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Numero do processo: 13656.000122/2005-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103.
A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
Numero da decisão: 1402-003.518
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
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LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 15521.000284/200979, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 6. 00 01 22 /2 00 5- 56 Fl. 577DF CARF MF Processo nº 13656.000122/200556 Acórdão n.º 1402003.518 S1C4T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório Trata de Recurso de Ofício oposto em face do cancelamento de exações sofridas pela Contribuinte, promovido pela DRJ a quo, dando provimento às razões de Impugnação opostas contra o lançamento de ofício procedido. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.484, de 18/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15521.000284/2009 79, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.484): "Inicialmente, analisando os requisitos de admissibilidade do Recurso de Ofício, constatase que tal apelo foi tirado de v. Acórdão que exonerou débito tributário (considerando, aqui, principal e multas) em monta inferior ao atual valor de alçada que propiciaria seu manejo e consequente conhecimento por este E. CARF. Posto isso, tal montante está abaixo do mínimo de R$ 2.500.000,00 fixados pela Portaria MF nº 63/2017, acarretando no seu não conhecimento, considerandose definitivamente exonerado tal crédito fiscal, nos precisos termos e limites da r. decisão da DRJ a quo. Fl. 578DF CARF MF Processo nº 13656.000122/200556 Acórdão n.º 1402003.518 S1C4T2 Fl. 4 3 Tais circunstâncias e ocorrência também atraem a incidência da Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Como se extrai de tal entendimento sumular plenamente vigente deste E. Conselho, ainda que quando da prolatação do v. Acórdão recorrido a monta do débito cancelado enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador de 2ª Instância administrativa. In casu, como mencionado, tal evento ocorre após a vigência Portaria MF nº 63/2017, não havendo mais justificativa e motivação para o conhecimento recursal. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do Recurso de Ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103, conforme voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 579DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.000187/2001-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1998
IRPF. DESPESA COM INSTRUÇÃO. QUEBRA DO LIMITE LEGAL. DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE FAZER PARTE DO GRUPO OU CATEGORIA SUBSTITUÍDOS PELO IMPETRANTE.
No mandado de segurança coletivo, as decisões judiciais atingem apenas os membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
No caso de mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato, infere-se que o ele é remédio constitucional interposto em defesa dos membros ou associados do sindicato substituídos pelo impetrante, não atingindo toda categoria.
É dever do contribuinte comprovar que era sindicalizado há época dos fatos, caso contrário não é possível considera-lo abarcado pelo mandado de segurança coletivo.
Numero da decisão: 2201-004.795
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1998 IRPF. DESPESA COM INSTRUÇÃO. QUEBRA DO LIMITE LEGAL. DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE FAZER PARTE DO GRUPO OU CATEGORIA SUBSTITUÍDOS PELO IMPETRANTE. No mandado de segurança coletivo, as decisões judiciais atingem apenas os membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. No caso de mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato, infere-se que o ele é remédio constitucional interposto em defesa dos membros ou associados do sindicato substituídos pelo impetrante, não atingindo toda categoria. É dever do contribuinte comprovar que era sindicalizado há época dos fatos, caso contrário não é possível considera-lo abarcado pelo mandado de segurança coletivo.
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GLOSA DE DESPESA COM INSTRUÇÃO Recorrente EDIVARD MOREIRA CARVALHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1998 IRPF. DESPESA COM INSTRUÇÃO. QUEBRA DO LIMITE LEGAL. DECISÃO JUDICIAL. MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE FAZER PARTE DO GRUPO OU CATEGORIA SUBSTITUÍDOS PELO IMPETRANTE. No mandado de segurança coletivo, as decisões judiciais atingem apenas os membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. No caso de mandado de segurança coletivo impetrado por sindicato, inferese que o ele é remédio constitucional interposto em defesa dos membros ou associados do sindicato substituídos pelo impetrante, não atingindo toda categoria. É dever do contribuinte comprovar que era sindicalizado há época dos fatos, caso contrário não é possível consideralo abarcado pelo mandado de segurança coletivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 01 87 /2 00 1- 97 Fl. 87DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 88 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de efls. 60/63 interposto contra decisão da DRJ em São Paulo II/SP, de fls. 51/53 a qual julgou procedente o lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física – IRPF de fls. 6/10, lavrado em 16/11/2000, relativo ao anocalendário de 1998, sem AR para comprovar a data de ciência do RECORRENTE, contudo com certidão de fls. 26 atestando pela tempestividade da impugnação. O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado: por omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício, no valor total de R$ 4.223,39, que consiste no valor de imposto suplementar de R$ 421,83, acrescido da multa de ofício de R$ 316,37 e dos juros de mora de R$ 121,36, mais o valor de restituição indevida a devolver corrigida para R$ 3.363,83. Nos termos do demonstrativo das infrações (fls.9), houve a omissão de rendimentos no ano de 1998, no valor de R$ 11.124,00 do Banco Union S.A. Estes rendimentos não foram incluídos na declaração de imposto de renda, razão pela qual foi efetuado o lançamento com base nos arts. 1º a 3º da Lei nº 7.713/1988, nos arts. 3, 11 e 32 da Lei nº 8.250/1995, no art. 21 da Lei nº9.532/1997 e no art. 43 e 44 do Decreto nº 3000/1999 (RIR/1999). Da Impugnação O RECORRENTE apresentou sua Impugnação de efls. 4/5 em 12/1/2000. Em síntese, aduz que a diferença na base de cálculo é fruto de despesas com instrução realizadas no ano de 1998, no valor total de R$ 16.224,00. Deste valor, R$ 5.100,00 foi abatido como quantia dedutível (cujo limite era de R$ 1.700,00 por pessoa) e a diferença de R$ 11.124,00 foi deduzida da base de cálculo do tributo, conforme autorizado pela Justiça em mandado de segurança impetrado pelo sindicato dos bancários em abril de 1997. Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, a DRJ no Rio de Janeiro II/RJ julgou procedente o lançamento, conforme ementa abaixo (fls. 52/56): IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 1998 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. AÇÃO JUDICIAL. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 89 3 Considerando que não ficou comprovado que o contribuinte está amparado pela ação judicial interposta pelo Sindicato dos Bancários, há que se manter o lançamento. Lançamento Procedente Do Recurso Voluntário O RECORRENTE, devidamente intimado da decisão da DRJ em 7/12/2007, conforme AR de fls.54, apresentou o recurso voluntário de fls. 60/63 em 28/12/2007. Em suas razões, transcreveu trecho da liminar proferida em Mandado de Segurança coletivo, no seguinte sentido: "o fim de eximir os contribuintes integrantes da categoria dos empregados, em estabelecimentos bancários de São Paulo, Osasco e Região, representados pelo sindicato impetrante, da sujeição ao limite anual de R$ 1.700,00 para as deduções relativas a despesas com instrução, para efeito de apuração de base de cálculo do imposto de renda pessoas fisica, imposto pelo artigo 8° inciso 11 alínea "h" da Lei n° 9.250/95, bem como da observância das exclusões referentes às mesmas despesas, contidas no artigo 6° alíneas "a", "b", "c", "d", "e"e "g", da Instrução Normativa 65/96 da Receita Federal até ulterior decisão". Afirma que tal liminar foi mantida pela sentença e atesta que a segurança concedida abrange aos contribuintes integrantes da categoria dos empregados em estabelecimentos bancários de São Paulo, Osasco e Região, e não apenas os sindicalizados como entendeu a decisão recorrida. Alega que foi bancário por mais de 40 anos, e que à época dos fatos laborava inequivocamente na função de Gerente do Banco Union, onde permaneceu de 1997 a 2005. Portanto, a decisão recorrida partiu de premissa equivocada ao julgar improcedente o seu pleito. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. PRELIMINAR Fl. 89DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 90 4 Preliminarmente, merece prosperar a alegação do contribuinte acerca da desnecessidade de depósito recursal prévio como critério de admissibilidade do recurso voluntário. O Superior Tribunal Federal já consolidou seu entendimento sobre a matéria, in verbis: “Súmula Vinculante 21 É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.” Desta forma, plenamente admissível o presente recurso voluntário. MÉRITO 1. Do mandado de segurança coletivo O mandado de segurança é uma ação cujo objetivo é proteger os direitos subjetivos dos indivíduos contra as arbitrariedades do poder público, desde que tais direitos já não estejam protegidos pelo habeas corpus ou habeas data. Atualmente, o mandado de segurança encontra previsão na Constituição Federal de 1988, podendo o remédio constitucional ser manejado individual ou coletivamente, conforme artigo 5º, incisos LXIX e LXX, in verbis: LXIX concederseá mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeascorpus" ou "habeasdata", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; O objetivo é garantir o respeito aos direitos subjetivos públicos dos cidadãos, não importando se a ilegalidade ou abuso de poder decorre de comissivo ou omissivo. Em um ou outro caso, é cabível a utilização do instrumento jurídico constitucional. Com o advento da Lei nº 12.016/2009 (Lei do Mandado de Segurança), foi instituído no ordenamento jurídico regramento próprio para o mandado de segurança coletivo, nos termos dos artigos 21 e 22 Lei nº 12.016/2009, que assim dispõem: Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 91 5 integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. § 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. Inferese claramente, tanto da constituição, quanto da Lei nº 12.016/2009, que o mandado de segurança coletivo é remédio constitucional interposto em defesa dos membros do grupo ou associados do sindicato substituídos pelo impetrante, não atingindo toda categoria, conforme defende o RECORRENTE. Portanto, considerando que não há prova nos autos de que o RECORRENTE era sindicalizado há época dos fatos, impossível consideralo abarcado pelo mandado de segurança coletivo. Ademais, em consulta ao Mandado de Segurança nº 97.00001920. (nº 000019249.1997.4.03.6100), percebese que, apesar de ainda não haver transitado em julgado, o TRF3 entendeu pela denegação da segurança pleiteada, no acórdão abaixo ementado: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. REJEITADAS AS PRELIMINARES DE NULIDADE PROCESSUAL, DE AUSÊNCIA DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO, DE FALTA DE INTERESSE DE AGIR, DE ILEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA E DE IMPOSSIBILIDADE Fl. 91DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 92 6 JURÍDICA DO PEDIDO. LIMITAÇÃO DE DESPESAS DEDUTÍVEIS COM EDUCAÇÃO. LEI 9.250/95, ART. 8º, II, “B” E IN 65/96, ART. 6º: CONSTITUCIONALIDADE. PRETENSÃO DO CONTRIBUINTE ILEGÍTIMA. DENEGAÇÃO DA SEGURANÇA. 1. A preliminar de ausência de liquidez do direito pertine, verdadeiramente, ao “meritum causae”. 2. Quanto à alegação de ausência de interesse de agir, insubsistente, pois, conforme disposto na Súmula 630, do STF, “a entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria”. 3. Aplicável, à espécie, o teor da Súmula 629, do STF, no sentido de que “a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes”, assim restando afastadas as preliminares de ilegitimidade ativa “ad causam” e de vício de representação, argüidas. 4. Desnecessidade de formal citação da União para compor o pólo passivo: medida excepcional que não se justifica no caso vertente, pois a desnaturar a índole compacta do mandamus e uma vez que oferecidas foram informações substanciais ao meritum causae, pela autoridade alvejada. 5. Quanto à alegada impossibilidade jurídica do pedido, não se cuida, efetivamente, de mandado de segurança normativo, como vedado através da v. Súmula 266, do STF, mas de ação a discutir o caso em concreto da parte contribuinte, em face de normação tributante a lhe produzir efeitos reais, pessoais. 6. Não se sustenta a afirmada ilegitimidade passiva por uma (aparente) insuficiência de autoridades situadas no pólo passivo: deveras, a expressividade das autoridades constantes do pólo passivo (dos diversos segmentos desta Capital, perante cuja Subseção ajuizada a demanda) suficiente, sim, afigurase a defesa da Administração. 7. O Estado Democrático de Direito, inaugurado a partir de 1988 (art. 1º “caput”, C.F.), de par com a consagração, em moldes merecidamente dilargados, do amplo acesso à educação e à conquista de valores culturais (arts. 6º, 205 e 215, C.F., “in exemplis”), primordial ao desenvolvimento da nação, abrigou, dentre outros, o dogma da legalidade, em figurino genérico, para todos (art. 5º, “caput” e inciso II, C.F.) e, de modo específico, para a própria Administração Pública, na prática de seus atos peculiares (art. 37, “caput”). 8. Centrase a insurgência em tela em face da Lei nº 9.250/95, publicada no D.O.U. de 27.12.95, a qual, ao cuidar do Imposto de Renda das Pessoas Físicas, fixou, em seu art. 8º, inciso II, alínea “b”, ditame no sentido de admitir decorra a base de cálculo (“elemento quantitativo da regramatriz de incidência”, Paulo de Barros Carvalho) de referido imposto da diferença, além de outros, entre a soma das deduções relativas “a pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativos à educação préescolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de R$ 1.700,00”. 9. Constatase ter a referida lei fixado limite pecuniário, individual e anual, por contribuinte e dependentes, com a dedução da base de cálculo dos pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 93 7 relativamente à educação, desde a pré escola até o terceiro grau, cursos de especialização ou profissionalizantes, diploma aquele que, publicado em 27.12.95, fixou seu termo inicial de força vinculante a partir de 01.01.96 (art. 1º), ou seja, determinou recairia sobre os fatos a serem praticados a partir de um termo futuro, anobase de 1996, cujo reflexo se daria no exercício de 1997, quando da apuração dos resultados da declaração de ajuste de cada sujeito passivo direto (contribuinte, C.T.N., art. 121, parágrafo único, I). 10. Contrastada a Lei em tela com os princípios tributários pertinentes, resulta não estar a mesma a os transgredir, em absoluto: o da estrita legalidade, a partir do instrumento introdutório primário eleito (“lei”), art. 150, I a ocasionar, como destacado, em tese, aumento da carga tributária para os que venham a realizar gastos, para os fins previstos pelo art. 8º, II, “b”, em montante superior, individualmente, ao estabelecido por aquele cânone; o da anterioridade do exercício financeiro (art. 150, III, “b”), pois, publicada em 1995, somente fixou sua força vinculante a partir de 01.01.96; e o da irretroatividade (art. 150, III, “a”), vez que, vigente em 27.12.95 (art. 41), somente se dedicou a incidir sobre fatos ocorridos após aquele advento. 11. Ao ter o art. 8º, II, “b”, da Lei 9.250/95, firmado limite à dedução com as despesas ali elencadas, expressou os pontos extremos em que o Estado reconheceria o cabimento da redução tributante a partir de gastos daquele matiz, tratando, sim, a todos os situados em situação equânime com igualdade. Como o ilustra a doutrina, afrontada restaria a observância à capacidade contributiva acaso se voltasse a lei para tributar, de modo exacerbado, a classe paupérrima do País, conhecendose seus signos de riqueza e de miséria, e, para dispensar de incidência ou amenizála, com base nos mesmos elementos identificadores, a classe economicamente rica, dotada de acervo patrimonial substancioso. 12. Se a capacidade contributiva se assenta sobre a igualdade, em nada a agrediu o texto combatido, ao dispensar tratamento equivalente a todos que se encontrassem diante dos mesmos gastos, pela mesma previstos. 13. O exame detido na I.N. mencionada aponta não ter a mesma excedido, como instrumento introdutório secundário de normas tributárias (C.T.N., arts. 96 e 100, inciso I, recepcionados, art. 34, parágrafo quinto, A.D.C.T.), o quanto previsto pela Lei nº 9.250/95, reproduzindo o art. 8º, inciso II, alíneas “a” e “b”, em sua quase inteireza, o que também demonstra a inexistência de incompatibilidade vertical entre os dois textos. 14. Considerandose incumbir à lei tanto a tributação como sua dispensa (art. 5º, I, C.F., e art. 97, incisos I, II e VI, C.T.N.), nenhum excesso ou extrapolamento à previsão legal em testilha praticou a I.N. citada, ao que se observa no exame em curso. 15. Por patente, deve advir a observância à capacidade contributiva da fixação de regras legais claras, objetivas e uniformes para o conjunto dos contribuintes, o que se observa respeitado, no presente caso, ao ter fincado a lei diversos parâmetros aferidores da realidade de riqueza patrimonial dos declarantes do I.R., sem diferenciálos, enquanto situados em condições iguais. 16. Portanto, acestase a insurgência em curso diante de Fl. 93DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 94 8 manifestação do próprio órgão legislativo do Poder Soberano, a revelar ter sido, sim, observada a imprescindível legalidade, na disciplina do imposto debatido, aí inserida autorização legal para o retratado potencial aumento da carga tributária, a partir da interferência na apuração da base de cálculo pertinente, para os entes que reunirem gastos anuais superiores a R$ 1.700,00, para si e ou para seus dependentes, isoladamente, nos fins previstos pelo art. 8º, II, “b”, Lei 9.250/95 (art. 150, I, C.F.). 17. Provimento ao apelo e à remessa oficial, reformandose a r sentença. Denegação da segurança. Atualmente, o processo encontrase no STJ, com decisão recente proferida em 22/10/2018 negando o agravo interno interposto pelo Sindicado dos Empregados em Estabelecimentos Bancários em face da decisão que inadmitiu seu Recurso Especial, in verbis: Vistos, etc. Tratase de agravo interposto por Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de São Paulo contra decisão que inadmitiu o recurso especial sob a alegação de que a controvérsia (constitucionalidade da aplicação do art. 8º, II, "b", da Lei n. 9.250/1995 e do art. 6º da Instrução Normativa da SRF n. 65/1996) teria sido decidida pelo Tribunal a quo com amparo em fundamentos eminentemente constitucionais. Das razões expendidas, verificase que a parte agravante não impugna especificamente tal argumento, o que atrai a incidência da Súmula 182 desta Corte: "É inviável o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada." Com efeito, tornase imprescindível o confronto específico dos pressupostos, a fim de demonstrar o desacerto da decisão, o que não ocorreu na espécie. A propósito: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DECISÃO DE INADMISSIBILIDADE. FUNDAMENTO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 182/STJ. INCIDÊNCIA. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende ser necessária a impugnação dos fundamentos da decisão denegatória da subida do recurso especial para que se conheça do respectivo agravo. Logo, a Súmula 182 destaCorte foi corretamente aplicada ao caso. 2. Inadmitido o recurso especial com base na Súmula 7 do STJ, não basta a simples assertiva genérica de que se cuida de revaloração da prova, ainda que feita breve menção à tese sustentada. O cotejo com as premissas fáticas de que partiu o aresto fazse imprescindível. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Fl. 94DF CARF MF Processo nº 13808.000187/200197 Acórdão n.º 2201004.795 S2C2T1 Fl. 95 9 (AgInt no AREsp 600.416/MG, de minha relatoria, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe 18/11/2016) O processo será remetido para o STF, que analisará as matérias de cunho constitucional. Portanto, ainda que o RECORRENTE comprovasse que fazia parte da ação judicial para poder usufruir da liminar concedida, esta liminar já foi revogada pelo TRF3 e atualmente a decisão vigente é favorável aos interesses da Fazenda. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO do Recurso Voluntário, nos termos do voto em epígrafe. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator Fl. 95DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16692.721372/2014-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/05/2000 a 30/11/2002
PIS. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA
Não questionando em sede de impugnação a forma de apuração dos créditos de PIS necessariamente implica a preclusão da matéria.
Numero da decisão: 3401-005.350
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencido o Conselheiro André Henrique Lemos (relator), que votou pelo provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcos Roberto da Silva.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente
(assinado digitalmente)
André Henrique Lemos - Relator
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva, André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ANDRE HENRIQUE LEMOS
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PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA Não questionando em sede de impugnação a forma de apuração dos créditos de PIS necessariamente implica a preclusão da matéria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso, vencido o Conselheiro André Henrique Lemos (relator), que votou pelo provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcos Roberto da Silva. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente (assinado digitalmente) André Henrique Lemos Relator (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan, Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva, André Henrique Lemos, Lazaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 69 2. 72 13 72 /2 01 4- 76 Fl. 1050DF CARF MF 2 Relatório Adoto o Relatório do r. acórdão unânime, proferido às fls. 986989, da lavra do relator Luiz Gustavo Erthal Soares Silva, por bem retratar o que aconteceu no presente contencioso administrativo: Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório que homologou parcialmente as Declarações de Compensação (DCOMP) nºs 38751.35728.170910.1.3.579796 e 19061.82967.250810.1.3.572288. O crédito tributário informado nas DCOMPs se refere a indébito de PIS faturamento (8109) com origem na decisão judicial n° 2005.61.00.0114909. A ação judicial n° 2005.61.00.0114909 fora ajuizada junto à 20ª Vara Federal, Seção Judiciária de São Paulo, em 08/06/2005, com decisão transitada em julgado em 25/05/2009, junto ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Nela foi garantido à autora o direito à compensação das quantias recolhidas a maior da contribuição ao PIS, nos termos do decidido pelo E.STF, em razão da indevida ampliação de sua base de cálculo, introduzida pelo art.3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, com débitos do próprio PIS;observada a ocorrência da prescrição, para os recolhimentos efetuados em data anterior a 08/06/2000. Atualização monetária pela aplicação exclusiva da Taxa Selic, por força do artigo 39, § 4º, da Lei 9.250/95. O contribuinte formalizou o “Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado” (Processo nº 18186.001709/201047, em apenso) para realizar a compensação do valor de R$ 34.279.552,88, sendo este deferido em 21/06/2010. Em 25/08/2010, transmitiu a DCOMP nº 19061.82967.250810.1.3.572288 e, em 17/09/2010 a DCOMP nº 38751.35728.170910.1.3.579796 . Ambas foram direcionadas para tratamento manual no presente processo. A Divisão de Orientação e Análise Tributária da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária em São Paulo (DIORT/DERAT/SPO) emitiu Despacho Decisório em 02/12/2014, fls. 908 a 915, que decidiu: Homologar as compensações do PIS, vinculadas ao presente processo, referente ao contribuinte, CESP Companhia Energética de São Paulo, CNPJ 60.933.603/000178 até o valor do saldo apurado para cada DARF, conforme demonstrado na Tabela 01 (do Despacho Decisório), atualizado pela taxa SELIC; Não homologar as compensações da Cofins, vinculadas ao presente processo, tendo em vista que a decisão judicial somente autorizou a compensação do PIS com os débitos do próprio PIS. Conforme consta do Despacho Decisório, a Autoridade Fiscal entendeu em relação aos débitos de COFINS que não havia respaldo na Decisão Judicial para suas compensações, citando o contido na Ementa do processo 2005.61.00.00114909 (Egrégio Tribunal Regional da 3ª Região), com destaque para o item 3: Fl. 1051DF CARF MF Processo nº 16692.721372/201476 Acórdão n.º 3401005.350 S3C4T1 Fl. 3.115 3 TRIBUTÁRIO. PIS. LEI 9.718/98. ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO.ART. 3º, § 1º, DA LEI 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.PRECEDENTES DO STF. COMPENSAÇÃO. CRITÉRIOS. 1. A matéria posta em discussão já mereceu apreciação pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Recursos Extraordinários 357.950/RS,390.840/MG e 358.273/RS, nos quais foi declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98. 2. A prescrição a ser aplicada é qüinqüenal. 3. Esta Turma não aplica à espécie a Lei 9.430/96, inclusive com a alteração promovida pela Lei 10.637/2002, sob o fundamento (i) da inaplicabilidade do direito superveniente e (ii) tendo em vista que a opção pelo pedido de compensação na via judicial exclui o direito previsto na Lei 9.430/96 restrito à via administrativa. 4. Incidirá a taxa SELIC, por força do art. 39, § 4º, da Lei 9.250/95, que determina sua aplicação à compensação tributária e que é, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, ao mesmo tempo, índice de correção monetária e de juros de mora. 5. Sucumbência recíproca. 6. Apelação da União desprovida. Remessa oficial, tida por ocorrida, e apelação da autora providas em parte. O AuditorFiscal responsável concluiu que “a sentença judicial faz lei entre as partes, assim não é permitido ao contribuinte, nem mesmo à autoridade administrativa modificála devendo ser aplicada nos exatos termos em que foi proferida.” No que tange ao cálculo do montante do direito creditório pleiteado pelo interessado, verificamos que foram considerados pagamentos dos períodos de apuração 02/2002 a 11/2002 (vide tabela 1 do despacho decisório). O AuditorFiscal informou que “os valores devidos ao PIS foram calculados tendo como base de cálculo o faturamento nos termos das LC 07/70 e 17/73, e Lei 9.715/98; o PIS foi calculado pela aplicação da alíquota de 0,65%, todos sobre a Base de Cálculo correspondente ao Faturamento mensal”. E informa ainda que “através do aplicativo oficial da Receita Federal do Brasil (C.T.S.J.) foi efetuado a vinculação dos recolhimentos efetuados pelo contribuinte, conforme consta no “Demonstrativo de Pagamentos” às fls.900 com os valores devidos apurados do Faturamento no “Demonstrativo de Apuração de Débitos”, às fls. 901/902. Efetuado o confronto entre valores devidos e os valores recolhidos foram apurados saldos para cada Darf, conforme ficou registrado no “Demonstrativo de Pagamentos”, juntado às fls. 907. O montante final do crédito corrigido até 08/2010 (data de transmissão da primeira DCOMP) foi R$ 7.950.191,86 (sete milhões, novecentos e cinqüenta mil, cento e noventa e um reais e oitenta e seis centavos), fl. 918. Esse valor foi suficiente para compensar os débitos de PIS informados na DCOMP nº 19061.82967.250810.1.3.57 2288 (PA 07/2010 – R$ 3.891.985,46), e na DCOMP nº 38751.35728.170910.1.3.579796 (PA 08/2010 – R$ 4.045.682,39), restando um saldo disponível do crédito de R$ 52.580,27 (cinquenta e Fl. 1052DF CARF MF 4 dois mil, quinhentos e oitenta reais e vinte e sete centavos), fls. 919 a 921. Em 8 de abril de 2015 o contribuinte protocolou manifestação de inconformidade contra o Despacho Decisório DIORT/DERAT/SPO de 02/12/2014, fls. 930 a 939. Em síntese, constam os seguintes argumentos: 1)Que foi surpreendido pelo despacho da DIORT/DERAT/SPO, não homologando as compensações relativas à COFINS; 2)“Em que pese o entendimento do d. fiscal da DIORT/DERAT/SPO, tal posicionamento não deve prevalecer, pois no próprio voto do relator DES. Marcio Moraes no quando do julgamento do Recurso de Apelação desta companhia reconheceu a possibilidade de compensação de tributos da mesma espécie e destinações diferentes, administrados pela Receita Federal”; Nesse ponto foram destacadas partes do teor do voto do Desembargador do Egrégio Tribunal Regional da 3ª Região, que reproduzimos a seguir (fl. 896 – grifos nossos): “Com a edição da Lei nº 9.430/96, passaram a coexistir dois regimes legais de compensação: o primeiro regido pela Lei n. 8.383/91, alterada pela Lei n. 9.069, de 29 de junho de 1995, e pela Lei n. 9.250, de 26 de dezembro de 1995, disciplinando a compensação de tributos da mesma espécie e destinação constitucional, e o segundo estabelecido pela Lei n. 9.430/96, orientando a compensação de tributos de espécies e destinações diferentes, administrados pela Receita Federal, mediante requerimento ao órgão administrativo, e, a partir da Lei 10.637, de 30.12.2002, por iniciativa do contribuinte, mediante entrega de declaração contendo as informações sobre os créditos e débitos utilizados, com efeito de extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Esta Turma se posicionou sobre o tema (v.g., AC 2003.03.99.0160610), afirmando que não pode ser aplicada à espécie a Lei 9.430/96, inclusive com a alteração promovida pela Lei 10.637/2002 para permitir a compensação por iniciativa do contribuinte para posterior homologação da Administração, sob o fundamento (i) da inaplicabilidade do direito superveniente e (ii) tendo em vista que a opção pelo pedido de compensação na via judicial exclui o direito previsto na Lei 9.430/96 restrito à via administrativa. (...) Ressalvando meu posicionamento sobre a matéria, que possibilitava a aplicação da legislação superveniente às compensações ainda pendentes de efetivação, ao fundamento primordial de que a lei regente da compensação é aquela vigente no omento em que se realiza o encontro de contas e não aquela vigorante no momento do pagamento indevido ou por ocasião da propositura da demanda, conforme parte da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (RESP 608734/SP e RESP 590857/MG), acompanho o entendimento desta Turma do Tribunal, para possibilitar a compensação dos valores recolhidos somente com parcelas da mesma exação, nos termos da Lei 8.383/91, resguardandose o direito do contribuinte de efetuar a compensação do crédito aqui reconhecido com outros tributos Fl. 1053DF CARF MF Processo nº 16692.721372/201476 Acórdão n.º 3401005.350 S3C4T1 Fl. 3.116 5 administrados pela Secretaria da Receita Federal, nos termos da Lei 9.430/96, alterada pela Lei 10.637/02, na via administrativa.” Ainda na manifestação, o contribuinte, enumera ampla jurisprudência judicial que corroboraria com o entendimento de que seria possível a compensação de tributos distintos na esfera administrativa, tais como: STJ – REsp 1137738 / SP – Rel. Min. Luiz Fux (Dje 01/02/2010); e Embargos de Divergência em Resp nº 420027 – PR Relator Min. José Delgado (10/05/2006). Conclui que estaria presente a possibilidade de compensação dos valores recolhidos a título de PIS, com quaisquer outros tributos e contribuições administrados pela RFB, em conformidade com as alterações introduzidas pela Lei nº 10.637/2002 (que alterou o caput do art. 74 da Lei nº 9.430/1996), sendo aplicável aos processos ajuizados na sua vigência, conforme o presente caso. Em virtude do disposto na Portaria RFB nº 453, de 11 de abril de 2013 (DOU de 17/04/2013), e no art. 2º da Portaria RFB nº 1.006, de 24 de julho de 2013 (DOU de 25/07/2013), e conforme definição da CoordenaçãoGeral de Contencioso Administrativo e Judicial da RFB, o presente processo foi encaminhado a esta Delegacia para julgamento. Ao apreciar o caso, a 16ª Turma da DRJ/RJO proferiu o acórdão 1280.279, onde, em sentido contrário do que restou decidido no Despacho Decisório, concluiu ser legítima a compensação de créditos de PIS com COFINS, conforme segue: “Por tudo exposto, voto pela procedência da manifestação de inconformidade, no sentido de afastar a restrição para compensação do saldo disponível do PIS, R$ 52.580,27 (cinquenta e dois mil, quinhentos e oitenta reais e vinte e sete centavos), com os débitos de COFINS, informados nas DCOMPs nºs 38751.35728.170910.1.3.579796 e 19061.82967.250810.1.3.572288, homologandose as compensações até esse limite.” A decisão em questão, porém, suscitou preclusão quanto ao montante creditório reconhecido no Despacho Decisório, nos seguintes termos: “Finalmente, tendo em vista que houve reconhecimento parcial do direito creditório pleiteado, no valor de R$ 7.950.191,86 (sete milhões, novecentos e cinqüenta mil, cento e noventa e um reais e oitenta e seis centavos), e que não houve por parte do sujeito passivo questionamento a respeito do valor apurado, considerase não impugnada esta matéria, precluindo o direto de questionála futuramente, nos termos do artigo 16, inciso III, § 4º e do artigo 17 do Decreto nº 70.235/1972 (PAF).” Fl. 1054DF CARF MF 6 Houve interposição de recurso voluntário por parte da CESP, onde a recorrente alega: Além disso, há um apenso, de n° 18186.00170909/201047, o qual se refere a Pedido de Habilitação de Crédito, oriundo de decisão judicial transitada em julgado (PIS, ação judicial 2005.61.00.0114909, a mesma que originou o contencioso principal), no qual, à efl. 86, consta decisão da Equipe de Análise de Medidas Judiciais e Controle do Crédito Tributário SubJudice da Delegacia da RFB em SP, informando sobre o deferimento da solicitação de habilitação do crédito, o que fora cientificado a Recorrente, por meio do Termo de Initmação 380/2010 (efls. 90/91). A apensação fora feita em 09/09/2014 (efl. 93). Fl. 1055DF CARF MF Processo nº 16692.721372/201476 Acórdão n.º 3401005.350 S3C4T1 Fl. 3.117 7 É o relatório. Voto Vencido Conselheiro André Henrique Lemos O recurso voluntário é tempestivo, vez que a Recorrente tomou ciência da decisão recorrida em 18/10/2016 (fl. 1001), interpondo seu voluntário em 11/11/2016 (fl. 1002), logo, dele tomo conhecimento. O contribuinte formalizou o “Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado” (Processo nº 18186.001709/201047, em apenso) para realizar a compensação do valor de R$ 34.279.552,88, tendo posteriormente transmitido a DCOMP nº 19061.82967.250810.1.3.572288 e, em 17/09/2010 a DCOMP nº 38751.35728.170910.1.3.579796. A Divisão de Orientação e Análise Tributária da Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária então emitiu Despacho Decisório em 02/12/2014, fls. 908 a 915, onde decidiu homologar as compensações do PIS, conforme demonstrado na Tabela 01 (do Despacho Decisório), e não homologar as compensações da Cofins, tendo em vista que a decisão judicial somente autorizou a compensação do PIS com os débitos do próprio PIS. Na parte em que não homologa as compensações da COFINS, o despacho decisório traz como fundamento o fato da decisão judicial somente ter autorizado a compensação do PIS com os débitos do próprio PIS. Em seu relatório, no tópico “Créditos a compensar”, o Despacho Decisório faz menção à vinculação dos recolhimentos (a maior) efetuados pela contribuinte com os valores devidos pela mesma e apurados com base no seu faturamento, fazendo referência ao Demonstrativo de Pagamentos da fl. 907, conforme segue: “Através do aplicativo oficial da Receita Federal do Brasil (C.T.S.J.) foi efetuado a vinculação dos recolhimentos efetuados pelo contribuinte, conforme consta no “Demonstrativo de Pagamentos” às fls.900 com os valores devidos apurados do Faturamento no Demonstrativo de Apuração de Débitos”, às fls. 901/902. Efetuado o confronto entre valores devidos e os valores recolhidos foram apurados saldos para cada Darf, conforme ficou registrado no “Demonstrativo de Pagamentos”, juntado às fls.907.” Daí se deflui que o montante creditório pretendido pela contribuinte e objeto do “Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado”, no valor de R$ 34.279.552,88, restou parcialmente negado, sendo que o montante final do crédito corrigido até 08/2010 (data de transmissão da primeira DCOMP) foi R$ 7.950.191,86, conforme demonstrativo da fl. 918. Fl. 1056DF CARF MF 8 Ora, este é o motivo da não homologação das compensações da COFINS, e não a alegada impossibilidade de compensação de créditos de PIS com a COFINS, já que, inexistente crédito compensável, é secundário discutirse a respeito da possibilidade de compensação com este ou aquele tributo. Ocorre que em nenhum momento o Despacho Decisório fundamenta o indeferimento da homologação das compensações da Cofins – pretendida pela contribuinte – com base no montante creditório efetivamente deferido. Diversamente, o único fundamento é impossibilidade da compensação pretendida em razão da decisão judicial que somente autorizou a compensação do PIS com os débitos do próprio PIS. Consequentemente, tenho que o Despacho Decisório padece de nulidade, já que a fundamentação do mesmo está em notório descompasso com a sua motivação. Basta um exercício dialético para demonstrar o descompasso da fundamentação legal exposta no Despacho Decisório. Se admitirmos que a contribuinte tem o montante creditório de R$ 34.279.552,88, sua manifestação de inconformidade deveria ter sido conhecida em toda a sua extensão, não se cogitando da preclusão aventada na decisão proferida pela DRJ. Se, por outro lado, admitirmos que a contribuinte somente tem o montante creditório de R$ 7.950.191,86, a fundamentação legal do Despacho Decisório relativa à impossibilidade de compensação de créditos de PIS com COFINS é irrelevante e portanto não se presta a tanto. Portanto, em conclusão, ou a manifestação de inconformidade deveria ser inteiramente conhecida, ou o Despacho Decisório é nulo por falta de fundamentação. Ao deixar de expor a devida e necessária fundamentação, o Despacho Decisório não traz os elementos exigidos pelo art. 31 do Decreto nº 70.235/72: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. A Administração Pública é regida por princípios constitucionais, dentre os quais os princípios da legalidade, finalidade, motivação, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. A necessidade de fundamentação das decisões administrativas decorre do art. 37, caput, da Constituição Federal'', que prescreve a necessidade de observância do principio da legalidade e de motivação de qualquer ato realizado pela Administração Pública. Inexistentes no Despacho Decisório os fundamentos legais que efetivamente levaram à não homologação das compensações da COFINS, não resta dúvida que, além da manifesta nulidade, a defesa da contribuinte restou prejudicada, já que se limitou a contestar os fundamentos legais expostos no mesmo, iniciandose a discussão acerca de questão secundária à principal, qual seja, a existência e montante do crédito compensável. Partindo da premissa que a este CARF compete o controle da legalidade dos atos tributários em grau recursal, tenho que o Despacho Decisório das fls. 909916 deverá ser anulado, retornando os autos para a DRF para prolação de novo Despacho Decisório. Fl. 1057DF CARF MF Processo nº 16692.721372/201476 Acórdão n.º 3401005.350 S3C4T1 Fl. 3.118 9 Portanto, conheço do recurso voluntário e lhe dou provimento para anular o Despacho Decisório das efls. 908916 e seus posteriores atos, devendo os autos retornarem à DRF de origem para prolação de novo Despacho Decisório. (assinado digitalmente) André Henrique Lemos Fl. 1058DF CARF MF 10 Voto Vencedor Conselheiro Marcos Roberto da Silva – Redator Designado Considerando o bem redigido voto do ilustre Conselheiro Relator André Henrique Lemos, ouso divergir do seu entendimento. Conforme descrito no elucidado relatório do presente acórdão, o Despacho Decisório homologou parcialmente as DCOMPs nos 38751.35728.170910.1.3.579796 e 19061.82967.250810.1.3.572288, vinculadas ao presente processo, em virtude dos seguintes motivos: (i) não homologação das compensações da Cofins tendo em vista que a decisão judicial somente autorizou a compensação do PIS com os débitos do próprio PIS; (ii) homologação parcial das compensações do PIS referente ao contribuinte, CESP Companhia Energética de São Paulo, CNPJ 60.933.603/000178 até o valor do saldo apurado para cada DARF, conforme demonstrado na Tabela 01 efl 911, atualizado pela taxa SELIC. A fiscalização, em tratamento manual das DCOMPs, efetuou a análise do direito creditório pleiteado pela Recorrente e concluiu que o montante do crédito corrigido em agosto/2010 foi de R$7.950.191,86 e que serviu para compensar os débitos de PIS das citadas DCOMPs restando, por conseguinte, um saldo de R$52.580,27 em função da impossibilidade de compensar os débitos de COFINS com os créditos de PIS. Inconformada com a decisão, a recorrente pleiteou a reforma da decisão em face da impossibilidade de compensação de COFINS com os créditos de PIS, permanecendo silente em relação a forma de apuração do crédito com base no saldo total apurado para cada DARF do PIS constante da citada Tabela 01 de efl 911, conforme reprodução do pedido abaixo: “Diante do exposto, e como ficou demonstrado a insubsistência e improcedência do indeferimento do pleito para compensação da COFINS com créditos do PIS, requer que seja acolhida a presente MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE, para compensação do referido crédito” Neste sentido, a DRJ do Rio de Janeiro decidiu pela procedência da manifestação e afastou a restrição constante do Despacho Decisório determinando ser possível a compensação de débitos de COFINS com créditos de PIS até o limite do saldo apurado. Percebese, portanto, que a Recorrente não questiona a forma de apuração dos créditos de PIS, o que necessariamente implica a preclusão em relação a esta matéria. Não podendo agora, em sede de Recurso Voluntário, questionar os “Saldos de Pagamentos apurados para cada DARF do PIS”. Diante do exposto, concluo por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo integralmente a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Fl. 1059DF CARF MF Processo nº 16692.721372/201476 Acórdão n.º 3401005.350 S3C4T1 Fl. 3.119 11 Fl. 1060DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11968.000502/2004-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 21/05/2004
UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC.
A taxa Selic é índice adequado para atualização dos débitos tributário. Súmula Carf. Nº 4.
RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA CONCOMITANTE COM AÇÃO JUDICIAL
Não se conhece do recurso na parte concomitante com ação judicial, aplicação da Súmula Carf nº 1.
Recurso Voluntário Conhecido em Parte e Negado.
Numero da decisão: 3201-004.301
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo quanto à necessidade de regulamentação, pelo Poder Executivo, da aplicação de alíquota zero na importação de papéis, por concomitância de matéria nas esferas judicial e administrativa. No mérito, na parte conhecida, acordam em negar-lhe provimento.
(assinatura digital)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinatura digital)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 21/05/2004 UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC. A taxa Selic é índice adequado para atualização dos débitos tributário. Súmula Carf. Nº 4. RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA CONCOMITANTE COM AÇÃO JUDICIAL Não se conhece do recurso na parte concomitante com ação judicial, aplicação da Súmula Carf nº 1. Recurso Voluntário Conhecido em Parte e Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo quanto à necessidade de regulamentação, pelo Poder Executivo, da aplicação de alíquota zero na importação de papéis, por concomitância de matéria nas esferas judicial e administrativa. No mérito, na parte conhecida, acordam em negar-lhe provimento. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
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A taxa Selic é índice adequado para atualização dos débitos tributário. Súmula Carf. Nº 4. RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA CONCOMITANTE COM AÇÃO JUDICIAL Não se conhece do recurso na parte concomitante com ação judicial, aplicação da Súmula Carf nº 1. Recurso Voluntário Conhecido em Parte e Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, não conhecendo quanto à necessidade de regulamentação, pelo Poder Executivo, da aplicação de alíquota zero na importação de papéis, por concomitância de matéria nas esferas judicial e administrativa. No mérito, na parte conhecida, acordam em negarlhe provimento. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 96 8. 00 05 02 /2 00 4- 61 Fl. 150DF CARF MF 2 Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório Reproduzo relatório de primeira instância: Trata o presente processo da exigência de crédito tributário decorrente de procedimento fiscal levado a efeito pela Alfândega do Porto de Suape/PE, fruto de auditoria concernente à operação de importação realizada pelo contribuinte Jornal Correio da Paraíba, a qual redundou na exigência das Contribuições indicadas na peça acusatória incidentes sobre a importação da mercadoria descrita na Declaração de ImportaçãoDI n° 04/04867426. Consoante a descrição dos fatos e enquadramento legal, integrante do AI, e demais documentos que o acompanham, o sujeito passivo em tela, promoveu a importação, segundo os termos da aludida declaração de importação, registrada em 21/05/2004, de papel destinado à feitura de jornal, consoante se percebe da descrição exposta na adição n° 04/04867426/001. Em suma, segundo consta do relato da fiscalização, o importador em apreço pleiteou, com base no disposto do inciso IV do §12 do art. 8° da Lei n° 10.865/2004, quando do registro da citada DI, a incidência da alíquota "zero" referente à Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Património do Servidor Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEP Importação, bem como à Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior COFINS Importação, disciplinadas na Lei 10.865, de 30/04/2004. Porém, a fiscalização, esteiada no inciso II do § 13 do mencionado dispositivo legal, entendeu não merecer acolhida o requerimento sustentado, tendo em vista que o importador somente poderia gozar de tal benefício uma vez superada a correspondente regulamentação a cargo do Executivo, fato ali inexistente. Diante do quadro, conforme consigna a fiscalização, foi promovida a exação constante às fls. 03/10, traduzindo a exigência das Contribuições do PIS/PASEPImportação e COFINSImportação sobre o mencionado bem, acrescida dos juros moratórios e da atinente penalidade pecuniária, razão do feito que ora se cuida. Da impugnação O contribuinte, após ter sido cientificado do AI, por intermédio de intimação pessoal, consoante faz prova a ciência consignada, em 08/06/2004, na peça constante às fls. 3 e 7, apresentou, em 06/07/2004, sua impugnação, conforme documentação juntada Fl. 151DF CARF MF Processo nº 11968.000502/200461 Acórdão n.º 3201004.301 S3C2T1 Fl. 3 3 às fls. 31/71, onde, após breve relato do histórico dos fatos relacionados ao feito em apreço, e estribandose, notadamente, em diversos julgados e renomada doutrina, desenvolveu sua defesa, nos termos, em síntese, adiante colocados: a Lei nº 10.865/04 impede a cobrança do PIS/PASEP Importação e da CofinsImportação concernente ao papel destinado à impressão de jornal, à luz do § 12 do inciso IV do seu artigo 8º, à vista da previsão de operação da alíquota "zero" a tal situação; a fruição pelo contribuinte do beneficio fiscal, uma vez já superados os expressos pressupostos legais, não pode ser obstada sob o argumento da inércia de regulamentação, pelo Executivo, do dispositivo normativo; o dispositivo legal concessor da aplicação da alíquota "zero" no que tange ao papel destinado ao fabrico de jornais é auto aplicável, não podendo o importador sofrer prejuízo em decorrência da falta da correspondente regulamentação. Além disso, não é cabível ao Executivo, quanto aos tributos em análise, mover alteração no seu respectivo alicerce quantitativo, no caso sua alíquota, visto ser matéria afeta a lei; a eficácia da norma não está condicionada à expedição do regulamento proclamado, como entende a fiscalização, então apoiada no inciso II do § 13 do art. 8° do sobredito diploma legal, sob pena de o Executivo promover exigência de tributo desprovida de previsão legal, fato desacolhido pelo ordenamento constitucional; visando proteger o direito sufragado na lei, foi impetrado mandado de segurança, nos termos do feito n° 2004.83.00.0117462, perante a 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, o qual desaguou, em sede de liminar, na obtenção do correspondente provimento judicial, traduzido na liberação da mercadoria integrante da DI citada sem o pagamento das contribuições em exame; uma vez estando a matéria de fundo deslocada ao judiciário, inclusive com crédito tributário objeto de suspensão de sua exigibilidade, à luz do inciso IV do art. 151 do CTN, não há o que se falar em multa de ofício tampouco em juros moratórios; o art. 63 da Lei n° 9.430/96 veda a cominação da penalidade de ofício diante do lançamento destinado a prevenir a decadência; os juros moratórios incidentes em seara tributária, calcados na Taxa SELIC, padecem de vícios de legalidade e constitucionalidade; caso, a despeito dos argumentos expendidos, paire ainda dúvidas acerca do rumo a ser conferido à interpretação da legislação em estudo, deve ser aplicado o art. 112 do CTN, à vista do princípio da dúvida benigna; Fl. 152DF CARF MF 4 Por fim, protestando pelo acatamento de suas aduções, o contribuinte requer, ainda, a produção de todos os meios de provas permitidos em direito, realçando a juntada posterior de elementos probatórios, perícia e diligência. A DRJ/Fortaleza/CE – 7ª Turma, por meio do Acórdão 0815.391, de 30/04/2009, decidiu pela improcedência da Impugnação, mantendo integralmente o lançamento. Transcrevo a ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador : 21105/2004 IMPUGNAÇÃO. MATÉRIA SUBMETIDA À APRECIAÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. A opção pela via judicial importa renúncia à instância administrativa, tornando definitivo o crédito tributário alicerçado sob mesmo objeto. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador : 21/05/2004 JUROS DE MORA. TAXA SELIC. ARGÜIÇÃO DE INSUBSISTÊNCIA FORMAL DAS LEIS. FORO ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA PARA ANÁLISE DO MÉRITO. O processo administrativo está adstrito à observação do cumprimento da legislação vigente, sendo o mesmo inaplicável à análise de questões atinentes a supostas incongruências formais existentes no texto legal ou no processo legislativo. Assim, sobre os valores dos tributos não pagos nos respectivos vencimentos, são cabíveis juros de mora calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, cuja exigência está fundamentada em lei. FALTA DE RECOLHIMENTO. MULTA. A falta do pagamento de tributos no prazo legal enseja a aplicação objetiva da multa no percentual de 75%. Lançamento Procedente A empresa então apresenta o Recurso Voluntário, reforçando os argumentos da Impugnação. Aduz ainda que a decisão recorrida deve ser anulada, porque não conheceu do mérito. Isto, segundo entende, devese ao fato de que teria submetido ao Poder Judiciário somente a questão da liberação das mercadorias retidas na alfândega, e que, portanto, não teria renunciado à lide administrativa. Deixa de recorrer da matéria acerca da aplicabilidade da multa de ofício, caso se mantenha o lançamento do tributo. É o relatório. Fl. 153DF CARF MF Processo nº 11968.000502/200461 Acórdão n.º 3201004.301 S3C2T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator. O recurso é tempestivo. Delimitação do litigio A recorrente sustenta, no Recurso Voluntário, que se conheça da matéria de fundo, isto é, a necessidade de regulamentação, pelo Poder Executivo, da aplicação de alíquota zero, na importação de papéis, conforme artigo 8º, §12, IV, da Lei 10.865/2004: Transcrevo excerto (fl. 104): Importa ressaltar que a finalidade do mencionado mandamus é obter unicamente a proteção jurisdicional, para que sejam liberados os rolos de papel para impressão de jornal, apreendidos em total afronta à Súmula 323 do STF, que aduz: "É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos". Em outras palavras, não está se discutindo no Mandado de Segurança nº 2004.83.00.0117462 o mérito da questão (cobrança indevida de PIS/PASEPImportação e COFINS Importação), apenas e tãosomente a liberação da mercadoria . Todavia, para a liberação da mercadoria, fundamentou seu pedido, na peça inaugural do referido Mandado de Segurança, na inexigibilidade de regulamentação do dispositivo legal (fl. 73): Ausência de lei impede a cobranca do PIS e COFINS cobranca de PIS e COFINS na importação de papel jornal A contribuição exigida pelo Impetrado é totalmente indevida, vez, que a Lei n° 10.865, de 30 de abril de 2004, que instituiu o recolhimento da contribuição social sobre o PIS e COFINS na importação reduz a zero as alíquotas daquela contribuição pelo prazo de quatro anos a contar da vigência da lei até que a produção atinja 80%(oitenta por cento) da produção nacional.Vejamos: "Artigo 80 As contribuições serão calculadas mediante aplicação sobre a base de calculo de que trata o art. 70 desta Lei, das alíquotas de: I a e II omissis....... § 1 a 11 omissis...... § 12. Ficam reduzido a 0(zero) as alíquotas das contribuições, nas hipóteses de importação de : II, IV a XI omissis.... Fl. 154DF CARF MF 6 III – papel destinado à impressão de jornais, pelo prazo de 4(quatro) anos, a contar da data de viaência desta Lei , ou Que a producão nacional atenda a 80%(oitenta por cento) do consumo interno; § 13. O Poder Executivo regulamentará: I o disposto no § 10 deste artigo; e II a atualização do beneficio da alíquota 0(zero ) de que tratam os incisos 1 a VII do § 12 deste artigo." (grifase). Portanto, falta regulamentação da lei e a Autoridade Fiscal ao exigir a contribuição do PIS e COFINS violo o princípio da legalidade consagrado no art. 37 da Constituição Federal de 1988 e reproduzido no art. 2 1 da Lei n° 9.784, de 2910111999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, in verbis: "Art 20 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação , razoabilidade , proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência." Sendo assim é abusiva a apreensão do rolo de papel destinado a impressos de jornal, como meio coercitivo para pagamento da contribuição do PIS e COFINS. Como se vê, as questões se confundem no mesmo litígio. A retenção das mercadorias só restaria ilegal se a tese do Fisco, a necessidade de regulamentação, restasse vencida. Não por outro motivo, a liminar judicial adentra o mérito da questão, conforme a ementa que seguir transcrevo (fl 62): EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. LIMINAR. REQUISITOS. PLAUSIBILIDADE DA ALEGAÇÃO E PERIGO NA DEMORA. CONTRIBUIÇÕES INSTITUÍDAS PELA LEI N° 10.865104. COFINS IMPORTAÇÃO E PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. PAPEL DESTINADO À IMPRESSÃO DE JORNAL. ALÍQUOTA ZERO. REGULAMENTAÇÃO PELO PODER EXECUTIVO. INADMISSIBILIDADE DE CONDICIONAR A EFICÁCIA IMEDIATA DO BENEFÍCIO. APREENSÃO DE MERCADORIAS COMO MEIO INDIRETO DE COBRANÇA DE TRIBUTOS. PACÍFICA INADMISSIBILIDADE. DEFERIMENTO DO PEDIDO DE LIMINAR. 1. Para a concessão do medida liminar, em mandado de segurança, hão de concorrer dois requisitos indispensáveis ao procedimento coutelar destinado a assegurar o possível direito do impetrante: a relevãncio dos fundamentos do pedido (plausibilidade do alegação) e a comprovação de que do ato impugnado poderá resultar a ineficácia do medida ocautelatório postulada, caso seja deferida a ordem no julgamento definitivo do mandamus (perigo no demora). Doutrina e jurisprudência. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 11968.000502/200461 Acórdão n.º 3201004.301 S3C2T1 Fl. 5 7 2. A redução da alíquota a 0 (zero) das contribuições para o COFINS Importação e o PIS/PASEP Importação, estabelecida pelo art. 8º § 12; III, da Lei n° 10.865/04, para o papel destinado à impressão de jornal, possui aplicação imediata, não estando condicionado seu gozo à posterior regulamentação por parte do Poder Executivo (art.80, § 13, II, do mesma Lei). 3. De há muito é repelida dentre nós a utilização por parte do Poder Público de meios indiretos de cobrança de tributos. Inteligência das súmulas n° 70, 323 e 470 do C. STF. Precedentes de nosso Eg. TRF 5ª Região. 4. Perigo no demora caracterizado pelo fato de a mercadoria apreendida papel para impressão de jornal ser precipua ao normal exercício da atividade do impetrante empresa jornalistica. 5. Deferimento do pedido de liminar. Não se vislumbra que a autoridade coatora possa cobrar o lançamento feito em caso de derrota na instância judicial. O mérito da questão, desse modo, somente pode e deve ser decidido pela instância judicial. Portanto, resta clara a concomitância de matéria entre as instâncias administrativa e judicial, impondose a aplicação da Súmula Carf nº 1, pelo que não conheço do mérito. Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial Quanto à multa de ofício aplicada, não houve qualquer argumentação no Recurso Voluntário, razão pela qual é definitiva a decisão recorrida na matéria. O litígio, então, se resume na apreciação da preliminar de nulidade da decisão recorrida, e da utilização da taxa Selic para correção dos valores lançados. Preliminar de nulidade da decisão recorrida A recorrente pede a nulidade da decisão recorrida, por não ter tomado conhecimento da matéria de mérito, conforme relatado. Todavia, como visto no item precedente, reafirmase a concomitância entre as instâncias administrativa e judicial. Assim, não se concede a preliminar arguida. Mérito A utilização da taxa Selic como índice de autualização dos tributos já é sumulada nesta Casa, em sentido contrário ao pretendido pela recorrente: Fl. 156DF CARF MF 8 Súmula CARFnº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer somente da preliminar de nulidade e da matéria relativa à utilização da taxa Selic, e desta parte conhecida, por negar provimento. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira Relator Fl. 157DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.720361/2009-77
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigmas.
Numero da decisão: 9202-007.394
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando não resta demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial, tendo em vista a ausência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigmas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 03 61 /2 00 9- 77 Fl. 121DF CARF MF 2 Trata o presente processo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescido de juros de mora e multa de ofício, tendo em vista a glosa de despesas lançadas em livro caixa, referentes ao exercício de 2006. Em sessão plenária de 17/09/2013, foi julgado o Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2801003.178 (fls. 73 a 79), assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. IDENTIFICAÇÃO INCORRETA DO FATO GERADOR. NULIDADE. É nula, por vício material, a notificação de lançamento que não descreve corretamente os fundamentos de fato que ensejaram a constituição do crédito tributário. Recurso Voluntário Provido.” A decisão foi assim registrada: “Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para declarar a nulidade, por vício material, da Notificação de Lançamento, nos termos do voto do Relator. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho.” O processo foi encaminhado à PGFN em 30/10/2013 (Despacho de Encaminhamento de fls. 80) e, em 20/11/2013, foi interposto o Recurso Especial de fls. 81 a 91 (Despacho de Encaminhamento de fls. 92). O Recurso Especial está fundamentado nos arts. 64 e 67, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, e visa rediscutir a nulidade do lançamento natureza do vício. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme despacho de 17/04/2017 (fls. 94 a 100). Em seu apelo, a Fazenda Nacional apresenta as seguintes alegações: pela leitura dos arts. 10 e 11, do Decreto nº 70.235, de 1972, percebese que os requisitos neles elencados possuem natureza formal, ou seja, determinam como o ato administrativo, in casu, o lançamento, deve exteriorizarse; temse que um lançamento tributário é anulado por vício formal quando não se obedece às formalidades necessárias ou indispensáveis à existência do ato, isto é, às disposições de ordem legal para a sua feitura; na hipótese em apreço, a descrição deficiente do fato gerador, vício apontado pelo colegiado como causa de nulidade do lançamento por vício material, a toda vista, não pode ser considerado como de tal natureza e intensidade a ponto de determinar a exclusão dos valores do lançamento, pois se assim fosse estarseia afirmando que o motivo (fato) nunca existiu; Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10280.720361/200977 Acórdão n.º 9202007.394 CSRFT2 Fl. 122 3 com efeito, não há que se confundir falta de motivo com falta ou deficiência de fundamentação/motivação; a primeira representa a exposição dos motivos, ou seja, a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato que justificam o ato realmente existiram; já a motivação diz respeito às formalidades que ensejam a formação do ato; no caso em debate, o voto condutor é claro ao afirmar que a descrição fática é deficiente, tratandose, portanto, de motivação deficiente do ato administrativo; a propósito, a jurisprudência deste Conselho é farta em decisões que, ao determinarem o cancelamento do lançamento por falta de preenchimento de alguns de seus requisitos, como a descrição dos fatos geradores, consideraram que se tratava de nulidade por vício de forma; por tudo, concluise que o acórdão recorrido mostrase equivocado ao afirmar que a deficiência na descrição dos fatos originários do lançamento constitui causa pura e simples para a anulação do lançamento por vício material, eis que se vício existe no lançamento, este é de natureza formal, visto que relacionado a elemento de exteriorização do ato administrativo, devendo ensejar, portanto, a nulidade do lançamento nesses termos (por vício formal). Ao final, a Fazenda Nacional requer seja conhecido e provido o Recurso Especial, para que o vício do lançamento seja declarado como de natureza formal. Cientificado do acórdão, do Recurso Especial da Procuradoria e do despacho que lhe deu seguimento em 06/05/2017 (AR Aviso de Recebimento de fls. 104), o Contribuinte ofereceu, em 18/05/2017 (carimbo de fls. 107), as Contrarrazões de fls. 107 a 118, contendo os seguintes argumentos: Do não cabimento do Recurso Especial os acórdãos apresentados não possuem a similaridade fática necessária para serem utilizados como paradigmas ao presente caso; os Acórdãos nºs 230200.386 e 240100.018, apresentados como paradigmas, tratam de casos onde os fundamentos legais que ensejaram as Notificações Fiscais não foram indicados de forma completa ou corretamente; o segundo paradigma explica de forma detalhada quais os fundamentos para determinar o vício formal e tais fundamentos, como a omissão do fiscal em informar os critérios utilizados na lavratura da NFLD ou omissão em informar que foi utilizado o procedimento de arbitramento, são, claramente, de aspecto formal, pois estão relacionados à forma de autuação, enquanto no presente caso temos erro quanto ao fato sob o qual seria realizada a autuação; como se observa, os vício identificados nos acórdãos apontados como paradigmas relacionamse à indicação dos fundamentos legais, ou seja, dos dispositivos legais que estariam sendo infringidos, segundo a Notificação de Lançamento; quando o fato ilegal praticado pelo contribuinte é perfeitamente descrito, havendo vício apenas na fundamentação legal, podemos afirmar que a irregularidade foi verificada, apurada e devidamente descrita no auto de lançamento; Fl. 123DF CARF MF 4 a falta de capitulação, portanto, seria vício formal, que pode ser sanado; no entanto, em caso de ausência de descrição da conduta ilegal, podemos afirmar que não há, na descrição do auto, sequer demonstração da existência de uma conduta ilegal, não havendo que se falar em vício sanável, na hipótese; se não há sequer indicação clara de conduta ilegal, o vício é de natureza material, e assim deve ser declarado. Da necessidade de manutenção do acórdão recorrido o que diferencia o vício material do vício formal é se o vício está no instrumento de lançamento ou no próprio lançamento; o vício material está configurado pela ausência, na Notificação Fiscal, da descrição dos fundamentos de fato que configurariam infração que teria levado à Notificação; não obstante, em caso de ausência de descrição da conduta, podemos afirmar que não há, na descrição do auto, sequer demonstração de existência de uma conduta imponível; se não há sequer indicação clara de fato imponível, resta impossibilitada qualquer tentativa de subsunção de tal fato a norma, sendo o vício de natureza material, e assim deve ser declarado; o vício material está relacionado diretamente aos aspectos da regra matriz de incidência tributária, in casu, especificamente, houve vício quanto o critério material da regra matriz, qual seja a identificação do fato gerador; dessa forma, resta claro que não há como prosperar a tese trazida pelo recurso especial, pois a precariedade quanto à exposição fática que ensejaria a autuação resulta na sua nulidade por vício material. Ao final, o Contribuinte pede o não conhecimento do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, caso assim não se entenda, que lhe seja negado provimento. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial da Fazenda Nacional é tempestivo, restando perquirir se atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Trata o presente processo, de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescido de juros de mora e multa de ofício, tendo em vista a glosa de despesas lançadas em livro caixa, referentes ao exercício de 2006. No caso do acórdão recorrido, foi declarada a nulidade do lançamento por vício material. A Fazenda Nacional, por sua vez, pede que o vício seja considerado de natureza formal. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10280.720361/200977 Acórdão n.º 9202007.394 CSRFT2 Fl. 123 5 Em sede de Contrarrazões, o Contribuinte alega inexistência de similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigmas. Assim, tratandose de discussão acerca da natureza de vício em lançamento de tributo, é imprescindível que se verifique a motivação da declaração de nulidade em cada um dos julgados em confronto, a ver se haveria similitude entre elas. No caso do acórdão recorrido, deuse provimento ao Recurso Voluntário, declarandose a nulidade do lançamento por vício material, considerandose que a Fiscalização identificou incorretamente o fato gerador da obrigação tributária. Confirase os respectivos trechos do acórdão recorrido: Ementa "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. IDENTIFICAÇÃO INCORRETA DO FATO GERADOR. NULIDADE. É nula, por vício material, a notificação de lançamento que não descreve corretamente os fundamentos de fato que ensejaram a constituição do crédito tributário. Recurso Voluntário Provido." Voto Verificase, assim, que tanto a Autoridade fiscal que indeferiu a SRL, quanto a Autoridade julgadora, alteraram a moldura fática utilizada pela Autoridade lançadora na feitura do lançamento, atuando aquelas como se estivessem investidas na função desta. E o que é pior: o fundamento utilizado para manutenção do lançamento não encontra, a meu ver, amparo na legislação do imposto de renda. É o que se extrai do art. 150, § 2º I, do RIR/1999, cuja redação é a seguinte: (...) A leitura dos trechos em destaque revela que o contador que exerce, individualmente, a sua profissão não é equiparado às pessoas jurídicas. Anoto, no entanto, que o fato de o contador contratar, como empregado, outro profissional da área contábil não desqualifica, de per si, o exercício individual de sua atividade. A individualidade no exercício da profissão do Recorrente somente restaria desqualificada, em meu entendimento, se a Autoridade lançadora, de forma objetiva, tivesse descaracterizado os elementos fáticos jurídicos da relação de emprego (pessoalidade, não eventualidade, onerosidade e subordinação) e comprovasse que os dois profissionais envolvidos se associaram na prestação dos serviços, o que, Fl. 125DF CARF MF 6 definitivamente, não restou evidenciado nos autos pela Autoridade lançadora. O segundo fundamento utilizado pela Autoridade julgadora para julgar improcedente a impugnação foi a falta de segregação das despesas efetuadas pela pessoa física das despesas da pessoa jurídica cujo Recorrente é sócio majoritário. Novamente aqui a Autoridade julgadora exorbitou de suas funções, porquanto alterou o fundamento fático do lançamento efetuado. Os fatos narrados, por si sós, são suficientes para anulação do despacho que indeferiu a SRL e da decisão recorrida. Nada obstante, entendo prescindível a nulidade de tais atos administrativos, haja vista que, nos termos do § 3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/1972: § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir lhe a falta.(Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Consoante demonstrado acima, a Autoridade lançadora glosou todas as despesas lançadas no LivroCaixa por ter considerado que o Recorrente declarou, exclusivamente, rendimentos de pessoas jurídicas decorrentes de vínculo trabalhista (Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, à fl. 21). A Declaração de Ajuste Anual (fls. 26/29), todavia, revela que o Interessado informou rendimentos recebidos de pessoas jurídicas na qualidade de profissional liberal no valor de R$ 186.884,93, lançados no campo “Nome da Fonte Pagadora” sob a denominação de “Serviços Autônomos de Contador”. A descrição incorreta dos fatos que embasaram o lançamento, pela Autoridade lançadora, ocasiona, a meu ver, a nulidade do próprio lançamento, sendo que no presente caso é de grande relevância a distinção entre vício formal e material para se dimensionar os diferentes efeitos que cada um desses vícios pode acarretar sobre a obrigação tributária. (...) No caso concreto, ocorreu um equívoco na identificação do fato gerador da obrigação tributária correspondente, ocasionando um erro na exteriorização dos fundamentos que levaram a Autoridade fiscal a constituir o crédito tributário, o que configura, a meu ver, vício material na feitura do ato de lançamento. O vício é material quando relacionado aos aspectos intrínsecos da hipótese de incidência tributária descritos no art. 142, caput, do CTN (aspecto material = identificação do fato gerador e determinação da matéria tributável, aspecto quantitativo = cálculo do montante do tributo devido e aspecto pessoal passivo = identificação do sujeito passivo). Na espécie, o defeito apresentado reveste a natureza de vício material, em face da identificação incorreta do fato gerador da obrigação correspondente (glosa de despesas lançadas no livro Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10280.720361/200977 Acórdão n.º 9202007.394 CSRFT2 Fl. 124 7 caixa de contribuinte que declarou apenas rendimentos recebidos com vínculo empregatício)." (grifei) Assim, o fato de o Contribuinte incluir os rendimentos da prestação de serviços autônomos de contador no campo destinado aos rendimentos recebidos de Pessoas Jurídicas e, ao mesmo tempo, deduzir despesas de livro caixa, levou a Fiscalização a glosar tais despesas, sob o fundamento de que o Contribuinte somente teria recebido rendimentos do trabalho com vínculo empregatício. O serviço de SRL, bem como a DRJ, em face do lapso, forneceram novos fundamentos à autuação. Nesse contexto, o paradigma apto a demonstrar a alegada divergência seria representado por um julgado em que, diante de situação fática similar identificação incorreta do fato gerador, considerado inclusive inexistente, nos termos do voto vencedor, e alteração pela autoridade julgadora dos fundamentos fáticos utilizados no lançamento ainda assim se considerasse que o vício seria formal. Visando demonstrar a alegada divergência, a Fazenda Nacional indica como paradigmas os Acórdãos nºs 2302000.386 e 2401000.018. Quanto ao primeiro deles, foi colacionada a respectiva ementa, conforme a seguir: Paradigma Acórdão nº 2302000.386 "ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 29/12/2006 RETENÇÃO 11%. FALTA CARACTERIZAÇÃO DA CESSÃO DE MÃODEOBRA. RELATÓRIO INCOMPLETO. NULIDADE. O instituto da retenção de 11% está previsto no art. 31 da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.711/1998. O órgão previdenciário aponta que a recorrente deveria ter efetuado a retenção, entretanto não indicou no relatório fiscal, nem na complementação do relatório, os fundamentos para enquadrar os serviços prestados como sujeitos à retenção de 11%. Não foi realizado o cotejamento pelos AuditoresFiscais entre a documentação analisada e a legislação que dispõe acerca da cessão de mãodeobra. A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto n ° 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vício formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto n ° 70.235). A descrição implica a exposição circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo. Fl. 127DF CARF MF 8 Pelo exposto, in casu, não se tratou de simples erro material, mas de vício na formalização por desobediência ao disposto no art. 10, inciso III do Decreto n ° 70.235 Processo Anulado. Crédito Tributário Exonerado." (grifei) De plano, constatase que o paradigma não trata, em absoluto, de situação similar à do recorrido. Compulsando o seu inteiro teor, verificase que os vícios tratados no paradigma em nada se assemelham à situação do acórdão recorrido. Confirase o voto do paradigma: "O órgão previdenciário aponta que a recorrente deveria ter efetuado a retenção, entretanto não indicou no relatório fiscal os fundamentos para enquadrar os serviços prestados como sujeitos à retenção de 11%. Não foi realizado o cotejamento pelos Auditores Fiscais entre a documentação analisada e a legislação que dispõe acerca da cessão de mãodeobra. O relatório fiscal à fl. 28 foi omisso, pois não indicou quais são as empresas, quais são as notas fiscais, nem os serviços que foram prestados. Não se pode confundir uma simples prestação de serviços com a prestação de serviços mediante cessão de mãodeobra. Somente o fato de constar na lista prevista no Regulamento da Previdência Social não é suficiente para que surja a obrigação da retenção. Por exemplo, o serviço de vigilância e segurança consta na referida lista, entretanto pode ser realizado com ou sem cessão de mãodeobra, como na vigilância remota; a obrigação da retenção será exigida somente no primeiro caso. (...) A formalização do auto de infração tem como elementos os previstos no art. 10 do Decreto n ° 70.235. O erro, a depender do grau, em qualquer dos elementos pode acarretar a nulidade do ato por vício formal. Entre os elementos obrigatórios no auto de infração consta a descrição do fato (art. 10, inciso III do Decreto n ° 70.235). A descrição implica a exposição circunstanciada e minuciosa do fato gerador, devendo ter os elementos suficientes para demonstração, de pelo menos, da verossimilhança das alegações do Fisco. De acordo com o princípio da persuasão racional do julgador, o que deve ser buscado com a prova produzida no processo é a verdade possível, isto é, aquela suficiente para o convencimento do juízo. Não se pode confundir falta de motivo com a falta de motivação. A falta de motivo do ato administrativo vinculado causa a sua nulidade. No lançamento fiscal o motivo é a ocorrência do fato gerador, esse inexistindo torna improcedente o lançamento, não havendo como ser sanado, pois sem fato gerador não há obrigação tributária. Agora, a motivação é a expressão dos motivos, é a tradução para o papel da realidade encontrada pela fiscalização. A falha na motivação pode ser corrigida, desde que o motivo tenha existido." (grifei) Destarte, verificase que o caso tratado no acórdão recorrido não é de mero defeito de motivação que não reflita a adequada razão de sua realização ou mesmo de comprovação, mas sim de vício no próprio motivo do lançamento, tendo em vista a identificação incorreta do fato gerador. Conforme o voto condutor do recorrido, o fundamento Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10280.720361/200977 Acórdão n.º 9202007.394 CSRFT2 Fl. 125 9 utilizado para manutenção do lançamento não encontra sequer amparo na legislação do imposto de renda. Nestas circunstâncias, a divergência somente estaria caracterizada se os vícios em confronto guardassem alguma similitude, o que não se verificou neste paradigma. No que tange ao segundo paradigma indicado Acórdão nº 2401000.018 a Fazenda Nacional reproduz a respectiva ementa e trechos do voto condutor: Paradigma Acórdão 2401000.018 Ementa CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/09/1999 a 30/07/2006 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, ou do 173 do mesmo Diploma Legal, no caso de dolo, fraude ou simulação comprovados, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE's nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante n° 08, disciplinando a matéria. In casu, houve antecipação de pagamento, fato relevante para aqueles que entendem ser determinante à aplicação do instituto. NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VICIO INSANÁVEL. NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam a Notificação Fiscal de Lançamento de DébitoNFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência ou fundamentação genérica, especialmente no relatório Fundamentos Legais do Débito FLD, determina a nulidade do lançamento, por caracterizarse como vício formal insanável, nos termos do artigo 37 da Lei n° 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto n°70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, de forma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa Fl. 129DF CARF MF 10 e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSO ANULADO." (grifei) Voto "Em suas razões recursais, pretende a recorrente seja declarada a nulidade da do feito, sob o argumento de que a autoridade lançadora não logrou motivar/fundamentar o ato administrativo do lançamento, de forma a explicitar clara e precisamente os motivos e dispositivos legais que embasaram a notificação, contrariando a legislação de regência, notadamente o artigo 142 do CTN e, bem assim, os princípios da ampla defesa e do contraditório. Não obstante as razões de fato e de direito ofertadas pela autoridade julgadora de primeira instância em defesa da manutenção do crédito previdenciário em comento, o inconformismo da contribuinte merece acolhimento, como restará demonstrado ao longo deste arrazoado, senão vejamos. Do exame dos elementos que instruem o processo, concluise que o presente lançamento encontrase eivado de inúmeros vícios formais, a começar pelo impreciso Relatório Fiscal da Notificação, deixando de informar o procedimento (arbitramento) utilizado na constituição do crédito previdenciário, bem como de inscrever no anexo ‘Fundamentos Legais do Débito – FLD’ o dispositivo legal que o contempla. De fato, com a devida vênia ao fiscal notificante, o lançamento levado a efeito contra a recorrente apresentase insustentável, por ser uma absoluta demonstração de como não se deve proceder em uma ação fiscal. (...) A fazer prevalecer a nulidade do lançamento, como já explicitado, o fiscal autuante foi omisso, igualmente, no Relatório Fiscal, deixando de demonstrar de forma clara e precisa os critérios utilizados por ocasião da lavratura da NFLD em relação ao arbitramento promovido. Aliás, sequer fez menção tratarse de aferição indireta. Observese, por fim, que o Relatório Fiscal tem por finalidade, demonstrar/explicar, resumidamente, como procedeu a autoridade lançadora na constituição do crédito previdenciário, devendo, dessa forma, ser claro e preciso relativamente aos procedimentos adotados pela fiscalização ao promover o lançamento, concedendo ao contribuinte conhecimento pleno dos motivos ensejadores da notificação, possibilitandolhe o amplo direito de defesa e contraditório, sobretudo tratandose de lançamento por arbitramento. Nesse contexto, deve ser declarada a nulidade do feito, em observância a legislação de regência, mais precisamente dos artigos do CTN, das Leis 8.212/91 e 9.784 encimados, uma vez que essas omissões contaminam a exigência fiscal, tornandoa precária, não lhe oferecendo certeza ou liquidez, Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10280.720361/200977 Acórdão n.º 9202007.394 CSRFT2 Fl. 126 11 principalmente pelo fato de se mostrar insanável e por cercear o direito de defesa da recorrente. Por todo o exposto, estando a NFLD sob examine em desacordo com os dispositivos legais que regulam a matéria, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário, acolher a preliminar de decadência em relação ao período de 09/1999 a 03/2002 e anular a notificação fiscal por erro/vício formal insanável, pelas razões de fato e de direito acima esposadas.” (grifei) A leitura da ementa já permite concluir que o caso tratado no paradigma em nada se assemelha ao do acórdão recorrido, o que se confirma pela colação dos trechos do respectivo voto. Os trechos acima bem resumem a situação do paradigma, no qual a nulidade verificada devese a omissões no Relatório Fiscal e não de incorreta identificação do fato gerador. Constatase que os vícios ocorridos, no caso deste paradigma, foram omissões relativas ao procedimento de arbitramento utilizado na constituição do crédito e dos respectivos fundamentos legais. Com efeito, tal situação que enseja apenas uma complementação do Relatório Fiscal do lançamento também não guarda qualquer similitude com os vícios tratados no acórdão recorrido. Diante do exposto, tendo em vista que os paradigmas indicados efetivamente não logram caracterizar a divergência alegada, não conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 131DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.720167/2010-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.437
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Inicialmente é necessário esclarecer que o presente feito compreende um lote de 36 processos conexos, todos eles relativos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS apurados pelo regime da nãocumulatividade nos anos calendários de 2003 a 2008. Tratamse dos seguintes processos: PROCESSO ACÓRDÃO DRJ TRIBUTO PERÍODO 10320.720149/201020 0830.513 PIS 2ª Trim 2003 10320.720150/201054 0831.407 PIS 3ª Trim 2003 13338.000103/200441 0831.247 PIS 1ª Trim 2004 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 20 .7 20 16 7/ 20 10 -1 0 Fl. 242DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 3 2 10320.720152/201043 0830.749 PIS 2ª Trim 2004 13338.000011/200542 0831.246 PIS 3ª Trim 2004 10320.720169/201009 0831.237 COFINS 4ª Trim 2004 10320.720047/201012 0830.748 COFINS 1ª Trim 2005 10320.720155/201087 0830.750 PIS 1º Trim 2005 19647.012516/200542 0825.611 COFINS Abril/2005 13338.000155/200680 0830.757 COFINS 2ª Trim 2005 10320.720156/201021 0830.751 PIS 2º Trim 2005 19647.007420/200562 0822.687 PIS 3ª Trim 2005 10320.720157/201076 0830.752 PIS 3º Trim 2005 10320.720170/201025 0830.755 COFINS 3º Trim 2005 10320.720158/201011 0830.753 PIS 4ª Trim 2005 10320.720171/201070 0830.931 COFINS 4º Trim 2005 10320.720159/201065 0830.936 PIS 1º Trim 2006 10320.720172/201014 0831.238 COFINS 1º Trim 2006 10320.720160/201090 0830.927 PIS 2º Trim 2006 10320.720161/201034 0830.928 PIS 3ª Trim 2006 10320.720174/201011 0830.933 COFINS 3º Trim 2006 10320.720162/201089 0830.929 PIS 4º Trim 2006 10320.720175/201058 0830.934 COFINS 4º Trim 2006 10320.720163/201023 0830.930 PIS 1º Trim 2007 10320.720164/201078 0830.937 PIS 2º Trim 2007 10320.720177/201047 0830.938 COFINS 2º Trim 2007 10320.720165/201012 0831.233 PIS 3º Trim 2007 10320.720178/201091 0831.239 COFINS 3º Trim 2007 10320.720166/201067 0831.234 PIS 4º Trim 2007 10320.720179/201036 0831.240 COFINS 4º Trim 2007 10320.720167/201010 0831.235 PIS 1º Trim 2008 10320.720180/201061 0831.241 COFINS 1º Trim 2008 10320.720168/201056 0831.236 PIS 2º Trim 2008 10320.720181/201013 0831.242 COFINS 2º Trim 2008 10320.720182/201050 0831.243 COFINS 3º Trim 2008 10320.720183/201002 0831.408 COFINS 4ª Trim 2008 Desse modo, a presente Resolução será replicada em todos os processos acima referidos, devendose, na execução do julgado, observarse aquilo que se aplica a cada um dos fatos geradores abrangidos. Como dito, tratamse de diversos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS oriundos da aquisição de bens e serviços utilizados na fabricação de bens exportados para o mercado externo, apurados trimestralmente, além de um Auto de Infração. Conforme Relatório Fiscal integrante do Despacho Decisório: (...) o não reconhecimento do crédito se deu em virtude de vários fatores, compreendendo cômputo de outras receitas registradas na escrituração contábil (livro razão) e fiscal (livros registro de entrada, registro de saída, apuração de IPI, inventário etc) não informadas pelo Fl. 243DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 4 3 contribuinte no Dacon, bem como glosa de créditos informados no Dacon, mas não respaldados na contabilidade, incidentes sobre gastos ou despesas: Fl. 244DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 5 4 A Recorrente apresentou Manifestações de Inconformidade e Impugnação solicitando o reconhecimento integral do crédito postulado. Após exame, a DRJ proferiu acórdão assim ementado (ajustandose, apenas, para cada processo, o tributo PIS ou COFINS e o período de apuração): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PEDIDO DE PERÍCIA. CARÁTER TÉCNICO DA PROVA. A perícia é meio de prova destinado a exames que requeiram conhecimento técnico específico. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento Fl. 245DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 6 5 processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A partir de dezembro de 2002, a base de cálculo da contribuição é o faturamento, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RECEITA FINANCEIRA. ALÍQUOTA ZERO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir de agosto de 2004, estão sujeitas à alíquota zero as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas submetidas ao regime nãocumulativo. As receitas submetidas à alíquota zero não integram a base de cálculo da contribuição. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO. Quando adquiridos, os bens e serviços utilizados como insumo geram direito ao crédito na incidência nãocumulativa da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OPTANTE PELO SIMPLES. O fato de a pessoa jurídica fornecedora do bem enquadrado como insumo ser optante pelo Simples não obsta o direito de crédito do adquirente, relativamente ao valor pago. INSUMO. FORNECEDOR PESSOA FÍSICA. Não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OU PRESTADOR. SITUAÇÃO FISCAL IRREGULAR. A situação fiscal irregular do fornecedor ou prestador não constitui obstáculo ao creditamento sobre o valor de bens e serviços. FALTA DE PROVA. UTILIZAÇÃO COMO INSUMO. Incumbe ao manifestante comprovar que determinado bem ou serviço, sobre o qual pleiteia creditamento, foi utilizado como insumo na fabricação de produtos destinados à venda. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 7 6 RESSARCIMENTO. INSUMO CORPÓREO. Para configurar insumos para os fins de creditamento na forma do disposto no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º, II, da Lei nº 10.833, de 2003, as matérias primas, os produtos intermediários e o material de embalagem, utilizados na fabricação de bens destinados à venda, devem sofrer alterações, tais como o desgaste, o dano, ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, e, ainda, não podem representar acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem em que forem aplicadas. RESSARCIMENTO. SERVIÇO. INSUMO. Na apuração do PIS/Pasep e da Cofins, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados sobre gastos incorridos com serviços utilizados como insumo, desde que pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. RESSARCIMENTO. ENERGIA ELÉTRICA. Podem ser descontados créditos da Cofins e do PIS/Pasep Nãocumulativos sobre os gastos totais com a energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. RESSARCIMENTO. COMBUSTÍVEIS. O gasto com combustíveis utilizados como insumos na fabricação de produtos gera crédito na apuração da Cofins e do PIS/Pasep Não Cumulativos, ainda que submetidos à tributação monofásica com base em alíquota diferenciada, sendo os créditos calculados, todavia, com base nas alíquotas padrões. FRETE NA COMPRA DE INSUMOS. Não há previsão legal para apurar créditos de frete nas operações de compra. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em ParteA O acórdão recorrido, portanto, afastou as seguintes glosas: (i) receitas financeiras (determinou a exclusão das receitas financeiras da base de cálculo das contribuições); (ii) bens adquiridos e não integralmente pagos aos fornecedores no mesmo trimestre de apuração (aplicação do regime de competência); (iii) bens adquiridos de pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 8 7 (iv) créditos adquiridos de pessoas jurídicas com irregularidades, posto que não comprovado pela Fiscalização a inaptidão do respectivos CNPJs; As glosas mantidas foram as seguintes: (v) receitas de recuperação de despesas (manteve as receitas de recuperação de despesas na base de cálculo das contribuições) (vi) carvão adquirido de produtores rurais pessoas físicas, portanto, não sujeitos à incidência do PIS e da COFINS; (vii) serviços utilizados como insumos, em razão destes não estarem devidamente escriturados em DACON e, também, pela ausência de demonstração da sua inserção no "conceito funcional de insumo"; (viii) aquisição de energia elétrica em razão de divergências entre os livros fiscais e os balancetes de verificação; (ix) frete sobre operações de compra, por ausência de previsão legal; (x) "outros valores com direito a crédito", por ausência de comprovação da natureza de tais créditos Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido, requerendo: (a) o afastamento da declaração de preclusão do direito à apresentação de documentos probatórios; (b) o afastamento do critério físico na apuração do PIS e da COFINS não cumulativos, com a utilização dos conceitos de custos necessários à obtenção de receita, conforme legislação do Imposto de Renda; (c) a autorização para a apropriação de créditos sobre a aquisição de carvão de pessoas físicas, nos termos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004; (d) a autorização para apropriação de créditos decorrentes da aquisição de insumos, ainda que não escriturados corretamente em DACON (erro material), bem como pela negativa imposta de comprovação da sua essencialidade; (e) a autorização para apropriação de créditos em decorrência da aquisição de energia elétrica, consumida no processo produtivo, devendo ser afastadas eventuais inconsistências verificadas em DACON; (f) a legitimidade da apropriação de créditos sobre quisição de fretes, seja nas operações de venda, seja nas aquisições; (g) autorização para a apropriação de créditos diversos decorrentes da aquisição de insumos (bens ou serviços) essenciais ao seu processo produtivo; Fl. 248DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 9 8 (h) requer a conversão do feito em diligência para a realização de perícia contábil para a verificação dos alegados erros de declaração e, também, da essencialidade dos insumos adquiridos; (i) por fim, requer seja determinada a aplicação da correção monetária sobre o crédito tributário a ser ressarcido. Após os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio ou por redistribuição em razão de conexão. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Conforme se verifica pelo relato dos fatos, o presente feito abrange tanto discussões exclusivamente de direito, como aspectos relacionados à materialidade do crédito tributário, quanto questões relativas aos cálculos de apuração do crédito tributário. Nesse aspecto, 2 (duas) questões sobressaltam e, a meu ver, demandam melhor análise dos fatos: (i) existência de divergências entre valores declarados em DACON e escriturados em documentos contábeis; (ii) essencialidade de itens ao processo produtivo da Recorrente. Quanto ao primeiro, tenho que deve se observar, na hipótese dos autos, o princípio da verdade material a ser perseguido no curso do procedimento administrativo de constituição do crédito tributário. Por óbvio, a aplicação de tal princípio deve estar calcada na necessária observância ao ônus da prova. Tratandose de apuração de créditos de PIS e COFINS, cabe ao contribuinte demonstrar a existência do seu direito. Verifico que a Recorrente, em sua defesa e em seu Recurso Voluntário, apresentou alegações e documentos pelos quais busca legitimar os valores dos créditos considerados em sua apuração, especialmente com relação aos seguintes pontos, conforme redação utilizada pelo Acórdão recorrido: "(...)despesas incorridas com serviços prestados por pessoa jurídica, declaradas pelo contribuinte no Dacon como utilizados como insumo, mas não verificadas na sua escrituração (...)". "(...) despesas com energia elétrica, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas não integralmente comprovadas na escrituração (...)" Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 10 9 "(...) despesas com armazenagem e frete, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas em valores significativamente inferiores aos comprovados na escrituração (...)" "(...) crédito relativo a outras operações com direito a crédito, identificada na linha 13 da ficha 6 do Dacon (...)" Embora o acórdão proferido tenha se manifestado acerca das alegações de erros cometidos pela Recorrente, não adentrou acerca da análise específica dos documentos apresentados, limitandose a concluir que competia ao contribuinte, ao prestar suas informações, trazer maiores especificações e detalhamentos. Assim, ainda sem concluir pela prestabilidade ou não dos esclarecimentos e documentos apresentados pela Recorrente, entendo que tais demonstrações não restaram devidamente examinadas pelo acórdão recorrido, merecendo melhor análise. Quanto ao segundo aspecto, atinente aos insumos aplicados ao processo produtivo da Recorrente, sabese que, há muito, a jurisprudência deste CARF vinha se firmando no conceito da essencialidade como critério autorizador à tomada de créditos no regime não cumulativo do PIS e da COFINS. Tal entendimento foi recentemente chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Representativo de controvérsia, portanto, de observância obrigatória por este órgão julgador: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e Fl. 250DF CARF MF Processo nº 10320.720167/201010 Resolução nº 3201001.437 S3C2T1 Fl. 11 10 lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018) Assim, para a análise acerca da legitimidade das glosas efetuadas pela Fiscalização, necessário perquirir acerca da natureza de tais insumos e a sua essencialidade ao processo produtivo, aspecto não adentrado, seja em sede de lançamento, seja pela decisão de primeiro grau. Pelo exposto, voto por converter o feito em diligência para que a Autoridade Lançadora intime o contribuinte para, no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta) dias: (i) apresentar, de forma detalhada, quais os erros de declaração existentes em suas DACONs, indicando, com o devido lastro probatório, os corretos valores a serem observado, podendo a Autoridade lançadora solicitar especificamente os documentos que entenda necessários para tal comprovação; (ii) apresentar laudo descritivo da sua atividade operacional, indicando, para cada um dos itens (insumos) objeto de glosa, sua aplicação e essencialidade ao seu processo produtivo. Após, deverá a Autoridade Lançadora se manifestar acerca das informações e documentos apresentados pela Contribuinte, notadamente no que se refere aos alegados erros de preenchimento das DACONs e respectivos documentos probatórios, apresentando relatório conclusivo. Concluído, abrase novo prazo de (30) trinta dias para que a Recorrente se manifeste acerca do Relatório Fiscal. Ao final, retornemse os autos para julgamento. Esclareço que o prazo concedido é único e aplicase a todos os processos objeto da presente Resolução. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 251DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15463.721129/2014-99
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO.
O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão.
PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL.
É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ.
INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO.
A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova.
Numero da decisão: 2001-000.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento e o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que lhe deu provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL. É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ. INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO. A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova.
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DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL. É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ. INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO. A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento e o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que lhe deu provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 72 11 29 /2 01 4- 99 Fl. 117DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2011, anocalendário de 2010, em que foi apurada omissão de rendimentos. O contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente, mediante Acórdão da DRJ BELO HORIZONTE. Cientificado, o interessado apresentou recurso voluntário de f. 110/111. Em síntese, alega ser portador de moléstia grave (alienação mental, desde 2007). Informa que recebe proventos de aposentadoria. Sustenta que a doença está descrita em Laudo Médico, complementados por receituário médico e demais documentação. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Temos que, em cumprimento à regra geral prevista no art. 176 do Código Tributário Nacional CTN, especificando o tributo a que se aplica, as condições e requisitos exigidos para sua concessão, a isenção do IRPF sobre os rendimentos, no caso do contribuinte ser portador de determinadas espécies de doenças, foi instituída pela Lei n° 7.713, de 1988, mais especificamente no inciso XIV do artigo 6º, com redação dada pelo artigo 47 da Lei nº 8.541, de 23/12/92 e artigo 30, § 2º da Lei nº 9.250/95, e pela Lei nº 11.052, de 2004, in verbis: “Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente sem serviços e os percebidos pelos portadores de Fl. 118DF CARF MF Processo nº 15463.721129/201499 Acórdão n.º 2001000.321 S2C0T1 Fl. 3 3 moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;” (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) Referida disposição encontrase regulamentada no Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999, art. 39, XXXI, que estabelece: “Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) Proventos de aposentadoria por Doença Grave XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º);” (...) § 5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: I – do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II – do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III – da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial. Importa destacar que o art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995, veio estabelecer que, a partir de 1996, a moléstia deveria ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim: Fl. 119DF CARF MF 4 “Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” Assim, em observância ao comando normativo retrocitado, (art. 30 da Lei nº 9250/95), não há como acatar, para fins de reconhecimento de isenção de IRPF para o exercício do lançamento. Importante frisar acerca da documentação que a alegada alienação mental só pode ser reconhecida a partir de abril de 2014, conforme já explanado na decisão de primeira instância: "No caso em apreço, somente o laudo médico de serviço oficial de fls. 14 e 68, é documento hábil a atestar a moléstia grave acometida pelo contribuinte. A doença foi expressamente identificada no laudo, qual seja, “alienação mental”, listada no art. 6º, incisoXIV da Lei nº 7.713/88, e, na ausência da data do início da doença, a data a ser consideradapara fins de isenção é a da emissão do laudo médico (29/4/2014). " Convém ainda mencionar a regra inserta no artigo 111, do CTN, que determina que as normas que veiculam outorga de isenção devem ser interpretadas literalmente. Portanto, não há como reconhecer o direito à isenção pleiteado pelo recorrente, haja vista que não foi feita prova nos termos exigidos pela legislação. Desta forma, reitero a motivação do voto exposto na decisão de primeira instância, que indeferiu o reconhecimento da isenção. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Fl. 120DF CARF MF Processo nº 15463.721129/201499 Acórdão n.º 2001000.321 S2C0T1 Fl. 4 5 Voto Vencedor Discordo do relator quanto sobre a caracterização da doença grave. Tratase de divergência principalmente quanto à necessidade de apresentação de laudo oficial. O contribuinte apresentou outros elementos de prova indicando possuir doença grave. Entendemos que a fundamentação baseada somente na falta de apresentação, ou problemas formais no documento, no laudo médico, não afastam por si a caracterização da doença grave quando há outros meios de prova indicando a doença. Trazemos entendimento do STJ com o qual concordamos, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça STJ, relator do caso, AREsp 81.149: “Ainda que conste como preceito legal, a perícia médica oficial não pode ser tida como indispensável ou como o único meio de prova habilitado, sendo necessário ponderarse a razoabilidade de tal exigência legal no caso concreto” E mais recente, mais no ponto do caso em questão e já sendo matéria sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça, que é o órgão do Poder Judiciário do Brasil que assegura a uniformidade à interpretação da legislação federal., trazemos a Súmula 598, que assim dispôs: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 08/10/2017. Sobre a interpretação literal do texto legal, em cumprimento ao art 111 do CTN, inciso II, que trata de isenção, questão trazida amiúde quando se fala de isenção tributária, trazemos o pensamento do tributarista Carlos da Rocha Guimarães, com o qual concordamos plenamente: O art. 111 "não quer realmente negar que se adote, na interpretação das leis concessivas de isenção, o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma, mas simplesmente impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, alargando, além do seu exato limite, o que diz a letra da lei, sem, no entanto, deixar de incluir, na interpretação do texto legal, todos os casos que a sua significação indica como nele incluídos, sem o que a própria letra da lei também estaria ferida, e a exoneração, assim truncada, ficaria sem sentido." Explicase, em relação ao caso: não se poderia estender a isenção de doença grave para pessoas em casos semelhantes, pessoas com doenças não consideradas graves, pessoas idosas, pessoas desempregadas, pessoas presas, etc. Aqui, sim, não se pode estender porque se interpreta literalmente, a isenção é só para doença grave. Fl. 121DF CARF MF 6 No entanto, para a caracterização da doença grave prevista em lei, para o exame da prova sobre a doença, se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e processo normal do exame da prova. No exame da documentação entendemos estar caracterizada a doença grave. Os rendimentos recebidos por portador de doença grave são isentos, conforme Lei 7.713/1988, art. 6º. Conclusão Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Designado. Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.908400/2013-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003, 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO NO DISPOSITIVO DA DECISÃO. SANEAMENTO.
Acolhem-se os embargos de declaração para suprir contradição, e corrigir lapso manifesto, sem efeitos infringentes.
Numero da decisão: 1401-002.956
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos para reconhecer lapso manifesto constante da decisão recorrida, retificando sua parte dispositiva para que conste voto no sentido de dar provimento integral ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório de R$ 5.509.762,76, composta pela soma dos valores de R$ 4.289.122,74 (IRRF em operações com SWAP - código 5273) R$ 1.220.640,02 (estimativa compensada de setembro de 2009 código 2362).
(assinado digitalmente)
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva , Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano e Sérgio Abelson (Suplente Convocado).
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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CONTRADIÇÃO NO DISPOSITIVO DA DECISÃO. SANEAMENTO. Acolhemse os embargos de declaração para suprir contradição, e corrigir lapso manifesto, sem efeitos infringentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos para reconhecer lapso manifesto constante da decisão recorrida, retificando sua parte dispositiva para que conste voto no sentido de dar provimento integral ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório de R$ 5.509.762,76, composta pela soma dos valores de R$ 4.289.122,74 (IRRF em operações com SWAP código 5273) R$ 1.220.640,02 (estimativa compensada de setembro de 2009 código 2362). (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva , Letícia Domingues Costa Braga, Cláudio de Andrade Camerano e Sérgio Abelson (Suplente Convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 84 00 /2 01 3- 83 Fl. 488DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente de Embargos de Declaração (efls. 451 a 453) opostos por RUMO MALHA PAULISTA S.A. (nova denominação de ALL AMERICA LATINA LOGÍSTICA MALHA PAULISTA S.A.) contra o Acórdão n.º 1401002.063, de 17/08/2017, desta 1.ª Turma Ordinária da 4.ª Câmara da 1.ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (efls. 398 a 405), mediante o qual o colegiado, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário. Os embargos foram opostos sob a alegação de ocorrência de erro material em razão de lapso manifesto ou erros de escrita ou de cálculo, provocados pelos legitimados para opor embargos, conforme art. 66 do RICARF, bem como, em face de alegada contradição e também de erro material. Transcrevo os excertos dos embargos com as menções de interesse, verbis: [...] 4. Em relação ao IRRF em operações com SWAP (código 5273), o voto vencedor registrou que: “a recorrente demonstra que o resultado da operação de SWAP foi informado em conjunto das operações de variações cambiais ativas [...]. Face os esclarecimentos e demonstrações apontados pela recorrente, entendo que os valores recolhidos sobre o código 5273 devem ser considerados em sua totalidade para formar o saldo negativo de 2009.” 5. Sobre a compensação de estimativa de IRPJ de setembro de 2009 (código 2362), asseverou o voto vencedor: “[...] a partir da edição da Medida Provisória nº 135 de 30/10/2003 – DOU de 31/10/2003, a estimativa mensal compensada em DCOMP deve integrar o saldo negativo, porque será cobrada, ainda que a compensação seja não homologada.” [...] Contudo, a parte dispositiva do voto vencedor e do acórdão divergem entre si e em relação ao conteúdo do voto. Assim ficou registrado no voto vencedor: Assim, por todo o exposto nesta análise, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para reconhecer a diferença questionada de R$ 5.509.762,76 diferença relacionada ao código "5273" trazida a litígio, referente a saldo negativo de IRPJ do anocalendário 2009 dar provimento a estimativa porque foi negada no processo de 10880.981230/201110). 7. Observase que a parte dispositiva contrasta com a fundamentação do voto, porquanto, repitase, foi dado integral provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o IRRF em operações com SWAP (código 5273) e a estimativa compensada de setembro de 2009 (código 2362). Sendo assim, essa contradição deve ser saneada. 8. O acórdão informa que foi dado “provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 6.730.402,78”. Essa cifra corresponde a todo o IRRF glosado pela autoridade fiscal. Todavia, pode ser observado que o IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa (R$2.413.971,60) já havia sido reconhecido pela DRJ, de sorte que a discussão no recurso voluntário envolve apenas o valor de R$5.509.762,76, ou seja, a soma do IRRF em operações com SWAP (código 5273) Fl. 489DF CARF MF Processo nº 10880.908400/201383 Acórdão n.º 1401002.956 S1C4T1 Fl. 489 3 e da estimativa compensada de setembro de 2009 (código 2362). Por conseguinte, esse erro material também deve ser sanado pelo colegiado. 9. Ante o exposto, requer a embargante: (i) Seja sanada a contradição contida na parte dispositiva do voto vencedor, a fim de que se registre o integral provimento ao recurso voluntário da contribuinte, para reconhecer o IRRF em operações com SWAP (código 5273) e a estimativa compensada de setembro de 2009 (código 2362), cujo crédito corresponde a R$5.509.762,76 do saldo negativo de 2009; (ii) Seja corrigido erro material constante do acórdão, para que o direito creditório reconhecido pela Turma importe em R$5.509.762,76, vez que a DRJ já havia reconhecido o IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa; (iii) Seja registrado no acórdão a homologação total da compensação realizada pela contribuinte, dado o reconhecimento de todo o crédito de saldo negativo de 2009. [...] (grifos nos embargos). De maneira a matéria posta à apreciação do colegiado limitase a sanar lapso manifesto e à contradição alegada nos embargos, posto que realmente o texto do acórdão, na sua fundamentação, posicionase pelo provimento integral do recurso voluntário, enquanto a parte dispositiva/conclusiva do voto condutor referese a provimento parcial. Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Os embargos são tempestivos, para preencher todos os requisitos de admissibilidade, há que se verificar a existência dos vícios apontados. Reconheço que da leitura do voto condutor assiste razão ao embargante, posto que, de fato, o texto do acórdão ignora que a parcela de R$ 1.220.640,02, referente a estimativa compensada no mês de set/2009 se inclui no valor questionado no recurso voluntário, R$ 5.509.762,76. A composição deste valor é R$ 4.289.122,74 + R$ 1.220.640,02 = R$ 5.509.762,76. O valor R$ 5.509.762,76 é o total discutido no referido recurso, e este diz respeito a: a) IRRF em operações de SWAP (código 5273, R$ 4.289.122,74) e b) estimativa compensada do mês de setembro/2009 (código 2362, R$ 1.220.640,02). Caracterizado assim lapso manifesto. Neste seguir, conheço, pois, os embargos para, no mérito, darlhes provimento para que seja sanada a contradição contida na parte dispositiva do voto vencedor, a fim de que se registre o integral provimento ao recurso voluntário da contribuinte, para reconhecer o IRRF em operações com SWAP (código 5273) e a estimativa compensada de setembro de 2009 (código 2362), cujo crédito corresponde a R$5.509.762,76 do saldo negativo de 2009; Seja corrigido erro material constante do acórdão, para que o direito creditório Fl. 490DF CARF MF 4 reconhecido pela Turma importe em R$5.509.762,76, vez que a DRJ já havia reconhecido o IRRF sobre aplicações financeiras de renda fixa e seja registrado no acórdão a homologação total da compensação realizada pela contribuinte, dado o reconhecimento de todo o crédito de saldo negativo de 2009. Assim, retifico a parte dispositiva do acórdão embargado para que conste voto no sentido de dar provimento integral ao recurso voluntário para reconhecer a diferença questionada de R$ 5.509.762,76 trazida a litígio, composta pela soma dos valores de R$ 4.289.122,74 (IRRF em operações com SWAP código 5273) + R$ 1.220.640,02 (estimativa compensada de setembro de 2009 código 2362). É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Fl. 491DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.723246/2014-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Verificadas omissões na decisão embargada, acolhem-se os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para o fim de suprir os vícios apontados.
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E DE ÁLCOOL.
A fase agrícola do processo produtivo de cana de açúcar que produz o açúcar e álcool, pode ser levada em consideração para fins de apuração de créditos para a Contribuição em destaque. Precedentes deste CARF.
COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMOS. DIREITO AO CREDITAMENTO
Dá direito a crédito (fase agrícola) na produção de açúcar e álcool a aquisição dos seguintes bens e serviços: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Replanta de Cana Soca, Serviços Auxiliares, Transporte Fornecedor Cana Picada, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça".
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA.
Aplica-se ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3402-005.711
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, em julgar os Embargos de Declaração da seguinte forma: (i) por maioria de votos, em conhecer e não acolher a primeira omissão apontada quanto ao REsp nº 1.221.170. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro e Maysa de Sá Pittondo Deligne que não conheciam os Embargos neste ponto. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões; (ii) por unanimidade de votos, em conhecer e acolher a segunda omissão apontada, com efeitos infringentes, para no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter, adicionalmente ao acórdão recorrido, as seguintes glosas que recaíram sobre o "item 1 - Agrícola", item IV do TVF: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça".
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado em substituição a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Verificadas omissões na decisão embargada, acolhem-se os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para o fim de suprir os vícios apontados. COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E DE ÁLCOOL. A fase agrícola do processo produtivo de cana de açúcar que produz o açúcar e álcool, pode ser levada em consideração para fins de apuração de créditos para a Contribuição em destaque. Precedentes deste CARF. COFINS. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMOS. DIREITO AO CREDITAMENTO Dá direito a crédito (fase agrícola) na produção de açúcar e álcool a aquisição dos seguintes bens e serviços: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Replanta de Cana Soca, Serviços Auxiliares, Transporte Fornecedor Cana Picada, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA. Aplica-se ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática. Embargos Acolhidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, em julgar os Embargos de Declaração da seguinte forma: (i) por maioria de votos, em conhecer e não acolher a primeira omissão apontada quanto ao REsp nº 1.221.170. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro e Maysa de Sá Pittondo Deligne que não conheciam os Embargos neste ponto. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões; (ii) por unanimidade de votos, em conhecer e acolher a segunda omissão apontada, com efeitos infringentes, para no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter, adicionalmente ao acórdão recorrido, as seguintes glosas que recaíram sobre o "item 1 - Agrícola", item IV do TVF: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado em substituição a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz.
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Verificadas omissões na decisão embargada, acolhemse os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para o fim de suprir os vícios apontados. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E DE ÁLCOOL. A fase agrícola do processo produtivo de cana de açúcar que produz o açúcar e álcool, pode ser levada em consideração para fins de apuração de créditos para a Contribuição em destaque. Precedentes deste CARF. COFINS. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMOS. DIREITO AO CREDITAMENTO Dá direito a crédito (fase agrícola) na produção de açúcar e álcool a aquisição dos seguintes bens e serviços: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Replanta de Cana Soca, Serviços Auxiliares, Transporte Fornecedor Cana Picada, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA. Aplicase ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática. Embargos Acolhidos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 32 46 /2 01 4- 52 Fl. 14505DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, em julgar os Embargos de Declaração da seguinte forma: (i) por maioria de votos, em conhecer e não acolher a primeira omissão apontada quanto ao REsp nº 1.221.170. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro e Maysa de Sá Pittondo Deligne que não conheciam os Embargos neste ponto. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões; (ii) por unanimidade de votos, em conhecer e acolher a segunda omissão apontada, com efeitos infringentes, para no mérito, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reverter, adicionalmente ao acórdão recorrido, as seguintes glosas que recaíram sobre o "item 1 Agrícola", item IV do TVF: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado em substituição a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos em tempo hábil pelo contribuinte RAÍZEN ENERGIA S/A. (fls. 14.045/14.051), em face do Acórdão nº 3402004.758, de 25/10/2017, sob o pressuposto regimental da omissão e da existência de fato novo capaz de influenciar o julgamento do presente processo. Alega a embargante a presença de 2 (duas) omissões, a saber: 1ª Omissão: Aduz a embargante que a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que fatos novos capazes de influenciar no julgamento da lide podem ser alegados na via dos embargos de declaração. Nesse sentido, após o julgamento do Acórdão embargado, sobreveio o REsp nº 1.221.170, julgado na sistemática dos recursos repetitivos, por meio do qual o ST|J fixou o conceito de insumo como sendo todos bens e serviços essenciais e relevantes para a atividade da empresa em qualquer fase de produção. O STJ valeuse do critério da RELEVÂNCIA para a atividade econômica, enquanto que o acórdão recorrido valeuse do critério da ESSENCIALIDADE para o processo produtivo. Tendo em vista que o art. 62 do RICARF estabelece que os julgamentos do CARF devem acompanhar o entendimento do STJ firmado em recurso repetitivo, os embargos de declaração devem ser acolhidos para o fim de que se cumpra o art. 62 do RICARF. 2ª Omissão: segundo a embargante, o Acórdão recorrido teria sido omisso, pois embora tenha entendido que a fase agrícola integra o processo produtivo da embargante e que, portanto, é possível o creditamento de PIS e COFINS sobre os dispêndios incorridos nesta Fl. 14506DF CARF MF Processo nº 10880.723246/201452 Acórdão n.º 3402005.711 S3C4T2 Fl. 14.506 3 etapa, o Acórdão não consignou expressamente que deveriam ser revertidas as glosas referentes às despesas agrícolas relacionadas no item 01, IV do TVF (fls. 62/63 do Vol. 1). Com base nos argumentos acima e considerando a determinação contida no art. 65, § 7º do Regimento Interno do CARF, o Presidente da 2ª Turma Ordinária/4ª Câmara da 3ª Seção deu seguimento aos embargos de declaração, conforme Despacho de fls. 14.491/14.492 . O autos foram distribuídos a este Conselheiro para prosseguimento. É a síntese do necessário. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator. a) Da 1ª Omissão alegada pelo Contribuinte Necessidade de adoção do conceito de insumo crivado pelo STJ (REsp nº 1.221.170/PR) em sede de recurso repetitivo. Considerando o despacho de admissibilidade de embargos de fls. 14.491/14.492, conquanto a alegação do fato superveniente não possa ser enquadrado exatamente como uma "omissão", justamente por ser superveniente ao momento em que o Acórdão embargado foi proferido, a jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o fato superveniente, que tenha potencial para influenciar no julgamento da lide, pode ser alegado na via dos embargos de declaração, com respaldo no REsp nº 1.059.503. Vejase a ementa: "PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. INTERVENÇÃO FEDERAL POR DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL. NÃO PAGAMENTO DE PRECATÓRIO. ALEGAÇÃO DE FATO SUPERVENIENTE NA VIA DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. POSSIBILIDADE. I Nas instâncias ordinárias, o fato novo constitutivo, modificativo ou extintivo do direito que influa no julgamento da lide pode ser alegado na via de embargos de declaração, devendo ser considerado pelo Tribunal a quo. Precedentes: REsp nº 734.598/MG, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ 01.07.2005; REsp nº 434.797/MS, Rel. Min. RUY ROSADO DE AGUIAR, DJ de 10.02.2003 e REsp nº 157.701/AM, Rel. Min. FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, DJ de 19.06.2000. II Agravo regimental provido com o conseqüente provimento do recurso especial para anular o acórdão recorrido visando à análise do fato superveniente apresentado." (Grifei) Nesse contexto, é fato que no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi julgado o Recurso Especial (REsp) nº 1.221.170/PR, pela sistemática dos recursos repetitivos, contendo votos pelo reconhecimento da ilegalidade das Instruções Normativas SRF nºs 247/2002 e 404/2004 e definindo pela aplicação de critério próprio na conceituação de insumo para os créditos de PIS e COFINS no regime não cumulativo e fixou o conceito de insumo como sendo todos bens e serviços essenciais e relevantes para a atividade da empresa em qualquer fase de produção. Fl. 14507DF CARF MF 4 A embargante alega em seu recurso, que deve ser aplicado ao caso dos autos o conceito definido pelo STJ em sede de recurso repetitivo, em obediência ao §2º, do art. 62, do Regimento Interno CARF, uma vez que todos os dispêndios glosados pelo acórdão ora embargado são fundamentais para o desenvolvimento das atividades econômicas da empresa. Cita como exemplo, as despesas de frete interno (despesas de movimentação de produtos acabados dentro da área industrial). Ressalta que, (...) Nesta fase, apesar de o processo de fabricação ter se esgotado, ainda não se finalizou o processo de produção, sendo essencial a movimentação em tela a fim de colocar o produto à venda no mercado, ou seja, tratase de movimentação imprescindível, essencial para o desenvolvimento da atividade econômica". Prossegue afirmando que na mesma linha, os dispêndios com despesas portuárias, arrendamento agrícola, centro de custo não identificados3e todos os demais cujas glosas foram mantidas, e cuja essencialidade foi atestada em sede de Impugnação e Recurso Voluntário, por meio, inclusive, da apresentação de Laudo. No Acórdão embargado, decidiuse que só pode ser tomado por insumo o bem ou serviço que tenha aplicação direta ao processo produtivo (custo de produção), não necessariamente vinculado ao conceito de insumo da legislação do IPI, mas não tão amplo quanto o que se utiliza no conceito de custo para fins de IRPJ. Esse seria meu entendimento consoante com a legislação do PIS e da Cofins, ao ver os insumos como bens e serviços passíveis de geração de créditos que devem estar diretamente vinculados ao bem vendido. Diferente é o critério consoante a legislação do IRPJ, utilizado por aqueles que pretendem ver a geração de créditos por todos bens serviços necessários à produção, que, apesar de essenciais, somente de forma mediata levam à composição do produto. Pois bem. Como é cediço, o citado REsp do STJ valeuse do critério da RELEVÂNCIA para a atividade econômica desempenhada pela empresa, enquanto que no acórdão recorrido valeuse do critério da ESSENCIALIDADE para o processo produtivo. No entender do acórdão embargado, concluíse que geram direito de crédito todos os insumos bens ou serviços que sejam aplicados na produção de bens ou serviços, cuja receita esteja sujeita à incidência sob o regime nãocumulativo. No entanto, entendo que não é toda e qualquer aquisição que gera direito de crédito, mas apenas aquelas que se enquadrem nas hipóteses de crédito previstas nas Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003. São estas Leis a fonte primária de definição dos critérios para o direito de crédito. Nessa trilha, entendo que o conceito mais elaborado de insumo, construído a partir da jurisprudência do próprio CARF e norteador dos julgamentos dos processos neste Órgão, encontrase consignado no Acórdão nº 3301000.423, de 03/03/2010: "O conceito de insumo previsto no inciso II do art. 3° da Lei n° 10.637/02 e normalizado pela IN SRF n° 247/02, art. 66, § 5°, inciso I, na apuração de créditos a descontar do PIS nãocumulativo, não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária à atividade da empresa, mas tão somente aqueles adquiridos de pessoa jurídica, intrínsecos à atividade, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado". (…) (Acórdão 330100.423, Processo 11080.003383/200483, Rel. Cons. Maurício Taveira e Silva, j. 03/02/2010). Fl. 14508DF CARF MF Processo nº 10880.723246/201452 Acórdão n.º 3402005.711 S3C4T2 Fl. 14.507 5 No mesmo sentido, me alinho ao voto vencido do Conselheiro Henrique Pinheiro Torres no Acórdão nº 9303003.477, em julgamento de 25/02/2016, ao discorrer sobre o conceito de insumo para fins de creditamento de PIS/COFINS, conseguindo que: "(...) Nessa linha, não vejo como, em nome da alegada diretriz constitucional, empreender interpretação que alargue o conceito de insumo para além do inciso II do art. 3º, tanto da Lei nº 10.637, de2002 quanto da Lei nº 10.833, de 2003. (...) Como é possível perceber, apesar da grande discussão acerca do tema, é extreme de dúvidas que só serão admitidos como insumo, para efeito da lei, os bens que possuam ligação intrínseca com o processo produtivo, que, evidentemente, não se confunde com a atividade empresarial" (Grifei). Em relação ao REsp nº 1.221.170/PR do STJ, alega a embargante que "se adotado o conceito de insumo firmado pelo STJ, de pronto a despesa com frete interno seria reconhecida! A mesma sorte seguem os dispêndios com despesas portuárias, arrendamento agrícola, centro de custo não identificados e todos os demais cujas glosas foram mantidas, cuja essencialidade foi atestada em sede de Impugnação e Recurso Voluntário, por meio, inclusive, da apresentação de Laudo". REsp nº 1.221.170/PR do STJ, e sua aplicabilidade disposto no §2º, do art. 62, do RICAF. Posto isto, entendo necessário observar os ditames do RESP nº 1.221.170/PR, do Superior Tribunal de Justiça (tendo em vista o disposto no art. 62 do RICARF), que restou definido que, para o regime não cumulativo do PIS e da COFINS, o conceito de insumo é definido pelos critérios da essencialidade ou relevância. No caso sob exame, as despesas realizadas (e glosadas) com frete interno (despesas de movimentação de produtos acabados dentro da área industrial), entendo que nesta fase movimentação de produtos acabados, percebese que o processo de fabricação foi esgotado, e o fluxo de produção encontrase finalizado. A sua movimentação/transporte pode ser considerada essencial objetivando colocar o produto à venda no mercado, não podendo mais interferir com o seu custo de produção. Portanto, não cabe o crédito pleiteado. Quanto as despesas portuárias, consta do TVF que, "Em 'descrição grupo mercadoria': serviços transporte de carga pessoa jurídica ou serviços contendo como 'texto breve material': inspeção de carga me, serviço desp elev port me, serviço estufagem me, serviço horário extra estufagem me, serviço movimentação mercadoria me, serviço pegas container, serviço posicionamento me, serviço rolagem container me". Primeiramente, há que se ressaltar que estas despesas não estão previstas no inciso IX do artigo 3º da Lei 10.833/03, que prevê apenas os "fretes e a armazenagem na operação de venda". Tais despesas se referem a gastos com serviços relacionados ao porto, com destaque para as de movimentação e embarque e estadia. A esse respeito a Recorrente afirma, sem demonstrar, que elas estão ligadas diretamente ao processo de produção ou que elas deveriam ser consideradas como de frete ou armazenagem. Concluo sublinhando que, a meu ver, as despesas glosadas não se confundem com o frete ou a armazenagem, nem podem ser consideradas insumos, como propõe a Recorrente. As despesas com portos (sua movimentação) pode ser considerada essencial Fl. 14509DF CARF MF 6 objetivando colocar o seu produto à venda no mercado exterior, não podendo interferir com o seu custo de produção industrial. Em relação a Despesas com arrendamento agrícola, aduz a Recorrente que não cabe ao intérprete restringir a abrangência do dispositivo legal em apreço, estando o arrendamento de propriedades rurais destinadas à produção de canadeaçúcar abrangido pelo conceito de "aluguel de prédio" previsto no artigo 3º, IV, das Leis 10.637/02 e 10.833/03. Vejase que o arrendamento aqui tratado, o qual é qualificado como arrendamento rural, ou seja, modalidade de locação que contempla a exploração de terra em zona rural, exatamente como prescreve o art. 3º do Decreto nº 59.566/66, veículo legislativo responsável por regulamentar o Estatuto da Terra. Pelos fundamentos expostos no Acórdão embargado, não se discute a essencialidade para o desenvolvimento da produção. No caso, o acórdão não conseguiu acompanhar a Recorrente em sua argumentação de que o vocábulo "aluguel de prédios" desta hipótese legal abrange as propriedades rurais. A meu sentir, não há essa equivalência no dispositivos dos artigos 3º, inciso IV, das leis 10.637/02 e 10.833/03 e, portanto, carece de expressa autorização para creditamento desse tipo de gasto (arrendamentos rural e agrícola). Quanto aos dispêndios com o Centro de custo não identificados, temos que a embargante alega que, (...) A mesma sorte seguem os dispêndios com (...) centro de custo não identificados e todos os demais cujas glosas foram mantidas, cuja essencialidade foi atestada em sede de Impugnação e Recurso Voluntário, por meio, inclusive, da apresentação de Laudo". E, continua informando à fl. 14.049, que tais custos "(...) 3 engloba diversos itens utilizados em diferentes tipos de máquinas e equipamentos existentes tanto na área agrícola como no parque industrial, como pinos, ferramentas, arruelas, acoplamentos, anéis, buchas, correias, correntes, cordas, cotovelos, discos, escovas, fitas isolantes, gaxetas, lixas, mancais, mangueiras, manômetros, niples, porcas, parafusos, retentores, rolamentos, válvulas, filtros, terminais, barras de aço, vigas de aço, adesivos, grampos, borrachas, conexões, tubos, flanges, dentre outros, para os quais a empresa não apresentou detalhes técnicos que garantam a sua utilização em máquinas que produzam diretamente álcool e açúcar, nem estão vinculados a centros de custos de produção) Mesmo com a informação que a empresa não apresentou detalhes técnicos que garantam a sua utilização em máquinas que produzam diretamente álcool e açúcar, nem estão vinculados a centros de custos de produção, no caso em específico não se discutiu a essencialidade dos dispêndios empreendidos nesses bens. O Acórdão embargado verificou que tratase de créditos decorrentes da aquisição dos variados tipos de "partes e peças" que foram creditados pela Recorrente, não como bens do ativo imobilizado, mas sim como insumo, bem como alguns tipos de produtos (corretivos de solo: calcário, fertilizantes) que são utilizados nos solos das lavouras. O Colegiado entendeu que todos os itens relacionados neste tópico não são dispêndios empregados na produção de açúcar e álcool, mas bens eventualmente passíveis de ativação e que, por conseguinte, apresentam uma sistemática própria para fins de creditamento de PIS e COFINS. Neste caso, os maquinários, implementos, materiais, componentes, peças, equipamentos adquiridos para utilização em máquinas agrícolas e caminhões, etc. (de Fl. 14510DF CARF MF Processo nº 10880.723246/201452 Acórdão n.º 3402005.711 S3C4T2 Fl. 14.508 7 utilização na fase agrícola), devem integrar o ativo imobilizado da empresa, por representarem acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem no qual ocorrer a sua aplicação, como definido pelo art. 346 do Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99), passando a gerar os créditos com base na depreciação prevista no inciso III, do art. 8º da IN SRF nº 404, de 2004. Quanto as despesas com aquisição de fertilizante, calcário, herbicidas, inseticidas e formicidas, o acórdão entendeu serem essenciais ao processo produtivo da cana de açúcar. No entanto, conforme pode ser verificado no art. 1º da Lei nº 10.925, de 2004, as alíquotas incidentes na importação e sobre a receita bruta decorrente da venda no mercado interno de PIS e da COFINS ficaram reduzidas a zero. O artigo 3º, §2°, inciso II das Lei n° 10.637/2002 e 10.833/2003, veda expressamente o aproveitamento do crédito na aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. Assim, incabível o desconto de crédito da contribuição calculado em relação à aquisição de bem sujeito a alíquota zero. Desta forma, quanto a alegada omissão dos bens e serviços relacionados neste tópico, entendo que não há reparos a fazer quanto ao acórdão embargado. b) Da 2ª Omissão alegada pelo Contribuinte Omissão no tocante à reversão das glosas com despesas agrícolas consubstanciadas no item 01 da parte IV do TVF. Alega a embargante que "(...) Contudo, especificamente quanto ao referido item 01, o acórdão em comento não foi expresso quanto à reversão das glosas referentes aos dispêndios ocorridos na lavoura da canadeaçúcar. Em outras palavras, quanto ao item 01 (despesas agrícolas), que é um item independente de todos os outros, da leitura do acórdão verificase que o mesmo apenas discorre sobre a possibilidade de creditamento das contribuições sobre despesas realizadas na fase agrícola, sem, contudo, concluir expressamente pela reversão dessas glosas". No que concerne à omissão alegada quanto às glosas de despesas agrícolas, verifico que na ementa constou menção expressa no sentido de que os gastos da fase agrícola integram o processo produtivo do contribuinte. Contudo, na fundamentação do voto (fl. 13.937) não houve menção expressa nem ao motivo pelo qual a glosa foi revertida e nem menção específica ao quadro de fls. 62/63, que relaciona os gastos com a fase agrícola. Desta forma, merece aclaramentos o referido Acórdão, inclusive quanto a observação do REsp nº 1.221.170/PR do STJ, e sua aplicabilidade conforme o disposto no §2º, do art. 62, do RICAF. Verifico que as Despesas agrícolas glosadas pela Fiscalização (item 01 do TVF Termo de Verificação Fiscal), tratase de despesas de prestação de serviços pagas a fornecedores pessoas jurídicas, cujas Notas Fiscais não foram aceitas como base de créditos por estarem todas vinculadas aos centros de custos agrícolas. O Fisco alega que neste caso tratamse de dispêndios ocorridos com a lavoura da cana de açúcar, portanto, não podem ser considerados serviços utilizados como insumo na produção do açúcar e do álcool. Vejase trecho abaixo reproduzido (fl. 62, TVF): "1. Agrícola Fl. 14511DF CARF MF 8 Contem despesas de notas fiscais de prestação de serviços pagas a fornecedores pessoas jurídicas, com atividades de transporte, fornecimento de mão de obra, máquinas e equipamentos utilizados no plantio, cultivo, fertilização, colheita, corte, carregamento e transporte da cana de açúcar e serviços gerais na lavoura. Não foram aceitas como base de créditos por estarem todas vinculadas aos centros de custos agrícolas identificados como: Administração, Alojamento Agrícola, Carreg/Reboque Cana Adm, Carreg/Reboque Cana Fornecedor, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Desenvolvimento Agronômico, Estação Experimental, Estradas/Cercas/Pontes, Mecanização Agrícola, Mão de Obra Agrícola, Oficina Mecânica, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Reflorestamento/Meio Ambiente, Replanta de Cana Soca, Serviços Auxiliares, Serviços de Fornecedores de Cana, Serviços Habitação, Serviços Recreativos, Topografia, Tr Administrada Mecânico, Transporte Fornecedor Cana Picada, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". É fato que, conforme vem se decidindo por esta Turma Ordinária, a fase agrícola da agroindústria também pode integrar o seu processo produtivo para fins de aproveitamento de crédito das contribuições sociais não cumulativas, como foi tratado no acórdão embargado. Como bem destacado pelo Conselheiro Diego Diniz Ribeiro no Acórdão nº 3402003.817, de 26/02/2017 (desta mesma empresa), julgado por este Colegiado, haja vista a adoção do conceito de insumo, onde destaca que "(...) é natural que, em se tratando de uma agroindústria, exatamente como ocorre no caso decidendo, a fase agrícola da atividade empresarial e, por conseguinte, os insumos ali consumidos, também seja levada em consideração para fins de creditamento de PIS e COFINS." Como bem definido pelo acórdão, geram direito de crédito todos os insumos bens ou serviços que sejam aplicados na produção de bens ou serviços, cuja receita esteja sujeita à incidência sob o regime nãocumulativo. No entanto, não é toda e qualquer aquisição que gera direito de crédito, mas apenas aquelas que se enquadrem nas hipóteses de crédito previstas nas Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003. São estas Leis a fonte primária de definição dos critérios para o direito de crédito. Primeiramente, vale frisar que, dentre outras atividades, a Recorrente produz e comercializa açúcar e álcool, o que demanda, para a sua produção, o emprego de inúmeros bens e serviços destacados em sua escrita fiscal para fins de creditamento e glosados pela fiscalização. O Fisco alega que neste caso tratamse de dispêndios ocorridos com a lavoura da cana de açúcar, portanto, não podem ser considerados serviços utilizados como insumo na produção do açúcar e do álcool. Pela descrição das rubricas acima detalhadas, se percebe que estamos diante de despesas com maquinários agrícolas, serviços de transportes, pagamento de mãodeobra e outros gastos com a produção do álcool e do açúcar, contudo ainda da fase agrícola em si considerada, que pertencem a atividade produtiva embora com um certo distanciamento. No entanto, entendo que com a descrição dos bens creditados confrontados com o objeto social da empresa e o LAUDO TÉCNICO apresentado, como não garantir, por exemplo, que a "colheita da cana" e seu "plantio mecanizado" não fazem parte da etapa agrícola da produção da cana de açúcar que vai dar origem ao açúcar e álcool? Ademais, não se trata apenas de uma conclusão pelo simples confronto entre o objeto social da empresa e as descrições em seus registros contábeis, uma vez que todo o processo produtivo da Recorrente Fl. 14512DF CARF MF Processo nº 10880.723246/201452 Acórdão n.º 3402005.711 S3C4T2 Fl. 14.509 9 e, por conseguinte, cada uma dessas rubricas, foram exaustivamente tratadas e bem elucidadas (Cadeia Produtiva da Industria Sucroenergética) pelo Laudo/Parecer Técnico elaborado pela ESALQ/USP, instituição que é uma referência nacional e internacional no âmbito da engenharia agronômica. Ressaltase, entretanto, que há que se identificar exatamente quais despesas são essenciais e quais são os custos que se referem aos fatores que se ligam comprovadamente a esse processo de produção e aos produtos açúcar e álcool vendidos. No meu sentir, as despesas glosadas e não relacionadas abaixo (negritado na relação), como bem apontado pelo Fisco, não tem uma relação direta (e comprovada) com a atividade de produção do açúcar e do álcool produzido pela empresa (não condizente com a produção agrícola em si; há um certo distanciamento). Também, verifico nos autos, que a Recorrente não contesta especificamente cada uma dessas glosas, e também não apresenta elementos que possam invalidála, nem demonstra sua essencialidade e que se referem a fatores ligados efetivamente às atividades de produção da canadeaçúcar e do álcool pela empresa. Assim, por falta de comprovação de se tratar de insumo e, portanto, desprovido de amparo legal (não se enquadram nas hipóteses de crédito previstas nas Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003), se depreende que as despesas glosadas (em negrito na relação), não atendem ao critério de essencialidade, para caracterização como insumos e devem ser mantido a glosa perpetrada pelo Fisco. Sendo assim, neste tópico em particular, voto para dar PARCIAL provimento ao recurso interposto para REVERTER as seguintes glosas que recaíram sobre o "item 1 Agrícola", item IV do TVF: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". Dispositivo Com esses fundamentos, voto no sentido de acolher os embargos de declaração opostos pela Contribuinte RAIZEN ENERGIA S/A, com efeitos infringentes, para suprir as omissões apontadas no Acórdão nº 3402004.758, de 25/10/2017 e, no mérito, darlhe parcial provimento, para REVERTER, (adicionalmente ao Acórdão recorrido), as seguintes glosas que recaíram sobre o "item 1 Agrícola", item IV do TVF: "Carreg/Reboque Cana Adm, Colhedeira de Cana Picada, Colheita de Cana, Corte Mecanizado, Departamento Fornecedor Cana, Mecanização Agrícola, Plantio, Preparo do Solo, Reboque de Cana, Transporte Agrícola, Transporte Cana, Transporte Fornecedor de Cana, Transporte Manual Cana, Transporte Mecânico da Cana, Transporte Terceirizado da Cana, Trato da Cana, Trato da Planta, Trato da Soca e Vinhaça". E como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 14513DF CARF MF 10 Fl. 14514DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13227.900067/2008-07
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ESTIMATIVA MENSAL. INEXISTÊNCIA.
O recolhimento de estimativa mensal IRPJ somente se caracteriza como indevido ou a maior quando efetuado em valor superior ao apurado para o mês com fundamento na legislação tributária.
Numero da decisão: 1001-000.956
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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ESTIMATIVA MENSAL. INEXISTÊNCIA. O recolhimento de estimativa mensal IRPJ somente se caracteriza como indevido ou a maior quando efetuado em valor superior ao apurado para o mês com fundamento na legislação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues. Relatório Tratase de Declaração de Compensação (PER/DCOMP), efls. 02/06, de n. 26912.81761.290604.1.3.048150, de 29/06/2004, através da qual o contribuinte pretende AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 00 67 /2 00 8- 07 Fl. 57DF CARF MF 2 compensar débitos de sua responsabilidade com créditos decorrentes de pagamentos supostamente indevidos (IRPJ, no valor principal de R$ 2.824,80 segundo DARF com as seguintes características: Código de Receita 5993 (IRPJ Lucro Real Estimativa mensal), PA 30/11/2003, vencimento em 30/12/2003). O pedido foi indeferido, conforme Despacho Decisório n. 757799043, de 24/04/2008 (efl. 07), que analisou as informações e concluiu que o crédito estava integralmente utilizado na quitação do IRPJ estimativa PA 11/2003, bem como determinou a não homologação da DCOMP em análise. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (efl. 09) alegando que efetuou recolhimentos mensais de IRPJ e CSLL por estimativa no anocalendário de 2003, mas apurou prejuízo em balanço de suspensão, razão pela qual compensou o IRPJ devido do mês de dezembro de 2003 com o valores recolhidos referente ao PA 11/2003. A Delegacia de Julgamento (Acórdão 0119.764 3ª Turma da DRJBEL, e fls. 23/29) julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que o pagamento de estimativa mensal somente se caracteriza como indevido ou a maior quando efetuado em montante superior ao calculado para o mês (e que tal excesso não ficou comprovado nos autos) com fundamento na legislação tributária; e que a regra geral é no sentido de que o contribuinte leve os valores recolhidos a título de estimativa à composição do saldo do IRPJ/CSLL apurado em 31 de dezembro. Em assim sendo, o recolhimento de estimativas mensais, exatamente nos valores calculados segundo os critérios determinados pela Lei n° 9.430/1996, não pode ser considerado, a priori, como pagamento indevido ou a maior, mesmo quando haja apuração de prejuízo fiscal ao final do exercício (este sim passível de repetição) . Cientificada da decisão de primeira instância em 11/01/2011 (efl. 32) a Interessada interpôs recurso voluntário, protocolado em 31/01/2011 (efl. 33), em que repete os argumentos da manifestação de inconformidade. Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Relator O recurso ao CARF é tempestivo, e portanto dele conheço. Não cabe o pleito do contribuinte para comprovar nestes autos (mesmo que através de escrita contábil) eventual saldo negativo de IRPJ no ano calendário em questão (ou apurado em balanço de suspensão), pois o litígio posto nestes autos é a procedência ou não do pagamento do IRPJ por estimativa no mês 11/2003. Ou seja, requerer crédito diverso correspondente a eventual saldo negativo de IRPJ no ano calendário deveria ser posto em outro procedimento administrativo, respeitado o prazo prescricional (art. 168 do CTN). Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo (art. 74 da lei 9.430/96 c/c art. 170 do CTN). Desta forma faziase necessário demonstrar para a autoridade julgadora de primeira instância a exatidão das informações referentes ao crédito alegado (IRPJ estimativa do período de apuração 11/2003) e confrontar com análise da situação fática referente aquele mês, de modo a se conhecer qual o tributo devido no período de apuração e comparálo ao pagamento declarado e comprovado. Fl. 58DF CARF MF Processo nº 13227.900067/200807 Acórdão n.º 1001000.956 S1C0T1 Fl. 58 3 Ou seja, o pagamento de estimativa mensal somente se caracteriza como indevido ou a maior quando efetuado em montante superior ao calculado para o mês com fundamento na legislação tributária. O fato do contribuinte eventualmente ter apurado prejuízo fiscal e saldo negativo IRPJ no ano calendário 2003 não torna os pagamentos de estimativa indevidos, eis que efetuados em obediência à legislação de regência. Reforço que recolhimento de estimativas mensais, exatamente nos valores calculados segundo os critérios determinados pela Lei n° 9.430/1996, não pode ser considerado, a priori, como pagamento indevido ou a maior, mesmo quando haja apuração de prejuízo fiscal ao final do exercício (este sim passível de repetição) . Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0