/2011, o presente processo foi trazido a julgamento, tendo a Turma optado por maioria – por converter o julgamento em diligência (Resolução nº 330200.116), para que fosse anexado aos autos cópia da petição inicial da ação ordinária nº 92.00018084. Em 23/02/2012, o ilustre Conselheiro Relator do pedido de diligência, apresentou Embargos de Declaração, informando que o documento solicitado foi localizado, razão pela qual o processo poderia voltar para julgamento, verbis: Fl. 11DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 670 6 “Entretanto, cópia da referida petição inicial encontrasse às fls. 59 a 70 dos autos, sendo desnecessária a realização de diligência. Assim, por analogia aos termos do art. 65 do Regimento Interno do Carf, aprovado pela Portaria MF no 256, de 2010, apresento embargos de declaração contra a resolução formalizada, por evidente contradição com os documentos contidos nos autos.” Nesta mesma data os Embargos de Declaração apresentado foram aceitos pelo d. presidente de Turma, tendo sido os autos remetidos à minha relatoria para julgamento. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Fabiola Cassiano Keramidas, Relatora O Recurso atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. A questão é complexa pela quantidade de detalhes que envolve o aproveitamento do crédito tributário. Que o crédito existe não se discute, uma vez que a Recorrente pleiteia a restituição do valor recolhido entre maio/90 e ago/91, em razão do ganho obtido em processo judicial. Passo a analisar as alegações isoladamente. (i) Da Correção Monetária dos Créditos O primeiro embate referese ao quantum. Tratase de crédito decorrente de ação judicial e a dúvida referese aos índices de correção monetária que devem incidir sobre o crédito da Recorrente. A base de interpretação é a decisão proferida no autos do processo judicial nº 92.00018084 – Recurso Extraordinário RE 192.091/MG: “Em face do exposto, conheço do presente recurso e lhe dou provimento, para julgar procedente a ação, restituindose o indevidamente recolhido com atualização e com juros de mora a partir do trânsito em julgado, condenada a recorrida nas custas e nos honorários de advogado que fixo em 10% do valor da condenação.” (destaquei) Entende a Recorrente que a decisão judicial viabiliza a correção monetária integral, nos termos da jurisprudência dos tribunais, citando especialmente o Superior Tribunal de Justiça, ou seja, UFIR acrescida de IPC integral no ano de 1990 – 84,32% março/90 e 44,80% abril/90; INPC no ano de 1991 21,87% fevereiro/91 e IGPM para junho e julho/94. Já as autoridades administrativas entendem que deve ser aplicada a Norma de Execução Conjunta COSIT/COSAR nº 08/97, lastreada no Parecer AGU nº 01, de 11 de janeiro de 1996, o qual reconheceu o direito à correção monetária em favor dos contribuintes, Fl. 12DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 671 7 relativamente a períodos anteriores a 01/01/92. Conforme mencionado na decisão de primeira instância administrativa: “Esse normativo determinou a correção monetária dos valores a compensar com base nos índices oficiais utilizados pela Receita Federal na exigência dos créditos tributários, bem como pelo INPC referente aos meses de fevereiro a dezembro de 1991, período para o qual não há previsão legal de atualização monetária dos tributos. Os coeficientes constantes da referida norma de execução foram determinados a partir da acumulação dos percentuais mensais correspondentes ao IPC no período de JAN/1988 a FEV/1990 (exceto o relativo a JAN/89, expurgado, inclusive, do reajuste da OTN), BTN no período de MAR/1990 a JAN/1991 e INPC de FEV/1991 a DEZ/1991, acrescentandose a variação da UFIR entre JAN/1992 e DEZ/1995. De se salientar que quaisquer outros índices ou expurgos inflacionários não contemplados pelos coeficientes constantes da Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/ COSAR nº 8, de 1997, somente serão aceitos administrativamente se em obediência a determinação judicial, o que não foi o caso dos autos.” Após analisar os termos da decisão judicial, verifiquei que em seus termos não consta, especificamente, quais índices deverão ser utilizados a título de correção monetária pela Recorrente. Todavia, também inexiste qualquer restrição à aplicação dos índices de correção monetária. Há, contudo, a determinação de que o valor seja restituído de forma atualizada, além de acrescido de juros de mora a partir do trânsito em julgado. Entendo que está com razão a Recorrente. É fato que a decisão judicial definiu que o crédito deve ser atualizado, assim como não restringiu os índices de correção. Da mesma forma, é fato que a decisão foi proferida no âmbito judicial. Para interpretar a decisão judicial, mister se faz utilizar os critérios utilizados judicialmente, que são, exatamente, os índices aceitos pelo Superior Tribunal de Justiça. Sem sentido seria interpretar a decisão judicial pelos olhos da Receita Federal, que possui interpretação própria acerca de quais índices podem ser utilizados pelos contribuintes. Concluo, portanto, que a decisão judicial proferida nos autos do processo ação judicial nº 92.00018084 viabiliza a aplicação da correção monetária integral, nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, ou seja, UFIR acrescida de IPC integral no ano de 1990 – 84,32% março/90 e 44,80% abril/90; INPC no ano de 1991 21,87% fevereiro/91 e IGPM para junho e julho/94. Em relação aos juros, a partir de 1995, deve ser aplicada a Taxa Selic, conforme a legislação aplicável ao assunto. É importante ressaltar que o cálculo do crédito deverá ser apurado nos exatos termos indicados, ou seja, não se está necessariamente validando os números apresentados pela Recorrente, devendo o valor ser recalculado nos termos desta decisão. (ii) Da Compensação de Ofício Fl. 13DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 672 8 Conforme se extrai dos autos, as autoridades administrativas, ao verificar a existência do crédito da Recorrente, procederam à compensação de ofício de valores referentes a contribuição a título de PIS que seria devida nos anos de 1993 e 1994. Informa a fiscalização que os depósitos realizados nos autos do processo nº 92.00018084 foram totalmente levantados (no ano de 1997) pela Recorrente de forma indevida. De acordo com as autoridades administrativas, parte dos valores pertencia à Receita Federal e não deveria ter sido levantado, como a Instituição Financeira encontrase em liquidação extrajudicial, a única forma de garantir o recebimento dos valores devidos é por meio da compensação de ofício. Isto é, parte dos valores deixaram de ser destinados à compensação dos tributos indicados pela Recorrente em razão de terem sido aproveitados de forma diversa da indicada. Com razão a Recorrente. Realmente, está decaído o direito da Fazenda Nacional exigir os tributos relativos aos fatos geradores ocorridos em 1993/1994. O depósito integral do valor suspende a exigibilidade, mas não suspende o prazo decadencial de 5 anos para a constituição do tributo. Ademais, o depósito foi levantado no ano de 1997, e o Despacho Decisório que fez a “compensação de ofício” foi proferido apenas em 31/03/2006. Assim, na hipótese de entenderse que o crédito era autoexecutável, ainda assim não haveria mais prazo hábil para tanto. Sem ter sido constituído/exigido em tempo hábil, o tributo não pode ser aposto à Recorrente e, menos ainda, pode ser exigido compulsoriamente, por meio de compensação de ofício. Neste particular, indefiro a intenção das autoridades administrativas, as quais deverão restituir à Recorrente o valor indevidamente compensado. (iii) Da Incidência de Multa e Juros Outra questão debatida no presente processo, referese ao valor do débito compensado. É que a Recorrente indicou para compensação apenas o valor principal dos débitos, justificando a não incidência de juros e multa em virtude de a Recorrente estar em Liquidação Extrajudicial. A Recorrente pleiteia a aplicação do artigo 18 da Lei nº 6.024/74, verbis: “Art. 18. A decretação da liquidação extrajudicial produzirá, de imediato, os seguintes efeitos: ... d) nãofluência de juros, mesmo que estipulados, contra a massa, enquanto não integralmente pago o passivo; ... e) nãoreclamação de correção monetária de quaisquer dívidas passivas, nem de penas pecuniárias por infrações de leis, penais e administrativas.” (destaquei) Almeja, a Recorrente, a incidência do artigo 112 do Código Tributário Nacional – CTN – que determina a aplicação de legislação mais benéfica no caso da imposição de penalidades aos contribuintes. Fl. 14DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 673 9 Pareceme claro que o ponto de discórdia entre Administração e Contribuinte, referese à natureza da multa e dos juros. É esta questão que deve ser enfrentada, pois a razão que impede os agentes administrativos de aplicarem o artigo 18, da Lei nº 6.024/74, é o fato de o Código Tributário Nacional, nos artigos 186/187/188 determinar que o crédito tributário não apenas é devido, mais tem preferência para pagamento no caso de tratarse de massa falida. Neste sentido, a fiscalização entende que a multa e os juros seguem a natureza do principal, sendo, portanto, tributária; enquanto a Recorrente defende que os consectários legais são penalidade administrativas. Discordo do entendimento de que os juros e a multa constituem tributo. Não tenho dúvida de que tanto os juros quanto as multas possuem natureza diversa, os primeiros de remuneração do capital e as segundas de penalidade propriamente dito, ambos constituindo acessórios ao tributo que é o principal. Todavia, esta razão não é suficiente para o cancelamento destes valores. Em relação aos juros, a legislação é clara ao definir o que passo a denominar, apenas para a boa compreensão, de “suspensão” da incidência, até que as demais dívidas sejam quitadas pela massa1. Logo, pareceme certo que o tratamento legal conferido aos juros não é o mesmo da dívida tributária, a qual tem preferência na lista de credores quando se trata de falência ou liquidação extra judicial. Corroborando com este entendimento, cito o posicionamento dos tribunais superiores no sentido de que os juros são devidos até o momento da decretação da quebra ou da liquidação extra judicial, restando suspensos até o momento em que a massa quita as demais dívidas, oportunidade em que volta a fluir. Vejamos a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. MASSA FALIDA. MULTA MORATÓRIA. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. 1. É entendimento pacífico deste Tribunal que não se inclui no crédito habilitado em falência a multa fiscal moratória, por constituir pena administrativa (Súmulas ns. 192 e 565 do STF). 2. Quanto aos juros de mora, o posicionamento da Primeira Turma desta Corte entende que: "A exigibilidade dos juros moratórios anteriores à decretação da falência independe da suficiência do ativo. Após a quebra, serão devidos apenas se existir ativo suficiente para pagamento do principal. Precedentes." (Resp 60.957/SP, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 17/09/2007). 3. Agravo regimental não provido.” (AgRg no Ag 1023989 / SP, AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO, 2008/00509687; DJe 19/08/2009; Primeira Turma – destaquei) 1 “Art. 18. A decretação da liquidação extrajudicial produzirá, de imediato, os seguintes efeitos: ... d) nãofluência de juros, mesmo que estipulados, contra a massa, enquanto não integralmente pago o passivo; ..." Fl. 15DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 674 10 “TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. MASSA FALIDA. JUROS E MULTAS FISCAIS. EXCLUSÃO. NATUREZA DE PENA ADMINISTRATIVA. SÚMULAS 192 E 565 DO STF. ENCARGO DE 20% DO DECRETOLEI 1.025/69. EXIGIBILIDADE. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. APÓS A QUEBRA, CONDICIONADA À SUFICIÊNCIA DO ATIVO PARA PAGAMENTO DO PRINCIPAL. PRECEDENTE DA 1ª SEÇÃO. 1. É indevida a cobrança de multa fiscal da massa falida, por possuir natureza de pena administrativa. Incidência das Súmulas 192 e 565 do STF. 2. Antes da decretação da falência, são devidos os juros de mora, sendo viável, portanto, a aplicação da taxa Selic, que se perfaz em índice de correção monetária e juros e, após a decretação da falência, a incidência da referida taxa fica condicionada à suficiência do ativo para pagamento do principal. Precedente: ERESp 631.658/RS, Primeira Seção, DJ de 9.9.2008. 3. Consoante entendimento firmado no julgamento do Resp 1.110.924/SP, mediante a sistemática prevista no art. 543C e na Resolução STJ n. 8/08, é exigível da massa falida, em execução fiscal, o encargo de 20% (vinte por cento) previsto no Decreto lei 1.025/69. 4. Agravo regimental não provido.” (AgRg no REsp 762420 / PR; AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2005/01050520; DJe 19/08/2009; Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES; destaquei) Cito ainda precedente deste Egrégio Tribunal Administrativo, verbis: “(...) LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL.JUROS DE MORA ANTERIORES À DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA. FLUÊNCIA. PERTINÊNCIA. Os juros de mora não se confundem com penalidade. Apenas cumprem a função de remunerar o capital do credor posto à disposição do devedor durante um lapso de tempo que medeia o vencimento e a liquidação da obrigação. A jurisprudência dos Tribunais Superiores assinala que são devidos os juros de mora anteriores à decretação da liquidação extrajudicial, bem assim os posteriores que somente serão excluídos se o ativo apurado for insuficiente para pagamento do passivo. (...)” (Processo nº 10768.015852/200253; Recurso n.º: 139736 – ex officio/voluntário; Sessão de : 23 de fevereiro de 2005; Acórdão n.º : 10707.954) É por causa desta interpretação que os juros incidentes nos débitos compensados devem ser mantidos em sua integralidade. In casu, a compensação ocorreu quando a Instituição Financeira já se encontrava em liquidação, do que se conclui que todo Fl. 16DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 675 11 valor a título de juros está com a denominada “condição de suspensão”. Isto é, no momento da execução do acórdão, deverá ser avaliada a possibilidade de exigência do valor relativo aos juros, pois somente poderá ser exigido se o ativo apurado for/tiver sido suficiente para pagamento do passivo. Mesma sorte não se aplica à multa pecuniária. É de clareza solar a qualidade de sanção da multa e, se não possui natureza penal, também não é tributária, vez que tributo não é penalidade por impedimento legal. Uma vez que é cobrada pelas vias administrativas, tenho que a multa em discussão é sanção administrativa e está contida no citado dispositivo legal de isenção2, até porque, conforme mencionado, a multa foi imputada após a liquidação judicial da Recorrente. Concordo com a Recorrente quanto à aplicação, ao caso em análise, do artigo 112 do Código Tributário Nacional – CTN – que determina a aplicação de legislação mais benéfica quando se trata da imposição de penalidades aos contribuintes. Também nesta direção está a jurisprudência supra citada, que exclui expressamente as multas fiscais incidentes sobre as dívidas tributárias nos casos de falência e/ou liquidação extra judicial. Ante o exposto, conheço do recurso apresentado, vez que presentes os pressupostos objetivos de admissibilidade para o fim de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao mérito, para o fim de: (i) permitir a aplicação dos índices referentes aos expurgos inflacionários normalmente concedidos pelo judiciário, ressalvado à fiscalização a apuração de diferenças em relação aos valores indicados como devidos pela Recorrente; (ii) impedir a compensação realizada de ofício pela fiscalização, uma vez que os valores pretendidos não foram constituídos em tempo; (iii) aplicar a legislação específica aos casos de liquidação extrajudicial, com o cancelamento das multas dos débitos compensados e a suspensão dos juros incidentes. 2 “Art. 18. A decretação da liquidação extrajudicial produzirá, de imediato, os seguintes efeitos: ... e) nãoreclamação de correção monetária de quaisquer dívidas passivas, nem de penas pecuniárias por infrações de leis, penais e administrativas.” (destaquei) Fl. 17DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10680.012352/200220 Acórdão n.º 3302001.714 S3C3T2 Fl. 676 12 É como voto. (assinado digitalmente) Relatora Fabiola Cassiano Keramidas Voto Vencedor Conselheiro José Antonio Francisco, redator designado quanto aos juros de mora Divirjo do entendimento da ilustre Relatora em relação aos juros de mora, pelas razões seguintes. Primeiramente, conforme destacado no voto, se se fosse adotar a tese lá defendida, não haveria previsão para exclusão dos juros de mora, apenas de sua suspensão, o que ocorreria apenas como medida de proteção aos credores e de maior garantia ao sucesso da liquidação. No presente caso, tratase de compensação de débitos. Portanto, caso fossem excluídos os referidos juros de mora da compensação de débitos, somente seriam compensados os valores principais, ficando suspensa a cobrança dos juros de mora (incidentes sobre os débitos compensados), que poderiam, futuramente, ser cobrados. Em segundo lugar, deve prevalecer, conforme destacou a Primeira Instância, a regra do art. 161, caput, do CTN, que é específica para o crédito tributário, uma vez que os juros de mora não são estipulados, mas estabelecidos em lei. À vista do exposto, voto por negar provimento em relação a este item, votando de acordo com o exposto no resultado do julgamento em relação aos demais. (assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 18DF CARF MF Impresso em 15/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 11/09/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinad o digitalmente em 11/09/2012 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Numero do processo: 13433.000654/2010-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009
Ementa:
MATÉRIA NÃO CONTESTADA. DEFINITIVIDADE.
Considera-se definitiva, na esfera administrativa, matéria não expressamente contestada.
PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. DECISÃO DEFINITIVA.
Enquanto não ocorrer decisão administrativa definitiva no âmbito do processo administrativo fiscal, o prazo prescricional não corre contra o fisco.
MULTA DE OFÍCIO. AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE ESPONTANEIDADE.
Iniciado o procedimento fiscal, o sujeito passivo perde a espontaneidade em relação aos tributos objeto da ação fiscal, sujeitando-se à multa de ofício pelos tributos exigidos no lançamento, independentemente da possibilidade de parcelar, ou não, o crédito tributário.
MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%. INCONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
MULTA DE OFÍCIO. PROCEDIMENTO FISCAL JÁ INICIADO. ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE INCLUSÃO DOS DÉBITOS PARA PARCELAMENTO APÓS O INÍCIO DA FISCALIZAÇÃO.
Cabível o lançamento de multa de ofício correspondente a créditos tributários objeto de procedimento fiscal relativo a sujeito passivo optante pelo parcelamento especial, instituído pela Lei nº 11.941/2009, quando o procedimento iniciou antes da transmissão da declaração de inclusão da totalidade dos débitos a serem parcelados e se encerrou após a data dessa transmissão.
Numero da decisão: 1202-000.915
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de prescrição e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho - Presidente
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto Donassolo Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Nelson Lósso Filho, Orlando José Gonçalves Bueno, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Viviane Vidal Wagner.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DONASSOLO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 Ementa: MATÉRIA NÃO CONTESTADA. DEFINITIVIDADE. Considerase definitiva, na esfera administrativa, matéria não expressamente contestada. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. DECISÃO DEFINITIVA. Enquanto não ocorrer decisão administrativa definitiva no âmbito do processo administrativo fiscal, o prazo prescricional não corre contra o fisco. MULTA DE OFÍCIO. AÇÃO FISCAL. EXCLUSÃO DE ESPONTANEIDADE. Iniciado o procedimento fiscal, o sujeito passivo perde a espontaneidade em relação aos tributos objeto da ação fiscal, sujeitandose à multa de ofício pelos tributos exigidos no lançamento, independentemente da possibilidade de parcelar, ou não, o crédito tributário. MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%. INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. MULTA DE OFÍCIO. PROCEDIMENTO FISCAL JÁ INICIADO. ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE INCLUSÃO DOS DÉBITOS PARA PARCELAMENTO APÓS O INÍCIO DA FISCALIZAÇÃO. Cabível o lançamento de multa de ofício correspondente a créditos tributários objeto de procedimento fiscal relativo a sujeito passivo optante pelo parcelamento especial, instituído pela Lei nº 11.941/2009, quando o procedimento iniciou antes da transmissão da declaração de inclusão da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 00 06 54 /2 01 0- 75 Fl. 570DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 571 2 totalidade dos débitos a serem parcelados e se encerrou após a data dessa transmissão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de prescrição e, no mérito, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Nelson Lósso Filho, Orlando José Gonçalves Bueno, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Viviane Vidal Wagner. Relatório Por bem retratar os fatos ocorridos, passo a transcrever o Acórdão nº 11 33.444 da DRJ/Recife, de fls. 504 a 511, o qual também adoto: “Contra a sociedade empresária acima identificada foram lavrados os Autos de Infração, às fls. 05 a 13 e 159 a 166, relativos ao IRPJ, CSLL, à contribuição para o PIS e à COFINS, para exigência de créditos tributários referentes aos anos calendário de 2005 a 2009, adiante especificados: [...] DA AÇÃO FISCAL Valores apurados conforme escriturados nos Livros Diário apresentados pela contribuinte, os quais não foram pagos, parcelados ou declarados em DCTF e não consta nos sistemas da SRF qualquer pedido de compensação. Para confirmar as informações, foi anexada cópia da situação fiscal da contribuinte (SINCOR, SITFISCAL, EMITEXTR) onde consta a relação de todos os processos fiscais em cobrança, cujos períodos de apuração relacionados nos mesmos (SINCOR, PROFISC, CONSULTAPC, COINPROPC em anexo) não estão sendo cobrados nestes autos de infração. Fl. 571DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 572 3 Os únicos processos relacionados nos sistemas da SRF para a contribuinte são os relacionados à sua situação fiscal (SINCOR, SITFISCAL, EMITEXTR), ou seja, 18208.765291/200707, 18208.765292/200743, 18208.007807/200797, 18208.007808/200731, 18208.007809/200786, 18208.007810/200719 e 18208.007811/200755. Para confirmar os recolhimentos pela contribuinte, constatouse no sistema SINAL04 o único recolhimento do período fiscalizado referente a IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, que foi o do período de maio de 2005. No período fiscalizado, a contribuinte só declarou valores na DCTF do 2° semestre de 2009. Constatouse também que não existe nenhum pedido de compensação para a contribuinte fiscalizada. Consta nos sistemas da SRF que a contribuinte apresentou DIPJ do ano calendário de 2005, no dia 30/06/2006, através do formulário de Lucro Real, conforme valores apurados no Livro Diário de IRPJ e CSLL do 3º e 4° trimestres. Não obstante, consta do sistema SINAL04 da SRF dois pagamentos no código de receita 2089 — Lucro Presumido, referentes aos 1° e 2° trimestres. A legislação informa que a opção pela tributação com base no Lucro Presumido, no ano calendário de 2005, será com o pagamento da 1ª ou única quota do imposto devido correspondente ao 1° período de apuração de cada ano calendário, sendo esta opção irretratável. Desta maneira, apurouse os valores devidos de IRPJ e CSLL no ano calendário de 2005 pelo Lucro Presumido, com base nas receitas de prestação de serviços escrituradas no Livro Diário, resultando nos valores lançados nos Autos de Infração. Com fundamento nos artigos 30 e 31 da Lei n° 10.833/2003, a autoridade fiscal verificou as DIRF que constavam a empresa CONPASFAL como beneficiária e as Prefeituras Municipais de Guamaré, Assu, Santana do Matos como declarantes nos anos calendário de 2005 a 2009. Constatou que o único valor de imposto retido foi no mês de janeiro de 2006, o qual foi abatido do IRPJ devido neste período. Em virtude desses fatos e para confirmar essas informações, a autoridade fiscal intimou a empresa CONPASFAL, em 21/06/2010, a apresentar empenhos, recibos, notas fiscais pela prestação de serviços nos anos calendário de 2005 a 2009. Entretanto, a empresa apresentou só as notas fiscais pela prestação de serviços, onde constatouse que os órgãos públicos não fizeram a retenção de valores de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, conforme cópias de algumas notas fiscais anexadas aos autos, assim como cópias das DIRF dos anos calendário de 2005 a 2009. DA IMPUGNAÇÃO AO AUTO DE INFRAÇÃO Após ter ciência do Auto de Infração, a contribuinte apresentou impugnação ao mesmo (fls. 304 a 307), apresentando, em síntese, as seguintes razões de fato e de direito: Em novembro de 2009, a Requerente solicitou parcelamento de dívidas não parceladas anteriormente, bem como o saldo remanescente dos Programas Refis, Paes, Paex e parcelamentos ordinários — art. 3º RFB — Demais Débitos, consoante Lei n° 11.941/2009, segundo se infere nos recibos 00095999892910776890 e 00095999892910776920, em anexo (fls. 312 e 314). Em cumprimento à Portaria conjunta PGFN/RFB n° 03/2010, no dia 01/06/2010, a Requerente apresentou Declaração de Inclusão da totalidade dos seus débitos tributários no parcelamento da Fl. 572DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 573 4 Lei n° 11.941/2009, segundo demonstra o recibo 00095999892910776959, em anexo (fls. 316). Acontece que por meio dos Autos de Infração lavrados no dia 23/07/2010, processos n° 13433.000654/201075 e n° 13433.000655/201010, a Requerente foi notificada a pagar os valores apurados em auditoria, alusivos à "falta e/ou insuficiência de recolhimentos de tributos (IRPJ, CSLL, COFINS, PIS e IRRF), vencidos no período compreendido entre 01/01/2005 e 31/12/2009. De toda sorte, o art. 3º, § 2° da Lei n° 11.941/2009, dispõe que todos os débitos apurados, alusivos ao período de 01/01/2005 a 30/11/2008, gozarão de benefícios, com reduções de multas e juros. Logo, os valores apurados nos Autos de Infração lavrados no dia 23/07/2010, processos n° 13433.000654/201075 e n° 13433.000655/201010, alusivos ao período compreendido entre 01/01/2005 e 30/11/2008, merecem gozar do beneficio da Lei n° 11.941/2009. Imperioso mencionar que as DCTF alusivas ao período fiscalizado, entregues à RFB antes do dia 30/11/2009, foram devidamente retificadas, segundo valores auditados, conforme se pode inferir nas cópias anexas (fls. 318 a 501). De igual sorte, os tributos apurados nos Autos suso mencionados, alusivos ao período compreendido entre 01/12/2008 e 31/12/2009, já se encontram parcelados, através dos processos 13433.400379/201096 e 13433000655/201010, conforme se pode verificar no extrato de parcelamento, em anexo, devendo referido período ser desconsiderado. DO PEDIDO Diante dos fatos expendidos, requer a nulidade dos Autos de Infração referentes às decisões notificações exaradas sob os processos n° 13433.000654/201075 e 13433.000655/201010, haja vista o parcelamento dos tributos não pagos, alusivo ao período compreendido entre 01/12/2008 e 31/12/2009, já se encontrarem parcelados através dos processos 13433.400379/201096 e 13433.000655/201010. Igualmente, requer também a inclusão dos débitos alusivos ao período compreendido entre 01/01/2005 e 30/11/2008, no parcelamento da Lei n° 11.941/2009, com as devidas reduções previstas, por medida da mais pura Justiça.” Na sequência, foi emitido o Acórdão nº 1133.444 da DRJ/Recife, de fls. 504 a 511, mantendo integralmente as autuações, com o seguinte ementário: PERDA DA ESPONTANEIDADE. DCTF RETIFICADORA INEFICÁCIA DE SEUS EFEITOS. A ciência de intimação que determina o inicio de procedimento de fiscalização resulta em excluir a espontaneidade do sujeito passivo em relação ao tributo, mudança do regime de tributação, ao períodobase e matéria contemplada na ação fiscal, obstando o exercício da retificação de declarações por iniciativa do contribuinte, assim, tornando plenamente ineficaz para fins legais a transmissão extemporânea de DCTF retificadora promovida nestas condições. PARCELAMENT0 COMPROVAÇÃO Fl. 573DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 574 5 Para se comprovar o efetivo parcelamento da divida o correspondente pedido de parcelamento deve vir acompanhado do respectivo demonstrativo de débitos. Ademais, o parcelamento de que trata a Lei n° 11.941, de 2009, é condicionado à confissão dos respectivos débitos por meio da apresentação de declaração especifica e/ou à desistência expressa de eventual impugnação e/ou recurso administrativo, no prazo legal, requisitos os quais não se logrou demonstrar no presente caso. PEDIDO DE PARCELAMENTO. INCOMPETÊNCIA DA DRJ. Não compete à DRJ apreciar pedido de parcelamento nos termos do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Os principais fundamentos do acórdão recorrido podem ser assim sintetizados: somente os débitos vencidos até 30/11/2008, e consolidados pelo contribuinte, é que poderiam gozar dos beneficios da Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009, não se enquadrando dentre estes os tributos lançados nos Autos de Infração, ora em julgamento. A impugnante formalizou sua adesão ao parcelamento previsto na Lei n° 11.941, de 2009 no dia 01/06/2010, data anterior à ciência dos Autos de Infração, ocorrida em 23/07/2010. Dessa forma, os valores dos tributos lançados nos Autos de Infração não tinham possibilidade de serem incluídos no pedido de parcelamento. registrese que os pedidos de parcelamento de fls. 312316 vieram desacompanhados dos respectivos demonstrativos dos débitos parcelados (art. 1º, § 11, da Lei n° 11.941, de 2009), impossibilitando, inclusive, a conferência da identidade dos débitos objeto do pedido de parcelamento com aqueles de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, aqui exigidos. o art. 4° da Instrução Normativa RFB n° 968, de 16 de outubro de 2009 dispunha que: o sujeito passivo que aderiu ao parcelamento de que trata a Lei n° 11.941, de 2009, e pretende parcelar débitos vencidos até 30 de novembro de 2008, correspondentes a períodos de apuração objeto de ação fiscal por parte da RFB, iniciada até 30 de novembro de 2009 e não concluída até o momento da consolidação, deverá prestar informações relativas aos respectivos débitos, na forma e no prazo de que trata o art. 15 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 6, de 2009, independentemente de estar ou não obrigado à entrega de declaração especifica (art. 4° da Instrução Normativa RFB n° 968, de 16 de outubro de 2009). ocorre que o procedimento fiscal foi iniciado em 18/05/2010, data bem posterior a 30/11/2009, data estabelecida como limite pela IN RFB n° 968, de 2009. Além disso, o art. 4º da IN em comento encontrase revogado pela Instrução Normativa RFB 1.049, de 30/06/2010). o parcelamento que a contribuinte alega ter realizado conforme os recibos de fls. 312316 não se mostra eficaz para afastar a exigência dos tributos lançados de oficio, inclusive no que concerne à multa de lançamento de oficio. Fl. 574DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 575 6 os beneficios de redução dos valores das multas e juros de mora, previstos no § 2°, do art. 3° da Lei n° 11.941, de 2009, não podem ser aplicados aos tributos lançados no presente processo, tendo em vista não terem sido objeto de nenhum dos parcelamentos expressamente previstos nos referidos incisos. a espontaneidade do contribuinte foi excluída pela ciência do primeiro ato escrito lavrado por servidor competente, razão porque a entrega das DCTF retificadoras exercidas no curso da ação fiscal não detém o condão de impedir a lavratura de autos de infração e tampouco exime o sujeito passivo da cominação das sanções correspondentes. não compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento apreciar pedido de parcelamento, posto que tal competência não se encontra dentre aquelas determinadas pela Portaria MF n° 95, de 30 de abril de 2007, a qual trata do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Após a ciência do Acórdão da DRJ/Recife, a empresa autada apresentou recurso voluntário a este colegiado alegando, em síntese, a ocorrência da prescrição dos tributos relacionados no contacorrente da Secretaria da Receita Federal do BrasilRFB, no período de janeiro a dezembro de 2005, além de postular o benefício da redução das multas aplicadas na autuação nos termos da previsão contida na Lei nº 11.941, de 2009. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, Relator. O recurso é tempestivo e nos termos da lei. Portanto, dele tomo conhecimento. As matérias que permanecem em discussão dizem respeito à verificação da ocorrência da prescrição (ano de 2005) e da possibilidade de redução das multas aplicadas na autuação com base na Lei nº 11.941, de 2009. Deixa, assim, de contestar expressamente, em seu recurso, o mérito do lançamento fiscal, de modo que o mesmo deve ser considerado definitivamente julgado, na esfera administrativa, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972 e alterações. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Passo ao exame da preliminar de prescrição e da possibilidade de redução das multas. Para um melhor exame das questões levantadas, faço inicialmente um breve resumo dos lançamentos fiscais. Fl. 575DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 576 7 Conforme se depreende dos autos, a fiscalização procedeu no lançamento fiscal do IRPJ, da CSLL, do PIS e da Cofins, relativo ao período de 2005 a 2009, porque o contribuinte não teria entregue as declarações DCTFs a que estava obrigado e nem teria recolhido os respectivos tributos devidos. O contribuinte entregou suas DIPJs com base na sistemática do lucro presumido, com exceção do anocalendário de 2005. A descrição dos fatos contida no Auto de Infração, explica melhor o lançamento relativo a esse ano de 2005, fls. 231: “ [...]consta no sistema da Secretaria da Receita Federal do Brasil tela em anexo que este contribuinte apresentou sua declaração do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica do anocalendário de 2005 no dia 30/06/2006 através do formulário de Lucro Real conforme valores apurados no Livro Diário de IRPJ de R$ 77.810,07(3 ° trimestre), R$ 81.008,28 (4 ° trimestre) e CSLL R$ 46.686,04(3° trimestre), R$ 48.604,97 (4° trimestre), não obstante, consta no sistema SINAL04 da Secretaria da Receita Federal do Brasil dois pagamentos no código de receita 2089 IRPJ LUCRO PRESUMIDO referentes ao primeiro e segundos trimestres. A legislação informa que a opção pela tributação com base no lucro presumido no ano calendário de 2005 será com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada anocalendário (art. 35 e §§ da IN SRF n ° 93/97 c/c art 516 § 4° do RIR/99). A opção pela apuração do imposto de renda com base no Lucro Presumido é irretratável (art. 13, § 1°, da Lei no 9.718/98). Desta maneira, apuramos os valores devidos de IRPJ e CSLL no ano calendário de 2005 pelo Lucro Presumido com base nas receitas de prestação de serviços escrituradas no livro Diário, resultando nos valores respectivos de IRPJ de R$ 21.615,20 (3° trimestre), R$ 25.823,60 (4° trimestre) e CSLL de R$ 14.912,20 (3° trimestre) e R$ 15.848,96 (4° trimestre).” Dessa forma, o agente fiscal efetuou o lançamento do IRPJ e da CSLL com fatos geradores trimestrais, iniciandose em 30/09/2005 (3º trimestre de 2005) e finalizando em 30/06/2009, fls. 231/232. Já para o PIS e a Cofins, que tem apuração mensal, o primeiro período lançado foi 31/12/2005 e o último 30/06/2009, fls. 246/248. A ciência dos lançamentos fiscais ocorreu em 29/07/2010, fls. 300. A primeira questão levantada no recurso voluntário, diz respeito à ocorrência da prescrição para o período de janeiro à dezembro de 2005 dos débitos constantes do conta corrente da RFB, conforme extrato de fls. 563/565 (documento 6 anexado ao recurso voluntário), emitido em 16/10/2011. Segundo alega a recorrente, os débitos do ano de 2005 já não poderiam ser exigidos pelo fisco face a ocorrência da prescrição pelo transcurso do prazo de 5 anos previsto no art. 174 do CTN. Em que pese estar precluso o direito ao exame da alegação de prescrição, por não ter sido aventada no momento da impugnação, justificase o enfrentamento da matéria por ser questão de ordem pública, apreciável a qualquer tempo. O extrato de contacorrente mencionado efetivamente contém débitos do IRPJ e da CSLL do 3º e 4º trimestres de 2005 e do PIS e da Cofins dos períodos de janeiro a dezembro de 2005 e de julho de 2011. Do confronto entre os valores lançados pelo fisco no presente processo e aqueles que constam do contacorrente, verificase que existe coincidência entre os débitos do Fl. 576DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 577 8 extrato de contacorrente e daqueles exigidos nas autuações em relação ao IRPJ e à CSLL, do 3º e 4º trimestres de 2005, e em relação ao PIS e à Cofins, do período de apuração dezembro de 2005. Somente a respeito dos débitos que são coincidentes com os períodos lançados nas autuações fiscais é que se examinará a prescrição. Os demais períodos de apuração do PIS e da Cofins, anteriores a dezembro de 2005, por não serem objeto de discussão no presente processo, não serão conhecidos para exame. Ao compulsar os autos notase que a empresa vem promovendo adequadamente a sua defesa administrativa nos prazos adequados e o fisco vem manifestando o seu entendimento a respeito da matéria, nos estritos termos do que prevêem as normas que regem o processo administrativo fiscal, expressas no Decreto nº 70.235, de 1972 e alterações. Com efeito, enquanto a matéria estiver sendo apreciada no âmbito administrativo, os débitos encontramse com a sua exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, III do Código Tributário Nacional, encontrandose o fisco impedido de promover a sua cobrança/execução. Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: [...] III as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; Por esse motivo, enquanto não ocorrer uma decisão administrativa definitiva, o prazo prescricional não corre contra o fisco. Essa matéria já se encontra sumulada neste órgão colegiado, consoante Súmula CARF nº 11, aprovada na sessão realizada em 08/12/2009 e publicada no DOU de 22/12/2009, com o seguinte teor: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Dessa forma, sem maiores discussões, a prescrição levantada pela defesa deve ser rejeitada. A segunda questão diz respeito à possibilidade de redução das multas aplicadas de ofício em razão do contribuinte ter solicitado o parcelamento no âmbito da Lei nº 11.941, de 2009, em data anterior ao do lançamento fiscal. É incontroverso nos autos que no momento do pedido de inclusão da totalidade dos débitos para parcelamento, ocorrido em 01/06/2010, o contribuinte encontrava se sob procedimento fiscal, iniciado em 18/05/2010 (AR de fls. 05). O pedido de inclusão da totalidade dos débitos para parcelamento foi solicitado pelo contribuinte em 01/06/2010, conforme extrato de fls. 316, que tem o seguinte teor: “RECIBO DA DECLARAÇÃO DE INCLUSÃO DA TOTALIDADE DOS DÉBITOS NO PARCELAMENTO DA LEI No 11.941/2009 CNPJ: 70.023.429/000180 Fl. 577DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 578 9 Nome Empresarial: CONPASFAL, CONSTRUCAO E PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA LTDA. 0 sujeito passivo acima indicado declarou que após "consulta dos débitos, inclusive os inscritos em dívida ativa da União, irá incluir, no parcelamento da Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, a totalidade dos débitos constituídos que atendam aos requisitos previstos na referida lei, no âmbito da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), inclusive os que se encontravam com a exigibilidade suspensa em decorrência de ações judiciais, impugnações e recursos administrativos cuja desistência foi efetuada nos termos da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 13, de 19 de novembro de 2009. Atenção: 1) A presente declaração Importa, quanto aos débitos constituídos no âmbito da PGFN e da RFB que atendam aos requisitos da Lei no 11.941, de 2009, confissão irrevogável e Irretratável, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 do Código de Processo Civil e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e Irretratável de todas as condições estabelecidas na Lei no 11.941, de 2009, e na Portaria Conjunta PGFN/RFB no 6, de 22 de julho de 2009. 2) A manifestação é Irretratável e não dispensa o cumprimento dos demais atos referentes consolidação das modalidades de parcelamento previstas na Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 2009.” A ciência das autuações ocorreu em 29/07/2010, fls. 300, portanto em data posterior ao pedido de inclusão da totalidade dos débitos para parcelamento, solicitado em 01/06/2010. Assim, entendeu corretamente o órgão julgador de primeira instância que no referido pedido não poderiam estar os débitos constituídos nos autos de infração do presente processo, uma vez que a ciência das autuações ocorreu em data posterior ao pedido. O início do procedimento fiscal exclui a espontaneidade do sujeito passivo, nos termos do § 1º do art. 7º do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e alterações, sujeitandose às penalidades de ofício aplicadas nos termos da legislação tributária. "Art. 7º. O procedimento fiscal tem início com: [...] § 1° o início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas." Como é perfeitamente sabido, o Decreto nº 70.235, de 1972, tem status de lei, e foi plenamente recepcionado quando da promulgação da Constituição da República, de 1988. Com o advento da Lei nº 11.941, de 2009, que instituiu um amplo parcelamento especial, foi permitida a confissão de débitos ainda não declarados pelo contribuinte, constituídos ou não. Referida lei, não aventou da hipótese que o sujeito passivo estivesse com a espontaneidade excluída em virtude de procedimento fiscal já iniciado, como se pode ver na transcrição do art. 1º e do art. 5º: Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados Fl. 578DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 579 10 pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial – PAES, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional – PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI oriundos da aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como nãotributados. § 1o O disposto neste artigo aplicase aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foram indevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo. § 2o Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderão ser pagas ou parceladas as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ou não, inscritas ou não em dívida ativa, consideradas isoladamente, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento, assim considerados: I – os débitos inscritos em Dívida Ativa da União, no âmbito da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional; II – os débitos relativos ao aproveitamento indevido de crédito de IPI referido no caput deste artigo; III – os débitos decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; e IV – os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 3o Observado o disposto no art. 3o desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em ato conjunto do Procurador Geral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os débitos que não foram objeto Fl. 579DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 580 11 de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I – pagos à vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; II – parcelados em até 30 (trinta) prestações mensais, com redução de 90% (noventa por cento) das multas de mora e de ofício, de 35% (trinta e cinco por cento) das isoladas, de 40% (quarenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; III – parcelados em até 60 (sessenta) prestações mensais, com redução de 80% (oitenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 30% (trinta por cento) das isoladas, de 35% (trinta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; IV – parcelados em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, com redução de 70% (setenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 25% (vinte e cinco por cento) das isoladas, de 30% (trinta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; ou V – parcelados em até 180 (cento e oitenta) prestações mensais, com redução de 60% (sessenta por cento) das multas de mora e de ofício, de 20% (vinte por cento) das isoladas, de 25% (vinte e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal. § 4o O requerimento do parcelamento abrange os débitos de que trata este artigo, incluídos a critério do optante, no âmbito de cada um dos órgãos. § 5o (VETADO) § 6o Observado o disposto no art. 3o desta Lei, a dívida objeto do parcelamento será consolidada na data do seu requerimento e será dividida pelo número de prestações que forem indicadas pelo sujeito passivo, nos termos dos §§ 2o e 5o deste artigo, não podendo cada prestação mensal ser inferior a: I – R$ 50,00 (cinquenta reais), no caso de pessoa física; e II – R$ 100,00 (cem reais), no caso de pessoa jurídica. [...] Art. 5o A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena Fl. 580DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 581 12 e irretratável de todas as condições estabelecidas nesta Lei. (destaquei) Da leitura dos dispositivos acima transcritos, verificase que o § 1º do art. 1º estipula que os créditos, constituídos ou não, poderão ser pagos ou parcelados nas condições previstas nessa lei. O § 3º do art. 1º define as diversas reduções das multas de mora, de ofício e isoladas e dos juros de mora, segundo os prazos de pagamento nele previstos. Já o art. 5º estipula que a opção pelo parcelamento especial de que trata a lei importa em confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo. Como se vê, em nenhum momento a Lei nº 11.941, de 2009 tratou da hipótese de exclusão da espontaneidade em razão de procedimento fiscal iniciado, limitandose a permitir a confissão dos débitos para parcelamento, constituídos ou não, e a redução das multas, inclusive as de ofício, e dos juros de mora. Poderíamos estar diante de um aparente conflito de normas. No entanto, é inquestionável que a norma que regula o processo administrativo fiscal é de “natureza especial”, o que deve ser levado em conta em caso de conflito normativo entre leis de igual hierarquia. Com efeito, na interpretação da norma legal que determina a exclusão da espontaneidade com o início de um procedimento fiscal, frente àquela que permite a confissão de débitos, constituídos ou não, devese levar em conta o que dispõe o art. 2º, §§s 1º e 2º, da Lei de Introdução ao Código Civil (DL nº 4.657/42), segundo o qual a lei nova, neste caso, não revoga nem modifica a lei anterior. Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) (Vide Lei nº 5.144, de 1966) § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Estando ambas as leis em vigor, a melhor interpretação que se pode dar é a aplicação de ambos os dispositivos legais, se estes não forem incompatíveis. É o que se verifica no presente caso. A recorrente, mesmo estando sob procedimento fiscal, pode confessar os débitos que julga devidos, beneficiandose, assim, do parcelamento especial estatuído pela nova lei. No entanto, a confissão de débitos, sob procedimento fiscal, não implica na automática exclusão das penalidades por ocasião do lançamento de ofício, formalizado após essa confissão. Isso ocorre porque a imposição das penalidades não foi afastada pela lei instituidora do parcelamento especial, permitindo apenas a sua redução nas condições lá previstas. Há disposição legal expressa dispondo sobre a aplicação deste gravame nos casos de lançamento de oficio, consoante art. 44, inciso I, da Lei n ° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 com a redação dada pelo art. 14 da Lei n ° 11.488, de 15 de junho de 2007. Fl. 581DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 582 13 Dessa maneira, o crédito tributário constituído pela autoridade fiscal na presente autuação, por expressa previsão legal, deve vir acompanhado da respectiva multa de ofício e dos juros de mora cabíveis. Essa conclusão também fica reforçada quando se examina as normas regulamentadoras do parcelamento especial. No âmbito do poder regulamentador previsto no art. 12 da Lei nº 11.941, de 2009, foi atribuída à Secretaria da Receita Federal do Brasil e à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, a edição dos atos necessários à execução dos parcelamentos de que trata a referida Lei, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos débitos a serem parcelados. Na data em que foi efetuado o pedido de inclusão da totalidade dos débitos no parcelamento (01/06/2010) encontravase em vigor a Instrução Normativa RFB nº 968, de 16 de outubro de 2009, que em seu art. 4º estipulava que os débitos a serem incluídos no parcelamento especial poderiam também ser aqueles objeto de ação fiscal, desde que iniciada até 30/11/2009 e não concluída até o momento da consolidação dos débitos: Art. 4º O sujeito passivo que aderiu aos parcelamentos de que trata a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 2009, e pretende parcelar débitos vencidos até 30 de novembro de 2008, correspondentes a períodos de apuração objeto de ação fiscal por parte da RFB, iniciada até 30 de novembro de 2009 e não concluída até o momento da consolidação, deverá prestar informações relativas aos respectivos débitos, independentemente de estar ou não obrigado à entrega de declaração específica. Como a ação fiscal, no presente processo, iniciouse em 18/05/2010, fls. 05, encontravase desatendida a primeira condição imposta pela referida Instrução Normativa, ou seja, de que a ação tivesse se iniciado até 30/11/2009. No entanto, dito art. 4º foi revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.049, de 30 de junho de 2010. No art. 5º desta última Instrução Normativa existe a previsão para a inclusão no parcelamento especial dos lançamentos de ofício nas condições lá estipuladas: Art. 5º Poderão integrar os parcelamentos de que trata a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 2009: I as multas de ofício constituídas conjuntamente com débitos de imposto ou de contribuição vencidos até 30 de novembro de 2008, cuja data de ciência do lançamento em procedimento de ofício seja menor ou igual à data em que o sujeito passivo prestar as informações necessárias à consolidação de que trata o art. 15 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 2009, ressalvado o disposto no art. 4º; II as multas de ofício isoladas decorrentes de falta ou atraso na entrega de declaração, cujo vencimento tenha ocorrido até 30 de novembro de 2008; e III as demais multas de ofício isoladas, cujo vencimento tenha ocorrido até 30 de novembro de 2008. (destaquei) Fl. 582DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 583 14 Verificase da leitura do dispositivo acima, que foi permitida a inclusão no parcelamento especial das multas de ofício constituídas conjuntamente com os débitos dos tributos, vencidos até 30 de novembro de 2008, cuja data de ciência do lançamento em procedimento de ofício seja menor ou igual à data em que o sujeito passivo prestar as informações necessárias à consolidação de que trata o art. 15 da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 2009, ressalvado o disposto no art. 4º. Vale dizer. A nova norma regulamentar estipulou uma outra condição para inclusão no parcelamento das multas constituídas de ofício, ou seja, de que a data da ciência do lançamento fiscal seja menor ou igual à data em que o sujeito passivo deveria prestar as informações necessárias à consolidação dos débitos. Em que pese o fato de não constar dos autos a data em que foram prestadas as informações para a consolidação dos débitos, o que impossibilita a verificação do atendimento da condição imposta pelo art. 5º da IN RFB nº 1049, de 2010, bem como inexiste nos autos a discriminação dos débitos que a defesa diz ter incluído no parcelamento especial, para confronto com os valores autuados, isso não significa que a confissão dos débitos efetuados pelo contribuinte, no âmbito do parcelamento especial, exclua automaticamente a empresa de fazer jus ao beneficio das reduções da multa de oficio e dos juros de mora em relação aos tributos lançados que coincidam com os valores solicitados em parcelamento. A verificação das condições para redução da multa de oficio lançada e dos juros de mora, prevista na Lei nº 11.941, de 2009 e nas respectivas normas regulamentadoras, em especial a IN RFB nº 1049, de 2010, poderá perfeitamente ser implementada quando da execução do presente julgado pelo órgão de origem. Quanto ao alegado caráter confiscatório da multa aplicada, com violação a princípio constitucional, cabe dizer que esta autoridade julgadora não detém competência para o exame de matéria constitucional, tarefa privativa do Poder Judiciário. O órgão julgador não pode se afastar da aplicação de lei regularmente editada que prevê a aplicação da penalidade. Nesse sentido, aplicável a Súmula CARF nº 2, aprovada na sessão realizada em 08/12/2009 e publicada no DOU de 22/12/2009, com o seguinte teor: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Pelos fundamentos expostos, ficam integralmente mantidos os lançamentos fiscais do presente processo e meu voto é no sentido de que seja rejeitada a preliminar de prescrição e, no mérito, que seja negado provimento ao recurso voluntário, sem prejuízo do exame, pela unidade de origem, do atendimento das condições para redução da multa de ofício e dos juros de mora previstas na Lei nº 11.941, de 2009. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo Fl. 583DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 13433.000654/201075 Acórdão n.º 1202000.915 S1C2T2 Fl. 584 15 Fl. 584DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 14/12/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 17883.000036/2010-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
CONTRIBUIÇÕES DECLARADAS EM GFIP
A entidade está obrigada a recolher a contribuição devida incidente sobre a remuneração paga aos segurados empregados que lhe prestam serviços.
ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA
A pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social que atendia, cumulativamente, os requisitos do art. 55, da Lei 8.212, deveria solicitar a isenção para o gozo do benefício fiscal.
MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA.
O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991.
Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN).
Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991
Numero da decisão: 2301-003.068
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11/2008, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Leonardo Henrique Pires Lopes.
Marcelo Oliveira - Presidente.
Bernadete De Oliveira Barros - Relator.
Leonardo Henrique Pires Lopes - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antônio de Souza, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÕES DECLARADAS EM GFIP A entidade está obrigada a recolher a contribuição devida incidente sobre a remuneração paga aos segurados empregados que lhe prestam serviços. ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA A pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social que atendia, cumulativamente, os requisitos do art. 55, da Lei 8.212, deveria solicitar a isenção para o gozo do benefício fiscal. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, c do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35-A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991
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ISENÇÃO PREVIDENCIÁRIA A pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social que atendia, cumulativamente, os requisitos do art. 55, da Lei 8.212, deveria solicitar a isenção para o gozo do benefício fiscal. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 88 3. 00 00 36 /2 01 0- 88 Fl. 253DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 2 Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11/2008, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator: Leonardo Henrique Pires Lopes. Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Leonardo Henrique Pires Lopes Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Wilson Antônio de Souza, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 254DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 254 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a entidade acima identificada, referente a contribuições devidas à Seguridade Social, correspondente à parte da empresa e à destinada ao financiamento dos benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho. Conforme Relatório Fiscal (fls. 17), o objeto do lançamento fiscal são as contribuições sociais incidentes sobre a remuneração paga aos segurados empregados e contribuintes individuais, que prestaram serviços à entidade, declarada em GFIP. A autoridade lançadora informa que a entidade se autoenquadrou como isenta sem, contudo, preencher todos os requisitos e condições estabelecidos no art. 55, da Lei 8.212/91, pois teve sua isenção cancelada por meio do AC 004/95, a partir de 11/91, e não requereu novamente a isenção previdenciária perante o INSS, contrariando o parágrafo primeiro, do referido dispositivo legal. Esclarece, ainda, que foi lavrado o presente Al em conformidade ao art. 44, I, da Lei 9.430/97 e ao art. 106, do CTN, por tratarse de multa mais benéfica do que a imposta na legislação da MP 449/2008, que revogou os parágrafos do art. 32, da Lei 8.212/91 e criou o art. 32A, com nova sistemática de aplicação de multas. A recorrente impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1231.909, da 13a Turma da DRJ/RJ1 (fls. 195), julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 208), alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, alega nulidade da decisão de primeira instância, uma vez que a autoridade julgadora administrativa deixou de enfrentar o mérito sob o argumento de que houve renúncia ao contenciosos administrativo fiscal em razão da existência de uma suposta concomitância entre os pedidos formulados pela recorrente e aqueles formulados nos autos do Processo 1997.34.00.0233017. Destaca que, para averiguar se haveria identidade entre as causas de pedir e pedidos, a autoridade julgadora se restringiu a analisar a ementa dos julgados, ignorando o fato de que a causa de pedir e pedido da referida ação constam de sua petição inicial, conforme preceitua o CPC, em seu art. 282, II e IV, e não da ementa do julgado. Entende que, para que pudesse ser realizada a devida verificação quanto a identidade entre as causas de pedir e pedidos constantes da Impugnação e da Ação Judicial, bastaria ser realizada a conversão do julgamento em diligencia e determinarse a intimação da ora Recorrente a juntar aos autos cópia da petição inicial da referida Ação. Sustenta que houve manifesto cerceamento do direito de defesa da recorrente na decisão de primeira instância administrativa, o qual decorreu da insuficiente análise da Fl. 255DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 4 suposta renúncia ao contencioso administrativo, maculando o Acórdão recorrido de vício insanável. Ainda em preliminar, faz um histórico da legislação que trata da imunidade/isenção tributária, para concluir que as exigências dispostas no art. 55, da Lei 8.12/91 não são aplicadas à ora recorrente, tendo em vista que ela já possuía direito adquirido à referida isenção antes mesmo da edição do referido normativo legal, bem como da Constituição Federal de 1988 e do Decretolei n° 1.572/77, sendo que todas as condições e requisitos que a Recorrente deveria cumprir se encontram disciplinados na Lei n° 3.577/59 e, se alguma destas condições fosse descumprida, deveria a autoridade lançadora instaurar previamente o procedimento para suspender a isenção e/ou imunidade. Informa que, em decorrência da cassação da sua isenção e da negativa de renovação do CEAS, a Recorrente ajuizou Mandado de Segurança perante o Superior Tribunal de Justiça, autuado sob o n° 9.220/DF, buscando o reconhecimento de seu direito liquido e certo à manutenção da isenção/imunidade tributária em tela, bem como de obter o referido certificado, unicamente sob as condições previstas na Lei n ° 3.577/59, o que foi concedido pelo STJ, restando reconhecido o seu direito líquido ao CEAS e à isenção/imunidade, cujo acórdão transitou em julgado. Qualifica como absurda a proposição da autoridade lançadora, na medida em que pretende insinuar que a recorrente estaria há trinta anos utilizando de isenção que teria sido cassada sem que nenhuma providência tivesse sido tomada pelas autoridades do INSS. Assevera que qualquer ato administrativo que contrarie o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ou seja, que pretenda revogar a referida isenção com amparo em dispositivos legais diversos dos previstos na Lei n ° 3.577/59 estará indo de encontro à coisa julgada e, portanto, eivado de ilegalidade. Defende que não há qualquer dúvida que os requisitos constantes da Lei n ° 8.212/91, artigo 55, não são aplicáveis ao caso da Recorrente em função do direito adquirido, assegurado por coisa julgada, não restando dúvidas que foi tornado nulo o Ato Cancelatório n° 004/95, eis que amparado em suposto descumprimento de dispositivos legais constantes da Lei n° 8.212/91 aos quais, segundo decisão judicial definitiva e transitada em julgado, não está sujeita a ora Recorrente. Reitera que é muito difícil crer na teoria advogada pela autoridade lançadora segundo a qual a isenção teria sido cancelada por meio do Ato Cancelatório acima citado, questionando que, se a Recorrente não fosse isenta das contribuições previdenciárias desde 1995, porque a Autoridade Lançadora teria esperado décadas do suposto cancelamento para finalmente promover o lançamento das contribuições que entende devidas somente referente ao ano calendário de 2006. Reafirma que não pode a Autoridade Lançadora vir autuar a Recorrente para cobrança das contribuições previdenciárias de que é isenta antes de ser promovida, formalmente, a quebra desta isenção e com a observância do devido processo legal. Observa que RFB tentou mais uma vez, sem sucesso, a suspensão da isenção/imunidade em relação ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica — IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, Contribuição ao Financiamento da Seguridade Social — COFINS e Contribuição ao Programa de Integração Social —PIS, e o procedimento de lançamento em análise é nulo por inobservância do disposto na Lei 9.430/96, art. 32. Fl. 256DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 255 5 Entende, ainda, que a autoridade lançadora não se preocupou em observar o devido processo legal e a garantia de defesa no curso do procedimento de fiscalização e, da acusação fiscal contida na autuação, relacionada ao suposto gozo indevido pela Recorrente do direito à isenção das contribuições à seguridade social, não se encontra uma linha sequer no relatório fiscal contendo a descrição exata e precisa de qual teria sido a infração cometida ou a condição descumprida pela Recorrente para justificar o cancelamento de seu direito ao beneficio fiscal. Reitera que houve cerceamento ao direito de defesa, na medida em que não foi exposto, pela autoridade lançadora, de forma clara, qual foi o dispositivo legal supostamente infringido que a autorizaria a chegar à conclusão de não ter a Recorrente direito à isenção das contribuições à seguridade social, como também não foram apontadas as razões pelas quais a fruição do beneficio fiscal seria indevida. Aponta o que, segundo entende, demonstra a precariedade e insuficiência do relato fiscal, que seria a citação de dispositivos legais inaplicáveis à Recorrente e que, inclusive, estão com sua eficácia suspensa por decisão STF, como se infere da leitura do item 6.3 do relatório fiscal, ao mencionar o parágrafo 4°, do artigo 55, da Lei n° 8.212/91 para embasar a acusação fiscal. No mérito, reafirma sua condição de isenta e de possuidora do CEAS e cumpridora do todos os demais requisitos constantes da legislação, seja a Lei n° 3.577/59, seja a Lei n° 8.212/91, ou ate mesmo a Lei n° 12.101/09, ressaltando que sempre que as autoridades tentaram negar a expedição do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, a Recorrente recorreu às vias administrativa e judicial e sempre teve reconhecido o seu direito ao certificado e à manutenção de sua condição de pessoa jurídica isenta do pagamento de tributos. Tece considerações acerca da alteração legislativa imposta pela Lei n° 12.101/09, que atualmente regulamenta a isenção prevista na Carta Magna, em seu artigo 195, parágrafo 7o, revogando expressamente a Lei n° 8.212/91, artigo 55, ressaltando que não é mais necessário formalizar qualquer requerimento ao INSS ou à RFB, no sentido de reconhecimento desta isenção, exatamente como previa a Lei n° 3.577/59, aplicável ao caso da Recorrente. Entende que, segundo a já mencionada Lei n° 12.101/09, compete à Fiscalização comprovar o eventual descumprimento, pela a entidade beneficente, das condições estabelecidas para a fruição do benefícios e, só após, poderá obrigála a recolher os tributos conforme as demais pessoas jurídicas. Chama atenção para o fato de que a Recorrente é portadora de CEAS válido para o período de 01/01/2004 a 31/12/2006 e de 01/01/2007 a 31/12/2009, como informado pela própria Autoridade Fiscal em seu relatório, e que não restou comprovado, pela Fiscalização, que a Recorrente descumpriu qualquer dos requisitos previstos, seja na Lei n° 3.577/59, 8.212/91 ou 12.101/09 para a fruição do beneficio. Faz um apanhado histórico dos atos administrativos de concessão do CEAS e do reconhecimento da isenção, comentando acerca dos seus efeitos temporais, para tentar demonstrar que a recorrente possui o direito liquido e certo à isenção das contribuições previdenciárias previstas nos artigos 22 e 23 da Lei n° 8.212/91, conforme a Lei n° 3.577/59. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 6 Traz entendimentos do STF e STJ de que a concessão do CEAS e o próprio reconhecimento da isenção pelas autoridades administrativas são atos de cunho meramente declaratório, e possuem efeito ex tunc, ou seja, retroagem até a data em que fora feito o respectivo requerimento, e como os requerimentos administrativos feitos pela Recorrente foram formalizados em 2003 e 2006, conclui que, no período do débito, a Recorrente deverá ser considerada isenta das contribuições previdenciárias, tornando insubsistente a cobrança ora pretendida, motivo pelo qual deve ser cancelado o auto de infração ora recorrido. Expõe os motivos pelos quais entende que o Ato Cancelatório 004/95, já anexado aos presentes autos, é manifestamente improcedente, eis que eivado de vícios, devendo ter seus efeitos cassados, em homenagem aos princípios da moralidade e da verdade material que regem a Administração Pública. Conclui que, diante da clara nulidade do Ato Cancelatório n° 004/95, temse que a Recorrente jamais perdeu seu direito a isenção, motivo pelo qual o óbice apontado pela Fiscalização de fato não existe, tornando, portanto, desnecessária a formulação de novo requerimento perante o INSS para reconhecer e/ou renovar sua isenção. Afirma que os diversos protocolos de processos apresentados ao MPS — referentes a Relatórios Anuais de Atividade são, na realidade, justamente os requerimentos de isenção protocolizados anualmente perante as repartições competentes, sendo certo que os mesmos continuam pendentes de apreciação ate os dias de hoje. Finaliza requerendo o provimento do recurso. É o relatório. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 256 7 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os requisitos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice para seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a autuada alega nulidade da decisão de primeira instância por cerceamento de defesa, argumentando que a autoridade julgadora administrativa deixou de enfrentar o mérito sob o argumento de que houve renúncia ao contenciosos administrativo fiscal em razão da existência de uma suposta concomitância entre os pedidos formulados pela recorrente e aqueles formulados nos autos do Processo 1997.34.00.0233017. Entende que, para averiguar se haveria identidade entre as causas de pedir e pedidos, a autoridade julgadora, ao invés de se restringir a analisar a ementa dos julgados, deveria verificar a petição inicial, conforme preceitua o CPC, em seu art. 282, II e IV. Entretanto, não vislumbro a nulidade da decisão de primeira instância alegada pela recorrente. Verificase que a autoridade julgadora rechaçou cada alegação trazida pela recorrente em sua peça impugnatória, expondo, com muita clareza, os motivos pelos quais entendeu que o lançamento deveria ser mantido incólume. O fato de constar, no acórdão recorrido, que não seriam analisadas as matérias do direito à isenção da entidade não caracteriza cerceamento de defesa, uma vez que tal matéria se confunde com a que foi trazida em sede preliminar, e foi objeto de análise pelos julgadores de primeira instância. Em relação ao argumento de que deveria ter sido requerida uma diligência para solicitar a apresentação da petição inicial da referida ação, para a verificação da concomitância, entendo que cabe à autoridade julgadora, e não à recorrente, determinar quais são os documentos necessários para formação de sua convicção. E, no caso presente, verificase que a decisão de primeira instância demonstra a convicção do julgador diante dos fatos e argumentos que lhe foram apresentados, seja pela auditoria fiscal, seja pela autuada. Portanto, não se verifica a nulidade do acórdão de primeira instância, alegada pelo contribuinte. Ainda em preliminar, a recorrente traz um extenso arrazoado na tentativa de demonstrar que as exigências dispostas no art. 55, da Lei 8.12/91 não são aplicadas à Entidade, tendo em vista que ela já possuía direito adquirido à referida isenção antes mesmo da edição do referido normativo legal, e que todas as condições e requisitos que a Recorrente deveria cumprir se encontram disciplinados na Lei n° 3.577/59. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 8 Em relação a essa matéria, convém, para sua melhor compreensão, tecer algumas considerações acerca da legislação que trata da isenção e/ou imunidade previdenciária para, depois, fazer algumas observações sobre direito adquirido ao referido benefício fiscal. A Lei 3.577/59 que, no art. 1º, concedeu isenção a todas as entidades de fins filantrópicos reconhecidas como de utilidade pública e cujos membros não percebessem remuneração, foi revogada em 1977 pelo DecretoLei nº 1572, que resguardou, porém, o direito à isenção das entidades que tinham sido reconhecidas como de utilidade pública pelo Governo Federal até a data de publicação do referido DecretoLei e que fossem portadoras do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos com validade por prazo indeterminado. Em 1988, a Constituição Federal veio amparar a isenção de contribuições previdenciárias dispondo, em seu art. 195, § 7º, serem isentas de tais contribuições as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Observase que o texto constitucional remeteu à lei ordinária o estabelecimento das condições necessárias para a obtenção da isenção de contribuições sociais pelas entidades consideradas de assistência social. O art. 55 da Lei 8.212/91 veio regulamentar a matéria, estabelecendo os diversos requisitos a serem cumpridos pelas entidades consideradas de assistência social, a fim de obterem isenção da cota patronal. Com relação ao direito adquirido, para melhor análise da matéria, segue transcrita a redação do art. 1º e § 1º do Decretolei 1.572/77: Art. 1º Fica revogada a Lei nº 3.577, de 4 de julho de 1959, que isenta da contribuição de previdência devida aos Institutos e Caixas de Aposentadoria e Pensões unificados no Instituto nacional de Previdência Social IAPAS, as entidades de fins filantrópicos reconhecidas de utilidade pública, cujos diretores não percebam remuneração. § 1º A revogação a que se refere este artigo não prejudicará a instituição que tenha sido reconhecida como de utilidade pública pelo Governo Federal até a data da publicação deste Decreto Lei, seja portadora de certificado de entidade de fins filantrópicos com validade por prazo indeterminado e esteja isenta daquela contribuição. Entretanto, de uma simples leitura do art. 2º, do mesmo Decretolei resta afastada, inequivocamente, qualquer possibilidade de entendimento no sentido de direito adquirido à isenção, verbis: Art. 2º O cancelamento da declaração de utilidade pública federal ou a perda da qualidade de entidade de fins filantrópicos acarretará a revogação automática da isenção, ficando a instituição obrigada ao recolhimento da contribuição previdenciária a partir do mês seguinte ao dessa revogação. Essa regra contida no art. 2º transcrito acima exige que as entidades beneficiadas pelos §§ 1º, 2º e 3º do art. 1º , do referido diploma legal, mantenham a condição de entidades filantrópicas, bem como o reconhecimento de utilidade pública federal, caso contrário, perdem automaticamente o direito à isenção, ou seja, a garantia do direito à isenção ficou sujeita a não ocorrência da condição resolutiva. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 257 9 Assim, ao prever a possibilidade de perda da qualidade de entidade de fins filantrópicos, depreendese que o Decretolei 1.527/77 manteve, conseqüentemente, no ordenamento jurídico, a imposição de certos requisitos para que uma entidade venha gozar de isenção das contribuições previdenciárias. Corrobora nesse sentido o Parecer 3.133/2003, da Consultoria Jurídica do INSS: (...) 33. O instituto do direito adquirido protege um determinado direito, já incorporado definitivamente ao patrimônio do seu titular, contra alterações posteriores da legislação. Para tanto, é necessário que o ordenamento jurídico, em um dado momento, segundo as regras então vigentes, tenha garantido a incorporação do direito ao patrimônio do seu titular, bem como tenha determinado a intangibilidade deste direito. 34. Concluise, portanto, que o direito à isenção não foi resguardado pela cláusula da intangibilidade, muito pelo contrário, a própria lei que o garantiu, estabeleceu os casos em que seria revogado. Nunca, em nenhum momento, o direito à isenção tornouse um direito intocável, de forma a configurar direito adquirido das entidades beneficiárias, como quer fazer crer, equivocadamente, a recorrente. 35. A tese da recorrente, na verdade, defende direito adquirido a um regime jurídico, na medida que ela, simplesmente, não teria que atender qualquer novo requisito criado por meio de lei para a obtenção da isenção, permanecendo, tão somente, as exigências estabelecidas pela legislação anterior, a qual encontrase revogada. Em outras palavras, a pretensão da recorrente é de não se submeter à legislação atualmente em vigor, legislação esta de conteúdo abstrato e comando imperativo erga omnes, cuja previsão encontra respaldo no próprio Texto Constitucional quando determina que: “ Art. 195. (...) § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 36. Portanto, não pode prevalecer a proposição de direito adquirido alegada pela impetrante, sob pena de termos reconhecido o direito adquirido a um regime jurídico que não está mais em vigor, em detrimento da nova regulamentação estabelecida por meio de lei. Portanto, para se beneficiar da isenção de que trata o art. 55, da Lei 8.212/91, a recorrente estava obrigada, sim, a observar todos os requisitos do mencionado dispositivo legal, o que não ocorreu no presente caso, já que não consta que houve pedido de isenção após o trânsito em julgado do processo administrativo que cancelou a isenção da entidade. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 10 E como a recorrente não requereu a isenção, não faz jus ao referido benefício para o período objeto do AI em tela, já que não observou os requisitos estabelecidos em Lei, mais especificamente aquele inserido no § 1o , do art. 55, da Lei 8.212/91. Quanto ao argumento de que, se alguma destas condições fosse descumprida, deveria a autoridade lançadora instaurar previamente o procedimento para suspender a isenção e/ou imunidade, cumpre observar que foi exatamente isso que ocorreu no procedimento fiscal que culminou na emissão do Ato Declaratório nº 17.624/004/1995, em 11/09/1995. Assim, já foi instaurado o procedimento para cancelamento de isenção, resultando na emissão do citado Ato, objeto de processo já transitado em julgado na esfera administrativa. Portanto, a recorrente já teve oportunidade de se defender do cancelamento de isenção e, ao ter seu benefício cancelado, a entidade deveria ter requerido, junto ao INSS ou RFB, novo pedido de isenção. A insistência da recorrente em afirmar que é possuidora do CEAS para o período do débito apenas demonstra que a recorrente confunde a atividade beneficente e sua certificação, ou mesmo a filantrópica, com a isenção. Cumpre, contudo, esclarecer, que a filantropia é apenas o pressuposto da isenção, sendo que, à época da ocorrência do fato gerador, a isenção consistia em uma relação jurídica de exclusão do crédito tributário e a sua obtenção e manutenção está sempre condicionada à existência de determinadas formalidades essenciais. Dessa forma, quando da lavratura do AI em comento, a entidade deveria preencher os requisitos legais, comproválos junto à Receita Previdenciária ou à Receita Federal do Brasil, dependendo do período, e requerer a outorga da isenção. Nesse sentido, o direito ao benefício da isenção das contribuições previdenciárias não era, à época da ocorrência do fato gerador, exercível de plano por quem preenchia as condições, mas dependia de ato declaratório da Administração Pública, estabelecido a título precário, passível de anulação quando a entidade deixasse de preencher as condições legais de manutenção. Portanto, consoante determinação contida no § 1o, do art. 55 da Lei 8.212/91, vigente à época, para a entidade beneficente usufruir a isenção previdenciária deveria requerer o benefício no INSS, o que não restou comprovado no caso em estudo. Os diversos protocolos de processos apresentados ao MPS, referentes a Relatórios Anuais de Atividade, não comprovam que a entidade autuada tenha requerido a outorga da isenção, como quer fazer crer a recorrente, como também não consta pedido de isenção deferido pela Autarquia Previdenciária, ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Verificase, sim, dos autos, que a recorrente não possui mais a isenção, já que foi emitido o Ato Cancelatório e, para usufruir do referido benefício fiscal novamente, a entidade deveria têlo requerido, à época, junto ao órgão competente, em consonância com os ditames legais, em especial os inseridos no art. 55 da lei 8.212/91 e em obediência ao princípio da legalidade. Relativamente ao Mandado de Segurança ajuizado pela recorrente perante o Superior Tribunal de Justiça (n° 9.220/DF), constatase, dos documentos acostados aos autos, que a decisão foi no sentido de que reconhecer seu direito ao CEAS, o que, como amplamente Fl. 262DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 258 11 exposto acima, não lhe dava direito, por si só, à isenção previdenciária, uma vez que deveriam ser observados os demais requisitos elencados no art. 55, da Lei 8.212/91. Da mesma forma, não procede a afirmação feita de que a recorrente estaria há trinta anos utilizando de isenção que teria sido cassada sem que nenhuma providência tivesse sido tomada pelas autoridades do INSS, uma vez que, conforme demonstrado no Acórdão recorrido, houve várias ações fiscais junto à recorrente nesse período, tendo sido levantado débito contra a entidade, o que não foi negado pela autuada em seu recurso. A atuada questiona que, se não fosse isenta das contribuições previdenciárias desde 1995, porque a Autoridade Lançadora teria esperado décadas do suposto cancelamento para finalmente promover o lançamento das contribuições que entende devidas somente referente ao ano calendário de 2006. Contudo, como já exposto acima, houve outros lançamentos de débito no período, e o AI ora discutido se refere à contribuições relativas às competências de 2006 e 2007, uma vez que a recorrente informa, em GFIP, uma condição de isenta sem possuíla, uma vez que não requereu a isenção, contrariando o disposto no § 1o , do art. 55, da Lei 8.212/91. Também não houve inobservância do disposto na Lei 9.430/96, art. 32, uma vez que referido dispositivo legal trata de impostos incidentes sobre patrimônio, renda ou serviços, o que não é o caso presente. A entidade autuada alega, ainda, que não se encontra uma linha sequer no relatório fiscal contendo a descrição exata e precisa de qual teria sido a infração cometida ou a condição descumprida pela Recorrente para justificar o cancelamento de seu direito ao beneficio fiscal. Entretanto, restou claro, no relatório fiscal, que a entidade deixou de requerer, junto ao INSS, a isenção pretendida. A fiscalização deixou claro que a recorrente não faz jus ao benefício de isenção previdenciária por ter tido sua isenção cancelada pelo Ato Declaratório, e por não ter requerido, junto ao INSS ou RFB, a outorga da isenção. Ademais, a recorrente demonstrou plena ciência do motivo do lançamento ao afirmar, em seu recurso (fls, 229), que “Na verdade, a Autoridade Lançadora apontou apenas um dos requisitos, que seria a suposta ausência de requerimento perante o INSS de renovação da isenção em tela, para não reconhecer a isenção da Recorrente”. Portanto, não há que se falar em cerceamento de defesa ou ausência de motivos No mesmo sentido, entendo que a citação de dispositivo legal objeto da ADIN não invalida o AI, que foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente autuante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem o Auto de Infração, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. Fl. 263DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 12 O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura do AI e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à autuada. Dessa forma, verificase que o processo foi instruído em conformidade com o que dispõe o Decreto 70.325/72, que estabelece: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Nesse sentido, como todos os elementos necessários para a elaboração de defesa pelo contribuinte encontramse nos autos, não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa. No mérito, a recorrente reafirma sua condição de isenta e de possuidora do CEAS e cumpridora do todos os demais requisitos constantes da legislação, seja a Lei n° 3.577/59, seja a Lei n° 8.212/91, ou ate mesmo a Lei n° 12.101/09, e tece considerações acerca da alteração legislativa imposta pela Lei n° 12.101/09, que revogou expressamente o art. 55, da Lei n° 8.212/91, ressaltando que não é mais necessário formalizar qualquer requerimento ao INSS ou à RFB, no sentido de reconhecimento desta isenção, exatamente como previa a Lei n° 3.577/59, aplicável ao caso da Recorrente. Porém, entendo que deva ser levado em conta requisitos de isenção vigentes na data do fato gerador, de acordo com o art. 144 do CTN, e como ocorreu modificação da lei revogada que tratava dos requisitos para o reconhecimento da filantropia, são os requisitos da primeira que devem ser analisados. O Decreto nº 7.237, de 20/07/2010, que regulamenta a Lei no 12.101/2009, e dispõe sobre o processo de certificação das entidades beneficentes de assistência social para obtenção da isenção das contribuições para a Seguridade Social, dispõe que: Art.44.Os pedidos de reconhecimento de isenção não definitivamente julgados em curso no âmbito do Ministério da Fazenda serão encaminhados à unidade competente daquele órgão para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção, de acordo com a legislação vigente no momento do fato gerador. Parágrafo único.Verificado o direito à isenção, certificarseá o direito à restituição do valor recolhido desde o protocolo do pedido de isenção até a data de publicação da Lei no 12.101, de 2009. Art.45.Os processos para cancelamento de isenção não definitivamente julgados em curso no âmbito do Ministério da Fazenda serão encaminhados à unidade competente daquele órgão para verificação do cumprimento dos requisitos da isenção na forma do rito estabelecido no art. 32 da Lei no 12.101, de 2009, aplicada a legislação vigente à época do fato gerador Fl. 264DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 259 13 Observase que foi exatamente dessa forma que agiu a autoridade autuante. Aplicou, no AI discutido, a legislação vigente à época do fato gerador, qual seja, o art. 55 da Lei 8.212/91, que estabelecia que a entidade deveria requerer a outorga da isenção junto ao Órgão Previdenciário. E como a recorrente não requereu a isenção, não faz jus ao referido benefício para o período objeto do AI em tela, já que não observou os requisitos estabelecidos em Lei, mais especificamente aquele inserido no § 1o , do art. 55, da Lei 8.212/91 vigente à época do fato gerador. Em relação às alegações de improcedência e ilegalidade do Ato Cancelatório 004/95, entendo que a recorrente deveria demonstrar seu inconformismo nos autos que discute o referido Ato, e não no presente processo administrativo fiscal, que tem como objeto o lançamento de contribuições devidas e não recolhidas. Conforme esclarecido pela autoridade julgadora de primeira instância e não negado pela autuada, a recorrente já exerceu seu direito ao contraditório e à ampla defesa no processo que discutiu o Ato Cancelatório, que já foi julgado definitivamente na esfera administrativa. Concluise, portanto, que não cabe, por meio do processo ora discutido, apreciar as alegações de nulidade de um Ato Cancelatório que já teve seu trânsito em julgado. Da mesma forma, é descabida a referência ao art. 3o, da Lei 9.429/96, uma vez que, conforme bem observado pela autoridade julgadora de primeira instância, o Ato Cancelatório citado não foi motivado pela não apresentação de pedido de renovação de isenção de contribuição social E como a recorrente não requereu a isenção, não faz jus à isenção para o período objeto do AI em tela, já que não observou os requisitos estabelecidos em Lei, mais especificamente aquele inserido no § 1o , do art. 55, da Lei 8.212/91. E, sendo o lançamento um ato vinculado, a Autoridade Fiscal, ao constatar a ocorrência do fato gerador e o não recolhimento das contribuições devidas, lavrou corretamente o presente AI, em observância ao disposto no art. 37 da Lei 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009: Art. 37. Constatado o nãorecolhimento total ou parcial das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32 desta Lei, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração ou notificação de lançamento. Nesse sentido e. Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO por CONHECER do recurso e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 14 Bernadete de Oliveira Barros Relator Voto Vencedor Leonardo Henrique Pires Lopes, voto Redator Da multa aplicada A autuação em comento referese ao descumprimento pelo contribuinte da sua obrigação tributária principal, consistente no dever de recolher a contribuição previdenciária dentro do prazo previsto em lei. Além do pagamento do tributo não recolhido, a legislação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores previa a imposição ao contribuinte da penalidade correspondente ao atraso no pagamento, conforme art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que escalonava a multa (I) de 4% a 20%, quando o valor devido não tivesse sido incluído em notificação fiscal de lançamento, (II) de 12% a 50% para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal, e (III) de 30% a 100% nos casos em que o débito já tivesse sido inscrito em dívida ativa. Como se depreende do caput do art. 35 referido (sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos...) a penalidade decorria do atraso no pagamento, independentemente de o lançamento ter sido efetuado de ofício ou não. Em outras palavras, não existia na legislação anterior a multa de ofício, aplicada em decorrência do lançamento de ofício pela auditoria fiscal, mas apenas a multa de mora, oriunda do atraso no recolhimento da contribuição. A punição do art. 35 da referida lei dirigiase à demora no pagamento, sendo mais agravada/escalonada de acordo com o momento em que fosse recolhida. Ocorre que, com o advento da MP nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009, o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 foi revogado, tendo sido incluída nova redação àquele art. 35. A análise dessa nova disciplina sobre a matéria, introduzida em dezembro/2008, adquire importância em face da retroatividade benigna da legislação posterior que culmine penalidade mais benéfica ao contribuinte, nos termos do art. 106, II do CTN, in verbis: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 260 15 Cabe, portanto, analisar as disposições introduzidas com a referida MP nº 449/2008 e mantidas com a sua conversão na Lei nº 11.941/2009: Art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 61 da Lei nº 9.430/1996 Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. À primeira vista, a indagação de qual seria a norma mais favorável ao contribuinte seria facilmente resolvida, com a aplicação retroativa da nova redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996, sendo esta última a utilizada nos casos em que a multa de mora excedesse o percentual de 20% previsto como limite máximo pela novel legislação. Contudo, o art. 35A, também introduzido pela mesma Lei nº 11.941/2009, passou a punir o contribuinte pelo lançamento de ofício, conduta esta não tipificada na legislação anterior, calculado da seguinte forma: Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Fl. 267DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS 16 Pela nova sistemática aplicada às contribuições previdenciárias, o atraso no seu recolhimento será punido com multa de 0,33% por dia, limitado a 20% (art. 61 da Lei nº 9.430/1996). Sendo o caso de lançamento de ofício, a multa será de 75% (art. 44 da Lei nº 9.430/1996). Não existe qualquer dúvida quanto à aplicação da penalidade em relação aos fatos geradores ocorridos após o advento da MP nº 449/2008. Contudo, diante da inovação em se aplicar também a multa de ofício às contribuições previdenciárias, surge a dúvida de com que norma será cotejada a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 para se verificar a existência da penalidade mais benéfica nos moldes do art. 106, II, “c” do CTN. Isto porque, caso seja acolhido o entendimento de que a multa de mora aferida em ação fiscal está disciplinada pelo novo art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei 9.430/1996, terá que ser limitada ao percentual de 20%. Ocorre que alguns doutrinadores defendem que a multa de mora teria sido substituída pela multa de ofício, ou ainda que esta seria sim prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991, na sua redação anterior, na medida em que os incisos II e III previam a aplicação da penalidade nos casos em que o débito tivesse sido lançado ou em fase de dívida ativa, ou seja, quando tivesse decorrido de lançamento de ofício. Contudo, nenhum destes dois entendimentos pode prevalecer. Consoante já afirmado acima, a multa prevista na redação anterior do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 destinavase a punir a demora no pagamento do tributo, e não o pagamento em razão de ação fiscal. O escalonamento existente era feito de acordo com a fase do pagamento, isto é, quanto mais distante do vencimento do pagamento, maior o valor a ser pago, não sendo punido, portanto, a não espontaneidade do lançamento. Também não seria possível se falar em substituição de multa de mora por multa de ofício, pois as condutas tipificadas e punidas são diversas. Enquanto a primeira relacionase com o atraso no pagamento, independentemente se este decorreu ou não de autuação do Fisco, a outra vinculase à ação fiscal. Por outro lado, não me parece correta a comparação da nova multa calculada conforme o art. 35A da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício prevista em 75% do valor da contribuição devida) com o somatório das multas previstas no art. 32, §4º e 5º e no revogado art. 35 ambos da Lei nº 8.212/1991. Em primeiro lugar, esse entendimento somente teria coerência, o que não significa legitimidade, caso se entendesse que a multa de ofício substituiu as penalidades tanto pelo descumprimento da obrigação principal quanto pelo da acessória, unificandoas. Nesses casos, concluindose pela aplicação da multa de ofício, por ser supostamente a mais benéfica, os autos de infração lavrados pela omissão de fatos geradores em GFIP teriam que ser anulados, já que a penalidade do art. 44, I da Lei nº 9.430/1996 (multa de ofício) estaria substituindo aquelas aplicadas em razão do descumprimento da obrigação acessória, o que não vem sendo determinado pelo Fisco. Em segundo lugar, não se podem comparar multas de naturezas distintas e aplicadas em razão de condutas diversas. Conforme determinação do próprio art. 106, II do CTN, a nova norma somente retroage quando deixar de definir o ato como infração ou quando Fl. 268DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Processo nº 17883.000036/201088 Acórdão n.º 2301003.068 S2C3T1 Fl. 261 17 cominarlhe penalidade menos severa. Tanto em um quanto no outro caso verificase a edição de duas normas em momentos temporais distintos prescrevendo a mesma conduta, porém com sanções diversas. Assim, somente caberia a aplicação do art. 44, I da Lei nº 8.212/1996 se a legislação anterior também previsse a multa de ofício, o que não ocorria até a edição da MP nº 449/2008. A anterior multa de mora somente pode ser comparada com penalidades que tenha a mesma ratio, qual seja, o atraso no pagamento das contribuições. Revogado o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, cabe então a comparação da penalidade aplicada anteriormente com aquela da nova redação do mesmo art. 35, já transcrita acima, que remete ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Não só a natureza das penalidades leva a esta conclusão, como também a própria alteração sofrida pelo dispositivo. No lugar da redação anterior do art. 35, que dispunha sobre a multa de mora, foi introduzida nova redação que também disciplina a multa de mora, agora remetendo ao art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Estes dois dispositivos é que devem ser comparados. Diante de todo o exposto, não é correto comparar a multa de mora com a multa de ofício. Esta terá aplicação apenas aos fatos geradores ocorridos após o seu advento. Para fins de verificação de qual será a multa aplicada no caso em comento, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Fl. 269DF CARF MF Impresso em 14/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 0 4/01/2013 por LEONARDO HENRIQUE PIRES LOPES, Assinado digitalmente em 16/01/2013 por MARCELO OLIVEIR A, Assinado digitalmente em 06/01/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720463/2008-10
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2004
MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. FALTA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS
O contribuinte que opta pela apuração anual da CSLL, mas não cumpre a obrigação de antecipar pagamentos mensais com base na receita bruta ou com base em balancetes mensais de suspensão ou redução, sujeita-se à aplicação de penalidade de 50% sobre o valor mensal dessa exação fiscal cujo pagamento deixou de ser antecipado, consoante norma tributária de regência.
FALTA DE RECOLHIMENTO DE SALDO A PAGAR DA CSLL APURADO E DECLARADO NA DIPJ. AJUSTE ANUAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO DO PRINCIPAL COM JUROS DE MORA E RESPECTIVA PENALIDADE. MATÉRIA NÃO RECORRIDA. PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA
É cabível o lançamento de ofício para exigência do saldo da CSLL a pagar apurado no ajuste anual, declarado em DIPJ, mas não confessado em DCTF, com respectivos juros de mora e multa de ofício de 75%.
O crédito tributário não expressamente recorrido considera-se definitivamente constituído, não cabendo mais sua discussão na órbita administrativa.
MULTAS DE NATUREZA DIVERSA. INFRAÇÕES DISTINTAS. CONCOMITÂNCIA NÃO CONFIGURADA. LEGALIDADE
A multa de ofício aplicada isoladamente pela falta de antecipação de pagamento das estimativas mensais e a multa regular, exigida pelo não recolhimento do saldo da CSLL apurado no ajuste anual, além de terem natureza jurídica distintas, possuem, respectivamente, substrato econômico de relevância jurídico-tributária diversos.
Numero da decisão: 1802-001.259
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Gilberto Baptista e Marco Antonio Nunes Castilho, que apenas afastavam a multa isolada, e o Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão que dava provimento ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente
(documento assinado digitalmente)
Nelso Kichel- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel, Gilberto Baptista, Marco Antônio Nunes Catilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
Nome do relator: NELSO KICHEL
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2004 MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. FALTA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS O contribuinte que opta pela apuração anual da CSLL, mas não cumpre a obrigação de antecipar pagamentos mensais com base na receita bruta ou com base em balancetes mensais de suspensão ou redução, sujeita-se à aplicação de penalidade de 50% sobre o valor mensal dessa exação fiscal cujo pagamento deixou de ser antecipado, consoante norma tributária de regência. FALTA DE RECOLHIMENTO DE SALDO A PAGAR DA CSLL APURADO E DECLARADO NA DIPJ. AJUSTE ANUAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO DO PRINCIPAL COM JUROS DE MORA E RESPECTIVA PENALIDADE. MATÉRIA NÃO RECORRIDA. PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA É cabível o lançamento de ofício para exigência do saldo da CSLL a pagar apurado no ajuste anual, declarado em DIPJ, mas não confessado em DCTF, com respectivos juros de mora e multa de ofício de 75%. O crédito tributário não expressamente recorrido considera-se definitivamente constituído, não cabendo mais sua discussão na órbita administrativa. MULTAS DE NATUREZA DIVERSA. INFRAÇÕES DISTINTAS. CONCOMITÂNCIA NÃO CONFIGURADA. LEGALIDADE A multa de ofício aplicada isoladamente pela falta de antecipação de pagamento das estimativas mensais e a multa regular, exigida pelo não recolhimento do saldo da CSLL apurado no ajuste anual, além de terem natureza jurídica distintas, possuem, respectivamente, substrato econômico de relevância jurídico-tributária diversos.
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FALTA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS O contribuinte que opta pela apuração anual da CSLL, mas não cumpre a obrigação de antecipar pagamentos mensais com base na receita bruta ou com base em balancetes mensais de suspensão ou redução, sujeitase à aplicação de penalidade de 50% sobre o valor mensal dessa exação fiscal cujo pagamento deixou de ser antecipado, consoante norma tributária de regência. FALTA DE RECOLHIMENTO DE SALDO A PAGAR DA CSLL APURADO E DECLARADO NA DIPJ. AJUSTE ANUAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO DO PRINCIPAL COM JUROS DE MORA E RESPECTIVA PENALIDADE. MATÉRIA NÃO RECORRIDA. PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA É cabível o lançamento de ofício para exigência do saldo da CSLL a pagar apurado no ajuste anual, declarado em DIPJ, mas não confessado em DCTF, com respectivos juros de mora e multa de ofício de 75%. O crédito tributário não expressamente recorrido considerase definitivamente constituído, não cabendo mais sua discussão na órbita administrativa. MULTAS DE NATUREZA DIVERSA. INFRAÇÕES DISTINTAS. CONCOMITÂNCIA NÃO CONFIGURADA. LEGALIDADE A multa de ofício aplicada isoladamente pela falta de antecipação de pagamento das estimativas mensais e a multa regular, exigida pelo não recolhimento do saldo da CSLL apurado no ajuste anual, além de terem natureza jurídica distintas, possuem, respectivamente, substrato econômico de relevância jurídicotributária diversos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 04 63 /2 00 8- 10 Fl. 156DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 156 2 Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Gilberto Baptista e Marco Antonio Nunes Castilho, que apenas afastavam a multa isolada, e o Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão que dava provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel, Gilberto Baptista, Marco Antônio Nunes Catilho e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 157 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls.150/153 contra a decisão da 1ª Turma da DRJ/Belém (fls. 137/145) que julgou improcedente a impugnação relativa ao auto de infração da CSLL, anocalendário 2004. Quanto aos fatos, consta do auto de infração da CSLL de 27/08/2008, ano calendário 2004 (fls.05/12) e demonstrativos anexos (fls. 14/15), as seguintes infrações imputadas, in verbis: (...) 001 INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO/DECLARAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO OU DECLARAÇÃO O contribuinte apurou e registrou na Declaração de Informações Econômico Fiscais a CSLL Anual da ordem de R$34.936,98, contudo não consignou o referido valor em DCTF, bem como não procedeu o devido recolhimento, dessa forma o valor acima referido passa a fazer parte integrante do presente Auto de Infração e evidenciado no DEMONSTRATIVO DE DIFERENÇAS APURADAS PELO AFRFB que faz parte integrante do presente Auto de Infração. Fato Gerador Ocorrência 31/12/2004 Val. Tributável ou Contribuição Multa(%) 12/2004 R$ 34.936,98 75, 00 Enquadramento Legal: Art. 841, incisos I, III e IV, do RIR/99. 002 MULTAS ISOLADAS. FALTA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A BASE ESTIMADA O contribuinte apurou e registrou na Declaração de Informações Econômico Fiscais a Contribuição Social incidente sobre a base de cálculo estimada em função de balanços de suspensão ou redução, contudo não recolheu tais valores e não os consignou em DCTF, dai que passa a fazer parte integrante do presente Auto de Infração. (...) Fl. 158DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 158 4 Período de Apuração Débito Escriturado PJ (1) Valor Recolhido (2) Diferença Apurada (12) Multa (%) Valor da Multa 31/01/2004 5.171,17 1.280,00 3.891,17 50,00 1.945,59 30/04/2004 7.435,86 1.280,00 6.155,86 50,00 3.077,92 31/05/2004 11.557,59 1.280,00 10.277.59 50,00 5.138,80 30/06/2004 14.708,78 1.280,00 13.428.78 50,00 6.714,35 31/07/2004 21.230,78 1.880,00 19.350,78 50,00 9.675,35 31/08/2004 12.930,54 1.908,00 11.022,54 50,00 5.511,27 30/09/2004 18.395,51 1.908,00 16.487,51 50,00 8.246,76 31/10/2004 13.834,33 1.908,00 11.926,33 50,00 5.963,17 30/11/2004 12.682,24 1.908,00 10.774,24 50,00 5.387,12 (...) Enquadramento legal: Arts. 222 e 843 do RIR/99 c/c art. 44, §1º, inciso IV, da Lei n° 9.430/96 alterado pelo art. 14 da Medida Provisória n° 351/07 c/c art. 106, inciso II, alinea "c" da Lei n° 5.172/66. (...) Crédito tributário lançado de ofício: TRIBUTO PRINCIPAL R$ JUROS DE MORA (calculados até 31/07/2008) R$ MULTA DE OFÍCIO 75% R$ MULTA ISOLADA 50% R$ TOTAL R$ CSLL 34.936,98 16.748,78 26.202,73 51.647,42 129.545,91 A impugnante tomou ciência do auto de Infração em 27/08/2008(fls.06/12). Na na primeira instância, quando da apresentação da impugnação em 19/09/2008 (fls. 110/115), a contribuinte aduziu, em síntese, as seguintes razões: preliminarmente, que o art. 44, §1º, inciso IV, da Lei nº 9.430/96 é inaplicável, uma vez que foi revogado pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007; que o auto de infração tem como objeto, além da cobrança do saldo da CSLL apurado com base no lucro real (declaração de ajuste anual) com imposição de multa de ofício e respectivos juros de mora, a exigência de multa isolada sobre os valores não recolhidos por estimativa mensal, caracterizando dupla penalização, o que é ilegítimo. Em defesa de sua tese, invocou ainda precedentes jurisprudenciais, ou seja, julgados administrativos e judiciais; que, ainda , protestou genericamente provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitidos. A DRJ/Belém, por sua vez, não acolheu as alegações da contribuinte, julgou a impugnação improcedente, mantendo o lançamento fiscal, cuja ementa do acórdão recorrido transcrevo a seguir (fl. 137), in verbis: (...) Fl. 159DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 159 5 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas por órgãos colegiados não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão, na forma do art. 100, II, do Código Tributário Nacional (CTN). DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO DA ADMINISTRATIVA. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, salvo quando tenha gerado uma súmula vinculante, nos termos da Emenda Constitucional n.° 45, DOU de 31/12/2004. NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO VEDADA. ENTENDIMENTO ADMINISTRATIVO. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade dos preceitos legais que embasaram o ato de lançamento. As leis regularmente editadas segundo o processo constitucional gozam de presunção de constitucionalidade e de legalidade até decisão em contrário do Poder Judiciário. As alegações de inconstitucionalidade ou de ilegalidade somente são apreciadas nos julgamentos administrativos quando houver expressa autorização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido (...) Cabe trazer à colação, também, no que pertinente, os fundamentos do voto vencedor do acórdão recorrido (fls. 143/145): (...) Ao tempo do lançamento (27/08/2008), já estava em vigor a nova redação da Lei nº 9.430/96, dada pela Lei nº 11.488, de 15/06/2007, que poderia ser estendida ao tempo dos fatos Fl. 160DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 160 6 geradores em face da retroatividade benigna (art. 106, inciso II, “c”, CTN). (...) A recorrente ainda contesta a aplicação da multa de ofício, alegando a impossibilidade de aplicação da multa de ofício e da multa isolada sobre a mesma base. O argumento não há que prosperar, vez que as duas penalidades têm fundamentações distintas. A primeira (multa de ofício), com base no imposto que deixou de recolhido ao final do período de apuração (art. 44, I, Lei 9.430/96). A segunda (multa isolada), com base nas estimativas que deixaram de ser recolhidas (art. 44, II, Lei 9430/96). Outrossim, a autoridade administrativa se encontra totalmente vinculada aos ditames legais (art. 116, inc. III, da Lei n.º 8.112/1990), mormente quando do exercício do controle de legalidade do lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional CTN). A esta autoridade, não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia dos preceitos legais considerados no lançamento, como é o caso da fundamentação legal das multas aplicadas. Como as leis em vigor gozam da presunção de legalidade e constitucionalidade, resta ao agente da Administração Pública aplicálas, a menos que estejam incluídas nas hipóteses de que trata o Decreto nº 2.346/1997, ou que haja determinação judicial em sentido contrário beneficiando o contribuinte, o que efetivamente não é o caso. (...) Ciente desse decisium em 11/11/2011 (fl. 148), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 30/11/2011 (fls. 150/153) apenas contra a exigência da multa isolada, cujas razões, em síntese, são as seguintes: que, na instância a quo, a contribuinte concentrou sua argumentação, quanto ao mérito, no sentido de descaracterizar a aplicação da multa isolada; que a multa isolada aplicada sobre débitos de estimativa mensal de CSLL não pagos (falta de antecipação de pagamento) foi lançada, concomitantemente, com a multa de ofício incidente sobre o saldo da CSLL apurado no ajuste anual; que a multa isolada está sendo exigida sobre a mesma base de cálculo da multa de ofício, configurando dupla penalidade, o que é ilegítimo; que, entretanto, a decisão recorrida manteve o lançamento fiscal, ao consignar que as duas penalidades têm fundamentação legal distinta; que a multa de ofício incidiu sobre o saldo de CSLL apurado no ajuste anual (no encerramento do anocalendário), o qual não foi recolhido; que, por sua vez, a multa isolada incidiu sobre os valores das Fl. 161DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 161 7 estimativas mensais da CSLL que deixaram de ser antecipadas (não foram recolhidas) durante o anocalendário; que tal entendimento da decisão objurgada não pode prevalecer; que o valor da estimativa mensal não é tributo; que o fato gerador da CSLL ocorre apenas no encerramento do anocalendário; que o valor da base de cálculo da CSLL é apurado no final do ano, por ocasião do balanço anual, momento em que é apurado o valor da CSLL e compensado com os valores pagos antecipamente mês a mês sobre base estimada; que tributo, na acepção do art. 3º do CTN, pressupõe a existência de obrigação tributária, que não pode ser confundido com valor calculado de forma estimada e provisória; que é inconcebível e inaceitável a multa isolada pretendida nos termos do auto de infração, pois fundada em base de cálculo estimada (base irreal); que a multa isolada, além de estar sendo exigida em duplicidade com a multa de ofício, suplanta o valor da multa de ofício que é calculada em base real; que, encerrado o período de apuração do tributo, a exigência de recolhimentos por estimativa deixa de ter sua eficácia, passando a prevalecer a exigência do tributo efetivamente devido, com base no lucro real. Se não pago esse saldo devido de CSLL, cabe sua exigência com respectiva multa de ofício, por auto de infração. Entretanto, nesse caso, não cabe a imposição de multa isolada por auto de infração, por falta de recolhimento de tributo por estimativa mensal, sob pena de dupla incidência de multa sobre a mesma infração. Invocou, ainda, precedentes de jurisprudência administrativa deste Conselho. Por fim, quanto a matéria recorrida, pediu provimento ao recurso. É o relatório. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 162 8 Voto O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos para sua admissibilidade. Por conseguinte, dele conheço. Conforme relatado, os autos tratam da exigência de: a) multa isolada, no patamar de 50%, sobre o valor da CSLL estimativa mensal apurada pela própria contribuinte com base na receita bruta mensal ou com base em balanço de suspensão ou redução, cujo pagamento não foi antecipado no anocalendário 2004, implicando aplicação dessa sanção por violação da legislação de regência. As estimativas da CSLL não foram confessadas em DCTF e, também, não foram pagas. Como o auto de infração foi lavrado após o encerramento desse anocalendário, por conseguinte foi lançada, em relação às estimativas mensais, apenas a respectiva multa isolada; b) saldo de CSLL a pagar, apurado pela própria contribuinte no encerramento do anocalendário 2004 com base no lucro real, porém tal saldo não foi confessado em DCTF, nem recolhido. Por isso, da exigência do principal dessa exação fiscal (saldo de CSLL a pagar), juros de mora respectivos e multa de ofício de 75%. Nesta instância recursal, a recorrente rebelase expressamente contra a decisão recorrida apenas quanto à manutenção da exigência da multa isolada sobre as estimativas mensais não recolhidas, acatando, portanto, a exigência do saldo de CSLL lançado de ofício (principal), juros de mora respectivos e multa de 75%. Quanto à matéria não recorrida, restou configurada a preclusão administrativa, não cabendo mais, nessa parte, discussão na órbita administrativa. Logo, em relação ao crédito tributário controlado nestes autos, está em litígio apenas a exigência fiscal da multa isolada pela falta de pagamento antecipado das estimativas do anocalendário de 2004. Inexistindo preliminar a ser enfrentada, passo à análise do mérito. A penalidade – multa isolada pela ausência dos recolhimentos das estimativas – foi imposta porque a contribuinte não efetuou os adiantamentos de caixa ao Tesouro, conforme se comprometera ao optar pela apuração anual dessa exação fiscal. Não entendo as estimativas mensais como sendo mera antecipação de tributo eventualmente devido no encerramento do anocalendário e que, caso não se confirme débito do tributo no encerramento do anocalendário em 31 de dezembro (data do fato gerador), não seriam geradas sanções pela falta de antecipação de pagamento. O artigo 44, inciso I, c/c o §1º, inciso IV, da Lei nº 9.436/96, estabelecia na sua redação original: Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 163 9 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, (...) 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: [...] IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; (grifos não pertencem ao original) Posteriormente, a redação desse artigo foi alterada pela MP 351/2007, convertida na Lei nº 11.488, 2007, in verbis: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) [...] II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) [...] b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) (grifos não pertencem ao original) Indiscutível, portanto, que o legislador reduziu o percentual de 75% para 50% da multa à infração tributária “falta de antecipação de pagamento de estimativa mensal” cuja infração, sancionada desde a redação original do art. 44 da Lei nº 9.430/96, continua sendo penalizada pela Lei nº 11.488/2007 e, data venia, malogradas as teses em contrário. Não se trata da ocorrência de fato gerador de obrigação tributária principal (obrigação de dar), mas sim de fato de gerador de medida coercitiva por descumprimento de obrigação tributária de fazer (dever de antecipar pagamento, mensalmente, de tributo eventualmente devido no encerramento do anocalendário) para evitar que a norma tributária do artigo 2º, da mesma Lei, não se torne inócua ou letra morta. A propósito, transcrevo o disposto no art. 2º da Lei nº 9.430/96: Pagamento por Estimativa Art. 2º A pessoa juridica sujeita à tributacão com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, Fl. 164DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 164 10 determinado sobre base de calculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, observado o disposto nos paragrafos 1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9065, de 20 de junho de 1995. Paragrafo 1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo sera determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. (grifos não pertencem ao original) E estabelece, ainda, o artigo 3º, caput: Art. 3º A adocão da forma de pagamento do imposto prevista no art. 1º, pelas pessoas juridicas sujeitas ao regime do lucro real, ou a opção pela forma do art. 2º será irretratável para todo o anocalendário. (grifos não pertencem ao original) Volto a dizer, entendimento antagônico à aplicação e exigência da sanção (multa isolada) pela falta de antecipação de estimativas mensais é um contrassenso, pois implicaria ferir de morte o instituto da “antecipação de pagamentos por estimativa mensal” e inviabilizaria, por conseguinte, a mantutenção, na legislação, do regime do lucro real anual que não é obrigatório, mas meramente opcional. Logo, se a contribuinte optou pela apuração anual, assumiu a obrigação de fazer as antecipações de pagamento das estimativas mensais da exação fiscal objeto dos autos e não cumpriu o disposto na legislação de regência, é responsável pela infração imputada. O dispositivo legal (Lei nº 9.430/96, art. 44), com redação atualizada recentemente pela Lei nº 11.488/2007, reafirmou a continuidade da vigência do instituto da “antecipação de pagamentos por estimativas mensais” no lucro real anual. Assim, o julgador administrativo não pode deixar de aplicar a lei, nem negar sua vigência. Aqui, cabe observar que o regime do lucro real anual, como dito, é opcional. Se não houvesse expressa opção da contribuinte nesse sentido (opção pelo lucro real anual, com obrigação de antecipação de pagamento das estimativas mensais), incidiria, de plano, o regime obrigatório do lucro real trimestral. Ora, com a opção materializada pelo lucro real anual, a contribuinte afastou a apuração trimestral. Entreanto, não efetuando pagamentos das antecipações mensais das estimativas apuradas, a título de argumentação, houve, além de tudo, afastamento indevido do regime do lucro real trimestral. Vale dizer, denominase estimativa mensal porque, de antemão, os contribuintes, por opção previamente manifestada, preferem estimar o lucro, com base na receita bruta mensal ou com base em balancetes de suspensão ou redução, porque a partir da edição da Lei nº 9.430/96 (art. 1º) as pessoas jurídicas deveriam, em regra, apurar a base de cálculo do IRPJ e CSLL em períodos trimestrais, in verbis: IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURIDICA Secao I Fl. 165DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 165 11 Apuracao da Base de Calculo Periodo de Apuracao Trimestral Art. 1º A partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas juridicas sera determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por periodos de apuracão trimestrais, encerrados nos dias 31 de marco, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. Logo, se o contribuinte exerceu opção formal, voluntariamente, pelo lucro real anual, assumindo o dever de antecipar pagamentos por estimativa mensal, para livrarse do regime de apuração do lucro real trimestral, não pode, mais adiante, durante o anocalendário, esquivarse de fazer as antecipações de recolhimentos por estimativa mensal. Para a aplicação da indigitada multa isolada não há que se falar em ocorrência de fato gerador do tributo (obrigação de dar), no caso a CSLL, visto que não se está a cobrar esse tributo, que ao final do anocalendário, pode ou não ser devido, em face do ajuste anual, mas basta tãosomente a ocorrência do fato gerador da multa pelo descumprimento do dever legal de antecipar pagamento das estimativas mensais (obrigação de fazer). Logo, após encerrado o respectivo anocalendário, o valor do tributo estimado, não confessado e não pago por antecipação, repitase, serve unicamente como base de cálculo da sanção pela violação do dever legal de antecipação pagamento e não interessa, ao legislador, se o tributo, em si, é devido ou não ao final do período no ajuste anual. A base de cálculo da multa isolada por falta de antecipação de pagamento das estimativas mensais poderia ser outra, mas o legislador, quando da aprovação da lei, por questão de política fiscal, estabeleceu vinculação legal expressa entre a obrigatoriedade de fazer as antecipações de recolhimentos de valores por estimativa mensal e a penalidade que sanciona o descumprimento dessa norma, em relação ao contribuinte que opta, excepcionalmente, pelo regime anual de apuração do lucro real e assume recolher as estimativas . A exigência, ora discutida, é a penalidade aplicada por descumprimento de norma legal e, nesse caso, não há que se debater ser razoável ou não, a exigência do crédito tributário, sob pena de as autoridades julgadoras administrativas discutirem a legalidade das normas, o que é vedado. Frisese que o escopo do processo administrativo tributário não é o controle de legalidade da lei, mas sim o controle de legalidade do ato administrativo de lançamento fiscal, se foi produzido, ou não, em consonância com a legislação de regência. A propósito, no caso, não há macula alguma no lançamento fiscal. A razoabilidade que se poderia aqui aventar, o legislador tributário já entendeu aplicála de plano, quando reduziu o percentual da multa isolada de 75% para percentual mais razoável de 50%. Assim, definitivamente, não vejo nada de razoável em se deixar de aplicar penalidade, preceituada em lei, no caso do descumprimento de norma tributária. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 166 12 Ainda, para refutar as considerações em contrário à aplicação da multa isolada objeto dos autos, a título de argumentação, utilizo a seguinte analogia com a legislação de trânsito. Se os motoristas passassem o sinal vermelho e fossem autuados, ou ainda dirigissem acima do limite de velocidade previsto, e fossem autuados, poderiam se eximir da multa aplicada porque não colidiram ou não atropelaram ninguém. A final, não houve resultado danoso, portanto não haveria razão (ou não seria razoável) serem penalizados. Claro que não, a infração é formal, não exige resultado material. Mesmo raciocínio é aplicável na legislação tributária. Não havendo tributo ao final do ano, não há o porquê ser penalizado pelo descumprimento da norma que exigia o pagamento antecipado das estimativas mensais. Claro que não, a infração é formal, não exige que no final do anocalendário exista imposto a pagar. Lembremos que tanto o direito tributário quanto o direito penal têm em comum a tipicidade e, no presente caso, a norma é clara: a conduta do contribuinte que opta pela antecipação de recolhimentos de estimativas, não o fazendo, sujeitase à penalidade legalmente determinada. Incabível, ainda, eventual invocação do artigo 112 do Código Tributário Nacional – CTN, pois não há qualquer dúvida no texto legal quanto à base de cálculo para se exigir a penalidade objeto dos autos: é o montante que deveria ter sido recolhido e não o foi. Volto a destacar que não se está a tratar de exigência de tributo que, ao final do período, o contribuinte demonstra não ser devido (obrigação de dar), mas sim mera sanção pela violação do dever legal de antecipar tributo estatuído na norma legal (obrigação de fazer), cujo cálculo da exação tem como parâmetro o valor mensal não recolhido com base na receita bruta ou com base em balanço de suspensão ou redução. Desta forma, prestigio a norma tributária que define a sanção pela falta de antecipação de recolhimentos dos valores estimados durante o período, declarados pela contribuinte, mantendo, assim, a sua aplicação (sanção) por vigente e não declarada ilegal ou inconstitucional, defendendo, ainda, que sua imposição não fere qualquer princípio constitucional, sob pena de tornála, repito, administrativamente, inócua. E não cabe à autoridade julgadora administrativa arguição sobre a inconstitucionalidade, ou ilegalidade, das normas tributárias vigentes, sendo essa matéria de competência exclusiva do Poder Judiciário. Neste sentido a Súmula nº 02 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Ainda, no caso não vislumbro mácula alguma no lançamento fiscal que o pudesse inquinálo de nulidade. Por fim, sobre a pretensa concomitância de multas impostas sobre o mesmo fato, não merece guarida a pretensão da recorrente. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL Processo nº 10280.720463/200810 Acórdão n.º 1802001.259 S1TE02 Fl. 167 13 As penalidades aplicadas não se confundem, por serem de natureza totalmente distintas. A multa de ofício aplicada, no percentual de 75%, tem outro regramento legal – a falta/insuficiência de recolhimento do saldo da CSLL devida (obrigação de DAR), apurado com base no lucro ajustado pelas inclusões e exclusões, no encerramento do anocalendário (ajuste anual). Já, a multa isolada de 50%, decorreu da violação do dever legal de antecipar pagamento de CSLL estimativa mensal (obrigação de fazer), cuja base de cálculo da multa é a CSLL estimativa mensal que deixou de se paga a título de antecipação, com base na receita bruta mensal ou com base em balancete de suspensão/redução. As multas aplicadas, além de terem natureza jurídica diversa, sancionam infrações distintas e possuem, respectivamente, base de cálculo diversas (substrato econômico tributário distinto). Os precedentes jurispudenciais invocados não possuem caráter normativo, logo não vinculam o julgador. Descarto, portanto, a tese de que não podem ser aplicadas as duas multas, na situação objeto dos autos. Por tudo que foi exposto, voto para NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nelso Kichel Fl. 168DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por EST ER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por NELSO KICHEL
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Numero do processo: 11080.722608/2010-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Sep 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/1998, 01/05/1999 a 31/03/2000
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DA RESPONSABILIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. A tomadora de serviços é solidária com a prestadora de serviços contratado por empreitada global. A elisão é possível, mas se não realizada na época oportuna persiste a responsabilidade. Não há benefício de ordem na aplicação do instituto da responsabilidade solidária na construção civil. EMPRESA DE ECONOMIA MISTA SUJEITA-SE À LEI DE CUSTEIO Empresas públicas e os órgãos federais, estaduais, distritais e municipais que não possuam Regime Próprio de Previdência Social, estão sujeitos à Lei de Custeio da Seguridade Social, conforme disposto pelo art. 15 da Lei nº 8.212/91. AFERIÇÃO INDIRETA Em caso de recusa ou sonegação de qualquer informação ou documentação regulamente requerida ou a sua apresentação deficiente, a fiscalização deverá inscrever de ofício a importância que reputar devida, cabendo à empresa ou contribuinte o ônus da prova em contrário. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. A CND apenas certifica que, no momento de sua emissão, não havia crédito tributário formalmente constituído em desfavor da empresa, não afastando o direito da Fazenda Pública constituir e cobrar qualquer débito eventualmente apurado após a sua emissão, conforme ressalvado na própria CND. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.095
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Paulo Roberto Lara dos Santos, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato.
Nome do relator: LIEGE LACROIX THOMASI
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Empresas em Geral Recorrente BANCO DO BRASIL S/A E SITEL ILUMINAÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1998 a 31/12/1998, 01/05/1999 a 31/03/2000 RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. ELISÃO DA RESPONSABILIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. A tomadora de serviços é solidária com a prestadora de serviços contratado por empreitada global. A elisão é possível, mas se não realizada na época oportuna persiste a responsabilidade. Não há benefício de ordem na aplicação do instituto da responsabilidade solidária na construção civil. EMPRESA DE ECONOMIA MISTA SUJEITASE À LEI DE CUSTEIO Empresas públicas e os órgãos federais, estaduais, distritais e municipais que não possuam Regime Próprio de Previdência Social, estão sujeitos à Lei de Custeio da Seguridade Social, conforme disposto pelo art. 15 da Lei nº 8.212/91. AFERIÇÃO INDIRETA Em caso de recusa ou sonegação de qualquer informação ou documentação regulamente requerida ou a sua apresentação deficiente, a fiscalização deverá inscrever de ofício a importância que reputar devida, cabendo à empresa ou contribuinte o ônus da prova em contrário. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. A CND apenas certifica que, no momento de sua emissão, não havia crédito tributário formalmente constituído em desfavor da empresa, não afastando o direito da Fazenda Pública constituir e cobrar qualquer débito eventualmente apurado após a sua emissão, conforme ressalvado na própria CND. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 26 08 /2 01 0- 42 Fl. 214DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Liege Lacroix Thomasi – Relatora e Presidente Substituta Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liege Lacroix Thomasi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Paulo Roberto Lara dos Santos, Manoel Coelho Arruda Junior, Adriana Sato. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.722608/201042 Acórdão n.º 2302002.095 S2C3T2 Fl. 209 3 Relatório Trata o Auto de Infração de Obrigação Principal de contribuições previdenciárias patronais, decorrentes da responsabilidade solidária entre a notificada e a empresa SITEL ILUMINAÇÃO LTDA., pelos serviços prestados na construção civil, nas competências de 11/1998,12/1998 e de 05/1999 a 03/2000. A autuação foi lavrada em 20/08/2010 e cientificada ao sujeito passivo em 23/08/2010. A devedora solidária passiva foi notificada através de edital, conforme informação contida no processo. O débito foi constituído em substituição às Notificações Fiscais de Lançamento de Débito n.º 35.067.6682, referente a fatos geradores ocorridos antes de janeiro de 1999 e nº 35.067.6690, para os fatos geradores posteriores a 01/1999, ambas tornadas nulas pela 04ª Câmara de Julgamento do Conselho de Recursos da Previdência Social, através do Acórdão n.º 1867, de 26/10/2004, devido à falta do tipo do débito, acarretando a ausência de fundamentação legal no processo. O relatório fiscal diz que o crédito foi lançado por aferição indireta com base nas notas fiscais de prestação de serviço, que não foram apresentados os contratos firmados e guias de recolhimento, que das duas NFLD’s anuladas foram emitidos 134 autos de infração, que o período originalmente lançado de 05/1995 a 02/2001, foi alcançado parcialmente pela fluência do prazo decadencial contido no artigo 173, inciso II do Código Tributário Nacional, restando no novo lançamento fiscal o período de 11/1996 a 02/2001, que foram excluídas do lançamento as empresas que sofreram auditoria fiscal total com contabilidade ou auditoria específica na obra identificada no levantamento e que foram excluídas, do lançamento primitivo, as empresas não identificadas com CNPJ ou razão social. Após a impugnação da responsável solidária, Acórdão de fls.150/165, pugnou pela procedência parcial da autuação, excluindo do lançamento as competências de 02/1999 a 09/1999, por nulidade formal, em face do instituto da retenção instituído pela Lei n.º 9.711/98. Ainda inconformado, o contribuinte responsável solidário apresentou recurso voluntário, onde alega em apertada síntese: a) que a matrícula da obra, bem como as contribuições previdenciárias eram de obrigação da empresa contratada, a qual deve ser chamada ao processo; b) que por ser empresa de economia mista está submissa à lei das licitações; c) que existiram pagamentos e sem o chamamento da contratada há o risco do pagamento em duplicidade; Fl. 216DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 d) que foram expedidas CND’s à época comprovando a inexistência de débito da contratada; e) que deve ser aplicado o benefício de ordem para afastar a co responsabilidade do recorrente; f) que inexiste normativo legal para a fixação do percentual de 40% sobre as notas fiscais, sendo que a Instrução Normativa fere os princípios da estrita legalidade e da tipicidade cerrada em matéria tributária, devendo a Administração anular seus atos eivados de nulidade. Requer o provimento do recurso para cancelar o crédito tributário, reconhecendo a nulidade da autuação procedida e declarar a inconsistência do lançamento fiscal. É o relatório. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.722608/201042 Acórdão n.º 2302002.095 S2C3T2 Fl. 210 5 Voto Conselheira Liege Lacroix Thomasi, Relatora Cumprido o requisito de admissibilidade frente à tempestividade, conheço do recurso e passo ao seu exame. Primeiramente, é de se atentar que as sociedades de economia mista, as empresas públicas e os órgãos federais, estaduais, distritais e municipais que não possuam Regime Próprio de Previdência Social, estão sujeitos à Lei de Custeio da Seguridade Social, conforme disposto pelo art. 15 da Lei nº 8.212/91: Art. 15. Considerase: I empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e fundacional; II empregador doméstico a pessoa ou família que admite a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico. Parágrafo único. Equiparase a empresa, para os efeitos desta Lei, o contribuinte individual em relação a segurado que lhe presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão diplomática e a repartição consular de carreira estrangeiras. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Assim, as sociedades de economia mista estão sujeitas a todas as normas contidas na Lei nº 8.212/91, dentre as quais a solidariedade tributária. A responsabilidade solidária atribuída à recorrente decorre da prestação de serviço por empreitada global em obra de construção civil, fundamentada no artigo 30, VI da Lei nº 8.212, de 24/07/91, verbis: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 8.620, de 5.1.93) VI o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97). Fl. 218DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 A contratante para se elidir da responsabilidade solidária constante do artigo acima citado, deveria ter procedido de acordo com o disposto no parágrafo 3 , do artigo 220 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/99, abaixo transcrito: Art. 220. O proprietário, o incorporador definido na Lei n. 4.591 de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária cuja contratação da construção , reforma ou acréscimo não envolva cessão de mão de obra, são solidários com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento destas obrigações , não se aplicando em qualquer hipótese o benefício de ordem. ... § 3º A responsabilidade solidária de que trata o caput será elidida: I pela comprovação, na forma do parágrafo anterior, do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando corroborada por escrituração contábil; e II pela comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas indiretamente nos termos, forma epercentuais previstos pelo Instituto Nacional do Seguro Social. E, a Instrução Normativa INSS/DAF nº 18, de 11 de maio de 2000, publicada no D.O.U. em 12 de maio de 2000, estabeleceu as seguintes rotinas e procedimentos: Art. 20. Aplicase a responsabilidade solidária de que trata inciso VI do artigo 30 da Lei Nº 8.212 de 24/07/91, nos seguintes casos: I na contratação de empreitada total; (...) Art. 28. Nas hipóteses de contratações previstas no artigo 20, a responsabilidade solidária será elidida: I com a comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal, fatura ou recibo correspondente aos serviços executados, corroborada, quando for o caso, por escrituração contábil; e II com a comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas por arbitramento nos termos, forma e percentuais previstos na Seção VIII deste Capítulo. § 1º Quando da quitação da nota fiscal, fatura ou recibo, o contratante deverá exigir da empresa construtora, os documentos abaixo, elaborados especificamente para cada obra de construção civil: Fl. 219DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.722608/201042 Acórdão n.º 2302002.095 S2C3T2 Fl. 211 7 I cópia da GPS quitada e recolhida na matrícula da obra; II cópia da folha de pagamento, até a competência dezembro de 1998; III cópia da GFIP com comprovante de entrega, a partir de janeiro de 1999; e IV declaração de que possui escrituração contábil firmada pelo contador e responsável pela empresa, e que os valores ora apresentados encontram se devidamente contabilizados. (...) A recorrente não cumpriu com quaisquer das determinações legais acima citadas e tampouco trouxe aos autos provas de que as contribuições tivessem sido recolhidas pela empresa contratada, que não impugnou o lançamento. A solidariedade está prevista no Código Tributário Nacional CTN, instituído pela Lei 5.172/1966. CTN: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I. as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II. as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. O artigo 128 do CTN, dispõe que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação: Art. 128 Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. É clara a relação entre a autuada e os segurados que prestaram serviço à empresa prestadora, pois o beneficiado pela utilização da mãodeobra foi o próprio recorrente, já que a obra é de sua propriedade. Além do que, por permissão do art. 128 do CTN, a lei pode atribuir a responsabilidade do crédito à terceira pessoa, e assim o fez a Lei n ° 8.212/1991,no artigo 30, inciso VI, já transcrito anteriormente.; Portanto, o contribuinte e o responsável tributário, no caso o recorrente, são solidários em relação à obrigação tributária, não cabendo, nos termos do parágrafo único do artigo 124 do CTN, benefício de ordem. Compete à Receita Federal do Brasil cobrar de todos os sujeitos passivos a satisfação da obrigação. Sendo a responsabilidade solidária uma garantia Fl. 220DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 do crédito tributário, não pode ser dispensada pela autoridade fiscal, conforme previsto no art. 141 do CTN, nestas palavras: Art. 141 O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Responsabilidade solidária em matéria tributária somente se aplica em relação ao sujeito passivo (solidariedade passiva) e decorre sempre de lei, não podendo ser presumida ou resultar de acordo das partes, nem comporta benefício de ordem. Benefício de ordem significa que, quando duas ou mais pessoas se apresentam na condição de sujeito passivo da obrigação tributária, cada uma responde pelo total da dívida inteira. A exigência do tributo pelo credor poderá ser feita, integralmente, a qualquer um ou a todos coobrigados sem qualquer restrição ou preferência. De acordo com o art. 124 do CTN, são solidários, perante o Fisco, os que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e os designados expressamente pela lei, como determinado na Lei 8.212/1991 citada acima. De qualquer forma, a responsabilidade solidária independe de prévia verificação junto ao prestador dos serviços apurados. A propósito do tema, a extinta Câmara Superior em matéria de Custeio do CRPS, se pronunciou sobre o assunto, através do seu Enunciado nº 30: “Enunciado Nº 30”.Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços.” (Publicado no DOU pág 00030, em 05 /02/2007). A lei não exige que a tomadora dos serviços tenha o total conhecimento dos fatos ocorridos na empresa prestadora, lhe competindo apenas a guarda da documentação, como as folhas de pagamento e guias de recolhimento dos segurados utilizados na obra, para que possa afastar a solidariedade. A elisão é uma faculdade conferida ao devedor solidário e quando não utilizada, persiste a solidariedade, como no caso em tela. Como a recorrente não detém e não apresentou a documentação referida, o fisco tem a prerrogativa de lançar a importância que reputar devida, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário, por força do disposto no artigo 33, §§ 3º da Lei n.º 8.212/1991. A legislação previdenciária oferece à fiscalização mecanismos para lançar os valores devidos, utilizando como base de aferição o valor da nota fiscal de prestação de serviço, que contém a parcela referente à mãodeobra utilizada. Destarte, era obrigação do contribuinte a guarda da documentação e sua apresentação ao fisco, quando solicitado, conforme previsto no parágrafo 11, do artigo 32, da Lei n.º 8.212/91, e ao não fazêlo, sujeitouse ao lançamento do débito por aferição indireta: § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a Fl. 221DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 11080.722608/201042 Acórdão n.º 2302002.095 S2C3T2 Fl. 212 9 prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. Também não é procedente o argumento da recorrente, quanto à necessidade de chamamento ao processo da empresa prestadora dos serviços, porque a responsabilidade é pelo cumprimento da obrigação previdenciária, prova disto é que a obrigação tributária persiste independentemente do crédito tributário, que pode ser anulado, administrativamente ou judicialmente, mas sem fazer desaparecer a obrigação tributária, conforme dispõe o art. 140 do CTN, nestas palavras: Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Nesse mesmo sentido segue ementa do Parecer CJ/MPAS n.º 2.376/2.000, que não possui mais efeito vinculante ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mas retrata a jurisprudência administrativa acerca do assunto, nestas palavras: “DIREITO TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO. SOLIDARIEDADE PASSIVA NOS CASOS DE CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. DUPLICIDADE DE LANÇAMENTOS. NÃO OCORRÊNCIA. A obrigação tributária é uma só e o fisco pode cobrar o seu crédito tanto do contribuinte, quanto do responsável tributário. Não há ocorrência de duplicidade de lançamento, nem de bis in idem e nem de crime de excesso de exação.” Portanto, não procede a alegação da recorrente de que a fiscalização deveria ter verificado o inadimplemento do contribuinte de direito, para se evitar o bis in idem. Na mesma linha de fundamentação, não é outro o entendimento firmado pelo STJ, conforme ementa do acórdão no Recurso Especial n ° 780.703 / SC, cujo relator foi o Ministro Castro Meira, publicado no DJ em 16/06/2006: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. BENEFÍCIO DE ORDEM. ARTIGO 31, § 3º DA LEI Nº 8.212/91. ELISÃO. NECESSIDADE. COMPROVAÇÃO. RECOLHIMENTO. 1. A responsabilidade solidária na contratação de quaisquer serviços por cessão de mãodeobra foi instituída pela Lei nº 8.212/91, notadamente, em seu artigo 31, ou seja, há solidariedade entre o contratante dos serviços executados mediante cessão de mãodeobra e o executor desses serviços. A responsabilidade solidária do contratante está definida, em linhas gerais, nos artigos 124 e 128 do Código Tributário Nacional. O § 1º do artigo 124 do Código Tributário Nacional prevê expressamente que a solidariedade nele descrita não comporta benefício de ordem. 2. A solidariedade somente poderia ser elidida, caso obedecido o preceito do § 3º do artigo 31 da Lei nº 8.212/91 o executor deveria comprovar o recolhimento prévio das contribuições incidentes sobre a Fl. 222DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI 10 remuneração dos segurados incluída na nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da respectiva quitação. Precedentes. 3. Recurso especial provido. Quanto a alegação da existência de CND – Certidão Negativa de Débito, tal fato não é suficiente para afastar o lançamento fiscal. A CND não faz prova de que a empresa não é devedora de contribuições previdenciárias, apenas indica que no momento da emissão de tal documento, de acordo com as informações disponíveis na autarquia, não havia débitos exigíveis do contribuinte. Ainda, conforme previsto no art. 47, § 1º da Lei n ° 8.212/1991 é ressalvado o direito de cobrança de qualquer débito apurado posteriormente à emissão das referidas Certidões. Por derradeiro, quanto ao percentual aplicado de 40%, sobre as notas fiscais de prestação de serviços, que resultou no salário de contribuição lançado, esclareço que o mesmo está contido na Ordem de Serviço INSS/DAF n.º 165/1977, exarada com o respaldo do artigo 33, da lei n.º 8.212/91, na redação vigente á época dos fatos geradores, onde competia ao INSS normatizar o recolhimento das contribuições sociais : Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11; e ao Departamento da Receita FederalDRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "d" e "e" do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. Por todo o exposto, Voto por negar provimento ao recurso. Liege Lacroix Thomasi Relatora Fl. 223DF CARF MF Impresso em 28/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI, Assinado digitalmente em 27/09/201 2 por LIEGE LACROIX THOMASI
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Numero do processo: 18470.722106/2011-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2012
LUCRO PRESUMIDO. IMPEDIMENTO À OPÇÃO. LIMITE DE RECEITA. EMPRESA INATIVA. INOCORRÊNCIA. Para efeito de aferição do limite de receita bruta por mês de atividade da empresa, para adoção do lucro presumido, o fato de não ser auferida receita em determinado período não é suficiente para deduzir que a empresa esteja inativa.
Recurso de oficio Negado.
Numero da decisão: 1402-001.227
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Antônio José Praga de Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2012 LUCRO PRESUMIDO. IMPEDIMENTO À OPÇÃO. LIMITE DE RECEITA. EMPRESA INATIVA. INOCORRÊNCIA. Para efeito de aferição do limite de receita bruta por mês de atividade da empresa, para adoção do lucro presumido, o fato de não ser auferida receita em determinado período não é suficiente para deduzir que a empresa esteja inativa. Recurso de oficio Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 0. 72 21 06 /2 01 1- 58 Fl. 2098DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18470.722106/201158 Acórdão n.º 1402001.227 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório A 1a. TURMA DA DRJ RIO DE JANEIRO I – RJ, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF), recorre a este Conselho em face da decisão de primeira instância administrativa, que julgou procedente a exigência ABEINSA BRASIL PROJETOS E CONSTRUCOES LTDA. Trata o presente processo de auto de infração (fls.99/107) relativo a IRPJ do anocalendário de 2006, nos valores abaixo demonstrados: IRPJ Valores Imposto R$ 18.309.210,27 Juros de Mora R$ 8.272.437,82 Multa R$ 13.731.907,69 Valor do Crédito Apurado R$ 40.313.555,78 Segundo o Termo de Constatação Fiscal a empresa optou indevidamente pelo Lucro Presumido, visto que em dezembro de 2005 (ano anterior à opção) contabilizou receita bruta total de R$ 37.512.202,82 e o artigo 516 do RIR/99 determina que o optante do lucro presumido deve ter receita bruta total igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 no anocalendário anterior ou R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade do ano calendário anterior. Acrescenta que: a empresa somente iniciou suas atividades no último trimestre de 2005 com a emissão da nota fiscal nº 0002 no valor de R$ 37.512.202,82; que a própria empresa define esta posição ao fazer o primeiro pagamento em fevereiro de 2006; o artigo 517 do RIR/99 determina que a pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre, manifestará a opção pelo lucro presumido, com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido relativa ao período de apuração correspondente ao INÍCIO DE ATIVIDADE; considerando que iniciou suas atividades no último trimestre de 2005 e, portanto, estaria limitado a um faturamento de R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo nº de meses de atividade, não podendo, assim, optar pelo lucro presumido no anocalendário seguinte (2006); de acordo com as DCTFs, Dirfs (como declarante e como beneficiário) e dos Dacons entregues pelo contribuinte referentes ao anocalendário de 2005, nos quais constam apurações concernentes ao 4o trimestre de 2005; os demais trimestres do ano não possuem movimentação de qualquer espécie; que a intimada esclareceu que as atividades tiveram início em setembro de 2004 conforme consulta ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ; Fl. 2099DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18470.722106/201158 Acórdão n.º 1402001.227 S1C4T2 Fl. 0 3 a fiscalizada afirmou que as atividades estão refletidas também pelas mutações patrimoniais ocorridas no período como indicam os balancetes emitidos mensalmente para o anocalendário de 2005; e a fiscalizada acrescentou que uma evidência de sua plena operação pode ser verificada pelo fato de que, durante 2005, a intimada firmou vários contratos com fornecedores; a fiscalização acrescenta que o registro no site da Receita Federal alegado pelo contribuinte, como iniciado em 24/09/2004, na verdade pertence à empresa ALA TRANSMISSORA DE ENERGIA LTDA cujo CNPJ: 07.003.237/000175 foi aproveitado em favor de ABEINSA, através de alteração contratual com mudança de razão social e objeto social,registrada na JUCERJA em 05/05/2005 sob o n° 1517336; que a interessada apresenta balancetes que demonstram, que durante o primeiro trimestre de 2005, estes não sofreram nenhuma mutação, estão IMUTÁVEIS, sem qualquer variação de valores,embora para o Fisco, estes balancetes pertençam à empresa anterior AlaTransmissora de Enegia Ltda, uma vez que a Abeinsa como demonstrado foi registrada na junta comercial em maio de 2005; que de acordo com o artigo 45 do Código Civil a existência legal da pessoa jurídica de direito privado somente iniciase com a inscrição dos seus contratos, atos constitutivos e/ou estatutos no seu registro peculiar (Jucerja), o que só ocorreu em maio de 2005; segundo a fiscalização a própria empresa apresenta argumentos em favor do Fisco quando diz que o registro da empresa Ala Transmissora de Energia Ltda, ocorrido em 24/09/2004 seria o inicio da atividade da mesma mas, ao mesmo tempo, apresenta para aquele anocalendário (2004) uma declaração de INATIVIDADE. Portanto, está comprovado que os conceitos de registro da empresa e inicio de atividade não se confundem; Tendo em vista que a empresa possuía contabilidade regular e por entender que o arbitramento de lucro é modalidade excepcional que só se aplica quando esgotadas as possibilidades de apurar o lucro real, a fiscalização apurou o IRPJ devido de 2006 por meio do lucro real, com base no balanço e balancetes mensais fornecidos pelo autuado, e dele subtraiu a quantia já declarada pelo lucro presumido. A interessada foi cientificada em 29/03/2011 e apresentou impugnação em 28/04/2011 (fls. 199/235) alegando, em síntese: o presente auto de infração é nulo de pleno direito; o Auditor não obrou demonstrar a prática de qualquer infração à legislação tributária por parte da Impugnante, o que impede a aplicação de qualquer penalidade; considerando que o auto foi lavrado com base em mera presunção, prejudicando sobremaneira a adequada defesa da Impugnante, em manifesta ofensa ao artigos 50, incisos XXXVI (segurança das relações jurídicas) e LV (ampla defesa e contraditório), da CF/88, 113, § 1O, e 148, ambos do CTN; Fl. 2100DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18470.722106/201158 Acórdão n.º 1402001.227 S1C4T2 Fl. 0 4 pelo princípio da verdade material o Fisco deveria ter investigado se a impugnante efetivamente desenvolveu atividades em todos os meses do anocalendário de 2005, e não lavrar um auto de infração contra a impugnante com base na falsa premissa de que as atividades somente teriam sido desenvolvidas no último trimestre do anocalendário de 2005, em função da emissão de uma única nota fiscal em dezembro. a impugnante tem existência jurídica desde 24.9.2004, desde o registro na JUCERJA do arquivamento do seu ato constitutivo, razão pela qual todos os documentos relacionados ao anocalendário de 2005 merecem ser considerados para fins de prova de suas atividades nesse período; a emissão da notafiscal 0002 somente em dezembro de 2005, os balancetes do 1° trimestre sem qualquer mutação e as DCTF's, DIRF's e DACON's do 1O, 2 0 e 3o trimestres de 2005 sem qualquer movimentação não seriam elementos suficientes para infirmar a documentação comprobatoria do desenvolvimento de atividades entre março e dezembro de 2005; o pagamento do imposto em quota única não poderia ter sido utilizado pelo AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil como elemento capaz de justificar a conclusão de que a impugnante teria iniciado as suas atividades somente no último trimestre de 2005. por fim, ainda que por absurdo se admitisse a validade do crédito tributário principal, as exigências de multa de ofício e juros pela Taxa SELIC deverão também ser canceladas. As exigências de juros SELIC sobre a multa também devem ser canceladas; na oportunidade, requerse ainda a posterior juntada de documentos e a produção de todas as provas necessárias à comprovação do alegado ao longo da presente impugnação Apresenta a documentação de fls. 236/2079 para comprovar que estava em atividade em 2005. A decisão recorrida está assim ementada: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2006 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. REQUISITOS ESSENCIAIS. DEMONSTRAÇÃO DO QUANTUM. A determinação da matéria tributável e o cálculo do montante do tributo devido, são requisitos indispensáveis ao lançamento de ofício, sem os quais é inválida a exigência. LUCRO PRESUMIDO. LIMITE DE OPÇÃO. INÍCIO DE ATIVIDADE. PERÍODO INFERIOR A DOZE MESES. Considerase início de atividade o momento da primeira operação após a constituição e integralização do capital que traga mutação no patrimônio da pessoa jurídica, sendo irrelevante se esta mutação seja de ordem qualitativa ou quantitativa. Impugnação Procedente É o que importa relatar Fl. 2101DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18470.722106/201158 Acórdão n.º 1402001.227 S1C4T2 Fl. 0 5 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso de oficio preenche os requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Vejamos os fundamentos da decisão recorrida: A impugnação é tempestiva e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, portanto, dela tomo conhecimento. De acordo com o Termo de Constatação, a interessada foi autuada por ter optado indevidamente pelo Lucro Presumido em 2006, uma vez que teria iniciado suas atividades no último trimestre de 2005 e auferido receita no valor de R$ 37.512.202,82 cuja Nota Fiscal respectiva foi emitida em dezembro de 2005. A interessada apresentou declaração de inatividade em relação ao ano calendário de 2004, então, entendeu a fiscalização que a empresa teria permanecido inativa no ano de 2005, exceto em dezembro de 2005 quando emitiu a Nota Fiscal acima citada. A interessada alega em sua impugnação que em março de 2005 assinou contratos de prestação de serviço fls. 330/380. A Nota MF/SRF/Cosit/Cotir/Dirpj nº 331, de 18 de setembro de 1996, definiu início de atividade, nos termos abaixo: “3.1.2. (...) entendemos como ‘início de atividade’ o momento da primeira operação após a constituição e integralização do capital que traga mutação no patrimônio da pessoa jurídica, sendo irrelevante se esta mutação seja de ordem qualitativa ou quantitativa.” A Instrução Normativa SRF nº 591/2005 (atualmente, pela IN SRF Instrução Normativa RFB nº 1.103/2010), conceitua pessoa jurídica inativa em seu artigo 2º, a seguir reproduzido: “Art. 2º Considerase pessoa jurídica inativa aquela que não tenha efetuado qualquer atividade operacional, nãooperacional, financeira ou patrimonial durante todo o anocalendário. Parágrafo único. A pessoa jurídica que tenha realizado qualquer tipo de aplicação no mercado financeiro será considerada ativa.” Assim o conceito de início de atividade não se confunde com o auferimento de receitas. Verificase no caso em questão que a interessada celebrou três contratos de engenharia e de fornecimento em março de 2005 (fls. 330/380), em que a empresa autuada é signatária e parte intervenienteanuente tendo como “objeto gerenciar e coordenar a construção das instalações que será realizada conforme contrato firmado Fl. 2102DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 18470.722106/201158 Acórdão n.º 1402001.227 S1C4T2 Fl. 0 6 com a contratante”. Portanto, está demonstrado que a interessada já estava em atividade em março. O autuado também juntou à defesa diversos outros documentos, tais como especificações técnicas de materiais, cartas, guias de remessa de documentos, contratos de fornecimento, contrato de estudos geotécnicos, faturas de serviços contratados, cotações de preços, propostas de execução de serviços, projeto executivo, propostas de fornecimento, contratos de prestação de serviços, contrato de terraplanagem, cartas convite, proposta comercial, contratos de construção e montagem, contrato de obras civis e montagem eletromecânica, agendamento de visitas técnicas e reuniões, lista de materiais, comunicados de liberação de material, memórias de cálculo, medições de serviço, planilha de preço, proposta de fabricação e proposta de execução de projeto. O exame desses documentos deixa claro que o autuado realizou atividades operacionais em todos os meses, desde março de 2005. Assim sendo, considerando que o limite que permite a opção pelo Lucro Presumido é de R$ 4 milhões multiplicado pelo número de meses de atividade, verificase que o limite, no caso em questão, seria de R$ 40 milhões, que não foi ultrapassado pela interessada, permitindo a sua opção pelo Lucro Presumido em 2006. Ainda que assim não fosse, seria necessário que a fiscalização demonstrasse a origem dos valores do IRPJ devido que indicou no auto de infração, por força do artigo 142 do CTN (Lei nº 5.172/66), que estabelece que, na constituição do crédito tributário pelo lançamento, a autoridade administrativa deve “determinar a matéria tributável” e “calcular o montante do tributo devido”. No presente caso, a apuração do imposto não foi demonstrada no auto de infração ou no Termo de Constatação Fiscal, nem em outras peças dos autos, e, além disso, os valores também não constam do balanço ou balancetes mensais (fls. 108/131), com base nos quais a fiscalização afirmou ter apurado o IRPJ. A instrução do lançamento tem por fim, também, garantir o devido processo legal, pois só assim podem o contribuinte e os órgãos julgadores certificarse da correção do quantum do tributo cobrado. Ante a ausência do requisito essencial, não pode prosperar o lançamento. (...) Consoante acima fundamentado, estou plenamente convencido de que a empresa iniciou suas operações em março/2005, haja vista os contratos de prestação de serviço de fls. 330 a 380. O fato de ter auferido receitas, pelo regime de caixa, apenas em dezembro/2005, não autoriza a inferência de que somente esse mês deve ser considerado para fins de determinação do limite para enquadramento no Lucro Presumido. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de oficio. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 2103DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA, Assinado digitalmente em 19/ 12/2012 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
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